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A idéia da festa das crianças foi exatamente, no foco da moradia, morava
no alojamento, junto com rato, barata, cheio de água e esgoto, e não tinha
um espaço para brincar e então fiquei analisando e decidi focalizar mais o
dia das crianças e tá fazendo uma festa para duzentas e oitenta crianças
em 1999. A partir daí a gente mudou prá cá em final de 2000 e decidimos
fazer a nossa, festa aqui no Real Parque. Fizemos a estimativa de 1500
pessoas, tudo que a gente conseguiu deu o suficiente, a gente fez
sossegado, com uma boa ajuda o pessoal do Anhembi até hoje eles nos
ajuda. Hoje a gente tem a estimativa de cinco mil pessoas, e muito mais
pessoas está nos ajudando. As pessoas mais do bairro mesmo que me
ajuda, a própria rua mesmo nos ajuda. O nosso pedido é feito com
material, porque é uma coisa que a gente não tem muita dor de cabeça. A
gente prefere mais o material, a pessoa trais o material e a gente vai é
recebendo e utilizando. Então a gente tem alguns comerciantes, pessoas
dos condomínios próprios, da classe alta. Tem muitas pessoas que nos
ajuda. Temos o Novo Hotel, tem a GAK que é nossa vizinha muito tempo,
tem a Tom Brasil, que é do nosso coração do começo ao fim e até hoje. A
Tom Brasil nos ajuda com material para trabalhar, fogão mesa, cadeira,
material que a gente precisa mesmo. O contato foi conseguido através de
um irmão meu que trabalha lá, ele é o humor e também responsável por
esta festa: Jose Ramos. Ele é também organizador desta festa. A partir
daí, acabei desenvolvendo com ele, e ajudando ele e hoje nós, não
sentimos tanta dificuldade para realizar uma festa como esta. Este ano a
gente estimou 1.200 crianças numa faixa etária de zero a seis anos. .Mas
de zero a deis anos nós temos em torno de 2.000 crianças. A
programação da festa a gente começa, este ano a gente começou, a
abertura com o Recapa (um conjunto de musica: banda) com desfile na
área da favela, convidando todas as pessoas para participar da festa, as
deis horas da manhã, e após a missa do padre, celebra a missa em
homenagem as crianças e a Nossa Senhora Aparecida. A partir daí a
gente dá início aos comes e bebes das 11:30 ao meio dia, até as cinco da
tarde. Temos várias barracas: duas de refrigerante, uma de doce, uma de
pipoca, duas de cachorro quente e uma de refrigerante. Temos um grupo
de voluntários e todos os anos eles ajudam e cada grupo, responsabiliza
pela sua própria barraca. A gente deixa a vontade, só não quer que eles
pega e joga fora, desperdício. Pode levar pra casa a gente deixa, não tira
o direito de levá prá casa. A gente sabe que...muita gente não tem o que
comê em casa.a partir daí a gente deixa libera o que tá levando, prá casa.
A gente estima de 20 a 25 pessoa a 30 que ajudam nas barracas. Na
realidade a gente tem aquele amor muito grande porque você acha que
sente bem. Eu mesmo, no meu caso, sinto muito bem com Nossa
Senhora Aparecida, a gente realiza esta festa com a graça de Deus, e dela
também. Todo ano dá tudo certo até mais que a gente pensa, então, todo
ano eu agradeço muito a Deus, e a Nossa Aparecida por ter conseguido...
conseguir a.... conseguir colocar o que a gente pensava, de fazer... A
gente pensa eu... é muita coisa, mas é tão pouco que gente nem imagina.
(Bill)
Ao perguntar ao Bill: o que você sente no final do dia, além do
cansaço? Respondeu:
Na realidade não é nem cansaço, não chega a senti... (ele parou de falar e
chorou silenciosamente). Eu mesmo na minha opinião sinto tão feliz... (não
conseguiu continuar a falar).