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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA
CURSO DE MESTRADO EM ECONOMIA RURAL
ETEVALDO ALMEIDA SILVA
COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES DE PLANTAS VIVAS E PRODUTOS DE
FLORICULTURA DO CEARÁ E DO BRASIL NO PERÍODO DE 1998 A 2004
FORTALEZA
2006
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ETEVALDO ALMEIDA SILVA
COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES DE PLANTAS VIVAS E PRODUTOS DE
FLORICULTURA DO CEARÁ E DO BRASIL NO PERÍODO DE 1998 A 2004
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-
Graduação em Economia Rural do Departamento de Economia
Agrícola, da Universidade Federal do Ceará, como requisito
parcial para obtenção do grau de mestre em Economia Rural.
Orientadora: Profª. Dra. Patrícia Verônica P. Sales Lima
FORTALEZA
2006
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FICHA CATALOGRÁFICA
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Elvira Fernandes de Araújo Oliveira CRB4/1162
S 586 Silva, Etevaldo Almeida
Competitividade das exportações de plantas vivas e
produtos de floricultura do Ceará e do Brasil de 1998 a 2004.
/ Etevaldo Almeida Silva. -- Fortaleza, 2006.
78f ; 30cm; il.
Orientador: Prof.ª Dra. Patrícia Verônica P. Sales Lima
Dissertação (Mestrado em Economia Rural)–
Universidade Federal do Ceará, 2006.
1. Floricultura 2. Plantas Vivas 3. Exportação
I. Título
CDD: 338.47 631 53
ETEVALDO ALMEIDA SILVA
COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES DE PLANTAS VIVAS E PRODUTOS DE
FLORICULTURA DO CEARÁ E DO BRASIL NO PERÍODO DE 1998 A 2004
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-
Graduação em Economia Rural do Departamento de
Economia Agrícola, da Universidade Federal do Ceará, como
requisito parcial para obtenção do grau de mestre em
Economia Rural.
Aprovada em 04/09/2006
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Profª Dra. Patrícia Verônica P. S. Lima (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará UFC
____________________________________________
Profº Dr. Francisco Soares de Lima
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN
____________________________________________
Profº Ph.D. Ruben Dario Mayorga
Universidade Federal do Ceará UFC
A meus pais: Raimundo Pereira da Silva e Maria Izabel
Almeida Silva, pelo amor, dedicação e sobretudo pelo
esforço destinado a educação dos filhos. Aos meus irmãos:
Telma, Everardo, Francisco, Ana Lúcia e Erisvaldo, pelo apoio
e carinho dedicados a mim nesta longa caminhada.
D E D I C O
AGRADECIMENTOS
A Deus que por intermédio do Espirito Santo me ilumina e dá força em toda minha
caminhada.
A Universidade Federal do ceará – UFC, através do Departamento de Economia Agrícola,
pela oportunidade dada para realização do Curso de Mestrado.
A Fundação Cearense de apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FUNCAP,
pelo apoio dado através da bolsa de pesquisa.
Especialmente as Professoras Lúcia Ramos e Patrícia Verônica pela orientação e
ensinamentos maravilhosos e a professora Patrícia ao longo do Curso, meu muito obrigado.
Ao Professor Francisco Soares de Lima um agradecimento muito especial pelos longos anos
de transmissão de conhecimentos desde a graduação até os dias de hoje quando já somos
colegas de trabalho.
Ao Professor Ruben Dario Mayorga pelas relevantes contribuições dadas para a realização
deste trabalho.
Aos demais professores do Mestrado: Prof. Saeed, Newton, Luiz Artur, Rosimeiry, Irles e
Casimiro e aos funcionários do Departamento de Economia Agrícola: Mônica, Ricardo,
Margareth, João, Dermivam, Briam e Valda.
Aos meus queridos amigos de mestrado a princípio o primeiro grupo: Miguel Henrique; Júlia
Kátia; Araguaci Paixão, obrigado pelos momentos que juntos passamos: de alegrias, as vezes
de angunstias e de superação, amo vocês. Ao segundo grupo: Gisela Prata, Miriam, Wendel
Márcio, Rodrigo Mayorga, João Benigno, Pedro Silveira, Carlos Alberto, Nilson, Willy
Farias. A minha querida e inesquecível Heliana Mary, pela amizade, pelo carinho e pelos
momentos de estudos e a inesquecível Andréia Costa.
A minha amiga Célia pinheiro, pelos conselhos incentivo e apoio e a minha querida tia
Luciene Matos de Almeida pela dedicação e Carinho.
A todos os colegas da Pró Reitoria de Extensão – PROEX/UERN, obrigado por tudo.
A Madoninna del Grapa através da pessoa de Pe. Angelo por todo o apoio.
As demais amigas Fátima Freire, Lúcia Lima, Elvira Fernandes e Mayra Ribeiro.
A Delegacia Federal de Agricultura na pessoa da Dra. Otília Barros Leal de freitas e do Sr.
Cícero Rufino e a EMBRAPA na pessoa de Salmito por toda a gentileza e disponibilidade.
Em fim, a todos que contribuíram para realização desta nova conquista, meus siceros
agradecimentos.
O saber a gente aprende com os mestres e
com os livros. A sabedoria, se aprende é com
a vida e com os humildes.
(Cora Coralina)
RESUMO
O Brasil e particularmente o Estado do Ceará vem aumentando consideravelmente suas
exportações de plantas vivas e produtos de floriculrura e consequentemente vem participando
efetivamente na criação de divisas para o país. Entretanto pouco se sabe sobre a
competitividade das exportações brasileiras e cearenses com respeito a outros exportadores
nacionais. Assim, procurou-se identificar, qual o desempenho competitivo do Brasil e do
Ceará no mercado internacional desse segmento. Para atingir esta proposta foram traçados os
seguintes objetivos: Verificar a competitividade das exportações de plantas vivas e produtos
de floricultura do Ceará e do Brasil durante o período de 1998 a 2004; Identificar a existência
de políticas de incentivo à produção e comercialização de plantas vivas e produtos de
floricultura; Identificar o nível de competitividade da exportação de plantas vivas e produtos
de floricultura do Ceará e do Brasil em relação aos principais exportadores internacionais. A
análise foi pautada no conceito de competitividade compreendida como: Capacidade de uma
empresa/país permanecer no mercado através de uma posição competitiva criada para um
produto ou grupo de produtos, sendo essa, fruto de estratégias capazes de manter ou elevar
eficientemente a posição competitiva no comércio internacional. A metodologia utilizada
baseou-se na análise tabular descritiva e no cálculo de indicadores de desempenho das
exportações: Vantagem Comparativa Revelada (VCR); Taxa de Cobertura (TC); Intensidade
de Comércio; Desempenho das Exportações; Posição Relativa das Exportações e Constante
Market Share (CMS). Os resultados demonstram que o Estado do Ceará ao longo do período
analisado só foi realmente competitivo no comércio internacional de plantas vivas e produtos
de floricultura no ano de 2004, onde apresentou tanto VCR como TC superiores a unidade,
indicando que nesse ano o Estado apresentou eficiência comercial. Pelo modelo CMS,
constatou-se que de acordo com as fontes de crescimento das exportações o efeito
competitividade foi o maior responsável pelo aumento médio das exportações de plantas vivas
e produtos de floricultura do Ceará no período de 1998 a 2004. O Brasil, em todo o período,
apresentou VCR e TC superior a unidade, indicando que o país tem dinamismo comercial no
segmento em análise quando comparado aos outros países exportadores. Pelo modelo CMS,
constatou-se também que, de acordo com as fontes de crescimento das exportações, o efeito
competitividade foi o maior responsável pelo aumento médio das exportações de plantas vivas
e produtos de floricultura do País no período analisado. Os índices revelaram que o Brasil foi
competitivo no comércio mundial no período deste estudo. Ceará não foi competitivo nos
anos de 1998 a 2003, entretanto em 2004, o Estado demonstrou está se tornando um potencial
parceiro comércial deste setor.
Palavras-Chaves: Exportação, Competitividade, Indicadores de Desempenho, Floricultura,
Brasil.
ABSTRACT
Brazil and particularly the state of Ceará have considerably increased the exports of live plants
and flower-raising products and participated effectively in the opening of new boundaries to the
country. Nevertheless, little is known about competitiveness in Brazilian and Ceará Exports,
regarding other national exports. Thus, we have tried to identify what competitive performance
Brazil and Ceará have in the international market of this segment. In order to accomplish this, the
following objectives were drawn: To ascertain the exports competitiveness of live plants and
flower-raising products from Ceará and Brazil from 1998 to 2004; to identify the existence of
inducement policies for producing and commercializing live plants and flower-raising products;
to identify the level of competitiveness of the exports of live plants and flower-raising products
from Ceará and Brazil towards the main international exporters. The analysis was based in the
concept of competitiveness as: The capacity of a country/corporation to remain in the market
through a competitive position, created to a product or a group of products, which is the result of
strategies which are able to maintain or elevate the competitive position in the international
market. The methodology used was based in the descriptive tabular analysis and in the
calculation of export development indicators: Revealed Comparative Advantage (RCA);
Covering Tax (CT); Commerce Intensity; Exports Performance; Relative Position of Exports and
Constant Market Share (CMS). The results show that the state of Ceará, during the time
explored, was only competitive in the international commerce of live plants and flower-raising
products in the year 2004, when it presented both RCA and CT, indicating that in this year the
state presented commercial efficiency. Through the CMS model, we realized that according to
the sources of export increase, the competitive effect was responsible for the average increase in
the exports of live plants and flower-raising products in Ceará from 1998 to 2004. Brazil,
through the whole period, presented superior RCA and CT, indicating that the country is
commercially dynamic in the analyzed segment when compared to other countries’ exports.
Through the CMS model we found that according to the sources of export increase, the
competitive effect was the major responsible for the average increase in the exports of live plants
and flower-raising products during the analyzed period. The indexes revealed that Brazil was
competitive in the world commerce during this study. Ceará wasn’t competitive from 1998 to
2003, although in 2004, the state showed a great commercial power in this area.
Key-Words: Export, Competitiveness, performance indicators, flower-raising, Brazil.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Estrutura do comércio exterior brasileiro de plantas vivas e produtos
de floricultura em US$ FOB, 1998 a 2004............................................
26
TABELA 2 – Valor das exportações de plantas vivas e produtos de floricultura dos
principais estados exportadores do Brasil - 1998 a 2004 em US$
1.000 FOB...............................................................................................
27
TABELA 3 – Países de destino e valor das exportações de plantas vivas e produtos
de floricultura brasileiros - 1998 a 2004 em 1.000 FOB........................
28
TABELA 4 – Área plantada e número de empregos diretos do segmentro de plantas
vivas e produtos de floricultura 1999 a 2004 – Ceará..........................
30
TABELA 5 – Ceará: estrutura do comércio exterior de plantas vivas e produtos de
floricultura 1998 a 2004 em US$ 1.000 FOB......................................
32
TABELA 6 – Países de destino e valor das exportações de plantas vivas e produtos
de floricultura cearense - 1998 a 2004 em US$ 1.000 FOB...................
33
TABELA 7 – Países de origem e valor das importações de plantas vivas e produtos
de floricultura cearense - 1998 a 2004 em US$ 1.000 FOB...................
34
TABELA 8 – Valor das exportações de plantas vivas e produtos de floricultura dos
principais países exportadores do mundo - 1998 a 2004 em US$ 1.000
FOB........................................................................................................
51
TABELA 9 – Valor das importações de plantas vivas e produtos de floricultura dos
principais países importadores do mundo - 1998 a 2004 em US$
1.000 FOB..............................................................................................
52
TABELA 10 – Indicador de vantagem comparativa revelada de plantas vivas e
produtos de floricultura do Ceará e principais estados exportadores do
Brasil em relação ao comércio mundial - 1998 a 2004..........................
54
TABELA 11 – Indicador de vantagem comparativa revelada de plantas vivas e
produtos de floricultura dos principais exportadores mundiais em
relação ao comércio mundial - 1998 a 2004...........................................
56
TABELA 12 – Indicador de Taxa de Cobertura de plantas vivas e produtos de
floricultura do Ceará e principais estados exportadores do Brasil em
relação ao comércio mundial - 1998 a 2004...........................................
58
TABELA 13 – Pontos fortes e pontos fracos do Ceará e principais estados
exportadores do Brasil em relação ao comércio mundial - 1998 a
2004.......................................................................................................
59
TABELA 14 Indicador de Taxa de Cobertura de plantas vivas e produtos de
floricultura dos principais exportadores mundiais em relação ao
comércio mundial - 1998 a 2004..........................................................
60
TABELA 15 – Pontos fortes e pontos fracos dos principais países exportadores de
plantas vivas e produtos de floricultura em relação ao comércio
mundial - 1998 a 2004............................................................................
61
TABELA 16 - Indicador de Intensidade de comércio de plantas vivas e produtos de
floricultura do Ceará e seus parceiros comerciais - 1998 a 2004...........
62
TABELA 17 - Indicador de Intensidade de comércio de plantas vivas e produtos de
floricultura do Brasil e seus parceiros comerciais - 1998 a 2004...........
63
TABELA 18 - Indicador de Desempenho das exportações de plantas vivas e
produtos de floricultura do Ceará para os princiapis mercados de
destino - 1998 a 2004.............................................................................
64
TABELA 19 - Indicador de Desempenho das exportações de plantas vivas e
produtos de floricultura do Brasil para os princiapis mercados de
destino - 1998 a 2004..............................................................................
65
TABELA 20 - Indicador de posição relativa de plantas vivas e produtos de
floricultura do Ceará e principais estados brasileiros exportadores no
comércio mundial - 1998 a 2004............................................................
66
TABELA 21 - Indicador de posição relativa de plantas vivas e produtos de
floricultura dos principais países exportadores no comércio mundial -
1998 a 2004.............................................................................................
67
TABELA 22 – Fonte de crescimento das exportações de plantas vivas e produtos de
floricultura do Ceará - 1998 a 2004.......................................................
70
TABELA 23 – Fonte de crescimento das exportações de plantas vivas e produtos de
floricultura do Brasil - 1998 a 2004.......................................................
71
LISTA DE ABREVIATURA
APEX – Agência de Promoção das exportações
CMS – Modelo Constante Market Share
DES – Desempenho das Exportações
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FAO – Food and Agricultura Organization of the United Nations
FOB – Free on Board
IC – Intensidade de Comércio
ITC - Centro Internacional de Comércio
IBRAFLOR – Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MDIC – Ministério do Desenvolvimento indústria e Comércio
NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul
OMC – Organização Mundial do Comércio
PIB – Produto Intrerno Bruto
POS Posição Relativa no Mercado
SEAGRI – Secretaria de Agricultura Irrigada
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas
SERCEX – Secretaria de comércio Exterior
TC – Taxa de Cobertura
VCR – Vantagem Comparativa revelada
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................
14
O Problema e sua Importância.............................................................................................................. 14
Objetivos da Pesquisa........................................................................................................................... 17
CAPÍTULO 1 - POLÍTICAS DE INCENTIVO A PLANTAS VIVAS E PRODUTOS DE
FLORICULTURA
18
1.1. Políticas de Incentivo do Governo Federal................................................................................... 18
1.2. Políticas de Incentivo do Governo Estadual.................................................................................. 20
1.3. Considerações sobre a Produção de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura............................. 22
1.3.1. Floricultura no Brasil.................................................................................................................. 23
1.3.2. Plantas Vivas e Produtos de Floricultura no Estado do Ceará....................................... ............ 28
1.3.2.1Origem e Desenvolvimento da Cultura......................................................................................28
1.3.2.2 Área Destinada à Produção e Número de Empregos Gerados................................................. 29
1.3.2.3 Regiões Produtoras................................................................................................................... 31
1.3.2.4 Comércio Exterior..................................................................................................................... 31
1.3.2.5 Entraves Enfrentados pelo Setor.............................................................................................. 34
CAPÍTULO 2 – EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL.............
35
2.1 Mercantilismo................................................................................................................................ 35
2.2 Visão Clássica................................................................................................................................ 35
2.3 Teoria dos Custos de Oportunidade............................................................................................... 36
2.4 Teoria Neoclássica......................................................................................................................... 37
2.5 Nova Teoria do Comércio Internacional......................................................................................... 38
2.6 Aspéctos Conceituais sobre Indicadores de Competitividade........................................................ 39
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA....................................................................................................
44
3.1. Métodos de Análise........................................................................................................................ 44
3.1.2. Análise Tabular Descritiva......................................................................................................... 44
3.1.3. Indicadores de Desempenho....................................................................................................... 44
3.1.3.1. Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR).......................................................... 44
3.1.3.2. Taxa de Cobertura (TC)........................................................................................................... 45
3.1.3.3. Indicador de Intensidade de Comércio.................................................................................... 46
3.1.3.4. Indicador de Desempenho das Exportações............................................................................ 46
3.1.3.5. Indicador de Posição Relativa no Mercado Mundial (POS)................................................... 47
3.1.3.6. Modelo Constante Market Share (CMS)…………………………………............................. 48
3.2. Fontes dos Dados........................................................................................................................... 50
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES.........................................................................
51
4.1 Comportamento do Mercado Internacional de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura............. 51
4.2. Indicadores de Competititvidade de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura Cearense/
Brasileira no Comércio Internacional............................................................................................ 53
4.2.1. Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR).............................................................. 53
4.2.2. Indicador de Taxa de Cobertura (TC)......................................................................................... 57
4.2.3 Indicador de Intensidade de Comércio....................................................................................... 62
4.2.4. Indicador de Desempenho das Exportações............................................................................... 63
4.2.5. Indicador de Posição Relativa no Mercado Mundial (POS)...................................................... 65
4.2.6. Modelo Constante Market Share (CMS)……………………………........................................
68
CAPÍTULO – 5 CONCLUSÃO........................................................................................................
72
CAPÍTULO 6 - BILBLIOGRAFIAS CONSULTADA...................................................................
73
14
INTRODUÇÃO
O Problema e sua importância
Segundo França (2001), a agricultura e especialmente o agronegócio
1
, tem dado
contribuição significativa para o desenvolvimento do País, pois além de gerar emprego e renda
traz divisas. Além disso é vista como um setor estratégico para a elevação das taxas de
crescimento econômico em função do aumento da produtividade, via tecnologia.
A partir da década de 90, a agricultura brasileira aumentou sua participação no mercado
em decorrência da abertura mundial do comércio. Com essa abertura, ampliou-se a concorrência
entre os mercados o que provocou mudanças na produção agrícola elevando a expansão da
fronteira de produtos oriundos da agricultura. O Brasil atingiu a posição de um dos maiores e
mais competitivos produtores rural do mundo, como também se tornou o maior exportador
agrícola dentre os países em desenvolvimento (SOUSA, 2004).
Fontenele e Melo (2004), explicam que, ao se analisar a competitividade da economia
brasileira, é constatado que a mesma está pautada principalmente em produtos intermediários,
em produtos originários do agronegócio e em produtos que utilizam, na sua fabricação, mão de
obra intensiva.
Deve-se mencionar que o agronegócio a partir desta década tem se destacado e se
tornado o principal responsável pelos sucessivos avanços tanto do aumento de produção quanto
de produtividade e qualidade dos produtos. Este é o segmento da economia que mais contribuiu
para a formação do saldo da balança comercial do país, participando em 2003 com 165,5 bilhões
do PIB brasileiro. O agronegócio tem se apresentado eficiente e competitivo, uma vez que as
riquezas geradas por ele têm proporcionado condições de melhoria para a qualidade de vida das
pequenas e médias cidades brasileiras (SEAGRI, 2005).
Galvão e Vergolino (2004), mencionam que a partir da década de 90 o estado do Ceará
também apresentou um crescimento significativo no valor das exportações. Destacam que, em
1990, o valor total das exportações foi de US$ 230 milhões, atingindo US$ 527 milhões em
2001, apresentando um crescimento de mais de 100 por cento. Para estes autores o crescimento
mencionado deu-se em função de uma forte transformação do aparelho produtivo do Estado,
1
Soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades
agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles”
(GEPAL, 2001). Envolve todos os segmentos dos setores de insumos materiais (sementes, mudas, fertilizantes,
corretivos, agrotóxicos, máquinas e equipamentos, etc), setor de produção rural propriamente dito, setor de
transformação (industrialização) e o setor de distribuição e comercialização.
15
fruto do investimento dos agentes privados que adotaram como meta crescer tanto no mercado
interno quanto no externo. Por outro lado deve-se destacar que este crescimento só foi possível
devido às mudanças na pauta dos produtos exportados que apresentaram desempenho
extremamente positivos nos últimos anos.
A agricultura e o agronegócio, em especial, têm contribuído para o crescimento da
economia do Ceará através do aumento na produção e, em particular, do incremento das
exportações. Conforme dados da SEAGRI (2005), o valor total das exportações brasileiras
apresentou um acréscimo de 21,1% entre 2002 e 2003 enquanto o Ceará apresentou
crescimento de 39,9% neste período. A referida secretaria destaca que, em 2003, a participação
do agronegócio nas exportações cearenses foi de 78,9%. Neste ano, o Estado foi o primeiro
exportador do Nordeste em nove dos principais produtos em destaque no agronegócio:
amêndoa de castanha de caju, pele e couros, camarões, lagostas, cera de carnaúba, suco de frutas,
extratos vegetais, pimenta e plantas vivas e produtos de floricultura. Além destes produtos,
também contribuem para o crescimento da pauta de exportação do agronegócio no Ceará:
algodão, frutas (melão) e mel de abelha (VIANA, 2004).
O agronegócio de plantas vivas e produtos de floricultura no Brasil, conforme Clube do
Fazendeiro (2005), teve aumento de 1.204% no período de 2001 a 2004, o montante enviado
para o mercado externo nesse período passou de 25.304 kg para 330.159 kg, ou seja, aumentou
treze vezes no intervalo de três anos. Isto explica o aumento da participação deste setor na
geração de divisas.
No Ceará, as exportações de plantas vivas e produtos de floricultura apresentaram maior
incremento relativo dentre os produtos da pauta de exportação do agronegócio cearense no ano
de 2003 conforme dados da SEAGRI (2004). Esta é uma atividade agrícola que apresenta como
característica a possibilidade de cultivo em pequenas propriedades, produzindo elevado número
de espécies e variedade de flores. Dentre estas, destacam-se a produção de rosas e de flores
tropicais tais como: helicônias, crisântemos, antúrios e folhagens.
De acordo com Oliveira Junior (2003) apud Smoringo e Sawaya (2001), a produção de
plantas vivas e produtos de floricultura é uma atividade que proporciona elevada rentabilidade.
Além de empregar um número intensivo de mão de obra, 15 pessoas por hectare, ela também
contribui para fixação do homem no campo. Para Castro (1998), é uma atividade consolidada em
termos econômicos em vários estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Bahia e Amazonas.
O Ceará, bem como outras áreas do Brasil têm potencial para o cultivo de plantas vivas
e produtos de floricultura. O Estado, em particular, dispõe de multiplicidade de climas, larga
16
oferta de terra, água disponível e umidade relativa do ar apropriada para se produzir em larga
escala. Dessa forma, apresenta possibilidade de consolidar-se nos mercados interno e externo e
obter vantagens comparativas. Essas vantagens são reforçadas por outros fatores tais como:
proximidade com os principais países importadores; existência de vários ecossistemas: litoral,
sertão e serras úmidas favorecendo o cultivo de diversas espécies; disponibilidade de mão de
obra barata e abundante e infra-estrutura: rodovias, aeroporto internacional e abastecimento de
água (COSTA, 2003).
Nos últimos anos, houve incremento da produção de plantas vivas e produtos de
floricultura, não só no Brasil mas também em outros países. Segundo Kiyuna et. al. (2004), no
final do século XX, o mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura
apresentou crescimento acelerado, intensificando-se a concorrência entre os principais países
exportadores, com o objetivo de se obter maior fatia de mercado e explorar suas vantagens
comparativas no comércio internacional desses produtos.
Apesar de o comércio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura ter
apresentado avanços consideráveis, deve-se destacar que ainda existem alguns problemas que
impedem o desempenho competitivo do setor. Anefalos (2005), destaca: burocracia para o
despacho de documentos; deficiência logística dentro dos aeroportos relacionados às câmaras
frigoríficas, freqüências de vôos de cargas, preços dos fretes, falta de aparato legal e tributário
com relação à lei de proteção de cultivares, análise de risco de pragas, carência de informações
sobre custos de produção, pós-colheita e comercialização. Além destes fatores Miranda (2001),
afirma que existem outros empecilhos que restringem e dificultam as exportações, como por
exemplo: as restrições técnicas e sanitárias impostas através dos países importadores, sendo
denominadas de barreiras comerciais.
Por se tratar de uma atividade relativamente recente, existe uma grande carência de
estudos capazes de responder a questionamentos como: qual o desempenho competitivo do
Brasil e do Estado do Ceará no mercado de plantas vivas e produtos de floricultura? Existem
políticas de incentivo à produção e à exportação desses produtos? O Estado e o País apresentam
vantagem comparativa na exportação?
Essas indagações conduziram o presente estudo. Espera-se que os resultados obtidos
proporcionem informações úteis que possibilitem o conhecimento do desempenho dessa
atividade tanto em termos estaduais quanto nacionais.
17
Objetivos da pesquisa
O objetivo geral deste estudo será verificar a competitividade das exportações de plantas
vivas e produtos de floricultura do Ceará e do Brasil durante o período de 1998-2004. Como
objetivos específicos pretende-se:
Identificar a existência de políticas de incentivo à produção e à comercialização de plantas
vivas e produtos de floricultura;
Identificar o nível de competitividade da exportação de plantas vivas e produtos de
floricultura do Ceará e do Brasil em relação aos principais exportadores internacionais.
Além desta introdução e dos objetivos apresentados, o referido estudo traz mais cinco
capítulos. No primeiro, apresenta-se uma discussão sobre as políticas de incentivo a plantas vivas
e produtos de floricultura em nível de Brasil e Ceará e sobre a produção e o comércio de plantas
vivas e produtos de floricultura no mundo, no Brasil e no Ceará. O segundo capítulo apresenta a
teoria do comércio internacional e faz uma discussão sobre os aspectos conceituais referentes aos
indicadores de competitividade O terceiro focaliza a metodologia adotada para a realização do
trabalho com os indicadores utilizados para mensurar a competitividade de plantas vivas e
produtos de floricultura do Ceará e do Brasil. O quarto capítulo apresenta os resultados e as
discussões obtidos com o referido estudo. E, por fim, o quinto capítulo traz as principais
conclusões obtidas a partir da análise dos dados incorporados no trabalho.
18
CAPÍTULO 1 - POLÍTICAS DE INCENTIVO À PLANTAS VIVAS E PRODUTOS DE
FLORICULTURA
O cultivo de plantas vivas e produtos de floricultura, no Brasil, não é recente. Apesar de
não se saber a data precisa do início dessa atividade, há registro de que coube à colônia
portuguesa realizar as primeiras transações comerciais desses produtos. Posteriormente, outros
imigrantes como os alemães, italianos, holandeses e japoneses consolidaram aqui no país o
crescimento e organização do referido setor (CLARO 1998).
Para este autor, com o passar dos anos, a comercialização de plantas vivas e produtos de
floricultura foi conquistando cada vez mais o mercado brasileiro. Os produtores passaram a se
organizar em cooperativas e posteriormente as flores começaram a ser comercializadas em um
mercado próprio, vindo consolidar-se principalmente a partir da instalação do Veiling
2
em 1989.
De uma produção direcionada apenas para o mercado interno o País já se tornou um
produtor em potencial de plantas vivas e produtos de floricultura também direcionado para o
mercado externo. O crescimento desta atividade se deu em função de algumas políticas e
incentivos governamentais ao longo de sua evolução produtiva (IBLAFROR, 2005).
No Brasil, alguns produtos da agropecuária foram alvo de políticas específicas visando
maior desempenho. Cita-se como destaque as políticas destinadas ao café, ao milho, à cana-de-
açúcar, ao trigo, à borracha natural, ao cacau e à erva-mate (BACHA, 2004). Essas políticas
foram implementadas tanto pelo governo federal quanto pelos governos estaduais. Nos últimos
anos, o segmento de plantas vivas e produtos de floricultura também foi beneficiado com este
tipo de política. As principais políticas adotadas são descritas a seguir.
1.1 Políticas de incentivo do Governo Federal
Um dos primeiros programas de incentivo à produção de plantas vivas e produtos de
floricultura, em nível de governo federal, foi lançado em 1993 através do Ministério da
Agricultura e Reforma Agrária. Este programa era Chamado de FRUPEX e foi criado para dar
suporte à produção e à exportação de frutas, hortaliças e plantas vivas e produtos de floricultura
(CLARO, 1998). O Programa propôs um conjunto de ações que visavam solucionar alguns
2
Sistema de leilão cujo funcionamento é feito por meio de um relógio indicando o preço do produto girando no
sentido inverso das horas. O que determina a venda do produto é a velocidade de decisão pelo seu arremate
desconsidera a disputa pelo sistema de quem dar maior oferta. Neste ambiente concentram-se os ofertantes e os
demandantes de plantas vivas e produtos de floricultura tornando as transações mais claras em termos de compra e
venda (CLARO, 1998)
19
problemas que impediam um melhor desempenho das exportações brasileiras. Desenvolveu
principalmente produtos de informação técnicas para o setor de produção, colheita, pós-colheita,
fitossanidade e para exportação. Além disso, incentivou a criação de comitês estaduais para
congregar entidades públicas e privadas com finalidade de adequar o programa às
particularidades de cada estado (MAGER, 1995).
O Governo Federal, por intermédio da Agência de Promoção das Exportações (APEX) e
do Instituto Brasileiro de Floricultura (IBRAFLOR), lançou em 2000 e reestruturou, em 2001,
outra política de incentivo ao segmento da floricultura. Desta vez, foi chamado Programa
FLORABRASILIS – Programa Setorial Integrado de Produção e Exportação de Flores e Plantas
Ornamentais cujo objetivo era promover os produtos da floricultura brasileira no mercado
internacional. Visava à autonomia das regiões produtoras de flores e plantas ornamentais através
da difusão de tecnologia, com o intuito de otimizar os recursos empregados e obter uma fatia
maior de mercado.
Para os anos de 2003/2004, o Programa FLORABRASILIS agrupou suas ações de
acordo com seu plano estratégico em quatro linhas: definição do plano para exportação;
levantamento e manutenção da base de dados; suporte promocional e mercadológico e promoção
de marketing. Cada uma dessas linhas possui metas específicas que é realizada nos principais
pólos de produção da floricultura brasileira (IBRAFLOR, 2005).
Neste ano, foi implementado no Ceará o Programa Setorial Integrado da Agência de
Promoção de Exportação do Brasil - APEX FLORES pela APEX e pelo IBRAFLOR, com o
objetivo de impulsionar o crescimento das vendas externas do setor. As principais ações desse
Programa foram: treinamento para as empresas exportarem, orientação para participação em
feiras e negócios tanto no Brasil quanto no exterior. As ações visavam ampliar as exportações de
flores e plantas ornamentais no Estado (ROCHA, 2005).
Ainda no ano de 2001, o Governo Federal, através do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), lançou outro programa de incentivo à floricultura brasileira,
chamado Programa de Desenvolvimento Sustentado da Floricultura - PROFLORES. Este
programa é constituído por uma série de ações com objetivo de atender à demanda do setor e
eliminar os entraves
3
existentes no cultivo da floricultura brasileira, com prioridade dada à
pesquisa, assistência técnica com treinamento à capacitação, à certificação, ao sistema de
3
Os principais entraves para este setor de acordo com o Ibraflor são: falta de pesquisa para implantação de
tecnologia, falta de capacitação e treinamento; ausência de linhas de crédito específicas que contemplem as
necessidades do setor, falta de atualização da legislação no que diz respeito a proteção de cultivares, ausência de
organização da base produtiva e falta de promoção e marketing para abertura de novos mercado (IBRAFLOR,
2005).
20
informação gerencial e tecnológica, além de proporcionar condições para o desenvolvimento e o
fortalecimento do setor de plantas vivas e produtos de floricultura, através do estabelecimento de
parcerias com instituições da cadeia produtiva. A principal meta adotada no PROFLORES foi
incrementar a exportação das flores brasileiras, com destaque para as tropicais. Contou com
recursos de R$ 30 milhões, oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social – BNDES e
do Banco do Nordeste do Brasil – BNB (IBRAFLOR, 2005).
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE (2002),
através da série “Agronegócio da Floricultura,” destaca a importância do PROFLORES ao
afirmar que o mesmo fortaleceu o mercado brasileiro de flores. Destacou ainda que, a partir da
implantação do referido Programa em 2001, este setor passou a ser responsável por um mercado
de US$ 2 bilhões.
1.2 Políticas de incentivo do governo estadual
A primeira manifestação de apoio às plantas vivas e produtos de floricultura por parte
do governo do estado do Ceará ocorreu através do Programa Cearense de Agricultura Irrigada –
PROCEAGRI, implantado em 1998, que estimulou a produção de atividades em áreas com
potencial de irrigação, entre elas a fruticultura, a horticultura e a floricultura.
Outra ação do governo do Estado que beneficiou o setor foi a criação da Secretaria de
Agricultura Irrigada – SEAGRI, no ano de 1999, e a criação da Gerência de Floricultura. Esta
gerência deu suporte ao segmento de plantas vivas e produtos de floricultura através de várias
ações: criação do plano diretor para floricultura; mapeamento das áreas com potencial;
identificação das necessidades de tecnologias; capacitação para os produtores, através do Projeto
Agroflores; contratação de funcionários especializados, importando, por exemplo, mão-de-obra
especializada da Colômbia (COSTA, 2003).
Outro projeto de destaque para o setor foi a criação do Instituto Agropólo do Ceará,
4
em
2002, que visava apoiar e consolidar o agronegócio da agricultura irrigada. Atualmente, o
Instituto é constituído por três agropólos: Ibiapaba, Baixo Jaguaribe e Cariri, contemplando 80
municípios, dentre estes os produtores de plantas vivas e produtos de floricultura.
Além destas ações voltadas para a produção irrigada e que incentivaram a produção de
plantas vivas e produtos de floricultura, outros programas e projetos foram desenvolvidos no
4
Instituição de cunho privado, qualificada para prestação de serviços objetivando capacitar e desenvolver a região.
Procura fazer o desenvolvimento local por meio da integração entre entidades municipais, regionais, estaduais e
federais (SEAGRI, 2003).
21
Estado: Programa Setorial Integrado de Promoção das Exportações de Flores e Plantas
Ornamentais do Brasil – FloraBrasilis (ApexFlores); Projeto Centro Agroflores de Inovação
Tecnológica; Projeto Caminhos de Israel de Flores e Projeto Flores do Ceará.
O Programa Setorial Integrado ApexFlores foi também absorvido pelo governo do
estado do Ceará, que formou parceria com o governo Federal . O Projeto Centro Agroflores de
Inovação Tecnológica coordenado pela SEAGRI e executado em parceria com a Empresa de
Pesquisa Agropecuária EMBRAPA e o Instituto Centro de Ensino Tecnológico, apresentou
como objetivo consolidar, expandir e impulsionar o agronegócio da floricultura cearense como
fruto da inovação tecnológica e contemplou a capacitação profissional e a instalação de inovação
tecnológica, cujos recursos para execução foram fornecidos pela financiadora de estudos e
projetos - FINEP (COSTA, 2003).
O Projeto Caminhos de Israel de flores desenvolvido através da agricultura de base
familiar também contempla o segmento de plantas vivas e produtos de floricultura. Seu objetivo
é procurar inserir os pequenos produtores no agronegócio da agricultura irrigada para contemplar
o associativismo, de forma competitiva e sustentada, além de organizar a produção, bem como os
produtores, quanto à comercialização, à infra-estrutura, à capacitação técnica e a difusão de
tecnologia. Este Projeto se destinou aos produtores de base familiar que possuem ou não
experiência em agricultura irrigada bem como aos trabalhadores que irrigam em perímetros
públicos e assentamentos de reforma agrária (SEAGRI, 2005).
O Projeto Flores do Ceará foi, a princípio, executado através da empresa Cearosa
Comércio Exportação Importação e Produção de Flores Ltda, instalada no município de São
Benedito na Serra de Ibiapaba. Empresa esta oriunda do Rio Grande do Sul e administrada por
cearenses. Toda a tecnologia adotada na empresa foi importada da Colômbia, país que apresenta
alto nível tecnológico para a produção de flores e plantas ornamentais. O objetivo com a
importação dessa tecnologia era fazer com que o Ceará produzisse rosas com excelente
qualidade, tanto para o consumo interno quanto para o consumo externo (ESPÍNOLA, 2001).
O governo estadual também deu incentivo à produção de plantas vivas e produtos de
floricultura através de apoio à comercialização, ao criar duas marcas deste produto: Rosas do
Ceará e Flores do Ceará, com a pretenção de que estas marcas funcionem como selos de
certificação, garantindo a qualidade do setor, tanto no mercado nacional quanto no mercado
internacional. Outra forma de incentivo foi através da criação do Portal da Floricultura no Ceará,
www.prossiga.br/arranjos/ce-floricultura.htm, no ano de 2002. Além destes incentivos, o
governo do Estado promove algumas feiras ao longo do ano que dão suporte à divulgação de
flores: o Irriga Ceará e Frutal (COSTA, 2003).
22
As políticas promovidas estimularam as exportações e a produção de plantas vivas e
produtos de floricultura e foram capazes de inserir o setor no mercado mundial como pode ser
constatado na seção a seguir.
1.3 Considerações sobre a produção e o comércio de plantas vivas e produtos de
floricultura
A produção de plantas vivas e produtos de floricultura tem se expandido nos últimos
anos tornando-se um dos setores econômicos de relevância para a Organização Mundial do
Comércio - OMC. Estima-se que até a década de 90 a área destinada a esta atividade
mundialmente foi de 190.000 hectares. Na produção deste segmento, a Holanda se destaca com
a maior produção do mundo (SEBRAE, 2002).
O mercado mundial de plantas vivas e produtos de floricultura movimenta anualmente
49 bilhões de dólares desde a fase da produção até a entrega final. Um quinto deste valor é
oriundo do fluxo de comércio entre países produtores e consumidores. Isto significa que o
comércio mundial deste setor está em plena fase de expansão, basta observar que, no início, a
produção concentrava-se em alguns países europeus como: Holanda, Itália e Dinamarca. Com a
globalização, novas regiões de produção foram se firmando em todo o mundo como é o caso do
Equador, Peru, Costa Rica, Chile, México, Quênia, África do Sul e Brasil.
Castro (1998) apud Marques (2002) afirma que o consumo de plantas vivas e produtos
de floricultura em termos mundiais é especificado em: consumo de ocasião, consumo de
impulso, consumo técnico e consumo institucional. O primeiro caso ocorre quando as flores são
adquiridas em datas especiais ou comemorativas, o segundo, por exemplo, quando há preferência
de algum consumidor em ornamentar seu local de trabalho, já o terceiro, ocorre quando se tem
“hobby” em cultivar flores, é o caso de donas de casa e, por último, o consumo institucional, que
diz respeito a diferentes profissionais que compram estes produtos em grandes quantidades para
decoração.
O comércio deste produto é realizado principalmente no Veiling, existente em cada país,
onde se concentram ofertantes e demandantes de plantas vivas e produtos de floricultura
caracterizando-se como um mercado transparente do ponto de vista da compra e venda (CLARO,
1998).
Na Europa, há quinze leilões especializados para a comercialização de plantas vivas e
produtos de floricultura. Dentre eles, nove concentram-se na Holanda. Em termos mundiais, a
comercialização deste segmento obedece aos padrões de qualidade exigidos para os produtos do
23
setor. Para assegurar esta exigência existe a regulamentação sanitária, que tem como objetivo
evitar os riscos de doenças e epidemias inerentes aos produtos da floricultura.
No que diz respeito à geração de emprego em termos mundiais, é estimado que o setor
de plantas vivas e produtos de floricultura gera mais de 120 mil anualmente, dos quais 58 mil
(48,3%) estão inseridos na produção, 51 mil (42,5%) no consumo varejista, 4 mil (3,3 %) na
distribuição e 7 mil (5,9%) em outras funções como no segmento de apoio (SEBRAE, 2004).
No período de 1998 a 2004, a Holanda se destacou como o maior exportador do
mundo. Os demais países mudaram suas posições no “ranking,” demonstrando que o mercado
ainda é pouco expressivo e não estão consolidados, ou ainda, que cada um procura explorar suas
vantagens comparativas no comércio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura
(KIUNA et al 2005).
De acordo com Oliveira Junior (2003), os países que mais exportaram produtos da
floricultura em relação ao total mundial em 2003 foram: Holanda com 53%, Colômbia com 13%,
Itália 8%, Estados Unidos com 3,4% e Brasil 0,25%. Ainda conforme Florvertical.com (2004),
no ranking dos exportadores mundiais de plantas vivas e produtos de floricultura, o Brasil se
encontra no 31º lugar.
1.3.1 Floricultura no Brasil
O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura, nos últimos anos tem se
destacado e proporcionado expressiva contribuição para o agronegócio brasileiro. Esse destaque
é fruto de alguns avanços no que diz respeito à estrutura de mercado, à diversificação de espécies
e às variedades, à implementação de novas tecnologias de produção, à profissionalização dos
agentes da cadeia e também em função das características próprias das regiões brasileiras, como:
diversidade do solo e do clima contribuindo para o cultivo de uma infinidade de espécies
destinando ao país geração de divisas (TANIO E SIMÕES, 2005).
Conforme IBGE (2004), os dados contidos no Censo Agropecuário de 1995/1996
constataram que, neste período no Brasil, existiam 73 mil propriedades, arrendamentos e
parcerias que produziam plantas vivas e produtos de floricultura. No referido diagnóstico,
também está ressaltado que do último censo agropecuário ao ano de 2004, houve um aumento da
área cultivada desse produto principalmente em função da introdução de novas áreas produtoras,
como as dos estados da Região Nordeste: Bahia, Pernambuco e Ceará.
Conforme IBRAFLOR apud SEBRAE (2004), do total da área cultivada com esse
segmento do agronegócio em 2004, 50% estavam sendo utilizadas com o cultivo de mudas, 13%
24
com o cultivo de flores em vasos, 29% com flores de corte, 3% com folhagem em vasos, 3%
com folhagem de corte e 2% está sendo utilizada com outros produtos do segmento de plantas
vivas e produtos de floricultura. Mas o crescimento da área cultivada e a diversificação dos
produtos de plantas vivas e produtos de floricultura, como está apresentado acima, foi avançando
ao longo dos anos, de forma gradativa, através de alguns incentivos direcionados para o setor.
A floricultura no Brasil, nos primeiros anos do século XX, estava voltada
principalmente para o cultivo de flores em jardins e quintais das residências. Quando colhidas,
eram usadas para decorações. No Estado de São Paulo, a floricultura era realizada como
atividade secundária até a década de 50, o cultivo de flores não era tão significativo em termos
econômicos e tecnológicos para o setor agrícola. Neste período a atividade era realizada próxima
às regiões Sul e Sudeste (SILVEIRA,1993).
O pioneirismo no cultivo de plantas vivas e produtos de floricultura no Brasil é da
colônia portuguesa que o realizava de forma artesanal. Em seguida, a colônia holandesa tamm
começou a executar essa atividade no País. A partir de então, começa a despontar com maior
representatividade, com a produção era direcionada para datas especiais tais como: dia das mães,
dia dos namorados, dia de finados e natal. A maior organização nesse comércio foi dada pelos
imigrantes italianos, alemães e japoneses (CLARO, 1998).
Em 1950, os produtos oriundos desse setor eram comercializados em barracões armados
em praças, principalmente, no Rio de Janeiro e São Paulo. Dava-se início à venda em
quantidades pequenas de glandíolos através da rede ferroviária para cidades mais distantes
dando-se os primeiros passos para o crescimento da demanda e distribuição.
No ano de 1969, foi inaugurado outro centro comercial o Mercado de Flores na
Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), formando-se uma
maior organização do comércio de cultivo de plantas vivas e produtos de floricultura. Com o
crescimento desse comércio, surgiram também mercados específicos. Os produtores holandeses
radicados no País deram uma contribuição significativa para a realização do referido comércio
quando fundaram a Cooperativa Agropecuária Holambra em 1948.
Em 1991, com a introdução do Veiling (unidade da Cooperativa Agropecuária
Holambra), que opera através de um sistema de venda por pregão diário, a atividade da
floricultura brasileira foi capaz de atingir o comércio tanto nacional quanto internacional de
forma mais eficiente. Neste ano, a produção brasileira de produtos da floricultura chegou a US$
100 milhões (SILVEIRA, 1993).
No Brasil, boa parte da comercialização dos produtos de plantas vivas e produtos de
floricultura é feita através de central de distribuição onde cada uma possui suas particularidades.
25
Castro (1998), especifica que há centrais de abastecimento nas quais é permitida a entrada de
produtos exclusivos de produtores, caso do Veiling Holambra e do Mercado Profissional da
Floricultura e do Paisagismo de Santa Catarina (Mercaflor-SC); em outras centrais, é permitido
comercializar apenas produto de produtores e de atacadistas, caso da CEAGESPE-SP e da
CEASA-Campinas e, por fim, existem centrais onde só é permitido comercializar produtos de
atacadistas, neste caso citam-se a Companhia de abastecimento do Estado da Guanabara -
CADEG no Rio de Janeiro e a CEASA de Porto Alegre.
Deve-se ressaltar que, no Brasil, o mercado consumidor de cultivo de plantas vivas e
produtos de floricultura possui uma demanda sazonal e que a produção desse segmento é
concentrada em períodos de maior demanda como dia das mães, dia de finados, dia
internacional da mulher, dia da secretária e dia dos amigos (Marques, 2002).
Nos últimos anos, o mercado de cultivo de plantas vivas e produtos de floricultura se
tornou altamente profissional, o que requer do produtor esta atento às exigências do mercado
consumidor que, a cada ano, têm se tornado maiores. Para tanto, é preciso que o produtor se
enquadre nos requisitos determinados por esse mercado, principalmente os elevados índices de
produtividade, bem como produtos dentro dos padrões de qualidade, usando inclusive
embalagens adequadas. Esse avanço depende também das particularidades predominantes nas
regiões produtoras tais como: diferenciações econômicas, políticas e sociais e, por sua vez,
diferentes portes de empreendimentos (FGV, 2004).
O Instituto Brasileiro de Floricultura - IBRAFLOR (2002), reforça o quanto o setor
ganhou importância para a economia do país ao afirmar que:
Dentre as estruturas de comercialização existentes, o mercado atacadista desempenha
importante papel na distribuição dos produtos da floricultura, pela transparência que dá
ao mercado e aos processos comerciais, uma vez que concentra oferta e demanda em
um só ponto. Dentre estes se destacam especialmente o Veiling Holambra, o Entreposto
Atacadista do CEAGESP e o Mercado Permanente de Flores da CEASA Campinas,
todos no Estado de São Paulo.
Após a abertura comercial, na década de 90, a produção de flores e plantas ornamentais
se expandiu consideravelmente, estando presente em São Paulo e nos estados do Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará. Alguns desses
estados apresentaram crescimento expressivo, principalmente a partir de 2002, com a
participação de novos produtos no comércio internacional, como é o caso do Ceará com a
exportação de rosas. Dentre os estados brasileiros, o que mais se sobressaiu, em termos de
crescimento da produção, do nível tecnológico, da estrutura de mercado e da comercialização foi
São Paulo. Já no que diz respeito aos municípios que cultivam plantas vivas e produtos de
26
floricultura no Brasil, destacam-se como maiores produtores: Holambra e Atibaia em São Paulo,
Serra de Ibiapaba e Baturité no Ceará (IBLAFLOR, 2002).
De acordo com Kiuna et al (2005), o valor do comércio exterior de produtos da
floricultura no ano de 2003 chegou a U$$ 9,4 bilhões, apresentando taxa média anual de
crescimento de 6% entre os anos de 1999 e 2003.
O valor das exportações, importações e saldo comercial de plantas vivas e produtos de
floricultura do Brasil no período em análise, estão apresentados na Tabela 1.
De acordo com a Tabela 1, o comércio brasileiro de plantas vivas e produtos de
floricultura apresentou, no período de 1998 a 2004, crescimento relevante no valor das
exportações, atingindo uma taxa média de crescimento de 12,54% ao ano, enquanto que o valor
das importações apresentou crescimento negativo de -1,003% ao ano. Em todo o período, o saldo
comercial foi positivo, apresentando taxa média anual de crescimento de 33,55%. No ano de
2004, o valor das exportações de plantas vivas e produtos de floricultura do país atingiu 23,6
milhões, apresentando crescimento de 20,8% em relação ao ano de 2003. Este crescimento indica
que o país está avançando na conquista do mercado internacional.
TABELA 1 – Estrutura do Comércio Exterior Brasileiro de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura - 1998 a 2004.
(US$ 1000 FOB)
Anos Exportação
Taxa de
Crescimento
Importação
Taxa de
Crescimento
Saldo
Taxa de
Crescimento
1998 12.042 - 7.961 - 4.080 -
1999 13.123 8,98 5.476 -31,21 7.646 87,40
2000 11.884 -9,44 6.414 17,13 5.469 -28,47
2001 13.286 11,79 7.094 10,60 6.192 13,22
2002 15.022 13,06 8.210 15,73 6.811 9,99
2003 19.533 30,02 6.869 -16,33 12.663 85,92
2004 23.608 20,86 6.736 -1,94 16.871 33,23
Média 15.499,71 6.965,71 8.533,14
TAC 12,54 -1,003 33,55
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC
27
A Tabela 2, apresenta o valor das exportações de plantas vivas e produtos de floricultura
dos principais estados exportadores brasileiros no período de 1998 a 2004. Conforme a referida
Tabela, o estado de São Paulo é o principal exportador brasileiro, seguido do Rio Grande do Sul,
Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará e Rio de Janeiro.
TABELA 2 – Valor das Exportações de plantas vivas e produtos de floricultura dos principais
estados exportadores do Brasil - 1998 a 2004
(US$ 1000 FOB)
Estado 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ceara 45.409 64.155 212.977 0 54.853 255.757 1.329.446
São Paulo 8.283.518 9.304.871 8.364.705 9.893.970 11.452.902 14.725.948 18.195.753
Paraná 0 5.488 1.200 11.387 0 8.500 52.691
Rio G. do Sul 2.065.933 1.803.781 1.679.859 1.713.373 1.797.032 1.890.361 1.822.564
Minas Gerais 1.220.481 1.512.557 1.150.606 1.243.557 1.166.841 1.713.329 1.464.648
Rio de Janeiro 40.371 49.680 30.675 38.023 36.950 18.978 6.751
Santa Catarina 283.568 265.352 338.142 238.083 311.579 211.163 315.063
Pernambuco 26 0 14.725 23.300 11.876 27.358 76.052
Bahia 0 5.097 0 0 2.498 2.594 300
Outros 102.823 112.683 91.453 125.014 187.636 679.868 345.089
Brasil 12.042.129 13.123.664 11.884.342 13.286.707 15.022.167 19.533.856 23.608.357
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC
Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio – MDIC, os
estados do Ceará e da Bahia, no ano de 2001, foram os que apresentaram maior índice de queda
relativa das exportações. No caso do Ceará, existem informações contraditórias a esse respeito.
Segundo a gerência de floricultura da SEAGRI, as estatísticas oficiais não mostram o resultado
efetivo das exportações de plantas vivas e produtos de floricultura do Ceará. Isso se deu em
função dos produtores e exportadores do estado terem optado pelo uso da Declaração
Simplificada de Exportação (DSE), do Governo Federal, bem como pelo Exportafácil dos
Correios. De acordo com essa gerência, essas atitudes visam a desburocratizar os processos de
exportação desse setor, tendo como conseqüência a não agregação desses valores às estatísticas
oficiais. A referida secretaria destaca que no ano em referência o Estado exportou US$
143.000,00 (SEAGRI/SIGA, 2005). Entretanto, informações da Embrapa Agroindústria Tropical
(2005), revelam que em 2001 o Ceará exportou US$ 94.495,00.
28
Deve-se ressaltar que de acordo com a Tabela 2, a partir de 2002, o Ceará apresentou
crescimento de suas exportações de plantas vivas e produtos de floricultura. Em 2004, esse
crescimento foi de 419,8% em relação ao ano de 2003.
Na Tabela 3, estão especificados os principais importadores mundiais do setor brasileiro
em análise.
A Holanda, na Europa, desponta como a maior parceira comercial do Brasil no produto
estudado, seguida da Itália e dos Estados Unidos. Os valores comercializados respaldam a
relevância desses países para a sustentabilidade do comércio bilateral de plantas vivas e produtos
de floricultura brasileiro.
TABELA 3 – Países de Destino e Valor das Exportações de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura Brasileiras - 1998 a 2004
(US$ 1000 FOB)
País Importador 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Holanda
(Países Baixos)
6.616.378 6.773.929 5.740.984 6.125.727 7.684.149 9.705.878 11.683.791
Itália 2.212.446 2.103.292 1.944.928 2.016.536 2.078.472 2.194.031 2.194.152
EU 518.712 721.562 656.846 1.041.886 1.571.678 3.745.151 5.137.431
Alemanha 256.672 306.770 331.353 262.686 372.632 418.093 484.896
Espanha 170.238 190.881 105.252 74.674 188.974 105.250 200.935
R.Unido 131.415 645.448 535.819 608.089 466.506 451.255 524.590
Portugal 41.225 18.656 73.018 272.240 457.758 118.184 284.980
Suíça 2.922 26.878 121.458 293.011 169.064 182.050 293.011
Bélgica 2.954 9.703 76.260 18.771 6.451 26.405 429.069
Outros 2.089.167 2.326.545 2.298.424 2.573.087 2.026.483 2.587.559 2.375.502
Total 12.042.129 13.123.664 11.884.342 13.286.707 15.022.167 19.533.856 23.608.357
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC.
1.3.2 Plantas vivas e produtos de floricultura no Estado do Ceará
1.3.2.1 Origem e desenvolvimento da cultura
A produção de plantas vivas e produtos de floricultura é uma atividade que, em seu
significado mais amplo, vai desde o cultivo de flores e plantas ornamentais para corte até mudas
29
de árvores de porte mais elevado e já se tornou um setor de relevância econômica em diversos
estados brasileiros dentre os quais o Ceará.
No Ceará, o primeiro registro sobre o cultivo desse segmento do agronegócio é de 1920
feito por um imigrante japonês, na Serra de Baturité, quando as condições de cultivo ainda eram
realizadas sob a vegetação nativa sem apropriação de nenhum conhecimento técnico (COSTA,
2003).
Com o passar dos anos, o setor foi se desenvolvendo em outras regiões do estado e
passou a se consolidar como uma atividade que além de apresentar rápido crescimento tornou-se
fonte geradora de emprego e renda para uma parcela da população que sobrevive das atividades
agropecuárias.
Dentre os fatores que proporcionaram o desenvolvimento deste setor, consolidando o
crescimento da produção do Ceará, devem-se destacar as características particulares do estado
como: vários ecossistemas que possibilitam o cultivo de muitas espécies; microrregiões com
temperaturas amenas e constantes durante todo o ano; áreas com solo plano e de excelente
qualidade para a produção de flores, disponibilidade de água, baixa incidência de pragas e
doenças, bem como proximidade com os principais mercados importadores como Europa e
Estados Unidos.
1.3.2.2 Área destinada à produção e número de empregos gerados
Conforme dados da SEAGRI/ANDINS (2005) expressos na Tabela 4 e figura 1, no ano
de 1999, o setor de plantas vivas e produtos de floricultura no Ceará ocupava uma área de 19
hectares, mas ao longo dos anos, foi sendo ampliada e, em 2004, chegou a atingir uma área de
produção de 160 hectares. A taxa média anual de crescimento para a área plantada foi de
56,33%, com um crescimento médio de 83 hectares no período.
30
TABELA 4 - Área plantada e número de empregos diretos do segmento de plantas vivas e
produtos de floricultura 1999 a 2004 – Ceará.
Ano
Área Plantada
(hectarie)
Tx crescimento
Área (%)
Empregos diretos
(unidades)
Tx crescimento
Emprego (%)
1999 19 - 199 -
2000 35 84.21 279 40.20
2001 52 48.57 390 39.78
2002 105 101.92 689 76.67
2003 127 20.95 1135 64.73
2004 160 25.98 1483 30.66
Média 83 695.83
TAC* (%)
56.33 50.41
FONTE: SEAGRI/ANDINS (2005)
TAC* Taxa Média Anual de Crescimento
Paralelo ao aumento da área cultivada com essa atividade constata-se o número de
empregos diretos gerados. A taxa média anual de crescimento para o emprego foi de 50,41%,
com um crescimento médio no período de 695,83. Quanto ao número de empregos indiretos
gerados, estima-se que, na cadeia produtiva desse segmento no estado do Ceará, é de
aproximadamente 2.568, correspondendo a uma média de oito trabalhadores por hectare
(SEAGRI, 2006).
19
35
52
105
127
160
199
279
390
689
1135
1483
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
123456
Área Plantada (hectarie) Empregos diretos (unidades)
FIGURA 1 – Ceará: emprego gerado/área plantada com plantas vivas e produtos de
floricultura 1999 a 2004
31
1.3.2.3 Regiões produtoras
A produção cearense de plantas vivas e produtos de floricultura é realizada em 28
municípios e cada um diversifica sua produção conforme as características climáticas e
geográficas dos diferentes ecossistemas: litoral, sertão e serras úmidas.
Na região metropolitana, os municípios produtores são: Fortaleza, Eusébio,
Maranguape, Paracuru, Aquiraz, Trairi, Paraipaba, Pindoretama, Horizonte, Pecém, Caucaia e
Pacatuba, que produzem potencialmente plantas ornamentais, crisântemos em vaso e corte, flores
tropicais e forrações, ananás ornamentais e helicônias, folhagens e bulbos.
No Maciço de Baturité, constatam-se como produtores de plantas vivas e produtos de
floricultura os municípios de: Baturité, Guaramiranga, Aratuba, Mulungu, Pacoti, Palmácia e
Redenção, nos quais cultivam-se: flores tropicais, flores em vasos tais como: crisântemos,
gérberas, violetas, copo de leite, rosa, gypsophila, samambaia, plantas ornamentais e tango.
Na região do Cariri, os municípios produtores são: Crato, Barbalha, Jardim e Juazeiro
do Norte, nos quais cultivam-se: palmeira, crisântemo, tango, gypsophila, samambaia, gérbera,
plantas ornamentais, flores tropicais, folhagens, rosa e glandíolo.
Na região de Ibiapaba o cultivo desse segmento é constatado em: Tianguá, São
Benedito, Guaraciaba do Norte, Ubajara e Ibiapaba, que produzem: crisântemo de corte, rosas,
crisântemo em vaso, plantas ornamentais, gypsophila, gérbera, tango e áster (SEAGRI, 2005).
Das regiões citadas acima, os municípios da Metropolitana e da Serra de Ibiapaba
voltam suas produções para a exportação. Os do Maciço de Baturité e da Região do Cariri
produzem principalmente para os mercados nacional, estadual e regional (SEBRAE, 2004).
1.3.2.4 Comércio exterior
No início da década de 90, 78% das flores comercializadas no Ceará eram advindas da
região sudeste, principalmente de São Paulo e dos países Sul-Americanos: Colômbia e Equador.
Somente no final desta década, a produção desse segmento do agronegócio cearense começou a
gerar divisas. Os produtos destinados para esse comércio são: rosas, flores tropicais, bulbos de
amarílis e folhagens. No ano de 2003, segundo a Delegacia Federal de Agricultura, os principais
produtos exportados por esse setor foram: rosas, flores tropicais, bulbos de amarílis, folhagens e
plantas. Em 2004, o Ceará se destacou como o maior exportador brasileiro em dois desses
produtos: rosas e flores tropicais e, no mesmo ano, ficou em segundo lugar nas exportações de
flores frescas cortadas (SEBRAE, 2005).
32
A Tabela 5 e Figura 2 apresentam as exportações, as importações e o saldo comercial
para o setor no período em análise. Pode-se observar que o Estado apresenta uma média de
exportação anual de US$ 280,4 milhões e de importação, em torno de US$ 273,6 milhões.
Também se pode observar que, em quase todo o período em análise, apesar do valor das
exportações aumentarem, o saldo da balança comercial foi negativo, apenas em dois anos
apresentou superávit, no ano de 2004, por exemplo, apresentou o maior saldo comercial US$
1.096,396 milhões. Ainda pudemos destacar que, em relação ao ano de 2003, as exportações
cresceram em 419,81%.
TABELA 5 – Ceará: Estrutura do Comércio Exterior de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura – 1998 a 2004
(US$ 1000 FOB)
Anos
Exportação
(US$ milhões)
Importação
(US$ milhões)
Saldo Comercial
1998 45,409 84.822 -39,413
1999 64,155 73,571 -9,416
2000 212,977 70,179 142,798
2001 0 172,882 -172,882
2002 54,853 919,618 -864,765
2003 255,757 360,966 -105,209
2004 1.329,446 233,050 1.096,396
Média 280,4 273,6 6,8
FONTE: Elaborado pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC
-1000
-500
0
500
1000
1500
1234567
Exportação (US$ milhões) Importação (US$ milhões) Saldo Comercial
33
FIGURA 2 – Ceará: Exportação/ Importação e Saldo Comercial de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura – 1998 a 2004.
Um dos fatores relevantes para o aumento das exportações cearenses de plantas vivas e
produtos de floricultura, nos últimos anos, diz respeito ao terminal de flores, implantado no
Aeroporto Internacional de Fortaleza, com uma câmara fria, construída para armazenar os
produtos de floricultura enquanto estes passam pela inspeção fitossanitária, realizada pelo
ministério da agricultura, para garantir a qualidade exigida pelos países importadores.
Os principais países de destino desse segmento oriundo do Ceará no período em análise,
foram a Holanda, seguida da Alemanha e dos Estados Unidos, conforme o especificado na
Tabela 6.
TABELA 6 – Países de Destino e Valor das Exportações de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura Cearense - 1998 a 2004
(US$
1000 FOB)
País Importador 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Holanda
(Países Baixos)
15.963 24.497 125.262 0 1.002 248.201 1.169.472
Alemanha 24.047 33.197 83.001 0 47.446 0 0
Espanha 0 0 2.864 0 0 0 0
R.Unido 0 1.850 1.850 0 0 0 0
E.U. 5.399 4.101 0 0 5.908 7.556 147.021
Portugal 0 0 0 0 497 0 2.416
Suíça 0 210 0 0 0 0 0
Bélgica 0 0 0 0 0 0 10.462
Itália 0 300 0 0 0 0 0
Total 45.409 64.155 212.977 0 54.853 255.757 1.329.446
FONTE: Elaborado pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC
Os países de origem da importação cearense no mesmo período foram, conforme a
Tabela 7, Equador, Costa Rica, Taiwan (Formosa), China, Colômbia, Portugal, Honduras e
Austrália. A Costa Rica abasteceu a maior parcela da demanda cearense de plantas vivas e
produtos de floricultura.
34
TABELA 7 – Países de Origem e Valor das Importações de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura Cearense - 1998 a 2004
US$ 1000 FOB)
Países Exportadores 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Equador 83.842 60.971 19.429 618 0 0 0
Costa Rica 900 12.600 3.000 138.823 919.618 360.966 222.375
Taiwan (Formosa) 65 0 0 0 0 0 0
China 15 0 0 0 0 0 0
Colômbia 0 0 47.750 4.690 0 0 0
Portugal 0 0 0 22.311 0 0 0
Honduras 0 0 0 6.440 0 0 0
Austrália 0 0 0 0 0 0 10.675
Total 84.822 73.571 70.179 172.882 919.618 360.966 233.050
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC
1.3.2.5 Entraves enfrentados pelo setor
Embora o Estado tenha apresentado avanços no que diz respeito à área cultivada, ao
aumento do número de emprego e à ampliação das exportações, ainda existem muitos entraves
que precisam de ser solucionados para o maior sucesso da produção de plantas vivas e produtos
de floricultura. Dentre os referidos problemas destacam-se: desarticulação do setor, falta de
investimento e apoio, alto custo de produção, falta de visão de mercado, falta de uma central de
vendas (mercado), dificuldade na compra de insumos, poucos vôos para países importadores, alta
competitividade existente no mercado mundial, falta de mão-de-obra qualificada,
comercialização deficiente, transporte etc. (OLIVEIRA, 2006).
O presente trabalho busca contribuir com informações referentes à competitividade de
plantas vivas e produtos de floricultura no mercado internacional. Assim sendo, com o fim de
proporcionar um melhor entendimento dos conceitos utilizados, o próximo capítulo apresenta um
sucinto referencial teórico sobre a teoria do comércio internacional.
35
CAPÍTULO 2 - EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
2.1 Mercantilismo
A primeira teoria, que procurou explicar o comércio internacional, foi a proposta pelos
mercantilistas, que atuou entre os séculos XVI e XVIII. De acordo com essa visão, a maneira
mais importante para uma nação tornar-se rica e poderosa era exportar mais do que importar.
Para os mercantilistas, o governo deveria estimular as exportações e restringir as importações.
Exportar significava o fortalecimento da economia, uma vez que adquiria estoques de metais
preciosos e era isso que tornava a nação mais rica e poderosa (COSTA, 1999).
2.2 Visão clássica
No final do século XVIII, em oposição ao que propunham os mercantilistas, surge com
os economistas clássicos, uma nova teoria que defendia o comércio livre entre as nações. Adam
Smith e David Ricardo foram os principais representantes dessa proposta. O primeiro
economista, em seu livro intitulado “A Riqueza das Nações”, afirmava que cada nação poderia
especializar-se na produção de mercadorias com as quais tinha uma vantagem absoluta, ou
poderia produzi-las com maior eficiência que as demais nações e importar aquelas em que tinha
uma desvantagem absoluta ou produzir menos eficientemente (SALVATORE, 1998).
De acordo com Adam Smith, a especialização internacional de fatores de produção
resultaria em aumento do produto mundial, partilhado entre as nações que faziam o comércio
bilateral. Portanto, uma nação possui vantagem absoluta na produção de um bem, quando o
produz com menores custos de produção, medidos em unidade de mão-de-obra, em relação a
outros países (CHACHOLIADES, 1987).
Para a teoria da vantagem absoluta, o ganho de uma nação estava atrelado ao potencial
de aquisição de determinados produtos, cujo valor fosse menor que o da produção interna.
Assim, a explicação para o comércio entre as nações estava relacionada às características do
processo produtivo em cada país. Dessa forma, um país especializava-se na produção de bens e
serviços que faria com maior eficiência, utilizando menos horas de trabalho, reduzindo, portanto,
a produção daquele bem que não apresentasse uma eficiência tão elevada.
A argumentação adotada pelos economistas clássicos é baseada na Teoria do Valor
Trabalho, caracterizando o processo produtivo como dependente apenas de um fator de
36
produção: o trabalho. Este fator era o único determinante do preço dos produtos, ou seja, quanto
mais trabalho utilizado na produção de um bem, maior seria o preço desse bem.
David Ricardo, ao publicar “Princípios de Economia Política e Tributação,” propôs um
aperfeiçoamento da Teoria de Smith. De acordo com Ricardo, seria possível haver comércio
entre dois países mesmo que um deles tivesse vantagem absoluta na produção de todos os bens,
ainda assim poderia haver comércio mutuamente vantajoso. Defendia, também, que a nação que
não tivesse vantagem absoluta deveria especializar-se na produção e exportação do bem em que
possuía vantagem comparativa. Essa era a condição básica para que houvesse comércio.
Ricardo procurou fundamentar sua teoria em várias hipóteses simplificadoras, dentre as
quais: a teoria do valor trabalho; duas nações e duas mercadorias; o fator trabalho é
perfeitamente móvel no mercado interno, mas completamente imóvel internacionalmente;
concorrência perfeita em todos os mercados de fatores e produto; a distribuição da renda interna
no país não é afetada pelo comércio; não há mudança tecnológica, custos de produção constantes
e custos de transportes zero.
O modelo proposto por Ricardo supõe a existência de dois países, dois produtos, e um
único fator de produção (trabalho) e a relação entre os preços dos produtos antes do comércio
como sendo função apenas das quantidades de trabalho empregado na produção de cada bem, em
cada país.
De acordo com Ricardo, o valor ou preço de uma mercadoria é igual ou pode ser
determinado pela quantidade de tempo de trabalho incorporada em sua produção. A definição
proposta implica duas proposições. A primeira é: ou o trabalho é o único fator de produção
presente no processo produtivo de determinado bem, ou é empregado na mesma proporção fixa
para a produção de todas as mercadorias, e a segunda diz que o trabalho é homogêneo, ou seja,
de um único tipo.
2.3 Teoria do custo de oportunidade
A Teoria do Valor Trabalho foi rejeitada em função de algumas limitações. A primeira é
a de que trabalho não é o único fator de produção e não é utilizado na mesma proporção fixa na
produção de todas as mercadorias. Além de na produção, geralmente, efetuar-se alguma
substituição de trabalho por capital. E a segunda é a de que trabalho não é de um só tipo.
Estas deficiências são superadas pela moderna Teoria do Valor, ou seja, a Teoria da
Vantagem Comparativa passa a ser explicada em termos de custos de oportunidade. A Teoria do
Custo de Oportunidade afirma que o custo de uma mercadoria é definido a partir da quantidade
37
de uma outra mercadoria que é sacrificada com o objetivo de liberar os fatores de produção ou os
recursos suficientes para produzir uma unidade adicional da primeira mercadoria
(SALVATORE, 1998).
De acordo com a definição proposta, o trabalho não se constitui como o único fator de
produção, nem se supõe que o custo ou o preço da mercadoria pode ser determinado pela
quantidade de trabalho. Assim, a nação com menor custo de oportunidade para produzir uma
mercadoria tem nela uma vantagem comparativa e uma desvantagem comparativa na outra
(KRUGMAN e OBSTFELD, 2004).
A associação entre vantagem comparativa e custo de oportunidade é representada pela
Curva de Possibilidade de Produção (Curva de Transformação), que apresenta as várias
combinações alternativas das duas mercadorias que uma nação pode produzir, utilizando
totalmente todos os seus fatores de produção, empregando a melhor tecnologia possível. A
inclinação da referida curva diz respeito à taxa marginal de transformação (TMT) ou à
quantidade de uma mercadoria que deve ser sacrificada para se obter uma unidade adicional de
outra mercadoria.
Se, não houver intercâmbio comercial, a curva ou fronteira de possibilidade de produção
de uma nação representa sua fronteira de consumo. Isto significa que a nação consome somente a
combinação das mercadorias que produz. Por outro lado, havendo comércio, cada nação pode
especializar-se na produção da mercadoria de sua vantagem comparativa e acabar consumindo
quantidade maior de ambas as mercadorias, diferentemente do caso quando não há comércio
(SALVATORE, 1998).
2.4 Teoria neoclássica
Com o surgimento no século XX, da Moderna Teoria do Comércio Internacional, tendo
como principais representantes Heckscher-Ohlin, a teoria da vantagem comparativa também foi
aperfeiçoada. A nova contribuição dada a essa teoria aconteceu após a tradução para o inglês,da
tese de doutorado de Bertil Ohlin, em 1933, discípulo de Hekscher.
A Teoria Heckscher-Ohlin focalizava a diferença da dotação relativa de fatores e os
preços respectivos entre as nações, como a causa mais importante do comércio. De acordo com
esta teoria, cada nação exportará aquela mercadoria em cuja produção é usado o fator
relativamente abundante e barato, importando a que utiliza uma grande quantidade de fator
relativamente escasso e caro. Esta teoria também propõe que o comércio conduzirá à eliminação
ou redução na diferença dos preços dos fatores entre as nações (COSTA, 1999).
38
Para Gonçalves et al. (1998 apud Viana, 2004), a Teoria Heckscher-Ohlin, diz respeito a
uma discussão mais elaborada dos fundamentos do conceito de vantagem comparativa e dos
ganhos com o comércio estabelecido pelas nações. Dessa forma, numa situação de livre
comércio, os países tendem a se especializar naqueles bens em que possuem vantagens
comparativas, proporcionando ganhos de bem-estar para todos.
O modelo de Heckscher-Ohlin, a exemplo dos outros, foi criticado em função do caráter
restritivo de várias de suas pressuposições. Alguns autores acreditam em que o comércio
mundial não tem ocorrido entre os países que se especializam na produção de produtos de
diferentes conteúdos tecnológicos. Geralmente ocorre o oposto, a maior parte do comércio
mundial tem se dado em um ambiente de competição imperfeita entre países desenvolvidos,
realizando o comércio bilateral entre produtos com elevado grau de tecnologia (VIANA, 2004).
2.5 Nova teoria do comércio internacional
As limitações do modelo Heckscher-Ohlin foram superadas no final dos anos 70, com o
advento da chamada “Nova Teoria do Comércio Internacional,” fundamentando-se na “Teoria
da Organização Industrial” e caracterizando-se pelas hipóteses de mercados de competição
imperfeita e retornos crescentes de escala (CAVALCANTI, 1997).
Nessa nova proposição, destacam-se autores como: Krugman (1779), Lancaster (1980),
Helpman (1981), Ethier (1982), Thorstensen et al. (1994), os quais afirmam que a existência do
comércio é explicada por vantagens em economia de escala e não por vantagens nas diferenças
das dotações de fatores. Assim, o país especializar-se-á na produção daqueles bens nos quais
consegue obter custos decrescentes de escala, proporcionando, assim, capacidade para o país
competir no comércio internacional.
Deve-se destacar ainda que outros autores têm dado contribuição significativa para o
entendimento dos fluxos no comércio internacional. Este estudo se baseia na Teoria
desenvolvida por Bela Balassa (1965), que criou o conceito de Vantagem Comparativa Revelada
(VCR). O autor propôs o método VCR como alternativa para identificação de setores nos quais
um país possui vantagem comparativa na produção e por sua vez na exportação.
Neste método, a Vantagem Comparativa é considerada como revelada porque sua
quantificação é baseada em dados depois de realizado o comércio (FIGUEIREDO e SANTOS,
2005).
39
2.6 Aspectos conceituais sobre indicadores de competitividade
O desenvolvimento da economia de um país em todos os seus aspectos: industrial, setor
de serviços, níveis de renda e emprego, padrão de vida, está relacionado com as economias de
seus parceiros comerciais. Esta integração se dá através dos movimentos internacionais de bens e
serviços, mão-de-obra, fundos de investimentos e tecnologia (CARBAUGH, 2004).
Através do processo de globalização com a integração do mercado mundial, os setores
produtivos da economia passaram por mudanças importantes. A abertura comercial e a formação
dos blocos regionais de comércio fizeram com que os segmentos produtivos buscassem formas
de se tornar mais competitivos, para atingir as exigências do mercado externo e assim expandir
suas exportações (FONTENELE e MELO, 2004).
Esse processo proporcionou o crescimento das exportações e importações da maioria
das nações industrializadas, o que é mutuamente vantajoso. É possível com isso que os
produtores de um país possam especializar-se e produzir em larga escala, ao mesmo tempo em
que podem usufruir do consumo de uma variedade maior de produtos por um menor custo do que
ocorreria na ausência de comércio (CARVALHO e SILVA, 2000).
Desta forma, o comércio internacional tornou-se relevante para as nações. Segundo
Carbaugh (2004), através da permuta de negociações, um país pode especializar-se na produção
de um bem que produz com qualidade e conseqüentemente direcionar as receitas obtidas nesta
atividade para obter de outras regiões produtoras aqueles bens cujo custo de produção é elevado.
Pode também possibilitar o aumento da produtividade de um país, uma vez que se torna possível
adquirir de outro, bens e serviços nos quais as empresas internas são menos produtivas e, como
mencionado, especializar-se nos setores cujas empresas são relativamente mais produtivas. Com
isso, os recursos são direcionados para a produção, elevando, portanto, o nível médio de
produtividade da economia, condição necessária para melhoria dos níveis de renda.
Esse pensamento tem por base a lei da vantagem comparativa, que afirma que um país
pode se beneficiar de outro, empregando maior parte de seu tempo e recursos, produzindo
aqueles bens para os quais possue vantagem comparativa. Desta forma, se um bem ou serviço
pode ser obtido mais economicamente por meio do comércio, faz sentido comprá-lo em vez de
produzi-lo internamente. Assim, o que se prioriza é a forma como os recursos disponíveis podem
ser empregados para obter cada bem ao menor custo (CARBAUGH, 2004).
Fontenele e Melo (2004), também destacam que o comércio internacional resulta em
ganhos com o processo competitivo. Para esses autores a concorrência é fundamental para a
inovação e a produção eficiente. A concorrência internacional ajuda os produtores locais a se
40
manterem em atividade e lhes proporciona um grande incentivo para aprimorar em qualidade de
seus produtos. Ademais, através do comércio internacional, com abertura comercial, foi possível
haver uma maior transação de insumos industriais, no mercado externo, a um baixo custo com
melhor qualidade, facilitando atualização tecnológica, fonte impulsionadora de competitividade
aos produtores domésticos.
Kenen (1998), afirma que
As diferenças de preços existentes de um país para outro são o motivo básico para o
comércio. Eles refletem as diferenças nos custos de produção. O comércio, por sua vez,
serve para minimizar os custos reais dos recursos da produção mundial,ou seja, o
comércio serve para maximizar o valor real da produção de recursos mundiais. Isso
ocorre porque ele permite e encoraja os produtores de cada país a se especializarem em
atividades econômicas que aproveitem da melhor forma possível os recursos físicos e
humanos de seu país.
De acordo com IE/UNICAMP (1993), os indicadores de competitividade internacional
podem ser classificados a partir de três óticas: desempenho, eficiência e capacitação.
Os indicadores de desempenho caracterizam-se por focalizar as formas com que a
competitividade internacional se manifesta, voltada ao mercado nacional e particularmente ao
comércio internacional.
O indicador de eficiência requer a identificação dos preços e custos dos bens e serviços
comercializados, e se relacionam com a produtividade técnica e econômica no uso dos fatores de
produção.
Os indicadores de capacitação se relacionam com os determinantes do sucesso
competitivo associados à incorporação de avanços tecnológicos em produtos e processos, aos
ganhos cumulativos que derivam de formas apropriadas de organização empresarial e de
cooperação entre as firmas e ao nível de composição dos investimentos públicos e privados,
incluindo os investimentos feitos em capital humano.
Dada a diversidade de significados atribuídos à competitividade internacional e os
diversos tipos de indicadores disponíveis para mensurá-la, estes podem ser classificados ainda
em absolutos e relativos. Os indicadores absolutos referem-se direta ou indiretamente à
comparação do desempenho competitivo do país, especificado com o de seus concorrentes no
comércio mundial dos produtos respectivos. Já os de tipo relativo, denominados “indicadores de
vantagem comparativa revelada”, medem a relação entre o desempenho do setor em questão e o
desempenho dos demais setores do mesmo país.
41
Ainda de acordo com IE/UNICAMP (1993), existem diversos autores que trabalharam na
construção de indicadores de desempenho, porém o mais influente foi Bela Balassa
5
, suas
propostas foram absorvidas por um número significativo de autores e instituições. Este
autor foi responsável pelo conceito de Vantagem Comparativa Revelada (VCR), no ano de
1965, ao ter conhecimento sobre a dificuldade de quantificar os fatores responsáveis pelas
vantagens comparativas dos países, dentre os quais custos relativos. Dessa forma sugeriu que
deveriam ser realizados estudos de forma que as vantagens fossem “Reveladas” nos padrões de
comércio.
O referido Instituto destaca que
Existe, na literatura econômica nacional e internacional, diversa acepção do conceito de
competitividade internacional, o que se reflete na existência de uma gama diversificada
de metodologias para analisá-la. No âmbito específico da construção de indicadores de
competitividade, a variedade de abordagens mostra-se ainda maior, pois mesmo autores
e instituições que compartilham das mesmas definições de competitividade acabam
realizando opções diferentes.
Hidalgo (1998), no seu estudo “Especialização e Competitividade do Nordeste no
Mercado Internacioanal”, define competitividade nos mesmos moldes que Lafay (1990), como
sendo “a comparação de custos entre diferentes produtos para um determinado país”. Acredita
em que a competitividade também estava determinada pela conjuntura macroeconômica e pela
taxa de câmbio real, no que diz respeito principalmente a produtos não diferenciados.
Silva e Batalha (1999), afirmam que, na literatura científica especializada, o termo
competitividade encontra várias interpretações, cada uma apresentando suas especificidades.
Esses autores delimitam o conceito de competitividade em duas vertentes:
A primeira analisa a competitividade como um desempenho de uma empresa ou
produto. Aqui os resultados analisados decompõem-se na determinação de uma competitividade
revelada. O indicador de competitividade revelada nesta visão está relacionado com a
participação de um produto ou empresa em um mercado específico (market share). Esse
indicador de competitividade foi difundido pela economia neoclássica e segundo esta escola é o
indicador mais apropriado na literatura econômica para se fazer análise da participação das
exportações de um setor no mercado internacioanal. Acreditam em que a competitividade de uma
nação ou setor seria o resultado da competitividade individual dos atores pertencentes ao país,
região ou setor.
5
Balassa, B. Trade liberalization and “revealed” comparative advantage. The Manchester Schoo of Economics na
Social Studies, n. 33, May 1965.
42
Para a segunda vertente, o conceito de competitividade é melhor entendido pelo lado da
eficiência que procura medir o potencial de competitividade de um setor ou empresa. Sob essa
ótica o potencial competitivo seria realizado através de identificação e estudo das opções
estratégicas adotadas pelos agentes econômicos, dadas as suas restrições gerenciais, financeiras,
tecnológicas e organizacionais. Assim, haveria uma relação causal entre a conduta estratégica da
firma e o seu desempenho eficiente. O alicerce deste pensamento está pautado na organização
industrial .
Com base nessa classificação definem a competitivdade como “a capacidade de um
dado sistema produtivo obter rentabilidade e manter participação de mercado nos âmbitos interno
e externo (mercado internacional), de maneira sustentada”.
Hidalgo (2000), afirma que existe uma variedade de indicadores baseados nos fluxos
comerciais que mensuram a tendência na especialização internacional de uma economia. Isso se
deve, por um lado, à diferenciação do objeto de estudo pretendido por cada autor agregando, às
vezes, empresas e indústrias específicas ou, às vezes, focalizando competitividade de países ou
nações.
Para Horta(1983) apud Coelho e Berger (2004), o conceito de competitividade está
atrelado ao desempenho das exportações industriais. Dessa forma, afirmam que são competitivas
as indústrias que ampliam sua participação no comércio mundial de determinados produtos. Para
os autores, essa definição vai além das condições de produção, pois atige os fatores que inibem
ou estimulam as exportações.
Os autores supracitados consideram, conforme o pensamento de Haguenauer (1989),
Pinheiro e Horta (1992) e Kupfer (1993), que a competitividade das exportações pode ser
analisada em três visões diferentes, que adotam como base critérios também diferenciados. Sob
este ponto de vista a competitividade é analisada pela visão do desempenho, pela visão macro e
pela visão eficiência.
A primeira visão avalia a competitividade, baseando-se no desempenho das exportações
de um país ou mercado internacional. De acordo com a referida visão, quanto maior for a
participação no mercado internacional, mais competitivas se tornarão as exportações do país.
Neste caso o indicador mais utilizado é o constante “market share”.
A segunda visão - (macro), faz análise da competitividade das exportações,
considerando as decisões políticas, classificando-as de suma importância para o Estado.
Considera-se aqui que as variáveis de política econômica cambial (taxa de câmbio) e fiscal, no
caso do subsídio, podem ser adotadas como mecanismo para incentivar o aumento da
competitividade das exportações. Nesse caso, consideram os referidos autores, baseados no
43
pensamento de Ângelo(1997); Horta (1983), que o método mais adequado para medir a
competitividade é a taxa de câmbio real.
A última visão(eficiência) defende que a competitividade das exportações está atrelada à
capacidade de um país produzir bens com níveis de eficiência e qualidades superiores aos seus
competidores no mercado. Nesse caso, o indicador mais apropriado para mensurar a
competitividade é a rentabilidade das exportações.
Neste estudo, serão utilizados indicadores de desempenho, que são apropriados para
estudos de competitividade que envolvem mercado nacional e internacional, como pode ser
confirmado através do grande número de estudos nos quais foram adotados.
A Teoria do Comércio Internacional descrita acima foi adotada como referencial
teórico para fundamentação deste estudo enfatizando o método de Vantagem Comparativa
Revelada de Balassa. A utilização desse modelo torna-se relevante por permitir acompanhar a
evolução do fluxo de comércio externo de plantas vivas e produtos de floricultura ao longo dos
anos e por se mostrar importante na análise do desempenho de políticas direcionados para esse
setor.
44
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA
3.1 Métodos de Análise
3.1.2 Análise tabular e descritiva
Análise tabular e descritiva será empregada para atender a todos os objetivos deste
estudo. Esta técnica de acordo com Gil (1997), permite relatar as características relativas ao
objeto de estudo e apresentar os dados, de forma sistemática, permitindo ter-se uma visão
globalizada do que se está analisando.
3.1.3 Indicadores de desempenho
Os indicadores apresentados a seguir serão utilizados para atender ao terceiro objetivo,
ou seja, verificar se as exportações de plantas e produtos de floricultura do Ceará e do Brasil são
competitivas no mercado internacional. Cada indicador apresenta informações que se
complementam e ou ampliam o entendimento sobre competitividade.
Os indicadores de desempenho utilizados neste estudo serão: a) Vantagem Comparativa
Revelada; b) Taxa de Cobertura; c) Intensidade de Comércio; d) Desempenho das Exportações;
e) Posição Relativa das Exportações e f) Constant market share. Estes indicadores têm por base
HAGUENAUER (1989), IE/UNICAMP (1993), (HIDALGO,2000) e VIANA (2004).
3.1.3.1 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada(VCR)
Este indicador mostra a participação das exportações de um dado produto de um
estado/país em relação às exportações nacionais/mundiais desse mesmo produto e permite
comparar a participação relativa das exportações de um produto de diversas regiões/países.
Assim, o indicador de vantagem comparativa revelada – VCR de um produto para uma
região pode ser interpretado como a razão entre o peso das exportações do produto i em questão
nas exportações totais da região j, considerando o seu peso nas exportações totais da região de
referência k.
VCR
ij
= (X
ij
/ X
ik
) / (X
j
/
X
k
)
45
Onde:
VCR
ij
Vantagem comparativa revelada do produto i da região j
X
ij
é o valor das exportações do produto i da região ou país j
X
j
é o valor das exportações do produto i do país ou zona de referência k
Xi
k
é o valor total das exportações da região ou país j.
X
k
é o valor total das exportações do país ou zona de referência k.
Quando VCR
ij
> 1, conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada se
VCR
ij
< 1, então o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada. Obtendo-se VCR
ij
= 1, a região j não terá vantagem nem desvantagem na produção do produto, nesse caso a
produção local supre as necessidades internas de consumo, afirma-se que não existe excedente
para ser exportado.
O emprego do indicador de VCR permite aprofundar a análise sobre a tendência à
especialização de um país, dissociando-a da conjutura macroeconômica e apontando os pontos
fortes e fracos de uma economia em relação aos produtos de exportação (LAFAY et al, 1999),
citado por ( SILVA, et al, 2001).
3.1.3.2 Taxa de Cobertura (TC)
A taxa de cobertura - TC é utilizada para relacionar as exportações com as importações
do produto i. É também um indicador utilizado para obtenção de informações que auxiliam no
estudo da competitividade. A taxa de cobertura do produto i é definida como sendo o quociente
entre as exportações e as importações do produto i, ou grupo de produtos de um país ou região e
é reprentada da seguinte maneira:
TC
ij
= X
i
/ M
i
Onde:
X
i
= Exportações do produto i da região ou país j
M
i
= Importações do produto i da região ou país j.
Este indicador mostra o quanto as exportações são maiores/menores que as importações
do produto i.
Quando TC
ij
> 1, diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura
das importações, ou seja, as exportações do produto i são maiores que suas importações.
46
Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade
constituem os pontos fortes de uma economia. Acontecendo o oposto, isto é, caso os produtos
apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior à
unidade são tidos como pontos fracos de uma economia. Comparando-se os pontos fortes de um
país com os fracos dos parceiros comerciais identificam-se os produtos com maior potencial em
termos de comércio (HIDALGO, 2000)
3.1.3.3 Indicador de Intensidade de Comércio (IC)
Este indicador mostra a intensidade das relações de troca do produto i da região/ país j.
É representado pela razão entre as exportações do produto i para o país/região j em relação às
exportações totais do produto i e as importações totais do país/região j relativamente às
importações mundiais w do produto i.
IC
ij
=
iwij
ij
MM
XiX
Onde:
IC
ij
= Indicador de intensidade de comércio do produto i do país/região j
X
ij
= Exportações do produto i do país/região j.
X
i
= Exportações totais do produto i do país/região j
M
ij
= Importações totais do produto i do país/região j
M
iw =
Importações totais mundiais do produto i
Quanto maior o indicador, maior a tendência de comércio bilateral entre essas regiões.
3.1.3.4 Indicador de Desempenho das Exportações (DES)
O indicador de desempenho das exportações mostra o desvio entre as exportações do
produto i de uma região ou país j, efetivamente realizadas em direção a uma outra região ou país
k, no decorrer do ano t, e o que estas exportações teriam sido se a região ou país tivesse
conservado a mesma participação no mercado, registrada no ano t
0
(SILVA; ANEFALOS; REIS
FILHO, 2001). Este indicador analisa o comportamento do comércio de um produto entre dois
países/regiões e pode ser calculado como:
47
DES
it
jk
= X
it
jk
- ( X
ito
jk
x M
t
jk
/ M
to
jk
)
Em que:
DES
jk
it
= Indicador de desempenho das exportações do produto i do país/região j para o
país/região k no ano t
X
jk
it
= Valor das exportações do produto i no ano t do país/região j para o país/região k
X
jk
ito
= Valor das exportações do produto i no ano t
0
do país/região j para o país/região k
M
t
jk
= Valor das importações totais do produto i no ano t realizado pelo país/região k
M
to
jk
= Valor das importações totais do produto i no ano t
0
realizados pelo país/região k
O cálculo do indicador de desempenho permite avaliar se o país j perdeu ou ganhou
espaço no mercado ou do parceiro k e contribui para fazer uma análise sobre a evolução no
comércio mundial para o produto i. Se o resultado do indicador for positivo, significa que o
país/região aumentou sua participação no mercado do país importador em relação ao período
inicial no que diz respeito ao produto em análise. Portanto, se houve perda de espaço no mercado
DES < 0 e se houve ganho DES >0.
3.1.3.5 Indicador de Posição Relativa no Mercado (POS)
Esse indicador é usado para identificar a posição de uma região ou país no mercado
internacional de um produto. Refere-se ao saldo comercial do produto i na região ou país j em
relação ao total comercializado do referido produto no mercado internacional, no ano t ,
(LAFAY et al., 1999) apud SILVA et al., 2001). A fórmula utilizada para este indicador é:
POS
t
ji
= 100 x X
t
ij
– M
t
ij
X
t
wi
+ M
t
wi
Sendo que:
POS
t
ji
= Posição da região/país j no mercado mundial do produto i no ano t
X
ij
t
= Exportações do produto i da região/país j no ano t
M
ij
t
= Importações do produto i da região/ país j no ano t
X
wi
t
= Exportações mundiais do produto i no ano t
M
wi
t
= Importações mundiais do produto i no ano t
Este indicador permite visualizar o grau de competição entre a região/país j e seus
competidores no mercado internacional. Quanto maiores seus valores, maior a importância da
região ou país j no comércio mundial do produto i. A evolução do referido indicador mostra se as
48
exportações/importações líquidas do país/estado crescem a taxas superiores ou inferiores às do
comércio mundial do produto (CUNHA FILHO, 2005).
3.1.3.6 Modelo Constante Market Share (CMS)
Esse indicador mostra se o crescimento favorável ou desfavorável das exportações de
um produto é atribuído diretamente ao setor exportador, tanto em relação à estrutura das
exportações do país quanto à sua competitividade. A hipótese do modelo é de que, mantida a
parcela de exportação pelo país, a variação verificada é atribuída à competitividade (SEREIA et
al, 2002).
Esse método difere do indicador de VCR ao considerar que a competitividade absoluta
de um país é refletida pelo desempenho das exportações de um setor e/ou país no comércio
mundial. Já o indicador de vantagens comparativas avalia o desempenho de um setor
relacionando somente às exportações do país, isolando da análise o desempenho desse mesmo
setor no mercado mundial.
Para esse modelo, as variações na participação das exportações de um país, no comércio
mundial, são classificadas em três efeitos: crescimento do comércio mundial; destino das
exportações; e competitividade, resultantes de ganhos ou perdas de participação nos diversos
mercados por parte do produto.
Descrição do modelo :
(V’
ik
– V
ik
) = (r
i
V
ik
) + (r
ik
- r
i
) V
ik
+ (V’
ik
– V
ik
– r
i
V
ik
)
k
k
k
k
Sendo:
(V’
ik
– V
ik
) corresponde ao crescimento efetivo total do valor das exportações do produto i do
estado/país em análise para o mercado k
k
V’
ik
valor monetário das exportações do produto i do estado/país em análise para o mercado
k no período 2.
V
ik
valor monetário das exportações do produto i do estado/país em análise para o mercado k
no período 1.
r
i
percentagem de crescimento do valor das exportações mundiais do produto i, do período
1 para o período 2.
49
r
ik
percentagem de crescimento do valor das exportações do produto i para o país k, do
período 1 para o período 2.
Sendo assim, compreende-se o crescimento das exportações do produto i do estado/país
em análise, a partir dos seguintes fatores:
a) Efeito crescimento do comércio mundial = (r
i
V
ik
)
k
Efeito do crescimento do comércio do produto i, ou seja, incremento das exportações do
país em função de um aumento geral do comércio. Representa a porcentagem de crescimento
observada se as exportações do país tivessem crescido a mesma taxa de comércio internacional.
b) efeito destino das exportações = (r
ik
– r
i
) V
ik
k
O efeito descrito acima representa os ganhos ou perdas da porcentagem de crescimento
devido ao fato de o país exportar para mercados que cresceram a taxas superiores ou inferiores à
media observada para todos os países. Mostra os ganhos ou perdas decorrentes da venda do
produto para mercados externos mais ou menos dinâmicos.
c) efeito competitividade = (V’
ik
– V
ik
– r
i
V
ik
)
k
Efeito de contribuição ou resíduo é representado em termos de a percentagem de
crescimento dos ganhos ou perdas de participação do produto nos diferentes mercados e dos
ganhos ou perdas de competitividade, seja em termos de preços e/ou custos, seja em virtude da
melhoria na qualidade do produto e/ou condições de financiamento.
A principal vantagem deste modelo, de acordo com Sereia et. al (2002), é que ele
permite fazer análise por componentes e através do comportamento do produto no mercado de
destino, indicando os mercados onde o país é mais competitivo. Afirmam os autores que, embora
o modelo utilize-se de séries passadas, apresenta a possibilidade de fazer interferências sobre o
direcionamento e a concentração do setor exportador em produtos mais dinâmicos.
50
3.2 Fonte dos dados
As informações necessárias para determinação dos indicadores a serem utilizados neste
estudo foram de origem secundária, obtidas na Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), do sistema ALICEWEB
referente ao período de 1998 - 2004 dos quais foram coletados dados sobre exportação e
importação do capítulo 6 - plantas vivas e produtos de floricultura, classificados de acordo com
a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). As informações sobre a balança comercial do
agronegócio brasileiro e cearense foram obtidos da Secretaria de Produção e Comercialização
(SPC) do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). As informações
referentes ao comércio mundial do agronegócio, foram retiradas da: Food and Agriculture
Organization of the United Nation (FAO). Já as informações internacionais de plantas vivas e
produtos de floricultura foram obtidas em PHATFASTPUBLISHING e no Centro Internacional
de Comércio ITC/UNCTAD.
Os dados utilizados referem-se aos valores FOB (Free on Board) das exportações e
importações brasileiras expressos em (US$), no período de 1998 a 2004.
51
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Comportamento do mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura
O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura é extremamente
exigente e competitivo. Mesmo assim, observa-se um dinamismo no “ranking” dos exportadores
ao longo do período. Como pode ser observado na Tabela 8.
TABELA 8 – Valor das Exportações de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais
Países Exportadores do Mundo 1998 a 2004
Países 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Brasil 12.042 13.123 11.884 13.286 15.022 19.533 23.608
Holanda
(Países Baixos)
4.425.167 4.078.068 3.810.620 3.730.960 3.640.872 3.856.678 3.792.214
Colombia 603.508 550.149 570.335 610.30 672.7 682.4 703.6
Itália 298.705 295.940 268.927 275.086 297.322 282.433 272.006
Bélgica 273.205 273.800 267.603 280.032 273.502 270.701 273.817
Dinamarca 314.320 287.482 261.328 270.139 300.901 274.405 265.733
EUA 411.595 431.624 429.963 419.103 427.081 422.982 421.631
Equador 163.734 182.881 215.977 240.425 292.756 311.560 356.623
Alemanha 201.736 199.973 197.438 224.045 200.854 198.975 211.011
Espanha 159.079 138.556 134.793 148.817 136.674 135.893 152.234
Outros 1.478.330 1.463.033 1.494.056 1.719.726 2.343.041 2.015.616 2.225.185
Mundo 8.341.421 7.914.629 7.662.924 7.321.619 7.928.025 7.788.776 7.994.062
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC, da FAO.e de PATHFASTPUBLISHING
De acordo com a Tabela 8, observa-se que a Holanda (Países Baixos), lidera na
exportação de plantas vivas e produtos de floricultura no período,. vindo na seqüência a
Colômbia, Estados Unidos, Dinamarca, Itália, Bélgica, Alemanha, Equador e Espanha. Como
pode ser visto, alguns destes países ora apresentam ganhos de mercado, como é o caso do
Estados Unidos, Equador e Colômbia; ora apresentam perca de mercado ao longo dos anos
analisados como a própria Holanda, a Itália, a Dinamarca, etc.
Por outro lado, estes países se destacam também como importadores potenciais do setor
em análise. Os referidos dados estão apresentados na Tabela 9. A Alemanha se destaca como o
52
maior importador, seguida do Equador e Holanda. Dos países em destaque, o Brasil é o que
apresenta menor valor importado.
TABELA 9 – Valor das Importações de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais
Países Importadores do Mundo 1998 a 2004
US$ MIL FOB
Países 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Brasil 7.961 5.476 6.414 7.944 8.210 6.869 6.736
Holanda (Países
Baixos) 777.673 747.035 741.970 740.972 765.02 770.354 748.356
Colombia 483.1 441.6 500.8 500.4 514 560.4 701.6
Itália 379.182 389.368 391.627 390.272 386.360 392.726 378.703
Bélgica 288.600 290.399 280.397 289.352 291.703 278.407 280.311
Dinamarca 153.899 154.366 160.905 158.110 148.306 162.341 154.021
EUA 598.903 574.967 594.790 551.179 529.492 601.149 699.816
Equador 1.361.972 1.281.103 1.262.351 1.850.30 1.723.15 1.485.66 1.598.77
Alemanha 2.028.064 1.678.484 1.457.696 1.373.304 1.482.075 1.689.022 1.506.798
Espanha 122.584 125.244 119.344 121.534 122.216 124.510 125.743
Outros 2.621.582 2.667.188 2.678.947 3.938.412 4.966.160 4.319.700 4.449.608
Mundo 8.340.420 7.913.630 7.694.441 7.634.079 7.935.036 8.345.078 8.350.092
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC, da FAO. e de PATHFASTPUBLISHING
Do ponto de vista da pauta de exportações (Tabelas 8 e 9), verifica-se que o Brasil
exporta mais que importa, apresentando superávit em todo o período analisado, o que caracteriza
o país como um ambiente fortemente concorrencial, tornando o mercado externo como uma
alternativa a mais de crescimento do setor.
Em relação ao Brasil, os estados que se destacam como principais exportadores no
período são: São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Ceará
que apresentou valores expressivos nos anos de 2003 e 2004 (ver tabela 2). Nota-se que, no
período analisado, as exportações apresentaram um comportamento instável, ora com tendência
crescente, ora decrescente.
Os produtos destinados a esse comércio são: rosas, flores tropicais, bulbos de amarílis,
plantas e folhagens. No ano de 2003, conforme o gráfico, os principais produtos exportados por
esse setor foram: rosas, flores tropicais, bulbos de amarílis, folhagens e plantas.
53
Em 2004, o Ceará se destacou como o maior exportador brasileiro em dois destes
produtos: rosas e flores tropicais e, no mesmo ano, ficou em segundo lugar nas exportações de
flores frescas cortadas (SEBRAE, 2005).
4.2 Indicadores de competitividade de plantas vivas e produtos de floricultura
cearense/brasileira no mercado internacional
O comportamento das exportações de plantas vivas e produtos de floricultura
demonstrou que existe uma alternância de países na lista dos principais
exportadores/importadores. A seguir, analisa-se o desempenho dos países neste mercado
competitivo, com foco no Brasil e Estado do Ceará.
4.2.1 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR)
O indicador de vantagem comparativa revelada (VCR), como já citado neste estudo, é
uma medida revelada, uma vez que seu cálculo é realizado através de dados observados do
comércio. Este índice demonstra se o estado/país, neste caso Ceará/Brasil, possui vantagem
comparativa na exportação de plantas vivas e produtos de floricultura, confrontando sua
participação na pauta exportadora do comércio do agronegócio nacional e mundial.
Como referido na metodologia, quando este indicador é maior do que um, afirma-se que
o estado/país é competitivo na exportação do produto ou possui vantagem comparativa em
função de apresentar um desempenho superior à média mundial. Quando o resultado obtido é
menor do que um, diz-se que o estado/país apresenta desvantagem comparativa na exportação do
produto ou não é competitivo.
Os indicadores de vantagem comparativa (VCR) de plantas vivas e produtos de
floricultura calculados para o Ceará e principais estados brasileiros exportadores no período de
1998 a 2004 estão apresentados na Tabela 10.
54
TABELA 10 – Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura do Ceará e principais estados exportadores do Brasil em relação ao Comércio
Mundial (1998 a 2004)
Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ceará 1,5 2,3 0,4 0,0 0,1 0,5 2,1
São Paulo 13,8 16,7 28,4 27,2 29,3 37,0 40,0
Paraná 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0 0,1 0,2
R.G. Do Sul 4,9 5,3 10,0 10,4 10,8 11,9 10,2
Minas Gerais 5,1 8,2 113,3 151,5 113,7 172,9 165,4
Rio de Janeiro 2,7 3,1 0,2 0,2 0,2 0,1 0,0
Santa Catarina 1,6 1,6 20,6 12,2 14,0 9,7 14,8
Pernambuco 0,9 0,0 0,2 0,3 0,2 0,4 0,8
Bahia 0,0 0,1 0,0 0,0 0,1 0,1 6,4
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC e da FAO.
Os dados mostram que no estado do Ceará entre 1998/1999, houve um aumento do
índice de VCR atribuído à queda nas exportações mundiais de plantas vivas e produtos de
floricultura. No ano seguinte, houve uma queda da vantagem comparativa devido à diminuição
da participação do setor na pauta de exportação estadual do agronegócio. Em 2001, o VCR foi
nulo porque não houve exportação do referido produto no Estado. A partir de 2002, o indicador
passa a apresentar ganhos, porém com uma pequena participação na pauta do agronegócio
cearense. Em 2003, apesar do índice ainda ser menor que a unidade, o setor em estudo
apresentou crescimento do índice de VCR de 4%, porém a participação do segmento na pauta do
Estado foi menor que a participação na pauta do agronegócio mundial. Em 2004, o índice
elevou-se em função da participação significativa na pauta de exportação do agronegócio
cearense, sendo superior à participação do setor na pauta de exportação mundial. Enquanto no
estado a participação foi de 14,6%, no mercado mundial, foi de 7,08%.
A alta competitividade, apresentada em 2004 pelo Estado pode ser fruto de
direcionamento de políticas do governo para o setor, no ano de 2000, proporcionando resultados
positivos a partir do ano de 2003. Como possibilidade de aumento das exportações estaduais,
podem-se citar, também, a existência de ecossistemas distintos que permite a variedade de
produtos, a luminosidade intensa, a baixa incidência de pragas e doenças. Cabe ressaltar ainda a
existência de produção, distribuição e comercialização de flores de tamanhos adaptados às
55
exigências internacionais, superando os entraves predominantes no setor, principalmente, no que
diz respeito à carência de ações de promoção e marketing.
No estado de São Paulo, observa-se que os índices em todo o período analisado foram
bastante significativos, apresentando-se crescentes a cada ano. Esses resultados se deram em
função da expressiva participação do segmento na pauta de exportação do agronegócio do estado
de São Paulo que foram respectivamente (151,9%, 166,47% 283,1%, 271,87%,292,66%, 295,4%
e 279,3%), superiores em todo o período à participação do segmento no agronegócio mundial
(10,5%, 9,9%, 9,8%, 9,3%, 9,3%, 7,7% e 7,1%). A participação das exportações de plantas vivas
e produtos de floricultura na pauta de exportação do agronegócio do Estado fez com que o VCR
apresentasse crescimento em quase todo o período. Entre 1998/1999, o índice apresentou
crescimento de 21,01%, de 1999/2000, de 70,1%, de 2000/2001 apresentou uma leve queda de -
4,22%, de 2001/2002 mostrou crescimento de 7,72% , de 2002/2003 o crescimento foi de
26,27% e de 2003/2004 este cresceu 8,71%.
No Paraná, o segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou VCR nulo
nos anos de 1998,1999, 2000 e 2002. Isso se deu porque o estado não exportou nada do
segmento. Em 1999, o VCR apresentou um pequeno crescimento devido à participação na pauta
de exportação do agronegócio paranaense. De 1999 para 2000, o VCR diminuiu devido à
participação do setor na pauta do agronegócio mundial ser bem superior. Nos demais anos o
VCR continuou aida menor que a unidade também em função do segmento de plantas vivas e
produtos de floricultura apresentar maior participação na pauta de exportação do agronegócio do
mundo.
Observa-se que os índices de VCR no Rio Grande do Sul, a exemplo de São Paulo e
Minas Gerais, foram também bastante significativos, apresentando-se crescentes a cada ano.
Esses resultados se deram em função da participação elevada do segmento na pauta de
exportação do agronegócio dos respectivos estados com valores superiores a participação de
plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportação do agronegócio mundial.
Nestes estados, destaca PEROSA (2002), que o bom desempenho do setor é dado ainda
em função de alguns fatores como: acesso a material genético de última geração e penetração nos
mercados de primeira linha; adoção de administradores que apresentam como meta resultados
econômico e financeiro; gestão de planejamento orientada a partir das necessidades do mercado
e, por último, adoção de tecnologia de ponta no processo produtivo.
No estado do Rio de Janeiro, o VCR apresentou-se acima da unidade nos anos de
1998/1999, apresentando crescimento de 14,81%. Isso se deu devido à participação nas
exportações do agronegócio ser relativamemnte maior, uma vez que o volume exportado do
56
agronegócio ser pequeno. A partir de 2000, o VCR apresenta-se menor que a unidade,
observando-se que a queda deveu-se ao volume do agronegócio no Estado ter aumentado de
forma expressiva, bem como a participação do segmento na pauta de exportação do mesmo
haver se tornado pequena, isso fez com que a participação relativa caisse.
Os estados de Pernambuco e Bahia apresentaram também VCR abaixo da unidade
basicamente em todo o período. Nota-se que esse resultado deu-se em função da pequena
participação de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportação dos estados.
Os índices de VCR calculados para o Brasil estão presentes na Tabela 11. Conforme
especificado, verifica-se que este indicador para o País, em todo o período analisado, foi maior
que a unidade, demonstrando que o país possui vantagens comparativas reveladas para o
segmento em análise. De acordo com os resultados, percebe-se que, de 1998 para 1999, o VCR
apresentou crescimento de 26, 23%, isso se deu em função na queda da participação de plantas
vivas e produtos de floricultura na pauta do agronegócio mundial, enquanto o Brasil participou
com 60% e 64% na pauta do agronegócio brasileiro, nestes anos, a participação mundial passou
de 10,5% para 9,9%. De 1999 para 2000, o VCR apresentou uma queda porque houve uma
redução da participação da exportação na pauta do agronegócio, enquanto, a partir de 2001, o
VCR cresceu continuamente em função da alta participação do segmento na pauta de exportação
do agronegócio.
TABELA 11 – Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)
Países 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Brasil 5,07 6,4 5,8 5,7 6,0 7,9 8,64
Holanda (Países Baixos) 6,8 5,9 7,1 7,01 5,7 5,6 5,9
Colômbia 10,2 8,62 10,02 1,24 1,33 1,74 1,92
Itália 0,58 0,65 0,64 0,6 0,6 0,62 0,65
Bélgica 9,09 10,00 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6
Dinamarca 4,2 4,3 4,05 3,9 3,94 3,8 3,6
Estados Unidos 0,4 0,5 0,44 0,42 0,43 0,49 0,5
Equador 127,02 168,07 2,3 248,52 263,82 305,59 421,26
Alemanha 0,78 0,88 1,9 0,94 0,76 0,75 0,77
Espanha 0,08 0,07 0,06 2,9 0,06 0,06 0,07
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC, da FAO. e de PATHFASTPUBLISHING
57
Perosa (2002), ao analisar a participação brasileira no mercado internacional de plantas
vivas e produtos de floricultura, afirma que até 1998 o saldo da balança comercial deste
segmento no Brasil apresentou queda, e a partir de 1998 este saldo apresentou recuperação.
Segundo o autor, este comportamento está vinculado à desvalorização cambial ocorrida em 1999,
apresentando como conseqüência o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior.
Os índices de VCR da Holanda assim como da Colômbia e do Equador mostraram-se
também significativos, apresentando-se acima da unidade a cada ano. Esses resultados se deram
também em função da participação elevada do segmento na pauta de exportação do agronegócio
dos respectivos países, com valores superiores à participação de plantas vivas e produtos de
floricultura na pauta de exportação do agronegócio mundial.
Waquil et. al. (2004), afirmam que a significativa abertura comercial, a estabilização
econômica e o progresso tecnológico proporcionaram a evolução da eficiência produtiva a partir
da década de 90, fazendo com que os países ampliassem a competitividade de suas exportações
agrícolas no mercado internacional.
Os países como: Itália, Bélgica, Estados Unidos, Alemanha e Espanha apresentam VCR
menores que a unidade, indicando que não são competitivos no segmento, segundo este
indicador. Constatou-se que seus baixos desempenhos no comércio mundial de plantas vivas e
produtos de floricultura são proporcionados pela pequena participação na pauta do agronegócio.
Essa desproporcionalidade provoca a queda relativa do indicador. A mesma situação acontece
com a Bélgica, os Estados Unidos, a Alemanha e a Espanha.
No caso do Equador, a queda do índice de VCR, no ano de 2000, foi conseqüência
também da pequena participação de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta do
agronegócio. Neste ano, o país apresentou decréscimo de –98,63% no valor do VCR em
relação ao ano de 1999l.
4.2.2 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)
A taxa de cobertura é obtida pela relação entre as exportações/importações de plantas
vivas e produtos de floricultura. Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998), é
calculada com o objetivo de se determinar os pontos fortes
6
e os pontos fracos de uma economia.
São pontos fortes os produtos que apresentarem ao mesmo tempo VCR e TC superiores à
unidade, o processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia. Se os valores
6
Os pontos fortes no comércio exterior de uma região, constituem aqueles produtos onde a economia tem sólidas
oportunidades de inserção e expansão comercial (HIDALGO, 1998).
58
da TC forem maiores do que a unidade, pode-se afirmar que existe vantagem comparativa em
termos de cobertura das importações, ou seja, as exportações de plantas vivas e produtos de
floricultura apresentam dimensão maior do que as importações do mesmo produto.
A Tabela 12 apresenta a taxa de cobertura para o Ceará e os principais estados
brasileiros exportadores de plantas vivas e produtos de floricultura no período de 1998 a 2004.
Conforme os dados expostos na tabela, o Ceará apresentou vantagem em termos de cobertura de
suas exportações apenas em dois anos: 2000 e 2004. Nestes anos, a taxa de cobertura indica que
o valor exportado de plantas vivas e produtos de floricultura do Ceará foi superior ao valor
importado. Nos anos de 1998, 1999, 2002 e 2003, a importação do segmento foi superior às
exportações. De 1998 para 1999, houve um aumento da importação de 79,62%. Em 2001, o
estado não fez exportação do setor, apenas importou. Em 2004, o estado exportou bem mais do
que importou. A taxa de cobertura passou de 0,71 para 5,7 entre os anos de 2003 e 2004,
apresentando crescimento de 702,8%. O valor da taxa de cobertura para o Ceará, em 2004,
sugere que o Estado está se tornado menos dependente de insumos produzidos no exterior e já
está sendo capaz de atender à demanda interna.
TABELA 12 – Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do
Ceará e principais estados exportadores do Brasil em relação ao Comércio Mundial (1998 a
2004)
Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ceará 0,54 0,97 3,03 0,00 0,06 0,71 5,7
São Paulo 1,78 4,12 4,02 5,09 6,49 13,03 14,60
Paraná 0,00 0,05 0,06 0,04 0,00 0,02 0,09
R.G. Do Sul 1,86 1,71 1,09 0,90 0,88 1,43 2,01
Minas Gerais 5,12 - - - - 29,44 7,28
Rio de Janeiro 0,8 2,99 3,89 4,02 - - 1,43
Santa Catarina 58,10 0,61 - 2,24 3,51 6,66 7,82
Pernambuco 0,008 0,00 - - 0,83 - 14,79
Bahia 0,00 1,01 0,00 0,00 0,32 - 10,33
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC e da FAO.
(-) tende a infinito porque não houve importação do produto no ano em referência
59
Quanto aos demais estados, São Paulo e Minas Gerais também apresentaram, em todo o
período analisado, vantagem comparativa em termos de cobertura. Isso significa que as
exportações superaram as importações. Os outros estados apresentaram, em alguns anos, taxa de
cobertura menor do que a unidade e, em outros, superiores à unidade, ou seja, houve anos em
que, as exportações superaram as importações
Na Tabela 13, está apresentada a análise conjunta do indicador de vantagem
comparativa e a taxa de cobertura para os estados brasileiros em discussão.
TABELA 13 – Pontos Fortes e Pontos fracos do Ceará e principais estados exportadores do
Brasil no setor de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relação ao Comércio Mundial
(1998 a 2004)
Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ceará Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Forte
São Paulo Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte
Paraná Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco
R.G. Do Sul Forte Forte Forte Fraco Fraco Forte Forte
Minas Gerais Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte
Rio de Janeiro Fraco Forte Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco
Santa Catarina Forte Fraco Forte Forte Forte Forte Forte
Pernambuco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco
Bahia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC e da FAO
No período em análise, o Ceará só apresentou alta competitividade
7
na exportação de
plantas vivas e produtos de floricultura no ano de 2004, no qual tanto o VCR quanto a TC foram
maiores do que a unidade. Os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas gerais em todo o
período, apresentaram pontos fortes revelando a alta competitividade do setor em análise nestes
estados. Do ponto de vista do mercado interno, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia
apresentam-se como potenciais centros de consumos dos produtos cearenses.
7
“A competitividade de um produto ou setor se refere ao desempenho de suas exportações, sendo então competitivos
os produtos que ampliarem sua participação na oferta internacional de um determinado segmento” (GONÇALVES
(1987), HAGUENAUER(1989), HORTA(1993), MEDEIROS E FONTES (1994) E GASQUES E
CONCEIÇÃO(2002), apud CUNHA FILHO(2005).
60
A Tabela 14 apresenta a taxa de cobertura de plantas vivas e produtos de floricultura para
os principais exportadores em relação ao mundo.
TABELA 14 – Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos
Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)
Países 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Brasil 1,51 2,39 1,85 1,87 1,82 2,84 3,50
Holanda (Países Baixos) 5,69 5,45 5,13 5,03 4,75 5,01 5,06
Colômbia 1,24 1,25 1,13 1,21 1,30 1,21 1,00
Itália 0,78 0,76 0,68 0,70 0,76 0,71 0,72
Bélgica 0,95 0,94 0,95 0,96 0,94 0,97 0,97
Dinamarca 2,04 1,86 1,62 1,70 2,02 1,69 1,72
Estados Unidos 0,68 0,75 0,72 0,76 0,81 0,70 0,60
Equador 120,21 142,75 0,17 129,93 169,89 209,71 223,06
Alemanha 0,09 0,11 0,30 0,16 0,13 0,11 0,14
Espanha 1,29 1,10 1,12 1,22 1,11 1,09 1,21
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDI. e de PATHFASTPUBLISHING
Conforme apresentado na Tabela 14, o Brasil da mesma forma que a Holanda (Países
Baixos), a Colômbia, a Dinamarca e a Espanha apresentam vantagens comparativas em termos
de cobertura de suas exportações no período de 1998 a 2004. Nesse caso, as exportações de
plantas vivas e produtos de floricultura apresentam-se superiores às importações dos mesmos
produtos nestes países. O Equador também apresenta comportamento parecido com o dos países
citados anteriormente com exceção do ano de 2000 no qual as importações superaram as
exportações.A Itália, a Bélgica, os Estados Unidos, e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura
menor que a unidade revelando que as importações superam as exportações e que são países
pouco competitivos neste segmento. No caso específico do Brasil, esse indicador se reveste de
grande importância, pois sinaliza avanços tecnológicos no setor, uma vez que, para produzir
plantas vivas e produtos de fruticultura, necessita-se de insumos tais como: bulbos, mudas,
sementes melhoradas até então importados de países com tradição de produtores.
Na Tabela 15, está apresentada a análise conjunta do indicador de vantagem
comparativa e taxa de cobertura para os principais países exportadores de plantas vivas e
produtos de floricultura. A interação destes dois indicadores, como já apresentado anteriormente,
61
destaca os países que possuem alta competitividade ou não no comércio mundial através da
indicação dos pontos fortes e dos pontos fracos. Os dados mostram a alta competitividade das
exportações de plantas vivas e produtos de floricultura do Brasil, Holanda, Colômbia, Dinamarca
e Equador. Para este último há exceção do ano de 2000. Os países como Itália, Bélgica, Estados
Unidos, Alemanha e Espanha não se apresentam competitivos nas exportações de plantas vivas e
produtos de floricultura no período em análise.
Assim, prováveis nichos de mercado poderão ser conquistados pelos exportadores
brasileiros, em países como a Bélgica, Itália, Estados Unidos, Alemanha e Espanha. No caso da
Bélgica, já se observa um considerável aumento das importações de produtos brasileiros,
conseqüência, principalmente, da inauguração de um terminal de vegetais vivos em Antuérpia.
TABELA 15 – Pontos Fortes e Pontos fracos dos principais países exportadores de Plantas Vivas
e Produtos de Floricultura em relação ao Comércio Mundial (1998 a 2004)
Países 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte
Holanda (Países Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte
Colômbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte
Itália Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco
Belgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco
Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte
Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco
Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte
Alemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco
Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDI. e de PATHFASTPUBLISHING
Hidalgo (1998), ressalta que a comparação entre os pontos fortes de um país ou região
com os pontos fracos dos parceiros comerciais, pode-se chegar ao grau de aproveitamento e
adaptação da oferta dos produtos de um país, ou região conforme a demanda nacional. O referido
autor afirma ainda que a existência de barreiras tarifárias e não tarifárias, a existência de acordos
comerciais e as preferências comerciais dos países podem impedir as transações comerciais
favoráveis entre os mesmos.
62
4.2.3 Indicador de Intensidade de Comércio
O indicador de intensidade de comércio, neste trabalho, irá apresentar o comportamento
do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Ceará/Brasil e seus parceiros
comerciais: Holanda, Alemanha, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, Portugal, Suíça,
Bélgica e Itália ao longo dos anos de 1998 a 2004. Na Tabela 16, encontra-se o calculo deste
indicador para o Ceará e seus parceiros comerciais.
De acordo com os dados, observa-se que, durante todo o período em análise, o Ceará
apresenta intensidade de comércio com a Holanda (Países Baixos), excetuando-se o ano de 2001,
quando o estado não exportou. O índice de intensidade de comércio entre estes dois países variou
de 3,77 para 9,81, apresentando um crescimento de 160,2%. O Ceará perdeu mercado na
Alemanha e na Itália. Apesar de não ter havido exportação de plantas vivas e produtos de
floricultura nos anos 2001, 2003 e 2004, do Ceará para estes países, nos demais anos, a
intensidade de comércio foi crescente. Os Estados Unidos aparecem como o terceiro maior
parceiro comercial do Estado, com exceção também dos anos de 2000 e 2001. Nos demais
países, o comércio bilateral de plantas vivas e produtos de floricultura do Ceará, apresenta-se de
forma esporádica.
TABELA 16 - Indicador de Intensidade de Comércio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura
do Ceará e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)
Países 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Holanda (Países Baixos) 3,77 4,04 6,08 0 0,09 10,7 9,81
Alemanha 2,17 2,42 2,05 0 4,63 0 0
Espanha 0 0 0,86 0 0 0 0
Reino Unido 0 0,26 0,07 0 0 0 0
Estados Unidos 1,6 0,87 0 0 1,6 0,41 1,31
Portugal 0 0 0 0 1,6 0 0,3
Suíça 0 0,15 0 0 0 0 0
Bélgica 0 0 0 0 0 0 0,23
Itália 0 0,8 0 0 0 0 0
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDI. e de PATHFASTPUBLISHING.
63
O indicador de intensidade de comércio entre o Brasil e seus parceiros comerciais está
apresentado na Tabela 17.
A intensidade de comércio entre o Brasil a Holanda (Países Baixos) e a Itália apresenta-
se elevada em todo o período, constatando-se que o comércio bilateral entre o Brasil e estes
países foi intenso. Com relação aos demais países, a intensidade do comércio aconteceu em todo
o período, porém em menor proporção. Esse resultado ocorreu em função da redução das
exportações de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais.
TABELA 17 – Indicador de Intensidade de Comércio de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)
Países 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Holanda (Países Baixos) 5,8 5,4 5,0 4,7 2,8 5,3 5,5
Alemanha 0,08 0,11 0,14 0,10 0,13 0,10 0,11
Espanha 0,96 0,91 0,57 0,35 0,81 0,36 0,56
Reino Unido 0,09 0,44 0,41 0,39 0,28 0,22 0,21
Estados Unidos 0,59 0,75 0,71 1,08 1,56 2,66 2,59
Portugal 0,69 0,24 1,07 3,62 5,43 1,16 2,29
Suíça 0,01 0,10 0,49 1,01 0,55 0,47 0,63
Bélgica 0,007 0,02 0,17 0,03 0,01 0,04 0,54
Itália 4,5 3,25 3,21 2,96 2,84 2,38 2,05
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDI. e de PATHFASTPUBLISHING.
4.2.4 Indicador de desempenho das exportações
Esse indicador avalia o desempenho dos comércios cearense e brasileiro de plantas
vivas e produtos de floricultura em relação aos seus parceiros comerciais, tomando por base o
ano zero. Valores positivos do indicador significam que o país exportador ganhou espaço em
relação ao ano inicial, no mercado do país importador, para o produto ou setor em análise.
Valores negativos indicam que o país de origem da exportação perdeu espaço no mercado do
país importador (GASQUES e CONCEIÇÃO, 2002). No presente estudo, o ano tomado como
referência foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004 como apresentado na
Tabela 18.
64
Pode-se verificar que a evolução do desempenho das exportações de plantas vivas e
produtos de floricultura do Ceará, no período de 1998 a 2004 foi positivo quanto à Holanda em
quase todo o período, com exceção de 2001 e 2002, nos quais o Ceará perdeu participação. O
Estado ganhou participação no mercado alemão nos anos de 1999, 2000 e 2002. Na Espanha,
Reino Unido, Portugal, Suíça e Bélgica, no ano em que o Estado exportou plantas vivas e
produtos de floricultura apresentou desempenho positivo. Assim, pode-se afirmar que nestes
países, no ano em que houve exportação, o Ceará ganhou participação de mercado no país
parceiro, em relação ao ano de referência. Nos Estados Unidos, o Ceará perdeu participação nas
exportações em 1999, 2000 e 2001 e ganhou nos anos de 2002, 2003 e 2004.
TABELA 18 – Indicador de Desempenho do Comércio de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura do Ceará para os principais Mercados de Destino (1998 a 2004)
Países 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Holanda (Países Baixos) 0 9,17 110,10 -15,16 -14,70 232,40 1154,11
Alemanha 0 13,24 65,69 -16,11 28,89 -19,95 -17,86
Espanha 0 0 2864 0 0 0 0
Reino Unido 0 1,85 1850 0 0 0 0
Estados Unidos 0 -1,08 -5345,01 -4667,08 1,16 2,14 140,71
Portugal 0 0 0 0 497 0 2,416
Suíça 0 210 0 0 0 0 0
Bélgica 0 0 0 0 0 0 10,462
Itália 0 300 0 0 0 0 0
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDI. e de PATHFASTPUBLISHING.
A evolução do desempenho das exportações brasileiras de plantas vivas e produtos de
floricultura, de 1998 a 2004, está apresentada na Tabela 19. Observa-se, de acordo com os dados
contidos nesta tabela, que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportações em
quase todo o período e com boa parte de seus parceiros comerciais. A Holanda (Países Baixos)
só apresentou perdas nos anos de 2000 e 2001, Espanha, em 2000, 2001 e 2003, Estados Unidos,
em 2004 e Portugal em 1999. A única exceção foi a Itália onde o Brasil perdeu participação em
todo o período. O baixo desempenho das exportações brasileiras, neste país, pode ser explicado
65
em função do aumento da participação dos demais países exportadores no comércio mundial
deste produto.
TABELA 19 – Indicador de Desempenho das Exportações Brasileiras de Plantas Vivas e
Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)
Países 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Holanda (Países Baixos) 0 9,17 110,10 -15,16 -14,70 232,40 1154,11
Alemanha 0 13,24 65,69 -16,11 28,89 -19,95 -17,86
Espanha 0 0 2864 0 0 0 0
Reino Unido 0 1,85 1850 0 0 0 0
Estados Unidos 0 -1,08 -5345,01 -4667,08 1,16 2,14 140,71
Portugal 0 0 0 0 497 0 2,416
Suíça 0 210 0 0 0 0 0
Bélgica 0 0 0 0 0 0 10,462
Itália 0 300 0 0 0 0 0
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC e PHATFAST PUBLISHING
Kiuna et. al (2005), destacam que, no comércio internacional de plantas vivas e
produtos de floricultura, existe uma competição muito forte entre os inúmeros países
exportadores para conquistar os mercados dos poucos importadores. Afirmam estes autores que
os mercados são conquistados palmo a palmo, cada qual explorando suas vantagens
comparativas no comércio internacional de produtos da floricultura.
4.2.5 Indicador de Posição Relativa no Mercado Mundial (POS)
Como já referido na metodologia, este indicador demonstra a evolução da participação
do saldo comercial de um produto/setor no mercado mundial. Neste estudo, o indicador foi
calculado para o setor de plantas vivas e produtos de floricultura do Ceará e do Brasil e mostra se
as exportações/importações líquidas do país crescem a taxas superiores ou inferiores às do
comércio mundial do produto.
De acordo com Lafay et. Al (1999) apude Silva; Anefalos; Reis Filho (2001), o referido
indicador identifica uma medida de competição internacional entre países e sofre influência de
variáveis macroeconômicas, de características estruturais da produção e do consumo do produto,
66
das distorções introduzidas pelo poder público tais como: subvenções a exportações ou proteção
a importações e ainda do peso da economia do país no mundo.
Os resultados do indicador de posição relativa de plantas vivas e produtos de
floricultura do Ceará e outros estados, no mercado mundial, estão apresentados na Tabela 20. De
acordo com o que está apresentado na tabela 20, o indicador de posição relativa de plantas vivas
e produtos de floricultura do Estado do Ceará exibiu resultados positivos apenas nos anos de
2000 e 2004, nos quais o estado foi exportador líquido do produto em análise. Nos demais anos,
o estado foi importador líquido. Ainda de acordo com a referida tabela, os estados de São Paulo e
Minas Gerais foram os únicos do país a serem exportadores líquidos do setor em análise em todo
o período. Os demais estados, a exemplo do Ceará, oscilaram entre exportadores líquido e
importadores líquido nestes anos.
TABELA 20 – Indicador de Posição Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do
Ceará e principais estados brasileiros exportadores no Comércio Mundial (1998 a 2004)
Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ceará -0,002 -0,0005 0,009 -0,011 -0,054 -0,006 0,067
São Paulo 0,217 0,445 0,409 0,531 0,610 0,842 1,270
Paraná -0,007 -0,006 -0,012 -0,015 -0,027 -0,024 -0,031
R.G. Do Sul 0,057 0,047 0,009 -0,012 -0,015 0,036 0,0560
Minas Gerais 0,058 0,095 0,075 0,083 0,073 0,0102 0,075
Rio de Janeiro -0,004 0,002 0,001 0,001 0,002 0,001 0,0001
Santa Catarina 0,016 -0,010 0,022 0,008 0,014 0,011 0,016
Pernambuco 0,001 -0,0005 0,0009 0,001 -0,0001 0,001 0,004
Bahia -0,003 0,000006 0 -0,0003 -0,0003 0,0001 0,016
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC e de PHATFAST PUBLISHING
Os indicadores de posição relativa dos principais países exportadores de plantas vivas e
produtos de floricultura, no mercado mundial, são apresentados na Tabela 21. Através do
indicador de posição calculado por país exportador, foi possível apresentar os países em grupos:
os deficitários – quando o país foi importador líquido. Neste caso, destacaram-se: Itália, Bélgica
e Estados unidos. Os superavitários – quando o país foi um exportador líquido, neste estudo
destacaram-se: Brasil, Holanda, Colômbia,, Dinamarca e Equador. E, por último, os
67
intermediários – países que oscilaram entre exportador líquido e importador líquido, dentre eles
a Alemanha.
Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo, pode-se afirmar que o
primeiro grupo congrega países que não têm peso no comércio internacional do produto em
análise. Quanto ao segundo grupo, congrega países que se apresentam competitivos no comércio
internacional, apresentando características estruturais internas de produção vantajosas, conforme
mostram os indicadores de VCR e TC. Já no caso da Alemanha, que aparece no terceiro grupo,
constata-se conforme o VCR e TC, que o país não é competitivo no mercado internacional.
Ainda de acordo com o exposto na tabela 21, pode-se afirmar que o indicador de
posição relativa de plantas vivas e produtos de floricultura brasileiros, no mercado mundial,
apresentou, entre 1998 e 2004, crescimento de 322,9%. Este resultado confirma o país como um
exportador líquido do produto em análise, reforçando a participação no mercado internacional do
setor.
TABELA 21 – Indicador de Posição Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos
principais países exportadores no Comércio Mundial (1998 a 2004)
Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Brasil 0,244 0,483 0,356 0,414 0,429 0,784 0,1032
Holanda(Países Baixos) 0,21 0,21 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19
Colômbia 0,007 0,006 0,004 0,007 0,01 0,007 0,0001
Itália -0,005 -0,005 -0,007 -0,007 -0,005 -0,006 -0,006
Bélgica -0,0009 -0,001 -0,0008 -0,0006 -1,147 -0,0004 -0,0003
Dinamarca 0,009 0,008 0,006 0,007 0,009 0,006 0,006
Estados Unidos -0,011 -0,009 -0,011 -0,008 -0,006 -0,011 -0,017
Equador 9,73 11,47 -0,068 15,952 18,34 19,22 21,72
Alemanha -0,109 -0,093 12,761 -0,076 -0,080 -0,092 -0,079
Espanha 0,002 0,0008 0,001 0,001 0,0009 0,0007 0,001
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC e de PHATFAST PUBLISHING
68
4.2.6 Modelo Constante Market Share (CMS)
Para este modelo, a competitividade se constitui na obtenção por resíduo, retirando-se
do crescimento das exportações de um determinado produto ou país, o efeito conjuntura
internacional (taxa de crescimento do comércio mundial; o efeito produto (evolução das
transações internacionais do produto) e o efeito mercado (evolução das importações dos países
de destinos (COELHO e BEGER, 2004).
Portanto, o modelo foi adotado com o objetivo de estudar o comportamento e
desempenho das exportações de plantas vivas e produtos de floricultura do estado do Ceará e do
Brasil no comércio mundial. A análise foi feita a partir da decomposição do crescimento das
exportações em três componentes: crescimento do comércio mundial – incremento observado
quando as exportações do país em foco cresceram na mesma proporção de crescimento do
comércio mundial; efeito destino das exportações - mudanças decorrentes de exportações de
produtos para mercados de crescimento mais ou menos dinâmicos. Esse efeito será positivo
quando o estado/país em foco tiver concentrado suas exportações em mercados que
experimentaram maior dinamismo no período analisado, e negativo, se concentrado em regiões
mais estagnadas; e o efeito competitividade – resultante de ganhos ou perdas de participação nos
diferentes mercados. Diz-se que uma economia é competitiva, na produção de determinado
produto, quando a mesma consegue, ao menos, se igualar aos padrões de eficiência
predominantes no resto do mundo, no que se refere à utilização de recursos e à qualidade do bem
(SEREIA, NOGUEIRA e CAMARA, 2002).
Este modelo necessita que sejam identificados períodos para fazer uma análise
comparativa entre pontos discretos no tempo. A subdivisão em períodos, segundo Sereia,
Nogueira e Câmara (2002), permite identificar com mais profundidade as influências e as
alterações internas direcionadas para os setores exportadores no comércio mundial.
Os períodos selecionados para análise Constante Market Share devem ser definidos a
partir de destaque relevante para o setor, refletindo em suas exportações. Neste caso, considerou-
se como relevante para análise da competitividade de plantas vivas e produtos de floricultura do
Ceará e do Brasil, no comércio internacional, o Programa de Incentivo à Exportação de Produtos
da Floricultura Brasileira da Agência de Promoção de Exportações(APEX), implantada no final
de 2000, com a sigla FloraBrasilis. Portanto, os períodos analisados serão 1998 a 2000 (antes da
implantação do Programa), 2001 a 2004 (após implantação do Programa) e todo o período 1998
a 2004.
69
A análise da decomposição das fontes de crescimento das exportações de plantas vivas
e produtos de floricultura do estado do Ceará, no período de 1998 a 2004, está apresentada na
Tabela 22. De acordo com a referida tabela, no período em análise (1998 a 2004), pode-se
observar que a decomposição da fonte de crescimento do produto em estudo deu-se praticamente
em função do efeito competitividade, com uma participação percentual de 107,65%. Pode-se
afirmar que o setor em análise, neste período, foi altamente competitivo, refletindo que existe
direcionamento de investimentos em políticas tais como: cambial, custo de produção, estratégias
competitivas e incentivo à comercialização, para que o setor acompanhe os padrões de
crescimento vigentes no comércio mundial de plantas vivas e produtos de floricultura. Neste
período, o efeito destino das exportações foi responsável por apenas 6,15% do crescimento total
e o efeito crescimento do comércio mundial apresentou queda de 13,8%. De acordo com este
último resultado, podemos afirmar que o aumento das exportações de plantas vivas e produtos de
floricultura do Ceará não ocorreu na mesma proporção da do comércio mundial.
O primeiro subperíodo analisado (antes da implantação do FloraBrasilis) indicou que o
efeito crescimento do comércio mundial apresentou-se mais uma vez negativo, inibindo, o
crescimento das exportações de plantas vivas e produtos de floricultura do Ceará. Os demais
efeitos foram positivos e contribuíram para que as exportações cearenses desse setor garantissem
a competitividade do estado no mercado internacional, sobressaindo-se mais uma vez o efeito
competitividade. No segundo subperíodo o efeito crescimento do comércio mundial e o efeito
destino das exportações foram nulos. Nesse último caso, o Estado apresentou pouco dinamismo
econômico, perdeu mercado para outros países exportadores de plantas vivas e produtos de
floricultura. Nesse subperíodo, o efeito competitividade foi totalmente responsável pelo
crescimento médio das exportações de plantas vivas e produtos de floricultura do Ceará,
indicando que o Estado foi competitivo na exportação do produto em análise, o que pode ser
conseqüência não apenas do Programa Florabrasilis, mas também, dos programas implantados
pela SEAGRI como Caminhos de Israel de Flores, Projeto Flores do Ceará, entre outros.
70
TABELA 22 – Fontes de Crescimento das Exportações de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura do Ceará (1998 a 2004)
Crescimento (MIL US$ FOB) Participação no Crescimento%
Fontes de Crescimento
1998-2004 1998-2000 2001-2004 1998 2004 1998 2000 2001 2004
Efeito Crescimento do
Comércio Mundial
-188.901,44 -369.171,17 0 -13,8 -128,17 0
Efeito Destino das
Exportações
84.179,83 120.468,16 0 6,15 41,82 0
Efeito Competitividade 1.472.938,44 536.743,17 1.116.469 107,65 86,34 100
Crescimento Total 1.368.216,83 288.040,16 617.599,001 100 100 100
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC e de PHATFAST PUBLISHING
A análise da decomposição das fontes de crescimento das exportações de plantas vivas e
produtos de floricultura brasileira, no período de 1998 a 2004, encontra-se na Tabela 23 e foi
feita também por subperíodos: 1998 a 2000 e 2001 a 2004.
Conforme a tabela 23 , no período de 1998 a 2004, o crescimento médio das exportações
brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura deveu-se, principalmente, ao efeito
competitividade, sendo responsável por 452,95% do crescimento total. O resultado expresso está
atribuído aos investimentos em políticas tais como: cambial, custo de produção, estratégias
competitivas e incentivo à comercialização e exportação como o Programa FloraBrasilis. O
efeito destino das exportações apresentou queda de -2,03, indicando necessidade de ampliação de
mercado, ou por outro lado, fragilidade de políticas internas direcionadas à conquista de novos
mercados e divulgação do setor no exterior. O efeito crescimento do comércio mundial também
foi negativo, indicando inibição do crescimento das exportações brasileiras de plantas vivas e
produtos de floricultura ou ainda que as exportações do país foram influenciadas por crises
sofridas pela economia mundial.
71
TABELA 23 – Fontes de Crescimento das Exportações de Plantas Vivas e Produtos de
Floricultura do Brasil (1998 a 2004)
Crescimento (MIL US$ FOB) Participação no Crescimento%
Fontes de Crescimento
1998 -2004 1998 -2000 2001 -2004 1998 2004 1998 2000 2001 2004
Efeito Crescimento do
Comércio Mundial
-50.094,72 -97.901,46 59.685,12 -350,91 20.851,39 251,84
Efeito Destino das
Exportações
-290,48 -2.243,52 18.300,1 -2,03 477,83 78,68
Efeito Competitividade 64.660,72 99.675,46 -49.893,12 452,95 -21.229,22 -230,52
Crescimento Total 14.275,52 -469,52 28.092,1 100 100 100
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados da SECEX/MDIC e de PHATFAST PUBLISHING
Os resultados obtidos podem explicar a relevância do efeito competitividade, porém
observa-se que a competitividade dos produtos, no mercado internacional, é ainda desfavorável
No primeiro subperíodo (1998 a 2000), as fontes de crescimento apresentaram-se de
forma semelhante ao período de 1998 a 2004, porém, no somatório do crescimento total, o
Market Share foi negativo. No percentual de participação no crescimento, tanto o efeito
crescimento do comércio mundial quanto o efeito destino das exportações foram positivos e o
efeito competitividade foi negativo.
O segundo período, por outro lado, apresentou Market Share positivo, porém o efeito
crescimento do comércio mundial foi o maior responsável pelo crescimento das exportações do
setor. O efeito destino das exportações também foi positivo, refletindo direcionamento de
políticas de incentivo ao segmento para o mercado externo, no sentido de ampliação e abertura
de novos mercados para plantas vivas e produtos de floricultura do Ceará no mercado
internacional. Já o efeito competitividade apresentou-se negativo, e nesse caso, percebe-se que o
Programa FloraBrasilis não foi tão significativo. No entanto, é importante ressaltar que, apesar
do desempenho aquém do esperado, as exportações brasileiras sofreram crescimento de 98,65 %
entre 2000 e 2004 após o Programa.
72
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO
A abertura comercial e a integração de mercados regionais, a partir da década de 90,
proporcionou a integração do Brasil a outros países e regiões do mundo, inserindo-o na
competição por domínio de uma fatia de mercado.
O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura brasileiros apresentou-se com
uma participação sedimentada no comércio mundial, caracterizando-o como um setor fortemente
concorrencial.
As exportações deste setor mostraram uma taxa de crescimento positiva ao longo do
período. As importações apresentaram decréscimo, constatando-se superávit na balança
comercial brasileira do segmento analisado. A evolução da balança comercial mostrou ganho de
competitividade do país no comércio internacional.
Os indicadores de desempenho calculados reforçam a projeção do país como 31º no
ranking mundial da competição internacional. Esse destaque se dá em função da produção
crescente dos principais estados produtores brasileiros como São Paulo, Rio Grande do Sul e
Minas Gerais. O Estado do Ceará, no ano de 2004, contribuiu para essa classificação ao se
destacar como o maior exportador de rosas do país. Neste ano, o segmento mostrou-se dinâmico,
ajustando-se às novas oportunidades e aos mercados a partir de estratégias competitivas.
O crescimento das exportações de plantas vivas e produtos de floricultura do Ceará, a
exemplo do Brasil, ocorreu em função de algumas políticas de incentivo governamentais que
proporcionaram ao setor investimento em tecnologia, infra-estrutura, apoio financeiro e
capacitação.
A análise das fontes de crescimento, no período de 1998 a 2004, mostrou que o
“efeito competitividade” explicou a maior parte do crescimento das exportações cearenses e
brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura.
É importante ressaltar como fator limitante deste estudo a não disponibilização de dados
necessários ao aprofundamento das análises. Nesse sentido, sugere-se a criação de um banco de
dados atualizados e acessíveis aos órgãos de pesquisa por parte das instituições capacitadas.
Sugere-se ainda, para estudos futuros, que seja realizada análise de competitividade
desse setor no Ceará e no Brasil, desagregando o capítulo 06 em sub-capítulos, com o objetivo de
gerar informações mais detalhadas sobre a evolução das exportações de plantas vivas e produtos
de floricultura no comércio mundial deste produto.
73
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