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COMPOSIÇÃO CORPORAL E EXIGÊNCIAS
NUTRICIONAIS EM CORDEIRAS DA RAÇA
SANTA INÊS E CRUZAS F
1
.
EDINÉIA ALVES MOREIRA BAIÃO
2006
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EDINÉIA ALVES MOREIRA BAIÃO
COMPOSIÇÃO CORPORAL E EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM
CORDEIRAS DA RAÇA SANTA INÊS E CRUZAS F
1
.
Tese apresentada à Universidade Federal
de Lavras, como parte das exigências do
curso de Pós-graduação em Zootecnia,
área de concentração em Produção
Animal, para obtenção do título de
"Doutor".
Prof. Dr. Juan Ramon Olalquiaga Perez
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2006
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Baião, Edinéia Alves Moreira
Composição corporal e exigências nutricionais em cordeiras da raça Santa Inês
e cruzas F
1
/ Edinéia Alves Moreira Baião. -- Lavras : UFLA: 2006.
151p.: il.
Orientador: Juan Ramón Olalquiaga Pérez.
Tese (Doutorado) – UFLA.
Bibliografia.
1. Energia. 2. Proteína. 3. Minerais. 4. Ilê de France. 5. Bergamácia. 6. Texel.
I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD-636.30855
EDINÉIA ALVES MOREIRA BAIÃO
COMPOSIÇÃO CORPORAL E EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM
CORDEIRAS DA RAÇA SANTA INÊS E CRUZAS F
1
.
Tese apresentada à Universidade Federal
de Lavras, como parte das exigências do
curso de Pós-graduação em Zootecnia,
área de concentração em Produção
Animal, para obtenção do título de
"Doutor".
Prof. Dr
a
.Nadja Gomes Alves UFLA
Prof. Dr. Márcio Machado Ladeira UFLA
Prof. Dr.Oiti José de Paula CEFET- MG
Prof. Dr
a
. Iraídes Ferreira Furusho-Garcia FAFEOD
Prof. Dr. Juan Ramon Olalquiaga Perez
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2006
“Os momentos mais esplêndidos da vida não são os chamados dias de êxito,
mas, sim, aqueles dias em que, saindo do desânimo e do desespero, sentimos
erguer-se dentro de nós um desafio: a vida e a promessa de futuras
realizações”.
AGRADEÇO
A Deus, e aos meus pais, Múcio Alves Moreira (in memoriam) e Elza
Buscaglia Moreira, pelo amor recebi o dom mais precioso do universo:
A VIDA.
DEDICO
Aos meus filhos, Erika Alves Baião e Leonardo Alves Baião e ao meu
esposo Afranio Afonso Ferrari Baião pelo amor e coragem de enfrentar
comigo todos os sacrifícios e obstáculos impostos nessa etapa da vida.
OFEREÇO
A minha irmã, Ana Maria Alves Moreira, pela bondade, generosidade,
amor e pela presença constante em todas as horas. A minha sogra Yêdda
Ferrari Baião, pelo carinho e confiança.
MINHA GRATIDÃO
Ao Professor Juan Ramon Olalquiaga Pérez pela valiosa orientação, respeito
e amizade demonstrados ao longo do curso. A sua esposa Helena Maria e
seus filhos Mayra, Amanda e Felipe pela acolhida e carinho em todos os
momentos de convivência.
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Aloísio Ricardo Pereira da Silva (in memorian) e ao
Professor Júlio César Teixeira (in memorian), pelo grande apoio e eterna
amizade.
Aos Professores Elias Tadeu Fialho, Paulo César de Aguiar Paiva,
Maria Cristina Bressan, Ivo Francisco de Andrade, Paulo Borges, José Cleto
da Silva Filho pela atenção, ajuda e incentivo.
À Universidade Federal de Lavras, pela oportunidade de realização
deste valioso curso.
Ao CNPq, pela concessão de bolsa de estudos.
Aos demais professores do Departamento de Zootecnia, pela ajuda e
atenção em todos os momentos necessários.
À minha irmã, Edna Tereza pela confiança e carinho.
Às minhas cunhadas: Zilda Maria, Rachel, Yêdda, Gláucia, Andréa,
Ângela e Simone; cunhados: Tadeu, Gelson, Octávio, Tancredo, Elcio, Paulo
e José Vicente; sobrinhos: Ridan, Priscila, Gustavo, Rafael, Fernanda,
Adriana, Rodrigo, Lícia, Beatriz (minha afilhada), Flávia, Letícia,
Guilherme, Vitor, Gabriel, Paula, Aberto, David, Amanda, Laila, Bruno e
Marina que apesar da distância sempre estiveram presentes nas minhas
lembranças.
A amiga Suelba pelo carinho, amizade e acolhida.
Aos amigos Flávia Maria David e Henrique Resende pela amizade,
carinho, acolhida e apoio.
Aos amigos do GAO - Grupo de Apóio à Ovinocultura, pela acolhida,
amizade e carinho.
Aos funcionários do Laboratório de Nutrição Animal, Suelba, Eliana,
Márcio e José Virgílio, pela atenção, amizade e valiosa ajuda na realização
do nosso trabalho.
Aos funcionários do Departamento de Zootecnia, pela amizade, atenção
e carinho. Aos funcionários do Setor de Ovinocultura, pelo grande auxílio na
condução deste experimento.
E aos demais amigos, Edgar Saenz, Marleide, Lorenya, Carla, Ana
Cristina, Ana Luiza, Juliana, Michela, Iolanda, Delma, Inácio, Flávio
Moreno, Pedro, Fábio, Roberta, Thaís, Luciana Gerassev, Cristiane, Ívina,
Bruno, Cristóvão, Miyuki, dentre outros, que fiz nestes anos de convivência
e que hoje fazem parte da minha vida.
SUMÁRIO
LISTAS DE ABREVIATURAS....................................................... i
CAPÍTULO 1
Composição Corporal e Exigências Nutricionais em Cordeiras da Raça Santa
Inês e Cruzas F
1
......................................................................................
1
1.1 RESUMO........................................................................................... 2
1.2 ABSTRACT...................................................................................... 3
1.3 Introdução.......................................................................................... 4
1.4 Referencial teórico ........................................................................... 6
1.4.1 Raças.................................................................................................. 6
1.4.1.1 Raça Santa Inês.................................................................................. 6
1.4.1.2 Raça Bergamácia............................................................................... 7
1.4.1.3 Raça Texel......................................................................................... 7
1.4.1.4 Raça Ilê de France............................................................................. 8
1.4..2 Sexo................................................................................................... 8
1.4.3 Energia............................................................................................... 9
1.4.4 Proteína.............................................................................................. 10
1.4.5 Minerais............................................................................................. 11
1.4.5.1 Cálcio e fósforo................................................................................. 13
1.4.5.2 Magnésio,sódio e potássio................................................................. 15
1.4.6 Composição corporal e composição do ganho em peso.................... 16
1.4.7 Considerações sobre a determinação das exigências nutricionais
para ruminantes..................................................................................
19
1.5 Metodologia Geral............................................................................. 21
1.5.1 Instalações, animais, local................................................................. 21
1.5.2 Alimentação e manejo dos animais................................................... 21
1.5.3 Abate dos animais.............................................................................. 23
1.5.4 Análises químicas.............................................................................. 24
1.5.5 Ensaio de digestibilidade................................................................... 25
1.5.6 Período e delineamento experimental................................................ 26
1.6 Referências Bibliográficas................................................................. 27
CAPÍTULO 2
Composição corporal e exigências nutricionais de energia e proteína em
cordeiras Santa Inês e F1- Bergamácia, Ilê de France e
Texel.................................................................................................................
29
2.1 Resumo.............................................................................................. 30
2.2 Abstract.............................................................................................. 31
2.3 Introdução.......................................................................................... 32
2.4 Referencial teórico............................................................................ 34
2.4.1 Composição corporal de gordura, energia e proteína........................ 34
2.4.2 Exigências nutricionais em energia................................................... 36
2.4.3 Exigências nutricionais em energia para o ganho em peso............... 37
2.4.4 Exigências nutricionais em proteína para o ganho em peso.............. 39
2.5 Material e Métodos............................................................................ 43
2.5.1 Local e animais.................................................................................. 43
2.5.2 Manejo dos animais........................................................................... 44
2.5.3 Determinação da composição do ganho e das exigências liquidas
para o ganho em peso .......................................................................
45
2.5.4 Determinação das exigências dietéticas em energia metabolizavel
para o ganho em peso........................................................................
45
2.5.5 Determinação da proteína metabolizável total.................................. 46
2.6 Resultados e Discussão...................................................................... 47
2.6.1 Composição corporal......................................................................... 47
2.6.2 Composição do ganho em peso......................................................... 55
2.6.3 Exigências líquidas de energia para o ganho em peso....................... 59
2.6.4 Exigências líquidas de proteína para o ganho em peso..................... 61
2.6.5 Exigências dietéticas de energia para o ganho em peso.................... 64
2.6.6 Exigência de proteína metabolizavel................................................. 67
2.7 Conclusão.......................................................................................... 72
2.8 Referências Bibliográficas................................................................. 89
CAPÍTULO 3
Composição corporal e exigências nutricionais em cálcio e sforo em
cordeiras Santa Inês e F1- Bergamácia, Ilê de France e
Texel.................................................................................................................
79
3.1 Resumo.............................................................................................. 80
3.2 Abstract.............................................................................................. 81
3.3 Introdução.......................................................................................... 82
3.4 Referencial teórico............................................................................ 83
3.4.1 Composição corporal de cálcio e fósforo.......................................... 83
3.4.2 Exigências dietéticas de cálcio e fósforo........................................... 87
3.5 Material e Métodos............................................................................ 89
4.5 Determinação das exigências de cálcio e fósforo.............................. 89
3.6 Resultados e Discussão..................................................................... 91
3.6.1 Composição corporal........................................................................ 91
3.6.2 Composição do ganho em peso......................................................... 96
3.6.3 Exigências de cálcio e fósforo.......................................................... 98
3.7 Conclusões........................................................................................ 107
3.8 Referências Bibliográfica................................................................. 108
CAPÍTULO 4
Composição corporal e exigências nutricionais em magnésio, sódio e
potássio em cordeiras Santa Inês e F1- Bergamácia, Ilê de France e
Texel................................................................................................................. 114
4.1 Resumo.............................................................................................. 115
4.2 Abstract.............................................................................................. 116
4.3 Introdução.......................................................................................... 117
4.4 Referencial teórico............................................................................. 119
4.4.1 Composição corporal e exigências de magésio................................. 119
4.4.2 Composição corporal e exigências de potássio e sódio 121
4.5 Material e Métodos............................................................................ 124
4.5.1 Análises químicas............................................................................. 124
4.5.2 Composição corporal........................................................................ 124
4.5.3 Determinação das exigências de magnésio, potássio e sódio............ 125
4.6 Resultados e Discussão..................................................................... 126
4.6.1 Composição corporal........................................................................ 126
4.6.2 Composição do ganho em peso......................................................... 130
4.6.3 Exigências líquidas e dietéticas de magnésio, potássio e sódio........ 132
4.7 Conclusões........................................................................................ 140
4.8 Referências Bibliográfica................................................................. 141
ANEXOS........................................................................................... 144
i
LISTA DE ABREVIATURAS
Ca Cálcio
P Fósforo
Mg Magnésio
K Potássio
Na Sódio
PV Peso Vivo
PCV Peso Corporal Vazio
Pabate Peso de abate
SI Santa Inês
BE Bergamácia
TE Texel
IF Ile de France
(SIxSI) Cordeiras puras Santa Inês
(BExSI) F1 - Cordeiras mestiças Bergamácia
(TExSI) F1 - Cordeiras mestiças Texel
(IFxSI) F1 - Cordeiras mestiças Ilê de France
MS Matéria Seca
MN Matéria Natural
PM Proteína metabolizável
PB Proteína Bruta
FDN Fibra em Detergente Neutro
FDA Fibra em Detergente Ácido
EM Energia Metabolizável
LW Live weight
EBW Empty Body Weight
ARC Agricultural Research Council
NRC National Research Council
AFRC Agricultural and Food Research Council
Rpm Rotação por minuto
ºC Graus Celsius
% Unidades percentuais
Kg Quilograma
g grama
Elg Energia líquida de ganho
PLg Proteína líquida de ganho
EMg Energia metabolizável de ganho
PM
t
Proteína metabolizável total
K
f
Eficiência de utilização da EM para o ganho
Qm Metabolizabilidade da energia da ração
Mcal Megacaloria
Kcal Quilocaloria
CAPÍTULO 1
COMPOSIÇÃO CORPORAL E EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM
CORDEIRAS DA RAÇA SANTA INÊS E CRUZAS F
1
.
2
1.1 Resumo
BAIÃO, Edinéia Alves Moreira. Composição corporal e exigências
nutricionais em cordeiras da raça Santa Inês e cruzas F
1
. 2006. Cap. 1. p.
1-28. Tese (Doutorado em Zootecnia)–Universidade Federal de Lavras,
Lavras, MG.*
O experimento foi desenvolvido no setor de Ovinocultura do Departamento
de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - UFLA, em Lavras-M.G.,
objetivando determinar a composição corporal e estimar as exigências
nutricionais em energia, proteína e macroelementos minerais (Ca, P, Mg, K e
Na) para ganho em peso de cordeiras puras Santa Inês (SI) e mestiças de
Santa Inês (SI) com as raças Bergamácia (BE), Ile de France (IF) e Texel
(TE) nos diferentes pesos ao abate de 15 kg, 25 kg, 35 kg e 45 kg de peso
vivo (PV). Foram utilizados 48 cordeiras, com PV médio inicial de 15 kg.
Estas cordeiras foram distribuídas aleatoriamente em quatro grupos de 12
animais sendo três de cada grupo genético: o primeiro grupo foi abatido no
início do experimento para avaliação do conteúdo corporal em energia,
proteína e minerais, servindo como animais de referência para o método de
abate comparativo.Os animais remanescentes foram mantidos em regime de
confinamento, receberam uma dieta a vontade e foram abatidos quando
atingiram os pesos vivos pré-determinados de 25, 35 e 45kg de PV. Após o
abate, o corpo dos animais foi congelado, sendo este material posteriormente
moído para a retirada das amostras para as análises químicas, as quais foram
efetuadas após a pré-secagem, determinando-se os teores de proteína,
gordura e dos macrominerais estudados.A composição corporal em proteína,
gordura, energia e minerais (Ca, P, Mg, Na e K) foi estimada a partir de
equações de regressão do logaritmo da quantidade desses nutrientes
presentes no corpo vazio dos animais, em função do peso corporal vazio.
Para todos os grupos geticos avaliados, o conteúdo corporal de proteína
diminuiu, ao passo que os conteúdos de gordura e energia aumentaram à
medida que o peso corporal vazio elevou-se. As cordeiras F1-BE
apresentaram maiores exigências protéicas, enquanto as cordeiras F1(TE e
IF) apresentaram maiores exigências energéticas. As cordeiras SI mostraram
maiores exigências para o Ca quando comparadas com as F1(BE, TE e IF).
*Comitê Orientador: Juan Ramón Olalquiaga Perez (Orientador) –DZO-UFLA,
Nadja Gomes Alves-DZO–UFLA, Márcio Machado Ladeira-DZO-UFLA, Oiti José
de Paula CEFET-MG, Iraídes Ferreira Furusho-Garcia-FAFEOD
3
1.2 Abstract
* Guidance Committee: Juan Ramón Olalquiaga Perez (Orientador) –DZO-
UFLA, Nadja Gomes Alves-DZO–UFLA, Márcio Machado Ladeira-DZO-UFLA,
Oiti José de Paula CEFET-MG, Iraídes Ferreira Furusho-Garcia- FAFEOD
4
1.3 Introdução
A criação de ovinos como forma de alimento, vem se
profissionalizando com o passar do tempo. O que antes se constituía em
sistema de sobrevivência familiar, agora passa a ser atividade de exploração
econômica e que tem requerido estudos e pesquisas para cada raça, e uma
análise mais ou menos consciente de suas aptidões produtivas dentro de um
contexto definido.
Assim, considerando que a carne ovina vem ganhando espaço entre as
outras carnes, o cordeiro é potencialmente a categoria que oferece carne de
maior aceitabilidade no mercado consumidor, com melhores características
de carcaça e menor ciclo de produção (Figueiró & Benevides, 1990).
Entretanto, vale ressaltar que para elevar a produção de animais jovens para
o abate e cordeiras para reposição é necessário satisfazer pontos importantes
como: genética, sanidade e alimentação.
O desenvolvimento adequado das fêmeas é garantido com uma
alimentação completa em nutrientes, que está na dependência da raça
escolhida e no conhecimento de suas exigências nutricionais associado às
condições ambientais disponíveis. No Brasil, os cálculos e balanceamento de
ração para fêmeas são baseados em informações estrangeiras, como o
National Research Council (NRC) e o Agricultural Research Council (ARC).
Entretanto, os requerimentos variam em função de fatores genéticos,
nutricionais e ambientais. Em conseqüência da diversidade dessas condições,
as informações das tabelas estrangeiras podem não ser as mais adequadas
para as condições locais.
A determinação da composição corporal em termos de proteína, energia
e macrominerais é importante na avaliação do crescimento animal e da
determinação das exigências nutricionais. Essas exigências são influenciadas
pelo sexo, raça e idade que são alguns dos fatores que afetam a composição
corporal e, em conseqüência disso, as exigências de proteína, energia e
macrominerais do rebanho ovino.
5
Mudanças contínuas nas raças, no manejo, na alimentação e nos
métodos de processamento dos alimentos constituintes da ração também
podem influenciar a composição corporal e conseqüentemente as exigências
dos animais, sendo necessárias reavaliações periódicas das exigências
nutricionais dos animais e da composição química do alimento. Por esses
motivos, muitos países têm desenvolvido tabelas de exigências nutricionais
adaptadas às suas condições.
Alguns trabalhos sobre exigências nutricionais de ovinos foram
realizados na Universidade Federal de Lavras (Gerassev, 1998; Silva, 1999;
Santos, 2000; Baião, 2002; Oliveira, 2002; Gerassev, 2003). Porém, as
exigências determinadas foram para machos.
Assim, torna-se necessário estabelecer exigências nutricionais de
cordeiras lanadas e deslanadas criadas nas condições do sudeste, para
obtenção de um sistema nutricional com formulação de dietas mais eficiente
e com custo mínimo. Sem um plano nutricional não é possível obter fêmeas
para reposição na idade desejada, diminuir os índices de mortalidade e
melhorar a taxa de crescimento (Susin et al., 1996).
A justificativa deste trabalho é verificar se existem diferenças entre a
composição corporal e as exigências em energia, proteína e macrominerais
quando comparadas com os valores em energia, proteína e macrominerais
citados nas tabelas internacionais, obtidas em países com condições
ambientais e alimentos diferentes. E, se por meio da análise da composição
química da carcaça e peso do animal é possível predizer a composição do
corpo vazio em energia, proteína e macrominerais. Objetivou-se com esse
trabalho a determinação da influência do peso ao abate (15, 25, 35 e 45 kg de
peso vivo) nos diferentes grupos genéticos sobre a composição corporal e as
exigências nutricionais em energia, proteína e macrominerais (Ca, P, Na, K e
Mg) para ganho em peso de cordeiras Santa Inês, e, F1- Bergamácia, Ile de
France e Texel criadas no sul de Minas Gerais.
6
1.4 Referencial Teórico
1.4.1 Raças
Raça é um grupo de animais de uma mesma espécie que possuem
características comuns definidas e que têm a capacidade de transmitir estas
características aos seus descendentes geração por geração (Pereira, 1999).
Em qualquer sistema de criação é importante considerar as raças
materna e paterna e que, respectivamente, estas raças confiram boa
habilidade materna para o crescimento adequado do cordeiro e bom
acabamento de carcaça (Figueiró & Benavides, 1990). No Brasil, os
cruzamentos tornaram-se instrumento útil para melhorar a produção,
tornando possível obter velocidade de crescimento e melhor conformação e
composição da carcaça. Segundo Silva Sobrinho (1997), a eficiência
depende das raças utilizadas, da individualidade dos animais e do nível
nutricional. Entretanto, Garrett (1980) afirma que a raça tem influência mais
acentuada sobre a composição corporal a um mesmo peso vivo, ou peso da
carcaça, do que o nível nutricional.
De acordo com Figueiró & Benavides (1990), a utilização de
cruzamentos mais adequados, para obtenção de carne, pode ser com o
aproveitamento das fêmeas quanto à alimentação, de preferência existentes e
adaptadas às condições ambientais da região, que podem ser utilizadas em
cruzamento industrial com uma raça especializada para produção de carne.
Nesta situação, o que se pretende é diminuir o custo das matrizes assim
como as menores exigências na alimentação, aproveitando as boas
características que essas raças possam apresentar para a produção de carne.
1.4.1.1 Raça Santa Inês
Raça deslanada, e provavelmente originária do cruzamento de ovelhas
Morada Nova com carneiros da raça Bergamácia, selecionados no nordeste
7
brasileiro. Caracteriza-se por ser deslanada, porte mediano, prolífera, com
boa habilidade materna, adaptando-se bem às diversas condições climáticas
e com resistência às doenças. Os animais Santa Inês podem alcançar 40 kg
de peso vivo aos seis meses; o peso corporal médio é de 80 a 100 kg nos
machos e 60 a 70 kg nas fêmeas. Produzem carne de qualidade e peles fortes
e resistentes. As fêmeas apresentam com freqüência partos duplos, excelente
capacidade leiteira e cordeiros vigorosos (Gouvea, 1987; Oliveira, 2001).
Resultados das pesquisas realizadas por (Furuscho-Garcia, 2001;
Bonagurio 2001; Santos, 1999; Prado, 1999), mostram que a raça Santa Inês
apresenta velocidade de crescimento e produz carcaças de qualidade, quando
comparada a outras raças especializadas para produção de carne como Texel
ou Ile de France, tanto puras quanto com os produtos de seus cruzamentos.
1.4.1.2 Raça Bergamácia
Os ovinos da raça Bergamácia são originários da Itália e se
caracterizam por apresentar grande porte, são lanados, mochos, com peso
corporal médio nas fêmeas adultas de 70 a 80 kg e os machos chegam a
atingir de 100 a 120 kg. Adaptam-se a climas quentes, apresentam boa
prolificidade, habilidade materna e satisfatória produção de leite. Os
cordeiros engordam bem atingindo, já no primeiro mês, o peso de 12 Kg. As
fêmeas criam com freqüência dois cordeiros, que é desejado em uma raça
tipo carne. Esses animais são produtores de e carne, porém esta última
característica produtiva é a mais apreciada pelos criadores (Alzugaray &
Alzugaray, 1986).
1.4.1.3 Raça Texel
Os animais da raça Texel são lanados, originários da Holanda e
das raças de corte apresentam o menor porte.Entretanto, essa é muito
utilizada no Brasil nos chamados cruzamentos industriais devido sua
precocidade, desenvolvimento muscular e baixo teor de gordura. Ovino de
8
tamanho médio, muito compacto, com massas musculares volumosas e
arredondadas, constituição robusta, evidenciando vigor, vivacidade e uma
aptidão predominantemente para produção de carne (Silva Sobrinho, 2001).
1.4.1.4 Raça Ile de France
Originários da França e lanados, esses animais são de grande porte e
foram introduzidos no sul do Brasil por meio da importação de animais. Os
ovinos da raça Ilê de France são considerados de dupla aptidão, com um
equilíbrio zootécnico orientado 60% para a produção de carne e 40% para a
produção de lã, porém nos dias atuais, os seus criadores consideram-na como
uma raça produtora de carne. Em cruzamentos industrial, essa raça imprime
aos descendentes precocidade e bom desenvolvimento muscular. No aspecto
geral é um ovino de grande formato, constituição robusta e conformação
harmoniosa,pica do animal produtor de carne (Silva Sobrinho, 2001).
1.4.2 Sexo
A produção de carne ovina é muito complexa e sobre ela atuam fatores
determinantes de sua quantidade e qualidade (Osório et al., 1995). Esses
fatores podem ser extrínsecos ao animal, como é o caso da alimentação, ou
intrínsecos ao animal, como no caso do sexo.
O sexo afeta a velocidade de crescimento e a deposição dos distintos
tecidos, sendo que a velocidade de crescimento é maior nos machos inteiros
do que nas fêmeas (Azzarini, 1972). Em geral, a proporção de gordura é
menor nos machos inteiros e maior nas fêmeas, sendo que na proporção de
músculo ocorre o inverso (Deambrosis, 1972).
A utilização de machos inteiros permite obter outras características
favoráveis do ponto de vista industrial, como maior quantidade de carne e
9
menor quantidade de gordura a igual peso vivo que machos castrados e
fêmeas (Kirton, 1983).
Entretanto, a necessidade de reposição de fêmeas no rebanho justifica
estudos mais específicos sobre suas exigências, para a adoção de níveis
nutricionais adequados.
Estabelecer um sistema de produção eficiente para fêmeas de reposição
é um desafio para a maioria dos produtores. Para aumentar a produção de
cordeiros (as) é necessário um manejo adequado das matrizes, sendo que a
reposição destas vai depender de um bom sistema de criação. A busca por
um crescimento rápido, para atingir o peso de cobrição e iniciar a vida
produtiva em idade precoce, está na dependência do sistema de produção e
dos custos envolvidos.
O sucesso na criação de animais para reposição ou abate vai depender
de várias práticas aplicadas ao rebanho e que m início antes mesmo do
nascimento das crias (Susin, 2001).
Segundo Azzarini (1979), ovelhas com boas condições nutricionais ao
parto e no período de lactação apresentam alta produção de leite. Para
Figueiró & Benavides (1990) a boa alimentação na época de aleitamento
determina ritmos de crescimento elevados, redução na mortalidade e evita
restrições na produção futura do animal ou no desenvolvimento pós-
desmame.
1.4.3 Energia
A energia é o nutriente mais limitante na produção de ovinos (Susin,
1996). A quantidade energética insuficiente retarda o crescimento, aumenta a
idade a puberdade, reduz a fertilidade, diminui a produção de leite e de lã, e
aumenta a susceptibilidade dos animais a doenças e parasitas. Por outro lado,
o excesso de energia, além de significar perda econômica por desperdício de
alimento, ocasiona deposição excessiva de gordura, causando problemas,
principalmente de ordem reprodutiva.
10
As fontes energéticas para ovinos são: pasto, feno, silagens e grãos,
sendo o baixo conteúdo energético e a baixa qualidade dos volumosos a
principal causa de deficiência energética (Pérez et al., 2000). Os
carboidratos constituem cerca de 80% a 50% da matéria seca das forragens e
dos grãos. Gordura e óleo também podem ser utilizados em rações para
ruminantes, com o objetivo de aumentar a densidade energética em 3% a 2%
da matéria seca (ARC, 1980) da dieta.
As exigências energéticas dos animais são difíceis de serem avaliadas
porque a eficiência de utilização de energia para os vários processos
fisiológicos é variável. Alguns fatores interrelacionados podem influenciar
as necessidades de energia do animal, como idade, tamanho, taxa de
crescimento, gestação, lactação, condições ambientais e relação com outros
nutrientes da dieta (NRC, 1985).
Assim, a quantificação das exigências nutricionais em energia é
importante dentro da cadeia produtiva da ovinocultura, sendo fundamental
estabelecer essas exigências a fim de atender os requerimentos dos animais,
observando-se o tipo de alimento empregado, visando à elaboração de rações
eficientes e de custo mínimo. De acordo com Silva (1996), a eficiência na
produção animal pode ser obtida se houver conhecimento adequado das
exigências nutricionais dos animais e da composição química dos alimentos,
associado a outras práticas de manejo.
1.4.4 Proteína
A proteína é o principal componente dos órgãos e estruturas moles do
organismo animal, que para ser mantido necessita do contínuo suprimento
alimentar. Assim, a transformação de proteína alimentar em proteína
orgânica é parte do processo de nutrição (Maynard et al., 1984).
Os músculos são constituídos, basicamente, por compostos
nitrogenados, provenientes da dieta consumida pelo animal. As proteínas
11
podem assumir diversas funções no corpo animal, tais como: hormonal;
enzimática; de transporte de substâncias no sangue; na contração muscular;
estrutural; e de defesa, dentre outras (Lehninger, 1995).
A proteína da dieta é em parte degradada no rúmen e seu componente
nitrogenado será reutilizado pelos microorganismos para síntese de proteína
microbiana. A proteína microbiana fornecerá aminoácidos que serão
absorvidos e utilizados para a síntese protéica do animal (Susin, 1996).
Segundo Owens & Bergen (1983), cerca de 40-80% da proteína que chega
ao intestino delgado é de origem microbiana.
As exigências de proteína variam com idade, sexo, raça, estado
fisiológico, dentre outros fatores. Com relação às exigências de mantença,
sabe-se que ao fornecer uma dieta ao animal com adequado teor de energia
para sua mantença, é provável que a proteína microbiana sintetizada com
base na proteína degradada no rúmen seja suficiente para atender às
necessidades protéicas. Entretanto, Orskov (1990) ressalta que se o alimento
fornecido contiver teor energético abaixo da mantença, a produção de
proteína microbiana será insuficiente e, conseqüentemente, o organismo não
só perderá gordura, com também proteína.
1.4.5 Minerais
Os minerais, elementos inorgânicos encontrados em uma determinada
estrutura, podem estar presentes na forma de sal ou combinados a outros
elementos orgânicos como carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.
Assim, esses estão presentes nas células, exercendo inúmeras funções,
combinações químicas e concentrações dependentes do elemento e tecido
(Underwood & Suttle, 1999; Mc Dowell, 1999).
Uma suplementação mineral adequada torna-se necessária tendo em
vista o empobrecimento dos solos, que resulta em forrageiras deficientes em
de macro e micro elementos minerais responsáveis pela perda de peso,
12
diarréia, anemia, perda de apetite, e anormalidade óssea entre outros
(McDowell,1999).
Os elementos minerais atuam como cofatores essenciais na utilização
da energia e da proteína no organismo animal, influenciando sua
produtividade. McDowell (1999), na América Latina, constatou elevação de
20 a 100% nas porcentagens de parição, de 10 a 25% de aumento nas taxas
de crescimento e sensível redução dos índices de mortalidade como resposta
a adoção da suplementação mineral.
Interações sinérgicas ou antagônicas entre os minerais e outros
elementos da dieta podem ocorrer no aparelho digestivo, em tecidos ou no
metabolismo celular. Entende-se por sinergismo quando dois ou mais
elementos provocam o aumento da absorção de um mineral ou realizam
alguma função metabólica em nível celular ou tecidual. Mas, por outro lado,
a interação antagônica ocorre quando um elemento mineral inibe a absorção
de outro no aparelho digestivo, produzindo efeitos no metabolismo orgânico
(Cavalheiro & Trindade, 1992).
Os elementos minerais constituem cerca de 5% do peso vivo do animal
e dieteticamente são essenciais para os ruminantes e para os
microorganismos presentes no rúmen e no intestino, exercendo influência
direta e indireta no crescimento, engorda, produção de leite, reprodução,
produção de e para a manutenção dos processos vitais. Os macrominerais
Ca, P, Mg, Cl, Na, S e K são fundamentais para a sobrevivência e o
crescimento dos microrganismos no rúmen, pois contribuem na regulação de
algumas propriedades físico-químicas do ambiente ruminal como
fermentação, pressão osmótica, capacidade de tamponamento e taxa de
diluição (Ospina et al., 1999).
13
1.4.5.1 Cálcio e fósforo
O cálcio e o fósforo normalmente são estudados conjuntamente, devido
à interdependência nutricional e ao associado metabolismo.
O cálcio é o mineral mais abundante do corpo.Aproximadamente 98%
estão presente nos ossos e dentes e o restante está distribuído nos fluidos
extracelulares e tecidos moles, com uma concentração maior no plasma
sanguíneo. Além da formação do esqueleto, o Ca é essencial na coagulação
sanguínea, regulação do ritmo cardíaco, excitabilidade neuromuscular,
ativação de enzimas e permeabilidade de membranas ( McDowell, 1999 ).
O cálcio possui um severo controle endócrino que permite a
homeostase orgânica frente aos desafios metabólicos. A diminuição dos
níveis séricos do Ca provoca liberação do Hormônio da Paratireóide (PTH),
que promove o aumento sanguíneo do Ca, reduzindo a excreção renal, e pelo
aumento da absorção intestinal e da mobilização óssea. Em contrapartida, o
fósforo é excretado pelos rins a fim de manter a relação dentro dos
parâmetros fisiológicos (Underwood & Suttle, 1999). Desta maneira, os
níveis séricos do cálcio mantêm-se constantes, independentes da quantidade
consumida na dieta.
Não existe um rigoroso controle hormonal do fósforo e por isso, as
concentrações na corrente sanguínea e no soro variam livremente. O excesso
de P na alimentação provoca maior excreção renal e aumento da
concentração do elemento na saliva, o que provoca elevação da perda fecal
de fósforo (Underwood & Suttle, 1999).
O cálcio e o fósforo devem estar disponíveis na dieta em quantidades e
proporções adequadas para atender as necessidades dos animais em relação à
idade, raça, categoria ou situação fisiológica e sistema de produção.
Dados referentes ao teor de cálcio nos tecidos mostram que este mineral
sofre variação, sendo que: o tecido muscular contém cerca de 100mg de
Ca/kg de matéria natural; os ossos contêm cerca de 110 a 200g/kg, enquanto
que no tecido adiposo este mineral está praticamente ausente. Em relação ao
14
fósforo, segundo o AFRC (1991), o tecido ósseo contém 50 a 100g de
fósforo por kg, os músculos contêm teores de 2 a 3g de fósforo por kg, e a
gordura contém quantidades muito pequenas na forma de fosfolipídios.
Uma relação entre cálcio e fósforo 1:1 e 2:1 é considerada ideal para o
crescimento e formação do esqueleto e é aproximadamente a proporção em
que esses minerais estão presentes nos ossos (McDowell, 1999).
Geralmente as pastagens são abundantes em Ca e deficientes em P,
elevando a relação destes na dieta. Os ruminantes estão adaptados para
compensar altas relações de Ca:P na dieta de até mais de 3:1 (McDowell,
1999).
A carência de Ca em ruminantes causa fragilidade óssea e crescimento
lento. Em deficiências severas, são observadas baixa produção de leite
produção de leite e tetanias geralmente associadas à liberação de altas
quantidades de Ca no leite (McDowell, 1999).
A deficiência de fósforo não possui efeitos imediatos como o cálcio. A
longo prazo pode ser observada perda de peso, fraqueza geral, fragilidade
óssea e perversão do apetite, o que leva os animais a consumirem objetos
estranhos à sua dieta, podendo causar o botulismo. Carências marginais
levam a baixa conversão alimentar, redução da produção leiteira e
infertilidade (Underwood & Suttle, 1999; Mc Dowell, 1999).
Segundo Thonpson & Werner (1976), em animais jovens os
requerimentos de cálcio são maiores do que os de fósforo, mas tornam-se
equilibrados com a maturidade do animal. Isso, provavelmente, está
relacionado ao menor crescimento ósseo e maior tamanho do corpo, pois
20% do fósforo está localizado nos tecidos moles e fluídos.
O ARC (1980), considerando ovinos em crescimento, quantificou os
conteúdos corporais de cálcio e fósforo em 11,0 e 6,0g / kg de peso corporal
vazio (PCV), respectivamente.
15
1.4.5.2 Magnésio, sódio e potássio
O magnésio está intimamente m o cáassociado colcio e o fósforo nos
tecidos e, principalmente, no metabolismo dos animais domésticos.
Exercendo funções essenciais ligadas aos sistemas enzimáticos,
particularmente, aquele do metabolismo dos carboidratos e lipídeos, é
requerido na oxidação celular e exerce grande influência na atividade
neuromuscular (McDowell, 1999).
Os requerimentos dietéticos de magnésio dos animais domésticos
variam com a espécie, a raça, a idade, a taxa de crescimento ou produção e
com a disponibilidade biológica deste nutriente na dieta, sendo que
pastagens e dietas, que contenham 0,10% de magnésio na matéria seca,
podem atender às exigências de ovinos em crescimento (McDowell, 1999).
Alterações nas concentrações de Na, K e Cl ativam um complexo
mecanismo de controle fisiológico que inclui a ativação do sistema renina-
angiostensina que, juntamente com a vasopressina, regula a secreção de
aldosterona por variações no volume do fluido extracelular e na pressão
sanguínea (Underwood & Suttle, 1999).
Em ruminantes, a saliva composta de íons Na, K, Cl, fosfato e
bicarbonato é fundamental para a reciclagem de alguns minerais e garantir a
manutenção das condições ruminais, principalmente como tampão (Van
Soest, 1993).
O potássio é essencial à vida e suas principais funções são: regulação
do balanço osmótico celular; equilíbrio ácido-base e balanço hídrico do
organismo além de atuarem em vários sistemas enzimáticos; (Mc Dowell,
1999).
O requerimento de potássio para ovinos é estimado em 0,5 a 0,8% da
matéria seca da dieta e parece ser maior para animais sob estresse, que
perdem potássio no suor (Mc Dowell, 1999).
O sódio é o principal cátion do fluido celular e sua concentração está
assim distribuída no corpo do animal; o osso contém 4g de Na/kg, os
16
músculos são pobres em sódio, 750 mg de Na/kg e os fluidos contém 3,5 g
de Na/kg (Silva, 1995).
Em situações de carência, o organismo conserva o Na reduzindo a
quantidade excretada pelo leite, fezes e urina. Na saliva, o elemento pode ser
substituído pelo K, a fim de manter as proporções normais nos fluidos
(Underwood & Suttle, 1999).
A deficiência de Na é mais comum em animais submetidos a sistema de
pastejo, devido aos baixos teores do mineral nas forragens (Mc Dowell,
1999). O ARC (1980), considerando ovinos em crescimento, quantificou os
conteúdos corporais de potássio e sódio em 1,8 e 1,1 g / kg de peso corporal
vazio (PCV), respectivamente. Entretanto, o NRC (1985) estimou as
exigências de K e Na para ovinos em crescimento, com base em ensaios de
alimentação, utilizando dados de trabalhos nos quais foram testados
diferentes níveis destes minerais e chegou a valores na faixa de 0,50 a 0,80%
de potássio e de 0,09 a 0,18 % de Na na matéria seca (McDowell,1999).
1.4.6 Composição corporal e composição do ganho em peso
Na determinação da composição química do corpo do animal, após o
abate, destaca-se o método direto o qual, tem sido apontado como a forma
mais precisa e confiável de avaliar a composição do corpo do animal.
Entretanto, a escolha do método para predição da composição corporal deve
ser pautado, segundo Resende et al. (2005), em diversos fatores como: custo,
facilidade de tomada das medidas e acurácia da predição entre animais,
independente do sexo, idade ou regime alimentar.
A composição corporal sofre mudanças em suas proporções de osso:
músculo: gordura em função das curvas de crescimento características do
animal em desenvolvimento, sendo que com o avanço da idade há
17
diminuição paulatina da porcentagem de músculo e aumento na quantidade
de gordura.
No que diz respeito à nutrição animal, a determinação da quantidade de
tecidos tem importância secundária, o que é prioritário são os nutrientes que
são retidos no corpo do animal, independente dos tecidos em que são
depositados. Assim, a composição química corporal refere-se às
concentrações ou quantidades de água, gordura, proteína e minerais.
Resende et al. (2005) salienta que a composição de todo o corpo animal é
aquela relacionada à composição do corpo vazio, o qual é encontrado pela
diferença entre o peso vivo e o peso dos conteúdos do trato gastrointestinal e
da bexiga.
A importância de se estudar a composição química do corpo e do ganho
em peso esno fato de os mesmos constituírem parâmetros indispensáveis
nas avaliações de programas de nutrição e nas determinações das suas
exigências nutricionais (Boin, 1985).
Alguns fatores podem influenciar a composição corporal dos ovinos
sendo que entre eles podemos citar a raça, o sexo, o nível nutricional e as
condições ambientais as quais os animais estão submetidos, e ainda a idade e
o peso corporal (Silva, 1996)).
Aganga et al. (1989), estudando a composição corporal de machos
inteiros com peso vivo de 30 kg, das raças Uda e Yankasa, determinou
valores de: 68,9 e 62,2% de água; 13,1 e 13,8% de proteína; e, 15,5 e 20,8%
de gordura, respectivamente.
Em dados internacionais, variações na composição corporal de vários
constituintes do corpo foram observados para água (47,9 a 74%), proteína (
14,6 a 19,9%), gordura ( 6 a 34,2%) e minerais ( 2,5 a 8,1%) nos animais
com peso vivo de 12,6 a 28,6kg (Panaretto, 1963; Beede, 1985; Gaffar &
Biabani, 1986; Shahjalal et al., 1992).
18
Nos trabalhos nacionais reunidos por Resende et al. (2005),
desenvolvidos com cordeiros Santa Inês, a composição corporal varia de 64
a 68% de água; 14 a 17% de proteína; 8 a 18% de gordura; 1,1 a 1,6% de Ca;
0,6 a 0,8% de P em animais pesando de 5 a 45kg de PV (Gerassev,1998;
Silva, 1999; Silva, 2000; Trindade, 2000; Baião, 2002).
Em animais de raça lanada em crescimento, nos estudos brasileiros, a
variação na composição corporal foi de 62 a 64% de água, 13 a 17% de
proteína, 14 a 32% de gordura, 1,1 a 1,3% de Ca, e 0,6 a 0,8% de P (Silva,
2000; Trindade, 2000; Santos, 2000; Pires et al., 2000; Baião, 2002).
De acordo com o NRC (1985), análises químicas realizadas no corpo
vazio de ovinos em crescimento, com diferentes genótipos e pesos entre 20 e
50 kg, mostraram que a densidade calórica do ganho de peso corporal vazio
(GPCV) varia de 3 a 4 Mcal/kg de ganho para animais leves e de 5,5 a 7,5
Mcal/kg para animais pesados.
O ARC (1980), no que se refere à quantidade de gordura e energia, cita
que existe diferença tanto entre raças como entre sexos, ressaltando que a
quantidade de gordura e energia são inferiores nos ovinos machos inteiros,
quando comparados com machos castrados e fêmeas. Neste contexto, esse
comitê apresenta os dados de composição de energia e gordura para
cordeiros machos Merino castrados, dos 10 aos 45 kg, variando de 1,72 a
4,03 Mcal / kg de PCV e de 75 a 349 g / kg de PCV, respectivamente. Para
cordeiros machos inteiros não Merinos, os valores variaram de 1,52 a 3,17
Mcal / kg de PCV de energia e de 56 a 248 g / kg de PCV de gordura,
respectivamente.
Ainda, segundo o ARC (1980), à medida que a idade avança, ocorre um
aumento no conteúdo de gordura e um decréscimo na proteína no corpo e no
ganho em peso. Ao comparar a concentração corporal em proteína de
animais merinos e não merinos machos inteiros, castrados e fêmeas, esse
comitê determinou em termos da composição de proteína, que os tipos
19
raciais são similares, existindo diferença apenas entre sexo, uma vez que
machos inteiros e castrados apresentam maior conteúdo protéico que fêmeas.
Quanto à gordura, existem diferenças entre raças e sexos, decrescendo na
seguinte ordem: machos Merino castrados, fêmeas, machos castrados e
machos inteiros não Merinos. Para o caso dos minerais, cálcio, fósforo,
magnésio, sódio e potássio este mesmo comitê estima valores constantes,
independente do peso do animal em 11g/kg de PCV para o Ca; 6g/kg de
PCV para o P; 0,41g/kg de PCV para o Mg; 1,1g/kg de PCV para o Na e
1,8g/kg de PCV para o K.
Os animais jovens são mais ricos em água e mais pobres em gordura,
sendo que as concentrações de proteína, cinzas e água decrescem com a
idade e com a engorda (Ferreira, 1998).
A composição química do corpo do ovino é determinada geneticamente
(Cañeque, 1989). Com a proximidade da maturidade, à medida que o peso
corporal vazio (PCV) se eleva, ocorre um aumento na proporção de gordura,
acompanhado de um incremento energético e um decréscimo na proporção
de água e de proteína do corpo. Essas mudanças, além do aumento no
depósito de tecido adiposo, são resultados da desaceleração do crescimento
muscular (ARC, 1980 e NRC, 1985).
1.4.7 Considerações sobre a determinação das exigências nutricionais
para ruminantes
Os requerimentos nutricionais em proteína, energia e macrominerais
(Ca, P, Mg, K e Na) são afetados por vários fatores, entre eles: idade do
animal, tamanho corporal, taxa de crescimento, estágio da gestação e
atividade muscular, além de fatores do meio ambiente, como: temperatura,
umidade, intensidade solar, dentre outros (Silva, 1996). Em virtude dessa
20
série de fatores, as exigências dietéticas são difíceis de serem determinadas,
mas vários experimentos foram realizados com esse objetivo.
Os primeiros sistemas de recomendação nutricional utilizaram relações
entre as quantidades de um nutriente e o desempenho animal, as exigências
eram definidas a partir da quantidade do nutriente necessário para maximizar
o desempenho animal ou a eficiência da utilização dos alimentos. Essas
relações empíricas têm a utilização bastante limitada, pois à medida que os
animais, alimentos, ou quaisquer condições ambientais são alterados, essas
relações tendem a ser inválidas (Boin, 1985; Costa, 1996).
As estimativas das exigências obtidas por meio de ensaios de
alimentação receberam a partir de 1965 um enfoque diferente, quando o
ARC (1965) propôs a aplicação do método fatorial para o cálculo das
exigências mínimas.
O método fatorial tem sido utilizado em muitos trabalhos para
determinação das exigências dos animais. Esse método fraciona os
requerimentos dos animais em seus diversos componentes: mantença,
crescimento, engorda, gestação e lactação.
A exigência de mantença é a necessidade para manter os processos
fisiológicos normais, como circulação, respiração, digestão, etc. A soma das
necessidades de mantença com a de produção representa a exigência líquida
do animal (ARC, 1980). A partir dessa exigência líquida é levado em
consideração o que cada alimento pode fornecer para o animal e assim é
obtida a exigência dietética. A essa exigência dietética ainda costuma-se
acrescentar um fator de segurança devido às diferenças entre os indivíduos; e
a partir dessas exigências dietéticas médias é calculada a quantidade de
alimento que deveser fornecida em função da categoria, peso e produção
do animal (NRC, 1985).
21
1.5 Metodologia Geral
1.5.1 Instalações, Animais, Local
O trabalho foi conduzido no setor de Ovinocultura do Departamento de
Zootecnia da Universidade Federal de Lavras, município localizado na
região sul do Estado de Minas Gerais, a 21º14’ de latitude sul e 45º de
latitude oeste de Greenwich, a uma altitude média de 919m (Castro Neto et
al., 1980).
No experimento foram utilizadas 48 cordeiras da raça Santa Inês (SI) e
do seu cruzamento com as raças Bergamácia (BE); ILe de France (IF);
Texel (TE).
Doze animais pesando inicialmente 15kg de peso vivo, sendo três
animais de cada grupo genético, foram abatidos no início do experimento
para avaliação da composição corporal e das exigências nutricionais em
energia, proteína, gordura e macrominerais, servindo de referência para o
método de abate comparativo. O restante dos animais continuou confinado e
foi abatido ao atingir os pesos vivos esperados de 25, 35 e 45kg.
Os animais foram alojados individualmente em gaiolas de estrutura
metálica de 1,3m x 1,0m de comprimento e largura, equipadas com cochos
para alimento e água, montada em galpão de alvenaria, isenta de ventos
fortes e chuvas.
1.5.2 Alimentação e manejo dos animais
A dieta experimental foi balanceada para atender às exigências
nutricionais de proteína, energia metabolizável e minerais, segundo as
recomendações do ARC (1980), sendo fornecida a vontade, duas vezes ao
dia, às oito e 16 horas. Essa ração foi balanceada para proporcionar um
rápido crescimento dos animais, o que explica a proporção de concentrado
na dieta total de 80%.
22
O controle do consumo foi feito por meio da pesagem das quantidades
fornecidas e rejeitadas diariamente. Os animais receberam quantidades de
ração que permitiram uma sobra de 20% do total oferecido. As amostras da
dieta experimental e das sobras foram coletadas diariamente e,
posteriormente, a cada 15 dias formaram-se amostras compostas por animal.
O material coletado foi acondicionado e armazenado para análises
posteriores.
A dieta experimental foi composta por feno de capim Coast-cross
(Cynodon dactylon) moído, farelo de soja (Glicine max L.), milho moído
(Zea mays L), calcário calcítico e suplemento mineral e vitamínico. A
composição química da dieta experimental é apresentada nas Tabelas 1 e 2.
Tabela 1 Composição percentual da dieta com base na matéria seca MS,
energia metabolizável (EM) e teores de proteína bruta (PB), fibra em
detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) expressos em
porcentagem da matéria seca dos alimentos.
Ingredientes MS¹
(%)
EM²
(Kcal/Kg)
PB¹
(%)
FDN¹
(%)
FDA¹
(%)
Milho (grão) 66,23 6,49 14,19 2,64
Farelo de soja 12,37 6,28 2,37 1,14
Feno coast cross 20,25 2,44 15,71 6,95
Calcário 0,85 - - -
Sal comum 0,25 - - -
Supl. Microminerais³ 0,01 - - -
Supl. Vitamínico 0,04 - - -
TOTAL 100,00 2.769 15,21 32,27 10,73
¹Análises realizadas no laboratório de Nutrição Animal do Departamento de
Zootecnia
²Valor obtido no ensaio de digestibilidade descrito no item 5.5.
³ Suplemento Micromineral e vitamínico (nutriente/Kg de suplemento): vit. A
2.500.000 UI, Vit.D3 500.000UI, Vit. E 3000mg, Tiamina 750 mg, Riboflavina
1000mg, VitB12 2800 mcg, Niacina 500 mg, Selênio 150 mg, Iodo 1000mg,
Cobalto 600mg, Ferro 35000 mg, Cobre 20000 mg, Manganês 49000mg, Zinco
75000 mg.
Tabela 2 - Composição em Ca, P, K, Mg e Na da dieta experimental,
expressa em porcentagem da matéria seca.
Ingredientes Ca¹
(%)
(%)
(%)
Mg¹
Na¹
(%)
23
Milho (grão) 0,022 0,196 0,233 0,062 0,025
Farelo de soja 0,053 0,097 0,225 0,031 0,004
Feno Coast Cross 0,120 0,080 0,363 0,041 0,009
Calcário 0,306 - - - -
Sal comum - - - - 0,094
TOTAL 0,501 0,373 0,821 0,134 0,132
¹ Análises realizadas no laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia
Os animais foram identificados individualmente através de brincos na
orelha com uma semana de idade; aos 40 dias foram desmamados e
confinados em grupo até atingirem o peso inicial de 15 kg. Durante este
período receberam alimentação à vontade, com a mesma constituição da
dieta experimental. Os animais receberam uma dose de vermífugo ao serem
desmamados e antes de entrarem no experimento.
1.5.3 Abate dos animais
Os animais foram submetidos a um jejum e dieta hídrica de 16 horas. Ao
término desse período, foi realizada pesagem para determinação do peso ao
abate. O abate foi feito após a insensibilização mecânica do animal, por corte
da carótida e jugular, sendo o sangue coletado, pesado e congelado para
análises posteriores. Após a coleta do sangue, seqüencialmente, foram
efetuados o coureamento ou esfola; a evisceração e a separação da cabeça e das
patas.
Os órgãos internos (coração, pulmão, traquéia/esôfago, baço, fígado e
pâncreas), compartimentos digestivos cheios e vazios (rúmen/retículo, omaso,
abomaso, intestino delgado e intestino grosso), vesícula biliar cheia e vazia,
bexiga cheia e vazia, cabeça, pés, cauda, foram retirados e pesados
individualmente.
24
Concluída a evisceração, retirada da cabeça, pata, cauda, obteve-se a
carcaça inteira do animal, a qual foi levada à câmara fria com temperatura de
2 ºC por um período de 24 horas, para resfriamento.
A ½ carcaça do animal (subdividida em cortes comerciais), pescoço,
órgãos internos, aparelho digestivo, componentes não carcaça foram
acondicionados em sacos plásticos e congelados. O material congelado foi
cortado em uma serra de fita e moído individualmente em cutter de 30 H.P. e
1775 rpm; em seguida, foi homogeneizado e novamente moído, sendo
acondicionado em sacos plásticos e congelado. Posteriormente, todos os
procedimentos citados acima foram novamente repetidos para então serem
retiradas as amostras para as análises químicas do corpo dos animais.
1.5.4 Análises Químicas
As análises químicas foram efetuadas no Laboratório de Nutrição
Animal do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras,
segundo metodologia descrita por (Silva & Queiroz, 2002).
As amostras do corpo dos animais foram pré-secas em estufa com
circulação de ar à 65 ºC por 72 horas. Após a secagem, esse material foi
desengordurado por 72 horas em aparelho Soxhlet com éter etílico e
triturado em moinho. A matéria seca (MS) foi determinada em estufa a 105
ºC; a proteína bruta (PB) foi determinada em aparelho semi-micro Kjeldahl;
o extrato etéreo (EE) em aparelho Soxhlet.
As análises para determinação dos macrominerais nas amostras da dieta
experimental, nas amostras de sobras e na matéria seca desengordurada do
corpo do animal foram efetuadas por meio da digestão ácida com ácido
nítrico e ácido perclórico, obtendo-se desta forma a solução mineral.
1.5.5 Ensaio de digestibilidade
25
Um ensaio de digestibilidade foi realizado, paralelamente, para
determinar a energia digestível (ED), a energia metabolizável (EM), a
metabolizabilidade da energia (Qm) e a proteína digestível (PD) da dieta
experimental descrita anteriormente.
Foram utilizados 8 cordeiras (para reduzir a influência da
individualidade), alojados em gaiolas metabólicas. O período pré-
experimental constou de 21 dias para a adaptação à nova dieta. O período
experimental teve duração de cinco dias, quando foram feitas as coletas
diárias totais de fezes e urina.
As fezes foram congeladas para prevenir ação bacteriana, para depois
serem pré-secas, homogeneizadas e amostradas para as análises químicas. À
urina, coletada em balde plástica com peneira de malha fina, foi adicionada
ácido clorídrico (HCL) com a finalidade de evitar perdas de amônia por
volatilização. A urina foi descongelada, homogeneizada e uma amostra
representativa por animal foi separada para a realização das análises
químicas.
As fórmulas utilizadas nos cálculos foram:
EM = EBi - (EBf + EBu + EPGD);
EPGD = PGD x EBi /100;
PGD = 4,28 + 0,059 DG, segundo Blaxter (1962),
Onde:
EM = energia metabolizável;
EBi = energia bruta ingerida;
EBf = energia bruta fecal;
EBu = energia bruta urinária;
EPGD = energia dos produtos gasosos da digestão;
PGD = proporção de EPGD em kcal com relação a EBi;
DG = digestibilidade da energia em %.
26
1.5.5 Período e delineamento experimental
O período experimental foi de 303 dias, pois correspondeu ao período
necessário para que os animais atingissem o peso vivo de 15, 25, 35 e 45 Kg.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, sendo feita a
análise de regressão das quantidades de energia, proteína e gordura presentes
no corpo vazio em função do peso corporal vazio para se obterem as
equações de predição.
O modelo matemático estatístico utilizado foi:
Y
ij = µ
µµ
µ + bi xij + eij
onde:
Y
ij - os valores observados para o logaritmo da quantidade de nutriente
presente no corpo vazio;
µ
µµ
µ - a média geral;
bi - o coeficiente de regressão;
xij - logaritmo do peso corporal vazio do animal;
eij - erro experimental associado à observação
Y
ij,
que por hipótese tem
distribuição normal com média zero e variância de σ².
27
1.6 Referências bibliográficas
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Comentário:
Não tem a citação
no texto. Incluir ou deletar aqui.
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Comentário:
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Comentário:
tem a citação no
texto. Incluir ou deletar aqui. Não
seria 2001, correspondente à
referência anterior.
30
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Comentário:
Não tem a citação
no texto. Incluir ou deletar aqui.
Comentário:
tem a citação no
texto. Incluir ou deletar aqui.
Comentário:
tem a citação no
texto. Incluir ou deletar aqui.
32
TRINDADE, I.A.C.M. Composição corporal e exigências nutricionais
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VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2.ed. Ithaca:
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Comentário:
No texto está o
ano 1993. Qual o correto?
CAPÍTULO 2
COMPOSIÇÃO CORPORAL E EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS
DE ENERGIA E PROTEÍNA EM CORDEIRAS SANTA INÊS E
F1- BERGAMÁCIA, ILÊ DE FRANCE E TEXEL
30
2.1 Resumo
BAIÃO, Edinéia Alves Moreira. Composição corporal e exigências
nutricionais de energia e proteína em cordeiras SI e F
1
- Bergamácia, Ilê de
France e Texel. In: ______. Composição corporal e exigências
nutricionais em cordeiras da raça Santa Inês e cruzas F
1
. 2006. Cap.2. p.
29-78. Tese (Doutorado em Zootecnia)–Universidade Federal de Lavras,
Lavras, MG.*
O presente trabalho foi conduzido no setor de Ovinocultura do
Departamento de Zootecnia da UFLA, em Lavras. Objetivou-se neste estudo
estimar a composição corporal e as exigências nutricionais de energia e
proteína para ganho em peso de cordeiras provenientes dos cruzamentos
entre as raças (SIXSI), (BEXSI), (TEXSI) e (IFXSI) e nos diferentes pesos
ao abate: 15, 25, 35 e 45 kg de peso vivo. Foram utilizados 48 cordeiras com
peso vivo (PV) médio inicial de 15 kg. Estas cordeiras foram distribuídas
aleatoriamente em quatro grupos de 12 animais, sendo três de cada grupo
genético. O primeiro grupo foi abatido no início do experimento para
avaliação da composição corporal em energia e proteína, servindo como
animais de referência para o método de abate comparativo. Os animais
remanescentes foram mantidos em regime de confinamento recebendo uma
dieta à vontade e foram abatidos ao atingirem os pesos vivos de 25, 35 e
45kg. A composição corporal e do ganho em peso foram estimadas por
estudo de regressão com os dados da composição química obtidos nas
análises químicas realizadas no Laboratório de Nutrição Animal do
Departamento de Zootecnia da UFLA. As estimativas de exigências para o
ganho em peso de energia (ELg) e proteína (PLg), foram obtidas por
derivação das equações de regressão do logaritmo da quantidade desses
nutrientes presentes no corpo vazio, em função do logaritmo do peso
corporal vazio. Os valores estimados para a composição corporal das
cordeiras dos quatro grupos genéticos dos 15 aos 45 kg de peso vivo foram:
SI e BE energia em kcal/kg, 1.905 a 3.578; gordura em g/kg, 101,0 a
294,7; para os grupos genéticos TE e IF – energia em kcal/kg, 2.037 a 3.741;
gordura em g/kg, 122,1 a 313,3. Os valores da composição corporais de
proteína em g/kg foram: SI–177,2 a 147,0; BE–163,3 a 149,5; TE –170,5 a
144,8; IF – 159,2 a 141,1.
*Comitê Orientador: Juan Ramón Olalquiaga Perez (Orientador) –DZO-UFLA,
Nadja Gomes Alves– DZO–UFLA, Márcio Machado Ladeira- DZO-UFLA, Oiti
José de Paula CEFET-MG, Iraídes Ferreira Furusho-Garcia- FAFEOD
31
2.2 Abstract
BAIÃO, Edinéia Alves Moreira. Body composition and nutritional
requirements of energia and proteína females lambs in Santa Ines and their
crossings with Bergamácia, Texel and Ile of France. In: ______.
Composição corporal e exigências nutricionais em cordeiras da raça
Santa Inês e cruzas F
1
. 2006. Cap.2 p. 29 a 78. These (Doctor's degree
in Zootecnia)-University Federal of Lavras, Lavras, MG.*
The experiment was carried out in the Sheep Sector of the Animal Science
Department of the Universidade Federal de Lavras - UFLA, in Lavras. The
objective was to determine the body composition of female lambs and to
estimate the energy and protein requirements for their live weight gain. The
lambs originated from the crossing of Santa Inês (SI), Bergamácia (BE),
Texel (TE) and Ilê de France (IF) rams with Santa Inês females. 48 female
lambs were used in the experiment. Twelve animals (three of each genetic
group), weighing 15 kg of LW, were slaughtered at the beginning of the
experiment to evaluate the body content in energy and protein and were
defined as the reference animals for the comparative slaughter method. The
remaining animals were slaughtered when they reached the live weights of
25, 35 and 45kg, respectively. The body composition and weight gain were
obtained through chemical analysis, carried out at the Animal Nutrition
Laboratory of the Animal Science Department. The requirements for weight
gain in energy (ELg) and protein (PLg) were obtained by derivation of the
regression equations of the empty body logarithm. The average values found
for body composition were, respectively, of energy in SI and BE 1,905 to
3.578 kcal/kg; of TE and IF 2.037 to 3.741 kcal/kg; fat in SI and BE -
101,0 to 294,7 g/kg, TE and IF - 122,1 to 313,3 g/kg; protein: SI 177,2 to
147,0; BE – 163,3 to 149,5; TE – 170,5 to 144,8; IF – 159,2 to 141,1.
* Guidance Committee: Juan Ramón Olalquiaga Perez (Orientador) –DZO-
UFLA, Nadja Gomes Alves– DZO–UFLA, Márcio Machado Ladeira- DZO-UFLA,
Oiti José de Paula CEFET-MG, Iraídes Ferreira Furusho-Garcia- FAFEOD
Comentário:
Passar para inglês
32
2.3 Introdução
O Brasil é o 14º produtor mundial de ovinos, com mais de 18 milhões
de cabeças (FAO, 2000). Apesar disso e da crescente demanda no país por
produtos como carne e peles, a ovinocultura ainda é responsável por pequena
parcela dos produtos de origem animal colocado no mercado consumidor
interno.
Numa criação animal o principal objetivo é produzir com a máxima
eficiência e ao menor custo possível, sendo preciso buscar formas de
aproveitar toda a potencialidade dos animais dentro dos recursos
disponíveis.Investimentos vêm sendo realizados nos últimos anos em vários
segmentos da atividade, voltados principalmente para o melhoramento
genético dos rebanhos e para o desenvolvimento de práticas de manejo
alimentar, sanitário e reprodutivo adequado aos diversos tipos de exploração.
No segmento nutricional, entretanto, há ainda, grande lacuna com
relação à adoção de práticas de alimentação adequadas às várias fases do
sistema produtivo, pois os cálculos de rações ou dietas requerem o
conhecimento das exigências nutricionais dos animais e da contribuição de
cada alimento no atendimento desses requerimentos.
Como as exigências líquidas de energia e de proteína de ovinos têm
sido motivo de poucos estudos no Brasil, os cálculos de rações têm sido
baseados em normas estrangeiras (NRC, 1985), ARC (1980) e (AFRC,
1993), sem qualquer preocupação, até então, em adequá-las às nossas
condições, mesmo sabendo-se que esses requerimentos variam em função de
fatores genéticos, nutricionais e ambientais. A estimativa da exigência
nutricional exige conhecimento da composição corporal e do ganho em peso,
33
uma vez que estão diretamente relacionados. Objetivou-se com este trabalho
determinar a composição corporal e estimar as exigências nutricionais de
energia e proteína em ganho de peso, em cordeiras Santa Inês e mestiças (BE
X SI); (IF X SI) e (TE X SI), criadas na região sul de Minas Gerais.
34
2.4 Referencial Teórico
2.4.1 Composição corporal em gordura, energia e proteína
Para estimar as exigências nutricionais, é fundamental o conhecimento
da composição corporal e do ganho em peso, uma vez que estão diretamente
relacionadas (Sanz Sampelayo et al., 1993).
A maneira mais habitual de medir o crescimento dos animais
domésticos é monitorar as mudanças de peso. Entretanto, durante o processo
de crescimento, os animais não aumentam em peso e tamanho, como
também, sofrem alterações nas proporções, em que os tecidos são
depositados. Esse processo é caracterizado como desenvolvimento
(McDonald, et al., 1988). Assim, estudos sobre nutrição animal precisam ser
acompanhados por avaliações da composição corporal, pois o ganho em peso
não fornece informações suficientes sobre essas mudanças.
De acordo com o ARC (1980), a taxa de crescimento pode afetar a
deposição de proteína e, conseqüentemente, a exigência líquida, uma vez que
vários estudos demonstraram diferenças significativas na composição do
ganho. O crescimento compensatório também pode determinar diferença na
composição do ganho, ocorrendo incremento na deposição de proteína. A
raça é outro fator que pode determinar variações na composição do ganho
dos animais.
Nos trabalhos nacionais, compilados por Resende et al. (2005), com
cordeiros Santa Inês, a composição corporal variou de 64 a 68% de água, de
14 a 17% de proteína e de 8 a 18 % de gordura nos animais pesando entre 5
e 45kg (Gerassev, 1998; Silva, 1999; Silva, 2000; Trindade, 2000; Baião,
2002; Oliveira, et al., 2004). Em cordeiros da raça Morada Nova, pesando
35
de 5 a 25 kg, Gonzaga Neto (2003), encontrou composição corporal variando
de 64 a 70% de água, 17,8 a 18,1% de proteína, 6,7 a 12,1% de gordura.
Segundo Carvalho (1998) que trabalhou com cordeiros machos (inteiros
e castrados) e fêmeas com peso entre 15 e 30 kg, cruza (Texel x Ideal) e
Silva (1999), que trabalhou com cordeiros da raça Santa Inês, de peso vivo
semelhante, verificaram aumento no conteúdo de energia e gordura corporal
à medida que o peso corporal vazio se elevou. Benjaminet al. (1993)
verificaram os seguintes valores médios para a composição corporal de 6
machos e 4 fêmeas Finnish Landrace, entre 5 e 7 meses de idade: 55,39% de
água, 25,97% de gordura, 14,31% de proteína e 4,33% de cinzas em relação
ao peso de corpo vazio.
Santos (2000) e Oliveira et al. (2004) estudando cordeiros da raça
Bergamácia com 35 a 45 kg estimaram valores médios da composição
corporal em proteína (176,5 a 174,03 g/kg e 184,95 a 176,03 g/kg), gordura
(152,4 a 196,94 g/kg e 186,51 a 222,23 g/kg) e energia (2,30 a 2,69 Mcal/kg
e 2,82 a 3,05 Mcal/kg), respectivamente. Porém, Carvalho (1998) estudando
a composição corporal de cordeiros lanados machos inteiros, machos
castrados e fêmeas com 20kg de peso corporal vazio (PCV), por meio de
equações gerais estimou valores de gordura, proteína e energia de:
194,43g/kg PCV; 170,79 g/kg e 2,85 Mcal/kg PCV, respectivamente.
O ARC (1980) apresenta os dados de composição em proteína, energia
e gordura para fêmeas de 35 e 45kg de PCV de: 141g/kg e 135g/kg de
proteína; 3,18Mcal/kg e 3,82 Mcal/kg de energia e 254g/kg e 325g/kg de
gordura, respectivamente.
Entretanto, os valores estimados em proteína, energia e gordura para o
ganho em peso corporal vazio (GPCV) foram de: 115g/kg e 110g/kg de
proteína; 5,35Mcal/kg e 6,65Mcal/kg de energia; 502g/kg e 642g/kg de
gordura.
Esses dados demonstram que à medida que a idade avança, aumenta o
conteúdo de gordura e decresce o de proteína no corpo e no ganho em peso.
36
Conforme Geay (1984), com o aumento do peso vivo a taxa de
deposição de proteína no ganho em peso tende a decrescer a um dado peso
vivo e, com o aumento da taxa de ganho de peso, reduzem as necessidades
protéicas em relação às necessidades energéticas.
2.4.2 Exigências nutricionais em energia
As exigências energéticas para os ruminantes são consideradas difíceis
de avaliar, porque a eficiência de utilização de energia para os vários
processos fisiológicos (mantença, crescimento, engorda, gestação, lactação e
crescimento de lã em ovinos) é variável, além de haver outras interferências,
como, por exemplo, a concentração de energia assimilável na energia bruta
do alimento (Silva & Leão, 1979).
O requerimento em energia é elevado nos ruminantes em mantença,
crescimento, desenvolvimento fetal e na fase de lactação. As principais
fontes de energia para estes animais são os carboidratos, que constituem
cerca de 50 a 80% da matéria seca das forrageiras e dos grãos. A gordura e o
óleo também podem ser utilizados em rações para ruminantes, com o
objetivo de aumentar sua densidade energética na quantidade de 3% a 2% da
matéria seca (ARC, 1980).
As formas de expressar a energia dos alimentos e a energia requerida
pelos animais evoluíram com o passar dos anos, de energia bruta (EB) para
energia digestível (ED), depois para energia metabolizável (EM) e para
energia líquida (EL). O valor energético expresso como NDT (nutrientes
digestíveis totais) tem sua principal limitação no fato de superestimar os
alimentos com altos teores de fibra como fenos e palhas (Soares, 1998).
De acordo com o NRC (1985), a EB também chamada de calor de
combustão de uma substância, constitui o ponto de partida para a
determinação do valor energético dos alimentos, mas não informa a
disponibilidade de energia para o animal. Assim, os especialistas levaram em
37
consideração os processos fisiológicos e metabólicos e dividiram a EB em
ED, EM e EL. Dessa forma, a ED corresponde à energia ingerida menos a
energia contida nas fezes. Porém, existem perdas energéticas em forma de
gases e urina, logo, subtraindo-se da energia ingerida a energia que foi
perdida nas fezes, urina e gases, têm-se a EM e retirando-se desta o
incremento calórico, tem-se a EL.
O incremento calórico representa o aumento na produção de calor como
resultado dos processos digestivos e metabólicos, em resposta ao aumento no
consumo de energia metabolizável. Segundo o NRC (1985), a perda de
energia na forma de gases varia com o tipo da dieta, enquanto o incremento
de calor além de variar com a dieta varia também com as funções
fisiológicas do animal.
2.4.3 Exigências nutricionais em energia para o ganho em peso
A energia líquida requerida para o crescimento e ganho de peso dos
ovinos corresponde ao valor calórico, ou seja, a energia bruta da gordura e
da proteína depositada no corpo, equivalente a 9,46 Kcal/g de gordura e 5,78
Kcal/g de proteína (ARC, 1980).
Entretanto, deve-se ressaltar que a proporção relativa de proteína e
gordura por unidade de ganho ou de perda da massa tecidual do corpo varia
com a raça, sexo e idade do animal e com a taxa de ganho ou perda de peso.
É preciso ressaltar também a variação no conteúdo de água do tecido
depositado, refletindo ganho ou perda associada com a deposição ou perda
de proteína, além disso, a expressão unidade de ganho ou perda de massa
tecidual, isto é, ganho de peso corporal vazio (PCV), estimado pelo PV,
pode ter reflexos de diferentes graus de enchimento do trato gastrintestinal
(Silva, 1996).
O suprimento de energia exerce papel fundamental na vida animal, pois
sua ausência retarda o crescimento, aumenta a idade à puberdade e diminui o
38
ganho de peso. Entretanto, a utilização de dietas com níveis inadequados de
energia pode resultar em deposição excessiva de gordura na carcaça (Perez
et al., 2000).
Segundo o NRC (1985), fatores inter-relacionados podem influenciar as
necessidades de energia do animal como a idade, o tamanho, a taxa de
crescimento, a gestação, a lactação, as condições ambientais, a atividade
muscular e a relação com outros nutrientes da dieta.
A concentração de proteína na composição do ganho em peso de corpo
vazio de ovinos decresce com o aumento em peso, enquanto que a de
gordura aumenta. A concentração de energia no ganho em peso de corpo
vazio que deriva a partir destes dois componentes aumenta de forma
constante com o aumento do peso do animal (ARC, 1980).
Carvalho (1998), trabalhando com animais Texel x Ideal, com 30 kg de
peso vivo, encontrou valores de 3,90; 4,18 e 4,73 Mcal EL/kg de ganho em
cordeiros machos inteiros, castrados e fêmeas, respectivamente.
Silva (1999) e Geraseev (2003), que trabalharam com cordeiros da
raça Santa Inês em crescimento, verificaram os valores de exigência líquida
para o ganho em energia de 2,6 - 3,8 kcal/g e 1,53 3,45 kcal/g. Mas,
Gonzaga Neto (2003), trabalhando com cordeiros Morada Nova, estimou os
valores de 3,3 - 4,3 kcal/g de ganho em exigência líquida de energia para
crescimento.
Santos (2000) e Silva (2000); Oliveira et al. (2004), estudando
cordeiros lanados Bergamácia e Ideal x Ile de France em crescimento,
verificaram os dados em exigência líquida de energia de: 3,1 3,7 kcal/g;
2,21 – 3,36 kcal/g e 2,9 – 3,8 kcal/g para o ganho em peso.
Segundo Resende et al. (2005), apesar das diferenças observadas na
análise dos valores de exigência líquida em energia, estimados nos trabalhos
nacionais, estes não demonstraram nenhuma tendência específica com
relação às raças.
39
O AFRC (1993) apresenta uma equação que prediz a energia retida no
corpo do animal por dia (Eg), sendo: Eg
(MJ/dia)
= (GMD x [VEG]),onde GMD
é o ganho médio diário e VEG é o valor energético de ganho obtido pela
equação: VEG = 2,1 + 0,45 x W, onde W = peso vivo. Assim, por meio
desta equação temos, por exemplo, em uma fêmea com 30 kg de peso vivo e
ganho diário de 200g, a exigência líquida de energia para ganho de peso vivo
é de 3,12 MJ/ kg/dia. Para ganho de peso diário de 300g em uma fêmea com
35kg de peso vivo, a exigência líquida de energia para o ganho em peso vivo
é de 5,35 MJ/ kg/dia.
O AFRC (1993) considera o requerimento de energia metabolizável
(EM) para o ganho diário (MJ/dia) igual ao produto do ganho diário (kg/dia)
e o valor energético de cada kg de ganho(MJ/dia), dividido pela eficiência de
uso de EM para o ganho (k
f
), determinado por meio de ensaio de
digestibilidade. O valor energético do ganho é função do peso do animal e
do seu ganho em peso, com correções para raça e sexo.
O ARC (1980) cita que o valor de energia metabólica para um ganho
em peso de 200g/dia é de 4,63Mcal/EM/dia, para meas com 40kg de peso
vivo. Entretanto, o AFRC (1993) recomenda para fêmeas com o mesmo peso
vivo o valor de 4,47Mcal/EM/200g de ganho.
O NRC (1985) apresenta valores de exigências de energia líquida (EL)
para animais pesando 35 e 45kg de peso vivo de 0,79 e 0,96 Mcal/EL,
respectivamente, para um ganho de 200g/dia.
2.4.4 Exigências nutricionais em proteína para o ganho em peso
As exigências líquidas de proteína para o ganho em peso podem ser
determinadas pela quantidade total de proteína retida no corpo do animal em
um determinado ganho de peso (ARC, 1990).
O requerimento de proteína para ruminantes mostra variação na sua
estimativa, que é atribuída a fatores como a quantidade de energia ingerida,
diferenças nos alimentos usados nas várias determinações, condições
40
ambientais e o grau de degradação da proteína dietética no rúmen e
subseqüente absorção (Lobley et al., 1980).
O requerimento de proteína líquida difere em função do sexo em
animais da mesma idade e raça. Machos inteiros apresentam maiores
exigências quando comparados com machos castrados e estes, por sua vez
apresentam maiores exigências em relação às fêmeas (Lana, 1991).
As formas de expressar as exigências nutricionais de proteína
modificaram-se com o tempo, a tradicional proteína bruta (PB), passou à
proteína digestível (PD), proteína degradável no rúmen (PDR), proteína não
degradável no rúmen (PNDR), proteína metabolizável (PM) e proteína
líquida (PL).
As recomendações diárias de proteína para fêmeas em crescimento com
peso vivo de 20kg é de 50g de PDR e 5g de PNDR para um ganho médio
diário de 100g (ARC, 1980).
Segundo Resende et al. (2005) e Silva (2000), cordeiros Santa Inês
foram mais exigentes em proteína líquida para ganho do que os cordeiros
F1- Ilê de france x Ideal, o que foi reflexo da composição corporal. Estes
valores foram cerca de 20 e 15% inferiores aos preconizados pelo ARC
(1990) que sugeriu valores de 159 a 136 g/kg de PCV.
Carvalho (1980), trabalhando com cordeiros e cordeiras mestiças Texel
x Ideal com 15 e 30 kg de peso vivo, determinou valores de exigências
líquidas de proteína de 137,9 e 144,1 g/kg de ganho para machos inteiros,
155,5 e 166,6 g/kg de ganho para machos castrados e 139,8 e 145,7 g/kg de
ganho para fêmeas.
O AFRC (1993) introduziu o conceito de proteína metabolizável (PM),
que é definida como a proteína verdadeira total (aminoácidos) disponível
para o metabolismo após a digestão e a absorção do alimento no trato
digestivo do animal. A proteína metabolizável reúne dois componentes que
são a proteína microbiana verdadeira digestível (PmicVD) e a proteína
dietética digestível não degradada no rúmen (PDNDR).
41
O AFRC (1993) cita que o requerimento de nitrogênio endógeno basal
(NE
b
) é dado pela equação: NE
b
= 0,35
(gN/dia)
x PV
0,75
. Convertendo para
proteína bruta pelo fator 6,25 e admitindo que a eficiência para metabolismo
basal é igual a 1,00, temos que o requerimento de proteína metabolizável
(PM) para mantença basal (PM
b
) é : PM
b(g/dia)
= 6,25 x 0,35 x PV
0,75
÷ 1,00 =
2,1875 PV
0,75
.
As exigências líquidas de proteína para o ganho em peso vivo
(ELPGPV), podem ser determinadas pela quantidade total de proteína retida
no corpo do animal para um determinado ganho de peso vivo (ARC, 1980).
Como a proteína apresenta uma eficiência para o crescimento de 0,59
(AFRC, 1993), temos que a exigência de PM para o ganho de peso vivo =
ELPGPV ÷0,59.
Assim, podemos obter o requerimento de proteína metabolizável total
para o ganho em peso vivo, por meio da exigência de proteína metabolizável
basal, acrescida da exigência de proteína metabolizável para o ganho em
peso vivo, devendo-se adicionar também, uma margem de segurança de 5%
(AFRC, 1993).
Segundo o AFRC (1993), as recomendações diárias de proteína
metabolizável total para cordeiras em crescimento com 30kg de peso vivo e
ganho de peso médio diário de 50 e 200g são 54g e 91g, respectivamente.
De acordo com o NRC (1985), a proteína líquida retida no corpo dos
animais pode ser determinada aplicando-se a seguinte equação: PL em g/dia
= GMD em kg x (2,68 29,4 x ECOG), onde a energia contida no corpo
(ECOG) = Elg em Kcal/dia ÷ GMD em g/dia. Por meio dos valores de
requerimentos de energia apresentados pelo NRC (1985), podemos
determinar que animais com pesos vivos de 15, 25, 35 e 45kg e com um
ganho médio diário (GMD) de 200g apresentam um requerimento líquido
diário de proteína de: 41,37g/dia; 35,43g/dia; 30,26g/dia e 25,37g/dia. Isto
demonstra que à medida que aumenta o peso dos animais, as exigências
líquidas de proteína diminuem.
42
O ARC (1980), apresenta uma equação de predição da retenção de
proteína no ganho em peso de corpo vazio livre de lã, para fêmeas que é a
seguinte: NP
f
= W x (156,1 1,94 x W + 0,0173 x W²), onde NP
f
=
proteína líquida depositada para ganho em peso (g/dia), W = peso e W =
GMD (ganho médio diário) em kg/dia. Para a considerou-se o seu
crescimento separadamente do crescimento do corpo vazio. O crescimento
da pode ser avaliado pelo peso da após a tosquia, em determinado
período ou pode ser considerado como 20% da retenção total de nitrogênio
em ovinos adultos. Para animais em crescimento, a retenção em outros
tecidos é maior, sendo considerado apenas 10% do total para a lã. Por meio
desta equação podemos determinar que fêmeas com pesos vivos de 15, 25,
35 e 45kg e com um ganho médio diário de 200g apresentam um
requerimento líquido diário de proteína de: 26,18g/dia; 23,68g/dia;
21,88g/dia e 20,76 g/dia, respectivamente.
Ainda segundo o ARC (1980), a raça e o sexo afetam mais o teor de
proteína no ganho em peso do que o ganho em peso diário.
43
2.5 Material e Métodos
2.5.1 Análises químicas
Para obtenção das amostras referentes ao corpo dos animais, todo o
corpo do animal (carcaça, pele, vísceras, sangue, patas e cabeça), foi
congelado sendo esse material posteriormente cortado em uma serra de fita e
moído em cutter de 30 HP e 1775rpm. Posteriormente, todos os
procedimentos citados acima foram novamente repetidos para então serem
retiradas as amostras para as análises químicas.
As análises químicas do corpo das cordeiras em matéria seca, proteína e
gordura, foram efetuadas no Laboratório de Nutrição Animal do
Departamento de Zootecnia, segundo metodologia descrita por (Silva &
Queiroz, 2002).
A matéria seca (MS) foi determinada em estufa a 105 ºC; a proteína
bruta (PB) foi determinada em aparelho semi-micro Kjeldahl; o extrato
etéreo (EE) em aparelho Soxhlet. Para determinação da proteína bruta e
gordura, as amostras foram submetidas à pré-secagem em estufa com
circulação de ar, a 65 ºC, por 72 horas. As amostras pré-secas foram
desengorduradas em aparelho de Soxhlet para determinação da gordura
corporal. Após o processo de desengorduramento as amostras foram moídas
e acondicionadas em vasilhames de plástico para posteriores análises de
proteína bruta, as quais foram determinadas em aparelho semi-micro
Kjeldahl.
As amostras da dieta, sobras de ração e fezes do ensaio de
digestibilidade foram pré-secas em estufa a 65ºC e acondicionadas em
44
vasilhas hermeticamente fechadas. Nessas amostras foram determinados os
teores de matéria seca, proteína bruta, energia bruta e fibra em detergente
neutro. Também foram analisadas amostras de urina referentes ao ensaio de
digestibilidade, nas quais foram determinados os teores de proteína bruta e
energia bruta segundo (Silva & Queiroz, 2002).
2.5.2 Determinação da composição corporal
O conteúdo corporal de energia foi obtido com base nos conteúdos de
proteína e gordura retidos no corpo vazio e nos respectivos equivalentes
calóricos, de acordo com a equação proposta pelo Agricultural Research
Council - ARC (1980):
CE (Mcal) = 5,784X + 9,465Y, em que:
CE = conteúdo corporal em energia (Mcal)
X = conteúdo corporal em proteína bruta (kg)
Y = conteúdo corporal em gordura (kg)
Para a predição dos conteúdos de proteína, gordura e energia retidos no
corpo dos animais, foi adotada a equação de regressão do logaritmo do
conteúdo corporal de proteína, gordura e energia, em função do logaritmo do
peso de corpo vazio (PCV), de acordo com o modelo adotado pelo o ARC
(1980):
Log y = a + b log x, onde:
Log y = Logaritmo da quantidade do nutriente retido no corpo vazio;
a = intercepto (efeito da média);
Log x = Logaritmo do PCV;
b = Coeficiente de regressão do conteúdo do nutriente em função do PCV.
45
2.5.3 Determinação da composição do ganho e das exigências líquidas
para o ganho em peso
Derivando-se as equões logarítmicas de estimativa do conteúdo
corporal de proteína, gordura e energia, foram obtidas as equações de
predição das exigências líquidas de proteína e energia para o ganho de 1 kg
de corpo vazio (GPCV), do tipo:
y’ = b . 10ª . X
( b-1)
, em que,
y’ = Exigência líquida do nutriente para ganho de 1 kg de PCV;
a e b = Intercepto e coeficiente de regressão, respectivamente, das
equações de predição do conteúdo corporal do nutriente e
X = PCV em kg.
As exigências quidas em energia e proteína para o ganho em peso
vivo foram obtidas dividindo-se as exigências líquidas para o ganho em peso
corporal vazio de energia e proteína pelo fator obtido pela regressão da
equação de conversão do PCV em PV.
Os dados foram submetidos a análises de regressão para o estudo das
variáveis, mediante o programa estatístico Sisvar (Ferreira, 2000). Foi
realizada uma análise de comparação de equações lineares segundo a
metodologia indicada por Snedecor & Cochran (1967), para testar possíveis
diferenças entre as equações logarítmicas de predição de composição
corporal ajustadas para os diferentes grupos genéticos.
46
2.5.4 Determinação das exigências dietéticas em energia metabolizável
para o ganho em peso
As exigências de energia metabolizável (EM) para o ganho de 1 kg de
peso foram calculadas dividindo-se a energia líquida de ganho (ELg) pela
eficiência de utilização da energia metabolizável para o ganho em peso (k
f
)
obtida pela equação linear, envolvendo a metabolizabilidade, proposta pelo
ARC (1980). A metabolizabilidade da energia bruta da ração (Qm), definida
como a proporção da energia metabolizável na energia bruta do alimento, foi
obtida por ensaio de digestibilidade citado no Capítulo 1.
K
f
= 0,006 + 0,78 x Qm
Qm = EM ÷
÷÷
÷ EB x 100
Onde:
Kf = eficiência da utilização da energia metabolizável para o ganho em peso;
Qm = metabolizabilidade da energia da ração;
EM = energia metabolizável;
EB = energia bruta.
2.5.5 Determinação da proteína metabolizável total
A exigência de proteína metabolizável total (PMT) para ganho de 1
kg peso, foi determinada segundo metodologia do AFRC (1993), utilizando
a seguinte equação:
47
PMT = [(PV
0,75
x 0,35 x 6,25) + (ELPGPV ÷
÷÷
÷ 0,59)] x 1,05
Onde:
PMT = Proteína metabolizável total;
(PV
0,75
x 0,35 x 6,25) = Exigência de proteína metabolizável para mantença,
segundo o AFRC (1993);
ELPGPV = Exigência líquida de proteína para o ganho em peso vivo (valor
obtido no presente estudo);
0,59 = Eficiência de utilização da proteína metabolizável (AFRC, 1993);
1,05 = Margem de segurança de 5%.
48
2.6 Resultados e Discussão
2.6.1 Composição corporal
Os valores estimados mostram que as fêmeas independentemente dos
grupos genéticos as quais pertencem, nos pesos estudados de 15, 25, 35 e 45
quilogramas de peso vivo, apresentaram um aumento na concentração de
matéria seca e gordura corporal, acompanhado de aumento no teor
energético em função do aumento do peso vivo e decréscimo na
concentração de proteína corporal. Esse comportamento dos resultados
também foi encontrado em machos por outros autores (Rattray et al., 1973,
Silva, 1999, Santos, 2000, Geraseev, 2003, Gonzaga Neto, 2003 e Pires et
al., 2003).
Os valores estimados neste estudo da composição corporal em gordura
foram maiores que os valores estimados pelos trabalhos nacionais com
cordeiros Santa Inês em crescimento que foram de 8% a 18% no peso
corporal vazio em animais pesando entre 5 a 45 kg de peso vivo (Geraseev,
1998; Silva, 1999; Silva, 2000; Trindade, 2000; Baião, 2002). Isto se deve ao
fato dos animais deslanados depositarem menor teor de gordura corporal
quando comparados com animais lanados. Ainda, de acordo com a literatura
consultada, as fêmeas depositam mais gordura à partir dos 20 kg de peso
vivo no corpo vazio, do que os machos inteiros e castrados não merino
(ARC, 1990).
Por outro lado, os valores estimados estão próximos aos valores de
concentração de gordura estimados pelos trabalhos brasileiros com animais
mestiços lanados em crescimento, cuja concentração foi de 14 a 32% de
gordura no PCV (Silva, 2000; Trindade, 2000; Santos, 2000; Pires et al.,
2000; Baião, 2002).
O aumento na quantidade de energia no corpo vazio das fêmeas
estudadas em função do aumento do peso vivo está de acordo com o ARC
49
(1990). Segundo este comitê, o aumento na concentração de energia é devido
a maior deposição de tecido adiposo nos animais, ficando este tecido com
elevado teor energético. Entretanto, o ARC (1990) determinou em termos da
composição de proteína que os tipos raciais são similares, existindo
diferença apenas entre sexo, sendo que as fêmeas apresentam menor
conteúdo protéico.
Quando se analisam dados internacionais, pode-se observar variações
na composição corporal de vários constituintes do corpo, tais como: água (
47,9 a 74%), proteína ( 14,6 a 19,9%), gordura ( 6 a 34,2%) e minerais ( 2,5
a 8,1%) em animais com peso vivo de 12,6 a 28,6 kg (Paranetto,1963;
Beede, 1985; Gaffar & Biabani, 1986; Shahjalal et al., 1992). Os animais
jovens são mais ricos em água e mais pobres em gordura, sendo que as
concentrações de proteína, cinzas e água decrescem com a idade e com a
engorda (Berg & Butterfield, 1976 citados por Ferreira et al., 1998). Isso se
deve à desaceleração do crescimento muscular, que pode ser constatada pelo
menor ganho em proteína por quilograma de ganho de peso corporal vazio, à
medida que se eleva o peso do animal, concomitantemente ao maior
desenvolvimento do tecido adiposo (Ferreira et al., 1998).
Segundo Gonçalves et al. (1991), os conteúdos totais de proteína e
gordura aumentam à medida que o peso vivo se eleva. Por outro lado, em
termos de concentração, ou seja, g/kg de PCV ou kcal/kg de PCV, com a
elevação do peso corporal ocorre decréscimo no conteúdo corporal de
proteína e aumento na concentração de gordura com incremento paralelo no
conteúdo de energia.
Geraseev et al. (2000), trabalhando com cordeiros Santa Inês,
observaram que o conteúdo de gordura e energia variou de 152 a 167 g/kg
PCV e de 2.419 a 2.547 kcal/kg PCV respectivamente, em animais com 35 a
45 kg de peso vivo. Mas, a concentração de proteína apresentou um
decréscimo com o aumento do peso vivo, variando de 193 a 182 g/kg PCV
nos animais com 25 e 45 kg de peso vivo, respectivamente. Essas diferenças
nas quantidades em energia, proteína e gordura corporal se devem a vários
50
fatores que interferem na composição corporal do animal e
conseqüentemente na quantidade e local de deposição dos tecidos, entre eles:
genótipo, sexo, idade, alimentação e categoria animal (AFRC, 1993).
A partir do peso vivo, peso corporal vazio (PCV) e teores corporais em
gordura, proteína e energia, foram determinadas equações de regressão para
estimar a concentração em gordura, proteína e energia das cordeiras
estudadas nos quatro grupos genéticos, Santa Inês, Bergamácia, Texel e Ilê
de France com peso vivo variando de 15 a 45 kg (Tabela 3).
Tabela 3- Equações de regressão para o PCV(g) em função do PV (g), e
para o log da quantidade de gordura (GORD), energia (ENER) e proteína
(PROT) presentes no corpo vazio em função do log do PCV.
Item Equação Geral
Peso (g)
PCV = -
1379,4191 + 0,8673 PV
99,52
Equações Específicas
Gordura (g)
Santa Inês (SI) e Bergamácia (BE)
Log (GORD) = - 5,703491 + 1,911997Log PCV
99,63
Gordura (g)
Texel (TE) e Ilê de France (IF)
Log (GORD) = -5,174727 + 1,802245 Log PCV
99,37
Energia(Mcal/kg)
Santa Inês (SI) e Bergamácia (BE)
Log (ENER) = - 1,901996 + 1,536692 Log PCV
97,06
Energia(Mcal/kg)
Texel (TE) e Ilê de France (IF)
Log (ENER) = - 1,795196 + 1,517576 Log PCV
94,41
Proteína (g)
Santa Inês (SI)
Log (PROT) = - 1,105832 + 0,841183 Log PCV
99,60
Proteína (g)
Bergamácia (BE)
Log (PROT) = - 1,482565 + 0,925128 Log PCV
99,64
Proteína (g)
Texel (TE)
Log (PROT) = - 1,200923 + 0,860494 Log PCV
99,52
Proteína (g)
Ilê de France (IF)
Log (PROT) = - 1,381818 + 0,897607 Log PCV
99,24
Os valores de coeficiente de determinação, assim como a significância
estatística (P<0,05), mostram um ajustamento da equação aos dados, com
baixa dispersão destes ao redor da linha de regressão. Nos quatro grupos
genéticos estudados, verificou-se efeito linear do PCV em função do PV e do
51
logaritmo do conteúdo de proteína, gordura e energia em função do
logaritmo do PCV dos animais.
Nas equações de regressão do logaritmo do conteúdo corporal em
gordura, proteína e energia, em função do logaritmo do peso corporal vazio
(PCV), para as quatro raças estudadas (SI, BE, TE e IF), com peso vivo
variando dos 15 aos 45 kg de peso vivo foi feita análise de comparação de
equações lineares (Snedecor & Cochran, 1967), as quais não mostraram
haver diferenças significativas entre os interceptos, coeficientes de elevação
e variâncias residuais para os grupos SI e BE, e para os animais TE e IF,
para estimar as quantidades de gordura e energia no PCV. Assim, adotou-se
uma equação específica para os grupos genéticos SI e BE, e outra equação
para os grupos genéticos TE e IF, obtidas com os animais do experimento.
Quanto à quantidade de proteína, os grupos genéticos estudados
mostraram haver diferenças significativas entre os interceptos, coeficientes
de elevação e variâncias residuais para as fêmeas SI, BE, TE e IF para
estimar as quantidades de proteína no PCV. Assim, adotou-se uma equação
específica para cada um dos quatro grupos raciais, sendo apresentadas na
Tabela 3.
As análises de variância das equações de regressão se encontram nas
Tabelas 2A a 13A (Anexo).
Por meio das equações específicas para os quatro grupos genéticos
estudados, estimou-se a composição do corpo vazio valores apresentados na
(Tabela 4 e 5).
Tabela 4 Estimativa do conteúdo em gordura e energia no corpo vazio em
função do peso corporal vazio em cordeiras SI, e F1-(BE,TE,IF).
52
Item Energia (Kcal/kg) Gordura ( g/kg)
PV(kg) PCV (kg)
SI, F1(BE)¹
F1(BE,TE,IF)¹
SI, F1(BE)² F1(TE,IF)²
15 11,63 1.905 2.037 101,0 122,1
20 15,97 2.258 2.400 134,8 157,5
25 19,94 2.544 2.693 165,1 188,2
30 24,64 2.850 3.004 200,3 223,0
35 28,97 3.109 3.267 232,1 254,0
40 33,31 3.351 3.512 263,7 284,1
45 37,64 3.578 3.741 294,7 313,3
¹ Valores obtidos a partir das equações específicas para os grupos (SI e F1(BE,TE ,IF).
² Valores obtidos a partir das equações específicas para os grupos (SI e F1(BE,TE ,IF).
Tabela 5 Estimativa do conteúdo em proteína no corpo vazio em função
do peso corporal vazio em cordeiras SI, e F1(BE, TE e IF).
Proteína (g/kg)
PV(kg) PCV (kg)
SI¹ F1(BE)¹ F1(TE)¹ F1(IF)¹
15 11,63 177,2 163,3 170,5 159,2
20 15,97 168,5 159,5 163,2 154,0
25 19,94 162,6 156,8 158,2 150,6
30 24,64 157,3 153,3 153,6 147,4
35 28,97 153,3 152,5 150,1 145,0
40 33,31 150,0 151,0 147,3 143,0
45 37,64 147,0 149,5 144,8 141,1
¹ Valores obtidos através da equação específica para cada grupo genético.
Como comentado anteriormente houve diferença significativa entre
as equações de predição da composição corporal em gordura, energia e
proteína entre os grupos raciais, sendo, portanto, utilizadas equações
específicas.
53
Analisando a composição corporal em gordura entre os grupos
genéticos, verificou-se que as fêmeas puras Santa Inês apresentaram valores
semelhantes quando comparadas com as mestiças Bergamácia. Isto se deveu
provavelmente, ao consumo médio alimentar semelhante entre estas
cordeiras que foi de 0,875 kg para o grupo SI e 0,850 kg para as F-1 BE,
pois a deposição de gordura varia com o nível de energia ingerida (Owens et
al., 1995).
Para os quatro grupos genéticos estudados, houve aumento no conteúdo
de gordura corporal (g/kg), à medida que o peso corporal se elevou, o que
está de acordo com o ARC (1980).
Os resultados referentes à quantidade de gordura, encontrados neste
estudo, para cordeiras SI e BE são, em média, 9,17% inferiores aos valores
estimados pelo ARC (1980), os quais foram de 111, 183, 254 e 325 g/kg de
PCV para fêmeas de 15, 25, 35 e 45 kg de PCV, respectivamente. Por outro
lado, os valores da concentração de gordura estimados, nesta pesquisa, para
cordeiras TE e IF foram próximos nos pesos de 15, 25 e 45 kg, e igual no
peso de 35 kg de PCV aos valores citados pelo ARC (1980).
Santos (2000), estudando cordeiros da raça Bergamácia, estimou os
valores médios na composição corporal de gordura de 152,4 e 196,94 g/kg
para animais de 35 e 45 kg de peso vivo, respectivamente. Esses valores são
inferiores aos valores estimados por esta pesquisa que foram de: 232,1 g/kg
para fêmeas de 35 kg e de 294,5 g/kg para o peso de 45 kg.
Segundo o ARC (1980) a composição em energia de fêmeas de 45kg de
PCV é de 3,82 Mcal/kg. Esse valor, quando comparado com os dados
encontrados neste estudo para as cordeiras SI e BE, é 6,76 % superior para o
mesmo peso corporal vazio.
O dado de composição corporal em energia para as fêmeas puras SI de
30 kg de PCV obtido no presente trabalho foi 3,86% superior ao obtido por
Silva (1999), trabalhando com cordeiros Santa Inês (2,74 Mcal/kg). Esse
54
resultado, possivelmente se deve ao fato das fêmeas depositar mais gordura a
partir dos 20 kg de peso vivo (ARC, 1980).
Os valores na concentração em energia estimados por Santos (2000),
em cordeiros machos Bergamácia com 35 kg de PCV, foram 2,50 Mcal/kg.
Este valor é 19,35 % inferior ao valor determinado por este trabalho para
fêmeas Bergamácia com o mesmo peso corpo vazio, que foi de 3,1Mcal / kg
de PCV. Essa diferença no teor de energia entre os sexos está de acordo com
Andrews & Orskov (1970) e com o ARC (1980), que afirma que as fêmeas
depositam mais gordura corporal que machos inteiros e castrados não
Merino, perdendo apenas para machos castrados Merino. Na Tabela 5 temos
a estimativa do conteúdo em proteína no corpo vazio em função do peso
corporal vazio nas cordeiras SI, e mestiças BE, TE e IF.
Quando analisadas as concentrações de proteína no corpo vazio das
fêmeas estudadas (Tabela 5), observa-se um decréscimo na deposição por
quilograma de peso de corpo vazio, à medida que aumenta o peso corporal
vazio dos animais. Esta observação se assemelha àquela descrita na literatura
(ARC, 1980; NRC, 1985; Carvalho, 1998; Santos, 2000; Geraseev, 2003;
Oliveira et al., 2004).
Os valores da composição corporal em proteína estimados neste
trabalho foram superiores aos preconizados pelo ARC (1980). Esse comitê
refere-se a valores de 165, 150, 141 e 135 g de proteína/kg de PCV para
cordeiras com 15, 25, 35 e 45 kg de PCV, respectivamente, valores menores
aos obtidos neste estudo. Essa diferença talvez seja porque o referido comitê
utiliza cordeiras Merinas (tipo lã) que são animais que depositam mais
gordura na carcaça e menor conteúdo protéico, à medida que aumentam de
PV. Por outro lado, as quantidades de proteína no corpo vazio das cordeiras
estudadas neste experimento apresentaram uma relação contrária àquelas
relatadas por Carvalho et al. (2000), que observaram aumento de 163,79 a
171,06 g/kg de PCV em cordeiras dos 15 aos 30 kg de PCV,
respectivamente.
55
Comparando somente cordeiras SI com 35 kg de peso vivo quanto ao
conteúdo de proteína, o valor obtido por esta pesquisa foi 8,0% superior ao
valor citado pelo ARC (1980), 141,0 g/kg de PCV. Por outro lado, quando
comparando as cordeiras IF com 25 kg de peso vivo quanto ao conteúdo de
proteína corporal, o valor obtido é semelhante ao valor citado pelo ARC
(1980), 150g/kg de PCV. De modo geral, a taxa de crescimento pode afetar a
deposição de proteína e, conseqüentemente, a exigência quida, sendo que
vários estudos têm demonstrado diferenças significativas na composição do
ganho.
Santos (2000) e Oliveira et al. (2004), estudando cordeiros da raça
Bergamácia e Santa Inês, estimaram os valores médios na composição
corporal de proteína, 176,5 a 174,03 g/kg e 184,95 a 176,03 g/kg nos
animais de 35 a 45 kg de peso vivo. Esses valores são superiores aos
estimados por este estudo que foram de 152,5 g/kg para fêmeas Bergamácia
e de 153,3 g/kg para fêmeas puras Santa Inês, pesando 35 kg de peso vivo.
Porém, Carvalho (1998), estudando a composição corporal de cordeiros
lanados machos inteiros, machos castrados e fêmeas com 20kg de peso
corporal vazio (PCV), por meio das equações gerais estimou os valores de
proteína em 170,79 g/kg PCV.
Segundo Owens et al. (1995), a deposição de proteína corporal é
altamente correlacionada com o peso corporal, enquanto a deposição de
gordura varia com o nível de energia ingerida.
Como falado anteriormente, Lobley et al. (1980) citam que o
requerimento de proteína para ruminantes tem grande variação na sua
estimativa, a qual tem sido atribuída a fatores como a quantidade de energia
ingerida, diferenças nos alimentos usados nas rias determinações,
condições ambientais e o grau de degradação da proteína dietética no rúmen
e subseente absorção.
De acordo com o ARC (1980), fatores como taxa de crescimento e raça
podem afetar a deposição de proteína. Entretanto, Lana (1991) explica que o
requerimento de proteína líquida difere em função do sexo em animais da
56
mesma idade e raça. Isso provavelmente pode explicar as diferenças
encontradas nas deposições de proteína no corpo vazio dos animais
estudados neste experimento, quando comparados com a literatura
consultada.
2.6.2 Composição do ganho em peso
Na Tabela 6 são apresentadas as equações de predição das
concentrações de gordura, energia e proteína para o ganho de 1 kg de PCV,
as quais foram obtidas por meio da derivação das equações de predição da
composição corporal (Tabela 3).
Tabela 6 Equações de predição do ganho de gordura (g/kg de GPCV),
energia (Kcal/kg de GPCV) e proteína (g/kg de GPCV) das cordeiras em
crescimento.
Equações de Predição
Gordura (g)
Santa Inês (SI) e Bergamácia (BE)
Y’ = 0,000003784 x PCV
0,911997
Gordura (g)
Texel (TE) e Ilê de France (IF)
Y’ = 0,00001205 x PCV
0,802245
Energia(Mcal/kg)
Santa Inês (SI) e Bergamácia (BE)
Y’ = 0,019257 x PCV
0,536692
Energia(Mcal/kg)
Texel (TE) e Ilê de France (IF)
Y’ = 0,024319 x PCV
0,517576
Proteína (g)
Santa Inês (SI)
Y’ = 0,065926 x PCV
– 0,158817
Proteína (g)
Bergamácia (BE)
Y’ = 0,030453 x PCV
– 0,074872
Proteína (g)
Texel (TE)
Y’ = 0,054173 x PCV
– 0,139506
Proteína (g)
Ilê de France (IF)
Y’ = 0,037262 x PCV
– 0,102330
57
As concentrações de gordura, energia e proteína no ganho em peso
corporal vazio encontram-se na Tabela 7 e 8.
Tabela 7 Concentração de energia e gordura no ganho em peso corporal vazio de
cordeiras SI e F1(BE, TE, IF) crescendo dos 15 aos 45 kg de peso vivo¹.
Item Energia (Kcal/kg) Gordura ( g/kg)
PV(kg) PCV
(kg)
SI, F1( BE) F1(TE,IF) SI, F1( BE) F1(TE,IF)
15 11,63 2.927¹ 3.091¹ 193,0² 220,0²
20 15,97 3.471 3.643 257,8 283,8
25 19,94 3.910 4.086 315,7 339,1
30 24,64 4.380 4.560 383,0 402,0
35 28,97 4.778 4.958 443,8 457,6
40 33,31 5.150 5.330 504,1 512,0
45 37,64 5.500 5.677 563,5 564,6
¹ Valores obtidos a partir das equações específicas para os grupos SI e F1 (BE,TE,IF).
² Valores obtidos a partir das equações específicas para os grupos SI e F1 (BE,TE,IF).
Tabela 8 Concentração de proteína no ganho em peso corporal vazio de
cordeiras SI,F1(BE,TE,IF)crescendo dos 15 aos 45 kg de peso vivo¹.
Item Proteína (g/kg)
PV(kg) PCV (kg)
SI¹ F1(BE)¹ F1(TE)¹ F1(IF)¹
15 11,63 149,0 151,0 146,7 143,0
20 15,97 141,7 147,0 140,4 138,4
25 19,94 136,8 145,1 136,1 135,3
30 24,64 132,3 142,8 132,1 132,4
35 28,97 128,9 141,1 129,2 130,2
40 33,31 126,1 139,6 126,7 128,4
45 37,64 123,7 138,3 124,6 126,8
¹ Valores obtidos através da equação específica para cada grupo genético SI e F1( BE; TE,IF).
58
Assim como ocorreu com a composição corporal, observa-se que em
termos de concentração, também houve redução no teor da proteína e
aumento de gordura e energia depositada por kg de ganho à medida que o
peso vivo dos animais aumentou. Tal fato relaciona-se à crescente deposição
de gordura e desaceleração do crescimento muscular no ganho em peso dos
animais com o aumento do peso vivo.
A deposição de gordura no ganho estimada no presente trabalho para
cordeiras SI e BE com PCV variando entre 20 e 40 kg foi, em média,
12,46% inferior aos valores citados pelo ARC (1980). Para cordeiras de 20
kg de PCV o ARC (1980) cita valores de concentração de gordura no ganho
de PCV de 291,0 g/kg de GPCV; para fêmeas de 40 kg de PCV, o valor é de
572,0 g/kg de GPCV.
Carvalho (1998) estudando a composição do ganho de gordura em
cordeiros lanados machos inteiros, machos castrados e fêmeas com 30kg de
peso corporal vazio (PCV), estimou valores de 613,08; 611,20 e 607,80 g/kg
de ganho PCV, respectivamente.
Kellaway (1973) comparando machos castrados e fêmeas de dois
genótipos (Merino e cruzas Dorset Horn x(Border Leicester x Merino))
abatidos com pesos variando de 12 a 42 kg, observou que as fêmeas sempre
apresentaram maior teor de gordura do que os machos castrados, em ambos
os genótipos e em todas faixas de peso.
Segundo Rohr & Daenicke (1984), várias pesquisas demonstraram os
efeitos do nível de consumo de energia sobre o valor energético do ganho de
peso. Nessas condições, observa-se que o aumento do nível de alimentação,
não aumentou a retenção de energia, mas também a concentração de
energia no GPCV.
Ferreira et al. (1998) e Signoretti et al. (1999), trabalhando com
bovinos que receberam proporções diferentes de concentrado e volumoso na
dieta, também encontraram diferenças na composição energética do ganho
devido ao manejo alimentar e concluíram que nas dietas com maior
59
proporção de volumoso o conteúdo de energia no ganho de peso corporal
vazio dos animais foi menor.
Analisando os resultados de composição de energia para o ganho desta
pesquisa com os dados do ARC (1980), constata-se que, para os animais SI e
BE com 15 kg os valores obtidos foram próximos aos estimados por este
comitê, enquanto, que para os animais com 45 kg de PCV, os valores foram
inferiores, sendo os valores apresentados pelo ARC (1980) são de 2,82 e
6,64Mcal/kg de PCV, respectivamente. O valor apresentado pelo ARC
(1980) para animais com 45 kg de peso vivo foi 20,72% superior ao valor
estimado por este trabalho.
Rompala & Johnson (1985), trabalhando com cordeiros em
crescimento de oito genótipos diferentes, para estimar as concentrações de
energia no ganho em peso corporal, encontraram valores inferiores e
superiores aos valores estimados. Os valores estimados variaram de 4,0 a
5,22 Mcal/kg para animais de 30 kg de PCV, e de 4,77 a 6,38 Mcal/kg para
animais de 40 kg de PCV. Porém, Silva (1999) obteve valor igual para os
animais de 15 kg de PCV e inferior para animais de 45 kg de PCV do que os
valores observados neste trabalho, para cordeiros Santa Inês entre 15 e 35 kg
de PCV, este autor obteve valores de 2,96 a 4,31 Mcal/kg de ganho em PCV.
Quanto à composição corporal do ganho em proteína, o ARC (1980)
cita valores variando de 135 a 110 g/kg de PCV para cordeiras de 15 a 45 kg
de PCV. Valores inferiores aos dados deste experimento. Essas diferenças
nos valores estimados podem ser explicadas pelo fato do ARC (1980)
utilizar um grande número de animais de diferentes grupos raciais.
Quanto à composição corporal do ganho em proteína nas fêmeas
Bergamácia, observam-se valores superiores na concentração do ganho em
peso corporal vazio, o que demonstra uma maior exigência em proteína
líquida nestes animais quando comparadas com as demais fêmeas dos outros
três grupos raciais. Com base nos dados apresentados é possível notar que na
faixa de 15 a 45 kg de PV, as fêmeas F1-TE e IF apresentou maior deposição
de gordura para cada Mcal de energia consumida do que as fêmeas puras SI
60
e F1-BE. Hegarty, et al. (1999) citaram que a deposição de gordura não foi
controlada pelo aumento de peso do animal, e sim pelo consumo de energia.
2.6.3 Exigências líquidas de energia para o ganho em peso
Na Tabela 9 são apresentadas as exigências líquidas de energia para o
ganho em peso vivo, as quais foram calculadas dividindo-se os conteúdos
corporais de energia para o ganho em peso (Tabela 7) pelo fator obtido
através da equação de conversão PCV em PV (Tabela 3).
Tabela 9 - Estimativas das exigências quidas de energia para o ganho
(ELg) em peso vivo de cordeiras SI e F1(BE,TE,IF) dos 15 aos 45 kg de
peso vivo (kcal/animal/dia).
Peso Vivo
(kg)
Ganho diário (g)
100 150 200 250 300
Energia
kcal/animal/dia
SI e F1(BE)
15 228 342 456 570 684
20 278 417 556 695 834
25 313 470 626 782 939
30 360 540 720 900 1080
35 395 592 790 987 1185
40 430 645 860 1075 1290
45 462 693 924 1155 1386
F1 (TE e IF)
15 241 361 482 602 723
20 291 436 582 727 873
25 326 489 652 815 978
30 373 559 746 932 1119
35 409 613 818 1022 1227
40 444 666 888 1110 1332
45 477 715 954 1192 1431
Com base nas equações, a exigência energética das cordeiras TE e IF,
da mesma forma como ocorreu com a composição do ganho em PCV, foram
superiores àquelas apresentadas pelas cordeiras SI e BE, são reflexo das
diferenças existentes na composição corporal dos animais estudados.
61
Utilizando equações apresentadas pelo AFRC (1993), os resultados
obtidos para os pesos de 10, 20 e 30 kg e ganho médio diário (GMD) de
250g para fêmeas foram 394, 663 e 932 kcal/dia. Os valores estimados de
ELg, neste trabalho, para animais de 30kg de PV, nos grupos raciais TE e
IF, foram semelhantes aos valores citados pelo AFRC (1993).
Os valores de exigência líquida em energia para o ganho em peso
estimados neste trabalho diferiram dos valores preconizados pelo ARC
(1980), que são de 148, 207 e 262 kcal/100 g de ganho diário para cordeiras
de 20, 30 e 40 kg de PV, respectivamente.
Comparando os valores estimados de ELg neste trabalho com os
valores do NRC (1985), que são de 416, 522, 618, 708, 794, 878 e 960 kcal
de EL/200 g de ganho diário para cordeiros com 15, 20, 25, 30, 35, 40 e 45
kg de PV, respectivamente, os dados deste trabalho foram 1,27% superiores
para os animais SI e F1-BE de 25 kg e semelhantes para os animais de 35 kg
de PV. Por outro lado, os valores estimados de ELg neste trabalho para os
animais SI e F1-BE de 45 kg de peso vivo, foram 3,89% inferiores que
valores do NRC (1985).
Quando comparando os valores estimados de ELg neste trabalho
com os valores estimados por Geraseev (2003), que são de 873 kcal de
EL/200 g de ganho diário para cordeiros com 45 kg de PV, os dados deste
trabalho foram 5,51% superiores para os animais dos grupos raciais SI e BE
para o mesmo peso vivo.
Os valores de exigências de energia líquidas para ganho em PV de
fêmeas estimados por Carvalho (1998), foram superiores aos valores
encontrados no presente trabalho, valor este que foi de que 1174 kcal/300g
de ganho em PV, para cordeiros com peso vivo de 30 kg. Silva (1999)
também encontrou valores de Elg superiores aos deste trabalho em cordeiros
Santa Inês com peso vivo de 15 kg e inferiores para os animais de 35 kg para
um ganho médio diário de 250 g. Os valores encontrados por este autor
foram 630 kcal/dia e 807 kcal/dia, respectivamente.
62
2.6.4 Exigências líquidas de proteína para o ganho
Na Tabela 10 são apresentadas as exigências líquidas de proteína
para o ganho em peso vivo, as quais foram calculadas dividindo-se os
conteúdos corporais de proteína para o ganho em peso (Tabela 8) pela
equação de conversão do PCV em PV (Tabela 3).
63
Tabela 10 - Estimativas das exigências líquidas de proteína para o ganho em
peso vivo de cordeiras SI e F1(BE;TE,IF) crescendo dos 15 kg aos 45 kg de
peso vivo (g/animal/dia).
Peso Vivo
(kg)
Ganho diário (g)
100 150 200 250 300
Proteína (g/animal/dia)
Santa Inês(SI)
15 11,64 17,04 22,72 28,40 34,08
20 11,33 16,99 22,66 28,32 33,99
25 10,94 16,41 21,88 27,35 32,82
30 10,84 16,26 21,68 27,10 32,52
35 10,65 15,97 21,30 26,62 31,95
40 10,51 15,76 21,02 26,27 31,53
45 10,40 15,60 20,80 26,00 31,20
Bergamácia (BE)
15 11,79 17,68 23,58 29,47 35,37
20 11,76 17,64 23,52 29,40 35,28
25 11,71 17,56 23,42 29,27 35,13
30 11,70 17,55 23,40 29,25 35,10
35 11,66 17,49 23,32 29,15 34,98
40 11,63 17,44 23,26 29,07 34,89
45 11,62 17,43 23,24 29,05 34,86
Texel (TE)
15 11,46 16,66 22,22 27,77 33,33
20 11,23 16,48 22,46 28,07 33,69
25 10,88 16,32 21,76 27,20 32,64
30 10,82 16,23 21,64 27,05 32,46
35 10,67 16,00 21,34 26,67 32,01
40 10,55 15,82 20,10 26,37 31,65
45 10,47 15,70 20,94 26,17 31,41
Ilê de France (IF)
15 11,17 16,75 22,34 27,92 33,51
20 11,07 16,60 22,14 27,67 33,21
25 10,82 16,23 21,64 27,05 32,46
30 10,85 16,27 21,70 27,12 32,55
35 10,76 16,14 21,52 26,90 32,28
40 10,70 16,05 21,40 26,75 32,10
45 10,65 15,97 21,30 26,62 31,95
Observou-se decréscimo nas exigências quidas de proteína com a
elevação do peso corporal. Também Geay (1984), Santos (2000) e Geraseev
(2003) verificaram uma redução no teor de proteína no ganho com o
64
aumento do peso corporal do animal. Porém, Carvalho et al. (2000) e Pires et
al. (2000) observaram um aumento nas exigências líquidas de proteína para
o ganho à medida que o peso vivo dos cordeiros aumentou.
Utilizando a equação preconizada pelo NRC (1985), PL em g/dia =
GMD em kg x (2,68 29,4 x ECOG), onde a energia contida no corpo
(ECOG) = Elg em Kcal/dia ÷ GMD em g/dia, obtém-se para os pesos vivos
de 15, 25, 35 e 45 kg de PV com ganhos de 200 g/dia, valores de 41,37;
35,43; 31,26 e 25,37 g/dia, respectivamente, os quais foram superiores aos
valores encontrados nesta pesquisa para as cordeiras dos quatro grupos
genéticos.
Por outro lado, pelas equações preconizadas pelo AFRC (1993) para
machos (inteiros e castrados) e para fêmeas, verificou-se que as exigências
líquidas de proteína para ganho de PV de animais com 20 e 30 kg de PV,
apresentando um GMD de 0,200 kg, foram 28,04 e 26,65g/dia para os
machos, e 24,84 e 22,69g para as fêmeas, respectivamente. Esses valores são
superiores aos valores estimados para as fêmeas SI, F1(TE, IF) com 20 kg de
PV e semelhante aos valores estimados para as fêmeas BE com igual peso
vivo. Entretanto, quando comparamos com os animais de 30 kg de PV, os
dados obtidos foram inferiores para os grupos SI, F1 (TE, IF) e superiores
para o grupo F1- BE que foi de 23,40g/dia.
Quando utilizamos a equação preconizada pelo ARC (1980) NP
f
=
W x (156,1 – 1,94 x W + 0,0173 x W²), onde NP
f
= proteína líquida
depositada para ganho em peso (g/dia), W = peso e W = GMD (ganho
médio diário) em kg/dia, obtém-se valores para o requerimento líquido de
proteína nos pesos vivos de 15, 25, 35 e 45 kg/200g de: 26,18g; 23,68g;
21,88g; 20,76g/dia, respectivamente. Esses valores foram semelhantes para
as cordeiras BE com 25kg e para as cordeiras IF com 45kg, respectivamente.
Comparando os animais com 20 e 30 kg de PV, quanto à exigência
líquida de proteína, com os valores estimados por Carvalho (1998), de 28,44
e 29,14 g/dia, para um ganho médio diário de 200g, os resultados deste
65
trabalho foram 18,3% e 25,6% inferiores aos obtidos para cordeiras Santa
Inês, apresentando um ganho médio diário de 200 g.
As diferenças encontradas entre as estimativas das exigências de
proteína para o ganho em peso do presente trabalho e aquelas citadas pela
literatura são reflexo das diferenças existentes na composição corporal e na
composição do ganho em peso dos animais estudados, que é influenciada por
fatores como idade, sexo, raça e manejo alimentar, dentre outros.
2.6.5 Exigências dietéticas de energia para o ganho em peso
Com o resultado do consumo de energia metabolizável obtido através
do ensaio de digestibilidade da dieta experimental (Tabela 11) foi estimado o
Qm, que representa a metabolizabilidade da EB da dieta para o grau de
ingestão de energia, e foi utilizado para a obtenção da eficiência de
utilização de energia metabolizável para o ganho (k
f
).
Tabela 11 - Ensaio de digestibilidade - valores de energia digestível (ED),
energia metabolizável (EM) e metabolizabilidade da dieta (Qm).
EB
(kcal/kg)
ED
(%)
ED
(kcal/kg)
EM¹
(kcal/kg)
Qm¹
(%)
4.300 77,49 3.336 2.769 64,4
¹valores obtidos através de equações (item 1.5.5 Capítulo 1; item 2.5.4 Capítulo 2)
Os valores obtidos de energia digestível e energia metabolizável para
a dieta experimental foram próximos aos determinados por Furusho-Garcia
(2001), que encontrou valores de 3.111 kcal de ED/kg de MS e 2.643 kcal
EM/kg de MS.
A estimativa das exigências dietéticas em energia para o ganho em
peso foi determinada através da metabolizabilidade da energia da ração
utilizada no experimento (Qm = 64,4), com a qual se determinou a eficiência
de utilização da EM para o ganho (k
f
= 0,50), usando-se equação proposta
66
pelo ARC (1980). O valor de k
f
estimado neste trabalho para as cordeiras foi
semelhante ao preconizado pelo ARC (1980).
Poucos trabalhos foram realizados sobre a eficiência de utilização da
EM para ganho de peso essa utilização de energia por ruminantes jovens,
isto é, animais que acumulam proporcionalmente mais proteína (músculo) do
que lipídio (tecido adiposo) para o ganho de peso. O AFRC (1993) considera
que o requerimento de EM para crescimento diário (MJ/dia) é igual ao
produto do ganho diário (kg/dia) pelo valor energético, dividido pela
eficiência de utilização de EM para ganho (k
f
). A eficiência de utilização da
energia metabolizável (EM) ainda não está muito bem estabelecido para
ruminantes. Segundo o NRC (1984), os valores de eficiência de utilização de
EM para o ganho em bovinos, podem variar de 29 a 47,3%.
Na Tabela 12 temos os valores da energia metabolizável que os
animais precisam ingerir para ganhar 200g/ animal /dia.
67
Tabela 12 - Exigências líquidas de energia para o ganho de 200g/dia de PV (EL
g
),
energia metabolizável de ganho (EM
g
) e energia metabolizável de ganho diário
(EM
d)
para cordeiras SI e F1(BE), F1(TE,IF) em PV (Mcal/animal)
PV (kg) EL
g
EM
g
¹ EM
d
²
SI e F1(BE)
15 0,444 0,888 1,888
20 0,556 1,112 2,112
25 0,626 1,252 2,252
30 0,720 1,440 2,440
35 0,790 1,580 2,580
40 0,860 1,720 2,720
45 0,924 1,848 2,848
F1(TE e IF)
15 0,468 0,936 1,936
20 0,582 1,164 2,164
25 0,652 1,304 2,304
30 0,746 1,492 2,492
35 0,818 1,636 2,636
40 0,888 1,776 2,776
45 0,954 1,908 2,908
¹Valores obtidos pela divisão da EL
g
pelo
k
f
= 0,5;
² Valores obtidos pela soma da EM
m
e a EMg, onde a EM
m
foi calculada pela equação:
M
m
(Mcal/dia) = (F + A) / K
m
(AFRC,1993).
As exigências em EM
d
revelaram a mesma tendência encontrada para a
EM
g
,
pois estas foram obtidas fazendo a conversão da EL
g
pelo fator de
eficiência de utilização da energia metabolizável (k
f
).
Os valores de EM
d
foram inferiores aos valores citados pelo AFRC
(1993), que variam de 2,19; 3,08 e 3,96 Mcal/200g de ganho diário, para
fêmeas de 20, 30 e 40 kg de PV. Com relação aos valores do ARC (1990)
que são 1,24; 2,48 e 3,17 Mcal/200g, estes foram iguais aos valores
68
estimados para as fêmeas SI e F1(BE) e para as F1(TE, IF) com 30kg de
pesos vivo, respectivamente.
A diferença observada na eficiência de utilização da energia para o
ganho pode estar relacionada com as diferenças existentes nas taxas de
ganho dos animais, pois animais com menor taxa de ganho apresentam
tendência de depositarem menor quantidade de gordura, enquanto a
deposição de proteína permanece inalterada, modificando, desta forma, a
relação proteína: gordura no ganho e alterando, conseqüentemente, o k
f
.
Segundo Owens et al. (1995), o acréscimo de gordura tem uma
eficiência de 76%, enquanto a eficiência de deposição de proteína é somente
47%; portanto, a deposição de gordura é cerca de 1,6 vezes mais eficiente
que a deposição de proteína (em base calórica).
Bergen & Merkel (1991) afirmam que a baixa eficiência de
deposição da proteína se deve à alta taxa de turnover protéico, a qual
aumenta a produção de calor e, conseqüentemente, diminui a eficiência
energética.
2.6.6 - Exigência de Proteína metabolizável
Na Tabela 13 encontram-se as exigências de proteína metabolizável
(PM) em gramas para o ganho em peso vivo, para as cordeiras estudadas. As
exigências foram calculadas segundo metodologia do AFRC (1993) através
da equação: PMT = [(PV
0,75
x 0,35 x 6,25) + (ELPGPV ÷
÷÷
÷ 0,59)] x 1,05.
69
Tabela 13 - Exigências de proteína metabolizável total em gramas/dia.
Grupo Genético
PV
(kg)
Ganho
Médio
Diário
(g)
SI¹
F1(BE)¹
F1(TE)¹
F1(IF)¹
15
200
250
300
57,94
68,04
78,15
58,22
68,40
83,54
57,05
66,92
76,78
56,05
65,65
75,32
25
200
250
300
64,61
74,35
84,08
67,00
77,32
89,16
64,40
74,08
83,76
64,19
73,81
83,44
35
200
250
300
70,95
80,42
89,91
74,55
84,92
95,30
71,02
80,51
90,01
71,34
80,92
90,49
45
200
250
300
76,92
86,17
95,43
81,26
91,60
101,94
77,17
86,48
95,80
77,81
87,28
96,76
¹ Valores obtidos a partir da equação citada pelo AFRC (1993).
Observa-se que para as cordeiras as exigências em proteína
metabolizável (PM) elevaram-se à medida que o peso vivo (PV) e o ganho
médio diário (GMD) aumentaram. Isso se deve a exigência de mantença que
ocorre em função do peso vivo do animal.
Os valores de proteína metabolizável (PM) foram em média 27,81% e
23,70% inferiores aos valores estimados pelo AFRC (1993), 89,5g e 93g
para cordeiras SI com 25 e 35 kg de peso vivo, respectivamente, para um
ganho médio diário (GMD) de 200g. Por outro lado quando comparamos
com as cordeiras do grupo genético BE, os valores estimados foram 16,65%
inferiores aos dados estimados pelo AFRC (1993), 97,5g para as fêmeas com
45 kg de PV.
Os resultados obtidos para as exigências de proteína metabolizável são
inferiores aos resultados obtidos por Carvalho (1998) para fêmeas com 25 kg
para um GMD de 200g nos quatro grupos genéticos estudados, valor este
que foi de 76,97 g.
70
Nas Figuras 1 e 2 são comparadas as exigências dietéticas totais de
energia e proteína , encontradas neste estudo, com as exigências propostas
pelo ARC (1980) e AFRC (1993), para cordeiras nos pesos vivos pré-
determinados e nos grupos genéticos estudados.
0
1
2
3
4
5
20 25 30 35 40 45
Peso Vivo (kg)
Exigências de Energia (Mcal/dia)
Trabalho
ARC
AFRC
Figura 1 Exigências dietéticas totais de energia para cordeiras SI e
F1(BE,TE,IF) de 20 a 45 kg de PV, apresentando um ganho diário de 200g.
71
60
65
70
75
80
85
90
95
100
20 25 30 35 40 45
Peso Vivo (kg)
Exigências de Proteína (g/dia)
SI
BE
TE
IF
AFRC
Figura 3 Exigências dietéticas totais de proteína para cordeiras SI, F1-BE,
TE e IF de 25 a 45 kg de PV, apresentando um ganho diário de 200g.
Existe diferença entre os valores propostos por este trabalho e os
valores citados pela literatura. As diferenças nas estimativas das exigências
dietéticas de energia e proteína deste trabalho, quando comparadas com os
valores preconizados pelo ARC (1980) e AFRC (1993), são reflexo das
diferenças existentes na composição corporal e na composição do ganho em
peso dos animais estudados. Como discutido anteriormente, a composição
corporal, e conseqüentemente, as exigências de energia irão variar
principalmente em função da concentração de gordura, sendo esta
influenciada pela raça do animal, sexo, idade e manejo alimentar.
72
2.7 Conclusões
- A composição corporal em gordura e energia foi semelhante entre as
cordeiras SI e as cordeiras F1(BE).
- A composição corporal em gordura e energia foi semelhante entre as
cordeiras F1(TE) e as cordeiras F1(IF).
- Existem diferenças na composição corporal em proteína entre as cordeiras
SI, F1(BE), F1(TE) e F1(IF).
- A composição corporal em gordura das cordeiras SI e F1(BE) variaram de
101g a 294,7g/kg de PCV; para as cordeiras F1(TE e IF) variaram de 122,1g
a 313,3g/kg de PCV.
- A composição corporal em energia das cordeiras SI e F1(BE) variaram de
1.905kcal a 3.578kcal/kg de PCV; para as cordeiras F1(TE e IF) variaram de
2.037 a 3.741kcal/kg de PCV.
- As exigências líquidas em proteína por kg de ganho em peso vivo das
cordeiras SI variaram de 116,4 a 104,0g de proteína/dia; para as cordeiras
F1(BE) variaram de 117,9 a 116,2g de proteína/dia; para as cordeiras F1(TE)
variaram de 114,6 a 104,7g de proteína/dia e para as cordeiras F1(IF)
variaram de 111,7 a 106,5g de proteína/dia.
- As estimativas da composição corporal e exigências líquidas em energia e
proteína para as cordeiras SI e mestiças BE, TE e IF estimadas neste trabalho
não se ajustaram com os valores propostos pelo ARC (1990), NRC (1985) e
AFRC (1993).
73
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Carvalho (1980),
Comentário:
Tem esta citação
no texto. Conferir se é esse mesmo
o ano? 1990 ou 1980.Incluir a
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Comentário:
Esses dois autores
estão no texto. Incluir a citação ou
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Comentário:
Este autor está
citado no texto. Incluir a referência
ou deletar no texto a citação e aqui
74
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Comentário:
FAO está citado
no texto. Incluir a referência ou
deletar no texto a citação
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NRC (1984)
Comentário:
Este autor não
está no texto. Incluir a citação ou
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Comentário:
Conferir se é este
mesmo ano? Incluir referência ou
deletar citação no texto. Não seria
o ano de 1985??
76
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Comentário:
Estes autores
estão no texto. Incluir a citação ou
deletar esta referência
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Jaboticabal, SP.
Comentário:
Este autor está
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CAPÍTULO 3
COMPOSIÇÃO CORPORAL E EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS
EM CÁLCIO E FÓSFORO EM CORDEIRAS SANTA INÊS E
F1- BERGAMÁCIA, ILÊ DE FRANCE E TEXEL.
80
3.1 Resumo
BAIÃO, Edinéia Alves Moreira. Composição corporal e exigências
nutricionais em cálcio e fósforo em cordeiras Santa Inês e F1- Bergamácia,
Ilê de France e Texel. In: ______. Composição corporal e exigências
nutricionais em cordeiras da raça Santa Inês e cruzas F
1
. 2006. Cap. 3
p.79-113 Tese (Doutorado em Zootecnia)–Universidade Federal de Lavras,
Lavras, MG.*
O experimento foi conduzido no setor de ovinocultura do Departamento de
Zootecnia da UFLA, em Lavras, com o objetivo de determinar a composição
corporal e estimar as exigências de cálcio e fósforo, para ganho em peso, de
cordeiras mestiças procedentes do cruzamento, entre as raças Santa Inês,
Bergamácia, Texel e Ile de France X Santa Inês. No experimento foi
utilizadas 48 cordeiras, logo após o desmame. Doze animais pesando
inicialmente 15 kg de PV, sendo três de cada grupo genético foram abatidos
no início do experimento para avaliar o conteúdo de cálcio e fósforo corporal
onde estes serviram de referência para o método de abate comparativo. O
restante dos animais foi abatido quando atingiram os pesos vivos de 25, 35 e
45kg, respectivamente. Os animais foram mantidos sob regime de
confinamento recebendo dieta calculada com base nas exigências
estabelecidas pelo ARC (1980), fornecida a vontade, duas vezes ao dia
permitindo uma sobra de 20% do total oferecido. As exigências líquidas de
cálcio e fósforo para o ganho em peso foram estimadas a partir da derivação
de equações de regressão do logaritmo da quantidade desses minerais
presentes no corpo vazio, em função do peso do corpo vazio.As exigências
líquidas por quilograma de ganho de peso vivo para animais de 15 a 45kg de
PV foram, respectivamente: SI 8,62g a 7,55g de Ca/kg PV; F1 ( BE, TE,
IF ) –7,95 a 6,90g de Ca/kg PV. Para o fósforo as exigências estimadas
foram: 4,96 a 4,32 g/kg de PV para os quatro grupos genéticos estudados SI,
BE, TE e IF.
*Comitê Orientador: Juan Ramón Olalquiaga Perez (Orientador) DZO-UFLA,
Nadja Gomes Alves– DZO–UFLA, Márcio Machado Ladeira- DZO-UFLA, Oiti
José de Paula CEFET-MG, Iraídes Ferreira Furusho-Garcia- FAFEOD
81
3.2 Abstract
BAIÃO, Edinéia Alves Moreira. Body composition and nutritional
requirements of calcium (Ca) and phosphorum (P) and female lambs in
Santa Ines and their crossings with Bergamácia, Texel and Ile of France. In:
______. Composição corporal e exigências nutricionais em cordeiras da
raça Santa Inês e cruzas F
1
. 2006. Cap.3. p. These (Doctor's degree in
Zootecnia)-University Federal of Lavras, Lavras, MG.*
The experiment was carried out at the Sheep Sector of the Animal Science
Department of the Universidade Federal de Lavras - UFLA, in Lavras. The
objective was to determine the body composition and the calcium and
phosphorum requirements for weight gain of crossbreed lambs, originated
from crossings between the Santa Ines, Bergamacia, Texel and Ile of France
X Santa Ines breeds. 48 female lambs were used in this experiment. Twelve
animals (three of each genetic group), weighing 15 kg of LW, were
slaughtered at the beginning of the experiment to evaluate the body content
of calcium and phosphorum and were the reference animals in the
comparative slaughter method. The remaining animals were slaughtered
when they reached the live weights of 25, 35 and 45kg, respectively. The
animals were kept in confinement regime, receiving a diet based on the
requirements established by ARC (1980) and fed “ad libitum” twice a day,
allowing for a surplus of 20% of the total offered. The net calcium and
phosphorum requirements for weight gain were estimated from derivation of
the regression equations of log from the amount of these minerals present in
the empty body, in relation to the empty body weight. The net requirements
per kilogram of live weight gain for animals from 15 to 45kg of LW were: SI
of 8,62g a 7,55g of Ca; F1 ( BE, TE, IF ) of 7,95 a 6,90g of Ca; 4,96 a 4,32
g of P, respectively.
* Guidance Committee: Juan Ramón Olalquiaga Perez (Orientador) –DZO-
UFLA, Nadja Gomes Alves– DZO–UFLA, Márcio Machado Ladeira- DZO-UFLA,
Oiti José de Paula CEFET-MG, Iraídes Ferreira Furusho-Garcia- FAFEOD
Comentário:
Passar para o
inglês.
Comentário:
Incluir o número
de páginas.
82
3.3 Introdução
A espécie ovina deve receber durante todo o seu ciclo de vida
minerais em quantidades e proporções adequadas para garantir seu
desempenho, e ao se adotar recomendações oriundas de tabelas
internacionais, os resultados quase sempre ficam aquém dos índices de
produtividade desejados, visto que, nas determinações das exigências
nutricionais devem ser consideradas condições climáticas, raça, sexo, idade,
disponibilidade e qualidade dos alimentos.
Em virtude da diversidade entre as raças, idade do animal, sexo,
disponibilidade e qualidade de alimentos comumente usados e as condições
climáticas, essas tabelas podem estar subestimadas ou superestimadas para
as nossas condições levando o animal a um desenvolvimento diferente do
esperado.
As exigências de cálcio e fósforo para ovinos em crescimento têm sido
estimadas, principalmente, pelo método fatorial, ao qual baseia-se nas
deposições líquidas destes elementos no corpo dos animais, acrescidas de
quantidades necessárias para atender às perdas inevitáveis do corpo, ou seja,
as secreções endógenas que representam as exigências líquidas de mantença.
A soma das frações de mantença e produção vai constituir a exigência
líquida total, a qual corrigida por um coeficiente de absorção do elemento
inorgânico no aparelho digestivo do animal, resulta na exigência dietética do
animal (ARC, 1980).
Para melhorar a eficiência da produção ovina é necessário o
conhecimento das exigências nutricionais de cada categoria, para que seja
possível a aplicação de estratégias de alimentação onde o balanceamento das
dietas leva em consideração a demanda nutricional dos animais, e deste
modo evitar deficiências ou desperdícios. Objetivo-se com esse trabalho
determinar a composição corporal e estimar as exigências nutricionais de
83
cálcio e fósforo de cordeiras SI e F1(BE, TE e IF), criados na região sul de
Minas Gerais.
3.4 Referencial Teórico
3.4.1 Composição corporal em cálcio e sforo
O cálcio é o mineral mais abundante do corpo, aproximadamente 98%
está presente nos ossos e dentes ligado à apatita, e o restante está distribuído
nos fluidos extracelulares e tecidos moles, com uma concentração maior no
plasma sanguíneo. Além da formação do esqueleto, o cálcio é essencial na
coagulação sanguínea, regulação do ritmo cardíaco, contração muscular,
ativador e estabilizador de enzimas que participam do metabolismo
hormonal, permeabilidade celular, função nervosa e respiração celular dentre
outras (Mc Dowell, 1999).
A importância em estudar a composição química do corpo e o ganho
em peso, está relacionado com o fato dos mesmos constituírem parâmetros
indispensáveis nas avaliações de programas de nutrição, nas determinações
das exigências nutricionais e nas avaliações da categoria animal.
O cálcio e o fósforo devem estar disponíveis na dieta em quantidades e
proporções adequadas para atender as necessidades dos animais em relação à
idade, raça, categoria ou situação fisiológica e sistema de produção adotado.
As informações disponíveis sobre a composição química do corpo
vazio de ovinos em crescimento são poucas. A maioria dos trabalhos que
tratam da composição corporal em minerais restringe-se aos teores de cinza,
sem descriminar as concentrações de cada elemento mineral. Aganga et al.
(1989), trabalhando com diversas raças de ovinos e caprinos, constataram
uma pequena variação de 3,0 a 3,4 % nos teores de cinza.
O cálcio e o fósforo geralmente são estudados juntos, por estarem
intimamente relacionados, por constituírem a principal porção mineral do
esqueleto de um ovino e serem os mais abundantes elementos minerais no
84
corpo de um animal. Constituem cerca de aproximadamente 70% do total
dos elementos minerais encontrados no corpo.
A utilização e o metabolismo desses minerais podem afetar a
composição mineral do corpo dos ovinos, onde, o excesso ou a deficiência
de um elemento pode intervir na utilização do outro (Mc Dowell, 1999).
Assim, a relação Ca:P torna-se importante. Além dos níveis adequados na
dieta vários fatores podem afetar a concentração de minerais no corpo.
Kellaway (1973) observou que a composição mineral do corpo de ovinos foi
significativamente afetada pela raça, sexo e o peso do animal. Arnold et al.
(1969) também observaram que o sexo afetou a composição corporal em
mineral de animais machos da raça Dorset Horn.
Dados referentes ao teor de cálcio nos tecidos mostram que este mineral
sofre variação, em que o tecido muscular contém cerca de 100mg de Ca/kg
de matéria natural; os ossos contêm cerca de 110 a 200g/kg, enquanto que no
tecido adiposo este mineral está praticamente ausente. Assim, a quantidade
de Ca por unidade de ganho de peso não é constante, a não ser que a
concentração do mesmo aumente de forma proporcional nos vários tecidos
(Silva & Leão, 1979).
Cerca de 80% do fósforo corporal encontra-se nos ossos e nos dentes.
McDowell (1999), esclarece que os 20% restantes deste elemento que não
estão no esqueleto tem sua distribuição ampla nos tecidos moles, em especial
nos glóbulos vermelhos, tecidos nervosos e músculos.
A flora microbiana do rúmen requer para sua nutrição certos minerais
como o fósforo, o enxofre e o cobalto. Além de sua importância no
metabolismo ruminal, o fósforo atua no crescimento e diferenciação celular,
como componente do DNA e RNA; nas reações de utilização e
transformação de energia como componente do ATP, ADP e AMP, além de
ser requerido pelos microorganismos ruminais (NRC, 1996 ).
De acordo com o AFRC (1991), o tecido ósseo contém 50 a 100g de
fósforo por kg, enquanto os músculos teores de 2 a 3 g de fósforo por kg e a
gordura quantidades muito pequena na forma de fosfolipídios.
85
O ARC (1980) considera um valor médio para o conteúdo corporal de
Ca para ovinos em crescimento de 11g/kg de peso corporal vazio, e
considera a concentração de cálcio no ganho de peso constante independente
do peso do animal. Grace (1983) encontrou para cordeiros em crescimento o
valor médio de 10,5 g de Ca/kg de ganho de peso corporal.
Ainda, segundo o ARC (1980), o conteúdo corporal de fósforo em
ovinos em crescimento é de 6 g/kg PCV, e sua deposição no ganho de peso
corporal vazio não sofre alteração. Esse valor também foi adotado CSIRO
(1990). Grace (1983), estudando a distribuição de diversos minerais em
ovinos Romney, considerou um valor médio de 5,2 g de fósforo / kg de
ganho em peso. Resende et al. (2005), avaliando trabalhos nacionais sobre a
composição corporal em cordeiros da raça Santa Inês pesando de 5 a 45kg de
PV, verificaram uma variação nos valores encontrados de 1,1 a 1,6% de Ca
e de 0,6 a 0,8% de P (Gerassev, 1998; Trindade, 2000; Baião, 2002).
Por outro lado, para animais de raça lanada em crescimento nos
trabalhos brasileiros Resende et al. (2005) verificaram uma variação nos
valores encontrados na composição corporal em Ca e P de 1,2 a 1,4% de Ca
e de 0,7 a 0,8% de P (Trindade, 2000; Baião, 2002) pesando de 5 a 45kg de
PV. Com cordeiros da raça Morada Nova, pesando de 15 a 25kg de PV,
Gonzaga Neto (2003) encontrou os valores de 1,2 a 1,4% de Ca e de 0,7 a
0,8% de P.
Davidson & Mc Donald (1981), estudando a composição corporal de
cordeiros machos e fêmeas alimentadas com dietas constituídas de diferentes
níveis protéicos e energéticos, chegaram a valores semelhantes aos do ARC
(1980), no caso dos animais machos, 5,67 g de P/kg de peso corporal vazio,
entretanto o mesmo não aconteceu com as fêmeas, cujo o valor foi de 4,75 g
de P/kg de peso corporal vazio, respectivamente.
Thompson et al. (1988), trabalhando com animais mestiços sob pastejo
observaram que estes animais apresentaram uma maior quantidade de
minerais em relação aos animais terminados com dietas a base de grãos. Os
autores acreditam que esse comportamento de resultados se deve,
86
possivelmente, ao fato destes animais possuir menos teor de gordura na
carcaça.
Gerassev (1998), avaliando cordeiros da raça Santa Inês, mantidos sob
dois regimes de alimentação vontade e restrita), registrou um decréscimo
na quantidade corporal de Ca e P no corpo vazio dos animais de 15 a 35 kg
de PV, para os animais que não sofreram restrição alimentar. Ao passo que
Baião (2002), avaliando a composição corporal de cordeiros mestiços,
constatou existir diferenças nas quantidades de Ca, para animais da raça
Santa Inês, mas não constatou diferenças nos conteúdos de P nos quatro
grupos raciais, para animais com peso entre 15 a 45 kg de PV.
Baião et al. (2003), estudando a concentração dos minerais Ca e P no
corpo vazio de cordeiros Santa Inês, encontrou valores de 14,64 e 11,63 g /
kg de peso corpo vazio para o Ca e de 7,89 e 6,76 g / kg de peso corpo vazio
para o P em animais com peso vivo de 15 e 45 kg, respectivamente.
Baião et al. (2003), avaliando a exigência líquida de Ca no ganho em
peso corporal vazio para animais mestiços, encontraram dados de 10,52 e
9,50 g / kg de peso corpo vazio em cordeiros de 20 e 40 kg de peso vivo.
Porém, para o P esses autores encontraram valores de 6,60 e 5,95 g / kg de
peso corpo vazio em ovinos Santa Inês e mestiços F1- Bergamácia, Texel e
Ile de France com os mesmos pesos vivos. Entretanto, Pérez et al. (2001)
estimou os valores de 11,70 g e 10,87 g / kg de ganho de PCV em função do
peso corporal vazio de cordeiros Santa Inês para os pesos corporais vazios
de 20 e 30 kg, respectivamente.
Analisando estes dados podemos observar que com o avanço da idade,
e concomitante ao aumento do peso, ocorre um aumento na proporção de
gordura e diminui, proporcionalmente, a quantidade de minerais no corpo e
no ganho em peso dos cordeiros.
3.4.2 Exigências dietéticas de cálcio e fósforo
87
Sabe-se que os inúmeros alimentos utilizados no arraçoamento dos
ovinos apresentam qualidades e deficiências em elementos minerais. Resta
saber se nas proporções utilizadas pelos ovinos, o requisito mineral
adequado é atendido, principalmente quando se trata de alimentos
econômicos alternativos como os volumosos. Considerando a importância
dos minerais o cálcio e o fósforo devem estar disponíveis na dieta em
quantidades e proporções adequadas para atender as necessidades dos
animais em relação à idade, raça, categoria ou situação fisiológica e sistema
de produção.
Os requerimentos de cálcio, nos animais jovens, são maiores do que os
de fósforo, mas tornam-se equilibrados com a maturidade do animal
(Thonpson & Werner 1976). Isso pode estar relacionado com o menor
crescimento ósseo e o maior tamanho do corpo, pois 20% do fósforo es
localizado nos tecidos moles e fluído.
O NRC (1985), considera um requerimento de Ca e P para cordeiros e
cordeiras em crescimento de 183 mg de Ca e 103 mg de P / kg de PV / dia.
o ARC (1980), estimou este requerimento como 11g de Ca e 6 g de P/kg
de PCV. Ambos consideram que os requerimentos quidos de
macrominerais são constantes e independem do peso do animal.
Ao contrario do ARC (1980) que considera a concentração de Ca e P no
ganho em peso constante durante o crescimento e engorda, o AFRC (1991),
de posse de novos dados e informações disponíveis, adotou equações
baseadas no crescimento ósseo para estimar as exigências de cálcio e
fósforo, e considerou que a concentração destes elementos no corpo diminui
à medida que o animal torna-se adulto.
Os trabalhos nacionais agrupados por Resende et al. (2005) também
evidencia uma queda nas quantidades destes minerais por unidade de ganho
em peso, devido provavelmente, à redução do crescimento ósseo e do
aumento da deposição de gordura corporal. Os valores estimados por estes
trabalhos para o cálcio divergiram daqueles sugeridos pelo ARC (1980),
variando de 13,5 a 6,7 mg/g de ganho de PV, e para o fósforo de 7,9 a 4,0
88
mg/g de ganho em PV (Gerassev, 1998; Trindade, 2000; Baião, 2002;
Gonzaga Neto, 2003).
O INRA (1981) considerou os valores para o fósforo de 6,5, 5,5 e 4,5
mg P/g de ganho em PCV para animais com até 10, entre 10 e 50 e acima de
50kg, respectivamente, valores ligeiramente superiores aos adotados pelo
ARC (1980). Esta tendência decrescente está de acordo com os trabalhos
nacionais.
Annenkov (1982), apresentou uma tabela de exigências de Ca e P para
várias categorias, onde para um ganho diário de 200g em animais com 10 Kg
e 20 Kg de PV, o autor recomenda uma ingestão de 3,3 g e 5,0 g de Ca e 1,9
g e 2,0 g de P /animal/dia.
Baião et al. (2003), avaliando a exigência dietética de P para cordeiros
mestiços com 20 kg e 35 kg de PV para um ganho diário de 200g, estimou os
valores de 1,44 e 1,33g P/animal/dia, respectivamente. Mas, para o Ca a
estimativa foi de 2,62 e 2,33g Ca/animal/dia em animais Santa Inês,
ganhando 200 g/dia e com os mesmos pesos vivos.
Reavaliações periódicas das exigências dos minerais Ca e P são
necessárias devido à variedade de fatores que as influenciam entre eles
podem ser citados: a determinação dos teores adequados, a disponibilidade
do elemento na dieta, como também, a variabilidade das espécies animais. O
melhoramento contínuo das raças, o manejo, e os métodos de processamento
dos alimentos também exercem influência marcante.
89
3.5 material e métodos
3.5.1 Determinação das exigências de cálcio e fósforo
As exigências líquidas de cálcio e sforo para ganho de peso corporal
vazio foram determinadas após derivar-se as equações citadas no item
anterior obtendo-se equações do tipo y’ = b . 10ª . X
( b-1).
As exigências líquidas desses minerais para o ganho de peso vivo foram
obtidos pela conversão do peso corporal vazio em peso vivo utilizando-se o
fator obtido pela regressão do quociente entre PV e PCV dos animais em
função do peso corporal vazio dos mesmos.
Os requerimentos dietéticos foram então estimados aplicando-se o
método fatorial, segundo a metodologia recomendada pelo ARC (1980). O
procedimento do método fatorial está assim explicado:
RL = G+E
RD = G+E/ D x100
Onde:
RL = requerimento líquido total
RD = requerimento dietético
G = retenção diária
E = perdas endógenas
D = disponibilidade do macromineral na dieta
90
Para os cálculos dos requerimentos dietéticos totais foram utilizados
valores da disponibilidade citada para ovinos e/ ou bovinos pelo ARC
(1980), sendo que estes valores encontram-se na Tabela 14.
Tabela 14 - Disponibilidade dos minerais cálcio e fósforo.
Macromineral Disponibilidade
(%)
Cálcio 68
Fósforo 73
Fonte: ARC (1980)
91
3.6 Resultados e Discussão
3.6.1 Composição corporal
Por meio da composição corporal em cálcio e fósforo em diferentes
pesos estimou-se a composição do ganho em peso e também determinou as
exigências líquidas e dietéticas desses minerais.
Analisando a quantidade corporal de cálcio e fósforo para os animais
dos quatro grupos genéticos SI, BE, TE e IF nos valores obtidos nesta
pesquisa, observa-se decréscimo na quantidade destes minerais no corpo
vazio, em função do aumento do peso vivo dos mesmos. Esse decréscimo no
conteúdo de Ca e P encontra suporte nos resultados com ovinos (Geraseev,
1998; Trindade, 2000; Baião, 2002); bovinos (Paulino, 1996; Signoretti,
1998) e com caprinos (Resende, 1989; Ribeiro, 1995; Sousa, 1997) e
Ferreira, (2003) e Teixeira, (2004) citados por Resende et al. (2005), dentre
outros.
Esse decréscimo no conteúdo corporal de cálcio e fósforo pode ser
explicado pelo aumento na concentração de gordura nas cordeiras com maior
peso corporal e pela redução no crescimento ósseo à medida que aumenta o
peso corporal, pois a maior parte desses minerais está presente nos ossos.
Baião (2002), estudando cordeiros machos inteiros puros Santa Inês, e
mestiços Bergamácia, Texel e Ilê de France encontrou valores superiores na
quantidade de cálcio e fósforo corporal quando comparados com as fêmeas
analisadas neste estudo. Isto pode ser explicado, provavelmente, porque as
fêmeas depositaram mais gordura na carcaça à medida que aumentaram o
92
peso corporal, e essa maior quantidade de gordura tem baixo teor de
minerais, e, portanto dilui esses minerais.
As equações do AFRC (1991) estimaram menores concentrações de Ca
e P no corpo vazio, em função do aumento do peso vivo dos animais. Ainda,
segundo o AFRC (1991), a taxa de acúmulo dos minerais é influenciada pelo
grau de maturidade e pela mineralização de animais abatidos mais jovens,
sendo muito variável a mineralização por volta da desmama.
Observou-se, no presente trabalho, uma relação média de Ca:P para as
cordeiras Santa Inês e, mestiças BE, IF e TE na faixa de 1,65 e 1,63, esses
resultados estão próximos dos valores preconizados pelo ARC (1980), NRC
(1985) e AFRC (1991).
Segundo Becker (1975) ocorre um aumento na relação Ca:P em função
da idade, para bovinos jovens e recém-nascidos esta relação é de 1,7
enquanto que para vacas é de 1,9.
A partir do peso vivo (PV), peso corporal vazio (PCV) e teores
corporais de cálcio (Ca) e fósforo (P) foram determinadas equações de
regressão para estimar a concentração de cálcio e fósforo dos animais
estudados nos quatro grupos genéticos Santa Inês, Bergamácia, Ile de France
e Texel (SI, BE, IF e TE) com peso vivo variando de 15 a 45 kg. Nas
equações de regressão do logaritmo do conteúdo corporal de cálcio e
fósforo, em função do logaritmo do peso corporal vazio (PCV), para as
quatro raças estudadas (SI, BE, IF e TE), com pesos variando dos 15 aos 45
kg de peso vivo foi realizado à análise de comparação de equações lineares
(Snedecor & Cochran, 1967), que mostraram haver diferenças significativas
(P<0,05), entre os interceptos, coeficientes de elevação e variâncias residuais
para as cordeiras da raça SI, e para as mestiças BE, TE e IF para estimar as
quantidades de cálcio no PCV. Assim, adotou-se uma equação específica
para as cordeiras puras SI, e outra equação específica obtida com todos os
animais F1(BE, TE e IF) do experimento.
93
Entretanto, para o mineral fósforo, as equações mostraram não haver
diferenças significativas entre as equações (P>0,05), logo se adotou a
equação geral, sendo apresentadas na Tabela 15.
Tabela 15 - Equações de regressão para o peso de corpo vazio (g) em função
do peso vivo (g) e concentração corporal de cálcio e fósforo presentes no
corpo vazio em função do peso corporal vazio para cordeiras dos 15 aos 45
kg de PV em quatro grupos genéticos (SI, BE, IF e TE).
Item
Equação
R² (%)
Peso (g)
PCV = -1379,4191 + 0,8673 PV
99,23
Cálcio (g)
Santa Inês (SI)
Log (Ca) = - 1,159806 + 0,824532 Log PCV
99,70
Cálcio (g)
Bergamácia (BE), Texel (TE) e Ilê de France (IF)
Log (Ca) = - 1, 164487+ 0,817905 Log PCV
98,93
Fósforo (g)
Santa Inês (SI), Bergamácia (BE), Texel (TE), Ilê de France (IF)
Log (P) = -1,380426 + 0,820387 Log PCV
98,48
Os coeficientes de determinação (R²), encontrados para as equações de
regressão, apresentadas na Tabela 15 para os quatros grupos genéticos
94
estudados foram significativos (P<0,05) e mostram um ajustamento
adequado com baixa dispersão dos dados em torno da linha de regressão.
Utilizando as equações específicas para o elemento cálcio e a equação
geral para estimar as quantidades de fósforo enunciadas anteriormente,
estimou-se a composição do corpo vazio em função do peso corporal vazio
dos animais estudados (Tabela 15). Na Tabela 16 temos os valores da
estimativa da concentração de Ca e P no corpo vazio em função do peso
corporal vazio dos animais estudados.
Tabela 16 - Estimativa da concentração de lcio e fósforo no corpo vazio
em função do peso corporal vazio dos animais dos quatro grupos genéticos SI,
F1 (BE, IF e TE).
Nutriente (g/kg PCV)
Ca Ca P
PV (kg) PCV (kg) (SI)¹ F1(BE,TE,IF)² SI, F1(BE,TE,IF)³
15 11,63 13,391 12,450 7,750
20 15,97 12,666 11,752 7,321
25 19,94 12,182 11,286 7,035
30 24,64 11,738 10,859 6,772
35 28,97 11,409 10,544 6,578
40 33,31 11,133 10,279 6,415
45 37,64 10,897 10,053 6,276
¹Valores obtidos a partir da equação específica para o grupo genético SI.
² Valores obtidos a partir da equação geral para os três grupos genéticos BE,TE,IF.
³ Valores obtidos a partir da equação geral para os quatro grupos genéticos.
Observa-se, na Tabela 16, que nos animais estudados, houve
decréscimo no conteúdo corporal de cálcio e fósforo por unidade de peso (g
por kg de PCV), com o aumento do peso corporal vazio. Decréscimos no
conteúdo corporal em cálcio e fósforo, também foram observados por
Geraseev (1998), em machos inteiros deslanados e, por Trindade (2000) e
Baião, (2002) em machos inteiros lanados e deslanados.
Annenkov (1982) também encontrou valores de concentração corporal
de cálcio e fósforo decrescentes para cordeiros na faixa de 10 a 30 kg de PV,
95
sendo que o conteúdo de Ca/kg de PCV variou de 10,3 a 10,2 g/kg de PCV.
Porém, para o mineral fósforo este mesmo autor estimou valores variando de
6,4 a 5,7g/kg de PCV, respectivamente.
Analisando a composição corporal de cálcio entre os grupos raciais
estudados, verificou-se que as cordeiras Santa Inês apresentaram valores
superiores quando comparadas com as mestiças Bergamácia, Texel e Ilê de
France. Essa diferença no conteúdo corporal de cálcio para as cordeiras SI e
mestiças provavelmente é devido às diferenças existentes na proporção de
ossos na carcaça, variação na concentração de gordura corporal, que ocorreu
em função da idade, raça, sexo, manejo alimentar e condições climáticas.
O ARC (1980), considera a concentração de cálcio e fósforo no
conteúdo corporal constante e independente do peso do animal, e estima um
valor de 11,0g de cálcio e 6,0g de fósforo por quilograma de peso corporal
vazio. Entretanto, o AFRC (1991), reexaminou o modelo proposto pelo
ARC (1980) e considerou que o depósito de cálcio e fósforo decresce com a
maturidade, o que confirma os resultados obtidos neste estudo.
Os valores do conteúdo de cálcio e fósforo, obtidos pelas equações para
os animais estudados, variaram de 13,39 a 10,89g de lcio por kg de PCV
para o grupo SI; 12,45 a 10,05g para as cordeiras mestiças e 7,75 a 6,27 g de
fósforo por kg de PCV para todos os animais do experimento, quando o peso
vivo passou de 15 para 45 kg, respectivamente. Esses valores foram menores
que os estimados por Geraseev (1998) e por Baião (2002) para animais
deslanados, e superiores e próximos aos valores médios citados por Trindade
(2000) em estudo com animais lanados, que foram 11,56g de cálcio por kg
de PCV e 6,03g de fósforo por kg de PCV.
Comparando os resultados do conteúdo corporal de fósforo, observa-se
que os dados estimados foram superiores aos valores obtidos por Annenkov
(1982) para animais com 15kg de PCV, e próximos aos valores preconizados
pelo ARC (1980) quando comparado para animais com 45kg de PV.
Quando comparamos os valores de cálcio estimados por este trabalho
para as cordeiras SI com 35 kg de PV com os valores preconizados pelo
96
ARC (1990), estes são semelhantes aos valores estimados por este comitê.
Mas, quando comparamos com as cordeiras mestiças com igual peso vivo,
estes são 4,18% inferior aos valores estimados pelo ARC (1990).
Ao contrário do ARC (1990) que considera a concentração de minerais
no ganho em peso constante durante o crescimento e engorda, os trabalhos
nacionais mostram uma variabilidade grande nas quantidades desses
minerais que pode ser em função das diferenças existentes na composição
corporal das raças estudadas, manejo alimentar, peso do animal, condições
climáticas, taxa de crescimento dos ossos e deposição de gordura corporal.
3.6.2 Composição do ganho em peso
Derivando-se as equações de predição da composição corporal,
anteriormente apresentadas (Tabela 15) foram determinadas às equações das
concentrações de cálcio e fósforo por kg de ganho em peso corpo vazio
(PCV) nos animais SI, e mestiças BE, IF e TE (Tabelas 17 e 18).
Tabela 17 - Equações de predição para o ganho de cálcio e fósforo corporal
(g/g PCV) em função do PCV (g), em cordeiras SI, e mestiças BE, TE e IF.
Itém Equação
Cálcio (g) (SI)
Cálcio (g) (BE,TE,IF)
Y’ = 0,057069. PCV
-0,175468
Y’ = 0,0560027. PCV
-0,182095
Fósforo (g) (SI,BE,TE,IF) Y’ = 0,034165. PCV
- 0,179613
Tabela 18 - Estimativa da concentração de cálcio e fósforo do ganho em
peso do corpo vazio das cordeiras SI, e mestiças BE, TE e IF, em função do
peso de corporal vazio (PCV).
Nutriente (g/kg PCV)
Ca¹ Ca² P³
PV (kg) PCV (kg) (SI) F1 (BE,TE,IF) SI,F1(BE,TE,IF)
15 11,63 11,041 10,183 6,358
97
20 15,97 10,443 9,611 6,006
25 19,94 10,044 9,231 5,771
30 24,64 9,678 8,882 5,556
35 28,97 9,407 8,624 5,397
40 33,31 9,179 8,407 5,263
45 37,64 8,985 8,222 5,150
¹Valores calculados a partir da equação específica para o grupo genético SI.
² Valores estimados a partir da equação geral para os três grupos genéticos, F
1
(BE,TE,IF).
³ Valores estimados a partir da equação geral para os quatro grupos genéticos.
A concentração de cálcio no ganho de PCV encontrada neste estudo
foi de 11,04 a 8,98 g/kg PCV para cordeiras Santa Inês, e 10,18 a 8,22 g/kg
PCV para cordeiras com 11,63 a 37,64 kg de PCV, e o do fósforo foi 6,35 a
5,15 g/kg PCV, respectivamente.
Sendo as quantidades de cálcio e fósforo no ganho de PCV reflexo da
composição corporal, assim como para a composição corporal os valores
encontrados nesta pesquisa para a composição em ganho diferiram dos
valores preconizados pelo ARC (1990) e pelo NRC (1985).
Para a composição do ganho em peso, o AFRC (1991) reexaminou e
modificou o modelo proposto pelo ARC (1980) e introduzindo as variáveis
peso e maturidade no cálculo, considera desta forma o decréscimo na
deposição destes minerais com o avanço da maturidade, o que está de acordo
com os resultados obtidos no presente trabalho.
Para animais com 15 e 35 kg de PV, os valores encontrados pelo AFRC
(1991), foram 11,48 e 9,06g de Ca/PV, e 6,62 e 5,48g de P/kg PV.
Entretanto, para animais que passa de 20 para 40 kg, os valores
recomendados por este comitê são de 10,6 a 8,7 g de Ca por kg de PV e 6,2 a
5,3 g de P por kg de PV. Quando comparamos os teores de Cálcio, estes
valores estão próximos para as cordeiras SI e superiores para as cordeiras
mestiças nos mesmos pesos vivos. Com relação ao Fósforo estes estão
próximos aos valores obtidos, e semelhantes aos dados citados pelo ARC
(1980) para as fêmeas com 20kg de PV.
98
Como citado anteriormente, esse decréscimo na concentração corporal
de cálcio e fósforo é devido, principalmente, a redução no crescimento ósseo
à medida que o animal aumenta o peso corporal e se aproxima do peso
adulto do grupo genético ao qual pertence.
Quando se comparam, as exigências líquidas de ganho em PCV de
cálcio obtidas nesta pesquisa com os valores estimados por Baião et al.
(2003) com cordeiros machos puros SI, observa-se que estas exigências são
aproximadamente 7,60% inferiores para os animais SI, com 15 kg de peso
vivo, e 5,12% inferior para as cordeiras com 45 kg de peso vivo. Entretanto,
quando comparamos com o ARC (1990), os valores estimados foram
17,02% inferiores para as cordeiras com 35 kg de PV, e semelhantes aos
valores estimados para as cordeiras com 15kg de PV.
As concentrações médias de cálcio no ganho em peso corporal vazio
estimadas neste trabalho foram de 9,82 e 9,02g por kg de PCV para as
cordeiras SI, e mestiças BE, TE e IF, respectivamente.
Annenkov (1982) e Grace (1983) encontraram valores médios, para
cordeiros em crescimento, de 10,2 e 10,5g de cálcio por quilograma de
ganho em peso corporal. Esses valores são 3,86% e 13,08%; 6,92% e
16,40% superiores para a média dos valores estimados para as fêmeas SI e
fêmeas mestiças. Essa variação pode ser explicada pela maior deposição de
gordura na carcaça pelas cordeiras à medida que aumentaram o peso
corporal, a maior quantidade de gordura tem baixo teor de minerais, e,
diluindo esses minerais.
Grace (1983), estimou um valor médio de ganho de 5,2g de P, este
valor é semelhante ao valor estimado por esta pesquisa para animais com
33,31kg de PCV.
Vale ressaltar que a retenção de Ca e P depende da composição do
ganho. Maiores deposições de gordura reduzem as deposições desses
minerais e, conseqüentemente, seus requerimentos pelos animais, que as
concentrações de cálcio e fósforo no tecido adiposo são insignificantes, com
maiores concentrações nos músculos e ossos.
99
3.6.3 Exigências de cálcio e fósforo
As exigências líquidas dos minerais cálcio e fósforo para o ganho de
peso vivo foram calculadas dividindo-se as exigências líquidas para o ganho
de peso corporal vazio (Tabela 18) pelo fator calculado a partir das equações
de conversão de PCV para PV (tabela 15 ). Este valor é superior aos valores
médios encontrados por Geraseev (1998) e Trindade (2000), e próximo ao
determinado por Baião (2002), podendo a diferença ser explicada pelos
diferentes graus de enchimento do aparelho digestivo, tendo em vista a baixa
digestibilidade das forragens comumente utilizadas e pela diferença na
deposição de gordura corporal apresentada pelos animais estudados
(ARC,1980).
No cálculo das exigências dietéticas foram utilizados os valores
preconizados da disponibilidade do elemento na dieta propostos pelo ARC
(1980) (Tabela 14).
As exigências líquidas e dietéticas de cálcio e fósforo para cordeiras são
apresentadas nas Tabelas 19 a 24.
Tabela 19 - Estimativas das exigências líquidas de cálcio para as cordeiras
SI, para o ganho em peso vivo (g/animal/dia).
Ganho Diário (g)
gCa/animal/dia
PV (kg) PCV
(kg)
100 200 300
15 11,63 0,862 1,724 2,586
20 15,97 0,835 1,670 2,505
25 19,94 0,803 1,660 2,409
30 24,64 0,793 1,586 2,379
35 28,97 0,777 1,554 2,331
40 33,31 0,765 1,530 2,295
100
45 37,64 0,755 1,510 2,265
Tabela 20 - Estimativas das exigências dietéticas de cálcio para as cordeiras
SI, para o ganho em peso vivo (g/animal/dia).
Ganho Diário (g)
gCa/animal/dia
PV (kg) PCV (kg) 100 200 300
15 11,63 1,267 2,534 3,801
20 15,97 1,227 2,454 3,681
25 19,94 1,180 2,360 3,540
30 24,64 1,166 2,332 3,498
35 28,97 1,142 2,284 3,426
40 33,31 1,125 2,250 3,375
45 37,64 1,110 2,220 3,330
Tabela 21 - Estimativas das exigências líquidas de cálcio para as cordeiras
F1(BE,TE,IF) para o ganho em peso vivo (g/animal/dia).
Ganho Diário (g)
gCa/animal/dia
PV (kg) PCV (kg) 100 200 300
15 11,63 0,795 1,590 2,385
101
20 15,97 0,768 1,536 2,304
25 19,94 0,738 1,476 2,214
30 24,64 0,728 1,456 2,184
35 28,97 0,712 1,424 2,136
40 33,31 0,700 1,400 2,100
45 37,64 0,690 1,380 2,070
Tabela 22 - Estimativas das exigências dietéticas de cálcio para as cordeiras
F1(BE,TE,IF) para o ganho em peso (g/animal/dia).
Ganho Diário (g)
gCa/animal/dia
PV (kg) PCV (kg) 100 200 300
15 11,63 1,169 2,338 3,507
20 15,97 1,129 2,258 3,387
25 19,94 1,085 2,170 3,255
30 24,64 1,070 2,140 3,210
35 28,97 1,047 2,094 3,141
40 33,31 1,029 2,058 3,087
45 37,64 1,014 2,028 3,042
Tabela 23 - Estimativas das exigências líquidas de fósforo para as cordeiras
SI, F1(BE,TE,IF) para o ganho em peso vivo (g/animal/dia).
Ganho Diário (g)
gP/animal/dia
PV (kg) PCV (kg) 100 200 300
15 11,63 0,496 0,992 1,488
102
20 15,97 0,480 0,960 1,440
25 19,94 0,461 0,922 1,383
30 24,64 0,455 0,910 1,365
35 28,97 0,446 0,892 1,338
0,876 1,314 40
45
33,31
37,64
0,438
0,432
0,864 1,296
Tabela 24 - Estimativas das exigências dietéticas de fósforo para as
cordeiras SI, F1(BE,TE,IF) para o ganho em peso vivo (g/animal/dia).
Ganho Diário (g)
gP/animal/dia
PV (kg) PCV (kg) 100 200 300
15 11,63 0,679 1,358 2,037
20 15,97 0,657 1,314 1,971
25 19,94 0,631 1,262 1,893
30 24,64 0,623 1,246 1,869
35 28,97 0,610 1,220 1,830
40 33,31 0,600 1,200 1,800
45 37,64 0,591 1,182 1,773
Comparando os valores das exigências líquidas de ganho de cálcio para as
cordeiras SI obtidas nesta pesquisa, com recomendados pelo ARC (1980),
para as fêmeas SI observa-se que estas são aproximadamente, 21,63%
inferiores para as cordeiras com 15kg de peso vivo e 29,36% inferiores para
os animais com 35kg de peso vivo. Entretanto, para as cordeiras mestiças
103
com 15 kg os valores estimados foram 27,72% inferiores aos preconizados
pelo ARC (1980).
Analisando os valores estimados para o fósforo para as cordeiras com
15 kg constatamos que estes valores são aproximadamente 17,33% inferiores
aos valores citados pelo ARC (1980).
Os valores encontrados para as exigências de ganho de cálcio e fósforo
para as cordeiras estudadas foram superiores e inferiores, aos observados por
Trindade (2000) e Baião (2002) em animais lanados e deslanados.
Ao contrário do ARC (1980), que considera a concentração de cálcio e
fósforo no ganho de peso constante durante o crescimento e engorda do
animal, este trabalho, admite queda nas quantidades de cálcio e fósforo por
unidade de ganho de peso, com conseqüente redução da taxa de crescimento
ósseo e aumento da deposição de gordura corporal.
Analisando as exigências dietéticas de cálcio para animais de 15 kg de
peso vivo apresentando uma taxa de ganho diário de 300g, observa-se, que
estas são inferiores as recomendadas por Geraseev (1998) e Annenkov
(1982) e semelhantes aos valores estimados pelo AFRC (1991), que foi de
4,0g. Entretanto, os valores encontrados para as exigências de fósforo para o
ganho obtidos para as cordeiras Santa Inês e mestiças foram menores que os
valores observados por Baião et al. (2003) e Trindade (2000) em cordeiros
lanados e deslanados.
O NRC (1985) e o ARC (1980) para animais com 35kg de peso vivo e
uma taxa de ganho diário de 200g, recomendam uma ingestão diária de
fósforo de 2,55g e 2,2g. Esses valores são, maiores que os estimados por esta
pesquisa. Entretanto, o valor 1,24g estimado neste estudo para animais com
30 kg de peso vivo para um ganho diário de 200g, foi semelhante ao valor
encontrado por Geraseev (1998), em cordeiros Santa Inês na mesma faixa de
30kg de peso vivo.
São evidentes as diferenças existentes entre os valores da composição
corporal e as exigências em cálcio e fósforo, estimadas neste estudo em
relação aos valores citados na literatura. Essas diferenças expressam as
104
diferenças existentes na composição corporal das raças estudadas, manejo
alimentar, sexo, peso do animal e condições climáticas.
Nas Figuras, 4,5 e 6 foi feita uma comparação das exigências dietéticas
totais de cálcio e fósforo, encontradas neste estudo, com as exigências
propostas pelo ARC (1980), NRC (1985) e AFRC (1991), para fêmeas com
peso de 15 a 45kg, em cordeiras SI e mestiças BE, TE e IF.
0
2
4
6
8
10
15 20 25 30 35 40 45
Peso Vivo (kg)
Exigências de Ca (g/dia)
Trabalho
NRC
ARC
AFRC
Figura 4 - Exigências dietéticas totais de cálcio para cordeiras SI de 15 a
45kg de PV, com um ganho de peso diário de 300g.
105
0
2
4
6
8
10
15 20 25 30 35 40 45
Peso Vivo (kg)
Exigências de Ca (g/dia)
Trabalho
NRC
ARC
AFRC
Figura 5 - Exigências dietéticas totais de cálcio para cordeiras mestiças BE,
TE e IF de 15 a 45kg de PV, com um ganho de peso diário de 300g.
Figura 6 - Exigências dietéticas totais de fósforo para cordeiras SI e
mestiças BE, TE e IF de 15 a 45kg de PV, com um ganho de peso diário de
300g.
0
1
2
3
4
5
15 20 25 30 35 40 45
Peso Vivo (kg)
Exigências de P (g/dia)
Trabalho
NRC
ARC
AFRC
106
Observa-se nas figuras 4 e 5 que no modelo proposto pelo AFRC
(1991) e neste trabalho, ocorreu uma diminuição nas exigências dietéticas
totais de cálcio com a elevação do peso vivo; nos modelos propostos pelo
ARC (1980) e NRC (1985), ocorreu um aumento nesta exigência. A
justificativa, provável para o fato é que o ARC (1980) e NRC (1985)
consideram um valor constante para o ganho, enquanto que este estudo e o
AFRC (1991), consideram que o depósito de cálcio decresce com a
maturidade.
Entretanto, na Figura 6 que representa as exigências dietéticas totais de
fósforo, observa-se que ocorreu uma diminuição nas exigências nos grupos
genéticos estudados para todas as cordeiras à medida que aumentou o PV
das mesmas, enquanto, que nos modelos propostos pelo ARC (1980), NRC
(1985) e AFRC (1991), ocorreu um aumento nesta exigência.
Essas diferenças nas exigências líquidas e dietéticas de cálcio e fósforo
estimadas neste trabalho quando comparadas com os valores do ARC
(1980), NRC (1985) e AFRC (1991), são reflexo das diferenças existentes na
composição corporal dos animais estudados, em função da proporção de
ossos na carcaça e concentração de gordura, sendo estas influenciadas como
mencionado pela idade do animal, raça, grupo genético, sexo, manejo
alimentar e condições ambientais.
107
3.7 Conclusões
- Existem diferenças na composição corporal do mineral cálcio entre
cordeiras puras SI e F1(BE,TE,IF);
- As exigências líquidas de cálcio para ganho em peso de cordeiras SI,
estimadas por este trabalho variaram de 8,62g a 7,55g de Ca/kg de ganho de
PV e das cordeiras mestiças variaram de 7,95g a 6,90g de Ca/kg de ganho de
PV;
- As exigências líquidas de fósforo para ganho em peso das cordeiras SI e
mestiças estimadas por este trabalho variaram de 4,96g a 4,32g de P/kg de
ganho de PV;
- As estimativas da composição corporal e exigências líquidas de cálcio e
fósforo para cordeiras puras Santa Inês e mestiças Bergamácia, Texel, Ilê de
France obtidas nesta pesquisa não se ajustaram com os dados preconizados
108
pelo ARC (1980) e pelo NRC (1985). Entretanto estas mesmas estimativas
estão próximas das estimativas adotadas pelo AFRC (1991).
3.8 Referências Bibliográficas
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corretas, ver próxima referência.
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citação no texto se refere à
próxima referência com o ano de
1999.
Comentário:
No texto não tem
citação correspondente a estas duas
referências. Incluir citação no texto
ou deletar estas duas referências.
112
NUTRIÇÃO MINERAL DE RUMINANTES EM PASTAGENS, 1976,.
Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: UFMG/UFV/ESAL/EPAMIG,
1976. p.1-10.
THOMPSON, J.K.; GELMAN, A.L.; WEDDELL, J.R.. Mineral retentions
and body composition of grazing lambs. Animal Production, n.46, p.53- 62,
1988.
TRINDADE, I.A.C.M. Composição corporal e exigências nutricionais
em macrominerais de ovinos lanados e deslanados, em crescimento.
2000. 66p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia)-Universidade Estadual
Paulista, Jaboticabal, SP.
CAPÍTULO 4
COMPOSIÇÃO CORPORAL E EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS
DE MAGNÉSIO, SÓDIO E POTÁSSIO EM CORDEIRAS
SANTA INÊS E F1- BERGAMÁCIA, ILÊ DE FRANCE E
TEXEL.
114
4.1 Resumo
BAIÃO, Edinéia Alves Moreira.Composição corporal e exigências
nutricionais em magnésio, potássio e sódio em cordeiras Santa Inês e F1-
Bergamácia, Ilê de France e Texel. In: ______. Composição corporal e
exigências nutricionais em cordeiras da raça Santa Inês e cruzas F
1
.
2006. Cap. 4 p.114-151 Tese (Doutorado em Zootecnia)-Universidade
Federal de Lavras, Lavras, MG.*
O presente trabalho foi conduzido no setor de Ovinocultura do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras – M.G.,
objetivando determinar a composição corporal de cordeiras e estimar as
exigências nutricionais dos macroelementos minerais Mg, Na e K, para
ganho em quatro diferentes pesos vivos. Foram utilizadas 48 cordeiras,
sendo 12 Santa Inês, 12 (BE X SI), 12 (IF X SI) e 12 (TE X SI). Para
determinação das quantidades de Magnésio (Mg), Sódio (Na) e Potássio (K)
retidos no corpo do animal, três animais de cada grupo genético foram
abatidos no início do experimento servindo de animais referência para a
técnica do abate comparativo. Os animais remanescentes de cada grupo
genético foram confinados em gaiolas individuais e receberam alimentação à
vontade até o abate, aos 25, 35 e 45 kg de peso vivo. As exigências líquidas
de magnésio, potássio e sódio para o ganho em peso foram estimadas a partir
da derivação de equações de regressão do logaritmo da quantidade desses
minerais presentes no corpo vazio, em função do peso corporal vazio. As
exigências líquidas por kg de ganho de peso vivo para animais de 15 a 45 kg
de PV foram, respectivamente: SI - 0,41 a 0,39g de Mg/kg de PV; F1 (BE,
TE, IF) 0,34 a 0,31g de Mg/kg de PV; Para o potássio foram: SI 1,26 a
1,09g de K/kg de PV; F1 ( BE, TE, IF ) - 1,25 a 0,94g de K/kg de PV. Para o
sódio foram: SI 1,02 a 0,85g de Na/kg de PV; F1 (BE, TE, IF) 0,96 a
0,82g de Na/kg de PV, respectivamente.
*Comitê Orientador: Juan Ramón Olalquiaga Perez (Orientador) –DZO-
UFLA, Nadja Gomes Alves– DZO–UFLA, Márcio Machado Ladeira- DZO-
UFLA, Oiti José de Paula CEFET-MG, Iraídes Ferreira Furusho-Garcia-
FAFEOD
115
4.2 Abstract
BAIÃO, Edinéia Alves Moreira. Body composition and nutritional
requirements of Mg, K and Na females lambs in Santa Ines and their
crossings with Bergamácia, Texel and Ile of France. In: ______.
Composição corporal e exigências nutricionais em cordeiras da raça
Santa Inês e cruzas F
1
. 2006. Cap. 4. p. These (Doctor's degree in
Zootecnia)-University Federal of Lavras, Lavras, MG.*
The present work was carried out in the Sheep Sector of the Animal Science
Department of the Universidade Federal de Lavras - M.G. The objective was
to determine the corporal composition of female lambs and to determine the
nutritional requirements of the mineral macroelements Mg, Na and K for
weight gain four different live weights. 48 female lambs were used, 12 Santa
Inês, 12 (BE X SI), 12 (IF X SI) and 12 (TE X SI). To determine Magnesium
(Mg), Sodium and Potassium (K) amounts retained in the animals’ bodies,
three animals of each genetic group were slaughtered at the beginning of the
experiment and marked the reference animals for the comparative slaughter
method. The remaining animals of each genetic group were confined in
individual cages and received “ad libitum” feeding until they reached 25, 35
and 45 kg of live weight and were slaughtered. The net magnesium,
potassium and sodium requirements for weight gain were determined from
derivation of the regression equations of log from the amount of these
minerals present in the empty body, in relation to the empty body weight.
The net requirements per Kg of live weight gain in animals weighing from
15 to 45 Kg of LW were: SI of 0,41g to 0,39g of Mg, F1 ( BE, TE, IF ) of
0,34g to 0,31g to Mg; SI of 1,26g to 1,09g of K; F1 ( BE, TE, IF ) of 1,25g
to 0,94g of K; SI of 1,02g to 0,85g of Na; F1 ( BE, TE, IF ) of 0,96 to 0,82g
of Na, respectively.
* Guidance Committee: Juan Ramón Olalquiaga Perez (Orientador) –DZO-
UFLA, Nadja Gomes Alves– DZO–UFLA, Márcio Machado Ladeira- DZO-
UFLA, Oiti José de Paula CEFET-MG, Iraídes Ferreira Furusho-Garcia-
FAFEOD
Comentário:
Passar para o
inglês.
116
4.3 Introdução
O primeiro passo para adoção de um programa nutricional racional é o
conhecimento das exigências minerais dos animais e da composição química
do alimento. Entretanto, muitos fatores influenciam a determinação dos
minerais incluindo a natureza e os níveis de produção, o nível e a forma
química do elemento nos ingredientes da dieta, as inter-relações com outros
nutrientes, o consumo do suplemento mineral, a raça e o meio ambiente
(Conrad et al., 1985).
A maioria das deficiências minerais não manifesta sinais clínicos
específicos, principalmente quando são carências marginais. Manifestações
de carência mineral, tais como alterações no desenvolvimento e na
performance reprodutiva, podem ser confundidas com deficiências de
proteína e / ou energia ou parasitismos (Underwood & Suttle, 1999). Assim,
o conhecimento das exigências nutricionais é de suma importância para a
exploração racional de qualquer atividade.
No Brasil, os cálculos para o balanceamento de ração para estes animais
tem sido baseados nas tabelas do National Research Council (NRC) e do
Agricultural Research Council (ARC) (Silva, 1999). Devido a grande
variação na concentração de magnésio, sódio e potássio corporal existente na
literatura os valores de composição corporal preconizados pelos comitês
internacionais, devem ser adotados com cuidado, uma vez, que estes valores
são originários de resultados obtidos com animais de raças, manejo alimentar
e condições climáticas diferentes dos nossos.
Objetivou-se com este trabalho determinar a composição corporal e
estimar as exigências de magnésio, sódio e potássio, em cordeiras Santa Inês
(SI) e F1-Bergamácia (BE), Texel (TE) e Ile de France (IF) de ganho em
peso criadas na região sul de Minas Gerais.
117
4.4 Referencial Teórico
4.4.1 Composição corporal e exigências em magnésio
O magnésio está intimamente associado com o cálcio e fósforo nos
tecidos e, principalmente, no metabolismo dos animais domésticos. É o
118
segundo maior tion (depois do K) dos fluidos intracelulares.O magnésio
exerce funções essenciais ligadas aos sistemas enzimáticos particularmente,
aqueles dos metabolismos dos carboidratos e lipídeos, é requerido na
oxidação celular e exerce grande influência na atividade neuromuscular (Mc
Dowell, 1999).
Os requerimentos mínimos de magnésio dos animais domésticos variam
com a espécie, raça, idade, taxa de crescimento ou produção e com a
disponibilidade biológica deste nutriente nos alimentos, sendo que pastagens
e dietas, que contenham 0,10 % de magnésio na matéria seca, podem atender
às exigências de ovinos em crescimento (Mc Dowell, 1999).
O ARC (1980), estima para ovinos em crescimento, um conteúdo
corporal de magnésio em 0,41/kg de PCV. O INRA (1981) considera o valor
de 0,40g/kg de PCV para a exigência de magnésio, semelhante ao valor do
ARC (1980).
Vários fatores podem influenciar a disponibilidade e,
conseqüentemente, os requerimentos dietéticos de magnésio. Alguns desses
fatores são, a idade do animal, diferenças genéticas, estação do ano, níveis
de gordura na dieta e vitamina D dentre outros.
Nos estudos brasileiros com cordeiros da raça Santa Inês, a composição
corporal variou de 0,04 a 0,06% de magnésio para animais pesando de 5 a
45kg (Gerassev, 1998; Trindade, 2000; Baião, 2002). Com cordeiros da raça
Morada Nova, pesando de 15 a 25kg de PV, Gonzaga Neto (2003) encontrou
os valores de 0,046 a 0,047% de magnésio, respectivamente.
Baião et al. (2004), estimou para animais Santa Inês o conteúdo de Mg
no corpo vazio em função do peso corporal vazio, os valores de 0,60 a 0,51 g
/ kg PCV para cordeiros pesando de 15 a 45 kg de PV.
Annenkov (1982), relacionou a deposição de magnésio no corpo de
ovinos em crescimento com os seus ganhos em peso e estimou que o
conteúdo de magnésio é de 0,35 g de Mg/kg de ganho em peso.
Grace (1983) trabalhando com a quantidade total e distribuição de
vários minerais no ganho de peso de ovinos em regime de pastejo estimou
119
que a concentração de magnésio no ganho em peso corporal vazio foi de
0,29g/kg de PCV.
Geraseev (1998), trabalhando com ovinos deslanados da raça Santa Inês
estimou a quantidade de magnésio por kg de ganho de peso corpo vazio em
0,48 a 0,46g/kg para animais entre 25 a 35 kg de peso vivo, respectivamente.
Trindade (2000), conduzindo um trabalho com dois grupos raciais para
ganho em peso concluiu que, os animais deslanados apresentaram maior
conteúdo de magnésio do que os animais lanados. Sendo estes valores 0,41 a
0,31g/kg de PCV, para animais lanados, e 0,48g a 0,43g para animais
deslanados com peso vivo entre 20 a 35 kg de PV.
Baião et al. (2004) estudando cordeiros mestiços determinou a
concentração de Mg por quilograma de ganho em peso corporal vazio, os
valores de 0,48 a 0,41g/kg PCV, para cordeiros com peso inicial de 15 kg e
final de 45 kg de PV.
O rúmen-retículo é o principal sítio de absorção do magnésio no
ruminante adulto, portanto, condições no rúmen, como por exemplo o alto
pH, que afetam adversamente a absorção deste mineral, aumentará o seu
requerimento (McDowell, 1999). Entretanto, os efeitos do potássio sobre o
metabolismo do magnésio são devidos ao decréscimo do transporte ativo
deste pela parede do rúmen, em resposta ao aumento da concentração de
potássio no interior do mesmo (Grace et al., 1988).
Segundo Teixeira (1992), os 60 % do magnésio que são armazenados
nos ossos, é mobilizado em períodos de deficiência dele devido a uma
mudança brusca da dieta normal por uma com insuficiente disponibilidade
em magnésio, o que pode resultar em hipomagnesemia entre 2 a 18 dias,
mesmo que a alimentação anterior esteja alta em magnésio.
O ARC (1980), estima uma perda endógena de 3,0 mg/kg de PV/dia
para ovinos em crescimento. Enquanto Annenkov (1982), estima uma perda
endógena total deste mineral de 8,2mg/kg de PV e uma disponibilidade na
dieta de 25% para cordeiros em crescimento.
120
A absorção de magnésio no corpo do animal sofre interferência devido
a vários fatores, e alguns podem estar, relacionados, com a quantidade
excessiva de cálcio e sforo na dieta, como também, altas ingestões de
potássio, o que pode, resultar em declínio na absorção do magnésio
(Maynard et al., 1984; Conrad et al., 1985; Newton et al., 1972).
4.4.2 Composição corporal e exigências em Potássio e Sódio
O potássio é o terceiro mineral em ordem de importância no tecido
animal e sua distribuição no corpo dos ruminantes é diferente do cálcio,
fósforo e magnésio. Ele está presente nos ossos em quantidades muito
pequenas que correspondem a menos de 50 mg de K/kg, os músculos contém
4g de K/kg, os tecidos nervosos e secretórios 3,5g/kg e o soro e fluidos
200mg/kg (Silva, 1995).
O potássio é essencial à vida, tendo como principais funções à
regulação do balanço osmótico celular, equilíbrio ácido-base, atua em vários
sistemas enzimáticos e balanço hídrico do organismo (Mc Dowell, 1999).
O requerimento de potássio para ovinos é estimado em 0,5 a 0,8 % da
matéria seca da dieta onde, o requerimento parece ser maior para animais
sob estresse, que perdem potássio através do suor (Mc Dowell, 1999).
O sódio é o principal cátion do fluido celular e sua concentração está
assim distribuída no corpo do animal, o osso contém 4g de Na/kg, os
músculos são pobres em sódio, 750 mg de Na/kg e os fluidos contém 3,5 g
de Na/kg (Silva, 1995).
O sódio é essencial no metabolismo do organismo animal atuando na
manutenção do balanço dos fluidos corporais, regulação da pressão osmótica
e balanço ácido básico. Este mineral de uma forma individual tem efeito na
manutenção da atividade do músculo cardíaco, desde que esteja em
equilíbrio com o potássio, e tem também uma participação ativa no processo
de excitação dos nervos e músculos. Suas atividades na flora microbiana
juntamente com o potássio, na forma de bicarbonato, produzem um meio
121
tamponante que auxilia no transporte dos ácidos graxos através do epitélio
ruminal.
O ARC (1980), considerando ovinos em crescimento, quantificou os
conteúdos corporais dos minerais potássio e sódio em 1,8 e 1,1g/kg de
(PCV).
Entretanto o NRC (1985), estimou as exigências de K e Na para ovinos
em crescimento com base em ensaios de alimentação, utilizando dados de
trabalhos onde foram testados diferentes níveis destes minerais e chegou a
valores na faixa de 0,50 a 0,80% de potássio e de 0,09 a 0,18 % de Na
matéria seca (Mc Dowell,1999).
Nos trabalhos nacionais revisados por Resende et al. (2005), com
cordeiros Santa Inês a composição corporal variou de 0,14 a 0,29 % de K e
de 0,10 a 0,18 % de Na, para animais pesando de 5 a 45 kg (Gerassev, 1998;
Trindade, 2000; Baião, 2002). Com cordeiros da raça Morada Nova, pesando
de 15 a 25kg de PV, Gonzaga Neto (2003) encontrou os valores de 0,22 a
0,23 % de K e de 0,14 a 0,16 % de Na, respectivamente.
Ainda, segundo Resende et al. (2005) para animais de raça lanada em
crescimento nos estudos brasileiros, a variação na composição corporal foi
de 0,15 a 0,21 % de K e de 0,11 a 0,16 % de Na (Trindade, 2000; Baião,
2002).
Trindade (2000), observou variação na quantidade de 1,65 a 1,55 g de
potássio e 1,27 a 1,08 g de sódio para os pesos vivos de 20 a 35 kg em
animais lanados.
Baião (2002), estudando cordeiros F1- Ilê de France determinou a
concentração de K por quilograma de ganho em peso corporal vazio, de 1,62
a 1,33 g/kg PCV, para cordeiros com peso de 15 kg e 45 kg de PV. Mas,
para o Na a estimativa foi de 1,23 e 0,94 g/kg PCV para o mesmo grupo
genético.
As perdas endógenas para estes dois macrominerais segundo o ARC
(1980), são aproximadamente 70,0 mg para o potássio e 25,8 mg para o
sódio por dia. Porém, os requerimentos para ovinos com 40 kg de PV, com
122
uma taxa de ganho de peso de 200g/dia são de 3,0g de potássio e 1,38g de
sódio por dia, onde foi considerada uma disponibilidade dos mesmos na
dieta de 100% e 91%.
Vale ressaltar, que muitos fatores influenciam as exigências de
magnésio, sódio e potássio para ovinos, de acordo, com a literatura, a raça, o
sexo, a idade e as condições ambientais são fontes de variação que afetam a
composição corporal e, como conseqüência às exigências nutricionais dos
mesmos. Com relação ao K, a exigência desse mineral parece ser maior para
animais sob estresse, que perdem potássio através do suor. O excitamento
pode levar a perdas na urina, como também a doenças que podem causar
febre ou diarréia promovendo assim um aumento nas perdas de potássio (Mc
Dowell, 1999).
123
4.5 Material e Métodos
4.5.1 Análises Químicas
Através da digestão nitro perclórica foram feitas às análises químicas
das amostras do corpo dos animais, obtendo–se desta forma a solução
mineral (capítulo 1). A partir deste extrato foram feitas diluições para
determinação dos diferentes minerais em estudo.
Para o magnésio as diluições foram obtidas adicionando-se cloreto de
estrôncio e as leituras tomadas em espectrofotômetro de absorção atômica.
Para as diluições do sódio e potássio foi utilizado o nitrato de lítio e as
leituras feitas em espectrofotômetro de chama.
4.5.2 Composição corporal
As concentrações corporais destes minerais foram determinadas em
função dos conteúdos percentuais destes nas amostras do corpo dos animais.
A partir destes dados foram obtidas equações de predição da composição
corporal em termos de macrominerais.
As equações de predição do conteúdo corporal de magnésio, sódio e
potássio foram obtidas por meio da equação de regressão para o logaritmo da
quantidade do nutriente no corpo vazio em função do peso de corpo vazio
(ARC, 1980).
Log y = a + b Log x
Onde:
Log y = Logaritmo do conteúdo total do macromineral no corpo vazio
a = intercepto
Log x = Logaritmo do peso corporal vazio
124
b = Coeficiente de regressão do conteúdo do macromineral em função do
peso corporal vazio.
Para a composição do ganho em peso, utilizou-se a técnica do abate
comparativo descrita pelo ARC (1980), que possibilita a determinação da
quantidade de mineral retido no corpo pela diferença entre a quantidade
presente nos animais abatidos nos diferentes pesos vivos de 15 kg, 25 kg, 35
kg e 45 kg de peso vivo, no experimento realizado.
4.5.3 Determinação das exigências em magnésio, potássio e sódio
As exigências líquidas de magnésio, sódio e potássio para ganho de 1
kg de peso corporal vazio foram determinadas após derivar-se as equações
citadas no item anterior obtendo-se equações do tipo y’ = b . 10ª . X
( b-1).
No cálculo das exigências dietéticas totais foram utilizados os valores
de perdas endógenas e disponibilidades recomendadas pelo ARC (1980). Os
valores da disponibilidade de Mg, K e Na estão citados na tabela 25.
Tabela 25 - Disponibilidade de magnésio, potássio e sódio.
Elemento Disponibilidade
(%)
Magnésio 17
Sódio 91
Potássio 100
Fonte: ARC (1980)
125
4.6 Resultado e Discussão
4.6.1 Composição corporal
Quanto à concentração corporal de magnésio, potássio e sódio das
cordeiras SI e, mestiças BE, IF e TE, observa-se que ocorreu decréscimo nas
concentrações desses minerais, o que pode ser explicado, pelo aumento no
teor de gordura corporal, o qual, é maior em fêmeas quanto comparadas com
machos inteiros ou machos castrados não Merinos (ARC, 1980). Quanto ao
decréscimo no teor de magnésio especificamente, a possível explicação, é a
redução na proporção de ossos na carcaça à medida que aumentou o peso
vivo das cordeiras, uma vez que, aproximadamente 70% deste mineral estão
presentes nos ossos (Mc Dowell, 1999).
Outros autores, também estimaram valores decrescentes para o
conteúdo corporal de magnésio, potássio e sódio (Annenkov, 1982; Grace,
1983; Geraseev etal. 2001; Trindade, 2000; Baião, et al., 2004). Entretanto, o
ARC (1980), considera os valores fixos das concentrações desses minerais
de 0,41g de magnésio, 1,8g de potássio e 1,1g de sódio/kg de PCV.
O valor de concentração corporal de magnésio encontrado por
Rajaratne et al. (1990), variaram de 0,39 g/kg de PCV. Este valor é igual ao
valor estimado por esta pesquisa para as cordeiras F1-IF com 45 kg.
Os valores estimados do conteúdo de potássio, encontrados nesta
pesquisa para cordeiras SI e, mestiços BE, IF e TE foram iguais e inferiores
que os estimados pelo ARC (1980), 1,8g/kg de PCV. Todavia, para o
mineral sódio os valores estimados nesta pesquisa foram superiores aos
valores preconizados pelo ARC (1980), 1,1g/kg de PCV.
Vale frisar, que este comitê usou em suas determinações uma
considerável porcentagem de animais castrados, e esses animais apresentam
126
uma tendência de depositar gordura precocemente, o que provoca uma
redução na concentração corporal desses minerais.
A partir da composição corporal dos animais em magnésio, potássio e
sódio e seus respectivos peso vivo e peso corporal vazio, foram
determinadas as equações de predição da composição para estes minerais.
Nas equações de regressão do logaritmo do conteúdo corporal de
magnésio, potássio e sódio, em função do logaritmo do peso corporal vazio
(PCV), para os quatro genéticos estudados (SI, BE, TE e IF), com peso vivo
variando dos 15 aos 45 kg foi feita a análise de comparação de equações
lineares (Snedecor & Cochran, 1967), que mostraram haver diferenças
significativas (P<0,05) entre os interceptos, coeficientes de elevação e
variâncias residuais para os grupos SI e os grupos BE, IF e TE. Assim,
adotaram-se equações específicas para estimar as quantidades de magsio,
potássio e sódio para o grupo genético Santa Inês, e equações gerais para os
grupos Bergamácia, Texel e Ilê de France (Tabela 26).
Tabela 26 - Equações de regressão para o peso de corpo vazio (g) em função
do peso vivo(g) e para a quantidade corporal de magnésio, potássio e sódio
presentes no corpo vazio em função do peso corporal vazio em cordeiras SI e
mestiças BE, IF e TE dos 15 a 45 kg de PV.
Item Equação R² ( % )
Peso (g) PCV = -
1379,4191 + 0,8673 PV
99,23
Santa Inês (SI)
Magnésio (g) Log Mg = -2,879396 + 0,911549 Log PCV 97,36
Potássio (g) Log K = - 1,956438 + 0,816701 Log PCV 98,59
Sódio (g) Log Na = - 1,894929 + 0,783176 Log PCV
99,05
Bergamácia (BE), Texel (TE), Ilê de France (IF)
Magnésio (g) Log Mg = -2,697933 + 0,854364 Log PCV 87,93
Potássio (g) Log K = - 1,884842 + 0,789913 Log PCV 98,99
Sódio (g) Log Na = - 2,018673 + 0,804604 Log PCV 98,50
Os coeficientes de determinação (R²) das equações de regressão
listadas na Tabela 2 foram significativos (P<0,05) para o magnésio, potássio
127
e sódio e mostraram bom ajustamento das equações, com baixa dispersão
dos dados em torno da linha de regressão.
A composição do corpo vazio em magnésio, potássio e sódio em função
do peso corporal vazio vivo foi estimada a partir das equações gerais F1(BE,
TE, IF), e equações específicas (SI) para todos os animais e encontra-se
citadas na Tabela 2. Esses valores são apresentados na Tabela 27 e 28.
Tabela 27 - Estimativa do conteúdo de magnésio no corpo vazio em função
do peso corporal vazio em cordeiras SI e, mestiças BE, IF e TE.
Nutriente (g/kg PCV)
SI F1(BE, TE,IF)
PV
(kg)
PCV
(kg)
Mg Mg
15 11,63 0,576¹ 0,512²
20 15,97 0,560¹ 0,489²
25 19,94 0,549¹ 0,474²
30 24,64 0,539¹ 0,459²
35 28,97 0,532¹ 0,449²
40 33,31 0,525¹ 0,439²
45 37,64 0,519¹ 0,432²
¹ Valores obtidos a partir da equação específica do grupo genético.
² Valores obtidos a partir da equação geral para os três grupos genéticos.
Tabela 28 - Estimativa do conteúdo de potássio e sódio no corpo vazio em
função do peso corporal vazio em cordeiras SI e mestiças BE, IF e TE.
128
Nutriente ( g / kg PCV)
(SI) (BE,TE,IF)
PV
(kg)
PCV
(kg)
K Na K Na
15 11,63 1,98 1,673¹ 1,824² 1,537²
20 15,97 1,87 1,562¹ 1,706² 1,445²
25 19,94 1,80 1,488¹ 1,628² 1,384²
30 24,64 1,73 1,421¹ 1,557² 1,328²
35 28,97 1,68 1,372¹ 1,505² 1,286²
40 33,31 1,63 1,331¹ 1,462² 1,252²
45 37,64 1,60 1,297¹ 1,425² 1,222²
¹Valores calculados a partir da equação específica para o grupo genético SI.
² Valores calculados a partir da equação geral para os outros três grupos genéticos.
Os animais Santa Inês apresentaram maior conteúdo corporal de
magnésio, 0,576 a 0,519g para os pesos vivos de 15 a 45 kg, quando
comparados com as cordeiras mestiças. Estes valores estão próximos dos
valores estimados por Geraseev et al. (2001), Baião et al. (2004) e superiores
aos estimados por Trindade (2000), para animais lanados e deslanados. Os
grupos genéticos Bergamácia, Texel e Ilê de France, apresentaram menor
conteúdo de K e Na quando comparados com o grupo genético Santa Inês.
Provavelmente, isso ocorreu pelo fato das cordeiras mestiças utilizadas no
experimento possuírem maior quantidade de gordura, uma vez que a gordura
apresenta quantidades muito pequenas de minerais, além de provocar uma
diminuição na concentração corporal.
4.6.2 Composição do ganho em peso
As equações para a predição da composição do ganho em magnésio,
potássio e sódio foram obtidas a partir da derivação das equações de
predição da composição corporal (Tabela 26). Essas equações e as
estimativas dos requerimentos líquidos desses minerais para o ganho em
peso corporal vazio são citadas nas Tabelas 29, 30 e 31.
129
Tabela 29 - Equações de predição para o ganho corporal de magnésio,
potássio e sódio corporal (g / g PCV) em função do PCV (g).
Item Grupo genético Equação
Magnésio (g)
SI
Y’ = 0,001203.PCV
-0,088451
Magnésio (g)
BE, TE, IF
Y’ = 0,001712.PCV
-0,145636
Potássio (g)
Potássio (g)
Sódio (g)
Sódio (g)
SI
BE,TE, IF
SI
BE, TE, IF
Y’ = 0,009028.PCV
-0,183299
Y’ = 0,010297.PCV
-0,210087
Y’ = 0,009975.PCV
-0,216824
Y’ = 0,007707.PCV
-0,195396
Tabela 30 - Concentração de magnésio por quilograma de ganho de peso
corporal vazio em cordeiras SI e mestiças BE, TE e IF.
Nutriente (g/kg PCV)
SI F1( BE, TE, IF)
PV
(kg)
PCV
(kg)
Mg Mg
15 11,63 0,525¹ 0,437²
20 15,97 0,511¹ 0,418²
25 19,94 0,501¹ 0,404²
30 24,64 0,491¹ 0,392²
35 28,97 0,484¹ 0,383²
40 33,31 0,478¹ 0,375²
45 37,64 0,473¹ 0,369²
¹ Valores calculados a partir da equação específica para o grupo genético SI.
² Valores calculados a partir da equação geral para os três grupos genéticos.
Tabela 31 - Concentração de potássio e sódio por quilograma de ganho peso
corporal vazio em cordeiras SI e mestiças BE, TE e IF.
130
Nutriente (g/kg PCV)
SI F1( BE, TE, IF)
PV
(kg)
PCV
(kg)
K Na K Na
15 11,63 1,623¹ 1,310¹ 1,440² 1,237²
20 15,97 1,531¹ 1,223¹ 1,347² 1,163²
25 19,94 1,470¹ 1,166¹ 1,286² 1,113²
30 24,64 1,414¹ 1,114¹ 1,230² 1,068²
35 28,97 1,373¹ 1,075¹ 1,189² 1,0,35²
40 33,31 1,338¹ 1,043¹ 1,154² 1,007²
45 37,64 1,308¹ 1,015¹ 1,125² 0,984²
¹ Valores calculados a partir da equação específica para o grupo genético SI.
² Valores calculados a partir da equação geral para os três grupos genéticos.
O ARC (1980) preconiza valores fixos de composição do ganho em
0,41g, 1,8g e 1,1g para o magnésio, potássio e sódio, respectivamente, sendo
que os valores de magnésio, deste trabalho foram superiores para as
cordeiras do grupo genético SI.
Os resultados obtidos nesta pesquisa foram superiores e inferiores aos
estimados por Geraseev (1998), para os valores de Mg e K que encontrou
para animais com 35kg de peso vivo os valores de 0,460g de Mg / kg de
PCV e 2,258g de K/ kg de PCV. Porém, quando comparados com os valores
estimados por Baião (2002), para machos inteiros SI com 35kg de peso vivo
os valores de 0,459g de Mg / kg de PCV e 1,421g de K/ kg de PCV foram
inferiores na mesma faixa de peso (35kg).
As quantidades de sódio estimadas foram 1,23g a 0,98g por kg de PCV,
para animais F1(BE, TE, IF) quando o PV passou de 15 para 45 kg. Estes
valores são 10,56% superiores e 12,24 % inferiores, respectivamente ao
valor fixo de 1,1g de Na por kg de PCV recomendado pelo ARC (1980).
Mas, para as cordeiras Santa Inês as quantidades de sódio estimadas foram
1,31g a 1,01g de Na por kg de PCV, quando o PV passou de 15 para 45 kg.
Estes valores são 16,03% superiores e 8,91 % inferiores ao valor fixo de
1,1g de Na por kg de PCV encontrado pelo ARC (1980).
4.6.3. Exigências líquidas e dietéticas de magnésio, potássio e sódio
131
As estimativas das exigências líquidas de magnésio, potássio e sódio
para o ganho de peso foram determinadas dividindo-se as exigências líquidas
para o ganho de peso corporal vazio (Tabela 30 e 31) pelo fator calculado a
partir das equações de conversão de PCV para PV (Tabela 26).
No cálculo das exigências dietéticas foram utilizados os valores de
disponibilidade desses minerais preconizados pelo ARC (1980). As
estimativas dos requerimentos líquidos e dietéticos de magnésio, potássio e
sódio de cordeiros SI e mestiços BE, TE e IF são apresentados nas Tabelas
32 a 41. Os valores da disponibilidade de magnésio, potássio e sódio
preconizados pelo ARC (1980) estão registrados na Tabela 25.
Tabela 32 - Estimativas das exigências líquidas de magnésio para o ganho
em peso vivo (g/animal/dia), em cordeiras SI.
Ganho Diário(g)
(g Mg / animal / dia)
Peso vivo
(kg)
PCV
(kg)
100 200 300
15 11,63 0,0410 0,0820 0,1230
20 15,97 0,0408 0,0816 0,1224
25 19,94 0,0404 0,0800 0,1200
30 24,64 0,0402 0,0804 0,1206
35 28,97 0,0400 0,0800 0,1200
40 33,31 0,0398 0,0796 0,1194
45 37,64 0,0397 0,0794 0,1191
Tabela 33 - Estimativas das exigências dietéticas de magnésio para o ganho
em peso vivo (g/animal/dia), em cordeiras SI.
Ganho Diário(g) Peso vivo
(kg)
PCV
(kg)
(g Mg / animal / dia)
132
100 200 300
15 11,63 0,2411 0,4822 0,7233
20 15,97 0,2400 0,4800 0,7200
25 19,94 0,2376 0,4752 0,7128
30 24,64 0,2364 0,4728 0,7092
35 28,97 0,2352 0,4704 0,7056
40 33,31 0,2341 0,4682 0,7023
45 37,64 0,2335 0,4670 0,7005
Tabela 34 - Estimativas das exigências líquidas de magnésio para o ganho
em peso vivo (g/animal/dia), em cordeiras F1(BE, IF, TE).
Ganho Diário(g)
(g Mg / animal / dia)
Peso vivo
(kg)
PCV
(kg)
100 200 300
15 11,63 0,0341 0,0682 0,1023
20 15,97 0,0334 0,0668 0,1002
25 19,94 0,0325 0,0650 0,0975
30 24,64 0,0321 0,0642 0,0963
35 28,97 0,0316 0,0632 0,0948
40 33,31 0,0312 0,0624 0,0936
45 37,64 0,0310 0,0620 0,0930
Tabela 35 - Estimativas das exigências dietéticas de magnésio para o ganho
em peso vivo (g/animal/dia), em cordeiras F1 (BE, IF, TE).
133
Ganho Diário(g)
(g Mg / animal / dia)
Peso vivo
(kg)
PCV
(kg)
100 200 300
15 11,63 0,2005 0,4010 0,6015
20 15,97 0,1964 0,3928 0,5892
25 19,94 0,1911 0,3822 0,5733
30 24,64 0,1888 0,3776 0,5664
35 28,97 0,1858 0,3716 0,5574
40 33,31 0,1835 0,3670 0,5505
45 37,64 0,1823 0,3646 0,5469
Tabela 36 - Estimativas das exigências líquidas e dietéticas de potássio para
o ganho em peso vivo (g/animal/dia), em cordeiras SI.
Ganho Diário(g)
(g K / animal / dia)
Peso vivo
(kg)
PCV
(kg)
100 200 300
15 11,63 0,1267 0,2534 0,3801
20 15,97 0,1248 0,2496 0,3744
25 19,94 0,1176 0,2352 0,3528
30 24,64 0,1159 0,2318 0,3477
35 28,97 0,1134 0,2268 0,3402
40 33,31 0,1115 0,2230 0,3345
45 37,64 0,1099 0,2198 0,3297
Tabela 37 - Estimativas das exigências líquidas e dietéticas de potássio para
o ganho em peso vivo (g/animal/dia), em cordeiras F1 (BE, TE, IF).
134
Ganho Diário(g)
(g K / animal / dia)
Peso vivo
(kg)
PCV
(kg)
100 200 300
15 11,63 0,1250 0,2500 0,3750
20 15,97 0,1077 0,2154 0,3231
25 19,94 0,1028 0,2056 0,3084
30 24,64 0,1008 0,2016 0,3024
35 28,97 0,0986 0,1972 0,2958
40 33,31 0,0961 0,1922 0,2883
45 37,64 0,0945 0,1890 0,2835
Tabela 38 - Estimativas das exigências líquidas de sódio para o ganho em
peso vivo (g/animal/dia), em cordeiras SI.
Ganho Diário(g)
(g Na / animal / dia)
Peso vivo
(kg)
PCV
(kg)
100 200 300
15 11,63 0,1023 0,2046 0,3069
20 15,97 0,0978 0,1956 0,2934
25 19,94 0,0932 0,1864 0,2796
30 24,64 0,0913 0,1826 0,2739
35 28,97 0,0888 0,1776 0,2664
40 33,31 0,0869 0,1738 0,2607
45 37,64 0,0852 0,1704 0,2556
135
Tabela 39 - Estimativas das exigências dietéticas de sódio para o ganho em
peso vivo (g/animal/dia), em cordeiras SI.
Ganho Diário(g)
(g Na / animal / dia)
Peso vivo
(kg)
PCV
(kg)
100 200 300
15 11,63 0,1124 0,2248 0,3372
20 15,97 0,1074 0,2148 0,3222
25 19,94 0,1024 0,2048 0,3072
30 24,64 0,1003 0,2006 0,3009
35 28,97 0,0975 0,1950 0,2925
40 33,31 0,0954 0,1908 0,2862
45 37,64 0,0936 0,1872 0,2808
Tabela 40 - Estimativas das exigências líquidas de sódio para o ganho em
peso vivo (g/animal/dia), em cordeiras F1 (BE, TE, IF).
Ganho Diário(g)
(g Na / animal / dia)
Peso vivo
(kg)
PCV
(kg)
100 200 300
15 11,63 0,9664 1,9328 2,8992
20 15,97 0,0930 0,1860 0,279
25 19,94 0,0890 0,1780 0,267
30 24,64 0,0875 0,1750 0,2625
35 28,97 0,0853 0,1706 0,2559
40 33,31 0,0839 0,1678 0,2517
45 37,64 0,0826 0,1652 0,2478
136
Tabela 41 - Estimativas das exigências dietéticas de sódio para o ganho em
peso vivo (g/animal/dia), em cordeiras F1 (BE, TE, IF).
Ganho Diário(g)
(g Na / animal / dia)
Peso vivo
(kg)
PCV
(kg)
100 200 300
15 11,63 0,1061 0,2122 0,3183
20 15,97 0,1021 0,2042 0,3063
25 19,94 0,0978 0,1956 0,2934
30 24,64 0,0961 0,1922 0,2883
35 28,97 0,0937 0,1874 0,2811
40 33,31 0,0921 0,1842 0,2763
45 37,64 0,0907 0,1814 0,2721
Assim como ocorreu com os minerais cálcio e fósforo, observa-se
que as cordeiras com 45 kg de peso vivo apresentam as menores exigências
de ganho, independente da taxa de ganho diário e, além disso, houve um
aumento nesta exigência para todas as faixas de peso, em função do aumento
na taxa de ganho diário.
Comparando-se as exigências líquidas de magnésio para cordeiras SI,
os valores estimados nessa pesquisa são semelhantes aos valores
preconizados pelo ARC (1980) para os animais com 15kg de PV e 4,87%
inferiores para animais com 45kg de PV. Em relação às fêmeas mestiças,
observa-se que os valores estimados são aproximadamente 21,95% inferiores
para animais com 25 kg de PV e 24,39% para animais com 45kg de PV.
No caso do potássio, as exigências líquidas obtidas neste estudo são
35,33% inferiores para as cordeiras do grupo genético SI com 15 kg de PV,
quando comparados com os dados citados pelo ARC (1980). Entretanto, nas
cordeiras mestiças BE, TE e IF com 15 kg as exigências líquidas são 42,13%
inferiores quando comparados com os valores citados pelo ARC (1980).
Para o sódio os valores encontrados neste trabalho são 7,27% inferiores
para cordeiras SI de 15 kg e 24,54% inferiores para animais de 45kg de PV,
quando comparados com os dados estimados pelo ARC (1980). Porém, para
as fêmeas mestiças BE, TE, IF estes valores o 12,72% inferiores para os
137
animais com 15kg de PV e 25,45% inferiores para cordeiras com 45 kg de
PV.
Com relação às estimativas das exigências líquidas para o ganho, é
preciso ressaltar que as diferenças observadas nas estimativas desses
minerais quando comparados com os valores propostos pelo ARC (1980),
são devidas provavelmente às diferenças na composição corporal das fêmeas
estudadas.
O NRC (1985), quanto às estimativas das exigências de magnésio,
potássio e sódio recomenda valores baseados em ensaios de alimentação que
são dados em porcentagem da matéria seca ingerida, e esses valores são:
0,12 a 0,18% de Mg; 0,50 a 0,80% de K e 0,09 a 0,18% de Na na MS.
Segundo Resende (1989), recomendações desse tipo não são as mais
indicadas, em virtude da grande variabilidade na ingestão de matéria seca e
das diferenças existentes no valor da disponibilidade deste elemento nos
alimentos.
Comparando as exigências dietéticas de magnésio obtidas neste
trabalho, observa-se que estas são aproximadamente 11,08% inferiores às
citadas por Baião et al. (2004), que foi de 0,451g para cordeiros mestiços
inteiros BE, TE, IF com 15 kg de PV/200g de ganho diário.
Com relação às exigências dietéticas de potássio estimadas neste estudo
para as cordeiras SI com 40 kg de PCV/200g de ganho diário, observa-se
que estas são aproximadamente 25,66% inferiores às citadas pelo ARC
(1980), que foi de 3,0g/dia.
Entretanto, para as exigências dietéticas totais de sódio obtidas nesta
pesquisa para as cordeiras mestiças BE, TE, IF, estas foram 33,47%
superiores às citadas pelo ARC (1980), 1,38g/dia para as cordeiras com 40
kg de PV/200g de ganho diário, respectivamente.
138
4.7 - Conclusões
- Existe diferenças na composição corporal de magnésio, potássio e
sódio entre cordeiras SI e, mestiças Bergamácia, Ilê de France e Texel,
que não diferiram entre si;
- As exigências líquidas de magnésio em ganho de peso de cordeiras SI,
variaram de 0,41g a 0,39g de Mg por kg de ganho de PV; em cordeiras
mestiças BE, IF e TE, variaram de 0,34g a 0,31g de Mg por kg de ganho
de PV;
139
- As exigências líquidas de potássio para ganho de peso de cordeiras SI,
variaram de 1,26g a 1,09g por kg de ganho de PV; para as mestiças BE
TE e IF variaram de 1,25g a 0,94g por kg de ganho de PV;
- As exigências líquidas de sódio em ganho de peso de cordeiras SI,
variaram de 1,02g a 0,85g por kg de ganho de PV; para as cordeiras F1
(BE, TE e IF) variaram de 0,96g a 0,82g por kg de ganho de PV;
- É preciso, que mais pesquisas sejam realizadas para comparações dos
dados e, aumento do número de informações sobre a composição
corporal e as exigências de magnésio, potássio e sódio de fêmeas SI e
mestiças criadas no Brasil.
140
4.8 - Referências Bibliográficas
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Comentário:
Não tem a citação
no texto, incluir ou deletar aqui.
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Comentário:
Não tem a citação
no texto, incluir ou deletar aqui.
ANEXOS
144
Tabela 1A - Valores do peso vivo de abate (Pabate), peso de corpo vazio
(PCV) e composição corporal das cordeiras SI, BE, IF e TE em função dos
pesos vivos (média ± desvio padrão).
Santa Inês
Item 15kg 25kg 35kg 45kg
Pabate (kg)
15,73 ± 0,236 25,96 ± 0,208 35,40 ± 0,435 45,05 ± 0,063
PCV (kg)
12,34 ± 0,463 21,75 ± 0,576 29,69 ± 0,646 39,38 ±0,410
Composição Corporal
M.S. (% MN) 38,27 ± 1,745 41,90 ± 0,270 43,01 ± 0,935 46,03 ± 0,607
Gordura (%MN) 10,45 ± 2,586 17,29 ± 3,562 24,71 ± 5,782 28,88 ± 3,305
Energia(Mcal/kgPCV)
2,006 ± 0,005 2,554 ± 0,006 3,247 ± 0,007 3,571 ± 0,004
Proteína (%MN)
Cálcio (MN%)
Fósforo (MN%)
Magnésio (MN%)
Potássio (MN%)
Sódio (MN%)
17,54 ± 0,478
1,323 ± 0,050
0,802 ± 0,030
0,056 ± 0,005
0,194 ± 0,007
0,161 ± 0,007
15,82 ± 0,498
1,203 ± 0,025
0,729 ± 0,015
0,055 ± 0,002
0,179 ± 0,015
0,150 ± 0,003
15,65 ± 0,301
1,131 ± 0,036
0,685 ± 0,021
0,053 ± 0,005
0,166 ± 0,006
0,139 ± 0,002
14,44 ± 0,252
1,085 ± 0,009
0,657 ± 0,005
0,051 ± 0,003
0,157 ± 0,004
0,124 ± 0,003
Bergamácia
Pabate (kg) 16,2 ± 0,351 25,93 ± 0,450 35,76 ± 0,665 45,60 ± 0,551
PCV (kg) 13,15 ± 0,312 21,25 ± 0,502 30,50 ± 0,739 38,35 ± 0,264
Composição Corporal
M.S. (% MN) 38,75 ± 0,802 41,66 ± 0,654 42,86 ± 0,928 45,84 ± 0,993
Gordura (%MN) 11,19 ± 2,337 18,19 ± 4,990 25,44 ± 5,778 29,81 ± 2,666
Energia(Mcal/kgPCV)
Proteína (%MN)
Cálcio (MN%)
Fósforo (MN%)
Magnésio (MN%)
Potássio (MN%)
Sódio (MN%)
2,014 ± 0,004
16,48 ± 0,438
1,207 ± 0,032
0,740 ± 0,019
0,051± 0,001
0,180 ± 0,003
0,151± 0,003
2,616 ± 0,006
15,41 ± 0,301
1,162 ± 0,036
0,712 ± 0,022
0,050 ± 0,003
0,160 ± 0,003
0,141 ± 0,007
3,292 ± 0,007
15,23 ± 0,341
1,094 ± 0,023
0,671 ± 0,014
0,047 ± 0,001
0,152 ± 0,002
0,136 ± 0,004
3,647 ± 0,003
14,23 ± 0,163
0,987 ± 0,009
0,605 ± 0,005
0,044 ± 0,002
0,144 ± 0,003
0,119 ± 0,001
145
(continuação da Tabela 1A)
TEXEL
Item 15 kg 25 kg 35 kg 45 kg
Pabate(kg )
15,53 ± 0,466 26,44 ± 0,514 36,20 ± 0,817 45,35 ± 0,487
PCV (kg)
11,92 ± 0,407 21,31 ± 0,681 29,97 ± 1,219 37,49 ± 0,403
Composição Corporal
M. S. (% MN) 39,06 ± 1,117
42,17 ± 0,157 43,40 ± 0,421 46,46 ± 0,993
Gordura (%MN) 12,07 ± 2,945
18,65 ± 6,624 26,31 ± 7,259 30,84 ± 2,256
Energia(Mcal/kgPCV)
Proteína (%MN)
Cálcio (MN%)
Fósforo (MN%)
Magnésio (MN%)
Potássio (MN%)
Sódio (MN%)
2,064 ± 0,005
15,90 ± 0,554
1,208 ± 0,059
0,741 ± 0,036
0,051 ± 0,023
0,181 ± 0,015
0,151 ± 0,003
2,654 ± 0,008
15,32 ± 0,403
1,139 ± 0,040
0,699 ± 0,024
0,049 ± 0,001
0,160 ± 0,006
0,141 ± 0,007
3,365 ± 0,009
15,06 ± 0,398
1,079 ± 0,028
0,662 ± 0,017
0,045 ± 0,007
0,150 ± 0,007
0,136 ± 0,004
3,730 ± 0,002
13,98 ± 0,111
0,969 ± 0,012
0,594 ± 0,007
0,040 ± 0,002
0,141 ± 0,003
0,119 ± 0,001
ILE DE FRANCE
Pabate (kg)
16,45 ± 0,576 26,30 ± 0,360 35,30 ± 0,432 45,50 ± 0,565
PCV (kg)
12,59 ± 0,647 21,52 ± 0,926 29,29 ± 1,708 37,61 ± 0,848
Composição Corporal
M.S. ( % MN) 39,22 ± 0,719
42,51 ± 0,322 43,63 ± 1,189 47,85 ± 0,210
Gordura (%MN) 13,46 ± 2,103
19,45 ± 3,911 26,95 ± 6,159 31,43 ± 4,908
Energia(Mcal/kgPCV)
Proteína (%MN)
Cálcio (MN%)
Fósforo (MN%)
Magnésio (MN%)
Potássio (MN%)
Sódio (MN%)
2,147 ± 0,006
15,08 ± 0,232
1,204 ± 0,013
0,738 ± 0,008
0,049 ± 0,001
0,177 ± 0,004
0,149 ± 0,001
2,709 ± 0,006
14,94 ± 0,502
1,119 ± 0,023
0,686 ± 0,014
0,047 ± 0,002
0,158 ± 0,006
0,133 ± 0,002
3,400 ± 0,019
14,52 ± 0,809
1,068 ± 0,055
0,655 ± 0,033
0,045 ± 0,008
0,148 ± 0,009
0,122 ± 0,002
3,768 ± 0,006
13,66 ± 0,284
0,960 ± 0,013
0,589 ± 0,008
0,039 ± 0,001
0,139 ± 0,001
0,118 ± 0,001
146
Tabela 2 A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades minerais P,
presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais dos 4 grupos
genéticos SI,BE,TE,IF (Animais de 15 a 45 Kg).
Fontes de Variação GL SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão 1 436178575 43617857 5550,29
0,000
Independente 46 36149838,91 785866,06
P em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
46
1,0781411
0,0165936
1,0781411
0,0165936
2988,76 0,000
Tabela 3 A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades minerais Ca,
presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais os grupos
genético BE,TE,IF. (Animais de 15 a 45 Kg)
Fontes de Variação
GL SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão 1 4.3617857 43617857 5550,29
0,000
Independente 46 36149838,91 785866,06
Ca em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
34
0,7920988
0,0085090
0,7920988
0,0002502
3165,02 0,000
147
Tabela 4 A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades minerais (Ca,
Mg, K e Na), presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais
do grupo genético SI (Animais de 15 a 45 Kg)
Fontes de
Variação
GL
SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão
Independente
1
46
43617857
36149838,91
43617857
785866,06
5550,29 0,000
Ca em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
10
0,2839439
0,0008349
0,2839439
0,0008349
3400,92 0,000
Mg em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
10
0,3470408
0,0093815
0,3470408
0,0093815
369,9193 0,000
K em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
10
0,2785782
0,0039662
0,2785782
0,0039662
702,3637 0,000
Na em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
10
0,2561767
0,0024596
0,2561767
0,0024596
1041,526 0,000
Tabela 5 A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades minerais (Ca,
Mg, K e Na), presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais
do grupo genético BE,TE,IF (Animais de 15 a 45 Kg)
Fontes de Variação GL
SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão
Independente
1
46
43617857
36149838,91
43617857
785866,06
5550,29 0,000
Ca em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
34
0,7920988
0,00085090
0,7920988
0,00025027
3165,02 0,000
Mg em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
34
0,8642860
0,0093815
0,8642860
0,0034882
247,77 0,000
K em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
34
0,7388052
0,0074683
0,7388052
0,0002196
3363,44 0,000
Na em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
34
0,7665427
0,0116458
0,7665427
0,0003425
2237,91 0,000
148
Tabela 6A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades de energia,
presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais dos grupos
genéticos SI e BE (Animais de 15 a 45 Kg)
Fontes de Variação GL
SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão
Independente
1
46
43617857
36149838,91
43617857
785866,06
5550,29
0,000
ENER em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
22
1,8625082
0,00603532
1,8625082
0,0002743
6789,22
0,000
Tabela 7A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades de energia,
presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais dos grupos
genéticosTE e IF (Animais de 15 a 45 Kg)
Fontes de Variação GL
SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão
Independente
1
46
43617857
36149838,91
43617857
785866,06
5550,29
0,000
ENER em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
22
1,8686093
0,0101295
1,8686093
0,0004604
4058,35
0,000
Tabela 8A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades de gordura,
presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais dos grupos
genéticos SI e BE (Animais de 15 a 45 Kg)
Fontes de Variação
GL
SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão
Independente
1
46
43617857
36149838,91
43617857
785866,06
5550,29 0,000
GORD em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
22
2,8835835
0,0107485
2,8835835
0,0004885
5902,07 0,000
149
Tabela 9 A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades de gordura,
presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais dos grupos
genéticosTE e IF (Animais de 15 a 45 Kg)
Fontes de Variação
GL
SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão
Independente
1
46
436178,57
36149838.91
436178,57
785866.06
5550,29 0,000
GORD em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
22
2,6353400
0,0166704
2,6353400
0,0007577
3477,86
0,000
Tabela 10 A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades de proteína,
presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais do grupo
genético SI (Animais de 15 a 45 Kg)
Fontes de Variação
GL
SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão
Independente
1
46
43617857
36149838,91
43617857
785866,06
5550.29 0,000
PROT em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
10
0,2955710
0,0012038
0,2955710
0,0001203
2455,21 0,000
Tabela 11 A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades de proteína,
presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais do grupo
genético BE (Animais de 15 a 45 Kg)
Fontes de Variação
GL
SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão
Independente
1
46
43617857
36149838,91
43617857
785866,06
5550,29 0,000
PROT em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
10
0,31744398
0,00224778
0,31744398
0,0024
779
1281,09
0,000
150
Tabela 12 A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades de proteína,
presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais do grupo
genético TE (Animais de 15 a 45 Kg)
Fontes de Variação GL SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão
Independente
43617857
36149838,91
43617857
785866,06
5550,29 0,000
PROT em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
10
0,3063990
0,0011237
0,3063990
0,0001123
2727,96
0,000
Tabela 13 A - Análise de variância das equações de regressão, para o peso
corpo vazio, em função do peso vivo, e para as quantidades de proteína,
presentes no corpo vazio, em função do peso vazio dos animais do grupo
genético IF (Animais de 15 a 45 Kg)
Fontes de Variação
GL
SQ QM F Prob
PCV em função do PV
Devido à regressão
Independente
1
46
43617857
36149838,91
43617857
785866,06
5550,29 0,000
PROT em função do PCV
Devido à regressão
Independente
1
10
0,3200111
0,0017128
0,3200111
0,0001712
1868,34
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