Download PDF
ads:
i
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA VETERINÁRIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
AVALIAÇÃO DE PARAMÊTROS FISIOLÓGICOS EM CADELAS (Canis
familiares - Linnaeus, 1758) SUBMETIDAS Á
OVÁRIOSALPINGOHISTERECTOMIA ELETIVA NAS DIFERENTES FASES
DO CICLO ESTRAL, NOS PERÍODOS PRÉ E TRANS-OPERATÓRIO.
FABIANI COUTINHO LORDÃO GUIDO
Recife-PE
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
FABIANI COUTINHO LORDÃO GUIDO
AVALIAÇÃO DE PARAMÊTROS FISIOLÓGICOS EM CADELAS (Canis
familiares - Linnaeus, 1758) SUBMETIDAS A
OVÁRIOSALPINGOHISTERECTOMIA ELETIVA NAS DIFERENTES FASES
DO CICLO ESTRAL, NOS PERÍODOS PRÉ E TRANS-OPERATÓRIO.
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Ciência Veterinária, da
Universidade Federal Rural de
Pernambuco, como requisito para
obtenção do Grau de MESTRE
em Ciência Veterinária.
UFRPE
Recife-PE
2006
ads:
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA VETERINÁRIA
AVALIAÇÃO DOS PARAMÊTROS FISIOLÓGICOS EM CADELAS (Canis
familiares– Linnaeus, 1758) SUBMETIDAS
OVÁRIOSANPINGOHISTERECTOMIA ELETIVA EM DIFERENTES FASES
DO CICLO ESTRAL, NOS PERÍODOS PRÉ E TRANS-OPERATÓRIO.
Dissertação de Mestrado elaborada por
FABIANI COUTINHO LORDÃO GUIDO
Aprovada pela
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Maria Cristina de Oliveira Cardoso Coelho - UFRPE
(Orientadora)
________________________________________________
Áurea Wischral - UFRPE
(Examinador)
_________________________________________________
Paulo Fernandes de Lima - UFRPE
(Examinador)
__________________________________________________
Ana Paula Monteiro Tenório - UFRPE
(Examinador)
Recife,14 de junho de 2006
iv
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha filha Luíza, razão da minha felicidade, o
maior presente que Deus poderia me dar.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus e a Nossa Senhora pela proteção em todos os momentos,
principalmente os mais difíceis.
A Deus por ter me presenteado, durante o período do Mestrado com a minha
bonequinha (LUÌZA).
A minha filha Luíza pela alegria da sua presença, pelos gritinhos e sorrisos que
me sustentam em todos os momentos. Amo você.
A minha mãe Vera, por ser não apenas uma pessoa que tanto amo, mas acima
de tudo minha amiga, conselheira, meu eixo. E por ter sido neste período não
a avó de Luíza, como também mãe na minha ausência. Obrigada mainha,
sem você nada disso teria sido possível.
Ao meu pai Fernando pelo amor e carinho e ajuda para realização deste
trabalho.
Ao meu marido Sebastião, pelo carinho, amor, confiança e por ter agüentando
minhas chatices neste período.
As minhas irmãs Danielle e Juliane, por todo ajuda, carinho, dedicação comigo
e com Luíza e por serem minhas companheiras de todos os momentos.
A minha avó Creusa, pela dedicação de tantos anos. Obrigada voinha pelo seu
amor.
A minha avó Anita pelo carinho.
A minha querida Tia Musa (i.m) por sempre ter acreditado na minha
capacidade. Saudades.
A minha orientadora Profª Maria Cristina Cardoso, pela confiança, carinho e por
ter me acolhido como orientada.
Ao Professor e amigo Paulo Fernandes, pelo carinho e atenção.
A Professora Aurea Wischral pela atenção.
A Jamile Prado, por ter surgido na minha vida trazendo muita alegria e carinho.
Obrigada por toda ajuda, incentivo, preocupação e amizade.
Ao cirurgião Vandilson Rodrigues, por toda dedicação e atenção. Por ter sido
não só um companheiro de trabalho, mas acima de tudo um grande amigo.
A Andréa de Paula e Emmanulla Tiné, por serem minhas queridas amigas e
escutarem meus desabafos.
vi
As minhas amigas de Mestrado Grazielle, Sildivane e Alessandra pelo carinho
em todos os momentos.
Aos alunos Daliane, Tatiana Coimbra, Tiago e Erivelton por todo carinho, ajuda
e pelos momentos alegres.
Aos companheiros de Mestrado, Carlos Celestino, Fabiane Aragão e Mariana
Ramos e Cecília pela convivência.
Aos funcionários Vera, Acássio e Edna, por todo carinho, atenção e apoio.
A Joana D’arc Rocha pela atenção e carinho.
As residentes Flávia, Andreia e Ana Luíza pelo apoio e carinho.
A Capes pela oportunidade de realização deste trabalho.
vii
SUMÁRIO
Página
DEDICATÓRIA ii
AGRADECIMENTOS iii
SUMÁRIO vi
RESUMO viii
ABSTRACT x
LISTA DE TABELAS xii
LISTA DE FIGURAS xiv
LISTA DE ABREVIATURAS xv
1 INTRODUÇÃO 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3
2.1 Avaliação do paciente cirúrgico 3
2.2 Ciclo estral da cadela 6
2.3 Fases do ciclo estral 7
2.3.1 Proestro 7
2.3.2 Estro 8
2.3.3 Diestro 10
2.3.4 Anestro 11
2.4 Métodos de avaliação do ciclo estral 11
2.4.1 Exame clínico-ginecológico 11
2.4.2 Citologia vaginal 12
2.4.3 Dosagem hormonal 15
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 17
4 EXPERIMENTOS 29
4.1 Avaliação dos parâmetros fisiológicos em cadelas (Canis
familiares), durante o período pré-operatório, em diferentes
fases do ciclo estral
30
4.2 Monitoramento multiparamétrico no período intra-
operatório em cadelas submetidas a ovário-histerectomia
eletiva, em diferentes fases do ciclo estral
41
5 CONCLUSÃO FINAL 56
viii
RESUMO
Título: Avaliação de parâmetros fisiológicos de cadelas (Canis familiares–
Linnaeus, 1975) submetidas a ováriosalpingohisterectomia eletiva em
diferentes fases do ciclo estral, nos períodos pré e intra-operatório.
Autora: Fabiani Coutinho Lordão Guido
Orientadora: Maria Cristina de Oliveira Cardoso Coelho
Para auxiliar no controle da natalidade ou evitar o surgimento de patologias da
esfera reprodutiva diversos métodos contraceptivos vêm sendo utilizados em
fêmeas caninas. Neste contexto, a ováriosalpingohisterectomia (OSH) é o
método de maior demanda para esterilização de cadelas, entretanto este
método ainda é associado a diversos efeitos indesejáveis. Assim sendo, este
trabalho constituído de dois experimentos foi conduzido com o objetivo de
avaliar a influência da fase do ciclo estral sobre os parâmetros fisiológicos nos
períodos pré e trans-operatório em cadelas submetidas a OSH eletiva. No
experimento 1 determinou-se a fase do ciclo estral através de citologia vaginal
em cadelas (n=31) submetidas à avaliação clínica dos parâmetros fisiológicos:
freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR) e temperatura retal (TR),
no período pré-operatório imediato. Todas as fêmeas foram também
submetidas a exame clínico-ginecológico. Os animais foram separados em
quatro grupos experimentais G1 (n=14), G2 (n=5), G3 (n=5) e G4 (n=7),
correspondente aos animais em proestro, estro, diestro e anestro
ix
respectivamente. As médias da FC variaram de 116,8 a 124, da FR de 39,2 a
42 e da TR da 38,7 a 38,99ºC, não se comprovando diferença significativa
(p
0,05) entre os grupos analisados. Portanto, pode-se concluir que a fase do
ciclo estral não exerce influência sobre os parâmetros FC, FR e TR em cadelas
no período pré-operatório imediato. No experimento 2 avaliou-se os parâmetros
freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR), temperatura retal (TR),
pulso arterial (P) e saturação do oxigênio (SpO
2
) em cadelas (n=31) de acordo
com a fase do ciclo estral, durante a realização de OSH eletiva. Os animais
foram distribuídos em quatro grupos experimentais: G1 (n=14), G2 (n=5), G3
(n=5) e G4 (n=7), correspondente aos animais em proestro, estro, diestro e
anestro respectivamente. As medições foram feitas com o auxílio de um
monitor multiparamétrico em intervalos de 5 minutos até o término do
procedimento cirúrgico. Quanto aos resultados a FC no G3 foi superior (p0,05)
aos grupos G2 e G4 apenas nos primeiros cinco minutos (T1). A FR não diferiu
em nenhum dos tempos avaliados, a TR cujas médias variaram de 36,5 a
37,7ºC, também não demonstrou diferença entre os grupos analisados, bem
como para as avaliações do P e da SpO
2
. Os dados obtidos permitem concluir
que os parâmetros monitorados, não sofrem alterações diante das fases do
ciclo estral, durante o período intra-operatório, com o protocolo anestésico
utilizado. Diante das condições estudadas, pode-se concluir que os parâmetros
avaliados nos períodos pré-operatório imediato e trans-opratório, não sofrem
influência das fases do ciclo estral em cadelas.
x
ABSTRACT
Title: Evaluation of physiologic parameters of female dogs (Canis familiaris
Linnaeus, 1975) submitted to elective ovarysalpingohysterectomy in different
phases of the estral cycle, in the pre and trans-operative periods.
Author: Fabiani Coutinho Lordão Guido
Adviser: Maria Cristina de Oliveira Cardoso Coelho
To assist in the birth control rate or to avoid the appearance of reproductive
pathologies, several contraceptive methods have been used in canine females.
In this context, the ovarysalpingohysterectomy (OSH) is the method of larger
demand for sterilization of female dogs, however this method is still associated
to several undesirable effects. Therefore this paper constituted of two
experiments that was developed with the objective of evaluating the influence of
the estral cycle phase on the physiologic parameters of female dogs submitted
to elective OSH on the pre and trans-operative periods. In experiment 1 was
determined the phase of the estral cycle through vaginal cytology in female
dogs (n=31) submitted to clinical evaluation of the physiologic parameters: heart
rate (HR), respiratory frequency (RF) and rectal temperature (RT), in the pre-
operative period. All females were also submitted to clinical gynecological
exam. The animals were separate in four experimental groups G1 (n=14), G2
(n=5), G3 (n=5) and G4 (n=7), corresponding to the animals in proestro, estro,
diestro and anestro phase, respectively. The averages of HR varied from 116,8
to 124; of RF from 39,2 to 42 and RT from 38,7 to 38,99ºC, not proving
xi
significant difference (p
0,05) among the analyzed groups. Therefore, it can be
concluded that the phase of the estral cycle does not influence on the
parameters HR, RF and RT on female dogs in the immediate pre-operative
period. In experiment 2 were evaluated the parameters heart rate (HR),
respiratory frequency (RF), rectal temperature (RT), arterial pulse (P) and
oxygen saturation (SpO
2
) in female dogs (n=31) according to the estral cycle
phase, during the accomplishment of elective OVH. The animals were
distributed in four experimental groups: G1 (n=14), G2 (n=5), G3 (n=5) and G4
(n=7), corresponding to the animals in proestro, estro, diestro and anestro
phase, respectively. The measurements were made with a multiparametric
monitor in intervals of 5 minutes until the end of the surgical procedure. As far
as the results, the HR in G3 was superior (p0,05) to the groups G2 and G4
only in the first five minutes (T1). The RF did not differ in any of the times
evaluated, RT whose averages varied from 36,5 to 37,7ºC, also did not
demonstrate difference among the analyzed groups, as well as the evaluations
of the SpO
2
. The results obtained allows to conclude that the monitored
parameters, did not suffer alterations in relation to the phases of the estral
cycle, during the intra-operative period, with the anesthetic protocol used. Due
the studied conditions, it can be conclude that the evaluated parameters in the
immediate pre-operative period and trans-operative, did not suffer influence of
the estral cycle phases in female dogs.
xii
LISTA DE TABELAS
EXPERIMENTO 1
Página
Tabela 1- Valores da freqüência cardíaca (FC), mensurados
em cadelas de acordo com a fase do ciclo estral:
proestro (G1), estro (G2), diestro (G3) e anestro
(G4), durante o período pré-operatório
imediato......................................................................
35
Tabela 2- Valores da freqüência respiratória (FR),
mensurados em cadelas de acordo com a fase do
ciclo estral: proestro (G1), estro (G2), diestro (G3) e
anestro (G4), durante o período pré-operatório
imediato......................................................................
36
Tabela 3- Valores da temperatura retal (TR), mensurados em
cadelas de acordo com a fase do ciclo estral:
proestro (G1), estro (G2), diestro (G3) e anestro
(G4), durante o período pré-operatório
imediato......................................................................
37
EXPERIMENTO 2
Tabela 1- Duração do período trans-operatório em minutos de
acordo com o grupo experimental: proestro (G1),
estro (G2), diestro (G3) e anestro (G4).....................
45
Tabela 2- Valores médios e desvios padrão da freqüência
cardíaca (FC) obtidos por monitor multiparamétrico
em cadelas no proestro (G1), estro (G2), diestro
(G3) e anestro (G4) durante o período trans-
xiii
operatório...................................................................
46
Tabela 3- Valores médios e desvios padrão da freqüência
respiratória (FR) obtidos por monitor
multiparamétrico em cadelas no proestro (G1), estro
(G2), diestro (G3) e anestro (G4) durante o período
trans-operatório..........................................................
47
Tabela 4- Valores médios e desvios padrão da temperatura
retal (TR) obtidos por monitor multiparamétrico em
cadelas no proestro (G1), estro (G2), diestro (G3) e
anestro (G4) durante o período trans-
operatório...................................................................
48
Tabela 5- Valores médios e desvios padrão do pulso arterial
(PA) obtidos por monitor multiparamétrico em
cadelas no proestro (G1), estro (G2), diestro (G3) e
anestro (G4) durante o período trans-
operatório...................................................................
49
Tabela 6- Valores médios e desvios padrão da saturação do
oxigênio (SpO
2
) obtidos por monitor
multiparamétrico em cadelas no proestro (G1), estro
(G2), diestro (G3) e anestro (G4) durante o período
trans-operatório..........................................................
50
xiv
LISTA DE FIGURAS
EXPERIMENTO 1
Página
Figura 1-
Número de cadelas no proestro (G1), estro (G2),
diestro (G3) e anestro (G4)............................................
34
EXPERIMENTO 2
Figura 1- Médias da temperatura retal em cadelas no proestro
(G1), estro (G2), diestro (G3) e anestro (G4) durante o
período trans-operatório.................................................
48
xv
LISTA DE ABREVIATURAS
ACTH Hormônio adrenocorticotrópico
CL= Corpo Lúteo
ECG= Eletrocardiograma
FC= Freqüência cardíaca
FR= Freqüência respiratória
FSH= Hormônio Folículo Estimulante
I.m.= Intamuscular
I.V.= Intravenoso
LH= Hormônio Luteinizante
P4= Progesterona
P = Pulso arterial
OSH= Ováriosalpingohisterectomia
TR= Temperatura Retal
SpO
2
= Saturação do oxigênio
1
1 INTRODUÇÃO
Dentro de um contexto social, os animais de companhia tornaram-se
componentes importantes com o passar dos anos, estando representados
principalmente pelo cão, o qual encontra-se mais próximo ao homem,
compartilhando seu dia a dia. Todavia, o crescimento populacional deve ser
ordenado, uma vez que os cães são agentes transmissores de enfermidades de
importância para a saúde blica, a exemplo da raiva. Para auxiliar o controle de
natalidade, ou evitar o surgimento de algumas patologias da esfera reprodutiva,
métodos contraceptivos podem ser utilizados em cadelas, tais como a
ováriosalpingohisterectomia (OSH) (CONCANNON, 1995), administração de
progestágenos e andrógenos (EVANS e SULTTON, 1989), bem como
contraceptivos não-esteróides (CONCANNON, 1995).
Porém, a OSH é o método cirúrgico de escolha para esterilização de cadelas
(EVANS e SULTTON, 1989), uma vez que uma redução do risco de neoplasias
mamárias quando realizadas antes do ou estro (CONCANNON e MEYERS-
WALLEN, 1991). Através desta técnica cirúrgica é possível controlar o aumento
populacional (JOHNSTON, 1991), bem como, eliminar o risco de patologias
importantes como a piometra e a pseudogestação (OLIVEIRA et al., 2003).
Entretanto, esta intervenção pode apresentar efeitos colaterais como
incontinência urinária, obesidade, vulva infantil, mudança na cor e textura do pêlo,
e riscos durante o período trans-operatório (EVANS e SUTTON, 1989).
Considerando que durante determinadas fases do ciclo estral alterações
clínicas e comportamentais (HOFFMANN e SCHNEIDER, 1993) que,
2
possivelmente, podem interferir no padrão fisiológico das fêmeas, submetendo-as
a riscos durante procedimentos cirúrgicos, faz-se necessário buscar parâmetros
que forneçam ao médico veterinário uma maior segurança para execução da
OSH, principalmente eletiva. Uma vez que observa-se a não realização de
procedimentos cirúrgicos quando as fêmeas caninas encontram- se nas fases de
proestro ou estro.
Diante dos aspectos abordados, este trabalho teve como objetivo avaliar os
parâmetros fisiológicos como freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória
(FR) e temperatura retal (TR) durante o período pré-operatório imediato e FC, FR,
TR, saturação do oxigênio (SpO
2
) e pulso arterial (P) no período trans-operatório
de fêmeas caninas nas diversas fases do ciclo estral, submetidas a OSH eletiva.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Avaliação do Paciente Cirúrgico
As provas de laboratório, junto ao exame clínico, eletrocardiograma (ECG)
e eventualmente exames radiográficos, efetuados na avaliação pré-operatória
(PASQUIER, 2005), formam elementos que informam as condições do animal
para que a intervenção cirúrgica ocorra com êxito (POZO, 2002). Um exame
minucioso evitará que o paciente se submeta a cirurgias em condições de risco
tais como, diabetes (COPPO e COPPO, 1997), cardiopatias pneumopatias,
nefropatias e alterações hepáticas (COPPO e COPPO, 2005), as quais podem
aumentar a taxa de mortalidade nos períodos pré e pós-operatório (SARDINÃ,
1997). O Diabetes compreende, uma das afecções mais graves (COPPO e
COPPO, 1997), e quando associada a patologias vasculares levam a uma
redução da atividade fibrinolítica, aumento da fagocitose e agregação plaquetária,
determinando uma tendência a tromboembolismo (RASKIN e MEYER, 1996).
Alguns autores afirmam não haver uma uniformidade, ou padrão, de
critérios para estas avaliações. Porém indica-se que o exame pré-cirúrgico deve
incluir hemograma, urinálise, uréia sérica, podendo em alguns casos ser
requisitado ECG e radiografia torácica (PETRATTI, 2006).
Diversos transtornos podem potencializar ou reduzir os efeitos anestésicos
(SARDINÂ, 1997), alterar a coagulação, descompensar o metabolismo, deprimir
as defesas e alterar as funções cardíaca e respiratória (COPPO et al., 1980)
4
Segundo Massone (1999), o paciente deve ser adequadamente avaliado em
relação aos valores basais das suas funções vitais e quanto ao estado nutricional,
uma vez que animais obesos têm excessiva deposição de tecido adiposo,
tornando frágeis os tecidos manipulados e dificultando a visualização da
vascularização, ocasionando muitas vezes hemorragias trans-operatórias (MALM
et al., 2005).
Também se faz necessário um monitoramento do paciente no período
trans-operatório, na tentativa de corrigir possíveis alterações que por ventura
possam ocorrer (MALM et al., 2005). Deste modo, deve-se monitorar os
parâmetros fisiológicos e os reflexos pertinentes ao plano anestésico. Convém
também observar a posição do paciente durante o ato cirúrgico, evitando posturas
que possam vir a comprometer órgãos vitais (MASSONE, 1999).
De acordo com Freire (1982), a pressão arterial é o parâmetro mais
utilizado para o diagnóstico do choque durante um procedimento cirúrgico. A
ocorrência de um episódio de hipotensão arterial acarretará em diminuição do
fluxo sanguíneo e conseqüentemente menor distribuição de oxigênio, pondo em
risco a vida do paciente (MUIR, 1977).
As perdas de calor que ocorrem durante a anestesia e cirurgia (SOARES,
1995), não estão correlacionadas apenas com o paciente, o ambiente, o tipo ou a
duração da cirurgia, mas também com as modalidades anestésicas empregadas
(RAMACHANDRA et al., 1989). Desta forma o monitoramento da temperatura
corpórea é essencial, uma vez que a excessiva perda de calor deve ser evitada
para que não haja fibrilação ventricular e assistolia (WAGNER e DUNLOP, 1993).
5
Durante o procedimento cirúrgico, as freqüências respiratória e cardíaca
devem ser continuamente avaliadas para que as complicações sejam
imediatamente corrigidas (SHORT, 1987). A saturação do oxigênio (SpO
2
) no
sangue é uma informação importante para determinar o desempenho do sistema
respiratório do paciente sob anestesia e não deve ser descartada (POZO, 2002).
No período pós-operatório, deve-se fazer uma avaliação constante até que
o animal se restabeleça completamente, o que se traduz pela estação voluntária,
manutenção da temperatura e diurese normais (MASSONE, 1999). Nesta fase a
dor pós-operatória e o trauma cirúrgico podem estar presentes, levando a ativação
neuroendócrina e metabólica, tendo como conseqüências o hipermetabolismo, a
aceleração de reações bioquímicas e o catabolismo orgânico (MALM et al., 2005),
desta forma haverá alterações dos parâmetros fisiológicos e bioquímicos
(MORBERG, 1987). A duração e a intensidade das alterações estão
correlacionadas com o grau da lesão tissular e podem prolongar o período de
convalescença e de recuperação pós-operatória (SMITH et al., 1996).
Devido à rápida e específica resposta do sistema nervoso central a
determinados agentes estressores, as mensurações das freqüências cardíaca e
respiratória (KO et al., 2000) e a secreção de catecolaminas podem ser utilizadas
na avaliação do estresse provocado pela dor nos períodos trans e pós-operatório
(MALM et al., 2005). Uma vez que processos dolorosos podem alterar a secreção
de hormônios hipofisários, como o adrenocorticotrópico (ACTH), que estão
diretamente relacionados às funções do bem – estar animal (MORBERG, 1987). O
ACTH em condições de estresse, irá estimular a secreção de corticosteróides
(RECOGNITON, 1992). Portanto, o cortisol representa um parâmetro importante
6
para a avaliação da resposta neuroendócrina ao estresse cirúrgico, sendo
indicativo da presença da dor (SMITH et al., 1996).
2 2 Ciclo Estral da Cadela
As fêmeas da espécie canina o monoéstricas, não sazonais possuindo
uma fase folicular ou estrogênica que persiste durante três semanas e uma fase
luteal ou progesterônica que tem duração de dois a três meses (CHAKRABORTY,
1987; INABA et al., 1998; SILVA et al., 2002). A periodicidade de cada fase é
regulada pelo eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, o qual por sua vez é
modulado por estímulos neuro-endócrinos (SILVA et al., 2002) que determinam as
inter-relações entre as gonadotropinas hipofisárias, o hormônio folículo
estimulante - FSH e o hormônio luteinizante - LH (CONCANNON, 1993). Portanto,
o intervalo entre dois estros pode variar de 5 a 12 meses (CONCANNON et al.,
1989). Este intervalo ocorre independente do porte da cadela, bem como da
ocorrência ou não de gestação (SILVA et al., 2002), porém animais gestantes
apresentam um intervalo interestral maior que os o gestantes (BELL e
CHRISTIE, 1971) e cadelas mais velhas apresentam uma maior tendência em
aumentar este intervalo (OLIVEIRA et al., 2003). Todavia, segundo Bouchard et al.
(1991) a periodicidade do ciclo estral é variável e não deve ser utilizada na
determinação da ocorrência do próximo estro na cadela.
O ciclo estral é caracterizado por modificações cíclicas que se estabelecem
após a puberdade (HAFEZ, 1995). Nas cadelas é constituído pelas seguintes
fases: proestro, estro, diestro e anestro (JOCHLE e ANDERSEN, 1977), as quais
7
são caracterizadas por alterações hormonais que induzem transformações de
ordem comportamental, bem como clínico-ginecológicas com modificações morfo-
citológicas, vaginais e cervicais (RODRIGUES e RODRIGUES, 2002).
A cadela é a única mea entre os mamíferos domésticos que passa por
todas as fases do ciclo estral, independentemente de haver ou não gestação
(SILVA et al., 2002; BENETTI et al., 2004). Sendo, o início da sua vida reprodutiva
verificada entre o 6
º
e o 24
º
mês de idade (RODRIGUES e RODRIGUES, 2002),
ocorrendo com maior freqüência entre sete a oito meses de vida (SANTOS, 2006).
As cadelas de raças de pequeno porte atingem a puberdade mais cedo, em
comparação com as fêmeas de grande porte. Contudo, os primeiros ciclos estrais
nas cadelas podem ocorrer em intervalos maiores ou menores, a que se
estabeleça a normalidade (SANTOS, 2006).
2.3 Fases do Ciclo Estral
2.3.1 Proestro
A fase de proestro é caracterizada por um pido desenvolvimento folicular
seguido pelo aumento nas concentrações de estradiol 17-β e do LH, bem como
pelo início na secreção de progesterona (P4), fato este observado exclusivamente
nos canídeos que apresentam uma luteinização precoce das células da teca,
antecedendo a ovulação (SILVA et al., 2002). De acordo com Mialot (1984) e
8
Rodrigues e Rodrigues (2002), nesta fase o estrógeno promove a estratificação do
epitélio vaginal, bem como a proliferação celular.
No proestro, que pode durar de 3 dias a 3 semanas (ALLEN, 1995) ou de 7
a 10 dias (CONCANNON, 1989), a cadela apresenta-se clinicamente com edema
vulvo-vaginal e secreção sero-sanguinolenta (JÖCHLE e ANDERSEN, 1977;
ALLEN, 1992; ALLEN, 1995). Manifesta atração pelo macho, provocado pelo
ferormônio metilhidroxibenzoato presente no muco vaginal, sem permitir a cópula
(NELSON e COUTO, 1992; FELDMAN e NELSON, 1996). O caráter
sanguinolento do corrimento é resultante da diapedese eritrocitária proveniente da
ruptura de vasos sub-epiteliais endometriais em miscigenação à secreção das
glândulas holócrinas uterinas (HOFFMANN et al., 1996).
Durante o proestro o perfil hormonal apresenta P4 variando de 0,2 a 5,0 ng/mL e o
estrógeno de 20 a 70 pg/mL (OLIVEIRA et al., 2003). O estrógeno atinge sua
concentração máxima entre 24 e 48 horas antes do pico pré-ovulatório do LH
(VERSTGEN, 1999). O FSH apresenta concentrações em torno de 75 ng/mL
(FELDMAN e NELSON, 1996), o LH de 8,5 ng/mL e a prolactina de 2ng/mL
(VALTONEN e JALKANEN, 1993). as concentrações dos andrógenos varia de
0,3 a 1,0 ng/mL (SANTOS, 2006).
2.3.2 Estro
O estro caracteriza-se, por sua vez, pelo pico de LH, ovulação, redução na
produção de estrógenos, desenvolvimento do corpo lúteo (CL) e aumento da
secreção de P4 (CONCANNON et al., 1975; CONCANNON, 1986). Neste período
9
um comportamento de aceitação da monta e submissão ao macho, devido à
diminuição da concentração do hormônio estrogênico e ao aumento da secreção
de P4 (CONCANNON, 1986; VANNUCHI et al., 1997).
Segundo Vannucchi et al., (1997) e Souza (2002) durante o estro, a fêmea canina
na presença do macho dirige a região posterior do corpo com membros em
“cavalete”, expondo a genitália com movimentos de cauda, mostrando-se desta
forma passível ao coito.
A duração desta fase varia de 3 a 21 dias, tendo em média 9 dias (VANNUCCHI et
al., 1997; OLIVEIRA et al., 2003). Segundo Allen (1992) esta fase também é
marcada por vulva edemaciada e descargas hemorrágicas vaginais.
Quanto ao perfil hormonal, durante o estro, as cadelas apresentam P4 variando de
5 a 10 ng/mL e o estrógeno de 5 a 20 pg/mL (RODRIGUES e RODRIGUES,
2002). O FSH apresenta concentrações em torno de 100 ng/mL, o LH de 8 a 50
ng/mL (pico de LH) e a prolactina de 2ng/mL. as concentrações dos
andrógenos são <0,1 ng/mL (OLIVEIRA et al., 2003).
A ovulação ocorre nesta fase entre 40 a 50 horas após o pico de LH
(CONCANNON, 1989) ou até mesmo 96 horas (FELDMAN e NELSON, 1996).
Após a ovulação, o LH e a prolactina luteinizam as células da granulosa da
cavidade folicular transformando-as em corpo lúteo (CONCANNON et al., 1989).
10
2.3.3 Diestro
Esta fase é marcada pelo final do estro, ou seja, a cadela não é mais
receptiva ao macho (CHRISTIANSEN, 1988). Corresponde à fase de atividade do
corpo lúteo, promovendo desta forma altas concentrações de P4 que, geralmente,
variam de 15 a 60 ng/mL (FELDMAN e NELSON, 1997; ONCLIN e VERSTEGEN,
1997), sendo registrados concentrações variando de 30 a 90 ng/mL (JEFFCOATE,
1998).
O perfil hormonal neste período pode ser semelhante para cadelas prenhes ou
não (JEFFCOATE, 1998), deste modo toda mea canina em diestro é
considerada pseudoprenhe até que haja confirmação ou negação da condição
gestacional (FELDMAN e NELSON, 1997).
A secreção máxima de P4 ocorre aproximadamente 2 a 3 semanas depois de
iniciado o diestro (RODRIGUES e RODRIGUES, 2002) e começa a declinar
decorridos aproximadamente 30 dias da identificação do pico de LH (OLSON et
al., 1982). Esta fase termina em aproximadamente 60 dias nas cadelas gestantes,
e persiste um pouco mais nas não prenhes, podendo chegar a 75 dias
(JEFFCOATE, 1998).
Durante o diestro, o estrógeno varia de 5 a 20 pg/mL, o FSH permanece em torno
de 100 ng/mL e o LH de 8,5 ng/mL. A prolactina varia de 3 a 4 ng/mL e os
andrógenos apresentam concentrações < 0,1 ng/mL (JOHNSTON, 1997).
11
2.3.4 Anestro
É o período que compreende o final da fase luteal e o início da fase
folicular. Clinicamente pode ser definido como um período de inatividade
reprodutiva que apresenta um perfil hormonal flutuante (SILVA et al., 2002). De
acordo com Jöchle e Andersen (1977), esta fase pode ser classificada como um
período de “quiescência” hipofisária e ovariana. Esta fase tem duração média de 2
a 3 meses (VANNUCCHI et al., 1997) e varia de acordo com a idade, a raça, o
estado sanitário, o período do ano, dentre outros fatores (SILVA et al., 2002),
podendo atingir até 10 meses de duração (CONCANNON et al., 1989).
O anestro é caracterizado por perfil hormonal apresentando P4 em concentrações
< 0,1 ng/mL, o estrógeno variando de 5 a 20 pg/mL, FSH em torno de 300 ng/mL e
o LH de 8,5 ng/mL (STANBENFELDET e SHILLE, 1977). A prolactina de 2ng/mL e
os andrógenos < 0,1 ng/mL (OLSON et al., 1992). Quanto ao FSH estar
aumentado nesta fase cogita-se a possibilidade de não haver receptores para esta
gonadotropina ou ainda a presença de alguma molécula que inative sua ação,
portanto não havendo crescimento folicular nesta fase (SILVA et al.; 2002).
2.4 Métodos de Avaliação do Ciclo Estral
2.4.1 Exame Clínico-Ginecológico
A avaliação do ciclo estral através do exame clínico-ginecológico baseia-se
na inspeção visual da pele perivulvar, lábios, mucosa vulvar e clítoris e na
12
observação do comportamento da fêmea canina (JEFFCOATE, 1998), uma vez
que a ação de hormônios como P4 e estrógenos são responsáveis por alterações
neste parâmetro (ENGLAND et al., 1989; BENETTI et al, 2004). O estágio do estro
deve ser estabelecido pelo histórico e pelo aspecto físico da genitália externa,
para elucidação dos achados do exame vaginal (SODERBERG, 1996).
Um método alternativo para julgar a resposta do epitélio vaginal ao
estrógeno folicular é a observação direta do espessamento e pregueamento da
mucosa através da vaginoscopia (LINDSAY, 1983). No anestro as pregas vaginais
estão achatadas e avermelhadas devido aos capilares basais (JEFFCOATE,
1998), no proestro elas encontram-se maiores, arredondadas, úmidas e pálidas
com corrimento sanguinolento (ALLEN, 1995). No início do estro as pregas
tornam-se enrugadas e arredondadas, ficando anguladas ao final desta fase. Já
no metaestro elas estão arredondadas e a mucosa parece retalhada devido à
perda da camada queratinizada (ALLEN, 1995). Esta técnica é utilizada para
estimar quanlitativamente o nível de 17-β estradiol circulante e assim avaliar a
maturidade folicular (LINDSAY, 1983; CONCANNON, 1993; ALLEN, 1995).
2.4.2 Citologia Vaginal
A citologia vaginal ou colpocitologia é um exame laboratorial complementar
para o auxílio do entendimento do comportamento e manejo reprodutivo da cadela
(HOLST e PHEMISTER, 1971), permitindo a detecção das diferentes fases do
ciclo estral (BELL e CHRISTIE, 1971). Esta técnica compreende o estudo das
13
células naturalmente descamadas ou retiradas artificialmente da superfície dos
tecidos (RAPOSO e SILVA, 1999).
Segundo Benetti et al. (2004), a citologia vaginal pode ser classificada como
um método de diagnóstico confiável aos estudos de reprodução em cadelas,
sendo eficiente na verificação das alterações do epitélio vaginal em decorrência
das oscilações do perfil hormonal, além de ter um custo reduzido e alta
praticidade. De acordo com Buff e Salesse (2001), a citologia vaginal reflete a
evolução do perfil hormonal das cadelas.
Nos esfregaços vaginais, a proporção relativa dos diferentes tipos celulares
pode ser usada como indicativo do ambiente endócrino (ARTHUR et al., 1996) ou
dominância hormonal (CARVALHO, 2002), fornecendo assim, uma idéia das
concentrações estrogênicas e a confirmação do período fértil (CONCANNON e
DIGREGORIO, 1986).
A técnica de colpocitologia proporciona não só uma avaliação do perfil
hormonal, como também uma avaliação oncótica e microbiológica (NETO, 2006),
além da previsão da ovulação e do parto em mulheres (OLSON et al., 1984;
MESTRE et al., 1990; FELDMAN e NELSON, 1996). Sendo ainda relevante no
que diz respeito à determinação do melhor momento para o acasalamento ou para
inseminação artificial (SCHUTTE, 1967; CHRISTIANSEN, 1988). Pode também
indicar ciclos reprodutivos irregulares, bem como diversas enfermidades da esfera
reprodutiva tais como: neoplasias, vaginites, endometrites e piometras (GABRIIEL
et al, 1997).
A avaliação da atividade hormonal é realizada baseando-se em
características do esfregaço, tais como presença e tipo de secreção, leucócitos,
14
lactobacilos, eritrócitos, histiócitos e predominância de tipos e morfologia celulares
(CHAVES et al., 2004).
Em relação à morfologia celular, o epitélio vaginal é classificado
histologicamente como estratificado pavimentoso (VANNUCCHI et al, 1997) e
formado por camadas celulares distintas, sendo particularmente sensível à ação
do estrógeno (SILVA et al., 1986; SOUZA, 2005).
As alterações ocorridas no epitélio vaginal são geradas a partir de estímulos
provocados pelo estrógeno, levando o epitélio da vagina a sofrer processo de
mitose (STABENFELDT e EDQVIST, 1993). O estrógeno promove ainda o
espessamento do epitélio, tornando as células do lúmen vaginal cada vez mais
distante do seu suprimento sanguíneo e promovendo assim proteção da mucosa
no momento da cópula (OLIVEIRA et al., 2003). À medida que as concentrações
sangüíneas de estrógeno aumentam, mudanças seqüenciais, correspondentes à
proliferação epitelial podem ser visualizadas nos esfregaços efetuados por
esfoliação superficial da mucosa vaginal (ROSZEL, 1977).
O início do proestro é caracterizado citologicamente pela presença de
neutrófilos, hemácias, numerosas lulas para-basais, intermediárias e
superficiais. No final desta fase a presença de células sanguíneas é variável e os
neutrófilos tendem a desaparecer, havendo um aumento de células intermediárias
(SILVA et al., 2002).
Já no estro não são encontrados neutrófilos no esfregaço e as hemácias, se
estiverem presentes, serão em pequena quantidade. Poderá ainda haver a
presença de grande número de bactérias (VANNUCCHI et al., 1997). Nesta fase
mais de 90% das células epiteliais são superficiais queratinizadas (SOUZA, 2005).
15
O aspecto citológico no diestro é inteiramente diferente do apresentado no
período de estro; e essa mudança pode ocorrer em 24 a 48 horas. O número de
células superficiais decresce para 20% e as para-basais e intermediárias chegam
até 50% do total. Existem neutrófilos em grande quantidade, bem como alguns
neutrófilos estão fagocitando as células (SOUZA, 2005).
No anestro predominância de células para-basais e intermediárias,
podendo ou não haver presença de leucócitos (VANNUCCHI et al., 1997).
2.4.3 Dosagem hormonal
O perfil hormonal da cadela, registrado em diversos estudos, é bastante
variável. Tal fato pode ser explicado pelas diferenças nas amostras investigadas
ou pela utilização de diferentes métodos de mensuração (BENETTI et al., 2004).
Podem ser empregados métodos bioquímicos, radioimunoensaio ou de ligação
protéica (CHRISTIANSEN, 1988). As variações podem também ser atribuídas a
fatores como: a raça, a idade e até mesmo o período do dia. Segundo Johnston et
al. (2001) as concentrações de P4 são duas vezes maiores pela manhã quando
comparado com os valores de amostras coletadas no período da tarde.
A verificação da concentração plasmática de P4 pode ser utilizada para
predizer o período rtil da cadela, como também indicar o progresso do ciclo
estral (OLSON e NETT, 1986; STEINETZ, 1990). O LH e o estradiol podem
também ser mensurados, porém na prática não são usualmente utilizados, devido
principalmente ao alto custo (ENGLAND et al., 1989).
16
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALLEN, W.E. Reproductive physiology of the dog. Fertility and Obstetrics in the
dog. Oxford: BlacKmell Scientifc Publications, 1992. p. 33-36.
ALLEN, W.E. Fertilidade e Obstetrícia no cão. São Paulo: Varela, 1995. 197p.
ARTHUR, G.H.; NOAKS, D.E.; PEARSON, H.; PARKINSON, T. Infertility in the
bitch and queen. In: Veterinary Reproduction and Obstetrics. W.B. Saunders:
London. 7. ed. 536 p. 1996.
BENETTI, A.H.; TONIOLLO, G.H.; OLIVEIRA, J.A. Concentrações séricas de
progesterona, 17β-estradiol e cortisol durante o final do pró-estro, estro e diestro
gestacional em cadelas. Ciência Rural, v. 34, n. 2, p. 21-27, 2004.
BELL, T.; CHRISTIE, D. Duration of proestrus, oestrus and vulval bleeding in the
beagle bitch. British Veterinary Journal, v. 127. p. 25-27, 1971.
BOUCHARD, G.; YOUNGQUIST, R.S.; VAILLANCOURT, D. et al. Seasonality and
variability of the interestrous interval in the bitch. Theriogenology, New York, v.
36, n. 1, p. 41-50, 1991.
BUFF, S.; SALESSE, H. Acompanhamento do cio em cadelas. A Hora
Veterinária, v. 20, n. 119. p. 68-71, 2001.
17
CARVALHO, G. Citologia do trato genital feminino. 4. ed. São Paulo: Editora
Atheneu, 2002. 346 p.
CHAKRABORTY, P.K.; WILDT, D.E.; SEAGER, S.W.J. Induction of estrus and
ovulation in the cat and dog. Veterinary Clinics of North America: Small Animal
Practice, v. 12, p. 85-91, 1982.
CHAKRABORTY, P.K. Reproductive hormone concentrations during estrus,
pregnancy and pseudopregnancy in the Labrador bitch. Theriogenology, v. 27, p.
827-840, 1987.
CHAVES, A.R.; SANTOS, M.A.J.; DIAS, U.R. et al. Exame citológico esfoliativo na
prevenção de lesões ginecológicas de cadelas. Revista Brasileira de
Reprodução Animal. v. 28, n. 5, p. 282-286. 2004.
CHRISTIANSEN, I.J. Reprodução no cão e no gato. São Paulo: Manole, p. 179-
197, 1988.
CONCANNON,P.W. Physiology and endocrinology of canine pregnancy. In:
MORROW, D.A.(Ed). Current theraphy in theriogenology. 2. ed. Philadelphia:
W.B. Saunders, 1986, p. 491-497.
18
CONCANNON, P.W. Biology of gonadotrophin secretion in adult and prepubertal
female dogs. Journal of Reproduction and Fertility. Supplemment. v.47, p. 3-27,
1993.
CONCANNON, P.W; DIGREGORIO, G.B. Canine vaginal cytology. In: Small
Animal Reproduction and Fertility. Philadelphia: Ed. T. Burke. Lea and Febiger,
1986, p. 96-111.
CONCANOON, P.W.; MEYERS-WALLEN, V.N. Current and proposed methods for
contraception and termination of pregnancy in the dog and cats. Journal of
American Veterinary Medical Association, v. 198, n. 7, p. 1214-1225, 1991.
CONCANNON, P.W. Contraceptions in the dog. Veterinary Annual, Bristol, v. 35,
p. 177-187, 1995.
CONCANNON, P.W.; McCANN, J.P.;TEMPLE, M. Biology and endocrinology of
ovulation, pregnancy and parturition in the dog. Journal of Reproduction and
Fertility, v. 39, p. 3-25, 1989.
COPPO, J.A.; BREM, J.J.; SANDOVAL, G.L.; et al. Sobre la no confiabilidad de
algunos análisis en medicina veterinaria. Revista Veterinária,v. 2, p. 53-62, 1980.
COPPO, J.A.; COPPO, N.B.M. La glicosilación de proteínas hemáticas como
evaluación retrospectiva de la glucemia. Aplicaciones en veterinaria. Med. Vet., v.
78, p. 292-296,1997.
19
COPPO, J. A.; COPPO, N.B.M. Valoracion del riesgo anestesico-quirurgico en
pequenos aimales. Revista Eletrónica de Veterinária, v. 6, n. 10, 2005.
ENGLAND, G.C.W, ALLEN, W.E., PORTER, D.J. A comparison of
radioimmunuassay with qualitative and quantitative enzyme-linked immunoassay
for plasma progesterone detection in bitches. Veterinary Record, v. 125, p. 107-
108, 1989.
EVANS, J.M.; SULTTON, D.J. The use of hormones, especially progestagens, to
control oestrus in bitches. Journal of Reroduction and Fertility, suppl. 39, p.
163-173, 1989.
FELDMAN, E.C.; NELSON, R.W. Ovarian cycle and vaginal cytology. In: ______.
Canine and feline endocrinology and reproduction. 2. ed. Philadelphia: W.B.
Saunders,. p. 529-546, 1996
FELDAMAN, E.C.; NELSON, R.W. The ovarian cycle & vaginal citology in the
bitch. In: Internal Medicine. Proceedings 284, Sydney, p. 280, 1997.
FREIRE, E. Choque. Urgências. Ano. 9, n. 2, p. 6-48, 1982.
20
GABRIEL, A.M.A.; D’ANGELIS, F.H.F.; PINHEIRO, N.L.; et al. Comparação de
técnicas usadas em esfregaços vaginais de rattus novergicus. Revista Brasileira
de Medicina Veterinária. v. 19, n. 1, p.12-18. 1997.
HAFEZ, E.S.E. Reprodução animal. 6. ed. São Paulo: Manole, 1995, 582 p.
HOFFAMANN, B.; SCHNEIDER, S. Secretion and release of luteinizing hormone
during the luteal phase of the oestrous cycle in the dog. Journal of Reproduction
and Fertility, Suppl. 47, p. 85-91, 1993.
HOFFMANN, B.; RIESENBECK, A. KLAIN, R. Reproductive endocrinology of
bitches. Animal Reproduction Science. V. 42, n. 2, p. 275-288, 1996.
HOLST, P. A.; PHEMISTER, R.D. The prenatal development of the dog:
preimplantation events. Biology of Reproduction, v. 5, p. 194-206, 1971.
INABA, T.; TANI, H.; GONDA, M. et al. Induction of fertile estrus in bitches using a
sustained-realease formulation of a GnRH agonist (Leuprolide acetate).
Theriogenology, v. 49, p. 975-82, 1998.
JEFFCOATE, I. Physiology and Endocrinology of the bitch. In: BSVA Manual of
small animal reproduction and neonatology. British Small Animal Veterinary
Association. p. 1-9, 1998.
21
JÖCHLE, W. ANDERSEN, A.C. The estrous cycle in the dog: a review.
Theriogenology. v. 7, n. 3, p. 113-40, 1977.
JOHNSTON, S.D. Pseudopregnancy in the bitch. In: MORROW, D.A. (Ed).
Current theraphy in theriogenology. 2. ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 1986,
p. 490-491.
JOHNSTON, S.D. Questions and answer on the effects of surgically neutering
dogs and cats. Journal of American Veterinary Medical Association, v. 198, p.
1206-1214, 1991.
JOHNSTON, S.D.; KUSTRIZ, M.V.R.; OLSON, P.N. Vaginal cytology. In: Canine
and feline. Theriogenology. Philadelphia. W.B. Saunders, 2001. p.32-40.
KO, J.C.H.; MANDSAGER, R.E.; LANGE, D.N. et al. Cardiorespiratory responses
and plasma cortisol concentrations in dogs treated with medetomidine before
undergoing ovariohisterectomy. Journal of Americam Veterinary Medical
Assiciation, v. 217, p. 509-514, 2000.
LINDSAY, F.E.F. The normal endoscopic appearance of the caudal reproductive
tract of the cycle and non-cycle bitch: post-uterine endodcopy. Journal of Small
Animal Pratice, v. 24, p. 1-15, 1983.
22
MALM, C.; ROCHA, S.P.R.; GHELLER, H.P. et al. Ovário-histerectomia: estudo
experimental comparativo entre as abordagens laparoscópica e aberta na espécie
canina III. Estresse pela análise do cortisol plasmático. Arquivo Brasileiro de
Medicina Veterinária e Zootecnia, v, 57, n. 5, p. 42-46, 2005.
MASSONE, F. Anestesiologia Veterinária. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1999. 225 p.
MATHEWS, K. A. Pain assessment and general approach to management.
Journal of Small Animal Pratice, v. 30, p. 729-755, 2000.
MESTRE, J.; WANKE, M.; SUCHEYRE, S. Exfoliative vaginal cytology and plasma
concentrations of progesterone, luteinising hormone and oestradiol-17β during
oestrus in the bitch. Journal of Small Animal Practice, v. 31. p. 568-570, 1990.
MIALOT, J.P. Patologia da reprodução dos carnívoros domésticos. A Hora
Veterinária, v. 4, p.17-27, 1984.
MORBERG, G.P. Problems in defining stress and distress in animal.Journal of
the Americam Veterinary Medical Association, v.191, p. 1207-1211, 1987.
MUIR, W.W. Anesthesia and the heart. Journal of the Americam Veterinary
Medical Association, v. 171, n. 1, p.92-98, 1977.
23
NELSON, R.W., COUTO, C.G. Fundamentos da medicina interna de pequenos
animais. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara & Koogan, 1992. 737 p.
NETO, J.B.L. Exames colpocitológicos. Disponível em: <http://www.pro-
celula.com.br/jornal/edição6.htm>. Acesso em 15 fev. 2006.
OLIVEIRA, E.C.S.; MARQUES JÚNIOR, A.P.; NEVES, M.M. Endocrinologia
reprodutiva e controle da fertilidade da cadela revisão. Archives of Veterinary
Science, v. 8, n. 1. p. 1-12, 2003.
OLSON, P.N; BOWER, R.A; BEHREDNT, M.D.L.; et al. Concentrations of
reproductive hormones in canine serum throughout late anestrus, proestrus and
estrus. Biology of Reproduction, v. 27, n. 5, p. 1196-1206, 1982.
OLSON, P.N.; NETT, T.M. Reproductive endocrinology and physiology of the bitch.
In: Morrow, D. A. (Ed.) Currenty theraphy in theriogenology. 2. ed. Philadelphia:
W.B. Saunders, p. 453-457, 1986.
OLSON, P.N.S.; THRALL, M. A. WYKES, P.M. et al. Vaginal cytology. Part 1. A
useful tool for staining the canine oestrus cycle. Comp. Cont. Educ., v. 6, p. 288-
297, 1984.
ONCLIN, K; VERSTEGEN, J.P. In vivo investigation of luteal function in dogs:
effects of cabergoline, a dopamine agonist, and prolactin on progesterone
24
secretion during mid-pregnancy and diestrus. Domestic Animal Endocrinology,
v. 14, n. 1, p. 25-38, 1997.
PASQUIER, M. Evaluación cardiovascular preoperatória. Disponível em:
<http://www.cantv.net/salud/resena.htm>. Acesso em 20 dez. 2005
PETRATTI, E. El examen prequirúrgico. Disponível em:
<http//dagsist.com.ar/consultas/Prequirúrgico/index.htm>. Acesso em 16 jan. 2006.
POZO ROQUE G. Evaluación nutricional preoperatoria del paciente anciano. Acta
Médica. v. 10, p. 1-2, 2002.
RAMACHANDRA, V.; MOORE, C.; KAUS, N. et al. Effects of halothane, enflurane
and isoflurane on body temperature during and after surgery. British Journal of
Anesthesia, v. 62, p. 409-414, 1989.
RAPOSO, R.S.; SILVA, L.D.M Comparação qualitativa de diferentes técnicas de
coloração para citologia vaginal de cabras da raça Saanen. Ciência Animal, v. 9,
p. 81-85, 1999.
RASKIN, R.E.; MEYER, D.J. Update on Clinical Pathology. Philadelphia: W.B.
Saunders,1996. 180 p.
25
RODRIGUES, B.A.; RODRIGUES, J.L. Endocrinologia reprodutiva na cadela.
Clínica Veterinária, ano VII, n. 40, p. 50-57, 2002.
ROSZEL, J.F. Normal canine vaginal citology. Veterinary Clinics of North
America. v. 7, n. 4, p. 25-27, 1977.
SANTOS, S.E.C. Fisiologia do ciclo estral em cadelas. Disponível em:
<http://www.bichoonline.com.br/artigos/Xsc0001.htm1>. Acesso em 12 fev. 2006.
SARDINÂ, M. El Examen Prequirúrgico, Buenos Aires: Panamericana, 1997. 153
p.
SCHUTTE, A. P. Canine vaginal cytology. Journal of Small Animal Practice, v.
8, p. 301-316, 1967.
SHORT, C.E. Adequancy of general anesthesia for animal surgery. Journal of the
Americam Veterinary Medical Association, v. 101, n. 10, p. 1258-1259, 1987.
SILVA, L.A.F.; FERREIRA, H.I.; DEL CARLO, R.J. et al. Colpocitologia do ciclo
estral de cadelas com anestro induzido. Revista Brasileira de Reprodução
Animal, v. 10, p. 147-156, 1986.
26
SILVA, L.D.M.; SILVA, A.R.; CARDOSO, R.C.S. Inseminação artificial em cães.
In:GONÇALVES, P.B.D.; FIGUEIREDO, J.R.; FREITAS V.J.F Biotécnicas
aplicadas à reprodução animal. São Paulo: Varela, 2002. p. 69-96.
SMITH, J.D.; ALLEN, S.W.; QUANDT, J.E. et al. Indicator of postoperative pain in
cats and correlation with clinical criteria. American Journal Veterinary Reserch,
v. 57, p. 1674-1678, 1996.
SOARES, P.C. Variáveis hemodinâmicas em cães induzidos a choque
hemorrágico, sob efeito de anestesia e repositores hibroeletrolíticos/ Pierre Castro
Soares. Recife: 118 p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal Rural de
Pernambuco, 1995.
STABENFELDT, G.H.; SHILLE, V.M. Reproduction in the dog and cat. In: COLE,
H.H.; CUPPS, P.T. (Ed). Reproduction in domestic animals. 3. ed. Nova Iorque:
Academic Press, 1977. p. 499-527.
STEINETZ, B.G. Diurnal variation of serum progesterone, but not relaxin, prolactin
or estradiol-17β in the pregnant bitch. Endocrinology, v. 127, n. 3, p. 1057-1063,
1990.
27
VALTONEN, M.; JALKANEN, L. Species-specific features of oestrus development
and blastogenesis in domemstic canine species. Journal of Reproduction and
Fertility, suppl. 39, p. 133-37, 1993.
VANNUCCHI, C.I.; SATZINGER, S.; SANTOS, S.E.C. Técnicas de citologia
vaginal como método de diagnóstico da fase do ciclo estral em cadelas. Clínica
Veterinária, n. 9, p. 14-19, 1997.
VERSTEGEN, J. Hormonal cycle and vaginal cytology in the bitch. In:
Reproduktion hos hund. Dansk veterinaerforening for Husdyrreproduktion.
Proceeding, Escandinávia, p. 7-21, 1999.
WAGNER, A. E.; DUNLOP, C.I. Anesthesic and medical management of acute
hemorrhage during surgery. Journal of the Americam Veterinary Medical
Association, v. 203, n. 1, p. 40-45, 1993.
WEILEMANN, R.; ARNOLD, S.; DOBELI, M.; RUSCH, P. ZEROBIN, K. Estradiol
and progesterone concentrations in the plasma of nonpregnant bitches during the
sexual cycle. Schweiz Archivs Tierheilkunde, v. 135, n. 2, p. 51-57, 1993.
28
29
4 EXPERIMENTOS
30
4.1 AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS EM CADELAS (Canis
familiares – Linnaeus, 1758), DURANTE O PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO, EM
DIFERENTES FASES DO CICLO ESTRAL
1
AVALIATION OF PHYSIOLOGIC PARAMETERS ON FEMALE DOGS (Canis
familiaris - Linnaeus, 1758), DURING THE PRE-OPERATIVE PERIOD, IN THE
DIFERENT PHASES OF THE ESTRAL CYCLE.
Guido, F.C.L
2
; Coelho, M.C.O.
3
; Guido, S.I.
4
; Vandilson Rodrigues SILVA
1
; Silva, R.A.A.
5
; Jamili
Santos, J.P.
1
; Paulo Fernandes Lima, P.F.
2
; Rocha, J.D.
2
RESUMO: Determinou-se a fase do ciclo estral através de citologia vaginal em
cadelas (n=31) submetidas à avaliação clínica dos parâmetros fisiológicos:
freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR) e temperatura retal (TR), no
período pré-operatório imediato. Todas as fêmeas foram também submetidas a
exame clínico-ginecológico. Os animais foram separados em quatro grupos
experimentais G1 (n=14), G2 (n=5), G3 (n=5) e G4 (n=7), correspondente aos
animais em proestro, estro, diestro e anestro respectivamente. As médias da FC
entre os grupos, variaram de 116,8 a 124, da FR de 39,2 a 42 e da TR de 38,7 a
38,99ºC, não se comprovando diferença significativa (p0,05) entre os grupos
1
Ciência Animal Brasileira (ISSN 1518-2797)
2
Discente - PPGCV/UFRPE; Av. Dom Manoel de Medeiros s/n, Recife-PE. *Autor para correspondência:
3
Departamento de Medicina Veterinária UFRPE
4
Médico Veterinário Autônomo
5
Graduanda do Curso de Medicina Veterinária da UFRPE.
31
analisados. Pode-se concluir que a fase do ciclo estral não exerce influência sobre
os parâmetros FC, FR e TR em cadelas no período pré-operatório imediato.
Palavras chave: cadela, ciclo estral, citologia vaginal, pré-operatório.
SUMMARY: Was determined the phase of the estral cycle through vaginal cytology
in female dogs (n=31) submitted to clinical evaluation of the physiologic
parameters: heart rate (HR), respiratory frequency (RF) and rectal temperature
(RT), in the pre-operative period. All females were also submitted to clinical
gynecological exam. The animals were separate in four experimental groups G1
(n=14), G2 (n=5), G3 (n=5) and G4 (n=7), corresponding to the animals in
proestro, estro, diestro and anestro phase, respectively. The averages of HR
varied from 116,8 to 124; of RF from 39,2 to 42 and RT from 38,7 to 38,99ºC, not
proving significant difference (p0,05) among the analyzed groups. Therefore, it
can be concluded that the phase of the estral cycle does not influence on the
parameters HR, RF and RT on female dogs in the immediate pre-operative period.
Key Words: bitch, estrous cycle, vaginal cytology, pre-operative.
INTRODUÇÃO
O ciclo estral nas fêmeas da espécie canina é marcado por modificações
cíclicas que ocorrem após a puberdade, sendo regulado por mecanismos
32
endócrinos e neuroendócrinos (BENETTI et al., 2004). Desta forma, podemos
caracterizar o ciclo estral de cadelas por alterações endócrinas, que levam a
modificações celulares do epitélio vaginal e modificações comportamentais
(VERSTEGEN, 1999). O espessamento do epitélio vaginal ocorre através de
estímulos provocados pelo estrógeno, fazendo com que o aspecto citológico do
epitélio seja diferente para cada fase do ciclo estral (OLIVEIRA et al., 2003)
Visto que, alterações do padrão endócrino podem alterar os parâmetros
fisiológicos, se faz necessário uma avaliação semiológica a fim de proporcionar
uma maior segurança para realização de procedimentos cirúrgicos (MATSUDA et
al., 1999). Uma vez que diversos transtornos podem potencializar ou reduzir os
efeitos anestésicos (SARDINÂ, 1997), alterar a coagulação, descompensar o
metabolismo, deprimir as defesas e alterar as funções cardíaca e respiratória,
podendo aumentar a taxa de mortalidade no período pós-operatório (SARDINÃ,
1997).
Neste contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar a influência das
fases do ciclo estral, determinadas através de citologia vaginal, sobre os
parâmetros fisiológicos: freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR) e
temperatura retal (TR), de cadelas no período pré-operatório imediato.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizadas 31 cadelas hígidas, sem raça definida, com idades variando
de um a oito anos e peso corporal médio de 10,7 ± 3,4 Kg, encaminhadas ao
33
Hospital Veterinário do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade
Federal Rural de Pernambuco para realização de ováriosalpingohisterectomia
(OSH) eletiva. O experimento foi conduzido entre os meses de novembro e
dezembro de 2005. Os animais foram inicialmente submetidos a exame clínico-
ginecológico, onde foi realizada a inspeção da genitália externa e em seguida
procedeu-se à citologia vaginal.
O material vaginal foi colhido através de “swab” estéril de madeira, embebido
em solução fisiológica, o qual foi introduzido na comissura dorsal da vulva em
ângulo de 45º até atingir a porção cranial da vagina. A esfoliação da mucosa foi
realizada através de movimentos rotatórios e em seguida foram preparados os
esfregaços vaginais em lâminas coradas com Panótico
6
. As amostras foram
avaliadas em microscopia sob objetiva de 40x, por leitura horizontal de toda a
extensão da lâmina.
A partir da classificação celular os animais foram separados em 4 grupos
(G1, G2, G3 e G4). O G1 foi constituído pelas cadelas que se encontravam em
proestro, o G2 por aquelas em estro, o G3 pelas em diestro e no G4 as que se
encontravam em anestro. Em todos os animais, a aferição dos parâmetros FC e
FR, foi realizada através de auscultação. A temperatura retal (TR), foi obtida com
a utilização de termômetro clínico.
Para análise dos dados foram obtidas as médias, os desvios padrão,
coeficientes de variação, mínimo e máximo e foi utilizado o teste F (Anova) para
comparar as variações entre os grupos, utilizando o nível de significância de 5,0%.
6
Instant-Prov – Newprov, Pinhais/SP
34
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da determinação das fases do ciclo estral no período pré-
operatório imediato estão apresentados na Figura 1, onde se observa um maior
número de cadelas na fase de proestro (14/31), seguido pelas fases de anestro
(7/31), estro (5/31) e diestro (5/31).
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Animais (n)
G1
G2
G3
G4
Figura 1- Número de cadelas no proestro (G1), estro (G2), diestro (G3) e
em anestro (G4), no período pré-operatório imediato.
No proestro as células parabasais predominaram, estando de acordo com
Jöchle e Andersen (1977) e Vannucchi et al. (1997). Na fase de estro foi
observado uma maior quantidade de células superficiais nucleadas e superficiais
anucleadas, sendo semelhantes aos resultados obtidos por Shille et al. (1979) e
Linde e Karlsson (1984). No diestro houve a predominânicia de células parabasais
e intermediárias, com a presença de neutrófilos, corroborando com Wright e Parry
(1989), e na fase de anestro as células parabasais e intermediárias encontravam-
se em maior quantidade, resultado também relatado por Christie et al. (1972) e
35
Barnabé et al. (1986).Na tabela 1 verifica-se que as médias das FC entre os
grupos variaram de 116,80 a 124, entretanto não se comprova diferença
significante entre os grupos em relação à média da variável (p>0,05) e a
variabilidade expressa através do coeficiente de variação se mostrou reduzida
sendo no máximo de 23,63% no G1. Demonstrando, desta forma, que os valores
mantiveram-se dentro do intervalo esperado para a espécie estudada (HUBBELL,
1998). Os resultados estão de acordo com Matsuda et al. (1999), mensurando a
FC em avaliação pré-operatória em cães, porém, os resultados não foram
correlacionados com o ciclo estral.
Tabela 1 – Valores da freqüência cardíaca (FC), mensurados em cadelas de
acordo com fase do ciclo estral: proestro (G1), estro (G2), diestro (G3)
e anestro (G4), durante o período pré-operatório imediato.
Grupo
G1
G2
G3
G4
Valor de p
Média 118,00 116,80 116,80 124,00 p
(1)
= 0,9195
Desvio padrão 27,88 21,05 13,08 8,64
Coeficiente de variação 23,63 18,02 11,20 6,97
Mínimo 88,00 100,00 100,00 110,00
Máximo 160,00 152,00 132,00 136,00
Valor de referência para FC 70-180 batimentos/min. (HUBBELL, 1998)
36
Em relação à FR observa-se que a média entre os grupos variou de 39,20 a
42 sem comprovação de diferença significante entre os quatro grupos estudados
(Tabela 2). A variabilidade expressa através do coeficiente de variação se mostrou
reduzida sendo no ximo 19,85% no G4. Nos G1, G3 e G4 observou-se uma
discreta elevação da FR, a qual pode ser atribuída ao estresse da contenção para
realização do exame físico, estando de acordo com Massone (1999). Uma vez que
a contenção constitui um fator de estresse, resultando na liberação do hormônio
adrecorticotrópico e beta-endorfina, fazendo desta forma com que haja um
aumento dos valores da FR (KLEMM, 1996). O G2 manteve-se no intervalo
esperado para a espécie (GÜRTLER et al., 1980).
Tabela 2 Valores da freqüência respiratória (FR), mensurados em cadelas de
acordo com fase do ciclo estral: proestro (G1), estro (G2), diestro (G3)
e anestro (G4), durante o período pré-operatório imediato.
Grupo
G1
G2
G3
G4
Valor de p
Média 41,86 39,20 42,00 41,71 p
(1)
= 0,8009
Desvio padrão 3,82 5,02 4,90 8,28
Coeficiente de variação 9,13 12,81 11,66 19,85
Mínimo 36,00 32,00 36,00 36,00
Máximo 48,00 46,00 48,00 60,00
Valor de referência para FR 20-40 respirações/min. (HUBBELL, 1998)
37
As médias entre os grupos da TR no período pré-operatório variaram de
38,7 a 38,9ºC, tendo uma pequena variabilidade conforme resultados do
coeficiente de variação que foi no máximo 1,37% , não se comprovando desta
forma diferença significante entre os grupos em relação à média da temperatura
no período observado (Tabela 3). Corroborando com Christie e Bell (1970) que
afirmaram, em estudo realizado com fêmeas caninas, que a temperatura não
altera de uma fase do ciclo estral para outra. Não havendo desta forma
modificações dos valores no período ovulatório, como acontece nas mulheres, que
apresenta uma temperatura típica bifásica. Foi verificado também que o houve
modificação do parâmetro fisiológico normal, diferindo dos valores encontrados
por Matsuda et al. (1999).
Tabela 3 Valores da temperatura retal (TR), mensurados em cadelas de acordo
com fase do ciclo estral: proestro (G1), estro (G2), diestro (G3) e
anestro (G4), durante o período pré-operatório imediato.
Grupo
G1
G2
G3
G4
Valor de p
Média 38,99 38,78 38,70 38,94 p
(1)
= 0,4079
Desvio padrão 0,38 0,53 0,33 0,11
Coeficiente de variação 0,96 1,37 0,86 0,29
Mínimo 38,50 38,20 38,40 38,80
Máximo 39,60 39,40 39,10 39,10
Valor de referência para TR 37,2-39ºC (HUBBELL, 1998)
38
CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos concluímos que as fases do ciclo estral não
exercem influência sobre os parâmetros FC, FR e TR em cadelas no período pré-
operatório imediato.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARNABÉ, V.H.; OLIVEIRA, C.M.; BARNABÉ, R.C. et al. Citologia vaginal:
método auxiliar no diagnóstico de problemas da esfera genital e das fases do ciclo
estral da cadela. A Hora Veterinária, ano 5, n. 29, p. 25-26, 1986.
BENETTI, A.H.; TONIOLLO, G.H.; OLIVEIRA, J. A. Concentrações séricas de
progesterona, 17β-estradiol e cortisol durante o final do proestro, estro e diestro
gestacional em cadelas. Ciência Rural, v. 34, n. 2, 2004.
CHRISTIE, D.W.; BELL, E.T. Changes in rectal temperature during the normal
oestrous cycle in the beagle bitch. British Veterinary Journal, v. 93, p. 93-98,
1970.
CHRISTIE, D.W.; BAILLY, J.B.; BELL, E.T. Classification of cell types in vaginal
smears during canine oestrus cycle. British Veterinary Journal, v. 128, n. 6, p.
301-309, 1972.
GÜRTLER, H.; KOLB. E.; SCHRÖDER, L. et al. Fisiologia Veterinária. 4. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1980. 612 p.
39
HUBBELL, J. A.E. Métodos Práticos de Anestesia. In: BICHARD S.J. e
SHERDING, R.G. Manual Saunders: Clínica de pequenos animais: 1. ed. São
Paulo: Roca, 1998, cap. 2, p. 14-23.
JÖCHLE, W.; ANDERSEN, A. C; The estrous cycle in the dog: a review.
Theriogenology, v.7, n.3, p. 113-141, 1977.
KLEMM, W.R. Fisiologia comportamental. In: SWENSON, M.J; REECE, W.O.
Dukes Fisiologia dos Animais Domésticos. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1996, cap. 49, p. 825-841.
LINDE, C.; KARLSSON, I. The correlation between the cytology of the vaginal
smear and the time of ovulation in the bitch. Journal of Small Animal Pratice,
v.25, p. 77-82, 1984.
MASSONE, F. Anestesiologia Veterinária. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1999. 225 p.
MATSUDA, E.I.; FANTONI, D.T.; FUTEMA, F. et al. Estudo comparativo entre o
ketoprofeno e o flunixin meglumine no tratamento da dor pós-operatória de cães
submetidos a cirurgia ortopédica. Clínica Veterinária, n. 19, p. 19-22, 1999.
OLIVEIRA, E.C.S.; MARQUES JÚNIOR, A.P.; NEVES, M.M. Endocrinologia
reprodutiva e controle da fertilidade da cadela revisão. Archives of Veterinary
Science, v. 8, n. 1. p. 1-12, 2003.
RODRIGUES, B.A.; RODRIGUES, J.L. Endocrinologia reprodutiva na cadela.
Clínica Veterinária, ano VIII, n. 40, p. 50-58, 2002.
SARDINÂ, M.El Examen Prequirúrgico, Buenos Aires:Panamericana,1997. 153p.
40
SHILLE, V.M.; LUNDSTRÖM, K.E.; STABENFELDT, G.H. Folicular function in the
domestic cat as determined by estradiol - 17β concentrations in plasma: relation to
estrous behavior and cornification of exfoliated vaginal epithelium. Biology of
Reproduction, v. 21, p. 953-963, 1979.
VANNUCCHI, C.I.; SATZINGER, S.; SANTOS, S.E.C. cnica de citologia vaginal
como método de diagnóstico da fase do ciclo estral em cadelas. Clínica
Veterinária, ano II, n. 9, p. 14-19, 1997.
VERSTEGEN, J. Hormonal cycle and vaginal cytology in the bitch. In:
Reproduktion hos hund. Dansk veterinaerforening for Husdyrreproduktion.
Proceeding, Escandinávia, p. 7-21, 1999.
WRIGHT, P.J.; PARRY, B.W. Cytology of the canine reproductive system.
Veterinary Clinics of North America: Small Animal Pratice, v. 19, n. 5, p. 862-
869, 1989.
41
4.2 MONITORAMENTO MULTIPARAMÉTRICO NO PERÍODO TRANS-
OPERATÓRIO EM CADELAS (Canis familiaris - Linnaeus, 1758) SUBMETIDAS A
OVÁRIOSALPINGOHISTERECTOMIA ELETIVA, EM DIFERENTES FASES DO
CICLO ESTRAL
7
(MULTIPARAMETRIC MONITORING IN THE TRANS-OPERATIVE PERIOD ON FEMALE DOGS
(Canis familiaris - Linnaeus, 1758) SUBMITTED TO ELECTIVE
OVARYSALPINGOHYSTERECTOMY, IN DIFFERENT PHASES OF THEESTRAL CYCLE.)
Guido, F.C.L.
1
; Coelho, M.C.O.C.
1
; Silva, V, R.
1
; Guido, S.I.
2;
; Maia, F.C
1
.;Santos, J.P.
1
;Coimbra,
T.O
3
; Aleixo, G.A.S.
1
1
Prog. de Pós-Grad. em Ciência Veterinária/UFRPE; Av. Dom Manoel de Medeiros S/N – Dois
Irmãos – CEP. 52.171-900, Recife-PE, Brasil .
2
Médico Veterinário Autônomo.
3
Graduação em
Medicina Veterinária/UFRPE. Autor para correspondência: fclorda[email protected]r
RESUMO: Avaliou-se os parâmetros freqüência cardíaca (FC), freqüência
respiratória (FR), temperatura retal (TR), pulso arterial (P) e saturação do oxigênio
(SpO
2
)
em cadelas (n=31) de acordo com a fase do ciclo estral, durante a
realização de ováriosalpingohisterectomia (OSH) eletiva. Os animais foram
distribuídos em quatro grupos experimentais: G1 (n=14), G2 (n=5), G3 (n=5) e G4
(n=7), correspondente aos animais em proestro, estro, diestro e anestro
respectivamente. As medições foram feitas com o auxílio de um monitor
multiparamétrico em intervalos de 5 minutos até o término do procedimento
cirúrgico. Quanto aos resultados a FC no G3 foi superior (p0,05) aos grupos G2 e
G4 apenas nos primeiros cinco minutos (T1). A FR não diferiu em nenhum dos
tempos avaliados, a TR também não demonstrou diferença entre os grupos
7
Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (ISSN – 0102-0935), encaminhado para publicação.
42
analisados, bem como para as avaliações da P e da SpO
2
. Os dados obtidos
permitem concluir que os parâmetros monitorados, não sofrem alterações diante
das fases do ciclo estral, durante o período trans-operatório, com o protocolo
anestésico utilizado.
Palavras chave: cadela, ciclo estral, ováriosalpingohisterectomia,
multiparamétrico.
SUMMARY: Were evaluated the parameters heart rate (HR), respiratory frequency
(RF), rectal temperature (RT), arterial pulse (P) and oxygen saturation (SpO
2
) in
female dogs (n=31) according to the estral cycle phase, during the accomplishment
of elective OSH. The animals were distributed in four experimental groups: G1
(n=14), G2 (n=5), G3 (n=5) and G4 (n=7), corresponding to the animals in
proestro, estro, diestro and anestro phase, respectively. The measurements were
made with a multiparametric monitor in intervals of 5 minutes until the end of the
surgical procedure. As far as the results, the HR in G3 was superior (p0,05) to the
groups G2 and G4 only in the first five minutes (T1). The RF did not differ in any of
the times evaluated, RT also did not demonstrate difference among the analyzed
groups, as well as the evaluations of P and SpO
2
. The results obtained allows to
conclude that the monitored parameters, did not suffer alterations in relation to the
phases of the estral cycle, during the trans-operative period, with the anesthetic
protocol used.
Key words: bitch, estrous cycle, ovariosalpingohysterectomy, multiparametric
43
INTRODUÇÃO
A ováriosalpingohisterectomia (OSH) é o método cirúrgico de maior demanda
para esterilização de cadelas (Evans e Sultton, 1989), uma vez que há uma
redução da ocorrência de neoplasias mamárias, quando realizada antes do
primeiro ou segundo estro (Concannon e Meyers-Wallen, 1991), e torna possível
controlar o aumento populacional (Johnston, 1991), bem como, eliminar os riscos
de patologias importantes como a piometra e a pseudogestação (Oliveira et al.,
2003). Todavia, esta intervenção cirúrgica apresenta riscos durante o período
trans-operatório (Evans e Sutton, 1989).
Desta forma, a monitoração de importantes funções fisiológicas, permite a
percepção do estado homeostático do paciente, sua resposta às alterações
adversas e a prevenção de insuficiências compensatórias (Kolata, 1998). Assim, a
monitoração de pacientes cirúrgicos centraliza-se na avaliação da função
cardiovascular e pulmonar. Todavia, a temperatura corporal deve ser monitorada a
fim de se evitar elevações ou perdas térmicas que possam comprometer a taxa
metabólica (Hall, 1980).
Considerando que durante determinadas fases do ciclo estral pode haver
alterações clinicas (Hoffmann e Schneider, 1993) o monitoramento do paciente
cirúrgico pode fornecer ao cirurgião subsídio para realização de procedimentos
mais seguros, minimizando os riscos inerentes a OSH.
Diante dos aspectos abordados, este trabalho teve como objetivo avaliar os
parâmetros fisiológicos freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR),
temperatura retal (TR), pulso arterial (P) e saturação do oxigênio (SpO
2
), no
44
período trans-operatório de fêmeas caninas em diversas fases do ciclo estral,
submetidas a OSH eletiva.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizadas 31 cadelas sem raça definida, hígidas, com idade variando
de 1 a 8 anos e peso médio de 10,7Kg ± 3,4, encaminhadas ao Hospital
Veterinário do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal
Rural de Pernambuco para realização de ováriosalpingohisterectomia (OSH)
eletiva. O experimento foi conduzido entre meses de novembro e dezembro de
2005. Foram realizadas avaliações física e hematológica para comprovação da
higidez dos animais. Estes foram separados em 4 grupos distintos de acordo com
a fase do ciclo estral, através da técnica de citologia vaginal. O G1 (n=14),
correspondia aos animais em proestro, o G2 (n=5) em estro, G3 (n=5) em diestro
e o G4 (n=7) em anestro. As cadelas foram mantidas em jejum alimentar e hídrico
por 12 e seis horas, respectivamente, antes da realização do procedimento
cirúrgico. No período pré-operatório procedeu-se a administração de
acepromazina 0,2%
8
(0,11mg/kg/i.m.) e diazepan
9
(1mg/kg/I.V.) e em seguida foi
realizada uma anestesia epidural no espaço lombo-sacro, entre as vértebras
lombar-7 e sacral-1, com lidocaína 2%
10
(1mL/5kg).Os animais foram posicionados
em decúbito dorsal e a indução anestésica foi realizada com propofol
11
8
Acepran – Univet, São Paulo/SP
9
Diazepanil – Hipolabor, São Paulo/SP
10
Xylestesin – Cristália, Itapira/SP
11
Propovan – Cristália, Itapira/SP
45
(4mg/kg/I.V.). Após a intubação orotraqueal a anestesia foi mantida com
isofluorano
12
em circuito semi-fechado e fluxo de O
2
correspondente a 15mL/kg.
Neste período foi acoplado ao paciente um monitor multiparamétrico
13
, e as
medidas de FC, FR, TR, P e SpO
2
, neste caso sendo o sensor adaptado à língua
dos animais, foram obtidas por leitura direta do monitor. A primeira leitura foi
realizada antes da celiotomia (T0) e as demais a cada 5 minutos até o fechamento
da cavidade abdominal. O tempo do procedimento cirúrgico variou de 15 a 35
minutos, sendo considerado para os cálculos estatísticos o tempo máximo de 20
minutos (T4). Todos os animais foram submetidos à mesma técnica cirúrgica,
OSH, realizada pelo mesmo cirurgião. Para realização da OSH os animais foram
posicionados em decúbito dorsal e através da celiotomia por meio de uma incisão
retro umbilical, de aproximadamente seis centímetros, os cornos uterinos foram
exteriorizados e os pedículos ovarianos seccionados. Foi realizada a ligadura dos
pedículos ovarianos e os cornos uterinos foram liberados mediante secção dos
mesométrios, em seguida realizou-se a exérese do corpo do útero. Procedeu-se a
laparorrafia, abolição do espaço morto e dermorrafia.
Os valores das médias, desvio padrão, coeficiente de variação, mínimo e máximo,
foram analisados através do teste F (ANOVA) e no caso de diferença significante
entre os grupos foi utilizado teste de comparação de Tukey. Os cálculos foram
realizados através do Statistical Analysis System e o grau de significância de 5%
(p<0,05).
12
Isoforine -
13
Dixtal – DX 2010
46
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores médios obtidos na avaliação hematológica foram hematócrito
45% e plaquetas – 420 x 10
6
L.
Com relação à duração do período trans-operatório foi registrada uma variação de
15 a 35 minutos, independentemente do grupo experimental (Tab. 1). O tempo
máximo de duração (35’) foi observado apenas em animais dos grupos G1 e G2,
fato que pode ser atribuído ao tempo gasto para realização de processos
hemostáticos, visto que, nas fases do ciclo estral em que se encontravam os
animais de ambos os grupos é marcada por uma maior ação estrogênica. Haja
vista, o estrógeno ser responsável pelo aumento da permeabilidade capilar e fluxo
sangüíneo, aumentando o risco de hemorragias (Hafez, 1995; Betancurt, 2006).
Apesar de não ter sido considerado para os cálculos estatísticos, foi observado
clinicamente um maior sangramento no período trans-operatório em animais dos
grupos G1 e G2. Porém, foi também observado que este aumento não foi capaz
de alterar os parâmetros fisiológicos monitorados.
47
Tabela 1 Duração do período trans-operatório em minutos de acordo com o
grupo experimental: proestro (G1), estro (G2), diestro (G3) e anestro
(G4).
Grupo/Animais (n)
Tempo (min.)
G1(n) G2(n) G3(n) G4(n)
15’ 03 02 01 03
20’ 02 * 01 03
25’ 06 01 * *
30’ 02 * 03 01
35’ 01 02 * *
Total 14 05 05 07
Os valores médios da FC estão contidos na Tab.2, onde se observa que a
FC reduziu do primeiro intervalo (T0) para os primeiros 5 minutos (T1) no período
trans-operatório em todos os grupos experimentais (G1, G2, G3 e G4). Nos outros
intervalos (T2, T3 e T4) os valores médios da FC tiveram pequena oscilação,
sendo registrada uma maior queda no G1, entre os intervalos T2 (122,21 ± 15,39
bpm) e T3 (109,50 ± 18,25 bpm). Esta diminuição observada no início do período
trans-operatório, provavelmente foi induzida pela ação do protocolo anestésico,
onde cogita-se a ação depressora do Propofol sobre o miocárdio. Fato também
observado por Keegan e Greene (1993) e Paula et al. (2005) quando utilizaram
este fármaco para indução anestésica em caninos. Todavia, Hatschbach et al.
(2005) não registraram alteração na FC em cães submetidos à anestesia geral,
quando administraram previamente o sulfato de atropina. Contudo, Selmi et al.
(2002) também utilizado o Propofol em cadelas não registro alterações no padrão
cardíaco.
Avaliando-se entre os grupos observa-se que no T1 a média mais elevada
(139,80 ± 12,56
bpm) ocorreu no G3, sendo superior (p0,05) aos valores obtidos
no G2 e G4 para o mesmo intervalo. Considerando, a fase do ciclo estral dos
animais que constituíram o G3, esta elevação observada na FC pode ser atribuída
48
à individualidade animal, haja vista, a variação está dentro do padrão fisiológico
para espécie (Hubbell, 1998).
Tabela 2 Valores médios e desvios padrão da freqüência cardíaca (FC) obtidos
por monitor multiparamétrico em cadelas no proestro (G1), estro (G2),
diestro (G3) e anestro (G4) durante o período trans-operatório.
Grupo
G1 G2 G3 G4
Intervalo
Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P
Valor de p
T0
126,29 ± 23,39 132,60 ± 13,85 143,40 ± 13,97 117,71 ± 21,17
p
(1)
= 0,2027
T1
124,29 ± 18,73
(AB)
110,20 ± 14,84
(A)
139,80 ± 12,56
(B)
109,00 ± 16,35
(A)
p
(1)
= 0,0159*
T2
122,21 ± 15,39 113,40 ± 13,67 118,80 ± 20,15 109,29 ± 9,43
p
(1)
= 0,2698
T3
109,50 ± 18,25 114,40 ± 15,31 124,20 ± 21,63 104,43 ± 14,00
p
(1)
= 0,2766
T4
111,00 ± 16,58 109,33 ± 11,7 116,00 ± 13,74 103,00 ± 12,30
p
(1)
= 0,6719
(*) – Diferença significante a 5,0%.
(1) – Através do teste F (ANOVA).
Obs: Se todas as letras entre parêntesis são distintas existe diferença significante entre as médias dos grupos
correspondentes.
Na Tab. 3 estão contidos os valores médios da FR, onde não foram
verificadas alterações destacáveis para nenhum dos intervalos avaliados, bem
como entre os grupos. Embora tenham sido registradas médias variando de 26,40
± 7,13 (T1/G3) a 14,43 ± 5,06 (T3/G4). Estes resultados de estabilidade na FR
corroboram os obtidos por Selmi et al. (2002) que também utilizaram o
monitoramento multiparamétrico em cães submetidos à anestesia com o propofol,
não estando de acordo com Morgan e Legge (1989), os quais afirmaram que o
propofol promove uma depressão da função respiratória nesta espécie. Estes
49
resultados são corroborados por Martins et al. (2003), com o isofluorano sobre as
variáveis respiratórias em cães.
Tabela 3 – Valores médios e desvios padrão da freqüência respiratória (FR)
obtidos por monitor multiparamétrico em cadelas no proestro (G1),
estro (G2), diestro (G3) e anestro (G4) durante o período trans-
operatório.
Grupo
G1 G2 G3 G4
Intervalo
Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P
Valor de p
T0
22,50 ± 6,57 15,60 ± 80,14 21,80 ± 7,29 23,00 ± 7,68
p
(1)
= 0,2894
T1
21,00 ± 6,85 19,00 ± 9,06 26,40 ± 7,13 17,71 ± 6,95
p
(1)
= 0,2341
T2
21,71 ± 9,14 16,40 ± 6,88 18,60 ± 7,27 16,43 ± 4,86
p
(1)
= 0,4026
T3
22,57 ± 8,82 22,40 ± 11,46 21,80 ± 5,22 14,43 ± 5,06
p
(1)
= 0,1859
T4
18,82 ± 6,55 20,00 ± 11,14 21,00 ± 3,46 18,75 ± 5,85
p
(1)
= 0,9455
Através do teste F (ANOVA).
Os valores médios da TR variaram de 36,55 a 37,72 (Tabela 4). Sendo
evidenciado um declínio constante na TR em todos intervalos (T0 a T4), bem
como em todos os grupos experimentais, a medida em que se prolongava o
período trans-operatório (Fig. 1). Entretanto, não foi comprovada diferença
(p0,05) entre os grupos (G1, G2, G3 e G4) para nenhum dos intervalos de
avaliação. Esta queda já era esperada, haja vista, a redução no metabolismo a
qual são submetidos os pacientes cirúrgicos neste período, independente do
protocolo anestésico empregado (Paula et al., 2005).
50
Tabela 4 Valores médios e desvios padrão da temperatura retal (TR) obtidos por
monitor multiparamétrico em cadelas no proestro (G1), estro (G2),
diestro (G3) e anestro (G4) durante o período trans-operatório.
Grupo
G1 G2 G3 G4
Intervalo
Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P
Valor de p
T0
37,01 ± 0,55 37,72 ± 0,77 37,30 ± 0,83 37,26 ± 0,45
p
(1)
= 0,2012
T1
36,88 ± 0,56 37,48 ± 0,57 37,18 ± 0,58 37,00 ± 0,52
p
(1)
= 0,2267
T2
36,79 ± 0,53 37,54 ± 0,61 36,96 ± 0,53 36,93 ± 0,48
p
(1)
= 0,0852
T3
36,65 ± 0,49 37,32 ± 0,75 36,78 ± 0,35 36,87 ± 0,42
p
(1)
= 0,1110
T4
36,55 ± 0,43 36,93 ± 0,47 36,80 ± 0,22 36,78 ± 0,51
p
(1)
= 0,4816
Através do teste F (ANOVA).
35
36
37
38
T0 T1 T2 T3 T4
TR (média)
G1
G2
G3
G4
Figura 1 Médias da temperatura retal em cadelas no proestro (G1), estro (G2),
diestro (G3) e anestro (G4) durante o período trans-operatório.
Para o P observou-se uma redução nos valores médios do T0 para todos os
intervalos; nos quatro grupos avaliados (Tab. 5). As dias do G3 foram
correspondentemente mais elevadas em relação aos demais grupos nos intervalos
T0, T1 e T4. Entretanto, não foi comprovada diferença (p > 0,05) para os
intervalos, bem como, para os grupos avaliados. Ficando desta forma, em
51
conformidade com os valores obtidos para a FC. Os valores elevados registrados
no T0, podem estar correlacionados com um plano anestésico superficial, haja
vista, à medida que o plano torna-se mais profundo os valores decrescerem
(Gürtler et al., 1980). Todavia, estes valores ainda estejam acima dos
considerados normais para a espécie, de acordo com Massone (1999).
Tabela 5 Valores dios e desvios padrão do pulso arterial (P) obtidos por
monitor multiparamétrico em cadelas no proestro (G1), estro (G2),
diestro (G3) e anestro (G4) durante o período trans-operatório.
Grupo
G1 G2 G3 G4 Intervalo
Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P
Valor de p
T0
129,50 ± 23,85 136,40 ± 15,27 141,40 ± 14,57 122,71 ± 21,18
p
(1)
= 0,4498
T1
128,21 ± 21,02 116,80 ± 25,41 134,00 ± 14,53 108,43 ± 17,32
p
(1)
= 0,1129
T2
124,43 ± 17,30 117,80 ± 21,73 112,60 ± 22,21 109,29 ± 9,78
p
(1)
= 0,2768
T3
110,07 ± 19,18 116,00 ± 19,53 116,40 ± 21,36 105,14 ± 14,99
p
(1)
= 0,6879
T4
111,82 ± 15,24 112,67 ± 9,87 119,75 ± 11,59 101,75 ± 11,59
p
(1)
= 0,3423
Através do teste F (ANOVA).
Quanto a SpO
2
registrada não diferiu (p > 0,05) entre os grupos (Tab. 6).
Todavia, foram observados valores dios mais elevados apenas na leitura inicial
(T0). Sendo, observadas médias variando de 89,50 (G3) a 98,14 (G4), valores que
mantiveram-se dentro do intervalo considerado normal para espécie (Moyle et al.,
1994). A estabilidade da SpO
2
está em concordância com Selmi et al., (2002)
utilizando o propofol em cães. Entretanto, estes mesmo autores registraram
aumento significativo de SpO
2
aos 110 minutos de anestesia. Fato, não observado
neste estudo, possivelmente, pela curta duração do período anestésico e cirúrgico.
52
Segundo Jones (1996) a SpO
2
permite detectar a oxigenação arterial,
sendo desta forma um parâmetro indicativo de alterações que possam colocar em
risco a vida do paciente. Certamente a fase do ciclo estral parece não exercer
influência sobre este parâmetro, haja vista não ter sido detectada nenhum caso de
hipóxia entre as cadelas avaliadas.
Tabela 6 Valores médios e desvios padrão da saturação do oxigênio (SpO
2
)
obtidos por monitor multiparamétrico em cadelas no proestro (G1),
estro (G2), diestro (G3) e anestro (G4) durante o período trans-
operatório.
Grupo
G1 G2 G3 G4
Intervalo
Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P
Valor de p
T0
96,43 ± 5,76 97,20 ± 2,77 94,20 ± 7,95 98,14 ± 1,35
p
(2)
= 0,6263
T1
92,79 ± 5,89 93,60 ± 7,27 93,60 ± 9,34 97,71 ± 1,80
p
(2)
= 0,3946
T2
93,71 ± 5,77 94,00 ± 4,64 91,80 ± 8,35 97,43 ± 2,07
p
(2)
= 0,3477
T3
92,71 ± 9,43 95,20 ± 7,56 92,00 ± 6,82 97,43 ± 1,40
p
(2)
= 0,5296
T4
95,18 ± 4,81 94,33 ± 7,23 89,50 ± 11,68 96,50 ± 1,91
p
(2)
= 0,4363
Através do teste F (ANOVA).
CONCLUSÃO
Os dados obtidos permitem concluir que os parâmetros monitorados FC,
FR, TR, PA e SpO
2
mantiveram-se dentro dos limites fisiológicos para a espécie e
que não sofrem influência das fases do ciclo estral, durante o período trans-
operatório, com o protocolo anestésico utilizado.
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BETANCURT, H.J. Complicaciones asociadas a OHT em perras. Disponível
em: <http://www.veterinaria.org>. Acesso em 20 març. 2006.
CONCANOON, P.W.; MEYERS-WALLEN, V.N. Current and proposed methods for
contraception and termination of pregnancy in the dog and cats. Journal of
American Veterinary Medical Association, Schaumburg, v. 198, n. 7, p. 1214-
1225, 1991.
EVANS, J.M.; SUTTON, D.J. The use of hormones, especially progestagens, to
control oestrus in bitches. Journal of Reroduction and Fertility, suppl. 39, p.
163-173, 1989.
GÜRTLER, H.; KOLB. E.; SCHRÖDER, L. et al. Fisiologia Veterinária. 4. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1980. 612 p.
HAFEZ, E.S.E. Reprodução animal. 6. ed. São Paulo: manole, 1995, 582 p.
HALL, L.W. Preliminary investigation of the effects of injury on the body fluids of
cats and dogs. Journal of Small Animal Pratice, v. 21, p. 679-682, 1980.
HATSCHBACH, E.; MASSONE, F.; BECHARA, J.N. et al. Avaliação paramétrica
do cloridrato de dexmedetomidina em cães pré-tratados ou não pela atropina e
tratados ou não pela quetamina. ARS Veterinária, v. 21, n. 1, p. 22-29, 2005.
HOFFAMANN, B.; SCHNEIDER, S. Secretion and release of luteinizing hormone
during the luteal phase of the oestrous cycle in the dog. Journal of Reproduction
and Fertility, Suppl. 47, p. 85-91, 1993.
54
HUBBELL, J. A.E. Métodos Práticos de Anestesia. In: BICHARD S.J. e
SHERDING, R.G. Manual Saunders: Clínica de pequenos animais: 1. ed. São
Paulo: Roca, 1998, cap. 2, p. 14-23.
JOHNSTON, S.D. Questions and answer on the effects of surgically neutering
dogs and cats. Journal of American Veterinary Medical Association, v. 198, p.
1206-1214, 1991.
JONES, J.L. Noninvasive monitoring techniques in anesthetized animals.
Veterinary Medicine, v. 91, n. 4, p. 326-335, 1996.
KEEGAN, R.D.; GREENE, S. A. Cardiovascular effects of continuous two-hour
proprofol infusion in dogs. Comparision with isoflurane anesthesia. Veterinary
Surgery, v.22, p. 537-543, 1993.
KOLATA, R.J. Monitoração do paciente cirúrgico. In: SLATTER, D. Manual de
Cirurgia de Pequenos Animais: volume II. 2. ed. São Paulo: Manole, 1998. Cap.
20, 264-279.
MARTINS, S.E.C.; NUNES, N.; REZENDE, M.L. et al. Efeitos do desfluorano,
sevofluorano e isoflurano sobre variáveis respiratórias e hemogasométricas em
cães. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 40, n.
3, 2003.
MASSONE, F. Anestesiologia Veterinária. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1999. 225 p.
MATSUDA, E.I.; FANTONI, D.T.; FUTEMA, F. et al. Estudo comparativo entre o
ketoprofeno e o flunixin meglumine no tratamento da dor pós-operatória de cães
submetidos a cirurgia ortopédica. Clínica Veterinária, n. 19, p. 19-22, 1999.
55
MORGAN, D.W.T.; LEGGE, K. Clinical evaluation of propofol as an intravenous
agent in cats and dogs. Veterinary Record, v. 124, n. 2, p. 31-33, 1989.
MOYLE, J.T.B.; HAHN, C.E.W.; ADAMS, A.P. Pulse-oximeter: Principies
andpratice series. London: BMJ, 1994. 134 p.
OLIVEIRA, E.C.S.; MARQUES JÚNIOR, A.P.; NEVES, M.M. Endocrinologia
reprodutiva e controle da fertilidade da cadela revisão. Archives of Veterinary
Science, v. 8, n. 1. p. 1-12, 2003.
PAULA, D.P.; NUNES, N.; SANTOS, P.S.P. et al. Eletrocardiografia em cães
submetidos a anestesia pelo desfluorano com fluxo baixo ou intermediário de
oxigênio. ARS Veterinária, v. 21, n. 1, p. 34-40, 2005.
SELMI, A.L.; SANTOS, P.S.P; REZENDE, M.L. et al. Alterações
eletrocardiográficas em cães pré-medicados com levomepromazina e submetidos
a anestesia por propofol e sevoflurano. Arquivo Brasileiro de Medicina
Veterinária e Zootecnia, v. 54, n. 6, p. 586-591, 2002.
56
5 CONCLUSÃO FINAL
A fase do ciclo estral não altera os parâmetros FC, FR e TR no período pré-
operatório imediato e FC, FR, TR, P e SpO2 no período trans-operatório, não
sendo assim, um fator determinante para realização de OSH eletiva em cadelas.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo