E interesante acompanhar um detalhamento maior:
Às vezes, diz-se que as forças fantásticas envolvidas na
criação do mundo foram geradas por um poderoso animal mítico
−
como a serpente do mundo. Essa serpente colossal habita as
profundezas do oceano e contém energia criativa em seu corpo
fabuloso. A Serpente do Mundo pode ser incubada no ovo cósmico,
como acontece na antiga lenda grega de Ófion, ou pode ser a Cobra
Arco Íris, criatura comum tanto em mitos africanos quanto australiano
−
uma criadora de animais ou de rios e oceanos. Na mitologia hindu,
Vishnu está descansando sobre a serpente Ananta quando uma flor
de lótus surge de seu umbigo. A flor desabrocha e o deus Brahma,
criador surge de dentro dela. (WILKINSON, 2000, p. 8)
Wilkinson (2000), mais adiante, amplia esse relato, incluindo a mitologia
nórdica:
Quando nasceu a Serpente do Mundo Jormungard, filha de
Loki e da gigante Angrboda, os deuses, mal impressionados com seu
aspecto, atiraram-na para fora de Asgard. A serpente vivia no mundo
do mar. Ela cresceu tanto que se enrolou em Midgard, o mundo dos
humanos, o qual suportava seu peso. (WILKINSON, 2000, p. 84)
As serpentes são importantes também na mitologia do antigo Egito. Conforme
um mito egípcio, a serpente de nome Amduat era fonte de toda a criação ,
considerando que o deus Sol havia nascido de seu corpo (WILKINSON, 2000).
Ainda com base em Wilkinson, o deus cobra Apep, enrodilhado no mundo
subterrâneo, tinha poder suficiente para aniquilar suas vítimas. Todo os dias, quando
o deus sol viajava pelo mundo mediterrâneo,
Apep atacava o barco do deus. Os mortos, liderados por Seth, um
deus de força insuperável, conseguiam, todas as noites, derrotar a
serpente − permitindo assim, que o barco passasse. Mas todos os
dias Apep revivia, pronto para atacar o deus sol de novo e aterrorizar,
com seu sibilo ensurdecedor, todas as almas recém-chegadas.
(WILKINSON, 2000, p. 33)