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JACIMAR LUIS DE SOUZA
BALANÇO ENERGÉTICO EM CULTIVOS
ORGÂNICOS DE HORTALIÇAS
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Fitotecnia, para
obtenção do título de “Doctor
Scientiae”.
VIÇOSA
MINAS GERAIS BRASIL
2006
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2
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e
Classificação da Biblioteca Central da UFV
T
Souza, Jacimar Luis de, 1960-
A......c Balanço energético em cultivos orgânicos de hortaliças /
2006 Jacimar Luis de Souza. Viçosa : UFV, 2006. x, 205f. :
il.; 29cm.
Inclui anexos.
Orientador: Vicente Wagner Dias Casali.
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Viçosa.
Bibliografia citada: f. 172-178.
1. Agricultura orgânica Energia - Cultivos de Hortaliças,
Domingos Martins (ES). 2. Energia Balanço energético
Cultivos de hortaliças, Domingos Martins (ES). 3. Eficiência
energética cultivos orgânicos Hortaliças, Domingos
Martins (ES).
I. Universidade Federal de Viçosa. II.Título.
CDD .............................
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JACIMAR LUIS DE SOUZA
BALANÇO ENERGÉTICO EM CULTIVOS ORGÂNICOS
DE HORTALIÇAS
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Fitotecnia, para
obtenção do título de “Doctor
Scientiae”.
APROVADA: 27 de março de 2006.
_______________________________ _______________________________
Prof. Ricardo Henrique Silva Santos Prof. Paulo Roberto Cecon
(Conselheiro) (Conselheiro)
_______________________________ _______________________________
Prof. Gilberto Bernardo de Freitas Pesq. José Mauro de S. Balbino
_______________________________
Prof. Vicente Wagner Dias Casali
(Orientador)
ii
À minha família: Andrea, Milena e Lucas
DEDICO
iii
AGRADECIMENTOS
Ao INCAPER, pelo apoio irrestrito através de seu programa de
treinamento.
Ao Departamento de Fitotecnia da UFV, pelos ensinamentos valiosos.
À coordenação de pós-graduação do DFT, pelo apoio constante.
Ao CNPq, pelo apoio financeiro que tornou possível minha permanência
em Viçosa para a conclusão deste curso.
Ao prof. Vicente Casali, pela orientação objetiva, amizade e
profissionalismo.
Ao prof. Ricardo Santos, pelo companheirismo e orientações
importantes.
Ao prof. Paulo Cecon, pelos ensinamentos e orientações estatísticas.
Ao prof. Gilberto Freitas, pelas contribuições no meu exame de
qualificação e na minha defesa de tese.
Ao pesquisador José Mauro Balbino, pelo companheirismo do dia-a-dia
no INCAPER e pelas sugestões na minha defesa de tese.
Ao colega Fabiano Caliman, parceiro de todas as horas e em todos os
assuntos.
Aos colegas da “Pós” da UFV pelo convívio harmonioso nestes quatro
anos.
iv
BIOGRAFIA
Jacimar Luis de Souza, Filho de Jacy de Souza e Elydia Carvalho de
Souza, natural de Baixo Guandu/ES, é Engenheiro Agrônomo, graduado pela
Universidade Federal do Espírito Santo em 1982. Mestrado pela Universidade
Federal de Lavras, área de concentração Fitotecnia em 1985. Doutorado pela
Universidade Federal de Viçosa, área de concentração Fitotecnia em 2006.
Pesquisador do Centro Regional de Desenvolvimento Rural Centro Serrano
(CRDR-CS), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e
Extensão Rural (INCAPER). Coordenador de projetos de pesquisa do
programa de Agricultura Orgânica do INCAPER de 1990 até a presente data.
Publicação de 121 trabalhos técnico-científico em anais, documentos seriados
do INCAPER e periódicos nacionais, sendo 93 em autoria e 28 em co-autoria.
Ganhador do Prêmio “Tião Sá” de incentivo à pesquisa ecológica/1996 (1º
lugar), promovido pela Secretaria do meio Ambiente/Prefeitura Municipal de
Vitória, com o trabalho “Agricultura Orgânica - Desenvolvimento Integrado de
tecnologias”. Autor do Livro: “Agricultura Orgânica - tecnologias para a
produção de alimentos saudáveis”, vol. 1, editado pelo INCAPER em 1998.
Ganhador da “Menção honrosa Santa Catarina”, no 39º Congresso Brasileiro
de Olericultura, com o trabalho destaque em 1999: “Estudo da fertilidade de
solos submetidos a manejo orgânico ao longo de 9 anos”. Coordenador
Técnico dos Video-Cursos: “Cultivo Orgânico de Hortaliças Sistema de
Produção (1999)”, “Cultivo Orgânico de Brássicas (2000)”, “Cultivo Orgânico de
v
Hortaliças-Fruto (2001)”, “Cultivo Orgânico de Hortaliças-Raizes (2001)” e
“Cultivo Orgânico de Hortaliças-Raízes tropicais (2002)”. Ganhador do Prêmio
SOB-2001, outorgado pela Associação Brasileira de Horticultura (ABH), com o
trabalho: “Desenvolvimento de tecnologias para a olericultura orgânica
brasileira”. Autor do Livro: “Manual de Horticultura Orgânica, 1ª ed. em 2003 e
2ª ed. em 2006. Autor do livro “Agricultura Orgânica - tecnologias para a
produção de alimentos saudáveis”, vol. 2, editado pelo INCAPER em 2005.
vi
CONTEÚDO
Página
RESUMO.....................................................................................................
viii
ABSTRACT................................................................................................
x
1. INTRODUÇÃO...................................................................................
1
Preservação ambiental.................................................................................... 1
Energia e Agricultura........................................................................................ 2
Agricultura orgânica e eficiência energética................................................ 7
Objetivos............................................................................................................ 9
2. MATERIAL E MÉTODOS..........................................................
11
2.1. Caracterização do sistema orgânico de produção.......
12
2.2. Base de dados..............................................................................
15
2.3. Valores energéticos adotados...............................................
17
2.4. Variáveis analisadas e procedimentos estatísticos......
34
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................
38
3.1. Avaliação energética dos cultivos orgânicos...................
40
3.1.1. Cultivo orgânico da abóbora..................................................... 40
3.1.2. Cultivo orgânico do alho............................................................ 50
3.1.3. Cultivo orgânico da batata ........................................................ 59
vii
Página
3.1.4. Cultivo orgânico da batata-baroa............................................. 68
3.1.5. Cultivo orgânico da batata-doce.............................................. 77
3.1.6. Cultivo orgânico da cenoura..................................................... 85
3.1.7. Cultivo orgânico da couve-flor.................................................. 94
3.1.8. Cultivo orgânico do repolho...................................................... 103
3.1.9. Cultivo orgânico do taro ............................................................ 112
3.1.10. Cultivo orgânico do tomate..................................................... 121
3.2. Análise energética do sistema orgânico............................
133
3.2.1. Análise energética das variáveis............................................. 134
3.2.2. Análise energética dos componentes..................................... 139
3.3. Sustentabilidade energética da produção orgânica.....
144
3.4. Produção e custo calórico de proteínas na produção
orgânica...........................................................................................
149
3.5. Custo energético dos plásticos..............................................
162
4. CONCLUSÕES.................................................................................
166
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................
168
Anexo 1: Valores energéticos adotados....................................................... 174
Anexo 2: Base de dados e análises estatísticas por cultura..................... 180
Anexo 3: Base de dados e análises estatísticas das médias do
sistema orgânico.............................................................................
201
Anexo 4: Conversão de unidades de medida de energia.......................... 206
viii
RESUMO
SOUZA, Jacimar Luis de, D.S., Universidade Federal de Viçosa, março 2006.
Balanço energético em cultivos orgânicos de hortaliças. Orientador:
Vicente Wagner Dias Casali. Conselheiros: Ricardo Henrique Silva Santos e
Paulo Roberto Cecon.
A preocupação com a preservação dos recursos naturais e com a saúde
humana têm sido marcantes nas últimas décadas. Por isto a agricultura
orgânica tem se desenvolvido muito em diversos países, inclusive no Brasil,
buscando atender a estes anseios da sociedade. Esta missão só poderá ser
atingida de forma eficiente, se esta agricultura for implementada em bases
agroecológicas e com comprovada sustentação energética. Assim, o objetivo
desse trabalho foi avaliar o desempenho energético de cultivos orgânicos de
hortaliças, no período de 10 anos, visando atestar as eficiências energéticas
das culturas e compará-las àquelas dos cultivos convencionais da região. A
metodologia adotada foi a de monitoramento de campos de produção de dez
culturas, no período de 1991 a 2000, na área experimental de agricultura
orgânica do INCAPER, em Domingos Martins, região serrana do Espírito
Santo. Procedeu-se à quantificação dos coeficientes técnicos do sistema
orgânico, convertendo suas grandezas físicas em equivalentes energéticos,
expressos em kcal. Os dados foram analisados por meio da estatística
descritiva e as comparações entre as médias do sistema orgânico, com
ix
aquelas do sistema convencional da região, estabelecido como referência
populacional, foram realizadas pelo teste ‘t’. O sistema orgânico consumiu, em
média, 4.571.159 kcal ha
-1
e apresentou 12.696.712 kcal ha
-1
de energia
inserida na colheita, mostrando-se eficiente na conversão de energia, com um
balanço energético médio de 2,78. O tomate apresentou o menor balanço
(0,97) e a batata-doce o maior balanço (6,58). O repolho se destacou com a
maior produção de proteínas (77,45 kg ha
-1
) e menor custo protéico (45.733
kcal kg
-1
). Os componentes de maior participação nos gastos calóricos foram:
embalagem (35,9%), seguida por composto orgânico (17,2%), irrigação
(12,6%), sementes/mudas (12,4%) e mão-de-obra (11,0%). Na comparação
entre os sistemas, foram registradas diferenças estatísticas para algumas
variáveis, dependendo da cultura analisada. Na comparação entre as médias
dos sistemas orgânico e convencional, não foram observadas diferenças
estatísticas para as variáveis analisadas, mesmo havendo diferenças
numéricas marcantes entre algumas delas, como nas entradas de energia
(4.571.159 e 6.766.464 kcal ha
-1
, respectivamente) e no balanço energético
(2,78 e 1,93, respectivamente).
x
ABSTRACT
SOUZA, Jacimar Luis de, D. S., Universidade Federal de Viçosa, March 2006.
Energetic Balance in organic farming of vegetables. Adviser: Vicente
Wagner Dias Casali. Committee Members: Ricardo Henrique Silva Santos
and Paulo Roberto Cecon.
The concerning with preservation of the natural sources and to the
human health have been outstanding in the last decades. Therefore the organic
agriculture has been developed in several countries, including Brazil, searching
to attend these longings of the society. This mission can be reached with
efficiently only if this agriculture is implemented in agricultural ecology bases
and with justified energetic support. So, the aim of this work was to evaluate the
energetic performance of organic farming of vegetables in the period of 10
years, searching to attest the energetic efficiencies of the cultures and to
compare them to those of conventional crops from the region. Monitoring the
fields of 10 year production was the methodology used in the period from 1991
to 2000, in the experimental field of organic agriculture of INCAPER, in
Domingos Martins, mountain region of Espírito Santo. The quantification of the
technical coefficients of the organic system was proceeded, converting their
physical greatnesses to energetic equivalents, expressed in kcal. The data were
analyzed through descriptive statistics and the comparisons among the organic
system means to those of the conventional crop from the region, set as
xi
population references were done using the “t” Test. The organic system
consumed averagely, 4.571.159 kcal ha
-1
and showed 12.696.712 kcal ha
-1
of
energy inserted in the harvest, showing itself as efficient in the conversion of
energy, with an energetic balance of 2.78. The tomato showed the least
balance (0.97) and the sweet potato the greatest balance (6.58). The cabbage
stood out with the highest production of proteins (77.45 kg ha
-1
) and the least
proteic cost (45.733 kcal kg
-1
). The components with the greatest participation
in the caloric costs were: packaging (35.9%), followed by organic composite
(17.2%), irrigation (12.6%), seeds/seedlings (12.4%) and labor (11.0%).
Regarding to the comparison among the systems, statistical differences were
recorded to some variables, depending on the analyzed culture. When medias
from the organic and conventional systems were compared, statistics
differences to the analyzed variables weren’t noted even when there was
numerical differences outstanding among some of them, as in the incoming of
energy (4.571.159 and 6.766.464 kcal ha
-1
, respectively) and in the energetic
balance (2,78 e 1,93, respectively).
1
1. INTRODUÇÃO
Preservação ambiental
A preocupação com a preservação dos recursos naturais tem sido
marcante nas últimas décadas. Em todo o planeta, a sociedade tem
demonstrado crescente preocupação com os efeitos do modelo de produção
agropecuária sobre o meio ambiente, especialmente no tocante à
contaminação do solo, das águas e dos alimentos, e mais recentemente, com a
eficiência energética. Com relação a estes efeitos adversos deste modelo
produtivo, se impõe a necessidade da visão ambiental, como tem sido atestado
em diversos documentos e relatórios, em que o aumento da produtividade não
deve comprometer a preservação do ambiente, a sustentabilidade dos recursos
de produção e a qualidade de vida.
De grande importância na busca da preservação ambiental, foi a
Conferência de Estocolmo sobre meio ambiente, em 1972, onde se iniciou o
estabelecimento de recomendações e normativas aos organismos e
instituições financeiras internacionais, no sentido de associar fluxo de capital ao
desenvolvimento, com sustentação ambiental, entendendo-se que meio
ambiente e desenvolvimento não devem e, nem podem ser dissociados.
Outro marco fundamental foi registrado por Meadows (1993), citado por
Martins (1997), na publicação do documento Límites Del Crecimiento’, no
sentido de contribuir com a construção da sociedade materialmente suficiente,
2
socialmente eqüitativa e ecologicamente durável. As principais conclusões
desse documento foram: Primeiro: “Se as tendências atuais de crescimento da
população mundial, industrialização, contaminação ambiental, produção de
alimentos e exploração de recursos, continuarem sem modificações, o
crescimento no nosso planeta será limitado nos próximos cem anos. A partir
daí, o resultado mais provável será uma declinação súbita e incontrolável, tanto
da população como da capacidade industrial”. Segundo: “É possível alterar
estas tendências de crescimento e estabelecer condições de estabilidade
econômica e ecológica capazes de sustentar o futuro. O estado de equilíbrio
global pode ser desenhado de tal forma que as necessidades materiais básicas
de cada pessoa sobre a terra, sejam satisfeitas”.
Estas questões levam a agricultura a propor novos princípios, novos
modelos e novas definições para a produção agrícola, como Agroecologia,
Agricultura Sustentável e Agricultura Orgânica, onde a adoção de tecnologias
deva atender a requisitos de sustentabilidade ambiental, econômica e social,
em que o conceito de moderno não está associado à relação simplista entre
produção e à aquisição de produtos industriais, como máquinas, adubos
minerais e agrotóxicos.
Energia e agricultura
Visando garantir alimentação, proteção, transporte, saúde, diversão e
outras funções e bens de consumo do ser humano, muita energia é gasta,
independente da forma e da fonte energética. Nos agroecossistemas, a energia
está na forma de radiação solar que alimenta a fotossíntese, gerando
biomassa; na forma de trabalho humano, animal ou mecânico; ou ainda contida
em combustíveis, adubos, ferramentas, sementes e demais insumos da
agricultura (MELLO, 1989).
Nas últimas décadas, a chamada “modernização” da agricultura tem
priorizado a alocação de quantidades cada vez maiores de energia nos
sistemas produtivos, visando aumentar os rendimentos, com agravante de que
grande parte desse aporte de energia adicional seja originada, direta ou
indiretamente, de fontes não renováveis, principalmente dos combustíveis
fósseis, de alto custo energético (PIMENTEL et al., 1990; GLIESSMAN, 2000).
3
O dispêndio energético impõe séria preocupação a todos nós: a quantidade de
energia investida na produção de alimentos, muitas vezes tem sido maior do
que o retorno conseguido em valor energético dos produtos, proporcionando
balanço negativo, comprometendo a sustentabilidade.
A energia de origem fóssil desempenha papel vital nos sistemas de
produção agrícola, pois seu preço afeta todos os custos da cadeia produtiva.
Energia e produção de alimentos estão de tal forma relacionados, que qualquer
impacto nos custos do petróleo são transmitidos e ampliados ao longo da
cadeia produtiva (CAMPOS e CAMPOS, 2004). Portanto, a preocupação
quanto a dependência da agricultura pela energia de origem fóssil, deve ser
cada vez mais considerada, especialmente pela possibilidade de escassez
desse recurso. Em 1973, o alerta sobre a escassez de combustíveis fósseis,
transmitido pelos países produtores, gerou a sextuplicação nos preços, o que
repercurtiu como verdadeira catástrofe na agricultura (FERREIRA e
ULBANERE, 1989).
O Brasil gasta 2,6 Kcal ao produzir 1,0 Kcal de alimentos. Os países
desenvolvidos já estão gastando mais de 5,0 Kcal; os EUA gastam 9,0 Kcal e o
Japão 12,0 Kcal. Toda esta energia, em sua maioria baseada em combustíveis
fósseis não renováveis, é “produção de alimentos a qualquer custo”. É
interessante notar que nos diversos países, à medida que a demanda
energética aumenta na agricultura, também aumentam as necessidades de
fosfato e do emprego de agrotóxicos, e vice-versa (ALMEIDA, 2005).
Pimentel (1984), citado por Pimentel et al. (1990) relatou que 17% do
total de energia usada na economia dos Estados Unidos é consumida nos
sistemas de alimentação, distribuídos em 6% na produção, 6% no
processamento e embalagem e 5% na comercialização. Estes 17%
representam aproximadamente 1500 litros de combustível/pessoa/ano,
somente com a finalidade de se alimentar. Se todas as pessoas da Terra (4,7
bilhões em 1984) se alimentassem de forma similar aos americanos e também
produzissem os alimentos com a mesma tecnologia empregada naquele país, o
total de reservas conhecidas de petróleo do mundo duraria apenas 12 anos.
Estudando os aspectos energéticos nas mudanças do setor agrícola de
quatro microrregiões do estado de São Paulo, Krom e Paccola (1995),
verificaram aumento significativo na demanda de energia dessas regiões no
4
período de 1970 a 1985, basicamente pelo incremento de maquinaria,
combustíveis e fertilizantes químicos. Os autores concluem que a
transformação brusca que foi imposta à agricultura não possibilitou
mecanismos tais, que o setor agrícola pudesse se desenvolver de forma
harmônica, constituindo-se em apêndice do sistema capitalista, incorporando
sua forma própria de gerir e, tornando-se altamente dependente da matriz
energética nacional.
Os sistemas de monocultura do modelo convencional de produção,
baseado na agroquímica, causam redução na eficiência energética dos
sistemas produtivos. Isto é provocado pela pequena cobertura do solo (que
induz perdas por evaporação e por erosão), associado à grande dependência
de insumos externos (adubos minerais e agrotóxicos ambos de alto custo
energético). Nesse sentido, o emprego de práticas que reduzam os problemas
delineados pode ser a alternativa para o aumento da eficiência dos sistemas
produtivos, especialmente pelo emprego de rotações de cultura e manejo de
espécies próprias para adubação verde, para cobertura do solo e fixação de
carbono e nitrogênio (LI et al., 2002; SANTOS et al., 2000; URI et al., 1998).
Ferraro Júnior (1999) argumenta que a transição para a
sustentabilidade, pressupõe a identificação de sistemas eficientes em longo
prazo, e que avaliações meramente financeiras de sistemas têm horizonte
demasiadamente curto, pois estão sujeitas a distorções impostas pelas
flutuações do mercado, o que não é o caso das avaliações em torno dos fluxos
de energia. Por isto, as análises energéticas têm proporcionado maior
segurança nos estudos de longo prazo, assim como na comparação entre
culturas, sistemas e atividades agropecuárias, desenvolvidas em diversos
locais, por serem as que recebem menos interferência das questões
mercadológicas e financeiras, bastante próprias de cada região e país.
Outros trabalhos, avaliando métodos, técnicas e equipamentos
agrícolas, verificaram a possibilidade de aumentar a eficiência energética,
apenas alterando práticas pontuais nos sistemas de produção. Pontes et al.
(1999) mostram a maior eficiência energética de equipamentos de cultivo
mínimo do solo com rolo faca, grade aradora e roçadora, por causa do menor
consumo de combustível. Segundo Marques e Benez (2000), o plantio direto do
milho, quando comparado ao cultivo convencional, mostrou-se mais eficiente
5
energeticamente por causa da menor quantidade de serviço demandado
(h ha
-1
), menor consumo de combustível (litros ha
-1
) e menor uso específico de
energia por área (kwh ha
-1
). Monegat (1998) comprovou que a prática da
adubação verde de outono-inverno é eficaz ao pousio, em sistemas de
produção de milho, feijão e soja, podendo melhorar a eficiência energética nas
pequenas propriedades.
O emprego de indicadores de sustentabilidade dentro dos sistemas
produtivos têm sido alternativa muito utilizada pelos pesquisadores. Nesse
contexto, o CO
2
tem sido utilizado como um dos indicadores de
sustentabilidade energética, nos estudos de fluxo nos sistemas produtivos. A
necessidade de reduzir perdas de energia pelo maior aproveitamento ou
fixação do carbono foi comprovada em diversos trabalhos de pesquisa, tanto
em análises gerais de sistemas de produção diversificados (PYPKER e
FREDEEN, 2002), quanto em análises de cultivos individuais (PLUIMERS,
1998). Outro indicador de sustentabilidade refere-se à quantidade de proteínas
produzidas e seu respectivo custo energético, segundo relata Ferraro Júnior
(1999), e será alvo de análises neste trabalho, de acordo com a metodologia
que será detalhada adiante.
A melhor adaptabilidade das espécies e cultivares vegetais às condições
edafoclimáticas de cada região é uma das premissas básicas do melhor
aproveitamento da energia, promovendo também maiores rendimentos e
rentabilidade econômica. Esta premissa foi confirmada por Tripathi e Sah
(2001), estudando os fluxos de energia de três ecossistemas da vila Garhwal
Himalaia (regiões de alta, média e baixa altitude). Verificaram que sistemas de
produção de hortaliças (ervilha, batata, repolho e mostarda) eram mais
eficientes energeticamente nas regiões altas, enquanto que os cultivos de trigo,
arroz e soja, mostravam maior eficiência nas regiões de média altitude. Ma e
Jones (1997), também estudando as características de entradas e saídas de
energia na agricultura, em três regiões da China, identificaram diferenças
significativas de sustentabilidade (convencionado neste trabalho que sistemas
mais sustentáveis são aqueles que geram mais energia com menores gastos
no processo produtivo). Na região de Ningxia, a eficiência energética foi maior
(mais sustentável), indicando necessidade de se empregar análises
energéticas em outros locais, como forma de subsidiar na tomada de decisões
6
quanto à implantação de planos e políticas de desenvolvimento para
estabelecer um uso mais eficaz da energia.
O uso mais sustentável da energia na agricultura depende da expansão
do emprego de fontes de energia cultural biológica, tais como palhadas
(biomassa), resíduos agroindustriais, estercos animais, largamente utilizados
na agricultura orgânica. Os insumos biológicos não somente são renováveis,
mas também tem a vantagem de: a) estarem localmente disponíveis; b)
poderem ser controlados pela população local e; c) contribuírem para minimizar
a poluição dos agroecossistemas (GLIESSMAN, 2000). Estas propostas são
comprovadas em muitos estudos que comparam sistemas orgânicos com
sistemas convencionais de produção, em várias partes do mundo (MANSVELT
et al., 1998; WALDON et al., 1998; REGANOLD et al., 2001; POUDEL et al.,
2002), indicando maior aproveitamento da energia e maior taxa de conversão
energética dos sistemas orgânicos de produção, tanto de hortaliças como de
frutas e grãos.
Dalgaard et al. (2001) validaram agronomicamente um modelo de
cálculo de energia fóssil em propriedades orgânicas e convencionais na
Dinamarca. Estes autores estudaram oito culturas, nos dois sistemas de
produção, verificando que, em geral, o uso de energia é menor nos sistemas
orgânicos (0,7 a 2,2 MJ/unidade de alimento) do que no sistema convencional
(1,0 a 2,7 MJ/unidade de alimento), mas as produções por área são menores.
Ademais, concluíram que no sistema convencional os rendimentos são maiores
e, portanto, há maior ‘produção’ de energia (energia contida nos produtos
colhidos), mas no sistema orgânico a eficiência energética é maior.
Trabalhando com hortaliças, Gândara (1998) avaliou a eficiência
energética de Sistemas Convencionais (SC) e Sistemas Orgânicos (SO) de
produção de alface e beterraba, no Distrito Federal. As exigências energéticas
mais expressivas no SC foram representadas pela energia incorporada em
insumos industrializados (57 %), dos quais os adubos minerais representaram
cerca de 48 % do investimento total. No SO, o investimento mais expressivo foi
de energia biológica (95 %), representado pela mão-de-obra (18 %) e pelo
adubo orgânico, à base de composto (75 %). A conversão de energia em
biomassa comercial (cal cal
-1
), no SC, apenas foi maior na alface (0,34 contra
0,24 do SO), sendo que o SO foi maior nos valores da beterraba (1,91 contra
7
1,12 do SC). Em valores de produtividade cultural (g cal
-1
), o SO foi mais
eficiente em ambas as culturas (0,12 e 0,61 contra 0,11 e 0,24). Embora a
relação entre a produção de matéria seca por hora de trabalho tenha sido
maior no SC (1,99 e 3,28 contra 0,34 e 1,59, na alface e beterraba,
respectivamente), a relação entre a produção de matéria seca por Mcal de
energia incorporada ou de energia fóssil, foi substancialmente maior em SO,
indicando a menor dependência desse sistema com relação aos insumos
externos.
Avaliando o comportamento de quatro espécies de hortaliças em cultivo
protegido convencional (Tomate, Pepino, Berinjela e Pimentão), nas condições
dos agricultores na região de Antalya, na Turquia, Ozkan et al. (2004)
verificaram que os gastos energéticos têm sido elevados nestes sistemas de
produção, variando de 19.181.022 kcal ha
-1
para o pimentão até
32.211.113 kcal ha
-1
para o pepino. Mesmo obtendo-se elevadas
produtividades (por exemplo, 200 t ha
-1
de tomate), os balanços energéticos
têm sido relativamente baixos. A relação entre a quantidade de energia inserida
na colheita (Saídas) e a quantidade gasta com insumos, materiais e serviços
na fase de produção (Entradas), foi de 1,26 (tomate), 0,99 (pimentão), 0,76
(pepino) e 0,61 (berinjela).
Em trabalho realizado na Inglaterra por MAFF (2000), citado por Ozkan
et al. (2004), verifica-se relato de balanços energéticos médios em cultivos
convencionais, em torno de 2,15 para batata, 2,41 para cebola, 3,21 para
repolho e 4,80 para cenoura. A média relatada para hortaliças orgânicas está
em torno de 5,31, confirmando maior eficiência energética deste sistema
produtivo.
Agricultura orgânica e eficiência energética
Registros constantes em diversos eventos nacionais no âmbito da
Agroecologia têm destacado a necessidade de apoio à pesquisa e geração
tecnológica nos sistemas orgânicos de produção. Empresas de Pesquisa e
Universidades investiram pouco nesta área nas últimas décadas, fato que
provocou grande deficiência de tecnologia no setor (SOUZA e CARMO, 1998).
Por isso, a bibliografia científica, nacional e internacional, ainda é bastante
8
limitada em trabalhos dedicados ao estudo do fluxo de energia em sistemas
orgânicos de produção, principalmente envolvendo espécies de hortaliças.
Ademais, esse grupo de culturas, na maioria das vezes, é analisado no
contexto do sistema produtivo, ao invés de análises por espécie.
A implementação da agricultura orgânica reverte a matriz
energética, da dependência prioritária de energia fóssil não renovável,
para uma dependência principalmente baseada em recursos naturais
renováveis, especialmente em biomassa e estercos. Caminhando nesta
direção, será evitado atingir o lamentável estágio alcançado pelos países
desenvolvidos, que hoje são forçados a implementarem ações de preservação
dos recursos naturais apenas como forma de “compensar” a degradação que
têm provocado há anos sobre o meio ambiente, sendo aqueles que mais
poluem e mais liberem CO
2
ampliando o efeito estufa no planeta. Muitas vezes,
contam com subsídios governamentais nestas ações (ROCHA, 2003).
Segundo Capra (2002), a agricultura orgânica preserva e mantém os
grandes ciclos ecológicos, integrando seus processos biológicos aos processos
de produção de alimentos. Quando o solo é cultivado organicamente, o seu
conteúdo de carbono aumenta, e assim a agricultura orgânica contribui para a
redução do aquecimento do planeta. Este autor relata ainda que, Hawken et al.
(1999) estimaram que o aumento do conteúdo de carbono dos solos esgotados
do mundo inteiro, num ritmo plausível, faria com que todo carbono emitido
pelas atividades humanas fosse reabsorvido.
Um fator adicional refere-se à sustentabilidade ambiental, pois os
países subdesenvolvidos e em desenvolvimento poderão ser favorecidos
em competitividade no mercado de alimentos orgânicos, se preservarem
seus recursos naturais, principalmente quanto à utilização de biomassa,
como fonte energética. A biomassa responde por cerca de 15% do uso de
energia mundial, por ano, subindo para 38% quando se analisam apenas
os países em desenvolvimento (HOFFMANN, 2005). Isso quer dizer que
quase metade da população mundial se encontra virtualmente na
dependência da biomassa para preparar os alimentos, aquecer-se e
iluminar suas moradias.
9
A biomassa não é apenas fonte energética de subdesenvolvidos e
populações rurais. Atualmente está presente em processos industriais e
em programas energéticos, como o álcool em automóveis, e esta
participação aumenta na medida em que novas tecnologias entram em
escala transformando a natureza da matéria-prima e/ou alcançam
eficiência concorrendo com tradicionais combustíveis, mormente
derivados de petróleo (HOFFMANN, 2005).
Entretanto, deve-se estar atento quanto à definição correta das práticas
e insumos a serem empregados, mesmo em sistemas orgânicos de produção,
pois apesar de aportar menos energia de fontes não renováveis, podem
incrementar o gasto total de energia no sistema produtivo, conforme indicam os
dados comparativos da produção de morangos orgânicos e convencionais, em
duas regiões distintas (Califórnia/EUA e Nanjing/CHINA), relatados por
Gliessman (2000). Em termos de eficiência energética, todos os sistemas
retornaram menos energia em produtos colhidos do que a quantidade de
energia exigida para a produção. Porém, o sistema orgânico de Nanjing, com
sua dependência quase total de energia renovável, tem o índice de
saída/entrada não renovável muito mais alto do que simplesmente o de
saída/entrada. Este retorno positivo (2,8/1) implica em maior sustentabilidade
do que os outros sistemas.
Análises de sustentabilidade devem tomar por base a eficiência
energética dos sistemas. A energia, por ter papel fundamental na natureza, é
igualmente importante na terra, na água e nos recursos humanos associados à
produção de alimentos. Portanto, sistemas orgânicos de produção, que sejam
tecnicamente eficazes, ecologicamente corretos, economicamente viáveis e
socialmente justos, tornam-se insustentáveis se não forem energeticamente
eficientes. Por este motivo, o presente trabalho tem o propósito de estudar o
balanço de energia na produção de hortaliças orgânicas, nas condições
brasileiras, mais especificamente na região centro-serrana do Estado do
Espírito Santo.
Objetivos
10
1. Caracterizar e analisar os balanços energéticos, relacionando as
entradas com as saídas de energia dos sistemas orgânicos de 10 culturas
olerícolas, monitorados no período de 1991 a 2000, na região centro-serrana
do estado do Espírito Santo, visando gerar informações para direcionamento
no melhor uso e transformação da energia.
2. Analisar a participação energética dos diversos componentes dos
sistemas de produção das hortaliças, visando identificar aqueles de maior custo
e gerar subsídios na busca de alternativas mais eficazes energeticamente.
3. Comparar os balanços energéticos e a participação dos componentes
nos sistemas orgânicos com os padrões dos sistemas convencionais de
produção da mesma região em foco, gerando uma base de dados e
informações para subsidiar na busca de alternativas energéticas mais eficazes
no cultivo de hortaliças.
11
2. MATERIAL E MÉTODOS
De acordo com Comitre (1995), os rendimentos energéticos têm sido
objeto de estudo de pesquisadores no desenvolvimento de metodologias
destinadas a contabilizar as energias produzidas (outputs) e consumidas
(inputs) em um determinado sistema, tanto em nível micro (representado por
uma única atividade), como em nível macro (para todo um setor da economia).
A procura de um denominador que permita comparações entre sistemas
implica a hipótese de que é possível converter a uma mesma unidade calórica
os diferentes processos produtivos, à semelhança de uma matriz de custos, em
que todos os ítens de uma atividade são convertidos em valores monetários.
Seguindo essa premissa, a metodologia deste estudo consistiu na
transformação de todos os coeficientes técnicos (materiais, insumos e serviços)
em unidades de energia ou unidades calóricas equivalentes. Por não encontrar
padronização definida na bibliografia nacional e internacional consultada, a
unidade de medida de energia foi Quilocaloria (1 Kcal = 1.000 cal), por ser a
unidade básica de mais fácil compreensão.
Foram comparadas as quantidades de energia embutidas nos produtos,
após a colheita e classificação (produto comercial), com o total de energia
investida na produção, obtendo-se assim o balanço energético de cada cultura.
Os valores obtidos para este balanço podem ser menores que 1,0 (indicando
balanço negativo, pois a energia gerada na forma de produtos foi menor do que
aquela consumida no processo produtivo; iguais a 1,0 (indicando balanço nulo,
12
pois a energia gerada na forma de produtos foi igual àquela consumida no
processo produtivo; ou maiores que 1,0 (indicando balanço positivo, pois a
energia gerada na forma de produtos foi maior do que aquela consumida no
processo produtivo.
Neste trabalho não foram contabilizadas as entradas de energia solar
nos sistemas, por ser igual a todas as culturas e sistemas de produção, além
de ser fonte “consumida” realizando ou não atividade agrícola.
Devido à ampla aplicação e interpretação do termo sustentável,
esclarecemos que, no âmbito deste estudo, convencionou-se como sustentável
energeticamente o sistema de produção que concentra quantidade de energia
na colheita, maior do que aquela demandada na fase de produção, ou seja,
apresenta balanço energético igual ou superior a 1,0.
Conforme orienta Mello (1989), um dos pontos de partida da
metodologia de trabalho com avaliações energéticas é a definição dos limites
do sistema. No presente caso, o limite de contabilidade energética de cada
cultura compreendeu as fases desde o preparo do solo até a entrega do
produto no mercado, englobando os gastos com embalagem e frete. A média
das 10 culturas avaliadas foi convencionada como a média do sistema orgânico
de produção, possibilitando avaliações comparativas ao sistema convencional
padrão da região.
As culturas e o sistema foram estudados, conforme propõe parcialmente
a metodologia de avaliação de Ferraro Júnior (1999), em função do valor
calórico e do teor de proteína dos produtos. Foi também analisado os custos
energéticos da produção de carotenóides totais no cultivo da cenoura e de
licopeno no cultivo do tomate.
2.1. Caracterização do sistema orgânico de produção
Foram utilizados os dados sobre o manejo e o desempenho produtivo de
10 culturas olerícolas, monitoradas ao longo de 10 anos de manejo orgânico,
na área experimental de agricultura orgânica do Centro Regional de
Desenvolvimento Rural CRDR-CS, do Instituto Capixaba de Pesquisa,
Assistência Técnica e Extensão Rural - INCAPER, localizada na região serrana
do Espírito Santo, na altitude de 950m, no município de Domingos Martins/ES.
13
Nesta região, a temperatura média das máximas nos meses mais quentes está
entre 26,7 e 27,8°C e a média das mínimas nos meses mais frios entre 8,5 e
9,4°C.
A área experimental medindo 3,0 ha foi dividida em 16 talhões,
caracterizados individualmente com relação a aspectos de solo desde o início
do projeto. Os plantios sucessivos nestes talhões foram utilizados como
repetições temporais do desempenho produtivo das diversas culturas olerícolas
no sistema orgânico (Figura 1).
Figura 1 Croqui da área experimental de agricultura orgânica do Centro
Regional de Desenvolvimento Rural CRDR-CS/INCAPER em
Domingos Martins/ES.
Os métodos gerais adotados, além de seguirem os princípios da
Agroecologia (SOUZA e RESENDE, 2003), foram aplicados conforme as
determinações da legislação brasileira (Lei Nº 10.831, do Ministério da
Agricultura, de 23/12/03), dentre os quais destacam-se: Compostagem
orgânica; Adubação verde; Manejo de ervas espontâneas; Cobertura morta;
Rotação e sucessão de culturas, Controle alternativo de pragas e doenças,
14
entre outros. A caracterização resumida dos principais métodos de produção,
que nortearam a geração dos dados, está relatada a seguir.
Compostagem orgânica:
Foi utilizado composto orgânico, obtido da compostagem aeróbica de
palhas e esterco de aviário, conforme orientações técnicas de Peixoto (1988).
Os principais resíduos vegetais foram o capim meloso, disponível nas
imediações da área experimental, os restos culturais (palha de milho, feijão,
etc) e capim cameron produzido em capineiras.
Adubação verde:
Em cada talhão foram feitas rotações com as hortaliças, incluindo o
adubo verde mucuna preta, que era plantado na área após 3 a 5 ciclos de
cultivos comerciais em cada talhão.
Manejo de ervas:
Foi adotada a manutenção de faixas de vegetação espontânea ou
corredores de refúgio entre os talhões de cultivo. Foi praticada a capina em
faixas dentro dos plantios, de forma a evitar a competição entre as ervas e as
culturas de interesse comercial, deixando-se estreita faixa de vegetação nas
entrelinhas do plantio. Nas espécies cultivadas em canteiros, procedeu-se a
eliminação total das ervas sobre o leito, mas preservando toda vegetação entre
os canteiros (SOUZA, 1998).
Cobertura morta:
Foram aplicados ao solo, resíduos vegetais em cobertura da superfície,
sem incorporação. Utilizou-se resíduos vegetais disponíveis no sistema de
produção, especialmente capim Cameron triturado produzido localmente e
palhada de capim meloso obtido nas imediações da área, de acordo com as
atividades e espécies empregadas.
15
Rotação e sucessão de culturas:
Foi praticada a exploração equilibrada do solo pelo emprego da
alternância das culturas nos diversos talhões, por meio da sucessão vegetal, e
também a rotação de culturas entre as diversas unidades de solo. Não foram
realizados plantios de solanáceas em sucessão na mesma área (ex.: tomate,
seguido por plantio de batata), evitando aumentar a incidência de patógenos de
solo e foliares nas culturas desta família. Foi praticada a rotação cultural nesta
área experimental de três maneiras: hortaliças com hortaliças; hortaliças com
leguminosas; e hortaliças com milho ou feijão, adotando-se o princípio de se
cultivar de 3 a 5 espécies de hortaliças por talhão.
Manejo e controle de pragas e doenças:
Na área experimental foi buscado o equilíbrio ecológico, pelo plantio de
espécies e variedades resistentes; pelo manejo correto do solo; pela adubação
orgânica, com fornecimento equilibrado de nutrientes para as plantas; pelo
manejo correto das ervas nativas; pela irrigação bem feita e pelo uso de
rotação e consorciação de culturas. No caso de doenças e pragas mais
persistentes, que atingiram nível de dano econômico, foram utilizadas
principalmente as seguintes medidas: uso de extratos naturais (Nim, alho,
primavera, arruda, etc); de caldas (bordalesa, sulfocálcica e biofertilizantes); do
controle biológico (Bacillus thuringiensis) e de armadilha luminosa
(especificamente para redução do ataque de brocas e da traça do ponteiro na
cultura do tomate).
2.2. Base de dados
Os coeficientes técnicos (indicadores físicos) foram propostos por Souza
(2005), no acompanhando e monitorando do sistema orgânico de produção de
10 culturas olerícolas, na área experimental de agricultura orgânica do CRDR-
CS/INCAPER. Os desempenhos das produções orgânicas, extrapoladas para 1
ha de cada hortaliça, foram obtidos durante o período de 1991 a 2000.
16
Os índices médios de produtividade ao longo de 10 anos permitiram
estimar as saídas de energia através da colheita de cada cultura, possibilitando
relacionar com as entradas de energia (embutidas nos insumos, serviços,
equipamentos e frete), visando compor o balanço energético. Na quantificação
energética das entradas e das saídas, efetuou-se a transformação de todos os
indicadores físicos e coeficientes técnicos, para seus respectivos equivalentes
em Quilocalorias (kcal).
As culturas avaliadas, o número de plantios e o período envolvido na
implantação dos respectivos campos experimentais, estão na Tabela 1.
Tabela 1 Caracterização das espécies de hortaliças submetidas ao estudo de
balanço energético em sistema orgânico. UFV: Viçosa, 2006
Nome comum Nome científico
Número de
plantios
Período dos cultivos
Abóbora Cucurbita moschata 12
1991 a 2000
Alho Allium sativum 14
1991 a 1999
Batata Solanum tuberosum 8
1991 a 1997
Batata-baroa Arracacia xanthorrhiza 9
1991 a 2000
Batata-doce Ipomoea batatas 13
1991 a 2000
Cenoura Daucus carota 17
1991 a 1999
Couve-flor B. oleracea var. botrytis 12
1992 a 1999
Repolho B. oleracea var. capitata 15
1991 a 1999
Taro Colocasia esculenta 6
1992 a 1999
Tomate Lycopersicon esculentum 9
1992 a 2000
Fonte: SOUZA (2005).
Como referencial comparativo ao sistema orgânico, foram utilizados os
coeficientes técnicos médios dos sistemas convencionais de produção das
mesmas espécies de hortaliças e a produtividade média usualmente alcançada
na região (SOUZA, 2005). Estes componentes foram transformados em valores
17
calóricos, de forma análoga à metodologia aplicada no sistema orgânico de
produção. Estes dados energéticos do sistema convencional constituíram a
referência populacional, com a qual foram analisados comparativamente os
desempenhos dos cultivos orgânicos.
2.3. Valores energéticos adotados
Devido à escassez de referências bibliográficas com tabelas
condensando vários indicadores e respectivos valores calóricos (insumos,
materiais, produtos, serviços etc), mais frequentemente usados pelos autores
brasileiros em trabalhos nessa área, adotou-se principalmente os dados
fornecidos por Pimentel (1980) para entradas e saídas de energia nos sistemas
de produção de várias espécies e por Ferraro Júnior (1999), que apresenta
vários índices médios dos valores calóricos de adubos, agrotóxicos, insumos
orgânicos, serviços manuais e mecânicos.
Quanto aos componentes de características regionais e locais, como
óleo diesel, energia elétrica, calcário e transporte, utilizou-se cálculos
realizados no Brasil. Para sementes, composto orgânico e mão-de-obra, foi
empregada metodologia própria na estimativa ou cálculo do processo,
conforme detalhamento adiante. Quanto aos adubos químicos, inseticidas,
fungicidas e herbicidas, utilizou-se valores que constam da bibliografia nacional
e internacional, de acordo com as respectivas citações bibliográficas do Anexo
1.
Os custos e os benefícios energéticos da adubação verde, mesmo
sendo prática empregada no projeto, não foram contabilizados, por dificuldades
metodológicas na quantificação dos efeitos múltiplos e sistêmicos e, por não
comprometerem as conclusões do estudo.
No Anexo 1, estão todos os valores, referentes a conteúdos e custos
energéticos utilizados neste trabalho, com suas respectivas citações
bibliográficas. Os detalhamentos desses valores estão relatados a seguir.
18
A - Insumos
Composto, esterco e resíduos vegetais:
Foi adotado o valor de 15 Kcal kg
-1
para resíduos vegetais e esterco de
gado e o valor de 30 kcal kg
-1
para outras fontes de esterco, segundo Pimentel
et al. (1984), citados por Ferraro Júnior (1999). Pelo fato da bibliografia
disponível não citar os níveis de umidade destes insumos orgânicos, adotamos
estes valores energéticos, independente do grau de umidade dos resíduos.
Além disso, como o objetivo desse trabalho foi avaliar as entradas e saídas
para cada cultivo, mesmo os insumos orgânicos internos à área experimental,
como palhadas, mas externos aos cultivos, foram contabilizados.
Os custos energéticos de composto orgânico, encontrados na
bibliografia consultada, foram muito variáveis. Verificou-se valores de
53 Kcal kg
-1
para composto feito na fazenda (GÂNDARA, 1998) até
2.000 Kcal kg
-1
para composto comercial (GLIESSMAN, 2000). Por este
motivo, foi empregada metodologia própria de cálculo do dispêndio calórico do
composto orgânico produzido na área experimental, convertendo toda a
demanda energética consumida na forma de insumos, mão-de-obra e energia
elétrica, realmente utilizada no sistema de produção, obtendo-se assim o valor
de 25.700 kcal kg
-1
de composto a 50% de umidade final (forma utilizada nas
adubações das culturas).
Detalhamento dos custos energéticos do composto orgânico:
Para a composição energética do composto orgânico, considerou-se que
a capineira abastece 50% da necessidade de palhas. Os outros restos culturais
gerados no próprio sistema (palha de milho, feijão, café etc...) representam os
outros 50 % da necessidade. Considerou-se que o volume ocupado pelo
esterco inoculante é insignificante (Tabela 2).
Este sistema de produção de composto se baseia na confecção de
medas de 36,0 m
3
(média do sistema), capaz de produzir 9.000 kg de
composto pronto a 50% de umidade. Este tem sido o teor médio de umidade
com o qual se tem realizado as adubações de plantio para as diversas culturas
olerícolas.
19
Tabela 2 Custos energéticos da produção de composto orgânico com 50% de
umidade
1
A. INSUMOS:
B.1. Esterco de galinha como inoculante da pilha (40 kg m
3
).
B.2. Esterco galinha para adubação da capineira (350 m
2
).
B.3. Óleo diesel (transporte de material ).
B.4. Energia elétrica para trituração do capim (motor 10 HP por 4 horas)
B.5. Restos culturais para 18 m
3
(300 kg m
3
).
1.440 kg
100 kg
4,1l
29,44 kwh
5.400 kg
B. MÃO-DE-OBRA:
A.1. Roçada e transporte de capim e restos culturais
A.2. Adubação e manejo da capineira por 6 meses
A.3. Trituração do capim
A.4. Confecção
A.5. Reviramentos (4 vezes)
A.6. 10 Irrigações
2,0 D/H
3,0 D/H
0,5 D/H
2,0 D/H
2,5 D/H
1,0 D/H
C. VALORES CALÓRICOS:
C.1. Esterco de galinha.
C.2. Óleo diesel.
C.3. Mão-de-obra (500 kcal por hora)
C.4. Energia elétrica (1 CV = 0,736 kwh)
C.5. Restos culturais.
30 Kcal kg
-1
8.484 Kcal litro
-1
4.000 Kcal dia
-1
860 Kcal kwh
-1
15 kcal kg
-1
D. TOTALIZAÇÃO E CUSTOS ENERGÉTICOS:
Insumos Total Custo
Discriminação
Esterco
de
Galinha
Outros
resíduos
culturais
2
Óleo
Diesel
Energia
elétrica
Mão de Obra
composto
por ton.
(kg) (kg) (l) (Kwh) (D/H) (kg a 50%
umidade)
(kcal)
Quantidade 1.540 5.400 4,1 29,44 11,0 9.000
25.700
Calorias 46.200 81.000 34.784 25.318 44.000 231.302
1
Fonte: SOUZA (2005). Média de 20 medas.
2
Sem incluir o capim triturado, pois seus custos já estão considerados no processo.
20
Como informação adicional ao produtor orgânico, verifica-se na Tabela 2
um gasto total de 11 D/H para a obtenção de 9 t de composto (1,2 D/H por
tonelada). Por já estar inserido nos custos energéticos do composto, este
quantitativo de mão-de-obra não está contabilizado nos gastos com o manejo
das culturas. Observa-se também que se utilizaram dosagens diferenciadas
para as culturas, ou seja, 15 t ha
-1
para a abóbora; 20 t ha
-1
para a batata-baroa
e o taro e 30 t ha
-1
para as demais, conforme se verifica nas planilhas dos
coeficientes técnicos de cada uma delas.
Biofertilizante líquido enriquecido:
O quadro a seguir resume os valores referentes ao custo calórico do
biofertilizante.
Componentes e gastos de mão-de-obra no processo de fabricação de 1000
litros de biofertilizante líquido enriquecido:
Componentes Quantidade
Custos calóricos
(kcal)
Composto orgânico 100 kg 2.570
Mamona triturada (Massa fresca da parte aérea) 100 kg 1.500
Cinza vegetal (valor calórico baseado em 7% de K
2
O) 20 Kg 2.240
Recipiente com capacidade para 1000 L de água - não considerado
Mão-de-obra (coleta de insumos, trituração, preparo e
manejo do material por 10 dias)
1,2 D/H 4800
Energia elétrica (motor 10 HP por 20 minutos) 2,43 kwh 2.090
CUSTO TOTAL PARA 1000 LITROS ...................................................... 13.200
CUSTO POR LITRO ................................................................................ 13
Sementes e Mudas:
Na definição do valor calórico das sementes botânicas multiplicadas no
sistema produtivo e de outros propágulos vegetativos, foram feitos os cálculos
dos gastos envolvidos nos processos, inserindo gastos com mão de obra na
seleção, armazenamento e preparo das sementes e propágulos (valor médio
21
de 2400 kcal dia
-1
), além dos valores calóricos de 0 kcal kg
-1
para restos
culturais sugerido por Ferraro Júnior (1999) e nos conteúdos calóricos dos
produtos sugeridos por Franco (1999), compondo a seguinte metodologia:
a) Propágulo (“resto cultural”): Nas ramas de batata-doce e rebentos de
batata-baroa não se adotou custos calóricos (0 kcal kg
-1
), contabilizando
apenas a mão de obra gasta na sua obtenção e preparo.
Batata-baroa: mão de obra do carregamento e armazenamento das coroas e
rebentos em galpão (3 D/H) e do preparo das mudas em pré-plantio (10 D/H).
Este total de serviços correspondeu a 36.000 kcal gastos na obtenção de
27.800 mudas por ha, ou seja, 1.295 kcal por mil mudas.
Batata-doce: mão de obra de enviveiramento (2 D/H), condução da sementeira
por 4 meses (8 D/H) e coleta e preparo das ramas em pré-plantio (12 D/H), no
total de 22 D/H (52.800 kcal) com obtenção de 33.300 mudas. O custo
energético de mil mudas foi 1.586 kcal.
b) Propágulo (produto): Nos tubérculos de batata-semente, bulbilhos de alho
e rizomas de taro adotou-se o valor calórico do produto mais os gastos com
serviços necessários ao transporte, armazenamento e preparo desses
propágulos até o pré-plantio.
Alho: O valor calórico do alho-semente (1.439 kcal por kg) foi baseado no
gasto de 800 kg de sementes por ha (valor calórico do produto = 1.072.000
kcal) e no gasto de 33 D/H para todo o processo de armazenamento, debulha e
preparo dos bulbilhos no pré-plantio (79.200 kcal).
Batata: O valor calórico da batata-semente foi 805 kcal por kg, com base no
gasto de 60 caixas de batata-semente por ha (1.200 kg = 942.000 kcal) e
10 D/H no processo de armazenamento e limpeza periódica (24.000 kcal).
Taro: O valor calórico dos rizomas-semente foi 694 kcal por kg, baseado no
gasto de 2.000 kg ha
-1
(valor calórico do produto = 1.336.000 kcal), acrescido
do gasto de 22 D/H no processo de armazenamento, carregamento de rizomas,
22
transporte manual de palhadas e irrigações periódicas durante o processo de
pré-enraizamento.
c) Semente botânica de tomate: Foi multiplicada ano a ano dentro do sistema.
Seu valor calórico baseou-se no valor calórico dos frutos necessários à
obtenção de 300 g de sementes secas, suficientes ao preparo de mudas para 1
ha (15 kg de frutos = 3.750 kcal) e no gasto calórico de 3 D/H = 7.200 kcal
(serviços de coleta de frutos selecionados, extração e preparo das sementes).
Assim sendo, obteve-se o valor calórico final de 36,5 kcal g
-1
.
Quanto às sementes adquiridas no mercado (Abóbora, Cenoura, Couve-
flor e Repolho), optou-se pelo método que avalia os custos energéticos pelos
custos financeiros em relação à matriz energética, segundo Mello (1989). A
obtenção do valor energético da moeda se deu pela razão entre o consumo de
energia primária (kcal) e o PIB (Produto Interno Bruto, em Reais) no ano de
2004. Multiplicando-se esse fator obtido pelo preço da semente, determinou-se
o seu custo energético. Em 2004, o PIB brasileiro foi de 1.766.621 x 10
6
Reais
e o consumo de energia primária divulgado no Boletim Energético Nacional -
BEN 2005 (ano base 2004) foi 1.781.520.000 x 10
6
kcal. Portanto, o valor
energético da moeda brasileira no ano de 2004 foi 1.008,4 kcal Real
-1
. Assim,
os custos energéticos das sementes, adotados nesse trabalho foram:
Abóbora tetsukabuto (R$ 0,75 por grama).........................: 756 kcal g
-1
Abóbora moranga (R$ 0,12 por grama)..............................: 121 kcal g
-1
Cenoura brasília (R$ 0,12 por grama).................................: 121 kcal g
-1
Couve-flor Teresópolis precoce (R$ 0,30 por grama).......: 303 kcal g
-1
Repolho híbrido (R$ 1,35 por grama).................................: 1.361 kcal g
-1
Essa metodologia não foi aplicada às sementes híbridas de tomate, tipo
longa vida, usadas no sistema convencional, pois os preços alcançados por
estas nos últimos anos (R$ 235,00 por 1000 sementes ou R$ 47,00 por grama),
tornaria esta conversão completamente irreal, atingindo o custo calórico de
47.395 kcal g
-1
. Dessa forma, as 250 g gastas por 1 ha somariam quase
12.000.000 kcal. Assim, para estas sementes, dada a paridade tecnológica,
23
foram adotados os mesmos custos calóricos das sementes híbridas de repolho,
isto é, 1.361 kcal g
-1
.
Com essas metodologias e convenções, admitiu-se que não foram
subestimados os valores calóricos das sementes usadas, pois são encontrados
na bibliografia valores de sementes de beterraba a 13 kcal.g
-1
(CHANCELLOR
et al., 1980), de repolho a 30 kcal.g
-1
(HOW, 1980), de alface e pepino a
4 kcal.g
-1
(RYDER, 1980 e BAKER, 1980, respectivamente) e de melão a
50 kcal.g
-1
(JOHNSON JÚNIOR e CHANCELLOR, 1980).
Minerais e corretivos:
Nitrogênio:
A variabilidade observada nos custos do nitrogênio não depende do
nível de desenvolvimento do país, mas sim da localização das unidades de
fabricação, processamento e armazenagem do insumo. Na bibliografia
consultada constam valores variando de 14.700 kcal kg
-1
(GÂNDARA, 1998)
até 25.000 kcal kg
-1
(FERRARO JÚNIOR, 1999). Neste estudo foi adotado o
índice de Felipe Júnior et al. (1984), citados por Ferraro Júnior (1999), por
analisarem a situação de unidades brasileiras, relatando o valor de
14.930 kcal kg
-1
de N.
Fósforo e Potássio:
Adotou-se os custos calóricos propostos por Lockeretz (1980), ou seja,
3.000 kcal e 1.600 Kcal kg
-1
de P
2
O
5
e de K
2
O, respectivamente, por serem
valores que se situaram próximos às médias dos valores observados em várias
referências e por serem os mais usuais em trabalhos de pesquisa. Pelo fato do
Brasil importar a maioria do potássio utilizado na agricultura, este custo
energético pode ser maior do que o utilizado neste trabalho.
Micronutrientes:
Por não encontrar referências e cálculos específicos para os
micronutrientes, procedeu-se como Mello (1989) e Ferraro Júnior (1999), ou
24
seja, seu custo energético médio foi estimado pela matriz energética brasileira
(1.008,4 kcal R$
-1
). Foi adotado então, a preços atuais (R$ 64,00 por saco de
50 kg), o custo energético de 1291 kcal kg
-1
.
Fosfato natural:
Não foi contabilizado o custo energético do fosfato natural no sistema
orgânico, pois a fosfatagem é realizada apenas uma vez, visando à correção
do solo no início dos plantios, pois o manejo orgânico dispensa nova aplicação
de fosfato. Assim, pelo aproveitamento residual em vários plantios sucessivos,
o fosfato tem custo energético insignificante.
Calcário dolomítico:
O custo energético médio do calcário, calculado por Macedônio e
Picchioni (1985), incluindo consumo de óleo diesel e de energia elétrica (kwh)
na extração e moagem, mais os gastos com transporte do produto (incluindo as
condições de cada via de transporte) em diversas regiões no estado do
Paraná, é 132.822 kcal por tonelada. Mello (1986) em Santa Catarina e Ferraro
Júnior (1999) em São Paulo relatam 400.000 kcal/t. Considerando a
similaridade das características regionais, especialmente referente às
distâncias médias de transporte da fábrica aos diversos municípios, e a
confiança no detalhamento do cálculo realizado, foi adotado o valor energético
relatado por Macedônio e Picchioni (1985).
Cal virgem:
Foi adotado o custo calórico de 2.408 kcal kg
-1
para a cal virgem,
conforme Mello (1989), por ser a única referência encontrada, além de estar
representativo, pois da rocha calcária até a cal virgem, a calcinação em fornos
especiais tem alto custo energético.
25
Sulfato de Cobre:
Em razão de não ter sido encontrado valores específicos na bibliografia,
adotou-se o mesmo valor calórico do sulfato de potássio e do sulfato de
magnésio, ou seja, 400 kcal kg
-1
, devido à similaridade entre esses insumos
(FERRARO JÚNIOR, 1999).
Calda bordalesa:
O custo calórico da calda bordalesa foi calculado, considerando os
gastos necessários na elaboração dentro da propriedade rural, computando os
custos energéticos dos insumos e da mão-de-obra, conforme a preparação
manual de 100 L de calda bordalesa a 1%, mostrado a seguir.
- Sulfato de Cobre (1,0 kg)............: 400,0 kcal
- Cal virgem (0,4 kg)......................: 963,2 kcal
- Mão-de-obra (1 hora/homem).....: 500,0 kcal
Assim sendo, o custo calórico para 100 litros de solução de pronto uso
foi de 1.863,2 kcal, isto é, 18,6 kcal L
-1
.
Óleo diesel:
A PETROBRAS, por meio dos setores de controle de qualidade das suas
refinarias de petróleo e do Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de
Mello - CENPES, mantém atualizadas as características físico-químicas de
todos os seus produtos, estabelecendo ao final de cada ano, os respectivos
coeficientes médios. Dessa forma, encontra-se no Balanço Energético Nacional
as massas específicas e poderes caloríficos inferiores (PCI) observados em
cada ano. Assim, estes foram os valores empregados: óleo diesel com
densidade de 840 kg m
-3
ou 0,84 kg L
-1
e PCI de 10.100 kcal kg
-1
ou
8.484 kcal L
-1
(MINISTÉRIO..., 2005).
26
Agrotóxicos:
Por não haver diferenças marcantes, devido ao monopólio de poucas
indústrias nesse setor, observa-se pequena variabilidade nos índices relatados
na bibliografia consultada, quanto aos valores calóricos atribuídos aos
agrotóxicos. Assim, de forma similar ao trabalho de Macedônio e Picchioni
(1985), realizado no Paraná e de Gândara (1998), realizado em Brasília, os
cálculos foram baseados nos valores médios relatados por Pimentel (1980a).
As médias foram obtidas de todos os valores calóricos, por categoria, ou seja,
de todas as formulações possíveis (concentrado emulsionável, líquido, pó
molhável e pó granulado). No cálculo, as unidades foram convencionadas
como litros de herbicidas e inseticidas, como quilogramas de fungicidas e como
kg ou L dos demais pesticidas, obtendo-se os seguintes custos:
- Herbicidas: 83.572 kcal L
-1
.
- Inseticidas: 60.393 kcal L
-1
.
- Fungicidas: 50.083 kcal kg
-1
.
- Para outros pesticidas (Acaricidas, Espalhante adesivo, etc...): adotou-se a
média geral de 64.683 kcal por kg ou L do produto.
Esses valores estão acima da média verificada na bibliografia, porém
considera-se como mais adequados à realidade brasileira, pois segundo
Ferraro Júnior (1999), é significativa a distância que estes insumos percorrem
no Brasil, cujo parque industrial é concentrado em São Paulo.
Energia elétrica (kwh):
Na bibliografia consultada, esse componente variou muito em valores
calóricos. Dados do Ministério das Minas e Energia do Brasil relatam o valor
médio 860 kcal kwh
-1
, enquanto nas publicações internacionais encontramos
valores de 859 Kcal kwh
-1
(CERVINKA, 1980) até 2.863 kcal kwh
-1
(PIMENTEL,
1980b).
O Boletim Energético Nacional - BEN até 2002 valorava a energia elétrica
em 2.900 kcal kwh
-1
. A partir da edição de 2003, passou a adotar os critérios
internacionais mais usuais de conversão das unidades comerciais de energia
27
em uma unidade comum de referência. Assim, na energia hidráulica e
eletricidade passaram a ser considerados os coeficientes de equivalência
teórica, onde 1kwh = 860 kcal (1º Princípio da Termodinâmica). Portanto,
visando maior precisão foi utilizado o valor 860 kcal kwh
-1
, publicado no Boletim
Energético Nacional de 2004, pelo Ministério das Minas e Energia
(MINISTÉRIO..., 2005).
B Serviços
Serviços Mecânicos:
Na proposta de modelo de análise energética de agroecossistemas no
Brasil, Mello (1989) adota na maquinaria agrícola, os valores relatados por
Doering III (1980), considerando-se a paridade tecnológica, em relação a esses
equipamentos, entre Brasil e EUA, por ser parte dos fabricantes nacionais
subsidiária de empresas norte-americanas ou por comprarem tecnologia delas.
De forma similar, Ferraro Júnior (1999) também se baseou nos índices de
Doering III, e considerou a soma de: 1- energia “contida” nos materiais de cada
máquina e implemento, incluindo pneus e 2- energia da fabricação,
adicionando valor de peças de reposição e ajustando o valor total conforme a
expectativa de vida útil da máquina e do implemento e a área média trabalhada
por ano.
Os fatores de conversão adotados para os serviços mecânicos foram
estimados por Ferraro Júnior (1999), que englobam os gastos com o trator, o
implemento, o combustível e a mão-de-obra, consumidos na operação, ou seja,
136.010 kcal ha
-1
na aração e 47.976 kcal ha
-1
na gradagem. Baseado nestes
valores e considerando as devidas proporções de peso do conjunto, consumo
de combustível e mão-de-obra, foi utilizado o valor 10.035 kcal ha
-1
referente
ao preparo com enxada rotativa de micro-trator.
Serviços Manuais (Mão-de-obra):
O dispêndio energético do trabalhador varia conforme o esforço físico
necessário à atividade (roçar, capinar, irrigar, dirigir um trator etc), e pode ser
classificada ou agrupada em leve, média e pesada. Segundo a bibliografia
28
disponível, a variação média tem sido 100 a 600 Kcal por hora, conforme
Gliessman (2000) e Ferraro Júnior (1999), ambos baseando-se em vários
autores. Por este motivo, os gastos calóricos das diversas atividades
executadas foram obtidos por estimativa, proporcionalmente ao esforço
necessário na realização de cada atividade demandada, balizados no valor
médio de 2400 kcal dia
-1
(300 kcal hora
-1
), conforme detalhado no Anexo 1.
A definição da quantidade de mão-de-obra nas atividades de colheita,
cura, limpeza, classificação/embalagem e transporte interno, também foram
proporcionais ao volume da produção de cada campo, balizadas nas seguintes
classificações, expressas em Dias/Homem (D/H), conforme se segue.
Abóbora:
Atividades D/H em função das produtividades (kg ha
-1
)
3.000 6.000 9.000 12.000 15.000
Colheita 8 9 10 11 12
Classificação/Embalagem 4 4 5 6 6
Transporte interno 4 4 5 6 6
Alho:
Atividades D/H em função das produtividades (kg ha
-1
)
2.000 4.000 6.000 8.000 10.000
Cura 6 10 15 20 25
Limpeza/Toalete 10 17 25 30 40
Classificação/Embalagem 6 12 18 25 30
Transporte interno 5 7 10 12 15
Batata:
Atividades D/H em função das produtividades (kg ha
-1
)
8.000 15.000 22.000 29.000 36.000
Classificação/Embalagem 10 20 30 40 50
Transporte interno 5 10 15 20 25
29
Batata-baroa:
Atividades D/H em função das produtividades (kg ha
-1
)
5.000 12.000 19.000 26.000 33.000
Lavagem 2 3 4 5 6
Classificação/Embalagem 20 40 60 80 100
Transporte interno 5 8 10 12 15
Batata-doce:
Atividades D/H em função das produtividades (kg ha
-1
)
10.000 20.000 30.000 40.000 50.000
Lavagem 3 5 7 9 11
Classificação/Embalagem 15 30 45 60 75
Transporte interno 5 10 15 20 25
Cenoura:
Atividades D/H em função das produtividades (kg ha
-1
)
15.000 25.000 35.000 45.000 55.000
Lavagem 5 10 15 20 25
Classificação/Embalagem 40 70 100 130 160
Transporte interno 5 10 15 20 25
Couve-flor:
Atividades D/H em função das produtividades (kg ha
-1
)
5.000 10.000 15.000 20.000 25.000
Colheita 5 7 10 12 14
Classificação/Embalagem 25 30 35 40 45
Transporte interno 5 7 10 12 14
Repolho:
Atividades D/H em função das produtividades (kg ha
-1
)
25.000 35.000 45.000 55.000 65.000
Colheita 10 13 16 19 22
Classificação/Embalagem 35 45 55 65 75
Transporte interno 10 13 16 19 22
30
Taro:
Atividades D/H em função das produtividades (kg ha
-1
)
15.000 25.000 35.000 45.000 55.000
Limpeza/Toilete
1
10 17 23 30 37
Classificação/Embalagem 20 35 50 65 80
Transporte interno 7 10 13 17 20
1
1 D/H = Limpeza de 1.500 kg (62 caixas tipo K).
Tomate:
Atividades D/H em função das produtividades (kg ha
-1
)
20.000 35.000 50.000 65.000 80.000
Colheita 30 40 50 60 70
Classificação/Embalagem 30 50 70 90 110
Transporte interno 8 12 15 19 23
C Equipamentos e Sistemas
Irrigação:
Foram utilizados como referência, os dados médios do consumo de
água na irrigação e o consumo médio de energia relatado por Lima et al.
(2005), para as culturas de alho, batata e tomate. Quanto às demais culturas, o
consumo de água e o custo energético foram estimados em função das
respectivas exigências totais em água, descontando-se as estimativas médias
de precipitações por espécie (em função de sua época de plantio na região).
Tomou-se por base também os valores médios 0,131 kwh por m
3
de água e
860 kcal por kwh.
Estes valores podem ser considerados representativos, dada a
similaridade com a média geral do custo energético da irrigação, relatada por
Gândara (1998), no Distrito Federal, que foi 716.000 kcal por ha para as
culturas de alface e beterraba.
31
Custos energéticos para irrigação de 1 ha das culturas avaliadas.
Culturas
Consumo
médio de
água pela
irrigação
(m
3
ha
-1
)
Consumo de
energia
(kwh ha
-1
)
Custo
energético
por ha
(kcal)
Fonte
Abóbora 3.200 419 360.340 Estimado a partir de Lima
et al. (2005)
Alho 4.870 637 547.820 Lima et al. (2005)
Batata 6.176 808 694.880 Lima et al. (2005)
Batata-baroa 4.500 590 507.400 Estimado a partir de Lima
et al. (2005)
Batata-doce 2.800 367 315.620 Estimado a partir de Lima
et al. (2005)
Cenoura 4.200 550 473.000 Estimado a partir de Lima
et al. (2005)
Couve-flor 4.200 550 473.000 Estimado a partir de Lima
et al. (2005)
Repolho 4.200 550 473.000 Estimado a partir de Lima
et al. (2005)
Taro 4.500 590 507.400 Estimado a partir de Lima
et al. (2005)
Tomate 5.900 772 663.920 Lima et al. (2005)
Embalagens plásticas:
Segundo Sakurai (2004) e IPT (2005), o valor energético dos plásticos
(inclusive isopor = Poliestireno) é equivalente ao óleo combustível (em média
9.000 kcal kg
-1
). Por esta razão podem-se constituir grande dispêndio
energético. No sistema orgânico o padrão de embalagem mais usado são
bandejas de isopor e o filme plástico. O peso aproximado de mil unidades
completas (bandeja e filme plástico), com capacidade de comportar 500 g de
produto é 8 kg, enquanto que para comportar 1 kg de produto é 10 kg. O peso
apenas do filme plástico, usado na embalagem de 1000 frutos de abóbora ou
cabeças de repolho, é 2,34 kg. Com base no custo energético médio relatado
por Sakurai (2004) e pelo IPT (2005), o custo de 1000 unidades é:
- Embalagens de 500 g..............................: 72.000 kcal 1000 emb.
-1
- Embalagens de 1 kg ...............................: 90.000 kcal 1000 emb.
-1
- Embalagens de abóbora e repolho .........: 21.060 kcal 1000 emb.
-1
32
Sacos plásticos telados:
Os valores energéticos dos sacos foram estimados, tendo por base os
valores do plástico em geral (9.000 kcal kg
-1
) e seus pesos específicos médios
(pois existe grande variabilidade no mercado), compondo os seguintes custos
por unidade:
- Capacidade de 10 kg (alho): 30 g = 270 kcal ud
-1
.
- Capacidade de 20 kg (batata-doce e taro): 38 g = 342 kcal ud
-1
.
- Capacidade de 30 kg (repolho): 52 g = 468 kcal ud
-1
.
- Capacidade de 50 kg (abóbora e batata): 70 g = 630 kcal ud
-1
.
Caixas tipo ‘K’ e engradados de madeira:
O custo energético por caixa de madeira (padrão usado na embalagem
de batata-baroa, cenoura e tomate) e por engradado (usado com couve-flor),
foram calculados incluindo os custos com 3 kg de madeira processada por
unidade (597 kcal kg
-1
), 0,25 horas de serviço (500 kcal hora
-1
) e consumo de
30 gramas de pregos (11.090 kcal kg
-1
), totalizando 2.248,7 kcal por unidade.
Porém, estimando suas re-utilizações em 30 vezes, os custos energéticos
individuais passam a ser diluídos a 75 kcal por unidade, por vez.
Frete:
No cálculo dos custos energéticos com frete, visando o transporte de
produtos ao mercado ou ao ponto de venda, considerou-se o custo energético
médio do setor de transportes rodoviários no Brasil, no ano de 2001, ou seja,
880 kcal por t km
-1
. Este índice foi obtido pela razão entre o custo energético
total do setor, relatados no BEN 2005 (MINISTÉRIO..., 2005) e o volume de
carga transportada (AGÊNCIA..., 2005), ambos referentes ao ano 2001 (42.946
x 10
3
TEP Toneladas Equivalente Petróleo e 485.625 x 10
6
Toneladas por
Quilômetro Útil - TKU ou t km
-1
, respectivamente).
Para a quantificação energética do frete, levou-se em consideração que
os princípios da agricultura orgânica recomendam, tanto quanto possível, a
produção local e a venda direta ao consumidor, especialmente para minimizar
33
gastos com embalagens, economizar energia e conservar o frescor dos
alimentos (NORBERG-HODGE et al., 2000, citados por CAPRA, 2002). Outro
forte motivo para esta definição está fundamentado em Shiva (2000), citado por
Capra (2002), que relata a importância do transporte na poluição do ar e cita
que, estudos realizados na Alemanha indicam que a contribuição da produção
não-local de alimentos para o aquecimento global é de seis a doze vezes maior
do que a produção local, em virtude do aumento das emissões de CO
2
.
Na análise dos dados, considerou-se então que tanto a produção
orgânica, como a convencional, entregam seus produtos no mercado local,
atribuindo distância simbólica de 10 km do local de produção. A decisão de
adotar esta estratégia metodológica, se deve ao fato do frete poder representar
pouco ou muito nos custos energéticos da cadeia produtiva das hortaliças,
dependendo da distância do mercado. Por exemplo, se o transporte da
produção de 1 ha de abóbora (7.326 kg) for feito em 200 km, os custos
energéticos do frete se aproximam dos custos totais da fase de produção, ou
seja, em torno de 1.500.000 kcal ha
-1
.
D Valor calórico e protéico dos produtos
O valor calórico dos produtos agrícolas depende da composição e da
energia armazenada nas ligações químicas da sua constituição orgânica,
segundo Loomis e Connor (1996). A energia armazenada nos
alimentos/produtos vegetais é determinada pelo conteúdo bruto de calor,
auferido via bombas calorimétricas. Entretanto, não foram realizadas análises
dos produtos colhidos na área experimental, mas utilizados os valores médios
descritos por Franco (1999), tendo por base o peso fresco das hortaliças.
Os valores energéticos e os conteúdos de proteína foram as bases do
cálculo das quantidades totais de energia produzida pelas culturas e do custo
energético da produção de proteínas no sistema orgânico, respectivamente
(Anexo 1).
A qualidade dos produtos não foi considerada. O valor biológico dos
produtos, ausência de contaminação com pesticidas e as características
organolépticas dos produtos deveriam ser contabilizados no resultado.
34
Entretanto, por dificuldades metodológicas, optou-se em não inserir estes
valores na avaliação.
2.4. Variáveis analisadas e procedimentos estatísticos
Os dados do sistema orgânico foram analisados e interpretados por
meio da estatística descritiva, conforme Ogliari e Andrade (2005), Regazzi
(1997) e Ribeiro Júnior (2004). Foram aplicados os recursos estatísticos na
base de dados de vários campos de produção por espécie, repetidos no tempo
ao longo de 10 anos, conforme tabelas contidas nos Anexos 2 e 3.
Após análise de todas as culturas individualmente, foi composta a
análise média geral do sistema orgânico de produção, procedendo-se às
discussões e comparações pertinentes. Os dados do sistema convencional
foram caracterizados pela média regional dos indicadores físicos (materiais,
insumos e serviços) utilizados em cada cultura, não sendo submetido à análise
estatística e serviu de subsidio nas discussões dos resultados.
Variáveis analisadas:
Produtividade: Quantidade de produto gerado pelos cultivos e que
atingiram padrão comercial após eliminação daqueles classificados como
refugos. A unidade de medida adotada foi quilograma por hectare ( kg ha
-1
).
Saída de energia: Refere-se à conversão da quantidade de calorias
exportadas pelas colheitas, inseridas em toda produção comercial alcançada
em cada cultivo de cada espécie. Foram utilizados os valores energéticos de
cada hortaliça, de acordo com Franco (1999). A unidade de medida adotada foi
quilocaloria por hectare (kcal ha
-1
).
Entrada de energia: Refere-se aos valores calóricos oriundos da
conversão das quantidades de insumos, serviços, materiais, equipamentos e
sistemas, demandados no cultivo de 1 hectare de cada cultura, em seus
respectivos custos ou conteúdos calóricos, totalizando a quantidade de energia
consumida no cultivo de cada campo. Incluem-se nessa variável, os gastos na
35
pós-colheita, com embalagens e frete do produto até o ponto de venda. A
unidade de medida adotada foi quilocaloria por hectare (kcal ha
-1
).
Balanço energético: Medida da eficiência energética de cada campo,
sendo obtido da relação entre a quantidade de energia contida nos produtos
colhidos (saídas) e a quantidade de energia consumida durante a fase de
campo, nas embalagens e no transporte dos produtos/frete (entradas). A
unidade de medida foi kcal kcal
-1
, de forma que valores acima de 1,00
significam razão positiva e valores abaixo significam cultivo energeticamente
negativo.
Produção protéica: Quantidade total de proteínas contidas nos
produtos colhidos, com base nos teores porcentuais propostos por Franco
(1999). A unidade de medida foi quilograma por hectare (kg ha
-1
).
Custo protéico: Custo calórico dispendido na produção de cada
quilograma de proteínas. Valor obtido pela razão entre a quantidade total de
energia consumida (entradas) e a produção protéica de cada campo. A unidade
de medida foi quilocalorias por quilograma de proteína (kcal kg
-1
).
Participação dos componentes nos gastos de energia: Foi calculado
a participação porcentual de cada componente nos gastos totais de energia de
cada cultivo, dividindo-se o seu valor ou custo calórico pelo total de energia
consumida (entradas). A unidade de medida foi a porcentagem (%).
Os componentes do sistema orgânico de produção foram: Sementes,
Composto orgânico, Irrigação, Caldas e Biofertilizantes, Serviços mecânicos,
Serviços manuais, Embalagem e Frete.
De forma análoga, os componentes do sistema convencional foram:
Sementes, Esterco de aviário, Calcário, Adubos minerais (Nitrogênio, Fósforo,
Potássio e Micronutrientes), Irrigação, Pesticidas (Herbicidas, Inseticidas,
Fungicidas, Acaricidas e espalhante adesivo), Serviços mecânicos, Serviços
manuais, Embalagem e Frete.
Em ambos sistemas, o componente sementes’ inclui as estruturas
vegetativas, como rebentos, tubérculos, bulbilhos, rizomas, e ramas.
36
Também foram realizadas simulações do consumo de energia, da
eficiência energética e da participação dos componentes, apenas referente
à fase de campo de cada cultura, isto é, do preparo de solo à colheita,
eliminando-se os custos com embalagem e frete. Esta abordagem se
justifica devido ao fato que, na agricultura orgânica, muitos agricultores
orgânicos não possuem estas etapas nos seus sistemas de produção (ou
apenas uma delas).
Alguns entregam seus produtos, para empresas
processadoras/distribuidoras, que se responsabilizam pela embalagem
final, cabendo aos produtores apenas os custos com frete até à unidade
processadora. Outros têm gasto apenas com embalagens, pois entregam
seus produtos já prontos para serem distribuídos.
Outra situação é aquela em que os produtores não têm dispêndio
com embalagens nem frete, pois seus produtos são entregues a empresas
que buscam na propriedade. Nesta simulação, será observado que, para
algumas culturas, a redução de custos é expressiva, e a adubação orgânica
passa a ser o componente de maior dispêndio energético.
Recursos estatísticos:
a) Estatística descritiva e teste ‘t’:
As análises estatísticas aplicadas às variáveis, dentro do sistema
orgânico de produção, foram baseadas na estatística descritiva.
Na avaliação comparativa de cada cultura e da média do sistema
orgânico em relação à referência populacional (sistema convencional), foi
empregado o teste ‘t’, considerando as duas situações seguintes:
- Comparação entre duas médias, na mesma cultura, em dois sistemas de
produção (orgânico e convencional):
Foram feitas com a aplicação do “teste de t comparando duas médias
independentes, quando a média populacional é conhecida”. A produção
convencional é conhecida e foi considerada a referência populacional com a
qual foi comparada a média amostral do sistema orgânico.
37
- Comparação entre as médias dos sistemas orgânico e convencional:
Foi aplicado o “teste t na comparação de duas médias independentes de
populações normais, com variâncias desconhecidas”. Neste caso, analisou-
se comparativamente as médias gerais de cada variável entre os dois
sistemas de produção.
b) Análises de regressão:
As análises de regressão foram realizadas com o programa Genes,
definindo o modelo mais apropriado para explicar a relação entre os seguintes
pares de variáveis de maior interesse técnico:
Produtividade vs Entrada de energia
Produtividade vs Balanço energético
Produtividade vs Produção e Custo protéico
Entrada de energia vs Balanço energético
Entrada de energia vs Produção e Custo Protéico
Produção protéica vs Custo protéico
Na análise da participação percentual dos componentes nos custos
calóricos de cada cultura, não foi aplicado o teste de médias comparando o
sistema orgânico com o convencional, pois a distribuição percentual dos
componentes é peculiar de cada sistema produtivo. Esses dados permitiram
apenas a análise técnica e a apresentação gráfica ilustrativa do sistema
orgânico, referenciando ao sistema convencional da região.
38
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As planilhas, com toda a base de dados e os resultados das análises
estatísticas de cada cultura estão no Anexo 2. Os dados e as avaliações
estatísticas das médias do sistema orgânico estão no Anexo 3. Para facilitar a
análise entre trabalhos com unidades energéticas diferentes, apresentamos
uma tabela visando à conversão de unidades de medidas de energia no Anexo
4.
Na seção 3.1 apresentam-se a avaliação energética dos cultivos
orgânicos por espécie, contendo as tabelas médias dos coeficientes
energéticos e dos indicadores físicos, a participação energética dos
componentes, a evolução do balanço energético e a relação entre as variáveis:
produtividade, entrada de energia e balanço energético.
Na seção 3.2 procede-se uma análise média do sistema orgânico e
aplica-se uma análise comparativa com o sistema convencional da região,
tanto em termos de desempenho energético, como na abordagem dos
componentes mais onerosos nos gastos de energia de cada um.
Na seção 3.3 aborda-se a sustentabilidade energética, baseada no
atendimento de dois índices mínimos: primeiro: no balanço de energia do
sistema, no sentido de haver saldo igual ou superior aos seus próprios gastos
(balanço  1,00) e segundo: no atendimento mínimo da produção de energia
por área, suficiente para atendimento da demanda energética mundial mínima
(calorias suficientes para a subsistência de 6 bilhões de pessoas).
39
Na seção 3.4. analisa-se o potencial e os custos energéticos do
fornecimento de proteínas pelas hortaliças, para o caso de situações
específicas de impossibilidade de atendimento por outras fontes protéicas
clássicas. Para tanto, balizou-se no atendimento mínimo per capita de 37 g de
proteínas por dia, o que encerra um índice de 0,72 kg ha
-1
de proteínas dia,
para atender aos atuais 6 bilhões de pessoas no mundo, conforme relata
Ferraro Júnior (1999).
Na seção 3.5, apresenta-se maior detalhamento da participação
energética das embalagens plásticas no sistema orgânico. Esta abordagem
justifica-se pela expressiva participação deste componente nos custos calóricos
totais, para a maioria das culturas aqui analisadas.
40
3.1. Avaliação energética dos cultivos orgânicos
3.1.1. Cultivo orgânico da abóbora
O cultivo orgânico de abóbora se caracterizou pela baixa demanda de
insumos, limitando-se a gastos com adubo orgânico e sementes, conforme se
verifica nos coeficientes energéticos médios, obtidos dos 12 cultivos (Tabela 3).
O total dos custos calóricos de cada componente, com suas respectivas
participações no custo total, estão resumidos na Tabela 4. Verificou-se ainda
que o cultivo orgânico da abóbora caracterizou-se também pela pequena
utilização de mão-de-obra, totalizando 43,1 D/H. Para essa cultura a produção
média foi de 7.326 kg ha
-1
de frutos comerciais.
Avaliando-se o balanço energético, constatou-se que, em média, a
entrada de energia em 1 ha de abóbora foi 1.598.512 kcal, possibilitando a
produção de energia de 2.930.333 kcal na colheita. Esses resultados revelam
um saldo energeticamente positivo, propiciando balanço energético médio de
1,81 calorias por caloria gasta no processo produtivo. Visando discutir a
evolução da cultura da abóbora no sistema orgânico, é mostrada a evolução do
balanço energético ao longo dos 10 anos, conforme ilustrado na Figura 2.
O desempenho energético da cultura da abóbora não correspondeu às
melhorias do ambiente ao longo dos anos, como equilíbrio ecológico ou
aumento na fertilidade do solo. Houve balanços negativos em 1993, balanços
extremamente positivos entre 1994 e 1996 e balanços próximos à neutralidade
em 1997. A base de dados analisada indica que essa flutuação está
diretamente relacionada com a produtividade, a qual é diretamente influenciada
pelas condições climáticas do período de cultivo, especialmente pelo regime de
chuvas no período de polinização.
41
Tabela 3 Coeficientes energéticos médios de produção de 1 ha de abóbora
em sistema orgânico de produção área experimental do
INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS:
Composto Orgânico t 25.700 15 385.500 24,1
Semente Tetsukabuto g 756 500 378.000 23,6
Semente Moranga g 121 250 30.250 2,0
2.SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 11,5
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 7,8
Preparo do Solo (covas) D/H 4000 5 20.000
Distribuição de Composto D/H 3.600 6 21.600
Plantio D/H 1.500 1 1.500
Desbaste D/H 1.500 1 1.500
Adubação em Cobertura D/H 3.600 6 21.600
Capinas D/H 4.000 5 20.000
Colheita(s) D/H 2.400 9,7 23.280
Classificação/Embalagem D/H 1.000 4,7 4.700
Transporte Interno D/H 2.400 4,7 11.280
3. OUTROS:
Irrigação - 360.340 - 360.340 22,6
Embalagem (Nº frutos = 3.490) mil 21.060 3,49 73.499 4,4
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 73,26 64.467 4,0
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 1.598.512 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 400 7.326 2.930.333 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 1,81 -
Produção protéica (C) Kg - 8,79 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 229.644 -
1
Os valores médios das variáveis e da participação porcentual dos componentes foram obtidos
pela média aritmética de 12 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos nesta
tabela em variáveis relacionadas.
42
Tabela 4 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de abóbora em sistema orgânico de produção área
experimental do INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Cultivo orgânico da abóbora
Componentes Gastos calóricos
(kcal ha
-1
)
%
Composto orgânico
385.500 24,1
Sementes 408.250 25,6
Serviços mecânicos 183.986 11,5
Serviços manuais ( 43,1 D/H ) 125.460 7,8
Irrigação 360.340
22,6
Embalagem 73.499
4,4
Frete 64.467
4,0
TOTAL 1.598.512 100,0
Desvio Padrão 57.638 -
1
O valor médio do total de gasto calórico e a participação porcentual dos componentes foram
obtidos pela média aritmética de 12 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos
na totalização dos valores nesta tabela.
1,52
1,34
0,75 0,80
2,64
2,99
2,07
3,38
1,10
1,21
2,21
1,64
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
Saídas/Entradas (kcal kcal¹)
1991 1992 1993 1993 1994 1995 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Anos
Balanço energético
Figura 2 Evolução dos balanços energéticos em cultivos orgânicos de
abóbora INCAPER, 1991 a 2000. UFV: Viçosa, 2006.
43
Verificou-se que os componentes que mais oneraram energeticamente o
cultivo orgânico da abóbora foram: as sementes, com 408.250 kcal (25,6%); o
composto orgânico, com 385.500 kcal (24,1%) e a irrigação, com 360.340 kcal
(22,6%). As participações relativas destes componentes e dos demais, estão
ilustradas na Figura 3.
Frete
4,0 %
Embalagem
4,4 %
Irrigação
22,6 %
Serviços Mecânicos
11,5 %
Serviços Manuais
7,8 %
Composto
24,1 %
Sementes
25,6 %
Entradas: 1.598.512 kcal
Saidas: 7.326 kg = 2.930.333 kcal
Balanço: 1,81
Figura 3 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de abóbora no sistema orgânico. UFV: Viçosa,
2006.
Comparando os resultados oriundos do sistema orgânico, com aqueles
do sistema convencional de abóbora, mostrado na Figura 4, destacam-se
diferenças marcantes na quantidade de energia injetada no sistema
convencional, especialmente quanto ao nitrogênio, com 1.370.370 kcal
(34,3%). Em segundo lugar, os pesticidas participaram com 425.574 kcal
(10,6%) e as sementes com 408.250 kcal (10,3%).
44
Nitrogênio
34,3 %
Fósforo
7,7 %
Potássio
7,4 %
Pesticidas
10,6 %
Esterco galinha
3,0 %
Sementes
10,3 %
Frete
1,9 %
Embalagem
3,4 %
Irrigação
9,0 %
Outros insumos
4,6 %
Serviços Mecânicos
4,6 %
Serviços Manuais
3,2 %
Entradas: 3.990.032 kcal
Saidas: 8.500 kg = 3.400.000 kcal
Balanço: 0,85
Figura 4 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de abóbora no sistema convencional. UFV:
Viçosa, 2006.
As análises estatísticas comparativas do cultivo orgânico com o cultivo
convencional de abóbora, não apontaram diferenças significativas na
produtividade, energia de saída e produção de proteínas por hectare. Porém,
houve diferenças significativas favoráveis ao sistema orgânico, com o gasto de
energia 60% menor, balanço energético melhor (1,81 contra 0,85) e custo de
proteínas mais baixo (229.644 kcal contra 391.180 kcal por kg de proteína
(Tabela 5). O detalhamento dos dados pode ser verificado na Tabela 2A, do
Anexo 2.
Nas análises de regressão verificou-se que há relação direta da
produtividade de frutos com a entrada de energia no sistema (Figura 5A). Esta
relação é devido ao fato da produtividade provocar aumento no consumo de
mão-de-obra e nos gastos com embalagem e frete. Verifica-se que o aumento
de uma unidade na produtividade, provoca-se um aumento de 15 unidades na
entrada de energia, ou seja, para cada kg de abóbora produzido a mais, eleva-
se em 15 kcal o gasto energético em um hectare. O maior dispêndio de energia
favoreceu a eficiência energética da cultura, devido ao respectivo aumento no
45
rendimento de frutos comerciais, elevando linearmente o balanço energético
com os incrementos nas entradas de energia (Figura 5B).
Tabela 5 Comparação das médias do desempenho produtivo e energético da
cultura da abóbora em sistema orgânico e convencional de
produção. UFV: Viçosa, 2006
1
Sistemas/
Análises
Produtividade
de frutos
(kg ha
-1
)
Saída
energia (B)
(Mil kcal ha
-1
)
Entrada
energia (A)
(Mil kcal ha
-1
)
Balanço
(B/A)
Produção
protéica
(kg ha
1
)
Custo
protéico
(Mil kcal ha
-1
)
ORGÂNICO 7.325 a 2.930,3 a 1.598,5 b 1,81 a 8,79 a 229,6 b
CONVENCIONAL 8.500 a 3.400,0 a 3.990,0 a 0,85 b 10,20 a 391,2 a
1
Médias marcadas com a mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste ‘t’, ao nível
de 5% de probabilidade.
A avaliação da Figura 6, quanto à distribuição dos componentes, se
considerássemos os gastos energéticos apenas na fase de campo, revela que
as entradas seriam reduzidas de 1.598.512 a 1.460.546 kcal ha
-1
e o balanço
energético seria elevado de 1,81 a 2,01 kcal kcal
-1
. Pela pequena participação
das embalagens nos custos desta cultura, a ordem de participação dos
principais componentes não seria alterada, permanecendo as sementes com
maior custo, seguida de composto orgânico e irrigação.
46
A
1.450.000
1.500.000
1.550.000
1.600.000
1.650.000
1.700.000
0 3.000 6.000 9.000 12.000 15.000
= 1488617,5 + 15,0 X
r
²
= 0,9538
Produtividade (kg ha¹ )
Entrada energia (kcal ha¹)
0
B
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
1.450.000 1.500.000 1.550.000 1.600.000 1.650.000 1.700.000
Entrada energia (kcal ha¹)
Balanço energético
 = -21,3361 + 0,0000144 X
r
²
= 0,9436
0
Figura 5 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção de
frutos e às entradas de energia, no cultivo orgânico da abóbora.
UFV: Viçosa, 2006.
47
Serviços Manuais
8,6 %
Serviços
Mecânicos
12,6 %
Irrigação
24,6 %
Sementes
27,9 %
Composto
26,3 %
Sem embalagem e frete
Entradas: 1.460.546 kcal
Saidas: 7.326 kg = 2.930.333 kcal
Balanço: 2,01
Figura 6 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de abóbora no sistema orgânico, sem considerar
gastos com embalagem e frete. UFV: Viçosa, 2006.
48
Cultivo convencional da abóbora:
Os detalhamentos dos dados energéticos do cultivo convencional de
abóbora estão nas Tabelas 6 e 7. Os indicadores físicos confirmam a baixa
demanda de mão-de-obra e os valores calóricos indicam ser uma das culturas
de menor demanda de energia, entre as espécies analisadas neste trabalho.
Em contrapartida, os dados confirmam a grande participação dos adubos
minerais nos custos energéticos de sistemas convencionais de produção. No
presente caso, o fornecimento de N-P-K foi responsável pelo aporte de 49,4%
do total de energia gasta na produção, embalagem e transporte de abóboras.
Tabela 6 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de abóbora no sistema convencional de produção região
centro-serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Sistema Convencional
Componentes Valor calórico
(kcal ha
-1
)
%
Esterco de galinha 120.000 3,0
Sementes 408.250 10,3
Nitrogênio 1.370.370 34,3
Fósforo 306.000 7,7
Potássio 293.760 7,4
Pesticidas 425.574 10,6
Outros insumos 184.462 4,6
Serviços mecânicos 183.986 4,6
Serviços manuais ( 48,0 D/H ) 128.300 3,2
Irrigação 360.340 9,0
Embalagem 134.190 3,4
Frete 74.800 1,9
TOTAL 3.990.032 100,0
49
Tabela 7 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de abóbora no
sistema convencional de produção região centro-serrana do
Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS:
Esterco Galinha t 30.000 4 120.000
3,0
Semente Tetsukabuto g 756 500 378.000
9,5
Semente Moranga g 121 250 30.250
0,8
Calcário (3 t ha
-1
a cada 3 anos) t 132.822 1 132.822
3,3
Nitrogênio (18-00-36) kg 2.687 510 1.370.370
34,3
Fósforo (Super Simples) kg 600 510 306.000
7,7
Potássio (18-00-36) kg 576 510 293.760
7,4
FTE kg 1291 40 51.640
1,3
Decis 25 CE L 60.393 1 60.393
1,5
Microzol L 50.083 6 300.498
7,5
Espalhante Adesivo L 64.683 1 64.683
1,6
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS:
4,6
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS:
3,2
Aplicação de Calcário D/H 1.500 3 4.500
Preparo do Solo D/H 4.000 5 20.000
Adubação Química D/H 1.500 1 1.500
Distribuição de Esterco D/H 3.200 3 9.600
Plantio D/H 1.500 1 1.500
Desbaste D/H 1.500 1 1.500
Adubação em Cobertura D/H 1.500 1 1.500
Capinas D/H 4.000 10 40.000
Pulverizações D/H 2.400 3 7.200
Colheita(s) D/H 2.400 10 24.000
Classificação/Embalagem D/H 1.000 5 5.000
Transporte Interno D/H 2.400 5 12.000
3. OUTROS:
Irrigação - 360.340 - 360.340
9,0
Embalagem (sacos cap. 50 kg) ud 630 213 134.190
3,4
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 85,00
74.800 1,9
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - 3.990.032
100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 400 8.500 3.400.000
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 0,85
-
Produção protéica (C) kg - 10,2 -
-
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 391.180
-
50
3.1.2. Cultivo orgânico do alho
A base de dados para o estudo com essa cultura se encontra na Tabela
2B, do Anexo 2. A planilha completa com os coeficientes energéticos médios
está na Tabela 8 e o resumo da participação dos componentes na Tabela 9. A
média de produtividade dos 14 cultivos foi 6.102 kg ha
-1
, resultando num total
de energia equivalente a 8.176.967 kcal, exportado pela colheita (baseado na
composição de 1340 kcal por kg, relatada por Franco, 1999). Considerando o
gasto total de entradas de 4.539.328 kcal, o balanço energético médio foi
1,72 kcal por caloria investida. A cultura do alho se caracteriza tradicionalmente
como grande demandadora de insumos e serviços, fato confirmado neste
estudo, refletindo em grande quantidade de energia requerida para seu cultivo.
Os resultados desse trabalho mostraram que a característica peculiar
desta cultura foi a evolução nos aspectos produtivos ao longo dos anos, com
reflexos no desempenho energético, tendendo a maiores rendimentos de
bulbos e eficiência energética nos últimos anos (Figura 7). Por ser exigente em
nutrientes, atribuiu-se às melhorias nas características do solo, relatadas por
Souza (2005), a causa dessa evolução. Verifica-se ainda na Figura 7 que o
balanço energético teve grande amplitude total, variando desde o balanço
negativo de 0,52 calorias por unidade, até o balanço positivo de 2,65 calorias
por unidade investida.
No cultivo orgânico do alho, os bulbilhos-semente representaram o maior
custo energético, participando com 25,7% do total. Os demais componentes
mais onerosos foram em ordem decrescente: embalagem (18,5%), a mão-de-
obra (18,4%) e o composto orgânico (17,2%). No cultivo convencional
destacaram-se pelo maior custo o nitrogênio (19,0%), os pesticidas (18,2%) e o
alho-semente (16,3%), conforme ilustram as Figuras 8 e 9.
As análises estatísticas comparativas entre os sistemas de cultivo
orgânico e convencional de alho revelaram diferenças significativas nos gastos
de energia e no balanço energético. O cultivo orgânico foi mais eficiente
energeticamente, por causa dos menores gastos calóricos e maiores balanços
(Tabela 10). O detalhamento dos dados pode ser verificado na Tabela 2 B, do
Anexo 2. Para as demais variáveis (produtividade comercial de bulbos, saída
de energia, produção de proteínas e custo protéico) os sistemas mostraram
valores similares, não havendo diferenças estatísticas, ao nível de 5% de
probabilidade.
51
Tabela 8 Coeficientes energéticos médios de produção de 1 ha de alho em
sistema orgânico de produção área experimental do INCAPER.
UFV: Viçosa, 2006
1
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS:
Composto Orgânico t 25.700 30 771.000 17,2
Alho-semente kg 1.439 800 1.151.200 25,7
Calda bordalesa L 19 6.400 121.600 2,7
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS 4,1
Aração - 136.010 136.010
Gradagem - 47.976 47.976
MANUAIS 18,4
Obtenção de Palhas D/H 3.200 40 128.000
Preparo de solo (canteiros) D/H 4.000 30 120.000
Distribuição de Composto D/H 3.600 6 21.600
Plantio D/H 1.500 50 75.000
Aplicação de Cobertura Morta D/H 3.200 25 80.000
Adubação em Cobertura orgânica D/H 3.600 10 36.000
Capinas D/H 4.000 30 120.000
Aplicação de Calda Bordalesa D/H 2.400 16 38.400
Colheita D/H 2.400 30 72.000
Cura D/H 2.400 15,1 36.240
Limpeza D/H 2.400 24,7 59.280
Classificação/Embalagem D/H 1.000 18,9 18.900
Transporte Interno D/H 2.400 9,9 23.760
3. OUTROS:
Irrigação - 547.820 - 547.820 12,3
Embalagem (500 g) mil 72.000 12,20 878.400 18,5
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 61,02 53.698 1,1
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 4.539.328 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 1340 6.102 8.176.967 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 1,72 -
Produção protéica (C) kg - 32,34 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 185.947 -
1
Os valores médios das variáveis e da participação porcentual dos componentes foram obtidos
pela média aritmética de 14 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos nesta
tabela em variáveis relacionadas.
52
Tabela 9 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de alho em sistema orgânico de produção área
experimental do INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Cultivo orgânico do alho
Componentes Gastos calóricos
(kcal ha
-1
)
%
Composto orgânico 771.000 17,2
Alho-semente 1.151.200 25,7
Calda Bordalesa 121.600 2,7
Serviços mecânicos 183.986 4,1
Serviços manuais ( 305,6 D/H ) 829.180 18,4
Irrigação 547.820 12,3
Embalagem 878.400 18,5
Frete 53.698 1,1
TOTAL 4.539.328 100,0
Desvio Padrão 542.109 -
1
O valor médio do total de gasto calórico e a participação porcentual dos componentes foram
obtidos pela média aritmética de 14 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos
na totalização dos valores nesta tabela.
0,80
1,33
0,52
1,14
1,05
1,06
1,85
2,36
1,70
2,65
2,48
2,09
2,55
2,50
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
Saídas/Entradas (kcal kcal¹)
1991 1992 1993 1993 1994 1994 1995 1995 1996 1996 1997 1998 1999 1999
Anos
Balanço energético
Figura 7 Evolução dos balanços energéticos em cultivos orgânicos de alho
INCAPER, 1991 a 1999. UFV: Viçosa, 2006.
53
Frete
1,1 %
Sementes
25,7 %
Composto
17,2 %
Calda bordalesa
2,7 %
Serviços Manuais
18,4 %
Serviços
Mecânicos
4,1 %
Irrigação
12,3 %
Embalagem
18,5 %
Entradas: 4.539.328 kcal
Saidas: 6.102 kg = 8.176.967 kcal
Balanço: 1,72
Figura 8 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de alho no sistema orgânico. UFV: Viçosa, 2006.
Irrigação
7,8 %
Serviços Mecânicos
2,6 %
Serviços
Manuais
11,1 %
Outros
insumos
3,0 %
Pesticidas
18,2 %
Potássio
4,0 %
Fósforo
10,6 %
Nitrogênio
19,0 %
Esterco galinha
4,2 %
Sementes/Mudas
16,3 %
Embalagem
2,4 %
Frete
0,8 %
Entradas: 7.083.441 kcal
Saidas: 6.350 kg = 8.509.000 kcal
Balanço: 1,20
Figura 9 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de alho no sistema convencional. UFV: Viçosa,
2006.
54
Tabela 10 Comparação das médias do desempenho produtivo e energético
da cultura do alho em sistema orgânico e convencional de
produção. UFV: Viçosa, 2006
1
Sistemas/
Análises
Produtividade
de bulbos
(kg ha
-1
)
Saída
energia (B)
(Mil kcal ha
-1
)
Entrada
energia (A)
(Mil kcal ha
-1
)
Balanço
(B/A)
Produção
protéica
(kg ha
1
)
Custo
protéico
(Mil kcal ha
-1
)
ORGÂNICO 6.102 a 8.177,0 a 4.539,3 b 1,72 a 32,34 a 185,9 a
CONVENCIONAL 6.130 a 8.509,0 a 7.083,4 a 1,20 b 33,65 a 210,5 a
1
Médias marcadas com a mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste ‘t’, ao nível
de 5% de probabilidade.
A relação entre a produtividade comercial de bulbos e a entrada de
energia gasta no processo produtivo apresentou melhor ajuste no modelo linear
simples. Isto se deve à produção de bulbos ter aumentado os gastos com mão-
de-obra na fase final da cultura, além da maior quantidade de embalagens
requerida e maior peso transportado no frete (Figura 10 A). Nesse sentido,
verificou-se que para kg de alho aumentado na produção, provocou-se um
aumento de 171,8 kcal ha
-1
no gasto de energia. A relação entre a entrada de
energia e o balanço energético teve melhor ajuste no modelo quadrático, com
tendência de efeitos menos intensos nos níveis mais altos de gastos de energia
(Figura 10 B).
A ilustração da Figura 11, quanto à distribuição dos componentes
apenas da fase de campo, revela que as entradas seriam reduzidas de
4.539.328 para 3.607.230 kcal ha
-1
e o balanço energético elevaria de 1,72
para 2,27 calorias por unidade investida. Assim, a mão-de-obra se tornaria o
segundo componente mais oneroso, com a participação dos principais
componentes sendo alterada para: sementes (31,9%), mão-de-obra (23,0%) e
composto orgânico (21,4%) e irrigação (15,4%).
55
A
3.200.000
3.700.000
4.200.000
4.700.000
5.200.000
0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000
= 3491202,4 + 171,8 X
r
²
= 0,9994
Produtividade (kg ha¹)
Entrada energia (kcal ha¹
)
0
B
= -10,803 + 4E-6 X - 3E-13 X²
r² = 0,9989
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.200.000 3.700.000 4.200.000 4.700.000 5.200.000
Entrada energia (kcal ha¹)
Balanço energético
0
- 10,803 + 4.10
-6
X 3.10
-13
X
2
Figura 10 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção de
bulbos e às entradas de energia, no cultivo orgânico do alho. UFV:
Viçosa, 2006.
56
Composto
21,4 %
Sementes
31,9 %
Calda bordalesa
3,4 %
Irrigação
15,2 %
Serviços
Mecânicos
5,1 %
Serviços Manuais
23,0 %
Sem embalagem e frete
Entradas: 3.607.230 kcal
Saidas: 6.102 kg = 8.176.967 kcal
Balanço: 2,27
Figura 11 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de alho no sistema orgânico, sem considerar
gastos com embalagem e frete. UFV: Viçosa, 2006.
57
Cultivo convencional do alho:
O desempenho energético médio da cultura do alho, cultivado no
sistema convencional, está resumido nos custos calóricos de cada componente
e nas suas participações relativas no total de entrada de energia (Tabela 11). O
detalhamento dos coeficientes energéticos pode ser verificado na Tabela 12.
Verificou-se que o nitrogênio, os pesticidas e as sementes (bulbilhos)
foram aqueles que mais oneraram o custo energético dessa cultura. Nesse
sistema de cultivo, o alho-semente representou 16,3% e as embalagens em
sacos telados representaram 2,4%. No cultivo orgânico, o alho-semente e as
embalagens em bandejas de isopor foram bem mais representativos nos
gastos calóricos, representando 25% e 18,5%, respectivamente.
Tabela 11 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de Alho no sistema convencional de produção região
centro-serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Sistema Convencional
Componentes Valor calórico
(kcal ha
-1
)
%
Esterco de galinha 300.000 4,2
Sementes 1.151.200 16,3
Nitrogênio 1.343.500 19,0
Fósforo 750.000 10,6
Potássio 288.000 4,0
Pesticidas 1.293.850 18,2
Outros insumos 214.155 3,0
Serviços mecânicos 183.986 2,6
Serviços manuais ( 295,0 D/H ) 783.600 11,1
Irrigação 547.820 7,8
Embalagem 171.450 2,4
Frete 55.880 0,8
TOTAL 7.083.441 100,0
58
Tabela 12 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de alho no
sistema convencional de produção região centro-serrana do
Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS:
Esterco de Galinha t 30.000 10 300.000 4,2
Alho-semente kg 1439 800 1.151.200 16,3
Calcário (3 t ha
-1
a cada 3 anos) t 132.822 1 132.822 1,9
Nitrogênio (18-00-36) kg 2.687 500 1.343.500 19,0
Fósforo (Super Simples) kg 600 1.250 750.000 10,6
Potássio (18-00-36) kg 576 500 288.000 4,0
FTE kg 1291 40 51.640 0,7
Bórax kg 1.291 15 19.365 0,3
Sulfato de Zinco Kg 1.291 8 10.328 0,1
Gesagard 800 kg 83.572 2 167.144 2,3
Dithane PM kg 50.083 10 500.830 7,1
Manzate 800 kg 50.083 10 500.830 7,1
Decis 25 CE L 60.393 1 60.363 0,8
Espalhante adesivo L 64.683 1 64.683 0,9
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS 2,6
Aração - 136.010 136.010
Gradagem - 47.976 47.976
MANUAIS 11,1
Aplicação de calcário D/H 1.500 3 4.500
Obtenção de Palhas D/H 3.200 40 128.000
Preparo de solo (canteiros) D/H 4.000 30 120.000
Adubação Química D/H 1.500 4 6.000
Aplicação de Esterco D/H 3.200 8 25.600
Plantio D/H 1.500 50 75.000
Aplicação de Cobertura Morta D/H 3.200 25 80.000
Adubação em Cobertura mineral D/H 1.500 5 7.500
Capinas D/H 4.000 20 80.000
Aplicação de Herbicida D/H 2.400 2 4.800
Pulverizações D/H 2.400 23 55.200
Colheita D/H 2.400 30 72.000
Cura D/H 2.400 15 36.000
Limpeza D/H 2.400 25 60.000
Classificação/Embalagem D/H 1.000 5 5.000
Transporte Interno D/H 2.400 10 24.000
3. OUTROS:
Irrigação - 547.820 - 547.820 7,8
Embalagem (sacos cap. 10 kg) ud 270 635 171.450 2,4
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 63,50 55.880 0,8
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 7.083.441 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 1340 6.350 8.509.000 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 1,20 -
Produção protéica (C) kg - 33,65 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 210.503 -
59
3.1.3. Cultivo orgânico da batata
O cultivo da batata no sistema orgânico teve comportamento bastante
diferenciado daquele tradicionalmente conhecido no sistema convencional. A
batata demanda grande quantidade de insumos (especialmente adubos e
pesticidas) de modo a alcançar produtividades compensadoras. Pelo fato do
cultivo orgânico depender do emprego de cultivares tolerantes a doenças com
relativo grau de rusticidade, o uso de insumos para prevenção e controle de
doenças é reduzido, limitando-se apenas ao emprego da calda bordalesa na
proteção contra fungos foliares (Tabela 13).
Na Tabela 2C, do Anexo 2, nota-se que a produtividade de tubérculos
foi bastante variável, desde 7.274 kg ha
-1
até 35.348 kg ha
-1
, gerando amplitude
total extremamente alta (28.074 kg ha
-1
). O coeficiente de variação dos dados
foi relativamente elevado (C.V. = 54,6%), agravado por estas variações de
rendimento ocasionadas principalmente pelo estado fitossanitário de cada
campo e pelo pequeno número de plantios realizados com esta cultura (n = 8).
O total dos custos calóricos dos componentes e suas participações no
custo total estão resumidos na Tabela 14. O total de gastos de energia em 1 ha
foi 5.226.811 kcal, com a produção de energia 15.269.133 kcal na colheita,
revelando o saldo bastante positivo. Dessa forma, o balanço energético médio
foi 1,81 calorias por caloria gasta no processo produtivo. A evolução do
balanço energético ao longo dos anos está ilustrada na Figura 12, onde
verifica-se que este foi positivo em todos os cultivos realizados, com a
produção de energia superando os gastos, variando de 1,43 até 4,06 calorias
geradas por unidade investida. Estes valores distribuíram-se aleatoriamente no
tempo, sem tendência progressiva ou regressiva. Comparado ao valor médio
de 1,02
calculado por Comitre (1995), para o balanço energético desta cultura
no Brasil (no ano de 1990), verificamos que o manejo orgânico apresenta-se
bastante favorável em termos de eficiência energética.
No cultivo orgânico da batata (Figura 13), a ordem decrescente da
participação dos principais componentes nos custos energéticos foi:
embalagem (31,4%), batata-semente (19,2%), composto orgânico (15,3%) e
irrigação (13,8%). Já no cultivo convencional (Figura 14), as maiores
participações foram do nitrogênio (28,7%) e dos pesticidas (21,8%), fazendo
com que as batatas-sementes tornassem pouco representativas em termos de
energia, com apenas 9,7%.
60
Tabela 13 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de batata
em sistema orgânico de produção área experimental do
INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS.
Composto Orgânico t 25.700 30 771.000 15,3
Batata-semente kg 805 1.200 966.000 19,2
Calda Bordalesa L 19 8.000 152.000 3,0
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 3,6
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 10,6
Preparo de Solo (sulcos) D/H 4.000 10 40.000
Distribuição de Composto D/H 3.600 12 43.200
Plantio D/H 1.500 15 22.500
Adubação em Cobertura orgânica D/H 3.600 8 28.800
Amontoa D/H 4.000 20 80.000
Aplicação de calda bordalesa D/H 2.400 24 57.600
Colheita D/H 4.000 50 200.000
Classificação/Embalagem D/H 1.000 30,6 30.600
Transporte Interno D/H 2.400 14,8 35.520
3. OUTROS:
Irrigação - 694.880 - 694.880 13,8
Embalagem (1 kg) mil 90.000 19,45 1.750.500 31,4
Frete (distância = 10 km)
t km
-1
880 194,51 171.169 3,1
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 5.226.811 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 785 19.451 15.269.133 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 2,74 -
Produção protéica (C) kg - 35,01 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 182.106 -
1
Os valores médios das variáveis e da participação porcentual dos componentes foram obtidos
pela média aritmética de 8 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos nesta
tabela em variáveis relacionadas.
61
Tabela 14 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de batata em sistema orgânico de produção área
experimental do INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Cultivo orgânico da batata
Componentes Gastos calóricos
(kcal ha
-1
)
%
Composto orgânico 771.000 15,3
Batata-semente 966.000 19,2
Calda Bordalesa 152.000 3,0
Serviços mecânicos 183.986 3,6
Serviços manuais ( 184,4 D/H ) 538.220 10,6
Irrigação 694.880 13,8
Embalagem 1.750.500 31,4
Frete 171.169 3,1
TOTAL 5.226.811 100,0
Desvio Padrão 1.085.200 -
1
O valor médio do total de gasto calórico e a participação porcentual dos componentes foram
obtidos pela média aritmética de 8 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos na
totalização dos valores nesta tabela.
1,55
2,25
3,79
1,43
2,41
2,88
4,06
3,57
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
Saídas/Entradas (kcal kcal¹)
1991 1991 1992 1993 1993 1995 1996 1997
Anos
Balanço energético
Figura 12 Evolução dos balanços energéticos em cultivos orgânicos de batata
INCAPER, 1991 a 1997. UFV: Viçosa, 2006.
62
Frete
3,1 %
Sementes
19,2 %
Composto
15,3 %
Calda bordalesa
3,0 %
Serviços Manuais
10,6 %
Irrigação
13,8 %
Serviços
Mecânicos
3,6 %
Embalagem
31,4 %
Entradas: 5.226.811 kcal
Saidas: 19.451 kg = 15.269.133 kcal
Balanço: 2,74
Figura 13 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de batata no sistema orgânico. UFV:Viçosa,
2006.
Serviços Manuais
4,9 %
Serviços Mecânicos
1,9 %
Outros
insumos
1,8 %
Pesticidas
21,8 %
Potássio
6,1 %
Irrigação
7,0 %
Embalagem
3,2 %
Frete
2,2 %
Sementes/Mudas
9,7 %
Nitrogênio
28,7 %
Fósforo
12,7 %
Entradas: 9.918.136 kcal
Saidas: 25.000 kg = 19.625.000 kcal
Balanço: 1,98
Figura 14 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de batata no sistema convencional. UFV: Viçosa,
2006.
63
Para todas as variáveis analisadas não se detectou diferenças
estatísticas entre os dois sistemas, exceto para o total de energia gasto em 1
ha no cultivo orgânico, que foi significativamente menor que aquele gasto no
cultivo convencional (5.226.811 kcal contra 9.918.136 kcal, respectivamente),
conforme verifica-se na Tabela 15. O detalhamento dos dados pode ser visto
na Tabela 2C, do Anexo 2. Embora a diferença numérica entre os balanços
energéticos do cultivo orgânico e convencional tenha sido aparentemente
elevada (2,74 e 1,98, respectivamente), não foi estatisticamente significativa a
5% de probabilidade pelo teste ‘t’, possivelmente devido ao alto coeficiente de
variação dos dados (36,6%).
Tabela 15 Comparação das médias do desempenho produtivo e energético
da cultura da batata em sistema orgânico e convencional de
produção. UFV: Viçosa, 2006
1
Sistemas/
Análises
Produtividade
de tubérculos
(kg ha
-1
)
Saída
energia (B)
(Mil kcal ha
-1
)
Entrada
energia (A)
(Mil kcal ha
-1
)
Balanço
(B/A)
Produção
protéica
(kg ha
-1
)
Custo
protéico
(Mil kcal ha
-1
)
ORGÂNICO 19.451 a 15.269,1 a 5.225,8 b 2,74 a 35,01 a 182,1 a
CONVENCIONAL 25.000 a 19.625,0 a 9.918,1 a 1,98 a 45,00 a 220,4 a
1
Médias marcadas com a mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste ‘t’, ao nível
de 5% de probabilidade.
A elevação da produtividade de tubérculos provocou aumento linear
simples na entrada de energia no processo produtivo da batata (Figura 15 A). A
relação direta entre a entrada de energia e o balanço energético ajustou-se
melhor ao modelo quadrático, pois os aumentos no balanço tendem a ser
menores em níveis mais altos de gastos de energia (Figura 15 B).
64
A
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
0 7.000 14.000 21.000 28.000 35.000
Produtividade (kg ha¹)
Entrada energia (kcal ha¹)
= 3240686,0 + 102,1 X
r
²
= 0,9999
0
B
= - 6,735 + 3E-06X - 2E-13X
2
r² = 0,9995
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000 7.000.000
Entrada energia (kcal ha¹)
Balanço energético
0
- 6,735 + 3.10
-6
X – 2.10
-13
X
2
Figura 15 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção de
tubérculos e às entradas de energia, no cultivo orgânico da batata.
UFV: Viçosa, 2006.
65
Na Figura 16, a contabilização dos componentes apenas da fase de
campo reduziriam os custos drasticamente, de 5.226.811 a 3.305.142 kcal ha
-1
,
representando diminuição de 36,8%. O balanço energético elevaria de 2,74
para 4,62 calorias por unidade investida, tornando esta cultura ainda mais
eficiente em produção e consumo de energia. Nesse caso, a batata-semente
passaria a ser o componente de maior dispêndio, com 29,2%, seguido do
composto, com 23,3%, da irrigação, com 21,0% e da mão-de-obra, com 16,3%.
Serviços Manuais
16,3%
Serviços
Mecânicos
5,6 %
Irrigação
21,0 %
Calda bordalesa
4,6 %
Sementes
29,2 %
Composto
23,3 %
Sem embalagem e frete
Entradas: 3.305.142 kcal
Saidas: 19.451 kg = 15.269.133 kcal
Balanço: 4,62
Figura 16 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de batata no sistema orgânico, sem considerar
gastos com embalagem e frete. UFV: Viçosa, 2006.
66
Cultivo convencional da batata:
A cultura da batata destaca-se dentre aquelas que mais demandam
insumos no cultivo convencional, especialmente adubos e pesticidas,
representando mais da metade do total de calorias demandadas na fase de
cultivo. Os detalhamentos dos dados energéticos estão nas Tabelas 16 e 17.
Tabela 16 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de batata no sistema convencional de produção região
centro-serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Sistema Orgânico
Componentes Valor calórico
(kcal ha
-1
)
%
Sementes 966.000 9,7
Nitrogênio 2.834.785 28,7
Fósforo 1.260.000 12,7
Potássio 607.680 6,1
Pesticidas 2.167.643 21,8
Outros insumos 184.462 1,8
Serviços mecânicos 183.986 1,9
Serviços manuais ( 170,0 D/H ) 483.700 4,9
Irrigação 694.880 7,0
Embalagem 315.000 3,2
Frete 220.000 2,2
TOTAL 9.918.136 100,0
67
Tabela 17 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de batata no
sistema convencional de produção região centro-serrana do
Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS.
Batata-semente kg 805 1.200 966.000 9,7
Calcário (3 t ha
-1
a cada 3 anos) t 132.822 1 132.822 1,3
Nitrogênio (18-00-36) kg 2.687 1.055 2.834.785 28,7
Fósforo (Super Simples) kg 600 2.100 1.260.000 12,7
Potássio (18-00-36) kg 576 1.055 607.680 6,1
FTE kg 1291 40 51.640 0,5
Decis 25 CE L 60.393 2 120.786 1,2
Pi-Rimor 500 PM kg 60.393 2 120.786 1,2
Ridomil-Mancozeb BR kg 50.083 10 500.830 5,0
Dithane PM kg 50.083 10 500.830 5,0
Curzate M kg 50.083 12 600.996 6,1
Espalhante Adesivo L 64.683 5 323.415 3,3
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 1,9
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 4,9
Aplicação de Calcário D/H 1.500 3 4.500
Preparo de Solo (sulcos) D/H 4.000 10 40.000
Adubação Química D/H 1.500 6 9.000
Plantio D/H 1.500 15 22.500
Adubação em cobertura mineral D/H 1.500 3 4.500
Amontoa D/H 4.000 20 80.000
Pulverizações D/H 2.400 33 79.200
Colheita (s) D/H 4.000 50 200.000
Classificação/Embalagem D/H 1.000 20 20.000
Transporte Interno D/H 2.400 10 24.000
3. OUTROS:
Irrigação - 694.880 - 694.880 7,0
Embalagem (sacos cap. 50 kg) ud 630 500 315.000 3,2
Frete (distância = 10 km)
t km
-1
880 250,00 220.000 2,2
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 9.918.136 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 785 25.000 19.625.000 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 1,98 -
Produção protéica (C) kg - 45,00 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 220.403 -
68
3.1.4. Cultivo orgânico da batata-baroa
A batata-baroa destaca-se dentre as hortaliças de maior potencial
produtivo em sistemas orgânicos de produção, pela rusticidade e pela
quantidade moderada de nitrogênio exigida pela cultura. Por isso são gastos
poucos insumos no cultivo orgânico, limitando-se, no presente caso, apenas ao
composto orgânico, pois as mudas são obtidas do plantio anterior,
demandando apenas mão-de-obra no manuseio e preparo.
Apesar da pequena demanda e mínimo gasto com insumos no cultivo
orgânico (que juntamente com os demais componentes totalizaram
4.095.246 kcal ha
-1
no processo produtivo), foi a cultura com a segunda maior
produção de energia na colheita (19.204.167 kcal ha
-1
), abaixo apenas da
batata-doce que produziu 27.145.119 kcal ha
-1
. Do total de gastos energéticos,
2.211.120 kcal foram referentes a embalagens, que representaram 50,4%
(Tabelas 18 e 19). Se fossem contabilizados os gastos calóricos apenas até a
fase de colheita (sem embalagem e frete), as entradas seriam drasticamente
reduzidas para 1.749.002 kcal ha
-1
, o que elevaria o balanço energético de 4,38
para 11,00 calorias produzidas por unidade investida, tornando essa espécie
ainda mais eficiente energeticamente.
Na Figura 17 consta a evolução dos balanços energéticos de 1991 até
1999, variando de 2,44, obtido em 1998 até 6,11, obtido em 1991. Portanto o
comportamento é semelhante à maioria das culturas, tendo distribuição
aleatória dos balanços ao longo dos anos, não relacionando-se com as
melhorias nas características do solo e do ambiente.
As participações porcentuais dos componentes nos sistemas orgânico e
convencional podem ser analisadas nas Figuras 18 e 19, respectivamente.
Dois aspectos chamam a atenção para a batata-baroa: a grande participação
das embalagens nos custos energéticos da produção orgânica (50,4%) e dos
pesticidas nos custos da produção convencional (32,1%), responsáveis pelas
respectivas entradas de 2.211.120 kcal ha
-1
e 1.163.988 kcal ha
-1
.
69
Tabela 18 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de batata-
baroa em sistema orgânico de produção área experimental do
INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS
Composto Orgânico t 25.700 20 514.000 13,8
Rebentos (mudas) mil 1.295 27,8 36.001 1,0
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 4,9
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 13,3
Preparo de Solo (Leiras) D/H 4.000 6 24.000
Distribuição de Composto D/H 3.600 12 43.200
Plantio D/H 1.500 10 15.000
Adubação em Cobertura orgânica D/H 3.600 8 28.800
Amontoa D/H 4.000 15 60.000
Capinas D/H 4.000 22 88.000
Colheita (s) D/H 4.000 40 160.000
Lavagem D/H 2.400 4,0 9.600
Classificação/Embalagem D/H 1.000 53,3 53.300
Transporte interno D/H 2.400 9,6 23.040
3. OUTROS:
Irrigação - 507.400 - 507.400 13,6
Embalagem (500 g) mil 72.000 30,71 2.211.120 50,4
Frete (distância = 10 km)
t km
-1
880 153,55 135.124 3,1
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 4.095.246 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 1250 15.355 19.204.167 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 4,38 -
Produção protéica (C) kg - 23,03 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 203.660 -
1
Os valores médios das variáveis e da participação porcentual dos componentes foram obtidos
pela média aritmética de 9 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos nesta
tabela em variáveis relacionadas.
70
Tabela 19 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de batata-baroa em sistema orgânico de produção área
experimental do INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Cultivo orgânico da batata-baroa
Componentes Gastos calóricos
(kcal ha
-1
)
%
Composto orgânico 514.000 13,8
Mudas 36.001 1,0
Serviços mecânicos 183.986 4,9
Serviços manuais ( 179,9 D/H ) 504.940 13,3
Irrigação 507.400 13,6
Embalagem 2.211.120 50,3
Frete 135.124 3,1
TOTAL 4.095.246 100,0
Desvio Padrão 1.403.487 -
1
O valor médio do total de gasto calórico e a participação porcentual dos componentes foram
obtidos pela média aritmética de 9 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos na
totalização dos valores nesta tabela.
3,65
6,11
3,44
4,14
4,57
4,98
4,76
2,44
5,32
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
Saídas/Entradas (kcal kcal¹)
1991 1991 1992 1992 1994 1995 1996 1998 1999
Anos
Balanço energético
Figura 17 Evolução dos balanços energéticos em cultivos orgânicos de
batata-baroa INCAPER, 1991 a 1999. UFV: Viçosa, 2006.
71
Embalagem
50,3 %
Irrigação
13,6 %
Serviços
Mecânicos
4,9 %
Serviços Manuais
13,3 %
Composto
13,8 %
Mudas
1,0 %
Frete
3,1 %
Entradas: 4.095.246 kcal
Saidas: 15.355 kg = 19.204.167 kcal
Balanço: 4,38
Figura 18 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de batata-baroa no sistema orgânico. UFV:
Viçosa, 2006.
Outros insumos (%);
5,1
Serviços Manuais
14,8 %
Serviços Mecânicos
5,1 %
Irrigação
14,0 %
Embalagem
1,3 %
Frete
3,6 %
Esterco galinha
4,1 %
Sementes/Mudas
1,0 %
Fósforo
14,9 %
Potássio
4,0 %
Pesticidas
32,1 %
Entradas: 3.625.512 kcal
Saidas: 15.000 kg = 18.750.000 kcal
Balanço: 5,17
Figura 19 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de batata-baroa no sistema convencional. UFV:
Viçosa, 2006.
72
A análise comparativa dos cultivos orgânicos com o sistema
convencional, realizadas pelo teste ‘t’, não detectaram diferenças estatísticas
ao nível de 5% de probabilidade, em todas as variáveis analisadas (Tabela 20).
Entretanto, o cultivo convencional tendeu a menores entradas de energia
(3.625.512 contra 4.095.246 kcal ha
-1
do cultivo orgânico) e maior balanço
energético ( 5,17 contra 4,38 kcal kcal
-1
do cultivo orgânico). O detalhamento
dos dados pode ser visto na Tabela 2D, do Anexo 2.
Tabela 20 Comparação das médias do desempenho produtivo e energético
da cultura da batata-baroa em sistema orgânico e convencional de
produção. UFV: Viçosa, 2006
1
Sistemas/
Análises
Produtividade
de raízes
(kg ha
-1
)
Saída
energia (B)
(Mil kcal ha
-1
)
Entrada
energia (A)
(Mil kcal ha
-1
)
Balanço
(B/A)
Produção
protéica
(kg ha
1
)
Custo
protéico
(Mil kcal ha
-1
)
ORGÂNICO 15.355 a 19.204,2 a 4.095,2 a 4,38 a 23,03 a 203,7 a
CONVENCIONAL 15.000 a 18.750,0 a 3.625,5 a 5,17 a 22,50 a 161,1 a
1
Médias marcadas com a mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste ‘t’, ao nível
de 5% de probabilidade.
A relação entre produtividade e entrada de energia demonstrou
comportamento linear e positivo e, aquela referente à relação entre entrada e
balanço energético, comportamento quadrático, demonstrando menores
aumentos no balanço em níveis mais altos de entradas de energia (Figura 20).
A ilustração da Figura 21 apresenta a contabilização dos gastos
energéticos apenas da fase de campo. Verifica-se que as entradas de energia
na produção orgânica reduziriam de 4.095.246 para 1.749.002 kcal ha
-1
,
representando diminuição de 57,3%. A eficiência energética aumentaria
expressivamente, com o balanço aumentando de 5,17 para 11,0 calorias por
unidade investida. Nesse caso, a distribuição da participação porcentual dos
componentes passaria a ter o composto orgânico, a irrigação e a mão-de-obra
com participações eqüitativas, representando 29,4%, 29,0% e 28,9% do total
de gastos, respectivamente.
73
A
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
0 8.000 16.000 24.000 32.000 40.000
Produtividade (kg ha¹)
Entrada energia (kcal ha¹)
= 1696819,2 + 156,2 X
r
²
= 0,9999
B
= - 2,1204 + 2E-6X -2E-13X
2
r² = 0,9918
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
0 2.000.000 4.000.000 6.000.000 8.000.000
Entrada energia (kcal ha¹)
Balanço energético
- 2,1204 + 2.10
-6
X - 2.10
-13
X
2
Figura 20 Estimativa para variáveis energéticas relacionadas à produção de
raízes e às entradas de energia, no cultivo orgânico da batata-
baroa. UFV: Viçosa, 2006.
74
Serviços Manuais
28,9 %
Serviços
Mecânicos
10,5 %
Irrigação
29,0 %
Sementes
2,1 %
Composto
29,5 %
Sem embalagem e frete
Entradas: 1.749.002 kcal
Saidas: 15.355 kg = 19.204.167 kcal
Balanço: 11,0
Figura 21 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de batata-baroa no sistema orgânico, sem
considerar gastos com embalagem e frete. UFV: Viçosa, 2006.
75
Cultivo convencional da batata-baroa:
O cultivo convencional de batata-baroa se desenvolveu intensamente
nos últimos anos na região centro-serrana do Espírito Santo. Passou de cultura
de subsistência a cultura de grande valor econômico no mercado. Durante
algum tempo foi plantada em consorciação com outras culturas perenes,
principalmente em entrelinhas do café, com o objetivo de aproveitar resíduos
da adubação, suplementado com esterco de aviário. Atualmente recebe tratos
mais refinados e uso intenso de insumos visando aumento da produtividade,
resultando nos atuais gastos energéticos apresentados em detalhe nas
Tabelas 21 e 22.
Tabela 21 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de batata-baroa no sistema convencional de produção
região centro-serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Sistema Convencional
Componentes Valor calórico
(kcal ha
-1
)
%
Esterco de galinha 150.000 4,1
Mudas 36.001 1,0
Fósforo 540.000 14,9
Potássio 144.000 4,0
Pesticidas 1.163.988 32,1
Outros insumos 184.462 5,1
Serviços mecânicos 183.986 5,1
Serviços manuais ( 196,0 D/H ) 536.800 14,8
Irrigação 507.400 14,0
Embalagem 46.875 1,3
Frete 132.000 3,6
TOTAL 3.625.512 100,0
76
Tabela 22 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de batata-
baroa no sistema convencional de produção região centro-
serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS
Esterco de Galinha t 30.000 5 150.000 4,1
Rebentos (Mudas) mil 1295 27,8 36.001 1,0
Calcário (3 t ha
-1
a cada 3 anos) t 132.822 1 132.822 3,7
Fósforo (Super Simples) kg 600 900 540.000 14,9
Potássio (KCl) kg 960 150 144.000 4,0
FTE kg 1291 40 51.640 1,4
Omite 300 PM L 64.683 3 194.049 5,4
Gesagard 800 kg 83.572 2 167.144 4,6
Pi-Rimor 500 PM kg 60.393 5 301.965 8,3
Dithane PM kg 50.083 10 500.830 13,8
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 5,1
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 14,8
Aplicação de calcário D/H 1.500 3 4.500
Preparo de Solo (Leiras) D/H 4.000 6 24.000
Adubação Química D/H 1.500 4 6.000
Distribuição de Esterco D/H 3.200 6 19.200
Plantio D/H 1.500 10 15.000
Adubação em Cobertura mineral D/H 1.500 3 4.500
Amontoa D/H 4.000 15 60.000
Capinas D/H 4.000 15 60.000
Pulverizações D/H 2.400 50 120.000
Colheita D/H 4.000 40 160.000
Lavagem D/H 2.400 4 9.600
Classificação/Embalagem D/H 1.000 30 30.000
Transporte interno D/H 2.400 10 24.000
3. OUTROS:
Irrigação
- 507.400 - 507.400
14,0
Embalagem (caixas tipo K) ud 75 625 46.875 1,3
Frete (distância = 10 km)
t km
-1
880 150,00 132.000 3,6
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 3.625.512 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 1250 15.000 18.750.000 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 5,17 -
Produção protéica (C) kg - 22,50 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 161.134 -
77
3.1.5. Cultivo orgânico da batata-doce
A batata-doce está entre as espécies mais promissoras do mercado
orgânico de hortaliças, especialmente devido à sua rusticidade e resistência a
pragas e patógenos. Conforme revelam os resultados dos coeficientes
energéticos médios, contidos na Tabela 23, mesmo utilizando apenas o
composto orgânico como insumo, esta cultura responde com bom nível de
produtividade comercial (21.630 kg ha
-1
de raízes). Pelo considerável valor
energético da batata-doce (1.255 kcal kg
-1
), este rendimento médio totaliza
saída de 27.145.119 kcal ha
-1
de energia embutida na colheita, sendo portanto
a espécie com maior produção de energia dentre as dez analisadas nesse
trabalho.
Dentre os gastos de energia no processo produtivo dessa cultura
(3.872.973 kcal ha
-1
), a embalagem contribuiu com 1.946.700 kcal, onerando
sobremaneira o sistema (Tabela 24). Mesmo assim, o desempenho energético
dessa cultura foi o melhor dentre todas as outras, com balanço positivo em
todos os 13 campos de produção avaliados. A magnitude desses valores foi
alternada no período de 1991 a 2000, variando de 3,82 até 8,84 calorias
produzidas por unidade gasta (Figura 22).
A participação de dois componentes no cultivo orgânico da batata-doce
são responsáveis pela maior parte dos gastos de energia - a embalagem, com
47,3% e o composto orgânico, com 21,5%, que somaram quase 70% do total
(Figura 23). No sistema convencional, destacam-se como os componentes de
maiores custos energéticos para essa cultura, o nitrogênio, com 25,6% e o
fósforo, com 15,4%, ambos somando 41,0% do total (Figura 24).
Na Figura 25, a contabilização apenas dos custos energéticos da fase
de campo revela que as entradas seriam reduzidas de 4.539.328 para
1.735.929 kcal ha
-1
e o balanço energético elevaria expressivamente de 6,58
para 15,64 calorias por unidade investida. Nesse caso, o composto seria o
componente mais oneroso, com 44,4% dos custos, seguido pela mão-de-obra,
com 23,0%.
78
Tabela 23 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de batata-
doce em sistema orgânico de produção área experimental do
INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS.
Composto Orgânico t 25.700 30 771.000 21,5
Ramas (Mudas) mil 1.586 33,0 52.338 1,5
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 5,4
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
Enleiramento com microtrator - 10.035 - 10.035
MANUAIS: 10,9
Distribuição de Composto D/H 3.600 5 18.000
Plantio D/H 1.500 10 15.000
Capinas D/H 4.000 20 80.000
Colheita D/H 4.000 50 200.000
Lavagem D/H 2.400 5,5 13.200
Classificação/Embalagem D/H 1.000 40,5 40.500
Transporte Interno D/H 2.400 13,3 31.920
3. OUTROS:
Irrigação - 315.620 - 315.620 8,8
Embalagem (1 kg) mil 90.000 21,63 1.946.700 47,3
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 216,30 190.344 4,6
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 3.872.973 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 1.255 21.630 27.145.119 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 6,58 -
Produção proteica (C) kg - 28,33 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 154.852 -
1
Os valores médios das variáveis e da participação porcentual dos componentes foram obtidos
pela média aritmética de 13 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos nesta
tabela para variáveis relacionadas.
79
Tabela 24 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de batata-doce em sistema orgânico de produção área
experimental do INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Cultivo orgânico da batata-doce
Componentes Gastos calóricos
(kcal ha
-1
)
%
Composto orgânico 771.000 21,5
Mudas 52.338 1,5
Serviços mecânicos 194.021 5,4
Serviços manuais ( 144,3 D/H ) 398.620 10,9
Irrigação 315.620 8,8
Embalagem 1.946.700 47,3
Frete 190.344 4,6
TOTAL 3.872.973 100,0
1
O valor médio do total de gasto calórico e a participação porcentual dos componentes foram
obtidos pela média aritmética de 13 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos
na totalização dos valores nesta tabela.
5,91
5,04
5,10
8,30
6,36
7,76
7,20
8,84
7,68
8,57
6,19
4,78
3,82
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
9.00
Saídas/Entradas (kcal kcal¹)
1991 1991 1992 1992 1993 1994 1994 1995 1995 1997 1997 1999 2000
Anos
Balanço energético
Figura 22 Evolução dos balanços energéticos em cultivos orgânicos de
batata-doce INCAPER, 1991 a 2000. UFV: Viçosa, 2006.
80
Irrigação (%)
8,8%
Serviços
Mecânicos
5,4%
Serviços Manuais
10,9%
Composto
21,5%
Mudas
1,5%
Frete
4,6%
Embalagem
47,3%
Entradas: 3.872.973 kcal
Saidas: 21.630 kg = 27.145.119 kcal
Balanço: 6,58
Figura 23 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de batata-doce no sistema orgânico. UFV:
Viçosa, 2006.
Serviços Manuais
9,8 %
Embalagem
8,8 %
Irrigação
9,0 %
Serviços
Mecânicos
5,5 %
Outros insumos
5,3 %
Pesticidas
4,8 %
Potássio
5,5 %
Fósforo
15,4 %
Nitrogênio
25,6 %
Sementes/Mudas
1,5 %
Esterco galinha
4,3 %
Frete
4,5 %
Entradas: 3.500.164 kcal
Saidas: 18.000 kg = 22.590.000 kcal
Balanço: 6,45
Figura 24 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de batata-doce no sistema convencional. UFV:
Viçosa, 2006.
81
Composto
44,5 %
Sementes
3,0 %
Irrigação
18,2 %
Serviços
Mecânicos
11,2 %
Serviços Manuais
23,1 %
Sem embalagem e frete
Entradas: 1.735.929 kcal
Saidas: 21.630 kg = 27.145.119 kcal
Balanço: 15,64
Figura 25 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de batata-doce no sistema orgânico, sem
considerar gastos com embalagem e frete. UFV: Viçosa, 2006.
Nas análises comparativas entre o cultivo orgânico e o padrão
convencional, o comportamento energético foi muito semelhante. Não foram
constatadas diferenças estatísticas pelo teste ‘t’ em nenhuma variável
analisada (Tabela 25 e Tabela 2E do Anexo 2).
A relação funcional da produtividade de raízes com as entradas de
energia apresentou melhor ajuste no modelo linear de 1º grau. O modelo
polinomial de 2º grau teve melhor ajuste na relação entre as entradas de
energia e o balanço energético, conforme mostrado nas Figuras 26A e 26B.
Tabela 25 Comparação das médias do desempenho produtivo e energético
da cultura da batata-doce em sistema orgânico e convencional de
produção. UFV: Viçosa, 2006
1
Sistemas/
Análises
Produtividade
de raízes
(kg ha
-1
)
Saída
energia (B)
(Mil kcal ha
-1
)
Entrada
energia (A)
(Mil kcal ha
-1
)
Balanço
(B/A)
Produção
protéica
(kg ha
1
)
Custo
protéico
(Mil kcal ha
-1
)
ORGÂNICO 21.630 a 27.145,1 a 3.873,0 a 6,58 a 28,33 a 154,9 a
CONVENCIONAL 18.000 a 22.590,0 a 3.500,2 a 6,45 a 23,58 a 148,4 a
1
Médias marcadas com a mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste ‘t’, ao nível
de 5% de probabilidade.
82
A
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
0 7.000 14.000 21.000 28.000 35.000 42.000
Produtividade (kg ha¹)
Entrada energia (kcal ha¹)
= 1664885,8 + 102,1 X
r²
= 0,9997
B
= - 3,7452 + 4E-6X - 3E-13X
2
r²
= 0,9964
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
9.00
10.00
0 2.000.000 4.000.000 6.000.000
Entrada energia (kcal ha¹)
Balanço energético
-3,7452 + 4.10
-6
X - 3.10
-13
X
2
Figura 26 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção de
raízes e às entradas de energia, no cultivo orgânico da batata-
doce. UFV: Viçosa, 2006.
83
Cultivo convencional da batata-doce:
A batata-doce foi a espécie com menor demanda de energia no cultivo
convencional, totalizando apenas 3.500.164 kcal ha
-1
. Semelhante à cultura da
abóbora, destaca-se também pela pequena utilização de mão-de-obra, apesar
do ciclo médio ser relativamente longo dentre as hortaliças (228 dias). Os
detalhamentos dos dados energéticos estão apresentados nas Tabelas 26 e
27.
Tabela 26 - Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de Batata-doce no sistema convencional de produção
região centro-serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Sistema Convencional
Componentes Valor calórico
(kcal ha
-1
)
%
Esterco de galinha 150.000 4,3
Mudas 52.338 1,5
Nitrogênio 894.771 25,6
Fósforo 540.000 15,4
Potássio 191.808 5,5
Pesticidas 167.144 4,8
Outros insumos 184.462 5,3
Serviços mecânicos 194.021 5,5
Serviços manuais ( 114,0 D/H ) 343.800 9,8
Irrigação 315.620 9,0
Embalagem 307.800 8,8
Frete 158.400 4,5
TOTAL 3.500.164 100,0
84
Tabela 27 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de batata-
doce no sistema convencional de produção região centro-
serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS.
Esterco de Galinha t 30.000 5 150.000 4,3
Ramas (Mudas) mil 1.586 33,0 52.338 1,5
Calcário (3 t ha
-1
a cada 3 anos) t 132.822 1 132.822 3,8
Nitrogênio (18-00-36) kg 2.687 333 894.771 25,6
Fósforo (Super Simples) kg 600 900 540.000 15,4
Potássio (18-00-36) kg 576 333 191.808 5,5
FTE kg 1291 40 51640 1,5
Gesagard 800 kg 83.572 2 167.144 4,8
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 5,5
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
Enleiramento com microtrator - 10.035 - 10.035
MANUAIS: 9,8
Aplicação de Calcário D/H 1.500 3 4.500
Adubação Química D/H 1.500 3 4.500
Distribuição de Esterco D/H 3.200 2 6.400
Plantio D/H 1.500 10 15.000
Capinas D/H 4.000 15 60.000
Pulverizações D/H 2.400 1 2.400
Colheita D/H 4.000 50 200.000
Lavagem D/H 2.400 5 12.000
Classificação/Embalagem D/H 1.000 15 15.000
Transporte Interno D/H 2.400 10 24.000
3. OUTROS:
Irrigação - 315.620 - 315.620 9,0
Embalagem (sacos cap. 20 kg) ud 342 900 307.800 8,8
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 180,00 158.400 4,5
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 3.500.164 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 1.255 18.000 22.590.000 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 6,45 -
Produção proteica (C) kg - 23,58 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 148.438 -
85
3.1.6. Cultivo orgânico da cenoura
Na propriedade rural, a cenoura está dentre as culturas de melhor
desempenho em sistemas orgânicos de produção. O monitoramento das
produtividades comerciais de raízes de 17 campos, no período de 1990 a 1999,
confirmou este desempenho, com média de 23.535 kg ha
-1
(Tabela 2F, Anexo
2).
O cultivo orgânico da cenoura se caracteriza pela baixa necessidade de
insumos, restringindo-se a gastos com composto orgânico e sementes,
conforme se verifica nos indicadores físicos médios, obtidos dos 17 cultivos
realizados, (Tabela 28). O total dos custos calóricos de cada componente, com
suas respectivas participações no custo total, estão resumidos na Tabela 29.
A média de entrada de energia para 1 ha de cenoura foi 6.057.686 kcal,
gerando a produção de 11.767.471 kcal de energia na colheita revelando saldo
energeticamente positivo. O balanço energético médio foi 1,85 calorias por
caloria gasta no processo produtivo, sendo que em todos os cultivos houve
balanço superior a 1,00, com valores variando de 1,26 até 2,47 kcal kcal
-1
. A
evolução do balanço energético ao longo dos anos está ilustrada na Figura 27.
Quanto à participação dos componentes, as embalagens de cenouras
orgânicas, constituídas por bandejas de isopor com filme plástico, tiveram
enormes custos energéticos, totalizando o gasto de 3.389.040 kcal de energia
por ha, representando 53,2% do total. O composto orgânico foi o segundo
componente de maior custo, 13,7% e a mão-de-obra situou-se no terceiro
lugar, com 9,4%. Sistemas de produção que não utilizam embalagem, devido a
características próprias de venda, têm seus custos energéticos para a cenoura
drasticamente reduzidos a 2.668.646 kcal ha
-1
e o balanço energético sendo
aumentado de 1,85 para 4,41 calorias produzidas por unidade investida (Figura
28).
No cultivo convencional, os adubos minerais totalizaram 55,9% dos
gastos energéticos da cenoura, sendo componentes de grande dispêndio de
energia. Por outro lado, as embalagens convencionais em caixas de madeira,
tipo K, participam com apenas 1,4%, com impacto energético muito menor do
que as embalagens adotadas no cultivo orgânico, apesar delas proporcionarem
maiores danos e perda de peso do produto na pós-colheita (Figura 29).
86
Tabela 28 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de cenoura
em sistema orgânico de produção área experimental do
INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS:
Composto Orgânico
t 25.700 30 771.000 13,7
Sementes kg 121.000 4 484.000 8,6
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 3,4
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
Enxada rotativa de microtrator - 10.035 - 10.035
MANUAIS: 9,4
Preparo de solo (encanteiramento) D/H 4.000 30 120.000
Distribuição de Composto D/H 3.600 5 18.000
Plantio D/H 1.500 6 9.000
Desbaste D/H 1.500 70 105.000
Adubação em cobertura orgânica D/H 3.600 10 36.000
Capinas D/H 2.400 30 72.000
Colheita D/H 2.400 25 60.000
Lavagem D/H 2.400 9,9 23.760
Classificação/Embalagem D/H 1.000 69,1 69.100
Transporte Interno D/H 2.400 11,1 26.640
3. OUTROS:
Irrigação ha 473.000 - 473.000 8,4
Embalagem (500 g) mil 72.000 47,07 3.389.040 53,2
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 235,35 207.108 3,3
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 6.057.686 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 500 23.535 11.767.471 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 1,85 -
Produção proteica (C) kg - 28,24 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 234.421 -
1
Os valores médios das variáveis e da participação porcentual dos componentes foram obtidos
pela média aritmética de 17 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos nesta
tabela em variáveis relacionadas.
87
Tabela 29 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de cenoura em sistema orgânico de produção área
experimental do INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Cultivo orgânico da cenoura
Componentes Gastos calóricos
(kcal ha
-1
)
%
Composto orgânico 771.000 13,7
Sementes 484.000 8,6
Serviços mecânicos 194.021 3,4
Serviços manuais ( 266,1 D/H ) 539.500 9,4
Irrigação 473.000 8,4
Embalagem 3.389.040 53,2
Frete 207.108 3,3
TOTAL 6.057.686 100,0
1
O valor médio do total de gasto calórico e a participação porcentual dos componentes foram
obtidos pela média aritmética de 17 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos
na totalização dos valores nesta tabela.
1,92
1,89
2,25
1,59
1,76
1,45
1,63
2,05
2,47
2,14
1,84
1,97
1,28
2,05
1,26
1,50
2,32
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
Saídas/Entradas (kcal kcal¹)
1990 1992 1992 1992 1993 1993 1993 1994 1995 1995 1995 1996 1997 1997 1998 1998 1999
Anos
Balanço energético
Figura 27 Evolução dos balanços energéticos em cultivos orgânicos de
cenoura INCAPER, 1990 a 1999. UFV: Viçosa, 2006.
88
Frete
3,3%
Sementes
8,6%
Composto
13,7%
Serviços Manuais
9,4%
Serviços
Mecânicos
3,4%
Irrigação
8,4%
Embalagem
53,2%
Entradas: 6.057.686 kcal
Saidas: 23.535 kg = 11.767.471 kcal
Balanço: 1,85
Figura 28 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de cenoura no sistema orgânico. UFV: Viçosa,
2006.
Fósforo
19,9 %
Pesticidas
4,9 %
Potássio
6,4 %
Outros
insumos
3,1 %
Serviços
Manuais
7,6 %
Serviços Mecânicos
3,2 %
Irrigação
7,8 %
Embalagem
1,4 %
Frete
4,1 %
Sementes/Mudas
8,0 %
Esterco galinha
4,0 %
Nitrogênio
29,6 %
Entradas: 6.036.456 kcal
Saidas: 28.000 kg = 14.000.000 kcal
Balanço: 2,32
Figura 29 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de cenoura no sistema convencional. UFV:
Viçosa, 2006.
89
A relação funcional entre a produtividade comercial de raízes e a
entrada de energia foi linear simples, pois a produção de raízes aumenta os
gastos com mão-de-obra, a quantidade de embalagens e o peso a ser
transportado no frete (Figura 30A). A relação entre a entrada de energia e o
balanço energético teve melhor ajuste no modelo de 2º grau, com forte
diminuição dos efeitos das entradas sobre o balanço nos níveis mais altos de
entrada de energia, tendendo inclusive a estabilidade a partir de 9.500.000
kcal, aproximadamente (Figura 30B).
A comparação de médias pelo teste ‘t’, entre o cultivo orgânico e o
convencional, revelou diferenças estatísticas no balanço energético (no cultivo
convencional foi mais eficiente, gerando 2,32 kcal kcal
-1
). Os custos
energéticos das proteínas do cultivo convencional foram significativamente
menores que os custos do cultivo orgânico. A produtividade, as saídas e
entradas de energia, e a produção protéica foram similares entre os sistemas
(Tabela 30 e Tabela 2F, do Anexo 2).
Tabela 30 Comparação das médias do desempenho produtivo e energético
da cultura da cenoura em sistema orgânico e convencional de
produção. UFV: Viçosa, 2006
1
Sistemas/
Análises
Produtividade
de raízes
(kg ha
-1
)
Saída
energia (B)
(Mil kcal ha
-1
)
Entrada
energia (A)
(Mil kcal ha
-1
)
Balanço
(B/A)
Produção
protéica
(kg ha
1
)
Custo
protéico
(Mil kcal ha
-1
)
ORGÂNICO 23.535 a 11.767,5 a 6.057,7 a 1,85 b 28,24 a 234,4 a
CONVENCIONAL 28.000 a 14.000,0 a 6.036,5 a 2,32 a 26,60 a 179,5 b
1
Médias marcadas com a mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste ‘t’, ao nível
de 5% de probabilidade.
Na Figura 31, se considerássemos os gastos energéticos apenas da
fase de campo do cultivo orgânico da cenoura, verificaríamos que as entradas
de energia reduziriam de 6.057.686 para 2.461.538 kcal ha
-1
(59,4% a menos)
e o balanço energético passaria de 1,85 para 4,78 calorias por unidade
investida. Nesse caso, composto orgânico se tornaria o componente a
participar com a maior parcela dos custos (31,3%), seguido pela mão-de-obra
(21,9%), as sementes (19,7%) e a irrigação (19,2%).
90
A
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
0 9.000 18.000 27.000 36.000 45.000 54.000
Produtividade (kg ha¹)
Entrada energia (kcal ha¹)
= 2345240,8 + 157,7 X
r
²
= 0,9999
B
= - 0,4406 + 6E-7X - 3E-14X
2
r²
= 0,9928
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
0 3.000.000 6.000.000 9.000.000
Entrada energia (kcal ha¹)
Balanço energético
- 0,4406 + 6.10
-7
X - 3.10
-14
X
2
Figura 30 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção de
raízes e às entradas de energia, no cultivo orgânico de cenoura.
UFV: Viçosa, 2006.
91
Custos energéticos de carotenóides totais:
Os custos energéticos dos carotenóides totais em cenoura estão
apresentados devido à importância desta substância na saúde humana e por
ser a cenoura sua principal fonte, dentre as espécies avaliadas neste trabalho.
O teor médio adotado foi aquele relatado pela EMBRAPA - Hortaliças, referente
à cultivar Brasília, ou seja, 80 mg kg
-1
de produto fresco (EMBRAPA, 2005).
Pelo rendimento médio de raízes obtido, observamos no quadro adiante que foi
atingida produção de 1.882.800 mg de carotenóides totais por hectare. Os
dispêndios energéticos desta produção provocaram um custo energético
unitário de 3,22 kcal por miligrama destas substâncias.
Carotenóides totais
Produtividade
(kg ha
-1
)
Produção
(mg ha
-1
)
Custo energético
(kcal mg
-1
)
23.535 1.882.800 3,22
Serviços Manuais
21,9 %
Serviços
Mecânicos
7,9 %
Irrigação
19,2 %
Sementes
19,7 %
Composto
31,3 %
Sem embalagem e frete
Entradas: 2.461.538 kcal
Saidas: 23.535 kg = 11.767.471 kcal
Balanço: 4,78
Figura 31 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de cenoura no sistema orgânico, sem considerar
gastos com embalagem e frete. UFV: Viçosa, 2006.
92
Cultivo convencional da cenoura:
A cultura da cenoura no sistema convencional revelou comportamento
intermediário em relação às outras culturas avaliadas, tanto em quantidade
demandada em insumos e serviços, como em gastos energéticos. Os
detalhamentos dos indicadores e dos valores energéticos estão nas Tabelas 31
e 32.
Tabela 31 Participação energética porcentual dos componentes na produção
de 1 ha de cenoura no sistema convencional de produção região
centro-serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Sistema Convencional
Componentes Valor calórico
(kcal ha
-1
)
%
Esterco de galinha 240.000 4,0
Sementes 484.000 8,0
Nitrogênio 1.789.542 29,6
Fósforo 1.200.000 19,9
Potássio 383.616 6,4
Pesticidas 292.190 4,9
Outros insumos 184.462 3,1
Serviços mecânicos 194.021 3,2
Serviços manuais ( 216,0 D/H ) 461.700 7,6
Irrigação 473.000 7,8
Embalagem 87.525 1,4
Frete 246.400 4,1
TOTAL 6.036.456 100,0
93
Tabela 32 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de cenoura
no sistema convencional de produção região centro-serrana do
Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS:
Esterco de Galinha t 30.000 8 240.000 4,0
Sementes kg 121.000 4 484.000 8,0
Calcário (3 t ha
-1
a cada 3 anos) t 132.822 1 132.822 2,2
Nitrogênio (18-00-36) kg 2.687 666 1.789.542 29,6
Fósforo (Super Simples) kg 600 2000 1.200.000 19,9
Potássio (18-00-36) kg 576 666 383.616 6,4
FTE kg 1291 40 51.640 0,9
Decis 25 CE L 60.393 1 60.363 1,0
Gesagard 800 kg 83.572 2 167.144 2,8
Espalhante Adesivo L 64.683 1 64.683 1,1
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 3,2
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
Enxada rotativa de microtrator - 10.035 - 10.035
MANUAIS: 7,6
Aplicação de Calcário D/H 1.500 3 4.500
Preparo de Solo (encanteiramento) D/H 4.000 30 120.000
Adubação Química D/H 1.500 5 7.500
Distribuição de esterco D/H 3.200 8 25.600
Plantio D/H 1.500 6 9.000
Desbaste D/H 1.500 50 75.000
Adubação em Cobertura mineral D/H 1.500 5 7.500
Capinas D/H 2.400 20 48.000
Pulverizações D/H 2.400 9 21.600
Colheita D/H 2.400 25 60.000
Lavagem D/H 2.400 10 24.000
Classificação/Embalagem D/H 1.000 35 35.000
Transporte Interno D/H 2.400 10 24.000
3. OUTROS:
Irrigação ha 473.000 - 473.000 7,8
Embalagem (caixas tipo K) ud 75 1.167 87.525 1,4
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 280,00 246.400 4,1
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 6.036.456 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 500 28.000 14.000.000 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 2,32 -
Produção proteica (C) kg - 33,60 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 179.656 -
94
3.1.7. Cultivo orgânico da couve-flor
O manejo orgânico da couve-flor é extremamente simplificado,
consistindo de operações de preparo de solo, adubação em covas com
composto orgânico e poucos tratos culturais, não demandando insumos na
proteção contra pragas e doenças. Esta cultura apenas tem mostrado ser uma
espécie exigente em fertilidade de solos, devendo ser cultivada em áreas mais
férteis, requerendo normalmente a aplicação de adubação em cobertura com a
finalidade de auxiliar na nutrição das plantas. As Tabelas 33 e 34 confirmam
também a baixa demanda de mão-de-obra e apresentam os detalhamentos dos
dados médios desta cultura.
A produtividade comercial, medida em número de cabeças foi 16.031,
que convertidas em peso, totalizaram 13.686 kg ha
-1
. Durante os anos de
monitoramento da cultura, detectou-se desde rendimentos muito baixos
(3.987 kg ha
-1
) até rendimentos elevados (23.508 kg ha
-1
), atribuído à grande
variabilidade na fertilidade dos solos dos diversos talhões onde se cultivou a
couve-flor (Tabela 2G, Anexo 2). A conversão da produtividade em produção
de energia, saídas na colheita, baseou-se no teor calórico médio de
300 kcal kg
-1
, indicada por Franco, 1999, totalizando 4.105.555 kcal ha
-1
.
O total de entradas de energia por hectare foi a mais estável entre as
espécies, variando de 2.590.562 até 3.720.856 kcal e com coeficiente de
variação de 12,9%. A média de entrada de energia foi 3.325.047, sendo grande
parte destes gastos destinados às embalagens (1.442.700 kcal).
O balanço energético médio foi 1,19 calorias por unidade, com grande
variação ao longo dos anos, revelando valores desde 0,43 até 1,90 (Figura 32).
Semelhante à cultura do alho, mas com menos propriedade, revelou a
tendência de incrementar o desempenho energético com as melhorias nas
características do solo e do ambiente pelo manejo orgânico.
As participações dos componentes nos dois sistemas estão nas Figuras
33 e 34. No cultivo orgânico constata-se que a embalagem foi o item de maior
dispêndio energético, participando com 42,7%, seguida pelo composto
orgânico, com 23,6% e pela irrigação, com 14,5%. No cultivo convencional,
impressiona o custo energético do nitrogênio, representando 49,6%, seguido
pelo potássio e pela irrigação, ambos somando 10,6% do total de energia.
95
Tabela 33 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de couve-
flor em sistema orgânico de produção área experimental do
INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS:
Composto Orgânico t 25.700 30 771.000 23,6
Sementes g 303 200 60.600 1,9
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 5,6
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 8,3
Preparo de sementeira D/H 1.500 2 3.000
Preparo de Solo (covas) D/H 4.000 7 28.000
Distribuição de Composto D/H 3.600 12 43.200
Plantio D/H 1.500 20 30.000
Adubação em cobertura orgânica D/H 3.600 8 28.800
Capinas D/H 4.000 15 60.000
Colheita D/H 2.400 9,4 22.560
Classificação/Embalagem D/H 1.000 34,2 34.200
Transporte Interno D/H 2.400 9,8 23.520
3. OUTROS:
Irrigação - 473.000 - 473.000 14,5
Embalagem (Nº cabeças = 16.031) mil 90.000 16,03 1.442.700 42,7
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 136,86 120.437 3,5
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 3.325.047 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 300 13.686 4.105.775 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 1,19 -
Produção proteica (C) kg - 34,22 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 121.481 -
1
Os valores médios das variáveis e da participação porcentual dos componentes foram obtidos
pela média aritmética de 12 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos nesta
tabela em variáveis relacionadas.
96
Tabela 34 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de couve-flor em sistema orgânico de produção área
experimental do INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Cultivo orgânico da couve-flor
Componentes Gastos calóricos
(kcal ha
-1
)
%
Composto orgânico 771.000 23,6
Sementes 60.600 1,9
Serviços mecânicos 183.986 5,6
Serviços manuais ( 117,4 D/H ) 273.280 8,3
Irrigação 473.000 14,5
Embalagem 1.442.700 42,6
Frete 120.437 3,5
TOTAL 3.325.047 100,0
1
O valor médio do total de gasto calórico e a participação porcentual dos componentes foram
obtidos pela média aritmética de 12 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos
na totalização dos valores nesta tabela.
0,86
0,53
0,43
1,60
1,47
1,28
0,89
1,15
1,27
1,48
1,42
1,90
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
Saídas/Entradas (kcal kcal¹)
1992 1992 1992 1994 1995 1995 1995 1996 1997 1998 1998 1999
Anos
Balanço energético
Figura 32 Evolução dos balanços energéticos em cultivos orgânicos de
couve-flor INCAPER, 1992 a 1999. UFV: Viçosa, 2006.
97
Irrigação
14,5%
Serviços Mecânicos
5,6%
Serviços Manuais
8,3%
Composto
23,6%
Sementes
1,9%
Frete
3,5%
Embalagem
42,6%
Entradas: 3.325.047 kcal
Saidas: 13.686 kg = 4.105.775 kcal
Balanço: 1,19
Figura 33 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de couve-flor no sistema orgânico. UFV: Viçosa,
2006.
Fósforo
2,0 %
Potássio
10,6 %
Pesticidas
2,7 %
Outros
insumos
4,0 %
Serviços
Manuais
6,1 %
Serviços
Mecânicos
4,1 %
Irrigação
10,6 %
Embalagem
2,1 %
Frete
2,9 %
Sementes/Mudas
1,3 %
Esterco galinha
4,0 %
Nitrogênio
49,6 %
Entradas: 4.504.764 kcal
Saidas: 15.000 kg = 4.500.000 kcal
Balanço: 1,00
Figura 34 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de couve-flor no sistema convencional. UFV:
Viçosa, 2006.
98
As análises de regressão revelaram o comportamento distinto das
demais espécies, em que a relação entre a produtividade de cabeças e entrada
de energia teve melhor ajuste no modelo quadrático. Os efeitos do aumento
das produtividades sobre as entradas de energia são maiores em níveis mais
baixos de rendimentos, tendendo a diminuir nos níveis mais altos (Figura 35A).
O balanço energético aumenta gradualmente com os aumentos no aporte de
energia, de forma linear dentro dos limites avaliados (Figura 35B).
As comparações das médias do cultivo orgânico com as referências do
cultivo convencional, mostrado na Tabela 35, revelam que a produtividade de
cabeças comerciais, as saídas de energia, o balanço energético, a produção de
proteínas e o custo protéico foram iguais nos dois sistemas de cultivo. O
sistema orgânico destacou-se pelos menores custos energéticos, sendo
significativamente mais vantajoso do que o cultivo convencional. Os dados
mais detalhados podem ser vistos na Tabela 2G, do Anexo 2.
A contabilização dos componentes apenas da fase de campo reduziriam
os custos energéticos de 3.325.047 para 1.761.910 kcal ha
-1
(Figura 36). O
balanço energético, que estava próximo à neutralidade, elevaria de 1,19 para
2,33 calorias por unidade investida, melhorando o desempenho energético
dessa cultura que mostrava-se comprometido pelos elevados custos das
embalagens. Nesta nova abordagem, o composto orgânico passaria a ser o
componente mais oneroso, com 43,8%, seguido pela irrigação, com 26,8%.
Tabela 35 Comparação das médias do desempenho produtivo e energético
da cultura da couve-flor em sistema orgânico e convencional de
produção. UFV: Viçosa, 2006
1
Sistemas/
Análises
Produtividade
de cabeças
(kg ha
-1
)
Saída
energia (B)
(Mil kcal ha
-1
)
Entrada
energia (A)
(Mil kcal ha
-1
)
Balanço
(B/A)
Produção
protéica
(kg ha
1
)
Custo
protéico
(Mil kcal ha
-1
)
ORGÂNICO 13686 a 4.105,8 a 3.325,0 b 1,19 a 34,22 a 121,5 a
CONVENCIONAL 15.000 a 4.500,0 a 4.504,8 a 1,00 a 37,50 a 120,1 a
1
Médias marcadas com a mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste ‘t’, ao nível
de 5% de probabilidade.
99
A
= 2000000 + 127,6X - 0,0024X
2
r²
= 0,8951
2.000.000
2.500.000
3.000.000
3.500.000
4.000.000
0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000
Produtividade (kg ha¹)
Entrada energia (kcal ha¹)
0
B
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
2.200.000 2.600.000 3.000.000 3.400.000 3.800.000
Entrada energia (kcal ha¹)
Balanço energético
= - 1,816 + 0,0000009X
r² = 0,7842
0
Figura 35 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção de
cabeças e às entradas de energia, no cultivo orgânico de couve-
flor. UFV: Viçosa, 2006.
100
Composto
43,9 %
Sementes
3,4 %
Irrigação
26,8 %
Serviços
Mecânicos
10,4 %
Serviços Manuais
15,5 %
Sem embalagem e frete
Entradas: 1.761.910 kcal
Saidas: 13.686 kg = 4.105.775 kcal
Balanço: 2,33
Figura 36 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de couve-flor no sistema orgânico, sem
considerar gastos com embalagem e frete. UFV: Viçosa, 2006.
101
Cultivo convencional da couve-flor:
A couve-flor teve a segunda menor eficiência energética no cultivo
convencional, com balanço igual 1,00, superando apenas a cultura do tomate.
Dentre as explicações desse comportamento, está a grande participação do
nitrogênio nos custos calóricos, com média de 49,6% dos gastos. Em
contrapartida, foi a cultura que relativamente empregou menos pesticidas no
processo produtivo, componente que somou apenas 2,7% do total,
excetuando-se a cultura do taro que não utiliza nenhum tipo de agrotóxico. Os
detalhamentos dos dados energéticos estão nas Tabelas 36 e 37.
Tabela 36 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de couve-flor no sistema convencional de produção
região centro-serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Sistema Convencional
Componentes Valor calórico
(kcal ha
-1
)
%
Esterco de galinha 180.000 4,0
Sementes 60.600 1,3
Nitrogênio 2.230.210 49,6
Fósforo 90.000 2,0
Potássio 478.080 10,6
Pesticidas 125.076 2,7
Outros insumos 184.462 4,0
Serviços mecânicos 183.986 4,1
Serviços manuais ( 117,0 D/H ) 273.600 6,1
Irrigação 473.000 10,6
Embalagem 93.750 2,1
Frete 132.000 2,9
TOTAL 4.504.764 100,0
102
Tabela 37 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de couve-
flor no sistema convencional de produção região centro-serrana
do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS:
Esterco de Galinha t 30.000 6 180.000 4,0
Sementes g 303 200 60.600 1,3
Calcário (3 t ha
-1
a cada 3 anos) t 132.822 1 132.822 2,9
Nitrogênio (18-00-36) kg 2.687 830 2.230.210 49,6
Fósforo (Super Simples) kg 600 150 90.000 2,0
Potássio (18-00-36) kg 576 830 478.080 10,6
FTE kg 1291 40 51.640 1,1
Pi-Rimor 500 PM kg 60.393 1 60.393 1,3
Espalhante Adesivo L 64.683 1 64.683 1,4
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 4,1
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 6,1
Preparo de sementeira D/H 1.500 2 3.000
Aplicação de calcário D/H 1.500 3 4.500
Preparo de solo (covas) D/H 4.000 7 28.000
Adubação química D/H 1.500 4 6.000
Distribuição de Esterco D/H 3.200 8 25.600
Plantio D/H 1.500 20 30.000
Adubação em cobertura mineral D/H 1.500 3 4.500
Capinas D/H 4.000 20 80.000
Pulverizações D/H 2.400 10 24.000
Colheita D/H 2.400 10 24.000
Classificação/Embalagem D/H 1.000 20 20.000
Transporte Interno D/H 2.400 10 24.000
3. OUTROS:
Irrigação ha 473.000 - 473.000 10,6
Embalagem (engradados =15.000
cab.)
ud 75 1.250 93.750 2,1
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 150,00 132.000 2,9
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 4.504.764 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 300 15.000 4.500.000 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 1,00 -
Produção proteica (C) kg - 37,50 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 120.127 -
103
3.1.8. Cultivo orgânico do repolho
O repolho destacou-se pelo melhor desempenho produtivo no sistema
orgânico. Esse resultado se deve possivelmente às características da cultura,
como rusticidade, baixa demanda por insumos e por não demandar tratos
fitossanitários. Este bom nível de produtividade é confirmado pelos indicadores
contidos na Tabela 38 e resumidos na Tabela 39.
Tomando por base o valor calórico médio de 250 kcal por kg de repolho
fresco (FRANCO, 1999), a produtividade média de 55.320 kg ha
-1
contém
13.829.967 kcal ha
-1
de energia, expressivamente superior aos gastos
energéticos no processo produtivo, que foi de 3.351.908 kcal ha
-1
. Assim,
confirma-se a grande eficiência energética desta cultura no sistema orgânico
de produção, ilustrada nos balanços energéticos de todos os 15 cultivos
realizados no período de 1991 a 1999 (Figura 37). Verificou-se balanços
positivos em todos os cultivos, variando de 2,40 até 4,98 calorias produzidas
por unidade.
Por empregar apenas o filme plástico para revestir as cabeças, similar
aos frutos de abóbora, o dispêndio energético com embalagens na cultura do
repolho não foi tão expressivo, como em outras culturas. Na Tabela 39 verifica-
se que os maiores gastos de energia foi com a adubação orgânica baseada no
composto, que somou 771.000 kcal, seguida por outros componentes com
custos calóricos totais relativamente próximos, como: embalagem (682.976
kcal), frete (486.816 kcal), irrigação (473.000 kcal), sementes (408.300 kcal) e
serviços manuais (345.780 kcal).
Os valores calóricos dos componentes tiveram participação porcentual
bastante equilibrada nos custos, conforme a Figura 38. No cultivo
convencional, mais uma vez os adubos minerais nitrogênio, fósforo e potássio
foram responsáveis pela maior parte dos gastos, totalizando 53,7% do total de
gastos calóricos (Figura 39).
O modelo linear simples foi o que melhor se ajustou aos dados das
relações entre a produtividade e entrada de energia, e entre as entradas e o
balanço energético para o repolho, como pode se notar nas Figuras 40A e 40B,
com coeficientes de determinação r
2
de 85,62% e 72,69%, respectivamente.
104
Tabela 38 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de repolho
em sistema orgânico de produção área experimental do
INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS:
Composto Orgânico t 25.700 30 771.000 23,2
Sementes g 1361 300 408.300 12,3
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 5,5
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 10,3
Preparo de sementeira D/H 1.500 2 3.000
Preparo de Solo (covas) D/H 4.000 7 28.000
Distribuição de Composto D/H 3.600 12 43.200
Plantio D/H 1.500 20 30.000
Adubação em cobertura orgânica D/H 3.600 8 28.800
Capinas D/H 4.000 15 60.000
Colheita D/H 2.400 18,6 44.640
Classificação/Embalagem D/H 1.000 63,5 63.500
Transporte Interno D/H 2.400 18,6 44.640
3. OUTROS:
Irrigação - 473.000 - 473.000 14,2
Embalagem (Nº cabeças = 32.433) mil 21.060 32,43 682.976 20,1
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 553,20 486.816 14,3
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 3.351.908 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 250 55.320 13.829.967 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 4,07 -
Produção proteica (C) kg - 77,45 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 45.733 -
1
Os valores médios das variáveis e da participação porcentual dos componentes foram obtidos
pela média aritmética de 15 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos nesta
tabela em variáveis relacionadas.
105
Tabela 39 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de repolho em sistema orgânico de produção área
experimental do INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Cultivo orgânico do repolho
Componentes Gastos calóricos
(kcal ha
-1
)
%
Composto orgânico 771.000 23,3
Sementes 408.300 12,3
Serviços mecânicos 183.986 5,5
Serviços manuais ( 164,7 D/H ) 345.780 10,3
Irrigação 473.000 14,2
Embalagem 682.976 20,1
Frete 486.816 14,3
TOTAL 3.351.908 100,0
1
O valor médio do total de gasto calórico e a participação porcentual dos componentes foram
obtidos pela média aritmética de 15 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos
na totalização dos valores nesta tabela.
2,40
4,42
4,98
2,70
4,91
4,.20
3,75
4,07
4,56
3,77
4,43
4,54
3,95
4,94
3,47
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
4.50
5.00
5.50
6.00
Saídas/Entradas (kcal kcal¹)
1991 1992 1993 1993 1994 1994 1995 1995 1996 1996 1996 1996 1997 1998 1999
Anos
Balanço energético
Figura 37 Evolução dos balanços energéticos em cultivos orgânicos de
repolho INCAPER, 1991 a 1999. UFV: Viçosa, 2006.
106
Embalagem
20,1%
Irrigação
14,2%
Serviços Mecânicos
5,5%
Serviços Manuais
10,3%
Composto
23,3%
Sementes
12,3%
Frete
14,3%
Entradas: 3.351.908 kcal
Saidas: 55.320 kg = 13.829.967 kcal
Balanço: 4,07
Figura 38 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de repolho no sistema orgânico. INCAPER, 2006.
Fósforo
16,5 %
Potássio
6,6 %
Pesticidas
5,0 %
Outros
insumos
2,5 %
Serviços
Manuais
5,1 %
Serviços
Mecânicos
2,5 %
Irrigação
6,5 %
Embalagem
10,1 %
Frete
5,7 %
Sementes/Muda
5,6 %
Esterco galinha
3,3 %
Nitrogênio
30,6 %
Entradas: 7.275.434 kcal
Saidas: 47.102 kg = 11.775.500 kcal
Balanço: 1,62
Figura 39 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de repolho no sistema convencional. INCAPER,
2006.
107
A
2.300.000
2.600.000
2.900.000
3.200.000
3.500.000
0 20.000 40.000 60.000 80.000
Produtividade (kg ha¹)
Entrada energia (kcal ha¹)
= 2271573 + 19,53 X
r² = 0,8562
0
B
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
4.50
5.00
2.300.000 2.600.000 2.900.000 3.200.000 3.500.000 3.800.000
Entrada energia (kcal ha¹)
Balanço energético
= - 3,4405 + 0,0000022X
r²
= 0,7269
0
Figura 40 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção de
cabeças e às entradas de energia, no cultivo orgânico de repolho.
UFV: Viçosa, 2006.
108
O excelente desempenho produtivo e energético desta espécie no
cultivo orgânico fez com que as análises estatísticas de comparação das
médias com o cultivo convencional confirmassem diferenças estatísticas em
todas as variáveis analisadas (Tabela 40). O cultivo orgânico de repolho teve
maior produtividade, saídas de energia, balanço energético e produção de
proteínas. Também se destacou pelos menores gastos de energia e menores
custos protéicos. O maior destaque poder ser considerado o balanço
energético médio de 4,07, contra a média de 1,62 do cultivo convencional, o
que significa eficiência 151% maior. Maiores detalhes podem ser verificados na
Tabela 2H, do Anexo 2.
Tabela 40 Comparação das médias do desempenho produtivo e energético
da cultura do repolho em sistema orgânico e convencional de
produção. UFV: Viçosa, 2006
1
Sistemas/
Análises
Produtividade
de cabeças
(kg ha
-1
)
Saída
energia (B)
(Mil kcal ha
-1
)
Entrada
energia (A)
(Mil kcal ha
-1
)
Balanço
(B/A)
Produção
protéica
(kg ha
1
)
Custo
protéico
(Mil kcal ha
-1
)
ORGÂNICO 55.320 a 13.830,0 a 3.351,9 b 4,07 a 77,45 a 45,7 b
CONVENCIONAL 47.102 b 11.775,5 b 7.275,4 a 1,62 b 65,94 b 110,3 a
1
Médias marcadas com a mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste ‘t’, ao nível
de 5% de probabilidade.
A contabilização dos componentes apenas da fase de campo reduziriam
os custos energéticos do cultivo orgânico do repolho, de 3.351.908 para
2.182.116 kcal ha
-1
. O balanço energético, que já era significativo, seria
elevado de 4,07 para 6,34 calorias por unidade investida, melhorando o
desempenho energético dessa cultura. Nesta situação, o composto orgânico
seria o componente mais oneroso, com 35,3%, seguido pela irrigação,
sementes e mão-de-obra, com participações similares (Figura 41).
109
Serviços Manuais
15,8 %
Serviços
Mecânicos
8,8 %
Irrigação
21,6 %
Sementes
18,6 %
Composto
35,2 %
Sem embalagem e frete
Entradas: 2.182.116 kcal
Saidas: 55.320 kg = 13.829.967 kcal
Balanço: 6,34
Figura 41 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de repolho no sistema orgânico, sem considerar
gastos com embalagem e frete. UFV: Viçosa, 2006.
110
Cultivo convencional do repolho:
Os detalhamentos dos dados energéticos do cultivo convencional de
repolho estão nas Tabelas 41 e 42. A adubação foi a responsável pela maioria
dos gastos energéticos desta cultura, somando 53,7% de participação no total,
destacando-se o componente nitrogênio, com 30,6%.
Tabela 41 - Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de repolho no sistema convencional de produção região
centro-serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Sistema Convencional
Componentes Valor calórico
(kcal ha
-1
)
%
Esterco de galinha 240.000 3,3
Sementes 408.300 5,6
Nitrogênio 2.230.210 30,6
Fósforo 1.200.000 16,5
Potássio 478.080 6,6
Pesticidas 356.338 5,0
Outros insumos 184.462 2,5
Serviços mecânicos 183.986 2,5
Serviços manuais ( 159,0 D/H ) 371.800 5,1
Irrigação 473.000 6,5
Embalagem 734.760 10,1
Frete 414.498 5,7
TOTAL 7.275.434 100,0
111
Tabela 42 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de repolho
no sistema convencional de produção região centro-serrana do
Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS:
Esterco Galinha t 30.000 8 240.000 3,3
Sementes g 1361 300 408.300 5,6
Calcário (3 t ha
-1
a cada 3 anos) t 132.822 1 132.822 1,8
Nitrogênio (18-00-36) kg 2.687 830 2.230.210 30,6
Fósforo (Super Simples) kg 600 2000 1.200.000 16,5
Potássio (18-00-36) kg 576 830 478.080 6,6
FTE kg 1291 40 51.640 0,7
Decis 25 CE L 60.393 2 120.786 1,7
Pi-Rimor 500 PM kg 60.393 2 120.786 1,7
Dithane PM kg 50.083 1 50.083 0,7
Espalhante Adesivo L 64.683 1 64.683 0,9
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 2,5
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 5,1
Preparo de sementeira D/H 1.500 2 3.000
Aplicação de calcário D/H 1.500 3 4.500
Preparo de solo (covas) D/H 4.000 12 48.000
Adubação química D/H 1.500 6 9.000
Distribuição de Esterco D/H 3.200 15 48.000
Plantio D/H 1.500 34 51.000
Adubação em cobertura mineral D/H 1.500 5 7.500
Capinas D/H 4.000 20 80.000
Pulverizações D/H 2.400 10 24.000
Colheita D/H 2.400 16 38.400
Classificação/Embalagem D/H 1.000 20 20.000
Transporte Interno D/H 2.400 16 38.400
3. OUTROS:
Irrigação ha 473.000 - 473.000 6,5
Embalagem (sacos cap. 30 kg) ud 468 1570 734.760 10,1
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 471,02 414.498 5,7
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 7.275.434 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 250 47.102 11.775.500 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 1,62 -
Produção proteica (C) kg - 65,94 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 110.334 -
112
3.1.9. Cultivo orgânico do taro
O cultivo orgânico do taro se caracteriza pela baixa demanda de
insumos, estando entre as culturas de maior potencial no mercado de
alimentos orgânicos. O único insumo é o composto orgânico, conforme se
verifica nos coeficientes energéticos médios, obtidos dos 6 cultivos realizados
(Tabelas 43 e 44). Essas características proporcionaram produção de
biomassa por hectare, na média de 23.805 kg ha
-1
de rizomas comerciais.
Tabela 43 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de taro em sistema orgânico de produção área
experimental do INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Cultivo orgânico do taro
Componentes Gastos calóricos
(kcal ha
-1
)
%
Composto orgânico 514.000 10,5
Mudas 1.388.000 28,2
Serviços mecânicos 183.986 3,7
Serviços manuais ( 163,0 D/H ) 463.020 9,4
Irrigação 507.400 10,3
Embalagem 1.713.600 33,8
Frete 209.484 4,1
TOTAL 4.978.452 100,0
1
O valor médio do total de gasto calórico e a participação porcentual dos componentes foram
obtidos pela média aritmética de 6 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos
na totalização dos valores nesta tabela.
113
Tabela 44 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de taro em
sistema orgânico de produção área experimental do INCAPER.
UFV: Viçosa, 2006
1
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS.
Composto Orgânico t 25.700 20 514.000 10,5
Rizomas (mudas) kg 694 2.000 1.388.000 28,2
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 3,7
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 9,4
Preparo de Solo (Sulcos) D/H 4.000 10 40.000
Distribuição de Composto D/H 3.600 12 43.200
Plantio D/H 1.500 10 15.000
Adubação em cobertura orgânica D/H 3.600 8 28.800
Amontoa D/H 4.000 15 60.000
Capinas D/H 4.000 10 40.000
Colheita D/H 4.000 30 120.000
Limpeza D/H 2.400 16,5 39.600
Classificação/Embalagem D/H 1.000 33,7 33.700
Transporte Interno D/H 2.400 17,8 42.720
3. OUTROS:
Irrigação - 507.400 - 507.400 10,3
Embalagem (1 kg) mil 72.000 23,80 1.713.600 33,8
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 238,05 209.484 4,1
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 4.978.452 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 668 23.805 15.901.851 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 3.14 -
Produção proteica (C) kg - 35,71 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 146.040 -
1
Os valores médios das variáveis e da participação porcentual dos componentes foram obtidos
pela média aritmética de 6 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos nesta
tabela em variáveis relacionadas.
114
A média de entrada de energia em 1 ha foi 4.978.452 kcal, com
produção 15.901.851 kcal de energia na colheita, revelando saldo
energeticamente positivo. O balanço energético médio para a cultura foi de
1,81 calorias por caloria gasta no processo produtivo. A evolução do balanço
energético ao longo dos anos está ilustrada na Figura 42. Esse balanço
energético positivo para uma cultura de excelente retorno econômico, como o
taro, é extremamente interessante para que seja uma espécie
estrategicamente introduzida nesse sistema de cultivo.
A participação porcentual dos componentes nos custos energéticos do
cultivo orgânico para o taro pode ser verificada na Figura 43. As embalagens e
as mudas tiveram os maiores custos, com 33,8% e 28,2%, respectivamente.
No cultivo convencional, ilustrado na Figura 44, nota-se que os adubos
minerais não participam tão intensamente como em outras culturas, sendo as
mudas o item de maior dispêndio (27,3%), seguido pelo nitrogênio (17,4%),
fósforo (10,6%) e irrigação (10,0%).
2,73
2,29
3,91
3,38
3,30
3,24
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
Saídas/Entradas (kcal kcal¹)
1992 1994 1995 1996 1997 1998
Anos
Balanço energético
Figura 42 Evolução dos balanços energéticos em cultivos orgânicos de taro
INCAPER, 1992 a 1998. UFV: Viçosa, 2006.
115
Irrigação
10,3% Serviços
Mecânicos
3,7%
Serviços Manuais
9,4%
Composto
10,5%
Mudas
28,2%
Frete
4,1%
Embalagem
33,8%
Entradas: 4.978.452 kcal
Saidas: 23.805 kg = 15.901.851 kcal
Balanço: 3,14
Figura 43 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de taro no sistema orgânico. UFV: Viçosa, 2006.
Potássio
3,7 %
Fósforo
10,6 %
Outros
insumos
3,6 %
Serviços
Manuais
7,7 %
Serviços
Mecânicos
3,6 %
Irrigação
10,0 %
Embalagem
6,7 %
Frete
3,5 %
Nitrogênio
17,4 %
Esterco galinha
5,9 %
Sementes/Mudas
27,3 %
Entradas: 5.089.238 kcal
Saidas: 20.000 kg = 13.360.000 kcal
Balanço: 2,63
Figura 44 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de taro no sistema convencional. UFV: Viçosa,
2006.
116
A Figura 45 mostra que a contabilização dos componentes apenas da
fase de campo do cultivo orgânico do taro reduziria os custos de 4.978.452
para 3.055.368 kcal ha
-1
. O balanço seria elevado de 3,14 para 5,20 calorias
por unidade investida. Nesse balanço, os rizomas-semente passaram a ser o
componente de maior custo, participando com 45,4% dos custos energéticos
desta cultura. O composto orgânico, a irrigação e a mão-de-obra assumiram
participações similares em 2º plano, entre 15,2% e 16,8%.
Provavelmente, pelo pequeno número de cultivos realizados (n=6) não
foi possível detectar diferenças estatísticas pelo teste ‘t’, entre os sistemas
orgânico e convencional, para todas as variáveis analisadas (Tabela 45 e
Tabela 2I, do Anexo 2).
A relação funcional entre as variáveis apresentou melhor ajuste no
modelo linear simples nas duas relações avaliadas: entre produtividade e
entrada de energia e entre entrada e balanço energético (Figuras 46A e 46B).
Composto
16,8 %
Sementes
45,4 %Irrigação
16,6 %
Serviços
Mecânicos
6,0 %
Serviços Manuais
15,2 %
Sem embalagem e frete
Entradas: 3.055.368 kcal
Saidas: 23.805 kg = 15.901.851 kcal
Balanço: 5.20
Figura 45 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de taro no sistema orgânico, sem considerar
gastos com embalagem e frete. UFV: Viçosa, 2006.
117
Tabela 45 Comparação das médias do desempenho produtivo e energético
da cultura do taro em sistema orgânico e convencional de
produção. UFV: Viçosa, 2006
1
Sistemas/
Análises
Produtividade
de ‘dedos’
(kg ha
-1
)
Saída
energia (B)
(Mil kcal ha
-1
)
Entrada
energia (A)
(Mil kcal ha
-1
)
Balanço
(B/A)
Produção
protéica
(kg ha
1
)
Custo
protéico
(Mil kcal ha
-1
)
ORGÂNICO 23.805 a 15.901,9 a 4.978,5 a 3,14 a 35,71 a 146,0 a
CONVENCIONAL 20.000 a 13.360,0 a 5.089,2 a 2,63 a 30,00 a 169,6 a
1
Médias marcadas com a mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste ‘t’, ao nível
de 5% de probabilidade.
118
A
3.500.000
4.000.000
4.500.000
5.000.000
5.500.000
6.000.000
0 7.000 14.000 21.000 28.000 35.000
Produtividade (kg ha¹)
Entrada energia (kcal ha¹)
 = 2960316,0 + 84,78 X
= 0,9998
0
B
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
3.500.000 4.000.000 4.500.000 5.000.000 5.500.000 6.000.000
Entrada energia (kcal ha¹)
Balanço energético
 = - 1,615 + 0,000001X
= 0,9880
0
Figura 46 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção de
rizomas e às entradas de energia, no cultivo orgânico de taro. UFV:
Viçosa, 2006.
119
Cultivo convencional do taro:
Considerando todas as espécies do sistema convencional, apenas o taro
não tem custos com pesticidas, os quais têm participação nula no total de
gastos. Os detalhamentos dos dados energéticos dessa espécie estão nas
Tabelas 46 e 47.
Tabela 46 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 há de taro no sistema convencional de produção região
centro-serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Sistema Convencional
Componentes Valor calórico
(kcal ha
-1
)
%
Esterco de galinha 300.000 5,9
Mudas 1.388.000 27,3
Nitrogênio 886.710 17,4
Fósforo 540.000 10,6
Potássio 190.080 3,7
Pesticidas 0 0,0
Outros insumos 184.462 3,6
Serviços mecânicos 183.986 3,6
Serviços manuais ( 133,0 D/H ) 390.600 7,7
Irrigação 507.400 10,0
Embalagem 342.000 6,7
Frete 176.000 3,5
TOTAL 5.089.238 100,0
120
Tabela 47 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de taro no
sistema convencional de produção região centro-serrana do
Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS.
Esterco de Galinha t 30.000 10 300.000 5,9
Rizomas (mudas) kg 694 2.000 1.388.000 27,3
Calcário (3 t ha
-1
a cada 3 anos) t 132.822 1 132.822 2,6
Nitrogênio (18-00-36) kg 2.687 330 886.710 17,4
Fósforo (Super Simples) kg 600 900 540.000 10,6
Potássio (18-00-36) kg 576 330 190.080 3,7
FTE kg 1291 40 51.640 1,0
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 3,6
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 7,7
Aplicação de Calcário D/H 1.500 3 4.500
Preparo de Solo (Sulcos) D/H 4.000 10 40.000
Adubação Química D/H 1.500 4 6.000
Distribuição de Esterco D/H 3.200 8 25.600
Plantio D/H 1.500 10 15.000
Adubação em cobertura mineral D/H 1.500 3 4.500
Amontoa D/H 4.000 15 60.000
Capinas D/H 4.000 10 40.000
Colheita D/H 4.000 30 120.000
Limpeza D/H 2.400 15 36.000
Classificação/Embalagem D/H 1.000 15 15.000
Transporte Interno D/H 2.400 10 24.000
3. OUTROS:
Irrigação - 507.400 - 507.400 10,0
Embalagem (sacos cap. 20 kg) ud 342 1.000 342.000 6,7
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 200,00 176.000 3,5
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 5.089.238 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 668 20.000 13.360.000 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 2,63 -
Produção proteica (C) kg - 30,00 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 169.641 -
121
3.1.10. Cultivo orgânico do tomate
No cultivo orgânico de hortaliças, o tomate caracteriza-se como a cultura
de maior desafio, pelas grandes exigências nutricionais e alta suscetibilidade
ao ataque de pragas e doenças. Por isso, tem sido a cultura de maior demanda
por insumos e serviços, e por conseqüência, tem apresentado maiores custos
de produção e maiores dispêndios energéticos na cadeia produtiva. Verifica-se
na Tabela 48 que o total de entradas de energia necessária à produção de 1 ha
dessa cultura situou-se na média de 8.665.631 kcal. Com a produção ainda
limitada por questões tecnológicas, comprovada pela média de 34.545 kg ha
-1
de frutos comerciais, a produção de energia também se limitou a
8.636.333 kcal, causando balanço energético próximo à neutralidade, na média
de 0,97 calorias produzidas por caloria dispendida.
A evolução dos balanços energéticos registrados em todos os campos,
no período de 1992 a 1999, está na Figura 47. Nota-se alternância de balanços
positivos e negativos, além da relação muito estreita entre as saídas e entradas
de energia em cada cultivo, visto que o balanço mínimo foi 0,74 e o máximo
1,14, o que gerou também a amplitude total bastante reduzida, ou seja, 0,40. O
comportamento destes balanços se assemelha ao valor médio de 0,94
calculado por Comitre (1995) analisando o desempenho energético do tomate
no Brasil no ano de 1990.
A estatística descritiva das variáveis dessa espécie comprovou a
variabilidade relativamente pequena nos dados, tanto pelos desvios padrões
obtidos quanto pelos coeficientes de variação, que foram de 13 % para o
balanço energético, até 32 % na produtividade, saídas e produção de
proteínas.
Dentre os componentes do cultivo orgânico, o maior gasto foi com a
embalagem, participando com mais da metade de todo o custo energético do
tomate, ou seja, 56,1% do total de energia consumida no sistema (Tabela 49).
Isto comprova a grande preocupação ambiental que remete à questão do uso
dos plásticos nos sistemas orgânicos. Comparada às outras hortaliças, esta
cultura foi a que mais consumiu energia com este componente. Na cultura da
cenoura as embalagens representaram 53,2% e na cultura da batata-baroa,
50,3%.
122
Tabela 48 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de tomate
em sistema orgânico de produção área experimental do
INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS.
Composto Orgânico t 25.700 30 771.000 9,2
Sementes (produzida localmente) g 36 250 9.000 0,1
Biofertilizante líquido enriquecido L 13 32.000 416.000 5,0
Bacillus thuringiensis (Dipel PM) kg 60.393 3 181.179 2,1
Calda Bordalesa L 19 8.000 152.000 1,9
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 2,2
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 12,0
Preparo de sementeira D/H 1500 2 3.000
Preparo de Solo (covas) D/H 4.000 12 48.000
Distribuição de Composto D/H 3.600 12 43.200
Plantio D/H 1.500 20 30.000
Estaqueamento D/H 3.600 45 162.000
Aplicação de biofertilizante líquido D/H 3.600 16 57.600
Amontoa D/H 4.000 12 48.000
Capinas D/H 4.000 10 40.000
Aplicação de calda bordalesa D/H 2.400 32 76.800
Pulverizações D/H 2.400 24 57.600
Amarrio, desbrota e capação D/H 2.400 105 252.000
Colheita (s) D/H 2.400 45,6 109.440
Classificação/Embalagem D/H 1.000 50,0 50.000
Transporte Interno D/H 2.400 13,6 32.640
3. OUTROS:
Irrigação - 663.920 - 663.920 7,9
Embalagem (500 g) mil 72.000 69,09 4.974.480 56,1
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 345,45 303.996 3,4
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 8.665.631 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 250 34.545 8.636.333 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 0,97 -
Produção proteica (C) kg - 41,45 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 217.257 -
1
Os valores médios das variáveis e da participação porcentual dos componentes foram obtidos
pela média aritmética de 9 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos nesta
tabela em variáveis relacionadas.
123
1,12
1,14
0,89
0,96
1,08
0,97
0,90
0,99
0,74
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
1.60
1.80
Saídas/Entradas (kcal kcal¹)
1992 1993 1994 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Anos
Balanço energético
Figura 47 Evolução dos balanços energéticos em cultivos orgânicos de
tomate INCAPER, 1992 a 1999. UFV: Viçosa, 2006.
Tabela 49 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de tomate em sistema orgânico de produção área
experimental do INCAPER. UFV: Viçosa, 2006
1
Cultivo orgânico do tomate
Componentes Gastos calóricos
(kcal ha
-1
)
%
Composto orgânico 771.000 9,2
Sementes 9.000 0,1
Caldas e insumos biológicos 333.179 4,0
Outros insumos 416.000 5,0
Serviços mecânicos 183.986 2,2
Serviços manuais ( 399,2 D/H ) 1.010.280 12,0
Irrigação 663.920 7,9
Embalagem 4.974.480 56,2
Frete 303.996 3,4
TOTAL 8.665.631 100,0
1
O valor médio do total de gasto calórico e a participação porcentual dos componentes foram
obtidos pela média aritmética de 9 cultivos realizados, podendo haver diferenças de cálculos na
totalização dos valores nesta tabela.
124
As comparações das médias deste sistema com aqueles padrões do
sistema convencional, realizadas pelo teste ‘t‘, comprovaram diferenças
significativas em todas as variáveis analisadas. O sistema orgânico teve
menores entradas de energia, isto é, 8.665.631 kcal ha
-1
contra
16.641.459 kcal ha
-1
do sistema convencional, o que significa um gasto calórico
de 48% a menos. Mesmo com menor produção de energia pela menor
produtividade, o balanço energético no cultivo orgânico foi mais favorável que
aquele verificado no convencional (0,97 contra 0,83, respectivamente), pelo
fato de que a diferença entre as entradas foi muito maior (48%) que aquela
verificada entre as saídas (37%). A menor entrada de energia proporcionou
também menores custos na produção de proteínas, em torno de 14%. O
resumo da análise estatística está na Tabela 50 e o detalhamento está na
Tabela 2J, Anexo 2.
Tabela 50 Comparação das médias do desempenho produtivo e energético
da cultura do tomate em sistema orgânico e convencional de
produção. UFV: Viçosa, 2006
1
Sistemas/
Análises
Produtividade
de frutos
(kg ha
-1
)
Saída
energia (B)
(Mil kcal ha
-1
)
Entrada
energia (A)
(Mil kcal ha
-1
)
Balanço
(B/A)
Produção
protéica
(kg ha
1
)
Custo
protéico
(Mil kcal ha
-1
)
ORGÂNICO 34.545 b 8.636,3 b 8.665,6 b 0.97 a 41,45 b 217,3 b
CONVENCIONAL 55.000 a 13.750,0 a 16.641,5 a 0.83 b 66,00 a 252,1 a
1
Médias marcadas com a mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste ‘t’, ao nível
de 5% de probabilidade.
O sistema convencional do tomate revelou maior produtividade de frutos,
em média, 37% superior ao sistema orgânico. Por conseqüência, houve
também maior saída de energia na colheita e maior produção de proteínas, na
mesma proporção (37% a mais), por causa da relação direta entre estas
variáveis e a produtividade (Tabela 50).
125
Na Figura 48 verifica-se a participação porcentual de todos os
componentes nos custos calóricos do cultivo orgânico do tomate, comprovando
a grande diferença entre os gastos calóricos das embalagens e os demais. As
embalagens consumiram 4.974.480 kcal (56,1%), a mão-de-obra consumiu
399,2 Dias/Homem (1.010.280 kcal = 12,0%), o composto teve o gasto de
771.000 kcal (9,2%) e na irrigação foram gastos 663.920 kcal (7,9%), sendo
estes os componentes de maiores custos energéticos.
No sistema convencional, a distribuição de 16.641.459 kcal na produção
de tomate, está na Figura 49. Verifica-se que, diferentemente do sistema
orgânico, os maiores custos foram empregados com adubos minerais, com
57% (nitrogênio = 35,9%, fósforo = 14,5% e potássio = 7,7%) e pesticidas, com
21,0%, ambos totalizando 78,9% do custo energético da produção,
destacando-se que todo esse conteúdo é oriundo de energia não-renovável.
Conforme relatam diversos autores (PIMENTEL, 1980; GÂNDARA,
1998; FERRARO JÚNIOR, 1999 e GLIESSMAN, 2000), os sistemas orgânicos
geralmente tendem a consumir menos energia de fontes não-renováveis,
concentrando grande parte de seus gastos energéticos em fontes renováveis,
como matéria orgânica, mão-de-obra, biofertilizantes, entre outros. Porém, o
cultivo orgânico de tomate passa a depender fortemente também de recursos
energéticos não renováveis, pela grande participação das embalagens
plásticas no processo, à semelhança da cenoura, batata-baroa, batata-doce e
couve-flor.
Na Figura 50, verificamos como ficaria o total de custos, o balanço e a
participação porcentual dos componentes no sistema orgânico, se
contabilizássemos apenas os gastos energéticos da fase de cultivo. As
entradas seriam drasticamente reduzidas de 8.665.631 para
3.387.155 kcal ha
-1
(redução de 60,9%), sendo a cultura que apresentaria a
maior redução de custos, devido à elevada participação energética das
embalagens, que totalizam 4.974.480 kcal ha
-1
. O balanço energético se
tornaria positivo, elevando-se de 0,97 para 2,55. O componente de maior gasto
passaria a ser a mão-de-obra, com 29,8%, seguida do composto orgânico, com
22,8% e da irrigação, com 19,6%.
126
Embalagem
56,2 %
Frete
3,4 %
Sementes
0,1 %
Composto
9,2 %
Caldas e insumos
biológicos
4,0 %
Serviços Manuais
12,0 %
Outros Insumos
5,0 %
Serviços Mecânicos
2,2 %
Irrigação
7,9 %
Entradas: 8.665.631 kcal
Saidas: 34.545 kg = 8.636.333 kcal
Balanço: 0,97
Figura 48 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de tomate no sistema orgânico. UFV: Viçosa,
2006.
Serviços Manuais
7,5 %
Irrigação
4,0 %
Embalagem
1,0 %
Outros
insumos
1,1 %
Serviços
Mecânicos
0,8 %
Frete
2,9 %
Sementes
2,0 %
Esterco
galinha
1,8 %
Pesticidas
21,0 %
Potássio
7,7 %
Fósforo
14,5 %
Nitrogênio
35,7 %
Entradas: 16.641.459 kcal
Saidas: 55.000 kg = 13.750.000 kcal
Balanço: 0,83
Figura 49 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de tomate no sistema convencional. UFV:
Viçosa, 2006.
127
Composto
22,8 %
Sementes
0,3 %
Irrigação
19,6 %
Serviços Mecânicos
5,4 %
Serviços Manuais
29,8 %
Outros Insumos
12,3 %
Caldas e insumos
biológicos
9,8 %
Sem embalagem e frete
Entradas: 3.387.155 kcal
Saidas: 34.545 kg = 8.636.333 kcal
Balanço: 2,55
Figura 50 Participação relativa dos componentes nos custos calóricos da
produção de 1 ha de tomate no sistema orgânico, sem considerar
gastos com embalagem e frete. UFV: Viçosa, 2006.
Analisando as relações entre as variáveis estudadas, confirmou-se uma
relação linear simples entre a produtividade e o total de entradas de energia no
sistema, pelo fato do maior volume de produção, demandar mais energia em
serviços na fase de colheita e pós-colheita, em embalagens e no transporte
desse maior volume (Figura 51 A).
Da mesma forma, verificou-se uma relação positiva entre o aporte de
energia no sistema (entradas) e o balanço energético (Figura 51 B). A
dispersão destes dados revelou um melhor ajuste no modelo quadrático, pois
os impactos das entradas sobre o balanço, em níveis menores de aporte de
energia, são mais acentuados do que aqueles verificados nos níveis mais altos
de entrada de energia.
128
A
4.500.000
6.500.000
8.500.000
10.500.000
0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000
Produtividade (kg ha¹)
Entrada energia (kcal ha¹)
= 3288891,3 + 155,6 X
r²
= 0,9997
0
B
= - 0,3189 + 2E-07X - 9E-15X
2
r² = 0,9980
0.00
0.30
0.60
0.90
1.20
1.50
4.500.000 6.500.000 8.500.000 10.500.000 12.500.000
Entrada energia (kcal ha¹)
Balanço energético
0
- 0,3189 + 2.10
-7
X – 9.10
-15
X
2
Figura 51 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção de
frutos e às entradas de energia, no cultivo orgânico do tomate.
UFV: Viçosa, 2006.
129
Custos energéticos do licopeno:
A apresentação dos custos energéticos da produção de licopeno no
cultivo orgânico do tomate se justifica pela importância desta substância na
saúde humana e por esta cultura ser a principal fonte entre as hortaliças
avaliadas. Foi utilizado o teor médio relatado por Caliman (2003), em frutos de
tomate em cultivo a ‘céu aberto’ (75 mg kg
-1
). No quadro adiante verifica-se que
a produção média foi 2.590.875 mg de licopeno por hectare, com um custo
unitário de 3,35 kcal por miligrama da substância.
Licopeno
Produtividade
(kg ha
-1
)
Produção
(mg ha
-1
)
Custo energético
(kcal mg
-1
)
34.545 2.590.875 3,35
130
Cultivo convencional do tomate:
Esta cultura confirma-se como uma das maiores demandadoras de
insumos e serviços, especialmente quanto ao consumo de adubos
(9.578.600 kcal), pesticidas (3.511.041 kcal) e mão-de-obra (495 D/H =
1.223.300 kcal). Por estes motivos, o cultivo convencional de tomate teve os
maiores gastos energéticos (16.641.459 kcal) e o menor balanço (0,83). Apesar
de ser energeticamente pouco eficiente, o tomate destaca-se pela maior
produção de proteínas, juntamente com a cultura do repolho, na média de
66 kg ha
-1
(Tabelas 51 e 52).
Em geral, verifica-se que os resultados do sistema convencional se
assemelham àqueles obtidos por Ozkan et al. (2004) em cultivo protegido de
tomate, diferenciando-se apenas no total de energia gasta no processo
produtivo, uma vez que o cultivo convencional em campo aberto, analisado
neste trabalho, totalizou 16.641.459 kcal ha
-1
. No trabalho de Ozkan (2004), o
total de entrada de energia foi de 30.341.381 kcal ha
-1
, pelo uso intensivo de
insumos em estufa, devido principalmente a 98,7 kg ha
-1
de pesticidas,
976 kg ha
-1
de adubos minerais e 68 t ha
-1
de esterco. Este autor relata
também que as maiores participações nos custos foi alcançado pelo óleo diesel
(32,17%), nitrogênio (16,62%), esterco (16,24%) e pela eletricidade (12,44%).
Mesmo com elevadas entradas de energia, o alto rendimento comercial de
frutos (200 t ha
-1
) permitiu atingir um balanço energético de 1,26, superando os
índices alcançados neste trabalho para o sistema orgânico (0,97) e
convencional (0,83).
131
Tabela 51 Participação energética porcentual dos componentes da produção
de 1 ha de tomate no sistema convencional de produção região
centro-serrana do Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Sistema convencional
Componentes Valor calórico
(kcal ha
-1
)
%
Esterco de galinha 300.000 1,8
Sementes 340.250 2,0
Nitrogênio 5.911.400 35,7
Fósforo 2.400.000 14,5
Potássio 1.267.200 7,7
Pesticidas 3.511.041 21,0
Outros insumos 184.462 1,1
Serviços mecânicos 183.986 0,8
Serviços manuais ( 495 D/H ) 1.223.300 7,5
Irrigação 663.920 4,0
Embalagem 171.900 1,0
Frete 484.000 2,9
TOTAL 16.641.459 100,0
132
Tabela 52 Coeficientes energéticos médios da produção de 1 ha de tomate
no sistema convencional de produção região centro-serrana do
Espírito Santo. UFV: Viçosa, 2006
Gastos
Especificação ud
Valor
Unitário
(kcal)
Q
de
Valor Total
(kcal)
(%)
1. INSUMOS.
Esterco de Galinha t 30.000 10 300.000 1,8
Calcário (3 t ha
-1
a cada 3 anos) t 132.822 1 132.822 0,8
Sementes (semente híbrida) g 1361 250 340.250 2,0
Nitrogênio (18-00-36) kg 2.687 2.200 5.911.400 35,7
Fósforo (Super Simples) kg 600 4.000 2.400.000 14,5
Potássio (18-00-36) kg 576 2.200 1.267.200 7,7
FTE kg 1291 40 51.640 0,3
Decis 25 CE L 60.393 2 120.786 0,7
Cartap BR 500 kg 60.393 6 362.358 2,2
Curzate M kg 50.083 12 600.996 3,6
Dithane PM kg 50.083 18 901.494 5,4
Ridomil-Mancozeb BR kg 50.083 6 300.498 1,8
Bravonil 750 PM kg 50.083 18 901.494 5,4
Espalhante Adesivo L 64.683 5 323.415 1,9
2. SERVIÇOS:
MECÂNICOS: 0,8
Aração - 136.010 - 136.010
Gradagem - 47.976 - 47.976
MANUAIS: 7,5
Preparo de sementeira D/H 1.500 2 3.000
Aplicação de Calcário D/H 1.500 3 4.500
Preparo de Solo (covas) D/H 4.000 12 48.000
Adubação Química D/H 1.500 7 10.500
Distribuição de Esterco D/H 3.200 8 25.600
Plantio D/H 1.500 20 30.000
Estaqueamento D/H 3.600 45 162.000
Adubação em cobertura mineral D/H 1.500 3 4.500
Amontoa D/H 4.000 12 48.000
Capinas D/H 4.000 15 60.000
Pulverizações D/H 2.400 108 259.200
Amarrio, Desbrota e capação D/H 2.400 105 252.000
Colheita (s) D/H 2.400 100 240.000
Classificação/Embalagem D/H 1.000 40 40.000
Transporte Interno D/H 2.400 15 36.000
3. OUTROS:
Irrigação - 663.920 - 663.920 4,0
Embalagem (caixas tipo K) ud 75 2.292 171.900 1,0
Frete (distância = 10 km) t km
-1
880 550,00 484.000 2,9
TOTAL DE GASTOS (A-ENTRADAS) - - - 16.641.459 100,0
PRODUÇÃO COMERCIAL (B-SAÍDAS) kg 250 55.000 13.750.000 -
BALANÇO ENERGÉTICO ( B / A ) - - - 0,83 -
Produção proteica (C) kg - 66,00 - -
Custo energético de proteínas (A/C) - - - 252.143 -
133
3.2. Análise energética do sistema orgânico
As características energéticas do sistema orgânico e a comparação com
a média do sistema convencional, estão detalhadas na Tabela 3A, do Anexo 3.
Pelas análises da estatística descritiva, foi verificado que no sistema orgânico
as médias de rendimentos comerciais e produção de energia foram
satisfatórias, pois proporcionaram eficiência energética, gerando balanço
energético positivo de 2,78 calorias por unidade calórica investida. Este
balanço em nível nacional para a cultura da batata e do tomate, para o ano de
1990, relatado por Comitre (1995), aponta uma eficiência de 1,02 e 0,94,
respectivamente. Os índices médios obtidos neste estudo para estas culturas
no sistema orgânico foram de 2,74 e 0,97, respectivamente. Isto demonstra
que a eficiência energética da batata foi melhorada com o manejo orgânico,
mas para a cultura do tomate não houve alteração em relação aos índices
médios nacionais.
Na comparação entre os sistemas, não foram observadas diferenças
estatísticas entre as médias para todas as variáveis analisadas. Mesmo
havendo diferenças numéricas marcantes, como por exemplo, na quantidade
média de energia que entrou nos sistemas, a grande variabilidade dos dados
não permitiu comprovar diferenças significativas a 5% de probabilidade. O
mesmo fato ocorreu para o balanço energético médio, que no sistema orgânico
foi numericamente superior ao convencional (2,78 contra 1,93), mas
considerados significativamente iguais neste estudo. Para as demais variáveis,
os desempenhos energéticos dos sistemas foram significativamente iguais e
numericamente semelhantes. Em geral, os dados obtidos neste estudo tendem
a conclusões similares àquelas relatadas por Dalgaard et al. (2001), em que no
cultivo convencional há maior produção de energia, mas no cultivo orgânico a
eficiência energética é maior.
O valor médio mais elevado do balanço energético do sistema orgânico
concorda com os índices relatados por MAFF (2000), citado por Ozkan et al.
(2004), na Inglaterra, onde relatou-se balanços médios em cultivos
convencionais, na faixa de 2,15 para batata, 2,41 para cebola, 3,21 para
repolho e 4,80 para cenoura. Em contrapartida, a média relatada para
134
hortaliças orgânicas foi na faixa de 5,31, confirmando tendência de maior
eficiência energética deste sistema produtivo.
3.2.1. Análise energética das variáveis
Produtividade e Saídas de energia:
Os níveis médios de produtividade e os respectivos conteúdos de
energia das hortaliças no sistema orgânico, representados pelas saídas na
colheita, demonstraram a média de 12.696.712 kcal ha
-1
, estatisticamente igual
à produção de energia do sistema convencional, que foi de
13.025.950 kcal ha
-1
(Tabela 3A, Anexo 3). As ilustrações das produtividades e
das saídas das 10 culturas, nos sistemas orgânico e convencional, estão nas
Figuras 52 e 53. Não houve diferença estatística na maioria das espécies,
exceto para o repolho que produziu mais biomassa e energia no cultivo
orgânico e para o tomate, que produziu mais biomassa e energia no cultivo
convencional.
Entradas de energia:
O gasto médio de energia nos sistemas foi considerado estatisticamente
igual, apesar da grande diferença numérica (orgânico = 4.571.159 kcal ha
-1
e
convencional = 6.766.464 kcal ha
-1
). Verificou-se que o maior aporte de
energia, isto é, o custo energético maior, não necessariamente se relaciona
com o balanço menos favorável. Contrariamente, dentro dos limites avaliados,
verificou-se que maiores entradas de energia na produção de todas as culturas
relacionaram-se diretamente com maiores balanços energéticos. Tal
comportamento se deve provavelmente ao fato do aumento na produtividade
da hortaliça ser o principal fator determinante no aumento das entradas de
energia na fase de cultivo.
135
n.s
n.s
n.s
n.s
n.s
n.s
n.s
*
*
n.s
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
Abóbora
Alho
Batata
Batata-baroa
Batata-doce
Cenoura
Couve-flor
Repolho
Taro
Tomate
Produtividade (kg ha¹)
Orgânico Convencional
Figura 52 Produtividade média das 10 culturas nos sistemas orgânico e
convencional de produção. UFV: Viçosa, 2006. (n.s) = não
significativo e (*) = significativo, ao nível de 5% de probabilidade
pelo teste ‘ t ’.
n.s
n.s
n.sn.s
n.s
n.s
n.s
*
*
n.s
0
5.000.000
10.000.000
15.000.000
20.000.000
25.000.000
30.000.000
Abóbora
Alho
Batata
Batata-baroa
Batata-doce
Cenoura
Couve-flor
Repolho
Taro
Tomate
Saídas de energia (kcal ha¹)
Orgânico Convencional
Figura 53 Médias das saídas de energia em função das colheitas das 10
culturas nos sistemas orgânico e convencional de produção. UFV:
Viçosa, 2006. (n.s) = não significativo e (*) = significativo, ao nível
de 5% de probabilidade pelo teste ‘ t ’.
136
Os detalhamentos dos coeficientes energéticos médios apresentados
para cada cultura mostram que, maiores produções demandam mais gastos
com mão de obra na fase de pré-colheita e colheita, além de maior quantidade
de embalagens (componente com maior participação nos gastos do sistema
orgânico) e maiores custos com o frete dos produtos, aumentando as entradas
de energia. Porém, a produtividade provoca aumento mais acentuado na
quantidade de energia que sai do sistema nas colheitas (saídas), comparado
ao aumento provocado nas entradas, favorecendo então o balanço energético.
As comparações das médias de cada espécie, entre os cultivos orgânico e
convencional, estão ilustradas na Figura 54.
n.s
n.s
n.s
n.s
*
*
*
*
*
*
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
14.000.000
16.000.000
18.000.000
Abóbora
Alho
Batata
Batata-baroa
Batata-doce
Cenoura
Couve-flor
Repolho
Taro
Tomate
Entradas de energia (kca ha¹)
Orgânico Convencional
Figura 54 Médias das entradas de energia das 10 culturas nos sistemas
orgânico e convencional de produção. UFV: Viçosa, 2006. (n.s) =
não significativo e (*) = significativo, ao nível de 5% de
probabilidade pelo teste ‘ t ’.
O resumo gráfico das entradas e das saídas de energia dos sistemas
orgânico e convencional pode ser visto na Figura 55. As médias e os
respectivos desvios padrões, considerados relativamente altos, explicam a
dificuldade de detecção de diferenças estatísticas, ao nível de 5% de
probabilidade.
137
a
a
B
B
0
3000000
6000000
9000000
12000000
15000000
18000000
21000000
Orgânico Convencional
(Kcal ha¹)
Entrada de energia Saida de energia
Figura 55 Médias das entradas e saídas de energia nos dois sistemas de
produção. UFV: Viçosa, 2006. Médias +/- desvio padrão. Médias
marcadas com a mesma letra minúscula (para as entradas) e com
a mesma letra maiúscula (para as saídas), não diferem entre si
pelo teste ‘ t ‘ , ao nível de 5% de probabilidade.
O maior gasto de energia foi verificado no cultivo convencional de
tomate, atingindo 16.641.459 kcal ha
-1
nos plantios a ‘céu aberto’. Os gastos
relatados por Ozkan et al. (2004) em cultivo protegido, apesar de maiores,
podem ser considerados semelhantes (30.431.381 kcal ha
-1
), considerando que
o consumo de insumos e serviços nesses ambientes é maior.
Balanço energético
O balanço energético médio do sistema orgânico foi 2,78, contra 1,93 do
sistema convencional. Por causa da variabilidade dos dados, não se detectou
diferenças estatísticas pelo teste ‘t’, ao nível de 5 % de probabilidade. Porém, a
diferença numérica em favor do sistema orgânico é evidente, coerente aos
resultados similares relatados por Pimentel e Burgess (1980), para a cultura do
milho, quando calcularam balanços energéticos em várias regiões dos EUA,
que empregavam sistemas de alta tecnologia, e compararam com dois
sistemas tradicionais de produção de milho no México. Estes autores
138
comprovaram que o aporte de insumos industrializados e mecanização,
aumentam sobremaneira o aporte de energia, reduzindo o balanço energético.
Pimentel e Burgess (1980) relatam que, no cultivo de milho com alta
tecnologia nos EUA, o aumento do aporte de energia faz com que o balanço
energético seja reduzido de 12,5 para 2,9 kcal kcal
-1
. Os resultados
encontrados neste trabalho, para os cultivos orgânicos das hortaliças,
indicaram o contrário, ou seja, que o balanço energético aumenta com o
aumento da entrada de energia. Isto se deve ao fato de que, a tecnologia de
manejo orgânico foi aplicada de forma similar em todos os campos ao longo
dos anos do projeto, fazendo com que as entradas de energia também fossem
semelhantes em cada campo. O aumento nas entradas de energia de um
campo para outro não é devida ao aporte de mais insumos na fase de manejo,
mas sim ao aumento no rendimento comercial de cada campo, por aumentar a
mão-de-obra na p-colheita e colheita, por aumentar a quantidade de
embalagens e por encarecer o frete. Como o aumento do rendimento comercial
favorece mais intensamente ao aumento nas saídas de energia (relação direta)
do que ao aumento nas entradas, o balanço energético é favorecido.
Estes resultados também se assemelham àqueles relatados por Mello
(1989), quando avaliou a eficiência energética de quatro sistemas de produção
de milho em Santa Catarina. Foi verificado que a produção de milho com adubo
orgânico e colheita manual teve balanço energético de 6,61 calorias por
unidade. No sistema com adubo mineral e colheita mecânica, os gastos de
energia foram maiores, fazendo com que o balanço energético fosse reduzido
para 4,55 calorias por unidade.
Na Figura 56 estão os balanços energéticos de cada espécie, na
comparação entre os dois sistemas de produção. Foi comprovada maior
eficiência energética em favor do cultivo orgânico para Abóbora, Alho,
Cenoura, Repolho e Tomate. Nas demais culturas, os sistemas se equivaleram
em eficiência.
139
*
*
n.s
n.s
n.s
*
n.s
*
n.s
*
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
Balanço energético (kcal kcal¹)
Abóbora
Alho
Batata
Batata-baroa
Batata-doce
Cenoura
Couve-flor
Repolho
Taro
Tomate
Orgânico Convencional
Figura 56 Médias dos balanços energéticos das 10 culturas nos sistemas
orgânico e convencional de produção. UFV: Viçosa, 2006. (n.s) =
não significativo e (*) = significativo, ao nível de 5% de
probabilidade pelo teste ‘ t ’.
O índice médio de 5,31 para balanços energéticos em cultivos orgânicos
de hortaliças, relatado por Maff (2000), citado por Ozkan et al. (2004), confirma
a alta eficiência desse sistema de produção, à semelhança de alguns índices
observados em nosso estudo, tais como no cultivo orgânico de repolho (4,07),
de batata-baroa (4,38) e de batata-doce (6,58).
3.2.2. Análise energética dos componentes
As participações das médias dos componentes nos custos calóricos
estão representadas nas Figuras 57 e 58, para os sistemas orgânico e
convencional, respectivamente. A embalagem foi o componente de maior custo
energético no sistema orgânico, com média de 35,8%. No sistema
convencional, as embalagens representaram apenas 4,0%. Neste sistema, o
nitrogênio foi o componente mais oneroso, com 27,1% do total, concordando
com Gândara (1998) quando verificaram que os adubos minerais foram os
componentes que mais oneraram energeticamente o cultivo convencional de
Alface e Beterraba.
140
Embalagem
35,8%
Frete
4,5%
Sementes/Mudas
12,4%
Composto
17,2%
Outros Insumos
0,5%
Caldas e insumos
biológicos
1,0%
Irrigação
12,6%
Serviços Mecânicos
5,0%
Serviços Manuais
11,0%
Entradas: 4.571.159 kcal
Saidas: 22.076 kg = 12.696.712 kcal
Balanço: 2,78
Figura 57 Média da participação relativa dos componentes nos custos
calóricos da produção de 1 ha em sistema orgânico de produção.
UFV: Viçosa, 2006.
Potássio
6,2%
Fósforo
12,5%
Nitrogênio
27,1%
Esterco galinha
3,5%
Sementes/Mudas
8,3%
Frete
3,2%
Embalagem
4,0%
Irrigação
8,6%
Serviços Mecânicos
3,4%
Serviços Manuais
7,8%
Outros insumos
3,4%
Pesticidas
12,1%
Entradas: 6.766.464 kcal
Saidas: 23.795 kg = 13.025.750 kcal
Balanço: 1,93
Figura 58 Média da participação relativa dos componentes nos custos
calóricos da produção de 1 ha em sistema convencional de
produção. UFV: Viçosa, 2006.
141
A participação da adubação orgânica com composto variou de 9,2% no
tomate até 24,1 na abóbora, encerrando uma média de 17,2% no sistema
orgânico, com o desvio padrão de 5,58. Gândara (1998), estudando balanços
energéticos no sistema orgânico de produção de alface e beterraba, no Distrito
Federal, verificou que o composto orgânico representou 78% e 76% dos custos
energéticos da produção de 1 ha dessas culturas, respectivamente, sendo
estes índices extremamente altos quando comparados aos obtidos neste
estudo. Esta diferença pode ser explicada, considerando três aspectos: 1º - a
contabilização energética de Gândara (1998) foi realizada apenas na fase de
campo, não se considerando a fase de colheita, embalagem e frete; 2º - a
dosagem de composto contabilizada na alface e na beterraba foi 134,0 t ha
-1
,
ao passo que nas espécies aqui avaliadas, empregou-se 15 a 30 t ha
-1
; 3º- o
valor calórico considerado por Gândara (1998) foi 52.940 kcal por tonelada,
contra um valor de 25.700 kcal, calculado segundo o sistema orgânico do
INCAPER, conforme detalhado em material e métodos.
Os componentes destinados à fertilização participaram de forma
bastante diferenciada em termos de custos energéticos. No sistema orgânico
somaram 17,2%, com emprego apenas de composto orgânico, ao passo que
no sistema convencional somaram 49,3%, com uso de esterco de galinha
(3,5%), nitrogênio (27,1%), potássio (6,2%) e fósforo (12,5%).
Nas Figuras 59 e 60 estão apresentadas as participações dos
componentes apenas da fase de campo, na média dos dois sistemas de
cultivo, sem contabilizar embalagem e frete. O total de custos no sistema
orgânico seria reduzido de 4.571.159 kcal ha
-1
a 2.724.411 kcal ha
-1
, ou seja,
diminuição de 40,4%. No sistema convencional, pelo fato de normalmente já
houver um gasto calórico pequeno com embalagens, esta redução seria menos
intensa, em torno de 7,2% (de 6.766.464 kcal ha
-1
para 6.279.278 kcal ha
-1
).
No sistema orgânico, a grande redução dos gastos, principalmente
ocasionado pela ausência das embalagens, elevaria a eficiência energética,
aumentando o balanço de 2,78 até 4,66 kcal kcal
-1
. A participação dos
principais componentes ficaria assim: composto orgânico (28,8%), irrigação
(21,1%), sementes e mudas (20,7%) e serviços manuais (18,5%).
142
Sementes/Mudas
20,7%
Composto
28,8%
Outros Insumos
0,8%
Caldas e insumos
biológicos
1,7%
Irrigação
21,1%
Serviços
Mecânicos
8,4%
Serviços Manuais
18,5%
Sem embalagem e frete
Entradas: 2.724.411 kcal
Saídas: 22.076 kg = 12.696.712 kcal
Balanço: 4,66
Figura 59 Média da participação relativa dos componentes nos custos
calóricos da produção de 1 ha em sistema orgânico de produção,
sem considerar gastos com embalagem e frete. UFV: Viçosa, 2006.
Pesticidas
13,0%
Outros insumos
3,7%
Serviços Manuais
8,4%
Serviços Mecânicos
3,7%
Irrigação
9,3%
Sementes/Mudas
8,9%
Esterco galinha
3,8%
Nitrogênio
29,2%
Fósforo
13,5%
Potássio
6,7%
Sem embalagem e frete
Entradas: 6.279.278 kcal
Saídas: 23.795 kg = 13.025.750 kcal
Balanço: 2,07
Figura 60 Média da participação relativa dos componentes nos custos
calóricos da produção de 1 ha em sistema convencional de
produção, sem considerar gastos com embalagem e frete. UFV:
Viçosa, 2006.
143
Destaca-se que, na avaliação em que se inseriu o custo energético de
embalagem e frete, a mão-de-obra situou-se na 5ª posição em termos de
dispêndio de energia, e na avaliação sem inserir embalagem e frete, situou-se
na 4ª posição, não podendo ser, portanto, considerado um componente
limitante energeticamente em cultivo orgânico de hortaliças. Isto sugere que
avaliações específicas para cada realidade, quanto à disponibilidade e aos
custos financeiros da mão-de-obra deverão ser os fatores preponderantes a se
considerar.
Os elevados custos energéticos das embalagens nos cultivos orgânicos
induzem a duas importantes reflexões a primeira de que a forma que está
estabelecida a cadeia de alimentos orgânicos, demonstra que a produção tem
caráter agroecológico e orgânico, mas o mercado mantém toda estrutura
convencional, não priorizando redução de custos e maior aproximação do
produtor com o consumidor. A segunda, já citada anteriormente, destaca a
necessidade de desenvolvimento de alternativas de embalagens ecológicas,
para redução da poluição ambiental e minimização de custos energéticos.
144
3.3. Sustentabilidade energética da produção orgânica
A definição de agricultura sustentável é muito variável, englobando
conceitos que se contentam com simples ajustes no atual padrão produtivo, até
aqueles que o definem com objetivo de longo prazo que possibilite mudanças
estruturais, não só na produção, mas também em toda sociedade.
Na produção orgânica de hortaliças, a maioria dos recursos energéticos
utilizados com a finalidade de viabilizar suas produções, provém de fontes
naturais. Porém, apesar da maior parte da energia ser de origem biológica, não
se pode afirmar que estes sistemas são sustentáveis.
Por estes motivos, deve ser esclarecido que nossa abordagem de
sustentabilidade energética será baseada no atendimento dos índices mínimos
estabelecidos nos dois aspectos adiante.
Primeiro: No sistema de produção deve haver saldo de energia igual ou
superior aos seus próprios gastos (entradas), com balanço energético igual ou
superior a 1,00.
Segundo: A produção de energia por unidade de área deve ser igual ou
superior a 58.064 kcal ha
-1
por dia. Este índice foi proposto por Ferraro Júnior
(1999) baseando-se na necessidade per capita de 3.000 kcal dia
-
1; na
demanda mínima de energia para atender à subsistência de 6 bilhões de
pessoas (18 x 10
12
kcal dia
-1
) e na área cultivada no mundo (0,31 x 10
9
ha -
área levantada pela FAO em 1996, que apresenta improvável alteração com os
anos devido à compensação entre inserção de novas áreas e processos de
degradação de outras já cultivadas). Vale registrar que esse índice se eleva
para 290.322 kcal por ha dia
-1
se considerarmos nível médio de demanda
energética (90 x 10
12
kcal).
No primeiro aspecto, foi observado padrão bastante variável nas culturas
estudadas, quanto ao balanço energético, nos dois sistemas de produção. No
sistema orgânico, verificaram-se valores variando de 0,97 da cultura do tomate
até 6,58 da cultura da batata-doce. No sistema convencional, verificaram-se
valores variando de 0,83 da cultura do tomate até 6,45 da cultura da batata-
doce. Entretanto, pode-se considerar que todos os cultivos foram sustentáveis
145
em termos de transformação de energia, à exceção da abóbora e do tomate no
sistema convencional (Tabela 53).
Ainda na Tabela 53, constatam-se os níveis de produtividade
necessários de modo que os balanços energéticos sejam iguais a 1,00.
Constata-se que, com produtividades relativamente baixas, como por exemplo
de 12.722 kg ha
-1
para a cenoura e de 13.592 kg ha
-1
para o repolho, os
cultivos orgânicos alcançam sustentabilidade energética. Exceto nos cultivos
convencionais de batata-baroa, batata-doce, cenoura e taro, todas os demais
necessitaram rendimentos maiores que aqueles do cultivo orgânico para
alcançarem a sustentabilidade. Isto se deve aos níveis elevados de aportes de
energia no sistema convencional, pelo emprego de insumos industrializados
com alto custo energético.
A Figura 61 ilustra as produtividades obtidas e aquelas necessárias ao
balanço = 1,00, nas 10 culturas no sistema orgânico. Os maiores destaques
ficaram por conta das culturas da batata-doce e do repolho, por terem as
maiores amplitudes entre o produzido e o necessário para a sustentabilidade.
No segundo aspecto, referente à quantidade de energia produzida por
unidade de área, a média do sistema orgânico foi de 80.421 kcal por ha dia
-
1,
considerada sustentável em nível de subsistência. As produções individuais de
todas as culturas também podem ser consideradas sustentáveis, pois
produziram quantidades similares ou superiores a 58.064 kcal por ha dia
-1
,
exceto a cultura da abóbora, que produziu apenas 26.639 kcal. A cultura mais
eficiente foi a batata, com produção de 157.414 kcal por ha dia
-1
. O cultivo
orgânico de batata-doce, repolho e cenoura também se destacaram com bom
nível de produção de energia por área (Tabela 54).
146
Tabela 53 Produtividade e balanço energético alcançados, e produtividade
mínima para balanço energético igual a 1,00. UFV: Viçosa, 2006
Culturas
Sistemas
Produtividade
média
alcançada
(kg ha
-1
)
Balanço
energético
alcançado
(kcal kcal
-1
)
Produtividade
mínima para
balanço
energético de
1,00
(kg ha
-1
)
Orgânico 7.326 1,81 4.048 Abóbora
(Cucurbita moschata)
Convencional 8.500 0,85 10.000
Orgânico 6.102 1,72 3.548 Alho
(Allium sativum)
Convencional 6.350 1,20 5.292
Orgânico 19.451 2,74 7.099 Batata
(Solanum tuberosum)
Convencional 25.000 1,98 12.626
Orgânico 15.355 4,38 3.506 Batata-baroa
(Arracacia xanthorrhiza)
Convencional 15.000 5,17 2.901
Orgânico 21.630 6,58 3.287 Batata-doce
(Ipomoeas batata)
Convencional 18.000 6,45 2.791
Orgânico 23.535 1,85 12.722 Cenoura
(Daucus carota)
Convencional 28.000 2,32 12.069
Orgânico 13.686 1,19 11.501 Couve-flor
(Brassica oleracea var. botrytis)
Convencional 15.000 1,00 15.000
Orgânico 55.320 4,07 13.592 Repolho
(Brassica oleracea var. capitata)
Convencional 47.102 1,62 29.075
Orgânico 23.805 3,14 7.581 Taro
(Colocasia esculenta)
Convencional 20.000 2,63 7.605
Orgânico 34.545 0,97 35.613 Tomate
(Lycopersicon esculentum)
Convencional 55.000 0,83 66.265
MÉDIA ORGÂNICO 22.075 2,78 10.250
MÉDIA CONVENCIONAL 23.795 1,93 16.362
147
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
Produtividade (kg ha¹)
Abóbora
Alho
Batata
Batata-baroa
Batata-doce
Cenoura
Couve-flor
Repolho
Taro
Tomate
Obtidas Necessárias (balanço = 1,00)
Figura 61 Médias das produtividades obtidas com cada cultura no sistema
orgânico e aquelas que seriam necessárias para alcançar um
balanço energético de 1,00. UFV: Viçosa, 2006.
Após estas abordagens de sustentabilidade, importante observação
deve ser feita quanto à composição energética dos produtos. Os valores
energéticos das hortaliças, foram aqueles relatados por Franco (1999). Porém,
variações nas tabelas de valores calóricos de alimentos, que constam na
bibliografia consultada, são bastante comuns, conforme relata Torres et al.
(2000). Neste trabalho, os autores realizaram análises laboratoriais e
identificaram os valores energéticos de vários produtos de origem animal
(leites, carnes e ovos). Comparando-os àqueles descritos por Franco (1999) e
outros autores, verificaram diferenças significativas, em alguns casos maiores
que 200%. Portanto, estes autores concluem que há necessidade da obtenção
de dados nacionais periódicos sobre a composição dos alimentos condizentes
com a realidade de nossos solos, clima, variedades, raças, animais e manejo,
inclusive considerando a grande extensão territorial brasileira, com grandes
diferenças regionais.
148
Tabela 54 Produção total e diária de energia no cultivo orgânico de 10
culturas olerícolas. UFV: Viçosa, 2006
Sistema orgânico
Culturas (ciclo)
1
Produção total de energia
por ha por ciclo
(kcal)
Produção de energia
por ha por dia
(kcal)
Abóbora (110 dias) 2.930.333 26.639
Alho (145 dias) 8.176.967 56.393
Batata (97dias) 15.269.133 157.414
Batata-baroa (324 dias) 19.204.167 59.272
Batata-doce (228 dias) 27.145.119 119.057
Cenoura (111 dias) 11.767.471 106.013
Couve-flor (113 dias) 4.105.775 36.334
Repolho (120 dias) 13.829.967 115.250
Taro (291 dias) 15.901.851 54.646
Tomate (118 dias) 8.636.333 73.189
MÉDIA 12.696.712 80.421
1
Ciclo médio de cada cultura no sistema orgânico, no período de 1991 a 2000 (SOUZA, 2005).
149
3.4. Produção e custo calórico de proteínas na produção
orgânica
Mesmo as hortaliças não sendo consideradas tradicionais fontes de
proteína na alimentação humana, sua composição protéica também foi
considerada como fator indicador de sustentabilidade. Isto se justifica por haver
muitas regiões em que não há possibilidade de renda para consumo parcial e,
às vezes, total de proteína animal pela população. Segundo Ferraro Júnior
(1999), existe o mínimo de proteína que se espera ser produzido por área,
visando cumprir sua função de garantir a segurança alimentar mundial. Este
índice é função da demanda protéica e da área plantada no mundo. Baseando-
se no índice mínimo per capita de 37 g dia
-1
de proteína, para atender à
subsistência dos atuais 6 bilhões de pessoas, a área agrícola deveria produzir
0,72 kg de proteínas por hectare por dia (222 10
6
kg dia
-1
de proteína, dividido
pela área agrícola mundial de 0,31 10
9
ha).
Verificando a Tabela 55, a menor produção total de proteína foi obtida
com o cultivo orgânico da abóbora e a maior foi alcançada com o repolho. A
produção diária de proteína variou de 0,07 kg ha
-1
na batata-baroa até
0,65 kg ha
-1
no repolho, com média de 0,25 kg ha
-1
para o sistema orgânico,
todas abaixo do limite diário de 0,72 kg ha
-1
. Entretanto, mesmo abaixo do
limite, há a possibilidade de contribuição parcial no fornecimento de proteínas,
especialmente em casos de falta de fontes protéicas clássicas.
No sistema orgânico, em termo de quantidade de proteínas, as culturas
com maior potencial foram: repolho (0,65 kg ha
-1
), batata (0,36 kg ha
-1
), tomate
(0,35 kg ha
-1
) e couve-flor (0,30 kg ha
-1
). Porém, em termos de custos
energéticos, o maior destaque foi para a cultura do repolho, com custo unitário
menor que as demais culturas (45.733 kcal kg
-1
).
Na Figura 62, verifica-se que a produção total de proteínas entre os
sistemas foi estatisticamente diferente apenas entre as culturas de repolho e
tomate. O repolho produziu mais proteína com o cultivo orgânico e o tomate
produziu mais no cultivo convencional, reflexos das respectivas produtividades
que estas espécies alcançaram em cada sistema. As análises dos custos
protéicos mostrados na Figura 63 revelam que o cultivo orgânico de abóbora,
repolho e tomate tiveram custos significativamente menores que o cultivo
convencional. Por outro lado, o custo de proteínas no cultivo orgânico de
cenoura foi superior àquele obtido no cultivo convencional.
150
Tabela 55 Produção total, produção per capita e custos energéticos de
proteínas, em 10 culturas olerícolas em sistema orgânico. UFV:
Viçosa, 2006
Sistema orgânico
Culturas (ciclo)
1
Produção total de
proteínas por ha por
ciclo
(kg)
Produção de
proteínas por
ha por dia
(kg)
Custo unitário
das proteínas
(kcal kg
-1
)
Abóbora (110 dias) 8,79 0,08 229.602
Alho (145 dias) 32,30 0,22 185.977
Batata (97dias) 35,01 0,36 182.106
Batata-baroa (324 dias) 23,03 0,07 203.548
Batata-doce (228 dias) 28,30 0,12 154.852
Cenoura (111 dias) 28,24 0,25 234.421
Couve-flor (113 dias) 34,22 0,30 119.953
Repolho (120 dias) 77,45 0,65 45.733
Taro (291 dias) 35,71 0,12 146.040
Tomate (118 dias) 41,45 0,35 217.257
MÉDIA 34,46 0,25 172.114
1
Ciclo médio de cada cultura no sistema orgânico, no período de 1991 a 2000 (SOUZA, 2005).
As análises de regressão em cada cultura, mostrando a dispersão dos
dados e o modelo estatístico mais adequado à relação entre as variáveis
correlacionadas com a produção de proteínas estão nas Figuras 64 a 73. De
maneira geral, houve relação positiva entre as entradas de energia e a
produção de proteínas em todas as culturas, sempre com melhor ajuste no
modelo linear simples. Essa resposta justifica-se, pois as entradas de energia
são aumentadas com acréscimos na produtividade, que por sua vez, interfere
diretamente na quantidade de proteína produzida.
Verifica-se ainda que, na medida em que aumenta a produtividade, a
produção protéica e as entradas de energia, ocorre diminuição nos custos
unitários das proteínas, revelando a relação negativa entre elas. Esses efeitos
são mais intensos nos níveis menores, diminuindo progressivamente nos níveis
mais altos, caracterizando distribuição potencial, em todas as culturas.
151
n.s
n.s
n.s
n.s
n.s
n.s
n.s
*
n.s
*
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
Produção protéica (kg ha¹)
Abóbora
Alho
Batata
Batata-baroa
Batata-doce
Cenoura
Couve-flor
Repolho
Taro
Tomate
Orgânico Convencional
Figura 62 Médias das produções de proteínas de 10 culturas nos sistemas
orgânico e convencional de produção. UFV: Viçosa, 2006. (n.s) =
não significativo e (*) = significativo, ao nível de 5% de
probabilidade pelo teste ‘ t ’.
*
n.s
*
n.s
*
n.s
n.s
n.s
n.s
*
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
450.000
Abóbora
Alho
Batata
Batata-baroa
Batata-doce
Cenoura
Couve-flor
Repolho
Taro
Tomate
Custo protéico (kcal kg¹)
Orgânico Convencional
Figura 63 Médias dos custos protéicos de 10 culturas nos sistemas orgânico
e convencional de produção. UFV: Viçosa, 2006. (n.s) = não
significativo e (*) = significativo, ao nível de 5% de probabilidade
pelo teste ‘ t ’.
152
A
0
100000
200000
300000
400000
500000
0 3.000 6.000 9.000 12.000 15.000
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
= 755314098,3 X
^
-8765
r
²
= 0,9995

= 0,0025 + 0,0011X
r
²
= 0,9999
Produtividade (kg ha¹ )
 Produção protéica (kcal ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
755314098,3X
-8765
B
0
100000
200000
300000
400000
500000
0 3 6 9 12 15 18
Produção proteica (kg ha¹)
= 1400666,0X ^ -0,9359
r
²
= 0,9995
Custo protéico (kcal kg¹)
1400666,0X
-0,9359
C
0
100000
200000
300000
400000
500000
1.500.000 1.550.000 1.600.000 1.650.000 1.700.000 1.750.000
Entrada energia (kcal ha¹)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
= 755314098,3 X
^
-0,9355
r
²
= 0,9995

= 0,0025 + 0,0011X
r
²
= 0,9999
 Custo protéico (kcal kg¹
)
 Produção protéica (kcal ha¹)
755314098,3X
-0,9355
0
Figura 64 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção e
custo de proteínas, no cultivo orgânico da abóbora.
153
A
0
100000
200000
300000
400000
500000
0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000
Produtividade (kg ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
= 169289405,8 X ^ -0,8114
r²
= 0,9976
 
= 0,0011 + 0,0052 X
r²
= 0,9999
Produção protéica (kcal ha¹)
169289405,8X
-0,8114
B
0
100000
200000
300000
400000
500000
0 10 20 30 40 50 60
Produção proteica (kg ha¹)
Custo protéico (kcal kg¹)
= 2412019.5 X^-0,8115
r² = 0,9976
2412019.5X
-0,8115
C
0
100000
200000
300000
400000
500000
3.300.000 3.800.000 4.300.000 4.800.000 5.300.000
Entrada energia (kcal ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
= 1,308E17 X ^ -4,0787
r²
= 0,9363
 
= -107,642 + 3,08E-5 X
r²
= 0,9994
 Produção protéica (kcal ha¹)
0
1,308.10
17
X
-4,0787
Figura 65 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção e
custo de proteínas, no cultivo orgânico do alho.
154
A
0
100000
200000
300000
0 7.000 14.000 21.000 28.000 35.000
Produtividade (kg ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
70
= 103180076,6 X ^ -0,6589
= 0,9950
= -0,0023 + 0,0018 X
= 0,9999
Produção protéica (kcal ha¹)
103180076,6X
-0,6589
B
0
100000
200000
300000
0 10 20 30 40 50 60 70
Produção protéica (kg ha¹)
Custo protéico (kcal kg¹)
= 1603608,2 X^ -0,6589
r
²
= 0,9949
1603608,2X
-0,6589
C
0
100000
200000
300000
3.500.000 4.500.000 5.500.000 6.500.000
Entrada energia (kcal ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
70
= - 57,1297 + 0,0000175 X
= 0,9999
= 6,713E17 X ^ -1,8774
= 0,9578
 Produção protéica (kcal ha¹)
0
6,713.10
-17
X
-1,8774
Figura 66 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção e
custo de proteínas, no cultivo orgânico da batata.
155
A
0
100000
200000
300000
400000
0 8.000 16.000 24.000 32.000 40.000
Produtividade (kg/ha)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
= 15560844,8 X ^ -0,4606
r²
= 0,9700
 
= -0,0023 + 0,0015 X
r²
= 0,9999
 Produção protéica (kcal ha¹)
15560844,8 X
-0,4606
B
0
100000
200000
300000
400000
0 10 20 30 40 50 60
Produção protéica (kg ha¹)
Custo protéico (kcal kg¹)
= 778786,2 X^ -0,4606
r
²
= 0,9699
778786,2 X
-0,4606
C
0
100000
200000
300000
400000
0 2.000.000 4.000.000 6.000.000 8.000.000
Entrada energia (kcal ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
 
= -16 ,2956 + 0,0000096 X
r²
= 0,9999
= 4,48E 10 X ^ -0,8128
r²
= 0,8991
 Produção protéica (kcal ha¹)
4,48.10
10
X
-0,8128
Figura 67 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção e
custo de proteínas, no cultivo orgânico da batata-baroa.
156
A
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
0 7.000 14.000 21.000 28.000 35.000 42.000
Produtividade (kg ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
= 15422049,2 X ^ -0,4704
= 0,9665

= -0,0031 + 0,0013 X
= 0,9999
Produção protéica (kcal ha¹)
15422049,2 X
-0,4704
B
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
0 10 20 30 40 50 60
Produção protéica (kg ha¹)
Custo protéico (kcal kg¹)
 = 679292,8 X^- 0,4704
r
²
= 0,9865
679292,8 X
-0,4704
C
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
1.500.000 3.000.000 4.500.000 6.000.000
Entrada energia (kcal ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
= 7,57E 10 X ^ - 0,868
r²
= 0,9526
 
= -21,3567 + 0,0000128X
r²
= 0,9997
 Produção protéica (kcal ha¹)
0
7,57.10
10
X
-0,868
Figura 68 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção e
custo de proteínas, no cultivo orgânico da batata-doce.
157
A
0
100000
200000
300000
0 15.000 30.000 45.000 60.000
Produtividade (kg ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
70
= 13887033,9 X ^ -0,4119
r²
= 0,9778
 
= -0,0019 + 0,0012 X
r²
= 0,9999
 Produção protéica (kcal ha¹)
13887033,9 X
-0,4119
B
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
350000
0 10 20 30 40 50 60
Produção protéica (kg ha¹)
Custo protéico (kcal kg¹)
= 870160,2 X^ -0,4118
r² = 0,9778
870160,2 X
-0,4118
C
0
100000
200000
300000
1.500.000 4.500.000 7.500.000 10.500.000
Entrada energia (kcal ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
70
= 9367418010 .8 X ^ -0,6815
r²
= 0,9366
 
= -17 ,8425 + 0,0000076 X
r²
= 0,9999
 Produção protéica (kcal ha¹)
0
9367418010.8 X
-0,6815
Figura 69 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção e
custo de proteínas, no cultivo orgânico da cenoura.
158
A
0
100000
200000
300000
0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000
Produtividade (kg ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
70
= 167330879,7 X ^ -0 ,7803
r²
= 0,9863
 
= - 0,003 + 0,0025 X
r²
= 99,99 %
Produção protéica (kcal ha¹)
167330879,7 X
-0,7803
B
0
100000
200000
300000
0 10 20 30 40 50 60
Produção protéica (kg ha¹)
Custo protéico (kcal kg¹)
= 1561010,6 X^ -0,7805
r² = 0,9863
1561010,6 X
-0,7805
C
0
100000
200000
300000
2.200.000 2.600.000 3.000.000 3.400.000 3.800.000
Entrada energia (kcal ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
70
= 6,33E23 X ^ -2,8785
r²
= 0,7597
 
= -75,7621 + 0,000033X
r²
= 85,76 %
 Produção protéica (kcal ha¹)
0
6,33.10
23
X
-2,8785
Figura 70 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção e
custo de proteínas, no cultivo orgânico de couve-flor.
159
A
0
40000
80000
120000
160000
200000
15.000 35.000 55.000 75.000
Produtividade (kg ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
20
40
60
80
100
120
= 103112525 X ^ -0,7115
r²
= 0,9766
 
= - 0,002 + 0,0014 X
r²
= 0,9999
Produção protéica (kcal ha¹)
0
103112525 X
-0,7115
B
0
20000
40000
60000
80000
100000
0 20 40 60 80 100
Produção protéica (kg ha¹)
Custo protéico (kcal/kg)
= 961576,6 X^ -0,7114
r² = 0,9767
961576,6 X
-0,7114
C
0
100000
200000
300000
400000
500000
2.300.000 2.800.000 3.300.000 3.800.000
Entrada energia (kcal ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
20
40
60
80
100
120
= 7 ,395E 17 X ^ -2,0263
r²
= 0,7557
 
= - 128,318 + 0,000061X
r²
= 0,8562
Produção protéica (kcal ha¹)
0
7,395.10
17
X
-2,0263
Figura 71 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção e
custo de proteínas, no cultivo orgânico do repolho.
160
A
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000
Produtividade (kg ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
= 68379288,0 X ^ -0,614
= 0,9973
= -0,0101+ 0,0015 X
= 0,9999
Produção protéica (kcal ha¹)
0
68379288,0 X
-0,614
B
0
50000
100000
150000
200000
250000
0 10 20 30 40 50
Produção protéica (kg ha¹)
Custo proteico (kcal kg¹)
 = 1262026,9 X^ -0,6138
= 0,9973
1262026,9 X
-0,6138
C
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
3.700.000 4.200.000 4.700.000 5.200.000 5.700.000
Entrada energia (kca ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
= 4,8E15 X ^ -1,572
= 0,9825
= -52,3905 + 0,0000176X
=0,9998
Produção protéica (kcal ha¹)
0
4,8.10
15
X
-1,572
Figura 72 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção e
custo de proteínas, no cultivo orgânico do taro.
161
A
0
75000
150000
225000
300000
0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000
Produtividade (kg ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
70
= 14276896,9 X ^ -0 ,4032
r²
= 0,9891
 
= -0 ,0004 + 0,0012 X
r²
= 0,9999
Produção protéica (kcal ha¹)
14276896,9 X
-0,4032
B
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
0 10 20 30 40 50 60
Produção protéica (kg ha¹)
Custo protéico (kcal kg¹)
= 948669,5 X^ -0,4032
r² = 0,9891
948669,5 X
-0,4032
C
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
4.500.000 6.500.000 8.500.000 10.500.000
Entrada energia (kcal ha¹)
 Custo protéico (kcal kg¹)
0
10
20
30
40
50
60
70
= 9 ,05E 9 X ^ - 0,6672
r²
= 0,9695
 
= -25,3381 + 0,0000077
X
r²
= 0,9997
Produção protéica (kcal ha¹)
0
9,05.10
9
X
-0,6672
Figura 73 Estimativa das variáveis energéticas relacionadas à produção e
custo de proteínas, no cultivo orgânico do tomate.
162
3.5. Custo energético dos plásticos
Além de se constituírem em sérios poluentes, os plásticos são
energeticamente caros. Segundo Sakurai (2004) e IPT (2005), o valor
energético dos plásticos é equivalente ao do óleo combustível e, por esta
razão, podem constituir-se em grande dispêndio energético. No sistema
orgânico, o padrão de embalagem mais usado são as bandejas de isopor e o
filme plástico, impulsionado pelas normativas do setor, que recomendam a
proteção do produto objetivando evitar contaminações nas fases de transporte
e comercialização. A ausência de alternativas de embalagens ecológicas faz
com que estas se tornem as únicas viáveis economicamente ao produtor
orgânico.
Conforme mostraram os resultados já relatados até aqui, as embalagens
tem sido responsáveis por grande parte dos investimentos energéticos no
cultivo orgânico das hortaliças em muitos casos, o principal componente. A
participação relativa das embalagens, em relação aos demais componentes,
nos custos energéticos de cada cultura no sistema orgânico pode ser visto na
Tabela 56.
O resumo dos gastos energéticos e da participação relativa das
embalagens para todas as culturas no sistema orgânico está apresentado na
Tabela 57, indicando que, em média, as embalagens representaram 35,8% do
total da entrada de energia, equivalendo a 1.636.475 kcal ha
-1
. Pelo fato de não
empregar bandejas de isopor, mas apenas o filme plástico, as embalagens de
abóbora foram aquelas que menos oneraram energeticamente o sistema de
produção orgânica, participando com 4,4% dos custos energéticos totais.
Contrariamente, as embalagens de tomate foram aquelas que mais oneraram,
representando 56,2% desses custos.
163
Tabela 56 Participação porcentual dos componentes nos custos energéticos
totais de 10 culturas olerícolas em sistema orgânico. UFV: Viçosa,
2006
1
C o m p o n e n t e s ( % )
2
Culturas
Comp.
Sem.
ou
mudas
Caldas
e
Insum.
Serv.
Mec.
Mão
Obra
Irrig. Emb. Frete
Abóbora 24,1 25,6 0,0 11,5 7,8 22,6 4,4 4,0
Alho 17,2 25,7 2,7 4,1 18,4 12,3 18,5 1,1
Batata 15,3 19,2 3,0 3,6 10,6 13,8 31,4 3,1
Batata-baroa 13,8 1,0 0,0 4,9 13,3 13,6 50,3 3,1
Batata-doce 21,5 1,5 0,0 5,4 10,9 8,8 47,3 4,6
Cenoura 13,7 8,6 0,0 3,4 9,4 8,4 53,2 3,3
Couve-flor 23,6 1,9 0,0 5,6 8,3 14,5 42,6 3,5
Repolho 23,3 12,3 0,0 5,5 10,3 14,2 20,1 14,3
Taro 10,5 28,2 0,0 3,7 9,4 10,3 33,8 4,1
Tomate 9,2 0,1 9,0 2,2 12,0 7,9 56,2 3,4
Média 17,2 12,4 1,5 5,0 11,0 12,6 35,8 4,5
Desvio Padrão 5,6 11,4 - 2,5 3,1 4,3 17,2 3,6
C.V. (%) 32,4 91,9 - 50,8 27,7 34,2 48,1 80,5
1
Os valores, para cada espécie, são médias de vários cultivos no período de 1991 a 2000.
2
Comp.=Composto; Sem.=Sementes; Insum.=Insumos; Serv.=Serviços; Mec.=Mecânicos;
Irrig.=Irrigação; Emb.=Embalagem.
Tabela 57 Participação das embalagens plásticas nos custos energéticos
totais na produção orgânica de hortaliças. UFV: Viçosa, 2006
1
Custos energéticos para 1 ha nos
cultivos orgânicos
Culturas (embalagens)
Totais
(kcal)
Embalagens
(kcal)
Participação
relativa
(%)
Abóbora (filmes plásticos p/ 1 ud) 1.598.512 70.335 4,4
Alho (bandejas com 500 g) 4.539.328 876.090 19,3
Batata (bandejas com 1 kg) 5.226.810 1.641.218 31,4
Batata-baroa (bandejas com 500 g) 4.095.246 2.059.909 50,3
Batata-doce (bandejas com 1 kg) 3.872.973 1.831.916 47,3
Cenoura (bandejas com 500 g) 6.057.686 3.222.689 53,2
Couve-flor (bandejas p/ 1 ud) 3.325.047 1.416.470 42,6
Repolho (bandejas p/ 1 ud) 3.351.908 673.734 20,1
Taro (bandejas com 1 kg) 4.978.451 1.682.716 33,8
Tomate (bandejas com 500 g) 8.665.631 4.870.085 56,2
Média 4.571.159 1.636.475 35,8
Desvio Padrão 1.890.361 - 17,2
C.V. (%) 41,4 - 48,1
1
Os valores, para cada espécie, são médias de vários cultivos no período de 1991 a 2000.
164
Em geral, verifica-se que existe uma relação direta entre a quantidade
de biomassa comercial produzida pela cultura e o peso padrão usado para
compor cada embalagem (0,5kg, 1,0kg ou unidade de produto), com a
porcentagem de participação das embalagens nos custos energéticos totais de
cada cultura. Dois exemplos que caracterizam esses fatos, são: 1) na
comercialização de alho e cenoura orgânicos utilizam-se o mesmo padrão de
embalagem (0,5 kg por bandeja), mas estas representaram 19,3% do custo
energético no alho, que produziu 6.102 kg de biomassa comercial por ha,
contra 53,2% na cenoura, que produziu 23.535 kg ha
-1
. 2- o taro e a cenoura
produziram rendimentos comerciais similares (23.805 e 23.535 kg ha
-1
,
respectivamente), mas por utilizarem padrões de embalagens diferentes (1,0 kg
para o taro e 0,5 kg para a cenoura), as participações destas nos custos
energéticos totais também foram diferenciados, inversamente proporcional à
capacidade da embalagem, com 33,8% para o taro, contra 53,2% para a
cenoura.
Os gastos energéticos e a participação porcentual das embalagens para
todas as culturas no sistema convencional estão apresentados na Tabela 58.
Pelo fato de empregarem embalagens de maior capacidade volumétrica (caixas
e sacos) e pelo baixo valor calórico das caixas de madeira, em média, as
embalagens representaram apenas 4,0% do total da entrada de energia,
equivalendo a 270.659 kcal ha
-1
. Este valor significa um custo energético em
torno de 6 vezes menor que aquele verificado no sistema orgânico
(1.636.475 kcal ha
-1
). A representação dos custos das embalagens variou de
1,0%, para a cultura do tomate, até 10,1% para o taro. Essa variabilidade foi
atribuída ao tipo de embalagem, visto que nas culturas em que se emprega
sacos plásticos, os custos energéticos são geralmente maiores.
Esses altos custos energéticos dos plásticos reforçam a necessidade de
se buscar alternativas de redução de custo energético na produção orgânica de
hortaliças, seja pelo uso de embalagens ecológicas de baixo custo calórico ou
até por priorizar alternativas de venda que dispensem as embalagens, como
vendas em feiras livres, vendas em cestas entregues em domicílio, entre
outras. A eliminação apenas da embalagem, reduziria a média de custos de um
hectare no sistema orgânico, de 4.571.159 kcal para 2.930.113 kcal, com
reflexos extremamente positivos na eficiência energética.
165
Tabela 58 Participação das embalagens plásticas nos custos energéticos
totais na produção convencional de hortaliças. UFV: Viçosa, 2006
1
Custos energéticos para 1 ha
nos cultivos convencionais
Culturas (embalagens)
Totais
(kcal)
Embalagens
(kcal)
Participação
relativa
(%)
Abóbora (sacos plásticos cap. 40 kg) 3.990.032 135.661 3,4
Alho (sacos plásticos cap. 10 kg) 7.083.441 170.003 2,4
Batata (caixas tipo K) 9.918.136 317.380 3,2
Batata-baroa (caixas tipo K) 3.625.512 47.132 1,3
Batata-doce (sacos plásticos cap. 20 kg) 3.500.164 308.014 8,8
Cenoura (caixas tipo K) 6.036.456 84.510 1,4
Couve-flor (engradado para 12 ud) 4.504.764 94.600 2,1
Repolho (sacos plásticos cap. 30 kg) 7.275.434 734.819 10,1
Taro (sacos plásticos cap. 20 kg) 5.089.238 340.979 6,7
Tomate (caixas tipo K) 16.641.459 166.415 1,0
Média 6.766.464 270.659 4,0
Desvio Padrão 4.007.108 - 3,3
C.V. (%) 59,2 - 81,6
1
Os valores são médias dos coeficientes técnicos de cada cultura na região, no ano de 2001.
166
4. CONCLUSÕES
ü O cultivo orgânico de hortaliças apresenta balanço energético positivo,
contendo mais energia nos produtos colhidos do que a quantidade
demandada nos seus processos produtivos.
ü O cultivo orgânico de hortaliças foi sustentável, tanto por apresentar
balanço energético superior a 1,00, como por superar o índice mínimo de
produção de energia por unidade de área, necessário para atender à
demanda de energia para a subsistência dos atuais 6 bilhões de pessoas
no mundo.
ü A produtividade comercial e a produção de energia de cada espécie no
sistema orgânico são semelhantes àquelas respectivas do sistema
convencional, exceto para o repolho, que foram maiores no sistema
orgânico e para o tomate, que foram maiores no sistema convencional.
ü O cultivo orgânico de abóbora, alho, batata, couve-flor, repolho e tomate
consomem menos energia em seus processos produtivos, comparados aos
respectivos sistemas convencionais.
167
ü O cultivo orgânico de batata-baroa, batata-doce, cenoura e taro consomem
a mesma quantidade de energia em seus processos produtivos,
comparados aos respectivos sistemas convencionais.
ü A eficiência energética no cultivo orgânico de abóbora, alho, cenoura,
repolho e tomate é maior que aquelas do cultivo convencional .
ü A eficiência energética no cultivo orgânico de batata, batata-baroa, batata-
doce, couve-flor e taro é semelhante àquelas do cultivo convencional.
ü No sistema orgânico, os componentes que mais oneram o custo energético
são, em ordem decrescente: embalagem, composto orgânico, irrigação,
sementes/mudas e serviços manuais.
ü A participação das embalagens plásticas no sistema orgânico de hortaliças
representa uma séria preocupação, por elevar o gasto de energia e por ser
recurso energético não renovável.
ü A produção total de proteínas entre os sistemas foi estatisticamente
diferente apenas entre as culturas de repolho e tomate. O repolho produziu
mais proteína no cultivo orgânico e o tomate produziu mais no cultivo
convencional.
ü Os custos protéicos nos cultivos orgânicos de abóbora, repolho e tomate
são significativamente menores que nos cultivos convencionais. Por outro
lado, o custo de proteína no cultivo orgânico de cenoura foi maior que
aquele obtido no cultivo convencional.
168
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174
ANEXO 1
Valores energéticos adotados
175
Valores energéticos de insumos, serviços, materiais, produto olerícola ‘in
natura’ e outros, com suas respectivas fontes bibliográficas
A. INSUMOS
Especificação ud
Valor energético
(Kcal)
Fonte bibliográfica
Composto Orgânico t 25.700 Calculado, baseando-se nos
valores calóricos de insumos e
serviços.
Esterco Galinha (cama de
frango)
t 30.000 Ferraro Júnior (1999)
Palhadas, Esterco bovino e
outros resíduos orgânicos
t 15.000 Pimentel (1984), citado por
Ferraro Júnior (1999)
Cinza vegetal (7% k
2
O) kg 112 Calculado com base nos
custos do teor de potássio
Biofertilizante líquido
enriquecido
L 13 Calculado, baseando-se nos
valores calóricos de insumos
e serviços.
Sementes e Mudas:
Abóbora Tetsukabuto g 756 Calculado pela matriz
energética, baseado em Mello
(1989)
Abóbora Moranga g 121 Calculado pela matriz
energética, baseado em Mello
(1989)
Alho (produto) kg 1439 Calculado, baseado em
Ferraro Júnior (1999)
Batata (produto) kg 805 Calculado, baseado em
Ferraro Júnior (1999)
Batata-baroa (rebentos) mil 1.295 Calculado, baseado em
Ferraro Júnior (1999)
Batata-doce (ramas) mil 1.586 Calculado, baseado em
Ferraro Júnior (1999)
Cenoura ‘Brasília’ kg 121.000 Calculado pela matriz
energética, baseado em Mello
(1989)
Couve-flor ‘Teresópolis’ g 303 Calculado pela matriz
energética, baseado em Mello
(1989)
Repolho híbrido g 1361 Calculado pela matriz
energética, baseado em Mello
(1989)
Taro (produto) kg 694 Calculado, baseado em
Ferraro Júnior (1999)
Tomate (produzida local) g 36 Calculado, baseado em
Ferraro Júnior (1999)
Tomate (semente híbrida) g 1361 Convencionado como similar
aos custos das sementes de
repolho híbrido.
... Continuação de Insumos
176
Especificação ud
Valor energético
(Kcal)
Fonte bibliográfica
Adubos minerais:
Nitrogênio (N) kg 14.930 Felipe Júnior et al. (1984),
citados por Ferraro Júnior
(1999)
Fósforo (P
2
O
5
) kg 3.000 Lockeretz (1980)
Potássio (K
2
O) kg 1.600 Lockeretz (1980)
FTE - micronutrientes,
Bórax, Sulfato de Zinco e
outros.
kg 1291 Calculado pela matriz
energética, baseado em Mello
(1989) e Ferraro Júnior (1999)
Fosfato natural kg 150 Ferraro Júnior (1999)
Calcário dolomítico t 132.822 Macedônio & Picchioni (1985)
Cal virgem kg 2.408 Mello (1989)
Sulfato de Cobre kg 400 Estimado com base em
Ferraro Júnior (1999)
Calda bordalesa L 19 Calculo do processo
Óleo diesel (densidade de 0,84
kg.l
-1
)
kg
L
10.100
8.484
Dados da PETROBRÁS, citado
por MINISTÉRIO (2005)
Agrotóxicos:
Herbicida (prod. comercial) L 83.572 Média obtida em Pimentel
(1980b)
Inseticida (prod. comercial) L 60.393 Média obtida em Pimentel
(1980b)
Fungicida (prod. comercial) kg 50.083 Média obtida em Pimentel
(1980b)
Outros pesticidas comerciais
(Acaricidas, Espalhante
Adesivo, etc)
Kg ou
L
64.683 Média obtida em Pimentel
(1980b)
Energia elétrica kwh 860 Boletim Energético Nacional -
MINISTÉRIO (2005)
177
B. SERVIÇOS
Especificação ud
Valor
energético
(Kcal)
Fonte bibliográfica
Mecânicos:
Aração (trator + arado +
combustível + mão-de-obra)
Kcal ha
-1
136.010 Ferraro Júnior (1999)
Gradagem (trator + grade +
combustível + mão-de-obra)
Kcal ha
-1
47.976 Ferraro Júnior (1999)
Destorroamento (Micro-
trator +
rotativa + combustível + mão-de-
obra)
Kcal ha
-1
10.035 Estimado a partir dos índices
de Ferraro Júnior (1999)
Manuais:
Estimados em função de
vários autores, citados por
FERRARO JÚNIOR (1999) e
GLIESSMAN (2000)
Preparo de sementeira D/H 1.500 idem
Aplicação de Calcário D/H 1.500 idem
Preparo do Solo D/H 4.000 idem
Preparo de propágulos e mudas D/H 2.400 idem
Obtenção/aplicação de cob. morta D/H 3.200 idem
Adubação Química D/H 1.500 Idem
Distribuição de Composto D/H 3.600 Idem
Distribuição de Esterco D/H 3.200 Idem
Plantio D/H 1.500 Idem
Desbaste D/H 1.500 Idem
Adubação cobertura orgânica D/H 3.600 Idem
Aplicação de biofertilizante líquido D/H 3.600 Idem
Adubação cobertura mineral D/H 1.500 Idem
Amontoa D/H 4.000 Idem
Capinas (enxadas) D/H 4.000 Idem
Capinas (mãos) D/H 2.400 Idem
Estaqueamento D/H 3.600 Idem
Amarrio, Desbrota e capação D/H 2.400 Idem
Pulverizações D/H 2.400 Idem
Irrigações D/H 1.000 Idem
Colheitas:
Colheita leve (colheita de sementes
botânicas e similares).
D/H 1.000 idem
Colheita média (abóbora, alho,
cenoura, couve-flor, repolho e tomate)
D/H 2.400 Idem
Colheita pesada (batata, taro,
batata-doce e batata-baroa)
D/H 4.000 Idem
Lavagem e manuseio de produtos
e propágulos.
D/H 2.400 Idem
Classificação/Embalagem D/H 1.000 Idem
Transporte Interno D/H 2.400 Idem
178
C. INSTRUMENTAL, EQUIPAMENTOS e SISTEMAS
Especificação ud
Valor
energético
(Kcal)
Fonte bibliográfica
Irrigação:
Abóbora ha
360.340 Estimado a partir de Lima et al.
(2005)
Alho ha
547.820 Lima et al. (2005)
Batata ha
694.880 Lima et al. (2005)
Batata-baroa ha
507.400 Estimado a partir de Lima et al.
(2005)
Batata-doce ha
315.620 Estimado a partir de Lima et al.
(2005)
Cenoura ha
473.000 Estimado a partir de Lima et al.
(2005)
Couve-flor ha
473.000 Estimado a partir de Lima et al.
(2005)
Repolho ha
473.000 Estimado a partir de Lima et al.
(2005)
Taro ha
507.400 Estimado a partir de Lima et al.
(2005)
Tomate ha
663.920 Lima et al. (2005)
Plásticos em geral kg 9.000 SAKURAI (2004) e IPT (2005)
Bandeja isopor e filme plástico
(embalagem para 500 gramas)
mil
72.000
Calculado, baseado no isopor e
plástico (IPT, 2005)
Bandeja isopor e filme plástico
(embalagem para 1 kg e cabeças
de couve-flor)
mil
90.000
Calculado, baseado no isopor e
plástico (IPT, 2005)
Filme plástico para embalagem de
frutos de abóbora e cabeças de
repolho.
mil 21.060 Calculado, baseado no isopor e
plástico (IPT, 2005)
Caixas tipo K para batata-
baroa,
cenoura e tomate (3 kg )* -
usada
30 x.
ud
75
Calculado, baseado em Fluck & Baird
(1982), citados por Ferraro Júnior
(1999)
Engradado para couve-
flor (3 kg)
usado 30 x.
ud 75
Calculado, baseado em Fluck & Baird
(1982), citados por Ferraro Júnior
(1999)
Sacos telados, 10 kg (alho) ud 270 Calculado, baseado no isopor e
plástico (IPT, 2005)
Sacos telados, 20 kg (batata-
doce
e taro)
ud 342 Calculado, baseado no isopor e
plástico (IPT, 2005)
Sacos telados, 30 kg (repolho) ud 468 Calculado, baseado no isopor e
plástico (IPT, 2005)
Sacos telados
, 50 kg (abóbora e
batata)
ud 630 Calculado, baseado no isopor e
plástico (IPT, 2005)
Frete (por 10 km) t km
-1
0,88 Calculado para o ano de 2001
(AGÊNCIA..., 2005 e MINISTÉRIO...,
2005)
179
D. PRODUTOS
Especificação ud
Valor
energético
(Kcal)
Teor
Proteico
(g kg
-1
)
Fonte bibliográfica
Abóbora Kg 400 1,20 FRANCO (1999)
Alho Kg 1.340 5,30 FRANCO (1999)
Batata Kg 785 1,80 FRANCO (1999)
Batata-baroa Kg 1.250 1,50 FRANCO (1999)
Batata-doce Kg 1.255 1,31 FRANCO (1999)
Cenoura Kg 500 1,20 FRANCO (1999)
Couve-flor Kg 300 2,50 FRANCO (1999)
Repolho Kg 250 1,40 FRANCO (1999)
Taro Kg 668 1,50 FRANCO (1999)
Tomate Kg 250 1,20 FRANCO (1999)
180
ANEXO 2
Base de dados e análises
estatísticas por cultura
181
Tabela 2A Base de dados e análises estatísticas realizadas para o desempenho produtivo e energético da cultura da ABÓBORA
em sistema orgânico de produção. UFV: Viçosa, 2006
CULTURA REPETIÇÕES Produtividade Saída energia (B)
Entrada energia
(A)
Balanço
energético (B/A)
Produção
proteica ( C)
Custo Proteico
(A/C)
Abóbora 1 6.118 2.447.200 1.605.346 1,52 7,34 218.664
Abóbora 2 5.322 2.128.800 1.586.337 1,34 6,39 248.393
Abóbora 3 2.872 1.148.800 1.532.683 0,75 3,45 444.720
Abóbora 4 3.076 1.230.400 1.530.477 0,80 3,69 414.629
Abóbora 5 10.834 4.333.600 1.639.493 2,64 13,00 126.107
Abóbora 6 12.568 5.027.200 1.679.603 2,99 15,08 111.368
Abóbora 7 8.236 3.294.400 1.591.877 2,07 9,88 161.069
Abóbora 8 14.477 5.790.800 1.713.755 3,38 17,37 98.648
Abóbora 9 4.258 1.703.200 1.545.384 1,10 5,11 302.447
Abóbora 10 4.696 1.878.400 1.552.819 1,21 5,64 275.557
Abóbora 11 8.975 3.590.000 1.623.020 2,21 10,77 150.698
Abóbora 12 6.478 2.591.200 1.581.346 1,64 7,77 203.425
MÉDIA ORGÂNICO Média Aritmética 7.325
2.930.333
1.598.512
1,81
8,79
229.644
Mediana 6.298
2.519.200
1.589.107
1,58
7,56
211.045
Desvio Padrão 3752 1.500.998 57.638 0,86 4,5 113.558
Coef. Variação (%) 51,2 51,2 3,6 47,6 51,2 49,4
Máximo 14.477 5.790.800 1.713.755 3,4 17,4 444.720
Mínimo 2.872 1.148.800 1.530.477 0,7 3,4 98.648
Amplitude Total 11.605 4.642.000 183.278 2,6 13,9 346.072
MÉDIA ORGÂNICO 7.325 a 2.930.333 a 1.598.512 b 1,81 a 8,79 a 229.644 b
MÉDIA CONVENCIONAL 8.500 a 3.400.000 a 3.990.032 a 0,85 b 10,20 a 391.180 a
Comparação Teste t t-calculado 1,08 1,08 143,73 3,85 1,08 4,93
G.L. 11 11 11 11 11 11
t-tabelado 5% 2,20 2,20 2,20 2,20 2,20 2,20
Não-Sig. Não-Sig. Sig. Sig. Não-Sig. Sig.
Continua...
182
Tabela 2A, Cont.
CULTURA REPETIÇÕES Sementes (%) Composto (%)
Serviços Manuais
(%)
Serviços Mecânicos
(%)
Irrigação (%) Embalagem (%) Frete (%)
Abóbora 1 25,4 24,0 7,6 11,5 22,4 5,7 3,4
Abóbora 2 25,7 24,3 7,7 11,6 22,7 5,0 3,0
Abóbora 3 26,5 25,1 7,9 12,1 23,4 3,3 1,7
Abóbora 4 26,6 25,2 7,8 12,0 23,6 3,0 1,8
Abóbora 5 24,9 23,5 8,1 11,2 22,1 4,4 5,8
Abóbora 6 24,3 22,9 7,9 11,0 21,5 5,8 6,6
Abóbora 7 25,6 24,2 8,0 11,6 22,6 3,4 4,6
Abóbora 8 23,8 22,5 7,9 10,7 21,1 6,6 7,4
Abóbora 9 26,5 25,0 7,8 11,9 23,3 3,1 2,4
Abóbora 10 26,3 24,8 7,8 11,9 23,2 3,3 2,7
Abóbora 11 25,2 23,7 7,8 11,3 22,3 4,9 4,8
Abóbora 12 25,8 24,4 7,7 11,6 22,8 4,1 3,6
MÉDIA ORGÂNICO Média Aritmética 25,6 24,1 7,8 11,5 22,6 4,4 4,0
Mediana 25,7 24,3 7,8 11,6 22,7 4,3 3,5
Desvio Padrão 0,89 0,86 0,14 0,42 0,76 1,22 1,87
Coef. Variação (%) 3,5 3,6 1,7 3,7 3,4 27,7 46,9
Máximo 26,6 25,2 8,1 12,1 23,6 6,6 7,4
Mínimo 23,8 22,5 7,6 10,7 21,1 3,0 1,7
Amplitude Total 2,8 2,7 0,5 1,4 2,5 3,6 5,7
183
Tabela 2B Base de dados e análises estatísticas realizadas para o desempenho produtivo e energético da cultura do ALHO em
sistema orgânico de produção. UFV: Viçosa, 2006
CULTURA REPETIÇÕES Produtividade
Saída energia
(B)
Entrada energia
(A)
Balanço energético
(B/A)
Produção proteica
(C )
Custo Proteico
(C/A)
Alho 1 2.328 3.119.520 3.879.012 0,80 12,34 314.385
Alho 2 4.172 5.590.480 4.197.400 1,33 22,11 189.828
Alho 3 1.450 1.943.000 3.744.566 0,52 7,69 487.256
Alho 4 3.527 4.726.180 4.131.244 1,14 18,69 221.004
Alho 5 3.151 4.222.340 4.027.535 1,05 16,70 241.165
Alho 6 3.185 4.267.900 4.032.874 1,06 16,88 238.907
Alho 7 6.323 8.472.820 4.571.048 1,85 33,51 136.401
Alho 8 8.764 11.743.760 4.981.689 2,36 46,45 107.250
Alho 9 5.686 7.619.240 4.473.283 1,70 30,14 148.438
Alho 10 10.455 14.009.700 5.286.130 2,65 55,41 95.398
Alho 11 9.450 12.663.000 5.108.566 2,48 50,09 101.998
Alho 12 7.430 9.956.200 4.758.910 2,09 39,38 120.849
Alho 13 9.910 13.279.400 5.202.854 2,55 52,52 99.059
Alho 14 9.600 12.864.000 5.155.486 2,50 50,88 101.326
MÉDIA/Alho Média Aritmética 6.102 8.176.967 4.539.328 1,72
32,34
185.947
Mediana 6.005 8.046.030 4.522.166 1,78
31,82
142.419
Desvio Padrão 3.155 4.228.043 542.109 0,73 16,72 110.465
Coef. Variação (%) 51,7 51,7 11,9 42,5 51,71 59,4
Máximo 10.455 14.009.700 5.286.130 2,65 55,41 487.256
Mínimo 1.450 1.943.000 3.744.566 0,52 7,69 95.398
Amplitude Total 9.005 12.066.700 1.541.564 2,13 47,73 391.859
MÉDIA ORGÂNICO 6.102 a 8.176.967 a 4.539.328 b 1,72 a 32,34 a 185.947 a
MÉDIA CONVENCIONAL 6.350 a 8.509.000 a 7.083.441 a 1,20 b 33,65 a 210.503 a
Comparação Teste t t-calculado 0,29 0,29 17,56 2,66 0,29 0,83
G.L. 13 13 13 13 13 13
t-tabelado 5% (G.L.) 2,16 2,16 2,16 2,16 2,16 2,16
Não-Sig. Não-Sig. Sig. Sig. Não-Sig. Não-Sig.
Continua...
184
Tabela 2B, Cont.
CULTURA REPETIÇÕES
Sementes
(%)
Composto
(%)
Calda
bordalesa
(%)
Serviços
Manuais
(%)
Serviços
Mecânicos
(%)
Irrigação
(%)
Embalagem
(%)
Frete
(%)
Alho 1 29,8 19,9 3,1 19,3 4,7 14,1 8,6 0,5
Alho 2 27,3 18,4 2,9 18,7 4,4 13,1 14,3 0,9
Alho 3 30,8 20,6 3,2 20,0 4,9 14,6 5,6 0,3
Alho 4 27,9 18,7 2,9 19,0 4,5 13,3 13,0 0,7
Alho 5 28,6 19,1 3,0 19,1 4,6 13,7 11,2 0,7
Alho 6 28,6 19,1 3,0 19,1 4,6 13,5 11,4 0,7
Alho 7 25,2 16,9 2,7 18,1 4,1 12,0 19,8 1,2
Alho 8 23,1 15,5 2,4 17,4 3,8 11,0 25,3 1,5
Alho 9 25,8 17,2 2,7 18,5 4,1 12,2 18,4 1,1
Alho 10 21,8 14,6 2,3 17,3 3,5 10,4 28,4 1,7
Alho 11 22,5 15,1 2,4 17,4 3,6 10,8 26,6 1,6
Alho 12 24,2 16,2 2,5 17,8 3,8 11,5 22,6 1,4
Alho 13 22,1 14,8 2,3 17,5 3,5 10,6 27,5 1,7
Alho 14 22,3 15,0 2,3 17,7 3,5 10,7 26,9 1,6
MÉDIA/Alho Média Aritmética 25,7 17,2 2,7 18,4 4,1 12,3 18,5 1,1
Mediana 25,50
17,05
2,70
18,30
4,10
12,10
19,10
1,15
Desvio Padrão 3,12 2,07 0,32 0,87 0,50 1,45 7,82 0,48
Coef. Variação (%) 12,1 12,0 12,1 4,7 12,2 11,8 42,2 43,1
Máximo 30,8 20,6 3,2 20,0 4,9 14,6 28,4 1,7
Mínimo 21,8 14,6 2,3 17,3 3,5 10,4 5,6 0,3
Amplitude Total 9,0 6,0 0,9 2,7 1,4 4,2 22,8 1,4
185
Tabela 2C Base de dados e análises estatísticas realizadas para o desempenho produtivo e energético da cultura da BATATA
em sistema orgânico de produção. UFV: Viçosa, 2006
CULTURA REPETIÇÕES Produtividade Saída energia (B) Entrada energia (A)
Balanço energético
(B/A)
Produção
proteica ( C)
Custo Proteico
(C/A)
Batata 1 7.993 6.274.505 4.051.404 1,55 14,39 281.543
Batata 2 13.161 10.331.385 4.584.183 2,25 23,69 193.507
Batata 3 30.857 24.222.745 6.398.908 3,79 55,54 115.213
Batata 4 7.274 5.710.090 3.980.277 1,43 13,09 304.070
Batata 5 14.497 11.380.145 4.728.740 2,41 26,09 181.247
Batata 6 19.029 14.937.765 5.188.418 2,88 34,25 151.487
Batata 7 35.348 27.748.180 6.842.528 4,06 63,63 107.536
Batata 8 27.450 21.548.250 6.040.026 3,57 49,41 122.243
MÉDIA/Batata Média Aritmética 19.451 15.269.133 5.226.811
2,74
35,01
182.106
Mediana 16.763 13.158.955 4.958.579 2,65 30,17 166.367
Desvio Padrão 10.628 8.342.791 1.085.200 1,00 19,13 75072
Coef. Variação (%) 54,6 54,6 20,8 36,6 54,6 41,2
Máximo 35.348 27.748.180 6.842.528 4,06 63,63 304.070
Mínimo 7.274 5.710.090 3.980.277 1,43 13,09 107.536
Amplitude Total 28.074 22.038.090 2862251 2,63 50,54 196.534
MÉDIA ORGÂNICO 19.451 a 15.269.133 a 5.226.811 b 2,74 a 35,01 a 182.106 a
MÉDIA
CONVENCIONAL
25.000 a 19.625.000 a 9.918.136 a 1,98 a 45,00 a 220.403 a
Comparação Teste t t-calculado 1,48 1,48 12,23 2,16 1,48 1,44
G.L. 7 7 7 7 7 7
t-tabelado 5% 2,36 2,36 2,36 2,36 2,36 2,36
Não-Sig. Não-Sig. Sig. Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig.
Continua...
186
Tabela 2C, Cont.
CULTURA REPETIÇÕES Sementes (%) Composto (%)
Calda
bordalesa (%)
Serviços
Manuais (%)
Serviços
Mecânicos (%)
Irrigação (%)
Embalagem
(%)
Frete (%)
Batata 1 23,8 19,0 3,8 12,2 4,5 17,2 17,8 1,7
Batata 2 21,1 16,8 3.3 11,3 4,0 15,2 25,8 2,5
Batata 3 15,1 12,0 2,4 9,1 2,9 10,9 43,4 4,2
Batata 4 24,3 19,4 3,8 12,4 4,6 17,5 16,4 1,6
Batata 5 20,4 16,3 3,2 11,2 3,9 14,7 27,6 2,7
Batata 6 18,6 14,9 2,9 10,4 3,5 13,4 33,0 3,3
Batata 7 14,1 11,3 2,2 8,6 2,7 10,1 46,5 4,5
Batata 8 16,0 12,8 2,5 9,3 3,0 11,5 40,9 4,0
MÉDIA/Batata Média Aritmética 19,2 15,3 3,0 10,6 3,6 13,8 31,4 3,1
Mediana 19,5 15,6 3,1 10,8 3,7 14,05 30,3 3,0
Desvio Padrão 3,88 3,09 0,62 1,45 0,73 2,82 11,47 1,12
Coef. Variação (%) 20,3 20,2 20,5 13,7 20,0 20,4 36,5 36,5
Máximo 24,3 19,4 3,8 12,4 4,6 17,5 46,5 4,5
Mínimo 14,1 11,3 2,2 8,6 2,7 10,1 16,4 1,6
Amplitude Total 10,2 8,1 1,6 3,8 1,9 7,4 30,1 2,9
187
Tabela 2D Base de dados e análises estatísticas realizadas para o desempenho produtivo e energético da cultura da BATATA-
BAROA em sistema orgânico de produção. UFV: Viçosa, 2006
CULTURA REPETIÇÕES Produtividade Saída energia (B)
Entrada energia
(A)
Balanço
energético (B/A)
Produção proteica
(C )
Custo proteico
(A/C)
Batata-baroa 1 9.034 11.292.500 3.094.926 3,65 13,55 228.408
Batata-baroa 2 34.946 43.682.500 7.150.392 6,11 52,42 136.406
Batata-baroa 3 8.156 10.195.000 2.960.480 3,44 12,23 242.067
Batata-baroa 4 11.695 14.618.750 3.528.583 4,14 17,54 201.173
Batata-baroa 5 14.439 18.048.750 3.948.020 4,57 21,66 182.272
Batata-baroa 6 17.823 22.278.750 4.477.629 4,98 26,73 167.513
Batata-baroa 7 15.833 19.853.750 4.197.557 4,76 23,75 176.739
Batata-baroa 8 4.773 5.996.250 2.446.389 2,44 7,16 341.674
Batata-baroa 9 21.497 26.871.250 5.053.241 5,32 32,25 156.690
MÉDIA/Batata-baroa Média Aritmética 15.355 19.204.167 4.095.246 4,38
23,03
203.660
Mediana 14.439 18.048.750 3.948.020 4,57 21,66 182.272
Desvio Padrão 8.985 11.227.297 1.403.487 1,10 13,48 61.603
Coef. Variação (%) 58,5 58,5 34,3 25,1 58,5 30,2
Máximo 34.946 43.682.500 7.150.392 6,11 52,42 341.674
Mínimo 4.773 5.996.250 2.446.389 2,44 7,16 136.406
Amplitude Total 30.173 37.686.250 4.704.003 3,67 45,26 205.269
MÉDIA ORGÂNICO 15.355 a 19.204.167 a 4.095.246 a 4,38 a 23,03 a 203.660 a
MÉDIA CONVENCIONAL 15.000 a 18.750.000 a 3.625.512 a 5,17 a 22,50 a 161.134 a
Comparação Teste t t-calculado 0,12 0,12 1,00 2,17 0,12 2,07
G.L. 8 8 8 8 8 8
t-tabelado 5% 2,31 2,31 2,31 2,31 2,31 2,31
Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig.
Continua...
188
Tabela 2D, Cont.
CULTURA REPETIÇÕES Mudas (%) Composto (%)
Serviços
Manuais (%)
Serviços
Mecânicos (%)
Irrigação (%) Embalagem (%) Frete (%)
Batata-baroa 1 1,2 16,6 15,3 5,9 16,4 42,1 2,5
Batata-baroa 2 0,5 7,2 8,0 2,6 7,1 70,3 4,3
Batata-baroa 3 1,2 17,4 16,0 6,2 17,1 39,7 2,4
Batata-baroa 4 1,0 14,6 14,2 5,2 14,4 47,7 2,9
Batata-baroa 5 0,9 13,0 12,7 4,6 12,9 52,7 3,2
Batata-baroa 6 0,8 11,5 11,4 4,1 11,4 57,3 3,5
Batata-baroa 7 0,9 12,3 12,3 4,4 12,2 54,6 3,3
Batata-baroa 8 1,5 21,1 19,4 7,5 20,7 28,1 1,7
Batata-baroa 9 0,7 10,2 10,4 3,6 10,1 61,3 3,7
MÉDIA/Batata-baroa Média Aritmética 1,0 13,8 13,3 4,9 13,6 50,4 3,1
Mediana 0,9 13,0 12,7 4,6 12,9 52,7 3,2
Desvio Padrão 0,30 4,17 3,37 1,48 4,08 12,62 0,78
Coef. Variação (%) 31,0 30,3 25,3 30,2 30,0 25,0 25,5
Máximo 1,5 21,1 19,4 7,5 20,7 70,3 4,3
Mínimo 0,5 7,2 8,0 2,6 7,1 28,1 1,7
Amplitude Total 1,0 13,9 11,4 4,9 13,6 42,2 2,6
189
Tabela 2E Base de dados e análises estatísticas realizadas para o desempenho produtivo e energético da cultura da BATATA-
DOCE em sistema orgânico de produção. UFV: Viçosa, 2006
CULTURA REPETIÇÕES Produtividade Saída energia (B) Entrada energia (A)
Balanço energético
(B/A)
Produção proteica
( C)
Custo proteico
(A/C)
Batata-doce 1 15.118 18.973.090 3.209.717 5,91 19,80 162.107
Batata-doce 2 11.288 14.166.440 2.809.813 5,04 14,79 189.981
Batata-doce 3 11.500 14.432.500 2.828.179 5,10 15,06 187.794
Batata-doce 4 33.854 42.486.770 5.117.594 8,30 44,35 115.391
Batata-doce 5 17.903 22.468.265 3.534.525 6,36 23,45 150.726
Batata-doce 6 27.758 34.836.920 4.486.449 7,76 36,36 123.390
Batata-doce 7 23.524 29.522.620 4.102.990 7,20 30,82 133.128
Batata-doce 8 41.838 52.506.690 5.936.353 8,84 54,81 108.308
Batata-doce 9 26.988 33.869.940 4.410.373 7,68 35,35 124.763
Batata-doce 10 37.319 46.835.345 5.462.786 8,57 48,89 111.736
Batata-doce 11 16.429 20.618.395 3.332.854 6,19 21,52 154.872
Batata-doce 12 10.342 12.979.210 2.713.589 4,78 13,55 200.265
Batata-doce 13 7.323 9.190.365 2.403.421 3,82 9,59 250.617
MÉDIA/Batata-doce Média Aritmética 21.630 27.145.119 3.872.973 6,58
28,33
154.852
Mediana 17.903 22.468.265 3.534.525 6,36
23,45
150.726
Desvio Padrão 11.176 14.025.798 1.141.053 1,61
14,64
42.399
Coef. Variação (%) 51,7 51,7 29,5 24,4 51,7 27,4
Máximo 41.838 52.506.690 5.936.353 8,84 54,81 250.617
Mínimo 7.323 9.190.365 2.403.421 3,82 9,59 108.308
Amplitude Total 34.515 43.316.325 3.532.932 5,02 45,22 142.310
MÉDIA ORGÂNICO 21.630 a 27.145.119 a 3.872.973 a 6,58 a 28,33 a 154.852 a
MÉDIA CONVENCIONAL 18.000 a 22.590.000 a 3.500.164 a 6,45 a 23,58 a 148.438 a
Comparação Teste t t-calculado 1,17 1,17 1,18 0,29 1,17 0,55
G.L. 12 12 12 12 12 12
t-tabelado 5% 2,18 2,18 2,18 2,18 2,18 2,18
Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig.
Continua...
190
Tabela 2E, Cont.
CULTURA REPETIÇÕES Mudas (%) Composto (%)
Serviços Manuais
(%)
Serviços Mecânicos
(%)
Irrigação (%) Embalagem (%) Frete (%)
Batata-doce 1 1,6 24,1 11,7 6,0 9,8 42,7 4,1
Batata-doce 2 1,9 27,4 12,9 6,9 11,2 36,2 3,5
Batata-doce 3 1,8 27,3 12,7 6,9 11,1 36,6 3,6
Batata-doce 4 1,0 15,1 8,6 3,8 6,2 59,5 5,8
Batata-doce 5 1,5 21,8 12,2 5,5 8,9 45,6 4,5
Batata-doce 6 1,2 17,2 9,2 4,3 7,0 55,7 5,4
Batata-doce 7 1,3 18,8 9,7 4,7 7,7 52,8 5,0
Batata-doce 8 0,9 13,0 7,9 3,3 5,3 63,4 6,2
Batata-doce 9 1,2 17,4 9,3 4,4 7,2 55,1 5,4
Batata-doce 10 1,0 14,1 8,1 3,6 5,8 61,4 6,0
Batata-doce 11 1,6 23,1 11,3 5,8 9,5 44,4 4,3
Batata-doce 12 1,9 28,4 13,2 7,1 11,6 34,4 3,4
Batata-doce 13 2,2 32,1 14,4 8,1 13,1 27,4 2,7
MÉDIA/Batata-doce Média Aritmética 1,5 21,5 10,9 5,4 8,8 47,3 4,6
Mediana 1,5 21,8 11,3 5,5 8,9 45,6 4,5
Desvio Padrão 0,41 6,11 2,17 1,53 2,48 11,55 1,12
Coef. Variação (%) 27,7 28,4 19,9 28,3 28,2 24,4 24,3
Máximo 2,2 32,1 14,4 8,1 13,1 63,4 6,2
Mínimo 0,9 13,0 7,9 3,3 5,3 27,4 2,7
Amplitude Total 1,3 19,1 6,5 4,8 7,8 36,0 3,5
191
Tabela 2F Base de dados e análises estatísticas realizadas para o desempenho produtivo e energético da cultura da CENOURA
em sistema orgânico de produção. UFV: Viçosa, 2006
CULTURA REPETIÇÕES Produtividade Saída energia (B) Entrada energia (A) Balanço energético (B/A) Produção proteica (C ) Custo proteico (A/C)
Cenoura 1 22.725 11.362.500 5.932.401 1,92 27,27 217.543
Cenoura 2 21.971 10.985.500 5.817.046 1,89 26,37 220.593
Cenoura 3 36.450 18.225.000 8.088.381 2,25 43,74 184.920
Cenoura 4 14.894 7.447.000 4.689.168 1,59 17,87 262.404
Cenoura 5 18.480 9.240.000 5.256.565 1,76 22,18 236.996
Cenoura 6 12.569 6.284.500 4.326.708 1,45 15,08 286.917
Cenoura 7 15.650 7.825.000 4.797.341 1,63 18,78 255.449
Cenoura 8 27.250 13.625.000 6.638.421 2,05 32,70 203.010
Cenoura 9 53.064 26.532.000 10.730.344 2,47 63,68 168.504
Cenoura 10 30.803 15.401.500 7.201.207 2,14 36,96 194.838
Cenoura 11 20.680 10.340.000 5.619.925 1,84 24,82 226.427
Cenoura 12 24.236 12.118.000 6.163.138 1,97 29,08 211.937
Cenoura 13 10.145 5.072.500 3.960.977 1,28 12,17 325.471
Cenoura 14 27.170 13.585.000 6.628.397 2,05 32,60 203.325
Cenoura 15 9.870 4.935.000 3.914.157 1,26 11,84 330.588
Cenoura 16 13.400 6.700.000 4.453.541 1,50 16,08 276.962
Cenoura 17 40.737 20.368.500 8.762.947 2,32 48,88 179.275
MÉDIA/Cenoura Média Aritmética 23.535 11.767.471 6.057.686 1,85
28,24
234.421
Mediana 21.971 10.985.500 5.817.046 1,89
26,37
220.593
Desvio Padrão 11.666 5.833.148 1.840.286 0,36 14,00 48.566
Coef. Variação (%) 49,6 49,6 30,4 19,3 49,6 20,7
Máximo 53.064 26.532.000 10.730.344 2,47 63,68 330.588
Mínimo 9.870 4.935.000 3.914.157 1,26 11,84 168.504
Amplitude Total 43.194 21.597.000 6.816.187 1,21 51,84 162.083
MÉDIA ORGÂNICO 23.535 a 11.767.471 a 6.057.686 a 1,85 b 28,24 a 234.421 a
MÉDIA CONVENCIONAL 28.000 a 14.000.000 a 6.036.456 a 2,32 a 33,60 a 179.656 b
Comparação Teste t t-calculado (G.L=16) 1,58 1,58 0,05 5,49 1,58 4,65
t-tabelado 5% (G.L=16) 2,12 2,12 2,12 2,12 2,12 2,12
o-Sig. Não-Sig. Não-Sig. Sig. Não-Sig. Sig.
Continua...
192
Tabela 2F, Cont.
CULTURA REPETIÇÕES Sementes (%) Composto (%)
Serviços Manuais
(%)
Serviços
Mecânicos (%)
Irrigação (%) Embalagem (%) Frete (%)
Cenoura 1 8,2 13,0 9,0 3,3 8,0 55,1 3,4
Cenoura 2 8,3 13,3 9,2 3,3 8,1 54,5 3,3
Cenoura 3 6,0 9,5 7,4 2,4 5,9 64,8 4,0
Cenoura 4 10,3 16,4 10,5 4,1 10,1 45,8 2,8
Cenoura 5 9,2 14,7 9,7 3,7 9,0 50,6 3,1
Cenoura 6 11,2 17,8 11,2 4,5 10,9 41,9 2,5
Cenoura 7 10,1 16,0 10,1 4,0 9,9 47,0 2,9
Cenoura 8 7,3 11,6 8,3 2,9 7,1 59,2 3,6
Cenoura 9 4,5 7,2 6,5 1,8 4,4 71,2 4,4
Cenoura 10 6,7 10,7 7,9 2,7 6,6 61,6 3,8
Cenoura 11 8,6 13,7 9,6 3,4 8,4 53,1 3,2
Cenoura 12 7,8 12,5 8,7 3,1 7,7 56,7 3,5
Cenoura 13 12,2 19,5 12,3 4,9 11,9 36,9 2,3
Cenoura 14 7,3 11,6 8,4 2,9 7,1 59,1 3,6
Cenoura 15 12,4 19,7 12,4 5,0 12,1 36,2 2,2
Cenoura 16 10,9 17,3 10,9 4,3 10,6 43,4 2,6
Cenoura 17 5,5 8,8 7,0 2,2 5,4 67,0 4,1
MÉDIA/Cenoura Média Aritmética 8,6 13,7 9,4 3,4 8,4 53,2 3,3
Mediana 8,3 13,3 9,2 3,3 8,1 54,5 3,3
Desvio Padrão 2,32 3,68 1,73 0,93 2,25 10,27 0,64
Coef. Variação (%) 26,9 26,8 18,5 27,0 26,7 19,3 19,7
Máximo 12,4 19,7 12,4 5,0 12,1 71,2 4,4
Mínimo 4,5 7,2 6,5 1,8 4,4 36,2 2,2
Amplitude Total 7,9 12,5 5,9 3,2 7,7 35,0 2,2
193
Tabela 2G Base de dados e análises estatísticas realizadas para o desempenho produtivo e energético da cultura da COUVE-
FLOR em sistema orgânico de produção. UFV: Viçosa, 2006
CULTURA REPETIÇÕES Produtividade Saída energia (B) Entrada energia (A)
Balanço energético
(B/A)
Produção proteica
(C)
Custo proteico
(A/C)
Couve-flor 1 7.395 2.218.500 2.590.562 0,86 18,49 140.106
Couve-flor 2 4.835 1.450.500 2.749.334 0,53 12,09 227.406
Couve-flor 3 3.987 1.196.100 2.758.972 0,43 9,97 276.727
Couve-flor 4 19.304 5.791.200 3.623.061 1,60 48,26 75.074
Couve-flor 5 17.346 5.203.800 3.544.031 1,47 43,36 81.735
Couve-flor 6 15.605 4.681.500 3.652.710 1,28 39,01 93.635
Couve-flor 7 8.680 2.604.000 2.937.570 0,89 21,70 135.372
Couve-flor 8 13.691 4.107.300 3.556.367 1,15 34,23 103.896
Couve-flor 9 14.708 4.412.400 3.478.016 1,27 36,77 94.588
Couve-flor 10 18.228 5.468.400 3.703.592 1,48 45,57 81.273
Couve-flor 11 16.944 5.083.200 3.585.493 1,42 42,36 84.643
Couve-flor 12 23.508 7.052.400 3.720.856 1,90 58,77 63.312
MÉDIA/Couve-flor Média Aritmética 13.686 4.105.775 3.325.047 1,19
34,22
121.481
Mediana 15.157 4.546.950 3.550.199 1,28
37,89
94.112
Desvio Padrão 6.138 1.841.450 429.622 0,44 15,34 65.892
Coef. Variação (%) 44,9 44,9 12,9 36,8 44,8 54,2
Máximo 23.508 7.052.400 3.720.856 1,90 58,77 276.727
Mínimo 3.987 1.196.100 2.590.562 0,43 9,97 63.312
Amplitude Total 19.521 5.856.300 1.130.294 1,46 48,80 213.415
MÉDIA ORGÂNICO 13.686 a 4.105.775 a 3.325.047 b 1,19 a 34,22 a 121.481 a
MÉDIA CONVENCIONAL 15.000 a 4.500.000 a 4.504.764 a 1,00 a 37,50 a 120.127 a
Comparação Teste t t-calculado 0,74 0,74 9,51 1,50 0,74 0,07
G.L. 11 11 11 11 11 11
t-tabelado 5% 2,20 2,20 2,20 2,20 2,20 2,20
Não-Sig. Não-Sig. Sig. Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig.
Continua...
194
Tabela 2G, Cont.
CULTURA REPETIÇÕES Sementes (%) Composto (%)
Serviços
Manuais (%)
Serviços
Mecânicos (%)
Irrigação (%) Embalagem (%) Frete (%)
Couve-flor 1 2,3 29,8 9,9 7,1 18,3 30,1 2,5
Couve-flor 2 2,2 28,0 8,9 6,7 17,2 35,5 1,5
Couve-flor 3 2,2 27,9 8,9 6,7 17,1 35,9 1,3
Couve-flor 4 1,7 21,3 ,8 5,1 13,1 46,1 4,7
Couve-flor 5 1,7 21,8 ,8 5,2 13,3 45,7 4,3
Couve-flor 6 1,7 21,1 7,7 5,0 12.9 47,8 3,8
Couve-flor 7 2,1 26,2 8,7 6,3 16,1 38,0 2,6
Couve-flor 8 1,7 21,7 7,8 5,2 13,3 46,9 3,4
Couve-flor 9 1,7 22,2 7,9 5,3 13,6 45,6 3,7
Couve-flor 10 1,6 20,8 7,8 5,0 12,8 47,7 4,3
Couve-flor 11 1,7 21,5 7,9 5,1 13,2 46,4 4,2
Couve-flor 12 1,6 20,7 8,0 4,9 12,7 46,5 5,6
MÉDIA/Couve-flor Média Aritmética 1,9 23,6 8,3 5,6 14,5 42,7 3,5
Mediana 1,7 21,8 8,0 5,2 13,3 45,9 3,8
Desvio Padrão 0,26 3,36 0,67 0,81 2,07 6,07 1,29
Coef. Variação (%) 14,3 14,2 8,0 14,4 14,3 14,2 37,0
Máximo 2,3 29,8 9,9 7,1 18,3 47,8 5,6
Mínimo 1,6 20,7 7,7 4,9 12,7 30,1 1,3
Amplitude Total 0,7 9,1 2,2 2,2 5,6 17,7 4,3
195
Tabela 2H Base de dados e análises estatísticas realizadas para o desempenho produtivo e energético da cultura do REPOLHO
em sistema orgânico de produção. UFV: Viçosa, 2006
CULTURA REPETIÇÕES Produtividade Saída energia (B) Entrada energia (A) Balanço energético (B/A) Produção proteica (C) Custo proteico (A/C)
Repolho 1 25.760 6.440.000 2.678.040 2,40 36,06 74.266
Repolho 2 57.204 14.301.000 3.236.441 4,42 80,09 40.410
Repolho 3 71.598 17.899.500 3.593.896 4,98 100,24 35.853
Repolho 4 31.525 7.881.250 2.915.011 2,70 44,14 66.040
Repolho 5 71.285 17.821.250 3.627.365 4,91 99,80 36.346
Repolho 6 52.027 13.006.750 3.099.905 4,20 72,84 42.558
Repolho 7 50.656 12.664.000 3.375.610 3,75 70,92 47.597
Repolho 8 52.355 13.088.750 3.216.824 4,07 73,30 43.886
Repolho 9 65.670 16.417.500 3.601.330 4,56 91,94 39.170
Repolho 10 52.886 13.221.500 3.507.604 3,77 74,04 47.374
Repolho 11 62.657 15.664.250 3.537.540 4,43 87,72 40.328
Repolho 12 66.778 16.694.500 3.676.576 4,54 93,49 39.326
Repolho 13 51.545 12.886.250 3.263.021 3,95 72,16 45.219
Repolho 14 71.928 17.982.000 3.640.184 4,94 100,70 36.149
Repolho 15 45.924 11.481.000 3.309.267 3,47 64,29 51.474
MÉDIA/Repolho Média Aritmética 55.320 13.829.967 3.351.908 4,07
77,45
45.733
Mediana 52.886 13.221.500 3.375.610 4,20
74,04
42.558
Desvio Padrão 13.839 3.459.790 292.062 0,77 19,38 11.015
Coef. Variação (%) 25,0 25,0 8,7 18,8 25,0 24,1
Máximo 71.928 17.982.000 3.676.576 4,98 100,70 74.266
Mínimo 25.760 6.440.000 2.678.040 2,40 36,06 35.853
Amplitude Total 46.168 11.542.000 998.536 2,58 64,64 38.413
MÉDIA ORGÂNICO 55.320 a 13.829.967 a 3.351.908 b 4,07 a 77,45 a 45.733 b
MÉDIA CONVENCIONAL 47.102 b 11.775.500 b 7.275.434 a 1,62 b 65,94 b 110.334 a
Comparação Teste t t-calculado 2,30 2,30 52,03 12,40 2,30 22,71
G.L. 14 14 14 14 14 14
t-tabelado 5% 2,14 2,14 2,14 2,14 2,14 2,14
Sig. Sig. Sig. Sig. Sig. Sig.
Continua...
196
Tabela 2H, Cont.
CULTURA REPETIÇÕES Sementes (%) Composto (%)
Serviços Manuais
(%)
Serviços Mecânicos
(%)
Irrigação (%) Embalagem (%) Frete (%)
Repolho 1 15,2 28,7 10,3 6,9 17,7 12,7 8,5
Repolho 2 12,6 23,8 10,8 5,7 14,6 16,9 15,6
Repolho 3 11,4 21,4 10,4 5,1 13,2 21,0 17,5
Repolho 4 14,0 26,5 10,0 6,3 16,2 17,5 9,5
Repolho 5 11,3 21,2 10,3 5,1 13,0 21,8 17,3
Repolho 6 13,2 24,8 11,3 5,9 15,3 14,7 14,8
Repolho 7 12,1 22,8 9,8 5,5 14,0 22,6 13,2
Repolho 8 12,7 24,0 10,6 5,7 14,7 18,0 14,3
Repolho 9 11,3 21,4 10,4 5,1 13,1 22,7 16,0
Repolho 10 11,6 22,0 10,0 5,2 13,5 24,4 13,3
Repolho 11 11,6 21,8 10,6 5,2 13,4 21,8 15,6
Repolho 12 11,1 21,0 10,2 5,0 12,9 23,8 16,0
Repolho 13 12,5 23,7 10,2 5,6 14,5 19,6 13,9
Repolho 14 11,2 21,2 10,3 5,1 13,0 21,8 17,4
Repolho 15 12,3 23,3 9,8 5,6 14,3 22,5 12,2
MÉDIA/Repolho Média Aritmética 12,3 23,2 10,3 5,5 14,2 20,1 14,3
Mediana 12,1 22,8 10,3 5,5 14,0 21,8 14,8
Desvio Padrão 1,16 2,20 0,39 0,53 1,36 3,44 2,70
Coef. Variação (%) 9,5 9,5 3,8 9,6 9,6 171 18,8
Máximo 15,2 28,7 11,3 6,9 17,7 24,4 17,5
Mínimo 11,1 21,0 9,8 5,0 12,9 12,7 8,5
Amplitude Total 4,1 7,7 1,5 1,9 4,8 11,7 9,0
197
Tabela 2I Base de dados e análises estatísticas realizadas para o desempenho produtivo e energético da cultura do TARO em
sistema orgânico de produção. UFV: Viçosa, 2006
CULTURA REPETIÇÕES Produtividade Saída energia (B) Entrada energia (A)
Balanço
energético (B/A)
Produção proteica
( C)
Custo proteico
(A/C)
Taro 1 18.548 12.390.064 4.543.008 2,73 27.82 163.300
Taro 2 14.262 9.527.016 4.160.612 2,29 21.39 194.512
Taro 3 34.330 22.932.440 5.867.450 3,91 51.50 113.931
Taro 4 26.186 17.492.248 5.180.303 3,38 39.28 131.881
Taro 5 25.167 16.811.556 5.097.896 3,30 37.75 135.044
Taro 6 24.338 16.257.784 5.021.440 3,24 36.50 137.574
MÉDIA/Taro Média Aritmética 23.805 15.901.851 4.978.452
3,14
35.71
146.040
Mediana 24.753 16.534.670 5.059.668
3,27
37.13
136.309
Desvio Padrão 6.889 4.601.825 584.063 0,56 10.34 28.536
Coef. Variação (%) 28,9 28,9 11,7 17,9 28,9 19,5
Máximo 34.330 22.932.440 5.867.450 3,91 51.50 194.512
Mínimo 14.262 9.527.016 4.160.612 2,29 21.39 113.931
Amplitude Total 20.068 13.405.424 1.706.838 1,62 30.11 80.581
MÉDIA ORGÂNICO 23.805 a 15.901.851 a 4.978.452 a 3,14 a 35.71 a 146.040 a
MÉDIA CONVENCIONAL 20.000 a 13.360.000 a 5.089.238 a 2,63 a 30.00 a 169.641 a
Comparação Teste t t-calculado 1,35 1,35 0,46 2,25 1,35 2,03
G.L. 5 5 5 5 5 5
t-tabelado 5% 2,57 2,57 2,57 2,57 2,57 2,57
Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig. Não-Sig.
Continua...
198
Tabela 2I, Cont.
CULTURA REPETIÇÕES Mudas (%) Composto (%)
Serviços Manuais
(%)
Serviços Mecânicos
(%)
Irrigação (%) Embalagem (%) Frete (%)
Taro 1 30,6 11,3 9,9 4,0 11,2 29,4 3,6
Taro 2 33,3 12,4 10,0 4,4 12,2 24,7 3,0
Taro 3 23,7 8,8 8,5 3,1 8,6 42,2 5,1
Taro 4 26,8 9,9 9,1 3,6 9,8 36,4 4,4
Taro 5 27,2 10,1 9,2 3,6 10,0 35,6 4,3
Taro 6 27,6 10,2 9,4 3,7 10,1 34,7 4,3
MÉDIA/Taro Média Aritmética 28,2 10,5 9,4 3,7 10,3 33,8 4,1
Mediana 27,4 10,2 9,3 3,7 10,1 35,2 4,3
Desvio Padrão 3,33 1,24 0,55 0,44 1,24 6,06 0,73
Coef. Variação (%) 11,8 11,9 5,9 11,7 12,0 17,9 17,6
Máximo 33,3 12,4 10,0 4,4 12,2 42,2 5,1
Mínimo 23,7 8,8 8,5 3,1 8,6 24,7 3,0
Amplitude Total 9,6 3,6 1,5 1,3 3,6 17,5 2,1
199
Tabela 2J Base de dados e análises estatísticas realizadas para o desempenho produtivo e energético da cultura do TOMATE
em sistema orgânico de produção. UFV: Viçosa, 2006
CULTURA REPETIÇÕES Produtividade Saída energia (B) Entrada energia (A)
Balanço
energético (B/A)
Produção proteica
(C)
Custo proteico
(A/C)
Tomate 1 48.072 12.018.000 10.766.399 1,12 57,69 186625
Tomate 2 51.641 12.910.250 11.328.686 1,14 61,97 182809
Tomate 3 26.050 6.512.500 7.323.725 0,89 31,26 234284
Tomate 4 31.321 7.830.250 8.128.990 0,96 37,59 216254
Tomate 5 43.153 10.788.250 9.988.551 1,08 51,78 192904
Tomate 6 32.527 8.131.750 8.421.523 0,97 39,03 215771
Tomate 7 26.694 6.673.500 7.453.472 0,90 32,03 232703
Tomate 8 33.560 8.390.000 8.512.453 0,99 40,27 211384
Tomate 9 17.890 4.472.500 6.066.877 0,74 21,47 282575
MÉDIA/Tomate Média Aritmética 34.545 8.636.333 8.665.631
0,97
41,45
217257
Mediana 32.527 8.131.750 8.421.523
0,97
39,03
215771
Desvio Padrão 11.045 2.761.311 1.719.368 0,13 13,25 30.722
Coef. Variação (%) 32,0 32,0 19,8 13,0 32,0 14,1
Máximo 51.641 12.910.250 11.328.686 1,14 62,0 282.575
Mínimo 17.890 4.472.500 6.066.877 0,74 21,5 182.809
Amplitude Total 33.751 8.437.750 5.261.809 0,40 40,5 99.765
MÉDIA ORGÂNICO 34.545 b 8.636.333 b 8.665.631 b 0,97 a 41,45 b 217.257 b
MÉDIA CONVENCIONAL 55.000 a 13.750.000 a 16.641.459 a 0,83 b 66,00 a 252.143 a
Comparação Teste t t-calculado 5,56 5,56 13,92 3,51 5,56 3,41
G.L. 8 8 8 8 8 8
t-tabelado 5% 2,31 2,31 2,31 2,31 2,31 2,31
Sig. Sig. Sig. Sig. Sig. Sig.
Continua...
200
Tabela 2J, Cont.
CULTURA REPETIÇÕES
Sementes
(%)
Composto (%)
Caldas e
insumos
biológicos
(%)
Outros
Insumos (%)
Serviços
Manuais (%)
Serviços
Mecânicos
(%)
Irrigação (%)
Embalagem
(%)
Frete (%)
Tomate 1 0,1 7,2 3,1 3,9 9,7 1,7 6,2 64,2 3,9
Tomate 2 0,1 6,8 2,9 3,7 9,4 1,6 5,9 65,6 4,0
Tomate 3 0,1 10,5 4,6 5,7 13,2 2,5 9,1 51,2 3,1
Tomate 4 0,1 9,5 4,1 5,1 11,9 2,3 8,2 55,4 3,4
Tomate 5 0,1 7,7 3,3 4,2 10,2 1,8 6,6 62,3 3,8
Tomate 6 0,1 9,2 4,0 4,9 12,8 2,2 7,9 55,5 3,4
Tomate 7 0,1 10,3 4,4 5,6 13,4 2,5 8,9 51,6 3,2
Tomate 8 0,1 9,1 3,9 4,9 11,8 2,2 7,8 56,7 3,5
Tomate 9 0,1 12,7 5,5 6,9 15,8 3,0 10,9 42,5 2,6
MÉDIA/Tomate Média Aritmética 0,1 9,2 4,0 5,0 12,0 2,2 7,9 56,1 3,4
Mediana 0,1 9,2 4,0 4,9 11,9 2,2 7,9 55,5 3,4
Desvio Padrão 0,00 1,85 0,81 1,00 2,06 0,45 1,59 7,29 0,44
Coef. Variação (%) 0,0 20,0 20,5 20,1 17,1 20,3 20,0 13,0 12,8
Máximo 0,1 12,7 5,5 6,9 15,8 3,0 10,9 65,6 4,0
Mínimo 0,1 6,8 2,9 3,7 9,4 1,6 5,9 42,5 2,6
Amplitude Total 0,0 5,9 2,6 3,2 6,4 1,4 5,0 23,1 1,4
201
ANEXO 3
Base de dados e análises
estatísticas das médias do sistema
orgânico
202
Tabela 3A Detalhamento dos dados médios para 1 ha do sistema orgânico e
análises estatísticas aplicadas
ORGÂNICO REPETIÇÕES Produtividade
Saída energia
(B)
Entrada energia
(A)
Balanço
(B/A)
Abóbora
1
7.326
2.930.333 1.598.512 1,81
Alho
2
6.102
8.176.967 4.539.328 1,72
Batata
3
19.451
15.269.133 5.226.811 2,74
Batata-baroa
4
15.355
19.204.167 4.095.246 4,38
Batata-doce
5
21.630
27.145.119 3.872.973 6,58
Cenoura
6
23.535
11.767.471 6.057.686 1,85
Couve-flor
7
13.686
4.105.775 3.325.047 1,19
Repolho
9
55.320
13.829.967 3.351.908 4,07
Taro
8
23.805
15.901.851 4.978.452 3,14
Tomate
10
34.545
8.636.333 8.665.631 0,97
Média Aritmética 22.075 12.696.712 4.571.159 2,78
Desvio Padrão 14.380 7.274.328 1.890.361 1,75
C.V. (%) 65,1 57,3 41,4 62,9
Máximo 55.320 27.145.119 8.665.631 6,58
Mínimo 6.102 2.930.333 1.598.512 0,97
Amplitude Total 49.218 24.214.786 7.067.119 5,61
CONVENCIONAL REPETIÇÕES Produtividade
Saída energia
(B)
Entrada energia
(A)
Balanço
(B/A)
Abóbora
1
8.500
3.400.000 3.990.032 0,85
Alho
2
6.350
8.509.000 7.083.441 1,20
Batata
3
25.000
19.625.000 9.918.136 1,98
Batata-baroa
4
15.000
18.750.000 3.625.512 5,17
Batata-doce
5
18.000
22.590.000 3.500.164 6,45
Cenoura
6
28.000
14.000.000 6.036.456 2,32
Couve-flor
7
15.000
4.500.000 4.504.764 1,00
Repolho
9
47.102
11.775.500 7.275.434 1,62
Taro
8
20.000
13.360.000 5.089.238 2,63
Tomate
10
55.000
13.750.000 16.641.459 0,83
Média Aritmética 23.795 13.025.950 6.766.464 1,93
Desvio Padrão 15.906 6.295.369 4.007.108 1,92
C. V. (%) 66,8 48,3 59,2 99,8
Máximo 55000.0 22590000.0 16641459.0 6,45
nimo 6350.0 3400000.0 3500164.0 0,83
Amplitude Total 48650.0 19190000.0 13141295.0 5,63
Teste H max. H-calculado 1,22 0,75 4,49 1,21
H-tabelado (2;9) 4,03 4,03 4,03 4,03
Iguais Iguais Diferentes Iguais
Var. comum 2.299 . 10
9
4.627 . 10
13
- 3.3734
MÉDIA ORGÂNICO 22.075 A 12.696.712 A 4.571.159 A 2,78 A
MÉDIA CONVENCIONAL 23.795 A 13.025.950 A 6.766.464 A 1,93 A
Teste 't' a 5% t-calculado 0,25 0,11 1,57 1,04
G.L. 18 18 16 18
t-tabelado (5%) 2,10 2,10 2,12 2,10
Não-sig. Não-sig. Não-sig. Não-sig.
Continua...
203
Tabela 3A, Cont.
ORGÂNICO REPETIÇÕES
Produção
proteica ( C )
Custo
proteico
(A/C)
Sementes/
Mudas (%)
Composto
(%)
Caldas e
insumos
Abóbora 1 8,79 229.644 25,6 24.1 0.0
Alho 2 32,34 185.947 25,7 17.2 2.7
Batata 3 35,01 182.106 19,2 15.3 3.0
Batata-baroa 4 23,03 203.660 1,0 13.8 0.0
Batata-doce 5 28,33 154.852 1,5 21.5 0.0
Cenoura 6 28,24 234.421 8,6 13.7 0.0
Couve-flor 7 34,22 121.481 1,9 23.6 0.0
Repolho 9 77,45 45.733 12,3 23.3 0.0
Taro 8 35,71 146.040 28,2 10.5 0.0
Tomate 10 41,45 217.257 0,1 9.2 4.0
Média Aritmética 34,46 172.114 12,4 17.2 1.0
Desvio Padrão 17,54 57.764 11,41 5.58 1.59
C.V. (%) 50,9 33,6 91,9 32.4 164.4
Máximo 77,45 234.421 28,2 24.1 4.0
Mínimo 8,79 45.733 0,1 9.2 0.0
Amplitude Total 68.66 188.688 28,1 14.9 4.0
CONVENCIONAL REPETIÇÕES
Produção
proteica ( C )
Custo
proteico
(A/C)
Sementes/
Mudas (%)
Esterco
galinha
(%)
Nitrogênio
(%)
Abóbora 1 10,20 391.180 10,3 3,0 34,3
Alho 2 33,65 210.503 16,3 4,2 19,0
Batata 3 45,00 220.403 9,7 0,0 28,7
Batata-baroa 4 22,50 161.134 1,0 4,1 0,0
Batata-doce 5 23,58 148.438 1,5 4,3 25,6
Cenoura 6 33,60 179.656 8,0 4,0 29,6
Couve-flor 7 37,50 120.127 1,3 4,0 49,6
Repolho 9 65,94 110.334 5,6 3,3 30,6
Taro 8 30,00 169.641 27,3 5,9 17,4
Tomate 10 66,00 252.143 2,0 1,8 35,7
Média Aritmética 36,80 196.356 8,3 3,5 27,1
Desvio Padrão 18,02 81.368 8,34 1,60 13,12
C.V. (%) 49,0 41,4 100,5 46,4 48,5
Máximo 66,00 391.180 27,3 5,9 49,6
Mínimo 10,20 110.334 1,0 0,0 0,0
Amplitude Total 55,80 280.846 26,3 5,9 49,6
Teste H max. H-calculado 1,06 1,98 - - -
H-tabelado (2;9) 4,03 4,03 - - -
Iguais Iguais - - -
Var. comum 316.2226 4978706109 - - -
MÉDIA ORGÂNICO 34,46 A 172.114 A - - -
MÉDIA CONVENCIONAL 36,80 A 196.356 A - - -
Teste 't' a 5% t-calculado 0,29 0,77 - - -
G.L. 18 18 - - -
t-tabelado (5%) 2,10 2,10 - - -
Não-sig. Não-sig. - - -
Continua...
204
Tabela 3A, Cont.
ORGÂNICO REPETIÇÕES
Outros
Insumos (%)
Serviços
Manuais
(%)
Serviços
Mecânicos
(%)
Irrigação (%)
Embalagem
(%)
Abóbora
1 0,0 7,8 11,5 22,6 4,4
Alho
2 0,0 18,4 4,1 12,3 18,5
Batata
3 0,0 10,6 3,6 13,8 31,4
Batata-baroa
4 0,0 13,3 4,9 13,6 50,3
Batata-doce
5 0,0 10,9 5,4 8,8 47,3
Cenoura
6 0,0 9,4 3,4 8,4 53,2
Couve-flor
7 0,0 8,3 5,6 14,5 42,6
Repolho
9 0,0 10,3 5,5 14,2 20,1
Taro
8 0,0 9,4 3,7 10,3 33,8
Tomate
10 5,0 12,0 2,2 7,9 56,2
Média Aritmética 0,5 11,0 5,0 12,6 35,8
Desvio Padrão 1,58 3,06 2,54 4,32 17,20
C.V. (%) 316,2 27,7 50,8 34,2 48,1
Máximo 5,0 18,4 11,5 22,6 56,2
Mínimo 0,0 7,8 2,2 7,9 4,4
Amplitude Total 5,0 10,6 9,3 14,7 51,8
CONVENCIONAL REPETIÇÕES Fósforo (%) Potássio (%)
Pesticidas
(%)
Outros
insumos (%)
Serviços
Manuais (%)
Abóbora
1 7,7 7,4 10,6 4,6 3,2
Alho
2 10,6 4,0 18,2 3,0 11,1
Batata
3 12,7 6,1 21,8 1,8 4,9
Batata-baroa
4 14,9 4,0 32,1 5,1 14,8
Batata-doce
5 15,4 5,5 4,8 5,3 9,8
Cenoura
6 19,9 6,4 4,9 3,1 7,6
Couve-flor
7 2,0 10,6 2,7 4,0 6,1
Repolho
9 16,5 6,6 5,0 2,5 5,1
Taro
8 10,6 3,7 0,0 3,6 7,7
Tomate
10 14,5 7,7 21,0 1,1 7,5
Média Aritmética 12,5 6,2 12,1 3,4 7,8
Desvio Padrão 5,05 2,10 10,56 1,38 3,40
C.V. (%) 40,5 33,9 87,2 40,6 43,6
Máximo 19,9 10,6 32,1 5,3 14,8
Mínimo 2,0 3,7 0,0 1,1 3,2
Amplitude Total 17,9 6,9 32,1 4,2 11,6
Continua...
205
Tabela 3A, Cont.
ORGÂNICO REPETIÇÕES Frete (%) - - -
Abóbora
1 4,0 - - -
Alho
2 1,1 - - -
Batata
3 3,1 - - -
Batata-baroa
4 3,1 - - -
Batata-doce
5 4,6 - - -
Cenoura
6 3,3 - - -
Couve-flor
7 3,5 - - -
Repolho
9 14,3 - - -
Taro
8 4,1 - - -
Tomate
10 3,4 - - -
Média Aritmética 4,5 - - -
Desvio Padrão 3,58 - - -
C.V. (%) 80,5 - - -
Máximo 14,3 - - -
Mínimo 1,1 - - -
Amplitude Total 13,2 - - -
CONVENCIONAL REPETIÇÕES
Serviços
Mecânicos (%) Irrigação (%) Embalagem (%) Frete (%)
Abóbora
1 4,6 9,0 3,4 1,9
Alho
2 2,6 7,8 2,4 0,8
Batata
3 1,9 7,0 3,2 2,2
Batata-baroa
4 5,1 14,0 1,3 3,6
Batata-doce
5 5,5 9,0 8,8 4,5
Cenoura
6 3,2 7,8 1,4 4,1
Couve-flor
7 4,1 10,6 2,1 2,9
Repolho
9 2,5 6,5 10,1 5,7
Taro
8 3,6 10,0 6,7 3,5
Tomate
10 0,8 4,0 1,0 2,9
Média Aritmética 3,4 8,6 4,0 3,2
Desvio Padrão 1,48 2,68 3,30 1,40
C.V. (%) 43,7 31,3 81,6 43,6
Máximo 5,5 14,0 10,1 5,7
Mínimo 0,8 4,0 1,0 0,8
Amplitude Total 4,7 10,0 9,1 4,9
206
ANEXO 4
Conversão de unidades de medidas
de energia
207
Tabela 4A Conversão de unidades de medidas de energia adaptado de Ferraro Júnior (1999) e Ministério... (2005)
Medidas BTU Kcal Joule Hp TEP Kwh
1 BTU =
1 0,252 1.055 0,0004 2,5 x 10
-8
0,00029
1 Kcal =
4 1 4.184 5,0 x 10
-7
1,0 x 10
-7
3,8 x 10
-7
1 Joule =
0,00095 0,000239 1 3,7 x 10
-7
2,39 x 10
-11
2,8 x 10
-7
1 Hp =
2.500 640 2.700.000 1
-
0,77
1 TEP =
4,0 x 10
7
10,0 x 10
6
41,84 x 10
9
- 1 11,63 x 10
3
1 Kwh =
3.400 860 3.600.000 1,3 8,6 x 10
-5
1
(K) Kilo = x 10
3
; (M) Mega = x 10
6
; (G) Giga = x 10
9
; (T) Tera = x 10
12
; (P) Peta = x 10
15
; (E) Exa = x 10
18
.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
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Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
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Baixar livros de Educação Física
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Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo