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CLÁUDIO DYBAS DA NATIVIDADE
ESTRUTURA POPULACIONAL E DISTRIBUIÇÃO DO CAMARÃO SETE-BARBAS
Xiphopenaeus kroyeri (HELLER, 1862) (DECAPODA: PENAEIDAE) NO LITORAL
DO PARANÁ, BRASIL.
Dissertação apresentada como requisito
parcial para a obtenção do grau de mestre,
pelo Curso de Pós-Graduação em Ecologia
e Conservação, do Setor de Ciências
Biológicas da Universidade Federal do
Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Frederico Pereira
Brandini
Co-orentador: Prof. Dr. José Milton
Andriguetto Filho
CURITIBA
2006
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ii
Natividade, Cláudio Dybas da, 1977-
Estrutura populacional e distribuição do camarão sete-barbas
Xiphopenaeus kroyeri (HELLER, 1862)(Decapoda: Penaeidae) no
litoral do Paraná / Cláudio Dybas da Natividade. – Curitiba, 2006.
xv, 76 f.: il.
Orientador: Prof. Dr. Frederico Pereira Brandini.
Co-orientador: Prof. Dr. José Milton Andriguetto Filho.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná, Setor
de Ciências Biológicas. Programa de Pós-graduação em Ecologia
e Conservação.
1. Camarão sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri (Decapoda).
2. Biologia pesqueira. 3. Dinâmica populacional. 4. Camarão –
Pesca – Paraná. 5. Distribuição – Paraná. I. Título. II.
Brandini, Frederico Pereira. III. Andriguetto Filho, José Milton. IV.
Universidade Federal do Paraná.
CDD 595.384 3
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iv
À Marina
v
AGRADECIMENTOS
Sem um vasto apoio institucional e pessoal este trabalho jamais poderia ser
desenvolvido.
Primeiramente agradeço ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e
Conservação pela minha formação e suporte ao projeto de dissertação. Sou
igualmente grato à Universidade Federal do Paraná e ao Centro de Estudos do
Mar pelo incondicional apoio administrativo, logístico e estrutural e à Associação
MarBrasil pela ajuda nos momentos críticos.
Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e aos Institutos do Milênio, pelo apoio financeiro e logístico
em várias fases desta pesquisa.
Professor José Milton Andriguetto Filho, muito obrigado por me orientar e
acreditar que isso tudo daria certo. A sua visão crítica e construtiva durante todas as
fases do projeto, somadas às boas conversas na hora do café, foram fundamentais
para a conclusão da dissertação.
Professor Frederico Pereira Brandini, muito obrigado por também me
orientar, pelo apoio e pelas oportunidades que me concedeu durante o
desenvolvimento da dissertação, assim como pelas conversas tarde da noite; elas
ajudaram a decidir que caminhos trilhar.
Professor Carlos Alberto Borzone, muito obrigado por ceder as instalações
do Laboratório de Ecologia de Praias Arenosas para o processamento das capturas,
por dar valiosas dicas de laboratório e de campo e por agüentar, junto com a Yara e
o Leonardo, o cheiro de camarão durante um ano!
Ao professor Henry Louis Spach, muito obrigado por compartilhar os
equipamentos e as instalações do Laboratório de Peixes, e todas as preocupações
relacionadas à pesquisa. Além disso, o seu incentivo pessoal foi uma alavanca para
o serviço acabar bem.
Aos professores Eduardo Marone e Maurício Noernberg, obrigado pela
colaboração do Laboratório de Física Marinha com o empréstimo e manipulação do
famoso STD.
Agradeço aos professores Marco Fábio Maia Corrêa e, principalmente,
Maurício Camargo por terem esclarecido um monte de dúvidas sobre o tratamento
vi
estatístico dos dados. Agradeço também ao Professor Rogério Caetano da Costa
por ter me fornecido várias dicas sobre o camarão sete-barbas no início do projeto.
No Centro de Estudos do Mar agradeço especialmente a todo pessoal da
administração: Lalá, Rutinha, Seu João, Roney, Seu Raul, Josias e Divone, pela
atenção e sempre prestativo atendimento; e especialmente à Mari pela ajuda com as
referências bibliográficas.
Agradeço ao pescador Jonas, pela responsabilidade dirigida ao projeto e
pela competência na execução dos arrastos experimentais.
Obrigado aos colegas, amigos, alunos graduação, mestrado e doutorado
(Robert Schwarz, Guilherme Mac Laren, Miodeli Nogueira Jr., Marcos Pelaes,
Marcelo Grumach Falcão, Kelly Araujo, Georgina Martins, Rafaela de Castro
Robert, Maurício de Castro Robert, Fabiana Félix, Juan Carlos Ugaz, Helen
Pichler, Sérgio Stoiev, Cristina Bernard, Aline Maggi, Kwok Chiu Cheung e
Marcelo Costa Misael), por terem ajudado nas viscerais coletas de campo ou na
preparação das mesmas.
Guilherme Mac Laren, obrigado pela amizade, pela ajuda direta na
pesquisa, pelo coleguismo durante o curso, por ter ouvido as minhas lamentações e
por ter evitado que eu fizesse um monte de besteiras. Robert Schwarz Jr., valeu
por ter encarado os cruzeiros de frente junto comigo e por ter sido um bom amigo e
companheiro, juntamente com a senhora sua esposa, Ana Mineira. Sou
especialmente grato à Rafaela Robert pela eficiente ajuda no processamento das
capturas em laboratório e na tabulação das fichas de dados. Também agradeço à
Milena Kim por ter retransmitido o conteúdo do painel do II Simpósio de Ecologia, e
salvo a minha pele. Gil Strenzel, obrigado por ter sido um ótimo amigo, um dos
poucos que gosta de The Clash por estas bandas, e por ter me ensinado as
primeiras noções de SIG. Ao Joaquin Netto Jr. e Lica Krug, obrigado pela força
com o SIG e mais uma vez obrigado à Rafaela Zem por ter me ensinado o que estes
dois só enrolaram! Juan C. Ugaz, Orlei Antônio Negrello Filho e Fred, valeu pelas
“tradossões” do abstract. Não poderia deixar de lembrar do coleguismo e das risadas
e peripécias do Romano Mestre, Germinal Pocá, Fernando “Abo” e Marcelo
“Marcelão” no trabalho em campo, apesar de não quererem mais que eu embarque
na “dose dupla”. Agradeço também ao Marcio Tavares, Jéferson Kolodzei,
vii
Alexandre Cavaleiro, Boss, Léo Morrissy e Tyler Durden por quebrarem o pau e
sempre estarem ao meu lado.
Obrigado à Dona Leonor Dybas, minha mãe, por ter apostado em mim e ter
sempre me incentivado. Isso sem falar, no amor, nos mimos, sucos, lanches e
regalias durante os momentos em que estivemos juntos.
Georgina Martins, obrigado por ter me acompanhado durante a pesquisa,
no campo e no laboratório – sempre demonstrando o seu desmedido carinho e
compreensão – e coroando este trabalho com enorme alegria, pela chegada da
nossa filha Marina.
viii
“Onde há vida, há inacabamento”
Paulo Freire
ix
SUMÁRIO
LISTA DE MAPAS........................................................................................................ix
LISTA DE TABELAS.....................................................................................................x
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................xi
RESUMO.....................................................................................................................xiv
ABSTRACT..................................................................................................................xv
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
1.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO .................................. 6
1.2 CLIMA............................................................................................................ 9
2 OBJETIVOS .................................................................................................... 10
2.1 OBJETIVO GERAL...................................................................................... 10
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................ 10
3 METODOLOGIA ............................................................................................. 11
3.1 DELINEAMENTO DA AMOSTRA................................................................ 11
3.1.1 Embarcação, equipamentos de captura e navegação................................. 12
3.1.2 Coleta dos parâmetros abióticos.................................................................. 14
3.1.3 Procedimento de captura do material biológico ........................................... 15
3.1.4 Separação e acondicionamento do material biológico................................. 16
3.2 PROCESSAMENTO DO MATERIAL BIOLÓGICO...................................... 17
3.2.1 Biometria...................................................................................................... 17
3.2.2 Determinação macroscópica dos estádios de maturação............................ 18
3.3 TRATAMENTO DOS DADOS...................................................................... 20
4 RESULTADOS................................................................................................ 22
4.1 PARÂMETROS ABIÓTICOS ....................................................................... 22
4.1.1 Variação sazonal dos parâmetros abióticos................................................. 22
4.1.2 Variação espacial dos parâmetros abióticos................................................ 24
4.2 ESTRUTURA POPULACIONAL .................................................................. 26
4.2.1 Biometria e análise de comprimentos e pesos............................................. 26
4.2.2 Proporção de sexos e maturação ................................................................ 31
4.3 DISTRIBUIÇÃO............................................................................................ 33
5 DISCUSSÃO ................................................................................................... 41
x
5.1 PARÃMETROS ABIÓTICOS ....................................................................... 41
5.2 ESTRUTURA POPULACIONAL E DISTRIBUIÇÃO..................................... 46
6 CONCLUSÕES ............................................................................................... 54
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 56
APÊNDICE I............................................................................................................... 65
APÊNDICE 2.............................................................................................................. 67
APÊNDICE 3.............................................................................................................. 69
APÊNDICE 4.............................................................................................................. 71
APÊNDICE 5.............................................................................................................. 73
APENDICE 6.............................................................................................................. 75
xi
LISTA DE MAPAS
MAPA 1 – LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE COLETA NA PLATAFORMA
CONTINENTAL RASA DO PARANÁ................................................. 12
MAPA 2 – REPRESENTAÇÃO ESPACIAL DO RENDIMENTO MÉDIO, EM kg/h NA
PRIMAVERA. ................................................................................... 37
MAPA 3 – REPRESENTAÇÃO ESPACIAL DO RENDIMENTO MÉDIO, EM kg/h NO
VERÃO............................................................................................. 38
MAPA 4 – REPRESENTAÇÃO ESPACIAL DO RENDIMENTO MÉDIO, EM kg/h NO
OUTONO.......................................................................................... 39
MAPA 5 – REPRESENTAÇÃO ESPACIAL DO RENDIMENTO MÉDIO, EM kg/h NO
INVERNO.......................................................................................... 40
xii
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – FREQÜÊNCIAS ABSOLUTA E RELATIVA DE EXEMPLARES POR
SEXO E CLASSE DE TAMANHO DE X. kroyeri. NO LITORAL DO
PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005. ..................................................... 26
TABELA 2 – NÚMERO DE INDIVÍDUOS, POR SEXO E MÊS DE COLETA, COM
OS PONTOS E TRANSECTOS AGRUPADOS. ................................ 31
TABELA 3 – COMPRIMENTOS TOTAIS MÍNIMOS E MÁXIMOS, EM mm, DE X.
kroyeri, PARA MACHOS E FÊMEAS, SEGUNDO O LOCAL E O
AUTOR............................................................................................... 46
TABELA 4 – VALORES MÉDIOS E DESVIOS PADRÃO DOS PARÂMETROS
ABIÓTICOS, SEGUNDO O MÊS, NA PLATAFORMA RASA DO
PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005. ..................................................... 70
TABELA 5 – VALORES MÉDIOS E DESVIOS PADRÃO DOS PARÂMETROS
ABIÓTICOS, SEGUNDO OS TRANSECTOS, NA PLATAFORMA
RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005..................................... 70
TABELA 6 – VALORES MÉDIOS E DESVIOS PADRÃO DOS PARÂMETROS
ABIÓTICOS, SEGUNDO ÀS PROFUNDIDADES, NA PLATAFORMA
RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005..................................... 70
TABELA 7 – PRECIPITAÇÃO TOTAL POR MÊS. AGO 04 – JUL 05................... 70
TABELA 8 – FREQÜÊNCIAS RELATIVAS MENSAIS DO DESENVOLVIMENTO
GONADAL DE FÊMEAS DE X. kroyeri..............................................
72
TABELA 9 – FREQÜÊNCIAS RELATIVAS MENSAIS DO DESENVOLVIMENTO
DOS PETASMAS DE MACHOS DE X. kroyeri ..................................
72
TABELA 10 – VALORES ABSOLUTOS DE BIOMASSA DE CAMARÃO SETE-
BARBAS CAPTURADOS EM TODOS OS 20 PONTOS DE CADA
MÊS. AGO 2004 – JUL 2005. ............................................................ 74
TABELA 11 – VALORES ABSOLUTOS DE INDIVÍDUOS DE CAMARÃO SETE-
BARBAS CAPTURADOS EM TODOS OS 20 PONTOS DE CADA
MÊS. AGO 2004 – JUL 2005 ............................................................. 74
TABELA 12 – CORRELAÇÃO ENTRE A BIOMASSA DE CAMARÃO SETE-BARBAS
CAPTURADA E OS PARÂMETROS ABIÓTICOS,............................
76
xiii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – LITORAL DO ESTADO DO PARANÁ .................................................. 6
FIGURA 2 – EMBARCAÇÃO DE TÁBUA DO TIPO BOTE UTILIZADA PARA AS
COLETAS. ......................................................................................... 13
FIGURA 3 – ESQUEMA E MEDIDAS DA REDE DE ARRASTO DO TIPO “MANGA-
SECA”, UTILIZADA PARA A CAPTURA DE FAUNA BENTO-
DEMERSAL. ..................................................................................... 13
FIGURA 4 – PORTA DE MADEIRA COM BASE DE FERRO UTILIZADA PARA
MANTER A REDE ABERTA DURANTE O ARRASTO..................... 14
FIGURA 5 – ESQUEMA DO FUNCIONAMENTO DA REDE DE ARRASTO NO
SEDIMENTO..................................................................................... 15
FIGURA 6 – PROCEDIMENTO DE TRIAGEM A BORDO:................................. 16
FIGURA 7 – ETAPAS E PROCESSAMENTO DO MATERIAL BIOLÓGICO EM
LABORATÓRIO................................................................................ 17
FIGURA 8 – MEDIDAS TOMADAS DOS INDIVÍDUOS DE X. kroyeri............... 18
FIGURA 9 – ASPECTO MACROSCÓPICO DOS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO
DE FÊMEAS DE X. kroyeri ............................................................... 19
FIGURA 10 – DESENVOLVIMENTO DO PESTASMA......................................... 19
FIGURA 11 – PRECIPITAÇÃO TOTAL POR MÊS. AGO 04 – JUL 05................. 22
FIGURA 12 – DISTRIBUIÇÃO MENSAL DAS MÉDIAS DA SALINIDADE DE
SUPERFÍCIE E FUNDO NA PLATAFORMA RASA DO PARANÁ.
AGO 2004 – JUL 2005...................................................................... 22
FIGURA 13 – DISTRIBUIÇÃO MENSAL DAS MÉDIAS DA TEMPERATURA DE
SUPERFÍCIE E FUNDO NA PLATAFORMA RASA DO PARANÁ.
AGO 2004 – JUL 2005......................................................................
23
FIGURA 14 – DISTRIBUIÇÃO MENSAL DA TRANSPARÊNCIA MÉDIA DA ÁGUA
NA PLATAFORMA RASA DO PARANÁ AGO 2004 – JUL 2005...... 23
FIGURA 15 – DISTRIBUIÇÃO LATITUDINAL E BATIMÉTRICA DAS SALINIDADES
MÉDIAS DE SUPERFÍCIE E FUNDO NA PLATAFORMA RASA DO
PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005..................................................... 24
xiv
FIGURA 16 – DISTRIBUIÇÃO LATITUDINAL E BATIMÉTRICA DAS
TEMPERATURAS MÉDIAS DE SUPERFÍCIE E FUNDO NA
PLATAFORMA RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005........... 24
FIGURA 17 – DISTRIBUIÇÃO LATITUDINAL DA TRASPARÊNCIA MÉDIA DA
ÁGUA NA PLATAFORMA RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL
2005.................................................................................................. 25
FIGURA 18 – CORRELAÇÃO LINEAR ENTRE AS MEDIDAS DE COMPRIMENTO
TOTAL (CT) E DE CARAPAÇA-ROSTRO (CR) COM A CARAPAÇA -
ÓRBITA (CO) DE FÊMEAS E MACHOS DE X. kroyeri.................... 27
FIGURA 19 – DISTRIBUIÇÃO MENSAL DAS FREQÜÊNCIAS RELATIVAS POR
CLASSES DE TAMANHO DE X. kroyeri. AGO 2004 – JUL 2005 .... 28
FIGURA 20 – DISTRIBUIÇÃO LATITUDINAL E BATIMÉTRICA DAS FREQÜÊNCIAS
RELATIVAS DAS CLASSES DE TAMANHO DE X. kroyeri. AGO 2004
– JUL 2005........................................................................................ 29
FIGURA 21 – VARIAÇÃO MENSAL DO PESO MÉDIO DE Xiphopenaeus kroyeri NO
LITORAL DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005. .............................. 30
FIGURA 22 – VARIAÇÃO LATITUDINAL E BATIMÉTRICA DO PESO MÉDIO DE
Xiphopenaeus kroyeri NO LITORAL DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL
2005.................................................................................................. 30
FIGURA 23 – DISTRIBUIÇÕES MENSAIS DAS FREQÜÊNCIAS RELATIVAS DE
MACHOS E DE FÊMEAS NA REGIÃO ESTUDADA........................ 31
FIGURA 24 – FREQÜÊNCIAS RELATIVAS MENSAIS DOS ESTÁDIOS DE
DESENVOLVIMENTO GONADAL DE FÊMEAS DE X. kroyeri........
32
FIGURA 25 – FREQÜÊNCIAS RELATIVAS MENSAIS DOS ESTÁDIOS DE
DESENVOLVIMENTO DOS PETASMAS DE MACHOS DE X. kroyeri32
FIGURA 26 – RENDIMENTO MENSAL EM kg/h DE ESFORÇO DE PESCA, AGO
2004 – JUL 2005............................................................................... 33
FIGURA 27 – RENDIMENTO MÉDIO POR TRANSECTO E PROFUNDIDADE EM
kg/h DE ESFORÇO DE PESCA. AGO 2004 – JUL 2005. ................ 34
FIGURA 28 – RENDIMENTOS EM kg/h DE ESFORÇO DE PESCA EM CADA
TRANSECTO. AGO 2004 – JUL 2005. COLUNA 1 = RENDIMENTO
MÉDIO. COLUNA 2 = RENDIMENTO ABSOLUTO POR
PROFUNDIDADE .............................................................................
35
xv
FIGURA 29 – CORRENTES DE RETORNO ATUANDO NO ARCO PRAIAL ENTRE
MATINHOS E PONTAL DO SUL DETECTADAS POR IMAGEM
LANDSAT-7 (BANDA 3).................................................................... 43
FIGURA 30 – FRENTE DE SUPERFÍCIE DETECTADA POR IMAGEM LANDSAT-7
(BANDA 3) NA PARTE NORTE DA DESEMBOCADURA DO
ESTUÁRIO DE PARANAGUÁ. ......................................................... 44
FIGURA 31 – FRENTE DE SUPERFÍCIE (PLUMA ESTUARINA) PROJETANDO-SE
EM FRENTE À ILHA DO MEL (TRANSECTO C). DETECTADA POR
IMAGEM LANDSAT-7 (BANDA 1, 2 E 3).......................................... 45
FIGURA 32 – INDICADORES POPULACIONAIS DO CICLO REPRODUTIVO DE
Xiphopenaeus kroyeri. AGO 2004 – JUL 2005 ................................. 49
xvi
RESUMO
Este trabalho descreve a estrutura populacional, os padrões distribucionais, o
rendimento, recrutamento e períodos de reprodução do camarão sete-barbas
(Xiphopenaeus kroyeri), assim como as suas relações com os parâmetros
ambientais da plataforma continental rasa (<15 m) do litoral do Paraná. Entre agosto
de 2004 e julho de 2005 foram realizadas séries mensais de cruzeiros, em quatro
profundidades e cinco transectos pré-determinados, cobrindo 900 km
2
da plataforma
– entre o estuário de Guaratuba e a foz do Rio Ararapira. No total foram realizados
240 arrastos experimentais (20 por mês) de 15’ de duração, utilizando-se
embarcações do tipo “bote tangoneiro”, com arrasto de portas duplo. A temperatura
da água foi homogênea entre os pontos estudados e as diferenças latitudinais ou
batimétricas da salinidade e transparência foram regidas pela precipitação mensal.
Foram capturados 793,12 kg e 318.699 indivíduos de camarão sete-barbas. O
outono (época do defeso durante este estudo) foi a estação com as maiores
capturas e o inverno, a menor. Os rendimentos correlacionaram-se negativamente
com a transparência da água. Os maiores ocorreram usualmente nas regiões mais
rasas da plataforma, particularmente em frente às Ilhas do Mel e de Superagüí, na
região central e norte respectivamente. As capturas foram praticamente nulas nas
maiores profundidades da região sul e nas menores elas foram inferiores à região
centro-norte. O comprimento total das fêmeas variou entre 40 e 141 mm e dos
machos entre 42 e 129 mm. Evidenciaram-se projeções modais e coortes de
crescimento diferenciado entre agosto e dezembro e entre janeiro e maio. Os juvenis
estiveram presentes ao longo de todo o ano, sendo dezembro e maio os principais
momentos de recrutamento da espécie. As menores classes de tamanho ocorreram
nas regiões mais rasas ao norte e as maiores nas mais profundas ao sul. Ao longo
de todo o ano ocorreram fêmeas e machos em vários estádios de maturação sexual,
mas destacam-se dois períodos com alta freqüência de fêmeas maduras e
desovadas; um mais intenso entre setembro e dezembro e outro em abril e maio,
considerados os momentos de reprodução mais intensa da espécie. A proporção
sexual foi de 1:1 nos meses associados à reprodução. A distribuição sete-barbas
relaciona-se principalmente às migrações de seu ciclo reprodutivo e às grandes
densidades observadas junto às plumas estuarinas. As evidências indicam que, no
Paraná, a população de X. kroyeri é estratificada verticalmente, sendo as regiões
mais rasas, próximas à desembocadura de estuários, hábitats preferenciais de
crescimento e, que as áreas mais profundas, com maior transparência e salinidade,
são os locais preferidos para a maturação sexual e desova.
Palavras-chave: camarão sete-barbas; Xiphopenaeus kroyeri; ecologia; biologia
pesqueira; distribuição; dinâmica populacional; Paraná.
xvii
ABSTRACT
This manuscript describes populational structure, distributional patterns, yield-catch,
recruitment and reproduction periods of the seabob shrimp (Xiphopenaeus kroyeri)
on shallow continental shelf (<15m) of Paraná State – southern Brazil, in relation to
environmental parameters. Sampling took place between August 2004 and July 2005
on a monthly basis. Four depths in five pre-determined transects, covering 900 km
2
from Guaratuba Bay to Ararapira River inlet, were sampled for shrimp catch,
temperature, salinity and water transparency. A total of 240 (20 per month)
experimental trawling operations, with 15’ duration, were performed throughout the
study period, using “botes tangoneiros” with double rings system. Water temperature
was homogeneous among transects and latitudinal or bathymetrical differences in
salinity and transparency were associated with the precipitation regime. Total catches
were around 793 Kg and 318.699 individuals. Autumn catches (the season in which
fishing is prohibited) were greatest and winter catches were lowest. Yields were
correlated negatively with water transparency. High catches were usually found in
shallower shelf regions, particularly off Mel and Superagüí Islands located in the
central and north regions, respectively. Shrimp catches were low in shallow and
practically null on deep areas of the southernmost sections off Paraná shelf. Females
lengths varied between 40 and 141 mm and males lengths varied between 42 and
129 mm. Modal projections and distinct growing cohorts were detected from August
to December 2004 and from January to May 2005. Juveniles occurred throughout the
year, but were more abundant in December and May. Smaller size classes were
more frequent in northern shallower regions whereas greatest size classes were
observed in the deeper zones of the southern section. Females and males were
found in various maturation stages. However, greatest numbers of mature and
spawning females were found from September to December 2004 and from April to
May 2005. These were periods of high reproduction effort within the population. Sex
ratio were 1:1 during reproduction periods. The distribution of X. kroyeri is jointly
related to the intense migration within the reproductive cycle and highest densities
observed inside or near estuarine plumes. The results suggest (i) the Paraná shrimp
populations are vertically stratified, (ii) the shallow estuarine inlets may be the
preferential feeding grounds for the species and (iii) deeper areas, with more
transparent and saline waters, may be the preferred sites for sexual maturation and
spawning grounds.
Key-words: seabob shrimp; Xiphopenaeus kroyeri; ecology; fishery biology;
population dynamics; southern Brazil.
1
1 INTRODUÇÃO
O Xiphopenaeus kroyeri é um importante recurso pesqueiro marinho de
águas rasas. Ele ocorre em toda a costa do Atlântico Ocidental, do estado da
Virgínia (USA) até o Estado do Rio Grande do Sul (BR), e no Pacífico Oriental, da
costa de Sinaloa (México) até Paita (Peru), sendo que as suas maiores abundâncias
são relatadas nas profundidades mais rasas (<30m) com fundo de areia e lama
(IWAI, 1973a; PÉREZ FARFANTE, 1978; HOLTHUIS, 1980; D’INCAO, 1995;
COSTA, 2003).
Esta espécie foi descrita pela primeira vez por Heller em 1862, citado por
BOSCHI (1963), com a denominação de Peneus kroyeri; em 1943 Burkenrdad
propôs a modificação do nome genérico para Xiphopenaeus, passando a espécie a
se chamar Xiphopenaeus kroyeri. Este camarão pertence à Subordem DECAPODA,
Infraordem PENAEIDEA, Superfamília PEANEOIDEA, Família PENAEIDAE e
Gênero Xiphopenaeus, no qual só se conhece uma outra espécie, o X. riveti,
segundo a classificação adotada por HOLTHUIS (1980). O X. kroyeri recebe várias
denominações vernáculas. Nos Estados unidos é chamado de “seabob shrimp”, na
Venezuela de “camarón blanco”, na Guyana Francesa de “coarse shrimp e large
prawn”, no Suriname de “Redi Sara-Sara e Bigi Sara-Sara”, no norte do Brasil de
“camarão chifrudo” e no resto do país de “camarão sete-barbas” (HOLTHUIS, op.
cit.). O sete-barbas distingue-se de outros peneídeos pelo maior comprimento e
forma de flagelo do 4º e 5º pereiópodos; pelos espinhos na margem posterior do
tergo do 4º, 5º e 6º pleons; e pelo rostro fino, alongado, encurvado para cima e com
cinco dentes desiguais na região dorsal (MOTTA-AMADO, 1978; COSTA et al,
2003).
Todos os membros da família Penaeidae possuem, na seqüência de seu
desenvolvimento ontogenético, uma fase larval planctônica, com vários estádios de
náuplius, protozoeas, misis e pós-larvas, e uma fase juvenil e adulta (DALL et al,
1990). Este autor sugere quatro tipos de ciclo de vida básicos para os camarões
peneídeos, sendo:
I
I
I
n
n
n
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t
t
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d
d
u
u
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ã
ã
o
o
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2
a) Tipo 1 – todos os estádios de desenvolvimento, incluindo a desova,
ocorrem dentro de estuários;
b) Tipo 2 – pós-larvas e juvenis dependem de estuários ou de ambientes
semelhantes para o crescimento, com a desova na região offshore e
posterior migração das larvas para os estuários (migração inshore-
offshore);
c) Tipo 3 – pós-larvas e juvenis preferem hábitats freqüentemente
protegidos das regiões inshore, com desova nas regiões offshore e
posterior migração das larvas para os ambientes mais rasos (migração
inshore-offshore);
d) Tipo 4 – todos os estádios de desenvolvimento, incluindo a desova,
ocorrem na região offshore.
DALL et al (op. cit.), afirmou que o X. kroyeri possui o ciclo de vida do tipo 2.
No entanto, VALENTINI et al (1991), CORTÉS & NEWMARK (1992) e RODRIGUES
et al (1993), indicam que o camarão sete-barbas não ocorre em estuários e nem
depende deles para o desenvolvimento dos juvenis ou para qualquer estádio de sua
reprodução. RODRIGUES et al (op. cit.) e CASTRO et al (2005) demonstraram que
a espécie é estratificada verticalmente, com áreas de maturação e desova em águas
mais profundas e o crescimento nos ambientes mais rasos (<10 m) de regiões
inshore. Desta forma, CASTRO et al (op. cit.), sugerem que o ciclo tipo 3 (DALL et
al, op. cit.) é o mais adequado para explicar a história de vida do camarão sete-
barbas.
Em geral os camarões peneídeos apresentam tendências de crescimento
alométrico diferenciando entre os sexos, com constantes de crescimento (K) mais
elevadas nos machos e comprimentos assintóticos maiores nas fêmeas (Garcia e Le
Reste, 1981; apud BRANCO, 2005). O crescimento do X. kroyeri varia na literatura
consultada e pode ser devido às condições ambientais de diferentes períodos ou
locais de estudo (MOTA-AMADO, 1978). O tamanho médio da primeira maturação
das fêmeas é de 9,5 cm (~18 meses de vida – no Paraná) (MOTA-AMADO, op. cit.)
e 7.9 cm (~7 meses de vida – em Santa Catarina) (BRANCO, 2005). O comprimento
médio máximo apresenta diferenças ainda mais discrepantes, sendo atingido em
torno de 30 meses – no Paraná (BRANCO, 1994) ou 17 meses – em Santa Catarina
I
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3
(BRANCO, 2005). Os comprimentos totais mínimos e máximos de fêmeas e machos
variam, respectivamente, entre 12,7 e 140 mm e 14,3 e 118,3 mm (MOTTA-AMADO,
op. cit.; HOLTHUIS, 1980; CORTÉS, 1991; RODRIGUES et al, 1993; NAKAGAKI &
FRANSOZO, 1998; BRANCO et al, 1999), sendo que BRANCO (2005) encontrou
fêmeas e machos com até 160 e 140 mm de comprimento total, respectivamente.
A maturação e os períodos reprodutivos das fêmeas do sete-barbas foram
descritos por MOTA-MADO (1978) e BRANCO (2005) com base em índices gonado-
somáticos, mas, em geral, ela é determinada com base em observações
macroscópicas da morfologia e da coloração da gônada através do exoesqueleto; e
varia de autor para autor. VIEIRA (1947) indicou três graus de maturação, sendo o
grau I imaturo, o grau II pouco maduro e o grau III maduro. MOTA ALVES (1975)
sugeriu quatro estádios de maturação: imaturo, em início de maturação, em
maturação avançada e desovada. MOTTA-AMADO (1978), com critérios diferentes
deste último autor, também utiliza quatro classes de maturação: imaturo, em
maturação, maduro e desovado. HUI-CHEN KAO et al (1999), utilizando como
exemplo um camarão de profundidade, descreveu quatro tipos de estádio de
maturação. KING (1948) apud RODRIGUES et al (1993) utilizou quatro classes de
maturação, semelhantes aos sugeridos por MOTTA-AMADO (1978).
A reprodução ocorre ao longo e todo o ano, mas a principal época vai do
final da primavera ao início do verão, com picos de fêmeas desovadas em
dezembro, e é seguida por um período secundário no outono, sobretudo no mês de
maio (MOTTA-AMADO, 1978; CORTÉS, 1991; RODRIGUES et al, 1993; NAKAGAKI
& NEGREIROS-FRANSOZO, 1998; CASTRO et al, 2005; BRANCO, 2005). O
recrutamento é contínuo ao longo de todo o ano, com picos de juvenis em dezembro
e janeiro, decorrentes da desova entre outubro e dezembro (MOTA-AMADO, op. cit.;
NAKAGAKI & NEGREIROS-FRANSOZO, op. cit.; BRANCO et al, 1999; CASTRO et
al, op. cit.).
A distribuição temporal e espacial dos camarões depende de vários fatores
ambientais como a disponibilidade de alimento, o tipo de sedimento, a salinidade, a
profundidade e a temperatura (BOSCHI, 1963) e comportamentos como as
migrações dentro do ciclo biológico da espécie podem influenciar na sua distribuição
espaço-temporal (DALL et al, 1990). Os hábitats preferenciais de juvenis de
peneídeos estão ligados principalmente aos sedimentos ricos em algas, pequenos
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crustáceos, foraminíferos, poliquetas, moluscos e fragmentos vegetais (DALL et al,
op. cit.; MANTELATTO & FRANSOZO, 1999; BRANCO, 2005), associados à
desembocadura de rios e estuários.
A maioria dos trabalhos sobre a espécie foram feitos nos estados nordeste
(MOTA-ALVES & RODRIGUES, 1977; COELHO & SANTOS, 1993; SANTOS &
COELHO, 1996, 1998; SANTOS & IVO, 2000; SANTOS et al, 2001), em São Paulo
(VIEIRA, 1947; NEIVA & WISE, 1967; SANTOS et al, 1969; IWAI, 1973a,b;
SEVERINO-RODRIGUES et al, 1993; NAKAGAKI & NEGREIROS-FRANSOZO,
1998; FRANSOZO et al, 2000, CASTRO et al, 2005), no Paraná (MOTA-AMADO,
1978; BRANCO et al, 1994; ENNES, 2000) e em Santa Catarina (TREMEL, 1968;
NASCIMENTO & POLI, 1986; BRANCO et al, 1999; BRANCO, 2005), refletindo a
grande demanda pelo recurso nestas regiões, sobretudo nos litorais sul e sudeste do
Brasil, onde esta espécie responde por 48 % de toda produção pesqueira (PAIVA,
1997). O litoral paranaense possui a menor produção de pescados entre todos os
estados destas regiões, com desembarques oscilado entre 500 e 2.500 toneladas
nos últimos 25 anos. Entretanto, neste estado o camarão sete-barbas é o principal
recurso pesqueiro, respondendo por cerca de 70 % do total de pescados
desembarcados (PAIVA, op. cit.; NATIVIDADE et al, 2004).
A captura do camarão sete-barbas no litoral do estado do Paraná é feita pela
frota chamada de “arrasteira”, que envolve diversos tipos de embarcações
motorizadas de pequeno e médio porte atuando na plataforma continental rasa
(ANDRIGUETTO, 2002), onde se destaca a presença intermitente de embarcações
de grande porte provenientes de outros estados (ANDRIGUETTO et al, no prelo).
Esta atividade aumenta a mortalidade dos indivíduos adultos (ROTHLISBERG et al,
1985; SOMERS, 1987) e é contínua ao longo de todo o ano, sofrendo uma
interrupção apenas durante o defeso, o período em que a pesca de arrasto está
oficialmente fechada (portaria MMA nº 74, de 13 de fevereiro de 2001 (BRASIL,
2001) e instrução normativa IBAMA nº 91 de 06 de fevereiro de 2006 (BRASIL,
2006a). O período de defeso foi criado para proteger o recrutamento do camarão
rosa (Farfantepenaeus brasiliensis e F paulensis) nas regiões sul e sudeste e foi
implantado pela primeira vez em 1984. Até 2005 o defeso proibia a atividade de
arrasto entre 01 de março e 31 de maio, o que, por sua vez, impossibilitava a
captura de outras espécies de interesse econômico, como o camarão sete-barbas
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(Xiphopenaeus kroyeri), o camarão branco (Litopenaeus schimitti), o camarão
santana (Pleoticus muelleri) e o camarão barba ruça (Artemesia longinaris) (BRASIL,
2001). A partir de 2006 a Instrução Normativa IBAMA nº 91 de 06 de fevereiro de
2006 (BRASIL, 2006a) criou um período específico para a proteção do camarão
sete-barbas entre 01 de outubro e 31 de dezembro.
A grande exploração do camarão sete-barbas, sobretudo nas regiões
sudeste e sul do Brasil, tem chamado à atenção da comunidade científica e dos
órgãos de gestão, não só pela sobreexplotação dos estoques como pelos impactos
generalizados que a atividade acarreta no ecossistema costeiro. Esta preocupação
concretizou-se com a inclusão desta espécie junto às estudadas pelo Grupo
Permanente de Estudos Sobre os Camarões nas Regiões Sudeste e Sul do Brasil,
instituído inicialmente em 1974 para estudar o camarão rosa (VALENTINI et al,
1991). De fato, o acompanhamento das pescarias do camarão sete-barbas entre
1972 e 1987 e entre 1990 e 1999 mostrou um decréscimo de 47,5% no rendimento
máximo sustentável e de 39,3% na CPUE, do primeiro para o segundo período,
indicando um esforço pesqueiro acima dos recomendados pelo modelo de produção
geral (D’INCAO et al, 2002).
Como a principal parcela dos desembarques das regiões sul e sudeste é
composta por camarão sete-barbas (SILVA & NAKAMURA, 1975; PAIVA, 1997;
D’INCAO et al, 2002; NATIVIDADE et al, 2004), em termos da sustentabilidade do
estoque, além do período de específico de defeso para esta espécie configura-se a
necessidade de outras medidas de ordenamento da pescaria (D’INCAO et al, 2002).
A descrição da estrutura populacional e da distribuição do camarão sete-barbas,
associadas aos locais de recrutamento, crescimento e desova, podem subsidiar, por
exemplo, a criação de áreas marinhas protegidas (MPAs) (FAO, 2005; BRASIL,
2006b) ou o manejo voltado ao ecossistema (FAO, 2003; CADDY & DEFEO, 2003).
Desta forma, este projeto visa descrever a estrutura populacional e a
distribuição do camarão sete-barbas, e identificar os principais períodos de
reprodução e recrutamento da espécie, como forma de subsídio ao seu manejo
integrado.
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1.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO
A plataforma costeira do litoral do Paraná localiza-se entre as latitudes 25º e
26º S e longitudes 48º e 49º. A planície costeira adjacente é constituída pelos
municípios de Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Pontal do
Paraná e Paranaguá e situa-se entre a Serra do Mar e o Oceano Atlântico. Com
cerca de 107 km de extensão ela tem limite ao norte na foz do Rio Ararapira e ao sul
na foz do Rio Saí-Guaçú (MAAK, 1968; BIGARELLA et al, 1978; SOARES et al,
1998; MIHÁLY & ANGULO, 2002).
O litoral paranaense está localizado no setor sudeste da costa brasileira,
entre Cabo Frio (ES) e o Cabo de Santa Marta (SC), caracterizado pela marcante
presença da Serra do Mar. Em linhas gerais, as praias do Paraná se estendem ao
longo de todo o litoral de mar aberto, por cerca de 90 km, e formam longos arcos de
praia e largas planícies costeiras decorrentes da interiorização da Serra do Mar
(SUGUIO & TESSLER,1984; SOARES et al, 1998; PRONABIO/MMA, 1999) (fig. 1).
FIGURA 1 – LITORAL DO ESTADO DO PARANÁ
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Este é um ambiente chamado de sistema costeiro, onde ocorrem influências
do ambiente marinho sobre o terrestre e vice-versa, com interações dinâmicas entre
a água doce, a água marinha, o ambiente terrestre e a atmosfera (CARTER, 1988).
Inseridos nos sistemas costeiros destacam-se os sistemas estuarinos da Baía de
Guaratuba, Baía de Paranaguá e Baía dos Pinheiros (ANGULO, 1992), dos quais
fazem parte extensas áreas cobertas por manguezais – as planícies de maré,
situadas na região entremarés – que ocupam uma extensão de aproximadamente
310 km
2
(PRONABIO/MMA, 1999) e que são compostas por sedimentos da barreira
regressiva Holocênica ANGULO (op. cit.).
Os sistemas estuarinos são formados por três zonas de interação dinâmica,
sendo: a) a zona de maré do rio, correspondente a parte fluvial com salinidade
próxima a zero, mas ainda sujeita à influência da maré; b) a zona de mistura ou zona
estuarina, onde ocorre a mistura da água doce da drenagem continental com a água
do mar; e c) a zona costeira, que corresponde à região costeira adjacente
(KJERFVE, 1990). Entre estas zonas existe um balanço de sedimentos
inconsolidados, causando processos de acumulação ou remoção. A dispersão dos
sedimentos dos rios em direção ao mar envolve quatro estádios, com a dispersão e
desaceleração inicial de sedimentos fluviais carreados em direção ao mar através de
plumas (estádio I), a deposição inicial das plumas (estádio II), a ressuspensão e
transporte por forçantes oceanográficas como correntes e ondas (estádio III) e, por
fim, a sua acumulação de longo prazo (estádio IV) (WRIGHT, 1995).
Os estuários apresentam livre troca de água com a plataforma continental
adjacente, resultando em vários processos de mistura entre as águas estuarinas e
as águas costeiras (NOERNBERG, 2001), sendo as plumas estuarinas a maior fonte
de interação entre o estuário e a plataforma continental (WISEMAN, 1986). As
plumas são formadas quando as águas menos salinas e mais leves deixam o
confinamento dos estuários e dispersam-se sobre as águas mais salinas e densas
da plataforma (WISEMAN, op. cit.). As bordas da pluma são chamadas de frentes e
constituem-se de regiões de intensa mistura e transferência horizontal e vertical de
várias propriedades físicas e químicas (SIMPSON e JAMES, 1986; et al
NOERNBERG, 2001). As frentes são caracterizadas por apresentarem elevada
produtividade biológica e capacidade de concentrarem poluentes (KRAUSE, et al,
1986; et al NOERNBERG, 2001). A plataforma do litoral paranaense é extensa, com
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o talude continental situando-se a cerca de 200 km da linha de costa (MATSURA,
1986; ANGULO, 1992), e em até 25 km das regiões mais rasas ela sofre influências
da pluma estuarina proveniente do estuário de Paranaguá, sendo este o principal
fornecedor de nutrientes, poluentes e sedimentos para a região (NOERNBERG,
2001).
A plataforma é coberta em sua maior parte por areias, lamas e argilas, de
origem continental e fluvial (MATSURA, 1986; ANGULO, 1992). Nas áreas mais
rasas – onde este estudo foi desenvolvido – os depósitos de sedimentos finos são
oriundos dos estuários da Baía de Guaratuba, Baía de Paranaguá e da Foz do Rio
Ararapira (NOERNBERG, 2001; MIHÁLY & ANGULO, 2002). Entre os estuários de
Paranaguá e de Guaratuba, região sul da área de estudo, os sedimentos são
predominantemente de areias finas (VEIGA et al, 2004). Nesta zona há corpos de
areias médias a grossas entre os 10 m e 15 m de profundidade e entre os 5 m e 10
m de profundidade – em uma faixa que pode ultrapassar 2 km de largura – há uma
faixa de areia muito fina com teores de finos (silte + argila) entre 10 e 40%, com
restos vegetais, carapaças de foraminíferos e fragmentos de conchas e de mica
(VEIGA, op. cit.). As ilhas gnaisse-graníticas que se elevam na plataforma, tais como
a Ilha dos Currais e do Itacolomis, próximas a isóbata de 15 m, são partes do
complexo cristalino que forma a base da plataforma continental (MAACK, 1968). Na
região norte da área de estudo não há trabalhos que descrevam os sedimentos.
Na estrutura oceanográfica, até cerca de 100m de profundidade,
predominam a água costeira e da plataforma, com influências da penetração da
Água Central do Atlântico Sul (ACAS) sob elas no final da primavera e no início do
verão (MATSUURA, 1986). Nas regiões mais rasas (<15 m de profundidade) a
transparência da água varia entre 1,6 m e 16,6 m e usualmente aumenta na medida
em que se afasta da costa. A temperatura varia entre 21º C no inverno e 29º C no
verão, com padrões sazonais bem definidos de aquecimento e estratificação vertical
de novembro a março e de resfriamento e mistura vertical entre junho e outubro. A
salinidade varia entre 28 e 37 ppm, com os valores mínimos nos extratos mais
superficiais da coluna da água durante o verão (BRANDINI et al, no prelo). A
distribuição de nutrientes indica que as concentrações de nitratos e nitritos
aumentam com a profundidade e que as concentrações de fosfato e silicato são
distribuídas homogeneamente na coluna da água (BRANDINI, op. cit.).
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1.2 CLIMA
O clima da região litorânea (até 700m de altitude) é classificado, de acordo
com Köeppen, como Cfa, ou seja, como clima pluvial temperado, sempre úmido,
com chuvas todos os meses do ano e temperatura média do mês mais quente maior
que 22º C e do mês mais frio oscilando entre -3
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C e 18
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C (BIGARELLA et al, 1978;
IPARDES, 1990). As estações mais chuvosas são o verão e o outono e a estação
menos chuvosa é o inverno, sendo a pluviosidade média anual de 2500 mm, com
máximos de até 5300 mm, com a umidade relativa do ar em torno de 85% (LANA et
al, 2000). O regime dos ventos na região sul do país é controlado pela influência do
movimento sazonal do Anticiclone Tropical do Atlântico Sul, chamado de Alta do
Atlântico Sul, e pela passagem de sistemas frontais, chamados também de frentes
polares (GODOY; CORRÊA & BERNARDES, 1978). Os ventos predominantes são
dos setores E-NE, E, E-S-SE e SE, com intensidade média de 4m/s. O sistema de
brisa na região é bastante relevante, sendo detectadas amplitudes de até 2 m/s nos
meses de novembro a março (CAMARGO E MARONE, 1995; CAMARGO, MARONE
e SILVA DIAS, 1996).
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2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Descrever o padrão de distribuição e a estrutura populacional do
camarão sete-barbas na plataforma continental rasa (<15 m) do
estado do Paraná.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Determinar o rendimento em kg/h e os padrões de abundância na
plataforma rasa do Estado do Paraná.
Relacionar os padrões distribucionais com os parâmetros ambientais
de salinidade, temperatura, transparência da água e intensidade do
vento.
Caracterizar mensal e espacialmente a estrutura populacional do
camarão sete-barbas.
Descrever o ciclo de maturação sexual do camarão sete-barbas, com
base em observações macroscópicas.
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3 METODOLOGIA
3.1 DELINEAMENTO DA AMOSTRA
O desenvolvimento deste trabalho foi amparado por licença de coletas de
material biológico emitida pelo IBAMA/DIFAP (nº. 02017.001136/2004-15 – apêndice
I), segundo a portaria nº 332, de 13 de março de 1990 (BRASIL, 1990) e instrução
normativa nº 4 de 24 de março de 2005 (BRASIL, 2005); inclusive durante o defeso,
período em que a captura de X. kroyeri pela pesca de arrasto motorizado está
oficialmente proibida, segundo a portaria MMA nº 74, de 13 de fevereiro de 2001
(BRASIL, 2001) e instrução normativa IBAMA nº 91 de 06 de fevereiro de 2006
(BRASIL, 2006a).
As amostras foram obtidas da zona de arrebentação até a profundidade de
15 m, área de distribuição batimétrica de Xiphopenaeus kroyeri relatada pelos
pescadores e corroborada pela literatura (IWAI, 1973a,b; MOTA-AMADO, 1978;
SEVERINO RODRIGUES et al, 1992; CORTÉS E NEWMARK, 1992; BRANCO et al,
1994; NAKAGAKI et al, 1995; D’INCAO, 1995; SANTOS & COELHO, 1998; ENNES,
1999; BRANCO et al, 1999; BRANCO & MORTIZ, 2001; SANTOS et al, 2001;
BRANCO & FRACASSO, 2004).
Entre agosto de 2004 e julho de 2005 foram feitos arrastos experimentais de
15’ de duração, ao longo da plataforma continental rasa paranaense, sempre na
segunda quinzena de cada mês. As capturas ocorreram em 20 áreas de coleta fixas,
distribuídas em quatro profundidades (6, 9, 12 e 15 m) e em cinco transectos (A, B,
C, D e E) distanciados um do outro em 15 km. Este grid amostral cobriu cerca de
900 km
2
da plataforma paranaense e totalizou 240 lances ao longo do período
(mapa 1). Durante o planejamento amostral estavam previstos arrastos na
profundidade de 3 m, não realizados devido a grande turbulência e às dificuldades
de navegação nesta faixa. Assim, o limite inferior de profundidade das capturas
corresponde ao limite de operação da embarcação, definido pela zona de
arrebentação.
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MAPA 1 – LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE COLETA NA PLATAFORMA CONTINENTAL RASA DO
PARANÁ. AS CIRCUNFERÊNCIAS REPRESENTAM AS PROFUNDIDADES (6m, 9m, 12m e 15m),
AS LETRAS REPRESENTAM OS CINCO TRANSECTOS (A, B, C, D e E) E AS CRUZES
REPRESENTAM A POSIÇÃO INICIAL EXATA DOS 240 ARRASTOS EXPERIMENTAIS. AGO 2004 –
JUL 2005.
3.1.1 Embarcação, equipamentos de captura e navegação
O deslocamento aos locais de coleta e as capturas foram realizadas com
embarcações de tábua fretadas, do tipo “bote” tangoneiro, dotadas de cabine ou
“casario”, comuns na frota artesanal paranaense (Andriguetto et al., 2006). Cinco
embarcações foram utilizadas durante o projeto, com comprimentos entre 9 e 12 m.
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Todas operavam simultaneamente com duas redes de arrasto de fundo com portas
retangulares de madeira vazada, guincho e motor de 45 Hp (fig. 2).
FIGURA 2 – EMBARCAÇÃO DE TÁBUA DO TIPO BOTE UTILIZADA PARA AS COLETAS.
As duas redes utilizadas são comuns na pesca local do camarão sete-
barbas, denominadas “redes de manga-seca”. Cada uma possuía 12 m de
comprimento, 7 m de abertura entre as mangas e 1,6 m de “boca”, com malhas de
24 mm na manga e 20 mm no ensacador, medidas entre nós opostos e malha
esticada (fig. 3).
FIGURA 3 – ESQUEMA E MEDIDAS DA REDE DE ARRASTO DO TIPO “MANGA-SECA”,
UTILIZADA PARA A CAPTURA DE FAUNA BENTO-DEMERSAL.
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As portas utilizadas (duas para cada rede) foram retângulos de madeira
vazados com 100 cm x 60 cm e 27 kg (fig. 4). A fim de padronizar as capturas, foram
adquiridos dois equipamentos completos de arrasto novos que foram utilizados ao
longo de todo o projeto. Entretanto, devido a problemas logísticos, no mês de janeiro
utilizaram-se redes dirigidas para a captura de camarão branco (“redes de manga
redonda”), com estrutura diferente das redes padrão. Este problema não causou
alterações significativas nas descrições da estrutura populacional do camarão sete-
barbas, mas podem ter interferido no rendimento das capturas. Portanto, no que se
refere ao rendimento, os dados de janeiro devem ser vistos com ressalvas.
FIGURA 4 – PORTA DE MADEIRA COM BASE DE FERRO UTILIZADA PARA MANTER A REDE
ABERTA DURANTE O ARRASTO.
Os arrastos foram diurnos e os horários similares em cada transecto ao
longo dos meses, ocorrendo entre as 8 h e às 16 h. A navegação aos pontos de
coleta foi orientada com um Global Position System (GPS) modelo Etrex - Garmin e
as profundidades foram determinadas e mantidas com a utilização de um
ecobatímetro Fishfinder Hummingbird modelo 150x.
Todas as saídas foram acompanhadas de uma planilha de campo para
registro de data, nome dos coletores/tripulantes, dia de trabalho, pontos de coleta,
campos para coordenadas geográficas, horários das coletas, transparência da água,
profundidades, direção do vento, condições do mar e observações (apêndice 2).
3.1.2 Coleta dos parâmetros abióticos
Antes do início de cada arrasto, foram coletados dados de temperatura,
salinidade e transparência da água, utilizando-se um STD (Salinity Temperature
Density) modelo MINI SD-204 e um disco de Secchi. Os dados de salinidade
referentes a agosto não foram utilizados devido a uma anomalia do aparelho. Os
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dados de pluviosidade e direção e intensidade do vento, foram obtidos a partir da
estação meteorológica do Centro de Estudos do Mar da UFPR (estação
meteorológica Pontal do Sul-1007), próxima à desembocadura da Baía de
Paranaguá; cedidos gentilmente pelo Laboratório de Física Marinha.
3.1.3 Procedimento de captura do material biológico
O procedimento de captura foi essencialmente o mesmo normalmente
utilizado pela pesca comercial, e foi conduzido sempre pelo mesmo pescador
profissional. As redes de arrasto eram lançadas imediatamente após a tomada dos
parâmetros abióticos (fig. 5). Somente no momento em que a rede tocava o fundo
(quando o guincho era travado, a critério do pescador) é que se iniciava a contagem
do tempo e obtia-se através do GPS as coordenadas geográficas do início do
arrasto. Após 15 minutos de arrasto e no início do içamento das redes, as
coordenadas geográficas do final do arrasto eram lidas no GPS.
Todos os arrastos foram feitos com velocidade constante de 3,5 km/h,
controlada em tempo real com o auxílio do GPS. Essa providência, mais a
padronização dos equipamentos e procedimentos de pesca, descritos anteriormente,
garantiram a uniformidade da metodologia de amostragem, a despeito do uso de
diferentes embarcações.
FIGURA 5 – ESQUEMA DO FUNCIONAMENTO DA REDE DE ARRASTO NO SEDIMENTO.
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3.1.4 Separação e acondicionamento do material biológico
Assim que a captura era despejada na popa da embarcação iniciava-se a
triagem, ainda a bordo, e os camarões eram separados do restante da captura e
acondicionados em sacos plásticos reforçados (gramatura 0,2) devidamente
marcados, etiquetados e amarrados. Os sacos com material biológico eram
acondicionados em caixas de isopor de 100 litros e preservados em gelo picado
para posterior análise em laboratório (fig. 6). As condições de trabalho não
permitiram separar as capturas de cada rede, sendo que ambas foram consideradas
como uma única amostra.
FIGURA 6 – PROCEDIMENTO DE TRIAGEM A BORDO: A) LIBERAÇÃO DA CAPTURA NA POPA
DA EMBARCAÇÃO; B). SEPARAÇÃO DA CAPTURA; C) DETALHE DO MATERIAL BIOLÓGICO
CAPTURADO; D) SACOS PLÁSTICOS ETIQUETADOS CONTENDO O MATERIAL BIOLÓGICO
CAPTURADO; E) MATERIAL BIOLÓGICO PRESERVADO EM GELO PICADO; F) CAIXAS DE
ISOPOR UTILIZADAS PARA O ACONDICIONAMENTO.
A
B
C
D
E
F
M
M
M
e
e
e
t
t
t
o
o
o
d
d
d
o
o
o
l
l
l
o
o
o
g
g
g
i
i
i
a
a
a
17
3.2 PROCESSAMENTO DO MATERIAL BIOLÓGICO
Todos os camarões capturados foram trazidos ao laboratório e mantidos em
freezer até a triagem. Para cada ponto de coleta os indivíduos de X. kroyeri foram
separados das outras espécies de camarão, e determinada a sua biomassa total.
Deste total foi retirada, por quarteamento, uma subamostra com cerca de 300g, a
partir da qual se extrapolou o número total de indivíduos. Caso a massa total fosse
menor do que 300g contavam-se todos os indivíduos. De 30 indivíduos, de cada
ponto de coleta, obtidos também por quarteamento, procedeu-se à biometria, à
sexagem (pela presença do télico nas fêmeas e petasma nos machos) e à
determinação macroscópica dos estádios de maturação segundo a escala de
MOTTA-AMADO (1978) (fig. 7).
FIGURA 7 – ETAPAS E PROCESSAMENTO DO MATERIAL BIOLÓGICO EM LABORATÓRIO.
3.2.1 Biometria
Cada um dos trinta indivíduos da subamostra foi medido com um paquímetro
de metal de 0,01mm de precisão e pesado em balança digital com 0,001g de
precisão. As medidas tomadas foram da margem posterior da carapaça até a órbita
(medida carapaça órbita – CO), da margem posterior da carapaça até a extremidade
do rostro (medida carapaça rostro – CR) e, com os indivíduos estendidos em
decúbito ventral sobre um ictiômetro, tomou-se o comprimento total, da extremidade
do rostro até a extremidade do télson (comprimento total – CT) (fig. 8).
M
M
M
e
e
e
t
t
t
o
o
o
d
d
d
o
o
o
l
l
l
o
o
o
g
g
g
i
i
i
a
a
a
18
FIGURA 8 – MEDIDAS TOMADAS DOS INDIVÍDUOS DE X. kroyeri, ONDE CO = MARGEM
POSTERIOR DA CARAPAÇA ATÉ A ÓRBITA; CR = MARGEM POSTERIOR DA CARAPAÇA ATÉ
A EXTREMIDADE DO ROSTRO; CT = COMPRIMENTO TOTAL (COM O INDIVÍDUO
ESTENDIDO), DA EXTREMIDADE DO TÉLSON ATÉ A EXTREMIDADE DO ROSTRO.
3.2.2 Determinação macroscópica dos estádios de maturação
Utilizou-se a classificação adotada por MOTTA-AMADO (1978), pois, além
de ter sido desenvolvido na mesma região geográfica, os critérios utilizados são
claros, compatíveis com os outros autores e facilmente distinguíveis; a saber:
a) Estádio “A” – ovários imaturos: translúcidos e incolores, que quando se
estendem no abdome são apenas filamentos transparentes de consistência
túrgida por toda a extensão (fig. 9a);
b) Estádio “B” – ovários em maturação: mais desenvolvidos com variadas
colorações que vão do amarelo, laranja, verde claro e verde mais escuro. Nas
fases de maior desenvolvimento (variações de verde) apresentam na sua
parte mediana lobulações e passam a ser visíveis através do exoesqueleto
(fig. 9b);
c) Estádio “C” – ovários maduros: gônadas maduras exibem cor verde intensa,
quase petróleo, sendo perfeitamente visíveis através do exoesqueleto. Ao
nível do abdome apresentam-se também bastante volumosas, notando-se
nítida separação dos ovários direito e esquerdo (fig. 9c);
d) Estádio “D” – ovários desovados: ovários incolores, flácidos e com
características semelhantes as do estádio I, sendo, no entanto, mais
desenvolvidos e podendo ser individualizados (fig. 9d).
M
M
M
e
e
e
t
t
t
o
o
o
d
d
d
o
o
o
l
l
l
o
o
o
g
g
g
i
i
i
a
a
a
19
FIGURA 9 – ASPECTO MACROSCÓPICO DOS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO DE FÊMEAS DE X.
kroyeri (A = FÊMEAS IMATURAS; B = FÊMEAS EM DESENVOLVIMENTO; C = FÊMEAS
MADURAS; D = FÊMEAS DESOVADAS) (TAMANHOS FORA DE ESCALA).
- A
- B
- C
- D
Para os machos, com base nos trabalhos de CORTÉS (1991), PÉREZ
FARFANTE (1970) e KING (1948) apud RODRIGUES et al 1993, foram observados
os estádios de desenvolvimento do petasma. Foram considerados imaturos os
machos que apresentaram os lóbulos do petasma desunidos e foram considerados
maduros os machos que possuíam os lóbulos unidos (fig. 10).
FIGURA 10 – DESENVOLVIMENTO DO PESTASMA: A) MACHOS IMATUROS – LÓBULOS
DESUNIDOS; B) MACHOS MADUROS – LÓBULOS UNIDOS.
A
B
M
M
M
e
e
e
t
t
t
o
o
o
d
d
d
o
o
o
l
l
l
o
o
o
g
g
g
i
i
i
a
a
a
20
3.3 TRATAMENTO DOS DADOS
Os dados foram inseridos em um Sistema de Informações Geográficas
(SIG), e também tratados estatisticamente e interpretados na escala temporal e
espacial. Foram analisadas as diferenças latitudinais e batimétricas dos parâmetros
bióticos e abióticos, e avaliadas as suas correlações para as descrições ecológicas.
Quando foi apropriado, para a distribuição, optou-se em realizar as análises segundo
as estações oficiais do ano: primavera (22/09) = setembro, outubro e novembro;
verão (21/12) = dezembro, janeiro e fevereiro; outono (20/03) = março, abril e maio;
e inverno (21/06) = junho, julho e agosto. Este agrupamento coincide não só com o
clima de cada estação, mas também com as dinâmicas de exploração do recurso e
com os padrões encontrados nos resultados e corroborados pela literatura.
As médias por mês, por transecto e por profundidade, das variáveis de
biomassa e dos parâmetros abióticos foram testadas quanto à homogeneidade de
variância pelo teste do qui-quadrado de Bartlett (UNDERWOOD, 1997). A
normalidade destas variáveis foi verificada com o teste de Kolmogorov-Smirnov
(SOKAL E ROHLF, 1995). Para as variáveis que atenderam aos pressupostos de
homogeneidade e normalidade foi utilizada a Análise de Variância (ANOVA) para
testar as diferenças no tempo (delineamento inteiramente casualizado) ou no espaço
(delineamento em blocos casualizados). Quando apenas a homogeneidade da
variância foi constatada, também se utilizou a ANOVA, uma vez que este teste
suporta pequenos desvios na normalidade (UNDERWOOD, 1997). Os resultados
que apresentaram diferenças significativas ao nível de 5% (p<0,05) foram sondados
a posteriori pelo teste LSD de Fisher, que indica quais médias são diferentes.
Quando não havia homogeneidade e normalidade, os dados foram analisados pelo
método não paramétrico de Kruskal-Wallis (CONOVER, 1999; SOKAL & ROHLF,
1995) e explorados a posteriori com o teste não paramétrico de Mann-Whitney.
As proporções sexuais foram comparadas mês a mês, com base no número
de indivíduos de cada sexo, para os vinte pontos agrupados, utilizando-se o teste de
independência de qui-quadrado (GOMES, 1990). Nas descrições da estrutura
populacional foram considerados juvenis os indivíduos machos com o tamanho da
carapaça-órbita (CO) igual ou inferior a 10 mm e as fêmeas com o tamanho de CO
igual ou inferior a 14 mm, baseando-se no tamanho em que metade da população é
M
M
M
e
e
e
t
t
t
o
o
o
d
d
d
o
o
o
l
l
l
o
o
o
g
g
g
i
i
i
a
a
a
21
fisiologicamente madura (CO
50%
), segundo os trabalhos de RODRIGUES et al (1992)
e CASTRO et al (2005).
As análises das relações dos parâmetros abióticos (salinidade, temperatura,
transparência e intensidade do vento) com a biomassa capturada de camarão sete-
barbas foram feitas pelo método da regressão múltipla. Este método exigiu que os
parâmetros de salinidade e temperatura da água de superfície não fossem
computados, pois em conjunto com os valores de salinidade e temperatura da água
de fundo poderiam induzir a uma análise tendenciosa, dada a co-linearidade destas
variáveis (UNDERWOOD, 1997). A direção do vento não pôde ser inserida na
regressão, por se tratar de uma variável discreta.
As representações espaciais do rendimento, segundo as estações do ano,
foram feitas por interpolação, pelo método empírico e estocástico do inverso do
quadrado da distância (IQD), a partir de um SIG. Segundo este método, quanto
maiores os expoentes, maior a influência do valor vizinho conhecido. O IQD é
amplamente utilizado para o tratamento de dados geológicos e ambientais, e muito
conveniente para a investigação biológica, pois leva em consideração as
distribuições agregadas de organismos e as suas relações com as vizinhanças,
gerando mapas de superfície a partir de dados pontuais (SÁRKÖZY, 1998). Ele
assume trocas graduais entre os pontos amostrados e distribui as médias calculadas
por interpolação espacial a partir dos valores obtidos nas vizinhanças, de forma que
à medida que a distância aumenta o valor estimado torna-se mais dependente da
amostra mais próxima (GUERRA, 1988). No algoritmo do Inverso do Quadrado da
Distância a distância atua como o peso e o expoente usado permite ajustamentos a
esse peso: maiores expoentes, maior a influência do valor vizinho conhecido:
onde,
... valor interpolado
d ... distância de um dado ponto conhecido i
z ... valor de z do ponto conhecido i
p ... expoente de ponderação da distância
n ... número de pontos a serem incluídos na procura
i ... número de pontos a conhecidos a serem tomados
M
M
M
e
e
e
t
t
t
o
o
o
d
d
d
o
o
o
l
l
l
o
o
o
g
g
g
i
i
i
a
a
a
22
4 RESULTADOS
4.1 PARÂMETROS ABIÓTICOS
4.1.1 Variação sazonal dos parâmetros abióticos
A precipitação mensal oscilou entre 66,55 e 649,22 mm (Tab. 8 do apêndice
4). Os meses mais chuvosos foram na primavera, no verão (com exceção de
fevereiro), e no outono (com a exceção de maio). Os menos chuvosos foram no
inverno (fig. 11).
FIGURA 11 - PRECIPITAÇÃO TOTAL POR MÊS (ESTAÇÃO METEOROLÓGICA PONTAL DO
SUL-1007). AGO 04 – JUL 05.
0
100
200
300
400
500
600
700
ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05
Precipitação (mm)
A salinidade média na superfície foi sempre menor que no fundo,
apresentando estratificação vertical entre novembro e abril. Os maiores valores
ocorreram em janeiro, atingindo 35,8 e 37,3 ppm e os menores em abril, com 34,7 e
35,9 ppm, na superfície e fundo, respectivamente (tab. 5 do apêndice 3) (fig. 12).
FIGURA 12 – DISTRIBUIÇÃO MENSAL DAS MÉDIAS DA SALINIDADE DE SUPERFÍCIE E FUNDO
NA PLATAFORMA RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005. (os símbolos representam:
Média
±Erro padrão ±Desvio padrão). n=240 no mês.
ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05
31
32
33
34
35
36
37
38
39
Salinidade (ppm)
Superfície KW-H(11,240) = 80.60, p = 0.00
Fundo KW-H(11,240) = 105.29, p = 00.00
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
23
A temperatura média de fundo foi sempre inferior à temperatura média de
superfície, exceto em abril. Estratificações térmicas foram freqüentes ao longo do
ciclo sazonal, principalmente nos períodos quentes entre outubro e fevereiro. Entre
abril a junho a temperatura oscilou entre 21 e 23º C (tab. 5 – apêndice 3), tendo
atingido os seus valores mais baixos em agosto de 2004 e julho de 2005 (fig. 13).
FIGURA 13 – DISTRIBUIÇÃO MENSAL DAS MÉDIAS DA TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE E
FUNDO NA PLATAFORMA RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005. (os símbolos representam:
Média
±Erro padrão ±Desvio padrão). n=240 no mês.
ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
o
C
Superfície: KW-H(11,240) = 211.90, p = 0.00
Fundo: KW-H(11,240) = 196.73, p = 0.00
A transparência da água foi maior em janeiro, com média de 4,5 m e
amplitudes de variação de até 7 m, decrescendo nos meses seguintes até o seu
valor mínimo em maio. Durante o inverno e a primavera, com pequenos desvios, as
transparências médias oscilam em 3 m (tab. 5 do apêndice 3) (fig. 14).
FIGURA 14 – DISTRIBUIÇÃO MENSAL DA TRANSPARÊNCIA MÉDIA DA ÁGUA NA PLATAFORMA
RASA DO PARANÁ AGO 2004 – JUL 2005. (os símbolos representam:
Média ±Erro padrão
±Desvio padrão). n=240 no mês.
ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Transparência (m)
KW-H(11,240) = 51.56, p = 0.00
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
24
4.1.2 Variação espacial dos parâmetros abióticos.
A salinidade média na superfície não apresentou diferenças entre as
profundidades, mas foi significativamente maior no transecto D, ao sul, e menor no C,
ao centro. A salinidade média no fundo foi homogênea entre os transectos e aumentou
entre as profundidades, sendo significativamente maior em 12 e 15 m (fig. 15).
FIGURA 15 – DISTRIBUIÇÃO LATITUDINAL E BATIMÉTRICA DAS SALINIDADES MÉDIAS DE
SUPERFÍCIE E FUNDO NA PLATAFORMA RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005. (os
símbolos representam:
Média ±Erro padrão ±Desvio padrão). n = 48 por transecto.e 60 por
profundidade.
ABCDE
Transecto
33
34
35
36
37
38
Salinidade (ppm)
Superfície: F(4,215) = 11.38, p = 0.00
Fundo: F(4,215) = 0.61, p = 0.64
6 m 9 m 12 m 15 m
Profundidade
Superfície: F(3,236) = 1.52, p = 0.20
Fundo: F(3,236) = 4.64, p = 0.00
As temperaturas médias de superfície e de fundo foram estatisticamente
semelhantes entre os transectos e entre as profundidades, mostrando que, apesar
das grandes diferenças entre os meses, este parâmetro é homogêneo na plataforma
rasa (fig. 16).
FIGURA 16 – DISTRIBUIÇÃO LATITUDINAL E BATIMÉTRICA DAS TEMPERATURAS MÉDIAS DE
SUPERFÍCIE E FUNDO NA PLATAFORMA RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005. (os
símbolos representam:
Média ±Erro padrão ±Desvio padrão). n = 48 por transecto e 60 por
profundidade.
ABCDE
Transecto
20
21
22
23
24
25
26
27
o
C
Superfície: F(4,235) = 1.390, p = 0.24
Fundo: F(4,235) = 0.367, p = 0.83
6m 9m 12m 15m
Profundidade
SuperfícieF(3,236) = 0.003, p = 0.99
Fundo: F(3,236) = 0.122, p = 0.94
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
25
A transparência média da água foi menor no transecto C (região central) e
no transecto A (extremo da região norte); e foi maior no transecto E (extremo da
região sul), mas, significativamente, só foi superior aos transectos A e C. A
visibilidade tende a aumentar significativamente em função das profundidades.
As menores transparências médias localizam-se, portanto, nas menores
profundidades da região central (transecto C) e da região norte (transecto A); e as
maiores, nas maiores profundidades da região sul (transecto E) (fig. 17).
FIGURA 17 – DISTRIBUIÇÃO LATITUDINAL DA TRASPARÊNCIA MÉDIA DA ÁGUA NA
PLATAFORMA RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005. (os símbolos representam:
Média
±Erro padrão
±Desvio padrão). n = 48 por transecto e 60 por profundidade.
ABCDE
Transecto
0
1
2
3
4
5
6
7
Transparência
KW-H(4,240) = 13.49, p = 0.00
6m
9m 12m 15m
Profundidades
KW-H(3,240) = 72.59, p = 0.00
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
26
4.2 ESTRUTURA POPULACIONAL
4.2.1 Biometria e análise de comprimentos e pesos
A medida carapaça-rostro (CR) pode não ser corretamente verificada, pois o
rostro é uma estrutura frágil que pode se quebrar, podendo tornar imprecisa a
mensuração. A medida mais confiável para as análises populacionais mostrou ser a
da carapaça-órbita (CO), porque abrange a estrutura mais rígida do X. kroyeri e não
sofre variações em função da hidratação. Portanto, a medida CO foi adotada para a
descrição da estrutura populacional.
Durante o período estudado, foram analisados 5451 indivíduos de X. kroyeri,
sendo 2685 machos e 2766 fêmeas. A distância carapaça-órbita (CO) e o
comprimento total (CT) variaram, respectivamente, de 7 a 28 mm e 42 a 129 mm
para os machos e de 6 a 32 mm e 40 a 141 mm para as fêmeas. A tabela 1
apresenta a distribuição das freqüências de CO por sexo e classe de tamanho
considerada.
TABELA 1 – FREQÜÊNCIAS ABSOLUTA E RELATIVA DE EXEMPLARES POR SEXO E CLASSE
DE TAMANHO (CARAÇA-ÓRBITA) DE X. kroyeri. NO LITORAL DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL
2005.
Fêmeas Machos
Classes de
tamanho em mm
(CO)
Número da
classe de
tamanho
N % N %
6<=x<8 1
4 0.14 1 0.04
8<=x<10 2
69 2.49 20 0.74
10<=x<12 3
169 6.11 119 4.42
12<=x<14 4
228 8.24 263 9.78
14<=x<16 5
330 11.93 487 18.10
16<=x<18 6
454 16.41 660 24.54
18<=x<20 7
521 18.83 719 26.73
20<=x<22 8
437 15.79 327 12.16
22<=x<24 9
310 11.20 71 2.64
24<=x<26 10
156 5.64 14 0.52
26<=x<28 11
68 2.46 3 0.11
28<=x<30 12
15 0.54 1 0.04
30<=x<32 13
4 0.14 0 0.00
32<=x<34 14
1 0.04 0 0.00
Total
2766 100 2685 100
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
27
As correlações entre CO e as demais medidas (com dados brutos
contínuos), mostraram um elevado valor de R e R
2
(fig. 18), o que permite cálculos
rápidos do comprimento total (CT) para o trabalho em campo.
FIGURA 18 – CORRELAÇÃO LINEAR ENTRE AS MEDIDAS DE COMPRIMENTO TOTAL (CT) E DE
CARAPAÇA-ROSTRO (CR) COM A CARAPAÇA - ÓRBITA (CO) DE FÊMEAS E MACHOS DE X.
kroyeri. Correlações fêmeas: CO:CR: R
2
= 0.92; R = 0.96; CO:CT: R
2
= 0.92; R = 0.96. Correlações
machos: CO:CR: R
2
= 0.85; R = 0.92, CO:CT: R
2
= 0.92; R = 0.95. Equações fêmeas: CR =
2.312+2.0496*CO e CT = 16.3855+3.9059*CO. Equações machos: CR = 3.7859+1.9651*CO e CT =
12.4525+4.1727*CO
0 5 10 15 20 25 30 35
Carapaça - órbita (mm)
0
20
40
60
80
100
120
140
(mm)
CR (mm)
CT (mm)
0 5 10 15 20 25 30 35
Carapaça - órbita (mm)
CR (mm)
CT (mm)
De agosto a novembro, para ambos os sexos, ocorreu uma progressiva
projeção modal, concomitante a redução das menores classes de tamanho da
amostra, que se recuperaram em dezembro, sugerindo ter sido este um importante
momento de recrutamento. Nos meses seguintes, até março, novamente evidencia-
se uma projeção modal, com recuperação das classes menores em junho e julho,
podendo ser este um momento secundário de recrutamento. Em outubro, novembro
e dezembro de 2004 e maio, junho e julho de 2005 ocorreram as maiores classes de
tamanho, indicando a presença de indivíduos maiores na população. A distribuição
de ambos os sexos é freqüentemente bimodal, sugerindo a presença de coortes em
crescimento diferenciado (fig. 19).
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
28
FIGURA 19 – DISTRIBUIÇÃO MENSAL DAS FREQÜÊNCIAS RELATIVAS POR CLASSES DE
TAMANHO DE X. kroyeri. AGO 2004 – JUL 2005 (
= fêmeas e = machos).
Ago/04
0
10
20
30
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
%
n = 288
n = 233
Fev/05
0
10
20
30
40
1234567891011121314
n = 70
n = 86
Set/04
0
10
20
30
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
%
n = 260
n = 211
Mar/05
0
10
20
30
40
1234567891011121314
n = 228
n = 284
Out/04
0
10
20
30
40
1234567891011121314
%
n = 269
n = 211
Abr/05
0
10
20
30
40
1234567891011121314
n = 220
n = 261
Nov/04
0
10
20
30
40
1234567891011121314
%
n = 222
n = 245
Mai/05
0
10
20
30
40
1234567891011121314
n = 256
n = 334
Dez/04
0
10
20
30
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
%
n = 300
n = 223
Jun/05
0
10
20
30
40
1234567891011121314
n = 237
n = 225
Jan/05
0
10
20
30
40
1234567891011121314
Classe de tamanho
%
n = 169
n = 153
Jul/05
0
10
20
30
40
1234567891011121314
Classe de tamanho
n = 247
n = 219
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
29
Juvenis de ambos os sexos ocorreram em todos os transectos e
profundidades, mas foram menos freqüentes no transecto C e nas profundidades de
12 e 15 m. O maior número de classes de tamanho ocorreu nos transectos D e E, e
as maiores freqüências das menores classes, no A; indicando maior variabilidade de
tamanhos ao sul e indivíduos menores ao norte (fig. 20).
FIGURA 20 – DISTRIBUIÇÃO LATITUDINAL E BATIMÉTRICA DAS FREQÜÊNCIAS RELATIVAS
DAS CLASSES DE TAMANHO DE X. kroyeri. AGO 2004 – JUL 2005 (
= fêmeas e = machos).
Transecto A
0
5
10
15
20
25
30
35
1234567891011121314
%
n = 646
n = 700
6 m
0
5
10
15
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
n = 682
n = 682
Transecto B
0
5
10
15
20
25
30
35
1234567891011121314
%
n = 658
n = 590
9 m
0
5
10
15
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
n = 630
n = 630
Transecto C
0
5
10
15
20
25
30
35
1234567891011121314
%
n = 582
n = 560
12 m
0
5
10
15
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
n = 417
n = 417
Transecto D
0
5
10
15
20
25
30
35
1234567891011121314
%
n = 520
n = 483
15 m
0
5
10
15
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314
Classes de tamanho
n = 281
n = 281
Transecto E
0
5
10
15
20
25
30
35
1234567891011121314
Classes de tamanho
%
n = 360
n = 352
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
30
No conjunto da região estudada, do final do inverno até o início do verão o
peso médio do X. kroyeri é maior do que no resto do ano. Os maiores exemplares
foram capturados na primavera, com pico em novembro, e os menores já nos meses
de janeiro e fevereiro, sugerindo ser este um período importante de recrutamento. Os
pesos dos camarões capturados são mais heterogêneos do inverno ao início do verão,
visto os elevados desvios padrão, e mais homogêneos nos outros meses (fig. 21).
FIGURA 21 – VARIAÇÃO MENSAL DO PESO MÉDIO DE Xiphopenaeus kroyeri NO LITORAL DO
PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005. (OS SÍMBOLOS REPRESENTAM:
MÉDIA ±ERRO PADRÃO
±DESVIO PADRÃO).
ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Peso médio (g)
KW-H (11,240) = 55.29, p = 0.00
O peso médio de X. kroyeri foi significativamente maior no transecto C, em
frente à Ilha do Mel, e menor no transecto E, em frente à Matinhos. As maiores
heterogeneidades de pesos ocorreram nos transectos D e E, na região sul. Não
houve diferenças significativas dos pesos médios entre as profundidades.
Entretanto, nas maiores profundidades os desvios padrão, i.e., os pesos dos
exemplares, variam mais do que nas regiões mais rasas (fig. 22).
FIGURA 22 – VARIAÇÃO LATITUDINAL E BATIMÉTRICA DO PESO MÉDIO DE Xiphopenaeus
kroyeri NO LITORAL DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005. (OS SÍMBOLOS REPRESENTAM:
MÉDIA
±ERRO PADRÃO ±DESVIO PADRÃO).
ABCDE
Transecto
-1
0
1
2
3
4
5
6
Peso médio (g)
KW-H(4,240) = 24.72, p = 0.00
6 m 9 m 12 m 15 m
Profundidade
KW-H(3,240) = 7.70, p = 0.05
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
31
4.2.2 Proporção de sexos e maturação
As freqüências de machos e fêmeas de X. kroyeri não se mantiveram na
proporção de 1:1 ao longo do período estudado. As fêmeas foram significativamente
mais abundantes nos três primeiros meses e em dezembro de 2004, e os machos
foram mais freqüentes em março e maio de 2005. (fig. 23). No restante do período
não ocorreram diferenças significativas na proporção sexual (tab. 2).
FIGURA 23 – DISTRIBUIÇÕES MENSAIS DAS FREQÜÊNCIAS RELATIVAS DE MACHOS E DE
FÊMEAS NA REGIÃO ESTUDADA.
30
35
40
45
50
55
60
65
70
ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05
Mês
Freqüência relativa em %
% Fêmeas
% Machos
TABELA 2 – NÚMERO DE INDIVÍDUOS, POR SEXO E MÊS DE COLETA, COM OS PONTOS E
TRANSECTOS AGRUPADOS. VALORES p DO TESTE DO QUI QUADRADO EM NEGRITO
INDICAM DIFERENÇAS SIGNIFICATIVAS.
Ago
/04
set/
04
Out
/04
Nov
/04
Dez
/04
Jan
/05
Fev
/05
Mar
/05
Abr
/05
Mai
/05
Jun
/05
Jul
/05 Período
F
288 260 269 222 300 169 70 228 220 256 237 247
2766
M
233 211 211 245 223 153 86 284 261 334 225 219
2685
Total
521 471 480 467 523 322 156 512 481 590 462 466
5451
p 5.87 5.36 7.11
1.14
11.26
0.80 2.27
6.20
3.52
10.75
0.31 1.69 1.09
Todos os estádios de maturação ocorreram em todos os meses. As fêmeas
em desenvolvimento (estádio B) predominaram em todos os meses, com freqüência
inferior a 50% somente em dezembro. As maduras (estádio C) oscilaram entre 10 e
21%, chegando a 29 e 26 % em outubro e novembro, respectivamente, e a 47 % em
março. Há cinco picos (>10 %) de fêmeas imaturas (estádio A), em dezembro,
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
32
fevereiro, abril, maio e julho. Em dezembro e maio estes picos são seguidos pelo
aumento da proporção de fêmeas desovadas (estádio D) (fig. 24 e tab. 8 do
apêndice 4), sugerindo momentos associados à desova e recrutamento.
FIGURA 24 – FREQÜÊNCIAS RELATIVAS MENSAIS DOS ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO
GONADAL DE FÊMEAS DE X. kroyeri. A = IMATURO, B = EM DESENVOLVIMENTO, C =
MADURO, D = DESOVADO.
Os machos maduros (estádio B) foram mais abundantes em todo o período
de estudo. No verão e no inverno, entretanto, os machos imaturos (estádio A)
aumentam de freqüência, chegando 26 e 22 % em agosto e dezembro,
respectivamente (fig. 25 e tab. 9 do apêndice 4), reforçando os momentos de desova
e recrutamento citados no parágrafo anterior.
FIGURA 25 – FREQÜÊNCIAS RELATIVAS MENSAIS DOS ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO
DOS PETASMAS DE MACHOS DE X. kroyeri. A = IMATURO, B = MADURO.
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
33
4.3 DISTRIBUIÇÃO
Durante este estudo foram capturados 793,12 kg e 318.699
exemplares de camarão sete-barbas (tab. 10 e 11 do apêndice 5). Em cada
ponto de coleta foi calculado o rendimento em kg e número de indivíduos por
hora de arrasto, com base no equipamento e velocidade utilizados.
A transparência da água e a intensidade do vento mostraram
correlação negativa com as capturas e a temperatura de fundo positiva. A
salinidade de fundo não apresentou correlação significativa com a biomassa
capturada (Tab. 12 do apêndice 6)
Agrupando-se mensalmente os vinte pontos estudados, os
rendimentos médios, em kg/h, foram significativamente maiores em março,
abril e maio, os meses de defeso durante este estudo. No restante do
período, não houve diferenças significativas entre as médias mensais, mas os
desvios padrão evidenciam a heterogeneidade das capturas entre os pontos
de coleta. Estas diferenças entre as capturas ocorrem principalmente nos
meses quentes e chuvosos do verão e do outono, com destaque para
fevereiro, véspera do defeso. As menores diferenças ocorreram no inverno e
na primavera (fig. 26).
FIGURA 26 – RENDIMENTO MENSAL EM kg/h DE ESFORÇO DE PESCA, MÉDIAS
MENSALMENTE ESTIMADAS COM BASE NAS CAPTURAS DOS 20 PONTOS DE COLETA. AGO
2004 – JUL 2005. (OS SÍMBOLOS REPRESENTAM:
MÉDIA ±ERRO PADRÃO ±DESVIO
PADRÃO). n=240 POR MÊS.
ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
50
60
Kg/h
KW-H(11,240) = 54.02, p = 0.00
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
34
Agrupando-se os meses e as profundidades, as médias dos rendimentos
foram significativamente maiores no extremo norte (transecto A) e centro (transecto
C) da área de estudo. Entretanto, os desvios padrão destes transectos indicam
elevadas variabilidades nas capturas entre os meses. Os menores rendimentos
médios ocorreram no setor sul e foram significativamente menores no transecto E.
Neste setor eles se mantiveram mais constantes ao longo do ano (fig. 27 e tab. 10
do apêndice 5).
Com os meses e os transectos agrupados por profundidade, os rendimentos
médios das capturas do camarão sete-barbas foram significativamente maiores entre
6 e 9 m e menores em 15 m. Os desvios padrão indicam que as capturas variaram
mais nas menores profundidades e que foram mais constantes na isóbata de 15 m
(fig. 27).
FIGURA 27 – RENDIMENTO MÉDIO POR TRANSECTO E PROFUNDIDADE EM kg/h DE
ESFORÇO DE PESCA. MÉDIAS ESTIMADAS COM BASE NAS CAPTURAS POR HORA DE
TODOS OS MESES. AGO 2004 – JUL 2005. (OS SÍMBOLOS REPRESENTAM:
MÉDIA ±ERRO
PADRÃO
±DESVIO PADRÃO) n = 48 POR TRANSECTO E 60 POR PROFUNDIDADE.
ABCDE
Transecto
-10
0
10
20
30
40
50
Kg/h
KW-H(4,240) = 33.22, p = 0.00
6m 9m 12m 15m
Ponto
KW-H(3,240) = 39.01, p = 0.00
Os rendimentos frequentemente foram maiores nas menores profundidades
de todos os transectos. As maiores capturas ocorreram em março, abril e maio de
2005, época do defeso, e as menores, com exceção do transecto A, em fevereiro.
Neste mês elas foram quase nulas em todas as profundidades dos transectos B e C.
As maiores heterogeneidades de rendimento em relação às profundidades foram
nos transectos A e C. Praticamente não ocorreram capturas em 15 m no transecto E
(fig. 28 e tab. 10 do apêndice 5).
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
35
FIGURA 28 – RENDIMENTOS EM kg/h DE ESFORÇO DE PESCA EM CADA TRANSECTO. AGO 2004 –
JUL 2005. COLUNA 1 = RENDIMENTO MÉDIO (n = 48 POR MÊS - OS SÍMBOLOS REPRESENTAM:
MÉDIA
±ERRO PADRÃO ±DESVIO PADRÃO); COLUNA 2 = RENDIMENTO ABSOLUTO POR
PROFUNDIDADE. (OS SÍMBOLOS REPRESENTAM:
).
Coluna 1 Coluna 2
K
g
/h
Transecto A
120
100
80
60
40
20
0
K
g
/h
Transecto B
120
100
80
60
40
20
0
K
g
/h
Transecto C
120
100
80
60
40
20
0
K
g
/h
Transecto D
120
100
80
60
40
20
0
K
g
/h
Transecto E
120
100
80
60
40
20
0
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
36
As análises dos gráficos de superfície do rendimento em kg/h, no tempo e no
espaço, pelo método do inverso do quadrado da distância (mapas 2 a 5), permitem a
visualização dos padrões demonstrados na figura 28. Para tornar mais consistente o
método de cálculo aplicado, os meses foram convenientemente agrupados pela
semelhança dos rendimentos apresentados na figura 26 e por seguirem o padrão de
esforço pesqueiro determinado pelo defeso vigente no período de estudo (BRASIL,
2001), coincidindo com as estações oficiais do ano.
Os rendimentos da primavera oscilaram em torno de 10 kg/h e foram
similares espacialmente. Capturas acima de 20 kg/h ocorreram somente nas
menores profundidades da região centro-norte. Na região sul não ultrapassaram 10
kg/h (mapa 2).
O rendimento geral do verão foi superior ao da primavera (tab. 10 do
apêndice 5), mas esta posição está influenciada por grandes capturas, de até 120
kg/h, ocorrendo em fevereiro, nas águas rasas do transecto A. Neste mês houve
uma generalizada escassez de camarão sete-barbas em todo o restante da região,
com rendimentos inferiores a 10 kg/h (mapa 3).
Os rendimentos mais elevados ocorreram no outono, em praticamente
todas as profundidades dos transectos A, B e C – região centro-norte da área de
estudo, chegando a 80 kg/h no transecto C. Na região sul, nas profundidades mais
rasas, há rendimentos que chegam a 50 kg/h, mas em geral eles giram em torno de
20 kg/h nas menores profundidades (mapa 4).
Durante o inverno, no setor norte, o rendimento oscilou em torno de 20 kg/h
em quase todas as profundidades do transecto B e em torno de 10 kg/h no A. No
setor sul e parte do setor central da área estudada, as capturas foram abaixo de 5
kg/h (mapa 5).
Os maiores rendimentos ocorreram no outono, seguido pela primavera,
verão e inverno, concentrando-se nas áreas mais rasas próximas à Barra do
Ararapira (transecto A) e, com exceção do verão, até os 12 m em frente à Ilha do
Mel (transecto C). Nas maiores profundidades da região sul praticamente não houve
capturas de camarão sete-barbas, e nas menores o rendimento foi inferior à região
centro-norte.
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
37
MAPA 2 – REPRESENTAÇÃO ESPACIAL DO RENDIMENTO MÉDIO, EM kg/h NA PRIMAVERA. AS
ÁREAS DEMARCADAS EM TONS DE CINZA NA PLATAFORMA CONTINENTAL RASA BASEIAM-
SE NAS CAPTURAS INDIVIDUAIS DE CADA PONTO NOS TRÊS MESES DA ESTAÇÃO.
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
38
MAPA 3 – REPRESENTAÇÃO ESPACIAL DO RENDIMENTO MÉDIO, EM kg/h NO VERÃO. AS
ÁREAS DEMARCADAS EM TONS DE CINZA NA PLATAFORMA CONTINENTAL RASA BASEIAM-
SE NAS CAPTURAS INDIVIDUAIS DE CADA PONTO NOS TRÊS MESES DA ESTAÇÃO.
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
39
MAPA 4 – REPRESENTAÇÃO ESPACIAL DO RENDIMENTO MÉDIO, EM kg/h NO OUTONO. AS
ÁREAS DEMARCADAS EM TONS DE CINZA NA PLATAFORMA CONTINENTAL RASA BASEIAM-
SE NAS CAPTURAS INDIVIDUAIS DE CADA PONTO NOS TRÊS MESES DA ESTAÇÃO.
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
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a
a
a
d
d
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o
o
40
MAPA 5 – REPRESENTAÇÃO ESPACIAL DO RENDIMENTO MÉDIO, EM kg/h NO INVERNO. AS
ÁREAS DEMARCADAS EM TONS DE CINZA NA PLATAFORMA CONTINENTAL RASA BASEIAM-
SE NAS CAPTURAS INDIVIDUAIS DE CADA PONTO NOS TRÊS MESES DA ESTAÇÃO.
R
R
R
e
e
e
u
u
u
l
l
l
t
t
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a
a
a
d
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o
o
o
41
5 DISCUSSÃO
5.1 PARÃMETROS ABIÓTICOS
A caracterização dos parâmetros físico-químicos da região estudada
possibilitou identificar se estes foram fatores limitantes na distribuição e rendimento
em kg/h de camarão sete-barbas.
As chuvas influenciam a descarga de água doce nas bacias de drenagem
dos estuários, onde ocorre livre troca de água entre a zona estuarina e a zona
costeira, sendo que os valores mais elevados de vazão dos estuários estão
associados aos períodos de intensa precipitação (NOERNBERG, 2001). Sob esta
ótica, o regime de chuvas foi relevante principalmente nas variações temporais dos
parâmetros de salinidade e transparência da água, mas se relacionou também com
as suas variações espaciais.
A precipitação mensal seguiu os padrões históricos da região, com chuvas
mais intensas no final da primavera e durante o verão, passando para menos
intensas do final do outono até o final do inverno (LANA et al, 2000). Contudo, a
estação mais seca foi marcada por precipitações abaixo da média histórica em
agosto e setembro, e a mais chuvosa em fevereiro. Chuvas acima da média histórica
ocorreram em dezembro, janeiro, abril, maio e junho. Em cada mês, estes desvios
da média são atribuídos à velocidade de passagem e à atuação menos ou mais
intensas dos sistemas frontais (BOLETIM, 2004, 2005).
A salinidade na superfície sempre foi menor do que no fundo, em qualquer
observação, sendo as diferenças entre elas de no máximo 2 ppm. Os baixos valores
de salinidade na superfície correspondem ao escoamento superficial das águas
menos salinas que deixam os estuários e dispersam-se sobre as águas mais salinas
da plataforma (NOERNBERG, 2001). Este fenômeno causou estratificação vertical
entre novembro e abril, o período mais chuvoso durante o estudo e historicamente
(LANA et al, 2000).
As menores transparências da água, assim como os seus desvios padrão,
ocorreram também em conformidade com o regime de chuvas. As menores
visibilidades ocorreram entre outubro e dezembro de 2004. Os baixos valores de
dezembro provavelmente correspondem às chuvas acima da média deste mês. Nos
D
D
D
i
i
i
u
u
u
ã
ã
ã
o
o
o
42
dois meses seguintes, com precipitações menores, a transparência volta a
aumentar, mas decresce em seguida, principalmente após as intensas chuvas de
abril.
As temperaturas na superfície e no fundo variaram em conjunto ao longo dos
meses e refletem as variações na temperatura da atmosfera. Não foi possível obter
os dados de temperatura atmosférica a partir da estação meteorológica de Pontal do
Sul, mas os padrões apresentados são bem marcados pelas estações do ano,
segundo o clima Cfa (IPARDES, 1989, LANA et al, 2002).
O comportamento dos parâmetros de salinidade, temperatura e
transparência, nos extratos superiores e inferiores da coluna da água, são
característicos do ambiente em que este estudo foi realizado, dominado em sua
totalidade pelas águas costeiras (MATSUURA, 1986). Nas pequenas profundidades
há a influência de muitas forçantes oceanográficas como correntes, ondas e
desembocaduras de estuários. Esta zona energética e altamente produtiva é
influenciada pelas plumas estuarinas da Baía de Guaratuba, de Paranaguá e da
Barra do Ararapira, que criam intensos gradientes horizontais e intensas zonas de
mistura nas suas bordas (NOERNBERG, 2001; MIHÁLY & ANGULO, 2002;
BRANDINI et al, no prelo). Neste sistema costeiro também atuam em conjunto as
correntes de deriva litorânea, paralelas e transversais à costa, formando sistemas de
correntes circulatórios, associados às praias arenosas, que aumentam a
heterogeneidade deste ambiente (ANGULO, 1996).
As diferenças latitudinais e batimétricas da salinidade média na superfície e
da transparência média da água, e os seus aumentos em função da profundidade,
podem ser explicadas pelo comportamento da pluma estuarina decorrente do
estuário de Paranaguá.
Análises de sedimento em ressuspensão, feitas por NOERNBERG (2001), a
partir de imagens do satélite LANDSAT-7 (banda 3), indicam que na região sul da
área de estudo, entre Matinhos e Pontal do Sul, há uma célula de circulação com
correntes convergentes próximas à praia, no sentido Pontal do Sul – Praia de Leste
e no sentido Matinhos – Praia de Leste. Entre Praia de Leste e Matinhos, as ondas
incidem predominantemente de sul e sudeste, paralelamente à costa (PORTOBRÁS,
1983; MARTINS, 2002) e neste local uma mega-corrente de retorno ultrapassa a
isóbata de 10 m (fig. 29).
D
D
D
i
i
i
u
u
u
ã
ã
ã
o
o
o
43
FIGURA 29 – CORRENTES DE RETORNO ATUANDO NO ARCO PRAIAL ENTRE MATINHOS E
PONTAL DO SUL DETECTADAS POR IMAGEM LANDSAT-7 (BANDA 3)
Fonte: NOERNBERG (2001)
O transecto E localiza-se ao sul desta mega-corrente de retorno e o D ao
norte. Nas maiores profundidades o transecto E é menos afetado pela corrente de
retorno do que o D. Os maiores valores da transparência média do transecto E e os
menores no D poderiam ser explicados por esta corrente, associada às areias
grossas e médias do fundo entre 10 m e 15 m (VEIGA et al, 2004), assim como às
forçantes oceanográficas nesta região. A salinidade média na superfície, no entanto,
foi maior no transecto D. Isto pode estar associado à desembocadura da Baía de
Guaratuba e à faixa menos intensa das menores profundidades da corrente
convergente no sentido Pontal do Sul – Praia de Leste, que elevariam as médias em
relação ao transecto E.
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Na região norte da área de estudo as influências da pluma do Estuário de
Paranaguá são ainda mais marcantes. As análises das imagens do LANDSAT-7
(banda 3), feitas por NOERNBERG (2001), indicam uma intensa frente de mistura de
superfície da pluma estuarina na parte Norte da desembocadura da Baía de
Paranaguá. Considerando os padrões de vento, maré e ondas, este autor indica que
esta frente, ao deixar o canal formado pela Ilha de Superagüí e os bancos de areia
costa afora (indicação 1), acompanha a linha de costa em direção ao norte,
formando dois vórtices, um com maior concentração de sólidos em suspensão
(indicação 2) e outro com menos (indicação 3) (fig. 30).
FIGURA 30 – FRENTE DE SUPERFÍCIE DETECTADA POR IMAGEM LANDSAT-7 (BANDA 3) NA
PARTE NORTE DA DESEMBOCADURA DO ESTUÁRIO DE PARANAGUÁ.
Fonte: NOERNBERG (2001)
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Em sua evolução ao norte, a frente se mantém em contato com a zona de
arrebentação, onde as correntes de maré e a ação intensa das ondas gera uma
grande quantidade de sólidos em ressuspensão nas zonas mais rasas
(NOERNBERG, op. cit.). Desta forma, as salinidades médias na superfície e as
transparências médias mais baixas dos transectos A e B, se comparadas à região
sul, justificam-se pela intensa presença da frente, e da foz do Rio Ararapira, que
descarrega sedimentos no sentido SW pela corrente de maré associada à corrente
de deriva longitudinal (MIHÁLY & ANGULO, 2002).
Os menores valores médios e desvios padrão da salinidade na superfície e
da transparência da água foram encontrados na região central da área de estudo,
em frente à Ilha do Mel. Esta região está enclausurada entre os canais norte e sul do
Estuário de Paranaguá e recebe influências imediatas da frente de superfície
estuarina, evidenciada pelo grande vórtice em frente à Ilha do Mel, com a pluma
projetando-se até cerca de 25 km da costa (NOERNBERG, op. cit.) (fig. 31).
FIGURA 31 – FRENTE DE SUPERFÍCIE (PLUMA ESTUARINA) PROJETANDO-SE EM FRENTE À
ILHA DO MEL (TRANSECTO C). DETECTADA POR IMAGEM LANDSAT-7 (BANDA 1, 2 E 3).
Adaptado de NOERNBERG (2001)
A homogeneidade da salinidade média no fundo entre os transectos e o seu
aumento em função das profundidades, possivelmente esteja relacionada com o
escoamento superficial da água proveniente dos estuários (WISEMAN, 1986), onde
a maior distância da costa implicaria em influências cada vez menores da drenagem
continental, já que nas regiões mais rasas a mistura vertical é mais intensa
(ANGULO, 1996).
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A temperatura de superfície mostrou-se homogênea entre as isóbatas mas
foi diferente entre os transectos, com os menores valores também na região central.
Este comportamento possivelmente também esteja associado à vazão da Baía de
Paranaguá.
Em uma escala espacial que engloba as curvaturas dos arcos praiais e as
influências dos deltas dos estuários da região, incluindo os processos de refração de
ondas, marés e assimetrias de corrente de retorno – sob o regime de chuvas
descrito – as diferenças latitudinais dos parâmetros abióticos, assim como o seu
progressivo aumento com a profundidade (com exceção da temperatura), devem
estar relacionadas ao escoamento superficial da água menos salina e ao transporte
de sedimentos inconsolidados junto às plumas estuarinas.
5.2 ESTRUTURA POPULACIONAL E DISTRIBUIÇÃO
A proporção sexual foi diferente de 1:1 em metade dos meses de estudo,
ocorrendo inclusive inversões das proporções entre os sexos ao longo do período.
Sgnoret (1974) apud NAKAGAKI & NEGREIROS-FRANSOZO (1998), indica que as
proporções sexuais do sete-barbas não são homogêneas ao longo do ano, com
segregações de machos e fêmeas. Estas desproporções possivelmente não se
devam ao acaso e sim a mortalidade por sexo, migrações, utilização diferenciada de
hábitats, recursos alimentares e períodos reprodutivos (Wenner, 1972) apud
NAKAGAKI & NEGREIROS-FRANSOZO (op. cit.).
Os comprimentos totais do camarão sete-barbas descritos na literatura
variam entre 12,7 mm e 154 mm para as fêmeas e 14,3 mm e 132 mm para os
machos, como indica a tabela 3:
TABELA 3 – COMPRIMENTOS TOTAIS MÍNIMOS E MÁXIMOS, EM mm, DE X. kroyeri, PARA
MACHOS E FÊMEAS, SEGUNDO O LOCAL E O AUTOR
Fêmeas Machos
Autor Local Mínimo Máximo Mínimo Máximo
MOTTA-AMADO (1978) Matinhos – PR 35 140 35 110
HOLTHUIS, 1980 Sul do Brasil - 140 - 115
CORTÉS, 1991 Cineaga – Colômbia - 136 - 112
RODRIGUES et al (1993) Peruíbe, Perequê,
Ubatuba – SP
15 135 20 115
NAKAGAKI & FRANSOZO (1998) Ubatuba – SP 12,7 133,6 14,3 118,3
BRANCO et al (1999) Itajaí – SC 40 140 40 120
BRANCO (2005) Arm. do Itapocoroy - SC - 154 - 132
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Neste trabalho os comprimentos totais, máximos e mínimos, de fêmeas e
machos, oscilaram, respectivamente, entre 40 a 141 e 42 a 129 mm, o que, com
exceção de BRANCO (2005), corresponde aos outros trabalhos descritos na
literatura.
Em geral os machos de camarões peneídeos possuem uma constante de
crescimento mais elevada do que as fêmeas, mas atingem comprimentos
assintóticos menores (Garcia & Le Reste, 1981) apud BRANCO (2005). MOTTA-
AMADO (1978); BRANCO et al (1994) e BRANCO (2005) apontam que os machos
possuem constantes catabólicas maiores que as fêmeas de X. kroyeri, mas atingem
comprimentos máximos, em média, menores que elas, sendo esta uma das
características do dimorfismo sexual da espécie. Comprimentos máximos de fêmeas
também foram encontrados em todo litoral sudeste do Brasil por RODRIGUES et al
(1993), NAKAGAKI & FRANSOZO (1998), BRANCO et al (1999), ENNES (2000),
CASTRO et al (2005), BRANCO (2005) e pelo presente estudo.
O X. kroyeri atinge seu comprimento médio máximo em torno de 2,5 anos
(BRANCO et al, 1994) e o tamanho da primeira maturação em torno de 1,5 anos
(MOTTA-AMADO, 1978). Entretanto, como apontado na introdução, BRANCO
(2005) indica que a primeira maturação das fêmeas ocorre em cerca de 7 meses e
que os comprimentos médios máximos de ambos os sexos são atingidos com 1,5
anos de idade. Como podem ocorrer diferenças no crescimento de X. kroyeri devido
às condições ambientais e aos diferentes períodos ou locais de estudo (MOTA-
AMADO, 1978), sugere-se contínuas investigações sobre o crescimento da espécie.
A classificação adotada dos trabalhos de RODRIGUES (1993) e CASTRO
(2005), indica que indivíduos juvenis de fêmeas (<= 14 mm CO) sempre estiveram
presentes nas capturas. Os juvenis de machos (< = 10 mm), no entanto, estiveram
ausentes dos meses de outubro de 2004 e fevereiro, junho e julho de 2005. Este
padrão, no entanto, deve levar em conta que as capturas foram feitas com redes de
arrasto comerciais, especificadas na metodologia, que podem não amostrar
completamente as menores classes de tamanho.
A progressiva redução das menores classes de tamanho da amostra entre
agosto e novembro, e a sua recuperação em dezembro, sugere neste mês ocorra o
principal momento de recrutamento da espécie, que corresponde às observações
feitas em São Paulo por CASTRO (2005); SANTOS et al (1996) no Piauí e LHOMME
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(1994) na Guiana Francesa. Nos meses seguintes, até maio, há uma nova
diminuição das freqüências das menores classes de tamanho, com recuperação em
junho e julho para as fêmeas, podendo ser este um momento secundário de
recrutamento, o que corresponde às observações feitas por RODRIGUES et al
(1992) em São Paulo, SANTOS et al (2001) em Sergipe, LHOMME (1994) na
Guiana Francesa e SANTOS & COELHO (1998) em Pernambuco.
O progressivo aumento das freqüências nas maiores classes de tamanho
entre setembro e dezembro (decorrentes da projeção modal a partir de agosto),
concomitantemente à presença dos maiores pesos individuais de X. kroyeri,
corresponde exatamente ao período em que as fêmeas atingem seus valores
máximos do fator de condição e dos estádios de maturação mais avançados
descritos por (MOTTA-AMADO, 1978 & BRANCO, 2005). O fator de condição indica
que a espécie está fisiologicamente melhor preparada para a reprodução neste
período, revelando-se como um bom indicador do período de reprodução e desova
(QUEROL et al, 2002).
Este aumento das freqüências das maiores classes de tamanho e dos pesos
individuais, somado ao aumento das freqüências de fêmeas consideradas maduras
(C) e desovadas (D), sugere que entre setembro e dezembro provavelmente esteja
ocorrendo o período principal de reprodução e desova do camarão sete-barbas, o
período 1. Este período ocorre do final da primavera para o verão, juntamente com o
aquecimento da água e com a maior disponibilidade de nutrientes decorrente das
elevadas precipitações, que se refletem nas baixas transparências verificadas. Entre
setembro e novembro também há a maior freqüência de machos “maduros”. Em
novembro o aumento da freqüência de machos, com o restabelecimento das
proporções sexuais em 1:1, somado aos picos dos maiores pesos individuais e das
freqüências das maiores classes de tamanho, e de fêmeas em estádio de
desenvolvimento “maduro”, sugere que neste mês ocorra a maior parte da
copulação. A maior parte da desova possivelmente ocorra já em dezembro, onde há
a maior freqüência de fêmeas “desovadas”.
Entre janeiro e março a projeção modal indica crescimento e culmina em um
período secundário de reprodução e desova, o período 2, entre março e maio, onde
também há o aumento das freqüências das maiores classes de tamanho, dos
estádios de maturação C e D, e dos pesos médios individuais. O período 2, no
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entanto, é menos intenso que o 1, e ocorre no outono, com o decréscimo da
temperatura da água, elevada pluviosidade e baixa visibilidade, sobretudo em maio.
Este período secundário é corroborado com o aumento do fator de condição de X.
kroyeri na Armação do Itapocoroy, em Santa Catarina (BRANCO, 2005). A cópula
provavelmente seja mais pronunciada em abril, pelo aumento das freqüências de
fêmeas maduras e de machos maduros, com restabelecimento das proporções
sexuais, seguida pela desova, em maio, quando ocorrem as maiores freqüências
das maiores classes de tamanho e de fêmeas desovadas do período 2.
Portanto, a reprodução, a desova e o recrutamento ocorrem ao longo de
todo o ano, mas há dois picos importantes e bem marcados, um principal em
novembro-dezembro e outro secundário, em abril-maio; concomitantes aos períodos
mais chuvosos do ano (fig. 32).
FIGURA 32 – INDICADORES POPULACIONAIS DO CICLO REPRODUTIVO DE Xiphopenaeus
kroyeri. AGO 2004 – JUL 2005
As descrições das áreas de ocorrência do camarão sete-barbas variam entre
os autores. Por exemplo, IWAI (1973) indica que a espécie ocorre até os 30 m de
profundidade em fundos de areia e lama; HOLTUIS (1980) cita a sua distribuição em
fundos de areia até 70 m de profundidade, com concentrações maiores até 27 m e
nos deltas de estuários; OLIVEIRA (1989) indica as maiores densidades
populacionais de camarão sete-barbas entre 15 e 29 m em fundos mistos de areia e
lama. Na costa do litoral de Santa Catarina, Tremel (1968) apud RODRIGUES et al
(1993), descreve a sua ocorrência até a isóbata de 15 m, a mesma relatada pelos
pescadores no Paraná. Esta distribuição em regiões mais rasas pode estar
associada à pequena declividade da plataforma continental do estado paranaense
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(MATSURA, 1986) e ao hábitat com alta biomassa de fitoplâncton (BRANDINI et al,
no prelo), com alta incidência de componentes da dieta do camarão sete-barbas
(BRANCO & MORITZ, 2001; BRANCO, 2005).
Com base nas análises de distribuição batimétrica e latitudinal das
freqüências das classes de tamanho, pode-se perceber que os indivíduos juvenis
ocorrem em todos os transectos e profundidades estudados, juntamente com
distribuições normais das outras classes de tamanho para ambos os sexos. Este
padrão concorda com os últimos trabalhos citados. Desta forma, confirma-se o ciclo
de vida do tipo 3, com todas as fases de desenvolvimento ocorrendo fora dos
estuários. A tendência de aumento das freqüências das maiores classes de tamanho
em função das profundidades pode indicar a migração inshore-offshore da
reprodução descrita pelo ciclo 3. As freqüências das maiores classes de tamanho
ocorrem na região centro-sul da zona de estudo. As menores classes de tamanho
ocorrem em maior freqüência nos transectos extremos do sul (E) e do norte (A), que
apresentam zonas de grande turbidez nas menores profundidades. Este padrão
pode indicar locais de crescimento de juvenis nas regiões mais rasas destes
transectos.
A escassez de exemplares acima de 26 mm (CO) verificada neste trabalho
pode ser conseqüência da mortalidade por pesca na região estudada
(ROTHLISBERG, 1985; SOMERS, 1987), apud CASTRO et al (2005). O esforço,
teoricamente paralisado durante o período de defeso, mas ininterrupto no resto do
ano, provavelmente afeta a composição de tamanho, retirando continuamente da
população os espécimes maiores. Neste estudo a parcela reprodutiva da população
(com os maiores comprimentos) foi representativa nas capturas, nos períodos
descritos na literatura. Entretanto, a baixa freqüência dos maiores comprimentos
máximos poderia ser explicada pela possível migração inshore-offshore, sobretudo a
partir de janeiro, decorrente de uma amostragem incompleta nos momentos de
migração. Por outro lado, o tamanho máximo médio do camarão sete-barbas é
atingido em no mínimo em 1,5 anos (BRANCO, 2005) ou 2,5 anos (BRANCO et al,
2004) e o tamanho médio da primeira maturação sexual se dá em torno de 7 meses
(BRANCO, 2005) ou 1,5 anos (MOTTA-AMADO, 1978). Portanto, é bem provável
que os indivíduos maiores e mais velhos, estejam mais expostos à captura pela frota
industrial e artesanal pelo simples fato de estarem a mais tempo na região. Isso
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pode, inclusive estar refletido no decréscimo persistente na freqüência das maiores
classes de tamanho, para ambos os sexos, a partir dos dois meses que
antecederam o defeso durante o período deste estudo (janeiro e fevereiro de 2005)
e que coincidem com o veraneio/influxo de turistas na região, com conseqüente
demanda pelo recurso e atuação intensa da frota arrasteira (relatório RAM, 2000).
Desta forma, a possível migração inshore-offshore dos períodos do pico de
reprodução no verão associada ao aumento do esforço pesqueiro durante o
veraneio seriam os principais motivos do desaparecimento das maiores classes de
tamanho a partir de janeiro.
As menores freqüências de fêmeas durante o outono podem ser
conseqüência do período reprodutivo 1, no final da primavera e início do verão,
associados às possíveis migrações para a desova em águas mais profundas e ao
intenso esforço pesqueiro na véspera do defeso (no outono durante este estudo).
Estes padrões devem ser corroborados por estudos posteriores.
Os maiores rendimentos ocorreram no outono. Este padrão foi verificado por
BRANCO et al (1999) e BRANCO (2005) em Santa Catarina, NAKAGAKI et al (1995)
e CASTRO (2002) em Ubatuba (SP) e por CORTES & NEWMARK (1992) e
OLIVEIRA (1989), na Guyana Francesa. NAKAGAKI et al (op. cit.) e CASTRO (op.
cit.) relacionaram capturas baixas ocorrendo no verão ao comportamento
oceanográfico da região de Ubatuba sob influência da ACAS e às baixas
temperaturas da termóclina. BRANCO et al (1999) também associaram as baixas
temperaturas às menores capturas. No litoral do Paraná, entretanto, nas
profundidades estudadas, a influência da ACAS não ocorre (MATSURA, 1986) e
neste estudo houve relação positiva entre a temperatura de fundo e o rendimento,
não podendo estes argumentos justificar as baixas capturas que ocorreram no
verão, principalmente em fevereiro – com exceção das menores profundidades do
transecto A – onde ocorreram as maiores capturas de todo o período de estudo.
Este comportamento sugere dois acontecimentos. Em primeiro lugar, pode ter
ocorrido a migração offshore do ciclo 3 (DALL et al, 1990) para a desova nas águas
mais profundas e os indivíduos provenientes do recrutamento verificado em
dezembro podem ter migrado latitudinalmente para as regiões mais rasas do
transecto A, onde ocorrem as maiores freqüências das menores classes de
tamanho. Em segundo lugar, o aumento da demanda por camarão (veraneio) em um
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período onde o camarão branco é escasso (NATIVIDADE et al, 2004), nos meses
que antecedem o defeso (no ano deste estudo), elevou o esforço pesqueiro aos
seus níveis máximos (observação de campo). Estes dois agentes atuando em
conjunto poderiam explicar os baixos rendimentos de fevereiro para quase todos os
transectos e profundidades. A bimodalidade e o achatamento das distribuições das
classes de tamanho no mês de fevereiro poderiam corroborar a presença de
indivíduos menores em agregados nas regiões rasas do transecto A.
Os padrões distribucionais indicam que os maiores rendimentos ocorrem em
várias profundidades do setor centro-norte e nas menores profundidades do setor
sul. Nos meses de outono, pela teórica paralisação da pesca de arrasto (vigente
durante este estudo), os rendimentos podem refletir padrões mais naturais de
distribuição.
A distribuição das classes de tamanho foi contrastante com os locais de
maior e menor rendimento registrados no estudo. A região centro-sul apresentou os
maiores comprimentos, porém, a quantidade de biomassa capturada, foi menor se
comparada ao norte. Isto indica que havia menos indivíduos com maior tamanho no
sul e mais indivíduos com menor tamanho no norte. Este padrão pode indicar uma
migração latitudinal dos indivíduos maiores e em estádio mais avançado de
maturação; fenômeno associado à procura por águas com maiores salinidades (Le
Reste, 1977; apud OLIVEIRA & ROSE, 1989).
Entretanto, em qualquer estação do ano, o camarão sete-barbas mostra-se
associado às plumas e frentes estuarinas identificadas por NOERNBERG (2001). O
rendimento mostrou correlação negativa com a transparência da água, que é menor
nestas regiões pelo amplo descarregamento de nutrientes e sedimentos finos da
vazão dos estuários de Paranaguá, Guaratuba e Foz do Rio Ararapira. Nas menores
profundidades a biomassa fitoplantônica é alta (BRANDINI et al, no prelo)
favorecendo a presença de vários itens da dieta alimentar do sete-barbas (BRANCO
& MORTIZ, 2001; BRANCO, 2005). Desta forma, os locais com sedimentos mais
finos e ricos em presas e fragmentos vegetais podem ser hábitats preferenciais para
o crescimento e a alimentação desta espécie OLIVEIRA (1989), NAKAGAKI &
NEGREIROS-FRANSSOZO (1998) e CASTRO et al (2005).
Na zona central e norte (transectos A, B e C), até o momento, não há
trabalhos que descrevam os sedimentos, mas na zona sul (transectos D e E), os
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sedimentos até 10 m de profundidade são constituídos na sua maioria por areias
finas e muito finas do delta de maré vazante, associados à desembocadura sul do
Complexo Estuarino de Paranaguá, e a partir de 10 m os sedimentos são
constituídos por areias médias e grossas (VEIGA et al, 2004). Este perfil, mais as
elevadas transparências e salinidades desta região, correspondem às baixas
densidades populacionais encontradas a partir da isóbata de dez metros no sul.
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6 CONCLUSÕES
o O outono (época do defeso durante este estudo) foi a estação com as
maiores capturas e o inverno, a menor.
o Os maiores rendimentos ocorreram na região centro-norte, em frente à Ilha do
Mel e à Ilha de Superagüí. Nas maiores profundidades da região sul
praticamente não ocorreram capturas de camarão sete-barbas, e, nas
menores, elas foram em geral inferiores às da região centro-norte.
o As capturas relacionam-se negativamente com a transparência da água,
diretamente associada à descarga continental e às plumas dos deltas dos
estuários da região.
o A distribuição dos comprimentos entre as profundidades e transectos indicam
que a população é estratificada verticalmente e que as regiões mais rasas
próximas à desembocadura de estuários, podem ser os hábitats preferenciais
de crescimento do X. kroyeri, enquanto que as mais profundas, com maior
transparência e salinidade, podem ser locais de maturação e desova.
o Os principais momentos de recrutamento são em dezembro e junho,
concomitantes a grandes precipitações.
o Foram identificadas fêmeas “desovadas” e juvenis durante todo o período,
indicando que a reprodução é contínua ao longo do ano. Entretanto, entre
setembro e dezembro e, menos intensamente, entre março e maio, ocorrem
projeções modais, aumento dos pesos médios e das freqüências de fêmeas
“maduras” e “desovadas”, além do restabelecimento das proporções sexuais
– indicando que estes são os principais períodos de reprodução da espécie.
o A mortalidade por pesca pode retirar continuamente da população os
indivíduos de maior tamanho, mas este indício deve ser investigado por
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outros estudos, visto as diferenças nas constantes de crescimento e nos
comprimentos máximos descritos na literatura.
o O arrasto demersal, associado às possíveis migrações dentro do ciclo de vida
da espécie, pode estar relacionado com os pequenos rendimentos verificados
em fevereiro de 2005.
o A proibição total da pesca de arrasto em até uma milha da praia e parcial em
até três milhas da praia pode ser um mecanismo eficaz para proteger as
populações em crescimento, visto que nestas regiões concentram-se as
menores classes de tamanho.
o A proteção das áreas de crescimento associada à Instrução Normativa IBAMA
n° 91, de 6 de fevereiro de 2006, que altera a data do período de defeso para
entre outubro e dezembro – o momento mais intenso da reprodução de X.
kroyeri – são medidas de manejo complementares e convenientes na
manutenção dos estoques da espécie.
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APÊNDICE I
Licença de coletas de material biológico emitida pelo IBAMA/DIFAP
(nº. 02017.001136/2004-15)
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APÊNDICE 2
Planilha de campo
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APÊNDICE 3
Tabelas 4, 5, 6 e 7 contendo os valores médios e os desvios padrão dos
parâmetros de temperatura e salinidade de superfície e de fundo, da transparência
da água e da precipitação total, entre agosto de 2004 e julho de 2005, divididos em
séries temporais e espaciais,
A
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70
TABELA 4 – VALORES MÉDIOS E DESVIOS PADRÃO DOS PARÂMETROS ABIÓTICOS, SEGUNDO O MÊS,
NA PLATAFORMA RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005.
Salinidade de
Superfície
Salinidade de
Fundo
Temperatura de
Superfície
Temperatura de
Fundo
Transparência
ago/04 32.35 +-0.24 32.58+-0.24 21.12+-0.94 20.39+-0.57 2.92 +-1.74
set/04 35.09 +-0.85 36.08+-0.92 22.69+-0.87 21.72+-0.81 2.48 +-1.31
out/04 35.82 +-0.78 36.51+-0.58 22.60+-0.47 21.87+-0.26 1.82 +-1.50
nov/04 35.45 +-1.13 36.57+-1.27 24.07+-0.48 23.09+-0.39 1.96 +-1.03
dez/04 35.78 +-0.96 37.03+-0.54 24.95+-0.21 24.49+-0.35 2.04 +-0.91
jan/05 35.80 +-1.08 37.35+-0.90 26.88+-0.61 25.57+-1.00 4.48 +-3.50
fev/05 35.16 +-1.14 36.54+-1.45 27.49+-0.37 25.79+-0.59 4.48 +-2.16
mar/05 35.45 +-0.72 36.42+-0.43 24.75+-1.64 24.12+-1.52 2.83 +-1.29
abr/05 34.75 +-0.97 35.95+-0.62 21.25+-0.95 21.54+-0.46 2.55 +-1.86
mai/05 35.44 +-0.54 35.93+-0.37 21.95+-0.63 21.71+-0.44 1.65 +-0.54
jun/05 35.90 +-0.53 36.75+-0.33 22.57+-0.41 22.52+-0.50 3.19 +-2.71
jul/05 35.47 +-0.87 36.05+-0.79 20.41+-0.41 20.99+-1.62 2.64 +-1.38
TABELA 5 – VALORES MÉDIOS E DESVIOS PADRÃO DOS PARÂMETROS ABIÓTICOS, SEGUNDO OS
TRANSECTOS, NA PLATAFORMA RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005.
Salinidade de
Superfície
Salinidade de
Fundo
Temperatura de
Superfície
Temperatura de
Fundo
Transparência
A 35.27 +-1.29 36.21+-1.39 23.35+-2.39 22.89+-1.98 2.26 +-1.63
B 35.23 +-1.35 36.18+-1.52 23.80+-2.29 22.91+-1.77 2.92 +-2.30
C 34.58 +-0.99 36.14+-1.40 22.86+-2.43 22.57+-1.88 2.09 +-0.93
D 35.69 +-1.23 36.21+-1.45 23.74+-2.03 22.98+-1.83 2.81 +-1.71
E 35.26 +-1.12 35.99+-1.23 23.22+-2.26 22.73+-2.07 3.68 +-2.66
TABELA 6 – VALORES MÉDIOS E DESVIOS PADRÃO DOS PARÂMETROS ABIÓTICOS, SEGUNDO AS
PROFUNDIDADES, NA PLATAFORMA RASA DO PARANÁ. AGO 2004 – JUL 2005.
Salinidade de
Superfície
Salinidade de
Fundo
Temperatura de
Superfície
Temperatura de
Fundo
Transparência
6m 34.98 +-1.27 35.70+-1.28 23.37+-2.33 22.94+-2.05 1.58 +-0.75
9m 35.10 +-1.28 35.97+-1.42 23.39+-2.31 22.80+-1.94 2.09 +-1.10
12m 35.35 +-1.20 36.40+-1.36 23.39+-2.29 22.74+-1.84 3.14 +-1.80
15m 35.38 +-1.22 36.51+-1.38 23.41+-2.30 22.79+-1.80 4.20 +-2.67
TABELA 7 - PRECIPITAÇÃO TOTAL POR MÊS (ESTAÇÃO METEOROLÓGICA CEM). AGO 04 – JUL 05.
Mês Precipitação (mm)
ago/04 66.55
set/04 303.53
out/04 387.86
nov/04 382.52
dez/04 649.22
jan/05 518.92
fev/05 107.44
mar/05 408.43
abr/05 575.31
mai/05 256.79
jun/05 283.21
jul/05 214.63
A
A
A
p
p
p
ê
ê
ê
n
n
n
i
i
i
d
d
d
e
e
e
71
APÊNDICE 4
Tabelas 8 e 9 contendo as proporções relativas mensais dos estádios de maturação
de machos e fêmeas de X. kroyeri, entre agosto de 2004 e julho de 2005.
A
A
A
p
p
p
ê
ê
ê
n
n
n
i
i
i
d
d
d
e
e
e
72
TABELA 8 – FREQÜÊNCIAS RELATIVAS MENSAIS DO DESENVOLVIMENTO GONADAL DE
FÊMEAS DE X. kroyeri. A = IMATURO, B = EM DESENVOLVIMENTO, C = MADURO, D =
DESOVADO.
ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 Total
B 81.88 83.08 63.94 66.22 41.67 76.19 60.56 50.88 68.18 50.39 78.48 59.51 64.88
C 9.76 13.46 29.00 26.58 21.33 15.48 8.45 46.93 17.27 17.19 17.72 12.15 20.14
A 7.67 1.54 0.37 3.60 26.33 3.57 29.58 0.88 13.64 28.52 2.11 27.13 11.50
D 0.70 1.92 6.69 3.60 10.67 4.76 1.41 1.32 0.91 3.91 1.69 1.21 3.47
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
n 287 260 269 222 300 168 71 228 220 256 237 247 2765
TABELA 9 – FREQÜÊNCIAS RELATIVAS MENSAIS DO DESENVOLVIMENTO DOS PETASMAS
DE MACHOS DE X. kroyeri. A = IMATURO, B = MADURO.
ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 Total
A 26.72 9.48 3.79 8.57 21.97 14.38 11.11 4.93 6.13 5.37 12.00 16.44 11.27
B 73.28 90.52 96.21 91.43 78.03 85.62 88.89 95.07 93.87 94.63 88.00 83.56 88.73
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
n 232 211 211 245 223 153 90 284 261 335 225 219 2689
A
A
A
p
p
p
ê
ê
ê
n
n
n
i
i
i
d
d
d
e
e
e
73
APÊNDICE 5
Tabelas 10 e 11 contendo os valores absolutos da biomassa e do número de
indivíduos de X. kroyeri capturados por ponto de coleta, entre agosto de 2004 e julho
de 2005.
A
A
A
p
p
p
ê
ê
ê
n
n
n
i
i
i
d
d
d
e
e
e
74
TABELA 10 – VALORES ABSOLUTOS DE BIOMASSA DE CAMARÃO SETE-BARBAS
CAPTURADOS EM TODOS OS 20 PONTOS DE CADA MÊS. AGO 2004 – JUL 2005.
Transecto
Profundida
de
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
Total
6 3.37 0.67 1.24 1.21 4.45 11.49 28.66 7.34 6.25 5.50 5.35 3.19 78.71
9 2.68 0.86 4.07 2.48 5.01 6.18 15.11 9.77 3.45 8.97 3.99 3.08 65.65
12 1.22 2.24 9.03 4.59 4.61 0.01 0.01 15.09 2.58 22.51 2.02 2.67 66.58
A
15
0.27 0.49 1.87 0.00 0.00 0.00 0.00 10.26 5.13 1.22 5.21 2.02 26.49
Total A 7.53 4.27 16.22 8.28 14.07 17.67 43.78 42.47 17.42 38.20 16.57 10.96 237.43
6 4.37 3.72 2.34 5.91 5.26 3.30 0.00 4.78 12.70 4.03 5.19 0.11 51.71
9 3.36 1.59 2.76 6.49 16.89 0.00 0.01 1.09 11.49 5.24 6.19 5.85 60.96
12 0.00 0.88 4.41 0.83 2.23 0.08 0.04 3.38 8.78 2.60 3.35 3.99 30.57
B
15
0.02 1.09 2.02 1.40 0.44 0.00 0.00 1.04 10.43 5.96 6.03 5.86 34.28
Total B 7.74 7.28 11.53 14.65 24.80 3.38 0.05 10.30 43.40 17.84 20.75 15.80 177.52
6 0.10 9.53 5.37 0.01 3.07 5.44 0.03 10.42 1.85 8.04 0.02 0.16 44.04
9 2.30 4.10 5.00 3.88 9.17 0.10 0.00 24.59 7.62 7.00 0.30 0.03 64.10
12 0.14 4.46 4.47 3.55 0.95 0.00 0.00 7.26 20.79 13.90 2.85 2.38 60.74
C
15
0.04 1.29 2.33 2.60 4.07 3.18 0.00 7.89 0.00 12.80 0.72 2.38 37.31
Total C 2.59 19.38 17.17 10.04 17.26 8.73 0.03 50.16 30.27 41.74 3.89 4.95 206.19
6 0.25 3.34 3.19 4.01 1.11 3.81 1.56 4.12 5.70 6.44 3.41 1.50 38.45
9 0.90 1.75 2.11 2.28 3.09 3.15 0.00 16.22 7.33 5.16 1.95 1.25 45.20
12 0.35 0.00 0.00 2.62 1.06 0.00 0.00 3.61 0.60 5.33 0.01 0.01 13.60
D
15
0.00 0.00 0.00 0.00 0.53 0.00 0.00 0.01 0.00 5.99 0.00 0.00 6.53
Total D 1.51 5.10 5.31 8.91 5.79 6.97 1.56 23.97 13.63 22.92 5.37 2.76 103.79
6 0.40 0.81 1.30 1.17 1.00 3.34 3.86 2.23 10.93 3.49 1.92 1.26 31.70
9 3.42 0.42 0.00 1.96 3.65 3.76 0.01 8.91 6.58 4.47 0.20 0.12 33.50
12 0.00 0.00 0.00 0.11 0.18 0.00 0.00 0.00 0.00 2.56 0.00 0.00 2.84
E
15
0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 0.13 0.00 0.00 0.13
Total E 3.82 1.23 1.30 3.24 4.84 7.11 3.86 11.14 17.51 10.64 2.11 1.39 68.18
Total 23.19 37.25 51.51 45.12 66.76 43.85 49.28 138.04 122.22 131.34 48.70 35.86 793.12
TABELA 11 – VALORES ABSOLUTOS DE INDIVÍDUOS DE CAMARÃO SETE-BARBAS
CAPTURADOS EM TODOS OS 20 PONTOS DE CADA MÊS. AGO 2004 – JUL 2005
Transecto
Profundidade
ago/04
set/04
out/04
nov/04
dez/04
jan/05
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
Total
6 1900 234 314 286 1216 5425 14957 3717 3586 3136 2500 1323 38594
9 1622 200 1299 960 2466 2922 8254 4546 2166 4443 2071 1017 31966
12 406 573 2609 1284 2336 4 14 6871 1707 9475 885 1048 27212
A
15
131 154 387 1 0 0 0 3547 3782 287 2262 310 10861
Total A 4059 1161 4609 2531 6018 8351 23225 18681 11241 17341 7718 3698 108633
6 1960 1311 627 1745 1972 3497 0 2309 5627 2550 3955 74 25627
9 1423 492 679 1867 3790 2 3 367 5577 3446 2337 3882 23865
12 1 300 1303 175 743 19 12 1448 4445 1135 2445 1813 13839
B
15
3 328 469 268 47 0 0 364 6421 4700 4181 2376 19157
Total B 3387 2431 3078 4055 6552 3518 15 4488 22070 11831 12918 8145 82488
6 23 1809 1080 2 1329 3066 9 4248 610 3293 8 45 15522
9 412 687 1160 695 2568 25 0 8365 2264 2596 68 12 18852
12 26 804 759 693 166 0 0 2252 9544 3942 850 479 19515
C
15
20 195 422 433 1535 939 0 2546 1 4488 181 516 11276
Total C 481 3495 3421 1823 5598 4030 9 17411 12419 14319 1107 1052 65165
6 66 624 556 746 600 2057 588 1905 2947 1391 1042 461 12983
9 169 341 313 375 2510 1337 1 5107 2628 1547 485 298 15111
12 123 2 0 292 1046 2 0 860 214 1763 4 5 4311
D
15
0 0 0 0 99 0 0 2 0 1782 0 0 1883
Total D 358 967 869 1413 4255 3396 589 7874 5789 6483 1531 764 34288
6 146 359 219 238 732 2085 2126 1083 4071 950 979 664 13652
9 1452 70 0 404 1742 2474 4 4035 2132 1105 94 86 13598
12 0 0 0 14 26 0 0 0 0 813 0 0 853
E
15
0 0 0 0 1 0 0 0 0 21 0 0 22
Total E 1598 429 219 656 2501 4559 2130 5118 6203 2889 1073 750 28125
Total 9883 8483 12196 10478 24924 23854 25968 53572 57722 52863 24347 14409 318699
A
A
A
p
p
p
ê
ê
ê
n
n
n
i
i
i
d
d
d
e
e
e
75
APENDICE 6
Tabela 12 contendo os valores da correlação multivariada entre a biomassa de
camarão sete-barbas capturada e os parâmetros abióticos
A
A
A
p
p
p
ê
ê
ê
n
n
n
i
i
i
d
d
d
e
e
e
76
TABELA 12 – CORRELAÇÃO ENTRE A BIOMASSA DE CAMARÃO SETE-BARBAS CAPTURADA E
OS PARÂMETROS ABIÓTICOS, ATRAVÉS DO MÉTODO DE REGRESSÃO MULTIVARIADA. OS
VALORES DE beta INDICAM A CORRELAÇÃO. OS VALORES DE p MARCADOS INDICAM A
SIGNIFICÂNCIA AO NÍVEL DE 0,05%.
beta p
Transparência -0.295
0.000
Int. do vento -0.138
0.029
Temperatura de Fundo 0.161
0.026
Salinidade de Fundo -0.071 0.311
R múltiplo 0.332 0.000
R
2
múltiplo 0.110
A
A
A
p
p
p
ê
ê
ê
n
n
n
i
i
i
d
d
d
e
e
e
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