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favorecendo a circulação de informações, preocupando-se com a diversidade das
práticas de recepção dos textos, pois boa parte dos materiais didáticos disponíveis no
mercado, ainda que venham incluindo textos de diversos gêneros, ignoram a diversidade
e tratam todos os textos de maneira uniforme.
Segundo os PCN, deve-se considerar a diversidade dos gêneros, com práticas de
leitura diversificadas, a fim de se alcançar o objetivo de trabalhar-se efetivamente na
formação de leitores. Por exemplo: produzir esquemas e resumos pode ser útil quando
se trata de textos de divulgação científica, porém, aplicar esse procedimento a um texto
literário é desastroso, pois “apagaria o essencial – o tratamento estilístico que o tema
recebeu do autor” (PCN, 1998, p.70). O modo de ler é considerado um modo de
produzir sentidos, e à escola caberá expandir os procedimentos básicos aprendidos nos
ciclos anteriores, explorar, sobretudo no texto literário, “a funcionalidade dos elementos
constitutivos da obra e sua relação com seu contexto de criação” (1998, P.71).
Nas propostas dos PCN, a escola deve criar vínculos entre textos de
entretenimento e textos mais complexos, criando conexões necessárias para outras
formas culturais.
Para a formação de leitores, é necessário que sejam criadas condições propícias,
não só em relação aos recursos materiais disponíveis, mas principalmente, em relação
ao uso que se faz deles nas práticas de leitura.
Os PCN apresentam algumas dessas condições:
• A escola deve dispor de uma biblioteca em que sejam colocados à
disposição dos alunos, inclusive para empréstimo, textos de
gêneros variados, materiais de consulta nas diversas áreas do
conhecimento, almanaques, revistas, entre outros.
• É desejável que as salas de aula disponham de um acervo de livros
e de outros materiais de leitura. Mais do que a quantidade, nesse
caso, o importante é a variedade que permitirá a diversificação de
situações de leitura por parte dos alunos.
• O professor deve organizar momentos de leitura livre em que
também ele próprio leia, criando um circuito de leitura em que se
fala sobre o que se leu, trocam-se sugestões, aprende-se com a
experiência do outro.
• O professor deve planejar atividades regulares de leitura,
assegurando que tenham a mesma importância dada às demais.
Ler por si só já é um trabalho, não é preciso que a cada texto lido
se siga um conjunto de tarefas a serem realizadas.
• O professor deve permitir que também os alunos escolham suas
leituras. Fora da escola, os leitores escolhem o que lêem. É preciso
trabalhar o componente livre da leitura, caso contrário, ao sair da
escola, os livros ficarão para trás.
•
A escola deve organizar-se em torno de uma política de formação
de leitores, envolvendo toda a comunidade escolar. Mais do que a