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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ESTUDO ERGONÔMICO DO POSTO DE ATIVIDADE DISCENTE EM
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
por
VALDEMIR GALVÃO DE CARVALHO
CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, UFRN, 1998
TESE SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
SETEMBRO, 2005
© 2005 VALDEMIR GALVÃO DE CARVALHO.
TODOS DIREITOS RESERVADOS.
O autor aqui designado concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao público,
em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei.
Assinatura do Autor: ______________________________________________
APROVADO POR:
______________________________________________________________
Prof. Veder Ralfh Fernandes de Medeiros, D.Sc. - Orientador, Presidente
______________________________________________________________
Prof. Rubens Eugênio Barreto Ramos, D.Sc. – Membro Examinador
_______________________________________________________________
Profª. Maria Bernadete Vieira de Melo, D. Sc. - Membro Examinador Externo
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Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte / Biblioteca Central Zila Mamede
Carvalho, Valdemir Galvão de.
Estudo ergonômico do posto de atividade discente em instituição de
ensino superior / Valdemi Galvão de Carvalho. – Natal, RN 2005.
xvii, 123 p. : il.
Orientador: Veder Ralfh Fernandes de Medeiros.
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Engenharia de Produção.
1. Ergonomia Dissertação. 2. Conforto na sala de aula – Dissertação.
3. Atividades discentes – Dissertação. 4. Instituições de ensino superior –
Dissertação. I. Medeiros, Veder Ralfh Fernandes de. II. Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/BCZM CDU 65.015.11
ii
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SOBRE O AUTOR
Valdemir Galvão de Carvalho é Bacharel em Ciências Administrativas
(UFRN/1998); Licenciado em Educação Física (UFRN/2005) e Pós-
Graduado em Docência do Ensino Superior (UFRJ/2001). Durante o
mestrado foi professor titular da Faculdade de Ciências Cultura e
Extensão do Rio Grande do Norte (FACEX), ministrando as disciplinas
de Administração Financeira e Orçamentária I, Administração Financeira e Orçamentária II e
Análise das Demonstrações Financeiras.
iii
“...pode-se inferir que a escola tem a função de garantir o
bem-estar do educando de forma que este esteja apto à
assimilação e aplicação dos conhecimentos e técnicas
oferecidas. Sendo sua organização, instalações,
equipamentos e mobiliários fatores importantes para o
desempenho educacional com eficiência, criatividade e
competência”. Tavares
iv
Em memória de meu pai João Evangelista de
Carvalho, (1910-2004). Exemplo de chefe de
família e cidadão, que com amor soube me
ensinar às lições que a universidade foi incapaz
de me dar. “saber amar”.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, por tudo que tem feito em minha vida.
Aos meus pais que sempre me orientaram no sentido de fazer o bem e a lutar com
determinação em busca dos meus ideais.
A minha companheira, que me encorajou nas horas difíceis.
A minha filhinha, que abdicou horas de recreação e lazer, para que eu pudesse concluir este
curso com o aproveitamento adequado.
A todos meus familiares.
Aos professores e alunos da Faculdade de Ciência Cultura e Extensão do Rio Grande do
Norte, pelo apoio e companheirismo.
A professora Isabel, pelo precioso apoio no tratamento estatístico dado na construção deste
trabalho;
Ao professor Veder Ralfh, pelo apoio, atenção na orientação e condução da pesquisa.
Ao professor Rubens pelo empenho, contribuição e atenção dispensada na orientação e
condução da pesquisa.
A professora Maria Bernadete, que como Membro Examinador Externo, contribuiu de
forma relevante no aprimoramento deste trabalho.
A Cleide, pela capacidade, atenção, respeito e tranqüilidade no atendimento aos alunos do
PEP.
Ao meu amigo Geraldo Magela pelo empréstimo do decibelímetro, que possibilitou registrar
as medições referentes à acústica das salas de aula.
Ao professor Aldomar Pedrini, Coordenador do Departamento de Conforto Ambiental do
Curso de Arquitetura da UFRN, pelo empréstimo do luxímetro e do termohigroanemômetro,
para a realização das medições referentes ao conforto luminoso e térmico.
E a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para essa conquista; meu muito
obrigado.
vi
Resumo da Tese apresentada à UFRN/PEP como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção.
ESTUDO ERGONÔMICO DO POSTO DE ATIVIDADE DISCENTE EM
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
VALDEMIR GALVÃO DE CARVALHO
Setembro/2005
Orientador: Prof. Veder Ralfh Fernandes de Medeiros
Co-Orientador: Prof. Rubens Eugênio Barreto Ramos
Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção
Este pesquisa realizou um estudo ergonômico do posto de atividade discente de uma IES, foi
aplicado um questionário com indicadores ergonômicos estruturado em escala intervalar de
diferencial semântico de 0 a 10, em 290 alunos com idades entre 18 e 52 anos distribuídos por
5 cursos em 9 salas de aula, a amostra foi do tipo probabilística aleatória simples. As técnicas
estatísticas empregadas foram a análise descritiva e a análise de clusters através do software
statistica 5.0 considerando p 0,0500. Envolvendo as seguintes variáveis: Layout; Cores;
Acústica; Iluminação; Temperatura; Postura; Mobiliário, e Equipamentos didáticos. Os
resultados obtidos apontam para considerar que o layout das salas, a percepção de conforto
acústico, a postura dos alunos e o mobiliário das salas de aula pesquisadas foram as
condicionantes que mais se destacaram negativamente quanto à percepção de conforto do
usuário. O NPS variou de 57,9 a 91,5 dB(A) valores acima do recomendado para salas de aula
de acordo com a NBR 10152; NR 15; NR 17; Portaria nº 3214/1978, do Ministério do
Trabalho e a literatura pesquisada. A Iluminação registrou intervalo de 139 a 966 Lux, valores
fora dos limites de intervalo recomendado para salas de aula segundo a NBR 5413 e NR 17. A
temperatura térmica registrou intervalo de 24° a 25,9ºC; a URA 41,6 a 79,1% e a velocidade
do ar 0,1 a 1,0 m/s, valores acima do recomendado para salas de aula segundo a NBR 6401 e
NR – 17. A pesquisa sugere ainda que haveria associações entre dores no corpo a posturas dos
alunos e o mobiliário das salas de aula. Os resultados sugerem pesquisas adicionais
especialmente para as condições térmica e acústica das salas de aula.
Palavras Chaves: Ergonomia, Conforto, Salas de aula.
vii
Abstract of Master Thesis presented to UFRN/PEP as fulfillment of requirements to the
degree of Master of Science in Production Engineering
ERGONOMICS STUDY OF STUDENT ACTIVITY PLACE ON A HIGHER
EDUCATION INSTITUTION
VALDEMIR GALVÃO DE CARVALHO
September/2005
Thesis Supervisors:
Veder Ralfh Fernandes de Medeiros
Rubens Eugênio Barreto Ramos
Program: Master of Science in Production Engineering
This research carried through an ergonomic study of the rank of learning activity of a IES,
was applied a questionnaire with ergonomic pointers structuralized in scale to intervalar of
semantic differential of 0 the 10, in 290 pupils with ages between 18 and 52 years distributed
for 5 courses in 9 classrooms, the sample was of the simple random probabilist type. The used
statistical techniques had been the descriptive analysis and the analysis of clusters through
statistica software 5,0 considering p 0,0500. Involving the following 0 variable: Layout;
Colors; Acoustics; Illumination; Temperature; Position; Didactic furniture, and Equipment.
The gotten results point to consider that the layout of the rooms, the perception of acoustic
comfort, the position of the pupils and the furniture of the searched classrooms had been the
condicionantes that had been more distinguished negative how much to the perception of
comfort of the user. The the 91,5 NPS varied of 57,9 dB(A) values above of recommended for
classrooms in accordance with NBR 10152; NR 15; NR 17; It would carry nº 3214/1978, of
the Ministry of the Work and searched literature. The Illumination registered interval of 139
the 966 Lux, values are of the limits of interval recommended for classrooms according to
NBR 5413 and NR 17. The thermal temperature registered interval of 24° 25,9ºC; URA 41,6
79.1% and the 0.1 air speed 1,0 m/s, values above of recommended for classrooms according
to NBR the 6401 and NR – 17. The research still suggests that it would have associations
between pains in the body the positions of the pupils and the furniture of the classrooms. The
results suggest research especially add for the conditions thermal and acoustics of the
classrooms.
Keys Words: Ergonomics, Comfort, Classrooms.
viii
ÍNDICE
Pag
Capítulo 1 - Introdução ................................................................................................... 01
1.1 Considerações Iniciais ....................................................................................... 01
1.2 Definição do Problema....................................................................................... 03
1.3 Justificativa da Pesquisa .................................................................................... 08
1.4 Objetivos da Pesquisa......................................................................................... 10
1.5 Limitações.......................................................................................................... 11
1.6 Estrutura Geral da Dissertação........................................................................... 11
Capítulo 2 - Estudo Ergonômico do Posto de Atividade Discente..................................
13
2.1 Evolução Histórica da Ergonomia...................................................................... 13
2.2 Conceitos Fundamentais..................................................................................... 14
2.3 O Layout no posto de Atividade Discente.......................................................... 18
2.4 Emprego das Cores no Posto de Atividade discente.......................................... 22
2.5 Conforto Acústico no Posto de Atividade discente............................................ 24
2.6 Conforto Luminoso no Posto de Atividade discente.......................................... 30
2.7 Conforto Térmico no Posto de Atividade discente............................................ 36
2.8 A importância da Postura do Aluno no seu Posto de Atividade........................ 39
2.9 O Mobiliário no Posto de Atividade Discente.................................................... 42
2.10 Os Equipamentos Didáticos Auxiliares no Posto de Atividade Discente........ 49
2.11 Conclusão......................................................................................................... 51
Notas de Fim de Capítulo......................................................................................... 52
Capítulo 3 - Metodologia da Pesquisa.............................................................................
53
3.1 Caracterização do Setor Pesquisado................................................................... 53
3.2 Tipologia da Pesquisa......................................................................................... 54
3. População e Amostra............................................................................................ 55
3.4 Instrumento de Coleta de Dados........................................................................ 57
3.5 Coleta de Dados.................................................................................................. 59
3.6 Técnica de Análise de Dados............................................................................. 61
3.6.1 Análise Descritiva........................................................................................... 61
3.6.2 Análise Multivariada....................................................................................... 61
3.6.3 Análise do Teste Qui-Quadrado...................................................................... 62
3.7 Conclusão........................................................................................................... 63
Capitulo 4 - Resultados da Pesquisa de Campo.............................................................. 64
ix
4.1 Validação da Pesquisa........................................................................................ 64
4.1.1 População e Amostra................................................................................ 64
4.1.2 Perfil dos Entrevistados............................................................................ 65
4.1.3 Questionário............................................................................................. 66
4.2 Análise Descritiva.............................................................................................. 66
4.2.1 Estudo Ergonômico do Posto de Atividade Discente............................... 67
4.2.1.1 Layout.......................................................................................... 67
4.2.1.2 Cores............................................................................................ 69
4.2.1.3 Acústica....................................................................................... 71
4.2.1.4 Iluminação................................................................................... 75
4.2.1.5 Conforto Térmico........................................................................ 78
4.2.1.6 Postura......................................................................................... 81
4.2.1.7 Mobiliário.................................................................................... 82
4.2.1.8 Equipamentos Didáticos.............................................................. 85
4.3 Resultados da Análise de Clusters...................................................................... 86
4.3.1 Ergonomia no Layout do Posto de Atividade Discente........................... 87
4.3.2 Emprego das Cores no Posto de Atividade Discente............................... 88
4.3.3 Conforto Acústico no Posto de Atividade Discente................................. 90
4.3.4 Conforto Luminoso no Posto de Atividade Discente............................... 91
4.3.5 Conforto Térmico no Posto de Atividade Discente................................. 93
4.3.6 Conforto Postural no Posto de Atividade Discente.................................. 94
4.3.7 Conforto do Mobiliário no Posto de Atividade Discente......................... 95
4.3.8 Equipamentos Didáticos do Posto de Atividade Discente....................... 97
4.4 Resultados da Análise do Teste Qui-quadrado........................................... 100
4.5 Conclusão........................................................................................................... 101
Capítulo 5 - Conclusões e Recomendações.....................................................................
102
5.1 Revisão da Literatura.......................................................................................... 102
5.2 Metodologia da Pesquisa.................................................................................... 104
5.3 Resultados da Pesquisa....................................................................................... 105
5.4 Análise Crítica do Trabalho.............................................................................. 109
5.5 Limitações do Trabalho...................................................................................... 110
5.5.1 Abrangências................................................................................................... 110
5.6 Direções de Pesquisa.......................................................................................... 111
5.7 Recomendações.................................................................................................. 111
5.8 Conclusão........................................................................................................... 114
x
Referências Bibliográficas...............................................................................................
116
Anexo I – Instrumento de Pesquisa
Anexo II – Mensuração das Condições Ergonômicas
Anexo III – Análise Descritiva das Variáveis
Anexo IV – Resultados da Análise de Clusters
Anexo V – Resultados do teste Qui-Quadrado
Anexo VI – Relação de Fotografias
xi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1 - Esquema da Metodologia da Dissertação..................................................... 11
Figura 2.1 - As fontes de luz devem estar localizadas de modo a evitar reflexos e
sombras na superfície de trabalho................................................................
34
Figura 2.2 - As luminárias devem ficar posicionadas 30º acima da linha de visão e
atrás do trabalhador, para evitar ofuscamento e reflexos.............................
34
Figura 2.3 - Sistema de iluminação típico em área de trabalho........................................ 34
Figura 2.4 - Rotação da coluna dorso lombar................................................................... 42
Figura 2.5 - Movimentos extremos de flexão e extensão................................................. 42
Figura 2.6 - Amplitude total de inclinação da cabeça...................................................... 42
Figura 2.7 - Amplitude de rotação da cabeça................................................................... 42
Figura 2.8 - Áreas de visão ótima e máxima.................................................................... 42
Figura 2.9 - Superfície de trabalho para desenho............................................................. 44
Figura 2.10- Superfície de trabalho para leitura............................................................... 44
Figura 2.11- Linha normal da visão................................................................................. 45
Figura 2.12 - Dimensões antropométricas críticas a serem consideradas no projeto de
um posto de atividade para a pessoa sentada................................................
46
Figura 2.13 - A rotação da bacia na passagem do estar de pé para o estar sentado......... 48
Figura 2.14 - O contato da nádega com a superfície do assento......................................
48
Figura 2.15 - Posição em apoio ísquio-sacral...................................................................
48
Figura 4.1 - Distribuição dos alunos por unidade da instituição......................................
64
Figura 4.2 - Localização da porta de entrada da sala de aula...........................................
68
Figura 4.3 - Densidade Social (quantidade de alunos por turma)....................................
69
Figura 4.4 - Utilização das cores para a transmissão da informação com recursos
didáticos......................................................................................................
70
Figura 4.5 - Percepção de conforto acústico das salas de aulas.......................................
72
Figura 4.6 - Percepção de conforto acústico das salas de aulas.......................................
73
Figura 4.7 - Comunicação da informação professor/aluno..............................................
73
Figura 4.8 -Incidência de luz direta nos olhos..................................................................
76
Figura 4.9 - Reflexos........................................................................................................
77
Figura 4.10 - Ofuscamentos.............................................................................................
77
Figura 4.11 - Localização dos equipamentos de ar condicionado....................................
79
Figura 4.12 - Ventilação (circulação do ar na sala de aula).............................................
80
Figura 4.13 - Acomodação postural em função do mobiliário.........................................
81
Figura 4.14- Acomodação postural em função dos recursos didáticos............................
82
Figura 4.15 - Conforto do assento das carteiras das salas de aula....................................
83
xii
Figura 4.16 - Conforto nas costa do apoio das carteiras das salas de aula.......................
83
Figura 4.17 - Altura do assento das carteiras das salas de aula........................................
84
Figura 4.18 - Nitidez da leitura nos equipamentos didáticos...........................................
85
Figura 4.19 - Variáveis significantes na formação dos clusters - Layout........................
88
Figura 4.20 - Variáveis significantes na formação do cluster - Cores..............................
89
Figura 4.21 - Variáveis significantes na formação do cluster - Acústica.........................
90
Figura 4.22 - Variáveis significantes na formação do cluster - Iluminação.....................
92
Figura 4.23 - Variáveis significantes na formação do cluster - Temperatura..................
94
Figura 4.24 - Variáveis significantes na formação do cluster - Postura..........................
95
Figura 4.25 - Variáveis significantes na formação do cluster - Mobiliário......................
96
Figura 4.26 - Variáveis significantes na formação do cluster - Equipamentos didático
auxiliares.....................................................................................................
98
Figura 4.27 - Resultado percentual das dores no corpo sentida pelos alunos..................
100
xiii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente (NR - 15)..........
26
Tabela 2.2 - Intervalo de conforto acústico recomendado para salas de aula..................
29
Tabela 2.3 - Níveis de luminosidade ideal para salas de aulas........................................
35
Tabela 2.4 -: Intervalo de Conforto Luminoso em Lux para Salas de Aula.................... 35
Tabela 2.5 - Volume de ar e ventilação necessários para diversos tipos de trabalho....... 37
Tabela 2.6 -: Intervalo de Conforto Térmico................................................................... 38
Tabela 3.1 - Número de instituições de educação superior, cursos e matrículas por
categoria administrativa - Brasil - 1998 a 2003..............................................................
54
Tabela 4.1 - Dados sócio-demográficos dos alunos pesquisados..................................... 65
Tabela 4.2 - Medidas de consistência interna (alfa de Chronbach) ................................ 66
Tabela 4.3 - Indicadores Ergonômicos do Arranjo Físico das Salas de Aulas
Pesquisadas......................................................................................................................
69
Tabela 4.4 - Indicadores Ergonômicos do Emprego de Cores nas Salas de Aula
Pesquisadas.......................................................................................................................
70
Tabela 4.5 - Níveis de Pressão Sonora das Salas de Aula Registrados com
Decibelímetro...................................................................................................................
71
Tabela 4.6 - Nível Acústico de Sinal/Ruído (S/R)........................................................... 74
Tabela 4.7 - Indicadores Ergonômicos da Acústica das salas de Aula Pesquisadas........ 74
Tabela 4.8 - Níveis de Luminância das Salas de Aula Registrados com Luxímetro...... 75
Tabela 4.9 - Indicadores Ergonômicos da Iluminação das Salas de Aula Pesquisadas... 78
Tabela 4.10 - Intervalo Térmico das Salas de aula Registrado com
Termohigroanemômetro...................................................................................................
79
Tabela 4.11 - Indicadores Ergonômicos do Conforto Térmico das Salas de Aula
Pesquisadas.......................................................................................................................
80
Tabela 4.12 - Indicadores Ergonômicos do Conforto Postural dos Alunos em Salas de
Aula..................................................................................................................................
82
Tabela 4.13 - Indicadores Ergonômicos do Conforto do Mobiliário das Salas de Aula
Pesquisadas.......................................................................................................................
84
Tabela 4.14 - Indicadores Ergonômicos dos Equipamentos Didáticos das Salas de
Aula Pesquisadas..............................................................................................................
85
Tabela 4.15 - ANOVA - Layout....................................................................................... 87
Tabela 4.16 - ANOVA - Cores......................................................................................... 88
Tabela 4.17 - ANOVA - Acústica................................................................................. 90
Tabela 4.18 - Variáveis que identificam dentro do perfil, diferenças entres os
clusters..............................................................................................................................
91
Tabela 4.19 - ANOVA - Iluminação................................................................................ 92
xiv
Tabela 4.20 – ANOVA - Temperatura.............................................................................
93
Tabela 4.21 - ANOVA - Postura......................................................................................
94
Tabela 4.22 - ANOVA - Mobiliário.................................................................................
95
Tabela 4.23 - Variáveis que identificam dentro do perfil, diferenças entres os
clusters........................................................................................................
97
Tabela 4.24 - ANOVA - Equipamentos didático auxiliares.............................................
97
Tabela 4.25 - Resultado do Teste Qui-quadrado para verificação da associação entre
clusters e algumas variáveis categóricas e não categóricas........................
100
xv
ÌNDICE DE QUADROS
Quadro 3.1 - Variáveis do questionário x Fundamentação teórica x Autores .....................
Quadro 4.1 - Resultado da Análise Descritiva referente a percepção de conforto dos
Indicadores Ergonômicos do Posto de Atividade Discente............................
Quadro 4.2 - Resultado da Análise de Clusters referente a percepção de conforto dos
Indicadores Ergonômicos do Posto de Atividade Discente...............................
58
86
99
xvi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABPA - Associação Brasileira para Previdência de Acidentes
ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia
ABILUX - Associação Brasileira das Indústrias de Iluminação
AET – Análise Ergonômica do Trabalho
ACE - Avaliação das Condições de Ensino
ASHRAE – American Society of Heating Refrigerating and Air-Conditioning Engineers
CAT - Classe de Atenuação de Teto
CFR - Coeficiente de Redução de Ruído
CPSU-OHS – Community and Public Sector Union Occupational Health and Safety
DAES - Diretoria de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior
GAO - General Accounting Office
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEA – International Ergonomics Association
IES – Instituição de Ensino Superior
INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social
ISO - International Organization For Standardization
LSTM – Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho
MEC – Ministério da Educação
NBR - Norma Brasileira Registrada
NIOSH – National Institute For Occupational And Health
NPS – Nível de Pressão Sonora
NR-15: Norma Regulamentadora nº 15
NR-17: Norma Regulamentadora nº 17
NR-26: Norma Regulamentadora nº 26
TR - Tempo de Reverberação
PAIR - Perda Auditiva Induzidas pelo Ruído
SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
URA – Umidade Relativa do Ar
xvii
Capítulo 1
Introdução
Esta pesquisa tem por objetivo investigar as condições de conforto físico ambiental
das salas de aula em relação às normas regulamentadoras brasileiras e a percepção
subjetiva de conforto na opinião dos alunos, contribuindo para o avanço do estudo
ergonômico relacionado com a caracterização do ambiente físico das atividades discente
no ensino superior e para a qualidade do serviço prestado. A pesquisa aborda o posto de
atividade discente através dos indicadores físicos e ergonômicos presentes no ambiente
físico das salas de aulas, quais sejam: layout, cores, acústica, iluminação; temperatura;
postura, mobiliário e as condições dos equipamentos didáticos auxiliares.
O presente capítulo está composto por seis sessões, a primeira aborda as
considerações iniciais sobre o tema; a segunda aborda a definição do problema; a terceira a
justificativa; a quarta os objetivos; a quinta as limitações e a sexta sessão a estrutura geral
desta dissertação.
1.1 Considerações Iniciais
As IES (Instituições de Ensino Superior) como organizações de trabalho
pertencentes ao setor terciário da economia são instituições prestadoras de serviços
complexos e detentoras de uma clientela exigente, dinâmica e geradora de um produto
primordial para a sociedade, a natureza dos serviços por elas ofertados implica além das
exigências de qualidade dos profissionais que nela atuam. Existe uma crescente
preocupação com a qualidade do ensino em todos os níveis não apenas por parte do
1
governo e empresários mais principalmente por parte de professores e alunos, essa
preocupação não é apenas no sentido da produção do conhecimento, mais também nas
condições ambientais em que se processa essa produção de conhecimento, seja no trabalho
docente ou discente.
No trabalho docente as características pessoais como equilíbrio, dinamismo,
criatividade, habilidade no relacionamento interpessoal, formação, interesse,
disponibilidade interna para atualização constante, flexibilidade, entre outros, são os
principais requisitos exigidos pela profissão docente e que refletirá na produção e na
qualidade da aprendizagem dos discentes. Durante as aulas os professores passam a
maioria do tempo em pé na posição estática e em contração isométrica ou em pé em
postura mais dinâmica, e que na maioria das vezes precisam ensinar em diversas
instituições de ensino para aumentar a sua renda, acabam tendo um desgaste físico e
mental muito grande ocasionando fadiga e gerando estresse e possibilitando a ocorrência
do surgimento de diversas doenças ocupacionais.
Os discentes ao contrário dos professores passam a maior parte das aulas sentados,
o mobiliário disponível é geralmente inadequado o que possivelmente possibilita em longo
prazo o surgimento de distúrbios ocupacionais como lombalgias, artrites, e desconfortos
musculares. Muito dos alunos geralmente trabalham para poder custear as despesas de seus
estudos, aumentando o desgaste físico e conduzindo a fadiga, por isso eles necessitam de
mobiliário mais confortável que possibilite manter uma boa postura em seu posto de
atividade por tempo prolongado.
Por outro lado, os equipamentos didáticos disponíveis são na maioria das vezes
insuficiente para atender a demanda das salas de aulas e geralmente encontram-se
posicionados de maneira incorreta não obedecendo a altura e angulações recomendadas, a
iluminação do ambiente, a acústica das salas de aulas, equipamentos de ar condicionado
barulhentos, a temperatura do ambiente, a quantidade de alunos por turma de aula, as
instalações inadequadamente projetadas, o layout, as cores do ambiente, as cores utilizadas
para a transmissão da informação com recursos didáticos e a infra-estrutura das
instituições, todas essas questões são condicionantes que interferem na percepção do
conforto, no bem-estar discente na produção e no desempenho do processo de ensino e
aprendizagem.
2
A ausência de estratégia empresarial, aliada a escassez de recursos financeiros,
conduz os empresários das IES na maioria das vezes observam por ocasião de seus
investimentos estas condições ambientais das salas de aula apenas como custos e alguns
fatores intangíveis nos resultados obtidos, essas questões interferem no investimento de
recursos em infra-estrutura adequada para as condições ambientais de trabalho do processo
de ensino e aprendizagem nas instituições de ensino e que refletem na percepção do
conforto de seus usuários. O ambiente escolar precisa de instalações bem estruturadas e
voltadas para o propósito de ensino, a falta de manutenção adequada no ambiente físico e
nos equipamentos, parecem conduzir a doenças e aprendizados deficientes,
independentemente da questão financeira, o ambiente escolar deve ser visto como um
espaço versátil e de construção do conhecimento.
1.2 – Definição do Problema
O ambiente escolar é um espaço versátil de produção do conhecimento que
necessita de avaliação das suas instalações físicas e de equipe pedagógica eficiente para
fazer fluir com qualidade o processo de ensino e aprendizagem para os seus usuários, é
fundamental um trabalho integrado entre os objetivos da instituição de ensino e os
ambientes oferecidos aos alunos. Segundo Arruda (1999, p.52), “O Estado, obediente à
cartilha de organismos internacionais, cujas diretrizes para a educação superior caminham
para atendimento às demandas impostas pela economia cada vez mais competitiva e
globalizada, utiliza-se de critérios e objetivos para avaliação que nem sempre coincidem
com os da comunidade acadêmica”.
Com o intuito de melhorar a qualidade do ensino diversas medidas foram tomadas
pelo governo federal, a partir de 1995 passou-se a adotar vários mecanismos de avaliação
dos cursos de graduação, que forneceram à sociedade e aos gestores educacionais uma
série de informações, mas que ainda não atingem todos os cursos e instituições do país. Os
procedimentos de avaliação e supervisão pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura)
nas IES, têm fundamento legal no Inciso IX do Artigo 9º da Lei de Diretrizes e Bases (Lei
nº 9.394/96), que arrola como atribuições da União “autorizar, reconhecer, credenciar,
supervisionar e avaliar os cursos das instituições de educação superior e os
estabelecimentos do Sistema Federal de Ensino Superior”. (BRASIL, 1996).
3
O Diário Oficial da União, publicou o Decreto nº 3.860, de 9 de julho de 2001,
mudou as regras de organização e avaliação de cursos e instituições do ensino superior. As
medidas reordenam as competências do Ministério da Educação, do CNE (Conselho
Nacional de Educação) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(Inep/MEC). (BRASIL, 2001).
A
Portaria nº 990, de 03 de abril de 2002, estabeleceu as diretrizes para a
organização e execução da avaliação das instituições de educação superior e das condições
de ensino dos cursos de graduação. (BRASIL, 2002).
A
Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, instituiu o SINAES (Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior) que é composto pelos seguintes instrumentos:
Avaliações das Condições de Ensino (utilizado pelo MEC para promover o
reconhecimento ou a renovação dos cursos de graduação) e Avaliação Institucional (tem
o objetivo de verificar as condições gerais de funcionamento dos estabelecimentos de
educação superior). O Parecer CES nº 0111, do Conselho Nacional de Educação, propôs a
padronização para a Avaliação Institucional de Centro Universitário, onde as categorias de
análise são desdobradas em três dimensões: organização institucional, corpo docente e
instalações. (BRASIL, 2004).
O serviço de educação no Brasil está inserido no terceiro setor da economia e as
IES estão organizadas sob as seguintes categorias administrativas ou formas de natureza
jurídica: Públicas (Federais, Estaduais e Municipais) e Privadas que são mantidas e
administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado e podem se organizar
como: Instituições privadas com fins lucrativos ou Particulares em sentido estrito
(instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado);
instituições privadas sem fins lucrativos, que podem ser: Comunitárias (instituídas por
grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de
professores e alunos que incluam na sua entidade mantenedora, representantes da
comunidade); Confessionais (instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais
pessoas jurídicas que atendam à orientação confessional e ideológica específica) e
Filantrópicas que são as instituições de educação ou de assistência social que prestem os
serviços para os quais foram instituídas e os coloquem à disposição da população em geral,
em caráter complementar às atividades do Estado, sem qualquer remuneração.
O inciso II, do art. 19, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, afirma que as
pessoas jurídicas de direito privado, mantenedoras de instituições de ensino superior,
poderão assumir qualquer das formas admitidas em direito, de natureza civil ou comercial
4
e quando constituídas como fundações, serão regidas pelo disposto no art. 24 do Código
Civil Brasileiro. (BRASIL, 1996).
O art. 1º do Decreto nº 2.306, de 19 de agosto de 1997, dispõe que as IES estão
organizadas da seguinte forma: Universidades; Universidades Especializadas; Centros
Universitários; Centros Universitários Especializados; Faculdades Integradas; Faculdades;
Institutos Superiores ou Escolas Superiores e Centros de Educação Tecnológica. O ensino
pode ser ministrado nas seguintes modalidades: Presencial (pelo menos, 75% das aulas e
em todas as avaliações), Semipresencial (combina ensino presencial e a distancia) e a
distância. (BRASIL, 1997).
No serviço público as condições de ensino é crítica pelo descaso dos nossos
governantes, mas no setor privado as condições são melhores, por serem instituições
independentes cujos recursos financeiros podem ser facilitadores para obtenção da
qualidade dos seus espaços físicos, a instituição tem a liberdade de investir dentro de sua
capacidade. Mas a qualidade dos serviços prestados e do conforto do ponto de vista do
cliente ainda parece estar longe da excelência, essa falta de pensamento estratégico focada
no cliente, aliada a escassez de recursos financeiros possibilita aos empresários muitas
vezes, observarem as condições ambientais das salas de aula, por ocasião de seus
investimentos, apenas como custos e fatores intangíveis nos resultados, o que acaba por
interferir no investimento de recursos em infra-estrutura adequada para as condições
ambientais de trabalho do processo de ensino e aprendizagem e refletem na percepção do
conforto e na qualidade do serviço oferecido pela instituição.
No Brasil durante os últimos anos tem se observado o aumento da quantidade de
unidades de IES privada de maneira desordenada, os empresários têm se preocupado mais
na localização do imóvel do que na qualidade das suas instalações físicas, obrigando seus
usuários a se adequar ao ambiente indo de encontro às exigências da ergonomia. A falta de
manutenção nas estruturas do ambiente físico e nos equipamentos, a falta de fiscalização
das condições físico-ambentais de ensino, ruído excessivo, má iluminação do ambiente, o
arranjo físico das salas de aula, as cores do ambiente, as cores do conteúdo escrito, o
mobiliário disponível que na maioria das vezes atendem a questões estéticas e ao preço em
detrimento da qualidade e da apropriação para o uso em sala de aula, entre outros, são
possíveis causas que conduzem a desconfortos e aprendizado deficiente, sendo um
problema para o posto de atividades discente na organização das condicionantes físico-
ambientais e ergonômicas, necessárias para desenvolver o processo de ensino
aprendizagem no posto de atividade discente.
5
Segundo Vidal (2002, p.98), “a atividade de trabalho é o que o sujeito faz realmente
na situação de trabalho, è a confluência entre os componentes pessoais, organizacionais e
tecnológicos de um processo de trabalho”. Para Vidal (2003, p.9), “o conceito de atividade
de trabalho inclui a expectativa do que deve ser realizado (tarefa) associando-a com as
noções complementares de execução (como é realizado a tarefa) e dos requisitos para sua
boa execução”. Observa-se, portanto que na pedagogia a tarefa proposta quando colocada
em prática pela IES na maioria das vezes não se desenvolvem e não se concretizam da
maneira como foi planejada, ou seja, a tarefa no posto de atividade discente deveria
transcorrer em conformidade com a atividade executada pelos alunos.
Neste estudo entende-se por atividade o que o aluno efetivamente realiza para
executar o que foi prescrito, isto é a realização da tarefa, considerando-se o posto de
atividade discente como sendo o local de trabalho do aluno, a sua localização dentro do
ambiente físico da sala de aula, sendo sujeito as influências das condicionantes do conforto
do ambiente físico e das condicionantes ergonômicas das cores presentes no ambiente, dos
equipamentos didáticos auxiliares, do layout, da postura dos alunos em relação aos
equipamentos didáticos e ao mobiliário disponível, entre outros.
O posto de atividade discente sofre influencias do arranjo físico que pode ser
influenciador de atitude e comportamento dos alunos como, coesão, atenção, níveis de
participação, padrões de comunicação e relações interpessoais, proporcionando um melhor
bem-estar ao aluno em função da distribuição e organização das carteiras pelo espaço
físico das salas de aula, da quantidade de alunos por turma, do arranjo dos equipamentos
didáticos, da localização da porta de entrada da sala de aula, da localização do quadro,
entre outros.
O NPS (Nível de Pressão Sonora) é uma condicionante de conforto físico que se
faz presente no posto de atividade discente, as sensações de incômodo e desconforto
psicológico causadas pelo ruído têm seus efeitos negativos sobre o bem-estar mental e
contribui para o surgimento do cansaço e da fadiga crônica, o rendimento em atividades
que requerem concentração mental diminui quando no ambiente acontecem NPS muito
altos, o estresse do professor é intensificado diante das condições acústicas do espaço
físico de trabalho, inibindo o aproveitamento e o rendimento dos alunos, os professores se
sentem incomodados em ministrar aulas em salas ruidosas, apresentam problemas de voz
acarretados pela necessidade de falar alto, percebem a interferência do ruído no
entendimento de sua fala, os alunos têm dificuldade para escutar e a atenção torna-se
dispersada, existem problemas de interferência na fala advindos de ruídos produzidos no
6
interior da própria escola, seja por realização simultânea de atividades acusticamente
incompatíveis, seja por layout inadequado, elevados níveis de ruído e/ou condições de
reverberação inadequadas desfavorecem o processo de ensino-aprendizagem chegando até
a resultar em baixo aproveitamento por parte dos alunos; a reverberação da sala de aula, o
grau de inteligibilidade e o nível de Sinal/Ruído são as principais variáveis condicionantes
da comunicação entre professores e alunos, que podem prejudicar o aprendizado a saúde e
o bem-estar discente.
O conforto luminoso é uma condicionante do ambiente físico presente no posto de
atividade discente que poderá oferecer uma melhor ou pior condição de trabalho aos
alunos, níveis adequado de iluminância além de propiciar a redução da fadiga visual
favorece o desempenho e reduz os gastos com o consumo de energia elétrica.
O conforto térmico é uma condicionante de conforto físico do ambiente presente no
posto de atividade discente, visto que salas de aula adequadas do ponto de vista de conforto
térmico irão proporcionar melhores condições de trabalho ao seu usuário, favorecendo o
desempenho ótimo do organismo humano predispondo a melhoria da sua eficiência e
produtividade, da mesma forma que más condições de temperatura, umidade relativa do ar
e ventilação podem gerar stress e fadiga. Salas de aula com características adequada ao
clima são de fundamental importância para a obtenção de ambientes que atendam as
expectativas humanas quanto ao conforto térmico e para racionalizar o uso de energia com
sistemas de ventilação, ar condicionado e aquecimento.
O conforto postural de um posto de trabalho sentado pode ser influenciado pelo
tempo de manutenção da postura, da altura do plano de trabalho, das características da
cadeira e da adaptação às exigências visuais da tarefa. A postura sentada que o discente
adota em seu posto de atividade é uma condicionante ergonômica de conforto e tornasse
cansativa, porque está associada a uma pressão intra-discal mais elevada que a da posição
em pé, a manutenção prolongada da postura sentada pode ter os seguintes inconvenientes:
atividade física insuficiente e a acumulação sanguínea nos membros inferiores é agravada
quando existe compressão da face posterior das coxas pelo mobiliário, a adoção de
posturas desfavoráveis (lordose ou cifose excessivas) que muito provavelmente podem
conduzir ao aparecimento de dores lombares.
O mobiliário adequado para o posto de atividade discente procura atender as
peculiaridades da população e de sua faixa etária, visto que a incompatibilidade entre as
dimensões dos estudantes e as dimensões da mobília de sala de aula tem efeitos negativos
7
na postura sentada especialmente quando os alunos estão lendo ou escrevendo. As
mudanças freqüentes da postura pelos alunos são geralmente influenciadas pelo mobiliário
escolar e podem ser um bom indicador de desconforto provocado por este mobiliário.
O estudo ergonômico que esta dissertação apresenta baseou-se nas análises das
condicionantes físicas do ambiente térmico, acústico e luminoso e nas condicionantes
ergonômicas das cores do ambiente e empregadas nos recursos didáticos, dos
equipamentos didáticos auxiliares de ensino, no mobiliário e nas posturas proporcionadas
pelo posto de atividade em estudo.
Neste trabalho considera-se estudo ergonômico o conjunto de análises dos
determinantes da atividade das pessoas numa organização. Trata-se de uma análise
qualitativa que permite a descrição e a interpretação do que acontece na realidade da
atividade enfocada. (MELO, 2005).
Considerando ser a ergonomia a ciência que estuda a adaptação do ambiente de
trabalho ao homem, pode-se buscar através de um estudo ergonômico, respostas para a
melhoria das condições ambientais visando o conforto e o bem-estar dos usuários e inferir
que, em um ambiente salubre, a produtividade aumenta. Passa-se, portanto, a considerar a
ergonomia como um dos aspectos a ser analisados na relação de ensino-aprendizagem.
Diante do acima exposto, esta pesquisa realizou um estudo ergonômico no
ambiente físico das salas de aula investigando as condicionantes físico-ambientais de
conforto térmico, acústico, e luminoso e as condicionantes ergonômicas do layout,
equipamentos didáticos auxiliares, cores do ambiente, postura dos alunos e o mobiliário
das salas de aula. Confrontando os resultados da percepção subjetiva de conforto dos
alunos com medições registradas por aparelhos e os padrões de intervalo de conforto
recomendados pelas Normas Regulamentadoras Brasileiras.
1.3 Justificativa da Pesquisa
As IES desempenham um papel primordial na sociedade, pois têm como função a
transmissão, criação e desenvolvimento de conhecimentos e tecnologias. Portanto, pode-se
inferir que as IES têm a obrigação de garantir o bem-estar do educando de forma que este
esteja apto à assimilação e aplicação dos conhecimentos e técnicas oferecidas. Sendo a
qualidade das suas instalações, infra-estrutura, equipamentos e mobiliários fatores
8
importantes para o desempenho educacional. Essas condições físico-ambientais das salas
de aula das instituições de ensino são possíveis fatores influenciadores no processo de
ensino-aprendizagem, visto que espaços mal iluminados podem dificultam a concentração
do aluno e conduzir a fadiga visual, ambientes fechados e mal ventilados podem provocam
sonolência, os problemas de acústica como os NPS no interior da sala de aula e
proveniente do espaço externo à sala, as altas taxas de reverberação dentro do ambiente, a
inteligibilidade na transmissão da informação do conteúdo didático, o mobiliário
empregado no posto de atividade pode está associado à má postura, fadiga e desconforto
muscular, as cores utilizadas na transmissão da informação, entre outros, são variáveis
determinantes da percepção de conforto dos discentes, usuários, clientes e produto dessas
IES.
A maioria dos projetos idealizados na prancheta, ao serem colocados em prática,
esbarra em sua operacionalização, resultante da não participação dos usuários no produto
planejado, pois este deveria ser considerado presente durante todo o processo. Este estudo
permitiu visualizar subsídios para assessorar uma possível intervenção ergonômica que
poderá proporcionar a transformação das situações de trabalho para a melhoria do sistema,
considerando-se o máximo de conforto, eficácia e satisfação.
O estudo mostrou o quanto à percepção de conforto físico do ambiental das salas de
aula pode influenciar no processo de ensino, o que é uma opção ainda relativamente nova
em pesquisas, as instituições de ensino às vezes a ignoram, o que torna o presente trabalho
relevante no aspecto social, uma vez que o estudo poderá contribuir para que um número
maior de empresas conheça, entenda e adote a visão ergonômica voltada para o conforto
físico do ambiente escolar aliada a pedagogia, com o objetivo de monitorar seu
desempenho e melhor atender aos seus alunos clientes.
Com este estudo, procura-se de maneira objetiva abordar as condições das salas de
aula, o que contribuirá para melhorar o desenvolvimento das atividades didático-
pedagógicas, assim como ampliar as relações entre professores e alunos durante o processo
de ensino-aprendizagem. Poderá contribuir no avanço da pesquisa em ergonomia, pois há
poucos estudos ergonômicos de sala de aula quando comparados a outras atividades
industriais e de serviços, dessa forma, torna-se importante à discussão que ora se apresenta,
acerca deste estudo. Poderá contribuir para demonstrar a importância de um estudo
ergonômico no ambiente de ensino investigando a adoção de posturas, utilização de
mobiliário adequado ao ensino, meios auxiliares didáticos, temperatura, ruído, iluminação,
layout e emprego de cores no ambiente das atividades discentes, refletindo em benefícios
9
de ordem fisiológica, psicológica e social na saúde discente, no conforto e na qualidade do
serviço prestado para os usuários dos cursos de gradação que atualmente se beneficiam das
IES no país. Poderá contribuirá para ampliar o repertório do sistema de avaliação
institucional do ensino superior do país no quesito instalações.
Assim, acredita-se que este estudo tem relevância no sentido de que ele estudou o
posto de atividade discente, observando as condicionantes físicas e ergonômicos presentes
no ambiente, de forma a contribuir para a relação de ensino-aprendizagem e para o bem-
estar de seus usuários.
1.4 - Objetivos da Pesquisa
1.4.1 - Geral:
Realizar um estudo ergonômico do posto de atividade discente em uma instituição
de ensino superior.
1.4. 2 - Específicos:
a. Verificar se os intervalos das condicionantes de conforto térmico, acústico e luminoso
das salas de aula registrados com o termohigroanemômetro, decibelímetro e Luxímetro
estão dentro dos valores recomendados pelas Normas Regulamentadoras Brasileira.
b. Verificar a opinião dos discentes em relação as condicionantes de conforto térmico,
acústico e luminoso das salas de aula.
c. Verificar a opinião dos discentes em relação as condicionantes ergonômicas de conforto
do arranjo físico, equipamentos didáticos, cores do ambiente e mobiliário das salas de aula
da instituição.
d. Investigar possíveis associações entre dores no corpo, a postura sentada adotada pelos
discentes e o mobiliário disponível no seu posto de atividade.
10
1.5 Limitações
Esta pesquisa limita-se a um estudo ergonômico das condicionantes físico-
ambientais das atividades discentes em uma instituição privada de ensino superior, face ao
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem em relação ao conforto de seus
usuários. Entretanto, apesar de ter sido desenvolvida em uma instituição privada de ensino
superior, com todas as suas características econômico-sociais, nada impede que esta
pesquisa seja tomada como base para a verificação dessas condições em outras instituições
de ensino que venham a construir ou adaptar ambientes ergonomicamente satisfatórios ao
processo de ensino aprendizagem.
1.6 Estrutura Geral da Dissertação
O presente trabalho encontra-se organizado em cinco capítulos e obedece à
formatação adotada pelo Programa de Engenharia de Produção (PEP) da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, A Figura 1.1 apresenta a estrutura geral da dissertação.
Problema Estudado
Objetivos
Conclusões e
Recomendações
Pesquisa
de Campo
A
nálise dos
Resultados
Pesquisa
Teórica
Figura 1.1 – Esquema da Metodologia da Dissertação.
O presente trabalho encontra-se organizado da seguinte forma:
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Trata-se de um capítulo balizador, no qual estão colocados as considerações
iniciais, o estabelecimento do problema, a justificativa, o objetivo geral e os específicos, as
limitações e a estrutura geral do trabalho.
11
CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO
Apresentam-se alguns conceitos que foram utilizados no transcurso do trabalho, tais
como: ergonomia, conforto, acústica, ambiente físico, posto de atividade, postura, entre
outros, assim como toda a fundamentação teórica que fornecerá suporte para o estudo dos
aspectos ergonômicos no ambiente físico das salas de aulas, contribuindo para melhor
entendimento das condições desse posto de trabalho.
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA
Descreve as etapas desenvolvidas na pesquisa de campo em relação à coleta de
dados com o emprego dos seguintes instrumentos: Máquina fotográfica digital,
Decibelímetro, Luxímetro e Termohigroanemômetro, além de relatar todas as etapas da
pesquisa de campo tipo survey com a aplicação do instrumento de pesquisa (questionário),
descrevendo a população-alvo, e as técnicas que foram utilizadas para o tratamento
estatístico da análise dos dados.
CAPÍTULO 4 – ESTUDO ERGONÔMICO DO POSTO DE ATIVIDADE DISCENTE.
Descreve os aspectos relativos à instituição, situando o leitor no contexto em que
foi realizada a pesquisa, além de relatar todas as etapas da pesquisa de campo descrevendo
os resultados e observações, obtidos, através de uma análise descritiva e das técnicas
estatísticas da análise de clusters e do teste qui-quadrado.
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Destina-se a um breve resumo da pesquisa bibliográfica, da metodologia e dos
resultados da pesquisa, sugestões para futuros trabalhos de pesquisa nessa área, as
conclusões observadas durante o processo de realização do estudo, bem como às
recomendações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Registram-se todas as referências bibliográficas citadas no texto, assim como a
listagem da bibliografia consultada.
ANEXOS
Reserva-se à apresentação das cópias da coleta de informações que forneceram
suporte a pesquisa.
12
Capítulo 2
Estudo Ergonômico do Posto de Atividade Discente
Este capítulo apresenta uma revisão da literatura acerca do tema ergonomia com
ênfase na percepção de conforto oferecido pelo ambiente físico das salas de aula. O
capítulo está composto por onze sessões, a primeira aborda a evolução histórica da
ergonomia; a segunda aborda alguns conceitos fundamentais referente à pesquisa; as oito
sessões seguintes referem-se a variáveis presentes no ambiente físico das salas de aulas,
quais sejam: layout, cores, acústica, iluminação; temperatura; postura, mobiliário e os
equipamentos didáticos auxiliares. E por fim, a décima primeira sessão encerra o capítulo
com a conclusão.
2.1 Evolução Histórica da Ergonomia
Em 1857 Jastrezebowisky publicou o artigo "ensaios de ergonomia ou ciência do
trabalho". O tema foi retomado em 1949 durante a II Guerra Mundial, quando
pesquisadores reuniram-se na Inglaterra, interessados em formalizar a existência desse
novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência, os resultados foram tão gratificantes,
que a indústria os aproveitou no pós-guerra. Em 1950, foi proposto o neologismo
"ERGONOMIA", formado pelos termos gregos ergon (trabalho) e nomos (regras).
Fundou-se assim no início da década de 50, na Inglaterra a Ergonomics Research Society.
As publicações científicas que marcaram o início da produção dos conhecimentos
em ergonomia foram: 1949 Chapanis com a aplicação da Psicologia Experimental; 1953
Lehmann, G.A. Prática da Fisiologia do Trabalho, e 1953 Floyd & Welford Fadiga e
Fatores Humanos no Desenho de Equipamentos. Em 1955 a obra "Análise do Trabalho" de
13
Obredane & Faverge, apresentou a importância da observação das situações reais de
trabalho para a melhoria dos meios, métodos e ambiente do trabalho. Em 1961 foi criada a
IEA (Associação Internacional de Ergonomia), com o primeiro congresso em Estocolmo,
atualmente representada por quarenta países e mais de quinze mil sócios.
A ergonomia no Brasil foi introduzida na USP na década de 60 através do professor
Sergio Penna Khel, no curso de engenharia de produção onde Itiro Iida desenvolveu a
primeira tese brasileira em ergonomia. Em Ribeirão Preto, Paul Stephaneek introduzia o
tema na psicologia. No Rio de Janeiro, o professor Alberto Mibielli apresentou a
ergonomia aos estudantes de Medicina da (UFRJ) e das Ciências Médicas (UERJ). O
maior impulso se deu na COPPE, no início dos anos 70, com a vinda do professor Itiro Iida
para o Programa de Engenharia de Produção, além dos cursos de mestrado e graduação,
Itiro organizou com Collin Palmer um curso que deu origem ao primeiro livro editado em
português.
Em 1960 Ruy Leme e Sérgio Penna Kehl, incorporaram a ergonomia ao design
com a Abordagem do tópico "O produto e o homem" na disciplina projeto de produto, no
curso de engenharia de produção na Escola Politécnica da USP. Em 1966 a ergonomia
passa a ser aplicada pela Escola Superior de Desenho Industrial - ESDI, da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro, onde o professor Karl Heinz Bergmiller deu início ao ensino
da ergonomia para o desenvolvimento de projetos de produtos, segundo o modelo de
Tomás Maldonado, da Escola de Ulm, na Alemanha. Em 971, Itiro Iida passa a ensinar
ergonomia na ESDI nos cursos de desenho industrial. Em 1979, a ergonomia torna-se
disciplina obrigatória nas habilitações projeto de produto e comunicação visual. Em 1983
fundou-se a ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia), que é filiada a IEA.
2.2 Conceitos Fundamentais
A primeira definição de ergonomia foi feita em 1857 na égide do movimento
industrialista europeu, numa perspectiva típica da época de se entender a ergonomia como
ciência natural, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza. Esta definição foi
feita por Wojciech Jastrzebowiski e estabelecia que “A ergonomia como uma ciência do
trabalho requer que entendamos a atividade humana em termos de esforço, pensamento,
relacionamento e dedicação”. (ABERGO, 2000 apud VIDAL 2002, p.15).
14
A palavra ergonomia vem do grego ergon (trabalho) e nomos (legislação, normas).
Segundo Grandjean (1998, p.7), de forma abreviada, “a ergonomia pode ser definida como
a ciência da configuração de trabalho adaptada ao homem”.
Para Wisner (1987, p.12), “ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos
relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e
dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia”.
Segundo Lima (2003, p.93), o objetivo da ergonomia “é melhorar o método de
trabalho, transformar condições primitivas dos postos de trabalho através das devidas
adequações para que o ser humano possa executar suas tarefas com segurança, conforto e
eficiência”.
Segundo a IEA (International Ergonomics Association), Ergonomia (ou fatores
humanos) é a disciplina científica que trata da compreensão das interações entre os seres
humanos e outros elementos do sistema, é a profissão que aplica teorias, princípios, dados
e métodos, a projetos que visam otimizar o bem estar humano e a performance global do
sistema. (IEA, 2000 apud VIDAL 2002, p.14).
Segundo Vidal (2002, p.15), “a ergonomia objetiva modificar os sistemas de
trabalho para adequar as atividades nele existentes ás características, habilidades e
limitações das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro”.
Para ele (p.113), “a ergonomia dá sustentação do ajusto aos requisitos de usabilidade,
conforto e segurança”. Segundo Ferreira (1986 p.175), “confortável é aquilo que oferece
conforto, e conforto é o ato ou efeito de conforta-se, consolo, alívio, bem-estar material”.
Diante destas definições, se faz necessário conhecer o foco, objeto, finalidade,
objetivo, ação e proposta da ergonomia.
Para Vidal (2002, p.24), “o foco da ergonomia é o de modificar o sistema de
trabalho de forma realista e efetiva”. Vidal (2003, p.9), “a ergonomia tem como foco a
atividade de trabalho das pessoas, como objeto a situação onde esta ocorre e como
finalidade a transformação para melhor deste sistema”. Para Santos; Fialho (1997, p.257),
“a transformação da situação de trabalho analisada é o principal objetivo da intervenção
ergonômica”. Segundo Vidal (2003, p.72), “a ação ergonômica se caracteriza como uma
consultoria dinâmica que parte das definições inicialmente delineadas pela organização e
paulatinamente vai construindo um objeto preciso de intervenção, focos definidos de sua
ação e modalidades ajustadas de atuação”. A proposta da ergonomia é que se deflagre um
processo de análise e de modelagem que permita à organização assessorar-se do resultado.
15
Para Silva (2000, p.3), “A ergonomia possui caráter interdisciplinar ao se apoiar em
outras áreas do conhecimento humano (antropologia, fisiologia, psicologia e sociologia) e
ao mesmo tempo é de natureza aplicada ao adaptar os postos de trabalho e ambientes as
necessidades dos trabalhadores”. Este caráter interdisciplinar se estende também para a
pedagogia. Para Hahn (1999 apud Tavares 2000, p.17), “pedagogia e ergonomia, apesar de
tradicionalmente constituírem-se em campos de investigação extremamente distintos,
possuem vários pontos em comum, sendo o conforto e a facilidade na execução das
tarefas, aspectos relevantes de identificação, visando uma adequação do homem aos
processos de trabalho”.
Soares (1998 apud Tavares 2000, p.17), afirma que “pesquisas realizadas na área da
ergonomia no ambiente escolar visam sua contribuição para o ensino-aprendizagem, no
sentido de melhorar as condições e a organização do trabalho no ambiente de sala de aula”.
Dessa forma, a ergonomia pesquisa a compatibilidade do processo educacional com os
procedimentos e materiais e métodos; as situações de ensino que buscam o dinamismo em
sala de aula; os métodos de avaliação; os equipamentos e material didático; a infra-
estrutura o ambiente e aspectos organizacionais.
Para definirmos o que é posto de atividade discente, convém conceituarmos, o que
é atividade, tarefa, atividade de trabalho, situação de trabalho, condições de trabalho,
ambiente de trabalho e posto de trabalho.
Daniellou (1998, p.201) e Leplat; Hoc (1998, p.164) entendem por atividade, “o
que a pessoa mobiliza para realizar suas tarefas, incluindo seu funcionamento fisiológico e
psicológico”. Segundo Teiger (1998 apud Biazus 2000, p.14), “por atividade, entende-se
um conceito intermediário, manifestação da interação entre operador-trabalho,
representando a materialidade do trabalho. Como tal, compromete integralmente quem o
realiza, seu corpo biológico, inteligência, afetividade, englobando a própria história e as
suas relações com os outros”.
Para Iida (2003, p.151), uma tarefa pode ser definida como sendo “um conjunto de
ações humanas que torna possível um sistema atingir seu objetivo”. A tarefa, para Guerin
et al (1991, p.56), corresponde a “um conjunto de prescrições e representações exteriores
ao trabalhador e ligadas à necessidade de estabelecer uma modalidade de gestão que
possibilite definir e mensurar a produtividade decorrente da relação entre os gestos dos
operadores e os meios de produção”. Segundo Leplat; Hoc (1998, p.164), “a tarefa indica o
que deve ser feito, relacionando-se com a idéia de prescrição ou de obrigação, levando-se
em conta objetivos pretendidos e as condições oferecidas para alcançá-los”. Para Santos e
16
Fialho (1997, p.100), “a tarefa corresponde ao conjunto de objetivos, procedimentos e
meios de trabalho fixados pela organização para os trabalhadores. É o aspecto formal e
oficial do trabalho, isto é, o que deve ser feito e os meios colocados à disposição para a sua
realização”.
Guérin et al, (1991, p.30) afirma que “a atividade de trabalho é o elemento central,
organizador e estruturante dos componentes de uma dada situação de trabalho. Ela é uma
resposta às exigências determinadas externamente ao trabalhador e que simultaneamente
ela é suscetível de transformar”.
Para Vidal (2002, p.98), “o conceito de situação de trabalho tem duas acepções: no
sentido amplo significa o contexto em que a atividade de trabalho se insere, e no sentido
estrito as condições nas quais ela é executada”. Assim, atividade e situação, desde que
apresentem problemas, podem e devem ser transformadas para melhor. Segundo este autor
(p.9), “a garantia de mudança para melhor é a razão de ser da Análise Ergonômica do
Trabalho” (AET).
Montmollin (1997 apud Biazus 2000, p.17), destaca que “a expressão condições de
trabalho, utilizada na França depois de 1960, jamais teve uma definição precisa, nem
quanto ao conteúdo nem quanto às suas fronteiras”. Refere-se, portanto ao que caracteriza
uma situação de trabalho, possibilitando ou restringindo a atividade dos trabalhadores.
Segundo o autor integram as condições de trabalho, entre outros:
Condições físicas: características dos instrumentos, máquinas, ambiente do
posto de trabalho (ruído, temperatura, poeiras, riscos de acidentes, distância do
domicílio);
Condições organizacionais: procedimentos prescritos, grau de autonomia,
forma de organização de trabalho: individual ou em equipe;
Condições sociais: qualificações, vantagens sociais e relacionamento com
hierarquia;
Condições cognitivas e características do operador: saúde, idade, formação.
Por condições de trabalho, Wisner (1987, p.12) afirma que é “o que engloba e
influência o trabalho”. Teiger (1998 apud Biazus 2000, p.17), afirma que “os efeitos das
condições de trabalho perduram além dele, determinando muitas vezes prejuízos à saúde”.
E Biazus (2000, p.17), conclui que, “compõem as condições de trabalho tanto o que é
facultado ao trabalhador para a realização de seu trabalho, como também o que é por ele
mobilizado em termos de condições físicas, intelectuais, mentais, em decorrência da
situação de trabalho”.
17
Quanto ao ambiente de trabalho, Wada (1990, p.36), define como sendo “um
conjunto de fatores interdependentes, materiais ou abstratos, que atua direta e
indiretamente na qualidade de vida das pessoas e nos resultados dos seus trabalhos”.
O posto de Trabalho, segundo Iida (2003, p.146), “pode ser considerado como a
menor unidade produtiva, geralmente envolvendo um homem e o seu local de trabalho”.
Diante das conceituações dos autores acima, pode-se definir o posto de atividade
discente como sendo o local de trabalho do aluno, onde ele desempenha sua atividade e sua
tarefa prescrita, ou seja, seu local dentro do ambiente físico da sala de aula, o qual é
susceptível as influências das condicionantes de conforto do ambiente físico e das
condicionantes ergonômicas presentes na sala de aula.
Diversos autores, entre eles: Araújo (1996); Soares (1999); Biazus (2000); Douglas;
Gifford (2001); Almeida; Arruda (2002); Kruger; Zannin (2004), reconhecem a ergonomia
como um conjunto de conhecimentos que procuram a adaptação recíproca entre o aluno e o
seu posto de atividade, de forma a se obter o binômio conforto e produtividade, procurando
adaptar as condições de trabalho às características do homem. Com base nos estudos
desses autores, pode-se concluir que as boas condições do ambiente de trabalho
(considerado nesta pesquisa como a sala de aula, ou seja, o local onde se exerce a atividade
discente) são indispensáveis para o cumprimento às normas de conforto. Portanto,
considerando a sala de aula como um ambiente de trabalho, com o aluno realizando no seu
posto de atividade tarefas diversas, percebe-se a influencia do ambiente físico das salas de
aula sobre o conforto e o desempenho da atividade discente, que acabam por repercutir na
saúde e no bem-estar do aluno.
2.3 O Layout no Posto de Atividade Discente
O espaço físico na forma de sua organização, pode ser uma condicionante
influenciadora no desempenho discente por ocasião da condução da atividade discente, isso
demonstra a importância de se avaliar o layout das salas de aula, visto que o arranjo físico
do mobiliário e a arquitetura das salas de aula podem facilitar ou dificultar as dinâmicas
das aulas, este aspecto precisa ser levado em conta por ocasião do planejamento, pois se a
turma de aula possui muitos alunos a atitude do professor e a dinâmica da aula sofrerão
influências na organização do arranjo físico, este fato é facilmente observado quando
ocorre realização de matrículas além do espaço físico disponível, isso provoca uma
18
adaptação do trabalho em espaços alternativos, prejudicando o desempenho e causando
desconforto.
Entre os elementos físicos das organizações de trabalho, o layout corresponde à
distribuição espacial de componentes dentro de um sistema que interfere na organização do
trabalho, nas relações interpessoais e na troca de informações. Segundo Tavares (2000,
p.65) “o layout é o estudo da distribuição espacial ou do posicionamento relativo a
diversos elementos que compõem o posto de trabalho, ou seja, como serão distribuídos os
diversos instrumentos de informação e controle existentes no posto de trabalho”. Para Iida
(2003, p.153), “o arranjo físico (layout) é o estudo da distribuição espacial ou do
posicionamento relativo dos diversos elementos que compõem o posto de trabalho”. Ou,
em outras palavras, como serão distribuídos os diversos instrumentos de informação e
controle existentes no posto de trabalho. Para ele o Layout se baseia nos seguintes
critérios: Importância, freqüência de uso, agrupamento funcional e seqüência de uso.
Segundo Couto (1995, p.151), alguns conceitos básicos estão
relacionados ao ser humano e ao layout em seu local de trabalho, que devem ser
observados para a boa organização funcional:
O ser humano necessita de espaço mínimo para trabalhar; no entanto, o ser
humano necessita de certa proximidade de outras pessoas;
Trabalho mental não combina com ruído, nem com calor, nem com odores;
Trabalho com empenho visual não combina com ambiente escuro e nem com
reflexos nos olhos;
É necessário que exista certa flexibilidade postural; porém, movimentação
excessiva gera fadiga; as pessoas se beneficiarão da racionalidade na
organização da tarefa, de modo a economizar movimentos e energia para as
atividades produtivas;
As pessoas não se adaptam bem a trabalharem sendo observadas pelas costas;
Trabalhos com empenho intelectual são prejudicados por movimentação
excessiva em frente à pessoa, ou por conversa excessiva.
Segundo Tavares (2000, p.67), em observância a esses conceitos básicos, deve-se
seguir algumas regras básicas na organização do layout: prever espaços mínimos
compatíveis com as necessidades das pessoas, segundo o tipo de serviço; evitar grandes
distâncias entre pessoas, mesmo que exista espaço sobrando; reduzir o mínimo a
movimentação de pessoas; ajustar o posicionamento das pessoas de acordo com sua
interdependência; considerar as três dimensões: altura, distância mínima lateral e distância
antero-posterior; trabalho intelectual longe do barulho; garantir que atividades intelectuais
19
estejam bem afastadas de fontes de calor ou de odor; alto empenho visual, mais próximo da
luz natural, evitar a luz direta do sol no posto de trabalho.
De acordo com Piccoli et al (2000, p.2), “o estudo do arranjo físico de
móveis e equipamentos em qualquer local de trabalho é de importância indiscutível, pois
disso depende o bem estar e, conseqüentemente, o melhor rendimento das pessoas”. Uma
boa disposição de móveis e equipamentos faculta maior eficiência dos fluxos de trabalho e
uma melhoria na própria aparência do local. Entretanto, para Santos (1998, p.12) “Não
basta criar condições ótimas de aprendizagem para o aluno, ele precisa ser capacitado a
otimizar os espaços sociais onde convive, contribuindo para transformá-los em espaços de
experiências de aprendizagem coletiva”.
Nas antigas escolas tradicionais, as carteiras eram pregadas no chão com o objetivo
de evitar conversa entre alunos, nas salas de aulas contemporâneas diferentemente das
escolas antigas, isso não ocorre, geralmente são espaços mutáveis equipadas e dispostos de
acordo com as necessidades do facilitador, que variam em função do conteúdo e do
docente, a sala de aula está a serviço dos alunos, o posto de atividade discente carece ser
modificado em função das necessidades discentes e não os alunos que devem procurar
moldar-se a ele. Para Pucci (2001, p.27), “Na educação a prática eficiente é o bem maior e
prioritário que perseguimos, se a eficiência for à meta, a ela deve-se adequar o espaço”.
Entende-se, portanto que a configuração para o ambiente deve estar de acordo com o
objetivo a ser alcançado.
Numa sala de aula o professor controla os meios, processos e didática e organiza a
sala de acordo com a tarefa e o objetivo a ser atingido, a sala de aula deve adequar-se aos
objetivos propostos pelo professor. Existem diversos tipos de arranjo físicos adotados por
professores referentes ao mobiliário e a disposição dos alunos em salas de aula, são eles:
Em filas e colunas (mais tradicionais, onde as informações são centralizadas no
professor e a discussão não ocorre entre os participantes, mas entre
participantes e professor);
Em filas horizontais (muito útil para demonstrações, em função da
proximidade professor/aluno. Esses arranjos não são indicados para provocar
discussão e atividades em grupo);
Em círculo (contra-indicado para apresentações ou demonstrações porque
alguns alunos ficarão atrás do professor);
Em semicírculo (favorece a discussão);
Em grupo (útil para a discussão e aprendizagem cooperativa), podem ser
formados por grupos de quatro e de seis, com arranjo para aprendizagem
cooperativa e com arranjo frontal.
20
Segundo Iida (2003, p.422), “Os espaços necessários ao ser humano, ditados pelas
suas características anatômicas e fisiológicas são bem conhecidos. Mas, além disso, o
homem precisa de um espaço adicional em torno do seu corpo, para sentir-se bem
psicologicamente”. Segundo Hall in Oborne e Health (1979 apud Iida 2003, p.425), essas
zonas de espaço pessoal devem ter no mínimo um raio de 0,45m para o espaço íntimo,
1,20m para o espaço pessoal e de 3,60m para o convívio pessoal e público. Com relação à
distribuição dos alunos em sala de aula, geralmente existem aglomerações e espaços
vazios, essa questão influenciam na densidade social e espacial da turma de aula. Na
densidade social (o tamanho do grupo varia num determinado espaço) e na densidade
espacial (o tamanho do grupo se mantém constante e o tamanho do espaço varia), a
distribuição espacial de componentes dentro de um sistema poderá interferir na
organização do trabalho, nas relações interpessoais e na troca de informações.
Diversos estudos têm sido realizados sobre o arranjo físico e sua influencia na sala
de aula sobre o conforto dos alunos e o desempenho escolar, dentre eles: Rosenfield;
Lambert; Black (1985); Arends (1997); Pucci (2001). Os resultados encontrados pelos
autores foram os seguintes:
Existe uma seção da sala de aula chamada zona de ação, que consiste nos três
alunos ao meio nas fileiras da frente e nos três sentados na fila do meio, na maior parte das
aulas e em todos os níveis de ensino, o grupo central de alunos da zona de ação participa
mais ativamente das aulas e nas discussões que os demais alunos, isso se deve ao contato
visual dos professores com esses alunos da zona de ação; as carteiras em filas estão
relacionadas com o isolamento dos alunos, o arranjo em círculo está relacionado a
comentários fora da ordem e participação mais ativa centrados na tarefa; nas discussões
(brainstorming) as carteiras devem estar dispostas em círculo; em grupo os alunos fazem
mais perguntas do que em círculo; uma sala de aula limpa e bem iluminada está
relacionada com a redução do vandalismo e da pichação das paredes; a decoração e o
cuidado com as salas de aula estão associados com um rendimento mais elevado dos
alunos; em termos de densidade social, o rendimento dos alunos em turmas com 40 ou
mais alunos é afetado negativamente, mais em turmas com 18 ou menos alunos é afetado
positivamente; se a sala de aula for um ambiente fixo dos alunos (e não fixa do professor e
de sua disciplina de atuação), pregaremos o aluno no chão da sala, no mesmo lugar durante
horas, num ambiente que não formataremos nunca ao gosto de todos.
Diante do acima exposto, pode-se concluir que o arranjo físico adotado poderá
influenciar certos tipos de atitudes e de comportamentos dos alunos, como, coesão,
21
atenção, níveis de participação, padrões de comunicação e as relações interpessoais, em
função da quantidade de alunos por turma e do espaço destinado ao conteúdo proposto
através dos processos e métodos de ensino e da maneira como o professor conduz a sua
aula, organizando a sua classe com alunos e carteiras em círculos, grupos, fileiras ou
colunas de carteiras, de acordo com o objetivo a ser alcançado exigido pela tarefa. Esse
arranjo físico quando bem planejado poderá proporcionar um maior bem-estar discente no
processo de ensino e aprendizagem contribuindo para o seu desempenho.
2.4 Emprego das Cores no Posto de Atividade Discente
As atividades humanas, em especial o trabalho, sofrem influências de aspectos
físicos, cognitivo e psíquico, a harmonia adequada desses fatores permite projetar
ambientes seguros, confortáveis e eficientes. Na arquitetura, através da concepção e da
organização de espaços, o uso das cores tem se destacado como um importante
complemento físico ambiental e de satisfação dos usuários na percepção do conforto
ambiental. Iida (2003, p.263), define a cor como sendo “uma resposta subjetiva a um
estimulo luminoso que penetra nos olhos”, e afirma que a cor é caracterizada pela absorção
e reflexão seletiva das ondas luminosas incidentes.
As cores do ambiente podem ser influenciadoras do estado emocional das pessoas,
estimulando-as ou não. Segundo Tavares (2000, p.60), “tendo em vista que o homem
apresenta diversas reações a cores que podem deixá-lo triste ou alegre, calmo ou irritado. O
vermelho, o laranja e o amarelo são considerados cores quentes, enquanto que o verde, o
azul e o verde-azul cores frias, assim cores avermelhadas sugerem alegria e satisfação”.
No Brasil a NR 26, descreve os significados das cores para a utilização na
prevenção de acidentes no trabalho e faz uma relação de cores e seu uso, associando-as as
suas características psicológicas e simbólicas.
Segundo Azevedo (1999, p.2-3),
O estudo das cores, embora seja visto por grande parte dos engenheiros e
arquitetos como um fator ambiental secundário na concepção dos espaços de
trabalho, torna-se de fundamental importância para os ergonomistas à medida
que contribui com a adequação do seu uso não só para a segurança (codificação
do perigo pelo uso da cor), ordenação e auxilio de orientação organizacional
(principio da organização pela aplicação da cor), mais também para a saúde e
22
bem estar dos trabalhadores (devido a sua influência psicológica). A cor pode ser
estudada em quatro planos: físico (envolve a luz e a luminosidade), químico
(envolve pigmentos e combinações), sentidos (abrange a fisiologia e a
psicologia) e psíquicos (envolvem significados que variam de cultura para
cultura.); estando cada um desses aspectos associados a leis e fenômenos
específicos.
Segundo Costa (2002 apud Dos Santos et al 2003, p.6), “a palavra cor é associada a
três significados: cor psicofísica, cor objeto e cor percebida”.
A análise da cor psicofísica reduz-se à descrição da luz em termos de potência
de radiação.
A cor objeto é aquela refletida por um objeto quando este é iluminado por uma
fonte de luz (e é esta cor que atingirá o sistema visual).
E por cor percebida entende-se como sendo a percepção imediata que se tem
do objeto, e será o resultado da interação de vários fatores complexos.
De acordo com Iida (2003, p.263 - 268),
A cor que enxergamos é aquela que foi refletida pelo objeto. Assim, um corpo
negro ou absorvedor ideal é aquele que absorve todos os comprimentos de onda
e não reflete nada. Ao contrário, o corpo branco é aquele que reflete tudo e não
absorve nada. Para ele, do ponto de vista físico, as cores do espectro visível
podem ser consideradas como ondas eletromagnéticas na faixa de 400 a 750nm.
(p.267) A legibilidade da cor depende do contraste e tende a aumentar com a
adição do preto (p.268), a legibilidade depende ainda do tipo de letra e de suas
proporções, da luminosidade e o movimento entre a imagem e o espectador,
sendo naturalmente mais fácil identificar objetos parados. Diversos estudos
experimentais realizados sobre a visibilidade das cores apresentam os seguintes
resultados, em ordem decrescente: azul sobre o branco; preto sobre o amarelo;
verde sobre o branco; preto sobre o branco; verde sobre o vermelho; vermelho
sobre o amarelo; vermelho sobre o branco; laranja sobre o preto; preto sobre o
magenta e laranja sobre o branco.
Um estudo realizado por Battistella (2003), através de simulação computacional e
do tratamento de imagens, mostra o uso da cor para a melhoria dos ambientes de trabalho e
maior conforto para seus usuários, através de simulações demonstra de que forma a cor
pode contribuir direta ou indiretamente no ambiente de trabalho para o bem estar e
aumento da produtividade de seus usuários. O autor, afirma que a cor ocupa um lugar
relevante na ergonomia sendo um dos recursos na solução de problemas relacionados ao
conforto do ambiente físico.
Um estudo realizado por Pereira et al (2003), os autores concluíram que, quanto às
condições internas do ambiente, o piso, as paredes e o teto devem ter cores claras para que
possam ajudar a difundir a luz no interior. Além disso, as carteiras não devem ser escuras e
brilhantes, pois este tipo de superfície causa maior cansaço. Para Iida (2003, p.269) “um
planejamento adequado do uso de cores no ambiente de trabalho, aplicando-se cores claras
23
em grandes superfícies, com contrastes adequados para identificar os diversos objetos,
associados a um planejamento adequado da iluminação, tem resultado em economia de até
30% no consumo de energia e aumentos de produtividade que chegam a 80 ou 90%”. E de
acordo com Silva; Pereira (2002, p.12), “Um bom sistema de iluminação, com uso
adequado de cores e a criação dos contrastes, pode tornar agradável à sala de aula e
proporcionar conforto, pouca fadiga e pouca monotonia aos estudantes, com possível
melhoria de desempenho”. Segundo Iida (2003, p.269), “existem diversas experiências
comprovando a influência das cores no desempenho humano”. Para ele (p.270), “o uso de
cores deve ser cuidadosamente planejado, junto com a arquitetura e a iluminação, de modo
que o conjunto seja harmônico”.
Segundo Dos Santos et al (2003, p.20), “A cor afeta a atividade humana, ao nível
psicológico e fisiológico, com reflexos na atividade do córtex, do sistema nervoso
reflexivo e atividade hormonal. A cor influência o estado emocional, as impressões
objetivas, subjetivas e o próprio estado de espírito. A cor afeta a percepção que se tem de
volume, peso, temperatura, tempo, odores e ruídos”.
Diante do acima exposto, pode-se concluir que o emprego adequado de cores no
ambiente, deve levar em consideração a finalidade a que se destinam as instalações, os
efeitos psicológicos causados nos indivíduos em seu ambiente de tarefa, os reflexos
provocados por paredes e pelas superfícies de trabalho (cadeiras e quadro), a economia da
luminância do ambiente, a satisfação proporcionada ao usuário, à cor empregada nos
recursos didáticos e meios visuais de instrução (lápis para escrever no quadro, projeções,
slides, etc.), entre outros, com a finalidade de proporcionar conforto e bem estar ao aluno
no seu posto de atividade.
2.5 Conforto Acústico no Posto de Atividade Discente
O ambiente físico da sala de aula, na maioria das vezes apresenta sérios problemas
de acustica
1
, seja em função de conversas paralelas, da grande quantidade de alunos na sala
de aula, ruídos do funcionamento do ar condicionado geralmente provocado pelas suas
condições de uso e falta de manutenção e ruídos externos ao ambiente da sala de aula
provocado por alunos nos corredores ou pelas proximidades com via de tráfego de
veículos. Tudo isso ocasiona sérios problemas para o professor que tem que elevar o tom
24
de voz para transmitir o conhecimento, enquanto o aluno tem que se esforçar para captar a
informação de maneira inteligível.
Diversas ciências estudam o comportamento humano na presença de ambientes
insalubres do ponto de vista acústico, entre elas a psicoacústica que estuda as sensações
auditivas para estímulos sonoros com o objetivo de tornar o volume do som mais agradável
ao ouvido humano, fazendo uma associação da psicologia com a percepção auditiva em
busca de melhor qualidade sonora, isso porque a capacidade para ouvir sons varia bastante
entre os indivíduos. Nos tempos modernos o ruído
2
está grandemente difundido, seja nas
indústrias, nos meios de transporte, escolas e áreas urbanas, sabe-se que a surdez pode ser
causada pelo ruído. Há entre trabalhadores que são submetidos constantemente ao ruído
em seu ambiente de trabalho, grande porcentagem de surdos, com pouca possibilidade de
cura ou melhora da alteração já apresentada. Entretanto, a surdez pode ser considerada um
mal menor, frente a outras alterações causadas pelo ruído que estão sendo estudadas, há
muitos anos, em países como Itália, França, União Soviética, Polônia, Irã, Estados Unidos
e também no Brasil, essas alterações são de ordem físicas e psíquicas (estresse) causadas
pelo ruído.
No Brasil existem as seguintes legislações no que diz respeito à doença do trabalho,
PAIR
3
(Perda Auditiva Induzida por Ruído) e ao Trauma Acústico (acidente do trabalho): a
Portaria nº 3214 de 08 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho, que aprovou as
Normas Regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do
Trabalho; o Decreto Lei nº 357 de 07 de dezembro de 1991, do Ministério da Previdência
Social, que aprovou os Regulamentos dos Benefícios da Previdência Social e o Anexo III
do Decreto nº 79037 de 24 de dezembro de 1976 que regulamenta a Lei nº 6367 de 19 de
outubro de 1976 que dispõe sobre o seguro de Acidentes de Trabalho, a cargo do Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS), referente a problemas relacionados à saúde
auditiva. As questões relativas a riscos de dano à saúde em decorrência do ruído são
tratadas em normas específicas.
O controle do NPS no interior de recintos fechados tornasse relevante para a
manutenção da saúde auditiva, uma exposição contínua a ruídos superiores a 85 dB(A)
4
,
pode causar perdas permanentes de audição e, acima deste nível, um aumento gradual de 5
dB(A) resulta na redução do tempo de exposição ao ruído pela metade. Como
conseqüência à exposição continuada a ruído elevado, o trabalhador pode apresentar a
PAIR. A NR 15, que trata de Atividade e Operações Insalubres, estabelece os limites de
tolerâncias da Portaria n. 3.214, de 08 de junho de 1978, que são os limites de exposição
25
diária permissível a ruído contínuo ou intermitente, sem que haja riscos de danos à saúde
das pessoas, conforme a Tabela 2.1.
Tabela 2.1 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente (NR-15) Nível de Ruído dB(A)
Máxima exposição diária permissível.
dB(A) Tempo de
exposição
dB(A) Tempo de
exposição
dB(A) Tempo de
exposição
dB(A) Tempo de
exposição
85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas
89 4 h e 30 min 90 4 horas 91 3 h e 30 min 92 3 horas
93 2 h e 30 min 94 2 horas 95 1 h e 45min 98 1 h e 15min
100 1 hora 102 45minutos 103 40 minutos 104 35 minutos
105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos
112 10minutos 114 8 minutos 115 7minutos - -
Fonte: Portaria 3.214/78. (BRASIL, 1978).
De acordo com essa Portaria, o valor de 110 dB(A) representa o nível absoluto
máximo suportável por qualquer pessoa e, portanto, ninguém deveria ser exposto a níveis
superiores a esse, por qualquer período.
A NR 09/2004, é um Programa de Prevenção de Risco Ambientais (PPRA) que
visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho, de modo
a proporcionar o máximo de conforto, segurança, desempenho eficiente do mobiliário,
equipamentos, condições ambientais do local, organização, atividades de processamento
eletrônico, entre outros. Esta norma regulamentadora considera diversos riscos
ergonômicos, entre eles, a postura inadequada e outras situações causadoras de riscos
físicos ou psíquicos e considera como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e
biológicos existentes no ambiente de trabalho que em função de sua natureza, concentração
ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
Os agentes físicos considerados pela NR 09 são as diversas formas de energia a que
possam estar expostos os trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais,
temperaturas extremas, radiações ionizantes e não-ionizantes, o infra-som (abaixo de 20
Hz) e o ultra-som (acima de 20.000Hz).
Segundo Iida (2003, p.79), a freqüência de um som é o número de flutuações ou
vibrações expressa em Hertz (Hz), subjetivamente percebida como a altura do som. O
ouvido humano é capaz de ouvir sons na faixa de freqüência de 20 a 20.000Hz (sendo mais
sensível na faixa entre 2.000 a 4.000 Hz). A pessoa tem diferentes graus de sensibilidade
para cada freqüência de som que varia com a idade, os sons abaixo de 1000 hz são
considerados graves e acima de 3000 hz são agudos. A freqüência da voz humana segundo
Grandjean (1998, p.260), está na faixa entre 500 a 700 Hz.
26
Quanto à intensidade do som o ouvido humano pode percebe sons entre 20 a 120
dB(A) de pressão sonora, acima de 120 dB(A) o som causa desconforto e quando atingem
140 dB(A) a sensação torna-se dolorosa. Dois sons que se diferenciem em freqüência e
intensidade podem produzir a mesma altura, pois os limites de audibilidade dependem da
combinação da freqüência, intensidade e duração do som, sendo que a freqüência e a
intensidade são inversamente proporcionais.
A NBR 10152/1990 (ABNT), estabelece os níveis máximos de pressão sonora e a
faixa de freqüência para cada ambiente, os critérios e os métodos para avaliar o conforto
acústico quanto ao ruído do ambiente da edificação, e recomenda que o nível de ruído em
uma sala de aula deve ser de 40 dB a 50 dB(A). Esta Norma Regulamentadora, aprovada
pelo INMETRO, classifica as reações fisiológicas dos usuários de salas de aula em três
categorias: Saudável quando não ultrapassar 45 dB(A), Tolerável entre 50 a 65 dB(A) e
Insalubre acima de 70 dB(A); a norma considera ainda que a 40 dB(A) o ambiente torna-
se tranqüilo e próprio para comunicação e ensino com alto grau de compreensão; a 55
dB(A) ocorre o início da perda de concentração; a 60 dB(A) início da perda da capacidade
de cálculo; a 70 dB(A) início de problemas de cordas vocais; a 75 dB(A) limite para início
de problemas auditivos permanentes e a 85 dB(A) início da Perda de Audição Induzida por
Ruído (PAIR).
O nível da voz humana é de 65 dB(A), uma voz alta atinge 75 dB(A), essa
diferença entre o nível da fala e o ruído na sala de aula é responsável pela inteligibilidade
das palavras em sala de aula e quanto maior for à diferença, melhor será a percepção do
conforto acústico e a compreensão do aluno e menor será o nível de estresse do professor,
uma vez que sua preocupação e esforço físico em transmitir seu conhecimento também é
reduzida. Esta relação é chamada de relação Sinal/Ruído, sendo considerada ideal entre 10
e 15 dB(A) por toda sala. Quando a sala de aula possibilitar essa faixa de valores, pode-se
inferir que as condições acústicas de compreensão das palavras (inteligibilidade) estão
satisfatórias.
Para Dul; Weerdmeester (2001, p.86), “a exposição a ruídos que ultrapassam a
média de 85 dB(A), por mais de oito horas, pode provocar surdez”. Os autores alertam
(p.88), que embora se recomende sempre reduzir o nível de ruído, este não deve ser
inferior a 30 dB(A). Isso porque os nossos ouvidos acabam se acostumando a esse ruído de
fundo e se o ruído de fundo for muito baixo, qualquer barulho de baixa intensidade acaba
sobressaindo e distraindo a atenção.
27
A boa inteligibilidade oral nas salas de aula é necessária em todos os níveis
escolares, uma vez que o modo elementar do ensino envolve a fala e a audição. A
inteligibilidade verbal é essencialmente determinada pela relação sinal/ruído (S/R), Isto é o
nível do som da fala humana acima do ruído de fundo e qualidade do sinal, que é afetado
pelo tempo de reverberação
5
. Os ruídos gerados nas salas de aula é um problema existente
nas IES que tornam as condições de inteligibilidade verbais freqüentemente insatisfatórias.
De acordo com o manual ASHRAE/1999 (diretrizes gerais do projeto para o nível
admitido de ruído de fundo em sala de aula), existem dois fatores que causam impacto
sobre a inteligibilidade oral: o tempo máximo de reverberação, que é a taxa de
reverberação provocada pelas características do espaço quanto á absorção do som para se
atingir a inteligibilidade verbal e os níveis de ruído de fundo. O manual ASHRAE
recomenda o nível de ruído máximo de RC (N) 35 e tempo máximo de reverberação para
sala de aula de 0,5 segundos.
A NR 17
6
, no item 17.5 trata dos níveis de ruído no ambiente de trabalho e diz o
seguinte: nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação
intelectual e atenção constante, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas
de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes
condições de conforto:
Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152 (fixa os níveis de
ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos, específicos
para cada tipo de atividade), norma brasileira registrada no INMETRO;
(117.023-6 / I2).
Para as atividades que possuam as características intelectuais e de atenção
constantes, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas
relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto
será de até 65 dB(A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não-
superior a 60 dB(A). “Para salas de aulas e laboratórios a NBR 10152, fixa
como conforto acústico valores entre 40 a 50 dB(A)”.
Os parâmetros devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de
ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do
tórax do trabalhador.
Vários autores estudaram os problemas de acústica das salas de aula, entre eles:
Maia (2002); Almeida; Arruda (2002); Pereira et al (2003); Pampana et al (2003); Losso et
al (2003); Oiticica et al (2003); Oiticica; Gomes (2004). Esses estudos foram realizados
com foco no conforto acústico do ambiente físico das salas de aula e sua influência no
desempenho escolar e no bem-estar dos alunos, os autores reconhecem a importância do
conforto acústico no ambiente físico das salas de aula e que as condições sonoras no
interior de recintos fechados têm um papel relevante nos resultados de produção,
28
considerando que a ergonomia pode ser utilizada na mudança para melhor da qualidade
acústica, através de sua intervenção, buscando a melhor forma de adaptar as condições de
trabalho do posto de atividade as características, exigências e necessidades dos seus
usuários.
Segundo Pereira et al (2003, p.6), para se avaliar o nível de ruído na sala de aula é
necessário “analisar todos os sons existentes no local, saber distinguir o tipo de ruído e
principalmente analisar a inteligibilidade (comunicação entre as pessoas) que depende do
nível de ruído interno e da taxa de reverberação da sala”. Para ele, a reverberação
5
ocorre
quando as múltiplas reflexões do som fazem com que os ouvintes escutem o som direto da
fonte, causando um prolongamento no tempo de duração do som, o que dificulta a
inteligibilidade da linguagem. Os autores afirmam ainda que, na sala de aula o ruído além
de incômodo, interfere no rendimento das atividades de ensino.
Os intervalos de conforto acústico para as salas de aula encontrados na literatura
pesquisada estão demonstrados na Tabela 2.2 abaixo:
Tabela 2.2 -: Intervalo de Conforto Acústico Recomendado para Salas de Aula.
Itens
Grandjean
(1998, p.270-271)
Dul e
Weedmester
(2000, p.87)
Iida
(2003, p.79)
NBR 10152 NR 17
Limite Inferio
r
-
30 dB(A) 40 dB(A) 40 dB(A)
-
Limite
65 a 70 dB(A) 70 dB(A) 70 dB(A) 65 dB(A) 65 dB(A)
Intervalo de
45 a 50 dB(A) 35 a 55 dB(A) 40 a 50 dB(A) 40 a 50 40 a 50dB
Sinal / Ruído
> 10 dB(A) - >20(A) 10 a 15 -
A presente pesquisa adotou para fins de condicionante física do conforto acústico
das salas de aula, os intervalos recomendados pela NBR 10152/1990, que estabelece os
níveis máximos de ruído para cada ambiente e os critérios e métodos para avaliar o
conforto acústico quanto ao ruído do ambiente da edificação. Por ser de elaboração da
ABNT, reconhecida pelo INMETRO, sendo a norma recomendada pela Norma
Regulamentadora 17.
Diante do acima exposto pode-se concluir que, maior atenção deve ser dada ao
espaço das salas de aula, exigindo-se um melhor controle das condições acústicas das salas
de aula, colaborando para a redução do estresse, pois a redução dos níveis de pressão
sonora possibilita uma melhor compreensão da informação transmitida pelo professor e
conseqüentemente um melhor desempenho das atividades de ensino-aprendizagem
desenvolvidas na sala de aula. Tanto o tempo de reverberação quanto os níveis de ruído de
29
fundo devem ser considerados quando se projeta uma boa inteligibilidade oral, em função
da quantidade de problemas acarretados pelo impacto do ruído no ambiente. Pode-se
concluir também que o ruído é um grande causador de desconforto nas salas de aula,
merecendo melhor ser avaliado nos projetos educacionais, com a necessidade de melhoria
das condições acústicas, pois ao se combater o ruído, daria melhores condições de trabalho
para os professores refletindo na produção de conhecimento dos alunos.
2.6 Conforto luminoso no Posto de Atividade Discente
Em função do crescente aumento do número de atividades produtivas realizadas em
recintos fechados, tais como fábricas, escritórios, bancos, salas de aula, hospitais,
academias de ginástica, entre outros, o conforto físico ambiental interno passou a exigir um
papel extremamente importante na concepção do projeto arquitetônico. A iluminação, uma
das variáveis do conforto ambiental interno, é bastante importante na concepção do projeto
arquitetônico, por está intrinsecamente relacionada ao ruído e à temperatura, pois a
abertura, que auxilia na iluminação do ambiente e na circulação do ar, permite
simultaneamente a entrada de calor ou do frio e também do ruído. Segundo Lula; Silva
(2003, p.3), “As condições de trabalho em edifícios educacionais são muitas vezes
insatisfatórias, principalmente no que se refere à iluminação dos ambientes”. Segundo
Bonates (2002, p.31), “a arquitetura contemporânea vem buscando atender às exigências
do conforto ambiental interno e da eficiência energética contribuindo para a melhoria da
qualidade das edificações”.
A quantidade e a qualidade de lâmpadas existentes no mercado são as mais variadas
possíveis, entretanto, quando se trata de sala de aula essa questão é decisiva para a
percepção do conforto visual do ambiente e para o rendimento dos alunos em seus
trabalhos de leitura. O fator mais relevante a ser considerado no estudo da iluminação para
tarefas humanas é a determinação da relação entre o nível ideal de iluminação e o tipo de
trabalho, e para isso deve-se determinar qual é a quantidade de luz ideal para a realização
da tarefa, obtendo-se o máximo de rendimento e conforto. Para Dul; Weerdmeester (2001,
p.95), “a intensidade de luz que incide na superfície de trabalho deve ser suficiente para
garantir uma boa visibilidade”. Tessler (2002, p.45), afirma que: “A deficiência de
iluminação pode produzir um ambiente desagradável de trabalho, conduzindo à fadiga
visual e geral, aumento do número de acidentes, redução da produtividade, redução da
30
qualidade do trabalho. Pode provocar, também, o aparecimento de estados depressivos,
letargia e irritabilidade”.
Com relação à luz natural, Lengen (2000 apud Bonates 2002, p.27), afirma que:
Na maioria das instituições de ensino, nota-se a dificuldade de obtenção de uma
iluminação natural, a qual seria a mais adequada. A iluminação natural está
relacionada com a saúde das pessoas, a entrada dos raios solares nos cômodos
purifica o espaço, dificultando a proliferação de ácaros, fungos, vírus e bactérias,
evitando, portanto, o surgimento de doenças nos trabalhadores.
Entretanto nos cursos noturnos o auxílio da luz natural é desconsiderado, e observa-
se que a iluminação natural necessita da abertura de janelas influenciando
significativamente no aumento do ruído externo no ambiente. Além do conforto ambiental
interno, a iluminação é o principal determinante para o conforto visual, haja vista que os
ambientes construídos são iluminados para permitir, especialmente, o desenvolvimento das
tarefas visuais, facilitado com a adequada quantidade do nível de iluminância no espaço,
sem os quais podem causar prejuízos à visão. Segundo diversos autores (Iida, Grandjean,
Dul e Weedmester, Silva), uma iluminação inadequada pode causar fadiga, cefaléia e
irritabilidade ocular, que se traduzirão em uma diminuição da atividade produtiva de
ensino haja vista que a informação visual tem importância primordial na formação
sensorial, ou seja, na percepção por parte do aluno dos sinais de trabalho, a iluminação
adequada é necessária para garantir o bem-estar físico e psicológico.
No Brasil, há dois órgãos que tratam de assuntos relativos à iluminação, são eles:
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Associação Brasileira das
Indústrias de Iluminação (ABILUX). A ABNT é responsável pela elaboração da NBR
5413 - ABNT, 1992– Iluminação de Interiores, que estabelece os valores de iluminâncias
médias mínimas em serviço para iluminação artificial em interiores e a NBR 5382 -
ABNT, 1985 – Verificação de Iluminação de Interiores, que fixa o modo pela qual se faz a
verificação da iluminância de interiores de áreas retangulares, através da iluminância
média sobre um plano de trabalho horizontal proveniente da iluminação geral. Apesar das
NBRs assegurarem o bom desempenho do ponto de vista quantitativo analisando
unicamente os níveis de iluminância, a lei federal n° 6514/17 exige também o correto
dimensionamento quanto à qualidade da luz, e no Art. 75, recomenda que em todos os
locais de trabalho deve haver níveis de iluminância adequados à natureza da atividade a ser
executada, sejam eles referentes à iluminação natural ou à artificial, assim como
recomenda o correto planejamento dos sistemas de iluminação, de modo que este seja
31
distribuído uniformemente, possibilitando evitar ofuscamentos, reflexos incômodos,
sombras e contrastes excessivos”.
Segundo Dul; Wedemeester (2000, p.98),
A refletância é a proporção entre a luz incidente e a luz refletida em uma
superfície. O autor recomenda como valor ideal para ambientes internos o
seguinte: Teto claro de 0,80 a 0,90; Parede de 0,40 a 0,60; Tampo de mesa 0,25 a
0,45 e Piso escuro de 0,20 a 0,40 de refletância.
Nos locais de trabalho os níveis de iluminância mínimas em serviço para
iluminação artificial, em interiores são estabelecidos pela NBR 5413/1992. A Norma
define Campo de Trabalho como sendo a “região do espaço onde, para qualquer superfície
nela situada, exigem-se condições de iluminância apropriadas ao trabalho visual a ser
realizado”. A iluminância deve ser medida no campo de trabalho e, quando este não for
definido, entende-se como o nível referente a um plano horizontal a 0,75 m do piso.
A Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida como CLT, no Capítulo
V relativo à Segurança e Medicina do Trabalho, Seção VII, art. 175, menciona que “em
todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou artificial,
apropriada à natureza da atividade”. Na mesma seção os parágrafos primeiro e segundo
referem-se à quantidade e qualidade da iluminação, mencionando que o Ministério do
Trabalho estabelecerá os valores mínimos a serem observados. Porém, estes valores
mínimos entravam em contradição com a própria ABNT, visto que havia uma duplicidade
de níveis: um estabelecido pela CLT e o outro pela NBR 5413/1992. O problema era que
os valores preconizados pela CLT eram mais elevados que os da ABNT. A razão para o
fato é que esta última, com base na experiência de outros países mais avançados, começou
a adotar níveis compatíveis com o rumo de novos tempos economizadores de energia. Os
valores mínimos, mencionados pela Norma, levam em conta o caráter psicofisiológico da
visão e indicam a iluminância mínima necessária para se perceber um detalhe de
dimensões dadas e bem contrastadas, sem intervir na noção de objetos no campo visual.
Segundo Iida (2003, p.252), “a Luminância é a medida de claridade percebida pelo
olho humano, e o Iluminamento ou Iluminância é o fluxo luminoso incidente por unidade
de área iluminada”, sua unidade de medida é o lux, definido como sendo a iluminância de
uma superfície plana, de área igual a 1m², que recebe, na direção perpendicular, um fluxo
luminoso igual a 1 (lm), uniformemente distribuído. O fluxo luminoso é a quantidade de
luz emitida por segundo por uma fonte de luz e sua unidade é o lúmen (lm).
32
A acuidade visual do ser humano varia conforme sua idade. Para seleção da
iluminância, a NBR 5413/1992 atribui pesos conforme a idade do observador, os quais
implicarão em um nível maior ou menor de iluminação mínimo necessário. A NBR
distingue 3 faixas etárias: inferior a 40 anos, de 40 a 55 anos e superior a 55 anos. A NBR
também atribui pesos para a velocidade e precisão da tarefa e para a refletância do fundo
da tarefa. Da soma algébrica dos pesos atribuídos a estas características conforme a tabela
2 da referida NBR, se define qual dos três níveis de iluminância da tabela 1 da NBR será
adotado para cada atividade, observando que os níveis mínimos estão no item 5.3 da
norma. Para seleção da iluminância é necessário consultar a NBR 5413/1992 a qual pode
ser adquirida nos escritórios da ABNT. O item 5.3 da NBR especifica um mínimo de 300
lux para a iluminação de salas de aula. Este valor só é válido para condições ótimas e
pessoas com menos de 40 anos, conforme a idade dos estudantes, o tipo de atividade e a
refletância, este valor mínimo pode ser aumentado. Para iluminância de interiores, a NBR
5413/1992, recomenda que as salas de aula devam ter iluminância média de 200 a 500 lux,
sendo que os quadros negros deverão ser iluminados de 300 a 750 lux.
Segundo Silva (1992, p.83),
Na verificação da eficiência de sistemas de iluminação, deve-se considerar entre
outros, os fatores a seguir listados, os quais influenciam no atingimento do nível
de iluminância requerido pela natureza da atividade visual a ser desenvolvida.
Quanto ao ambiente - forma, função, características luminotécnicas dos materiais
de acabamento aplicados às superfícies internas, e o estado de conservação dos
mesmos; disposição de vigas, pilares, pontes rolantes e outros elementos que
possam causar obstruções no fluxo luminoso que chega ao plano de trabalho;
orientação geográfica do ambiente em análise e de seus respectivos vãos para
iluminação natural; fontes de ofuscamento; adaptações existentes; Quanto ao
sistema de iluminação - tipo do sistema, das luminárias, lâmpadas e dos
acessórios; estado de conservação das lâmpadas e das luminárias; plano de
manutenção; fontes de ofuscamento; possíveis adaptações no sistema.
O aparelho visual fornece informação sensitiva extremamente precisa sendo, no
entanto, o grau de iluminação muito importante na apreensão do que se vê. Desta forma,
uma luz apropriada é necessidade primordial em qualquer local de trabalho. De acordo
com Iida (2003, p.253), “não basta à intensidade adequada de luz; é essencial, também, que
exista um contraste luminoso entre o visor e o pano de fundo, com ausência completa de
qualquer brilho que ofusque”. Portanto, uma iluminação adequada do ambiente de trabalho
é essencial para evitar problemas como fadiga visual, incidência de erros, queda no
rendimento e acidentes.
A NR 17, no seu item 17.5 trata da iluminação no ambiente de trabalho e diz o
seguinte:
33
Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou
artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a
evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho
são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira
registrada no INMETRO.
A medição dos níveis de iluminamento deve ser feita no campo de trabalho
onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula
corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de
incidência.
Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto este será um
plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso.
Para que a iluminação geral seja uniformemente distribuída e difusa, como prevê
a NR 17, e segundo alguns autores, as luminárias devem ser distribuídas conforme as
Figuras nº 2.1; 2.2 e 2.3.
Figura 2.1 - As fontes de luz
devem estar localizadas de modo
a evitar reflexos e sombras na
superfície de trabalho. Dul;
Weerdmeester (2001, p.98).
Figura 2.2 - As luminárias
devem ficar posicionadas 30º
acima da linha de visão e atrás
do trabalhador, para evitar
ofuscamento e reflexos. Iida
(2003, p.260).
Figura 2.3 - Sistema de iluminação
típico em área de trabalho. Iida
(2003, p.260).
De acordo com Dul; Weerdmeester (2001, p.95-98),
Uma luz ambiental de 10 a 200 lux é suficiente para lugares onde não há tarefas
críticas. É o caso dos corredores, depósitos e outros lugares onde não há tarefas
de leitura”. O autor afirma também que se devem usar intensidades de 200 a 800
lux para tarefas normais, como a leitura de livros, montagem de peças e
operações com máquinas. E usar de 800 a 3.000 lux para tarefas especiais de
grandes exigências visuais como tarefas de inspeção. Entretanto deve-se
considerar que níveis muito elevados de intensidade luminosa, também
provocam a fadiga visual. (p.98), A luz deve ser posicionada, em relação à
tarefa, de modo a evitar os reflexos e as sombras.
Para ambientes de sala de aulas a intensidade de luminosidade considerada ideal,
deve estar de acordo com a Tabela 2.3.
34
Tabela 2.3 – Níveis de luminosidade ideal para salas de aulas
Ambiente Quantidade de Luz
A
uditório e Ginásio 100 a 300
Salas de aula 200 a 750
Escolas
Sala de desenho, Laboratório e Biblioteca.
500 a 1500
Fonte: Manual de instruções do luxímetro digital modelo LD 200, Instruntherm 2003, p.5.
Segundo Maia (2002, p.67), “Ainda não há legislação relativa ao excesso de
iluminamento, que também é uma causa de desconforto luminoso. Todavia, utiliza-se o
bom senso para determinar quando uma iluminação é excessiva e há desperdício de
energia”. Mas autores como Iida, Grandjean e a NR 17 e NBR 5413, defendem como
limite para a fadiga visual, valores acima de 1.000 lux.
Os intervalos de conforto Luminoso encontrados na literatuta pesquisada estão
demosntrados na Tabela 2.4 abaixo:
Tabela 2.4 -: Intervalo de Conforto Luminoso em Lux para Salas de Aula.
Limites de
luminosidade
para Salas de
Aula
Manual do
Luxímetro
Digital LD
200
Dul;
Weerdmeester
(2001, p.95-96)
Iida
(2003,p.255)
Grandjean
(1998, p.224-225)
NBR
5413
(1992)
NR 17
Limite
200 200 200 a 300
-
200 200
Intervalo de
250 a 750 200 a 800 400 a 600 500 a 700 300 a 750 300 a 750
Limite para
Fadiga Visual
- 800 a 3000 > 1000 > 1000 >1000 >1000
A presente pesquisa adotou para fins de condicionante física do conforto luminoso,
os intervalos de conforto recomendados pela NBR 5413/1992 - Iluminação de Interiores,
que estabelece os valores de iluminâncias médias mínimas em serviço para iluminação
artificial em interiores, por ser de elaboração da ABNT, reconhecida pelo INMETRO,
sendo a norma recomendada pela Norma Regulamentadora 17.
Diante do acima exposto, podemos concluir que o conforto luminoso do ambiente
físico das salas de aulas irá proporcionar melhores condições de trabalho aos alunos,
favorecendo o desempenho e assim predispondo o aluno a melhorar a sua eficiência e
produtividade. Inversamente, condições pobres de iluminação podem prejudicar o trabalho
e gerar estresse e fadiga, podendo levar a impossibilidade de execução da atividade.
35
2.7 Conforto Térmico no Posto de Atividade Discente
Em uma sala de aula, as variáveis de temperatura, umidade relativa do ar e
velocidade do vento, são relevantes para a avaliação do conforto térmico; nesse aspecto, o
clima, em conjunto com a análise da arquitetura, é determinante. É fato que muitas
edificações são projetadas principalmente em função de tendências estéticas ou exigências
técnicas de produção, sem a preocupação em adequar o ambiente às características e
limitações do homem. O ensino necessita ser desenvolvido em condições satisfatórias de
temperatura, umidade e ventilação, de tal modo que proporcionem do ponto de vista
térmico, ambientes confortáveis e favoráveis ao processo de ensino e aprendizagem, as
salas de aula climatizadas possibilitam essas condições. Entretanto, vale salientar que
apesar dos modernos equipamentos de ar condicionado favorecer as condições de conforto
térmico no ambiente das salas de aula, é necessário verificar se os valores registrados de
temperatura, umidade e ventilação estão de acordo com os valores recomendados pelas
normas regulamentadoras, para proporcionar o máximo de conforto aos seus usuários. Um
outro fator a ser considerado é que os equipamentos emitem ruído que podem influenciar
no conforto acústico do ambiente de ensino. Segundo Grandjean (1998, p.298) “um clima
confortável constitui-se em pré-requisito para a manutenção do bem-estar e para a
capacidade de produção total”. Com base em estudos atuais, o autor afirma que pessoas
que desenvolvem trabalho mental sentadas, sem sobrecarga manual, percebem como
agradáveis temperaturas, no inverno, de 21ºC, e no verão, entre 20 e 24º C.
De acordo com Maia (2002, p.60),
A ASHRAE, Associação Americana dos Engenheiros de Refrigeração, Ar
Condicionado e Aquecimento, Norma 55/81, define conforto térmico como
sendo o estado de espírito que expressa a satisfação com o ambiente térmico.
Essa sensação de bem estar térmico do corpo humano dependerá da atuação do
sistema termorregulador para a manutenção do equilíbrio térmico, pois quanto
maior for o trabalho desse sistema, maior a sensação de desconforto. O equilíbrio
térmico entre o corpo e o ambiente dependerá de fatores ambientais (temperatura
do ar radiante, temperatura radiante térmica, umidade relativa e ventilação) e
fatores individuais (atividade desenvolvida, taxa de metabolismo e resistência
térmica da roupa). A combinação dessas variáveis, mesmo que diferentes, irão
proporcionar sensações semelhantes, que é a sensação de conforto térmico.
Diversos autores realizaram estudos considerando o conforto térmico em sala de
aula, dentre eles: Araújo (1996); Xavier (1999 e 2000); Gonçalves (2000); Souza (2001);
Ruas (1999/2002), Graça; Kowaltowski (2003). Esses autores reconhecem a importância
36
do conforto térmico no ambiente físico das salas de aula e sua possível associação ao
desempenho dos alunos, considerando que a ergonomia é uma ciência que deve ser
empregada na busca de soluções para a melhoria da qualidade térmica em recintos
fechados, buscando a melhor forma de adaptar o posto de atividade as exigências e
necessidades de seu usuário, proporcionando maior bem-estar.
No Brasil a NBR 6401/1980, estabelece parâmetros para o projeto de instalações de
ar condicionado para conforto, especificando intervalos de temperatura do ambiente e
umidade relativa para o conforto térmico de pessoas em atividade sedentária. Com relação
à legislação Brasileira, a lei federal n° 6514 de 22/12/77, no Art. 178 estabelece que as
condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas dentro dos
limites fixados pelo Ministério do Trabalho, entretanto a legislação elaborada pelo
Ministério do Trabalho/1978, restringe-se a estabelecer, na NR 15, limites de tolerância
para exposição ao calor, que procuram evitar a condição extrema de sobrecarga térmica,
ficando muito distantes da condição desejável de conforto térmico. A única menção a
condições de conforto térmico é feita na NR 17 que usa o índice das temperaturas efetivas
para estabelecer o intervalo de conforto para atividades sedentárias e afirma que nos locais
de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção
constante, são recomendadas as seguintes condições de conforto Térmico:
Índice de temperatura efetiva entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três graus
centígrados); velocidade do ar não-superior a 0,75m/s; umidade relativa do ar
não-inferior a 40%.
Em ambientes fechados, sugere-se que o ar deve ser constantemente renovado, de
acordo com Dul; Weerdmeester (2001, p.108), “os ambientes fechados devem ser
adequadamente ventilados, mesmo que não contenham fontes de poluição”. Segundo
outros autores, isso se deve ao fato de eliminar o perigo de contaminação cruzada em
ambientes fechados de convívio social. Essa renovação do ar, deve obedecer aos valores
proposto por Dul e Weerdmeester, conforme a Tabela 2.5.
Tabela 2.5 - Volume de ar e ventilação necessários para diversos tipos de trabalho
Natureza do trabalho Volume do ar (m3/pessoa) Renovação do ar (m3/h)
Muito leve 10 30
Leve 12 35
Moderado 15 50
Pesado 18 60
Fonte: J. Dul; B. Weerdmeester (2001, p.108).
37
Os intervalos de conforto térmico encontrados na literatuta pesquisada estão
demosntrados na Tabela 2.6 abaixo:
Tabela 2.6 -: Intervalo de Conforto Térmico
Itens
Ruas
(2000, p.72)
Dul;
Wedemeeste
r
(2001, p.100)
Pereira et
al (2003)
Iida
(2003,
p.236)
Grandjean
(1998,
p.294)
NBR 6401
(1980)
ISO
7730
NR 17
Temperatura
- 18 a 22ºC 21ºC 23 a 25ºC 23 a 26ºC
20 a 23ºC
Temperatura
de Verão
21,1 a 24,9ºC
18 a 24º C
-
20 a 24ºC
20 a 24ºC
20 a 22ºC
20 a 24ºC
20 a 23ºC
URA de
40 a 60%
URA de
Verão
64 a 93%
30 a 70%
25 a 50%
40 a 60%
-
35 a 65%
30 a 70%
>40%
Velocidade
0,4 a 1,7 m/s < 0,1 m/s - 0,2 m/s - - - >0,70m/s
Segundo Xavier (1999 apud Ruas 2002, p.69), intervalos de conforto térmico são
os limites entre as sensações de conforto e as sensações de quente e frio. A presente
pesquisa adotou para fins de condicionante física do conforto térmico, os intervalos de
conforto recomendados pela NBR 6401/1980, que estabelece parâmetros para o projeto de
instalações de ar condicionado para o conforto térmico de pessoas em atividade sedentária,
especificando intervalos de temperatura do ambiente e umidade relativa, por ser de
elaboração da ABNT, reconhecida pelo INMETRO e recomendada pela Norma
Regulamentadora 17, por estar dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho,
conforme a lei federal n° 6514/1977. E por usar índice das temperaturas efetivas para
estabelecer o intervalo de conforto para atividades sedentárias.
Diante do acima exposto, pode-se concluir que existe uma necessidade real de um
ambiente térmico confortável no posto de atividade discente que favoreça o processo de
ensino aprendizagem. Nos diversos estudos realizados, os resultados encontrados
apresentaram a existência de conflito entre os diferentes parâmetros de conforto ambiental
em recintos fechados para salas de aula climatizadas (temperatura, umidade relativa do ar e
velocidade do ar), estes limites de intevalo de conforto térmico variam, podendo diferentes
níveis de temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do ar, provocarem a mesma
sensação de conforto térmico no ambiente físico para o aluno, e que quando se trata de
coletividade, geralmente num mesmo ambiente haverá um percentual de insatisfeitos em
detrimento da maioria satisfeita, quando se tratar de conforto térmico.
38
2.8 Importância da Postura do Aluno no seu Posto de Atividade
Diversos estudos foram realizados considerando a postura
7
do aluno em sala de
aula, dentre eles: Leão; Peres (2002); Bonney; Corlett (2002); Murphy; Stubbs (2004);
Loff (2004). Nessas pesquisas os autores concluíram que:
A postura sentada está associada a uma maior pressão nos discos vertebrais que a
da posição em pé, a manutenção prolongada da postura sentada pode ter os seguintes
inconvenientes: há pouco movimento dos membros tornando a atividade física insuficiente;
problema de circulação sanguínea nos membros inferiores, existe compressão da face
posterior das coxas; adoção de posturas desfavoráveis (lordose ou cifose excessivas)
levando ao aparecimento de dores lombares, o conforto postural de um posto de trabalho
sentado é função principalmente: do tempo de manutenção da postura; da altura do plano
de trabalho; das características da cadeira; da adaptação às exigências visuais da tarefa. A
linha de olhar abaixo da horizontal sobrecarrega a espinha cervical, foi observado
diferenças significantes no encolhimento da coluna espinhal para um olhar abaixo da
horizontal, chamando atenção às recomendações para o ângulo de olhar recomendado em
leituras de livros. Existem associações significantes entre posturas encurvadas para baixo e
dores na região dorsal, e posturas estáticas associadas a dores no pescoço. Os alunos
apresentaram as seguintes alterações posturais: escoliose foi encontrada em 30% dos
resultados (2% escoliose estrutural, desse resultado, 52% convexa à direita, 22% convexa à
esquerda e 26% escoliose mista), 19% apresentavam hiperlordose associada à escoliose,
22% hipercifose associada à escoliose. A hiperlordose foi encontrada em 16%, a
hipercifose em 10% e, representando 18% foi encontrado desequilíbrios na assimetria de
ombros, cintura pélvica, joelhos e pés.
Diante do acima exposto, pode-se concluir que vários autores reconhecem a
importância da manutenção de uma boa postura adotada pelo aluno no seu posto de
atividade, considerando que o mobiliário desconfortável, o longo tempo de permanência na
posição sentada, as exigências da atividade, o sistema de iluminação, o layout, a
localização dos equipamentos didáticos, entre outros, são variáveis que interferem na
manutenção da postura e conduzem à fadiga e ao desconforto muscular. A ergonomia tem,
portanto um papel relevante na escolha do mobiliário escolar, na conscientização dos
usuários do mobiliário escolar e no arranjo físico da sala de aula, contribuindo para reduzir
a adoção de posturas desconfortáveis.
39
Segundo Grandjean (1998, p.63-65),
Quando sentados à pressão nos discos intervertebrais é maior que quando em pé,
passando de 100% na posição em pé para 140% a 190% na posição sentada.
Existe um conflito de interesse entre as necessidades dos músculos e as
necessidades dos discos intervertebrais. Para a musculatura uma posição
levemente inclinada para frente é o recomendável, já para os discos é melhor
uma posição ereta. Assim torna-se compreensível que a postura do sentar é um
problema para a coluna vertebral e para a musculatura das costas.
A maioria dos problemas posturais no ambiente de trabalho surgem em decorrência
das condições impróprias de trabalho e falta de atenção com o próprio corpo, a adoção de
uma boa postura corporal no cotidiano poderá evitar problemas musculoesqueléticos
futuros. Geralmente a postura é determinada pela tarefa e pelo posto de trabalho, muitas
doenças são causadas pela má postura adotada por longos períodos, fruto da ausência de
controle e da informação. Segundo Leão; Peres (2002, p.47), “uma boa postura é aquela
em que o trabalhador pode modificá-la como quiser, o ideal é que ele possa adotar uma
postura livre, ou seja, uma postura que possa lhe convir em determinado instante”. Para
ele, a concepção do posto de trabalho e/ou a concepção da tarefa deve favorecer a mudança
de postura. A boa postura, portanto é aquela que melhor ajusta nosso sistema
musculoesquelético, equilibrando e distribuindo todo o esforço de nossas atividades
diárias, favorecendo a menor sobrecarga em cada uma de suas partes.
No ambiente de sala de aula é comum observarmos com freqüência alunos e
professores adotando posturas inadequadas por tempo prolongado, que se não forem
corrigidas poderão ocasionar vícios posturais que possivelmente conduziram a
desconfortos musculares. A disposição dos equipamentos didáticos, o layout da sala de
aula, o mobiliário disponível e a maneira que o professor conduz a disciplina, são alguns
dos fatores que interferem na postura adotada pelos alunos durante a aula. Para Lima
(2003, p.46), “a postura é considerada uma forma de expressão e linguagem do corpo. Ela
determina como será realizado cada movimento e sua acomodação no ambiente, podendo
ser considerada um reflexo integrado dos aspectos corporais e mentais, sendo composta de
três componentes estruturais: posturas mecânicas, neurofisiológicas e psicomotora”.
Segundo Wisner (1987, p.48-52),
Os problemas de posturas são sempre muito importantes no local de trabalho,
sobretudo quando a postura é determinada pela própria atividade, quanto mais
difícil à tarefa, mais rígida fica a postura. (p.48), é necessário conhecer as
dimensões da população considerada. (p.52), a inadaptação dos postos de
trabalho à população de trabalhadores existente constitui um problema social
importante, pois uma proporção considerável de pessoas encontra-se rejeitada
pelo sistema produtivo ou situada de maneira muito marginal em relação a ele.
40
Para mantermos boa postura, é necessária uma harmonia do sistema
neuromusculoesquelético, cada indivíduo apresenta características individuais de postura
que podem vir a ser influenciada por vários fatores: anomalias congênitas e/ou adquiridas,
má postura, obesidade, alimentação inadequada, atividades físicas sem orientação e/ou
inadequadas, distúrbios respiratórios, desequilíbrios musculares, frouxidão ligamentar e
doenças psicossomáticas. Postura ou movimento prolongados precisam ser evitados, pois
se tornam fatigantes e em longo prazo conduzem a lesões musculoesqueléticas. Para Dul;
Weerdmeester (2001, p.20) isso pode ser prevenido com uma alternância de posturas ou
tarefas, significa alternar posições sentadas por aquelas em pé e andando. Os autores
afirmam também (p.21), que “a fadiga muscular pode ser reduzida com diversas pausas
curtas distribuídas ao longo da jornada de trabalho. Isso é melhor que as pausas longas
concedidas no final da tarefa ou ao fim da jornada”. Segundo Martins (2001, p.21),
“Nenhuma postura é suficientemente adequada para ser mantida confortavelmente por
longos períodos. Qualquer postura prolongada pode ocasionar sobrecarga estática sobre os
músculos e outros tecidos e, conseqüentemente causar dor e desconforto. O
comportamento natural do ser humano é de mudar a sua postura constantemente. Mesmo
durante o sono os ajustes posturais são necessários”.
O controle e a informação são importantes para que se possam orientar professores
e alunos a adotarem a melhor postura de cada indivíduo em relação ao mobiliário da sala
de aula, possibilitando a reestruturação completa das cadeias musculares e seus
posicionamentos no movimento e/ou na estática, a partir deste procedimento, pois o uso de
um mobiliário adequado por se só não é suficiente para garantir uma boa postura, é preciso
conscientização por parte dos usuários em função da posição da cabeça, tronco, braços e
outros seguimentos corporais em relação à tarefa a ser executada. De acordo com Kapandji
(1980, p.118-214), e Iida (2003, p.204), os limites de rotação da coluna dorso lombar, de
flexão, extensão, inclinação lateral e rotação da cabeça e as áreas de visão ótima do olhar
deverão obedecer aos intervalos demonstrados nas Figuras: 2.4; 2.5; 2.6; 2.7 e 2.8 abaixo.
E essas limitações devem ser observadas e levadas em consideração por ocasião da posição
e localização em que são colocados as projeções, quadro, slides, e mobiliário no
desenvolvimento da tarefa e da atividade no posto de trabalho de um modo geral, caso
contrário, se o aluno estiver mal posicionado em relação a sua tarefa, poderá sofrer
desconforto muscular e desenvolver possíveis conseqüências musculoesqueléticas.
41
Figura 2.4 – rotação da coluna
dorso lombar. Kapandji (1980,
p.119).
Figura 2.5 – Movimentos extremos de flexão e extensão. Kapandji
(1980, p.215).
Figura 2.6 Amplitude total de
inclinação da cabeça. Kapandji
(1980, p.215).
Figura 2.7 – Amplitude de
rotação da cabeça. Kapandji
(1980, p.215).
Figura 2.8 – Áreas de visão ótima e
máxima. Iida (2003, p.204).
Diante do acima exposto, podemos concluir que a boa postura é mais uma questão
ergonômica de conscientização e que pode ser treinável, que as dimensões antropométricas
do mobiliário escolar para os alunos respeitando as suas individualidades biológicas, ainda
estão longe de se tornar uma realidade em sala de aula, pois a organização das tarefas, o
mobiliário inadequado, o arranjo físico das carteiras e dos equipamentos didáticos
distribuídos em salas de aulas, que na maioria das vezes não respeitam as angulações ideais
que permitam ao aluno manter uma postura confortável por tempo prolongado, são causas
prováveis da sensação de desconforto e fadiga muscular.
42
2.9 O Mobiliário no Posto de Atividade Discente
A qualidade dos produtos de estofamento do assento e do encosto da mobília
escolar, bem como as dimensões da cadeira e da escrivaninha, pode influenciar na
percepção de conforto dos alunos no seu posto de atividade, e possivelmente pode está
associada às condições de um bom aproveitamento no processo de aprendizagem por parte
dos alunos. Móveis próprios para as atividades e finalidades pedagógicas são as grandes
exigências do mercado, na busca do aprimoramento da qualidade do produto final para
mobiliário escolar, foram realizadas minuciosas investigações na cadeia de produção, a
iniciativa mais ambiciosa de padronização do mobiliário escolar ocorreu nos meados dos
anos 70, durante o desenvolvimento do modelo do Cebrace-MEC, em parceria com o
Instituto de Desenho Industrial do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro,
fundamentado em pesquisas próprias, em normas internacionais e em estatísticas do IBGE,
que gerou uma série de recomendações técnicas: Laboratórios, salas de informática e salas
de vídeo, entre outras, necessitam de mobiliários específicos. O auditório precisa de
cadeiras com maior resistência, segurança e conforto. As cadeiras e carteiras devem
facilitar o aprendizado, considerando que o conjunto bem planejado reduz os vícios
posturais e possibilita maior concentração do aluno em sala de aula.
Na busca por produtos de qualidade, foi baixada pelo INMETRO, em parceria com
o Ministério da Educação, a Portaria nº 177, que implantou a certificação compulsória para
móveis escolares, em vigor desde o final de março de 2003, cuja intenção é disponibilizar
aos alunos mobiliários projetados especificamente para a atividade discente, compatível ás
suas condições, favorecendo um melhor rendimento escolar e redução de gastos com
manutenção e reposição de móveis. A portaria determina que os produtos devam seguir
requisitos preestabelecidos, que contemplam basicamente estabilidade, ergonomia e
durabilidade dos móveis. A ABNT é o órgão responsável pela certificação dos produtos,
através das NBR 14006 que tratam dos requisitos para móveis escolares (assentos e mesas
para instituições educacionais) e 14007 que trata das recomendações ergonômicas
(postura) e antropométricas (dimensões).
A NR-17 no seu item nº 17.3, Trata do mobiliário dos postos de trabalho e diz o
seguinte:
Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de
trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.
43
Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas,
mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições
de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes
requisitos mínimos: ter altura e características da superfície de trabalho
compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao
campo de trabalho e com a altura do assento; ter área de trabalho de fácil
alcance e visualização pelo trabalhador; ter características dimensionais que
possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos
corporais.
Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes
requisitos mínimos de conforto: altura ajustável à estatura do trabalhador e à
natureza da função exercida; características de pouca ou nenhuma conformação
na base do assento; borda frontal arredondada e encosto com forma levemente
adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir
da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés que
se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.
A ISO 7730 (1994) cita, no seu anexo “E”, que a cadeira pode contribuir com um
isolamento térmico do corpo adicionalmente na ordem de 0,0 clo a 0,4 clo, dependendo da
área de contato com o corpo, quando são realizadas atividades sedentárias na posição
sentada e remete à ISO 9920 para maiores informações.
Leão; Peres (2002, p.60), afirmam que: “o estofamento não deverá ser muito
mole, para evitar um afundamento muito grande das nádegas e das coxas. O ideal é um
estofamento que pode ser comprimido de +/- 2,5 cm (densidade máxima recomendada: 50
kg/m3). A natureza do material usado no estofamento e revestimento do mobiliário precisa
ser considerada para evitar a transpiração, um revestimento com material plástico deve ser
evitado”.
Iida (1991 apud Añez 2003, p.6), afirma que com relação aos assentos, deve-se
observar os seguintes princípios gerais:
Existe um assento adequado para cada tipo de função,
As dimensões do assento devem ser adequadas às dimensões antropométricas,
O assento deve permitir variações de postura,
O encosto deve ajudar no relaxamento,
O assento e a mesa formam um conjunto integrado.
Segundo Dul; Weerdmeester (2001, p.30), “para leituras e outras tarefas que
exijam acompanhamento visual contínuo, a superfície deve ser inclinada, sempre que
possível”. Os autores afirmam que:
A postura pode ser melhorada em tarefas que exigem acompanhamento visual,
inclinando-se a superfície de trabalho em pelo menos 45 graus para frente,
conforme a Figura 2.9.
Para trabalhos manuais que exigem acompanhamento visual, a superfície de
trabalho pode ser inclinada até 15 graus para frente, conforme a Figura 2.10.
44
Figura 2.9 – Superfície de trabalho para desenho.
Fonte: Dul; Weerdmeester (2001, p.30).
Figura 2.10- Superfície de trabalho para leitura.
Fonte: Dul; Weerdmeester (2001, p.30)
Colombini et al (2000 apud Bonney; Corlett 2002, p.9), concluíram que a linha de
olhar abaixo da horizontal carregaria a espinha cervical mais que um olhar horizontal.
Foram feitos testes de estadiômetro de precisão, e mensurado os efeitos em comprimento
espinhal de ângulos diferentes de olhar. Depois de 1 hora de exposição sentando em uma
postura controlada, foi observado que havia diferenças significantes no encolhimento da
espinha entre o olhar horizontal de 20° a 40° graus abaixo da horizontal, as cargas
espinhais aumentadas foram demonstradas pelo aumento do encolhimento espinhal,
chamando atenção às recomendações para ângulo de olhar recomendado em leituras de
livros de ensino. Para Grandjean (1998, p.54), é recomendável 5° acima da linha horizontal
da visão e de 10° a 30° abaixo da mesma linha, conforme demonstrado na figura 2.11.
Figura 2.11 – Linha normal da visão. Grandjean (1998, p.54).
A antropometria
8
trata das dimensões e proporções do corpo humano, os projetistas dos
postos de trabalho, máquinas e móveis, devem lembrar-se da individualidade biológica dos
usuários, pois a altura de uma cadeira adequada para um individuo médio, torna-se
desconfortável para altos e baixos, para isso é necessário cadeiras que possuam reguladores
ajustáveis de altura do assento e do encosto. Segundo Wisner (1987, p.59), A fraqueza das
correlações entre as diversas variáveis antropométricas e a dispersão de medidas de uma
mesma variável levam a prever margens de regulagem dimensionais suficientemente
amplas, sobretudo quando o posto de atividade é destinado a várias categorias de usuários.
Conforme citado por Iida (2003, p.109), e demonstrado na figura 2.13.
45
Dul; Weerdmeester (2001, p.16), afirmam que,
Um princípio importante na aplicação da ergonomia é que os equipamentos,
sistemas e tarefas devem ser projetados para o uso coletivo. Sabendo-se que
diferenças individuais em uma população, os projetos em geral, devem atender a
95% dessa população. Isso significa que há 5% dos extremos dessa população
(indivíduos muito gordos, muito altos, muito baixos, mulheres grávidas, idosos
ou deficientes físicos), para os quais projetos de usos coletivos não se adaptam
bem. Nesses casos, é necessário realizar projetos específicos para essas pessoas.
Figura 2.12 - Dimensões antropométricas críticas a serem consideradas no projeto de um posto de atividade
para a pessoa sentada. Iida (2003, p.109).
Leão; Peres (2002, p.56-58), afirmam que: “a regulagem inadequada de uma altura
da cadeira tem conseqüências negativas para o conforto postural”.
O ponto anatômico que serve de referência para determinar a altura confortável
de trabalho sentado é a altura dos cotovelos. A altura do plano sentado está
correta quando a pessoa sentada tem as coxas na horizontal e as pernas na
vertical com os pés apoiados totalmente no piso. A concepção do posto de
trabalho sentado deve considerar duas alturas: a altura da cadeira e a altura do
plano de trabalho. Como existem variações das dimensões corporais das
pessoas, é evidente que uma postura confortável para a maioria só será obtida
com a regulagem ao menos de uma destas duas alturas. A altura do plano de
trabalho deve ser determinada segundo o tipo de tarefa à ser realizada no posto
de trabalho.
Quando a cadeira é muito alta, o apoio dos membros inferiores sobre o piso é
diminuído e uma parte do corpo é sustentada pelas coxas trazendo uma
compressão da face posterior, o que é desfavorável do ponto de vista vascular.
Para diminuir a pressão sobre as coxas, a pessoa tenta se sentar sobre a parte
anterior da cadeira, o que pode induzir uma atitude instável exigindo uma
contração muscular estática dos membros inferiores e das costas.
Quando a cadeira é muito baixa, o ângulo coxas-tronco se fecha induzindo uma
cifose lombar e uma pressão sobre os órgãos abdominais. Nesta posição, os
grandes e os obesos deverão efetuar um esforço muito grande para se levantar.
Diversos estudos foram realizados analisando-se o conforto físico do mobiliário das
salas de aula e sua influência no desempenho escolar, dentre eles: Fernandes (2000); Abid
(2001); Vergara; Page (2001); Almeida; Arruda (2002); Panagiotopoulou et al (2004). Os
resultados encontrados pelos autores, foram os seguintes:
46
Em relação à carteira escolar deve-se, atender as peculiaridades da população e de
sua faixa etária; se reconhece a relação entre mobiliário e pedagogia como complexa; se
reconhece a importância da ergonomia no processo educacional, bem como a relevância de
conforto da carteira escolar numa perspectiva de posto de trabalho para os alunos; as
mudanças freqüentes da postura são um bom indicador de desconforto; as posturas de
lordose com a pélvis apoiada na dianteira e baixa mobilidade são as causas principais do
aumento de desconforto; a incompatibilidade entre as dimensões dos estudantes e as
dimensões da mobília de sala de aula tem efeitos negativos na postura sentada
especialmente quando os alunos estão lendo ou escrevendo.
Vários autores reconhecem, portanto a importância da exigência de mobiliário
adequado para atividades discentes, que permitam a manutenção de uma boa postura
adotada pelo aluno no seu posto de atividade, considerando que na posição sentada o
assento e o encosto da cadeira, as dimensões antropométricas, a qualidade, entre outros,
são variáveis que interferem na percepção do conforto do mobiliário pelo usuário. Cabe a
ergonomia ressaltar a importância de um mobiliário que reduza as posturas desconfortáveis
e proporcione melhor desempenho na realização das tarefas.
Segundo Tavares (2000, p.54-124),
É de primordial importância o estudo na ergonomia no que se refere às posições
utilizadas no desenvolvimento das atividades, uma vez que as posturas para a
realização do trabalho e as posturas oriundas de fatores externos ao bom
desempenho da atividade, provocadas por mobiliário inadequado e vícios de
postura são responsáveis pelo desgaste físico do trabalhador. (p.124), uma má
postura na posição sentada pode trazer dores na coluna, pernas e pés, mas esses
problemas podem ser ocasionados também por mobiliários que não oferecem
conforto por não apresentarem encosto e assento anatômicos, apoio para os
braços e pernas.
Añez (2003, p.6), afirma que “muitas pessoas chegam a passar mais de 20 horas por
dia na posição sentada e deitada, na posição sentada, o corpo entra em contato com o
assento só através da sua estrutura óssea. Esse contato é feito através das tuberosidades
isquiáticas
9
que são recobertas por uma fina camada de tecido muscular e uma pele grossa,
adequada para suportar grandes pressões”. A sensação de desconforto sentida pelos alunos
na posição sentada, ocorre em função do formato das tuberosidades isquiáticas (em forma
de pirâmide invertida), que dá sustentação ao peso do corpo nesta posição (em apenas 25
cm2 de superfície concentra-se 75% do peso total do corpo), conforme demonstrado nas
Figuras 2.13, pois quando o indivíduo passa da posição em pé para a posição sentada,
ocorre uma rotação na bacia conforme Figura 2.14. Leão; Peres (2002, p.60), afirmam que
“cadeiras estofadas são necessárias porque sobre uma superfície dura o peso do tronco
47
repousa sobre a superfície de apoio restrita das tuberosidades isquiáticas. Isto provoca uma
compressão local importante e pode favorecer a aparição de dores”. A qualidade da
superfície do assento é influenciadora da distribuição da pressão do corpo sobre o assento,
de acordo com Oborne (1982 apud Iida 2003, p.140), sendo essencial para a percepção de
conforto na postura sentada.
Figura 2.13 - A rotação da bacia na passagem do
estar de pé para o estar sentado. A passagem para
o sentar provoca uma rotação da parte superior da
bacia para trás (na direção da seta), pelo que o
sacro se endireita e a lordose lombar se transforma
em cifose. Grandjean (1998, p.64).
Figura 2.14 - O contato da nádega com a
superfície do assento realiza-se por meio das
tuberosidades isquiáticas, que se assemelham
a pirâmides invertidas. Oborne (1982 apud
Iida 2003, p.140).
De acordo com Kapandji (1980, p.112),
Na posição em apoio ísquio-sacral
10
(Figura 2.15), o tronco completamente
levado para trás repousa sobre o espaldar da cadeira e o apoio é feito pelas
tuberosidades isquiáticas e a face posterior do sacro e do cóccix; a pelve está em
retroversão
11
, a lordose lombar é retificada, a cifose dorsal é exagerada e a
cabeça pode tombar para frente sobre o tórax, ao mesmo tempo em que se
inverte a lordose cervical. É também uma posição de repouso que pode levar ao
sono, mas a respiração é perturbada pela flexão do pescoço e o peso da cabeça,
que repousam sobre o esterno; esta posição que reduz o deslizamento anterior da
L5 e que relaxa os músculos posteriores da coluna lombar e alivia as dores da
espondilolistese
12
.
.
Figura 2.15 - Posição em apoio ísquio-sacral. Kapandji (1980, p. 113).
Diante do acima exposto, conclui-se que a posição em apoio ísquio-sacral é,
portanto um forte indicador de mobiliários com assento desconfortável, pois na tentativa de
restabelecer a sensação de conforto, o corpo procura evitar o apoio do peso nas
tuberosidades isquiáticas, apoiando-se também na face posterior do sacro e do cóccix, e
dessa maneira o indivíduo procura se adequar ao posto de trabalho, indo na contramão da
48
ergonomia, provocando uma sobrecarga estática na musculatura dorsal, podendo inclusive
em longo prazo desenvolver problemas posturais relacionados à coluna vertebral. Um
mobiliário ergonomicamente preparado para as atividades discentes, é um fator
preponderante, restringindo a má postura e a sensação de desconforto causado por
mobiliários inadequados, em que o aluno tem que se moldar ao mobiliário e não este ao
aluno. E ainda que o mobiliário adequado por si só, não é suficiente para garantir a
manutenção de uma boa postura, é necessário também desenvolver um trabalho de
ergonomia de conscientização em seus usuários.
2.10 Os equipamentos didáticos auxiliares no Posto de Atividade Discente
Por diversas vezes pode-se observa em salas de aula e atividades de ensino de um
modo geral, equipamentos didáticos auxiliares, mal localizados e posicionados em relação
ao aluno, desobedecendo a altura e angulações, induzindo o aluno a se adequar ao seu
posto de atividade e causando desconforto. A utilização de cores inadequadas para a
transmissão da informação combinada com uma má iluminação, são outros fatores
geralmente presenciados no ambiente pedagógico e que provocam reflexos e ofuscamentos
levando a fadiga visual.
Biazus (2000, p.99),
As transparências utilizadas são projetadas na parede oposta ao quadro. Os
alunos posicionam-se lateralmente e mostram sinais de desconforto postural,
térmico e olfativo, saindo do laboratório para ingerir líquido. Há no laboratório
um forte odor, acentuado por aquele proveniente da sala de apoio localizada em
frente, provocando desconforto olfativo. Os alunos apresentam sinais de cansaço,
movimentam o tronco, espreguiçam-se, debruçam-se sobre a bancada. A postura
torna-se relaxada, e isso faz com o que o professor tenha de considerar essa
variável em seu planejamento de atividades.
Segundo Loffe (2003, p.8), “é importante ter em conta que o desconforto
provocado pelo ambiente inapropriado (condições de iluminação, acústica, temperatura,
espaço, cor envolvente, etc.), ou por equipamento desajustado leva à desatenção e ao
cansaço, refletindo-se negativamente na capacidade de concentração e de aprendizagem”.
Daí à desestabilização do grupo ou à desistência de execução das tarefas é um
passo. Assim, seria conveniente que técnicos com formação na área da ergonomia fizessem
parte das equipes responsáveis pelos projetos e escolha dos equipamentos didáticos.
49
A NR 17, no seu item 17.4, diz o seguinte sobre os equipamentos dos postos de
trabalho:
Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem
estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à
natureza do trabalho a ser executado.
Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação,
datilografia ou mecanografia deve: ser fornecido suporte adequado para
documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura,
visualização e operação, evitando movimentação freqüente do pescoço
e fadiga visual; ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que
possível, sendo vedada à utilização do papel brilhante, ou de qualquer
outro tipo que provoque ofuscamento.
As atividades discentes são por diversas vezes desempenhadas em laboratórios de
informática, ficando os alunos durante horas a utilizar os computadores, apesar de não ser
foco do estudo em questão, é necessário alertar para as condições ergonômicas em que
essas tarefas estão sendo desempenhadas, a LSMT-ABPA (1995), e a NR 17, recomendam
sobre o uso ergonômico adequado dos terminais de vídeo e advertem que seja observado
nos equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de
vídeo, as seguintes recomendações:
Condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do
equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e
proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador
ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira
que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam
aproximadamente iguais;
Serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.
Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais
de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas essas
exigências, observando-se, entretanto a natureza das tarefas executadas e
levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho
.
A American National Stardard for Human Factors Engineering of Visual Display
Terminal Workstations - ANSI/HFS (1998 apud Martins; Jesus 1999, p.809), detalha a
importância do mobiliário adequado para ser usado nos equipamentos de informática e
recomenda o seguinte:
A mesa para computador deve ter profundidade mínima de 75cm e largura de
120cm; Altura entre 56cm e 74cm aproximadamente para uso efetivo de
50
teclado e mouse se for ajustável (se não for ajustável, aproximadamente 71 cm
desde que tenha apoio do teclado abaixo da superfície de trabalho (mãos e
punhos em posição neutra); não deve ter bordas (cantos) afiadas; Acolher o
teclado de maneira que ele fique entre 57,5cm e 71cm aproximadamente do
chão (cotovelos devem ficar a 90 graus, com braços e mãos paralelos ao chão);
A superfície onde se encontra o mouse e a superfície usada para escrita devem
estar dentro da zona primária de alcance, oferecendo apoio à mão e punho;
A altura da cadeira deve ser tal que os pés fiquem apoiados firmemente no
chão, à utilização do descanso para pés, quando os mesmos não se mantiverem
no solo, a manutenção dos espaços entre coxas e lado inferior da mesa (o
ângulo entre coxas e pernas deve ser de 90 graus ou mais), a manutenção do
tronco numa posição vertical relaxada, o apoio da região lombar no encosto da
cadeira, a utilização de todo assento e o encosto da lombar (posicionado
ligeiramente para trás) para apoiar o tronco (o ângulo entre coxas e tronco deve
ser de 90 graus ou mais) e os apoios de braços, que devem suportar os
antebraços confortavelmente enquanto houver digitação (fazendo com que
ombros fiquem relaxados);
Quem utiliza o computador deve dispor de uma cadeira com braços, que
ofereça flexibilidade e apoio, contendo quatro ou cinco pernas e rodinhas que
lhe permita fácil movimentação. Seu assento deve acomodar quadris e nádegas
sem que fique muito curvo ou aquecido (igualmente ajustável), sendo que ele
deve inclinar-se ligeiramente para frente ao inscrever e inclinar-se ligeiramente
para trás quando utilizar o teclado. A altura da cadeira deve ser adequadamente
ajustada de acordo com sua tarefa e para acomodar sua própria altura (todos os
ajustes mecânicos devem ser efetuados sem que o trabalhador saia da cadeira);
O monitor do computador deve estar de tal maneira situado que o topo da tela
deve estar nivelado na altura dos olhos. O monitor deve estar distante do
usuário entre 46 cm e 71cm aproximadamente (a distância ótima é determinada
pelo tamanho da tela, tamanho e resolução de imagens na tela e condição geral
da visão do trabalhador).
Diante do acima exposto, conclui-se que é relevante a importância de uma
preocupação com as condicionantes ergonômicas na sala de aula que atenda aos requisitos
mínimos necessários para a preparação do material didático auxiliar visando o bem-estar
discente, o que por diversas vezes são esquecidos ou negligenciados, ficando o professor
preocupado apenas com a transmissão do conteúdo proposto e esquecendo em que
condições físicas o seu ensino está sendo concebido.
2.11 Conclusão
Diante desse contexto, pode-se inferir sobre a importância da ergonomia no
ambiente físico das salas de aulas das instituições de ensino, no tocante a concepção dessas
instalações, nos projetos de aquisição de mobiliários e equipamentos didáticos, no arranjo
físico, no conforto térmico acústico e luminoso, na utilização de cores no ambiente e na
51
transmissão da informação. O tema ergonomia ainda é pouco divulgado e até mesmo
alguns administradores e estudiosos desconhecem o seu real significado, sua importância e
a necessidade de sua aplicabilidade em todos os campos de trabalho. Sugere-se que a
aplicação de uma visão ergonômica deve ser desvinculada do interesse financeiro nos
resultados, pois o resultado virá a partir da qualidade, adequação do ambiente,
equipamentos e organizações, voltados para o conforto e para a facilidade no desempenho
das tarefas humanas.
Notas de Fim de Capítulo
1
Acústica - Qualidade de um espaço arquitetônico sob o aspecto de propagação do som. FERREIRA (1986,
p.42).
2
Ruído - Sinal indesejável que não pertence à mensagem intencionalmente transmitida. FERREIRA (1986,
p.1527).
3
Perda Auditiva Induzida por Ruído é a deficiência auditiva provocada pela exposição por tempo prolongado
a níveis de pressão sonora elevados. Quando decorrente da atividade laborativa, a PAIR se integra às
chamadas perdas auditivas ocupacionais. FERREIRA (2000).
4
O método da avaliação da acústica envolve medições do Nível de Pressão Sonora Equivalente LAeq; em
decibel ponderados em “A”, comumente chamado dB(A). NBR 10152 (1990).
5
Reverberação - Persistência de um som num recinto limitado, depois de haver cessado a sua emissão por
uma fonte. FERREIRA (1986, p.1505).
6
NR 17 - ERGONOMIA (117.000-7), Norma Regulamentadora de ergonomia, estabelece parâmetros que
possibilitam a adaptação das condições ambientais de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado, buscando proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho, incluindo aspectos relacionados ao mobiliário, equipamentos e condições
ambientais do posto de trabalho bem como a própria organização do trabalho.
7
Postura - É a posição otimizada, mantida com característica automática e espontânea, de um organismo em
perfeita harmonia com a força gravitacional e predisposto a passar do estado de repouso ao estado de
movimento. TRIBASTONE (2001).
8
Antropometria é a disciplina que descreve as diferenças quantitativas das medidas do corpo humano, estuda
as dimensões tomando como referência distintas estruturas anatômicas e serve como ferramenta para a
Ergonomia com o objetivo de adaptar o entorno às pessoas. LEÃO; PERES (2002, p.35).
9
Tuberosidade isquiática – Juntura que requer poca mobilidade, capaz de absorvar as forças de tração,
gravidade e cargas envolvidas na transmissão do peso do corpo na posição sentada, em virtude da
eslasticidade de seus tecidos colágenos e cartilaginososo. DANGELO; FATTINI (1998, P.627-628).
10
ísquio-sacral - Articulação que auxiliam as tuberosidades isquiáticas a suportar o peso do corpo na posição
sentada, que é transmitido pela coluna vertebral através da pélvis. DANGELO; FATTINI (1998, P.627-628).
11
Retroversão - Inclinação de um órgão para trás. FERREIRA (1986, p.1504).
12
Espondilolistese - Inflamação vertebral. FERNANDES (1975, p.437).
52
Capítulo 3
Metodologia da Pesquisa
O presente capítulo descreve e procura legitimar a metodologia aplicada nesta
pesquisa, bem como, o instrumento de pesquisa (Anexo I) que tem como base alguns
indicadores ergonômicos referentes ao conforto do ambiente físico das salas de aula; a
população-alvo; a descrição do processo de coleta de dados e a técnica utilizada para
análise dos dados.
O capítulo é composto de sete seções, quais sejam: 1. Caracterização do setor
pesquisado. 2. Tipologia da pesquisa; 3. População e amostra; 4. Instrumento de coleta de
dados; 5. Coleta de dados; 6. Técnicas de análise de dados; 7. Conclusão.
3.1 Caracterização do Setor Pesquisado
A atividade de ensino superior privado na cidade do Natal, Estado do Rio Grande
do Norte, é uma importante fonte geradora de emprego e renda, atualmente existem 09
(onze) instituições privadas de ensino superior na cidade, das quais 07 (sete) surgiram nos
três últimos anos. No Brasil, o número de alunos matriculados no ensino superior na rede
privada de ensino tem crescido bastante nos últimos anos, acirrando a competitividade e
provocando o surgimento de algumas instituições sem condições adequadas em infra-
estrutura e qualidade de ensino, observa-se também a tendência de um crescimento
desordenado com aproveitamento de instalações não concebidas para os fins pedagógicos,
inapropriadas ao processo de ensino aprendizagem, seja em função de sua localização seja
em função de sua arquitetura. A Tabela 3.1 abaixo, mostra os dados do senso da educação
2004, publicado pelo INEP/MEC.
53
Tabela 3.1 - Número de instituições de educação superior, cursos e matrículas por categoria administrativa
– Brasil – 1998 a 2003.
Instituições Cursos Matrículas
Ano
Total
Pública Privada Total Pública Privada Total Pública Privada
1998 973 209 764 6.950 2.970 3.980 2.125.958 804.729 1.321.229
1999 1.097 192 905 8.878 3.494 5.384 2.369.945 832.022 1.537.923
2000 1.180 176 1.004 10.585 4.021 6.564 2.694.245 887.026 1.807.219
2001 1.391 183 1.208 12.155 4.401 7.754 3.030.754 939.225 2.091.529
2002 1.637 195 1.442 14.399 5.252 9.147 3.479.913 1.051.655 2.428.258
2003 1. 859 207 1.652 16.453 5.662 10.791 3.887.771 1.137.119 2.750.652
Fonte: INEP/MEC.
As instituições de educação superior do Brasil possuem 3,9 milhões de estudantes
em cursos de graduação. Houve um aumento de 11,7% de matrículas em relação ao último
ano, sendo que no setor privado o crescimento foi de 13,3%, e no público, de 8,1%, do
total de cursos existentes no país 65,6% estão no setor privado e 34,4% em instituições
públicas. Há concentração de vagas por regiões e cursos, quase metade (49,3%) das vagas
estão distribuídas nos Estados do Sudeste. Enquanto que no Sul existem 19,2%, no
Nordeste 16,1%, no Centro-Oeste 9,5% e no Norte 5,9%. Dos alunos matriculados em
2003, 52,7% representaram apenas seis carreiras: Administração, Direito, Pedagogia,
Engenharia, Letras e Comunicação Social. O número de vagas ociosas nas universidades
particulares passou de 37,4% para 42,2% em 2003. Segundo o Ministério da Educação,
essa ociosidade pode ser explicada pela queda na renda do brasileiro, pela qualidade dos
cursos em relação ao preço pago por eles e pela concentração de vagas em algumas regiões
e especialidades.
3.2 Tipologia da Pesquisa
A metodologia, segundo Richardson (1999, p.22), “são as regras estabelecidas para
o método científico”. Para Iida (2003, p.41), a metodologia “permite saber como a
pesquisa foi planejada e executada; quais foram as variáveis medidas e que tipo de
cuidados ou controle foi exercido durante o experimento”.
Segundo Gil (2002, p.29), a pesquisa científica pode ser classificada sob diferentes
pontos de vista. Quanto aos objetivos pode ser: pesquisa exploratória, pesquisa descritiva
ou explicativa. Já do ponto de vista dos procedimentos técnicos pode ser: pesquisa
bibliográfica, documental, experimental, levantamento, estudo de caso, pesquisa expost-
facto, pesquisa-ação e/ou pesquisa participante. Ainda pode ser classificada do ponto de
54
vista de sua natureza como: básica ou aplicada e também da forma de abordagem do
problema em quantitativa, qualitativa ou quanti-qualitativa.
Do ponto de vista de sua natureza, esta pesquisa se classifica como aplicada, pois
objetiva contribuir com aplicação prática dos conhecimentos ergonômicos, através de um
estudo do posto de atividade discente, para avaliar questões dos aspectos físico-ambientais
que influenciam a percepção de conforto e desempenho, aplicados a um grupo de
indivíduos, objetivando gerar conhecimento à solução de problemas específicos,
envolvendo verdades e interesses locais.
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, trata-se de um estudo descritivo,
focado na instituição de ensino superior em questão, onde foi feito uma averiguação da
importância do ambiente físico da sala de aula no processo de ensino e aprendizagem, em
função das seguintes variáveis: equipamentos auxiliares e recursos didáticos; iluminação;
cor; temperatura ambiente; acústica; layout; mobiliário e postura adotada por alunos em
função desse ambiente.
De acordo com Iida (2003, p.41), “As variáveis usadas em ergonomia geralmente
referem-se ao homem, á máquina, ao ambiente ou ao sistema”. A presente pesquisa tratou
de estudar algumas variáveis referentes ao homem e ao ambiente no seu processo de ensino
e aprendizagem.
Do ponto de vista da abordagem do problema, a metodologia da pesquisa é quanti-
qualitativa. Qualitativa, uma vez que os parâmetros utilizados para compor a lista de
verificações são descritos de modo subjetivo através da opinião dos alunos, e quantitativa
uma vez que esses dados serão tratados estatisticamente.
Do ponto de vista de seus objetivos, a pesquisa é do tipo descritiva, na medida em
que visa obter o conhecimento do assunto através de procedimentos técnicos como a
pesquisa bibliográfica, a utilização de instrumento de pesquisa e o levantamento.
3.3 População e Amostra
Segundo Marconi; Lakatos (2001, p.108), “universo ou população é o conjunto de
seres animados e inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”.
A respeito da amostra, Richardson (1999, p.158), afirma que é “qualquer subconjunto do
55
conjunto universal ou da população”. Cooper; Schindler (2003, p.80), complementam que
“quando os pesquisadores conduzem estudos por amostragem, estão interessados em
estimar um ou mais valores da população e/ou em testar uma ou mais hipóteses
estatísticas”. A população da pesquisa compreende um total de 1.807 (um mil oitocentos e
sete) alunos de 05 (cinco) cursos de graduação noturno de uma Instituição Privada de
Ensino Superior, a amostra compreende um total de 290 (duzentos e noventa) alunos, de 09
(nove) salas de aulas escolhidas através de sorteios entre as 48 (quarenta e oito) salas
existentes das três unidades da instituição, sendo três salas por unidade e uma sala para
cada andar dos prédios dos cursos de graduação noturnos, com alunos de ambos os sexos e
faixa etária entre 18 a 52 anos.
A amostra da pesquisa foi do tipo probabilística aleatória simples e o tamanho da
amostra foi determinado em função da fórmula abaixo, proposta por Richardson (1999,
p.170), que para um erro estimado de 5%, necessitaria de 328 (trezentos e vinte e oito)
alunos. Entretanto, em função das dificuldades apresentadas pelo período da coleta de
dados (dezembro de 2004), época das avaliações finais e recuperações dos alunos, a
presente pesquisa coletou dados de apenas 290 (duzentos e noventa) alunos, o que permitiu
um erro estimado de 5,36%.
q.p.)1N.(E
N.q.p.
n
22
2
σ+
σ
=
Onde:
n = Tamanho da Amostra
σ
2
= Nível de confiança (escolhido, em número de desvio – sigmas)
p = Proporção da característica pesquisada no universo, calculado em percentagem
q = 100 – p (em percentagem)
N = Tamanho da População
E
2
= Erro de estimação permitido
56
3.4 Instrumento de Coleta de Dados
Quanto aos instrumentos de coleta de dados, foi aplicado um instrumento de
pesquisa (questionário estruturado), conforme o Anexo I, e foram registrados os intervalos
do conforto luminoso, acústico e térmico medidos com a utilização dos seguintes
equipamentos: luxímetro; decibelímetro e um termohigroanemômetro, conforme o Anexo
II, o que possibilitou confrontar estes intervalos com os valores recomendados pelas
normas regulamentadoras e com os dados subjetivos do Anexo I.
Segundo Thomas; Nelson (2002, p.280), o questionário é um “tipo de levantamento
por escrito utilizado na pesquisa descritiva, no qual a informação é obtida pedindo-se aos
sujeitos que respondam as questões, em vez de observar seu comportamento”.
O questionário foi aplicado com alunos de diferentes níveis, cursos e salas de aula,
com perguntas fechadas, sendo que algumas delas foram medidas em escalas de diferencial
semântico e de 0 a 10 pontos, de acordo o objetivo a ser atingido.
Segundo Richardson (1999, p.191), questionário de perguntas fechadas “são
aqueles instrumentos em que as perguntas ou afirmações apresentam categorias ou
alternativas de respostas fixas e preestabelecidas”.
Esses questionários permitiram coletar dados sobre a percepção de conforto físico
ambiental do posto de atividade discente na opinião dos alunos. Em seguida foi procedido
um estudo do conteúdo coletado de forma concisa e coerente, através do tratamento
estatístico da análise descritiva, análise de clusters e do teste Qui-quadrado, fornecendo
resultados confiáveis e satisfatórios.
Diante dessas considerações, o instrumento de pesquisa foi composto por 03 (três)
partes, onde a primeira com 08 (oito) blocos de agrupamento de variáveis quais sejam:
Layout, Cores, Acústica, Iluminação, Temperatura, Postura dos alunos, Mobiliário e
Equipamentos didáticos, referem-se as variáveis ergonômicas de conforto físico ambiental.
A segunda parte se refere as dores no corpo e a postura sentada em sala de aula. E a
terceira parte é sobre o perfil dos alunos pesquisados, onde foram levantadas perguntas
pessoais como, sexo, faixa etária, ano do curso e faixa de renda salarial. Para cada um dos
agrupamentos do modelo conceitual, exibido no capítulo anterior, é apresentado abaixo,
um quadro que mostra as variáveis, as questões com as respectivas abordagens, sua origem
na fundamentação teórica e principais autores.
57
Variáveis
Indicadores
Autores
Es
p
a
ç
o entre as cadeiras necessário ao seu
Distribui
ç
ão do mobiliário na sala.
Visualiza
ç
ão da
p
osi
ç
ão física dos e
q
ui
p
amentos
Localiza
ç
ão da
p
orta de entrada da sala de aula.
Quantidade de alunos na turma.
Es
p
a
ç
o dis
p
onível
p
ara cada aluno na sala.
Es
p
a
ç
o destinado ao
p
rofessor.
LAYOUT
A
de
q
ua
ç
ão do es
p
a
ç
o
p
ara o conteúdo
p
ro
p
osto
Rosenfield, Lambert;
Black (1985). Arends
(1997); Soares (1999);
Pucci (2001); Iida
(2003).
Utiliza
ç
ão das cores
p
ara a transmissão da
Reflexo das cores na su
p
erfície da mesa de
Cor do lá
p
is usado
p
elo
p
rofessor
p
ara escrever
CORES
Inter
p
reta
ç
ão da escrita do
p
rofessor no
q
uadro.
Tavares (2000); Azevedo
(1999); Iida (2003);
Pereira et al (2003);
Battistella (2003).
A
cústica da sala.
Comunica
ç
ão da informa
ç
ão do
p
rofessor ao
Interferência do barulho dos corredores na sala de
ACÚSTICA
Ruídos do Ar condicionado.
Maia (2002); Oiticica;
Gomes (2004); Pereira et
al (2003); Almeida;
A
rruda
(2002), Pampana et al
(2003)
;
Losso
et al
(2003)
.
Ilumina
ç
ão da sala.
Quantidade de lâm
p
adas.
Posi
ç
ão das lâm
p
adas em rela
ç
ão à tarefa.
Distribui
ç
ão das lâm
p
adas
p
ela sala.
Incidência de luz direta nos olhos.
Reflexos.
ILUMINAÇÃO
Ofuscamento
Bonate (2002); Dul;
Weerdmeester (2001);
Silva (1992); Iida (2003);
Maia (2002).
Tem
p
eratura do ambiente.
Ventila
ç
ão
(
circula
ç
ão do ar na sala de aula
)
Quantidade de
j
anelas.
Posi
ç
ão das
j
anelas.
TEMPERATURA
Posi
ç
ão dos e
q
ui
p
amentos de ar condicionado.
Grandjean (1998); Ruas
(2002); Araújo (1996);
Xavier (1999/2000);
Gonçalves (2000); Olesen;
Parsons (2002); Graça;
Kowaltowski (2003).
A
comoda
ç
ão
p
ostural em fun
ç
ão do mobiliário.
A
comoda
ç
ão
p
ostural em fun
ç
ão dos recursos
POSTURA
Pausas durante a tarefa.
Kapandji (1980); Wisner
(1987); Murphy; Stubbs
(2004); Martins (2001);
Leão
;
Peres (2002).
Conforto do assento das carteiras.
Conforto do a
p
oio das costas na carteira.
A
ltura do assento.
A
ltura da mesa de tarefa.
Inclina
ç
ão da su
p
erfície da mesa de trabalho.
Es
p
a
ç
o
p
ara coloca
ç
ão de materiais nas carteiras.
MOBILIÁRIO
Es
p
a
ç
o dis
p
onível
p
ara acomoda
ç
ão das
p
ernas
Bonney; Corlett (2002);
Panagiotopoulou et a
l
(2004); Almeida;
A
rruda
(2002); Abid (2001);
Fernandes (2000);
Vergara; Page (2001).
Manuten
ç
ão dos E
q
ui
p
amentos.
A
tualiza
ç
ão tecnoló
g
ica dos e
q
ui
p
amentos
EQUIPAMENT
OS
DIDÁTICOS
Nitidez da leitura nos e
q
ui
p
amentos Didáticos.
Biazus (2000); Schatz
(1992); Martins; Jesus
(1999); Loffe (2003).
Quadro 3.1 - Variáveis do questionário x Fundamentação teórica x Autores
58
3.5 Coleta de Dados
Para a coleta de dados, foi realizado um teste piloto, que segundo Cooper e
Chindler (2003, p.85), são testes conduzidos para detectar pontos fracos no planejamento
do estudo, nos instrumentos de coleta de dados e nos procedimentos. O teste piloto foi
realizado com 25 (vinte e cinco) alunos durante o mês de novembro de 2004, e após a
coleta de dados o questionário sofreu algumas modificações. A coleta final de dados
ocorreu no período entre 03 a 20 de dezembro de 2004. A aplicação dos questionários foi
realizada no ambiente de salas de aula, com uma duração de tempo aproximado de 10
minutos, sendo considerado uma aula com tarefa normal e o lugar em que o aluno estava
sentado na sala.
Para a realização do estudo, quanto à ergonomia existem aspectos subjetivos e
aspectos objetivos que irão interferir na produção do aluno em seu posto de atividade. O
presente estudo se deteve nos aspectos subjetivos por ocasião da aplicação do questionário
de perguntas fechadas levando-se em consideração a opinião dos alunos e se deteve nos
aspectos objetivos do posto de atividade discente, ao mensurar através de equipamentos, os
intervalos de conforto luminoso, acústico e térmico.
A medição da luminosidade no posto de atividade discente foi realizada utilizando-
se um Luxímetro digital marca Instrutherm e modelo LD-200, com foto detector de diodo
de silício com filtro na escala de 1 a 2000 lux, as leituras foram realizadas no decorrer das
aulas noturnas, durante 01 (uma) hora. O aparelho foi posicionado num plano horizontal e
as leituras realizadas em diversos pontos das salas de aulas, obtendo-se a leitura em lux.
Para o posicionamento dos instrumentos em relação ao solo, foi seguido a NBR 5413/1992
da ABNT, que define como Campo de Trabalho a “região do espaço onde, para qualquer
superfície nela situada, exigem-se condições de iluminância apropriadas ao trabalho visual
a ser realizado”. A iluminância deve ser medida no campo de trabalho e, quando este não
for definido, entende-se o nível como referente a um plano horizontal a 0,75 m do piso.
Em relação à acústica no posto de atividade discente, com o intuito de levantar
dados referentes à inteligibilidade da comunicação do professor ao aluno e do nível de
Sinal/Ruído que é igual ao valor registrado em dB(A) menos dB(C), foi realizada a
medição do NPS no posto de atividade discente, utilizando-se um decibelímetro modelo
DL-4050 PRO, durante 01 (uma) hora para cada sala de aula na posição ‘A”, que simula a
curva de resposta do ouvido humano, sendo a posição ideal para medir o ruído do ambiente
59
durante o transcorrer normal das aulas, verificando o nível mínimo e máximo de ruídos em
dB(A). E também durante 01 (uma) hora na posição “C” que tende a uma curva de resposta
plana, sendo a posição adequada para medir o ruído gerado por máquinas e equipamentos,
esta medição foi realizada com as salas de aula vazias e os equipamentos de ar
condicionado ligados com o objetivo de medir apenas os níveis de ruídos causados pelos
equipamentos no ambiente da sala de aula.
O conforto térmico no posto de atividade discente, foi mensurado durante 02
(duas) horas, por meio de um Termohigroanemômetro marca Instrutherm e modelo THAR
185, para medir a temperatura ambiente, umidade relativa do ar a velocidade do ar no
ambiente das salas de aula pesquisada, considerando-se apenas o ambiente interno e
desconsiderando a tarefa desempenhada, a taxa metabólica de produção de calor pelos
indivíduos e o tipo de vestimenta como variáveis de influência, apesar de sabermos que são
varáveis dependente do clima verificado, configurando-se dessa maneira num mecanismo
adaptativo empregado pelo indivíduo. Nesse sentido, o clima que influenciou a avaliação
do objeto deste estudo, a sala de aula, foi o tropical atlântico (quente e úmido) localizado
na região da Zona da Mata, com as medições realizadas durante o verão. Para o
posicionamento dos instrumentos em relação ao solo, foi seguido a ISO 7726 (1998) que
recomenda que as medições sejam feitas a 0,60m do solo para indivíduos sentados.
Todas essas medidas tiveram por objetivo confrontar os dados levantados com as
normas regulamentadoras e a sensação de conforto acústico, luminoso e térmico percebido
subjetivamente pelos alunos por ocasião da aplicação do questionário.
Para a análise do layout, cores, equipamentos didáticos auxiliares, mobiliário e
posturas adotadas no posto de atividade discente, foram aplicados questionários conforme
o Anexo I, e feitos registros através de fotografias conforme o Anexo VI.
3.6 Técnicas de Análise de Dados
As técnicas estatísticas utilizadas para a análise da percepção de conforto físico no
ambiente das salas de aula pesquisadas, foram: análise descritiva, análise de cluster e o
teste Qui-quadrado. Nessa fase, o presente trabalho contou com a colaboração de um
profissional da área de estatística.
60
3.6.1 Análise Descritiva
Cooper; Chindler (2003, p.31), afirmam que o estudo descritivo é aquele em que o
pesquisador tenta descrever ou definir um assunto, normalmente criando um perfil de um
grupo de problemas, pessoas ou eventos. Para os autores, tais estudos podem envolver a
coleta de dados e a criação da distribuição do número de vezes que o pesquisador observa
um único evento ou característica.
O objetivo principal de se utilizar a análise descritiva dos valores absolutos e dos
percentuais obtidos é apresentar com base nas variáveis ergonômicas, o grau de
importância e a percepção de conforto do aluno em sala de aula na ótica dos respondentes
(Anexo III). Os resultados dos dados coletados são apresentados na forma de tabelas e
gráficos, considerando as diversas variáveis e suas dimensões quanto à percepção de
conforto.
3.6.2 Análise Multivariada
Com base nos dados tabelados, realizou-se a análise através de técnicas estatísticas
multivariadas, objetivando a determinação de grupos homogêneos em relação às respostas
obtidas. A técnica estatística utilizada foi a Análise de Agrupamentos (Clusters), também
denominada Análise de Conglomerados. Que segundo Cooper; Chindler (2003, p.472), é
“um conjunto de técnicas para agrupar objetos ou pessoas similares”. Esta técnica permite
uma forma consistente de classificar as salas de aulas presentes no estudo, possibilitando
sintetizar as informações colhidas, fazendo com que a informação sobre as salas seja
reduzida de forma conveniente à informação sobre apenas k grupos.
Hair et al (1998), definem a Análise de Agrupamentos (clusters), como um
conjunto de técnicas que possuem o objetivo de agrupar indivíduos ou objetos baseados
nas características que eles possuem. Os grupos de objetos resultantes devem então exibir
alta homogeneidade interna e alta heterogeneidade externa.
Como método para a formação dos clusters foi utilizado o “K-Médias”. Este
método procura diretamente uma partição de grupos de alunos segundo as questões
utilizadas, de modo que satisfaçam às duas premissas básicas: coesão interna e isolamento
dos grupos. Os cálculos estatísticos podem ser conferidos no Anexo IV. A tabulação e
61
análise dos dados foram realizadas através do software Statística versão 5.0 e Microsoft
Excel 2000.
3.6.3 Análise do Teste Qui-quadrado
Com base nos dados tabelados, realizou-se a análise através de técnicas estatísticas
não paramétricas, objetivando a determinação de associações entre clusters das varáveis
entres dores no corpo, trabalho, postura e mobiliário, em relação às respostas obtidas.
A técnica estatística utilizada foi a Análise do Teste Qui-quadrado (teste do
observado versus o esperado), considerando p 0,0500. Esta técnica segundo Thomas;
Nelson (2002, p.180), “fornece um teste estatístico quanto à significância da discrepância
entre os resultados observados e os esperados”.
3.7 Conclusão
Os métodos empregados na pesquisa para viabilizar os objetivos propostos foram
considerados eficazes. No entanto, há de ponderar o zelo na obtenção, organização,
tabulação, análise e interpretação dos dados, que transmitiram informações capazes de
proporcionar conclusões objetivas e claras. A realização da mensuração dos intervalos de
conforto térmico, acústico e luminoso, através de equipamentos, teve um papel
fundamental permitindo confrontar os valores registrados, a opinião dos alunos em relação
à percepção de conforto físico no ambiente das salas de aula e os intervalos de conforto
recomendados pelas Normas Regulamentadoras Brasileiras. O instrumento de coleta de
dados foi elaborado para que o aluno opina-se sobre a percepção de conforto físico
ambiental da sala de aula a partir da posição onde senta na sala de aula.
Para o delineamento da população, não houve preferência na escolha dos alunos
pesquisados, a seleção foi resultado de um sorteio entre as salas de aula a serem
pesquisadas.
Vale salientar algumas dificuldades verificadas por ocasião da coleta de dados, o
fato do período escolhido levou em consideração o final do período letivo para que o aluno
tivesse uma noção longitudinal de sua sala de aula. Entretanto essa escolha reduziu a
amostra pelas dificuldades de coletar dados durante o período de avaliações dos alunos.
62
Capítulo 4
Resultados da Pesquisa de Campo
O propósito deste capítulo é apresentar os dados encontrados na pesquisa de campo
e realizar análise descritiva (tabelas e figuras), analise de cluster e teste qui-quadrado. A
seguir serão discutidos os resultados encontrados com base no questionário composto pelos
seguintes blocos temáticos: perfis dos alunos entrevistados, e questões relacionadas ao
estudo ergonômico do ambiente físico no posto de atividade discente, quais sejam: 1.
Layout; 2. Cores; 3. Acústica; 4. Iluminação; 5. Temperatura; 6. Postura; 7. Mobiliário; 8.
Equipamentos didáticos auxiliares.
4.1 Validação da Pesquisa
4.1.1 População e Amostra
Durante o período de coleta de dados, (novembro de 2004) dentre os 1807 (mil
oitocentos e sete) alunos de graduação dos cursos noturnos da instituição privada de
ensino superior previstos para a pesquisa, foram aplicados questionários em 290
(duzentos e noventa). A Figura 4.1, mostra a distribuição dos alunos por unidade de
ensino da instituição selecionados para realização da pesquisa.
35%
28%
36%
36%
23%
41%
I II III
Populão
Amostra
Figura 4.1 – Distribuição dos alunos por unidade da instituição.
63
4.1.2 Perfil dos Entrevistados
Nesta seção são analisados os seguintes aspectos: sexo, idade e renda mensal dos
alunos pesquisados, conforme demonstrado na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 - Dados sócio-demográficos dos alunos pesquisados
Dados Sócio-demográficos Especificações
Nº %
Total
290 100%
Masculino 112 38,62%
Feminino 168 57,93%Sexo
Em branco 10 3,45%
De 18 a 25 anos 82 28,28%
De 26 a 32 anos 77 26,55%
De 33 a 39 anos 23 7,93%
De 40 a 46 anos 18 6,21%
De 47 a 52 anos 07 2,41%
Idade
Em branco 83 28,62%
A
té R$ 520,00 21 7,24%
De R$ 520,00 a 2.600,00 164 56,55%
De R$ 2.600,00 a 5.200,00 65 22,41%
De R$ 5.200,00 a 10.400,00 21 7,24%
Mais que R$ 10.400,00 09 3,10%
Renda
Em branco 10 3,45%
De acordo com o Censo da Educação Superior 2004, no ensino médio as matrículas
foram de 54,0% para as mulheres e 46,0% para os homens, na graduação o crescimento foi
mais alto, a diferença entre os sexos, que em 1996 era de 8,7%, para as mulheres, passa
para 12,8%, em 2003, sendo maior nas regiões Norte (de 3,9% para 21,2%) e Centro-Oeste
(de 15,8% para 19,9%). O número de docentes homens cresceu 67,9% de 1996 a 2003, o
de mulheres aumentou em 102,2%. De 1998 a 2003, o percentual de mestres na educação
superior aumentou em média 112,1% o de homens ficou em (106,1%), e de mulheres
119,4%. O crescimento de docentes com doutorado foi de 80,9%, os homens em 69,2% e
as mulheres com 104%. dados de 2005 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes) mostram que as mestrandas e doutorandas são maioria entre os
bolsistas (54%).
64
4.1.3 Questionário
Os itens numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), onde: 0 (zero) é considerado Péssimo,
1; 2 e 3 é Ruim. 4; 5 e 6 é Regular. 7; 8 e 9 é Bom e 10 (dez) é Excelente, foram sujeitos a
um teste de alfa de Cronbach, que é definido como um índice da confiabilidade, é um teste
para medir a consistência interna do modelo ou do exame, chamado as vezes de coeficiente
da confiabilidade da escala. A Tabela 4.2, contém as medidas de consistência interna para
a escala utilizada em cada dimensão (bloco de perguntas) da primeira parte do
questionário. Neste trabalho foi considerado α 0,70 para indicar a existência de uma
medida consistente.
Tabela 4.2 - Medidas de consistência interna (alfa de Chronbach)
Blocos de Variáveis
Valor de alfa de
Chronbach
Suporta a
consistência da
medida
Dimensão 1: LAYOUT 0,88 Sim
Dimensão 2: CORES 0,84 Sim
Dimensão 3: ACÚSTICA 0,78 Sim
Dimensão 4: ILUMINAÇÃO 0,90 Sim
Dimensão 5: TEMPERATURA 0,75 Sim
Dimensão 6: POSTURA 0,82 Sim
Dimensão 7: MOBILIÁRIO 0,95 Sim
Dimensão 8: EQUIPAMENTOS DIDÁTICOS 0,88 Sim
Conforme o resultado da Tabela 4.2, todos os blocos de variáveis suportam a
consistência da medida. Para todas essas variáveis foi feita a análise descritiva, conforme o
(Anexo III), e análise de cluster conforme o (Anexo IV). Nesta pesquisa todas as perguntas
foram respondidas, portanto não foi necessário eliminar nenhuma variável por não
resposta. A análise e interpretação desses dados foram realizadas através de técnica
estatística descritiva utilizando o Microsoft Excel e o Statistica 5.0 para o tratamento dos
dados.
4.2 Análise Descritiva
Todas as variáveis foram analisadas de forma descritiva, sendo que uma parte dessas
variáveis faz parte deste subitem e as demais constam como figuras no Anexo III.
65
Estudo Ergonômico do Posto de Atividade Discente
Neste caso, é utilizada a estatística descritiva das variáveis representada através de
gráficos contendo a média aritmética e desvio padrão para cada uma das variáveis. Com
relação ao layout, cores, acústica, iluminação, temperatura, postura dos alunos, mobiliário
e equipamentos didáticos das salas foram observados os seguintes itens: alunos que mudam
de ambiente de sala de aula durante a mesma jornada de atividades, alunos que mudam de
lugar que sentam na sala durante uma mesma aula, localização da porta de entrada das
salas de aula, quantidade de alunos por turma, utilização de cores para a transmissão da
informação com recursos didáticos, acústica das salas de aula, ruídos dos equipamentos de
ar condicionado, comunicação da informação professor/aluno, incidência de luz direta nos
olhos, Reflexos luminosos, ofuscamentos, localização dos equipamentos de ar
condicionado, troca de ar nas salas de aulas, acomodação postural em função do
mobiliário, acomodação postural em função dos recursos didáticos, conforto do assento das
carteiras, conforto do apoio das costas nas carteiras, altura do assento e a nitidez da leitura
nos equipamentos didáticos.
4.2.1.1 Layout
Em relação a mudança de ambiente (sala de aula) durante uma mesma jornada de
atividades, observa-se conforme a Figura 01 do anexo III, que 87,3% dos alunos
permanecem na mesma sala de aula durante 4 horas e apenas 12,7% dos alunos
pesquisados mudam de sala durante as aulas, isso porque os mesmos encontram-se com a
grade curricular desnivelada em relação aos demais. (PUCCI 2001).
Em relação a mudanças de lugar na mesma sala durante uma aula, observa-se
conforme a Figura 02 do anexo III, que 77,9% dos alunos assistem todas as aulas no
mesmo lugar e 22,1% muda o lugar onde senta durante a mesma aula. Entretanto 57% não
demonstraram estar satisfeito com o local onde sentam, dos quais 66,46% desejariam
sentar-se numa posição mais a frente, e desses 42,2% desejariam sentar numa posição mais
central em relação as laterais da sala de aula. Dos alunos pesquisados 28,05% afirmaram
que preferem uma posição mais recuada em relação a posição em que se encontra, e ainda
7,32% gostariam de sentar mais a direita e 3,66% mais a esquerda em relação a posição
que ocupa. Os resultados encontrados são semelhantes ao estudo realizado por ADAMS;
BIDDLE (1970 apud ARENDS 1997, p.79).
66
Em relação a localização da porta de entrada da sala de aula.
Observa-se conforme a Figura 4.2, que 58,6% avaliaram de forma positiva a
localização da porta em relação a sua posição sentado em sala de aula, sendo que 49,40%
consideram Bom e 9,2% consideram excelente. Entretanto 41,4% não estão satisfeitos com
a localização da porta de entrada, onde 18,30% consideram Regular; 13,70% consideram
Ruim e 9,2% consideram Péssima a localização da porta de entrada da sala de aula.
Observa-se também através das Fotografias 01 e 02 do Anexo VI, que a localização da
porta de entrada das salas de aula pode influenciar na concentração dos alunos, por ocasião
da entrada e saída de alunos durante a aula.
y = 283 * 1 * normal (x; 6,014134; 3,00705)
LAYOUT4
No of obs
9,2%
2,8%
6,0%
4,9%
4,2%
7,4%
6,7%
20
,
5%
18,7%
10,2%
9,2%
-101234567891011
Figura 4.2 - Localização da porta de entrada da sala de aula
Em relação à densidade social (quantidade de alunos na sala de aula).
Observa-se conforme a Figura 4.3, que 51,70% dos alunos perceberam como
confortável a quantidade de alunos na turma e desses 43,40% consideram Bom e 8,3%
consideram excelente. E que 48,30% discordam, sendo que 20,90% consideram Regular,
20% consideram Ruim e 7,3% consideram Péssimo. Entretanto quanto ao espaço destinado
para cada aluno na sala de aula, conforme observa-se no Anexo II, a densidade espacial
registrou intervalo de 1,25m
2
a 3,82m
2
para cada aluno, a literatura pesquisada recomenda
no mínimo 1m
2
. A avaliação da percepção de conforto espacial foi positiva com 54,10% de
aceitação, média de 6,14 e desvio padrão de 2,59 conforme a Figura 09 do Anexo III.
(GLASS et al 1982; IIDA 2003).
67
y = 288 * 1 * normal (x; 5,739583; 3,044083)
LAYOUT6
No of obs
7,3%
6,6%
5,9%
7,6%
4,2%
9,4%
7,3%
16,3%
16,0%
11,1%
8,3%
-101234567891011
Figura 4.3 - Densidade Social (quantidade de alunos por turma).
Os resultados dos indicadores ergonômicos referentes ao arranjo físico das salas de
aulas pesquisadas, estão sintetizados na Tabela 4.3, abaixo.
Tabela 4.3 – Indicadores Ergonômicos do Arranjo Físico das Salas de Aulas Pesquisadas
Indicadores Ergonômicos Péssimo Ruim Regular Bom Excelente Média DP
Espaço entre as cadeiras necessário ao seu deslocamento. 3,20% 11,30% 25,80% 54,60% 5,30% 6,37 2,42
Distribuição do mobiliário na sala. 2,50% 11,90% 32,50% 51,10% 1,80% 6,11 2,32
Visualização da posição física dos equipamentos didáticos. 1,80% 14,60% 28,10% 52,90% 2,50% 6,18 2,34
Localização da porta de entrada da sala de aula.
9,20%
13,70% 18,30% 49,40% 9,20% 6,01 3,00
Quantidade de alunos na turma. 7,30% 20,00% 20,90% 43,40% 8,30% 5,73 3,04
Espaço disponível para cada aluno na sala. 4,20% 13,50% 27,90% 48,20% 5,90% 6,14 2,59
Espaço destinado ao professor. 1,80% 6,00% 17,60% 64,10% 10,40% 7,17 2,16
Adequação do espaço para o conteúdo proposto na
disciplina.
2,10% 5,00% 31,40% 57,10% 4,30% 6,63 2,07
De acordo com os dados obtidos na Tabela 4.3, podemos observar que o arranjo
físico das salas de aula, necessitam de uma maior atenção principalmente nos aspectos
relativos a localização da porta de entrada da sala de aula e a quantidade de alunos por sala
de aula (densidade social), que segundo autores como (Rosenfield, Lambert e Black 1985;
Soares 1999; Pucci 2001 e Iida 2003), o arranjo físico do ambiente de sala de aula pode
está associado a influências no comportamento dos alunos, nas relações interpessoais e nos
padrões de comunicação.
4.2.1.2 Cores
Em relação a utilização das cores para a transmissão da informação com recursos
didáticos.
68
Observa-se conforme a Figura 4.4, que 54,40% dos alunos, percebem como
confortável a utilização das cores para a transmissão da informação com recursos
didáticos, sendo que desses 52,2% consideram Bom e apenas 2,20% consideram
Excelente. E que 45,60% avaliaram negativamente, onde 33,80% consideram Regular;
9,0% Ruim e 2,9% Péssimo.(AZEVEDO 1999; TAVARES 2000; PEREIRA et al 2003 e
BATTISTELLA 2003).
Histogram (Estatistica corrigdo.STA 16v*290c)
y = 279 * 1 * normal (x; 6,14337; 2,205507)
CORES1
No of obs
2,9%
2,2%
3,6%
3,2%
8,6%
10,0%
16,1%
24
,
0%
20,4%
7,2%
1,8%
-101234567891011
Figura 4.4 - Utilização das cores para a transmissão da informação com recursos didáticos.
Os resultados dos indicadores ergonômicos referentes ao emprego de cores nas
salas de aula pesquisadas, estão sintetizados na Tabela 4.4.
Tabela 4.4 – Indicadores Ergonômicos do Emprego de Cores nas Salas de Aula Pesquisadas
Indicadores Ergonômicos Péssimo Ruim Regular Bom Excelente Média DP
Utilização das cores para a transmissão da informação com
recursos didáticos.
2,90% 9,00% 33,80% 52,20% 2,20% 6,17 2,22
Reflexo das cores na superfície da mesa de tarefa. 2,70% 5,30% 25,40% 58,30% 8,30% 6,92 2,20
Cor do lápis usado pelo professor para escrever no quadro. 1,10% 4,30% 20,40% 64,40% 9,70% 7,21 2,04
Interpretação da escrita do professor no quadro. 1,40% 6,20% 29,70% 57,70% 5,10% 6,83 2,01
Diante dos dados da Tabela 4.4, podemos concluir que os aspectos ergonômicos
das cores no ambiente das salas de aula pesquisadas, foram bem avaliados. Entretanto
atenção especial deve ser dada a utilização das cores para a transmissão da informação e
projeções com recursos didáticos; refletância das superfícies da mesa de tarefa e do quadro
(conforme Fotografia 03 do Anexo VI), que podem está sendo afetados em função de
reflexos luminosos e das suas cores. A aplicação de cores mais claras nas paredes das salas
possibilitam uma melhor economia de energia.
69
4.2.1.3 Acústica
Para a verificação dos níveis de pressão sonora no posto de atividade discente, foi
empregado um decibelímetro modelo DL – 4050 PRO, na posição “A” (posição
recomendada para medir o ruído do ambiente, simulando a curva de resposta do ouvido
humano) durante 1 (uma) hora de atividade, em todas as salas pesquisada, onde foi
registrado intervalo de 59,7dB(A) a 91,5 dB(A), conforme o Anexo II, (observou-se que
essa variação ocorreu em função do tipo de atividade que estava sendo realizada e das
características individuais de cada sala), o que diverge totalmente das normas e literatura
pesquisada que recomendam um valor de 35dB(A) para trabalhos de grande concentração
mental e 55dB(A) (início da perda de concentração) para trabalhos de concentração mental
moderada. A NBR 10152, fixa como conforto acústico para salas de aulas e laboratórios
valores entre 40 dB(A) como ambiente próprio para comunicação e ensino com alto grau
de compreensão, a 50 dB(A) como limite de conforto auditivo e a 65 dB(A) como limite
máximo para atividades de ensino.
Os intervalos dos níveis de pressão sonora registrados nas diversas salas de aula
pesquisadas estão demonstrados no Anexo II e sintetizados na Tabela 4.5, abaixo.
Tabela 4.5 - Níveis de Pressão Sonora das Salas de Aula Registrados com Decibelímetro
Sinal da Voz Humana Ruído Eqp Ar Condicionado
Salas de Aula
Mínimo Máximo Mínimo Máximo
5
8
16
22
32
38
43
46
48
62,2 dB (A)
59,7 dB (A)
61,3 dB (A)
63,8 dB (A)
64,2 dB (A)
65,1 dB (A)
66,1 dB (A)
64,1 dB (A)
59,9 dB (A)
86,7 dB (A)
81,4 dB (A)
72,5 dB (A)
70,8 dB (A)
70,6 dB (A)
72,2 dB (A)
71,8 dB (A)
91,5 dB (A)
71,2 dB (A)
73,5 dB (C)
73,5 dB (C)
73,8 dB (C)
73,4 dB (C)
71,9 dB (C)
70,9 dB (C)
69,7 dB (C)
70,8 dB (C)
69,6 dB (C)
74,8 dB (C)
78,4 dB (C)
75,2 dB (C)
76,7 dB (C)
74,0 dB (C)
74,2 dB (C)
71,9 dB (C)
73,2 dB (C)
70,5 dB (C)
Confrontando-se o registro das medições de NPS feitas com o decibelímetro e os
valores recomendados pela NBR 10152, verificou-se que todas as salas de aula estão
trabalhando com valores mínimos de NPS acima de 50 dB(A) que é o limite de conforto
auditivo para atividade de ensino e acima de 55 dB(A) que é o início da perda da
concentração para trabalhos que exigem concentração mental moderada. 23% estão
trabalhando com valores máximos de NPS acima de 85 dB (A) que é o limite para o início
de problemas auditivos permanentes e para início da PAIR. Todas as salas de aula
trabalham com valores máximos de NPS acima de 70 dB(A) que é o limite para o início de
problemas de cordas vocais.
70
Em relação à acústica das salas de aulas
Observa-se conforme a Figura 4.5, que 25% dos alunos avaliaram positivamente a
percepção de conforto acústico das salas de aula, sendo que desses 23,60% consideram o
conforto acústico bom e apenas 1,4% consideram excelente. E que 75% avaliaram
negativamente, onde 23,20% consideram regular, 23,30% ruim e 28,3% consideram
péssimo o conforto acústico das salas. (ALMEIDA; ARRUDA 2002; LOSSO et al 2003;
PEREIRA et al 2003; PAMPANA et al 2003; OITICICA; GOMES 2004).
y = 279 * 1 * normal (x; 3,60932; 3,172734)
ACUSTICA 1
No of obs
28,3%
9,7%
5,4%
8,2%
7,5%
8,2%
7,5%
9,3% 9,3%
5,0%
1,4%
-101234567891011
Figura 4.5 - Percepção de conforto acústico das salas de aulas.
Em relação a ruídos provocados pelos equipamentos de ar condicionado.
Observa-se conforme a Figura 4.6, que 20,30% dos alunos avaliaram que o ruído
provocado pelos equipamentos de ar condicionado não interfere no conforto acústico,
desses 17,80% consideram Bom e 2,5% Excelente as condições acústicas dos
equipamentos. No entanto 79,70% consideram que o ruído do ar condicionado interfere na
qualidade do conforto acústico, onde 20,90% consideram Regular, 26,30% Ruim e 32,60%
Péssimo. Foi empregado o decibelímetro modelo DL – 4050 PRO, na posição “C” (que
tende a uma curva de resposta plana, sendo a posição adequada para medir o ruído gerado
por máquinas e equipamentos), durante 1 (uma) hora em cada sala e com as salas vazias, o
intervalo registrado variou de 69,6 dB(C) a 78,4 dB(C) conforme Anexo II, os valores
registrados ficaram acima do que é recomendado para as atividades de ensino pela NBR
10152, NR 17 e a literatura pesquisada, GRANDJEAN (1998, p.270-271); DUL;
WEDMESTER (2000, p.87); IIDA (2003, p.79).
71
y = 282 * 1 * normal (x; 3,230496; 3,073256)
ACUSTICA 5
No of obs
32,6%
8,2%
6,0%
12,1%
6,4%
6,0%
8,5%
8,2% 8,2%
1,4%
2,5%
-101234567891011
Figura 4.6 - Ruídos provocados pelos equipamentos de ar condicionado
Em relação a comunicação da informação professor/aluno.
Observa-se conforme a Figura 4.7, que 63,8% dos alunos avaliaram que a
comunicação da informação do professor ao aluno é satisfatória, desses 58,8% consideram
Bom e 5,0% Excelente as condições acústicas de inteligibilidade na transmissão do
conteúdo da informação. No entanto 36,2% consideram que a qualidade do conforto
acústico interfere na comunicação da informação (inteligibilidade das palavras), onde
24,1% consideram Regular; 9,6% Ruim e 2,5% consideram Péssimo. (OITICICA;
GOMES 2004).
y = 282 * 1 * normal (x; 6,64539; 2,23729)
ACUSTIC3
No of obs
2,5%
1,1%
1,4%
7,1%
2,5%
12,4%
9,2%
21,6%
24,1%
13,1%
5,0%
-101234567891011
Figura 4.7 – Comunicação da informação professor/aluno
Devido a grande importância da transmissão da informação do professor para o
aluno, foi verificado o nível acústico do Sinal/Ruído nas salas de aula (que mensura a
diferença entre o sinal da voz humana e o ruído do ambiente e quanto maior for a diferença
72
entre sinal e ruído melhor será a inteligibilidade das palavras ), foi empregado o
decibelímetro modelo DL – 4050 PRO, não sendo observado uma padronização acústica
entre as salas. Os dados de (S/R), estão descrito abaixo na Tabela 4.6.
Tabela 4.6 – Nível Acústico de Sinal/Ruído (S/R).
Nível de Pressão
Sonora - NPS
Ruído Ambiente dB
(C)
Sinal dB (A) Voz
humana
Relação sinal ruído
dB(A)
Mínimo 69,6 Mínimo 59,7 Mínimo - 9,9
Intervalo registrado
com o
decibelímetro
Máximo 78,4 Máximo 91,5 Máximo 13,1
Recomendado
NBR 10152
Máximo 40 a 55 Máximo 50 a 65
Valores mínimos de 10
a 15 para salas de aula
Observa-se que o intervalo registrado encontrado nas salas de aulas pesquisadas
variou de -9,9 dB (A) a 13,1 dB(A), passando de níveis indesejáveis de inteligibilidade até
níveis confortáveis de comunicação, conforme a NBR 10152, NR 17 e a literatura
pesquisada que recomendam níveis entre 10 a 15dB(A). Acredita-se que essa variação
ocorreu em função da atividade que estava sendo desempenhada, da acústica da própria
sala, dos equipamentos de ar condicionado e da quantidade de alunos presentes em sala de
aula. A partir dessas observações, podemos inferir que existe uma diferença entre a
percepção de conforto acústico dos alunos e os dados registrados de Sinal Ruído,
provavelmente em função da capacidade de adaptação do indivíduo ao ambiente após
algumas horas de exposição a fonte sonora, o que permite uma acomodação e possibilita
uma melhor capacidade de inteligibilidade do conteúdo pedagógico transmitido.
Os resultados dos indicadores ergonômicos referentes a acústica das salas de aulas
pesquisadas, estão sintetizados na Tabela 4.7, abaixo.
Tabela 4.7 - Indicadores Ergonômicos da Acústica das salas de Aula Pesquisadas
Indicadores Ergonômicos Péssimo Ruim Regular Bom Excelente Média DP
Acústica da sala. 28,30% 23,30% 23,20% 23,60% 1,40% 3,6 3,17
Comunicação da informação do professor ao aluno. 2,50% 9,60% 24,10% 58,80% 5,00% 6,64 2,23
Interferência do barulho dos corredores na sala de
l
6,70% 11,40% 32,80% 42,60% 6,70% 6,04 2,62
Ruídos do Ar condicionado. 32,60% 26,30% 20,90% 17,80% 2,50% 3,23 3,07
Diante dos dados levantados, Observa-se que as condições ergonômicas da acústica
no ambiente das salas de aula, não foram bem avaliadas na opinião da percepção de
conforto dos alunos, em função principalmente do ruído gerado pelos equipamentos de ar
condicionado, e da acústica da própria sala, interferindo na comunicação da informação
73
didática do professor ao aluno (relação Sinal/Ruído), bem como os intervalos de NPS e de
Sinal/Ruído estão acima dos níveis recomendados pela NBR 10152 e NR 17, ressaltando o
que afirmam alguns autores (ALMEIDA; ARRUDA 2002; LOSSO et al 2003; PEREIRA
et al 2003; PAMPANA et al 2003; OITICICA; GOMES 2004), que o ruído é uma fonte
pertubadora e que pode está associado a falta de concentração para o trabalho mental.
4.2.1.4 Iluminação
Com relação ao conforto luminoso do ambiente das salas de aula, foi utilizado na
pesquisa um Luxímetro digital marca Instrutherm e modelo LD – 200, com foto detector
de diodo de silício com filtro na escala de 1 a 2000 lux, a medição foi realizada em
diversos pontos das salas de aula, a 0,75 cm do solo, durante 1 (uma) hora. Observou-se
que a posição das luminárias variaram em relação a tarefa (quadro) em algumas salas as
lâmpadas estão dispostas paralelamente e em outras perpendicularmente em relação a
tarefa. A quantidade de lâmpadas nas salas variou de 3 a 22 lâmpadas, tem salas com
lâmpadas colocadas em pares e salas com lâmpadas isoladas. O intervalo registrado em
Lux oscilou de 139 a 966 Lux (conforme Anexo II), ficando, fora dos limites de
luminosidade para as salas de aulas recomendados pelas NBR 5413 e 5382; NR 17 e a
literatura pesquisada, que recomendam níveis entre 200 a 750 lux. (GRANDJEAN 1998;
DUL; WEERDEMESTER 2001; IIDA 2003).
Os intervalos dos níveis de iluminação em Lux registrados com o luxímetro nas
salas de aula pesquisadas estão demonstrados no Anexo II e sintetizados na Tabela 4.8,
abaixo.
Tabela 4.8 - Níveis de Luminância das Salas de Aula Registrados com Luxímetro
Salas de Aula Mínimo Máximo Valores Recomendados para Salas de
Aula pela NBR 5413 (300 a 750 lux)
05
08
16
22
32
38
46
48
738 Lux
761 Lux
292 Lux
139 Lux
372 Lux
263 Lux
265 Lux
323 Lux
927 Lux
966 Lux
376 Lux
329 Lux
509 Lux
424 Lux
581 Lux
561 Lux
Acima
Acima
Abaixo
Abaixo
Ok
Abaixo
Abaixo
Ok
Confrontando-se o registro das medições de luminância feitas com o luxímetro e os
valores recomendados pela NBR 5413/1990, verificou-se 23% das salas de aula
apresentam níveis de luminância acima do intervalo recomendado. 45% das salas
apresentam níveis de luminância abaixo dos valores recomendados e 32% das salas de aula
apresentaram luminância de acordo com os níveis recomendado pela NBR 5413.
74
Em relação a incidência de luz direta nos olhos.
Conforme a Figura 4.8, observa-se que 53,7% dos alunos avaliaram que não há
incidência de luz direta nos olhos em sala de aula interferindo no conforto luminoso,
desses 45,5% consideram Bom e 8,2% Excelente. No entanto 46,3% consideram que há
incidência direta de luz nos olhos na sala de aula interferindo na leitura da informação,
onde 33,5% consideram Regular, 9,3% Ruim e 3,4% consideram Péssimo. (DUL;
WEERDMESTER 2001; TESSLER 2002)
y = 268 * 1 * normal (x; 6,31343; 2,407596)
ILUMINACAO 5
No of obs
3,4%
2,2%
3,7%
3,4%
5,2%
12,3%
16,0%
20,5
%
17,9%
7,1%
8,2%
-101234567891011
Figura 4.8 – Incidência de luz direta nos olhos
Em relação a reflexos.
Observa-se conforme a Figura 4.9, que 50,7% dos alunos avaliaram que não há
reflexos luminosos em sala de aula interferindo no conforto visual, desses 44,7%
consideram Bom e 6,0% Excelente. No entanto 49,3% consideram que há presença de
reflexos luminosos na sala de aula interferindo na leitura da informação, onde 33,1%
consideram Regular, 11,7% Ruim e 4,5% consideram Péssimo. A presença de reflexos
pode ser verificada através da Fotografia 03 do Anexo VI. (DUL; WEERDEMESTER
2001).
75
y = 266 * 1 * normal (x; 6,06015; 2,474807)
ILUMINACAO 6
No of obs
4,5%
2,3%
3,4%
6,0% 6,0%
11,7%
15,4%
21,1%
16,5%
7,1%
6,0%
-101234567891011
Figura 4.9 – Reflexos
Em relação a ofuscamentos.
Observa-se conforme a Figura 4.10, que 51,2% dos alunos avaliaram que não há
presença de ofuscamentos luminosos em sala de aula interferindo no conforto, desses
45,2% consideram Bom e 6,0% Excelente. No entanto 48,8% consideram que há presença
de ofuscamentos luminosos na sala de aula que interfere na leitura da informação, onde
40,8% consideram Regular, 10,0% Ruim e 2,8% consideram Péssimo. (DUL;
WEERDEMESTER 2001; TESSLER 2002).
y = 250 * 1 * normal (x; 6,244; 2,33544)
ILUMINACAO 7
No of obs
2,8%
2,4%
3,6%
4,0%
6,4%
11,2%
18,4%
17,6%
20,8%
6,8%
6,0%
-101234567891011
Figura 4.10 – Ofuscamentos
Os resultado dos Indicadores ergonômicos referentes a Iluminação das salas de
aulas pesquisadas, estão sintetizados na Tabela 4.9 abaixo.
76
Tabela 4.9 - Indicadores Ergonômicos da Iluminação das Salas de Aula Pesquisadas
Indicadores Ergonômicos Péssimo Ruim Regular Bom Excelente Média DP
Iluminação da sala. 2,40% 5,50% 16,40% 56,30% 14,70% 7,16 2,27
Quantidade de lâmpadas. 1,40% 6,40% 21,10% 57,90% 13,30% 7,18 2,18
Posição das lâmpadas em ralação a tarefa. 2,10% 5,50% 24,70% 54,20% 13,30% 7,03 2,27
Distribuição das lâmpadas pela sala. 1,70% 4,90% 28,40% 50,90% 14,20% 7,04 2,23
Incidência de luz direta nos olhos. 3,40% 9,30% 33,50% 45,50% 8,20% 6,31 2,40
Reflexos. 4,50% 11,70% 33,10% 44,70% 6,00% 6,06 2,47
Ofuscamento. 2,80% 10,00% 40,80% 45,20% 6,00% 6,24 2,33
Os dados referentes aos indicadores ergonômicos de conforto luminoso,
demonstram de um modo geral que a iluminação do ambiente está satisfatória na opinião
da percepção de conforto dos alunos, apesar da verificação com o luxímetro ter registrado
em algumas salas índices acima e abaixo da luminância considerada ideal para as
atividades de ensino recomendadas pelas NBR 5413 e 5382 e NR 17. Foi observado que há
presença de luz direta nos olhos, reflexos e ofuscamento, indicando a necessidade de
atenção especial referente a esses aspectos, para uma melhor difusão da luz, bem como a
sua possível relação com as cores do ambiente para melhor eficiência e economia
energética.
4.2.1.5 Conforto Térmico
Com relação ao conforto térmico no ambiente das salas de aula, foi utilizado um
Termohigroanemômetro – Instrutherm THAR – 185, para medir a temperatura ambiente, a
URA e a velocidade do ar no ambiente das salas de aula pesquisada, com o intuito de
confrontar os valores registrados pelos equipamentos com os valores recomendados pela a
NBR 6401 e NR 17 e a sensação de conforto térmico na opinião dos alunos. Foi verificado
de acordo com a Tabela 4.10 abaixo, que a temperatura do ambiente das salas de aula
variou entre 24,0º a 29,5º C. A umidade relativa do ar variou entre 41,6% a 79,1% e a
velocidade do ar variou entre 0,1m/s a 1,0m/s (conforme Anexo II). Ficando o intervalo
dos valores registrados fora dos limites recomendados para salas de aula de acordo com a
NR 17 e a NBR 6401, que recomendam temperatura ambiente entre 20 a 24ºC, umidade
relativa do ar entre 40 a 60% e a velocidade do ar entre 0,4 a 0,75m/s. Apesar dos índices
registrados se encontrarem fora dos intervalos de conforto recomendados pelas normas
regulamentadoras, na percepção de conforto térmico dos alunos a opinião foi que a
temperatura do ambiente das salas de aulas, encontra-se regular com uma média 6,88 e
desvio padrão 2,27, conforme observa-se na Figura 20 do Anexo III.
77
Os intervalos dos valores de conforto térmico registrados nas diversas salas de aula
pesquisadas estão demonstrados no Anexo II e sintetizados na Tabela 4.10, abaixo.
Tabela 4.10 - Intervalo Térmico das Salas de aula Registrado com Termohigroanemômetro
Salas de aula Temperatura Umidade Relativa do Ar Velocidade do Ar
5
8
16
22
32
38
43
46
48
26,6 a 28,1ºC
25,8 a 26,6ºC
26,2 a 26,6ºC
25,3 a 26,3ºC
24,0 a 25,7ºC
27,1 a 27,3ºC
26,8 a 29,5ºC
28,7 a 29,1ºC
25,0 a 26,3ºC
56,1 a 63,0%
59,8 a 65,4%
62,4 a 68,1%
70,1 a 76,3%
68,7 a 71,1%
69,1 a 71,3%
68,8 a 62,1%
68,5 a 79,1%
41,6 a 42,7%
0,3 a 0,8m/s
0,2 a 0,5m/s
0,3 a 0,8m/s
0,1 a 1,0m/s
0,1 a 0,3m/s
0,1 a 0,6m/s
0,1 a 0,5m/s
0,1 a 0,5m/s
0,1 a 0,3m/s
Em relação à localização dos equipamentos de ar condicionado
Observa-se conforme a Figura 4.11, que 57,8% dos alunos avaliaram que a
localização dos equipamentos de ar condicionado está adequada, e não interfere no
conforto térmico, desses 50,4% consideram Bom e 7,4% Excelente. No entanto 42,2%
consideram que a localização dos equipamentos de ar condicionado não proporciona um
conforto térmico adequado, onde 20,3% consideram Regular 14,5% Ruim e 7,4%
consideram Péssimo. (ASHRAE - Norma 55/81; MAIA 2002).
y = 270 * 1 * normal (x; 6,08889; 2,834903)
TEMPERA5
No of obs
7,4%
1,9%
4,8%
7,8%
4,8%
7,0%
8,5%
18,9%
21
,
1%
10,4%
7,4%
-101234567891011
Figura 4.11 – Localização dos equipamentos de ar condicionado
Em relação à ventilação (circulação do ar na sala de aula)
Observa-se conforme a Figura 4.12, que 42,0% dos alunos avaliaram que a
ventilação e circulação do ar na sala de aula proporcionam conforto satisfatório, desses
78
38,6% consideram Bom e 3,4% Excelente. No entanto 58% consideram que a circulação
do ar nas salas de aulas não proporciona um conforto térmico adequado, onde 33,0%
consideram Regular, 16,3% Ruim e 8,7% consideram Péssimo. Essa questão pode ser
constatada observando-se os valores registrados nas salas de aula pelo anemômetro
conforme o Anexo II e os dados obtidos através do questionário referente e a circulação do
ar nas salas de aula. (DUL; WEERDEMESTER 2001)
y = 264 * 1 * normal (x; 5,43182; 2,788333)
TEMPERA6
No of obs
8,7%
4,9%
5,7% 5,7%
5,3%
11,4%
16
,
3%
15,9% 15,9%
6,8%
3,4%
-101234567891011
Figura 4.12 – Ventilação (circulação do ar na sala de aula)
Os resultados dos indicadores ergonômicos referentes ao Conforto Térmico das
salas de aulas pesquisadas, estão sintetizados na Tabela 4.11 abaixo.
Tabela 4.11 - Indicadores Ergonômicos do Conforto Térmico das Salas de Aula Pesquisadas
Indicadores Ergonômicos Péssimo Ruim Regular Bom Excelente Média DP
Temperatura do ambiente. 2,50% 7,30% 21,80% 60,80% 7,60% 6,88 2,27
Ventilação (Circulação do ar na sala de aula) 4,00% 9,40% 21,10% 58,50% 6,90% 6,58 2,50
Quantidade de janelas. 4,10% 8,80% 25,80% 55,40% 5,90% 6,36 2,48
Posição das janelas. 3,30% 12,50% 27,70% 51,20% 5,20% 6,18 2,47
Localização dos equipamentos de ar condicionado. 7,40% 14,50% 20,30% 50,40% 7,40% 6,08 2,83
Os dados referentes ao conforto térmico foram satisfatórios na percepção dos
alunos, entretanto a conclusão foi que, embora a temperatura térmica tenha sido registrada
num intervalo de 24° a 29,5ºC e esteja próxima da temperatura recomendada pela NR- 17
entre 21 a 24ºC, e pela ISO 7730 que é de 23,61°C, a porcentagem de insatisfeitos
correspondeu a 31,6%. A localização dos equipamentos de ar condicionado, conforme a
Fotografia 07 do Anexo VI parece afetar a ventilação, a circulação e a troca de ar no
ambiente influenciando no perfume acústico. Os dados registrados com o
termohigroanemômetro, conforme o anexo II indicou que em algumas salas que valores de
temperatura, URA e velocidade do ar, estão fora do intervalo de conforto térmico
79
considerado ideal para ambiente escolar recomendados pela NBR 6401; NR 17; NR 15 e a
literatura pesquisada.
4.2.1.6 Postura
Em relação a acomodação postural em função do mobiliário.
Observa-se conforme a Figura 4.13, que 35,8% dos alunos avaliaram que a
acomodação postural em função do mobiliário proporciona um conforto satisfatório, desses
33,6% consideram Bom e 2,2% Excelente. Entretanto 64,2% consideram que o mobiliário
das salas de aula não permite um nível de acomodação postural confortável, onde 27,0%
consideram Regular, 19,3% Ruim e 17,9% consideram Péssimo. (KAPANDJI 980;
WISNER 1987; TAVARES 2000; MARTINS 2001; MURPHY; STUBBS 2004).
y = 274 * 1 * normal (x; 4,631386; 3,0441)
POSTURA1
No of obs
17,9%
3,6%
6,9%
8,8%
7,3%
8,0%
11,7%
16,1%
12,0%
5,5%
2,2%
-101234567891011
Figura 4.13 – Acomodação postural em função do mobiliário.
Em relação à acomodação postural em função da localização dos recursos
didáticos
Observa-se conforme a Figura 4.14, que 38,0% dos alunos avaliaram que a
acomodação postural em função da localização dos recursos didáticos, proporciona um
conforto satisfatório, desses 34,8% consideram Bom e 3,2% Excelente. Entretanto 62,0%
consideram que a localização dos recursos didáticos nas salas de aula não permite um nível
de acomodação postural confortável, onde 29,9% consideram Regular, 20,2% Ruim e
11,9% consideram Péssimo. (BIAZUS 2000; LOFFE 2003).
80
y = 278 * 1 * normal (x; 5,028777; 2,85875)
POSTURA2
No of obs
11,9%
4,3%
4,0%
11,9%
6,1%
11,9% 11,9%
16,5%
13,3%
5,0%
3,2%
-101234567891011
Figura 4.14 – Acomodação postural em função dos recursos didáticos.
Os resultados dos indicadores ergonômicos referentes ao Conforto Postural dos
alunos nas salas de aulas pesquisadas, estão sintetizados na Tabela 4.12, abaixo.
Tabela 4.12 - Indicadores Ergonômicos do Conforto Postural dos Alunos em Salas de Aula
Indicadores Ergonômicos Péssimo Ruim Regular Bom Excelente Média DP
Acomodação postural em função do mobiliário. 17,90% 19,30% 27,00% 33,60% 2,20% 4,63 3,04
Acomodação postural em função dos recursos didáticos. 11,90% 20,20% 29,90% 34,80% 3,20% 5,02 2,85
Pausas durante a tarefa. 9,70% 15,60% 30,20% 40,60% 0,40% 5,44 2,84
Diante dos dados acima, observa-se que a percepção de conforto postural dos
alunos durantes as aulas, foi mal avaliada pelos mesmos. E que as posturas adotadas,
podem está sendo influenciadas pela qualidade do mobiliário, pelo arranjo físico dos
recursos didáticos em sala de aula. Observa-se também a necessidade de pausas durante a
tarefa, que possibilite o aluno aliviar tensões musculares, o que pode ser auxiliado através
da mudança de sala de aula após o término de cada aula.
4.2.1.7 Mobiliário
Em relação ao conforto do assento das carteiras
Observa-se conforme a Figura 4.15, apenas 15,5% dos alunos avaliaram
satisfatoriamente o conforto do assento das carteiras, desses 13,7% consideram Bom e
1,8% Excelente. Enquanto que 84,5% consideram que o assento das carteiras é
desconfortável, desses 25,7% consideram Regular; 24,3% Ruim e 34,4% consideram
Péssimo. (KAPANDJI 1980; ALMEIDA; ARRUDA 2002; IIDA 2003).
81
y = 276 * 1 * normal (x; 3,02536; 2,993825)
MOBILIA1
No of obs
34,4%
9,4%
6,2%
8,7%
8,3%
9,4%
8,0%
4,3%
6,9%
2,5%
1,8%
-101234567891011
Figura 4.15 – Conforto do assento das carteiras das salas de aula.
Em relação ao conforto do apoio das costas nas carteiras
Observa-se conforme a Figura 4.16, que 16,6% dos alunos avaliaram que o apoio
da carteira nas costas proporciona um conforto satisfatório, desses 14,8% considera Bom e
1,8% Excelente. Enquanto que 83,4% consideram que o apoio das carteiras nas costas é
desconfortável, desses 26,0% consideram Regular; 25,2% Ruim e 32,1% consideram
Péssimo. (VERGARA; PAGE 2001).
y = 277 * 1 * normal (x; 3,104693; 3,00239)
MOBILIA2
No of obs
32,1%
9,7%
7,2%
8,3%
10,8%
8,7%
6,5%
4,7%
6,1%
4,0%
1,8%
-101234567891011
Figura 4.16 – Conforto nas costa do apoio das carteiras das salas de aula.
Em relação à altura do assento
Observado conforme a Figura 4.17, que 27,2% dos alunos avaliaram que a altura do
assento das carteiras proporciona um conforto satisfatório, desses 24,6% considera Bom e
82
2,6% Excelente. Enquanto que 72,8% consideram que a altura do assento das carteiras é
desconfortável, desses 31,2% consideram Regular; 19,8% Ruim e 22,0% consideram
Péssimo. (FERNANDES 2000; TAVARES 2000; ABID 2001; PANAGIOTOPOULOU et
al 2004).
y = 273 * 1 * normal (x; 4,175824; 3,112805)
MOBILIA3
No of obs
22,0%
5,5%
7,3%
7,0%
9,2%
11,0% 11,0%
8,8%
9,9%
5,9%
2,6%
-101234567891011
Figura 4.17 – Altura do assento das carteiras das salas de aula.
Os resultados dos indicadores ergonômicos referentes ao Conforto do Mobiliário
das salas de aulas pesquisadas, estão sintetizados na Tabela 4.13 abaixo.
Tabela 4.13 – Indicadores Ergonômicos do Conforto do Mobiliário das Salas de Aula Pesquisadas
Indicadores Ergonômicos Péssimo Ruim Regular Bom Excelente Média DP
Conforto do assento das carteiras. 34,40% 24,30% 25,70% 13,70% 1,80% 3,02 2,99
Conforto do apoio das costas na carteira. 32,10% 25,20% 26,00% 14,80% 1,80% 3,10 3,00
Altura do assento. 22,00% 19,80% 32,10% 2,60% 2,60% 4,17 3,11
Altura da mesa de tarefa. 19,80% 20,40% 28,00% 28,70% 2,90% 4,42 3,11
Inclinação da superfície da mesa de trabalho. 19,50% 21,80% 26,50% 30,20% 2,20% 4,40 3,12
Espaço para colocação de materiais nas carteiras. 20,90% 26,70% 26,00% 24,80% 1,80% 4,07 3,08
Espaço disponível para acomodação das pernas na
carteira.
8,10% 19,60% 28,30% 31,20% 1,40% 4,43 3,09
De um modo geral, os aspectos ergonômicos da percepção de conforto do
mobiliário observado pelos alunos, foram mal avaliados, destacando-se negativamente o
conforto do assento das carteiras e o conforto do apoio das costas na carteira. As demais
variáveis também registraram médias abaixo do esperado e estão ligadas aos aspectos
antropométricos de um mobiliário ergonomicamente inadequado que pode influenciar na
percepção de desconforto e possivelmente conduzir a conseqüências musculoesqueléticas
dos usuários.
83
4.2.1.8 Equipamentos Didáticos
Em relação a percepção de conforto visual para a leitura da informação nos
equipamentos didáticos.
Observa-se conforme a Figura 4.18 que 50,2% dos alunos avaliaram que a nitidez
na leitura do conteúdo da informação dos equipamentos didáticos não causa desconforto
visual, desses 45,2% consideram Bom e 5,0% Excelente. Enquanto que 49,8% consideram
a nitidez da leitura desconfortável, desses 33,8% consideram Regular, 11,8% Ruim e 4,3%
consideram Péssimo. (BONNEY; CORLETT 2002 e LOFFE 2003).
y = 279 * 1 * normal (x; 6,10394; 2,506097)
EQPDIDT3
No of obs
4,3%
2,5%
3,2%
6,1%
6,5%
11,5%
15,8%
17,6%
16,1%
11,5%
5,0%
-101234567891011
Figura 4.18 – Nitidez da leitura nos equipamentos didáticos.
Os resultados dos indicadores ergonômicos referentes aos Equipamentos Didáticos
das salas de aulas pesquisadas, estão sintetizados na Tabela 4.14 abaixo.
Tabela 4.14 – Indicadores Ergonômicos dos Equipamentos Didáticos das Salas de Aula Pesquisadas
Indicadores Ergonômicos Péssimo Ruim Regular Bom Excelente Média DP
Manutenção dos Equipamentos. 8,10% 15,10% 32,30% 42,20% 2,60% 5,48 2,69
A
tualização tecnológica dos equipamentos 4,80% 15,10% 33,00% 43,60% 3,30% 5,90 2,60
Nitidez da leitura nos equipamentos Didáticos. 4,30% 11,80% 33,80% 45,20% 5,00% 6,10 2,50
Os dados obtidos demonstraram que a instituição deve se preocupar mais com a
manutenção e atualização tecnológica de seus recursos didáticos, bem como orientar os
usuários dos diversos equipamentos, referente a o seu manuseio e operação no tocante a
localização, ajustes e regulagens que permitam uma melhor nitidez e compreensão da
informação, reduzindo a fadiga visual dos alunos.
84
Os resultados da análise descritiva referentes a percepção de conforto dos aspectos
ergonômicos das salas de aulas pesquisadas, estão sintetizados no Quadro 4.1.
Variáveis Indicadores Ergonômicos que necessitam maior atenção
LAYOUT
Localização da porta de entrada da sala de aula e a Quantidade de alunos
por turma.
CORES
Utilização adequada das cores para a transmissão da informação com
recursos didáticos; Refletância das mesas de tarefa e do quadro.
ACÚSTICA
Ruído gerado pelos equipamentos de ar condicionado; Condições acústicas
da própria sala em função das altas taxas de reverberação.
ILUMINAÇÃO Incidência de luz direta; reflexos e ofuscamentos.
TEMPERATURA Localização dos equipamentos de ar condicionado
POSTURA Pausas durante a tarefa
MOBILIÁRIO
Ausência de estofamento no assento e no encosto; Ausência de regulagens
que respeitem as individualidades antropométricas de seus usuários.
EQUIPAMENTO
S DIDÁTICOS
Manutenção; Atualização tecnológica; Localização e posições (angulações)
nas salas de aula; e regulagens que possibilite melhor postura, visualização
e nitidez para seus usuários.
Quadro 4.1 - Resultado da Análise Descritiva referente a percepção de conforto dos Indicadores
Ergonômicos do Posto de Atividade Discente
Diante do acima exposto, podemos concluir que maior atenção deve ser dispensada
aos aspectos ergonômicos do posto de atividade discente, em especial para aqueles que na
opinião dos alunos se destacaram mais negativamente quanto a percepção de conforto
físico ambiental: a acústica em função dos equipamentos de ar condicionado e das altas
taxa de reverberação existente nas salas; a postura dos discentes que possivelmente está
sendo influenciada pelo mobiliário, arranjo físico dos equipamentos didáticos auxiliares e
ausência de pausas durante a tarefa (mudança de sala após cada aula); e o Mobiliário pela
ausência de estofamento e de regulagens antropométricas respeitando a individualidade de
cada usuário.
4.3 Resultados da Análise de Clusters
A partir da divisão em grupos, foi realizada uma Análise de Variância (Anexo IV)
para descobrir quais variáveis mais contribuíram na discriminação entre os conglomerados.
As variáveis foram escolhidas baseadas num nível descritivo de 0,05 (5%), apresentando o
resultado da Análise de Variância indicando quais variáveis são importantes na separação
dos grupos (ou seja, p 0,0500).
Para a realização da análise de cluster, foram considerados todos os blocos de
variáveis por apresentarem medidas de consistência interna (alfa de Chronbach)
85
considerando α 0,70. As dimensões consideradas nesta análise correspondem às
condições físicas ambientais das salas de aula e a percepção de conforto por parte de seus
usuários. A formação dos clusters, ou seja, partição em dois grupos foi definida de acordo
com as respostas das questões utilizadas. A intenção era que essas respostas atendessem às
duas premissas básicas: coesão interna e isolamento dos grupos. Na seqüência, os
indicadores analisados serão comentados juntamente com as variáveis que se destacaram
no indicador em estudo.
4.3.1 Ergonomia no Layout do posto de atividade discente
Para compor o indicador “Layout no posto de atividade discente”, as questões
selecionadas estão relacionadas na Tabela 4.15. Essas questões passam a ser chamadas de
variáveis, e todas as variáveis são significantes na separação dos clusters. Os resultados
mais detalhados encontram-se no Anexo IV.
Tabela 4.15 – Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters
Variáveis Indicadores p - valor
LAYOUT1
Espaço entre as cadeiras necessário ao seu deslocamento.
0,0000
LAYOUT2
Distribuição do mobiliário na sala.
0,0000
LAYOUT3
Visualização da posição física dos equipamentos didáticos.
0,0000
LAYOUT4
Localização da porta de entrada da sala de aula.
0,0000
LAYOUT5
Quantidade de alunos na turma.
0,0000
LAYUOT6
Espaço disponível para cada aluno na sala.
0,0000
LAYOUT7
Espaço destinado ao professor.
0,0000
LAYOUT8
Adequação do espaço para o conteúdo proposto na disciplina.
0,0000
Aceitando a divisão de dois grupos, conclui-se que o cluster 2 corresponde a
69,31% da amostra e apresentam médias mais altas, para as variáveis ergonômicas do
layout no posto de atividade discente, destacando as seguintes: LAYOUT7, referente ao
“Espaço destinado ao professor” e LAYOUT8, referente a “Adequação do espaço para o
conteúdo proposto na disciplina”. Enquanto que o cluster 1 que corresponde a 30,69% da
amostra avaliou o agrupamento das variáveis ergonômicas do layout do posto de discente
com médias mais baixas, destacando as variáveis de menor valor como sendo: LAYOUT5,
referente a “Quantidade de alunos na turma” e LAYOUT6, referente ao “Espaço
disponível para cada aluno na sala”.
A Figura 4.19 - mostra o resultado da análise.
86
Cluster
No. 1
Cluster
No. 2
Plot of Means for Each Cluster
Variables
1
2
3
4
5
6
7
8
9
LAYOUT1
LAYOUT2
LAYOUT3
LAYOUT4
LAYOUT5
LAYOUT6
LAYOUT7
LAYOUT8
Figura 4.19 – Variáveis significantes na formação dos clusters
Os resultados obtidos na análise da Figura 4.19 mostram divergências internas entre
os clusters, ou seja, não existe uniformidade nas respostas dentro dos próprios clusters em
relação ao indicador em estudo observa-se entre os dois clusters que a variável LAYOUT7,
referente ao “Espaço destinado ao professor”, é a de maior média quanto ao agrupamento
de variáveis referente a percepção de conforto no layout do ambiente das salas de aula.
Enquanto que entre os dois clusters, a variável LAYOUT5, referente a “Quantidade de
alunos na turma”, apresentou menor média quanto o Layout do posto de atividade discente.
4.3.2 Emprego das Cores no Posto de Atividade Discente
As variáveis selecionadas para compor os indicadores “Uso das cores no posto de
atividade discente”, estão apresentadas na Tabela 4.16, e todas são significantes na
separação dos clusters. Os resultados mais detalhados encontram-se no Anexo IV.
Tabela 4.16 – Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters
Variáveis Indicadores
p
valor
CORES1 Utilização das cores para a transmissão da informação com recursos didáticos. 0,0000
CORES2 Reflexo das cores na superfície da mesa de tarefa. 0,0000
CORES3 Cor do lápis usado pelo professor para escrever no quadro. 0,0000
CORES4 Interpretação da escrita do professor no quadro. 0,0000
Aceitando a divisão de dois grupos, conclui-se que o cluster 2 corresponde a
69,31% da amostra e apresentam médias mais altas, para as variáveis ergonômicas do uso
das cores no posto de atividade discente, destacando as seguintes variáveis: CORES2
“Reflexo das cores na superfície da mesa de tarefa” e CORES3 referente a “Cor do lápis
usado pelo professor para escrever no quadro”.
87
Enquanto que o cluster 1 que corresponde a 30,69% da amostra avaliou o
agrupamento das variáveis ergonômicas do uso das cores no posto de atividade discente
com médias mais baixas, destacando as variáveis de menor valor como sendo: CORES1,
referente a “Utilização das cores para a transmissão da informação com recursos didáticos”
e CORES4, referente a “Interpretação da escrita do professor no quadro”.
A Figura 4.20 mostra o resultado da análise.
Cluster
No. 1
Cluster
No. 2
Plot of Means for Each Cluster
Variables
3
4
5
6
7
8
9
CORES1 CORES2 CORES3 CORES4
Figura 4.20 - Variáveis significantes na formação do cluster
Na análise do indicador é interessante observar a semelhança das curvas que
representam os dois clusters Figura 4.20, considerando, porém, que as mesmas estão em
níveis diferentes. Observa-se entre os dois clusters que a variável CORES3, referente a
“Cor do lápis usado pelo professor para escrever no quadro”, é a de maior média quanto ao
agrupamento de variáveis referente a percepção de conforto no emprego das cores no
ambiente das salas de aula. Enquanto que entre os dois clusters, a variável CORES1,
referente a “Utilização das cores para a transmissão da informação com recursos
didáticos”, apresentou a menor média quanto ao uso das cores no posto de atividade
discente.
4.3.3 Conforto Acústico no Posto de Atividade Discente.
As variáveis selecionadas para compor os indicadores “Conforto acústico do posto
de atividade discente”, estão apresentadas na Tabela 4.17, e todas são significantes na
separação dos clusters. Os resultados mais detalhados encontram-se no Anexo IV.
88
Tabela 4.17 – Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters
Variáveis Indicadores p - valor
ACUSTIC1 Acústica da sala. 0,0000
ACUSTIC2 Comunicação da informação do professor ao aluno. 0,0000
ACUSTIC3 Interferência do barulho dos corredores na sala de aula. 0,0000
ACUSTIC4 Ruídos do Ar condicionado. 0,0000
Aceitando a divisão de dois grupos, conclui-se que o cluster 2 corresponde a
47,93%% da amostra e apresentam médias mais altas, para as variáveis ergonômicas da
percepção de conforto acústico do posto de atividade discente, destacando as seguintes
variáveis: ACUSTIC2, referente a “Comunicação da informação do professor ao aluno” e
ACUSTIC3, referente a “Interferência do barulho dos corredores na sala de aula”.
Enquanto que o cluster 1 que corresponde a 52,07% da amostra avaliou o
agrupamento das variáveis ergonômicas na percepção de conforto acústico do posto de
atividade discente com médias mais baixas, destacando as variáveis de menor valor como
sendo: ACUSTIC1, referente a “Acústica da sala” e ACUSTIC4, referente aos “Ruídos do
Ar condicionado”.
A Figura 4.21 mostra o resultado da análise.
Cluster
No. 1
Cluster
No. 2
Plot of Means for Each Cluster
Variables
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
ACUSTIC1 ACUSTIC2 ACUSTIC3 ACUSTIC4
Figura 4.21 - Variáveis significantes na formação do cluster
Os resultados obtidos na análise da Figura 4.21 mostram divergências internas nos
dois clusters, ou seja, não existe uniformidade nas respostas dentro dos próprios clusters
em relação ao indicador em estudo. Observa-se entre os dois clusters que a variável
ACUSTIC2, referente a “Comunicação da informação do professor ao aluno”, é a de maior
média quanto ao agrupamento de variáveis referente a percepção conforto acústico no
89
ambiente das salas de aula. Enquanto que entre os dois clusters, a variável ACUSTIC4,
referente aos “Ruídos do Ar condicionado”, apresentou a menor média quanto a percepção
do conforto acústico no posto de atividade discente.
Essa variável juntamente com a percepção do conforto do mobiliário apresentou a
menor média dos clusters, por isso, com o intuito de conhecer o perfil dos alunos dentro de
cada cluster foram feitas outras observações (análise descritiva), conforme a Tabela 4.18,
que mostra as variáveis que identificam dentro do perfil, diferenças entre os clusters.
Tabela 4.18 Variáveis que identificam dentro do perfil, diferenças entres os clusters
Variáveis Respostas Cluster 1 Cluster 2
A
dm Sist Informação 25,17% 30,95%
A
dm Com Exterior 41,72% 38,85%
Secretariado 9,93% 6,47%
Serviço Social 8,61 19,42%
Curso
Turismo 14,57% 4,32%
1º ano 20,27% 23,36%
2º ano 16,89% 32,12%
3º ano 31,76% 29,93%
Ano do curso
4º ano 31,08% 14,60%
Sala 05
12,58% 9,35%
Sala 08
9,93% 6,47%
Sala 16
17,22% 15,83%
Sala 22
14,57% 4,32%
Sala 32
1,32% 10,79%
Sala 38
7,28% 8,63%
Sala 43
11,92% 13,67%
Sala 46
15,23% 16,55%
Salas de aula
Sala 48
9,93% 14,39%
4.3.4 Conforto Luminoso no Posto de Atividade Discente
As variáveis selecionadas para compor os indicadores “Conforto luminoso no posto
de atividade discente”, estão apresentadas na Tabela 4.19, e todas são significantes na
separação dos clusters. Os resultados mais detalhados encontram-se no Anexo IV.
Tabela 4.19– Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters
Variáveis Indicadores p - valor
ILUMINA1 Iluminação da sala. 0,0000
ILUMINA2 Quantidade de lâmpadas. 0,0000
ILUMINA3 Posição das lâmpadas em ralação a tarefa. 0,0000
ILUMINA4 Distribuição das lâmpadas pela sala. 0,0000
ILUMINA5 Incidência de luz direta nos olhos. 0,0000
90
ILUMINA6 Reflexos. 0,0000
ILUMINA7 Ofuscamento. 0,0000
Aceitando a divisão de dois grupos, conclui-se que o cluster 2 corresponde a
64,48% da amostra e apresentam médias mais altas, para as variáveis ergonômicas da
percepção de conforto luminoso do posto de atividade discente, destacando as seguintes
variáveis: ILUMINA1, referente a “Iluminação da sala”; ILUMINA2, referente a
“Quantidade de lâmpadas”; ILUMINA3, referente a “Posição das lâmpadas em ralação a
tarefa” e ILUMINA4, referente a “Distribuição das lâmpadas pela sala”.
Enquanto que o cluster 1 que corresponde a 35,52% da amostra avaliou o
agrupamento das variáveis ergonômicas da percepção de conforto luminoso do posto de
atividade discente com médias mais baixas, destacando as variáveis de menor valor como
sendo: ILUMINA5, referente a “Incidência de luz direta nos olhos”; ILUMINA6, referente
ao“Reflexos” e ILUMINA7, referente a “Ofuscamento”.
A Figura 4.22 mostra o resultado da análise.
Cluster
No. 1
Cluster
No. 2
Plot of Means for Each Cluster
Variables
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
ILUMINA1ILUMINA2 ILUMINA3ILUMINA4ILUMINA5ILUMINA6 ILUMINA7
Figura 4.22 - Variáveis significantes na formação do cluster
Na análise do indicador é interessante observar a semelhança das curvas que
representam os dois clusters Figura 4.22, considerando, porém, que as mesmas estão em
níveis diferentes. Observa-se entre os dois clusters que a variável ILUMINA2, referente a
“Quantidade de lâmpadas”, é a de maior média quanto ao agrupamento de variáveis
referente a percepção conforto luminoso no ambiente das salas de aula. Enquanto que entre
os dois clusters, a variável ILUMINA6, referente a “Reflexos”, apresentou a menor média
quanto a percepção do conforto luminoso no posto de atividade discente.
91
4.3.5 Conforto Térmico no Posto de Atividade Discente
As variáveis selecionadas para compor os indicadores “Conforto Térmico no posto
de atividade discente”, estão apresentadas na Tabela 4.20, e todas são significantes na
separação dos clusters. Os resultados mais detalhados encontram-se no Anexo IV.
Tabela 4.20 – Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters
Variáveis Indicadores p - valor
TEMPERA1 Temperatura do ambiente. 0,0000
TEMPERA2 Ventilação. 0,0000
TEMPERA3 Quantidade de janelas. 0,0000
TEMPERA4 Posição das janelas. 0,0000
TEMPERA5 Posição dos equipamentos de ar condicionado. 0,0000
Aceitando a divisão de dois grupos, conclui-se que o cluster 2 corresponde a
65,86% da amostra e apresentam médias mais altas, para as variáveis ergonômicas da
percepção de conforto térmico, destacando as seguintes variáveis: TEMPERA1, referente a
“Temperatura do ambiente” e TEMPERA2, referente a “Ventilação”.
Enquanto que o cluster 1 que corresponde a 34,14% da amostra avaliou o
agrupamento das variáveis ergonômicas da percepção de conforto térmico do posto de
atividade discente com médias mais baixas, destacando as variáveis de menor valor:
TEMPERA4, referente a “Posição das janelas”; TEMPERA5, referente a “Posição dos
equipamentos de ar condicionado”.
A Figura 4.23 mostra o resultado da análise.
Cluster
No. 1
Cluster
No. 2
Plot of Means for Each Cluster
Variables
3
4
5
6
7
8
9
TEMPERA1 TEMPERA2 TEMPERA3 TEMPERA4 TEMPERA5
Figura 4.23 - Variáveis significantes na formação do cluster
92
Observa-se entre os dois clusters que a variável TEMPERA1, referente a
“Temperatura do ambiente”, é a de maior média quanto ao agrupamento de variáveis
referente a percepção conforto térmico no ambiente das salas de aula. Enquanto que entre
os dois clusters, a variável TEMPERA5, referente a “Posição dos equipamentos de ar
condicionado”, apresentou a menor média quanto a percepção do conforto térmico no
posto de atividade discente.
4.3.6 Conforto Postural no Posto de Atividade Discente
As variáveis selecionadas para compor os indicadores “Conforto Postural no posto
de atividade discente”, estão apresentadas na Tabela 4.21, e todas são significantes na
separação dos clusters. Os resultados mais detalhados encontram-se no Anexo IV.
Tabela 4.21 – Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters
Variáveis Indicadores p - valor
POSTURA1 Acomodação postural em função do mobiliário. 0,0000
POSTURA2 Acomodação postural em função dos recursos didáticos. 0,0000
POSTURA3 Pausas durante a tarefa. 0,0000
Aceitando a divisão de dois grupos, conclui-se que o cluster 2 corresponde a
60,34% da amostra e apresentam médias mais altas, para as variáveis ergonômicas da
percepção de conforto postural do posto de atividade discente, destacando a seguinte
variável: POSTURA2, referente a “Acomodação postural em função dos recursos
didáticos.” Enquanto que o cluster 1 que corresponde a 39,66% da amostra avaliou o
agrupamento das variáveis ergonômicas da percepção do conforto postural do posto de
atividade discente com médias mais baixas, destacando a variável de menor valor como
sendo: POSTURA1, referente a “Acomodação postural em função do mobiliário”.
A Figura 4.24 mostra o resultado da análise.
93
Cluster
No. 1
Cluster
No. 2
Plot of Means for Each Cluster
Variables
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
POSTURA1 POSTURA2 POSTURA3
Figura 4.24 - Variáveis significantes na formação do cluster
Observa-se entre os dois clusters que a variável POSTURA3, referente a “Pausas
durante a tarefa”, é a de maior média quanto ao agrupamento de variáveis referente a
percepção conforto postural no ambiente das salas de aula. Enquanto que entre os dois
clusters, a variável POSTURA1, referente a “Acomodação postural em função do
mobiliário”, apresentou a menor média quanto a percepção do conforto postural no posto
de atividade discente.
4.3.7 Conforto do Mobiliário no Posto de Atividade Discente
As variáveis selecionadas para compor os indicadores “Conforto mobiliário no
posto de atividade discente”, estão apresentadas na Tabela 4.22, e todas são significantes
na separação dos clusters. Os resultados mais detalhados encontram-se no Anexo IV.
Tabela 4.22 – Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters
Variáveis Indicadores p - valor
MOBILIA1 Conforto do assento das carteiras. 0,0000
MOBILIA2 Conforto do apoio das costas na carteira. 0,0000
MOBILIA3 Altura do assento. 0,0000
MOBILIA4 Altura da mesa de tarefa. 0,0000
MOBILIA5 Inclinação da superfície da mesa de trabalho. 0,0000
MOBILIA6 Espaço para colocação de materiais nas carteiras. 0,0000
MOBILIA7 Espaço disponível para acomodação das pernas na carteira. 0,0000
Aceitando a divisão de dois grupos, conclui-se que o cluster 1 corresponde a
54,83% da amostra e apresentam médias mais altas, para as variáveis ergonômicas da
percepção de conforto mobiliário do posto de atividade discente, destacando as seguintes
94
variáveis: MOBILA4, referente a “Altura da mesa de tarefa” e MOBILIA5, referente a
“Inclinação da superfície da mesa de trabalho”.
Enquanto que o cluster 2 que corresponde a 45,17% da amostra avaliou o
agrupamento das variáveis ergonômicas da percepção de conforto mobiliário do posto de
atividade discente com médias mais baixas, destacando as variáveis de menor valor como
sendo: MOBILIA1, referente ao “Conforto do assento das carteiras”; MOBILIA2,
referente ao “Conforto do apoio das costas na carteira”; MOBILIA3, referente a “Altura do
assento” e MOBILIA6, referente ao “Espaço para colocação de materiais nas carteiras”.
A Figura 4.25, mostra o resultado da análise.
Cluster
No. 1
Cluster
No. 2
Plot of Means for Each Cluster
Variables
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
MOBILIA1 MOBILIA2 MOBILIA3 MOBILIA4 MOBILIA5 MOBILIA6 MOBILIA7
Figura 4.25 - Variáveis significantes na formação do cluster
Na análise do indicador é interessante observar a semelhança das curvas que
representam os dois clusters Figura 4.25, considerando, porém, que as mesmas estão em
níveis diferentes. Observa-se entre os dois clusters que a variável MOBILIA7, referente ao
“Espaço disponível para acomodação das pernas na carteira”, é a de maior média quanto ao
agrupamento de variáveis referente a percepção conforto mobiliário no ambiente das salas
de aula. Enquanto que entre os dois clusters, a variável MOBILIA1, referente ao “Conforto
do assento das carteiras”, apresentou a menor média quanto a percepção do conforto
mobiliário no posto de atividade discente.
Observou-se também que de todos os agrupamentos de variáveis, o mobiliário da
sala de aula foi o que obteve as médias mais baixas. Por essa razão, com intuito de
conhecer o perfil dos alunos dentro de cada cluster foram feitas outras observações (análise
95
descritiva), conforme a Tabela 4.23, que mostra as variáveis que identificam dentro do
perfil, diferenças entre os clusters.
Tabela 4.23 - Variáveis que identificam dentro do perfil, diferenças entres os clusters
Variáveis Respostas Cluster 1 Cluster 2
Adm Sist Informação 28,93% 26,72%
Adm Com Exterior 38,99% 41,98%
Secretariado 8,81% 7,63%
Serviço Social 18,24% 8,40%
Curso
Turismo 5,03% 15,27%
Sala 05
5,96% 17,56%
Sala 08
8,81% 7,63%
Sala 16
18,24% 14,50%
Sala 22
5,03% 15,27%
Sala 32
10,06% 0,76%
Sala 38
8,18% 7,63%
Sala 43
15,09% 9,92%
Sala 46
15,09% 16,79%
Salas de aula
Sala 48
13,84% 9,92%
Ocasionalmente
52,94% 24,71%
Dores nas Costas
Frequentemente
47,06% 75,29%
Ocasionalmente
52,86% 35,23%
Dores Lombar
Freqüentemente
47,14% 64,77%
Ocasionalmente
68,18% 47,27%
Dores no Quadril
Freqüentemente
31,82% 52,73%
4.3.8 Equipamentos Didáticos do Posto de Atividade Discente
As variáveis selecionadas para compor os indicadores ergonômicos dos
“Equipamentos didáticos auxiliares”, estão apresentadas na Tabela 4.24, e todas são
significantes na separação dos clusters. Os resultados mais detalhados encontram-se no
Anexo IV.
Tabela 4.24 – Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters
Variáveis Indicadores p - valor
EQPDIDT1 Manutenção dos Equipamentos. 0,0000
EQPDIDT2 Atualização Tecnológica dos equipamentos 0,0000
EQPDIDT3 Nitidez da leitura nos equipamentos Didáticos. 0,0000
Aceitando a divisão de dois grupos, conclui-se que o cluster 2 corresponde a
66,21% da amostra e apresentam médias mais altas, para as variáveis ergonômicas dos
96
equipamentos didáticos auxiliares no posto de atividade discente, destacando a seguinte
variável: EQPDIDT3, referente a “Nitidez da leitura nos equipamentos Didáticos”.
Enquanto que o cluster 1 que corresponde a 33,79% da amostra avaliou o
agrupamento das variáveis ergonômicas dos equipamentos didáticos auxiliares no posto de
atividade discente com médias mais baixas, destacando a variável de menor valor como
sendo: EQPDIDT1, referente a “Manutenção dos Equipamentos”.
A Figura 4.26 mostra o resultado da análise.
Cluster
No. 1
Cluster
No. 2
Plot of Means for Each Cluster
Variables
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
EQPDIDT1 EQPDIDT2 EQPDIDT3
Figura 4.26 - Variáveis significantes na formação do cluster
Observa-se entre os dois clusters que a variável EQPDIDT2, referente a “Nitidez da
leitura nos equipamentos Didáticos”, é a de maior média quanto ao agrupamento de
variáveis referente a utilização dos recursos didáticos nas salas de aula. Enquanto que entre
os clusters, a variável EQPDIDT1, referente a “Manutenção dos Equipamentos”,
apresentou a menor média quanto a utilização dos equipamentos didáticos no posto de
atividade discente.
Os resultados da análise de clusters referente a percepção de conforto dos aspectos
ergonômicos das salas de aulas pesquisadas, estão sintetizados no Quadro 4.2 abaixo.
VARIÁVEIS Clusters (%) Média Indicadores Ergonômicos
1 30,69 Baixa
Quantidade de alunos na turma e o Espaço disponível para os
alunos na sala de aula.
LAYOUT
2 69,31 Alta
Espaço destinado ao professor e Adequação do espaço para o
conteúdo proposto pela disciplina.
97
VARIÁVEIS Clusters (%) Média Indicadores Ergonômicos
1 30,69 Baixa
Utilização de cores para a transmissão da informação com
recursos didáticos e a Interpretação da escrita no quadro.
CORES
2 69,31 Alta
Reflexo das cores na superfície da mesa de tarefa e a Cor do
lápis usado pelo professor para escrever no quadro.
1 52,07 Baixa Acústica da sala de aula, e Ruídos do ar condicionado.
ACÚSTICA
2 47,93 Alta
Comunicação da irformação do professor ao aluno e a
Interferência de barulhos dos corredores.
1 35,52 Baixa Incidência de luz direta nos olhos; Reflexos; e Ofuscamento.
ILUMINAÇÃO
2 64,48 Alta
Iluminação da Sala; Quantidade de lâmpadas; Posição das
lâmpadas em relação a tarefa e distribuição das lâmpadas pela
sala.
1 34,14 Baixa
Posição das janelas; Posição dos equipamentos de ar
condicionado.
TEMPERATURA
2 65,86 Alta
Temperatura do ambiente; e Ventilação (circulação do ar nas
salas de aula).
1 39,66 Baixa Acomodação postural em função do mobiliário.
POSTURA
2 60,34 Alta Acomodação postural em função dos recursos didáticos.
1 54,83 Alta Altura da mesa de tarefa; e Inclinação da superfície de trabalho.
MOBILIÁRIO
2 45,17 Baixa
Conforto do assento das carteiras; Conforto do apoio das costas
nas carteiras; Altura do assento; e Espaço para colocação de
material nas carteiras.
1 33,79 Baixa Manutenção dos equipamentos.
EQUIPAMENTOS
DIDÁTICOS
2 66,21 Alta Nitidez na leitura dos equipamentos didáticos.
Quadro 4.2 - Resultado da Análise de Clusters referente a percepção de conforto dos Indicadores
Ergonômicos do Posto de Atividade Discente.
Diante do acima exposto, podemos concluir através da análise de clusters, que
maior atenção deve ser dispensada aos aspectos ergonômicos do posto de atividade
discente, em especial para aqueles que na percepção de conforto dos alunos se destacaram
mais negativamente: quantidade de alunos na turma; utilização de cores para a transmissão
da informação com recursos didáticos; acústica das salas; ruídos do ar condicionado;
incidência de luz direta nos olhos; reflexos; e ofuscamento; posição das janelas; posição
dos equipamentos de ar condicionado; troca de ar nas salas de aula; acomodação postural
em função do mobiliário; conforto do assento das carteiras; conforto do apoio das carteiras
nas costas; altura do assento; espaço nas carteiras para a colocação de material; e a
manutenção dos equipamentos didáticos.
98
4.4 Resultados da Análise do Teste Qui-quadrado
A análise de dores no corpo sentida pelos alunos, pode ser observada na Figura
4.26, que demonstra o percentual de dores percebidas ocasionalmente e freqüentemente
pelos alunos pesquisados. Pode-se observar que as dores sentidas concentram-se na região
da nuca, costas ombros e lombar.
38%
19%
19%
22%
19%
19%
27%
23%
23%
19%
20%
22%
21%
4%
3%
6%
4%
7%
18%
36%
31%
15%
9%
4%
NUCA COTOVELO ANTEBRA PULSO/MAO COXA PERNA OMBRO COSTAS LOMBAR QUADRIL JOELHOS TORNOZELO
Ocasionalmente
Frequentemente
Figura 4.26 – Resultado percentual das dores no corpo sentida pelos alunos
Através do resultado do Teste Qui-quadrado, para indicar quais variáveis são
importantes na associação (ou seja, p 0,0500), utilizou-se as variáveis categóricas: Dor
nas partes do corpo; Trabalho; Horas de Trabalho; Posição que Trabalha. E as variáveis
não categóricas: Postura e Mobiliário foram encontrados os seguintes resultados
apresentados na Tabela 4.25.
Tabela 4.25 – Resultado do Teste Qui-quadrado para verificação da associação entre clusters e algumas
variáveis categóricas e não categóricas.
Trabalha
Horas de
Trabalho
Posição de
Trabalho
Posição
que senta
Postura Mobiliário
VARIÁVEIS
p n p n p n p n p n p n
NUCA
0,4172 285 0,2885 233 0,3228 230 0,7182 203 0,1733 290 0,0006 290
COTOVELO
0,0499 285 0,2927 233 0,7845 230 0,1665 203 0,1219 290 0,0593 290
ANTEBRAÇO
0,0570 285 0,7079 233 0,2964 230 0,2111 203 0,1669 290 0,3698 290
PULSO
0,0407 285 0,3101 233 0,0057 230 0,9183 203 0,2993 290 0,2460 290
COXA
0,0970 285 0,7718 233 0,1943 230 0,4397 203 0,1537 290 0,3605 290
PERNA
0,0188 285 0,2639 233 0,0799 230 0,1787 203 0,0668 290 0,0404 290
99
OMBRO
0,0282 285 0,3981 233 0,7922 230 0,7989 203 0,0026 290 0,0016 290
COSTA
0,0181 285 0,0996 233 0,9916 230 0,1551 203 0,3820 290 0,0492 290
R LOMBAR
0,0102 285 0,2700 233 0,3354 230 0,0452 203 0,0002 290 0,0000 290
QUADRIL
0,0836 285 0,0161 233 0,9535 230 0,1986 203 0,0065 290 0,0105 290
JOELHO
0,5476 285 0,0446 233 0,9613 230 0,2324 203 0,0969 290 0,0487 290
TORNOZELO
0,6072 285 0,4153 233 0,7517 230 0,8418 203 0,5754 290 0,3163 290
De acordo com os resultados mostrados na Tabela 4.22, observa-se que existe
associação (p 0,05) entre os clusters formados por dores no Cotovelo, Pulso, Perna,
Ombro, Costa e Região Lombar, em relação as variáveis categóricas de quem trabalha;
Existe associação entre os clusters formados por dores no Quadril e Joelho, em relação as
variáveis categóricas de horas trabalhadas; Existe associação entre os clusters formados
por dores no Pulso, em relação as variáveis categóricas da posição que se trabalha; Existe
associação entre os clusters formados por dores na Região Lombar e as variáveis
categóricas da posição que o aluno senta na cadeira quando está cansado. Nesta mesma
Tabela, observa-se que existe associação entre os clusters formados por dores no Ombro,
Região Lombar e Quadril em relação as variáveis não categóricas da Postura do aluno em
sala de aula; E que existe associação entre os clusters formados por dores na Nuca, Perna,
Ombro, Costas, Região Lombar, Quadril e Joelho em relação as variáveis não categóricas
do Mobiliário das salas de aula. Os resultados mais detalhados encontram-se no Anexo V.
4.5 Conclusão
A partir dos resultados obtidos na análise descritiva, análise de clusters e teste qui-
quadrado concluí-se que, a percepção do conforto físico ambiental das salas de aulas, na
opinião dos alunos da instituição de ensino pesquisada, pode está sendo influenciada pelas
seguintes variáveis ergonômicas: a postura dos discentes em função do arranjo físico dos
equipamentos didáticos auxiliares, ausência de pausas durante a tarefa e associadas a um
mobiliário desconfortável sem estofamentos e regulagens antropométricas; acústica das
salas de aula em função dos equipamentos de ar condicionado; iluminação das salas em
função da incidência de luz direta nos olhos, reflexos e ofuscamento; as cores empregadas
para a transmissão da informação visual com recursos didáticos; o conforto térmico em
função da localização das janelas, localização dos equipamentos de ar condicionado e
circulação do ar nas salas de aula e o arranjo físico em função da quantidade de alunos por
turma.
100
Capítulo 5
Conclusões e Recomendações
O presente capítulo apresenta uma síntese geral da Dissertação, as conclusões e
recomendações, destacando os pontos mais importantes de cada capítulo de acordo com os
resultados obtidos. E uma análise crítica do trabalho, avaliação das limitações e
direcionamento para novas pesquisas.
A estrutura deste capítulo segue a formatação adotada pelo Programa de
Engenharia de Produção da UFRN e, está composto de oito partes: revisão da literatura,
metodologia da pesquisa, resultados da pesquisa, análise crítica do trabalho, limitações do
trabalho, direções da pesquisa, recomendações e conclusões.
5.1 Revisão da Literatura
A revisão da literatura que norteou esta pesquisa apontou para as condicionantes
do conforto físico e ergonômico do ambiental no posto de atividade discente que
possivelmente influenciam a percepção de conforto na opinião dos discentes em seu
posto de atividades.
Inicialmente partiu-se dos conceitos da Ergonomia, numa tentativa de mostrar e
reconhecer a sua importância aliada à pedagogia. Segundo Hahn (1999, p.12), “A partir
da consideração do conforto e da facilidade na execução das tarefas, verifica-se que
tanto a ergonomia quanto a pedagogia estão preocupadas com o desenvolvimento do
indivíduo, priorizando sua saúde física e mental”.
Em seguida foi abordado a importância dos diversos agrupamentos de variáveis
ergonômicas relacionadas com a percepção de conforto do ambiente físico das salas de
aula na opinião dos alunos, onde foi levantado informações sobre: as zonas
condicionantes de conforto acústico, luminoso e térmico dos ambientes de salas de aula;
101
a importância do arranjo físico, cores, mobiliário, as diversas posturas adotada pelos
alunos, e a localização dos equipamentos didáticos no posto de atividade discente.
A pesquisa bibliográfica consistiu em uma revisão feita através de livros, revistas,
artigos, dissertações, teses, jornais e sites nacionais e internacionais, relativos aos dados
relacionados aos órgãos, às normas e às leis que regem o estudo do conforto em ambientes
de trabalho, com a finalidade de se obter o embasamento teórico necessário para a
compreensão e produção do presente trabalho.
Esta pesquisa fez um estudo da importância da ergonomia no ambiente das salas
de aula de uma instituição privada de ensino superior, segmento econômico que tem
demonstrado um forte crescimento nos últimos anos na cidade do Natal, Estado do Rio
Grande do Norte. Convém ressaltar aos gestores das IES, que não é aconselhável
observar investimentos em ergonomia como custos, ou visando retorno financeiro, pois
a qualidade do serviço prestado se tornará em longo prazo um ponto favorável ao
retorno financeiro dos investimentos. O setor necessita antes de tudo de qualidade no
serviço prestado, atualmente um ponto fortemente observado pelo MEC, por ocasião de
suas inspeções em todo país. O MEC avalia a adequação da infra-estrutura física das
IES, tendo em vista o número de alunos, objetivos do curso, projeto pedagógico e
horários de funcionamento, indicando a existência ou não dos itens que devem compor
a infra-estrutura física de suporte ao funcionamento do curso; avalia a adequação do
espaço físico tendo em vista a quantidade de equipamentos e o número de usuários,
avalia o plano de atualização tecnológica e a manutenção dos equipamentos e as
condições das instalações.
Petes; Walterman (1982 apud Gonçalves 1998, p.28) afirmam “para que uma
organização possa ser bem sucedida ela deve olhar para fora do seu sistema, ou seja, para
seus clientes”.
A adoção de práticas ergonômicas corretas em ambiente de salas de aula das
instituições de ensino poderá transformar a forma de agir das empresas do setor,
melhorando a qualidade do ensino e do serviço prestado. Nessa perspectiva, a gestão da
educação alicerçada em valores e princípios ergonômicos, surge como uma nova proposta
para o desenvolvimento das atividades docentes e discentes.
102
5.2 Metodologia da Pesquisa
Para realização deste trabalho, foi escolhido o setor de ensino superior privado em
Natal-RN, para viabilizar o estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, e uma
pesquisa de campo tipo survey, quanti-qualitativa e descritiva na tentativa de identificar a
percepção de conforto ergonômico e algumas características da população-alvo. Para
atender aos objetivos propostos, foi realizada medições dos níveis de conforto acústicos,
luminoso e térmico em 09 (nove) salas de aulas no período de 03 a 20 de Dez de 2004,
utilizando-se os seguintes equipamentos: um decibelímetro modelo DL – 4050 PRO, na
posição “A” que é a posição que irá simular a curva de resposta do ouvido humano, sendo
a posição ideal para medir o ruído do ambiente e na posição “C” que tenderá a uma curva
de resposta plana, sendo a posição adequada para medir o ruído gerado por máquinas e
equipamentos; um Luxímetro digital marca Instrutherm e modelo LD – 200, com foto
detector de diodo de silício com filtro na escala de 1 a 2000 lux; um
Termohigroanemômetro marca Instrutherm e modelo THAR – 185, para medir a
temperatura ambiente, URA e a velocidade do ar no ambiente das salas de aula
pesquisadas. Os resultados constam no Anexo II, e teve como objetivo confrontar os
valores registrados com os níveis recomendados nas normas regulamentadoras, literatura
pesquisada e os dados obtidos no instrumento de pesquisa, com o intuito de se verificar a
percepção de conforto acústico, luminoso e térmico percebido pelos alunos. Foi utilizado
também na pesquisa uma máquina fotográfica digital, com o objetivo de levantar
informações referentes ao layout, postura inadequada dos alunos, mobiliário e luminárias
das salas de aula, conforme o Anexo VI.
A população alvo foi composta por 290 (duzentos e noventa) alunos dos cursos de
Administração Comercio Exterior, Administração Sistema de Informação, Serviço Social,
Secretariado e Turismo, com idades entre 18 e 52 anos. A amostra foi do tipo
probabilística aleatória simples.
O instrumento de coleta de dados utilizado na pesquisa foi um questionário
estruturado em escala intervalar de diferencial semântico (Anexo I) baseado nos
indicadores de percepção de conforto ergonômico do posto de atividade discente,
envolvendo os seguintes agrupamentos de variáveis: Layout das salas de aula; Cores;
Acústica; Iluminação; Temperatura; Postura; Mobiliário e Equipamentos didáticos
103
auxiliares. Os itens foram distribuídos numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), e sujeitos a um
teste de confiabilidade interna, denominado alfa de Cronbach, considerando α 0,70.
As técnicas estatísticas utilizadas para análise dos dados foram: Análise Descritiva,
Análise de Cluster, e Teste Qui-quadrado. A Análise Descritiva foi utilizada para
apresentar o grau de importância da percepção de conforto das condicionantes físicas e
ergonômicas do ambiente das salas de aulas. A Análise de Cluster permitiu identificar dois
grupos (clusters) homogêneos em relação às respostas obtidas para cada agrupamento de
variáveis em estudo. A Análise do Teste Qui-quadrado permitiu identificar quais variáveis
foram importantes na associação (ou seja, p 0,0500) entre os clusters e as respostas
obtidas no agrupamento de variáveis categóricas: Dor nas partes do corpo; Trabalho; Horas
de Trabalho; Posição que Trabalha. E as variáveis não categóricas: Postura e Mobiliário do
posto de atividade discente.
A tabulação e análise dos dados foram realizados através do software Statística
versão 5.0 e Microsoft Excel 2000. Os métodos empregados na pesquisa para viabilizar os
objetivos propostos foram considerados eficazes. No entanto, há de se ponderar o zelo na
obtenção, organização, tabulação, análise e interpretação dos dados, que transmitiram
informações capazes de proporcionar conclusões objetivas e claras.
5.3 Resultados da Pesquisa
Considerando o número de alunos pesquisados, os resultados encontrados na
pesquisa de campo demonstram que a população-alvo escolhida de forma não-intencional é
significativa.
Dentre os resultados encontrados da análise descritiva neste estudo, chama atenção,
o layout das salas, a percepção de conforto acústico, a postura dos alunos e o mobiliário
das salas de aula pesquisada, caracterizada pelas médias atribuídas aos indicadores de
percepção de conforto ergonômico do ambiente, apresentar-se abaixo do nível considerado
bom.
Nas variáveis referentes ao layout, destacaram-se positivamente o espaço da sala de
aula destinado ao professor e a adequação do espaço para o conteúdo proposto pela
disciplina. E negativamente a localização da porta de entrada das salas de aula, a
quantidade de alunos nas salas de aula (onde a densidade social variou entre 1,25m
2
por
104
aluno na sala 16 até 3,62m
2
na sala 32), e a visualização da posição dos equipamentos
didáticos. Observou-se também que a instituição não adota o sistema de mudança de sala
de aula durante a mudança de disciplina (sala ambiente), e que existe uma área preferêncial
do lugar em que os alunos sentam (posição mais a frente e central em relação as laterais da
sala de aula), esta área preferencial corresponde a zona de ação citada no estudo realizado
por ADAMS; BIDDLE (1995 apud ARENDS 1997, p.79).
Com relação a cores utilizadas no ambiente de salas de aula, destacou-se
negativamente a utilização das cores para a transmissão da informação com recursos
didáticos, as demais variáveis ergonômicas do emprego das cores no ambiente de sala de
aula foram avaliadas positivamente em relação a percepção de conforto visual na opinião
dos alunos pesquisados.
A literatura recomenda para um nível de conforto acústico em salas de aula entre 40
a 55dB(A), nas variáveis referentes à percepção de conforto acústico das salas, verificou-se
com o uso de um decibelímetro durante 1 (uma) hora em cada sala de aula que o ruído do
ambiente variou entre 59,7 a 91,5dB(A), com a turma desempenhando tarefas e variou
entre 69,6 a 78,4 dB(C) com as salas de aula vazias e os equipamentos de ar condicionado
ligados, através dessa medição verificou-se que a inteligibilidade da transmissão do
conteúdo didático do professor para o aluno não está satisfatória de acordo com a NBR
10152; NR 17 e a literatura pesquisada que recomendam intervalo de Sinal/Ruído entre 10
a 15db(A), enquanto que o intervalo Sinal /Ruído registrado foi de -9,9 a 13,1 db(A). Foi
observado pela pesquisa que dentro das variáveis destacaram-se negativamente a acústica
da sala e os ruídos provocados pelos equipamentos de ar condicionado. As demais
variáveis referentes a acústica, também não obtiveram boas médias, exceto a influência do
barulho externo dos corredores no ambiente das salas de aula. A medição feita com o
decibelímetro detectou que as salas com condições péssimas sinal ruído foram salas 22, 32,
38 e 43. Enquanto que a análise descritiva dos clusters identificou que na opinião dos
alunos foram as salas 22, 32 e 48.
Em relação à luminosidade do ambiente das salas de aula, verificou-se com o uso
de um luxímetro digital durante 1 (uma) hora em cada sala de aula, que a quantidade de lux
oscilou entre 139 a 996 lux, enquanto que a NBR 5413; NR 17 e a literatura pesquisada
recomenda para um nível de conforto luminoso em salas de aula entre 200 a 750 lux,
havendo portanto salas com deficiência de iluminação (salas 16; 22; 38 e 48) e salas com
excesso de luminosidade (salas 05 e 08), sugerindo o desperdício de energia elétrica e a
fadiga visual. Foi observado que dentro das variáveis destacaram-se negativamente a
105
incidência de luz direta nos olhos, reflexos e ofuscamento existentes nas salas de aula, as
demais variáveis destacaram-se positivamente.
Com relação à temperatura, verificou-se com o uso de um termohigroanemômetro
durante 2 (duas) horas em cada sala de aula a temperatura ambiente, umidade relativa do ar
e a velocidade do ar, e que a temperatura do ambiente oscilou entre 24ºC a 29,5ºC, ficando
acima do nível considerado ideal para o conforto térmico das salas de aula conforme a
NBR 6401; NR 17 e a literatura pesquisada que recomendam níveis entre 20 a 24ºC
durante o verão. No entanto observou-se através da aplicação do instrumento de pesquisa,
que a sensação de conforto térmico na pinião dos alunos foi considerada boa apresentando
uma média de 6,8 e um desvio padrão de 2,27, conforme a Figura 20 Anexo III. A URA
variou entre 41,6 a 79,1%, ficando fora dos níveis recomendados para o ambiente de salas
de aula que deve ficar entre 35 a 65% conforme a NBR 6401 e entre 40% a 60% de acordo
com a NR 17. A ventilação das salas de aula oscilou entre 0,1m/s a 1,0m/s, ficando fora do
que é recomemendado para salas de aula de acordo com a NBR 6401 e NR 17, que
recomendam uma zona de conforto entre 0,4m/s a 0,75m/s, e que pode ser observado
também pela opinião dos alunos conforme a Figura 4.11 do Capítulo IV. A medição com o
termohigroanemômetro detectou que todas as salas pesquisadas estão acima dos níveis de
temperatura recomendados pela NBR 6401 e NR 17; a URA está acima dos níveis
recomendados nas salas 08, 16, 22, 32, 38, 43 e 46. E normal nas salas 05 e 48; enquanto
que a velocidade do ar está baixa nas salas 08, 32, 46 e 48 e nas demais, encontra-se acima
dos níveis recomendados para atividades escolares.
Em relação a postura adotada pelos alunos em salas de aula, observa-se que existe
uma percepção de desconforto face a acomodação postural em função do mobiliário e da
localização física dos equipamentos didáticos, como pode ser observado pelas Fotografias
05; 06; 07 e 08 do Anexo VI.
Com relação ao mobiliário, o conforto do assento das cadeiras, apoio nas costas, a
altura do assento e a ausência de dispositivos de regulagens antropométricas, contribuíram
de forma significativa para a sensação de desconforto muscular que provoca dores em
diversas partes do corpo.
Em relação aos equipamentos didáticos, observa-se que a nitidez da leitura da
informação não garante uma boa percepção de conforto visual. Observa-se através do
layout que a localização dos equipamentos didáticos auxiliares em sala de aula influencia
na percepção de conforto dos alunos e que o quadro não permite regulagem ideal para a
altura de cada professor, fazendo com que alguns escrevam muito acima e outros muito
abaixo da linha dos ombros, afetando a sua postura e a postura dos alunos que é dificultada
106
pela visibilidade para observar o que foi escrito, conforme demonstra a Fotografia 08 do
Anexo VI.
Os resultados da Análise de Cluster, possibilitaram agrupar as variáveis em dois
grupos e sintetizar as informações, fazendo com que os dados sobre a percepção de
conforto ergonômico das salas de aula, fossem reduzidos de forma conveniente à
informações sobre dois grupos, em conseqüência, foi possível observar que:
Com relação ao layout, os resultados obtidos mostram que não existe uniformidade
nas respostas dentro dos próprios clusters em relação ao indicador em estudo, o cluster 2
apresentam médias mais altas destacando o“Espaço destinado ao professor”. O cluster 1
que corresponde as médias mais baixas, destacando a “Quantidade de alunos na turma” e o
“Espaço disponível para cada aluno na sala”.
Com relação a cores empregadas no ambiente, conclui-se que o cluster 2 apresenta
médias mais altas, destacando “As cores das paredes das salas” e a “Cor do lápis usado
pelo professor para escrever no quadro”. O cluster 1 apresentou as médias mais baixas,
destacando a “Utilização das cores para a transmissão da informação com recursos
didáticos” e o “Reflexo das cores na superfície da mesa de tarefa”.
Em relação ao conforto acústico das salas de aula, o cluster 2 apresenta médias
mais altas, destacando a “Comunicação da informação do professor ao aluno” e a não
interferência do “Barulho dos corredores” nas salas de aula. O cluster 1 apresentou as
médias mais baixas, destacando a “Acústica da sala” e os “Ruídos dos equipamentos de ar
condicionado”.
Com relação ao conforto luminoso, conclui-se que o cluster 2 apresenta médias
mais altas, para as variáveis “Iluminação da sala”; a “Quantidade de lâmpadas”; a “Posição
das lâmpadas em ralação a tarefa” e a “Distribuição das lâmpadas pela sala”. O cluster 1
apresentou médias mais baixas destacando a “Incidência de luz direta nos olhos”;
“Reflexos” e “Ofuscamento”.
Com relação ao conforto térmico do ambiente, conclui-se que o cluster 2 apresenta
médias mais altas, destacando a “Temperatura do ambiente” e a “ventilação (circulação do
ar na sala de aula)”. O cluster 1 apresentou as médias mais baixas, destacando a “Posição
das janelas” e a “Posição dos equipamentos de ar condicionado”.
Em relação à postura dos alunos, conclui-se que entre os dois clusters a variável
referente a “Pausas durante a tarefa”, é a de maior média quanto ao agrupamento de
variáveis referentes a percepção de conforto. E que o cluster 1 avaliou o agrupamento das
variáveis ergonômicas da percepção do conforto postural com médias mais baixas,
destacando a “Acomodação postural em função do mobiliário.”.
107
Com relação ao mobiliário, conclui-se que o cluster 1 apresenta médias mais altas,
destacando a “Altura da mesa de tarefa” a “Inclinação da superfície da mesa de trabalho”.
O cluster 2 apresentou médias mais baixas, destacando o “Conforto do assento das
carteiras”; “Conforto do apoio das costas na carteira”; a “Altura do assento” e o “Espaço
para colocação de materiais nas carteiras”.
Com relação aos equipamentos didáticos, conclui-se que o cluster 2 apresenta
médias mais altas destacando a “Nitidez da leitura nos equipamentos Didáticos”. O cluster
1 avaliou com médias mais baixas, destacando a “Manutenção dos Equipamentos”.
Os resultados da Análise do Teste Qui-quadrado, possibilitou observar que existe
associação entre os clusters formados por dores no Cotovelo, Pulso, Perna, Ombro, Costa e
Região Lombar, em relação aos alunos que trabalham, dores no Quadril e Joelho, em
relação à quantidade de horas trabalhadas; dores no Pulso, em relação à posição que se
trabalha; dores na Região Lombar e a posição que o aluno senta na cadeira da sala de aula;
dores no Ombro, Região Lombar e Quadril em relação à acomodação Postural adotada
pelos alunos e dores na Nuca, Perna, Ombro, Costas, Região Lombar, Quadril e Joelho em
relação ao Mobiliário das salas de aula.
5.4 Análise Crítica do Trabalho
O presente trabalho contribuiu para analisar o grau de importância da percepção das
condicionantes ergonômica de conforto do posto de atividade discente e como essas
práticas estão sendo desenvolvidas na rede privada de ensino superior de Natal.
Os Indicadores de percepção de conforto podem ser influenciadores da qualidade
do serviço prestado e constituem uma importante ferramenta de auto-avaliação para as
empresas do setor que desejarem monitorar a qualidade de seus serviços, sendo inclusive
um diferencial.
Convém ressaltar a dificuldade em constituir um referencial bibliográfico
harmônico, em virtude da escassez da literatura pesquisada sobre o tema.
Após a coleta de dados, verificou-se que outras variáveis poderiam ter sido
incluídas no presente questionário, como a informação sobre a satisfação global de
conforto das salas de aula.
É importante ressaltar que no Indicador “conforto térmico” na escala de 0 (zero) a
10 (dez), deixou claro que a percepção de conforto térmico estava boa, mais dos alunos
108
que perceberam a sensação de conforto térmico como ruim, não houve um parâmetro
informando se estava ruim em relação à temperatura fria ou a temperatura quente.
Convém ressaltar que o período da coleta de dados (Nov/Dez 2004), possibilitou
um estudo longitudinal, pois os alunos pesquisados possuíam uma boa idéia de percepção
de conforto na sua sala de aula, por se encontrarem no final do semestre letivo, entretanto a
maioria das turmas encontrava-se em períodos de avaliações, realizando as provas finais, o
que dificultou a aplicação dos questionários, reduzindo de maneira significativa a amostra.
No entanto, estas limitações não diminuem a importância deste estudo. Pois, a
identificação das limitações constitui direcionamento para novos projetos.
5.5 Limitações do Trabalho
Considera-se que o objetivo geral deste estudo foi alcançado. Para isto foram
empregadas a análise descritiva e duas outras análises estatísticas (Clusters, Teste Qui-
quadrado), que possibilitou estudar a ergonomia do posto de atividade discente com ênfase
na percepção de conforto. A pesquisa limitou-se ao setor de ensino privado para estudar a
ergonomia das salas de aula.
Abrangências
A presente pesquisa pode ser estendida a outros níveis de ensino, como: ensino
infantil, ensino básico, ensino fundamental e tecnológico e para as Instituições Públicas.
5.6 Direções de Pesquisa
Este estudo delimitou-se a investigar a importância das condicionantes ergonômicas
com foco na percepção de conforto do posto de atividade discente na opinião dos alunos
especificamente em instituição privada do ensino superior. Entretanto, outros assuntos
relacionados à ergonomia das salas de aula das instituições de ensino podem surgir, como
pesquisas que possibilitem a disseminação da ergonomia aliada a pedagogia no setor de
ensino.
109
Novos questionamentos podem ser pesquisados, tais como: A realização de
pesquisa em: Instituições de Educação Tecnológica, em Instituições Públicas do Ensino
Superior, Escolas de 1º e 2º grau e na educação infantil; pode-se pesquisar os aspectos da
ergonomia cognitiva que envolve as condições ergonômicas de trabalho no ambiente da
sala de aula; realizar a pesquisa enfocando o posto de trabalho docente; realizar o estudo
em cursos de especialização e de pós-graduação, inclusive utilizando o presente
instrumento de pesquisa; aplicar a mesma pesquisa acrescentando ao instrumento de
pesquisa uma variável relacionada a percepção do conforto global das salas de aula para
realizar uma regressão linear; analisar as condições ergonômicas das salas de aula com o
rendimento escolar do aluno; realizar uma AET nas salas de aula e propor uma possível
intervenção.
Dada a relevância do tema em conseqüência das exigências da qualidade do ensino
e do serviço prestado pelas instituições num ambiente de mercado competitivo, e por ser a
ergonomia uma ciência em prol da prevenção e combate a doenças osteomusculares
relacionadas ao trabalho como promotora da saúde e da qualidade de vida no trabalho, e a
escassez de pesquisas na área, a pesquisa sobre as condicionantes ergonômica de conforto
na sala de aula, precisa ser ampliada e divulgada nas Universidades.
5.7 Recomendações
Considerando-se os resultados da presente pesquisa, recomenda-se que:
O layout da sala de aula seja melhorado adotando-se o sistema de sala
ambiente permitindo a troca de sala de aula após cada aula; o lugar
ocupado pelos alunos em sala de aula seja controlado e alternado durante
cada dia de aula; a direção das cadeiras nas laterais das salas seja voltada
para a tarefa principal, melhorando a visibilidade dos alunos em relação ao
professor, quadro e meios auxiliares de ensino; a localização da lousa não
seja ao lado da porta permitindo que os alunos entrem e saiam da sala sem
desviar a atenção dos demais; a visibilidade da tarefa seja melhorada com
a colocação de um piso em desnível nas salas de aula; os equipamentos de
ar condicionado sejam localizados em lados opostos nas laterais das salas
de aula para melhorar a circulação do ar e a acústica da sala (perfume
acústico); a densidade social (quantidade de alunos por turma) não seja
superior a 45 alunos.
110
Seja aplicada cores mais claras e uniformes no ambiente das salas da aula
para auxilia na intensidade e economia da iluminação; seja evitado cores
com brilho excessivo para não causar reflexos e ofuscamentos; seja
colocado nas salas, plantas, decorações, murais com artigos científicos e
trabalhos publicados pelos alunos em congressos.
As taxas de reverberação ambiental e os níveis de ruídos dos equipamentos
de ar-condicionado sejam mais baixos; o teto seja rebaixado com material
acústico que possibilita a passagem de instalações elétricas, dutos de ar e
canos ajudando no isolamento térmico do ambiente e revestido por
material absorvente de ruído com Absorção da Faixa Oral (SRA) de no
mínimo 0,80 e Classe de Atenuação de Teto (CAT) 35 a 40; a manutenção
das máquinas seja regular (ar condicionado e equipamentos didáticos
auxiliares); seja feita uma substituição gradativa dos equipamentos de ar
condicionado por equipamentos mais modernos existentes no mercado que
emitem menor ruído ambiente por possuir a fonte geradora de ruído
afastada do equipamento de ar.
Os reflexos e ofuscamentos sejam evitados com o emprego de telas
protetoras para difusão colocadas nas lâmpadas ou substituindo superfícies
lisas e polidas de mesas de trabalho e cores das paredes; seja utilizado
material adequado que possibilitem alto nível de refletância da luz,
auxiliando na claridade e conforto do ambiente reduzindo os custos com a
iluminação; seja evitado as oscilações das lâmpadas fluorescentes através
da alimentação por duas fases e da colocação das lâmpadas sempre em
pares.
Seja regulada diariamente a temperatura dos equipamentos de ar
condicionado de acordo com a temperatura prevista nas normas
regulamentadoras, observando-se a estação do ano; seja instalado
circuladores de ar para melhorar a ventilação; as janelas sejam abertas
ocasionalmente para melhorar a troca de ar no ambiente.
Os professores e alunos sejam alertados através de uma ergonomia de
conscientização para as conseqüências futuras de uma má postura e seja
inserido um programa de ginástica laboral voltado para os alunos durante o
intervalo das aulas.
111
O mobiliário (carteiras e cadeiras), seja substituído de maneira gradativa
por um mobiliário ergonômico, com encosto e assento regulável e com
estofamento que possibilite uma melhor percepção de conforto, evitando
dores e desconforto musculares nos alunos; seja colocado um selim em
cada sala de aula para aliviar a tensão gerada sobre os membros inferiores
dos professores.
A localização e a posição física dos equipamentos didáticos possibilitem
uma boa visibilidade dos mesmos; a nitidez na leitura da informação
atenda as exigências de uma boa visibilidade; seja observada a manutenção
periódica dos equipamentos didáticos; sejam colocados mecanismos de
ajustes verticais nas laterais da lousa, possibilitando a regulagem da sua
altura na parede respeitando as dimensões antropométricas adequada à
altura de cada professor.
Os empresários, engenheiros e arquitetos atentem por ocasião da
construção ou locação dos imóveis das edificações escolares, os fins a que
se destina o imóvel, o que por diversas vezes é colocado a margem, na
maioria das vezes em detrimento ao fator econômico. Entretanto caso a
ergonomia de concepção seja esquecida, sugere-se uma análise
ergonômica do trabalho e a intervenção ergonômica para a correção.
5.8 Conclusão
O presente estudo contribuiu para a qualidade do serviço prestado por IES,
especificamente a rede privada de ensino superior, por ter averiguado a importância das
condicionantes ergonômicas de conforto do posto de atividade discente e sua influência na
percepção de conforto percebido pelos seus usuários.
O instrumento de pesquisa baseado nos Indicadores de percepção de conforto com
variáveis adequadas ao setor, permitiu analisar de forma sistêmica o posto de atividade
discente, visto que foram analisados as dimensões de Layout, Cores, Conforto Acústico,
Conforto Luminoso, Conforto Térmico, Postura, Mobiliário e equipamentos Didáticos.
112
Nas variáveis referentes ao conforto acústico, luminoso e térmico, mensuradas
através dos equipamentos, verificou-se que os valores registrados estão fora da zona de
conforto considerada ideal para um ambiente de sala de aula.
Com relação aos equipamentos didáticos conclui-se que a “Nitidez da leitura”, pode
ser melhorada por seus usuários, através de seleção das cores e ajustes dos equipamentos.
E que a Manutenção preventiva dos Equipamentos é uma forte aliada para o seu bom
funcionamento e desempenho.
Os resultados sugerem uma associação entre dores no Cotovelo, Pulso, Perna,
Ombro, Costa e Região Lombar, em alunos que trabalham, dores no Quadril e Joelho, em
relação a quantidade de horas trabalhadas; dores no Pulso, em relação a posição que se
trabalha; dores na Região Lombar e a posição que o aluno senta na cadeira da sala de aula;
dores no Ombro, Região Lombar e Quadril em relação as Posturas adotadas pelos alunos e
dores na Nuca, Perna, Ombro, Costas, Região Lombar, Quadril e Joelho em relação ao
Mobiliário das salas de aula.
Finalmente, a pesquisa sugere que a aplicação aos alunos de um instrumento de
pesquisa baseado em condicionantes físicas (iluminação, acústica e temperatura) e
ergonômicas (layout, cores, postura, mobiliário e equipamentos didáticos) de conforto
presentes no ambiente, proporciona resultados confiáveis acerca da percepção de conforto
dos usuários, na medida em que os resultados obtidos convergem com os intervalos de
conforto registrados através da medição com os aparelhos. A utilização dos aparelhos é
importante para averiguar as condições físicas do ambiente imediatamente construído
(ergonomia de concepção) se estão de acordo com o projeto, enquanto que a coleta de
dados através de questionários permite obter com precisão suficiente as informações acerca
da percepção de conforto de um grupo de indivíduos em ambientes ocupados, sendo útil
para obter resultados confiáveis e sugerir se necessário uma possível intervenção
ergonômica.
113
Referências Bibliográficas
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entre pedagogia e mobiliário no NDI. 2001. Dissertação. (Mestrado em Ergonomia) -
Universidade Federal de Santa Catarina.
AÑEZ Ciro Romelio Rodriguez. Antropometria na Ergonomia, Artigo, Pontifícia
Universidade Católica do Paraná. 2003.
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122
Anexo I
Instrumento de Pesquisa
Prezado(a) estudante,
Como parte do Programa de Pós-Graduação do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, em nível de Mestrado, estamos desenvolvendo um trabalho de dissertação intitulado:
ESTUDO ERGONÔMICO DO POSTO DE ATIVIDADE DISCENTE EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR. Assim
sendo, é imprescindível o levantamento de dados para a realização dessa pesquisa, cuja finalidade é conhecermos melhor
os aspectos ergonômicos das salas de aulas. Sua sala foi sorteada para fazer parte de uma amostra que envolve três
salas de cada Unidade da Instituição. Pedimos sua colaboração e agradecemos antecipadamente sua atenção em
responder este questionário considerando suas opiniões pessoais. O questionário é anônimo e não há forma de identificar
os respondentes. Por favor, assinale apenas uma das alternativas para cada afirmativa efetuada no questionário.
Atenciosamente:
Prof. Valdemir Galvão de Carvalho <[email protected]>
Curso: _________________ Disciplina: _______________ Unidade: ________________ Sala: ____________
1. SOBRE SUA PRESENÇA NA FACULDADE
Durante as aulas em um mesmo dia, você muda de sala? Sim [ ] Não [ ]
Durante as aulas em um mesmo dia, você muda de lugar na sala? Sim [ ] Não [ ]
No desenho abaixo, marque um “X”, referente ao local que você
ocupa em sala de aula nesse momento.
No desenho abaixo, marque um “X”, no lugar que
você sempre desejaria ocupar.
2. CONSIDERANDO UMA AULA NORMAL NO SEU POSTO DE TAREFA E O LUGAR ONDE VOCÊ SENTA, de acordo
com a escala abaixo, como você avalia cada um dos seguintes aspectos:
COMO VOCÊ AVALIA CADA UM DOS SEGUINTES ASPECTOS
Péssimo
Ruim Regular Bom Excelente
Sem
Opinião
Espaço entre as cadeiras necessário ao seu deslocamento. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Distribuição do mobiliário na sala. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Visualização da posição física dos equipamentos didáticos. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Posição da porta de entrada da sala de aula. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Quantidade de alunos na turma. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Espaço disponível para cada aluno na sala. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Espaço destinado ao professor. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Adequação do espaço para o conteúdo proposto na disciplina. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Utilização das cores para a transmissão da informação com recursos
didáticos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Reflexo das cores na superfície da mesa de tarefa. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Cor do lápis usado pelo professor para escrever no quadro. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Interpretação da escrita do professor no quadro. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Acústica da sala. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Comunicação da informação do professor ao aluno. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
nterferência do barulho dos corredores. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Ruídos do Ar condicionado. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Iluminação da sala. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Quantidade de lâmpadas. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Posição das lâmpadas em ralação a tarefa. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Distribuição das lâmpadas pela sala. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Incidência de luz direta nos olhos. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Reflexos. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Ofuscamento. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Temperatura do ambiente. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Ventilação (circulação do ar na sala de aula). 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Quantidade de janelas. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Posição das janelas. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Posição dos equipamentos de ar condicionado. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Acomodação postural em função do mobiliário. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Acomodação postural em função dos recursos didáticos. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Pausas durante a tarefa. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Conforto do assento das carteiras. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Conforto do apoio das costas na carteira. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Altura do assento. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Altura da mesa de tarefa. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Inclinação da superfície da mesa de trabalho. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Espaço para colocação de materiais nas carteiras. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Espaço disponível para acomodação das pernas na carteira. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Manutenção dos Equipamentos. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Atualização tecnológica dos equipamentos 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
Nitidez da leitura nos equipamentos Didáticos. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
3. Marque um “X”, no desenho abaixo, onde geralmente você sente dores no corpo ocasionalmente ou freqüentemente.
4. Quando você está cansado durante a aula, qual das posições no assento costuma adotar?
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE VOCÊ:
5. Ano que está cursando? [ ] 1º Ano [ ] 2º Ano [ ] 3º Ano [ ] 4º Ano
6. Idade:______ Sexo: [ ] Masculino [ ] Feminino Quantos Filhos_____________
7. Faixa de Renda da Família mensal em R$ (soma de todas as rendas das pessoas que moram em sua casa):
[ ]Até 520,00 [ ] 520,00 a 2.600,00 [ ] 2600,00 a 5200,00 [ ] 5.200,00 a 10.400,00 [ ] Mais de 10.400,00
8. Quantas pessoas moram na sua casa [ ] 1 [ ] 2 [ ] 3 [ ]4 [ ] 5 [ ] Mais de 5
9. Trabalha: Sim [ ] Não [ ] Caso Afirmativo Quantas horas/dia: 4 a 6 [ ] 6 a 8 [ ] Mais que 8 horas [ ]
10. Com relação ao trabalho distribua percentualmente o tempo que passa: Sentado [ ] Em pé [ ] Andando [ ]
Anexo II
Mensurações das Condições Ergonômicas
Mensuração das Condições Ergonômicas das salas de aula pesquisadas no período de 03 a 20 de Dez de 2004
Unidades
Salas de
Aula
Ruído
ambiente(dB)
Ruído dos
Eqp (dB)
Lux
Quant. lâmpadas
Posição das
Lâmpadas
Dimensão
Cores
Aparelhos Ar
Condicionado
Janelas
Curso
Disciplina
Quant
Alunos
Densidade
Espacial
Temperatura
URA
Velocidade
do Ar
05
62,2 a 86,7 73,5 a 74,8 738 a 927 11 Pares
09 Paralelas
02 Perpendicular
60m
2
Branco 02 02 Adm Com Ext
Contab
Custo
32 1,88 26,6 a 28,1 56,1 a 63,0 0,3 a 0,8
08 59,7 a 81,4 73,5 a 78,4 761 a 966 11 Pares
09 Paralelas
02 Perpendicular
60m
2
Branco 02 02
Secretariado
Executivo
Psicol 24 2,50 25,8 a 26,6 59,8 a 65,4 0,2 a 05
I
16 61,3 a 72,5 73,8 a 75,2 292 a 376 11 Isoladas
04 Paralelas
07 Perpendicular
60m
2
Branco e
Azul
02 02 Adm Com Ext Adm Financ 48 1,25 26,2 a 26,6 62,4 a 68,1 0,3 a 0,8
22 63,8 a 70,8 73,4 a 76,7 139 a 329 03 Isoladas 03 Paralelas 40m
2
Creme 02 01 Serviço Social Psicol 28 1,43 25,3 a 26,3 70,1 a 76,3 0,1 a 1,0
32 64,2 a 70,6 71,9 a 74,0 372 a 509 12 Isoladas 12 Perpendiculares 65m
2
Creme 02 03 Serviço Social Psicol Aplic 17 3,82 24,0 a 25,7 68,7 a 71,1 0,1 a 0,3
II
38 65,1 a 72,2 70,9 a 74,2 263 a 424 09 Isoladas 09 Perpendiculares 65m
2
Branco gelo 02 03 Serviço Social FHTM III 23 2,83 27,1 a 27,3 69,1 a 71,3 0,1 a 0,6
43 66,1 a 71,8 69,7 a 71,9 259 a 543 09 Isoladas 09 Perpendiculares 60m
2
Branco e
Azul
02 02 Adm Com Ext
ContabBásic
a
37 1,62 26,8 a 29,5 63,8 a 62,1 0,1 a 0,5
46 64,1 a 91,5 70,8 a 73,2 265 a 581 12 Isoladas 12 Paralelas 71m
2
Branco e
Azul
02 02 Adm Sist Infor Adm Financ 46 1,45 28,7 a 29,1 68,5 a 79,1 0,1 a 0,5
III
48 59,9 a 71,2 69,6 a 70,5 323 a 561 12 Isoladas 12 Perpendiculares 60m
2
Branco e
Azul
02 02 Adm Sist Infor Adm Produç 35 1,71 25,0 a 26,3 41,6 a 42,7 0,1 a 0,3
Intervalos de Conforto Mensurados no Ambiente das Salas de Aula Pesquisadas X Normas Regulamentadoras
dB(A) Lux Quantidade de
Lâmpadas
Temperatura Umidade Relativa Velocidade do Ar Densidade Social
Ambiente Ar Cond Previsto Salas Previsto - Encontrada
nas Salas
Previsto
NR 17
Encontrada nas
Salas
Previsto
NR 17
Encontrada nas
Salas
Previsto
NR 17
Encontrada nas
Salas
Ideal
Mín 59,7 69,6 45 Mín 139 200 Mín 3 isoladas Min 24,0ºC 20ºC Mín 41,6% 40% Mín 0,1m/s 0,4m/s Mín 17 18
Máx 91,5 78,4 55 Máx 966 750 Máx 11 em Pares Max 29,5ºC 24ºC Máx 79,1% 60% Máx 1,0m/s 0,75m/s Máx 48 40
Com o objetivo de confrontar os valores registrados pelos equipamentos com as normas reguladoras e a percepção de conforto acústico, luminoso e térmico percebido pelos alunos por ocasião da
aplicação do questionário foram empregados na pesquisa os seguintes equipamentos:
1. Um decibelímetro modelo DL – 4050 PRO, na posição ‘A” que segundo o manual de instruções p. 04, afirma que essa é a posição que irá simular a curva de resposta do ouvido humano, sendo a posição
ideal para medir o ruído do ambiente. E também foi usado na posição “C” que tenderá a uma curva de resposta plana, sendo a posição adequada para medir o ruído gerado por máquinas e equipamentos.
2. Um Luxímetro digital marca Instrutherm e modelo LD – 200, com foto detector de diodo de silício com filtro na escala de 1 a 2000 lux.
3. Um Termohigroanemômetro marca Instrutherm e modelo THAR – 185. Para medir a temperatura ambiente, umidade relativa do ar e velocidade do ar no ambiente das salas de aula pesquisada.
Anexo III
Análise Descritiva das Variáveis
Y= 283
No of obs
12,7%
87,3
%
muda nao muda
Figura 01 - Mudança de sala de aula numa mesma jornada de atividades.
Y= 281
No of obs
22,1%
77,9%
0123
Figura 02 - Mudança de Lugar onde senta durante a mesma aula
y = 290
No of obs
40,3%
8,3%
9,7%
13,8%
27,9%
Adm Com . Secretar Turismo Servico Adm Sist
Figura 03 – Curso dos alunos pesquisados
Y= 290
No of obs
11,0%
23,8%
32,4%
7,9%
12,8%
12,1%
Contab de Custos
Psicolog
Adm Fin
FHTM
Contab Basica
Adm Prod
Figura 04 – Disciplinas ministradas nas salas de aulas pesquisadas
11%
8%
17%
10%
6%
8%
13%
16%
12%
Sala 5 Sala 8 Sala 16 Sala 22 Sala 32 Sala 38 Sala 43 Sala 46 Sala 48
Figura 05 – Salas de aula realizada a pesquisa
As variáveis a seguir possuem um grau de importância de cada item em escala, para
avaliar os indicadores da presença da ergonomia no posto de atividade discente,
obedecendo a seguinte escala:
Péssimo Ruim Regular Bom Excelente Sem Opinião
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]
1. LAYOUT
y = 284 * 1 * normal (x; 6,37676; 2,428254)
LAYOUT1
No of obs
3,2%
1,8%
5,3%
4,2%
3,9%
13,4%
8,5%
19,4%
25
,
7%
9,5%
5,3%
-101234567891011
Figura 06 - Espaço entre as cadeiras necessário ao deslocamento
y = 276 * 1 * normal (x; 6,11594; 2,3201)
LAYOUT2
No of obs
2,5%
2,9%
4,3%
4,7%
7,2%
11,2%
14,1%
21,4%
19,2%
10,5%
1,8%
-101234567891011
Figura 07 - Distribuição do mobiliário nas salas
y = 281 * 1 * normal (x; 6,185053; 2,34092)
LAYOUT3
No of obs
1,8%
3,9%
4,3%
6,4%
5,0%
8,9%
14,2%
20,6%
23,8
%
8,5%
2,5%
-101234567891011
Figura 08 - Visualização da posição física dos equipamentos
y = 286 * 1 * normal (x; 6,14685; 2,594077)
LAYUOT7
No of obs
4,2%
2,4%
5,9%
5,2%
4,5%
12,2%
11,2%
18,2%
19,2%
10,8%
5,9%
-101234567891011
Figura 09 - Espaço disponível para cada aluno na sala
y = 279 * 1 * normal (x; 7,17921; 2,16831)
LAYOUT8
No of obs
1,8%
1,4% 1,4%
3,2%
2,9%
6,5%
8,2%
23,3%
24,0
%
16,8%
10,4%
-101234567891011
Figura 10 - Espaço destinado ao professor
y = 280 * 1 * normal (x; 6,639285; 2,07612)
LAYOUT9
No of obs
2,1%
1,4%
1,8% 1,8%
5,7%
11,1%
14,6%
22,1%
25
,
4%
9,6%
4,3%
-101234567891011
Figura 11 - Adequação do espaço para o conteúdo proposto pela disciplina
2. CORES
y = 264 * 1 * normal (x; 6,92803; 2,200615)
CORES4
No of obs
2,7%
1,1%
1,5%
2,7%
3,4%
7,6%
14,4%
22,3%
20,8%
15,2%
8,3%
-101234567891011
Figura 12 – Reflexos das cores na superfície da mesa de trabalho
y = 279 * 1 * normal (x; 7,215053; 2,041913)
CORES5
No of obs
1,1%
1,8%
1,1%
1,4%
4,3%
6,1%
10,0%
25
,
4%
21,1%
17,9%
9,7%
-101234567891011
Figura 13 – Cor do lápis usado pelo professor para escrever no quadro
y = 276 * 1 * normal (x; 6,833333; 2,014793)
CORES6
No of obs
1,4%
1,1%
1,8%
3,3% 3,3%
6,5%
19,9%
22,5%
20,7%
14,5%
5,1%
-101234567891011
Figura 14 – Interpretação da escrita do professor no quadro
3. ACÚSTICA
y = 284 * 1 * normal (x; 6,049295; 2,623157)
ACUSTIC4
No of obs
6,7%
1,1%
1,8%
8,5%
6,0%
11,3%
15,5%
15,8%
16,9%
9,9%
6,7%
-101234567891011
Figura 15 – Interferência do barulho dos corredores
4. ILUMINAÇÃO
y = 286 * 1 * normal (x; 7,16084; 2,277734)
ILUMINA1
No of obs
2,4%
1,0%
0,3%
4,2%
3,5%
8,7% 8,7%
19,6%
22,7%
14,0%
14,7%
-101234567891011
Figura 16 – Iluminação das salas de aula
y = 285 * 1 * normal (x; 7,185965; 2,189237)
ILUMINA2
No of obs
1,4%
2,5%
3,9%
5,6%
5,3%
10,2%
21,1%
20,0%
16,8%
13,3%
-101234567891011
Figura 17 – Quantidade de lâmpadas das salas de aula
y = 286 * 1 * normal (x; 7,03147; 2,277823)
ILUMINA3
No of obs
2,1%
0,3%
2,1%
3,1%
6,6%
8,0%
10,1%
18,9%
21,3%
14,0%
13,3%
-101234567891011
Figura 18 – Posição das lâmpadas em relação a tarefa
y = 289 * 1 * normal (x; 7,04498; 2,23639)
ILUMINA4
No of obs
1,7%
0,7%
1,4%
2,8%
5,5%
11,8%
11,1%
17,0%
20,4%
13,5%
14,2%
-101234567891011
Figura 19 – Distribuição das lâmpadas pela sala de aula
5. TEMPERATURA
y = 275 * 1 * normal (x; 6,883636; 2,27352)
TEMPERA1
No of obs
2,5%
2,2%
2,9%
2,2%
1,8%
7,3%
12,7%
21,5%
26
,
2%
13,1%
7,6%
-101234567891011
Figura 20 – Temperatura das salas de aulas
y = 271 * 1 * normal (x; 6,369003; 2,48335)
TEMPERA3
No of obs
4,1%
1,8%
3,7%
3,3%
10,0%
6,6%
9,2%
23,6%
20,7%
11,1%
5,9%
-101234567891011
Figura 21 – Quantidade de janelas
y = 270 * 1 * normal (x; 6,18889; 2,47918)
TEMPERA4
No of obs
3,3%
2,2%
4,4%
5,9%
8,1%
9,6%
10,0%
21,9%
18,9%
10,4%
5,2%
-101234567891011
Figura 22 – Posição das Janelas
6. POSTURA
y = 268 * 1 * normal (x; 5,4403; 2,841667)
POSTURA3
No of obs
9,7%
4,1%
5,2%
6,3% 6,3%
10,8%
13,1%
16,8%
17,5%
6,3%
3,4%
0,4%
-10123456789101112
Figura 23 – Pausas durante a tarefa
7. MOBILIÁRIO
y = 278 * 1 * normal (x; 4,420863; 3,11266)
MOBILIA4
No of obs
19,8%
5,0% 5,0%
10,4%
8,6%
9,0%
10,4%
12,2%
9,7%
6,8%
2,9%
-101234567891011
Figura 24 – Altura da mesa de tarefa
y = 272 * 1 * normal (x; 4,40809; 3,12926)
MOBILIA5
No of obs
19,5
%
5,9%
7,4%
8,5%
5,9%
9,9%
10,7%
12,5%
10,7%
7,0%
2,2%
-101234567891011
Figura 25 – Inclinação da superfície de trabalho
y = 278 * 1 * normal (x; 4,07194; 3,080485)
MOBILIA6
No of obs
20
,
9%
6,5%
9,4%
10,8%
4,7%
9,4%
11,9%
9,7%
9,0%
6,1%
1,8%
-101234567891011
Figura 26 – Espaço destinado para a colocação de material escolar nas carteiras
y = 276 * 1 * normal (x; 4,438405; 3,092485)
MOBILIA7
No of obs
19,6
%
6,2%
4,7%
8,7% 8,7%
8,0%
11,6% 11,6%
13,8%
5,8%
1,4%
-101234567891011
Figura 27 – Espaço destinado para a acomodação das pernas nas carteiras
8. EQUIPAMENTOS DIDÁTICOS
y = 273 * 1 * normal (x; 5,48718; 2,69272)
EQPDIDT1
No of obs
8,1%
4,8%
3,7%
6,6%
6,2%
13,6%
12,5%
19,8%
15,8%
6,6%
2,6%
-101234567891011
Figura 28 – Manutenção dos equipamentos didáticos
y = 270 * 1 * normal (x; 5,907407; 2,607313)
EQPDIDT2
No of obs
4,8%
4,4%
3,7%
7,0%
5,6%
8,5%
18,9%
14,4%
18,1%
11,1%
3,3%
-101234567891011
Figura 29 – atualização tecnológica dos equipamentos didáticos
y = 273
No of obs
4,0%
11,0%
10,6%
48,7
%
25,6%
12345
Figura 30 – Posição que os alunos sentam quando estão cansados
y = 285
No of obs
21,8%
24,2%
30,9
%
23,2%
1234
Figura 31 – Ano do curso
y = 62
No of obs
43,5%
45,2%
6,5%
3,2%
1,6%
01234567
Figura 32 – Quantidade de filhos
y = 279
No of obs
4,3%
15,8%
27,6%
29,7%
16,1%
6,5%
12345> 5
Figura 33 – Quantidade de pessoas na família
y = 285
No of obs
81,4%
18,6%
Trabalha Nao Trabalha
Figura 34 – Alunos que trabalham
y = 233
No of obs
24,9%
54,5%
20,6%
4 a 6 h 6 a 8 h Mais que 8 h
Figura 34 – Horas de trabalho
y = 230
No of obs
68,7%
17,8%
13,5%
Sentado Em Pe Andando
Figura 36 – Postura adotada durante o trabalho
Anexo IV
Resultados da Análise de Cluster
1. LAYOUT
Análise de Variância
Between Within signif.
SS df SS df F p
LAYOUT1 374,66 1 1294,02 288 83,38 0,0000
LAYOUT2 409,68 1 1070,60 288 110,20 0,0000
LAYOUT3 295,88 1 1238,49 288 68,80 0,0000
LAYOUT4 370,82 1 2179,12 288 49,01 0,0000
LAYOUT5 1206,62 1 1452,84 288 239,19 0,0000
LAYUOT6 729,07 1 1188,76 288 176,63 0,0000
LAYOUT7 315,07 1 991,96 288 91,47 0,0000
LAYOUT8 289,78 1 912,78 288 91,43 0,0000
Estatística Descritiva para cada Cluster
Cluster 1 (n = 89) Cluster 2 (n = 201)
Média DP Variância Média DP Variância
LAYOUT1 4,67 2,63 6,94 LAYOUT1 7,13 1,85 3,41
LAYOUT2 4,33 2,37 5,64 LAYOUT2 6,91 1,69 2,87
LAYOUT3 4,67 2,60 6,78 LAYOUT3 6,85 1,79 3,20
LAYOUT4 4,32 3,17 10,03 LAYOUT4 6,76 2,54 6,47
LAYOUT5 2,67 2,50 6,27 LAYOUT6 7,09 2,12 4,50
LAYUOT6 3,76 2,53 6,41 LAYUOT7 7,20 1,77 3,12
LAYOUT7 5,61 2,49 6,24 LAYOUT8 7,87 1,49 2,21
LAYOUT8 5,14 2,36 5,59 LAYOUT9 7,30 1,45 2,10
2. CORES
Análise de Variância
Between Within signif.
SS df SS df F p
CORES1 477,62 1 893,38 288 153,97 0,0000
CORES2 448,40 1 825,22 288 156,49 0,0000
CORES3 372,05 1 787,04 288 136,14 0,0000
CORES4 199,13 1 917,19 288 62,52 0,0000
Estatística Descritiva para cada Cluster
Cluster 1 (n = 89) Cluster 2 (n = 201)
Média DP Variância Média DP Variância
CORES1 4,25 2,25 5,06 CORES1 7,03 1,49 2,23
CORES2 5,05 2,22 4,96 CORES4 7,75 1,39 1,94
CORES3 5,51 2,18 4,77 CORES5 7,96 1,35 1,83
CORES4 5,58 1,98 3,92 CORES6 7,38 1,69 2,85
3. ACUSTICA
Análise de Variância
Between Within signif.
SS df SS df F p
ACUSTIC1 1462,55 1 1335,86 288 315,31 0,0000
ACUSTIC2 159,72 1 1246,81 288 36,89 0,0000
ACUSTIC3 147,56 1 1799,74 288 23,61 0,0000
ACUSTIC4 1485,40 1 1168,61 288 366,07 0,0000
Estatística Descritiva para cada Cluster
Cluster 1 (n = 151) Cluster 2 (n = 139)
Média DP Variância Média DP Variância
ACUSTIC1 1,45 1,87 3,49 ACUSTIC1 5,94 2,42 5,87
ACUSTIC2 5,93 2,49 6,21 ACUSTIC3 7,41 1,50 2,27
ACUSTIC3 5,36 2,90 8,43 ACUSTIC4 6,79 1,96 3,87
ACUSTIC4 1,05 1,53 2,34 ACUSTIC5 5,58 2,43 5,92
4. ILUMINAÇÃO
Análise de Variância
Between Within signif.
SS df SS df F p
ILUMINA1 646,67 1 831,92 288 223,86 0,0000
ILUMINA2 599,82 1 761,31 288 226,90 0,0000
ILUMINA3 716,50 1 762,21 288 270,72 0,0000
ILUMINA4 680,73 1 759,67 288 258,07 0,0000
ILUMINA5 459,60 1 1088,06 288 121,65 0,0000
ILUMINA6 502,97 1 1120,05 288 129,33 0,0000
ILUMINA7 393,63 1 964,47 288 117,54 0,0000
Estatística Descritiva para cada Cluster
Cluster 1 (n = 103) Cluster 2 (n = 187)
Média DP Variância Média DP Variância
ILUMINA1 5,14 2,35 5,529993 ILUMINA1 8,26 1,20 1,44
ILUMINA2 5,24 2,16 4,676407 ILUMINA2 8,25 1,23 1,52
ILUMINA3 4,91 2,06 4,260888 ILUMINA3 8,19 1,32 1,76
ILUMINA4 4,98 2,02 4,117265 ILUMINA4 8,18 1,35 1,82
ILUMINA5 4,61 2,38 5,328716 ILUMINA5 7,24 1,71 2,92
ILUMINA6 4,28 2,31 5,375547 ILUMINA6 7,03 1,75 3,07
ILUMINA7 4,67 2,30 5,319026 ILUMINA7 7,10 1,50 2,26
5. TEMPERATURA
Análise de Variância
Between Within signif.
SS df SS df F p
TEMPERA1 335,15 1 1081,11 288 89,28 0,0000
TEMPERA2 658,05 1 1056,50 288 179,38 0,0000
TEMPERA3 671,95 1 993,14 288 194,85 0,0000
TEMPERA4 812,24 1 841,11 288 278,11 0,0000
TEMPERA5 990,84 1 1171,02 288 243,68 0,0000
TEMPERA6 750,13 1 1294,63 288 166,87 0,0000
Estatística Descritiva para cada Cluster
Cluster 1 (n = 99) Cluster 2 (n = 191)
Média DP Variância Média DP Variância
TEMPERA1 5,39 2,71 7,39 TEMPERA1 7,65 1,36 1,87
TEMPERA2 4,49 2,62 6,90 TEMPERA2 7,67 1,41 1,99
TEMPERA3 4,25 2,40 5,77 TEMPERA3 7,46 1,49 2,24
TEMPERA4 3,86 2,07 4,29 TEMPERA4 7,39 1,48 2,21
TEMPERA5 3,52 2,56 6,59 TEMPERA5 7,41 1,66 2,76
TEMPERA6 3,19 2,49 6,21 TEMPERA6 6,58 1,90 3,61
6. POSTURA
Análise de Variância
Between Within signif.
SS df SS df F p
POSTURA1 1534,68 1 995,08 288 444,17 0,0000
POSTURA2 1378,37 1 885,39 288 448,35 0,0000
POSTURA3 674,26 1 1481,78 288 131,05 0,0000
Estatística Descritiva para cada Cluster
Cluster 1 (n = 115) Cluster 2 (n = 175)
Média DP Variância Média DP Variância
POSTURA1 1,79 1,86 3,47 POSTURA1 6,49 1,85 3,44
POSTURA2 2,33 2,00 4,03 POSTURA2 6,79 1,56 2,44
POSTURA3 3,55 2,83 8,02 POSTURA3 6,67 1,80 3,25
7. MOBILIÁRIO
Análise de Variância
Between Within signif.
SS df SS df F p
MOBILIA1 1117,21 1 1347,60 288 238,76 0,0000
MOBILIA2 1224,03 1 1263,92 288 278,91 0,0000
MOBILIA3 1579,86 1 1055,69 288 430,99 0,0000
MOBILIA4 1673,66 1 1010,09 288 477,19 0,0000
MOBILIA5 1622,95 1 1030,75 288 453,46 0,0000
MOBILIA6 1491,31 1 1137,24 288 377,66 0,0000
MOBILIA7 1367,77 1 1262,18 288 312,09 0,0000
Estatística Descritiva para cada Cluster
Cluster 1 (n = 159) Cluster 2 (n = 131)
Média DP Variância Média DP Variância
MOBILIA1 4,80 2,54 6,49 MOBILIA1 0,86 1,57 2,47
MOBILIA2 4,96 2,57 6,65 MOBILIA2 0,84 1,27 1,63
MOBILIA3 6,29 1,97 3,90 MOBILIA3 1,60 1,83 3,37
MOBILIA4 6,60 1,82 3,34 MOBILIA4 1,77 1,92 3,70
MOBILIA5 6,55 1,85 3,42 MOBILIA5 1,80 1,94 3,76
MOBILIA6 6,13 2,10 4,43 MOBILIA6 1,57 1,83 3,35
MOBILIA7 6,40 1,92 3,69 MOBILIA7 2,04 2,28 5,21
8. EQUIPAMENTOS DIDÁTICOS
Análise de Variância
Between Within signif.
SS df SS df F p
EQPDIDT1 1048,05 1 924,15 288 326,61 0,0000
EQPDIDT2 1059,61 1 769,06 288 396,80 0,0000
EQPDIDT3 896,55 1 849,43 288 303,97 0,0000
Estatística Descritiva para cada Cluster
Cluster 1 (n = 98) Cluster 2 (n = 192)
Média DP Variância Média DP Variância
EQPDIDT1 2,82 2,04 4,20 EQPDIDT1 6,84 1,64 2,70
EQPDIDT2 3,23 2,08 4,33 EQPDIDT2 7,27 1,35 1,82
EQPDIDT3 3,64 2,18 4,76 EQPDIDT3 7,36 1,42 2,02
Anexo V
Resultados do Teste Qui-quadrado
1. Variáveis Dores associadas aos alunos que Trabalham
Tabela 1.1 - Freqüências observadas
Dor no Cotovelo
Clusters Total
1 60 7 67
2 172 46 218
Total 232 53 285
Tabela 1.2 - Freqüências esperadas (p = 0,0499)
Dor no Cotovelo
Clusters Total
1 55 12 67
2 177 41 218
Total 232 53 285
Tabela 1.3 - Freqüências observadas
Dor no Pulso
Clusters Total
1 72 9 81
2 160 44 204
Total 232 53 285
Tabela 1.4 - Freqüências esperadas (p = 0,0407)
Dor no Pulso
Clusters Total
1 66 15 81
2 166 38 204
Total 232 53 285
Tabela 1.5 - Freqüências observadas
Dor na Perna
Clusters Total
1 67 7 74
2 165 46 211
Total 232 53 285
Tabela 1.6 - Freqüências esperadas (p = 0,0188)
Dor na Perna
Clusters Total
1 60 14 74
2 172 39 211
Total 232 53 285
Tabela 1.7 - Freqüências observadas
Dor no Ombro
Clusters Total
1 113 17 130
2 119 36 155
Total 232 53 285
Tabela 1.8 - Freqüências esperadas (p = 0,0282)
Dor no Ombro
Clusters Total
1 106 24 130
2 126 29 155
Total 232 53 285
Tabela 1.9 - Freqüências observadas
Dor na Costa
Clusters Total
1 146 24 170
2 86 29 115
Total 232 53 285
Tabela 1.10 - Freqüências esperadas (p = 0,0181)
Dor na Costa
Clusters Total
1 138 32 170
2 94 21 115
Total 232 53 285
Tabela 1.11 - Freqüências observadas
Dor na Re
g
ião Lombar
Clusters
Sim Não
Total
1 137 21 158
2 95 32 127
Total 232 53 285
Tabela 1.12 - Freqüências esperadas (p = 0,0102)
Dor na Re
g
ião Lombar
Clusters Total
1 129 29 158
2 103 24 127
Total 232 53 285
2. Variáveis Dores associadas a Horas de Trabalho
Tabela 2.1 - Freqüências observadas
Dor no Quadril
Clusters
4 a 6 h 8h Mais 8h
Total
1 21 39 26 86
2 37 88 22 147
Total 58 127 48 233
Tabela 2.2 - Freqüências esperadas (p = 0,0161)
Dor no Quadril
Clusters
4 a 6 h 8h Mais 8h
Total
1 21 47 18 86
2 37 80 30 147
Total 58 127 48 233
Tabela 2.3 - Freqüências observadas
Dor no Joelho
Clusters
4 a 6 h 8h Mais 8h
Total
1 22 30 19 71
2 36 97 29 162
Total 58 127 48 233
Tabela 2.4 - Freqüências esperadas (p = 0,0446)
Dor no Joelho
Clusters
4 a 6 h 8h Mais 8h
Total
1 18 39 15 71
2 40 88 33 162
Total 58 127 48 233
3. Variáveis Dores associadas a Postura adotada durante o Trabalho
Tabela 3.1 - Freqüências observadas
Dor no Pulso
Clusters
Sentado Em Pé
A
ndando
Total
1 59 10 3 72
2 99 31 28 158
Total 158 41 31 230
Tabela 3.2 - Freqüências esperadas (p = 0,0057)
Dor no Pulso
Clusters
Sentado Em Pé
A
ndando
Total
1 49 13 10 72
2 109 28 21 158
Total 158 41 31 230
4. Variáveis Dores associadas a Postura sentada quando cansado
Tabela 4.1 - Freqüências observadas
Dor na Re
g
ião Lombar
Clusters Total
1 84 34 118
2 49 36 85
Total 133 70 203
Tabela 4.2 - Freqüências esperadas (p = 0,0452)
Dor na Re
g
ião Lombar
Clusters Total
1 77 41 118
2 56 29 85
Total 133 70 203
5. Variáveis Dores associadas a acomodação Postural do aluno durante as aulas
Tabela 5.1 - Freqüências observadas
Dor no Ombro
Clusters Total
1 64 66 130
2 51 109 160
Total 115 175 290
Tabela 5.2 - Freqüências esperadas (p = 0,0026)
Dor no Ombro
Clusters Total
1 52 78 130
2 63 97 160
Total 115 175 290
Tabela 5.3 - Freqüências observadas
Dor na Re
g
ião Lombar
Clusters Total
1 78 80 158
2 37 95 132
Total 115 175 290
Tabela 5.4 - Freqüências esperadas (p = 0,0002)
Dor na Re
g
ião Lombar
Clusters Total
1 63 95 158
2 52 80 132
Total 115 175 290
Tabela 5.5 - Freqüências observadas
Dor no Quadril
Clusters Total
1 50 49 99
2 65 126 191
Total 115 175 290
Tabela 5.6 - Freqüências esperadas (p = 0,0065)
Dor no Quadril
Clusters Total
1 39 60 99
2 76 115 191
Total 115 175 290
6. Variáveis Dores associadas ao Mobiliário
Tabela 6.1 - Freqüências observadas
Dor na Nuca
Clusters Total
1 79 91 170
2 80 40 120
Total 159 131 290
Tabela 6.2 - Freqüências esperadas (p = 0,0006)
Dor na Nuca
Clusters Total
1 93 77 170
2 66 54 120
Total 159 131 290
Tabela 6.3 - Freqüências observadas
Dor na Perna
Clusters Total
1 33 41 74
2 126 90 216
Total 159 131 290
Tabela 6.4 - Freqüências esperadas (p = 0,0404)
Dor na Perna
Clusters Total
1 41 33 74
2 118 98 216
Total 159 131 290
Tabela 6.5 - Freqüências observadas
Dor no Ombro
Clusters Total
1 58 72 130
2 101 59 160
Total 159 131 290
Tabela 6.6 - Freqüências esperadas (p = 0,0016)
Dor no Ombro
Clusters Total
1 71 59 130
2 88 72 160
Total 159 131 290
Tabela 6.7 - Freqüências observadas
Dor nas Costa
Clusters Total
1 85 85 170
2 74 46 120
Total 159 131 290
Tabela 6.8 - Freqüências esperadas (p = 0,0492)
Dor nas Costa
Clusters Total
1 93 77 170
2 66 54 120
Total 159 131 290
Tabela 6.9 - Freqüências observadas
Dor na Re
g
ião Lombar
Clusters Total
1 70 88 158
2 89 43 132
Total 159 131 290
Tabela 6.10 - Freqüências esperadas (p = 0,0000)
Dor na Re
g
ião Lombar
Clusters Total
1 86,63 71,37 158
2 72,37 59,63 132
Total 159 131 290
Tabela 6.11 - Freqüências observadas
Dor no Quadril
Clusters Total
1 44 55 99
2 115 76 191
Total 159 131 290
Tabela 6.12 - Freqüências esperadas (p = 0,0105)
Dor no Quadril
Clusters Total
1 54 45 99
2 105 86 191
Total 159 131 290
Tabela 6.13 - Freqüências observadas
Dor no Joelho
Clusters Total
1 39 46 85
2 120 85 205
Total 159 131 290
Tabela 6.14 - Freqüências esperadas (p = 0,0487)
Dor no Joelho
Clusters Total
1 47 38 85
2 112 93 205
Total 159 131 290
Anexo VI
Relação de Fotografias
LAYOUT
Foto 01 - Localização da porta de entrada da sala de
aula ao lado da lousa (distrai a atenção por ocasião da
entrada e saída dos aluno).
Foto 02 - Localização Ideal para a porta de entrada da
sala de aula (por traz, não distrai a atenção do aluno
em relaçã a tarefa).
ILUMINAÇÃO
Foto 03 - Iluminação das salas de aula pesquisadas
(inadequada, provocando reflexos na lousa).
Foto 04 - Iluminação ideal para salas de aula
(luminárias perpendiculares a tarefa, distribuídas nos
espaços entre as cadeiras e com telas protetoras para
difusão).
POSTURA
Foto 06 – Os alunos que sentam nas cadeiras laterais
das salas de aula ficam mal posicionados em relação a
tarefa proposta pela atividade (lousa, professor e
recursos didáticos).
Foto 05 – Aluno em postura sentada em apoio ísquio-
sacral, provocada pelo desconforto de um mobiliário
inadequado (tronco apoiado no encosto da cadeira,
pelve em retroversão, lordose lombar retificada e
cifose dorsal exagerada).
MOBILIÁRIO
Foto 07 – O mobiliário das salas de aula pesquisada,
(não permitem regulagens dimensionais e não
possuem estofamentos). A localização dos
equipamentos de ar condicionado não é ideal para a
circulação do ar e do perfume acústico. As luminárias
estão distribuídas paralelamente a lousa e sobre as
cadeiras, provocando sombras, reflexos e incidência
direta de luz sobre os olhos.
Foto 08 - A posição fixa da lousa não permite
regulagens antropométricas para os professores, que
são obrigados a escrever acima ou abaixo da linha dos
ombros, dificultando a visibilidade dos alunos em
relação à tarefa.
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