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Sérgio Trajano Franco Moreiras
ESTUDO SOBRE O REVESTIMENTO DE FACHADAS DE
EDIFÍCIOS ALTOS COM PLACAS DE GRANITOS
ORNAMENTAIS
Dissertação apresentada à Escola de
Engenharia de São Carlos da Universidade
de São Paulo, como parte dos requisitos para
a obtenção do Título de Mestre em
Geotecnia.
Orientador: Prof. Dr. Antenor Braga Paraguassú
São Carlos
2005
i
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À meu pai Jorge
Que me ensinou
O significado da palavra
Perserverança
À minha mãe Inês
Por me ensinar
O sentimento da palavra
Força
E à mim e a meus irmãos
Frutos desse
Amor
ii
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“Quando contemplava o meu pai, iluminado pelo candeeiro, eu sonhava com o céu
e com as estrelas, bem longe para lá da nossa rua. Para mim toda a poesia da vida se
comprimiu aí, na melancolia e no silêncio do meu pai. Era aqui, que se encontrava a fonte
inesgotável dos meus sonhos: o meu pai comparável a vaca imóvel, reservada e calada que
dormia em cima do telhado da cabana.”
MARC CHAGALL
iii
AGRADECIMENTOS
Ao professor Paraguassú pela liberdade permitida durante o trabalho, pelo rumo
dado à pesquisa que é o verdadeiro sentido da orientação e por ensinar a transformar idéias
em palavras.
Aos participantes deste pequeno grande grupo que se formou (Grupo de tecnologia
em rochas ornamentais - G. T. R. O.), que muito contribuíram para o desenvolvimento
deste trabalho: Professor José Eduardo e aos colegas Rogério, Leonardo e Clébio.
Aos professores, funcionários e colegas do departamento de Geotecnia, que através
de constantes apoio e discussões contribuíram para o meu aprimoramento pessoal e
profissional, em especial ao amigo Guaxi pelo incentivo para a entrada no mestrado.
Do departamento de estruturas desta escola gostaria de agradecer aos amigos
Valentim e Pardal, ao professor Max e ao Pedrão pelos ensinamentos fornecidos que
proporcionaram o estudo dos aspectos estruturais das placas rocha desenvolvidos neste
trabalho.
À Dra. Heloísa Frascá (IPT) pelas constantes conversas e apoio nas questões
referentes à normatização sobre rochas ornamentais que foram o ponto de partida desta
pesquisa. Ao Dr. Ely Frazão pelo auxílio na criação do tema de pesquisa, pelo apoio e pelas
constantes sugestões. Aos demais participantes da comissão de estudos de rocha para
revestimento da ABNT.
Ao engenheiro Adauto da Gran Pro Metal – GPM pelos ensinamentos e dados
fornecidos e a Granitos Mármores e Metais - GMM na pessoa do engenheiro Fábio pelas
obras visitadas.
iv
RESUMO
MOREIRAS, S. T. F. (2005). Estudo sobre o revestimento de fachadas de edifícios altos
com granitos ornamentais. Dissertação - Mestrado – Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005.
O Brasil, no mercado mundial, ocupa lugar de destaque na extração e
comercialização das rochas ornamentais e de revestimento, demonstrado pela produção
mensal de chapas que é da ordem de 4 milhões de m
2
. Dentre suas as diversas formas de
aplicações na construção civil, observa-se um incremento do uso em revestimentos de
fachadas de edifícios, principalmente nos grandes centros urbanos. A forma de fixação das
placas nas fachadas dos edifícios é feita com o auxilio de inserts metálicos, técnica
desenvolvida na Alemanha e nos Estados Unidos. O presente trabalho trata da
especificação e normatização das rochas ornamentais e, no caso específico dos
revestimentos de fachadas, são apresentados diversos aspectos da seleção das placas de
rocha e dos inserts metálicos e também o cálculo estrutural de um sistema de revestimento.
Palavras-chave: fachadas, inserts metálicos, placa de rocha, revestimentos, rochas
ornamentais.
v
ABSTRACT
MOREIRAS, S. T. F. (2005). Study on exterior dimension stone cladding systems with
ornamental granites. MSc. Dissertation – Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005.
Brazil produces more than 4 million m
2
/month of dimension stones panels. Façades
applications increases in last years. The stone façades cladding is accomplished with the
use of metallic anchor, that was developed in German and U.S.A . The present work
presents the requirements for selection of the stones and the anchor system, a methodology
for the calculation of the stone and the anchor and main aspects of standardzation regarding
dimension stone.
Keywords: Façades, anchor systems, stone panel, cladding, dimension stone and natural
stone.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Granitos brasileiros com acabamento polido: (a) Azul Bahia, (b) Azul
Fantástico (c) Pink Brasil, (d) Rosa Bahia, (e) Floral Pádua Prata e (f) Amazon Flower.
19
Figura 2 – Granito Azul Bahia 21
Figura 3 – Ensaio de abrasão Capon. (a) Abrasímetro CAP e (b) vista do material
removido da corpo-de-prova
22
Figura 4 – (a) abrasímetro disponibilizado pelo Parque de Alta Tecnologia de São
Carlos (Parqtec) e (b) detalhe mostrando o disco rotativo tangenciando o corpo-de-
prova.
24
Figura 5 – Ensaio de coloração seletiva no granito Ocre Itabira 29
Figura 6 - Distribuição dos valores de massa específica aparente seca de rochas
silicáticas brasileiras.
34
Figura 7 – Exemplos de valores de massa especifica aparente seca de rochas brasileiras. 34
Figura 8 - Distribuição dos valores de porosidade de rochas silicáticas brasileiras. 35
Figura 9 – Exemplos de valores de porosidade de rochas brasileiras. 35
Figura 10 - Distribuição dos valores de absorção de água rochas silicáticas brasileiras. 36
Figura 11 – Exemplos de valores de absorção de água de rochas brasileiras. 36
Figura 12 - Distribuição dos valores de velocidade de propagação de ondas rochas
silicáticas brasileiras.
37
Figura 13 - Distribuição dos valores de coeficiente de dilatação térmica linear de rochas
silicáticas brasileiras.
37
Figura 14 – Exemplos de valores de dilatação térmica de rochas brasileiras. 38
Figura 15 - Distribuição dos valores de resistência à compressão de rochas silicáticas
brasileiras.
38
Figura 16 – Exemplos de valores de resistência à compressão rochas brasileiras. 39
Figura 17 - Distribuição dos valores de resistência à flexão por 3 pontos de rochas
silicáticas brasileiras.
39
Figura 18 – Exemplos de valores de resistência à flexão de rochas brasileiras. 40
Figura 19- Distribuição dos valores de resistência ao impacto de corpo duro de rochas
silicáticas brasileiras.
40
Figura 20 - Distribuição dos valores de resistência a abrasão de rochas silicáticas
brasileiras.
41
Figura 21 – Exemplos de valores de resistência à abrasão de rochas brasileiras. 41
Figura 22 – Esquema da tela onde se fixam as placas de rocha 44
Figura 23 – (a) Ranhuras realizadas no dorso de placa de rocha ornamental e (b) placa
preparada com grampos para ancoragem na tela.
45
Figura 24 – Sistema de revestimento de fachadas com placas de rocha, onde: (a)
estrutura da edificação; (b) insert; (c) placa de rocha e (d) colchão de ar.
45
Figura 25 – Locais de fixação do insert metálico nas placas de rocha, sendo (a) fixação
pelas partes superior e inferior e (b) fixação pelas laterais.
46
Figura 26 – Sistemas de fixação por inserts. 46
Figura 27 – (a) Locação do furo na placa (mm), onde “e” é a espessura da placa; (b)
dimensões mínimas (mm) no ponto de fixação entre a placa e o insert.
47
Figura 28 – Funções dos dispositivos de fixação das placas de rocha. (a) placas fixadas
pela parte inferior/superior e (b) placas fixadas pelas laterais.
50
vii
Figura 29 – Tipos de inserts do sistema alemão: (a) utilizado para o fechamento de
painéis e pilares, (b) utilizado principalmente para o revestimento de vigas e (c) para o
travamento de placas no topo.
51
Figura 30 – Foto dos furos alongados em sentidos opostos. 51
Figura 31– Desenho esquemático da junta. 56
Figura 32 – Gráfico das isopletas. 58
Figura 33 – Ações do vento nas placas. (a) Vento de sobre-pressão e (b) vento de
sucção
60
Figura 34 – Ações atuantes nas placas devido: (a) ao vento, (b) ao peso próprio e (c) às
variações de temperatura.
62
Figura 35 - Estrutura em placa e a principal tensão atuante no sistema 62
Figura 36 – Dimensões da placa tipo (cm) 65
Figura 37 – Execução do furo, onde se aloja o pino do insert. (a) Equipamento que
garante a ortogonalidade e paralelismo do furo em relação à placa e (b) detalhe do furo.
67
Figura 38 – Patologias no ponto de fixação entre o insert e a rocha 67
Figura 39 – Esquema das ações atuantes nos inserts. 68
Figura 40 – Esquema do comportamento tensão x deformação dos aços. 69
viii
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Normas do Comitê Europeu de Normatização sobre rochas ornamentrais. 10
Tabela 2 – Normas da comissão de estudo CE.02:002.45-002 Rochas para
revestimento, comitê CB-02 da ABNT
12
Tabela 3 – Normas ASTM sobre rochas ornamentais para revestimento. 14
Tabela 4 – Normas DIN sobre rochas naturais. 16
Tabela 5- Normas BSI sobre rochas para revestimento. 16
Tabela 6 – Principais acabamentos disponíveis para rochas para revestimento. 19
Tabela 7 - Normas ASTM sobre especificação de rochas. 32
Tabela 8 - Especificações das propriedades físicas dos granitos. 33
Tabela 9 – Propriedades importantes para a escolha e utilização de rochas em
revestimento, conforme o emprego.
42
Tabela 10 - Tolerâncias dimensionais propostas para placas e ladrilhos para
revestimentos de paredes e fachadas obtidas por processo de serragem e polimento.
49
Tabela 11 - Dimensões máximas de furos para parafusos. 52
Tabela 12 – Distancias mínimas entre o centro do furo padrão e a borda da placa. 52
Tabela 13 – Sumário das principais vantagens e desvantagens dos aços inoxidáveis 53
Tabela 14 - Composição química dos aços inoxidáveis austeníticos. 54
Tabela 15 – Propriedades dos aços inoxidáveis 69
ix
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 01
2 NORMATIZAÇÃO 04
2.1 – Objetivos e benefícios 04
2.2 – Norma 05
2.2.1 – Elaboração das normas 06
2.3 - Instituições normatizadoras 07
2.4 – Rochas Ornamentais e normatização 07
2.4.1 – ISSO (Internacional organization for Standardzation) 08
2.4.2 – CEN (Comitê Europeu de Normatização) 09
2.4.3 – ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) 11
2.4.4 – ASTM (American Society for Testing and Materials) 13
2.4.5 – DIN (Deutsches Institut für Normung) – Alemanha 15
2.4.6 – BSI (British Standard Institut) 16
2.4.7 – Outras Instituições 17
3 ROCHAS ORNAMENTAIS 18
3.1 – Caracterização Tecnológica 20
3.1.1 – Análise Petrográfica 20
3.1.2 – Determinação da massa específica aparente, porosidade aparente e absorção
de água
22
3.1.3 – Resistência ao desgaste 22
3.1.4 - Determinação do coeficiente de dilatação térmica linear 24
3.1.5 Resistência ao impacto 25
3.1.6 - Resistência à compressão uniaxial 26
3.1.7 - Determinação da resistência à tração 26
3.1.8 – Ensaio de congelamento e degelo conjugado à resistência à compressão 28
3.1.9 – Microdureza Knoop 29
3.1.10 - Módulo de deformabilidade estático 29
3.1.11 - Módulo de elasticidade na flexão 30
3.1.12 - Determinação das velocidades de propagação de ondas ultrasônicas 31
3.2 – Requisitos mínimos das rochas silicáticas em revestimentos 32
3.3 – Especificação das rochas silicáticas para revestimento. 42
4 REVESTIMENTO DE FACHADAS COM ROCHAS 44
4.1 - Sistema de fixação por meio de inserts 45
4.2 – Sistema Alemão 47
4.3 – Aspectos para especificação de placas 48
4.4 – Aspectos para especificação dos inserts 50
4.4.1 – Formato 51
4.4.2 - Material 53
4.4.3- Aspectos da resistência à corrosão 54
4.5 – Juntas 55
x
5 CÁLCULO ESTRUTURAL 57
5.1 - Definição das solicitações 57
5.2 - Quantificação das solicitações 57
5.2.1 - Vento 57
5.2.2 - Peso Próprio 60
5.2.3 - Variação de temperatura 61
5.3 – Ponto de aplicação 61
5.4 - Dimensionamento da placa 62
5.4.1 - Resistência da placa 63
5.4.2 - Cálculo estrutural 63
5.4.3 - Definição dos esforços 64
5.4.4 - Fator de segurança 64
5.4.5 - Exemplo de cálculo 65
5.4.6 – Deformabilidade 66
5.4.7 - Performance no ponto de apoio 67
5.5- Dimensionamento do insert 68
5.5.1 - Resistência 68
5.5.2 – Dimensionamento 69
5.6- Avaliação da performance global da estrutura 70
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 73
xi
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Desde os tempos pré-históricos, as rochas têm sido utilizadas para os mais diversos
fins. Inicialmente com função estética e ornamental, ao redor de 3000 a.C., pelos
mesopotâmios e egípcios e, posteriormente pelos gregos, que difundiram seu emprego por
meio da escultura e arquitetura.
Finalmente, os romanos por volta do ano 80 a.C. consolidaram seu uso nas mais
audaciosas obras públicas da antigüidade, utilizado-as como elemento estrutural em
grandes construções de alvenaria, principalmente por motivos estéticos, inspirando
opulência e durabilidade, tornando-se os pioneiros dessa modalidade.
Atualmente, as aplicações das rochas ornamentais são quase que ilimitadas e,
segundo Alencar et al. (1996), podem ser reunidas em quatro principais grupos: arquitetura
e construção; construção e revestimento de elementos urbanos; arte funerária; e arte e
decoração.
As rochas ornamentais são aplicadas, principalmente, em pisos e revestimentos.
Cerca de 35% da produção mundial de mármores e granitos é utilizada na forma de pisos
(internos e externos) das construções, 25 % em revestimento de paredes e fachadas, 13 %
em arte funerária, 8% em decoração, 7% em trabalhos especiais, 6% em escadarias e
similares e 6% em outros casos.
No mercado mundial, o Brasil vem aumentando a sua participação na exportação de
produtos acabados, como exemplo, chapas brutas, chapas polidas, placas, ladrilhos e outros.
Esse aumento se dá graças ao aprimoramento tecnológico que vem ocorrendo nos
últimos anos tornando o produto nacional competitivo frente aos internacionais,
demonstrados pela produção mensal de mais de 4.000.000 m
2
de chapas. Um dos principais
1
motivos desse desenvolvimento é a interação ocorrida entre empresas, instituições de
pesquisa e universidades.
Em contrapartida, no Brasil as técnicas de aplicação de rochas ornamentais para
revestimento não acompanham o desenvolvimento do setor produtivo. Os sistemas de
revestimentos com rochas ainda são baseados no empirismo, não existindo uma
metodologia para a especificação tanto da rocha, quanto dos materiais utilizados na fixação.
No que diz respeito a revestimento de fachadas de edifícios a situação se torna mais
crítica. Nas últimas décadas ocorreram diversos casos de manchas por eflorescências,
quedas e desplacamentos devido ao desconhecimento na especificação das argamassas e de
erros no procedimento de execução.
Para resolver esses problemas foram introduzidas no país, há cerca de quinze anos,
técnicas modernas de assentamento, que utilizam componentes metálicos para a fixação das
placas, conhecidos como inserts, desenvolvidas nos Estados Unidos e na Alemanha.
Porém essa técnica necessita de um conhecimento do comportamento estrutural da
placa de rocha, da realização de um projeto estrutural, da correta especificação do tipo de
rocha, do material dos inserts e a correta forma de fixá-los. Muitas vezes os consultores
negligenciam a natureza das rochas e as propriedades dos aços utilizados nos inserts, não
levando em consideração a agressividade do meio sobre esses materiais.
Na literatura são encontrados poucos trabalhos que tratam desse sistema de fixação,
destacando-se os internacionais de Gonzalez-Mesones et al. (2001) sobre uma metodologia
de cálculo para a espessura das placas e o de Gil (1995) que determina as ações atuantes no
sistema, e o brasileiro de Flain (1995) que trata do sistema de revestimento de fachadas.
Como uma contribuição, o Grupo de Rochas Ornamentais do Departamento de
Geotecnia da EESC - USP, desenvolve também estudos sobre o sistema de revestimento de
fachadas com inserts metálicos.
A intenção deste estudo surgiu com a participação do autor do presente trabalho em
reuniões para revisão das normas sobre rochas para revestimento da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), onde se constatou a necessidade de estudos sobre aspectos
estruturais e de especificação do sistema de revestimento de fachadas com rochas.
Com a cooperação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo –
IPT foram identificadas as entidades nacionais e internacionais que atuam na normatização
2
de rochas para revestimento e seus trabalhos realizados, os quais são apresentados no
Capítulo 2.
No Capítulo 3 é feita uma descrição das rochas ornamentais utilizadas como
material de revestimento, mostrando seus ensaios de caracterização tecnológica e tratando
de diversos aspectos sobre sua especificação.
O sistema de fixação por inserts metálicos é apresentado no Capítulo 4 juntamente
com uma compilação das normas nacionais e internacionais existentes sobre revestimento
de fachadas e de diversos aspectos sobre a especificação dos inserts metálicos e da rocha.
O projeto estrutural desse sistema é tratado no Capítulo 5, sendo no Capítulo 6
apresentadas as considerações finais.
3
4
CAPÍTULO 2
NORMATIZAÇÃO
Atualmente, segundo definição da International Organization for Standardization
(ISO) “normatização é a atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou
potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com o objetivo de obter
maior eficiência em um dado contexto”.
Ela tem origem antiga, surgindo da necessidade do homem em controlar suas
atividades. Por volta do ano 1600 a.C., no Egito, estabeleceu-se um processo para produzir
blocos de rochas em dimensões padronizadas. Registros dão conta que na Roma Antiga as
dimensões eram de 54,2x54,2x4cm e 44,4x44,4x4cm e a principal estrada do Império
Romano tinha sua largura fixada em 2,75 metros.
No século XVIII, com a revolução industrial, criaram-se procedimentos para a
fabricação de peças as máquinas e para o sistema de código Morse.
Em 1889, nos Estados Unidos, engenheiros reconheceram a necessidade de
padronizar o aço utilizado no trilho das ferrovias, sendo esse grupo fundador da American
Society for Testing and Materials (ASTM). Em 1901 foi fundado, na Grã-Bretanha, o
primeiro instituto com o objetivo de produzir normas técnicas, o Comitê de Normas de
Engenharia, que em 1919 deu origem ao British Standard Institute (BSI).
2.1 - Objetivos e benefícios
Segundo a ABNT os objetivos e benefícios da normatização são os seguintes.
Objetivos:
5
Proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos.
Proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o fabricante e o
cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços.
Proteger a vida humana e a saúde.
Prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos produtos.
Evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em
diferentes países, facilitando assim o intercâmbio comercial.
Benefícios:
Utilizar adequadamente os recursos (equipamentos, materiais e mão-de-obra).
Uniformizar a produção.
Facilitar o treinamento da mão-de-obra, melhorando o nível técnico.
Registrar o conhecimento tecnológico.
Facilitar a contratação ou venda de tecnologia.
Reduzir o consumo de material.
Reduzir o desperdício.
Padronizar componentes.
Padronizar equipamento.
Reduzir a variedade de produtos.
Fornecer procedimentos para cálculos e projetos.
Aumentar a produtividade
Melhorar a qualidade.
Controlar os processos.
2.2 – Norma
É o conjunto de regras, que fixam as condições de execução de uma atividade e/ou a
elaboração de um produto. São prescritas por documentos produzidos por associações,
constituídas para esse fim, mediante a participação voluntária de representantes de todos os
6
setores envolvidos com o assunto, dentre eles produtores, consumidores, fornecedores,
membros da universidade, do governo e outros.
No Brasil de acordo com o parágrafo VIII do artigo 39 do Código de Defesa do
Consumidor, transcrito a seguir, estabelece-se que:
“Fica proibido fornecedor de produtos e serviços de colocar no mercado de consumo, qualquer
produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas
específicas não existirem, pela ABNT ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO)”.
2.2.1 - Elaboração das normas
As diversas organizações que exercem a atividade de normatização, tanto nacionais
como internacionais, possuem processos semelhantes para a elaboração de normas. A
seguir será apresentado o procedimento utilizado pela ABNT:
1. A sociedade manifesta a necessidade de se ter uma norma sobre determinado
assunto fazendo uma solicitação junto a ABNT, que encaminha para o Comitê
Brasileiro ou Organismo de Normatização Setorial correspondente.
2. Este analisa o tema e inclui, ou não, no seu Programa de Normatização Setorial.
3. Caso seja incluso o tema é criada uma comissão de estudo, com a participação
voluntária de diversos segmentos da sociedade, ou esta demanda é incorporada no
plano de trabalho da comissão de estudo já existente.
4. A comissão elabora um projeto de norma, com base no consenso de seus
participantes.
5. O projeto de norma é submetido à consulta pública.
6. As sugestões obtidas na consulta pública são analisadas pela comissão de estudo e
incorporadas ou não no projeto.
7. Finalmente o projeto de norma é aprovado e encaminhado à gerência de processo
de normatização da ABNT, para publicação.
7
2.3 - Instituições normatizadoras
Existem três níveis de instituições normatizadoras em função da amplitude do
mercado a que se destinam:
Nível internacional: normas destinadas ao uso internacional, resultantes participação
ativa das nações com interesses em comum. São elaboradas por entidades internacionais
como a ISO, a International Eletrotechnical Comission (IEC) e a International
Telecomunications Union (ITU).
Nível regional: normas de uso regional, elaborado por um limitado grupo de países
de um mesmo continente. Nesse destacam-se as seguintes associações: CEN (Comitê
Europeu de Normatização), COPANT ( Comissão Panamericana de Normas Técnicas),
AMN (Associação Mercosul de Normatização).
Nível Nacional: normas destinadas a uso nacional elaboradas por entidades
reconhecidas no respectivo país. Como exemplo citamos a ABNT (Brasil), AFNOR
(França), DIN (Alemanha), BSI (Reino Unido), AENOR (Espanha), UNI (Itália) e ASTM
(E.U.A.).
2.4 – Rochas Ornamentais e normatização
O levantamento e estudo das normas, nacionais e internacionais, sobre rochas
ornamentais realizado neste trabalho, possibilitou um panorama do desenvolvimento da
normatização no setor.
Não existem normas específicas para a extração de rochas ornamentais. Entretanto, é
necessário estabelecer requisitos para o controle de produção, especificando os ensaios de
caracterização e a maneira de realizar a amostragem.
O Comitê Europeu de Normatização, através da norma EN 1467:2003,
traz
requisitos para a garantia da qualidade do bloco de rocha quanto à existência de defeitos e
8
tolerâncias dimensionais. Destaca-se também pelos requisitos para chapas brutas, chapas
polidas, ladrilhos modulares, ladrilhos, rochas para revestimento de pisos, paredes e
fachadas.
Os ensaios que prevêem as características físicas, químicas, mecânicas, petrográficas
e de alterabilidade de rochas ornamentais são objeto de estudo da maioria das entidades,
sendo o CEN a entidade de maior relevância.
A ASTM também possui diversos ensaios, atualmente em fase de revisão. Esta
entidade também se destaca por produzir normas especificas para a caracterização
tecnológica de ardósias, especificação para granitos, mármores, ardósias, quartzitos, rochas
calcáreas e outras rochas.
No Brasil a comissão de estudo CE 02:002.45-002 – Rochas para Revestimento da
ABNT está revendo as normas sobre caracterização tecnológica com o objetivo de
atualizá-las em relação às normas produzidas pelo CEN.
Na aplicação das rochas como material de revestimento a maior ênfase é dada ao
revestimento de fachadas por meio de inserts metálicos, sendo abordada por diversos
institutos de normatização.
O principal destaque se dá a ASTM que trata da seleção, da especificação, de
aspectos de projeto, de ensaios para previsão da performance do sistema, da manutenção,
da limpeza e outras. Na Europa a BSI e a DIN possuem procedimentos para projeto e
instalação de revestimento em fachadas.
A seguir serão apresentadas as principais entidades que atuam na normatização de
rochas ornamentais, suas comissões de estudo, juntamente com os trabalhos publicados.
2.4.1 – ISO (International Organization for Standardization)
Instituição que atua em nível mundial, não-governamental, fundada em 1947, por 25
países, com o objetivo de facilitar a coordenação e unificação das normas internacionais.
Sua atuação na área de rochas ornamentais se dá através do comitê técnico ISO TC
196 “Natural Stones”. Ele é composto de três sub-comitês TC 196/WG 1 – Terminologia e
classificação; TC 196/WG 2 – Métodos de teste e TC 196/WG 3 – Requisitos.
9
Porém, para a produção das normas é aguardada a finalização dos trabalhos do CEN,
servindo esses como base para os trabalhos de elaboração de normas, juntamente com as
normas da ASTM.
2.4.2 - CEN (Comitê Europeu de Normatização)
Foi fundado em 1961 pelos entes nacionais de normatização dos países da
Comunidade Econômica Européia, sendo em 1983 reconhecido como organização européia
de normatização. Tem o objetivo de unificar, planejar, projetar, harmonizar e adotar normas
dentro da comunidade européia, em todas atividades econômicas em que se fizerem
necessárias.
É composto de 22 países membros: Áustria, Bélgica, República Tcheca, Dinamarca,
Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo,
Malta, Países Baixos, Noruega, Portugal, Eslováquia, Espanha, Suécia, Suíça e Reino
Unido.
As principais funções dos membros são descritas a seguir:
Enviar especialistas nos assuntos em estudo, com o objetivo de formar o Comitê
Técnico respectivo.
Participar da votação das normas e implementa-lás nos seus países.
Fornecer secretarias para os comitês.
Financiar 50% do custo das atividades, recebendo em troca incentivos do governo,
da indústria e lucros da venda das normas.
O comitê técnico que trata das rochas ornamentais é o CEN/TC 246 “Natural
Stones” e os seus são trabalhos subdivididos em três grupos:
WG1 – Normas sobre terminologia, classificação e características das rochas
ornamentais.
WG2 – Normas sobre métodos de ensaio.
WG3 - Normas sobre especificação de produtos.
10
Para garantir a qualidade de seus produtos o CEN possui diversas normas que
fornecem requisitos e especificações para a produção de blocos, chapas brutas, chapas
polidas, placas e ladrilhos de rocha.
Existem diversas normas sobre caracterização tecnológica e segundo Frascá (2003)
“o CEN mostra-se preocupado em prescrever ensaios de alteração de rochas e determinação
de parâmetros físicos que permitem a previsão da degradação da rocha em situações
específicas, como por exemplo, resistência à cristalização de sais, ao envelhecimento por
choque térmico e outros”.
Não existem procedimentos para a aplicação da rocha como material de
revestimento de pisos, paredes e fachadas, porém há normas que fornecem requisitos e
métodos de teste para auxiliar na especificação da rocha.
A seguir é mostrada, na Tabela 1, a relação de normas publicadas pelo CEN.
Tabela 1: Normas sobre rochas ornamentais do Comitê Europeu de Normatização.
Número Título
EM 12057:2004 Produtos de rocha natural – Ladrilhos modulares – Requerimentos
EM 12058:2004 Produtos de rocha natural – Placas para pisos e escadas - Requerimentos
EN 12370:1999 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da resistência à
cristalização de sais
EN 12371:2001 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da resistência ao
congelamento
EM
12372:1999/AC:2002
Método de ensaio para rochas naturais Determinação da resistência à flexão
sobre carga concentrada
EN 12407:2000 Método de ensaio para rochas naturais – Análise petrográfica
EN 12440:2000 Rocha natural – Criterios de denominação
EN 12670:2001 Rocha natural - Terminologia
EM
13161:2001/AC:2002
Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da resistência à flexão
sobre momento constante
EN 13364:2001 Método de ensaio para rochas naturais - Determination of the breaking load at
dowel hole
EN 13373:2003 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação das características
geométricas dos produtos de rocha natural
11
Número Título
EM
13755:2001/AC:2003
Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da absorção de água
sobre pressão atmosférica
EN 13919:2002 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da resistência à ação de
SO
2
na presença de umidade.
EN 14066:2003 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da resistência a ação de
choque térmico
EN 14146:2004 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação do módulo de
elasticidade dinâmico
EN 14147:2003 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da resistência à ação de
névoa salina
EN 14157:2004 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da resistência à abrasão
EN 14158:2004 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da energia de ruptura
EN 14205:2003 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da dureza Knoop
EN 14231:2003 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da resistência ao
escorregamento pelo teste do pendulo.
EN 14579:2004 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da velocidade de
propagação de ondas
EN 1467:2003 Rocha natural – Bloco de rocha – Requerimentos
EN 1468:2003 Rocha natural – Chapas brutas – Requerimentos
EN 1469:2004 Produtos de rocha natural – Placas para revestimento - Requerimentos
EN 1925:1999 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação do coeficiente de
absorção de água por capilaridade
EN 1926:1999 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da resistência à
compressão
EN 1936:1999 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação da densidade real e
aparente e da porosidade total e aberta
EN 14581:2004 Método de ensaio para rochas naturais – Determinação do coeficiente de
expansão térmica linear
Fonte: http://www.cenorm.be
2.4.3 – ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
A ABNT é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1940, considerada
de utilidade pública pela Lei 4.150 de 21 de novembro de 1962, e reconhecida como Fórum
Nacional de Normatização – UNÍCO – através da resolução do CONMETRO, de 24 de
12
agosto de 1992. É membro fundador da ISO, da COPANT (Comissão Panamericana de
Normas Técnicas), da AMN e da IEC (Internacional Eletrotechnical Comission).
Sua estrutura conta com 54 comitês técnicos, 10.000 técnicos em trabalho
permanente e 73 funcionários trabalhando nos escritórios da ABNT, baseados no Rio de
Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Distrito Federal.
Na Tabela 2 estão as normas publicadas pela comissão de estudo de rochas para
revestimento.
Tabela 2 – Normas da comissão de estudo de rochas para revestimento da ABNT
Número Título
NBR 12042:1992 Determinação do desgaste por abrasão.
NBR 12763:1992 Determinação da resistência à flexão.
NBR 12764:1992 Determinação da resistência ao impacto de corpo duro.
NBR 12765:1992 Determinação do coeficiente de dilatação térmica linear.
NBR 12766:1992 Determinação da massa especifica aparente, porosidade aparente e
absorção d´água aparente.
NBR 12767:1992 Determinação da resistência à compressão uniaxial.
NBR 12768:1992 Análise petrográfica.
NBR 12769:1992 Ensaio de congelamento e degelo conjugado à resistência a
compressão.
NBR 13707:1996 Projeto de revestimentos de paredes e estruturas com placas de rocha.
NBR 13708:1996 Execução e inspeção de revestimento de paredes e estruturas com
placas de rocha.
NBR 15012:2003 Terminologia
Fonte: http://www.abnt.org.br
A participação nas reuniões da comissão de estudos de rochas para revestimento
pemitiu acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos realizados, que foram retomados em
2003. Encontra-se publicada a norma de terminologia, que define os termos da mineralogia,
da petrografia, de aspectos geológicos e produtivos das rochas ornamentais e de
revestimento.
13
As normas de caracterização tecnológica estão em fase final de revisão para
atualização e introdução de modificações que as tornem mais precisas. As duas normas que
tratam sobre o revestimento de fachadas com placas de rocha também estão em fase final
de revisão.
Está na fase de projeto a elaboração de um método de ensaio para determinação da
resistência à flexão da rocha por quatro pontos (similar da ASTM C880:1998) e outra com
requisitos mínimos para especificação de rochas para revestimentos.
No futuro está prevista a elaboração de normas que tratam do revestimento de pisos
elevados e convencionais.
2.4.4 - ASTM (American Society for Testing and Materials)
Criada em 1889, a partir da necessidade de produzir normas que garantissem a
segurança e funcionalidade dos novos produtos da era industrial. Diferente de como ocorre
na maioria dos países, a ASTM não é o órgão centralizador das atividades de normatização,
nem representa os Estados Unidos internacionalmente, Estas funções são exercidas pela
American Nacional Standards Institute (ANSI).
A ASTM é composta por diversos comitês técnicos, sendo o C18 “Dimension
Stone” responsável pelas normativas de rochas ornamentais. Ele foi fundado em 1926 e é
subdivido em comissões, pelos seguintes assuntos:
C18.01 – Metodologia de testes.
C18.03 – Especificações de material.
C18.06 – Componentes e sistemas de ancoragem.
C18.07 – Propriedades ambientais, comportamento e limpeza.
C18.08 – Seleção de rochas ornamentais para uso exterior.
C18.90 – Executivo.
C18.91 – Definições e nomenclatura.
C18.93 – Relações Públicas.
14
Segundo Frascá (2003) “a ASTM tem publicado, e sistematicamente revisado a
atualizado, normas para ensaio, nas quais se baseia a maioria das normas brasileiras
voltadas para rochas para revestimento”. Atualmente está em elaboração a norma de análise
petrográfica
Também possui diversas normas que tratam sobre o revestimento de fachadas com o
uso de inserts tratando sobre especificações e seleção dos materiais, ensaios para avaliar a
performance do sistema e guias sobre aspectos de projeto, manutenção e limpeza das rochas
ornamentais.
A seguir são mostrados na Tabela 3 as normas sobre rochas para revestimento.
Tabela 3 – Normas ASTM sobre rochas ornamentais e de revestimento.
Número Título
C 97:2002 Norma para método de ensaio para absorção e peso específico
de rochas ornamentais
C 99:1987 (2000) Norma para método de ensaio para modulo de ruptura de
rochas ornamentais
C 120:2000 Norma para método de ensaio de flexão para ardósias
C 121:1990(1999) Norma para método de ensaio para absorção de água de
ardósias
C 170:1991(1999) Norma para método de ensaio para resistência à compressão
de rochas ornamentais
C 217:1994(2004) Norma para método de ensaio para resistência ao
intemperismo de ardósia
C 241:1990 (1997)e1 Norma para método de ensaio para resistência a abrasão de
rochas submetidas ao trafego de pedestres
C 880:1998 (1998) Norma para método de ensaio para resistência à flexão de
rochas ornamentais
C 1201:1991(2003) Norma para método de ensaio para performance estrutural de
rochas ornamentais (uso externo)
C 1352:1996(2004) Norma para método de ensaio para módulo de elasticidade na
flexão
15
Número Título
C 1353:1998e1 Norma para método de ensaio utilizando abrasão Taber para
resistência à abrasão de rochas ornamentais sujeitas ao tráfego
de pedestres
C 1354:1996(2004) Norma para método de ensaio para resistência da rocha
ornamental no ponto de ancoragem
C 406:2000 Norma de especificação para ardósias em coberturas
C 503:2003 Norma de especificação de mármore (exterior)
C 568:2003 Norma de especificação de rochas calcárias
C 615:2003 Norma de especificação de granitos
C 616:2003 Norma de especificação de quartizito
C 629:2003 Norma de especificação de ardósias
C 1526:2003 Norma de especificação de serpentitos
C 1527:2003 Norma de especificação de travertinos
C 1242:2004 Guia para seleção, projeto e instalação de rochas em fachadas
por meio de inserts
C 1496:2001 Guia para manutenção de rochas ornamentais em fachadas
C 1515:2001 Guia para limpeza de rochas ornamentais de uso externo
C 1528:2002 Guia para seleção de rochas ornamentais para uso exterior
Fonte: http:// www.astm.org
2.4.5 - DIN (Deutsches Institut für Normung) – Alemanha
O Instituto Alemão de Normatização foi fundado em 1917, sendo em 1975
reconhecido como ente nacional de normatização. Atualmente possui mais de 26.000
especialistas externos que trabalham como voluntários em mais de 4.000 comitês técnicos.
Existem três normas que tratam de rochas aplicadas em fachadas, apresentadas na
Tabela 4.
16
Tabela 4 – Normas DIN sobre rochas naturais.
Número Título
DIN 871-1:1984 Placas; placas de rocha natural; requerimentos e testes.
DIN 18516-
3:1999
Revetimentos de fachadas ventiladas, não estruturais de rochas naturais.
Projeto e instalação.
DIN 18540:1995 Selantes para juntas em fachadas.
Fonte: http:// www.beauth.de
2.4.6 – BSI (British Standard Institut)
Foi fundado em 1919 a partir do comitê de normas de engenharia fundado em 1901.
O comitê que trata da normatização de rochas para revestimento é o B/545. Na Tabela 5 são
listadas as normas.
Tabela 5- Normas BSI sobre rochas para revestimento.
Número Título
BS 5385:1995-
Parte 1 e 3
Revestimento de paredes e pisos. Guia para projeto e instalação de rochas
ornamentais.
BS 8000-
11.2:1990
Guia sobre mão-de-obra para revestimento de paredes e pisos com rochas
naturais
BS 8221:2000
Parte 1 e 2
Guia para limpeza de superfície de superfície de edifícios de rochas
natural, terracota e concreto
BS 8298:1994 Guia para projeto e instalação de fachadas com rochas ornamentais
Fonte: http:// bsonline.techindex.co.uk
17
2.4.7 - Outras Instituições
Também se destacam na produção de normas para rochas ornamentais três outras
instituições européias:
AFNOR (Association Française du Normalisation) - França
AENOR (Associación Española de Normalización y Certificación) – Espanha
UNI (Ente Nazionale Italiano di Unificazione) - Itália
18
CAPÍTULO 3
ROCHAS ORNAMENTAIS
A norma ABNT NBR 15012:2003, em semelhança com a norma ASTM C
119:2003, define rocha ornamental como “material rochoso natural submetido a
diversos graus ou tipos de beneficiamento, utilizado para exercer função estética”.
Do ponto de vista comercial, as rochas são agrupadas em dois tipos, os
mármores e os granitos. Os mármores englobam todas as rochas carbonáticas e os
granitos abrangem, genericamente, as rochas silicáticas (granitos, serpentinitos,
gnaisses, migmatitos, sienitos, charnockitos, gabros, basaltos, dioritos, etc). Alguns
outros tipos litológicos inclusos no campo das rochas ornamentais são os arenitos, os
quartzitos e as ardósias.
Na escolha de rochas ornamentais o fator estético é muitas vezes decisivo. Ele é
resultado da harmonia entre as cores, tamanhos, formas e arranjo entre os minerais.
Essas características ficam melhor realçadas pelo acabamento dado a superfície da
rocha, principalmente o polido (a Tabela 6 mostra os principais tipos de acabamentos
existentes).
Atualmente as “rochas exóticas”, muito em moda, são as mais procuradas,
embora de custo elevado (algumas chegando a custar US$ 600,00 o metro quadrado da
placa polida).
O Brasil se destaca como um dos principais produtores mundiais, não apenas em
volume, mas também por possuir material com excelente qualidade estética . Isto se
deve a excepcional diversidade litológica existente, sendo atualmente comercializados
mais de 500 tipos, sendo alguns desses ilustrados na Figura 1.
(a) (b) (c)
(d) (e) (f)
Figura 1 – Granitos brasileiros com acabamento polido: (a) Azul Bahia, (b) Azul Fantástico (c) Pink
Brasil, (d) Rosa Bahia, (e) Floral Pádua Prata e (f) Amazon Flower. Fonte:
http://www.cetem.gov.br/reteqrochas/catalogo.
Tabela 6 – Principais acabamentos disponíveis para rochas para revestimento.
Acabamento Características
Polido Acabamento plano, liso, lustroso e altamente refletivo produzido por abrasão mecânica e
polimento.
Levigado Acabamento plano e não reflexivo, produzido por abrasão mecânica em diferentes graus
Flameado (ou térmico) Acabamento realizado por uma rápida exposição do material a uma chama em alta
temperatura (maçarico), resultando na esfoliação da superfície da rocha, tornando-a rugosa.
Jato de areia (ou jateamento) Acabamento produzido por um jato de partículas altamente abrasivas em alta velocidade.
Seu resultado é uma superfície finamente rugosa que, em geral, deixa a superfície um pouca
mais clara do que sem acabamento.
Apicoado Acabamento conseguido por meio de um martelo pneumático com cabeça em martelo, com
numerosas pontas. O resultado é uma superfície rugosa, com relevo de até vários milímetros.
A direção de aplicação do acabamento pode ou não ser observável.
Quebra (Split ou Splitface) Refere-se a superfície de quebra natural que se dá quando a rocha é obtida por meio de
cunhas.
19
20
Acabamento Características
Alisamento (Smooth) Como sugerido pelo próprio nome, trata-se de uma superfície plana com mínima
interrupção.
Serragem (Sawn) Termo geral que descreve uma superfície serrada. Comparativamente é mais rústica que o
padrão levigado ou alisado
Fratura Natural Superfície de quebra natural conseguida pela separação de material ao longo de planos
naturais de clivagem. Geralmente utilizado para ardósias, mas pode ser aplicado em outros
tipos de rocha.
Fonte: ASTM C 1528:2002 (Copiada a versão traduzida em Frascá-2004).
3.1 - Caracterização Tecnológica
Compreende a determinação das propriedades físicas, químicas, mecânicas e
petrográficas das rochas ornamentais através de um conjunto de ensaios, análises e
determinações, que as qualificam para um determinado uso. Essas características variam
em função da mineralogia, da textura, da estrutura, do grau de intemperismo do maciço
e de outros fatores do tipo litológico.
Os ensaios de caracterização são feitos em corpos-de-prova extraídos a partir de
blocos cúbicos com arestas de dimensão de aproximadamente 40cm coletados nas
pedreiras.
As amostras devem representar as características do maciço que se extrai. No
caso de variação das características do maciço mais de uma amostra deve ser coletada.
Também é importante conhecer a orientação do bloco no maciço seja conhecido, para
que os ensaios sejam representativos.
3.1.1 - Análise Petrográfica
Normas: ABNT NBR 12768:1992, EN12407:2000..
É o estudo da natureza de uma rocha. Primeiramente, executa-se a análise
macroscópica em amostras-de-mão, seguida do estudo microscópico da seção delgada
em microscopia óptica.
É descrita a coloração, a estrutura, a textura, a granulação, a composição
mineralógica com indicação, em porcentagem dos minerais essenciais e acessórios, a
natureza e a classificação da rocha. Também é obtido o estado microfissural, o estado e
o tipo de alteração dos minerais e a presença ou não de minerais deletérios. Em rochas
anisotrópicas devem ser preparadas no mínimo duas seções delgadas com diferentes
orientações.
Como exemplo será apresentado o “granito” Azul Bahia (Figura 2), rocha de alto
valor comercial principalmente pela coloração azulada. É uma sodalita sienito, da
descrição macroscópica constata-se ser uma rocha de cor azul intensa e granulação
média. A descrição macroscópica foi obtida do Catálogo de Rochas Ornamentais do
Brasil (2004), sendo composta por 51% de microclínio, 30% de sodalita, 10% de
cancrinita, 5% de plagioclásio, 2% de agerina e 2% de opacos.
Figura 2 – Granito Azul Bahia.
Existem técnicas auxiliares para avaliar a composição mineralógica das rochas,
como o ensaio de coloração seletiva (Figura 3), que quantifica o feldspato potássico, o
plagioclásio e o quartzo em rochas de granulação grossa, destacando-se o método de
Rodrigues e Moraes (1978).
21
Figura 3– Ensaio de coloração seletiva no granito Ocre Itabira. Fonte: Gentilmente cedido por Rogério
Pinto Ribeiro (2005)
3.1.2 - Determinação da massa específica aparente, porosidade aparente e absorção
de água
Normas: ABNT NBR 12766:1992, ASTM C 97:2002, EN 1936:1999 e EN
13755:2002.
A massa específica aparente é utilizada para determinar o peso próprio
das placas de rochas. A porosidade aparente, a absorção d´água aparente e por
capilaridade são aspectos que devem ser considerados na seleção de rochas que ficam
expostas às intempéries e a ambientes de elevada umidade.
3.1.3 - Resistência ao desgaste
Nos ensaios de resistência ao desgaste as norma da ABNT e da CEN possuem
procedimentos distintos, não sendo possível a comparação dos resultados. A norma
brasileira utiliza o equipamento Amsler (a) para o ensaio ao passo que a européia utiliza
o equipamento Capon (b). No primeiro o desgaste á avaliado pela redução de altura
22
através do atrito entre o abrasivo e a superfície do corpo-de-prova e no segundo através
do volume da material removido pelo disco.
(a) Norma: ABNT NBR 12042:1992
O objetivo desse ensaio é determinar a redução da espessura que duas placas de
rocha de 7,5x7,5x2,5 cm apresentam após um percurso abrasivo de 1000 metros em
máquina Amsler.
Este ensaio é determinante para rochas que se destinam para revestimento de
pisos. Materiais com os menores índices de desgaste são os mais adequados para uso em
locais de alto tráfego, como estações rodoviárias, shoppings, metrôs e outros.
(b) Norma: CEN EN14157:2004
Esse ensaio foi inicialmente desenvolvido para a determinação da resistência à
abrasão profunda de peças cerâmicas (ladrilhos) não esmaltadas, sendo atualmente
utilizado em rochas ornamentais, como apresentado em Ribeiro et al. (2005).
É feito no aparelho denominado abrasímetro CAP (Figura 4), constituído de um
disco rotativo de aço, uma caixa de armazenagem de material abrasivo, um funil de
escoamento para a saída deste material, um suporte para o corpo-de-prova e um contra-
peso.
As amostras depois de lavadas e secas são fixadas no equipamento de forma de
que o disco rotativo fique na perpendicular. A sua rotação é de 75±5 rpm e o abrasivo é
ajustado de maneira a gerar um fluxo uniforme de 100±0,05g a cada 100±5 rotações.
Após 150 rotações a amostra é retirada e o volume do material removido é calculado
através da equação (1):
×
×
×
=
8
sen
180
2
dh
V
α
απ
(1)
Sendo,
d
C
cav
×
=
2
sen
α
(2)
Onde:
V – Volume de material removido (mm
3
)
d – Diâmetro do disco rotativo em mm
23
h – espessura do disco rotativo em mm
α - ângulo correspondente ao centro do disco até a cavidade em graus
C
cav
– comprimento da cavidade em mm
(a) (b)
Figura 4 – (a) abrasímetro disponibilizado pelo Parque de Alta Tecnologia de São Carlos (Parqtec) e (b)
detalhe mostrando o disco rotativo tangenciando o corpo-de-prova. Fonte: Ribeiro et al. (2005).
3.1.4 - Determinação do coeficiente de dilatação térmica linear
Norma: ABNT NBR12765:1992 e CEN EN 14581:2004
O objetivo deste ensaio é a determinação do coeficiente de dilatação térmica que
é um dos parâmetros utilizados para calcular o espaçamento das juntas entre ladrilhos e
placas de rocha empregadas como material de revestimento.
É feito em dois corpos de prova cilíndricos com 3 cm de diâmetro e no mínimo o
dobro de altura, retirados nas duas direções do plano de serragem das chapas. Elas são
submetidas a aquecimento de 0°C até 50°C e posterior resfriamento no mesmo intervalo
de temperatura, determinando-se a variação do comprimento nas duas situações . As
determinações dos coeficientes no aquecimento (β
1
)
e no resfriamento (β
2
) são
24
25
demonstradas, respectivamente, pelas das equações (3) e (4). O resultado final se dá
pela média das leituras do resfriamento e aquecimento dos dois corpos-de-prova.
β
1
=L
1
/(L
0
.T
1
) (3)
β
2
=L
2
/(L
0
.T
2
) (4)
Onde:
β
1
– coeficiente de dilatação térmico linear no resfriamento (°C
-1
).
β
2
– coeficiente de dilatação térmico linear no aquecimento (°C
-1
).
L
1
– diferencial de comprimento do corpo-de-prova no resfriamento (mm).
L
2
– diferencial de comprimento do corpo-de-prova no aquecimento (mm).
T
1
– variação da temperatura no resfriamento (°C).
T
2
– variação da temperatura no aquecimento (°C).
L
0
–comprimento inicial do corpo-de-prova
Segundo Lima (2002) “o tratamento estatístico feito com os valores de β em
granitos e gnaisses revelou que o valor característico do coeficiente de dilatação térmica
linear é de 8,105.10
-3
mm/(m°C), ou seja, existe uma probabilidade de 95% de que na
determinação do β o valor encontrado seja inferior ao valor característico”.
3.1.5 Resistência ao impacto
Normas: ABNT NBR 12764:1992, EN 14158.
Esse ensaio determina a resistência ao impacto de corpo duro de placa de rocha
com dimensões de 20x20x3 cm, através da queda de uma esfera de aço, com 1 kg e
diâmetro de 6 cm, assentada sobre um colchão de areia.
A esfera é abandonada em queda livre com altura inicial de 20 cm. O
procedimento é repetido aumentando-se a altura de queda de 5 em 5 centímetros até que
ocorra a ruptura da placa, sendo esta altura o parâmetro de resistência. Caso ocorram
26
lasqueamento e fissuras na placa essas também devem ser registradas. O resultado final
será a média aritmética das alturas que rompem cinco corpos-de-prova.
Esse ensaio tem importância para rochas a serem empregadas nos revestimentos
de pisos, paredes até 1,5 metros de altura, degraus, soleiras, mesas, balcões, pias e
outros. Quanto maiores forem os valores das alturas encontrados nos resultados, maior
será a resistência ao impacto do material. O valor dessa resistência é expresso, portanto,
em m.
3.1.6 - Resistência à compressão uniaxial
Normas: ABNT NBR 12767:1992, ASTM C 170:1990(1999) e EN 1926:1999.
O objeto desse ensaio é determinar a tensão de ruptura à compressão das rochas.
Para isso a amostra deve ser preparada na forma cúbica com arestas entre 7,0 e 7,5
centímetros, ou no formato cilíndrico com diâmetro de 7,0 e 7,5 centímetros e relação
entre base e altura de 1:1.
A amostra é colocada em prensa hidráulica (200 t) e submetida a uma taxa de
carregamento de aproximadamente 0,6 Mpa/s até a ruptura. A tensão de ruptura (σ
c
) é a
relação entre a carga de ruptura e a área da seção transversal do corpo-de-prova.
3.1.7 - Determinação da resistência à tração
Os corpos podem ser solicitados à tração de duas maneiras, uma conhecida como
tração simples onde os esforços atuam paralelamente ao eixo do corpo-de-prova, sendo
o método brasileiro (a) o mais utilizado, e outra a tração na flexão onde os esforços
atuam perpendicularmente a amostra (b) e (c).
(a) É também conhecido por ensaio diametral e Lobo Carneiro e consiste na
aplicação de uma força (P) de compressão uniformemente distribuída em uma linha
sobre a geratriz de um corpo-de-prova cilíndrico, com diâmetro (D) e altura (L), sendo
sua resistência à tração (σ
t
) definida pela equação (5):
DL
P
t
π
σ
2
= (5)
No entanto, os ensaios que melhor representam a situação de emprego das
rochas para revestimento são os ensaios de tração na flexão (b), destacando o ensaio por
três e por quatro pontos (c) descritos a seguir:
(b) Normas: ABNT NBR 12763:1992, ASTM C 99:1987(2000) e
EN12372:1999.
Ele fornece o módulo de ruptura, conhecido também como tração na flexão de
rochas, que se destinam a material de revestimento.
Amostras prismáticas com dimensão de 20x10x5cm são fixadas em prensa
hidráulica sendo a carga aplicada no cutelo superior a uma taxa de carregamento de
aproximadamente 0,6 MPa/s até que ocorra a ruptura do corpo-de-prova.
Com a carga de ruptura (P) se calcula a tensão de ruptura à tração na flexão
através da equação (6):
σ
t
= 3PL/2bd
2
(6)
Onde:
L – Distância entre cutelos inferiores
b – Largura do corpo-de-prova
d – Altura do corpo-de-prova
(c)Normas: ASTM C 880:1998, EN 13161:2001.
É o mais utilizado para determinação da resistência à flexão de placas de rocha
fixadas por meio de inserts metálicos, pois a espessura e o acabamento da amostra
ensaiada são os mesmos da placa que se pretende usar em obra e o carregamento por
quatro pontos representa melhor a situação dos esforços causados pelo vento.
Os corpos-de-prova com 381x102x32 mm, ou na espessura que se pretende
empregar na obra são instalados na prensa , sendo aplicada uma taxa de carregamento
de 0,6 MPa/s até a ruptura. Após determinada a carga de ruptura (P), a resistência à
flexão é obtida pela equação (7):
σ
t
= 3PL/4bd
2
(7)
Onde:
L – Distância entre os cutelos inferiores
27
28
b – Largura do corpo-de-prova
d – Altura do corpo-de-prova
No item 3.5 são mostradas as principais vantagens da utilização do ensaio por
quatro pontos em relação ao de três, para placas de rochas aplicadas em fachadas com
de inserts metálicos.
3.1.8 - Ensaio de congelamento e degelo
Norma: ABNT NBR 12769:1992
Para rochas que se destinam à exportação, principalmente para países do
Hemisfério Norte, é necessária à previsão do comportamento da rocha ante ao
congelamento.
Corpos-de-prova idênticos ao utilizados nos ensaios de resistência à compressão
são submetidos a 25 ciclos de congelamento e degelo, determinando-se posteriormente a
resistência à compressão
(σ
cd
).
Através do coeficiente de enfraquecimento (k) pode-se avaliar se a rocha foi
afetada ou não pela gelividade. Sendo k =
σ
cd
/σ
nat;
, onde σ
cd
é o valor médio da
resistência à compressão das amostras após o ensaio de congelamento e degelo e
σ
nat
é
o valor médio da resistência à compressão das amostras intactas.
Rochas com k 0,8 são consideradas não afetadas pela gelividade.
Na revisão desta norma, em meados de março do ano de 2005, pudemos
observar uma nova tendência para a determinação do coeficiente de enfraquecimento,
que poderá ser determinados por outros ensaios de resistência mecânica e não
conjugado exclusivamente ao ensaio de resistência à compressão como era efetuado
antes da revisão, ficando a escolha do ensaio à critério do contratante.
3.1.9 - Microdureza Knoop
Norma: Metodologia Quitete (2002).
A dureza Knoop é determinada através de 40 impressões com carga de 1,96N
em cada corpo de prova (Figura 5). O comprimento da diagonal é medido, em
micrômetros, imediatamente após cada impressão, sob a objetiva de 50X, com o auxílio
da escala vernier no sistema da ocular do aparelho.
Figura 5 – Esquema das quarenta impressões realizadas em cada corpo-de-prova. Os números indicam a
ordem em que são feitas as impressões.
A dureza Knoop pode ser expressa como a média das quarenta medidas
(HK
média
), pelos valores obtidos em curva de distribuição acumulada dos valores de HK
em ordem crescente.
Alguns exemplos de resultados de dureza Knoop para granitos ornamentais
podem ser obtidos em Ribeiro et al. (2005).
3.1.10 - Módulo de deformabilidade estático
Normas:ASTM D3148:2002.
O objetivo desse ensaio é a determinação do módulo de deformabilidade estático
de rochas submetidas a esforços compressivos uniaxiais. Para tanto, corpos-de-prova
29
prismáticos, com relação entre base e alturas entre 1.2 e 1:2,5, são submetidos à carga
em prensa hidráulica, com taxa de carregamento igual do ensaio de compressão, sendo
as deformações medidas através de defletômetros.
O ensaio permite obter uma curva tensão x deformação da rocha. O intervalo
para cálculo do módulo é entre 50 e 70 % do valor da tensão de ruptura e obtido através
da seguinte equação (8):
E
e
= ∆σ/∆ε (8)
Onde:
E
e
- Módulo de deformabilidade estático (MPa);
∆σ - Incremento da tensão axial no intervalo considerado (MPa);
∆ε - Incremento da deformação axial.
3.1.11 - Módulo de elasticidade na flexão
Normas: ASTM C 1352:1996(2002).
Esse ensaio é executado de maneira semelhante à determinação da resistência à
flexão por quatro pontos. As principais diferenças são a existência de quatro
defletômetros localizados na face superior do corpo-de-prova e a realização de dois
carregamentos, seguidos de descarregamento, com carga de 50% da carga de ruptura
prevista.
A equação (9) mostra o cálculo do módulo de elasticidade.
3
3
64
11
bd
WL
E
= (9)
Onde:
E – Módulo de elasticidade na flexão (MPa)
W – Carga total aplicada no corpo-de-prova (N)
- Média, em módulo, das deflexões (mm)
L – Distância dos cutelos inferiores (mm)
b – largura do corpo-de-prova
d – comprimento do corpo-de-prova
30
3.1.12 - Determinação das velocidades de propagação de ondas ultrasônicas
Normas: ASTM D 2845:2000.
Esse ensaio apresenta como resultado a velocidade de propagação das ondas
ultra-sônicas primárias e secundárias, também conhecidas respectivamente, como
longitudinal e transversal. Também se obtém o módulo de elasticidade de Young.
Esse ensaio é realizado em corpos-de-prova cilíndricos ou cúbicos de forma que
sejam garantida a planicidade das faces onde situam-se os transdutores e que todas as
faces opostas mantenham paralelismo.
O teste é realizado acoplando-se em uma das faces da amostra um transmissor de
ondas, que converte pulsos elétricos em mecânicos, e no oposto um receptor que faz
função inversa do receptor.
O tempo de percurso das ondas primárias é de fácil obtenção, sendo a primeira
onda a chegar no receptor após sua partida do transmissor, essa medida é auxiliada pelo
osciloscópio. Já as ondas secundárias são de difícil interpretação, pois sofrem
interferência da vibração dos transdutores e da reflexão das ondas longitudinais,
requerendo do operador bastante conhecimento e experiência.
A seguir são mostradas nas equações (10), (11) e (12) para a obtenção das
velocidades de propagação e do módulo de Young:
PPp
TLV /= (10)
SSS
TLV /= (11)
Onde:
V – Velocidade de propagação das ondas (m/s);
L – Distância percorrida pelo pulso (m);
T- Tempo de percurso (s) e
Os índices p e s designam ondas primárias e secundárias respectivamente.
(
)
[
]
(
)
22222
/43
SPSPS
VVVVVE =
ρ
(12)
Onde:
E -Módulo de elasticidade de Young (Pa)
31
32
ρ - massa específica em (kg/m
3
)
3.2 – Requisitos mínimos das rochas silicáticas em revestimentos
As rochas silicáticas, granitos e granitóides em geral, são as mais utilizadas no
revestimento de fachadas de edifícios altos no Brasil, ao passo que os “mármores”
tiveram um decréscimo no seu uso, devido a inúmeras patologias evidenciadas nos
último anos.
Antes da especificação da rocha diretamente para fins de revestimento, é preciso
conhecer e avaliar as características dos diversos tipos litológicos existentes, que podem
ser mais bem avaliadas quando se dispõe de valores limites para as suas propriedades.
(Frazão e Farjallat - 1995).
Estes valores, para os diversos tipos litológicos existentes, podem ser obtidos
através das normas ASTM de especificação apresentadas na Tabela 7. Para granitos, a
Tabela 8 obtida da norma ASTM C 615:1999 apresenta os valores limites para as
propriedades físicas.
Caso o granito tenha o valor de sua propriedade menor que o mínimo
especificado, ele poderá ser utilizado desde que seja feita uma avaliação por autoridade
de engenharia competente.
Tabela 7: Normas ASTM sobre especificação de rochas.
NORMA ASTM
NÚMERO
Ardósias para telhado ASTM C 406 -00
Mármore para uso exterior ASTM C 503 - 03
Rochas Calcárias ASTM C 568 - 03
Granitos ASTM C 615 - 03
"Quartz-Based Stone" ASTM C 616 - 03
Ardósias ASTM C 629 – 03
Serpentitos ASTM C 1526 – 03
Travertinos ASTM C 1527 – 03
33
Fonte:
http://www.astm.org.
Tabela 8 - Especificações das propriedades físicas dos granitos
Propriedades Físicas Especificações Ensaio ASTM
Absorção por peso, máximo, % 0,4 C 97
Densidade, mínimo, lb/ft³ (kg/m³) 160 (2560) C 97
Resistência à compressão, mínimo, psi (MPa) 19000 (131) C 170
Módulo de ruptura, mínimo, psi (MPa) 1500 (10,34) C 99
Resistência à abrasão, mínimo, psi (MPa) 25 C 241/C 1353
Resistência à flexão, mínimo, psi (MPa) 1200 (8,27) C 880
Fonte: ASTM C 615:1999.
Para avaliar as propriedades das rochas silicáticas brasileiras Frazão e Farjallat
(1996) estudaram as seguintes propriedades de 158 rochas: massa específica aparente,
porosidade aparente, absorção de água aparente, velocidade de propagação de ondas
longitudinais, dilatação térmica linear, módulo de deformabilidade estático, resistência à
compressão uniaxial, resistência à flexão 3 pontos, impacto de corpo duro e desgaste
abrasivo Amsler .
Eles avaliaram que quase a totalidade das rochas brasileiras ficaram dentro dos
valores especificados pela ASTM C 615:1999, o que demonstra a viabilidade de seu uso
como material de revestimento.
A seguir serão mostrados os gráficos com as distribuições dos valores de cada
uma das propriedades das rochas obtidas pelos autores citados, juntamente com alguns
tipos de rochas comercializadas obtidos do Catálogo de Rochas Ornamentais do Brasil
(2004).
Massa específica aparente seca
0
10
20
30
40
50
60
70
80
2500 2550 2600 2650 2700 2750 2800 2850 2900 2950 3000 3050
Classes (kg/m³)
Quantidade
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Frequência acumulada (%)
Figura 6 - Distribuição dos valores de massa específica aparente seca de rochas silicáticas brasileiras.
Fonte: Frazão e Farjallat (1996).
Capão Bonito – 2635 Kg/m
3
Preto absoluto – 3128 kg/m
3
Sienogranito Diabásio
(a) (b)
Figura 7 – Exemplos de valores de massa especifica aparente seca de rochas brasileiras.(a) rocha com
baixo valor e (b) rocha com alto valor.
34
Porosidade
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0
Classes (%)
Quantidade
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Frequência acumulada (%)
Figura 8 - Distribuição dos valores de porosidade de rochas silicáticas brasileiras. Fonte: Frazão e
Farjallat (1996).
Cobalt Blue - 0,1% Golden Sea Ligth – 0,96%
Biotita Sodalita Nefelina Sienito Monzogranito
(a) (b)
Figura 9 – Exemplos de valores de porosidade de rochas brasileiras.(a) rocha com baixo valor e (b) rocha
com alto valor.
35
Absorção de água
0
10
20
30
40
50
60
70
0,00,10,20,30,40,50,60,70,80,91,01,11,2
Classes (%)
Quantidade
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Frequência acumulada (%)
Figura 10 - Distribuição dos valores de absorção de água rochas silicáticas brasileiras. Fonte: Frazão e
Farjallat (1996).
Juparaná Delicato-0,11% Amêndoa Jacigua - 0,41%
Granada Biotita Gnaisse Biotita Monzogranito
(a) (b)
Figura 11 – Exemplos de valores de absorção de água de rochas brasileiras.(a) rocha com baixo valor e
(b) rocha com alto valor.
36
Velocidade de propagação de ondas longitudinais
0
10
20
30
40
50
60
70
2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000 6500 7000
Classes (m/s)
Quantidade
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Frequência acumulada (%)
Figura 12 - Distribuição dos valores de velocidade de propagação de ondas rochas silicáticas brasileiras.
Fonte: Frazão e Farjallat (1996)
Dilatação térmica linear
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
567891011121314151617
Classes (mm/m)C
Quantidade
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Frequência acumulada (%)
Figura 13 - Distribuição dos valores de coeficiente de dilatação térmica linear de rochas silicáticas
brasileiras. Fonte: Frazão e Farjallat (1996).
37
Branco desiree – 4,90 . 10
-3
mm/m°C Monte Santo – 8,40 . 10
-3
mm/m°C
Leucognaisse Monzogranitico Granito
(a)
(b)
Figura 14 – Exemplos de valores de dilatação térmica de rochas brasileiras.(a) rocha com baixo valor e
(b) rocha com alto valor.
Resistência a compressão
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350
Classes (MPa)
Quantidade
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Frequência acumulada (%)
Figura 15 - Distribuição dos valores de resistência à compressão de rochas silicáticas brasileiras. Fonte:
Frazão e Farjallat (1996)
38
Rosa algodão 90.32 Mpa Ravel – 227,9 MPa
Sienito Basalto
(a) (b)
Figura 16 – Exemplos de valores de resistência à compressão rochas brasileiras.(a) rocha com baixo valor
e (b) rocha com alto valor.
Resistência a flexão por 3 pontos
0
10
20
30
40
50
60
70
5 101520253035404550
Classes (MPa)
Quantidade
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Frequencia acumulada (%)
Figura 17 - Distribuição dos valores de resistência à flexão por 3 pontos de rochas silicáticas brasileiras.
Fonte: Frazão e Farjallat (1996)
39
Amarelo Santa Cecília clássico – 7,21 MPa Preto absoluto – 33,90 Mpa
Biotita Gnaisse Monzogranítico Diabásio
(a) (b)
Figura 18 – Exemplos de valores de resistência à flexão de rochas brasileiras.(a) rocha com baixo valor e
(b) rocha com alto valor.
Resistência ao impacto de corpo duro
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Classes (m)
Quantidade
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Frequencia acumulada
Figura 19 - Distribuição dos valores de resistência ao impacto de corpo duro de rochas silicáticas
brasileiras. Fonte: Frazão e Farjallat (1996)
40
Resistência ao desgaste Amsler
0
10
20
30
40
50
60
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2
Classes (mm)
Quantidade
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Frequência acumulada (%)
Figura 20 - Distribuição dos valores de resistência a abrasão de rochas silicáticas
brasileiras. Fonte: Frazão e Farjallat (1996)
Branco Santa Maria – 0,31 mm Creme Marfin – 1,18 mm
Leucognaisse Monzogranítico Granada Gnaisse Monzogranítico
(a) (b)
Figura 21 – Exemplos de valores de resistência à abrasão de rochas brasileiras.(a) rocha com alto valor e
(b) rocha com baixo valor.
41
42
3.3 – Especificação das rochas silicáticas para revestimento.
É necessário especificá-las de forma a harmonizar suas propriedades
tecnológicas com as solicitações mecânicas e do meio ambiente das edificações. A
Tabela 9 apresenta os principais ensaios de caracterização tecnológica de rochas
ornamentais e para revestimento em função do local e do ambiente de uso.
Tabela 9 – Propriedades importantes para a escolha e utilização de rochas em revestimento, conforme o
emprego.
Pisos Paredes Características
Tecnológicas
Interior Exterior Interior Exterior
Fachadas
Tampos de
cozinha
Análise Petrográfica
x x x x x X
Absorção D'água
x x x x x X
Resistência ao Desgaste
Amsler
x x
Resistência à Compressão
x x x
Resistência à Flexão
x x x X
Coeficiente de Dilatação
Térmica Linear
x x X
Acabamento superficial
x x x x X
Resistência a agentes de
limpeza
x x x x x X
Durabilidade
x x x x
Fonte: Frasca (2004).
Quanto à especificação dos valores mínimos, para pisos a norma CEN EN
1341:2001 no anexo B apresenta metodologia para dimensionamento da espessura dos
ladrilhos em função da carga de ruptura definida em relação ao tipo de uso: (a) fins
decorativos, (b) áreas de pedestres, (c) jardins, balcões, áreas de ciclistas, (d) entrada de
garagens, motos e veículos leves (e) áreas comerciais grandes sujeito ao trânsito de
veículos e pedestres, (e) áreas sujeitas ao tráfego de caminhões e (f) postos de gasolina,
ruas e rodovias.
43
Gonzalez-Mesonez (2005) apresenta valores mínimos para o parâmetro de
resistência Capon em função do tipo de solicitação: tráfego individual 26 mm, normal
24 mm, coletivo intenso lento 22 mm, degraus e coletivo intenso e rápido 20 mm.
Em fachadas não é possível estabelecer valor mínimo para à resistência à flexão da
rocha, pois deve-se avaliar o tamanho das placas e o posicionamento dos inserts, sendo
portanto necessário a execução do cálculo estrutural conforme apresentado no capítulo
5.
CAPÍTÚLO 4
REVESTIMENTO DE FACHADAS COM ROCHAS
O método mais comumente utilizado no assentamento de placas de rochas em
fachadas com até 3,00 m de altura emprega a adesão física com argamassas tradicionais,
geralmente compostas de cimento e areia. Em edifícios altos as placas são de maiores
dimensões inviabilizando esse processo, principalmente devido ao risco de ocorrer
desplacamento.
Uma maneira de contornar o problema em edifícios de até 15 metros foi o uso de
telas fixadas na estrutura por meio de chumbadores expansivos para ancorar as placas
(Figura 22). Para isso, antes da concretagem das placas, elas devem ter seu dorso
preparado com ranhuras para receber arames que realizarão a ancoragem (Figura 23).
Figura 22 – Esquema da tela onde se fixam as placas de rocha. Fonte: Flain (1995).
44
(a) (b)
Figura 23 – (a) Ranhuras realizadas no dorso de placa de rocha e (b) placa preparada com grampos para
ancoragem na tela. Fonte: Maranhão (2002).
Atualmente, o método mais eficaz para revestimento de fachadas de altos
edifícios utiliza inserts metálicos que elimina o uso de argamassa, possui produtividade
elevada, auxilia no isolamento térmico da edificação e aumenta a segurança do
revestimento.
4.1 - Sistema de fixação por meio de inserts
A Figura 24 ilustra este sistema, mostrando que não há contato direto entre a
estrutura e a placa de rocha. Os inserts fixam a rocha através de um prolongamento
existente em sua extremidade, sendo esse conjunto ancorado na estrutura da edificação.
No Brasil, as ancoragens, na maioria dos casos, são realizadas em estruturas de concreto
por meio de chumbadores expansivos.
a
b
c
d
Figura 24 – Sistema de revestimento de fachadas com placas de rocha, onde: (a) estrutura da edificação;
(b) insert; (c) placa de rocha e (d) colchão de ar. Fonte Moreira et al. (2005a)
45
As placas devem ser fixada no mínimo em três pontos, sendo mais comumente
por quatro (norma DIN 18516-3:1990), sendo demonstrado na Figura 25 os locais mais
usuais para realização da fixação na placa.
(a) (b)
Figura 25 – Locais de fixação do insert metálico nas placas de rocha, sendo (a) fixação pelas laterais e (b)
fixação pelas partes superior e inferior. Fonte: Moreira et al. (2005b).
Flain (1995) apresenta na Figura 26 os dois principais sistemas de fixação, sendo
(a) o americano onde o componente de fixação possui a forma de chapa ou perfil e (b) o
alemão onde o dispositivo tem a forma de pino.
Figura 26 – Sistemas de fixação por inserts. Fonte: Flain (1995)
46
Através da revisão bibliográfica e em visitas a obras de revestimento de fachadas
constatou-se que o sistema mais utilizado no Brasil é o alemão. A principal razão é que
para alojar o insert na placa a quantidade de material removida da rocha é menor ,
contribuindo para uma resistência muito superior da rocha nesse ponto.
4.2 – Sistema Alemão
A norma DIN 18516-3:1990 estabelece as distâncias mínimas entre o centro do
furo e as bordas da placa e também as distâncias mínimas no ponto de apoio entre a
placa e o insert (Figura 27).
2
,
5
e
1
5
e
3
0
1
5
≥5
≥25
≥8
≥25
≥5
≥8
≥1,5
≥1,5
≥2
Pino
Furo
(a) (b)
Figura 27 – (a) Locação do furo na placa (mm), onde “e” é a espessura da placa; (b) dimensões mínimas
(mm) no ponto de fixação entre a placa e o insert (modificado de DIN 18516-3:1990).
Gil (1995) também discute sobre a localização dos pontos de fixação dos inserts
na placa.
47
4.3. – Aspectos para especificação de placas
Devem ser considerados três aspectos principais: (a) espessura, (b) controle das
características da placa e (c) aspectos petrográficos.
(a) - Segundo a norma DIN 18516-3:1990 a espessura mínima das placas em
fachadas é função do ângulo de assentamento. As placas instaladas na horizontal ou até
um ângulo de 60° devem ter a espessura mínima de 40 mm, acima desse ângulo a
mínima de 30 mm.
Na norma ASTM C 1242:2003 esse ângulo não é levado em conta, mas sim o
tipo de rocha. Nos granitos, ardósias, rochas calcárias de alta densidade, mármores e
travertinos a espessura mínima das placas deve ser de 30 mm. Nas rochas calcárias de
baixa densidade, ela deve ser de 50 mm.
Nas normas ABNT NBR13707:1996 e ABNT NBR13708:1996 não existe
especificação quanto à espessura mínima, sendo que na prática brasileira é utilizado 20
mm.
(b) – O controle das placas deve ser feito na obra, evidentemente antes do
assentamento, por profissional treinado. A seguir são listados os principais itens que
devem ser verificados:
As dimensões da placa devem estar de acordo com o projeto, e suas tolerâncias
são apresentadas na Tabela 10;
Se as placas forem recebidas na obra já furadas, devem ser conferidas,
individualmente, com o projeto;
A tonalidade e a textura das placas tem que seguir padrões definidos devendo o
material ser procedente da mesma pedreira e preferencialmente do mesmo lote.
A existência de fissuras, trincas e imperfeições que venham a comprometer o
desempenho estrutural da placa após a sua instalação é motivo para rejeição do
material. Uma maneira prática de realçar essas feições é o umedecimento da
superfície da placa com um pano molhado.
48
Tabela 10 - Tolerâncias dimensionais propostas para placas e ladrilhos para revestimentos de paredes e
fachadas obtidas por processo de serragem e polimento.
Medida Dimensão Tolerância
12 mm < e < 30 mm
± 10 %
30 mm < e < 80 mm
± 3 mm
Espessura (e)
E > 80 mm
± 5 mm
Planicidade 0,2 % do comprimento da chapa não excedendo 3 mm
C < 600 mm, e > 50 mm
± 2 mm
C < 600 mm, e < 50 mm
± 1 mm
C 600 mm, e > 50 mm ± 3 mm
Comprimento ou largura
nominal
C 600 mm, e < 50 mm ± 1,5 mm
Fonte: CEN EN 1469:2004.
(c) – É de extrema importância conhecer o comportamento da rocha em função
do tempo e do ambiente de exposição.
Os mármores, por exemplo, não são recomendados para os revestimentos
externos.
Os charnockitos “granitos verdes”, rochas de grande comercialização, tem sua
coloração afetada (hiperstênio) principalmente em climas tropicais se for utilizada em
revestimentos externos.
Granitos e granitóides contendo sulfetos (pirita, pirrotita e calcopirita) e/ou
granadas ferríferas sofrem manchamentos por alteração destes minerais.
Os feldspatóides assim como outros minerais essenciais ou acessórios presentes
nas rochas podem se degradar quando em contato com poluentes existentes na
atmosfera (óxido de enxofre, óxido de nitrogênio, monóxido de carbono, dióxido de
carbono e outros).
Na previsão do comportamento das placas em fachada a norma ASTM C
1242:2003 recomenda a análise de obras existentes (quanto mais antiga melhor) que
possuam o mesmo tipo de rocha e o ambiente de exposição semelhante.
49
4.4 –Aspectos para especificação dos inserts
Inserts são dispositivos metálicos, geralmente, fabricados em aço inoxidável, que
servem como elemento de ligação entre a estrutura da edificação e a placa de rocha.
Segundo a norma ABNT NBR 13707:1996 os inserts possuem as seguintes funções:
Fixar as placas na estrutura da edificação e, freqüentemente, conectar umas as
outras;
Sustentar o peso próprio do revestimento, impedir o seu tombamento, e resistir à
ação dos ventos, a pressão interna e a outras cargas passíveis de atuação;
Absorver as deformações diferenciais (dilatações e contrações) entre o
revestimento e o suporte, de modo a permitir a dissipação das tensões, evitando
que estas gerem esforços adicionais no revestimento;
Os dispositivos de fixação conforme a função exercida podem ser classificados
em sustentadores ou retentores. Os sustentadores são responsáveis pela sustentação do
peso próprio das placas e outras eventuais ações verticais. Os retentores têm a função de
impedir o tombamento das placas, devido às ações perpendiculares a estas.
Nas placas assentadas pela parte superior e inferior, Figura 25 (a), um mesmo
insert serve de sustentador da placa acima e de retentor da placa abaixo (Figura 28). Nas
assentadas pelas laterais, Figura 25 (b), os inserts situados na porção inferior da placa
exercem a função de sustentação e os superiores a retenção (Figura 28).
(a) (b)
Figura 28 – Funções dos dispositivos de fixação das placas de rocha. (a) Placas fixadas pela parte
inferior/superior e (b) placas fixadas pela lateral. Fonte: ABNT NBR 13707:1996.
50
4.4.1 – Formato
Segundo a norma ASTM C 1242:2003, os inserts devem ser projetados de forma
que tenham poucos componentes e sejam de fácil aplicação.
O formato do insert depende, entre outras, do local onde a placa é aplicada no
edifício e se a fixação se dá nas laterais da placa ou na parte superior/inferior. No
mercado encontram-se diversos tipos, sendo alguns apresentados na Figura 29.
(a) (b) (c)
Figura 29 – Tipos de inserts do sistema alemão: (a) utilizado para o fechamento de painéis e pilares, (b)
utilizado principalmente para o revestimento de vigas e (c) para travamento de placas no topo. Moreira et
al. (2005b).
Os dois primeiros tipos de inserts são os mais comumente utilizados. Eles são
compostos de 3 partes, sendo a primeira constituída do chumbador que realiza a
ancoragem do sistema na estrutura da edificação. A segunda e a terceira fazem a ligação
entre a placa de rocha e a estrutura da edificação.
Estas duas partes são ligadas por meio de dois furos alongados em sentidos
opostos, conforme Figura 30, por um parafuso. O principal objetivo dessa ligação é
permitir a correção tanto no prumo quanto no alinhamento das placas de rocha.
Figura 30 – Foto dos furos alongados em sentidos opostos. Moreira et al. (2005b).
51
Para a fabricação dos inserts a norma ABNT NBR 8800:1986 especifica que a
espessura mínima das chapas para componentes metálicos é de 3 mm. Esta também
apresentada as dimensões dos furos em função do diâmetro do parafuso, conforme
Tabela 11, e suas distâncias máxima e mínima em relação a borda da chapa (Tabela 12).
Tabela 11 - Dimensões máximas de furos para parafusos.
Diâmetro nominal
do parafuso (D)
Diâmetro do furo
padrão
Diâmetro do
furo alargado
Medidas do furo
pouco alongado
Medidas do furo
muito alongado
24
D+1,5 D+5 (D+1,5)x(D+6) (D+1,5)x2,5D
27 28,5 33 28,5x35 28,5x67,5
Dimensões em
mm
30
D+1,5 D+ 8 (D+1,5)x(D+9,5) (D+1,5)x2,5D
Fonte: ABNT NBR 8800:1986 (modificado)
Tabela 12 – Distancias mínimas entre o centro do furo padrão e a borda da placa.
Diâmetro (D)
(ASTM)
Borda cortada com serra ou
tesoura (mm)
Borda laminada ou cortada a
maçarico (mm)
½’’ 22 19
5/8’’ 29 22
¾’’ 32 26
7/8’’ 38 29
1’’ 44 32
11/8’’ 50 38
1.1/4’’ 57 41
>1.1/4’’ 1,75D 1,25D
Fonte: ABNT NBR 8800:1986 (modificado)
As distâncias mínimas entre os furos alargados e alongados em relação as bordas
seguem o valor da Tabela 12 adicionado-se o valor βxD, sendo D o diâmetro do
parafuso e β definido a seguir:
β = 0; para furos alongados na direção paralela da borda considerada.
β = 0,12; para furos alargados.
β = 0,2; para furos pouco alongados na direção perpendicular da borda
considerada.
β = 0,75; para furos muito alongados na direção perpendicular da borda
considerada.
A distância máxima do centro do parafuso até a borda da chapa não pode
exceder 12 vezes a espessura da chapa, nem 150 mm.
52
4.4.2 - Material
Na seleção dos materiais para revestimento de fachadas as características mais
importantes são a resistência mecânica e à corrosão.O aço carbono e o inoxidável são os
mais adequados.
O aço carbono tem resistência mecânica mais elevada, mas necessita de
tratamento anticorrosivo, que é feito ou por galvanização à quente ou pela aplicação de
revestimentos não metálicos orgânicos (tintas e resinas). O principal inconveniente é a
necessidade de manutenção, sendo inviável o seu uso em fachadas.
Portanto, os aços inoxidáveis, que possuem excelente resistência à corrosão, são
os mais empregados em revestimento de fachadas. Eles são obtidos com a adição de
Cromo em ligas de aço carbono em teores superiores a 12%. De modo geral são
classificados em três tipos: martensíticos, ferríticos e austeníticos. Na Tabela 13
encontram-se as principais vantagens e desvantagens entre esses aços.
Tabela 13 – Sumário das principais vantagens e desvantagens dos aços inoxid
Aço Exemplos Vantagens Desvantagens
Ferrítico 410S, 430, 446
Custo baixo e
resistência à corrosão
moderada
Limitada resistência
à corrosão
Austenítico 304, 304L, 316, 316L
Amplamente
utilizado, boa
resistência à corrosão
geral, excelente
conformabilidade e
soldabilidade
Limitada resistência
à corrosão sob tensão
Martensítico 420, 431
Endurecível por
tratamento térmico
Conformabilidade e
soldabilidade
limitada
Fonte: Guia brasileiro do aço inox 2003.
Dentre eles, os aços austeníticos, por possuírem níquel em suas ligas, são os
utilizados na fabricação dos inserts. Na Tabela 14 é apresentada a composição química
dos principais aços austeníticos.
53
Tabela 14 - Composição química dos aços inoxidáveis austeníticos, designando “L” baixo teor de
carbono.
Elemento Químico - %
Aço
C
Mn
P
S
Si
Cr
Ni
Mo
ABNT
304
0,08
(max.)
2,00
(max.)
0,045
(máx.)
0,030
(máx.)
1,00
(máx.)
18,00
a 20,00
8,00
a 10,50
-
ABNT
304L
0,030
(máx.)
2,00
(max.)
0,045
(máx.)
0,030
(máx.)
1,00
(máx.)
18,00
a 20,00
8,00
a 12,00
-
ABNT
316
0,08
(max.)
2,00
(max.)
0,045
(máx.)
0,030
(máx.)
1,00
(máx.)
16,00
a 18,00
10,00
a 14,00
2,00
a 3,00
ABNT
316L
0,030
(máx.)
2,00
(max.)
0,045
(máx.)
0,030
(máx.)
1,00
(máx.)
16,00
a 18,00
10,00
a 14,00
2,00
a 3,00
Fonte ABNT NBR 5601:1980
A norma ABNT NBR 13707:1996 especifica o uso do aço inoxidável do tipo
ABNT 304 (AISI 304) para atmosferas urbanas e industriais isenta de cloretos e do aço
ABNT 316 (AISI 316) para atmosferas marítimas, urbanas e industriais com presença
de cloretos.
A norma alemã DIN 18516-3:1990 preconiza que os inserts devem ser de aço
austenítico da classe A4 com propriedades da classe 70, especificado na DIN 267- Parte
11.
4.4.3 - Aspectos da resistência à corrosão
Embora os inserts possuam excelente resistência à corrosão podem corroer em
determinadas situações, sendo importante o conhecimento dessas causas para evitar o
colapso do sistema.
54
Uhlig (1970) e Gentil (1970) apresentam as principais causas de corrosão dos
aços inoxidáveis austeniticos: (a) corrosão intergranular, (b) corrosão sob tensão e (c)
corrosão alveolar, descritas a seguir.
(a) - Quando o dispositivo de aço inox passa pelo processo de soldagem, sendo
aquecido ou resfriado lentamente entre 425 e 815°C, pode ocorrer um fenômeno
conhecido por sensitização, tornando mais susceptível à corrosão.
É explicado pela precipitação do carbeto de cromo (Cr
23
C
6
) nos contornos dos
grãos, ficando essa zona com um empobrecimento no teor de cromo.
Para prevenir a presença de carbetos devem ser especificados os aços tipo L
(low) que possuem baixo teor de carbono.
(b) - Tensões de trabalho ou residuais próximas à tensão de escoamento do aço
em ambientes corrosivos (principalmente cloretos) e aquecidos. As principais medidas
profiláticas são as reduções da tensões e/ou tratamentos metalúrgicos.
(c) – Os fatores que promovem esta forma de corrosão são as soluções de
cloretos, de sais oxidantes, neutras e aeradas de cloreto, sendo aumentada a taxa de
corrosão com o aumento da temperatura. Os métodos mais usuais para evitar este tipo
de corrosão consistem em evitar a concentração de íons halogênicos e manter alta
concentração de oxigênio.
4.5 - Juntas
Os espaçamentos entre placas segundo a ASTM C 1242:2003 têm as funções de
acomodar:
As tolerâncias dimensionais das rochas;
As tolerâncias de montagem;
As variações dimensionais ocorridas pelas variações de temperatura e umidade;
As deformações do edifício;
Os efeitos de longo tempo causados por fluência.
A norma DIN 18516-3:1990 Parte 3 especifica um mínimo de 8mm e folga
mínima de 2 mm entre a aresta superior da placa e a chapa do insert.
Gil (1995) trata do dimensionamento das juntas em rochas, em relação ao
tamanho das placas, e estabelece juntas de 6mm para placas com até 0,3 m
2
de área,
com 8 mm até 1,25 m
2
e 10mm para maiores.
55
Podem ser aplicados selantes nas juntas e a norma da NBR 13707:1996
estabelece que eles devem ser colocados sobre um cordão de apoio inerte e não aderente
inserido na junta (Figura 28). Ele deve de vinil, polipropileno, polietileno, butil e
poliruetano (ASTM C 1242:2003).
A profundidade de aplicação do selante deve ser metade da largura da junta ou
então seguir a recomendação do fabricante.
Figura 31– Desenho esquemático da junta.(a) Placa de rocha, (b) cordão de apoio e (c) selante.
56
CAPÍTULO 5
CÁLCULO ESTRUTURAL
A etapa que precede o dimensionamento do sistema de revestimento de fachadas
por meio de inserts metálicos é a seleção dos materiais. Os inserts devem ter boa
resistência à corrosão e a rocha à alteração.
Com base na resistência e na deformabilidade é feito o cálculo estrutural que
define as dimensões dos elementos, levando em conta as solicitações mecânicas
atuantes capazes de alterar o estado de tensão de um corpo ou de nele provocar uma
deformação.
O primeiro passo para o dimensionamento é definir as solicitações atuantes no
sistema, quantificá-las e determinar seu ponto de aplicação.
5.1 - Definição das solicitações
As solicitações que atuam no revestimento das placas de rocha por inserts são a
ação do vento, a carga devido ao peso próprio das placas a as variações de temperatura.
As demais solicitações referentes à deformação lenta do concreto e outras não exercem
influência sobre o revestimento.
5.2 - Quantificação das solicitações
5.2.1 - Vento
A solicitação do vento é relacionada diretamente com a sua velocidade, que pode
ser obtida como preconiza a norma ABNT NBR 6123:1988. Não são previstas situações
57
especiais, como por exemplo regiões sujeitas a canalização de vento, sismos e outras
que devem ser analisadas pelo projetista.
O primeiro passo definido na norma é determinar a ação básica do vento (v
0
) que
atua na região da edificação, levando em conta:
Rajada de vento de três segundos;
Período de retorno de cinqüenta anos, com probabilidade de 63% de ser
excedida pelo menos uma vez;
Medições com anemômetros em altura de 10 m, em terreno plano, campo
aberto e livre de obstruções.
A velocidade do vento de qualquer região brasileira pode ser determinada
usando o gráfico na forma de isopletas da Figura 32.
Figura 32 – Gráfico da isopletas. Fonte: Sáles et al. (1994).
Região I – Vento básico menor que 30 m/s;
Região II – Vento básico variando entre 30 e 35 m/s;
Região III – Vento básico variando entre 35 e 40 m/s;
Região IV – Vento básico variando entre 40 e 45 m/s;
58
Região V – Vento básico variando entre 45 e 50 m/s.
A etapa seguinte é a definição da velocidade característica do vento (v
k
), que
corrige a velocidade básica, levando em conta a edificação nos seguintes aspectos:
Topografia do local;
Rugosidade do terreno;
Altura da edificação;
Dimensões da edificação;
Tipo de ocupação.
Sendo definida pela da equação (13):
3210
SSSVV
K
= (13)
Onde V
0
é a velocidade básica do vento obtida a partir das isopletas, S
1
é o fator
topográfico, S
2
é o fator da rugosidade do terreno e S
3
é o fator estatístico, obtidos pela
da norma.
Através das considerações apresentadas em Salles et al. (1994), segundo o
teorema de Bernoulli, é possível obter a pressão estática que atua na edificação
(conhecida como pressão de obstrução-q) a partir da velocidade característica de vento.
2
.625,0
K
Vq = (14)
A definição da carga de vento uniformemente distribuída na edificação (Q) e do
coeficiente de pressão C
p
são dadas, respectivamente, pelas equações (15) e (16):
CpqQ .= (15)
CpiCpeCp = (16)
Onde C
pe
é o coeficiente de pressão externa e o C
pi
é o de pressão interna,
obtidos através da norma.
59
O coeficiente de pressão externa (C
pe
) é obtido através de tabela existente na
norma ABNT NBR 6123:1988 em função da altura, largura, comprimento da edificação
e da direção do vento.
A mesma norma estabelece a utilização de altos coeficientes de C
pe
(conhecidos
por C
pe
médio) para o dimensionamento de partes da estrutura, como tesouras, caixilhos,
telhas e sistemas de revestimento.
O coeficiente de pressão interna (C
pi
) leva em consideração as aberturas
existentes na edificação. Nas obras de revestimento de fachadas seu valor pode ser
considerado nulo, pois as aberturas são pequenas, sendo em muitos casos seladas.
Os ventos atuantes podem ser de sobre-pressão, Figura 33 (a), de valor positivo,
ou de sucção, Figura 33 (b), de valor negativo. Sempre no dimensionamento deve-se
avaliar o maior valor nas duas situações, determinando qual delas é a crítica.
No dimensionamento da espessura de placas sempre o valor crítico é referente as
ações de sucção, no caso dos outros elementos do sistema deve-se avaliar as duas
situações.
(a) (b)
Figura 33 – Ações do vento nas placas.(a) Vento de sobre-pressão e (b) vento de sucção.
5.2.2 - Peso Próprio
As placas assentadas em fachadas de edifícios estão sujeitas ao umedecimento
existente por ação das chuvas, sofrendo um acréscimo de peso. Portanto a massa
especifica de material rochoso se situa entre a condição seca e a saturada. A sua
quantificação é difícil, sendo utilizada a condição mais crítica, que é a massa especifica
60
saturada (ρ
asat
), determinada pela norma ABNT NBR 12766:1992, através da equação
(17):
gelhP
asat
)....(
ρ
= (17)
Onde h é a altura da placa, l é a largura da placa, e é a espessura e g é a
aceleração da gravidade.
5.2.3- Variação de temperatura
As deformações provocadas pela diferença de temperatura podem gerar esforços
extras no sistema. Para evitá-los é necessário quantificá-los e distribuí-los entre as
folgas existentes, como as juntas entre placas e a folga existente entre o furo da rocha e
o pino do insert.
Para se ter uma noção quantitativa dessa deformação, calculou-se para a rocha
Branco Cacatua, com dimensões de 1 x 1 m, com coeficiente de dilatação igual a
11,60x10
-3
mm/m°C, e variação de temperatura de 50 °C. Nessa situação a placa tem
uma deformação de 0,3 mm em cada sentido o que é facilmente dissipado pelas folgas
do sistema, não gerando esforços adicionais.
5.3 - Ponto de aplicação
São mostrados na Figura 34 os pontos de aplicação, a direção e o sentido das
ações que atuam no sistema de revestimento. A ação do vento pode ser de sucção ou
sobre-pressão, a carga devido ao peso próprio tem seu ponto de aplicação no meio da
placa e a variação de temperatura gera tensões na placa.
61
(a) (b) (c)
Figura 34 – Ações atuantes nas placas devido: (a) ao vento, (b) ao peso próprio e (c) às variações de
temperatura.
5.4- Dimensionamento da placa
Para a realização do cálculo estrutural em qualquer obra de engenharia, o
primeiro passo é definir o tipo de estrutura em estudo. Embora, muitas vezes as placas
de rocha sejam tratadas como uma estrutura em viga, do ponto de vista estrutural o
correto é tratá-las uma estrutura laminar. Entre estas destacam-se as chapas, as cascas e
as placas.
As estruturas em placa são a melhor forma de representar as placas de rocha,
definido por Salles et al. (1998) como uma folha plana sujeita principalmente a esforços
fora de seu plano médio (Figura 35).
.
Figura 35 – Estrutura em placa e a principal tensão atuante no sistema. Fonte: Salles et al. (1998).
62
O estudo destas estruturas é mais complexo que o das lineares (barras, vigas e
pilares) e é feito através da teoria das placas, que se baseia na teoria da elasticidade.
O tipo de vinculação que melhor representa a fixação das placas são quatro
apoios pontuais simples, que permitem os movimentos de rotação e restringem os de
translação.
Na literatura existem diversos ábacos e tabelas para o estudo das tensões
atuantes nas estruturas em placa, porém não representam satisfatoriamente a situação
analisada. Portanto, recorreu-se ao programa Strap, que utiliza o método dos elementos
finitos e os conceitos das estruturas em placa, para definir as tensões atuantes, conforme
Moreira et al. (2005-a).
A largura, a altura e os pontos de apoio são definidos pelo arquiteto através do
projeto de paginação, ficando a definição da espessura à cargo do projetista estrutural.
5.4.1 - Resistência da placa
A única ação que exerce esforço nas placas assentadas verticalmente é a do
vento. O peso próprio exerce esforços apenas nos inserts e as deformações no sistema
são absorvidas pela folga existente entre o pino do insert e o furo da rocha e pelas
juntas.
Devido à solicitação de vento, a ruptura da placa pode ocorrer através de
esforços de flexão, sendo a sua resistência última determinada através de ensaios,
preferencialmente de flexão à quatro pontos, que melhor representam as situações de
uso (visto no item 3.4).
Nas rochas anisotrópicas é preciso avaliar a resistência à flexão da placa na
direção horizontal e vertical ante as solicitações atuantes. Também é preciso considerar
no dimensionamento que os resultados dos ensaios nem sempre representam a ruptura
do modelo em escala real (Ferreira, 2005).
5.4.2 - Cálculo estrutural
O objetivo do dimensionamento é garantir a capacidade da estrutura em resistir
às ações que vierem a solicitá-la durante sua vida útil sem que ocorra ruína ou colapso.
63
Essa segurança é introduzida por critérios desenvolvidos pela engenharia das estruturas,
destacando-se o critério das tensões admissíveis e o dos estados limites.
O método utilizado neste trabalho é o das tensões admissíveis, sendo o adotado
pelas normas NB-11 (madeira), NB-143 (perfis leves), conforme equação (18).
FS
ens
adm
σ
σσ
=
max
(18)
Onde: “σ
máx
”é a máxima tensão atuante na placa ; “σ
adm
” é a tensão admissível;
σ
ens
é a tensão obtida no ensaio de flexão e “FS” é o fator de segurança.
Pela equação (18) observa-se que a máxima tensão atuante na placa devido à
ação de vento deve ser menor ou igual à tensão admissível, que é obtida aplicando-se
um fator de segurança sobre o resultado do ensaio de flexão por quatro pontos.
5.4.3 - Definição dos esforços
Para definir os esforços atuantes na placa, conhecendo-se assim a máxima tensão
atuante foi utilizado nesse trabalho o programa Strap que graças ao uso do método dos
elementos finitos permite conhecer as tensões atuantes em todos os pontos da placa.
Para tanto, é preciso fornecer as ações de vento atuantes, a resistência à flexão
nas duas direções, em caso de rochas anisotrópicas, as dimensões da placa e a sua
vinculação. Caso seja necessário conhecer a deformabilidade da placa, deve-se
introduzir o módulo de deformabilidade da rocha (E), nas duas direções
5.4.4 - Fator de segurança
Quanto ao fator de segurança podem ser utilizadas as diretrizes de várias
referências: de acordo com a norma DIN 18516 Parte 3:1990 ele pode variar entre 2,5 e
64
3,5 dependendo do nível de confiança dos ensaios, para Lewis (1995) esse valor em
granitos fica entre 2,5 e 4.
A norma da ABNT 13707:1996, atualmente em revisão (março/2005), indicará
que o coeficiente de segurança deve variar entre 3 e 5, sendo esse valor determinado por
responsabilidade do projetista.
5.4.5 - Exemplo de cálculo
A metodologia foi aplicada para cálculo da espessura do revestimento do
edifício Centro Século XXI, situado na rua Emiliano Perneta, número 485, no centro da
cidade de Curitiba, cujos dados são apresentados a seguir:
Edifício comercial no centro de Curitiba.
Altura estimada – 95m.
Rocha – Granito Rosa Iracema com acabamento flameado.
Valor médio do ensaio de resistência à flexão 4 pontos – 1356 N/cm
2
.
Fator de segurança segundo NBR 13707 – 3.
Dimensões da placa tipo (Figura 36)
Figura 36 – Dimensões da placa tipo (cm)
65
As ações na placa, devido ao esforço de vento, foram determinados de acordo
com a NBR 6123 – 1988 e Sales et al. (1994), conforme descrito a seguir:
Velocidade básica do vento (v
0
) = 45 m/s.
Velocidade característica do vento (v
k
) = 44,7 m/s.
Pressão de obstrução (q) = 1227 N/m
2.
Coeficiente de pressão (c
pe
médio) = -1,2 (segundo Sales et al.(op.cit.) para elementos de
vedação deve-se usar os valores c
pe
médio, que majoram as ações).
Pressão de vento atuante (Q) = 1472,4 N/m
2
.
Portanto, o esforço atuante na placa é
Q = 1472,4 N/m
2
.
Esse esforço juntamente com os dados referentes ao material da placa, altura,
largura, condições e quantidades do apoio são parâmetros de entrada do programa Strap
para o dimensionamento da espessura da placa de rocha.
A espessura da placa (e) foi definida quando a tensão máxima (σ
max
) atuante
sobre ela igualou-se com a tensão admissível , equação (19):
2
/452
3
1356
cmN
F
S
ens
adm
===
σ
σ
(19)
Com este valor de tensão a espessura da placa obtida pelo programa Strap é
1,65cm. Na prática, adota-se o valor mais próximo das placas comercializadas que é
2cm.
5.4.6 - Deformabilidade
A deformabilidade excessiva das placas em fachadas, podem gerar desconforto
na utilização do sistema. Sua determinação se dá através da curva tensão deformação
obtidas através dos ensaios ASTM C1201:2003 e ASTM C 1352:1996(2002).
A norma DIN 18516-3:1990 estabelece que a deflexão resultante do peso-
próprio da placa não deve exceder 1/500 do vão livre.
66
5.4.7 - Performance no ponto de apoio
Para a execução do ponto de apoio entre a rocha e o insert é utilizado o
equipamento apresentado na figura 37, sendo na Figura 32 apresentadas sugestões
quanto as dimensões deste ponto. Para o alojamento do insert na rocha é realizada a
furação da placa (Figura 37).
(a) (b)
Figura 37 – Execução do furo, onde se aloja o pino do insert. (a) Equipamento que garante a
ortogonalidade e paralelismo do furo em relação à placa (b) detalhe do furo. Fonte: Catálogo da Granitos,
Mármores e Metais – GMM.
A remoção de material da rocha causa uma diminuição da resistência nesse
ponto, que quando não considerada no cálculo estrutural é o principal motivo das
patologias nesse sistema de revestimento, conforme exemplos da Figura 38.
(a) (b)
Figura 38 – Patologias no ponto de fixação entre o insert e a rocha.
67
Para avaliar este comportamento a norma ASTM C 1354:1996 apresenta um
procedimento para determinação da resistência última de rochas fixadas por inserts.
Através do programa Strap é possível conhecer as tensões atuantes nesse ponto
de fixação e compará-los com o resultado desses ensaios, permitindo assim uma correta
avaliação da resistência nesse ponto.
5.5 - Dimensionamento do insert
As ações atuantes nos inserts são transmitidas através das placas de rocha e são
oriundas das solicitações de vento e do peso próprio da placa. A Figura 39 mostra o
valor dessas ações em função do peso próprio e do vento e o seu ponto de aplicação nos
inserts metálicos. Nas ações originárias do vento (Q.A/2), deve-se analisar
separadamente os esforços de flexão positivos e negativos e definir qual dessas é a
crítica para os inserts.
Figura 39 – Esquema das ações atuantes nos inserts, onde “PP” é o peso próprio da placa, “Q” é a ação de
vento uniformemente distribuída e “A” é a área da superfície da placa.
5.5.1 - Resistência
.
O cálculo estrutural das estruturas em aço não utiliza a resistência última do
material (ruptura), como ocorre nas estruturas de madeira, concreto, rochas e outras.
Isso se deve ao fato que nos aços a partir de um ponto conhecido como limite de
escoamento ocorrem deformações permanentes de grande magnitude indesejáveis no
68
projeto de estruturas em aços. Portanto o limite de escoamento do aço é o parâmetro
utilizado no cálculo estrutural.
Conforme esquema da Figura 40, observa-se que nos três tipos de aços
analisados a partir do ponto A o material não trabalha mais no regime elástico linear
passando a sofrer deformações permanentes de grande monta.
Figura 40 – Esquema do comportamento tensão x deformação dos aços.
A Tabela 15 apresenta as principais propriedades mecânicas dos aços laminados
austeníticos inoxidáveis produzidos no Brasil e utilizados na fabricação de inserts.
Tabela 15 – Propriedades dos aços inoxidáveis
Aços Inoxidáveis Limite Resistência Mecânica (MPa) Limite de Escoamento (MPa)
304 700 300
304L 630 300
316 620 300
316L 620 300
Fonte: http://www.acesita.com.br (modificado)
5.5.2 - Dimensionamento
De maneira análoga ao dimensionamento das placas para o cálculo da seção dos
inserts utiliza-se o critério das tensões admissíveis, conforme equação 20:
FS
f
y
adm
=
σσ
max
(20)
69
Onde “σ
máx
é a máxima tensão atuante no insert devido a ação do vento e o
peso próprio da placa; “f
y
” é o limite de escoamento do material do insert e “FS” é o
fator de segurança. Pela equação 6 observa-se que a seção do insert é definida quando o
máximo esforço atuante se iguala com a tensão admissível dividido pelo coeficienta de
segurança. A norma ABNT NBR 13707:2003, determina que o fator de segurança para
o dimensionamento de inserts seja igual a 2,5.
Os esforços atuantes podem ser obtidos a partir do diagrama de esforços
normais, cortantes e de momento fletor ou ainda através de programas específicos.
Esses métodos não serão apresentados nessa dissertação, pois são bastante conhecidos
no ramo da engenharia das estruturas metálicas.
5.6- Avaliação da performance global da estrutura
Para o dimensionamento desse sistema de revestimento, além do
dimensionamento isolado de cada elemento constituinte, é necessário avaliar a
performance global do sistema, da interface entre o insert e a edificação e entre o insert
e a placa de rocha.
O comportamento global do sistema pode ser avaliado pela norma ASTM C
1201:1991, que traz um método para determinar a performance estrutural através de
pressões uniformes estáticas. Ele é feito da seguinte maneira:
O sistema de revestimento é montado e é acoplada na placa uma câmara de teste
que aplica pressões positivas e negativas em função das ações que se pretendam avaliar.
Como resultado se obtém a curva tensão-deformação na placa de rocha e observar a
existência de defeitos que venham a ocorrer no sistema.
70
CAPÍTULO 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema de revestimento de fachadas por meio de inserts metálicos mostrou-se a
forma mais rápida, segura e econômica de fixação da rocha, principalmente em edifícios
altos. Dentre os diversos métodos de fixação empregados no Brasil, o desenvolvido na
Alemanha, que utiliza a forma de pino como prolongamento do insert, é o que melhor
preserva a resistência da rocha no ponto de fixação.
Para que este sistema tenha um desempenho satisfatório e durabilidade elevada, é
necessária à correta especificação e seleção das rochas e dos inserts, com base nos agentes
intempéricos atuantes no local da edificação, evitando diversas patologias que vem
ocorrendo nos últimos anos.
Para a especificação dos inserts os aspectos de seleção e resistência à corrosão
encontrados na literatura são suficientes para assegurar a integridade do material, o que não
ocorre com as placas de rochas, necessitando de ensaios específicos que avaliem o seu
comportamento em função do ambiente de exposição.
Para que o sistema resista as ações atuantes, como ações do vento, peso próprio da
placas e variações térmicas, é necessária a realização do cálculo estrutural e a avaliação da
performance estrutural do sistema, feito através de estudo que está intimamente ligado à
segurança e a redução de custos.
Nesse sentido, o presente trabalho desenvolveu uma metodologia para o
dimensionamento da espessura das placas e para seleção dos inserts e apresentou critérios
de verificação da resistência no ponto de apoio entre a rocha e o insert. Mostrou que o
71
programa Strap é uma ferramenta poderosíssima, que auxilia no dimensionamento da placa
e na avaliação da resistência no ponto de apoio.
O fator de segurança não considera aspectos importantes, tais como: a perda de
resistência devido a alterabilidade, a dispersão dos resultados dos ensaios de flexão e a
diferença de escala entre os corpos-de-prova e a placa utilizada.
Alguns aspectos das normas internacionais não são levados em consideração nas
obras executadas no Brasil, como por exemplo: a espessura mínima das placas, a folga
mínima entre o furo da rocha e pino do insert, a susceptibilidade da alteração.
Para o aprimoramento das técnicas de aplicação de rochas ornamentais para
revestimento no Brasil é necessária a existência de órgãos e instituições que regulamentem
o assentamento das placas de rocha e desenvolvam produtos e técnicas para esse fim.
Citando como um exemplo bem sucedido no setor cerâmico a criação do CCB - Centro de
Cerâmica do Brasil.
Finalizando, como sugestão para trabalhos futuros, seria interessante abordar os
seguintes assuntos: o desenvolvimento de uma metodologia para definição do fator de
segurança a ser aplicado para rocha, intensificação dos estudos sobre a resistência da rocha
no ponto de apoio e da alterabilidade das rochas na usadas na forma de placas..
72
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por Jacques Voeltzel
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