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n.º 12
AVALIAÇÃO DA GERAÇÃO DE ENTULHO EM
CONJUNTO HABITACIONAL POPULAR – ESTUDO
DE CASO
VIVIANE BORGES DE SOUZA
UBERLÂNDIA, 16 DE SETEMBRO DE 2005.
Dissertação de Mestrado
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE
UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil
Viviane Borges de Souza
AVALIAÇÃO DA GERAÇÃO DE ENTULHO EM CONJUNTO
HABITACIONAL POPULAR – ESTUDO DE CASO
Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia
Civil da Universidade Federal de Uberlândia, como
parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre
em Engenharia Civil.
Área de Concentração: Engenharia das Estruturas.
Orientador: Prof. Dr. João Fernando Dias
UBERLÂNDIA, 16 DE SETEMBRO DE 2005.
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À minha família e namorado, pelo apoio e
paciência, aos amigos e colegas, pelo
incentivo e ajuda, e a todos que estiveram
próximos, compartilhando dos momentos
deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pela oportunidade de vida e trabalho, pela inspiração e
disposição para sustentarem as idéias, e pela força necessária para a realização das tarefas.
À minha família, minha mãe, pai e irmãos, em especial ao meu pai, que por diversas vezes
foi até o Residencial Campo Alegre comigo, fosse para buscar fotos, dados diversos ou,
simplesmente para servir de companhia, sempre disposto e prestativo.
Ao Stanes, pelo apoio em todas as horas e pelas preciosas horas perdidas com digitação de
planilhas, nem sempre utilizadas, com reuniões de mutuários nos finais de semana, com
seções de fotos intermináveis, sem direito a reclamação da autoria, dentre outros esforços
que não têm preço.
Tanto a minha família quanto o Stanes souberam apoiar nas horas de desânimo, ter
paciência nos momentos necessários e ajudar, ajudas estas vindas sempre em tão boas
horas.
À colega Nelmira que, desde o período das disciplinas, por tantas vezes entrou noites
adentro para terminar trabalhos e discutir resultados, não importando se os meus horários
para estudos eram escassos e incomuns, sempre com muita disposição e irreverência, que
acabavam por nos proporcionar momentos agradabilíssimos.
Ao Felipe, amigo que, no início de 2002, me convenceu a cursar disciplinas isoladas do
mestrado e fez com que tudo começasse.
Ao Anderson que, juntamente com a Nelmira, prestou consultoria imediata todas as vezes
que o Programa Word “não entendia” minhas necessidades.
Aos demais amigos e colegas da Faculdade de Engenharia Civil, especialmente ao Ricardo
Cruvinel; aos alunos do PET, Nathália e Thiago; ao aluno João Ricardo, e a todos os outros
que também auxiliaram na resolução dos problemas corriqueiros e tornaram mais
descontraído o ambiente de trabalho. Todos eles sabem que enriqueceram e contribuíram,
uns de forma direta, outros indireta, para a realização deste.
Ao meu orientador, João Fernando Dias, pelas idéias, sabedoria e empenho no
desenvolvimento da dissertação, que tantas vezes soube olhar o trabalho com olhos críticos
e precisos, sempre com grande entusiasmo e apoio.
Aos funcionários da Faculdade de Engenharia Civil: técnicos, secretárias, professores; pela
boa vontade, pela disponibilidade e pelo carinho dispensados. Especialmente à Sueli, o
“anjo de guarda” dos mestrandos, sempre nos atendendo e auxiliando sem medir esforços,
e ao Wanderly, pelo apoio nas análises de laboratório.
Agradeço, ainda, às professoras Ana Luíza e Tânia pela confiança, amizade e sugestões
coerentes, apresentadas na banca do Exame de Qualificação desta dissertação, que tanto
colaboraram e estimularam o prosseguimento dos trabalhos, e na Defesa Final, onde, mais
uma vez , puderam contribuir.
Ao professor Ubiraci, agradeço a participação na banca para a Defesa Final e as valiosas
colaborações e sugestões dadas nesta ocasião. Ainda, agradeço o incentivo ao
desenvolvimento de novos trabalhos.
À equipe técnica do canteiro de obras do Residencial Campo Alegre, pela dedicação,
amizade e apoio necessários à realização da pesquisa. Especialmente ao Natan, ao João
Batista e ao Luis Carlos que, mesmo tendo suas tarefas cotidianas aumentadas em função
das pesquisas, estavam sempre dispostos a colaborarem com o que fosse necessário.
Aos senhores Rodrigo, Selmo e Alexandre, funcionários disponibilizados pela Colônia
Penal Professor Jacy de Assis, pelos esforços realizados para o manuseio dos montes de
entulho, pelo zelo e atenção dispensados ao trabalho.
Às assistentes sociais da PMU, especialmente à Vera e à Carolina que, com muita
paciência e amizade, me apresentaram um universo tão próximo e, ao mesmo tempo, tão
distante como o das famílias que habitam o Residencial Campo Alegre.
Às famílias do Residencial Campo Alegre que, de forma simples e natural, acolheram a
equipe, se envolveram e colaboraram com os trabalhos.
À Prefeitura Municipal de Uberlândia, especialmente ao Secretário Municipal de
Habitação, Sr. João Eduardo Mascia, por acreditar nas propostas e oferecer total apoio à
pesquisa.
Por último, ressaltando a proteção divina, por sentir a presença da Virgem Maria, Mãe de
Jesus, em todas as horas deste trabalho, agradeço novamente a Deus por ter colocado todas
estas pessoas especiais no meu caminho.
RESUMO
O resíduo da construção civil, que num passado recente era aceito como lixo e atualmente
ainda é tratado como tal, embora já existam leis regulamentadoras, pode ser considerado
“matéria-prima” de qualidade para determinados serviços de construção. No caso de
habitações de interesse social, para as quais há muita demanda e relativamente poucos
recursos, o conhecimento da geração dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD) na
própria obra incentivará o aprimoramento e a racionalização dos projetos com reflexos na
redução dos custos. O presente estudo de caso, sobre o resíduo gerado em conjuntos
habitacionais populares, trata de quantificar e qualificar os resíduos, identificar as
principais causas de sua geração e, desta forma, avaliar medidas para a sua redução e para
a sua utilização no próprio canteiro de obras. Além disso, projetar o impacto do quadro
atual no custo da administração pública e no meio ambiente. Nesta avaliação foram feitas
análises de projetos, das especificações de materiais e serviços, das quantidades teóricas,
das instruções repassadas à mão-de-obra, do funcionamento do canteiro de obras, entre
outras. Depois, foram colhidos dados reais sobre a qualidade do serviço executado,
materiais e mão-de-obra, sobre a funcionalidade do canteiro de obras, etc. Com a
comparação dos resultados e análise de impactos econômicos, sociais e ambientais
concluiu-se que o aproveitamento do RCD é necessário e que intervenções relativamente
simples podem ser eficientes e eficazes. Assim, será possível aumentar a oferta de
unidades habitacionais desta natureza, contribuir para a preservação do meio ambiente,
reduzir custos de retirada de material do canteiro de obras e possibilitar o desenvolvimento
de novas técnicas e materiais.
Palavras chave: entulho, RCD, autoconstrução, habitação de interesse social, conjunto
habitacional.
Souza, V. B. Avaliação da Geração de Entulho em Conjunto Habitacional Popular –
Estudo de Caso. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia Civil, Universidade
Federal de Uberlândia, 2005. 251p.
ABSTRACT
The residue from civil construction that in the recent past was seen as garbage and is still
treated as such, even though it is under regulation, can be considered quality “raw
material” for certain construction services. In the case of low-income housing, for which
there is great demand and relatively few resources, knowledge of the generation of
Residues of Construction and Demolition (RCD) at the construction site will encourage the
improvement and rational use in projects, with consequent reduction in costs. The present
case study regarding residues generated in popular housing projects deals with determining
the quantity and the characteristics of residues, identifying the principal causes of its
generation and, in this way, evaluate means for its reduction and for its utilization at the
construction site itself. In addition, the impact of the current state of affairs on the cost of
public administration and on the environment is projected. In this evaluation, project
analyses, specifications of materials and services, projected quantities, instructions given to
laborers, functioning of the construction site and other aspects were considered. After this,
real data was gathered regarding the quality of the services undertaken, materials and
labor, functioning of the construction site, etc. With a comparison of the results and
analysis of economic impact, both social and environmental, we conclude that the
utilization of RCD is necessary and that relatively simple interventions can be efficient and
effective. As such, it will be possible to increase the offer of housing units of this nature,
contribute to the preservation of the environment, reduce costs in removing material from
the construction site and allow the development of new techniques and materials.
Key words: construction residue, RCD, low-income housing, housing projects.
Souza, V.B. Evaluation of the Generation of Construction Residue in Low-Income
Housing Projects – A Case Study. Master’s Thesis, School of Civil Engineering, Federal
University of Uberlandia, 2005. 251 p.
LISTAS
1.1 LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Bairro La Salut, Rua Calderón de la Barca. Corredor de entrada ao
pátio interno.............................................................................................16
Figura 2.2 – Pátio interno de moradia de qualidade inferior ........................................16
Figura 2.3 – Habitações consideradas inadequadas em países em
desenvolvimento. Favela Dona Marta, no Rio de Janeiro.......................17
Figura 2.4 – Assentamento Pop. em Cajamar, SP.........................................................19
Figura 2.5 – Conjunto Habitacional Pop. Urucuia ........................................................20
Figura 2.6 – Uberlândia na década de 50. .....................................................................22
Figura 2.7 – Moradia do tipo Embrião. Bairro São Gabriel, Uberlândia –MG.............23
Figura 2.8 – Periferia pobre de Uberlândia (Bairro Jardim Aurora). ............................24
Figura 2.9 – Periferia rica de Uberlândia (Bairro Jardim Karaíba)...............................24
Figura 2.10 – Ocupação irregular às margens do Córrego Lagoinha em
Uberlândia. ..............................................................................................25
Figura 2.11 – Quadro situacional. .................................................................................31
Figura 2.12 – Central de recolhimento de entulho no Bairro São Jorge. ......................40
Figura 2.13 – Montes de entulho clandestinos. .............................................................42
Figura 2.14 – “Imagem da Semana”..............................................................................43
Figura 2.15 – Material esparramado nas vias do Residencial Campo Alegre...............44
Figura 2.16 – Trabalho em conclusão. ..........................................................................44
Figura 2.17 – Caçamba de entulho com sacos de cimento e lixo misturado.................45
Figura 2.18 – Sacos de lixo dentro da caçamba. ...........................................................45
Figura 3.1 – Dia de recolhimento de lixo no entorno das residências...........................56
Figura 3.2 – Dia de palestras relacionadas ao “Vida Nova”. ........................................56
Figura 3.3 – Leiaute do canteiro de obras e construções do Módulo II. .......................71
Figura 3.4 – Leiaute do almoxarifado. ..........................................................................72
Figura 3.5 – Vista externa da obra.................................................................................72
Figura 3.6 – Vista geral do almoxarifado......................................................................72
Figura 3.7 – Central de armação....................................................................................73
Figura 3.8 – Mutuário produzindo armação..................................................................73
Figura 3.9 – Fôrma e estoque de vergas........................................................................73
Figura 3.10 – Vergas em fabricação..............................................................................73
Figura 3.11 – Estoque de louças e local para trabalhos com madeira...........................74
Figura 3.12 – Pátio descoberto do almoxarifado...........................................................74
Figura 3.13 – Balcão de atendimento para a entrega de materiais. ...............................75
Figura 3.14 – Estoque de tintas e fios para a montagem dos kits..................................75
Figura 3.15 – Estoque de cal e cimento.........................................................................75
Figura 3.16 – Estoque de lajotas....................................................................................76
Figura 3.17 – Estoque de telhas e blocos Cerâmicos. ...................................................76
Figura 3.18 – Local próximo à betoneira onde ficavam os montes de areia e
brita..........................................................................................................77
Figura 3.19 – Montes de areia. ......................................................................................77
Figura 3.20 – Montes de entulho recolhido em frente a uma casa................................78
Figura 3.21 – Casas com seus montes de entulho e monte de terra para reaterro
de instalação de esgoto. ...........................................................................78
Figura 3.22 – Pastas e formulários para controle de entrega de materiais. ...................81
Figura 4.1 – Croqui de denominação das peças para cálculos de volumes de
concreto. ..................................................................................................85
Figura 4.2 – Croqui de nomenclatura das paredes.........................................................87
Figura 4.3 – Croqui de denominação das peças para cálculos das argamassas.............88
Figura 4.4 – Transporte dos blocos com carrinho-de-mão............................................97
Figura 4.5 – Cavaletes e plataformas para andaimes.....................................................97
Figura 4.6 – Masseira geralmente utilizada...................................................................98
Figura 4.7 – Cavaletes utilizados e a posição do pedreiro no posto de trabalho...........98
Figura 4.8 – Betoneira para mistura e carrinho que transporta agregados. ...................99
Figura 4.9 – Transporte das latas de concreto até a laje................................................99
Figura 4.10 – Betoneira para mistura ............................................................................99
Figura 4.11 – Betoneira puxada pelo trator para apoio na produção de argamassa
e concreto.................................................................................................99
Figura 4.12 – Espessuras irregulares na argamassa de assentamento. ........................104
Figura 4.13 – Nas fiadas de baixo juntas de amarração fora do centro do bloco........104
Figura 4.14 – Parede desaprumada..............................................................................105
Figura 4.15 – Construtor quebrando o bloco para fazer a amarração..........................105
Figura 4.16 – Blocos de concreto quebrados...............................................................105
Figura 4.17 – Blocos cerâmicos quebrados.................................................................105
Figura 4.18 – Blocos cerâmicos espalhados mesmo depois da etapa..........................106
Figura 4.19 – Montes de entulho e areia esparramada. ...............................................106
Figura 4.20 – Assentamento de blocos de forma incorreta e revestimento grosso. ....106
Figura 4.21 – Alguns blocos tipo canaleta quebrados e outros mal utilizados............106
Figura 4.22 – Calçada externa com espessura desnecessária......................................107
Figura 4.23 – Cortes para instalações hidráulicas. ......................................................107
Figura 4.24 – Monte de entulho antes de ser limpo e revolvido. ................................110
Figura 4.25 – Monte de entulho sendo limpo e revolvido...........................................110
Figura 4.26 – Recipiente sendo cheio com parte da amostragem quarteada...............110
Figura 4.27 – Caixote metálico sendo pesado com material misturado......................110
Figura 4.28 – Peneiramento para separação do material.............................................111
Figura 4.29 – Material peneirado após ter sido pesado separadamente. .....................111
Figura 4.30 – Casas com montes de entulho de tamanhos variados............................117
Figura 4.31 – Um único monte para as duas casas......................................................117
Figura 5.1 – Exemplo de fluxos para a produção do concreto. ...................................128
Figura 5.2 – Exemplo de fluxos para a produção de argamassa..................................129
Figura 5.3 – Comparação entre material necessário e material gasto. ........................131
Figura 6.1 – Entulho para utilização com muita terra misturada.................................149
Figura 6.2 – Entulho preparado para utilização...........................................................149
Figura 6.3 – Maquinário raspando a parte desagregada da via. ..................................150
Figura 6.4 – Via sendo umedecida. .............................................................................150
Figura 6.5 – Via sendo preparada................................................................................150
Figura 6.6 – Via após preparação................................................................................150
Figura 6.7 – Distribuição e compactação do entulho na via........................................151
Figura 6.8 – Compactação do entulho na via. .............................................................151
Figura 6.9 – Via pavimentada com o resíduo da construção.......................................151
Figura 6.10 – Via pavimentada com o resíduo, 4 meses depois..................................151
Figura 6.11 – Casa terminada com muro iniciado e parte do material........................155
Figura 6.12 – Casa já melhorada, também com material para a execução de
novos serviços. ......................................................................................155
1.2 LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – População mundial que vive em favelas e suas porcentagens para
efeito comparativo (dados parciais da tabela original)............................15
Tabela 2.2 – Evolução da população no que se refere às áreas urbana e rural..............21
Tabela 2.3 – Crescimento da população do Município de Uberlândia..........................22
Tabela 2.4 – Programas habitacionais desenvolvidos no Município de
Uberlândia. ..............................................................................................26
Tabela 2.5 – Regulamentações vigentes e seus objetivos .............................................38
Tabela 4.1 – Quantidade de serviço para o cálculo do consumo de materiais por
unidade habitacional................................................................................89
Tabela 4.2 – Volumes dos materiais que compõem concretos e argamassas................92
Tabela 4.3 – Quantitativo de materiais, para 1 unidade habitacional, sem
considerar as perdas.................................................................................94
Tabela 4.4 – Quantidade real* de material gasto para a execução das 50
unidades.................................................................................................102
Tabela 4.5 – Quantidade de cal gasta para cada serviço. ............................................103
Tabela 4.6 – Quantidade de cimento gasta para cada serviço. ....................................103
Tabela 4.7 – Quantidade de entulho medida. ..............................................................112
Tabela 4.8 – Massas unitárias das amostras de entulho. .............................................114
Tabela 4.9 – Características geométricas dos blocos cerâmicos. ................................119
Tabela 4.10 – Resistência à compressão dos blocos cerâmicos. .................................120
Tabela 5.1 – Índices de perdas encontrados. ...............................................................134
Tabela 5.2 – Índices de perdas do setor da construção civil........................................135
Tabela 5.3 – Custos fixos do canteiro de obras...........................................................138
Tabela 5.4 – Quadro comparativo de custos para os materiais analisados..................139
Tabela 6.1 – Custos da execução do pavimento primário com RCD..........................152
Tabela 6.2 – Custos da execução do pavimento primário com cascalho. ...................152
1.3 SIGLAS
ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland
ABESC Associação Brasileira das Empresas de Serviços de
Concretagem
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
BNH Banco Nacional de Habitação
CEF Caixa Econômica Federal
CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais
CREA Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura
DMAE Departamento Municipal de Água e Esgoto
DICOP Diretoria Central de Operações (PMU)
EMCOP Empresa Municipal de Urbanização e Construções Públicas
FUMHAP Fundo Municipal de Habitação Popular
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ISO International Organization for Standardization
PMU Prefeitura Municipal de Uberlândia
PAR Programa de Arrendamento Residencial
PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat
PDCA Planejamento, Desenvolvimento, Controle e Ação
PSH Programa de Subsídio Habitacional de Interesse Social
RCD Resíduos de Construção e Demolição
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SINDUSCON - TAP Sindicato da Indústria da Construção do Triângulo Mineiro e
Alto Paranaíba
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ________________________________ 1
1.1 HABITAÇÃO POPULAR × RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO CIVIL ___________ 1
1.2 OBJETIVOS________________________________________________________ 4
1.3 JUSTIFICATIVA ____________________________________________________ 5
1.4 METODOLOGIA____________________________________________________ 6
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO _______________________________________ 11
CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ___________________ 14
2.1 A DEMANDA POR HABITAÇÃO POPULAR ___________________________ 14
2.1.1 No Mundo _____________________________________________________ 14
2.1.2 No Brasil ______________________________________________________ 18
2.1.3 No Município de Uberlândia_______________________________________ 21
2.2 A GERAÇÃO E A GESTÃO DO RCD__________________________________ 31
2.2.1 No Mundo _____________________________________________________ 31
2.2.2 No Brasil ______________________________________________________ 35
2.2.3 No Município de Uberlândia_______________________________________ 39
2.3 DEFINIÇÕES NECESSÁRIAS________________________________________ 46
2.3.1 Perdas e Desperdício _____________________________________________ 46
2.3.2 Lixo × Entulho__________________________________________________ 49
2.3.3 Habitação de Interesse Social ______________________________________ 50
2.3.4 Autoconstrução _________________________________________________ 51
CAPÍTULO 3 – RESIDENCIAL CAMPO ALEGRE ______________ 53
3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS _________________________________________ 53
3.2 CARACTERÍSTICAS DO RESIDENCIAL CAMPO ALEGRE ______________ 54
3.2.1 Do Conjunto Habitacional_________________________________________ 54
3.2.2 Da Gestora das Obras ____________________________________________ 54
3.2.3 Ações de Apoio _________________________________________________ 55
3.2.4 Da Seleção das Famílias __________________________________________ 56
3.2.5 Das Reuniões com as Famílias _____________________________________ 57
3.2.6 Das Especificações Técnicas, Quantitativos, Especificações de Materiais e
Requisições_________________________________________________________ 59
3.2.7 Do Processo Licitatório e Compra de Materiais ________________________ 62
3.2.8 Dos Projetos e do Memorial Descritivo das Unidades Habitacionais________ 62
3.2.9 Dos Processos Construtivos _______________________________________ 64
3.2.10 Da Mão-de-obra Direta, Indireta e Voluntária ________________________ 68
3.2.11 Das Ferramentas _______________________________________________ 70
3.2.12 Do Canteiro de Obras ___________________________________________ 71
CAPÍTULO 4 – LEVANTAMENTO DE DADOS _________________ 84
4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS _________________________________________ 84
4.2 CÁLCULO DO CONSUMO TEÓRICO DE MATERIAIS E RESULTADOS ___ 85
4.2.1 Cálculo dos Volumes Teóricos de Concreto ___________________________ 85
4.2.2 Cálculo dos Serviços de Alvenaria Teoricamente Necessários_____________ 86
4.2.3 Cálculo dos Volumes Teóricos das Argamassas________________________ 88
4.2.4 Quantidades de Serviços Teóricas___________________________________ 89
4.2.5 Cálculo do Consumo de Materiais em Concretos e Argamassas Conforme
Quantidades de Serviços Teóricas _______________________________________ 90
4.2.6 Cálculo do Consumo de Blocos, Tijolos e Telhas Conforme Quantidades de
Serviços Teóricas ____________________________________________________ 92
4.2.7 Quantidades Teoricamente Consumidas dos Materiais a Serem Analisados __ 93
4.3 DADOS OBTIDOS EM CAMPO ______________________________________ 94
4.3.1 Dados Sobre a Mão-de-obra _______________________________________ 94
4.3.2 Dados Sobre a Entrega dos Materiais aos Mutuários ____________________ 95
4.3.3 Dados Sobre as Orientações Transmitidas aos Mutuários_________________ 96
4.3.4 Dados Sobre os Equipamentos para o Transporte e para o Processamento dos
Materiais___________________________________________________________ 97
4.3.5 Dados Sobre a Logística dos Serviços que Envolvem os Materiais em Análise
_________________________________________________________________ 100
4.3.6 Dados Sobre o Consumo de Materiais ______________________________ 101
4.3.7 Dados Sobre a Qualidade dos Serviços______________________________ 103
4.4 DADOS SOBRE O ENTULHO_______________________________________ 108
4.4.1 Métodos Utilizados Para Levantamentos dos Dados Sobre o Entulho ______ 108
4.4.2 Resultados Obtidos das Análises do Entulho _________________________ 112
CAPÍTULO 5 – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ___ 122
5.1 SOCIAIS_________________________________________________________ 122
5.1.1 Observações Sobre a Mão-de-obra _________________________________ 122
5.1.2 Observações Sobre Acabamento e Conservação dos Imóveis ____________ 124
5.1.3 Análises e Observações Sobre a Geração do Entulho___________________ 124
5.2 TÉCNICO-CONSTRUTIVO _________________________________________ 126
5.2.1 Considerações Sobre os Projetos___________________________________ 126
5.2.2 Análise Sobre as Especificações Técnicas ___________________________ 127
5.2.3 Análise Sobre a Estocagem e Transporte dos Materiais _________________ 127
5.3 MATERIAIS _____________________________________________________ 129
5.3.1 Análise Sobre o Recebimento e Ensaios de Materiais __________________ 130
5.3.2 Observações Sobre os Traços de Concreto e Argamassas Executados______ 130
5.3.3 Análise Sobre as Quantidades de Materiais Especificadas Para Compra e a
Quantidade que Seria Necessária aos Serviços ____________________________ 131
5.3.4 Análises Sobre as Perdas de Materiais ______________________________ 132
5.4 PRAZOS_________________________________________________________ 136
5.4.1 Observações Sobre Atrasos na Mão-de-obra _________________________ 136
5.4.2 Observações Sobre Atrasos de Fornecedores _________________________ 137
5.4.3 Análises Sobre os Atrasos ________________________________________ 137
5.5 CUSTOS FINANCEIROS ___________________________________________ 137
5.5.1 Análises Sobre os Custos Fixos____________________________________ 138
5.5.2 Análises Sobre os Custos de Materiais ______________________________ 139
5.5.3 Análises Sobre os Custos do Entulho e Impactos Ambientais ____________ 140
CAPÍTULO 6 – PROPOSTAS PARA INTERVENÇÃO __________ 142
6.1 PARA A REDUÇÃO DO DESPERDÍCIO ______________________________ 142
6.1.1 Projetos ______________________________________________________ 142
6.1.2 Especificação dos Materiais e Testes Para o Recebimento Destes _________ 143
6.1.3 Distribuição de Blocos Cerâmicos, Tijolos Maciços, Telhas e Blocos de
Concreto aos Mutuários ______________________________________________ 143
6.1.4 Manipulação de Traços e Estocagem de Agregados ____________________ 144
6.1.5 Mão-de-obra Direta e Voluntária __________________________________ 144
6.1.6 Implantação de Programas de Qualidade ____________________________ 145
6.2 PARA A REUTILIZAÇÃO DO ENTULHO GERADO____________________ 147
6.2.1 Reutilização do Material em Argamassas de Assentamento e Revestimento _ 147
6.2.2 Reutilização como Pavimento Primário _____________________________ 149
6.3 PARA A RECICLAGEM____________________________________________ 153
CAPÍTULO 7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS____________________ 156
7.1 CONCLUSÕES ___________________________________________________ 156
7.1.1 Considerações Gerais ___________________________________________ 156
7.1.2 Materiais Identificados no Entulho _________________________________ 157
7.1.3 Fontes de Perdas e Geração de Resíduos_____________________________ 158
7.1.4 Quantidades de materiais perdidos _________________________________ 159
7.1.5 Custos dos Materiais Perdidos_____________________________________ 160
7.1.6 Impactos Ambientais____________________________________________ 161
7.2 LIMITAÇÕES E DIFICULDADES ENFRENTADAS ____________________ 162
7.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS _________________________ 163
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________ 164
APÊNDICES_______________________________________________ 174
ANEXOS __________________________________________________ 188
Capítulo 1 Introdução 1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 HABITAÇÃO POPULAR × RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO
CIVIL
O déficit habitacional, para as famílias de baixa renda, é um fato alarmante nos países em
desenvolvimento. No Brasil faltam 6,5 milhões de casas, segundo os números levantados
pelo censo do IBGE, em 2000. Além disso, as habitações utilizadas, muitas vezes, deixam
a desejar em termos de qualidade e durabilidade (HABITAT, 2002).
Uma das conseqüências disso são famílias vivendo sob condições desumanas, uma vez que
a maior parte delas, que não possui habitação, é carente e não dispõe de renda suficiente
para arcar com aluguel. Além disso, uma família sem endereço, dentre outros exemplos,
impossibilita a permanência de suas crianças na escola, a assistência social por parte de
órgãos públicos e não governamentais, dificulta o entrosamento entre vizinhos, o que leva
a problemas com a falta de segurança e torna inviáveis programas como o Saúde da
Família
1
.
Em Uberlândia, cidade com cerca de 500.000 habitantes, existem mais de 5.000 famílias
inscritas em programas habitacionais municipais, famílias estas com renda entre 01 e 03
1
Desenvolvido pelo Governo Federal, o PSF é um programa de atendimento no setor da saúde, cuja
estratégia prioriza as ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas, de forma contínua e
integral, através do atendimento nas residências, por profissionais que compõem as equipes de Saúde da
Família (Ministério da Saúde. Disponível em <http://portal.saude.gov.br/saúde/visão.cfm?id_area=149>.
Acessado em 12 de abril de 2005).
Capítulo 1 Introdução 2
salários mínimos. Contudo, como as inscrições foram encerradas no ano de 2002, desde
esta data não se sabe ao certo a demanda por programas habitacionais, de acordo com
informações da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura Municipal de
Uberlândia
2
.
Por outro lado, os programas habitacionais desenvolvidos pela Prefeitura Municipal de
Uberlândia, que são sustentados pelo Fundo Municipal de Habitação e, em alguns casos,
por convênios com a Caixa Econômica Federal (CEF), não disponibilizam recursos
suficientes para sanar o problema.
Desta forma, faz-se necessária a otimização dos recursos financeiros para que mais
famílias possam ser atendidas por estes programas.
Considerando que os projetos dessas unidades habitacionais são simples – normalmente
casas de até 50m², com acabamento básico e mão-de-obra em regime de autoconstrução – e
a expectativa sobre a diminuição dos custos da obra não é grande, é habitual um
pensamento de que os custos já estejam reduzidos. Para quebrar este paradigma, faz-se
necessária uma abordagem ampla do complexo processo construtivo que envolve a
produção desse tipo de unidade habitacional, abrangendo projeto, construção, geração de
resíduos e utilização do imóvel.
Especificamente com relação à geração de resíduos, a quantificação, o diagnóstico e a
gestão do entulho gerado na construção dessas unidades habitacionais devem ser
investigados, no sentido de não se constituírem em custo, nem contribuírem com impactos
ambientais que, por sua vez, são custos não apropriados na construção, mas oneram, “na
ponta”, a sociedade.
Ainda, deve-se levar em consideração hoje, a Resolução nº 307, de 05/07/2002, do
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, que estipulou prazos para órgãos
públicos e privados providenciarem destino aos resíduos, para que estes não poluam, nem
2
Informações obtidas em entrevista com a Diretora da Divisão de Assistência e Promoção Social da
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Sra. Cristina Palhares, em dezembro/2004 (verbal).
Capítulo 1 Introdução 3
degradem o meio ambiente. Segundo esta resolução, cada município teria até janeiro de
2004 para elaborar seu “Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil” e até julho de 2004 para implementá-lo, contemplando os geradores de pequenos
volumes. Quanto aos órgãos privados que geram o resíduo, estes teriam até janeiro de 2005
para incluírem os seus “Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil” nos
projetos de obras a serem submetidos à aprovação ou ao licenciamento dos órgãos públicos
competentes.
A geração e a gestão de resíduos da construção e demolição (RCD) têm sido estudadas no
Brasil desde o trabalho pioneiro de Pinto (1984). Seguiram-se muitas pesquisas sobre RCD
gerados em grandes e médios municípios (ZORDAN; PAULON, 1998, AGOPYAN et al.,
1998, SOUZA, 1999, LEVY, 2001).
Os RCD estudados têm como características comuns a fonte de geração, originada em
obras diversas e distintas, dispostas na malha urbana e, posteriormente, a mistura aleatória
em centrais de britagem para a produção de agregados.
Ampla pesquisa realizada no Brasil sobre o desperdício de materiais nos canteiros de obras
(AGOPYAN et al., 1998) indicou e quantificou as origens da geração de RCD em obras de
edifícios residenciais. Foram 100 canteiros de obras estudados, do Maranhão ao Rio
Grande do Sul, nos quais foram levantados índices de perdas altamente variáveis de 18
materiais diferentes. Os valores médios encontrados para o desperdício, relativos às perdas
em recursos financeiros, foram de 7% a 8% (AGOPYAN ET AL, 1998) e, embora não
sejam valores absurdos, como se acreditava anteriormente à pesquisa, podem significar
grande redução dos lucros, visto que o mercado imobiliário está mais competitivo e com
margens de lucro reduzidas.
No entanto, especificamente sobre a geração de resíduos em conjuntos habitacionais
populares não se encontraram dados de pesquisas realizadas até esta data.
Para o poder público, como as obras destes conjuntos habitacionais não visam o lucro
financeiro e sim a diminuição da demanda por habitações, o desperdício, se evitado, pode
significar maior número de unidades residenciais e mais famílias atendidas pelos
programas habitacionais.
Capítulo 1 Introdução 4
Desta forma, o estudo da geração de entulhos em conjuntos habitacionais populares pode
trazer informações importantes, as quais poderão representar ganhos econômicos, sociais e
ambientais ao município.
Em Uberlândia, a Prefeitura Municipal desenvolve programa habitacional no Conjunto
Residencial Campo Alegre, com recursos próprios e por meio de financiamento parcial
pela CEF, onde foram realizadas as pesquisas deste trabalho e onde ainda existem 227
lotes vagos para serem ocupados com este tipo de habitação.
O referido residencial fica situado na cidade de Uberlândia, no Bairro São Jorge,
loteamento Residencial Campo Alegre, sendo que foram objeto deste estudo 50 unidades
residenciais relativas ao Programa de Subsídio Habitacional de Interesse Social (PSH) –
Módulo II.
As casas têm área construída de 44,52 m², sendo divididas em 2 quartos, sala conjugada
com cozinha, banheiro e tanque externo. As unidades habitacionais são em alvenaria
convencional revestida com chapisco e massa única, sem laje, com telhado em armação
metálica e telhas cerâmicas e sem acabamento sobre o contrapiso de concreto.
Observa-se que a tipologia de construção é bastante enxuta, ou seja, os insumos
especificados são os estritamente necessários. Desta forma, qualquer redução de
desperdício durante a construção será importante para se obter correspondente redução de
custo.
1.2 OBJETIVOS
O objetivo geral é diagnosticar a questão da geração de resíduos e sua relevância para o
empreendimento como um todo e para a administração pública municipal.
Para isso, identificam-se objetivos específicos, que tornarão possível o diagnóstico:
identificar as possíveis fontes de desperdício e de geração de resíduos da
construção do conjunto habitacional Residencial Campo Alegre;
Capítulo 1 Introdução 5
identificar e quantificar os resíduos gerados;
apropriar o custo do material gasto em excesso (o incorporado juntamente com o
extraviado e o que se tornou entulho), o custo para o descarte deste resíduo e,
inclusive, quais os impactos ambientais relacionados.
Ainda, objetiva-se com estas análises subsidiar propostas de intervenção para as próximas
construções, visando a diminuição de resíduos, e/ou a segregação para o reaproveitamento,
e/ou a reciclagem.
1.3 JUSTIFICATIVA
A geração de resíduos em habitações populares não é conhecida, mas certamente tem
implicações no custo da habitação e gera passivos para os órgãos públicos assumirem.
Desta forma, o conhecimento do quadro do desperdício nestas construções permitirá a
adoção de medidas para minimizarem a geração dos resíduos, reaproveitar e reciclar as
sobras, o que pode baixar o custo das unidades habitacionais direta ou indiretamente.
E, além de reduzir o custo das casas, visa-se, ainda, a redução do passivo deixado para o
município tanto em termos financeiros quanto em termos ambientais, o que se faz urgente,
visto que estes impactos podem constituir-se em danos permanentes ou de difícil
recomposição.
A proposta desta pesquisa se justifica quando se considera que:
o entulho gerado pode ser reduzido;
o entulho onera a construção, além de gerar custos para a sua retirada da obra;
o entulho causa poluição visual e ambiental, com conseqüências negativas na
qualidade de vida e saúde da população;
o resíduo gerado pode ser útil em outras aplicações;
Capítulo 1 Introdução 6
este material, se reciclado, pode gerar renda;
existem legislações a respeito do assunto que exigem providências quanto ao
entulho e devem ser cumpridas;
as técnicas construtivas regionais propiciam a geração de entulhos com composição
variada, necessitando de análise individualizada.
1.4 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para o desenvolvimento dos trabalhos foi desenvolvida conforme
o que se desejava conhecer para se alcançar os objetivos propostos.
Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou
fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências
que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos
relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. (BELLO,
1998).
Considerando os vários tipos de conhecimentos, que podem ser empírico, filosófico,
teológico ou científico, observa-se que este último permite o conhecimento racional,
sistemático, exato e verificável da realidade e sua origem está nos procedimentos de
verificação baseados na metodologia científica, que é o conjunto dos métodos científicos
(BELLO, 1998).
Neste sentido, para que um trabalho de pesquisa possa levar ao conhecimento científico e
seus resultados possam ser confiáveis, é necessário que o pesquisador saiba usar os
instrumentos adequados para encontrar a resposta ao problema por ele levantado, através
de uma linha de pesquisa. Estas linhas podem ser expressas por:
Pesquisa Experimental: é toda pesquisa que envolve algum tipo de experimento.
Pesquisa Exploratória: é toda pesquisa que busca constatar algo num organismo ou
num fenômeno.
Pesquisa Social: é toda pesquisa que busca respostas de um grupo social.
Capítulo 1 Introdução 7
Pesquisa Histórica: é toda pesquisa que estuda o passado.
Pesquisa Teórica: é toda pesquisa que analisa uma determinada teoria.
A pesquisa exploratória foi utilizada para atender aos objetivos propostos nesta dissertação,
uma vez que possibilitaria o descobrimento de novas relações entre os métodos
construtivos, os materiais e suas quantidades no conjunto Residencial Campo Alegre.
Ainda, para o desenvolvimento deste trabalho, foi escolhido o método de investigação
estudo de caso, visto que a finalidade deste era a exploração do problema paralelamente ao
seu acontecimento, a busca de compreensão das diversas etapas inter-relacionadas às
origens da geração de entulho em conjunto habitacional popular e a extensão do
conhecimento adquirido às novas unidades que serão construídas pela Prefeitura Municipal
de Uberlândia ou, até mesmo, a novos conjuntos habitacionais populares em outras
localidades.
Embora o estudo de caso apresente como desvantagens a necessária observação constante e
precisa dos acontecimentos estudados, a necessidade de grande disponibilidade de tempo e
recursos financeiros e, ainda, conduza o pesquisador à formação de conclusões baseadas
em amostragem restrita, este método possibilitou a execução dos trabalhos de forma
natural, no seu espaço e tempo, e permitiu as respostas aos “por quê”, “como” e “o que”,
com entendimento relativamente completo para os fenômenos das perdas que são
aparentemente complexos.
A amostragem considerada foi o Módulo II do Residencial Campo Alegre, composto por
50 unidades residenciais populares. Face ao desperdício percebido no Módulo I do mesmo
empreendimento, com 201 unidades, e ao planejamento de novas construções, escolheu-se
tal amostragem em função da data de sua execução, coincidente com a data dos trabalhos
do curso de mestrado e da representatividade de 50 unidades.
As variáveis pesquisadas foram direcionadas conforme os objetivos do trabalho, de acordo
com o que se desejava levantar, ou seja, o entulho, especificamente através dos resíduos
que se apresentavam neste e as etapas de geração, que constituem o próprio estudo de caso.
Capítulo 1 Introdução 8
Ainda que a avaliação de perdas segundo as etapas do processo construtivo da construção
civil possa acontecer em 05 etapas, a saber: planejamento, projeto, materiais, execução e
uso-manutenção (PALIARI, 1999), neste estudo serão trabalhados as perdas e consumos
para a etapa de execução, apesar de serem levantadas algumas questões relativas às etapas
de planejamento e projeto.
Para as coletas de dados sobre recebimentos de materiais, estoques e perdas, foi delimitado
um período compreendido entre 21/06/04 e 12/02/05, que foram as datas da vistoria inicial
e vistoria final, respectivamente. Estas datas foram escolhidas considerando-se o início real
das obras, em 26/06/04 e a última medição oficial da CEF.
Para a vistoria inicial optou-se por fazer a conferência do material em estoque, que era
sobra do material gasto na construção do Módulo I, na mesma semana do início das obras,
uma segunda-feira, visto que neste dia não haviam atividades no canteiro de obras e o
trabalho de conferência não seria interrompido.
Desta forma, as perdas e consumos serão avaliados especificamente para a execução das
obras, apenas para os materiais mais encontrados nos montes de entulho (inspeção visual),
considerando as etapas executivas isoladamente e a obra como um todo.
Além disso, serão feitas análises do ponto de vista quantitativo e qualitativo. A primeira
quanto ao consumo de recursos físicos, perdas incorporadas e entulho, que dizem respeito
às quantidades de materiais, e a segunda, quanto às perdas e consumos de recursos
financeiros. Para isso, será feita primeiramente a análise quantitativa para, através desta, se
chegar aos recursos financeiros.
Quanto à estratégia de atuação, será feita a avaliação sem intervenção. As proposições de
intervenção, que serão sugeridas ao final deste trabalho, servirão para as próximas etapas
de construção no Residencial Campo Alegre, visto que os lotes disponíveis neste
empreendimento também serão objeto de construção de novas casas populares pelo sistema
de autoconstrução.
A metodologia para coleta de dados foi inspirada, parcialmente extraída e adaptada, em
função de particularidades inerentes à obra em questão, da Dissertação de Mestrado de
Capítulo 1 Introdução 9
Paliari (1999), cujo tema é “Metodologia para a coleta e análise de informações sobre
consumos e perdas de materiais e componentes nos canteiros de obras de edifícios”.
Paliari (1999) apresenta estudo aprofundado de 10 trabalhos executados anteriormente, um
executado na década de 60 e outros executados em datas que vão de 1989 até 1998, nos
quais foram avaliadas 241 obras. Destes trabalhos apresentados, 7 apresentam como tema
principal a perda de materiais. Ainda, 9 deles fazem avaliações quantitativas e, destes 9, 3
tratam de entulho e 6 tratam de entulho e perdas incorporadas.
Desta forma, avaliando os levantamentos de perdas de material de construção em canteiros
de obras de edifícios residenciais, construídos por construtoras, Paliari (1999) apresenta
metodologia própria que resume, aprimora e padroniza os métodos de coleta de dados por
ele analisados.
Para este trabalho, que apresenta diferenças significativas em relação aos aqui citados,
como, por exemplo, o fato de se tratar de obra construída em sistema de autoconstrução,
algumas adaptações ao procedimento utilizado por Paliari (1999) se fizeram necessárias.
Ainda, tais modificações se devem ao fato de que, neste trabalho, o objetivo principal é a
avaliação da geração de entulho e não a completa análise das perdas. No entanto, tais
perdas serão tratadas de forma abrangente uma vez que, embora estas não sejam o objetivo
principal, tal enfoque é importante para se conhecer as causas da geração do entulho.
Desta forma, confirma-se a necessidade da caracterização precisa do contexto de
desenvolvimento da obra, da observação crítica do uso de materiais ao longo das etapas
percorridas pelos mesmos, da avaliação conjunta das informações coletadas e da
elaboração de um conjunto de ferramentas de coleta de dados e diretrizes para
processamento e análise dos resultados, que possibilite padronizar o estudo e torná-lo
comparativo a outros já existentes.
Para isso, com antecedência iniciou-se o trabalho pelo contato com a equipe e população
envolvidas e pela análise de documentos pré-existentes. A equipe da Prefeitura, atuante no
canteiro de obras, foi devidamente informada sobre os estudos que seriam realizados, sobre
a necessidade da obtenção de dados confiáveis e sobre a importância da ajuda de todos os
integrantes da mesma.
Capítulo 1 Introdução 10
Para informar a população envolvida e demonstrar a importância deste estudo, salientando
a necessidade de sua colaboração, o tema foi constantemente abordado nas reuniões
mensais que aconteciam em função dos trabalhos sociais, desenvolvidos paralelamente à
execução do empreendimento, contemplando diversos aspectos sobre o entulho gerado e as
conseqüências de sua geração.
Antes do início das obras, foram adaptadas planilhas para a anotação dos dados recolhidos
em cada etapa construtiva, de acordo com o que se esperava e com o que se pretendia de
cada etapa.
Para o entendimento e quantificação dos serviços a serem estudados foram analisados os
projetos e memoriais descritivos dos serviços e calculadas as quantidades teóricas de
consumo, ou seja, valores de referência, desconsiderando-se as perdas.
Fez-se necessário recalcular as quantidades teóricas dos materiais utilizados na execução
das casas, visto que as quantidades informadas nos documentos foram obtidas de cálculos
que consideraram perdas e sobras desconhecidas.
Além disso, descreveu-se as rotinas implantadas para requisição de materiais, compra,
recebimento, armazenamento e expedição destes de maneira geral.
O trabalho de campo foi desenvolvido acompanhando a execução das 50 unidades do
conjunto habitacional, do início até o final das obras, tendo em vista que as informações
acerca do andamento das construções eram relevantes para a obtenção dos dados.
Com o acompanhamento da execução das obras, etapa por etapa, fez-se o preenchimento e
novas adaptações das planilhas, considerando todos os acontecimentos previstos e
imprevistos.
Ainda no acompanhamento da obra, verificou-se a quantidade e a composição do entulho e
do desperdício em cada fase das unidades habitacionais do Módulo II, do Residencial
Campo Alegre.
De posse destas informações, foram calculados valores representativos das quantidades de
materiais desperdiçados, dos tipos de materiais e de seus custos.
Capítulo 1 Introdução 11
Com a comparação entre os valores calculados teoricamente, aqui tratados como valores de
referência, e os valores obtidos do acompanhamento das obras, ou seja, a comparação do
que seria realmente necessário com o que foi efetivamente gasto, foram identificados as
perdas e os materiais que mais foram desperdiçados.
A partir destes dados, procedeu-se, então, à análise dos resultados e à elaboração de
propostas de intervenções viáveis em cada fase, para cada material, com a finalidade da
diminuição da geração de entulho e dos impactos nas próximas etapas construtivas do
conjunto residencial.
Para possibilitar o procedimento descrito anteriormente foram necessários:
levantamento dos documentos existentes, relativos à obra, tais como projetos,
especificações, quantidades de serviços, regulamentos, informações que foram
passadas às famílias que estiveram construindo suas casas próprias, vistorias,
entrevistas, fotografias, dentre outras;
pesquisa bibliográfica para orientação quanto aos dados que foram levantados e
estudos sobre as planilhas que foram elaboradas;
levantamento dos dados reais da execução das unidades habitacionais, ou seja,
quantidade de materiais que entraram e saíram da obra, caracterização das etapas,
execução de fluxogramas de serviços, qualificação visual do entulho, medição da
quantidade gerada, classificação do material em miúdo e graúdo, preenchimento
das planilhas para análises e fotografias;
processamento dos dados e análises.
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho é composto, na seqüência, por:
Capítulo 1 Introdução 12
Capítulo 1 – Introdução: apresenta dados gerais sobre habitação popular × geração
de entulho e traz os objetivos deste trabalho, a justificativa, a metodologia proposta
para seu desenvolvimento e sua estrutura de apresentação.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica: Traz dados sobre as demandas por habitação
popular no mundo, no país e, especificamente, em Uberlândia, de forma a permitir
ao leitor uma visualização situacional do problema, discorrendo também sobre a
política habitacional adotada pelo Município. Trata ainda de problemas relativos à
geração de RCD e sua gestão no contexto mundial, nacional e no contexto do
município em foco. Por último, faz diferenciações sobre perdas e desperdício, bem
como sobre lixo e entulho, especificamente o RCD, para que o material estudado
seja corretamente designado; discorre sobre o conceito de habitação de interesse
social, visto que existem muitas definições, sob diversos pontos de vista; e define
autoconstrução, para que a mão-de-obra seja vista de forma bem realista.
Capítulo 3 – Residencial Campo Alegre: Apresenta as características do conjunto
residencial em meio a descrições do local, o canteiro de obras, alguns
procedimentos diários importantes para a análise de fatos relacionados ao
desperdício, a seleção das famílias envolvidas, reuniões explicativas e de
acompanhamento que aconteceram durante a construção; especificações, licitações,
memorial descritivo, processos construtivos e problemas diversos percebidos na
fase de execução.
Capítulo 4 – Levantamento de Dados: Trata do levantamento dos consumos de
referência, ou seja, materiais e serviços necessários para a construção,
desconsiderando perdas e desperdícios, e considerando os materiais em condições
perfeitas de utilização. Depois disso, mostra o que foi efetivamente adquirido para a
execução do conjunto habitacional. Por fim, traz os dados colhidos em campo,
obtidos durante a construção e inclui comentários sobre os procedimentos e fatos
relevantes para a análise do resíduo gerado.
Capítulo 5 – Análise e Discussão dos Resultados: Mostra as análises dos resultados
considerando os aspectos social, técnico-construtivo, dos materiais, dos prazos e
Capítulo 1 Introdução 13
dos custos financeiros. Traz os valores obtidos e faz comparações com os valores
das perdas de materiais encontrados por Agopyan et al. (1998).
Capítulo 6 – Propostas para intervenção: Com base nos dados obtidos e em
experiências implementadas no canteiro de obras são sugeridas ações e mudanças
de procedimentos para que o resíduo gerado seja reduzido e/ou reutilizado e/ou
reciclado.
Capítulo 7 – Considerações Finais: Apresenta as conclusões do trabalho, tomando
por base as análises feitas e algumas intervenções já implantadas. Relata algumas
das limitações e dificuldades na execução deste e faz sugestões para trabalhos
futuros.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 14
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A DEMANDA POR HABITAÇÃO POPULAR
2.1.1 No Mundo
Um dos grandes desafios que a humanidade enfrenta neste novo milênio é a rápida
urbanização das cidades e o crescimento da pobreza (AFRICAN MINISTER’S
CONFERENCE ON HOUSING AND URBAN DEVELOPMENT, 2005). A qualidade de
vida nos grandes centros vem diminuindo e este fato atinge a grande maioria das
populações. Nas pequenas cidades, o reflexo do crescimento desordenado das metrópoles
já é sentido pelas pessoas, uma vez que os costumes e tradições estão tendo que se adequar
aos tempos modernos.
Desafios em grandes ou pequenos centros, o fato é que o aumento desordenado das cidades
acentua problemas como desemprego, desnutrição, insegurança e violência, enfim, pobreza
(GYOURKO; SUMMERS, 1997).
Desde 1950 que a humanidade tem experimentado uma rápida expansão demográfica, de
2,5 bilhões de pessoas para 06 bilhões. Aproximadamente 60% deste acréscimo ocorreu
nas áreas urbanas, principalmente nas mais desenvolvidas do mundo. Estimativas apontam
que daqui a trinta anos a população mundial terá sido aumentada em 48% em relação à de
hoje. (AFRICAN MINISTER’S CONFERENCE ON HOUSING AND URBAN
DEVELOPMENT, 2005).
Pesquisas indicam ainda, que mais da metade da população mundial, aproximadamente 03
bilhões, vivem em situação de pobreza, com menos de 2 dólares por dia. As pessoas que
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 15
vivem em situação de extrema pobreza, com menos de 1 dólar por dia, representavam, em
1999, 23% deste total. Hoje, embora a proporção de miseráveis tenha parado de aumentar,
é fato que a população pobre e subnutrida está aumentando nas áreas urbanas muito mais
que nas áreas rurais. Outro fato importante na atualidade é o seccionamento das áreas
urbanas em partes pobres e não planejadas (SHAH, 2005).
Em 2001, aproximadamente 924 milhões de pessoas no mundo viviam em favelas urbanas.
A Tabela 2.1, a seguir, mostra que isso significa 32% do total da população urbana do
mundo.
Tabela 2.1 – População mundial que vive em favelas e suas porcentagens para efeito
comparativo (dados parciais da tabela original)
Principal Área / Região
População Total
(milhões)
População
Urbana (milhões)
Porcentagem
da Pop. Urbana
Porcentagem da Pop.
Urbana Favelada
Pop. favelada
(centenas)
Mundial 6.134 2.923 47,7 31,6 923.986
Re
g
iões Desenvolvidas 1.194 902 75,5 6,0 54.068
Euro
p
a 726 534 73,6 6,2 33.062
Outras 467 367 78,6 5,7 21.006
Re
g
iões em Desenvolvimento 4.940 2.022 40,9 43,0 869.918
Norte da África 146 76 52,0 28,2 21.355
Sul do Sahara
(
África
)
667 231 34,6 71,9 166.208
América Latina e Caribe 527 399 75,8 31,9 127.567
Leste da Ásia 1.364 533 39,1 36,4 193.824
Cent
r
o- sul da Ásia 1.507 452 30,0 58,0 262.354
Sudoeste da Ásia 530 203 38,3 28,0 56.781
Oeste da Ásia 192 125 64,9 33,1 41.331
Oceania 8 2 26,7 24,1 499
Países desenvolvidos do Leste 685 179 26,2 78,2 140.114
Fonte: UN - Habitat (2001).
Cabe lembrar que nestes locais, normalmente, não existe saneamento básico e nenhum tipo
de infra-estrutura. Muitas vezes, estes lugares pobres, favelas ou, simplesmente, áreas
impróprias para a habitação, não possuem nem acesso considerável, impossibilitando a
chegada dos alimentos necessários, ajuda médica ou educação.
Contudo, para se combater este crescimento populacional e, conseqüentemente
habitacional, descontrolados, são necessárias considerações sobre os países que as
enfrentam, visto que todos eles apresentam o problema, mas cada um de forma e condições
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 16
diferentes para tratá-lo. Da mesma forma, o conceito de habitação popular, é relativo à
situação econômica do país (UNCHS, 2000).
Para os países desenvolvidos, as políticas habitacionais locais, públicas e privadas,
contemplam medidas para sanar o problema, apoiadas em condições econômicas estáveis,
onde a própria população que vive em condições precárias tem consciência que a habitação
digna é um direito. Entretanto, cada país apresenta a sua solução conforme condições e
prazos específicos. As Figuras 2.1 e 2.2 mostram habitações em bairro da periferia urbana
de Barcelona, conhecido por ser bairro de imigrantes e com grande histórico de
marginalidade.
Figura 2.1 – Bairro La Salut, Rua Calderón
de la Barca. Corredor de entrada ao pátio
interno.
Figura 2.2 – Pátio interno de moradia de
qualidade inferior .
Fonte: Hidalgo (2003).
Para os países em desenvolvimento, o problema habitacional, causado pela urbanização
acelerada, somado à falta de recursos financeiros, ainda representa questão secundária.
Estes países sofrem com problemas também graves, que são prioritários, tais como a fome,
a insegurança e/ou a violência. Nestes casos, embora a urbanização organizada pudesse
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 17
facilitar e simplificar outras necessidades, a falta de recursos financeiros e a desinformação
da população envolvida fazem com que, além de políticas habitacionais públicas, seja
necessário o envolvimento de organizações particulares e entidades de apoio no combate à
carência habitacional (UNCHS, 2000). A Figura 2.3 mostra uma favela do Brasil, onde
percebe-se o contraste entre a região pobre e a imagem do Cristo Redentor ao fundo.
Figura 2.3 – Habitações consideradas inadequadas em países
em desenvolvimento. Favela Dona Marta, no Rio de Janeiro.
Fonte: Variolla (2000).
Contudo, os problemas relacionados ao tema habitação, que estão intimamente ligados ao
conceito de sustentabilidade, quer seja por causa da condição de miserabilidade envolvida
ou pelas questões ambientais que desencadeiam, já estão sendo amplamente discutidos nos
fóruns mundiais e, progressivamente, tem-se percebido que providências estão sendo
tomadas.
Desde a Conferência Mundial do Meio Ambiente, em Estocolmo, realizada em 1972,
muito se discutiu e avançou em termos de qualidade de vida. Em 1976 foi realizada em
Vancouver, no Canadá, a 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Habitat Humano, a
Habita I. Houve a Agenda 21, realizada no Rio de Janeiro em 1992, e em 1996 foi
realizada a Habitat II, na Turquia. Nesta última, deliberou-se sobre a criação e
implementação da Agenda Habitat, que se caracteriza por uma plataforma de princípios
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 18
que devem se traduzir em práticas (CONFERÊNCIA MUNICIPAL DAS CIDADES,
2004).
Portanto, fica claro que, embora o mundo já esteja consciente e alerta, e muito já se tenha
progredido em propostas e projetos para solucionar o problema habitacional, inclusive com
ações mundiais relevantes e com instrumentos internacionais legais, há, ainda, muito o que
se discutir e o que se aprender para que soluções adequadas a cada região sejam elaboradas
e implementadas.
2.1.2 No Brasil
No Brasil, o déficit habitacional é de 6,5 milhões de moradias. Segundo as estatísticas
mundiais, destas moradias faltam 5,3 milhões nas áreas urbanas e 1,2 milhão nas áreas
rurais. Mais de 10 milhões de domicílios são carentes de infra-estrutura e 84% do déficit
habitacional brasileiro é concentrado nas famílias com renda de até três salários mínimos
(MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2005).
Historicamente, com a saída das populações do campo para a cidade, principalmente para
aquelas nas quais as atividades industriais foram iniciadas, estas cidades foram crescendo
rapidamente e as habitações foram sendo construídas no sentido centro-periferia. Nesse
processo, com o aumento desordenado das populações, as zonas periféricas foram se
tornando lugares não planejados e cada vez mais confusos. Estes lugares eram
economicamente desvalorizados por questões de acesso, distância, equipamentos públicos
escassos, dentre outros.
Desta forma, os seus moradores eram aqueles menos providos de recursos financeiros. Aos
programas habitacionais disponíveis, normalmente com recursos limitados e onerosos, só
tinham acesso os que podiam arcar com os retornos, nas condições exigidas pelas fontes
financiadoras (SOARES, 1995).
Nas periferias eram onde os brasileiros que não tinham acesso à moradia construíam, por
meio de processos informais e freqüentemente ilegais, residências precárias, vulneráveis e
inseguras (SEMINÁRIO BRASILEIRO HABITAÇÃO E ENCOSTAS, 2003).
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 19
Contudo, embora a Constituição Federal de 1988 reconheça o direito à moradia, após a
extinção do Banco Nacional de Habitação (BNH), ocorrida há mais de 15 anos, por um
determinado tempo não se discutiu com eficiência uma política habitacional adequada para
o país.
Assim, o grande desafio dos órgãos governamentais, a partir do ano 2000, foi conseguir
romper esta inércia e estabelecer uma nova política que viabilizasse o atendimento às
famílias de mais baixa renda. Entretanto, a tarefa de conseguir recursos subsidiados para
somar aos recursos onerosos existentes é uma atividade difícil diante das limitações de
investimento que a nova ordem mundial impõe aos países em desenvolvimento
(MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2005).
Neste contexto, segundo Ruscheinsky (1995), a falta de programas habitacionais eficientes
fez com que fossem cada vez mais constantes e intensos os movimentos por moradia, tais
como as ocupações irregulares, a proliferação de favelas, os assentamentos clandestinos,
dentre outros.
A Figura 2.4 mostra um assentamento popular na cidade de Cajamar, São Paulo. No Brasil
os assentamentos clandestinos têm acontecido com freqüência em diversas cidades.
Figura 2.4 – Assentamento Pop. em Cajamar, SP.
Fonte: Piolli (2003).
Em 2001, em meio às manifestações por habitação, que eram cada vez mais freqüentes, a
publicação da Lei Federal 10.257/2001 consagrou o Estatuto das Cidades. Para a
implementação deste estatuto, foram criadas as Conferências das Cidades, em escalas
municipais. Desta forma, novas políticas e um novo sistema nacional de habitação
passaram a ser discutidos, tendo como referencial as diretrizes retiradas na Conferência
Nacional das Cidades.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 20
Atualmente, o Governo Federal está trabalhando em duas vertentes: retomar o
planejamento do setor, dando condições institucionais para sua gestão, e garantir mais
recursos para a habitação em geral, focando os programas na população de baixa renda,
que representa a maior parte das pessoas moradoras de habitações precárias. Por isso, o
Ministério das Cidades elegeu como prioridade absoluta, no âmbito da política
habitacional, a destinação dos programas de subsídios para a produção, a aquisição e a
melhoria de moradias, em benefício das famílias que ganham até três salários mínimos
(MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2005).
Os novos programas governamentais terão como objetivo facilitar à população de baixa
renda financiamentos de imóveis novos ou usados, urbanização de assentamentos
precários, aquisição de material de construção, reforma e ampliação de unidades
habitacionais, construção de imóveis para arrendamento, produção de lotes urbanizados e
requalificação de imóveis para uso habitacional (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2005).
A Figura 2.5 apresenta, como exemplo, conjunto habitacional construído em Belo
Horizonte, executado em processo de mutirão auto-gerido, financiado com verba do
Ministério das Cidades, através da CEF – Programa Pró-Moradia (LOPES; RIZEKI, 2005).
Figura 2.5 – Conjunto Habitacional Pop. Urucuia
Fonte: Pesquisa ... (2005).
Além do Governo Federal, entidades privadas e órgãos não governamentais têm entendido
que as questões urbanas, seja na ocupação das cidades ou na melhoria da condição de vida
de sua população, dizem respeito a todos os habitantes e trazem conseqüências
econômicas, sociais e políticas. O fato é que SINDUSCOM, CREA, ABCP, SEBRAE,
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 21
CEF, Banco do Brasil, dentre outros, já contam com programas de incentivo à habitação
(REIS; MELHADO, 1998).
Grande passo para a solução dos problemas relativos à qualidade das habitações, foi dado
pela CEF, quando passou a exigir das empresas que contratava para o setor de construção
civil o PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat), que tem
como objetivo melhorar a qualidade dos produtos para o consumidor da habitação (REIS;
MELHADO, 1998).
Contudo, mesmo com tudo o que está sendo feito pelos governos e por instituições
privadas, a demanda habitacional, que é relativa à quantidade e qualidade das habitações,
ainda é significativa e há muito que se desenvolver.
2.1.3 No Município de Uberlândia
Segundo o censo do IBGE (2000), Uberlândia já possuía 501.214 habitantes naquele ano,
sendo que 488.982 estavam na área urbana, contra 12.232 na área rural (Tabela 2.2).
Tabela 2.2 – Evolução da população no que se refere às áreas urbana e rural.
Evolução da População (Censo / Ano)
Área
1980 1991 1996¹ 2000² 2001³
Urbana
231.598 358.165 431.744 488.982 505.167
Rural
9.363 8.896 7.242 12.232 12.637
Total
240.961 367.061 438.986 501.214 517.804
Fonte: IBGE / Nota 1. Contagem populacional/IBGE 1996. /2.Censo Demográfico/IBGE – 2000 /3.
Estimativa populacional – 2001.
Como pode ser observado na Tabela 2.2, a evolução e a projeção indicam que a população
urbana aumenta de forma desproporcional à rural.
Buscando dados na História, foi por volta de 1930, com a instituição das empresas
imobiliárias, que começaram a ocorrer mudanças no padrão habitacional desta cidade, com
o surgimento de bairros na direção norte. Nos anos 50 inicia-se o processo de
verticalização, com a construção dos primeiros edifícios na área central da cidade.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 22
Após a construção de Brasília e o plano de interiorização do país no governo JK, várias
mudanças decorrentes do crescimento econômico e populacional ocorreram em
Uberlândia, como por exemplo, ampliaram-se as periferias com a implantação de
conjuntos habitacionais (SOARES, 2004).
A Figura 2.6 mostra a cidade de Uberlândia em seu período de mudanças urbanísticas
significativas. Percebe-se o primeiro prédio ao fundo.
Figura 2.6 – Uberlândia na década de 50.
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia (ca. 1950).
Entre os anos de 1970 e 1980, os fluxos migratórios foram intensificados em função da
industrialização, da modernização do setor agrícola e da diversificação dos setores de
comércio e serviços. O desenvolvimento urbano e o impulso econômico uberlandense
passaram a atrair também glebas de imigrantes das regiões circunvizinhas e até de outros
estados, acelerando o adensamento urbano. Uberlândia tornou-se o grande centro regional
do Triângulo Mineiro (CONFERÊNCIA MUNICIPAL DAS CIDADES, 2004). Na Tabela
2.3 tem-se dados recentes do crescimento populacional de Uberlândia
Tabela 2.3 – Crescimento da população do Município de Uberlândia
Taxas de Crescimento
Censo Taxas de Crescimento
1996¹ 2000² Anual Período
438.986 501.214 3,31% 14,17%
Fonte: IBGE / Nota: 1.Contagem populacional IBGE – 1996 /2. Censo demográfico IBGE – 2000.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 23
Assim, expandiram-se as periferias. Nesta década foram construídas 35 mil moradias na
forma de conjuntos habitacionais financiados pelo BNH. Além disso, vários bairros foram
implantados por incorporadoras privadas, que vendiam os terrenos a particulares para que
estes construíssem suas casas em regime de autoconstrução. Estes bairros, em sua maioria,
eram carentes de infra-estrutura e serviços. Apenas em 1979, com a Lei 6.766, os
loteadores passaram a ser responsáveis pela infra-estrutura dos loteamentos.
A partir de 1990, foram construídas com o financiamento da CEF, aproximadamente 14
mil moradias do tipo “Embrião”. Eram conjuntos habitacionais com casas de 27m² de área
construída, com um único cômodo de múltiplo uso, na intenção de que, com o passar do
tempo, seus proprietários viessem a ampliá-las. Contudo, para adquirir este financiamento,
o proponente deveria ter comprovação de renda, o que acabou por limitar a população
necessitada (SOARES, 2004).
A Figura 2.7 mostra uma das unidades do tipo “Embrião”, nos dias de hoje, onde o
proprietário acrescentou apenas cobertura improvisada na parte da frente do imóvel. Há
água, esgoto e energia elétrica, mas o estado da habitação é precário. Não há muros e a
habitação encontra-se sem pintura.
Figura 2.7 – Moradia do tipo Embrião. Bairro São Gabriel, Uberlândia –MG
Fonte: da autora (2004).
Desta forma, considerando a indisponibilidade de programas habitacionais adequados à
população carente, a ocupação da cidade se deu de forma irregular, favorecendo a
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 24
especulação imobiliária e a geração de vazios urbanos, que acabavam por aumentar custos
de infra-estrutura, transporte e serviços (SOARES, 2004).
Atualmente, a periferia da cidade é caracterizada por grandes contrastes: existe a porção
rica e a pobre. A primeira é formada por condomínios fechados, que visam atender a
grupos de pessoas com renda elevada, que buscam segurança, tranqüilidade e lazer. A
segunda é onde reside a população de baixa renda. A periferia pobre também apresenta
contradições e heterogeneidades, tanto em seu conteúdo social como também com relação
à ocupação do espaço urbano, às condições de moradias, ao provimento de infra-estrutura e
aos serviços e equipamentos públicos (CONFERÊNCIA MUNICIPAL DAS CIDADES,
2004).
Mesmo possuindo todo tipo de serviço e equipamentos públicos, vários bairros da cidade
são considerados periféricos em sentido pejorativo, devido à caracterização dos imóveis e à
baixa renda da população residente.
Enquanto isso, há bairros nas mesmas condições de localização, serviços e equipamentos,
onde os moradores têm rendas mais elevadas e as habitações são sofisticadas, que não são
considerados periféricos (BESSA, 1998).
A Figura 2.8 mostra o Bairro Jardim Aurora, que fica próximo ao Residencial Campo
Alegre, onde grande parte da população é carente. Já a Figura 2.9 mostra o Bairro Jardim
Karaíba, localizado no mesmo zoneamento do primeiro, onde a população tem renda
elevada. Na Figura 2.9 nota-se também os prédios do centro da cidade ao fundo.
Figura 2.8 – Periferia pobre de
Uberlândia (Bairro Jardim Aurora).
Figura 2.9 – Periferia rica de Uberlândia (Bairro
Jardim Karaíba).
Fonte: da autora (2004)
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 25
Nestas regiões periféricas, sejam elas ricas ou pobres, percebe-se grande quantidade de
construções em execução. Próximo ao Jardim Karaíba, por exemplo, estão sendo
construídos condomínios de luxo. No Jardim Aurora, como pode ser notado na Figura 2.8 ,
as casas estão inacabadas e, portanto, em construção. Este cenário aponta claramente o
contínuo crescimento da cidade.
O fato é que hoje, em Uberlândia, o déficit habitacional é grande, bem como a
precariedade das habitações (CONFERÊNCIA MUNICIPAL DAS CIDADES, 2004).
Segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Social
3.
, existem mais de 3 mil
famílias em acampamentos do movimento “Sem Teto”, há várias ocupações irregulares,
assentamentos em locais indevidos, dentre outros problemas.
A Figura 2.10 apresenta uma das casas construídas às margens do Córrego Lagoinha, na
zona urbana de Uberlândia, onde encontram-se aproximadamente 100 famílias vivendo de
forma irregular, em área de preservação permanente.
Figura 2.10 – Ocupação irregular às margens do Córrego Lagoinha em Uberlândia.
Fonte: da autora (2004)
3
Informações obtidas em entrevista com o Sr. Rubens Rezende, Diretor da Divisão de Planejamento Social,
da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura Municipal de Uberlândia, dez. 2004 (Verbal).
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 26
2.1.3.1 Políticas Habitacionais populares no Município de Uberlândia
O histórico de programas habitacionais populares no Município de Uberlândia mostra que,
embora eles tenham existido e muitos deles apresentem números significativos, a demanda
por habitações para a população com renda familiar entre 01 e 03 salários mínimos é
crescente. Ocorre no município o mesmo que vem ocorrendo nas grandes cidades (IBGE,
2000). A Tabela 2.4 mostra os números de habitações construídas por meio dos programas
habitacionais do município, via EMCOP, em anos passados.
Tabela 2.4 – Programas habitacionais desenvolvidos no Município de Uberlândia.
Órgão 1989/1997 (quantidades de residências construídas)
EMCOP 11.196
Iniciativa Privada 4.349
Total 15.545
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (2004).
Para as empresas construtoras, há pouco interesse de investimento de recursos financeiros
no setor de construções residenciais populares, uma vez que estas são destinadas à
população de baixo poder aquisitivo, que não tem como pagar valores que propiciem
margens de lucro seguras.
Neste caso, para que as empresas se interessem pela execução das obras, os órgãos que
fomentam o mercado da habitação popular, normalmente vinculados ao governo, federal
ou municipal, as contratam para a execução de conjuntos habitacionais ou abertura de
loteamentos, pagam pelos imóveis de forma imediata e os financia aos compradores finais,
o que faz com que as empresas passem a apresentar certo interesse pelas obras. Contudo,
não em situações prioritárias, visto que, mesmo assim, os lucros são pequenos e, na
maioria das vezes, o mercado imobiliário segue outras tendências.
Segundo declarações do SINDUSCON-TAP
4.
, o setor empresarial tem interesse na
construção popular de conjuntos habitacionais porque é uma forma de gerar empregos,
4
Informações verbais obtidas do Sr. Pedro Spina, Presidente do SINDUSCON-TAP, out. 2004 (verbal).
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 27
substituindo a autoconstrução, tirando os trabalhadores do setor da construção civil da
informalidade e, com isso, treinando mão-de-obra, visto que são construções simples.
Contudo, a margem de lucro é muito pequena, os financiadores públicos nem sempre
dispõem de verbas e as construtoras não dispõem de recursos financeiros próprios para
investimento.
Conforme dados da Secretaria Municipal de Habitação
5
, os programas propostos e
desenvolvidos pela Prefeitura Municipal de Uberlândia na última gestão de governo, ano
de 2001 a 2004, época em que foi realizado este trabalho, foram programas que
beneficiaram prioritariamente a população de renda mais baixa, estando esta dividida em
dois grupos, sendo um com renda entre 01 e 03 salários mínimos e outro com renda entre
03 e 06 salários mínimos.
Os programas eram financiados pelo Governo Federal, através da CEF, ou simplesmente
pelo Município de Uberlândia, através do Fundo Municipal de Habitação Popular
(FUMHAP).
O FUMHAP foi criado em 1991, através da Lei n.º 5.413, e é destinado a financiar e
implementar programas habitacionais às famílias carentes, devidamente constituídas, de
acordo com a Constituição Federal e com renda familiar mensal de até 3 salários mínimos.
Este fundo é vinculado à Secretaria Municipal de Habitação e tem como fonte de recursos:
transferências orçamentárias oriundas do Município, da União e/ou do Estado;
contribuições e doações de pessoas jurídicas de direito público ou privado; contribuições,
doações, convênios e contratos de financiamento de organismos de cooperação; ou
qualquer outra renda eventual que a ele seja destinada (UBERLÂNDIA, 1991).
Assim, os programas desenvolvidos foram:
Para a população com renda entre 01 e 03 salários mínimos: Casa Fácil, PSH, e a
venda de lotes urbanizados.
5
Informações obtidas em entrevista com o Sr. João Eduardo Mascia, Secretário Municipal da Secretaria de
Desenvolvimento Social e Habitação da Prefeitura Municipal de Uberlândia, dez. 2004 (Verbal).
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 28
Para a população com renda entre 03 e 06 salários mínimos: PAR e PRÓ-LAR
O ANEXO A mostra quadro resumo dos programas habitacionais desenvolvidos no
período de 2001 a 2004.
O Programa “Casa Fácil” foi financiado apenas pelo FUMHAP e se constituiu de lotes e
materiais para a construção de casas de 01 ou 02 quartos, com áreas respectivamente de
37,48m² ou 44,52m², conforme projeto padrão, em terrenos de área mínima de 250m²
(aconteciam em terrenos de esquina ou áreas irregulares metragens um pouco maiores). As
unidades habitacionais foram construídas em regime de autoconstrução, em terrenos
agrupados para que a PMU pudesse orientar a construção e coordenar o canteiro de obras.
As famílias foram escolhidas pela PMU e tinham renda entre 01 e 03 salários mínimos.
Pela lei que instituiu o Programa “Casa Fácil” (UBERLÂNDIA, 2002), estas famílias
pagam o financiamento em parcelas mensais de 10% do valor da renda familiar, durante 05
anos. O valor das casas é, portanto, subsidiado pelo FUMHAP, visto que as unidades
habitacionais têm o seu valor de custo, material e terreno, perto de R$ 13.000,00 (treze mil
reais).
Foram executadas 366 casas pelo Programa “Casa Fácil” nos bairros Morumbi e São Jorge,
bem como no Distrito de Tapuirama.
O PSH – Programa de Subsídio Habitacional de Interesse Social, aconteceu em parceria
entre a CEF e o FUMHAP. As casas são de 44,52m² de área construída, em terrenos de
área mínima de 250m², idênticas às do Programa “Casa Fácil”, construídas da mesma
forma. A escolha das famílias também ocorreu da mesma maneira, priorizando aquelas que
possuíam maior quantidade de crianças ou problemas de doença grave na família. O valor
da prestação que é pago pela família beneficiada é de 20% da renda desta e o prazo de
pagamento é de 06 anos. Neste programa a CEF entrou com o valor máximo de R$
4.500,00 por família, calculado de forma inversamente proporcional à renda desta, e a
PMU, através do FUMHAP, entrou com o terreno urbanizado, o restante do valor para o
material e a manutenção do canteiro de obras, bem como acompanhamento técnico.
O ANEXO B mostra o valor subsidiado pela CEF para cada uma das famílias das 50
unidades habitacionais analisadas neste estudo.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 29
Foram executadas 278 casas, através do PSH, apenas no Residencial Campo Alegre, sendo
a primeira etapa com 201 unidades, a segunda com 50 unidades e a terceira com 27
unidades.
Os lotes urbanizados são áreas que a PMU adquire para fins habitacionais e executa a
infra-estrutura, quando necessário. Apenas com recursos do FUMHAP e da própria PMU
as adequações são feitas e os lotes são contratados com famílias possuidoras de renda
também, de até 03 salários mínimos.
Nos últimos 04 anos foram vendidos aproximadamente 414 lotes urbanizados em diversos
bairros da cidade. Eram lotes localizados em loteamentos já existentes, resultantes de
rescisões contratuais entre os compradores e a PMU, por motivos de falta de pagamento,
por estarem desocupados após o prazo estipulado em contrato ou por manifestação de
desinteresse no lote por parte do comprador.
No Loteamento São Francisco/Joana D’arc, a intenção da administração era dispor dos
terrenos aos mutuários através do programa convencional de lotes urbanizados. Contudo,
por problemas jurídicos ocorridos quando da desapropriação da área, ainda hoje não foi
possível efetivar a contratação dos lotes com as famílias. No entanto, 1532 lotes foram
disponibilizados a famílias carentes sem programa específico.
O programa PRÓ-LAR foi desenvolvido em parceria com a CEF, para atender famílias
cuja renda estivesse entre 3,5 a 05 salários mínimos. A CEF concedia carta de crédito a
estas famílias, no valor máximo de R$ 20.000,00, considerando que R$ 8.000,00 seriam
gastos com o terreno e R$ 12.000,00 seriam gastos com os materiais para a construção de
imóvel com 46,70 m² de área útil. O terreno poderia se adquirido pelo mutuário em
qualquer lugar da cidade, desde que o valor não ultrapassasse o estipulado. A PMU foi
responsável pela inscrição das famílias, triagem, acompanhamento da obra e isenção dos
impostos municipais.
Foram executadas apenas 423 unidades habitacionais pelo programa PRÓ-LAR.
Por fim, o programa PAR, Programa de Arrendamento Residencial, também em parceria
com a CEF, para atender famílias com renda entre 03 e 06 salários mínimos. Neste
programa, a PMU foi responsável pela inscrição e seleção das famílias e isenção dos
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 30
impostos municipais. A CEF contratava empresa particular para a execução do
empreendimento, normalmente casas ou apartamentos de 02 quartos, e terceirizava a
checagem e atualização da documentação dos mutuários.
Desta forma, em linhas gerais, observa-se que:
os programas habitacionais para atendimento da população com renda entre 01 e 03
salários mínimos, que é a população beneficiada com conjuntos habitacionais
semelhantes ao estudado neste trabalho, têm disponibilizado relativamente poucas
unidades;
ainda, que o crescimento demográfico é crescente e, conseqüentemente, a demanda
por habitação popular também o é, como pode ser visto nos itens anteriores;
os recursos financeiros disponíveis para o setor de habitação popular nem sempre
estão disponíveis e/ou a população não tem como arcar com seus custos;
os imóveis normalmente são pequenos e simples, mas custosos para os órgãos
públicos.
Assim, fica clara a necessidade de conhecimento e aprimoramento dos programas
habitacionais atualmente praticados, para que seja possível a otimização destes e para que
haja um atendimento mais amplo e consistente.
Assim sendo, é necessário o acompanhamento e análise da execução dos conjuntos
habitacionais, o que poderá levar ao aperfeiçoamento de métodos construtivos, de maneira
a possibilitar a construção de maior número de unidades e otimizar os poucos recursos
financeiros disponíveis para este tipo de empreendimento imobiliário.
O estudo sobre a geração de entulho em conjuntos residenciais populares poderá contribuir
para este fim, considerando que o material transformado em entulho tem seu custo
financeiro, que pode ser expressivo, e tem suas quantidades desconhecidas, podendo, no
entanto, através de constatações visuais, ser considerado relevante.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 31
Além disso, o resíduo gerado nestes conjuntos causa, além de desperdício de recursos
financeiros, outros problemas à sociedade, como por exemplo, os ambientais.
Na Figura 2.11 pode-se exemplificar a situação acima constatada.
Figura 2.11 – Quadro situacional.
Fonte: da autora (2005)
Portanto, uma vez que a redução dos volumes de entulho gerados em obras habitacionais
populares pode significar a redução dos custos destes conjuntos há que se estudá-los.
2.2 A GERAÇÃO E A GESTÃO DO RCD
2.2.1 No Mundo
A construção civil está presente na história da humanidade desde os tempos mais remotos.
Por seu caráter artesanal, pelo material utilizado (de origem mineral, vindo de grandes
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 32
jazidas que davam a idéia de que as fontes eram inesgotáveis) e pelas técnicas construtivas
empregadas, têm-se a geração do entulho da construção.
É fato que, desde a edificação das cidades do Império Romano tal ocorrência já despertava
a atenção de construtores, uma vez que os primeiros registros que provam a reutilização de
resíduos da construção datam desta época (LEVY, 2001).
Porém, é a partir de 1928 que começam a ser feitas pesquisas para avaliar o consumo de
cimento, a quantidade de água, o efeito da granulometria dos agregados oriundos de
alvenaria britada e de concreto (LEVY, 2001).
Mas a primeira aplicação significativa do entulho de construção civil reciclado deu-se após
a Segunda Guerra Mundial, na Europa. Quando da reconstrução das cidades, havia pouca
matéria prima virgem disponível e grande quantidade de escombros (WEDLER E
HUMMEL, apud LEVY, 2001). Desta forma, pode se considerar que, a partir de 1946,
devido à necessidade e urgência requeridas no pós guerra, teve início, efetivamente, o
desenvolvimento da tecnologia de reciclagem do entulho.
Atualmente, os países mais desenvolvidos, como Estados Unidos, Holanda, Japão, Bélgica,
França e Alemanha, já perceberam a necessidade de reduzir e reciclar as sobras de
construção civil, normalmente por terem as suas reservas naturais escassas e/ou por terem
consciência dos problemas ambientais decorrentes da deposição irregular deste material
(COELHO, 1999).
Nestes países as pesquisas sobre a reutilização do RCD vêm crescendo e visam, além do
reaproveitamento, a regulamentação da atividade geradora (DIAS, 2004). São conhecidas
pesquisas para obtenção de agregados, para utilização do RCD em pavimentos rodoviários
ou estruturas de concreto, entre outras.
Na Alemanha, Holanda e Dinamarca, já se desenvolvem negociações com construtores
ingleses, visando a importação de restos de demolição para alimentar as usinas de
reciclagem de entulho. A informação de que, somente na Holanda, são mais de 40 usinas,
revela os altos índices de reciclagem de tais resíduos. Na Holanda há reciclagem de 70%
do entulho produzido e na Alemanha 30% (COELHO, 1999).
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 33
De acordo com John (2003), embora o mercado internacional, especialmente o Europeu,
esteja em franco desenvolvimento, mesmo em países da Europa, como a Holanda, os
métodos de controle de qualidade dos agregados reciclados ainda são precários. Ainda hoje
são adotados métodos de caracterização da composição através de catação manual das
diferentes frações, em um trabalho tedioso, caro e demorado.
Em termos qualitativos, de composição, os resíduos da construção civil são uma mistura de
materiais inertes, tais como concreto, argamassa, madeira, plásticos, papelão, vidros,
metais, cerâmica e terra. Esta mistura faz com que o RCD seja considerado misto.
Contudo, se separado por componentes, embora as técnicas mais utilizadas para separação
ainda sejam ineficientes, pode ser trabalhado com maior facilidade (JOHN, 2003).
Em termos quantitativos, esse material corresponde a algo em torno de 50% da quantidade,
em peso, de resíduos sólidos urbanos coletada em cidades com mais de 500 mil habitantes
de diferentes países, inclusive o Brasil (PINTO, 1999).
Na Europa, mesmo com os avanços na área da reciclagem, sabe-se que há um desperdício
equivalente a 200 milhões de toneladas por ano entre concreto, pedras e recursos minerais
diversos (ZORDAN, 1997).
A geração expressiva de entulho é preocupação mundial, não só por representar perdas
financeiras. Considerando que a matéria prima virgem é extraída da natureza, e que
constitui recurso natural não renovável, a sua utilização descontrolada representa perdas
ambientais com grandes conseqüências para a sua extração, para a sua manufaturação e,
por último, para a sua deposição.
Os problemas podem ser identificados através da poluição visual, proliferação de vetores
de doenças, poluição do solo, do ar, chuva ácida, efeito estufa, diminuição da camada de
ozônio, mudanças de clima, poluição das águas, enchentes, desmatamento, desertificações,
entre outros (DIAS, 2004).
É importante salientar que os problemas ambientais acima relatados também são
decorrentes de outras causas, relacionadas a questões culturais, sociais, políticas e
econômicas, e não ocorrem exclusivamente por conta do impacto da exploração da matéria
prima para a construção civil, de sua utilização e do RCD.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 34
No entanto, o RCD é responsável pela maior parte do volume de resíduos sólidos. Segundo
Zordan (1997), a produção anual de RCD na Europa Ocidental chega a estar entre 0,7 a 01
tonelada por habitante, o que representa o dobro do resíduo sólido gerado naquela região.
Assim, se houver a possibilidade de redução da geração do RCD, de reutilização do
material gerado ou da sua reciclagem, para que o volume de resíduos sólidos produzidos
pelas comunidades seja menor, facilitando a sua destinação final ou o seu tratamento,
grande será a contribuição ambiental.
A Agenda 21 para a construção sustentável trata de assuntos relacionados à fabricação de
materiais, dando ênfase à sustentabilidade, como redução das quantidades de material e
energia contidos nos produtos e baixa emissão dos produtos utilizados (AGENDA 21 FOR
SUSTAINABLE CONSTRUCTION IN DEVELOPING COUNTRIES, 1999).
Ao considerar todos os fatos expostos, da geração do RCD aos problemas criados pela sua
deposição, a construção civil tende, cada vez mais, a apresentar as seguintes características,
segundo Ângulo (1999):
Custos mais elevados em suas matérias-primas devido à escassez e à necessidade
de conservação de energia, necessitando reduzir seus custos, minimizando o
desperdício e, se possível, reciclando o desperdício.
Necessidade de reduzir seus volumes de entulho, devido ao aumento de preços dos
transportes para aterros ou centrais de moagem de entulho cada vez mais distantes.
Talvez reciclando os seus volumes para evitar um custo excessivo de transporte.
Necessidade de investir em proteção ao meio ambiente, como vem preconizando a
Norma ISO 14.000 (Gerenciamento Ambiental). Tanto para a sobrevivência e
“marketing” de sua empresa no ambiente da qualidade dos seus serviços, como por
exigência do mercado consumidor em relação aos seus produtos. Scardoelli (1995)
observa que a busca de certificação de qualidade é importante para o setor da
construção civil e para a empresa porque gera benefícios na obtenção de novos
contratos.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 35
Necessidade de adequação a um modelo de desenvolvimento sustentável, onde a
empresa terá que satisfazer as necessidades do mercado sem comprometer as
necessidades futuras.
Desta forma, há muito a se desenvolver para que os problemas causados pelo RCD sejam
mitigados. No entanto, o principal passo para o desenvolvimento já foi dado, uma vez que
a necessidade destes trabalhos já está reconhecida.
2.2.2 No Brasil
O Construbusiness é um dos setores mais importantes da atividade econômica do país.
Chega a representar 14,5% do PIB brasileiro – Produto Interno Bruto. A cadeia produtiva é
uma das mais completas e tem sido considerada a locomotiva do desenvolvimento. No
entanto, há que se observar os impactos negativos deste setor (DIAS, 2004).
A indústria da construção civil é a que mais explora recursos naturais. Além disso, é
também a que mais gera resíduos (SOUZA, 2005).
No Brasil, a tecnologia construtiva normalmente aplicada favorece o desperdício na
execução das novas edificações. Enquanto em países desenvolvidos a média de resíduos
provenientes de novas edificações encontra-se abaixo de 100kg/m², no Brasil este índice
gira em torno de 300kg/m² edificado (ANDRADE et al., 2001).
Desta forma, da mesma maneira que em outros países, o Brasil vem percebendo os reflexos
da geração do RCD; reflexos ambientais, sociais, culturais e econômicos.
Segundo Pinto (1999), a massa de resíduos de construção gerada nas cidades é igual ou
maior que a massa de resíduo domiciliar. De maneira geral, para as cidades brasileiras de
médio e grande porte, a massa de RCD gerada varia entre 41% e 70% da massa total de
resíduos sólidos urbanos.
Neste mesmo trabalho, ficou constatado que as massas de RCD, para as cidades de Jundiaí,
Santo André, São José dos Campos, Belo Horizonte, Ribeirão Preto, Campinas, Salvador e
Vitória da Conquista, variam entre 230 kg/hab.ano para esta última até 760 kg/hab.ano
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 36
para a primeira. Nesta amostra a mediana foi 510 kg/hab.ano, valor coerente com as
estimativas estrangeiras.
Já a estimativa da Prefeitura Municipal de São Paulo, a partir dos dados de Zordan (1997),
é de, aproximadamente, 280 kg/hab.ano.
A metodologia desta estimativa, no entanto, é desconhecida e parte de um pressuposto que
a prefeitura municipal gerencia 40% do RCD gerado. Observa-se grande variabilidade das
estimativas apresentadas por diferentes fontes para um mesmo país. Uma das razões da
grande variabilidade é a classificação do que é considerado resíduo de construção. Alguns
autores incluem a remoção de solos, enquanto outros excluem este valor. Outras razões
decorrem da importância relativa da atividade de construção, da tecnologia empregada, da
idade dos edifícios, entre outros.
Sobre este aspecto, firmou-se a necessidade de uma metodologia padronizada para que
fosse possível haver comparação de dados e maior aproveitamento destas pesquisas. Desta
forma, a pesquisa financiada pela FINEP “Alternativas para a Redução de Desperdício de
Materiais nos Canteiros de Obras” (1998), coordenada por Agopyan, dá início à busca pela
metodologia padronizada. Nesta pesquisa foi desmistificada a idéia de que a cada 3
edifícios, 1 era “jogado fora”.
Quanto à deposição do RCD, sabe-se, que na maioria das cidades brasileiras, grande
parcela é depositada clandestinamente. As soluções normalmente empregadas são aterros
ou lixões. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, são gerados mensalmente, no
município, cerca de 90 mil m³ de entulho de construção. No entanto estima-se que cerca de
60% deste volume refere-se a despejos clandestinos em terrenos baldios, podendo o
volume total de entulho chegar a 144 mil m³ mensais (COORDENAÇÃO TÉCNICA DA
ABESC, 2004).
Pesquisas recentes indicam que, ainda que seja parcialmente clandestino, o “negócio” dos
resíduos da construção gira anualmente, somente no município de São Paulo, cerca de 70 a
100 milhões de reais em atividades de transporte, áreas de aterros, além das despesas da
prefeitura na remoção dos resíduos ilegalmente depositados, operação de central de
transbordo e de um aterro de resíduos de construção (JOHN, 2003).
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 37
A origem do entulho pode ser explicada considerando-se que:
Nas obras de construção, o RCD pode ter como origem problemas relacionados à
sua concepção: a erros de projetos ou cálculos; à fase de execução: à má qualidade
do material; ao despreparo da mão-de-obra; a condições de trabalho desfavoráveis
e, inclusive, ao desconhecimento pelo meio técnico envolvido, de processos de
controle e de reutilização (SOUZA, 2005).
Nas obras de reforma, a principal causa está relacionada não ao desperdício, mas à
não reutilização de materiais. A falta da cultura de reutilização e reciclagem e o
desconhecimento da potencialidade do entulho fazem com que este seja descartado
(JOHN, 2003).
Nas obras de demolição, a geração do entulho não depende do processo utilizado.
O RCD é o produto final deste serviço. Contudo, de acordo com Zordan (1997), a
qualidade do serviço pode interferir na reutilização ou na reciclagem do material,
pois o processo pode favorecer a segregação dos componentes ou não.
Em pesquisa pioneira no Brasil, Pinto (1984) levantou dados do desperdício de materiais
em obras de construção civil. Em 1997, Levy e Helene (1997) também pesquisaram dados
sobre o assunto. Mais tarde, em Agopyan et. al. (1998) e Souza et al. (1999), foram
levantados dados sobre o mesmo tema em diversos estados brasileiros. Agopyan et al.
(1998) apresentaram, por exemplo, valores médios de 76% para a areia, 95% para o
cimento, 75% para a pedra, 97% para a cal, 9% para o concreto, 17% para blocos e tijolos,
10% para o aço e 18% para a argamassa, sendo que 50% destes montantes estavam
incorporados à obra e os outros 50% saíram na forma de entulho. Na pesquisa coordenada
pelo Professor Vahan Agopyan, da Escola Politécnica da USP, chegou-se à conclusão que
o desperdício médio das empresas brasileiras fica entre 7% e 8%.
Entretanto, em determinadas cidades brasileiras, já existem empresas, tanto no setor
público quanto no privado, que reciclam RCD. Segundo Pinto (CRISTINA, 2001), Belo
Horizonte é pioneira no tratamento de resíduos da construção e seu respectivo
aproveitamento.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 38
O uso de entulho reciclado nesta cidade já é uma realidade desde 1995, na pavimentação
de ruas. Na época, havia apenas uma planta de reciclagem descentralizada. Hoje, com as
duas que estão em funcionamento, o material é reaproveitado não só em novas
pavimentações, mas também em operações de tapa-buraco, nas calçadas e jardins públicos,
na contenção de encostas e, em menor escala, na produção de blocos para construção
(CRISTINA, 2001).
De acordo com John (1999), cidades como Ribeirão Preto, São Paulo, Campinas, São José
do Rio Preto, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, dentre outras, já possuem histórico de
reciclagem de RCD.
No campo das pesquisas, várias instituições sobressaem. Muitas pesquisas estão em
andamento nas universidades federais, prefeituras e empresas privadas, interessadas em
desenvolvimento de novas tecnologias, ganhos ambientais e/ou financeiros.
Quanto às regulamentações para a gestão do RCD, na Tabela 2.5 podem ser vistas algumas
delas e seus objetivos.
Tabela 2.5 – Regulamentações vigentes e seus objetivos
Regulamentações Objetivos
Resolução nº 307 do CONAMA,
de 05/07/2002
Estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos
resíduos da construção civil.
NBR 15112
Definir procedimentos para o manejo na triagem dos resíduos das
diversas classes, inclusive quanto à proteção ambiental e controles
diversos.
NBR 15113
Definir procedimentos para o preparo da área e disposição dos resíduos
classe A, proteção das águas e proteção ambiental, planos de controle e
monitoramento.
NBR 15114
Estabelecer procedimentos para o isolamento da área e recebimento,
triagem e procedimento dos resíduos classe A.
NBR 15115
Definir as características dos agregados e as condições para uso e
controle na execução de reforço de subleito, sub-base, base e
revestimento primário (cascalhamento).
NBR 15116
Definir as características dos agregados e as condições para uso e
controle na execução de concreto, agregado reciclado, sem função
estrutural, e seus artefatos.
NBR 14728
Estabelecer os requisitos mínimos de dimensões e volumes para a
construção de caçambas estacionárias operadas por poliguindastes.
Fonte: Adaptada de Pinto (2004).
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 39
2.2.3 No Município de Uberlândia
No município de Uberlândia, segundo pesquisa desenvolvida no ano de 2000
(INFORMAÇÃO & TECNOLOGIA, 2000), encomendada pela Secretaria de Serviços
Urbanos, cada habitante produz cerca de 760 gramas de lixo por dia, chegando a um
montante de, aproximadamente, 360 toneladas/dia. Contudo, o que realmente preocupa a
administração é a quantidade de RCD, que chega a ser de 2 quilos por habitante/dia.
Nesta pesquisa foram levantados dados sobre a geração de RCD na cidade, coletados em
diversos órgãos da administração municipal e junto às empresas coletoras de resíduos,
atuantes na cidade.
Para a avaliação da quantidade de RCD gerados na construção civil, considerou-se, além
dos resíduos produzidos em novas edificações (informações prestadas pelas empresas
construtoras), os causados por reformas (recolhidos por empresas de caçambas metálicas),
bem como os removidos pela administração pública das centrais de entulho e áreas de
deposição clandestina.
Para as novas edificações, de uso predominantemente residencial, estimou-se, por meio de
informações das empresas construtoras, que a construção convencional gera entulho na
ordem de 25%, em massa, do material utilizado para a obra, sendo a média da quantidade
de resíduo produzido em torno de 358,76 t/ dia.
As reformas, por nem sempre envolverem aumento de área construída, são, na sua maioria,
construções não formalizadas pelo poder público, e para estimar a quantidade de resíduos,
buscou-se informações junto às empresas de coleta por caçambas metálicas, obtendo-se um
valor médio de 359 t/dia de RCD.
Por fim, para o levantamento dos resíduos removidos pela administração pública, foram
consultados os registros da Divisão de Limpeza Urbana, da Secretaria Municipal de
Serviços Urbanos, referentes aos últimos anos, onde a quantidade de RCD ficou na média
de 240,75 t/dia.
A somatória dos dados levantados indica uma média de 958,51 t/dia de RCD sendo
geradas em Uberlândia.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 40
Nesse número não estão incluídas projeções sobre a remoção de solo e outros resíduos
gerados em escavações, obras viárias e de infra-estruturas.
A geração do entulho na cidade é proveniente das 254 empresas
6
no setor de construção
civil e de particulares que constroem ou reformam seus imóveis, por empreito ou
autoconstrução. Estes últimos, os “formiguinhas”, são os que normalmente contratam
carroceiros para a disposição do entulho, que depositam o RCD por eles recolhidos nas
centrais de entulho ou, ainda, em locais clandestinos, às margens das estradas de acesso ao
município ou em lotes vagos (INFORMAÇÃO & TECNOLOGIA, 2000).
Para a deposição do material proveniente dos construtores particulares, a cidade de
Uberlândia conta com 18 centrais para a deposição de entulho, que recebem os resíduos
dos pequenos geradores, os quais, na sua maioria, utilizam pequenos veículos e carroças.
Estas centrais reduzem em até 40% o custo de remoção uma vez que, se elas não
existissem, estes materiais seriam depositados clandestinamente em locais impróprios. No
entanto, as centrais funcionam de forma descontrolada, sem acompanhamento de
profissionais e sem fiscalização (INFORMAÇÃO & TECNOLOGIA, 2000).
Como pode ser visto na Figura 2.12 é possível encontrar tanto resíduos da construção civil,
como lixos e dejetos de naturezas variadas. Há inclusive a presença de aves de rapina e
roedores.
Figura 2.12 – Central de recolhimento de entulho no Bairro São Jorge.
Fonte: da autora (2004)
6
Informações obtidas por meio da Sra. Beatriz Leal de Oliveira, Gerente Executiva do SINDUSCON-TAP,
em janeiro/2004 (verbal).
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 41
Para os resíduos sólidos de maneira geral, com a finalidade de que fossem evitados
problemas ambientais, como a degradação de recursos naturais, a administração púbica
inaugurou, em 1995, um dos primeiros aterros sanitários do estado, quando apenas 11
cidades mineiras contavam com sistemas semelhantes (MOREIRA, 2004).
Contudo, trata-se de um investimento caro, devido à tecnologia de captação do chorume,
líquido liberado pelo lixo, e por proporcionar um controle mais adequado aos dejetos
sólidos, conforme informações da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos.
Atualmente, o RCD gerado em Uberlândia, que é recolhido das pequenas centrais, pode ter
duas destinações, a saber
7
:
quando fica constatado que o material é, em sua maioria, “limpo”, ou seja, material
inerte, sem matéria orgânica, este é encaminhado ao aterro sanitário, onde é triado,
para ser utilizado como base para urbanização de Áreas Verdes;
quando não se tem controle do conteúdo específico do RCD, este é encaminhado,
por exemplo, para a Fazenda Santa Terezinha, a 30 quilômetros de Uberlândia, para
ser utilizado em contenção de voçoroca.
O material proveniente das empresas de caçambas metálicas vai diretamente para as
contenções de voçorocas, por conta das próprias empresas. Nestes locais não há triagem de
material.
Nos locais destinados para a deposição há fiscalização, em período integral no caso do
aterro e em horário comercial no caso das fazendas, e as deposições somente ocorrem com
o consentimento das autoridades municipais
8
.
7
Informações obtidas por meio da Sra. Edina Franco Gouveia, Assessora Técnica da Secretaria Municipal de
Serviços Urbanos – Prefeitura Municipal de Uberlândia, em julho/2004 (verbal).
8
Idem
7
.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 42
Contudo, analisando os números apresentados de geração de RCD, por representar grande
volume, estes materiais devem ser tratados de forma diferenciada, não devendo,
simplesmente, serem enviados para estas áreas ou, menos ainda, depositados em áreas para
bota-fora, lixões ou outros fins que não visem o reaproveitamento, se considerado que as
outras formas de gestão poderão ser mais econômicas e mais eficientes.
Opções de redução de consumo de materiais, reutilização e reciclagem, além de causarem
menor passivo para os cofres públicos e menores danos ambientais, significam economia
para o próprio gerador do RCD.
Abaixo, a Figura 2.13 mostra área verde no Bairro São Jorge, onde os carroceiros
freqüentemente depositam as “cargas” das carroças. Nota-se a placa proibitiva e, mesmo
assim, grande quantidade de entulho depositada. O maquinário da PMU também pôde ser
visto na ocasião. A PMU acaba por arcar com os custos da retirada deste material.
Figura 2.13 – Montes de entulho clandestinos.
Fonte: da autora (2004)
A Figura 2.14, publicada no Jornal Correio em 13 de janeiro de 2005, como “Imagem da
Semana”, mostra entulho jogado em terreno baldio; proliferação de vetores e poluição.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 43
Figura 2.14 – “Imagem da Semana”.
Fonte: Jornal Correio (2005)
As empresas da construção civil que atuam neste município, atualmente, se preocupam
com a utilização racional dos materiais e a reutilização, uma vez que essas preocupações
levam a medidas que reduzem os custos e as tornam competitivas. O mercado imobiliário,
como reflexo da situação econômica pela qual o país passa, teve suas margens de lucro
reduzidas, induzindo as empresas a buscarem soluções desta natureza.
Além disso, as empresas aqui atuantes já buscam certificados de qualidade, como ISO
14.000, ISO 9.000 ou PBQP-H. Infelizmente, não só em Uberlândia mas em todo o país,
muitas delas o fazem apenas devido às exigências de financiadoras, e não pelos benefícios
diretos que os programas agregam, uma vez que a implantação destes gera custos.
Contudo, o fato é que estes programas implementam medidas de controle que acabam por
minimizarem a quantidade de RCD gerado.
Entretanto, para os resíduos gerados pelas empresas da construção civil, visto que, por
mais que se controlem índices ou se reutilizem o material este resíduo existe de fato, não
há controle sobre a sua deposição. Segundo informações do SINDUSCON-TAP,
normalmente são contratadas empresas de caçambas para a retirada do material dos
canteiros de obra, que o destinam conforme a orientação do Município, neste caso, para a
Fazenda Santa Terezinha.
Das empresas atuantes na cidade, apenas 03 possuem equipamentos para a moagem do
entulho. Mesmo assim, não se sabe ao certo o quanto de material é reciclado.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 44
Quanto às demais, não se pode afirmar que o RCD não seja reciclado, mas também não
existem registros deste procedimento.
Sabe-se que o município utilizou, como experiência, pneus triturados para execução de
asfalto, e entulho de construção civil triturado, para a base de um trecho de pavimento
urbano, obtendo resultados positivos (Secretaria Municipal de Obras
9
). No entanto, para o
“cascalhamento” de vias de pequeno tráfego, só em março de 2005 foram feitos os
primeiros trabalhos com RCD triturado, no próprio Residencial Campo Alegre, já como
um dos primeiros resultados deste trabalho (Figura 2.15 e Figura 2.16).
Figura 2.15 – Material esparramado nas vias
do Residencial Campo Alegre.
Figura 2.16 – Trabalho em conclusão.
Fonte: da autora (2004)
Percebe-se que há, ainda, o despreparo cultural da população, no sentido de se promover a
reutilização e a reciclagem dos resíduos domésticos.
A Figura 2.17 Figura 2.17 e a Figura 2.18 mostram caçambas de entulho de obra na área
urbana, onde, além do RCD, foram depositados sacos de lixo doméstico. Nestas caçambas,
muitas vezes, são encontrados animais mortos ou podas de árvores, simplesmente
depositados por transeuntes.
9
Informações obtidas por meio do Sr. José Franklin Moreira, Assessor Técnico da Secretaria Municipal de
Obras – Prefeitura de Uberlândia, em julho/2004 (verbal).
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 45
Figura 2.17 – Caçamba de entulho com
sacos de cimento e lixo misturado.
Figura 2.18 – Sacos de lixo dentro da
caçamba.
Fonte: da autora (2004)
Como enfatiza Grigolli (2000) “entulho não é lixo”. No entanto, no próprio setor da
construção civil, a mão-de-obra trata o RCD como lixo e, por despreparo técnico, não
reutiliza o material no canteiro de obras.
Assim, percebe-se que o RCD, para Uberlândia, representa os mesmos problemas
econômicos, ambientais e sociais que para outras localidades, ou seja, grandes volumes de
material, que oneram construtoras e órgãos financiadores da construção civil, significam
consumo de matéria prima não-renovável e energia e geram também custos para remoção.
Além disso, ocupam áreas significativas em locais de deposição final.
Por outro lado, como pôde também ser constatado pelas experiências relatadas, a geração
de RCD pode ser diminuída e o resíduo pode ser reutilizado ou reciclado.
Há, portanto, que se pesquisar e desenvolver técnicas adequadas de aplicação dos resíduos,
considerando as características locais de materiais e mão-de-obra, divulgá-las, para que
haja aceitação no mercado, e implementá-las com a máxima urgência, uma vez que as
conseqüências ambientais são irreversíveis.
Especificamente o estudo dos resíduos da construção de conjuntos habitacionais pode levar
à redução de custos, de consumo de material e de impactos ambientais por estes causados,
e pode levar à otimização dos processos executivos e maior atendimento à população
carente.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 46
Para isso, faz-se necessário também o conhecimento e o esclarecimento de conceitos
relacionados ao tema proposto, com a intenção de desmistificar idéias equivocadas e
apropriar significados corretos a termos que são comumente confundidos e que levam a
interpretações duvidosas sobre o assunto, como, por exemplo, de que entulho é lixo e o seu
reaproveitamento é sinônimo de serviço de má qualidade.
2.3 DEFINIÇÕES NECESSÁRIAS
Apresentam-se aqui definições de alguns termos técnicos amplamente utilizados neste
campo de trabalho.
São discutidos termos como: perdas, desperdício, lixo, entulho, resíduo, habitação de
interesse social, autoconstrução, dentre outros, que podem gerar interpretações diferentes, e
que serão de grande importância neste estudo.
2.3.1 Perdas e Desperdício
Perda e desperdício de materiais de construção em canteiros de obras são definidos por
vários autores e são facilmente confundidos, podendo gerar dúvidas quanto à interpretação,
por terem significados similares, conforme pode ser verificado no Dicionário Aurélio
(FERREIRA, 1999): ambas com a idéia de privação ou prejuízo.
Melinghendler (1976) definiu perda como sendo “todo o diferencial que separa a obra
realizada da obra perfeita”.
Paliari (1999) cita vários autores com suas definições para “perdas” e nota-se que muitos
deles chegam ao conceito através de comparações entre consumos reais e situações
perfeitas, ideais, consumos de referência ou consumos preestabelecidos.
Outros, já adotam conceitos de perdas ligados ao valor agregado ao produto final devido a
determinada atividade ou material e, ainda, ligados ao menor custo e à satisfação do
cliente.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 47
Souza (2005) definiu perda como sendo a quantidade de material utilizada a mais que a
quantidade necessária.
Desta forma, analisando-se as definições para perdas encontradas, percebe-se que tal
conceito está diretamente relacionado a um referencial preestabelecido e à finalidade da
informação que se deseja obter. Assim, é conveniente que tal referência seja estabelecida
de acordo com o contexto específico para o qual se deseja determinar a situação perfeita,
para que esta sirva adequadamente como referência.
Em se tratando de perdas apenas no âmbito de materiais, sem se relacionar a equipamentos
e a mão-de-obra, o consumo de referência pode ser, por exemplo, o consumo médio ou
mínimo do setor, valores de consumos adotados para orçamentos ou estabelecidos por
normas técnicas, dentre outros (SOUZA, 2005).
Segundo Andrade (1999), de uma forma mais ampla, as perdas podem ser classificadas
quanto:
ao tipo de recurso consumido: físicos, que podem ser materiais, equipamentos ou
mão-de-obra; ou financeiros, pelas próprias perdas físicas ou por perdas
provenientes do mercado financeiro;
a unidade para mensuração: que pode ser relativa a valores financeiros, de
quantidades de materiais em massa ou volumes;
a fase do empreendimento em que ocorrem: na fase de projetos e especificações, na
etapa de execução e na utilização, ou manutenção.
ao seu momento de incidência: nas etapas anteriores ao processo produtivo, ou seja,
no recebimento e armazenamento dos materiais, no processamento intermediário ou
final;
à sua natureza: entulho gerado, incorporação, que pode ser chamada de
superprodução, ou relacionadas a fatores externos, como roubo ou vandalismo;
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 48
à sua forma de manifestação: como elas são caracterizadas, ou seja, como
superprodução, recebimento despadronizado, defeitos nos materiais recebidos,
sobras diversas, entre outros;
à sua causa: ou seja, os motivos pelos quais estas aconteceram, que podem ser
diversos, como problemas com recebimento, com utilização de matérias, com
especificações, dentre outros;
à sua origem: estas perdas podem estar relacionadas a suprimentos, fabricação de
materiais, planejamento, projeto, recursos humanos, dentre outros,
independentemente da etapa onde a perda foi verificada na obra;
ao seu controle: evitáveis, considerando o custo para que estas sejam evitadas, ou
inevitáveis, quando o custo não compensa.
Com relação à diferenciação entre perdas e desperdício, observa-se a diferença entre os
conceitos, quando se faz a análise quanto ao controle. Enquanto as parcelas de perdas
podem ocorrer de forma evitável e não evitável, as parcelas do desperdício ocorrem apenas
de forma evitável (SOIBELMAN, 1993).
2.3.1.1 Conceito de perdas adotado neste trabalho
Neste caso, define-se perda de materiais como sendo a diferença entre um consumo
efetivamente realizado (consumo real) e um consumo de referência preestabelecido, para
um período delimitado por duas datas (início e fim de coleta de dados).
O consumo de referência será calculado exclusivamente para os materiais presentes nos
montes de entulho, considerando os projetos arquitetônicos para os cálculos de áreas e
volumes e os memoriais descritivos para cálculos de consumos unitários e demais
especificações. Desta forma, o que for consumido além destas quantidades, será
considerado perda.
Serão abordadas as perdas físicas de materiais e as financeiras em função destas; as
ocorridas durante a etapa de execução, embora sejam mencionadas as perdas causadas
pelas etapas de projetos e especificações; os seus possíveis momentos de incidência; o
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 49
entulho gerado e a parcela de materiais incorporada+extraviada, indistintamente; evitáveis
e inevitáveis.
As perdas e desperdícios não puderam ser trabalhados isoladamente. Os serviços de cada
casa popular ocorriam em datas nem sempre coincidentes, a mão-de-obra utilizada foi em
regime de autoconstrução e é pequena a equipe técnica de supervisão, que não pode estar
atenta a este controle, razões pelas quais não foram feitas anotações sobre dados
específicos.
2.3.2 Lixo × Entulho
De acordo com o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 1999), embora as definições
encontradas sejam similares e, inclusive o verbete “entulho” esteja citado como sinônimo
de “lixo”, nota-se, pelas definições, que o entulho é a parte “grande” do lixo, cuja idéia está
relacionada ao volume e a materiais volumosos. Desta forma, fica sugerido,
implicitamente, que o entulho é um tipo particular de lixo.
Já a NBR 10.004 (ABNT, 1987), define o lixo como os “restos das atividades humanas,
considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se
apresentar no estado sólido, semi-sólido ou líquido, desde que não seja passível de
tratamento convencional”.
Para Levy e Helene (1997), o entulho é definido como sobras ou rejeitos constituídos por
todo o material mineral oriundo do desperdício inerente ao processo construtivo adotado na
obra nova ou de reforma ou demolições.
Na Resolução n.º 307 do CONAMA, de julho de 2002, o entulho da Construção Civil é
definido, por “resíduo da construção civil”, a saber:
“Art. 2º Para efeito desta Resolução, são adotadas as seguintes definições: I -
Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas,
reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e
da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral,
solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação
elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha; (...)”.
(BRASIL, 2002).
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 50
Outrossim, os termos lixo e entulho também são tratados pelas normas técnicas como
sendo materiais diferentes, uma vez que existem normas para cada um separadamente.
Portanto, embora lixo e entulho possam ser sinônimos, o entulho a que se refere o presente
trabalho é referente a materiais da construção civil, de constituição inorgânica, e que se
resume basicamente a restos de cerâmicas, argamassas, britas, areias, devido a
características inerentes ao canteiro de obras analisado.
2.3.3 Habitação de Interesse Social
Na literatura consultada, a habitação de interesse social vem sendo discutida sob vários
enfoques, dependentes de diversos fatores, tais como renda da população beneficiada,
custo do empreendimento e, até mesmo, do agente promotor.
Freitas (2001) entende habitação de interesse social como intervenção habitacional voltada
para a população de baixa renda, seja a intervenção de pequeno ou grande porte, somente o
parcelamento de terrenos, ou terrenos construídos, ou construções, fomentadas pelo setor
público ou pelo setor privado.
O Projeto de Lei Complementar n.º 477/2003 (BRASIL, 2003), definiu habitação de
interesse social como habitação nova ou usada, urbana ou rural, incluindo seu terreno, para
a população de baixa renda, com valor inferior a trinta e seis mil reais (R$ 36.000,00) e
com a aprovação do órgão municipal responsável.
Para a CEF, programa habitacional de interesse social é aquele que, em consonância com
as diretrizes estratégicas em vigor, prioriza o atendimento à população de baixa renda, a
redução do déficit habitacional e das desigualdades sociais e regionais e, ainda, a geração
de novos empregos. A CEF distribui orçamentos e metas relativas aos diversos programas
implementados com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), do
Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e
do programa PSH.
Neste trabalho, considerando que o Residencial Campo Alegre foi financiado pela CEF,
através do Programa PSH, a definição de habitação de interesse social fica vinculada à
última definição citada.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 51
Com relação à definição de “população de baixa renda”, neste caso, portanto, será toda
família cuja renda seja inferior a três salários mínimos. Este valor, conforme normativas da
CEF para a implementação do PSH, configura renda insuficiente para suprir as
necessidades básicas da habitação.
Normalmente, conforme será mostrado no Item 3.2.4, para a implementação destes
programas, a Prefeitura Municipal de Uberlândia prioriza famílias com menores salários e
maior quantidade de crianças, ou famílias em que algum dos membros seja portador de
doença grave.
2.3.4 Autoconstrução
A autoconstrução, de acordo com o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 1999), significa um
processo de produção de moradias de baixo custo pela população de baixa renda, mediante
seu próprio trabalho.
Contudo, faz-se necessário esclarecer que, no caso estudado, a mão-de-obra, de
responsabilidade da população, nem sempre era especializada ou contínua.
Por questões econômicas e inerentes às características particulares das famílias envolvidas,
normalmente a mão-de-obra em “autoconstrução” era, a princípio, mão-de-obra voluntária,
de amigos ou parentes, em segundo momento era mão-de-obra contratada, cuja habilidade
técnica é posta em dúvida, visto que a população não tem a renda disponível para a
contratação a preço justo, e em último momento, findado o pequeno recurso para a
contratação, esta era dos próprios beneficiários do programa habitacional.
Desta forma, tomando como referência o cronograma físico da obra, os serviços de
fundações e contrapiso eram executados voluntariamente por profissionais, a alvenaria,
reboco e chapisco eram executados por “profissionais” contratados, e a parte de cobertura e
acabamentos era executada por proprietários ou voluntários.
O APÊNDICE A mostra tabela com o tipo de mão-de-obra utilizada pelas famílias para as
construções.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 52
Assim, entende-se que o sistema de autoconstrução em questão, utilizado para a execução
das unidades habitacionais, é peculiar às características do Residencial Campo Alegre,
como poderá ser visto nos próximos capítulos.
Em linhas gerais, tem-se que:
as perdas são as quantidades utilizadas além do necessário e, neste trabalho, serão
tratadas independentemente da possibilidade de serem evitadas ou não,
considerando especificações e projetos como valores de referência.
o entulho pode ser reaproveitado, bem como o lixo doméstico, porém para outras
finalidades. No entanto, são materiais diferentes.
Habitação de Interesse Social, é a tipologia tratada no presente trabalho;
a autoconstrução é o processo em análise, observando-se as peculiaridades quanto à
continuidade e especialização desta.
Deste modo, após serem correlacionados assuntos tais como demanda por habitação
popular, geração e gestão de RCD, e feitas as definições de alguns dos termos técnicos
mais utilizados, torna-se necessário o completo entendimento do objeto de estudo,
Residencial Campo Alegre, para que o entulho gerado possa ser estudado e corretamente
analisado, possibilitando conclusões que levem ao reaproveitamento e à redução de
recursos que se pretende.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 53
CAPÍTULO 3
RESIDENCIAL CAMPO ALEGRE
3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Apresenta-se neste capítulo a descrição dos processos relacionados ao Residencial Campo
Alegre, bem como as peculiaridades relacionadas aos seguintes itens:
ao conjunto habitacional;
à gestora das obras;
às ações de apoio;
aos procedimentos de seleção dos beneficiários;
às reuniões com as famílias contempladas;
às especificações técnicas, os quantitativos e requisições de materiais;
aos processos licitatórios para a compra de materiais;
aos projetos e memorial descritivo;
aos processos construtivos;
à mão-de-obra direta, indireta e voluntária;
às ferramentas;
ao canteiro de obras e aos procedimentos adotados para a execução das casas.
Para este trabalho, cujo tema é a avaliação da geração de entulho em conjunto habitacional
popular, é importante o conhecimento de todas as etapas da obra, para que seja investigada
a origem do entulho gerado, como enfatiza Paliari (1999) para trabalhos que tratam de
consumos e perdas de materiais.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 54
3.2 CARACTERÍSTICAS DO RESIDENCIAL CAMPO
ALEGRE
3.2.1 Do Conjunto Habitacional
O conjunto Residencial Campo Alegre – Módulo II, está localizado no Município de
Uberlândia, no Bairro São Jorge, Rua Planalto da Borborema, esquina com Av. Cordilheira
dos Andes e é obra da Prefeitura Municipal, em parceria com a Caixa Econômica Federal,
utilizando-se do sistema de mão-de-obra em autoconstrução. Trata-se da Quadra 6, Lotes
de 21 a 39, e da Quadra 7, Lotes de 1 a 16 e de 25 a 39.
O referido conjunto residencial é composto, hoje, por 227 lotes vagos para construções
residenciais, 01 lote vago a ser desdobrado para comércio, áreas verdes e áreas
institucionais não urbanizadas, além de 334 unidades habitacionais, medindo 44,52m²
cada. Destas, 201 compõem o Módulo I, do Programa “PSH”, 50 compõem o Módulo II,
estudado nesta dissertação, 27 compõem o Módulo III e 56, em construção, são relativas a
outro programa.
As casas são todas iguais, com 02 quartos, sala conjugada com cozinha, banheiro, tanque
externo, sem muros. A área mínima do lote é de 250m², conforme Lei de Uso e Ocupação
do Solo (UBERLÂNDIA, 2000). A planta baixa pode ser vista no ANEXO C.
3.2.2 Da Gestora das Obras
A Prefeitura de Uberlândia, como gestora de programas habitacionais populares no
município, chegou a construir, nos últimos 4 anos, 25.542 m², o que pode ser considerado
metragem significativa. Destaca-se que a área total construída para as 50 unidades em
estudo é de 2.226m².
Com o Programa de Subsídio Habitacional de Interesse Social – PSH, através do qual as
unidades habitacionais objetos deste estudo foram construídas, a PMU arcou com o valor
relativo aos lotes, infra-estrutura e, aproximadamente, 50% do material, além de todo o
apoio técnico para a mão-de-obra, enquanto que a Caixa Econômica Federal (CEF) arcou
com o valor relativo ao restante do material.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 55
3.2.3 Ações de Apoio
Neste trabalho, entende-se como ações de apoio toda e qualquer ação que tenha como
objetivo facilitar os trabalhos de engenharia no canteiro de obras e possa interferir de
forma direta ou indireta na geração de entulho.
No caso apresentado, os projetos de melhoria desenvolvidos pela Prefeitura para auxílio
nas obras, foram os trabalhos sociais com as famílias participantes do empreendimento,
com a finalidade de motivá-las para a construção e ocupação dos imóveis, promover a
inclusão social, e despertar a auto-estima de cada pessoa envolvida.
Por exigência da CEF, foi feito o acompanhamento social das famílias beneficiadas, pela
equipe técnica-social da Prefeitura, que monitorou a pré-ocupação da área, o
desenvolvimento das obras e a pós-ocupação.
Mais especificamente, este trabalho foi feito no sentido de inserir as famílias no bairro e no
ambiente de construção e moradia para garantir a adaptação destas pessoas, diretamente
ligadas ao programa, ao novo contexto de habitação e de entorno.
Para tanto, foram trabalhadas questões relativas à higiene pessoal, horta comunitária, sendo
que, além das palestras ministradas, foram distribuídos materiais explicativos e houve o
sorteio de kits de jardinagem e kits de higiene pessoal.
Para os trabalhos de conscientização sobre tratamento de lixo, zoonoses, controle da
proliferação de vetores, consumo de energia e água, dentre outros, foi desenvolvido um
programa especial, denominado “Vida Nova”, que contava com as parcerias da Secretaria
Municipal de Serviços Urbanos, de Saúde, da CEMIG e do DMAE, sendo que foram
levadas ao Residencial Campo Alegre equipes de profissionais para informar e esclarecer
dúvidas da população, além de materiais diversos.
Na Figura 3.1 e na Figura 3.2 são mostrados alguns dos encontros proporcionados pela
PMU para o desenvolvimento, junto às famílias, de trabalhos informativos e de
conscientização sobre as questões citadas.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 56
Figura 3.1 – Dia de recolhimento de lixo no
entorno das residências.
Figura 3.2 – Dia de palestras relacionadas ao
“Vida Nova”.
Fonte: da autora (2004).
Desta forma, constata-se que a geração das perdas pode ter sido indiretamente influenciada
por tais trabalhos e pelos conceitos previamente desenvolvidos sobre redução de
desperdício e reaproveitamento de recursos no âmbito geral.
3.2.4 Da Seleção das Famílias
A PMU, quando do início de 2001, abriu inscrições para programas habitacionais de
interesse social à população de baixa renda, quando foram solicitados documentos e
preenchidos cadastros de todas as famílias interessadas, que atendessem às exigências dos
programas.
Desta forma, a PMU mantinha uma lista de inscrições e, tão logo a Secretaria de Habitação
disponibilizava verbas para a construção de novas unidades, uma comissão de assistentes
sociais fazia a atualização dos cadastros e as famílias consideradas prioridades eram
convocadas para a primeira reunião, que tratava de assuntos relativos a procedimentos de
contrato e construção.
Este registro continha, além de informações pessoais, informações sobre o tipo de
habitação onde a família residia, se era casa, sobrado, casa de fundo, casa de colônia ou
outro tipo, qual a quantidade de cômodos, se estava acabada ou não, se era alugada ou
cedida, além de outras informações que foram consideradas importantes.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 57
Estes dados possibilitaram o correlacionamento de condições extremamente precárias de
habitação a atrasos nas obras, irregularidades construtivas e outras ocorrências, como será
discutido no Item 5.1.
Assim, quando as verbas para o Módulo II do Residencial Campo Alegre foram liberadas,
as famílias foram contatadas e convidadas à primeira reunião.
É importante destacar que a maior parte das famílias foi contemplada muito tempo depois
da data do cadastramento. Assim, o fato de muitas delas já não mais estarem esperando
serem atendidas pelo programa, causou transtorno para a mobilização da mão-de-obra para
a autoconstrução.
Foram priorizadas famílias com mais de 04 filhos, principalmente com crianças ou
deficientes físicos ou mentais, que moravam em casas alugadas ou que sofriam maus tratos
em habitações cedidas. O ANEXO D mostra a relação das famílias, com as informações
por elas prestadas no cadastramento.
3.2.5 Das Reuniões com as Famílias
Na primeira reunião com as famílias, funcionários da Secretaria de Habitação explicaram
questões sobre o programa habitacional em questão: financiadores, tipo de contrato que
seria por eles assinado, prazos, valores, local onde o imóvel seria construído e sobre a
responsabilidade das famílias em arcar com a mão-de-obra em autoconstrução. Após
explicações, foi verificado o interesse e o comprometimento com o programa por parte de
cada família. Ainda, foram apresentadas as equipes responsáveis pelas partes jurídica,
social e técnica de engenharia, atuantes na PMU e no canteiro de obras.
Na ocasião, foi ressaltada a questão da autoconstrução e questionado se haveria algum
problema, por parte delas, em providenciar a mão-de-obra. Como estava claro que não
haveria forma de a PMU ajudar neste quesito, todas as famílias, receando perderem o
benefício, atestaram ser possível arcar com tal responsabilidade. No entanto,
posteriormente, como pôde ser verificado pela equipe social, muitas delas não poderiam ter
assumido o compromisso.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 58
Não havia regras que determinassem sobre a dedicação mínima da mão-de-obra envolvida
na autoconstrução, nem verbal e nem contratual. No entanto, foi ressaltada a necessidade
de se manter os serviços rigorosamente em dia, conforme cronograma físico da etapa.
Com relação ao local de construção, Residencial Campo Alegre, por ser um loteamento
relativamente novo e, portanto, desconhecido no município, a Secretaria de Habitação
providenciou, de antemão, croquis da área, onde constavam a linha do ônibus que passava
pelo local e os nomes das avenidas principais que levavam ao Residencial (ANEXO E).
Assim, foi estabelecido que, para a próxima reunião, todos já tivessem visitado o local e
verificado se havia realmente o interesse.
Na segunda reunião, marcada para quinze dias depois da primeira, e que foi realizada com
um mês de antecedência ao início das obras, foram abordados temas mais específicos à
construção. As 50 famílias acompanharam o sorteio dos lotes, na própria reunião, de forma
que não houve interferência na escolha dos que ocupariam os lotes da esquina, que eram
um pouco maiores em área.
Foram informadas sobre a data de 27 de junho de 2004 como sendo a data do início das
obras para as famílias que fossem construir na Quadra 06, e o dia 03 de julho de 2004,
para as que fossem construir na Quadra 07. É importante ressaltar que, na reunião anterior
foi pedido às famílias que levassem nesta reunião pelo menos uma das pessoas que fossem
participar da mão-de-obra para a construção.
Em segundo momento, nesta mesma reunião, foram distribuídas cópias do memorial
descritivo (ANEXO F), uma para cada família, e foram explicados os pontos mais
importantes.
Com relação ao canteiro de obras, foi pedido que a família, tão logo iniciasse a obra,
apresentasse ao almoxarife a pessoa encarregada de fazer as retiradas dos materiais para
cada lote. Desta forma, aquela pessoa apresentada ficaria responsável em assinar as fichas
junto ao almoxarifado (ver Item 3.2.12.4).
Na última parte da reunião foi distribuído o Regimento Interno do canteiro de obras, que se
constitui em manual de direitos e deveres da população envolvida, para garantir o bom
desenvolvimento dos serviços (ANEXO G).
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 59
Ainda, por exigência da CEF, reuniões mensais foram realizadas com este grupo de
famílias para que as assistentes sociais pudessem intermediar questões inerentes a
problemas diversos, como relações interpessoais entre futuros vizinhos, e para que a equipe
técnica construtiva pudesse avaliar, junto com as famílias, o desenvolvimento e a qualidade
das construções.
Para o acompanhamento constante, dentro do trabalho social, foi criada a CAO – Comissão
de Acompanhamento das Obras, equipe formada por futuros moradores, funcionários do
canteiro de obras e assistentes sociais. A função da CAO era auxiliar no controle do
programa para que as metas estipuladas fossem cumpridas.
3.2.6 Das Especificações Técnicas, Quantitativos, Especificações
de Materiais e Requisições
As especificações técnicas, os quantitativos, as especificações de materiais e as requisições
foram elaborados pela Secretaria de Habitação, considerando as necessidades do canteiro
de obras, orçamentos disponíveis e as técnicas construtivas utilizadas, observando para que
não fosse utilizada nenhuma técnica que encarecesse o projeto final.
3.2.6.1 Especificações técnicas
As determinações sobre as técnicas a serem utilizadas no empreendimento ficaram a
critério da equipe de engenharia do centro administrativo.
Na especificação das técnicas, houve dúvidas apenas com relação à escolha da estrutura
metálica para a cobertura das residências, pois no período da licitação, o material utilizado
estava em falta no mercado nacional e, conseqüentemente, o seu valor estava em alta,
conforme pôde ser verificado em cotação prévia.
No entanto, verificou-se que, mesmo o preço da estrutura de madeira sendo inferior ao da
estrutura metálica, a praticidade e o prazo de execução da segunda seriam melhores. Ainda,
duas empresas fornecedoras do material em outras etapas, afirmaram terem o material em
estoque e se comprometeram a manter o mesmo preço feito para o Módulo I, considerando
tal estoque. Desta forma, possibilitando os procedimentos para a licitação, optou-se pela
estrutura metálica.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 60
A equipe optou pelo sistema de alvenaria convencional, com blocos cerâmicos 10x20x25
cm, por este ser o processo mais difundido na região e, em se tratando de mão-de-obra em
autoconstrução, o conhecimento prévio do sistema por parte da população facilitaria a
coordenação dos trabalhos.
3.2.6.2 Quantitativos
Havia nos arquivos da PMU a quantificação do material necessário para a execução de
uma unidade habitacional, feita na data da implantação do programa, em outro loteamento,
em meados de 2001, considerando a quantidade teórica necessária e uma porcentagem de
perdas estabelecida por critérios desconhecidos.
Para a etapa em questão, os materiais foram quantificados pela equipe técnica do centro
administrativo, considerando simplesmente os quantitativos já existentes, cujos acréscimos
para perdas eram valores desconhecidos, mas adaptados em função de observações das
etapas anteriores. Assim, no caso de ter faltado determinado material na etapa anterior, o
valor médio do déficit de material por casa era acrescentado à quantidade unitária a ser
comprada para a próxima etapa. Em caso de sobra de material, da mesma forma, a média
do excesso por unidade era descontada da quantidade unitária a ser adquirida.
Deste modo, a quantidade requisitada para aquisição de cada material foi feita em função
da quantidade que estava no estoque e do que havia sido consumido para a execução dos
serviços nas etapas anteriores.
Observa-se, então, que não havia controle do consumo dos materiais que pudessem indicar
perdas e subsidiar tomadas de decisões visando a economia dos recursos materiais e
financeiros.
O ANEXO K mostra o resumo do levantamento feito para a compra de materiais,
determinando a quantidade de cada material por casa e, ainda, considerando o estoque.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 61
3.2.6.3 Especificações dos materiais e requisições
Os materiais a serem adquiridos foram especificados pela equipe de engenharia do centro
administrativo, com texto simples, sem mencionar Normas Brasileiras ou exigências
mínimas.
Foi constatado que o sistema computacional utilizado pela PMU para a requisição dos
materiais, não facilita a especificação dos produtos. Tal sistema apresenta lista de produtos
previamente definida, cada produto com seu código, oferecendo ao usuário a opção da
escolha de código, sem que este possa alterar a descrição do produto. Caso o produto
existente na lista não esteja conforme as devidas especificações, há possibilidade de
correção ou complementação no campo de observações. Contudo, este recurso muitas
vezes não é suficiente pelo fato do espaço aceitar poucos caracteres. Se o produto desejado
não existe na lista de compras, é necessário que seja solicitado novo código ao
administrador do programa para a inclusão da descrição do produto, o que torna o processo
lento e burocrático.
Vale ressaltar que, de acordo com a lei que regulamenta licitações na modalidade pregão
(BRASIL, 1993), não é permitido especificar marcas ou fornecedores. Assim, a
necessidade da especificação adequada dos materiais é indispensável para que se evite a
concorrência desleal entre aqueles produtos que atendem aos serviços satisfatoriamente e
aqueles que não.
O ANEXO H apresenta, como exemplo, uma das requisições de compra, com os códigos,
após a licitação, já com as marcas dos produtos adquiridos e especificações solicitadas.
A título de exemplificação, relata-se que, de toda a lista requisitada, 03 itens causaram
dúvidas aos fornecedores, por falhas de especificação e, como houve divergência, a
licitação destes itens foi cancelada, necessitando de nova licitação.
Estes materiais, com as respectivas dúvidas foram :
Tinta Látex PVA: não era mencionado no texto do edital se o material era para
ambiente interno ou externo, o que faz alterar o preço da tinta.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 62
Tanque em mármore sintético: não foi especificado “tanque com batedor”. Como as
peças utilizadas na primeira etapa eram com o batedor, embora para a segunda não
tenha sido especificado, os fornecedores participantes da licitação, os mesmos da
primeira etapa, trouxeram o preço da peça composta e somente um trouxe o preço
da peça simples. Assim, como no texto do edital nada era mencionado, este item foi
cancelado.
Centro de distribuição para 6 disjuntores: nada mais estava especificado, se era para
disjuntores bipolares ou não.
Contudo, por tratar-se de material que seria utilizado apenas em etapas posteriores, não
houve prejuízo de tempo na execução das obras.
3.2.7 Do Processo Licitatório e Compra de Materiais
Como parte do procedimento interno, após o detalhamento e quantificação dos materiais
necessários, a Secretaria de Habitação providenciou três orçamentos para a estimativa do
custo final e requisitou à Divisão de Compras, órgão responsável por todas as compras
efetuadas na PMU, que efetivasse a licitação.
Conforme procedimento padrão da Divisão de Compras da PMU, foi montado o processo
licitatório, Licitação Modalidade Pregão, publicado o texto pelo período necessário,
procedendo-se a licitação.
Os materiais foram adquiridos de uma só vez, com a condição dos fornecedores os
entregarem no canteiro de obras apenas no momento apropriado para a utilização.
3.2.8 Dos Projetos e do Memorial Descritivo das Unidades
Habitacionais
3.2.8.1 Projetos
A arquitetura das casas foi desenvolvida pela equipe da PMU para o programa habitacional
bem antes do início da etapa, na aprovação da lei que instituiu o programa (ano de 2001).
Tal arquitetura foi utilizada em todos os empreendimentos anteriores, somando, até o início
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 63
do Módulo II, 567 unidades habitacionais. Assim, todos os projetos complementares e
cálculos estruturais foram feitos de forma genérica.
Não foram executadas sondagens do solo, nem ensaios dos materiais utilizados. Foram
considerados alvenaria convencional e solo com resistência média.
O ANEXO C mostra o projeto arquitetônico das 50 unidades do Módulo II devidamente
aprovado para a execução da etapa, em data próxima ao início das obras.
3.2.8.2 Memorial Descritivo
O memorial descritivo, ANEXO F, traz todas as especificações da obra e os projetos
complementares em escala 1:50 e 1:20. Em linguagem de fácil entendimento, fala das
características de cada parte, da ordem de realização dos serviços, dos prazos para cada
serviço e de cada traço de concreto e argamassa utilizados.
Às folhas 04 do memorial, há planilha com a titulação do serviço e um espaço, para que a
data limite para o final daquele serviço fosse preenchida conforme o desenvolvimento da
obra. Tal data era marcada pela equipe técnica do almoxarifado e afixada no quadro de
avisos, onde cada mutuário deveria se informar. Esta data era marcada em função do
recebimento dos materiais, condições climáticas, entre outras.
Neste material, havia também os croquis das plantas baixas da construção, relativas à
estrutura, alvenaria, parte elétrica e hidráulica, bem como croqui mobiliado do imóvel.
As unidades habitacionais são construídas considerando as seguintes especificações
(ANEXO F):
Infra-estrutura: trabalhos em terra executados pela equipe da Secretaria Municipal
de Obras, quando necessário. Fundação tipo broca, com vigas baldrames em blocos
de concreto tipo canaleta, armados e preenchidos com concreto rodado in loco;
Supra-estrutura: há laje apenas no banheiro e hall dos quartos.
Alvenaria: convencional, sem pilares, ou seja, as paredes são portantes mas são
construídas com blocos não estruturais. As vergas são pré-moldadas em concreto
pela própria equipe técnica do canteiro de obras.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 64
Esquadrias: as portas e janelas são metálicas, com vidros somente nos vitrôs
(banheiro, sala e cozinha).
Cobertura: é feita em estrutura metálica com telhas cerâmicas.
Piso: entregue apenas no contrapiso, sem regularização. No banheiro há cimentado
queimado.
Revestimentos: em toda a alvenaria há chapisco, massa única.
Acabamento: nas paredes internas há apenas selador acrílico. Nas paredes externas
há selador acrílico e tinta látex.
3.2.9 Dos Processos Construtivos
Conforme orientações da equipe técnica aos mutuários, os serviços deveriam ser
executados na ordem e do modo como será descrito a seguir.
3.2.9.1 Fundação
As marcações dos terrenos e das casas foram feitas pelos topógrafos da PMU, que eram
funcionários da Secretaria de Obras, acompanhados por um dos mestres de obras da equipe
local.
Para a marcação das casas, é interessante relatar que foi construído gabarito em metal, no
tamanho real das residências, que era posicionado de acordo com a marcação do topógrafo.
Este profissional marcava três pontos com piquetes onde, posteriormente, o gabarito era
sobreposto.
Com este gabarito obtinham-se os locais das brocas, que ficavam marcados com água e cal,
e o ponto exato ficava marcado com pontas de ferro.
Após a marcação, as brocas foram furadas com o trado do trator na profundidade desejada.
Portanto, para a execução das fundações, aos mutuários restava:
limpeza dos fundos das brocas, uma vez que as brocas já estavam abertas pela
equipe técnica;
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 65
preparo do concreto para preenchê-las e o preenchimento, deixando ferragem de
espera para a viga baldrame;
execução da armação da ferragem (triangular) destas vigas;
abertura das valas das vigas e alinhamento dos blocos de concreto tipo canaleta
nestas valas;
colocação da ferragem, preparo do concreto e concretagem.
3.2.9.2 Contrapiso
Execução de reaterro e compactação do solo;
nivelamento da superfície;
preparo do concreto e concretagem.
Como a obra não previa o acabamento de piso, ressaltava-se sempre a importância do
serviço de contrapiso bem executado, bem desempenado e com concreto bem homogêneo.
O que nem sempre aconteceu.
3.2.9.3 Alvenaria
Marcação da primeira fiada, com o acompanhamento da equipe técnica do canteiro
de obras;
elevação da alvenaria (recomendou-se a execução de, no máximo, 7 fiadas por dia);
colocação das vergas pré-moldadas, que só foram entregues aos mutuários no
momento da utilização;
execução do respaldo com 1 fiada de tijolos maciços e duas barras de aço de
diâmetro 4,2mm.
É importante relatar que, como não houve coordenação modular e nem projeto executivo,
houve casos de unidades que ficaram maiores ou menores na ordem de 5cm, no
comprimento das paredes, como pôde ser comprovado quando da instalação do
engradamento metálico do telhado.
3.2.9.4 Laje
Execução do escoramento, simplesmente com vigotas atravessando o vão;
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 66
colocação das lajotas;
colocação da ferragem de armação;
preparo do concreto e concretagem.
Como a laje foi proposta apenas no banheiro e hall dos quartos, neste último com a
finalidade de suportar a caixa d’água, para as famílias que desejaram e tiveram condição de
colocar a laje em toda a residência, três condições foram exigidas:
que a família estivesse em dia com as etapas da obra, para este serviço não causar
atraso no cronograma físico;
que o mutuário apresentasse a nota fiscal do material necessário, mesmo que
houvesse ganho o material de terceiros, ou que, em último caso, quando do
recebimento deste material, houvesse a presença de um dos componentes da equipe
do canteiro de obras;
e que, antes da concretagem, houvesse a aprovação e liberação do engenheiro
responsável pelo canteiro de obras. Era esclarecido que a responsabilidade pela laje
seria inteiramente do proprietário do imóvel e que, qualquer problema causado pela
execução desta, este arcaria com as conseqüências e custos.
3.2.9.5 Cobertura
Execução da estrutura metálica pela empresa contratada, sendo utilizada a chapa
dobrada SAC 41, que possui propriedades anti-corrosivas. Para isso, na ordem em
que os mutuários foram terminando os serviços descritos anteriormente, a equipe
do canteiro de obras foi autorizando a execução dos serviços à equipe contratada;
colocação das telhas cerâmicas tipo Portuguesa, colocação e acabamento com capas
cerâmicas nas laterais e selote na cumeeira.
3.2.9.6 Esquadrias metálicas
Liberação das esquadrias metálicas, portas e janelas, para assentamento somente
pelo período da manhã, para que fosse dificultado o roubo das mesmas, uma vez
que a massa de assentamento já teria alguma resistência no final da tarde, quando
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 67
do encerramento das atividades no canteiro de obras. As portas deveriam ficar
abertas para que ações de vandalismo fossem também evitadas.
Vale ressaltar que, neste empreendimento, por ser local afastado e ainda pouco habitado, a
ocorrência de roubos e ações de vandalismo, como, por exemplo, o arrancamento ou o
amassamento de esquadrias metálicas aconteceu por diversas vezes na primeira etapa. Foi
comum também o roubo ou danificação de tanques, instalações elétricas e de torneiras.
3.2.9.7 Revestimento
Execução do chapisco interno para só então o externo ser iniciado;
execução da massa única interna, sempre respeitando os traços indicados. Somente
após o término do serviço a massa única externa deveria ser iniciada.
Observa-se que este procedimento deveu-se à necessidade de que apenas com os serviços
concluídos estes poderiam ser medidos para pagamento do subsídio, de acordo com as
normativas da CEF.
3.2.9.8 Instalações elétricas e hidro-sanitárias
Colocação das mangueiras para passagem dos fios e as caixas metálicas, antes do
chapisco,
passagem da fiação, que deveria ser feita apenas na véspera da mudança da família
para o imóvel (tal procedimento também visava que roubos fossem evitados);
passagem das tubulações para as instalações hidráulicas tão logo a alvenaria tivesse
sido terminada;
instalação de louças e metais, somente na véspera da mudança, tal como as
instalações elétricas.
As instalações sanitárias deveriam ser feitas no decorrer da construção, preenchendo
intervalos de tempo entre as etapas, principalmente nas casas cujos trabalhos estavam mais
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 68
adiantados, visto que grande parte do serviço era a escavação de caixa de esgoto, caixa de
passagem e reaterro do local da tubulação.
3.2.9.9 Acabamento de paredes e esquadrias
Aplicação de tinta esmalte nas esquadrias. O material para pintura das esquadrias,
bem como o compressor de ar, seriam entregues ao mutuário para a execução das
pinturas de portas e janelas, após todo o serviço acima descrito estar executado;
aplicação de selador acrílico interno e externo. Conforme recomendação, 7 dias
após a massa única estar terminada, o selador acrílico e ferramentas de pintura
foram fornecidos.
devolução das latas de selador acrílico vazias ao almoxarifado;
aplicação de tinta látex externa.
3.2.10 Da Mão-de-obra Direta, Indireta e Voluntária
Em se tratando de mão-de-obra direta, apenas 26 funcionários eram, realmente, registrados
pela Prefeitura Municipal, sendo alocados 10 no canteiro de obras e 16 no escritório
(tarefas administrativas), a saber:
No canteiro de obras: 1 coordenador de obras (técnico em edificações), 3 mestres
de obras, 1 engenheiro civil, 1 almoxarife, 1 motorista e encarregado de serviços
gerais e 3 pedreiros (com conhecimento em instalações elétrica e hidro-sanitárias);
No escritório da PMU: 1 Secretário Municipal de Habitação, 2 engenheiros civis (1
Diretora da Divisão de Habitação Popular e 1 engenheiro de supervisão de obras
gerais), 2 advogados (para contratos, cobranças e renegociações), 2 cobradores, 4
assistentes sociais, 1 economista, 4 auxiliares administrativos (Oficiais
Administrativos).
No escritório da PMU, Centro Administrativo, trabalhavam as equipes administrativa,
jurídica, técnica social e técnica de engenharia.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 69
A equipe técnica de engenharia, do escritório, composta por dois engenheiros e um oficial
administrativo, era voltada às análises dos programas habitacionais, execução de projetos,
orçamentos e material para a contratação de novos programas.
No canteiro de obras, a equipe técnica de engenharia era composta por um engenheiro
civil, com especialização em segurança do trabalho, por três mestres de obras, por um
técnico em edificações, por um almoxarife, motorista para a operação do trator-betoneira e
dos demais veículos e três pedreiros contratados.
O técnico em edificações assumiu o papel de coordenador da obra. Esta figura foi
necessária para atuar na parte administrativa do canteiro, bem como da parte técnica. Na
ausência do engenheiro ou quando este não estivesse disponível, o coordenador o
substituía, uma vez que o mesmo deveria ficar na obra em tempo integral. Ainda, o
coordenador tinha a função de, juntamente com o almoxarife, controlar e conferir os
materiais.
Quanto à mão-de-obra indireta, havia convênio com a Colônia Penal Professor Jacy de
Assis, pelo qual até 20 detentos eram disponibilizados para auxiliar na construção das
casas no Residencial Campo Alegre.
Pelo convênio firmado, os detentos com penas em fase final trabalhavam em regime semi-
aberto, ou seja, durante o dia prestavam o serviço, à noite dormiam em suas residências e
nos finais de semana, após o trabalho de sábado, dormiam na Colônia Penal até a segunda-
feira, quando retornavam ao trabalho. Desta forma, eram vários os detentos que se
interessavam pela prestação do serviço. Outrossim, este pessoal recebia 1 salário mínimo
mensal pelo serviço prestado. Um agente penitenciário acompanhava diariamente o grupo
de detentos, apontando a presença e o horário de cada um.
Porém, em geral a mão-de-obra dos detentos era desqualificada e ineficiente, pois que a
colônia penal disponibilizava os detentos sempre considerando a fase da pena e não a
formação profissional.
Desta forma, a maioria não tinha experiência em construção civil e, por ser pequena a
equipe técnica do canteiro de obras, em se considerando a quantidade de serviço, esta mão-
de-obra normalmente era treinada para a execução das vergas e tampas das caixas de
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 70
passagem e esgoto, que eram pré-moldadas, e para o transporte interno de materiais, bem
como a organização e limpeza do canteiro de obras, que podem ser considerados serviços
úteis e de fácil execução.
Ainda com relação à mão-de-obra indireta, houve a execução e montagem das estruturas
metálicas para o telhado, que ficou a cargo da empresa vencedora da licitação.
As obras de terra iniciais não foram consideradas, embora tenham sido executadas pela
equipe da Secretaria de Obras, uma vez que a data para início do acompanhamento dos
serviços se deu após o serviço realizado.
Quanto aos voluntários, o APÊNDICE A traz dados que servem como base para estimativa
da quantidade de pessoas envolvidas nas atividades.
Para se ter uma noção do número total de pessoas normalmente presentes no canteiro de
obras, no final de semana, pode ser considerada a média de trabalhadores por construção,
conforme APÊNDICE A. Para isso, considera-se a soma do total de pessoas participantes
da execução de cada unidade, declarado pelas famílias, dividido pelo número de casas que
responderam à pesquisa, uma vez que nem todas responderam ao questionário. Desta
forma, multiplicando-se por 50 unidades habitacionais, obtém-se a estimativa de que 2,39
pessoas por unidade em construção estavam presentes na obra para a execução dos
serviços, o que significa aproximadamente 120 pessoas para a equipe de 10 funcionários.
3.2.11 Das Ferramentas
As ferramentas necessárias à construção, tais como carrinhos, ferramentas de pedreiros,
pás, enxadas e outros, eram dos próprios executores e de responsabilidade dos mutuários.
Devido ao pequeno espaço disponível no almoxarifado, não havia como guardar as
ferramentas de cada mutuário e, desta forma, estas deviam ser transportadas todos os dias.
A PMU dispunha de apenas algumas unidades de cada tipo de ferramenta para serem
emprestadas aos mutuários de forma a garantir que nenhuma obra ficasse parada caso a
ferramenta fosse esquecida ou danificada durante a execução dos serviços.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 71
3.2.12 Do Canteiro de Obras
O canteiro de obras do Residencial Campo Alegre, embora fosse um canteiro comum,
admitia certas particularidades relativas às exigências do órgão financiador e às
características do projeto habitacional.
Para os trabalhos, o horário de expediente era de terça a sábado, das 7:00h à 11:00h e das
12:00h à 16:00h; e aos domingos, de 7:00h às 11:00h.
3.2.12.1 Arranjo físico
Para esta etapa, o canteiro de obras compreendia o almoxarifado e parte das quadras 6 e 7.
O almoxarifado foi construído para estar situado no meio do conjunto habitacional,
prevendo todas as etapas de edificação do residencial.
Considerando que na primeira etapa foram construídas as quadras de 01 à metade da 06, e
que na segunda etapa da outra metade da 06 até a Quadra 07, o almoxarifado fica na
Quadra 08, na esquina próxima a estas quadras. Nas Figuras 3.3 Erro! A origem da
referência não foi encontrada.e 3.4 observam-se os leiautes.
7
6
L
O
T
E
0
1
8
Figura 3.3 – Leiaute do canteiro de obras e construções do Módulo II.
Fonte: da autora (2005)
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 72
Figura 3.4 – Leiaute do almoxarifado.
Fonte: da autora (2005)
Apenas a área do almoxarifado ficava isolada por cerca de arame, contando com vigilância
armada 24 horas por dia, possuindo uma parte coberta e outra descoberta. Nas Figuras 3.5
e 3.6 pode-se ver o almoxarifado e parte das obras.
Figura 3.5 – Vista externa da obra. Figura 3.6 – Vista geral do almoxarifado.
Fonte: da autora (2004)
Na parte descoberta ficavam estocados os materiais grandes, que podiam ficar expostos,
tais como portas, janelas, tubos, padrões de energia, louças, dentre outros. Neste local
também ficavam guardados os veículos utilizados no canteiro e havia o local de carga e
descarga de materiais. O pátio da área descoberta era calçado com brita. Durante o horário
de expediente o portão ficava aberto e o vigilante ficava de guarda neste local.
Havia, dentro da área cercada, na parte descoberta, as centrais de armação, pré-moldagem
de vergas e carpintaria.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 73
Na central de armação, existiam cavaletes onde as famílias produziam as armações das
vigas baldrames logo que a obra se iniciava. A existência desta central dentro da área
cercada visava evitar que restos de aço ficassem espalhados pelo canteiro de obras, sendo
incorporados ao entulho ou causando acidentes com mutuários. Para a armação da laje do
banheiro e hall dos quartos, a ferragem já era levada cortada na medida correta.
Na Figura 3.7 observa-se a área e na Figura 3.8 observam-se mutuários trabalhando.
Figura 3.7 – Central de armação. Figura 3.8 – Mutuário produzindo armação.
Fonte: da autora (2004)
Atrás da parte coberta do almoxarifado ficava a central de produção de pré-moldados, onde
eram produzidas as vergas e as tampas das caixas de esgoto e caixas de passagem. Neste
local, que era aberto e sem cobertura, as peças eram produzidas pelos detentos em fôrmas
de madeira conforme o cronograma da obra (Figura 3.9 e Figura 3.10).
Figura 3.9 – Fôrma e estoque de vergas. Figura 3.10 – Vergas em fabricação.
Fonte: da autora (2004)
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 74
Na Figura 3.11 podem ser observados a serra elétrica e alguns pedaços de madeira. Dentro
do espaço do almoxarifado era o único lugar para se trabalhar com madeira, normalmente
utilizadas como escoramento de laje ou como andaime. Tal espaço era considerado a
central de carpintaria.
Figura 3.11 – Estoque de louças e local para trabalhos com madeira.
Fonte: da autora (2004)
Na Figura 3.12 observa-se o estoque de esquadrias, louças e postes para padrão de energia
elétrica. Ainda, podem ser vistas as armações das vigas baldrames prontas. Cada mutuário
armava seu kit, que era identificado com etiqueta, constando os números de lote e quadra
para posterior utilização.
Figura 3.12 – Pátio descoberto do almoxarifado.
Fonte: da autora (2004)
Na parte coberta ficavam guardados peças pequenas e materiais que não podiam ficar
expostos ao tempo, tais como peças hidráulicas, partes elétricas, tintas, solventes e outros
materiais de pintura. Nesta parte a entrada de pessoas era restrita, ficando vetada a pessoas
que não eram da equipe técnica do canteiro de obras (Figura 3.13 e figura 3.14).
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 75
Figura 3.13 – Balcão de atendimento para a
entrega de materiais.
Figura 3.14 – Estoque de tintas e fios para a
montagem dos kits.
Fonte: da autora (2004)
O cimento e a cal ficavam na parte coberta, em outro cômodo, com portão maior,
diferenciado, onde os próprios mutuários, após autorização do almoxarife e assinatura da
folha de retirada, entravam e buscavam as quantidades necessárias ao serviço da etapa em
questão e já autorizadas. Na Figura 3.15 é possível visualizar o estoque de cal e cimento e,
ainda, algumas ferramentas próprias do canteiro. Observam-se algumas louças estocadas
na lateral, relativas à etapa anterior (Módulo I).
Figura 3.15 – Estoque de cal e cimento.
Fonte: da autora (2004)
Junto a esta estrutura ficava o banheiro para uso da população e o banheiro para uso
privativo da equipe do almoxarifado.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 76
Havia a sala do escritório, onde eram armazenadas as notas dos materiais que chegavam, as
notas de empenho para a conferência dos materiais, lista com os nomes e endereços atuais
dos mutuários, telefones de fornecedores, dentre outros documentos. Nesta sala havia um
aparelho e uma linha telefônica, que eram utilizados somente pelas pessoas autorizadas
pelo engenheiro e pelo coordenador da obra. A entrada do banheiro privativo se dava
através desta sala.
Existia outro cômodo, com apenas contrapiso, cobertura e paredes, com pia, bebedouro e
bancos, que era utilizado como copa, onde a equipe técnica e os sentenciados da Colônia
Penal faziam as refeições.
Os blocos cerâmicos, telhas e lajotas ficavam fora da parte cercada do almoxarifado. Tão
logo estes materiais eram entregues pelos fornecedores, eram feitas grandes pilhas
próximas às unidades em construção. Assim, os construtores das casas próximas a cada
pilha iam buscando as peças de acordo com a necessidade. Observa-se nas Figuras 3.16 e
3.17 a forma em que os materiais eram dispostos.
Figura 3.16 – Estoque de lajotas. Figura 3.17 – Estoque de telhas e blocos
Fonte: da autora (2004)
A areia fina, a areia média e a brita ficavam em montes próximos às betoneiras, de forma
que não havia controle específico sobre estes materiais. Da mesma forma que os blocos
cerâmicos e telhas, os próprios construtores buscavam conforme a necessidade. Na Figura
3.18 observa-se o monte de brita e vários sacos de cimento no local próximo à betoneira.
Na Figura 3.19 pode ser percebido o monte de areia próximo às casas acima do talude e
outro abaixo para facilitar a utilização.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 77
Figura 3.18 – Local próximo à betoneira
onde ficavam os montes de areia e brita.
Figura 3.19 – Montes de areia.
Fonte: da autora (2004)
3.2.12.2 Organização
A organização do canteiro de obras era de responsabilidade de todos, equipe técnica e
mutuários. À equipe técnica competia a organização do almoxarifado e das obras como um
todo. Aos mutuários competia a organização de cada lote no que dizia respeito ao processo
construtivo, limpeza e conservação da ordem.
O responsável pela organização do almoxarifado era, além do coordenador e do engenheiro
responsável, o almoxarife. Este funcionário cuidava da distribuição e do recebimento dos
materiais, fazendo, diariamente, o respectivo balanço, para o que contava com a ajuda do
coordenador.
Aos mutuários foi dada a tarefa de, ao final de cada expediente, recolher as sobras de
material, se houvessem, e devolver ao almoxarifado, que fazia o devido registro na
respectiva pasta. Ainda, foi solicitado aos mutuários que recolhessem os entulhos e os
colocassem em frente a cada lote para que o material pudesse ser trabalhado futuramente
ou recolhido ao final da obra, fato que colaborou para a execução deste trabalho (Figuras
3.20 e 3.21).
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 78
Figura 3.20 – Montes de entulho recolhido
em frente a uma casa.
Figura 3.21 – Casas com seus montes de
entulho e monte de terra para reaterro de
instalação de esgoto.
Fonte: da autora (2004)
3.2.12.3 Recebimento e estocagem de materiais
Para o recebimento dos materiais era considerada a nota de empenho, onde estão descritas
as marcas e as quantidades. Era agendada com cada fornecedor a data da entrega, de
acordo com a etapa da construção. Para este evento, eram feitos esquemas com os
sentenciados da Colônia Penal, para agilizarem no recebimento, devidamente
acompanhado pelo coordenador da obra, já colocando o material em local definitivo.
No entanto, este procedimento, devido à falhas no agendamento e à falta de compromisso
dos fornecedores, gerou atraso em algumas etapas.
Para o recebimento de materiais a granel, como areia e brita, assim que o caminhão
chegava ao canteiro de obras, um dos funcionários da equipe, normalmente o coordenador
ou o engenheiro, determinava o local onde o material seria descarregado e fazia o serviço
de quantificar o volume do caminhão, quando era a primeira vez que o caminhão fazia a
entrega. Das próximas vezes, o funcionário apenas conferia se o caminhão estava com a
carga completa.
Nos casos em que as cargas não estavam completas, a equipe do almoxarifado tinha ordens
para não receber a carga e devolver o caminhão.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 79
No recebimento de blocos cerâmicos, tijolos e telhas, os montes eram formados e o
coordenador conferia apenas a quantidade e a marca, não sendo feito nenhum teste visual
ou mais específico.
Na descarga destes materiais, para a reposição das peças que eventualmente estivessem
quebradas, normalmente a cerâmica mandava peças a mais, que eram descarregadas
aproximadamente na mesma quantidade das peças que foram inutilizadas.
Para os blocos em concreto tipo canaleta, a reposição aconteceu na última entrega do
material. Foram entregues 250 unidades a mais que o especificado em nota de empenho
para a reposição das peças quebradas.
Vale ressaltar que o procedimento de reposição na última entrega, para este material, é
válido, porquanto a quantidade total de peças é entregue quase toda junta, no começo da
obra, visto que são as primeiras peças a serem utilizadas na construção e, assim, não há
risco de que a reposição seja esquecida.
Para depositar o cimento, foram criadas duas partes dentro do almoxarifado. As partes
eram utilizadas uma por vez. Assim, quando o caminhão com a carga de cimento novo
chegava, esta era sempre colocada em um dos lados, que já estaria vazio e, enquanto o
outro lado não tivesse acabado, o monte de cimento novo não começava a ser consumido.
Como as paredes de fechamento destes cômodos eram em chapas de madeira compensada,
o material não podia encostar nas paredes, uma vez que estas não resistiriam ao esforço,
ficando afastado delas cerca de 10 cm. O mesmo vale para a cal hidratada. Estes materiais
eram apoiados em tablados de madeira distantes do piso aproximadamente 10 cm.
As entregas de cargas de cimento, cal, areia e brita eram agendadas semanalmente ou em
períodos menores, quando no início das obras.
A quantidade de sacos de cimento e cal rasgados no recebimento dos materiais era anotada
nas notas de entrega dos materiais, para a respectiva reposição na próxima carga. Quanto à
areia e à brita, devido à sistematização do recebimento (de cubagem do caminhão e
conferência da capacidade), fruto da experiência adquirida no Módulo I, não havia
problemas com a entrega. Contudo, se houvesse, a equipe do canteiro de obras tinha
instruções para devolver o caminhão. Para blocos e tijolos, as peças quebradas também
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 80
eram repostas, adotando-se o procedimento de anotar a quantidade perdida para, na última
entrega, haver a devida reposição.
As descargas dos caminhões eram realizadas de forma simples, sem nenhum artifício que
poupasse esforço dos ajudantes, normalmente a equipe da Colônia Penal.
Como as cargas de areia e brita já ficavam próximas ao local de utilização, é importante
observar que, para estes materiais, não havia proteção contra chuvas e ventos, nem
contenções laterais e nem contrapiso que possibilitasse a separação entre piso e material.
No cálculo dos números de blocos necessários para a compra tomou-se como referência o
metro quadrado e a área de cada bloco + argamassa de assentamento. Por não ser
modularizado o projeto, aparecem números não inteiros.
É importante destacar que os ½ blocos representavam 10% do total da área de blocos
entregues. Desta forma, se foram comprados 95.000 blocos 10x20x25, significa que 9.500
não eram entregues e, 9.500 × 2 (19.000), para dar a mesma quantidade em área dos blocos
inteiros, eram entregues em ½ blocos.
3.2.12.4 Distribuição de materiais aos mutuários
Durante a construção das unidades habitacionais, para cada mutuário havia uma pasta
suspensa, identificada pelo lote e quadra, com seus dados: endereços anterior e futuro,
composição familiar e nome do encarregado da retirada dos materiais ou pedreiro. Nesta
pasta ficavam anexados os formulários de ocorrências que existissem durante a construção
como, por exemplo, advertências assinadas pelo responsável e pelo pessoal da equipe, caso
houvesse alguma irregularidade, reclamações de todas as espécies, para que as assistentes
sociais pudessem trabalhá-las, entre outras. Na Figura 3.22 é possível ver as pastas ao lado
do balcão de entrega de materiais. Acima, penduradas em ganchos, as chaves das portas já
entregues, etiquetadas.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 81
Figura 3.22 – Pastas e formulários para controle de entrega de materiais.
Fonte: da autora (2004)
Nas pastas anteriormente referidas, ficavam também as planilhas de controle de materiais
em ordem de serviços, como pode ser visto no ANEXO I. Estas planilhas traziam
separadamente cada serviço, a quantidade de material a ser retirada para aquela finalidade,
local para a assinatura do responsável pela retirada e a data em que esta se deu.
Desta forma, sempre que o mutuário solicitava determinado material, era conferido o
último material que foi retirado, a data, a quantidade e, após checados estes dados, se o
material solicitado fosse realmente o necessário para a próxima etapa, o responsável
assinava a retirada e, imediatamente, levava o material desejado.
Para efeito de controle, todo saco de cimento ou cal que saía do almoxarifado era anotado
em planilha afixada ao balcão, em forma de quadradinhos (diagrama de palitos). Cada
meio saco, de um ou de outro, significava um lado do quadradinho. Tal controle
possibilitou o cálculo da quantidade de cimento e cal utilizada para cada serviço.
Paralelamente à checagem dos dados pelo almoxarife através da pasta, existia conferência
no local da obra, feita pelos mestres de obras, que verificavam se o material retirado no dia
anterior havia sido devidamente utilizado. Caso tivesse havido desvio de material ou
utilização indevida, era registrada a ocorrência, a qual era passada ao engenheiro
responsável para a tomada das providencias cabíveis. Após a análise dos fatos, a
ocorrência era, então, anexada à pasta.
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 82
3.2.12.5 Procedimentos de acompanhamento e conferências
O acompanhamento da execução das unidades habitacionais foi realizado pela equipe
técnica do canteiro de obras e as medições para a verificação de metas foram realizadas
pela equipe técnica do Centro Administrativo e por engenheiros da CEF.
As primeiras conferências de serviços foram de responsabilidade dos mestres de obras, que
conferiram a profundidade das brocas, o alinhamento das vigas baldrames e a profundidade
destas em cada unidade. Tratou-se de conferência simples, com trenas e esquadros.
Nas demais etapas, a conferência foi feita pelos profissionais da equipe da PMU, que
ficavam circulando pelo canteiro de obras. Ainda, de acordo com a entrega de materiais
relacionada pelo almoxarife no dia anterior, os mestres de obra conferiam os serviços.
As conferências eram feitas, a princípio, conforme a etapa da obra. No entanto, devido a
diversas unidades não conseguirem acompanhar o cronograma de execução, a conferência
por etapas se tornou difícil. Eram observados, de forma superficial, pelos engenheiros e
mestres de obras, detalhes de alinhamento, nível, prumo, e outros detalhes práticos.
Normalmente, eram percebidas apenas as grandes falhas, como, por exemplo, defeitos de
amarração da alvenaria ou vergas mal posicionadas.
Contudo, a conferência detalhada, na qual deveriam ser observados todos os detalhes, não
era possível devido à equipe reduzida. Desta forma, falhas técnicas que levavam ao
desperdício incorporado e ao desperdício em forma de entulho, não eram detectadas a
tempo de serem corrigidas.
As medições para pagamento da parte subsidiada deveriam ter acontecido mensalmente,
primeiro pela equipe técnica do Centro Administrativo e, posteriormente, pela equipe de
engenheiros da CEF, que faria a conferência. No entanto, problemas diversos fizeram com
que as datas das medições fossem alteradas. Períodos chuvosos ou atrasos de materiais por
fornecedores foram, dentre outras, algumas causas deste atraso. Assim, as 5 medições
ocorreram nas seguintes datas:
1ª medição: 10 de agosto de 2004;
2ª medição: 20 de setembro de 2004;
Capítulo 3 Residencial Campo Alegre 83
3ª medição: 10 de novembro de 2004;
4ª medição: 14 de dezembro de 2004;
5ª medição: 15 de fevereiro de 2005.
O cronograma inicial previa 4 medições. No entanto, como em cada medição a
porcentagem medida era paga, desde que ficasse abaixo do máximo previsto no
cronograma físico-financeiro e como o final das obras foi atrasado, foi necessária a
alteração do cronograma, dividindo a 4ª medição em duas partes para que fosse liberada
parte do valor. O ANEXO J mostra as planilhas das medições oficialmente preenchidas.
Além deste fato, como foi comentado no Capítulo 3.2.9, a execução de parte da instalação
elétrica, assentamento de louças e colocação de metais, serviços estes que estavam
previstos para o terceiro e quarto meses, foram liberados pela equipe técnica apenas na
véspera das mudanças dos mutuários. Assim, com a alteração do cronograma, estes
serviços também ficaram para a última medição.
Vale comentar que muitos mutuários tiveram problemas com a data da mudança, em
função das vagas para as crianças nas escolas, que foram definidas apenas na segunda
quinzena do mês de fevereiro, quando do início das aulas.
Desta forma, após conhecidas as características do conjunto residencial e os métodos de
atuação propostos para a execução das unidades residenciais, por meio de todo este
capítulo, torna-se necessário o levantamento dos dados relativos ao consumo de materiais e
a checagem dos procedimentos realmente utilizados para a execução das habitações, com a
finalidade de se obter informações sobre o entulho gerado.
Torna-se necessária a análise detalhada dos projetos, para a determinação dos valores de
referência para os consumos de materiais e das requisições de compras, bem como dos
estoques e das transferências de materiais entre canteiros de obras.
Necessita-se, ainda, da verificação precisa dos processos desenvolvidos “in loco”, onde,
inclusive, será possível verificar questões relativas à qualidade das obras executadas.
Assim, poderá haver a aplicação da metodologia proposta para levantamento dos dados
sobre o entulho e a obtenção dos resultados procurados.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 84
CAPÍTULO 4
LEVANTAMENTO DE DADOS
4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Este capítulo apresenta o levantamento dos dados sobre os consumos teóricos, sobre os
consumos reais (e para isso trata da execução das residências), e dados relativos às perdas.
Apresenta também os métodos utilizados em campo para a obtenção dos dados referentes
ao entulho e mostra os resultados obtidos.
O levantamento dos dados sobre quantidades de materiais em estoque no início e no final
da obra, quantidades que foram transferidas de canteiro de obras e quantidades adquiridas,
foi feito tendo por base as planilhas utilizadas por Agopyan et al (1998).
Os materiais estudados foram apenas aqueles presentes nos resíduos em grandes
quantidades, visualmente detectados nos montes de entulho, como areia, cimento, pedra
britada, cal hidratada, argamassa, concreto, telha cerâmica, blocos cerâmicos, tijolos e
canaletas de concreto.
Os materiais como aço, eletrodutos, condutores, tintas e tubos não foram considerados no
levantamento, por não apresentarem desperdício visível, ou seja, por não apresentarem
consumos acima do estimado para a compra. No entanto, vale ressaltar que, por serem
materiais de alto custo financeiro, qualquer consumo além do necessário pode representar
muito para um conjunto habitacional popular.
Os serviços analisados foram aqueles relativos a fundação, contrapiso, alvenaria, laje,
cobertura e revestimento (chapisco e emboço).
Capítulo 4 Levantamento de Dados 85
4.2 CÁLCULO DO CONSUMO TEÓRICO DE MATERIAIS E
RESULTADOS
Neste trabalho, para o levantamento das perdas, foi feita nova quantificação dos materiais
em função dos dados de projeto e memoriais descritivos, para utilização como valores de
referência. Para isso, primeiramente foram levantadas as quantidades teoricamente
necessárias de serviços e, em segundo momento, com base nos primeiros cálculos, as
quantidades dos materiais. Seguem-se os procedimentos utilizados.
4.2.1 Cálculo dos Volumes Teóricos de Concreto
Para a quantificação dos volumes de concreto, fez-se necessária a execução de croqui para
denominação das peças a serem medidas (Figura 4.1).
9
10
7
6
5
4
3
2
1
9
8
7
6
5
3
4
1
2
4
6
5
8
9
10
11 7 3
2
1
1
2
3
4
5
6
7
8
9
SALA
COZINHA
8
DORMITÓRIO
DORMITÓRIO
BANHO
Vigas baldrames
Vergas
Brocas
Contrapiso
x
x
x
x
Figura 4.1 – Croqui de denominação das peças para cálculos de volumes de concreto.
Fonte: da autora (2005)
4.2.1.1 Para as brocas
O volume de concreto necessário para a execução das brocas foi calculado considerando o
volume da quantidade total de brocas, qual seja 11 unidades de 1,50m de profundidade por
20 cm de diâmetro.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 86
4.2.1.2 Para as vigas baldrames
No cálculo das vigas baldrames, as medidas de concreto calculadas desconsideram a
espessura da canaleta de concreto que serve como fôrma. Assim, a canaleta 14x19x39 fica
com 9x16x39 para cálculo do volume de concreto.
Para as vigas 1, 5, 6 e 9, conforme Figura 4.1 apresentada anteriormente, foram
consideradas as medidas totais (externas ás brocas), não sendo descontados os encontros,
ou seja, a espessura das vigas foi considerada duas vezes, porque nestes pontos, sobre as
brocas, não há blocos tipo canaleta como fôrma e, portanto, há maior consumo de concreto.
4.2.1.3 Para as vergas
Foram calculados os dados relativos às vergas pré-fabricadas no próprio canteiro de obras,
considerando-se as dimensões das peças e suas quantidades. As dimensões consideradas
para as peças foram a seção quadrada de 9cm de lado e o comprimento considerando 20
cm a mais que o comprimento da respectiva esquadria.
4.2.1.4 Para as lajes
As lajes não foram pré-moldadas, diferindo do que foi especificado em memorial
descritivo.
Para o cálculo do volume de concreto a ser utilizado nas lajes, estas foram consideradas
moldadas “in loco”, processo realmente utilizado, com lajotas cerâmicas e espessura de 5
cm de cobrimento de concreto.
4.2.1.5 Para contrapisos e calçadas
Para o cálculo do volume de concreto para contrapisos e calçadas considerou-se as
dimensões de projeto, conforme planta baixa, e a espessura de 5 cm, conforme orientação
do memorial descritivo.
4.2.2 Cálculo dos Serviços de Alvenaria Teoricamente Necessários
Capítulo 4 Levantamento de Dados 87
Na quantificação dos serviços de alvenaria para levantamento das quantidades dos blocos e
tijolos, observou-se a falha na modulação do projeto, uma vez que não é possível atender à
especificação de 2,8m de altura total para a alvenaria, incluindo o respaldo com a última
fiada em tijolos maciços, conforme memorial descritivo (considerando-se os blocos
cerâmicos especificados, de medidas 10x20x25 cm).
Se forem 14 fiadas de bloco cerâmico especificado (=14x1cm de argamassa + 14x19cm do
bloco cerâmico) já se chega à altura de 2,80 sem a fiada de tijolos maciços de respaldo.
Com esta, chega-se a 2,86m. Se forem 13 fiadas de blocos cerâmicos (=13x1cm de
argamassa + 13x19cm do bloco cerâmico) + 5cm do tijolo maciço + 1 cm de argamassa,
tem-se 2,66m.
Para a determinação da quantidade teoricamente necessária de blocos e tijolos, foram,
portanto, consideradas 14 fiadas de bloco cerâmico e o respaldo com tijolo maciço. A
quantidade teórica teve de ser calculada uma vez que a quantidade de blocos realmente
gasta variou de uma residência para a outra.
A área efetiva de alvenaria foi calculada, em função das medidas de projeto, descontando-
se os vãos de portas, janelas e vergas. O memorial descritivo especificava que as portas
deveriam ficar a 2,20m do contrapiso acabado.
A Figura 4.2 mostra o croqui referente a nomenclatura usada para identificar cada painel:
Extra
8
7
6
9
2
4
5
3
1
DORMITÓRIO
DORMITÓRIO
SALA
COZINHA
BANHO
Figura 4.2 – Croqui de nomenclatura das paredes.
Fonte: da autora (2005)
Capítulo 4 Levantamento de Dados 88
Para efeito de esclarecimento, o painel chamado de “extra” não estava considerado no
projeto aprovado, mas foi executado nas unidades habitacionais para enrijecimento da
estrutura.
4.2.3 Cálculo dos Volumes Teóricos das Argamassas
Para os serviços de argamassa, da mesma forma que para os de concreto e para o cálculo
dos blocos e tijolos, também foi necessária a elaboração de croqui para a denominação dos
painéis a serem analisados. A Figura 4.3 apresenta a planta baixa com a denominação dos
painéis, que são de 2,86m (14 fiadas de bloco cerâmico e respaldo com 1 fiada de tijolo
maciço):
9c
b
a
c
Extra
5a
5b
1a
1b
7b
7a
1c
6b
6c
6a
4b
4a
8a
8b
3b
3a
9a
9b
9d
2b
2a
DORMITÓRIO
DORMIRIO
SALA
COZINHA
Figura 4.3 – Croqui de denominação das peças para cálculos das argamassas.
Fonte: da autora (2005)
4.2.3.1 Para argamassa de assentamento
Para o cálculo do volume da argamassa de assentamento considerou-se 1 cm de espessura
de argamassa nas juntas horizontais e 1 cm nas verticais, em toda a largura do bloco.
O traço utilizado foi 1:1:9 (cimento:cal:areia média), conforme orientação constante do
memorial descritivo.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 89
4.2.3.2 Para argamassa de chapisco
Na determinação do volume teórico necessário de chapisco considerou-se os painéis
conforme Figura 4.3 apresentada e espessura de 0,5cm.
O traço, conforme memorial descritivo, foi de 1:3 (cimento:areia média).
4.2.3.3 Para massa única
Para o cálculo da quantidade de argamassa necessária ao serviço de massa única, foi
considerada a área de cada painel com 2 cm de espessura.
Foi considerado traço 1:2:9 (cimento:cal:areia fina), segundo especificação do memorial
descritivo.
4.2.4 Quantidades de Serviços Teóricas
A Tabela 4.1 indica a quantidade de serviço calculada a partir do projeto de arquitetura e
do memorial descritivo, conforme Capítulos 4.2.1, 4.2.2 e 4.2.3:
Tabela 4.1 – Quantidade de serviço para o cálculo do consumo de materiais por unidade
habitacional.
Descrição do Serviço Unidade Quantidade Traço
*
Concreto para brocas 0,52 1:4:4
Concreto para vigas baldrames 0,60 1:4:4
Concreto para vergas 0,125 1:4:4
Concreto para laje 0,24 1:4:4
Concreto para contrapisos e calçadas 2,95 1:4:3
Alvenaria 107,62 -
Argamassa de assentamento 1,00 1:1:9
Argamassa de chapisco 1,10 1:3
Argamassa de reboco 4,35 1:2:9
* Traço especificado em memorial descritivo, ou seja, em volume úmido.
Fonte: da autora (2005).
Capítulo 4 Levantamento de Dados 90
4.2.5 Cálculo do Consumo de Materiais em Concretos e
Argamassas Conforme Quantidades de Serviços Teóricas
Para o cálculo do consumo dos materiais utilizados na execução de concretos e
argamassas, é necessário o conhecimento dos valores dos traços utilizados, do coeficiente
de inchamento da areia, das massas unitárias e das massas específicas, para areias, brita,
cimento e cal. Para isso foram usados os procedimentos e adotados os valores conforme
detalhado a seguir.
Nos traços recomendados para a execução das argamassas e concretos, constantes do
memorial descritivo, não foram dadas informações detalhadas sobre o material a ser
utilizado, tais como as condições de umidade da areia e a quantidade de água que deveria
compor os traços de concretos.
Os traços foram específicos para cada serviço e foram dados em volume considerando a
“lata” de 18 litros. Na especificação existe a conversão de sacos de cimento e cal para
latas, carrinhos e pás.
Como o traço dado é de utilização em obra, ou seja, traço úmido, foi considerado
aproximadamente 3% de teor de umidade que, segundo Ripper (1986), é o valor médio
para material que chega do porto quando o tempo é bom. Desta forma, o coeficiente de
inchamento adotado foi de 1,25, conforme dados de diversos ensaios realizados no
laboratório da Universidade Federal de Uberlândia.
Para os valores das massas unitárias (δ), como não foram feitos os ensaios para o material
utilizado no Residencial Campo Alegre, foram adotados os resultados também obtidos nos
laboratórios da Universidade Federal de Uberlândia para os materiais da região. Para o
cimento, o valor foi δ=1.100kg/m³, para a areia, δ=1.450kg/m³, para a brita, δ=1.460kg/m³
e para a cal, também δ=1.100kg/m³.
As massas específicas (γ) foram, da mesma forma, adotadas. Para o cimento γ=2.960kg/m³,
para a areia γ=2.620kg/m³ e para a brita γ=2.820kg/m³.
Outro valor adotado foi a relação água/cimento , considerada para os cálculos igual a 0,60.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 91
4.2.5.1 Método para cálculo do consumo de materiais dos concretos
O procedimento utilizado para o cálculo do consumo dos materiais nos traços de concreto
foi:
A partir do traço especificado em volume úmido, primeiramente foi feita a
transformação para volume seco, dividindo-se o volume da areia pelo coeficiente
de inchamento adotado (1,25);
Com o traço em volume seco, por meio das massas unitárias, foi obtido o traço em
massa, representado por c:a:p, onde c diz respeito ao cimento, a à areia e p à pedra
(brita 1);
Para o cálculo do consumo de cimento utilizou-se a expressão:
()
+++
=
CA
p
p
a
a
c
C
/
1
1000
γγγ
,
onde a/c representa a relação água/cimento;
Com o consumo de cimento, obtido em kg/m³, e o traço em massa (kg), foram
determinados os consumos de areia e brita.
O APÊNDICE C traz exemplo do cálculo do consumo de materiais conforme
procedimento descrito.
4.2.5.2 Método para cálculo do consumo de materiais das argamassas
Para as argamassas, considerou-se, por aproximação que, para cada m³ de argamassa,
seriam necessários 1m³ de areia seca. Adotou-se esta relação em virtude de que os traços
utilizados podem representar traços pobres, nos quais o volume de pasta é menor ou igual
ao volume de vazios da areia. Desta forma, com o coeficiente de inchamento, o traço
úmido especificado, foi convertido para volume seco. Os consumos de cimento e cal em
massa foram obtidos com a multiplicação do volume encontrado pela massa unitária de
cada material.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 92
O APÊNDICE D mostra exemplo do cálculo do consumo de materiais para as argamassas.
4.2.5.3 Quantidades teóricas de materiais a serem consumidos nos concretos e
argamassas
Os valores obtidos para consumo de materiais nos concretos e argamassas estão
apresentados na Tabela 4.2.
Tabela 4.2 – Volumes dos materiais que compõem concretos e argamassas.
Volumes dos materiais
Areia Média
úmida (m³)
Areia Fina
úmida (m³)
Brita
(m³)
Cimento
(saco 50 kg)
Cal (saco
25 kg)
Concreto brocas 0,43 - 0,43 2,36 -
Concreto vigas
baldrames
0,50 - 0,50 2,72 -
Concreto vergas 0,11 - 0,11 0,57 -
Concreto lajes 0,20 - 0,20 1,09 -
Concreto contrapisos
e calçadas
2,71 - 2,04 14,90 -
Argamassa de
assentamento
1,25 - - 3,06 6,11
Argamassa de
chapisco
1,37 - - 10,00 -
Argamassa de
reboco
- 5,44 - 13,3 53,17
Totais 6,57 5,44 3,28 48 60*
* Valor arredondado de 59,28 (fração de saco) para 60 (saco inteiro).
Fonte: da autora (2005).
4.2.6 Cálculo do Consumo de Blocos, Tijolos e Telhas Conforme
Quantidades de Serviços Teóricas
4.2.6.1 Blocos de concreto tipo canaleta
A quantidade de blocos de concreto tipo canaleta, teoricamente necessária, foi calculada
em função do comprimento das vigas e dos blocos, sem junta de assentamento.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 93
Foram adotadas as quantidades inteiras que cabiam no comprimento de cada viga baldrame
enfileiradas, de uma broca à outra, sem considerar a área das brocas onde havia a ferragem
de espera.
4.2.6.2 Blocos cerâmicos
Com a área efetiva total de alvenaria a ser executada, calculada conforme Item 4.2.2 (e
resultados apresentados no Item 4.2.4) e considerando bloco cerâmico de dimensões
10x20x25, bem como juntas verticais e horizontais de 1 cm de espessura, obteve-se a
quantidade de blocos teoricamente necessárias. Foi feita a relação entre a área efetiva total
de alvenaria e a área ocupada pelo bloco com a argamassa necessária.
4.2.6.3 Tijolos maciços
A quantidade necessária de tijolos maciços foi levantada considerando a metragem linear
do respaldo, dividido pelo comprimento do tijolo maciço especificado, 5x10x20 cm, com 1
cm de argamassa na junta vertical.
Para as caixas de passagem e de gordura, que são executadas com estes tijolos, foram
levantadas as áreas a serem executadas e, da mesma forma que para o bloco cerâmico das
paredes da residência, foram quantificados os tijolos. Considerou-se também argamassa de
assentamento vertical e horizontal com juntas de 1 cm.
4.2.6.4 Telhas cerâmicas
As telhas foram quantificadas em função da área do telhado, considerando a inclinação e a
área útil de cada peça. Estes valores foram conferidos “in loco” após alguns telhados
acabados.
4.2.7 Quantidades Teoricamente Consumidas dos Materiais a
Serem Analisados
Na Tabela 4.3 são apresentados os valores de consumo de materiais para uma unidade
habitacional, considerando perda zero, dos 11 materiais a serem trabalhados nesta
dissertação de mestrado.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 94
Tabela 4.3 – Quantitativo de materiais, para 1 unidade habitacional, sem considerar
as perdas.
Item Descrição Unidade Quant. P/ 1 resid. (sem perdas)
1 Bloco cerâmico 10x20x25 un. 1988
2 Meio bloco cerâmico 10x20x12,5 un. 217
3 Tijolo maciço 5x10x20 un. 392
4 Telha Portuguesa un. 1056
5 Cumeeira para telha Portuguesa un. 21
6 Areia média 6,57
7 Areia fina 5,44
8 Brita n.º 1 3,28
9 Cimento Saco 48
10 Cal hidratada Saco 60*
11 Canaleta de concreto 15x20x40 cm un. 98
* Valor arredondado de 59,28 (fração de saco) para 60 (saco inteiro).
Fonte: da autora (2005).
4.3 DADOS OBTIDOS EM CAMPO
Neste item abordam-se peculiaridades das etapas executivas e dos procedimentos, bem
como das características dos materiais que foram pesquisados em campo, com o intuito de
correlacionar as perdas de materiais às suas origens.
4.3.1 Dados Sobre a Mão-de-obra
Percebeu-se que os dias de maior movimento no canteiro de obras eram sempre sábado e
domingo. Nos demais dias da semana apenas os pedreiros que trabalhavam em regime de
empreitada estavam presentes. Desta forma, a equipe técnica disponível, por várias vezes,
ficava ociosa nos dias de terça-feira à sexta-feira e sobrecarregada nos finais de semana.
Tal fato gerou transtorno à equipe e à população que, nos finais de semana, por exemplo,
precisavam se organizar em filas para retirar material do almoxarifado ou para utilizar as
betoneiras.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 95
Observou-se que a equipe técnica do canteiro de obras não conseguiu manter o controle
das etapas, havendo casas com diversos serviços diferentes começados ao mesmo tempo.
De terça-feira à sexta-feira, a equipe técnica aproveitava para ajudar algum mutuário mais
atrasado e os detentos da Colônia Penal Jacy de Assis, em alguns casos, para servir a
outros órgãos da PMU.
Para a obtenção dos dados relacionados à mão-de-obra voluntária, observou-se o aspecto
social, considerando a composição familiar, profissão dos mutuários, nível de escolaridade,
renda mensal, problemas de saúde e condições da habitação anterior, para a futura análise
(Capítulo 5) e correlacionamento com prazos de execução da obra e qualidade da mão-de-
obra. Os dados do ANEXO D serviram de base a esta análise.
Sobre as instruções para procedimento dentro do canteiro de obras, que encontram-se, de
forma resumida, no regimento interno (ANEXO G), foi analisado se estas, realmente,
foram seguidas pela equipe e pela população envolvida.
4.3.2 Dados Sobre a Entrega dos Materiais aos Mutuários
Sobre a entrega de materiais aos mutuários, verificou-se que os controles do almoxarife
ficavam, por vezes, desatualizados. Os controles de entrega (ANEXO I) para os materiais
como os cerâmicos, areia, brita, cimento e cal, pararam de ser preenchidos, uma vez que
estes não estavam sendo conferidos. A equipe, sub-dimensionada para o empreendimento,
aliado ao fato de que as famílias concentravam seus trabalhos nos finais de semana,
tornavam este serviço inviável. No entanto percebeu-se que, para a equipe técnica, tal fato
não significava problema, uma vez que havia sempre outras questões urgentes a serem
resolvidas, como o próprio acompanhamento técnico, ações de vandalismo, atrasos nas
construções e roubo de materiais já assentados.
Aliás, como já foi comentado, materiais como o padrão e as esquadrias eram entregues
para fixação apenas no período da manhã, para que roubos fossem evitados, considerando
que, ao final do dia, quando as atividades no canteiro fossem encerradas, as argamassas de
assentamento já teriam certa resistência.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 96
4.3.3 Dados Sobre as Orientações Transmitidas aos Mutuários
Sobre as orientações prestadas aos envolvidos para o desenvolvimento das obras,
observou-se que, nas reuniões mensais com os mutuários, foi avisado sobre a necessidade
de se economizar o material, conseqüentemente reduzindo custos e possibilitando novos
programas habitacionais. Foi explicado o processo licitatório, com seus devidos prazos
legais de publicação e execução, para que os mutuários ficassem cientes de que, caso o
material comprado para a etapa acabasse, mesmo que de forma justificada, haveria o risco
de que a obra tivesse seu desenvolvimento atrasado até a nova compra de material.
Apesar deste apelo, percebeu-se que a maior parte dos envolvidos na construção não se
importava, por exemplo, com a quebra de blocos cerâmicos ou com o desperdício de areia.
Quanto às recomendações dos traços a serem utilizados, notou-se que a mão-de-obra
envolvida, embora soubesse que estas recomendações existiam, na maioria das vezes, não
se informava sobre elas nem as utilizava. Os agregados para argamassas e concretos eram
realmente dosados com latas de 18 litros, misturados nas betoneiras, e os envolvidos na
construção tinham a idéia errônea de que a areia e a brita eram de livre consumo e de que,
para cada casa, havia uma cota máxima de cimento a ser retirada no almoxarifado,
independentemente da economia do material na utilização, ou seja, mesmo economizando,
eles teriam direito à cota máxima de cimento por residência.
Um fato importante foi a informação dada aos mutuários de que a equipe técnica tinha
como obrigação atender imediatamente às dúvidas quanto à utilização dos materiais, para
que nada fosse executado de forma incorreta. Foi avisado, exaustivamente, que, caso o
mutuário fizesse mal uso do material, de maneira que este ficasse inutilizado, o mesmo não
seria reposto, tendo o mesmo que providenciar, por sua própria conta, a reposição. Apesar
destas orientações, aconteceram casos em que os mutuários mudaram o projeto hidráulico
e as conexões foram insuficientes.
Para o acompanhamento da geração do entulho, foi solicitado aos envolvidos nas
construções que, ao final do expediente trabalhado, todo o entulho gerado fosse recolhido
em montes dispostos em frente às residências. Foi explicado a todos que tal procedimento
se devia à pesquisa sobre o entulho, objeto deste trabalho e que, também, seria uma forma
Capítulo 4 Levantamento de Dados 97
de organizar a obra. Desta forma, observou-se que os volumes dos montes de entulho
cresciam desigualmente, visto que em algumas casas foram começados diversos serviços
ao mesmo tempo, enquanto que em outras foi começado apenas o serviço da etapa
correspondente. Em determinadas casas o serviço estava adiantado, em relação ao
cronograma físico da obra, e em outras estava atrasado.
Os dados levantados sobre o consumo real de materiais, apresentados a seguir, e o quadro
relatado neste item evidenciaram que, embora o mutuário conhecesse o memorial
descritivo e soubesse das regulamentações internas ao canteiro de obras, as outras pessoas
envolvidas na execução das habitações não tinham estas informações.
4.3.4 Dados Sobre os Equipamentos para o Transporte e para o
Processamento dos Materiais
Os dados sobre os meios utilizados para o transporte de materiais e os equipamentos para
processamento, conforme pôde ser observado “in loco”, serão apresentados a seguir.
4.3.4.1 Para os blocos e tijolos
Os meios de transporte horizontal mais utilizados foram a “carretinha” puxada pelo trator,
para casas mais distantes ou com menos ajudantes, e o carrinho-de-mão (Figura 4.4). Para
o transporte vertical, foram utilizados cavaletes e tábuas (Figura 4.5).
Figura 4.4 – Transporte dos blocos com
carrinho-de-mão.
Figura 4.5 – Cavaletes e plataformas para
andaimes.
Fonte: da autora (2004)
Capítulo 4 Levantamento de Dados 98
4.3.4.2 Para brita, areia, água cimento e cal
O transporte de agregados como brita e areia, foi feito por meio de latas ou carrinhos-de-
mão. O cimento e a cal foram transportados pelos próprios mutuários, nas quantidades de 1
ou ½ sacos. A água, normalmente, era transportada em latas, dos tambores até as
betoneiras. Havia 1 tambor para servir a construção de cada 3 casas. Contudo, alguns
mutuários foram vistos usando a mangueira ligada à pena d’água diretamente na betoneira
para a execução dos traços.
4.3.4.3 Para concreto e argamassa
Para o transporte horizontal de concretos e argamassas, foram utilizados, na maioria das
vezes, carrinhos-de-mão. Pôde-se perceber também o transporte em latas.
O transporte vertical aconteceu, na maior parte dos casos, por meio de masseiras pequenas
ou latas e foram utilizados cavaletes e tábuas como andaimes (Figuras 4.6 e 4.7).
Figura 4.6 – Masseira geralmente utilizada. Figura 4.7 – Cavaletes utilizados e a posição
do pedreiro no posto de trabalho.
Fonte: da autora (2004)
A Figura 4.8 mostra mutuários utilizando-se do carrinho-de-mão para descarregar
agregado diretamente dentro da betoneira. A Figura 4.9 mostra o transporte vertical de
concreto para a laje.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 99
Figura 4.8 – Betoneira para mistura e
carrinho que transporta agregados.
Figura 4.9 – Transporte das latas de
concreto até a laje.
Fonte: da autora (2004)
Observa-se, na Figura 4.9 que o mutuário optou por concretar a laje em todo o imóvel (no
projeto original apenas o banheiro e o hall dos quartos deveriam ter lajes).
No processamento dos materiais para a execução dos concretos e argamassas, foram
utilizadas betoneiras de 360 litros de capacidade, que ficavam fixadas próximas aos lotes,
sendo, normalmente, 2 a cada quadra, ou a betoneira móvel puxada e acionada pelo trator.
As Figuras 4.10 e 4.11 mostram estes equipamentos de mistura das argamassas e
concretos.
Figura 4.10 – Betoneira para mistura Figura 4.11 – Betoneira puxada pelo trator
para apoio na produção de argamassa e
concreto.
Fonte: da autora (2004)
Capítulo 4 Levantamento de Dados 100
Na aplicação das argamassas de assentamento para a execução da alvenaria, a ferramenta
utilizada foi a colher de pedreiro comum. Fio de prumo e nível de mangueira nem sempre
eram usados.
Vale ressaltar que a forma através da qual o taliscamento foi feito não foi acompanhada
pela equipe técnica da PMU.
Quanto aos equipamentos e ferramentas para aplicação, desempeno e acabamento da massa
única, estes ficavam a cargo do pedreiro de cada obra. O mais comumente encontrado foi a
desempenadeira de madeira.
4.3.5 Dados Sobre a Logística dos Serviços que Envolvem os
Materiais em Análise
Os serviços que envolvem os materiais analisados foram os serviços de fundação,
contrapiso, alvenaria, laje, cobertura e revestimento.
Com relação à logística destes serviços, embora fosse explicado a todos os mutuários que
um serviço só deveria começar após o final do anterior, em grande parte das residências,
eram iniciados vários serviços ao mesmo tempo, para que novas frentes de trabalhos
estivessem disponíveis a eventuais voluntários.
Em se tratando dos prazos entre serviços recomendados no Memorial Descritivo, não há
certeza de que estes tenham sido respeitados, uma vez que, vários mutuários solicitavam
material para determinados serviços e aplicavam em outros.
Quanto à seqüência para execução da alvenaria, como não foi estabelecida ordem para a
execução dos painéis, nada foi solicitado aos mutuários. Quanto aos estoques dos blocos,
estes eram o mais próximo possível das obras, sendo descarregados em pequenos montes.
Sobre o seqüenciamento da execução do revestimento, é importante ressaltar que a única
recomendação, no canteiro de obras, era que todo o revestimento interno fosse feito,
preferencialmente, antes de se começar o externo, ou vice-versa.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 101
Quanto à execução de emboço (ou massa única), para a qual a espessura definida era de 2
cm, no caso de paredes desaprumadas ou outro motivo que exigiu espessura maior que
3cm, percebeu-se que os mutuários executaram o revestimento de uma única vez.
4.3.6 Dados Sobre o Consumo de Materiais
Para o levantamento das quantidades de materiais consumidas foram consideradas as
quantidades que estavam em estoque antes do início das obras (uma vez que havia sobra de
materiais da construção do Módulo I), as quantidades adquiridas, as quantidades
efetivamente recebidas, as quantidades transferidas para outros canteiros de obras e a
quantidades que faltaram ou que restaram em estoque após o final dos serviços.
É importante esclarecer que o recebimento de materiais já estava sistematizado, em
decorrência de experiências com o Módulo I, pois que a quantidade recebida foi igual à
quantidade solicitada.
As retiradas de materiais para serem utilizados em obras fora do canteiro ocorreram em
dois casos, nos quais a Secretaria de Habitação necessitou, por questões emergenciais, via
laudos sociais, ou por determinação da promotoria pública, auxiliar na reforma de imóveis
onde existiam pessoas morando em situações precárias.
Como a referida secretaria não possuía tempo hábil para a compra de alguns materiais,
estes, por serem em quantidades muito pequenas, foram retirados do canteiro de obras do
Residencial Campo Alegre.
A Tabela 4.4 mostra, para os matérias em análise, as quantidades de materiais realmente
gastas para a execução das 50 unidades habitacionais.
Na coluna do estoque final do almoxarifado, os números negativos indicam que
determinado material faltou e teve que ser comprado ou pego emprestado de outras etapas
do empreendimento.
Desta forma, o “total realmente gasto” foi calculado considerando a “quantidade em
estoque + quantidade adquirida”, subtraindo a “quantidade de material que saiu do
canteiro” e o “estoque final de material”.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 102
Tabela 4.4 – Quantidade real* de material gasto para a execução das 50 unidades.
Item Descrição Unidade
Quant. em
estoque +
quantidade
adquirida
Quant. de
mat. que
saiu do
canteiro
Estoque final
do
almoxarifado
Total
realmente
gasto
1
Bloco
cerâmico
10x20x25
un. 108000 2300 -2250 107950
2
Meio bloco
cerâmico
un. 24000 0 0 24000
3
Tijolo maciço
5x10x20
un. 30000 500 -2600 32100
4
Telha
Portuguesa
un. 55000 0 0 55000
5
Cumeeira para
telha
Portuguesa
un. 1200 0 0 1200
6 Areia média 500 0,5 -79 578,5
7 Areia fina 375 7 -53 421
8 Brita n.º 1 205 3 0 202
9 Cimento Saco 3100 55 300 2745
10 Cal hidratada Saco 3400 45 0 3355
11
Canaleta de
concreto
15x20x40 cm
un. 5250 100 -100 5250
* Quantidade real: indica a quantidade de material realmente utilizada para a execução das obras
Fonte: da autora (2005).
Para o controle da quantidade de cimento Portland e cal destinados aos diversos serviços,
na entrega do material ao mutuário ou ao encarregado pelo serviço, o almoxarife
perguntava a finalidade do mesmo e anotava em diagrama de palitos. A cada ½ saco
retirado do almoxarifado, quantidade mínima para a retirada, 1 lado do quadradinho era
acrescentado. Assim, foi possível determinar a quantidade de cimento gasto para os
serviços de concretagem, chapisco e emboço.
No entanto, vale ressalva na determinação da quantidade de cimento e cal consumidos por
serviço específico. Conforme item 4.3.5, sobre a logística dos serviços, embora os
mutuários buscassem os materiais para um determinado serviço, muitas vezes estes eram
utilizados em outros. Assim, os números obtidos, com certeza, não são exatos, mas podem
ser considerados satisfatoriamente aproximados.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 103
A Tabela 4.5 apresenta a quantidade de cal consumida nos serviços.
Tabela 4.5 – Quantidade de cal gasta para cada serviço
.
Serviço Quantidade(Sacos 25 kg)
Argamassa para assentamento 343
Massa única 3012
Fonte: da autora (2005).
A Tabela 4.6 mostra a quantidade de cimento utilizada em cada serviço:
Tabela 4.6 – Quantidade de cimento gasta para cada serviço.
Serviço Quantidade (Sacos 50 kg)
Brocas 138
Vigas Baldrames 161
Vergas 35
Lajes 60
Contrapiso + Calçada 877
Assentamento de alvenaria 185
Chapisco (interno e externo) 538
Massa única (interna e externa) 751
Fonte: da autora (2005).
4.3.7 Dados Sobre a Qualidade dos Serviços
Quanto à qualidade dos serviços executados nas habitações, esta pode ser considerada, de
um modo geral, satisfatória. Embora não tenham sido levantados indicadores específicos
para esta análise, foi observado que, na maioria das casas, ao mesmo tempo em que alguns
serviços ficaram muito bons, outros já deixaram a desejar. De modo geral, todas as
unidades apresentam condições de segurança e habitabilidade.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 104
No entanto, as falhas que freqüentemente puderam ser percebidas foram com relação à
alvenaria, a qual apresentou paredes desniveladas, desaprumadas ou com amarrações
executadas de forma incorreta ou, ainda, com as três falhas ao mesmo tempo. As figuras a
seguir exemplificam os erros mais comuns.
A Figura 4.12 mostra parede com tijolos assentados em desnível, argamassa com espessura
irregular e enchimentos verticais teoricamente desnecessários. A Figura 4.13 mostra parede
onde as juntas verticais das primeiras duas fiadas estão quase alinhadas.
Figura 4.12 – Espessuras irregulares na
argamassa de assentamento.
Figura 4.13 – Nas fiadas de baixo juntas de
amarração fora do centro do bloco
.
Fonte: da autora (2004)
A Figura 4.14 além da parede desaprumada, mostra o desperdício com quebra de blocos no
espaço lateral. Já a Figura 4.15 mostra um construtor quebrando parte do bloco para fechar
a amarração.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 105
Figura 4.14 – Parede
desaprumada.
Figura 4.15 – Construtor quebrando o bloco para fazer a
amarração.
Fonte: da autora (2004)
As figuras anteriores evidenciam a existência de desperdício incorporado, uma vez que o
reboco de paredes desaprumadas consome maior quantidade de argamassa.
Ainda, podia-se notar grande quantidade de material quebrado e espalhado pelo canteiro de
obras em todas as etapas (Ver Figuras 4.16, 4.17, 4.18 e 4.19).
Figura 4.16 – Blocos de concreto quebrados. Figura 4.17 – Blocos cerâmicos quebrados.
Fonte: da autora (2004)
Capítulo 4 Levantamento de Dados 106
Figura 4.18 – Blocos cerâmicos espalhados
mesmo depois da etapa.
Figura 4.19 – Montes de entulho e areia
esparramada.
Fonte: da autora (2004)
Na Figura 4.20 pode-se observar uma finalização de parede, na qual um bloco está
assentado com os furos voltados para cima, enquanto que os outros estão assentados com
os furos voltados para a lateral.
Na Figura 4.21 observa-se as canaletas, já na posição para colocação da armação e
concretagem, e nota-se que nos locais dos encontros das vigas, onde existem as brocas com
suas ferragens de espera, estão colocados blocos para apoiar os encontros e servir de fôrma
para o concreto, além de algumas peças já quebradas.
Figura 4.20 – Assentamento de
blocos de forma incorreta e
revestimento grosso.
Figura 4.21 – Alguns blocos tipo canaleta quebrados e
outros mal utilizados.
Fonte: da autora (2004)
Capítulo 4 Levantamento de Dados 107
Na Figura 4.22 observa-se contrapiso da calçada com 9cm de espessura, quando deveria
ser 5cm. Na verdade, enquanto alguns mutuários erravam por exagerar nas dimensões,
outros o faziam por executarem seus contrapisos finos ou sem apiloar o terreno.
Na Figura 4.23 pode ser observada uma parede cortada para o embutimento das instalações
hidráulicas, com cortes maiores que o necessário e muito entulho no piso, entulho este que
pode estar acumulado ao que foi gerado quando do assentamento dos blocos cerâmicos.
Observa-se que, embora no projeto original a alimentação de água para o vaso sanitário
seja através de caixa de descarga, nesta figura há rasgo para colocação de válvula de
descarga que, nestes casos, era custeada pelo próprio mutuário.
Figura 4.22 – Calçada externa com espessura
desnecessária.
Figura 4.23 – Cortes para
instalações hidráulicas.
Fonte: da autora (2004)
Assim, durante os trabalhos, paralelamente ao levantamento dos processos no canteiro de
obras, quantidades compradas, quantidades realmente utilizadas, dados estes relacionados e
descritos anteriormente, foram aplicados os métodos estudados e desenvolvidos
especificamente para a quantificação e qualificação deste entulho, que, a cada etapa, era
percebido em grandes quantidades.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 108
4.4 DADOS SOBRE O ENTULHO
Os métodos desenvolvidos e utilizados para o levantamento das quantidades de entulho e
os resultados obtidos são apresentados a seguir.
4.4.1 Métodos Utilizados Para Levantamentos dos Dados Sobre o
Entulho
A princípio, após as análises visuais das obras com seus montes de entulhos, constatou-se
que os materiais mais presentes nestes montes eram os cerâmicos e restos de concretos e
argamassas. Outros materiais, como ferragens e tubulações, não eram vistos senão em
utilização ou dentro do próprio almoxarifado.
Desta forma, surgiu a necessidade de efetuar apenas a quantificação destes materiais
visivelmente desperdiçados. Então, a partir de pesquisas teóricas, foram estabelecidos
métodos para o levantamento dos dados relacionados às perdas destes materiais nas fases
da construção. Os dados que se faziam necessários eram, dentre outros, a quantidade
gerada, o tipo de serviço no qual o material foi perdido e em qual período da obra.
Ademais, já havia a caracterização visual deste.
Portanto, com base nos trabalhos desenvolvidos por Paliari (1999) e Pinto (1999), algumas
planilhas foram concebidas para a coleta dos dados, considerando cada etapa e a obra
como um todo.
No entanto, percebeu-se a necessidade de outras planilhas para acompanhamento das
obras, onde fosse possível correlacionar a etapa da obra com a sua duração, o tipo de mão-
de-obra e a quantidade de entulho (APÊNDICE B). As primeiras planilhas desenvolvidas
com esta finalidade não atenderam aos objetivos propostos porque, além das etapas da obra
estarem ficando defasadas de uma unidade para a outra, em função de atrasos e
desqualificações da mão-de-obra, em muitos casos a ordem dos serviços não estava sendo
respeitada.
Enquanto a forma correta, inclusive para possibilitar a medição para repasse da verba da
CEF à PMU, era que um serviço apenas fosse iniciado após o término do anterior, o fato é
Capítulo 4 Levantamento de Dados 109
que muitos mutuários começarem vários serviços ao mesmo tempo, dificultando a
utilização das planilhas inicialmente propostas.
Assim, foram feitas novas planilhas que possibilitaram o acompanhamento, que era feito
através de medição semanal, onde o volume de entulho já existente era verificado,
conferido com o da semana anterior e associado aos serviços executados para cada
residência individualmente.
Porém, com a implantação do controle do material que era recolhido na forma de entulho,
logo nas primeiras semanas, temendo retaliações por parte da PMU ou da CEF, por terem
noção dos montes volumosos e, em muitos casos, passíveis de serem evitados, os
mutuários começaram a se desfazer dos seus montes, muitas vezes incorporando-os aos
dos vizinhos ou jogando fora, na Área Institucional, próxima ao almoxarifado.
Desta forma, mais uma vez foi explicado a cada mutuário, desta vez individualmente, que
se tratava de pesquisa científica. As medições dos montes de entulho passaram a ser feitas
em períodos de tempo mais curtos e as etapas dos serviços eram anotadas em porcentagem
executada.
Após o final de cada residência, o método escolhido para a qualificação do material, além
da caracterização visual, foi o quarteamento, conforme NBR 9941 (1987), para retirada de
amostra e pesagem em recipiente de volume conhecido, para possibilitar o cálculo da
massa unitária.
Após este trabalho o material era peneirado em peneira de abertura 4,8mm, que faz a
separação por granulometria entre agregados miúdos e graúdos, e novamente pesado, o que
passava na peneira e o que ficava retido nesta.
Antes do quarteamento eram retirados dos montes de entulho eventuais lixos, como podas
de árvores, sacos vazios de cimento ou pedaços de panos, e os montes eram revolvidos
para que ficassem bem homogêneos. As Figuras 4.24 e 4.25 mostram o processo de
limpeza e revolvimento do material. A terra misturada era retirada o tanto quanto possível.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 110
Figura 4.24 – Monte de entulho antes de ser
limpo e revolvido.
Figura 4.25 – Monte de entulho sendo limpo
e revolvido.
Fonte: da autora (2004)
As Figuras 4.26 e 4.27 mostram o material ainda misturado (graúdo e miúdo), sendo
pesado logo após a preparação da amostra.
Figura 4.26 – Recipiente sendo cheio com
parte da amostragem quarteada.
Figura 4.27 – Caixote metálico sendo
pesado com material misturado.
Fonte: da autora (2004)
As Figuras 4.28 e 4.29 mostram, respectivamente, a separação do material por meio de
peneira 4,8mm e o material após a separação.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 111
Figura 4.28 – Peneiramento para separação
do material.
Figura 4.29 – Material peneirado após ter
sido pesado separadamente.
Fonte: da autora (2004)
Posteriormente ao término da medição do entulho de cada residência, com a confirmação
do que havia sido constatado a princípio, ou seja, a grande quantidade de materiais
cerâmicos presentes nestes entulhos, fez-se necessária análise das amostras de telhas e
blocos, conforme normas técnicas, para identificar possíveis problemas de qualidade destes
materiais. Como estas análises não foram feitas no recebimento do material, amostras
foram levadas até o laboratório da Universidade Federal de Uberlândia, onde foram
realizados os seguintes ensaios:
Para as telhas: ensaios de Impermeabilidade (NBR 8948, 1985), Absorção (NBR
8947, 1985) e Carga de ruptura à flexão ( NBR 9602, 1986).
Para os blocos cerâmicos: Verificação da Resistência à Compressão (NBR 6461,
1983), Especificação (NBR 7171, 1992) e Formas e Dimensões (NBR 8042,
1992).
O resultado destes ensaios, juntamente aos resultados obtidos sobre o entulho de cada
monte, possibilitará a conclusão da análise da causa destas perdas.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 112
4.4.2 Resultados Obtidos das Análises do Entulho
O APÊNDICE B traz o modelo final da planilha utilizada para a coleta dos dados sobre os
montes de entulho. Os resultados obtidos referentes ao volume do material coletado de
cada unidade e a quantidade de material graúdo e miúdo, são mostrados na Tabela 4.7.
Tabela 4.7 – Quantidade de entulho medida.
Quadra Lote
Volume do
entulho
(m³)
% do fino em
relação ao total
peneirado
% do grosso em
relação ao total
peneirado
1 6 21 - - -
2 6 22 5,24 48,52 51,48
3 6 23 0,00 0,00 0,00
4 6 24 4,01 46,83 53,17
5 6 25 1,20 58,30 41,70
6 6 26 0,60 57,52 42,48
7 6 27 2,65 58,56 41,44
8 6 28 - - -
9 6 29 - - -
10 6 30 6,16 66,47 33,53
11 6 31 0,94 61,96 38,04
12 6 32 3,96 58,78 41,22
13 6 33 2,55 66,83 33,17
14 6 34 1,88 56,92 43,08
15 6 35 7,06 49,85 50,15
16 6 36 0,95 48,32 51,68
17 6 37 1,62 53,36 46,64
18 6 38 2,48 69,05 30,95
19 6 39 - - -
20 7 1 - - -
21 7 2 0,50 50,10 49,90
22 7 3 3,44 48,24 51,76
23 7 4 1,99 64,35 35,65
24 7 5 7,75 63,46 36,54
25 7 6 0,00 0,00 0,00
26 7 7 1,19 57,96 42,04
27 7 8 2,45 55,08 44,92
28 7 9 1,92 55,37 44,63
29 7 10 2,24 57,98 42,02
30 7 11 3,21 48,14 51,86
31 7 12 6,08 64,58 35,42
32 7 13 3,20 66,90 33,10
33 7 14 2,82 63,13 36,87
34 7 15 9,49 61,82 38,18
Capítulo 4 Levantamento de Dados 113
Tabela 4.7 Continuação – Quantidade de entulho medida.
Quadra Lote
Volume do
entulho
(m³)
% do fino em
relação ao total
peneirado
% do grosso em
relação ao total
peneirado
35 7 16 0,00 0,00 0,00
36 7 25 2,03 58,40 41,60
37 7 26 6,62 48,67 51,33
38 7 27 1,84 51,32 48,68
39 7 28 4,92 60,13 39,87
40 7 29 - - -
41 7 30 3,65 57,95 42,05
42 7 31 2,16 48,83 51,17
43 7 32 0,00 0,00 0,00
44 7 33 6,96 48,33 51,67
45 7 34 3,86 53,00 47,00
46 7 35 5,43 56,72 43,28
47 7 36 2,11 55,44 44,56
48 7 37 - - -
49 7 38 - - -
50 7 39 - - -
Fonte: da autora (2005).
Na tabela anterior, na coluna referente ao “volume de entulho” dos lotes em que os
mutuários jogaram seus montes fora e, portanto, não foi possível a caracterização e
medição do monte, as células estão em branco. Nas células onde aparece o número zero, é
porque os mutuários juntaram seus montes aos dos vizinhos e, desta forma, o entulho pôde
ser considerado.
Na Tabela 4.8 pode ser verificada também a caracterização visual do material de cada lote
de forma resumida. Há que se observar que, onde o material foi considerado por
caracterização visual como “homogêneo”, trata-se de mistura de resíduos onde a
granulometria de cada componente é constante e que não apresenta exageradamente um ou
outro componente.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 114
Tabela 4.8 – Massas unitárias das amostras de entulho.
Quadra Lote
Volume
do
entulho
(m³)
Caracterização visual
Média das 4
amostras
ainda
misturadas
(kg)
Massa unitária
(usado
recipiente c/
volume=
19,824 dm³)
Peso do
material que
passou na
4,8mm (kg)
Volume do
material
que passou
(dm³)
Massa
unitária do
material
fino(kg/dm³
Peso do
material que
ficou na
4,8mm(kg)
Volume do
material que
ficou na
peneira
4,8mm (dm³)
Massa unitária
do material
grosso(kg/dm)
2 6 22 5,24
com cacos de blocos
cerâmicos
25,41 1,28 49,10 44,35 1,107 52,10 46,11 1,130
4 6 24 4,01
com grandes pedaços de
telha
26,20 1,32 48,80 43,42 1,124 55,40 48,40 1,145
5 6 25 1,20
muita terra na mistura
25,03 1,26 58,30 52,05 1,120 41,70 37,57 1,110
6 6 26 0,60 bem homogêneo 25,73 1,30 58,90 53,30 1,105 43,50 38,70 1,124
7 6 27 2,65 bem homogêneo 25,03 1,26 58,50 55,14 1,061 41,40 39,09 1,059
10 6 30 6,16
com um pouco de
terra
25,53 1,29 67,80 60,47 1,121 34,20 30,65 1,116
11 6 31 0,94
com um pouco de terra
25,35 1,28 62,70 55,88 1,122 38,50 34,56 1,114
12 6 32 3,96
Muitos cacos de
blocos
25,33 1,28 59,60 51,20 1,164 41,80 34,65 1,206
13 6 33 2,55
com grandes pedaços de
telha
25,48 1,29 67,90 34,14 1,989 33,70 29,82 1,130
14 6 34 1,88 bem homogêneo 26,15 1,32 59,20 51,21 1,156 44,80 41,40 1,082
15 6 35 7,06 bem homogêneo 25,23 1,27 50,00 43,37 1,153 50,30 43,44 1,158
16 6 36 0,95
muitos cacos de
blocos
25,25 1,27 48,80 43,34 1,126 52,20 45,35 1,151
17 6 37 1,62
Homogêneo, havia
muita mistura de
24,60 1,24 52,40 46,91 1,117 45,80 39,65 1,155
Capítulo 4 Levantamento de Dados 115
Continuação Tabela 4.8 – Massas unitárias das amostras de entulho.
Quadra Lote
Volume
do
entulho
(m³)
Caracterização
visual
Média das 4
amostras ainda
misturadas
(kg)
Massa unitária
(usado
recipiente c/
volume=
19,824 dm³)
Peso do
material que
passou na
4,8mm (kg)
Volume do
material
que passou
(dm³)
Massa unitária
do material
fino(kg/dm³
Peso do
material que
ficou na
4,8mm(kg)
Volume do
material que
ficou na
peneira
4,8mm (dm³)
Massa unitária
do material
grosso(kg/dm)
18 6 38 2,48 bem homogêneo 23,88 1,20 65,80 56,19 1,171 29,50 27,65 1,067
21 7 2 0,50
pedaços de telhas e
blocos cerâmicos
26,00 1,31 52,00 42,47 1,224 51,80 45,47 1,139
22 7 3 3,44
muita argamassa
26,33 1,33 50,70 44,09 1,150 54,40 49,45 1,100
23 7 4 1,99 bem homogêneo 25,55 1,29 65,70 56,64 1,160 36,40 32,79 1,110
24 7 5 7,75
pedaços de
telhas
25,00 1,26 63,40 54,47 1,164 36,50 29,65 1,231
26 7 7 1,19 bem homogêneo 27,23 1,37 62,60 51,61 1,213 45,40 43,45 1,045
27 7 8 2,45 bem homogêneo 26,35 1,33 58,00 49,24 1,178 47,30 45,47 1,040
28 7 9 1,92 bem homogêneo 25,40 1,28 56,20 48,45 1,160 45,30 41,56 1,090
29 7 10 2,24
com pedaços de
blocos e tijolos
26,85 1,35 62,10 55,45 1,120 45,00 40,91 1,100
30 7 11 3,21 bem homogêneo 26,28 1,33 50,50 33,67 1,500 54,40 49,05 1,109
31 7 12 6,08
pedaços de
telhas e muita
25,64 1,29 66,00 50,61 1,304 36,20 35,82 1,011
32 7 13 3,20 bem homogêneo 25,48 1,29 67,70 59,33 1,141 33,50 31,25 1,072
33 7 14 2,82 bem homogêneo 25,50 1,29 64,20 56,56 1,135 37,50 34,69 1,081
Capítulo 4 Levantamento de Dados 116
Continuação Tabela 4.8 – Massas unitárias das amostras de entulho.
Quadra Lote
Volume
do
entulho
(m³)
Caracterização
visual
Média das 4
amostras
ainda
misturadas
(kg)
Massa unitária
(usado
recipiente c/
volume=
19,824 dm³)
Peso do
material que
passou na
4,8mm (kg)
Volume do
material
que passou
(dm³)
Massa
unitária do
material
fino(kg/dm³
Peso do
material que
ficou na
4,8mm(kg)
Volume do
material que
ficou na
peneira
4,8mm (dm³)
Massa unitária
do material
grosso(kg/dm)
34 7 15 9,49 pedaços de telhas 25,30 1,28 62,50 55,95 1,117 38,60 35,84 1,077
36 7 25 2,03
muita terra na
mistura
25,04 1,26 58,40 55,86 1,045 41,60 38,83 1,071
37 7 26 6,62
com sacos de
cimento e um
pouco de terra
25,51 1,29 49,50 48,96 1,011 52,20 39,65 1,317
38 7 27 1,84 homogêneo 25,08 1,26 51,45 45,90 1,121 48,80 43,65 1,118
39 7 28 4,92
cacos de blocos
cerâmicos
23,75 1,20 57,00 49,56 1,150 37,80 34,68 1,090
41 7 30 3,65
Com muito caco de
bloco cerâmico.
24,85 1,25 57,60 50,26 1,146 41,80 36,35 1,150
42 7 31 2,16
Com cacos de blocos
cerâmicos.
25,60 1,29 49,90 44,39 1,124 52,30 45,65 1,146
44 7 33 6,96
com cacos de
blocos cerâmicos
25,43 1,28 49,10 43,84 1,120 52,50 46,46 1,130
45 7 34 3,86
homogêneo mas com
sacos de cimento
26,33 1,33 55,70 49,40 1,128 49,40 44,11 1,120
46 7 35 5,43 bem homogêneo 26,25 1,32 59,50 53,46 1,113 45,40 40,24 1,128
47 7 36 2,11
com pedaços de
telhas
25,88 1,31 57,10 51,45 1,110 45,90 40,83 1,124
Fonte: da autora (2005).
Capítulo 4 Levantamento de Dados 117
É interessante observar que a quantidade de resíduos que passou pela peneira 4,8mm é
ligeiramente maior que a quantidade que ficou retida. No entanto, observa-se que, ao se
analisar as massas em relação aos volumes, as massas unitárias dos dois tipos de materiais
obtidos são praticamente iguais e a média do conjunto é aproximadamente 30% maior.
Com a análise das massas unitárias verifica-se que, na maioria das vezes em que na
caracterização visual constava cacos de blocos tijolos ou telha, a massa unitária do material
graúdo era maior, enquanto onde constava na caracterização visual mistura com terra ou
presença de argamassa, a massa unitária do material miúdo era maior.
No entanto, fica claro que as massas unitárias dos dois tipos de materiais conseguidos, o
graúdo e o miúdo, são valores muito próximos e que a massa unitária do material
misturado pode ser considerada de pequena variação.
Assim, com a informação sobre os volumes dos cones dos montes de entulho, tem-se a
média geral, que é de 2,54m³ de entulho por lote, considerando o somatório dos volumes e
dividindo-se por 50 unidades. No entanto, mais representativo, neste caso, é a média
apenas das unidades que apresentaram entulho (individual ou no monte do vizinho). Este
valor é de 3,10m³ de entulho para cada unidade que apresentou entulho. As Figuras 4.30 e
4.31 mostram alguns montes de entulho.
Figura 4.30 – Casas com montes de entulho
de tamanhos variados.
Figura 4.31 – Um único monte para as duas
casas.
Fonte: da autora (2004)
Capítulo 4 Levantamento de Dados 118
Considerando-se 3,10m³ de entulho por unidade residencial de 44,52m², obtém-se o valor
de 69,63 litros de entulho por m² de área construída. Com a massa unitária média igual a
1,288kg/dm³, obtém-se o valor de 89,68kg de entulho por m². Vale ressaltar que, na
literatura consultada, foram encontrados valores variados para este índice, de 50kg/m²
(SOUZA et al., 2004) a 150kg/m²
10
(PINTO, 1999), dentre outros. Assim, o valor obtido,
89,68kg/m², é um valor considerável em se tratando de habitação popular, uma vez que as
variedades e quantidades de material utilizadas nestas obras são bem menores que as
utilizadas pelas construtoras, já que nas habitações populares não há fôrmas, laje de forro,
revestimento cerâmico, gesso, calçadas, áreas comuns, entre outros serviços que não são
executados.
De acordo com a caracterização visual, em todos os montes existiam muitos pedaços de
telhas, blocos cerâmicos e argamassas diversas. Em alguns havia terra misturada e restos
de sacos de cimento vazios, que foram retirados para a execução das medidas.
Com a verificação da grande quantidade de materiais cerâmicos presentes nos montes de
entulho, surgiu a necessidade de que testes relativos à qualidade dos materiais, que
deveriam ter sido feitos quando do recebimento destes, fossem feitos para a determinação
da qualidade das peças e sua possível interferência no desperdício detectado.
Desta forma, foram ensaiados em laboratório as telhas e os blocos cerâmicos. Os
resultados foram satisfatórios para as telhas enquanto que, para os blocos cerâmicos,
deixaram a desejar.
Para as telhas, na inspeção visual não foram encontrados defeitos de esfoliação, nem
fissuras e nem rebarbas. Quanto à característica sonora, pode-se dizer que o som era
metálico.
No ensaio de absorção das telhas, para o qual a norma técnica (NBR 8947, 1985)
recomenda que a absorção máxima seja 20%, o maior valor obtido foi 16,83%, enquanto o
menor foi 14,57%.
10
Souza et al. (2004) ressaltam que, no valor de 150kg/m² (PINTO, 1999), está incluído tanto novas
edificações quanto reformas, e, ainda, inclui outros resíduos, tais como embalagens, madeiras, dentre outros.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 119
No ensaio de impermeabilidade, a telha não apresentou vazamento nem formação de gotas
na face inferior. Apareceram manchas de umidade que, segundo a NBR 8948 (1985), são
toleradas neste ensaio. Mesmo assim, foram manchas fracas e apenas no local onde os
tubos de água foram fixados.
Quanto à ruptura à flexão, a menor carga suportada foi de 146 kg em peça cuja seção
média era de 12,5 mm. A maior carga de ruptura foi de 351kg em seção de espessura
média igual a 14,00 mm.
Na caracterização visual dos blocos cerâmicos foram verificadas algumas peças trincadas e
parcialmente quebradas, embora a cor fosse uniforme e o som característico fosse metálico.
Ainda para os blocos, na verificação das características geométricas dos blocos cerâmicos,
de dimensões 9x19x24cm, conforme mostrado na Tabela 4.9 a seguir, tem-se:
Tabela 4.9 – Características geométricas dos blocos cerâmicos.
N.º da
amostra
Desvio de
Esquadro
(mm)
Flecha
(mm)
Comprimento
(mm)
Altura
(mm)
Largura
(mm)
Espessura
(mm)
1 2,7 1,0 240,3 187,7 91,6 8,6
2 2,1 1,0 239,8 190,0 89,8 8,7
3 2,0 1,5 238,8 189,3 91,9 8,5
4 3,8 2,0 234,7 195,0 89,5 8,5
5 4,5 1,0 240,1 194,4 90,8 9,1
6 3,0 0,5 238,3 189,5 90,0 9,0
7 0,0 1,5 240,0 188,0 91,9 10,5
8 3,9 1,0 238,1 187,7 89,6 9,1
9 3,3 1,0 240,5 192,8 89,9 12,0
10 3,2 0,5 239,9 191,6 91,4 8,9
11 3,5 2,0 239,0 190,5 90,9 8,0
12 6,0 1,5 239,9 192,5 89,0 10,0
13 5,1 1,5 237,3 190,6 90,4 9,2
Fonte: da autora (2005).
Observa-se que, embora a tolerância para altura, largura e comprimento seja 3mm, para
mais ou para menos, e alguns blocos tenham excedido a tolerância, caso dos blocos nº 4 e
nº 5, a amostra é aceitável. Para a espessura das paredes, como o mínimo recomendável é
Capítulo 4 Levantamento de Dados 120
7mm, todos os blocos estão aceitáveis. O mesmo acontece para a flecha, visto que a
máxima recomendada é 3mm.
No entanto, no desvio de esquadro, 8 peças apresentaram valores que ultrapassaram o
máximo recomendado (3mm), o que poderia ter causado a rejeição do lote, se os ensaios
tivessem sido feitos a tempo.
Para a resistência à compressão, a Tabela 4.10 mostra os valores obtidos. Percebe-se que
apenas 1 peça apresentou resistência acima de 1 MPa, atendendo recomendação da norma
técnica (NBR 6461, 1983).
Tabela 4.10 – Resistência à compressão dos blocos cerâmicos.
N.º da
amostra
Comprimento
(mm)
Largura
(mm)
Carga de
ruptura (Kgf)
Tensão
(Kgf/cm²)
Tensão
(N)
1 240,3 91,6 1280,0 0,06 0,58
2 239,8 89,8 500,0 0,02 0,23
4 234,7 89,5 1160,0 0,06 0,55
5 240,1 90,8 840,0 0,04 0,39
6 238,3 90,0 1080,0 0,05 0,50
7 240,0 91,9 1160,0 0,05 0,53
8 238,1 89,6 1280,0 0,06 0,60
9 240,5 89,9 1040,0 0,05 0,48
10 239,9 91,4 540,0 0,02 0,25
13 237,3 90,4 800,0 0,04 0,37
14 238,3 90,8 1120,0 0,05 0,52
15 241,5 90,5 2280,0 0,10 1,04
16 236,7 90,4 920,0 0,04 0,43
Fonte: da autora (2005).
Mediante os resultados do ensaio de compressão, para que ficassem excluídas dúvidas com
relação à calibragem da prensa ou quaisquer outros erros durante o ensaio, nova amostra
foi trazida do canteiro de obras e ensaiada em outra prensa. Entretanto, para se ter certeza
da qualidade dos blocos, desta vez as amostras foram escolhidas, ao invés de retiradas
aleatoriamente do estoque. O resultado foi idêntico ao da amostragem anterior, ou seja, a
média dos valores da tensão de ruptura foi de 0,50MPa.
Capítulo 4 Levantamento de Dados 121
É importante ressaltar que a NBR 6461 (1983), utilizada para o ensaio citado
anteriormente, está passando por revisão e há tendências no sentido de que o valor mínimo
para a resistência para a compressão seja aumentado.
Constata-se, portanto, que o bloco não atende às especificações, podendo ser considerado
“fraco”.
Desta forma, após a caracterização e entendimento dos processos, levantamento dos
consumos de referência (por meio dos dados de projetos) e busca de informações “in loco”
sobre procedimentos realizados e entulho gerado, seguem-se as análises e discussões dos
resultados obtidos.
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 122
CAPÍTULO 5
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo são feitas correlações entre os dados sociais e técnico-construtivos, bem
como os relativos a materiais e aos prazos, que influenciaram nos processos e propiciaram
a geração de entulho, conforme os dados apresentados nos Capítulos 3 e 4.
Nos itens a seguir são apresentadas observações, para enriquecer as análises, e os
principais pontos analisados, a saber:
5.1 SOCIAIS
5.1.1 Observações Sobre a Mão-de-obra
A mão-de-obra em autoconstrução (que, segundo a definição acatada, era providenciada
pelo mutuário e valia desde o próprio trabalho, até a contratação de profissional), bem
como a classe social a que as famílias envolvidas pertencem, devem ser analisadas de
forma que seja possível avaliar o correlacionamento entre duração das construções, nível
de acabamento e geração de resíduos.
Cronologicamente, conforme mencionado no Item 2.3.4 sobre o tipo de mão-de-obra
envolvida na autoconstrução, por questões sociais e financeiras, o início da obra
caracterizou-se por mutirão, sendo que em seus meados foi notado o sistema de empreito
dos serviços e, ao final, a maior parte das construções foi feita pelos próprios mutuários ou
por parentes próximos.
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 123
Como pode ser observado no APÊNDICE A, as construções aconteceram, em sua maioria,
com apenas 2 pessoas na execução dos serviços e, preferencialmente, aos finais de semana.
É interessante observar que, mesmo as famílias que compareciam apenas aos sábados e
domingos, nem sempre compareciam com regularidade. Ainda, o tempo de duração da
obra não pôde ser relacionado ao tamanho da equipe de cada residência.
Quanto à qualificação profissional dos trabalhadores, pôde se perceber que, normalmente
havia um pedreiro em cada obra, sendo as demais pessoas de profissões diversas,
executando tarefas de servente. Ficou constatado que as obras que foram totalmente
empreitadas, apresentaram ritmo bem definido.
Ainda, pôde ser observado por parte da equipe técnica e dos mutuários, através de
comparações entre as medições da CEF (ANEXO J) e APÊNDICE A, que muito do
material que se perdeu foi devido ao descaso dos construtores que, por exemplo,
demonstravam preguiça em buscar o meio bloco no monte de blocos, ou recolher areia do
monte que foi esparramado. Vale ressaltar que os trabalhadores que mais desperdiçavam
materiais eram aqueles que se diziam pedreiros e, portanto, não podiam perder tempo
recolhendo material ou buscando o material adequado. Ainda, estes, por já “conhecerem”
os serviços, em sua maioria, não seguiam as orientações do memorial descritivo.
Com relação à equipe técnica, devido às obras se concentrarem nos finais de semana,
ocorria que os funcionários ficavam ociosos de terça à sexta e sobrecarregados aos sábados
e domingos. Esta falha administrativa acarretou em controle precário das retiradas de
materiais, visto que, conforme comentado anteriormente, por diversas vezes foram
encontradas pastas de controle sem estarem preenchidas.
Quanto aos detentos da colônia penal, pouca contribuição puderam dar, uma vez que não
eram profissionais da área da construção civil e que a maioria pretendia apenas a
diminuição da pena, razão pela qual não tinham interesse em aprender o ofício.
É importante observar que os mutuários trabalhavam sem equipamentos de proteção,
muitas vezes de chinelos ou calçados que não ofereciam proteção aos riscos da construção.
Embora a quantidade de ferragem e madeiramento presente no canteiro fosse pequena,
haviam outros materiais que ofereciam riscos. Ainda mais pelo fato de estarem presentes
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 124
crianças e pessoas sem experiência em construção. Quanto a este aspecto, por estarem os
mutuários com seus contratos assinados, cientes de que seriam responsáveis por eventuais
acidentes com a mão-de-obra e a equipe social sempre ressaltando os perigos, felizmente
nenhum acidente grave aconteceu. Contudo, se houvesse acontecido algo de maior
gravidade, a PMU seria co-responsável.
Apenas para exemplificar os acidentes de trabalho ocorridos, houve um choque elétrico em
mutuário devido a bebedouro sem aterramento e, o mais grave deles, uma criança que
quase se afogou dentro de um dos tambores de água.
5.1.2 Observações Sobre Acabamento e Conservação dos Imóveis
Foi observado que as condições culturais de cada mutuário e sua família interferiram nos
padrões de acabamento da residência. Pôde ser observado que as famílias que viviam em
casas muito antigas ou inacabadas, não fizeram questão da pintura e nem se interessaram
por terminar detalhes de acabamento, como o reboco da parede do tanque, sendo estes
serviços executados pela equipe técnica do canteiro de obras.
Outras famílias que moravam em casas com acabamentos melhores, esforçaram-se para
colocar a laje ou o piso nas habitações, muitas vezes comprometendo-se com altas dívidas.
Nestas casas, os mutuários cuidavam de limpar as paredes quando estas ficavam sujas de
terra e cuidavam de plantar grama ou até mesmo vasos de plantas.
5.1.3 Análises e Observações Sobre a Geração do Entulho
Quanto à geração de entulho e desperdício de materiais por questões sociais, daí
associando-se sociais a culturais, foram observadas ações comuns que, mesmo quando os
mutuários eram alertados, aconteciam indiscriminadamente, a saber:
Enquanto os pedreiros trabalhavam, senhoras e crianças utilizavam os blocos
cerâmicos como bancos, sendo que, ao final do expediente, os abandonavam soltos
no canteiro de obras ou estes eram quebrados em brincadeiras das crianças. Além
disso, era comum que as crianças presentes no canteiro de obras brincassem nos
montes de areia e brita.
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 125
Como pôde ser visto em fotos anteriores, muitos mutuários utilizaram-se de peças
de canaletas de concreto como fôrma para a concretagem da própria viga baldrame,
na posição das brocas, inutilizando- as quando de suas retiradas.
Ações de vandalismo aconteciam com freqüência nas obras que ficavam paradas
por muito tempo. Principalmente quando a alvenaria já estava iniciada sem estar
concluída.
Alguns moradores da etapa anterior (para a qual não havia mais montes de brita),
apareciam com passarelas feitas deste material, da rua até as portas de entrada, ou
com porções enfeitando as mudas de árvore plantadas em cada lote, certamente
buscando material dos montes para a construção do Módulo II.
Quanto ao consumo de telhas cerâmicas, pôde ser observado que as famílias do
Módulo I, que já estavam residindo nas habitações, serviam-se
indiscriminadamente dos montes de telha do Módulo II, para reposição de peças
quebradas, uma vez que os montes ficavam na área das construções e não havia
controle de estoque.
Por diversas vezes foram encontradas, nas construções, pessoas trabalhando
alcoolizadas ou consumindo bebidas alcoólicas. Devido às funções serem exercidas
gratuitamente, como ajuda voluntária, principalmente aos finais de semana, estes
trabalhadores entendiam que a eles não se aplicavam as restrições do regimento
interno.
Alguns mutuários não seguiam os traços de concreto e argamassa, normalmente
utilizando-se menos agregados que o necessário, por terem a idéia errônea de que,
quanto mais cimento e cal, mais resistente ficaria o material composto.
Quanto à reutilização dos materiais, os mutuários eram instruídos a reaproveitarem
sempre as argamassa que caíssem. Contudo, não se pode garantir que este
procedimento tenha sido seguido.
Desta forma, pode-se afirmar que as questões culturais que acarretaram a perda ou o
desperdício de materiais, estavam sempre relacionadas à falta de controle de estoque dos
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 126
materiais básicos, à presença de pessoas não envolvidas na obra dentro do canteiro, à falta
de projetos executivos ou projetos modulares.
É importante salientar que, o projeto social desenvolvido pela equipe de assistentes sociais,
colaborou para a conscientização da população envolvida e para que a equipe de
engenharia pudesse trabalhar em melhores condições, uma vez que, nas reuniões mensais,
sempre que os assuntos específicos às obras eram abordados, as incidências de fatos
negativos, geradores de perdas, eram diminuídas.
Observa-se, porém, que nenhum programa específico sobre qualidade e produtividade, ou
sobre redução de desperdício de materiais de construção, foi desenvolvido junto à
população.
5.2 TÉCNICO-CONSTRUTIVO
5.2.1 Considerações Sobre os Projetos
Em relação aos projetos estruturais, em função da quantidade de casas construídas no
Residencial Campo Alegre, a sondagem do terreno deveria ter sido executada e o projeto
estrutural conferido a partir destes dados.
A quantidade de brocas talvez não tivesse sido alterada, visto que, no projeto existe uma
broca em cada encontro de parede e os vão são relativamente pequenos. No entanto,
embora o dimensionamento seja o mínimo e a geração das perdas não se deva à questão da
estrutura, é importante considerar que, principalmente nas casas com laje, possam haver
trincas ou outras patologias, devido a falhas estruturais, que demandem correções e,
conseqüentemente, custos e geração de resíduos.
Ainda quanto aos projetos, a falta de um projeto executivo acabou por ocasionar a perda de
blocos de concreto e cerâmicos e, principalmente, o meio bloco. Além disso, pode ser
atribuído à falta de modulação o consumo excedente de argamassa de assentamento.
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 127
As amarrações das paredes, devido a juntas com espessuras irregulares, acabavam por
necessitarem de blocos de tamanhos diferenciados, entre o tamanho do bloco inteiro e o do
meio bloco. Assim, os construtores tentavam quebrar o bloco inteiro ou usavam o meio
bloco com argamassa para completar. Na tentativa de quebrar o bloco inteiro, como estes
estavam fora das especificações mínimas de resistência, havia constantemente a quebra
total de várias unidades antes de se conseguir o tamanho ideal.
Se houvesse projeto modularizado, outro fator que poderia ter significado economia de
recursos financeiros e de tempo, principalmente considerando mão-de-obra pouco
preparada, seria a previsão dos locais das instalações, que evitaria a quebra da alvenaria,
garantiria a colocação correta dos tubos das instalações hidráulicas e das mangueiras das
instalações elétricas, garantindo que as aberturas teriam suas dimensões corretas.
Em relação à espessura da argamassa de assentamento definida em projeto, 1 cm, foi
observado que na maior parte das paredes este valor foi ultrapassado. Em se considerando
o tipo de mão-de-obra e ferramentas utilizadas, conclui-se inadequação do projeto
5.2.2 Análise Sobre as Especificações Técnicas
Quanto à cobertura, considerando a necessidade de que a habitação tenha custos bem
reduzidos para que, com os pequenos recursos que são disponíveis, seja possível atender a
uma maior quantidade de famílias, o telhado em estrutura metálica, escolhido em virtude
dos possíveis usos impróprios da estrutura, como redes de dormir ou prateleiras suspensas,
poderia ter sido substituído pelo telhado em madeira, opção mais barata.
Ademais, a estrutura metálica não está, também, dimensionada para a sobrecarga diversa.
Com relação à praticidade da colocação da estrutura metálica, bastava que a licitação para
a cobertura de madeira incluísse material e mão-de-obra.
5.2.3 Análise Sobre a Estocagem e Transporte dos Materiais
Quanto à estocagem dos materiais, pode ser considerada falha grosseira o fato dos
agregados estarem estocados próximos às construções, sem possibilitar o controle de
estoque. Embora a intenção desta ação tenha sido a de agilizar os processos de produção de
concreto e argamassa, fazendo com que os mutuários não perdessem tempo transportando
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 128
o material e nem perdessem material processado devido a longos trajetos, a perda
percebida, principalmente da areia, mostrou que este procedimento em canteiro de obras
aberto, favoreceu o consumo excessivo dos materiais.
Ainda, areia e brita ficavam em montes, sem proteção lateral e sem proteção de fundo,
sujeitos à ação do vento, chuvas e com possibilidade de se misturarem com a terra ou se
esparramarem em grandes áreas, dificultando a utilização e possibilitando perdas.
Observa-se na Figura 5.1 que a intenção de se estocar agregados próximos às obras para se
evitar transporte de material processado (concreto e argamassa), não foi eficaz, uma vez
que aumentou a distância a ser percorrida na busca dos materiais individualmente. Para a
análise dos serviços com concreto apresenta-se o croqui da produção deste material, onde
estão representados o fluxo de materiais, o armazenamento e a produção.
Figura 5.1 – Exemplo de fluxos para a produção do concreto.
Fonte: da autora (2005)
Sobre a produção de argamassa, pode ser feita a mesma análise do caso anterior (para o
concreto). A Figura 5.2 apresenta croqui do fluxo de produção de argamassa.
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 129
Figura 5.2 – Exemplo de fluxos para a produção de argamassa.
Fonte: da autora (2005)
Quanto à estocagem de telhas, não se pode garantir que fornecedores tenham repassado
recomendações sobre recebimento e estocagem dos materiais. As pilhas eram feitas
aleatoriamente, o que causou quantidade de peças quebradas maior que a esperada.
A perda de meios blocos, cuja quantidade será analisada posteriormente, ocorreu devido à
sua utilização de forma errônea e em locais indevidos, que aconteceram por falta de
controle do estoque das peças, além da baixa resistência mecânica destas.
Mutuários que utilizavam carrinhos-de-mão para o transporte dos blocos cerâmicos das
pilhas de blocos até as construções, muitas vezes os enchiam demais e peças caiam e se
quebravam pelo caminho. Ou ainda, os próprios carrinhos acabavam por virar, quebrando
algumas unidades.
5.3 MATERIAIS
Embora alguns comentários já tenham sido feitos anteriormente sobre recebimento e
estocagem de materiais e as falhas já tenham sido apontadas, no quesito materiais, as
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 130
maiores falhas podem ser encontradas na especificação e na falta de testes específicos para
controle de qualidade do material recebido.
5.3.1 Análise Sobre o Recebimento e Ensaios de Materiais
No caso dos materiais cerâmicos, se amostras dos blocos cerâmicos tivessem sido
recolhidas a tempo e analisadas em laboratório, seria possível que o lote de blocos
cerâmicos tivesse sido rejeitado e a perda tivesse sido diminuída.
Sobre a especificação do bloco cerâmico para a compra deste material, percebe-se a falha
no texto:“Tijolo cerâmico furado 10x20x25”, como pode ser visto no ANEXO H. A
informação passada aos licitantes sobre o material que se desejava adquirir foi incompleta,
já que não informava quantos furos e, muito menos, informava sobre especificação da
resistência. Desta forma, a especificação deficiente possibilitou a aquisição de material de
qualidade inferior, o que refletiu no índice de perdas.
Como prova de que a especificação bem feita evitaria a compra de produto sem qualidade,
podem ser citados os tubos para esgoto, que na etapa anterior apresentaram problemas de
espessura das paredes e resistência à abrasão, nesta requisição foram especificados citando
que deveriam atender à NBR 5688 (1999) e atenderam a obra a contento, sem aumento de
custo.
5.3.2 Observações Sobre os Traços de Concreto e Argamassas
Executados
Quanto aos concretos e argamassas produzidos no canteiro, percebe-se que os traços não
indicavam as condições de umidade da areia e nem se referiam, no caso dos traços para
concreto, à quantidade de água que deveria ser misturada.
Apesar das quantidades estarem especificadas em “latas”, que são as de 18 litros, próprias
das tintas, comuns em qualquer canteiro de obras em autoconstrução, com a intenção de
facilitar o entendimento dos mutuários, não havia nem sequer referência com relação a
quantas “latas” de água, em média, deveriam ser adicionadas ao traço e se, para a areia
molhada ou aparentemente seca, era necessário variar esta quantidade.
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 131
Ressalta-se que, pedreiros com experiência profissional podem ter a noção das
consistências ideais de argamassas e concretos. No entanto, em se tratando de mão-de-obra
em autoconstrução, onde os “construtores” não têm a devida experiência, tal informação
seria ainda mais necessária para o controle da qualidade do produto final, podendo,
inclusive, causar problemas futuros ao empreendimento.
5.3.3 Análise Sobre as Quantidades de Materiais Especificadas
Para Compra e a Quantidade que Seria Necessária aos Serviços
Quanto às quantidades de materiais especificadas para a aquisição e execução das obras, a
forma mais correta de se obtê-las teria sido o cálculo exato do consumo, o abatimento da
quantidade do material em estoque e a incidência de valores de perdas conhecidas. As
quantidades compradas na etapa anterior, que serviram de referência para se saber se as
quantidades deveriam ser aumentadas ou diminuídas, deveriam servir de referência apenas
para apontar consumos excessivos e gerar procedimentos de controles.
Observa-se que, para os materiais que eram entregues aos mutuários em quantidades
unitárias determinadas, como tubos e tintas, estas nunca eram devolvidas ao almoxarifado,
em caso de sobras.
A Figura 5.3 apresenta, para os materiais analisados, gráfico com a diferença entre o
material necessário e o material realmente utilizado.
0 200 400 600 800 1000 1200
Bloco cerâmico (×100) - un.
Meio bloco cerâmico (×100)
Tijolo maco (×100) - un.
Telha Portuguesa (×100) -
Areia média - m³
Areia Fina - m³
Brita - m³
Cimento10) - sc
Cal Hidratada (×10) - sc
Canaleta de concreto (×10)
Materiais
Quantidades
Material Necessário Material Gasto
Figura 5.3 – Comparação entre material necessário e material gasto.
Fonte: da autora (2005)
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 132
Nota-se que, principalmente para a areia, para o tijolo maciço e para o meio bloco
cerâmico houve grande diferença entre o consumo necessário e o real. Percebe-se que estes
materiais foram sempre encontrados nos montes de entulho, o que confirma o consumo
excessivo e a idéia de que este consumo poderia ter sido evitado.
Com estas análises, é possível se afirmar que a diferença entre material necessário e
material realmente utilizado é a parcela de desperdício incorporado, juntamente com o
material que se tornou entulho e com o que foi extraviado.
5.3.4 Análises Sobre as Perdas de Materiais
Sobre o desperdício incorporado, afirma-se que sua quantidade é o total da quantidade
consumida além do necessário, excluída a quantidade que foi extraviada e a que virou
resíduo.
Assim, se não tivesse havido perda por extravio de materiais no canteiro de obras ou o seu
valor fosse conhecido, a quantidade de material incorporada seria calculada descontando-
se a quantidade de material que virou entulho do total gasto além do teoricamente
necessário.
Quanto ao material que se transformou em entulho, uma vez que temos a média de 3,10m³
de resíduo por unidade construída, podemos calcular que, no conjunto das 50 unidades,
temos 155m³ de entulho.
Considerando a massa dos materiais necessários à execução de uma das unidades
habitacionais em questão, ou seja, sem considerar perdas e desperdícios, tem-se o valor
aproximado de 38.387kg/unidade. Para este cálculo foram consideradas as quantidades
teoricamente necessárias de areias, britas, blocos cerâmicos, blocos de concreto, tijolos,
cimento, cal, ferragens, telhados (telhas, cumeeiras, capas e estrutura metálica), lajotas
(laje do banheiro e hall), as massas das esquadrias e caixa d’água (cheia) e foram
desconsiderados materiais elétricos, hidro-sanitários e de pintura.
Desta forma, com a média das massas unitárias do entulho obtido, que é de 1,288kg/dm³, e
o volume de entulho médio, que é de 3,10 m³, conclui-se que viraram resíduo cerca de
10,40% de material em massa.
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 133
Se cada unidade do Residencial Campo Alegre tem 44,52m², estima-se 862,24 kg por
metro quadrado. Segundo Souza (2005), a quantidade de materiais consumidos por uma
determinada obra, de padrão médio, é de, aproximadamente, 1.000kg por metro quadrado.
Observa-se, portanto, a coerência do valor estimado, visto que o empreendimento é padrão
popular, sem laje, regularização de pisos, acabamento cerâmico, muro, calçada e área
comum, dentre outros.
Com base nos cálculos anteriores, teríamos como calcular o desperdício incorporado destes
materiais, se tivesse havido, nos montes de materiais descartados, a separação correta, por
exemplo, da parte graúda entre seus componentes, que são em maior parte, como cacos de
telhas, de blocos, de tijolos e brita, e tivesse sido feita a correlação entre seus volumes.
Para os materiais miúdos, considerando que foram encontradas basicamente areias e
argamassas, afirmando que, no caso dos traços específicos do Residencial Campo Alegre,
o volume de argamassa é aproximadamente o volume da areia que a compõe, podemos
concluir que o volume de material que passou na peneira 4,8mm é tamm, de forma
aproximada, o volume da areia desperdiçada, enquanto a diferença entre este valor e o
valor que foi encontrado para o consumo excessivo é o desperdício incorporado e a parcela
que foi extraviada dentro do canteiro de obras.
Assim, considerando que a parte miúda do entulho é, aproximadamente, 50% deste,
teremos perto de 1,55m³ de areia desperdiçada por unidade residencial, somando 77,5m³
para o conjunto das 50 unidades.
De maneira geral, para os materiais analisados, temos os seguintes índices de perdas
(Tabela 5.1):
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 134
Tabela 5.1 – Índices de perdas encontrados.
Materiais Índices (%) Serviços Índices (%)
Areia Fina 54,78 Reboco 54,78
Areia Média 76,10 Diversos 76,10
Brita 23,17 Diversos 23,17
Brocas 16,95
Vigas Baldrames 18,38
Vergas 22,81
Laje 10,09
Contrapiso e calçada 17,72
Assentamento 20,91
Chapisco 7,6
Cimento 14,37
Massa única 12,93
Assentamento 12,27
Cal 13,19
Massa única 13,30
Bloco cerâmico 8,60 Alvenaria 8,60
Meio bloco
cerâmico
121,20 Alvenaria 121,20
Tijolo maciço 63,78
Respaldo e caixa de
gordura e esgoto
63,78
Canaleta de concreto 7,14 Vigas Baldrames 7,14
Telhas 4,16 Telhamento 4,16
Fonte: da autora (2005).
Estes índices foram calculados conforme Agopyan et al (1998), a fim de possibilitar a
comparação com os índices de perdas encontrados para as obras pesquisadas por eles,
construídas por construtoras em diversas partes do território nacional, por meio da seguinte
expressão:
1001
),(
)(),(),()(
(%)
1
11
×
×
±+
=
∑∑
=
==
n
i
k
j
p
m
iCOMPunitVFVIiSERVIÇOS
VFESTVFVImMATtransfVFVIjMATpagaVIEST
I
Onde:
I(%) = índice contábil;
EST(VI) = quantidade de material estocado na data da vistoria inicial
EST(VF) = quantidade de material estocado na data da vistoria final;
MATpaga (VI,VF) = quantidade de material paga entre as datas das vistorias inicial e final;
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 135
MATtransf (VI,VF) = quantidade de material transferido entre canteiros de obras, entre as
datas das vistorias final e inicial (positivo: que entra no canteiro; negativo: que sai);
SERVIÇOS(VI,VF) = quantidade de serviços que fazem uso deste material, executados
entre as datas das vistorias inicial e final;
COMPunit = consumo do material por unidade de serviço;
VI= data da vistoria inicial (início da coleta dos dados no canteiro);
VF = data da vistoria final (término da coleta dos dados no canteiro);
k = números de recebimentos entre as datas das vistorias inicial e final;
p = número de transferências de materiais entre as datas das vistorias inicial e final;
n = número de serviços que consumiram o material entre a vistoria inicial e a final.
A Tabela 5.2 apresenta os índices encontrados por Agopyan et al (1998).
Tabela 5.2 – Índices de perdas do setor da construção civil.
Material Média (%) Mediana (%) Máximo (%) Mínimo (%)
Areia 76 44 331 7
Pedra 75 38 294 9
Cimento 95 56 638 6
Cal 97 36 638 6
Blocos e tijolos 17 13 48 3
Telhas
*
10 - - -
Fonte: adaptada de Agopyan et al. (1998) /
*
Estimativa para orçamento da Secretaria Municipal de Obras –
PMU.
Embora as obras às quais os índices da Tabela 5.2 se referem sejam obras com
características muito diferentes das construções aqui analisadas, tanto em processo de
construção quanto em nível de acabamento, percebe-se que os valores obtidos para os
índices de perdas no Residencial Campo Alegre (Tabela 5.1) estão inferiores à média da
pesquisa (Tabela 5.2), com exceção da areia, cujo valor encontrado é praticamente
coincidente com a média.
Quanto aos custos dos materiais gastos em excesso que foram analisados, faremos
referência no Item 5.5.
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 136
5.4 PRAZOS
5.4.1 Observações Sobre Atrasos na Mão-de-obra
De acordo com o cronograma inicial, o tempo previsto para que as unidades fossem
construídas era de 4 meses. No entanto algumas unidades, por questões relativas a
condições sociais e financeiras, não tiveram como providenciar a mão-de-obra para
cumprir tais prazos. Mesmo com a ajuda dos profissionais da PMU, aconteceu que
determinadas unidades extrapolaram o prazo proposto.
Conforme APÊNDICE A, das 43 famílias que responderam ao questionário, 20 cumpriram
os prazos e 23 excederam os 4 meses, chegando a 7,5 meses a duração das obras.
Com relação à ajuda da equipe da PMU às unidades atrasadas, como pôde ser observado na
etapa anterior, sempre que a ajuda era dada de imediato, sem o pedido ou sem a presença
do mutuário atrasado no momento da ajuda, outras unidades acabavam por não envidarem
esforços em providenciar a mão-de-obra, por entenderem que a PMU também seria
obrigada a ajudá-los.
Desta forma, como a PMU não tinha funcionários disponíveis para a demanda gerada,
além de não ter sido previsto tal fato, ficou estabelecido que somente seriam ajudados os
mutuários que estivessem no canteiro de obras participando como servente de pedreiro.
Com isso, pôde-se perceber que em alguns casos, nem no canteiro, os mutuários, que
seriam os maiores interessados na ajuda, compareciam.
Nestes momentos, couberam às assistentes sociais investigarem os motivos de cada família
e avaliarem as condições para priorização da ajuda.
Houve, por exemplo, a família do Lote 39 da Quadra 6, cujo casal, com 22 e 21 anos de
idade, com 5 filhos entre 3 e 7 anos, após começar a obra, por duas vezes teve suas paredes
derrubadas por ações de vandalismo e não compareceu mais ao canteiro por um período de
4 meses. Com o trabalho social, foi verificado que o casal era portador do vírus da AIDS e
que, realmente, não tinha condições nem para contratar, nem para desenvolver os trabalhos
(ANEXO D).
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 137
5.4.2 Observações Sobre Atrasos de Fornecedores
Atrasos por parte de fornecedores não ocorreram de forma que pudessem retardar o
andamento das obras. Embora tivessem ocorrido várias vezes para a entrega de areia, brita,
cimento e cal, estes atrasos eram da ordem de um dia e, quando o material chegou a faltar,
foi por poucas horas.
5.4.3 Análises Sobre os Atrasos
Os atrasos, ocorridos principalmente por parte da mão-de-obra, fizeram com que as obras
entrassem em período chuvoso e, conseqüentemente, atrasassem mais ainda. Isto explica a
o fato de ter ocorrido a quinta medição da CEF somente em fevereiro, quando, então, as
casas puderam ser concluídas.
No entanto, o cronograma alterado acarretou custos fixos, como vigilância do canteiro,
aluguel de betoneiras, telefone, energia elétrica, refeições e pessoal. Os custos de água não
eram tarifados pelo DMAE.
No caso das betoneiras, apesar da PMU possuir 4 betoneiras que ainda estavam alocadas
no Módulo I para o término desta etapa, como o próximo módulo estava para ser iniciado,
foram mantidos os aluguéis das 4 betoneiras que permaneceram nas quadras 6 e 7.
Desta forma, conclui-se que, atrasos por parte da mão-de-obra e devido ao tempo chuvoso,
nos meses de dezembro de 2004 e janeiro de 2005, foram responsáveis pelo atraso da obra
de maneira geral e aumento do custo fixo do canteiro de obras como será visto no Item 5.5.
5.5 CUSTOS FINANCEIROS
Os custos que interessam a este trabalho são todos aqueles que podem ser economizados, a
fim de serem investidos em novas unidades, objetivando que os programas habitacionais
possam beneficiar mais famílias. Desta forma, serão comentados todos os valores que
podem ser relacionados a descontroles e, portanto, desperdícios de forma geral.
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 138
5.5.1 Análises Sobre os Custos Fixos
Para o canteiro de obras, os custos podem ser evidenciados na Tabela 5.3 abaixo:
Tabela 5.3 – Custos fixos do canteiro de obras.
Descrição
Custo
mensal
Custo por 4
meses
Custo por 7,5
meses
Diferença entre
custo necessário e
excedente
Vigilância armada
do canteiro
R$ 5.200,00 R$ 20.800,00 R$ 39.000,00 R$ 18.200,00
Aluguel de
betoneiras
R$ 240,00 R$ 960,00 R$ 1.800,00 R$ 840,00
Telefone R$ 180,00 R$ 720,00 R$ 1.350,00 R$ 630,00
Energia elétrica R$ 90,00 R$ 360,00 R$ 675,00 R$ 315,00
Refeições R$ 990,00 R$ 3.960,00 R$ 7.425,00 R$ 3.465,00
Pessoal R$ 23.400,00 R$ 93.600,00 R$ 175.500,00 R$ 81.900,00
Total: R$ 105.350,00
Fonte: Secretaria Municipal de Habitação
11
(2005).
É importante esclarecer que vigilância, aluguel de betoneiras e refeições eram objetos de
licitação e que os contratos, por tempo determinado, tiveram que ser aditados.
Nas despesas com pessoal, foram considerados os salários dos 10 funcionários do canteiro
de obras, considerando-se os encargos sociais, arredondado o valor para o primeiro valor
inteiro inferior ao encontrado.
Para os valores de telefone e energia elétrica, foram considerados valores médios dos
meses de duração da obra, tamm com arredondamento do valor encontrado.
11
Dados obtidos por meio da Secretaria Municipal de Habitação, Sra Renata Melo, Chefe da Seção de
Finanças, em consulta a arquivos.
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 139
5.5.2 Análises Sobre os Custos de Materiais
Em se tratando dos materiais, a Tabela 5.4 apresenta os valores daqueles consumidos
desnecessariamente.
Tabela 5.4 – Quadro comparativo de custos para os materiais analisados.
Materiais
Custo
unitário
Quant.
necessária
Custo
necessário
Quant.
utilizada
Custo quant.
Utilizada
Diferença
entre custos
(utilizado e
necessário)
Areia Fina
(m³) R$ 31,90 272 R$ 8.676,80 578,5 R$ 18.454,15 R$ 9.777,35
Areia Média
(m³)
R$ 31,90 328,5 R$ 10.479,15 421 R$ 13.429,90 R$ 2.950,75
Cimento
Portland
(saco) R$ 22,50 2400 R$ 54.000,00 2745 R$ 61.762,50 R$ 7.762,50
Brita (m³) R$ 33,00 164 R$ 5.412,00 202 R$ 6.666,00 R$ 1.254,00
Bloco
cerâmico
(un.) R$ 0,26 99400 R$ 25.844,00 107950 R$ 28.067,00 R$ 2.223,00
Meio bloco
cerâmico (un) R$ 0,13 10850 R$ 1.410,50 24000 R$ 3.120,00 R$ 1.709,50
Bloco de
concreto tipo
canaleta (un.) R$ 1,68
4900 R$ 8232,00 5250 R$ 8.820,00 R$ 588,00
Tijolo maciço
(un.) R$ 0,14 19600 R$ 2.744,00 32100 R$ 4.494,00 R$ 1.750,00
Cal Hidratada
(saco)
R$ 4,60 3000 R$ 13.800,00 3355 R$ 15.433,00 R$ 1.633,00
Telhas (un.) R$ 0,38 52800 R$ 20.064,00 55000 R$ 20.900,00 R$ 836,00
Totais para 50 unidades: R$ 143.253,65 R$ 181.146,55 R$ 30.484,10
Fonte: da autora (2005).
É importante observar que, em termos de materiais, o valor que cada uma destas casas
custou à PMU, considerando todo o material que foi consumido, ou seja, com os
desperdícios todos, foi de R$ 8.606,20 (ANEXO K + valores dos materiais em estoque e
adquiridos posteriormente à primeira licitação). Se tivesse havido controle para que o
consumo de materiais fosse próximo ao ideal, cada casa teria custado R$ 7.996,50.
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 140
Desta forma, as 50 unidades teriam custado R$ 399.825,90, ao invés de R$ 430.310,00.
Equivale a dizer que, se as casas estivessem sido construídas de maneira otimizada, com o
mesmo recurso financeiro utilizado, teriam sido construídas 53,8 unidades.
Ainda, se o tempo da obra tivesse sido mantido em 4 meses, ao invés de 7,5 meses, com a
economia de R$ 105.350,00, seriam mais 13,1 unidades habitacionais, considerando a casa
com custo de material otimizado (R$ 7.996,52).
No entanto, tais valores e comparações devem ser vistos com cautela, uma vez que alguns
dos procedimentos necessários para a otimização, tais como ensaios técnicos dos materiais
adquiridos ou contratação de pessoal, consumiriam recursos que não estão elencados neste
trabalho.
5.5.3 Análises Sobre os Custos do Entulho e Impactos Ambientais
Outro ponto relativo a custos que deve ser abordado, é no que diz respeito ao custo para
deposição do entulho gerado. Atualmente, todo o RCD produzido no Residencial Campo
Alegre seria encaminhado ao aterro sanitário. Neste local o entulho seria preparado
adequadamente para servir como base de pavimento para praças e demais áreas verdes.
Assim, haveria um custo financeiro para transportá-lo e manipulá-lo.
Com relação aos impactos ambientais diretos do entulho gerado, não há como falar em
custos financeiros. Contudo, o custo ambiental, que não pode ser mensurado, se apresenta
como poluição visual, diminuição das reservas naturais não renováveis de materiais,
consumo de energia, dentre outros.
No caso da utilização do entulho para a correção de voçorocas (conforme Item 2.2.3)
observa-se que, hoje, há voçorocas a serem corrigidas. No entanto, há que se observar a
quantidade de material produzida diariamente no município e a quantidade de voçorocas
que, devido a esforços diversos, tendem a diminuírem.
A título de exemplificação sobre conseqüências ambientais, vale mencionar o fato ocorrido
durante este trabalho. Ao final da coleta dos dados nos montes de entulho, estes materiais
foram recolhidos das portas das residências e colocados na área institucional próxima ao
almoxarifado para que, futuramente, fosse reutilizado na execução das bases das vias
locais. No intervalo de tempo entre o recolhimento e a utilização, do início de fevereiro de
Capítulo 5 Análise e Discussão dos Resultados 141
2005 ao início de março do mesmo ano, apareceram de locais desconhecidos, jogados por
sobre os montes de resíduos da construção, podas de árvores, lixos diversos e, inclusive, a
armação em madeira e trapos de um sofá.
Outro fato a ser mencionado, é que o córrego Campo Alegre onde, conforme projeto de
drenagem pluvial, será lançado o escoamento do Residencial Campo Alegre, vem sofrendo
sérios problemas de assoreamento, necessitando urgentemente de medidas mitigadoras,
devido a motivos diversos, inclusive a deposição de resíduos.
Desta forma, mediante aos aspectos apresentados, fica clara a necessidade de que o
montante de entulho gerado seja primeiramente reduzido, para haver economia de recursos
e possibilidade de maior número de habitações, sendo, em segundo momento reutilizado e
por fim reciclado.
Para isso, podem ser sugeridas intervenções e adequações no sentido de se obter o melhor
aproveitamento possível para os materiais, que não demandam custos e de grande
exeqüibilidade.
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 142
CAPÍTULO 6
PROPOSTAS PARA INTERVENÇÃO
Neste capítulo serão sugeridas mudanças nos procedimentos de execução das habitações e
outras ações possíveis de serem implementadas para que o resíduo gerado seja reduzido
e/ou reutilizado e/ou reciclado. Tais propostas poderão ser utilizadas nas próximas etapas
de construções, visto que ainda existem 227 lotes vagos no loteamento.
Nos tópicos abaixo estão algumas das propostas a serem consideradas.
6.1 PARA A REDUÇÃO DO DESPERDÍCIO
Em seqüência ao que já foi exposto, não resta dúvida que o melhor a se fazer para que
custos sejam evitados e programas habitacionais sejam otimizados, é tomar providências
no sentido de se reduzir a quantidade de desperdício gerado e, conseqüentemente, a
quantidade de entulho.
6.1.1 Projetos
Uma das primeiras medidas a serem tomadas para a redução do desperdício e,
conseqüentemente, para a redução da geração de entulho no Residencial Campo Alegre, é
a modificação dos projetos de forma a torná-los modulares. Neste caso, modularizar o
projeto arquitetônico significaria adequar suas dimensões de modo que não houvesse a
necessidade de quebra de blocos e as amarrações das paredes se tornassem mais confiáveis.
Além disso, as instalações elétricas e hidráulicas seriam executadas sem modificações,
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 143
facilitando manutenções futuras, e as possíveis patologias decorrentes de juntas e das
próprias amarrações seriam evitadas.
Outra medida seria a confecção de projetos executivos de alvenaria para a orientação dos
construtores, a serem distribuídos e explicados juntamente com o memorial descritivo, e
também no canteiro de obras pelo pessoal da equipe técnica sempre que houvesse
substituição da mão-de-obra voluntária nas residências.
6.1.2 Especificação dos Materiais e Testes Para o Recebimento
Destes
Outra intervenção sugerida seria a especificação correta dos materiais e a execução de
testes para recebimento destes. Principalmente no caso de materiais cerâmicos, que teriam
que obedecer as Normas Técnicas da ABNT, iniciando pela caracterização visual, e
passando pelos testes de Especificação (NBR 7171, 1992), Formas e Dimensões (NBR
8042, 1992) e Verificação da Resistência à Compressão (NBR 6461, 1983).
Para as telhas, a caracterização visual, da mesma forma que para os blocos, e os ensaios de
Impermeabilidade (NBR 8948, 1985), Absorção (8947, 1985) e Cargas de ruptura à flexão
(NBR 9602, 1986).
Para areia, pelo menos os ensaios que verifiquem a pureza e a granulometria do material.
E, finalmente, para a brita, no mínimo, o ensaio de granulometria.
6.1.3 Distribuição de Blocos Cerâmicos, Tijolos Maciços, Telhas e
Blocos de Concreto aos Mutuários
A forma de entrega dos blocos cerâmicos, tijolos maciços, telhas e bloco de concreto aos
mutuários também deverá ser alterada, uma vez que os montes de blocos sem controles de
entrega/estoque possibilitaram a perda excessiva. Desta forma, se cada mutuário receber o
material em quantidades pré-determinadas, entregues pelo almoxarife, cientes de que estas
quantidades são limitadas por residência, eles se responsabilizarão pela utilização correta
das peças, com o devido cuidado, para não necessitarem arcar com a reposição.
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 144
6.1.4 Manipulação de Traços e Estocagem de Agregados
Com relação ao consumo desnecessário de cimento, cal e agregados, uma das soluções
para a redução do desperdício seria a criação de uma central de preparação de concretos e
argamassas, onde os traços seriam executados por pessoas preparadas para a função e onde
os materiais ficassem estocados adequadamente.
Para isso, seriam designados e treinados funcionários, que poderiam, inclusive, ser pessoas
disponibilizadas pela Colônia Penal (sem custo financeiro), apenas para a execução dos
traços de concretos e argamassas. O número de funcionários a serem designados poderia
ser estimado proporcionalmente às unidades habitacionais a serem construídas. Conforme
pôde ser percebido, 2 betoneiras por quadra, ou seja 1 betoneira para aproximadamente 20
casas, foi insuficiente para as primeiras etapas da obra. Desta forma, recomenda-se que
sejam utilizadas 1 betoneira para cada grupo de 15 casas e, portanto, treinada 1 pessoa por
betoneira e 1 suplente para cada duas betoneiras.
A estocagem dos agregados seria em local adequado, ou seja, próxima a este posto de
trabalho, em baias protegidas, onde o material não estivesse sujeito às intempéries, sem a
possibilidade de mistura dos agregados com o solo e sem o acesso de terceiros, mesmo que
tal medida significasse o distanciamento das centrais de preparação de massa (áreas das
betoneiras) até as construções.
Embora esta distância entre central de preparação e as construções seja outro problema a
ser resolvido, uma vez que a obra dispõe de trator com carretinha, a solução pode ser
equacionada. Além disso, as betoneiras, estando concentradas em um só local, otimizariam
a utilização destes equipamentos e evitaria a ociosidade dos mesmos, podendo, inclusive,
significar a redução do número de betoneiras nas etapas finais do cronograma.
6.1.5 Mão-de-obra Direta e Voluntária
Com relação ao sistema construtivo em autoconstrução, uma vez que esta mão-de-obra é
incerta e, na maioria das vezes, a que termina a obra não é a que iniciou, caberia à equipe
técnica do canteiro de obras a fiscalização mais intensa dos serviços e, até mesmo, a
disponibilização de treinamento para os interessados.
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 145
É importante ressaltar que o PBQP-H já visa ações com o objetivo de elevar os patamares
da qualidade e produtividade da construção civil por meio da criação e implantação de
mecanismos de modernização tecnológica e gerencial, em que incluem a assistência
técnica a autoconstruções e mutirões (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO,
ORÇAMENTO E GESTÃO, 2005).
Para que a equipe técnica possa apoiar os mutuários de forma mais eficiente, a Secretaria
de Habitação necessitaria da contratação de pessoal. Desta forma, tendo percebido que a
equipe técnica atual fica, por vezes, ociosa durante a semana e sobrecarregada aos finais de
semana, a solução, por exemplo, seria a parceria com outras secretarias municipais, onde
os profissionais pudessem prestar trabalho de terça a sexta e, somente ao final de semana,
auxiliar no canteiro de obras. É sabido, por exemplo, que a Secretaria de Educação
necessita de manutenção para pequenas reformas nas escolas e não dispõe de mão-de-obra.
Com esta medida, as construções melhorariam em termos de qualidade, redução do
desperdício e otimização do tempo da obra e, em contrapartida, a contratação de
profissionais não seria financeiramente onerosa à Prefeitura Municipal.
Ainda com relação a treinamento de mão-de-obra para autoconstrução, alguns trabalhos já
estão sendo realizados, inclusive com treinamento de baixo custo à distância, como foi
defendido por Campos Filho (2004).
No caso do Residencial Campo Alegre, outra sugestão para treinamento de mão-de-obra
poderia ser dada através de parceria com o SINDUSCON-TAP, pela qual esta instituição
poderia proporcionar cursos de treinamentos nos canteiros da PMU e fornecer certificados
profissionalizantes que atraíssem a participação de voluntários no empreendimento.
6.1.6 Implantação de Programas de Qualidade
Quanto à organização da equipe da PMU, incluindo almoxarifado, a implantação de
métodos de planejamento e acompanhamento, onde seriam revisados métodos de
recebimento, estocagem e utilização dos materiais, é uma necessidade urgente.
Tais métodos poderiam ser diversos como, por exemplo, o “Ciclo PDCA” e o “5S”.
Embora não seja o objetivo deste trabalho dissertar e avaliar métodos, apenas a título de
informação, segundo HWA (1996), temos:
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 146
PDCA – método que se baseia no controle de processos, desenvolvido na década de
30 pelo americano Shewhart e, posteriormente, aplicado no Japão. Neste método, a
medição dos processos é relevante para a manutenção e melhoria dos mesmos,
contemplando, inclusive, o planejamento, a padronização e a documentação destes.
A sigla PDCA significa Planejar, executar, verificar e agir. O item planejamento
prevê o estabelecimento de metas e a definição dos métodos para alcançá-las; a
execução trata do desenvolvimento das tarefas para o alcance dos objetivos;
verificar consiste em checar o que está sendo executado e o que está sendo obtido
para saber se as tarefas estão sendo executadas conforme planejado; e, por último,
agir significa tomar ações corretivas para a melhoria caso tenha sido constatado a
oportunidade nas etapas anteriores.
5S – é uma “prática” desenvolvida no Japão e ocidentalizada como
“Housekeeping”. Em sua filosofia não só aspectos de qualidade e produtividade
devem ser delegados aos funcionários. Visando também a melhoria da qualidade de
vida no trabalho, deve ocorrer delegação também em relação à organização da área
de trabalho, da arrumação dos espaços, da manutenção da arrumação e limpeza, da
padronização de procedimentos e da disciplina para manutenção do processo. Para
isto, a metodologia de implantação pode ser resumida em “5S", devido às cinco
palavras iniciadas pela letra "S", quando pronunciadas em japonês, ou seja, SEIRI
(organização), SEITON (arrumação), SEISO (limpeza), SEIKETSU (padronização)
e SHITSUKE (disciplina).
Com a aplicação do PDCA, a ação após o controle poderia ser implementada de uma
etapa para a outra do empreendimento, ou até na mesma etapa desde que as unidades
habitacionais fossem agrupadas em pequenos grupos e o início de cada serviço fosse
efetivamente controlado e defasado, no cronograma físico, de um grupo para o outro.
Desta forma, a avaliação do desperdício, tanto incorporado quanto a geração de
entulho, estariam sendo avaliados com índices precisos e as intervenções ocorrendo em
tempo, a organização do canteiro de obras seria garantida e a equipe seria motivada,
uma vez que estaria diretamente envolvida no processos.
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 147
Além disso, as Normas ISO 9000, que tratam de qualidade e produtividade, e ISO
14000, que dizem respeito à gestão ambiental, devem ser observadas. Embora estas
normas não interfiram diretamente na redução do montante de entulho, devido às
preconizações quanto ao meio ambiente e demais aspectos ambientais, quanto aos
impactos e aos sistemas de gestão, estas poderão servir de orientação para o
estabelecimento de procedimentos.
6.2 PARA A REUTILIZAÇÃO DO ENTULHO GERADO
A reutilização do material aqui sugerida consiste no emprego dos resíduos da construção,
no próprio canteiro de obras sem, contudo, submetê-los a qualquer tipo de processamento.
No Residencial Campo Alegre sugere-se a utilização do entulho com fundamentação em
duas experiências que foram feitas com o material descartado. A primeira delas foi a
utilização da parte miúda do entulho para a execução de argamassa de assentamento para
blocos cerâmicos e de revestimento. A segunda foi a execução de pavimento primário nas
vias internas do residencial com o próprio entulho, ao invés de se utilizar cascalho, como
era costume nos conjuntos habitacionais do município.
A seguir são apresentadas as experiências de reutilização do material do entulho.
6.2.1 Reutilização do Material em Argamassas de Assentamento e
Revestimento
Para as argamassas com reutilização de material, o procedimento adotado foi desenvolvido
no canteiro de obras, após pesquisas literárias sobre o assunto.
Após a quantificação dos montes de entulho e separação das amostras, a porção que
passava na peneira 4,8mm era recolhida e armazenada. Já para uma das residências do
Módulo III, que estava iniciando sua construção, foi preparado o traço de argamassa de
assentamento, considerando o mesmo traço recomendado, 1:1:9, com a areia lavada média
substituída pelo agregado miúdo obtido da separação do entulho. No caso do revestimento,
com o traço 1:2:9, a areia foi substituída em 50% pelo material miúdo do entulho.
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 148
Ressalta-se que, segundo Grigoli (2000), nestas experiências, deve-se ter o cuidado de
molhar previamente o material aproveitado e a superfície cerâmica onde a argamassa será
aplicada. Grigoli (2000) explica que, para argamassas comuns, parte da água de
amassamento é absorvida pela cerâmica e que, quando de sua aderência, em função de sua
alta porosidade, parte da água é evaporada e outra parte é absorvida pela hidratação dos
aglomerantes durante a cura. No caso de argamassas executadas com a porção miúda do
entulho, os materiais pulverulentos de origens diversas presentes em sua composição,
possuem efeitos pozolânicos, devido à mistura dos materiais cerâmicos e possuem porções
de elementos plastificantes ativos, que exigem consideráveis quantidades de água para a
efetiva hidratação. Desta forma, para que não haja a fissuração das argamassas, justifica-se
o prévio umedecimento do material aproveitado.
Assim, foram utilizadas, para a experiência da argamassa de assentamento, paredes
internas à unidade habitacional, considerando como carga apenas o peso próprio e cargas
acidentais. Desta forma, embora os resultados obtidos não tenham sido analisados segundo
as recomendações da ABNT, o comportamento, 8 meses depois de executados os serviços,
tem sido observado e não está diferente das demais, que foram executadas com a areia
lavada média .
Para o revestimento, o traço foi executado utilizando 50% de areia fina lavada e 50% de
material reaproveitado, considerado nesta proporção devido à granulometria do material
que deixaria o revestimento com aspecto grosseiro. Foi revestida metade de uma parede
externa do fundo do imóvel e algumas unidades da mureta do hidrômetro. Embora não
tenham sido realizados testes com estas argamassas, com base na caracterização visual, é
possível afirmar que o comportamento é satisfatório, uma vez que não houve fissuração no
revestimento nem outra patologia (8 meses depois dos serviços executados). Quanto ao
aspecto da durabilidade, acredita-se que os resultados também o sejam, uma vez que o seu
comportamento vem sendo comparado com as demais paredes e os resultados estão
similares.
Para efeito de comparação de custos, 1m³ de argamassa, com cal, cimento e areia, no traço
especificado para massa de revestimento (1:2:9, em volume úmido), custou à PMU
R$156,94, enquanto com a reutilização do material miúdo, na proporção de 50% de
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 149
agregado, este custaria R$140,99 (redução de 10,16% do custo), sem mencionar custos
para retirada do material da obra e custos ambientais.
6.2.2 Reutilização como Pavimento Primário
Na utilização do resíduo sem separação por peneiramento, para a pavimentação das vias,
foram utilizados todos os montes de entulho gerados no Residencial Campo Alegre,
inclusive os do módulo I do PSH, referente a 201 unidades habitacionais. É interessante
informar que o procedimento que será relatado pode ser considerado Down Cycling, ou
seja, procedimento de reutilização através do qual, quando o material não pode ser
novamente utilizado para a função inicial, para a qual ele foi adquirido, ele assume novas
funções, normalmente menos refinadas (COWELL; KONG; TSE, 2005).
Primeiramente, os montes de entulho que estavam recolhidos na Área Institucional do
residencial, foram limpos de materiais diversos, que foram jogados pela população durante
o intervalo de tempo entre o recolhimento do material e sua utilização. Máquinas da
Secretaria de Obras retiraram o material impuro e revolveram o entulho para a reutilização.
Nas Figuras 6.1 e 6.2 observa-se o material a ser utilizado. Vale ressaltar que foram
buscados RCDs de empresas de caçambas metálicas para o mesmo serviço, uma vez que a
intenção era a pavimentação de todas as vias do residencial.
Figura 6.1 – Entulho para utilização com
muita terra misturada.
Figura 6.2 – Entulho preparado para
utilização.
Fonte: da autora (2004)
Segundo informações da Secretaria de Obras, foram executados 9.940m² de pavimentação,
que consumiram 636m³ de RCD. Estima-se que, aproximadamente, 400m³ tenham sido
provenientes do canteiro de obras, sendo que, considerando a média de 3,1 m³ de entulho
por residência, deduz-se que foram utilizados 155m³ referentes às 50 unidades estudadas e
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 150
o restante referente ao resíduo da etapa anterior, que ainda não havia sido recolhido. Os
outros 236 vieram das empresas de caçamba metálicas.
As vias internas ao Residencial, que eram apenas terra, foram raspadas (Figura 6.3),
também por maquinário, molhadas (Figura 6.4) e o entulho foi espalhado em finas
camadas, por diversas vezes, no pavimento.
Figura 6.3 – Maquinário raspando a parte
desagregada da via.
Figura 6.4 – Via sendo umedecida.
Fonte: da autora (2004)
Nas Figuras 6.5 e 6.6 observa-se o resultado do procedimento para a aplicação do material.
Figura 6.5 – Via sendo preparada. Figura 6.6 – Via após preparação.
Fonte: da autora (2004)
A seguir observa-se na Figura 6.7 e na Figura 6.8 o entulho sendo distribuído no
pavimento e compactado com maquinário.
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 151
Figura 6.7 – Distribuição e compactação do
entulho na via.
Figura 6.8 – Compactação do entulho na via.
Fonte: da autora (2004)
Por último, nas Figuras 6.9 e 6.10 pode ser verificado o resultado dos trabalhos.
Figura 6.9 – Via pavimentada com o resíduo
da construção.
Figura 6.10 – Via pavimentada com o
resíduo, 4 meses depois.
Fonte: da autora (2004)
Para este serviço, foram necessários os seguintes equipamentos: 1 motoniveladora, 1 rolo
compactador vibratório (CA-15), 1 caminhão pipa, 1 pá carregadeira e 3 caminhões
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 152
basculantes
12
. Na Tabela 6.1 pode-se ter a estimativa dos custos do serviço. Os valores
relatados já somam manutenção do equipamento e mão-de-obra.
Tabela 6.1 – Custos da execução do pavimento primário com RCD.
Maquinário
Nº de horas
trabalhadas
Valor da hora
trabalhada
Total
Motoniveladora 52 R$ 67,00 R$ 3.484,00
Rolo compactador
vibratório 44 R$ 53,00 R$ 2.332,00
Caminhão pipa 35 R$ 42,00 R$ 1.470,00
Pá carregadeira 47 R$ 67,00 R$ 3.149,00
Caminhão basculante 132 R$ 55,00 R$ 7.260,00
Total:
R$ 17.695,00
Valor por metro cúbico de RCD
R$ 27,82
Valor por metro quadrado de pavimento
R$ 1,78
Fonte: Secretaria Municipal de Obras (2005)
13
.
Caso tivesse sido adquirido o cascalho para a pavimentação, os custos seriam próximos aos
da Tabela 6.2.
Tabela 6.2 – Custos da execução do pavimento primário com cascalho.
Maquinário
Nº de horas
trabalhadas
Valor da hora
trabalhada
Total
Motoniveladora 52 R$ 67,00 R$ 3.484,00
Rolo compactador
vibratório
44 R$ 53,00 R$ 2.332,00
Caminhão pipa 35 R$ 42,00 R$ 1.470,00
Cascalho - - R$ 15.900,00
Total:
R$ 23.186,00
Valor por metro cúbico de cascalho
R$ 36,46
Valor por metro quadrado de pavimento
R$ 2,33
Fonte: Secretaria Municipal de Obras (2005)
14
.
12
Informações obtidas por meio do Sr. José Franklin Moreira, Assessor Técnico da Secretaria Municipal de
Obras – Prefeitura de Uberlândia, em fevereiro/2005 (verbal).
13
Idem
12
.
14
Idem
12
.
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 153
Observa-se que os custos para a pavimentação com RCD são menores na ordem de 23%.
Vale ressaltar que este material, cerca de 636 metros cúbicos, se fosse levado ao aterro
sanitário, custaria ao município R$ 12.296,00, referentes a 1 pá carregadeira, que gasta
meia hora para carregar um caminhão com o entulho, e 106 caminhões de 6 metros cúbicos
de capacidade, que gastam uma hora e meia, cada, para percorrer ida e volta o trajeto, sem
mencionar o custo do trabalho de triagem do material e o custo do transporte do mesmo até
o local de destino final.
Desta forma, a experiência de execução do pavimento primário, além de ecologicamente
correta, também mostrou ser financeiramente viável, valendo a proposição para trabalhos
mais aprofundados sobre o assunto.
6.3 PARA A RECICLAGEM
Segundo a Resolução 307 do CONAMA (BRASIL, 2002), reutilização é o processo de
reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo e reciclagem é o processo de
reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à transformação.
Esta transformação pode ser por meio de beneficiamento, que é o ato de submeter um
resíduo a operações e/ou processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que
permitam que sejam utilizados como matéria-prima ou produto.
Assim, para a reciclagem dos resíduos, onde fica subentendido um processamento
específico conforme o material, diversos serviços têm sido propostos e executados, sendo
que várias experiências nacionais podem ser consideradas bem sucedidas.
No caso do Residencial Campo Alegre, como proposta para a reciclagem, sugere-se a
moagem do material em uma das empresas que possuem o equipamento apropriado no
município, que segundo o SINDUSCON-TAP são no total de 3, e os usos como agregados
listados a seguir.
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 154
O agregado reciclado, graúdo e miúdo, dependendo da granulometria obtida, podem ser
utilizados em argamassas e concretos e até em drenos simples.
O material poderá ser aproveitado tanto como drenos de floreiras, drenos de escoamento de
água de chuva e aterramento de valetas junto ao solo.
Os concretos, para serem usados de preferência em serviços não estruturais, uma vez que
estes serviços demandariam controles mais rigorosos, podem servir para contrapiso de
interiores de unidades habitacionais, para piso de abrigo de automóveis leves, fundações
com muros com pequenas cargas, vigas de concreto com baixa solicitação, contrapiso ou
enchimento de áreas comuns de tráfego leve.
As argamassas podem servir para assentamento de batentes, assentamento de esquadrias,
enchimento de rasgos de paredes, chumbamento de instalações elétricas ou hidráulicas,
assentamento de blocos cerâmicos, remendos e emendas em alvenarias, enchimento de
rebocos internos e contrapiso de passeio público.
Embora as unidades estejam entregues aos mutuários e acredite-se que estes não tenham
condições financeiras, neste momento, para ampliarem ou modificarem os imóveis, a
utilização do RCD pode baratear os custo de muros, canis, calçadas e contrapisos externos
quando da execução.
Ressalta-se que outras utilizações serão possíveis, desde que mais pesquisas e estudos
específicos sobre o material peculiar do Residencial Campo Alegre sejam efetuados, como,
por exemplo, o índice de material pulverulento ou ensaio de absorção, que não foram feitos
neste trabalho.
Em Belo Horizonte, por exemplo, Pinto (CRISTINA, 2000) já recicla o RCD e o utiliza
como briquetes para calçadas ou jardins públicos, blocos para muração, sub-base (ou
tratamento primário) de ruas, agregados para contenção de encostas ou canalizações,
execução de blocos de alvenaria, entre outros.
A Figura 6.11 mostra uma unidade dando início a novas etapas após entrega das obras e a
Figura 6.12 mostra residência melhorada, já no período de execução: arremate das janelas
Capítulo 6 Propostas para Intervenção 155
e tinta de base escura. Pelas figuras, percebe-se que ambas já adquiriram material para a
execução das obras futuras.
Figura 6.11 – Casa terminada com muro
iniciado e parte do material
para execução.
Figura 6.12 – Casa já melhorada, também
com material para a execução de novos
serviços.
Fonte: da autora (2004)
Constata-se, portanto, que as propostas apresentadas para reutilização e reciclagem, já
poderiam estar sendo postas em prática e já estariam beneficiando famílias carentes, uma
vez que elas agregariam valores às suas residências sem, contudo, dispor de alto
investimento.
Em termos gerais, as propostas para intervenção visam possibilitar que haja economia de
recursos para a população de baixa renda e para os órgãos públicos, e, assim, maior
atendimento à demanda por habitação popular por parte. Visa ainda, diminuir o impacto
ambiental e os custos impetrados pelo entulho.
Assim, seguem-se as conclusões com base na referência bibliografia, nas características e
particularidades do Residencial Campo Alegre, no levantamento de dados, na análise e
discussão dos resultados e nas propostas para intervenção.
Capítulo 7 Considerações Finais 156
CAPÍTULO 7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1 CONCLUSÕES
7.1.1 Considerações Gerais
Com o trabalho desenvolvido, observou-se, no Município de Uberlândia, o aumento da
demanda por habitação popular, a carência de recursos para esta finalidade e a grande
dificuldade das famílias de baixa renda em adquirirem suas casas próprias. Este quadro
também pôde ser observado no restante do país, conforme dados do IBGE (2000).
Ao mesmo tempo, através das caçambas de entulho espalhadas pela cidade e dos dados da
PMU, podemos notar que existe grande quantidade de RCD sendo gerada, inclusive em
construções populares, e que há o que ser feito em termos de redução de consumo de
material, reutilização e reciclagem do entulho produzido na construção civil.
O estudo do grupo de 50 unidades habitacionais no Residencial Campo Alegre, feito
através de acompanhamento do seu desenvolvimento, desde o início dos trabalhos, até a
entrega dos imóveis, permitiu a investigação de métodos e processos construtivos que
puderam ser relacionados às perdas de material e ao entulho gerado.
Nas avaliações dos métodos, as possíveis causas do desperdício e das perdas em geral
puderam ser apuradas, o entulho gerado pôde ser quantificado e o material nele contido
pôde ser caracterizado.
De posse da documentação relativa à obra, como projetos, memoriais descritivos, notas de
compra de materiais, entre outros, pôde-se apurar as quantidades de serviços necessárias ao
Capítulo 7 Considerações Finais 157
empreendimento e, com estas, as quantidades de materiais necessários para a execução das
obras.
Assim, foi possível obter os custos das perdas de material e de tempo, e analisar, em
termos financeiros, os prejuízos aos cofres públicos.
Com as investigações sobre a deposição final do material da forma como hoje é feita, no
município, foram analisados os impactos diversos e avaliadas as conseqüências do entulho
para o meio ambiente.
Ficou demonstrado que os custos das habitações populares estudadas podem ser reduzidos,
com medidas simples e eficientes, e que há possibilidade de transferência destas
informações a outros canteiros de obras públicas e, até mesmo, particulares.
Ainda, tais medidas contribuirão para a melhoria da qualidade das habitações construídas.
Foram feitas, portanto, propostas para intervenção, visando às próximas construções, que
utilizarão o mesmo sistema construtivo, com a intenção da diminuição do desperdício e,
conseqüentemente, a redução dos custos financeiros e ambientais destes empreendimentos.
Além disso, foram apresentadas sugestões de reutilização do entulho dentro do canteiro de
obras .
É importante destacar o pioneirismo deste trabalho, uma vez que, na bibliografia
pesquisada nada foi encontrado relativo a perdas de materiais em conjuntos habitacionais
populares construídos em sistema de autoconstrução.
7.1.2 Materiais Identificados no Entulho
Nos montes de entulho de cada residência havia, em maiores ou menores quantidades,
pedaços de telhas cerâmicas, de blocos cerâmicos e de canaletas de concreto, de tijolos
maciços, além de restos de argamassa e de concretos. Ainda, areias em estado natural e
porções de terra.
Das amostras analisadas, após o peneiramento em peneira de abertura 4,8mm, que separa
granulometricamente o agregado graúdo do miúdo, concluiu-se que, aproximadamente
Capítulo 7 Considerações Finais 158
metade do material que compunha o entulho era passante na peneira, apresentando
características visuais de material arenoso. A outra metade, que ficava retida na referida
peneira, apresentava-se composta, em sua maior parte, por cacos de telhas e blocos
cerâmicos.
7.1.3 Fontes de Perdas e Geração de Resíduos
7.1.3.1 Mão-de-obra
Percebeu-se a interferência da questão social da população envolvida na obra, com a
dificuldade na obtenção de recursos para a mão-de-obra ou ajuda voluntária para a
execução dos serviços.
Na geração de resíduos, verificou-se a falta de capacidade técnica da mão-de-obra, tanto na
interpretação do memorial descritivo, quanto na utilização dos materiais, com
conseqüência na qualidade final das edificações e na geração de entulho.
Percebeu-se que os traços recomendados, muitas vezes não eram seguidos, sendo que, o
cimento e a cal eram acrescentados aos traços em quantidades maiores que as
especificadas, e os agregados eram consumidos livremente para outras finalidades, mesmo
com todas as recomendações transmitidas aos mutuários.
Quanto a este aspecto social, as possibilidades de treinamento de mão-de-obra e de
divulgações de informações sobre redução, reutilização e reciclagem do resíduo gerado em
obras populares, podem ser entendidas e consideradas como formas de inclusão social.
7.1.3.2 Projetos
Concluiu-se que os projetos não modularizados levam à utilização de blocos cerâmicos em
excesso e à transformação destes blocos em resíduo, uma vez que os construtores tentavam
quebrá-lo para que se adequassem às medidas da obra.
7.1.3.3 Especificação de materiais
Quanto ao processo de compra de materiais, concluiu-se ser este inadequado, visto que as
especificações dos materiais não foram feitas detalhadamente, com clareza e objetividade.
Capítulo 7 Considerações Finais 159
Neste ponto, pode-se afirmar que a má qualidade do bloco cerâmico adquirido poderia ter
sido evitada caso a especificação exigisse adequação do material às normas técnicas da
ABNT.
7.1.3.4 Recebimento, estocagem e distribuição de materiais
Para o recebimento dos materiais, segundo as análises apresentadas no Item 5.3.1,
deveriam ter sido realizados os testes de recebimento, que possibilitariam a devolução e a
não utilização de materiais fora das especificações mínimas necessárias.
A forma de estocagem dos agregados (próximos às betoneiras e diretamente no solo), bem
como a forma de distribuição aos construtores (de livre utilização), causou consumo
excessivo e impossibilitou o controle do material, dificultando, inclusive, a apropriação do
material gasto em excesso incorporado, do que foi extraviado e do material que se tornou
entulho, conforme apresentado no Capítulo 3.
O mesmo pode ser concluído para o material cerâmico, blocos e telhas que, devido à
estocagem fora dos limites do almoxarifado, possibilitou o consumo desnecessário e
descontrolado dos materiais.
7.1.3.5 Prazos
Com relação ao prazo de execução das obras, que conforme cronograma físico inicial
deveria ser de 4 meses e, portanto, com término previsto para antes do período chuvoso
(final de outubro), vale ressaltar que, devido a atrasos por parte da mão-de-obra, e, então,
início do período chuvoso, as intempéries colaboraram para piorar o atraso das obras.
Desta forma, embora o objetivo deste trabalho fosse tratar apenas de materiais, pôde ser
analisada a duração das obras e verificado que o atraso acarretou o acréscimo do custo fixo
do canteiro de obras.
7.1.4 Quantidades de materiais perdidos
Das quantidades de materiais gastos além do necessário, conforme Item 5.3.3, tem-se que
os materiais como tijolo maciço, o meio bloco cerâmico, areia fina e areia média, tiveram
Capítulo 7 Considerações Finais 160
consumo bem acima do esperado, apresentando índices de perdas de 54,78% para a areia
fina, 76,10% para a areia média, 121,2% para o meio bloco cerâmico e 63,78% para o
tijolo maciço.
Para os demais materiais analisados, embora os índices não sejam alarmantes, o montante
total do custo é significativo. Os índices de perdas obtidos foram de 23,17% para a brita;
14,37% para o cimento; 13,19% para a cal hidratada; 8,60% para o bloco cerâmico; 7,14%
para a canaleta de concreto e 4,16% para a telha.
O volume médio de entulho para cada unidade habitacional de 44,52m² de área útil foi de
3,10m³, o que significa 155m³ para o conjunto de 50 unidades.
Se fossem dispostos em caçambas metálicas de 6m³, comumente encontradas na região de
Uberlândia, seria necessária uma retirada de caçamba para cada 2 casas.
7.1.5 Custos dos Materiais Perdidos
Quanto aos custos, concluiu-se que, com os mesmos recursos financeiros utilizados para a
execução de 50 unidades, poderiam ter sido construídas mais 3,8 residências, se tivesse
havido controle do consumo de materiais, e mais 13,1 unidades, se os prazos da obra
tivessem sido respeitados.
Em termos de porcentagens, o valor gasto poderia ter sido reduzido em, aproximadamente,
7%, em se tratando de economia de materiais e sem mencionar custos fixos.
Para as 50 unidades analisadas, apresentam-se os valores gastos com perdas de materiais:
7.1.5.1 Para as areias
Foram gastos 306,5m³ de areia fina além do necessário, no valor de R$ 9.777,35, e 92,5m³
de areia média, no valor de R$ 2.950,75.
7.1.5.2 Para o cimento
345 sacos de cimento (50 kg) foram gastos a mais que a quantidade determinada
teoricamente. No valor de R$ 7.762,50.
Capítulo 7 Considerações Finais 161
7.1.5.3 Para a brita
O valor de R$ 1.254,00 foi gasto além do necessário, implicando em 33 m³ de brita.
7.1.5.4 Para o bloco cerâmico, o meio bloco e o bloco de concreto
Para o bloco cerâmico e meio bloco foram gastos, respectivamente, R$ 2.223,00 e R$
1.709,50 além do necessário, equivalendo a 8.550 e 13.150 unidades. Para o bloco de
concreto o excesso de custo foi de R$ 588,00, que equivale a 350 unidades.
7.1.5.5 Para o tijolo maciço
O valor de R$ 1.750,00 foi o montante gasto em demasia para os tijolos maciços, referente
a 12.500 unidades do material.
7.1.5.6 Para a cal hidratada
Para a cal hidratada, R$ 1.633,00 foram utilizados, correspondentes a 355 sacos de 25kg,
gastos em excesso.
7.1.5.7 Para as telhas
Para as telhas, 2.200 peças foram gastas além do necessário, correspondendo a R$ 836,00.
7.1.6 Impactos Ambientais
Com a reutilização do material em pavimentação primária das vias do residencial e para a
execução de argamassas de assentamento e revestimento, eliminou-se o RCD para
deposição e todos os impactos ambientais relacionados ao ato, e mostrou-se ser possível o
reaproveitamento.
Caso os resíduos das construções tivessem sido levados para um dos dois possíveis
destinos, ou seja, o aterro sanitário ou a Fazenda Santa Terezinha, embora os custos
financeiros não fossem os impactos mais relevantes, teriam sido gastos recursos
financeiros para o transporte e, no caso do aterro, também com a triagem do entulho.
Capítulo 7 Considerações Finais 162
Destaca-se, dos impactos ambientais, a diminuição das reservas não renováveis dos
materiais gastos em excesso e, no caso dos materiais cerâmicos, o consumo de energia para
a fabricação destes.
7.2 LIMITAÇÕES E DIFICULDADES ENFRENTADAS
Para a realização deste trabalho, várias limitações e dificuldades foram enfrentadas,
especificamente durante o levantamento de dados, a saber:
mutuários que desenvolveram muitos serviços em poucos dias e depois demoraram
a voltar ao canteiro de obras, ou que demoraram a iniciar os serviços,
impossibilitando o controle geral do entulho por etapas da execução da obra;
famílias que se desfaziam do entulho gerado por medo de retaliação por parte da
equipe técnica;
ações de vandalismo por parte dos moradores dos bairros vizinhos (roubo de
materiais, tais como esquadrias metálicas, motores de betoneiras, fiação de ligação
das betoneiras, etc)
período eleitoral, que dispersou as atenções da equipe técnica (candidatos ao cargo
de vereador prometendo arcar com custos de mão-de-obra, boatos sobre final súbito
do programa habitacional e outros insinuando que o levantamento da quantidade de
entulho seria usado para embasar críticas da oposição, além de outros).
Por outro lado, também no período relativo à coleta de dados, é importante destacar o
comprometimento e auxílio da equipe da PMU no canteiro de obras e o interesse de vários
mutuários sobre as pesquisas científicas e sobre as informações obtidas.
Capítulo 7 Considerações Finais 163
7.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
O trabalho técnico realizado em conjuntos habitacionais populares no município de
Uberlândia é pioneiro e pode contribuir para trabalhos futuros, com os seus resultados já
apresentados e sugestões como:
Pesquisas sobre processos de gestão de canteiro de obras populares;
Estudos visando a utilização do entulho no próprio canteiro de obras;
Pesquisas em equipes multidisciplinares que possibilitem a construção de unidades
habitacionais, a integração entre os envolvidos no processo construtivo, a
conscientização a respeito das causas da geração de RCD e de suas conseqüências,
e inclusão social a famílias carentes.
E, embora lixo e entulho sejam materiais distintos, a crônica “O Lixo”, de Luis Fernando
Veríssimo, ilustra ambos: “(...) Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra
da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa
parte mais social. Será isso?”
Referências Bibliográficas 164
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Apêndices 174
APÊNDICES
APÊNDICE A – Tipo de mão-de-obra utilizada nas construções..................................... 175
APÊNDICE B – Modelos das planilhas utilizadas na coleta dos dados do entulho. ....... 181
APÊNDICE C – Exemplo da cálculo do consumo de materiais no concreto. ................. 184
APÊNDICE D – Exemplo da cálculo do consumo de materiais na argamassa. .............. 186
Apêndices 175
APÊNDICE A
APÊNDICE A – Tipo de mão-de-obra utilizada nas construções.
Apêndices 176
APÊNDICE A:
Dados sobre a mão-de-obra no Residencial Campo Alegre
N.º Quadra Lote
Quem
informou
Tipo de mão de obra e real profissão de cada
participante (com exceção dos serventes)
Dias trabalhados
por semana
Quantidade
de pessoas
por dia
Duração da
obra (tempo
aproximado
com erro de 1
semana)
1
Quadra
6
Lote 21 sem ninguém para informar
2
Quadra
6
Lote 22 sem ninguém para informar
3
Quadra
6
Lote 23 Valdineci
ajuda de amigo (pedreiro), pedreiro contratado e a
proprietária (servente)
sabádo e domingo 2 pessoas 4 meses
4
Quadra
6
Lote 24 Jane ajuda de ex-marido (pedreiro) e amigo (servente)
de 3ª à 6ª (sem
regularidade)
2 pessoas 5 meses
5
Quadra
6
Lote 25 Mírian
ajuda do irmão (pedreiro: fundação e alvenaria), e
ex-marido (pedreiro: restante da obra) e servente
contratado
sábado e domingo 2 pessoas 5 meses
6
Quadra
6
Lote 26 Jovino 1 pedreiro e 1 servente contratados 3ª à 6ª 2 pessoas 3 meses
7
Quadra
6
Lote 27 Selma
ajuda do ex-cunhado (pedreiro) e muitos amigos
(serventes)
sábado e domingo
(sem regularidade)
4 pessoas 5 meses
8
Quadra
6
Lote 28 Josélia
ajuda de 3 amigos (pedreiros) e o namorado
(servente)
sexta, sábado e
domingo (sem
regularidade)
2 pessoas 7 meses
9
Quadra
6
Lote 29 sem ninguém para informar 5 meses
10
Quadra
6
Lote 30 Estelina
proprietário (pedreiro sem prática) e filhos
(serventes)
3ª à 6ª durante o
período da tarde
3 pessoas 2 meses
Apêndices 177
Continuação APÊNDICE A
N.º Quadra Lote
Quem
informou
Tipo de mão de obra e real profissão de cada
participante (com exceção dos serventes)
Dias trabalhados
por semana
Quantidade
de pessoas
por dia
Duração da
obra (tempo
aproximado
com erro de 1
semana)
11
Quadra
6
Lote 31 Rosângela
pedreiro e servente contratados (fundação,
contrapiso, alvenaria, reboco interno e cobertura) e
ajuda de primos (pedreiros: reboco externo, interno
ao banheiro e instalações)
sexta, sábado e
domingo (sem
regularidade)
2 a 3
pessoas
5 meses e 22
dias exatos
12
Quadra
6
Lote 32 Dezidério
pedreiro contratado (alvenaria) e ajuda de amigos
(pedreiros) e do proprietário (carpinteiro) como
servente.
sábado e domingo
2 pessoas
(alvenaria) e
4 pessoas
restante
5 meses
13
Quadra
6
Lote 33 sem ninguém para informar
14
Quadra
6
Lote 34 Marieta
o marido (pedreiro) e ajuda de tio e irmão e a
proprietária (serventes)
sábado e domingo
(sem regularidade)
3 pessoas 4 meses
15
Quadra
6
Lote 35 Andréia pedreiro e servente contratados 3ª à 6ª 2 pessoas 5 meses
16
Quadra
6
Lote 36 Sirley pedreiro e servente contratados 3ª á 6ª 2 pessoas 6 meses
17
Quadra
6
Lote 37 Silvânia
o marido (auxiliar de empresa de ônibus) e o filho
(estudante)
4 dias por semana
em média
2 pessoas 5 meses
18
Quadra
6
Lote 38 Elenir
pedreiro e servente contratados e ajuda do irmão
(pintor: pintura das esquadrias e paredes)
3ª à 6ª (com
semanas
intermediárias)
2 pessoas 6 meses
19
Quadra
6
Lote 39
Equipe da
obra
equipe da PMU : 1 pedreiro e 2 serventes da
colônia penal
3ª à 6ª 3 pessoas 7 meses
20
Quadra
7
Lote 01 Claudimeire
marido (pedreiro), sogro (mestre-de-obras),
cunhado (pintor), 3 amigos (pedreiro, tapeceiro e
eletricista) e a proprietária (servente)
sábado e domingo 5 pessoas 1 mês
Apêndices 178
Continuação APÊNDICE A:
N.º Quadra Lote
Quem
informou
Tipo de mão de obra e real profissão de cada
participante (com exceção dos serventes)
Dias trabalhados
por semana
Quantidade
de pessoas
por dia
Duração da
obra (tempo
aproximado
com erro de 1
semana)
21
Quadra
7
Lote 02 Berenice ajuda do cunhado (pedreiro) e ex-vizinho (servente) sábado e domingo 2 pessoas 4 meses
22
Quadra
7
Lote 03 Marta
marido (servente), cunhado (pedreiro) e 2 amigos
(serventes)
sábado e domingo
(sem regularidade)
2 pessoas 7 meses
23
Quadra
7
Lote 04 Paula pedreiro e servente contratados 3ª à 6ª 2 pessoas 55 dias exatos
24
Quadra
7
Lote 05 Alysson pedreiro e servente contratados 3ª à 6ª 2 pessoas 2 meses
25
Quadra
7
Lote 06 Magda
marido (auxiliar de laboratório), amigo (professor) e
pedreiro contratado
3ª à domingo 2 pessoas 3 meses
26
Quadra
7
Lote 07 sem ninguém para informar
27
Quadra
7
Lote 08 Soledy 1 pedreiro contratado 3ª à 6ª 1 pessoa 3 meses
28
Quadra
7
Lote 09 Valdirene
ajuda de parente (motorista), amigo (pedreiro) e a
proprietária (servente)
sábado e domingo
(sem regularidade)
3 pessoas 6 meses
29
Quadra
7
Lote 10 Adélia
ajuda de amigo (pedreiro), pedreiro contratado e
filho (sevente)
3ª à domingo (sem
regularidade)
2 pessoas 6 meses
30
Quadra
7
Lote 11 Francineide marido (pedreiro) e pedreiro contratado sábado e domingo 2 pessoas 4 meses
31
Quadra
7
Lote 12 Rogério contratram o tio (pedreiro) 3ª à 6ª 1 pessoa 3 meses
32
Quadra
7
Lote 13
Mª de
Lourdes
pedreiro e servente contratados (menos cobertura,
instalções e pintura) , tio (armador: instalações), tio
(vigilante: pintura) e irmão (armador: cobertura).
pedreiro: de 3ª à 6ª e
parentes: sábado e
domingo
2 pessoas 5 meses
Apêndices 179
Continuação APÊNDICE A:
N.º Quadra Lote
Quem
informou
Tipo de mão de obra e real profissão de cada
participante (com exceção dos serventes)
Dias trabalhados
por semana
Quantidade
de pessoas
por dia
Duração da
obra (tempo
aproximado
com erro de 1
semana)
33
Quadra
7
Lote 14 Raquel
ajuda do pai do namorado (pedreiro) e namorado
(servente)
sábado e domingo 2 pessoas 3 meses
34
Quadra
7
Lote 15 Rosângela pedreiro e servente contratados sábado e domingo 2 pessoas 3 meses
35
Quadra
7
Lote 16 Fábio
ajuda do pai (pedreiro), irmãos (pedreiros) e o
proprietário (servente)
sábado e domingo 3 pessoas 4 meses
36
Quadra
7
Lote 25 Valdetino pedreiro contratado e o proprietário (servente) sábado e domingo 2 pessoas 5 meses
37
Quadra
7
Lote 26 Júlia
ajuda de 3 irmãos da igreja (1 pedreiro e 2
serventes: reboco e instalações), cunhado
(servente: reboco) e pedreiro contratado (fundação,
contrapiso e alvenaria)
pedreiro: de 3ª à 6ª e
irmãos da igreja e
cunhado: sábado e
domingo
2 pessoas 4 meses
38
Quadra
7
Lote 27 Laura
pedreiro contratado (alvenaria), ajuda do irmão
(motorista: fundação, reboco e instalações), 2
amigos (pedreiros: reboco e cobertura) e a
proprietária (servente: contrapiso)
sábado e domingo 3 pessoas 4 meses
39
Quadra
7
Lote 28 Íris marido (pedreiro) e a proprietária (servente) sábado e domingo 2 pessoas 4 meses
40
Quadra
7
Lote 29
Barbosa
ajuda do filho de Brasília (pedreiro), o filho que mora
com ela (servente), cunhado do filho (pedreiro) e
marido da neta (servente)
sábado e domingo 3 pessoas 5 meses
41
Quadra
7
Lote 30 sem ninguém para informar
Apêndices 180
Continuação APÊNDICE A:
N.º Quadra Lote
Quem
informou
Tipo de mão de obra e real profissão de cada
participante (com exceção dos serventes)
Dias trabalhados
por semana
Quantidade
de pessoas
por dia
Duração da
obra (tempo
aproximado
com erro de 1
semana)
42
Quadra
7
Lote 31 sem ninguém para informar
43
Quadra
7
Lote 32 Sunamita
o marido (auxiliar de lava-jato), ajuda do colega
(pedreiro) e 2 parentes (serventes)
sábado e domingo 2 pessoas 6 meses
44
Quadra
7
Lote 33
Francisca
pedreiro contratado (fundação, alvenaria,
instalações e cobertura), ajuda do cunhado
(carpinteiro: reboco), marido (açougueiro: reboco)
sábado e domingo 2 pessoas 6 meses
45
Quadra
7
Lote 34 Neivaldo
ajuda de 2 colegas (pedreiros) e o proprietário
(servente)
sábado e domingo 3 pessoas 3 meses
46
Quadra
7
Lote 35 Ivone
pedreiro contratado e ajuda do enteado (pedreiro) e
filho (servente)
3ª à sábado 2 pessoas 3 meses
47
Quadra
7
Lote 36 sem ninguém para informar
48
Quadra
7
Lote 37
Equipe da
obra
equipe da PMU : 1 pedreiro e 2 serventes da colônia
penal
3ª à 6ª 3 pessoas 7 meses
49
Quadra
7
Lote 38
Equipe da
obra
equipe da PMU : 1 pedreiro e 2 serventes da colônia
penal
3ª à 6ª 3 pessoas 7 meses
50
Quadra
7
Lote 39 Ismânia
contratou pedreiro, ajuda de 5 amigos (serventes) e
a proprietária (servente)
6ª à domingo 4 pessoas 2 meses
Apêndices 181
APÊNDICE B
APÊNDICE B – Modelos das planilhas utilizadas na coleta dos dados do entulho.
Apêndices 182
Acompanhamento das etapas construtivas do Módulo II – Residencial Campo Alegre
Lote: Quadra:
Quantidade do entulho Qualificação do entulho
Etapa
Data de
início
Data de
término
Duração
(
entende-se como entulho o material descartado / recolhido no lote durante a
etapa)
Escavação de brocas e valas
Colocação de canaletas e
ferragens
Fundações
Concretagem de brocas e
canaletas
Embasamento dos baldrames
Paredes
Chapisco
Respaldo
Empenas
Alvenarias
Chapisco das empenas
Contrapiso (exceto banheiro)
Esquadrias
Tubulação Elétrica
Engradamento do telhado
Cob
ertur
a
Telhamento
Reboco (exceto paredes
hidráulicas)
Esgoto
Instalações Hidráulicas
Contrapiso do banheiro
Reboco paredes hidráulicas
Fiação Elétrica
Assentamento de louças
Calçada de proteção
Esquadrias
Selador interno
Selador externo
Pintura
Tinta látex externo
Apêndices 183
Nº Data
Qua
dra
Lote
Volume
do
entulho
Caracterização
visual
Peso 1ª
amostra
Peso 2ª
amostra
Peso 3ª
amostra
Peso 4ª
amostra
Total
das 4
amostra
s
Média
das 4
amostra
s
Peso do
material
que
passou
na
4,8mm
% do
fino em
relação
ao total
peneirad
o
Peso do
material
que
ficou na
4,8mm
% do
grosso
em
relação
ao total
peneirad
o
total
peneirado
(100%)
Obser
vações
Apêndices 184
APÊNDICE C
APÊNDICE C – Exemplo da cálculo do consumo de materiais no concreto.
Apêndices 185
Para o concreto utilizado no contrapiso, com traço 1:4:3 (cimento:areia:pedra) dado
para utilização no canteiro de obras conforme memorial descritivo, ou seja, em
volume úmido.
Transforma-se o traço para volume seco: considerando o coeficiente de inchamento igual a
1,25, tem-se o traço em volume seco igual a 1:3,2:3 (c:a:p)
Com as massas unitárias (δ) do cimento (1.100kg/m³), da areia (1.450kg/m³) e da brita
(1.460kg/m³), transforma-se o traço em volume seco para traço em massa, que fica igual a
1:4,22:3,98 (c:a:p).
Com a relação água/cimento adotada (0,60) e com as massas específicas (δ) do cimento
(2.960kg/m³), areia (2.620kg/m³) e pedra (2.820kg/m³), obtem-se o consumo de cimento
por meio de:
()
+++
=
CA
p
p
a
a
c
C
/
1
1000
γγγ
, que é igual a 252,54 kg/m³.
Voltando no traço em massa (1:4,22:3,98) tem-se o consumo de areia e pedra que são,
respectivamente, 1.065,25kg/m³ e 1.005,56kg/m³.
Como o volume total necessário a cada residência é 2,95m³, multiplicam-se os valores
encontrados acima por 2,95m³ e obtém-se a quantidade de material necessária por cada
casa para concreto neste traço (contrapiso). Os valores são: 744,98kg de cimento,
3.142,47kg de areia e 2.966,39kg para brita.
Dividindo-se os valores totais necessários, para areia e brita, por suas massas unitárias,
obtém-se os valores totais necessários em volume seco, que são 2,17m³ e 2,04m³
respectivamente.
Transforma-se o valor do volume seco da areia para volume úmido multiplicando-se pelo
coeficiente de inchamento adotado. O volume necessário de areia passa a ser 2,71m³.
Assim, para 2,95m³ de concreto no traço 1:4:3, em volume úmido, serão consumidos
744,98kg de cimento, 2,71m³ de areia úmida e 2,04m3 de brita.
Apêndices 186
APÊNDICE D
APÊNDICE D – Exemplo da cálculo do consumo de materiais na argamassa.
Apêndices 187
Para argamassa de assentamento, com traço 1:1:9 (cimento:cal:areia) dado para
utilização no canteiro de obras conforme memorial descritivo, ou seja, em volume
úmido.
Considerando que o traço utilizado representa traço pobre, no qual o volume de pasta é
menor ou igual ao volume de vazios da areia, considera-se, por aproximação, que 1m³ de
argamassa consumirá 1m³ de areia
Transforma-se o traço dado em volume úmido para volume seco: considerando o
coeficiente de inchamento igual a 1,25, tem-se o traço em volume seco igual a 1:1:7,2
(cimento:cal:areia).
Com as massas unitárias (δ) do cimento (1.100kg/m³), da cal (1.100kg/m³) e da areia
(1.450kg/m³), transforma-se o traço em volume seco para traço em massa, que fica igual a
0,153:0,153:1,45 (cimento:cal:areia), ou seja, 1:1:9,49 (1kg de cimento:1 kg de cal: 9,49kg
de areia).
Como o volume total necessário a cada residência é, coincidentemente, 1m³, os valores
acima são as quantidades de materiais necessárias por cada casa para argamassa de
assentamento.
Desta forma, considerando o volume úmido da areia, são necessários 1,25m³ de areia, por
residência, 152,77kg de cimento e 152,77kg de cal.
Anexos 188
ANEXOS
ANEXO A – Quadro resumo dos programas habitacionais desenvolvidos no período
de 2001 a 2004...........................................................................................................189
ANEXO B – Valores subsidiados pela CEF para cada uma das famílias das 50
unidades habitacionais analisadas neste estudo.........................................................193
ANEXO C – Planta Baixa do imóvel................................................................................195
ANEXO D – Perfil social das famílias selecionadas para o Residencial Campo
Alegre – Módulo II....................................................................................................197
ANEXO E– Croqui da área do Residencial Campo Alegre e entorno..............................212
ANEXO F – Memorial descritivo. ....................................................................................214
ANEXO G – Regimento interno do canteiro de obras......................................................226
ANEXO H – Exemplo de especificação dos materiais quando da requisição para a
compra destes. ...........................................................................................................229
ANEXO I – Pastas de controle..........................................................................................231
ANEXO J – Medições oficiais realizadas para conferência da CEF e liberação das
parcelas do subsídio...................................................................................................238
ANEXO K – Quantidades consideradas para a compra de materiais para a execução
dos serviços. ..............................................................................................................246
Anexos 189
ANEXO A
ANEXO A – Quadro resumo dos programas habitacionais desenvolvidos no período de
2001 a 2004.
Anexos 190
ANEXO A:
Programa
Faixa
Salarial
(renda
familiar
)
Parceria Prestação
Tempo de
Pagamento
Tipo de
Empreendimento
Local do
Empreendimento
Número de
Famílias
Beneficiadas
Bairro Morumbi 182
Distrito de Tapuirama 26
Casa Fácil
1 a 3
salários
mínimos
Secretarias Municipais
de: Desenvolvimento
Social, Habitação,
Serviços Urbanos,
Obras DICOP e DMAE
10% da renda
familiar
5 anos
Lotes de 250,00m² com
casas de 44,52m² ou
33,46m² construídas em
auto-construção com a
supervisão da PMU
Bairro São Jorge
158
PSH – Programa
de Subsídio
Habitacional de
Interesse Social
1 a 3
salários
mínimos
Caixa Econômica
Federal e Secretarias
Municipais de: Obras,
Habitação, Serviços
Urbanos,
Desenvolvimento
Social, DICOP e
DMAE
20% da renda
familiar
6 anos
Lotes de 250,00m² com
casas de 44,52m²
construídas em auto-
construção com a
supervisão da PMU
Loteamento Residencial
Campo AlegreBairro
São Jorge
278
Conforme
Material
Até 10 anos
Kit para casas de até
47,60m²
Locais diversos 179
Pró-Lar
3,5 a 5
salários
mínimos
Caixa Econômica
Federal e Secretarias
Municipais de:
Habitação e
Desenvolvimento
Social
Conforme
financiam.
(valor total
máx. de R$
20.000,00)
20 anos
Lote urbanizado e kit para
casas de até 47,60m²
Locais diversos 490
Lote urbanizado e casa Bairro Luizote 160
Lote urbanizado e casa Bairro Jardim Botânico 160
Apartamento Bairro Jardim Botânico 160
Casa em condomínio
horizontal
Bairro Jardim América 160
Apartamento Bairro Planalto 160
PAR – Programa
de
Arrendamento
Residencial
3 a 6
salários
mínimos
Caixa Econômica
Federal e Secretaria
Municipal de:
Desenvolvimento
Social
Aprox.
R$160,00 +
condomínio
(aprox.
R$40,00)
15 anos
Apartamento
Bairro Tibery 208
Anexos 191
Continuação ANEXO A:
Programa
Faixa
Salarial
(renda
familiar)
Parceria Prestação
Tempo de
Pagamento
Tipo de
Empreendimento
Local do
Empreendimento
Número de
Famílias
Beneficiadas
Lote a urbanizar
Bairro Morumbi
(invasão Casa Fácil)
137
10% da renda
familiar
5 anos
Lote urbanizado
Bairro São
Francisco/ Joana
D’arc
1385
Lotes
Urbanizados
1 a 3
salários
mínimos
Secretarias Municipais de:
Habitação, Desenvolvimento
Social, Obras, Serviços
Urbanos, DICOP e DMAE
Pelo valor de
avaliação
10 anos Lote urbanizado Locais diversos 43
Lotes
Urbanizados e
Kits Básicos
1 a 3
salários
mínimos
Secretarias Municipais de:
Habitação, Desenvolvimento
Social, Obras, Serviços
Urbanos, DICOP e DMAE
10% da renda
familiar
5 anos
Lote urbanizado e kit
básico de instalações
hidráulica e elétrica
Locais diversos 10
Fundo Caixa
do Trabalhador
3,5 a 5
salários
mínimos
Caixa Econômica Federal e
Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Social
Conforme
financiamento
Até 10 anos
Lote urbanizado e kit
para casa de até 47,60m²
Locais Diversos 7
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria Municipal de Habitação. Dezembro de 2004.
Anexos 192
Continuação ANEXO A
Programas em execução no final de 2004 / início de 2005
Programa
Faixa
Salarial
(renda
familiar)
Parceria Prestação
Tempo de
Pagamento
Tipo de Empreendimento
Local do
Empreendimento
Número de
Famílias
Beneficiadas
10% da
renda
familiar
5 anos Lote urbanizado
Distrito de
Tapuirama
60
Lotes
urbanizados
1 a 3
salários
mínimos
Secretarias Municipais de:
Habitação, Desenvolvimento
Social, Obras, Serviços
Urbanos, DICOP e DMAE
10% da
renda
familiar
5 anos Lote urbanizado Locais diversos 45
Casa Fácil
1 a 3
salários
mínimos
Secretarias Municipais de:
Habitação, Desenvolvimento
Social, Obras, Serviços
Urbanos, DICOP e DMAE
10% da
renda
familiar
5 anos
Lotes de 250,00m² com casas
de 44,52m² construídas em
auto-construção com a
supervisão da PMU
Residencial Campo
Alegre
56
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria Municipal de Habitação. Dezembro de 2004.
Anexos 193
ANEXO B
ANEXO B – Valores subsidiados pela CEF para cada uma das famílias das 50 unidades
habitacionais analisadas neste estudo.
Anexos 194
Conjunto Hab. Campo Alegre 2ª Etapa PSH/PTS
Renda
Comprovada
Renda Não
Comprovada
Valor do
Subsídio
Adélia Adriana Miranda Barbosa 0,00 230,00 4500,00
Aldilene Miranda Matos 0,00 320,00 3779,99
Andréa de Fátima F. Rodrigues 0,00 350,00 3509,99
André Luiz Geraldo / Eliana Martins Parreira 0,00 270,00 4229,99
Ângela Lima Costa 240,00 0,00 4499,99
Antônio Carlos Moreira / Elenir Marques Moreira 0,00 240,00 4499,99
Antônio Silva dos Santos / Estelina Alves dos Santos 200,00 0,00 4500,00
Claudimeire da Silva 0,00 300,00 3959,99
Cristina Rosa Basílio 0,00 240,00 4499,99
Deusdério Soares / Paula Geovana d aSilva 0,00 195,00 4500,00
Dezidério Lopes / Noemi Francisco Pereira 0,00 327,00 3716,99
Éderson da Silva CArlos 202,00 0,00 4500,00
Esmânia Shirley da Silva 0,00 240,00 4499,99
Fábio Nicodemos Santos / Kênia Amaral Lopes 444,00 0,00 2663,99
Francineide Delfino Martins / Rogério Martins dos Santos 450,00 0,00 2609,99
Íris Fernanda S. Silva 0,00 240,00 4499,99
Ivone de Oliveira Francisco 345,00 0,00 3554,99
Jane Maria Silva Duarte 0,00 240,00 4499,99
Jane Pereira Costa 0,00 220,00 4500,00
João Batista Pereira / Magda Aparecida Fernandes 0,00 240,00 4499,99
José Henrique de Oliveira / Berenice Pereira Gomes 0,00 350,00 3509,99
Josélia Ribeiro Nascimento 240,00 0,00 4499,99
José Sanderlei de Lima / Sunamita Pereira de Souza Lima 0,00 240,00 4499,99
Júlia Aparecida de Sousa Lima 0,00 240,00 4499,99
Jusselino Alves Oliveira / Maria Francisca Ferreira Lima 0,00 400,00 3059,99
Laura Flávia Ribeiro 0,00 300,00 3959,99
Liliane Pereira Prainha / Eurípedes Franco Gouveia Júnior 0,00 240,00 4499,99
Luciano Pereira da Silva / Ana Paula Souza Ribeiro 0,00 240,00 4499,99
Maria Barbosa Pereira dos Santos 240,00 0,00 4499,99
Maria de Lurdes Silva 0,00 240,00 4499,99
Maria do Carmo Ludovino Santana 0,00 240,00 4499,99
Marieta Guedes P. Rio Branco 0,00 200,00 4500,00
Marly Ângela de Jesus 371,00 0,00 3320,99
Marta Maria de Oliveira / Luismar Gomes de Oliveira 240,00 240,00 2339,99
Mirian Silva Braga 0,00 240,00 4499,99
Raquel Rosa 321,00 100,00 2870,99
Rosângela Nascimento Ramos 0,00 240,00 4499,99
Rosângela Silva de Sousa 0,00 260,00 4319,99
Sandra Pacheco da Silva Cândido 240,00 240,00 2339,99
Sandra Rufina Gomes 300,00 0,00 3959,99
Selma Maria Silva 240,00 0,00 4499,99
Sirley Linhares de Sousa 331,00 0,00 3680,99
Soledi Backes 240,00 0,00 4499,99
Soraia Kênia da Silva 0,00 240,00 4499,99
Valdéia Ferreira Lopes 0,00 350,00 3509,99
Valdineci Rosa da Silva 0,00 330,00 3689,99
Valdirene Luzia Marciano 341,00 0,00 3509,99
Valdisson Santiago / Silvana Rodrigues 339,00 0,00 3608,99
Yara de Cássia Santos 0,00 300,00 3959,99
Valdetino José da Silva 0,00 400,00 3059,99
Total 199.808,56
1ª medição 11.189,31
2ª medição 24.556,47
3ª medição 42.679,12
4ª medição 85.677,97
Repasse dos Subsídios
5ª medição 35.705,699
Total 199.808,56
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria Municipal de Habitação. Dezembro de 2004.
Anexos 195
ANEXO C
ANEXO C – Planta Baixa do imóvel.
Anexos 196
ANEXO C:
Administração ZAIRE REZENDE / 2001-2004
001/2004
PARA LOTES
PARA LOTES
80 x 210
80 x 210
B
DORMITÓRIO
COBERTURA
ESCALA 1 : 50
0.00 NR = CONTRAPISO
270
380
TELHAS DE BARRO
CORTE A. A.
ESCALA 1 : 50
CAIXA D´ÁGUA
engradamento metálico
0.00 NR = CONTRAPISO
270
380
ESCALA 1 : 50
CORTE B. B.
TELHAS DE BARRO
Secretário Municipal - João Eduardo Mascia
Secretaria de Habitação
PREFEITURA DE UBERLÂNDIA
PROJETO ARQUITETÔNICO - CASA FÁCIL
DATA: / /
ALVARA NUMERO :
LOTE: QUADRA:
BAIRRO:
LOCAL:
ÁREA A CONSTRUIR:
44,52 m2 x 201(casas) = 8.948,52 m2
ÚNICA
SÃO JORGE / AURORA
44,52 m2
FACHADA
ESCALA 1 : 50
80 x 210
150 x 100
BANHO
80 x 60
150 x 100
80 x 210
DORMITÓRIO
A
150 x 100
ESCALA 1 : 50
PLANTA
B
COZINHA
120 x 100
80 x 210
SALA
LOCAÇÃO
ESCALA 1 : 250
DE MEIO DE QUADRA.
LOCAÇÃO
ESCALA 1 : 250
DE ESQUINA
PLANTA / - CORTE AA / - CORTE BB / - FACHADA / - COBERTURA /- LOCAÇÃO
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano.
Anexos 197
ANEXO D
ANEXO D – Perfil social das famílias selecionadas para o Residencial Campo Alegre –
Módulo II.
Anexos 198
ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contempla
dos
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de
Origem
Características
da Habitação
de Origem
Observações Fone
João Paulo
Geraldo
4 Filho 0
André Luiz
Geraldo
42
Ensino
médio
incompleto
Construtor
R$
280,00
Túlio César F.
Geraldo
16 Filho colegial
Michael Douglas
Geraldo
13 Filho série
36 7
Eliana
Martins
Parreira
32
Ensino
fundament
al
incompleto
Do Lar R$ 0,00
Bruno Hanrique
Geraldo
10 Filho série
Rua Irene
Rosa nº
43 Bairro
Martins
Sobrado de 3
quartos, sala,
cozinha e
banheiro, em
construção
inacabada,
cedido pelo pai
do André
3231 7847 (recado tia
Luzia)
Jhames Brandon
de Oliveira
13 Filho 6ª série
Marta Maria
de Oliveira
31 2ª série Doméstica
R$
260,00
Axel Lucas de
Oliveira
11 Filho série
Jonnhy River de
Oliveira
10 Filho série
3 7
Luismar
Gomes de
Oliveira
34 4ª série
Serviços
Gerais
(desempre
gado)
R$ 0,00
Dhenzel
Washington
Gomes de
Oliveira
8 Filho série
Rua
Aeronauta
- Bairro
Ipanema
2 quartos, sala,
banheiro e
cozinha.
Construção
simple e antiga,
com paredes
rachadas. Paga
R$100,00 de
aluguel
3211 7092
Maria Aparecida
Diniz
5 Filha 0
Eduarda Diniz 3 Filha 0
7 7
Soraia Kênia
da Silva
29
Ensino
médio
incompleto
Diarista
R$
300,00
Fernando Diniz 1 Filho 0
Av.
Araguari
n.º 2240 –
Bairro
Daniel
Fonseca
1 quarto, sala,
cozinha,
banheiro, área
de serviço
coberta. Aluguel
R$ 120,00
3223 0037 /
3210 7309 /
9114 6234
Artur Gulilherme
Lopes Fonseca
Dias
3 Filho 0
Eduardo Ferreira
Bernardes
12 Filho série
Leonardo
Ferreira
Bernardes
18 Filho
2º grau
incompleto
30 7
Valdéia
Ferreira
Lopes
41 8ª série
Cabeleireir
a
R$
350,00
Amanda Ferreira
Bernardes
21 Filha
2º grau
incompleto
Rua
Ernesto
vicentini
n.º 593 –
Bairro
Roosevelt
2 quartos, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel de R$
170,00
Leonardo
está
procurando
emprego de
desentupidor.
Amanda não
vai morar
com a mãe.
9126 8466
Anexos 199
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de Origem
Características
da Habitação
de Origem
Observa
ções
Fone
Allef Rodrigues
Rezende
10 Filho série
Alessandra
Rodrigues
8 Filha série
Laysla Freitas
Rodrigues
3 Filha 0
35 6
Andréa de
Fátima Floro
Rodrigues
28 5ª série Costureira
R$
384,14
Lucas
Rodrigues
Araújo
4 Filho 0
Rua José
Eurípedes
Duarte n.º
415 – Bairro
Segismundo
Pereira
1 quarto, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
130,00
3217 1685 (recado
Adriana) / 3216 6489
Antônio Carlos
Moreira
42
Ensino
médio
incompleto
Vidraceiro
R$
300,00
Ludmila
Marques
Moreira
17 Filha colegial
Antônio Carlos
Moreira Júnior
15 Filho colegial
38 6
Helenir
Marques
Moreira
36
Ensino
médio
completo
Do Lar R$ 0,00
Pablo Marques
Moreira
13 Filho série
Rua
Maximiliano
Carneiro n.º
510 – Bairro
Luizote de
Freitas
1 quarto, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
150,00
9126 3018/ 3223
8113 (recado)
Ederson da
Silva Carlos
29 8ª série
Operador
de
Máquinas
R$
340,00
Sarah Cristina
Faria Silva
Carlos
4 Filha 0
22 6
Selma Maria
Silva
29
2º grau
completo
Do Lar R$ 0,00
Samira Faria
silva Carlos
1 Filha 0
Rua Bárbara
Heliodora
n.7 965 –
Bairro Nossa
Senhora das
Graças
1 quarto, sala,
cozinha,
banheiro e área
de serviço.
Aluguel R$
120,00
3211 1506/
3227 3249/
3211 0471/
3213 3500
Wechiley
Pereira Costa
Dias
15 Filho série
Gilvane Pereira
Borba
14 Filho 6ª série
Suzany
Tamires
Pereira de
Castro
6 Neta 0
24 6
Jane Pereira
Costa
37
Cursando
supletivo
de 2º grau
Diarista
R$
260,00
Jéssica
Cristina Pereira
e Silva
21 Filha 6ª série
Rua Jamil
Abrão n.º
114 – Bairro
Segismundo
Pereira
1 cômodo (
quarto /
cozinha) e
banheiro. Paga
aluguel de R$
50,00
3216 3912 (recado)
Anexos 200
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereç
o de
Origem
Características
da Habitação
de Origem
Observ. Fone
Daniel Júnio
Basílio Ferreira
3 Filho 0
Alexandre Rosa
Basílio
5 Filho 0
38 7
Cristina Rosa
Basílio
25
Ensino
médio
incomplet
o
Diarista
R$
260,00
Jéssica Cristina
Rosa Basílio
7 Filha série
Rua
Aparecid
a de
Faria
n.º102 –
Bairro
Shopping
Park
1quarto, sala,
cozinha,
banheiro. Casa
cedida.
Cristina
gestando o
4º filho
32532771/
32532738 (Enilson
ou Carla)
Deusdério
Soares
46 1ª série Pedreiro
R$
260,00
Paulo Eduardo
Gutemberg da
Silva
5 Filho 0
Raquel dos
Santos Bispo
7 Filha série
4 7
Paula Geovana
da Silva
24 5ª série
Doméstica
(Desempr
egada)
R$ 0,00
Athala Soares
Silva
3 Filha 0
Rua João
Oliveira
Andrade
n.º 240 –
Bairro
Talismã
2 quartos, sala,
cozinha e
banheiro. Casa
cedida.
O Paulo e a
Raquel são
filhos da
Paula e
enteado do
Deusidério.
Paulo sofre
problemas
cardíacos.
3217 3907
Hélida Joyce da
Costa M. Alves
15 Filha série
Rogério
D'ângelis da
Costa M. Alves
16 Filho 6ª série
Rodrigo da
Costa M. Alves
19 Filho 6ª série
12 7
Ângela Lima
Costa
40 5ª série
Aposenta
da pelo
INSS
R$
260,00
Leandro da
Costa M. Alves
22 Filho série
Rua
Timbiras
n.º 801 -
Bairro
Saraiva
Embrião com
paredes em
tijolo aparente
telha plã e piso
grosso. Paga
aluguel R$
50,00.
3236 2816/ 3237 9358 (recado)
Valdisson
Santiago
35
1º grau
incomplet
o
Lavador
de ônibus
R$
350,00
Cleiton
Rodrigues
Rocha
17 Filho série
Washington
Rodrigues
Rocha
15 Filho série
37 6
Silvânia
Rodrigues
32
1º grau
incomplet
o
Doméstica
R$
260,00
Laís Rodrigues
Rocha
11 Filha série
Rua
Jorge
Martins
Pinto n.º
1106 –
Bairro
Santa
Mônica
1 quarto sala,
cozinha,
banheiro.
Aluguel R$
150,00
Enteados do
Valdisson e
filhos da
Silvânia
3236 4645 / 3227 0035
Anexos 201
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentes co Escolaridade
Endereço
de Origem
Carac. da
Habitação de
Origem
Observ. Fone
Claudimeire da
Silva
26 7ª série Diarista
R$
300,00
Paulo Ricardo
da Silva
9 Filho série
Wellington
Luiz da Silva
7 Filho série
1 7
Cleusmar José
Silva
25 7ª série
Pedreiro
(desempre
gado)
R$ 0,00
Gustavo
Henrique da
Silva
3 Filho 0
Rua Pedro
Ivo n.º 310
fundos –
Bairro
Lagoinha
1 quarto,
cozinha e sala
conjugadas e
banheiro.
Aluguel R$
100,00
Paulo e
Wellington são
filhos Claudimeire,
enteados
Cleusmar.
Gustavo é filho do
Cleusmar e
enteada
Claudimeire.
3226 7629 / 3212 7403 (trab.)
/ 3226 7329 (mãe)
Sara Ângela
Nicolau
8 Filha série
Jéssica H. do
Prado
12 Filha 6ª série
Lorraine de
Paula Ângela
13 Filha série
37 7
Marly Ângela
de Jesus
38
1º grau
completo
Doméstica
R$
371,00
Mateus Felipe
Inácio
6 Filho série
Rua
Professora
Maria de
Lourdes
cunha
n.7226 –
Bairro
Tocantins
1 quarto, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
70,00
3217 2373
Amilton Silva
dos Santos
21 Filho
1º grau
incompleto
Aelson Silva
dos Santos
20 Filho
1º grau
incompleto
Antônio Silva
dos Santos
45
1º grau
completo
Vigia
R$
341,96
Agnaldo Silva
dos Santos
18 Filho
1º grau
incompleto
Adilson Silva
dos Santos
15 Filho série
Marco Antônio
S. dos Santos
9 Filho série
30 6
Estelina Alves
dos Santos
40
1º grau
completo
Do Lar R$ 0,00
Simone S. dos
Santos
10 Filha série
Rua
Chapada do
Araripe n.º
542 – Bairro
Seringueira
s
2 quartos, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel de R$
80,00
3236 9100 (serviço)
Anexos 202
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de Origem
Características
da Habitação
de Origem
Observações Fone
João Batista
Pereira
46
Ensino
médio
incompleto
Serviços
gerais
(desempre
gado)
R$
0,00
Wellington
Fernandes
Pereira
15 Filho 0
Jéssica
Aparecida
Fernandes
Pereira
10 Filha série
6 7
Magda
Aparecida
Fernandes
41
Ensino
médio
completo
Do Lar
R$
0,00
Eweverton
Fernandes
Pereira
13 Filho série
Rua Natal
Oliveira
Marques nº
323 casa 2.
Bairro Marta
Helena
2 quartos, sala,
cozinha, baneiro
área coberta.
Aluguel de R$
170,00
Wellington é
aposentado
por deficiência
física e
mental.
Recebe 1
salário de
aposentadoria.
3232 4973 / 3234 7141 (recado
com o Sebastião)
Gustavo
Henrique
Duarte
10 Filho série
Guilherme
Duarte Cunha
8 Filho série
Pedro Moura
da Cunha
Neto
1 Filho 0
31 7
Jane Maria
Silva Duarte
25 4ª série
Faz
panfletage
m para
empresas
R$
260,00
Gabriel
Duarte Cunha
1 Filho 0
Rua Anísio
Ferreira n.º
443 – Bairro
São Jorge II
3 quartos, sala,
cozinha e
banheiro. Casa
cedida
temporariament
e
Pedro e
Gabriel são
irmãos
gêmeos
3254 5592 (recado com a
Maria)
Ivone de
Oliveira
Francisco
57 8ª série
Serviços
gerais
aposent.
R$
340,00
Alessandra
de Oliveira
dos Reis
17 Filha 1º colegial
John Willian
Oliveira dos
Reis
5 Neto 0
35 7
José dos Reis 58 Analfabeto
Serviços
gerais
(desempre
gado)
R$
0,00
Paulo Sérgio
de Oliveira
Francisco
34 Filho série
Rua Stefânio
Bernardes
n.º 64 –
Bairro
Luizote
2 quartos, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel de R$
160,00
John é filho da
Alessandra.
Paulo é filho
da Ivone e
enteado do
José
3237 1224
29 7
Maria Barbosa
Pereira dos
Santos
74 Analfabeta
Doméstica
aposent.
R$
260,00
Edvardo
Pereira
Souza
44 Filho série
Av. Holanda
n.º 1475
casa 2 –
Bairro Tibery
2 quartos, copa,
sala, cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
160,00
3222 6742
Anexos 203
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de
Origem
Características
da Habitação de
Origem
Observ. Fone
Paulo Kenedy
Soares
8 Filho série
Íris Fernanda
Soares da
Silva
23 5ª série Diarista
R$
260,00
Breno Soares
Silva
7 Filho série
Igor Soares
Silva
4 Filho 0
28 7
Marcos Buenos
Aires
33 5ª série
Pedreiro
(desempre
gado)
R$ 0,00
Ryan Bueno
Soares
2 Filho 0
Rua
Arábia n.º
509 –
Bairro
Laranjeira
s
1 quarto, sala,
cozinha e
banheiro.Invadira
m a casa faz1
ano e o
proprietário ainda
não tomou
conhecimento.
Paulo,
Breno e Igor
são filhos da
Iris e
enteados do
Marcos.
Ryan tem
estrabismo.
Anderson
Marcos Silva
Serafim
4 Filho 0
Heslânia
Carolina da
Silva Serafim
2 Filha 0
39 7
Esmânia
Shirley da Silva
25
Ensino
médio
incomplet
o
Diarista
R$
100,00
Kamila
Katiúscia da
Silva Serafim
7 Filha série
Rua
Albacis
Cavalcant
e n.º 903
– Bairro
Luizote
3 quartos, sala,
cozinha, banheiro
e área de serviço
coberta. Aluguel
R$ 130,00
Deficiência
mental e
física.
Recebe
aposentador
ia de R$
260,00
3216 7877 (recado com
a mãe)
Mateus Davi
Martins
6 Filho série
Francineide
Delfino Martins
24
Analfabet
a
Do Lar R$ 0,00
Ester Priscila
Martins
5 Filha 0
Estefani Izabel
Martins
3 Filha 0
11 7
Rogério
Martins dos
Santos
25
1º grau
completo
Pedreiro
R$
418,00
Maicon Rogério
Martins
1 Filho 0
Rua das
Borboleta
s n.º 343
– Bairro
Morumbi
1 quarto e 1
cozinha. Usam
banheiro do
vizinho.
Invadiram a casa
faz 7 ano e o
proprietário ainda
não tomou
conhecimento.
9106 9282 (recado com o
José)
Bruna Letícia
Gomes
18 Filha colegial
Débora H.
Ribeiro Gomes
15 Filha colegial
29 6
Sandra Rufina
Gomes
37
1º grau
incomplet
o
Doméstica
R$
330,00
Mariana Gomes
Souza
1 Neta 0
Rua
Espigão
n.º 247
fundos –
Bairro
Morumbi
1 quarto, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
100,00
3226 3577
Anexos 204
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de
Origem
Carac. da
Habitação de
Origem
Observações Fone
Ludmila Cristina
Pacheco da Silva
19 Filha colegial
Adivaldo Carlos
da Solva júnior
17 Filho série
Tiago Carlos da
Silva
16 Filho série
Júlia Roberta S.
da Silva
9 Filha série
Ester Sousa Silva 7 Filha 1ª série
26 6
Sandra
Pacheco da
Silva Cândido
32
1º grau
completo
Recebe
pensão
(viúva)
R$
260,00
Gabriel Nobre
Silva
4 Filho 0
Rua
Gerson
Braga n.º
580 –
Bairro
Santa
Mônica
1 quarto,
cozinha e sala
conjugadas e
banheiro. Casa
da mão onde
residem 11
pessoas.
3216 5254
Jonas Maximiano
Filho
6 Filho série
Arthur Felippe
Maximiano
5 Filho 0
8 7 Soledy Backes 41
1º grau
completo
Auxiliar de
enfermage
m
(desempre
gada)
R$
0,00
Noemi Stefani
Maximiano
3 Filha 0
Rua do
Pintassilg
o n.º 02 –
Bairro
Morumbi
Embrião sem
laje e no
contrapiso.
Aluguel R$
70,00
Recebe
pensão do pai
das crianças
de R$ 260,00
3226 4683 (recado
com a irmã)
Elen Christina
Pereira
15 Filha colegial
Dezidério
Lopes
55 1ª série
Carpinteiro
(desempre
gado)
R$
0,00
Leandro Pereira
Mendonça
11 Filho série
Kelen Christina
Pereira
13 Filha série
Fernando Lopes
Pereira
10 Filho série
32 6
Noemi
Francisco
Pereira
32 5ª série Do Lar
R$
0,00
Vinícius Lopes
Pereira
9 Filho série
Av.
Salomão
Abrão n.º
858 –
Bairro
Santa
Mônica
2 quartos, sala,
copa, cozinha
e banheiro.
Aluguel R$
180,00
Elen, Kelen e
Leandro são
filhos Noemi,
enteados do
Dezidério.
Leandro e
Vinícius têm
câncer
tronco/cerebral
.
3223 1458
Anexos 205
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de Origem
Característica
s da Habitação
de Origem
Observ. Fone
Gislaine
Pereira da silva
16 Filha colegial
Weberson
Pereira da
Silva
13 Filho série
27 6
Selma Maria
Silva
36 8ª série
Auxiliar de
produção
(desempre
gada)
R$
260,00
Cleberson
Pereira da
Silva
12 Filho 6ª série
Rua Albacis
Cavalcante
n.7 316 –
Bairro
Luizote
2 quartos, sala,
cozinha e
banheiro. Um
amigo a ajuda
com o aluguel
de R$ 50,00
É viúva e
recebe
pensão
3255 8465
Fábio
Nicodemos dos
Santos
30
1º grau
completo
Cozinheiro
R$
370,00
Mayk Suel
Amaral dos
Santos
1 Filho 0
16 7
Kênia Amaral
Lopes
24 5ª série Do Lar R$ 0,00
Carlos Eduardo
Amaral Pinto
2 Filho 0
Rua Serra
Geral n.º
339 –
Bairro
Parque das
Seringueira
s
1 quarto, sala
cozinha,
banheiro e área
de serviço.
Cedida pelos
pais do Fábio.
O Carlos é
enteado do
Fábio e filho
da Kênia
3222 17 52 (recado
com a mãe do Fábio)
Jéssica Gomes
de Oliveira
12 Filha série
José Henrique
de Oliveira
33
1º grau
incomplet
o
Servente
de
pedreiro
R$
260,00
Jenifer Gomes
de Oliveira
10 Filha série
Jeferson
Gomes de
Oliveira
7 Filho série
José Henrique
de Oliveira
Júnior
5 Filho 0
2 7
Berenice
Ferreira Gomes
37 3ª série Do Lar R$ 0,00
João Vitor
Gomes de
Oliveira
3 Filho 0
Rua
Thomazinho
Rezende n.º
616 – Bairro
Daniel
Fonseca
1 quarto,
cozinha e
banheiro. Casa
cedida pelo
patrão do José
3234 3146 (recado)
Anexos 206
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de
Origem
Características
da Habitação
de Origem
Observ. Fone
Nêmora Lucas
Guilherme da
Silva
10 Filha série
Valdetino José
da Silva
44 3ª série Pintor
R$
420,00
Giane Lucas
Guilherme da
Silva
9 Filha série
Meryelle Lucas
Guilherme Vieira
6 Filha 0
Lidiane Lucas
Guilherme da
Silva
5 Filha 0
25 7
Viviane Lucas
Guilherme
29 3ª série Do Lar R$ 0,00
Leandro Lucas
Guilherme da
Silva
2 Filho 0
Rua Maria
Costa
Carvalho
n.º 362 –
Bairro Alto
Umuaram
a
2 quartos, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
100,00
3211 1729 / 3219 6498
Elivan Júnior
Linhares Silva
14 Filho 6ª série
Brena Linhares
de Souto
7 Filha série
36 6
Sirlei Linhares
de Sousa
32
2º grau
completo
Instrutora
do Lar de
Amparo e
Promoção
Humana
R$
337,00
Bruna Linhares
de Souto
11 Filha série
Rua
Sanhaço
n.º 43
frente –
Bairro
Morumbi
1 quarto,
sala,cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
100,00
3226 9932 / 3210
1520 (recado com a
mãe)
Jheniffer Adriane
Barbosa
10 Filha série
Junio Alves
Miranda
5 Filho 0
10 7
Adélia Adriana
de Souza
Barbosa
33
1º grau
incomplet
o
Doméstica
R$
260,00
Jonatan Antônio
Barbosa
17 Filho série
Rua
Felisberto
Carrejo n.º
1820 casa
01 –
Bairro
Fundinho
Colônia de 6
casas. 2
quartos, sala,
cozinha e
banheiro
externo.
Aluguel R$
80,00
3223 5380
Jonatta
Marciano
Rodrigues
13 Filho 6ª série
Jefferson Hiago
Rodrigues
9 Filho série
9 7
Valdirene Luzia
Marciano
29
1º grau
completo
Serviços
gerais
R$
321,00
Jennifer Camila
Rodrigues
8 Filha série
Av.
Salomão
Abrão
n.º10 –
Bairro
Santa
Mônica.
1 quarto, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
120,00
3231 5563/
Anexos 207
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de
Origem
Características
da Habitação
de Origem
Observ. Fone
André Luiz
Santana
7 Filho 1ª série
Thaís Santana
Lima
16 Filha 6ª série
Suélen
Santana
Farias
10 Filha série
Caique
Santana
Farias
12 Filho série
Lívia Santana
Alves
3 Filha 0
21 6
Maria do Carmo
Ludovino
Santana
38
1º grau
incompleto
Serviços
Gerais
R$
260,00
Breatriz
Santana Alves
1 Filha 0
Rua
Pequis n.º
358 –
Bairro
Morumbi
2 quartos, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
80,00
3255 5383 (recado com a irmã)
Maria Souza
Santos
68 Avó Analfabeta
Jean Souza
Almeida
9 Filho 3ª série
15 7
Rosângela Silva
de Souza
29 4ª série Doméstica
R$
260,00
Maclayton
Souza
Almeida
11 Filho série
Rua D n.º
21 –
Bairro
Parque
São Jorge
V
1 quarto,
cozinha e
banheiro. Casa
cedida pela
família da avó
A avó recebe
pensão de R$
260,00. Os
filho não
moram com
ela hoje por
falta de
espaço na
casa.
3211 9834 (trabalho)
Elisângela
Santos
Ribeiro
18 Filha colegial
Gercy Júnior
Santos
12 Filho 6ª série
Sara Santos
ribeiro
13 Filha série
Jóice Santos
Ribeiro
16 Filha série
33 6
Yara da Cássia
Santos
32 5ª série
Serviços
Gerais
R$
260,00
Jéssica
Santos
Ribeiro
11 Filha série
Rua
Wespaldo
Alves
Ferreira
n.º 142 –
Bairro
Santa
Luzia
2 quartos, sala,
cozinha e
banheiro.
Cedida por
amigo que
pretende
vender o
imóvel.
Elisângela
recebe R$
120,00 como
babá
3225 0290 (recado com Raquel)
Anexos 208
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de
Origem
Características
da Habitação
de Origem
Observ. Fone
Lara Silva 7 Filha 1ª série
Larissa Silva 7 Filha 1ª série
23 6
Valdineci Rosa
da Silva
39 8ª série
Catadora
de garrafa
e papelão
R$
260,00
Douglas Silva 8 Filho 8ª série
Rua
Estados
Unidos n.º
189
fundos –
Bairro
Tibery
1 quarto e
banheiro.
Aluguel R$
100,00
Lara e
Larissa são
irmãs
gêmeas
3254 5439
(recado vizinha)
Karolaynne de
Paula Paranhos
Feres
8 Filha 2ª série
Ketthley
Stefanny
Paranhos Feres
5 Filha 1ª série
Kelvyn Brendo
Paranhos
3 Filho 0
34 6
Marieta Guedes
Paranhos Rio
Branco
24 5ª série Diarista
R$
260,00
Karen Kristina
Paranhos
2 Filha 0
Rua
Liopino L.
de Araújo
n.º 379 –
Bairro São
Jorge
1 quarto e
banheiro sem
reboco. Casa
cedida.
3210 1775 / 3237 4157
(vizinha)
Weverton Braga
de Oliveira
8 Filho 2ª série
Lays Amanda
Braga Santos
5 Filha 0
Ana Caroline
Silva
13 Filha série
Ariane Braga
Santos
4 Filha 0
25 6
Míriam Silva
Braga
29
1º grau
completo
Serviços
Gerais
R$
260,00
Carlos Eduardo
c. Braga
2 Filho 0
Rua
Arlindo
Ferreira
Santos n.º
153 –
Bairro São
Jorge I
1 quarto com
banheiro. Casa
cedida
3223 2611 (irmã)
Ana Carolina
Rosa dos Anjos
8 Filha 3ª série
Felipe Rosa dos
Anjos
6 Filho 1ª série
14 7 Raquel Rosa 25 3ª série
Varredora
de Ruas
R$
271,80
Luane Rosa dos
Anjos
4 Filha 0
Av.
Jerusalem
n.º 1703 –
Bairro
Jardim
Canaã
2 quartos, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
100,00
3227 5338/ 3223
4306
Anexos 209
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de Origem
Características
da Habitação de
Origem
Observ. Fone
Ana Beatriz da
Silva
5 Filha 0
Daniel da Silva 12 Filho 5ª série
13 7
Maria de
Lurdes da Silva
56
1º grau
completo
Doméstica
R$
260,00
Ana Carolina da
Silva
18 Filha 2º colegial
Rua São
Cristóvão
n.º 514 –
Bairro
Tubalina
2 quartos, sala,
cozinha e
banheiro. Aluguel
de R$ 130,00
3238 1391/ 3238
2337 (cida)
Luis Flávio
Ribeiro
6 Filho 0
Lauriane Ribeiro
Ramos
4 Filha 0
27 7
Laura Flávia
Ribeiro
25
2º grau
completo
Serviços
Gerais
R$
430,00
Luan Flávio
Ribeiro Ramos
3 Filho 0
Rua Fausto
Savastano
Domingos
n.º221 –
Bairro
Tocantins
2 quartos e
banheiro. Casa
cedida
3238 4111
(recado)
Marcos Jonathan
Lima Oliveira
7 Filho série
Jusselino Alves
de Oliveira
31 5ª série
Açougueir
o
R$
400,00
Pedro Henrique
Lima Oliveira
6 Filho série
Amanda Caroline
Lima Oliveira
4 Filha 0
33 7
Maria Francisca
Ferreira Lima
26 5ª série Diarista
R$
100,00
Gladsen Lima
Oliveira
2 Filho 0
Rua da
Constituiçã
o n.º 195 –
Bairro
Jardim
Aurora I
1quarto, cozinha
e banheiro.
Aluguel R$
100,00
3234 3091/ 3222 0377
(recado)
Wanderson
Marcelino Sousa
Lima
14 Filho série
Welbert de Sousa
Lima
11 Filho série
26 7
Júlia Aparecida
de Sousa Lima
33 3ª série
Vende
suspiros
R$
200,00
Wesliane de
Sousa Lima
10 Filha série
Rua 3 n.º
398 –
Bairro
Morada
Nova
Cômodo de
madeira sem
banheiro. Cedida
pela mãe
3225 3621 (mãe)
Anexos 210
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de
Origem
Características
da Habitação
de Origem
Observ. Fone
Lucas Sousa de
Lima
3 Filho 0
José Sanderleis
de Lima
45
1º grau
incomplet
o
Seviços
Gerais
R$
260,00
Érik Sousa de
Lima
8 Filho série
32 7
Sunamita
Pereira de
Sousa Lima
25
1º grau
incomplet
o
Do Lar
R$
0,00
Kamila Sousa de
Lima
10 Filha série
Rua José
Maria
Coutinho
n.º 260 –
Bairro
Granada
2 quartos, sala
cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
100,00
3231 6024 (irmão)
Igor Ribeiro
Nascimento
Melo
7 Filho 0
Jonatan Ribeiro
Nascimento
9 Filho série
Bruna Cristina
Ramos
Nascimento
11 Filha série
28 6
Josélia Ribeiro
do Nascimento
32 3ª série Do Lar
R$
0,00
Vanessa Cristina
Ribeiro do
Nascimento
15 Filha série
Rua José
Tomé
Rodrigues
n.º 179 –
Bairro
Maria
Rezende
1 quarto, sala
cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
70,00
Igor recebe
aposentadori
a de R$
260,00.
Criança com
Síndrome de
Dawn
3223 9124 / 3224 4526 (vizinhas)
Edson de Jesus
Nascimento
10 Filho série
Ederson de
Jesus
Nascimento
9 Filho série
Indianara
Nascimento
Felipe
8 Filha série
31 6
Rosângela
Nascimento
Ramos
28 5ª série Diarista
R$
260,00
Maria Eduarda
Nascimento
Felipe
4 Filha 0
Rua Dr.
Sérgio de
Oliveira
Marques
n.º 560 –
Bairro
Tocantins
1 quarto com
cozinha, sem
banheiro, sem
energia elétrica.
Cedida por
amigos
3216 2855 / 9128 3309
(recado)
Aymara Joan
Mattos
15 Filha série
Amanda Everlyn
Mattos
8 Filha série
5 7
Aldilene
Miranda de
Mattos
34 3ª série Diarista
R$
320,00
Alysson
Henrique Mattos
17 Filho série
Rua Melo
Viana n.º
963 –
Bairro
Martins
1 quarto, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel R$
100,00
3219 1285
Anexos 211
Continuação ANEXO D:
Composição Familiar
Lote
Qua
dra
Contemplados
Idade
(anos)
Grau de
Instrução
Profissão Renda
Nome Idade Parentesco Escolaridade
Endereço
de
Origem
Carac. da
Habitação de
Origem
Observ. Fone
Karina Cristina de
Gouveia Pereira
4 Filha 0
Liliane Pereira
Prainha
22
1º grau
incomplet
o
Do lar 0
Karolayne Cristina
de Gouveia
Pereira
4 Filha 0
Douglas Pereira
Prainha de
Oliveira
7 Filho série
Felipe Pereira
Prainha de
Oliveira
6 Filho série
39 6
Eurípedes
Franco
Gouveias
Júnior
21
1º grau
incomplet
o
Cortador
de
Árvores
260
Eurípedes Franco
Gouveia Neto
3 Filho 0
Rua
Aristineto
Rosa
Medeiros
n.º 31 –
Bairro
Jardim
Ipanema
1 quarto, sala,
cozinha e
banheiro.
Cedida por um
amigo.
Karina e
Karolayne
são irmãs
gêmeas
3227 3245 (sogra da Liliane)
Camila da Silva
Cardoso
17 Filha colegial
Joana D'arc de
Jesus Cardoso
44
1º grau
completo
Doméstic
a
R$
220,00
Neivaldo Luiz
Cardoso Júnior
13 Filho série
34 7
Neivaldo Luiz
CArdoso
44
1º grau
completo
Ajudante
de
fazenda
R$
260,00
Luciana Silva
Cardoso
10 Filha série
Av.
Maranhão
n.º 642
casa 2 –
Bairro
Brasil
Casa de
colônia muito
pequena. 2
quartos, sala,
cozinha e
banheiro.
Aluguel de R$
120,00
3211 2077 (trabalho)
3212 4853
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. Dezembro de 2004.
Anexos 212
ANEXO E
ANEXO E– Croqui da área do Residencial Campo Alegre e entorno.
Anexos 213
ANEXO E:
3
2
1
4
7
6
9
1
0
1
1
1
2
1
3
1
4
Á
R
E
A
V
E
R
D
E
2
5
Á
R
E
A
I
N
S
T
I
T
U
C
I
O
N
A
L
1
L
O
T
E
0
1
8
Á
R
E
A
I
N
S
T
I
T
U
C
I
O
N
A
L
2
Á
r
e
a
V
e
r
d
e
1
1
5
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria Municipal de Habitação (julho/1999).
Anexos 214
ANEXO F
ANEXO F – Memorial descritivo.
Anexos 215
Memorial Descritivo - PSH
Considerações gerais:
As obras serão executadas em regime de mutirão. Os mutuários deverão fornecer mão-de-
obra e providenciar ferramentas e equipamentos de uso específico para a execução das obras (tais
como: ferramentas de pedreiros, andaimes, masseiras, etc.).
A Secretaria Municipal de Habitação terá à disposição para uso dos mutuários algumas
ferramentas e equipamentos de uso geral (tais como: pás, enxadas, carrinhos, betoneiras, etc.).
O horário para retirada de materiais, ferramentas e equipamentos no Almoxarifado será de
07:30 às 16:00 horas.
Toda ferramenta e equipamento utilizado pelos mutuários deverão ser limpos e entregues
no final do dia até às 18 horas.
O controle de retirada de materiais, ferramentas e equipamentos, será realizado no
Almoxarifado por lote O mutuário deverá informar ao Almoxarifado as pessoas autorizadas às
retiradas.
Os materiais descritos em anexo serão entregues parcialmente, conforme o andamento das
obras. A seqüência dos trabalhos deve obedecer ao Cronograma em anexo e devem ser realizados
conforme especificações deste memorial.
As obras devem ser realizadas evitando-se ao máximo, o desperdício de materiais, sejam
nas obras e também em todo o canteiro.
As obras e também os lotes devem ser limpos pelos mutuários evitando o acúmulo de lixos
e entulhos.
Os projetos de Arquitetura, Fundações, Instalações Hidráulicas, Esgotos Sanitários e
Instalações Elétricas serão fornecidos para execução das obras.
A Secretaria Municipal de Habitação terá uma equipe técnica para assessoria,
acompanhamento e fiscalização das obras.
Serviços Preliminares:
Limpeza e nivelamento do terreno, se necessário.
Locação da Casa:
Será realizada pela Secretaria Municipal de Habitação, com gabaritos
metálicos, e fixação de estacas metálicas para marcação das valas de fundações e brocas.
Valas de Fundações/Brocas:
Serão cavadas manual ou mecanicamente. As valas terão largura
mínima = 20cm para colocação das canaletas de concreto e profundidade mínima = 10 cm.
A soleira de entrada deverá ficar no mínimo a 15 cm acima do meio fio. As brocas terão
diâmetro = 20cm e profundidade = 1,50m e serão preenchidas com concreto, com ferragem
de espera para amarração nas vigas baldrames.
Vigas baldrames:
Serão executadas com canaletas de concreto (14x19x39) colocadas nas
valas. Serão armadas com ferragem e preenchidas com concreto.
Embasamento dos Baldrames:
Deverá ser executada uma fiada e tijolos maciços de barro
5x10x20 em sobre as canaletas de concreto para nivelamento e altura de 15cm acima do
meio fio (conforme descrito no item 3).
Contrapiso:
Será executado em concreto sarrafeado com espessura máxima de 5cm. O
concreto deverá ser lançado após aterro interno perfeitamente apiloado e nivelado, e a
superfície dos baldrames limpas e niveladas. O piso do banheiro receberá acabamento
natado.
Anexos 216
Alvenarias Internas e Externas: As alvenarias só devem ser iniciadas no mínimo 1 (um) dia
após a execução do embasamento dos baldrames. Serão executados em tijolo cerâmico
furado 10x20x25 cm. Serão assentados de ½ vez com amarrações em todas as paredes e
todas as fiadas deverão ser niveladas e aprumadas. As alvenarias deverão ser erguidas no
máximo até a altura = 1,50m (07 (sete) fiadas) por dia.
Os vãos de portas e janelas deverão ser nivelados pelo topo na altura de 2,20m acima do
contrapiso. Observar folgas para assentamento das mesmas.
As alvenarias deverão ser respaldadas com altura total de 2,80m, com uma fiada de tijolo
maciço 5x10x20 cm assentados sobre 1 (uma) barra de ferro 1/4.
Deverão ser executadas vergas sobre os vãos de portas e janelas com 1 (uma) barra de ferro
1/4 ultrapassando 10cm no mínimo de cada lado do vão.
Supra estrutura:
será executada laje pré-moldada no banheiro e hall de acesso aos quartos.
Execução das Empenas (oitões):
Para execução das empenas, devem ser tirados níveis em
todos os cantos e centro das empenas. O respaldo das empenas devem estar perfeitamente
nivelados para assentamento do engradamento metálico da cobertura.
Revestimento:
A) Chapisco: Todas paredes internas e externas deverão receber chapisco logo após a
execução das alvenarias. O ideal é que o chapisco seja executado também por etapas,
conforme levantamento das paredes (conforme descrito no item 7), aumentando a
resistência e estabilidade das alvenarias executadas.
B) Reboco:
Para todas as paredes internas e externas. Deverá ser executado com taliscas e
desempenado com desempenadeira de madeira e espuma. No banheiro haverá barrado de
cimento natado.
Cobertura:
Engradamento em estrutura metálica e telhas de barro. Tipo portuguesa ou similar.
Instalações Hidráulicas e Sanitárias e Instalações Elétricas:
Devem obedecer as normas das
concessionárias local - DMAE e CEMIG respectivamente
Esquadrias:
Portas e caixilhos – serão metálicos, em modelos comerciais. Devem ser
assentados rigorosamente em esquadro e com a face lateral nivelada com o revestimento
acabado.
Pinturas:
Todas as paredes internas e externas deverão ser lixadas.
A -
Paredes Internas: Líquido selador.
B -
Paredes Externas: Líquido selador mais pintura Látex PVA.
C -
Esquadrias: Todas deverão ser limpas. Se necessário deverão ser lixadas para
corrigir alguma imperfeição e serão pintadas com esmalte sintético - aplico com revólver
de pintura.
Calçada de Proteção:
Será executada em volta da casa com largura de 50cm. Deve estar no
mínimo a 5cm abaixo do nível da soleira da porta de entrada. Será executada em concreto e
no máximo com 5cm de espessura. O concreto somente deve ser lançado após apiloamento
e nivelamento do terreno em volta da casa.
Anexos 217
Traços para concretos e argamassas
1 saco de cimento = 2 latas (1 lata = 18 litros);
1 carrinho = 3 latas;
1 lata = 3 pás;
1 saco de cal = 1 lata
Concreto para brocas: 1 : 4 : 4 (cimento / areia média / brita 1)
1 saco de cimento : 8 latas de areia : 8 latas de brita 1
ou
1 lata de cimento : 4 latas de areia média : 4 latas de brita 1
Concreto para canaletas / calçadas: 1 : 4 : 4 (cimento / areia média / brita 1)
1 lata de cimento : 4 lata de areia média : 4 latas de brita 1
Concreto para contrapiso: 1 : 4 : 3 (cimento / areia média / brita 1)
1 lata de cimento : 4 latas de areia média : 3 latas de brita 1
Chapisco: 1 : 3 (cimento / areia média)
1 lata de cimento : 3 latas de areia média
Argamassa para assentamento: 1 : 1 : 9 (cimento / cal / areia média)
1 lata de cimento : 1 lata de cal (1 saco de cal) : 9 latas de areia média
Reboco: 1 : 2 : 9 (cimento / cal / areia fina)
1 lata de cimento : 2 latas de cal (2 sacos de cal) : 9 latas de areia fina
Argamassa de emboço das cumeeiras: 1 : 5 (cimento / areia)
1 lata de cimento : 5 latas de areia
Anexos 218
Externa
Interna
Pintura
Esquadrias
Calçada de proteção
Assentamento de louças
Fiação elétrica
Reboco paredes hidráulicas
Assentamento pap/sab/toal no banheiro
Contrapiso do banheiro
Instalações hidráulicas
Esgoto
Reboco (exceto paredes hidráulicas)
Telhamento
Cobertura
Engradamento
Tubulação elétrica
Esquadrias
Contrapiso (exceto banheiro)
Chapisco das empenas
Empenas
Respaldo
Chapisco
Alvenarias
Paredes
Embasamento dos baldrames
Concretagem brocas e canaletas
Colocação de canaletas e
ferragens
Cronograma de Obras
Fundações
Escavação brocas e valas
Anexos 219
Anexos 220
Anexos 221
Anexos 222
Anexos 223
Anexos 224
Anexos 225
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria Municipal de Habitação (janeiro 2003)
Anexos 226
ANEXO G
ANEXO G – Regimento interno do canteiro de obras.
Anexos 227
Regimento interno para as obras em regime de autoconstrução no
Residencial Campo Alegre
Objetivo:
Este regimento tem por objetivo informar aos participantes as regras para a construção das
casas do Residencial Campo Alegre de forma a proporcionar um melhor entendimento
entre participantes e equipe técnica e um bom desenvolvimento da construção.
Primeiramente, é importante salientar que todos os materiais para a construção das casas
serão fornecido pela Prefeitura Municipal de Uberlândia, conforme o memorial descritivo
que será entregue antes do início das obras.
A mão-de-obra para a construção das casas será por conta de cada família beneficiada,
podendo estas famílias contar com a equipe técnica da Prefeitura Municipal de Uberlândia,
que ficará à disposição no canteiro de obras.
Participação das famílias:
As famílias devem participar da construção de suas casas obedecendo sempre as
especificações do memorial descritivo e as orientações dos profissionais da equipe técnica.
As dúvidas durante as fases da construção deverão ser sanadas de imediato para que não
ocorra perda de tempo e nem de material.
A duração da obra:
Cada unidade está prevista para durar 4 meses e as etapas da obra devem acompanhar o
cronograma que será sempre atualizado no almoxarifado da obra. As casas devem ter um
desenvolvimento por igual para que o suprimento de materiais possa ser facilitado. Caso
haja alguma unidade que se adiante na construção, esta ficará sujeita a aguardar o material
se a etapa ainda não estiver agendada. Em hipótese nenhuma poderá ocorrer atraso na
construção das unidades.
Direitos e deveres dos participantes:
Deveres:
Comparecer todos os dias de expediente de obra ou enviar pessoa encarregada para
desenvolver os serviços;
Providenciar ferramentas específicas para a construção tais como os materiais de
utilização do pedreiro: nível, prumo, colher, tábuas, masseira,...;
Limpar antes de devolver as ferramentas emprestadas pelo almoxarifado, inclusive a
betoneira;
Anexos 228
Devolver todos os dias as ferramentas que forem emprestadas pelo almoxarifado para a
execução dos trabalhos;
Não deixar sobrar massa preparada de um dia para o outro;
Devolver sobras de materiais de construção ao almoxarifado no final do expediente;
Não guardar nem material nem ferramentas de um dia para outro na construção;
Auxiliar na fiscalização da aplicação dos materiais de construção tais como cimento,
cal, tijolos, telhas,...;
Manter o espírito de colaboração com os vizinhos em todas as etapas da obra;
Zelar pelo bom andamento da obra;
Respeitar os direitos dos outros para que os seus sejam respeitados.
Direitos:
Receber todo o material necessário para a execução de sua casa conforme o projeto e o
memorial descritivo nas etapas determinadas, conforme o desenvolvimento da obra;
Receber toda e qualquer informação sobre a construção: materiais, prazos, metas,...;
Receber todas as orientações técnicas necessárias para a construção tais como:
orientações sobre a parte estrutural, elétrica, hidráulica, cobertura, esquadrias,...;
Utilizar-se das betoneiras do canteiro de obras para a execução das massas a serem
usadas na construção, respeitando a ordem e a organização do canteiro;
Utilizar-se das ferramentas disponíveis no canteiro de obras tais como: enxadas, pás,
picaretas, ...
Executar laje no imóvel desde que leve todo o material necessário para a execução da
laje comprovado por nota fiscal;
Alterar o projeto somente depois da construção acabada e entregue.
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria de Habitação (Janeiro 2003).
Anexos 229
ANEXO H
ANEXO H – Exemplo de especificação dos materiais quando da requisição para a compra
destes.
Anexos 230
ANEXO H:
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria de Habitação (Janeiro 2004).
Anexos 231
ANEXO I
ANEXO I – Pastas de controle.
Anexos 232
ANEXO I:
Secretaria Municipal de Habitação
Controle de Entrega de Material – PSH Residencial Campo Alegre
Nome:
Data:
Lote:
Quadra:
Folha nº.:
Serviço: Material:
Data de
retirada:
Quantidade: Assinatura:
Cimento – 6 sc
Areia Média – 0,45m³
Brita n.º 1 – 0,4m³
BROCAS
Aço ¼ - 2,5 br
Cimento – 5 sc
Areia Média – 0,30m³
Brita n.º1 – 0,4m³
Aço ¼ - 10 br
Aço 4,2mm – 8 br
Canaleta – 100unidades
Tijolo comum – 240 unidades
Cal hidratado – 5 sc
VIGAS BALDRAMES
Arame recozido n.º 18 – 1,0 kg
Anexos 233
Continuação ANEXO I:
Secretaria Municipal de Habitação
Controle de Entrega de Material – PSH Residencial Campo Alegre
Nome:
Data:
Lote:
Quadra:
Folha nº.:
Serviço: Material:
Data de Retirada:
Quantidade: Assinatura:
Tijolo cerâmico – 2300 unid.
Cimento – 8 sc
Cal Hidratada – 20sc
Areia Média – 4,00m³
Tijolo comum – 280 unid.
Aço 4,2 – 8 br.
Verga 1,30 – 5 unid.
Verga 1,90 – 3 unid
Alvenaria
Verga 1,60 – 1 unid.
Anexos 234
Continuação ANEXO I:
Secretaria Municipal de Habitação
Controle de Entrega de Material – PSH Residencial Campo Alegre
Nome:
Data:
Lote:
Quadra:
Folha nº.:
Serviço: Material: Data de retirada: Quantidade: Assinatura:
Cimento – 11sc
Chapisco
Areia Média – 1,50m³
Cimento – 15sc
Areia Fina – 6,00m³
Reboco
Cal Hidratada – 37sc
Vitrô correr 150x100 – 1 unid.
Vitrô correr 120x100 – 1 unid.
Vitrô basculante 80x60 – 1 unid.
Janela veneziana 150x100 – 2 unid.
Esquadrias
Porta veneziana 80x210 – 5 unid.
Anexos 235
Continuação ANEXO I:
Secretaria Municipal de Habitação
Controle de Entrega de Material – PSH Residencial Campo Alegre
Nome:
Data:
Lote:
Quadra:
Folha nº.:
Serviço: Material:
Data de retirada:
Quantidade: Assinatura:
Tubo PVC marrom soldável 25mm – 24m
Tubo PVC esgoto 40mm – 6m
Tubo PVC esgoto 50mm – 2m
Tubo PVC esgoto 100mm – 13m
Caixa descarga completa – 1 unid.
Kit instalação hidráulica – 1 unid.
Kit instalação esgoto – 1 unid.
Caixa d'agua 500 litros – 1 unid.
Tampa para caixa de gordura
Instalação esgoto e água
Tampa para caixa de esgoto
Mangueira ½” - 30 m
Caixa 2x4 – 12 unid.
Kit elétrico completo – 1 unid.
Caixa para 6 disjuntores – 1 unid.
Poste para padrão 110 v – 1 unid.
Caixa para padrão 110v – 1 unid.
Instalação elétrica
Disjuntor 40a – 1 unid.
Anexos 236
Continuação ANEXO I:
Secretaria Municipal de Habitação
Controle de Entrega de Material – PSH Residencial Campo Alegre
Nome:
Data:
Lote:
Quadra:
Folha nº.:
Serviço: Material: Data de retirada: Quantidade: Assinatura:
Cimento – 8sc
Areia Média – 1,25m³
Contrapiso
Brita n.º – 1,60m³
Cimento – 4,5sc
Areia Média – 0,70m³
Calçada
externa
Brita n.º – 0,90m³
Cimento – 5sc
Areia Média – 0,10m³
Assentamento de
cumeeira, caixa de
passagem, caixa de
gordura e mureta
Cal Hidratada – 3sc
Anexos 237
Continuação ANEXO I:
Secretaria Municipal de Habitação
Controle de Entrega de Material – PSH Residencial Campo Alegre
Nome:
Data:
Lote:
Quadra:
Folha nº.:
Serviço: Material: Data de retirada: Quantidade: Assinatura:
Lixa d'agua – 15 unid.
Selador Acrílico – 2,5 latas
Tinta esmalte sintético – 2 gl
Tinta PVA Latex – 1 lt (18 litros)
Aguarrás – 2 litros
Thinner – 1 litro
Material de pintura
Palha de aço – 12 unidades
Bacia Sanitária – 1 unid.
Lavatório – 1 unid.
Pia – 1 unid.
Tanque duplo - 1 unid.
Peças e louças
Conj de papeleira, saboneteira e
toalheiro
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria Municipal de Habitação (janeiro 2003).
Anexos 238
ANEXO J
ANEXO J – Medições oficiais realizadas para conferência da CEF e liberação das parcelas
do subsídio.
Anexos 239
ANEXO J:
INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA PLS
1 Na planilha "GERAL" :
1.1 Preencher o cabeçalho com os dados do empreendimento. Este procedimento
será feito somente na primeira PLS de cada empreendimento ou módulo.
1.2 No item "medição" informar o número da medição atual. Não esquecer de
atualizar esta informação para cada medição subsequente.
1.3 No item "número de parcelas" informar quantas parcelas estão previstas de
acordo com o cronograma.
1.4 Preencher as células em branco da coluna C, informando o peso percentual de
cada sub-item de acordo com o orçamento discriminado (coluna "% item"). A
soma na linha cinza ao final de cada item desta coluna deve dar 100,00.
1.5 Preencher as células em branco da coluna F, informando a quantidade total de
casas do empreendimento ou módulo que esta sendo medido. Esta quantidade
deve corresponder à soma das quantidades das planilhas das quadras.
(conforme item 2.2 abaixo).
1.6 Preencher as células em fundo cinza da coluna E, informando o valor de cada
item de acordo com o orçamento discriminado. A soma no final da coluna deve
corresponder ao valor total do orçamento das unidade habitacionais.
2 Nas demais planilhas: "Quadra A" até "Quadra F".
2.1 Informar o nome ou número da(s) quadra(s) e os números dos lotes que
identificam cada unidade residencial.
2.2 Preencher as células em branco da coluna E, informando a quantidade de
unidades residenciais correspondentes à planilha que está sendo preenchida.
2.2.1
Para cada planilha de quadra informar a quantidade de unidades daquela
planilha.
2.2.2 Nas planilhas não utilizadas, as células da coluna E devem estar vazias.
2.3 Preencher as células em branco das colunas G até AP com o al
g
arismo
correspondente à medi
ç
ão que está sendo efetuada. Por exemplo: para a
primeira medição utilizar o número 1, para a se
g
unda utilizar 2 e assim
sucessivamente.
2.3.1 Devem ser preenchidos apenas os quadros onde os servi
ç
os foram realizados
de acordo com os itens e sub-itens da coluna B. Serviços executados
parcialmente não devem ser computados.
2.3.2 Por exemplo: se uma casa possui 4 batentes de madeira mas apenas dois
foram colocados,o item "batentes" deve ser deixado em branco nesta medição.
2.3.3 Antes de efetuar a primeira medição, cuidar para que todas as células brancas
das colunas G até AP de todas as planilhas (mesmo que não utilizadas) estejam
vazias, sem qualquer número ou letra.
2.4 Para as medições seguintes (2, 3, 4 . . . ) devem ser utilizadas as mesmas
planilhas das medi
ç
ões anteriores, de modo que para cada medi
ç
ão tenhamos
sempre o total de obra executado acumulado, bem como o preenchimento das
informa
ç
ões iniciais não será mais necessário,exceto o número da medi
ç
ão e o
período de referência.
2.4.1 Os números utilizados nas colunas G até AP servirão para identificar em que
mês cada serviço foi medido, por isso devem ser preenchidos conforme item 2.3.
Anexos 240
Continuação ANEXO J:
Local: Loteamento Residencial Campo Alegre - Uberlândia MG
Período de referência: 26/05/2004 a 13/08/2004 Medição: 5
Empreendimento: RESIDENCIAL CAMPO ALEGRE MÓDULO 2
Número de
Parcelas:
5
Construtora: Prefeitura Municipal de Uberlândia RESUMO GERAL
Responsável Técnico: Eng. João Ilário Perini
orçamento aprovado realizado acumulado
% por quantidade
SERVIÇOS e ETAPAS: itens
do orçamento abertos por etapas
de execução de cada serviço
serviço item
valor por item
R$
Eventos
previstos
por serviço
eventos
% por
serviço
R$
1 Serviços preliminares
1.1
Serv. Técnicos/ desp
iniciais/ inst. prov./
maquinas/ ferram.
1.2
Serviços manutenção
mensal limpeza/
transporte
100,00 50 50 100,00
Total Serviços
Preliminares
100,00 3,36 13.806,00 100,00 13.806,00
2 Infra-Estrutura
2.1 Vigas Baldrame 67,89 50 50 67,89
2.2 Brocas (20 cm) 32,11 50 50 32,11
Total Infra-estrutura 100,00 5,83 23.948,25 100,00 23.948,25
3 Supra-Estrutura
3.1 Laje do banheiro 70,00 50 50 70,00
3.2 Laje do corredor 30,00 50 50 30,00
Total Supra-Estrutura 100,00 1,08 4.440,00 100,00 4.440,00
4.1 Alvenaria
4.1.1
Tijolo furado - até
respaldo
85,00
50
50 85,00
4.1.2 Tijolo furado - eitões 9,46 50 50 9,46
4.1.3 Vergas 5,54 50 50 5,54
Total Alvenaria 100,00 11,21 46.031,95 100,00 46.031,95
4.2 Esquadrias Metálicas
4.2.1 Portas 52,75 50 50 52,75
4.2.2 Janelas 41,52 50 50 41,52
4.2.3 Basculantes 5,73 50 50 5,73
Total Esquadrias
Metálicas
100,00
8,78 36.066,50
100,00 36.066,50
4.5 Vidros 100,00 50 50 100,00
Total Vidros 100,00 1,95 8.007,48 100,00 8.007,48
5 Telhados
5.1.1
Engradamento
metálico
83,74
50
50 83,74
5.1.2 Telhas 16,26 50 50 16,26
Total Telhados 100,00 33,82 138.880,03 100,00 138.880,03
6.1 Revestimento interno
6.1.1 Chapisco 25,55 50 50 25,55
6.1.2 Emboço paulista 72,59 50 50 72,59
6.1.3 Natado de cimento 1,86 50 50 1,86
Total Rev. Interno 100,00 7,30 29.960,94 100,00 29.960,94
Anexos 241
Continuação ANEXO J:
orçamento aprovado realizado acumulado
% por quantidade
SERVIÇOS e ETAPAS:
itens do orçamento abertos
por etapas de execução de
cada serviço
serviço item
valor por item
R$
Eventos
previstos
por serviço
eventos
% por
serviço
R$
6.3
Revestimento
externo
6.3.1 Chapisco 26,03 50 50 26,03
6.3.2 Emboço paulista 73,97 50 50 73,97
Total Rev. Externo 100,00 3,88 15.926,25 100,00 15.926,25
6.5 Pinturas
6.5.1 Selador acrílico 65,52 50 50 65,52
6.5.2
Látex PVA sem
massa corrida
1,71
50
50 1,71
6.5.3
Esquadrias
metálicas
32,77
50
50 32,77
Total Pinturas 100,00 4,26 17.483,74 100,00 17.483,74
7 Pavimentação
7.1 Contra-piso 92,39 50 50 92,39
7.2
Acabamento liso
(banheiros)
2,61
50
50 2,61
7.2.1 Calçada externa 5,00 50 50 5,00
Total Pavimentação 100,00 4,42 18.160,71 100,00 18.160,71
8.1
Instalação elétrica e
telefônica
8.1.1 Padrão CEMIG 39,47 50 50 39,47
8.1.2 Instalações 60,53 50 50 60,53
Total Inst. Elétrica/
telefônica
100,00
5,46 22.420,00
100,00 22.420,00
8.2 Hidráulica
8.2.1 Instalações 100,00 50 50 100,00
Total Inst.
Hidráulica
100,00
2,87 11.800,00
100,00 11.800,00
8.3 Sanitária
8.3.1 Instalações 100,00 50 50 100,00
Total Inst. Sanitária 100,00 2,01 8.260,00 100,00 8.260,00
8.4 Aparelhos
8.4.1
Vaso sanitário /
descarga
15,27
50
50 15,27
8.4.2 Lavatório 17,17 50 50 17,17
8.4.3 Tanque 32,82 50 50 32,82
8.4.4 Pia 25,20 50 50 25,20
8.4.5 Acessórios 9,54 50 50 9,54
Total aparelhos 100,00 3,76 15.459,00 100,00 15.459,00
Total do Empreendimento.: 100,00% R$410.650,85 Total Acumulado: 100,00% R$410.650,85
Anexos 242
Continuação ANEXO J:
Local: Loteamento Residencial Campo Alegre - Uberlândia MG
Período de referência: 26/05/2004 a 13/08/2004 Medição: 5
Empreendimento: RESIDENCIAL CAMPO ALEGRE MÓDULO 2
Construtora: Prefeitura Municipal de Uberlândia
Responsável Técnico: Eng. João Ilário Perini
Orçamento Identificação das Unidades- Quadras e Lotes
% por
Execut.
acumulad
o
Quadra 6
SERVIÇOS e ETAPAS: itens do
orçamento abertos por etapas de execução
de cada serviço
serviço item
Eventos
previstos
por
serviço
unidades 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39
1 Serviços preliminares
1.1
Serv. Técnicos/ desp iniciais/ inst.
prov./ maquinas/ ferram.
1.2
Serviços manutenção mensal
limpeza/ transporte
100,00
19 19
Total Serviços Preliminares 100,00 3,36
2 Infra-Estrutura
2.1 Vigas Baldrame 67,89 19 19 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2.2 Brocas (20 cm) 32,11 19 19 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Total Infra-estrutura 100,00 5,83
3 Supra-Estrutura
3.1 Laje do banheiro 70,00 19 19 5 2 3 1 1 1 2 1 1 1 2 2 4 1 1 1 1 3 5
3.2 Laje do corredor 30,00 19 19 5 2 3 1 1 1 2 1 1 1 2 2 4 1 1 1 1 3 5
Total Supra-Estrutura 70,00 1,08
4.1 Alvenaria
4.1.1 Tijolo furado - até respaldo 85,00 19 19 3 2 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 2 5
4.1.2 Tijolo furado - eitões 9,46 19 19 5 2 3 1 1 1 3 1 1 1 2 3 4 1 1 1 1 3 5
4.1.3 Vergas 5,54 19 19 3 2 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 2 5
Total Alvenaria 100,00 11,21
4.2 Esquadrias Metálicas
4.2.1 Portas 52,75 19 19 5 5 3 3 2 4 3 2 2 1 2 5 5 2 2 2 1 3 5
4.2.2 Janelas 41,52 19 19 5 3 3 3 2 3 3 1 1 1 2 3 3 1 1 2 1 3 5
4.2.3 Basculantes 5,73 19 19 5 3 3 3 2 3 3 2 1 1 2 4 5 2 1 2 2 3 5
Total Esquadrias Metálicas 100,00 8,78
4.3 Esquadrias de Madeira
4.5 Vidros 100,00 19 19 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Total Vidros 100,00 1,95
5 Telhados
5.1.1 Engradamento metálico 83,74 19 19 5 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 5 3 3 3 3 3 5
5.1.2 Telhas 16,26 19 19 5 3 3 3 3 3 3 4 3 3 3 4 5 4 3 3 3 3 5
Total Telhados 100,00 33,82
Anexos 243
Continuação ANEXO J:
Orçamento Identificação das Unidades- Quadras e Lotes
% por
Execut.
acum.
Quadra 6
SERVIÇOS e ETAPAS: itens do
orçamento abertos por etapas de execução
de cada serviço
Serv. item
Eventos
previstos
por
serviço
unidades 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39
6.1 Revestimento interno
6.1.1 Chapisco 25,55 19 19 5 2 3 2 1 1 3 1 1 1 1 3 2 2 1 1 1 3 5
6.1.2 Emboço paulista 72,59 19 19 5 4 3 3 4 4 4 2 2 1 2 5 5 3 2 2 2 3 5
6.1.3 Natado de cimento 1,86 19 19 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 5 4 5 4 5 5
Total Rev. Interno 100,00 7,30
6.3 Revestimento externo
6.3.1 Chapisco 26,03 19 19 5 2 3 2 1 1 3 1 1 1 2 3 2 1 1 1 1 3 5
6.3.2 Emboço paulista 73,97 19 19 5 5 3 3 4 3 4 3 2 1 5 5 5 5 3 4 2 3 5
Total Rev. Externo 100,00 3,88
6.5 Pinturas
6.5.1 Selador acrílico 65,52 19 19 5 5 5 4 5 5 5 5 5 3 5 5 5 5 4 5 4 4 5
6.5.2 Látex PVA sem massa corrida 1,71 19 19 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 5 4 5 4 5 5
6.5.3 Esquadrias metálicas 32,77 19 19 5 5 5 4 5 5 5 5 5 3 5 5 5 5 5 5 4 5 5
Total Pinturas 100,00 4,26
7 Pavimentação
7.1 Contra-piso 92,39 19 19 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1
7.2 Acabamento liso (banheiros) 2,61 19 19 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 5 4 5 4 5 5
7.2.1 Calçada externa 5,00 19 19 5 5 3 3 3 1 4 1 1 1 5 4 5 4 3 5 2 3 5
Total Pavimentação 100,00 4,42
8.1 Instalação elétrica e telefônica
8.1.1 Padrão CEMIG 39,47 19 19 5 5 4 4 4 4 5 5 5 3 5 5 5 5 4 5 4 5 5
8.1.2 Instalações 60,53 19 19 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5 4 5 5
Total Inst. Elétrica/ telef. 100,00 5,46
8.2 Hidráulica
8.2.1 Instalações 100,00 19 19 5 5 5 4 4 4 5 5 3 3 5 5 5 5 3 5 3 5 5
Total Inst. Hidráulica 100,00 2,87
8.3 Sanitária
8.3.1 Instalações 100,00 19 19 5 4 3 3 4 1 5 5 2 1 4 5 5 3 3 3 3 3 5
Total Inst. Sanitária 100,00 2,01
8.4 Aparelhos
8.4.1 Vaso sanitário / descarga 15,27 19 19 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5
8.4.2 Lavatório 17,17 19 19 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5
8.4.3 Tanque 32,82 19 19 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5
8.4.4 Pia 25,20 19 19 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5
8.4.5 Acessórios 9,54 19 19 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Total aparelhos 100,00 3,76
Total compl. da obra
TOTAL GERAL 100,00
Anexos 244
Continuação ANEXO J:
Local: Loteamento Residencial Campo Alegre - Uberlândia MG
Período de referência: 26/05/2004 a 13/08/2004 Medição: 5
Empreendimento: RESIDENCIAL CAMPO ALEGRE MÓDULO 2
Construtora: Prefeitura Municipal de Uberlândia
Responsável Técnico: Eng. João Ilário Perini
Orçamento Identificação das Unidades- Quadras e Lotes
% por
Execut.
acum.
Quadra 7
SERVIÇOS e ETAPAS: itens do
orçamento abertos por etapas de
execução de cada serviço
Serv. item
Eventos
previstos
por
serviço
Unid. 1 2 3 4 5 6 7 8 9
10
11
12
13
14
15
16
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
1 Serviços preliminares
1.1
Serv. Técnicos/ desp iniciais/
inst. prov./ maquinas/ ferram.
1.2
Serviços manutenção mensal
limpeza/ transporte
100,00
31 31
Total Serviços Preliminares 100,00 3,36
2 Infra-Estrutura
2.1 Vigas Baldrame 67,89 31 31 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 2 1 1
2.2 Brocas (20 cm) 32,11 31 31 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Total Infra-estrutura 100,00 5,83
3 Supra-Estrutura
3.1 Laje do banheiro 70,00 31 31 1 5 3 3 2 1 3 2 2 3 1 3 2 2 2 1 2 1 2 3 1 2 2 3 2 3 3 3 5 5 1
3.2 Laje do corredor 30,00 31 31 1 5 3 3 2 1 3 2 2 3 1 3 2 2 2 1 2 1 2 3 1 2 2 3 2 3 3 3 5 5 1
Total Supra-Estrutura 70,00 1,08
4.1 Alvenaria
4.1.1 Tijolo furado - até respaldo 85,00 31 31 1 3 3 2 2 1 1 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 2 2 3 3 2 5 5 1
4.1.2 Tijolo furado - eitões 9,46 31 31 1 3 3 2 2 1 1 2 2 3 2 1 2 2 2 1 2 1 2 3 1 3 1 2 2 3 3 3 5 5 1
4.1.3 Vergas 5,54 31 31 1 2 2 2 2 1 1 2 2 2 1 1 2 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 2 2 3 1 2 5 5 1
Total Alvenaria 100,00 11,21
4.2 Esquadrias Metálicas
4.2.1 Portas 52,75 31 31 1 4 5 3 3 2 2 3 5 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 3 2 5 3 3 5 5 5 4 5 5 2
4.2.2 Janelas 41,52 31 31 1 4 3 3 2 2 2 2 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 3 2 3 5 3 3 3 5 5 1
4.2.3 Basculantes 5,73 31 31 1 4 5 3 2 2 2 2 3 3 2 2 3 2 2 2 2 2 2 3 2 3 2 3 5 3 3 3 5 5 1
Total Esquadrias Metálicas 100,00 8,78
4.3 Esquadrias de Madeira
4.5 Vidros 100,00 31 31 3 5 5 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
Total Vidros 100,00 1,95
5 Telhados
5.1.1 Engradamento metálico 83,74 31 31 3 4 3 3 3 3 3 3 3 4 3 3 3 4 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 5 5 3
5.1.2 Telhas 16,26 31 31 3 5 5 3 3 3 3 3 4 4 3 3 3 4 3 3 3 3 5 3 3 3 3 3 4 3 4 5 5 5 3
Total Telhados 100,00 33,82
Anexos 245
Continuação ANEXO J:
Orçamento Identificação das Unidades- Quadras e Lotes
% por
Execut.
acum.
Quadra 7
SERVIÇOS e ETAPAS: itens do
orçamento abertos por etapas de
execução de cada serviço
Serv. item
Eventos
prev./ser
viço
Unid. 1 2 3 4 5 6 7 8 9
10
11
12
13
14
15
16
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
6.1 Revestimento interno
6.1.1 Chapisco 25,55 31 31 1 5 3 2 2 2 1 2 2 3 2 2 2 2 1 1 2 1 2 3 1 2 2 2 2 3 3 4 5 5 1
6.1.2 Emboço paulista 72,59 31 31 2 5 5 3 2 2 3 2 3 5 3 2 3 3 4 2 3 2 3 5 2 5 3 5 5 5 4 5 5 5 2
6.1.3 Natado de cimento 1,86 31 31 3 5 5 5 4 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
Total Rev. Interno 100,00 7,30
6.3 Revestimento externo
6.3.1 Chapisco 26,03 31 31 1 5 3 2 2 1 1 2 2 3 3 2 2 2 2 2 2 1 2 4 1 2 2 2 2 3 4 3 5 5 1
6.3.2 Emboço paulista 73,97 31 31 2 5 5 3 2 2 3 3 5 4 3 2 3 3 4 2 4 2 4 4 2 3 3 5 5 3 5 4 5 5 2
Total Rev. Externo 100,00 3,88
6.5 Pinturas
6.5.1 Selador acrílico 65,52 31 31 3 5 5 5 4 3 5 5 5 5 4 5 5 5 5 4 5 4 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
6.5.2 Látex PVA s/ massa corrida 1,71 31 31 3 5 5 5 4 3 5 5 5 5 4 5 5 5 5 4 5 4 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
6.5.3 Esquadrias metálicas 32,77 31 31 3 5 5 5 3 3 5 5 5 5 4 5 5 5 5 4 5 4 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
Total Pinturas 100,00 4,26
7 Pavimentação
7.1 Contra-piso 92,39 31 31 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 2 2 1
7.2 Acabamento liso (banheiros) 2,61 31 31 3 5 5 4 4 3 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 4 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
7.2.1 Calçada externa 5,00 31 31 2 4 5 3 3 2 3 2 5 3 3 3 3 4 2 1 3 3 3 3 1 3 5 4 5 5 4 4 5 5 2
Total Pavimentação 100,00 4,42
8.1 Inst. elétrica e telefônica
8.1.1 Padrão CEMIG 39,47 31 31 3 5 5 4 4 3 5 4 5 5 4 5 5 4 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
8.1.2 Instalações 60,53 31 31 3 5 5 5 3 3 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
Total Inst. Elétrica/ telefônica 100,00 5,46
8.2 Hidráulica
8.2.1 Instalações 100,00 31 31 2 5 5 3 3 2 5 3 3 5 4 5 5 4 5 5 4 4 2 3 2 5 4 5 5 5 5 5 5 5 2
Total Inst. Hidráulica 100,00 2,87
8.3 Sanitária
8.3.1 Instalações 100,00 31 31 2 5 5 3 3 2 3 3 5 3 4 3 3 4 5 3 3 3 2 3 2 3 4 4 5 3 5 5 5 5 3
Total Inst. Sanitária 100,00 2,01
8.4 Aparelhos
8.4.1 Vaso sanitário / descarga 15,27 31 31 3 5 5 5 3 3 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
8.4.2 Lavatório 17,17 31 31 3 5 5 5 3 3 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
8.4.3 Tanque 32,82 31 31 3 5 5 5 3 3 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
8.4.4 Pia 25,20 31 31 3 5 5 5 3 3 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
8.4.5 Acessórios 9,54 31 31 3 5 5 5 4 4 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3
Total aparelhos 100,00 3,76
Total compl. da obra
TOTAL GERAL 100,00
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria Municipal de Habitação (fevereiro 2005).
Anexos 246
ANEXO K
ANEXO K – Quantidades consideradas para a compra de materiais para a execução dos
serviços.
Anexos 247
ANEXO K:
Residencial Campo Alegre – 50 unidades (PSH)
Quantificação – PSH (2 quartos)– 44,52 m² maio/2004
Item Descrição
Quant.
P/ 1
resid.
Unidade
Quant. total
desejada
Observações
Valor unitário
estimado
Valor total
estimado
Valor da
licitação
Valor total da
licitação
Empresa
1 Tijolo cerâmico Furado 10x20x25 2400,00 un. 95000,00
Considerando
saldo de 25000
R$ 0,28 R$ 26.600,00 R$ 0,26
R$ 24.700,00
Telas
Triângulo
2 Tijolo Comum 5x10x20 600,00 un. 30000,00 R$ 0,15 R$ 4.500,00 R$ 0,14
R$ 4.200,00
Telas
Triângulo
3 Telha Portuguesa 1100,00 un. 55000,00 R$ 0,39 R$ 21.450,00 R$ 0,38
R$ 20.900,00
Estruturaço
4 Cumeeira para telha Portuguesa 24,00 un. 1200,00 R$ 0,90 R$ 1.080,00 R$ 0,68
R$ 816,00
Estruturaço
5 Areia média 10,00 500,00 R$ 32,80 R$ 16.400,00 R$ 31,90
R$ 15.950,00
Telas
Triângulo
6 Areia fina 7,50 375,00 R$ 32,80 R$ 12.300,00 R$ 31,90
R$ 11.962,50
Telas
Triângulo
7 Brita n.º 1 2,50 45,00
Considerando
saldo de 160m³
R$ 33,00 R$ 1.485,00 R$ 33,00
R$ 1.485,00
Estruturaço
8 Cimento 62,00 Saco 3100,00 R$ 22,00 R$ 68.200,00 R$ 22,50
R$ 69.750,00
Estruturaço
9 Cal hidratada 55,00 Saco 2750,00 Saldo de 650 R$ 4,61 R$ 12.677,50 R$ 4,60
R$ 12.650,00
Estruturaço
10 Aço CA-50 1/4 19,00 Barra 950,00 R$ 8,10 R$ 7.695,00 R$ 8,37
R$ 7.951,50
Estruturaço
11 Aço CA-60 4,2mm 12,00 Barra 600,00 R$ 3,76 R$ 2.256,00 R$ 3,98
R$ 2.388,00
Estruturaço
12 Arame recozido n.º 18 1,50 Kg 0,00
tem tudo no
estoque
R$ 5,00 R$ 0,00 R$ 5,00
R$ 0,00
Estimativa
13 Canaleta de concreto 15x20x40 cm 105,00 un. 5250,00 R$ 1,69 R$ 8.872,50 R$ 1,68
R$ 8.820,00
Telas
Triângulo
14 Vitrô basculante 80x60 chapa 24” 1,00 un. 50,00 R$ 43,00 R$ 2.150,00 R$ 42,60
R$ 2.130,00
Estruturaço
15 Vitrô correr 120x100 chapa 24” 1,00 un. 50,00 R$ 82,00 R$ 4.100,00 R$ 78,00
R$ 3.900,00
Haiala
16 Vitrô correr 150x100 chapa 24” 1,00 un. 50,00 R$ 93,00 R$ 4.650,00 R$ 88,00
R$ 4.400,00
Haiala
17 Veneziana 150x100 chapa 24 2,00 un. 100,00 R$ 116,00 R$ 11.600,00 R$ 112,00
R$ 11.200,00
Haiala
18 Porta Veneziana 80x210 chapa 24” 5,00 un. 250,00 R$ 128,00 R$ 32.000,00 R$ 126,00
R$ 31.500,00
Haiala
19 Vidro tipo fantasia 4mm 4,50 225,00 R$ 39,98 R$ 8.995,50 R$ 40,80
R$ 9.180,00
Estruturaço
Anexos 248
Continuação ANEXO K:
Item Descrição
Quant.
P/ 1
resid.
Unidade
Quant. total
desejada
Observações
Valor unitário
estimado
Valor total
estimado
Valor da
licitação
Valor total da
licitação
Empresa
20
Tinta Látex PVA (externo – 18 litros
– cores claras)
1,00 Lata 50,00 canelado R$ 60,00 R$ 0,00 R$ 60,00
R$ 0,00
Estimativa
21 Selador Acrílico (18 litros) 2,50 Lata 125,00 R$ 53,00 R$ 6.625,00 R$ 56,00
R$ 7.000,00
Estruturaço
22 Esmalte Sintético 1,00 Galão 50,00 R$ 28,00 R$ 1.400,00 R$ 22,82
R$ 1.141,00
Estruturaço
23 Solvente Thinner 2,00 Litro 100,00 R$ 3,90 R$ 390,00 R$ 4,16
R$ 416,00
Estruturaço
24
Lixa para massa n.º 100 (lixa
d'água)
15,00 un. 0,00
tem tudo no
estoque
R$ 0,40 R$ 0,00 R$ 0,40
R$ 0,00
Estimativa
25 Palha de aço n.º 0 12,00 un. 0,00
tem tudo no
estoque
R$ 0,30 R$ 0,00 R$ 0,30
R$ 0,00
Estimativa
26 Torneira metálica para pia ½ 1,00 un. 50,00 R$ 11,69 R$ 584,50 R$ 11,66
R$ 583,00
Estruturaço
27 Torneira metálica para tanque ½ 1,00 un. 50,00 R$ 5,60 R$ 280,00 R$ 5,70
R$ 285,00
Estruturaço
28 Torneira metálica para lavatório ½ 1,00 un. 50,00 R$ 9,00 R$ 450,00 R$ 9,30
R$ 465,00
Estruturaço
29 Tubo PVC soldável – 25mm 4,50 Barras 225,00 R$ 8,00 R$ 1.800,00 R$ 7,60
R$ 1.710,00
Estruturaço
30
Adaptador longo com flanges 25 x
¾
3,00 Peça 150,00 R$ 5,20 R$ 780,00 R$ 2,79
R$ 418,50
Estruturaço
31 Luva de redução com rosca ¾ x ½ 2,00 Peça 100,00 R$ 1,13 R$ 113,00 R$ 1,20
R$ 120,00
Estruturaço
32 Torneira de bóia ½ 1,00 Peça 50,00 R$ 3,69 R$ 184,50 R$ 3,12
R$ 156,00
Estruturaço
33
Adaptador soldável com bolsa e
rosca para registro 25 x ¾
4,00 Peça 200,00
1 à mais que na
etapa anterior
R$ 0,20 R$ 40,00 R$ 0,21
R$ 42,00
Estruturaço
34 Registro de gaveta ¾ 1,00 Peça 50,00 R$ 8,70 R$ 435,00 R$ 9,30
R$ 465,00
Estruturaço
35 Registro de pressão 25mm 1,00 Peça 50,00 R$ 5,70 R$ 285,00 R$ 5,80
R$ 290,00
Estruturaço
36 Joelho 90° soldável 25mm 9,00 Peça 450,00 R$ 0,30 R$ 135,00 R$ 0,17
R$ 76,50
Estruturaço
37 Tê 90° soldável 25mm 3,00 Peça 150,00 R$ 0,40 R$ 60,00 R$ 0,29
R$ 43,50
Estruturaço
38 Tê 90° soldável Lr 25 x 25 x ½ 2,00 Peça 100,00 R$ 3,40 R$ 340,00 R$ 2,13
R$ 213,00
Estruturaço
39 Caixa d'água polietileno 500 litros 1,00 Peça 50,00 R$ 120,00 R$ 6.000,00 R$ 127,00
R$ 6.350,00
Estruturaço
40 Bolsa ou spud para vaso sanitário 1,00 Peça 50,00 R$ 1,40 R$ 70,00 R$ 1,50
R$ 75,00
Estruturaço
41 Caixa de descarga completa 1,00 Peça 50,00 R$ 15,00 R$ 750,00 R$ 14,70
R$ 735,00
Estruturaço
Anexos 249
Continuação ANEXO K:
Item Descrição
Quant.
P/ 1
resid.
Unidade
Quant. total
desejada
Observações
Valor unitário
estimado
Valor total
estimado
Valor da
licitação
Valor total da
licitação
Empresa
42 Engate flexível ½ x 40cm 2,00 Peça 100,00 R$ 1,80 R$ 180,00 R$ 1,86
R$ 186,00
Estruturaço
43 Plug ½ 5,00 Peça 250,00 R$ 0,25 R$ 62,50 R$ 0,10
R$ 25,00
Elétrica
Cidade
44 Fita veda rosca ¾ x 25 cm 1,00 Peça 50,00 R$ 1,13 R$ 56,50 R$ 0,49
R$ 24,50
Elétrica
Cidade
45 Adesivo plástico - 175 gr 2,00 Tubo 100,00 R$ 3,00 R$ 300,00 R$ 2,80
R$ 280,00
Estruturaço
46 Massa para calafetar - 350 gr 0,50 Tubo 25,00 R$ 3,49 R$ 87,25 R$ 2,34
R$ 58,50
Estruturaço
47
Conjunto papeleira/ toalheiro
/saboneteira
1,00 Conjunto 50,00 R$ 20,00 R$ 1.000,00 R$ 15,80
R$ 790,00
Estruturaço
48 Vaso sanitário (conforme item 41) 1,00 Peça 50,00 R$ 42,00 R$ 2.100,00 R$ 34,65
R$ 1.732,50
Estruturaço
49 Lavatório pequeno em louça branco 1,00 Peça 50,00 R$ 19,20 R$ 960,00 R$ 17,40
R$ 870,00
Estruturaço
50 Pia de mármore sintético 60x120 1,00 Peça 50,00 R$ 48,18 R$ 2.409,00 R$ 45,50
R$ 2.275,00
Estruturaço
51
Tanque em mármore sintético
(bacia/batedor)
1,00 Peça 50,00 R$ 90,00 R$ 0,00 R$ 90,00
R$ 0,00
Estimativa
52 Parafuso com bucha S8 4,00 Peça 200,00 R$ 0,90 R$ 180,00 R$ 0,90
R$ 180,00
Estruturaço
53 Tubo PVC esgoto 40mm 6,00 m 0,00
Resolver com
Paulo Resende
R$ 1,38 R$ 0,00 R$ 1,38
R$ 0,00
Estimativa
54 Tubo PVC esgoto 50mm 2,20 m 0,00
Resolver com
Paulo Resende
R$ 3,05 R$ 0,00 R$ 3,05
R$ 0,00
Estimativa
55 Joelho 90° x 40mm 8,00 Peça 400,00 R$ 0,50 R$ 200,00 R$ 0,30
R$ 120,00
Elétrica
Cidade
56 Joelho 90° x 100mm 1,00 Peça 50,00 R$ 2,50 R$ 125,00 R$ 1,94
R$ 97,00
Estruturaço
57 Válvula para tanque 2,00 Peça 100,00 R$ 0,70 R$ 70,00 R$ 0,75
R$ 75,00
Estruturaço
58 Válvula para pia 1,00 Peça 50,00 R$ 0,80 R$ 40,00 R$ 0,85
R$ 42,50
Estruturaço
59 Válvula para lavatório 1,00 Peça 50,00 R$ 0,80 R$ 40,00 R$ 0,85
R$ 42,50
Estruturaço
60 Sifão copo 2,00 Peça 0,00
Resolver com
Paulo Resende
R$ 5,04 R$ 0,00 R$ 5,04
R$ 0,00
Estimativa
61 Caixa sifonada 100x100x50 1,00 Peça 50,00 R$ 4,56 R$ 228,00 R$ 4,80
R$ 240,00
Estruturaço
62 Fio rígido 2,5mm² 100,00 m 5000,00 R$ 0,53 R$ 2.650,00 R$ 0,42
R$ 2.100,00
Haiala
63 Fio rígido 6,0mm² 30,00 m 1500,00 R$ 1,19 R$ 1.785,00 R$ 0,94
R$ 1.410,00
Haiala
Anexos 250
Continuação ANEXO K:
Item Descrição
Quant.
P/ 1
resid.
Unidade
Quant. total
desejada
Observações
Valor unitário
estimado
Valor total
estimado
Valor da
licitação
Valor total da
licitação
Empresa
64 Fio rígido 4,0mm² 20,00 m 1000,00 R$ 0,80 R$ 800,00 R$ 0,62
R$ 620,00
Elétrica
Cidade
65 Fio rígido 1,5mm² 40,00 m 2000,00 R$ 0,33 R$ 660,00 R$ 0,26
R$ 520,00
Elétrica
Cidade
66 Tomada universal 5 .100 5,00 Peça 250,00 R$ 2,00 R$ 500,00 R$ 1,23
R$ 307,50
Estruturaço
67 Tomada 2p+t 1,00 Peça 50,00 R$ 2,94 R$ 147,00 R$ 2,98
R$ 149,00
Estruturaço
68 Interruptor simples 1 .100 4,00 Peça 200,00 R$ 2,00 R$ 400,00 R$ 1,25
R$ 250,00
Estruturaço
69 Interruptor 2 seções 2 .100 1,00 Peça 50,00 R$ 2,50 R$ 125,00 R$ 2,45
R$ 122,50
Estruturaço
70 Caixa 2x4 metálica 13,00 Peça 650,00 R$ 0,35 R$ 227,50 R$ 0,25
R$ 162,50
Estruturaço
71 Conjunto base+ receptáculo 1,00 Peça 50,00 R$ 1,69 R$ 84,50 R$ 1,50
R$ 75,00
Estruturaço
72
Centro de distribuição para 6
disjuntores
1,00 Peça 50,00 Cancelado R$ 5,95 R$ 0,00 R$ 5,95
R$ 0,00
Estimativa
73
Disjuntor 1 polo termomagnético
30a
1,00 Peça 0,00
tem tudo no
estoque
R$ 5,00 R$ 0,00 R$ 5,00
R$ 0,00
Estimativa
74
Disjuntor 1 polo termomagnético
25a
1,00 Peça 0,00
tem tudo no
estoque
R$ 5,00 R$ 0,00 R$ 5,00
R$ 0,00
Estimativa
75 Mangueira de ½ 30,00 m 1500,00 R$ 0,23 R$ 345,00 R$ 0,21
R$ 315,00
Estruturaço
76
Rex 2 pólos com castanha para
fixação
1,00 un. 0,00
Resolver com
Paulo Resende
R$ 16,00 R$ 0,00 R$ 16,00
R$ 0,00
Estimativa
Padrão CEMIG 110v contra a rede 1,00 un. 18,00 Contado "in loco" R$ 239,00 R$ 4.302,00 R$ 212,00
R$ 3.816,00
Estruturaço
77
Padrão CEMIG 110v a favor da
rede
1,00 un. 40,00 Contado "in loco" R$ 155,00 R$ 6.200,00 R$ 167,00
R$ 6.680,00
Elétrica
Cidade
78 Fita isolante 19x20 m 1,00 un. 50,00 R$ 2,70 R$ 135,00 R$ 2,04
R$ 102,00
Estruturaço
79 Receptáculo simples 5,00 un. 250,00 R$ 1,20 R$ 300,00 R$ 0,76
R$ 190,00
Estruturaço
80 Tubo PVC esgoto 100mm 15,00 m 750,00 R$ 4,90 R$ 3.675,00 R$ 5,02
R$ 3.765,00
Estruturaço
81
Joelho 90° soldável com bucha Lr
25 x ½
3,00 Peça 150,00 R$ 2,45 R$ 367,50 R$ 1,57
R$ 235,50
Estruturaço
82
Engradamento metálico para
telhado
1,00 un. 50,00 Depois R$ 50,00 R$ 0,00 Depois
R$ 0,00
83 Joelho 40mm x 45° 2,00 un. 100,00 R$ 0,55 R$ 55,00 R$ 0,52
R$ 52,00
Estruturaço
Anexos 251
Continuação ANEXO K:
Item Descrição
Quant.
P/ 1
resid.
Unidade
Quant. total
desejada
Observações
Valor unitário
estimado
Valor total
estimado
Valor da
licitação
Valor total da
licitação
Empresa
84 Tê PVC esgoto 40mm 1,00 Peça 50,00 R$ 0,87 R$ 43,50 R$ 0,30
R$ 15,00
Elétrica
Cidade
85 Abraçadeira plástica 15,00 un. 750,00 R$ 0,10 R$ 75,00 R$ 0,02
R$ 15,00
Elétrica
Cidade
86 Espelho 2x4 para antena 1,00 un. 50,00 R$ 0,80 R$ 40,00 R$ 0,64
R$ 32,00
Estruturaço
87 Fita crepe 19x20m 1,00 un. 50,00 R$ 1,90 R$ 95,00 R$ 1,97
R$ 98,50
Estruturaço
88
Disjuntor 1 pólo termomagnético
40a
1,00 un. 50,00 R$ 5,97 R$ 298,50 R$ 5,67
R$ 283,50
Estruturaço
89 Tubo para caixa de descarga 1,00 Peça 0,00
Resolver com
Paulo Resende
R$ 5,10 R$ 0,00 R$ 5,10
R$ 0,00
Estimativa
90 Luva rosqueável simples ¾ x ½ 1,00 Peça 50,00 R$ 1,13 R$ 56,50 R$ 0,35
R$ 17,50
Elétrica
Cidade
91 Luva LR ¾ 1,00 Peça 50,00 R$ 2,45 R$ 122,50 R$ 1,57
R$ 78,50
Estruturaço
92
Parafuso e porca galvanizados para
rex com 12 cm
2,00 Peça 100,00 R$ 2,00 R$ 200,00 R$ 1,21
R$ 121,00
Elétrica
Cidade
93
Luva Lr azul ¾ para ½ com bucha
de latão
1,00 Peça 50,00 R$ 2,75 R$ 137,50 R$ 1,30
R$ 65,00
Estruturaço
94 Lajota 5 cm 50,00 Uni. 2500,00
tem tudo no
estoque
R$ 0,30 R$ 0,00 R$ 0,30
R$ 0,00
Estimativa
95 Capa para telha 24,00 Uni. 1200,00 R$ 0,50 R$ 600,00 R$ 0,55
R$ 660,00
Estruturaço
96 Cotovelo 50mm 90 ° 1,00 Uni. 50,00 R$ 1,35 R$ 67,50 R$ 0,85
R$ 42,50
Estruturaço
97 Solvente Aguarraz 2,00 Litro 0,00
tem tudo no
estoque
R$ 21,00 R$ 0,00 R$ 21,00
R$ 0,00
Estimativa
Valor total
300.266,25 293.806,50
Vergas e tampas feitas na obra
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia – Secretaria Municipal de Habitação (maio/2004).
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