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ingestão de ovos viáveis de T. solium através da auto-infecção interna,
auto-infecção externa ou hetero-infecção, sendo a forma mais comum
a neurocisticercose, cuja sintomatologia mais freqüente é a epilepsia
(ACHA & SZYFRES, 1986; NASCIMENTO, 2000).
A Taenia saginata (Goeze, 1782) pertence ao Filo Platyhelminthes, à
classe Cestoidea (Southwell, 1930), à ordem Ciclophillidea (Wardle et al.,
1974), à família Taeniidae (Ludwig, 1866) e ao gênero Taenia (Linnaeus,
1758) (SOULSBY, 1968; FORTES, 1997; URQUHART et al., 1998). Nos séculos
XVIII e XIX, Goeze e Leuckart, fizeram a distinção entre T. solium e T.
saginata. Em 1861, Leuckart, elucidou o ciclo de vida da T. saginata
administrando a bezerros proglotes por via oral, obtendo
experimentalmente a forma metacestóide de T. saginata. Mais tarde,
em 1869, Oliver obteve a forma adulta do parasita ao infectar homens
com metacestóides de bovinos (PAWLOWSKI & SCHULTZ, 1972; LLOYD,
1998).
O parasita adulto da T. saginata habita o intestino delgado do
homem e tem comprimento médio de 6 a 8 metros, podendo alcançar
15 metros (URQUHART et al., 1998) e persistir por 25 a 30 anos, mas
geralmente vive em média de 10 a 15 anos (PESSOA, 1982).
A longevidade da T. saginata e sua grande produção e resistência
de ovos são características importantes na epidemiologia da doença.
Um único hospedeiro pode eliminar até mais de 500 mil ovos
diariamente, sejam nas proglotes ou livres nas fezes. A transmissão
indireta é a mais característica da doença e as vias de transmissão
abrangem a água, o solo, as pastagens, a silagem, o feno, os vetores
mecânicos e os portadores. Os ovos podem ser encontrados
contaminando mãos, região perianal e roupas pessoais e de cama de
indivíduos parasitados (PAWLOWSKI, 1982).
A resistência dos ovos ao meio externo é bastante grande,
dependendo da umidade relativa do ar e da temperatura ambiente,
suportando, inclusive, a maioria dos processos de tratamento de águas
residuárias. Efluentes de esgoto, mesmo previamente tratados podem,