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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
EXPRESSÃO DOS GENES DE RECEPTORES DE
GLICOCORTICÓIDES GRα
αα
α E β
ββ
β E DOS FATORES DE
TRANSCRIÇÃO AP-1 E NFκ
κκ
κB EM PACIENTES COM
POLIPOSE NASOSSINUSAL: AVALIAÇÃO DE MECANISMOS
DE RESISTÊNCIA AO CORTICOSTERÓIDE.
FABIANA CARDOSO PEREIRA VALERA
Ribeirão Preto
2006
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Livros Grátis
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
EXPRESSÃO DOS GENES DE RECEPTORES DE
GLICOCORTICÓIDES GRα
αα
α E β
ββ
β E DOS FATORES DE
TRANSCRIÇÃO AP-1 E NFκ
κκ
κB EM PACIENTES COM
POLIPOSE NASOSSINUSAL: AVALIAÇÃO DE MECANISMOS
DE RESISTÊNCIA AO CORTICOSTERÓIDE.
Aluna: Fabiana Cardoso Pereira Valera
Orientadora: Profa. Dra. Wilma T. Anselmo-Lima
Tese apresentada à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade
de São Paulo, para a obtenção do título de Doutor em Medicina, Área de
Morfofisiologia de Estruturas Faciais.
Ribeirão Preto
2006
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Valera, Fabiana Cardoso Pereira
Expressão dos genes de receptores de glicocorticóides GRα e β e d
os fatores
de transcrição AP-1 e NFκ
B em pacientes com polipose nasossinusal:
Avaliação de mecanismos de resistência ao corticosteróide.
Ribeirão Preto, 2006.
92p.: il.; 30cm
Tese de Doutorado, apresentada à Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto/USP – Programa: Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de
Cabeça e Pescoço – Depto. de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia
de Cabeça e Pescoço.
Orientadora: Anselmo-Lima, Wilma T.
Polipose nasossinusal, 2. Citocinas, 3. Fatores de transcrição, 4. Receptores
de corticóide, 5. Corticóide tópico.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, que com muita dedicação criaram suas filhas, nos
apoiando em todos os momentos das nossas vidas, sempre com muito
carinho, amizade e amor. Esta dedicação e este carinho nos
acompanham e nos acompanharão por toda a vida.
Ao Elvis, marido exemplar, que sempre me apoiou e me compreendeu
nos meus projetos de vida, com muito amor e carinho. Mesmo ciente
que este projeto nos tiraria alguns momentos de vida a dois, ele sempre
compreendeu e me incentivou para esta realização pessoal e
profissional. Sem ele, este projeto não teria saído do alicerce.
Ao lindo filho Henrique, que teve que suportar seu “concorrente”,
mesmo sem entender sua importância, e que sempre que me visse no
computador vinha para me retirar de lá ou desligá-lo.
Às minhas irmãs, amigas inseparáveis por toda a vida. A família é muito
importante para uma pessoa, e esta é muito especial para mim, pelos
momentos em que vivemos juntos.
Aos Drs. Juiz Gonzaga Tone e Carlos Scridelli, que me apoiaram de
imediato na idéia da tese, me ajudaram muito na confecção do projeto
de pesquisa, abriram as portas do Laboratório de Oncologia Infantil
para mim e me ensinaram tudo o que sei de Biologia Molecular.
Às colegas do Laboratório de Oncologia Infantil, onde realizei a parte
experimental da tese; graças a elas, em especial à Rosane, Vanessa,
Priscila e Sílvia, que tudo me ensinaram no laboratório, este trabalho
conseguiu ser realizado.
Aos colegas do laboratório de Hematologia, em especial à Amélia,
Gaúcho e Panepucci, que me ajudaram a resolver problemas que
pareciam insolúveis com tanta presteza.
À Cecília Onofre, que em todos os momentos burocráticos me ajudou
com presteza. Sempre muito dedicada a resolver os problemas com
prontidão, sem ela muito teria se comprometido.
Aos secretários do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e
Cirurgia de Cabeça e Pescoço, pela pronta ajuda em todos os
momentos.
Aos colegas Médicos Assistentes, pela enorme amizade e compreensão.
Aos colegas, antigos residentes, em especial Eduardo Tanaka, André
Montenegro, Daniel Küpper e Camila Carneiro, que se tornaram
durante este período de convivência grandes amigos.
Aos residentes, pela compreensão da minha ausência em alguns
períodos.
Aos Docentes, em especial Dr. José Antônio e Dra. Wilma, pela minha
formação acadêmica e por terem me despertado para a pesquisa. Sem
eles, dificilmente teria chegado até este ponto.
Um especial agradecimento à Dra. Wilma, por ter sempre me
incentivado e me instigado a novos conhecimentos e novas fronteiras,
de forma singela, com muita simplicidade e amizade.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FAPESP
pelo apoio financeiro para realização dessa pesquisa.
ÍNDICE
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
SUMMARY
1- INTRODUÇÃO ................................................................................1
2- REVISÃO DE LITERATURA ............................................................5
2.1. Mecanismos Moleculares da PNS ............................................................... 5
2.2. Ação celular das citocinas ....................................................................... 10
2.3. Ação do glicocorticóide na PNS ................................................................ 13
2.4. Ação celular dos GC ................................................................................ 13
2.5. Mecanismos de resistência aos GC........................................................... 18
3- OBJETIVOS .................................................................................22
4- PACIENTES E MÉTODOS .............................................................23
5- RESULTADOS ..............................................................................37
6- DISCUSSÃO .................................................................................60
7- CONCLUSÕES..............................................................................75
8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................76
ANEXOS
LISTA DE ABREVIATURAS
AP-1: proteína ativadora-1
b-FGF: fator básico de crescimento de fibroblastos
ECP: proteína catiônica eosinofílica
EDN: neurotoxina derivada do eosinófilo
ELISA: ensaio de imunosorbente ligado a enzima
EPO: peroxidase eosinofílica
GC: glicocorticóide
GM-CSF: fator estimulante de colônias de granulócitos e macrófagos
COX-2: ciclooxigenase-2
GR: receptor de glicocorticóide
GRE: elemento responsivo ao glicocorticóide
HAT: histona acetilase
HPA: hipotálamo- pituitária-adrenal
hsp90: proteína de choque ao calor 90
ICAM-1: molécula de adesão intercelular –1
IFN-γ
γγ
γ: interferon γ
IGF-1: fator de crescimento de insulina-1
Iκ
κκ
κB: inibidor de NF-κB
IKK: IκB quinase
IL: interleucina
iNOS: óxido nítrico sintetase induzida
JNK: N-Jun quinase
LPS: lipopolissacárides
MAPK: proteína quinase ativada por mitógenos
MBP: proteína básica maior
MCP-1: proteína quimiotática de macrófagos
MIP-1α
αα
α: proteína inflamatória de macrófago 1α
NEMO: modificador essencial do NF-κB
NF-κ
κκ
κB: fator nuclear kappa B
PAF: fator ativador de plaquetas
PNS: polipose nasossinusal
RANTES: expressão e secreção normal de células T, reguladas por ativação
TGF: fator de crescimento transformador
TNF-α: fator de necrose tumoral-α
VCAM-1: molécula de adesão de células vasculares–1
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: cinética e inter-relação na PNS das principais citocinas,
quimiocinas, moléculas de adesão e fatores de crescimento....................10
Figura 2: coloração de comassie blue 0,25% em gel após eletroforese,
demonstrando distribuição das proteínas por peso molecular................. 30
Figura 3: imagens digitalizadas dos resultados obtidos em Western
Blotting, correspondentes a p65 (A), cFos (B) e GR (C). Em GR, existem
duas bandas, a superior corresponde a GRα e a inferior corresponde a
GRβ. A maior intensidade da banda corresponde a maior concentração
da proteína ............................................................................................41
Figura 4: curva de dispersão e mediana para expressão das proteínas
GRα (A), GRβ (B), relação GRα/GRβ (C), c-Fos (D) e p-65 (E) para os
pacientes com polipose nasossinusal antes e após tratamento e para
grupo controle .......................................................................................44
Figura 5: curva de dispersão e mediana para expressão das proteínas
GRα (A), GRβ (B), relação GRα/GRβ (C), c-Fos (D) e p-65 (E) para os
grupos maus respondedores (G1) e bons respondedores (G2) à
budesonida nasal, antes (I) e após (II) tratamento...................................46
Figura 6: curvas de amplificação e de dissociação para o gene GUS.......48
Figura 7: curvas de amplificação e de dissociação para o gene GRα .......48
Figura 8: curvas de amplificação e de dissociação para o gene GRβ ....... 48
Figura 9: curvas de amplificação e de dissociação para o gene c-Fos......48
Figura 10: curvas de amplificação e de dissociação para o gene p65 ...... 49
Figura 11: curvas de amplificação e de dissociação para o gene TNFα....49
Figura 12: curvas de amplificação e de dissociação para o gene IL-1β ....49
Figura 13: curvas de amplificação e de dissociação para o gene GM-
CSF .......................................................................................................49
Figura 14: curvas de amplificação e de dissociação para o gene ICAM-1 50
Figura 15: curvas de amplificação e de dissociação para o gene
eotaxina-2..............................................................................................50
Figura 16: curvas de amplificação e de dissociação para o gene b-FGF ..50
Figura 17: curva de dispersão e mediana para expressão gênica de GRα
(A), GRβ (B), relação GRα/GRβ (C), c-Fos (D) e p-65 (E) para os
pacientes com polipose nasossinusal antes e após tratamento e para
grupo controle .......................................................................................54
Figura 18: curva de dispersão e mediana para expressão gênica de
TNF-α (A), IL-1β (B), GM-CSF (C), ICAM-1 (D), eotaxina-2 (E) e b-FGF (F)
para os pacientes com polipose nasossinusal antes e após tratamento e
para grupo controle................................................................................55
Figura 19: curva de dispersão e mediana para expressão gênica de GRα
(A), GRβ (B), relação GRα/GRβ (C), c-Fos (D) e p-65 (E) para os grupos
maus respondedores (G1) e bons respondedores (G2) à budesonida
nasal, antes (I) e após (II) tratamento .....................................................58
Figura 20: curva de dispersão e mediana para expressão gênica de
TNF-α (A), IL-1β (B), GM-CSF (C), ICAM-1 (D), eotaxina-2 (E) e b-FGF (F)
para os grupos maus respondedores (G1) e bons respondedores (G2) à
budesonida nasal, antes (I) e após (II) tratamento...................................59
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: escores clínicos para os pacientes com polipose nasossinusal, antes
e após o tratamento com budesonida nasal..................................................... 37
Tabela 2: índice de melhora clínica (MC) para cada indivíduo e mediana de
MC no estudo ................................................................................................ 39
Tabela 3: variáveis de endoscopia (End), somatória de escores (SE) e
escore tomográfico (TC) para os Grupos G1 (maus respondedores) e G2
(bons respondedores) .............................................................................40
Tabela 4: expressão de proteínas GRα, GRβ, c-Fos e p65 em pacientes
com polipose nasossinusal antes do tratamento e no grupo controle ...... 42
Tabela 5: expressão de proteínas GRα, GRβ, c-Fos e p65 em pacientes
com polipose nasossinusal antes e após tratamento............................... 42
Tabela 6: expressão de proteínas GRα, GRβ, c-Fos e p65 em pacientes
com polipose nasossinusal após tratamento e nos grupo controle........... 43
Tabela 7: expressão das proteínas GRα, GRβ, c-Fos e p-65 para os
grupos maus respondedores (G1) e bons respondedores (G2) à
budesonida, antes e após tratamento .....................................................45
Tabela 8: equações obtidas pela curva padrão para gene estudado ........47
Tabela 9: expressão dos genes GRα, GRβ, c-Fos, p65, TNF-α, IL-1β,
GM-CSF, ICAM-1, eotaxina-2 e b-FGF nos pacientes com polipose
nasossinusal antes do tratamento e no grupo controle ...........................51
Tabela 10: expressão dos genes GRα, GRβ, c-Fos, p65, TNF-α, IL-1β,
GM-CSF, ICAM-1, eotaxina-2 e b-FGF nos pacientes com polipose
nasossinusal antes e após o tratamento.................................................52
Tabela 11: expressão dos genes GRα, GRβ, c-Fos, p65, TNF-α, IL-1β,
GM-CSF, ICAM-1, eotaxina-2 e b-FGF nos pacientes com polipose
nasossinusal após o tratamento e no grupo controle ..............................53
Tabela 12: expressão dos genes GRα, GRβ, c-Fos, p-65, TNF-α, IL-1β,
GM-CSF, ICAM-1, eotaxina-2 e b-FGF para os grupos maus
respondedores (G1) e bons respondedores (G2) à budesonida, antes e
após tratamento.....................................................................................56
RESUMO
Introdução: A importância das citocinas pró-inflamatórias na polipose
nasossinusal (PNS) ainda é um tópico pouco estudado, assim como sua
importância no prognóstico e na resposta terapêutica. Mecanismos de
resistência aos glicocorticóides especificamente na PNS ainda são muito
pouco conhecidos. Objetivos: Avaliar a resposta clínica e molecular da
PNS ao tratamento com budesonida tópica. Associar esta resposta à
intensidade de expressão das isoformas de receptor de glicocorticóide
(GRα e GRβ) e dos fatores de transcrição NF-κB e AP-1. Pacientes e
Métodos: 20 pacientes com PNS foram tratados com budesonida por 2
meses. Eles foram submetidos a questionário clínico e biópsias dos
pólipos antes e após o tratamento. Foram analisados por Western-
Blotting as proteínas p65, c-fos, GRα e GRβ e por PCR em tempo real a
expressão gênica de IL-1β, TNF-α, ICAM-1, b-FGF, eotaxina-2, GM-CSF,
p65, c-fos, GRα e GRβ. Estes resultados foram comparados a amostras
controles. Resultados: Houve maior expressão nos pacientes com PNS
sem tratamento quando comparados aos controles para as citocinas IL-
1β, eotaxina-2 e b-FGF e para o fator de transcrição p65; GRα esteve
significantemente menos expresso neste grupo. Após o tratamento,
houve diminuição significativa dos sintomas de PNS, associada à
diminuição do tamanho dos pólipos, sendo significantemente maior nos
pacientes com menor extensão tomográfica da PNS ao diagnóstico. Esta
melhora clínica esteve associada à diminuição significativa da expressão
de p65, TNF-α e eotaxina-2. Pacientes com pior resposta clínica (G1)
apresentaram maior expressão de p65, IL-1β, e ICAM-1 ao diagnóstico
quando comparados aos com boa resposta clínica (G2); após o
tratamento, os pacientes do G1 mantiveram alta expressão de IL-1β e
apresentaram maior expressão de GRβ do que pacientes do G2.
Conclusões: as citocinas pró-inflamatórias são importantes na gênese
do processo inflamatório. O GC tópico foi capaz de diminuir a dimensão
dos pólipos nasais, de melhorar parcialmente os sintomas dos pacientes
com PNS e de diminuir a expressão das citocinas, em especial do TNF-α
e da eotaxina-2. A relação entre os receptores de GC GRα/GRβ, assim
como a expressão de fatores de transcrição, em especial o NF-κB
estiveram alterados nos pacientes com PNS. Pacientes com resposta
desfavorável ao tratamento com GC tópico possuem maior expressão de
p65, ICAM-1 e IL-1β ao diagnóstico, e de IL-1β e GRβ após exposição ao
GC.
SUMMARY
Introduction: The role of pro-inflammatory cytokines for the
etiopathogenesis of nasal polyposis (NP) is still few studied, as well as
its importance in prognosis and therapeutic response. Mechanisms of
glucocorticoid (GC) resistance in NP are still unknown. Objectives: To
evaluate the clinical and molecular response of NP to budesonide
treatment. To correlate this response to the expression of glucocorticoid
receptor isoforms (GRα and GRβ) and of NF-κB and AP-1 transcription
factors. Patients and Methods: 20 patients with NP were treated with
budesonide for 2 months. They were submitted to a clinical
questionnaire and to polyp biopsies before and after treatment. The
proteins p65, c-fos, GRα and GRβ were analyzed through Western-
Blotting and the expression of IL-1β, TNF-α, ICAM-1, b-FGF, eotaxine-2,
GM-CSF, p65, c-fos, GRα and GRβ mRNAs through real-time PCR. The
results were compared to control samples. Results: There was higher
expression of the cytokines IL-1β, eotaxine-2 and b-FGF and of the
transcription factor p65 in NP patients without treatment when
compared to controls; GRα was significantly less expressed in this
group. After the treatment, there was significant decrease of symptoms,
associated to reduction of size of polyps, which was significantly higher
in patients with minor tomographic extension of NP at diagnosis. This
improvement was associated to significant reduction in expression of
p65, TNF-α and eotaxine-2. Patients with adverse clinical response (G1)
presented higher expression of p65, IL-1β, and ICAM-1 at diagnosis
when compared to those with clinical response (G2); after treatment, G1
patients maintained elevated expression of IL-1β and presented higher
expression of GRβ than G2 patients. Conclusions: pro-inflammatory
cytokines are important in the etiopathogenesis of the inflammatory
process in NP. Topical GC was capable to reduce the dimension of nasal
polyps, to improve partially the symptoms and to diminish the
expression of inflammatory cytokines, especially TNF-α and eotaxine-2.
The relationship between GC receptor isoforms GRα/GRβ and the
expression of transcription factors (particularly NF-κB) were altered in
patients with NP. Patients with adverse clinical response to topical GC
treatment presented higher expression of p65, ICAM-1 and IL-1β at
diagnosis, and of IL-1β and GRβ after GC treatment.
1
INTRODUÇÃO
A Polipose Nasossinusal (PNS) é uma doença inflamatória crônica
não neoplásica que acomete a mucosa rinossinusal. Sua prevalência é
de 0,5 a 4% da população em geral (PAWANKAR, 2003), sendo mais
comum em pessoas do sexo masculino e com mais de 40 anos de idade.
Os fatores relacionados à ocorrência da PNS não estão totalmente
esclarecidos, mas sabe-se que a mucosa nasal sofre profundas
transformações em sua histologia: o epitélio nasal torna-se hiperplásico
e com aumento de células caliciformes; a membrana basal encontra-se
espessada; o estroma apresenta edema e aumento de produção de
fibroblastos, associado ao recrutamento de células inflamatórias, como
linfócitos, mastócitos, plasmócitos e, em especial, eosinófilos (LUND et
al., 1998; CARVESACCIO et al., 2000; PAWANKAR, 2003; SOUZA et al.,
2003). A eosinofilia na PNS é, em geral, limitada às vias aéreas, o que
sugere que fatores locais devam estar envolvidos nos mecanismos
patogênicos desta doença.
Dados descritos em literatura consideram a PNS como um
subtipo de rinossinusite crônica (FOKKENS et al., 2005) de causa
multifatorial. Fatores locais como infecção viral, bacteriana ou fúngica,
ou alterações estruturais como desvios de septo e variações anatômicas
do meato médio resultariam em uma resposta inflamatória local, que
seria, em última análise, responsável pelo aparecimento de ulcerações
mucosas com conseqüente prolapso da submucosa, desencadeando
2
reepitelização e proliferação glandular anormal. A PNS também pode
estar relacionada a algumas doenças sistêmicas, como fibrose cística,
discinesia ciliar e tríade de Samter (FOKKENS et al., 2005).
A eosinofilia apresentada na PNS não é de característica alérgica,
o que contrapõe com a importância dos mecanismos atópicos na
etiopatogenia dos pólipos nasais (BACHERT, 1997; LEE et al., 1998;
NONAKA et al., 1999; YARIKTAS et al., 2005). Assim, acredita-se que a
rinite alérgica apenas acentue os sintomas da PNS, por alterar sua
resposta imune local (FOKKENS et al., 2005). No entanto, Voegels &
Pádua (2005) não observaram diferenças nos sintomas clínicos
observados em pacientes com PNS associada à alergia quando
comparados aos com PNS não alérgica.
Os sintomas clínicos mais prevalentes na PNS são a obstrução
nasal, a anosmia, a rinorréia, a cefaléia e rinossinusites de repetição.
Estes sintomas prejudicam consideravelmente a qualidade de vida do
paciente, conforme já demonstrado por Alobid et al.
(2005).
Considerando-se a alta taxa de recorrência da PNS nos casos
submetidos exclusivamente ao tratamento cirúrgico (em média de 30%),
mesmo com os recursos das mais modernas cnicas operatórias
(TUNCER et al., 2003; VOEGELS & PÁDUA, 2005), o tratamento clínico
vem sendo cada vez mais indicado.
O Consenso Internacional de PNS de 2002
(MLADINA et al.,
2005), o Consenso Europeu sobre Rinossinusites de 2004
(FOKKENS et
al., 2005),
assim como vários autores
(LILHOLDT et al., 1997; BADIA &
LUND, 2001; DONER et al., 2004) preconizam que o glicocorticóide (GC)
3
tópico deva ser considerado a medicação de escolha no tratamento da
PNS. No entanto, o GC tópico pode não se mostrar eficaz em todos os
casos (PUJOLS ET AL., 2003), quer seja devido a fatores intrínsecos
relacionados à resposta ao GC, à inadequação de ação desta medicação,
em especial em casos com PNS extensa (BADIA & LUND, 2001), ou à
falta de adesão ao tratamento. A taxa de sucesso com o tratamento com
GC tópico nos casos de PNS varia de 60,9 a 80%
(TUNCER et al., 2003;
TOS et al., 1998; LILHOLDT et al., 1997).
Nos pacientes onde os sintomas são intensos ou as exacerbações
são freqüentes, a terapia com GC sistêmicos ou com macrolídeos pode
ser utilizada como terapia coadjuvante à terapia tópica (FOKKENS et
al., 2005); em outros casos, o tratamento cirúrgico (através da cirurgia
endoscópica nasal) poderá ser eficaz na remoção dos pólipos nasais.
Nestes casos, a terapia com GC tópico adjuvante auxiliaria na redução
na taxa de recorrência pós-cirúrgica.
O tratamento clínico tem como objetivo: a melhora da obstrução
nasal e da anosmia, diminuição do tamanho do pólipo nasal e
prevenção (ou diminuição) da recorrência dos sintomas. Para que se
possa alcançar estes objetivos, o GC necessita ser usado por período
prolongado. Os GC tópicos, por serem administrados em microdoses,
altamente lipofílicos e de metabolização hepática, apresentam efeitos
colaterais sistêmicos mínimos, e podem ser administrados
cronicamente com relativa segurança. Dentre os GC picos, possuem
ação comprovada na PNS a fluticasona e a budesonida
(BADIA & LUND,
2001; MASTRUZZO et al., 2003; FOKKENS et al., 2005). A
4
mometasona, apesar da ausência de estudos clínicos randomizados que
comprovem sua eficácia, tem sido cada vez mais utilizada no tratamento
da PNS (LUND et al., 1998; FOKKENS et al., 2005).
A resposta clínica da PNS ao uso de GC é extremamente variável
entre os indivíduos, e mecanismos de resistência ao GC vêm sendo
amplamente estudados em doenças crônicas como colite ulcerativa,
asma (SOUSA et al., 2000) e PNS. O reconhecimento dos mecanismos
moleculares envolvidos na resistência ao uso dos GC poderá ter impacto
direto na terapêutica e evolução a longo prazo dos pacientes com PNS.
5
REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Mecanismos Moleculares da PNS
As citocinas são proteínas com função reguladora essenciais para
o crescimento, diferenciação e ativação de células imunológicas, tanto
em processos imunes como inflamatórios. Elas influenciam a formação
da PNS por, basicamente, dois mecanismos: estimulação do
crescimento do tecido local (mediado por b-FGF, IGF-1, TGF-α e TGF-β),
e manutenção permanente do estado inflamatório (mediado por IL-1β,
TNF-α, IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, IFN-γ, dentre outros) (HENRIKSSON et al.,
2001). O padrão de resposta inflamatória na PNS é misto, com a
presença de citocinas dos tipos Th1 e Th2 (MASTRUZZO et al., 2003). A
complexa interação de citocinas produzidas por células estruturais e
por lulas inflamatórias leva a um processo inflamatório crônico que,
uma vez iniciado, aparentemente independe do estímulo causal para
sua perpetuação (DENBURG, 1997).
Em revisão de literatura, MIN & LEE (2000) constataram que
vários estudos demonstravam expressões aumentadas de mRNA para
GM-CSF, IL-3, TNFα, MIP-1α, IL-1β, IL-4, IL-5, IL-6, IL-8 e TGFβ em
pólipos nasais quando comparados a mucosa nasal não polipóide.
O processo inflamatório induz as células epiteliais e os
fibroblastos a produzirem TNF-α e IL-1β, que são citocinas pró-
inflamatórias. Após estímulo por estas citocinas, as células estruturais
6
da mucosa nasal são induzidas a produzir uma variedade de citocinas,
quimiocinas e moléculas de adesão (como GM-CSF, IL-2, IL-3, IL-5, IL-
6, IL-8, IL-13, IL-12, IL-16, TGF-α, TGF-β, RANTES, eotaxina, eotaxina-
2, ICAM-1 e VCAM-1, além das próprias TNF-α e IL-1β) (BACHERT,
1997; DENBURG, 1997; ADCOCK & CARAMORI, 2001; TAKENO et al.,
2002), que são capazes de recrutar células circulantes, como linfócitos
T, eosinófilos, mastócitos e neutrófilos. Estes, por sua vez, estimulam a
produção de outras citocinas, que vão prolongar e acentuar o processo
inflamatório (DENBURG, 1997). Além disso, TNF-α e IL-1β podem
induzir a produção de receptores para outras citocinas, quimiocinas e
moléculas de adesão, potencializando estas proteínas, como exemplo o
aumento dos receptores para ICAM-1 e VCAM-1 em células endoteliais
(BACHERT, 1997; CALDERÓN et al., 1997).
O TNFα é conhecido por aumentar a migração transendotelial de
eosinófilos, além de estimular a produção dos metabólitos tóxicos do
oxigênio (MIN & LEE, 2000; HENRIKSSON et al., 2001), fibrose do
estroma e espessamento da membrana basal (MIN & LEE, 2000). A
produção de TNFα é estimulada por vários fatores, exemplo das
endotoxinas bacterianas, dos superantígenos, dos produtos virais, do
próprio TNFα, IL-1β, IFNγ, ICAM-1, GM-CSF, TGF-β, lipopolissacárides,
e outros (KRAKAUER et al., 1999).
A IL-1β é secretada por monócitos, lulas NK, lulas epiteliais e
fibroblastos. Esta proteína modula a atividade de linfócitos T e B e
aumenta a quimiotaxia, a adesão e a fagocitose de neutrófilos. A IL-1β
7
contribui ainda para inflamação crônica associada ao pólipo
(HENRIKSSON et al., 2001).
As moléculas de adesão selectina-E, VCAM-1 e ICAM-1 são
potentes recrutadores de células inflamatórias, em especial, dos
eosinófilos, estimulando a migração transendotelial. São produzidas por
células endoteliais, células epiteliais e por fibroblastos em vias aéreas
(SILVESTRI et al., 2002), em especial após estímulo destas células com
TNFα, IL-1β, IFN-γ, eotaxina, ECP e MBP (JAHNSEN et al., 1997;
DONER et al., 2004).
IL-5 e GM-CSF são produzidos em grande quantidade nos pólipos
nasais, principalmente por células epiteliais, células endoteliais,
macrófagos, linfócitos, fibroblastos e por eosinófilos. Elas possuem
papel central no suporte de sobrevivência de eosinófilos e na
proliferação de macrófagos. Estas citocinas são especialmente
importantes por serem produzidas pelos próprios eosinófilos, e por
reduzirem a apoptose e aumentarem a sobrevida e ativação dos mesmos
de forma autócrina (HENRIKSSON et al., 2001; PAWANKAR, 2003;
BACHERT et al., 2002).
RANTES, eotaxina e eotaxina-2 são quimiocinas que induzem
fortemente a migração transendotelial de células inflamatórias em
sentido a um alvo inflamatório. Elas são quimiocinas específicas para
eosinófilos, monócitos, basófilos e linfócitos T, mas não para neutrófilos;
ademais, as eotaxinas são altamente seletivas para eosinófilos
(JAHNSEN et al., 1999; ADCOCK & CARAMORI, 2001). Elas podem ser
8
produzidas por várias células, dentre elas células epiteliais, células
endoteliais e fibroblastos.
A proliferação de fibroblastos e de lulas endoteliais também
pode ser estimulada pelo b-FGF, que é uma citocina cuja função é de
extrema importância na hematopoese, na proliferação e diferenciação
celular, na angiogênese e na cicatrização. O b-FGF é, in vivo, mitogênico
para células epiteliais respiratórias (POWERS et al., 1998). Ele é
produzido, no pólipo, por células epiteliais e por células inflamatórias,
em maior quantidade do que na mucosa nasal normal (NORLANDER et
al., 2001).
TGF-β é uma citocina fibrogênica importante, por aumentar o
depósito de colágeno, levando ao aumento da proliferação de
fibroblastos e concomitante diminuição da proliferação de linfócitos.
Inibe também a ação de IL-3, IL-5 e GM-CSF, diminuindo a eosinofilia
por aumento da taxa de apoptose dos eosinófilos (JORDANA &
DOLOVICH, 1997; BACHERT et al., 2000). O fator de crescimento TGF-
β é, na atualidade, reconhecido como modulador da resposta
inflamatória, direcionando a resposta para o padrão Th1 sendo,
portanto, considerado uma citocina anti-inflamatória (MASTRUZZO et
al., 2003).
É interessante observar que as próprias células inflamatórias
produzem citocinas que aumentam seu recrutamento e sua sobrevida.
É o caso dos eosinófilos, que produzem IL-4, IL-5, GM-CSF e TNFα,
além das quimiocinas RANTES, eotaxina e eotaxina-2; e dos mastócitos,
que produzem IL-4, IL-5 e IL-6.
9
O influxo seletivo de eosinófilos é estimulado pelas citocinas IL-3,
IL-4 e IL-5 e pelas quimiocinas IL-8, RANTES e eotaxina, auxiliadas
pelas citocinas IL-1β e TNFα, que aumentam a migração transendotelial
de células inflamatórias, apesar de não serem específicas para estas
células. O esquema 1 sintetiza as principais citocinas, quimiocinas,
moléculas de adesão e fatores de crescimento, bem como sua cinética e
inter-relação na PNS.
A eosinofilia tecidual ocorre numa fase mais tardia do processo
inflamatório da PNS e, por fim, leva à lesão tecidual, espessamento da
membrana basal, fibrose do estroma, angiogênese e hiperplasia das
células epiteliais e glandulares, por produzir proteínas grânulo-tóxicas e
mediadores lipídicos, como EPO, EDN, ECP e MBP, além de
leucotrienos, PAF e TGF (JORDANA & DOLOVICH, 1997; JAHNSEN et
al., 1999; SHIN et al., 2000; WATANABE et al., 2004).
10
IL
-
TNF-α
TGF-α
TGF-β
b-FGF
fibroblastos
RANTES
Eotaxina
Eotaxina-2
recruta
ICAM
-
1
VCAM-1
E-selectina
adesão
Eeosinófilos
nos Pólipos
IL
-
3
IL-5
GM-CSF
Pólipo Nasal
ECP
MBP
EPO
EDN
leucotrienos
Lesão tecidual
Figura 1: cinética e inter-relação na PNS das principais citocinas,
quimiocinas, moléculas de adesão e fatores de crescimento
2.2. Ação celular das citocinas
Durante o processo inflamatório, a produção de citocinas se
através do estímulo da transcrição de vários genes. A transcrição destes
genes é induzida pelos fatores de transcrição, em especial o AP-1 e,
principalmente, o NF-κB. Diversos genes envolvidos nas respostas
inflamatórias possuem sítios que ativam tanto AP-1 como NF-κB
(GONZÁLEZ et al., 2000).
AP-1 é um dímero citoplasmático de produtos proto-oncogênicos,
constituído por membros da família Jun (c-Jun, JunB e JunD) e Fos (c-
Fos, FosB, Fra1 e Fra2). Heterodímeros Fos-Jun são a forma
predominante de AP-1, e possuem alta capacidade transcricional; já
Endotoxinas, Superantígenos
Produtos virais
Citocinas inflamatórias
LPS
Eosinófilos, Linfócitos, Mastócitos
Vaso sanguíneo
11
homodímeros Jun-Jun também podem ocorrer, mas possuem baixa
capacidade de se ligar ao DNA (ADCOCK & CARAMORI, 2001,
HERMOSO & CIDLOWSKI, 2003; NECELA & CIDLOWSKI, 2004).
Citocinas pró-inflamatórias (como TNF-α, IL-1β, IL-5 e GM-CSF),
oncoproteínas e radiação ultra-violeta ativam JNK e outras quinases,
que vão fosforilar c-Jun, tornando-o mais suscetível a formar meros
com c-Fos e ativar AP-1 (TAKAHASHI et al., 2002; NECELA &
CIDLOWSKI, 2004). Quando ativado, o AP-1 passa a possuir alta
capacidade de migração nuclear e ligação ao DNA, induzindo a
expressão de citocinas como IL-4, IL-5 e GM-CSF, bem como de outros
genes pró-inflamatórios (NECELA & CIDLOWSKI, 2004). Além disso,
AP-1 é um importante regulador da proliferação, diferenciação,
transformação e apoptose celular (BLADH et al., 2005).
O aumento da expressão de c-Fos foi observado em pacientes com
asma (ADCOCK & CARAMORI, 2001) e com polipose nasal (BARANIUK
et al., 1998), e está relacionado ao aumento de transcrição de AP-1 e
NF-κB e à resistência ao GC (ADCOCK et al., 1995).
NF-κB é um heterodímero composto por membros das famílias
p50 e p65, que coordena e amplifica a resposta imune e inflamatória,
além da apoptose, do crescimento e da diferenciação celular. Possui
ação fundamental na regulação de genes imunes e inflamatórios
(NECELA & CIDLOWSKI, 2004), e sua ausência é incompatível com a
vida (BARNES & KARIN, 1997). Quando inativado, permanece no
citoplasma associado ao seu inibidor, o IκB.
12
Estímulos como mitógenos, lipopolissacárides, produtos
bacterianos e virais, citocinas (como IL-1β, TNFα, GM-CSF, IL-2 e IL-
17), linfócitos T e B, estresse oxidativo e radiação ativam a cascata de
quinases, em especial a IKK. Essas induzem a fosforilação com
conseqüente dissociação de IκB, permitindo a translocação nuclear de
NF-κB e sua ação na transcrição gênica (NECELA & CIDLOWSKI, 2004).
Apesar de ambos os componentes poderem se ligar ao DNA, apenas o
p65 é capaz de ativar a transcrição. (SCHEINMAN et al., 1995; ADCOCK
& CARAMORI, 2001). Após ativado, o NF-κB induz à transcrição gênica
de citocinas, de receptores de citocinas, de quimiocinas e de moléculas
de adesão, como IL-1β, TNFα, IL-2, IL-6, IL-8, IFN-γ, MIP-1α, MCP-1,
RANTES, eotaxina, GM-CSF, ICAM-1, VCAM-1, E-selectina, P-selectina,
iNOS e proteínas anti-apoptóticas (DE BOSSCHER et al., 2000;
ADCOCK & CARAMORI, 2001; HERMOSO & CIDLOWSKI, 2003;
NECELA & CIDLOWSKI, 2004). Além disso, ele ativa a transcrição de
IκB, que atuaria como atenuador do processo inflamatório mediado por
NF-κB (BARNES & KARIN, 1997).
É importante enfatizar que TNF-α e IL-1β ativam NF-κB, e este
processo é essencial na retroalimentação positiva do processo
inflamatório (ADCOCK & CARAMORI, 2001; HERMOSO & CIDLOWSKI,
2003; HAYASHI et al., 2004).
Níveis aumentados de NF-κB (fração p50) foram observados por
Takeno et al. (2002) em pólipos nasais, e estes níveis se
13
correlacionaram com o aumento da expressão de algumas citocinas e
quimiocinas, como IL-8, eotaxina e IL-16.
Em especial importância, é a possibilidade dos fatores de
transcrição de interagir fisicamente entre si, inibindo ou amplificando a
atividade transcricional de cada um deles, um efeito conhecido como
ligação cruzada (ADCOCK & CARAMORI, 2001). Muitos genes requerem
a ativação simultânea tanto de AP-1 como de NF-κB, e a resposta a um
fator de transcrição é altamente amplificada na presença de aumento do
outro fator, o que sugere que respostas inflamatórias exacerbadas
necessitariam da ativação de ambos os fatores (STEIN et al., 1993;
ADCOCK & CARAMORI, 2001).
2.3 Ação do glicocorticóide na PNS
Os GC o agentes imunossupressores e anti-inflamatórios
efetivos, produzidos naturalmente na glândula adrenal após estímulo do
eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal (HPA). É o principal componente
terapêutico para várias doenças auto-imunes e inflamatórias, a exemplo
da artrite reumatóide, colite ulcerativa, asma e PNS.
Apesar de seu mecanismo de ação não estar completamente
esclarecido, sabe-se que eles bloqueiam a inflamação, suprimem a
ativação do sistema imune, e inibem o crescimento, seja em estudos in
vivo como in vitro (SCHEINMAN et al., 1995). Eles ainda induzem rápida
redistribuição de linfócitos circulantes, aumentam o número de
neutrófilos no sangue e suprimem a ação linfocítica e a transcrição de
citocinas pró-inflamatórias, como IL-1, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, GM-
14
CSF, TNF-α e IFN-γ, de quimiocinas, como RANTES eotaxina e MCP, e
de moléculas de adesão, como ICAM-1 e E-selectina, dentre outros
(DENBURG, 1997; ALMAWI & MELEMEDJIAN, 2002; HAYASHI et al.,
2004). Além disso, os GC estimulam a transcrição de citocinas anti-
inflamatórias, como a anexina-1 e o TGF-β, e de proteínas, como IκB
(ADCOCK & CARAMORI, 2001).
Os efeitos dos GC em vias aéreas, conforme descritos por Adcock
& Caramori (2001), possuem importância particular na inibição de
transcrição de citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias e de molélulas
de adesão, incluindo IL-1β, TNFα, GM-CSF, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, IL-6,
IL-8, RANTES, eotaxina, MIP-1, MCP, E-selectina, VCAM-1, ICAM-1,
iNOS, COX-2 e fosfolipase-A2, além de bloquearem a síntese de
receptores para citocinas, como o receptor para IL-2 (ADCOCK &
CARAMORI, 2001; SMOAK & CIDLOWSKI, 2004; BENSON, 2005). Os
GC reduzem ainda consideravelmente a sobrevida de linfócitos T e
eosinófilos, por diminuição de expressão das citocinas GM-CSF, IL-3 e
IL-5 (o que acelera significantemente a apoptose destas células) e por
ativação de genes pró-apoptóticos (ADCOCK & CARAMORI, 2001).
Marx et al. (2002) encontraram diminuição da expressão de GM-
CSF e de TNFα em pólipo nasal após exposição in vitro a GC, apesar
deste efeito não ter sido importante em relação a TNFα. Hamilos et
al. (2001) trataram seus pacientes com PNS com fluticasona por um
mês, e observaram diminuição acentuada na expressão de GM-CSF,
mas não de TNFα, após este período.
15
Jahnsen et al. (1999) demonstraram que, em pacientes com PNS
tratados previamente com prednisona, houve diminuição do número de
eosinófilos nas amostras de pólipos nasais, associada à diminuição de
expressão de eotaxina, eotaxina-2 e RANTES quando comparados aos
pacientes com PNS não tratados previamente.
A fluticasona foi capaz ainda de diminuir a expressão de ICAM-1
em estudos in vitro com fibroblastos isolados de pólipos nasais
(SILVESTRI et al., 2002), mas não de VCAM-1. Neste mesmo estudo, os
autores demonstraram também que a fluticasona foi capaz de diminuir
a proliferação de fibroblastos estimulada por b-FGF de forma dose
dependente.
No entanto, uma preocupação constante no tratamento da PNS é
a necessidade de uso crônico de GC, com seus possíveis efeitos
colaterais, como supressão do eixo HPA, retardo no crescimento
somático, diabete, alteração no metabolismo lipídico, glaucoma,
retenção hídrica, osteoporose, além de complicações neuropsiquiátricas
e infecciosas, o que limita o seu uso prolongado (VANDER BERGHE et
al., 1999; NECELA & CIDLOWSKI, 2004; ROUMESTAN et al., 2004).
2.4. Ação celular dos GC
Os GC, por sua natureza hormonal e lipofílica, atravessam a
membrana celular e ligam-se ao receptor de glicocorticóide (GR) no
citoplasma. O GR é um fator de transcrição, que regula vários genes,
seja positiva ou negativamente. Sua ação ocorre devido ao seu domínio
16
ligante ao DNA, e leva à ativação ou repressão da transcrição gênica
(SCHEINMAN et al., 1995).
O GR, quando inativo, permanece no citoplasma, ligado a duas
proteínas hsp 90. Quando o GR se liga ao GC, ocorre dissociação das
hsp90, com conseqüente influxo nuclear do complexo GR-GC, que
então pode se ligar ao GRE, ativando ou reprimindo a transcrição.
A formação dos complexos GC-GR-GRE induzem a transcrição de
algumas proteínas, como anexina-1, IκB e TGF-β, todas com
propriedades anti-inflamatórias, de receptor β2-adrenérgico, e de
proteínas indutoras de apoptose (MASTRUZZO et al., 2003; HAYASHI et
al., 2004; NECELA & CIDLOWSKI, 2004); além disso, inibem a
transcrição, por se ligarem a nGRE (ou GRE negativos), que seria
responsável pela supressão do eixo HPA e por alguns mecanismos da
osteoporose (SMOAK & CIDLOWSKI, 2004; BARNES, 2006).
No entanto, a maior habilidade do GC na repressão de genes
imunes e inflamatórios está, sobretudo, relacionada com a inativação de
fatores de transcrição como NF-κB e AP-1, através da interação direta
de GR/GC com estes fatores (BAMBERGER et al., 1995; ADCOCK &
CARAMORI, 2001; PUJOLS et al., 2003). Este mecanismo é conhecido
como reação cruzada antagônica, sendo que GR inibe NF-κB e AP-1, e
de forma mútua estes fatores também inibem GR (ALMAWI &
MELEMEDJIAN, 2002). GR ainda diminui a transcrição de p65,
diminuindo assim a formação de NF-κB (SCHEINMAN, 1995).
Necela & Cidlowski (2004) acreditam que a transativação de genes
anti-inflamatórios tenha importância mínima diante do processo anti-
17
inflamatório. Barnes (2006) e Roumestan et al. (2004) referem ainda
que este mecanismo dificilmente explicaria a potente ação anti-
inflamatória dos GC, uma vez que poucos são os genes ativados
diretamente por GRE, e que altas concentrações de GC seriam
necessárias para ativar este mecanismo, sendo que na prática clínica
concentrações bem menores são suficientes para suprimir a
inflamação.
A repressão de vários fatores de transcrição simultaneamente
pelo GC é determinante para a sua potência, e medicamentos que
reprimam apenas um dos fatores de transcrição fatalmente não terão a
eficácia clínica dos GC (STEER et al., 2000; ADCOCK & CARAMORI,
2001; BARNES, 2006).
Acredita-se que a maioria dos efeitos colaterais observados pelos
GC seja mediada via transativação, que necessitam de altas doses de
GC para que ocorram; já os efeitos anti-inflamatórios ocorrem mediados
via inibição dos fatores de transcrição pró-inflamatórios, e baixas
concentrações de GC são suficientes para esta ação (ROUMESTAN et
al., 2004); infelizmente alguns efeitos colaterais também são mediados
por inibição de fatores de transcrição, como maior incidência de
infecção e retardo na cicatrização.
Atualmente, o bem conhecidas duas isoformas de GR,
originadas de um splicing alternativo a partir do mesmo gene (PUJOLS
et al., 2003; ZHOU & CIDLOWSKI, 2005): GRα, que é o predominante, e
que possui alta atividade transcricional, e o GRβ, que difere do GRα por
possuir a mesma capacidade de ligação ao DNA, porém não se liga ao
18
GC, sendo, portanto, inativo para a transcrição mediada por GC
(BAMBERGER et al., 1995; DE CASTRO et al., 1996).
2.5. Mecanismos de resistência aos GC
O estudo dos mecanismos de resistência ao GC tem importância
na PNS por ser este um importante recurso terapêutico na atualidade. A
compreensão dos mecanismos moleculares relacionados à ação dos GC,
bem como o desenvolvimento de drogas que aumentem seu poder anti-
inflamatório, diminuam seus efeitos colaterais, ou circunvenham seus
mecanismos de resistência, tornam-se, desta forma, essenciais para a
otimização desta terapêutica.
Como os GC reprimem a transcrição por inibirem
simultaneamente vários fatores de transcrição, e são as únicas drogas a
se utilizarem deste mecanismo, outras drogas, com efeito anti-
inflamatório, como inibidores de NF-κB, de HAT ou de MAPK, o têm
apresentado a mesma potência de ação dos GC. Por outro lado, os GC
dissociados, que possuem ação de inibição dos outros fatores de
transcrição, mas com baixa ação de transcrição mediada por GRE,
aparentemente apresentam, em estudos preliminares, menores efeitos
colaterais do que os GC usuais, mas com ação anti-inflamatória
satisfatória (VANDER BERGHE et al., 1999; SMOAK & CIDLOWSKI,
2004; HAYASHI et al., 2004). Vander Berghe et al. (1999) observaram
que a associação de dexametasona a GC dissociados aumentou
consideravelmente a inibição de NF-κB em culturas de células.
19
Entretanto, o mais preocupante na terapêutica com GC é a
resistência a esta droga, e Henriksson et al. (2001) referem que 20% dos
pacientes com PNS respondem mal a esta terapia. Esta resistência ao
GC pode estar relacionada ao menor número de GRα, ao maior número
de GRβ, ou à inibição inadequada de fatores de transcrição in situ.
Sabe-se que este aumento de resistência ocorre em algumas doenças
apenas localmente, por exemplo, pessoas asmáticas apresentam
alterações na resposta ao GC apenas em pulmões (ADCOCK &
CARAMORI, 2001; WEBSTER et al., 2001; PUJOLS et al., 2003). Esta
resistência local foi observada na PNS por Xaubet et al. (1994), que
relataram que células epiteliais de pólipos nasais inibem a sobrevida
eosinofílica em menor intensidade do que células epiteliais de mucosa
nasal normal.
Schaaf & Cidlowski (2003) referem que a administração de GC em
linhagens celulares leva à diminuição acentuada (em mais de 50%) de
expressão de GRα. A diminuição de GRα após uso de GC também é
relatada por Corrigan et al. (1991), Sher et al. (1994) e Shahidi et al.
(1999).
O GRβ é expresso em todas as células em proporções diferentes, e
permanece predominantemente no núcleo, mesmo na ausência de
ligante (NECELA & CIDLOWSKI, 2004), e não ativa transcrição após
dimerização GRβ-GC (SCHAAF & CIDLOWSKI, 2003). As lulas
epiteliais de vias aéreas expressam altas proporções de GRβ, sendo a
relação de mRNA de GRα/GRβ de 300:1 nos pulmões e de 3:1 nas
células epiteliais respiratórias humanas. O aumento de expressão de
20
GRβ é referido em doenças imuno-mediadas, como colite ulcerativa,
asma resistente a GC, artrite reumatóide e leucemia (LEUNG et al.,
1997; SHAHIDI et al., 1999; HONDA et al., 2000; SOUSA et al., 2000;
SCHAAF & CIDLOWSKI, 2003; NECELA & CIDLOWSKI, 2004).
Algumas citocinas pró-inflamatórias (em especial IL-1 e TNF-α),
além de superantígenos (HAUK et al., 2000) e do próprio GC
(WHORWOOD et al., 2001), induzem a expressão de GRβ (WEBSTER et
al., 2001; NECELA & CIDLOWSKI, 2004; ZHOU & CIDLOWSKI; 2005) e
reprimem a de GRα (ZHOU & CIDLOWSKI, 2005).
GRβ forma heterodímeros GRα-GRβ, que não possuem
capacidade de transcrição (DE CASTRO et al., 1996; GOUGAT et al.,
2002). Desta forma, uma possível expressão aumentada de GRβ poderia
inibir a ação de GRα (ação inibitória dominante), e segundo Bamberger
et al. (1995), a repressão da transcrição gênica mediada por GRα ocorre
em correlação direta com a quantidade de GRβ presente na célula. A
expressão aumentada de GRβ foi referida por Sousa et al. (2000) em
pacientes com asma e por Hamilos et al. (2001) em pacientes com
polipose, sendo associada, em ambos os estudos, à resistência ao GC.
A associação da atividade aumentada dos dois fatores de
transcrição, AP-1 e NF-κB, potencializa a resposta inflamatória e
diminui a sua resposta a inibidores, como GC, podendo ser um outro
possível mecanismo para resistência dos pólipos nasais e da asma aos
GC (SCHEINMAN, 1995; ADCOCK & CARAMORI, 2001; SCHAAF &
CIDLOWSKI, 2003). A explicação mais provável para este fato seria a
inibição direta que tanto AP-1 como NF-κB exercem no GR, diminuindo
21
sua ação local, e mascarando a repressão mediada pelo GC
(SCHEINMAN, 1995). Além disso, NF-κB induz o aumento seletivo de
produção de GRβ, podendo aumentar a resistência ao GC (WEBSTER et
al., 2001). O aumento de AP-1 esteve relacionado com diminuição da
atividade de GRα, segundo Takahashi et al. (2002).
A associação de GC com outros mediadores anti-inflamatórios
potentes, como inibidores de NF-κB (NEMO), de HAT ou de MAPK,
parece ter especial importância no tratamento de doenças como asma e
PNS, por diminuírem os efeitos colaterais dos GC e potencializarem a
sua ação, diminuindo a resistência a estas drogas. (ADCOCK &
CARAMORI, 2001; HIDESHIMA et al., 2002; DE BOSSCHER et al.,
2003; SMOAK & CIDLOWSKI, 2004).
22
OBJETIVOS
Este estudo teve por objetivos:
- Avaliar resposta clínica da polipose nasal ao corticóide tópico.
- Avaliar as diferenças de expressão de citocinas pró-inflamatórias (IL-1β,
TNFα e GM-CSF), quimiocinas (eotaxina-2), moléculas de adesão (ICAM-
1) e fatores de crescimento (b-FGF) entre pacientes com PNS e pacientes
controles.
- Avaliar a resposta molecular ao GC, através da diferença de
expressão de citocinas pró-inflamatórias, quimiocinas, moléculas de
adesão e fatores de crescimento antes e após o tratamento clínico.
- Inferir sobre possíveis mecanismos de resistência ao GC
correlacionados com a baixa resposta clínica em alguns pacientes. Para
isto, foram avaliadas a expressão de mRNA e de proteínas das isoformas
do receptor de GC (GRα e GRβ) e dos fatores de transcrição (AP-1 e
NFκB) nos pacientes com PNS antes e após o tratamento, comparando-
os com controles.
23
PACIENTES E MÉTODOS
Foram selecionados 20 pacientes com PNS no Ambulatório de
Rinossinusologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto Universidade de São Paulo. Foram incluídos pacientes
que apresentassem PNS bilateral e que não fizessem uso de medicações
como anti-histamínicos e GC orais ou tópicos, por um período mínimo
de dois meses antes da admissão do estudo. Os pacientes com história
de doenças associadas, como asma, Tríade de Samter, discinesia ciliar e
fibrose cística foram excluídos do estudo.
Todos os pacientes, após assinarem consentimento informado,
responderam ao questionário clínico (ANEXO 1) e foram submetidos à
nasofibroscopia ambulatorial com biópsia do pólipo, sendo que um
fragmento desta amostra foi lavado com solução salina estéril,
identificado e imediatamente armazenado em nitrogênio líquido, e outro
fragmento foi encaminhado para confirmação anátomo-patológica. Os
pacientes foram ainda submetidos à tomografia computadorizada (TC)
dos seios paranasais, para estadiamento da doença.
Após este procedimento, foi-lhes fornecida gratuitamente a
medicação (budesonida 64mcg). Os pacientes foram orientados a
utilizarem quatro jatos desta medicação por narina por dia por um
período de dois meses; ao final deste período, os pacientes que
utilizaram adequadamente a medicação responderam novamente ao
questionário e foram submetidos à nova biópsia do pólipo, utilizando-se
24
a mesma metodologia de coleta e armazenamento previamente
descritos. Os pacientes que não utilizaram adequadamente a medicação
ou que associaram outras medicações durante o período estudado
foram excluídos da amostragem.
Para o grupo controle, foram selecionados oito pacientes que não
possuíam sintomas nasais, tampouco alterações à rinoscopia anterior e
à nasofibroscopia. Estes pacientes assinaram consentimento informado
antes de serem submetidos à cirurgia plástica nasal, durante a qual
foram colhidas biópsias de mucosa de concha média nasal, coletadas e
armazenadas conforme anteriormente descrito.
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
HCFMRP-USP e da FMRP-USP, processo número HCRP 10909/2003
(ANEXO 2) e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP),
processo número 25000.000240/2004-81 (ANEXO 3).
- Processamento das Amostras:
Todas as amostras selecionadas foram homogeneizadas, e RNA e
proteína foram extraídos através da cnica do Trizol. Nesta técnica, o
pólipo ainda congelado é macerado, ao qual adiciona-se 1ml de Trizol
até se obter consistência quida. Em seguida, adicionam-se 200µl de
clorofórmio; o tubo é então homogeneizado e centrifugado a 4°C por 15
minutos a 13200rpm. A fração transparente, sobrenadante,
corresponde à fração de RNA, enquanto a fração rósea equivale ao DNA
e à proteína associados.
25
A fração transparente é transportada para outro tubo, e
adicionam-se 500µl de isopropanol; após, este tubo fica armazenado por
24 horas a -20°C. No dia seguinte, o tubo é então centrifugado a 4°C
por 20 minutos a 13200rpm. O sobrenadante é excluído, adiciona-se
1ml de etanol 75%, e centrifuga-se o tubo a 4°C por 5 minutos a
13200rpm. O sobrenadante é retirado e o pellet residual
(correspondente ao RNA) permanece em temperatura ambiente por
aproximadamente 15 minutos, após ao qual são adicionados 50µl de
água-DEPC. O tubo é então armazenado a -80°C até a realização dos
estudos relacionados ao RNA.
À fração rósea são adicionados 300µl de etanol 100%; o tubo é
então homogeneizado por 3 minutos e após centrifugado a 4°C por 5
minutos a 4000rpm; desta forma, separa-se o sobrenadante
(equivalente à proteína) do pellet (correspondente ao DNA).
O líquido sobrenadante é transferido para outro tubo, ao qual
adicionam-se 750µl de isopropanol; o tubo então permanece em
temperatura ambiente por aproximadamente 10 minutos e é
centrifugado a 4°C por 10 minutos a 13200rpm. O sobrenadante é
retirado e ao pellet adiciona-se 1ml de hidrocloreto de guanidina 0,3M
em etanol 95%; o tubo permanece 20 minutos em temperatura
ambiente, e após é centrifugado a 4°C por 5 minutos a 7500rpm, sendo
então o sobrenadante retirado. O processo da guanidina é repetido por
mais duas vezes. Ao pellet é então adicionado 1ml de etanol 100%; o
tubo é submetido ao vortex, permanece por 20 minutos em temperatura
26
ambiente, e após é centrifugado a 4°C por 5 minutos a 7500rpm. O
pellet residual é então seco por 5 a 10 minutos em temperatura
ambiente, e em seguida dissolvido em 400µl de SDS 1% até ser
completamente homogeneizado. O tubo é então centrifugado a 4°C por
10 minutos a 10000rpm e o sobrenadante, contendo as proteínas
solúveis, são então transferidas para outro tubo e depois estocadas a -
80°C até estudos finais.
- Western Blotting:
- Dosagem de Proteínas:
A quantificação de proteínas foi realizada através do Método de
Bradford, que teve que ser adaptado devido ao fato das amostras
estarem diluídas em SDS 1%, o que altera a reação para quantificação.
Desta forma, as amostras são diluídas na proporção de 1:100 (10µl de
cada amostra em 1ml de água-MilliQ). Adicionam-se 160µl desta
amostra diluída a 40µl de corante (Protein Assay-Bio Rad), diluído em
água na proporção de 1:4. As amostras são comparadas às amostras
com concentrações de BSA previamente conhecidas, de 1; 2,5; 5; 10 e
20µl/ml. Para padronização adequada desta análise, estas
concentrações de BSA também são diluídas em 10µl de SDS1% + 990µl
de água-MilliQ.
Todas as amostras e as concentrações de BSA são então
analisadas em duplicada no espectofotômetro de luz, a partir da qual
27
y = 0,0045x + 0,1364
R
2
= 0,9856
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0 10 20 30 40 50
constrói-se uma curva de padronização de BSA, individual para cada
reação.
Exemplo de curva padrão de BSA:
São fornecidos os pontos referentes à captação espectofotométrica
em cada concentração de BSA estudada. A partir daí, constrói-se uma
linha de tendência, que por sua vez possui uma razão de equivalência
(R
2
, que idealmente deve ser maior do que 0,90 para que a reação seja
aceitável) e uma equação. A partir desta equação, são calculados os
valores de concentração de proteína para cada amostra, onde y = valor
espectofotométrico e x = concentração. O resultado final é em seguida
multiplicado por 100, devido à diluição realizada anteriormente. Curvas
que obtiveram valores de razão menores do que 0,90 foram descartadas
e as reações todas repetidas.
28
Após quantificadas, as amostras de proteínas são então
submetidas ao Western Blotting.
- Escolha dos Anticorpos:
São selecionados anticorpos específicos para as proteínas a serem
estudadas, compatíveis com Western Blotting e que reajam a proteínas
humanas. Foram adquiridos anticorpos anti c-Fos (D-1), anti p65 (F-6)
e anti GR (E-20), da Santa Cruz Biotechnology, Inc. Devido ao fato de
não haver anticorpos específicos para GRα e GRβ isolados no mercado,
foi adquirido um anticorpo específico para as duas frações de GR, e elas
foram isoladas entre si através da análise do peso molecular,
respectivamente 95 e 90 kDa.
Para os anticorpos secundários, utilizou-se formas monoclonais
anti-mouse para c-Fos e p65 e policlonais anti-rabbit para GR. Os dois
anticorpos secundários (anti-mouse e anti-rabbit) foram adquiridos da
Amersham Biosciences.
- Eletroforese/Imunodetecção:
Foram confeccionados géis de separação a 10% e de
empilhamento a 4%. Esta concentração para géis de separação é ideal
para as concentrações das proteínas a serem estudadas (62kDa para c-
Fos, 65 kDa para p65, 95 kDa para GRα, e 90 kDa para GRβ), além de
ser capaz de separar de forma eficaz as bandas de 90kDa e 95 kDa,
para estudo dos GRs.
29
Para géis de separação, são adicionados 8,2ml de água Milli-Q,
5,0ml de 1,5M Tris HCl a pH 8,8, 200µl de SDS 10%, 6,6ml de
Acrilamida-Bis, 200µl de persulfato de amônio 10% e 20µl de TEMED.
Após a polimerização deste gel, adiciona-se o gel de empilhamento. Este
é realizado, adicionando-se 6,1ml de água Milli-Q, 2,5ml de 0,5M Tris
HCl a pH 6,8, 100µl de SDS 10%, 1,3ml de Acrilamida-Bis, 100µl de
persulfato de amônio 10% e 20µl de TEMED.
Após confecção do gel, as proteínas são desnaturadas. Para isto,
a quantidade de 10µg de proteína é diluída em 30µl de tampão de
amostra (composto por 4ml de água Milli-Q, 1ml de 0,5M Tris HCl a pH
6,8, 0,8ml de glicerol, 1,6ml de SDS 10%, 0,4ml de β-mercaptoetanol e
0,2ml de azul bromofenol a 0,05%). As proteínas são então levadas a
95°C por 5 minutos, para desnaturação, e são posteriormente aplicadas
em duplicidade no gel.
O gel com as proteínas é então submetido à eletroforese com
solução de glicina (14,46g) Tris-base (3,03g), SDS 10% (10ml), diluídos
em 1 litro de água, numa corrente de 150V por 1 hora, juntamente com
o marcador de peso molecular, para evidenciar as proteínas em estudo.
Após a eletroforese, as proteínas são transferidas para uma
membrana de nitrocelulose (Amersham Biosciences), através de
eletroforese com solução composta por glicina (11,57g), Tris base
(2,42g), SDS 10% (8ml), etanol 100% (150ml), diluídos em 800ml de
água, numa corrente de 100V por 1 hora.
30
Figura 2: coloração de comassie blue 0,25% em gel após eletroforese,
demonstrando distribuição das proteínas por peso molecular
A transferência de proteínas é confirmada pela coloração com
Ponceau 0,5% em ácido acético a 1% por 15 minutos. Após
confirmação, as membranas são lavadas e submetidas à
imunodetecção.
Para a imunodetecção, a membrana é lavada com solução
bloqueadora (composta por 0,5g e leite desnatado diluído em 10ml de
TBST a 1%) durante 1 hora. As membranas o então lavadas com
TBST 3 vezes, por 10 minutos cada uma delas.
As membranas são expostas ao anticorpo primário, diluído em
1:1000 por 1 hora, após a qual são lavadas com TBST por 3 vezes, por
10 minutos cada. Depois, elas são expostas ao anticorpo secundário,
diluído em 1:2500 por 1 hora; novas 3 lavagens com TBST são então
realizadas, por 10 minutos cada.
As membranas são então submetidas à marcação radiográfica,
em câmara escura, com o Kit ECL (Amersham Biosciences). Elas
31
permanecem em contato com esta solução e com o Raio-X por 5
minutos, e após o Raio-X é submetido à revelação.
A leitura de intensidade das bandas para semiquantificação é
realizada por um densitômetro computadorizado (GS 800 Calibrated
Densitometer BioRad. Hercules/California). As imagens são
digitalizadas e analisadas por software de leitura (Quantity One -
Quantitation Software BioRad. Hercules/California), sendo analisado
o número de pixels por mm
2
. Estes números estão diretamente
relacionados à concentração de proteínas marcadas.
- RQ-PCR:
- Confecção de cDNA:
Os cDNAs de todas as amostras foram obtidos a partir de 2 kits: o
Superscript III RNAse H reverse transcriptase (Invitrogen) e o High
Capacity cDNA arquive kit (Applied Biosystems).
Para a Superscript III, adiciona-se 7µl de RNA da amostra, 1µl de
tampão 10X (500mM Tris, pH 8; 100mM MgCl2), 1 µl de inibidor de
RNAse (RNAse out) e 1µl de DNAse (diluída em 1:10). Esta solução é
incubada por 15 minutos a 37
o
C, após o qual adiciona-se 1µl de EDTA
25mM para bloqueio da reação; incuba-se a 70
o
C por 2 minutos para
desnaturação, e ao final adiciona-se 1µl de random primer,
permanecendo por mais 6 minutos a 70
o
C. Após, a solução é colocada
no gelo, e adiciona-se o Mix II (4µl de tampão de síntese 5X, 2µl de DTT
0,1M, 1µl de dNTP, 1µl de inibidor de RNAse e 1µl de M-MLV, a
transcriptase reversa). Esta solução final é colocada por 1 hora a 37
o
C,
32
até confecção do cDNA. Este cDNA foi armazenado em freezer a -20
o
, e
foi utilizado nas reações com os genes GRα, TNF-α, p65, ICAM-1 e
eotaxina-2.
No entanto, nos estudos pilotos, verificou-se que a eficiência da
RQ-PCR com cDNAs a partir da Superscript para os genes GRβ,
GMCSF, IL-1β, c-Fos e b-FGF, não foi satisfatória, sendo necessária a
utilização do High Capacity cDNA arquive kit. Este kit aprimorou a
qualidade do cDNA obtido, permitindo o estudo adequado de todos os
genes inicialmente propostos. Para a confecção de cDNA com este kit,
adiciona-se 1µl de RNA, 2,5µl de buffer, 1µl de dNTP, 2,5µl de random
primers, 1,25µl de multiscribe e 0,63µl de RNAsin. Esta solução é
colocada a 25
o
por 10 minutos, seguida de 37
o
por 120 minutos. Este
cDNA também é armazenado em freezer a –20
o
até a realização do PCR.
- Seleção de Primers:
Os primers foram selecionados a partir do DNA genômico
(adquirido no programa Esembl: http://www.ensembl.org/index.html) e
construídos através do programa Primer 3 (http://frodo.wi.mit.edu/cgi-
bin/primer3/primer3_www.cgi), e foram selecionados de acordo com as
especificações para reação de PCR em tempo real, ou seja, primers com
tamanho máximo de 150 pares de base, concentração de C/G entre 20
e 80%, temperatura de dissociação em torno de 60
o
e máximo de 2
nucleotídeos C/G na extremidade 3’ do primer. Os primers foram ainda
confeccionados incluindo frações em diferentes exons, no intuito de se
evitar reações cruzadas com o DNA genômico. Após a construção de
33
cada um dos primers, eles foram conferidos em relação à sua
autenticidade e à sua especificidade para o RNA e para a espécie
humana no programa Blast da PubMed (site:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/BLAST/). Desta forma, foram
selecionados como primers:
RNA Primer sense Primer anti-sense
IL-1 beta TCAGCCAATCTTCATTGCA TGGCGAGCTCAGGTACTTCT
TNF alfa CTCTTCTGCCTGCTGCACTT GCCAGAGGGCTGATTAGAGA
GM-CSF CAGCCTCACCAAGCTCAAG TGACAAGCAGAAAGTCCTTCA
Eotaxina-2 CTGTCCAGCAGGAGCACAT CCCTTCTTGGTGGTGAAGAT
b-FGF AGAGCGACCCTCACATCAAG TTCCTTCATAGCCAGGTAACG
ICAM-1 GCCAACCAATGTGCTATTCA GCCAGTTCCACCCGTTCT
c-Fos ACTACCACTCACCCGCAGAC GTGGGAATGAAGTTGGCACT
p65 CCACGAGCTTGTAGGAAAGG CTGGATGCGCTGACTGATAG
GR alfa GAAGGAAACTCCAGCCAGAA TGTTTGGAAGCAATAGTTAAGGA
GR beta GAAGGAAACTCCAGCCAGAA GCCAAGATTGTTGGGATGAA
GUS GAAAATATGTGGTTGGAGAGCTCATT CCGAGTGAAGATCCCCTTTTTA
O GUS foi utilizado como o gene “housekeeping”, ou referência
endógena. Este gene codifica a proteína beta-glicuronidase, e é expresso
e forma semelhante em diferentes tipos de células nucleadas, além de
ser estável e de não sofrerem influência do ciclo celular (VAN DER
VELDEN ETAL., 2003). Como ele está expresso de forma semelhante em
todas as células, é utilizado como controle de validação do material e da
normalização da concentração de cDNAs nas diferentes amostras.
34
-RQ-PCR:
As reações de RQ-PCR foram realizadas com o kit SYBR Green
PCR Master MIX (Applied Biosystems), que contém SYBR Green dye,
AmpliTaq Gold DNA polimerase, dNTPs (dUTP) referência passiva e
tampão otimizado. Para reação de PCR, o adicionados 10µl de SYBR
Green PCR Master MIX, 4µl de água, 0,5µl de cada primer a ser
estudado (sense e anti-sense) e 5µl de cDNA diluído a 1:10.
As reações são realizadas em duplicata para cada amostra em
placas de polipropileno para 96 reações (ultraAmp 96-well Semi-Skirt
PCR plates, Sorenson BioScience, Inc, EUA) cobertas com adesivos para
microplacas (Adhesive PCR film, ABgene). Após, as placas são
centrifugadas a 25º por 3 minutos a 3000rpm, e então submetidas à
reação.
O estudo de RQ-PCR foi realizado no aparelho Gene Amp 7300
Sequence Detection System (PE Applied Biosystems). A reação de PCR
foi padronizada como se segue: pré-aquecimento a 5por 2 minutos,
desnaturação a 95º por 10 minutos e 50 ciclos de amplificação e
quantificação (15 segundos a 95º e 60 segundos a 60º), seguidos de um
período de dissociação para análise da curva de dissociação de 60
segundos a 95º.
As reações foram validadas através de uma curva-padrão,
construída para cada um dos genes estudados. Esta curva é calculada a
partir de diferentes diluições de uma mesma amostra (1:10, 1:100 e
1:1000), e é considerada ideal quando o slope aproxima-se de 3,3.
35
Após obtenção da curva-padrão para cada gene, as amostras
foram estudadas em duplicata, assim como as linhagens celulares
(neste estudo, foram utilizadas a linhagem K562-LUCENA e células de
medula óssea). Para cada amostra, obteve-se uma curva de
amplificação e uma curva de dissociação, que é em geral específica para
cada gene. A uniformização da curva de dissociação em cada gene
estudado é a comprovação da qualidade da reação de RQ-PCR. Produtos
de PCR de um primer específico devem apresentar curvas de
dissociação semelhantes, a uma mesma temperatura. Temperaturas
diferentes de curvas de dissociação indicam a amplificação de produtos
não específicos, como os primer-dimers (dímeros de primer).
A expressão da amostra é calculada por delta-delta-Ct, através da
equação linear:
y = ax + b,
onde y = expressão do gene; a = slope da curva; x = quantificação
obtida pelo RQ-PCR; e b = intercept.
Para normalização dos resultados, são avaliadas as expressões
destes genes também para linhagens, assim como a expressão de GUS
para cada amostra estudada.
Assim, a equação final calibrada se dá como se segue:
Calibração final = valor gene amostra / valor GUS amostra
valor gene linhagem / valor GUS linhagem
36
- Análise Estatística:
Foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney em todas
as análises, tendo sido considerado estatisticamente significativo o valor
de p<0,05.
37
RESULTADOS
- Estudo Clínico:
Foram avaliados 20 pacientes com PNS, sendo 16 (80%) do sexo
masculino e 4 (20%) do sexo feminino; a idade variou entre 15 e 69
anos, com média de 44,5 (±15,09) e mediana 42,50.
Com o intuito de se avaliar de forma objetiva a resposta ao
tratamento com GC tópico, os sintomas foram graduados de 0 a 4 e
compilados num questionário aplicado (Anexo 1), de acordo com a
intensidade referida pelo paciente. Estes escores, assim como a
somatória de escores (SE), foram comparados entre si nos momentos
pré e pós-tratamento. Os resultados de médias, desvios padrões e níveis
de significância para cada variável estudada estão demonstrados na
Tabela 1.
Tabela 1: escores clínicos para os pacientes com polipose nasossinusal, antes
e após o tratamento com budesonida nasal.
Variável Pré-tratamento Pós-tratamento p
média mediana P25-P75 dia mediana P25-P75
Obstrução nasal 2,80 3,00 2,00-4,00 1,25 1,00 0,00-2,00 0,0011*
Rinorréia post. 2,35 3,00 2,00-3,00 0,85 0,00 0,00-1,00 0,0019*
Cacosmia 0,50 0,00 0,00-0,25 0,25 0,00 0,00-0,00 0,6949
Cefaléia frontal 1,60 2,00 0,75-2,00 0,70 0,00 0,00-1,00 0,017*
Hiposmia 3,30 4,00 3,00-4,00 2,05 2,50 0,00-4,00 0,0214*
Prurido nasal 1,55 1,00 0,00-3,00 0,65 0,00 0,00-1,00 0,1039
Rinorréia ant. 1,50 1,00 0,00-3,00 0,70 0,00 0,00-1,00 0,0431*
Espirros 2,25 2,50 1,75-3,00 0,95 1,00 0,00-1,25 0,0026*
Endoscopia 4,25 4,00 3,75-5,00 2,90 3,00 2,00-4,00 0,0064*
SE 20,10 19,50 17,0-23,5 10,30 8,50 5,75-14,7 <0,0001*
P25-P75: percentis 25 e 75 nos valores observados; * = significativo
SE= soma dos escores
38
O tratamento com GC foi significantemente eficaz para redução de
todos os sintomas em isolado, com exceção da cacosmia e do prurido
nasal, os quais demonstravam baixos índices antes do tratamento
(respectivamente, mediana de 0,00 e 1,00), da mesma forma que para
os valores de escore endoscópico. Houve também considerável
diminuição na somatória dos escores (SE) entre pré e pós-tratamento,
de maneira estatisticamente significante.
No entanto, podemos observar que os valores médios após
tratamento ainda foram considerados relativamente altos (mediana de
8,5 para SE pós), o que demonstra que os pacientes ainda persistiam
com algum grau de sintomatologia após o tratamento.
Durante o estudo, todos os pacientes realizaram tomografia
computadorizada de seios paranasais. O grau de acometimento
nasossinusal foi avaliado através do método de Lund & Mackay (1993),
que se faz através de um escore de 0 a 24 pontos, sendo tanto maior o
valor do escore quanto maior for o acometimento nasossinusal pela
PNS. Em relação à TC, o escore médio foi de 15,60 (±5,60) e a mediana
16,00.
Foram ainda comparados os pacientes bons e maus
respondedores ao tratamento clínico, em relação aos valores de escore
de TC e valores de escore, antes do tratamento, de endoscopia nasal
(END) e somatória do escore de sintomas (SE).
Para avaliação da melhora clínica, foi definida uma nova variável,
(MC), onde:
MC = SE pós-tratamento / SE pré-tratamento.
39
A Tabela 2 demonstra o MC para cada paciente em particular,
assim como a mediana dos valores.
A partir da mediana de MC, foram selecionados dois grupos: G1,
composto por pacientes com valores de MC acima da mediana, e,
portanto apresentaram pior resposta ao GC tópico, e G2, composto por
paciente que tiveram MC abaixo do valor da mediana, considerados os
que tiveram resposta favorável ao tratamento clínico.
Tabela 2: índice de melhora clínica (MC) para cada indivíduo e mediana de
MC no estudo.
paciente MC Grupo
1 0,473684211 1
2 0,518518519 1
3 1,235294118 1
4 0,684210526 1
5 0,260869565 2
6 0,428571429 2
7 0,548387097 1
8 1,111111111 1
9 0,5 1
10 0,411764706 2
11 0,631578947 1
12 0,260869565 2
13 0,238095238 2
14 0,869565217 1
15 0,363636364 2
16 0,32 2
17 0,777777778 1
18 0 2
19 0,192307692 2
20 0,285714286 2
40
Os pacientes do G1 (maus respondedores ao GC) foram
comparados com os do G2 (bons respondedores) pelo teste de Mann-
Whitney, e os dados estão apresentados na Tabela 3.
Tabela 3: variáveis de endoscopia (End), somatória de escores (SE) e escore
tomográfico (TC) para os Grupos G1 (maus respondedores) e G2 (bons
respondedores).
G1 G2
escores
média
mediana
P25-P75 média
mediana
P25-P75 p
End
4,60 4,50 4,00-5,00 3,90 4,00 3,00-4,75 0,1477
SE
22,00 19,50 19,00-26,0
18,20 19,00 14,25-23,0
0,2262
TC
18,70 19,50 17,25-21,7
12,50 12,50 9,50-15,00
0,014*
P25-P75: percentis 25 e 75 nos valores observados; * = significativo
Não houve diferença entre os grupos para os escores endoscópico
e total no pré-tratamento. No entanto, houve diferença estatística entre
os grupos para o escore de TC (19,5 para G1 vs. 12,5 para G2, p<0,05),
demonstrando que pacientes com maior extensão tomográfica da PNS
apresentam pior resposta clínica ao tratamento com GC tópico.
Para análise de biologia molecular, foi adicionado ao estudo um
grupo controle, que foi constituído por oito pacientes submetidos à
rinoplastia, que não possuíam sintomas nasais, tampouco alterações à
endoscopia nasal. Estes pacientes tinham idade entre 18 e 53 anos,
com idade média de 40,3 (±10,23) e mediana 39,76, sendo três do sexo
masculino e cinco do sexo feminino.
41
- Western Blotting:
As figuras abaixo (Figuras 3a, 3b e 3c) correspondem a imagens
digitalizadas dos resultados de Western Blotting. As intensidades de
banda foram analisadas, e obtiveram-se os dados para análise das
proteínas GRα, GRβ, c-Fos e p65. Os dados comparando estas proteínas
antes e após o tratamento, assim como com o grupo controle, estão
ilustrados nas Tabelas 4, 5 e 6 e na Figura 4.
Figura 3: imagens digitalizadas dos resultados obtidos em Western Blotting,
correspondentes a p65 (A), cFos (B) e GR (C). Em GR, existem duas bandas, a
superior corresponde a GRα e a inferior corresponde a GRβ. A maior
intensidade da banda corresponde a maior concentração da proteína
66KD
B
97KDA
GR
α
GR
β
C
66KDA
A
42
Tabela 4: expressão de proteínas GRα, GRβ, c-Fos e p65 em pacientes com
polipose nasossinusal antes do tratamento e no grupo controle.
Pré-tratamento Controle
média
mediana
P25-P75 média mediana
P25-P75 p
GRα
αα
α
1,34 0,25 0,11-1,18 3,40 3,09 2,17-4,29 0,0057*
GRβ
ββ
β
0,50 0,14 0,04-0,49 0,13 0,10 0,07-0,15 0,6718
Relação
GRα
αα
α/GRβ
ββ
β
28,51 1,34 0,58-5,78 43,52 37,74 15,5-63,8 0,0096*
c-Fos
2,50 0,97 0,25-2,86 1,66 1,10 0,74-1,61 0,9999
p65
2,26 1,19 0,59-2,7 0,44 0,21 0,13-0,36 0,0039*
P25-P75: percentis 25 e 75 nos valores observados; * = significativo
Houve diferença significativa entre os grupos para GRα, relação
GRα/GRβ e p65, com menores valores de GRα (0,25 vs. 3,09, p<0,01) e
de relação GRα/GRβ (1,34 vs. 37,74, p<0,01) e maiores valores de p65
(1,19 vs. 0,21, p<0,005) nos pacientes com PNS sem tratamento do que
no grupo controle.
Tabela 5: expressão de proteínas GRα, GRβ, c-Fos e p65 em pacientes com
polipose nasossinusal antes e após tratamento.
Pré-tratamento Pós-tratamento
média
mediana
P25-P75 média
mediana
P25-P75 p
GRα
αα
α
1,34 0,25 0,11-1,18 1,54 0,42 0,14-1,97 0,5428
GRβ
ββ
β
0,50 0,14 0,04-0,49 0,30 0,25 0,10-0,52 0,6554
Relação
GRα
αα
α/GRβ
ββ
β
28,51 1,34 0,58-5,78 16,14 1,29 0,53-21,5 0,5609
c-Fos
2,50 0,97 0,25-2,86 2,36 1,00 0,42-3,16 0,8604
p65
2,26 1,19 0,59-2,7 2,02 1,52 1,08-2,75 0,6949
P25-P75: percentis 25 e 75 nos valores observados; * = significativo
43
Não se observou diferença estatística para os valores de expressão
de nenhuma das proteínas estudadas, tampouco da relação GRα/GRβ,
quando comparamos os pacientes antes e após o uso de GC tópico.
Tabela 6: expressão de proteínas GRα, GRβ, c-Fos e p65 em pacientes com
polipose nasossinusal após tratamento e nos grupo controle.
Pós-tratamento Controle
média
mediana
P25-P75 média mediana
P25-P75 p
GRα
αα
α
1,54 0,42 0,14-1,97 3,40 3,09 2,17-4,29 0,0114*
GRβ
ββ
β
0,30 0,25 0,10-0,52 0,13 0,10 0,07-0,15 0,1226
Relação
GRα
αα
α/GRβ
ββ
β
16,14 1,29 0,53-21,5 43,52 37,74 15,5-63,8 0,0114*
c-Fos
2,36 1,00 0,42-3,16 1,66 1,10 0,74-1,61 0,9999
p65
2,02 1,52 1,08-2,75 0,44 0,21 0,13-0,36 0,00081*
P25-P75: percentis 25 e 75 nos valores observados; * = significativo
Houve diferença significativa entre os grupos para GRα, relação
GRα/GRβ e p65, com menores valores de GRα (0,42 vs. 3,09, p<0,05) e
de relação GRα/GRβ (1,29 vs. 37,74, p<0,05) e maiores valores de p65
(1,52 vs. 0,21, p<0,001) nos pacientes com PNS após tratamento do que
no grupo controle.
44
pré tto pós tto controle
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
p tto
pós tto
controle
GR alfa
pré tto pós tto controle
0
1
2
3
4
5
pré tto
s tto
controle
GR beta
pré tto pós tto controle
0
100
200
300
p tto
pós tto
controle
Relão GR alfa/ GR beta
pré tto pós tto controle
0
5
10
15
pré tto
pós tto
controle
c-Fos
pré tto pós tto controle
0.0
2.5
5.0
7.5
pré tto
pós tto
controle
p65
Figura 4: curva de dispersão e mediana para expressão das proteínas GRα (A),
GRβ (B), relação GRα/GRβ (C), c-Fos (D) e p-65 (E) para os pacientes com
polipose nasossinusal antes e após tratamento e para grupo controle
Os valores de comparação entre o grupo de resposta ao GC
(G1) com o de evolução melhor (G2) estão ilustrados na Tabela 7 e na
Figura 5.
A
B
C
D
E
45
Tabela 7: expressão das proteínas GRα, GRβ, c-Fos e p-65 para os grupos
maus respondedores (G1) e bons respondedores (G2) à budesonida, antes e
após tratamento
Proteína
G1 G2
média
mediana
P25-P75 média
mediana
P25-P75 p
Pré 1,37 0,46 0,18-0,57 1,31 0,17 0,09-2,35 0,6305
GRα
αα
α
Pós 1,63 0,42 0,28-0,89 1,46 0,39 0,09-2,61 0,6842
Pré 0,37 0,11 0,03-0,49 0,63 0,14 0,05-0,27 0,9705
GRβ
ββ
β
Pós 0,39 0,48 0,20-0,53 0,21 0,14 0,06-0,26 0,1051
Pré 39,96 1,56 0,42-7,90 17,06 1,34 0,74-4,58 0,8534
Relação
GRα
αα
α/GRβ
ββ
β
Pós 15,00
0,93
0,58-18,3 17,28
5,82
0,65-19,2 0,7394
Pré 3,58 2,46 0,78-5,68 1,42 0,50 0,24-1,50 0,1230
c-Fos
Pós 3,51 2,19 0,59-5,31 1,22 0,63 0,37-1,28 0,2476
Pré 1,49 1,06 0,7-1,36 3,03 1,82 0,58-5,94 0,3930
p65
Pós 2,56 2,29 1,37-2,98 1,48 1,20 0,38-2,35 0,1655
P25-P75: percentis 25 e 75 nos valores observados; * = significativo
Não houve diferença nas expressões das proteínas entre os
grupos com boa ou resposta ao tratamento clínico, quer seja antes
ou após o tratamento.
46
G1 G2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
G1
G2
GR alfa pré tto
G1 G2
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
G1
G2
GR alfa pós tto
G1 G2
0
1
2
3
4
5
G1
G2
GR beta pré tto
G1 G2
0
1
2
3
G1
G2
GR beta pós tto
G1 G2
0
10
20
30
G1
G2
100
200
GR alfa/ GR beta pré tto
G1 G2
0
20
40
G1
G2
90
GR alfa/ GR beta pós tto
G1 G2
0
5
10
15
G1
G2
c-Fos pré tto
G1 G2
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
G1
G2
c-Fos pós tto
G1 G2
0.0
2.5
5.0
7.5
G1
G2
p65 pré tto
G1 G2
0.0
2.5
5.0
7.5
G1
G2
p65 pós tto
AI AII
BI
BII
CI
CII
DI DII
EI
EII
Figura 5:
curva de dispersão e mediana para expressão das proteínas
GRα (A), GRβ (B), relação GRα/GRβ (C), c-Fos (D) e p-
65 (E) para os
grupos maus respondedores (G1) e bons respondedores (G2) à
budesonida nasal, antes (I) e após (II) tratamento
47
-RQ-PCR:
Foram construídas equações para cada gene, a partir dos valores
obtidos na curva padrão dos mesmos. Estas equações estão descritas
na Tabela 8.
Tabela 8: equações obtidas pela curva padrão para gene estudado.
gene Equação
GUS y = 3,16x + 26,71
GRα
αα
α
y = 3,55x + 29,96
GRβ
ββ
β
y = 3,53x + 35,01
c-Fos y = 3,34x + 26,70
p65 y = 3,35x + 29,55
TNF-α
αα
α
y = 3,43x + 31,96
IL-1β
ββ
β
y = 3,09x + 34,12
GM-CSF y = 3,41x + 34,34
ICAM-1 y = 3,04x + 31,39
Eotaxina-2 y = 3,24x + 28,82
b-FGF y = 3,32x + 31,75
A análise das amostras para cada primer estudado resultou em
uma curva de amplificação, e uma curva de dissociação, que funciona
como controle da qualidade da reação. As figuras 6 a 16 ilustram
exemplos de cada uma destas curvas para cada primer estudado.
48
Figura 6: curvas de amplificação e de dissociação para o gene GUS
Figura 7: curvas de amplificação e de dissociação para o gene GRα
Figura 8: curvas de amplificação e de dissociação para o gene GRβ
Figura 9: curvas de amplificação e de dissociação para o gene c-Fos
49
Figura 10: curvas de amplificação e de dissociação para o gene p65
Figura 11: curvas de amplificação e de dissociação para o gene TNFα
Figura 12: curvas de amplificação e de dissociação para o gene IL-1β
Figura 13: curvas de amplificação e de dissociação para o gene GM-CSF
50
Figura 14: curvas de amplificação e de dissociação para o gene ICAM-1
Figura 15: curvas de amplificação e de dissociação para o gene eotaxina-2
Figura 16: curvas de amplificação e de dissociação para o gene b-FGF
Os dados comparando a expressão destes genes antes e após o
tratamento, assim como com o grupo controle, estão ilustrados nas
Tabelas 9, 10 e 11 e nas Figuras 17 e 18.
51
Tabela 9: expressão dos genes GRα, GRβ, c-Fos, p65, TNF-α, IL-1β, GM-CSF,
ICAM-1, eotaxina-2 e b-FGF nos pacientes com polipose nasossinusal antes do
tratamento e no grupo controle.
P25-P75: percentis 25 e 75 nos valores observados; * = significativo
Houve diferença estatística para a expressão dos genes GRα, p65,
IL-1β, eotaxina-2 e b-FGF, além da relação GRα/GRβ entre os grupos,
com menor expressão de GRα (0,33 vs. 2,68, p<0,0001) e da relação
GRα/GRβ (0,86 vs. 2,74, p<0,0001), e maior expressão de p65 (0,34 vs.
0,02, p<0,05), IL-1β (0,78 vs. 0,03, p<0,0005), de eotaxina-2 (17,05 vs.
1,27, p<0,05) e de b-FGF (0,15 vs. 0,005, p<0,05) no grupo com PNS
antes do tratamento quando comparado ao grupo controle. Não houve
diferença significativa para a expressão dos demais genes estudados.
Pré-tratamento Controle
gene média mediana
P25-P75 média mediana
P25-P75 p
GRα
αα
α
25,78 0,33 0,12-0,86 117,85 2,68 1,41-6,02 <0,0001*
GRβ
ββ
β
58,78 0,49 0,20-2,21 1,81 0,54 0,15-1,02 0,7086
Relação
GRα
αα
α/GRβ
ββ
β
87,42 0,86 0,12-1,69 869,92 2,74 2,13-44,46
<0,0001*
c-Fos
55,62 1,00 0,35-4,80 24,26 1,87 0,22-50,32
0,9801
p65
40,33 0,34 0,12-1,09 0,33 0,02 0,01-0,70 0,0487*
TNF-α
αα
α
145,34 0,44 0,13-9,32 17,64 0,58 0,06-6,77 0,5665
IL-1β
ββ
β
145,49 0,78 0,15-3,37 0,03 0,03 0,01-0,04 0,0004*
GM-CSF
45,60 0,23 0,10-0,82 0,33 0,14 0,05-0,38 0,2584
ICAM-1
117,61 0,62 0,09-2,25 4,38 0,63 0,03-2,12 0,6005
Eotaxina-2
328,19 17,05 9,70-91,50
31,26 1,27 0,31-24,13
0,0375*
b-FGF
68,52 0,15 0,02-0,68 0,03 0,005 0,002-0,05
0,037*
52
Tabela 10: expressão dos genes GRα, GRβ, c-Fos, p65, TNF-α, IL-1β, GM-CSF,
ICAM-1, eotaxina-2 e b-FGF nos pacientes com polipose nasossinusal antes e
após o tratamento.
Pré-tratamento Pós-tratamento
gene média
mediana
P25-P75 média mediana P25-P75 p
GRα
αα
α
25,78 0,33 0,12-0,86 22,8 0,29 0,12-1,67 0,9596
GRβ
ββ
β
58,78 0,49 0,20-2,21 7,60 0,52 0,13-0,95 0,3721
Relação
GRα
αα
α/GRβ
ββ
β
87,42 0,86 0,12-1,69 495,24 0,32 0,13-8,28 0,6073
c-Fos
55,62 1,00 0,35-4,80 27,89 0,51 0,05-12,47
0,4408
p65
40,33 0,34 0,12-1,09 0,39 0,09 0,05-0,23 0,0454*
TNF-α
αα
α
145,34
0,44 0,13-9,32 7,34 0,09 0,01-1,79 0,0316*
IL-1β
ββ
β
145,49
0,78 0,15-3,37 15,27 1,60 0,13-4,32 0,6554
GM-CSF
45,60 0,23 0,10-0,82 1,21 0,18 0,05-0,43 0,4094
ICAM-1
117,61
0,62 0,09-2,25 133,51 0,45 0,14-2,68 0,7558
Eotaxina-2
328,19
17,05 9,70-91,50
107,30 3,47 0,59-12,75
0,0239*
b-FGF
68,52 0,15 0,02-0,68 1,88 0,15 0,02-0,68 0,3793
P25-P75: percentis 25 e 75 nos valores observados; * = significativo
Houve diferença significativa para a expressão dos genes p65,
TNF-α e eotaxina-2 entre os grupos, com diminuição da expressão de
p65 (0,34 vs. 0,09, p<0,05), TNF-α (0,44 vs. 0,09, p<0,05) e de eotaxina-
2 (17,05 vs. 3,47, p<0,05) após tratamento com GC tópico. Não houve
diferença significativa para a expressão dos outros genes.
53
Tabela 11: expressão dos genes GRα, GRβ, c-Fos, p65, TNF-α, IL-1β, GM-CSF,
ICAM-1, eotaxina-2 e b-FGF nos pacientes com polipose nasossinusal após o
tratamento e no grupo controle.
P25-P75: percentis 25 e 75 nos valores observados; * = significativo
Houve diferença estatisticamente significativa para a expressão
dos genes GRα, e IL-1β, além da relação GRα/GRβ entre os grupos, com
menor expressão de GRα (0,29 vs. 2,68, p=0,0005) e da relação
GRα/GRβ (0,32 vs. 2,74, p=0,0005), e maior expressão de IL-1β (1,60
vs. 0,03, p<0,005) no grupo com PNS após o tratamento quando
comparado ao grupo controle. Não houve diferença estatística para a
expressão dos outros genes.
Pós-tratamento Controle
gene média mediana P25-P75 média mediana
P25-P75 p
GRα
αα
α
22,8 0,29 0,12-1,67 117,85 2,68 1,41-6,02 0,0005*
GRβ
ββ
β
7,60 0,52 0,13-0,95 1,81 0,54 0,15-1,02 0,2375
Relação
GRα
αα
α/GRβ
ββ
β
495,24 0,32 0,13-8,28 869,92 2,74 2,13-44,46
0,0005*
c-Fos
27,89 0,51 0,05-12,47 24,26 1,87 0,22-50,32
0,8227
p65
0,39 0,09 0,05-0,23 0,33 0,02 0,01-0,70 0,2855
TNF-α
αα
α
7,34 0,09 0,01-1,79 17,64 0,58 0,06-6,77 0,3811
IL-1β
ββ
β
15,27 1,60 0,13-4,32 0,03 0,03 0,01-0,04 0,0044*
GM-CSF
1,21 0,18 0,05-0,43 0,33 0,14 0,05-0,38 0,2718
ICAM-1
133,51 0,45 0,14-2,68 4,38 0,63 0,03-2,12 0,8787
Eotaxina-2
107,30 3,47 0,59-12,75 31,26 1,27 0,31-24,13
0,3542
b-FGF
1,88 0,15 0,02-0,68 0,03 0,005 0,002-0,05
0,3466
54
pré tto pós tto controle
0
10
20
pré tto
pós tto
controle
100
150
200
250
500
GR alfa
pré tto pós tto controle
0
10
20
pré tto
pós tto
controle
50
75
100
125
150
175
1000
GR beta
pré tto pós tto controle
0
25
pré tto
pós tto
controle
200
700
10000
Relação GR alfa/ GR beta
pré tto pós tto controle
0
25
50
pré tto
s tto
controle
80
280
800
810
820
830
c-Fos
pré tto pós tto controle
0
1
2
3
pré tto
pós tto
controle
5.4
45 .6
54 5 .6
p65
Figura 17: curva de dispersão e mediana para expressão gênica de GRα (A),
GRβ (B), relação GRα/GRβ (C), c-Fos (D) e p-65 (E) para os pacientes com
polipose nasossinusal antes e após tratamento e para grupo controle
A
B
C
D
E
55
pré tto pós tto controle
0
3
pré tto
pós tto
controle
200
400
1800
1875
TNF-alfa
pré tto pós tto controle
0
10
pré tto
pós tto
controle
50
150
2000
3000
IL-1 beta
pré tto pós tto controle
0
1
2
3
4
5
pré tto
pós tto
controle
5
15
850
900
GM-CSF
pré tto pós tto controle
0
1
2
3
4
5
6
pré tto
pós tto
controle
20
30
2500
2750
ICAM-1
pré tto pós tto controle
0
5
10
15
20
25
30
pré tto
pós tto
controle
100
300
1000
4000
eotaxina-2
pré tto pós tto controle
0
1
pré tto
pós tto
controle
20
70
1200
1300
b-FGF
Figura 18: curva de dispersão e mediana para expressão gênica de TNF-α (A),
IL-1β (B), GM-CSF (C), ICAM-1 (D), eotaxina-2 (E) e b-FGF (F) para os
pacientes com polipose nasossinusal antes e após tratamento e para grupo
controle
E F
D C
B A
56
Foi avaliada ainda a expressão dos genes entre os grupos de pior
(G1) e melhor resposta clínica (G2) após tratamento com GC. Os
resultados podem ser visualizados na Tabela 12 e nas Figuras 19 e 20.
Tabela 12: expressão dos genes GRα, GRβ, c-Fos, p-65, TNF-α, IL-1β, GM-
CSF, ICAM-1, eotaxina-2 e b-FGF para os grupos maus respondedores (G1) e
bons respondedores (G2) à budesonida, antes e após tratamento.
Gene G1 G2
média
mediana
P25-P75 média mediana
P25-P75 p
Pré 1,22 0,34 0,14-1,06 50,34 0,32 0,14-0,82 0,7959
GRα
αα
α
Pós 1,16 0,34 0,13-1,21 44,43 0,25 0,06-5,33 0,9999
Pré 116,12
0,62 0,27-12,37
1,45 0,44 0,18-1,33 0,5787
GRβ
ββ
β
Pós 6,96 0,95 0,30-9,47 0,32 0,28 0,09-0,55 0,0433*
Pré 2,43 0,86 0,12-1,42 172,42
0,63 0,13-2,04 0,5288
Relação
GRα
αα
α/GRβ
ββ
β
Pós 2,38
0,18
0,12-2,48 988,09
3,61
0,28-31,22
0,8206
Pré 108,00
1,22 0,42-18,46
3,24 0,85 0,38-2,54 0,6842
c-Fos
Pós 43,93 1,73 0,07-35,56
11,86 0,12 0,04-3,61 0,4813
Pré 90,24 0,70 0,30-6,61 0,41 0,16 0,05-0,82 0,0433*
p65
Pós 0,23 0,07 0,04-0,12 0,55 0,11 0,07-0,39 0,2176
Pré 60,32 0,45 0,15-2,66 230,35
0,35 0,11-20,50
0,6842
TNF-α
αα
α
Pós 5,97 0,09 0,05-0,21 8,71 0,14 0,01-3,16 0,9705
Pré 290,33
3,74 0,51-22,30
0,64 0,14 0,05-1,22 0,0232*
IL-1β
ββ
β
Pós 28,40 4,18 1,20-44,12
1,14 0,42 0,06-1,64 0,0355*
Pré 90,70 0,31 0,11-5,16 0,49 0,20 0,10-0,25 0,3527
GM-CSF
Pós 1,83 0,08 0,03-2,16 0,60 0,28 0,08-0,40 0,4359
Pré 4,36 1,91 0,60-3,90 0,63 0,29 0,04-1,20 0,0433*
ICAM-1
Pós 2,91 0,53 0,13-2,43 264,10
0,45 0,34-2,07 0,7959
Pré 76,22 52,18 10,6-99,23
580,16
17,05 7,59-27,17
0,5288
Eotaxina-2
Pós 15,49 5,40 1,73-12,06
199,10
1,18 0,30-70,76
0,4359
Pré 136,78
0,17 0,13-1,38 0,27 0,06 0,005-0,51
0,1403
b-FGF
Pós 2,59 0,10 0,003-0,82
1,18 0,05 0,001-0,49
0,5964
P25-P75: percentis 25 e 75 nos valores observados; * = significativo
57
Antes do tratamento, havia maior expressão de p65 (0,70 vs.
0,16, p<0,05), IL1β (3,74 vs. 0,14, p<0,05) e de ICAM-1 (1,91 vs. 0,29,
p<0,05) no grupo com pior prognóstico. após o tratamento, houve
maior expressão de GRβ (0,95 vs. 0,28, p<0,05) e de IL-1β (4,18 vs.
0,42, p<0,05) no grupo 1, de pior prognóstico.
58
G1 G2
0
5
10
G1
G2
450
500
GR alfa pré tto
G1 G2
0
5
10
G1
G2
200
250
GR alfa pós tto
G1 G2
0
5
10
G1
G2
1000
GR beta pré tto
G1 G2
0
1
2
G1
G2
7
12
30.0
37.5
GR beta pós tto
G1 G2
0
1
2
G1
G2
1700
GR alfa/ GR beta pré tto
G1 G2
0
20
G1
G2
40
600
5600
GR alfa/ GR beta pós tto
G1 G2
0
1
2
G1
G2
10
20
200
700
c-Fos pré tto
G1 G2
0
10
G1
G2
50
250
c-Fos pós tto
G1 G2
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
G1
G2
100
600
p65 pré tto
G1 G2
0
1
G1
G2
2
3
p65 pós tto
Figura 19: curva de dispersão e mediana para expressão gênica de GR
α
(A),
GRβ (B), relação GRα/GRβ (C), c-Fos (D) e p-
65 (E) para os grupos maus
respondedores (G1) e bons respondedores (G2) à budesonida nasal, antes (I)
e após (II) tratamento
BI
BII
AII
AI
CII
CI
DII DI
EII
EI
59
G1 G2
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
G1
G2
250
750
TNF-alfa pré tto
G1 G2
0.0
2.5
5.0
G1
G2
50
60
TNF-alfa pós tto
G1 G2
0
10
20
30
G1
G2
2700
2800
IL-1beta pré tto
G1 G2
0
5
10
G1
G2
250
IL-1beta s tto
G1 G2
0
1
2
G1
G2
25 00
GM-CSF pré tto
G1 G2
0
1
2
3
4
G1
G2
7
8
GM-CSF pós tto
G1 G2
0.0
2.5
5.0
G1
G2
25
26
ICAM-1 pré tto
G1 G2
0
5
10
G1
G2
10
20
2000
2750
ICAM-1 pós tto
G1 G2
0
100
200
300
400
G1
G2
5750
eotaxina-2 pré tto
G1 G2
0
50
100
G1
G2
900
1000
Eotaxina-2 pós tto
G1 G2
0.0
2.5
5.0
G1
G2
1250
1500
b-FGF pré tto
G1 G2
0
5
10
G1
G2
20
25
b-FGF pós tto
BII
AII
BI
AI
DII
EI
FI
EII
FII
CII
CI
DI
Figura 20: curva de dispersão e mediana para expressão gênica de TNF-
α (A), IL-1β (B), GM-CSF (C), ICAM-1 (D), eotaxina-2 (E) e b-FGF (F
) para
os grupos maus respondedores (G1) e bons respondedores (G2
) à
budesonida nasal, antes (I) e após (II) tratamento
60
DISCUSSÃO
Segundo o Consenso Europeu de Rinossinusites e de PNS
(FOKKENS et al., 2005), a introdução do GC tópico melhorou
consideravelmente o tratamento das doenças inflamatórias de vias
aéreas superiores (a exemplo da rinite e a PNS) e inferiores (asma).
Atualmente, esta é a terapia mais preconizada em literatura para a PNS.
No presente estudo, tratamento com budesonida tópica nasal por
dois meses demonstrou-se eficaz na melhora clínica dos pacientes com
PNS, levando à diminuição significativa dos sintomas de obstrução
nasal, rinorréia posterior e anterior, cefaléia/ dor facial, distúrbios de
olfato e espirros, além de diminuição objetiva do tamanho dos pólipos,
avaliada através de endoscopia nasal. Não foi observada melhora
apenas para os sintomas de cacosmia e prurido nasal. Durante o
período avaliado, houve melhora também significativa do conjunto de
sintomas e sinais clínicos dos pacientes, avaliado pela soma dos
escores.
Apesar da melhora importante dos parâmetros clínicos avaliados
durante o estudo, apenas um dos pacientes obteve remissão completa
dos sintomas e regressão total dos pólipos à endoscopia.
Tos et al. (1998), após avaliarem 138 pacientes com PNS em uso
de budesonida por seis semanas, também observaram melhora clínica e
endoscópica da PNS. Entretanto, Lund et al. (1998), em estudo com 10
61
pacientes com PNS tratados por um período de 12 semanas de
fluticasona, observaram diminuição endoscópica dos pólipos nasais,
sendo que esta diminuição correlacionou-se à melhora de obstrução
nasal, mas não à melhora dos sintomas de rinorréia, prurido, espirros,
cefaléia ou hiposmia.
Por outro lado, Hamilos et al. (1999) compararam 10 pacientes
com PNS tratados com fluticasona (200mcg em cada narina por dia)
durante quatro semanas com 10 pacientes que receberam placebo
durante o mesmo período. Os autores não observaram melhora de
sintomas nos pacientes tratados com GC, apesar de terem observado
diminuição nos parâmetros inflamatórios histológicos, como redução de
eosinófilos e linfócitos CD4+.
Deste modo, apenas Hamilos et al. (1999) não referiram melhora
clínica significante após uso de GC tópico na PNS, apesar de terem
documentado melhora histológica. A diferença dos resultados
observados por estes autores se comparados aos nossos e aos demais
dados de literatura citados provavelmente ocorreu devido ao menor
tempo de observação no estudo de Hamilos et al. (1999), de apenas
quatro semanas.
Não observamos na nossa avaliação correlação entre o grau de
melhora clínica e a extensão endoscópica dos pólipos, tampouco com a
intensidade de todos os sintomas nasais. No entanto, a melhora clínica
foi significantemente menor em pacientes com PNS de maior extensão
ao exame de TC. Este modelo hipotético foi aventado por Badia & Lund
62
(2001), porém não havia sido suportada por nenhum estudo clínico
prévio.
O aumento das citocinas pró-inflamatórias, de quimiocinas e de
moléculas de adesão é considerado um co-fator importante na gênese e
na perpetuação da PNS (MIN & LEE, 2000; FOKKENS et al., 2005).
Observamos, no estudo com PCR em tempo real, que a expressão
dos genes TNF-α, IL-1β, GM-CSF, ICAM-1, eotaxina-2 e b-FGF esteve
maior nos pacientes com PNS antes do tratamento quando comparados
à mucosa controle de concha média. Estes resultados confirmam a
importância das citocinas, quimiocinas, moléculas de adesão e fatores
de crescimento na nese da PNS. Entretanto, houve diferença
estatística entre os dois tecidos apenas para os genes IL-1β, eotaxina-2
e b-FGF. IL-1β possui ação fundamental na indução e perpetuação do
processo inflamatório crônico; eotaxina-2 é um potente recrutador
eosinofílico e b-FGF estimula o crescimento de fibroblastos, células que
são potentes produtoras de várias outras citocinas, além de induzirem a
proliferação de estroma na PNS.
Lennard et al. (2000) compararam biópsias de pólipos nasais de
15 pacientes com PNS sem tratamento com nove mucosas nasais
controles por hibridização in situ, e relataram aumento significativo de
expressão de IL-1β, TNF-α, IL-6 e IL-8 nos pólipos nasais quando
comparados à mucosa controle. Hamilos et al. (1999) também referiram
aumento de expressão, por hibridização in situ, de TNF-α e IL-1β em
pólipos nasais quando comparados à mucosa de concha média.
63
Voegels & Pádua (2005) relataram maior quantidade de IL-1β em
39 pacientes com PNS quando comparados às 11 mucosas controles de
concha média, através do método de ELISA. No entanto, esta diferença
não foi estatisticamente significativa.
Estudos experimentais reforçam a importância das citocinas pró-
inflamatórias IL-1β e TNF-α em processos inflamatórios de vias aéreas:
Nonaka et al. (1999) observaram que a produção de GM-CSF e RANTES
em cultura de fibroblastos nasais foi induzida por IL-1β, seja em pólipos
nasais ou em mucosa de processo unciforme. Wilson et al. (1999)
relataram que a expressão de GM-CSF, ICAM-1 e IL-8 foi induzida por
TNF-α, via NF-κB, em células endoteliais respiratórias.
Houve, no atual estudo, aumento das citocinas IL-1β, TNF-α e
GM-CSF, porém este aumento foi significativo apenas para IL-1β.
Lennard et al. (2000) e Hamilos et al. (1999) relataram aumento
significativo de mRNA de IL-1β e TNF-α, mas com técnica semi-
quantitativa (hibridização in situ). Dados relatados por Voegels & Pádua
(2005) também apontam para quantidades aumentadas da proteína IL-
1β em pólipos nasais, apesar dos dados não terem alcançado diferença
estatística.
Jahnsen et al. (1999) observaram, em estudo com PCR semi-
quantitativo, expressão maior das quimiocinas eotaxina, eotaxina-2 e
MCP-4 em 27 pólipos nasais quando comparados à mucosa de concha
inferior de sete pacientes, com especial diferença da expressão de
eotaxina-2. No entanto, eles não observaram alteração de expressão de
64
RANTES ou MCP-3 entre os grupos estudados. Eles concluem, desta
forma, que eotaxina-2, por ser altamente expressa em pólipos nasais e
virtualmente presente em mucosa nasal controle, deva ter importante
ação no recrutamento eosinofílico observado na PNS.
Shin et al. (2000) também observaram aumento de expressão de
eotaxina em 47 pólipos nasais livres de tratamento quando comparada
à expressão em 15 biópsias de mucosa de concha inferior, analisado
através de PCR em tempo real, diferença esta que foi muito mais
significativa para eotaxina do que para RANTES; desta forma, eles
concluem que a eotaxina deva exercer um papel mais importante do que
RANTES no recrutamento eosinofílico envolvido na PNS. Os autores,
assim como Silvestri et al. (2002), ainda referem que a produção de
eotaxina é induzida por TNF-α e IFN-γ, via NF-κB, e, portanto não
possui relação com processos alérgicos.
Em relação às quimiocinas, observamos aumento significativo de
mRNA de eotaxina-2, resultado semelhante ao observado por Jahnsen
et al. (1999), apesar do uso de metodologia semi-quantitativa. Jahnsen
et al. (1999) e Shin et al. (2000) observaram que a expressão das
eotaxinas é significantemente maior do que RANTES nos pólipos nasais,
e ambos concluem que as eotaxinas são as quimiocinas recrutadoras de
eosinófilos mais importantes na PNS.
Norlander et al. (2001) compararam 17 biópsias de pólipos nasais
com mucosa de concha inferior dos mesmo pacientes por
imunohistoquímica e ELISA, e observaram maior quantidade da
proteína b-FGF em pólipos nasais do que em mucosa controle, tendo
65
sido ela preferencialmente localizada nas células epiteliais, endoteliais e
inflamatórias. Powers et al. (1998) e Cayé-Thomansen et al. (2004), em
estudos com imunohistoquímica, também relataram quantidade de b-
FGF significantemente maior em pólipos do que em mucosa nasal.
Silvestri et al. (2002) observaram alta expressão de b-FGF em
cultura de fibroblastos de pólipos nasais, e referiram que este aumento
induziria a proliferação celular dos pólipos através de NF-κB.
O fator de crescimento b-FGF teve expressão aumentada em
técnica quantitativa em nosso estudo, resultados concordantes com os
estudos semi-quantitativos para proteínas de Norlander et al. (2001),
Powers et al. (1998) e Cayé-Thomansen et al. (2004), através de
imunohistoquímica.
A molécula de adesão ICAM-1 não esteve significantemente mais
expressa em pólipos livres de tratamento do que na mucosa controle no
presente estudo. Nossos resultados estão de acordo com os de Jahnsen
et al. (1995), que não observaram aumento significativo de expressão de
ICAM-1, mas sim de VCAM-1, em pólipos nasais quando comparados à
mucosa de concha inferior obtida nos mesmos 15 pacientes com PNS.
Entretanto, Symon et al. (1994), Papon et al. (2002) e Zhou et al.
(2004), em estudo com imunohistoquímica, observaram quantidade
significativamente maior da proteína ICAM-1 no pólipo nasal do que em
mucosa controle. O mesmo achado foi observado por Rogala et al
(2000), quando compararam 27 pacientes com PNS sem tratamento por
três meses com 12 mucosas de conchas inferiores, através de ELISA.
66
Papon et al. (2002) e Silvestri et al. (2002) referem que este aumento de
ICAM-1 é mediado pelo NF-κB e estimulado por TNF-α.
Segundo Adcock & Caramori (2001), o GC inibe a transcrição de
IL-1β, TNF-α, GM-CSF, eotaxina-2 e ICAM-1. Estudos in vitro, com
culturas de pólipos nasais, confirmam a diminuição de expressão de
GM-CSF (MARX ET AL, 2002; WATANABE ET AL, 2004), ICAM-1,
eotaxina e b-FGF (SILVESTRI et al., 2002) após exposição ao GC. No
entanto, Marx et al. (2002) relataram ausência de diferença de
expressão de TNF-α e IL-1β nas culturas de lulas expostas à
fluticasona.
No atual estudo, após o uso de GC tópico, houve diminuição
importante na expressão do conjunto de genes estudados, com exceção
de ICAM-1. Esta diminuição foi significativa apenas para TNF-α e
eotaxina-2, mas considerável para os outros genes, a ponto dos valores
nos pacientes após tratamento não apresentarem diferença estatística
com os controles em nenhum dos genes, a exceção de IL-1β, que ainda
manteve-se significantemente mais expresso nos pólipos, mesmo após o
tratamento clínico.
Jahnsen et al. (1999) observaram, através de PCR semi-
quantitativo, menor expressão de eotaxina, eotaxina-2 e RANTES, e
menor número de eosinófilos, em 12 pacientes com PNS tratados com
40mg prednisona por dia por sete dias quando comparados a 15
pacientes com PNS sem tratamento.
Bachert et al. (2000) também observaram, através de
imunohistoquímica, diminuição, apesar de não significativa, de eotaxina
67
em cinco pacientes com PNS tratada com prednisona por quatro
semanas quando comparados a 11 pacientes com PNS não tratada. A
diminuição de eotaxina após tratamento com 21 dias de prednisona
também foi relatada por Woodworth et al. (2004), em estudo prospectivo
realizado em 14 pacientes com PNS, com biópsias colhidas antes e após
tratamento e avaliadas por ELISA.
Hamilos et al. (2001) submeteram 10 pacientes com PNS a
tratamento com fluticasona por quatro semanas, e observaram
diminuição da expressão de GM-CSF, mas não de TNF-α ou de IL-1β,
após o uso de GC. Lennard et al. (2000) realizaram estudo com
imunohistoquímica em 15 pacientes com PNS antes e após tratamento
com 10 dias de prednisona, e também não observaram diminuição de
TNF-α ou de IL-1β.
Doner et al. (2004) estudaram pólipos nasais de 24 pacientes
tratados com budesonida 200mcg por narina por dois meses através de
imunohistoquímica, e relataram diminuição da proteína ICAM-1 após o
tratamento, quando comparado aos valores antes do tratamento; no
entanto, ICAM-1 tratados ainda esteve em maior quantidade nos
pólipos nasais do que em mucosa de concha média.
Yariktas et al. (2005) submeteram 36 pacientes com PNS a
tratamento com mometasona 200mcg por dia por quatro semanas e
referiram diminuição da proteína b-FGF após tratamento, através da
técnica de ELISA.
A diminuição de expressão de eotaxina-2 após uso de GC tópico
observada na presente estudo também foi relatada por Jahnsen et al.
68
(1999). No entanto, existem várias diferenças entre os estudos, pois os
últimos autores compararam transversalmente pacientes em
tratamento com os sem tratamento, além de terem utilizado GC via oral
para terapia e de terem avaliado seus resultados através de técnica
semi-quantitativa.
A diminuição signficativa de TNF-α por nós observada não foi
evidenciada em nenhum outro estudo. Pelo contrário, tanto Hamilos et
al. (2001) quanto Lennard et al. (2000), em técnicas semi-quantitativas,
não observaram diferença de, respectivamente, mRNA e proteína de
TNF-α nos pacientes após tratamento clínico com GC. Estes mesmos
autores, em concordância com nossos achados, não observaram
diferença de expressão de IL-1β nos pacientes após o tratamento
clínico, o que poderia influenciar na persistência do processo
inflamatório mesmo com o tratamento, justificando remissão apenas
parcial da PNS observada com o uso de GC.
Não observamos diminuição de expressão de ICAM-1 após
tratamento com GC tópico; como esta molécula de adesão está
implicada no recrutamento de eosinófilos, a sua perpetuação pode
sugerir que este seja um dos mecanismos associados à resposta apenas
parcial da PNS ao GC tópico. Estes resultados, no entanto, estão
conflitantes com o estudo de Doner et al. (2004), que observaram
diminuição da proteína ICAM-1 por imunohistoquímica após
tratamento semelhante ao utilizado em nosso estudo, no mesmo
período de avaliação.
69
Dados relativos à influência do GC na expressão gênica de GM-
CSF e b-FGF na PNS são bastante escassos em literatura. Hamilos et al.
(2001) observaram diminuição de GM-CSF por hibridização in situ e
Yariktas et al. (2005) demonstraram diminuição de b-FGF através de
ELISA. Nosso estudo, no entanto, não observou diferença significativa
de expressão de GM-CSF e b-FGF em pólipos nasais antes e após
tratamento com budesonida. A perpetuação desta citocina e deste fator
de crescimento poderia auxiliar na perpetuação do processo
inflamatório observado na PNS.
Mecanismos de resistência aos GC vêm sendo cada vez mais
estudados. Neste contexto, os receptores de GC possuem ação
fundamental. Segundo Adcock & Caramori (2001), o menor número de
GRα, o maior número de GRβ, ou menor número da relação GRα/GRβ
estariam implicados na resistência ao GC.
No presente estudo, não observamos níveis maiores de GRβ, seja
na expressão nica ou na concentração de proteínas de pacientes com
PNS não tratados, quando comparados aos controles. Houve,
entretanto, diminuição significativa tanto de mRNA como de proteína de
GRα nos pacientes com PNS não tratados quando comparados aos
controles, dados estes que não foram influenciadas pela administração
do GC.
A diminuição de expressão de GRα após uso de GC foi relatada
em asma por Corrigan et al. (1991) e Sher et al. (1994), em leucemia
linfóide crônica por Shahidi et al. (1999) e em estudo de revisão por
Schaaf & Cidlowski (2003). Li et al. (2005) avaliaram 36 amostras de
70
pólipos nasais e 31 de mucosa controle através de PCR em tempo real, e
observaram expressão significantemente menor de GRα nos pólipos
nasais quando comparados à mucosa controle.
O aumento de expressão de GRβ foi observado em pacientes com
asma por Sousa et al. (2000) e em pacientes com PNS por Hamilos et al.
(2001) quando comparados aos indivíduos controles, e ambos os
autores associaram este aumento a um possível mecanismo de
resistência ao GC. Hamilos et al. (2001), inclusive, evidenciaram
correlação inversa entre a porcentagem de células inflamatórias que
expressavam GRβ e a resposta ao uso de fluticasona, tendo sido
avaliada a diminuição do número de eosinófilos e linfócitos T no pólipo.
Pujols et al. (2003), em estudo de PCR semi-quantitativo com
extratos de células epiteliais nasais de 27 pacientes com PNS, também
observaram menor relação GRα/GRβ em pólipos nasais do que nas 32
biópsias controles de mucosa de concha nasal, alteração esta ocorrida
devido maior expressão de GRβ.
Não observamos diferença significativa de expressão de GRα ou de
GRβ nos momentos pré e pós tratamento, dados concordantes aos de
Pujols et al. (2003), que referiram que a expressão de GRα ou de GRβ
nos 12 pacientes com PNS o tratados era semelhante à dos 15 com
PNS que estavam em uso de GC, sistêmico ou tópico.
Acreditamos, portanto, que o principal fator relacionado à
resistência de GC em nível de receptores seja a diminuição da relação
GRα/GRβ, que foi observada em nosso estudo, assim como no de Pujols
et al. (2003). Esta diminuição esteve presente no atual estudo devido a
71
diminuição de GRα, o que concorda com a observação de Li et al.
(2005), através da mesma técnica empregada neste estudo; Pujols et
al. (2003) não observaram diferença significativa de GRα através de PCR
semi-quantitativo. A maior expressão de GRβ referida por Hamilos et al.
(2001) e por Pujols et al. (2003) em pólipos nasais utilizando técnicas
semi-quantitativas (respectivamente hibridização in situ e PCR semi-
quantitativo) não foi observada em nosso estudo.
Outro fator possivelmente implicado na resistência de GC seria o
aumento de fatores de transcrição, que inibiriam por interação direta o
sítio dos GR, e conseqüentemente diminuiriam a suscetibilidade do
indivíduo ao GC.
No presente estudo, observamos maiores valores de mRNA e de
proteína de p65, fração ativa do NF-κB, nos pacientes com PNS antes do
tratamento, quando comparados aos controles. Os valores de mRNA
diminuíram significantemente após o tratamento, chegando a níveis
próximos aos de mucosa controle. Não observamos diferença entre os
grupos nos valores de c-Fos, a fração ativa de AP-1.
Takeno et al. (2002) estudaram 28 pacientes com PNS, sem
tratamento com GC, através de imunohistoquímica, e observaram
aumento de NF-κB, porém da fração p50, nos pacientes com PNS. Os
autores ainda relataram que o aumento de p50 esteve correlacionado ao
aumento de expressão de IL-8, IL-16 e eotaxina, sugerindo que NF-κB
tenha ação central da perpetuação do processo inflamatório da PNS. No
entanto, seu estudo foi realizado com a fração constitucional de NF-κB,
a p50, e não a que verdadeiramente é induzida pelo processo
72
inflamatório, a p65. Wilson et al. (1999) relataram aumento de
expressão de p65 em culturas de pólipos nasais em comparação a
culturas de mucosa de concha inferior, através de imunohistoquímica.
Ramis et al. (2000), em estudo com EMSA (electrophoretic mobility
shift assay), não observaram diferenças de expressão de p50 entre 19
pólipos nasais e 13 mucosas de concha inferior, tampouco entre os
pacientes com PNS que estavam sob tratmento (n=12) ou não (n=7) com
GC, tópico ou sistêmico; estes achados provavelmente seriam
explicados pelo fato de ter sido estudada a fração p50 do NF-κB, e não a
p65.
Baraniuk et al. (1998), em estudo com imunohistoquímica e PCR
qualitativo, observaram que a expressão de c-Fos foi mais freqüente em
pacientes com PNS (n=8) sem tratamento com GC quando comparados
à mucosa de concha inferior (n=6). Houve menor expressão,
estatisticamente significante, de c-Fos nos casos de PNS tratados com
beclometasona nasal (n=12) por 12 semanas do que nos casos livres de
tratamento.
Desta forma, observamos maior expressão de p65, fração ativa de
NF-κB, nos pólipos nasais, achado coincidente com o estudo de Wilson
et al. (1999), apesar da avaliação de p65 ter sido qualitativa no estudo
destes autores.
Não se observou aumento significativo de expressão de c-Fos no
atual estudo, o que é conflitante com o estudo de Baraniuk et al. (1998).
No entanto, os autores avaliaram qualitativamente a presença de c-Fos,
e observaram que houve freqüência significativamente maior de c-Fos
73
em pólipos do que em mucosa controle, e não maior quantidade do
mesmo.
Podemos inferir que o aumento de fatores de transcrição seja
importante co-fator na nese e perpetuação da PNS, por atuação direta
nos ciclos celulares dos pólipos nasais, e que NF-κB provavelmente
possui ação mais importante do que AP-1 neste processo.
Quando comparamos os pacientes com boa e resposta ao GC,
observamos que houve maior expressão de mRNA de p65, IL-1β e ICAM-
1 nos pacientes com pior prognóstico no período pré-terapia. Como os
dois primeiros fatores estão altamente relacionados ao início e à
perpetuação do processo inflamatório e o terceiro está relacionado ao
recrutamento de células inflamatórias, podemos supor que a expressão
aumentada destes genes poderia acentuar o processo inflamatório
nestes pólipos, e diminuir a resposta ao GC. O p65 pode ainda interagir
diretamente com GR, além de diminuir sua expressão, reduzindo a
resposta ao GC, o que também explicaria o resultado encontrado.
Após o tratamento, observamos que os pacientes com pior
resposta ao GC apresentaram maior expressão de GRβ e mantiveram
maior expressão de IL-1β do que os bons respondedores. GRβ está
provavelmente relacionado ao aumento de resistência ao GC, enquanto
IL-1β perpetua o processo inflamatório através da ativação de NF-κB, o
que poderia induzir ainda maior resistência ao GC. Podemos sugerir
que pacientes que responderam menos ao GC apresentariam altos
níveis de IL-1β para perpetuar a inflamação crônica, e de GRβ na
tentativa de atenuar os efeitos dos GC.
74
Existe apenas um estudo prospectivo que correlaciona a
expressão gênica com a melhora clínica do paciente com PNS. Voegels &
Pádua (2005) observaram que pacientes que mantinham altas
concentrações de IL-1β e IL-5 em um período de dezoito meses após
cirurgia (com uso contínuo de GC tópico) foram os que tiveram maior
recorrência da PNS. No entanto, os pacientes haviam sido submetidos
tanto a tratamento cirúrgico como clínico no período, e não podemos
inferir seus resultados em relação apenas à resistência ao GC tópico.
Os resultados atuais, analisados em conjunto, reforçam a
hipótese da importância do p65 na gênese da PNS e no seu
envolvimento com a resistência ao GC, pois sabe-se que o NF-κB é
capaz de induzir o aumento da transcrição de IL-1β, de ICAM-1 e de
GRβ.
A confirmação destes resultados em estudos futuros, assim como
a melhor compreensão dos mecanismos de resistência à GC em nível
molecular, poderão auxiliar no desenvolvimento de terapias adjuvantes
mais específicas e na melhora da qualidade e da eficiência do
tratamento clínico para a PNS.
75
CONCLUSÕES
A PNS é uma doença inflamatória crônica da mucosa
nasossinusal, e o aumento das citocinas pró-inflamatórias, em especial
o IL-1β, a eotaxina-2 e o b-FGF, demonstram a importância do processo
inflamatório na sua gênese.
O GC tópico foi capaz de diminuir a dimensão dos pólipos nasais
e de melhorar parcialmente os sintomas dos pacientes com PNS; esta
melhora foi mais evidente em pacientes com menor extensão
tomográfica da doença ao diagnóstico.
Em conjunto com a melhora clínica, houve diminuição do padrão
inflamatório, com diminuição da expressão das citocinas, em especial
do TNF-α e da eotaxina-2.
A relação entre os receptores de GC GRα/GRβ, assim como a
expressão de fatores de transcrição, em especial o NF-κB, estiveram
alterados nos pacientes com PNS, e estes genes são possivelmente
potencializadores da resistência dos pólipos nasais ao GC tópico.
Pacientes com resposta desfavorável ao tratamento com GC tópico
possuem maior expressão de p65, ICAM-1 e IL-1β ao diagnóstico, e de
IL-1β e Gapós exposição ao GC. Estes dados sugerem que o IL-1β, o
p65 e o ICAM-1 sejam importantes fatores prognósticos para o
tratamento, e que o pólipo nasal, após exposição ao GC, pode
desenvolver mecanismos de resistência a ele, como aumento da
expressão de GRβ.
76
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92
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ZHOU, J.; CIDLOWSKI, J.A. The human glucocorticoid receptor: one
gene, multiple proteins and diverse responses. Steroids 70: 407–417,
2005.
ANEXO 1
PROTOCOLO POLIPOSE NASOSSINUSAL
Nome:
_______________________________________________
_________
REG:____________________ Idade: _____________
Sexo: ____________
Avaliação Pré Budesonida: (dia / / )
Sintomas: 0: s/ sintomas; 1: sintomas leves; 2: sintomas moderados; 3: sintomas graves;
4: sintomas muito graves
- Obstrução Nasal: 0 1 2 3 4
- Rinorréia Posterior: 0 1 2 3 4
- Cacosmia: 0 1 2 3 4
- Cefaléia: 0 1 2 3 4
Localização: _________________________________________
- Hiposmia: 0 1 2 3 4
- Prurido Nasal: 0 1 2 3 4
- Rinorréia Anterior: 0 1 2 3 4
- Espirros: 0 1 2 3 4
Exame
- Endoscopia: polipose graus: 0: não visível; 1: apenas em COM; 2: além de COM, mas
não ocupa toda FN; 3: ocupa toda FN
FNE: 0 1 2 3
FND: 0 1 2 3
- Tomografia (dia / / ): 0: s/ espessamento mucoso; 1: espessamento mucoso;
2: opacificação sinusal
Seio Direito Esquerdo
Maxilar
Etmóide anterior
Etmóide posterior
Esfenóide
Frontal
COM
Total
Biópsia pré budesonida dia / /
Avaliação Pós Budesonida: (dia / / )
Sintomas: 0: s/ sintomas; 1: sintomas leves; 2: sintomas moderados; 3: sintomas graves;
4: sintomas muito graves
- Obstrução Nasal: 0 1 2 3 4
- Rinorréia Posterior: 0 1 2 3 4
- Cacosmia: 0 1 2 3 4
- Cefaléia: 0 1 2 3 4
Localização: ________________________________
- Hiposmia: 0 1 2 3 4
- Prurido Nasal: 0 1 2 3 4
- Rinorréia Anterior: 0 1 2 3 4
- Espirros: 0 1 2 3 4
Exame
- Endoscopia: polipose graus: 0: não visível; 1: apenas em COM; 2: além de COM, mas
não ocupa toda FN; 3: ocupa toda FN
FNE: 0 1 2 3
FND: 0 1 2 3
Biópsia pós budesonida dia / /
ANEXO 2
ANEXO 3
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