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ESTUDO
LIMNOLÓGICO E ECOTOXICOLÓGICO DA ÁGUA E
SEDIMENTO DO RIO MONJOLINHO SÃO CARLOS (SP), COM
ÊNFASE NAS SUBSTÂNCIAS DE REFERÊNCIA CÁDMIO E COBRE
Andréa Novelli
Orientadora: Profa. Dra. Arnola Cecília Rietzler
São Carlos
2005
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-graduação em Ciências da
Engenharia Ambiental da EESC/USP
como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em
Ciências da Engenharia Ambiental.
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Dedico:
Aos meus pais, Geraldo (...onde quer que esteja...) e Conceição, que com seus exemplos de vida
e apoio, me fizeram seguir sempre em frente na busca de meus ideais.
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Por mais que se aprenda, é irrisório o saber.
O descanso nunca chega, e há sempre coisas para os olhos, há mundos e
céus, mundos e sóis.
O Universo é sem paredes, e não tens horário de partir nem de chegar.
A corrida é insensata, a Perfeição tem um rosto em cada trecho do caminho.
Até onde a vista vai e a mente pode há toda uma abóbada estrelada.
Onde estiveres estará um pedaço da Eternidade, uma fatia do Mistério.
Sergio Gallo
Quando olho para os rios da minha cidade noto que eles não
têm meandros, não têm barrancos, não tem barcos, não têm
p
eixes; enfim, tudo aquilo que o imaginário popular costuma
associar com rios. Volto-me para a realidade e percebo que
não se trata mais de cursos d’água naturais, com funções de
lazer, alimentação, transporte, irrigação etc., mas de canais
artificiais de condução de esgotos, que caminham
p
astosamente por entre caminhões e automóveis. Sinto
saudades de um tempo que não vivi, de um rio que não vi...
Valério Igor Victoriano
AGRADECIMENTOS
À Profa. Dra. Arnola Cecília Rietzler, pela orientação, paciência e apoio
durante a realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Evaldo Luiz Gaeta Espíndola, pela oportunidade, estímulo e
por tantos outros auxílios ao trabalho em geral.
Aos professores do CRHEA, e em especial, à Profa. Dra. Odete Rocha,
pelos conselhos preciosos durante a fase embrionária do meu mestrado.
À todas as pessoas, e não foram poucas, que auxiliaram em alguma
etapa do trabalho, no campo ou no laboratório:
às “Monjoletes” Aline, Beatriz, Carolina, Renata e Sabrina.
aos técnicos do CRHEA Amândio, América e Marcelo.
à Profa. Dra. Maria Olímpia de Oliveira Rezende do instituto de
Química, pelas análises dos organoclorados.
ao pessoal do laboratório de Ecotoxicologia e Microscopia: Alessandro,
Clarice, Gisele, Juliana, Luci, Mariana, Suzilei e Viviane.
aos alunos estagiários do CRHEA....
À Dra. Janete Brigante, pela amizade e por toda a ajuda prestada desde
o início.
À Fernanda, pela ajuda com a parte estatística.
Aos funcionários do CRHEA, pelas facilidades encontradas.
Ao CNPq, pela bolsa concedida.
À Fapesp, pelo auxílio à pesquisa (Processo n
o
0210494-6).
À toda a minha família....
Ao Victor Hugo, pela grande ajuda com os mapas.
Aos meus amigos, que me ajudaram em todos os momentos, bons ou
ruins, Adriana, Andréa, Ariane, Carmem, Daiane, Domingos, Érica, Helton,
Josiane, Julieta, Júlia, Liliane, Márcia, Maurício, Ricardo, Rodrigo, Rinaldo,
Vitinho,....
A Deus, pela luz.
SUMÁRIO
RESUMO..............................................................................................................i
ABSTRACT.........................................................................................................ii
LISTA DE FIGURAS..........................................................................................iii
LISTA DE TABELAS..........................................................................................ix
Caracterização da área de estudo....................................................................2
CAPÍTULO
1
Caracterização limnológica do rio Monjolinho...............................................9
CAPÍTULO
2
Estudo ecotoxicológico do rio Monjolinho...................................................80
CAPÍTULO 3
Estudo ecotoxicológico das substâncias de referência cádmio
e cobre............................................................................................................108
Recomendações finais..................................................................................134
Referências Bibliográficas............................................................................136
Anexo..............................................................................................................154
Apêndice.........................................................................................................156
i
RESUMO
O presente estudo teve por objetivo avaliar a qualidade dos
compartimentos água e sedimento do rio Monjolinho, localizado na sub-bacia
hidrográfica do Alto Jacaré-Guaçu, na região centro-norte do estado de São
Paulo. Para tanto, foram realizadas análises limnológicas e ecotoxicológicas
em seis estações de amostragem ao longo do rio, durante cinco campanhas de
coleta (julho, outubro de 2003 e janeiro, abril, julho de 2004). Os ensaios de
toxicidade com amostras ambientais foram realizados com os cladóceros
planctônicos Daphnia similis e Ceriodaphnia dubia como organismos-teste.
Adicionalmente, foram realizados testes de sensibilidade aos metais cádmio e
cobre utilizando Daphnia similis e Ceriodaphnia dubia, com o intuito de verificar
se as concentrações permitidas pelo CONAMA 357/05 para estes metais são
adequadas para a proteção da vida aquática em rios de classe 2. Os resultados
obtidos quanto as análises limnológicas apontaram três trechos distintos do rio
Monjolinho considerando-se a qualidade da água: a) trecho não poluído a
ligeiramente poluído (estação 1); b) trecho poluído (estações 2, 3, e 4) e c)
trecho fortemente poluído (estações 5 e 6). Os ensaios de toxicidade com
amostras ambientais indicaram uma maior toxicidade do sedimento do que da
água, particularmente nos períodos de outubro de 2003, janeiro e abril de 2004.
Neste contexto, os testes com sedimento foram mais adequados para uma
avaliação da real condição de toxicidade do sistema. Quanto aos testes de
sensibilidade, os resultados para cádmio foram superiores ao limite
estabelecido pela resolução 357 do CONAMA/05 (1µg.L
-1
), demonstrando
adequabilidade do valor estabelecido para a manutenção da vida aquática em
rios de classe 2, no que se refere ao efeito isolado deste metal. Já os valores
encontrados nos testes de sensibilidade ao cobre foram inferiores ao limite
para cobre dissolvido estabelecido pelo CONAMA 357/05 (9 µg.L
-1
), mostrando
que o valor definido para a manutenção da biota aquática ainda não está
adequado, levando-se em consideração o efeito isolado deste contaminante.
Palavras chave: limnologia, ecotoxicologia, cádmio, cobre.
ii
ABSTRACT
The present study aimed to evaluate water and sediment quality of
Monjolinho river, located at High Jacaré-Guaçu water basin, in the center of
São Paulo State. Limnological and ecotoxicological analyses were carried out in
six sampling stations along the river, during five sampling periods (July, October
of 2003 and January, April, July of 2004). Bioassays with environmental
samples were carried out with planktonic crustaceans, Daphnia similis and
Ceriodaphnia dubia, as test organisms. Additionally, tests of sensibility to
cadmium and copper were carried out with the same species to verify if their
allowed concentrations by CONAMA 357/05 are appropriate for the protection
of the aquatic life in class 2 rivers. The results of the limnological analyses
indicated three distinct regions of water quality: a) not polluted to slightly
polluted region (station 1); b) polluted region (stations 2, 3, and 4) and c) highly
polluted region (stations 5 and 6). The bioassays with environmental samples
indicated greater sediment toxicity than water toxicity, particularly in October of
2003, January and April of 2004. The tests of sensibility to cadmium, showed
higher values than the limit established by resolution 357 of CONAMA/05 for
this metal (1 µ.L
-1
), demonstrating adequacy of the established value for the
maintenance of the aquatic life in class 2 waters, concerning the isolated effect
of cadmium. However, the tests of sensibility to copper, presented lower values
than its limit established by CONAMA 357/05 (9 µg.L
-1
), showing that the
determined value of copper for the maintenance of the aquatic biota is still not
adequate, considering the isolated effect of this pollutant.
Keywords: limnology, ecotoxicology, cadmium, copper.
iii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Ilustração da bacia hidrográfica do Tietê – Jacaré (modificado de
CBH-TJ, 2000) 4
FIGURA 2 – Localização das sub-bacias hidrográficas do Tietê – Jacaré; em
cinza, a sub-bacia do Alto Jacaré-Guaçu ( modificado de CBH-TJ,
2000) 4
FIGURA 3 – Imagem da bacia hidrográfica do Alto Jacaré – Guaçu
caracterizando o uso e ocupação do solo (modificado de CBH-TJ,
2000). 8
FIGURA 4 – Ilustração dos pontos de coleta no rio Monjolinho (modificado de
CBH - TJ, 2000). 12
FIGURA 5 - Estação de coleta 1: A) pequena mata de galeria na região da
nascente; B) foto panorâmica, mostrando a proximidade da região da
nascente do rio Monjolinho à cidade de São Carlos. 13
FIGURA 6 Estação de coleta 2: A) Vista em detalhe do ponto de coleta; B)
Vista geral do ponto de coleta. 13
FIGURA 7 Estação de coleta 3: A) situação do rio antes do início das obras; B)
e C) situação do ponto de coleta durante a campanha de coleta em
abril de 2004. 14
FIGURA 8 - Estação de coleta 4: A) rio Monjolinho em fluxo normal; B)
represamento do rio durante a campanha de amostragem de abril de
2004. 14
F
IGURA 9 - Estação de coleta 5: A) ponto de coleta; B) visão geral da estação 15
F
IGURA 10 - Estação de coleta 6: rio Monjolinho antes (A) e depois (B) da
confluência com o rio Jacaré-Guaçu. 15
FIGURA 11 - Variação da precipitação pluviométrica total (mm) durante o período
de 01/01/2003 a 30/11/2004. As colunas pretas indicam os meses
em que se realizaram as coletas. 20
FIGURA 12 – Valores de vazão (m
3
.s
-1
) e precipitação, durante as cinco
campanhas de coleta no rio Monjolinho. 22
F
IGURA 13 Valores de vazão (m
3
.s
-1
) e da altitude, durante as cinco
campanhas de coleta no rio Monjolinho. 23
iv
FIGURA 14 Valores de temperatura (
o
C) nas estações de coleta do rio
Monjolinho, durante o período de estudo. 24
FIGURA 15 Valores de oxigênio dissolvido (mg.L
-1
) nas estações de coleta do
rio Monjolinho. A linha tracejada indica o limite máximo estabelecido
pela resolução CONAMA 357/05. 26
FIGURA 16 - Valores de pH em diferentes trechos do rio Monjolinho, durante o
período de estudo. 28
FIGURA 17 Valores da condutividade elétrica (µS.cm
-1
) nas diferentes estações
de coleta no rio Monjolinho, durante o período de estudo. A linha
tracejada indica o valor máximo esperado para águas naturais. 29
FIGURA 18 - Valores de material em suspensão total, orgânico e inorgânico,
expressos em mg.L
-1
, nas diferentes estações de coleta no rio
Monjolinho, durante o período de estudo. 31
FIGURA 19 Valores de nitrogênio orgânico total (mg.L
-1
) nas amostras de água
do rio Monjolinho, durante o período de estudo. 32
FIGURA 20 - Valores de nitrato (µg.L
-1
) nas amostras de água do rio Monjolinho,
durante o período de estudo. 34
FIGURA 21 - Valores de nitrito (µg.L
-1
) nas amostras de água do rio Monjolinho,
durante o período de estudo. 35
FIGURA 22 - Valores do íon amônio (µg.L
-1
) nas amostras de água do rio
Monjolinho, durante o período de estudo. 36
F
IGURA 23 Valores de fósforo total (µg.L-
1
) nas amostras de água do rio
Monjolinho, durante o período de estudo. A linha tracejada indica o
limite aceito pelo CONAMA 357/05 para rios de classe 2. 39
F
IGURA 24 Valores de fosfato total dissolvido (µg.L-1) nas amostras de água
do rio Monjolinho, durante o período de estudo. 40
FIGURA 25 - Valores de fosfato inorgânico (µg.L
-1
) nas amostras de água do rio
Monjolinho, durante o período de estudo. 41
FIGURA 26 - Valores de cloreto, sulfeto e sulfato (mg.L
-1
) em amostras de água
coletadas no rio Monjolinho, durante o período de estudo. A linha
tracejada da figura correspondente ao sulfeto indica o limite aceito
pela resolução CONAMA 357/05. 44
v
FIGURA 27 Valores da demanda química de oxigênio (DQO), expressos em
mg.L
-1
, em amostras de água coletadas no rio Monjolinho, durante o
período de estudo. 46
FIGURA 28 Teores de cromo, cádmio e cobre, expressos em µg.L-1, em
amostras de água coletadas no rio Monjolinho durante o período de
estudo. 49
FIGURA 29 - Teores de zinco, manganês e ferro expressos em mg.L
-1
, em
amostras de água coletadas no rio Monjolinho durante o período de
estudo. 51
FIGURA 30 Valores de coliformes fecais (NMP.100mL
-1
) em amostras de água
coletadas no rio Monjolinho durante o período de estudo. 55
FIGURA 31 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de julho de 2003. 57
FIGURA 32 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de outubro de 2003 . 57
FIGURA 33 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de janeiro de 2004. 58
FIGURA 34 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de abril de 2004. 59
FIGURA 35 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de julho de 2004. 59
F
IGURA 36 Dados de granulometria do sedimento do rio Monjolinho, durante o
período de estudo; PMF: pedregulho muito fino; AG: areia grossa;
AM: areia média; AF: areia fina e S + A: silte mais argila. 61
F
IGURA 37 Porcentagem de matéria orgânica nas estações de coleta no rio
Monjolinho durante o período de estudo. 63
FIGURA 38 Valores de fósforo total (µg.g
-1
) em amostras de sedimento
coletadas no rio Monjolinho durante o período de estudo. 64
FIGURA 39 Porcentagem de nitrogênio orgânico total nas estações de coleta
no rio Monjolinho durante o período de estudo. 65
FIGURA 40 Valores de potencial redox (mV) e temperatura (
o
C) nos
sedimentos do rio Monjolinho durante o período de estudo. 67
vi
FIGURA 41 - Valores de cromo, cádmio e cobre (µg.g
-1
) potencialmente
biodisponíveis nos sedimentos do rio Monjolinho, durante o período
de estudo. 69
FIGURA 42 - Valores de zinco, manganês e ferro (mg.Kg
-1
) potencialmente
biodisponíveis nos sedimentos do rio Monjolinho, durante o período
de estudo. 71
FIGURA 43 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de julho de 2003. 74
FIGURA 45 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de janeiro de 2004. 75
FIGURA 46 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de abril de 2004. 76
FIGURA 47 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de julho de 2004. 76
FIGURA 48 - Resultados dos testes de sensibilidade de Ceriodaphnia dubia ao
cloreto de sódio como substância de referência (Carta Controle
2003). 90
FIGURA 49 - Resultados dos testes de sensibilidade de Ceriodaphnia dubia ao
cloreto de sódio como substância de referência (Carta Controle
2004). 91
F
IGURA 50- Resultados dos testes de sensibilidade de Daphnia similis ao
dicromato de potássio como substância de referência (Carta Controle
2003). 91
F
IGURA 51- Resultados dos testes de sensibilidade de Daphnia similis ao
dicromato de potássio como substância de referência (Carta Controle
2004). 92
FIGURA 52 - Porcentagem de imobilidade de Daphnia similis nos ensaios de
toxicidade aguda com amostras de água do rio Monjolinho, coletadas
em julho e outubro de 2003, e janeiro, abril e julho de 2004. A linha
tracejada representa o limite estabelecido de toxicidade. 93
FIGURA 53-Total de neonatas de Ceriodaphnia dubia produzidas nos bioensaios
de toxicidade crônica com amostras de água do rio Monjolinho,
coletadas em outubro/03, janeiro/04, abril/04 e julho/04. 96
vii
FIGURA 54 - Porcentagem de imobilidade de Daphnia similis nos bioensaios de
toxicidade aguda com amostras de sedimento do rio
Monjolinho,coletadas em julho e outubro de 2003, e janeiro, abril e
julho de 2004. A linha tracejada representa o limite estabelecido de
toxicidade. 100
FIGURA 55-Total de neonatas de Ceriodaphnia dubia produzidas nos bioensaios
de toxicidade crônica com amostras de sedimento do rio Monjolinho,
coletadas em outubro/03, janeiro/04, abril/04 e julho/04. 103
FIGURA 56- Resultados dos testes de sensibilidade de Daphnia similis ao
cádmio (cloreto de cádmio, expresso em µg.L
-1
). 117
FIGURA 57- Resultados dos testes de sensibilidade (CE50-48h) de Ceriodaphnia
dubia ao metal cádmio (Cloreto de cádmio, expresso em µg.L
-1
).
.........................................................................................................117
FIGURA 58 – Total de neonatas de C.dubia produzidas no teste de toxicidade
crônica com o metal cádmio, realizado em 22 de setembro de 2004.
119
FIGURA 59 - Total de neonatas de C.dubia produzidas no teste de toxicidade
crônica com o metal cádmio, realizado em 26 de outubro de 2004.
119
FIGURA 60- Resultados dos testes de sensibilidade (CE50-48h) de Daphnia
similis ao metal cobre (sulfato de cobre, expresso em µg.L
-1
). 123
FIGURA 61 -Resultados dos testes de sensibilidade (CE50-48h) de Ceriodaphnia
dubia ao metal cobre (sulfato de cobre, expresso em µg.L
-1
). 124
FIGURA 62- Total de neonatas de C.dubia produzidas no teste de toxicidade
crônica com o metal cobre, realizado em 22 de setembro de 2004.
126
FIGURA 63- Total de neonatas de C.dubia produzidas no teste de toxicidade
crônica com o metal cobre, realizado em 26 de outubro de 2004. 126
FIGURA 64 – Total de neonatas produzidas no teste de toxicidade crônica com o
metal cobre, realizado em 09 de novembro de 2004. 127
FIGURA 65 - Ovos de Ceriodaphnia dubia eliminados durante o teste. (aumento
de 10x (a) e 40x (b), respectivamente). 128
viii
FIGURA 66 - Fêmeas expostas ao cobre durante o teste; em detalhe a câmara
incubadora vazia. (aumento de 10x) 129
FIGURA 67 - Fêmeas provenientes do controle : a) ovos ; b) neonatas mais
desenvolvidas. (aumento de 10x). 129
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Principais características das estações de coleta no rio Monjolinho,
São Carlos-SP. 11
TABELA 2 – Metodologia de análise dos principais parâmetros de qualidade de
água considerados no presente estudo. 17
TABELA 3 – Metodologia de análise dos principais parâmetros de qualidade de
sedimento considerados no presente estudo. 18
TABELA 4 - Valores de vazão (m
3
.s
-1
) medidos em diferentes trechos do rio
Monjolinho. 21
TABELA 5 Metais analisados neste estudo e a sua origem no ecossistema
aquático. 47
TABELA 6 Teores de organoclorados (µg.L
-1
) no rio Monjolinho, durante as
coletas entre julho de 2003 e janeiro de 2004. Os números em
negrito indicam os valores que ultrapassaram o limite aceito pela
resolução CONAMA 357/05. 54
TABELA 7 Teores de organoclorados (µg.kg-1) nos sedimentos do rio
Monjolinho durante as coletas entre julho de 2003 e janeiro de 2004.
73
T
ABELA 8- Principais características das estações de coleta do rio Monjolinho,
São Carlos (SP). 83
TABELA 9 - Resultados dos bioensaios de toxicidade aguda com amostras de
água para o organismo-teste Daphnia similis, das cinco campanhas
de coleta, entre julho de 2003 e julho de 2004. 93
T
ABELA 10 - Resultado do teste de Dunnett para os dados de reprodução de
Ceriodaphnia dubia em bioensaio de toxicidade crônica com
amostras de água, no período de estudo. 95
TABELA 11 - Resultados dos bioensaios de toxicidade aguda com amostras de
sedimento para o organismo-teste Daphnia similis, das cinco
campanhas de coleta entre julho de 2003 e julho de 2004. 1000
TABELA 12 - Resultado do teste de Dunnett e de Bonferroni para os dados de
reprodução de Ceriodaphnia dubia em bioensaio de toxicidade
crônica com amostras de sedimento, no período de estudo. 102
x
TABELA 13 - Valores de CE50-48h para Daphnia similis, nos testes de
sensibilidade utilizando cádmio como substãncia de referência
(cloreto de cádmio, expresso em µg.L
-1
). 116
TABELA 14 - Valores de CE50-48h para Ceriodaphnia dubia, nos testes de
sensibilidade utilizando cádmio como substância de referência
(cloreto de cádmio, expresso em µg.L
-1
). 117
TABELA15 - Valores de CEO, CENO e VC (valor crônico), nos testes de
toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia, utilizando cádmio
(cloreto de cádmio) como substância de referência, expressos em
µg.L
-1
. 119
TABELA 16 - Valores de CE(50) de algumas espécies de cladóceros ao cádmio,
determinados por diferentes autores e expressos em µg Cd. L
-1
. 122
TABELA 17- Valores de CE50-48h de Daphnia similis nos testes de sensibilidade
ao cobre (sulfato de cobre), expressos em µg.L
-1
. 123
TABELA 18 - Valores de CE50-48h de Ceriodaphnia dubia nos testes de
sensibilidade ao cobre (sulfato de cobre), expressos em µg.L
-1
. 124
TABELA 19 - Resultados da contagem de ovos não desenvolvidos e eliminados
pelas fêmeas durante os dois últimos testes de Ceriodaphnia dubia
expostas ao cobre. 128
TABELA 20 – Valores de CE(50) em testes de sensibilidade ao cobre (expressos
em µg Cu. L
-1
) para algumas espécies de cladóceros determinados
por diversos autores. 132
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
1
APRESENTAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
Essa dissertação é parte de um projeto de pesquisa maia amplo,
financiado pela FAPESP (Processo n
o
0210494-6) intitulado “Estudos
limnológicos e ecotoxicológicos (laboratoriais e in situ) no rio Monjolinho (São
Carlos, SP), com ênfase na avaliação da toxicidade de metais e pesticidas
organoclorados no zooplâncton (Daphnia similis e Ceriodaphnia dubia), bentos
(Chironomus xanthus) e peixes (Danio rerio e Poecilia reticulata)”, o qual foi
subdividido em outros projetos de pesquisa, dando origem a uma monografia
de graduação (RODRIGUES, 2005), três dissertações de Mestrado (NOVELLI,
2005; VIANA, 2005; CAMPAGNA em preparação) e duas teses de Doutorado
(DORNFELD e FRACÁCIO, ambas em preparação).
O objetivo geral do presente estudo foi avaliar as condições físicas,
químicas, biológicas e ecotoxicológicas dos compartimentos água e sedimento
do rio Monjolinho, e, também averiguar a toxicidade das substâncias de
referência cádmio e cobre em testes de laboratório, uma vez que no rio
Monjolinho, suas concentrações estiveram acima do limite estabelecido pela
legislação vigente durante o início do projeto (CONAMA 20/86) para rios de
classe 2.
Essa dissertação está organizada em três capítulos.
O Capítulo 1 apresenta uma caracterização limnológica do rio
Monjolinho, discutindo a relação entre as variáveis físicas, químicas e
biológicas da água e sedimento com a problemática ambiental da bacia
hidrográfica.
O Capítulo 2 traça um perfil ecotoxicológico do rio Monjolinho, discutindo
a relação entre variáveis limnológicas (Capítulo 1) e ecotoxicológicas.
O Capítulo 3 discute a importância da realização de testes de toxicidade
em laboratório com as substâncias de referência cádmio e cobre (metais
encontrados no rio Monjolinho), procurando averiguar se as concentrações
permitidas pela legislação vigente CONAMA 357/05 estão adequadas para rios
de classe 2.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
2
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
1-
Bacia hidrográfica como unidade de estudo
A bacia hidrográfica corresponde a uma unidade natural, ou seja, uma
determinada área da superfície terrestre, cujos limites são criados pelo próprio
escoamento das águas sobre esta superfície, ao longo do tempo. Isso significa
que a bacia hidrográfica é o resultado da interação da água e de outros
recursos naturais como: material de origem, topografia, vegetação e clima.
Assim, um curso d’ água, independente do seu tamanho, é sempre o resultado
da contribuição de determinada área topográfica, que é a sua bacia
hidrográfica (LEOPOLD, 1971; BRANCO, 1999).
O curso d’ água assim constituído responde às influências dos
processos ocorridos em sua área de entorno. Assim, o estudo das
características fisiográficas da bacia hidrográfica, bem como seu uso e
ocupação, em geral, tornam-se importantes fatores para a avaliação da
degradação ambiental que essa bacia possa estar sofrendo ou mesmo
contribuindo para que outras sofram (BRIGANTE & ESPÍNDOLA, 2003).
1.1- Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré
A bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré foi definida como a Unidade de
Gerenciamento de Recursos Hídricos 13 (UGRHI-13) pela Lei n
o
9.034/94, a
qual teve o Comitê de Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré - CBH-TJ instalado
em 10/11/1995. Possui uma área total de 11.537km
2
, segundo a Secretaria de
Meio Ambiente - SMA (1997), ocupando assim, a 14ª posição em área de
drenagem entre as demais UGRHI do Estado, em ordem decrescente (CBH-TJ,
2000).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
3
A UGRHI Tietê-Jacaré é composta por 34 municípios, e localiza-se na
porção central do Estado, fazendo parte da diretoria regional do DAEE da
Bacia do Baixo Tietê, na divisa com a do Médio Tietê. Ela faz limite a norte e
oeste com a UGRHI-16 (Tietê/Batalha), a leste e sudeste limita-se com a
UGRHI-5 (Piracicaba/Capivari/Jundiaí), a sul com as UGRHI-10 e 17
(Tietê/Sorocaba e Médio Paranapanema, respectivamente) e a nordeste com a
UGRHI-9 (Mogi-Guaçu) (Figura 1).
Os principais usos do solo da bacia são divididos em áreas destinadas
às atividades agroindustrial e agropecuária. No uso rural, predominam as
culturas de cana-de-açúcar, cítricos e grandes áreas de pastagens (CETESB,
2004).
Ainda de acordo com a CETESB (op. cit.), os principais usos da água
estão vinculados ao abastecimento público e industrial, à geração de energia
elétrica, como meio dispersor de efluentes domésticos e industriais e também
para irrigação de plantações.
A bacia do Tietê - Jacaré através de critérios hidrológicos, físicos e
sócio-econômicos foi dividida em 9 sub-bacias, e na sub-bacia do Alto Jacaré-
Guaçu está inserido o rio Monjolinho, objeto do presente estudo (Figura 2).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
4
LOCALIZAÇÃO DA UGRHI NO ESTADO
1 - MANTIQUEIRA
2 - PARAÍBA DO SUL
3 - LITORAL NORTE
4 - PARDO
5 - PIRACICABA/CAPIVARI/JUNDIAÍ
6 - ALTO TIETÊ
12 - BAIXO PARDO/GRANDE
13 - TIETÊ/JACARÉ
14 - ALTO PARANAPANEMA
15 - TURVO/GRANDE
16 - TIETÊ/BATALHA
17 - MÉDIO PARANAPANEMA
7 - BAIXADA SANTISTA
8 - SAPUCAÍ MIRIM/GRANDE
9 - MOGI-GUAÇU
10 - SOROCABA/MÉDIO TIETÊ
11 - RIBEIRA DE IGUAPE/LITORAL SUL
18 - SÃO JOSÉ DOS DOURADOS
19 - BAIXO TIETÊ
20 - AGUAPEÍ
21 - PEIXE
22 - PONTAL DO PARANAPANEMA
FIGURA 1 – Ilustração da bacia hidrográfica do Tietê – Jacaré. (modificado de
CBH-TJ, 2000).
5
1
3
9
7
4
2
8
7 - BAIXO/MÉDIO JACARÉ-PEPIRA
9 - RIO J
8 - ALTO JACARÉ-PEPIRA
6 - ALTO JACARÉ-GUAÇU
5 - MÉDIO JACARÉ-GUAÇU
4 - BAIXO JACARÉ-GUAÇU
3 - RIO BAURU
2 - RIO TIETÊ/RIO LENÇÓIS
1- RIO TIETÊ/RIO CLARO
6
FIGURA 2 – Localização das sub-bacias hidrográficas do Tietê – Jacaré; em
cinza, a sub-bacia do Alto Jacaré-Guaçu. (modificado de CBH-TJ, 2000).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
5
1.1.2- Sub-bacia do Alto Jacaré-Guaçu
De acordo com o CBH-TJ (2000), a sub-bacia do Alto Jacaré-Guaçu
abrange uma área de 1.112.91 Km
2
, representando dessa forma, 9,5 % da
área total da bacia do Tietê-Jacaré. Ela compreende seis municípios, com
maiores porcentagens em áreas associadas aos municípios de São Carlos
(37,34%) e Brotas (23,18%).
O rio Monjolinho tem uma extensão de, aproximadamente, 43,25 Km e
está localizado entre os paralelos 21º57’ e 22º06’ de latitude sul e os
meridianos 47º50’ e 48º05’ de longitude oeste (SÉ, 1992; MENDES, 1998).
Nasce no planalto de São Carlos, a leste do município, na cota de 900m,
percorrendo o sentido leste – oeste e deságua no Jacaré-Guaçu, sendo este
um dos importantes afluentes da margem direita do rio Tietê, o qual recebe
este afluente no reservatório de Ibitinga, um dos sistemas pertencentes ao
complexo de reservatórios construídos em cascata no rio Tietê (ESPÍNDOLA,
2000). Apresenta como característica marcante o desenvolvimento urbano da
cidade de São Carlos e os impactos provenientes de suas atividades.
O rio Monjolinho antes de percorrer a área urbana de São Carlos,
recebe contribuições de alguns tributários como: córrego da Matinha, córrego
Ponte de Tábua, córrego São Rafael e outros de menor porte. Na área
urbana, este rio foi canalizado recebendo contribuições de diversos tributários
como os córregos Maria Madalena, Tijuco Preto, Mineirinho e Gregório.
Recebe também águas residuárias da região norte de São Carlos e despejos
provenientes de indústrias. De acordo com os dados divulgados pela SEADE
(2004) - Fundação Sistema Estadual de Análises de Dados, são cerca de 534
industrias representadas por metalurgia, papel, tintas, alimentos, curtumes,
têxtil, entre outras. Após drenar o trecho urbano, o rio percorre áreas
agropastoris (predomínio de cultura de cana-de-açúcar), recebendo
contribuições dos córregos Água Quente e Água Fria, córrego da Serra,
Cancã, Palmital e finalmente desemboca no rio Jacaré-Guaçu (ESPÍNDOLA,
2000; PELÁEZ-RODRIGUES, 2001).
Em relação aos efluentes domésticos de São Carlos, há um sistema
coletor de 100% do volume gerado, o qual é lançado in natura no rio
Monjolinho, pois a cidade não possui sistema de tratamento de esgoto.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
6
De acordo com o relatório de qualidade das águas interiores do estado
de São Paulo realizado pela CETESB, em 2004, no rio Jacaré-Guaçu, os
índices IVA – Índice de qualidade das águas para proteção da vida aquática e,
também, o IET – Índice de estado trófico, apresentaram qualidade ruim (média
de 5,0) e condição eutrófica (média de 67, 0), respectivamente. Diante desse
fato, a CETESB recomendou que se priorize o tratamento dos esgotos gerados
nas sub-bacias do Jacaré-Guaçu e Jacaré Pepira.
Nos últimos treze anos, vários trabalhos foram realizados na bacia do rio
Monjolinho, dentre eles o de SÉ (1992), que estudou o rio Monjolinho e a sua
bacia hidrográfica como integradores de sistemas ecológicos, visando iniciar
um processo de recuperação das funções ecológicas básicas deste
ecossistema através de um plano de educação ambiental para as populações
locais e regionais.
CHINALIA (1996), avaliou a qualidade de água dos rios Monjolinho e
Jacaré-Guaçu por meio da caracterização das populações de protozoários,
enquanto GUERESCHI (1995) e MENDES (1998), avaliaram a qualidade do rio
Monjolinho através de biomonitoramento dos invertebrados bentônicos,
realizando coletas em dois períodos sazonais distintos (seca e chuva).
SALAMI (1996), estudou as influências climáticas e antropogênicas nas
características físicas e químicas do rio Monjolinho com base em coletas
mensais realizadas em dois períodos trimestrais, de julho a setembro de 1991,
representado o período de seca, e de janeiro a março de 1992, representado o
período de chuva.
BARRETO (1999), estudou a distribuição de metais pesados no rio
Monjolinho, com ênfase na assimilação pelas comunidades biológicas
(nectônica, macrófita, bentônica e perifítica). Além disso, MARINELLI et al.
(2000) e FRACÁCIO et al. (2000) avaliaram a qualidade do rio Monjolinho
através de um estudo integrado, o primeiro com uma abordagem limnológica, e
o segundo, ecotoxicológica, realizado em uma única coleta (maio de 1999).
PELÁEZ RODRIGUES (2001) avaliou a qualidade da água dos rios
Monjolinho e Ribeirão do Feijão através da análise das características
limnológicas, das substâncias tóxicas e da comunidade de macroinvertebrados,
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
7
realizado em dois períodos sazonais distintos, chuvoso (em março) e de
estiagem (em agosto).
Também PERES (2002), estudou a utilização de macroalgas como
indicadoras da qualidade da água do rio Monjolinho, correlacionando as
espécies encontradas com as variáveis ambientais, realizado no período
menos chuvoso (maio a outubro de 1998).
Todos estes trabalhos têm comprovado um gradiente decrescente da
qualidade da água desde a nascente a foz deste rio, sendo que as principais
funções de força que determinam a redução na sua qualidade de água são os
lançamentos de esgoto doméstico e industrial, além da expansão das
atividades agrícolas.
De acordo com as classes de qualidade do Decreto Estadual N.
o
10.755
de 1977, o rio Monjolinho encontra-se enquadrado até a confluência com o
córrego do Gregório na classe 2, e após este trecho, encontra-se enquadrado
na classe 4. Entretanto, no presente estudo, para critério de comparação com o
CONAMA 357/05, foram utilizados os padrões da classe 2, a qual estabelece,
dentre suas prioridades, a preservação da biota aquática.
1.1.3- Uso do solo
A vegetação original da bacia era caracterizada, principalmente, pelo
cerrado. Entretanto, este panorama foi se modificando em decorrência das
atividades antrópicas, pelo uso e ocupação do solo para diversas finalidades
(FERRANTE, 1989). Em conseqüência disso, atualmente, verifica-se uma
grande alteração da paisagem na bacia, onde são encontrados poucos
testemunhos da vegetação original, principalmente de matas que persistem nas
partes mais elevadas topograficamente e de difícil ocupação.
Segundo SILVA et al. (2000), a bacia do rio Monjolinho apresenta-se
com 26,3% do remanescente vegetal, sendo que deste total apenas 17,5% são
fragmentos de vegetação natural e 8,8% são fragmentos de capoeira. A
maioria da área vegetal (73,7%) consiste basicamente de áreas de cultivo de
cana-de-açúcar (35,7%) e pasto cultivado (20,0%) (Figura 3).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
8
CRISCUOLO et al. (2000), analisando o processo de urbanização de
São Carlos verificou que a cidade ocupava 6,4% do território da bacia em 1965,
atingindo 15,0% em 1998. Em relação à agricultura, verificou que de 1965 até
1998 ocorreu um aumento de 10,8% na área cultivada com cana-de-açúcar,
chegando a totalizar 35,7% de toda a área, sendo esta a única cultura a ter um
aumento significativo.
Ibaté
Itirapina
SÃO
CARLOS
E
N.G
W
SS
W
N.G.
E
ESCALA
LEGENDA
FIGURA 3 – Imagem da bacia hidrográfica do Alto Jacaré – Guaçu
caracterizando o uso e ocupação do solo (modificado de CBH-TJ, 2000).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
9
CAPÍTULO 1
CARACTERIZAÇÃO LIMNOLÓGICA DO RIO MONJOLINHO
1.1 - Introdução
Os sistemas lóticos são sistemas abertos sujeitos à entrada de material
alóctone proveniente dos ecossistemas terrestres. Dessa forma, a área de
entorno tem relação direta com o sistema aquático em razão da grande
conectividade entre os componentes, água e meio terrestre.
Naturalmente, as características físicas e químicas de todo corpo de
água são determinadas, em grande parte, pelos processos climáticos,
geológicos e morfológicos, que ocorrem em escala de tempo e espaço
bastante diferenciadas e que podem variar muito de bacia para bacia e de
região para região (HYNES, 1970).
Os estudos em sistemas lóticos tornam-se complexos devido ao grau de
variabilidade espacial e temporal de muitas de suas características. Segundo
MARGALEF (1983), os rios retratam os atuais processos ecológicos que
ocorrem em sua bacia, inclusive aqueles devido às atividades humanas de
ocupação do solo e utilização da água.
Como os rios são sistemas de drenagem e de transporte com intensa
relação com os ecossistemas terrestres, estes sofrem com os impactos
decorrentes das atividades humanas em sua área de entorno, o que fatalmente
leva a degradação da qualidade de suas águas ao longo da bacia, a qual é
atribuída à :
urbanização não planejada, que aliada ao crescimento populacional e o
adensamento geram construções em áreas de proteção permanente,
junto aos córregos; a impermeabilização do solo com alteração do
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
10
escoamento superficial e ocorrência de enchentes; e a destruição das
matas de galeria;
degradação dos mananciais urbanos com o lançamento de efluentes
domésticos e industriais;
atividades agro-industriais com utilização indiscriminada de agrotóxicos;
Assim, o uso e ocupação do solo na bacia em questão, promovem
alterações nesta dinâmica natural, impondo um novo padrão de organização no
sistema.
Nesse sentido, o conhecimento atual das características físicas,
químicas e biológicas do sistema do rio Monjolinho e sua comparação com
estudos anteriores, possibilitam a elaboração de um diagnóstico ambiental da
bacia em estudo que poderão ser utilizados na adoção de medidas mais
adequadas de gerenciamento dos recursos naturais, de acordo com o princípio
da sustentabilidade.
1.2- Objetivos
O presente estudo procurou avaliar as condições físicas, químicas e
biológicas dos compartimentos água e sedimento do rio Monjolinho,
relacionando-as a aspectos climatológicos da bacia de drenagem.
1.3- Materiais e métodos
1.3.1- Períodos e pontos de coleta
As coletas foram realizadas em cinco períodos (julho, outubro de 2003 e
janeiro, abril e julho de 2004) de forma a obter um ciclo sazonal completo, com
períodos de seca e chuva, bem como, períodos intermediários entre ambos,
em seis estações de coleta escolhidas com base em trabalhos anteriormente
realizados na bacia do rio Monjolinho, quanto aos aspectos de qualidade de
água e sedimento, descritos na caracterização da área de estudo (Tabela 1).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
11
TABELA 1 Principais características das estações de coleta no rio Monjolinho,
São Carlos-SP.
Estações de coleta Características principais
Estação 1 Situa-se no trecho de cabeceira do rio Monjolinho, em uma área de
mananciais a aproximadamente 3 Km de sua nascente principal,
situada em uma propriedade rural denominada Fazenda Santa
Terezinha.
Uso do solo: pastagem.
Latitude: 22º 00’ 33’’ S; Longitude: 47º 50’ 07’’ O.
Altitude: 830m.
Estação 2 Localiza-se na entrada da área urbana do município de São Carlos,
próximo à rodovia Washington Luiz.
Uso do solo: área urbana
Latitude: 21º 59’ 25.2 ‘’ S ; Longitude: 47º 53’ 29.4’’ O.
Altitude: 766m.
Estação 3 Localiza-se a alguns metros à jusante da confluência com o córrego
do Tijuco Preto, inserida em área urbanizada.
Uso do solo: área urbana
Latitude: 22º 00’ 10.5’’ S; Longitude: 47º 54’ 00.5’’ O.
Altitude: 820m.
Estação 4 Situa-se no trecho médio do Monjolinho, logo após drenar a área
urbana. Nesse local, havia uma barragem construída pela
Companhia de Força e Luz (CPFL), a qual, no início de 1999, foi
parcialmente derrubada a fim de aumentar o escoamento.
Uso do solo: área urbana
Latitude: 22º 01’ 19.5’’ S; Longitude: 47º 54’ 50.3’’ O.
Altitude: 782m.
Estação 5 Situa-se em área rural.
Uso do solo: pastagem e cultivo de cana-de-açúcar
Latitude: 22º 02’ 04.3’’ S; Longitude:47º 57’ 25.7’’ O.
Altitude: 676m.
Estação 6 Área rural, antes da confluência com o rio Jacaré-Guaçu.
Uso do solo: pastagem e cultivo de cana-de-açúcar
Latitude: 22º 03’ 32.2’’ S; Longitude: 48º 05’ 22.8’’ O.
Altitude: 516m.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
12
Utilizando as coordenadas geográficas, foi possível plotar as estações
de amostragem baseando-se em uma carta hidrográfica (modificada de CBH-
TJ, 2000) (Figura 4).
As Figuras 5 a 10 mostram as estações de coleta no rio Monjolinho. No
período de abril de 2004, houve o início das obras de duplicação da marginal
(Avenida Trabalhador Sancarlense), nas proximidades da estação de coleta 3.
Também, no mesmo período, pôde-se observar a estação de coleta 4
represada.
RIBEIRÃO
BONITO
Itirapina
SÃO
CARLOS
E
N.G
W
SS
W
N.G.
E
ESCALA
da Serra
Usina
Legenda
FIGURA 4 – Ilustração dos pontos de coleta no rio Monjolinho. (Modificado de
CBH – TJ, 2000).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
13
FIGURA 5 - Estação de coleta 1: A) pequena mata de galeria na região da
nascente; B) foto panorâmica, mostrando a proximidade da região da nascente
do rio Monjolinho à cidade de São Carlos.
F
IGURA 6 Estação de coleta 2: A) Vista em detalhe do ponto de coleta; B)
Vista geral do ponto de coleta.
(A)
(B)
(A) (B)
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
14
FIGURA 7 Estação de coleta 3: A) situação do rio antes do início das obras; B)
e C) situação do ponto de coleta durante a campanha de coleta em abril de
2004.
FIGURA 8 - Estação de coleta 4: A) rio Monjolinho em fluxo normal; B)
represamento do rio durante a campanha de amostragem de abril de 2004.
(A)
(B)
(C)
(A)
(B)
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
15
FIGURA 9 - Estação de coleta 5. A) ponto de coleta; B) visão geral da estação
FIGURA 10 - Estação de coleta 6: rio Monjolinho antes (A) e depois (B) da
confluência com o rio Jacaré-Guaçu.
(A) (B)
(A) (B)
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
16
1.3.2- Variáveis climatológicas
Os dados de precipitação mensal na bacia hidrográfica do rio Monjolinho
no período de janeiro de 2003 a novembro de 2004 foram cedidos pela Estação
Metereológica do Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada, do
Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São
Carlos.
1.3.3- Variáveis hidráulicas
Para o cálculo da vazão parcial qi (m
3
.s
-1
), utilizou-se o método da
seção transversal onde a velocidade média da corrente em cada segmento
vertical foi medida com o auxílio de um molinete a 30% e 70% da profundidade,
a qual foi multiplicada pela área de influência de cada vertical. A vazão total Q
(m
3
.s
-1
) foi obtida através da soma das vazões parciais (WISLER & BRATER,
1964; LIMA, 1986) através da fórmula.
ViAiqi
×
=
= qiQ
onde:
Ai – área de cada subseção em m
2
;
Vi – velocidade de escoamento em cada vertical em m.s-
1
;
Qi – vazão da área de influência de cada vertical em m
3
.s
-1
;
Q – vazão total da seção em m
3
.s
-1
.
1.3.4- Análise física, química e biológica da água
Foram mensurados in situ as variáveis: pH, condutividade elétrica,
oxigênio dissolvido e temperatura da água, utilizando-se um medidor portátil da
marca Horiba U-10.
As amostras de água foram coletadas no próprio recipiente de
armazenamento, e, também com o auxílio da garrafa de Van Dorn em trechos
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
17
do rio onde o acesso era inviável. Foram acondicionadas e preservadas até o
momento da análise, seguindo as metodologias específicas para cada análise,
sumarizadas na Tabela 2.
TABELA 2 – Metodologia de análise dos principais parâmetros de qualidade de
água considerados no presente estudo.
Variável Metodologia Referência
Temperatura (ºC)
pH
Condutividade elétrica (µS.cm
-1
)
Oxigênio dissolvido (mg.L
-1
)
Medidor portátil - HORIBA U-
10
-
Material em suspensão total,
orgânico e inorgânico (mg.L
-1
)
Gravimetria em filtros GF/C
Millipore (0,45 µm)
TEIXEIRA et al. (1965)
Nitrito e nitrato (µg.L
-1
)
Espectrofotometria MACHERETH et al. (1978)
Íon amônio (µg.L
-1
)
Espectrofotometria KOROLEFF (1976)
Nitrogênio orgânico total (mg.L
-1
) Espectrofotometria APHA (1995)
Fósforo total e dissolvido, fosfato
inorgânico (µg.L
-1
)
Espectrofotometria APHA (1995)
Coliformes (NMP) Colorimétrico (Collilert) APHA (1995)
Demanda química de oxigênio
(DQO) (mg.L
-1
)
Kit-Hach -
Sulfeto, sulfato e cloreto (mg.L
-1
) Kit-Hach -
Metais (Cd, Cr, Cu-µg.L
-1
) (Fe,
Mn e Zn- mg.L
-1
)
Espectrofotometria (Absorção
Atômica por chama e forno de
grafite)
APHA (1995)
Agrotóxicos (aldrin, heptacloro e
endosulfan) (µg.L
-1
)
Cromatografia gasosa
(extração em fase sólida)
LANÇAS (1997)
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
18
1.3.5- Análise física e química do sedimento
As amostras de sedimento para as análises físicas e químicas foram
coletadas no próprio recipiente de armazenamento, e, para trechos do rio onde
o acesso era limitado, utilizou-se uma draga do tipo Eckman-Birge. Coletou-se
três réplicas por ponto, as quais foram imediatamente homogeneizadas. No
laboratório, com o sedimento recém coletado, fresco e em temperatura
ambiente foi realizada a análise do potencial redox. A outra parte permaneceu
em temperatura ambiente (para secagem) para posterior análise (Tabela 3):
TABELA 3 – Metodologia de análise dos principais parâmetros de qualidade de
sedimento considerados no presente estudo.
1.3.6- Análise estatística dos dados
Segundo (BINI, 2004) as análises multivariadas apresentam por
objetivos principais a redução da dimensionalidade e a detecção de padrões
(gradientes e tendências) em grandes conjuntos de dados. Para tanto, os
parâmetros limnológicos foram inicialmente submetidos a uma análise
multivariada (MANOVA) seguida de teste de hipótese para constatar o efeito do
período sobre o conjunto de dados. Na seqüência foi realizada uma PCA
(análise de componentes principais) para cada período de coleta.
Graficamente, a PCA pode ser descrita como uma rotação de vários pontos de
Variável (unidade) Metodologia Referência
Matéria orgânica (%) Incineração em mufla TRINDADE (1980)
Granulometria (%) Peneiramento e densímetro ABNT (1968)
Fósforo total (µg/g)
Espectrofotometria ANDERSEN (1976)
Nitrogênio orgânico total (%) KJELDHAL APHA (1995)
Potencial redox (mV) Potenciômetro APHA (1995)
Metais (Cd, Cr, Cu-µg.g
-1
)
(Fe, Mn e Zn- mg.Kg
-1
)
Espectrofotometria (Absorção Atômica
por Chama e forno de grafite)
SILVÉRIO (1999)
Agrotóxicos (aldrin, heptacloro
e endosulfan) (µg. Kg
-1
)
Cromatografia gasosa (extração em
fase sólida)
LANÇAS (1997)
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
19
dados em um espaço multidimensional de forma que o eixo que explica a maior
variação é sempre o primeiro eixo da PCA, o segundo eixo, explica a segunda
maior parte, e assim sucessivamente.
Posteriormente a PCA, as variáveis com maior potencial de explicação
para a variância dos dados foram utilizadas para a análise de agrupamento
hierárquico (Cluster Analysis), que consiste em um agrupamento de amostras
pela similaridade, ou seja, divisão de um conjunto em um número finito de
classes (VALENTIN, 1995).
Para a construção das matrizes de similaridade usou-se a Distância
Euclidiana Média como coeficiente de similaridade e a UPGMA agrupamento
pela associação média (Unweighted Pair - Group Method Average), como
método de ligação ou formação de grupos, gerando um dendrograma, que é a
representação gráfica da análise.
Para testar o grau de deformação, utilizou-se o coeficiente de correlação
cofenético (CCC), esse coeficiente nada mais é do que a associação entre os
objetos reconstituídos a partir do dendrograma. Os valores de C.C.C. maiores
do que 0,8 indicam que o dendrograma fornece representação razoável da
matriz de parecença original (BINI, 2004).
1.4- Resultados e discussão
1.4.1- Variáveis climatológicas
As características climatológicas são sem dúvida uma das forças
motrizes para as variações espaciais e temporais nos ambientes lóticos. A
precipitação pluviométrica interfere em vários processos físicos e químicos dos
ecossistemas aquáticos, como por exemplo, na vazão, no transporte de
sedimentos, na turbidez, na condutividade, no pH, entre outros, enquanto que a
energia solar afeta a temperatura da água.
Segundo SÉ (1992), SALAMI (1996) e MENDES (1998), a bacia do rio
Monjolinho apresenta em geral, dois períodos hidrológicos distintos: seca nos
períodos de abril a setembro (menos de 100mm ao mês), com picos de
estiagem entre junho e agosto; e chuvosa entre os meses de outubro a março,
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
20
com chuvas mais intensas no trimestre, dezembro, janeiro e fevereiro, sendo
que as médias anuais variam de 1350 a 1550 mm.
Durante todo o período amostral, o mês de janeiro de 2004, registrou o
maior valor de precipitação pluviométrica total, com 302,30 mm e, a menor foi
registrada em julho de 2003, com 4,34 mm. A menor temperatura média do ar
registrada durante as campanhas de coleta ocorreu em julho de 2004, com
17,2ºC, e a maior, em outubro de 2003, correspondendo a 22,7ºC. (Figura 11 e
Tabela 1do Anexo I).
0
100
200
300
400
500
600
jan/03
fev/03
mar/03
abr/03
mai/03
jun/03
jul/03
ago/03
set/03
out/03
nov/03
dez/03
jan/04
fev/04
mar/04
abr/04
mai/04
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
nov/04
Mes es
Precipitação total (mm
)
0
5
10
15
20
25
30
Temperatura média (
o
C)
Precipitação Temperatura do ar
1
a
2
a
3
a
4
a
5
a
FIGURA 11 - Variação da precipitação pluviométrica total (mm) durante o período
de 01/01/2003 a 30/11/2004. As colunas pretas indicam os meses em que se
realizaram as coletas.
1.4.2- Variáveis hidráulicas
As características hidrológicas que determinam os regimes de vazão em
um rio são aquelas que dizem respeito aos fatores climáticos, fisiográficos e de
uso e ocupação do solo interagentes em uma bacia hidrográfica (LIMA, 1986).
Assim, a vazão possui importante papel nos ecossistemas aquáticos, sendo a
responsável pela diluição de poluentes em época de chuvas, carreamento do
sedimento do fundo, concentração de sólidos e redissolução de poluentes.
Os valores de vazão encontrados durante as amostragens são
apresentados na Tabela 4 e na Figura 12. Os maiores valores de vazão foram
encontrados durante o mês de julho de 2003 e 2004, no ponto de coleta 6 (3,36
m
3
.s
-1
e 3,35 m
3
.s
-1
, respectivamente), embora esta época do ano seja
considerada de estiagem e, conseqüentemente, com baixas vazões.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
21
Na Figura 13, estão apresentados os dados de vazão correlacionados
com a altitude. Verificou-se uma tendência de aumento da vazão inversamente
proporcional à altitude, tendo sido este fato observado em toda a campanha de
amostragem. Esse aumento da vazão ocorreu, sobretudo, em função da
contribuição dos tributários deste rio. Na área urbana, além dos tributários,
somaram-se a entrada de efluentes domésticos e industriais lançados
diretamente na calha do rio, bem como as águas do deflúvio superficial urbano.
Durante a campanha de coleta de abril de 2004, iniciaram-se as obras
de duplicação da marginal (Avenida Trabalhador Sancarlense) afetando a
estação de coleta 3, onde alguns microhabitats das margens foram suprimidos
e o sedimento foi totalmente revolvido. Nesse mesmo período, a Usina
(estação de coleta 4) estava represada, o que conseqüentemente, acabou
afetando a vazão em pontos à jusante.
SALAMI (1996), encontrou valores relativamente próximos de vazão
para alguns dos mesmos pontos de coleta ou circunvizinhos. A autora registrou
valor mínimo para a estação 1 (0,02 m
3
.s
-1
) durante a época da chuva (janeiro
de 1991) e máximo, para a estação 5, durante o regime da seca (julho de
1991), correspondente a 2,16 m
3
.s
-1
.
T
ABELA 4 - Valores de vazão (m
3
.s
-1
) medidos em diferentes trechos do rio
Monjolinho.
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
Estação 1 0,017 0,026 0,012 0,0129 0,023
Estação 2 0,093 0,039 0,049 nd 0,055
Estação 3 0,339 0,23 0,342 0,724 0,352
Estação 4 2,28 0,409 1,78 nc 0,58
Estação 5 1,441 0,877 2,85 2,46 2,15
Estação 6 3,36 3,02 3,19 1,277 3,35
NC – não coletado; ND – não detectado.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
22
julho 2003
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
123456
Estações de coleta
0
1
2
3
4
5
vao precipitação
outubro 2003
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
123456
Estações de coleta
0
10
20
30
40
50
60
70
vao Precipitação
janeiro 2004
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
123456
Estões de co leta
0
50
100
150
200
250
300
350
vao Precipitação
abril 2004
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
123456
Estações de coleta
0
10
20
30
40
50
60
70
vao
Precipitão
julho 2004
0
1
2
3
4
123456
Estações de coleta
0
10
20
30
40
50
60
vao Precipitação
FIGURA 12 – Valores de vazão (m
3
.s
-1
) e precipitação, durante as cinco
campanhas de coleta no rio Monjolinho.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
23
500
550
600
650
700
750
800
850
123456
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Vazão (m
3
.s
-1
)
Estações de coleta
jul/03
out/03
jan/04
abr/04
jul/04
altitude
Altitude (m)
FIGURA 13 Valores de vazão (m
3
.s
-1
) e da altitude, durante as cinco
campanhas de coleta no rio Monjolinho.
1.4.3- Análise da água
1.4.3.1- Temperatura
A temperatura é um dos principais fatores controladores do metabolismo
dos ecossistemas aquáticos, sendo responsável, entre outros fatores, pela
tensão superficial, viscosidade e densidade da água. Outro aspecto que deve
ser considerado é a sua influência na solubilidade dos gases, sólidos e
líquidos. Com o aumento da temperatura decresce a solubilidade dos gases na
água e aumenta, de maneira geral, a solubilidade dos sólidos e líquidos
(MARGALEF, 1983).
De maneira geral, a maior fonte de calor para a água é aquela
absorvida diretamente da radiação solar. Algumas transferências de calor do ar
e dos sedimentos ocorrem, porém, são fontes não significativas, quando
comparadas à absorção direta pela água e por compostos dissolvidos e
particulados em suspensão (WETZEL & LIKENS, 1991).
Os dados de temperatura da água, mostrados na Figura 14,
apresentaram pequenas variações sazonais. Entretanto, verificou-se variações
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
24
mais acentuadas em menores intervalos de tempo (em 24 h), que de uma
forma geral, sofreram influência de vários fatores, tais como, período do dia,
profundidade e sombreamento por árvores.
0
5
10
15
20
25
30
123456
Estões de coleta
Temperatura (
o
C)
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 14 Valores de temperatura (
o
C) nas estações de coleta do rio
Monjolinho, durante o período de estudo.
As maiores temperaturas foram registradas durante o verão, no mês de
janeiro de 2004, variando entre 20,4
e 25,2ºC, com águas mais frias a montante
e maiores valores de temperatura em direção à jusante. Segundo HYNES
(1970), a temperatura em rios tropicais aumenta em direção a foz, até
encontrar um equilíbrio térmico com a temperatura do ar.
As menores temperaturas registradas durante o inverno, na campanha
de coleta de julho de 2004, variaram entre 13,6 e 19,3 ºC, representando dessa
forma, a maior variação de temperatura de todo o período amostral,
equivalente a 5,7 ºC.
Dentre os efeitos da temperatura na água, a alteração de sua
viscosidade ocasiona o afundamento do silte duas vezes mais rápido a 23ºC do
que a 0ºC. Portanto, águas quentes carregam menos silte do que águas frias,
logo, trechos com temperatura mais alta apresentam uma maior pré-disposição
a processos de sedimentação (HYNES, op. cit.).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
25
1.4.3.2- Oxigênio dissolvido
Dentre os gases dissolvidos na água, o oxigênio é um dos mais
importantes na dinâmica e na caracterização de ecossistemas aquáticos. As
principais fontes de oxigênio para a água são a atmosfera e a fotossíntese. Por
outro lado, as principais perdas são, o consumo pela decomposição de matéria
orgânica (oxidação), perdas para a atmosfera, respiração de organismos
aquáticos e oxidação de íons metálicos, como por exemplo, o ferro e o
manganês (ESTEVES, 1988).
A solubilidade do oxigênio na água está intimamente ligada à
temperatura e a pressão. Assim, com o aumento da temperatura e diminuição
da pressão, ocorre redução da solubilidade desse gás na água (ESTEVES, op.
cit.).
Analisando-se os valores obtidos para oxigênio dissolvido, verificou-se
em algumas estações de coleta, valores abaixo do limite aceito pela resolução
CONAMA 357 de 2005 para rios de classe 2 (até 5 mg.L
-1
), como foi o caso da
estação de coleta 5, que apresentou valores abaixo em todas as campanhas
de coleta (entre 1,56 e 4,32 mg.L
-1
). Provavelmente, estes valores estiveram
relacionados ao intenso aporte de matéria orgânica sofrido neste local, uma
vez que essa região do rio recebe os efluentes domésticos oriundos do rio
Água Quente que drena o bairro Cidade Aracy em São Carlos (Figura 15).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
26
0
2
4
6
8
10
123456
Estões de coleta
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 15 Valores de oxigênio dissolvido (mg.L
-1
) nas estações de coleta do
rio Monjolinho. A linha tracejada indica o limite máximo estabelecido pela
resolução CONAMA 357/05.
Considerando as demais estações de coleta, estas apresentaram
valores abaixo do estabelecido pela resolução CONAMA 357/05 em alguns
períodos de coleta como, por exemplo, nas estações, 2 (em outubro/03 e
janeiro/04), 3 (em julho e outubro/03) e 4 (em outubro/03).
As estações de coleta 1 e 6 sempre mantiveram-se com valores acima
dos limites da CONAMA em toda a campanha amostral. A estação 1,
localizada na cabeceira do rio, está em uma região de nascentes. Já a estação
6 representa a foz do rio, antes da confluência com o rio Jacaré-Guaçu. Nesta
região o rio, provavelmente, já sofreu algum tipo de depuração.
Comparando-se os dados deste trabalho com os de SÉ (1992), verificou-
se um padrão de oxigênio dissolvido semelhante, com valores em média mais
altos nas estações 1 e 6, correspondendo a 6,64 e 6,50 mgO
2
.L
-1
,
respectivamente, e valor médio mais baixo, na estação 2 (área urbana), com
4,37 mgO
2
.L
-1
.
PERES (2002), também registrou um padrão de oxigênio dissolvido
semelhante a este trabalho, onde em média, o maior valor de oxigênio
dissolvido ocorreu na estação 6 (6,3 mgO
2
.L
-1
), e o menor foi registrado em
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
27
área de intensa influência urbana (1,9 mgO
2
.L
-1
) próximo a estação 4 do
presente estudo.
O decréscimo acentuado nas concentrações de oxigênio dissolvido na
área urbana, e, principalmente, no trecho localizado na estação 5 é decorrente
do lançamento pontual de esgoto sanitário “in natura” da cidade. Já o trecho
em que está localizada a estação 6 apresentou um aumento nas
concentrações de oxigênio dissolvido, caracterizando-se com uma zona de
recuperação do sistema.
1.4.3.3- Potencial Hidrogeniônico (pH)
O pH está relacionado com o caráter ácido ou básico do meio aquático.
Os principais fatores que influenciam a sua variabilidade na água são, ácido
carbônico, bicarbonatos, carbonatos, ácidos fortes dissociáveis, constituição do
solo, decomposição da matéria orgânica, efluentes domésticos e industriais e
solubilização dos gases da atmosfera. Além disso, os organismos são
responsáveis por processos (fotossíntese, respiração e decomposição) que
aumentam ou diminuem o pH da água (MARGALEF, 1983; ESTEVES, 1988).
Na Figura 16, são apresentados os valores de pH obtidos in situ em
todas as estações de coleta durante o período amostral.
Em geral, não houve grandes variações nos valores de pH entre as
estações de amostragem durante a campanha amostral, sendo verificados
valores entre 4,77 na estação 1 e 7,42 na estação 4, havendo, no geral, uma
maior tendência ao pH mais ácido (abaixo de 7,0).
Analisando-se os valores de pH de todo o período amostral, verificou-se
que somente as estações 4, 5 e 6 na coleta de julho de 2003 e a estação 6, na
coleta de janeiro de 2004, apresentaram características de águas alcalinas ( >
7).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
28
0
2
4
6
8
123456
Estões de coleta
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 16 - Valores de pH em diferentes trechos do rio Monjolinho, durante o
período de estudo.
SÉ (1992), registrou valores similares de pH ao longo do rio Monjolinho,
tendo verificado no ponto 1 (região de nascente) uma média de 6,33,
corroborando o fato, segundo o autor, de que as águas de nascente têm
naturalmente menor alcalinidade. Já para as demais estações, situadas ao
longo do eixo longitudinal do rio da nascente até a foz, houve uma variação
média entre 6,65 e 7,01, nas estações 2 e 6, respectivamente. Ainda segundo
o autor, a turbulência sofrida pela água rio abaixo, somado à ação sofrida pela
erosão e as atividades antrópicas, podem ser as responsáveis pelo decréscimo
de gás carbônico dissolvido, o que acaba gerando a tendência de aumento de
pH nesses trechos.
1.4.3.4- Condutividade
A condutividade elétrica refere-se à capacidade que uma solução
aquosa possui de conduzir corrente elétrica. As fontes de elementos que geram
a condutividade são principalmente as fontes das substâncias dissolvidas que
compõem o conteúdo químico da água, ou seja, a atmosfera, a lavagem do
solo pela chuva, a decomposição de resíduos orgânicos terrestres e aquáticos,
o intemperismo químico das rochas e as fontes antrópicas de poluentes (SÉ,
1992).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
29
Em águas continentais, os íons diretamente responsáveis pelos valores
da condutividade são, entre outros, o cálcio, magnésio, potássio, sódio, os
carbonatos, os sulfatos e os cloretos (BAIRD, 2002).
Na Figura 17 são apresentados os valores de condutividade obtidos in
situ nas estações de coleta durante o período amostral.
0
50
10 0
15 0
200
250
12 34 5 6
Estões de coleta
µ
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 17 Valores da condutividade elétrica (µS.cm
-1
) nas diferentes estações
de coleta no rio Monjolinho, durante o período de estudo. A linha tracejada
indica o valor máximo esperado para águas naturais.
As medidas de condutividade efetuadas em todas as estações de coleta
mostraram um aumento progressivo em direção à foz, a partir da estação 4.
Os maiores valores de condutividade foram registrados nas estações de coleta
4, 5 e 6, atingindo entre 111 e 192 µS.cm
-1
, e ultrapassando o limite esperado
para águas naturais, que é de 100 µS.cm
-1
. Por outro lado, os menores valores
foram registrados no ponto 1, que sempre se manteve abaixo de 11 µS.cm
-1
.
Em geral, principalmente nos pontos 4; 5 e 6, os elevados valores de
condutividade elétrica da água provavelmente estiveram relacionados ao
lançamento de efluentes domésticos e industriais nestes trechos. Este fato
também foi observado por outros autores, dentre eles SÉ (1992), GUERESCHI
MENDES (1998), PELÁEZ RODRIGUEZ (2001) e PERES (2002).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
30
1.4.3.5- Material em suspensão
O material em suspensão possui importante papel em estudos de
ecossistemas aquáticos, pois é um dos maiores portadores de nutrientes e de
poluentes adsorvidos (MEYBECK, et al., 1989). Esse material pode ter origem
em vários processos, dentre eles, intemperização de rochas, do solo,
escoamento superficial de áreas marginais e fontes antrópicas (despejos
domésticos e industriais) (ESTEVES, 1988).
Na Figura 18 está representada a variação espacial e temporal dos
valores de material em suspensão total, orgânico e inorgânico.
Os valores de material em suspensão total (MST) ao longo do período
amostral mostraram uma tendência a maiores concentrações durante o regime
das chuvas, em outubro de 2003 e janeiro de 2004, sendo que em janeiro/04
verificou-se a maior concentração de material em suspensão total na estação 5
(60,46 mg.L
-1
).
Os valores encontrados de material em suspensão orgânico (MSO)
também mostraram concentrações mais altas no período das chuvas, nas
estações 5 e 6, correspondendo a 26,44 e 13,53 mg.L
-1
, respectivamente. A
estação de coleta 1, registrou os valores mais baixos de MSO de toda a
campanha amostral, com um valor mínimo de 1,01 e máximo de 1,83 mg.L
-1
.
Os dados de material em suspensão inorgânico (MSI) nas águas do rio
Monjolinho também foram maiores na estação chuvosa, tendo sido verificados
valores máximos para as estações 5 (34,02 mg.L
-1
) e 6 (26,26 mg.L
-1
), e
valores mínimos, para a estação 1, a qual apresentou os valores mais baixos
de MSI em toda a campanha amostral, com um valor mínimo de 0,53 mg.L
-1
e
máximo de 1,34 mg.L
-1
.
De maneira geral, nos períodos de seca (julho/03, julho/04 e abril/04)
houve um predomínio de MSO em relação ao MSI, e o contrário no período das
chuvas. SÉ (1992), GUERESCHI (1995), SALAMI (1996), BARRETO (1999) e
PERES (2002), também verificaram comportamento similar a este no rio
Monjolinho, com um aumento de MSI no período das chuvas decorrente do
processo de escoamento superficial do material continental (mineral e vegetal).
Ainda segundo os autores, o aumento de MSO na época da seca, está
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
31
associado a matéria orgânica proveniente do esgotamento sanitário, que neste
período não sofre diluição por precipitação pluviométrica.
M aterial em suspensão total
0
10
20
30
40
50
60
70
123456
Estações de coleta
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
Material em suspensão orgânico
0
5
10
15
20
25
30
123456
Estações de coleta
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
M aterial em suspensão inorgânico
0
5
10
15
20
25
30
35
40
123456
Estações de coleta
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 18 - Valores de material em suspensão total, orgânico e inorgânico,
expressos em mg.L
-1
, nas diferentes estações de coleta no rio Monjolinho,
durante o período de estudo.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
32
1.4.3.6- Compostos nitrogenados
As principais vias naturais de nitrogênio para as águas são, atmosfera,
precipitação pluviométrica, material orgânico e inorgânico de origem alóctone,
resultante do processo de desnitrificação da amônia, ao passo que as
principais fontes antrópicas podem ser do escoamento superficial provenientes
de atividades agrícolas, assim como a decomposição da matéria orgânica das
lavouras, esgoto sanitário e industrial (ESTEVES, 1988 e BAIRD, 2002).
Em ambientes aquáticos oxigenados a forma mais comum de encontrar
o nitrogênio é na forma de nitrato e o íon amônio, estes assumem grande
importância nos ecossistemas aquáticos, uma vez que representam as
principais fontes de nitrogênio para a produção primária. Entretanto, deve ser
ressaltada a principal característica do íon nitrito, pois este íon ocorre em
abundância em ambientes tipicamente anaeróbios, como solos alagados e
água eutrofizadas, que não são redutores o suficiente para converter todo o
nitrogênio em amônia (BAIRD, op. cit.).
Nitrogênio orgânico total (NOT)
Na Figura 19 são apresentados os valores encontrados para o nitrogênio
orgânico total (NOT).
0
2
4
6
8
10
12
123456
Estões de coleta
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 19 Valores de nitrogênio orgânico total (mg.L
-1
) nas amostras de água
do rio Monjolinho, durante o período de estudo.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
33
De posse dos resultados da análise do NOT, pôde-se dividir o eixo
longitudinal do rio em duas regiões distintas quanto às concentrações de NOT,
de forma que as estações 1, 2 e 3 ficaram na primeira região, correspondendo
a que apresentou menores concentrações de NOT, e portanto, a que vem
sofrendo uma menor influência das atividades antropogênicas. Já as estações
4, 5 e 6, ficaram enquadradas na segunda região, com maiores concentrações
de NOT, sendo essa região do rio, principalmente a partir da estação 4, a mais
afetada pelas atividades urbanas.
Os resultados não mostraram uma nítida variação sazonal, tendo se
mantido relativamente constantes, exceto em janeiro de 2003, quando
observou-se uma redução brusca dos valores de NOT nas estações 5 e 6
(0,47 e 0,33 mg.L
-1
, respectivamente) e inversamente, um aumento brusco na
estação 4, chegando a 10,57 mg.L
-1
, correspondendo ao maior valor de NOT
registrado em toda a campanha de amostragem.
De maneira geral, as menores concentrações de NOT foram
encontradas na estação 1, com valores entre 0,01 mg.L
-1
(janeiro/04) e 0,70
(outubro/03), enquanto as maiores concentrações foram encontradas na
estação 6, com valores entre 0,33 e 5,51 mg.L
-1
, em janeiro e julho de 2004,
respectivamente.
Nitrato
Na Figura 20 são apresentados os valores encontrados para nitrato no
presente estudo.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
34
0
500
10 0 0
15 0 0
2000
2500
123456
Estões de coleta
µ
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 20 - Valores de nitrato (µg.L
-1
) nas amostras de água do rio Monjolinho,
durante o período de estudo.
Os resultados encontrados de nitrato evidenciaram uma nítida variação
espacial e sazonal, com maiores concentrações no período de chuvas (outubro
de 2003 e janeiro de 2004).
A análise dos teores de nitrato para o período de chuva, registrou as
maiores concentrações para as estações 3 e 4, com valores entre 1.146,6
(janeiro/04) e 2.291,1 µg.L
-1
(outubro/03), respectivamente. Esta região do rio
está mais exposta às atividades antropogênicas por se tratar de uma área
estritamente urbana, especialmente a estação 4, que fica próxima à entrada do
esgotamento sanitário do município. Estes resultados também foram similares
aos encontrados por SÉ (1992) e BARRETO (1999) para a mesma bacia.
O limite de nitrato definido pela resolução CONAMA 357/05, para rios de
classe 2, é de 10 mg.L
-1
. Embora alguns trechos do rio tenham concentrações
elevadas de nitrato, ainda assim estão abaixo do limite.
Nitrito
Na Figura 21 são apresentados os valores encontrados para nitrito no
presente estudo.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
35
Os resultados encontrados para nitrito também evidenciaram uma clara
variação espacial e sazonal, verificando-se maiores concentrações de nitrito no
período de chuvas (outubro de 2003 e janeiro de 2004).
0
50
10 0
15 0
200
250
300
123456
Estões de coleta
µ
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 21 - Valores de nitrito (µg.L
-1
) nas amostras de água do rio Monjolinho,
durante o período de estudo.
Neste período, os valores foram maiores também para as estações 3 e
4, com valores entre 100,94 (janeiro/04) e 246,94 µg.L
-1
(janeiro/04),
respectivamente, sendo que a estação 4, sempre apresentou as maiores
concentrações de nitrito durante toda a campanha amostral, com exceção de
abril de 2004, em que a estação 6, mostrou a maior concentração (78,78
µg.L
-1
). Essas elevadas concentrações de nitrito, assim como de nitrato e
nitrogênio orgânico total, registradas nesses trechos do rio, evidenciam mais
uma vez, que o aporte intenso de efluentes domésticos e industriais está
afetando o seu metabolismo natural. Os valores obtidos foram similares aos de
outros trabalhos realizados na bacia, como o de SÉ (1992), BARRETO (1999)
e PERES (2002) e superiores aos do rio Mogi-Guaçu (BRIGANTE et al.,
2003a).
Embora alguns trechos do rio apresentassem concentrações elevadas
de nitrito, ainda assim estavam abaixo do limite estabelecido pela resolução
CONAMA 357/05, para rios de classe 2, equivalente a 1,0 mg.L
-1
.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
36
Íon Amônio
Na Figura 22 são apresentados os valores do íon amônio no presente
estudo.
Assim como o nitrato e nitrito, o íon amônio também apresentou maiores
concentrações durante o período de chuvas (outubro de 2003 e janeiro de
2004). As maiores concentrações foram registradas a partir da estação 3, as
quais foram, em geral, aumentando em direção à foz, com exceção do ocorrido
na estação 1 em janeiro de 2004, em que se verificou um pico de 1.815,4
µg.L
-1
, provavelmente devido a influência do cultivo de aves e gado nas
proximidades.
Os valores mínimo e máximo para o íon amônio nos pontos de coleta do
rio Monjolinho, foram 24,17µg.L
-1
na estação 1 em abril/04, e 2.668,0 µg.L
-1
na
estação 6, em outubro/03, a qual, na maioria das coletas, apresentou os
maiores valores. Estes elevados valores estiveram próximos aos encontrados
por SÉ (1992) e BARRETO (1999), nesta mesma bacia, e assim como
observado por estes autores, o íon amônio e o nitrito ocorreram em condições
de poluição orgânica, uma vez que estes trechos do rio vêm sendo afetados
grandemente pelas atividades antropogênicas com o lançamento de efluentes
domésticos e industriais sem tratamento prévio.
0
500
10 0 0
15 0 0
2000
2500
3000
123456
Estões de coleta
µ
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
F
IGURA 22 - Valores do íon amônio (µg.L
-1
) nas amostras de água do rio
Monjolinho, durante o período de estudo.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
37
Em síntese, os resultados para os compostos nitrogenados, mostraram
que os menores valores de nitrogênio orgânico total, nitrato, nitrito e íon amônio
foram obtidos nas estações 1 e 2, tendendo a aumentar a partir destas
estações, principalmente pelas atividades antrópicas com a emissão de
efluentes domésticos e industriais mais a jusante destas estações.
Os maiores valores para nitrato, nitrito e íon amônio foram obtidos no
período de chuvas, nas estações 3 e 4, com exceção do íon amônio, em que
as maiores concentrações foram verificadas nas estações 5 e 6,
provavelmente, devido a entrada do córrego do Água Quente, que é um dos
afluentes do rio Monjolinho mais próximo à esses pontos de coleta, e recebe os
efluentes domésticos do bairro Cidade Aracy.
O nitrato, nitrito e o íon amônio apresentaram um padrão de
sazonalidade, tendendo a aumentar no período das chuvas. Este fato,
entretanto, não foi observado para as concentrações de nitrogênio orgânico
total. Por outro lado, as concentrações de nitrato sempre foram maiores do que
as de nitrito, o qual é bastante instável e dificilmente encontrado em maiores
concentrações, a não ser em águas muito poluídas (CHAPMAN, 1992).
Outro aspecto que também deve ser destacado é o fato de que as
variações dos compostos nitrogenados estão intimamente ligadas às flutuações
das variáveis, físicas, químicas e biológicas, principalmente pH, oxigênio
dissolvido, temperatura, bactérias, fito e zooplâncton dos ecossistemas
aquáticos (MARGALEF, 1983). As condições de oxigênio dissolvido no rio
Monjolinho sempre estiveram acima de 2,0 mg.L
-1
e o pH variando entre 4,77 e
7,42 , as quais segundo METCALF & EDDY (1991), são consideradas ideais
para o processo de nitrificação, ou seja, transformação do nitrogênio amoniacal
em nitrito e depois em nitrato.
1.4.3.7- Compostos fosfatados
O fósforo é um elemento vital para a produtividade primária em
ecossistemas aquáticos. Segundo HUTCHINSON (1957), o fósforo é o principal
fator limitante primário, e tem sido apontado como o principal responsável pela
eutrofização artificial.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
38
Toda a forma de fósforo presente em águas naturais, quer na forma
iônica, quer na forma complexada, encontra-se na forma de fosfato (ESTEVES,
1988). Assim, de acordo com HYNES (1970), o fosfato em ecossistemas
aquáticos pode ser encontrado nas formas orgânica ou inorgânica, solúvel ou
insolúvel: fosfato particulado, fosfato orgânico dissolvido, fosfato inorgânico
dissolvido, fosfato total dissolvido e fosfato total. No entanto, o íon fosfato (P-
ortofosfato), torna-se importante por ser a principal forma de fosfato assimilado
pelos vegetais aquáticos.
O fosfato presente em ecossistemas aquáticos continentais tem origem
de fontes naturais e artificiais. Dentre as fontes naturais, podem ser citadas, o
processo de intemperismo de rochas, material particulado presente na
atmosfera e o fosfato resultante da decomposição de organismos de origem
alóctone.
As fontes artificiais de fosfato mais importantes são os esgotos
domésticos e industriais, fertilizantes agrícolas e material particulado de origem
industrial contido na atmosfera (ESTEVES, op. cit.).
De acordo com ODUM (1983), as concentrações de fosfato contidas na
água drenada de uma área 100% urbano-agrícola são sete vezes maiores do
que nos riachos que drenam uma bacia hidrográfica totalmente florestada.
Ainda segundo o autor, o fosfato inorgânico predomina em paisagens agrícolas
e urbanas, representando cerca de 80%, enquanto que em bacias florestadas o
fosfato orgânico é o que predomina.
Além disso, alguns fatores podem influenciar na forma, disponibilidade e
precipitação do fosfato no ambiente aquático, dentre eles, temperatura,
oxigênio dissolvido, pH, sulfetos, carbonatos, íon ferro e alumínio.
Fósforo total (PT)
Na Figura 23, são apresentados os valores de fósforo total obtidos no
presente estudo.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
39
0
200
400
600
800
10 0 0
123456
Estações de coleta
µ
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 23 Valores de fósforo total (µg.L
-1
) nas amostras de água do rio
Monjolinho, durante o período de estudo. A linha tracejada indica o limite aceito
pelo CONAMA 357/05 para rios de classe 2.
Os resultados quanto ao fósforo total (PT) não caracterizaram uma
variação sazonal. As menores concentrações de PT registradas durante o
período amostral sempre ocorreram nas estações 1 e 2, cujos valores
estiveram, em geral, abaixo do limite permitido pela resolução CONAMA
357/05 (de 0,1 mg.L
-1
).
De maneira geral, maiores concentrações de PT foram verificadas a
partir da estação 3, aumentando progressivamente em direção a foz. Os
maiores valores registrados em toda a campanha amostral sempre ocorreram
na estação 5, com valores variando entre 632,88 (janeiro/04) e 868,37 µg.L
-1
(julho/04).
Os resultados do presente trabalho, em geral, corroboram com alguns
outros estudos realizados na bacia, incluindo-se os de SÉ (1992), GUERESCHI
(1995), BARRETO (1996), PELÁEZ RODRIGUEZ (2001) e PERES (2002),
diferindo, entretanto, de valores encontrados no rio Uberaba (MG), os quais
foram cerca de três vezes superiores às concentrações avaliadas no rio
Monjolinho (BARBOSA, 2003).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
40
Fosfato total dissolvido
Na Figura 24 são apresentados os dados de fosfato total dissolvido
(PTD) nas estações de amostragem do rio Monjolinho, durante o período de
estudo.
Os valores de PTD mostraram que houve um aumento progressivo a
partir da estação 3 em direção à foz. Nesses locais, os valores mínimo e
máximo foram 21,61µg.L
-1
na estação 3 e 498,53 µg.L
-1
na estação 5, durante
os períodos de abril e julho de 2004, respectivamente.
A estação de coleta 1 sempre apresentou os menores valores nas
campanhas de amostragem, com valores entre 6,11 e 19,80 µg.L
-1
, em julho
de 2003 e abril de 2004, respectivamente.
De maneira geral, as maiores concentrações de fosfato total dissolvido
ocorreram sempre na estação 5.
0
10 0
200
300
400
500
600
123456
Estões de coleta
µ
−1
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 24 Valores de fosfato total dissolvido (µg.L
-
1) nas amostras de água
do rio Monjolinho, durante o período de estudo.
Os trabalhos realizados por SÉ (1992), GUERESCHI (1995), BARRETO
(1996) e PERES (2002), também constataram um enriquecimento progressivo
a partir da estação de coleta 3 em direção à foz. Por outro lado, BRIGANTE et
al. (2003a), estudando o rio Mogi-Guaçu, encontrou valores inferiores aos do
rio Monjolinho.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
41
Fosfato inorgânico
Na Figura 25 são apresentados os valores de fosfato inorgânico (PI) na
água nas diferentes estações de amostragem durante o período de estudo.
Os resultados do fosfato inorgânico evidenciaram uma variação espacial
e sazonal, com maiores concentrações de PI no período de estiagem (julho de
2003 e julho de 2004).
Os teores de fosfato inorgânico, assim como de fosfato total e fosfato
total dissolvido, mostraram um aumento progressivo a partir da estação de
amostragem 3 em direção à foz (estação 6). Nessas estações, para o período
da seca, o valor mínimo foi verificado na estação 3 (15,67 µg.L
-1
) e o máximo,
na estação 5 (440,94 µg.L
-1
), durante os período de abril e julho de 2004,
respectivamente.
De maneira geral, as estações de coleta 5 e 6 sempre apresentaram as
maiores concentrações de fosfato inorgânico em todos os períodos de coleta.
0
50
10 0
15 0
200
250
300
350
400
450
500
123456
Estões de coleta
µ
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 25 - Valores de fosfato inorgânico (µg.L
-1
) nas amostras de água do rio
Monjolinho, durante o período de estudo.
Este aumento da concentração de fosfato inorgânico a partir da estação
3 foi observado também em outros trabalhos como os de SÉ (1992),
GUERESCHI (1995), BARRETO (1996) e PERES (2002). Assim como
observado por estes autores, o enriquecimento por tal nutriente se deu em
função das atividades antropogênicas, tratando-se de uma região cuja
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
42
ocupação é estritamente urbana, especialmente a estação 4, que fica próxima
à entrada de esgotamento sanitário do município.
Em síntese, os resultados para os compostos fosfatados, mostraram que
os menores valores de fósforo total, fosfato total dissolvido e fosfato inorgânico
foram obtidos nas estações 1 e 2, tendendo a aumentar a partir destas
estações, principalmente pelas atividades antrópicas, com a emissão de
efluentes domésticos e industriais mais a jusante destas estações.
As maiores concentrações de compostos fosfatados foram encontradas
nas estações 5 e 6, mas principalmente na estação 5. Os picos observados
para os compostos fosfatados na estação 5 foram devidos principalmente as
emissões de esgoto sanitário, rico em compostos fosfatados e matéria
orgânica, corroborando os dados obtidos por GUERESCHI (1995), BARRETO
(1999) e PERES (2002).
As menores concentrações de compostos fosfatados encontrada na
estação 6 comparada a estação 5, no período de chuvas, devem estar
relacionadas ao processo de depuração, bem como, a diluição proveniente
tanto da precipitação pluviométrica quanto de afluentes como os córregos, do
Cancã, da Serra e Palmital. Segundo o trabalho ainda em andamento por
ESPÍNDOLA e colaboradores (com. pessoal), a água do córrego do Cancã
apresenta características de águas não poluídas.
1.4.3.8- Íons cloreto, sulfeto e sulfato
As águas continentais apresentam grande variação na concentração de
seus principais cátions e ânions. Este fenômeno está relacionado,
principalmente, com as características geológicas da bacia de drenagem,
condições climáticas, ou podem ainda ser conseqüência da poluição por
efluentes domésticos ou industriais. Além dos principais ânions bicarbonato e
carbonato, também os sais dissolvidos, como cloretos, sulfatos e sulfetos, e
outros sais em menores quantidades, caracterizam os sólidos totais dissolvidos
(ESTEVES, 1988).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
43
De acordo com a resolução CONAMA 357/05, os limites permitidos para
rios de classe 2 para cloreto e sulfato, são respectivamente, 250mg. L
-1
e para
sulfeto 0,002 mg.L
-1
.
As descargas de esgotos sanitários são as principais fontes de cloreto
nas águas superficiais. Estima-se que cada pessoa expele através da urina
cerca de 6g de cloreto por dia, o que faz com que os esgotos apresentem
concentrações de cloreto que ultrapassam 15 mg.L
-1
. Diversos são os efluentes
industriais que apresentam elevadas concentrações de cloreto como os da
indústria do petróleo, farmacêutica, curtumes, entre outras, podendo alterar a
pressão osmótica das células de microorganismos nos ecossistemas aquáticos
(CETESB, 2004).
No presente estudo, foram encontrados valores de cloreto muito abaixo
do limite admitido (Figura 26). De maneira geral, os maiores valores foram
encontrados na estação chuvosa. Os teores de cloreto foram aumentando
progressivamente a partir da estação de coleta 2 em direção à foz (estação 6).
Os valores registrados na estação 6, variaram entre 10,3 e 16,9 mg.L
-1
, em
abril de 2004 e outubro de 2003, respectivamente, corroborando os dados
obtidos por PELÁEZ RODRIGUES (2001). Já no rio Mogi-Guaçu, os valores
foram inferiores aos resultados do presente estudo, com valor máximo de 14
mg.L
-1
(BRIGANTE et al., 2003a).
Os sulfetos podem entrar nos ecossistemas aquáticos naturalmente
através da decomposição de minerais sulfurosos e precipitação pluviométrica,
e também por fontes antrópicas como, agricultura, efluentes industriais e
domésticos.
Em altas concentrações, os sulfetos são tóxicos causando sabor e odor
desagradável à água. Além disso, nos ecossistemas aquáticos os sulfetos têm
a propriedade de reduzir a demanda de oxigênio dissolvido (CHAPMAN, 1992).
Os valores encontrados para sulfetos, na maioria das estações, em
todo o período amostral, ultrapassaram os limites permitidos pelo CONAMA
para rios de classe 2. Em média, as maiores concentrações foram encontradas
no período de estiagem, sendo registrado o menor valor para este período na
estação 1 (0,003 mg. L
-1
) em outubro de 2003, e o maior na estação 4 (0,046
mg. L
-1
), em abril de 2004 (Figura 26 ). Pôde-se observar que os teores de
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
44
sulfeto aumentaram significativamente na estação 4 e depois diminuíram nas
estações 5 e 6. Este fato também foi observado por BARRETO (1999), embora
em concentrações um pouco mais elevadas (com média de 1,83 mg. L
-1
na
estação 4) do que neste estudo.
Os sulfatos ocorrem naturalmente em águas superficiais na forma de
SO
4
-2
, oriundos da deposição atmosférica e do lixiviamento de compostos ricos
em enxofre, bem como de efluentes industriais. Em concentrações elevadas,
causam sabor desagradável a água (CHAPMAN, 1992).
Os resultados quanto aos sulfatos também ficaram muito abaixo do
limite permitido para rios de classe 2, variando entre 2,0 mg. L
-1
(estação 1),
em julho de 2003 e 32,0 mg. L
-1
(estação 5), em janeiro de 2004 (Figura 26).
Em média, as maiores concentrações foram registradas na estação chuvosa,
sendo que os valores registrados aumentaram progressivamente a partir da
estação 4 em direção a estação 6 (foz).
Sulfato
0
10
20
30
40
123456
Estões de coleta
mg.L
-1
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 26 - Valores de cloreto, sulfeto e sulfato (mg.L
-1
) em amostras de água
coletadas no rio Monjolinho, durante o período de estudo. A linha tracejada da
figura correspondente ao sulfeto indica o limite aceito pela resolução CONAMA
357/05.
Com relação aos valores obtidos para a série dos íons, cloreto, sulfeto e
sulfato, assim como também para os demais parâmetros anteriormente
analisados, observou-se, em média, menores valores para a estações 1, 2 e 3,
Cloreto
0
5
10
15
20
123456
Estações de coleta
mg. L
-1
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
Sulfeto
0
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
123456
Estações de coleta
mg.L
-1
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
45
tendendo a aumentar a partir destas estações, principalmente pelas atividades
antrópicas, com a emissão dos efluentes domésticos e industriais mais a
jusante destas estações.
1.4.3.9- Demanda química de oxigênio (DQO)
A DQO é um parâmetro indispensável para a avaliação dos esgotos
sanitários e de efluentes industriais. É definida pela quantidade de oxigênio
necessária para a oxidação da matéria orgânica através de um agente químico
(CETESB, 2004).
Na Figura 27 são apresentados os resultados de DQO obtidos nos
pontos de amostragem do rio Monjolinho. Em média, as maiores concentrações
de DQO foram registradas no período da estiagem. Nesse período, os valores
mínimo e máximo registrados foram 0 para a estação 1(em julho de 2003 e
2004) e 45 mg. L
-1
, para as estações 5 e 6 (em julho de 2003).
Como já observado para outros parâmetros limnológicos, a DQO
também apresentou um padrão crescente de concentração ao longo do eixo
longitudinal do rio Monjolinho, com maiores valores a partir da estação 3,
aumentando progressivamente até a foz (estação 6), com exceção de um pico
ocorrido em janeiro na estação 3 (42 mg. L
-1
) igualando-se com pontos à
jusante.
Alguns outros trabalhos realizados na bacia encontraram valores
superiores aos do presente estudo, como, por exemplo, SALAMI (1996) e
PERES (2002). Já os trabalhos desenvolvidos por BARRETO (1999) e
PELÁEZ-RODRIGUES (2001) mostraram valores próximos aos do presente
trabalho.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
46
DQO
0
10
20
30
40
50
123456
Estões de coleta
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 27 Valores da demanda química de oxigênio (DQO), expressos em
mg.L
-1
, em amostras de água coletadas no rio Monjolinho, durante o período de
estudo.
1.4.3.10- Metais totais
As substâncias químicas, principalmente aquelas que não ocorrem
normalmente na natureza, tornaram–se parte indispensável da vida humana,
sustentando suas atividades e seu desenvolvimento, prevendo e controlando
muitas doenças e aumentando a produtividade agrícola. Os benefícios são
grandes, embora as substâncias químicas também possam produzir efeitos
adversos à saúde humana e ao ambiente.
Na natureza, o número e a quantidade de substâncias usadas por
diferentes países variam amplamente, de acordo com fatores como a economia
nacional e o desenvolvimento industrial e da agricultura (AZEVEDO & CHASIN,
2003).
Os metais podem chegar aos corpos d’água por meio de processos
naturais como o intemperismo ou a infiltração em solos e rochas, garantindo
uma concentração adequada nas águas doces (JACKSON, 2002), ou então por
meios artificiais, gerados por processos industriais, com o lançamento de
efluentes sólidos e líquidos na atmosfera, e também, por atividades agrícolas e
de mineração. O aumento dos níveis naturais desses elementos nos corpos
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
47
d’água pode gerar um quadro de toxicidade potencial à biota aquática e à
saúde humana (ESTEVES, 1988; LAWS, 1993 e BAIRD, 2002).
No presente estudo, optou-se por avaliar a presença dos metais cromo,
cádmio, cobre, ferro, manganês e zinco, ao longo do rio Monjolinho, devido a
sua intensa utilização em processos industriais no município de São Carlos. A
Tabela 5 mostra, de forma resumida, os metais analisados neste estudo e as
principais atividades humanas pelas quais esses compostos são liberados no
meio ambiente, segundo AZEVEDO & CHASIN (2003).
TABELA 5 Metais analisados neste estudo e a sua origem no ecossistema
aquático.
Metais Fontes antropogênicas de contaminação
Cromo
Industrias: galvanoplastia, curtume, têxtil (pigmentação),
cimento, soldagem de ligas metálicas, fundições; como
preservativos para madeira (cromato de sódio); fertilizantes;
cinzas de carvão; e lâmpadas.
Cádmio
Mineração; ligas de cádmio; componentes eletrônicos; baterias;
fertilizantes; pigmentos (sulfetos de cádmio); estabilizadores de
produtos de policloreto de vinila (PVC) e combustão do carvão.
Cobre
Fundição; mineração; queima de carvão; ligas metálicas;
agricultura (fertilizante, algicida e suplemento alimentar) e
excretas de animais.
Zinco
Mineração; purificação do zinco, chumbo e cádmio; produção de
aço e ligas metálicas; queima de carvão; produção de tintas
brancas e cerâmicas e outros produtos; produção de borracha;
preservação de madeira e pigmentação de tecidos; industrias de
medicamentos; papel para fotografia.
Manganês
Produção do aço; baterias, palitos de fósforo; porcelanas e
materiais à base de vidro; agricultura (fertilizante, fungicida e
suplemento alimentar).
Ferro
Indústria metalúrgica e siderúrgica; fabricação de imãs; tintas,
abrasivos e compostos para polimento e soldagem de metais.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
48
Na Figura 28 são apresentados os resultados dos metais cromo, cádmio,
e cobre avaliados nas estações de amostragem do rio Monjolinho.
Pela análise dos metais descritos acima, em geral, constatou-se uma
tendência a maiores concentrações dos metais analisados durante o período
da seca em julho de 2003 e de 2004.
Com relação ao cromo, nenhuma estação de amostragem excedeu os
limites definidos pela resolução CONAMA 357/05, estabelecido em 50 µg.L
-1
,
sendo que as maiores concentrações foram registradas em julho de 2003, com
valores entre 3,60 µg.L
-1
(estação 3) e 8,4 µg.L
-1
(nas estações 5 e 6), exceto
em abril de 2004, onde foi verificado na estação de amostragem 4, um pico de
9,09 µg.L
-1
. BARRETO (1999), encontrou valores superiores a este trabalho,
principalmente em março de 1998, quando a autora registrou valores mínimo e
máximo de 40 e 80 µg.L
-1
, para as estações 1 e 6, respectivamente. Já
BRIGANTE et al. (2003c) no rio Mogi-Guaçu, encontrou concentrações de
cromo cerca de 22 vezes superiores aos do rio Monjolinho.
Quanto ao cádmio, algumas estações de amostragem ultrapassaram o
limite aceito pelo CONAMA 357/05, estabelecido em 1,0 µg.L
-1
, durante os
períodos de coleta de julho de 2003 (estações 2, 3 e 4) e janeiro de 2004
(estações 5 e 6). BARRETO (1999), também registrou valores acima do
CONAMA para o cádmio nas estações 4 e 6 (com 10µg.L
-1
em ambas
estações). Os valores encontrados de cádmio no rio Mogi-Guaçu foram cerca
de 48 vezes superiores aos do presente estudo (BRIGANTE et al., op. cit.).
Com relação ao cobre, algumas estações de amostragem também
ultrapassaram o limite aceito pela resolução CONAMA 20/86
1
, estabelecido em
20 µg.L
-1
, em julho de 2003 (nas estações 4, 5 e 6) e julho de 2004 (nas
estações 3, 5 e 6), sendo que a estação 1 apresentou valores próximos ao
limite, tanto em julho de 2003 quanto em julho de 2004, com valores de 19,20
µg.L
-1
e 19,56 µg.L
-1
, respectivamente. Os resultados deste trabalho
comparados a outros realizados na bacia, como os de BARRETO (1999) e
PELÁEZ-RODRIGUES (2001), mostraram valores de cobre também elevados
1
Neste estudo, adotou-se para o cobre, o limite estabelecido pela antiga resolução CONAMA 20/86, pelo
fato da atual legislação (357/05) não prever o limite para cobre total, mas sim para o cobre dissolvido.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
49
para o período de seca, registrando-se em média 30 µg.L
-1
(estação 1) e 40
µg.L
-1
de cobre (estação 6).
julho 2003
0
10
20
30
40
123456
Estações de coleta
g.L
-1
Cr Cd Cu
Outubro 2003
0
5
10
15
20
25
123456
Estações de coleta
g.L
-1
Cr Cd Cu
Janeiro 2004
0
2
4
6
8
10
123456
Estações de coleta
g.L
-1
Cr Cd Cu
Abril 2004
0
2
4
6
8
10
123456
Estações de coleta
g.L
-1
Cr Cd Cu
Julho 2004
0
10
20
30
40
123456
Estações de coleta
g.L
-1
Cr Cd Cu
F
IGURA 28 Teores de cromo, cádmio e cobre, expressos em µg.L
-1
, em
amostras de água coletadas no rio Monjolinho durante o período de estudo.
Na Figura 29 são apresentados os resultados dos metais zinco, ferro, e
manganês avaliados nas estações de amostragem do rio Monjolinho.
Com relação ao zinco, não foram registrados valores acima do limite
permitido pela resolução CONAMA 357/05, estabelecido em 0,18 mg.L
-1
. As
maiores concentrações foram registradas durante o período de estiagem em
julho de 2003. Para esse período, os valores mínimo e máximo registrados
foram 0,017 mg.L
-1
(estação 1) e 0,064 mg.L
-1
(estações 5 e 6). Por outro lado,
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
50
os valores de zinco avaliados no rio Mogi-Guaçu foram superiores aos do rio
Monjolinho, com valor máximo de 0,20 mg.L
-1
(BRIGANTE et al., 2003c).
Quanto ao metal ferro, pôde-se concluir que as maiores concentrações
avaliadas durante toda a campanha amostral ocorreram em outubro de 2003
(regime intermediário-chuva). Para esse período, os valores mínimo e máximo
registrados foram 2,05 mg.L
-1
(estação 2) e 13,81 mg.L
-1
(estação 6). Estes
resultados também corroboram os de BARRETO (1999), onde a autora
registrou os maiores valores para o período intermediário-chuva (em março),
variando entre 5,15 mg.L
-1
(estação 1) e 51,26 mg.L
-1
(estação 4). Como já
observado para os outros metais avaliados, de maneira geral, menores valores
de ferro foram encontrados no rio Monjolinho durante o atual estudo,
verificando-se, portanto, uma sensível melhora com relação a este metal.
Com relação ao manganês, algumas estações de amostragem
ultrapassaram o limite do CONAMA 357/05, estabelecido em 0,1mg.L
-1
,
durante os períodos de coletas de julho de 2003 (estações 4, 5 e 6), outubro de
2003 (estações 5 e 6) e janeiro de 2004 (estações 5 e 6). Para estas estações,
os valores mínimo e máximo foram verificados em julho/03, correspondendo a
0,16 mg.L
-1
(estação 4) e 0,33 mg.L
-1
(estação 6), respectivamente.
Comparando-se os resultados do presente trabalho com os de
BARRETO (1999) e PELÁEZ-RODRIGUES (2001), constatou-se que a
qualidade da água se manteve em relação às concentrações avaliadas ao
longo do canal. Já os resultados encontrados no rio Mogi-Guaçu foram cerca
de 2 vezes superiores aos avaliados no presente estudo (BRIGANTE et al.,op.
cit.).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
51
Julho 2003
0
0.1
0.2
0.3
0.4
123456
Estações de coleta
Zn e Mn
(mg.L
-1
)
0
2
4
6
8
Fe (mg.L
-1
)
Zn Mn Fe
Outubro 2003
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
123456
Estações de coleta
Zn e Mn
(mg.L
-1
)
0
5
10
15
Fe (mg.L
-1
)
Zn Mn Fe
Janeiro 2004
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
123456
Estações de coleta
Zn e Mn
(mg.L
-1
)
0
1
2
3
4
5
Fe (mg.L
-1
)
Zn Mn Fe
Abril 2004
0
0.005
0.01
0.015
0.02
0.025
123456
Estações de coleta
Zn e Mn (mg.L-1)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
Fe (mg.L
-1
)
Zn Mn Fe
Julho 2004
0
0.01
0.02
0.03
0.04
123456
Estações de coleta
Zn e Mn
(mg.L
-1
)
0
0.2
0.4
0.6
Fe (mg.L
-1
)
Zn Mn Fe
FIGURA 29 - Teores de zinco, manganês e ferro expressos em mg.L
-1
, em
amostras de água coletadas no rio Monjolinho durante o período de estudo.
1.4.3.11- Agrotóxicos
A utilização de produtos químicos nos mais diversos ramos de atividades
constitui hoje uma realidade presente não somente nos países desenvolvidos,
mas pode ser identificada em praticamente todos os países do globo.
Muitos agricultores consideram o uso de agrotóxicos como sendo
absolutamente essencial. Muitos são os argumentos usados em favor do uso
dos agrotóxicos, como, por exemplo, aumento na produção agrícola, aumento
na produção de carne e leite na pecuária, diminuição nas perdas de alimentos
armazenados e erradicação de vetores de doenças, entre outros (DORES &
FREIRE, 1999). Infelizmente, tais substâncias, ainda que empregadas de modo
correto, podem causar problemas de ordem ecológica ou de saúde pública.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
52
Os benefícios dos agrotóxicos no sentido de garantir a produção de
colheitas crescentes a um custo razoável são inquestionáveis. Entretanto, com
o aumento do uso desses produtos, aumentam também as preocupações com
a contaminação de solo e água, bem como seus efeitos sobre seres humanos
e animais (SPADOTTO et al., 1998).
Existem vários grupos de agrotóxicos, e dentre eles, os organoclorados
e bifenilos policlorados (PCBs), fazem parte de um grupo de compostos
classificados como poluentes orgânicos persistentes (POPs). Tal atribuição
deve-se a três características básicas: persistência ambiental, bioacumulação
(com conseqüente biomagnificação na cadeia trófica) e alta toxicidade
(LEBLANC, 1997). A persistência desses compostos ocorre em função de sua
baixa degradação por processos bióticos e abióticos, acarretando em elevada
meia-vida no ambiente, que pode chegar a anos ou décadas (ZAMBRONE,
1986).
No presente estudo foram avaliados três organoclorados, aldrin,
heptacloro e endosulfan sulfato, que segundo BRONDI (2000) são os
organoclorados mais utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, e também por
já terem sido detectados no rio Monjolinho por PELÁEZ-RODRIGUES (2001).
As análises foram realizadas em dois períodos de coleta, um correspondente
ao período de estiagem (julho de 2003) e outro durante as chuvas (janeiro de
2004).
Os resultados das análises de aldrin realizadas para o rio Monjolinho,
durante os períodos de julho de 2003 a janeiro de 2004 encontram-se na
Tabela 6. Em julho de 2003, as estações 2 e 4, apresentaram valores acima do
limite aceito pela resolução CONAMA 357/05, estabelecidos em 0,005 µg.L
-1
.
Para essas estações, os valores mínimo e máximo registrados foram 0,087 e
0,113 µg.L
-1
, respectivamente. Quanto às demais estações, não foi detectada a
presença de aldrin pelo método utilizado.
Em janeiro de 2004, as estações de coleta que estiveram acima do limite
foram, 1; 3 e 4, com valores registrados em 0,147; 0,621 e 1,154 µg.L
-1
,
respectivamente. A estação 5 (0,003 µg.L
-1
) foi a única que se manteve abaixo
do limite aceito pelo CONAMA. Quanto às demais estações, não houve
detecção de aldrin pelo método utilizado. Os resultados encontrados por
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
53
PELÁEZ-RODRIGUES (2001), foram superiores aos do presente trabalho. Os
valores registrados pelo autor foram 0,019 µg.L
-1
(estação 1) e 0,028 µg.L
-1
(estação 6).
O heptacloro foi detectado no período da estiagem, nas estações 2, 4 e
6, com valores de 0,098; 0,381 e 0,062 µg.L
-1
, respectivamente. Nessas
estações, os valores ficaram acima do limite determinado pela resolução
CONAMA 357/05, para rios de classe 2, estabelecida em 0,01 µg.L
-1
. Quanto
as demais estações durante esse período, não houve detecção de heptacloro
pelo método utilizado (Tabela 6).
Para o período das chuvas, o heptacloro só foi detectado nas estações 1
e 6, cujos valores corresponderam a 0,148 e 0,27µg.L
-1
, respectivamente. Na
estação 1, foi observada uma alteração da qualidade de suas águas durante
esse período, ocorrendo, entretanto, o inverso para as demais estações, onde
se verificou uma sensível melhora. Provavelmente, essa região de nascente
(estação 1), esteja sendo influenciada pelo lixiviamento superficial das áreas de
cultivo em seu entorno, como por exemplo milho e hortaliças.
Os resultados do presente trabalho corroboram os de PELÁEZ-
RODRIGUES (2001), em que o autor registrou para o período de chuvas
valores entre 0,049 e 0,054 µg.L
-1
, nas estações 1 e 6, respectivamente. E para
o período de seca, o autor registrou 1,036 µg.L
-1
na estação 1.
Com relação ao endosulfan-sulfato, não foi detectada a sua presença
durante o período de seca. Para o período de coleta de janeiro, foi detectada a
presença de endosulfan em níveis abaixo do permitido pela resolução
CONAMA 357/05, para rios de classe 2, estabelecido em 0,056 µg.L
-1
, com
exceção apenas da estação 3 (0,113 µg.L
-1
). Já nas estações 1, 5 e 6 não foi
detectada a presença de endosulfan-sulfato pelo método utilizado. Em termos
comparativos, PELÁEZ-RODRIGUES (2001), detectou a presença de
endosulfan somente durante o período da estiagem na estação 1 (0,014 µg.L
-1
)
(Tabela 6).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
54
TABELA 6 Valores para organoclorados, expressos em µg.L
-1
, durante as
campanhas de coleta entre julho de 2003 e janeiro de 2004 no rio Monjolinho.
Os números em negrito indicam os valores que ultrapassaram o limite aceito
pela resolução CONAMA 357/05.
Julho de 2003 Janeiro de 2004 Estações
de coleta
Aldrin
(µg.L
-1
)
Heptacloro
(µg.L
-1
)
Endosulfan
sulfato (µg.L
-1
)
Aldrin
(µg.L
-1
)
Heptacloro
(µg.L
-1
)
Endosulfan
sulfato (µg.L
-1
)
1
ND <LD <LD
0,147 0,148
ND
2 0,087 0,098
ND ND ND 0,012
3
NA NA -
0,621
ND 0,113
4 0,113 0,381
ND
0,154
ND 0,014
5
ND ND ND 0,003 ND ND
6
ND
0,062
ND ND
0,027
ND
ND: Não detectado pelo método; <LD: abaixo do limite de detecção do método.
1.4.3.12- Coliformes
As bactérias do grupo coliforme são consideradas os principais
indicadores de contaminação fecal. O grupo coliforme é formado por um
número de bactérias que inclui os gêneros Klebsiella, Escherichia, Serratia,
Erwenia e Enterobactéria. Todas as bactérias coliformes são gran-negativas,
de hastes não esporuladas que estão associadas com as fezes de animais de
sangue quente e com o solo (CETESB, 2004).
Os usos múltiplos da água sejam eles como, água potável, higiene
pessoal, recreação ou irrigação de alimentos estão direta ou indiretamente
associados à ingestão humana. Dessa forma, o monitoramento da presença de
bactérias patogênicas é um componente essencial para a avaliação da
qualidade dos usos múltiplos da água (CHAPMAN, 1992).
Pela análise dos coliformes fecais avaliados nas águas do rio Monjolinho
durante o período de estudo, verificou-se que somente a estação 1 ficou abaixo
dos limites aceitos pela resolução do CONAMA 357/05 para rios de classe 2,
estabelecido em até 1.000 NMP.100 mL
-1
. Nesse local, os valores mínimo e
máximo registrados foram 10,9 e 648 NMP.100 mL
-1
, em julho de 2004 e de
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
55
2003, respectivamente. Para as demais estações, verificou-se maiores
concentrações de coliformes fecais durante o início do período de seca (em
abril de 2004). Nesse período, os valores mínimo e máximo registrados foram
71.200 e 318.000 NMP.100 mL
-1
, para as estações 2 e 5, respectivamente.
De maneira geral, as maiores concentrações de coliformes fecais foram
registradas na estação 5. Como também já observado para outros parâmetros
limnológicos, os coliformes fecais apresentaram uma tendência crescente de
concentração ao longo do canal, mostrando, mais uma vez, que a degradação
da qualidade da água deste rio se dá em função dos efluentes domésticos e
industriais (Figura 30).
-
80,000
160,000
240,000
320,000
400,000
123456
Estõ es de co leta
jul/03 out/03 jan/04 abr/04
j
ul/0
4
FIGURA 30 Valores de coliformes fecais (NMP.100mL
-1
) em amostras de água
coletadas no rio Monjolinho durante o período de estudo.
1.4.3.13- Análise estatística
Os resultados obtidos a partir da análise de componentes principais
(PCA), bem como os seus respectivos parâmetros limnológicos utilizados para
avaliar cada período de coleta estão apresentados no Apêndice - A, nas
Tabelas de 8 a 12.
A MANOVA realizada para testar o efeito de sazonalidade sobre o
conjunto de dados limnológicos, mostrou que o mesmo não foi significativo
(p>0,05). Mesmo não sendo significativo o efeito do período sobre o conjunto
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
56
de dados, optou-se por trabalhar separadamente as cinco épocas de coleta,
uma vez que os dados de precipitação são importantes para a compreensão da
variabilidade espacial e temporal do sistema. Por conta disso, foi realizada
uma PCA para cada época de coleta, a fim de se verificar quais as variáveis
importantes para este sistema.
Para a PCA da coleta de julho de 2003, os dois primeiros componentes
explicaram juntos 90,25 % da variância total dos dados, sendo que o primeiro
componente explicou quase todos os parâmetros, com exceção do cromo, e
temperatura, que estiveram no segundo componente (16,98%).
Através da análise de agrupamento, em função dos parâmetros
apresentados no Apêndice - A (Tabela 8), foi possível identificar quatro grupos
(coeficiente de correlação cofenético “CCC” = 0,8352), a um nível de corte de
0,70, na distância euclidiana média.
O grupo I foi constituído pela estação 1, a uma distância euclidiana
média de 1,009, representando um maior grau de dissimilaridades em relação
às outras estações. Esta estação, conforme já mencionado anteriormente,
pertence à área de nascente, apresentando, portanto, uma maior qualidade
biológica.
O grupo II foi formado pelas estações 2 e 3. Essa região está inserida
em área urbana, sendo possível observar o início do processo de degradação
da qualidade de suas águas ao longo do canal.
O grupo III foi constituído pela estação 4. Essa região é caracterizada
pelo recebimento dos efluentes domésticos e industriais de parte do município
de São Carlos, onde de certa forma acaba se concentrando.
O grupo IV foi composto pelas estações 5 e 6. Essa região se localiza
mais em direção à foz do rio, sendo influenciada pelos impactos sofridos à
montante com os lançamentos de efluentes domésticos e industriais (Figura
31).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
57
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.
2
Distancia euclidiana média
1
2
3
4
5
6
I
II
III
IV
FIGURA 31 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de julho de 2003 (CCC = 0,8352).
Para a PCA da coleta de outubro de 2003, o percentual de variância
total obtido foi de 94,90%, considerando-se 3 eixos. O primeiro eixo, explicou a
maior parte dos parâmetros (69,22%), o segundo eixo 17,46% e o último
8,21%. Através do dendrograma foi possível identificar também quatro grupos
(CCC = 0,9175), a um nível de corte 0,70, na distância euclidiana média, sendo
que o grupo I foi constituído pela estação 1; o grupo II pela estação 2; o grupo
3 pelas estações 3 e 4 e o grupo 4 pelas estações 5 e 6 (Figura 32).
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Distância euclidiana média
1
2
3
4
5
6
I
II
III
IV
FIGURA 32 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de outubro de 2003 (CCC = 0,9175).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
58
Para a PCA da coleta de janeiro de 2004, os três primeiro componentes
explicaram juntos 93,94 % da variância total dos dados, sendo que o primeiro,
explicou 64,44%, o segundo 21,58 % e o terceiro 7,91%. Através do
agrupamento dos dados, foi possível identificar também três grupos (CCC =
0,9183), a um nível de corte de 0,68, na distância euclidiana média. O grupo 1
foi constituído pela estação 1, o grupo II, pela estação 2 e o grupo III, pelas
estações 3, 4, 5 e 6 (Figura 33).
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
Distância euclidiana média
1
2
3
4
5
6
I
I
I
I
II
F
IGURA 33 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de janeiro de 2004 (CCC = 0,9183).
Para a PCA da coleta de abril de 2004, o percentual de variância total
obtido foi de 100%, sendo que o primeiro eixo, explicou a maior parte dos
parâmetros (82,97%), o segundo eixo 11,36% e o último 5,66%. Através do
agrupamento obtido foi possível identificar 4 grupos (CCC = 0,9394), a um nível
de corte de 0,40, na distância euclidiana média. O grupo I foi formado pela
estação 1, o grupo II, pelas estações 2 e 3, grupo III, pela estação 4 e o grupo
IV pelas estações 5 e 6 (Figura 34).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
59
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
Distância euclidiana média
1
2
3
4
5
6
I
II
III
IV
FIGURA 34 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de abril de 2004 (CCC = 0,9394).
E por fim, para a PCA da coleta de julho de 2004, os três primeiros
componentes explicaram juntos 95,25 % da variância total dos dados, sendo
que o primeiro explicou 74,19%, o segundo 11,93% e o terceiro 9,12%. Através
do cluster gerado, pôde-se identificar 3 grupos (CCC = 0,9320), a um nível de
corte de 0,820, na distância euclidiana média. O grupo I foi formado pela
estação 1, o grupo II, pelas estações 2, 3 e 4 e grupo III, pelas estações 5 e 6
(Figura 35).
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
Distância euclidiana média
1
2
3
4
5
6
I
II
III
FIGURA 35 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de julho de 2004 (CCC = 0,9320).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
60
Desta forma, considerando-se os cinco períodos de coleta, pode-se
inferir que o rio Monjolinho está atualmente dividido em 4 grupos distintos
quanto ao aspecto degradação. O grupo I, área de nascente, apresentou
tendência à boa qualidade de suas águas. O grupo II, região intermediária,
apresentou um nível regular, enquanto o grupo III, estação 4, mostrou-se um
trecho ímpar, no qual a maior parte do esgotamento sanitário do município
acaba se concentrando. Já o grupo IV, representado pelas estações 5 e 6,
equivalente ao trecho próximo à foz, apresentou o maior grau de degradação
do sistema como um todo.
1.4.4- Análise do sedimento
1.4.4.1- Granulometria
A análise granulométrica determina a distribuição percentual das
partículas primárias, servindo assim, como um importante ensaio na
identificação e classificação dos solos e sedimentos (FERNANDES JR, 1989).
Os sedimentos são de grande importância ambiental porque são o local
onde se depositam muitos produtos químicos, especialmente metais pesados,
compostos orgânicos e agrotóxicos e, a partir deles os produtos tóxicos podem
ser transferidos para a coluna d’água e assimilados pela biota aquática
(BAIRD, 2002).
As frações granulométricas mais importantes para avaliação da
qualidade dos sedimentos em relação a substâncias químicas são a argila e o
silte. Essas partículas de menor tamanho apresentam uma maior predisposição
à adsorção de metais (MARGALEF, 1983).
A série dos resultados de granulometria obtida no presente estudo é
apresentada na Figura 36. De maneira geral, o rio Monjolinho revelou uma
predominância de sedimentos arenosos, constituídos por 38,85 % de areia fina
e 34,87% de areia média. Quanto às demais frações granulométricas, estas
representaram cerca de 14,84% de areia grossa, 9,20% de silte e argila e
2,21% de pedregulho muito fino.
Dentre as estações de coleta, as que apresentaram maior teor de silte e
argila foram a 2 e 6, chegando a 45 % (julho de 2004) e 29,7 % (julho de 2003),
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
61
respectivamente. Os resultados do presente trabalho corroboram os de
GUERRESCHI (1995) e BARRETO (1999).
Comparando-se os resultados do rio Monjolinho com os de outra bacia,
a exemplo de BRIGANTE et al. (2003b) no rio Mogi-Guaçu, observou-se
padrões granulométricos semelhantes, sendo constituído predominantemente
por frações de areia fina e média.
julho de 2003
0
20
40
60
80
10 0
123456
Estações de coleta
(%)
PMF AG AM AF S+A
outubro de 2003
0
20
40
60
80
10 0
123 45 6
Estações de coleta
(%)
PMF AG AM AF S+A
Janeiro de 2004
0
20
40
60
80
10 0
123456
Estações de coleta
(%)
PMF AG AM AF S+A
Abril de 2004
0
20
40
60
80
100
12356
Estações de coleta
(%)
PMF AG AM AF S+A
Julho de 2004
0
20
40
60
80
100
123456
Estações de coleta
(%)
PMF AG AM AF S+A
F
IGURA 36 Dados de granulometria do sedimento do rio Monjolinho, durante o
período de estudo; PMF: pedregulho muito fino; AG: areia grossa; AM: areia
média; AF: areia fina e S + A: silte mais argila.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
62
1.4.4.2- Matéria orgânica
O sedimento pode ser considerado orgânico ou inorgânico, dependendo
do teor de matéria orgânica que ele contém. Para ser considerado orgânico
deve apresentar concentração de matéria orgânica superior a 10% do peso
seco, caso contrário, será considerado como inorgânico (ESTEVES, 1988).
Segundo MARGALEF (1983), a fração de matéria orgânica no
sedimento depende da rapidez de sua decomposição, que por sua vez, está
associada a vários fatores, mas principalmente à disponibilidade de oxigênio.
Na Figura 37 são apresentados os resultados de matéria orgânica
presente nos pontos de amostragem do rio Monjolinho. Os resultados
encontrados ao longo do rio indicaram uma tendência a sazonalidade. As
maiores concentrações de matéria orgânica foram registradas durante o
período da estiagem, em julho de 2003 e de 2004. Durante esse período, os
valores mínimo e máximo foram encontrados nas estações 1 (0,20%) e 2
(13,27%), em julho de 2004.
De maneira geral, as estação 2, 4 e 6 apresentaram as maiores
concentrações de matéria orgânica avaliadas durante o período de estudo,
tendo sido encontrado mais de 10% de matéria orgânica na estação 2 em julho
de 2004, caracterizando, assim, um sedimento orgânico. Esse fato,
provavelmente, esteve associado a vários fatores, dentre eles, o aporte de
material orgânico alóctone; baixa turbulência nesse local e conseqüente menor
oxigenação da coluna d’água.
Os resultados do presente estudo corroboram o de GUERESCHI (1995)
e BARRETO (1999), indicando que os teores de matéria orgânica no rio
Monjolinho foram mantidos.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
63
0
2
4
6
8
10
12
14
123456
Estações de coleta
(% )
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 37 Porcentagem de matéria orgânica nas estações de coleta no rio
Monjolinho durante o período de estudo.
1.4.4.3- Fósforo total
Na maioria dos ecossistemas aquáticos continentais o sedimento é o
compartimento que apresenta maior concentração de nutrientes, funcionando
nestes casos como reservatório de nutrientes para os demais compartimentos
(ESTEVES, 1988), sendo que a ciclagem de nutrientes, principalmente de
nitrogênio e fósforo, são fundamentais para o conhecimento da dinâmica do
ecossistema aquático.
Na Figura 38 são apresentados os resultados para fósforo total nos
pontos de amostragem do rio Monjolinho. As maiores concentrações de fósforo
total foram registradas no período de estiagem, em julho de 2003 e de 2004.
Nesse período, os valores mínimo e máximo foram verificados nas estações 1
(58,78 µg.g
-1
) e 6 (998,7 µg.g
-1
), respectivamente. De maneira geral, as
maiores concentrações para o período amostral foram registradas na estação
6.
Os resultados do presente trabalho foram, em média, similares aos
obtidos por MENDES (1998), tendo o autor encontrado 640 µg.g
-1
de fósforo
total na estação 6 durante a estiagem. Por outro lado, GUERESCHI (1995),
verificou, durante o período de seca, valores bem superiores nas estações 1
(732 µg.g
-1
), 5 (11.253,86 µg.g
-1
) e 6 (10.433,61 µg.g
-1
).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
64
0
200
400
600
800
1000
123456
Estações de coleta
g. g
-1
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 38 Valores de fósforo total (µg.g-
1
) em amostras de sedimento
coletadas no rio Monjolinho durante o período de estudo.
1.4.4.4- Nitrogênio orgânico total
Na Figura 39 são apresentados os resultados obtidos de nitrogênio
orgânico total (NOT) nos pontos de amostragem do rio Monjolinho.
Os dados obtidos não mostraram um padrão de sazonalidade. Assim
como observado para fósforo total, as maiores concentrações de NOT sempre
foram registradas nas estações 2 e 6, com valores mínimo e máximo entre
(0,019 e 0,16 %) e (0,037 e 0,25%), respectivamente, enquanto as menores
concentrações, foram registradas na estação 1, com valores mínimo e máximo
entre 0,002 e 0,035 %, em julho de 2004 e de 2003, respectivamente.
Os resultados do presente trabalho, de maneira geral, foram
semelhantes aos de BARRETO (1999), com valores mínimo e máximo entre
(0,01 e 0,15%) e (0,02 e 0,25%), nas estações 1 e 6, respectivamente,
indicando que o rio manteve os teores de nitrogênio orgânico total.
As maiores concentrações de matéria orgânica e nutrientes (fósforo total
e nitrogênio orgânico total) nas estações 2 e 6, as quais apresentaram as
maiores porcentagens em argila, podem estar relacionadas aos processos
abióticos de adsorção às argilas e complexação química com óxidos de
alumínio e ferro (DAHM,1981).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
65
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
123456
Estões de coleta
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 39 Porcentagem de nitrogênio orgânico total nas estações de coleta
no rio Monjolinho durante o período de estudo.
1.4.4.5- Potencial redox
O potencial redox (Eh) do sedimento do rio Monjolinho, de maneira
geral, mostrou valores negativos. Na Figura 40 encontram-se os resultados de
potencial redox e temperatura nos pontos de amostragem.
Em julho de 2003, somente a estação de coleta 1 (269 mV) apresentou
valores positivos, e portanto, apresentou um alto potencial oxidativo. As demais
estações, apresentaram valores negativos, oscilando de -45 a -189 mV, logo,
evidenciaram um alto potencial redutor. Em outubro de 2003, as estações 1 e 5
apresentaram valores positivos, correspondendo a 130 e 26 mV,
respectivamente. Já as demais estações apresentaram valores negativos (-77
a -192 mV).
Em janeiro de 2004, somente as estações 2 e 3 apresentaram valores
negativos (-1mV). As demais estações apresentaram valores positivos entre 5
e 22mV. Em abril de 2004, somente as estações 1 e 3, registraram valores
positivos, já as demais, foram predominantemente negativas (-150 a -194 mV).
E por fim, em julho de 2004 foram encontrados valores semelhantes a
abril, sendo que nas estações 1 e 3 foram predominantemente positivos e nas
demais negativos.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
66
Durante o período de estudo, não houve grandes oscilações nos valores
da temperatura do sediento. Somente em janeiro de 2004, verificou-se uma
variação de 14
o
C (estação 3) a 20
o
C (estação 4).
Segundo ESTEVES (1988) a interface sedimento-água é a região do
ecossistema aquático onde se observam as maiores intensidades dos
processos de oxidação e redução dos compostos. Nela, as alterações nos
valores de potencial redox estão diretamente relacionadas com a concentração
de oxigênio, temperatura e de determinados íons, de forma que na camada
mais reduzida do sedimento, os íons apresentam–se geralmente solúveis, o
contrário ocorrendo na camada oxidada, em que os íons precipitam-se.
Os valores negativos de Eh para a maioria dos períodos amostrais,
provavelmente, seja reflexo da influência sazonal (seca), somado à entrada de
esgotos domésticos que promovem a redução da saturação do oxigênio da
água. BARBOSA (2003) também encontrou valores similares no rio Uberada
(MG), registrando valores negativos para período da seca e positivos para o
período das chuvas.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
67
Julho 2003
-300
-200
-100
0
100
200
300
123456
Estações de coleta
mV
0
5
10
15
20
25
30
Temperatura (
0
C)
Potencial Redox Temperatura
Outubro 2003
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
123456
Estações de coleta
mV
0
5
10
15
20
25
Temperatura (
o
C)
Potencial Redox Temperatura
Janeiro 2004
-10
0
10
20
30
40
123456
Estões de coleta
mV
0
5
10
15
20
25
Temperatura (
o
C)
Potencial Redox Temperatura
Abril de 2004
-300
-200
-100
0
100
200
300
12356
Estões de coleta
mV
0
5
10
15
20
25
30
Temperatura (
0
C)
Potencial Redox Temperatura
Julho 2004
-200
-100
0
100
200
300
123456
Estões de coleta
mV
0
5
10
15
20
25
Temperatura (
0
C)
Potencial Redox Temperatura
FIGURA 40 Valores de potencial redox (mV) e temperatura (
o
C) nos
sedimentos do rio Monjolinho durante o período de estudo.
1.4.4.6- Metais potencialmente biodisponíveis
Quando os metais pesados e as substâncias orgânicas tóxicas atingem
os sedimentos aquáticos, esses compostos podem ficar retidos no sedimento
em várias formas: adsorvida sobre as superfícies das partículas minerais;
complexada pelas substâncias húmicas das partículas orgânicas; precipitar ou
então biacumular-se na biota (BAIRD 2002).
No presente trabalho, foram realizadas análises dos metais
biodisponíveis, uma vez que a fração biodisponível de um metal leva à
contaminação da coluna d’água e bioacumulação e biomagnificação na cadeia
trófica.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
68
Na Figura 41 são apresentados os resultados dos metais biodisponíveis
cromo, cádmio, e cobre avaliados nas estações de amostragem no rio
Monjolinho.
Com relação ao cromo, não foi constatada uma tendência à distribuição
sazonal. As maiores concentrações deste metal sempre ocorreram na estação
2, onde os valores mínimo e máximo registrados foram 2,31 (janeiro de 2004)
e 33,37 µg.g
-1
(julho de 2004),respectivamente.
Comparando-se o resultado do presente trabalho com o de BARRETO
(1999), observou-se uma significativa melhora da qualidade do sedimento do
rio Monjolinho em relação ao metal em questão, uma vez que os valores
anteriormente determinados corresponderam, em média a 0,20; 4,88 e 1,95
mg.Kg
-1
, nas estações 1,4 e 6, respectivamente.
Os teores de cromo avaliados no rio Mogi-Guaçu foram superiores aos
do rio Monjolinho, com valores mínimo e máximo entre 0,02 e 5,65 mg.kg
-1
,
respectivamente (BRIGANTE et al. 2003c).
Quanto ao cádmio potencialmente biodisponível, verificou-se, durante o
período de estudo, um padrão de distribuição sazonal, em que as maiores
concentrações foram encontradas no período de estiagem (julho de 2004).
Nesse período, os valores mínimo e máximo corresponderam a 0,03 µg.g
-1
(estação 1) e 0,13 µg.g
-1
(estação 2). Já em janeiro/04, a presença de cádmio
foi detectada somente na estação 1.
De maneira geral, os maiores teores de cádmio foram verificados nas
estações 2 e 6. Comparando-se os resultados obtidos com os de BARRETO
(1999), verificou-se um maior nível de degradação do rio Monjolinho, visto que
anteriormente, a presença de cádmio foi detectada em uma única coleta (de
sete coletas realizadas), nas estações 4 (0,2 mg.kg
-1
) e 6 (1,0 mg.kg
-1
).
As frações biodisponíveis de cádmio encontradas no rio Mogi-Guaçu
foram superiores as avaliadas no rio Monjolinho, com valores mínimo e máximo
entre 0,02 e 0,8 mg.kg
-1
(BRIGANTE et al., op. cit.).
Assim como o cádmio, o cobre também revelou um padrão sazonal, com
maiores concentrações em julho de 2004. Nesse período, os valores mínimo e
máximo registrados foram, 4,49 µg.g
-1
(estação 1) e 21,89 µg.g
-1
(estação 2).
De maneira geral, como já avaliado para os outros metais, as maiores
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
69
concentrações de cobre potencialmente biodisponível foram encontradas nas
estações 2, 4 e 6.
Por outro lado, BARRETO (1999), encontrou valores médios superiores
aos do presente estudo para as estações 1 (1,3 mg.Kg
-1
), 4 (10,97 mg.Kg
-1
) e 6
(4,3 mg.Kg
-1
). PELÁEZ-RODRIGUES (2001), no período da estiagem, verificou
valores com magnitude ainda maior do que os valores já mencionados, para as
estações 1 (9,32 mg. Kg
-1
), 5 (10,48 mg.Kg
-1
) e 6 (9,87 mg.Kg
-1
). Portanto,
ainda que o rio Monjolinho se encontre em um elevado grau de degradação,
quando comparados os teores atuais de cobre às situações anteriores,
observa-se uma nítida melhora.
julho de 2003
0
4
8
12
16
123456
Estações de coleta
Cr e Cu ( g.g
-1
)
0
0.02
0.04
0.06
Cd ( g.g
-1
)
Cr Cu Cd
Outubro de 2003
0
8
16
24
32
123456
Estações de coleta
Cr e Cu( g.g
-1
)
0
0.03
0.06
0.09
0.12
Cd ( g.g
-1
)
Cr Cu Cd
Janeiro de 2004
0
3
6
9
12
123456
Estações de coleta
0
0.01
0.02
0.03
0.04
Cd ( g.g
-1
)
Cr Cu Cd
Abril de 2004
0
2
4
6
12356
Estações de coleta
Cr e Cu ( g.L
-1
)
0
0.02
0.04
0.06
0.08
Cd ( g.g
-1
)
Cr Cu Cd
Julho de 2004
0
10
20
30
40
1234 56
Estações de coleta
Cr e Cu ( g.g
-1
)
0
0.04
0.08
0.12
0.16
Cd ( g.g
-1
)
Cr Cu Cd
FIGURA 41 - Valores de cromo, cádmio e cobre (µg.g
-1
) potencialmente
biodisponíveis nos sedimentos do rio Monjolinho, durante o período de estudo.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
70
Na Figura 42 são apresentados os resultados dos metais biodisponíveis
zinco, manganês e ferro determinados para os diferentes pontos de
amostragem no rio Monjolinho.
Para o zinco, as maiores concentrações foram registradas no final do
período de estiagem (outubro de 2003). Nesse período, os valores mínimo e
máximo foram verificados nas estações 1 (0) e 6 (1.328 mg.Kg
-1
). Como já
observado para os metais citados acima, o zinco também apresentou uma
distribuição similar ao longo do rio, de forma que as estações 2 e 6 foram as
que mostraram as maiores concentrações. Os valores encontrados no presente
estudo foram superiores aos resultados verificados anteriormente para essa
mesma bacia (BARRETO, 1999 e PELÁEZ-RODRIGUES, 2001) e também no
rio Mogi-Guaçu (BRIGANTE et al., 2003c).
Para o manganês, as maiores concentrações ocorreram no período
chuvoso (outubro/03 e janeiro/04). Nesse período, os valores mínimo e máximo
registrados foram 0 (estação 1) e 2470 mg.Kg
-1
(estação 6), respectivamente.
Também semelhante ao observado para os demais metais, os maiores teores
de manganês se concentraram nas estações 2, 4 e 6 e, de maneira geral, os
resultados do presente trabalho corroboraram os de BARRETO (1999) e
PELÁEZ-RODRIGUES (2001).
Como observado para o zinco e manganês, o ferro também apresentou
um padrão sazonal semelhante. As maiores concentrações foram verificadas
em outubro de 2003 e janeiro de 2004. Durante esse período, os valores
mínimo e máximo encontrados foram, 0 (estação 1) e 191.960 mg.Kg
-1
(estação 6). Assim como para os demais metais, as estações que
apresentaram as maiores concentrações de ferro potencialmente biodisponível
foram a 2, 4 e 6. Os resultados do presente trabalho, em geral, também
corroboraram os de BARRETO (op. cit.) e PELÁEZ-RODRIGUES (op. cit.). Por
outro lado, os resultados encontrados no rio Mogi-Guaçu foram inferiores aos
avaliados no rio Monjolinho, sendo o valor mínimo e máximo de 230 e 31.325
mg.Kg
-1
, respectivamente (BRIGANTE et al., op. cit.).
O fato das maiores concentrações dos metais potencialmente
biodisponíveis analisados no presente estudo, terem sido verificadas
principalmente nas estações 2 e 6, deve-se provavelmente, à granulometria do
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
71
sedimento, o que possibilita agregar esses metais através de processos como
adsorção e complexação, pois como já visto anteriormente, esses trechos do
rio foram os que apresentaram os maiores teores de matéria orgânica, bem
como, as maiores porcentagens de silte e argila.
Julho de 2003
0
100
200
300
400
123456
Estações de coleta
Zn e Mn (mg.Kg
-1
)
0
1000
2000
3000
4000
Fe (mg.Kg
-1
)
Zn Mn Fe
Outubro de 2003
0
800
1600
2400
3200
123456
Estações de coleta
0
50000
100000
150000
200000
250000
Zn Mn Fe
Janeiro de 2004
0
200
400
600
800
123456
Estações de coleta
Zn e Mn (mg.kg
-1
)
0
2500
5000
7500
10000
Fe (mg.Kg
-1
)
Zn Mn Fe
Abril de 2004
0
5
10
15
20
25
12356
Estações de coleta
0
100
200
300
400
Fe (mg.Kg
-1
)
Zn Mn Fe
Julho de 2004
0
4
8
12
16
123456
Estações de coleta
Zn e Mn (mg.Kg
-1
)
0
250
500
750
1000
Fe (mg.Kg
-1
)
Zn Mn Fe
FIGURA 42 Valores de zinco, manganês e ferro (mg.Kg
-1
) potencialmente
biodisponíveis nos sedimentos do rio Monjolinho, durante o período de estudo.
1.4.4.7- Agrotóxicos
Assim como para a água, também foram realizadas análises dos
organoclorados aldrin, heptacloro e endosulfan-sulfato nos sedimentos
coletados durante o período de estiagem (julho de 2003) e durante o período
das chuvas (janeiro de 2004).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
72
Na Tabela 7 são apresentados os valores dos organoclorados, aldrin,
heptacloro e endosulfan-sulfato. Durante o período da estiagem, o aldrin só foi
encontrado nas estações 5 (0,034 µg.Kg
-1
) e 6 (0,07 µg.Kg
-1
). Já no período
de chuvas, este organoclorado foi encontrado nas estações 2,3,4 e 6, com
valores mínimo e máximo de 0,03 µg.Kg
-1
(estação 3) e 0,059 µg.Kg
-1
(estação 2). Já PELÁEZ-RODRIGUES (2001) detectou a presença de aldrin
somente na estação 1 (0,69 µg.Kg
-1
), também durante o período de chuvas.
Os resultados encontrados no rio Mogi-Guaçu foram superiores aos avaliados
no rio Monjolinho, sendo o valor mínimo e máximo de 4,09 e 29,3 µg.Kg
-1
,
respectivamente (BRIGANTE et al., 2003d).
O heptacloro foi detectado somente na estação 6 em ambos os
períodos, com concentrações variando entre 10,64 µg.Kg
-1
(julho de 2003) e
0,219 µg.Kg
-1
(janeiro de 2004), diferindo dos dados obtidos por PELÁEZ-
RODRIGUES (2001), em que o heptacloro foi verificado apenas no período de
chuvas, nas estações 1 e 6, com valores de 14 e 1,5 µg.Kg
-1
, respectivamente.
Dentre os organoclorados analisados, o endosulfan-sulfato foi o único
detectado em maiores concentrações durante o período de estiagem. As
estações que apresentaram este composto foram a 3 ( 5,88 µg.Kg
-1
), 4 ( 9,117
µg.Kg
-1
) e 5 (0,029 µg.Kg
-1
), sendo que nas demais estações não houve sua
detecção pelo método. Dados anteriormente obtidos mostraram a presença
deste organoclorado somente em um trecho próximo à captação de água pelo
SAEE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Carlos), cujo valor
correspondeu a 0,41µg.Kg
-1
(PELÁEZ-RODRIGUES, op. cit.).
De maneira geral, analisando-se os resultados de organoclorados no
sedimento do rio Monjolinho do presente trabalho com os de PELÁEZ-
RODRIGUES (2001), verificou-se que o ponto 1 (região de nascente)
apresentou uma significativa melhora em seu quadro de degradação, enquanto
que os demais trechos do rio mostraram uma tendência à degradação da
qualidade dos sedimentos.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
73
TABELA 7 Teores de organoclorados (µg.kg-1) nos sedimentos do rio
Monjolinho durante as coletas de julho de 2003 e janeiro de 2004.
Julho de 2003 Janeiro de 2004 Estações
de coleta
Aldrin
(µg.Kg
-1
)
Heptacloro
(µg.Kg
-1
)
Endosulfan
sulfato (µg.Kg
-1
)
Aldrin
(µg.Kg
-1
)
Heptacloro
(µg.Kg
-1
)
Endosulfan
sulfato (µg.Kg
-1
)
1
ND ND ND
ND
ND ND
2 ND ND
ND 0,059
ND ND
3
<LD ND 5,88
0,003
ND ND
4 ND ND
9,117
0,041 ND ND
5
0,034 ND 0,029 ND ND ND
6
0,07
10,64
ND 0,044
0,219
<LD
ND: Não detectado pelo método; <LD: abaixo do limite de detecção do método.
1.4.4.8- Análise estatística
Os resultados obtidos a partir da análise de componentes principais
(PCA), bem como os respectivos parâmetros físicos e químicos utilizados para
avaliar cada período de coleta do sedimento, estão apresentados nas Tabelas
17 a 21 do Apêndice - A.
Foi realizada uma MANOVA para testar o efeito do período
(sazonalidade) sobre o conjunto total de dados, do qual pôde-se constatar, que
o mesmo foi significativo (p=0,05). Por conta disso, optou-se por trabalhar
separadamente as cinco épocas de coleta.
Para a PCA de julho de 2003, os dois primeiros componentes explicaram
juntos 95,44 % da variância total dos dados, sendo que o primeiro componente
explicou 57,15 % e o segundo 38,12 %.
Através da análise de agrupamento das variáveis físicas e químicas do
sedimento, foi possível identificar três grupos (coeficiente de correlação
cofenético “CCC” = 0,9209), a um nível de corte de 1,5 na distância euclidiana
média. O grupo I foi formado pelas estações de amostragem 2, 3, 4 e 5; o
grupo II pela estação 1 e o grupo III pela estação 6 (Figura 43).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
74
0
1
2
3
Distância euclidiana média
1
2
3
4
5
6
I II III
FIGURA 43 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de julho de 2003 (CCC = 0,9209).
Em outubro de 2003, o percentual da variância total obtido foi de
95,63%, considerando-se 2 eixos, sendo que o primeiro explicou a maior parte
dos parâmetros (74,49 %) enquanto o segundo eixo explicou 21,18 %. Através
do agrupamento foi possível identificar dois grupos (CCC = 0,8926), a um nível
de corte de 5,0, na distância euclidiana média. O grupo I foi formado pelas
estações 1, 3, 4 e 5 e o grupo II pelas estações 2 e 6 (Figura 44).
0
1
2
3
4
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6
Distância euclidiana média
1
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3
4
5
6
I
II
FIGURA 44 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de outubro de 2003 (CCC = 0,8926).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
75
Para a PCA de janeiro de 2004, o percentual da variância total obtido foi
de 93,61 %, considerando 3 eixos, sendo que o primeiro explica 60,68 %, o
segundo 19,95 % e o terceiro 12,97 %. Através do agrupamento foi possível
identificar dois grupos (CCC = 0,80), a um nível de corte de 4,5 na distância
euclidiana média. O grupo I foi composto pelas estações 1, 3, 4 e 5, o grupo II
pelas estações 2 e 6 (Figura 45).
0
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3
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1
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5
6
Distância euclidiana média
I
II
FIGURA 45 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de janeiro de 2004 (CCC = 0,80).
Em abril de 2004, os três primeiros componentes explicaram juntos
95,05 % da variância total dos dados, sendo que o primeiro componente
explicou 65,24 %, o segundo 20,49 % e o terceiro 9,27 %. Através da análise
de agrupamento foi possível identificar dois grupos. O grupo I foi formado pelas
estações 1, 5 e 6 e o grupo II pelas estações 2 e 3 (Figura 46).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
76
0
1
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4
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6
Distância euclidiana média
1
2
3
5
6
I
II
FIGURA 46 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de abril de 2004 (CCC = 0,9467).
Já em julho de 2004, os três primeiros componentes explicaram juntos
93,22 % da variância total dos dados, sendo que o primeiro explicou 53,59 %, o
segundo 31,64 % e o terceiro 7,97 %. Através do agrupamento gerado
identificou-se três grupos (CCC = 0,9375), a um nível de corte de 3,78 na
distância euclidiana média. O grupo I foi composto pela estação 2; o grupo II
pela estação 6 e o grupo III pelas estações 1, 3, 4 e 5 (Figura 47).
0
1
2
3
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7
Di
st
â
n
c
i
a
euc
li
d
i
a
n
a
m
éd
i
a
1
2
3
4
5
6
I
II III
FIGURA 47 - Dendrograma obtido a partir da Análise de Componentes Principais
(PCA), para o período de coleta de julho de 2004 (CCC = 0,9375).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
77
De maneira geral, os sedimentos amostrados no rio dividiram-se em dois
grupos. O grupo I foi representado pelas estações 2 e 6, localizadas em
trechos do rio caracterizados pelos maiores teores dos parâmetros avaliados,
possivelmente em função da granulometria do sedimento, no caso da estação
2, ao tempo de retenção da água. Já para a estação 6, além da constituição do
sedimento, outro fator preponderante é a sua localização, uma vez que na
estação 6 o rio já drenou todo o perímetro urbano e portanto, já recebeu todos
os efluentes domésticos e industriais, além dos de seus tributários. O grupo II
foi representado pelas demais estações de amostragem (1,3,4 e 5). A estação
1, de maneira geral, foi a que apresentou os melhores valores indicativos de
qualidade de sedimento, embora tenha se enquadrado junto com as estações
3, 4 e 5. Estas últimas mostraram uma condição intermediária pois não
apresentaram teores das variáveis avaliadas tão altos quanto os das estações
2 e 6, nem tão baixos quanto a estação 1.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
78
1.5- Conclusões
As variáveis limnológicas analisadas para os compartimentos água e
sedimento do rio Monjolinho, de maneira geral, não mostraram um padrão
sazonal.
Do ponto de vista espacial, algumas variáveis limnológicas da água
(material em suspensão, compostos fosfatados, cloreto, sulfeto, sulfato, íon
amônio) mostraram valores crescentes ao longo do rio Monjolinho, acentuando-
se nas estações 5 e 6. Quanto às variáveis limnológicas do sedimento, também
verificou-se um aumento progressivo em suas concentrações, particularmente
de matéria orgânica, nitrogênio orgânico total e fósforo total, a partir dos
trechos localizados em área urbana, intensificando-se nas estações 2 e 6.
Os resultados das análises de metais nas amostras de água revelaram
valores acima do estabelecido pela resolução CONAMA 357/05, principalmente
em julho de 2003 e julho de 2004, para cádmio nas estações 2, 3, 4 e 6; cobre
nas estações 3, 4, 5 e 6; e manganês nas estações 4, 5 e 6. Quanto as
amostras de sedimento, os maiores valores de metais biodisponíveis avaliados
(Cr, Cd, Cu, Zn, Mn e Fe) foram encontrados em outubro de 2003 e julho de
2004 nas estações 2, 4 e 6.
Os resultados das análises dos organoclorados avaliados na água
mostraram valores acima dos estabelecidos pelo CONAMA 357/05 para aldrin
e heptacloro a partir da estação de amostragem 1, principalmente em janeiro
de 2004. Com relação aos mesmos organoclorados avaliados no sedimento, os
maiores valores encontrados foram a partir da estação de coleta 2,
intensificando-se na estação 6.
Os resultados limnológicos obtidos no presente estudo corroboraram os de
outros estudos realizados ao longo dos anos no rio Monjolinho, a exemplo de
SÉ (1992), BARRETO (1999) e PELAEZ-RODRIGUES (2001).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
79
Com base nos resultados obtidos quanto aos parâmetros limnológicos da
água e sua análise estatística, pôde-se dividir o eixo longitudinal do rio
Monjolinho em quatro regiões, do ponto de vista qualitativo:
-Trecho de nascente (estação 1), em que as águas apresentaram uma
tendência de não poluída a ligeiramente poluída;
-Trecho com início de influência urbana, caracterizado como
moderadamente poluído (estação de amostragem 2 e 3);
-Trecho fortemente influenciado pelas atividades urbanas do município de
São Carlos (estação 4), uma vez que o mesmo recebe a maior parte do
esgotamento sanitário do município. Portanto, fortemente poluído; e
-Trecho a jusante (estações 5 e 6), caracterizado pela maior poluição do
sistema como um todo.
Também com base nos resultados limnológicos obtidos para o sedimento e
na análise estatística a eles aplicada, pôde-se dividir o eixo longitudinal do rio
Monjolinho em três regiões, do ponto de vista qualitativo:
-Trecho de nascente (estação 1), apresentando sedimento não poluído a
ligeiramente poluído;
-Trecho apresentando sedimento moderadamente poluído, correspondente às
estações 3, 4 e 5; e
-Trecho com sedimento fortemente poluído, abrangendo as estações 2 e 6.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
80
CAPÍTULO 2
ESTUDO ECOTOXICOLÓGICO DO RIO MONJOLINHO
1.1- Introdução
1.1.1- Considerações gerais
As substâncias sintetizadas pelo homem têm aumentado de maneira
quase exponencial. Sabe-se que existem, aproximadamente, 11 milhões de
substâncias químicas, sendo que a cada ano são fabricados de 500 a 1000
novos compostos (UNEP, 1992).
A fragilidade dos ecossistemas aquáticos torna-se mais nítida quando se
constata que apenas uma pequena parcela destas substâncias sintetizadas
tem seus efeitos conhecidos. Segundo RAND et al. (1995), uma vez que esses
poluentes alcançam um corpo d’água, compreender a dinâmica destes no
ambiente aquático é extremamente difícil, pois, envolvem interações complexas
de fatores físicos, químicos e biológicos inerentes a cada corpo receptor, a não
ser que a relação entre os componentes do sistema sejam bem conhecidas.
Antigamente, a avaliação da qualidade da água era feita através de
métodos tradicionais como parâmetros químicos e físicos ou em alguns casos,
do levantamento de índices da comunidade biológica, como a diversidade e
abundância (BURTON, 1999). Contudo, os efeitos causados à biota devem ser
contemplados nos programas de monitoramento, podendo-se assim avaliar os
diferentes compartimentos do sistema aquático (água sedimento e
comunidades), as inter-relações e os efeitos dos contaminantes. Nesse
contexto, os bioensaios de toxicidade, representam ferramentas essenciais
para uma melhor avaliação da degradação dos recursos hídricos (BATALHA,
1998).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
81
1.1.2- Ferramentas ecotoxicológicas para avaliação da qualidade
ambiental
Diante da contaminação dos recursos hídricos por metais e outros
compostos, a ecotoxicologia surge como uma ferramenta necessária para
avaliar a toxicidade destes à comunidade aquática. Segundo ADAMS (1995), a
ecotoxicologia aquática é definida como o estado dos efeitos tóxicos nos
organismos aquáticos. Esta ampla definição inclui o estudo dos efeitos tóxicos
nos níveis, celular, individual, populacional e de comunidade.
O laboratório da Divisão de Ensaios Biológicos da CETESB vem
mantendo, desde de 1978, culturas de Daphnia similis e tem utilizado
rotineiramente esses organismos em testes de toxicidade (ZAGATTO, 1988).
Posteriormente, em 1985, visando ao desenvolvimento de testes crônico de
curta duração, iniciou-se o cultivo de Ceriodaphnia dubia (BURATINI, 2002).
Atualmente, a ecotoxicologia cresce a cada ano e, os testes de
toxicidade aquática são desenvolvidos por várias instituições de pesquisa e
órgãos de monitoramento ambiental. São realizados experimentos com metais,
agrotóxicos, efluentes industriais, amostras ambientais de água e sedimentos e
várias outras substâncias. Como organismos-teste são utilizados algas e
bactérias, invertebrados aquáticos planctônicos e bentônicos e os peixes, entre
outros. Nesses estudos são considerados desde os parâmetros dos testes de
toxicidade padronizados, como sobrevivência ou mortalidade, crescimento e
taxa de fecundidade, até parâmetros bioquímicos, fisiológicos, histológicos,
comportamentais, entre outros (FONSECA, 1997; FRACÁCIO, et al., 2000;
MELETTI, 2003 e TONISSI, et al., 2004).
O CONAMA 357 de 2005 institui a realização de ensaios
ecotoxicológicos para a avaliação da qualidade da água, a qual prevê ausência
de efeito tóxico crônico aos organismos-teste em rios de classe 2.
Existem métodos padronizados por uma série de organizações e
agências de normalização, incluindo-se a APHA, ASTM, U.S.EPA, EC,
AFNOR, DIN, ABNT, ISO e OECD (BURATINI, 2002), em que vários
procedimentos e espécies são utilizados em testes de toxicidade.
Segundo RAND & PETROCELLI (1985) os cladóceros, e
especificamente os dafinídeos, têm emergido como um grupo chave para
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
82
testes de toxicidade padronizados. A escolha de dafinídeos como organismos-
teste torna-se patente por preencher a maioria dos requisitos necessários para
esta finalidade, tais como: representatividade dentro de um grupo ecológico em
termos de taxonomia ou nível trófico; facilidade de cultivo e manutenção em
laboratório; estabilidade genética (a reprodução partenogenética é uma
característica importante, pois reduz a variabilidade genética, aumentando a
reprodutibilidade dos resultados); conhecimento da biologia da espécie e
sensibilidade a uma grande variedade de contaminantes ambientais.
O gênero Daphnia tem sido amplamente utilizado para a avaliação da
toxicidade de produtos químicos, efluentes líquidos, amostras ambientais,
lixiviados de resíduos sólidos e no estabelecimento de critérios de qualidade de
água. Embora não seja um organismo bentônico, tem sido utilizado em testes
de toxicidade com sedimentos, seja como sedimento total ou água intersticial
(GERSICH, et al., 1986; ZAGATTO, 1988; GIESY & HOKE, 1989; BURTON &
SCOTT, 1992; PEREIRA et al., 1999).
Espécies do gênero Ceriodaphnia são morfologicamente semelhantes
às do gênero Daphnia, só que menores e com ciclo de vida mais curto, o que
permite maior rapidez de respostas nos testes de toxicidade crônica (7 dias).
Pouco utilizada até 1984, seu uso cresceu bastante, principalmente em testes
de toxicidade aguda e crônica com efluentes industriais, produtos químicos e
águas superficiais. Ceriodaphnia dubia têm sido cultivada e testada com
sucesso em águas naturais e sintéticas de durezas variadas, desde 20 a 25
mg.L
-1
(águas moles) até 160 a 180 mg.L
-1
(águas duras) (RAND &
PETROCELLI, op. cit.).
1.2- Objetivos
Tendo em vista a avaliação da qualidade da água e sedimento do rio
Monjolinho do ponto de vista ecotoxicológico, foram considerados os seguintes
objetivos:
Avaliar a toxicidade aguda à Daphnia similis com amostras de água e
sedimento do rio Monjolinho;
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
83
Avaliar a toxicidade crônica à Ceriodaphnia dubia com amostras de água
e sedimento do rio Monjolinho.
1.3- Períodos e pontos de coleta
As coletas foram realizadas em cinco períodos (julho, outubro de 2003 e
janeiro, abril e julho de 2004), em seis estações de coleta, de forma a obter um
ciclo sazonal completo, com períodos de seca e chuva, bem como, períodos
intermediários entre ambos (Tabela 8).
TABELA 8- Principais características das estações de coleta do rio Monjolinho,
São Carlos (SP).
Estações de coleta Características principais
Estação 1 Situa-se no trecho de cabeceira do rio Monjolinho, em uma área de
mananciais a aproximadamente 3 Km de sua nascente principal,
situada em uma propriedade rural denominada Fazenda Santa
Terezinha.
Uso do solo: pastagem.
Estação 2 Localiza-se na entrada da área urbana do município de São Carlos,
próximo à rodovia Washington Luiz.
Uso do solo: área urbana.
Estação 3 Localiza-se a alguns metros à jusante da confluência com o córrego
do Tijuco Preto, inserida em área urbanizada.
Uso do solo: área urbana.
Estação 4 Situa-se no trecho médio do Monjolinho, logo após drenar a área
urbana. Nesse local, havia uma barragem construída pela
Companhia de Força e Luz (CPFL), a qual, no início de 1999, foi
parcialmente derrubada a fim de aumentar o escoamento.
Uso do solo: área urbana.
Estação 5 Situa-se em área rural.
Uso do solo: pastagem e cultivo de cana-de-açúcar.
Estação 6 Área rural, antes da confluência com o rio Jacaré-Guaçu.
Uso do solo: pastagem e cultivo de cana-de-açúcar.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
84
1.4- Materiais e Métodos
1.4.1- Amostragem de água e sedimento
1.4.1.1- Água
As amostras de água foram coletadas no próprio recipiente de
armazenamento e também com o auxílio da garrafa de Van Dorn, em trechos
do rio de difícil acesso. Durante o período de coletas, as amostras foram
acondicionadas em caixas térmicas, e no laboratório foram armazenadas em
câmara fria a, aproximadamente 4ºC, até o momento do ensaio
ecotoxicológico.
1.4.1.2 - Sedimento
As amostras de sedimento foram coletadas no próprio recipiente de
armazenamento, e para trechos do rio onde o acesso era limitado, utilizou-se
uma draga do tipo Eckman-Birge. Coletou-se três réplicas por ponto, as quais
foram imediatamente homogeneizadas. Durante o período de coletas, as
amostras de sedimento também foram acondicionadas em caixas térmicas, e
no laboratório foram armazenadas em câmara fria a aproximadamente 4ºC, até
o momento do ensaio ecotoxicológico.
1.4.2- Cultivo, alimentação e testes de sensibilidade dos organismos-teste
Os exemplares iniciais para o cultivo de Daphnia similis e Ceriodaphnia
dubia foram obtidos na Companhia Estadual de Tecnologia e Saneamento
Básico de São Paulo-CETESB, onde são mantidos rotineiramente.
A manutenção destes organismos no Laboratório de Ecotoxicologia e
Ecofisiologia de Organismos Aquáticos do Núcleo de Estudos em
Ecossistemas Aquáticos (NEEA - USP), seguiu basicamente a metodologia
descrita na ABNT (2003 a,b), com algumas alterações relacionadas à fonte de
água para a manutenção e adição de alimento. A água utilizada nas culturas
era natural, obtida de um poço artesiano isento de contaminantes localizado na
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
85
Fazenda Sobloco S/A, e, também a partir de água destilada, as quais foram
reconstituídas de acordo com a norma da ABNT.
Assim, os organismos foram mantidos em cristalizadores com
capacidade para 2,0 L de água de manutenção, sendo monitorados a dureza
(para 40 a 48 mg.L
-1
de CaCO
3
), o pH (para 7,2 a 7,6) e a condutividade
elétrica próxima a 160µS.cm
-1
de acordo com as Normas ABNT, NBR
13373/2003 – C. dubia e 12713/2003 para D. similis.
As trocas da água de manutenção foram realizadas três vezes por
semana, em dias alternados. A repicagem foi feita semanalmente, a partir de
indivíduos com idade em torno de 24 horas, com a finalidade de se manter
lotes de organismos com idades controladas. Os cristalizadores com os
organismos foram mantidos em incubadora a 23 ± 2°C, com fotoperíodo de 12
horas e intensidade luminosa de 1000 lux.
1.4.2.1- Alimentação dos organismos-teste
Como alimento para Ceriodaphnia dubia e Daphnia similis foi utilizada a
alga Selenastrum capricornutum, em fase exponencial de crescimento, na
concentração de 10
5
células.mL
-1
por organismo. O cultivo dessa alga foi
realizado em meio W.C Oligo (GUILLARD & LOREZEN, 1972). Após a
inoculação, que partiu de uma concentração de aproximadamente 10
4
células.mL
-1
, as culturas foram mantidas sob aeração constante à temperatura
controlada de 23 ± 2°C, com fotoperíodo de 12 horas.
O número de células das suspensões algais foi determinado através da
contagem em microscópio óptico, utilizando-se câmaras de Neubauer. Foram
utilizadas como alimento, as culturas que apresentaram densidades em torno
de 5x10
5
células.mL
-1
.
Outro alimento administrado foi o alimento composto, preparado com
fermento biológico seco tipo Fleischmann
e ração para peixe Tetramin
.
O alimento constituído de ração para peixe foi preparado adicionando-se
5g de ração em 1000mL de água destilada e mantido sob aeração contínua por
uma semana, sendo que durante esse período, a água foi sendo recomposta, a
fim de se compensar a perda por evaporação. Após a aeração, deixou-se a
solução sedimentar por algumas horas, filtrando-se o sobrenadante em rede
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
86
de plâncton de aproximadamente 45µm e descartando-se o material
sedimentado. Posteriormente, distribui-se 50mL da solução em frascos que
foram armazenados em freezer a –20
0
C até o momento de sua utilização.
A levedura foi preparada adicionando-se 0,25g de fermento biológico
seco em 50mL de água destilada, sendo esta solução acrescentada nos 50mL
de alimento constituído de ração para peixe armazenada. O alimento composto
foi fornecido no momento das trocas das culturas na proporção de 1mL.L
–1
de
água de cultivo.
1.4.2.2-Teste de sensibilidade
Como uma prática recomendada para avaliar as condições fisiológicas
dos organismos-teste, foram realizados, mensalmente, testes de sensibilidade
com uma substância de referência.
Para D. similis, a substância de referência utilizada foi o dicromato de
potássio (K
2
Cr
2
O
7
). Os organismos foram expostos a diferentes concentrações
dessa substância por um período de 24h, sem fornecimento de alimento, no
escuro e com temperatura variando entre 23 ± 2°C. Após o término do
experimento, foi observada a imobilidade total em cada concentração e
calculada a CE50;24h, assim como seu intervalo de confiança, pelo método
estatístico Trimmed Spearman-Karber (HAMILTON et al., 1977).
Para a avaliação da sensibilidade de culturas de Ceriodaphnia dubia foi
utilizado o cloreto de sódio (NaCl), como substância de referência. Os
organismos foram expostos a diferentes concentrações dessa substância por
um período de 48h sem fornecimento de alimento, no escuro e com
temperatura variando entre 23 ± 2°C. Após o término do experimento, foi
observada a imobilidade total em cada concentração e calculada a CE50;48h,
assim como seu intervalo de confiança, pelo método estatístico Trimmed
Spearman-Karber (HAMILTON, et al., op. cit.).
Com base nos 20 resultados de sensibilidade obtidos ao longo do
período amostral, pôde-se elaborar uma carta-controle, ou seja, a faixa de
sensibilidade de cada organismo-teste, constituída pelo valor médio (
x
), o
desvio padrão (δ) e coeficiente de variação (CV). Segue abaixo a equação
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
87
para o cálculo do limite superior e inferior da faixa de sensibilidade, como
também, para o cálculo do coeficiente de variação:
Limite superior
δ
×+= 2x
Limite inferior =
δ
× 2x , onde:
x
= média de CE50,
δ = desvio padrão.
Coeficiente de variação (CV%) = (δ X 100) / x
1.4.3- Bioensaios de toxicidade
1.4.3.1- Água
Os bioensaios de toxicidade com amostras de água seguiram a
metodologia descrita nas Normas ABNT, NBR 12713/2003 para D. similis
(toxicidade aguda) e NBR 13373/2003 para C. dubia (toxicidade crônica).
Nos bioensaios com D. similis, foram utilizados 5 organismos, em 3
réplicas, em copos plásticos atóxicos contendo 10 mL de água de cada local de
amostragem. A duração do bioensaio foi de 48 horas, efetuando-se, após esse
período, a contagem dos organismos móveis. Além disso, foram efetuadas
medidas do pH, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica e dureza da água
testada no início e final dos bioensaios.
Quanto aos bioensaios com C. dubia, 1 neonata (entre 6 e 24 horas de
idade) foi introduzida em copo plástico atóxico, contendo 15 mL de água de
cada local de amostragem, em 10 réplicas. A cada dois dias, foram efetuadas
trocas de água. A alimentação dos organismos durante o bioensaio foi a
mesma adotada para a manutenção, obedecendo as devidas proporções.
Os bioensaios foram realizados em temperaturas variando entre 23°C ±
2, com fotoperíodo de 12 horas. A duração dos experimentos variou de sete a
dez dias, período necessário para a produção da 3ª ninhada, sendo registrado
o número de neonatas produzidas ao longo do experimento. Os dados de
sobrevivência foram obtidos acompanhando-se a mortalidade dos organismos
até o final do experimento. Além disso, foram feitas medidas do pH, oxigênio
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
88
dissolvido, condutividade elétrica e dureza da água testada, no início e final dos
bioensaios.
1.4.3.2- Sedimento
Os bioensaios de toxicidade aguda com sedimento foram realizados com
D. similis seguindo a metodologia descrita em BURTON & MaCPHERSON
(1995), que consistiu na manutenção da proporção 1:4 (sedimento: água
reconstituída).
A metodologia consistiu em pesar, no dia anterior à montagem dos
testes, 20g de sedimento, adicionando-se posteriormente 80 mL de água de
cultivo. A preparação inicial foi fundamental para que ocorresse a
sedimentação do material ressuspenso. Após 24 horas, foram introduzidos 10
organismos em cada recipiente, sendo utilizadas 3 réplicas. Os testes foram
realizados em temperaturas variando entre 23 ± 2°C com duração de 48 horas,
efetuado-se, após esse período, a contagem de organismos móveis. Além
disso, as variáveis pH, oxigênio, condutividade e dureza da água testada foram
monitoradas no início e final dos bioensaios.
Os bioensaios de toxicidade crônica com sedimento foram realizados
com C. dubia seguindo a metodologia descrita em BURTON & MaCPHERSON
(op. cit.).
Os bioensaios foram preparados pesando-se 20g de sedimento,
adicionando-se posteriormente 80 mL de água de cultivo. Após 24 horas, 1
organismo foi introduzido por réplica em um total de 10 réplicas. Os bioensaios
foram realizados em temperaturas variando entre 23 ± 2°C, com fotoperíodo de
12 horas. A renovação da água foi realizada a cada 2 dias (cerca de 1/3 do
volume total), tomando-se o cuidado de não revolver o sedimento. Os
organismos foram alimentados conforme já descrito anteriormente.
A duração do teste variou de sete a dez dias, período necessário para a
produção da 3ª ninhada, sendo registrado o número de neonatas produzidas
ao longo do experimento. Os dados de sobrevivência foram obtidos
acompanhando-se a mortalidade dos organismos até o final do experimento.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
89
No início e final dos bioensaios, também foram efetuadas medidas de pH,
oxigênio dissolvido, condutividade elétrica e dureza da água testada.
1.4.4- Tratamento estatístico dos dados
Para a avaliação da sensibilidade dos organismos submetidos aos testes
de toxicidade com uma substância de referência, foi utilizado o programa
computacional Trimmed Spearm-Karber (HAMILTON et al., 1977).
Para a avaliação dos resultados de toxicidade aguda (imobilidade) e
crônica (mortalidade), nas amostras ambientais, foi utilizado o teste de Fisher,
a fim de se verificar a ocorrência de diferenças significativas ou não das
amostras em relação ao controle. Para a aplicação deste teste, e dos demais
descritos a seguir, foi utilizado o programa computacional Toxstat 3.4 (GULLEY
et al., 1994).
Os resultados dos testes de toxicidade crônica com C. dubia foram
submetidos à análise de normalidade dos dados (teste de Chi-quadrado) e
homogeneidade das variâncias (teste de Bartlett). Quando constatado que
apresentavam distribuição normal, ou seja, eram paramétricos, estes foram
analisados através do teste de Dunnett, o qual compara cada tratamento com o
controle experimental.
Porém, quando não verificada normalidade dos dados e homogeneidade
das variâncias, ou seja, dados não paramétricos, foi aplicado o teste Many-One
de Steel (semelhante ao de Dunnett). Em caso de experimentos que
apresentaram número desigual de réplicas foi utilizado o método de Bonferroni
que é semelhante ao de Dunnett.
1.5- Resultados e discussão
1.5.1- Testes de sensibilidade de Ceriodaphnia dubia e Daphnia similis
A faixa de sensibilidade de Ceriodaphnia dubia ao cloreto de sódio,
calculada a partir dos últimos 20 resultados dos testes mensais de
sensibilidade são apresentados nas Figuras 48 e 49, respectivamente.
Para Ceriodaphnia dubia, a faixa de sensibilidade da carta controle de
2003 foi de 1,24 a 2,05g.L
-1
de NaCl, com o valor de coeficiente de variação
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
90
(CV) de 12,21%, enquanto que a de 2004, foi de 1,23 a 2,02g.L
-1
de NaCl, com
CV de 12,07%, ambas muito próximas e com todos os valores dentro dos
limites de desvio-padrão, a partir do valor médio.
No caso de Daphnia similis, para a carta controle de 2003, a faixa de
sensibilidade ao K
2
Cr
2
O
7
ficou entre 0,03 e 0,06mg.L
-1
, com CV de 16,99%,
enquanto que a de 2004, ficou entre 0,01 e 0,07mg.L
-1
de K
2
Cr
2
O
7
, com CV de
24,62% (Figuras 50 e 51). Os valores de CE50 encontrados estiveram abaixo
dos apresentados por ZAGATO (1986), mostrando uma maior sensibilidade
dos organismos-teste. Este fato, entretanto, também vem sendo observado em
outros laboratórios, a exemplo, dos Laboratórios de Ecotoxicologia da UFMG e
da UNIFEI, nos quais os cultivos dos organismos são mantidos a partir de água
natural, não reconstituída, com valores de pH próximo ao neutro, condutividade
entre 120 e 150 µS.cm
-1
e dureza variando entre 32 e 50 mg.L
-1
CaCO3.
Carta controle de 2003
0
0,5
1
1, 5
2
2,5
0 5 10 15 2 0
mero de testes
CE 50 48h limite superior Limite inferior
FIGURA 48 - Resultados dos testes de sensibilidade de Ceriodaphnia dubia ao
cloreto de sódio como substância de referência (Carta Controle 2003).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
91
Carta controle de 2004
0
0.5
1
1. 5
2
2.5
05101520
mero de testes
CE 50 48h limite superior Limite inferior
FIGURA 49 - Resultados dos testes de sensibilidade de Ceriodaphnia dubia ao
cloreto de sódio como substância de referência (Carta Controle 2004).
Carta controle de 2003
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0246810121416
Número de testes
CE 50 24h limite superior Limite inferior
FIGURA 50- Resultados dos testes de sensibilidade de Daphnia similis ao
dicromato de potássio como substância referência (Carta Controle 2003).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
92
Carta controle de 2004
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09
051015
Número de testes
CE 50 24h limite superior Limite inferior
FIGURA 51- Resultados dos testes de sensibilidade de Daphnia similis ao
dicromato de potássio como substância referência (Carta Controle 2004).
1.5.2- Bioensaios de toxicidade com amostras ambientais
1.5.2.1- Bioensaios de toxicidade aguda e crônica com amostras de água
Os resultados dos bioensaios de toxicidade aguda com amostras de
água são apresentados na Tabela 9 e Figura 52.
Em julho de 2003, de acordo com a análise estatística de Fisher o
bioensaio ecotoxicológico revelou diferença significativa em relação ao controle
para Daphnia similis, expostas às amostras de água de todas as estações de
coleta, com maiores valores de imobilidade para as estações de amostragem 3,
4, e 5, e todos eles correspondendo a 100%. Já em outubro de 2003, não foi
verificado efeito de toxicidade aguda, ou seja, não apresentou diferença
significativa em relação a amostra controle em nenhuma estação, sendo
registrado o maior valor de imobilidade para a estação 6, com apenas 6,6%.
Em janeiro de 2004, os resultados do bioensaio de toxicidade
demonstraram diferença significativa em relação ao controle somente para a
estação 1, com 26,6% de imobilidade dos organismos.
Em abril de 2004, os valores demonstraram ausência de toxicidade
aguda para todas as estações de coleta, sendo registrado o maior valor de
imobilidade para a estação 2, com 20 %. O mesmo foi verificado em julho de
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
93
2004, em que o valor máximo de imobilidade dos organismos correspondeu a
13,3 % para as estações de amostragem 2 e 3.
TABELA 9 - Resultados dos bioensaios de toxicidade aguda com amostras de
água para o organismo-teste Daphnia similis, nas cinco campanhas de coleta
de dados, entre julho de 2003 e julho de 2004.
Daphnia similis
Estações de amostragem
Jul/03 Out/03 Jan/04 Abr/04 Jul/04
1 T NT T NT NT
2 T NT NT NT NT
3 T NT NT NT NT
4 T NT NT NT NT
5 T NT NT NT NT
6 T NT NT NT NT
T: Toxicidade aguda (diferença significativa p<0,05); NT: Não tóxico (diferença não
significativa p>0,05) a um nível de significância de 5% no teste de Fisher.
0
20
40
60
80
10 0
12 0
123 456
Estões de amostragem
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 52 - Porcentagem de imobilidade de Daphnia similis nos bioensaios de
toxicidade aguda com amostras de água do rio Monjolinho, coletadas em julho
e outubro de 2003, e janeiro, abril e julho de 2004. A linha tracejada
corresponde ao limite estabelecido de toxicidade.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
94
Os resultados dos testes de toxicidade crônica com amostras de água
são apresentados na Tabela 10 e Figura 53.
No presente estudo, foram realizados bioensaios de toxicidade crônica
com as amostras de todas as estações de coleta, mesmo para aquelas que
apresentaram toxicidade aguda à Daphnia similis, com o intuito de comparar os
resultados obtidos em ambos os bioensaios. Entretanto, o bioensaio de
toxicidade crônica de julho de 2003 foi invalidado, em virtude da alta
mortalidade dos organismos-teste na amostra controle, cerca de 80%.
Em outubro de 2003, observou-se diferença significativa somente entre o
controle e a estação de coleta 1, não tendo sido registrada nenhuma
mortalidade entre as fêmeas adultas no controle. A maior fecundidade ocorreu
na estação de coleta 5, com uma produção total de 241 neonatas, tendo este
valor excedido o do controle, que apresentou 189 neonatas. As demais
estações apresentaram um total de neonatas igual ou inferior ao controle.
Por outro lado, verificou-se que, apesar da amostra de água proveniente
da estação 1 ter causado efeito crônico em C. dubia, a mesma não causou
qualquer efeito agudo em Daphnia similis.
Em janeiro de 2004 as amostras de água da maioria das estações não
apresentaram efeito tóxico crônico para o organismo testado, com exceção da
estação 1 que apresentou diferença significativa em relação ao controle. Na
maioria das estações, observou-se uma maior fecundidade do que a do
controle (total de 176 neonatas), variando entre 207 neonatas na estação 4 e
243 na estação 5. Neste período, também constatou-se que a amostra de água
proveniente da estação 1, causou tanto efeito agudo quanto crônico aos
organismos testados.
Em abril de 2004, na maioria das estações, verificou-se um maior
número de neonatas que o do controle (total de 197 neonatas), exceto para a
estação 2, em que a produção total foi de 138 neonatas, sendo que a estação 1
apresentou diferença significativa em relação ao controle, representando a
menor fecundidade do bioensaio (total de 64 neonatas).
Com relação aos resultados obtidos em ambos os bioensaios, verificou-
se um comportamento similar dos organismos-teste para o período estudado.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
95
Foi constatado efeito tóxico agudo para D. similis, bem como, efeito crônico
para C. dubia para a água coletada da estação 1.
Em julho de 2004 não foi constatado efeito de toxicidade crônica para
nenhuma estação de amostragem. Conforme já observado em outras
campanhas de amostragem, a estação 1 apresentou a menor produção de
neonatas do bioensaio, com total de 64, enquanto que as demais estações
apresentaram maior fecundidade, tendo sido inclusive maior do que a do
controle (total de 103). Neste período, não foi constatado efeito tóxico agudo
para D. similis, nem efeito crônico para C. dubia.
TABELA 10 - Resultado do teste de Dunnett para os dados de reprodução de
Ceriodaphnia dubia em bioensaio de toxicidade crônica com amostras de
água, no período de estudo.
Ceriodaphnia dubia
Estações de amostragem
Out/03 Jan/04 Abr/04 Jul/04
1 TC TC TC NT
2 NT NT NT NT
3 NT NT NT NT
4 NT NT NT NT
5 NT NT NT NT
6 NT NT NT NT
TC: Toxicidade crônica (diferença significativa p<0,05); NT: Não tóxico (diferença não
significativa p>0,05) a um nível de significância de 5%.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
96
0
50
10 0
15 0
200
250
300
Controle123456
Estões de amostragem
out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 53 - Total de neonatas de Ceriodaphnia dubia produzidas nos bioensaios
de toxicidade crônica com amostras de água do rio Monjolinho, coletadas em
outubro/03, janeiro/04, abril/04 e julho/04.
Dos resultados obtidos nos bioensaios de toxicidade aguda com
Daphnia similis pôde-se concluir que o período de coleta de julho de 2003 foi o
mais tóxico para o organismo em estudo. Tais resultados corroboram com os
encontrados por FRACÁCIO e CAMPAGNA (com. pessoal) em bioensaios de
toxicidade in situ, utilizando juvenis de Danio rerio e Poecilia reticulata,
realizados durante o mesmo período de coleta no rio Monjolinho. Esse fato
esteve provavelmente associado a vários fatores, tais como à presença de
metais pesados, pois esse período amostral foi o que apresentou as maiores
concentrações dos metais avaliados (cádmio, cobre, cromo, zinco e manganês)
sendo que o cádmio e cobre estiveram presentes em concentrações acima do
Conama 357 de 2005 para rios de classe 2 na maioria das estações.
Neste período, também detectou-se a presença dos organoclorados
aldrin e heptacloro, em algumas estações de amostragem (2, 4 e 6) com
valores acima do CONAMA 357/05, além da possível presença dos demais
poluentes não avaliados neste estudo. De acordo com BRANCO (1999), a
toxicidade de uma amostra de água nem sempre depende de uma única
espécie química, mas sim da interação de diferentes espécies e condições
físicas e químicas da qual podem resultar em atenuação ou, ao contrário,
sinergismo, reduzindo ou acentuando os efeitos tóxicos individuais.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
97
Outro parâmetro avaliado no presente estudo, que provavelmente tenha
influenciado o efeito tóxico agudo em julho de 2003, foi à presença do íon
sulfeto. Esse período de coleta foi o que apresentou os teores de sulfeto mais
elevados do que as demais campanhas de amostragem, com níveis acima do
limite do CONAMA 357/05, estabelecido em 0,002 mg.L
-1
de H
2
S não
dissociado, em todas as estações (entre de 0,01 e 0,037 mg.L
-1
), com exceção
da 1. Em testes laboratoriais, os sulfetos causam efeito letal agudo em
organismos aquáticos quando em concentrações entre 0,01 e 0,04 mg.L
-1
(CETESB 1986
2
apud ESPÍNDOLA et al. 2003).
De maneira geral, para os demais períodos de amostragem não foi
verificada toxicidade aguda e nem crônica em todas as estações, com exceção
da estação 1, que apresentou toxicidade aguda em janeiro e crônica em todos
os períodos de coleta, exceto em julho de 2004.
CAMPAGNA e FRACÁCIO (com. pessoal) em bioensaios de toxicidade
realizados in situ e em laboratório, também encontraram alta toxicidade nesta
estação de coleta durante o período de estudo. A toxicidade observada nessa
estação pode ser atribuída a vários fatores, dentre eles, a contaminação do
lençol freático por elementos tóxicos não avaliados no presente estudo, ou
então, ao efeito da dureza da água na reprodução de Ceriodaphnia dubia, pois,
esses organismos-teste podem ter sofrido algum tipo de estresse ao terem sido
expostos às amostras de água com teores de dureza menores do que aqueles
que foram mantidos em água de cultivo que sempre fica entre 42 e 48mg.L
-1
de
CaCO
3
. No caso desta estação a dureza variou entre 4 e 6 mg.L
-1
de CaCO
3
para a maioria do período amostral, com exceção em julho de 2004, onde o
valor registrado foi de 10 mg.L
-1
de CaCO
3
e não foi registrada toxicidade para
os organismos-teste. Tal fato tem sido verificado em diversos estudos como os
de ARAGÃO & BURATINI (2000), RODGHER (2001) e ESPÍNDOLA et al.
(2003).
Segundo RATTNER & HEATH (1995) a toxicidade dos metais está
intimamente relacionada com a dureza, pois alguns metais são mais tóxicos em
águas menos duras, sendo essa constatação mais efetiva para o cádmio.
2
COMPANHIA DE TECNOLOGIA E SANEAMENTO AMBIENTAL-CETESB. (1986). Avaliação
da qualidade da toxicidade das águas, sedimentos dos rios e efluentes industriais da região de
Cubatão. São Paulo. 136p.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
98
O fato de que, em algumas campanhas de amostragem em
determinadas estações de coletas, os metais cádmio e cobre estiveram
presentes em concentrações elevadas e não causaram toxicidade aos
organismos-teste, deve-se a vários fatores, como por exemplo, segundo
COONEY (1995) a presença do material suspenso e dissolvido na superfície da
água. Tais materiais podem mascarar a toxicidade, uma vez que os metais se
adsorvem ao material em suspensão, tornando-se indisponível à biota.
Outro fator que contribui positivamente para a redução da
biodisponibilidade dos metais são microrganismos como bactéria. Esses
organismos aderem às partículas abióticas (como metais e outros poluentes)
formando agregados. Dessa forma, densidades de bactérias, concentração e a
distribuição espacial de partículas orgânicas e inorgânicas são fatores chaves
que influenciam a adsorção de substâncias químicas sobre partículas
suspensas (RAND et al., 1995).
De maneira geral, notou-se um aumento na fecundidade de
Ceriodaphnia dubia ao longo do canal, justamente nas estações de
amostragem onde foram encontrados os maiores teores de nutrientes e
também dos demais parâmetros avaliados. Esse fato também foi verificado por
COSTA (2001), no reservatório de Barra bonita no rio Tiête (SP). A autora o
relaciona a uma possível carência de nutrientes na constituição do alimento
recomendado para o cultivo dos organismos-teste em laboratório.
MENDES (1998), realizou bioensaios de toxicidade crônica com
Ceriodaphnia dubia também no rio Monjolinho em trechos similares a este
trabalho. Os resultados encontrados no presente estudo corroboraram o do
referido autor, indicando que a estação 1 apresentou efeito crônico, ao passo
que na estação 6, não foi observado nenhum efeito crônico. Ainda segundo o
autor, esse fato pode ser atribuído à baixa concentração de nutrientes e
matéria orgânica, no caso da estação 1 e, no caso da estação 6, às elevadas
concentrações de metais encontradas mais a jusante, indicando que,
provavelmente, esse metal não estava na forma biodisponível.
FRACÁCIO et al. (2000) realizou bioensaios de toxicidade aguda com
os organismos-teste Daphnia similis e Ceriodaphnia dubia no rio Monjolinho em
alguns trechos similares ao atual trabalho. Os resultados indicaram uma maior
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
99
sensibilidade para D. simlis, a qual apresentou toxicidade aguda para as
estações 2 e 5 (com 50 e 60% de imobilidade, respectivamente).
Segundo TONISSI et al. (2004), é necessário avaliar os resultados dos
bioensaios de toxicidade com amostras de água com cautela, pois a
concentração de agentes tóxicos na água não é constante, uma vez que o
lançamento de efluentes (industriais, agrícolas e domésticos) são intermitentes.
Dessa forma, as amostragens pontuais de água não necessariamente
representam a real qualidade deste ambiente, ainda mais se o ambiente em
estudo for um rio, onde a variabilidade espacial e temporal é muito intensa.
1.5.2.2- Bioensaios de toxicidade aguda e crônica com sedimento
Os resultados dos bioensaios de toxicidade aguda com amostras de
sedimento são apresentados na Tabela 11 e Figura 54.
Em julho de 2003, o resultado do bioensaio de toxicidade aguda para
Daphnia similis demonstrou que não houve diferença significativa em relação
ao controle para nenhuma estação de coleta, sendo registrado o maior valor de
imobilidade para a estação 4 com 20%, respectivamente.
Em outubro de 2003, as amostras provenientes da estação 2 (33,3% de
imobilidade), 4 (23,3%) e 6 (30%) demonstraram diferença significativa em
relação ao controle. As demais estações de coleta não apresentaram diferença
significativa.
Com relação à coleta de janeiro de 2004, somente a estação 2
apresentou diferença significativa, com 30% de imobilidade para D. similis.
Quanto as demais estações, estas não demonstraram toxicidade, sendo
registrado o maior valor de imobilidade para a estação 4 com 13,3%.
Em abril de 2004 os valores do bioensaio de toxicidade aguda
demonstraram que não ocorreu diferença significativa em relação ao controle
para todas as estações de coleta, sendo registrado o maior valor de
imobilidade para a estação 5 com 13,3%. Foi inviável a realização da coleta de
sedimento na estação 4 para esse período de amostragem, já que as
comportas estavam fechadas e o nível d’água estava muito elevado.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
100
Em julho de 2004 somente a estação de amostragem 2 apresentou
diferença significativa em relação ao controle, com 26,6 % de imobilidade.
TABELA 11 - Resultados dos bioensaios de toxicidade aguda com amostras de
sedimento para o organismo-teste Daphnia similis, das cinco campanhas de
coleta entre julho/03 e julho/04.
T: Toxicidade aguda (diferença significativa p<0,05); NT: Não tóxico (diferença não
significativa p>0,05) a um nível de significância de 5 %; NC.: Não Coletado
0
5
10
15
20
25
30
35
123456
Estões de amostragem
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 54 - Porcentagem de imobilidade de Daphnia similis nos bioensaios de
toxicidade aguda com amostras de sedimento do rio Monjolinho, coletadas em
julho/03, outubro/04, janeiro04, abril/04 e julho/04. A linha tracejada
corresponde ao limite estabelecido de toxicidade.
Os resultados dos bioensaios de toxicidade crônica com o organismo-
teste Ceriodaphnia dubia são apresentados na Tabela 12 e Figura 55.
Daphnia similis
Estações de amostragem
Jul/03 Out/03 Jan/04 Abr/04 Jul/04
1 NT NT NT NT NT
2 NT T T NT T
3 NT NT NT NT NT
4 NT T NT NC NT
5 NT NT NT NT NT
6 NT T NT NT NT
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
101
Foram realizados bioensaios de toxicidade crônica com as amostras de
sedimento provenientes de todas as estações de coleta, mesmo para aquelas
que já haviam apresentado toxicidade aguda para Daphnia similis, visando
comparar os resultados obtidos em ambos os bioensaios.
Em julho de 2003, infelizmente, o bioensaio de toxicidade crônica foi
invalidado, em virtude dos organismos-teste serem machos, foi encontrado
cerca de 80% de machos em todas as amostras, inclusive a do controle.
Em outubro de 2003, os resultados do bioensaio de toxicidade crônica
com amostras de sedimento revelaram diferença significativa para as estações
1, com uma fecundidade total de 67 neonatas e para a 2, com uma produção
total de 110. Vale aqui ressaltar que este bioensaio não apresentou número de
réplicas iguais, justamente pelo fato dos organismos-teste serem machos.
Sendo assim, a análise estatística utilizada foi a de Bonferroni, este método é o
mais apropriado em casos com diferentes números de réplicas.
Quando comparados os resultados desse bioensaio com o agudo,
somente a estação 4 não foi similar, verificando-se toxicidade aguda dessa
estação para D. similis. Porém, não foi constatada toxicidade crônica para C.
dubia.
Em janeiro de 2004 as amostras de sedimento de todas as estações de
coleta apresentaram diferença significativa em relação ao controle,
caracterizando, portanto, efeito crônico para C. dubia. Foi registrado o menor
valor de fecundidade para a estação 6, com um total de 172 neonatas.
Comparando-se os resultados com os bioensaios de toxicidade aguda,
nota-se que somente a estação 2 apresentou efeito tóxico, em ambos os
ensaios.
Em abril de 2004 foi observada diferença significativa em relação ao
controle em todas as estações de coleta, constatando-se dessa maneira,
toxicidade crônica. O menor valor de fecundidade foi registrado para a estação
6, com uma produção total de 193 neonatas. Lembrando que nesta mesma
campanha de amostragem não foi realizada coleta na estação 4, pois, as
comportas estavam fechadas e o nível da água estava muito elevado. Quanto
às amostras de sedimento dessa campanha de amostragem, estas não
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
102
apresentaram efeito agudo para D. similis, mas sim efeito crônico para C.
dubia.
Em julho de 2004, as amostras de sedimento das estações 3 e 6
apresentaram diferença significativa em relação ao controle, sendo registrado o
menor valor de fecundidade para a estação 3, com um total de 60 neonatas. Já
as amostras de sedimento, não apresentaram efeito agudo para D. similis, mas
sim efeito crônico para C. dubia.
TABELA 12 - Resultado do teste de Dunnett e de Bonferroni para os dados de
reprodução de Ceriodaphnia dubia em bioensaio de toxicidade crônica com
amostras de sedimento, no período de estudo.
Ceriodaphnia dubia
Estações de amostragem
Out/03 Jan/04 Abr/04 Jul/04
1 TC TC TC NT
2 TC TC TC NT
3 NT TC TC TC
4 NT TC NC NT
5 NT TC TC NT
6 NT TC TC TC
TC: Toxicidade crônica (diferença significativa p<0,05); NT: Não tóxico (diferença não
significativa p> 0,05) a um nível de significância de 5 %; NC.: - não coletado.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
103
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Controle123456
Estões de amostragem
out/03 jan/04 abr/04 jul/04
FIGURA 55 - Total de neonatas produzidas em relação ao controle, obtida de
bioensaio de toxicidade crônica com amostras de sedimento do rio Monjolinho,
para os períodos de outubro/03, janeiro/04, abril/04 e julho/04.
Os sedimentos tem sido cada vez mais utilizados em estudos de
avaliação da qualidade de ecossistemas aquáticos, por retratarem condições
históricas da influência de atividades antropogênicas sobre esses ambientes,
nem sempre detectáveis pelo uso de variáveis da água (CETESB, 2004).
Contaminantes provenientes de descargas industriais e domésticas
quando liberadas na água, podem ser adsorvidos ou ligar-se ao material
particulado e, dependendo das características do corpo d’água, depositam-se e
podem se tornar parte do sedimento de fundo desses ambientes (VIGANÓ et
al., 2003).
Os sedimentos contaminados podem ser diretamente tóxicos aos
organismos aquáticos ou podem ser uma fonte de contaminação para o
processo de bioacumulação na cadeia trófica, lembrando que as mudanças nas
características físicas e químicas que ocorrem no ambiente podem
disponibilizá-los na coluna d’água, transformando-os em uma fonte de
contaminantes (INGERSSOL et al., 1995).
Comparando-se os resultados dos bioensaios de toxicidade com água e
com o sedimento, observou-se que os experimentos realizados com o
compartimento sedimento foram mais tóxicos para os organismos-teste.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
104
Dos resultados obtidos dos bioensaios agudos com sedimento pôde-se
concluir que o período mais crítico da campanha amostral foi outubro de 2003.
Neste mesmo período, constatou-se valores elevados dos metais
potencialmente biodisponíveis avaliados no presente estudo, principalmente
para cobre, zinco, manganês e ferro, justamente nas estações que
apresentaram toxicidade.
Pôde-se observar que os trechos do rio onde houve uma maior
toxicidade (principalmente na estação 2) apresentaram os maiores teores de
nutrientes, matéria orgânica e granulometria mais fina. Sabe-se que
sedimentos mais argilosos e com maior concentração de matéria orgânica tem
a propriedade de agregar mais intensamente os metais através de processos
como adsorção e complexação e que dependendo das condições físicas e
químicas estes podem ser liberados e tornarem-se biodisponível para a biota.
Segundo BURTON (1991), a concentração de metais no sedimento pode
ser encontrada em uma maior ordem de magnitude do que na coluna d’água.
No entanto, a magnitude desta concentração não está correlacionada com a
biodisponibilidade dos mesmos. Segundo Di TORO et al. (1991), a partição ou
absorção entre os compartimentos água e sedimento dependem de vários
fatores, incluindo solubilidade aquosa, pH, potencial redox, tamanho e tipo de
sedimento, sedimento mineral constituído por óxidos de ferro, manganês e
alumínio, e a quantidade de sulfetos volatilizáveis por acidificação.
Além disso, de acordo com o trabalho desenvolvido por SILVÉRIO
(1999) no reservatório Billings, as concentrações de metais pesados
potencialmente biodisponíveis do sedimento sugerem que o sulfeto é a
principal fase controladora da partição de metais pesados entre os
compartimentos sedimento-água.
Com relação aos resultados obtidos nos bioensaios de toxicidade
crônica realizados com Ceridaphnia dubia pôde-se concluir que este
organismo-teste foi muito mais sensível do que Daphnia similis nos bioensaios
de toxicidade aguda. Esse fato tem sido observado por diversos autores como
FONSECA (1997), COSTA (2001), RODGHER (2001), RIETZLER & VIEGAS,
(2002), ESPÍNDOLA et al. (2003) e TONISSI et al. (2004). Segundo os autores,
a utilização de mais de uma espécie em bioensaios de toxicidade é de
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
105
fundamental importância em razão da diferença de sensibilidade entre as
espécies testadas aos contaminantes presentes no ambiente.
Não foi constatada uma relação entre a concentração dos metais
potencialmente biodisponíveis com os resultados de toxicidade, uma vez que
os períodos mais tóxicos para C. dubia foram janeiro e abril, enquanto que as
maiores concentrações dos metais potencialmente biodisponíveis de maneira
geral, foram encontradas nos períodos de outubro/03 e julho/04. No entanto, os
resultados obtidos no presente estudo foram corroborados pelos dados obtidos
por CAMPAGNA e FRACÁCIO (com. pessoal), uma vez que os autores
também verificaram toxicidade crônica para P. reticulata em todos os pontos de
coleta, durante a campanha de janeiro de 2004.
ESPÍNDOLA et al. (2003), avaliando a qualidade ambiental no rio Mogi-
Guaçu, verificaram que a correlação entre a concentração de metais
potencialmente biodisponíveis e a resposta dos organismos testados (D.
similis, C. dubia e Chironomus xanthus) revelaram–se contraditórias, ou seja, a
análise de correlação entre os níveis de metais biodisponíveis e as respostas
de toxicidade não foram significativas. Segundo os autores, esses resultados
levantam a questão de que em amostras ambientais, em que ocorrem misturas
de elementos, a relação entre a concentração e o efeito tóxico não é direta.
Outro fator que pode ter contribuído para o efeito tóxico observado foi a
presença dos agrotóxicos considerados no presente estudo, bem como os
contaminantes que não foram avaliados, como organofosforados, dioxinas,
compostos fenólicos, ésteres de ácido ftálico, entre outros. Neste estudo,
somente foram avaliados os organoclorados aldrin, heptacloro e endosulfan
durante os períodos de coleta de julho/03 e janeiro/04. No caso da toxicidade
encontrada em janeiro/04 (período chuvoso), provavelmente a presença do
aldrin tenha contribuído, pois este foi detectado em quase todas as estações,
com exceção das estações 1 e 5.
Também se destacou o fato da estação 1 (região de nascente)
apresentar toxicidade em três campanhas de coleta. Provavelmente essa
região esteja sofrendo influência de contaminação proveniente de atividades
agrícolas, pois a área de entorno apresenta pequenas culturas como milho e
hortaliças.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
106
MENDES (1998), encontrou toxicidade crônica para C. dubia em todas
as estações de amostragem durante o período da seca. Também FRACÁCIO
et al. (2000), em bioensaios de toxicidade aguda, encontraram as maiores
porcentagens de imobilidade para D. similis nas estações 3 e 4 (20 e 13 %,
respectivamente) e para C. dubia nas estações 1 e 2 (20 %, respectivamente).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
107
1.5- Conclusões
Os resultados dos bioensaios de toxicidade aguda realizados com amostras
de água, mostraram um maior efeito de toxicidade à Daphnia similis em julho
de 2003. Nesse período, todas as estações de coleta apresentaram efeito de
toxicidade;
Comparando-se os bioensaios de toxicidade aguda realizados com D.
similis em água e sedimento, verificou-se que as amostras de sedimento foram
muito mais tóxicas a este organismo-teste, sendo que em outubro de 2003
verificou-se um maior efeito de toxicidade das amostras de sedimento,
principalmente das estações 2, 4 e 6;
Nos bioensaios de toxicidade crônica realizados com C. dubia, verificou-se
um efeito tóxico ainda mais pronunciado quando expostas às amostras de
sedimento de todas as estações de coleta, principalmente em janeiro e abril de
2004;
As maiores concentrações de metais, heptacloro, aldrin e sulfetos
encontradas no rio Monjolinho, na maioria das estações em julho de 2003,
indicaram uma relação com o efeito de toxicidade aguda nas amostras de
água. O mesmo não foi observado em relação aos testes de toxicidade crônica.
No caso da estação 1 (nascente do rio Monjolinho), provavelmente, o efeito
tóxico observado esteve relacionado à contaminação do lençol freático por
elementos tóxicos não avaliados no presente estudo.
As maiores concentrações dos metais potencialmente biodisponíveis (Cu,
Cr, Zn, Mn e Fe) encontradas principalmente nas estações 2, 4 e 6, em outubro
de 2003, indicaram uma relação com o efeito tóxico agudo nas amostras de
sedimento, fato, entretanto, não constatado nos testes de toxicidade crônica.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
108
CAPÍTULO 3
ESTUDO ECOTOXICOLÓGICO DAS SUBSTÂNCIAS DE REFERÊNCIA
CÁDMIO E COBRE
1.1- Introdução
Os metais são elementos naturais fundamentais aos organismos vivos
em pequenas quantidades (elementos-traço), mas quando em excesso
desencadeiam uma série de problemas (SORENSEN, 1991). Segundo BAIRD
(2002), há uma classe de elementos químicos denominados metais pesados,
onde muitos dos elementos podem ser tóxicos aos seres vivos, dentre eles o
zinco, cobre, chumbo, cádmio, mercúrio, níquel e cromo. O acúmulo desses
metais nos ecossistemas aquáticos tem despertado interesse sob vários
aspectos, como no destino e os efeitos desses contaminantes, seu
comportamento nas cadeias alimentares e sua ciclagem biogeoquímica
(REINFELDER et al., 1998).
No presente estudo, optou-se por avaliar a toxicidade dos metais cádmio
e cobre aos organismos-teste Daphnia similis e Ceriodaphnia dubia, uma vez
que os mesmos estiveram presentes no rio Monjolinho em concentrações
acima do limite aceito pela resolução CONAMA 20/86 para rios de classe 2,
revista em 2003, embora tendo mantido os mesmos limites.
1.1.1- Considerações gerais sobre os metais cádmio e cobre
1.1.1.1- Cádmio
O cádmio é encontrado em pequena quantidade na natureza e, em
geral, associado a outros minérios como, zinco, cobre e chumbo. A sua
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
109
utilização é limitada, sendo que as principais aplicações recaem sobre cinco
categorias: em recobrimento do aço e ferro; como estabilizador para cloreto de
polivinila (PVC); em pigmentos para plásticos e vidro; baterias de níquel-
cádmio e ligas (AZEVEDO & CHASIN, 2003).
O cádmio pode adentrar nos sistemas aquáticos devido a inúmeros
fatores, tais como intemperismo, erosão do solo, descargas atmosféricas
diretas devido a operações industriais, vazamentos de aterros e locais
contaminados e pelo uso de fertilizantes na agricultura. No sistema aquático,
ele está presente na forma de cádmio (+2), hidróxido de cádmio e complexos
de carbonato de cádmio. Em águas com alto teor de material orgânico, mais da
metade está sob forma de complexos orgânicos (AZEVEDO & CHASIN, op.
cit.).
Devido à sua similaridade com o zinco, as plantas absorvem cádmio das
águas de irrigação, representando dessa forma, numa porta de entrada para a
contaminação por cádmio na cadeia alimentar. Os frutos do mar e os órgãos
comestíveis, particularmente os rins, têm níveis maiores -100 ppb ou mais.
Porém, a maior parte do cádmio da dieta provém usualmente da batata, do
trigo, do arroz e de outros cereais, já que quase todos consumimos mais
destes produtos do que os frutos do mar ou rins (BAIRD, 2002).
O efeito tóxico do cádmio para os organismos aquáticos depende de
vários fatores associados as variáveis ambientais, bem como a forma química
desse metal. Os fatores que estão diretamente relacionados com a redução da
concentração de cádmio livre na água, e por conseqüência a diminuição da
toxicidade, são: dureza, salinidade, pH, agentes quelantes e a presença de
matéria orgânica (WHO, 1992; SUEDEL et al., 1997 e U.S. EPA, 1999).
Segundo WHO (op. cit.), os organismos de água doce são afetados por
cádmio em concentrações inferiores comparados a organismos marinhos.
Como exemplo, 50 µg. L
-1
afetam o crescimento de muitas espécies de algas
de água doce, enquanto ao menos 100 µg. L
-1
, e freqüentemente 1000 µg. L
-1
são necessários para reduzir o crescimento de uma espécie marinha.
O cádmio permanece nos sedimentos e bioacumula nos organismos
aquáticos com fatores de bioconcentração bastante elevados (12.400 para
peixes e 3.160 para poliquetos marinhos). É um elemento não essencial, com
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
110
efeito tóxico e mutagênico para a biota aquática. Os seus efeitos nas algas
estão relacionados com o aumento do volume celular e inibição do fluxo de
cálcio. Para peixes, os efeitos estão relacionados com a inibição de vários
sistemas enzimáticos, tais como os envolvidos na neurotransmissão, no
transporte transepitelial, no metabolismo intermediário e nas atividades
antioxidantes. Além disso, a exposição crônica ao cádmio nos peixes tem sido
relacionada com a bioacumulação desse metal em tecido renal e guelras
(WHO, 1992). Em seres humanos, os rins, pulmões e ossos são órgãos
envolvidos na toxicidade crônica causada pelo cádmio (NOGAWA, 1981).
1.1.1.2- Cobre
O cobre é amplamente distribuído na natureza no estado elementar,
como sulfetos, arsenitos, cloretos e carbonatos (AZEVEDO & CHASIN 2003). É
necessário em pequenas concentrações para os seres vivos, constituindo
portanto, um micronutriente (O´KELLEY, 1974; EYSINK et al., 1988 e
ESTEVES, 1988).
A forma física e química do cobre determina seu comportamento no
meio ambiente e sua disponibilidade na biota. O cobre incorporado à estrutura
da rede mineral é inerte e de pouco significado ecológico. A maioria dos
métodos analíticos não distingue a forma do cobre presente. Sabe-se somente
o total de metal contido na matriz, desconhecendo-se, entretanto, a natureza
dos complexos ou compostos presentes e sua labilidade ou disponibilidade. Os
dados disponíveis demonstram que a labilidade do cobre varia
consideravelmente como o meio (AZEVEDO & CHASIN op. cit.).
Vários fatores influenciam a biodisponibilidade do cobre no sistema
aquático, o pH, potencial de oxirredução, presença de cátions competidores
(Ca
+2
, Fe
+2
e Mg
+2
) ânions de sais cúpricos insolúveis (OH
-
, S
2-
, PO
4
3-
CO
3
2-
) e
agentes complexantes orgânicos e inorgânicos (NADDY et al., 2002; HAURI &
HORNE, 2004; KIM, 2002; TAKASUSUKI, 2002; SANTOS, 2004).
A toxicidade do cobre, geralmente, decresce com o aumento da dureza
da água, provavelmente pela competição entre cálcio e cobre pelos sítios de
adsorção em superfícies biológicas, assim quanto maior a concentração de
cálcio menor a adsorção de cobre (WHO, 1998).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
111
A combinação dos processos de complexação, adsorção e precipitação
controlam a concentração de cobre livre e, na maioria da águas naturais, as
condições químicas são tais que, mesmo em concentrações relativamente
elevadas de cobre, estes processos reduzem o cobre livre para valores
extremamente baixos (ADACHI et al., 1998).
O estudo da acumulação de metais em organismos aquáticos vem do
interesse de se conhecer o destino e os caminhos traçados pelos metais até o
topo das cadeias tróficas. A acumulação de metais em invertebrados aquáticos
pode ser divida em três fases: a) ingestão do metal; b) transporte, distribuição e
seqüestro do metal dentro do corpo do animal; e c) excreção do metal, que em
algumas espécies é ausente. O inter-relacionamento destes três processos
define a estratégia de acumulação de um determinado invertebrado (RAINBOW
& DALLINGER, 1991).
Diversos estudos têm demonstrado que a sensibilidade dos organismos
aquáticos quando expostos ao cobre são diferentes, podendo variar até mesmo
em níveis de táxons estreitamente aparentados (KOIVISTO, et al., 1992;
MASTIN & RODGERS, 2000; NADDY, 2002; OLIVEIRA-FILHO, 2004;
SCHAMPHELAERE et al., 2005).
Dados obtidos por SANTOS (2004), mostram que o microcrustáceo
Ceriodaphnia silvestrii apresenta, como estratégia quanto a acumulação de
cobre, a regulação, contendo a mesma quantidade de cobre quando exposta a
diferentes concentrações deste metal na água. Ainda segundo a autora, há
animais que são considerados acumuladores para um determinado metal e
apresentam valores de ingestão maiores que os de excreção, assim como
existem aqueles, denominados reguladores, que mantêm a concentração total
de metal em seus corpos em um nível aproximadamente constante mediante
grandes variações de metal biodisponível no ambiente ao longo do tempo.
1.2- Objetivos
Com base no estudo limnológico realizado no rio Monjolinho e nos
aspectos ecotoxicológicos abordados no presente estudo, foram considerados
os seguintes objetivos:
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
112
Determinar a concentração efetiva média (CE50;48h) dos metais cádmio
e cobre aos organismos-teste Daphnia similis e Ceriodaphnia dubia;
Determinar as concentrações dos metais cádmio e cobre que ocasionam
toxicidade crônica ao organismo-teste C. dubia a partir das faixas de
sensibilidade obtidas nos testes de toxicidade aguda.
Verificar se as concentrações dos metais acima, permitidas pelo
CONAMA 357/05, são adequadas para a proteção da vida aquática em
rios de classe 2.
1.3- Materiais e métodos
A manutenção dos cultivos dos organismos-teste Daphnia similis e
Ceriodaphnia dubia e a metodologia referente aos testes de sensibilidade com
estes organismos, encontram-se descritos no capítulo anterior, uma vez que
foram adotados os mesmos procedimentos para os bioensaios com amostras
ambientais e os testes de toxicidade com as substâncias de referência cádmio
e cobre.
1.3.1- Preparo das soluções das substâncias de referência utilizadas nos
testes
As soluções-mãe de cádmio e cobre foram preparadas adicionando-se
1,6307g de cloreto de cádmio P. A. e 3,930g de sulfato de cobre P. A em
1000mL de água destilada, respectivamente, de forma a se obter uma
concentração final de 1,0g.L
–1
de cada um dos metais. Posteriormente, para o
cádmio, foi preparada uma solução-estoque de 1mg.L
–1
, diluída também em
água destilada. A partir da solução-estoque de 1mg.L
–1
, pôde-se preparar as
soluções-teste, nas concentrações 20,0; 40,0; 80,0; 160.0 e 320,0 µg.L
–1
,
utilizadas para os testes de toxicidade aguda. Nos testes de toxicidade crônica,
adotou-se as concentrações 1,25; 2,5; 5,0; 10,0 e 20,0 µg.L
–1
de cádmio. Em
ambos os tipos de teste, as diluições utilizaram água de cultivo (reconstituída).
Para o cobre, foram preparadas soluções-estoque através de diluições
seriadas a partir de 1,0g.L
–1
até se obter a solução-estoque final com
concentração de 0,1 mg.L
–1
, diluídas em água destilada. A partir da solução-
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
113
estoque de 0,1 mg.L
–1
, preparou-se as soluções-teste nas concentrações 1,0;
2,0; 3,0; 4,0; 5,0; 6,0 e 8,0 µg.L
–1
, as quais foram utilizadas nos testes de
toxicidade aguda. Para os testes de toxicidade crônica, as concentrações das
soluções-teste corresponderam a 0,075; 0,15; 0,30; 0,60; 1,20 e 2,40 µg.L
–1
de cobre, tendo sido diluídas em água reconstituída.
1.3.2- Testes com as substâncias de referência
1.3.2.1-Toxicidade aguda
Os testes de toxicidade aguda com os metais cádmio e cobre utilizando
Daphnia similis e Ceriodaphnia dubia como organismos-teste seguiram a
metodologia descrita na Norma ABNT, NBR 12713/2003.
O princípio do método consiste em expor os organismos-teste
(neonatas entre 6 e 24 horas) à diferentes concentrações da substância a ser
testada por um período de 48 horas. Foram utilizados 5 organismos, em 4
réplicas, em copos plásticos atóxico contendo 10 mL da substância a ser
testada. Algumas medidas como pH, oxigênio dissolvido e condutividade
elétrica das soluções contendo a substância de referência testada, foram
realizadas no início e final dos testes.
Após o período de exposição, procedeu-se a contagem dos organismos
móveis. A partir dos resultados, foi calculada a CE50;48h e o seu intervalo de
confiança, pelo método estatístico Trimmed Spearman-Karber (HAMILTON, et
al., 1977). Posteriormente, de posse dos valores de CE50 de todos os testes,
foi calculada a faixa de sensibilidade de cada organismo, constituída pelo valor
médio ( x ), o desvio padrão (δ) e coeficiente de variação (CV).
De acordo com a Norma ABNT, NBR 12713/2003, para ensaios com
substâncias químicas, quando as análises das concentrações da substância de
referência nas soluções-teste no término do ensaio não diferirem em mais de
20% das concentrações iniciais, a concentração efetiva a 50% dos organismos
pode ser expressa como CE50 ao invés de CE(I)50. Por conta disso, todos os
resultados no presente estudo, estão expressos em CE50, uma vez, que as
soluções-teste foram analisadas em espectrofotômetro.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
114
Com o objetivo de estabelecer as concentrações das soluções-teste,
alguns testes preliminares foram realizados com Daphnia similis e
Ceriodaphnia dubia, baseados em estudos anteriores, a exemplo de
OLIVEIRA NETO (2000) e RODGHER (com. pessoal) para cádmio e MASUTTI
(2004) para cobre.
1.3.2.2- Toxicidade crônica
Os testes de toxicidade crônica com os metais cádmio e cobre
utilizando Ceriodaphnia dubia como organismo-teste, adotaram a metodologia
descrita na Norma ABNT, NBR 13373/2003.
A partir dos resultados obtidos nos testes de toxicidade aguda com
Ceriodaphnia dubia pôde-se estimar a CENO (concentração de efeito não
observável). De acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental-CETESB (1992), entende-se como CENO a maior concentração
nominal do agente tóxico que não causa efeito deletério estatisticamente
significativo, na sobrevivência e reprodução dos organismos, em sete dias de
exposição, nas condições do teste.
Sabe-se, que a relação entre CE50 e CENO é de 1/10. Portanto, com a
obtenção dos dados de toxicidade aguda (CE50), foi possível estimar a
toxicidade crônica, expressa em CENO, de acordo com a equação abaixo
(CETESB, op. cit.):
10
50CE
CENO
De posse dos dados estimados da CENO e, com duas concentrações
acima e com duas abaixo de seu valor, foram estabelecidas as concentrações-
teste para a realização do teste de toxicidade crônica, para desta forma,
estabelecer a CENO e CEO experimental. Entende-se como CEO a menor
concentração nominal da amostra que causa efeito deletério estatisticamente
significativo na sobrevivência e reprodução dos organismos-teste, em sete dias
de exposição, nas condições do teste (CETESB, op. cit.). O valor crônico (VC)
foi calculado pela média geométrica obtida dos valores de CENO e CEO.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
115
Para a realização dos testes, 1 neonata de C.dubia (entre 6 a 24 horas
de idade) foi introduzida em um copo plástico atóxico, contendo 15 mL da
solução-teste, em 10 réplicas. A cada dois dias foram efetuadas as trocas das
soluções-teste. A alimentação dos organismos durante o teste foi à mesma
adotada para a manutenção dos cultivos, obedecendo às devidas proporções.
Os testes foram realizados em temperaturas variando entre 23± 2°C ,
com fotoperíodo de 12 horas. A duração dos testes variou de sete a dez dias,
período necessário para a produção da 3ª ninhada, sendo registrado o número
de neonatas produzidas ao longo do experimento. Os dados de sobrevivência
foram obtidos acompanhando-se a mortalidade dos organismos até o final do
experimento. Além disso, algumas variáveis químicas como pH, oxigênio
dissolvido, condutividade elétrica e dureza das soluções-teste foram
monitoradas no início e final dos testes.
1.3.3- Análise dos dados obtidos
Os resultados dos testes de toxicidade aguda com as substâncias de
referência foram calculadas através do método estatístico Trimmed Spearm-
Karber e expressos em CE50;48h (HAMILTON et al., 1977). Os resultados dos
testes de toxicidade crônica foram submetidos à análise de normalidade dos
dados (teste de Chi-Quadrado) e homogeneidade das variâncias (teste de
Bartlett), utilizando-se o programa computacional Toxstat 3.3 (GULLEY et
al.,1994).
Quando constatado que apresentavam distribuição normal, ou seja,
eram paramétricos, estes foram analisados através do teste de Dunnett, o qual
compara cada tratamento com o controle experimental. Porém, quando a
normalidade dos dados e homogeneidade das variâncias não era verificada, ou
seja, não apresentavam homocedasticidade, foi aplicado o teste Many-One the
Steel (semelhante ao de Dunnett).
No caso dos experimentos que apresentaram número desigual de
réplicas foi utilizado o método de Bonferroni que é também semelhante ao de
Dunnett. Quanto ao parâmetro sobrevivência, utilizou-se o método de Fisher
para a verificação de diferença significativa dos dados obtidos para os
organismos-teste expostos às soluções-teste comparados ao controle.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
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116
1.4- Resultados e discussão
1.4.1- Sensibilidade dos organismos ao cádmio
A faixa de sensibilidade ao cádmio (substância de referência
padronizada na forma de cloreto de cádmio), obtida a partir dos testes de
toxicidade aguda com Daphnia similis variou entre 22,66 e 157,33µg.L
-1
, com
uma média de CE50;48h de 90µg.L
-1
(Tabela 13, Figura 56 e Apêndice C-1).
Já para Ceriodaphnia dubia, a faixa de sensibilidade foi menor, como já
era esperado, variando entre 12,28 e 87,71µg.L
-1
, com a média de CE50-48h
de 50µg.L
-1
(Tabela 14, Figura 57 e Apêndice C-2).
TABELA 13 - Valores de CE50-48h para Daphnia similis, nos testes de
sensibilidade utilizando cádmio como substância de referência (cloreto de
cádmio, expresso em µg.L
-1
).
Teste n
0
CE50-48h (µg.L
-1
)
Intervalo de confiança
1
160 130-200
2
90 90-110
3
100 90-130
4
120 110-140
5
90 90-140
6
80 70-100
7
80 70-100
8
90 80-110
9
50 40-70
10
40 30-60
Média CE50-48h (µg.L
-1
)
90
Faixa de sensibilidade
22,66-157,33
Desvio Padrão
33,66
Coeficiente de variação %
37,40
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117
D .similis
0
50
10 0
15 0
200
0246810
mero de testes
µ
CE(50) 48h Limite superior Limite inferior
FIGURA 56- Resultados dos testes de sensibilidade de Daphnia similis ao
cádmio (cloreto de cádmio, expresso em µg.L
-1
).
T
ABELA 14 - Valores de CE50-48h para Ceriodaphnia dubia, nos testes de
sensibilidade utilizando cádmio como substância de referência (cloreto de
cádmio, expresso em µg.L
-1
).
Teste n
0
CE50-48h (µg.L
-1
)
Intervalo de confiança
1
60 50-70
2
80 70-100
3
70 60-90
4
30 30-40
5
30 30-40
6
40 40-50
7
70 70-90
8
50 50-60
9
30 30-50
10
40 40-50
Média CE50-48h (µg.L
-1
)
50
Faixa de sensibilidade
12,28-87,71
Desvio Padrão
18.85
Coeficiente de variação%
37,71
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
118
C. dubia
0
20
40
60
80
10 0
0246810
mero de testes
µ
CE(50) 48h Limite superior Limite inferior
FIGURA 57 - Resultados dos testes de sensibilidade (CE50-48h) de Ceriodaphnia
dubia ao metal cádmio (Cloreto de Cádmio, expresso em µg.L
-1
).
A partir dos resultados obtidos nos testes agudos com Ceriodaphnia
dubia pôde-se estimar a CENO, e foi partir desse valor (5,0µg.L
-1
) e, duas
concentrações acima com duas abaixo, que foram estabelecidas as
concentrações das soluções-teste para a realização do teste de toxicidade
crônica.
Os resultados obtidos nos testes de toxicidade crônica mostraram que
as soluções-teste de 10 e 20
µg.L
-1
, apresentaram diferença significativa em
relação ao controle, caracterizando efeito crônico dessas concentrações em C.
dubia (Apêndice C-3). Verificou-se diminuição da fecundidade com o aumento
das concentrações em relação ao controle, como pode ser observado nas
Figuras 58 e 59, onde os menores valores registrados foram para a
concentração de 20
µg.L
-1
com 6 e 17 neonatas respectivamente.
A CENO encontrada experimentalmente foi similar à estimada pelos
testes de toxicidade aguda, com um valor de 5,0
µg.L
-1
. A CEO foi de 10µg.L
-1
e
o valor crônico (VC) foi de 7,5
µg.L
-1
(Tabela 15).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
119
0
50
100
150
200
controle 1.25 2.5 5 10 20
dmio (
µ
g.L
-1
)
Total de neonatas
FIGURA 58 Total de neonatas de C. dubia produzidas no teste de toxicidade
crônica com o metal cádmio, realizado em 22 de setembro de 2004.
0
50
100
150
200
250
controle 1.25 2.5 5 10 20
Cádmio (
µ
g.L
-1
)
Total de neonatas
FIGURA 59 - Total de neonatas de C. dubia produzidas no teste de toxicidade
crônica com o metal cádmio, realizado em 26 de outubro de 2004.
T
ABELA 15 - Valores de CEO, CENO e VC (valor crônico), nos testes de
toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia utilizando cádmio (cloreto de
cádmio) como substância de referência, expressos em µg.L
-1
.
Metal
CEO (µg.L
-1
)CENO (µg.L-1)
Estimada
CENO (µg.L
-1
)
Experimental
VC (µg.L
-1
)
Cádmio
10 5,0 5,0 7,5
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
120
Dos resultados de toxicidade aguda com cádmio, pode-se inferir que
Ceriodaphnia dubia foi muito mais sensível do que Daphnia similis. Além disso,
comparando-se o valor médio da CE(50) de Daphnia similis do presente
estudo, com os resultados obtidos por CHAPMAN et al. (1980) para Daphnia
magna, observa-se valores muito próximos, refletindo a repetibilidade dos
resultados (TABELA 16).
O valor médio de CE (50) para C. dubia foi inferior ao apresentado por
SUEDEL, et al. (1997), em condições distintas de dureza, pH e alimentação.
Por outro lado, comparando-se os resultados do presente estudo aos obtidos
por OLIVEIRA NETO & BOTTA-PASCHOAL (2002), em experimentos com
Ceriodaphnia silvestrii nas mesmas condições de teste, ou seja, mesmo pH,
dureza e ausência de alimentação, verificou-se que a CE (50) de C. dubia
também foi inferior (TABELA 16).
Segundo CHAPMAN et al. (1982), WINNER & WHITFORD (1987) e
SUEDEL et al. (1997) a variação da sensibilidade depende das diferenças
genéticas, de fatores bióticos (como disponibilidade alimentar ou estágio do
ciclo de vida) ou variáveis abióticas como temperatura, pH e dureza.
CHANDINI (1989) avaliou a toxicidade do cádmio para Daphnia carinata em
diferentes concentrações de alimento (0,5; 1,5 e 4,5 x 10
6
mL
-1
de células de
Chlorella). Quando exposta a 200 µg.L
-1
de cádmio, D. carinata apresentou um
aumento de sua longevidade com o aumento da concentração de alimento,
variando de 3,3 a 7 dias em baixas e médias concentrações de alimento,
respectivamente, contra 21 dias em concentrações mais elevadas.
Já os estudos realizados por STUHLBACHER et al. (1993) e HEUGENS
et al. (2003), demonstraram que a temperatura afetou a toxicidade para D.
magna aumentando a capacidade de resistência desta ao cádmio quando em
temperaturas mais altas. Por exemplo, nos estudos realizados por
STUHLBACHER et al. (op. cit.), em média, as neonatas expostas ao cádmio a
20 ºC foram 5,3 vezes mais tolerantes ao cádmio quando comparados com
neonatas expostas 10 ºC.
Além disso, segundo BAILLIEUL et al. (1999) a diminuição da velocidade
natatória em D. magna é induzida pelo estresse causado por metais,
especialmente o cádmio. O autor, em seus experimentos, expôs D. Magna ao
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
121
cádmio por 10 dias, com concentrações variando de 1 x 10
-8
a 1 x 10
-7
M Cd
+2
e, a cada dois dias o tamanho do corpo e a velocidade natatória eram medidos.
Os resultados demonstraram que o tamanho do corpo e também a velocidade
natatória eram afetados.
Com relação aos resultados dos testes de toxicidade crônica com C.
dubia, observou-se em geral, efeito tóxico crônico em concentrações a partir
de 10 µg.L
-1
.Tal resultado foi superior ao encontrado por OLIVEIRA NETO &
BOTTA-PASCHOAL (2002) para Ceriodaphnia silvestrii, cujo valor
estabelecido da CEO foi de 2,5 µg.L
-1
, isso para as mesmas condições do teste
(dureza, pH e alimentação). Conforme já mencionado acima, os
microcrustáceos apresentam tolerâncias (sensibilidades) distintas a
determinados poluentes.
Diversos estudos têm demonstrado que o tempo de exposição aumenta
a sensibilidade do organismo-teste para determinados metais pesados.
Segundo SUEDEL, et al. (1997), quanto maior o tempo de exposição do
organismo-teste ao metal, maior será a sua sensibilidade ao mesmo.
Segundo KLÜTTGEN & RATE (1994) e WELTENS et al. (2000), o alimento
fornecido aos organismos-teste durante os experimentos tem demonstrado
uma diminuição da toxicidade do cádmio. Isso se deve a complexação do
contaminante a essa matéria orgânica, resultando em uma diminuição da
concentração de íons livres no meio e conseqüente diminuição da captura do
metal pelas células.
Por outro lado, WELTENS et al. (op. cit.), atribui a hipótese de que os
metais adsorvidos a matéria orgânica podem tornar-se biodisponíveis no trato
gastrointestinal devido às condições físicas e químicas do mesmo, podendo
dessa forma, causar efeito tóxico ao organismo. Ainda segundo o autor, é
fundamental que se realize mais estudos que compreendam esse processo da
biodisponibilidade versus adsorção. O material em suspensão deve ser
considerado um compartimento a parte na avaliação do risco ambiental de
substâncias químicas, efluentes ou mesmo águas naturais.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
122
TABELA 16 - Valores de CE(50) de algumas espécies de cladóceros ao cádmio,
determinados por diferentes autores e expressos em µg Cd. L
-1
.
Espécie pH Dureza
(mg
CaCO
3
L
-1
)
Exposição
Tempo (h)
CE 50
(µg.L
-1
)
sem
alimentação
CE 50
(µg.L
-1
)
com
alimentação
Referências
Daphnia
similis
90 -
Ceriodaphnia
dubia
7,2-7,6
42-48
48
50 -
Presente
estudo
Ceriodaphnia
silvestrii
7,2-7,6
42-48
48
62
-
OLIVEIRA
NETO (2000)
7-10 (dias)
-
4,9
Daphnia
Magna
7,0-8,0
175-225
21 (dias)
-
6,1
GUILHERMINO
et al. (1999)
Daphnia
Magna
7,0-8,0
175-225
24
1980
-
SECO
GORDILLO et
al. (1998)
48 -
63,1
96 - 16,9
Ceriodaphnia
dubia
5,5-7,4
6-28
7 (dias) - 11,6
48 - 26,4
96 - 12,7
Daphnia
Magna
6,9-9,0
69-87
7 (dias) - 9,9
SUEDEL et al.
(1997)
Daphnia
Magna
-
100-200
48
34-58
-
CHAPMAN et al.
(1980)
1.4.2- Sensibilidade dos organismos ao Cobre
A faixa de sensibilidade obtida dos testes de toxicidade aguda com
Daphnia similis ao cobre foi de 2,66 a 5,84
µg.L
-1
, sendo a média de CE50-48h
de 4,25µg.L
-1
(Tabela 17, Figura 60 e Apêndice C-4).
para Ceriodaphnia dubia, a faixa de sensibilidade foi menor, ficou
entre 1,32 e 4,33µg.L
-1
, sendo a média da CE50-48h de 2,82µg.L
-1
(Tabela 18,
Figura 61 e Apêndice C-5).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
123
TABELA 17 - Valores de CE50-48h de Daphnia similis nos testes de
sensibilidade ao cobre (sulfato de cobre), expressos em µg.L
-1
.
Teste n
0
CE50-48h (µg.L
-1
)
Intervalo de confiança
1
3,55 3,15-4,01
2
2,99 2,78-3,22
3
4,36 3,92-4,85
4
3,36 2,94-3,85
5
3,88 3,28-4,61
6
4,39 3,98-4,84
7
5,34 5,00-5,71
8
5,02 4,62-5,42
9
4,56 4,11-5,06
10
5,13 4,30-6,12
Média CE50-48h (
µg.L
-1
)
4,25
Faixa de sensibilidade
2,66-5,84
Desvio Padrão
0,79
Coeficiente de variação %
18,67
D. similis
0
1
2
3
4
5
6
7
0246810
mero de testes
µ
CE(50) 48h Limite superior Limite inferior
F
IGURA 60 - Resultados dos testes de sensibilidade (CE50-48h) de Daphnia
similis ao metal cobre (sulfato de cobre, expressos em µg.L
-1
).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
124
TABELA 18 - Valores de CE50-48h de Ceriodaphnia dubia nos testes de
sensibilidade ao cobre (sulfato de cobre), expressos em µg.L
-1
.
Teste n
0
CE50-48h (µg.L
-1
)
Intervalo de confiança
1
1,99 1,70-2,34
2
4,01 3,57-4,51
3
2,92 2,68-3,19
4
3,13 2,79-3,52
5
3,05 2,73-3,43
6
3,01 2,80-3,25
7
3,71 3,42-4,05
8
1,86 1,47-2,36
9
3,17 2,88-3,50
10
2,69 2,42-3,01
11
1,58 1,43-1,74
Média CE50-48h (
µg.L
-1
)
2,82
Faixa de sensibilidade
1,32-4,33
Desvio Padrão
0,75
Coeficiente de variação %
26,66
C. dubia
0
1
2
3
4
5
024681012
mero de testes
µ
CE(50) 48h Limite superior Limite inferior
FIGURA 61 - Resultados dos testes de sensibilidade (CE50-48h) de Ceriodaphnia
dubia ao metal cobre (sulfato de cobre, expressos em
µg.L
-1
).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
125
Através dos resultados obtidos nos testes de toxicidade aguda com
Ceriodaphnia dubia pôde-se estimar a CENO. A princípio, foi a partir desse
valor de aproximadamente 0,3µg.L
-1
e, duas concentrações acima com duas
abaixo, que foram estabelecidas as concentrações das soluções-teste para a
realização do teste de toxicidade crônica, mas, no entanto, com o decorrer dos
testes, percebeu-se que não eram suficientes para causar efeito tóxico crônico
e por conta disso, optou-se em retirar a menor concentração de cobre
(0,075µg.L
-1
) e colocar uma maior (2,04µg.L
-1
).
No primeiro teste, as concentrações das soluções-teste não foram
suficientes para causar efeito crônico (Figura 62 e Apêndice C-6), e por conta
disso, somente os dois últimos testes foram considerados.
De maneira geral, os resultados obtidos nos testes de toxicidade crônica
não responderam conforme o esperado. Os valores obtidos nos dois últimos
testes não foram similares, e, além disso, as concentrações das soluções-teste
tidas como tóxicas foram justamente, as menores. Citando o primeiro caso, o
teste realizado em 26 de setembro (Figura 63 e Apêndice C-6), as soluções-
teste que apresentaram diferença significativa em relação ao controle, foram
0,15; 0,60 e 1,20µg.L
-1
, enquanto que, no teste posterior (Figura 64 e Apêndice
C-6), a única solução-teste que apresentou diferença significativa, ou seja,
ocasionou efeito tóxico, foi 0,15µg.L
-1
.
Nesse mesmo período do último teste, foi realizado mais um teste de
toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia, visando verificar a faixa de
sensibilidade do organismo-teste ao cobre e o resultado da CE50-48h foi de
1,58 µg. L
-1
(Tabela 11 no Apêndice C-5). Para comprovar mais uma vez os
valores, estes foram checados em espectrofotômetro, e os resultados foram
muito semelhantes à concentração nominal.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
126
0
50
100
150
200
250
controle 0.075 0.15 0.3 0.6 1.2
Cobre (
µ
g.L
-1
)
Total neonatas
FIGURA 62 Total de neonatas de C. dubia produzidas no teste de toxicidade
crônica com o metal cobre, realizado em 22 de setembro de 2004.
0
50
100
150
200
250
controle 0.15 0.3 0.6 1.2 2.4
Cobre (
µ
g.L
-1
)
Total de neonatas
FIGURA 63- Total de neonatas de C. dubia produzidas no teste de toxicidade
crônica com o metal cobre, realizado em 26 de outubro de 2004
.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
127
0
30
60
90
120
150
controle 0.15 0.3 0.6 1.2 2.4
Cobre (
µ
g.L
-1
)
Total de neonatas
FIGURA 64 Total de neonatas de C. dubia produzidas no teste de toxicidade
crônica com o metal cobre, realizado em 09 de novembro de 2004.
Também, nestes dois últimos testes, foram observadas anomalias nas
fêmeas, com relação à reprodução. Percebeu-se no encerramento dos testes,
vários ovos não desenvolvidos no fundo dos recipientes-teste, os quais foram
analisados em lupa e fotografados no microscópio (Figura 65).
Notou-se que as fêmeas que haviam liberado os ovos tinham suas
câmaras incubadoras vazias, ao passo que as fêmeas do controle, possuíam
ovos em suas câmaras, bem como neonatas já desenvolvidas (Figuras 66 e
67).
A Tabela 19 traz um resumo da quantidade total de ovos não
desenvolvidos, que foram eliminados pelas fêmeas em cada concentração de
cobre, sendo nítida a relação da toxicidade do cobre em função do número
exposto dos ovos eliminados, pois, a quantidade de ovos liberados pelas
fêmeas do controle foi ínfima quando comparada com as fêmeas submetidas
às soluções-teste.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
128
TABELA 19 - Resultados da contagem dos ovos não desenvolvidos, eliminados
pelas fêmeas durante os dois últimos testes de Ceriodaphnia dubia, expostas
ao cobre.
N
0
de ovos não desenvolvidos eliminados pelas fêmeas
Cobre (µg. L
-1
)
26/outubro 09/novembro
controle
6 5
0,15
46 82
0,30
25 48
0,60
67 13
1,20
17 66
2,40
77 7
FIGURA 65 Ovos de Ceriodaphnia dubia eliminados durante o teste. Aumento
de 10x (a) e 40x (b).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
129
FIGURA 66 - Fêmeas expostas ao cobre durante o teste; em detalhe a câmara
incubadora vazia. (Aumento de 10x).
FIGURA 67 - Fêmeas provenientes do controle: a) ovos; b) neonatas mais
desenvolvidas. (aumento de 10x).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
130
Diversos estudos têm demonstrado que os valores de toxicidade aguda
para o gênero Ceriodaphnia são em geral menores do que para outros
cladóceros (VERSTEEG et al., 1997; Kim, et al., 1999; MASTIN & RODGERS,
2000; NADDY et al., 2002 e MAZUTTI, 2004). Tal observação se aplica aos
resultados aqui apresentados, em que Ceriodaphnia dubia foi muito mais
sensível ao cobre do que Daphnia similis.
Comparando-se o valor médio da CE (50) de D. similis com os
resultados obtidos por OLIVEIRA FILHO (2004), constata-se que no presente
estudo, D. similis apresentou uma maior sensibilidade ao cobre (Tabela 20). O
valor médio de CE (50) para C. dubia foi inferior ao apresentado por NADDY, et
al. (2002), em condições de dureza totalmente distintas, uma vez que o autor
manteve as culturas em uma faixa de 180 mg CaCO3 L
-1
. Segundo
VERSTEEG et al., (op. cit.), a sensibilidade a um determinado composto é
aceitável como sensibilidade similar até um fator 8, apresentando, portanto, de
acordo com essa classificação, sensibilidade similar.
É bem documentada na literatura a diminuição da toxicidade de metais
para organismos aquáticos com o aumento da matéria orgânica e da dureza da
água (KOIVISTO, et al., 1992; KIM, et al., 1999; NADDY, et al., 2002 e HAURI
& HORNE, 2004). Na Tabela 20, alguns valores de CE 50 (µg.L
-1
) obtidos por
diversos autores, em especial, os resultados obtidos por KOIVISTO (op. cit.)
demonstram a diminuição da toxicidade em função do aumento da
disponibilidade de alimento. De acordo com HAURI & HORNE (op. cit.), essa
diminuição da toxicidade por metais pesados não está necessariamente
relacionada à redução da biodisponibilidade do metal por complexação com o
alimento, mas sim ao fato de que os organismos-teste alimentados são mais
saudáveis, sendo, portanto, mais tolerantes as substâncias tóxicas do que os
que não recebem alimento.
Com relação aos resultados dos testes de toxicidade crônica com C.
dubia, observou-se, em geral, efeito tóxico em concentrações inferiores. De
acordo com KOIVISTO (op. cit.), a matéria orgânica tem demonstrado uma
diminuição da toxicidade do cobre, devido a complexação do contaminante a
essa matéria orgânica, resultando em uma diminuição da concentração de íons
livres no meio, com conseqüente diminuição da captura do metal pelas células.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
131
Também é possível, que o metal complexado ao alimento se torne livre
no trato intestinal devido à sua natureza ácida, podendo ser assimilado ou
excretado junto às fezes (CHOUERI, 2004). Outra situação que também
interfere na biodisponibilidade dos metais é a adsorção destes à carapaça dos
invertebrados, tornando-se, desta forma, não disponível ao metabolismo do
animal (RAINBOW & DALLINGER, 1993 e ROBINSON et al., 2003).
SANTOS (2004), avaliou a influência de substâncias húmicas na
toxicidade (CE 50) e bioacumulação do cobre em C. silvestrii, verificando que a
presença de substâncias húmicas foi capaz de reduzir a concentração de íons
livres desse metal no meio aquático, e conseqüentemente, reduzir a toxicidade
deste ao organismo. Ainda segundo a autora, C. silvestrii apresenta como
estratégia de acumulação de cobre a regulação, apresentando a mesma
quantidade de cobre quando exposta a diferentes concentrações deste metal
na água.
CHOUERI (op. cit.), avaliou a influência de exopolissacarídeos de
Anabaena spiroides na toxicidade e captura de cobre por Ceriodaphnia
cornuta, constatando que a presença de 30 mg.L
-1
de exopolissacarídeos
diminuiu em aproximadamente 4 vezes a toxicidade aguda do cobre para o
organismo-teste. Ainda segundo o autor, a pequena variação da quantidade de
cobre presente nos organismos entre as diferentes concentrações, sugeriu que
C. cornuta foi capaz de regular o conteúdo deste metal no corpo.
Compreender a variabilidade dos resultados dos experimentos de
toxicidade crônica utilizando C. dubia torna-se complexo principalmente por
dois fatores: o primeiro inerente às propriedades químicas desse metal e o
segundo, as condições fisiológicas dos organismos-teste, pois, ora o cobre
pode se complexar à matéria orgânica, ora biodisponibilizar-se, ou então, o
animal apresentar a capacidade de regular a sua concentração em seu corpo.
Diante desse contexto, se faz necessário um estudo mais complexo buscando-
se compreender as relações envolvendo o metal cobre entre organismo/meio
aquático. Dessa maneira, a determinação do cobre livre na água, do cobre total
na água e do cobre total nos animais poderia ser a chave para a compreensão
dessa relação.
Outro comportamento observado durante os experimentos foi a liberação
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
132
de ovos não desenvolvidos pelas fêmeas, principalmente nas concentrações
em que se observou uma menor reprodução. Em geral, em função do número
de ovos eliminados, todas as concentrações apresentaram efeito tóxico às
fêmeas-teste em relação ao controle.
TABELA 20 Valores de CE(50) (µg Cu. L
-1
) para algumas espécies de
cladóceros determinados por diversos autores.
Espécie pH Dureza
(mg
CaCO
3
L
-1
)
Exposição
Tempo (h)
CE 50
(µg.L
-1
)
sem
alimentação
CE 50
(µg.L
-1
)
com
alimentação
Referências
Daphnia
similis
4,25
-
Ceriodaphnia
dubia
7,2-7,6
42-48
48
2,82
-
Presente
estudo
Ceriodaphnia
silvestrii
7,2-7,6
42-48
48
9,5
-
MASUTTI
(2004)
Ceriodaphnia
silvestrii
6,8 44 24 5,65* 4,85* SANTOS
(2004)
24 14-35 -
Daphnia
similis
7,4
44
48 13-32 -
OLIVEIRA
FILHO et al.
(2004)
Ceriodaphnia
dubia
7,4
180
48
7,9 - 17,5
-
Daphnia
magna
7,4
180
48
12,2 - 57,30
-
NADDY et al.
(2002)
Daphnia
magna
7,5-8,0
72-80
48
-
18,9
MASTIN &
RODGERS
(2000)
Ceriodaphnia
dubia
8,0
85-90
24
20,1
87,2-190,0
KIM et al.
(1999)
Bosmina
longirostris
3,7 1,4
Chydorus
sphaericus
7,6 3,3
Daphnia
galeata
7,4 4,1
Daphnia
pulex
12,2
3,4
Daphnia
magna
8,4
33,8
48
49,5 11,3
KOIVISTO et
al. (1992)
* Valores estimados pela concentração de cobre livre; Os valores de matéria
orgânica dissolvida variaram entre 2,5 e 10 mg.L
-1
, respectivamente.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
133
1.5- Conclusões
Os valores de CE (50) e CEO encontrados em testes de sensibilidade ao
cádmio como substância de referência foram superiores ao limite estabelecido
pela resolução do CONAMA 357/05 (1µg.L
-1
)
para águas de classe 2,
demonstrando que o valor orientador para a manutenção da vida aquática em
rios de classe 2 está adequado, no que se refere ao efeito isolado do cádmio
na biota aquática. Por outro lado, verificou-se uma maior sensibilidade de
Ceriodaphnia dubia (CE50 50 µg.L
-1
) a este contaminante comparada a
Daphnia similis (CE50 90 µg.L
-1
);
Os valores de CE (50) encontrados em testes de sensibilidade ao cobre
como substância de referência foram inferiores ao limite para cobre dissolvido
estabelecido pela resolução do CONAMA 357/05 (9 µg.L
-1
) para águas de
classe 2, mostrando que o valor orientador para a manutenção da biota
aquática ainda não está adequado, levando-se em consideração o efeito
isolado deste contaminante. Além disso, assim como para o cádmio,
Ceriodaphnia dubia apresentou maior sensibilidade ao cobre (CE50 2,82
µg.L
-1
) do que Daphnia similis (CE50 4,25 µg.L
-1
);
Embora a matéria orgânica fornecida a Ceriodaphnia dubia nos testes
de sensibilidade para avaliação crônica ao cobre tenha provavelmente
reduzido seu efeito de toxicidade à C.dubia, os ovos eliminados pelas fêmeas
indicaram que todas as concentrações das soluções-teste foram tóxicas,
comparadas aos controles.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
134
RECOMENDAÇÕES FINAIS
Diversos estudos realizados no rio Monjolinho têm apontado a
deterioração da qualidade da água deste sistema. As alterações foram
detectadas já na região da nascente e intensificando-se ao longo do curso do
rio em direção à foz (SÉ, 1992; SALAMI 1996, MENDES, 1998; BARRETO,
1999; PELÁEZ-RODRIGUES, 2001; PERES, 2002 e o presente estudo).
Diante desse fato, torna-se evidente a necessidade da adoção de
medidas de manejo e recuperação desse sistema, tais como:
Investimentos do governo municipal em tecnologias de tratamento de
efluentes domésticos e industriais. Uma vez que os elevados níveis de
contaminação da água, principalmente após drenar o município de São Carlos,
são historicamente altos. Além dos aspectos qualitativos, a extensão da zona
contaminada do rio Monjolinho torna preocupante quanto aos aspectos
quantitativos, pois, estima-se que o trecho contaminado pelo município de São
Carlos estenda-se por vários quilômetros no rio Jacaré-Guaçu.
O restabelecimento das matas ciliares de acordo com as metragens
mínimas estabelecidas por lei ao longo do curso do rio, ao menos nos trechos
viáveis para esta recomposição, uma vez que o desmatamento não só está
potencializando o assoreamento do sistema e a conseqüente supressão de
muitos dos habitats aquáticos, como também, a ausência dessa barreira tem
permitido a entrada de resíduos sólidos e agrotóxicos, os quais afetam ainda
mais a qualidade das águas do rio.
A conscientização por parte dos agricultores de que o atual modelo de
exploração agrícola precisa de mudanças mais que urgentes, pois, o uso
excessivo e inadequado de agrotóxicos, tem sido a causa da perda da
qualidade da água. Neste contexto, várias medidas devem ser implementadas
em curto, médio e longo prazo, como a adoção por parte de instituições e
entidades governamentais de um plano efetivo de educação ambiental, o qual
contemple práticas agrícolas que conciliem as exigências ecológicas e a
preservação da qualidade dos recursos hídricos com as necessidades de
sustento dos agricultores.
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
135
Fiscalização com maior rigor das fontes potenciais de poluição por
atividades agrícolas e industriais.
Promover cursos, seminários e encontros regionais interdisciplinares que
discutam as questões ambientais nas bacias, e estabeleçam formas de
intercâmbio e parcerias para a resolução de problemas, pois as medidas
preventivas, como atividades de educação ambiental, são mais vantajosas
econômica e ecologicamente, sendo mais viáveis quando comparadas às
medidas mitigadoras. Segundo o FNMA – Fundo Nacional de Meio Ambiente
(com. pessoal), os custos da implantação e manutenção de um reflorestamento
giram em torno de R$ 3.500,00 a 4.000,00/ha, enquanto os custos da
implantação de uma estação de tratamento de esgoto (ETE), no município de
São Carlos são cerca de R$ 120,00 a 170,00/hab (SAEE, com. pessoal).
Estudo limnológico e ecotoxicológico da água e sedimento do rio Monjolinho – São Carlos
(SP) com ênfase nas substâncias de referência Cádmio e Cobre
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ANEXO
VARIÁVEIS HIDROLÓGICAS
155
Tabela 1– Precipitação pluviométrica diária dos meses de janeiro de 2003 até dezembro de 2004.
Meses
Dias
jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 Out/03 nov/03 dez/03 jan/04 fev/04 mar/04 abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04
1 0,0 3,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 64,4 11,2 8,3 4,5 0,0 0,0 6,6 0,0 0,0 0,0 1,4 0,0 0,0
2 0,0 0,0 0,0 0,0 7,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 23,5 0,4 5,0 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,5 0,0 0,0
3 21,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,8 0,0 30,8 0,0 0,0 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 17,5 0,0 18,8
4 50,4 0,0 1,6 0,4 0,0 2,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 21,3 0,0 1,1 21,2 0,0 0,0 14,1 0,0 0,0 0,0 4,7 0,0 1,9
5 5,3 0,0 0,0 29,3 32,9 9,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,3 0,0 25,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
6 16,6 0,0 0,2 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,1 4,1 0,0 0,0 0,0 12,3 10,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,2
7 0,0 0,0 8,5 2,3 0,0 0,0 0,0 4,0 0,0 0,0 1,4 37,0 28,5 0,0 2,9 4,0 1,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7
8 0,0 1,9 5,6 0,0 0,0 0,0 0,0 1,4 0,0 2,0 4,6 7,2 0,8 0,0 13,0 0,0 3,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
9 0,0 0,2 35,8 0,2 0,0 13,1 0,0 0,0 0,2 0,0 0,0 26,2 47,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,5 0,0 0,0 0,0 0,0 14,0
10 0,0 0,0 0,6 1,4 0,0 0,0 0,0 0,0 1,9 4,0 0,0 2,5 9,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 12,1
11 5,1 0,0 12,0 0,0 0,0 0,0 4,2 0,0 0,0 22,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13,2 0,0 0,0 21,3 6,2 0,0
12 30,6 0,0 4,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,5 9,5 0,0 0,0 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 16,1 0,0
13 1,1 8,4 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,5 0,3 0,3 19,7 0,0 0,0 1,8 13,6 0,0 0,0 0,0 1,3 0,0 0,0
14 3,6 33,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,8 55,5 1,9 0,0 3,7 0,0 0,0 0,0 0,0 14,1 0,0 0,0
15 0,0 12,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7 0,0 0,8 6,7 17,5 14,9 8,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,0 0,0
16 0,0 2,0 4,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 17,2 47,2 0,0
17 10,5 5,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 21,5 15,1 0,0 0,0 0,0 0,0 8,0 0,0 0,5 0,0 0,0 16,7 0,8 0,4
18 24,4 4,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 56,1 0,0 0,0 0,0 21,5 0,0 0,9 0,0 0,2 0,0 0,0 2,8 0,5 13,7
19 0,0 26,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,0 0,0 9,1 0,0 28,6 6,2 31,2 0,0
20 5,3 0,0 3,9 28,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,4 21,3 0,0 0,0 31,7 0,0 0,0 0,0 0,0 10,0
21 128,1 1,3 0,0 7,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 11,7 0,0 0,3 0,0 0,0 5,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 *
22 36,4 13,1 4,0 30,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,4 0,0 7,6 0,0 41,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 *
23 12,3 1,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,5 0,0 32,1 0,0 0,0 33,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 *
24 77,6 0,0 0,0 0,0 17,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8,6 0,0 41,8 4,6 0,0 0,0 23,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 *
25 1,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,0 0,0 2,8 0,0 0,0 20,2 0,0 2,2 22,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 *
26 2,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,6 0,0 0,0 0,0 0,0 84,0 14,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8,9 17,3 0,0 *
27 22,8 0,0 3,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,3 7,3 23,0 0,0 28,3 0,0 1,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 *
28 3,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,2 0,8 1,8 20,5 8,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 26,2 *
29 16,3 * 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 12,5 0,0 0,0 8,5 0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 39,2 *
30 8,8 * 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 0,3 * 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 *
31 3,6 * 0,0 * 0,0 * 0,0 0,0 * 0,0 * 0,0 13,5 * 0,0 * 3,0 * 0,0 0,0 * 0,0 * *
156
APÊNDICE – A
VARIÁVEIS LIMNOLÓGICAS
157
TABELA 1 - Valores de temperatura, oxigênio dissolvido, pH e condutividade elétrica
obtidos no rio Monjolinho, durante o período de estudo.
Temperatura (
0
C) Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 18,6 21,7 20,4 21 19,1
2 21,3 22 25,2 23 16,9
3 20,9 21,2 22,4 22,3 19,3
4 21,8 20,6 22,8 21,7 19
5 19,1 19,5 22,9 21,1 15,6
6 20,4 18,4 24 20,6 13,6
Oxigênio dissolvido (mg.L
-1
) Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 7,87 6,48 8,07 8,83 6,62
2 6,31 2,7 3,29 7,52 6,17
3 4,38 4,66 6,54 7,48 6,77
4 6,15 6,7 6,46 4,07 6,78
5 3,59 3,66 1,56 4,29 4,32
6 7,03 7,08 7,11 8,03 7,96
pH Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 5,65 6,13 4,77 5,29 6,25
2 5,76 6,63 5,54 5,93 6,72
3 6,97 6,69 6,56 6,15 6,26
4 7,42 6,95 6,92 6,48 6,59
5 7,12 6,65 6,82 6,49 6,13
6 7,14 6,7 7,35 6,2 6,28
Cond. elétrica (µS.cm
-1
)
Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 10 8 8 8 11
2 47 58 57 34 57
3 77 111 71 33 88
4 138 111 106 68 114
5 165 159 185 115 180
6 179 168 156 116 192
158
TABELA 2 - Valores de material em suspensão total (MST), material em suspensão
orgânico (MSO) e material em suspensão inorgânico (MSI) obtidos no rio Monjolinho,
durante o período de estudo.
MST (mg.L
-1
) Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 2,35 2,46 3,56 2,36 1,93
2 20,70 6,53 9,13 5,48 1,45
3 7,59 4,63 17,16 3,70 1,90
4 31,67 8,75 22,25 29,41 8,41
5 46,95 12,90 60,46 11,98 20,31
6 15,58 39,80 31,91 13,05 25,11
MSO (mg.L
-1
) Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 1,01 1,65 1,48 1,83 1,02
2 5,40 3,37 3,53 3,90 6,57
3 4,53 5,22 5,12 2,80 5,60
4 9,03 5,30 10,15 8,28 5,63
5 23,35 11,60 26,44 5,33 10,48
6 8,90 13,53 8,88 4,95 10,15
MSI (mg.L
-1
) Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 1,34 0,82 2,08 0,53 0,92
2 15,30 3,17 5,60 1,58 4,88
3 3,06 1,30 12,05 0,90 6,30
4 22,63 3,45 12,10 21,13 2,78
5 23,60 15,97 34,02 6,65 9,83
6 6,68 26,27 23,03 8,10 14,97
159
TABELA 3 - Valores de nitrogênio orgânico total, nitrato, nitrito e íon amônio obtidos no
rio Monjolinho, durante o período de estudo.
N. orgânico total (mg. L
-1
) Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 0,23 0,70 0,02 0,28 0,47
2 0,61 0,37 0,26 0,79 0,79
3 0,84 1,77 0,48 0,42 1,17
4 1,26 2,38 10,57 1,03 1,68
5 3,50 4,43 2,00 2,94 4,71
6 4,01 4,57 0,34 3,55 5,51
Nitrato (µg. L
-1
)
Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 164,98 131,34 104,3 86,887 108,27
2 166,93 163,72 282,57 121,06 131,27
3 317,47 466,8 1146,6 196,03 548,28
4 810,08 2291,1 1823 641,97 1040,3
5 180,07 347,53 64,018 207,99 262,12
6 110,91 212,21 214,74 197,23 129,09
Nitrito (µg. L
-1
)
Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 2,19 2,29 2,30 3,92 2,87
2 2,55 4,52 20,47 11,47 9,68
3 32,23 29,80 100,47 12,95 63,00
4 125,89 174,50 246,94 53,24 66,49
5 31,05 82,76 11,92 46,27 49,90
6 38,32 61,94 105,69 78,78 40,92
Íon amônio (µg. L
-1
)
Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 31,89 278,52 1815,40 24,17 38,88
2 151,29 313,15 432,98 103,68 110,56
3 1496,70 1226,90 1970,30 133,76 430,12
4 1110,80 1446,20 88,14 469,41 817,44
5 1819,20 2389,60 29,80 1597,80 1735,40
6 2218,60 2668,00 217,06 2453,80 1701,20
160
TABELA 4 - Valores de fósforo total, fosfato total dissolvido e fosfato inorgânico obtidos
no rio Monjolinho, durante o período de estudo.
Fósforo total (µg. L
-1
)
Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 18,00 46,52 61,38 58,38 25,48
2 97,61 67,79 87,40 108,47 146,65
3 284,11 197,65 116,95 116,77 204,57
4 271,40 480,58 288,47 235,60 243,88
5 682,56 787,37 632,88 644,09 868,37
6 615,27 747,52 603,63 464,95 556,30
F. total dissolvido (µg. L
-1
)
Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 6,12 13,56 15,80 19,02 15,80
2 14,98 22,79 33,32 19,23 51,43
3 167,98 124,78 48,69 21,61 86,60
4 92,36 326,05 187,26 62,10 171,72
5 241,25 387,58 250,18 405,41 498,53
6 357,96 250,60 399,93 273,76 348,58
Fosfato inorgânico (µg. L
-1
)
Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 5,22 7,50 12,00 16,27 6,64
2 10,16 13,47 20,53 11,01 34,81
3 150,45 98,97 32,89 15,67 58,01
4 74,69 249,70 121,94 47,50 121,47
5 233,99 341,77 180,14 353,28 440,97
6 355,10 176,31 343,44 22,70 318,99
161
TABELA 5 - Valores de cloreto, sulfeto, sulfato e demanda química de oxigênio (DQO)
obtidos no rio Monjolinho, durante o período de estudo.
Cloreto (mg. L
-1
) Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 0,04 0,5 0,1 0,4 0,3
2 4,5 5,2 6,5 2,7 4,8
3 5,3 4,0 2,7 2,2 5,3
4 11,6 6,4 5,6 6,8 5,1
5 14,9 15,5 15,2 10,9 15
6 12,1 16,9 16,6 10,3 14,2
Sulfeto (mg. L
-1
) Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 0,006 0,003 0,008 0,008 0,004
2 0,01 0,004 0,005 0,006 0,008
3 0,01 0,004 0,003 0,006 0,015
4 0,037 0,006 0,006 0,046 0,007
5 0,036 0,024 0,027 0,021 0,013
6 0,032 0,019 0,019 0,019 0,015
Sulfato (mg. L
-1
) Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 2 6 5 5 3
2 7 5 7 5 6
3 6 4 9 4 7
4 12 6 9 15 9
5 17 23 32 15 18
6 16 23 18 14 18
DQO (mg. L
-1
) Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 0 9 * 1 0
2 0 8 * 6 9
3 2 15 42 4 3
4 12 18 20 22 7
5 45 33 34 15 25
6 45 30 35 28 28
* Amostra não analisada
162
TABELA 6 Valores dos metais, cromo, cádmio, cobre, zinco, manganês e ferro
analisados na água do rio Monjolinho durante o período de estudo.
Estações de
coleta
Metais analisados
julho de 2003 Cr (µg.L
-1
) Cd (µg.L
-1
) Cu (µg.L
-1
) Zn (mg.L
-1
) Mn (mg.L
-1
) Fe (mg.L
-1
)
1 8,00 0,40 19,20 0,028 0,024 0,581
2 4,40 1,20 13,60 0,017 0,070 1,772
3 3,60 1,20 18,40 0,027 0,072 2,134
4 6,40 2,00 22,00 0,038 0,168 4,018
5 8,40 0,00 21,20 0,064 0,201 5,089
6 8,40 4,00 29,60 0,064 0,339 6,997
outubro de
2003
1 5,04 nd 3,36 0,022 0,029 5,451
2 1,24 nd 0,71 0,024 0,099 2,058
3 0,70 0,02 5,72 0,018 0,049 2,446
4 1,69 0,26 12,57 0,034 0,098 3,742
5 2,83 0,15 8,73 0,014 0,172 8,127
6 4,90 0,87 19,09 0,039 0,228 13,814
janeiro de
2004
1 1,39 0,31 0,51 0,000 0,028 0,348
2 1,50 0,27 nd 0,000 0,084 1,063
3 0,83 0,40 nd 0,025 0,048 1,280
4 0,52 0,12 nd 0,035 0,064 2,411
5 6,32 2,21 9,37 0,005 0,189 3,053
6 1,93 1,21 8,65 0,019 0,208 4,198
abril de 2004
1 2,10 0,00 0,00 0,003 0,009 0,124
2 0,45 0,18 0,00 0,002 0,007 0,112
3 1,05 0,00 0,00 0,002 0,007 0,170
4 9,10 0,42 4,92 0,005 0,008 0,342
5 5,97 0,34 2,22 0,004 0,012 0,310
6 4,45 0,35 1,74 0,005 0,022 0,415
julho de 2004
1 1,82 0,10 19,57 0,004 0,005 0,042
2 1,38 0,15 9,74 0,004 0,007 0,151
3 2,56 0,35 21,83 0,007 0,008 0,265
4 1,65 0,51 18,36 0,006 0,009 0,013
5 0,22 0,62 33,62 0,008 0,020 0,284
6 3,00 0,93 31,92 0,010 0,032 0,526
ND: valor não detectável.
163
TABELA 7 Valores dos coliformes fecais analisados na água do rio Monjolinho durante
o período de estudo.
C. fecais
(NMP.100 mL
-1
)
Período amostral
Estações de
coleta
jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 648 73.3 143.9
49.4 10.9
2
2.560
2.090 1.630
71.200 2.010
3
32.700
4.220 17.790
145.000 3.410
4
74.000
100.000 4.100
163.100 25.600
5
100.000
121.000 50.000
318.000 40.800
6
20.000
10.000 50.400
59.100 8.500
TABELA 8 - Valores dos componentes principais e fatores de explicação dos parâmetros
avaliados no rio monjolinho, durante o período de coleta de julho de 2003.
Variáveis Componente principal l Componente principal ll
Cromo 0,312 -0,914
Temperatura 0,248 0,861
Zinco 0,835 -0,537
DQO 0,910 -0,388
Cloreto 0,934 0,283
Nitrogênio total 0,930 -0,257
Íon amônio 0,935 0,251
Manganês 0,909 -0,220
Fosfato total 0,957 0,200
Sulfeto 0,894 -0,188
Nitrito 0,832 0,178
Vazão 0,915 -0,173
pH 0,904 0,129
Fosfato total dissolvido 0,939 0,097
Condutividade 0,996 0,057
Fosfato inorgânico 0,933 0,046
Sulfato 0,958 -0,027
ferro 0,987 -0,008
Total de variância explicada 73,278 16,981
Total 90,259
164
TABELA 9 - Valores dos componentes principais e fatores de explicação dos
parâmetros avaliados na água do rio Monjolinho, durante o período de coleta de
outubro de 2003.
Variáveis Componente P I Componente P II Componente P III
OD 0,302 -202 0,923
Cobre 0,863 0,063 0,492
Cloreto 0,886 0,139 -0,411
Nitrato 0,301 0,837 0,400
Cromo 0,293 -0,844 0,340
Sulfeto 0,863 -0,246 -0,302
Manganês 0,886 -0,240 -0,302
Condutividade 0,884 0,351 -0,253
Cádmio 0,830 -0,284 0,218
Sulfato 0,850 -0,425 -0,207
MSO 0,959 -0,174 -0,206
Ferro 0,757 -0,608 0,185
Nitrito 0,825 0,528 0,174
MSI 0,879 -0,431 -0,170
pH 0,557 0,727 -0,120
Nitrogênio T 0,971 0,044 0,089
DQO 0,967 -0,018 -0,059
Fosfato TD 0,889 0,441 0,056
Temperatura -0,969 0,236 -0,043
Íon amônio 0,951 0,240 0,040
Fosfato I 0,876 0,458 0,039
Vazão 0,912 -0,325 0,029
Fosfato T 0,966 0,245 0,014
MST 0,809 -0,416 -0,006
Total de v. explicada 69,223 17,463 8,217
Total 94,903
165
TABELA 10 - Valores dos componentes principais e fatores de explicação dos
parâmetros avaliados na água do rio Monjolinho, durante o período de coleta de
janeiro de 2004.
Variáveis Componente P I Componente P II Componente P III
Clorofila 0,448 -0,331 -0,782
Temperatura 0,403 0,201 -0,781
DQO 0,720 0,448 0,480
Cloreto 0,901 0,100 -0,377
Íon amônio -0,832 0,076 0,255
Cádmio 0,824 -0,488 0,213
Zinco 0,243 0,927 0,212
MSI 0,963 -0,147 0,190
MST 0,934 -0,195 0,184
Manganês 0,913 -0,227 -0,168
MSO 0,848 -0,257 0,167
Sulfato 0,938 -0,274 0,153
Cobre 0,833 -0,426 0,124
Sulfeto 0,840 -0,514 0,117
Nitrito 0,346 0,930 -0,110
Ferro 0,945 0,269 -0,108
Condutividade 0,968 0,194 -0,080
Cromo 0,635 -0,742 0,077
Vazão 0,948 0,134 0,056
pH 0,837 0,537 0,056
Fosfato TD 0,942 0,269 -0,052
Nitrato -0,218 0,960 -0,032
Fosfato T 0,982 0,093 0,023
Fosfato I 0,940 0,235 -0,020
Total de v. explicada 64,442 21,580 7,919
Total 93,941
166
TABELA 11 - Valores dos componentes principais e fatores de explicação dos
parâmetros avaliados na água do rio Monjolinho, durante o período de coleta de abril
de 2004.
Variáveis Componente P I Componente P II Componente P III
Temperatura -0,516 -0,854 0,069
Fosfato I 0,645 -0,083 0,759
Manganês 0,786 0,358 -0,504
DQO 0,952 0,025 -0,306
Cromo 0,857 0,383 0,296
Ferro 0,957 0,065 -0,283
Vazão 0,896 -0,363 0,256
Nitrito 0,968 -0,146 -0,206
Sulfeto 0,959 0,222 0,177
Cobre 0,982 0,120 0,146
Fosfato TD 0,986 0,091 0,136
Sulfato 0,967 0,224 0,124
Nitrato 0,721 -0,683 -0,118
Íon amônio 0,983 -0,145 -0,113
MSI 0,983 0,147 -0,109
Fosfato T 0,987 -0,125 0,098
MSO 0,991 -0,105 0,077
pH 0,788 -0,612 0,067
Nitrogênio T 0,993 0,107 -0,054
MST 0,996 0,071 -0,054
Zinco 0,901 0,431 0,047
Condutividade 0,989 -0,147 -0,034
Cádmio 0,988 0,155 0,016
Cloreto 0,984 -0,177 -0,016
Total de v. explicada 82,976 11,364 5,660
Total 100
167
TABELA 12 - Valores dos componentes principais e fatores de explicação dos
parâmetros avaliados no rio Monjolinho, durante o período de coleta de julho de 2004.
Variáveis Componente P I Componente P II Componente P III
Cromo -0,152 -0,542 0,822
OD -0,139 -0,551 0,780
Nitrato 0,113 0,830 0,539
Nitrito 0,737 0,511 0,436
Temperatura -0,798 0,500 0,286
DQO 0,940 -0,088 -0,257
Sulfeto 0,811 -0,068 0,242
Cádmio 0,938 -0,038 0,202
Zinco 0,954 -0,133 0,194
MSO 0,960 0,037 -0,185
Íon amônio 0,944 0,261 0,155
Sulfato 0,983 0,023 -0,127
Nitrogênio T 0,966 -0,071 -0,107
MST 0,963 -0,214 -0,080
Condutividade 0,981 0,167 0,075
Vazão 0,940 -0,186 -0,058
Ferro 0,802 -0,480 0,054
Fosfato T 0,958 0,254 -0,048
Cloreto 0,964 0,140 -0,036
Fosfato TD 0,961 0,251 -0,023
Fosfato I 0,969 0,228 -0,023
MSI 0,917 -0,376 -0,005
Manganês 0,895 -0,403 -0,002
Total de v. explicada 74,195 11,934 9,126
Total 95,255
168
TABELA 13 - Valores da granulometria do sedimento, durante o período de estudo.
Estações de
coleta
Granulometria
julho de 2003
PMF AG AM AF S+A Metodologia
1 3,03 22,13 42 32,71 0,13 peneiramento
2 0 22,3 56,7 4,1 17,5 densímetro
3 20,77 32,94 33,62 12,34 0,15 peneiramento
4 2,65 46,32 38,03 12,1 0,9 peneiramento
5 0 1,8 73,2 7,4 16,8 densímetro
6 0 0 6,2 64,1 29,7 densímetro
outubro de 2003
1 1,93 14,75 37,63 45,27 0,42 peneiramento
2 0 3,6 26,4 50,3 18,9 densímetro
3 1,42 72,23 25,84 0,47 0,04 peneiramento
4 0,33 18,23 57,53 23,71 0,2 peneiramento
5 0,04 8,72 42,56 48,4 0,28 peneiramento
6 0 11 24,7 48 16,3 densímetro
janeiro de 2004
1 0,29 18,26 50,25 30,97 0,21 peneiramento
2 0 2,5 51 36,2 10,3 densímetro
3 16,88 35,53 39,48 8,05 0,05 peneiramento
4 5,24 32,08 45,91 16,27 0,46 peneiramento
5 3,11 10,48 37,37 48,97 0,04 peneiramento
6 0 0 35 58,5 5,3 densímetro
abril de 2004
1 0,06 5,23 47,74 46,75 0,2 peneiramento
2 1,9 16,8 51,3 9 21 densímetro
3 9 41 32,7 3,6 13,8 densímetro
5 0,004 0,486 19,69 79,33 0,47 peneiramento
6 0 3,3 89,8 4,1 2,8 densímetro
julho de 2004
1 0 0,66 6,08 92,88 0,38 peneiramento
2 0 0 0 55 45 densímetro
3 3,06 1,16 2,58 87,86 5,34 peneiramento
4 1,18 2,14 8,46 82,62 5,6 peneiramento
5 0,12 0,44 1,24 83,5 14,7 peneiramento
6 0 25 63 1 11 densímetro
PMF - Pedregulho muito fino; AMG - Areia muito grossa; AG - Areia grossa; AM - Areia média;
AF - Areia fina; AMF - Areia muito fina; S + A - silte + argila.
Obs.: Na estação 4, durante o período de coleta de abril, não foi coletado sedimento.
169
TABELA 14 - Valores de matéria orgânica, fósforo total e nitrogênio orgânico total
do sedimento, durante o período de estudo.
Matéria orgânica (%) Período amostral
Estações de coleta jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04
1 0,4 0,39 0,19 0,21 0,20
2 2,15 2,62 0,63 3,53 13,27
3 0,31 0,06 0,18 1,65 2,00
4 5,5 0,17 0,35 * 2,60
5 1,04 0,13 0,14 0,34 1,66
6 4,95 3,49 0,61 0,64 1,87
Fósforo total (µg.g
-1
)
1 58,78 17,53 35,92 16,85 316,79
2 198,76 396,75 174,17 478,81 233,88
3 124,22 74,56 64,66 243,66 312,48
4 168,94 33,92 97,00 * 253,51
5 349,51 21,62 52,68 162,68 190,23
6 649,35 794,60 294,29 469,29 998,7
N. orgânico total (%)
1 0,035 0,007 0,005 0,014 0,002
2 0,082 0,063 0,028 0,166 0,019
3 0,021 0,007 0,012 0,056 0,008
4 0,021 0,009 0,026 * 0,020
5 0,044 0,007 0,007 0,028 0,038
6 0,128 0,257 0,037 0,040 0,058
* Amostra não coletada.
170
TABELA 15 - Valores do potencial redox e temperatura do sedimento obtidos
durante o período de estudo.
Estações de coleta Parâmetro
Julho de 2003 P. Redox (mV) Temperatura (
0
C)
1 269 21
2 -201 22
3 -45 22
4 -164 23
5 -143 20
6 -189 25
Outubro de 2003
1 130 21
2 -177 21
3 -77 21,5
4 -150 22
5 26 22
6 -192 21
Janeiro de 2004
1 22 16
2 -1 16
3 -1 14
4 9 20
5 31 16
6 5 16
Abril de 2004
1 270 24
2 -194 25
3 16 25
4 -150 25
5 * *
6 -169 25
Julho de 2004
1 237 22
2 -150 21
3 238 21
4 -0,86 21
5 -157 21
6 -147 21
* Amostra não coletada.
171
TABELA 16 - Valores dos metais, cromo, cobre, cádmio, zinco, manganês e ferro
analisados no sedimento do rio Monjolinho durante o período de estudo.
Estações de
coleta
(µg.g
-1
) (mg.kg
-1
)
Julho de 2003
Cr Cu Cd Zn Mn Fe
1 0,080 0,397 0,0070 0 0 0
2 4,002 9,519 0,0399 136 368 3.595
3 0,050 0,500 nd 35 75 786
4 0,434 10,647 0,0409 69 240 1.979
5 0,547 7,042 0,0287 98 206 778
6 1,710 13,547 0,0491 1 4 0
Outubro de 2003
1 nd 0,328 nd 0 10 0
2 4,504 13,876 0,031 486 573 109.360
3 0,192 2,813 nd 42 127 3.593
4 0,133 3,493 0,003 85 162 2.046
5 0,134 1,730 dn 64 65 2.022
6 2,802 27,719 0,087 1.328 2.470 191.960
Janeiro de 2004
1 0,068 0,392 0,032 0 0 0
2 2,318 10,398 nd 195 86 8.560
3 0,350 1,605 nd 62 80 7.593
4 0,136 6,753 nd 116 229 6.299
5 0,053 1,297 nd 37 67 2.612
6 0,858 8,466 nd 185 610 0
Abril de 2004
1 0,056 0,258 0,00005 0,125 0,25 2,05
2 1,270 5,486 0,058625 6,825 19,85 286,875
3 2,531 1,695 0 0,825 1,825 20,6
4 * * * * * *
5 0,164 0,665 0 0,825 0,925 33,825
6 0,679 3,432 0,014725 1,875 4,75 116,025
Julho de 2004
1 0,606 4,497 0,039 1,025 0,675 44,725
2 33,373 21,893 0,136 7,825 12,375 892,575
3 0,433 9,383 0,087 1,625 1,375 90,525
4 0,475 13,049 0,088 3,725 8,125 244,7
5 0,246 8,099 0,064 2,900 2,925 122,75
6 0,143 4,851 0,052 2,350 4,45 180,95
ND: valor não detectável; * amostra não coletada.
172
TABELA 17 - Valores dos componentes principais e fatores de explicação dos parâmetros avaliados do rio
Monjolinho, durante o período de coleta de julho de 2003.
TABELA 18 - Valores dos componentes principais e fatores de explicação dos parâmetros avaliados no do
rio Monjolinho, durante o período de coleta de outubro de 2003.
Variáveis Componente P I Componente P II
Areia média 0,361 0,892
Fosfato total 0,496 -0,777
Arei fina -0,686 -0,724
Cádmio 0,663 -0,705
Cobre 0,798 -0,594
P. Redox -0,785 0,546
Ferro 0,893 0,427
Zinco 0,937 0,348
Manganês 0,970 0,236
Total de v. explicada 57,315 38,127
Total 94,442
Variáveis Componente P I Componente P II
P. redox -0,117 -0,948
Areia fina 0,616 -0,786
Areia grossa -0,590 0,777
Pedregulho médio fino -0,751 0,661
Temperatura -0,873 -0,404
Fosfato total 0,937 0,342
Manganês 0,938 0,239
Cobre 0,974 0,182
Ferro 0,983 0,152
N. orgânico total 0,917 0,107
Cromo 0,951 0,047
Zinco 0,988 -0,031
Silte e argila 0,984 -0,016
Matéria orgânica 1,000 0,007
Total de v. explicada 74,499 21,186
Total 95,635
173
TABELA 19 - Valores dos componentes principais e fatores de explicação dos parâmetros avaliados no
sedimento do rio Monjolinho, durante o período de coleta de janeiro de 2004.
TABELA 20 - Valores dos componentes principais e fatores de explicação dos parâmetros avaliados no
sedimento do rio Monjolinho, durante o período de coleta de abril de 2004.
Variáveis Componente P I Componente P II Componente P III
Ferro -0,043 0,838 0,430
Pedregulho m. fino -0,591 0,754 -0,068
Areia média -0,027 -0,287 0,940
Cromo 0,858 -0,004 0,336
Areia grossa -0,771 0,0452 0,308
Fosfato total 0,961 0,116 -0,222
Silte e argila 0,946 -0,182 0,218
Zinco 0,722 0,666 -0,151
N. orgânico total 0,916 0,240 -0,107
Matéria orgânica 0,977 -0,081 0,096
Cobre 0,928 0,286 0,079
Total de v. explicada 60,680 19,959 12,975
Total 93,614
Variáveis Componente P I Componente P II Componente P III
Pedregulho m. fino 0,513 -0,856 0,055
Areia média 0,314 0,450 -0,796
Areia fina -0,763 0,241 0,600
N. orgânico total 0,943 0,071 0,294
Cádmio 0,822 0,401 0,226
Matéria orgânica 0,952 -0,153 0,224
Zinco 0,902 0,387 0,186
Cobre 0,947 0,271 -0,164
Cromo 0,760 -0,608 -0,144
Silte e argila 0,939 0,316 0,113
Areia grossa 0,573 -0,801 -0,088
Fosfato total 0,810 0,187 -0,070
Ferro 0,831 0,451 0,065
Manganês 0,936 0,339 0,051
Total de v. explicada 65,240 20,499 9,246
Total 95,015
174
TABELA 21 - Valores dos componentes principais e fatores de explicação dos
parâmetros avaliados no sedimento do rio Monjolinho, durante o período de coleta de
julho de 2004.
Variáveis Componente P I Componente P II Componente P III
Pedregulho m. fino -0,073 -0,454 0,873
Cromo 0,883 0,013 -0,338
Cobre 0,953 -0,161 0,244
Cádmio 0,948 -0,074 0,241
Areia grossa -0,492 0,843 0,201
Manganês 0,814 0,453 0,157
Areia média -0,574 0,789 0,129
N. orgânico total 0,085 0,829 0,128
Silte e argila 0,881 0,343 -0,124
Ferro 0,909 0,399 0,074
Fosfato total -0,480 0,791 0,058
Areia fina 0,122 -0,977 0,025
Zinco 0,948 0,263 0,014
Matéria orgânica 0,961 0,200 -0,012
Total de v. explicada 53,596 31,647 7,977
Total 93,220
175
APÊNDICE - B
ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS –
AMOSTRAS AMBIENTAIS
176
1- REGISTRO DOS RESULTADOS DOS BIOENSAIOS DE TOXICIDADE
AGUDA EM AMOSTRAS DE ÁGUA
Tabela 1: Resultado do bioensaio de toxicidade aguda com Daphnia similis em amostra
ambiental de água coletada em 30/07/2003
Início do teste: 30/07/2003 Término do teste: 02/08/2003
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i i f Total %
Controle 7,58 7,60 193,2 197 42 15 15 0 0
1 * 7,13 7,16 89 30,7 4 15 8 7 46,6
2 * 7,48 6,95 58 89,3 6 15 2 13 86,6
3 * 7,52 7,35 81 113,5 22 15 0 15 100
4 * 7,74 7,06 147 217 40 15 0 15 100
5 * 7,84 7,04 178,5 241 34 15 0 15 100
6* 7,92 7,60 185,7 276 46 15 5 10 66,6
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher as estações de coleta acima
apresentaram diferença significativa, caracterizando dessa forma, em toxicidade aguda.
Tabela 2: Resultado do bioensaio de toxicidade aguda com Daphnia similis em amostr
a
ambiental de água coletada em 15/10/2003
Início do teste: 16/10/2003 Término do teste:18/10/2003
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i i f Total %
Controle 7,44 7,56 168,8 171 46 15 14 1 6,6
1 6,35 7,08 12,9 17,7 4 15 15 0 0
2 6,59 7,21 78,7 85,2 6 15 15 0 0
3 6,86 7,45 92,3 97,6 20 15 15 0 0
4 7,20 7,61 150,7 152,5 36 15 15 0 0
5 6,93 7,73 218 218 34 15 15 0 0
6 7,10 7,76 226 232 34 15 14 1 6,6
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher as estações de coleta acima não
apresentaram diferença significativa (p> 0,05), portanto, não caracterizando toxicidade aguda.
177
Tabela 3: Resultado do bioensaio de toxicidade aguda com Daphnia similis em amostra
ambiental de água coletada em 20-21/01/2004
Início do teste: 23/01/2004 Término do teste:25/01/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i i f Total %
Controle 7,20 7,74 157,2 166,3 42 15 15 0 0
1* 6,37 7,34 12,4 22,8 4 15 11 4 26,6
2 6,82 7,62 76,4 82,8 24 15 14 1 6,6
3 7,05 7,90 92,3 99,9 34 15 15 0 0
4 7,36 7,92 135,7 141,7 36 15 15 0 0
5 7,25 8,12 234 230 50 15 15 0 0
6 7,60 8,05 202,0 193,5 52 15 14 1 6,6
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher a estação de coleta acima
apresentou diferença significativa, caracterizando dessa forma, em toxicidade aguda.
Tabela 4: Resultado do bioensaio de toxicidade aguda com Daphnia similis em amostra
ambiental de água coletada em 27/04/2004.
Início do teste: 28/04/2004 Término do teste:30/04/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i i f Total %
Controle 7,60 7,33 148,7 150,7 42 15 15 0 0
1 6,88 7,15 13,3 27,6 6 15 12 3 20
2 7,06 7,28 44,5 52,0 16 15 15 0 0
3 7,02 7,33 45,7 53,1 20 15 15 0 0
4 7,29 7,49 87,8 93,2 26 15 15 0 0
5 7,32 7,68 153,2 146,9 30 15 15 0 0
6 7,54 7,73 157,6 149,0 36 15 15 0 0
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher as estações de coleta acima não
apresentaram diferença significativa (p> 0,05), portanto, não caracterizando toxicidade aguda.
178
Tabela 5: Resultado do bioensaio de toxicidade aguda com Daphnia similis em amostra
ambiental de água coletada em 27/07/2004.
Início do teste: 28/07/2004 Término do teste:30/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i i f Total %
Controle 7,22 7,35 142,5 197,0 48 15 15 0 0
1 5,83 6,27 16,0 131,9 10 15 14 1 6,6
2 6,34 6,46 60,5 172,2 20 15 13 2 13,3
3 6,60 6,89 92,3 231,0 30 15 13 2 13,3
4 6,72 7,06 120,1 229,0 36 15 14 1 6,6
5 6,86 7,26 185,4 274,0 38 15 15 0 0
6 7,15 7,41 195,0 260,0 44 15 15 0 0
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher as estações de coleta acima não
apresentaram diferença significativa (p> 0,05), portanto, não caracterizando toxicidade aguda.
179
2 - REGISTRO DOS RESULTADOS DOS BIOENSAIOS DE TOXICIDADE
CRÔNICA EM AMOSTRAS DE ÁGUA
Tabela 1: Resultado do bioensaio de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em amostra
ambiental de água.
Data da coletada: 15/10/2003
Início do teste: 18/10/2003 Término do teste: 26/10/2003
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i f i f Total %
N
0
de
neonatos
gerados
Controle 7,62 7,67 153,2 176,4 46 50 10 10 0 0 189
1 * 7,04 7,13 12,9 20,3 4 4 10 10 0 0 89
2 7,53 7,56 78,5 83,2 24 24 10 10 0 0 154
3 7,69 7,63 90,5 94,9 20 22 10 10 0 0 144
4 7,80 7,73 142,6 152,7 34 34 10 10 0 0 189
5 7,95 7,92 219,0 219,0 36 38 10 10 0 0 241
6 7,94 7,83 216,0 227,0 36 34 10 10 0 0 184
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett a estação de coleta acima
apresentou diferença significativa, caracterizando assim, em toxicidade crônica.
Tabela 2: Resultado do bioensaio de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em amostra
ambiental de água.
Data da coletada: 20-21/01/2004
Início do teste: 23/01/04 Término do teste: 31/01/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i f i f Total %
N
0
de
neonatos
gerados
Controle 7,57 7,64 169,4 178,1 44 46 10 10 0 0 176
1 * 6,37 7,19 12,4 16,0 4 6 10 10 0 0 77
2 6,82 7,55 76,4 80,5 24 22 10 10 0 0 218
3 7,05 7,72 92,3 96,1 34 32 10 10 0 0 171
4 7,36 7,76 135,7 139,9 36 30 10 10 0 0 207
5 7,25 7,99 234,0 240,0 50 52 10 10 0 0 243
6 7,60 7,98 202,0 201,0 52 40 10 10 0 0 222
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett a estação de coleta acima
apresentou diferença significativa, caracterizando assim, em toxicidade crônica.
180
Tabela 3: Resultado do bioensaio de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em amostra
ambiental de água.
Data da coletada: 27/04/2004
Início do teste: 30/04/04 Término do teste: 10/05/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i f i f Total %
N
0
de
neonatos
gerados
Controle 7,40 7,53 174,3 178,3 48 56 10 8 2 20 197
1 * 6,88 7,24 13,3 20,5 6 12 10 8 2 20 68
2 7,06 7,38 44,5 48,7 16 20 10 10 0 0 138
3 7,02 7,44 45,7 49,4 20 20 10 10 0 0 233
4 7,29 7,63 87,8 97,9 26 34 10 10 0 0 203
5 7,32 7,87 153,2 153,8 30 36 10 10 0 0 259
6 7,54 7,94 157,6 154,2 36 40 10 10 0 0 264
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett a estação de coleta acima
apresentou diferença significativa, caracterizando assim, em toxicidade crônica.
Tabela 4: Resultado do bioensaio de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em amostra
ambiental de água.
Data da coletada: 27/07/2004
Início do teste: 28/04/04 Término do teste: 05/08/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i f i f Total %
N
0
de
neonatos
gerados
Controle 7,22 7,71 142,5 145,5 48 48 10 8 2 20 103
1 5,83 7,42 16,0 23,5 10 14 10 8 2 20 64
2 6,34 7,60 60,5 67,0 20 26 10 10 0 0 220
3 6,60 7,83 92,3 96,9 30 30 10 10 0 0 204
4 6,72 7,82 120,1 128,2 36 40 10 10 0 0 220
5 6,86 8,03 185,4 189,1 38 38 10 9 1 10 200
6 7,15 8,09 195,0 201,0 44 42 10 9 1 10 217
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett as estações de coleta acima
não apresentaram diferença significativa (p>0,05), não caracterizando toxicidade crônica.
181
3 - REGISTRO DOS RESULTADOS DOS BIOENSAIOS DE TOXICIDADE
AGUDA EM AMOSTRAS DE SEDIMENTO
Tabela 1: Resultado do bioensaio de toxicidade aguda com Daphnia similis em amostra
ambiental de sedimento coletado em 30/07/2003
Início do teste: 19/08/2003 Término do teste: 21/08/2003
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i f i f Total %
Controle 7,56 7,77 172 175,3 48 46 30 28 2 6,6
1 7,56 7,36 172 151,0 48 40 30 30 0 0
2 7,56 6,88 172 148,8 48 24 30 29 1 3,3
3 7,56 7,32 172 322,0 48 50 30 30 0 0
4 7,56 7,00 172 171,0 48 40 30 24 6 20
5 7,56 7,39 172 242,0 48 54 30 30 0 0
6 7,56 7,15 172 246,0 48 34 30 30 0 0
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher as estações de coleta acima não
apresentaram diferença significativa (p> 0,05), portanto, não caracterizando toxicidade aguda.
Tabela 2: Resultado do bioensaio de toxicidade aguda com Daphnia similis em amostra
ambiental de sedimento coletado em 15/10/2003
Início do teste: 22/10/2003 Término do teste: 24/10/2003
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i f i f Total %
Controle 7,50 7,63 175,7 187,4 46 50 30 30 0 0
1 7,50 7,38 175,7 158,8 46 34 30 29 1 3,3
2 * 7,50 6,70 175,7 142,5 46 24 30 20 10 33,3
3 7,50 7,07 175,7 166,4 46 46 30 27 3 10
4 * 7,50 7,27 175,7 205,0 46 60 30 23 7 23,3
5 7,50 6,74 175,7 185,4 46 48 30 30 0 0
6 * 7,50 7,39 175,7 351,0 46 50 30 21 9 30
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher as estações de coleta acima
apresentaram diferença significativa, caracterizando dessa forma, em toxicidade aguda.
182
Tabela 3: Resultado do bioensaio de toxicidade aguda com Daphnia similis em amostra
ambiental de sedimento coletado em 20-21/01/2004
Início do teste: 31/01/2004 Término do teste: 02/02/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i f i f Total %
Controle 7,60 7,42 149,7 151,9 42 46 30 30 0 0
1 7,60 7,20 149,7 127,1 42 30 30 28 2 6,6
2 * 7,60 6,86 149,7 140,4 42 30 30 21 9 30
3 7,60 7,32 149,7 158,3 42 50 30 30 0 0
4 7,60 7,35 149,7 162,3 42 50 30 26 4 13,3
5 7,60 7,48 149,7 159,5 42 50 30 29 1 3,3
6 7,60 7,02 149,7 186,3 42 40 30 29 1 3,3
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher a estação de coleta acima
apresentou diferença significativa, caracterizando dessa forma, em toxicidade aguda.
Tabela 4: Resultado do bioensaio de toxicidade aguda com Daphnia similis em amostra
ambiental de sedimento coletado em 27/04/2004
Início do teste: 29/04/2004 Término do teste: 01/04/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i f i f Total %
Controle 7,60 7,69 148,7 149,5 42 40 30 28 2 6,6
1 7,60 7,52 148,7 125,8 42 30 30 30 0 0
2 7,60 7,02 148,7 113,7 42 22 30 27 3 10
3 7,60 7,19 148,7 130,4 42 40 30 28 2 6,6
4 Não foi possível realizar a coleta deste ponto
5 7,60 7,17 148,7 147,7 42 28 30 26 4 13,3
6 7,60 6,88 148,7 168,2 42 30 30 30 0 0
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher as estações de coleta acima não
apresentaram diferença significativa (p> 0,05), portanto, não caracterizando toxicidade aguda.
183
Tabela 5: Resultado do bioensaio de toxicidade aguda com Daphnia similis em amostra
ambiental de sedimento coletado em 27/07/2004.
Início do teste: 31/07/2004 Término do teste:02/08/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Estações de
coleta
i f i f i f i f Total %
Controle 7,42 7,22 144,0 148,0 44 46 30 30 0 0
1 7,42 7,18 144,0 122,8 44 34 30 30 0 0
2 * 7,42 7,03 144,0 100,8 44 24 30 22 8 26,6
3 7,42 6,93 144,0 94,6 44 26 30 30 0 0
4 7,42 7,60 144,0 154,4 44 46 30 30 0 0
5 7,42 7,80 144,0 219,0 44 42 30 30 0 0
6 7,42 8,11 144,0 319,0 44 80 30 30 0 0
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher a estação de coleta acima
apresentou diferença significativa , caracterizando dessa forma, em toxicidade aguda.
184
4 - REGISTRO DOS RESULTADOS DOS BIOENSAIOS DE TOXICIDADE
CRÔNICA EM AMOSTRAS DE SEDIMENTO
Tabela 1: Resultado do bioensaio de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em amostra
ambiental de sedimento.
Data da coletada: 15/10/2003
Início do teste: 26/11/2003 Término do teste: 04/12/2003
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
ImobilidadeEstações de coleta
i f i f i f i f Total %
N
0
de
neonatos
gerados
Controle 7,40 7,59 171,0 163,5 42 42 9 8 1 11,1 200
1 * 7,40 7,53 171,0 152,7 42 40 5 4 1 20 67
2 * 7,40 6,48 171,0 134,8 42 30 9 8 1 11,1 110
3 7,40 7,45 171,0 178,0 42 54 6 6 0 0 152
4 7,40 7,68 171,0 197,4 42 60 4 4 0 0 71
5 7,40 7,19 171,0 161,5 42 42 9 7 2 22,2 183
6 7,40 7,55 171,0 228,0 42 70 5 5 0 0 129
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Bonferroni a estações de coleta acima
apresentaram diferença significativa, caracterizando assim, em toxicidade crônica.
Tabela 2: Resultado do bioensaio de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em amostra
ambiental de sedimento.
Data da coletada: 20-21/01/2004
Início do teste: 31/01/2004 Término do teste: 08/02/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
ImobilidadeEstações de coleta
i f i f i f i f Total %
N
0
de
neonatos
gerados
Controle 7,50 7,54 170,0 175,7 44 50 10 10 0 0 374
1 * 7,50 7,39 170,0 161,9 44 40 10 10 0 0 237
2 * 7,50 7,04 170,0 163,7 44 38 10 9 1 10 259
3 * 7,50 7,32 170,0 180,3 44 50 10 10 0 0 284
4 * 7,50 7,42 170,0 182,8 44 50 10 10 0 0 209
5 * 7,50 7,32 170,0 172,3 44 44 10 10 0 0 262
6 * 7,50 6,85 170,0 167,9 44 40 10 10 0 0 172
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett a estações de coleta acima
apresentaram diferença significativa, caracterizando assim, em toxicidade crônica.
185
Tabela 3: Resultado do bioensaio de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em amostra
ambiental de sedimento.
Data da coletada: 27/04/2004
Início do teste: 22/05/2004 Término do teste: 01/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
ImobilidadeEstações de coleta
i f i f i f i f Total %
N
0
de
neonatos
gerados
Controle 7,40 7,76 178,3 179,3 48 56 10 10 0 0 367
1 * 7,40 7,46 178,3 168,9 48 50 10 10 0 0 289
2 * 7,40 6,95 178,3 135,4 48 36 10 8 2 20 204
3 * 7,40 7,38 178,3 179,9 48 60 10 9 1 10 222
4 * Não foi possível a realização da coleta deste ponto
5 * 7,40 6,94 178,3 177,1 48 60 10 10 0 0 245
6 * 7,40 6,74 178,3 174,9 48 52 10 8 2 20 193
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett a estações de coleta acima
apresentaram diferença significativa, caracterizando assim, em toxicidade crônica.
Tabela 4: Resultado do bioensaio de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em amostra
ambiental de sedimento.
Data da coletada: 27/07/2004
Início do teste: 31/07/2004 Término do teste: 10/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
ImobilidadeEstações de coleta
i f i f i f i f Total %
N
0
de
neonatos
gerados
Controle 7,42 7,82 144,0 155,5 42 54 10 10 0 0 254
1 7,42 7,53 144,0 151,6 42 50 10 8 2 20 340
2 7,42 7,18 144,0 107,0 42 30 10 10 0 0 248
3 * 7,42 7,11 144,0 116,3 42 30 10 6 4 40 60
4 7,42 7,39 144,0 166,5 42 50 10 9 1 10 256
5 7,42 7,34 144,0 184,9 42 50 10 7 3 30 352
6 * 7,42 7,20 144,0 146,0 42 50 10 4 6 60 153
* De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett as estações de coleta acima
apresentaram diferença significativa, caracterizando assim, em toxicidade crônica.
186
APÊNDICE – C
TESTES DE TOXICIDADE COM
SUBSTÂNCIAS DE REFERÊNCIA
187
1 - REGISTRO DOS RESULTADOS DOS TESTES DE TOXICIDADE AGUDA -
SENSIBILIDADE COM DAPHNIA SIMILIS EM CÁDMIO (CLORETO DE
CÀDMIO).
Tabela 01: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cádmio.
Início do teste: 11/05/2004 Término do teste: 13/05/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,39 7,88 175,3 163,3 42 20 20 0 0
20 7,39 7,71 175,3 158,8 42 20 19 1 5
40 7,39 7,78 175,3 154,9 42 20 19 1 5
80 7,39 7,62 175,3 149,8 42 20 18 2 10
160 7,39 7,58 175,3 137,6 42 20 12 8 40
320 7,39 7,52 175,3 115,8 42 20 0 20 100
Resultado: CE50, 48h = 160 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (130 – 200)
Tabela 02: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cádmio.
Início do teste: 13/05/2004 Término do teste: 15/05/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,33 7,62 159,9 161,9 46 20 19 1 5
20 7,33 7,62 159,9 160,8 46 20 19 1 5
40 7,33 7,68 159,9 157,9 46 20 20 0 0
80 7,33 7,69 159,9 152,5 46 20 16 4 20
160 7,33 7,58 159,9 140,5 46 20 0 20 100
320 7,33 7,46 159,9 118,9 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 90 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (90 – 110)
188
Tabela 03: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cádmio.
Início do teste: 19/05/2004 Término do teste: 21/05/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,54 7,55 158,9 160,3 46 20 20 0 0
20 7,54 7,57 158,9 159,2 46 20 20 0 0
40 7,54 7,68 158,9 156,7 46 20 20 0 0
80 7,54 7,65 158,9 150,8 46 20 17 3 15
160 7,54 7,66 158,9 144,2 46 20 2 18 90
320 7,54 7,52 158,9 126,9 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 100 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (90 – 130)
Tabela 04: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cádmio.
Início do teste: 07/06/2004 Término do teste: 09/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,32 7,42 174,4 147,3 42 20 20 0 0
20 7,32 7,34 174,4 142,8 42 20 20 0 0
40 7,32 7,42 174,4 138,0 42 20 20 0 0
80 7,32 7,43 174,4 132,4 42 20 19 1 5
160 7,32 7,42 174,4 122,6 42 20 4 16 80
320 7,32 7,44 174,4 102,5 42 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 120 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (110 – 140)
189
Tabela 05: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cádmio.
Início do teste: 17/06/2004 Término do teste: 19/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,26 7,45 168,9 158,9 42 20 20 0 0
20 7,26 7,45 168,9 156,7 42 20 20 0 0
40 7,26 7,44 168,9 155,4 42 20 19 1 5
80 7,26 7,44 168,9 146,7 42 20 17 3 15
160 7,26 7,43 168,9 137,2 42 20 4 16 80
320 7,26 7,42 168,9 132,9 42 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 90 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (90 – 140)
Tabela 06: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cádmio.
Início do teste: 22/06/2004 Término do teste: 24/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,60 7,50 152,6 148,7 48 20 20 0 0
20 7,60 7,52 152,6 148,3 48 20 20 0 0
40 7,60 7,52 152,6 146,2 48 20 16 4 20
80 7,60 7,52 152,6 144,8 48 20 16 4 20
160 7,60 7,50 152,6 139,2 48 20 0 20 100
320 7,60 7,50 152,6 130,9 48 20 0 20 100
Resultado: CE (I)50, 48h = 80 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (70 – 100)
190
Tabela 07: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cádmio.
Início do teste: 17/07/2004 Término do teste: 19/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,52 7,62 151,3 149,7 46 20 20 0 0
20 7,52 7,62 151,3 147,3 46 20 19 1 5
40 7,52 7,63 151,3 145,0 46 20 20 0 0
80 7,52 7,61 151,3 144,2 46 20 11 9 45
160 7,52 7,56 151,3 136,7 46 20 0 20 100
320 7,52 7,54 151,3 132,4 46 20 0 20 100
Resultado: CE (I)50, 48h = 80 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (70 – 100)
Tabela 08: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cádmio.
Início do teste: 17/08/2004 Término do teste: 19/08/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,60 7,55 142,8 142,5 44 20 20 0 0
20 7,60 7,62 142,8 151,4 44 20 20 0 0
40 7,60 7,62 142,8 149,6 44 20 19 1 5
80 7,60 7,64 142,8 143,4 44 20 14 6 30
160 7,60 7,65 142,8 134,7 44 20 2 18 90
320 7,60 7,54 142,8 113,6 44 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 90 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (80 – 110)
191
Tabela 09: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cádmio.
Início do teste: 28/08/2004 Término do teste: 30/08/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,25 7,26 138,2 149,5 46 20 19 1 5
20 7,25 7,43 138,2 145,7 46 20 19 1 5
40 7,25 7,45 138,2 143,0 46 20 15 5 25
80 7,25 7,43 138,2 137,7 46 20 4 16 80
160 7,25 7,45 138,2 126,6 46 20 0 20 100
320 7,25 7,35 138,2 109,1 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 50 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (40 – 70)
Tabela 10: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cádmio.
Início do teste: 01/09/2004 Término do teste: 03/09/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,57 7,80 133,7 150,0 44 20 20 0 0
20 7,57 7,56 133,7 149,5 44 20 16 4 20
40 7,57 7,54 133,7 148,1 44 20 12 8 40
80 7,57 7,58 133,7 142,6 44 20 1 19 95
160 7,57 7,54 133,7 124,6 44 20 0 20 100
320 7,57 7,50 133,7 115,2 44 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 40 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (30 – 60)
192
2 - REGISTRO DOS RESULTADOS DOS TESTES DE TOXICIDADE AGUDA -
SENSIBILIDADE COM CERIODAPHNIA DUBIA EM CÁDMIO (CLORETO DE
CÁDMIO).
Tabela 01: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cádmio.
Início do teste: 19/05/2004 Término do teste: 21/05/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,54 7,55 158,9 160,3 46 20 19 1 5
20 7,54 7,57 158,9 159,2 46 20 20 0 0
40 7,54 7,68 158,9 156,7 46 20 19 1 5
80 7,54 7,65 158,9 150,8 46 20 3 17 85
160 7,54 7,66 158,9 144,2 46 20 0 20 100
320 7,54 7,52 158,9 126,9 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 60 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (50 – 70)
Tabela 02: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cádmio.
Início do teste: 07/06/2004 Término do teste: 09/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,32 7,42 174,4 147,3 42 20 20 0 0
20 7,32 7,34 174,4 142,8 42 20 20 0 0
40 7,32 7,42 174,4 138,0 42 20 19 1 5
80 7,32 7,43 174,4 132,4 42 20 12 8 40
160 7,32 7,42 174,4 122,6 42 20 1 19 95
320 7,32 7,44 174,4 102,5 42 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 80 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (70 – 100)
193
Tabela 03: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cádmio.
Início do teste: 15/06/2004 Término do teste: 17/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,49 7,51 131,2 125,4 46 20 20 0 0
20 7,49 7,52 131,2 123,1 46 20 20 0 0
40 7,49 7,52 131,2 121,4 46 20 19 1 5
80 7,49 7,53 131,2 120,9 46 20 4 16 80
160 7,49 7,56 131,2 119,2 46 20 4 16 80
320 7,49 7,55 131,2 108,7 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 70 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (60 – 90)
Tabela 04: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cádmio.
Início do teste: 22/06/2004 Término do teste: 24/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,60 7,50 152,6 148,7 48 20 20 0 0
20 7,60 7,52 152,6 148,3 48 20 19 1 5
40 7,60 7,52 152,6 146,2 48 20 7 13 65
80 7,60 7,52 152,6 144,8 48 20 0 20 100
160 7,60 7,50 152,6 139,2 48 20 0 20 100
320 7,60 7,50 152,6 130,9 48 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 30 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (30 – 40)
194
Tabela 05: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cádmio.
Início do teste: 06/07/2004 Término do teste: 08/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,59 7,36 136,6 135,2 46 20 20 0 0
20 7,59 7,39 136,6 133,9 46 20 20 0 0
40 7,59 7,44 136,6 132,6 46 20 8 12 60
80 7,59 7,42 136,6 128,0 46 20 0 20 100
160 7,59 7,42 136,6 126,6 46 20 0 20 100
320 7,59 7,43 136,6 113,3 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 30 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (30 – 40)
Tabela 06: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cádmio.
Início do teste: 15/07/2004 Término do teste: 17/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,52 7,55 151,3 145,9 48 20 20 0 0
20 7,52 7,54 151,3 146,8 48 20 20 0 0
40 7,52 7,54 151,3 144,5 48 20 14 6 30
80 7,52 7,53 151,3 142,8 48 20 0 20 100
160 7,52 7,56 151,3 140,7 48 20 0 20 100
320 7,52 7,58 151,3 125,6 48 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 40 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (40 – 50)
195
Tabela 07: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cádmio.
Início do teste: 17/07/2004 Término do teste: 21/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,52 7,62 151,3 149,7 46 20 20 0 0
20 7,52 7,62 151,3 147,3 46 20 20 0 0
40 7,52 7,63 151,3 145,0 46 20 20 0 0
80 7,52 7,61 151,3 144,2 46 20 9 11 55
160 7,52 7,56 151,3 136,7 46 20 0 20 100
320 7,52 7,54 151,3 132,4 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 70 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (70 – 90)
Tabela 08: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cádmio.
Início do teste: 17/08/2004 Término do teste: 21/08/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,60 7,55 142,8 142,5 44 20 20 0 0
20 7,60 7,62 142,8 151,4 44 20 20 0 0
40 7,60 7,62 142,8 149,6 44 20 17 3 15
80 7,60 7,64 142,8 143,4 44 20 2 18 90
160 7,60 7,65 142,8 134,7 44 20 0 20 100
320 7,60 7,54 142,8 113,6 44 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 50 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (50 – 60)
196
Tabela 09: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cádmio.
Início do teste: 26/08/2004 Término do teste: 28/08/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,34 7,48 137,9 138,9 46 20 20 0 0
20 7,34 7,68 137,9 146,2 46 20 17 3 15
40 7,34 7,72 137,9 143,3 46 20 10 10 50
80 7,34 7,74 137,9 138,0 46 20 0 20 100
160 7,34 7,72 137,9 126,4 46 20 0 20 100
320 7,34 7,68 137,9 108,3 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 30 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (30 – 50)
Tabela 10: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cádmio.
Início do teste: 30/08/2004 Término do teste: 01/09/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,57 7,60 133,7 139,4 44 20 20 0 0
20 7,57 7,66 133,7 145,3 44 20 20 0 0
40 7,57 7,67 133,7 144,2 44 20 13 7 35
80 7,57 7,67 133,7 136,8 44 20 0 20 100
160 7,57 7,68 133,7 129,5 44 20 0 20 100
320 7,57 7,69 133,7 112,2 44 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 40 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (40 – 50)
197
3 - REGISTRO DOS RESULTADOS DOS TESTES DE TOXICIDADE CRÔNICA -
SENSIBILIDADE COM CERIODAPHNIA DUBIA EM CÁDMIO (CLORETO DE
CÁDMIO).
Tabela 1: Resultado do teste de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em Cádmio.
Início do teste: 22/09/2004
Término do teste: 30/09/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade N
0
de
neonatos
gerados
Solução Teste
µg.L
-1
i f i f i f i f Total %
Controle 7,26 7,44 140,1 152,0 44 46 10 8 2 20 126
1,25 7,26 7,62 140,1 150,4 44 46 10 10 0 0 173
2,5 7,26 7,64 140,1 151,5 44 42 10 10 0 0 160
5,0 * 7,26 7,68 140,1 153,3 44 44 10 10 0 0 186
10 7,26 7,71 140,1 167,5 44 50 10 7 3 30 57
20  7,26 7,80 140,1 170,0 44 50 10 0 10 100 6
* Ceno estimada através de testes de toxicidade aguda realizados anteriormente
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett as concentrações acima
apresentaram diferença significativa , caracterizando assim, em toxicidade crônica.
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher a concentração acima
apresentou diferença significativa.
Tabela 2: Resultado do teste de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em Cádmio.
Início do teste: 26/10/2004 Término do teste: 03/11/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade N
0
de
neonatos
gerados
Solução Teste
µg. L
-1
i f i f i f i f Total %
Controle 7,60 7,80 170,8 192,3 46 50 10 9 1 10 209
1,25 7,60 7,88 170,8 185,7 46 50 10 8 2 20 169
2,5 7,60 8,23 170,8 181,9 46 50 10 8 2 20 162
5,0 * 7,60 7,90 170,8 183,3 46 50 10 5 5 50 114
10 7,60 8,22 170,8 182,0 46 54 10 4 6 60 60
20 7,60 8,20 170,8 180,0 46 54 10 0 10 100 17
* Ceno estimada através de testes de toxicidade aguda realizados anteriormente.
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett as concentrações acima
apresentaram diferença significativa, caracterizando assim, em toxicidade crônica.
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher as concentrações acima
apresentaram diferença significativa.
198
4 - REGISTRO DOS RESULTADOS DOS TESTES DE TOXICIDADE AGUDA -
SENSIBILIDADE COM DAPHNIA SIMILIS EM COBRE (SULFATO DE COBRE).
Tabela 1A: Resultado do teste preliminar de toxicidade aguda com Daphnia similis em cobre.
Início do teste: 19/05/2004 Término do teste: 21/05/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,54 7,62 158,9 161,5 46 20 20 1 0
1,25 7,54 7,60 158,9 159,6 46 20 18 0 10
2,5 7,54 7,63 158,9 157,8 46 20 10 4 50
5,0 7,54 7,59 158,9 154,1 46 20 5 20 75
10,0 7,54 7,59 158,9 147,5 46 20 0 20 100
20,0 7,54 7,58 158,9 133,9 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 3,07 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (2,72 – 3,48)
Tabela 01: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cobre.
Início do teste: 07/06/2004 Término do teste: 09/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,32 7,42 174,4 141,3 42 20 20 1 0
1 7,32 7,34 174,4 143,0 42 20 20 1 0
2 7,32 7,42 174,4 142,7 42 20 20 0 0
4 7,32 7,43 174,4 140,3 42 20 8 12 60
6 7,32 7,42 174,4 136,4 42 20 0 20 100
8 7,32 7,44 174,4 134,7 42 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 3,55 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (3,15 – 4,01)
199
Tabela 02: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cobre.
Início do teste: 17/06/2004 Término do teste: 19/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,42 7,53 169,0 138,9 44 20 20 0 0
1 7,42 7,55 169,0 137,3 44 20 20 0 0
2 7,42 7,56 169,0 136,2 44 20 20 0 0
4 7,42 7,56 169,0 136,7 44 20 2 18 90
6 7,42 7,56 169,0 136,7 44 20 0 20 100
8 7,42 7,56 169,0 134,9 44 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 2,99 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (2,78 – 3,22)
Tabela 03: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cobre.
Início do teste: 19/06/2004 Término do teste: 21/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,35 7,41 163,0 142,3 42 20 19 1 5
1 7,35 7,39 163,0 144,3 42 20 20 0 0
2 7,35 7,39 163,0 144,5 42 20 19 1 5
4 7,35 7,38 163,0 145,9 42 20 16 4 20
6 7,35 7,38 163,0 146,7 42 20 0 20 100
8 7,35 7,36 163,0 144,2 42 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 4,36 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (3,92 – 4,85)
200
Tabela 04: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cobre.
Início do teste: 22/06/2004 Término do teste: 24/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,60 7,50 152,6 132,2 48 20 20 0 0
1 7,60 7,54 152,6 134,6 48 20 18 2 10
2 7,60 7,55 152,6 135,3 48 20 20 0 0
4 7,60 7,55 152,6 139,5 48 20 7 13 65
6 7,60 7,55 152,6 141,4 48 20 0 20 100
8 7,60 7,56 152,6 145,6 48 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 3,36 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (2,94 – 3,85)
Tabela 05: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cobre.
Início do teste: 15/07/2004 Término do teste: 17/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,52 7,55 151,3 128,9 48 20 20 0 0
1 7,52 7,55 151,3 129,0 48 20 19 1 5
2 7,52 7,54 151,3 127,6 48 20 18 2 10
4 7,52 7,54 151,3 130,0 48 20 13 7 35
6 7,52 7,53 151,3 129,7 48 20 0 20 100
8 7,52 7,53 151,3 130,1 48 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 3,88 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (3,28 – 4,61)
201
Tabela 06: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cobre.
Início do teste: 17/07/2004 Término do teste: 19/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,52 7,53 151,3 142,3 46 20 20 0 0
1 7,52 7,54 151,3 141,3 46 20 20 0 0
2 7,52 7,54 151,3 138,9 46 20 20 0 0
4 7,52 7,55 151,3 137,9 46 20 16 4 20
6 7,52 7,56 151,3 138,4 46 20 0 20 100
8 7,52 7,54 151,3 137,6 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 4,39 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (3,98 – 4,84)
Tabela 07: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cobre.
Início do teste: 19/07/2004 Término do teste: 21/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,54 7,58 151,2 138,7 48 20 20 0 0
1 7,54 7,57 151,2 139,5 48 20 20 0 0
2 7,54 7,57 151,2 137,6 48 20 20 0 0
4 7,54 7,56 151,2 134,2 48 20 20 0 0
6 7,54 7,56 151,2 136,8 48 20 5 15 75
8 7,54 7,55 151,2 133,5 18 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 5,34 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (5,00 – 5,71)
202
Tabela 08: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cobre.
Início do teste: 17/08/2004 Término do teste: 19/08/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,60 7,55 142,8 142,5 44 20 20 0 0
1 7,60 7,71 142,8 154,0 44 20 20 0 0
2 7,60 7,64 142,8 149,2 44 20 20 0 0
4 7,60 7,68 142,8 143,3 44 20 19 1 5
6 7,60 7,78 142,8 147,2 44 20 3 17 85
8 7,60 7,85 142,8 152,6 44 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 5,02 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (4,62 – 5,42)
Tabela 9: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cobre.
Início do teste: 25/08/2004 Término do teste: 27/08/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,34 7,56 137,9 143,7 46 20 20 0 0
1 7,34 7,75 137,9 142,9 46 20 18 2 10
2 7,34 7,80 137,9 141,1 46 20 20 0 0
4 7,34 7,75 137,9 139,6 46 20 17 3 15
6 7,34 7,72 137,9 139,6 46 20 0 20 100
8 7,34 7,65 137,9 137,1 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 4,56 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (4,11 – 5,06)
203
Tabela 10: Resultado do teste de toxicidade aguda com Daphnia similis em cobre.
Início do teste: 28/08/2004 Término do teste: 30/08/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,25 7,26 138,2 149,5 46 20 19 1 5
1 7,25 7,58 138,2 143,0 46 20 18 2 10
2 7,25 7,65 138,2 142,2 46 20 15 5 15
4 7,25 7,64 138,2 140,5 46 20 18 2 10
6 7,25 7,71 138,2 140,1 46 20 9 11 55
8 7,25 7,65 138,2 137,4 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 5,13 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (4,30 – 6,12)
204
5 - REGISTRO DOS RESULTADOS DOS TESTES DE TOXICIDADE AGUDA -
SENSIBILIDADE COM CERIODAPHNIA DUBIA EM COBRE (SULFATO DE
COBRE).
Tabela 1A: Resultado do teste preliminar de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em
cobre.
Início do teste: 19/05/2004 Término do teste: 21/05/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,54 7,62 158,9 161,5 46 20 20 0 0
1,25 7,54 7,60 158,9 159,6 46 20 18 2 10
2,5 7,54 7,63 158,9 157,8 46 20 10 10 50
5,0 7,54 7,59 158,9 154,1 46 20 5 15 75
10,0 7,54 7,59 158,9 147,5 46 20 0 20 100
20,0 7,54 7,58 158,9 133,9 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 2,77 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (2,15 – 3,58)
Tabela 1B: Resultado do teste preliminar de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em
cobre.
Início do teste: 07/06/2004 Término do teste: 09/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,32 7,42 174,4 141,3 42 20 20 0 0
1 7,32 7,34 174,4 143,0 42 20 20 0 0
2 7,32 7,42 174,4 142,7 42 20 18 2 10
4 7,32 7,43 174,4 140,3 42 20 0 20 100
6 7,32 7,42 174,4 136,4 42 20 0 20 100
8 7,32 7,44 174,4 134,7 42 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 2,63 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (2,40 – 2,90)
205
Tabela 01: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cobre.
Início do teste: 17/06/2004 Término do teste: 19/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,42 7,53 169,0 138,9 44 20 19 1 5
1 7,42 7,55 169,0 137,3 44 20 19 1 5
2 7,42 7,56 169,0 136,2 44 20 10 10 50
3 7,42 7,56 169,0 136,7 44 20 4 16 80
4 7,42 7,56 169,0 136,7 44 20 2 18 90
5 7,42 7,56 169,0 134,9 44 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 1,99 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (1,70 – 2,34)
Tabela 02: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cobre.
Início do teste: 19/06/2004 Término do teste: 21/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,35 7,41 163,0 142,3 42 20 20 0 0
1 7,35 7,39 163,0 144,3 42 20 20 0 0
2 7,35 7,39 163,0 144,5 42 20 19 1 5
3 7,35 7,38 163,0 145,9 42 20 15 5 25
4 7,35 7,38 163,0 146,7 42 20 13 7 35
5 7,35 7,36 163,0 144,2 42 20 3 17 85
Resultado: CE 50, 48h = 4,01 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (3,57 – 4,51)
206
Tabela 03: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cobre.
Início do teste: 22/06/2004 Término do teste: 24/06/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,60 7,50 152,6 132,2 48 20 20 0 0
1 7,60 7,54 152,6 134,6 48 20 20 0 0
2 7,60 7,55 152,6 135,3 48 20 20 0 0
3 7,60 7,55 152,6 139,5 48 20 8 12 60
4 7,60 7,55 152,6 141,4 48 20 3 17 85
5 7,60 7,56 152,6 145,6 48 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 2,92 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (2,68 – 3,19)
Tabela 04: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cobre.
Início do teste: 06/07/2004 Término do teste: 08/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,59 7,61 136,6 123,6 46 20 20 0 0
1 7,59 7,60 136,6 127,3 46 20 20 0 0
2 7,59 7,61 136,6 129,4 46 20 18 2 10
3 7,59 7,61 136,6 131,4 46 20 13 7 35
4 7,59 7,62 136,6 129,9 46 20 6 14 70
5 7,59 7,62 136,6 129,7 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 3,13 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (2,79 – 3,52)
207
Tabela 05: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cobre.
Início do teste: 15/07/2004 Término do teste: 17/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,52 7,55 151,3 128,9 48 20 20 0 0
1 7,52 7,55 151,3 129,0 48 20 20 0 0
2 7,52 7,54 151,3 127,6 48 20 18 2 10
3 7,52 7,54 151,3 130,0 48 20 13 7 35
4 7,52 7,53 151,3 129,7 48 20 4 16 80
5 7,52 7,53 151,3 130,1 48 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 3,05 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (2,73 – 3,43)
Tabela 06: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cobre.
Início do teste: 17/07/2004 Término do teste: 19/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,52 7,53 151,3 142,3 46 20 0 0 0
1 7,52 7,54 151,3 141,3 46 20 0 0 0
2 7,52 7,54 151,3 138,9 46 20 0 0 0
3 7,52 7,55 151,3 137,9 46 20 12 8 40
4 7,52 7,56 151,3 138,4 46 20 0 20 100
5 7,52 7,54 151,3 137,6 46 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 3,01 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (2,80 – 3,25)
208
Tabela 07: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cobre.
Início do teste: 19/07/2004 Término do teste: 21/07/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,54 7,58 151,2 138,7 48 20 20 0 0
1 7,54 7,57 151,2 139,5 48 20 20 0 0
2 7,54 7,57 151,2 137,6 48 20 20 0 0
3 7,54 7,56 151,2 134,2 48 20 16 4 20
4 7,54 7,56 151,2 136,8 48 20 11 9 45
5 7,54 7,55 151,2 133,5 18 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 3,71 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (3,42 – 4,05)
Tabela 08: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cobre.
Início do teste: 01/09/2004 Término do teste: 03/09/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,57 7,64 133,7 140,6 44 20 19 1 5
1 7,57 7,59 133,7 138,1 44 20 16 4 20
2 7,57 7,55 133,7 137,5 44 20 10 10 50
3 7,57 7,55 133,7 136,0 44 20 4 16 80
4 7,57 7,58 133,7 135,3 44 20 0 20 100
5 7,57 7,58 133,7 133,5 44 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 1,86 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (1,47 – 2,36)
209
Tabela 09: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cobre.
Início do teste: 06/09/2004 Término do teste: 08/09/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,58 147,7 122,5 147,7 42 20 18 2 10
1 7,58 162,9 122,5 162,9 42 20 17 3 15
2 7,58 159,7 122,5 159,7 42 20 19 1 5
3 7,58 159,7 122,5 159,7 42 20 14 6 30
4 7,58 153,9 122,5 159,9 42 20 2 18 90
5 7,58 153,9 122,5 153,9 42 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 3,17 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (2,88 – 3,50)
Tabela 10: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cobre.
Início do teste: 07/09/2004 Término do teste: 09/09/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,58 7,75 122,5 147,7 42 20 0 0 0
1 7,58 7,76 122,5 162,9 42 20 0 0 0
2 7,58 7,74 122,5 159,7 42 20 18 2 10
3 7,58 7,74 122,5 159,7 42 20 8 12 60
4 7,58 7,61 122,5 159,9 42 20 1 19 95
5 7,58 7,77 122,5 153,9 42 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 2,69 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (2,42 – 3,01)
210
Tabela 11: Resultado do teste de toxicidade aguda com Ceriodaphnia dubia em cobre.
Início do teste: 01/11/2004 Término do teste: 03/11/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
(mg.L
-1
CaCO
3
)
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade
Solução
Teste
µg.L
-1
i f i f i i f Total %
Controle 7,36 7,55 177,7 181,3 44 20 20 0 0
1 7,36 7,55 177,7 181,3 44 20 20 0 0
2 7,36 7,57 177,7 181,6 44 20 4 16 80
3 7,36 7,58 177,7 190,4 44 20 0 20 100
4 7,36 7,58 177,7 195,1 44 20 0 20 100
5 7,36 7,59 177,7 186,0 44 20 0 20 100
Resultado: CE 50, 48h = 1,58 µg.L
-1
Intervalo de Confiança (95%) = (1,43 – 1,74)
211
6 - REGISTRO DOS RESULTADOS DOS TESTES DE TOXICIDADE CRÔNICA -
SENSIBILIDADE COM CERIODAPHNIA DUBIA EM COBRE (SULFATO DE
COBRE).
Tabela 1: Resultado do teste de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em Cobre.
Início do teste: 22/09/2004 Término do teste: 30/09/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade N
0
de
neonatos
gerados
Solução Teste
µg.L
-1
i f i f i f i f Total %
Controle 7,26 7,44 140,1 152,0 44 46 10 8 2 20 126
0,075 7,26 7,73 140,1 146,7 44 42 10 9 1 10 185
0,15 7,26 7,65 140,1 146,7 44 42 10 10 0 0 191
0,30 * 7,26 7,72 140,1 148,2 44 42 10 10 0 0 181
0,60 7,26 7,72 140,1 148,1 44 42 10 10 0 0 162
1,20 7,26 7,76 140,1 149,8 44 46 10 10 0 0 158
* Ceno estimada através de testes de toxicidade aguda realizados anteriormente.
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett as concentrações acima não
apresentaram diferença significativa (p>0,05), portanto, não caracterizando em toxicidade
crônica.
Tabela 2: Resultado do teste de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em Cobre.
Início do teste: 26/10/2004 Término do teste: 03/10/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade N
0
de
neonatos
gerados
Solução Teste
µg.L
-1
i f i f i f i f Total %
Controle 7,60 7,58 170,8 160,4 46 48 10 9 1 10 209
0,15  7,60 7,58 170,8 193,7 46 48 10 4 6 60 71
0,30 * 7,60 7,44 170,8 184,7 46 50 10 8 2 20 129
0,60 7,60 7,51 170,8 182,3 46 50 10 6 4 40 67
1,20 7,60 7,46 170,8 183,7 46 56 10 3 7 70 96
2,40 7,60 7,67 170,8 184,5 46 58 10 8 2 20 132
* Ceno estimada através de testes de toxicidade aguda realizados anteriormente.
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett as concentrações acima
apresentaram diferença significativa, caracterizando assim, em toxicidade crônica.
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Fisher as concentrações acima
apresentaram diferença significativa.
212
Tabela 3: Resultado do teste de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia em Cobre.
Início do teste: 09/11/2004 Término do teste: 17/10/2004
pH Cond.
(µS/cm)
Dureza
mg.L
-1
CaCO
3
N
0
Organismos
móveis
Imobilidade N
0
de
neonatos
gerados
Solução Teste
µg.L
-1
i f i f i f i f Total %
Controle 7,45 7,62 175,0 182,4 44 46 10 10 0 0 137
0,15 7,45 7,62 175,0 187,3 44 46 10 9 1 10 38
0,30 * 7,45 7,65 175,0 187,9 44 46 10 9 1 10 122
0.60 7,45 7,64 175,0 188,2 44 46 10 10 0 0 90
1,20 7,45 7,68 175,0 188,9 44 48 10 10 0 0 126
2,40 7,45 7,69 175,0 189,3 44 48 10 8 2 20 77
* Ceno estimada através de testes de toxicidade aguda realizados anteriormente.
De acordo com a análise feita pelo método estatístico de Dunnett a concentração acima
apresentou diferença significativa, caracterizando assim, em toxicidade crônica.
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