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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
COMO ELEMENTO PARA
A QUALIDADE E A PRODUTIVIDADE
OSMILDO SOBRAL DOS SANTOS
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção
da Universidade Paulista,
para obtenção do título de
Mestre.
SÃO PAULO
2006
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Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
ii
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
COMO ELEMENTO PARA
A QUALIDADE E A PRODUTIVIDADE
OSMILDO SOBRAL DOS SANTOS
Orientação: Prof. Dr Pedro Luiz
de Oliveira Costa Neto.
Área de Concentração:
Engenharia de
Produção
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção da
Universidade Paulista, para
obtenção do título de Mestre.
São Paulo
2006
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Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
iii
Santos, Osmildo Sobral dos
Administração como elemento para qualidade e
produtividade./ Osmildo Sobral dos Santos. São
Paulo, 2006. 165p.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) Universidade Paulista, 2006.
Orientador: Prof. Dr. Pedro Luiz de Oliveira
Costa Neto
1. Qualidade. 2. Produtividade. 3.Serviços
4.Administração de Materiais.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
iv
Dedicatória
Em memória de João Antonio dos Santos Neto e
Julia Mendes Sobral dos Santos, meus pais,
por me educarem pelo exemplo.
A minha esposa Andrea Amaral Herrera,
pelo amor, estímulo e compreensão
que sempre me foram dados.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
v
Agradecimentos
Ao Professor Doutor Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto, pela amizade,
confiança, orientação segura, auxílio e sugestões que contribuíram de forma
expressiva para o desenvolvimento deste trabalho;
Ao Professor Doutor Oduvaldo Vendrametto, por permitir-me à honra de
compartilhar inúmeras vezes de seus pensamentos, pela amizade e
profissionalismo dedicado-me desde o primeiro dia no curso de pós-
graduação.
Aos professores e agora amigos, Professor Doutor José Benedito
Sacomano e Professor Doutor José Paulo Alves Fusco, pelas colaborações
enriquecedoras que permitiram desenvolver este trabalho e, sobretudo, pelo
apoio nas horas de difíceis;
A minha esposa, Andrea por assumir comigo muitas renúncias para
construção deste trabalho;
Aos meus amigos e familiares, pela ajuda e compreensão nos momentos de
ausência;
Aos amigos, irmãos e, muitas vezes, segundos pais, Professor Ms. Günter
Wilhelm Uhlmann e Professor Ms. José Antonio Siqueira Ribeiro por
ajudarem, acreditarem e incentivarem este trabalho de pesquisa;
Ao Professor Vanderlei Ribeiro dos Santos, por estender-me a mão e
acreditar em meu potencial;
A Nelson Machado Herrera e Dione Amaral Herrrera, por acolherem-me
como filho;
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
vi
Aos professores das disciplinas cursadas durante o Programa de Mestrado,
pelos valiosos ensinamentos;
Aos colegas de sala de aula do Programa de Mestrado, pela amizade,
companheirismo, trocas de experiências e incentivos;
Aos professores do curso de Administração e Pedagogia da Universidade
Guarulhos (UNG) pelos incentivos e colaborações, em especial, João Carlos
do Prado Rocha, Djalma Gonçalves, Ivan Peres Soares, Antonio Carlos
Estender, Eugenia Curvelo, Andrea Oliva, Katsuji Tomomitsu (Katian) e ao
Professor Ms. Cláudio R. Carneiro Cunha, pela confiança e profissionalismo
durante todos os instantes da execução deste trabalho.
A Professora Lislei Rosa de Freitas Uhlmann, pela amizade e generosidade,
com suas sugestões de design gráfico, que muito contribuíram para este
trabalho.
As pessoas e empresas pesquisadas, pela colaboração e informações
necessárias para viabilizar este trabalho;
A meus irmãos José (in memoriam), Lindinalva (in memoriam), Maria
Aparecida, Nivaldo, Osvaldo, Gerson, Maria Odete e José Monsueto, por
ajudarem a me educar, pelo exemplo de nossos pais;
A meus sobrinhos, a quem tento educar pelo exemplo.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
vii
SUMÁRIO
Resumo......................................................................................................... XII
Abstract........................................................................................................ XIII
Lista de Abreviaturas, Siglas e Símbolos......................................................
XIV
Lista de Ilustrações....................................................................................... XV
Lista de Tabelas............................................................................................ XIX
Lista de Anexos.............................................................................................
XX
CAPÍTULO 1 Introdução.......................................................................... 21
1. Apresentação........................................................................................... 21
1.2 Justificativa..............................................................................................
22
1.3 Objetivo.................................................................................................. 24
1.3.1 Objetivo Geral...................................................................................... 24
1.3.2 Objetivos Específicos.......................................................................... 25
1.4 Metodologia do trabalho......................................................................... 25
1.5 Estrutura do trabalho.............................................................................. 27
CAPÍTULO 2 Qualidade............................................................................
29
2. Qualidade Conceitos e Definições......................................................... 29
2.1. Um breve histórico da Qualidade........................................................... 33
2.1.1 Primeira Era: da Inspeção....................................................................
34
2.1.2 Segunda Era: do Controle Estatístico da Qualidade............................
35
2.1.3 Terceira Era: da Garantia da Qualidade.............................................. 37
2.1.3.1 A quantificação dos custos da Qualidade......................................... 38
2.1.3.2 O Controle Total da Qualidade..........................................................
39
2.1.3.3 A Engenharia da Qualidade.............................................................. 40
2.1.3.3 O zero defeito....................................................................................
41
2.1.4 Quarta Era: da Gestão da Qualidade Total.........................................
42
2.2 A Visão dos Especialistas da Qualidade.................................................
43
2.3 O Fator Humano na Gestão da Qualidade..............................................
44
2.4 Normas ISO 9000....................................................................................
47
2.5 A Evolução da Qualidade no Brasil.........................................................
49
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
viii
CAPÍTULO 3 Serviços.............................................................................. 52
3. Serviços Conceitos e Definições............................................................
52
3.1 Características dos Serviços...................................................................
54
3.2 Tipologia dos Serviços............................................................................ 57
3.3 A Importância dos Serviços na Economia...............................................
60
3.4 A Qualidade em Serviços........................................................................
63
3.5 Conquista da Qualidade em Serviços..................................................... 68
3.6 Satisfação do Cliente.............................................................................. 70
3.7 As expectativas dos clientes................................................................... 71
CAPÍTULO 4 Administração de Materiais.............................................. 75
4. Conceitos.................................................................................................. 75
4.1 Administração de Materiais e suas atividades de apoio......................... 79
4.1.1 Processo de armazenagem................................................................. 80
4.1.2. Manuseio de materiais........................................................................ 80
4.1.3. Embalagem de proteção..................................................................... 80
4.1.4. Obtenção ou Suprimentos...................................................................
81
4.1.5. Programação de produtos ou Planejamento.......................................
81
4.1.6 Sistema de informações.......................................................................
81
4.2 Evolução da Administração de Materiais................................................ 82
CAPÍTULO 5 Administração de Materiais, Serviços e Qualidade........
85
5. Administração de Materiais e Produção....................................................
85
5.1 O Serviço Administração de Materiais................................................. 89
5.2 Administração de Materiais com Qualidade............................................
91
CAPÍTULO 6 Metodologia e Pesquisa de Campo..................................
95
6. Método de Pesquisa..................................................................................
95
6.1 Abordagem de Pesquisa......................................................................... 96
6.2 Método ou técnica de procedimento....................................................... 97
6.3 Método de pesquisa escolhido................................................................
98
6.4 Pesquisa de Campo................................................................................ 99
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
ix
CAPÍTULO 7 Apresentação dos resultados...........................................
102
7. Análises.....................................................................................................
102
7.1 Importância..............................................................................................
103
7.1.1 Processo de armazenagem................................................................. 104
7.1.1.1 Processo de armazenagem x Desempenho..................................... 104
7.1.1.2 Processo de armazenagem x Confiabilidade....................................
105
7.1.1.3 Processo de armazenagem x Conformidade.................................... 106
7.1.1.4 Processo de armazenagem x Assistência técnica............................ 107
7.1.1.5 Processo de armazenagem x Características secundárias.............. 108
7.1.1.6 Processo de armazenagem x Qualidade percebida......................... 108
7.1.2 Embalagem de proteção...................................................................... 109
7.1.2.1 Embalagem de proteção x Desempenho.......................................... 109
7.1.2.2 Embalagem de proteção x Confiabilidade.........................................
110
7.1.2.3 Embalagem de proteção x Conformidade.........................................
111
7.1.2.4 Embalagem de proteção x Assistência técnica.................................
111
7.1.2.5 Embalagem de proteção x Características secundárias................... 112
7.1.2.6 Embalagem de proteção x Qualidade percebida.............................. 113
7.1.3. Manuseio de materiais........................................................................ 114
7.1.3.1 Manuseio de materiais x Desempenho............................................. 114
7.1.3.2 Manuseio de materiais x Confiabilidade............................................
115
7.1.3.3 Manuseio de materiais x Conformidade............................................
115
7.1.3.4 Manuseio de materiais x Assistência técnica....................................
116
7.1.3.5 Manuseio de materiais x Características secundárias...................... 117
7.1.3.6 Manuseio de materiais x Qualidade percebida................................. 118
7.1.4 Obtenção ou Suprimentos....................................................................
118
7.1.4.1 Obtenção ou Suprimentos x Desempenho....................................... 119
7.1.4.2 Obtenção ou Suprimentos x Confiabilidade...................................... 120
7.1.4.3 Obtenção ou Suprimentos x Conformidade...................................... 121
7.1.4.4 Obtenção ou Suprimentos x Assistência técnica.............................. 122
7.1.4.5 Obtenção ou Suprimentos x Características secundárias................ 123
7.1.4.6 Obtenção ou Suprimentos x Qualidade percebida............................
124
7.1.5. Programação de produtos ou Planejamento.......................................
124
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
x
7.1.5.1 Programação de produtos ou Planejamento x Desempenho............
125
7.1.5.2 Programação de Produtos ou Planejamento x Confiabilidade..........
126
7.1.5.3 Programação de produtos ou Planejamento x Conformidade.......... 127
7.1.5.4 Programação de produtos ou Planejamento x Assistência técnica.. 128
7.1.5.5 Programação de produtos ou Planejamento x Características
secundárias...................................................................................................
129
7.1.5.6 Programação de produtos ou Planejamento x Qualidade
percebida.......................................................................................................
129
7.1.6 Sistemas de informações..................................................................... 131
7.1.6.1 Sistemas de informações x Desempenho.........................................
131
7.1.6.2 Sistemas de informações x Confiabilidade....................................... 132
7.1.6.3 Sistemas de informações x Conformidade........................................
133
7.1.6.4 Sistemas de Informações x Assistência técnica............................... 134
7.1.6.5 Sistemas de informações x Características secundárias..................
135
7.1.6.6 Sistemas de informações x Qualidade percebida............................. 136
7.2 Eficiência................................................................................................. 137
7.2.1 Processo de armazenagem................................................................. 140
7.2.2 Embalagem de proteção...................................................................... 141
7.2.3 Manuseio de materiais......................................................................... 142
7.2.4 Obtenção ou Suprimentos....................................................................
142
7.2.5 Programação de produtos ou Planejamento........................................
143
7.2.6 Sistemas de informações..................................................................... 144
CAPÍTULO 8 Considerações finais, Conclusão e Recomendações....
145
8.1 Considerações Finais..............................................................................
145
8.1.1 Processo de armazenagem................................................................. 145
8.1.2 Embalagem de Proteção......................................................................
146
8.1.3 Manuseio de materiais......................................................................... 146
8.1.4 Obtenção ou Suprimentos....................................................................
147
8.1.5 Programação de produtos ou Planejamento........................................
147
8.1.6 Sistemas de Informações.....................................................................
148
8.2 Conclusão............................................................................................... 148
8.3 Recomendações para novas pesquisas................................................. 150
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
xi
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................
151
ANEXOS....................................................................................................... 157
Anexo I As quatro “eras” da qualidade.......................................................
157
Anexo II Questionário completo enviado às empresas.............................. 158
Anexo III Planilhas preenchidas pelos entrevistados................................. 163
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
xii
R E S U M O
SANTOS, O. S. Administração de Materiais como elemento para
qualidade e a produtividade. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) - Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade
Paulista, 2006.
Palavras-chave: qualidade; produtividade; serviços; administração de
materiais.
Uma das competências essenciais a ser implementada nas organizações
ainda diz respeito a entregar um produto ou serviço ao cliente, externo ou
interno, dentro das especificações de qualidade e preços planejados pela
área industrial nos limites das necessidades dos clientes, tendo as
atividades de apoio à produção fator relevante para o alcance tal objetivo.
Em meio às diversas áreas de apoio à produção, a Administração de
Materiais surge como uma atividade de grande importância para a qualidade
e produtividade dos serviços das empresas, fornecendo o nível requerido de
serviço não somente ao cliente externo, mas também ao cliente interno, por
meio dos processos de armazenagem, manuseio de materiais, embalagem
de proteção, obtenção ou suprimentos, programação de produtos ou
planejamento e sistema de informações, proporcionando vantagens
competitivas. Estuda-se neste trabalho, construído com aparato teórico
baseado nos conceitos e definições sobre Qualidade, Serviços e
Administração de Materiais, uma interface entre estes três campos mediante
uma análise comparativa, via questionário, das empresas do ramo industrial
de médio e grande porte das cidades de São Paulo, Guarulhos e região.
Sob a ótica da área de Produção, analisam-se as atividades de apoio
fornecidas pela Administração de Materiais, relacionando-as com aspectos
relevantes para a qualidade e produtividade do processo. Com isso,
clarificaram-se aspectos da importância da Administração de Materiais no
fornecimento de serviços com qualidade para satisfação do consumidor
interno Produção e da eficiência com que estas atividades são realizadas
nas empresas pesquisadas.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
xiii
A B S T R A C T
SANTOS, O. S. Materials Administration how element for quality and
productivity. Dissertation (Master of Science in Production Engineering) -
Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Paulista, 2006.
Key-words: quality; productivity; services; materials administration;
One of the essential abilities to be implemented in organizations still refers to
deliver a product or service to the customer, external or internal, one,
according to specifications of quality and prices decided by the industrial
area in conformance with the necessities of the customers, for what the
support activities to production are highly relevant. Among the several
activities on support to production, the Materials Administration helds great
importance for the quality and productivity of companies, supplying the
required level of service not only to the external clients, but also to the
internal ones, by means of storage, materials handling, protection packing,
attainment or suppliments, products programming (or planning) and
information system processes, providing competitive advantages. This
research was done with theoretical apparatus based on the concepts and
definitions of Quality, Services and Materials Administration. An interface
among these three fields is studied by means of a comparative analysis, held
through questionnaires, answered by medium and big companies of the
industrial branch in the cities of São Paulo, Guarulhos and its region. Under
the Production area point of view, the Materials Administration activities are
analyzed relating them with relevant aspects of quality and productivity of the
process. With this, it was possible to clarify several aspects of the
importance of Materials Administration in the delivery of services with quality
to the internal client Production and the efficiency with which these activities
are carried through in the researched companies.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
xiv
Lista de Abreviaturas
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANSI
American National Standards Institute
ASQ
American Society of Quality (Sociedade Americana de
Qualidade)
ASQC
American Society of Quality Control (Sociedade Americana de
Controle de Qualidade)
BSI
British Standards Institute
CEQ
Controle Estatístico de Qualidade
CQ
Controle da Qualidade
DIN
Deutsches Institut für Normung
FMEA
Failure Mode and Effect Analysis (Análise de Modo e Efeito de
Falhas)
INMETRO
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial
ISO
International Organization for Standartization (Organização
Internacional de Normalização)
JIT
Just - in - time
JUSE
Union of Japonese Scientists and Engineers
SERVQUAL
Service Quality
TQC
Total Quality Control (Controle da Qualidade Total)
TQM
Total Quality Management (Gestão da Qualidade Total)
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
xv
Lista de Ilustrações
Figuras
Figura 1.1 Campos (1992), conceito de produtividade................................
23
Figura 1.2 Etapas a serem desenvolvidas na pesquisa..............................
26
Figura 2.1 Componente da Qualidade Total................................................
31
Figura 2.2 Cadeia serviços-lucro.................................................................
47
Figura 3.1 O contínuo entre produtos e serviços.........................................
53
Figura 3.2 Operações de serviços divididas entre front office e back
room.................................................................................................................
54
Figura 3.3 Classificação dos processos de serviços...................................
59
Figura 3.4 Fatores influenciadores da expectativa do cliente......................
65
Figura 3.5 Modelo para qualidade em serviços - SERVQUAL....................
70
Figura 3.6 Níveis de expectativa, níveis de qualidade percebidos e
impacto na satisfação do consumidor.............................................................
74
Figura 4.1 Relação entre as três atividades logísticas primárias para
atender o cliente ciclo crítico.........................................................................
78
Figura 4.2 Planejamento de controle de estoques......................................
79
Figura 5.1 O Triângulo do Serviço...............................................................
87
Figura 5.2 Interação dos clientes internos Administração de Materiais e
Produção..........................................................................................................
88
Figura 5.3 Logística integrada.....................................................................
89
Figura 5.4 Abordagens da Qualidade e necessidades do usuário..............
93
Gráficos
Gráfico 7.1 Importância da Dimensão da Qualidade Desempenho para
a atividade Processo de Armazenagem.......................................................
104
Gráfico 7.2 Importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade para
a atividade Processo de armazenagem........................................................
105
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
xvi
Gráfico 7.3 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade para
a atividade Processo de armazenagem........................................................
106
Gráfico 7.4 Importância da Dimensão da Qualidade Assistência técnica
para a atividade Processo de armazenagem................................................
107
Gráfico 7.5 Importância da Dimensão da Qualidade Características
secundárias para a atividade Processo de armazenagem...........................
108
Gráfico 7.6 Importância da Dimensão da Qualidade Qualidade
percebida para a atividade Processo de armazenagem............................
108
Gráfico 7.7 Importância da Dimensão da Qualidade Desempenho para
a atividade Embalagem de proteção.............................................................
109
Gráfico 7.8 importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade para
a atividade Embalagem de proteção.............................................................
110
Gráfico 7.9 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade para
a atividade Embalagem de proteção.............................................................
111
Gráfico 7.10 Importância da Dimensão da Qualidade Assistência
técnica na atividade Embalagem de proteção..............................................
112
Gráfico 7.11 Importância da Dimensão da Qualidade Características
secundárias para a atividade Embalagem de proteção................................
112
Gráfico 7.12 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade
para a atividade Embalagem de proteção.....................................................
113
Gráfico 7.13 Importância da Dimensão da Qualidade Desempenho para
a atividade Manuseio de materiais................................................................
114
Gráfico 7.14 Importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade
para a atividade Manuseio de materiais........................................................
115
Gráfico 7.15 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade
para a atividade Manuseio de materiais........................................................
115
Gráfico 7.18 Importância da Dimensão da Qualidade Qualidade
percebida para a atividade Manuseio de materiais....................................
118
Gráfico 7.19 Importância da Dimensão da Qualidade Desempenho para
a atividade Obtenção ou Suprimentos..........................................................
119
Gráfico 7.20 Importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade
para a atividade Obtenção ou Suprimentos..................................................
120
Gráfico 7.21 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
xvii
para a atividade Obtenção ou Suprimentos.................................................. 121
Gráfico 7.22 Importância da Dimensão da Qualidade Assistência
técnica para a atividade Obtenção ou Suprimentos......................................
122
Gráfico 7.23 Importância da Dimensão da Qualidade Características
Secundárias para a atividade Obtenção ou Suprimentos.............................
123
Gráfico 7.24 Importância da Dimensão da Qualidade Qualidade
percebida para a atividade Obtenção ou Suprimentos..............................
124
Gráfico 7.25 Importância da Dimensão da Qualidade Desempenho para
a atividade Programação de produtos ou Planejamento..............................
125
Gráfico 7.26 Importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade
para a atividade Programação de Produtos ou Planejamento......................
126
Gráfico 7.27 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade
para a atividade Programação de produtos ou Planejamento......................
127
Gráfico 7.28 Importância da Dimensão da Qualidade Assistência
técnica para a atividade Programação de produtos ou Planejamento..........
128
Gráfico 7.29 Importância da Dimensão da Qualidade Características
secundárias para a atividade Programação de produtos ou Planejamento..
129
Gráfico 7.30 Importância da Dimensão da Qualidade Qualidade
percebida para a atividade Programação de produtos ou Planejamento..
130
Gráfico 7.32 Importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade
para a atividade Sistemas de Informações...................................................
132
Gráfico 7.34 Importância da Dimensão da Qualidade Assistência
técnica para a atividade Sistemas de informações.......................................
134
Gráfico 7.35 Importância da Dimensão da Qualidade Características
Secundárias para a atividade Sistemas de Informações..............................
135
Gráfico 7.36 Importância da Dimensão da Qualidade Qualidade
percebida na atividade Sistemas de informações......................................
136
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
xviii
Lista de Quadros
Quadro 2.1 Abordagens sobre o conceito de Qualidade..........................
32
Quadro 2.2 Dimensões para Qualidade....................................................
33
Quadro 2.3 Estágios do Ciclo Industrial e suas funções...........................
44
Quadro 2.4 As quatro “eras” da qualidade................................................
46
Quadro 2.5 Norma ISO 9000:2000...........................................................
46
Quadro 2.6 Movimento da qualidade no Brasil.........................................
49
Quadro 3.1 Diferenças entre empresas industriais e serviços..................
56
Quadro 3.2 Diferenças nas características dos processos produtivos da
operação de manufatura e serviços..............................................................
57
Quadro 3.3 Classes de serviços...............................................................
61
Quadro 3.4 Comparação entre as dimensões de Parasuraman,
Zeithaml e Berry (1988) e Garvin (2000)......................................................
68
Quadro 3.5 Fatores que influenciam os níveis de expectativa e a zona
de tolerância..................................................................................................
73
Quadro 4.1 Evolução da Administração de Materiais...............................
83
Quadro 5.1 Atividades de apoio e Tipologia de Serviços..........................
90
Quadro 5.2 Abordagens da Qualidade que mais se adaptam à
Administração de Materiais...........................................................................
92
Quadro 6.1 Comparação entre pesquisa quantitativa e qualitativa...........
97
Quadro 6.2 Tabela do Questionário..........................................................
101
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
xix
Lista de Tabelas
Tabela 4.1 Investimento em estoques na economia norte-americana,
1987...............................................................................................................
75
Tabela 7.1 Atribuição do grau de importância das atividades da
Administração de Materiais de Ballou (1993) e Pozo (2004) em relação às
Dimensões da Qualidade por Garvin (1992,2002)........................................
.
103
Tabela 7.2 Cálculo de valores sobre a porcentagem de eficiência das
atividades da Administração de Materiais de Ballou (1993) e Pozo (2004)
em relação às Dimensões da Qualidade por Garvin (1992,2002)................
138
Tabela 7.3 Melhores indicadores do porcentual de eficiência das
atividades da Administração de Materiais de Ballou (1993) e Pozo (2004)
em relação às Dimensões da Qualidade por Garvin (1992,2002)................
139
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
xx
Lista de Anexos
Anexo I As quatro “eras” da qualidade.......................................................
157
Anexo II Questionário completo enviado às empresas.............................. 158
Anexo III Planilhas preenchidas pelos entrevistados................................. 163
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
21
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
1 Apresentação
A presente pesquisa trata da Gestão da Qualidade na Administração
de Materiais como elemento para a qualidade e produtividade industrial.
Nas organizações, uma das competências essenciais a ser
implementada diz respeito à entrega de um produto ou serviço ao cliente,
externo ou interno, dentro das especificações de qualidade e preços
planejados pela área industrial nos limites das necessidades dos clientes,
tendo as atividades de apoio à produção fator relevante para alcance de tal
objetivo.
Em meio às diversas áreas de apoio à produção, a Administração de
Materiais surge como uma atividade de grande importância para a qualidade
dos serviços das empresas, fornecendo o nível requerido de serviço não
somente ao cliente externo, mas também ao cliente interno, proporcionando
vantagens competitivas.
Arnold ressalta a importância de administrar materiais:
(...) Uma vez definido o processo, é necessário
administrar sua operação para produzir bens de maneira mais
econômica. Administrar operações significa planejar e controlar os
recursos utilizados no processo: trabalho, capital e material.
Todos são importantes, mas o melhor modo de administrar,
planejar e controlar é por meio de um fluxo de materiais. O fluxo
de materiais controla o empenho do processo. Se o material
correto, nas quantidades exatas, não estiver disponível no tempo
preciso, o processo não poderá produzir o que deveria. (Arnold,
1999, p.20)
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
22
Concomitante, estudam-se neste trabalho questões relativas a uma
análise comparativa, entre as empresas investigadas quanto aos aspectos
de competitividade no atual cenário de economias globalizadas que exigem
mudanças tanto nos processos de produção e de suas atividades de apoio,
quanto aos processos de Gestão da Qualidade, Gestão de Serviços e
Administração de Materiais, assim como adequações tecnológicas e de
recursos humanos.
Pretende-se, com isso, analisar e identificar como os princípios da
Gestão da Qualidade, Gestão de Serviços e atividades da Administração de
Materiais são aplicados e avaliados e sua importância ao setor de Produção
e quais são os benefícios dessas aplicações.
1.2 Justificativa
O tema a ser formulado destina-se ao estudo detalhado sobre a
qualidade no serviço da Administração de Materiais em suas atividades de
apoio ao processo produtivo. Com a procura por novas formas de
reestruturação dos processos internos produtivos ou de serviços e na
incessante busca de níveis de satisfação dos clientes, tais atividades podem
ajudar a garantir o cumprimento de objetivos e metas internas, utilizando
processos e ferramentas de gestão de qualidade.
Considera-se haver um consenso de que, com o passar do tempo, a
concorrência intensificou-se no mercado dos mais variados segmentos,
forçando as empresas a obterem alterações e adequações rápidas e
flexíveis como resposta à concorrência.
Pozo (2004) cita que para que possamos ter sucesso na empreitada
organizacional, precisamos manter e criar clientes com pleno atendimento
do mercado e satisfação total do acionista em receber seu lucro. Sendo
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
23
assim, a qualidade de desempenho do serviço ao cliente (externo) depende
sobretudo da habilidade com que a Administração de Materiais é projetada e
gerenciada internamente.
Conforme cita Campos (1992), ao aumentar a produtividade, estamos
produzindo cada vez mais e/ou melhorando com cada vez menos, podemos
representar a produtividade como o quociente entre o que a empresa produz
(entrada) e que ela consume (saída) ou, entre o valor produzido e o valor
consumido, ou, entre a melhoria da qualidade e seus os custos, ou ainda,
entre o faturamento e os custos podendo-se visualizar este quociente
como a ‘taxa de valor agregado’.
A respeito da Figura 1.1,
Os termos ‘valor produzido’ e ‘valor consumido’ podem ser
substituídos por ‘qualidade’ e ‘custos’, respectivamente. Esta
definição de produtividade torna clara a afirmação do Prof.
Deming de que a produtividade é aumentada pela melhoria da
qualidade e que este fato era de domínio de uma seleta minoria.
(Campos, 1992, p.3)
Figura 1.1 - Conceito de produtividade. (Fonte: CAMPOS,1992)
Pozo (2004) alerta que a procura de vantagens competitivas
sustentáveis e defensáveis tem-se tornado a preocupação dos gerentes
modernos e com visão para a realidade do mercado, conclui que, a base da
vantagem competitiva fundamenta-se, primeiro, na capacidade da empresa
diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente e, em segundo,
lugar pela capacidade de operar a baixo custo, oferecendo maior satisfação
ao cliente e proporcionando melhor retorno ao negócio, podendo ser
alcançado via processo logístico, incluindo, as atividades de apoio à
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
24
Produção armazenagem, manuseio de materiais, embalagem,
suprimentos, planejamento e sistema de informação.
O estudo desta abordagem sobre o contexto Qualidade e
Produtividade apresenta benefícios ou vantagens competitivas que algumas
empresas obtêm, como conseqüência da Qualidade em Serviços na
Administração de Materiais. É uma oportunidade para quantificar quais
podem ser os resultados gerados por este tipo de prática pelas
organizações, além desse relacionamento não ser trivial e praticamente não
se encontra tratado na literatura industrial, o que justifica a presente
pesquisa acreditamos que possa lhe conferir importância e utilidade.
A experiência profissional do autor, acumulada nas áreas de
Administração de Materiais, Logística, Suprimentos, Planejamento e
Controle de Produção, Custos, Análise e Planejamento de Controle
Orçamentário, aliada à lacuna referencial acima aludida, suscitou-lhe o
interesse em examinar com mais profundidade o campo objeto da presente
pesquisa, acreditando que sua vivência do assunto possa contribuir para o
desenvolvimento do trabalho.
Por outro lado, sentir-se-á recompensado se, dessa forma, tiver
oportunidade de aprimorar seu conhecimento sobre o tema e contribuir para a
atuação de outros interessados no assunto.
1.3 Objetivo
1.3.1 Objetivo geral
ü pesquisar a interface entre Qualidade, Serviços e
Administração de Materiais e verificar a importância das
atividades de apoio da Administração de Materiais à Produção,
como elemento de contribuição para melhoria dos aspectos da
Qualidade e Produtividade das empresas pesquisadas.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
25
1.3.2 Objetivos Específicos
ü verificar se os resultados da pesquisa corroboram as
afirmações dos estudiosos dos temas abordados, conforme
levantamento realizado na pesquisa bibliográfica;
ü verificar se a metodologia utilizada no presente trabalho
mostra-se adequada para o tipo de pesquisa proposto;
ü identificar os pontos de maior relevância da interface entre as
atividade da administração de Materiais e os aspectos
investigados da Qualidade e Produtividade.
1.4 Metodologia
A seguir, são resumidos os procedimentos metodológicos utilizados
no desenvolvimento do presente trabalho de natureza qualitativa e
exploratória que se vale de estudo de casos múltiplos por meio da
elaboração de questionários, como instrumento de pesquisa.
Lakatos e Marconi (2000) dividem os métodos de pesquisa em duas
classes:
a. Métodos de procedimento: são etapas mais concretas de busca
de solução;
b. Métodos mais amplos: tratam de questões de forma mais
ampla, abstrata e genérica.
Em relação às abordagens, Oliveira (1999) enfatiza que existem duas
tipologias básicas: a quantitativa e a qualitativa. A maior diferença entre elas
reside no fato de que a pesquisa qualitativa, ao contrário da quantitativa,
busca enfatizar a perspectiva da pessoa que está sendo pesquisada, ao
passo que nas pesquisas quantitativas esta ênfase é menor.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
26
Para Yin (2001), não existe um método melhor ou pior que outro, o que
há é o método mais adequado ao objetivo e condições da pesquisa e,
complementa destacando que, como esforço de pesquisa, o estudo de caso
contribui, de forma inigualável, para a compreensão que temos dos
fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos.
Gil (1995) ressalta que as pesquisas podem ser vistas dentro das
seguintes categorias: exploratórias, descritivas e explicativas.
Na Figura 1.2, são apresentadas as etapas a serem desenvolvidas
nesta pesquisa.
Figura 1.2 Etapas a serem desenvolvidas na pesquisa. (Fonte: versão
baseada em SBRAGIA, 1982)
problema, das premissas básicas e
dos objetivos.
Referencial teórico baseado em
fontes tradicionais e eletrônicas.
Caracterização Administração de
Materiais, Qualidade e Serviços.
Determinação da metodologia a ser
empregada, processo de
administração de materiais e
desenvolvimento dos instrumentos
de coleta de dados.
Execução da
pesquisa de campo
(coleta de dados), descrição dos
casos e análise.
Análise intensiva dos
casos e análise “entre os
casos”
(cross-case analysis)
Síntese, conclusões e
recomendações.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
27
1.5 Estrutura do trabalho
O trabalho compõe-se de oito capítulos, sendo este o primeiro. Os
demais são:
Capítulo 2, “Qualidade”, apresenta os conceitos e definições
relacionados à qualidade, bem como as abordagens e sua evolução;
Capítulo 3, “Serviços”, onde estão apresentados os conceitos sobre
serviços e sua importância na economia; além disso, são apresentadas
informações sobre a qualidade em serviços, a conquista da qualidade em
serviços e a importância da satisfação do cliente;
Capítulo 4, “Administração de Materiais onde é feito um detalhado
levantamento de seus conceitos e das principais atividades envolvidas
nesse processo, ressaltando a importância do serviço com qualidade para
alcançar a satisfação do cliente, bem como a evolução da Administração de
Materiais.
Capítulo 5, “Administração de Materiais, Qualidade e Serviços”, em
que se fez uma interface entre os três capítulos anteriores Qualidade,
Serviços e Administração de Materiais procurando demonstrar a
importância da Administração de Materiais no fornecimento serviços com
qualidade para satisfação do consumidor interno Produção.
Capítulo 6, dividido em duas etapas: Metodologia” e “Pesquisa de
campo”, com a discussão da metodologia utilizada para caracterizar, quanto
a seu método, abordagem e técnicas, quais as formas mais indicadas para o
presente trabalho.
Capítulo 7, Apresentação dos resultados”, são apresentadas a
discussão e a interpretação de seus principais resultados;
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
28
Capítulo 8, “Considerações finais, Conclusão e Recomendações”,
que são dedicadas fechamento do trabalho e as recomendações de
continuidade do trabalho.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
29
CAPÍTULO 2 QUALIDADE
Neste capítulo, são apresentados os conceitos e definições
relacionados à qualidade, bem como as abordagens e sua evolução.
2 Qualidade Conceitos e Definições
Diversas são as definições de qualidade que, ao longo dos tempos,
são apresentadas Oliveira (2004) comenta que a existência de qualidade
dos produtos oferecidos ao cliente não é um fator recente, pois alguns
povos atribuíam qualidade a seu meio social:
Por volta de 2150 a.C., o código de Hamurabi determinava que se
um construtor negociasse um imóvel que não fosse sólido o
suficiente para atender à sua finalidade e desabasse, ele, o
construtor seria imolado. Os fenícios amputavam a mão do
fabricante de determinados produtos que não fossem produzidos,
segundo as especificações governamentais, com perfeição. Já os
romanos desenvolveram padrões de qualidade e técnicas de
pesquisa altamente sofisticadas para a época a fim de executar
divisão e mapeamento territorial, instituindo métodos de medição
e ferramentas específicas. (Oliveira, 2004, p.03)
Gianesi & Corrêa (1994) interpretam que, qualidade significa atender
às reais necessidades dos clientes, sejam elas explícitas ou implícitas,
dentro do prazo que o cliente deseja e a um justo valor.
Para Feigenbaum (1994) Qualidade é um modo de vida corporativa,
uma forma de administrar a empresa, por meio de uma abordagem
sistêmica, com envolvimento de todas as funções no processo da
Qualidade.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
30
A respeito deste tema Campos (1992) opina que Qualidade Total são
todas as dimensões que interferem na satisfação das necessidades das
pessoas, dividindo-a em cinco dimensões:
ü Qualidade ligada à satisfação do cliente interno ou externo, é
a medida por meio das características da qualidade de bens ou
serviços, finais ou intermediários da empresa, onde se inclui a
rotina da empresa (previsibilidade e confiabilidade em todas as
operações), a qualidade do treinamento, a qualidade das
pessoas, a qualidade da informação, a qualidade da empresa, a
qualidade da administração, etc;
ü Custo o custo é aqui visto não só como custo final do produto
ou serviço, mas também incluindo os custos intermediários (de
desenvolvimento, produção, distribuição, garantia, etc.), que não
deve colocar obstáculo à fixação do preço do produto, imposto
pelo mercado e que deve refletir a qualidade (cobra-se pelo
valor agregado);
ü Entrega - esta dimensão mede os aspectos relacionados à
entrega do produto no prazo estabelecido, no local acordado e
na quantidade solicitada;
ü Moral - atendendo à visão humanista de Qualidade Total, esta
dimensão mede o nível de satisfação das pessoas na
organização (e também nos fornecedores e parceiros);
ü Segurança - relaciona tanto a segurança dos funcionários da
organização como também a dos usuários do produto. Em
relação aos funcionários, mede o número de acidentes de
trabalho, a gravidade dos acidentes, etc. A segurança dos
usuários está associada à responsabilidade civil da organização
pelo produto ou serviço.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
31
Estas dimensões da qualidade e as pessoas envolvidas são
demonstradas na Figura 2.1.
Figura 2.1 Componentes da Qualidade Total. (Fonte: CAMPOS, 1992).
Na continuidade de seu pensamento, Campos (1992) esclarece que as
pessoas a serem satisfeitas seriam, pela ordem:
- os clientes: sem eles o negócio nem existiria;
- os acionistas: que investem o capital necessário para a continuidade
do negócio;
- os funcionários: que aplicam o conhecimento na condução do
negócio;
- a comunidade: de um modo geral, sobretudo quando pensamos na
preservação do meio ambiente e no papel social da organização por meio
da geração de empregos, do recolhimento de tributos, do desenvolvimento
científico e tecnológico e, assim, por diante.
Garvin (2002) relaciona cinco formas de abordar o conceito qualidade:
Dimensões da
Qualidade Total
Pessoas
Atingidas
Qualidade
Total
Qualidade
Custo
Entrega
Moral
Segurança
Produto/Serviço
Rotina
Custo
Preço
Prazo Certo
Local Certo
Quantidade Certa
Empregados
Empregados
Usuários
Cliente, Vizinho
Cliente, Acionista
Empregado, Vizinho
Cliente
Empregado
Cliente, Empregado.
Vizinho
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
32
Transcendental
Baseada no Produto
Baseada no Usuário
Baseada na Manufatura
Baseado no Valor
O Quadro 2.1 demonstra esta abordagem:
Quadro 2.1 Abordagens sobre o conceito de Qualidade. (Fonte: GARVIN,
2002)
Abordagem Conceito
Transcendental
Qualidade é sinônimo de excelência inata, para a qual não
existe definição e só se reconhece pela experiência.
Baseada no
produto
Qualidade é mensurável em função de atributos pré-definidos.
Baseada no
usuário
Qualidade está relacionada com as necessidades do
consumidor e na capacidade de um bem ou serviços satisfazê-
lo.
Baseada no
processo
Qualidade está vinculada ao atendimento de especificações.
Baseada no
valor
Qualidade é função do preço ser acessível ao consumidor.
(independentemente da excelência do produto).
Garvin (2002) relata que, da mesma forma que cada autor utiliza uma
abordagem adequada a seu modo de encarar o “problema Qualidade”
dentro das organizações, é saudável que cada departamento entenda a
questão “Qualidade” de forma adequada às suas atividades, a fim de cobrir
todas as suas facetas.
Nota-se, porém, que a primeira abordagem trata qualidade de um
modo não mensurável, ao contrário das segunda, terceira e quarta
abordagens. A quinta utiliza conjuntamente aspectos mensuráveis e não
mensuráveis.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
33
Garvin (1984) propôs oito dimensões para a qualidade, conforme os
dados do Quadro 2.2, com o objetivo de auxiliar o planejamento estratégico
da empresa, visando a elevar seu desempenho por meio da qualidade.
Algumas dimensões são complementares, outras contraditórias. A empresa
deve selecionar as dimensões adequadas a seu caso.
Quadro 2.2 Dimensões para Qualidade. (Fonte: GARVIN, 1984)
Dimensões Conceito
Desempenho Relativa à aplicação principal do produto
Características
secundárias
Relativas a aspectos que complementam a aplicação principal do
produto
Confiabilidade
Refere-se à não ocorrência de falhas em determinado intervalo de
tempo
Conformidade
O produto deve atender a especificações ou padrões
preestabelecidos.
Durabilidade É a medida da vida útil do produto até ele se deteriorar fisicamente.
Assistência
técnica
São envolvidos conceitos, como: tempo, precisão, atendimento, etc.;
relacionados à manutenção do produto após uma falha.
Estética
Relacionado às sensações agradáveis aos sentidos que o produto
deve proporcionar.
Qualidade
percebida
O consumidor não consegue avaliar todos os aspectos da qualidade
do produto ou serviço e infere outros aspectos (associar marca à
qualidade, por exemplo).
2.1 Um breve histórico da Qualidade
A palavra Qualidade está embuída no cotidiano de todas as pessoas,
em seus atos e anseios desde os tempos mais antigos. Mesmo que
houvesse tal percepção, Paladini (1995, p.32) afirma que (...) “a
preocupação com a qualidade remota a épocas antigas, embora não
houvesse, neste período, uma noção muito clara do que fosse qualidade”.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
34
Ainda discorrendo sobre o tema, vários autores divulgaram as
mudanças e transformações sobre o assunto, instituindo fases ou “eras” da
qualidade.
Dentro do exposto, Garvin (2002) identifica e diferencia a qualidade em
quatro “eras”, sendo:
Primeira Era: da Inspeção;
Segunda Era: do Controle Estatístico da Qualidade;
Terceira Era: da Garantia da Qualidade;
Quarta Era: da Gestão da Qualidade Total.
2.1.1 Primeira Era: da Inspeção
Nos séculos XVII e XIX, artesãos detinham o conhecimento da
elaboração de produtos e conseqüentemente, efetuavam os controles e
inspeções de qualidade de maneira informal, com a intenção de separar o
produto bom do produto defeituoso por meio da observação direta,
constatando ou não seu correto funcionamento.
A inspeção formal passou a existir com o advento da Revolução
Industrial, no início do século XVII, e intensificou-se com base no surgimento
e expansão da produção em massa que utilizava e produzia grandes
quantidades de peças virtualmente idênticas, com necessidade de
intercambialidade, ou seja, podem ser substituídas por outra sem surgirem
folgas ou interferências.
Conforme Maximiano (2004), a qualidade era sinônimo de
uniformidade ou padronização, como conseqüência da administração
científica e a divisão do trabalho pregadas por Taylor (1995). Foi quando
surgiu a função do inspetor de qualidade, como nas linhas de montagem de
Henry Ford.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
35
Por sua vez, Sacomano et al. (2004) dissertam que, em 1922, G. S.
Radford publica “The Control of Quality in Manufacturing”, em que relaciona
mais formalmente a inspeção com o Controle da Qualidade (CQ). Pela
primeira vez, a qualidade é vista como responsabilidade gerencial distinta e
como função independente, delegando ao inspetor de qualidade
responsabilidade e autoridade pela qualidade dos produtos.
2.1.2 Segunda Era: do Controle Estatístico da Qualidade
No contexto histórico, Sacomano et al. (2004) explicam que, ao final da
década de 20 do século passado, W. A. Shewhart, realizando um trabalho
inovador e pioneiro, na Bell Telephone Laboratories Estados Unidos da
América (E.U.A), publicou em seu livro Economic Control of Quality of
Manufactured Product”, (D.Van Nostrand, New York, 1931) investigações de
caráter científico para resolver problemas de qualidade nos produtos da
empresa, mais tarde se juntou a Joseph Juran.
Pelo método proposto de Shewhart, explica Deming (1990), a
variabilidade é considerada parte inerente e concreta do processo industrial
no qual, pelos princípios do cálculo de probabilidades e da Estatística, seria
possível estabelecer um modelo - cartas de controle - demonstrando
variações aceitáveis e flutuações que indicassem problemas, podendo
assim monitorar a qualidade do processo de fabricação.
Garvin menciona a importância desta técnica:
Shewhart formulou técnicas estatísticas simples para a
determinação dos limites de variação, além de métodos gráficos
de representação de valores de produção. O resultado, o gráfico
de controle de processo, é um dos instrumentos mais eficazes
usados pelos profissionais da qualidade contemporâneos. (Garvin,
1992;2002)
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
36
No final da década de 30, do séculoa XX, dois pesquisadores Harold
Dodge e Harry Romig, também da Bell Laboratories, desenvolveram
técnicas para a inspeção de lotes de produtos por amostragem, afirma
Sacomanom et al. (2004). A Inspeção por Amostragem surge e com ela os
chamados riscos do consumidor (aceitar um lote de produção que tenha
inúmeros produtos defeituosos) e risco do produtor (rejeitar um lote de
produção que de fato tenha qualidade perfeitamente aceitável).
A Segunda Guerra Mundial acelerou os movimentos referentes à
busca por qualidade dos produtos de forma mais rápida e eficaz e um
aumento dos estudos do controle da qualidade, com uma maior troca de
informações. Nesse ambiente, ganhou força o controle da qualidade, com
base em amostras estatisticamente significativas.
No Japão, conforme relata Ishikawa (1993), as forças americanas de
ocupação, logo ao desembarcarem, (em 1945), defrontaram-se com um
grande obstáculo: as falhas do sistema telefônico daquele país eram muito
comuns, portanto, não eram um meio confiável para comunicação. Após
identificar que o problema estava na qualidade do equipamento utilizado, e
não por causa da guerra que acabara há pouco, as forças americanas
ordenaram à indústria de telecomunicações japonesa que começasse a usar
o Controle Estatístico de Qualidade (CEQ) que passou a educar o setor.
Ainda discorrendo sobre o assunto, na época da Segunda Guerra
Mundial, Garvin (2002) relata a respeito de tais obstáculos e desafios
encontrados na formação de pessoas e grupos voltados ao controle da
qualidade:
A Segunda Guerra Mundial acentuou a preocupação com o
controle da qualidade. Naquela ocasião, as técnicas de controle
estatístico da qualidade ainda tinham tido pouca aplicação fora da
indústria de telefonia. O grande desafio era a rápida disseminação
destas técnicas por outros ramos da indústria. Por isso
intensificaram-se os programas de treinamento. Os alunos que
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
37
tinham comparecido aos cursos começaram a formar sociedades
locais de controle de qualidade. Em outubro de 1945, treze
desses grupos se congregaram para formar a Sociedade dos
Engenheiros da Qualidade; um ano depois, fundiram-se com outra
federação, tornando-as a Sociedade Americana de Controle de
Qualidade ASQC
1
. (Garvin, 2002)
Maximiano (2004) no ano seguinte, em 1946, comenta foi criada a
Union of Japonese Scientists and Engineers (JUSE) que se tornaria o centro
de atividades de controle da qualidade naquele país e, logo em 1950,
convidaria William Edwards Deming para visitar o Japão, onde divulgou
suas idéias sobre o controle estatístico de qualidade. Os japoneses ouviram,
prestaram atenção e puseram em prática o que ele disse.
2.1.3 Terceira Era: da Garantia da Qualidade
A partir da década de 50, do século passado, o conceito de qualidade
foi revisto, evoluindo para uma disciplina com implicações mais amplas para
o gerenciamento, diferente da disciplina da qualidade, baseado na produção
fabril. Começaram a ser utilizados métodos e instrumentos que se
expandiram para além da estatística, embora a prevenção de problemas
continuasse sendo o principal objetivo da disciplina.
Havia quatro elementos distintos:
A quantificação dos custos da qualidade;
O controle total da qualidade;
A Engenharia da Qualidade;
O zero defeito.
1
Hoje ASQ American Society of Quality (nota do autor)
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
38
2.1.3.1 A quantificação dos custos da Qualidade
Os custos da Qualidade, até a década de 1950, eram algo pouco
mensuráveis pelas empresas, quando alguns especialistas americanos
começaram a questionar a forma de administrar a qualidade.
Em 1951, com a publicação do livro Quality Control Handbook, Joseph
Juran mencionava como os custos das falhas internas e externas nos
produtos eram elevados e sinalizava aos gerentes para os impactos das
ações de qualidade sobre os custos industriais. Juran demonstrou com base
em fatos e dados a evidência dos custos da Qualidade ou da não qualidade
e que o ideal seriam ações preventivas para reduzir custos.
Na continuidade do estudo, Juran (1993) relata sobre os diferentes
aspectos do custo da Qualidade e classifica-os em:
a) evitáveis - os relacionados aos produtos com defeitos;
b) inevitáveis - os associados à inspeção, amostragem,
classificação e outras iniciativas de controle da qualidade.
Desta forma, as despesas com inspeção deveriam ser balanceadas, de
acordo com os custos provocados pelas falhas ocorridas.
Feigenbaum (1994) explica que os custos podem ser classificados sob
o ponto de vista do processo, dividindo-os como custos de conformidade e
não conformidade e, outra classificação, a mais adotada, divide-os em
prevenção, análise e falhas:
ü custos de conformidade: associados ao fornecimento de
produtos e serviços dentro das especificações da qualidade
aceitável;
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
39
ü custos de não conformidade: relacionados à ineficiência de um
processo , resultando em desperdício de materiais, mão-de-obra
e capacidade, seja no recebimento, na produção, expedição e
correção de produtos e serviços;
ü custos de prevenção: resultantes dos gastos associados às
medidas tomadas para planejar a qualidade, a fim de garantir
que não ocorreram problemas e, também, quaisquer gastos
decorrentes de ações que objetivem prevenir ou reduzir o risco
de não conformidades;
ü custos de avaliação: associados à verificação do nível de
qualidade obtido pelo produto, isto é, custos relativos às
inspeções e aos ensaios requeridos para garantir que o produto
esteja em conformidade com as especificações e requisitos de
desempenho (e/ou de acordo com as exigências do cliente);
ü custo de falhas: referentes a ocorrências de unidades ou
componentes defeituosos identificados na organização
(internas) ou no campo (externas).
2.1.3.2 O Controle Total da Qualidade
No início dos anos 50, do século XX, Armand Feigenbaum, conforme
relatado em 1994, propôs os princípios básicos do Total Quality Control
(TQC), em que determina que o controle da qualidade deve existir em todas
as áreas de negócio, e a Gestão da Qualidade como uma integração efetiva
com a proposta de criar um controle preventivo, obtendo a participação e o
esforço coletivo de todas as divisões, independente do departamento em
que atuem, inclusive de marketing, projeto, manufatura, inspeção e
expedição para a melhoria da qualidade de produtos e serviços.
O autor enfatiza a importância de atuar na prevenção e não na
correção dos defeitos, sugerindo que o sistema da organização esteja
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
40
preparado para identificar e corrigir os problemas de qualidade e suas
causas, ao longo das atividades dentro da organização.
Dentro da filosofia do TQC, Juran (1993) justifica que o avanço das
empresas japonesas em relação às empresas ocidentais vem da atitude de
que a implantação e a disseminação das técnicas relativas à qualidade, em
empresas japonesas, foram responsabilidade de altos executivos japoneses
que tomaram para si tal responsabilidade, enquanto no ocidente a
delegação de tais funções era dos responsáveis de setores como, por
exemplo, o controle de qualidade.
2.1.3.3 A Engenharia da Qualidade
Com o crescimento das indústrias aeroespacial, nuclear, eletrônica e
militar por volta no início dos anos 50, do século passado, deu-se o
surgimento da Engenharia da Confiabilidade - expõem Sacomano, Carpinetti
e Faesarella (2004) cuja premissa básica era a garantia, por meio de
probabilidade e estatística, de que um produto desempenhasse uma função
especificada sem falhas durante um determinado período e sob condições
predeterminadas. Com esta atitude esperava-se a prevenção de ocorrências
de defeitos.
A atitude resultou na melhoria da confiabilidade e redução da taxa de
falhas dos produtos durante sua vida útil, na obtenção de melhores
resultados utilizando técnicas, como Análise de Modo e Efeito de Falhas
FMEA (de Failure Mode and Effect Analysis), análise de componentes
individuais, reavaliação das condições especificadas de uso e o uso de
redundância em partes críticas de produtos.
A Engenharia da Confiabilidade é uma das maneiras pelos quais veio
à tona o conceito mais amplo da Engenharia da Qualidade, envolvendo
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
41
outros aspectos de produtos, processos, serviços e outros que influenciam o
bom funcionamento dos sistemas de produção.
2.1.3.3 O zero defeito
Garvin (2002) relata que entre 1961 e 1962, a empresa Martin
Company construía mísseis Pershing para o Exército dos Estados Unidos
da América e a qualidade desse produto, em geral, satisfatória, só se
conseguia por meio de forte inspeção, testes intensos e estímulos
oferecidos aos empregados. Tais ferramentas possibilitavam fazer um
míssel sem defeitos.
Este fato proporcionou aos gerentes uma nova visão sobre os
processos, cuja mudança de atitude torna-se fundamental, pois a falta de
perfeição explicava-se pela não expectativa de tê-la, quando exigida,
propondo motivação aos empregados e conscientização para que houvesse
vontade constante e consciente de efetuar trabalho (qualquer trabalho)
realizado certo da primeira vez.
Crosby (1986) revelou o fato de que a qualidade tradicionalmente não
recebe o tratamento numérico (por meio de indicadores) usual em outros
aspectos da empresa, defendendo a importância de estimar os recursos
destinados à prevenção de falhas, avaliação de produtos e falhas ocorridas
interna ou externamente. O autor enfatiza a necessidade de garantir a
qualidade, propondo o conceito de zero defeito e fazer certo desde a
primeira vez.
Estes conceitos demonstram a preocupação com a busca incessante
pela conformidade, pelos requisitos especificados e a eliminação de
retrabalho, como forma de ganhar produtividade. Além disso, ressalta uma
abordagem mais ampla da qualidade do que a do chão de fábrica e define a
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
42
necessidade da empresa empenhar-se como um todo para que haja a
sustentação aos programas de qualidade, com base em quatro pilares:
- Participação e atitude da gerência;
- Gerência de qualidade profissional;
- Programas originais;
- Reconhecimento.
Crosby (1986) postula que a participação e atitude de gerência são
fundamentais para que a compreensão correta em relação à qualidade seja
propagada ao longo de todos os níveis da organização, pois as pessoas
trabalham, na maior parte das vezes, de acordo com os padrões de seus
líderes.
A gerência da qualidade profissional é necessária para que o
conhecimento a respeito da qualidade seja difundido e as experiências
trocadas mutuamente. Para tanto, é preciso possuir um quadro de
profissionais conhecedores da gerência e técnicas da qualidade.
Ainda discorrendo sobre o tema, Crosby (1986) acrescenta que a
empresa deve desenvolver programas que melhor se adeqüem à sua
realidade, pois aqueles tradicionais podem não atender às expectativas da
organização. O reconhecimento que ele prega, significa uma forma da
empresa expressar-se publicamente pelo esforço dedicado ao trabalho
realizado, atendendo aos princípios de qualidade.
2.1.4 Quarta Era: da Gestão da Qualidade Total
A respeito da Era da Gestão da Qualidade Total
2
ou Gestão
Estratégica da Qualidade, Oliveira (2004) opina que a qualidade é, na
gestão estratégica definida em relação aos concorrentes e não aos padrões
2
Em inglês TQM Total Quality Management, sigla que surgiu com a evolução lógica do
TQC para englobar as novas responsabilidades da qualidade ligadas à alta administração.
Os japoneses, mais tradicionais, mantiveram TQC, embora também associado à gestão de
empresa como um todo, incluindo aspectos estratégicos.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
43
fixos e internos. Os clientes e não os departamentos internos determinam se
um produto é ou não aceitável.
Ao relatar tal mudança, nos faz refletir sobre o cenário em que se
encontravam as empresas norte-americanas no final da década de 1970,
com a ameaça das empresas japonesas, as quais ofereciam seus produtos
com qualidade e confiabilidade superiores aos fabricados naquele país,
concorrendo no próprio território americano.
Necessitava-se, então, repensar o conceito de qualidade, mudando de
um prisma tradicional predominado pela inspeção para uma visão
estratégica onde, conforme Maximiano (2004), a qualidade teria de ser
embutida no produto ou serviço desde o começo, com base nos desejos e
interesses do cliente, abrangendo assim, no caso de produtos, todos os
estágios do ciclo industrial.
Os estágios deste ciclo industrial e suas funções são enumerados em
oito estágios por Feigenbaum (1994), conforme os dados do Quadro 2.3.
Para Oliveira (2004), a qualidade mais elevada pode conduzir à maior
lealdade do consumidor e, conseqüentemente, traduzir-se em seu retorno
efetivo à compra do produto ou serviço.
Finalizando esta seção, incluí-se no Anexo I, uma síntese apresentada
das quatro “eras” da Qualidade instituída por Garvin (1992; 2002).
2.2 A Visão dos Especialistas da Qualidade
Ao longo dos anos, o modelo de Gestão a Qualidade recebeu
contribuições de diversos autores, porém W. Edwards Deming, Kaoru
Ishikawa, Joseph Juran, Armand Feigenbaum, Philip Crosby são
considerados percussores e renomadas autoridades reconhecidas
internacionalmente no que diz respeito à qualidade.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
44
Quadro 2.3 Estágios do Ciclo Industrial e suas funções. (Fonte:
FEIGENBAUM, 1994).
Departamento Função
Marketing
Avalia o nível de qualidade desejado pelo cliente e o custo que ele
está disposto a pagar.
Engenharia
Transforma as expectativas e os desejos do cliente em
especificações.
Suprimentos Escolhe, compra e retém fornecedores de peças e materiais.
Engenharia do
processo
Escolhe máquinas, ferramentas e métodos de produção.
Produção
A supervisão e os operadores têm uma responsabilidade importante
pela qualidade durante a fabricação.
Inspeção e testes Verificam a conformidade do produto com as especificações.
Expedição Responsável pelas funções de embalagem e transporte.
Instalação e
assistência
técnica (serviços)
A instalação e assistência técnica corretas ajudam a garantir o
funcionamento do produto.
Por esta razão, são apresentadas as filosofias da qualidade referente
a cada autor, comparando suas abordagens e obtendo uma visão dos
especialistas sobre a qualidade de serviços nos dados do Quadro 2.4.
2.3 O Fator Humano na Gestão da Qualidade
Palladini (1995) ressalta a alta relevância da contribuição oferecida
pela mão-de-obra humana no processo produtivo, destacando que, embora
este fator exija um maior investimento por parte da empresa, haverá,
também, um maior retorno em termos de contribuição para a produção da
qualidade.
Diante do assunto, Albrecht (2002) reconhece que se faz necessário
investir em treinamento dos funcionários, pois esta ação gera
desenvolvimento do “produto funcionário” e pode ser uma alternativa
fundamental para solução dos problemas da empresa com relação ao
serviço prestado ao cliente.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
45
Segundo esse autor, para o alcance da qualidade, a importância do
fator humano é vital para que haja uma reação emocional negativa que é
experimentada pelo empregado ao transferir ao cliente, contaminando sua
visão da qualidade das horas da verdade
3
. Isto nos induz ao pensamento de
que, ao contrário, uma reação emocional positiva produzirá uma
alavancagem na qualidade.
A respeito desse assunto, Heskett et al. apud Correa e Caon (2002)
propõem um modelo de inter-relações que denominam cadeia de serviços-
lucro, que funciona, conforme Figura 2.2:
Figura 2.2 Cadeia serviços-lucro (Fonte: CORREA e CAON, 2002).
No modelo referenciado na Figura 2.2, Correa e Caon (2002)
esclarecem que a organização prestadora de serviço visa, em última
análise, à lucratividade que seria conseguida por meio da obtenção de
clientes mais satisfeitos (fidelização). Mas é necessários que seja criado e
entregue valor ao cliente e esse valor deve ser capaz de superar as
expectativas do mesmo, sendo o recurso humano essencial para criação do
valor em níveis requeridos pelo cliente.
3
Por horas ou momento da verdade, são entendidas as situações de contato com o cliente
em sua avaliação da qualidade que efetivamente ocorre.
Satisfação e
fidelidade do
funcionário
Valor criado
e entregue
ao cliente
Satisfação e
fidelidade do
cliente
Lucratividade
da operação
de serviço
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
46
Quadro 2.4 A visão dos especialistas da qualidade. (Fonte: NÓBREGA, 1997)
JURAN DEMING FEIGENBAUM CROSBY ISHIKAWA
Conceito
de serviço
Atividade de
não
manufatura
que se
caracterizem
como
indústrias
(mineração,
agricultura,
etc)
Atividades como
hotéis,
restaurantes
bancos, serviços
médicos,
financeiros,
públicos,
educacionais.
Relaciona
atividades como
saúde, educação,
correios,
alimentação, etc
Atividades
tradicionalmen
te tidas como
serviços:
saúde,
financeiros,
transportes,
lazer.
Toda transação
comercial que
envolva
prioritariamente o
mercado,
transporte,
governo, vendas,
saúde, energia.
Qualidade
de serviço
Características
como:
psicólogas,
contratuais,
baseadas no
tempo, éticas e
tecnológicas.
Características de
Qualidade tão
fáceis de mensurar
quanto um produto
manufaturado.
Taxas de não
conformidade, só
que apresentam
reação mais
rápida.
Satisfação das
necessidades do
cliente,
enfatizando,
sobretudo a
confiabilidade e
garantia dos
serviços
fornecidos.
Definindo de
maneira
análoga a
bens:
conformidade
com os
requisitos.
Oferecimento de
benefícios aos
consumidores,
transportando o
relacionamento
com o público em
verdadeiro
desafio.
Sistema de
Qualidade
Ênfase no
planejamento
da qualidade
desde o
projeto do
serviço,
identificação
de
características
mensuráveis,
implantação de
controle
decorrente de
processo e
aperfeiçoamen
to contínuo.
Utilização da
qualidade.
Forte ênfase no
controle durante o
processo, através
do estabeleci-
mento de
características do
serviço e seu
acompanhamento
via resultados
estatísticos.
Princípios,
abordagem e
tecnologias do
sistema de
qualidade total de
manufatura,
através dos
padrões e
procedimentos
escritos. Um
sistema de
informações
estruturado para
seu acompanha-
mento.
Ênfase em
procedimentos
para
prevenção de
defeitos e
correção de
desvios.
Acompanham
ento do
cálculo de
custos de a
falta de
qualidade.
Aplicação dos
procedimentos
gerais de TQC
com forte
envolvimento de
dados na
empresa e de
uma grande
ênfase na
educação e
treinamento. Uma
abordagem de
mudança
comportamental
por parte do
pessoal da área
comercial nas
fases do projeto,
vendas e pós-
vendas.
Apectos
humanos
Capacitação
de pessoal
para planejar
em unir a
qualidade e
resolução de
problemas.
Forte ênfase na
gerência e
elevação da
competência das
pessoas.
Capacitação do
pessoal técnico
para estruturar o
sistema.
Participação e
motivação dos
envolvidos.
Auto-
desenvolvimento
das pessoas
como requisito
indispensável
para garantia da
qualidade.
Padroni-
zação
Padrões de
produtividade,
integridade,
previsibilidade
e satisfação
das pessoas.
Os padrões
devem
constituir
dados e não
ser
demasiadame
nte rígidos.
Padrões de
atendimento das
características de
processos
intermediários.
Estabelecimentos
de padrões para
as características
de serviços e
procedimentos
documentados
dos processos.
Estabelece
como padrões
a confor-
midade dos
requisitos para
satisfazer o
cliente, e o
padrão de
desempenho
zero-defeito.
Abordagem
gerencia para
acompanhamento
de todas as
atividades da
área comercial.
Manutenção e
aperfeiçoamento
dos padrões.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
47
Para Correa e Caon (2002), ainda dissertando a respeito da Figura 2.2,
seria muito difícil que funcionários insatisfeitos conseguissem criar valor
para tornar os clientes mais satisfeitos.
Os objetivos da qualidade pressupõem a fixação de um alvo e o
movimento para alcançá-lo, conforme esclarece Palladini (1995), neste
sentido, os objetivos da Qualidade Total podem variar um pouco em sua
formulação.
Cullen & Hollingum (1987) consideram que o objetivo central da
Qualidade Total é eliminar desperdícios pela minimização de variações
ocorridas no processo produtivo; Tenner & Detoro (1992) afirmam que o
objetivo central de qualidade é a melhoria contínua.
Os objetivos dissertados pelos autores, podem ser considerados
corretos e são partes do esforço para obtenção da Qualidade Total.
Para isso, os projetos de mudança das empresas rumo à qualidade e
competitividade devem contemplar uma integração entre as mudanças
estruturais e humanas, em busca de re- significação do trabalho humano e
do alcance social da organização, conforme defende Martino (2004), como
proporcionar bens e serviços, criar empregos e melhorar a qualidade de
vida.
2.4 Normas ISO 9000
Conforme relatos de Olveira & Melhado (2004) a International
Organization for Standartization (ISO) é uma entidade não-governamental,
criada em 1947, com sede em Genebra na Suíça e seu objetivo é promover
o desenvolvimento da normalização e atividades relacionadas com a
intenção de facilitar o intercâmbio internacional de bens e de serviços, bem
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
48
como desenvolver a cooperação nas esferas intelectuais, científicas,
tecnológicas e de atividade econômica.
Na continuidade do assunto, Olveira & Melhado (2004) ainda
esclarecem que os membros que compõem a ISO, são os representantes
das entidades máximas de normalização nos respectivos países
associados, como ANSI (American National Standards Institute), nos
Estados Unidos da América; BSI (British Standards Institute), na Inglaterra;
DIN (Deutsches Institut für Normung), na Holanda; e o Inmetro (Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), no Brasil.
As normas ISO da série 9000 para organização de gestão da
qualidade surgiram, em 1987, e passaram por duas importantes revisões,
em 1994 e 2000. No Brasil, a ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) chancela a série de normas ISO 9000:2000, sob a sigla NBR ISO
9000:2000, compreendendo basicamente três documentos, conforme
mostrado nos dados do Quadro 2.6.
Quadro 2.5 Norma ISO 9000:2000. (Fonte: MAXIMIANO, 2004).
NORMA IDENTIFICAÇÃO ESCOPO PRINCIPAL
ISO 9000:2000
Sistemas de Administração da
Qualidade Fundamentos e
vocabulário.
Fornece um ponto de partida para
compreender os padrões e define os termos
e conceitos fundamentais usados na família
ISO 9000, necessários para evitar seu
emprego incorreto.
ISO 9001:2000
Sistemas de Administração da
Qualidade Requisitos.
Padrão dos requisitos usados para avaliar a
capacidade de atendimento aos requisitos
estabelecidos pelo cliente e pela legislação,
de forma a obter a satisfação do cliente.
ISO 9004:2000
Sistemas de Administração da
Qualidade Diretrizes para o
aprimoramento do desempenho.
Padrão de diretrizes que fornece orientação
para o aprimoramento contínuo de seu
sistema de administração da qualidade, de
forma a atender a todas as partes
interessadas por meio da satisfação
permanente do consumidor.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
49
2.5 A Evolução da Qualidade no Brasil
Conforme Barçante (1998), a partir de 1990, o movimento em prol da
Qualidade no Brasil obteve um crescimento avassalador, comparado à
década de 1980, em que foram lançadas as bases do movimento. Na
tentativa de demonstrar o que aconteceu de mais relevante na história da
qualidade brasileira nos últimos anos, os dados do Quadro 2.6:
Quadro 2.6 Movimento da qualidade no Brasil. (Fonte: BARÇANTE, 1998;
BUENO, 2003; Site www.fpnq.org.br)
ANO EVENTO
1876 Criação do Instituto Nacional de Pesos e Medidas INPM, RJ.
1922 Criação do Instituto Nacional de Tecnologia INT, RJ.
1930 Criação do Instituto de Pesquisa Tecnológica IPT, SP.
1940 Criação da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, em 28/09/40,
RJ.
1973 Criação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
- INMETRO, em substituição ao INPM, RJ
1974 Criação da Fundação Christiano Ottoni, ligada UFMG, BH.
1978 Criação do Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear-IBQN, RJ.
Enviada ao Japão a primeira turma de brasileiros para ser treinada pela
Japanese Union of Scientist and Engineers- JUSE.
1981 Criação da Associação Mineira de Círculos de Controle da Qualidade -
AMCCQ,MG.
1982 Ishikawa ministra uma série de palestras a executivos brasileiros.
1983 Feigenbaum ministra uma série de palestras para executivos brasileiros.
Realizado o I Seminário da garantia da Qualidade do Instituto Brasileiro do
Petróleo- IBP,SP.
1985 Crosby ministra uma série de palestras a executivos brasileiros.
1986 Deming ministra uma série de palestras para executivos brasileiros. Lançado,
pelo governo, o Projeto de Especialização em Gestão da Qualidade PEGQ.
1987 Criado o curso de pós-graduação lato sensu em Controle de Qualidade, na
Universidade Católica de Petrópolis, RJ.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
50
Quadro 2.7 (contin.)
1988 Criação da subárea de mestrado Qualidade Industrial do Programa de
Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ, e inicio da primeira turma.
1989 Emitido o primeiro certificado ISO 9000 no Brasil. Criada a marca em
conformidade com o INMETRO.
1990 Lançado o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade PBQP. Instituído
o mês de novembro como sendo o Mês da Qualidade. Promulgado o Código de
Proteção e Defesa do Consumidor. Lei n 8078 de 11/09/90.
Realizado o Congresso Internacional de Normatização e Qualidade da ABNT,
São Paulo, SP.
Lançado pela presidência da VARIG, o Processo TQC Compromisso VARIG
com a Qualidade. Lançada a série de normas NBR- 19000, tradução da série
ISO 9000, pela ABNT.
1991 Realizado o I Congresso Brasileiro de Qualidade e produtividade da UBQ- I
CBQP, Vitória, ES.
Publicação de um dos primeiros trabalhos no mundo (British Deming
Association) sobre os Princípios aplicados à Educação: Deming vai à escola
(anais do I Congresso Brasileiro de Qualidade & produtividade, UBQ (1991).
Criada a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade-FPNQ
1992 Criação do Comitê da Qualidade CB 25, da ABNT.
Realizado o II CBQO da UBQ, Rio de Janeiro, RJ.
1993 Realizado o III CBQP da UBQ, Gramado, RS.
Concedido o PNQ, na categoria indústria, à Xerox.
1994
Publicada a nova série de normas ISO 9000 (1ª revisão).
Realizado o IV CBQP da UBQ, Belo Horizonte, MG.
Concedido o PNQ, na categoria serviços, ao Citibank.
1995 Realizado o V CBQP da UBQ, Curitiba, PR.
Concedido o PNQ à Serasa, primeira empresa nacional a recebê-lo, na
categoria serviços.
1996 Emitido o milésimo certificado ISO 9000, em solenidade oficial no Rio de
Janeiro.
Defendida e registrada a 42ª tese de mestrado em Qualidade na CPPE/UFRJ.
Realizado o VI CBQP da UBQ, Salvador, BA.
Concedido o PNQ à Alcoa Alumínio S/A- Poços de Caldas, na categoria
industria.
1997 Concedido o PNQ ao Citibank Corporate Banking , na categoria "Prestadoras de
Serviços" .Copesul Companhia Petroquímica do Sul na categoria "Manufaturas"
Weg Motores Ltda. na categoria "Manufaturas".
1998 Concedido o PNQ a Siemens Divisão Telecomunicações ,na categoria
"Manufaturas".
1999 Concedido o PNQ a Caterpillar Brasil Ltda., na categoria "Manufaturas". Cetrel
S.A. - Empresa de Proteção Ambiental.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
51
Quadro2.7 (contin.)
2000 Publicada a nova série de normas ISO 9000. (2ª revisão)
Concedido o PNQ a SERASA Centralização de Serviços dos Bancos S/A ,na
categoria "Grandes Empresas".
2001 Concedido o PNQ à Bahia celulose S/A Premiada na categoria Grandes
Empresas.
2002 Concedido o PNQ à Gerdau AFP, Politeno e Santa Casa de Porto Alegre.
Entre as três premiadas deste ano, pela primeira vez o Premio Nacional de
Qualidade é concedido a uma candidata da categoria Organizações sem Fins
Lucrativos.
2003 Concedido o PNQ à Politeno e a Cetrel.
2004 Concedido o PNQ à mineira Belgo Juiz de Fora.
2005 Concedido o PNQ à Petroquímica União e CPFL Paulista categoria Grandes
Empresas; SERASA S/A e Suzano Petroquímica Polibrasil categoria de
Médias Empresas.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
52
CAPÍTULO 3 SERVIÇOS
Neste capítulo são apresentados os conceitos sobre serviços e sua
importância na economia; além disso, são destacadas informações sobre a
qualidade em serviços, a conquista da qualidade em serviços e a
importância da satisfação do cliente.
3 Serviços Conceitos e Definições
Definir serviços não é uma tarefa tão fácil como aparenta, levando-se
em conta os desafios para apresentar um exemplo claro de um serviço puro
ou de manufatura de um bem isento de serviço associado.
Lovelock & Wright (2005) definem serviço como um ato de
desempenho oferecido por uma parte a outra que cria benefícios para
clientes por meio de uma mudança desejada no ou em nome do
destinatário.
Hill (1997) define serviço como uma relação em torno de uma
operação que pode ser denominada mudança de condição, onde existe um
resultado gerado por atividades na interface entre fornecedor e cliente e por
atividades internas do fornecedor para atender as necessidades do cliente.
A respeito deste assunto, Fitzsimmons (2000) assegura que a compra
de um produto é acompanhada por um serviço de apoio, por exemplo,
instalação, e a compra de um serviço muitas vezes incluem mercadorias, a
exemplo do caso de um restaurante. Cada compra é composta de um
pacote de serviços definido por um conjunto de bens e serviços em
proporções variadas oferecidas em um ambiente.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
53
Gianesi & Corrêa (1994) ressaltam que o pacote de serviços pode ser
composto por uma desagregação do serviço em componentes que o
formam:
Instalações de apoio recursos físicos instalações e
equipamentos necessários à prestação do serviço;
Bens facilitadores materiais que são consumidos, adquiridos
ou fornecidos ao consumidor do serviço;
Serviço explícito benefícios que são prontamente percebidos
pelos sentidos e considerados como características essenciais
do serviço:
Serviço implícito benefícios psicológicos ou características
acessórias do serviço.
Sasser et al. (1978) apud Gianesi & Corrêa (1994); Fitzsimmons
(2000) ressaltam a proporção e predominância de produtos e serviços que
formam o pacote de serviços, conforme ilustrado na Figura 3.1:
Figura 3.1 O contínuo entre produtos e serviços. (Fonte: SASSER et.al.
(1978) apud GIANESI & CORRÊA,1994; FITZSIMMONS, 2000).
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
54
Fitzsimmons (2000) esclarece a respeito da importância dos serviços e
nos induz a refletir que, praticamente, não existem produtos sem serviços e
serviços sem produtos, e as organizações apresentam uma dicotomia entre
as operações de atendimento, que embutem a interação com o cliente, de
apoio ou retaguarda, feita pela parte interna da organização.
Ou seja, as operações de serviços podem ser dividas em front office
(linha de frente) e back room (retaguarda), conforme observado na Figura
3.2, por meio de um exemplo.
Figura 3.2 Operações de serviços divididas entre front office e back room.
(Fonte: GIANESI & CORRÊA, 1994).
Na figura acima, Gianesi & Corrêa (1994) esclarecem que,
dependendo da dimensão do grau de participação do cliente no processo,
quase todas as atividades são executadas pelo cliente, cabendo ao servidor
apenas a preparação. Esta condição pode ser vista como uma seqüência de
transações entre o serviço total, que são as atividades executadas pelo
servidor, seja em front office ou back room e o auto-serviço (self-service).
3.1 Características dos Serviços
Discorrer sobre as diferenças que existem nas características dos
processos produtivos da operação de manufatura e de serviços tem sido de
C
L
I
E
N
T
E
Front office
(linha de frente)
alto contato com o cliente
incerteza
variabilidade
difícil controle
S
al
ão
de restaurante
Back room
(retaguarda)
baixo contato com o cliente
previsibilidade
padronização
melhor controle
Cozinha do restaurante
Sistema de Operações de Serviço
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
55
extrema relevância e executada por diversos autores. Rotondaro & Carvalho
(2005) ressaltam as principais características atribuídas aos serviços, que
são:
ü intangibilidade;
ü heterogeneidade;
ü trabalho não-armazenável;
ü necessidade da participação do cliente;
ü simultaneidade;
ü qualidade.
Intangibilidade: abstração dos serviços, ou seja, o principal beneficio
oferecido ao cliente não é uma mercadoria física.
Heterogeneidade: em razão do fato de que os serviços são
caracterizados pela realização de tarefas com base no relacionamento entre
as pessoas.
Trabalho não-armazenável: o serviço é realizado e entregue no mesmo
momento, por isso não é possível usar o conceito de estoque em serviços.
Necessidade da participação do cliente: os serviços, em geral,
necessitam da presença do cliente para sua produção.
Simultaneidade: os serviços são com freqüência produzidos
simultaneamente com seu consumo.
Qualidade: nos serviços, o consumidor que, provavelmente, participa
da operação de produção dos serviços, não julga apenas seu resultado,
mas também os aspectos de sua produção.
Na continuidade dos estudos, Moreira (2002) resume as principais
características que diferenciam uma empresa industrial e de serviços,
conforme os dados do Quadro 3.1, onde:
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
56
Quadro 3.1 Diferenças entre empresas industriais e serviços. (Fonte:
MOREIRA, 2002).
Diferenças entre Empresas Industriais e de Serviços
Característica Indústrias Empresas de serviços
Produto Físico Intangível
Estoques Comuns Impossíveis
Padronização dos insumos Comum Difícil
Influência da mão-de-obra Média/Pequena Grande
Padronização dos produtos Comum Difícil
Gianesi & Corrêa (1994) mencionam que as principais características
das operações de serviços são:
a intangibilidade dos serviços;
a necessidade da presença do cliente ou um bem de sua
propriedade;
o fato de que, geralmente, os serviços são produzidos e
consumidos de modo simultâneo.
Segundo Lovelock & Wright (2005), as diferenças básicas entre bens e
serviços seriam:
ü os clientes não obtêm propriedade sobre os serviços;
ü os produtos dos serviços são realizações intangíveis;
ü há maior envolvimento dos clientes no processo de produção;
ü outras pessoas podem fazer parte do produto;
ü há maior variabilidade nos insumos e produtos operacionais;
ü muitos serviços são de difícil avaliação pelos clientes;
ü normalmente há uma ausência de estoques;
ü o fator tempo é relativamente mais importante;
ü os sistemas de entrega podem envolver canais eletrônicos e
físicos.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
57
Diante dos esclarecimentos dos autores Rotondaro & Carvalho (2005);
Gianesi & Corrêa (1994); Moreira (2002) e Lovelock & Wright (2005),
propõe-se o Quadro 3.2, onde se identifica de forma macro as diferenças
existentes nas características dos processos produtivos da operação de
manufatura e de serviços:
Quadro 3.2 Diferenças nas características dos processos produtivos da
operação de manufatura e serviços
Diferenças nas características dos processos produtivos da operação de
manufatura e serviços
MANUFATURA SERVIÇOS
Tangível (Físico) Intangível (Não Físico)
Cliente não toma parte no processo Cliente participa no processo
Estoques são comuns Impossível ser estocado
Produzidos e consumidos em tempos e
locais diferentes
Produção e consumo simultâneos, em geral,
no mesmo local.
Comum a padronização dos insumos Difícil padronização dos insumos
Média ou pequena influência de mão-
de-obra
Grande influência de mão-de-obra
Comum a padronização dos produtos Difícil padronização dos produtos
3.2 Tipologia dos Serviços
Diversas definições são encontradas sobre como chegar a uma
classificação, em relação ao tipo de serviço, mais apropriado para as
organizações.
Silvestro et al. (1992; 1999) apud Gianesi & Corrêa (1994); Rotondaro
& Carvalho (2005) são considerados um dos pioneiros no assunto e
propõem a utilização de seis dimensões, na busca da classificação dos
processos de serviços, sendo elas:
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
58
ü foco de pessoas e equipamentos;
ü grau de contato com o cliente;
ü grau de personalização do serviço;
ü grau de julgamento pessoal dos funcionários;
ü foco no produto ou no processo; e
ü front office e back room como fonte de valor adicionado.
Segundo esse autor, existem três grandes categorias para classificar
os processos de serviços, definidos como serviços profissionais, loja de
serviços e serviços de massa, onde:
ü Serviços profissionais: são definidos como de alto contato com
os clientes, despendendo um tempo considerável no processo
de prestação do serviço, atendem a um número limitado de
clientes (volume baixo) e de forma personalizada,
proporcionando altos níveis de customização (variedade alta),
sendo o processo de serviço altamente adaptável para atender
as necessidades individuais dos clientes e podendo ocorrer nas
instalações do cliente. Envolvem organizações, como projetos
de engenharia e arquitetura, médicos, assistência jurídica,
consultorias, etc;
ü Loja de serviços: são processos de nível intermediário de
contato com o cliente, ou seja, estão no meio-termo entre
padronização e customização. O volumes e clientes atendidos e
as combinações de valor das atividades da linha de frente (front
office) e da retaguarda (back room) são intermediários entre os
serviços profissionais e os de massa. Envolvem organizações
como bancos, restaurantes, hospitais, loja de varejo, etc;
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
59
ü Serviços de massa: compreendem transações com muitos
clientes (alto volume), envolvendo tempo de contato limitado ou
relativamente baixo, com pouca personalização e alta
padronização na prestação do serviço (baixa variedade),
baseados em equipamentos e orientados para o produto, com
maior parte do valor adicionada no escritório de retaguarda
(back room) com relativamente pouca atividade de julgamento
exercida pelo pessoal de linha de frente (front office), o pessoal
empregado não apresenta alto nível de qualificação, efetuando
tarefas e procedimentos prescritos. Como exemplos, o
transporte coletivo, a telefonia, etc.
A Figura 3.3 esboça a classificação dos processos de serviços.
Figura 3.3 Classificação dos processos de serviços. (Fonte: SILVESTRO et
al, 1992; 1999; apud GIANESI & CORRÊA, 1994; ROTONDARO & CARVALHO,
2005).
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
60
Rotondaro & Carvalho (2005), constatam que os serviços
profissionais têm maior ênfase nas atividades de linha de frente, enquanto
os de massa enfatizam a retaguarda, sendo as lojas de serviços
balanceadas quanto a esse aspecto.
Uma outra classificação de interesse à presente pesquisa é aquela
proposta por Cooke (2000), adaptada na proposta anterior de Thomas
(1978), e Silvestro et al. (1992) apud Gianesi & Correa (1994), que
considera:
A. Qual a ênfase do contato do consumidor: onde há ênfase no
contato com pessoas ou ênfase no contato com bens
facilitadores (equipamentos, instalações); e
B. Onde o principal valor é agregado: efetuado na presença do
consumidor (ênfase no front-office, ou seja, nas operações de
atendimento) ou isolado do consumidor (ênfase no back-office,
ou seja, nas operações de suporte).
Os dados do Quadro 3.3 apresentam a classificação de Cooke (2000)
que acrescenta um diferencial à classificação proposta anteriormente por
Thomas (1978), obtendo-se a inclusão de graus híbridos (intermediários)
entre os extremos de cada dimensão.
3.3 A Importância dos Serviços na Economia
Lovelock & Wright (2005) afirmam que, somos consumidores diários
de vários tipos serviços. O movimento deste setor, crescente ano após ano,
impulsiona a economia no Brasil e no mundo, correspondendo a uma
parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) de vários países.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
61
Quadro 3.3 Classes de serviços. (Fonte: COOKE, 2000)
Na presença do
consumidor
(ênfase no front-
office, ou seja, nas
operações de
atendimento)
Híbrido
(ênfase tanto no
front-office, como no
back-office)
Isolado do
consumidor
(ênfase no back-
office, ou seja, nas
operações de
suporte)
Assistência técnica
a domicílio,
Jardinagem,
Vigilância, Professor
particular.
Cons
u
l
tores,
Advogados,
Arquitetos, Agência
de Propaganda.
Escritório de
contabilidade,
Corretores,
Recrutamento de
executivos.
Assistência técnica,
Lavanderias,
Sapatarias.
Cons
u
l
t
ório
Médico
,
Consultório Dentário,
Táxi, Escolas
Companhia aérea,
Hospitais.
C
inema
,
Lava
rápido
automatizado,
Máquinas de vendas
de produtos,
Transporte urbano.
Banco por
computador,
Venda pela internet,
Projeto auxiliado por
computador.
Restaurantes,
Hotéis, Locadoras
de equipamentos,
varejo em geral,
Bancos.
Desenvolvimento de
software, instalação
de redes de
computadores.
Pessoas
Híbrido
(pessoas e
bens facilitadores)
Bens
f
acilitadores
(equipamentos e
instalações)
Ê
nfase
do contato do consumidor
A
B
Onde o
principal
valor é
agregado
Segundo esses autores, o tamanho desta parcela no Brasil é superior
a 50% do Produto Interno Bruto (PIB) e comenta que, o setor de serviços
emprega mais da metade da mão-de-obra em muitas nações da América
Latina e Caribe.
Rotondaro & Carvalho (2005) compartilham do declarado por
Lovelock & Wright (2005), mencionam que, em relação ao Brasil, a
participação dos serviços sobre o Produto Interno Bruto (PIB) nacional é
52,3%.
A respeito desse assunto, Corrêa & Caon (2002) ressaltam que os
principais fatores responsáveis pelo crescimento de empregos em serviços
no mundo são de ordem político-social e tecnológica; dentre estes,
destacam-se:
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
62
urbanização: que torna necessários diversos serviços
essenciais . Exemplos: segurança e transporte urbano;
mudanças demográficas: que aumentam a quantidade de
crianças e/ou idosos, que consomem mais intensamente maior
variedade de serviços. Exemplos: educação, entretenimento e
saúde.
mudança socioeconômicas: como aumento da participação da
mulher no trabalho remunerado e pressões sobre o tempo
pessoal. Exemplos: serviços domésticos, transporte escolar
dos filhos, creches e outros prestados por terceiros;
aumento da sofisticação dos consumidores: que leva a
necessidades mais amplas de serviços. Exemplos:
acompanhamento psicológico, personal trainers e consultores
de estilo.
mudanças tecnológicas: que têm aumentado a qualidade dos
serviços (avanços dos computadores e das televisões), ou
ainda criados serviços completamente novos (bancos
eletrônicos) ou as informações e serviços por Internet (reserva
e emissões de passagens aéreas, download de músicas,
jogos, livros, cursos de educação a distância).
Na continuidade dos estudos, Lovelock & Wright (2005) assinalam
que, na maioria dos países, o setor dos serviços na economia é muito
diversificado, incluindo uma ampla lista de atividades diferentes, variando
desde empreendimentos gigantescos, que operam em uma base global, até
pequenas empresas, que atendem uma única cidade ou bairro.
Corrêa & Caon (2002) opinam que a participação do número de
empresas de serviços em atividade no ano 2000 no Brasil tem
testemunhado um crescente ingresso de grandes empresas multinacionais,
como grandes cadeias de hotéis, gerando um crescimento do setor,
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
63
comentando a importância de se desenvolverem, continuamente, conceitos
e técnicas de administração para operações de serviços.
3.4 A Qualidade em Serviços
Muitos pesquisadores acreditam que as percepções dos clientes
sobre a qualidade baseiam-se em avaliações cognitivas de longo prazo
sobre a entrega de serviço de uma empresa, ao passo que a satisfação do
cliente é uma reação emocional de curto prazo a uma experiência específica
de serviço, conforme afirma Fitzsimmons (2000).
Para esse autor, os clientes avaliam seus níveis de satisfação ou
insatisfação depois de cada encontro e utilizam essa informação para
atualizar suas percepções da qualidade do serviço. Quando se trata de
serviços que nunca consumiram, as pessoas, muitas vezes, baseiam seus
julgamentos de qualidade na palavra de conhecidos ou na campanha de
propaganda da empresa. Entretanto, os clientes devem de fato experimentar
um serviço antes de poderem ficar satisfeitos ou insatisfeitos.
Zeithaml et al. (1990) propõem alguns fatores que influenciam a
formação das expectativas dos clientes em relação ao serviço a ser
prestado:
Comunicação “oral”: representa as recomendações que os clientes
recebem de terceiros para buscar pistas da qualidade de serviço,
caracteriza-se como uma ferramenta importante e pode trabalhar
tanto positiva como negativamente (importante citar que, infelizmente
para os fornecedores, é mais eficaz quando o trabalho é contra).
Necessidades e desejos pessoais: principal fator formador de
experiências do cliente que procura um prestador de serviços na
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
64
esperança de que suas necessidades sejam satisfeitas e seus
desejos sejam atendidos. Existem situações em que a necessidade
do cliente entra em conflito com seu desejo, em razão de uma lacuna
entre os níveis de conhecimento do processo de prestação do
serviço, entre o cliente e o prestador.
Experiência anterior: experiências passadas influenciam o grau de
expectativa que o cliente tem ao procurar um prestador de serviços.
Um cliente, ao ser “encantado”, tenderá a elevar suas expectativas
para a próxima vez que procurar o prestador. É conveniente que o
prestador possa manter o “encantamento” e isso se dê de forma a
que sempre possa elevar-se correspondentemente ao grau de
percepção do cliente.
Comunicação externa: inclui todo tipo de comunicação, tanto da
própria organização como de órgãos externos (rádios, site da
Internet, televisão). Esses fatores tendem a ter alguma influência
sobre o grau de expectativa do cliente e devem ser controlados pelo
prestador de serviços, que deve ter o cuidado para não elevar a
expectativa do cliente em um nível que não possa ser atingido, ou
criar uma expectativa baixa que diminuia a probabilidade do cliente
ser atraído para o serviço. A melhor opção é ajustar as capacidades
do prestador de serviços ao nível de expectativa do cliente.
Preço: o cliente estabelece em sua mente uma espécie de correlação
entre o preço cobrado e a qualidade esperada do serviço. O preço é
um aspecto que pode ser objetivamente avaliado (de acordo com a
seqüência de ranking de preço), classificado (baseando-se nas
expectativas a “qualidade esperada”) e comparado (se é caro, é
bom). Isso funciona no sentido de que o preço mais alto poderá
aumentar a expectativa do cliente quanto ao serviço.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
65
Para tanto, a Figura 3.4 representa os fatores influenciadores da
formação da expectativa do cliente:
Figura 3.4 Fatores influenciadores da expectativa do cliente. (Fonte:
Adaptado ZEITHAML et al, 1990).
Albrecht (2002, p.27) considera que, a qualquer instante, no qual o
cliente entra em contato com algum aspecto da organização e obtém uma
impressão da qualidade de seus serviços, é considerado uma hora da
verdade
4
, e as diversas horas da verdade delimitam a satisfação ou
insatisfação do cliente e ressalta: “A hora da verdade é o átomo básico de
serviço, a menor unidade indivisível de valor entregue ao cliente”.
Diante do proposto, Albrecht (2002) instituiu o ciclo de serviço, que
considera mais útil ajudar as pessoas a mudarem seus pontos de vista na
busca da compreensão da realidade da experiência do cliente.
O ciclo de serviços é a cadeia contínua de eventos pela qual o cliente
passa à medida que experimenta o serviço prestado, ele raramente pensa
em termos de departamentos ou especialidades. O cliente, geralmente,
pensa em ter sua necessidade satisfeita e, também, que haja por parte do
prestador do serviço a iniciativa para atendê-lo. Um único contato
desastroso nesse processo poderá comprometerá todo o ciclo.
Parasuraman et al. (1988), criaram uma escala (SERVQUAL) para a
avaliação da qualidade de serviços baseada nas seguintes categorizações:
4
Utiliza-se também, em referência, a expressão - momento da verdade.
Necessidades Desejos
Experiência
passada
Comunicação
“oral”
Comunicação
externa
Preço
Expectativa do cliente
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
66
ü Confiabilidade: é a capacidade de prestar o serviço prometido
com confiança e exatidão;
ü Responsabilidade: é a disposição para auxiliar e servir os
clientes e fornecer o serviço prontamente.
ü Segurança: é o conhecimento dos funcionários, bem como sua
capacidade de transmitir confiança e confidencialidade.
ü Empatia: envolve cortesia, demonstração de interesse e
atenção personalizada ao cliente.
ü Tangibilidade: é a aparência das instalações físicas,
equipamentos, pessoal e materiais para comunicação.
Para esses autores, os clientes que se baseiam na comparação entre
o serviço esperado e o percebido, utilizam estas cinco categorizações para
fazer julgamentos sobre a qualidade dos serviços.
Na continuidade, esses autores, também propuseram um conjunto de
dimensões da qualidade de serviços, englobando:
ü Aspectos Tangíveis Aparência física de instalações,
equipamentos, pessoas e materiais de comunicação.
ü Confiabilidade Capacidade de prestar o serviço prometido de
forma confiável e precisa.
ü Responsabilidade Disposição para ajudar o cliente e
proporcionar com presteza um serviço.
ü Competência Habilidades específicas para desempenhar um
serviço.
ü Cortesia Fineza, respeito, consideração e amabilidade no
contato pessoal.
ü Credibilidade Confiança, credibilidade, honestidade e
integridade transmitidas pelo prestador do serviço.
ü Segurança Ausência de risco, perigo ou dúvida.
ü Acesso Proximidade e facilidade de contato.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
67
ü Comunicação Manter o cliente informado de forma
compreensível e escutá-lo.
ü Conhecimento do cliente Esforço para saber e atender suas
necessidades.
Comparando a questão “cliente externo x cliente interno”, esta
sugestão das dimensões da qualidade enfatizadas por Parasuraman et al.
(1988), pela sua própria configuração, afiguram-nos um contexto voltado ao
cliente externo. Enquanto nosso trabalho aplica-se ao cliente interno
podendo, essas dimensões, ser ou não contempladas em sua totalidade.
Dentro desse contexto, por exemplo, pode-se aplicar a dimensão
cortesia na qual as atitudes como fineza, respeito, consideração e
amabilidade no contato pessoal são imperativo ao cliente externo e não,
necessariamente, ao cliente interno que poderá ter respeito e consideração
aos profissionais da empresa, porém dificilmente tratará o profissional de
maneira amável e/ou com fineza.
Oliveira (2006) ilustra uma comparação entre as Dimensões da
Qualidade propostas por Parasuraman et al. (1988) e aquelas sugeridas por
Garvin (1992; 2000), apresentadas no Quadro 3.4 (válidas, em princípios
para produtos e serviços).
Na continuidade a respeito do assunto, em seu trabalho Oliveira
(2006) indica que, no Capítulo 2 (Quadro 2.2), a dimensão Qualidade
Percebida definida por Garvin (2002) enquadra-se em todos as
características das dimensões sugeridas por Parasuraman et al. (1988), o
que demonstra a preocupação do autor em considerar este aspecto da
qualidade percepção do cliente em relação à diferenciação de produtos ou
serviços altamente relevante.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
68
Quadro 3.4 Comparação entre as dimensões de Parasuraman et al. (1988) e
Garvin (1992,2002). (Fonte: OLIVEIRA, 2006)
3.5 Conquista da Qualidade em Serviços
Como se observa até este ponto, os serviços podem ser
considerados produtos intangíveis e consumidos simultaneamente à sua
produção, mas ainda existem dificuldades para os clientes na avaliação
desses serviços antes de sua prestação. Diante destes pontos,
desenvolveram-se ferramentas, instrumentos, técnicas e controles na busca
de entendimento e conquista da qualidade em serviços.
O SERVQUAL Service Quality de Parasuraman et al. (1988) é um
dos modelos propostos para alcance desse objetivo, tendo a eliminação das
falhas no processo como ponto-chave, podendo assim mensurar a
Dimensões da Qualidade aplicadas a Serviços
Parasuraman Garvin
Aspectos tangíveis
Desempenho, Características, Confiabilidade, Estética e Qualidade
Percebida.
Confiabilidade Confiabilidade e Qualidade Percebida.
Responsabilidade Desempenho, Confiabilidade, Conformidade e Qualidade Percebida.
Competência
Desempenho, Confiabilidade, Conformidade, Atendimento e
Qualidade Percebida.
Cortesia Característica e Qualidade Percebida.
Credibilidade Conformidade, Atendimento, Estética e Qualidade Percebida.
Segurança Desempenho, Conformidade, Durabilidade e Qualidade Percebida.
Acesso Qualidade Percebida
Comunicação Característica, Atendimento e Qualidade Percebida.
Conhecimento do
cliente
Desempenho, Atendimento e Qualidade Percebida.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
69
qualidade em serviços por intermédio das cinco dimensões (confiabilidade,
responsabilidade, segurança, empatia, tangibilidade) citadas anteriormente.
O modelo SERVQUAL está dividido em cinco FALHAS ou GAP’S da
qualidade em serviços, onde:
FALHA ou GAP 1: mede a diferença entre as expectativas dos
clientes e a percepção por parte da administração sobre estas
expectativas, com base em várias fontes (anúncios,
experiências anteriores com a empresa e concorrência,
necessidades pessoais e comunicação com amigos);
FALHA ou GAP 2: mede a percepção, pela gerência, das
expectativas dos clientes e a tradução dessas percepções em
especificações de qualidade do serviço;
FALHA ou GAP 3: mede a diferença entre o desempenho
serviço especificado e o serviço efetivamente prestado pela
administração, ou seja, sua conformidade. Pode originar-se
das falhas da equipe de trabalho, seleção inadequada de
funcionários, treinamento inadequado e projeto inapropriado
das tarefas;
FALHA ou GAP 4: mede a diferença entre as expectativas dos
clientes de um serviço anunciado, prometido, via anúncios em
mídia e outras comunicações realizadas pela empresa, e o
serviço executado, prestado na forma de promessas
exageradas e falta de informações fornecidas pelos
funcionários da linha-de-frente;
FALHA ou GAP 5: mede as diferenças entre a expectativa do
serviço esperado e o serviço percebido, depende do tamanho
e da direção das quatro GAP’S associadas à prestação de
serviços. Resultado das demais GAP’S e é, com base nelas,
que o cliente penaliza o prestador de serviço, seja não
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
70
retornando, seja propalando a má qualidade do serviço
prestado.
Na Figura 3.5, os dados dissertados até o presente momento são
agrupados e demonstrados em um único modelo:
Propaganda
boca a boca
Necessidades
pessoais
Experiências
anteriores
Serviço esperado
Serviço percebido
Prestação do serviço (incluindo pré e
pós-contrato)
Tradução das percepções em especi-
ficações de qualidade do serviço
P
ercepções
pela gerência das
expectativas dos clientes
Comunicações externas
com clientes
GAP
5
GAP 3
GAP 2
GAP 4
Fornecedor
GAP 1
Cliente
Figura 3.5 Modelo para qualidade em serviços - SERVQUAL. (Fonte:
PARASURAMAN et al., 1988).
Outros modelos para a avaliação e medição da qualidade em
serviços, podem ser vistos em levantamentos feitos por Miguel et al. (2004)
e Salomi et al. (2005)
3.6 Satisfação do Cliente
Muitos autores que dissertam sobre serviços baseados no
atendimento das necessidades e expectativas do consumidor externo à
empresa e quais as implicações ou problemas que acarretam quando não
são atendidas suas exigências.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
71
De acordo com Lovelock & Wright (2005), os clientes experimentam
vários níveis de satisfação ou descontentamento após cada experiência de
serviço, de acordo com a medida na qual suas expectativas foram atendidas
ou ultrapassadas. Considerando-se que a satisfação é um estado
emocional, suas reações pós-compras podem envolver raiva, insatisfação,
irritação, indiferença ou alegria.
A respeito deste assunto, Gianesi & Corrêa (1994) acrescentam que:
Pesquisas mostram que, em média um consumidor insatisfeito
depõe contra o serviço ou contra seu fornecedor a 10 outras
pessoas, enquanto um consumidor satisfeito recomenda o serviço
ou seu fornecedor a apenas 5 potenciais consumidores. (Gianesi
& Corrêa, 1994, p. 73)
Na continuidade do estudo, Lovelock & Wright (2005) alertam que
clientes marginalmente satisfeitos podem ser atraídos por concorrentes, ao
contrário de um cliente “encantado”, que é mais tendente a permanecer fiel,
apesar das ofertas competitivas atraentes.
Lovelock & Wright (2005) afirmam, também, que a satisfação do
cliente desempenha um papel particularmente crítico em ramos altamente
competitivos, onde existe uma diferença enorme entre a fidelidade de
clientes meramente satisfeitos e a de clientes “encantados”.
3.7 As expectativas dos clientes
As principais atividades desenvolvidas pela Administração de
Materiais, dentro das empresas, são focadas com o objetivo de atender as
necessidades de seu consumidor interno (Produção) que
subseqüentemente, atenderá ao consumidor externo.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
72
Berry & Parasuraman (1991) afirmam que as expectativas do
consumidor desempenham um importante papel no processo de avaliação
do serviço, pois os consumidores avaliam a qualidade do serviço
comparando o que queriam ou esperavam receber, com o que perceberam
ter recebido.
Os autores consideram que a expectativa, habitualmente, é usada,
como modelo de comparação, a fim de apontar o que os consumidores
crêem que irão receber, como também o que gostariam de receber.
Dentro do contexto, Berry & Parasuraman (1991) definem que as
expectativas dos consumidores ocorrem em dois níveis adequado e
desejado sendo:
Nível adequado: o que o consumidor acha aceitável receber;
Nível desejado: o que o consumidor gostaria de receber.
Segundo os autores, os níveis acima citados são separados por uma
“zona de tolerância” que é uma faixa de desempenho de serviço que o
consumidor considera satisfatória. Quando o nível de desempenho está
abaixo da zona de tolerância, geram-se frustrações e diminuição da
fidelidade do consumidor; quando o nível de desempenho está acima da
zona de tolerância, surpreende positivamente os consumidores e reforça
sua fidelidade.
Conforme demonstrado, neste capítulo, as necessidades e desejos,
experiências passadas, comunicação oral, comunicação externa e preço
são fatores que influenciam na formação da expectativa do consumidor.
Berry & Parasuraman (1991) sugerem uma relação de nove fatores que
exercem influências na formação da expectativa do consumidor, conforme
ilustra o Quadro 3.5:
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
73
Quadro 3.5 Fatores que influenciam os níveis de expectativa e a zona de
tolerância. (Fonte: BERRY & PARASURAMAN, 1991).
O impacto na satisfação do consumidor, aos diferentes níveis de
qualidade possíveis percebidos pelo consumidor de serviço, quando
confrontado com seus níveis prévios de expectativas é demonstrado na
Figura 3.6:
Intensificadores
permanentes de
serviços
Fatores que intensificam a sensibilidade dos consumidores de
maneira permanente. Ex: avanços tecnológicos, inovação no serviço,
expectativas dos consumidores.
Intensificadores
transitórios de
serviços
Fatores que aumentam a sensibilidade dos consumidores de maneira
temporária. Ex: emergências pessoais, problemas com a execução do
serviço inicial elevando as expectativas de reparação.
Necessidades
Pessoais
Requerimentos individuais ditados por específicas características
físicas, psicológicas, sociais e o recurso dos consumidores.
Alternativas
de serviço
percebidas
Percepções dos consumidores quanto ao grau de opções que estes
têm para obter o serviço. O nível de expectativas pode abaixar se o
consumidor não achar melhores alternativas de serviço. O nível de
tolerância passará a ser maior.
Papel pessoal
no serviço
percebido
Percepções dos consumidores quanto ao grau como estes
influenciam o nível de serviço que recebem. Ex: aluno de um curso
(quanto ao aprendizado total-sua atenção e estudo), conserto de um
carro (quão bem definidos foram os defeitos)
Promessas
explícitas de
serviço
Declarações da empresa sobre o serviço prestado ao consumidor.
Ex: propagandas, pessoal de vendas, contratos.
Promessas
implícitas de
serviço
Dicas de serviço além das promessas explícitas que levam a dedução
a respeito de como o serviço deveria ou será executado. Referem-se
ao preço e outros tangíveis associados ao serviço que dão “pistas” de
como este será executado.
Comunicação
“oral”
Afirmações feitas por outras partes, além da empresa sobre como o
serviço será executado e entregue. Tais afirmações podem vir tanto
de fontes pessoais como de experts. Ex: depoimentos de conhecidos,
relatórios de experts sobre o serviço.
Experiência
passada
Prévia exposição do consumidor ao serviço, que é relevante ao
serviço presente.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
74
Figura 3.6 Níveis de expectativa, níveis de qualidade percebido e impacto na
satisfação do consumidor. (Fonte: BERRY & PARASURAMAN, 1991).
Nível de Qualidade Percebido
Nível de Qualidade Percebido
Nível Desejado
Nível Adequado
Zona de
Tolerância
Nível de Expectativa Impactos na satisfação do Consumidor
Consumidor Mais do que Satisfeito
Consumidor Satisfeito
Consumidor Insatisfeito
Nível de Qualidade Percebido
Nível de Qualidade Percebido
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
75
CAPÍTULO 4 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
Neste capítulo, Administração de Materiais, abordar-se-á um
detalhado levantamento de seus conceitos e das principais atividades
envolvidas nesse processo, ressaltando a importância do serviço com a
qualidade para alcançar a satisfação do cliente, bem como a evolução da
área.
4 Conceitos
Para as organizações, o objetivo da Administração de Materiais deve
ser o de prover o material certo, no local de operação certo, no instante
correto e em condições utilizáveis (qualidade), ao custo mínimo define
Ballou (1993), conseqüentemente, gera um ganho em produtividade
decorrente desta condição.
Segundo Krajewski & Ritzman (1990), a importância da administração
de materiais não é somente para os segmentos industriais, onde, em 1987,
foram investidos em estoques na economia norte-americana perto de um
trilhão de dólares em segmentos diversos, conforme demonstrado nos
dados da Tabela 4.1:
Percentual
VALOR
(aproximado)
Segmento
37% 370 bi US$ Indústria de Transformação
22% 220 bi US$ Comércio Varejista
21% 210 bi US$ Comércio Atacadista
12% 120 bi US$ Setor Agropecuário
8% 80 bi US$ Restantes da Economia
TABELA 4.1 Investimento em estoques na economia norte-americana, 1987.
(Fonte: KRAJEWSKI & RITZMAN, 1990).
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
76
Fundamentado na situação de que existe uma troca de capital - que
poderia ser investido em outras aplicações rendendo juros por materiais e
equipamentos destinados à manufatura de produtos para, por meio da
venda, gerar lucro, as organizações tendem a se preocupar em administrar
melhor os materiais.
Francischini define que a Administração de Materiais é:
Atividade que planeja, executa e controla, nas condições
eficientes e econômicas, o fluxo de material, partindo das
especificações dos artigos a comprar até a entrega do produto
terminado ao cliente. (Francischini, 2002, p.5)
Na continuidade do estudo, o autor citado informa que a
Administração de Materiais tecnicamente bem aparelhada é, sem dúvida,
uma das condições fundamentais para o equilíbrio econômico e financeiro
de uma empresa, o tratamento adequado do abastecimento, do
planejamento e do reaproveitamento de materiais contribuem para melhoria
do resultado de qualquer organização.
Arnold (1999) explana que o conceito de Administração de Materiais
é baseado em um departamento responsável pelo fluxo de materiais
apoiado no fornecedor, passando pela produção até o consumidor. Este
conceito é relativamente novo, se as empresas desejarem minimizar seus
custos totais, deverão efetuar tal fluxo.
A respeito do assunto, Ballou (1993) ressalta que só recentemente a
Administração de Materiais foi de modo efetivo integrada à Logística, assim,
define Logística Empresarial como:
A logística empresarial trata de todas as atividades de
movimentação e armazenagem, que facilitam a fluxo de produtos
desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de
consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
77
os produtos em movimento, com o propósito de providenciar
níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.
(Ballou, 1993, p.24)
Conforme o referido autor assinala a boa Administração de Materiais
significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências de
operação, a fim de que as atividades primárias da Logística Empresarial
alcancem os objetivos logísticos de custo e nível de serviço.
Ainda discorrendo sobre o assunto, Ballou (1993) menciona as
atividades primárias da Logística como sendo transporte, manutenção dos
estoques e processamento de pedidos, assim:
ü Transportes: atividade mais importante, pois absorve, em
média de um a dois terços dos custos logísticos;
ü Manutenção dos estoques: para atingir um grau razoável de
disponibilidade de produto, é necessário manter estoques, que
agem como amortecedores entre a oferta e a demanda - o uso
extensivo do estoque resulta no fato de que, em média, ele é
responsável por um a dois terços dos custos logísticos;
ü Processamento de pedidos: sua importância deriva do fato de
ser um elemento crítico em termos de tempo necessário para
levar bens e serviços ao cliente; os custos tendem a ser
pequenos se comparados a outros dois aqui citados.
Para ilustrar como as informações acima se relacionam, Ballou (1993)
demonstra na Figura 4.1 que o tempo requerido para um cliente receber um
pedido depende do tempo necessário para entregar o pedido. A este
relacionamento, denomina ciclo crítico.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
78
CLIENT
E
M
anutenção
de estoque
Transporte
Processamento dos
pedidos dos clientes
(inclui transmissão)
Figura 4.1 Relação entre as três atividades logísticas primárias para atender
o cliente ciclo crítico. (Fonte: BALLOU, 1993).
Arnold (1999) informa que outros nomes podem ser atribuídos à
Administração de Materiais, como: Planejamento e Controle da Distribuição
e Administração da Logística.
Entretanto, é importante frisar que o conceito de atividade logística é
amplo, pode englobar desde longas movimentações de materiais e produtos
em um abrangente espaço geográfico, até a movimentação de materiais
internos de uma planta fabril que mais se aproxima do conceito de
Administração de Materiais que interessa ao presente trabalho.
Slack et al. (2002) define estoquem como, a acumulação armazenada
de recursos materiais em um sistema de transformação e ressaltam que os
estoques são custosos e, algumas vezes, empatam considerável quantidade
de capital; mantê-los representa riscos, cujos itens:
a) podem deteriorar;
b) tornar-se obsoletos ou perder-se;
c) ocupam espaço valioso.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
79
PLANEJAMENTO
E CONTROLE
DE ESTOQUE
Compensação
das diferenças
de ritmo entre
fornecimento e
demanda de recursos
materiais
A Figura 4.2 demonstra um sistema de planejamento e controle de
estoques, conforme Slack et al. (2002):
Figura 4.2 Planejamento de controle de estoques. (Fonte: SLACK et al.,
2002).
Corrêa et al. (2001) descrevem que as principais razões para o
surgimento dos estoques são:
as impossibilidade ou inviabilidade de coordenar suprimento e
demanda;
a especulação com o próprio estoque;
a incerteza de provisões de suprimento e/ou demanda; e
preencher o “pipeline inventory” - canais de distribuição.
Administrar estas variáveis é função da Administração de Materiais,
bem como decidir o que é mais compensador economicamente e sempre
que possível coordenar os processos de suprimento e consumo.
4.1 Administração de Materiais e suas atividades de apoio
Para Ballou (1993), apesar de transportes, manutenção de estoques
e processamento de pedidos serem os principais ingredientes que
contribuem para a disponibilidade e condição física de bens e serviços, há
uma série de atividades adicionais que apóiam estas atividades primárias.
Fornecimento de
produtos e serviços
Recursos de
produção
Demanda de
produtos e
serviços
Consumidores da
operação produtiva
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
80
Pozo (2004) compartilha desse pensamento e acrescenta que as
atividades consideradas de apoio são aquelas, adicionadas, que dão
suporte ao desempenho das atividades primárias, para que se possa ter
sucesso na empreitada organizacional, que é manter e criar clientes com
pleno atendimento do mercado e satisfação total do acionista em receber
seu lucro.
As atividades de apoio são: processo de armazenagem, manuseio de
materiais, embalagem de proteção, obtenção ou suprimentos, programação
de produtos ou planejamento e sistema de informações.
4.1.1 Processo de armazenagem
Envolve o processo da administração do espaço necessário para
manter materiais estocados. Esta ação lida com problemas, como:
localização, dimensionamento de área, arranjo físico, equipamentos de
movimentação, recuperação do estoque, projeto de docas ou baías de
atracação, necessidades de recursos financeiros e humanos.
4.1.2 Manuseio de materiais
Está associada com a armazenagem e, também, à manutenção dos
estoques. Envolve a movimentação de materiais no local de estocagem,
podendo ser tanto estoques de matéria-prima como de produtos acabados,
ou a transferência de materiais do estoque para o processo produtivo, ou
deste para o estoque de produtos acabados, ou, também, transferência de
um depósito para outro.
4.1.3 Embalagem de proteção
Dentro da Logística tem como objetivo movimentar produtos com toda
proteção sem danificá-los, além do economicamente razoável. Um bom
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
81
projeto de embalagem do produto auxilia a garantir perfeita e econômica
movimentação sem desperdício. Além disso, dimensões adequadas de
empacotamento encorajam manuseio e armazenagem eficientes.
4.1.4 Obtenção ou Suprimentos
Esta a atividade proporciona que o produto fique disponível no momento
exato para ser utilizado pelo sistema logístico, envolve procedimentos de
avaliação, seleção das fontes de fornecimento, definição de quantidades a
serem adquiridas, programação de compras e forma de como o produto é
comprado. É uma área importantíssima de apoio logístico e, também, um
setor de obtenção de enormes reduções de custos da organização.
4.1.5 Programação de produtos ou Planejamento
Primariamente, refere-se às quantidades agregadas que devem ser
produzidas, bem como quando, onde e por quem devem ser fabricadas. É a
base que servirá de informação à programação detalhada da produção
dentro da fábrica e que permitirá o cumprimento dos prazos exigidos pelo
mercado.
4.1.6 Sistema de informações
Nenhuma função logística dentro de uma empresa poderia operar
eficientemente sem as necessárias informações de custo, procedimentos e
desempenho. Um bom sistema de informações inclui uma base de dados
bem estruturados, com informações importantes sobre os clientes, volume
de vendas, padrões de entregas, níveis de estoques e disponibilidades
físicas e financeiras que servirão como base a uma administração eficiente
das atividades primárias e de apoio.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
82
4.2 Evolução da Administração de Materiais
As atividades em Administração de Materiais, como em qualquer área
dentro das instituições, evoluem ao longo dos anos, no sentido de obter-se
avanços na otimização de processos em busca de competitividade para as
empresas.
Viana (2002) ressalta dentro das evoluções na área de Administração
de Materiais algumas especialidades como a Logística, as técnicas de
administração japonesas, o código de barras e a informática:
Logística: em face do quadro de mudanças no cenário
econômico, surge como ferramenta fundamental a ser utilizada
para produzir vantagens competitivas;
Técnicas de administração japonesas: após a Segunda Guerra
Mundial, os japoneses, arrasados, com falta de espaço e
carentes de recursos naturais, adotaram normas de eliminação
completa de perdas (Perda Zero); na Toyota, o kanban,
instituiu um sistema de participação dos funcionários na vida e
no progresso da empresa com a finalidade de atender ao just
in time;
Código de barras: símbolo composto por barras paralelas de
larguras e espaçamentos variados, pode ser utilizado para
aprimorar qualquer processo que envolva controle de
mercadorias, efetuar operações com grande número de itens,
gerenciar estoques racionalmente, tendo como principais
vantagens: rapidez, economia, aplicação no armazenamento
(em compras e em vendas), dispensa etiquetação e
reetiquetação do produto com o preço;
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
83
Informática: utilizada como plataforma de eficiência e
produtividade onde, por exemplo, tem-se a Extranet com
ferramentas e os documentos, antes limitados à consultas
internas, que podem ser acessados de modo controlado fora
da empresa pelos distribuidores, parceiros, fornecedores e
clientes, permitindo rapidez e economia de tempo nas
transações.
Francischini (2002) opina sobre alguns pontos que contribuíram para
a evolução da área de Administração de Materiais, entre eles:
ü a atividade era exercida diretamente pelo proprietário da
empresa, pois comprar era a essência do negócio;
ü as atividades de compras são atividades de apoio às
atividades produtivas e, portanto, integradas à área de
produção;
ü a coordenação de serviços envolvendo materiais, começando
com o planejamento das matérias-primas e a entrega de
produtos acabados, em uma organização independente da
área produtiva;
ü a agregação à área logística das atividades de suporte à área
de marketing;
ü o modelo atual da área de Logística, da qual faz parte a
Administração de Materiais.
Na continuidade a respeito do assunto, Francischini (2002) resume os
pontos citados antes, no Quadro 4.1.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
84
Quadro 4.1 Evolução da Administração de Materiais. (Fonte: FRANCISCHINI,
2002).
Percepção
Empresarial
Situação
Inicial
Processo de
Evolução
Estágio
Avançado
Situação
Atual
O Administrador
de Materiais
Pessoa de
recados
Funcionário a
serviço da
produção
Executivo
conhecedor do
mercado de
abastecimento
Executivo que
administra 60%
dos custos e das
despesas
Perfil do
profissional
Pessoa bem
considerada
Burocrata
eficiente
Conhecedor de
administração
comercial e de
mercados
Executivo com
preparos
técnico,
econômico e
legal.
Progresso do
profissional
Sem
possibilidades
Comprador Planejamento do
negócio
Diretor executivo
Atividades da
Administração
de Materiais
Faz despesas Evita e
desmobiliza
estoques
excedentes
Planejamento
estratégico
Concentração
de uma visão de
melhoria dos
resultados
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
85
CAPÍTULO 5 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS, SERVIÇOS
E QUALIDADE
Este capítulo tem a intenção de realizar uma interface entre os três
capítulos anteriores Qualidade, Serviços e Administração de Materiais
procurando demonstrar a importância da Administração de Materiais no
fornecimento de serviços com qualidade para satisfação do consumidor
interno Produção.
5 Administração de Materiais e Produção
Na literatura, em geral, existe uma concentração de esforços muito
grande no atendimento das necessidades e expectativas do cliente externo
à empresa e quais são as implicações ou problemas que acarretam quando
não atendidas suas exigências.
Por outro lado, pouco se disserta sobre o cliente interno das
empresas, cujo envolvimento dos departamentos, colaboradores e a troca
de informações são importantíssimos para alcançar os objetivos do negócio.
As principais atividades desenvolvidas pela Administração de
Materiais, dentro das empresas, são focadas com o objetivo de atender as
necessidades de seu cliente interno (Produção) que, conseqüentemente, ao
final do processo, atenderá ao consumidor externo.
Conforme Gianesi & Corrêa (1994), a importância do conceito cliente
interno decorre da nova forma de pensar as operações dentro das
organizações, onde diversas subdivisões funcionais (por exemplo,
gerências, departamentos ou seções), em empresas de manufatura ou
serviços, executam atividades de produção ou de apoio que podem ser
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
86
consideradas, como serviços, caracterizando uma relação de cliente-
fornecedor interno.
Para Colenci Junior e Iombriller (1995), a empresa poderá diminuir
seus problemas no atendimento ao cliente externo fazendo com que cada
área justifique sua atuação, não apenas por atender bem a rotina de suas
atividades previsíveis, mas, para que ofereça adicionalmente serviços com
qualidade às demais áreas e a toda organização, vistas como clientes de
sua atividade.
A Administração de Materiais está inserida dentro dos contextos
abordados até aqui como uma das operações que visam ao alcance dos
objetivos traçados pela empresa, com atividades de apoio ao departamento
de Produção, gerando informações e serviços ao mesmo, baseando-se em
informações oriundas de outros setores (por exemplo, vendas), dando-nos
uma visão da importância e necessidade da troca de informações entre
todas as áreas da empresa de forma permanente.
Ainda a respeito do assunto, Gianesi & Corrêa (1994) sugerem que
cada setor passa a ter seus objetivos estratégicos, definidos em função do
nível de serviço requerido por seus clientes, necessitando coordenar e
integrar suas próprias subfunções, para atingir esses objetivos.
Na Figura 5.1, Albrecht (2002) apresenta o triângulo do serviço como
uma maneira de representar graficamente a interação de três elementos
críticos - estratégia do serviço, pessoal de linha orientado para o cliente e
sistemas voltados ao cliente como elo da cadeia funcional,
complementando a sugestão de Gianesi & Corrêa (1994):
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
87
Estratégia
de
Serviço
Sistemas
Cliente
Pessoal
Figura 5.1 O Triângulo do Serviço. (Fonte: ALBRECHT, 2002).
Gianesi & Corrêa (1994) propõem o enfoque direcionado ao mercado
como uma alternativa de gerenciar os serviços internos, cuja premissa é que
todos os serviços internos tenham algum impacto na capacidade da
empresa de oferecer produtos e serviços de qualidade ao mercado.
Gerenciar estes serviços de forma míope, em termos de custos,
comunicação ou eficiência, só poderá restringir o valor potencial de sua
contribuição.
Na continuidade da proposta, os autores mencionam que o foco
passa a ser o mercado final. Se os serviços internos forem direcionados às
necessidades dos respectivos usuários, a eficácia da organização será
aumentada e provedores e usuários compartilharão informações, assumindo
que ambos existem para servir um mercado final bem definido.
Colenci Junior e Iombriller (1995), entendem a linha de produção
como última fronteira onde se darão os embates da transformação de
recursos em bens e serviços, cuja tecnologia, capital, mão-de-obra,
equipamentos, matérias-primas serão in put de uma transformação eficaz e
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
88
eficiente, objetivamente aplicáveis no tempo e espaço para obtenção de
produtos e serviços em um ambiente de acentuada complexidade. A
qualidade dos insumos fornecidos e a qualidade que esses insumos são
processados são fundamentais.
Gianesi & Corrêa (1994) esclarecem que fica clara a importância de
gerenciar serviços internos por meio de um enfoque baseado nas
necessidades dos usuários desses serviços. Todos os serviços internos
devem estar, portanto, visando ao atendimento do consumidor final da
empresa.
A Figura 5.2 ilustra como a Administração de Materiais por meio da
Gestão de Estoques pode interagir, no fornecimento aos clientes imediatos,
baseada no fluxo de materiais e informações, prestando serviços nas
diversas fases que envolvem os objetivos da empresa.
Figura 5.2 Interação dos clientes internos Administração de Materiais e
Produção. (Fonte: SLACK et al., 2002).
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
89
Na referida acima, a pressuposição da existência de estoque
intermediador não deve ser vista como um contraposto à possibilidade de se
trabalhar em um sistema just-in-time, moderadamente recomendado, onde
se visa minimizar ou mesmo erradicar a existência destes estoques.
No entanto, percebe-se que Bowersox & Closs (2001), enfatizam o
fluxo de informações que gera uma visão de logística integrada, em
complementação ao conceito anterior, conforme Figura 5.3:
F
O
R
N
E
C
E
D
O
R
E
S
C
L
I
E
N
T
E
S
F
luxo de
I
nformações
Suprimentos
Apoio à
manufatura
Distribuição
Física
F
luxo de
Materiais
/Estoque
Figura 5.3 Logística integrada. (Fonte: BOWERSOX e CLOSS, 2001).
5.1 O Serviço Administração de Materiais
Com base nos autores referenciados no item 3.2 Tipologia de
Serviços e no item 4.1 Administração de Materiais e suas atividades de
apoio o Quadro 5.1 procura caracterizar essas atividades de apoio,
conforme as classificações propostas:
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
90
Quadro 5.1 Atividades de apoio e Tipologia de Serviços
Atividades de apoio
da Administração de
Materiais
Tipologia de Serviços
Cooke (2000)
Ballou (1993);
Pozo (2004)
Silvestro
(1992; 1999)
Onde o principal
valor é agregado
Ênfase do
contato do
consumidor
(Produção)
Processo de armazenagem
Serviço de Massa:
com nenhum
contato com o
cliente
Isolado do consumidor.
(ênfase no back-office;
ou seja, nas operações
de suporte)
Bens
Facilitadores
Embalagem de proteção
Serviço de Massa:
com nenhum
contato com o
cliente
Isolado do consumidor.
(ênfase no back-
office;ou seja, nas
operações de suporte)
Bens
Facilitadores
Manuseio de materiais
Loja de Serviços:
com relativo
contato com o
cliente
Híbrido enfatizando
tanto no front-office,
como no back-office.
Híbrido
Obtenção ou Suprimentos
Serviços
Profissionais: com
alto contato com o
cliente
Híbrido enfatizando
tanto no front-office,
como no back-office.
Híbrido
Programação de produtos
ou Planejamento
Serviços
Profissionais: com
alto contato com o
cliente
Híbrido enfatizando
tanto no front-office,
como no back-office.
Híbrido
Sistema de informações
Loja de Serviços:
com relativo
contato com o
cliente.
Híbrido enfatizando
tanto no front-office,
como no back-office.
Híbrido
Após comparar o Quadro 5.1, acima citado, nota-se que as atividades
de apoio da Administração de Materiais definidas por Ballou (1993); Pozo
(2004) permeiam todas as tipologias de serviços de Silvestro et al. (1992;
1999) apud Gianesi & Corrêa (1994) e Rotondaro & Carvalho (2005)
apresenta um relativo equilíbrio entre os três tipos de serviços prestados,
para a Produção e os seis processos que envolvem as atividades de apoio.
No entanto, na comparação da mesma tabela, nota-se duas vertentes
(Cooke, 2000):
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
91
a) quando a visão é focada no contexto onde o principal valor é
agregado verifica-se que a maioria das atividades de apoio
da Administração de Materiais referenciadas por Ballou (1993);
Pozo (2004) encaixam-se na forma Híbrido, enfatizando tanto
processos atuantes no front-office como no back-office, e o
restante tem sua agregação de valor na execução ‘isolado do
consumidor.
b) quando a visão é focada no contexto ênfase do contato do
consumidor (produção) verifica-se que a maioria das
atividades de apoio da Administração de Materiais
referenciadas por Ballou (1993); Pozo (2004) encaixam-se,
também, na forma Híbrido, enfatizando tanto processos
atuantes no front-office como no back-office, e o restante tem
sua importância do contato do consumidor baseado em bens
facilitadores (equipamentos e instalações).
5.2 Administração de Materiais com Qualidade
O Quadro 5.2 combina o item 2 Qualidade: conceitos e definições
conforme Garvin (1984; 2002) e o item 4.1 Administração de Materiais e
suas atividades de apoio definidas por Ballou (1993) e Pozo (2004) de
forma comparativa, buscando, a critério do autor, caracterizar quais
Dimensões da Qualidade devem ser de maior importância para cada
atividade de apoio.
Nota-se que as abordagens da Qualidade no Quadro 5.2, que mais
se adaptam às atividades de apoio à Administração de Materiais, segundo
nosso entender, são as Baseadas no Processo, cuja Qualidade está
vinculada ao atendimento de especificações e Baseada no Usuário, onde
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
92
Qualidade está relacionada com as necessidades do consumidor e na
capacidade de um bem ou serviço satisfazê-lo.
Quadro 5.2 Abordagens da Qualidade que mais se adaptam à Administração
de Materiais
Atividades de apoio da
Administração de
Materiais
Definições de Qualidade
Garvin (1984; 2002)
Ballou (1993);
Pozo (2004)
Abordagem da Qualidade
Dimensões da Qualidade
Processo de armazenagem Baseada no Processo
Desempenho, Confiabilidade,
Conformidade, Qualidade
percebida.
Embalagem de proteção Baseada Processo
Desempenho, Confiabilidade,
Conformidade, Durabilidade,
Qualidade percebida.
Manuseio de materiais
Baseada no Processo,
Baseada no Usuário.
Desempenho, Confiabilidade,
Conformidade, Características
Secundária, Qualidade
percebida.
Obtenção ou Suprimentos Baseada no Processo
Desempenho, Confiabilidade,
Características secundárias,
Conformidade, Assistência
técnica, Qualidade percebida.
Programação de produtos ou
Planejamento
Baseada no Processo,
Baseada no Usuário.
Desempenho, Confiabilidade,
Características secundárias,
Conformidade, Assistência
técnica, Qualidade percebida.
Sistema de informações Baseada no Processo
Desempenho, Confiabilidade,
Características secundárias,
Assistência técnica,
Qualidade percebida.
Surgem com duas abordagens do conceito de Qualidade Baseada no
Processo e no Usuário as atividades Manuseio de materiais e
Programação de produtos ou Planejamento, porém deve-se notar que as
dimensões Desempenho, Confiabilidade, Conformidade e Qualidade
percebida enquadram-se em todas as atividades de apoio, revelando sua
importância e abrangência.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
93
Na continuidade da análise elaborada pelo pesquisador:
a) a Qualidade para o usuário: está vinculada ao atendimento das
necessidades, via especificações, por ele estipuladas; e
b) a Qualidade do processo: está vinculada ao atendimento das
especificações estipuladas pelo usuário, via verificação e
comprovação da conformidade, utilizando o sistema de
informações e planejamento como ferramentas a fim de
satisfazer as necessidades do mesmo.
A Figura 5.4, abaixo, ilustra a análise acima citada:
Figura 5.4 Abordagens da Qualidade e as necessidades do usuário
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
94
Diante da análise e observando-se o item 2.2 - A Visão dos
Especialistas da Qualidade acredita-se que, coerentemente, para as
questões referentes à qualidade de serviço, prevalece a visão de Crosby
apud Nóbrega (1997), cuja a qualidade de serviço é definida de maneira
análoga a bens, levando em conta a conformidade com os requisitos do
usuário ou cliente.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
95
CAPÍTULO 6 METODOLOGIA E PESQUISA DE CAMPO
A seguir são feitas considerações sobre a metodologia de pesquisa,
para caracterizar, quanto a seu método, abordagem e técnicas, quais as
formas mais indicadas para o presente trabalho.
6 Método de Pesquisa
Lakatos e Marconi (2000) revelam que a primeira e mais fundamental
diferença que se apresenta entre as ciências diz respeito às ciências
formais, estudo das idéias, e às ciências factuais, estudo dos fatos. No
ambiente das ciências factuais, o conhecimento científico caracteriza-se por
ser: racional, objetivo, factual, transcendente aos fatos, analítico, claro e
preciso, comunicável, verificável, dependente de investigação metódica,
sistemático, acumulativo, falível, geral, explicativo, preditivo, aberto e útil.
Ainda sobre os métodos de pesquisa, Lakatos e Marconi (2000) os
dividem em duas classes:
c. Métodos de procedimento: são etapas mais concretas de busca
de solução;
d. Métodos mais amplos: trata-se de questões de formas mais
gerais, abstratas e genéricas, cujos métodos podem ser:
v Método indutivo: a aproximação dos fenômenos
caminha, geralmente, para planos cada vez mais
abrangentes, indo das constatações mais particulares às
leis e teorias mais gerais;
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
96
v Método dedutivo: partindo das teorias e leis, na maioria
das vezes, prediz a ocorrência de fenômenos
particulares;
v Método hipotético-dedutivo: inicia-se pela percepção de
uma lacuna nos conhecimentos a respeito do qual se
formulam hipóteses e, pelo processo dedutivo, busca-se
o falseamento da mesma;
v Método dialético: a busca da solução é feita no mundo
dos fenômenos.
6.1 Abordagem de Pesquisa
Em relação às abordagens, Oliveira (1999) enfatiza que em relação às
abordagens, existem duas tipologias básicas: a quantitativa e a qualitativa. A
maior diferença entre elas reside no fato de que a pesquisa qualitativa, ao
contrário da quantitativa, busca enfatizar a perspectiva da entidade que está
sendo pesquisada, enquanto nas pesquisas quantitativas esta ênfase é
muito menor.
Dentro dessa discussão, Bryman (1989) defende que a pesquisa
organizacional é proeminentemente orientada para a promulgação do
conhecimento prático, podendo ser de natureza quantitativa ou qualitativa,
afirma que, desde a década de 1970, o interesse pela pesquisa qualitativa
vem crescendo.
Para ilustrar os conceitos de Bryman (1989) e Oliveira (1999), o
primeiro autor propõe uma comparação entre as duas modalidades de
pesquisa, conforme demonstrado nos dados do Quadro 6.1:
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
97
Quadro 6.1 Comparação entre pesquisa quantitativa e qualitativa. (Fonte:
Bryman, 1989).
6.2 Método ou técnica de procedimento
Yin (2001) refere que não existe um método melhor ou pior que outro,
o que há é o método mais adequado ao objetivo e condições da pesquisa.
Ainda discorrendo sobre o assunto, Yin (2001) define que o método de
estudo de caso, seja simples ou múltiplo, caracteriza-se pelo estudo de um
ou mais objetos visando a um amplo conhecimento sobre eles, sendo o
objeto de estudo um indivíduo, uma família, uma comunidade ou uma
organização que, em geral, representam a estratégia preferida quando:
ü citam questões de pesquisa do tipo “COMO” ou “POR QUE”?;
ü o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos;
ü o foco encontra-se em fenômenos contemporâneos inseridos
em algum contexto da vida real.
Na continuidade do estudo o autor complementa destacando que,
como esforço de pesquisa, o estudo de caso contribui, de forma inigualável,
para a compreensão que temos dos fenômenos individuais, organizacionais,
sociais e políticos.
Aspectos
Pesquisa
Quantitativa
Pesquisa
Qualitativa
Ênfase na interpretação do entrevistado
em relação à pesquisa
menor maior
Importância do contexto da organização
pesquisada.
menor maior
Proximidade do pesquisador em relação
aos fenômenos estudados
menor maior
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
98
Gil (1995) ressalta que as pesquisas podem ser vistas dentro das
seguintes categorias: exploratórias, descritivas e explicativas,que as:
ü Pesquisas exploratórias: são recomendadas quando o principal
objetivo é desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e
idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos
ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.
ü Pesquisas descritivas: sua finalidade principal é descrever as
características de determinada população ou fenômeno, ou
estabelecer relações entre as variáveis.
ü Pesquisas explicativas: são utilizadas quando a preocupação
central é identificar os fatores determinantes da ocorrência dos
fenômenos, por meio de estudos experimentais de relação de
causa e efeito. Este tipo de pesquisa busca explicar segundo
o autor a razão, o porquê das coisas.
6.3 Método de pesquisa escolhido
Após análise dos objetivos e justificativas, descritos neste trabalho e
as referências citadas na metodologia, optou-se pela técnica de pesquisa
baseada no estudo de caso de Yin (2001) e no tipo de pesquisa
exploratória, Gil (1995), pois as pesquisas exploratórias visam a tornar o
problema mais explícito, construir hipóteses e aprimorar conceitos e idéias
justamente o que se pretende com este estudo.
A pesquisa, também, conterá aspectos de pesquisas qualitativas,
mencionadas por Bryman (1989) e Oliveira (1999), caracterizadas por maior
foco na compreensão dos fatos do que propriamente em sua mensuração
o que coincide com os objetivos do presente estudo.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
99
6.4 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi elaborada utilizando uma amostra de
empresas do universo constituído do ramo industrial de médio e grande
porte das cidades de São Paulo, Guarulhos e região.
Esta amostra foi escolhida, conforme critério de acessibilidade ao
pesquisador, ou seja, não é a rigor uma amostra probabilística, conforme
definido por Costa Neto (2002). Entretanto, não se considera que existam
razões que impeçam de poder considerá-la como representativa no universo
a que pertence.
Para a definição da quantidade de empresas pesquisadas, baseou-se
nas observações de Einsenhart: (...) embora não haja um número ideal de
casos, uma quantidade entre 4 e 10 casos costuma ser eficiente. Com
menos de 4 casos, é difícil gerar uma teoria mais complexa pois o contexto
da pesquisa pode ser inconsistente, a não ser que cada caso contenha mini-
casos dentro deles. Com mais de 10 casos, fica muito difícil lidar com a
complexidade e quantidade das informações coletadas. (Einsenhart apud
Donaire, 1997)
Conforme citação acima, foram escolhidas nove empresas e
desenvolveu-se a pesquisa por meio da técnica de questionário, visando a
observação da aplicabilidade do modelo do conceito e das dimensões da
qualidade de Garvin (1984; 2002) item 2.1, Quadro 2.1 e Quadro 2.2 e
das atividades de apoio da Administração de Materiais de Ballou (1993);
Pozo (2004) item 5.2, Tabela 5.2 na perspectiva da Produção em
relação à Administração de Materiais.
A pesquisa foi direcionada a cargos gerenciais, por serem pessoas
que detêm o conhecimento das estratégias e objetivos das empresas e as
respostas forma baseadas nos aspectos das Dimensões da Qualidade
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
100
teorizadas por Garvin (1984) Desempenho, Confiabilidade, Conformidade,
Assistência técnica, Características secundárias e Qualidade percebida.
O trabalho se aplica-se ao cliente interno e, por essa razão, não se
contempla ou não se utiliza, por julgar não aplicáveis, todas as Dimensões
da Qualidade referenciada por Garvin (1984) , entre essas Durabilidade e
Estética.
As perguntas foram correlacionadas às atividades de apoio da
Administração de Materiais referenciados por Ballou (1993); Pozo (2004), na
visão das expectativas da Produção, sobre:
Procedimentos de armazenagem;
Manuseio de materiais;
Embalagem de proteção;
Obtenção ou Suprimentos;
Programação de produtos ou Planejamento; e
Sistema de informações.
Nesta pesquisa, buscou-se avaliar para as funções da Administração
de Materiais, tanto a importância que o avaliador lhes atribui como a
eficiência com que elas vêm sendo realizadas na empresa pesquisada, sob
o prisma da área de Produção, sendo adotadas as seguintes convenções
para resposta do Quadro 6.2 demonstrado adiante:
ü para o grau de Importância: A, B, C, D, E sendo:
A = muito importante;
B = importante;
C = média importância;
D = pouca importância;
E = sem importância.
ü para o índice de Eficiência: escala de 0% a 100%.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
101
No Anexo II, o questionário completo enviado aos entrevistados, é
apresentado e seus resultados estão consolidados no Anexo III.
Dissertados os procedimentos metodológicos, que serão utilizados no
desenvolvimento do presente trabalho de natureza qualitativa e
exploratória que se vale de estudo de casos múltiplos, por meio da
elaboração de questionários e entrevistas como instrumento de pesquisa,
assim, seguem-se os resultados.
Quadro 6.2 Tabela do Questionário
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
102
CAPÍTULO 7 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo, são apresentados os resultados da pesquisa,
discussão e interpretação de seus principais resultados encontrados no
presente trabalho.
7 Análises
Primeiro, foram analisados os resultados de cada atividade de apoio
da Administração de Materiais referenciados por Ballou (1993); Pozo (2004),
baseados nas respostas das empresas quanto à atribuição do grau de
importância com que estas atividades são realizadas e relacionando-as com
as Dimensões da Qualidade teorizadas por Garvin (1984) sob a visão da
área de Produção.
Estas informações foram transformadas em porcentagens e
tabuladas para melhor análise dos dados, conforme demonstrado nos dados
da Tabela 7.1.
No Anexo III, são apresentadas as planilhas preenchidas pelos
entrevistados cujos resultados estão consolidados na Tabela 7.1. Deve-se
notar que oito das empresas pesquisadas são do setor metalúrgico e uma,
assinalada por asterisco, do setor alimentício.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
103
7.1 Importância
TABELA 7.1 Atribuição do grau de importância das atividades da
Administração de Materiais de BALLOU (1993); POZO (2004) em relação às
Dimensões da Qualidade por GARVIN (1984)
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
104
7.1.1 Processo de armazenagem
7.1.1.1 Processo de armazenagem x Desempenho
44,45%
44,44%
0,00%
11,11%
0,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.1 Importância da Dimensão da Qualidade Desempenho para a
atividade Processo de Armazenagem
Na análise dos dados coletados das empresas entrevistadas,
conforme demonstrado no Gráfico 7.1, verificou-se que 44,45% das
opiniões, sobre a importância da dimensão Desempenho na atividade da
Administração de Materiais Processo de armazenagem, obtiveram “A”
muito importante com 44,44% referente a “B” importante.
Com base nesses dados verifica-se que para 88,88% (“A”+”B”) dos
clientes internos (Produção) consideram de alta acuidade a Dimensão da
Qualidade citada para o bom andamento dos processos produtivos.
Este resultado vem de encontro às ponderações de Ballou (1993),
quando teoriza sobre como o desempenho adiciona o valor tempo aos
processos necessários para conseguir atender aos clientes.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
105
7.1.1.2 Processo de armazenagem x Confiabilidade
33,33%
66,67%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.2 Importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade para a
atividade Processo de armazenagem
Verificou-se que as respostas sobre a Dimensão Confiabilidade em
relação à atividade Processo de armazenagem, conforme demonstrado no
Gráfico 7.2, 66,67% optaram por “B” importante e 33,33% “A” muito
importante levando a crer que a não ocorrência de falhas e o baixo risco
de falhas, para esta atividade da Administração de Materiais, podem ser
considerados de alta relevância pelo cliente interno, aqui denominado setor
de Produção.
A respeito deste assunto, Francischini (2002) ressalta que a
rotatividade dos produtos nos armazéns devem ser assegurada para evitar
que seus tempos de armazenagem não ultrapassem os limites máximos
permitidos.
Dias (1993) alerta que, caso os produtos não forem comercializados
ou utilizados no processo, durante o período permitido, devem ser
segregados dos estoques normais em área reservada às não-conformidade
com isso, ao nosso entender, existe a busca de confiabilidade nos itens
armazenados.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
106
7.1.1.3 Processo de armazenagem x Conformidade
33,33%
55,56%
11,11%
0,00%
0,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.3 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade para a
atividade Processo de armazenagem
Nos dados informados a respeito da Dimensão Conformidade,
demonstrada no Gráfico 7.3, notou-se que mais da metade das empresas
que respondeu ao questionário, 55,56%, informaram que “B” importante ,
33,33% alegaram “A” muito importante e 11,11% opinaram importância “C”
média importância.
As informações coletadas levam-nos a pensar que o cliente interno
(Produção) vislumbra que os Processos de armazenagem têm notabilidade
relativamente alta quanto à execução das tarefas pela forma
preestabelecida pela empresa, em quase sua totalidade 88,89% (“A”+“B”).
O resultado transmite as considerações elucidadas por Feigenbaum
(1994) ao dissertar sobre a importância dos custos da conformidade para
otimização de processos.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
107
7.1.1.4 Processo de armazenagem x Assistência técnica
33,34%
11,11%
33,33%
22,22%
0,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.4 Importância da Dimensão da Qualidade Assistência técnica para
a atividade Processo de armazenagem
Para o Processo de armazenagem, a Dimensão Assistência técnica,
apresenta-se, conforme demonstrado no Gráfico 7.4, com porcentuais onde
33,34% das empresas e seus setores de Produção opinaram por “A” muito
importante , 11,11% por “B” importante , 33,33% por “C” média
importância e 22,22% por “D” pouca importância.
Ao se analisar os dados, notou-se que houve um índice considerável
para o grau “D” pouca importância , o que pode sugerir que, as empresas
que responderam o questionário por intermédio do setor de produção,
podem não ter entendido a Dimensão da Qualidade aqui exposta, pois caso
não haja um pronto-atendimento e solução de problemas que envolvam a
atividade Processo de armazenagem, poderá haver, por exemplo, perda do
fator tempo para repor o material necessário ocasionando, neste caso,
prejuízos significativos ao processo produtivo, ou realmente esta atividade
não exerça a importância devida pelo fato dessas empresas deterem
processos eficazes, como por exemplo, qualidade assegurada.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
108
7.1.1.5 Processo de armazenagem x Características secundárias
11,11%
22,22%
44,45%
22,22%
0,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.5 Importância da Dimensão da Qualidade Características
secundárias para a atividade Processo de armazenagem
No Gráfico 7.5, observa-se que a Dimensão Características
secundárias obteve seu maior índice porcentual em “C” média importância
na ordem de 44,45%, o que demonstra que existe uma média
preocupação por parte do setor de Produção, com os aspectos que
complementam a boa realização da atividade Processo de armazenagem,
por exemplo a cortesia, fineza, respeito e consideração para o
atendimento do cliente interno como dissertado por Zeithaml & Berry (1988).
7.1.1.6 Processo de armazenagem x Qualidade percebida
33,33%
44,45%
0,00%
22,22%
0,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.6 Importância da Dimensão da Qualidade Qualidade percebida
para a atividade Processo de armazenagem
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
109
A análise das informações dadas pelo setor de Produção das
empresas que responderam ao questionário no que diz respeito ao
Processo de armazenagem em relação à Dimensão Qualidade percebida
notou-se que seu maior índice 44,45% direcionou-se a “B” importante e
o segundo maior 33,33% em “A” muito importante, juntos (“A”+”B”) somam
77,77%, conforme demonstrado no Gráfico 7.6, verifica-se que existe uma
relevância na avaliação feita pelos clientes internos (Produção) em relação a
qualidade percebida nessa atividade da Administração de Materiais. Mas, o
índice “C” pouca importância , com 22,22% das opiniões, pode ou não
indicar falha ou falta de percepção para avaliar essa atividade, o que remete
ao modelo SERVQUAL, de Parasuraman et al. (1988).
7.1.2 Embalagem de proteção
7.1.2.1 Embalagem de proteção x Desempenho
66,67%
11,11%
22,22%
0,00%
0,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.7 Importância da Dimensão da Qualidade Desempenho para a
atividade Embalagem de proteção
No Gráfico 7.7, observa-se que a Dimensão Desempenho é vista
para 66,67% das empresas que responderam ao questionário, sob a ótica
do setor de Produção, como “A” muito importante o que demonstra que
o cliente interno preocupa-se bastante com o desempenho da embalagem
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
110
que acolhe e protege os materiais, visto que, caso haja uma avaria pelo
acondicionamento em embalagens impróprias, esse material poderá não ser
utilizado no processo produtivo e, conseqüentemente, poderá haver perda
de lucratividade.
7.1.2.2 Embalagem de proteção x Confiabilidade
22,22%
77,78%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.8 Importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade para a
atividade Embalagem de proteção
No Gráfico 7.8, das respostas ao questionário, 77,78% das empresas
convergiram à Dimensão Confiabilidade, em relação à atividade Embalagem
de proteção, para o parâmetro “B” importante indicando que, para o
cliente interno (Produção), a gravidade para esta atividade da Administração
de Materiais converge-se a um baixo risco de falhas, podendo esta opinião
ser unânime, caso juntarmos “A” muito importante 22,22%. As
afirmações dos setores de Produção das empresas pesquisadas vêm de
encontro às de Ballou (1993); Pozo (2004), ao explanarem que o bom
projeto de embalagem do produto auxilia a garantir movimentações sem
quebras e, além disso, dimensões adequadas de empacotamento
encorajam manuseio e armazenagem eficientes.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
111
7.1.2.3 Embalagem de proteção x Conformidade
33,33%
44,45%
22,22%
0,00%
0,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.9 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade para a
atividade Embalagem de proteção
A importância conferida ao setor de Produção, cliente interno da
Administração de Materiais, no que se refere à dimensão Conformidade, em
relação à atividade Embalagem de Proteção, teve 44,45% das respostas
voltadas para “B” importante como é observado no Gráfico 7.9.
Isto nos leva a deduzir que os padrões preestabelecidos, pelo cliente
interno, para as embalagens que acondicionam seus materiais, têm enfoque
de grande valor, elevando-se esta notabilidade, caso seja adicionado ao
dado “A” muito importante chegando a 77,78% das opiniões.
Tais resultados vêm de encontro às considerações, laboradas por
Ballou (1993) onde, os profissionais devem definir o grau de exposição para
as embalagens de proteção e, além de atender aos requisitos de segurança
devem estar em conformidade a utilização diante do projeto ou cliente.
7.1.2.4 Embalagem de proteção x Assistência técnica
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
112
44,45%
22,22%
22,22%
11,11%
0,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.10 Importância da Dimensão da Qualidade Assistência técnica na
atividade Embalagem de proteção
Das empresas que responderam ao questionário, 44,45% elegeram a
dimensão Assistência Técnica como “A” muito importante , conforme
demonstrado no Gráfico 7.10, assinala-se que o pronto-atendimento e
soluções de problemas referentes à atividade Embalagem de Proteção é
valioso e de grande consideração aos olhos do cliente interno (setor de
Produção) da Administração de Materiais, podendo chegar a 66,67% se
juntado à “B” importante.
7.1.2.5 Embalagem de proteção x Características secundárias
11,11%
22,22%
66,67%
0,00%
0,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.11 Importância da Dimensão da Qualidade Características
secundárias para a atividade Embalagem de proteção
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
113
Na apresentação dos dados, conforme observado no Gráfico 7.11,
referente à Dimensão Características secundárias, pelo setor de Produção
das empresas que responderam ao questionário, em relação à atividade
Embalagem de proteção, obteve-se seu maior índice porcentual 66,67% em
“C” média importância. Demonstra-se que existe uma média preocupação
do cliente interno com detalhes que não estejam inclusos em seus padrões
preestabelecidos.
7.1.2.6 Embalagem de proteção x Qualidade percebida
55,56%
44,44%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.12 Importância da Dimensão da Qualidade Qualidade percebida
para a atividade Embalagem de proteção
Na opinião de 55,56%, conforme demonstrado no Gráfico 7.12, mais
da metade de todas as respostas, entendem “A” muito importante no
que se refere à Dimensão Qualidade percebida em relação à atividade
Embalagem de Proteção.
Observa-se que ao se refletir a respeito da existência de uma
acuidade considerável, mediante as informações coletadas na avaliação da
embalagem de proteção, que, geralmente, é enviada com os materiais para
o processo produtivo pelo fornecedor interno da Produção (Administração
de Materiais). Esta avaliação é uma forma de compreender melhor às
expectativa do cliente interno (Produção), indo de encontro a opiniões
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
114
apresentadas por diversos autores como Gianesi & Correia (1994); Correa e
Caon (2002).
7.1.3. Manuseio de materiais
7.1.3.1 Manuseio de materiais x Desempenho
66,67%
22,22%
11,11%
0,00%
0,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.13 Importância da Dimensão da Qualidade Desempenho para a
atividade Manuseio de materiais
Das empresas que se propuseram a responder ao questionário,
66,67% citaram que a atividade Manuseio de materiais é “A” muito
importante à Dimensão Desempenho, conforme observado no Gráfico
7.12. Indica-se que as funções desempenhadas por esta atividade
necessitam ser efetuadas de forma precisa e prestativa, aos olhos do cliente
interno (Produção), com alto desempenho, a fim de evitar possíveis perdas,
podendo, desta maneira, obter-se vantagem competitiva.
Ballou (1993) menciona que, o correto gerenciamento do Manuseio
de materiais é essencial e produtos entregues com danos ou em volumes de
difícil manuseio contribuem negativamente para satisfação do cliente, indo
de encontro ao resultado das empresas pesquisadas.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
115
7.1.3.2 Manuseio de materiais x Confiabilidade
55,56%
33,33%
11,11%
0,00%
0,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.14 Importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade para a
atividade Manuseio de materiais
Das opiniões do setor de Produção das empresas, 55,56%, conforme
se observa no Gráfico 7.14, responderam ao questionário sobre a Dimensão
Confiabilidade, em relação à atividade Manuseio de materiais, alcançou-se
“A” muito importante apontando o grande interesse na execução das
funções dessa atividade com baixo risco de falhas ou nenhuma ocorrência
de falhas, podendo assim otimizar o bom andamento do processo produtivo.
7.1.3.3 Manuseio de materiais x Conformidade
44,44%
55,56%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.15 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade para a
atividade Manuseio de materiais
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
116
Pelos dados apontados no Gráfico 7.15, nota-se que a atividade
Manuseio de materiais ocorre conforme padrões preestabelecidos,
Dimensão da Qualidade Conformidade, para 55,56% das empresas
questionadas onde “B” importante identifica o grande valor da forma de
como o manusear materiais é efetuado e as devidas precauções para que o
material não sofra nenhuma avaria. Esta situação é alertada e defendida por
Feigenbaum (1994), para quem os custos de não conformidade estão
relacionados à ineficiência de um processo, resultando em desperdício de
materiais, mão-de-obra e capacidade sejam no recebimento, na produção,
expedição e correção de produtos e serviços.
7.1.3.4 Manuseio de materiais x Assistência técnica
44,45%
44,44%
0,00%
11,11%
0,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.16 Importância da Dimensão da Qualidade Assistência Técnica
para a atividade Manuseio de materiais
Os porcentuais encontrados para a Dimensão Assistência técnica
indicou-se “A” muito importante em 44,45% das respostas e outros
44,44% em relação à “B” importante juntos (“A”+”B”) totalizando-se
88,89% das opiniões, conforme demonstrado no Gráfico 7.16. O setor de
Produção, das empresas pesquisadas indica a grande importância da
questão de solucionar problemas referentes à movimentação, estocagem ou
transferência de materiais destinados à produção, compartilhando dos
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
117
pensamentos de Slack et al. (2002) para otimização da gestão da
distribuição física.
7.1.3.5 Manuseio de materiais x Características secundárias
11,11%
44,45%
33,33%
11,11%
0,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.17 Importância da Dimensão da Qualidade Características
secundárias para a atividade Manuseio de materiais
Conforme demonstrado no Gráfico 7.17, para a Dimensão
Características secundárias em relação à atividade de apoio Manuseio de
Materiais, os porcentuais encontrados para o parâmetro “A” muito
importante 11,11%, para “B” importante 44,45%, para “C” média
importância 33,33% e para “D” pouca importância 11,11%, leva-se em
consideração seus maiores porcentuais “B” e “C”.
Estes indicadores demonstram uma média preocupação com
detalhes que não estejam inclusos nos padrões preestabelecidos, por parte
do cliente interno (Produção), pela dificuldade em identificar as
Características secundárias inclusas nesta atividade.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
118
7.1.3.6 Manuseio de materiais x Qualidade percebida
66,67%
33,33%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
"A" - muito importante
"B"- importante
"C"- média importância
"D"- pouca importância
"E"- sem importância
Gráfico 7.18 Importância da Dimensão da Qualidade Qualidade percebida
para a atividade Manuseio de materiais
Das respostas que se referem a “A” muito importante , na opinião
de 66,67%, conforme é observado no Gráfico 7.18, identifica-se que a
Dimensão Qualidade percebida em relação a atividade Manuseio de
Materiais é um fator de suma importância, pois indica que o cliente interno
avalia esta atividade constantemente.
Ao se juntar “A”+“B”, obtém-se 100% das opiniões, assim, diante
desses dados compartilha-se das revelações de Albrecht (2002), que
considera que qualquer instante em que o cliente entrar em contato com
qualquer aspecto da organização e obtém uma impressão da qualidade de
seus serviços, será considerado uma hora da verdade ou momento da
verdade, pois as diversas horas da verdade delimitam a satisfação ou
insatisfação do cliente.
7.1.4 Obtenção ou Suprimentos
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
119
7.1.4.1 Obtenção ou Suprimentos x Desempenho
66,67%
33,33%
0,00%
0,00% 0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.19 Importância da Dimensão da Qualidade Desempenho para a
atividade Obtenção ou Suprimentos
Conforme demonstrado no Gráfico 7.19, ao responder o
questionamento, um número considerável de empresas alegou, para a
atividade Obtenção ou Suprimentos, o critério “A” muito importante com
66,67% das opiniões e 100% com “B”, sob a visão do setor de Produção,
referenciando-se ao contexto da Dimensão da Qualidade Desempenho.
Esta porcentagem leva-nos a refletir que o cliente interno (Produção)
sabe o quanto é valioso o desempenho perfeito desta atividade e a intenção
maior, que é fornecer materiais no momento certo, com quantidades
necessárias a custo menor, a fim de disponibilizar a utilização do processo
produtivo Ballou (1994); Pozo (2004).
Ainda discorrendo sobre o assunto, Dias (1993) alerta que, o
desempenho e eficiência do trabalho executado pelo departamento de
Compras será a partir de informações sobre quantidades e prazos
necessários para a fábrica operar.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
120
7.1.4.2 Obtenção ou Suprimentos x Confiabilidade
44,45% 44,44%
11,11%
0,00%
0,00%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.20 Importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade para a
atividade Obtenção ou Suprimentos
No setor de Produção, 44,45% das empresas pesquisadas
responderam “A” muito importante e 44,44% “B” importante
totalizando 88,89% para os critérios da dimensão Confiabilidade, conforme
se observa no Gráfico 7.20.
Pode ser um indicador de que estes clientes internos da
Administração de Materiais (Produção) esperam a execução da atividade
Obtenção ou Suprimentos com baixo risco de falhas ou sem nenhum risco
de falhas, sendo imprescindível para o bom andamento do sistema
produtivo, podendo criar vantagem competitiva.
Pode-se buscar baixo risco de falhas conforme assinala Dias (1993)
onde, a escolha do fornecedor é considerada ponto-chave para o bom
andamento dos processos de compras e além da verificação de seu
potencial de fornecimento deve-se também, verificar instalações, produtos e
seu balanço cuidadosamente analisado.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
121
7.1.4.3 Obtenção ou Suprimentos x Conformidade
66,67%
22,22%
11,11%
0,00%
0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.21 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade para a
atividade Obtenção ou Suprimentos
No setor de Produção, 66,67%, conforme demonstrado no Gráfico
7.21, informaram para a atividade Obtenção ou Suprimentos o parâmetro
“A” muito importante referente à dimensão Conformidade.
Observa-se que isto demonstrou a acentuada intenção, da maioria
das opiniões, em afirmar que é muito importante seguir os padrões
preestabelecidos de suas empresas, com isso evitando perdas com
obtenção de itens não conforme, objetivando a não perda de produtividade
e, conseqüentemente, lucratividade.
Na continuidade sobre o assunto, Serra menciona que os
fornecedores devem estar adaptados às necessidades de seus
contratantes, caso contrário podem vir a se tornarem um grande problema
para a empresa, gerando aumento de gastos devido a falta de qualidade
dos produtos e queda na produtividade.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
122
7.1.4.4 Obtenção ou Suprimentos x Assistência técnica
22,22%
66,67%
11,11%
0,00%
0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.22 Importância da Dimensão da Qualidade Assistência técnica
para a atividade Obtenção ou Suprimentos
Uma porcentagem expressiva de 66,67% das empresas no setor de
Produção foi identificada “B” importante para a Dimensão da Qualidade
Assistência Técnica (Gráfico 7.22), induzindo a refletir que, embora o cliente
interno da Administração de Materiais (Produção) queira soluções aos
problemas que envolvem a execução da atividade de Obtenção ou
Suprimentos.
Observa-se que, o cliente interno pouco opina ou, é pouco consultado
para identificar quais são os problemas reais dessa atividade e,
conseqüentemente, suas possíveis soluções.
Slack et al. (2002) se refere à importância de obter materiais e em
minimizar os problemas com suprimento de materiais, ao dissertar sobre o
planejamento e controle da cadeia de suprimentos.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
123
7.1.4.5 Obtenção ou Suprimentos x Características secundárias
33,33%
44,45%
22,22%
0,00%
0,00%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.23 Importância da Dimensão da Qualidade Características
Secundárias para a atividade Obtenção ou Suprimentos
No Gráfico 7.23, constatou-se que 33,33% das empresas
questionadas indicaram “A” muito importante , 44,45% “B” importante
e 22,22% “C” média importância. Ao se juntar (“A”+“B”), obtém-se que
77,78% das opiniões indicam relevância considerável, no parecer do setor
de Produção, a aspectos que complementam a atividade, tornando-se mais
competitiva.
Esses resultados alinham-se ao pensamento de Porter (1986) que,
dispensa atenção maior aos aspectos da estratégia dirigida aos
compradores e fornecedores, com o que a empresa pode melhorar sua
posição competitiva e reduzir sua vulnerabilidade.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
124
7.1.4.6 Obtenção ou Suprimentos x Qualidade percebida
55,56%
33,33%
11,11%
0,00% 0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.24 Importância da Dimensão da Qualidade Qualidade percebida
para a atividade Obtenção ou Suprimentos
Observa-se que para 55,56% das respostas, a atividade de Obtenção
ou Suprimentos, tem “A” muito importante , 33,33% “B” importante
totalizando 88,89% das opiniões do setor de Produção e, por fim, 11%
assinalaram “C” média importância, demonstrado no Gráfico 7.24.
Os maiores valores encontrados (“A”+“B”) indicam que, a grande
maioria dessas empresas, entende o valorização da dimensão Qualidade
percebida como critério para o alcance de seus objetivos de produção,
podendo ser um indicador de avaliação da execução desta atividade, pelo
cliente interno da Administração de Materiais (Produção).
7.1.5. Programação de produtos ou Planejamento
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
125
7.1.5.1 Programação de produtos ou Planejamento x
Desempenho
100,00%
0,00%
0,00% 0,00%
0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
mportância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.25 Importância da Dimensão da Qualidade Desempenho para a
atividade Programação de produtos ou Planejamento
No Gráfico 7.25, observa-se que existe uma unanimidade, onde
100% das respostas que foram enviadas pelas empresas, via o setor de
Produção, a respeito da atividade de Programação de Produtos ou
Planejamento em relação à Dimensão da Qualidade Desempenho, são
voltadas para “A” muito importante.
Esta porcentagem maciça faz refletir que o cliente interno (Produção)
entende que o desempenho perfeito dessa atividade é vital para o alcance
dos objetivos do processo produtivo, indo de encontro às informações
esclarecidas por Slack et al. (2002) quanto ao constante aprimoramento do
planejamento e controle das operações produtivas com a finalidade de
garantir que a produção ocorra eficazmente.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
126
7.1.5.2 Programação de Produtos ou Planejamento x
Confiabilidade
55,56%
33,33%
11,11%
0,00%
0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.26 Importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade para a
atividade Programação de Produtos ou Planejamento
Ao responderem sobre a Dimensão da Qualidade Confiabilidade para
a atividade Programação de produtos ou Planejamento, as empresas
mostraram-se 55,56% favoráveis em opiniões a “A” muito importante
conforme demonstrado no Gráfico 7.26.
Contudo, quando estes dados foram analisados, percebeu-se que
esta percentagem, definida pelo setor de Produção, enfatiza a necessidade
de serviços com margens de baixa ou nenhum risco de falhas, porém se
esta porcentagem adicionada à “B” importante obter-se-á uma visão de
88,89% do universo de respostas. Indicando-se que a Confiabilidade na
Programação de produtos ou Planejamento é de caráter fundamental para o
bom andamento do processo produtivo e alcance de produtividade.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
127
7.1.5.3 Programação de produtos ou Planejamento x
Conformidade
66,67%
33,33%
0,00% 0,00% 0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.27 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade para a
atividade Programação de produtos ou Planejamento
Mediante as informações dadas, na visão do setor de Produção das
empresas que responderam ao questionário, atribuiu-se a mesma
porcentagem para a dimensão Conformidade nas atividades de Obtenção
ou Suprimentos e Programação de produtos ou Planejamento, obteve-se
66,67% como “A” muito importante chegando a 100% se incluído “B”,
conforme demonstrado no Gráfico 7.27.
Estes porcentuais parecidos em “A”, podem indicar que as duas
atividades são muito importantes para a maioria dos clientes internos
(Produção), seguindo juntos os padrões preestabelecidos de suas
empresas, evitando perdas com programação errônea.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
128
7.1.5.4 Programação de produtos ou Planejamento x Assistência
técnica
44,44%
55,56%
0,00%
0,00% 0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.28 Importância da Dimensão da Qualidade Assistência técnica
para a atividade Programação de produtos ou Planejamento
Identificou-se que o pronto-atendimento e solução de problemas
critérios da Dimensão da Qualidade Assistência técnica na visão do setor
de Produção, envolvendo a atividade de Programação de produtos ou
Planejamento, está atrelado a uma porcentagem expressiva em “B”
importante de 55,56% das respostas e 44,44% “A” muito importante,
conforme demonstrado no Gráfico 7.28.
Ao juntar-se estas informações (“A”+”B”), demonstra-se a vital
relevância ao atender e solucionar de forma ágil os problemas do cliente
interno (Produção) quanto à Programação de Produtos ou Planejamento,
indo de encontro ao que propõe o fluxo de valor ressaltado por Martin
(1996), cujo o conjunto de atividades, do início ao fim, cria um resultado
para o cliente, que pode ser o cliente final ou um usuário final interno do
fluxo de valor. O cliente do fluxo de valor tem necessidades específicas e o
fluxo de valor compreende atividades dedicadas a servi-lo.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
129
7.1.5.5 Programação de produtos ou Planejamento x
Características secundárias
55,56%
22,22%
11,11%
11,11%
0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.29 Importância da Dimensão da Qualidade Características
secundárias para a atividade Programação de produtos ou Planejamento
Um porcentual expressivo, conforme demonstrado no Gráfico 7.29,
de 55,56% das empresas ao responderem o questionário, apontou “A”
muito importante e 22,22% “B” importante. Juntos (“A”+”B”) indicam que,
77,78% da opinião do setor produtivo é favorável à Dimensão da Qualidade
Características secundárias, em relação à atividade de Programação de
Produtos ou Planejamento, projetando a esta dimensão notabilidade aos
aspectos que possam complementar as funções da Administração de
Materiais e otimizar processos e geração de produtividade.
7.1.5.6 Programação de produtos ou Planejamento x Qualidade
percebida
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
130
66,67%
22,22%
11,11%
0,00% 0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.30 Importância da Dimensão da Qualidade Qualidade percebida
para a atividade Programação de produtos ou Planejamento
Conforme demonstrado no Gráfico 7.30, para 66,67% das respostas,
ao avaliar-se a atividade de Programação de Produtos ou Planejamento,
mostrou “A” muito importante com 22,22% de “B” importante em
relação à dimensão Qualidade percebida, indicou que as empresas, por
meio do setor de Produção, consideram, em sua grande maioria, de
importante a muito importante a qualidade da execução dos serviços
prestados internamente da atividade da Administração de Materiais em
questão, de forma a manter-se uma avaliação constante a respeito deste
quesito, mesmo na informalidade.
Conforme Berry & Parasuraman (1991), os diferentes níveis de
qualidade possíveis percebidos do serviço prestado atuam na satisfação do
consumidor e, ao confrontar o serviço com seus níveis prévios de
expectativas, implicará na sua satisfação ou não.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
131
7.1.6 Sistemas de informações
7.1.6.1 Sistemas de informações x Desempenho
66,67%
22,22%
11,11%
0,00%
0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.31 Importância da Dimensão da Qualidade Desempenho para a
atividade Sistemas de Informações
Das respostas enviadas pelas empresas, por intermédio de seu setor
de Produção, 66,67% são voltadas para “A” muito importante conforme
Gráfico 7.31, no que diz respeito à atividade Sistemas de informações
subentendido à sua dimensão Desempenho.Observa-se que na
porcentagem indicada, o cliente interno (Produção), em sua maioria, indica
ser de alta relevância a dimensão referenciada para atingir seus objetivos
principais no processo produtivo.
Diante desses dados, Ballou (1993) esclarece que, reconheceu-se há
muito tempo que o desempenho do planejamento e controle gerencial
depende da quantidade, forma e precisão das informações disponíveis.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
132
7.1.6.2 Sistemas de informações x Confiabilidade
66,67%
33,33%
0,00%
0,00% 0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.32 Importância da Dimensão da Qualidade Confiabilidade para a
atividade Sistemas de Informações
Exposta por 66,67% das empresas que responderam ao questionário,
conforme demonstrado no Gráfico 7.32, sendo “A” muito importante e
33,33% “B” importante , observa-se a Dimensão da Qualidade
Confiabilidade em relação à atividade Sistemas de informações que induz a
uma reflexão de que esta atividade, pela opinião do cliente interno
(Produção), deve ser de uma confiabilidade total, já que a ocorrência de
falhas nessa atividade, pode acarretar prejuízos consideráveis ao processo
produtivo da empresa e conseqüente perda de lucratividade.
Diante do exposto, Corrêa & Gianesi (2004) mencionam que, através
dos Sistemas de Planejamento e Controle de Produção é que a empresa
garante as suas decisões operacionais sobre o que, quando, quanto e com
o que produzir e comprar sejam adequados às suas necessidades
estratégicas.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
133
7.1.6.3 Sistemas de informações x Conformidade
66,67%
11,11%
22,22%
0,00%
0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.33 Importância da Dimensão da Qualidade Conformidade para a
atividade Sistemas de informações
No Gráfico 7.33, encontrou-se a mesma porcentagem para “A”
muito importante com 66,67% na dimensão Conformidade, opinada pelo
setor de produção das empresas pesquisadas, em relação às atividades
anteriores ao Sistema de Informações (Obtenção ou Suprimentos,
Programação de Produtos ou Planejamento).
Estes valores parecidos no contexto “A” indicam que para a maioria
dos clientes internos (Produção) da Administração de Materiais e estas
Dimensões da Qualidade devem seguir juntas os padrões preestabelecidos
por suas empresas, evitando perdas com a obtenção de materiais não
conformes, programações errôneas, perda de tempo, perda de produção e
informações não conformes.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
134
7.1.6.4 Sistemas de Informações x Assistência técnica
55,56%
44,44%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.34 Importância da Dimensão da Qualidade Assistência técnica
para a atividade Sistemas de informações
Dentro da atividade de Sistemas de Informações, 55,56% das
empresas que responderam ao questionário indicaram “A” muito
importante e 44,44% “B” importante para a Dimensão da Qualidade
Assistência Técnica.
Observando-se que 100% (“A”+”B”) dos clientes internos da
Administração de Materiais (Produção) identificam esta dimensão de grande
relevância e notabilidade aos processos produtivos e ganho de
produtividade, além de mostrar a necessidade do setor produtivo em almejar
um pronto atendimento e soluções de problemas, envolvendo esta atividade,
em seu dia-a-dia, conforme demonstrado no Gráfico 7.34.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
135
7.1.6.5 Sistemas de informações x Características secundárias
55,56%
22,22%
22,22%
0,00% 0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
'
Gráfico 7.35 Importância da Dimensão da Qualidade Características
Secundárias para a atividade Sistemas de Informações
Das empresas que responderam o questionário (100%), mais da
metade (55,56%) opinaram por “A” muito importante para a Dimensão
da Qualidade Características secundárias, os outros 44,44% estão divididos:
22,22% em “B” importante e 22,22% em “C” média importância,
conforme demonstrado no Gráfico 7.35.
Se juntados (“A”+”B”), totaliza-se 78% das opiniões, aumentado a
relevância dessa dimensão dentro da atividade analisada. Os aspectos que
complementam as funções da atividade em questão são ressaltados na
opinião de autores como James (1996), ao esclarecer que uma empresa
pode ter muitos tipos de clientes com diferentes necessidades, e que a
maioria dos clientes não se interessa pelos processos que ocorrem dentro
da empresa. Sendo assim, o valor atribuído ao produto ou serviço, aqui
identificado como Características secundárias, só pode ser definido baseado
na perspectiva do cliente, que só experimenta os resultados e julga suas
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
136
experiências, apoiado em seu conjunto específico de necessidades,
expectativas e crenças em dado momento.
7.1.6.6 Sistemas de informações x Qualidade percebida
66,67%
33,33%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
"A" - muito
importante
"B"- importante "C"- média
importância
"D"- pouca
importância
"E"- sem
importância
Gráfico 7.36 Importância da Dimensão da Qualidade Qualidade percebida
na atividade Sistemas de informações
Conforme demonstrado no Gráfico 7.36, a avaliação da atividade
Sistemas de informações é considerada por 66,67% das respostas
remetidas, pelo setor de Produção das empresas questionadas, como “A”
muito importante com 33% de “B” importante totaliza-se 100% das
opiniões atribuídas à dimensão Qualidade percebida, indicando-se que, para
o cliente interno da Administração de Materiais (Produção), a avaliação do
sistema de informações de sua empresa é considerada de grande interesse,
para alcance dos objetivos do setor de Produção. Isto remete à teorização
dissertada por Oliveira (2002), que afirma que deve existir um modelo de
controle e avaliação do sistema de informações, que pode, sob
determinadas condições, trazer benefícios às empresas, entre estas, a
melhoria de produtividade, redução dos custos das operações e melhoria
nos serviços realizados e oferecidos.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
137
Deve-se ressaltar que todas as empresas, por intermédio de seu
setor de Produção, não opinaram sobre o grau de importância “E” sem
importância em nenhuma das Dimensões da Qualidade em relação às
atividades de apoio da Administração de Materiais.
7.2 Eficiência
Nesta fase, foram analisados os resultados de cada atividade da
Administração de Materiais, referenciados por Ballou (1993) e Pozo (2004),
baseados nas respostas das empresas quanto ao porcentual de eficiência,
atribuído pelo setor de produção, e relacionando-as com as Dimensões da
Qualidade defendidas por Garvin (1984).
No sentido de otimizar a análise das informações, foram calculados
valores sobre as porcentagens atribuídas a cada atividade da Administração
de Materiais e as respectivas Dimensões da Qualidade, obtendo-se média,
mediana, desvio padrão, maior valor e menor valor, conforme foram
evidenciados nos dados da Tabela 7.2.
Após tabulação e verificação desses valores, identificam-se os
melhores índices sob a forma de maior média, maior mediana, menor desvio
padrão, maior valor encontrado e menor valor encontrado, conforme
demonstrado nos dados da Tabela 7.2, em negrito.
A Tabela 7.3 Melhores indicadores do porcentual de eficiência das
atividades da Administração de Materiais de Ballou (1993) e Pozo (2004) em
relação às Dimensões da Qualidade por Garvin (1984) será utilizada para
a análise das atividades da Administração de Materiais.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
138
TABELA 7.2 Cálculo de valores sobre a porcentagem de eficiência das
atividades da Administração de Materiais de Ballou (1993) e Pozo (2004) em
relação às Dimensões da Qualidade por Garvin (1984)
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
139
TABELA 7.3 Melhores indicadores do porcentual de eficiência das
atividades da Administração de Materiais de Ballou (1993) e Pozo (2004) em
relação às Dimensões da Qualidade por Garvin (1984)
Estas determinações têm as seguintes justificativas:
ü Média: calculada para saber-se qual o porcentual central de
cada item informado pelas empresas;
ü Mediana: baseada em valores centrais, embora seja, em geral,
próxima à Média, pode dar uma indicação mais fidedigna
quando existem valores extremos muito afastados;
ü Desvio Padrão: indicador da dispersão dos valores;
ü Maior e Menor Valor: calculados para possibilitar visualizar os
valores extremos.
Deve-se mostrar que os correspondentes fizeram-no quanto à
eficiência em que as atividades da Administração de Materiais estão sendo
realizadas nas respectivas empresas. Ou seja, a rigor, os resultados medem
o que está ocorrendo na amostra de empresas analisadas.
Embora haja acentuada correlação entre o que ocorre e a importância
atribuída à atividade, deve-se tomar algum cuidado ao estender resultados,
a essa importância conferida a cada uma dessas atividades dimensões.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
140
7.2.1 Processo de armazenagem
Ao analisar as informações sobre o melhor indicador da porcentagem
de eficiência, para a atividade Processo de armazenagem, destacou-se, em
dois dos três indicadores analisados, a Dimensão da Qualidade
Desempenho com a maior média (81%) e o menor valor para o menor
desvio padrão (12,71%) Tabela 7.3, indica que a maioria das empresas
questionadas executa e valoriza esta atividade da Administração de
Materiais.
Podem-se adotar parâmetros postulados por Francischini (2002) no
procedimento de armazenagem de materiais, como por exemplo, a
implantação e/ou alteração do layout para melhor performance utilizando o
regime de atendimento e os tipos de produto, com a finalidade de dar
sustentação a condições que possibilitarão uma operação eficiente e com
um ótimo controle de economia e rendimento.
Entretanto a Dimensão da Qualidade Assistência técnica com a
maior mediana de eficiência (90%) não podem ser descartadas indo de
encontro às considerações de Dias (1993) que ressalta a importância de um
método adequado para estocar matéria-prima, peças em processamento e
produtos acabados, permitindo diminuir os custos de operação, melhorar a
qualidade dos produtos e acelerar o ritmo dos trabalhos.
Além disso, provoca diminuição nos acidentes de trabalho, redução
no desgaste dos demais equipamentos de movimentação e menor número
de problemas de administração. No dias atuais, a importância desses
fatores cresce pela acentuada valorização de mão-de-obra e acirramento da
concorrência nos diferentes setores da produção.
Nota-se que a média das eficiências para Assistência técnica
certamente, foi reduzida para 75,44% pela presença de um menor valor
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
141
(10%) que apareceu entre as respostas. Se este valor fosse eliminado, a
média dos demais valores, seria 83,62%, maior que para a dimensão
Desempenho. Isto mostra que a dimensão Assistência técnica é também de
primordial importância para a atividade Processo de armazenagem.
7.2.2 Embalagem de proteção
Observa-se que a Dimensão da Qualidade Qualidade percebida
está identificada, na Tabela 7.3, com a maior média (90,44%) e menor
desvio-padrão (8,09%) ao que se refere à eficiência na atividade
Embalagem de proteção, porém a maior mediana (95%) observou-se em
duas outras dimensões Conformidade e Assistência técnica.
Estes dados podem indicar uma visão diversificada em relação às
Dimensões da Qualidade para esta atividade. De fato, a exemplo do caso
anterior, se desconsiderar o menor valor para Conformidade e Assistência
técnica e se as respectivas médias forem recalculados, têm-se 91,62% e
92,25%, indicando a importância também verificada nessas dimensões. Mas
a avaliação da Embalagem de proteção, a execução e utilização dentro dos
padrões preestabelecidos pelas empresas quanto ao pronto-atendimento e
solução de problemas envolvendo esta atividade são complexas e de visões
diferenciadas.
Incita-nos os relatos comentados por Ballou (1993), para quem a
avaliação dos clientes, internos como externos, sobre a embalagem,
primeiramente, serve como promoção e uso do produto; em segundo,
providencia a proteção do produto e, por último, é instrumento para
aumentar a eficiência na distribuição.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
142
7.2.3 Manuseio de materiais
Nos dados da Tabela 7.3, identificou-se que a Dimensão da
Qualidade Confiabilidade obteve, nos três cálculos apresentados, melhor
índice de eficiência com porcentuais de maior média (92%), maior mediana
(95%) e menor desvio padrão (7,73%).
Estes dados levam a interpretar que a não incidência e o baixo risco
de falhas são pontos fundamentais e relevantes ao bom desempenho desta
atividade para o processo produtivo.
Dias (1993) e Francischini (2002) salientam que os custos de
movimentação de materiais influem sobremaneira no produto, afetando
diretamente o custo final.
Ballou (1993) complementa constatando que, como a atividade
Manuseio de materiais deve ser repetida muitas vezes e pequenas
ineficiências em qualquer viagem, podem acarretar grandes deseconomias
quando aplicadas a muitos produtos por certo período de tempo.
Neste caso, eliminando-se o menor valor para a dimensão
Assistência técnica, chega-se a uma eficiência média de 89,63%.
7.2.4 Obtenção ou Suprimentos
Ao analisar os índices de eficiência obtidos nos dados da Tabela 7.3
para a atividade Obtenção ou Suprimentos, são identificados para Dimensão
da Qualidade Desempenho a maior média (87,33%) e maior mediana (92%);
para Dimensão da Qualidade Confiabilidade o menor desvio-padrão
(11,45%).
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
143
Estes indicadores transmitem que o setor de produção, das empresas
questionadas encara a eficiência dentro do processo produtivo desta
atividade da Administração de Materiais, como sendo muito bem
desempenhada na execução de suas funções.
Assim, intensifica a visão de vários autores, entre eles, Slack et al.
(2002); Viana (2002); Ballou (1993) e Pozo (2004) que esclarecem a
importância de se obter ou suprir a empresa com materiais pelo
departamento de compras, ao preço certo, para entrega no momento
correto, produtos e serviços na qualidade desejada, na quantidade correta,
da fonte correta.
A eliminação do menor valor para a dimensão Assistência técnica
leva à nova média (84,75%), ainda inferior à de Desempenho.
7.2.5 Programação de produtos ou Planejamento
Os resultados encontrados dos melhores indicadores do porcentual
de eficiência da atividade Programação de Produtos ou Planejamento,
demonstrado no dados da Tabela 7.3, possuem uma unanimidade em
relatar a Dimensão da Qualidade Assistência Técnica com os maiores
índices porcentuais a maior média (89,11%), maior mediana (95%) e
menor desvio-padrão (15,06%).
Nestes dados, nos quais coincidem as opiniões das empresas
questionadas quanto à eficiência na execução da atividade da
Administração de Materiais, pelo prisma do setor de Produção, demonstra-
se a enorme relevância existente no pronto-atendimento e solução de
problemas do setor produtivo e a capacidade da Administração de Materiais
em lidar com estes fatores.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
144
Na busca de alternativas para permitir o cumprimento dos prazos
exigidos pelo mercado, conforme defendido por Moreira (2002), ao ressaltar
a necessidade e importância do planejamento agregado para o atendimento
e solução da demanda requerida pelo mercado e obter-se custo mínimo e
vantagem competitiva.
7.2.6 Sistemas de informações
Na análise da atividade Sistemas de Informações no que se refere
aos melhores indicadores do porcentual de eficiência, Tabela 7.3, notou-se
que os melhores índices são atribuídos às Dimensões da Qualidade
Assistência técnica maior média (89,33%) e maior mediana (95%) e
Desempenho com menor desvio padrão (13,26%).
Diante destas informações, identifica-se, na visão do setor de
Produção, uma eficiência maior no que se diz respeito ao pronto-
atendimento e solução de problemas para a execução das tarefas desta
atividade, indo de encontro à teorização de Dias (1993), que explana a
necessidade de delinear as soluções ao processamento de informações e
os problemas de comunicação causados pelas constantes modificações que
os gerentes precisam enfrentar.
Na continuidade sobre o assunto, o autor salienta que esta discussão
ainda identifica as áreas em que os computadores podem ser usados com
vantagem para melhorar as operações da companhia fornecendo soluções
aos problemas operacionais críticos, em vez de meramente acelerar os
procedimentos já existentes.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
145
CAPÍTULO 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÃO E
RECOMENDAÇÕES
Este capítulo foi dedicado às considerações finais sobre os resultados
da pesquisa, análises finais, fechamento do trabalho, conclusões e
recomendações de continuidade do trabalho.
8.1 Considerações Finais
8.1.1 Processo de armazenagem
Ao investigar-se a interface da atividade Processo de armazenagem
com o cliente interno (Produção), no que se refere às Dimensões da
Qualidade indicadas por Garvin (1984). Constata-se que favorece a
maximização de benefícios esperados pelo setor de Produção, conforme
enfatizam Gurgel (2004) e Francischini (2002), demonstrado ao longo do
trabalho.
Pelas considerações feitas pelas empresas pesquisadas, constatou-
se que o setor de Produção, para obtenção de melhoria de seu desempenho
baseado no processo Garvin (2002) em parte, depende da
Administração de Materiais executar a atividade em questão de forma
confiável no acondicionamento correto e identificação precisa de seus itens,
colaborando para o aumento de produtividade e de melhorias contínuas,
buscando-se solução de problemas para atingir as expectativas deste
cliente interno (Produção).
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
146
8.1.2 Embalagem de Proteção
Verifica-se que, ao investigar e analisar os resultados, mediante o
desempenho do quesito “A” muito importante demonstrado nos dados da
Tabela 7.1, as Dimensões Desempenho com 66,67% e Qualidade percebida
55,56% demonstraram a preocupação, por parte do setor de Produção, para
com a atividade Embalagem de proteção.
Ao observar-se este cenário, constata-se a considerada relevância
em aspectos que venham, por exemplo, de encontro à satisfação de
necessidades diárias de proteção ao material ou acondicionamento, antes e
depois das operações produtivas, agregando valor a esta atividade.
Palladini (2004), explana que a ação prioritária da gestão da
qualidade é transformar a qualidade em valor (cultura da qualidade) em
concordância com esta análise.
8.1.3 Manuseio de materiais
As funções da atividade Manuseio de Materiais é um dos elos para a
melhoria do conceito de garantia da qualidade, postulado por Campos
(1992), sendo avaliadas por intermédio do cliente interno da Administração
de Materiais (Produção) de forma a valorizar o processo produtivo, conforme
constatado na pesquisa e demonstrado nos dados da Tabela 7.1, e 66,67%
das opiniões entendem que as Dimensões Desempenho e Qualidade
Percebida colaboram de forma positiva para alcance do nível de
produtividade da empresas pesquisadas.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
147
8.1.4 Obtenção ou Suprimentos
Ao confrontar a teorização, defendida por Garvin (2002), sobre o
conceito de Qualidade Baseado no Processo com os resultados da
pesquisa, nota-se, uma forte relação da atividade de Manuseio de materiais
às Dimensões Conformidade e Desempenho, sendo o atendimento das
especificações do cliente interno (Produção) essencial e de grande
relevância ao processo produtivo.
Serra (2004) ressalta que, caso o setor de suprimentos não esteja
atuando com regularidade, surgirão problemas como: queda de
produtividade, em razão da ausência de insumo no momento de utilização e
diminuição da motivação do operário que, na ausência do insumo, precisa
ficar trocando de serviço, até que o material esteja disponível, justificando a
importância da atividade Obtenção ou Suprimentos às empresas
pesquisadas.
8.1.5 Programação de produtos ou Planejamento
Ao realizar a análise comparativa entre as empresas investigadas
quanto aos objetivos do trabalho; nos dados da Tabela 7.1 verificou-se a
aderência total das empresas (100%), no que se diz respeito à importância
da atividade Programação de produtos ou Planejamento em relação à
Dimensão Desempenho e, também, opinaram em 66,67% de interesses
voltados às dimensões Conformidade e Qualidade percebida.
As empresas sinalizaram que a qualidade do processo, para o setor
de produção, está vinculada ao atendimento das especificações estipuladas
pelo usuário, mediante a comprovação da capacidade de um bem ou
serviço satisfazer as necessidades do cliente interno (Produção)
abordagens defendias por Garvin (1984; 2002).
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
148
8.1.6 Sistemas de Informações
Constatou-se que a atividade de Sistemas de Informação aborda
características Baseadas no Processo, conforme é ressaltada nesta
pesquisa (Figura 5.4) e explanado por Garvin (2002), cujas dimensões
Desempenho, Confiabilidade, Conformidade e Qualidade percebida
definida por Garvin (1984), na visão do cliente interno (Produção).
Destacam-se sobre as demais, indicando a valiosa importância para o
processo produtivo.
Dias (1993) assevera que um Sistema de informação e Controle de
Materiais deve ser uma série de conceitos que trata de problemas comuns à
maioria das indústrias, desde a previsão das necessidades do cliente,
passando pelo desenvolvimento do programa mestre de produção, até a
fabricação e entrega do produto, envolvendo maior parte dos principais
recursos da empresa fábrica, equipamento, mão-de-obra e materiais.
8.2 Conclusão
Quanto ao objetivo geral:
Ao examinar-se os resultados e as análises finais da pesquisa,
referenciados nos Capítulo 7 e 8, observa-se que o objetivo geral do estudo
foi satisfeito, ao se pesquisar a interface entre os conceitos e definições de
Qualidade, Serviços e Administração de Materiais, verificou-se a importância
das atividades de apoio da Administração de Materiais à Produção, como
elemento de contribuição para melhoria dos aspectos da Qualidade e
Produtividade das empresas pesquisadas.
Desse modo, foi possível que os valores atribuídos à eficiência para
os processos das atividades da Administração de Materiais (Procedimentos
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
149
de armazenagem, Manuseio de materiais, Embalagem de proteção,
Obtenção ou Suprimentos, Programação de produtos ou Planejamento e
Sistema de informações) na visão de seu cliente interno (Produção),
baseadas nas Dimensões da Qualidade (Desempenho, Confiabilidade,
Conformidade, Assistência técnica, Características secundárias e Qualidade
percebida) contemplam o arcabouço teorizado pelos diversos autores
pesquisados par elaborar o presente estudo.
Quanto aos objetivos específicos:
Esses objetivos da pesquisa, também, foram alcançados devido a
respectivamente:
ü o primeiro objetivo específico foi atingido como pode ser visto
na observações feitas em 7.1 e 7.2;
ü o segundo objetivo específico foi atingido pois a metodologia
utilizada revelou diversos aspectos interessantes e,
possivelmente, não cobertos por estudos anteriores à interface
de Administração de Materiais e Qualidade e Produtividade;
ü quanto aos pontos de melhor relevância, o terceiro objetivo
específico, desta interface tem-se a considerar o seguinte:
a) constatou-se que as dimensões Desempenho, Confiabilidade,
Conformidade e Qualidade percebida definidas por Garvin
(1984), na visão do cliente interno (Produção), destacam-se
sobre as demais, enquadrando-se em todas as atividades de
apoio da Administração de Materiais referenciadas por Ballou
(1993); Pozo (2004), conforme foi abordado pelo pesquisador
no Capítulo 5, indicando a valiosa importância e abrangência
para o processo produtivo;
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
150
b) verificou-se que a dimensão Assistência técnica, na primeira
análise desta pesquisa correspondeu a 50% das atividades de
apoio da Administração de Materiais no Capítulo 5. Após
efetuar-se o questionamento nas empresas pesquisadas, sob a
ótica do cliente interno (Produção), a Dimensão da Qualidade,
destacou-se com as dissertadas no item anterior;
c) ao pesquisar quais Dimensões da Qualidade, indicadas por
Garvin (1984), mais relevantes para a execução das atividades
de apoio da Administração de Materiais, instituída por Ballou
(1993); Pozo (2004), verificou-se que todas as empresas
questionadas efetuam os processos internos baseados no
Processo e, também, no Usuário ao indicarem a dimensão
Qualidade percebida, agregando valor aos processos por meio
de análise e avaliação do cliente interno (Produção);
8.3 Sugestões para novas pesquisas
A presente pesquisa, como pode ser visto, foi realizada seguindo as
diretrizes da metodologia e balizado pelos limites estipulados e pelo escopo
estipulado.
O referencial teórico, centrado em Qualidade, Serviços e
Administração de Materiais, pode ser considerado bastante útil para captar
os aspectos relevantes no fornecimento do nível requerido de serviços não
só ao cliente externo, mas, sobretudo, ao cliente interno das organizações
via atividades de apoio da Administração de Matérias à Produção, bem
como na instituição de competências essenciais para essas organizações
estabelecerem vantagem competitiva sustentável na base de negócios em
que atua.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
151
Os resultados confirmam as análises e suposições preexistentes,
essenciais, justificando a escolha dos objetivos citados no início da
pesquisa.
É certo que este trabalho não esgota o assunto, ao contrário, abre
novas perspectivas para pesquisas complementares ou mais especificas,
como por exemplo:
A influência da Gestão da Qualidade, Gestão de Serviços e
Administração de Materiais em outras regiões do Estado, fora do eixo
da Grande São Paulo, analisando a performance organizacional
regional;
Repetir a pesquisa com empresas de setores diferentes e fazer uma
análise comparativa entre setores;
Estudar os efeitos da interface Gestão da Qualidade, Gestão de
Serviços e outros departamentos ou setores da organização.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
152
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Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
157
ANEXOS
Anexo I As quatro “eras” da qualidade. (Fonte: GARVIN, 1992,2002).
As Quatro “Eras” da Qualidade
Identificação de
Características
Inspeção
Controle
Estatístico da
Qualidade
Garantia da
Qualidade
Gestão da
Qualidade Total
Preocupação
básica
Verificação Controle Coordenação Impacto
estratégico
Visão da
qualidade
Um problema
a ser resolvido
Um problema a
ser resolvido
Um problema a
ser resolvido, mas
que seja
enfrentado
proativamente.
Uma oportunidade
de concorrência.
Ênfase Uniformidade
do produto
Uniformidade do
produto com
menos inspeção
Toda a cadeia de
produção, desde
o projeto até o
mercado, e a
contribuição de
todos os grupos
funcionais, para
impedir falhas de
qualidade.
As necessidades
de mercado e do
consumidor.
Métodos Instrumento de
medição
Instrumentos e
técnicas
estatísticas
Programas e
sistemas.
Planejamento
estratégico,
estabelecimento
de objetivos e a
mobilização da
organização.
Papel dos
profissionais da
qualidade
Inspeção,
classificação,
contagem e
avaliação.
Solução de
problemas e a
aplicação de
métodos
estatísticos
Mensuração da
qualidade,
planejamento da
qualidade e
projeto de
programas.
Estabelecimento
de objetivos,
educação e
treinamento,
trabalho
consultivo com
outros
departamentos e
delineamento de
programas.
Quem é o
responsável pela
qualidade?
O departa-
mento de
inspeção
Os departa-
mentos de
produção e
engenharia
Todos os
departamentos,
embora a alta
gerência só se
envolva
perifericamente
com o projeto, o
planejamento e a
execução das
políticas da
qualidade.
Todos na
empresa, com a
alta gerência
exercendo forte
liderança.
Orientação e
abordagem
Inspecionar a
qualidade
Controlar a
qualidade
Construir a
qualidade
Gerenciar a
qualidade
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
158
ANEXO II Questionário completo enviado às empresas.
Pesquisa
Prezado (a) Senhor (a):
Estamos realizando uma pesquisa referente a aspectos da qualidade do serviço
interno da Administração de Materiais, no que tange às suas principais funções,
que consideramos serem:
Processo de Armazenagem: Envolve administração do espaço necessário
para manter materiais estocados, localização dos produtos no almoxarifado,
dimensionamento de área, arranjo físico, equipamentos de movimentação,
recuperação do estoque, projeto de docas ou baías de atracação,
necessidades de recursos financeiros e humanos.
Embalagem de proteção: Tem como objetivo movimentar produtos com
toda proteção e sem danificá-los além do economicamente razoável,
manuseio e armazenagem eficientes, movimentação sem desperdício.
Manuseio de materiais: Transporte interno envolvendo a movimentação de
materiais no local de estocagem podendo ser tanto estoques de matéria-
prima como de produtos acabados, ou a transferência de materiais do
estoque para o processo produtivo, ou deste para o estoque de produtos
acabados, ou, também, transferência de um depósito para outro.
Obtenção ou Suprimentos: Atividade que proporciona ao produto ficar
disponível, no momento exato, para ser utilizado pelo sistema logístico
envolvendo procedimentos de avaliação e da seleção das fontes de
fornecimento, da definição de quantidades a serem adquiridas, da
programação de compras e da forma de como o produto é comprado,
obtenção de reduções de custos da organização.
Programação de produtos ou Planejamento: Refere-se primariamente às
quantidades agregadas que devem ser produzidas, bem como quando,
onde e por quem devem ser fabricadas. É a base que servirá de informação
à programação detalhada da produção dentro da fábrica e que permitirá o
cumprimento dos prazos exigidos pelo mercado.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
159
Sistema de informações: Permite operar eficientemente com as necessárias
informações de custo, procedimentos e desempenho, incluindo uma base
de dados bem estruturados, com informações importantes sobre os clientes,
volume de vendas, padrões de entregas, níveis de estoques e das
disponibilidades físicas e financeiras que servirão como base a uma
administração eficiente.
Caso V.Sa. entenda haver mais alguma(s) função(ões) a ser(em) considerada(s),
favor informar abaixo:
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Serão pesquisadas as seguintes dimensões da qualidade:
? Desempenho: refere-se à razão de ser da atividade o ao seu adequado
atendimento.
? Confiabilidade: relaciona-se à não ocorrência e ao baixo risco de falhas.
? Conformidade: refere-se ao fato de a atividade estar sendo executada conforme
os padrões pré-estabelecidos.
? Assistência técnica: refere-se ao pronto atendimento e solução de problemas
envolvendo a execução de atividade.
? Características secundárias: aspectos que complementam a boa realização da
atividade.
? Qualidade percebida: refere-se a como os clientes externos ou internos da
atividade a avaliam.
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
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Nesta presente pesquisa, buscaremos avaliar, para as funções da Administração
de Materiais, tanto a importância que V.Sa. atribui a elas, como a eficiência com
que elas vêm sendo realizadas na sua empresa.
Para efeito de preenchimento da tabela a seguir, as seguintes convenções são
adotadas:
a) Importância: A, B, C, D, E
A = muito importante;
B = importante;
C = média importância;
D = pouca importância;
E = sem importância.
b) Eficiência: escala de 0% à 100%
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
161
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
162
Considerações Finais
Fique à vontade para registrar a seguir quaisquer outras observações que V.Sa.
queira fazer sobre esta pesquisa e atividades às quais se refere no âmbito de sua
empresa.
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Muito obrigado!
Atenciosamente,
Osmildo Sobral dos Santos
Mestrando em Engenharia da Produção Universidade Paulista (UNIP)
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
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ANEXO III Planilhas preenchidas pelos entrevistados
Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
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Administração de Materiais como elemento para Qualidade e Produtividade
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