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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
ESTUDO FITOQUÍMICO DE CITRUS:
RESISTÊNCIA A XYLELLA FASTIDIOSA E
INTERAÇÃO COM ONCOMETOPIA FACIALIS
PATRÍCIA VERARDI ABDELNUR
*
Orientadora :
Profa. Dra. Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva.
*Bolsista FAPESP
São Carlos – SP
2006
Dissertação apresentada ao programa de
pós- graduação em Química como parte
dos requisitos à obtenção do Título de
Mestre em Ciências, na área
de
Concentração Química Orgânica.
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Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária da UFSCar
A135ef
Abdelnur, Patrícia Verardi.
Estudo fitoquímico de Citrus: resistência a Xylella
fastidiosa e interação com Oncometopia facialis / Patrícia
Verardi Abdelnur. -- São Carlos : UFSCar, 2006.
275 p.
Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São
Carlos, 2006.
1. Produtos naturais. 2. Ensaios biológicos. 3.
Fitoquímica. 4. Clorose Variegadas Citros. 5. Limão cravo. I.
Título.
CDD: 547.3 (20
a
)
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AOS MEUS PAIS POR TUDO! SEMPRE PARTICIPANDO DA MINHA VIDA:
INCENTIVANDO, TORCENDO, ACREDITANDO E NUNCA MEDINDO
ESFORÇOS PARA A REALIZAÇÃO DOS MEUS SONHOS.
A MINHAS IRMÃS QUE ESTIVERAM AO MEU LADO
EM TODOS OS MOMENTOS.
AGRADECIMENTOS
À Profa. Dra. Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva, por todos
ensinamentos transmitidos, pela orientação, confiança, amizade e excelente
convivência;
Aos Profs. Drs. João B. Fernandes, Paulo C. Vieira, Edson R. Filho pela
contribuição dada a este trabalho;
Aos Profs. Drs. Giba, Arlene e Quézia, pela disponibilidade de seus laboratórios e
colaboração na realização deste trabalho;
À Dra. Alessandra Alves de Souza pela forte contribuição e ensinamentos
transmitidos nos ensaios biológicos, pela ótima convivência e amizade;
À Carolina Munari Rodigues por toda contribuição nos ensaios e pela amizade;
Aos Drs. Marcos A. Machado e Sérgio A. Carvalho pela prestatividade e
disponibilidade do laboratório e materiais necessários para a realização do
trabalho;
Ao Dr. Pedro T. Yamamoto e Juliana Coelho pela receptibilidade e disponibilidade
de materiais necessários para o desenvolvimento do trabalho;
À doutoranda Gláucia pela essencial ajuda nas análises quimiométricas, e por
toda sua prestatividade;
À todos os colegas do PN, especialmente aos amigos Alan, Cebolinha, Djalma, Gi,
Karine, Márcio, Moacir, Paty Marinho, Paty Braga, Paty Loira, Simone, Sebastião,
Thiago e Tati;
À todos os colegas e amigos dos laboratórios de LSPN, CLAE, LERCI, Massas.
À Sheylla Susan pela imensa amizade, carinho, prestatividade e colaboração na
realização deste trabalho;
A minhas amigas Kiria, Karina, Rafaela e Erida por tornar minha vida em São
Carlos extremamente agradável, estando presente em todos os momentos, felizes
ou tristes, e pela forte amizade;
Aos meus pais, Elisa e Reinaldo, que estiveram sempre do meu lado, pela
educação, carinho, apoio e luta para que meus objetivos fossem alcançados;
A minhas irmãs, Priscila e Elisinha, por estarem sempre presente em minha vida;
A toda minha Família que sempre esteve unida e torcendo por mim em todos os
momentos;
Ao Elder por estar ao meu lado sempre incentivando e apoiando em cada decisão
por todos estes anos;
À FAPESP pela concessão da bolsa;
À Deus por estar ao lado, sempre me protegendo;
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.
i
ABREVIATURA E SÍMBOLOS
AcOEt Acetato de Etila
BOD Biological Oxigen Demand
CAR/PDMS Carboxen Polimetilsiloxano
CC Cromatografia em Camada
CCL Caule do C. limonia
CCDC Cromatrografia em Camada Delgada Comparativa
CDCl
3
Clorofórmio Deuterado
CG-MS Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrometria de Massas
CLAE-R Cromatografia Líquida de Alta Eficiência em Fase Reversa
CLS C. limonia sem sintomas de CVC
COSY Correlation Spectroscopy
C
2
D
6
O Acetona Deuterada
CRS C. reticulata sem sintomas de CVC
CSC C. sinensis sobre C. limonia com sintomas de CVC
CSS C. sinensis sobre C. limonia sem sintomas de CVC
CVC Clorose Variegada dos Citros
CW/DVB Carbowax Divinilbenzeno
d Dubleto
dd Duplo Dubleto
DCM Diclorometano
DI Diâmetro da Coluna
DEPT Distortionless Enhancement by Polarization Transfer
ES- Electrospray no Modo Negativo
FCL Folha do C. limonia
Fundecitrus Fundo de Defesa da Citricultura
GC-EAD Cromatografia Gasosa Acoplada à Detecção Eletroantenográfica
h Altura da Coluna
HMBC Heteronuclear Multiplete Bond Correlation
HPLC High Performance Liquid Chromatography
ii
HSQC Heteronuclear Single Quantum Coherence
HS HeadSpace
Hz Hertz
IAC Instituto Agronômico de Campinas
IR Índice de Retenção de Kovats
J Constante de Acoplamento
m Multipleto
MeOH Metanol
MHz Mega-Hertz
MIC Minimum Inhibitory Concentration
m/z Massa sobre Carga
P Porcentagem Relativa
PDMS/DVB Polimetilsiloxano Divinilbenzeno
s Singleto
sl Singleto largo
SPME Solid Phase Micro-Extraction
t Tripleto
t Tempo
T Temperatura
R1C Raiz Terminal do C. limonia
R2C Raiz do C. limonia
R1E Raiz Terminal do enxerto de C. sinensis sobre C. limonia
R2E Raiz do enxerto de C. sinensis sobre C. limonia
RMN
1
H Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio
RMN
13
C Ressonância Magnética Nuclear de Carbono
Xf Xylella fastidiosa
δ
Deslocamento Químico em Partes por Milhão
iii
LISTA DE TABELAS
TABELA 3.1. Divisão das plantas C. limonia e C. sinensis sobre C. limonia, extratos
obtidos e suas respectivas massas...............................................................................
36
TABELA 3.2. Dados de RMN H
1
(CDCl
3
200 MHz) e C
13
(CDCl
3
200 MHz) da
cumarina C1 em comparação com os dados da literatura............................................
60
TABELA 3.3. Dados de RMN H
1
(CDCl
3
200 MHz) e C
13
(CDCl
3
200 MHz) da
cumarina C2 em comparação com os dados da literatura............................................
64
TABELA 3.4. Dados de RMN H
1
(CDCl
3
200 MHz) da cumarina C3 em comparação
com os dados da literatura............................................................................................
68
TABELA 3.5. Dados de RMN H
1
das cumarinas C4 e C5 em comparação com os
dados das cumarinas A, C e D......................................................................................
71
TABELA 3.6. Dados de RMN
13
C da estrutura proposta C e das cumarinas isoladas
C4 e C5.........................................................................................................................
72
TABELA 3.7. Dados do espectro de RMN
1
H para as estruturas D, G e H obtidos da
literatura........................................................................................................................
74
TABELA 3.8. Dados do espectro de RMN
13
C
para as estruturas D, G e H obtidos da
literatura........................................................................................................................
74
TABELA 3.9. Dados de RMN H
1
(400 MHz) das cumarinas C4 e C5........................... 76
TABELA 3.10. Dados do espectro de RMN
1
H para o composto C5, e para as
estruturas I e J obtidos pela literatura...........................................................................
78
TABELA 3.11. Dados do espectro de RMN
13
C para o composto C5, e para as
estruturas I e J obtidos pela literatura...........................................................................
78
TABELA 3.12. Dados de RMN H
1
e RMN C
13
(CDCl
3
400 MHz) da cumarina C6........ 91
TABELA 3.13. Dados de RMN H
1
(400 MHz) e RMN C
13
(400 MHz) da cumarina C8
em comparação com os dados da literatura.................................................................
104
TABELA 3.14. Dados de RMN H
1
(200 MHz) da cumarina C9 em comparação com
os dados da literatura....................................................................................................
111
TABELA 3.15. Valores de RMN
13
C (400 MHz) obtidos pelas correlações
apresentadas no espectro de HMBC e no HSQC.........................................................
114
TABELA 3.16. Dados de RMN H
1
e RMN C
13
(CDCl
3
400 MHz) da cumarina C10...... 120
iv
TABELA 3.17. Dados de RMN H
1
(CDCl
3
400 MHz) da cumarina C3.......................... 123
TABELA 3.18. Dados de RMN H
1
(C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C11 em
comparação com os dados da literatura.......................................................................
129
TABELA 3.19. Dados de RMN
13
C (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C11 em
comparação com os dados da literatura.......................................................................
130
TABELA 3.20. Dados de RMN
1
H (200 MHz) obtidos experimentalmente e pela
literatura do flavonóide (F1)..........................................................................................
135
TABELA 3.21. Correlações obtidas do HSQC para o flavonóide F1............................ 136
TABELA 3.22. Correlações obtidas do HMQC para o flavonóide F1............................ 137
TABELA 3.23. Dados obtidos para os carbonos da molécula a partir das correlações
obtidas por HMBC e HSQC e comparadas com a literatura.........................................
138
TABELA 3.24. Dados de RMN H
1
(400 MHz) do flavanóide F2 comparados com os
dados da literatura.........................................................................................................
142
TABELA 3.25. Correlações obtidas pelo espectro de NOESY do flavanóide F2.......... 143
TABELA 3.26. Dados obtidos de RMN
13
C (200 MHZ) da mistura de Sitosterol,
Estigmasterol e Campesterol em comparação com a literatura....................................
151
TABELA 4.1. Reagentes e suas concentrações necessárias para preparar um
determinado volume do meio PW.................................................................................
156
TABELA 4.2. Volumes retirados da solução estoque e a correspondente
concentração final.........................................................................................................
159
TABELA 4.3. Colônias observadas nas diferentes concentrações de substâncias
ensaiadas contra Xyllela fastidiosa na Fase Estacionária............................................
165
TABELA 4.4. Colônias observadas com a Xylella fastidiosa na Fase Exponencial e
no início da Fase Estacionária......................................................................................
168
TABELA 4.5. Colônias observadas nas diferentes concentrações de substâncias
ensaiadas contra Xyllela fastidiosa na Fase Exponencial.............................................
169
TABELA 4.6. MICs das substâncias ensaiadas frente a Xylella fastidiosa................... 172
TABELA 5.1. Condições de condicionamento para as fibras utilizadas........................ 178
TABELA 5.2. Número de carbonos de cada hidrocarboneto e seus respectivos
tempos de retenção obtidos a partir da injeção por seringa e por fibra (PDMS/DVB)..
184
v
TABELA 5.3. Compostos voláteis identificados no C. sinensis sobre C. limonia sem
ter sido submetido às cigarrinhas..................................................................................
188
TABELA 5.4. Compostos voláteis identificados na planta 0 h após a inserção das
cigarrinhas.....................................................................................................................
190
TABELA 5.5. Compostos voláteis identificados na planta 24 h após a inserção das
cigarrinhas.....................................................................................................................
193
TABELA 5.6. Compostos voláteis identificados na planta 48 h após a inserção das
cigarrinhas.....................................................................................................................
195
TABELA 5.7. Compostos voláteis identificados na planta 0 h após a remoção das
cigarrinhas.....................................................................................................................
197
TABELA 5.8. Compostos voláteis identificados na planta 24 h após a remoção das
cigarrinhas.....................................................................................................................
198
TABELA 5.9. Compostos voláteis identificados na planta 48 h após a remoção das
cigarrinhas.....................................................................................................................
200
TABELA 5.10. Porcentagens das componentes principais do sistema (voláteis
extraídos de C. sinensis sobre C. limonia) sem pré-processamento............................
203
TABELA 5.11. Porcentagens das componentes principais do sistema (voláteis
extraídos de C. sinensis sobre C. limonia) com pré-processamento............................
208
TABELA 5.12. Áreas dos picos dos compostos importantes na separação dos
grupos 1, 2 e 3, observados na análise quimiométrica.................................................
212
TABELA 5.13. Porcentagens relativas dos picos dos compostos importantes na
separação dos grupos (1, 2 e 3) observados na análise quimiométrica.......................
213
TABELA 5.14. Compostos identificados no óleo essencial das folhas de C. sinensis
sobre C. limonia sem ter sido submetido às cigarrinhas...............................................
220
TABELA 5.15. Compostos identificados no óleo essencial das folhas de C. sinensis
sobre C. limonia após a remoção das cigarrinhas........................................................
222
TABELA 5.16. Porcentagens das componentes principais do sistema (óleos
essências extraídos de C. sinensis sobre C. limonia) com pré-processamento...........
224
TABELA 5.17. Extratos analisados, e suas respectivas áreas dos picos e tempos de
retenção........................................................................................................................
238
vi
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.1. Laranja Pêra (copa) enxertada sobre Limão Cravo (porta-enxerto)........ 3
FIGURA 1.2. Frutos sadios ao lado de frutos de tamanho reduzido devido à CVC..... 10
FIGURA 1.3. Folhas com manchas amareladas, características de CVC.................... 12
FIGURA 1.4. Plantas com sintomas da CVC................................................................ 12
FIGURA 1.5. Vasos do xilema obstruído por células e Células de X. fastidiosa.......... 13
FIGURA 1.6. Imagens de X. fastidiosa por microscopia eletrônica.............................. 16
FIGURA 1.7. Cigarrinhas transmissores de CVC......................................................... 17
FIGURA 1.8. Zoneamento citrícola considerado no levantamento de CVC em 2005
no Estado de São Paulo e parte do Triângulo Mineiro..................................................
19
FIGURA 1.9. Muda Sadia - A base para um pomar sem CVC..................................... 24
FIGURA 1.10. Poda de ramos doentes em plantas com mais de 2 anos..................... 24
FIGURA 1.11. Armadilhas utilizadas na captura de cigarrinhas vetores de CVC:
Aramadilha adesiva amarela, armadilha com cigarrinhas capturadas e puçá..............
25
FIGURA 1.12. Interação Citrus/X. fastidiosa/Cigarrinhas............................................. 27
FIGURA 3.1. Metodologia utilizada no Estudo Fitoquímico: extração, purificação e
identificação das substâncias isoladas.........................................................................
55
FIGURA 3.2. Substâncias isoladas da raiz terminal de C. limonia............................... 58
FIGURA 3.3. Estrutura da cumarina Xantiletina............................................................ 59
FIGURA 3.4. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C1....................... 61
FIGURA 3.5. Ampliação do espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C1. 61
FIGURA 3.6. Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C1...................... 62
FIGURA 3.7. Ampliação do espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C1 62
FIGURA 3.8. Estrutura da cumarina Seselina............................................................... 63
FIGURA 3.9. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C2....................... 65
FIGURA 3.10. Ampliação do espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina
C2..................................................................................................................................
65
FIGURA 3.11. Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C2.................... 66
FIGURA 3.12. Ampliação do espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina
C2..................................................................................................................................
66
vii
FIGURA 3.13. Estrutura da cumarina Xantoxiletina...................................................... 67
FIGURA 3.14. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C3..................... 68
FIGURA 3.15. Estrutura da trans-Kelactona................................................................. 75
FIGURA 3.16. Estrutura da trans-Decursidinol............................................................. 79
FIGURA 3.17. Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C4..................... 81
FIGURA 3.18. Ampliação do espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina
C4..................................................................................................................................
82
FIGURA 3.19. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C4..................... 82
FIGURA 3.20. Ampliação do Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina
C4..................................................................................................................................
83
FIGURA 3.21. Espectro de RMN
13
C (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C4.....................
83
FIGURA 3.22. Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C5..................... 84
FIGURA 3.23. Ampliação do Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina
C5..................................................................................................................................
84
FIGURA 3.24. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C5..................... 85
FIGURA 3.25. Ampliação A do Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina
C5..................................................................................................................................
85
FIGURA 3.26. Ampliação B do Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina
C5..................................................................................................................................
86
FIGURA 3.27. Espectro de RMN
13
C (C
3
D
6
O, 200 MHz) da cumarina C5................... 86
FIGURA 3.28. Espectro de HSQC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C5....................... 87
FIGURA 3.29. Espectro de HMBC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C5....................... 87
FIGURA 3.30. Espectro de COSY (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C5........................ 88
FIGURA 3.31. Deslocamentos químicos de
13
C da cumarina C6................................. 90
FIGURA 3.32. Estrutura da Escopoletina...................................................................... 91
FIGURA 3.33. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6..................... 92
FIGURA 3.34. Ampliação do espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina
C6..................................................................................................................................
92
FIGURA 3.35. Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6.................... 93
FIGURA 3.36. Espectro de HSQC (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6........................ 93
FIGURA 3.37. Espectro de HMBC (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6........................ 94
viii
FIGURA 3.38. Espectro de COSY (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6........................ 94
FIGURA 3.39. Espectro de NOESY (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6...................... 95
FIGURA 3.40. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6..................... 96
FIGURA 3.41. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C7..................... 97
FIGURA 3.42. Espectro de Massas (ES-) dos íons de m/z 191,3 (M-H) da fração A... 98
FIGURA 3.43. Espectro de Massas (ES-) dos íons de m/z 191,3 (M-H) da fração B... 98
FIGURA 3.44. Espectro de Massas (ES-) dos íons de m/z 191,3 (M-H) da fração C... 99
FIGURA 3.45. Estrutura da Isoescopoletina................................................................. 102
FIGURA 3.46. Deslocamentos químicos dos carbonos da cumarina C8...................... 106
FIGURA 3.47. Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C8..................... 107
FIGURA 3.48. Ampliação A do espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina
C8..................................................................................................................................
107
FIGURA 3.49. Ampliação B do espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina
C8..................................................................................................................................
108
FIGURA 3.50. Espectro de RMN
13
C (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C8................... 108
FIGURA 3.51. Espectro de HSQC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C8....................... 109
FIGURA 3.52. Espectro de HMBC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C8....................... 109
FIGURA 3.53. Espectro de NOESY (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C8..................... 110
FIGURA 3.54. Estrutura da Demetilsuberosina............................................................ 114
FIGURA 3.55. Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 200 MHz) da cumarina C9..................... 115
FIGURA 3.56. Ampliação do espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 200 MHz) da cumarina
C9..................................................................................................................................
115
FIGURA 3.57. Espectro de HSQC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C9....................... 116
FIGURA 3.58. Espectro de HMBC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C9....................... 116
FIGURA 3.59. Espectro de COSY (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C9........................ 117
FIGURA 3.60. Estrutura da cumarina Clausarina......................................................... 121
FIGURA 3.61. Estrutura da cumarina Xantoxiletina...................................................... 123
FIGURA 3.62. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) das cumarinas C3 e C10....... 124
FIGURA 3.63. Ampliação A do espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) das
cumarinas C3 e C10......................................................................................................
124
ix
FIGURA 3.64. Ampliação B do espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) das
cumarinas C3 e C10......................................................................................................
125
FIGURA 3.65. Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 400 MHz) das cumarinas C3 e C10...... 125
FIGURA 3.66. Espectro de HSQC (CDCl
3
, 400 MHz) das cumarinas C3 e C10.......... 126
FIGURA 3.67. Espectro de HMBC (CDCl
3
, 400 MHz) das cumarinas C3 e C10.......... 126
FIGURA 3.68. Espectro de COSY (CDCl
3
, 400 MHz) das cumarinas C3 e C10.......... 127
FIGURA 3.69. Estrutura proposta para a cumarina C11............................................... 128
FIGURA 3.70. Estrutura da Cumarina C11 identificada................................................ 131
FIGURA 3.71. Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas C5 e C11......
131
FIGURA 3.72. Ampliação do espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas
C5 e C11.......................................................................................................................
132
FIGURA 3.73. Espectro de RMN
13
C (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas C5 e C11.....
132
FIGURA 3.74. Espectro de HSQC (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas C5 e
C11................................................................................................................................
133
FIGURA 3.75. Espectro de HMBC (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas C5 e
C11.............................................................................................................................
133
FIGURA 3.76. Espectro de COSY (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas C5 e
C11................................................................................................................................
134
FIGURA 3.77. Correlações observadas pelo HMBC para o flavonóide F1................... 138
FIGURA 3.78. Estrutura da flavona isolada (F1) e seus respectivos valores de RMN
13
C comparados com a literatura...................................................................................
139
FIGURA 3.79. Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) do flavonóide F1................... 139
FIGURA 3.80. Espectro de HSQC (C
3
D
6
O, 400 MHz) do flavonóide F1...................... 140
FIGURA 3.81. Espectro de HMBC (C
3
D
6
O, 400 MHz) do flavonóide F1...................... 140
FIGURA 3.82. Correlações obtidas pelo NOESY do flavanóide F2.............................. 143
FIGURA 3.83. Correlações obtidas pelo HMBC que determina a estrutura do
flavanóide F2.................................................................................................................
144
FIGURA 3.84. Correlações obtidas pelo HMBC do flavanóide F2................................ 145
FIGURA 3.85. Estrutura da Lupinifolina........................................................................ 145
FIGURA 3.86. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) do flavonóide F2.................... 147
FIGURA 3.87. Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 400 MHz) do flavonóide F2................... 147
FIGURA 3.88. Espectro de NOESY (CDCl
3
, 400 MHz) do flavonóide F2..................... 148
FIGURA 3.89. Espectro de HMQC (CDCl
3
, 400 MHz) do flavonóide F2...................... 148
FIGURA 3.90. Espectro de massas do flavonóide F2................................................... 149
x
FIGURA 3.91. Cromatograma da mistura dos três esteróides (E1, E2 e E3)............... 152
FIGURA 3.92. Espectro de Massas do esteróide E1.................................................... 152
FIGURA 3.93. Espectro de Massas do esteróide E2.................................................... 152
FIGURA 3.94. Espectro de Massas do esteróide E3.................................................... 153
FIGURA 3.95. Estruturas químicas do Sitosterol, Estigmasterol e Campesterol.......... 153
FIGURA 3.96. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) dos esteróides E1, E2 e E3... 154
FIGURA 3.97. Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 200 MHz) dos esteróides E1, E2 e E3.. 154
FIGURA 4.1. Placa com a solução de Xylella fastidiosa e as substâncias ensaiadas
nas diferentes concentrações.......................................................................................
160
FIGURA 4.2. a- Placas de Petri com as substâncias ensaiadas (Xantiletina,
Seselina, Limonia e Flavona 1, nas concentrações de 1000 µg/mL) e o controle........
161
FIGURA 4.2. b- Placas de Petri com a Xantiletina nas concentrações 1000, 500 e
300 µg/mL, respectivamente.........................................................................................
161
FIGURA 4.3. Fluxograma da metodologia empregada nos ensaios bactericida
contra X. fastidiosa........................................................................................................
162
FIGURA 4.4. Crescimento de X. fastidiosa em diferentes meios líquidos: A) Medida
da concentração total de proteína, B) Medida por Densidade ótica (OD) a A600 nm..
164
FIGURA 4.5. MIC da 3’,4’,5’,5,7-pentametoxiflavona (Flavona 1), Limonina,
Xantiletina e Seselina contra a X. fastidiosa no início da Fase Estacionária................
166
FIGURA 4.6. Concentrações utilizadas, em mg/mL, no experimento para
comparação das fases de crescimento da X. fastidiosa...............................................
168
FIGURA 4.7. MIC do Ácido Anacárdico, Rauanina, 3’-(1’,1’-dimetilalil)-
isoescopoletina (C1), metiléter-graveliferona (C2), Hesperidina, Odoratol,
Catequina, 7,8,3’,4’-tetrametóxi-6,5-(2’’,2’’-dimetilpirano) flavona (Flavona 2),
Gedunina, Odoratona, Azadirachtina,ensaiadas contra a X. fastidiosa na Fase
Exponencial...................................................................................................................
171
FIGURA 4.8. Análise da expressão e purificação da proteína Xylellaina em E. coli:
Purificação da Xylellaina por cromatografia de afinidade em resina de níquel.............
173
FIGURA 4.9. Algumas das substâncias ensaiadas frente a enzima Xylellaina............ 174
xi
FIGURA 5.1. Cromatogramas das fibras PDMS/DVB, CW/DVB e CAR/PDMS
quando expostas durante sete horas a plantas enxertadas C. sinensis sobre C.
limonia...........................................................................................................................
179
FIGURA 5.2. Cromatogramas da fibra PDMS/DVB quando expostas a plantas
enxertadas C. sinensis sobre C. limonia em diferentes tempos...................................
182
FIGURA 5.3. Cromatograma dos hidrocarbonetos injetados diretamente por seringa. 183
FIGURA 5.4. Cromatograma dos hidrocarbonetos injetados após serem adsorvidos
pela fibra PDMS/DVB....................................................................................................
184
FIGURA 5.5a. Sistema utilizado para extração de voláteis: cuba e fibra...................... 185
FIGURA 5.5b. CG-EM utilizado para análise dos voláteis extraídos............................ 185
FIGURA 5.6. Sistema utilizado para extração de óleos essenciais por arraste a
vapor: Aparelho tipo Clevenger modificado..................................................................
186
FIGURA 5.7. Espectro de Massas teórico do 2-etil-1-hexanol......................................
216
FIGURA 5.8. Espectro de Massas experimental do 2-etil-1-hexanol............................ 217
FIGURA 5.9. Ampliação do Espectro de Massas experimental do 2-etil-1-hexanol.....
217
FIGURA 5.10. Espectro de Massas experimental do composto com IR = 1907...........
218
FIGURA 5.11. Espectro de Massas experimental do composto com IR = 1859...........
219
FIGURA 5.12. Estrutura da Hesperidina.......................................................................
232
FIGURA 5.13. Cromatograma obtido a partir da injeção do padrão de hesperidina
200 µg/mL................................................................................................................
234
FIGURA 5.14. Cromatograma obtido a partir da injeção do padrão de hesperidina 50
µg/mL............................................................................................................................
234
FIGURA 5.15. Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CSC (A)............ 235
FIGURA 5.16.Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CSC (B)............. 235
FIGURA 5.17. Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CSS (A)............ 236
FIGURA 5.18. Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CSS (B)............. 236
FIGURA 5.19. Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CRS (A)............. 236
FIGURA 5.20. Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CRS (B)............. 237
FIGURA 5.21. Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CLS (A)............. 237
FIGURA 5.22. Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CLS (B)............. 237
xii
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1.1. Incidência de CVC em 2005 no Estado de São Paulo e parte do
Triângulo Mineiro...........................................................................................................
19
GRÁFICO 1.2. Incidência de CVC por zona em 2005 no Estado de São Paulo e
parte do Triângulo Mineiro............................................................................................
20
GRÁFICO 1.3. Incidência de CVC por idade em 2005 no Estado de São Paulo e
parte do Triângulo Mineiro............................................................................................
21
GRÁFICO 1.4. Comparação da incidência de CVC por idade no período de 1996 -
2005 no Estado de São Paulo e parte do Triângulo Mineiro.........................................
21
GRÁFICO 1.5. Comparação da incidência de CVC apresentando os diferentes
níveis de sintomas no período de 1996-2005 no Estado de São Paulo e parte do
Triângulo Mineiro...........................................................................................................
22
GRÁFICO 1.6. Comparação da incidência de CVC no período de 1996-2005 no
Estado de São Paulo e parte do Triângulo Mineiro.......................................................
22
GRÁFICO 5.1. Gráfico de scores de todas as amostras dos voláteis de C. sinensis
sobre C. limonia (PC1 x PC2, 97,88 e 1,09 %, respectivamente).................................
203
GRÁFICO 5.2. Gráfico de loadings de todas as amostras dos voláteis C. sinensis
sobre C. limonia (PC1 x PC2, 97,88 e 1,09 %, respectivamente).................................
204
GRÁFICO 5.3. Gráfico de scores de todas amostras dos voláteis C. sinensis sobre
C. limonia (PC1 x PC3, 97,88 e 0,51 %, respectivamente)...........................................
205
GRÁFICO 5.4. Gráfico de loadings de todas amostras dos voláteis C. sinensis
sobre C. limonia (PC1 x PC3, 97,88 e 0,51 %, respectivamente).................................
206
GRÁFICO 5.5. Gráfico do poder de modelagem de todas as variáveis dos voláteis
C. sinensis sobre C. limonia, obtido para a análise de PCA sem nenhum pré-
processamento..............................................................................................................
207
GRÁFICO 5.6. Gráfico de HCA de todas amostras com índice de similaridade 0,385. 207
GRÁFICO 5.7. Gráfico de scores de todas amostras dos voláteis C. sinensis sobre
C. limonia (PC1 x PC2, 38,18 e 21,65 %, respectivamente).........................................
209
GRÁFICO 5.8. Gráfico de loadings de todas amostras dos voláteis C. sinensis
sobre C. limonia (PC1 x PC2, 38,18 e 21,65 %, respectivamente).............................
209
xiii
GRÁFICO 5.9. Gráfico de scores de todas amostras dos voláteis C. sinensis sobre
C. limonia (PC1 x PC3, 38,18 e 8,70 %, respectivamente)...........................................
210
GRÁFICO 5.10. Gráfico de loadings de todas amostras dos voláteis (PC1 x PC3,
38,18 e 8,70 %, respectivamente).................................................................................
211
GRÁFICO 5.11. Gráfico do poder de modelagem de todas as variáveis dos voláteis,
obtidos a partir do pré-processamento autoescalado...................................................
211
GRÁFICO 5.12. Gráfico de scores de todas amostras dos óleos essenciais de C.
sinensis sobre C. limonia (PC1 x PC3, 33,84 e 19,31 %, respectivamente).................
225
GRÁFICO 5.13. Gráfico de loadings de todas amostras dos óleos essenciais de C.
sinensis sobre C. limonia (PC1 x PC3, 33,84 e 19,31 %, respectivamente).................
226
GRÁFICO 5.14. Gráfico de scores de todas amostras dos óleos essenciais de C.
sinensis sobre C. limonia (PC1 x PC2, 33,84 e 28,74 %, respectivamente).................
227
GRÁFICO 5.15. Gráfico de loadings de todas amostras dos óleos essenciais de C.
sinensis sobre C. limonia (PC1 x PC2, 33,84 e 28,74 %, respectivamente).................
228
GRÁFICO 5.16. Gráfico do poder de modelagem de todas as variáveis dos óleos
essenciais de C. sinensis sobre C. limonia...................................................................
228
GRÁFICO 5.17. Gráfico de HCA de todas amostras com índice de similaridade
0,385.............................................................................................................................
229
xiv
LISTA DE ESQUEMAS
ESQUEMA 3.1. Preparação de Extratos....................................................................... 37
ESQUEMA 3.2. Fracionamento do extrato hexânico da raiz terminal de C.limonia
até a obtenção das substâncias....................................................................................
38
ESQUEMA 3.3. Fracionamento de todo o extrato diclorometânico-hexânico............... 50
ESQUEMA 3.4. Fracionamento do extrato diclorometânico-hexânico até a obtenção
das substâncias isoladas..............................................................................................
51
ESQUEMA 3.5. Fracionamento do extrato metanólico até a obtenção das
substâncias isoladas.....................................................................................................
54
ESQUEMA 3.6. Proposta de fragmentação das cumarinas 6-metoxi-7-
hidroxicumarina (C6) e 6-hidroxi-7-metoxicumarina (C7).............................................
101
ESQUEMA 5.1. Etapas desenvolvidas no experimento interação planta-cigarrinha.... 177
ESQUEMA 5.2. Proposta de fragmentação do 2-etil-1-hexanol................................... 216
ESQUEMA 5.3. Proposta de fragmentação do composto com IR = 1907....................
218
ESQUEMA 5.4. Proposta de fragmentação do composto com IR = 1859....................
219
ESQUEMA 5.5. Fluxograma da metodologia empregada para análise comparativa
do teor de Hesperidina em diferentes espécies de Citrus.............................................
233
xv
RESUMO
ESTUDO FITOQUÍMICO DE CITRUS, SUA RESISTÊNCIA A XYLELLA
FASTIDIOSA E SUA INTERAÇÃO COM ONCOMETOPIA FACIALIS - Neste
trabalho estão descritas dezesseis substâncias isoladas de C. limonia: xantiletina,
seselina, xantoxiletina, trans-kelactona, trans-decursidinol, junosmarina
escopoletina, isoescopoletina, demetilsuberosina, xantoarnol, clausarina,
limonianina, 5,4’-diidróxi-6-(3”’-metil-2”’-butenil)-2”,2”-dimetilpirano(5’’,6’’-7,8)
flavanona, β-sitosterol, estigmasterol e campesterol; sendo uma destacada, a 5,4’-
diidróxi-6-(3”’-metil-2”’-butenil)-2”,2”-dimetilpirano(5’’,6’’-7,8) flavanona, por ser
inédita na literatura; e duas, a trans-kelactona e trans-decursidinol, não isoladas
anteriormente em plantas da família Rutaceae, apenas na família Apiaceae. Uma
comparação entre os constituintes químicos isolados da parte superior e inferior
da planta enxertada C. sinensis sobre C. limonia e do C. limonia não enxertado foi
realizada, indicando que a planta enxertada possui um processo de translocação
metabólita. São relatadas as Concentrações Mínimas Inibitórias de diversas
substâncias, todas isoladas de plantas da família Rutaceae, contra a bactéria
causal da Clorose Variegada dos Citros, Xylella fastidiosa. As classes promissoras
foram as piranocumarinas e flavanonas, sendo a Xantiletina e a Catequina, com
MIC igual a 1,0 mg/mL. Foi realizado um estudo de interação planta-inseto, o qual
indicou que a planta enxertada C. sinensis sobre C. limonia apresenta uma
alteração na composição química dos seus voláteis e em seus óleos essenciais
quando em contato com as cigarrinhas Oncometopia facialis, pertencentes a
família Cicadellidae, as quais são transmissores de Xylella fastidiosa,
correspondendo a uma resposta da planta ao ataque. A modificação dos
constituintes químicos e suas porcentagens foi mais perceptível nos voláteis do
que nos óleos essenciais das plantas. A planta enxertada também sofreu uma
alteração em um metabólito secundário, a Hesperidina, quando foi feita a análise
do teor desta substância em diferentes espécies de Citrus, C. limonia sem CVC,
C. reticulata sem CVC, C. sinensis sobre C. limonia com e sem CVC. O C. limonia
foi a espécie que apresentou menor quantidade de Hesperidina e C. sinensis
xvi
sobre C. limonia foi o que apresentou o maior teor. O estudo comparativo da
quantidade de Hesperidina da planta enxertada com e sem sintomas de CVC
indicou que esta possui uma maior quantidade da substância quando doente,
correspondendo a uma alteração metabólita que ocorre na planta quando
infectada pela bactéria.
xvii
ABSTRACT
PHYTOCHEMICAL STUDY OF CITRUS, THE RESISTENCE TO XYLELLA
FASTIDIOSA AND INTERACTION WITH ONCOMETOPIA FACIALIS – This work
describes sixteen substances isolated by C. limonia: xanthyletin, seselin,
xanthoxyletin, trans-kellactone, trans-decursidinol, junosmarin, scopoletin,
isoscopoletin, demethylsuberosin, xanthoarnol, clausarin, limonianin, 5,4’-
dihydroxy-6-(3”’-methyl-2”’-buthenyl)-2”,2”-dimethylpyrano(5”,6”-7,8)flavanone, β-
sitosterol, estigmasterol e campesterol. Three of them are especially important:
5,4’-dihydroxy-6-(3”’-methyl-2”’-buthenyl)-2”,2”-dimethylpyrano(5”,6”-7,8)flavanone
that was unknown in the literacy, trans-kellactone and trans-decursidinol that
weren’t found previously in the Rutaceae family but at Apiaceae family. The
chemical constituents isolated by the upper and low parts from the grafted plant (C.
sinensis on C. limonia) and from ungrafted C. limonia were compared. It indicated
that the grafted plant has a metabolic translocation process. The Minimum
Inhibitory Concentration of many substances isolated from plants of Rutaceae
family was related. The test was against the bacteria Xylella fastidiosa that causes
Citrus Variegated Chlorosis. The successful classes the pyranocoumarins and
flavones whose MIC was 1,0 mg/mL. We have studied the plant-insect interaction
and discovered that the grafted plant (C. sinensis on C. limonia) undergoes
chemical alteration of the volatile compounds and essential oils when it is in
contact with the sharpshooter. The sharpshooters Oncometopia facialis belongs to
the Cicadellidae family and carries the Xylella fastidiosa. This chemical alteration
was greater in the volatile compounds than in the essential oils of the plants.
Different amounts of Hesperidin were found in the grafted plant when different
species of Citrus were analized: C. limonia without CVC, C. reticulata without CVC,
C. sinensis on C. limonia with and without CVC. The C. limonia presented the
lower amount of the secondary metabolic and the C. sinensis on C. limonia
presents the higher amount. The higher amounts of Hesperidin were found in sick
plants witch corresponds the metabolic alteration that occurs when the plant is
infected by the bacteria.
xviii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................1
1.1. CITRICULTURA BRASILEIRA..................................................................................................2
1.2. CITRUS LIMONIA.....................................................................................................................3
1.3. FAMÍLIA RUTACEAE................................................................................................................4
1.4. ESTUDO INICIAL DO ENXERTO DE C. SINENSIS SOBRE C. LIMONIA...............................5
1.4.1. Compostos isolados da parte superior do enxerto.......................................................6
1.4.2. Compostos isolados da parte inferior do enxerto.........................................................7
1.5. DOENÇAS CITRÍCOLAS..........................................................................................................9
1.6. CLOROSE VARIEGADA DOS CITROS (CVC)........................................................................9
1.7. XYLELLA FASTIDIOSA..........................................................................................................12
1.8. CIGARRINHAS VETORES.....................................................................................................17
1.9. NÍVEIS DE INCIDÊNCIA DE CVC..........................................................................................18
1.10. FORMAS DE MANEJO DA CVC..........................................................................................23
1.10.1. Obtenção de mudas sadias......................................................................................23
1.10.2. Poda ou erradicação de plantas infectadas.............................................................24
1.10.3. Monitoramento e controle de cigarrinhas.................................................................25
1.10.3.1. Métodos de monitoramento............................................................................25
1.10.3.2. Controle químico............................................................................................25
1.11. INTERAÇÃO CITRUS/XYLELLA FASTIDIOSA/CIGARRINHA............................................26
1.12. ANÁLISE DE COMPOSTOS VOLÁTEIS DE PLANTAS.......................................................28
1.10.1. Headspace-SPME....................................................................................................28
1.10.1. Arraste à vapor.........................................................................................................28
2. OBJETIVOS.......................................................................................................30
3. CAPÍTULO 1: ESTUDO FITOQUÍMICO DO CITRUS LIMONIA.......................33
3.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.......................................................................................34
3.1.1 Materiais e métodos....................................................................................................34
xix
3.1.1.1 Métodos utilizados para o fracionamento e isolamento das substâncias..........34
3.1.1.2 Métodos instrumentais para a identificação e/ou elucidação estruturais...........35
3.1.2 Preparação dos extratos brutos..................................................................................35
3.1.3 Fracionamento dos extratos........................................................................................37
3.1.3.1 Extrato hexânico da R1C...................................................................................38
3.1.3.2 Extrato hexânico e diclorometânico da R1C......................................................39
3.1.3.3 Extrato metanólico da R1C................................................................................52
3.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................................56
3.2.1. Deteminação estrutural dos compostos isolados.......................................................56
3.2.1.1 Deteminação estrutural da Cumarina C1...........................................................59
3.2.1.2 Deteminação estrutural da Cumarina C2...........................................................63
3.2.1.3 Deteminação estrutural da Cumarina C3...........................................................67
3.2.1.4 Deteminação estrutural da Cumarina C4 e C5..................................................69
3.2.1.5 Deteminação estrutural da Cumarina C6...........................................................89
3.2.1.6 Deteminação estrutural da Cumarina C7...........................................................96
3.2.1.7 Deteminação estrutural da Cumarina C8.........................................................103
3.2.1.8 Deteminação estrutural da Cumarina C9.........................................................111
3.2.1.9 Deteminação estrutural da Cumarina C10.......................................................118
3.2.1.10 Deteminação estrutural da Cumarina C11.....................................................128
3.2.1.11 Deteminação estrutural do Flavonóide F1.....................................................135
3.2.1.12 Deteminação estrutural do Flavonóide F2.....................................................141
3.2.1.13 Deteminação estrutural dos Esteróides E1, E2 e E3.....................................150
4. CAPÍTULO 2: ENSAIOS BIOLÓGICOS..........................................................155
4.1. ENSAIOS BACTERICIDAS CONTRA A XYLELLA FASTIDIOSA........................................156
4.1.1. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.......................................................................156
4.1.1.1 Preparação dos Meios de Cultivo....................................................................156
4.1.1.2 Ensaios das substâncias contra Xylella fastidiosa...........................................158
4.1.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................163
4.1.2.1 Ensaios contra Xylella fatidiosa em diferentes fases de crescimento.............163
4.1.2.1.1 Ensaios contra Xylella fatidiosa no início da Fase Estacionária.........164
4.1.2.1.2 Ensaios contra Xylella fastidiosa na Fase Exponencial e no início da
FaseEstacionária.................................................................................167
4.1.2.1.3 Ensaios contra Xylella fastidiosa na Fase Exponencial......................169
4.2. ENSAIOS BIOLÓGICOS CONTRA A ENZIMA XYLELLAINA..............................................173
xx
5. CAPÍTULO 3: INTERAÇÃO PLANTAXYLELLA FASTIDIOSA –
ONCOMETOPIA FACIALIS.................................................................................175
5.1. EXPERIMENTO INTERAÇÃO PLANTA – CIGARRINHA....................................................176
5.1.1 Procedimento Experimental......................................................................................176
5.1.1.1 Determinação da Fibra Ideal............................................................................178
5.1.1.2 Determinação do Tempo de Exposição Ideal..................................................180
5.1.1.3 Determinação do tempo de retenção de uma série de hidrocarbonetos.........183
5.1.1.4 Extração e Identificação dos Compostos Voláteis...........................................185
5.1.1.5 Extração e Identificação dos Óleos Essenciais...............................................186
5.2.1 Resultados e Discussão............................................................................................187
5.2.1.1 Compostos Voláteis obtidos do C. sinensis sobre C. limonia..........................187
5.2.1.1.1 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia sem ter sido
submetido às cigarrinhas.......................................................................187
5.2.1.1.2 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia com
cigarrinhas.............................................................................................190
5.2.1.1.2.1 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia logo após
a inserção das cigarrinhas...........................................................190
5.2.1.1.2.2 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia 24 horas
após a inserção das cigarrinhas..................................................192
5.2.1.1.2.3 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia 48 horas
após a inserção das cigarrinhas..................................................194
5.2.1.1.3 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia após a remoção
das cigarrinhas......................................................................................196
5.2.1.1.2.1 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia logo após
a remoção das cigarrinhas...........................................................197
5.2.1.1.2.2 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia 24 horas
após a remoção das cigarrinhas..................................................198
5.2.1.1.2.3 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia 48 horas
após a remoção das cigarrinhas..................................................200
5.2.1.1.4. Análise Quimiométria dos dados de CG-EM dos Compostos Voláteis de
C. sinensis sobre C. limonia..................................................................202
5.2.1.1.5. Identificação dos Compostos Majoritários.............................................215
5.2.1.2 Óleos essências extraídos C. sinensis sobre C. limonia.................................220
5.2.1.2.1 Óleos essências identificados no C. sinensis sobre C. limonia sem ter
sido submetido às cigarrinhas...............................................................................220
5.2.1.2.2 Óleos essências identificados no C. sinensis sobre C. limonia após a
remoção das cigarrinhas......................................................................................222
5.2.1.2.3 Análise Quimiométria dos dados de CG-EM dos Óleos Essenciais de C.
sinensis sobre C. limonia........................................................................224
xxi
5.2. EXPERIMENTO INTERAÇÃO PLANTA – XYLELLA FASTIDIOSA.....................................231
5.2.1. Determinação de Hesperidina em diferentes espécies de Citrus.............................231
5.2.2 Procedimento Experimental......................................................................................231
5.2.2.1 Extração e Isolamento das amostras...............................................................231
5.2.2.2 Análise das amostras por CLAE......................................................................232
5.2.3 Resultados e Discussão............................................................................................234
5.2.3.1 Análise dos cromatogramas obtidos................................................................234
6. CONCLUSÃO...................................................................................................240
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................244
8. ANEXO.............................................................................................................253
Introdução
1. INTRODUÇÃO
Introdução
2
1.1. Citricultura Brasileira
O Brasil é atualmente o maior produtor mundial de citros, correspondendo a
25,1% da plantação mundial, seguido pelos Estados Unidos, com 16,4% (Food and
Agriculture Organization, 2003). A cultura encontra-se disseminada por todo o
território nacional, com grande importância econômica e social para diversos
estados onde se situa entre as dez principais culturas: São Paulo, Sergipe, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia (RODRIGUEZ et al., 1991). As
maiores plantações são de laranja (Citrus sinensis, 66%), tangerina (C. reticulata,
15,4%), toranja (C. paradisi, 8,5%) e o limão (C. limon, 6,8%); as menores
plantações (3,3%) são de lima (C. aurantifolia), cidra (C. medica) e alguns híbridos.
Os citros podem ser propagados por quatro métodos: sementes, alporquia,
estaquia e enxertia, sendo este último o mais utilizado por apresentar algumas
vantagens, entre as quais pode-se citar a uniformidade das mudas, uma vez que os
porta-enxertos utilizados são poliembriônicos; precocidade no início de produção e
aumento na produtividade; além de obter-se mudas praticamente idênticas à planta-
mãe (ANDRADE et al., 2003). Assim, atualmente, a concepção no processo de
produção de mudas cítricas, associada às novas tecnologias do manejo da cultura,
inclui-se a diversificação do uso de porta-enxertos.
As plantas enxertadas são constituídas por duas partes: copa (parte superior)
e porta-enxerto (parte inferior), os quais são provenientes de pé francos distintos. Há
uma grande variedade de plantas enxertadas, devido às diversas combinações de
copa / porta-enxertos possíveis. A laranja ‘Pêra’ enxertada sobre o limão ‘Cravo’
(Figura 1.1, p.3) é a planta mais utilizada na citricultura brasileira nos últimos anos
(JUNIOR et al., 2004).
Introdução
3
FIGURA 1.1: Laranja Pêra (copa) enxertada sobre Limão Cravo (porta-enxerto).
As principais características que um porta-enxerto deve apresentar são:
resistência a pragas e doenças das raízes; compatibilidade com as principais copas
comerciais; alta produção de frutos e com ótima qualidade dos mesmos; adaptação
às condições de solo e clima da área onde será empregado (devendo ser adaptável
às mais diferentes situações); grande quantidade de sementes; alta taxa de
poliembrionia; facilidade de propagação e enxertia sobre as principais copas
comerciais; vigor adequado à indução de bom pegamento dos frutos e de boa
maturação; imunidade total ou alta resistência aos patógenos e pragas de
importância econômica, incluindo viroses destrutivas e declínios (ANDRADE et al.,
2003).
1.2. Citrus limonia
O limão ‘Cravo’ (C. limonia), também conhecido pelos nomes de Rosa, Bravo,
Vinagre, Vermelho, é praticamente o único porta-enxerto sobre o qual foi construída
a citricultura brasileira; representando em 99,1% das plantações citrícolas na década
de 70, no entanto, esta porcentagem reduziu a 82,9% em 2004 (JUNIOR et al.,
2004). A principal inconveniência da utilização de um único porta-enxerto já foi
demonstrada pela virose Tristeza que, na década de 40, destruiu quase toda a
citricultura brasileira, então apoiada sobre o porta-enxerto laranja azeda. Uma nova
doença, o Declínio dos Citrus, constatada na década de 70, causou a morte de
milhares de plantas enxertadas sobre o limão cravo. A pesquisa e a experimentação
vêm mostrando que a utilização de outros porta-enxertos, como as tangerinas
Co
p
a
Porta-
enxerto
Introdução
4
‘Cleópatra’, ‘Sunki’ e o ‘Trifoliata’, permitem obter frutos de melhor qualidade e
maturação mais tardia que podem resultar em benefícios financeiros ao produtor
(RODRIGUEZ et al., 1991).
A razão pela preferência ao limão ‘Cravo’ é sua produtividade alta e precoce,
uma vez que plantas enxertadas em limão cravo geralmente têm boas safras a partir
dos três anos de idade. Talvez o maior responsável pelo desempenho deste porta-
enxerto seja sua resistência à seca, já que mais de 90% de nossa citricultura
depende das chuvas para o suprimento de água, e estiagens de 60 a 120 dias
durante a florada são comuns. Até os dias atuais nenhum outro porta-enxerto
estudado foi encontrado para substituir totalmente o limão ‘Cravo’, pois nenhum
apresentou-se tão resistente a seca. O limão ‘Cravo’ é resistente à Tristeza, mas
suscetível a outras doenças como Exocortis, Xiloporose, Gomose e Declínio.
Plantas enxertadas com limão ‘Cravo’ apresentam ótimo vigor, adaptando-se
bem aos tipos mais comuns de solos, onde podem ter performance excelente com
complementação nutricional. As frutas produzidas em plantas sobre este porta-
enxerto são de bom tamanho, mas têm qualidade média quanto à concentração de
açúcares. O limão ‘Cravo’ induz maturidade precoce das frutas, permitindo
aproveitamento maior dos preços melhores do início da safra. Conclui-se, portanto,
que seus defeitos não são limitantes e as vantagens da sua utilização explicam sua
preferência na citricultura até os dias de hoje.
1.3. Família Rutaceae
O gênero Citrus é uma planta classificada na família Rutaceae, ordem
Rutales. Segundo a classificação de Dahlgren, Rutales é constituída pelas famílias
Rutaceae, Meliaceae, Cneoraceae, Simaroubaceae e Burseraceae. É uma das
fontes mais ricas e diversas de metabólitos secundários em Angiospermas.
A quimiossistemática desta família tem sido revisada por Silva et al. 1988
baseando-se principalmente nos alcalóides derivados do ácido antranílico,
cumarinas e limonóides. Os gêneros da família Rutaceae já foram classificados de
acordo com suas características morfológicas e químicas, mas existem ainda
controvérsias sobre o posicionamento taxonômico de alguns gêneros, estimulando o
estudo de espécies ainda não investigadas. (SILVA et al., 1988).
Introdução
5
Citrus é o gênero mais importante da família e seu perfil químico corresponde
ao da subfamília a que pertence, Citroideae. O C. limonia, estudado neste trabalho,
é caracterizado por uma proliferação total de cumarinas e limonóides, mas uma
escassez em número e diversidade nos alcalóides do ácido antranílico.
1.4. Estudo inicial do enxerto de C. sinensis sobre C. limonia
Visando completar o conhecimento químico de enxertos e entender melhor
sobre o mecanismo dos mesmos, o grupo de Produtos Naturais (PN) da UFSCar
vem estudando enxertos que atinjam o estágio adulto em um tempo bem menor,
pois isto facilita os estudos durante o desenvolvimento do mesmo. O limão cravo
torna mais precoce o florescimento e a frutificação, em geral 1 ano. Assim, iniciou-se
o estudo pelo enxerto de C. sinensis (laranja pêra) sobre C. limonia (limão cravo).
Dois alunos de doutorado do grupo estudaram a raiz, o porta-enxerto e a
parte superior do enxerto separadamente. Neste estudo isolou-se e identificou-se
um grande número de metabólitos secundários. O estudo da parte superior levou ao
isolamento quase que exclusivamente de flavonóides. Apenas duas cumarinas
foram isoladas, xantiletina, das folhas e caule, e xantoxiletina, apenas no caule. Um
limonóide, limonina, foi encontrado nas folhas. O triterpeno friedelina foi obtido nas
folhas e caule. Os esteróides comuns em planta, β-sitosterol, estigmasterol,
campesterol e 3-β-glicopiranosilsitosterol, também foram isolados do caule.
Introdução
6
1.4.1. Compostos isolados da parte superior do enxerto
Flavonóides:
O
O
R
R
1
R
5
R
4
R
3
R
2
O
OMe
OMe
OMe
OMe
MeO
MeO
OMe
O
(Folhas e Caule)
R: OMe, R
1
: OMe, R
2
: OH, R
3
: OMe, R
4
: OMe, R
5
: H (folhas)
R: OMe, R
1
:H, R
2
: OMe, R
3
: OMe, R
4
: OMe, R
5
: OMe (folhas e caule)
R: OMe, R
1
:H, R
2
: OMe, R
3
: OMe, R
4
: OMe, R
5
: H (folhas)
R: OMe, R
1
: OMe, R
2
: OMe, R
3
: OMe, R
4
: OMe, R
5
: H (folhas e caule)
R: OMe, R
1
: OMe, R
2
: H, R
3
: OMe, R
4
: OMe, R
5
: OMe (folhas e caule)
R: OMe, R
1
: OMe, R
2
: OMe, R
3
: OMe, R
4
: OMe, R
5
: OMe (folhas e caule)
Cumarinas:
xantiletina (folhas e caule) xantoxiletina (caule)
Limonóide e Triterpeno:
O
O
H
H
O
O
O
O
O
O
O
Limonina (folhas) Friedelina (folhas e caule)
OOO
OMe
OOO
Introdução
7
O porta-enxerto da copa se assemelha à parte superior, caracterizado por
vários flavonóides, porém, um piranoflavonóide só apareceu nesta parte
correspondente ao limão de origem. Quanto as cumarinas, aqui só foram
encontrados xantiletina, xantoxiletina e angelical. Contudo, o estudo do porta-
enxerto ainda não está concluído.
(porta-enxerto)
O interessante é que nas raízes a classe de maior representatividade foi a
cumarina. Apenas dois limonóide, limonina e acetato de limonina, foram
encontrados.
Ao contrário da parte superior, apenas um flavonóide foi localizado, uma
flavanona. Os esteróides comuns em planta, β-sitosterol, estigmasterol e
campesterol também foram identificados nas raízes.
1.4.2. Compostos isolados da parte inferior do enxerto
Cumarinas:
suberosina (raízes) xantiletina (raízes) xantoxiletina (raízes)
angelical (raízes) (raízes) clausarina (raízes)
OO
O
H
OOH
OOMeO
OOO
OMe
OOO
OOO
OH
OOMeO
O
H
OOMeO
O
HO
Introdução
8
OOO
OH
oxanordentina (raízes)
OMeO O
H
O
OMeO O
HO
(E)-7-metóxi-6-(3-hidróxi-3-metil-1-butenil)-2H-1-benzopiran-2-ona (raízes)
(Z)-7-metóxi-6-(3-hidróxi-3-metil-1-butenil)-2H-1-benzopiran-2-ona (raízes)
Flavonóide:
lupnifolina (raízes)
Limonóides:
limonina (raízes) acetato de limonina (raízes)
O
O
O
O
O
O
O
OAc
O
O
O
O
O
O
O
O
OO
OH O
OH
Introdução
9
A composição química obtida de cada parte do enxerto parece ser distinta. O
interessante é que no porta-enxerto e nas raízes foram isolados piranoflavonóides,
os quais não aparecem na parte superior. Analisando todos os constituintes da parte
superior, parece que a reação de prenilação só ocorre nas raízes e porta-enxerto do
enxerto.
Na parte superior só foram encontrados dois compostos prenilados, as
cumarinas xantiletina e xantoxiletina. A piranocumarina xantiletina foi isolada em
grande quantidade (g) nas raízes e apenas em pequenas quantidades (mg) nas
partes superiores. Esta observação leva a inferir que a reação de prenilação só
ocorre nas raízes e as duas cumarinas teriam sido translocadas para as partes
superiores, aparecendo no porta-enxerto e no enxerto originário da laranja.
1.5. Doenças Citrícolas
A cultura de citros é um alvo constante de inúmeras pragas e doenças, que,
encontrando condições favoráveis ao seu desenvolvimento são capazes de causar
danos irreversíveis. A quantidade e a qualidade das frutas cítricas são
freqüentemente ameaçadas devido aos danos deixados na planta, que dependendo
da intensidade do ataque, pode torná-la improdutiva ou levar à sua erradicação. As
principais doenças e pragas que afetam a citricultura brasileira são: Cancro Cítrico,
Clorose Variegada dos Citros (CVC), Declínio, Gomose de Phytophthora, Greening,
Leprose dos Citros, Mancha Alternaria, Morte Súbita dos Citros (MSC), Pinta Preta,
Podridão Floral dos Citros, Rubelose, Tristeza – Citrus Tristeza Virus (CTV).
1.6. Clorose Variegada dos Citros (CVC)
Desde que a Clorose Variegada dos Citros foi encontrada, esta vem
constituindo a mais importante doença citrícola no Brasil. Seu progresso se tem
dado de tal maneira que só encontra precedente na epidemia da tristeza dos citros
ocorrida na década dos quarenta. Em 1994, estimava-se que 26 % das laranjeiras
do Estado de São Paulo apresentavam sintomas; em 1997, este número já havia
subido para 34%, e 44% em 2004 (LARANJEIRA et al., 2005).
A CVC, também conhecida como “amarelinho dos citros”, foi observada pela
primeira vez em 1987, no município de Macaubal - SP, atacando as principais
Introdução
10
variedades de laranja doce (C. sinensis L. Osbeck), independentemente do porta-
enxerto utilizado (ROSSETI et al., 1990). Como em geral acontece quando se
descreve a ocorrência de doenças em plantas pela primeira vez, as datas
referenciadas indicam a constatação de um problema que provavelmente já ocorria
muito tempo antes de ser detectado. Até agora, já foi relatada a ocorrência do
patógeno em praticamente todas as regiões onde os citros são explorados
comercialmente. A CVC ataca todas as variedades de citros comerciais. As regiões
mais afetadas pela doença até hoje são o Triângulo Mineiro e do Norte e Noroeste
do Estado de São Paulo, no entanto, a doença já está presente em quase todas as
áreas citrícolas do país, com intensidades diferentes.
O agente causal desta doença é uma bactéria gram-negativa denominada X.
fastidiosa que tem como preferência infectar os vasos do xilema da planta. Restrita
ao xilema da planta, a bactéria provoca o entupimento dos vasos responsáveis por
levar água e nutrientes da raiz para a copa da planta. A produção do pomar afetado
cai rapidamente, os frutos ficam duros, pequenos e amadurecem precocemente. A
perda de peso do fruto pode chegar a 75%. A Figura 1.2 mostra a redução dos frutos
quando a planta está com CVC.
FIGURA 1.2: Frutos sadios ao lado de frutos de tamanho reduzido devido à CVC.
(Fonte: www. fundecitrus.com.br, proteome.ibi.unicamp.br)
A transmissão da bactéria se dá através das cigarrinhas da família
Cicadellinea (DALLA et al., 2002; LOPES et al., 1996; ROBERTO et al., 2000;
SWALLOW et al., 1985; VET et al., 1983; YAMAMOTO et al., 2001). Até o momento,
não se constatou a transmissão mecânica da X. fastidiosa a partir de instrumentos
cortantes. Sabe-se, porém, que a bacteria pode ser transmitida por enxertia de
borbulhas infectadas e que a doença pode ser perpetuada da mesma forma ou por
garfagem de ramos afetados (PARRA et al., 2005).
Introdução
11
Estima-se que a CVC é responsável por níveis de danos econômicos no
Brasil, em cerca de cem milhões de dólares anuais. Embora até o momento só
existam estimativas, pesquisadores fazem alguns alertas: a erradicação de uma
planta com até dois anos de idade pode significar uma perda entre US$ 5,00 e US$
6,00, além do atraso na produção após replantio e desuniformidade do pomar, o que
levará a mais gastos; deverá ocorrer um aumento de cerca de 40 % no custo da
produção por hectare, equivalente a um custo de US$ 14,00 por planta; os testes
feitos pelos próprios citricultores e novos resultados de pesquisa poderão ajudar a
diminuir os novos custos (LARANJEIRA et al., 2005). Os prejuízos causados
poderiam ser ainda maiores não fosse a adoção de medidas conjuntas de controle
pelos produtores.
O volume que representa nas exportações, a extensão em área ocupada e o
número de empregos diretos e indiretos gerados pelo setor citrícola, associados à
rapidez com que a doença se disseminou para os grandes centros produtores de
laranja, provavelmente através de mudas contaminadas (TUBELIS et al., 1992), têm
feito da CVC o problema mais estudado e, de longe, com maior volume de
publicações a respeito.
Levantamentos conduzidos a partir de 1996 mostram que sua incidência na
área nobre da citricultura, que compreende 850 mil hectares localizados em 367
municípios das regiões sul, central, norte e noroeste de São Paulo e sul do triângulo
mineiro (AYRES et al., 2000), tem-se mantido em níveis médios superiores a 30 %
(www.fundecitrus.com.br). A redução na produção de plantas afetadas pode chegar
a 67 e 80 %, respectivamente, no número e peso de frutos normais por planta
(AYRES et al., 2000).
As plantas com CVC apresentam sintomas característicos: folhas com
manchas amareladas (Figura 1.4, p.12) e frutos miúdos (Figura 1.3, p.12). Os
primeiros sintomas são vistos nas folhas, passam posteriormente para os frutos e
acabam afetando toda a planta. Os primeiros sintomas da Clorose Variegada dos
Citros aparecem nas folhas maduras da copa; em folhas novas, mesmo de plantas
severamente afetadas, não há manifestação da doença. Surgem pequenas manchas
amareladas, espalhadas na parte lisa da folha (frente) e que correspondem a lesões
de cor palha nas costas, essas manchas evoluem para lesões de cor palha dos dois
lados da folha. Com o avanço da CVC, observa-se a desfolha dos ramos mais altos
da planta, locais mais atacados pelas cigarrinhas. No início, pode-se observar
Introdução
12
poucos ramos com frutos pequenos, já em estágio avançado, toda a planta produz
frutos miúdos. Quanto mais nova a planta infectada, mais rapidamente ela será
totalmente afetada. Com o agravamento da doença, os frutos ficam queimados pelo
sol, com tamanho reduzido, endurecido e com maturação precoce. Nesse estágio,
são imprestáveis para o comércio.
FIGURA 1.3: Folhas com manchas amareladas, características de CVC. (Fonte:
www.fundecitrus.com.br)
FIGURA 1.4: Plantas com sintomas da CVC. (Fonte: www.fundecitrus.com.br)
1.7. Xylella fastidiosa
No Brasil, a bactéria X. fastidiosa tem causado muita preocupação,
principalmente nos últimos 15 anos, e sido alvo de vários estudos, como o que
resultou no seqüenciamento completo de seu genoma (SIMPSON et al., 2000), por
ser o agente causal de doenças de diversas culturas de importância econômica,
como alfafa, ameixeira, laranjeira, videira, pessegueiro e algumas plantas
ornamentais. Esta bactéria é responsável pela Doença de Pierce, a qual ataca
videiras, e pela Clorose Variegada dos Citros (CVC ou amarelinho), a qual é uma
das mais importantes doenças citrícola do Brasil, gerando prejuízos econômicos ao
país.
Diferentemente da grande maioria das bactérias fitopatogênicas, a bactéria X.
fastidiosa é um microrganismo de difícil cultivo em meios de cultura e se limita ao
Introdução
13
xilema das plantas infectadas (Figura 1.5) e aparelho bucal dos insetos vetores, as
cigarrinhas (PURCELL e HOPKINS, 1996). É através desse grupo de insetos que,
no campo, a bactéria é transmitida de uma planta à outra (LOPES et al., 1996,
ROBERTO et al., 1996, FUNDECITRUS, 1999, KRÜGNER et al., 1998,
YAMAMOTO et al., 2002).
FIGURA 1.5: Vasos do xilema obstruído por células e Células de X. fastidiosa.
(Fonte: www.fundecitrus.com.br; www.citrolima.com.br)
Os mecanismos pelos quais a X. fastidiosa causa a doença nas plantas não
estão esclarecidos ainda, apesar dos esforços feitos neste sentido com base no
conhecimento das seqüências de todos os genes que compõem o genoma do
agente da CVC (programa Genoma Funcional da X. fastidiosa - Fapesp). A maneira
que X. fastidiosa coloniza o xilema, o que é facilmente observável em imagens feitas
com microscopia eletrônica (LOPES et al., 2000, CHAGAS et al., 1992, ROSSETI et
al., 1990, ALVES et al., 2003) e óptica, (QUEIROZ-VOLTAN et al., 1999) e as
sintomatologias manifestadas por plantas afetadas, sugerem, no entanto, que os
danos resultam principalmente de um bloqueio no fluxo da água do solo para as
partes aéreas das plantas e de um constante desvio de nutrientes. Plantas afetadas
apresentam sintomas de deficiência hídrica (murchamento de folhas), principalmente
nas horas mais quentes do dia e independente do nível de encharcamento do solo,
sintomas de deficiência mineral (particularmente zinco) e redução no crescimento da
copa e no tamanho dos frutos que em citros se tornam impróprios para o consumo in
natura ou comercialização. Em geral, plantas de citros afetadas pela bactéria não
chegam a morrer, mas a vida útil das plantações costuma ser bastante reduzida.
Estudos feitos com a bactéria que ataca videira nos Estados Unidos
demonstraram que aquela linhagem de X. fastidiosa apresenta ampla gama de
hospedeiros entre plantas invasoras e nativas (PURCELL e HOPKINS, 1996,
FREITAG et al., 1951, HOPKINS e ADLERS, 1988, RAJU et al., 1983). Suspeitou-se
Introdução
14
que o mesmo poderia estar ocorrendo com as linhagens de citros no Brasil. Isto foi
confirmado através de levantamentos de campo (TRAVENSOLO e LEITE 1996,
LOPES et al., 2003) e/ou experimentos de inoculação artificial onde essas linhagens,
depois de crescidas em meios de cultura, foram injetadas nas principais espécies de
plantas invasoras encontradas no campo (LOPES et al., 2003). No caso de citros,
onde este estudo foi mais abrangente, incluindo testes de transmissão com vetores,
suspeitou-se que tais hospedeiros poderiam servir de reservatório natural do
patógeno para as plantas cultivadas, contribuindo assim para o aumento da
epidemia, como ocorre com a linhagem que ataca as videiras. Esta hipótese foi, no
entanto, praticamente descartada ao se considerar diversos fatores relacionados à
resposta das invasoras à inoculação e ao comportamento dos vetores no campo. As
plantas inoculadas apresentaram alta resistência à colonização pelo patógeno,
impedindo que este atinja altas populações nos vasos do xilema, reduzindo
consideravelmente suas chances de ser adquirido pelos vetores e ser transmitido
das invasoras para os citros (LOPES et al., 2003). Quanto aos vetores, embora em
levantamentos de campo tenha sido detectada a presença de cigarrinhas de
invasoras em citros e de cigarrinhas de citros em invasoras (GRAVENA et al., 1998),
este número é pequeno, mostrando que deve haver preferência desses insetos por
fontes de alimento, o que também reduz as chances de transmitirem X. fastidiosa
entre invasoras e citros e vice versa (LOPES et al., 2003). Os resultados obtidos
com esse estudo ajudam a explicar as observações de campo sobre o avanço da
CVC no espaço e no tempo as quais indicam que as plantas de citros infectadas se
constituem nas principais fontes de inóculo para as plantas cítricas (LARANJEIRA et
al., 2000). Diferentemente da maioria das doenças de plantas, a resistência genética
contra X. fastidiosa não tem sido explorada com sucesso nessas culturas. Isto se
deve a inexistência de variedades com níveis satisfatórios de resistência e com boa
aceitação comercial que possam substituir os materiais suscetíveis atualmente
plantados ou ao fato de, por falta de estudos, materiais resistentes não terem sido
ainda detectados.
Em citros, logo após a primeira descrição da doença e antes mesmo da causa
ter sido comprovada em condições experimentais, levantamentos de campo
indicavam que todas as variedades de laranjas doces cultivadas, sendo as principais
a Pêra Rio, Natal, Hamlim e Valência, eram suscetíveis à doença. As tangerinas
Ponkan e tangor Murcote, os limões e a lima ácida Tahiti, de maior expressão
Introdução
15
comercial, por não manifestarem os sintomas típicos da CVC foram caracterizados
como resistentes. Estes resultados foram confirmados mais recentemente em estudo
de campo onde foram avaliados diversos híbridos e espécies dos gêneros Citrus,
Fortunela e Poncirus (LARANJEIRA et al., 1998). Neste estudo, também foram
observadas diferenças consideráveis no nível de resistência dentro do grupo das
laranjas doces que poderia ser explorado comercialmente. É possível que os
materiais que não apresentaram sintomas da CVC sejam tolerantes à doença, ou
seja, permitindo o crescimento do patógeno em seus tecidos, como observado com
a tangerina Cravo e Ponkan por LI et al. (1996) e MACHADO et al. (1997), porém,
não expressando qualquer sintomatologia ou perda de produção. Estas plantas
poderiam, no entanto, contribuir para o avanço da CVC nas variedades suscetíveis
atuando como fontes de inóculo veiculados pelas cigarrinhas.
Na verdade, a reação dos citros à infecção pela X. fastidiosa ainda não foi
devidamente caracterizada. Isto se deve à dificuldade que ainda se tem em
reproduzir em níveis satisfatórios, sob condições experimentais, os sintomas das
doenças observados no campo. Enquanto que em hospedeiros alternativos como o
tabaco, inoculações artificiais de X. fastidiosa dos citros e cafeeiro resultam, após
períodos relativamente curtos de incubação, em sintomas foliares claros e
inconfundíveis, expressos pela maioria senão por todas as plantas inoculadas
(ALVES et al., 2003, LOPES et al., 2000, 2001 e 2002), em citros a situação tem
sido muito diferente. Ainda em citros, a inexistência de um método de inoculação
que envolvesse o uso de cultura pura e padronizada do patógeno levou alguns
pesquisadores a utilizar a enxertia de borbulhas sadias em plantas doentes
(MACHADO et al., 1997) ou a enxertia de ramos doentes em plantas sadias (LI et
al., 1996, JAIMES et al., 2002) para estudo de resistência varietal. Os resultados não
foram, no entanto, muito satisfatórios. Baixo índice de pegamento e crescimento não
uniforme do enxerto, longo tempo para aparecimento ou remissão de sintomas, falta
de reprodutibilidade nos resultados obtidos entre laboratórios ou entre dados
experimentais com os verificados no campo, foram os principais problemas
enfrentados (LARANJEIRA et al., 1998, MACHADO et al., 1997, JAIMES et al.,
2002). As causas podem ser várias como efeito do porta-enxerto, incompatibilidade
enxerto/porta enxerto, debilidade do ramo doente dificultando o seu pegamento na
planta sadia, e variação na quantidade e na qualidade do inóculo, neste caso
influenciado pelo número de vasos colonizados, que pode ser diferente entre ramos
Introdução
16
dentro de uma mesma planta e entre plantas, e pela viabilidade das células de X.
fastidiosa presentes nos ramos ou nas plantas doentes. A reação de diversos clones
e variedades também foi avaliada sob condições naturais de infecção (LARANJEIRA
et al., 1998). Inconsistências nos resultados de algumas variedades com os
verificados sob condições experimentais (MACHADO et al., 1997), como
mencionado, também foram observadas. Também aqui a causa pode ter sido
variação na quantidade de inóculo que as plantas receberam em função do método
de inoculação empregado e da não preferência dos insetos vetores por algumas das
variedades estudadas (LARANJEIRA et al., 1998).
Dada a importância econômica das culturas dos citros e as perdas que as
doenças causadas pela X. fastidiosa vêm causando para os setores envolvidos, foi
necessário empreendimento de esforços visando um conhecimento mais
aprofundado de vários aspectos desses patossistemas de forma que medidas de
controle mais apropriadas sejam desenvolvidas. A Figura 1.6 mostra diversas
imagens da X. fastidiosa observadas em Microscopia Eletrônica.
FIGURA 1.6: Imagens de X. fastidiosa por Microscopia Eletrônica. (Fonte:
watson.fapesp.br, proteome.ibi.unicamp.br, www.ibm.fcav.unesp.br)
Introdução
17
1.8. Cigarrinhas vetores
As cigarrinhas são insetos sugadores, pertencentes à ordem Hemiptera
(subordem Auchenorrhyncha), e podem se alimentar em vários tecidos vegetais,
principalmente no sistema vascular dos citros. Existem muitas espécies de diversos
grupos taxonômicos de cigarrinhas que ocorrem em pomares de laranja. A maioria
das espécies habita a vegetação rasteira dos pomares e pertence a família
Cicadellidae, dentro da qual se destacam as subfamílias Cicadellinae,
Delcephalinae, Gyponinae e Agalliinae. Embora algumas espécies possam sugar
volumes signiicativos de seiva das plantas cítricas, os danos diretos resultantes da
alimentação têm pouca importância econômica. Atualmente, são consideradas
pragas-chaves em citros apenas algumas espécies da subfamília Cicadellinae, por
serem vetoras da bactéria X. fastidiosa, que é o agente causal da CVC (PARRA et
al., 2005). Comprovou-se que sob condições experimentais, com maior ou menor
eficiência, onze espécies de cigarrinhas são transmissoras (Figura 1.7): Acrogonia
sp., Dilobopterus costalimai, Oncometopia facialis, Bucephalogonia xanthophis e
Plesiommata corniculata, Acrogonia virescens, Ferrariana trivittata, Homalodisca
ignorata, Macugonalia leucomelas, Parathona gratiosa e Sonesima grossa (PARRA
et al., 2005, YAMAMOTO et al., 2002).
FIGURA 1.7: Cigarrinhas transmissores de CVC. (Fonte: www.fundecitrus.com.br)
Acrogonia
c
trina
Oncometopia
facialis
Bucephalogonia
xantho
p
his
Dilobopterus
costalima
i
Plesiommata
corniculata
Macugonalia
leucomelas
Sonesimia
g
rossa
Ferrariana
trivittata
Acrogonia
virescens
Parathona
g
ratiosa
Homalodisca
ignorata
Introdução
18
Ao se alimentarem no xilema de árvores contaminadas, as cigarrinhas
adquirem a bactéria e passam a transmiti-la para outras plantas sadias. Entre as
medidas mais importantes de manejo da CVC está o controle de cigarrinhas no
pomar. As principais cigarrinhas vetoras, A. citriba, B. xanthophis, D. costalimai e O.
facialis, o reconhecimento delas pode ser realizado através de suas características
de coloração e tamanho.
As cigarrinhas estudadas neste trabalho são pertencentes a Oncometopia
facialis (tribo Proconiini); quando adultas geralmente medem de 11 a 12 mm, tendo
coloração marrom-arroxeada, as asas são marrons, com áreas douradas e parte
apical transparente e a cabeça tem uma mancha escura característica na face
frontal. Os ovos são colocados endofiticamente a face abaxial das folhas, dispostos
em fileira, sendo recobertos por um material pulverulentro claro. As ninfas recém-
eclodidas são escuras, tornando-se mais claras com o decorrer do desenvolvimento.
Os adultos são encontrados em brotações ou em ramos mais desenvolvidos de
árvores cítricas, alimentando-se na parte mais madura desses ramos (PARRA et al.,
2005).
1.9. Níveis de Incidência de CVC
Desde 1996, a Fundecitrus realiza anualmente um levantamento para retratar
a incidência da Clorose Variegada dos Citros (CVC) nas quatro principais variedades
de laranja (Pera Rio, Valência, Natal e Hamlin). O levantamento é realizado nos
meses que antecedem a colheita e são consideradas as zonas Norte, Noroeste,
Oeste, Centro e Sul, conforme o mapa abaixo.
Introdução
19
FIGURA 1.8: Zoneamento citrícola considerado no levantamento de CVC em 2005
no Estado de São Paulo e parte do Triângulo Mineiro. (Fonte:
www.fundecitrus.com.br)
Pode-se verificar que a região norte do Estado de São Paulo e parte do
Triângulo Mineiro são as que apresentam maior incidência de CVC (Figura 1.8).
O Gráfico 1.1 apresenta os diferentes níveis de sintomas e porcentagem de
plantas sadias de acordo com o levantamento realizado em 2005, ou seja,
aproximadamente 44% da plantação total apresentam plantas infectadas.
Nível 1 - plantas com sintomas restritos às folhas.
Nível 2 - plantas com sintomas foliares e frutos miúdos; a distribuição desses frutos de tamanho
reduzido pode ocorrer em parte da copa da planta assim como em toda ela.
GRÁFICO 1.1: Incidência de CVC em 2005 no Estado de São Paulo e parte do
Triângulo Mineiro. (Fonte: www.fundecitrus.com.br)
Introdução
20
O Gráfico 1.2 apresenta os diferentes níveis de sintomas observados nas
zonas Norte, Noroeste, Centro, Sul e Oeste de acordo com o levantamento realizado
em 2005, e representa as porcentagens com os diferentes níveis de sintomas.
Nível 1 - plantas com sintomas restritos às folhas.
Nível 2 - plantas com sintomas foliares e frutos miúdos; a distribuição desses frutos de tamanho
reduzido pode ocorrer em parte da copa da planta assim como em toda ela.
GRÁFICO 1.2: Incidência de CVC por zona em 2005 no Estado de São Paulo e
parte do Triângulo Mineiro. (Fonte: www.fundecitrus.com.br)
A região que apresenta maior incidência de CVC é a região norte do Estado
de São Paulo e parte do Triângulo Mineiro e, com exceção da região Sul, as demais
regiões apresentam um maior percentual nas plantas com sintomas em nível 2, e
isto demonstra que, uma vez a planta contaminada, ela passa a ficar totalmente
infectada, tanto suas folhas como seus frutos, ou seja, a doença se alastra por toda
planta.
O Gráfico 1.3, p.21, apresenta os diferentes níveis de sintomas observados
em plantas com diferentes idades: entre 0 a 2 anos, 3 a 5 anos, 6 a 10 anos e mais
que 10 anos, de acordo com o levantamento realizado em 2005.
Introdução
21
Nível 1 - plantas com sintomas restritos às folhas.
Nível 2 - plantas com sintomas foliares e frutos miúdos; a distribuição desses frutos de tamanho
reduzido pode ocorrer em parte da copa da planta assim como em toda ela.
GRÁFICO 1.3: Incidência de CVC por idade em 2005 no Estado de São Paulo e
parte do Triângulo Mineiro. (Fonte: www.fundecitrus.com.br)
Pode-se verificar que plantas com idades entre 6 a 10 são as mais infectadas
pela doença.
Os gráficos a seguir apresentam a incidência total de CVC levantada em cada
ano, a comparação da incidência de CVC no período de acordo com os níveis de
sintomas e a idade das plantas.
GRÁFICO 1.4: Comparação da incidência de CVC por idade no período de 1996-
2005 no Estado de São Paulo e parte do Triângulo Mineiro.( Fonte:
www.fundecitrus.com.br)
Introdução
22
Nível 1 - plantas com sintomas restritos às folhas.
Nível 2 - plantas com sintomas foliares e frutos miúdos; a distribuição desses frutos de tamanho
reduzido pode ocorrer em parte da copa da planta assim como em toda ela.
GRÁFICO 1.5: Comparação da incidência de CVC apresentando os diferentes níveis
de sintomas no período de 1996-2005 no Estado de São Paulo e parte do Triângulo
Mineiro. (Fonte: www.fundecitrus.com.br)
GRÁFICO 1.6: Comparação da incidência de CVC no período de 1996-2005 no
Estado de São Paulo e parte do Triângulo Mineiro. (Fonte: www.fundecitrus.com.br)
A partir destes gráficos e comparando-se os levamentos realizados no
decorrer dos anos pode-se verificar que houve um aumento constante na incidência
Introdução
23
de CVC desde 2000. Nos últimos anos, de 2004 a 2005, houve um pequeno
decréscimo, porém praticamente insignificante, podendo-se concluir que os métodos
de controle da CVC não estão sendo eficazes, ou seja, são necessários
empreendimentos para descoberta de novas formas de controle da doença.
1.10. Formas de Manejo da CVC
A bactéria X. fastidiosa é transmitida e disseminada nos pomares por insetos
vetores. Como ainda não há uma forma específica de controle à X. fastidiosa, os
citricultores implantam em seus pomares as estratégias de manejo da doença. O
manejo da CVC exige cuidados e dedicação por parte do citricultor e está baseado
em três estratégias: implantação de pomares com mudas sadias para evitar a
introdução do patógeno; poda de ramos com sintomas iniciais em plantas com mais
de dois anos; erradicação de plantas abaixo dessa idade; e controle químico do
vetor, as cigarrinhas. Além dessas medidas, é importante manter os tratos culturais
exigidos pelo pomar. Deve-se ressaltar que nenhuma das medidas de convivência
tem eficiência isoladamente (FUNDECITRUS, 2003, YAMAMOTO et al., 2001).
Atualmente, existe norma governamental que, a partir de janeiro de 2003,
proíbe a comercialização em todo o estado de São Paulo de mudas que não tenham
sido produzidas em viveiros telados totalmente livres de insetos (FUNDECITRUS,
2003a). Esta exigência deverá contribuir a médio e longo prazo para uma redução
da incidência da CVC.
1.10.1. Obtenção de Mudas sadias
Para que o citricultor não corra o risco de levar a bactéria X. fastidiosa para a
sua propriedade e nem perca a árvore antes que ela comece a produzir, é indicado
que sejam adquiridas mudas que estejam livres da doença (Figura 1.9, p.24).
Recomenda-se que verifique se o viveiro adota todas as medidas de segurança que
garantem a produção de mudas sadias. Elas devem ser compradas em viveiros
certificados, que respeitam uma série de regras sanitárias estabelecidas pela
Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. O citricultor precisa dobrar a
vigilância na época da colheita, quando se aumenta o trânsito de equipamentos,
veículos e frutos por todo o estado.
Introdução
24
FIGURA 1.9: Muda Sadia - A base para um pomar sem CVC. (Fonte:
www.fundecitrus.com.br)
1.10.2. Poda ou Erradicação de plantas infectadas
Essa é uma das mais importantes medidas de controle da CVC. A poda
(Figura 1.10) e, em alguns casos a erradicação, evita a proliferação da bactéria na
planta e elimina as fontes de inóculo, nas quais as cigarrinhas poderiam adquirir a
bactéria e posteriormente transmiti-la. O sucesso da poda ocorre principalmente nos
sintomas iniciais da doença. Os melhores resultados são obtidos em pomares com
poucas árvores contaminadas. Árvores com sintomas severos apresentam a bactéria
distribuída pela planta, chegando até o tronco. Nesses casos, a poda não é eficaz e
deve-se fazer a erradicação da planta.
FIGURA 1.10: Poda de ramos doentes em plantas com mais de 2 anos. (Fonte:
www.fundecitrus.com.br)
Introdução
25
1.10.3. Monitoramento e controle de cigarrinhas
Em anos chuvosos as cigarrinhas aparecem na primavera e, em anos secos,
surgem mais tarde, no verão. No meio do ano, quando se inicia a seca, elas
começam a sumir dos pomares.
1.10.3.1. Métodos de Monitoramento
Existem vários métodos de amostragem da população de cigarrinhas, entre
eles: armadilha adesiva amarela, observação visual e por rede entomológica (puçá),
as quais estão ilustradas na Figura 1.11. As armadilhas amarelas atraem as
cigarrinhas pela cor, quando elas entram chocam-se, são captadas, pois ficam
retidas pela cola presente.
Em qualquer dos casos é necessário treinamento para identificar as
cigarrinhas que transmitem a doença. O número de plantas inspecionadas deve
corresponder a 1% ou 2% do pomar, em locais bem definidos. Deve-se escolher
plantas que apresentem vegetações intensas, que são as preferidas pelas
cigarrinhas.
FIGURA 1.11. Armadilhas utilizadas na captura de cigarrinhas vetores de CVC:
Aramadilha adesiva amarela, armadilha com cigarrinhas capturadas e puçá. (Fonte:
www.fundecitrus.com.br)
1.10.3.2. Controle químico
É recomendado que seja feito quando for constatado 10% das plantas de um
talhão com cigarrinhas, independente da espécie. Deve-se fazer o controle até as
plantas atingirem 6 anos. É aconselhado monitoramentos e pulverizações periódicas
Introdução
26
em talhões mais velhos, que estão próximos a talhões novos. A mesma
recomendação vale para locais próximos a matas naturais e baixadas.
Em plantas com até três anos de idade, pode-se aplicar inseticidas sistêmicos
no início e final do período das águas, com aplicações de inseticidas de contato
durante a seca. Caso se opte pela utilização somente de inseticidas de contato no
controle do vetor, é recomendada a aplicação mensal do período das águas e, a
cada dois meses, durante a seca. Se os pomares forem mais velhos, a
recomendação dos técnicos para o controle é basear as aplicações de acordo com a
população de cigarrinhas.
As pulverizações devem ser criteriosas. O uso indiscriminado de produtos
químicos elimina os inimigos naturais que, sozinhos, são responsáveis pelo controle
de 40% da população de cigarrinhas e podem causar surtos de pragas secundárias.
A partir destes dados, verifica-se que não há uma forma eficaz de controle a
CVC e sim métodos de prevenção, ou seja, quando a planta contrai a doença, se
esta não for controlada rapidamente é necessário erradicá-la. Isto gera grandes
prejuízos ao produtor, pois ele perde além de todo o investimento realizado, como
plantio, mudas, água, fertilizantes, entre outros; os frutos que seriam vendidos e
gerariam lucros, sendo necessário replantar novamente e esperar um tempo maior
para obter o retorno financeiro.
1.11. Interação Citrus/Xylella fastidiosa/Cigarrinha
Há uma correlação entre citros, bactéria e cigarrinha: a cigarrinha se alimenta
da seiva dos citros, no entanto, se a planta estiver infectada, a bactéria é transferida
para o aparelho bucal do inseto, o qual, ao se alimentar de outra planta, acaba
transmitindo o patógeno, e no caso se a planta for sadia, ela passa a conter a
doença. Esta interação esta ilustrada na Figura 1.12, p.27.
Introdução
27
FIGURA 1.12. Interação Citrus / X. fastidiosa / Cigarrinhas.
Há dados na literatura relatando a presença de cristais em forma de ráfides
(agulhas) no lúmen de alguns vasos do xilema em plantas com sintomas de CVC
quando analisadas por MEV (Microscopia Eletrônica de Varredura). Análises em
plantas com inoculação natural mostraram que estes cristais se formavam no lúmen
a partir das pontuações, indicando que nos mesmos se originavam de células do
parênquima do xilema e que, possivelmente, tais cristais sejam de hesperidina, um
glicosídio comum em plantas de laranjeira (GOTTARDI et al., 2004). A presença de
cristais dendríticos de hesperidina já havia sido verificada anteriormente com o
emprego da luz polarizada, utilizando-se um fotomicroscópio óptico (QUEIROZ-
VOLTAN et al., 1999). A presença dos cristais sugere uma resposta da planta a um
possível ataque desta bactéria (GOTTARDI et al., 2004).
Há necessidade de estudos para verificar se realmente o cristal encontrado é
a hesperidina e se há um aumento na quantidade do mesmo em plantas infectadas
por CVC, para uma melhor compreensão e comprovação de que a planta tem uma
resposta frente à infecção. É provável que ocorra uma alteração nos metabólitos
secundários da planta quando em contato com agentes vetores ou quando infectada
pela bactéria.
X. fatidiosa
A
mbiente
Oncometo
p
ia facialis
Introdução
28
1.12. Análise de compostos voláteis de plantas
1.12.1. Headspace - SPME
Durante a década passada, a microextração por fase sólida foi amplamente
utilizada para extração de compostos voláteis e semi-voláteis de amostras
biológicas, ambientais e alimentícias. A SPME (Solid Phase Micro-Extraction) é um
procedimento de amostragem simples, rápido e livre de solventes, no qual as
amostras presentes na fase líquida (amostragem por imersão direta) ou fase gasosa
(amostragem Headspace) são absorvidas por uma fibra com sílica fundida. O
Headspace SPME (HS-SPME) em combinação com cromatografia gasosa (CG) e
cromatrografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM) tem sido
amplamente utilizado na análise de aromas (KIM et al., 2003).
A SPME oferece várias vantagens, sobretudo dinâmica na técnica de
amostragem headspace usada em investigações prévias. Em particular, SPME
requer poucas amostras e um tempo muito curto de análise, o qual pode minimizar a
formação de artefatos devido aos danos da planta e contaminações ou perdas de
compostos (FLAMINI et al., 2003). Esta técnica pode ser usada para verificar a
interação inseto-planta, adquirindo informações referentes à resposta desta quando
em contato com agentes vetores. Tal experimento não danifica a planta, obtendo-se
um resultado próximo do real.
1.12.2. Arraste à vapor
A destilação por arraste a vapor é empregada para destilar substâncias que
se decompõem nas proximidades de seus pontos de ebulição e que são insolúveis
em água ou nos seus vapores de arraste. Esta operação baseia-se no fato de que,
numa mistura de líquidos imiscíveis, o ponto de ebulição será a temperatura na qual
a soma das pressões parciais dos vapores é igual à da atmosfera, o que constitui
uma decorrência da leia das pressões parciais de Dalton. Se, em geral, o arraste se
faz com vapor d’água, a destilação, à pressão atmosférica, resultará na separação
do componente de ponto de ebulição mais alto, a uma temperatura inferior a 100ºC.
Por outro lado, quando uma mistura de dois líquidos imiscíveis é destilada, o ponto
de ebulição da mistura permanece constante até que um dos componentes tenha
Introdução
29
sido separado, já que a pressão total do vapor independe das quantidades relativas
dos componentes. O ponto de ebulição, a partir daí, eleva-se rapidamente, até
atingir o do líquido remanescente. O vapor que se separa de tal mistura contém os
componentes na mesma proporção, em volume, que suas pressões de vapor
relativas.
Os óleos voláteis possuem tensão de vapor mais elevada que a da água,
sendo, por isso, arrastados pelo vapor d'água. Em pequena escala, emprega-se o
aparelho de Clevenger. Esse procedimento, embora clássico, pode levar à formação
de artefatos em função da alta temperatura empregada. Preferencialmente, esse
método é utilizado na extração de óleos de plantas frescas.
Os óleos essenciais de citros têm sido usados para criar aromas artificiais e
fragrâncias há muitos anos (UMANO et al., 2002). Eles são materiais aromatizantes
de importância comercial, sendo utilizados nas indústrias de bebidas, confeitarias,
farmacêuticas, cosméticas e perfumarias. A qualidade e refrescância dos óleos de
citros são as maiores considerações pertinentes para seu valor e suas aplicações
(NJOROGE et al.,1996). O aroma de frescor da laranja é derivado a uma mistura
complexa contendo ácidos e compostos voláteis.
Compostos voláteis são especialmente importantes para o aroma de citros e
inclui álcoois, aldeídos, ésteres e hidrocarbonetos. O efeito de um dado volátil no
aroma pode ser fortemente modificado por compostos não voláteis, bem como a
partir de efeitos sinergísticos de outros compostos (OBENLAND et al., 1999). A
demanda mundial para óleos essências, especialmente de citros, tem aumentado
durante os anos (CHOI et al., 2000), sendo o Brasil atualmente o maior exportador
de óleos essenciais de citros.
2. OBJETIVOS
Objetivos
31
Este trabalho teve como objetivo principal estudar metabólitos secundários
com potencial inseticida ou efeito antimicrobiano para X. fastidiosa visando o
controle da CVC, a qual é uma das doenças mais importantes da citricultura
brasileira e com isto tem gerado muitos prejuízos a diversos setores. Vários
métodos podem ser empregados, como controle da bactéria causal da doença (X.
fastidiosa), dos agentes transmissores da bactéria (Cigarrinhas), e a realização de
um diagnóstico mais rápido da doença, o que facilita o controle e erradicação da
mesma.
Para alcançar tal objetivo foram determinados então outros objetivos
específicos:
a) Isolamento e elucidação estrutural de metabólitos secundários de C. limonia
(limão cravo) visando ampliar o conhecimento da química da família
Rutaceae;
b) A busca de substâncias com potencial inibitório frente a X. fastidiosa e a
sua enzima “Xylellaina”. A partir de ensaios com substâncias isoladas do C.
limonia, devido este não manifestar os sintomas típicos da CVC e com isto
ser caracterizado como resistente à bactéria X. fastidiosa; e a partir de
ensaios com outras substâncias isoladas de plantas pertencentes à família
Rutaceae, uma vez que várias destas são citadas na literatura
apresentando ótimas atividades biológicas;
c) Análise da interação planta-inseto verificando se há uma resposta da planta
frente a insetos vetores, a partir da extração e identificação de compostos
presentes nos óleos essenciais e de compostos voláteis da planta
enxertada C. sinensis sobre C. limonia submetida a diferentes condições
com e sem a presença de cigarrinhas vetores da CVC. Com estas
informações buscar novas alternativas para o controle das cigarrinhas
Objetivos
32
vetores, uma vez que a eliminação dos agentes transmissores é uma
medida utilizada para o controle da CVC;
d) Determinar o teor de Hesperidina em diferentes espécies de citros com e
sem sintomas de CVC para verificar se realmente há uma resposta da
planta frente à infecção manifestada por modificações em seus metabólitos
secundários, e conhecer a resposta de uma planta suscetível comparada a
uma resistente a X. fastidiosa quando infectada pela doença.
3. CAPÍTULO 1:
ESTUDO FITOQUÍMICO DO C. LIMONIA
Estudo Fitoquímico do C. limonia
34
3.1. Procedimento Experimental
3.1.1. Materiais e Métodos
3.1.1.1. Métodos utilizados para o fracionamento e isolamento das
substâncias
a) Fracionamentos por Cromatografia em Coluna (CC), utilizando as seguintes fases
estacionárias:
Sílica (230-400 Mesh ASTM);
Sílica 60 (70-230 Mesh ASTM);
Sílica 60G PF254 (70-230 Mesh ASTM);
Sephadex LH-20.
b) Separação de misturas de substâncias via a Cromatografia em Camada Delgada
Preparativa (CCDP) utilizando:
Sílica gel (5-25 µ);
Sílica gel 60.
c) Separação de misturas de substâncias via a Cromatografia Líquida de Alta
Eficiência (CLAE), utilizando os cromatógrafos:
Shimadzu modelo LC-1OAD (condições analíticas);
Shimadzu modelo LC-8A (condições preparativas);
Shimadzu modelo LC-6AD (condições preparativas com válvula de reciclo e
loop” de 2 mL);
Com os seguintes detectores:
Espectrofotômetro UV-VIS. Modelo SPD-GAV, Shimadzu para CLAE-R;
Detector de índice de refração Shimadzu VIR-6AV para CLAE-R.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
35
d) Solventes utilizados no fracionamento e identificação dos compostos:
Solventes comerciais destilados no DQ – UFSCar;
Solventes grau HPLC da JTB;
Solventes deuterados da Merk e Aldrich.
3.1.1.2. Métodos instrumentais utilizados para a identificação e/ou
elucidação estruturas
a) Ressonância Magnética Nuclear (RMN), utilizando as técnicas RMN de
1
H e
13
C,
COSY, HMBC, HSQC, NOESY, via os seguintes aparelhos:
DRX 400 Bruker (9,4 Tesla) e ARX 200 Bruker (4,7 Tesla).
b) Espectrometria de Massas, utilizando-se os seguintes aparelhos:
Cromatógrafo de fase gasosa Shimadzu GC-17A, equipado com uma coluna
DB
5
, L = 30 m, DI = 0,32 mm e filme = 0,25 µm acoplado ao espectrômetro de
massas de baixa resolução HP – 2576
Cromatógrafo de fase gasosa acoplado ao espectrômetro de massas de baixa
resolução Shimadzu GC-MS QP5000, equipado com coluna HP1, L = 25 m,
DI
= 0,20 mm e filme = 0,25 µm
Espectrômetro de Massas ESI-MS e DCI-MS de baixa resolução VG Platform
II (Fisons).
3.1.2. Preparação dos Extratos Brutos
O material vegetal foi coletado na Estação Experimental de Citricultura do
Instituto Agronômico de Campinas, cuja fazenda experimental encontra-se em
Cordeirópolis - SP. Inicialmente foram separados em raiz terminal, raiz, caule, folhas
do C. limonia; raiz terminal e raiz do enxerto C. sinensis sobre C. limonia, e
posteriormente empacotados. Após seco em estufa de circulação a 40°C, cada parte
da planta foi triturada em um moinho tipo Willey e em seguida pesada para a
Estudo Fitoquímico do C. limonia
36
obtenção de suas massas, as quais foram: Raiz terminal - 715,5 g; Raiz - 631,2 g;
Folhas - 387,1 g; Caule - 1738,1g; Raiz terminal do enxerto - 509,2 g; Raiz do
enxerto - 466,9 g. Os códigos de cada material coletado, os extratos obtidos e as
massas correspondentes a cada extrato estão relacionados na Tabela 3.1.
TABELA 3.1: Divisão das plantas C. limonia e C. sinensis sobre C. limonia, extratos
obtidos e suas respectivas massas.
Órgão da planta Código Extratos Massa do extrato (g)
Raiz terminal
do C. limonia
R1C
H
D
M
7,9392
5,7372
13,7204
Raiz
do C. limonia
R2C
H
D
M
11,2395
10,4279
16,7202
Caule
do C. limonia
CCL
H
D
M
17,4547
6,7823
34,5471
Folhas
do C. limonia
FCL
H
D
M
4,5269
5,8883
19,4152
Raiz terminal
do C. sinensis sobre
C. limonia
R1E
H
D
M
3,2745
12,9198
14,3882
Raiz
do C. sinensis sobre
C. limonia
R2E
H
D
M
5,7362
7,6037
17,6471
H: extrato hexânico; D: extrato diclorometânico; M: extrato metanólico
Os extratos foram obtidos a partir da maceração por cinco dias do material
moído com solventes orgânicos em ordem crescente de polaridade: Hexano,
Diclorometano (DCM) e Metanol, durante três vezes consecutivas; como mostrado
no Esquema 3.1, p.37.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
37
ESQUEMA 3.1: Preparação de Extratos.
Material Vegetal
a
Extrato Hexânico
Torta
b
Extrato Diclorometânico
Torta
Torta
Extrato Metanólico
c
TortaExtrato Hidrometanólico
d
A
A
A
A
a) Maceração com Hexano por cinco dias por três vezes;
b) Maceração com DCM por cinco dias por três vezes;
c) Maceração com Metanol por cinco dias por três vezes;
d) Maceração com mistura de Água/Metanol na proporção de 1:1 por cinco dias por duas vezes.
Obteve-se um total de 18 extratos conforme mostrado na tabela 3.1 (p. 36) e
todos foram concentrados, após sua maceração, em evaporador rotativo. Trabalhou-
se com os extratos hexânico, diclorometânico e metanólico da raiz terminal de C.
limonia (R1C); os demais extratos serão posteriormente trabalhados por outros
alunos.
3.1.3. Fracionamento dos Extratos
O extrato hexânico da raiz terminal de C. limonia (R1C) apresentou cristais,
os quais foram removidos e fracionados separadamente. Logo após, os extratos
hexânico e diclorometânico da R1C foram submetidos à Cromatografia em Camada
Delgada Comparativa (CCDC), com fase móvel Hexano: Acetato de Etila nas
proporções: 9,5 : 0,5; 8,0 : 2,0; 6,0 : 4,0; 1,0 : 1,0; os resultados obtidos foram muito
semelhantes, indicando que os compostos presentes nos dois extratos eram
similares, então resolveu-se unir os dois extratos e trabalhar com eles agrupados.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
38
3.1.3.1. Extrato Hexânico da R1C
Observou-se a formação de cristais neste extrato, então os separou e
submeteu-os à Cromatografia em Coluna (CC). A massa obtida de cristais foi 0,0681
g, sendo aplicada em uma coluna de sílica gel (230-400 Mesh) (PC1), com diâmetro
interno (DI) 2,0 cm e altura (h) 45,0 cm, eluída com: Hexano: Acetato de Etila (9,5 :
0,5), Hexano: Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano: Acetato de Etila (6,0 : 4,0). Foram
obtidas 28 frações [PC1,1-28], as quais foram agrupadas de acordo a análise por
CCDC.
A partir da análise dos espectros de Ressonância Magnética Nuclear (RMN),
1
H e
13
C - 200 MHZ, identificou-se duas cumarinas distintas nas frações PC1-2 (C2)
e PC1-4 (C1) e uma mistura de três esteróides PC1-1 (E1, E2 e E3). A seguir
encontra-se um esquema dos diversos fracionamentos do extrato hexânico até a
obtenção das substâncias identificadas (Esquema 3.2).
ESQUEMA 3.2: Fracionamento do extrato hexânico da raiz terminal de C. limonia
até a obtenção das substâncias.
Extrato Hexânico
7,9392g
Cristal
PC1
Cumarina C2
PC1-2
Esteróides E1, E2 e
E3
RAIZ C. limonia (R1C)
Cumarina C1
PC1-4
Estudo Fitoquímico do C. limonia
39
3.1.3.2. Extrato Hexânico e Diclorometânico da R1C
Inicialmente, partiu-se de uma massa de 715,5 g da raiz terminal do C.
limonia seca e triturada. Os extratos hexânico e diclorometânico da R1C foram
comparados por CCDC e agrupados por apresentarem manchas com R
f
(fator de
retenção) semelhantes. Obteve-se 13,6764 g deste extrato, o qual foi submetido a
uma coluna Sephadex LH-20 (PC2) com DI 4,00 cm e h 130 cm, eluída com DCM :
MeOH 1:1, fornecendo 15 frações [PC2,1-15], as quais foram submetidas a outros
refracionamentos.
A escolha inicial de qual fração ser trabalhada ocorria a partir de uma análise
inicial de RMN,
1
H - 200 MHz, porém as demais frações não são descartadas devido
ao mascaramento de sinais ocorrentes às vezes no espectro de RMN. Este
procedimento foi freqüentemente utilizado em todo trabalho.
Refracionamentos da fração PC2:
> A fração PC2-6 (m = 0,9966 g) foi submetida à Cromatografia em Coluna
(CC): Sephadex LH-20 (PC2.1), DI 2,5 cm x h 100 cm, eluída com Metanol 100%.
Foram obtidas 22 frações [F2.1,1-22], as quais foram agrupadas de acordo a análise
por CCDC. Algumas destas foram descartadas e outras refracionadas
posteriormente.
> A fração PC2-8 (m = 0,0463 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh) (PC2.2), DI 2,5 cm x h 22 cm, eluída com: Hexano (100%), Hexano : Acetato
de Etila (9,5 : 0,5), Hexano : Acetato de Etila (9,0 :1,0), Hexano : Acetato de Etila
(8,5 : 1,5), Hexano : Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato de Etila (7,0 : 3,0),
Hexano : Acetato de Etila (1,0 : 1,0) , Metanol (100%). Obteve-se 155 frações, as
quais foram reunidas por CCDC, segundo a sua similaridade em Rf, em 17 frações
[PC2.2, 1-17]. Estas foram descartadas, pois não apresentaram compostos
interessantes em quantidades suficientes para outros refracionamentos.
> A fração PC2-4 (m = 3,5196 g) foi submetida à CC: Sephadex LH-20
(PC2.3), DI 2,5 cm x h 118 cm, eluída com: Metanol : DCM (1,0 : 1,0). Obteve-se 6
frações [PC2.3, 1-6], as quais foram agrupadas de acordo a análise por CCDC.
Algumas destas foram descartadas e outras refracionadas posteriormente.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
40
> A fração PC2-9 (m = 0,0364 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh) (PC2.4), DI 2,5 cm x h 61 cm, eluída com: Hexano (100%), Hexano : Acetato
de Etila (9,0 : 1,0), Hexano : Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato de Etila
(7,0 : 3,0), Hexano : Acetato de Etila (6,0 : 4,0), Hexano : Acetato de Etila (1,0 : 1,0) ,
Acetato de Etila (1,0 : 1,0), Acetato de Etila: Metanol (1,0 : 1,0) e Metanol (100%).
Obteve-se 18 frações [PC2.4, 1-18], as quais foram agrupadas de acordo a análise
por CCDC. Estas foram descartadas, pois não apresentaram compostos
interessantes em quantidades suficientes para outros refracionamentos.
Refracionamentos da fração PC2.1:
> A fração PC2.1-7 (m = 0,0374 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh) (PC2.1.1), DI 1.0 cm x h 40 cm, eluída com: Hexano: Acetona (9,0 : 1,0),
Hexano: Acetona (8,0 : 2,0), Hexano: Acetona (7,0 : 3,0), Hexano: Acetona (6,0 :
4,0), Hexano: Acetona (1,0 :1,0), Acetona (100%), Acetona: Metanol (1,0 : 1,0) e
Metanol (100%). Obteve-se 56 frações, as quais foram unidas em 12 outras
[PC2.1.1, 1-12] de acordo as semelhanças apresentada na análise por CCDC.
Algumas destas foram descartadas e outras refracionadas posteriormente.
> A fração PC2.1-4 (m = 0,0781 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh) (PC2.1.2), DI 2,0 cm x h 35 cm, eluída com: Hexano (100%), Hexano : DCM
(9,0 : 1,0), Hexano : DCM (8,0 : 2,0), Hexano : DCM (7,0 : 3,0), Hexano : DCM (6,0 :
4,0), Hexano : DCM (1,0 : 1,0), Hexano : DCM (100%), DCM : Metanol (9,0 : 1,0),
DCM : Metanol (8,0 : 2,0), DCM : Metanol (7,0 : 3,0), DCM : Metanol (6,0 : 4,0), DCM
RAIZ C.Limon (R1C)
Extrato Dicloro-
Hexânico
PC2
PC2.1 PC2.2 PC2.3 PC2.4
Estudo Fitoquímico do C. limonia
41
: Metanol (1,0 : 1,0) e Metanol (100%). Obteve-se 36 frações, as quais foram
reunidas em 18 frações [PC2.1.2, 1-18], de acordo a similaridade em R
f
apresentada na análise por CCDC. Estas foram descartadas, pois não apresentaram
compostos interessantes em quantidades suficientes para outros refracionamentos.
> A fração PC2.1-6 (m = 0,4135 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh) (PC2.1.3), DI 2,5 cm x h 26,5 cm, eluída com: Hexano (100%), Hexano :
Acetato de Etila (9,5 : 0,5), Hexano : Acetato de Etila (9,0 : 1,0), Hexano : Acetato de
Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato de Etila (7,0 : 3,0), Hexano: Acetato de Etila (6,0 :
4,0), Hexano : Acetato de Etila (1,0 : 1,0), Acetato de Etila (100%), Acetato de Etila :
Metanol (9,0 : 1,0), Acetato de Etila : Metanol (8,0 : 2,0), Acetato de Etila : Metanol
(1,0 : 1,0) e Metanol (100%). Obteve-se 100 frações, as quais foram reunidas por
CCDC, segundo a sua similaridade em Rf, em 24 outras [PC2.1.3, 1-24]. Através dos
espectros de RMN
1
H, identificou-se na fração PC2.1.3-10 uma flavanona (flavonóide
F2) e nas frações PC2.1.3-4, PC2.1.3-7, PC2.1.3-17, PC2.1.3-19 quatro cumarinas,
sendo duas delas a C1 (PC2.1.3-7) e a C2 (PC2.1.3-4), as quais já haviam sido
isoladas anteriormente na fração 1, e outras duas, C4 (PC2.1.3-17) e C5 (PC2.1.3-
19), não isoladas até o momento.
> A fração PC2.1-8 (m = 0,0182 g) foi submetida à Cromatografia Líquida de
Alta Eficiência em fase reversa (CLAE-R) (PC2.1.4), utilizando uma coluna C18
(ODS - octadecilsilano), DI 2,0 cm x h 25,0 cm, eluída com: Metanol : Água (7,0 :
3,0), em uma vazão de fluxo de 5 ml/min, loop 2.000 µL, realizando reciclo na
coluna. Obteve-se 14 frações [PC2.1.4, 1-14H], as frações foram agrupadas de
acordo a análise por CCDC. A partir dos dados de RMN 400 MHz (1D e 2D),
verificou-se que a fração PC2.1.4-13H correspondia ao flavonóide F1.
Refracionamento da fração PC2.1.1:
> A fração PC2.1.1-5 (m = 16,1 mg) foi submetida à CLAE-R (PC2.1.1.1),
utilizando uma coluna fenil, DI 2,5 cm x h 50,0 cm, eluída com: Metanol : Água (7,0 :
PC2.1
PC2.1.1 PC2.1.2 PC2.1.3 PC2.1.4
Estudo Fitoquímico do C. limonia
42
3,0), em uma vazão de fluxo de 2 mL/min, loop 400 µL, realizando reciclo na coluna.
Obteve-se 5 frações [PC2.1.1.1, 1-5H], as frações foram agrupadas de acordo com a
CCDC. Através dos espectros de RMN
1
H 200 MHz, identificou-se na fração
PC2.1.1.1-4 novamente o flavonóide F2.
> A fração PC2.1.1-4 (m = 9,1 mg) foi submetida à CCDC (PC2.1.1.2),
utilizando uma coluna de sílica, DI 1,5 cm x h 14,0 cm, eluída com: Hexano :
Isopropanol (9,5 : 0,5), em uma vazão de fluxo de 2 mL/min, loop 400 µL,
comprimento de onda: 265 e 354 nm. Obteve-se 4 frações [PC2.1.1.2, 1-4], as
frações foram agrupadas de acordo com a CCDC. Estas foram descartadas, pois
não apresentaram compostos interessantes em quantidades suficientes para outros
refracionamentos.
Refracionamento da fração PC2.1.1.1:
> A fração PC2.1.1.1-2H (m = 2,3 mg) foi submetida à CLAE-R (PC2.1.1.1.1),
utilizando uma coluna C18, DI 2,0 cm x h 25,0 cm, eluída com: Metanol : Água (7,0 :
3,0) em uma vazão de fluxo de 5 mL/min, loop 2000 µL, realizando reciclo na coluna.
Obteve-se 6 frações [PC2.1.1.1.1, 1-6H], as frações foram agrupadas de acordo
com a análise realizada por CCDC. Estas foram descartadas, pois não
apresentaram compostos interessantes em quantidades suficientes para outros
refracionamentos.
Refracionamento da fração PC2.1.3:
> A fração PC2.1.3-11 (m = 0,0067 g) foi submetida à CLAE-R (PC2.1.3.1),
utilizando uma coluna fenil, DI 2,5 cm x h 50,0 cm, eluída com: Metanol : Água (7,0 :
3,0), em uma vazão de fluxo de 2 mL/min, loop 400 µL, realizando reciclo na coluna.
PC2.1.1
PC2.1.1.1 PC2.1.1.2
PC2.1.1.1.1
Estudo Fitoquímico do C. limonia
43
Obteve-se 9 frações [PC2.1.3.1, 1-9H], as quais foram agrupadas de acordo a
análise por CCDC. Estas foram descartadas, pois não apresentaram compostos
interessantes em quantidades suficientes para outros refracionamentos.
> A fração PC2.1.3-5 (m = 26.6 mg) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh) (PC2.1.3.2), DI 2,0 cm x h 23,0 cm, eluída com: Hexano (100%), Hexano :
Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato de Etila (7,0 : 3,0), Hexano : Acetato de
Etila (6,0 : 4,0), Acetato de Etila : Metanol (9,0 : 1,0), Acetato de Etila : Metanol (1,0 :
1,0) e Metanol (100%). Obteve-se 17 frações, as quais foram reunidas em 11
frações [PC2.1.3.2,1-11], após análise de CCDC. Através do espectro de RMN
1
H da
fração PC2.1.3.2-2, verificou-se que esta substância era uma cumarina, C2, a qual já
havua sido isolada anteriormente.
> A fração PC2.1.3-16 (m = 16,0 mg) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh), (PC2.1.3.3), DI 1,5 cm x h 14,0 cm, eluída com: Hexano (100%), Hexano :
Acetato de Etila (9,5 : 0,5), Hexano : Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato de
Etila (7,0 : 3,0), Hexano : Acetato de Etila (6,0 : 4,0), Hexano : Acetato de Etila (1,0 :
1,0), Acetato de Etila (100%), Acetato de Etila : Metanol (1,0 : 1,0), Metanol (100%).
Obteve-se 24 frações, as quais foram reunidas em 15 outras [PC2.1.3.3,1-15] por
análise da CCDC. A partir da análise do espectro de RMN
1
H da subfração
PC2.1.3.3-9, identificou-se a cumarina C6.
> A fração F2.1.3-15 (m = 128,5 mg) foi submetida à CC: Sephadex LH-20,
(PC2.1.3.4), DI 2,0 cm x h 54,0 cm, eluída com Metanol. Obteve-se 11 frações, as
quais foram reunidas em 7 frações [PC2.1.3.4,1-7] por análise de CCDC. Estas
foram descartadas, pois não apresentaram compostos interessantes em
quantidades suficientes para outros refracionamentos.
> A fração PC2.1.3-13 (m = 50,0 mg) foi submetida à CLAE-R (PC2.1.3.5),
utilizando uma coluna fenil, DI 2,5 cm x h 50,0 cm, eluída com: Metanol : Água (7,0 :
3,0), em uma vazão de fluxo de 2 mL/min, comprimento de onda 254 e 365 nm.
Primeiramente, fez-se a corrida pelo modo analítico e para isto utilizou-se um loop
de 20 µL, em seguida utilizou-se o modo preparativo com um loop de 400 µL. Foram
necessárias 5 injeções, pois caso contrário haveria possibilidade de saturar a
coluna, devido a quantidade de amostra injetada. Obteve-se 7 frações [PC2.1.3.5, 1-
7], as quais foram agrupadas de acordo a análise por CCDC. Estas foram
descartadas, pois não apresentaram compostos interessantes em quantidades
suficientes para outros refracionamentos.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
44
> A fração PC2.1.3-20 (m = 54,2 mg) foi submetida à Cromatografia em
Camada Delgada Preparativa (CCDP) (PC2.1.3.6), placa 20 cm x 20 cm, fase móvel:
Hexano: Acetato de Etila 8,0 : 2,0. Obteve-se 2 manchas distintas, as quais foram
removidas da placa e filtradas separadamente [PC2.1.3.6,1-2]. Estas foram
descartadas, pois não apresentaram compostos interessantes em quantidades
suficientes para outros refracionamentos.
> A fração PC2.1.3-10 (m = 8,1 mg) foi submetida à CCDP (PC2.1.3.7), placa
20 cm x 20 cm, fase móvel: Hexano : Acetato de Etila (9,0 : 1,0). Obteve-se 4
manchas distintas, as quais foram removidas da placa e filtradas separadamente
[PC2.1.3.7,1-4]. Foram realizadas duas aplicações da amostra na placa preparativa,
para que não houvesse saturação da mesma. A partir da análise dos espectros de
RMN
1
H verificou-se que a fração PC2.1.3.7-3 correspondia ao flavonóide F2
purificado.
Refracionamento da fração PC2.1.3.2:
> A fração PC2.1.3.2-2 (m = 22,9 mg) foi submetida à CCDP (PC2.1.3.2.1),
placa 20 cm x 20 cm, fase móvel: Hexano : Acetato de Etila (7,0 : 3,0). Foi realizada
duas aplicações. Obteve-se 3 manchas distintas em cada aplicação, as quais foram
removidas da placa e filtradas [PC2.1.3.1,1-3]. Através do espectro de RMN
1
H da
fração PC2.1.3.2.1-2, verificou-se que esta correspondia a cumarina C2 purificada.
> A fração PC2.1.3.2-3 (m = 3,7 mg) foi submetida à CLAE-R (PC2.1.3.2.2),
utilizando uma coluna C18 preparativa, DI 2,0 cm x h 25,0 cm, eluída com: Metanol :
Água (6:4), com uma vazão de fluxo de 5 mL/min, loop 1000 µL, realizando reciclo
na coluna, usando os comprimentos de onda 217 e 254 nm. Obteve-se 4 frações
[PC2.1.3.2.2, 1-4], as frações foram agrupadas de acordo com a análise realizada
PC2.1.3
PC2.1.3.1
PC2.1.3.2
PC2.1.3.3
PC2.1.3.4
PC2.1.3.5
PC2.1.3.6
PC2.1.3.7
Estudo Fitoquímico do C. limonia
45
por CCDC. Através do espectro de RMN
1
H da fração PC2.1.3.2.2-1, verificou-se
que esta correspondia a cumarina C2 purificada.
Refracionamento da fração PC2.3:
> A fração F2.3-4 (m = 1,0173 g) foi submetida à CC: Coluna Sephadex LH-
20, (PC2.3.1), DI 2,5 cm x h 101,5 cm, eluída com DCM : Metanol (1:1). Obteve-se
20 frações, as quais foram reunidas em 12 frações [PC2.3.1,1-12] por análise de
CCDC. Algumas destas foram descartadas e outras refracionadas posteriormente.
> A fração F2.3-5 (m = 0,0441 g) foi submetida à CC: Sephadex LH-20,
(PC2.3.2), DI 3,2 cm x h 64,0 cm, eluída com DCM : Metanol (1:1). Obteve-se 15
frações, as quais foram reunidas em 8 frações [PC2.3.2,1-8] por análise de CCDC.
Algumas destas foram descartadas e outras refracionadas posteriormente.
Refracionamento da fração PC2.3.2:
> A fração PC2.3.2-3 (m = 9,4 mg) foi submetida à CC: Sephadex LH-20,
(PC2.3.2.1), DI 2,0 cm x h 55,0 cm, eluída com Metanol 100%. Obteve-se 20
frações, as quais foram reunidas em 6 outras [PC2.3.2.1,1-6] por análise de CCDC.
Algumas destas foram descartadas e outras refracionadas posteriormente.
Refracionamento da fração PC2.3.2.1:
> A fração PC2.3.2.1-1 (m = 7,1 mg) foi submetida à CLAE-R (PC23-
2.3.2.1.1), utilizando uma coluna polimérica, DI 2,5 cm x h 50 cm, eluída com
Metanol : DCM (9:1), em uma vazão de fluxo de 2 mL/min, loop 1000 µL, realizando
reciclo na coluna. Obteve-se 3 frações [PC2.3.2.1.1, 1-3], as quais foram agrupadas
de acordo com a análise realizada por CCDC. Estas foram descartadas, pois não
PC2.1.3.2
PC2.1.3.2.1 PC2.1.3.2.2
Estudo Fitoquímico do C. limonia
46
apresentaram compostos interessantes em quantidades suficientes para outros
refracionamentos.
Refracionamento da fração PC2.3.1:
> A fração PC2.3.1-7 (m = 49,8 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh), (PC2.3.1.1), DI 2,5 cm x h 28,0 cm, eluída com Hexano 100%, Hexano :
Acetato de Etila (9,0 : 1,0), Hexano : Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato de
Etila (7,0 : 3,0), Hexano : Acetato de Etila (6,0 : 4,0), Hexano : Acetato de Etila (1,0 :
1,0), Acetato de Etila 100%, Acetato de Etila: Metanol (1,0 : 1,0) e Metanol 100%.
Obteve-se 26 frações, as quais foram reunidas em 12 outras [PC2.3.1.1,1-12] por
análise de CCDC. A partir da análise dos espectros obtidos por RMN (1D e 2D)
verificou-se que a fração PC2.3.1.1-4 correspondia a cumarina C8.
> A fração PC2.3.1-9 (m = 0,2652 g) foi submetida à CC: Sephadex LH-20,
(PC2.3.1.2), DI 3,0 cm x h 55,0 cm, eluída com Metanol 100%. Obteve-se 40
frações, as quais foram reunidas em 13 outras [PC2.3.1.2,1-13] por análise de
CCDC. Estas foram descartadas, pois não apresentaram compostos interessantes
em quantidades suficientes para outros refracionamentos.
> A fração PC2.3.1-9 (cristais solúveis em DCM e insolúveis em Metanol com
m = 0,0678 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400 Mesh), (PC2.3.1.3), DI 2,5 cm
x h 35,0 cm, eluída com Hexano 100%, Hexano : Acetato de Etila (9,0 : 1,0), Hexano
: Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato de Etila (7,0 : 3,0), Hexano : Acetato
de Etila (6,0 : 4,0), Hexano : Acetato de Etila (1,0 : 1,0), Acetato de Etila 100%,
Acetato de Etila: Metanol (1,0 : 1,0) e Metanol 100%. Obteve-se 17 frações, as quais
foram reunidas em 12 outras [PC2.3.1.3,1-12] por análise de CCDC. Estas foram
PC2.3
PC2.3.2 PC2.3.1
PC2.3.2.1 PC2.3.2.1.1
Estudo Fitoquímico do C. limonia
47
descartadas, pois não apresentaram compostos interessantes em quantidades
suficientes para outros refracionamentos.
> A fração PC2.3.1-8 (m = 0,538 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh), (PC2.3.1.4), DI 3,0 cm x h 40,0 cm. Eluída com Hexano 100%, Hexano :
Acetato de Etila (9,0 : 1,0), Hexano : Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato de
Etila (7,0 : 3,0), Hexano : Acetato de Etila (6,0 : 4,0), Hexano : Acetato de Etila (1,0 :
1,0), Acetato de Etila 100%, Acetato de Etila : Metanol (9,0 : 1,0), Acetato de Etila :
Metanol (8,0 : 2,0), Acetato de Etila: Metanol (7,0 : 3,0), Acetato de Etila: Metanol
(6,0 : 4,0), Acetato de Etila: Metanol (1,0 : 1,0) e Metanol 100%. Obteve-se 44
frações, as quais foram reunidas em 21 outras [PC2.3.1.4,1-21] por análise de
CCDC. Algumas destas foram descartadas e outras refracionadas posteriormente.
Refracionamento da fração PC 2.3.1.1:
> A fração PC2.3.1.1-2 (m = 9,4 mg) foi submetida à CCDP (PC2.3.1.1.1), 20
cm x 20 cm, eluída com Hexano : Acetato de Etila (9,0 : 1,0). Obteve-se 3 manchas
distintas, as quais foram removidas da placa e filtradas [PC2.3.1.1.1,1-3]. Através
dos espectros de RMN 200MHz, identificou-se na fração PC2.3.1.1.1-2 a cumarina
C1 e na fração PC2.3.1.1.1-1 a cumarina C2.
Refracionamento da fração PC2.3.1.4:
> A fração PC2.3.1.4-4 (m = 62,0 mg) foi submetida à CC: Sephadex LH-20,
(PC2.3.1.4.1), DI 3,0 cm x h 48,0 cm, eluída com Metanol DCM (1:1). Obteve-se 3
frações [PC2.3.1.4.1,1-3] por análise de CCDC. Estas foram descartadas, pois não
PC2.3.1
PC2.3.1.1
PC2.3.1.2 PC2.3.1.3
PC2.3.1.4
PC2.3.1.1.1
Estudo Fitoquímico do C. limonia
48
apresentaram compostos interessantes em quantidades suficientes para outros
refracionamentos.
> A fração PC2.3.1.4-11 (m = 27,3 mg) foi submetida à CC: Sílica gel (230-
400 Mesh) (PC2.3.1.4.2), DI 2,0 cm x h 31,0 cm, eluída com Hexano 100%, Hexano
: Acetato de Etila (9,0 : 1,0), Hexano : Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato
de Etila (7,0 : 3,0), Hexano : Acetato de Etila (6,0 : 4,0), Hexano : Acetato de Etila
(1,0 : 1,0), Acetato de Etila 100%, Acetato de Etila : MeOH (1,0 : 1,0) e MeOH 100%.
Obteve-se 19 frações, as quais foram reunidas em 12 outras [PC2.3.1.4.2,1-12] por
análise de CCDC. Estas foram descartadas, pois não apresentaram compostos
interessantes em quantidades suficientes para outros refracionamentos.
> A fração PC2.3.1.4-12 (m = 1,0189 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-
400 Mesh), (PC2.3.1.4.3), DI 3,0 cm x h 45,0 cm. Eluída com Hexano 100%, Hexano
: Acetato de Etila (9,0 : 1,0), Hexano : Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato
de Etila (7,0 : 3,0), Hexano : Acetato de Etila (6,0 : 4,0), Hexano : Acetato de Etila
(1,0 : 1,0), Acetato de Etila 100%, Acetato de Etila: Metanol (1,0 : 1,0) e Metanol
100%. Obteve-se 9 frações, as quais foram reunidas em 4 outras [PC2.3.1.4.3,1-4]
por análise de CCDC. Algumas destas foram descartadas e outras refracionadas
posteriormente.
> A fração PC2.3.1.4-6 (m = 0,1005 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-
400 Mesh), (PC2.3.1.4.4), DI 2,5 cm x h 37,0 cm, eluída com Hexano 100%, Hexano
: Acetato de Etila (9,0 : 1,0), Hexano : Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato
de Etila (7,0 : 3,0), Hexano : Acetato de Etila (6,0 : 4,0), Hexano : Acetato de Etila
(1,0 : 1,0), Acetato de Etila 100%, Acetato de Etila : Metanol (1:1) e Metanol 100%.
Obteve-se 28 frações, as quais foram reunidas em 14 outras [PC2.3.1.4.4,1-14] por
análise de CCDC. Estas foram descartadas, pois não apresentaram compostos
interessantes em quantidades suficientes para outros refracionamentos.
> A fração PC2.3.1.4-10 (m = 8,5 mg) foi submetida à CC: Sephadex LH-20,
(PC2.3.1.4.5), DI 2,0 cm x h 53,0 cm, eluída com Metanol: DCM (1:1). Obteve-se 8
frações, as quais foram reunidas em 3 outras [PC4.3.1.4.5,3-8] por análise de
CCDC. Estas foram descartadas, pois não apresentaram compostos interessantes
em quantidades suficientes para outros refracionamentos.
> A fração PC2.3.1.4-12 (m = 10,3 g) foi submetida à CC: Sephadex LH-20,
(PC2.3.1.4.6), DI 2,5 cm x h 37,0 cm, eluída com Metanol : DCM (1:1). Obteve-se 5
frações, as quais foram reunidas em 4 outras [PC2.3.1.4.6,1-4] por análise de
Estudo Fitoquímico do C. limonia
49
CCDC. Estas foram descartadas, pois não apresentaram compostos interessantes
em quantidades suficientes para outros refracionamentos.
> A fração PC2.3.1.4-5 (m = 10,8 mg) foi submetida à CLAE-R (PC2.3.1.4.7),
modo analítico, utilizando uma coluna fenil, DI 0,46 cm x h 25,0 cm, eluída com
Metanol : Água (7,0 : 3,0) em uma vazão de fluxo de 0,25 mL/min, loop 200 µL.
Posteriormente, realizou-se a CLAE-R no modo preparativo, sob mesmas
condições, porém utilizando-se uma coluna fenil, DI 0,60 cm x h 25,0 cm. Foram
realizadas 5 injeções, das quais obteve-se 16 frações [PC2.3.1.4.7, 1-16], as quais
foram agrupadas de acordo com a análise realizada por CCDC. Através dos
espectros de RMN
1
H, identificou-se na fração PC2.3.1.4.7-16 a cumarina C2 e na
fração PC2.3.1.4.7-14 a cumarina C3.
> A fração PC2.3.1.4-16 (m = 26,8 mg) foi submetida à CLAE-R
(PC2.3.1.4.8), modo analítico, utilizando uma coluna fenil, DI 0,46 cm x h 25,0 cm,
eluída com: Metanol : Água (7,0 : 3,0), num fluxo de 0,25 mL/min, loop 200 µL.
Posteriormente, realizou-se a CLAE-R no modo preparativo, sob mesmas
condições, porém utilizando-se uma coluna fenil, DI 0,60 cm x h 25,0 cm. Foram
realizadas 3 injeções, das quais obteve-se 4 frações [PC2.3.1.4.8, 1-4], as quais
foram agrupadas de acordo com a análise realizada por CCDC. Estas foram
descartadas, pois não apresentaram compostos interessantes em quantidades
suficientes para outros refracionamentos.
Refracionamento da fração PC2.3.1.4.3:
> A fração PC2.3.1.4.3-4 (m = 63,4 mg) foi submetida à CLAE-R
(PC2.3.1.4.3.1), modo analítico, utilizando uma coluna fenil, DI 0,46 cm x h 25,0 cm,
eluída com: Metanol : Água (7,0 : 3,0), em uma vazão de fluxo de 0,25 mL/min, loop
PC2.3.1.4
PC2.3.1.4.1
PC2.3.1.4.2
PC2.3.1.4.3 PC2.3.1.4.6
PC2.3.1.4.7
PC2.3.1.4.8
PC2.3.1.4.4 PC2.3.1.4.5
Estudo Fitoquímico do C. limonia
50
200 µL. Posteriormente, realizou-se a CLAE-R no modo preparativo, sob as
mesmas condições, porém utilizando-se uma coluna fenil, DI 0,60 cm x h 25,0 cm.
Foram realizadas 6 injeções, das quais obteve-se 3 frações [PC2.3.1.4.3.1, 1-3], as
quais foram agrupadas de acordo com a análise realizada por CCDC. Estas foram
descartadas, pois não apresentaram compostos interessantes em quantidades
suficientes para outros refracionamentos.
O Esquema 3.3 representa todos os fracionamentos e refracionamentos
realizados do extrato R1C.
ESQUEMA 3.3: Fracionamento de todo o extrato diclorometânico-hexânico.
RAIZ
C. Limonia
(R1C)
Extrato Diclorometânico-Hexânico
PC2
PC2.1 PC2.2 PC2.3 PC2.4
PC2.1.1 PC2.1.2 PC2.1.4
PC2.1.1.1 PC2.1.1.2
PC2.1.1.1.1
PC2.1.3.6
PC2.1.3.7
PC2.3.2 PC2.3.1
PC2.3.2.1
PC2.3.2.1.1
PC2.3.1.3
PC2.3.1.2
PC2.3.1.4.1
PC2.3.1.4
PC2.3.1.4.2
PC2.3.1.4.4
PC2.3.1.4.3
PC2.3.1.4.6
PC2.3.1.4.7
PC2.3.1.4.8
PC2.3.1.4.5
PC2.3.1.1 PC2.3.1.1.1
PC2.1.3.1
PC2.1.3.3
PC2.1.3.4 PC2.1.3.5
PC2.1.3.2
PC2.1.3.2.1 PC2.1.3.2.2
PC2.3.1.4.3.1
PC2.1.3
Estudo Fitoquímico do C. limonia
51
O Esquema 3.4 mostra os refracionamentos realizados até a obtenção das
substâncias isoladas.
ESQUEMA 3.4: Fracionamento do extrato diclorometânico-hexânico até a obtenção
das substâncias isoladas.
Cumarina C2
Flavonóide 01
PC2.3.1.4.1.7
Cumarina C3
PC2
Extrato hexano-
dicloro
PC2.1
PC2.1.3
Cumarina C1
Cumarina C2 Cumarina C4
Cumarina C5
Flavonóide F2
PC2.1.3.3
Cumarina C6
PC2.1.4
Flavonóide F1
PC2.1.1 PC2.1.1.1
Flavonóide F2
p
uro
PC2.1.3.2
PC2.1.3.7
PC2.3 PC2.3.1
PC2.3.1.4
PC2.3.1.1
PC2.3.1.1.1
Cumarina C1
Cumarina C2
Cumarina C8
PC2.1.3.2
Cumarina C2
p
ura
Estudo Fitoquímico do C. limonia
52
3.1.3.3. Extrato Metanólico da R1C
O extrato metanólico da raiz terminal de C.limonia (m = 13,7204 g) foi
submetido à um fracionamento, utilizando-se uma coluna de Sephadex LH-20,
(PC3), com DI 4,5 cm x h 130,0 cm, a qual foi eluída com: Metanol (100%),
Metanol:DCM (1:1) e DCM (100%). Obteve-se 61 frações, as quais foram reunidas
em 3 outras (PC3,1-3) após a análise de CCDC.
Refracionamento da fração PC3:
> A fração PC3-2 (m = 0,6203 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh) (PC3.1), DI 3,5 cm x h 22,5 cm, eluída com: Hexano (100%), Hexano :
Acetato de Etila (9,5 : 0,5), Hexano : Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato de
Etila (7,0 : 3,0), Hexano : Acetato de Etila (6,0 : 4,0), Hexano : Acetato de Etila (1,0 :
1,0), Acetato de Etila (100%), Acetato de Etila : Metanol (1,0 : 1,0), Metanol (100%).
Obteve-se 41 outras, as quais foram reunidas em 24 frações [F16,1-24] por análise
de CCDC. Algumas destas foram descartadas e outras refracionadas
posteriormente.
Refracionamento da coluna PC3.1:
> A fração PC3.1-22 (m = 12,6 mg) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh), (PC3.1.1), DI 2,5 cm x h 9,5 cm, eluída com: Hexano (100%), Hexano :
Acetato de Etila (1,0 : 1,0), Acetato de Etila (100%), Acetato de Etila : Metanol (1,0 :
1,0), Metanol (100%). Obteve-se 41 frações, as quais foram reunidas em 23 outras
devido à análise de CCDC. Através dos espectros de RMN 200 MHz, e
espectrometria de massas, identificou-se nas frações PC3.1.1-7 e PC3.1.1-4 a
cumarina C7.
> A fração PC3.1-4 (m = 55,3 mg) foi submetida à CCDP (PC3.1.2), 20 cm x
20 cm, eluída com Hexano : Acetato de Etila (9,0 : 1,0). Obteve-se 4 manchas
distintas, as quais foram removidas da placa e filtradas [PC3.1.2,1-3]. Através dos
espectros de RMN 200MHz, identificou-se na fração PC3.1.2-2 a cumarina C1.
> A fração PC3.1-11 (m = 0,3097 g) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh), (PC3.1.3), DI 2,5 cm x h 38,0 cm, eluída com: Hexano (100%), Hexano :
Estudo Fitoquímico do C. limonia
53
Acetato de Etila (9,0 : 1,0), Hexano : Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato de
Etila (7,0 : 3,0), Hexano : Acetato de Etila (6,0 : 4,0), Hexano : Acetato de Etila (1,0 :
1,0), Acetato de Etila (100%), Acetato de Etila : Metanol (1,0 : 1,0), Metanol (100%).
Obteve-se 26 frações, as quais foram reunidas em 13 outras [PC3.1.3,1-13] devido à
análise de CCDC. Algumas destas foram descartadas e outras refracionadas
posteriormente.
> A fração PC3.1-5 (m = 42,1 mg) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh), (PC3.1.4), DI 2,0 cm x h 30,0 cm. Eluída com: Hexano (100%), Hexano :
Acetato de Etila (9,0 : 1,0), Hexano : Acetato de Etila (8,0 : 2,0), Hexano : Acetato de
Etila (7,0 : 3,0), Hexano : Acetato de Etila (6,0 : 4,0), Hexano : Acetato de Etila (1,0 :
1,0), Acetato de Etila (100%), Acetato de Etila : Metanol (1,0 : 1,0), Metanol (100%).
Obteve-se 32 frações, as quais foram reunidas em 12 outras [PC3.1.4,1-12] devido à
análise de CCDC. A partir da análise de RMN (1D e 2D) verificou-se que a fração
PC3.1.4-3 correspondia a cumarina C9 e que a fração PC3.1.4-9 referia-se as
cumarinas C5 e C11.
Refracionamento da fração PC3.1.3:
> A fração PC3.1.3-7 (m = 51,6 mg) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh), (PC3.1.3.1), DI 2,0 cm x h 38,0 cm, eluída com: Hexano (100%), Hexano :
Acetato de Etila (1,0 : 1,0), Acetato de Etila (100%), Acetato de Etila : Metanol (1,0 :
1,0), Metanol (100%). Obteve-se 24 frações, as quais foram reunidas em 17 outras
[PC3.1.3.1,1-17] devido à análise de CCDC. Estas foram descartadas, pois não
apresentaram compostos interessantes em quantidades suficientes para outros
refracionamentos.
> A fração PC3.1.3-9 (m = 44,3 mg) foi submetida à CC: Sílica gel (230-400
Mesh), (PC3.1.3.2), DI 2,0 cm x h 42,5 cm, eluída com: Hexano (100%), Hexano :
Acetato de Etila (1,0 : 1,0), Acetato de Etila (100%), Acetato de Etila : Metanol (1,0 :
1,0), Metanol (100%). Obteve-se 10 frações, as quais foram reunidas em 7 outras
[PC3.1.3.2,1-7] devido à análise de CCDC. Estas foram descartadas, pois não
apresentaram compostos interessantes em quantidades suficientes para outros
refracionamentos.
O Esquema 3.5, p.54, representa todo o fracionamento realizado no extrato
metanólico de R1C até a obtenção das substâncias.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
54
ESQUEMA 3.5: Fracionamento do extrato metanólico até a obtenção das
substâncias isoladas.
Toda a metodologia empregada no estudo fitoquímico, desde a coleta do
material vegetal até a identificação das substâncias, está ilustrada na Figura 3.1 (p.
55).
RAIZ C. limonia (R1C)
Extrato Metanólico
PC3
PC3.1
PC3.1.1
Cumarina
C1
Cumarina
C7
PC3.1.2 PC3.1.4 PC3.1.3 PC3.1.3.1
PC3.1.3.2
Cumarina
C9
Cumarina
C5 e C11
Estudo Fitoquímico do C. limonia
55
FIGURA 3.1: Metodologia utilizada no Estudo Fitoquímico: extração, purificação e
identificação das substâncias isoladas.
M
M
a
a
t
t
e
e
r
r
i
i
a
a
l
l
v
v
e
e
g
g
e
e
t
t
a
a
l
l
M
M
e
e
O
O
H
H
H
H
e
e
x
x
a
a
n
n
o
o
C
C
H
H
2
2
C
C
l
l
2
2
S
S
í
í
l
l
i
i
c
c
a
a
g
g
e
e
l
l
:
:
2
2
3
3
0
0
-
-
4
4
0
0
0
0
M
M
e
e
s
s
h
h
;
;
7
7
0
0
-
-
2
2
3
3
0
0
M
M
e
e
s
s
h
h
;
;
S
S
e
e
p
p
h
h
a
a
d
d
e
e
x
x
L
L
H
H
-
-
2
2
0
0
.
.
CCDP
R
R
M
M
N
N
1
1
e
e
2
2
D
D
E
E
M
M
CLAE
Estudo Fitoquímico do C. limonia
56
3.2. Resultados e Discussão
3.2.1. Determinação Estrutural dos Compostos Isolados
Foram isolados e identificados estruturalmente dezesseis compostos da raiz
do C. limonia (Figura 3.2), sendo onze cumarinas: xantiletina (C1), seselina (C2),
xantoxiletina (C3), 8-diidroxipiranocumarina: trans-kelactona (C4), 6-
diidropiranoxicumarina: trans-decursidinol (C5), 6-metóxi-7-hidroxicumarina:
escopoletina (C6), 6-hidróxi-7-metoxicumarina: isoescopoletina (C7), Éster
kellactona: junosmarina (C8), 6-prenil-7-hidroxicumarina: demetilsuberosina (C9),
clausarina (C10) e 3-hidróxi-2-(1-hidróxi-1-metiléter)-2,3-dihidrofurano[3,2-g]cromen-
7-ona: xantoarnol (C11); dois flavonóides, sendo uma flavona: 4’,5-dihidroxi-
2’’2’’dimetilpirano (5”,6”:7,8)flavona: limonianina (F1) e uma flavanona: 5,4’-diidróxi-
6-(3”’-metil-2”’-butenil)-2”,2”-dimetilpirano(5’’,6’’:7,8)(flavanona (F2); e três
esteróides, β-sitosterol (E1), estigmasterol (E2) e campesterol (E3).
OOO
OMe
OOO
OOO
Xantiletina (C1) Seselina (C2) Xantoxiletina (C3)
OOO
OH
OH
OOO
OH
HO
trans-Kelactona (C4) trans-Decursidinol (C5)
Estudo Fitoquímico do C. limonia
57
OOHO
MeO
OO
MeO
HO
Escopoletina (C6) Isoescopoletina (C7)
OO
O
OH
O
O
OO
OH
O
Junosmarina (C8) Clausarina (C10)
O
HO O
O
O
HO
HO
Demetilsuberosina (C9) Xantoarnol (C11)
Limonianina (F1)
5,4’-diidróxi-6-(3”’-metil-2”’-butenil)-7,8-(2”,2”-dimetilpirano)flavanona (F2)
O
O
O
OH
OH
O
OH O
OH
O
Estudo Fitoquímico do C. limonia
58
HO
HO
Sitosterol (E1) Estigmasterol (E2)
HO
Campesterol (E3)
FIGURA 3.2: Substâncias isoladas da raiz terminal de C. limonia.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
59
3.2.1.1. Determinação estrutural da Cumarina C1
Foi isolado 15,7 mg da cumarina C1 na subfração PC1-4. Analisando-se o
espectro de RMN
1
H (Figura 3.4, p.61), observa-se os sinais característicos de
cumarinas, como a presença de dois dubletos com deslocamentos químicos (δ) 7,57
(J = 9,4 Hz, 1H) e 6,21 (J = 9,4 Hz, 1H) referentes aos sinais dos hidrogênios H-4 e
H-3, respectivamente. O sinal de H-4 encontra-se menos blindado (campo mais
alto), devido a conjugação da ligação dupla com a carboxila da lactona.
A presença de dois dubletos em δ 6,33 (J = 10,0 Hz, 1H) e δ 5,67 (J = 10,0
Hz, 1H), e de um singleto em δ 1,46 (6H), são característicos de um anel pirano. O
sinal do H-3’ (δ 5,67) apresenta-se mais blindado, pois há conjugação dos pares de
elétrons do sistema aromático com a ligação dupla do anel pirano. Pode-se dizer
que este anel encontra-se nas posições 6 e 7, devido à presença de dois singletos
com δ 6,71 (1H) e δ 7,03 (1H), referentes aos sinais dos hidrogênios 8 e 5,
respectivamente. O sinal do H-8 é o mais blindado, pois encontra-se vizinho a dois
carbonos contendo oxigênio como substituinte. Os sinais observados no espectro de
hidrogênio foram comparados com a literatura
(STECK, 1971), conforme ilustrado na
Tabela 3.2, p.60.
Realizou-se o experimento de RMN C
13
(Figura 3.6, p.62), onde atribui-se os
deslocamentos químicos de cada sinal ao carbono correspondente e verificou-se
que os sinais observados são bem próximos aos encontrados na literatura (STECK,
1971). Com estes dados pode-se concluir que a cumarina isolada corresponde a
Xantiletina.
OOO
8
3
4
5
4
'
3
'
5
'
6
'
FIGURA 3.3: Estrutura da cumarina Xantiletina.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
60
TABELA 3.2: Dados de RMN H
1
(CDCl
3
, 200 MHz) e C
13
(CDCl
3
, 200 MHz) da
cumarina C1 em comparação com os dados da literatura.
Posição
δH
J (Hz)
δC δ
*
H
J* (Hz)
δC*
2 - - 161,1 - - 161,2
3 6,21 (d) 9,4 131,2 6,22 (d) 9,2 131,2
4 7,57 (d) 9,4 143,3 7,59 (d) 9,2 143,4
4a - - 112,7 - - 112,7
5 7,03 (s) - 124,7 7,05 (s) - 124,8
6 - - 118,5 - - 118,5
7 - - 156,8 - - 156,8
8 6,71 (s) - 120,7 6,72 (s) - 120,8
8a - - 155,4 - - 155,4
2’ - - 77,6 - - 77,7
3’ 5,67 (d) 10,0 104,3 5,69 (d) 9,6 104,4
4’ 6,33 (d) 10,0 112,9 6,34 (d) 9,6 113,0
5’ - 6’ 1,46 (s) - 28,3 1,46 (s) - 28,3
δ
*
e J
*
são os deslocamentos químicos e constantes de acoplamento obtidos da
literatura (STECK, 1971).
A partir da comparação dos espectros de RMN
1
H da cumarina C1 e das
frações PC2.1.3-7, PC2.3.1.1.1-2, PC3.1-4M, PC3.1.2-4M, concluiu-se que todas
estas correspondem a Xantiletina, totalizando 0,2922 g desta cumarina, a qual já
havia sido isolada anteriormente das raízes do enxerto de C. sinensis sobre C.
limonia.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
61
FIGURA 3.4: Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C1.
FIGURA 3.5: Ampliação do espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C1.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
62
FIGURA 3.6: Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C1.
FIGURA 3.7: Ampliação do espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C1.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
63
3.2.1.2. Determinação estrutural da Cumarina C2
Obteve-se 4,0 mg da cumarina C2 na subfração PC1-2 e, a partir do espectro
de RMN
1
H (Figura 3.9, p.65), verificou-se os sinais de dois dubletos em δ 7,58 (J =
9,6 Hz, 1H) e δ 6,20 (J = 9,6 Hz, 1H), referentes aos hidrogênios H-4 e H-3,
respectivamente, os quais são característicos de cumarina. Observou-se também os
sinais característicos do anel pirano, dois dubletos em δ 6,86 (J = 10,0 Hz, 1H) e δ
5,71 (J = 10,0 Hz, 1H); e um singleto em δ 1,45 (6 H). A presença de dois dubletos
em δ 7,19 (H-5, 1H) e δ 6,70 (H-6, 1H) com constante “orto” J = 8,4 Hz, sugerem que
o anel pirano encontra-se na posição 7 e 8. Comparou-se os sinais no espectro de
hidrogênio com a literatura (AHMAD, 1984), os quais encontram-se ilustrados na
Tabela 3.3, p.64.
Realizou-se o experimento de RMN
13
C (Figura 3.11, p.66), onde os sinais
observados foram bem próximos aos relatados na literatura (Tabela 3.3, p.64). Com
estes dados pode-se concluir que a cumarina isolada corresponde a Seselina.
5
'
4
'
3
'
6
54
3
OOO
6
'
FIGURA 3.8: Estrutura da cumarina Seselina.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
64
TABELA 3.3: Dados de RMN H
1
(CDCl
3
, 200 MHz) e C
13
(CDCl
3
, 200 MHz) da
cumarina C2 em comparação com os dados da literatura.
Posição
δH
J (Hz)
δC δ
*
H
J
*
(Hz)
δC*
2 - - 161,0 - - 161,1
3 6,20 (d) 9,6 130,7 6,23 (d) 9,6 130,7
4 7,58 (d) 9,6 143,9 7,60 (d) 9,6 143,9
4a - - 109,3 - - 109,4
5 7,19 (d) 8,4 127,7 7,21 (d) 8,4 127,7
6 6,70 (d) 8,4 115,0 6,72 (d) 8,4 115,0
7 - - 156,3 - - 156,4
8 - - - - - 122,6
8a - - 150,1 - - 150,1
2’ - - 77,6 - - 77,6
3’ 5,71 (d) 10,0 112,6 5,73 (d) 10,0 112,6
4’ 6,86 (d) 10,0 113,5 6,89 (d) 10,0 113,5
5’-6’ 1,45 (s) - 28,1 1,48 (s) - 28,1
δ
*
e J
*
são os deslocamentos químicos e constantes de acoplamento obtidos da
literatura (AHMAD, 1984).
Comparando-se o espectro de RMN
1
H da cumarina C2 com os
espectros das frações PC2.1.3-4, PC2.1.3.2-2, PC2.3.1.4.4-2, PC2.3.1.4.7-16 e
PC3.1.2-1M, concluiu-se que todas estas frações correspondem a mesma
cumarina, portanto, isolou-se um total de 129,4 mg de seselina. . Esta substância
não havia sido isolada anteriormente das raízes do enxerto de C. sinensis sobre C.
limonia.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
65
FIGURA 3.9: Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200MHz) da cumarina C2.
FIGURA 3.10: Ampliação do espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200MHz) da cumarina C2.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
66
FIGURA 3.11: Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 200MHz) da cumarina C2.
FIGURA 3.12: Ampliação do espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 200MHz) da cumarina
C2.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
67
3.2.1.3. Determinação estrutural da Cumarina C3
Foi isolado 0,8 mg da cumarina C3 na subfração PC2.3.1.4.7-14. A partir do
espectro de RMN
1
H (Figura 3.14, p.68) observa-se alguns sinais característicos das
cumarinas, como a presença de dois dubletos em δ 7,83 (J = 10,0 Hz, 1H) e δ 6,19
(J = 10,0 Hz, 1H), referentes aos hidrogênios H-4 e H-3, respectivamente.
A presença de dois dubletos em δ 6,56 (J = 10,0 Hz, 1H) e δ 5,69 (J = 10,0
Hz, 1H), e de um singleto em δ 1,45 (6H), são característicos de um anel pirano.
Pode-se dizer que este anel encontra-se nas posições 6 e 7, devido à presença de
um singleto com δ 6,54 referente ao H 8 e a um outro singleto, integrando para três
hidrogênios, com δ 3,85 característico de uma metoxila, a qual encontra-se na
posição 5. O sinal em δ 6,54 foi atribuído ao H-8 por comparação com os dados da
Xantoxiletina, onde este deslocamento é mais blindado em relação a H-5. Os sinais
observados no espectro de hidrogênio foram comparados com a literatura, conforme
ilustrado na Tabela 3.4, p.68, e indicaram a presença da Xantoxiletina, a qual já
havia sido isolada anteriormente das raízes do enxerto de C. sinensis sobre C.
limonia.
OOO
OMe
8
3
4
4
'
3
'
5
'
6
'
FIGURA 3.13: Estrutura da cumarina Xantoxiletina.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
68
TABELA 3.4: Dados de RMN H
1
(CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C3 em comparação
com os dados da literatura.
Posição
δH
J (Hz)
δ
*
H
J* (Hz)
3 6,19 (d) 10,0 6,19 (d) 9,5
4 7,83 (d) 10,0 7,86 (d) 9,5
5 (OMe) 3,85 (s) - 3,86 (s) -
8 6,55 (s) - 6,56 (s) -
3’ 5,69 (d) 10,0 5,71 (d) 10,2
4’ 6,56 (d) 10,0 6,51 (d) 10,2
5’-6’ 1,45 (s) - 1,46 (s) -
δ
*
e J
*
são os deslocamentos químicos e constantes de acoplamento obtidos da
literatura (VRKOC, 1972).
FIGURA 3.14: Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) da Xantoxiletina.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
69
3.2.1.4. Determinação estrutural da Cumarina C4 e da Cumarina C5
A cumarina C4 foi isolada na subfração PC2.1.3-17 e apresentou uma
quantidade de massa correspondente a 4,3 mg. O espectro de RMN
1
H (Figura 3.17,
p.81), utilizando-se como solvente CDCl
3
, apresentou sinais característicos de
cumarinas, como os dois dubletos em δ 7,67 (J = 9,5 Hz, 1H) e δ 6,26 (J = 9,5 Hz,
1H), referentes aos hidrogênios H-4 e H-3. Observou-se também a presença de dois
dubletos em δ 7,32 e δ 6,79 com constante de acoplamento “orto” J = 8,6 Hz,
referentes aos hidrogênios 5 e 6, os quais conferem uma cumarina substituída nas
posições 7 e 8.
OO
R
2
R
1
6
54
3
A cumarina C5 foi obtida em pequena quantidade (m = 3,6 mg) na subfração
PC2.1.3-19. O espectro de RMN
1
H (Figura 3.22, p.84) referente a esta cumarina,
usando-se como solvente C
3
D
6
O, mostrou os dois dubletos característicos de
cumarinas em δ 8,02 (J = 9,4 Hz, 1H) e δ 6,31 (J = 9,4 Hz, 1H), referentes aos H-4 e
H-3. Observou-se também a presença de dois singletos em δ 7,85 e δ 6,75,
referentes aos H-8 e H-5, respectivamente, o que indica que a cumarina contém
substituintes na posição 6 e 7. Conforme ilustrado na figura seguinte.
OOR
2
R
1
8
3
4
5
Os demais sinais observados no espectro de RMN
1
H indicam que os
substituintes R
1
e R
2
, presentes em ambas cumarina, podem corresponder aos
grupamentos 1’,2’,3’-trihidroxi-3’-metilbutil e grupo hidroxila; anel diidropirano; ou
anel diidrofurano. Fazendo-se o espectro de massas, seria possível prever se o
grupo substituinte refere-se a um sistema aberto ou um fechado, pois quando se
fecha o anel a partir do substituinte aberto (-CH(OH)CH(OH)C(CH
3
)
2
OH) há uma
Estudo Fitoquímico do C. limonia
70
perda de dois hidrogênios, ou seja, haveria perda de unidades de massa do pico do
íon molecular. Porém, não se realizou este experimento, pois a quantidade do
composto isolada era muito pequena, e esta técnica destrói a molécula para
identificá-la, e com isso haveria perda de massa dos compostos; portanto, utilizou-se
a técnica de RMN 1 e 2D, a qual não é destrutiva.
Com estas informações e dados, seis cumarinas diferentes podem ser
atribuídas: quatro com a cadeia lateral fechada, duas nas posições 6 e 7 e duas nas
posições 7 e 8; e duas cumarinas com cadeia lateral aberta (uma na posição 6 e
outra na posição 8) e um grupo hidroxila na posição 7 (cumarinas A, B, C, D, E e F).
A seguir encontra-se as seis cumarinas propostas (três angulares e três lineares) e
uma tabela com os respectivos deslocamentos químicos dos três tipos de
substituintes diferentes (cumarinas A, C e D’) (Wu et al., 1994; Vilegas et al., 1993;
Toro et al., 1997). O modelo D não foi encontrado na literatura, assim comparou-se
com os dados da estrutura D’.
5
4
3
8
OOOH
OH
OH
HO
4
'
3
'
OOO
OH
HO
8
3
4
5
Estrutura A Estrutura B
OO
O
HO
HO
OOO
OH
OH
54
3
OH
OH
OOO
MeO
54
3
Estrutura C Estrutura D Estrutura D’
3
45
6
OOHO
OH
OH
HO
1
'
2
'
3
'
3
'
2
'
OH
OO
O
OH
6
54
3
Estrutura E Estrutura F
Estudo Fitoquímico do C. limonia
71
TABELA 3.5: Dados de RMN H
1
das cumarinas C4 e C5 em comparação com os
dados das cumarinas A, C e D’.
H
A
δ, J(Hz)
C
δ, J(Hz)
D’
δ, J(Hz)
C4
*
δ, J(Hz)
C5
**
δ, J(Hz)
3
6,25
(d, J = 9,0)
6,25
(d, J = 9,5)
6,28
(d, J = 9,3)
6,26
(d, J = 9,5)
6,31
(d, J = 9.4)
4
7,67
(d, J = 9,0)
8,00
(d, J = 9,5)
7,64
(d, J = 9,3)
7,67
(d, J = 9,5)
8,02
(d, J = 9.4)
5 7,64 (s) 7,65 (s) 6,81 (s)
7,32
(d, J = 8,6)
7,85 (s)
6 - - -
6,79
(d, J = 8,6)
-
8 6,79 (s) 6,91 (s) - - 6,75 (s)
1’
5,46
(dl, J = 2,7)
- - - -
3,48
(dd, J = 7,5,
0,9)
- - - -
3’ -
4,32
(d, J = 6,0)
3,86
(d, J = 6,9)
3,85
(d, J = 6,9)
3,69
(d, J = 8,6)
4’ -
5.26
(dd, J = 6.0)
4,99
(d, J = 6,9)
4,98
(d, J = 6,9)
4.70
(d, J = 8.6)
5’ 1.37 (s) 1.31 (s) 1,35 (s) 1,30 (s) 1.36 (s)
6’ 1.46 (s) 1.35 (s) 1,58 (s) 1,53 (s) 1.58 (s)
1’- OH
3.70
(d, J = 2.7)
- - - -
2’- OH
2.49
(d, J = 7.5)
- - - -
3’- OH 2.35 (s)
6.06
(d, J = 6.0)
- - -
4’- OH - 4.86(s) - - -
OMe 3,90 (s) - - - -
*
Solvente utilizado: CDCl
3
,
**
Solvente utilizado: C
3
D
6
O.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
72
TABELA 3.6: Dados de RMN
13
C da estrutura proposta C e das cumarinas isoladas
C4 e C5.
13
C *C *C4
*C5
2 160.4 157.2 156.9
3 111.9 112.6 103.9
4 144.8 145.2 144.6
5 125.7 129.2 129.6
6 128.5 114.9 123.7
7 162.8 161.1 160.9
8 97.8 112.4 103.7
9 156.2 155.8 155.8
10 112.8 112.9 113.6
2’ 91.9 79.4 80.9
3’ 71.0 74.4 76.0
4’ 70.1 65.7 69.0
5’ 26.9 24.9 24.6
6’ 26.5 23.4 19.9
*Solvente utilizado: C
3
D
6
O.
A partir da comparação dos espectros de RMN
13
C (Tabela 3.6) das
substâncias (C4, C5 e C), conclui-se que a substância isolada C5 não corresponde a
estrutura C, pois o espectro obtido não contém o sinal em δ 91,9 correspondente ao
C- 2´ do anel diidrofurano. Apesar da estrutura F não ser encontrada na literatura,
por comparação, pode-se dizer que o composto C4 não possui a estrutura F, pois
também não apresenta no espectro de RMN
13
C um deslocamento próximo a 91,9.
A estrutura A apresentou na literatura (Wu et al., 1994) apenas o espectro de
RMN
1
H; não se encontrou os dados do espectro de RMN
13
C. A referência cita para
o H-1´ um deslocamento químico δ 5,46 (dl, J = 2,7 Hz) e para o H-2’ δ 3,48 (dd, J =
7,5 e 0,9 Hz). No entanto, comparando-se com os dois isômeros isolados
(compostos C4 e C5), o composto C4 possui um sinal em δ 4,98 (d, J = 6,9 Hz) e
outro em δ 3,85 (d, J = 6,9 Hz); e o composto C5 possui um sinal em δ 4,70 (d, J =
8,6 Hz) e outro em δ 3,69 (d, J = 8,6 Hz). A partir destas observações, conclui-se
que ambos compostos isolados não possuem um sistema aberto devido ao
Estudo Fitoquímico do C. limonia
73
deslocamento correspondente ao H-1’ na estrutura A apresentar uma desblindagem
maior. Como os grupos R1 e R2 são idênticos para as estruturas A e E, os dados de
RMN
1
H também devem ser; portanto, a substância C5 não deve corresponder a
esta estrutura E. Assim, sugere-se a presença do anel 3´,4´-diidroxidiidropirano
linear para a cumarina C5 (estrutura B) e angular para a cumarina C4.
OOO
OH
HO
OOO
OH
OH
8-diidropiranocumarina (C4) 6-diidropiranocumarina (C5)
Há dados na literatura referentes a duas diidroxidiidropirano cumarinas
angulares com estereoquímica distintas, conforme ilustrado na figura abaixo e na
Tabela 3.7, p.74.
3
45
OOO
MeO
OH
OH
OH
OOO
OH
54
33
45
OOO
OH
OH
Estrutura D’ Estrutura G Estrutura H
Estudo Fitoquímico do C. limonia
74
TABELA 3.7: Dados do espectro de RMN
1
H para as estruturas D, G e H obtidos da
literatura.
H
1
C4*
δ, J(Hz)
D’*
δ, J(Hz)
G*
δ, J(Hz)
H*
δ, J(Hz)
3
6,26
(d, J = 9,5)
6,28
(d, J = 9,3)
6,26
(d, J = 9,5)
6,26
(d, J = 9,5)
4
7,67
(d, J = 9,5)
7,64
(d, J = 9,3)
7,67
(d, J = 9,5)
7,67
(d, J = 9,5)
5
7,32
(d, J = 8,6)
6,81 (s)
7,32
(d, J = 8,6)
7,34
(d, J = 8,6)
6
6,79
(d, J = 8,6)
-
6,79
(d, J = 8,6)
6,81
(d, J = 8,6)
6- OMe - 3,89 (s) - -
3,85
(d, J = 6,9)
3,86
(d, J = 6,9)
3,86
(d, J = 6,6)
3,88
(dd, J = 5,0, 6,0)
4,98
(d, J = 6,9)
4,99
(d, J = 6,9)
5,11
(d, J = 6,6)
5,22
(d, J = 5,0)
5´ 1,30 (s) 1,35 (s) 1,31 (s) 1,41 (s)
6´ 1,53 (s) 1,58 (s) 1,53 (s) 1,47 (s)
* Solvente utilizado: CDCl
3 .
Literatura: TORO et al., 1997; IKESHIRO et al., 1992.
TABELA 3.8: Dados do espectro de RMN
13
C
para as estruturas D, G e H obtidos da
literatura.
C
13
C4** D* G* H*
2 161,1 162,5 161,5 161,2
3 112,6 112,8 112,0 112,1
4 145,2 143,9 144,4 144,3
5 129,2 108,1 128,4 128,6
6 114,9 146,3 114,8 114,9
7 157,2 153,3 156,4 156,6
8 112,4 111,5 111,8 111,1
9 155,8 151,5 154,3 154,6
10 112,9 112,9 112,5 112,2
Estudo Fitoquímico do C. limonia
75
TABELA 3.8: Dados do espectro de RMN
13
C
para as estruturas D, G e H obtidos da
literatura - Continuação.
79,4 79,8 79,5 79,1
74,4 74,7 74,8 71,2
65,7 66,9 66,4 61,1
24,9 25,4 25,4 25,3
23,4 19,9 20,3 21,6
6- OME - 56,5 - -
*Solvente utilizado: CDCl
3
,
**
Solvente utilizado: C
3
D
6
O. Literatura: TORO et al., 1997;
IKESHIRO et al., 1992.
Comparando-se os dados de RMN
13
C da cumarina C4 (angular) com aqueles
publicados para as estruturas D’, G e H (Tabela 3.8), verifica-se uma maior
proximidade aos dados de D’ e G, principalmente a constante de acoplamento dos
hidrogênios 3’ e 4’ com J próximo a 6,9 Hz e não a 5,0 Hz (estrutura H), indicando
que estes hidrogênios do composto C4 são trans um ao outro.
A estrutura de C4 está indicada na Figura 3.15, no entanto, a conformação
anti é relativa, uma vez que, somente dados de RMN
1
H e
13
C não fornecem a
configuração absoluta, para determiná-la é necessário outros experimentos.
OOO
OH
OH
FIGURA 3.15: Estrutura da trans-kelactona.
Os espectros de RMN
1
H da C4 e C5 foram obtidos em CDCl
3
em um
aparelho de 400 MHz (Figuras 3.19, p.82, e 3.24, p.85, respectivamente). Porém,
verificou-se que estas cumarinas não apresentavam boa solubilidade em CDCl
3
.
Assim, visando dissolver uma maior quantidade para se obter um espectro de RMN
13
C, preparou-se as amostras em C
3
D
6
O.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
76
TABELA 3.9: Dados de RMN H
1
(400 MHz) das cumarinas C4 e C5.
H C4
*
C4
**
C5
*
C5
**
3
6.26
(d, J = 9.5)
6.16
(d, J = 9.6Hz)
6.23
(d, J = 9.5)
6.31
(d, J = 9.4)
4
7.67
(d, J = 9.5)
7.85
(d, J = 9.6Hz)
7,63
(d, J = 9.5)
8.02
(d, J = 9.4)
5
7.32
(d, J = 8,6)
7.44
(d, J = 8,6)
7.61 (s) 7.85 (s)
6
6.79
(d, J = 8,6)
6,72
(d, J = 8,6)
- -
8 - - 6.73 (s) 6.75 (s)
3’
3.85
(d, J = 6.9)
3,78
(d, J = 3,0)
3.65
(d, J = 8.9)
3.69
(d, J = 8.6)
4’
4,98
(d, J = 6,9)
4,94
(d, J = 3,0)
4.63
(d, J = 8.9)
4.70
(d, J = 8.6)
5’ 1,30 (s) 1.36 (s) 1.33 (s) 1.36 (s)
6’ 1,53 (s) 1.43 (s) 1.54 (s) 1.58 (s)
*Solvente utilizado: CDCl
3
,
**
Solvente utilizado: C
3
D
6
O.
Quando verifica-se os deslocamentos químicos dos espectros de RMN
1
H
(Tabela 3.9) das duas cumarinas nos diferentes solventes, verifica-se uma pequena
alteração nos valores, o que é comum ao modificar o solvente utilizado no
experimento. Porém, um fato interessante foi observado para a cumarina C4, pois
houve uma grande alteração no valor das constantes de acoplamento dos
hidrogênios H-3’ e H-4’ quando trocou-se o solvente de CDCl
3
(J = 6,9 Hz) para a
C
3
D
6
O (J = 3,0 Hz). Não é comum ocorrer uma modificação tão relevante quando se
modifica o solvente.
Esta cumarina pode apresentar duas conformações, os hidrogênios nas
posições 3’ e 4’ podem estar trans di-equatoriais ou trans di-axiais um em relação ao
outro. Quando os hidrogênios estão trans di-axiais, a constante de acoplamento é
maior (aproximadamente J = 6,9 Hz), porém quando estão trans di-equatoriais esta
constante é próxima a J = 3,0 Hz. A energia necessária para que a molécula altere
sua conformação é relativamente baixa, por isto a molécula possui um equilíbrio, o
Estudo Fitoquímico do C. limonia
77
qual pode ser deslocado para ambos os lados. Como a cumarina é linear (C4), o
hidrogênio da hidroxila na posição 4’ faz “Ligação Hidrogênio” com o oxigênio da
lactona formando um anel de 6 membros estável. A partir do modelo molecular,
verifica-se que a conformação trans di-axiais dos hidrogênios é a mais estável para
esta molécula, por isto quando se utiliza clorofórmio como solvente, a constante dos
hidrogênios é J = 6,9 Hz.
OOO
O
O
H
H
Porém, quando se altera o solvente para a acetona, esta faz “Ligação
Hidrogênio” com a hidroxila da posição 3’ e portanto desloca o equilíbrio para a
molécula com conformação trans di-equatoriais, pois nesta conformação a hidroxila
encontra-se na posição pseudo-axial, portanto acomoda melhor o grupo (acetona)
deixando a molécula mais estável, e com isto a constante detectada passa a ser J =
3,0 Hz.
Solvente CDCl
3
J = 6,9
Equilibrio deslocado para esta conformação
Acetona J = 3
Equilíbrio deslocado para esta conformaçã
o
H
e
/H
e
H
a
/H
a
H
OH
OH
H
O
OH
H
H
OH
O
O
Para verificar se a alteração nas constantes de acoplamento não ocorreu
decorrente a alguma degradação da molécula, realizou-se novamente o experimento
de RMN
1
H da cumarina C4 utilizando como solvente CDCl
3
. Os valores obtidos
foram similares ao primeiro experimento com este solvente, ou seja, as constantes
de acoplamento dos H-3’ e H-4’ foram J = 6,9 Hz, o que reforça a hipótese sugerida
acima.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
78
Foram encontrados na literatura (KONG et al., 2000) dados referentes a duas
diidroxidiidropirano cumarinas lineares com estereoquímica distintas, conforme
ilustrado na figura abaixo e na Tabela 3.10.
OOO
OH
HO
OOO
OH
HO
Estrutura I Estrutura J
TABELA 3.10: Dados do espectro de RMN
1
H para o composto C5, e para as
estruturas I e J obtidos pela literatura.
1
H C5**
I** J***
3 6,31 (d, J = 9.4) 6,40 (d, J = 9,5) 6,23 (d, J = 9,5)
4 8,02 (d, J = 9.4) 8,05 (d, J = 9,5) 8,01 (d, J = 9,5)
5 7,85 (s) 7,88 (s) 7,73 (s)
8 6,75 (s) 6,88 (s) 6,67 (s)
3’ 3,69 (d, J = 8.6) 3,72 (d, J = 8,5) 3,63 (d, J = 3,5)
4’ 4,70 (d, J = 8.6) 4,73 (d, J = 8,5) 4,73 (d, J = 3,5)
5’ 1,36 (s) 1,43 (s) 1,25 (s)
6’ 1,58 (s) 1,67 (s) 1,40 (s)
** Solvente CD
3
OD, ***Solvente DMSO. Literatura: KONG et al., 2000.
TABELA 3.11: Dados do espectro de RMN
13
C para o composto C5, e para as
estruturas I e J obtidos pela literatura.
13
C C5
**
I** J***
2 160,9 163,5 161,4
3 113,6 113,7 113,1
4 144,6 146,0 144,4
5 129,6 129,7 129,0
Estudo Fitoquímico do C. limonia
79
6 123,7 124,5 123,8
7 156,9 157,9 156,5
8 103,7 104,8 103,6
9 155,8 156,4 154,9
10 113,9 114,5 112,7
2’ 80,9 81,7 81,0
3’ 76,0 76,6 75,4
4’ 69,0 69,6 68,5
5’ 19,9 20,0 20,0
6’ 24,6 27,3 27,3
** Solvente CD
3
OD, ***Solvente DMSO. Literatura: KONG et al., 2000.
O composto C5, assim como a cumarina C4, também apresenta dois centros
quirais (posições 3’ e 4’), ou seja, a molécula pode apresentar duas estereoquímicas
diferentes: cis ou trans. O que define a estereoquímica do composto é a constante
de acoplamento dos hidrogênios; quando estes encontram-se cis, a constante de
acoplamento é menor do que quando estão trans. A partir dos dados de RMN
1
H
obtido da cumarina isolada C5, verifica-se que os hidrogênios 3’ e 4’ apresentam J =
8,6 Hz, ou seja, a cumarina C5 apresenta estrutura similar ao compostos I, e
portanto possui configuração relativa trans (Figura 3.16).
OOO
OH
HO
FIGURA 3.16: Estrutura da trans-Decursidinol.
Realizou-se os experimentos de RMN 2D: HMBC, HSQC e COSY para a
cumarina C5 visando confirmar a estrutura proposta. O experimento de COSY
(Figura 3.30, p.88) apresentou as seguintes correlações: H-4 com H-3; H-4’ com H-
3’; H3-6’ com H3-5’. O espectro de HSQC (Figura 3.28, p.87) mostra os
deslocamentos dos carbonos ligados diretamente aos hidrogênios, ou seja, a partir
deste pode-se determinar todos os valores de
13
C ligados aos hidrogênios da
Estudo Fitoquímico do C. limonia
80
molécula: H-4 (δ 144,6), H-5 (δ 129,6), H-8 (δ 103,7), H-3 (δ 113,6), H-4’ (δ 69,0), H-
3’ (δ 76,0), H3-6’ e H3-5’ (δ 24,6 e δ 19,9).
A partir do espectro de HMBC (Figura 3.29, p.87), o qual apresenta
correlações entre H e C a três ligações, pode verificar a correlação dos H-4, H-5 e H-
8 com o carbono em δ 155,8, o qual corresponde, portanto, ao carbono 9. O H-4
correlaciona-se com o carbono em δ 160,9, referindo-se ao C2. O H-4 apresenta
correlação ainda com o C5; o H-5 correlaciona-se com o C4.
OOO
OH
HO
Observa-se ainda a correlação entre o H-8 com o C6 e com o C9; e dos H-8 e
H-3 com o carbono em δ 115,0, o qual corresponde ao C10. O H-3 correlacionou-se
a J 1, ou seja, com o carbono diretamente ligado (C3).
OOO
OH
HO
O H-4’ correlacionou-se com o C3’ e C6; o H-3’ correlacionou-se com C4’, C5’
e C6’. Os hidrogênios metílicos e o H-3’ apresentaram correlação com um sinal em δ
80,9, correspondendo ao C2’. Além desta correlação, os hidrogênios H3-5’ e H3-6’
correlacionaram-se entre si e com o C3’.
OO
O
OH
HO
Estudo Fitoquímico do C. limonia
81
Com estas informações, pode-se confirmar os dados comparados com a
literatura, descritos anteriormente, e comprovar que a cumarina C5 é a trans-
Decursidinol.
As cumarinas C4 e C5 não haviam sido isoladas anteriormente das raízes do
enxerto de C. sinensis sobre C. limonia, e segundo levantamento bibliográfico, elas
são inéditas em Citrus e na família Rutaceae; ambas foram isoladas apenas de
Umbeliferae (Apiaceae) (Peucedanum japonicum e Peucedanum decursivum). Um
estudo mais detalhado sobre a estereoquímica dos dióis tanto na estrutura C4
(angular), quanto na C5 (linear) seria necessário para a determinação da
configuração absoluta das moléculas.
FIGURA 3.17: Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C4.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
82
FIGURA 3.18: Ampliação do espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina
C4.
FIGURA 3.19: Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C4.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
83
FIGURA 3.20. Ampliação do espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina
C4.
FIGURA 3.21: Espectro de RMN
13
C (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C4.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
84
FIGURA 3.22: Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C5.
FIGURA 3.23: Ampliação do Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina
C5.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
85
FIGURA 3.24: Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C5.
FIGURA 3.25: Ampliação A do Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina
C5.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
86
FIGURA 3.26: Ampliação B do Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina
C5.
FIGURA 3.27: Espectro de RMN
13
C (C
3
D
6
O, 200 MHz) da cumarina C5.
200 150 100 50
Acetone-d6
19.867
24.620
28.636
29.407
29.800
30.177
30.570
30.947
69.007
76.056
80.957
103.691
103.920
113.624
123.737
129.146
129.605
144.587
155.815
156.896
160.912
206.184
Estudo Fitoquímico do C. limonia
87
FIGURA 3.28: Espectro de HSQC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C5.
FIGURA 3.29: Espectro de HMBC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C5.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
88
FIGURA 3.30: Espectro de COSY (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C5.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
89
3.2.1.5. Determinação estrutural da Cumarina C6
A cumarina C6 foi isolada nas subfrações PC2.1.3.3-9 e apresentou uma
massa correspondente a 32,4 mg. Realizou-se para esta amostra experimentos de
RMN 1D (
1
H e
13
C) e experimentos de RMN 2D (HMBC, HSQC, NOESY e COSY).
No espectro de RMN
1
H (Figura 3.33, p.92) observou-se a presença de dois
dubletos em δ 6,28 (J = 9,50 Hz, 1H) e δ 7,61 (J = 9,50 Hz, 1H), referentes aos
hidrogênios H-3 e H-4 respectivamente, característicos de cumarinas. Notou-se
também a presença de dois singletos em δ 6,85 e δ 6,92 correspondentes aos
hidrogênios 5 e 8 e um singleto em δ 3,96 correspondente a uma metoxila.
Os dados não permitem propor a posição exata da metoxila e da hodroxila,
portanto a estrutura proposta para a cumarina pode ser:
ou
3
45
8
OOHO
MeO
3
4
5
8
OOMeO
HO
A análise do espectro de NOESY (Figura 3.39, p.95) forneceu as seguintes
correlações: δ
H-5
6,85 e δ
OMe
3,96, δ
H-4
7,61 e δ
H-3
6,28, δ
H-3
6,28 e δ
H-4
7,61, δ
H-5
6,85
e δ
H-4
7,61. Através da correlação observada entre o δ
H-5
e o δ
OMe
, pode-se concluir
que a metoxila está na posição 6 e a hidroxila está em 7.
3
4
5
8
OO
HO
MeO
A partir do espectro de HSQC (Figura 3.36, p.93) pode-se correlacionar os
valores dos deslocamentos químicos de hidrogênio (δ
H
) com os valores dos
deslocamentos químicos de carbono (δ
C
) ligados diretamente. Então, os valores de
δ
C
obtidos foram os seguintes: δ
C-3
113,5, δ
C-4
143,2, δ
C-5
107,5, δ
C-8
103,2 e δ
C-OMe
56,4.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
90
Com todos os dados obtidos e com o espectro de HMBC (Figura 3.37, p.94)
verificou-se que o H-4 correlaciona-se com δ
c
161,4, δ
c
150,3 e δ
c
107,5 (H-5). A
partir disto e das correlações obtidas pelo HSQC, confirma-se que o δ
C-5
107,5 é o
δ
H-5
6,85 e conseqüentemente que o δ
C-8
103,2 é o δ
H-8
6,2. Observou-se também
através do HMBC as correlações do H-3 com o δ
c
111,5, do H-5 com o δ
c
149,7, do
H-8 com o δ
c
149,7 e com o δ
c
111,5 e da OMe com o δ
c
144,0.
Com a análise do espectro de RMN
13
C (Figura 3.35, p.93), verifica-se que a
molécula possui realmente 10 carbonos, os quais possuem deslocamentos químicos
em 56,4 (OMe), 103,2 (H-8), 107,5 (H-5), 111,5, 113,5 (H-3), 143,2 (H-4), 144,0,
149,7, 150,3 e 161,4. Pode-se dizer que o carbono em δ 161,4 é o lactônico (posição
2), pois é o mais desblindado. O carbono em δ 150,3 corresponde ao C-9, pois
também encontra-se bastante desblindado devido à presença de um oxigênio
adjacente. O carbono em δ 111,5 foi atribuído ao C-10, pois se correlaciona via
HMBC com o H-8 e o H-3, como visto acima. Como a metoxila correlaciona-se com
o carbono em δ 144,0, este foi atribuído ao C-6. Portanto o carbono em δ
c
149,7
corresponde ao C-7.
Assim, a estrutura da cumarina obtida com os valores dos carbonos
determinados é a seguinte:
111
,
5
144
,
0
56
,
4
149
,
7
150
,
3
161
,
4
OOHO
MeO
103
,
2
107
,
5
143
,
2
113
,
5
FIGURA 3.31: Deslocamentos químicos de
13
C da cumarina C6.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
91
TABELA 3.12: Dados de RMN H
1
e RMN C
13
(CDCl
3
400 MHz) da cumarina C6.
Posição
H
δ
, J (Hz)
C
δ
, J (Hz)
2 - 161,4
3 6,28 (d, J = 9,5) 113,5
4 7,61 (d, J = 9,5) 143,2
5 6,85 (s) 107,5
OMe 3,96 (s) 56,4
7 - 149,7
8 6,92 (s) 103,2
9 - 150,3
10 - 111,5
O espectro de COSY (Figura 3.38, p.94) mostrou apenas as correlações dos
hidrogênios H-3 e H-4, o que era esperado, uma vez que estes são os únicos
hidrogênios vizinhos da molécula. Através destas correlações e das análises feitas
anteriormente dos outros espectros, pode-se concluir que a estrutura da cumarina
C6 isolada é a Escopoletina (Figura 3.32). Esta substância não havia sido isolada
anteriormente das raízes do enxerto de C. sinensis sobre C. limonia.
OOHO
MeO
FIGURA 3.32: Estrutura da Escopoletina.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
92
FIGURA 3.33: Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6.
FIGURA 3.34: Ampliação do espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina
C6.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
93
FIGURA 3.35: Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6.
FIGURA 3.36: Espectro de HSQC (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
94
FIGURA 3.37: Espectro de HMBC (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6.
FIGURA 3.38: Espectro de COSY (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
95
FIGURA 3.39: Espectro de NOESY (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
96
3.2.1.6. Determinação estrutural da Cumarina C7
Os espectros de RMN
1
H das frações PC3.1.1-4M (Figura 3.40) e PC3.1.1-7M
(Figura 3.41, p.97) são bastante similar ao da PC2.1.3.3-9 (6-metóxi-7-
hidroxicumarina), no entanto, não se pode dizer que correspondem a mesma
cumarina, uma vez que as posições da hidroxila em 7 e da metoxila em 6 nesta
molécula, podem estar invertidas, e isto não é observado no espectro de RMN
1
H.
Para tal distinção, é necessário utilizar outras técnicas de RMN, como NOESY e
HMBC, conforme foi citado anteriormente, ou então, Espectrometria de Massas de
cada fração, pois provavelmente a cumarina 6-metóxi-7-hidroxicumarina irá se
fragmentar diferentemente da 6-hidróxi-7-metoxicumarina e, portanto, o espectro
resultante terá picos distintos e com intensidades diferentes.
FIGURA 3.40: Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) da cumarina C6.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
97
FIGURA 3.41: Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) da cumarina C7.
Então, para saber quais das cumarinas correspondia as frações PC3.1.1-4M e
PC3.1.1-7M, e para comprovar, por meio de mais uma técnica, que a fração
PC2.1.3.3-9 é a 6-metóxi-7-hidroxicumarina, realizou-se experimentos de
Espectrometria de Massas para estas frações.
Foi realizado para cada fração o experimento de Electrospray modo negativo
(ES-), uma vez que, a molécula possui hidrogênios ácidos, ou seja, são facilmente
removidos, não sendo necessário, portanto, energia de colisão muita forte, a qual
pode ocasionar uma destruição total da molécula. Fez-se experimentos de íons
obtidos a partir do íon de m/z 191 de cada fração (Figuras 3.42, p.98, 3.43, p.98 e
3.44, p.99), para que se possa obter fragmentos da molécula, e com isto suas
informações estruturais, e conseqüentemente verificar qual sua estrutura química.
Neste caso, o experimento de full-scan não é relevante, pois este mostra apenas
qual a massa da molécula, e isto já se sabe. Variou-se a energia de colisão, para
comparar-se as diferenças nas fragmentações, pois alguns picos aparecem apenas
com energias muito baixas (fragmentos moleculares fáceis de formar), enquanto que
outros aparecem com energias muita alta (fragmentos moleculares difíceis de
formar). A seguir estão mostrados os Espectros de Massas obtidos para cada
Estudo Fitoquímico do C. limonia
98
fração: PC2.1.3.3-9 (A), PC3.1.1-4M (B) e PC3.1.1-7M (C), utilizando-se energias de
colisão de 30 a 5 eV e o full-scan.
02/12/04
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250
m/z
0
100
%
0
100
%
0
100
%
0
100
%
0
100
%
0
100
%
verardi_PC159filhos191_25eV 60 (0.548) Daughters of 191ES-
3.32e4
104.0
91.2
90.9
51.4
79.2
64.9
63.5
67.0
89.1
91.5
103.8
104.5
148.1
120.1
107.2
147.9
135.2
133.2
145.2
163.2
148.5
162.8
161.0
176.1
175.6
176.5
verardi_PC159filhos191_20eV 47 (0.436) Daughters of 191ES-
5.65e4
163.2
162.9
148.2
104.2
91.4
79.2
51.3
95.1
147.6
119.1107.4
135.2
148.5
161.3
176.0
163.5
175.8
191.3
verardi_PC159filhos191_15eV 61 (0.558) Daughters of 191ES-
9.12e4
176.1
163.2
148.5
104.0
91.3
79.0
95.1
135.2
107.2
119.1
163.5
191.1
190.7
verardi_PC159filhos191_10eV 56 (0.514) Daughters of 191ES-
1.63e5
191.1
176.1
162.9
176.5
verardi_PC159filhos191_5eV 34 (0.323) Daughters of 191ES-
1.96e5
191.3
190.9
176.1
verardiPC159 38 (0.359) Scan ES-
5.61e6
245.1
62.4
191.2
62.5
89.4
69.1
190.6
177.2
112.9
97.1
136.5 161.0
189.2
205.2
221.3
243.5
231.5
FIGURA 3.42: Espectro de Massas (ES-) dos íons de m/z 191,3 (M-H) da fração A.
02/12/04
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250
m/z
0
100
%
0
100
%
0
100
%
0
100
%
0
100
%
verardi_F174filhos191_20eV 101 (0.906) Daughters of 191ES-
2.93e5
176.0
148.2
104.2
120.2
verardi_F174filhos191_15eV 42 (0.393) Daughters of 191ES-
4.73e5
176.2
148.2
104.1
191.1
verardi_F174filhos191_10eV 32 (0.305) Daughters of 191ES-
2.97e5
176.3
148.4
191.2
verardi_F174filhos191_5eV 87 (0.783) Daughters of 191ES-
4.55e5
191.2
176.3
verardi_F174 45 (0.420) Scan ES-
2.12e7
191.2
62.2
176.2
89.0
245.1
FIGURA 3.43: Espectro de Massas (ES-) dos íons de m/z 191,3 (M-H) da fração B.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
99
02/12/04
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250
m/z
0
100
%
0
100
%
0
100
%
0
100
%
0
100
%
verardi_F177filhos191_20eV 47 (0.436) Daughters of 191ES-
1.63e4
176.1
104.2
148.1
120.3
verardi_F177filhos191_15eV 44 (0.409) Daughters of 191ES-
1.76e5
176.3
148.4
103.9
176.4
190.9
verardi_F177filhos191_10eV 50 (0.462) Daughters of 191ES-
1.21e5
176.2
147.9
191.2
190.8
190.6
verardi_F177filhos191_5eV 87 (0.784) Daughters of 191ES-
1.55e5
191.1
190.9
176.2
191.4
verardi_F177 78 (0.706) Scan ES-
1.12e7
62.2
62.5
191.2
89.4
175.9 237.1
FIGURA 3.44: Espectro de Massas (ES-) dos íons de m/z 191,3 (M-H) da fração C.
Observa-se que os espectros das frações B (Figura 3.43, p.98) e C (Figura
3.44) são muito parecidos em número e intensidade dos fragmentos, mesmo em
diferentes energias de colisão, com isto podemos inferir que ambas frações
correspondem a mesma cumarina. Os espectros da fração A possuem alguns pico
semelhantes as demais, no entanto apresenta o pico com m/z 163, 135 e 91, os
quais não são observados nos espectros das demais frações. Com isto, há uma
evidência de que são cumarinas distintas, uma vez que os espectros possuem picos
diferentes. Então se propôs os fragmentos moleculares de cada cumarina e as
fragmentações que as diferenciam (Esquema 3.6, p.100 e 101).
Estudo Fitoquímico do C. limonia
100
m/z 163
-CO
OO
MeO
OO
MeO
O
O
MeO
O
O
OO
MeO
O
m/z 191
m/z 192
OO
MeO
HO OO
MeO
O
-H
m/z 191
m/z 191
m/z 191
OO
MeO
OO
O
O
O
-CO
-CH
3
OO
MeO
m/z 163
OO
MeO
O
MeO
m/z 163
m/z 163 m/z 148
m/z 135
m/z 120
-CO
m/z 148
OO
O
H
O
O
O
m/z 147
O
m/z 91
-O=C=C=O
-H
-H
-CH
3
-CO
OO
O
O
m/z 176 100%
OO
O
O
m/z 176 100%
OO
MeO
O
OO
MeO
HO
O
OO
O
m/z 148
m/z 104
-CO
2
m/z 192
m/z 191
C6
Estudo Fitoquímico do C. limonia
101
m/z 148
OO
HO
MeO
m/z 191
OO
O
MeO
m/z 192
-
CO
OO
O
O
OO
O
O
O
O
O
-H
-CH
3
.
O
O
OO
m/z 176
OO
O
O
m/z 176
m/z 176
m/z 176
m/z 120
m/z 148
-CO
O
O
O
O
O
m/z 148
O
O
O
O
m/z 104
O
O
OO
m/z 176 100%
m/z 176 100%
OO
O
O
-CO
OO
HO
MeO
-H
m/z 191
OO
O
MeO
-CH
3
.
-CO
2
OO
O
m/z 148
ESQUEMA 3.6: Proposta de fragmentação das cumarinas 6-metoxi-7-
hidroxicumarina (C6) e 6-hidroxi-7-metoxicumarina (C7).
Verifica-se que a cumarina C6 quando perde um próton, estabiliza melhor a
carga negativa devido a conjugação até o oxigênio presente na lactona, e após
sucessivas migrações da carga há perda de CO fornecendo o íon de m/z 163. Já a
cumarina C7 conjuga a carga negativa somente no sitema aromático do anel, porém
a perda da metila radicalar é favorecida, pois o radical migra até o oxigênio da
lactona, gerando um ânion-radicalar estável, o qual, por mecanismos similares ao da
cumarina C6, perde CO; no entanto, gera-se o íon de m/z 148 e não o m/z 163, uma
vez que teve a perda inicial da metila radicalar. A cumarina C7 não apresenta o íon
com m/z 135, uma vez que este provém do íon m/z 163, o mecanisno está indicado
no Esquema 3.6. A partir do m/z 148 da cumarina C6, há uma perda de um
hidrogênio radicalar, devido a estabilização de um radical da molécula, e
C7
Estudo Fitoquímico do C. limonia
102
conseqüentemente a perda de um ceteno gerando o íon m/z 91. No entanto, no caso
da cumarina C7, não há como perder um hidrogênio radicalar para estabilizar o
radical do íon m/z 148, não ocorrendo a formação do íon m/z 91, como mostrado a
seguir.
-O=C=C=O
m/z 91
O
m/z 148
O
O
O
m/z 147
-H
.
O
O
O
X
Os três íons m/z 163, 135 e 91, são os íons diagnósticos capazes de
distinguir entre estas duas cumarinas isoméricas (6-metóxi-7-hidroxicumarina e 6-
hidróxi-7-metoxicumarina).
Com estas observações e propostas de fragmentações pode-se confirmar que
a fração A é correspondente a cumarina 6-metóxi-7-hidróxicumarina e que as
frações B e C correspondem ao seu isômero, 6-hidroxi-7-metoxicumarina.
Assim, obteve-se um outro composto, o qual não havia sido isolado
anteriormente das raízes do enxerto de C. sinensis sobre C. limonia, com massa
igual a 3,7 mg: a 6-hidróxi-7-metoxicumarina - Isoescopoletina (C7), a qual está
ilustrada a seguir (Figura 3.45).
OOMeO
HO
FIGURA 3.45: Estrutura da Isoescopoletina.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
103
3.2.1.7. Determinação estrutural da Cumarina C8
Foram isoladas 3,3 mg da cumarina C8 na subfração PC2.3.1.1-4.
Analisando-se o espectro de RMN
1
H (Figura 3.47, p.107), observa-se sinais
característicos das cumarinas, como a presença de dois dubletos em δ 7,91 (J = 9,5
Hz, 1H) e δ 6,22 (J = 9,5 Hz, 1H), estes sinais são referentes aos hidrogênios H-4 e
H-3 respectivamente.
A presença de outros dois dubletos em δ 7,55 (J = 8,7 Hz, 1H) e δ 6,83 (J =
8,7 Hz, 1H), refere-se aos hidrogênios H-5 e H-6 respectivamente. O espectro ainda
indicou outros dois singleto em δ 1,54 (3H) e δ 1,41 (3H), referentes a duas metilas
em 4’ e 5’; e dois dubletos em δ 5,16 (J = 2,8 Hz, 1H) e δ 4,97 (J = 2,8 Hz, 1H),
referentes aos H-3’ e H-4’, respectivamente. No entanto, estes valores de
deslocamentos químicos e de constantes de acoplamento indicam a presença de um
diol.
45
OOO
3
6
3
'
4
'
6
'
5
'
A molécula, no entanto, apresenta, além dos sinais discutidos, um dubleto
com deslocamento químico em δ 2,21 (J = 6,8 Hz, 2H), referente ao hidrogênio H-2’’;
dois dubletos em δ 0,89 (J = 6,6 Hz, 3H) e δ 0,90 (J = 6,6 Hz, 3H), os quais são
característicos de um grupo isovaleril. O multipleto referente ao hidrogênio H-3’’ não
foi observado, pois este estava bem próximo ao do sinal do solvente (C
3
D
6
O).
2
''
3
''
4
''
5
''
O
O
Estudo Fitoquímico do C. limonia
104
Com estes dados, verifica-se que a molécula é uma piranocumarina angular e
que possui nas posições 3’ e 4’ uma hidroxila e um éster; porém, não se sabe qual a
posição exata de cada grupo. Portanto, realizou-se, além do experimento de RMN
1
H 400 MHz, os experimentos de RMN
13
C, HSQC, HMBC e COSY.
A partir das correlações observadas no HSQC (Figura 3.51, p.109), o qual
mostra a correlação do hidrogênio com o carbono ligado diretamente, atribui-se os
sinais dos carbonos correspondentes (Tabela 3.13).
TABELA 3.13: Dados de RMN H
1
(C
3
D
6
O, 400 MHz) e RMN C
13
(C
3
D
6
O, 400 MHz)
da cumarina C8 em comparação com os dados da literatura*.
H
δ
H
J (Hz)
δ*
H
J* (Hz)
δ
C
3 6,22 (d) 9,5 6,26 (d) 9,5 113,2
4 7,91 (d) 9,5 7,66 (d) 9,5 145,0
5 7,55 (d) 8,7 7,35 (d) 8,6 130,5
6 6,83 (d) 8,7 6,82 (d) 8,6 115,0
5,16 (d) 2,8 5,21 (d) 3,7 74,5
4,97 (d) 2,8 5,02 (d) 3,7 62,4
1,41 (s) - 1,38 (s) - 25,1
1,54 (s) - 1,48 (s) - 24,2
2’’ 2,21 (d) 6,8 2,22 (d) 6,3 43,6
4’’, 5’’ 0,90 (d) 6,6 0,94 (d) 6,6 22,5
δ
*
e J
*
são os deslocamentos químicos e constantes de acoplamento obtidos da
literatura
(JU - ICHI et al., 1986).
O experimento de HMBC (Figura 3.52, p.109), o qual apresenta correlações
até três ligações na molécula, mostrou as seguintes correlações:
H-3 (δ 6,22) e H-6 (δ 6,83) com um sinal em δ 113,3, o qual somente pode
corresponder ao C-10, uma vez que este é o único carbono na molécula que pode
correlacionar-se até três ligações com os H-3 e H-6.
H-4 (δ 7,91) com δ 130,5 (H-5), δ 155,7 (H-9), δ 160,8 (H-2); o H-5 (δ 7,55)
com δ 145,0 (H-4), δ 156,8 (H-7), δ 155,7 (H-9); o H-3 (δ 6,22) com o δ 113,3 (H-10),
δ 160,8 (H-2); o H-6’ (δ 1,54) com o δ 24,2 (H-6’), δ 74,5 (H-3’); o H-5’ (δ 1,41) com o
δ 25,1 (H-5’), δ 74,5 (H-3’); o H-4’ (δ 4,97) com o δ 74,5 (H-3’).
Estudo Fitoquímico do C. limonia
105
45
OOO
3
6
3
'
4
'
6
'
5
'
H-2’’ (δ 2,20) com o δ 22,5 (H-4’’ e H-5’’), δ 26,3 (H-3’’), δ 172,2 (H-1’’); o H-4’’
e H-5’’ (δ 0,90) com o δ 22,5 (H-4’’ e H-5’’), δ 26,3 (H-3’’) e δ 43,5 (H-2’’);
2
''
3
''
4
''
5
''
O
O
H-3’ (δ 5,16) com o δ 62,4 (H-4’), δ 172,2 (H-1’’), e esta correlação do H-3’
com o H-1’’, determina a posição do éster na molécula; como este experimento
mostra a correlação de, no máximo, três ligações, o éster somente pode estar na
posição 3’, e conseqüentemente a hidroxila encontra-se na posição 4’. Com isto
determina-se que a molécula isolada é a isovalerilkelactona, conhecida também
como Junosmarina.
45
OO
O
OH
O
O
3
6
3
'
4
'
2
''
3
''
4
''
5
''
6
'
5
'
O experimento de COSY (Figura 3.53, p.110) mostrou as correlações do H-4
(δ 7,91) com o H-3 (δ 6,23); o H-5 (δ 7,55) com o H-6 (δ 6,83); o H-3’ (δ 5,16) com o
H-4’ (δ 4,97); o H-2’’ (δ 2,20) com os H-4’’ e H-5’’ (δ 0,90); o H-3’’ (δ 2,10) com os H-
Estudo Fitoquímico do C. limonia
106
4’’ e H-5’’ (δ 0,90); as quais são totalmente possíveis e plausíveis para a estrutura
proposta.
45
OO
O
OH
O
O
3
6
3
'
4
'
2
''
3
''
4
''
5
''
6
'
5
'
Com todos experimentos, pode-se atribuir todos os sinais de carbono da
molécula, mesmo dos carbonos não ligados diretamente a hidrogênio. Os carbonos
estão mostrados na Figura 3.46.
160
,
8
113
,
2
OO
O
OH
O
O
145
,
0
130
,
5
115
,
0
156
,
8
111
,
1
155
,
7
113
,
3
77
,
5
74
,
5
62
,
4
25
,
1
24
,
2
172
,
2
43
,
6
26
,
3
22
,
5
22
,
5
FIGURA 3.46: Deslocamentos químicos dos carbonos da cumarina C8
A partir do conjunto de dados e informações adquiridas, pode-se dizer que a
cumarina isolada é o éster Isovalerilkelactona: Junosmarina, a qual não havia sido
isolada anteriormente das raízes do enxerto de C. sinensis sobre C. limonia.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
107
FIGURA 3.47. Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C8.
FIGURA 3.48. Ampliação A do espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina
C8.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
108
FIGURA 3.49. Ampliação B do espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina
C8.
FIGURA 3.50. Espectro de RMN
13
C (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C8.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
109
FIGURA 3.51. Espectro de HSQC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C8.
FIGURA 3.52. Espectro de HMBC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C8.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
110
FIGURA 3.53. Espectro de COSY (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C8.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
111
3.2.1.8. Determinação estrutural da Cumarina C9
Foram isoladas 2,0 mg da cumarina C9 na subfração PC3.1.4-3. Analisando-
se o espectro de RMN
1
H (Figura 3.55, p.115), observa-se alguns sinais
característicos das cumarinas, ou seja, dois dubletos em δ 7,82 (J = 9,5 Hz, 1H) e δ
6,12 (J = 9,5 Hz, 1H), referentes aos hidrogênios H-4 e H-3, respectivamente.
A presença de um tripleto em δ 5,34 (J = 7,4 Hz, 1H), de um dubleto em δ
3,33 (J = 7,4 Hz, 2H), e dois singletos em δ 1,71 (3H) e δ 1,72 (3H), sugere que a
molécula contém um grupo prenila em alguma posição. Os sinais de dois singletos
em δ 7,34 (1H) e δ 6,76 (1H) correspondem aos hidrogênios 5 e 8 respectivamente.
Com isto, pode-se afirmar que o grupo prenila encontra-se na posição 6.
Falta verificar se há uma metoxila ou uma hidroxila na posição 7, para isto
integrou-se um sinal característico de metoxila em δ 3,74 presente no espectro e
obteve-se um valor correspondente a um hidrogênio, no entanto o valor deveria
corresponder a três hidrogênios. Então concluiu-se que esta molécula contém uma
hidroxila na posição 7, e que o sinal aparentemente de uma metoxila deve ser
proveniente de impurezas presente na amostra. Os sinais observados no espectro
de hidrogênio foram comparados com a literatura, conforme ilustrado na Tabela
3.14.
TABELA 3.14: Dados de RMN H
1
(200 MHz) da cumarina C9 em comparação com
os dados da literatura.
H
δ
J (Hz)
δ
*
J
*
(Hz)
4 7,82 (d) 9,5 7,66 (d) 9,5
3 6,12 (d) 9,5 6,24 (d) 9,5
5 7,34 (s) - 7,47 (s) -
8 6,76 (s) - 7,05 (s) -
3,33 (d) 7,4 3,37 (d) 7,5
5,34 (t) 7,4 5,32 (d) 7,5
1,71 (s) - 1,74 (s) -
1,72 (s) - 1,78 (s) -
δ
*
e J
*
são os deslocamentos químicos e constantes de acoplamento obtidos da
literatura
(VRKOC, 1972).
Estudo Fitoquímico do C. limonia
112
Realizou-se experimentos de RMN 2D (COSY, HSQC e HMBC), para
comprovação da estrutura proposta. O experimento de RMN
13
C não foi realizado,
uma vez que a substância encontrava-se em uma quantidade muito pequena, e isto
demanda um tempo de máquina grande. Como esta molécula é conhecida na
literatura, não se achou necessário a realização do experimento de RMN
13
C, pois
no experimento de HSQC e HMBC obtém-se os valores de
13
C aproximados, e
pode-se confirmar estes por comparação com a literatura.
No experimento de COSY (Figura 3.59, p.117), observou-se as seguintes
correlações: o sinal em δ 7,82 (H-4) com o sinal em δ 6,12 (H-3); o sinal em δ 5,34
(H-2´) com o sinal em δ 3,33 (H-1´); o sinal em δ 5,34 (H-2´) com os sinais em δ 1,72
e δ 1,71 (H-4’ e H-5’); o sinal em δ 3,33 (H-1´) com os sinais em δ 1,72 e δ 1,71 (H-4’
e H-5’).
Com o experimento de HSQC (Figura 3.57, p.116), atribuiu-se os sinais
aproximados de cada carbono e depois comparou-se com a literatura. A partir do
experimento de HMBC (Figura 3.58, p.116) pode-se notar as seguintes correlações:
- O hidrogênio em δ 145 (H-4) correlacionou-se com os hidrogênios em δ 130
(H-5), δ 155 (H-9) e δ 163 (H-2);
163
145
114
130
129
29
123
132
26
155
103
160
113
OHO O
- O hidrogênio em δ 113 (H-3) correlacionou-se com os hidrogênios em δ 114
(H-10) e δ 163 (H-2);
- O hidrogênio em δ 103 (H-8) correlacionou-se com os hidrogênios em δ 114
(H-10), δ 129 (H-6), δ 155 (H-9) e δ 160 (H-7);
163
145
114
130
129
29
123
132
26
155
103
160
113
OHO O
Estudo Fitoquímico do C. limonia
113
- O hidrogênio em δ 130 (H-5) correlacionou-se com os hidrogênios em δ 29
(H-1’), δ 145 (H-4), δ 155 (H-9) e δ 160 (H-7);
163
145
114
130
129
29
123
132
26
155
103
160
113
OHO O
- Os hidrogênios em δ 29 (H-1’) correlacionaram-se com os hidrogênios em δ
123 (H-2’), δ 129 (H-6), δ 130 (H-5), δ 132 (H-3’’) e δ 160 (H-7);
- Os hidrogênios em δ 26 (H-4’,5’) correlacionaram-se com os hidrogênios em
δ 26 (H-4’,5’), δ 123 (H-2’’), e δ 132 (H-3’).
163
145
114
130
129
29
123
132
26
155
103
160
113
OHO O
A partir destes dados pode-se atribuir valores a todos carbonos presentes na
molécula e compará-los com a literatura. E pode-se verificar que as correlações
obtidas estão totalmente coerentes com a molécula proposta.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
114
TABELA 3.15: Valores de RMN
13
C (200 MHz) obtidos pelas correlações
apresentadas no espectro de HMBC e no HSQC.
Posição na molécula
δC δC*
2 ~ 163 162,0
3 ~ 113 112,7
4 ~ 145 143,7
5 ~ 130 128,4
6 ~ 129 129,0
7 ~ 160 158,5
8 ~ 103 103,3
9 ~ 155 153,5
10 ~ 114 112,8
1’ ~ 29 28,7
2’ ~ 123 120,9
3’ ~ 132 130,1
4’-5’ ~ 26 25,8
*valores obtidos pela literatura (MACIAS et al., 1989).
Com estes experimentos conclui-se que a cumarina C9 é realmente a 6-
prenil-7-hidroxicumarina (demetilsuberosina). A suberosina foi isolada anteriormente
das raízes do enxerto de C. sinensis sobre C. limonia, no entanto esta cumarina não.
OHO O
FIGURA 3.54: Estrutura da Demetilsuberosina.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
115
FIGURA 3.55. Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 200 MHz) da cumarina C9.
FIGURA 3.56. Ampliação do espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 200 MHz) da cumarina
C9.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
116
FIGURA 3.57. Espectro de HSQC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C9.
FIGURA 3.58.Espectro de HMBC (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C9.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
117
FIGURA 3.59. Espectro de COSY (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C9.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
118
3.2.1.9. Determinação estrutural da Cumarina C10
Foram isoladas 5,8 mg de uma mistura da cumarina C10 com a cumarina C3
(Xantoxiletina) na subfração PC2.3.1.4-5. Analisando-se o espectro de RMN
1
H
(Figura 3.62, p.124), observa-se sinais idênticos aos da cumarina Xantoxiletina e
outros sinais distintos. Sabe-se que se trata de uma mistura e não de um dímero,
uma vez que a integral dos sinais da Xantoxiletina encontram-se três vezes menor
que a integral dos sinais referentes a cumarina C10.
Após detectado que uma das moléculas é a Xantoxiletina, analisou-se os
demais sinais para identificar a outra cumarina. Inicialmente, verificou-se a presença
de três duplos dubletos em δ 6,30 (dd, J = 17,4 Hz e 10,6 Hz, 1H), δ 4,86 (dd, J =
10,6 Hz e 1,2 Hz, 1H) e δ 4,93 (dd, J = 17,4 Hz e 1,2 Hz, 1H), os quais
correspondem as posições 2’ e 3’, respectivamente, de um grupo prenila modificado.
1
'
2
'
3
'
O espectro de HSQC (Figura 3.66, p.126) mostrou a correlação do sinal em δ
6,30 com o sinal em δ 150,1 e dos sinais em δ 4,86 e δ 4,93 com o sinal em δ 107,9.
A partir do espectro de HMBC (Figura 3.67, p.126), verifica-se que o sinal em δ 4,86
correlacionou-se com o sinal em δ 40,9; o sinal em δ 4,93 com os sinais em δ 40,9 e
δ 150,1; o sinal em δ 6,30 com os sinais em δ 40,9 e δ 29,4. Observou-se a
correlação de um singleto em δ 1,63 (6H) com um sinal em δ 150,1, δ 115,5, δ 40,9 e
δ 29,4. O espectro de HSQC correlacionou este sinal com o sinal em δ 29,4. A partir
destes dados determina-se que a molécula contém um grupo prenila modificado e
atribui-se os valores dos carbonos de cada posição.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
119
Analisando-se ainda o espectro de RMN
1
H, nota-se a presença de três duplo
dubletos em δ 6,19 (dd, J = 17,4 Hz e 10,7 Hz, 1H), δ 5,07 (dd, J = 10,7 Hz e 1,1 Hz,
1H) e δ 5,09 (dd, J = 17,4 Hz e 1,1 Hz, 1H), e um singleto em δ 1,42 (6H). A partir do
espectro de HSQC, observa-se a correlação do sinal em δ 6,19 com o sinal em δ
145,6; dos sinais em δ 5,07 e δ 5,09 com o sinal em δ 111,9; e do sinal em δ 1,42
com o sinal em δ 26,1. O espectro de HMBC mostra a correlação do sinal em δ 6,19
com os sinais em δ 40,2 e δ 26,1; e os sinais em δ 5,07 e δ 5,09 correlacionam-se
com os mesmos sinais (em δ 145,6 e δ 40,2). Estes dados comprovam a presença
de outro grupo prenila modificado na molécula e determina os valores de cada
carbono presente na molécula.
O singleto em δ 7,86 correspondente a posição 4, apresentou correlação com
o sinal em δ 132,9 no espectro de HSQC. No espectro de HMBC, este mesmo sinal
correlacionou-se com os sinais δ 159,8 (característico de lactona), δ 153,3, δ 146,2, δ
129,1 e δ 40,2. O sinal em δ 40,2 foi atribuído a posição 1’’ do segundo grupamento
prenila identificado acima, ou seja, este encontra-se na posição 3.
159
,
8
40
,
2
132
,
9
OO
A partir do espectro de RMN
1
H, observa-se a presença de um grupo pirano,
devido aos sinais característicos: um singleto em δ 1,47 (6H); dois dubletos em δ
6,52 (d, J = 9,9 Hz) e δ 5,67 (d, J = 9,9 Hz), os quais apresentam correlação com os
sinais em δ 27,2, δ 115,1 e δ 129,8, respectivamente, no espectro de HSQC.
Verifica-se no espectro de HMBC a correlação do sinal em δ 6,52 com os
sinais em δ 146,2, δ 154,7, δ 105,8, δ 77,8. Como o sinal em δ 132,9 (H-4) também
Estudo Fitoquímico do C. limonia
120
apresentou correlação com o sinal em δ 146,2, este corresponde a posição 5. O
sinal em δ 5,67 apresentou correlação com os sinais em δ 105,8, δ 77,8 e δ 27,2.
OOO
132
,
9
115
,
1
O outro grupamento prenila encontra-se na posição 8, uma vez que o sinal
em δ 1,63 apresentou correlação com o sinal em δ 115,5, conforme citado
anteriormente. Com este conjunto de dados determinou se a estrutura da molécula
inteira, bem como todos os valores dos sinais de hidrogênio e carbono e comparou-
os com os valores citados na literatura (Takemura, 1996).
TABELA 3.16: Dados de RMN H
1
e RMN C
13
(CDCl
3
400 MHz) da cumarina C10.
δ
C
δ
H
, J (Hz) δ*
C
δ
*
H
, J (Hz)
2
159,8 - 160,8 -
3
129,1 - 128,5 -
4
132,9 7,86 (s) 134,2 7,85 (s)
103,9 - 104,4 -
5
146,2 - 147,0 -
6
105,8 - 106,4 -
7
154,7 - 155,1 -
8
115,5 - 115,2 -
153,3 - 153,2 -
9
77,8 - 79,9 -
9-Me
27,2 1,47 (s) 27,3 1,47 (s)
10
129,8 5,67 (d, 9,9) 129,3 5,67 (d, 9,8)
11
115,1 6,52 (d, 9,9) 115,8 6,50 (d, 9,8)
1’
40,9 - 40,9 -
1’-Me
29,4 1,63 (s) 29,5 1,63 (s)
Estudo Fitoquímico do C. limonia
121
TABELA 3.16: Dados de RMN H
1
e RMN C
13
(CDCl
3
400 MHz) da cumarina C10 -
Continuação.
2’
150,1
6,30 (dd, 17,4,
10,6)
150,1
6,29 (dd, 17,6,
10,5)
3’
107,9
4,93 (dd, 17,4,
1,2)
4,86 (dd, 10,6,
1,2)
107,9
4,93 (dd, 17,6,
1,2)
4,85 (dd, 10,5,
1,2)
1’’
40,2 - 40,2 -
1’’-Me
26,1 1,42 (s) 26,2 1,43 (s)
2’’
145,6
6,19 (dd, 17,4,
10,7)
145,6
6,18 (dd, 17,6,
10,5)
3’’
111,9
5,09 (dd, 17,4,
1,1 )
5,07 (dd, 10,7,
1,1)
111,9
5,11 (dd, 17,6,
1,0 )
5,07 (dd, 10,5,
1,0)
Assim, conclui-se que a cumarina C10 é a clausarina. Esta cumarina foi
isolada anteriormente das raízes do enxerto de C. sinensis sobre C. limonia.
OO
OH
O
FIGURA 3.60: Estrutura da cumarina Clausarina.
Os demais sinais presentes nos espectros são referentes a uma outra
cumarina, a xantoxiletina, a qual já havia sido isolada. No entanto, anteriormente,
não havia sido realizado experimentos de HSQC, HMBC e RMN
13
C, os quais foram
obtidos para esta mistura. A partir destes dados pode-se confirmar se a cumarina
Estudo Fitoquímico do C. limonia
122
era realmente a proposta e pode-se obter os valores de cada carbono presente na
molécula. A análise do espectro de RMN
1
H (Figura 3.62, p.124) mostra os sinais
característicos de cumarinas, ou seja, dois dubletos em δ 7,98 (d, J = 9,6 Hz, 1H) e
em δ 6,14 (d, J = 9,6 Hz, 1H) correspondentes aos hidrogênios 4 e 3,
respectivamente. No espectro de HSQC (Figura 3.66, p.126) verificou-se as
correlações do sinal em δ 7,98 (H-4) com o sinal em δ 139,1 e do sinal em δ 6,14 (H-
3) com o sinal em δ 110,3. O espectro de HMBC (Figura 3.67, p.126) mostrou a
correlação do sinal em δ 7,98 (H-4) com os sinais em δ 153,3 e δ 161,0, e do sinal
em δ 6,14 (H-3) com os sinais em δ 161,0 e δ 103,9.
103
,
9
153
,
3
161
,
0
110
,
3
139
,
1
OO
Observa-se ainda a presença dos sinais característicos do anel pirano, um
dubleto em δ 6,77 (d, J = 10,0 Hz, 1H), um dubleto em δ 5,57 (d, J = 10,0 Hz, 1H) e
um singleto em δ 1,46 (6H), referentes aos H-4’, H-3’, H5’ e H-6”, respectivamente;
os quais correlacionaram-se, no experimento de HSQC, com os sinais em δ 114,9, δ
127,6 e δ 28,1. A análise do espectro de HMBC mostra a correlação do sinal em δ
6,77 (H-4’) com os sinais em δ 78,0; do sinal em δ 5,57 (H-3’) com os sinais em δ
102,6 e δ 78,0.
O
OMe
114
,
9
127
,
6
78
,
0
157
,
5
102
,
6
Por fim, o espectro de RMN
1
H apresentou um singleto em δ 6,24 e um
singleto intenso em δ 3,88 (3H), os quais indicam a presença de um hidrogênio e
uma metoxila (OCH
3
), respectivamente. O sinal em δ 3,88 correlacionou-se com o
sinal em δ 56,0, no experimento de HSQC e o sinal em δ 6,24 com o sinal em δ 95,4.
No entanto, não se sabe em qual posição da molécula (5 ou 8) estes grupos
encontram-se. A partir do experimento de HMBC, pode-se verificar que o sinal em δ
6,24 correlaciona-se com os sinais em δ 157,5 e δ 103,9, portanto ele só pode
Estudo Fitoquímico do C. limonia
123
corresponder ao H-8; a metoxila, por sua vez, encontra-se na posição 5 e
apresentou correlação apenas com um sinal em δ 56,0 (J-1).
OOO
OMe
H
156
,
5
103
,
9
157
,
5
95
,
4
A partir destes dados pode-se atribuir todos os carbonos à molécula e pode-
se concluir que a cumarina isolada em mistura com a clausarina é a Xantoxiletina.
OOO
OMe
FIGURA 3.61: Estrutura da cumarina Xantoxiletina.
TABELA 3.17: Dados de RMN H
1
(CDCl
3
400 MHz) da cumarina C3.
Posição
δH
J (Hz)
δC δ
*
H
J* (Hz)
2 - - 161,0 - -
3 6,14 (d) 9,6 110,3 6,19 (d) 9,5
4 7,98 (d) 9,6 139,1 7,86 (d) 9,5
4a - - 103,9 - -
5 (OMe) 3,88 (s) - 156,5 3,86 (s) -
6 - - 102,6 - -
7 - - 157,5 - -
8 6,24 (s) - 95,4 6,56 (s) -
8a - - 153,3 - -
2’ - - 78,0 - -
3’ 5,57 (d) 10,0 127,6 5,71 (d) 10,2
4’ 6,77 (d) 10,0 114,9 6,51 (d) 10,2
5’-6’ 1,46 (s) - 28,1 1,46 (s) -
δ
*
e J
*
são os deslocamentos químicos e constantes de acoplamento obtidos da
literatura (VRKOC, 1972); δ
*
são os deslocamentos químicos obtidos pela literatura
(WU, 1983).
Estudo Fitoquímico do C. limonia
124
FIGURA 3.62. Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) das cumarinas C3 e C10.
FIGURA 3.63. Ampliação A do Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) das
cumarinas C3 e C10.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
125
FIGURA 3.64. Ampliação B do Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) das
cumarinas C3 e C10.
FIGURA 3.65. Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 400 MHz) das cumarinas C3 e C10.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
126
FIGURA 3.66. Espectro de HSQC (CDCl
3
, 400 MHz) das cumarinas C3 e C10.
FIGURA 3.67.Espectro de HMBC (CDCl
3
, 400 MHz) das cumarinas C3 e C10.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
127
FIGURA 3.68. Espectro de COSY (CDCl
3
, 400 MHz) das cumarinas C3 e C10.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
128
3.2.1.10. Determinação estrutural da Cumarina C11
A cumarina C11 foi identificada em mistura com a cumarina C5 (trans-
decursidinol) na subfração PC2.3.1.4-5, em uma quantidade de massa igual a 2,0
mg. A mistura foi observada, uma vez que alguns sinais do espectro de RMN
1
H
(Figura 3.71, p.131) eram idênticos aos da cumarina C5.
Após detectado que uma das moléculas é a trans-decursidinol, analisou-se os
demais sinais presentes no espectro e verificou-se que a outra substância presente
é uma cumarina. Isto foi observado, uma vez que o espectro apresentou os sinais
característicos desta classe, como a presença dos dubletos em δ 7,91 (J = 9,5 Hz,
1H) e em δ 6,19 (J = 9,5 Hz, 1H), correspondente aos H-4 e H-3. Obser
vou-se ainda a presença de singletos em δ 7,62 (1H) e δ 6,71 (1H), referentes
aos H-5 e H-8, o que indica que a cumarina está substituída nas posições 6 e 7.
O espectro apresentou dois dubletos em δ 5,46 (J = 4,2 Hz, 1H) e em δ 4,41
(J = 4,2 Hz, 1H) e dois singletos em δ 1,28 (3H) e em δ 1,29 (3H), os quais
correspondem a duas metilas. Como estes dois dubletos não apresentam os
deslocamentos químicos e constantes de acoplamento próximos aos dos dubletos
referentes ao grupo pirano hidroxilado (H-3’ e H-4’), então sabe-se que a molécula
não contém este grupo e com isto não corresponde a cumarina C5.
Sugere-se que o grupo substituinte seja a prenila formando um anel de 5
membros. Com isto, os dubletos em δ 5,46 e em δ 4,41 correspondem ao H-3’ e H-
2’, respectivamente; e a estrutura proposta está representada a seguir.
3
'
2
'
O
O
O
HO
HO
FIGURA 3.69: Estrutura proposta para a cumarina C11.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
129
TABELA 3.18: Dados de RMN H
1
(C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C11 em
comparação com os dados da literatura.
H
δ
J (Hz)
δ*
J* (Hz)
3 6,19 (d, J = 9,5) 6,18 (d, J = 9,1)
4 7,91 (d, J = 9,5) 7,91 (d, J = 9,1)
5 7,62 (s) 7,62 (s)
6 - - - -
8 6,71 (s) 6,71 (s)
2’ 4,41 (d, J = 4,2) 4,41 (d, J = 4,3)
3’ 5,46 (d, J = 4,2) 5,46 (d, J = 4,3)
5’ 1,28 (s) 1,28 (s)
6’ 1,29 (s) 1,29 (s)
Foram realizados experimentos de RMN 2D (HSQC, HMBC e COSY) para
verificar se a molécula realmente corresponde a cumarina proposta.
O experimento de HSQC (Figura 3.74, p.133) mostrou a correlação dos
hidrogênios e os carbono ligados diretamente, e a partir disto, obteve-se os
deslocamentos químicos de alguns carbonos da molécula: C-4 em δ 143,7; C-5 em δ
127,9; C-8 em δ 96,9; C-3 em δ 111,3; C-3’ em δ 70,7; C-2’ em δ 98,3; C-5’ em δ
24,4 e C-6’ em δ 25,7. A partir do experimento de COSY (Figura 3.76, p.134)
verificou-se que o H-4 correlaciona-se com o H-3 e que o H-2’ correlaciona-se com o
H-3’.
Com o espectro de HMBC (Figura 3.75, p.133) atribuiu-se mais alguns
deslocamentos químicos de carbonos da molécula. Observou-se que o H-4 e o H-5
apresentam correlação com um sinal em δ 157,0, o qual corresponde, portanto, ao
carbono 9. O H-4 correlacionou-se com um sinal em δ 159,7, referente ao carbono
lactônico da posição 2. O H-5 correlaciona-se com um sinal em δ 164,0, o qual
corresponde ao carbono fenólico 7. O H-3 correlaciona-se um sinal em δ 112,2,
referente ao carbono da posição 10. O espectro apresentou ainda a correlação das
metilas (5’’ e 6’’) com os sinais em 74,6 e em δ 98,3, os quais correspondem aos
carbonos 4’ e 2’, respectivamente. O único carbono que não apresentou correlação
nenhuma nos experimentos foi o C6, no entanto, a partir da literatura (ZOU et al.,
Estudo Fitoquímico do C. limonia
130
2004) e do espectro de RMN
13
C (Figura 3.73, p.132), verificou-se que o sinal
correspondente a este carbono encontra-se em δ 124,6. Todos os carbonos
atribuídos para molécula, e a comparação com os dados da literatura (ZOU et al.,
2004) encontram-se na Tabela 3.19.
TABELA 3.19: Dados de RMN
13
C (C
3
D
6
O, 400 MHz) da cumarina C11 em
comparação com os dados da literatura.
C
δ
δ*
2 161,0 160,1
3 111,3 111,9
4 143,7 144,2
5 127,9 128,4
6 124,6 125,1
7 164,0 163,7
8 96,9 97,4
9 157,0 156,7
10 112,2 112,9
2’ 98,3 98,9
3’ 70,7 70,2
4’ 74,6 71,3
5’ 24,4 25,0
6’ 25,7 25,0
Verificou-se na literatura (ZOU et al., 2004) que esta molécula com
configuração relativa cis e trans apresenta J = 6,7 Hz e J = 4,3 Hz, respectivamente.
Como a substância isolada apresentou J = 4,2 Hz, ela deve possui configuração
relativa trans. A partir de todos os dados, verificou-se que molécula identificada em
mistura com a cumarina C5 apresenta sinais próximos a (2’S,3’S)-3’-hidróxi-2’-(1-
hidróxi-1-metiléter)-2’,3’-dihidrofurano[3,2-g]cromen-7-ona, conhecida como
Xantoarnol (Figura 3.70, p.131), no entanto, não foi realizado nenhum experimento
que confirme a estereoquímica absoluta da molécula. Esta cumarina não havia sido
isolada anteriormente das raízes do enxerto de C. sinensis sobre C. limonia.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
131
O
O
O
HO
HO
FIGURA 3.70: Estrutura da Cumarina C11 identificada.
FIGURA 3.71: Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas C5 e C11.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
132
FIGURA 3.72: Ampliação do espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas
C5 e C11.
FIGURA 3.73: Espectro de RMN
13
C (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas C5 e C11.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
133
FIGURA 3.74: Espectro de HSQC (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas C5 e C11.
FIGURA 3.75: Espectro de HMBC (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas C5 e C11.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
134
FIGURA 3.76: Espectro de COSY (C
3
D
6
O, 400 MHz) das cumarinas C5 e C11.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
135
3.2.1.11. Determinação estrutural do flavonóide F1
Obteve-se 0,9 mg de um composto na fração PC2.1.4-13, o qual, a partir de
dados de RMN
1
H, mostrou-se um flavonóide devido à presença de alguns sinais
característicos. No entanto, para determinar sua estrutura completa foi necessário a
realização de experimentos RMN 2D (HMBC e HSQC).
O espectro de RMN
1
H (Figura 3.79, p.139) apresentou um singleto em δ
13,12, o qual corresponde a uma hidroxila quelada, sinal este característico de
flavonóides. Também se verificou a presença de dois dubletos em δ 7,99 (J = 8,4 Hz,
2H) e δ 7,05 (J = 8,4 Hz, 2H), os quais foram atribuídos aos hidrogênios H-2’, H-6’ e
H-3’, H-5’ respectivamente. Observou-se sinais característicos do anel pirano, ou
seja, dois dubletos em δ 6,92 (J = 10,0Hz, 1H) e δ 5,78 (J = 10,0Hz, 1H), os quais
correspondem aos prótons vinílicos H-4” e H-3” respectivamente, um singleto em δ
1,47 (6H), correspondente a duas metilas na posição 2’’. Ainda faltava correlacionar
os sinais em δ 6,70 e 6,18 com os hidrogênios H-3 e H-8, bem como determinar se o
anel pirano fecha na posição 6 ou 8. Para tanto foi necessário os experimentos de
RMN 2D HMBC e HSQC.
TABELA 3.20: Dados de RMN
1
H (200 MHz) obtidos experimentalmente e pela
literatura do flavonóide (F1).
Posição J (Hz)
δ
H
δ
H
*
J* (Hz)
5-OH - 13,12 (s) - -
4” (J = 10,0) 6,92 (d) 6,96 (d) (J = 10,0)
3” (J = 10,0) 5,78 (d) 5,79 (d) (J = 10,0)
2 Me - 1,47 (s) 1,51 (s) -
2’, 6’ (J = 8,4) 7,99 (d) 8,01 (d) (J = 8,0)
3’, 5’ (J = 8,4) 7,05 (d) 7,10 (d) (J = 8,0)
3 - 6,70 (d) 6,70 (s) -
6 ou 8 - 6,18 (s) 6,24 (s) -
δ
*
e J
*
são os deslocamentos químicos e constantes de acoplamento obtidos da
literatura (CHANG et al., 1990).
Estudo Fitoquímico do C. limonia
136
A partir do experimento de HSQC (Figura 3.80, p.140), o qual oferece a
correlação do hidrogênio e o carbono diretamente ligados, pode-se verificar que os
hidrogênios 2’ e 6’ correspondem ao δ 123,9, enquanto que os hidrogênios 3’ e 5’ ao
δ 111,5. Os carbonos 3’ e 5’ encontram-se com um deslocamento químico menor,
pois estão mais blindados, uma vez que há uma conjugação do par de elétrons do
oxigênio da hidroxila com a dupla ligação do anel aromático e com isto as posições
“orto” a hidroxila (3’ e 5’) possuem uma maior densidade eletrônica do que as
posições meta (2’ e 6’).
O hidrogênio 4” está correlacionado ao carbono em δ 109,9, e o hidrogênio 3”
ao carbono em δ 123,2. As duas metilas estão correlacionadas com o carbono em δ
22,7. O hidrogênio em δ 6,70 correlaciona-se ao δ 98,6 e o hidrogênio em δ 6,18 ao
δ 94,8. A tabela abaixo mostra as correlações obtidas no espectro de 2D (HSQC).
TABELA 3.21: Correlações obtidas do HSQC para o flavonóide F1.
Posição
δH δC δC*
2’, 6’ 8,01 128,4 127,7
3’, 5’ 7,06 117,0 116,0
4” 6,93 114,4 114,4
3” 5,79 128,4 127,2
Me 1,48 28,0 27,8
δ 6,70
6,70 102,0 103,0
δ 6,18
6,18 100,1 99,5
δH e δC: deslocamentos químicos dos hidrogênios e carbonos diretamente
correlacionados (Chang et al., 1990).
Fez-se necessário o experimento de 2D HMBC (Figura 3.81, p.140), o qual
correlaciona hidrogênios e carbonos ligados a estes com até 3 ligações. A partir do
espectro obtido deste experimento, observou-se a correlação dos hidrogênios 2’ e 6’
com os carbonos em δ 161,9, δ 164,8 e δ 128,4, sendo esta última correlação a
mesma apresentada no HSQC, ou seja, correspondente ao carbono diretamente
ligado a estes hidrogênios.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
137
Os hidrogênios 3’ e 5’ correlacionaram-se aos carbonos em δ 122,9 e δ 117,0,
o qual corresponde àqueles ligados diretamente a estes hidrogênios (C3’ e 5’). O
sinal de hidrogênio em δ 6,70 apresentou correlação com os sinais em δ 105,6 e δ
164,8. O sinal em δ 164,8 também se correlacionou com os hidrogênios 2’ e 6’, com
isto pôde-se afirmar que o hidrogênio em δ 6,70 corresponde ao H-3 e δ 164,8 ao C-
2
No entanto, o sinal em δ 6,20 ainda resta ser atribuído ao H-6 ou 8. Este
hidrogênio apresentou correlação com os carbonos em δ 105,6 e δ 102,0 (sinal
apresentado também no HSQC). A hidroxila quelada também apresentou correlação
com o sinal em δ 102,0, com isto conseguiu-se determinar a molécula total, ou seja,
o sinal em δ 6,20 corresponde ao H-6 e δ 102,0 ao C-6
Outros dados ainda foram observados neste espectro e, portanto, atribuiu-se
os deslocamentos químicos de todos carbonos da molécula. A hidroxila quelada
apresentou ainda correlação com os carbonos em δ 100,1, δ 105,6 e δ 161,9. Os
hidrogênios 4” e 3” correlacionaram-se com o carbono em δ 78,7.
TABELA 3.22: Correlações obtidas do HMQC para o flavonóide F1.
Posição C
C correlacionados em até 3
ligações
2’, 6’ 128,4 128,4; 161,9; 164,8
3’, 5’ 117,0 117,0; 122,9
4” 114,4 78,6
3” 128,4 78,6
Me 28,0 28,0; 78,6; 128,4
3 102,0 105,6; 164,8
6 100,1 102,0; 105,6
OH quelada 151,4 100,1; 102,0; 105,6; 161,9
Estudo Fitoquímico do C. limonia
138
3
3
"
4
"
6
O
OH O
OH
O
FIGURA 3.77: Correlações observadas pelo HMBC para o flavonóide F1.
TABELA 3.23: Dados obtidos para os carbonos da molécula a partir das correlações
obtidas por HMBC e HSQC e comparadas com a literatura.
Posição C C*
4 - 189,1
2 164,8 163,8
9 e 7 159,4 161,1
4’ 161,9 158,9
5 161,0 151,4
2’ e 6’ 128,4 127,7
3” 128,4 127,2
1’ 122,9 121,4
3’ e 5’ 117,0 116,0
4” 114,4 114,4
8 102,0 104,7
3 102,0 103,0
10 105,6 101,0
6 100,1 99,5
2” 78,6 77,6
Me 28,0 27,8
* Literatura: CHANG et al., 1990.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
139
A figura abaixo mostra o flavonóide identificado com os respectivos sinais de
cada carbono obtidos por HSQC e HMBC e pela literatura (CHANG et al., 1990),
respectivamente.
159
,
4
114
,
5
125
,
9
120
,
4
162
,
3
103
,
1
O
OH O
OH
O
97
,
6
99
,
5
159
,
4
159
,
4
103
,
1
125
,
9
76
,
2
25
,
6
109
,
9
158
,
9
116
,
0
127
,
7
121
,
4
163
,
8
103
,
0
O
OH O
OH
O
101
,
0
99
,
5
161
,
1
161
,
1
104
,
7
127
,
2
77
,
6
27
,
8
114
,
4
FIGURA 3.78: Estrutura da flavona isolada (F1) e seus respectivos valores de RMN
13
C comparados com a literatura.
Esta flavonóide não foi isolada anteriormente das raízes do enxerto de C.
sinensis sobre C. limonia.
FIGURA 3.79: Espectro de RMN
1
H (C
3
D
6
O, 400 MHz) do flavonóide F1.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
140
FIGURA 3.80: Espectro de HSQC (C
3
D
6
O, 400 MHz) do flavonóide F1.
FIGURA 3.81: Espectro de HMBC (C
3
D
6
O, 400 MHz) do flavonóide F1.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
141
3.2.1.12. Determinação estrutural do flavonóide F2
Obteve-se 10,1 mg do flavonóide F2 nas subfrações PC2.1.3-10, PC2.1.1.1-4
e PC2.1.3.7-3. Para sua determinação estrutural analisou-se os espectros de RMN
1
H,
13
C, NOESY e HMBC, pois apenas o espectro de
1
H não foi suficiente para a
determinação do composto.
Verificou-se, primeiramente, os sinais característicos do anel pirano, ou seja,
dois dubletos em δ 6,63 (J = 10,0 Hz, 1H) e 5,50 (J = 10,0 Hz, 1H), referentes aos
hidrogênios H- 3” e H- 4” e um singleto em δ 1,45 (6H), referentes às duas metilas
equivalentes nas posições 5”e 6”.
O espectro de RMN
1
H (Figura 3.86, p.147) revelou, também, a presença de
uma hidroxila quelada em δ 12,25, indicando esta estar na posição 5, três duplo-
dubletos, um em δ 5,34 (J = 3,0Hz e 12,7Hz), referente ao H-2, outro em δ 2,80 (J =
3,0 e 17,0 Hz), referente ao H-3a e outro em δ 3,04 (J = 12,7 e 17,0 Hz), referente ao
H-3b.
A presença de dois dubletos em δ 7,32 (J = 8,5 Hz, 2H) e 6,88 (J = 8,5 Hz,
2H), respectivamente, foram atribuídos aos H-2’,6’e H-3’,5’, respectivamente. Os
hidrogênios equivalentes H-3’e H-5’ encontram-se mais blindados, devido a maior
proximidade à hidroxila.
Observou-se, ainda, a presença de uma prenila devido a alguns sinais
característicos, como um dubleto em δ 3,21 (J = 7,4 Hz, 2H), referentes a dois
hidrogênios na posição 1”’, um tripleto em δ 5,15 (J = 7,4 Hz, 1H), referente ao
hidrogênio na posição 2”’ e um singleto em δ 1,65 (6H), ou seja, referentes às duas
metilas equivalentes nas posições 4”’ e 5”’.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
142
TABELA 3.24: Dados de RMN H
1
(400 MHz) do flavanóide F2 comparados com os
dados da literatura.
H
δ
J (Hz)
δ
*
J
*
(Hz)
5-OH 12,25 (s) - 12,20 (s) -
2’e 6’ 7,32 (d) 8,5 7,28 (d) 8,5
3’e 5’ 6,88 (d) 8,5 6,84 (d) 8,5
4” 6,63 (d) 10,0 6,63 (d) 10,0
3” 5,50 (d) 10,0 5,48 (d) 10,0
2 5,34 (dd) 3,0 e 12,7 5,30 (dd) 3,3 e 12,7
3a 3,04 (dd) 12,7 e 17,0 3,03 (dd) 12,7 e 17,3
3b 2,80 (dd) 3,0 e 17,0 2,78 (dd) 3,3 e 17,3
2”’ 5,15 (t) 7,4 5,14 (t) 7,0
1”’ 3,21 (d) 7,4 3,20 (d) 7,0
4”’ e 5”’ 1,65 (s) - 1,64 (s) -
5”e 6” 1,45 (s) - 1,44 (s) -
δ
*
e J
*
são os deslocamentos químicos e constantes de acoplamento obtidos da
literatura
(SMALBERGER et al., 1974).
A posição do anel pirano e da prenila foram determinados na molécula a partir
dos experimentos realizados de RMN 2D 400 MHz.
A partir do espectro de NOESY (Figura 3.88, p.148), pode-se determinar a
estrutura da flavanona, devido a correlação entre a hidroxila quelada (em δ 12,25) e
os hidrogênios equivalentes H 4”’ e H 5”’ (em δ 1,65) e a correlação entre os
hidrogênios equivalentes H 2’ e H 6’ (em δ 7,32) e o hidrogênio H-4” (em δ 6,63).
Para que sejam observadas estas correlações, a prenila somente pode estar na
posição 6, e o anel pirano na posição 7-8 (Figura 3.82, p.143). Outras correlações
foram atribuídas para a confirmação da estrutura do flavonóide F2 e estão
demonstradas na Tabela 3.25, p.143.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
143
H
2
5
"
6
"
3
"
4
"
5
"'
2
"'
1
"'
2
'
6
'
5
'
3
'
3
H
a
H
b
O
O
O
OH
H
H
H
OH
H
4
"'
H
H
H
H
FIGURA 3.82: Correlações obtidas pelo NOESY do flavonóide F2.
TABELA 3.25: Correlações obtidas pelo espectro de NOESY do flavanóide F2.
Hidrogênios Correlação
5 – 4”’,5”’ 12,25 – 1,65
2’,6’ – 4” 7,32 - 6,63
3’,5’ – 2’,6’ 6,88 – 7,32
4” – 3” 6,63 – 5,50
3” – 5”,6” 5,50 – 1,40
2 – 3ª 5,34 – 2,80
2”’ – 4”’,5”’ 5,15 – 1,65
1”’ – 4”’,5”’ 3,21 – 1,65
3b – 3a 3,04 – 2,80
3a - 4”’,5”’ 2,80 – 1,65
3a - 3b 2,80 – 3,04
3a - 2 2,80 – 5,34
4”’,5”’ – 1”’ 1,65 – 3,21
4”’,5”’ – 2”’ 1,65 – 5,15
5”,6” – 3” 1,45 – 5,50
Fez-se também espectros de RMN C
13
(Figura 3.87, p.147) e HMBC (Figura
3.89, p.148) para a confirmação da estrutura proposta. Os dados de HMBC
correlacionam a interação entre os hidrogênios e carbonos separados por 3
ligações. Com isto a partir da análise do espectro tem-se que o hidrogênio presente
Estudo Fitoquímico do C. limonia
144
na hidroxila em δ 12,25 (H5) correlaciona-se com os carbonos em δ 155,8 (C5),
102,6 (C10). Este carbono (δ 108,6) correlaciona-se com o hidrogênio em δ 3,21
(H1”’), ou seja, com um hidrogênio da prenila, e, portanto, esta somente pode estar
na posição 6 da molécula, e o carbono em δ 108,6 corresponde ao C-6. O espectro
apresentou, ainda, a correlação do hidrogênio em δ 5,50 (H3”), o qual pertence ao
anel pirano, com o carbono em δ 102,8, sendo o C-8, confirmando a posição do anel
pirano. Com isto, a estrutura foi determinada.
5
H
O
O
O
OH
H
H
H
OH
3
2
"'
4
"
3
"
H
2
FIGURA 3.83: Correlações obtidas pelo HMBC que determina a estrutura do
flavanóide F2.
Outras correlações foram observadas no espectro de HMBC e estão
coerentes com a estrutura obtida: os hidrogênios em δ 7,32 (H2’e H6’)
correlacionam-se com os carbonos em δ 78,0 (C2), δ 127,7 (C2’e C6’), e δ 156,6
(C4’); enquanto que os hidrogênios em δ 6,88 (H3’e H5’) correlacionam-se com os
carbonos em δ 115,5 (C3’e C5’), δ 127,7 (C2’e C6’) e δ 156,5 (C4’). Já o hidrogênio
em δ 2,80 (H3a) correlaciona-se com o carbono em δ 196,4 (C4) e o hidrogênio em δ
3,04 (H3b) com o carbono em δ 196,4 (C4). Observou-se também as correlações
presentes no anel pirano, ou seja, a correlação do hidrogênio em δ 6,63 (H4”) com o
carbono em δ 78,4 (C2”); a correlação do hidrogênio em δ 5,50 (H3”) com o carbono
em δ 78,4 (C2”); e a correlação dos hidrogênios equivalentes em δ 1,45 (H5” e H6”)
com os carbonos em δ 78,4 (C2”) e δ 125,9 (C3”).
Estudo Fitoquímico do C. limonia
145
Além destas correlações citadas até o momento, pode-se também obter as
correlações referentes ao grupamento prenila. As quais foram correlação do
hidrogênio em δ 3,21 (H1”’), com os carbonos em δ 122,4 (C2”’), δ 131,0 (C3”’) e δ
159,3 (C7); a correlação dos hidrogênios equivalentes em δ 1,65 ( H4”’e H5”’) com
os carbonos em δ 122,4 (C2”’) e δ 131,0 (C3”’). Estas correlações estão melhor
representadas na Figura 3.84.
5
H
H
H
H
4
"'
O
O
O
OH
H
H
H
OH
H
H
b
H
a
3
3
'
5
'
6
'
2
'
1
"'
2
"'
5
"'
4
"
3
"
6
"
5
"
H
2
FIGURA 3.84: Correlações obtidas pelo HMBC do flavanóide F2.
Os carbonos foram atribuídos de acordo com as correlações obtidas nos
experimentos para a Lupinifolina.
O
O
OH
H
OH
O
3
3
'
5
'
6
'
2
'
3
"
4
"
FIGURA 3.85: Estrutura da Lupinifolina.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
146
Então, seguem-se os carbonos e seus respectivos deslocamentos químicos
(em δ, ppm) presentes no espectro e na molécula: C2-78,0; C3-43,2; C4-196,4; C5-
155,8; C6-108,6; C7-159,3; C8-102,8; C9-159,8; C10-102,6; C1’-131,0; C2’-127,7;
C3’-115,5; C4’-156,5; C5’115,4; C6’-127,7; C2”-78,4; C3”-125,9; C4”-115,6; C5”-
28,4; C6”-28,3; C1”’-21,4; C2”’-122,4; C3”’-131,0; C4”’-25,7; C5”’-25,7.
Com todos estes dados e valores atribuídos conclui-se que a flavanona
isolada é realmente a proposta, e não há dados referentes a ela na literatura, sendo
inédita.
O espectro de RMN
1
H da fração F11.4 possui valores de deslocamento
químico muito próximos ao da fração F8.10, podemos portanto dizer que ambas
referem-se a mesma flavanona. Se a flavanona da fração F11.4 possui o anel pirano
nas posições 7 e 8 e o grupo prenila na posição 6, sendo assim diferente da F8.10,
os espectros de RMN
1
H não apresentariam todos os deslocamentos químicos muito
próximos, haveria alguns em valores distintos.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
147
FIGURA 3.86: Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 400 MHz) do flavonóide F2.
FIGURA 3.87: Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 400 MHz) do flavonóide F2.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
148
FIGURA 3.88: Espectro de NOESY (CDCl
3
, 400 MHz) do flavonóide F2.
FIGURA 3.89: Espectro de HMQC (CDCl
3
, 400 MHz) do flavonóide F2.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
149
Realizou-se o experimento de massas para o composto F2, para que se
obtivesse uma melhor comprovação de sua estrutura (Figura 3.90).
A partir do espectro obtido, verificou-se o pico do íon molecular em m/z 407, o
qual era esperado uma vez que a flavanona proposta possui massa molecular 406
g/mol e que o mecanismo de ionização utilizado neste experimento foi ionização
química [M+H]
+
. Como o intuito era apenas comprovar a substância proposta,
realizou-se apenas o experimento de full–scan para determinar a massa molecular.
E, pode-se concluir que a flavanona isolada é realmente a 5,4’-diidróxi-6-(3”’-metil-
2”’-butenil)-2”,2”-dimetilpirano(5’’,6’’-7,8)flavanona proposta anteriormente.
FIGURA 3.90: Espectro de massas do flavonóide F2.
20/05/04
200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520 540
m/z
0
100
%
PatriciaverardiPC832 102 (1.551) Scan AP+
2.01e7
359. 6
331.5
313. 5
267.3
239. 6
229.3
285.3
303.5
313. 7
331.8
341.6
341. 8
359.8
381.6
507.7
407. 5
Estudo Fitoquímico do C. limonia
150
3.2.1.13. Determinação estrutural dos Esteróides E1, E2 e E3
Os fitoestereóides, por apresentarem propriedades físico-químicas
semelhantes, normalmente estão presentes em uma mistura de difícil separação. Os
mais comuns são β-sitosterol, campesterol e estigmasterol. Isolou-se 3,5 mg da
mistura destes três compostos a partir do extrato dicloro-hexânico da raiz de C.
limonia. Para tal identificação, realizou-se experimentos de RMN 1D (
1
H e
13
C) e
cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-MS) e comparou-
se os dados com a literatura (ALAM, 1996).
A análise do espectro de RMN
1
H (Figura 3.96, p.154) mostrou um dubleto
largo em δ 5,34, com constante de acoplamento de 5,04 Hz, o qual corresponde ao
sinal do hidrogênio olefínico ligado ao carbono 6; o multipleto em δ 3,51 corresponde
ao sinal do hidrogênio ligado ao carbono 3; e os sinais em δ 0,65 - δ 2,30 referem-se
aos sinais dos hidrogênios ligados aos carbonos metílicos, metilênicos e metínicos.
Estes sinais confirmam a presença do β-sitosterol.
A presença do estigmasterol foi caracterizada pelos sinais de dois duplo
dubletos, em δ 5,03, com J = 15,4 Hz e J = 8,0 Hz, referente ao hidrogênio ligado ao
carbono olefínico da posição 23; e em δ 5,11, com J = 15,4 Hz e J = 8,0 Hz,
correspondente ao hidrogênio ligado ao carbono olefínico da posição 22.
O espectro de RMN
13
C (Figura 3.97, p.154) mostrou um sinal em δ 71,9
referente ao carbono carbinólico da posição 3; dois sinais em δ 143,4 e δ 122,2,
correspondentes aos carbonos 5 e 6, respectivamente; e dois sinais em δ 129,2 e δ
138,4 referentes aos carbonos 23 e 22, respectivamente. Estes sinais comprovam a
presença do Sitosterol e do Estigmasterol, portanto, foi necessário a análise por
CG/EM para verificar se havia apenas estes dois compostos na mistura, ou se havia
ainda a presença de outros esteróides.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
151
TABELA 3.26: Dados obtidos de RMN
13
C (200 MHz) da mistura de Sitosterol,
Estigmasterol e Campesterol em comparação com a literatura.
Posição
δ
13
C δ*
13
C
1 37,2 37,2
2 33,8 33,9
3 71,9 72,9
4 39,3 39,7
5 143,4 140,3
6 122,2 122,1
7 31,7 31,9
8 30,8 31,8
9 50,5 50,1
10 36,4 36,1
11 20,4 21,2
12 40,1 40,4
13 42,1 42,3
14 56,6 56,7
15 24,6 24,2
16 28,5 28,2
17 56,2 56,0
18 11,9 11,9
19 19,6 19,3
20 36,7 36,7
21 18,8 18,7
22 138,4 138,2
23 129,2 129,3
24 29,5 29,1
25 31,9 31,8
26 19,7 19,8
27 19,2 19,0
28 23,6 23,0
29 12,2 11,8
Literatura: ALAM, 1996.
Estudo Fitoquímico do C. limonia
152
A rampa utilizada para a obtenção do cromatograma foi 100-1-7-250-20. O
cromatograma obtido apresentou 3 picos intensos (Figura 3.91), e a partir dos
espectros de massas correspondentes de cada pico (Figura 3.92, 3.93 e 3.94, p.
153), pode-se confirmar que os esteróides em mistura referem-se ao Sitosterol (E1),
Estigmasterol (E2) e Campesterol (E3).
FIGURA 3.91: Cromatograma da mistura dos três esteróides (E1, E2 e E3).
FIGURA 3.92: Espectro de Massas do esteróide E1.
FIGURA 3.93: Espectro de Massas do esteróide E2.
E3
E2
E1
Estudo Fitoquímico do C. limonia
153
FIGURA 3.94: Espectro de Massas do esteróide E3.
Abaixo, encontra-se ilustrado os três esteróides identificados em mistura.
5
29
28
27
26
25
24
23
2221
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
64
3
2
1
(E2)
(E1)
HO
HO
HO
(E3)
FIGURA 3.95: Estruturas químicas do Sitosterol (E1), Estigmasterol (E2) e
Campesterol (E3).
Estudo Fitoquímico do C. limonia
154
FIGURA 3.96: Espectro de RMN
1
H (CDCl
3
, 200 MHz) dos esteróides E1, E2 e E3.
FIGURA 3.97: Espectro de RMN
13
C (CDCl
3
, 200 MHz) dos esteróides E1, E2 e E3.
4. CAPÍTULO 2:
ENSAIOS BIOLÓGICOS
Ensaios biológicos
156
4.1. Ensaios Bactericidas contra a Xylella fastidiosa
Os ensaios foram realizados no Centro APTA Citros ‘Sylvio Moreira’, situado
na cidade de Cordeirópolis - S.P., com a colaboração da professora Dr
a
. Alessandra
Alves de Souza. Utilizou-se meio PW líquido para o cultivo da bactéria e realizou-se
experimentos com a bactéria no início da fase estacionária (após 10 dias de
crescimento) e exponencial (após 5 dias de crescimento). A solução preparada
contendo bactéria e substância ensaiada foi plaqueada em Placas de Petri contendo
meio PW sólido. A avaliação da inibição do crescimento bacteriano foi realizada
visualmente. A concentração mínima inibitória (MIC) foi considerada quando, no
máximo, uma colônia foi obtida após plaqueamento da cultura não diluída.
4.1.1 Procedimento Experimental
4.1.1.1. Preparação dos meios de cultivo
Inicialmente, preparou-se o meio de cultura PW (líquido e sólido) para a X.
fastidiosa, segundo o protocolo de Davis et al., 1981 (Tabela 4.1). Adicionou-se a
quantidade específica de cada reagente de acordo com a quantidade total de meio
necessário.
TABELA 4.1: Reagentes e suas concentrações necessárias para preparar um
determinado volume do meio PW.
P/ 1000 mL
Meio
P/ 200 mL
Meio
P/ 150 mL
Meio
P/ 100 mL
Meio
Phytone peptone 4,00 g 0,80 g 0,60 g 0,40 g
Trypticase peptone 1,00 g 0,20 g 0,15 g 0,10 g
Hemin chloride (0,1%)
*
10,00 mL 2,00 mL 1,50 mL 1,00 mL
Phenol red (0,2%)
**
10,00 mL 2,00 mL 1,50 mL 1,00 mL
K
2
HPO
4
1,20 g 0,24 g 0,18 g 0,12 g
KH
2
PO
4
1,00 g 0,20 g 0,15 g 0,10 g
MgSO
4
.H
2
O 0,40 g 0,08 g 0,06 g 0,04 g
Agar 12,00 g 2,40 g 1,80 g 1,20 g
H
2
O destilada 800 mL 164 mL 125 mL 92 mL
Ensaios biológicos
157
Preparou-se Phenol Red 0,2% a partir da adição de 0,2 g de Phenol Red e 10
gotas de NaOH 20% em 100 mL de H
2
O; e Hemin Cloride 0,1% a partir da adição de
0,1 g Hemin Cloride (Sigma H-1652) e 0,2 g NaOH em 100 mL H
2
O. Os outros
reagentes foram obtidos comercialmente. Autoclavou-se a mistura por 20 minutos a
120
o
C e adicionou-se Glutamina 4% e BSA 10% esterelizado.
Foi necessária uma grande quantidade de meio líquido e sólido para a
realização dos experimentos, portanto, preparava-se 1000 mL de cada um toda vez
que realizava-se os ensaios.
Preparação de 1000 mL de meio sólido:
Em um frasco grande, adicionou-se, primeiramente, 500 mL de H
2
O destilada.
Em seguida, colocou-se 4,0 g de Phytone peptone (BBL 4311906), 1,0 g de
Trypticase peptone (BBL 4311921), 1,2 g de K
2
HPO
4
, 1,0 g de KH
2
PO
4
, 0,4 g de
MgSO
4
.H
2
O e 12,0 g de Ágar. Então, sob agitação mecânica, adicionou-se 10 mL de
Hemin chloride (0,1%) e 10 mL de Phenol red (0,2%), após a solução ter ficado
homogênea completou-se até 800 mL com água destilada. Colocou-se o meio para
autoclavar e, enquanto isso, preparou-se a solução de BSA e Glutamina.
Para o preparo da Glutamina 4% adicionou-se em um erlenmeyer 4 g de
Glutamina (Sigma G-5763) e 100 mL de H
2
O autoclavada e deixou-o sob agitação
até que todo reagente se dissolvesse. Para o BSA, adicionou-se em outro
erlenmeyer 6 g de BSA fração V (Sigma A-9418) e 100 mL de H
2
O autoclavada e
deixou-se em banho-maria (50-55
0
C) até que todo reagente se dissolvesse. Após
autoclavado o meio sólido, resfriou-se um pouco e depois inseriu-se o BSA e a
Glutamina através de um filtro. Por fim, verteu-se o meio em placas de Petri com
meio PW sólido e deixou-as aberta por alguns minutos para que o vapor liberado
evaporasse. Não se pode resfriar muito o meio sólido antes de verter, pois este
solidifica rapidamente. Fechou-se as placas e vedou-as. (1000 mL de meio resultou
em aproximadamente 23 placas de Petri).
Preparação de 1000 mL de meio líquido:
Os reagentes utilizados para se preparar o meio líquido foram os mesmos
utilizados para preparar o meio sólido, porém no meio liquido não se usa o Ágar,
Ensaios biológicos
158
pois é este o responsável por “solidificar” o meio. O procedimento realizado foi
semelhante, porém em vez de autoclavar em um único frasco como no meio sólido,
dividiu-se a solução em 10 erlenmeyer contendo 80 mL e depois que todos foram
autoclavados, adicionou-se 10 mL de BSA e 10 mL de Glutamina em cada
erlenmeyer.
Ambos meios são preparados com o máximo de cautela, toda vidraria usada
é autoclavada, o meio é autoclavado, e toda preparação do meio é executada dentro
de um fluxo próprio e próximo ao fogo, uma vez que este meio é facilmente
contaminável devido ser um meio rico e não conter nenhum antibiótico que possa
matar os outros microrganismos, exceto a X. fastidiosa. No entanto, o meio líquido é
mais facilmente contaminado que o meio sólido, pois há um maior mauseio e
transferência de vidrarias. Após este procedimento os meios ficaram sob
“quarentena”, que na verdade são apenas alguns dias (aproximadamente 14 dias)
para verificar se não houve contaminação. O meio líquido foi utilizado para cultivar a
bactéria, enquanto que o meio sólido foi utilizado para plaquear a solução contendo
meio X. fastidiosa e a substância a ser ensaiada e, portanto, verificar se a bactéria
se desenvolveu com a substância em questão.
Preparados os meios de cultivo, colocou-se a bactéria para crescer no meio
líquido. Nos primeiros dias, a bactéria se encontra na fase exponencial, nesta fase a
bactéria está em estado de multiplicação celular. Aproximadamente no décimo dia,
a bactéria encontra-se no início da fase estacionária, ou seja, é neste estágio que a
bactéria está mais resistente, pois está em sua maior população. A partir deste
estágio, ela pára de se multiplicar e conseqüentemente começa a morrer.
4.1.1.2. Ensaios das Substâncias contra Xylella fastidiosa
Os experimentos foram realizados utilizando-se a bactéria no início da fase
estacionária, e com o decorrer dos mesmos utilizou-se a bactéria na fase
exponencial para comparação dos resultados.
Primeiramente, preparou-se a solução estoque (5 mg/mL) das substâncias a
serem ensaiadas utilizando-se como solvente DMSO:H
2
O (1:1). Calculou-se a
quantidade de solução estoque necessária para a obtenção da concentração final
utilizando-se 100 µL da bactéria.
Ensaios biológicos
159
Ci.Vi = Cf.Vf
Ci.Vi = Cf. (0,1+Vi)
5,0 mg/mL. Vi = 0,4 mg/mL . (0,1 mL + Vi)
Vi = 8,7 µL Para uma concentração de 0,4 mg/mL deve-se usar
8,7 µL da solução estoque (5,0 mg/mL)
Ci.Vi = Cf. (0,1+Vi)
5,0 mg/mL. Vi = 2,0 mg/mL . (0,1 mL + Vi)
Vi = 67,0 µL Para uma concentração de 2,0 mg/mL deve-se usar
67,0 µL da solução estoque (5,0 mg/mL)
Os cálculos para as outras concentrações foram semelhantes ao descrito
acima e estão indicados na Tabela 4.2.
TABELA 4.2: Volumes retirados da solução estoque e a correspondente
concentração final.
Volume Solução Estoque (µL)
Concentração ensaiada (mg/mL)
8,7 0,4
25,0 1,0
31,6 1,2
35,0 1,3
39,0 1,4
43,0 1,5
47,0 1,6
51,0 1,7
56,0 1,8
67,0 2,0
Então retirou-se uma alíquota correspondente da solução estoque e colocou-a
em um poço da placa contendo 100 µL da bactéria em meio líquido (Figura 4.1).
Ensaios biológicos
160
Deixou-se as substâncias e bactéria em contato por 24 horas na BOD (Biological
Oxigen Demand).
1 2 3 4 5 6
FIGURA 4.1: Placa com a solução de X. fastidiosa e as substâncias ensaiadas nas
diferentes concentrações.
Após este período, plaqueou-se 100 µL destas soluções em placas de Petri e
colocou-as na BOD. A partir de 15 dias observou-se se a bactéria cresceu na
concentração correspondente ou se esta foi inibida (Figura 4.2, p.161). Quando a
bactéria foi totalmente inibida determinou-se a MIC para a substância ensaiada.
Os experimentos foram feitos em triplicata, para obtenção de um resultado
confiável e reprodutível. Em todos os experimentos fez-se o branco, ou seja,
colocou-se em um poço o solvente (DMSO:H
2
O - 1:1), a bactéria e depois plaqueou-
se, para verificar se o solvente não inibia o desenvolvimento desta última. Em outro
poço adicionou-se apenas a bactéria e plaqueou-se para confirmar a viabilidade
celular.
A
B
C
D
Ensaios biológicos
161
a b
FIGURA 4.2: a- Placas de Petri com as substâncias ensaiadas (Xantiletina, Seselina,
Limonia e Flavona 1, nas concentrações de 1000 µg/mL) e o controle; b- Placas de
Petri com a Xantiletina nas concentrações 1000, 500 e 300 µg/mL, respectivamente.
Quando há inibição da bactéria, além de não aparecerem colônias das
mesmas, a placa permanece amarelada e não se torna vermelha como no caso em
que cresce a bactéria, pois não há uma mudança do pH do meio. Quando se altera o
pH do meio, a cor amarelada passa a avermelhada. Então, por exemplo, a partir das
placas mostradas na Figura 4.2, pode-se verificar que nas concentrações de 1
mg/mL, todos os compostos ensaiados inibiram a bactéria, exceto o controle.
Iniciou-se os experimentos utilizando-se uma ampla faixa de concentração de
0,1 µg/mL a 500,0 µg/mL da substância, uma vez que não havia descrito na
literatura ensaios de substâncias isoladas de produtos naturais frente a X. fastidiosa.
A partir dos resultados obtidos foi alterando-se as concentrações (aumentando e
diminuindo) até a determinação da MIC de cada substância. Toda a metodologia
empregada no ensaio biológico está representada na Figura 4.3, p. 162.
Ensaios biológicos
162
FIGURA 4.3: Fluxograma da metodologia empregada nos ensaios bactericida contra
X. fastidiosa.
Bactéria
Meio PW líquido
Fase Exponencial ou
Estacionária
Biofilme e
Planctônico
Substância
A
B
C
D
B
B
.
.
O
O
.
.
D
D
.
.
+
Placas de Petri
Meio PW sólido
Ensaios biológicos
163
4.1.2. Resultados e Discussões
4.1.2.1 Ensaios contra Xylella fastidiosa em diferentes fases de
crescimento
Não há atualmente um método eficaz e comercial disponível para o controle da
bactéria X. fastidiosa, agente causal da Clorose Variegada dos Citros (CVC) e de
outras doenças, como por exemplo, a Doença de Pierce. Esta bactéria tem causado
enormes prejuízos tanto para a citricultura brasileira, como para outras diversas
culturas distribuídas mundialmente.
Iniciou-se, então, estudos para a obtenção de substâncias naturais com alto
potencial bactericida, as quais não são agressoras ao meio ambiente e ao ser
humano. No entanto, não há dados na literatura sobre ensaios contra X. fastidiosa
com substâncias naturais, então, primeiramente ensaiou-se substâncias que
estavam disponíveis em grande quantidade e que são fáceis de se isolar, caso fosse
necessário posteriormente mais quantidade das mesmas para os ensaios.
A X. fastidiosa é uma bactéria de difícil cultivo em meios. O meio ideal para seu
crescimento é rico em nutrientes, e por isto é facilmente contaminado por demais
microrganismos, como fungo, o que dificulta os ensaios. Um trabalho citado na
literatura (Campanharo, et.al., 2003) compara o crescimento da bactéria em
diferentes meios e demonstra que, independente deste, a X. fastidiosa possui três
fases de crescimento: Fase lag, na qual bactéria ainda não se multiplica; Fase log
(exponencial), onde a bactéria se multiplica, aumentando sua população; e Fase
estacionária, na qual a bactéria pára de se multiplicar. Nos ensaios realizados foi
utilizada a bactéria cultivada em meio PW líquido; a partir da Figura 4.4, p. 164,
verifica-se que, para este meio, a bactéria nas primeiras 24 horas de crescimento
encontra-se na Fase lag; do 1º ao 10º dia na Fase log e a partir do 10º dia na Fase
estacionária.
Ensaios biológicos
164
FIGURA 4.4: Crescimento de X. fastidiosa em diferentes meios líquidos: A) Medida
da concentração total de proteína, B) Medida por Densidade ótica (OD) a A600 nm.
(Fonte: )
4.1.2.1.1. Ensaios contra a Xylella fastidiosa no início da Fase
Estacionária
Os primeiros ensaios foram realizados utilizando-se quatro substâncias: um
flavonóide - 3’,4’,5’,5,7-pentametoxiflavona (Flavona 1), um limonóide (Limonina),
duas cumarinas (Xantiletina e Seselina); e a bactéria no início da Fase Estacionária
(10 dias de crescimento após inoculação). Estas substâncias são facilmente obtidas
por métodos de extrações convencionais, e além disto, as duas cumarinas foram
isolados em grande quantidade do C. limonia, o qual é resistente a CVC, como
comentado na introdução. Ou seja, é um indício que estes compostos possam
apresentar alguma atividade inibitória considerável frente a X. fastidiosa e estarem
Fase la
g
Fase lo
g
Fase estacionária
Ensaios biológicos
165
contribuindo possivelmente com a resistência à bactéria. O limonóide foi isolado em
grande quantidade do enxerto de C. sinensis sobre C. limonia e o flavonóide,
embora não isolado deste último, apresenta grande semelhança estrutural com os
flavonóides isolados da parte superior desta planta. Com isto, os ensaios
preliminares foram realizados utilizando-se substâncias isoladas (ou semelhantes às
isoladas) de Citrus.
Realizou-se ensaios com diversas concentrações das substâncias, as quais
estão descritas na Tabela 4.3, até que a bactéria fosse totalmente inibida.
TABELA 4.3: Colônias observadas nas diferentes concentrações de substâncias
ensaiadas contra X. fastidiosa na Fase Estacionária.
C mg/mL Flavona 1 Limonina Xantiletina Seselina
0,001 +++ ++ ++ ++
0,005 +++ ++ ++ ++
0,010 +++ + ++ ++
0,015 +++ + + ++
0,020 ++ ++ + ++
0,050 +++ ++ + N
0,400 ++ ++ + +
0,500 + + + +
0,600 + + +* +
0,700 X X N +
0,800 X X N +
0,900 X X +* N
1,000 + + - +
1,100 X X - +
1,200 + + - +
1,300 X X - N
1,400 - + - -
1,500 - X - -
1,600 - - - -
1,700 X - X X
Ensaios biológicos
166
TABELA 4.3: Colônias observadas nas diferentes concentrações de substâncias
ensaiadas contra X. fastidiosa na Fase Estacionária - Continuação.
1,800 - - - -
2,000 - - - -
4,000 N - - -
+++: Crescimento intenso, semelhante ao controle; ++: Redução parcial do crescimento; +: Redução
do crescimento, visualização de colônias isoladas; +
*
: Redução quase total de crescimento; -: Não
cresceu bactéria; N: não determinado, X: não foi realizado experimento.
A partir destes resultados pode-se determinar a MIC de cada substância
(Figura 4.5):
O
H
H
O
O
O
O
O
O
O
MeO
O
O
OMe
OMe
OMe
OMe
Flavona 1: MIC = 1,4 mg/mL Limonina: MIC = 1,6 mg/mL
OOO OOO
Xantiletina: MIC = 1,0 mg/mL Seselina: MIC = 1,4 mg/mL
FIGURA 4.5: MIC da 3’,4’,5’,5,7-pentametoxiflavona (Flavona 1), Limonina,
Xantiletina e Seselina contra a X. fastidiosa no início da Fase Estacionária.
Ensaios biológicos
167
4.1.2.1.2. Ensaios contra Xylella fastidiosa na Fase Exponencial e
no início da Fase Estacionária
Os ensaios iniciais foram realizados com a bactéria no início da Fase
Estacionária, pois é citado na literatura que é nesta fase que a bactéria encontra-se
em maior densidade celular e por isto mais resistente. Então seria interessante a
inibição da bactéria nesta fase, pois a MIC determinada seria suficiente para inibir a
bactéria em qualquer uma das fases. No entanto, resolveu-se fazer os ensaios em
ambas as fases para verificar se as mudanças nas MICs são discrepantes ou
discretas. As concentrações utilizadas para o experimento foram 0,5, 0,6, 1,0 e 2,0
mg/mL.
Antes de iniciar o experimento, mediu-se o OD
600nm
de cada meio para
verificar qual a fase em que as bactérias se encontravam em cada meio. Um meio
apresentou OD
600nm
igual a 0,080 (Meio 1), e o outro OD
600nm
igual a 0,281 (Meio 2).
Comparando-se os dados com a literatura, verifica-se que no primeiro meio as
bactérias encontram-se na Fase Exponencial (5 dias após a inoculação) e no
segundo elas estão no início da Fase Estacionária (10 dias após a inoculação). Fez-
se então os experimentos (Figura 4.6, p.168) utilizando-se primeiramente a bactéria
na Fase Exponencial (Meio 1) e posteriormente no início da Fase Estacionária (Meio
2).
Ensaios biológicos
168
1 2 3 4 5 6
FIGURA 4.6: Concentrações utilizadas, em mg/mL, no experimento para
comparação das fases de crescimento da X. fastidiosa.
Obteve-se o seguinte resultado nas placas (Tabela 4.4):
TABELA 4.4: Colônias observadas com a X. fastidiosa na Fase Exponencial e no
início da Fase Estacionária.
C mg/mL
(Fase Exponencial)
C mg/mL
(Fase Estacionária)
Substância
Ensaiada
0,5 0,6 1,0 2,0 0,5 0,6 1,0 2,0
Flavona 1
+ N + - + + +
*
-
Limonina
N N N - + + + -
Xantiletina
+ + + - + +
*
- -
Seselina
+ + + - + + - -
+: Redução do crescimento, visualização de colônias isoladas; +
*
: Redução quase total de
crescimento; -: Não cresceu bactéria; N: não determinado.
Pode-se verificar que os resultados são relativamente próximos e que,
portanto não há diferenças discrepantes entre as duas fases. No entanto, é mais
interessante realizar os ensaios com a Fase Exponencial, já que o tempo necessário
A
B
C
D
F
0,5
L
0,5
X
0,5
S
0,5
F
0,6
L
0,6
X
0,6
S
0,6
F
1,0
L
1,0
X
1,0
S
1,0
F
2,0
L
2,0
X
2,0
S
2,0
Controle
Ensaios biológicos
169
para que a bactéria atinja esta fase é menor (5 dias) do que o necessário para atingir
o início da Fase Estacionária (10 dias), ou seja, consegue-se fazer um número maior
de ensaios em um tempo menor, o que torna o experimento mais prático. A partir
destes dados começou-se a realizar os experimentos utilizando-se apenas a Fase
Exponencial.
4.1.2.1.3. Ensaios contra a Xylella fastidiosa na Fase Exponencial
Continuou-se os ensaios com diferentes substâncias visando obter compostos
cada vez mais potentes, por isto utilizou-se uma ampla variedade das mesmas
pertencentes a diversas classes, como cumarinas, flavonóides, limonóides, porém
todas isoladas de diferentes plantas da família Rutaceae, uma vez que esta família
possui uma gama de compostos com atividades biológicas. Realizou-se ensaios
com substâncias: Odoratol (ODL), Azadirachtina (AZ), Hesperidina (HS), Ácido
Anacárdico (AC), Rauianina (RAU), 3’-(1’,1’-dimetilalil)-isoescopoletina (C1),
metiléter-graveliferona (C2), 7,8,3’,4’-tetrametóxi-6,5-(2’’,2’’-dimetilpirano)flavona
(FLA2), Catequina (CAT), Gedunina (GED) e Odoratona (ODN). O resultado obtido
está ilustrado na Tabela 4.5.
TABELA 4.5: Colônias observadas nas diferentes concentrações de substâncias
ensaiadas contra X. fastidiosa na Fase Exponencial.
C mg/mL ODL AZ HS AC RAU C1 C2 FLA2 CAT GED ODN
0,4 + + + X + + + + N + N
1,0 + N N X + + + + - + +
1,1 X X X X X X X X - + -
1,2 X X X X + X X +* - +* -
1,3 X X X X + X X - N - -
1,4 X X X X +* X X N - - -
1,5 X X X X - X X X X - -
1,6 - + +* + - + N - - - -
1,7 - X + - X X X X X X X
1,8 N X N N X X X X X X X
2,0 - X - N - + N - - - -
+: Redução do crescimento, visualização de colônias isoladas; +
*
: Redução quase total de
crescimento; -: Não cresceu bactéria; N: não determinado, X: não foi realizado experimento.
Ensaios biológicos
170
Com estes experimentos, determinou-se a MIC de algumas substâncias e
verificou-se para outras que a MIC está muito maior que a última concentração
ensaiada (Figura 4.7), não sendo interessante determiná-lo, pois deseja-se obter
MIC cada vez menores, ou seja, substâncias com maiores potenciais de inibição
contra X. fastidiosa.
OH O
OH
OOO
O
O
Ácido Anacárdico: MIC = 1,7 mg/mL Raunina: MIC = 1,5 mg/mL
OO
HO
MeO OOMeO
C1: MIC = 2,0 mg/mL C2: MIC = 2,0 mg/mL
rha-glyO
O
O
OH
OCH
3
OH
O
O
O
O
O
H
H
OAc
Hesperidina: MIC = 2,0 mg/mL Gedunina: MIC = 1,3 mg/mL
Ensaios biológicos
171
O
OH
OH
OH
OH
HO
O
O
OCH
3
CH
3
O
OCH
3
OCH
3
O
Catequina: MIC = 1,0 mg/mL Flavona 2: MIC = 1,3 mg/mL
O
OH
OH
H
HO
O
OH
OH
O
Odoratol: MIC = 1,8 mg/mL Odoratona: MIC = 1,1 mg/mL
Azadirachtina: MIC >> 1,6 mg/mL
FIGURA 4.7: MIC do Ácido Anacárdico, Rauanina, 3’-(1’,1’-dimetilalil)-
isoescopoletina (C1), metiléter-graveliferona (C2), Hesperidina, Odoratol, Catequina,
7,8,3’,4’-tetrametóxi-6,5-(2’’,2’’-dimetilpirano) flavona (Flavona 2), Gedunina,
Odoratona, Azadirachtina,ensaiadas contra a X. fastidiosa na Fase Exponencial.
OO
AcO
O
OH
CH
3
OOC
O
OH
CH
3
OOC
O
OH
O
O
Ensaios biológicos
172
Ao total foram determinados as MICs de 15 substâncias, todos estão listados
em ordem crescente na Tabela 4.6. As substâncias que apresentaram uma menor
MIC, ou seja, um maior potencial inibitório foram a Xantiletina e a Catequina.
TABELA 4.6: MICs das substâncias ensaiadas frente a X. fastidiosa.
Substância Ensaiada MIC (mg/mL)
Xantiletina 1,0
Catequina 1,0
Odoratona 1,1
Gedunina 1,3
7,8,3’,4’-tetrametóxi-6,5-(2’’,2’’-
dimetilpirano) flavona
1,3
Seselina 1,4
3’,4’,5’,5,7-pentametoxiflavona 1,4
Raunina 1,5
Limonina 1,6
Ácido Jasmônico 1,7
Odoratol 1,8
Hesperidina 2,0
3’-(1’,1’-dimetilalil)-isoescopoletina
2,0
Metiléter-graveliferona
2,0
Azadirachtina
>> 1,6
Ensaios biológicos
173
4.2. Ensaios biológicos de inibição da enzima Xylellaina
O genoma completo da X. fastidiosa foi publicado recentemente (SIMPSON et
al., 2000). Analisando o genoma pose-se identificar um gene que codifica uma,
ainda não caracterizada, cisteíno protease (MW de aprox. 30 kDa), similar à
papaína, talvez envolvida na patogenicidade da X. fastidiosa. A expressão
recombinante e purificação desta proteína, a qual denominou-se “Xylellaina”, foram
realizadas no laboratório de Biologia da UFSCar (Figura 4.8). Testes de atividade
utilizando substratos fluorescentes e inibidores específicos para cisteíno proteases
foram realizados e mostraram que a proteína é realmente uma cisteíno protease. A
Xylellaina recombinante é mais ativa em pHs ácidos, dependente de Dithioerythritol
(DTE) ou Dithiothreito (DTT) e foi eficientemente inibida por E-64 e cistatinas. Desde
que cisteíno proteases são utilizadas por patógenos para invasão de plantas, talvez
a inibição da Xylellaina possa ser uma boa opção para prevenir a invasão da planta
pela X. fastidiosa.
FIGURA 4.8:
Análise da expressão e purificação da proteína Xylellaina em E. coli:
Purificação da Xylellaina por cromatografia de afinidade em resina de níquel. A seta
indica a proteína expressa.
Ensaios biológicos
174
Foram realizados alguns ensaios de compostos naturais contra a Xylellaina e
verificou-se que a cumarina Xantiletina, a qual é encontrada em grande quantidade
nas raízes de C. limonia, inibiu a atividade da enzima em 80% a uma concentração
de 3 µg/mL. A pirano cumarina angular 5-metóxi-seselina mostrou-se um pouco
menos ativa, inibindo a atividade da enzima em 70% a uma concentração de
5µg/mL. A isopimpinellina, mostrou-se um inibidor fraco, com um valor de 40% a
uma concentração de 5 µg/mL (Figura 4.9).
OOO
OOO
OMe
OOO
OMe
OMe
xantiletina 5-metóxi-seselina isopimpenellina
FIGURA 4.9: Algumas das substâncias ensaiadas frente a enzima Xylellaina.
Estes resultados indicam que as cumarinas, principalmente as
piranocumarinas, possuem uma boa atividade frente a enzima da X. fastidiosa, e isto
também foi observado nos ensaios realizados frente a bactéria, onde esta classe de
substâncias foram as que apresentaram um melhor potencial inibitório. A cumarina
Xantiletina foi a substância ensaiada que apresentou maior potencial inibitório frente
a bactéria X. fastidiosa e sua enzima Xylellaina.
5. CAPÍTULO 3:
INTERAÇÃO PLANTA –
XYLELLA FASTIDIOSA
ONCOMETOPIA FACIALIS
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
176
5.1 Experimento Interação Planta - Cigarrinha
O estudo da interação Planta - Cigarrinha foi realizado a partir de plantas
enxertadas C. sinensis sobre C. limonia e cigarrinhas da espécie Oncometopia
facialis, uma vez que estas plantas são suscetíveis a CVC e estas cigarrinhas são
transmissores da doença.
5.1.1. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
O experimento consistiu na análise dos óleos essenciais e dos constituintes
voláteis da planta com e sem a presença de cigarrinhas para verificar se haveria
uma resposta química da planta frente ao vetor da X. fastidiosa. Foram feitas três
condições diferentes de análise:
condição 1 – planta sem ter sido submetida às cigarrinhas
condição 2 – planta com cigarrinhas
condição 3 – planta após removida as cigarrinhas
Realizou-se o seguinte experimento em triplicata, para maior confiabilidade e
reprodutibilidade dos resultados:
Partiu-se de 6 amostras de plantas enxertadas;
Extraiu-se os óleos essenciais de três plantas (a1, a2 e a3);
Extraiu-se os constituintes voláteis das outras três (b1, b2 e b3);
Colocou-se as cigarrinhas em contato com estas três últimas (b1, b2 e b3) e
extraiu-se os voláteis em diferentes intervalos de tempo, visando observar se o
tempo de permanência das cigarrinhas altera os voláteis da planta:
condição 2a: Extração logo após a inserção das cigarrinhas
condição 2b: Extração 24 horas após a inserção das cigarrinhas
condição 2c: Extração 48 horas após a inserção das cigarrinhas
Removeu-se as cigarrinhas destas três plantas (b1, b2 e b3), extraiu-se os
voláteis em diferentes intervalos de tempo:
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
177
condição 3a: Extração logo após a remoção das cigarrinhas
condição 3b: Extração 24 horas após a remoção das cigarrinhas
condição 3c: Extração 48 horas após a remoção das cigarrinhas
Por fim, extraiu-se os óleos essenciais das plantas (b1, b2 e b3), após 24
horas da última extração dos voláteis, ou seja, 72 horas após a remoção das
cigarrinhas.
ESQUEMA 5.1: Etapas desenvolvidas no experimento interação planta-cigarrinha.
Para a realização da extração dos voláteis foi necessário, inicialmente,
determinar a condição ideal de análise. Portanto, otimizou-se alguns parâmetros,
como a fibra ideal para a extração dos voláteis, o tempo ideal de exposição da
mesma e a injeção de hidrocarbonetos conhecidos para posterior identificação dos
compostos.
6 plantas
C. sinensis sobre C. limonia
3 plantas (a1,a2 e a3)
Óleo essencial -
Condição 1
3 plantas (b1,b2 e b3)
Headspace –
Condição 1
3 plantas com cigarrinhas
Headspace –
Condição 2
3 plantas retirada cigarrinhas
Headspace –
Condição 3
3 plantas
Óleo essencial -
Condição 3
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
178
5.1.1.1. Determinação da Fibra Ideal
Foram testadas três tipos de fibra: CW/DVB – Carbowax Divinilbenzeno 65
µm (laranja), PDMS/DVB – Polimetilsiloxano Divinilbenzeno 65 µm (azul), e
CAR/PDMS - Carboxen Polimetilsiloxano 75 µm (preta). Condicionou-as antes de
iniciar o experimento em um cromatógrafo a gás utilizando condições específicas
catalogadas para cada fibra (Tabela 5.1).
TABELA 5.1: Condições de condicionamento para as fibras utilizadas.
Fibra*
T injetor
(
0
C)
T coluna
(
0
C)
T detector
(
0
C)
t condicionamento
(min)
CAR/PDMS 250 260 270 100
CW/DVB 220 260 270 30
PDMS/DVB 250 260 270 30
* Supelco.
Inseriu-se as três fibras em um sistema fechado contendo três plantas
enxertadas, e deixou-se expostas por sete horas. Após este período, injetou-se as
fibras diretamente em um Cromatógrafo a Gás acoplado a um Espectrômetro de
Massas (CG-EM), aparelho Shimadzu QP 5000, sob as seguintes condições:
temperatura do injetor: 250
0
C;
temperatura do detector: 280
0
C;
coluna: DB-5 (30m x 0,25mm x 0,25µm);
rampa: 50/3-5/150/10/260/10;
pressão da cabeça da coluna:100 kPa;
fluxo de gás: 1,6 mL/min (à 60
o
C);
tempo entre as varreduras: 0,50 s;
intervalo de massas: 40,5 a 500 uma;
Os cromatogramas obtidos para as diferentes fibras estão apresentados a
seguir (Figura 5.1, p. 179).
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
179
PDMS/DVB (Fibra Azul)
CW/DVB (Fibra Laranja)
CAR/PDMS (Fibra Preta)
FIGURA 5.1: Cromatogramas das fibras PDMS/DVB, CW/DVB e CAR/PDMS
quando expostas durante sete horas a plantas enxertadas C. sinensis sobre C.
limonia.
Observando-se os três cromatogramas, verifica-se que a fibra CAR/PDMS foi
a que apresentou uma pior adsorção dos compostos e o cromatograma encontrou-
se com péssima resolução. As fibras PDMS/DVB e CW/DVB apresentaram
cromatogramas muito similares, no entanto, a fibra laranja adsorveu poucos
compostos com tempo de retenção abaixo de 20 minutos. Portanto, determinou-se a
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
180
fibra PDMS/DVB como ideal para este experimento, pois esta adsorveu um número
maior de compostos voláteis quando comparada às outras nas mesmas condições.
5.1.1.2. Determinação do Tempo de Exposição Ideal
Utilizando-se a fibra ideal, PDMS/DVB, variou-se o tempo de exposição da
mesma, em um sistema fechado contendo três plantas para a verificação de um
tempo ideal para o experimento. Os tempos de exposição testados para a fibra
foram 1, 3, 6, 9, 10, 12, 14, 18, 22 e 24 horas. As fibras foram injetadas diretamente
em um CG-EM sob as mesmas condições utilizadas anteriormente (Seção 5.1.1.1, p.
177). Os cromatogramas obtidos estão indicados a seguir.
1 hora
3 horas
6 horas
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
181
9 horas
10 horas
12 horas
14 horas
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
182
18 horas
22 horas
24 horas
FIGURA 5.2: Cromatogramas da fibra PDMS/DVB quando expostas a plantas
enxertadas C. sinensis sobre C. limonia em diferentes tempos.
Verificou-se que para estas condições empregadas, o tempo de exposição de
3 horas é o tempo ideal, uma vez que a partir deste a fibra começa a ficar saturada,
não apresentando uma grande alteração nos constituintes adsorvidos e detectados.
Além disto, o interesse é identificar os compostos mais voláteis, e, portanto, os que
são liberados primeiramente pela planta, e com isto muitas horas de adsorção não
são satisfatórias para o experimento.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
183
5.1.1.3. Determinação do tempo de retenção de uma série de
hidrocarbonetos
Injetou-se uma série de hidrocarbonetos conhecidos,
C9/10/12/14/16/18/20/22/24/26/28, para posterior identificação dos compostos, a
partir do cálculo do Índice de Kovats. Foram realizados dois tipos de injeção:
Injeção da mistura de hidrocarbonetos por meio de uma seringa para
posterior identificação dos óleos essenciais.
Injeção da fibra (HS-SPME) contendo a mistura de hidrocarbonetos para
posterior identificação dos voláteis.
Realizou-se estes dois procedimentos de injeção para a obtenção de
resultados mais exatos, uma vez que esperava-se que o tempo de retenção dos
hidrocarbonetos deveria ser diferente quando injetados diretamente ou quando
injetados pela fibra. Pois, neste último caso, além dos compostos precisarem
volatilizar no CG para serem analisados por EM, é necessário primeiramente a
desorção dos compostos da fibra. No entanto, quando se injeta diretamente pela
seringa deve-se considerar que o tempo para a volatilização dos compostos é maior
devido à presença de solventes, no entanto no caso dos compostos presentes na
fibra, estes encontram-se livres de solvente. Devido a estes fatores, não é possível
prever em qual dos dois modos de injeções os compostos terão maior ou menor
tempo de retenção.
A seguir, encontram-se os cromatogramas para ambas injeções e a tabela
com os tempos de retenção dos picos e os hidrocarbonetos correspondentes.
FIGURA 5.3: Cromatograma dos hidrocarbonetos injetados diretamente por seringa.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
184
FIGURA 5.4: Cromatograma dos hidrocarbonetos injetados após serem adsorvidos
pela fibra PDMS/DVB.
TABELA 5.2: Número de carbonos de cada hidrocarboneto e seus respectivos
tempos de retenção obtidos a partir da injeção por seringa e por fibra (PDMS/DVB).
Número de Carbonos
Tempo de retenção (min.)
injeção seringa
Tempo de retenção (min.)
injeção fibra
9 4,762 4,542
10 7,510 7,297
12 13,992 13,701
14 19,459 19,477
16 23,906 23,929
18 27,294 27,297
20 29,692 29,662
22 31,704 31,700
24 33,511 33,524
26 35,356 35,400
28 37,907 37,967
A partir dos resultados pode-se observar que não há uma linearidade nos
resultados, ou seja, não se pode afirmar que quando há injeção por um tipo
específico, os tempos se deslocam para um mesmo sentido, isto é devido ao
tamanho das moléculas de cada hidrocarboneto ser variável. Para moléculas
pequenas, as quais são mais voláteis, o tempo de desorção da fibra é menor que o
tempo para volatilização do solvente, gerando tempos de retenção menores. Já para
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
185
moléculas maiores, o tempo de desorção da fibra é maior que a volatilização do
solvente, resultando assim em tempos de retenção maiores. Com isto, há uma
variação nos tempos de retenção obtidos nas diferentes injeções, e, portanto os
resultados tornam-se mais exatos e precisos quando se utiliza os hidrocarbonetos
extraídos e injetados nas mesmas condições que os compostos analisados.
5.1.1.4. Extração e Identificação dos Compostos Voláteis
Determinada as condições ideais para a fibra, iniciou-se a extração e
identificação dos voláteis da planta para cada condição estipulada: condição 1, 2 e
3, respectivamente. Realizou-se a extração dos compostos voláteis a partir da
inserção de fibra de Carboxen Polimetilsiloxano (CAR/PDMS) com poros de 75µm,
em um sistema fechado, o qual continha a planta enxertada (Figura 5.5a), sob as
diferentes condições. Os voláteis foram extraídos em triplicata para cada condição e
o sistema onde foram inseridas as fibras continha três amostras de plantas
enxertadas, para que se obtivesse um resultado populacional e não único.
Deixou-se a fibra neste sistema por 3 horas, e então a injetou em um CG-EM
(Figura 5.5b), com as mesmas condições descritas anteriormente (Seção 5.1.1.1, p.
177). Em seguida, injetou-se uma série de hidrocarbonetos conhecidos extraídos
também por HS-SPME, porém utilizando um sistema minimizado. Calculou-se o
Índice de Kovats para cada pico presente em cada cromatograma e comparou-se os
espectros de massas dos mesmos com a literatura; a partir destes dados em
conjunto, determinou-se os constituintes voláteis para cada condição estipulada.
a b
FIGURA 5.5: a: Sistema utilizado para extração de voláteis: cuba e fibra; b: CG-EM
utilizado para análise dos voláteis extraídos.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
186
5.1.1.5. Extração e Identificação dos Óleos Essenciais
Extraiu-se os óleos essenciais das folhas das plantas, submetidas nas
condições 1 e 3, respectivamente, a partir da técnica de extração por arraste a vapor
d’água, utilizando um aparelho tipo Clevenger modificado (Figura 5.6). Inicialmente,
montou-se o sistema de extração com o aparelho tipo Clevenger, uma manta de
aquecimento e um balão de 500 mL de duas bocas. Em uma das saídas do balão,
adaptou-se um termômetro e uma rolha, para que a temperatura fosse controlada e
mantida a 100
0
C. Adicionou-se água destilada até a metade do balão, ou seja, até o
nível da manta, e 10 g de folhas previamente picadas. Antes de começar a aquecer
o sistema, adicionou-se éter de petróleo no extrator para que todo composto
volatilizado permanecesse miscível ao óleo e não retornasse ao balão e nem saísse
do sistema, para evitar a perda do mesmo. O sistema foi mantido em refluxo a 100
0
C
por uma hora. Após coletado, o óleo foi mantido em um congelador para que não
houvesse evaporação do mesmo.
Extraídos os óleos, injetou-se cada um separadamente no CG-EM, sob as
mesmas condições citadas anteriormente (seção 5.1.1.1, p.177). Injetou-se,
também, uma série de hidrocarbonetos conhecidos. A partir do cálculo do Índice de
Kovats de cada pico presente em cada cromatograma e da comparação dos
espectros de massas dos mesmos com a literatura, determinou-se os constituintes
químicos de cada óleo essencial extraído nas diferentes condições realizadas.
FIGURA 5.6: Sistema utilizado para extração de óleos essenciais por arraste a
vapor: Aparelho tipo Clevenger modificado.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
187
5.2.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.2.1.1. Compostos voláteis obtidos do C. sinensis sobre C. limonia
A seguir encontram-se os tempos de retenção dos picos observados nos
cromatogramas obtidos pelas extrações dos voláteis nas diferentes condições.
Obteve-se a média dos tempos das replicatas, e aplicou-se a equação de Van Den
Dool e Kratz, que considera o tempo de retenção de cada composto, e os tempos de
retenção e os números de carbono dos hidrocarbonetos injetados no CG:
IR= 100.N. (t
x
-t
n-1
) + 100.C
n-1
(t
n
-t
n-1
)
IR = índice de retenção de Kovats
N = C
n
-
C
n-1
C
n
= número de carbonos do n-alcano que elui após a substância analisada
C
n-1
= número de carbonos do n-alcano que elui antes a substância analisada
t
x
= tempo de retenção da substância analisada
t
n
= tempo de retenção do n-alcano que elui após a substância analisada
t
n-1
= tempo de retenção do n-alcano que elui antes da substância analisada
Com isto, determinou-se o índice de retenção de Kovats para cada pico. Os
compostos foram identificados, comparando-se seu índice e seu espectro de massa
com a literatura (ADAMS, 2001).
5.2.1.1.1 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia
sem ter sido submetida às cigarrinhas
Realizou-se o experimento de extração dos voláteis do C. sinensis sobre C.
limonia sem ter sido submetida às cigarrinhas por HS-SPME, e identificou-se os
mesmos por CG-EM através de seus índices de Kovats em comparação com a
literatura (ADAMS, 2001).
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
188
TABELA 5.3. Compostos voláteis identificados no C. sinensis sobre C. limonia sem
ter sido submetido às cigarrinhas.
tr 1(3h2) tr 1(3h3) tr 1(3h4) tr M IR M
IR
*
Composto
5,762 5,771 5,766 5,766 944 ni ni
6,917 6,926 6,918 6,920 986 ni ni
7,209 7,224 7,225 7,219 997 1002 (-2)-careno
8,021 8,027 8,027 8,025 1023 ni ni
9,125 9,932 9,033 9,363 1065 1065 Acetofenona
9,985 9,998 9,991 9,991 1084 ni ni
10,313 10,326 10,319 10,319 1094 1101 Nonanal (n)
10,896 - 10,908 10,902 1113 1122 Ácido etil hexanóico
11,688 11,688 11,688 11,688 1137 ni ni
11,992 12,017 12,002 12,004 1147 1162 Nonen-1-al (2Z)
13,396 - 13,403 13,400 1191 1202 Decanal-dn
13,754 - 13,766 13,760 1202 ni ni
- - 16,173 16,173 1286 1300 Tridecano (n)
16,631 16,637 16,632 16,633 1301 ni ni
18,921 18,93 18,931 18,927 1381 1400 Tetradecano (n)
19,126 19,342 19,137 19,202 1390 1409 Dodecanal
21,547 21,552 21,553 21,551 1493 1516 Tridecanona (2)
23,639 23,644 23,645 23,643 1587 ni ni
23,913 23,917 23,914 23,915 1599 1600 Hexadecano (n)
24,149 - 24,149 24,149 1613 ni ni
24,423 24,434 24,382 24,413 1629 ni ni
24,846 24,851 24,796 24,831 1654 ni ni
25,263 25,267 25,275 25,268 1680 ni ni
25,826 25,753 25,832 25,804 1711 ni ni
- 27,233 27,231 27,232 1796 1800 Octadecano (n)
27,45 27,567 27,452 27,490 1816 1774 Pentadecanol (n)
27,993 27,995 27,988 27,992 1859 ni ni
28,3 28,342 28,302 28,315 1886 ni ni
28,583 28,509 28,585 28,559 1907 ni ni
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
189
TABELA 5.3. Compostos voláteis identificados no C. sinensis sobre C. limonia sem
ter sido submetido às cigarrinhas - Continuação.
28,992 29,153 29,145 29,097 1952 ni ni
30,654 30,786 30,662 30,701 2102 ni ni
32,042 32,028 32,028 32,033 2237 ni ni
32,681 - 32,684 32,683 2308 ni ni
33,272 33,292 - 33,282 2373 ni ni
33,466 33,477 33,468 33,470 2394 ni ni
34,124 34,135 34,133 34,131 2465 ni ni
34,266 34,277 34,271 34,271 2480 ni ni
34,458 34,461 34,463 34,461 2500 ni ni
34,853 34,86 34,875 34,863 2543 ni ni
35,081 35,085 35,084 35,083 2566 ni ni
35,269 35,278 - 35,273 2586 ni ni
35,376 - 35,381 35,378 2598 ni ni
- 35,517 35,508 35,513 2609 ni ni
35,865 35,878 35,871 35,871 2637 ni ni
37,658 37,669 37,672 37,666 2777 ni ni
Tempo de retenção (tr); Tempo de retenção médio (tr M); Índice de Retenção de Kovats médio
calculado (IR M) e Índice de Retenção de Kovats de ADAMS, 2001 (IR
*
). 1(3h2) – Experimento
realizado sem cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema, sendo a primeira replicata;
1(3h3) – Experimento realizado sem cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema,
sendo a segunda replicata; 1(3h4) – Experimento realizado sem cigarrinhas, com 3 horas de
exposição da fibra no sistema, sendo a terceira replicata; ni- não identificados.
No total detectou-se 45 compostos, no entanto, identificou-se apenas 13
compostos, uma vez que alguns deles não apresentaram espectros de massas
semelhantes aos descritos na literatura. Comparou-se todos os espectros de
massas obtidos nos experimentos em triplicata e todos foram semelhantes,
independente dos compostos terem sido identificados ou não, ou seja, os
constituintes voláteis presentes na planta enxertada planta sem ter sido submetida
às cigarrinhas são estes apresentados, porém alguns não estão descritos na
literatura.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
190
O número de compostos não identificados foi relativamente alto, pois o livro
utilizado para a comparação do índice de Kovats e os espectros de massa (Adams,
2001) foi elaborado para identificação de compostos presentes em óleos essenciais
e não para compostos mais voláteis como foi o caso deste experimento. É esperado
que os compostos voláteis sejam diferentes dos presentes em óleos essenciais.
Esta observação repetiu-se em todos os experimentos com voláteis.
5.2.1.1.2 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia
com cigarrinhas
A extração dos voláteis das plantas foi realizada com C. sinensis sobre C.
limonia com cigarrinhas, 0 horas, 24 horas e 48 horas após a inserção das mesmas.
5.2.1.1.2.1 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia
logo após a inserção das cigarrinhas
Realizou-se o experimento de extração dos voláteis do C. sinensis sobre C.
limonia 0 horas após a presença das cigarrinhas por HS-SPME, e identificou-se os
mesmos por CG-EM através de seus índices de Kovats em comparação com a
literatura (ADAMS, 2001).
TABELA 5.4: Compostos voláteis identificados na planta 0h após a inserção das
cigarrinhas.
tr2a(3h2) tr2a(3h3) tr2a(3h4) tr M IR M
IR
*
Composto
4,562 4,557 4,556 4,558 901 909 Butilpropanoato
4,975 4,971 4,967 4,971 916 ni ni
5,757 5,752 5,748 5,752 944 ni ni
6,243 6,236 6,234 6,238 962 975 Sabineno
6,921 6,907 6,905 6,911 986 ni ni
7,21 7,285 7,282 7,259 999 1002 -2-Careno
8,004 7,997 7,996 7,999 1022 ni ni
8,455 8,454 8,451 8,453 1036 ni ni
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
191
TABELA 5.4: Compostos voláteis identificados na planta 0h após a inserção das
cigarrinhas - Continuação.
- 8,821 8,825 8,823 1048 ni ni
9,98 9,983 9,98 9,981 1084 ni ni
- 10,166 10,161 10,164 1090 ni ni
10,304 10,306 10,303 10,304 1094 1101 Nonanal (n)
11,676 11,675 11,674 11,675 1137 ni ni
11,992 11,994 11,991 11,992 1147 1149 Nonen-1-al (2Z)
12,517 12,525 12,517 12,520 1163 1181 Naftaleno
13,384 13,392 13,387 13,388 1190 1202 Decanal-dn
16,158 16,163 16,155 16,159 1285 1300 Tridecano (n)
- 16,619 16,618 16,619 1301 ni ni
- 18,919 18,912 18,916 1381 1400 Tetradecano (n)
21,529 21,533 21,542 21,535 1492 1496 Tridecanona (2)
23,63 23,636 23,63 23,632 1587 ni ni
23,917 23,906 23,909 23,911 1599 1600 Hexadecano (n)
24,427 24,43 24,431 24,429 1630 ni ni
24,692 24,838 24,834 24,788 1651 ni ni
- 25,825 25,82 25,823 1712 ni ni
27,187 27,24 27,235 27,221 1795 1800 Octadecano (n)
27,974 27,994 27,987 27,985 1858 ni ni
28,517 28,52 28,525 28,521 1904 1900 Nonadecano (n)
29,131 29,151 29,147 29,143 1956 ni ni
33,292 33,272 33,269 33,278 2373 ni ni
33,457 33,469 33,466 33,464 2393 ni ni
34,146 34,133 34,129 34,136 2467 ni ni
- - 34,275 34,275 2482 ni ni
34,467 34,46 34,458 34,462 2500 ni ni
34,867 34,856 34,853 34,859 2542 ni ni
35,075 35,078 35,077 35,077 2566 ni ni
35,267 35,269 35,269 35,268 2586 ni ni
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
192
TABELA 5.4: Compostos voláteis identificados na planta 0h após a inserção das
cigarrinhas - Continuação.
- 35,500 35,483 35,491 2607 ni ni
35,858 35,875 35,86 35,864 2636 ni ni
37,656 37,663 37,654 37,658 2776 ni ni
Tempo de retenção (tr); Tempo de retenção médio (tr M); Índice de Retenção de Kovats médio
calculado (IR M) e Índice de Retenção de Kovats ADAMS, 2001 (IR
*
). 2a(3h2) – Experimento
realizado 0 h após a inserção das cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema, sendo a
primeira replicata; 2a(3h3) – Experimento realizado 0 h após a inserção das cigarrinhas, com 3 horas
de exposição da fibra no sistema, sendo a segunda replicata; 2a(3h4) – Experimento realizado 0 h
após a inserção das cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema, sendo a terceira
replicata; ni- não identificados.
No total detectou-se 40 compostos, no entanto identificou-se apenas 13, uma
vez que alguns deles não apresentaram espectros de massas semelhantes aos
descritos na literatura. Comparou-se todos os espectros de massas obtidos nos
experimentos em triplicata e todos foram semelhantes, independente dos compostos
terem sido identificados ou não.
5.2.1.1.2.2 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia
24 horas após a inserção das cigarrinhas
Realizou-se o experimento de extração dos voláteis do C. sinensis sobre C.
limonia 24 horas após a inserção das cigarrinhas por HS-SPME, e identificou-se os
mesmos por CG-EM através de seus índices de Kovats em comparação com a
literatura (ADAMS, 2001).
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
193
TABELA 5.5: Compostos voláteis identificados na planta 24 h após a inserção das
cigarrinhas.
tr2b(3hi) tr2b(3hii) tr2b(3hiii) tr M IR M
IR
*
Composto
4,568 4,563 4,57 4,567 901 901 Butilpropanoato
5,757 5,759 5,753 5,756 944 ni ni
- 6,246 6,247 6,246 962 975 Sabineno
6,921 6,906 6,907 6,911 986 ni ni
7,216 7,203 - 7,209 997 1002 -2-Careno
8,003 7,999 7,999 8,000 1022 ni ni
8,542 8,558 8,475 8,525 1038 ni ni
9,989 9,992 9,988 9,990 1084 ni ni
10,309 10,314 10,311 10,311 1094 1101 Nonanal
11,669 11,671 11,67 11,670 1137 ni ni
12 12,008 12,003 12,004 1147 1149 Nonen-1-al (2Z)
- 13,402 13,4 13,401 1191 1202 Decanal-dn
- - 16,172 16,172 1286 1300 Tridecano (n)
16,626 - 16,622 16,624 1301 ni ni
18,919 18,922 18,919 18,920 1381 1400 Tetradecano (n)
21,539 21,535 21,537 21,537 1493 1496 Tridecanona (2)
23,632 23,575 23,634 23,614 1586 ni ni
23,9 23,899 23,886 23,895 1598
1600
Hexadecano (n)
24,375 24,442 24,426 24,414 1629 ni ni
24,838 - 24,858 24,848 1655 ni ni
25,823 25,827 25,823 25,824 1713 ni ni
27,23 27,238 27,236 27,235 1796 1800 Octadecano (n)
27,986 27,994 27,988 27,989 1859 ni ni
28,514 28,521 28,584 28,540 1905 1900 Nonadecano (n)
29,145 29,153 29,149 29,149 1957 ni ni
30,725 30,659 30,654 30,679 2100 ni ni
32,633 32,683 32,684 32,667 2306 ni ni
33,27 33,275 33,269 33,271 2372 ni ni
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
194
TABELA 5.5: Compostos voláteis identificados na planta 24 h após a inserção das
cigarrinhas – Continuação.
33,466 33,468 33,467 33,467 2394 ni ni
34,124 34,133 34,125 34,127 2466 ni ni
34,275 34,269 34,267 34,270 2482 ni ni
34,455 34,458 34,457 34,457 2499 ni ni
34,858 34,866 34,861 34,862 2543 ni ni
35,145 35,089 35,08 35,105 2569 ni ni
35,269 35,269 35,275 35,271 2586 ni ni
35,408 35,418 35,492 35,439 2603 ni ni
35,861 35,875 35,86 35,865 2636 ni ni
37,662 - 37,639 37,651 2775 ni ni
Tempo de retenção (tr); Tempo de retenção médio (tr M); Índice de Retenção de Kovats médio
calculado (IR M) e Índice de Retenção de Kovats ADAMS, 2001 (IR
*
). 2b(3hi) – Experimento realizado
24 h após a inserção das cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema, sendo a primeira
replicata; 2b(3hii) – Experimento realizado 24 h após a inserção das cigarrinhas, com 3 horas de
exposição da fibra no sistema, sendo a segunda replicata; 2b(3hiii) – Experimento realizado 24 h
após a inserção das cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema, sendo a terceira
replicata; ni- não identificados.
No total detectou-se 38 compostos, no entanto identificou-se apenas 12, uma
vez que alguns deles não apresentaram espectros de massas semelhantes aos
descritos na literatura. Comparou-se todos os espectros de massas obtidos nos
experimentos em triplicata e todos foram semelhantes, independente dos compostos
terem sido identificados ou não.
5.2.1.1.2.3 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia
48 horas após a inserção das cigarrinhas
Realizou-se o experimento de extração dos voláteis do C. sinensis sobre C.
limonia 48 horas após a inserção das cigarrinhas por HS-SPME, e identificou-se os
mesmos por CG-EM através de seus índices de Kovats em comparação com a
literatura (ADAMS, 2001).
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
195
TABELA 5.6: Compostos voláteis identificados na planta 48 h após a inserção das
cigarrinhas.
tr2c(3hiv) tr2c(3hvi) tr M IR M
IR
*
Composto
4,592 - 4,592 902 909 Butilpropanoato
4,99 - 4,990 916 ni Ni
5,819 5,753 5,786 945 ni Ni
6,246 6,238 6,242 962 975 Sabineno
6,913 6,907 6,910 986 ni Ni
7,295 7,288 7,292 1000 1002 -2-careno
7,999 7,995 7,997 1022 ni ni
8,535 8,531 8,533 1039 ni ni
8,831 8,817 8,824 1048 ni ni
9,991 9,99 9,991 1084 ni ni
10,171 - 10,171 1090 ni ni
10,325 10,313 10,319 1094 1101 Nonanal (n)
11,677 11,67 11,674 1137 ni ni
12,008 12,011 12,010 1147 1149 Nonen-1-al (2Z)
13,401 13,406 13,404 1191 1202 Decanal-dn
16,175 - 16,175 1286 1300 Tridecano (n)
16,631 16,628 16,630 1301 ni ni
18,927 - 18,927 1381 1400 Tetradecano (n)
21,529 21,528 21,529 1492 1496 Tridecanona (2)
23,634 23,637 23,636 1587 ni ni
23,9 23,902 23,901 1599 1600 Hexadecano (n)
- 24,433 24,433 1630 ni ni
24,839 - 24,839 1654 ni ni
25,825 25,83 25,828 1713 ni ni
27,224 - 27,224 1796 1800 Octadecano (n)
27,985 27,998 27,992 1859 ni ni
28,502 - 28,502 1902 1900 Nonadecano (n)
29,14 29,155 29,148 1957 ni ni
33,27 - 33,270 2372 ni ni
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
196
TABELA 5.6: Compostos voláteis identificados na planta 48 h após a inserção das
cigarrinhas - Continuação.
33,475 - 33,475 2395 ni ni
34,122 34,135 34,129 2464 ni ni
34,265 - 34,265 2479 ni ni
34,453 34,465 34,459 2500 ni ni
34,745 34,725 34,735 2529 ni ni
34,854 34,857 34,856 2542 ni ni
35,077 35,083 35,080 2566 ni ni
35,271 - 35,271 2586 ni ni
35,498 35,417 35,458 2605 ni ni
35,864 35,865 35,865 2636 ni ni
37,661 38,008 37,835 2790 ni ni
Tempo de retenção (tr); Tempo de retenção médio (tr M); Índice de Retenção de Kovats médio
calculado (IR M) e Índice de Retenção de Kovats ADAMS, 2001 (IR
*
). 2c(3hiv) – Experimento
realizado 48 h após a inserção das cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema, sendo
a primeira replicata; 2b(3hvi) – Experimento realizado 48 h após a inserção das cigarrinhas, com 3
horas de exposição da fibra no sistema, sendo a segunda replicata; ni- não identificados.
No total detectou-se 40 compostos, no entanto identificou-se apenas 12, uma
vez que alguns deles não apresentaram espectros de massas semelhantes aos
descritos na literatura. Comparou-se todos os espectros de massas obtidos nos
experimentos em triplicata e todos foram semelhantes, independente dos compostos
terem sido identificados ou não.
5.2.1.1.3 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia
após a remoção das cigarrinhas
A extração dos voláteis das plantas foi realizada com C. sinensis sobre C.
limonia após removidas as cigarrinhas, 0 horas, 24 horas e 48 horas após a
remoção das mesmas.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
197
5.2.1.1.3.1 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia
logo após a remoção das cigarrinhas
Realizou-se o experimento de extração dos voláteis do C. sinensis sobre C.
limonia 0 horas após a retirada das cigarrinhas por HS-SPME, e identificou-se os
mesmos por CG-EM através de seus índices de Kovats em comparação com a
literatura (ADAMS, 2001).
TABELA 5.7: Compostos voláteis identificados na planta 0 h após a remoção das
cigarrinhas.
tr3a(3h2) tr3a(3h3) tr3a(3h4) tr M IR M
IR
*
Composto
5,761 5,737 5,749 5,749 944 - ni
- 6,225 6,233 6,229 961 975 Sabineno
- - 6,9 6,900 986 - ni
- 7,279 7,308 7,294 1000 1002 (-2)-careno
7,997 7,973 7,986 7,985 1021 - ni
10,323 10,301 10,311 10,312 1094 1101 Nonanal (n)
11,679 11,656 11,665 11,667 1136 - ni
- 15,271 15,289 15,280 1255 - ni
- 16,608 16,617 16,613 1599 1600 Hexadecano (n)
- 23,888 23,912 23,900 1629 - ni
- 24,414 24,423 24,419 1712 - ni
25,823 25,822 25,807 25,817 1859 - ni
27,996 27,983 27,987 27,989 1957 - ni
29,159 29,142 - 29,151 2372 - ni
- 33,268 33,272 33,270 2466 - ni
34,179 34,123 34,133 34,145 2479 - ni
34,274 34,258 34,275 34,269 2500 - ni
34,47 34,456 34,462 34,463 2636 - ni
35,865 35,851 35,86 35,859 2776 - ni
37,663 - 37,66 37,654 - ni
Tempo de retenção (tr); Tempo de retenção médio (tr M); Índice de Retenção de Kovats médio calculado (IR M) e Índice de
Retenção de Kovats ADAMS, 2001 (IR
*
). 3a(3h2) – Experimento realizado 0 h após a remoção das cigarrinhas, com 3 horas de
exposição da fibra no sistema, sendo a primeira replicata; 3a(3h3) – Experimento realizado 0 h após a remoção das
cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema, sendo a segunda replicata; 3a(3h4) – Experimento realizado 0 h
após a remoção das cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema, sendo a terceira replicata; ni- não
identificados.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
198
No total detectou-se 19 compostos, no entanto identificou-se apenas 4, uma
vez que alguns deles não apresentaram espectros de massas semelhantes aos
descritos na literatura. Comparou-se todos os espectros de massas obtidos nos
experimentos em triplicata e todos foram semelhantes, independente dos compostos
terem sido identificados ou não.
5.2.1.1.3.2 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia
24 horas após a remoção das cigarrinhas
Realizou-se o experimento de extração dos voláteis do C. sinensis sobre C.
limonia 24 horas após a retirada das cigarrinhas por HS-SPME, e identificou-se os
mesmos por CG-EM através de seus índices de Kovats em comparação com a
literatura (ADAMS, 2001).
TABELA 5.8: Compostos voláteis identificados na planta 24 h após a remoção das
cigarrinhas.
tr3b(3hi) tr3b(3hii) tr M IR
MÉDIA
IR
*
Composto
5,308 - 5,308 928 - ni
5,754 5,748 5,751 944 - ni
6,246 6,234 6,240 962 975 Sabineno
6,917 6,904 6,911 986 ni
7,29 7,281 7,286 1000 1002 (-2)-careno
8,028 7,998 8,013 1022 - ni
9,113 9,125 9,119 1057 - ni
9,994 9,981 9,988 1084 - ni
10,315 10,304 10,310 1094 1101 Nonanal (n)
10,897 - 10,897 1112 1122
Ácido etil
hexanóico
11,679 11,67 11,675 1137 - ni
12,01 11,998 12,004 1147 1149
Nonen-1-al
(2Z)
- 13,246 13,246 1186 - ni
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
199
TABELA 5.8: Compostos voláteis identificados na planta 24 h após a remoção das
cigarrinhas – Continuação.
13,403 13,389 13,396 1190 1202 Decanal-dn
15,292 15,287 15,290 1255 - ni
- 16,177 16,177 1286 1300 Tridecano (n)
16,63 16,62 16,625 1301 - ni
18,921 18,919 18,920 1381 1400 Tetradecano (n)
21,101 - 21,101 1473 - ni
21,525 - 21,525 1492 1496 Tridecanona (2)
23,892 23,902 23,897 1599 1600 Hexadecano (n)
24,43 24,375 24,403 1628 - ni
25,824 25,821 25,823 1712 - ni
27,236 27,236 27,236 1796 1800 Octadecano (n)
27,987 27,985 27,986 1858 - ni
28,3 - 28,300 1885 - ni
29,149 29,139 29,144 1956 - ni
30,652 - 30,652 2097 - ni
32,023 - 32,023 2235 - ni
33,27 - 33,270 2372 - ni
33,468 - 33,468 2394 - ni
34,134 - 34,134 2465 - ni
34,275 - 34,275 2480 - ni
34,463 - 34,463 2500 - ni
37,662 - 37,662 2776 - ni
Tempo de retenção (tr); Tempo de retenção médio (tr M); Índice de Retenção de Kovats médio
calculado (IR M) e Índice de Retenção de Kovats ADAMS, 2001 (IR
*
). 3b(3hi) – Experimento realizado
24 h após a remoção das cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema, sendo a
primeira replicata; 3b(3hii) – Experimento realizado 24 h após a remoção das cigarrinhas, com 3
horas de exposição da fibra no sistema, sendo a segunda replicata, ni- não identificados.
No total detectou-se 35 compostos, no entanto, identificou-se apenas 11, uma
vez que alguns deles não apresentaram espectros de massas semelhantes aos
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
200
descritos na literatura. Comparou-se todos os espectros de massas obtidos nos
experimentos em triplicata e todos foram semelhantes, independente dos compostos
terem sido identificados ou não.
5.2.1.1.3.3 Compostos identificados no C. sinensis sobre C. limonia
48 horas após a remoção das cigarrinhas
Realizou-se o experimento de extração dos voláteis do C. sinensis sobre C.
limonia 48 horas após a retirada das cigarrinhas por HS-SPME, e identificou-se os
mesmos por CG-EM através de seus índices de Kovats em comparação com a
literatura (ADAMS, 2001).
TABELA 5.9: Compostos voláteis identificados na planta 48 h após a remoção das
cigarrinhas.
tr(3hiv) tr(3hv) tr(3hvi) t(3hvii) tr M IR M
IR
*
Composto
5,764 5,765 5,76 5,757 5,761 944 - ni
6,254 6,254 6,251 6,244 6,251 962 975 Sabineno
6,925 6,917 6,921 6,914 6,919 986 - ni
- 7,299 7,296 7,295 7,297 1000 1002 (-2)-careno
8,031 8,039 8,031 8,019 8,030 1023 - ni
9,090 9,105 9,099 9,125 9,105 1057 - ni
9,983 - 9,987 9,991 9,987 1084 - ni
10,313 10,320 10,313 10,316 10,315 1094 1101 Nonanal (n)
- 10,900 10,898 10,878 10,892 1112 1122
Ácido etil
hexanóico
11,683 11,687 11,674 11,681 11,681 1137 - ni
11,996 12,024 12,001 - 12,007 1147 1149 Nonen-1-al (2Z)
16,633 16,633 16,623 16,632 16,630 1301 - ni
18,923 - 18,921 18,925 18,923 1381 1400 Tetradecano (n)
21,113 21,111 - 21,108 21,111 1473 - ni
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
201
TABELA 5.9: Compostos voláteis identificados na planta 48 h após a remoção das
cigarrinhas - Continuação.
23,902 - 23,875 23,895 23,891 1598 1600 Hexadecano (n)
24,422 - 24,45 24,434 24,435 1630 - ni
25,829 25,834 25,818 25,833 25,827 1713 - ni
27,245 27,250 27,23 27,247 27,243 1796 1800 Octadecano (n)
27,995 27,998 27,981 27,995 27,992 1858 - ni
29,150 29,155 29,138 29,152 29,149 1956 - ni
- 30,664 30,65 30,653 30,656 2097 - ni
- - 32,019 32,027 32,023 2235 - ni
- - 33,266 33,272 33,269 2372 - ni
33,469 33,470 33,463 33,468 33,467 2394 - ni
34,134 34,134 34,12 34,134 34,130 2464 - ni
- 34,275 34,275 - 34,275 2480 - ni
34,466 34,467 34,455 34,464 34,463 2500 - ni
35,873 35,866 35,858 35,864 35,865 2636 - ni
37,668 - 37,653 37,660 37,660 2776 - ni
Tempo de retenção (tr); Tempo de retenção médio (tr M); Índice de Retenção de Kovats médio
calculado (IR M) e Índice de Retenção de Kovats ADAMS, 2001 (IR
*
). 3c(3hiv) – Experimento
realizado 48 h após a remoção das cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema, sendo
a primeira replicata; 3c(3hv) – Experimento realizado 48 h após a remoção das cigarrinhas, com 3
horas de exposição da fibra no sistema, sendo a segunda replicata; 3c(3hvi) – Experimento realizado
48 h após a remoção das cigarrinhas, com 3 horas de exposição da fibra no sistema, sendo a terceira
replicata; 3c(3hvii) – Experimento realizado 48 h após a remoção das cigarrinhas, com 3 horas de
exposição da fibra no sistema, sendo a quarta replicata, ni- não identificados.
No total detectou-se 31 compostos, no entanto identificou-se apenas 9, uma
vez que alguns destes não apresentaram espectros de massas semelhantes aos
descritos na literatura. Comparou-se todos os espectros de massas obtidos nos
experimentos em triplicata e todos foram semelhantes, independente dos compostos
terem sido identificados ou não.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
202
5.2.1.1.4. Análise Quimiométrica dos dados de CG-EM dos
Compostos Voláteis de C. sinensis sobre C. limonia
Para uma melhor visualização e interpretação dos dados obtidos nos
experimentos com os voláteis, utilizou-se à técnica de Quimiometria, a qual vem
sendo amplamente aplicada em diversas áreas visando planejar ou selecionar
experimentos de forma otimizada e fornecer o máximo de informação química com a
análise dos dados obtidos. O programa utilizado para este tratamento estatístico foi
o Pirouette versão 2.02, da Infometrix.
Inicialmente, montou-se uma matriz com as áreas dos picos dos
cromatogramas, obtidos nas diferentes condições, relacionando os seus índices de
Kovats. A matriz gerada apresentou dezessete linhas e sessenta colunas,
correspondentes às amostras e às variáveis, respectivamente. Ao total foram
analisadas sete amostras em replicatas.
A análise de componentes principais (PCA – Principal Components Analysis)
foi realizada utilizando um número máximo de componentes principais igual a 10,
onde nenhum pré-processamento foi empregado, aplicando-se apenas a
normalização dos dados. Com estes parâmetros, verificou-se que a componente
principal 1 (PC1) apresentou quase 98% da informação total do sistema, o que é
muito bom; então utilizou-se posto 3, ou seja, considerou-se as informações obtidas
até PC3, pois com esse número de componentes principais tem-se toda a
informação relevante sobre o sistema, correspondendo a quase 99,5% da
informação total (Tabela 5.10, p.203).
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
203
TABELA 5.10: Porcentagens das componentes principais do sistema (voláteis
extraídos de C. sinensis sobre C. limonia) sem pré-processamento.
Variância Porcentagem Porcentagem Cumulativa
PC1
166404.28125 97.88487 97.88487
PC2
1845.67749 1.08569 98.97057
PC3
866.69928 0.50982 99.48039
PC4
263.60513 0.15506 99.63545
PC5
213.68086 0.12569 99.76115
PC6
189.79399 0.11164 99.87279
PC7
55.44279 0.03261 99.90540
PC8
39.72471 0.02337 99.92877
PC9
35.06353 0.02063 99.94939
PC10
31.06989 0.01828 99.96767
O gráfico de scores de PC1xPC2 obtido (98,97% de informação total do
sistema) está apresentado no gráfico 5.1, a seguir.
GRÁFICO 5.1: Gráfico de scores de todas as amostras dos voláteis de C. sinensis
sobre C. limonia (PC1 x PC2, 97,88 e 1,09 %, respectivamente).
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
204
A partir do gráfico pode-se verificar que as replicatas estão próximas em
todas condições e que há uma diferença nas plantas quando estão nas diferentes
condições; principalmente comparando-se sem ter sido submetidas às cigarrinhas
(condição 1) e na presença ou após a remoção da mesmas (condições 2 e 3,
respectivamente). Com isto, pode-se verificar que a planta tem uma modificação em
seus voláteis, composição e quantidade exalada, logo quando se coloca as
cigarrinhas em contato (0 horas). Observa-se também que após a remoção das
cigarrinhas (Condição 3), a planta não retorna ao seu estado anterior ao ataque
(Condição 1), ela sofre outra alteração, distinta da condição 2.
A partir do gráfico de loadings de PC1XPC2 (Gráfico 5.2), o qual indica as
variáveis importantes para a discriminação, pode-se notar que o composto com IK =
1907 é o maior responsável pela distinção da condição 1, e que o composto com IK
= 1022 é o responsável pela distinção das condições 2 e 3. Os compostos com IK =
2100, 2466, 2306 e 1859 também são importantes para a descriminação dos grupos.
GRÁFICO 5.2: Gráfico de loadings de todas as amostras dos voláteis C. sinensis
sobre C. limonia (PC1 x PC2, 97,88 e 1,09 %, respectivamente).
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
205
Analisou-se também os dados considerando-se PC1XPC3 (Gráfico 5.3), o
que corresponde a 98,39 % da informação total do sistema, para verificar a resposta
quimiométrica obtida em uma outra dimensão espacial.
GRÁFICO 5.3: Gráfico de scores de todas amostras dos voláteis C. sinensis sobre
C. limonia (PC1 x PC3, 97,88 e 0,51 %, respectivamente).
Observa-se novamente uma similaridade entre as replicatas e uma distinção
entre as três condições, reforçando que a planta sofre modificações com a presença
das cigarrinhas, como citado anteriormente. Outra observação interessante
apresentada nos dois gráficos (5.1 e 5.3) é que os grupos 1, 2 e 3 estão bem
separados, no entanto, os subgrupos 2a e 2b estão agrupados, o que demonstra
que não há grandes variações nos voláteis da planta quando as cigarrinhas estão
em contato por 0 horas (Condição 2a) ou por 24 horas (Condição 2b); porém a
condição 2c está próxima à condição 3a o que está coerente, uma vez que a
primeira foi coletada 48 horas após a inserção das cigarrinhas, e a segunda logo
após a remoção das cigarrinhas. As condições 3b e 3c também não apresentaram
grandes diferenças, concluindo que não há uma grande variação nos voláteis da
planta 24 horas ou 48 horas após a remoção das cigarrinhas.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
206
No gráfico de loadings de PC1XPC3 (Gráfico 5.4) observou-se os mesmos
resultados que no gráfico PC1XPC2, no entanto, verificou-se também que os
compostos com IK = 1137, 2466, 1859 e 1094 são responsáveis por deslocar as
condições 2a e 2b para cima.
GRÁFICO 5.4: Gráfico de loadings de todas amostras dos voláteis C. sinensis sobre
C. limonia (PC1 x PC3, 97,88 e 0,51 %, respectivamente).
O gráfico do poder de modelagem indica a habilidade da variável em modelar
a informação contida nos dados, ou seja, o poder de modelagem varia entre zero e
um, indicando que quanto mais alto for esse valor mais relevante é a variável. No
presente trabalho, o gráfico de poder de modelagem mostra quais os índices de
Kovats são os mais importantes para os agrupamentos, desta forma, observa-se que
os compostos com IK = 1022, 1094, 1137, 1859, 1907, 2100, 2306 e 2466,
destacados anteriormente pelos gráficos de loadings, encontram-se entre as
variáveis com maior poder de modelagem, contribuindo para os agrupamentos das
diversas condições.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
207
GRÁFICO 5.5: Gráfico do poder de modelagem de todas as variáveis dos voláteis C.
sinensis sobre C. limonia, obtido para a análise de PCA sem nenhum pré-
processamento.
Outra análise realizada, sob as mesmas condições descritas, foi a Análise
Hierárquica dos Agrupamentos (HCA – Hierarchical Clusters Analysis), a qual indica
a similaridade entre os grupos (Gráfico 5.6).
GRÁFICO 5.6: Gráfico de HCA de todas amostras com índice de similaridade 0,385.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
208
O gráfico de HCA mostrou a similaridade das replicatas de todas condições e
a distinção entre as condições 1, 2 e 3. A condição 2c está inclusa no grupo da
condição 3, uma vez que é similar a condição 3a, conforme já observado
anteriormente.
Realizou-se outra análise com os mesmos parâmetros que as anteriores, no
entanto, agora utilizando pré-processamento autoescalado, para verificar se há
alteração nos resultados. Quando se utiliza o pré-processamento autoescalado
consideram-se todas as intensidades dos picos como informações importantes, e
não apenas as majoritárias, como no caso da análise sem pré-processamento.
Utilizou-se posto 6 (informações obtidas até PC6), o que corresponde a 83,35% da
informação total do sistema (Tabela 5.11).
TABELA 5.11: Porcentagens das componentes principais do sistema (voláteis
extraídos de C. sinensis sobre C. limonia) com pré-processamento.
Variância Porcentagem Porcentagem Cumulativa
PC1
366.51480 38.17863 38.17863
PC2
207.89069 21.65528 59.83391
PC3
83.49155 8.69704 68.53094
PC4
60.32357 6.28371 74.81465
PC5
43.46993 4.52812 79.34277
PC6
38.45486 4.00571 83.34849
PC7
36.17560 3.76829 87.11678
PC8
29.52071 3.07507 90.19185
PC9
24.15252 2.51589 92.70773
PC10
20.01783 2.08519 94.79292
Obteve-se o gráfico de scores e o gráfico de loadings de PC1xPC2 (59,83%
de informação total do sistema), os quais estão apresentados a seguir.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
209
GRÁFICO 5.7: Gráfico de scores de todas amostras dos voláteis C. sinensis sobre
C. limonia (PC1 x PC2, 38,18 e 21,65 %, respectivamente).
GRÁFICO 5.8: Gráfico de loadings de todas amostras dos voláteis C. sinensis sobre
C. limonia (PC1 x PC2, 38,18 e 21,65 %, respectivamente).
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
210
O resultado obtido no gráfico de scores foi o mesmo observado quando não
se fez nenhum pré-processamento, no entanto, o gráfico de loadings apesar de
apresentar os mesmos resultados para os índices de Kovats IK = 1022 e 1907,
mostrou mais índices de Kovats importantes para os agrupamentos, pois esta
análise considera também picos menos intensos.
Para verificar a resposta quimiométrica obtida por uma outra dimensão
espacial, adquiriu-se o gráfico de PC1XPC3 (Gráfico 5.9), o que corresponde a
46,57 % da informação total do sistema.
GRÁFICO 5.9: Gráfico de scores de todas amostras dos voláteis C. sinensis sobre
C. limonia (PC1 x PC3, 38,18 e 8,70 %, respectivamente).
Os resultados são muito similares aos obtidos anteriormente. O gráfico de
loadings de PC1XPC3 dos índices de Kovats (Gráfico 5.10), correspondente a
46,88% da informação total, relata resultados próximos aos do gráfico PC1XPC2.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
211
GRÁFICO 5.10: Gráfico de loadings de todas amostras dos voláteis (PC1 x PC3,
38,18 e 8,70 %, respectivamente).
O gráfico do poder de modelagem (Gráfico 5.11) demonstrou um maior
número de compostos com informações consideráveis e importantes em relação ao
anterior obtido sem pré-processamento.
GRÁFICO 5.11: Gráfico do poder de modelagem de todas as variáveis dos voláteis,
obtidos a partir do pré-processamento autoescalado.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
212
Com todas estas análises quimiométricas, verifica-se que os resultados foram
muito coerentes e similares entre si. Comprova-se que a planta realmente sofre
alteração quando em contato com as cigarrinhas, e após a remoção das mesmas
não retornam ao seu estado inicial (antes do ataque), mesmo após 48 horas sem a
presença dos vetores. A planta sofreu grande alteração logo quando adiciona-se
cigarrinhas ao meio, porém não sofre uma alteração tão abrupta logo após a
remoção das mesmas.
Os compostos que apresentaram maior importância e influência na separação
dos grupos foram os compostos com IK = 1022, 1094, 1137, 1859, 1907, 2100, 2306
e 2466. As áreas destes picos estão listadas na Tabela 5.12.
TABELA 5.12: Áreas dos picos dos compostos importantes na separação dos
grupos 1, 2 e 3, observados na análise quimiométrica.
Área
IK 1 2a 2b 2c 3a 3b 3c
1022
31035037 20629663 18778202 22222573 19106711 53738158 69991884
1094
1925364 1679794 1225946 960561 313686 1307622 1278884
1137
533969 460178 2278589 849125 478090 631977 533007
1859
2324668 1376538 1591389 1209153 512804 1170085 1127564
1907
91867595 - - - - - -
2100
3008270 404307 594618 - - 364646 266794
2306
1924392 - 216456 - - - 926352
2466
2996005 1769940 1468408 1237992 428171 494778 776044
1: C. sinensis sobre C. limonia sem sofrer nenhuma alteração; 2a: C. sinensis sobre C. limonia logo
após a inserção das cigarrinhas; 2b: C. sinensis sobre C. limonia 24 horas após a inserção das
cigarrinhas; 2c: C. sinensis sobre C. limonia 48 horas após a inserção das cigarrinhas; 3a: C. sinensis
sobre C. limonia logo após a remoção das cigarrinhas; 3b: C. sinensis sobre C. limonia 24 horas após
a remoção das cigarrinhas; 3c: C. sinensis sobre C. limonia 48 horas após a remoção das cigarrinhas.
Para verificar se houve um aumento ou uma diminuição na quantidade dos
compostos nas diferentes condições, adotou o pico majoritário da condição 1 (IK =
1022) como 100%, e toda a análise comparativa foi realizada em relação a esta
condição, uma vez que, corresponde a planta sem ter sido submetida aos vetores.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
213
As porcentagens relativas dos demais compostos estão apresentadas na
Tabela 5.13.
TABELA 5.13: Porcentagens relativas dos picos dos compostos importantes na
separação dos grupos (1, 2 e 3) observados na análise quimiométrica.
Porcentagem (%)
IK 1 2a 2b 2c 3a 3b 3c
1022
100,00 66,47 60,51 71,60 61,56 173,15 225,50
1094
6,20 5,40 3,95 3,09 1,01 4,20 4,10
1137
1,72 1,48 7,34 2,73 1,54 2,04 1,72
1859
7,49 4,43 5,13 3,89 1,65 3,77 3,63
1907
29,60 - - - - - -
2100
9,69 1,30 1,91 - - 1,17 0,86
2306
6,20 - 0,70 - - - 2,98
2466
9,65 5,70 4,73 3,99 1,38 1,59 2,50
1: C. sinensis sobre C. limonia sem sofrer nenhuma alteração; 2a: C. sinensis sobre C. limonia logo
após a inserção das cigarrinhas; 2b: C. sinensis sobre C. limonia 24 horas após a inserção das
cigarrinhas; 2c: C. sinensis sobre C. limonia 48 horas após a inserção das cigarrinhas; 3a: C. sinensis
sobre C. limonia logo após a remoção das cigarrinhas; 3b: C. sinensis sobre C. limonia 24 horas após
a remoção das cigarrinhas; 3c: C. sinensis sobre C. limonia 48 horas após a remoção das cigarrinhas.
Deve-se notar que a resposta da planta logo após a remoção das cigarrinhas
está mais próxima daquela após 48 horas em contato com estes vetores do que 24
horas após a remoção dos mesmos, isto ocorre, uma vez que, a planta nesta
condição comporta-se como se estivesse ainda com a presença das cigarrinhas.
Verificou-se que o composto com IK = 1137 teve um aumento considerável
em seu percentual na condição 2b, ou seja, após 24 horas em contato com as
cigarrinhas, mas depois decresce e permanece praticamente o mesmo. Isto indica
que a planta libera este composto em maior quantidade em resposta ao ataque pelo
inseto. Este ao ferir a planta afeta seu metabolismo, o qual envolve uma rede
metabólica em equilíbrio. Para não afetar processos vitais para a planta (como
síntese proteica), ela retorna ao equilíbrio metabólico variando seus constituintes
secundários. A planta varia a concentração de alguns constituintes presentes e/ou
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
214
sintetiza outros. Estes compostos em maior concentração ou novos podem servir
como alomônios para inseto. Como a cigarrinha é um predador de Citrus, estes
compostos podem servir como alomônios de agregação, ou seja, indicando a
presença de alimento e atraindo um número maior destes insetos no campo. Estes
efeitos serão avaliados em trabalhos futuros.
Os compostos com IK = 1094, 1859, 2100, 2306, 2466 diminuem seu
percentual até a condição 3a, indicando que a permanência das cigarrinhas faz com
que a planta pare de liberá-los. O composto com IK = 1022, apresenta um
decréscimo de aproximadamente 35 % quando a planta entra em contato com as
cigarrinhas, porém aumenta quase 75 %, em relação a condição 1, e continua
aumentando consideravelmente seu percentual, após a remoção das cigarrinhas.
Quando compostos são liberados em grande quantidade após a remoção dos
vetores, pode ser um sinalizador para que o seu metabolismo retorne ao equilíbrio.
O composto com IK = 1907 pára totalmente de ser exalado pela planta logo
após a inserção dos vetores e mesmo após a remoção dos mesmos. Quando a
planta diminui ou pára de liberar um composto, sugere-se que estes compostos
sejam os responsáveis por atrair os vetores, então eles não são mais exalados,
como um mecanismo de defesa da planta, para que outros insetos não sejam mais
atraídos.
As duas alterações mais discrepantes observadas foram as últimas discutidas
(IK = 1022 e 1907), devido seus valores de percentuais serem os mais altos. Destes
compostos relevantes, o único que foi identificado por comparação com a literatura
foi o com IK =1094 (nonanal); os demais não foram encontrados.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
215
5.2.1.1.5 Identificação dos compostos majoritários
O composto majoritário presente em todas as condições foi o composto com
IR = 1022. No entanto, este não foi identificado a partir da comparação do seu índice
de Kovats e seu espectro de massas com os dados presentes na literatura (Adams,
2001). Então analisou-se o seu espectro de massas e a partir das fragmentações
atribuídas foi proposto que o composto obtido é o 2-etil-1-hexanol (Esquema 5.2).
- H
2
O
m/z 112 0,9%
HO
H
2-etil-1-hexanol (m/z 130)
- H
2
CCHCH
3
m/z 70 14,2%
HO
H
H
2-etil-1-hexanol (m/z 130)
-H
2
O
m/z 98 2,2%
- MeOH
m/z 83 11,6%
HO
H
2-etil-1-hexanol (m/z 130)
- CH
3
- CH
3
CH
2
CH
2
.
m/z 98 2,2%
m/z 55 30,3%
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
216
m/z 98 2,2%
m/z 55 30,3%
- CH
3
CH
2
CH
2
.
HO
m/z 57 100%
HO
HO
H
- H
m/z 58 4,4%
- CH
3
CH
2
CH
2
CH
2
CH
3
m/z 57 100%
HO
H
2-etil-1-hexanol (m/z 130)
ESQUEMA 5.2: Proposta de fragmentação do 2-etil-1-hexanol.
Fez-se então a simulação do espectro de massas deste composto (Figura
5.7), e o espectro foi muito similar ao obtido experimentalmente (Figura 5.8, p.217).
FIGURA 5.7: Espectro de Massas teórico (Spectral Database System for Organic
Compounds) do 2-etil-1-hexanol.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
217
FIGURA 5.8: Espectro de Massas experimental do 2-etil-1-hexanol.
FIGURA 5.9: Ampliação do Espectro de Massas experimental do 2-etil-1-hexanol.
Além disto, comparou-se os dados com a biblioteca fornecida pelo
equipamento e os resultados conferiram com os demais. A partir deste conjunto de
informações, conseguiu-se identificar que o composto com IR = 1022 é o 2-etil-1-
hexanol.
O composto com IR = 1907 foi o segundo composto majoritário quando a
planta não havia sido submetida à presença de cigarrinhas, e teve uma modificação
muito abrupta e interessante, pois não foi mais liberado nas demais condições, ou
seja, após a inserção das cigarrinhas no sistema. Este composto não foi identificado
a partir da comparação de seu índice de Kovats e espectro de massas com a
literatura. No entanto, a análise de seu espectro de massas (Figura 5.10, p.218)
sugeriu-se algumas fragmentações, indicando que o composto corresponde ao
indicado no Esquema 5.3, p.218.
O composto com IR = 1859 também não foi encontrado na literatura, mas a
partir de seu espectro de massas (Figura 5.11, p.219) e de algumas propostas de
fragmentações, sugeriu-se como sendo o indicado no Esquema 5.4, p.219. Os
espectros de massas simulados para estas propostas não foram encontrados no
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
218
banco de dados (Spectral Database System for Organic Compounds), e com isto
não se pode comprovar quais os compostos, apenas sugere-se tais hipóteses.
m/z 69 0,9%
m/z 119
OH
OH
HO
m/z 188
OH
OH
HO
m/z 188
OH
OH
HO
H
OH
OH
HO
m/z 120
m/z 84 0,8%
m/z 69 0,9%
m/z 84 0,8%
O
-CH
3
OOH
-2 H
2
O
OH
OH
HO
m/z 120
m/z 58 100%
O
m/z 87
OHHO
m/z 59 3,6%
OH
-CO
-H
2
O
OHO
m/z 87
-CH
3
m/z 105
OH
OHHO
m/z 119 0,6%
m/z 120
-H
OH
OH
HO
OH
OH
HO
ESQUEMA 5.3: Proposta de fragmentação do composto com IR = 1907.
FIGURA 5.10: Espectro de Massas experimental do composto com IR = 1907.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
219
-H
.
m/z 147 1,2%
m/z 148 1,4%
-H
.
m/z 149 100%
m/z 149 100%
-H
2
O
m/z 57 52,1%
OH
m/z 167 2,8%
-H
.
m/z 223 4,8%m/z 224
OH
OH
ESQUEMA 5.4: Proposta de fragmentação do composto com IR = 1859.
FIGURA 5.11: Espectro de Massas experimental do composto com IR = 1859.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
220
5.2.1.2. Óleos essenciais extraídos de C. sinensis sobre C. limonia
Os óleos essenciais das folhas das plantas enxertadas foram extraídos, em
triplicata, utilizando-se a técnica de arraste a vapor. A identificação dos compostos
presentes nos óleos foi realizada a partir do Índice de retenção de Kovats e dos
espectros de massas de cada pico comparados com a literatura (Adams, 2001). A
equação empregada no cálculo do índice foi a equação de Van Den Dool e Kratz, a
mesma utilizada para os voláteis, no entanto, os tempos de retenção dos
hidrocarbonetos, neste caso, foi o obtido a partir da injeção direta da seringa (Seção
5.1.1.3, p.183).
5.2.1.2.1. Óleos essências identificados no C. sinensis sobre C.
limonia sem ter sido submetida às cigarrinhas
Realizou-se o experimento de extração dos óleos essenciais do C. sinensis
sobre C. limonia sem ter sido submetida às cigarrinhas através da técnica de araste
à vapor, e identificou-se os mesmos por CG-EM através de seus índices de Kovats
em comparação com a literatura (ADAMS, 2001).
TABELA 5.14: Compostos identificados no óleo essencial das folhas de C. sinensis
sobre C. limonia sem ter sido submetido às cigarrinhas.
tr
OEPPA
tr
OEPPB
tr
OEPPC
tr
M
IR M
IR
*
Composto
5,002 4,987 4,982 4,990 908 930 α-tujeno
5,159 5,148 5,144 5,150 914 939 α-pineno
5,533 5,517 5,509 5,520 928 - ni
6,279 6,281 6,248 6,269 955 975 sabineno
6,822 6,813 6,8 6,812 975 991 mirceno
7,314 7,313 7,285 7,304 993 1002 -2-careno
7,555 7,547 7,542 7,548 1001 1017 α-terpineno
- 7,782 7,771 7,777 1008 1025 p-cimeno
7,931 7,926 7,906 7,921 1013 1029 limoneno
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
221
TABELA 5.14: Compostos identificados no óleo essencial das folhas de C. sinensis
sobre C. limonia sem ter sido submetido às cigarrinhas - Continuação.
8,233 8,221 8,217 8,224 1022 1037 (Z)-β-ocimeno
8,55 8,548 8,526 8,541 1032 1050 (E)-β-ocimeno
8,831 8,822 8,814 8,822 1040 1060 γ-terpineno
9,669 9,664 9,653 9,662 1066 1089 terpinoleno
10,197 10,201 10,168 10,189 1083 1097 linalool
11,771 11,796 11,751 11,773 1132 1153 citronelal
12,506 12,508 12,508 12,507 1154 1177 terpinen-4-ol
12,956 13,01 13,117 13,028 1170 1189 α-terpineol
14,329 14,342 14,299 14,323 1212 1238 neral
15,198 15,23 15,176 15,201 1244 1267 geranial
16,706 16,717 - 16,712 1299 1325 Metil-decanoato
17,518 17,532 17,525 17,525 1329 1353 Citronelil acetato
17,77 17,79 17,777 17,779 1339 1362 neril acetato
18,311 18,321 18,318 18,317 1358 1381 geranil acetato
18,534 18,55 18,542 18,542 1366 1391 β-elemeno
19,248 19,266 19,257 19,257 1393 1419 (E)-cariofileno
20,171 20,194 20,185 20,183 1433 1455 α-humuleno
25,584 25,612 25,604 25,600 1700 1700 β-sinensal
26,463 26,487 26,516 26,489 1752 1757 α- sinensal
- 27,719 27,718 27,719 1835 - ni
27,967 27,989 28,003 27,986 1858 - ni
28,233 28,265 28,265 28,254 1880 - ni
31,102 31,137 31,144 31,128 2143 - ni
31,825 31,853 31,863 31,847 2384 - ni
Tempo de retenção (tr – min.); Tempo de retenção médio (tr M – min.); Índice de Retenção de Kovats
médio calculado (IR M) e Índice de Retenção de Kovats ADAMS, 2001 (IR
*
). OEPPA – Experimento
realizado sem a presença de cigarrinhas, sendo a primeira replicata; OEPPB – Experimento realizado
sem a presença de cigarrinhas, sendo a segunda replicata; OEPPC – Experimento realizado sem a
presença de cigarrinhas, sendo a terceira replicata; ni- não identificados.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
222
Nota-se que foram identificados 27 compostos presentes no óleo essencial
das folhas da planta enxertada C. sinensis sobre C. limonia sem esta ter sido
submetida às cigarrinhas, sendo o sabineno o composto majoritário do óleo, seguido
do -2-careno. No total detectou-se 33 compostos, porém seis destes não foram
identificados, uma vez que não apresentaram espectros de massas semelhantes
aos descritos na literatura.
5.2.1.2.2. Óleos essências identificados no C. sinensis sobre C.
limonia após a remoção das cigarrinhas
Realizou-se o experimento de extração dos óleos essenciais do C. sinensis
sobre C. limonia após a remoção das cigarrinhas através da técnica de araste à
vapor, e identificou-se os mesmos por CG-EM através de seus índices de Kovats em
comparação com a literatura (ADAMS, 2001).
TABELA 5.15: Compostos identificados no óleo essencial das folhas de C. sinensis
sobre C. limonia após a remoção das cigarrinhas.
tr
OEPCA
tr
OEPCB
tr
OEPCC
tr
M
IR M
IR
*
Composto
5,001 5,013 5,006 5,007 909 930 α-tujeno
5,16 5,171 5,164 5,165 915 939 α-pineno
5,536 5,551 5,54 5,542 928 - ni
6,265 6,332 6,286 6,294 956 975 sabineno
6,818 6,846 6,828 6,831 975 991 mirceno
7,303 7,359 7,318 7,327 993 1002 -2-careno
7,554 7,571 7,562 7,562 1002 1017 α-terpineno
7,789 - 7,798 7,794 1009 1025 p-cimeno
7,921 7,968 7,937 7,942 1013 1029 limoneno
8,232 8,247 8,238 8,239 1022 1037 (Z)-β-ocimeno
8,539 8,593 8,552 8,561 1032 1050 (E)-β-ocimeno
8,827 8,847 8,835 8,836 1041 1060 γ-terpineno
9,665 9,684 9,673 9,674 1067 1088 terpinoleno
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
223
TABELA 5.15: Compostos identificados no óleo essencial das folhas de C. sinensis
sobre C. limonia após a remoção das cigarrinhas - Continuação.
10,177 10,235 10,192 10,201 1083 1097 linalool
11,754 11,821 11,778 11,784 1132 1153 citronelal
12,498 12,518 12,508 12,508 1154 1177 terpinen-4-ol
12,958 12,964 12,96 12,961 1168 1189 α-terpineol
- 13,972 13,952 13,962 1199 1230 nerol
14,301 14,378 14,319 14,333 1212 1238 neral
15,181 15,275 15,196 15,217 1245 1267 geranial
17,512 17,522 17,522 17,519 1329 1353 citronelil acetato
17,759 17,775 17,774 17,769 1338 1362 neril acetato
18,302 18,314 18,318 18,311 1358 1381 geranil acetato
18,514 18,54 18,529 18,528 1366 1391 β-elemeno
19,234 19,252 19,25 19,245 1392 1419 (E)-cariofileno
20,162 20,208 20,173 20,181 1432 1455 α-humuleno
25,575 25,597 25,585 25,586 1699 1700 β-sinensal
26,66 26,462 26,472 26,531 1755 1757 α- sinensal
27,751 27,636 27,695 27,694 1833 - ni
27,955 27,967 27,975 27,966 1856 - ni
28,23 28,242 28,236 28,236 1879 - ni
31,128 31,104 31,109 31,114 2141 - ni
34,388 34,373 34,378 34,380 2494 - ni
Tempo de retenção (tr – min.); Tempo de retenção médio (tr M – min.); Índice de Retenção de Kovats
médio calculado (IR M) e Índice de Retenção de Kovats ADAMS, 2001 (IR
*
). OEPCA – Experimento
realizado após a remoção de cigarrinhas, sendo a primeira replicata; OEPCB – Experimento realizado
após a remoção de cigarrinhas, sendo a segunda replicata; OEPCC – Experimento realizado após a
remoção de cigarrinhas, sendo a terceira replicata; ni- não identificados.
Identificou-se 27 compostos presentes no óleo essencial das folhas da planta
enxertada C. sinensis sobre C. limonia sob a Condição 3, sendo o sabineno o
composto majoritário, seguido do -2-careno. No total detectou-se 33 compostos,
no entanto seis destes são foram identificados, pois não apresentaram espectros de
massas semelhantes aos descritos na literatura.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
224
5.2.1.2.3. Análise Quimiométrica dos dados de CG-EM dos Óleos
Essenciais de C. sinensis sobre C. limonia
Para uma melhor visualização e interpretação dos dados utilizou-se a técnica
de Quimiometria, com o programa Pirouette versão 2.02, da Infometrix. A matriz de
dados foi gerada com as áreas dos picos dos cromatogramas dos óleos essenciais
obtidos nas diferentes condições, apresentando-se 6 linhas e 36 colunas,
correspondentes às duas amostras em replicatas e às variáveis, respectivamente.
A análise quimiométrica foi realizada utilizando um número máximo de
componentes principais igual a 5, com pré-processamento autoescalado e
normalização dos dados. Com estes parâmetros, verificou-se que a PC1 apresentou
33,8 % da informação total do sistema; utilizou-se posto 5 para considerar todas
informações fornecidas (Tabela 5.16).
TABELA 5.16: Porcentagens das componentes principais do sistema (óleos
essências extraídos de C. sinensis sobre C. limonia) com pré-processamento.
Variância Porcentagem Porcentagem Cumulativa
PC1
59.22814 33.84465 33.84465
PC2
50.28913 28.73665 62.58130
PC3
33.79891 19.31366 81.89496
PC4
19.72628 11.27216 93.16711
PC5
11.95754 6.83288 99.99999
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
225
O gráfico de scores de PC1xPC3 (53,15 % de informação total do sistema)
está apresentado a seguir.
GRÁFICO 5.12: Gráfico de scores de todas amostras dos óleos essenciais de C.
sinensis sobre C. limonia (PC1 x PC3, 33,84 e 19,31 %, respectivamente).
O gráfico apresentou agrupamentos distintos para cada condição, separando-
as em dois grupos, com proximidade das replicatas, no entanto, deve-se notar que
neste caso, a escala do eixo y está mais próxima que no caso dos experimentos
com os voláteis, o que indica que não há grande diferença nas duas condições
empregadas.
A partir do gráfico de loadings de PC1XPC3 (Gráfico 5.13, p. 226), observou-
se que diferentemente dos experimentos com voláteis, não há apenas poucos
compostos que fazem a distinção de cada condição e sim um grande número
destes. Verificou-se, também, que os compostos com IK = 1299, 2384, 1199 e 2494
são alguns dos responsáveis pela distinção das amostras, sendo os dois primeiros
responsáveis pelos óleos essenciais da planta enxertada sem ter sido submetida à
presença de cigarrinhas (OEPP) estarem na parte superior e direita, e os dois
últimos responsáveis pelos óleos essenciais do enxerto após a remoção dos vetores
(OEPC) estarem na parte esquerda inferior no gráfico 5.12.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
226
GRÁFICO 5.13: Gráfico de loadings de todas amostras dos óleos essenciais de C.
sinensis sobre C. limonia (PC1 x PC3, 33,84 e 19,31 %, respectivamente).
Analisou-se os dados considerando-se PC1XPC2 (Gráfico 5.14, p. 227), o
que corresponde a 62,58 % da informação total do sistema, para verificar se as
observações eram semelhantes.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
227
GRÁFICO 5.14: Gráfico de scores de todas amostras dos óleos essenciais de C.
sinensis sobre C. limonia (PC1 x PC2, 33,84 e 28,74 %, respectivamente).
Observa-se, novamente, a separação dos dois grupos e a similaridade entre
as replicatas, porém, novamente verifica-se que a escala no eixo y é menor que as
obtidas nos experimentos com voláteis.
A partir do gráfico de loadings de PC1XPC2 (Gráfico 5.15, p. 228) observou-
se os mesmos resultados que o gráfico PC1XPC3. Neste caso, os compostos com
IK = 1199 e 2494 deslocam as amotras oepc para o lado esquerdo, enquanto os
compostos com IK = 1299 e 2384 são os responsáveis pelas amostras oepp estarem
deslocadas para o lado direito do gráfico de PC1xPC2.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
228
GRÁFICO 5.15: Gráfico de loadings de todas amostras dos óleos essenciais de C.
sinensis sobre C. limonia (PC1 x PC2, 33,84 e 28,74 %, respectivamente).
O gráfico do poder de modelagem mostrou que todos as variáveis
apresentam mesma importância na distinção das condições.
GRÁFICO 5.16: Gráfico do poder de modelagem de todas as variáveis dos óleos
essenciais de C. sinensis sobre C. limonia.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
229
Os compostos com IK = 1199, 1299, 2384 e 2494 foram uns dos mais
importantes para a distinção dos óleos essenciais das plantas nas diferentes
condições. Quando observa-se os cromatogramas das diferentes amostras, verifica-
se que os compostos com IK = 1199 (nerol) e 2494 (ni) estão presentes apenas
quando a planta foi submetida a cigarrinhas (condição 3); e os compostos com IK =
1299 (metildecanoato) e 2384 (ni) estão presentes apenas na planta sem ter tido
contato com as cigarrinhas condição 1; o que justifica a discriminação obtida com as
análises quimiométricas.
A Análise Hierárquica dos Agrupamentos (HCA) mostra que os compostos
estão separados nas diferentes condições, e que suas replicatas estão agrupadas,
com exceção da 1ª triplicata do óleo essencial extraído da planta sem ser submetida
as cigarrinhas (oepp1), a qual apresentou um comportamento um pouco diferente
das demais replicatas, podendo ser considerado um “desvio” (outlier).
GRÁFICO 5.17: Gráfico de HCA de todas amostras com índice de similaridade
0,385.
A partir de todas estas análises quimiométricas, observa-se que os resultados
obtidos com os óleos essências da planta sem a presença das cigarrinhas e após a
remoção das mesmas não foi tão evidente com no caso dos voláteis das plantas.
Isto ocorre, pois quando o óleo essencial é extraído da planta pela técnica de arraste
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
230
à vapor, não se extrai apenas os voláteis e sim compostos mais polares que são
“arrastados” pela água; no caso dos compostos coletados por HeadSpace – SPME,
estes são necessariamente voláteis, pois precisam volatilizar até a fibra acoplada no
recipiente para serem adsorvidos. Isto é muito interessante, pois demonstra que a
planta tem uma modificação química perceptível apenas em seus voláteis e não em
seu óleo essencial.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
231
5.2 Experimento Interação Planta – Xylella fastidiosa
5.2.1. Determinação de Hesperidina em diferentes espécies de
Citrus
Há dados na literatura, conforme mencionado na introdução, que sugerem
uma resposta da planta quando infectada pela bactéria X. fastidiosa através do
aumento na quantidade de um metabólito secundário que ela mesma produz, a
Hesperidina. No entanto, esta observação trata-se apenas de uma suposição, não é
comprovado se há um acréscimo considerável da substância quando a planta está
infectada, e se realmente a substância é a Hesperidina. Então, foram realizados
experimentos de análise de teor de Hesperidina, utilizando-se a técnica de CLAE
(Cromatografia Líquida de Alta Eficiência), em diversas espécies de Citrus com e
sem sintomas de CVC para comprovar tais hipóteses.
5.2.2. Procedimento Experimental
Analisou-se as espécies: C. limonia sem sintomas de CVC (CLS); C. sinensis
sobre C. limonia com sintomas de CVC (CSC); C. sinensis sobre C. limonia sem
sintomas de CVC (CSS); C. reticulata sem sintomas de CVC (CRS); as quais foram
coletadas do Centro APTA Citros “Sylvio Moreira”. Foram analisados separadamente
os extratos dos pecíolos das plantas, uma vez que é descrito na literatura que este é
o local na planta onde se armazena uma maior quantidade de Hesperidina.
A otimização das condições de extração, de isolamento e de análise é
necessária para a obtenção de um resultado satisfatório. Todas as etapas do
experimento foram realizadas em duplicata para uma maior confiabilidade e
reprodutibilidade dos dados.
5.2.2.1. Extração e Isolamento das Amostras
Triturou-se 47,0 mg de pecíolos da planta e colocou-se em um tubo Falcon
com 1 mL de MeOH com alto grau de pureza. Agitou-se por 30 segundos e logo
após centrifugou-se a 10.000 rpm, por 15 minutos, a 20
o
C. Retirou-se a parte líquida
e secou-a. Repetiu-se este procedimento por mais duas vezes.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
232
Realizou-se o isolamento a partir da técnica de SPE (Extração por Fase
Sólida), utilizando-se cartuchos de Cyano (Bakerbond spe 7021-01). Dissolveu-se a
amostra em 2 mL de hexano e passou-a pelo cartucho pré-condicionado com
hexano. Passou-se 5 mL de hexano para que toda substância solúvel em hexano
fosse removida do cartucho. Essa fração coletada foi descartada, pois contêm
apenas interferentes e não a substância de interesse. Por fim, dissolveu-se o
restante da amostra em 1 mL de MeOH e passou-a no cartucho. Passou-se mais
600 µL de MeOH. Secou-se a amostra, para posterior análise. Esta fração deve
conter a Hesperidina (Figura 5.12), um flavonóide polar e que apresenta duas
unidades de açúcares em sua molécula.
rha-glyO
O
O
OH
OCH
3
OH
FIGURA 5.12: Estrutura da Hesperidina.
5.2.2.2. Análise das Amostras por CLAE
Cada fração obtida foi dissolvida em 500 µL de MeOH e colocada em um
frasco para análise por injeção automática, evitando-se assim, erros devido a injeção
não uniforme, e com isto a obtenção de um resultado mais preciso.
As condições otimizadas utilizadas para análise por CLAE foram: fase
estacionária: coluna semi-preparativa C18- phenomenex: gemini (150 x 4,60mm / 5
µm) e um holder com pré-filtro, fase móvel: H
2
O:MeOH:ACN (67,0:21,1:11,9), vazão
de fluxo: 1 mL/min, volume da injeção: 20 µL, comprimentos de onda: 282 nm.
Nestas condições o padrão de Hesperidina (Aldrich) apresentou um pico em
aproximadamente 13 minutos após a injeção.
Inicialmente condicionou-se a coluna para que não houvesse desvios nos
resultados. As injeções foram programadas para 30 minutos de corrida, 10 minutos
de limpeza e 12 minutos para recondicionamento da coluna. Injetou-se a série de
extratos coletados, um branco contendo o solvente em que foi dissolvida a amostra
(MeOH), e o padrão nas concentrações de 50 e 200 µg/mL.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
233
A seguir está representado um esquema de toda metodologia otimizada para
a análise do teor de Hesperidina em diferentes espécies de citros.
ESQUEMA 5.5: Fluxograma da metodologia empregada para análise comparativa
do teor de Hesperidina em diferentes espécies de Citrus.
Picado e
Triturado
3X
Extrato
SPE
Cartucho
CN
HPLC
Extrato
Pré-
p
urificado
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
234
5.2.3. Resultados e Discussão
5.2.3.1. Análise dos cromatogramas obtidos
A primeira análise foi realizada injetando-se o padrão de Hesperidina em duas
diferentes concentrações: 200 µg/mL e 50 µg/mL; os cromatogramas obtidos (eixo x
= Abs e eixo y = minutos) estão mostrados nas Figuras 5.13 e 5.14,
respectivamente. Observa-se que o cromatograma do padrão injetado em maior
concentração possui o pico da Hesperidina com maior área, o que é coerente, pois
contém uma maior quantidade da mesma. A partir das ferramentas do software,
obteve-se o tempo de retenção do pico da Hesperidina dos padrões injetados.
FIGURA 5.13: Cromatograma obtido a partir da injeção do padrão de Hesperidina
200 µg/mL.
FIGURA 5.14: Cromatograma obtido a partir da injeção do padrão de Hesperidina 50
µg/mL.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
235
Injetou-se o extrato pré-purificado do C. sinensis sobre C. limonia com
sintomas de CVC e obteve-se os cromatogramas contendo o pico próximo a 12,9
minutos de corrida cromatográfica (Figura 5.15 e 5.16), o qual, devido a comparação
com o tempo pico do padrão, corresponde a Hesperidina.
a b
FIGURA 5.15: Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CSC (A).
a b
FIGURA 5.16: Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CSC (B):
Os extratos analisados do C. sinensis sobre C. limonia sem sintomas de CVC
apresentaram também o pico correspondente a Hesperidina, próximo a 13,2 minutos
de corrida cromatográfica (Figura 5.17 e 5.18, p. 236); porém as áreas dos picos da
Hesperidina foram bem menores comparando-se com as dos C. sinensis sobre C.
limonia doentes.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
236
a b
FIGURA 5.17: Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CSS (A).
a b
FIGURA 5.18: Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CSS (B).
Os extratos de C. reticulata sem a bactéria apresentaram o pico referente a
Hesperidina, próximo a 13,2 minutos de corrida cromatográfica (Figura 5.19 e 5.20,
p. 237). A área foi relativamente próxima a do extrato de C. sinensis sobre C. limonia
sadia.
a b
FIGURA 5.19: Cromatograma total (a) e ampliado (b) de injeção de CRS (A).
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
237
a b
FIGURA 5.20: Cromatograma total (a) e ampliado (b) de injeção de CRS (B).
O extrato do C. limonia sem sintomas de CVC apresentou o pico de
Hesperidina em aproximadamente 13,1 minutos de corrida cromatográfica. As áreas
dos picos dos extratos referentes a esta planta foram bem menores que as dos
demais extratos.
a b
FIGURA 5.21: Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CLS (A).
a b
FIGURA 5.22: Cromatograma total (a) e ampliado (b) da injeção de CLS (B).
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
238
Pode-se verificar que todos os extratos apresentaram o pico referente a
Hesperidina; e para comprovar se houve um aumento ou diminuição de quantidade,
obteve-se, a partir do software do equipamento, a área de cada pico referente a
substância de interesse em cada fração e calculou-se a área relativa entre elas.
Como os experimentos foram realizados em replicatas, calculou-se a média dos
tempos de retenção e das áreas dos picos dos extratos semelhantes (Tabela 5.17).
TABELA 5.17: Extratos analisados, e suas respectivas áreas dos picos e tempos de
retenção.
Extrato Área do Pico Tempo de retenção
C. sinensis sobre C. limonia com
bactéria (A)
11.777.376 12,880
C. sinensis sobre C. limonia com
bactéria (B)
11.462.249 12,982
C. sinensis sobre C. limonia com
bactéria (Média)
11.619.812,5 12,931
C. sinensis sobre C. limonia sem
bactéria (A)
9.709.505 13,219
C. sinensis sobre C. limonia sem
bactéria (B)
5.166.934 13,258
C. sinensis sobre C. limonia sem
bactéria (Média)
7.537.152,3 13,226
C. reticulata sem bactéria (A) 6.649.392 13,286
C. reticulata sem bactéria (B) 8.011.598 13,054
C. reticulata sem bactéria (Média) 7.330.495 13,170
C. limonia sem bactéria (A) 415.316 12,959
C. limonia sem bactéria (B) 446.201 13,139
C. limonia sem bactéria (Média) 430.758,5 13,049
A partir das áreas obtidas de cada extrato, verificou-se que há uma alteração
na quantidade de Hesperidina nas diferentes espécies de citros, uma vez que cada
espécie analisada, sem sintomas da doença, apresentou uma quantidade diferente
da substância. O extrato do C. limonia foi o que conteve menor teor de Hesperidina.
Interação Planta – X. fatidiosa – O. facialis
239
E os extratos de C. sinensis sobre C. limonia sem bactéria e de C. reticulata
apresentaram um teor de Hesperidina próximos.
Quando considera-se o extrato da planta doente (C. sinensis sobre C. limonia
com bactéria), nota-se que esta apresentou maior teor de Hesperidina, pois o pico
referente a esta substância foi o que mostrou uma maior área.
Uma análise comparativa foi realizada utilizando-se as áreas médias de cada
extrato. Considerou-se a área média do C. sinensis sobre C. limonia com bactéria
como ponto de comparação, pois esta é a planta que apresenta diferença em
relação às outras:
A partir desta análise comparativa, pode-se dizer que realmente o C. sinensis
sobre C. limonia com bactéria apresentou uma maior quantidade Hesperidina em
relação ao C. sinensis sobre C. limonia sem bactéria, aproximadamente 35% a mais;
e entre todos os extratos analisados o C. limonia foi o que apresentou menor teor de
Hesperidina, apenas 4% da quantidade que o C. sinensis sobre C. limonia com
sintoma. Estes resultados estão coerentes e compatíveis com a análise visual
realizada anteriormente considerando apenas a absorbância dos picos.
CSS = 7.537.152,3 = 0,65 x 100% = 65 %
CSC 11.619.812,5
CRS = 7.330.495 = 0,63 x 100% = 63 %
CSC 11.619.812,5
CLS = 430.758,5 = 0,04 x 100% = 4 %
CSC 11.619.812,5
Conclusão
241
O estudo fitoquímico das raízes de C. limonia proporcionou o isolamento
e identificação de 16 metábolitos secundários: as cumarinas, escopoletina,
isoescopoletina, demetilsuberosina, clausarina, xantoarnol; as
piranocumarinas, xantiletina, seselina, xantoxiletina, trans-kelactona, trans-
decursidinol, junosmarina; os piranoflavonóides, limonianina e 5,4’-diidróxi-6-
(3”’-metil-2”’-butenil)-2”,2”-dimetilpirano(5’’,6’’-7,8)flavanona; e os esteróides β-
sitosterol, estigmasterol e campesterol. As cumarinas trans-kelactona e trans-
decursidinol, não são comuns em Citrus e na família Rutaceae, sendo relatada
pela literatura apenas na família Apiaceae. A 5,4’-diidróxi-6-(3”’-metil-2”’-
butenil)-2”,2”-dimetilpirano(5’’,6’’-7,8)flavanona é uma flavanona inédita. Este
estudo fitoquímico do C. limonia contribuiu para a ampliação do conhecimento
químico da família Rutaceae, ajudando na compreensão e classificação do
gênero.
Verificou-se que o perfil químico das raízes de C. limonia é muito similar
ao das raízes de C. sinensis sobre C. limonia, principalmente devido a grande
quantidade de cumarinas e de substâncias preniladas isoladas. No entanto,
quando compara-se estes perfis químicos com a parte superior da planta
enxertada, correspondente a C. sinensis, observa-se uma grande distinção
entre os metabólitos secundários, uma vez que esta possui uma grande
quantidade de compostos não prenilados e poucas cumarinas.
As únicas substâncias isoladas em comum nas diferentes plantas foram
as piranocumarinas Xantiletina e Xantoxiletina. Porém, estas foram isoladas em
quantidades ínfimas na parte superior da planta enxertada e em grande
quantidade na parte inferior desta última e da planta não enxertada. Isto é
muito interessante, pois sugere que a planta enxertada não produza estas
substâncias e sim que ocorre um mecanismo de translocação de metabólitos
secundários da parte inferior para a parte superior da planta enxertada.
Estudos enzimáticos vêm sendo realizados a fim de comprovar tal hipótese.
Os ensaios contra o agente causal da CVC, X. fastidiosa, possibilitou a
determinação da MIC de diversas classes de substâncias químicas, como
cumarinas, limonóides e flavonóides, isoladas de produtos naturais, as quais
ainda não haviam sido ensaiadas. Verificou-se que não há grande variação na
inibição da bactéria quando esta encontra-se na fase exponencial ou no início
da fase estacionária; sugerindo a utilização da fase exponencial para estes
Conclusão
242
ensaios, uma vez que obtém-se resultados com maior rapidez, o que favorece
a dinâmica dos experimentos.
As substâncias que apresentaram maior potencial inibitório foram a
Catequina e a Xantiletina, sendo esta última isolada em grande quantidade de
C. limonia, o que sugere estar associada ao mecanismo de resistência deste
frente a CVC, uma vez que é isolada em pouquíssima quantidade do C.
sinensis sobre C. limonia, o qual é suscetível a doença. Pode-se concluir que
as piranocumarinas e as flavanonas são classes promissoras contra X.
fastidiosa.
A análise comparativa de Hesperidina em diferentes espécies de citros
determinou quantidades próximas de Hesperidina em C. sinensis sem CVC e
em C. reticulata sem CVC; o C. limonia foi o gênero que apresentou menor teor
de Hesperidina. Verificou-se que há um aumento no teor deste flavonóide
glicosilado em plantas de C. sinensis sobre C. limonia contendo a CVC quando
comparadas com estas sadias, o que mostra uma resposta das mesmas frente
a infecção; esclarecendo o que estava duvidoso na literatura e comprovando
algumas hipóteses sugeridas. A partir da quantidade de Hesperidina que uma
planta possui pode-se também detectar se esta possui ou não a bactéria,
possibilitando um método alternativo de diagnóstico da doença.
O estudo de interação planta / inseto mostrou que a planta tem uma
resposta nítida quando em contato com cigarrinhas transmissoras de CVC,
alterando seus voláteis emitidos, e que esta não retorna aos seus componentes
químicos iniciais, mesmo após 48 horas da remoção dos vetores.
Há compostos voláteis que são exalados em maior quantidade quando
em contato com as cigarrinhas, indicando que a planta libera-os em resposta
ao ataque pelo inseto, alterando seu metabolismo. Para não afetar seus
processos vitais, ela retorna ao equilíbrio metabólico variando seus
constituintes secundários, aumentando suas concentrações ou sintetizando
novos; estes podem servir como alomônios de agregação, indicando a
presença de alimento e atraindo um número maior destes insetos no campo.
Alguns voláteis são exalados em maior quantidade após a remoção das
cigarrinhas, assim como o 2-etil-1-hexanol, agindo como um sinalizador para
que o seu metabolismo possa retornar ao equilíbrio. Outros páram de ser
liberados, ou diminuem de percentual, como observado para o composto com
Conclusão
243
IK = 1907, sendo um mecanismo de defesa da planta contra as cigarrinhas,
não atraindo mais agentes vetores. Isto sugere que estes últimos atraem os
insetos e, portanto, possam ser utilizados como cairômonios, proporcionando
um método ecologicamente correto, o qual não agride o meio ambiente e nem
o ser humano, no controle de cigarrinhas nos pomares, diferentemente dos
inseticidas utilizados atualmente. Esta é uma nova alternativa no controle da
CVC, uma vez que eliminando os vetores, a doença não será mais transmitida.
Houve também uma alteração nos compostos identificados nos óleos
essenciais da planta em diferentes condições, no entanto, não foi tão
pronunciada como nos casos dos voláteis.
A análise quimiométrica foi fundamental para a obtenção de resultados
claros e confiáveis, mostrando que todas as replicatas e experimentos estavam
coerentes, podendo-se concluir que a planta realmente sofre modificações,
principalmente em seus voláteis quando atacada por um agente, neste caso a
cigarrinha vetor da CVC. Pode-se dizer também que a técnica de HS-SPME
além de muito rápida, prática, livre de solventes e não destrutiva é altamente
aplicável e reprodutível para experimentos com plantas e insetos, e juntamente
com a quimiometria pode fornecer resultados muito interessantes do ponto de
vista ecológico e econômico.
Como conclusão geral, este trabalho indicou novas perspectivas para o
controle da CVC até então não utilizadas, como a inibição direta do
microrganismo causal da doença a partir de produtos naturais e a utilização de
métodos ecologicamente corretos na eliminação dos agentes vetores e um
método alternativo de diagnóstico para plantas com esta doença.
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(5), 1761-1770.
Anexo:
Cromatogramas obtidos sob as diferentes condições empregadas no experimento
interação planta-inseto
Anexo
254
1. Cromatogramas obtidos em replicata (1-3h2 e 1-3h4) dos compostos
voláteis extraídos da planta enxertada C. sinensis sobre C. limonia sem
sofrer nenhuma alteração:
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (1-3h2).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (1-
3h2), 0 a 20 de altitude e de 0 a 50 min.
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (1-3h4).
Anexo
255
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (1-
3h4), 0 a 20 de altitude e de 0 a 50 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (1-
3h4), 0 a 10 de altitude e de 0 a 20 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (1-
3h4), 0 a 10 de altitude e de 20 a 30 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (1-
3h4), 0 a 10 de altitude e de 30 a 40 min.
Anexo
256
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (1-
3h4), 0 a 10 de altitude e de 40 a 60 min.
2. Cromatogramas obtidos em replicata (2a-3h3 e 2a-3h4) dos compostos
voláteis extraídos da planta enxertada C. sinensis sobre C. limonia logo após
a inserção de cigarrinhas:
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (2a-3h3).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (2a-3h3), 0 a 20
de altitude e de 0 a 50 min.
Anexo
257
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (2a-3h4).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (2a-3h4), 0 a 20
de altitude e de 0 a 50 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (2a-
3h4), 0 a 10 de altitude e de 0 a 20 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (2a-
3h4), 0 a 10 de altitude e de 20 a 30 min.
Anexo
258
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (2a-
3h4), 0 a 10 de altitude e de 30 a 40 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração (2a-
3h4), 0 a 10 de altitude e de 40 a 60 min.
Anexo
259
3. Cromatogramas obtidos em triplicata (2b-3hi, 2b-3hii e 2b-3hiii) dos
compostos voláteis extraídos da planta enxertada C. sinensis sobre C.
limonia 24 horas após a inserção das cigarrinhas:
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (2b-3hi)
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (2b-3hi), 0 a
20 de altitude e de 0 a 50 min.
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (2b-3hii).
Anexo
260
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (2b-3hii), 0 a
20 de altitude e de 0 a 50 min.
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (2b-3hiii).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (2b-3hiii), 0 a
20 de altitude e de 0 a 50 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração
(
2b-3hiii), 0 a 10 de altitude e de 0 a 20 min.
Anexo
261
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração
(
2b-3hiii), 0 a 10 de altitude e de 20 a 30 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração
(
2b-3hiii), 0 a 10 de altitude e de 30 a 40 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração
(
2b-3hiii), 0 a 10 de altitude e de 40 a 60 min.
Anexo
262
4. Cromatograma obtido (2c-3vi) dos compostos voláteis extraídos da planta
enxertada C. sinensis sobre C. 48 horas após a inserção das cigarrinhas:
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (
2c-3vi).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas com as cigarrinhas (2c-3vi), 0 a
20 de altitude e de 0 a 50 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração
(
2c-3vi), 0 a 10 de altitude e de 0 a 20 min.
Anexo
263
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração
(
2c-3vi), 0 a 10 de altitude e de 20 a 30 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração
(
2c-3vi), 0 a 10 de altitude e de 30 a 40 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas sem sofrer nenhuma alteração
(
2c-3vi), 0 a 10 de altitude e de 40 a 60 min.
Anexo
264
5. Cromatogramas obtidos em triplicata (3a-3h2, 3a-3h3 e 3a-3h4) dos
compostos voláteis extraídos da planta enxertada C. sinensis sobre C.
limonia logo após a remoção de cigarrinhas:
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após a remoção das cigarrinhas (3a-3h2).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após a remoção das cigarrinhas
(3a-3h2), 0 a 20 de altitude e de 0 a 50 min.
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após a remoção das cigarrinhas (3a-3h3).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após a remoção das cigarrinhas
(3a-3h3), 0 a 20 de altitude e de 0 a 50 min.
Anexo
265
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após a remoção das cigarrinhas (3a-3h4).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após a remoção das cigarrinhas
(3a-3h4), 0 a 20 de altitude e de 0 a 50 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após a remoção das cigarrinhas
(3a-3h4), 0 a 10 de altitude e de 0 a 20 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após a remoção das cigarrinhas
(3a-3h4), 0 a 10 de altitude e de 20 a 30 min.
Anexo
266
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após a remoção das cigarrinhas
(3a-3h4), 0 a 10 de altitude e de 30 a 40 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após a remoção das cigarrinhas
(3a-3h4), 0 a 10 de altitude e de 40 a 60 min.
Anexo
267
6. Cromatogramas obtidos em replicata (3b-3i e 3b3ii) dos compostos
voláteis extraídos da planta enxertada C. sinensis sobre C. limonia 24 horas
após a remoção de cigarrinhas:
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 24 h da remoção das cigarrinhas (3b-3i).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 24 h da remoção das
cigarrinhas (3b-3i), 0 a 20 de altitude e de 0 a 50 min.
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 24 h da remoção das cigarrinhas (3b-3ii).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 24 h da remoção das
cigarrinhas (3b-3ii), 0 a 20 de altitude e de 0 a 50 min.
Anexo
268
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 24 h da remoção das
cigarrinhas (3b-3ii), 0 a 10 de altitude e de 0 a 20 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 24 h da remoção das
cigarrinhas (3b-3ii), 0 a 10 de altitude e de 20 a 30 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 24 h da remoção das
cigarrinhas (3b-3ii), 0 a 10 de altitude e de 30 a 40 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 24 h da remoção das
cigarrinhas (3b-3ii), 0 a 10 de altitude e de 40 a 60 min.
Anexo
269
7. Cromatogramas obtidos em replicata (3c-3hiv, 3c-3hv, 3c-3hvi e 3c-3hvii)
dos compostos voláteis extraídos da planta enxertada C. sinensis sobre C.
limonia 48 horas após a remoção de cigarrinhas:
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das cigarrinhas (3c-3hiv).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das
cigarrinhas (3c-3hiv), 0 a 20 de altitude e de 0 a 50 min.
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das cigarrinhas (3c-3hv).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das
cigarrinhas (3c-3hv), 0 a 20 de altitude e de 0 a 50 min.
Anexo
270
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das cigarrinhas (3c-3hvi).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das
cigarrinhas (3c-3hvi), 0 a 20 de altitude e de 0 a 50 min.
Cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das cigarrinhas (3c-3hvii).
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das
cigarrinhas (3c-3hvii), 0 a 20 de altitude e de 0 a 50 min.
Anexo
271
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das
cigarrinhas (3c-3hvii), 0 a 10 de altitude e de 0 a 20 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das
cigarrinhas (3c-3hvii), 0 a 10 de altitude e de 20 a 30 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das
cigarrinhas (3c-3hvii), 0 a 10 de altitude e de 30 a 40 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos das plantas após 48 h da remoção das
cigarrinhas (3c-3hvii), 0 a 10 de altitude e de 40 a 60 min.
Anexo
272
8. Cromatogramas obtidos em triplicata (oepp1, oepp2 e oepp3) dos
compostos extraídos dos óleos essenciais da planta enxertada C. sinensis
sobre C. limonia sem sofrer nenhuma alteração:
Cromatograma dos voláteis extraídos dos óleos essenciais das plantas com as cigarrinhas (oepp1).
Cromatograma dos voláteis extraídos dos óleos essenciais das plantas com as cigarrinhas (oepp2).
Cromatograma dos voláteis extraídos dos óleos essenciais das plantas com as cigarrinhas (oepp3).
Anexo
273
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos dos óleos essenciais das plantas sem sofrer
nenhuma alteração (oepp3), 0 a 20 de altitude e de 0 a 20 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos dos óleos essenciais das plantas sem sofrer
nenhuma alteração (oepp3), 0 a 20 de altitude e de 20 a 40 min.
Anexo
274
9. Cromatogramas obtidos em triplicata (oepc1, oepc2 e oepc3) dos
compostos extraídos dos óleos essenciais da planta enxertada C. sinensis
sobre C. após a remoção das cigarrinhas:
Cromatograma dos voláteis extraídos dos óleos essenciais das plantas com as cigarrinhas (oepc1).
Cromatograma dos voláteis extraídos dos óleos essenciais das plantas com as cigarrinhas (oepc2).
Cromatograma dos voláteis extraídos dos óleos essenciais das plantas com as cigarrinhas (oepc3).
Anexo
275
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos dos óleos essenciais das plantas após
removidas as cigarrinhas (oepc3), 0 a 20 de altitude e de 0 a 20 min.
Ampliação do cromatograma dos voláteis extraídos dos óleos essenciais das plantas sem após
removidas as cigarrinhas (oepc3), 0 a 20 de altitude e de 20 a 40 min.
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