O
bramanismo fez decair a medicina e a Enfermagem
pelo exagerado
respeito ao corpo humano. Proibia a dissecação de cadáveres e o derramamento de
sangue, impedindo, com isso, a evolução da cirurgia. As doenças eram consideradas
castigos (GONZÁLEZ, Vol.I, 117,1999).
Entre os assírios e babilônios, existiam penalidades para médicos
incompetentes, tais como amputação das mãos, indenização, entre outras. A medicina
era baseada na magia; acreditava-se que sete demônios eram os causadores das
doenças. Os sacerdotes médicos vendiam
talismãs com orações contra ataques dos
demônios
. Nos documentos assírios e babilônicos, não há menção de hospitais nem de
enfermeiros (OGUISSO,2005:3). Conheciam a
lepra
e
sua cura dependia de milagres
de Deus
, como no episódio bíblico do banho no rio Jordão: “Vai, lava-te sete vezes no
Rio Jordão e tua carne ficará limpa (II Reis:5,10-11)”
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.
Os doentes chineses eram cuidados por sacerdotes. As doenças eram
classificadas da seguinte maneira: benignas, médias e graves. Os sacerdotes eram
divididos em três categorias, que correspondiam ao grau da doença da qual se
ocupavam. Os templos eram rodeados de plantas medicinais. Os chineses conheciam
algumas doenças como varíola e sífilis. Faziam operações de lábio-leporino. Nos
tratamentos para anemia, indicavam ferro e fígado; em doenças da pele, aplicavam o
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Lembramos aqui, que a lepra, hoje denominada hanseníase, continua através dos séculos como um
estigma indelével. A desestigmatização da lepra não está só na troca do nome, mas numa
transformação completa de nossos paradigmas que norteiam nosso comportamento social. Segundo
BOFF, o ser humano está mergulhado na experiência ética ou moral, vive-a no meio da ambigüidade e
de conflitos. Assim a ética que se vem do grego
ethos
, consiste na teia das relações sociais em que o ser
humano nasce e desenvolve. A ética é a reflexão questionadora da realidade que circunda o ser
humano, englobando suas experiências, vivências, dilemas, problemas e as relações sociais no mundo
da vida e do trabalho (Apud OGUISSO, 2005:162). Para Castel (2004:15-21)., a exclusão vem se impondo
pouco a pouco como um
mot-valise
para definir todas as modalidades de miséria no mundo. Eis dois
exemplos de excluídos, e poder-se-ia multiplicá-los. O que eles têm em comum? Um foi aceito
trabalhou e foi socializado pelo trabalho. O outro nunca conheceu um trabalho fixo, e se perdeu ao
longo de mudanças sucessivas no trabalho. É espreitado pela depressão, às vezes suicídio,
delinqüência, toxicomania e talvez a hanseníase ou Aids. São excluídos. Quem são eles? A exclusão se
dá a todos aqueles que se encontram fora das normas sociais implantadas pelas políticas dominantes.
Na América Latina, encontram-se alguns dos mais tradicionais mecanismos políticos de exclusão
social. Os privilégios de poucos, além de fragilizar ainda mais a situação de muitos trabalhadores,
sacramentalizam a exclusão de uma maioria que sempre esteve fora da proteção social. Em 1990,
estima-se que 52% da população ativa estava desprovida de qualquer garantia e proteção social
.
Graças
às ONGs, esses índices vêem caindo (CASTEL,2004:137-143). As ONGs são entidades sem fins lucrativos,
a maioria do tipo associação (95% no Brasil) ou fundação. Um leque amplo de ONGs é formado por
entidades assistenciais, caritativas/filantrópicas (CASTEL, 2004:143).