ativa das larvas na pele e apesar da maioria das infecções humanas e caninas
serem breves e assintomáticas (MANSFIELD e SCHAD, 1992a), pacientes
humanos, imunocomprometidos, podem apresentar infecção fatal ou uma forma
disseminada da doença (PAULA et al. 2000). O parasitismo tem ocorrência mundial,
e embora a distribuição da infecção canina coincida com a infecção humana (ACHA
e SZYFRES, 1977), as prevalências de infecção canina registradas na literatura são
bastante baixas (NOLAN e SMITH, 1995; BUGG et al., 1999; ASANO et al., 2004).
Apesar da infecção canina ser rara e dos cães eliminarem larvas por apenas um
curto período de tempo (MANSFIELD e SCHAD, 1992b), a presença de cães
infectados em residências humanas é considerada um sério problema de saúde
pública devido ao seu potencial zoonótico (ITOH et al., 2003).
Os principais cestódeos parasitas gastrintestinais de cães pertencem às
famílias Taeniidae e Dilepididae, (FREITAS, 1981) e com poucas exceções, as
espécies encontradas em cães são bastante adaptadas a esses hospedeiros, não
lhes causando grandes transtornos (GEORGI, 1987).
Na família Taeniidae, tanto no gênero Echinococcus quanto no gênero Taenia
encontram-se espécies cujo parasitismo têm importância, ora econômica ora em
saúde pública ou ambos, para os hospedeiros intermediários (GEORGI, 1987). Na
família Dilepididae, Dipylidium caninum, espécie mais comumente encontrada no
intestino delgado de cães, além de ter importância para a saúde dos cães, constitui
uma zoonose (MOLINA et al., 2003).
No caso dos cestódeos parasitas de cães, a distribuição dos hospedeiros
intermediários, na maioria das vezes, constitui um fator limitante à disseminação do
parasitismo, entretanto, no caso de D. caninum o potencial de transmissão é função
da densidade das pulgas hospedeiras intermediárias (GEORGI e GEORGI, 1992).
Dessa forma, prevalências tão elevadas quanto 60% têm sido registradas em
algumas localidades (ÉGUIA-AGUILAR et al., 2005).
O parasitismo por D. caninum é considerado pouco patogênico, já que os cães
podem tolerar centenas de vermes adultos sem manifestarem sintomatologia. A
saída de proglotes ativamente pelo ânus causa desconforto e prurido e os cães
esfregam excessivamente a região perineal para se livrarem do incômodo
(URQUART, 1996). A infecção humana resulta da ingestão acidental de pulgas
parasitadas. Em crianças o parasita pode causar desconforto ou dores abdominais,
diarréia, prurido anal e irritabilidade nervosa (REY, 1992).