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CLAUDSON OLIVEIRA BRITO
ADIÇÃO DE COMPLEXO MULTIENZIMÁTICO EM DIETAS COM
DIFERENTES SOJAS EXTRUSADAS PARA
PINTOS DE CORTE
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia, para a
obtenção do título de Magister Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2003
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Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e
Classificação da Biblioteca Central da UFV
T
Brito, Claudson Oliveira, 1974-
B862a Adição de complexo multienzimático em dietas com
2003 diferentes sojas extrusadas para pintos de corte / Claudson
Oliveira Brito. – Viçosa : UFV, 2003.
48p. : il.
Orientador: Luiz Fernando Teixeira Albino
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de
Viçosa
1. Frango de corte - Nutrição - Exigências 2. Enzimas
na nutrição de frangos de corte. 3. Soja extrusada na
nutrição de frangos de corte. 4. Frango de corte - Desem-
penho. 5. Frango de corte - Digestibilidade. 6. Soja -
- Processamento. I. Universidade Federal de Viçosa. II.
Título.
CDD 19.ed. 636.50852
CDD 20.ed. 636.50852
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CLAUDSON OLIVEIRA BRITO
ADIÇÃO DE COMPLEXO MULTIENZIMÁTICO EM DIETAS COM
DIFERENTES SOJAS EXTRUSADAS PARA
PINTOS DE CORTE
APROVADA EM: 31 de julho de 2003.
Prof. Horacio Santiago Rostagno Prof. Paulo Cezar Gomes
(Conselheiro) (Conselheiro)
Prof. Sergio Luiz de Toledo Barreto Dr. Julio Maria Ribeiro Pupa
Prof. Luiz Fernando Teixeira Albino
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
graduação em Zootecnia, para a obtenção
do título de Magister Scientiae.
(Orientador)
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o.
ii
AGRADECIMENTO
À Universidade Federal de Viçosa (UFV), pela oportunidade de realização deste curso.
À Fundação de Coordenação de aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), pela concessão da bolsa de estudo.
Aos professores Luis Fernando Teixeira Albino e Horacio Santiago Rostagno, pela
magnífica orientação, pelos imensos ensinamentos, estímulos e pela amizade.
Aos funcionários do setor de Avicultura da UFV, Elisio, José Lino, Adriano e Mauro,
pelo apoio durante a realização dos experimentos e aos funcionários do laboratório de
Nutrição Animal, em especial a Sr. Fernando, pelas incontáveis ajuda.
Aos colegas de Pós-graduação Flávio Hashimoto, Débora Cristine, Jean, Marli, Luiz
Ernesto, Ciane, Fabio, Patrícia Campos e Litson, pelas ajudas durante a realização do
experimento, pela amizade, encontros e saídas.
Ao grande amigo Marinaldo Divino Ribeiro, pela amizade, pela visão política e ...severa
formalidade.
Aos velhos amigos, Janaina Martuscello, Daniel de Noronha, Bruna Adese, Álvaro
Bicudo, Edson Mauro, Luiz Fernando e Daniel Ferreira.
Ao colega de moradia Anderson Corassa, pela amizade e aprendizado.
Aos meus amigos do peito, João Tomaz e Cleber José da Silva, que vem acompanhando
essa caminhada a muitos anos, e muito me ajudaram.
Aos amigos da Pastoral Universitária pelos logos anos de caminhada e parendizado.
A minha namorada Magna Galvão Peixoto (linda), pelos inúmeros telefonemas de apóio,
que me fizeram forte nos meus momentos mais fracos. Te amo.
Á família Brito, que durante toda minha vida sempre mim apoiaram, mesmo sem
saberem.
iii
BIOGRAFIA
CLAUDSON OLIVEIRA BRITO, filho de João Francisco Brito e Maria Ferreira Brito,
nasceu em 11 de março de 1974, em Governador Valadares - MG.
Cursou o 2º grau na Escola Agrotécnica Federal de São João Evangelista, São João
Evangelista, Minas Gerais, 1993.
Em março de 1997, ingressou no curso de Zootecnia, na Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro, em Seropédica - RJ, colando grau em março de 2002.
Em abril de 2002, iniciou o curso de Mestrado em Zootecnia, na área de Nutrição de
Monogástricos, na Universidade Federal de Viçosa, submetendo-se a defesa de tese em 31 de
julho de 2003.
iv
CONTEÚDO
Pág
LISTA DE TABELAS............................................................................................. vii
RESUMO................................................................................................................. ix
ABSTRACT............................................................................................................. xi
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 3
2.1 As enzimas...................................................................................................... 3
2.2 Efeitos dos fatores antinutricionais................................................................. 4
2.2.1 Polissacarídeos não amiláceos.................................................................... 5
2.2.2 Lectinas...................................................................................................... 6
2.2.3 Inibidores de proteínas............................................................................... 7
2.3 Processamento de soja integral e suas implicações......................................... 8
2.4 Amido Resistente............................................................................................ 10
2.5 Métodos para avaliar a qualidade da soja........................................................ 10
2.6 Efeitos da adição de enzimas em dietas animais............................................. 11
CAPÍTULO 1
ADIÇÃO DE COMPLEXO MULTIENZIMÁTICO EM DIETAS A BASE DE
DIFERENTES SOJAS EXTRUSADAS SOBRE A DIGESTIBILIDADE DE
NUTRIENTES E VALORES ENERGÉTICOS EM PINTOS DE CORTE............
14
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 14
2 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 16
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 20
4 RESUMO E CONCLUSÕES................................................................................ 31
v
CAPÍTULO 2
EFEITO DA ADIÇÃO DE COMPLEXO MULTIENZIMÁTICO EM DIETAS
À BASE DIFERENTES SOJAS EXTRUSADAS SOBRE O DESEMPENHO
DE PINTOS DE CORTE.........................................................................................
32
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 32
2 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 33
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 36
4 RESUMO E CONCLUSÕES................................................................................ 39
3 CONCLUSÕES..................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 41
APÊNDICE.............................................................................................................. 47
ABREVIATURAS................................................................................................... 48
vi
LISTA DE TABELAS
Pág
Tabela 1- Principais microrganismos, suas enzimas e seus respectivos produtos de
ação.............................................................................................................
3
Tabela 2- Níveis e tipos de PNA presentes em alguns grãos...................................... 5
CAPÍTULO 1
Tabela1-Composição percentual, química e valor nutricional das dietas
experimentais (na matéria seca).......................................................................
17
Tabela 2 - Especificações dos tratamentos realizados................................................. 18
Tabela 3 - Composição química das sojas extrusadas (na matéria natural)................. 18
Tabela 4 - Efeito da adição de complexo multienzimático (CM) sobre o coeficiente
de digestibilidade ileal aparente (CDI) da matéria seca (MS), da proteína
bruta (PB) e da energia bruta (EB) das dietas com soja integral
extrusada, em pintos de corte.....................................................................
21
Tabela 5 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre os valores de
energia digestível ileal aparente (EDIap) das dietas com soja integral
extrusada (kcal/kg de MS), em pintos de corte..........................................
24
Tabela 6 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre os valores da
digestibilidade ileal aparente da gordura (CDI Gordura) das dietas com
soja integral extrusada, em pintos de corte.................................................
24
Tabela 7 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre os valores de
energia metabolizável aparente (EMA) e de energia metabolizável
aparente corrigida pelo nitrogênio (EMAn), das dietas com soja integral
extrusada (kcal/kg MS), em pintos de corte...............................................
25
vii
Tabela 8 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre o coeficiente
de digestibilidade ileal aparente (CD) da fibra em detergente neutro
(FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e hemicelulose .........................
27
Tabela 9 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre o coeficiente
de digestibilidade aparente (CD) da fibra em detergente neutro (FDN),
da fibra em detergente ácido (FDA) e da Hemicelulose da excreta...........
29
CAPÍTULO 2
Tabela 1- Composição percentual, química e valor nutricional das dietas
experimentais (na matéria seca).............................................................
34
Tabela 2 -Especificações dos tratamentos realizados................................................... 35
Tabela 3 - Composição química das sojas extrusadas (na matéria natural)................. 35
Tabela 4 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre o consumo,
ganho de peso e conversão alimentar em frangos de corte alimentados
com dietas com soja extrusada, no período de 1 a 21dias...........................
37
viii
RESUMO
BRITO, Claudson Oliveira, M.S. Universidade Federal de Viçosa, julho de 2002. Adição de
complexo multienzimático em dietas com diferentes sojas extrusadas para pintos de
corte. Orientador: Luiz Fernando Teixeira Albino. Conselheiros: Horacio Santiago
Rostagno e Paulo César Gomes.
Dois experimentos foram realizados a fim de avaliar o efeito da adição de complexo
multienzimático em dietas com diferentes sojas extrusadas sobre a digestibilidade aparente da
matéria seca (MS), proteína bruta (PB), energia bruta (EB), gordura, Fibra em detergente
ácido (FDA), Fibra em detergente neutro (FDN) e hemicelulose; valores de energia digestível
ileal parente (EDIap), valores de energia metabolizável aparente (EMA) e o desempenho de
pintos de corte. As dietas foram formuladas com 20,8% de PB e 3.150 Kcal de EMA. Com
níveis sub ótimos de proteína, de lisina e de metionina + cistina para facilitar a detecção de
diferenças no valor nutritivo dos tratamentos. O complexo multienzimático (Allzyme
Vegpro) era composto de celulase, amilase e protease, sendo usado 500 mL/ton de dieta, de
acordo com as recomendações da indústria. Os tratamentos foram: dieta com soja extrusada
subprocessada (91% de solubilidade e 0,5 de urease) sem e com VEGPRO; dieta com soja
extrusada processamento normal (88% de solubilidade e 0,05 de urease) sem e com
VEGPRO; dieta com soja extrusada superprocessada (66% de solubilidade e 0,0005 de urease)
sem e com VEGPRO. No primeiro experimento foram utilizados 960 pintos de corte, machos,
Avian Farms, de 1 a 21 dias de idade. Em arranjo fatorial 3 x 2 (soja extrusada × complexo
multienzimático - CM), num total de seis tratamentos e oito repetições de 20 aves por unidade
experimental. As aves alimentadas com dietas contendo soja extrusada (SE), com
processamento normal, apresentaram melhor desempenho quando comparadas com as aves
ix
que receberam SE sub e superprocessadas. No entanto, as aves alimentadas com dietas
contendo SE sub ou superprocessada apresentaram desempenhos similares, demonstrando que
o processamento recebido pela soja integral influencia no desempenho das aves. A adição de
Vegpro nas dietas, independente do tipo de soja, melhorou o ganho e a conversão dos pintos
de corte em 3,8% e 4,24%, respectivamente. Sendo o maior efeito no desempenho das aves
alimentadas com SE subprocessada, com 4,64 e 5,0% no ganho e conversão, respectivamente.
Indicando que os fatores antinutricionais foram reduzidos. No segundo experimento foram
utilizados 288 pintos de corte, machos, Avian Farms, com oito dias de idade, em arranjo
fatorial 3 x 2 (soja extrusada × complexo multienzimático), num total de seis tratamentos com
oito repetições de 6 aves por unidade experimental. As excretas foram coletas durante cinco
dias para determinação da EMA e no ultimo as aves foram abatidas para a obtenção da
digesta. A adição de Vegpro promoveu aumento médio dos coeficientes de digestibilidade
ileal aparente da MS, da PB, da EB e da gordura das dietas de 4,8%, 1,3%, 4,8% e 6%,
respectivamente. Entretanto, os maiores aumentos da digestibilidade ileal, provocados pelo
CM, foram obtidos com as dietas contendo SE subprocessada, 10,7% (MS), 4,2% (PB),
11,4%, (EB) e 17,55% (gordura). A adição de Vegpro melhorou a digestibilidade ileal do
FDN, FDA e hemicelulose em média, 10,60; 23,05 e 6,39%, respectivamente e os valores da
EDI
ap
em 4,95% e da EMA em 2,69%.
x
ABSTRACT
BRITO, Claudson Oliveira, M.S. Universidade Federal de Viçosa, July 2002. Multienzymatic
complex addition to diets containing different extruded soybeans for broiler chicks.
Adviser: Luiz Fernando Teixeira Albino. Committee Members: Horacio Santiago
Rostagno and Paulo César Gomes.
Two experiments were accomplished in order to evaluate the effect of the addition of
multienzimatic complex in diets with different types of extruded soybeans on the apparent
digestibility of dry matter (DM), crude protein (PB), gross energy (GE), fat, acid detergent
fiber (ADF), neutral detergent fiber (NDF) and hemicellulose; ileal apparent digestible energy
(IDEap), apparent metabolizable energy (MEap) and the performance of broiler chicks. Diets
were formulated with 20.8% CP and 3.150 Kcal of MEap and with sub optimum levels of
protein, of lysine and of methionine + cystine to facilitate the detection of differences in the
nutritional value of the treatments. The multienzimatic complex (Allzyme Vegpro ) was
composed by cellulase, amylase and protease and it was used as 500 mL/ton of the diet, in
agreement with the recommendations of the industry. Treatments was as following: diet with
extruded soybean, sub processing, (91% of solubility and 0.5 of urease) with and without
VEGPRO; diet with extruded soybean, standard processing, (88% of solubility and 0.05 of
urease) with and without VEGPRO; diet with extruded soybean, super processing, (66% of
solubility and 0.0005 of urease) with and without VEGPRO. In the first experiment, 960
Avian Farms male broiler chicks were used, from 01 to 21 days of age, in 3 x 2 factorial
arrangement (extruded soybean, multienzimatic complex), in a total of six treatments and eight
replications of 20 birds per experimental unit. Birds fed with diets of extruded soybean, with
standard processing, showed better performance when compared with the birds that were fed
with extruded soybean, sub and super processing. However, the birds fed with diets of
xi
extruded soybean, sub or super processing, showed similar performances, demonstrating that
the processing of the whole soybean influenced on the performance of the birds. The addition
of Vegpro in the diets, independent of the type of the extruded soybean, improved the weight
gain and the feed: gain ratio of the broiler chicks by 3.8% and 4.24%, respectively. And, the
largest effect on the performance of the birds fed with extruded soybean, sub processing, with
improvement of 4.64 and 5.3% in the weight gain and feed: gain ratio, respectively. In the
second experiment, 288 Avian Farms males broiler chicks were used, from with 01 to 19 days
of age, in 3 x 2 factorial arrangement (extruded soybean, multienzimatic complex), in a total
of six treatments with eight replications of 6 birds for experimental unit. Birds were ground
rearing for eight days, battery rearing form ten days (five days of adaptation and five days for
excretes collection) for the determination of MEap and in the last day the birds were
slaughtered to obtain the digesta and posterior determination of ileal digestibility coefficients.
Addition of multienzimatic complex Vegpro promoted an average increase of the ileal
apparent digestibility coefficients of DM, CP, GE and fat of the diets by 4.8%, 1.3%, 4.8%
and 6%, respectively. However, the largest increases of the ileal digestibility were obtained
with the diets with extruded soybean, sub processing, 10.7% (DM), 4.2% (CP), 11.4%, (GE)
and 17.55% (fat). Addition of multienzimatic complex Vegpro also improved the average of
ileal digestibility of NDF, ADF and hemicellulose, 10.60; 23.05 and 6.39%, respectively and
IDEap by 4.95% and MEap by 2.69%.
xii
1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas a avicultura brasileira, graças aos avanços tecnológicos, vem
ocupando o segundo lugar na produção mundial de carne de frango. Para isto, os nutricionistas
têm buscado alternativas que tornem as formulações das dietas mais eficientes e econômicas,
uma vez que do custo de produção do frango de corte, a alimentação corresponde aos maiores
gastos.
Uma das possibilidades para aumentar a eficácia da produção animal é o uso de enzimas
exógenas nas dietas, que representa um dos principais avanços na nutrição, com notável
aplicação nas dietas para suínos e aves.
Na Europa, as principais fontes energéticas em rações de aves e de suínos são
provenientes do trigo e da cevada. Esses grãos possuem baixa disponibilidade de energia e são
ricos em polissacarídeos não amiláceos (PNA), os quais aumentam a viscosidade intestinal
prejudicando a digestão e a absorção dos nutrientes. A utilização de enzimas específicas em
dietas contendo esses tipos de alimentos tem melhorado a eficiência de produção das aves pela
melhoria da digestão e a redução de nutrientes excretados nas fezes, possibilitando reduzir os
níveis nutricionais com vantagens econômicas e ambientais.
No Brasil, porém, as dietas para monogástricos são à base de milho e de farelo de soja,
considerados alimentos de excelente digestibilidade e disponibilidade de aminoácidos. Essas
qualidades estão em função do processamento, em especial na soja, que representa mais de
70% da proteína na dietas para frangos de corte.
O uso da soja integral em substituição ao farelo de soja em dietas para aves tem sido
constante, pois apresenta proteína de alta qualidade e rica fonte de energia, devido a seu
conteúdo em óleo, apresentando-se como excelente fonte de proteína e de energia. Porém, para
1
a sua utilização se faz necessário a inativação dos fatores antinutricionais, sendo
desenvolvidos vários processamentos como tostagem a vapor e a seco, extrusão, micronização
e “jet-explorer”. A indústria usa diferentes metodologias para avaliar o adequado
processamento da soja, especialmente a solubilidade da proteína em hidróxido de potássio
(KOH) 0,2% buscando valores entre 75% e 90% e atividade da urease com valores entre 0,05
a 0,30; valores acima ou abaixo indicam processamento inadequado.
Pesquisas mostram que frangos de corte alimentados com dietas contendo soja extrusada
apresentaram melhor conversão alimentar que as aves que receberam dietas contendo soja
tostada (SAKOMURA, 1996). E a utilização de enzimas ou complexo multienzimático
adicionados em dietas à base de farelo de soja, e de soja integral submetidas a diferentes
processamentos (extrusão, tostagem) resultou no aumento da digestibilidade dos nutrientes e
do desempenho de frangos de corte (ZANELLA et al., 1998).
Diversas pesquisas estão sendo realizadas visando conhecer o efeito da adição de
enzimas microbianas exógenas, sobre a digestibilidade de nutrientes dos diferentes alimentos
constituintes das dietas para aves.
Os objetivos do presente trabalho foram:
1) determinar os efeitos da adição de complexo multienzimático (protease, amilase e
celulase), em dietas à base de milho e diferentes sojas extrusadas, sobre a digestibilidade ileal
aparente da matéria seca, da proteína bruta, da energia, da gordura, da fibra em detergente
neutro e ácido, bem como, os valores de digestibilidade ileal e de metabolizável aparente da
energia, mediante ensaio biológico, utilizando pintos de corte;
2) determinar os efeitos da adição de complexo multienzimático (protease, amilase e
celulase), em dietas à base de milho e de diferentes sojas extrusadas sobre o desempenho de
pintos de corte.
2
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. As enzimas
As enzimas são proteínas especiais produzidas dentro das células dos organismos vivos,
envolvidas em todos os processos naturais. Servem para auxiliar a digestão, rearranjar
moléculas, processar nutrientes, produzir energia, dar destino a produtos residuais e
apresentam grande especificidade (STRYER, 1987). As enzimas se subdividem em categorias
de acordo com os compostos sobre os quais agem ou com o tipo de reação que controlam. O
fato de se conhecer as condições ideais de produção para esses microorganismos hospedeiros
favorece a produção da enzima em grande escala. Os principais microorganismos hospedeiros
usados e o produto de sua ação são mostrados na tabela 1.
Tabela 1 - Principais microrganismos, suas enzimas e seus respectivos produtos ação
Enzima Organismo produtor Aplicação
Amilase
Bacillus subtilis, Aspergillus niger
Hidrolise do amido
Lípase
Rhizopus páncreas
Hidrolise de lipídeos
Celulase
Trichoderma viride
Hidrólise da celulose
Xilanase
Trichoderma longibrachiatum
Hidrolise de hemicelulose
Fitase
Aspergillus niger
Hidrolise do acido fítico
Outras enzimas como a pentosanase (arabinoxilanase) e a ß-glucanase são geralmente
adicionadas às dietas a base de trigo e de centeio para reduzir os efeitos das pentosanas
(arabinoxilanos), que não podem ser hidrolisadas pelas enzimas endógenas, causando perdas
de ganho de peso e baixa conversão alimentar aos animais (PLUSKE & LINDEMANN, 1998;
CHARLTON, 1996; VIVEROS et al., 1994; VRANJES et al., 1994).
3
Para o máximo efeito das enzimas, o ambiente de ação deve oferecer condições ideais,
pois podem ter sua atividade reduzida em função do pH e da viscosidade do trato
gastrintestinal. Segundo MARSMAN et al. (1997) pode existir interação entre certas enzimas,
onde a protease pode agir sobre açúcares neutros e a carbohidratase sobre proteínas afetando
ou não a digestibilidade dos nutrientes e sua resposta ao desempenho.
VIVEROS et al. (1994) avaliando a estabilidade de enzimas autoclavadas a temperatura
de 50, 70 e 90ºC não observou perda da atividade enzimática, provavelmente em função da
própria resistência da enzima ou devido a proteção oferecida pelo material usado na
autoclavagem. No entanto, GARY (1995) avaliando diferentes temperaturas de peletização (60
a 90° C) sobre a atividade das enzimas celulase, pentosanase, amilase bacteriana e amilase
fúngica, observou que a medida que se aumentava a temperatura a eficiência de ação das
enzimas era reduzida. Os dados sugerem que a celulase, a amilase fúngica e a pentosanase
podem ser peletizadas em temperaturas de até 80º C, e a amilase bacteriana até 90°C, sem
perda considerável de sua atividade, essas diferentes resistências a temperaturas estão em
função da atividade de água de cada alimento processado.
2.2. Efeito dos fatores antinutricionais
O valor nutricional dos alimentos pode ser determinado por análises químicas, porém,
a performance dos animais é o melhor indicador do valor real, pois os alimentos podem conter
fatores antinutricionais, que interferem na digestibilidade, absorção e utilização dos nutrientes.
As análises químicas convencionais não incluem estimativas da presença destes fatores.
Para as plantas, alguns destes fatores antinutricionais funcionam como proteção natural
ao ataques de fungos, bactérias, insetos e pássaros. Há indicações que os efeitos desses fatores
provocam distúrbios digestivos nos microrganismos e insetos atuando de modo similar em
aves e suínos. A eficiência de utilização dos nutrientes contidos nos alimentos está diretamente
ligada à possibilidade da inativação e/ou dos fatores antinutricionais, proporcionando ainda,
menor poluição ambiental e redução no custo de produção.
4
2.2.1. Polissacarídeos não amiláceos
Os polissacarídeos não amiláceos (PNA) são polímeros de monossacarídeos, sendo
classificados em três grupos principais, como: celulose, polímero de não celulose (xilulose,
mamanose, β-glicanos, arabinolixanos) e pectina (arabinose e galactanos). Estes podem
constituir a fibra do grão, que apresentam diferentes quantias de PNA solúvel e insolúvel e
oligossacarídeos, além de uma grande diferença na estrutura e nas características físico-
químicas.
Em especial os polissacarídeos não amiláceos solúveis (PNAs) estão associados com o
aumento da viscosidade intestinal, que interferem na difusão dos nutrientes e das enzimas
digestivas e suas interações com a mucosa intestinal. Estes efeitos têm relação com as cargas
negativas e positivas, que dão as características hidrofóbicas e hidrofílicas dos PNA e quando
em solução tendem a se ligar às superfícies dos alimentos, da micela de lipídeos e do
glicocálix da mucosa intestinal (ANNISON & CHOCT, 1994).
Outros efeitos como o aumento ou diminuição da taxa de trânsito do alimento e
interação com a microflora bacteriana podem ocorrer, CHOCT (2002).
Na Europa, as dietas para animais monogástricos são à base de trigo, de cevada, de
centeio e pequena quantidade de grãos de leguminosas, como a soja. No Brasil, as dietas são
compostas de milho e de farelo de soja, mostrando-se bastante eficientes em energia e em
níveis protéicos. Esses grãos apresentam em sua composição, PNAs que variam entre os
diferentes tipos de grãos, como mostrado na tabela 2.
Tabela 2 - Níveis e tipos de PNA presentes em alguns grãos
Alimento PNA
total
Celulose Abinoxilanos β-Glucanos Arabinose Xilose Manose
Trigo Solúvel 2,4 -- 1,8 0,4 -- -- Traço
Insolúvel 9,0 2,0 6,3 0,4 -- -- traço
Total 11,4 -- -- -- -- -- --
Cevada Solúvel 4,5 -- 0,8 3,6 -- -- traço
Insolúvel 12,2 3,9 7,1 0,7 -- -- 0,2
Total 16,7 -- -- -- -- -- --
Milho Solúvel 0,1 -- 0,1 traço -- -- --
Insolúvel 8,0 2,0 5,1 -- -- -- 0,2
Total 8,1 -- -- -- -- -- --
Soja Solúvel 2,7 -- -- -- 0,5 0,1 0,2
Insolúvel 16,5 4,4 -- -- 2,4 1,7 0,7
Total 19,2 -- -- -- -- -- --
Adaptado de SMITS & ANNISON (1996), PLUSKE & LINDEMANN (1998) e CHOCT (2002).
5
Os oligossacarídeos presentes na soja, como a rafinose, a sucrose e a estaquiose não
podem ser digeridos no intestino delgado das aves, devido a falta da α-1,6 galactosidase.
Porém estes oligossacarídeos têm máxima digestão ao nível de ceco, graças às enzimas
microbianas (COON et al., 1990). Estes autores avaliando a digestibilidade da rafinose, da
sucrose, da estaquiose, da celulose e da hemicelulose em dietas de frangos a base de farelo de
soja e de farelo de soja sem oligossacarídeos e carboidratos solúveis, extraídos com etanol a
80% (FSEE), observaram que a maior digestibilidade para os parâmetros avaliados ocorria
após o íleo, com menor intensidade para a celulose e a hemicelulose. Porém, para as dietas a
base de FSEE a digestibilidade da celulose e da hemicelulose foi significativamente
melhorada; essa melhora foi devida ao maior tempo de trânsito do alimento e do aumento do
pH cecal, que forneceu condições ideais para o desenvolvimento da microbiota, aumentando
conseqüentemente o valor da energia metabolizável corrigida pelo nitrogênio (EMAn) e a
digestão da fibra.
Segundo PLUSKE & LINDEMANN (1998) de 10 a 30% da fibra dietética total é
representada por proteína, como as glicoproteínas e lectinas. Especialmente em dietas para
animais monogástricos, esta proteína permanecerá encapsulada dentro da matriz
polissacarídica, portanto indisponível para o animal. A liberação desta proteína por enzimas
exógenas específicas pode aumentar a disponibilidade de aminoácido para os animais.
2.2.2. Lectinas
As lectinas são proteínas encontradas na maioria das plantas e são freqüentemente
denominadas de hemaglutininas, devido a sua capacidade de provocar a aglutinação de
hemácias em várias espécies. Possuem alta capacidade de se ligarem a carboidratos específicos
localizados na superfície das células, principalmente nas células do duodeno e jejuno,
causando sérios danos à parede intestinal.
A maioria das lectinas é capaz de resistir a ação enzimática do trato digestivo.
MAENZ et al. (1999), demonstraram que 60% das lectinas da soja chegam intactas ao
intestino e se ligam a carboidratos das membranas. A lectina da soja tem maior afinidade em
se ligar ao N-acetyl-D-galactosamina, carboidrato este presente na borda em escova dos
enterócitos.
6
Segundo MAENZ et al. (1999), as lectinas, depois de ingeridas, se ligam a
carboidratos da membrana e provocam desorganização e destruição dos microvilos,
aumentando assim o turnover das células intestinais. Esta desestruturação acaba interferindo
seriamente na digestão e na absorção dos diversos nutrientes, reduz a secreção de enzimas
pelos enterócitos, provoca hipersecreção de proteína endógena com maior produção de muco e
perdas de proteínas plasmáticas para o lúmen intestinal. Por tudo isto, estima-se que as
propriedades antinutricionais das lectinas respondem, pelo menos, por 25% da redução no
crescimento observado em ratos alimentados com dietas a base de feijão cru
.
Os efeitos deletérios destes fatores sobre o desempenho animal foram observados por
OLIVEIRA et al. (2000), quando testaram dois tipos de dietas à base de milho e de soja com
6% Leucena cunnigam ou Leucena leucoceplala, observaram redução no ganho de peso e
aumento na conversão alimentar de frangos de corte.
2.2.3. Inibidores de proteínas
Os inibidores de proteínas são peptídeos capazes de se complexarem com as enzimas
proteolíticas pancreáticas, tornando-as inativas. Estão classificados em 13 famílias, sendo seis
derivadas de plantas e destas apenas dois apresentam importância na produção animal. Eles
são essencialmente competitivos e o complexo inibidor-enzima formado não possui atividade
enzimática para qualquer que seja o substrato.
Os dois principais inibidores de proteases presentes na soja, Kunitz e Bowman-Birk,
constituem aproximadamente 6% da proteína bruta da soja. O inibidor Kunitz apresenta peso
molecular ao redor de 20.000 com duas pontes dissulfeto e especificidade direta pela tripsina,
sendo mais sensível ao processamento térmico. O inibidor Bowman-Birk tem peso molecular
de aproximadamente 8.000 e sete pontes dissulfeto, com capacidade de inibir tanto a tripsina
quanto a quimotripsina; porém é mais termoestável que o Kunitz.
A redução do crescimento, causada pelos inibidores de proteínas, pode ser,
parcialmente, explicada pela redução na digestibilidade das proteínas da dieta. Segundo
SMITHARD (2002), esses inibidores de proteínas se caracterizam por terem sítio de ligação
com a tripsina e a quimotripsina que forçam automaticamente maior produção destas enzimas
7
endógenas pelo pâncreas, estimulado pela maior produção de colecistoquinina, em
conseqüência disto o aumento do volume pancreático.
CLARKE E WISEMAN (2000), estudaram o efeito da inclusão de quatro amostras
comerciais de soja integral, em três níveis (200, 400 e 600g/kg de dieta), com diferentes níveis
de inibidores de tripsina (IT) - 3,4; 1,7; 3,6 e 1,1mg/g de amostra, em dietas para pintos de
corte de 19 a 25 dias de idade. Observaram que, mesmo os níveis de IT estando dentro da
faixa tolerável, as amostras com maiores níveis de inclusão provocaram aumento do pâncreas.
2.3. Processamento de soja integral e suas implicações
A soja integral, devido as suas excelentes características nutricionais aliadas ao alto teor
protéico, tem sido amplamente estudada para sua inclusão em dietas de aves e suínos. Porém
para demonstrar toda sua qualidade faz-se necessário a inativação dos fatores antinutricionais
presentes no grão de soja (DUDLEY-CASH, 2003), sendo os principais as hemaglutininas ou
lectinas, os inibidores de proteínas ou antitripsínico (DIAA EL-DIN & FARAG, 1998). De
acordo com JORGE NETO (1992), existem sete métodos de processamento da soja integral:
tostagem por tambor rotativo, tostagem por vapor úmido, tostagem por vapor seco, tostagem
por “jet sploder”, micronização, extrusão seca ou úmida e microondas.
A extrusão é um tipo de processamento muito eficiente, uma vez que provoca o
rompimento da parede celular propiciando maior exposição dos nutrientes e provocando a
gelatinização dos componentes amiláceos, a desnaturação das proteínas e o cisalhamento e
reestruturação de produtos expandidos dispensando a moagem do produto.
No processamento de tostagem, o cozimento se faz através de uma fonte de calor. O
tempo de cozimento do grão de soja e a temperatura variam de acordo com o tipo de
equipamento utilizado, havendo necessidade de moagem do produto final.
A micronização consiste num processo onde o grão de soja crua é submetido ao
aquecimento por vapor indireto a uma temperatura de ± 165ºC por 2 a 3 minutos, após o
aquecimento, é retirada a casca do grão da soja que em seguida é submetida a um processo de
moagem por rolos (micronização) até atingir uma granulometria final de ± 30 microns.
A disponibilidade dos nutrientes da soja processada depende do tipo e qualidade do
processamento empregado. Geralmente a inativação da atividade do inibidor de tripsina pelo
8
tratamento térmico é acompanhada pelo aumento concomitante na taxa de utilização da
proteína (TUP).
As sojas processadas mais utilizadas são a tostagem e a extrusão (WALDROUP, 1982),
porém a maior quantidade, geralmente, é processada pelas granjas produtoras e pequena
quantidade pela indústria (SAKOMURA, 1996).
BHATACHARYA (1988) citado por MARSMAN et al. (1997), cita que durante a
tostagem e principalmente durante a extrusão ocorre aumento da exposição das proteínas,
permitindo maior ação das enzimas proteolíticas, que levaria a maior utilização dos nutrientes
pelos animais. Além de provocar o rompimento da parede celular propiciando maior
exposição dos nutrientes da soja, dispensando assim a moagem do produto. Outro beneficio é
a liberação dos tocoferois naturais que atuam como antioxidantes, melhorando a qualidade do
produto final, já que a soja extrusada apresenta alto teor de extrato etéreo. Segundo
MARSMAN (1997), a digestibilidade dos nutrientes apresenta grande relação com o tipo de
processamento, pois, estudando o uso de soja extrusada e da soja tostada em dietas para
frangos de corte de 1 a 21 dias de idade observou que as dietas formuladas com soja extrusada
apresentaram significativamente maior digestibilidade da proteína bruta, do amido e dos
polissacarídeos não amiláceos (PNA), as dietas a base de soja tostada. Estas diferenças
nutricionais com diferentes processamentos, também foram observadas por CAFÉ (1993),
onde o processo de micronização, seguido pelo de extrusão, proporcionam melhores
resultados no aproveitamento do extrato etéreo do grão de soja integral.
VIOLA et al. (1998) testando dietas formuladas com soja integral e com soja integral
tostada em duas diferentes temperaturas, com a atividade ureática de 1,98, 0,04 e 0,02 e a
solubilidade protéica, 89,84, 78,10 e 68,96, respectivamente, observaram que a palatabilidade
das dietas melhoram com o processamento, entretanto como o excesso de temperatura causava
perda de solubilidade, devido a formação da reação de Maillard e como conseqüência; o
aumento no consumo de alimento pelos animais.
9
2.4 Amido resistente
Foram identificadas três frações principais de amido resistente as enzimas de
endógenas: A Tipo I se refere ao amido ligado fisicamente com a matriz dos alimentos (ie.,
grânulos de amido encapsulados dentro das células de endosperma) que é inacessível a
enzimas amilolíticas. Tipo II representa o amido granular nativo, cuja resistência às enzimas é
designada pela sua densidade e estrutura parcialmente cristalina, que pode ser superado pela
gelatinização. Gelatinização se refere ao rompimento das moléculas dentro de grânulos de
amido, quando aquecidos na presença de água resulta em grânulos inchados, perdendo
cristalinização e o aumentando em extensão a hidrolise da amilase e glucoamilase. Porém ao
resfriar, os dois componentes do amido, a amilose e amilopectina, começam a se reassociar.
Este processo é chamado retrogradação, que impossibilita o retorno ao estado original ao
resfriar ou hidratar-se. Desta forma, resultando em material insolúvel e resistente a hidrólise
de enzimas amiloliticas (amido resistemte tipo III).
A reação de Maillard é um produto formado durante tratamento de calor dos alimentos,
representando outro tipo de ligação protéica também resistente às enzimas digestivas de
animais monogástricos. Essa reação é uma glicosilação catalisada pelo calor, ou glicação
associada com a ligação covalente entre os açúcares reduzidos e o grupamento amino dos
aminoácidos, formando as proteínas glicadas. Apesar das vantagens do tratamento pelo calor
empregadas no processamento de alimentos animais (ie., destruição de organismos
patogênicos, decomposição de fatores antinutricionais) como a peletização, extrusão e
tostagem poderiam conduzir a perdas em aminoácidos disponíveis (lisina, arginina, treonina).
Neste contexto, a atividade de certos tipos de enzimas provenientes dos
microorganismos seria capaz de quebrar estas estruturas resistentes, resultando em grandes
economias.
2.5. Métodos para Avaliar a Qualidade da Soja
É bem conhecido que a soja deve receber tratamento térmico para destruir seus vários
fatores antinutricionais. O desafio é saber qual a quantidade exata de calor necessária para
garantir maior qualidade nutricional deste ingrediente. Quantidades de calor insuficiente no
processamento não eliminam adequadamente os fatores antinutricionais e o superaquecimento
10
pode resultar na destruição de alguns aminoácidos ou provocar reações que os tornam
indigestíveis (reação de Mailard).
Para assegurar a qualidade dos produtos derivados da soja é necessária a avaliação do
tratamento térmico. O método mais utilizado para avaliar o processamento do farelo de soja é
o índice de urease, que é usado como indicador indireto da presença de fatores antinutricionais
e indica processamento inadequado (subaquecimento) do farelo de soja. A urease é uma
enzima que é destruída em condições térmicas semelhantes aos inibidores de proteases e
lectina. Em boas condições de processamento espera-se uma diferença de pH, no índice de
urease, de 0,05 a 0,30.
Para detectar se houve superaquecimento utiliza-se a solubilidade da proteína em KOH
0,2% (PARSONS et al., 1991). A soja crua possui solubilidade próxima de 100% e com o
aquecimento esta solubilidade diminui, de forma que a solubilidade abaixo de 75% já
evidencia superaquecimento da amostra, sendo o ideal um valor maior que 75 e menor que
90%.
Outro método que esta sendo empregado é o chamado índice de dispersibilidade da
proteína (PDI), que mede a solubilidade da proteína em água após centrifugação. Segundo
BATAL et al. (2000), farelos de soja que apresentaram PDI de 45% ou inferior sofreram
processamento térmico adequado.
2.6. Efeitos da adição de enzimas em dietas animais
Aproximadamente dois bilhões de toneladas de grãos de cereais e 140 milhões de
toneladas de grãos de legumes e óleos são anualmente produzidos em todo mundo. Deste
total, cerca de 230 milhões de toneladas são de material fibroso, distribuídos numa variedade
de subprodutos. Parte deste total, a “fibra dietética” presente dentro destes grãos é usada de
forma ineficiente pelos animais (PLUSKE & LINDEMANN 1998).
De acordo com CHARLTON (1996), o Reino Unido e a Irlanda fazem uso de enzimas
exógenas em 90 a 95 % de todas as dietas para frangos de corte, visto que os alimentos usados
são à base de trigo e de cevada, a fim de melhorar a utilização destes cereais e reduzir a
quantidade de resíduos não aproveitados, ou seja, perda de nutrientes. A pentosanos
(arabinoxilanos), bem como ß-glucanos, presentes no trigo, na cevada e no centeio, não podem
11
ser hidrolisadas pelas enzimas endógenas dos sistemas digestivos de aves e suínos, o que
causa piora na conversão alimentar com perdas de nutrientes. Porém, nos países europeus se
observa aumento na utilização de novos tipos de grãos, especificamente os de leguminosas que
apresentam altos valores energéticos e protéicos. Conforme PUGH & CHARLTON (1995),
cerca de 15% das dietas para aves nos países europeus são compostas de soja, e em outros
países ela é base fundamental das formulações de ração, o que se faz necessário a preparação
de novas enzimas exógenas para este tipo de proteína vegetal, realçando seu valor nutritivo
para os animais.
O uso de enzimas em rações é uma realidade e vários autores têm mostrado seus
benefícios, tanto na melhora da digestibilidade de nutrientes quanto na melhora do
desempenho dos animais.
MARSMAN et al. (1997) fazendo uso de enzimas em rações a base de farelo de soja e
de soja integral extrusada para frangos de corte, observaram que a presença de enzimas
melhorava a digestibilidade da proteína bruta em 1,8% de forma significativa quando
comparada a não adição de enzimas. Essa melhora da digestibilidade da proteína bruta
(CDPB) nem sempre é seguida pelo aumento de digestibilidade de todos os aminoácidos,
como observado por ZANELLA et al. (1999b), que obtiveram melhora de 2,9% na CDPB, não
sendo acompanhado pelos aminoácidos metionina, lisina e arginina, importantes em dietas a
base de milho e de farelo de soja para frangos de corte, mas para valina e treonina a melhora
foi de 2,3 e 3,0 %, respectivamente.
A utilização de enzimas nas dietas se faz de diversas formas, individuais ou na forma de
complexos multiezimáticos, que podem apresentar benefícios em função do tipo de dietas e
processamento dos componentes da ração. NERY et al. (2000) trabalhando com leitões de 10 a
30 kg de peso recebendo dietas à base de milho e de farelo de soja suplementada com amilase,
protease e lipase separadas ou em complexo, não observaram efeitos no consumo de ração e
no ganho de peso dos animais, porém a conversão foi melhor com a adição de protease. Essa
melhora no desempenho dos animais foi também observado por ZANELLA et al. (1999b),
quando utilizou um complexo multienzimático composto de protease, de amilase e de xilanase
em rações para frangos de corte, com aumento de 1,9 e 2,2 % para o ganho e a conversão
alimentar, respectivamente. Isso mostra os efeitos benéficos da adição de enzimas em dietas
para animais.
12
A suplementação enzimática pode ser usada com o objetivo de aumentar os níveis
energéticos das rações ou para incrementar a utilização dos nutrientes pelos animais. GARCIA
et al. (2000) fazendo uso de dietas a base de farelo de soja e de soja integral extrusada
suplementadas com enzimas para frangos de corte de 1 a 42 dias de idade obtiveram melhora
na utilização de energia metabolizável de 9 %. Já NY et al. (1998) buscando reduzir o custo da
ração para poedeiras fez uso de duas dietas; uma com 2.870 kcal/kg e 17,5 PB% a base de
milho e farelo de soja e outra com redução de 3,5 % no teor energético e mesmo teor protéico,
contendo em sua composição farelo de trigo e suplementada com enzima, obtiveram
desempenho semelhante as aves que receberam as rações com alto teor energético, mas com
redução no custo de produção de 5,2 %.
A utilização de enzimas em dietas para aves e para suínos além de melhorar o
desempenho e aumentar a disponibilidade e digestibilidade de nutrientes, contribui também
para a redução da contaminação do meio ambiente, principalmente por nitrogênio e fósforo,
que são considerados os dois principais nutrientes eutrofizadores; visto que na avicultura a
produção destes são consideráveis.
13
CAPÍTULO 1
ADIÇÃO DE COMPLEXO MULTIENZIMÁTICO EM DIETAS A BASE DE
DIFERENTES SOJAS EXTRUSADAS SOBRE A DIGESTIBILIDADE DE
NUTRIENTES E VALORES ENERGÉTICOS EM PINTOS DE CORTE
1. INTRODUÇÃO
A digestibilidade e a absorção dos nutrientes estão em função do tipo de ingredientes
que compõem a dieta e suas características físico-químicas.
O componente, “fibra dietética” pode influenciar significativamente a digestibilidade
dos nutrientes, pois o aumento dos PNA (arabinose, ramanose, frucose???) e dos
oligossacarídeos (estaquiose, vergascose, rafinose) presentes na soja integral podem reduzir a
digestibilidade da matéria seca, dos lipídios e dos minerais, além de favorecer o aumento da
proliferação de microrganismos no trato gastrintestinal . Estes efeitos são provocados pelo
aumento da viscosidade intestinal e da complexação com certos nutrientes (ALONSO et al.,
2001; IRISH et al., 1995; REFSTIE et al., 1999).
O processamento recebido pela soja integral também influenciará a maior ou a menor
digestibilidade dos PNA, da proteína e dos lipídios, pois vários trabalhos já demonstraram que
a soja integral extrusada apresenta maior digestibilidade destes nutrientes que a soja
autoclavada e a soja tostada (MARSMAN et al., 1997; SAKOMURA, 1996; WHITE et al.,
1967). Essa melhora ocorre devido a maior exposição dos nutrientes à ação enzimática, à
14
redução da viscosidade e a redução dos fatores antinutricionais (lectinas, taninos e fitato)
(ALONSO et al., 2001; MARSMAN et al., 1997; WHITE et al., 1967).
A utilização de enzimas em dietas a base de soja integral e de farelo de soja é cada vez
mais estudada e utilizada. Tais estudos indicam efeitos benéficos na digestibilidade dos
nutrientes e aumento da energia na dieta.
O uso de enzimas, celulase e protease, em dietas a base de soja extrusada e de soja
tostada para frangos de corte, aumentaram a digestibilidade da proteína bruta e dos
polissacarídeos não amiláceos (MARSMAN et al. 1997). PUGH & CHARLTON (1995),
utilizando um complexo multienzimático composto de celulase, protease e xilanase (1kg/ton)
em dietas a base de farelo de soja (48% PB), para frangos de corte, observaram aumento de
7,2% no valor de energia metabolizável.
A adição de enzimas e o tipo de processamento da soja podem contribuir para melhor
utilização da energia e dos nutrientes das dietas, favorecendo o desempenho dos animais.
Este trabalho foi desenvolvido com objetivo de avaliar os efeitos da adição de complexo
multienzimático (protease, amilase e celulase), em dietas à base de diferentes sojas extrusadas
sobre os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes e dos valores de energia metabolizável
das dietas.
15
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia
da Universidade Federal de Viçosa - MG, no período de outubro a dezembro de 2002,
utilizando-se os métodos de coleta total e de coleta ileal.
A temperatura média registrada foi de 27,7°C e a média das mínimas e máximas foi de
24,8 e 30,6°C, respectivamente.
Foram utilizados 288 pintos de corte, macho, da linhagem Avian Farms, com oito dias
de idade e peso médio inicial de 147 g. As dietas a base de milho e soja extrusada foram
formuladas para conter níveis sub ótimos de proteína, lisina e de metionina + cistina para
facilitar a detecção de diferenças no valor nutritivo das dietas, Tabela 1.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 3 x 2
(três diferentes sojas extrusadas × sem e com suplementação de complexo multienzimático –
CM), num total de seis tratamentos com oito repetições de 6 aves por unidade experimental
(Tabela 2).
As sojas extrusada subprocessada, normal e superprocessada (Tabela 3), foram incluídas
na proporção fixa de 34% nas rações experimentais
O complexo multienzimático (Allzyme Vegpro
®
) era composto de celulase, de amilase
(3%) e de protease (3%), sendo usado 500 mL/ton de dieta, de acordo com as recomendações
da indústria. As dietas receberam inclusão de 0,5 % de Óxido Crômico (Cr
2
O
3
), como
indicador indigestível para a determinação do fator de digestibilidade.
16
Tabela 1 - Composição percentual, química e valor nutricional das dietas experimentais (na
matéria seca)
Ingredientes %
Milho 54,634
Soja Integral extrusada (subprocessada, normal e superprocessada) 34,000
Farelo de soja 7,000
Calcário 1,000
Fosfato bicálcico 1,840
L –lisina HCl 99% 0,050
DL – Metionina 99% 0,150
Sal 0,500
Mistura vitamínica
1
0,100
Mistura mineral
2
0,050
BHT (Butil Hidroxi Tolueno) 0,010
Coccidicida (salinomicina 12%) 0,050
Surmax 100 (avilamicina 10%) 0,006
Cloreto de colina 60% 0,060
Óxido de cromo 0,500
Amido
3
0,050
TOTAL 100,000
Valores calculados
Energia Metabolizável
(kcal/kg) 3.150
Proteína bruta (%) 20,80
Cálcio (%) 0,960
Fósforo disponível (%) 0,450
Sódio (%) 0,220
Met+Cist digestível (%) 0,720
Met+Cist total (%) 0,800
Lisina digestível (%) 1,004
Lisina total (%) 1,112
Treonina digestível (%) 0,715
Treonina total (%) 0,822
Triptofano digestível 0,219
Triptofano total (%) 0,248
1
- Suplemento vitamínico - Rovimix (Roche )- Níveis de garantia por quilo do produto: vitamina A - 10.000.000
UI; vitamina D3 - 2.000.000 UI; Vitamina E - 30.000 UI; Vitamina B1 - 2,0g ; vitamina B6 - 4,0 g; Ac
Pantotênico - 12,0g; Biotina - 0,10g; Vitamina K3 - 3,0 g ; Ácido fólico - 1,0 g ; Ácido nicotínico- 50,0 g ;
Vitamina B12 - 15.000 mcg ; Selênio - 0, 25 g; e Veículo q. s. p. - 1.000g.
2
- Suplemento mineral - Roligomix (Roche ).- Níveis de garantia por quilo de produto : Manganês 16,0 g ; Ferro
- 100,0 g; Zinco – 100,0 g; Cobre - 20,0 g ; Cobalto - 2,0 g ; Iodo - 2,0 g; e Veículo q. s. p. - 1.000g.
3
- O complexo multienzimático substituiu o amido.
17
Tabela 2 – Especificações dos tratamentos realizados
Tratamento Processamento da
soja extrusada
Solubilidade em
KOH (%)*
Atividade de
urease*
Complexo
multienzimático
1 Subprocessada 91 0,5 Sem
2 Subprocessada 91 0,5 Com
3 Normal 88 0,05 Sem
4 Normal 88 0,05 Com
5 Superprocessada 66 0,0005 Sem
6 Superprocessada 66 0,0005 Com
* Análise realizada pela Cooperativa dos Granjeiros do Oeste de Minas (COGRAN), Para de Minas.
Tabela 3 - Composição química das sojas extrusadas (na matéria natural)
Soja extrusada
Parâmetro (%) Subprocessada Normal Superprocessada
Atividade da ureáse 0,50 0,05 0,0005
Solubilidade da proteína (%) 91 88 66
Matéria seca (%) 92,34 95,66 98,43
Proteína bruta (%) 37,04 36,87 39,35
Extrato etéreo (%) 19,27
+
20,78
+
21,29
+
Matéria mineral (%) 5,40 4,76 5,57
Cálcio (%) 0,30 0,25 0,36
Fósforo total (%) 0,67 0,49 0,70
+
extração da gordura por solvente
Até aos 07 dias de idade as aves receberam ração inicial para pintos de corte e foram
alojados em um galpão de alvenaria, de piso coberto com maravalha, segundo as
recomendações do manual da linhagem. Aos oito dias de idade, as aves foram transferidas
para baterias frias com 225 cm
2
de área (45cm de largura, 50 cm de comprimento e 40 cm de
altura), em estruturas metálicas, constituídas de compartimentos distribuídos em dois andares.
As baterias, em número de quatro, estavam dispostas em uma sala de 68 m
2
, com 2,8 m de pé
direito e grandes janelas de vidro. As aves receberam luz natural e/ou artificial durante 24
horas. Para maior conforto dos animais, foram utilizados dois aquecedores elétricos e uma
campânula a gás, à noite, durante todo o período experimental. As aves receberam água e
ração experimental a vontade.
18
O período experimental teve a duração de dez dias, sendo cinco de adaptação das aves às
baterias e às rações experimentais e cinco dias (13 a 18 dias de idade) para estimar o consumo
de ração e realizar a coleta total das excretas, com intervalo de 12 horas, para determinação
dos valores de energia metabolizável aparente e aparente corrigida pela retenção de nitrogênio
(EMAn).
Aos 19 dias, todas as aves de cada repetição foram abatidas por deslocamento cervical e
imediatamente disseccionadas para a obtenção da digesta da porção do íleo terminal, sendo a 5
cm da junção íleo-cecocólica até 25 cm em direção anterior ou em direção ao jejuno. Este
segmento foi seccionado transversalmente e seu conteúdo, retirado e colocado dentro de um
copo plástico.
As dietas, as digestas e as excretas foram acondicionadas em embalagens plásticas
devidamente identificadas, pesadas e armazenadas em freezer. Após a pré-secagem a 65°C,
por 72 horas, em estufa de ventilação forçada, as amostras foram moídas em moinho de 1mm
de mesh e imediatamente preparadas para as análises de matéria seca, de proteína bruta, de
energia bruta e de cromo.
As análises químicas das excretas, das digestas e das dietas foram realizadas no
Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da UFV, utilizando-se as
metodologias descritas por SILVA (1990).
Obtidos os resultados de análises de laboratório das dietas, da digesta e das excretas,
foram calculados os coeficientes de digestibilidade ileal aparente da matéria seca, da proteína
bruta e da energia bruta; os valores de energia digestível ileal aparente com base nos níveis de
cromo na dieta e digesta; e o fator de indigestibilidade.
Os valores de EMAn das dietas foram calculados por meio de equações propostas por
MATTERSON et al. (1965)
Os dados experimentais obtidos foram submetidos à análise de variância e a comparação
de médias analisada pelo teste de Student-Newman-keul’s (SNK), usando o programa
estatístico SAEG (2000).
19
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os coeficientes de digestibilidade ileal aparente da matéria seca (MS), da proteína bruta
(PB) e da energia bruta (EB) das dietas, são apresentados na Tabela 4.
Observou-se interação significativa entre a adição da enzima e o processamento da soja
extrusada para os coeficientes de digestibilidade da MS, da PB,e da EB.
Considerando os tratamentos sem a suplementação do complexo multienzimático (CM),
as dietas formuladas com soja extrusada normal (SEN) foram as que apresentaram os maiores
valores para os coeficientes de digestibilidade da MS, da PB e da EB (P>0,05), diferindo das
dietas contendo soja extrusada sub (SES) e superprocessada (SESP). Os coeficientes de
digestibilidade ileal da MS, da PB e da EB da dieta formulada com SESP foram melhores que
aqueles obtidos na ração com soja subprocessada. Avaliando as diferentes sojas extrusadas na
presença das enzimas, observou-se que a digestibilidade da MS na diferiu significativamente
entre os tratamentos. A PB e a EB as enzimas igualaram a digestibilidade as dietas com SES e
SESP, mostrando um efeito aditivo. As diferenças observadas nos diferentes tipos de soja
extrusada podem ser devidas às perdas de qualidade ocorridas durante o processamento. Para a
ração formulada com SES os valores de solubilidade da proteína em hidróxido de potássio
(KOH) 0,2% e da atividade ureática (AU) não estavam de acordo com o preconizado pela
ANFAR, (1985) os valores devem estar entre 75 a 90% e 0,05 a 0,30 para a solubilidade da
proteína em KOH e AU, respectivamente. Indicando, desta forma, que a temperatura e pressão
necessárias no processamento foram insuficientes para inativar os fatores antinutricionais
(lectinas, inibidores de proteínas, saponinas).
20
Tabela 4 - Efeito da adição de complexo multienzimático (CM) sobre o coeficiente de digestibilidade ileal aparente (CDI) da matéria seca
(MS), da proteína bruta (PB) e da energia bruta (EB) das dietas com soja integral extrusada, em pintos de corte
CDI MS %
Processamento da Soja Extrusada
CDI PB %
Processamento da Soja Extrusada
CDI EB %
Processamento da Soja Extrusada
Subprocessada Normal superprocessada Média Subprocessada Normal superprocessada Média Subprocessada Normal superprocessada Média
CM (-)
1
62,00
C b
70,13
A a
67,63
B b
66,58 76,63
C b
88,38
A a
80,50
B a
81,83
63,75
C b
74,00
A a
70,75
B a
69,50
CM (+) 68,63
A a
70,88
A a
69,88
A a
69,79
79,88
B a
88,25
A a
80,63
B a
82,92 71,00
B a
75,25
A a
72,25
B a
72,83
Média 65,31 70,50 68,75 78,25
C
88,31 80,56 67,38
74,63
71,50
Anova Probabilidade do teste F
Soja 0,001 0,001 0,001
Enzima
0,001 0,025 0,001
Soja*Enzima 0,001 0,008 0,001
CV (%) 3,07 1,96 2,74
21
A,B
Médias seguidas por letras distintas na mesma linha são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
a,b
Médias seguidas por letras distintas na mesma coluna são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
1
Complexo multienzimático: sem (-) e com (+) .
Os efeitos deletérios destes fatores foram observados por vários autores (D’MELLO, 2000;
OLIVEIRA, 2000; SMITHARD, 2002), onde verificaram que a presença destes causam uma
redução na atividade das enzimas digestivas, como tripsina e quimotripsina; lesão na mucosa
intestinal, diminuindo a capacidade de absorção e ainda pode ocorrer a desconjugação dos ácidos
biliares, diminuindo a emulsificação dos lipídios. Para a SESP os menores coeficientes de
digestibilidade foram, provavelmente, provocados pelo superaquecimento, que favorece a
complexação dos carboidratos com as proteínas, conhecida como reação de Mailard, reduzindo
os teores de nutrientes.
MARSMAN et al. (1997) obtiveram resultados semelhantes aos encontrados neste trabalho,
onde observaram que as dietas à base de soja extrusada apresentaram maiores coeficientes de
digestibilidade para a PB, para o amido e para os polissacarídeos não amiláceos (PNA) em
relação às dietas a base de soja integral tostada, demonstrando que o tipo e o adequado
processamento e determinante na digestibilidade dos nutrientes.
Segundo ALONSO et al. (2001) o processo de extrusão reduz a excreção fecal da MS e
promove aumento da absorção dos nutrientes, justificado pela redução dos fatores
antinutricionais.
Avaliando a adição do complexo multienzimático dentro dos diferentes tipos de soja
extrusada, constata-se a melhora da digestibilidade ileal da MS das dietas a base de SES de
10,70% e para a SESP de 3,33%. Para a digestibilidade da PB e EB, somente as distas com SES
obteve melhora, 4,24% e 11,37%, respectivamente. O efeito benéfico da adição de enzima na
melhora da digestibilidade também foi observado por MARSMAN et al. (1997) que obtiveram
com a adição de uma carboidratase e protease em rações a base de soja extrusada um aumento de
1,79 e 42% na digestibilidade da PB e do PNA, respectivamente. Essa melhora significativa na
digestibilidade de nutrientes com adição de enzimas também foi observado por ZANELLA et al.
(1998), SAKOMURA et al. (1998b) e NERY et al. (2000). GARCIA et al. (2000) não obtiveram
melhora significativa no coeficiente de digestibilidade da proteína bruta para dietas a base de
farelo de soja (8,2%) e farelo de soja mais soja extrusada (2,1%).
Observou-se também que a adição do CM foi capaz de igualar (P>0,05) os valores dos
coeficientes de digestibilidade para PB e EB das dietas à base de SES e SESP, mas não à dieta à
base de SEN. Porém, para a matéria seca, o CM igualou (P>0,05) os valores de digestibilidade
entre os diferentes tipos de soja, podendo indicar com isso que as enzimas foram efetivas em
22
reduzir os efeitos negativos dos fatores antinutricionais e da baixa qualidade das proteínas
presentes na SES e SESP, respectivamente.
Segundo HUO (1993), citado por THORPE & BEAL (2001), a utilização de enzimas
proteolíticas de origem fúngica e bacteriana, poderiam “in vitro”, inativar os inibidores de
tripsina e lectinas presentes na soja crua ou na soja extrusada processada em baixas temperaturas,
sendo as proteases de origem bacteriana mais efetivas na quebra dos inibidores de tripsina que as
de origem fúngica.
Quanto aos valores de digestibilidade ileal aparente da energia (Tabela 5), observou-se que
a dieta contendo SEN, sem a adição de enzimas, apresentou teor energético maior que as dietas
com soja extrusada sub e superprocessada; ao mesmo tempo em que a dieta formulada com SESP
apresentou 316,3 kcal/kg a mais que à dieta a base SES. Estas diferenças são, provavelmente,
devido às diferenças na qualidade do processamento.
Avaliando a adição das enzimas dentro dos diferentes tipos de soja extrusada, observou-se
que houve interação (P>0,01) entre os dois parâmetros, indicando que a presença do CM
aumentou os valores energéticos das dietas em 11,42%, 1,69% e 2,55% para as dietas formuladas
com SES, SEM e SESP, respectivamente. Essa melhora na utilização da energia pode ser devido
a maior digestibilidade da gordura, que apresentou aumento médio de 6% na digestibilidade ileal
e de 3,95% para a digestibilidade aparente. O maior efeito do CM na dieta formulada com SES,
pode ter sido devido ao maior efeito (P<0,01) obtido na digestibilidade da gordura, como
demonstrado na Tabela 6.
MARSMAN et al. (1997) fazendo uso de uma protease e uma carbohidratase em dietas à
base de soja extrusada e outra em dietas à base de soja tostada, para pintos de corte de 1 a 21 dias
de idade não observaram aumento significativo na digestibilidade da gordura (3,2%); obtendo
também com a extrusão digestibilidade acima de 99% para o amido.
Os valores de energia metabolizável aparente (EMA) e aparente corrigida pelo nitrogênio
(EMAn) das dietas para pintos de corte (Tabela 7) contendo soja extrusada com processamento
normal foram maiores (P<0,01), quando comparados aqueles das dietas à base de soja extrusada
sub e superprocessada. Já os valores de EMA E EMAn das dietas formuladas contendo soja
extrusada sub e superprocessada foram similares (P>0,01).
23
Tabela 5 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre os valores de energia
digestível ileal aparente (EDIap) das dietas com soja integral extrusada (kcal/kg de
MS), em pintos de corte
EDIap
Processamento da Soja Extrusada
Subprocessada Normal Superprocessada Média
CM (-)
1
2904,5
C b
3368,8
A b
3220,8
B b
3164,7
CM (+) 3236,1
B a
3425,6
A a
3302,8
B a
3321,5
Média 3070,3 3397,2 3261,8
Anova Probabilidade do teste de F
SE 0,001
Enzima 0,001
SE*Enzima 0,001
CV(%) 2,93
A,B
Médias seguidas por letras distintas na mesma linha são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
a,b
Médias seguidas por letras distintas na mesma coluna são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
1
Complexo multienzimático: sem (-) e com (+) .
Tabela 6 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre os valores da digestibilidade
ileal aparente da gordura (CDI Gordura) das dietas com soja integral extrusada, em
pintos de corte
CDI Gordura
Processamento da Soja Extrusada
CD Gordura
2
Processamento da Soja Extrusada
Subprocessada Normal superprocessada Média Subprocessada Normal Superprocessada Média
CM (-)
1
53,38
Cb
68,38
A a
63,13
B a
61,63 67,00
B b
76,50
A a
74,38
A a
72,63
CM (+) 62,75
B a
69,63
A a
63,63
B a
65,33 75,50
A a
76,63
A a
74,38
A a
75,50
Média 58,06 69,00
63,38 71,25 76,56
74,38
Anova Probabilidade do teste F
Soja 0,001 0,001
Enzima 0,002 0,004
Soja*Enzima 0,005 0,001
CV (%) 6,38 4,44
A,B
Médias seguidas por letras distintas na mesma linha são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
a,b
Médias seguidas por letras distintas na mesma coluna são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
1
Complexo multienzimático: sem (-) e com (+) .
2
CDap - obtido pelo método de coleta total de excretas
24
Tabela 7 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre os valores de energia
metabolizável aparente (EMA) e de energia metabolizável aparente corrigida pelo
nitrogênio (EMAn), das dietas com soja integral extrusada (kcal/kg MS), em pintos de
corte
EMA
Processamento da Soja Extrusada
EMAn
Processamento da Soja Extrusada
Subprocessada Normal superprocessada Média Subprocessada Normal superprocessada Média
CM (-)
1
2906,63 3057,75 2872,38 2945,58
b
2802,88 2949,13 2775,88 2842,63
b
CM (+) 2933,00 3127,88 3013,75 3024,88
a
2828,63 3019,38 2917,88 2921,96
a
Média 2919,81
B
3092,81
A
2943,06
B
2815,75
B
2984,25
A
2846,88
B
Anova Probabilidade do teste F
Soja 0,001 0,001
Enzima 0,010 0,036
Soja*Enzima 0,300 0,435
CV (%) 3,78 4,42
A,B
Médias seguidas por letras distintas na mesma linha são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
a,b
Médias seguidas por letras distintas na mesma coluna são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
1
Complexo multienzimático: sem (-) e com (+) .
As dietas suplementadas com CM apresentaram valores de EMA (2,69%) e de EMAn
(2,80%) superiores quando comparado com as dietas sem inclusão de enzima. Mas o maior
efeito foi para a dieta formulada com SESP, ocorrendo uma inversão em relação à energia
digestível ileal da dieta à base de SES. Este efeito pode ser justificado pelo aumento de amido
resistente, ocorrido durante o processamento, pois segundo BROWN (1996) citado por
ZANELLA et al. (1999b) o amido resistente em dietas é pouco digerido no intestino delgado,
mas sua digestão pode ser completada no seco e no cólon. Outra justificativa se deve ao fato da
presença de maiores quantidades de oligossacarídeos presentes na dieta formulada com SES,
devido o inadequado processamento de extrusão. De acordo com o trabalho de COON (1989), a
remoção dos oligossacarídeos do farelo de soja aumentaria a EMAn e a digestão da fibra no ceco
e cólon das aves, devido ao maior tempo de retenção da digesta no ceco e aumento do pH cecal,
fornecendo condições à fermentação microbiana.
25
Segundo IRISH et al. (1995) a adição de α-galactosidase e uma invertase em dietas a base
de farelo de soja para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, pode resultar em redução na
EMAn da dieta, que poderia ser explicado pela maior ação destas enzimas sobre os
monossacarídeos, como a xilose, que é absorvida mas não é metabolizada, sendo portanto
excretada na urina. Estes dados corroboram com o trabalho realizado por PUGH & CHARLTON
(1995), onde testaram CM composto de protease, amilase e xilanase em dietas a base de ervilha,
soja e farelo de soja para frangos de corte com três semanas de idade. Alimentados três vezes ao
dia pelo método da alimentação forçada, observando aumento da EMAn em 14,3; 9,2 e 4,1%,
respectivamente, com a adição das enzimas.
Essa melhora na utilização da energia foi também encontrada por outros autores. GARCIA
et al. (2000) trabalhando com rações a base de farelo de soja e de soja extrusada suplementadas
com enzimas (α-galactosidade, pectinases, celulase) para frangos de corte de 1 a 42 dias,
observaram melhora na utilização da energia metabolizável de 9%. CHARLTON (1996), HEW et
al. (1998) e DANICKE et al. (2000) também observaram esse beneficio.
As diferenças existentes entre os diversos trabalhos pode ser devidas ao tipo de enzima
usada e sua combinação, ao diferentes tipos de ingredientes que compõem a dieta, a fase de
criação das aves avaliadas e ainda o teor energético das dietas. SCHANG et al (1997) utilizando
duas dietas, uma a base de milho, e de farelo de soja atendendo 90 e 100% das exigências das
aves e outra composta de milho, de farelo de soja, de soja integral e de farelo de trigo atendendo
90 e 100% das exigências das aves, observaram que a suplementação enzimática nas dietas com
alta densidade nutricional não apresentavam melhora no valor de utilização da energia.
Para os coeficientes de digestibilidade ileal (CDI) da fibra em detergente neutro (FDN), da
fibra em detergente ácido (FDA) e da hemicelulose, apresentados na Tabela 8, pode se observar
que a dieta formulada com SESP foi a que apresentou o maior coeficiente de digestibilidade para
os três parâmetros (P<0,01), seguido da dieta formulada com SEN, porém, os CDI da
hemicelulose foram iguais entre as dietas a base de SEN e SES.
26
Tabela 8 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre o coeficiente de digestibilidade ileal aparente (CD) da fibra em detergente
neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e hemicelulose da digesta.
A,B
Médias seguidas por letras distintas na mesma linha são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
CDI FDN
Processamento da Soja Extrusada
CDI FDA
Processamento da Soja Extrusada
CDI Hemicelulose
Processamento da Soja Extrusada
Subprocessada Normal Superprocessada Média Subprocessada Normal Superprocessada Média Subprocessada Normal superprocessada Média
CM (-)
1
31,37 38,12 50,87 40,12
b
10,12 17,25 32,75 20,04
b
44,00 51,00
59,50
b
CM (+) 37,62 39,25 56,25 44,37
a
15,25 19,50 42,12 24,66
a
49,50 51,00 63,87
a
Média 34,50
C
38,68
B
53,56
A
12,68
C
18,37
B
36,00
A
46,75
B
51,00
B
61,68
A
Anova Probabilidade do teste F
Soja 0,001 0,001 0,001
Enzima 0,004 0,005 0,045
Soja*Enzima 0,299 0,543 0,342
CV (%) 11,66 24,67 10,42
54
,
79
a
51,50
b
27
a,b
Médias seguidas por letras distintas na mesma coluna são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05
).
1
Complexo multienzimático sem (-) e com (+).
Avaliando o efeito do CM dentro dos diferentes tipos de soja extrusada, nota-se que a
presença das enzimas melhorou a digestibilidade da FDN, FDA e hemicelulose em média
10,60; 23,05 e 6,39%, respectivamente. Essas diferenças no CDI das dietas a base de SESP em
relação as outras dietas podem ser devida a maior permanência desta no íleo provocada pelo
excesso de processamento e ação microbiana, pois segundo MARSMAN et al. (1997), o
aumento na intensidade de processamento poderia aumentar o PNA e ainda sua maior
permanência no íleo poderia sofrer fermentação bacteriana, proveniente do influxo de digesta
do ceco para o íleo.
Segundo COON et al. (1989) a remoção dos oligossacarídeos presentes no farelo de soja
aumentaria a digestibilidade da fibra, devido à redução da taxa de passagem e maior ação
bacteriana, aumentando o valor da EMAn. Ao mesmo tempo em que, o processo de extrusão
reduziria os oligossacarídeos em relação a outros tipos de processamento, como a tostagem
(ALONSO et al., 2001; MARSMAN et al., 1997), logo pode-se inferir que o inadequado
processamento ocorrido na SES não permitiria aumento de digestibilidade da fibra em relação
as outras dietas; além dos fatores antinutricionais que também são depressores da
digestibilidade. A melhora na digestibilidade com a adição de enzimas foi também observada
por BEDFORD (2000) e REBOLE et al. (1999).
Para os CD da FDN, FDA e hemicelulose das excretas, como demonstrado na Tabela 9,
observou-se interação significativa entre a adição do CM e as dietas com diferentes tipos de
soja extrusada. Sendo a dieta formulada com SESP a que apresentou a maior digestibilidade
em todos os parâmetros, com ou sem a adição CM.
Na ausência das enzimas, o CD da FDN e Hemicelulose das dietas à base de SEN foram
superiores que as dietas com SES, exceto para o CD da FDA. Porém, na presença do CM os
parâmetros se igualaram.
Os dados indicam que o CD da FDA foi menor tanto ao nível de íleo quanto ao nível de
ceco e de cólon.
28
Tabela 9 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre o coeficiente de digestibilidade aparente (CD) da fibra em detergente neutro
(FDN), da fibra em detergente ácido (FDA) e da Hemicelulose da excreta.
CD FDN
Processamento da Soja Extrusada
CD FDA
Processamento da Soja Extrusada
CD Hemicelulose
Processamento da Soja Extrusada
Subprocessada Normal Superprocessada Média Subprocessada Normal Superprocessada Média Subprocessada Normal superprocessada Média
CM (-)
1
21,12
Cb
27,00
Bb
48,62
Aa
32,25 6,87
B b
10,11
B a
31,87
A a
17,29 32,25
Cb
37,75
Bb
57,00
Aa
42,00
CM (+) 34,00
Ba
34,62
Ba
49,87
Aa
39,50 13,62
B a
11,12
B a
33,87
A a
18,50 44,25
Ba
48,62
Ba
59,37
Aa
50,75
Média 27,56 30,81 49,25
10,25 10,56 32,87 37,75 43,18 58,18
Anova Probabilidade do teste F
Soja 0,001 0,001 0,001
Enzima
0,001 0,35 0,001
Soja*Enzima 0,021 0,015 0,041
CV (%) 15,85 25,16 11,60
29
A,B
Médias seguidas por letras distintas na mesma linha são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
a,b
Médias seguidas por letras distintas na mesma coluna são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
1
Complexo multienzimático sem (-) e com (+) .
COON et al. (1989) demonstra que a digestibilidade e o sítio de maior fermentação dos
componentes da fibra ocorre no ceco e cólon das aves, onde observou que dietas a base de
farelo de soja apresentavam digestibilidade aparente (coleta total de excretas) de 9,2 % para
hemicelulose e 0% para celulose e para o de farelo de soja sem oligossacarídeos de 61,6%
para hemicelulose e 35% para celulose. Este mesmo autor concluiu que a digestibilidade ileal
aparente dos carboidratos solúveis totais é de 77,9% para o farelo de soja com 44% de
proteína bruta e aproximadamente, zero para o farelo de soja destituído de oligossacarídeo.
Avaliando a adição das enzimas dentro dos diferentes tipos de soja observa-se aumento
médio de 22,48; 6,99 e 20,83% para os CD para a FDN, FDA e hemicelulose,
respectivamente.
Não se observou efeito significativo do CM sobre FDN, FDA e hemicelulose dentro das
dietas a base de SESP. Mas, para as dietas formuladas com SEN e SES teve efeito
significativo, exceto para o Cd da FDA na dieta com SEN.
30
4. RESUMO E CONCLUSÕES
Realizou-se um ensaio biológico em baterias metálicas, utilizando-se o “método de
coleta total e o método de coleta ileal”, cujo objetivo foi determinar os coeficientes de
digestibilidade aparente da matéria seca, proteína bruta, energia bruta, gordura, fibra em
detergente neutro, fibra em detergente ácido, hemicelulose e os valores de energia digestível
ileal aparente, energia metabolizável aparente e aparente corrigida pelo nitrogênio. Foram
utilizados 288 pintos de corte, machos, da linhagem Avian Farms, com oito dias de idade, em
arranjo fatorial 3 x 2 (dietas à base de soja extrusada subprocessada, normal e
superprocessada × contendo ou não suplementação de complexo multienzimático -CM), num
total de seis tratamentos com oito repetições de 6 aves por unidade experimental. As excretas
foram coletas e pesadas durante cinco dias consecutivos. Aos 19 dias, todas as aves foram
abatidas com deslocação cervical e imediatamente disseccionadas para a obtenção da digesta.
Realizaram-se análises para determinação de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), energia
bruta (EB), gordura, fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e
hemicelulose.
Conclui-se que a adição do CM (protease, amilase e celulase), promoveu aumento médio
dos coeficientes de digestibilidade ileal aparente da matéria seca, da proteína, da energia e da
gordura das dietas de 4,8%, 1,3%, 4,8% e 6%, respectivamente. Entretanto, os maiores
aumentos da digestibilidade ileal, provocados pelo CM, foram obtidos com as dietas contendo
soja extrusada subprocessada, 10,7% (MS), 4,2% (PB), 11,4%, (EB) e 17,55% (gordura). As
enzimas melhoram a digestibilidade ileal do FDN, FDA e hemicelulose em média, 10,60;
23,05 e 6,39%, respectivamente.
As aves alimentadas com dietas contendo soja extrusada normal, apresentaram maiores
coeficientes de digestibilidade ileal dos nutrientes e valores de energia metabolizável (P<0,05)
que aquelas alimentadas com soja extrusada sub e superprocessadas, exceto para a variável
fibra. Os valores de energia metabolizável para pintos de corte alimentados com dietas
contendo sojas extrusadas sub e superprocessada foram similares (P>0,05).
31
CAPÍTULO 2
EFEITO DA ADIÇÃO DE COMPLEXO MULTIENZIMÁTICO EM DIETAS À BASE
DIFERENTES SOJAS EXTRUSADAS SOBRE O DESEMPENHO
DE PINTOS DE CORTE
1. INTRODUÇÃO
A busca pela eficiência alimentar com maior ganho tem sido incessante, para isso tem
voltado a atenção para a utilização da soja integral para os monogástricos. No entanto o grande
entrave é a presença de substâncias antinutricionais como os inibidores de tripsina, lectinas e
polissacarídeos não amiláceos (PNA), que são depressores do desempenho animal. Para
contrapor a estes fatores a extrusão surge como boa alternativa, capaz de melhorar o valor
biológico da soja integral. SAKOMURA (1998a) concluiu que frangos de corte alimentados
com dieta contendo soja integral extrusada apresentaram melhor desempenho do que aqueles
que receberam dietas com farelo de soja acrescida de óleo.
Uma alternativa seria a utilização de enzimas exógenas nas rações, que cada vez mais é
empregada, principalmente em países onde as dietas são à base de trigo, de centeio e de
cevada, objetivando- se a redução da viscosidade intestinal, melhora na utilização dos
nutrientes e aumento de desempenho, como demonstrado por vários trabalhos (GARCIA et al.,
2000; HEW et al., 1998; JARORI & SCHEIDELER, 1999).
As dietas à base de milho e de soja extrusada suplementadas com enzimas tem se
mostrado eficientes por favorecer melhoras significativas no desempenho de aves e suínos
(SCHANG et al., 1997; KITCHEN, 1997).
32
Esse trabalho foi desenvolvido para avaliar os efeitos da adição de complexo
multienzimático (protease, amilase e celulase), em dietas a base de milho e de diferentes sojas
extrusadas sobre o desempenho de frangos de corte.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia
da Universidade Federal de Viçosa, no período de outubro a dezembro de 2002.
A temperatura média registrada foi de 27,7°C e a média das mínimas e das máximas foi
de 24,8 e 30,6°C, respectivamente.
Foram utilizados 960 pintos de corte, machos, da linhagem Avian Farms, de 01 a 21 dias
idade, alojados em galpão de alvenaria, telado e coberto com telhas de amianto, subdividido
em boxes de 1,1 x 2,0 metros com cama de maravalha. As dietas à base de milho e de soja
extrusada foram formuladas para conter níveis sub ótimos de proteína e de lisina e de
metionina + cistina para facilitar a detecção de diferenças no valor nutritivo das rações, como
demonstrada na tabela 1.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 3 x 2
(três diferentes sojas extrusadas × sem e com suplementação de complexo multienzimático –
CM), num total de seis tratamentos (Tabela 2) com oito repetições de 20 aves por unidade
experimental.
As sojas extrusadas subprocessada, normal e superprocessada (Tabela 3) foram incluídas
nas proporções fixas de 34% nas dietas experimentais.
O complexo multienzimático (Allzyme Vegpro
®
) era composto de celulase, de amilase
(3%) e de protease (3%), sendo usado 500 mL/ton de dieta, de acordo com as recomendações
da indústria.
As aves e as dietas foram pesadas no início e no final da fase experimental (01 a 21
dias), para obter o ganho de peso, o consumo de ração e a conversão alimentar.
Foi registrada a mortalidade para ser considerada durante a correção dos dados de
desempenho. E o manejo de acordo com o manual da linhagem.
33
A avaliação estatística foi feita utilizando-se análise de variância e a comparação de
médias foi realizada mediante o teste de Student-Newman-Keul’s (SNK), usando o programa
estatístico SAEG (2000).
Tabela 1 - Composição percentual, química e valor nutricional das dietas experimentais (na
matéria seca)
Ingredientes %
Milho 55,134
Soja Integral extrusada (subprocessada, normal e superprocessada) 34,000
Farelo de soja 7,000
Calcário 1,000
Fosfato bicálcico 1,840
L –lisina HCl 99% 0,050
DL – Metionina 99% 0,150
Sal 0,500
Mistura vitamínica
1
0,100
Mistura mineral
2
0,050
BHT ( Butil Hidroxi Tolueno ) 0,010
Coccidicida (salinomicina 12%) 0,050
Surmax 100 (avilamicina 10%) 0,006
Cloreto de colina 60% 0,060
Amido
3
0,050
Total 100,000
Valores calculados
Energia Metabolizável
(kcal/kg) 3.150
Proteína bruta (%) 20,80
Cálcio (%) 0,960
P disponível (%) 0,450
Sódio (%) 0,220
Met+Cist digestível (%) 0,720
Met+Cist total (%) 0,800
Lisina digestível (%) 1,004
Lisina total (%) 1,112
Treonina digestível (%) 0,715
Treonina total (%) 0,822
Triptofano digestível 0,219
Triptofano total (%) 0,248
1
- Suplemento vitamínico - Rovimix (Roche ) - Níveis de garantia por quilo do produto: vitamina A -
10.000.000 UI; vitamina D3 - 2.000.000 UI; Vitamina E - 30.000 UI; Vitamina B1 - 2,0g ; vitamina B6 - 4,0 g;
Ac Pantotênico - 12,0g; Biotina - 0,10g; Vitamina K3 - 3,0 g ; Ácido fólico - 1,0 g ; Ácido nicotínico- 50,0 g ;
Vitamina B12 - 15.000 mcg ; Selênio - 0, 25 g; e Veículo q. s. p. - 1.000g.
2
- Suplemento mineral - Roligomix (Roche ).- Níveis de garantia por quilo de produto : Manganês 16,0 g ; Ferro
- 100,0 g; Zinco – 100,0 g; Cobre - 20,0 g ; Cobalto - 2,0 g ; Iodo - 2,0 g; e Veículo q. s. p. - 1.000g.
3
- O complexo multienzimático substituiu o amido.
34
Tabela 2 - Especificações dos tratamentos realizados
Tratamento Processamento da
soja extrusada
Solubilidade
(%)
atividade de
urease
Complexo
multienzimático
1 Subprocessada 91 0,5 Sem
2 Subprocessada 91 0,5 Com
3 Normal 88 0,05 Sem
4 Normal 88 0,05 Com
5 Superprocessada 66 0,0005 Sem
6 Superprocessada 66 0,0005 Com
* Análise realizada pela Cooperativa dos Granjeiros do Peste de Minas (COGRAN), Para de Minas.
Tabela 3 - Composição química das sojas extrusadas (na matéria natural)
Soja extrusada
Parâmetro (%) Subprocessada Normal Superprocessada
Atividade da urease 0,50 0,05 0,0005
Solubilidade da proteína (%) 91 88 66
Matéria seca (%) 92,34 95,66 98,43
Proteína bruta (%) 37,04 36,87 39,35
Extrato etéreo (%) 19,27
+
20,78
+
21,29
+
Matéria mineral (%) 5,40 4,76 5,57
Cálcio (%) 0,30 0,25 0,36
Fósforo total (%) 0,67 0,49 0,70
+
extração da gordura por solvente
35
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para todos os parâmetros de desempenho avaliados, ganho de peso, consumo de ração e
conversão alimentar, as aves alimentadas com dieta contendo soja extrusada, com
processamento normal (SEN), apresentaram melhor desempenho (P<0,05) quando comparadas
com as aves que receberam as dietas formuladas com soja extrusada subprocessada (SES) e
soja extrusada superprocessada (SESP), Tabela 4. No entanto, as aves alimentadas com dieta
contendo SESP apresentaram desempenhos similares (P>0,05) àquelas que receberam dieta à
base de SES. As diferenças observadas apresentam relação direta com o adequado
processamento, favorecendo a redução dos fatores antinutricionais e disponibilizando os
nutrientes para melhor ação enzimática. Essa qualidade de processamento pode ser observada
avaliando a solubilidade da proteína em hidróxido de potássio (KOH) 0,2% e a atividade de
urease (AU), segundo descrito em ANFAR (1985) a solubilidade em KOH deve estar entre 75
e 90% e a AU entre 0,05 e 0,30.
Para as dietas formuladas à base de SES, SEN e SESP foi observado peso relativo de
pâncreas de 0,699; 0,392 e 0,603 g/100g de PV, respectivamente. Indicando que as aves que
receberam dieta formulada com SES apresentaram maior peso de pâncreas (P<0,05). Essa
hipertrofia pancreática pode ser atribuída a compensação das perdas provocada pelos fatores
antinutricionais (lectinas, inibidores de tripsina e saponinas) encontrados na soja extrusada
subprocessada, da mesma forma ocorreu um aumento de peso do pâncreas das aves
alimentadas com a dieta à base de soja extrusada superprocessada, não diferindo
estatisticamente das aves alimentadas com dietas à base de soja extrusada normal, indicando
que corrigir as perdas de qualidades provocadas pelo super aquecimento, requer aumento de
metabolismo, desta forma seu peso. WHITE et al. (1967) também observou estas alterações
quando frangos de corte eram alimentados com dietas à base de soja crua.
36
Tabela 4 - Efeito da adição do complexo multienzimático (CM) sobre o consumo, ganho de peso e conversão alimentar em frangos de corte
alimentados com dietas com soja extrusada, no período de 1 a 21dias
Ganho de peso
Processamento da Soja Extrusada
Consumo de ração
Processamento da Soja Extrusada
Conversão Aimentar
Processamento da Soja Extrusada
Subprocessada Normal superprocessada Média Subprocessada Normal Superprocessada Média Subprocessada Normal superprocessada Média
CM (-)
1
457,93 636,49 468,75 526,31
b
821,53 896,56 833,63 852,92
a
1,80 1,41 1,78 1,65
a
CM (+) 479,18 663,33 480,53 546,57
a
821,94 890,56 830,56 848,87
a
1,71 1,34 1,73 1,58
b
Média 468,56
B
649,90
A
474,90
B
820,73
B
893,74
A
832,09
B
1,74
B
1,38
A
1,75
B
Anova Probabilidade do teste F
Soja 0,001 0,001 0,001
Enzima
0,020 0,790 0,010
Soja*Enzima 0,770 0,990 0,850
CV (%) 5,35 6,12 5,73
37
A,B
Médias seguidas por letras distintas na mesma linha são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
a,b
Médias seguidas por letras distintas na mesma coluna são diferentes pelo teste de SNK (P<0,05).
1
Complexo multienzimático sem (-) e com (+) .
Essas diferenças no desempenho com diferentes tipos de processamento também foi
observado por SAKOMURA (1998a), onde aves alimentadas com dietas formuladas com soja
integral tostada a vapor e soja integral extrusada apresentaram desempenho superior àquelas
alimentadas com dieta à base de farelo de soja. Essa diferença pode ser devida ao maior teor de
óleo na soja integral.
Avaliando a adição do CM dentro dos diferentes tipos de processamento de soja, observou-
se aumento (P<0,05) no ganho de peso de 4,64%, 4,22% e 2,51% nas aves alimentadas com
dietas formuladas com SES, SEN e SESP, respectivamente. Para a conversão alimentar melhora
de 4,94%, 4,81% e 3,30% quando recebiam as dietas à base de SES, SEM e SESP,
respectivamente, enquanto que o consumo das aves foi semelhante. Pode-se observar que o maior
efeito a adição das enzimas foi para a dieta à base de soja extrusada subprocessada (P<0,05),
acompanhando o efeito observado na suplementação enzimática sobre a digestibilidade dos
nutrientes. Podendo desta forma inferir que o CM tem maior efeito sobre as dietas formuladas
com SEN
IRISH et al. (1995) conduzindo experimento com galos adultos para avaliar o efeito da
estaquiose e rafinose presentes no farelo de soja, sobre o desempenho , utilizando α-galactosidase
ou α-galactosidase mais uma invertase, observaram aumento no ganho de peso de 5,37% e
6,70%, respectivamente. FIGUEIREDO et al. (1998) observaram um aumento (P<0,05) de 1,9%
para ganho de peso e 1,6% para conversão alimentar quando era adicionada um complexo de
enzimas composto de protease, de amilase e de xilanase, em dietas formuladas à base de milho e
de farelo de soja, milho e soja extrusada ou milho e soja tostada.
A melhora no desempenho de frangos de corte com dietas suplementas com enzimas foram
também observados por FRAIHA et al. (1997); SCHANG et al. (1997); COUSINS (1999) e
ZANELA (1999b), que pode ter relação direta com a melhora da digestibilidade da proteína
bruta, da energia bruta, da fibra, redução dos fatores antinutricionais e melhora na utilização da
energia, como observado por CHARLTON (1996); HEW et al. (1998); DANICKE et al. (2000) e
CHOCT (2002).
Segundo ZANELLA et al. (1999a), a inclusão de enzimas exógenas reduz a produção
endógena de amilase em 23,39% e de tripsina pancreática em 35,80%. Essa economia na
produção de enzimas endógenas poderia favorecer a síntese protéica.
38
4. RESUMO E CONCLUSÕES
Este experimento foi desenvolvido no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia
da Universidade Federal de Viçosa. Cujo objetivo foi determinar o desempenho de pintos de
corte recebendo dietas suplementadas com complexo multienzimático. Foram utilizados 960
pintos de corte, machos, da linhagem Avian Farms, de 01 a 21 dias idade, alojados em galpão de
alvenaria, telado e coberto com telhas de amianto, subdividido em boxes de 1,1 x 2,0 metros com
cama de maravalha. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em arranjo
fatorial 3 x 2 (soja extrusada subprocessada, normal e superprocessada × sem e com
suplementação de complexo multienzimático – CM), num total de seis tratamentos com oito
repetições de 20 aves por unidade experimental. A composição da soja extrusada foi incluída na
proporção fixa de 34% nas dietas experimentais que foram calculadas para conter níveis sub
ótimos de proteína, de lisina e de metionina + cistina para facilitar a detecção de diferenças no
valor nutritivo dos tratamentos. O complexo multienzimático era composto de celulase, amilase e
protease, sendo usado 500 mL/ton de dieta, de acordo com as recomendações da indústria. As
aves e as rações foram pesadas no início e no final da fase experimental (01 a 21 dias), para obter
o ganho de peso, o consumo de ração e a conversão alimentar. Foi registrada a mortalidade para
ser considerada durante a correção dos dados de desempenho.
A adição do complexo multienzimático composto de protease, de amilase e de celulase,
em dietas contendo soja extrusada com diferentes processamentos melhorou o ganho de peso em
3,8% e a conversão alimentar em -4,24%. Sendo o maior efeito no desempenho das aves
alimentadas com soja extrusada subprocessada, com 4,64 e -5,0% no ganho de peso e na
conversão alimentar, respectivamente. As aves alimentadas com dietas contendo soja extrusada
normal, apresentaram melhor desempenho (P<0,05) que aquelas alimentadas com soja extrusada
sub e superprocessadas.
39
3. CONCLUSÕES
A adição do complexo multienzimático em dietas contendo soja extrusada com diferentes
processamentos melhorou o ganho de peso (3,8%), a conversão alimentar (-4,24%) e os valores
de energia metabolizável das dietas (2,69%) de pintos de corte macho.
O complexo multienzimático promoveu aumento médio dos coeficientes de digestibilidade
ileal aparente da matéria seca, da proteína, da energia e da gordura das dietas em 4,8%, 1,3%,
4,8% e 6%, respectivamente. Sendo os maiores aumentos da digestibilidade ileal para as dietas
contendo soja extrusada subprocessada, 10,7% (MS), 4,2% (PB), 11,4%, (EB) e 17,55%
(gordura).
As enzimas melhoram a digestibilidade ileal do FDN, FDA e hemicelulose em média,
10,60; 23,05 e 6,39%, respectivamente.
As aves alimentadas com dietas contendo soja extrusada normal, apresentaram maiores
coeficientes de digestibilidade ileal dos nutrientes e valores de energia metabolizável (P<0,05)
que aquelas alimentadas com soja extrusada sub e superprocessadas, exceto para a variável fibra.
Os valores de energia metabolizável e o desempenho de pintos de corte alimentados com
dietas contendo sojas extrusadas sub e superprocessada foram similares (P>0,05).
40
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45
APÊNDICE
46
APÊNDICE
As fórmulas utilizadas nos cálculos dos coeficientes de digestibilidade e de energia foram:
1-) FI = fator de indigestibilidade
Cr
dieta
Cr
digetsta
2-) MSD = matéria seca digestível
MSD (%) = 100 -
3-) CD
ap
Nutriente = coeficiente de digestibilidade aparente de nutriente
CD
ap
Nutriente (%) =
4-) ED
ap
Ileal = energia aparente ileal, em kcal/kg de MS
ED
ap
Ileal
= EB
dieta –
EB
digesta
x FI
EB
dieta
= energia bruta da dieta ; e
EB
dieta
= energia bruta da digesta.
5-) EMAn = energia metabolizável aparente corrigida para nitrogênio
EMA = EBing – EB exc.
MSing
EMAn = EBing – EB exc. – 8,22 x BN
MSing
FI x 100
Nutriente
dieta
- Nutriente
digesta
x FI
100x
Nutriente
dieta
FI =
47
ABREVIATURAS
EBing = energia bruta ingerida;
EBexcret. = energia bruta excretada;
MSing = matéria seca ingerida;
EMAn = energia metabolizável aparente corrigida
EMA = energia metabolizável aparente;
BN = balanço de nitrogênio.
CD = Coeficiente de digestibilidade
MS = Matéria Seca
PB = Proteína Bruta
EB = Energia Bruta
CM = Complexo Multienzimático
FDN = Fibra em detergente Neutro
FDA = Fibra em Detergente Ácido
SES = Soja Extrusada Subprocessada
SESP = Soja Extrusada Superprocessada
SEM = Soja Extrusada Normal
Cr = Cromo
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