Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA
ASPECTOS LABORATORIAIS DO DIAGNÓSTICO
DA DEFICIÊNCIA DE GLICOSE-6-FOSFATO
DESIDROGENASE (G6PD)
Simone Martins de Castro
Orientador: Prof. Dr. Roberto Giugliani
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas –
Bioquímica do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS) como requisito parcial para obtenção do título de
Doutor em Bioquímica
Fevereiro, 2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Simone Martins de Castro Tese de Doutorado
II
Nada na vida deve ser temido, somente compreendido. Agora é hora de
compreender mais, para temer menos.
(Marie Curie, física)
ads:
Simone Martins de Castro Tese de Doutorado
III
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Roberto Giugliani, pelo apoio e confiança em mim depositada
para desenvolver este trabalho.
Ao Dr. George Reclos, pela amizade, estímulo e ajuda inestimável em todas as
fases de realização deste trabalho.
À Dra. Úrsula Matte, pelo apoio não somente com sugestões e auxílio prático,
mas principalmente como incentivadora e orientadora deste trabalho.
À Raquel Weber, um agradecimento especial, uma pessoa essencial para que
este trabalho fosse realizado, pela permanente disponibilidade, leituras críticas e
principalmente pela sua competência.
À Ana Paula Santin pela dedicação e apoio na execução da parte prática desta
tese.
À Sandrine Wagner por todo o apoio e amizade.
Aos meus colegas de laboratório de Triagem Neonatal, Laboratório de Análises
Clínicas da Faculdade de Farmácia e da Terapia Gênica do HCPA pela amizade e
disponibilidade em ajudar, e a todos que, de uma maneira ou de outra, contribuíram para
a realização deste trabalho.
À Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Intercientífica e HCPA pelo apoio
financeiro
Ao Prof. Dr. Mário Wagner, pela amizade e assessoria na análise estatística.
Aos pacientes pela colaboração.
Às minhas filhas Luisa e Laura e meus pais, a quem dedico esta tese, desculpe
pela ausência.
Simone Martins de Castro Tese de Doutorado
IV
SUMÁRIO
Apresentação VII
Resumo VIII
Abstract IX
Lista de Abreviaturas X
I. Introdução 1
I.1 Vias Metabólicas da Glicose 2
I.1.1 – A Enzima G6PD e a Via das Pentoses-Fosfato 3
I.2 – A Deficiência da G6PD 5
I.3 Manifestações Clínicas 6
I.3.1 Anemia hemolítica Aguda 6
I.3.1.1 – Hemólise Induzida por Drogas 7
I.3.1.2 – Hemólise Induzida por Infecções 9
I.3.1.3 – Hemólise Induzida por Acidose Diabética 9
I.3.1.4 Favismo 9
I.3.2 - Icterícia Neonatal 10
I.3.2.1 – A deficiência da G6PD e a Icterícia Neonatal 10
I.3.3 – Anemia Hemolítica não Esferocítica Crônica 14
I.4 –Distribuição Geográfica da Deficiência da G6PD 14
I.4.1 – Distribuição das Principais Variantes da G6PD 15
I.4.2 – Variantes de G6PD no Brasil 19
Simone Martins de Castro Tese de Doutorado
V
I.5 Aspectos Genéticos 19
I.5.1 –
Polimorfismo de DNA no Gene da G6PD em Populações Humanas 21
I.6 – A Ocupação da Região Sul do Brasil 24
I.7 - Objetivos 26
II. Resultados 27
II.1- Capítulo 1- Evaluation of G6PD Stability in blood samples under different
collection and storage conditions.
Castro SM, Weber R, Dadalt V, Santos VF, Reclos GJ, Pass KA, Giugliani R
Publicado em “Clinical Chemistry, 2005 Jun;51(6):1080-1” 28
II.2- Capítulo 2- Prevalence of G6PD Deficiency in Newborns in The South of
Brazil.
Castro SM, Dadalt V, Weber R, Tavares V, Giugliani R.
Submetido ao Journal of Medical Screening 31
II.3- Capítulo 3 - Molecular Characterization of Glucose-6-Phosphate
Dehydrogenase Deficiency in Patients from Porto Alegre – RS.
Castro SM, Weber R, Matte U, Giugliani R
Submetido ao Genetics and Molecular Biology 41
Simone Martins de Castro Tese de Doutorado
VI
II.4- Capítulo 4- G6PD: Discrepancies between genotype and phenotype
Castro SM, Weber R, Matte U, Pass K, Tanyalcin T, Reclos G, Giugliani R
Em fase final de revisão pelos autores para ser submetido ao Clinical Chemistry 58
III. Consideração Finais 78
IV. Referências Bibliográficas 91
V. Anexos 106
Simone Martins de Castro Tese de Doutorado
VII
APRESENTAÇÃO
Esta tese é composta de “Introdução” (ítem I), seguida de “Resultados
(ítem II) que estão apresentados sob forma de artigos publicados e artigos
submetidos à publicação, os quais encontram-se organizados em Capítulos.
Material e Métodos, Resultados, Discussão dos Resultados e Referências
Bibliográficas, encontram-se nos próprios artigos e representam a íntegra deste
estudo. O ítem III, Considerações Finais, encontrado no final desta tese,
apresenta interpretações e comentários gerais sobre o conjunto dos trabalhos aqui
apresentados. O ítem IV, Referências Bibliográficas, refere-se somente às
citações que aparecem na introdução e nas considerações finais desta tese. O
item V (Anexos) apresenta dados e técnicas que foram utilizados na elaboração
desta tese e que podem ser úteis para a interpretação dos resultados.
Simone Martins de Castro Tese de Doutorado
VIII
RESUMO
A G6PD é expressa em todos os tecidos, onde catalisa a primeira etapa da
via das pentoses-fosfato. O NADPH produzido pela ação da G6PD serve como
doador de elétrons na biossíntese redutora. Pelo fato de os glóbulos vermelhos
não terem mitocôndria, a via das pentoses-fosfato é a única fonte de NADPH e
essencial para sua proteção contra o stress oxidativo. A deficiência da G6PD é
classificada como anemia hemolítica hereditária ligada ao cromossomo X,
associada a manifestações clínicas heterogêneas. O gene da G6PD possui cerca
de 140 variantes moleculares já descritas, muitas dessas associadas à
enzimopatia. Considerando-se a alta freqüência populacional da deficiência de
G6PD, a constituição da população do Rio Grande do Sul e as dificuldades
diagnósticas desta deficiência, este trabalho teve como objetivo caracterizar os
aspectos laboratoriais do diagnóstico da deficiência de G6PD em nosso meio.
Para a quantificação da atividade da G6PD, foi utilizado o método enzimático-
colorimétrico com normalização da hemoglobina (kit intercientífica) e para as
análises moleculares foram investigadas as mutações 202, 376 e 563 por
PCR/RFLP. O presente estudo revelou uma prevalência combinada de 7,9% das
duas formas de deficiência de G6PD (completa e parcial) no Rio Grande do Sul,
com alta prevalência de pacientes parcialmente deficientes e sem correlação com
origem étnica. Usando técnicas bioquímicas e moleculares, foi caracterizada a
deficiência de G6PD em amostras de Porto Alegre como sendo principalmente
devida às mutações G202A e A376G, representando a variante G6PD A-,
confirmando uma distribuição homogênea do padrão G6PD A- no Brasil. Os
resultados apresentados aqui demonstraram que as condições de estocagem
(temperatura principalmente) desempenham um papel fundamental na atividade
da G6PD, especialmente nas coletas em papel filtro. Na avaliação da acurácia do
método enzimático de medida da atividade da G6PD as sensibilidades e
especificidades calculadas para os valores de cut-off estabelecido em uma
população normal foram: para 2,9 U/gHb ( 11,4% e 100%), para 8 U/g Hb (77,1%
e 94,7%) e para 11,5 U/g hb (97,1% e 76,3%). Estima-se que a deficiência de
ambas as formas combinadas de G6PD seja de aproximadamente 8% numa
amostra do RS. A partir de uma probabilidade pré-teste de 8,0%, após a
realização do ensaio enzimático, a probabilidade pós-teste de uma pessoa ser
deficiente de G6PD com nível enzimático inferior a 8 U/g Hb passa a ser 55,9%.
Ao passo que para níveis superiores a 11,5 U/gHb esta probabilidade de
deficiência diminui para 0,37%. Pode-se concluir que o método empregado (kit
Intercientífica) foi adequado para avaliar a atividade enzimática de G6PD em
amostras de sangue total. É um método capaz de detectar a deficiência de G6PD,
demonstrando de forma satisfatória o grau de deficiência em indivíduos que
possuem mutações que causam deficiência enzimática menos severa, inclusive
mulheres heterozigotas. A análise molecular pode identificar o tipo de variante
mas não pode indicar o risco real para as mulheres portadoras, que é diretamente
estimado pelo nível de atividade enzimática.
Simone Martins de Castro Tese de Doutorado
IX
ABSTRACT
GP6D is expressed in all tissues, where it catalizes the first step in the
pentose phosphate pathway. The NADPH produced by G6PD serves as an
electron donor in reductive biosynthesis. Because the red blood cell lack
mitochondria, the pentose phosphate shunt is the only source of NADPH, which is
essencial to its protection. G6PD deficiency is classified as hereditary hemolytic
anemia linked to the X-chromosome, associated with heterogeneous clinical
manifestations. More than 140 molecular G6PD variants have been described.
Many of those are associated with the enzymopathy among humans. Considering
the high incidence of G6PD deficiency in human populations, the constitution of the
population of the Brazilian state of Rio Grande do Sul and the difficulties to
diagnose this deficiency, the purpose of this paper was characterize the laboratory
aspects of the diagnosis of G6PD deficiency. For the quantitaive determination of
the activity of G6PD, the hemoglobin normalization method (Interscientific
Screening Kit) was used. And the PCR/RFLP analysis was applied to detect
mutations at codons 202, 376 and 563. This study has revealed a combined
prevalence of 7.9% of the two forms of G6PD deficiency (complete and partial) in
the state of Rio Grande do Sul. There is a high prevalence of partially deficient
patients with no correlation with ethnic origin. With the use of biochemical and
molecular techniques, G6PD deficiency was detected in samplings collected in the
city of Porto Alegre. Such deficiency was mainly due to G202A and A376G
mutations, representing the G6PD A- standard in Brazil. The results presented
here have shown that the storage conditions (mainly temperature) have played a
fundamental role in the G6PD activity, specially in the samples collected on filter
paper. In the evalution of the accuracy of the enzymatic method for the G6PD
activity measurement, the sensitivities and specifities calculated for the cut-off
values established in a normal population were: for 2.9 U/gHb (11.4% and 100% ),
for 8.0 U/gHb (77.1 and 94.7%), and for 11.5 U/gHb (97.1% and 76.3%). It is
estimated that the deficiency of both combined forms of G6PD is approximately
8.0% in a sample in the state of Rio Grande do Sul. From a pretest probability of
8%, after enzyme assay the odds ratio of a given person to be G6PD deficient
(having enzyme levels lower than 8 U/gHb) becomes 55.9%. On the other hand,
for enzyme levels higher than 11.5 U/gHb, this probability goes down to 0.37%. It is
them possible to conclude that the method employed (Interscientific Screening Kit)
was suitable to evaluate the G6PD enzimatic activity in whole blood sample. It is a
method that can detect G6PD deficiency showing, in a satisfactory way, the
deficiency level in individuals who have mutations that cause less severe
enzymatic deficiency, including heterozygote women. The molecular analysis can
identify the type of variant, but in cannot indicate the true risk for women with this
disorder, which is directly estimated by the level of enzymatic activity.
Simone Martins de Castro Tese de Doutorado
X
LISTA DE ABREVIATURAS
AHNEC Anemia hemolítica não esferocítica crônica
ATP Adenosina Trifosfato
BIND Disfunção neurológica induzida pela bilirrubina
DNA Ácido desoxiribonucleico
G6P Glicose-6-fosfato
G6PD Glicose-6-fosfato desidrogenase
GSH Glutatião reduzido
GSSG Glutatião oxidado
H
2
O
2
Peróxido de Hidrogênio
INN Icterícia Neonatal
Km Constante de Michaelis
NADP
+
Nicotinamida Adenina Dinucleotídio Fosfato
NADPH Nicotinamida Adenina Dinucleotídio Fosfato reduzida
R5P D-ribose-5-fosfato
UDPG Uridina difosfoglicose
Introdução
1
I. INTRODUÇÃO
Introdução
2
I.1 – VIAS METABÓLICAS DA GLICOSE
A vida de uma célula depende de uma série de eventos complexos e
ordenados, envolvendo inúmeras transformações químicas específicas. No
metabolismo celular, a energia contida nas biomoléculas é mobilizada nos
processos de síntese e degradação. Para que estes processos ocorram são
requeridas centenas de reações catalisadas por enzimas, as quais são as
unidades funcionais das vias metabólicas. A glicose é uma importante fonte de
energia da maioria dos organismos. Nos mamíferos, este monossacarídeo é
metabolizado por todas as células através da via glicolítica (via principal) e da via
das pentoses-fosfato (Devlin, 2003).
A via glicolítica ou via de Embden-Meyerhof pode funcionar na presença
(via aeróbia) ou na ausência (via anaeróbia) de O
2
. O produto principal do
processo aeróbio é o piruvato. Todavia, para oxidar a glicose, além desta etapa,
são necessários sistemas enzimáticos mitocondriais, como o ciclo de Krebs e a
cadeia respiratória para a produção de ATPs/molécula de glicose. A glicólise
anaeróbia tem como produto final o lactato, liberando apenas 2 ATPs/molécula de
glicose nesse processo (Nancy, 2003).
A via das pentoses-fosfato, também denominada hexose monofosfato ou
via oxidativa direta, é responsável pela produção do Nicotinamida Adenina
Dinucleotídeo Fosfato reduzido (NADPH). Esta é uma via especial e
particularmente importante em todas as células animais, principalmente no
eritrócito maduro (Berg, 2004) que, por não ter núcleo nem mitocôndria, é incapaz
Introdução
3
de obter energia a partir do ciclo de Krebs. Desta forma, esta célula metaboliza
90% da glicose pela via anaeróbia de Embden-Meyerhof e 10% pela via das
pentoses-fosfato, na qual atua a glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD).
I.1.1 – A Enzima G6PD e a Via das Pentoses-Fosfato
A G6PD é uma enzima citoplasmática, distribuída em todas as células, que
catalisa especificamente o primeiro passo da via das pentoses-fosfato (Luzzatto &
Mehta, 1995). Esta enzima converte a molécula de glicose-6-fosfato (G6P) em 6-
fosfoglicono-δ-lactona pela retirada dos hidrogênios. Estes hidrogênios são
transferidos para o Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo Fosfato (NADP
+
), o qual
encontra-se fortemente ligado à G6PD, reduzindo-o a NADPH. Outras enzimas
dão prosseguimento à degradação do composto 6-fosfoglicono-δ-lactona até
chegar a D-ribose-5-fosfato (R5P) (Berg, 2004) (Figura 1).
Figura 1. A G6PD e a via das Pentoses-Fosfato.
Glicose-6-Fosfato
D-Ribose-5-Fosfato
NADP
NADPH
Glicose-6-Fosfato Desidrogenase
6-Fosfogliconato- δ -Lactona
6-Fosfogliconato
D-Ribulose-5-Fosfato
H
2
O
NADP
NADPH
Lactonase
CO
2
H
Fonte: Berg, 2004.
Fosfopentose
-
Isomerase
Introdução
4
A ribose produzida por este processo é utilizada pela célula na síntese de
nucleotídeos. O NADPH, por sua vez, tem como principal função doar o hidrogênio
ao glutatião oxidado (GSSG), para convertê-lo em glutatião reduzido (GSH). O
composto GSH é responsável pela regeneração dos grupos sulfidrilas da cadeia β
da hemoglobina, os quais tornam-se oxidados durante o transporte do oxigênio
(Luzzatto & Mehta, 1995). O GSH pode também remover os peróxidos (H
2
O
2
) que
são produzidos pela ação de drogas e que são altamente tóxicos para as
hemácias (Berg, 2004) (Figura 2). Uma via alternativa de detoxificação de
peróxidos é a catalase, porém, esta rota é provavelmente ineficiente nas
hemácias, devido à afinidade da catalase pelo H
2
O
2
ser muito menor que a do
GSH (Luzzatto & Mehta, 1995). Portanto, o NADPH torna-se indispensável para a
manutenção dos grupamentos sulfidrilas e para a conversão do GSSG em GSH,
condição essencial para a proteção da célula contra o dano oxidativo. Assim, a
eliminação de H
2
O
2
da célula requer a presença de NADPH que no eritrócito
maduro é produzido exclusivamente pela G6PD. (Figura 2). Durante o stress
oxidativo, desencadeado por drogas ou agentes químicos ambientais, a presença
de NADPH é essencial para a detoxificação de radicais livres ativos e
hidroperoxidases (Beutler, 1994).
Introdução
5
NADP
NADPH
GSSG
GSH
HO
22
HO
2
Figura 2. Processo de eliminação de Peróxidos.
I.2 – A DEFICIÊNCIA DA G6PD
A deficiência da enzima G6PD é causada por uma alteração genética que
causa diminuição de sua atividade ou estabilidade. Esta enzimopatia hereditária
foi descrita pela primeira vez em homens negros americanos na década de 50,
quando eram realizados estudos de sensibilidade ao efeito hemolítico do
antimalárico primaquina (Carson et al., 1956).
A exposição de eritrócitos deficientes da G6PD a certas drogas resulta na
produção de H
2
O
2
ou formação de radicais livres que oxidam diretamente o GSH
(Devlin, 2003). A oxidação do GSH pode levar à formação de um complexo misto
com a hemoglobina, a qual sofre mudanças conformacionais, expondo à oxidação
grupos sulfidrilas internos, resultando na desnaturação da globina (Srivastava &
Beutler, 1970). A globina desnaturada forma massas insolúveis chamadas corpos
de Heinz, que se ligam à membrana das hemácias comprometendo a sua
plasticidade e por fim alterando a sua forma. Essas células deformadas são
Fonte: Berg, 2004.
Introdução
6
reconhecidas pelo organismo como estranhas e, portanto, são removidas da
circulação por macrófagos, levando à hemólise extravascular (Jacob &
Winterhalter, 1970). Embora ocorra hemólise extravascular, o acúmulo
descontrolado de H
2
O
2
dentro da hemácia pode também clivar as ligações C-C
dos fosfolipídios da membrana celular, resultando no rompimento prematuro da
hemácia dentro da circulação, levando à hemoglobinemia e hemoglobinúria (Berg,
2004).
I.3 – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Os pacientes são assintomáticos. A expressão clínica das variantes
deficientes da G6PD pode resultar a partir da interação das propriedades
moleculares com fatores exógenos e fatores genéticos (Luzzatto & Mehta, 1995).
A deficiência pode causar diversas patologias humanas, com clínicas bem
caracterizadas como: 1) anemia hemolítica aguda que pode ser provocada por:
drogas, infecção, acidose diabética, ingestão de feijão fava (favismo); 2) icterícia
neonatal (INN); 3) anemia hemolítica não esferocítica crônica (AHNEC).
I.3.1 – Anemia Hemolítica Aguda
As características clínicas de um episódio hemolítico agudo, iniciam-se
geralmente por volta de 2 a 4 dias após o contato com o fator desencadeante. Nas
variantes deficientes mais comuns (G6PD A- e G6PD Mediterrânea), a hemólise
grave ocorre após à exposição a certos agentes oxidantes (Nancy, 2003).
Introdução
7
Nos indivíduos G6PD A-, a hemólise limita-se às hemácias com mais de 50
dias. A manifestação nestes pacientes pode ser variável, existindo casos em que
as alterações são subclínicas, enquanto em outros a crise é grave, ocorrendo
icterícia acentuada, dores musculares abdominais e lombares, febre,
hemoglobinúria e reticulocitose (Ramalho et al., 1985). O processo hemolítico
agudo termina espontaneamente após uma semana, mesmo se a exposição à
droga for mantida. Isto pode ser explicado pela natureza seletiva das hemácias
ocasionada pela eliminação das células mais velhas, as quais não são capazes de
sintetizar novas moléculas da enzima para substituir as degradadas, assim como
não podem sintetizar novos componentes da membrana celular danificados pelo
excesso de H
2
O
2
. O produto da hemólise estimula a liberação de células jovens
que contém maior quantidade da enzima, sendo estas, portanto, mais capazes de
resistir ao estresse oxidativo (Ramalho et al., 1985; Nancy, 2003).
O processo hemolítico que ocorre nos indivíduos com G6PD mediterrânea é
semelhante ao descrito anteriormente. No entanto, nestes deficientes as hemácias
jovens também são afetadas em virtude da maior instabilidade e da maior redução
da velocidade de reação da enzima e por isso a hemólise não é autolimitada e
tende a ser mais acentuada (Ramalho et al., 1985).
I.3.1.1 – Hemólise Induzida por Drogas
A primaquina não é a única droga que pode ter efeito hemolítico nos
deficientes da G6PD. Existem outras drogas que são prejudiciais e podem
desencadear eventos hemolíticos nestes pacientes. Existem ainda algumas
Introdução
8
drogas que apesar de produzir uma modesta redução na sobrevida das hemácias
deficientes, podem ser administradas em doses terapêuticas normais (Beutler,
1994). Na Tabela 1 estão listados os principais agentes químicos envolvidos com
o processo hemolítico nos deficientes da G6PD.
Tabela 1. Drogas e Químicos Associados com Hemólise em Indivíduos com
Deficiência da G6PD, segundo Luzzatto & Mehta, 1995.
Drogas Associação Definitiva Associação
Possível *
Antimaláricos
Primaquina
Pentaquina
Pamaquina
Cloroquina
Sulfonamidas
Sulfonamida,
Sulfanilamida
Sulfacetamida
Sulfapiridina
Sulfametoxasol
Tiazolesulfona
Difenilsulfona(DDS) Dapsona
Sulfametoxipiridazina
Sulfadimidina
Nitrofuranos Nitrofurantoína
Analgésicos-Antipiréticos
Acetanilida
Outros
Ácido Nalidíxico
Naftaleno
Niridazol
Fenilhidrazina
Azul de Toluidina
Trinitrotolueno (TNT)
Azu de Metileno
Fenazolpiridina
Cloranfenicol
Vitamina K análogas
*Causam hemólise significativa apenas quando administradas em doses
terapêuticas elevadas ou quando ingeridas por indivíduos com variantes da classe
I.
Introdução
9
I.3.1.2 – Hemólise Induzida por Infecção
Um número elevado de infecções bacterianas e virais está envolvido com a
hemólise aguda. E o tipo de variante de G6PD que o indivíduo apresenta
determina a severidade do quadro hemolítico. Muitos episódios hemolíticos
atribuídos às drogas podem na verdade ser conseqüência de processos
infecciosos, para as quais estas foram administradas (Luzzatto & Mehta, 1995).
Desta forma, é possível que a infecção esteja mais relacionada com eventos
hemolíticos do que as próprias drogas.
I.3.1.3 – Hemólise Induzida por Acidose Diabética
Segundo Gellady & Greenwood (1972), o processo hemolítico pode ocorrer
em associação com cetoacidose diabética e hipoglicemia (Shalev et al., 1985).
Entretanto, a coexistência de infecção e/ou exposição à droga não pode ser
excluída nestes casos (Shalev et al., 1984).
I.3.1.4 – Favismo
O favismo constitui um evento hemolítico desencadeado pela ingestão de
feijão fava (Vicia faba), comum nos países do Mediterrâneo. A fava é tóxica
principalmente para os indivíduos que apresentam a variante Mediterrânea
(Jacobasch & Rapoport, 1996). Os sintomas de hemólise aguda são observados
nas primeiras horas após a ingestão dessa leguminosa ou inalação do seu pólen,
o que geralmente ocorre em crianças de 1 a 5 anos e pode ser fatal (Luzzatto &
Mehta, 1995).
Introdução
10
I.3.2 – Icterícia Neonatal
A icterícia neonatal é freqüente e grave em recém-nascidos com a variante
Mediterrânea, embora isso também possa ocorrer com a variante A-
(Kaplan et al.,
2004). No entanto, há uma ampla variação na freqüência e severidade deste
processo hemolítico, quando consideradas diferentes populações, o que pode ser
explicado pela ação de fatores genéticos ou ambientais, tais como o contato com
a naftalina (Luzzatto & Mehta, 1995) e drogas ou substâncias químicas ingeridas
pela mãe no final da gestação e que são potencialmente hemolíticas (Mentzer &
Collier, 1975).
I.3.2.1 – A Deficiência da G6PD e a Icterícia Neonatal
A icterícia é a manifestação clínica decorrente do aumento da concentração
sérica de bilirrubina e sua conseqüente deposição nos tecidos, causando uma
coloração amarelada na pele.
A bilirrubina é um pigmento derivado do heme, resultante principalmente do
catabolismo da hemoglobina ao nível do sistema retículo-endotelial, sendo que
70% dela origina-se dos eritrócitos senescentes. Este pigmento é composto por
duas frações principais: indireta - fração lipossolúvel que circula conjugada à
albumina e direta - fração hidrossolúvel (Henry, 1995).
A bilirrubina indireta é captada da circulação pelas células hepáticas, liga-se
a uma proteína receptora e, por conjugação com o ácido glicurônico através da
UDP-glicuroniltransferase (UDPG), torna-se hidrossolúvel. O principal produto que
é então eliminado pela bile no intestino delgado é o diglicuronídio de bilirrubina.
Introdução
11
Existe, nesse ponto, uma diferença entre o metabolismo de adultos e de recém-
nascidos. Nos adultos, uma grande porção deste produto sofre redução pela flora
bacteriana formando urobilinogênios que são eliminados pelas fezes. Apenas
pequena parte sofre hidrólise pela β- glicuronidase. Já nos recém-nascidos, por
apresentarem deficiência da flora bacteriana normal e atividade da β-
glicuronidase aumentada, grande parte do produto é hidrolisado, transformando-se
novamente em bilirrubina indireta, e absorvido pela circulação entero-hepática.
(Heidrich, 1992)
A hiperbilirrubinemia ocorre devido a um desequilíbrio no balanço da
bilirrubina, onde mais bilirrubina é produzida e menos é excretada.O aumento da
produção normal diária de bilirrubina, a diminuição da reabsorção entero-
hepática, aliado a uma diminuição da conjugação da bilirrubina pelo fígado nos
RN, explica a chamada icterícia fisiológica, resultante da própria imaturidade do
organismo (Bhutani et al., 2004).
O objetivo principal do tratamento da icterícia é evitar a encefalopatia
bilirrubínica aguda e crônica ou “kernicterus”, termos utilizados para designar a
disfunção neurológica induzida pela bilirrubina (BIND). Esta patologia é causada
em grande parte pela passagem de bilirrubina indireta livre através da barreira
hematoencefálica e sua deposição no cérebro, causando danos irreversíveis às
células, podendo levar a distúrbios auditivos, visuais e cognitivos, retardo mental
e até à morte (Kaplan & Hammerman, 2005).
As icterícias hemolíticas ocorrem com maior freqüência depois da icterícia
fisiológica. Elas são agrupadas em três grandes categorias: imunes, que
Introdução
12
compreendem as incompatibilidades sangüíneas ABO e Rh; hereditárias, que
englobam deficiências de enzimas eritrocitárias, defeitos de membrana eritrocitária
e hemoglobinopatias e adquiridas, causadas por infecções e pelo uso de certos
medicamentos (Heidrich, 1992).
A deficiência de G6PD é a alteração enzimática mais comumente associada
à anemia hemolítica, principalmente por exposição do indivíduo deficiente a
agentes oxidantes.
Nas últimas duas décadas a deficiência de G6PD tem sido relacionada
entre os principais fatores que contribuem para as icterícias neonatais não
hemolíticas (Kaplan et al., 2001a,b). Apesar disso, muitos pediatras e
neonatologistas, ainda não associam esta deficiência como uma possível causa
de hiperbilirrubinemia neonatal grave. Estudos demonstraram que em somente
poucos casos de readmissão hospitalar por hiperbilirrubinemia, a determinação de
G6PD foi solicitada (Kaplan & Hammerman, 2000; Kaplan et al., 2001a,b).
Considerando a alta incidência e correlacionando com o número de nascimentos
por ano, constatou-se que um grande número de crianças possui um alto risco de
apresentar severa hiperbilirrubinemia neonatal grave (Kaplan & Hammerman,
2000)
Em áreas onde a deficiência de G6PD é endêmica, a triagem da bilirrubina
total no soro pode ser realizada como rotina, simplificando o papel do médico na
identificação do alto risco natural dessas crianças, principalmente quando for
necessário avaliar um neonato com icterícia inexplicada (Kaplan & Hammerman,
2004).
Introdução
13
Diversos estudos têm demonstrado que a deficiência de G6PD pode
predispor neonatos, nesses grupos de maior risco, a uma icterícia severa (Neto et
al., 1999; Krzelj et al., 2001). Casos de encefalopatia bilirrubínica podem ser
evitados, desde que seja identificada e tratada precocemente, tornando-se um
risco evitável. Nas últimas décadas, as modernas técnicas de prevenção e
tratamento da hiperbilirrubinemia, incluindo exsangüineo-transfusão, fototerapia e
o uso de imunoglobulinas intravenosas, praticamente eliminaram as chances de
ocorrências de “kernicterus”. Além disso, em função da hiperbilirrubinemia causar
danos irreversíveis, é de extrema importância a realização de todos os exames
disponíveis para detectar a possível causa (Kaplan & Hammerman, 2004).
Infelizmente, a magnitude do problema é desconhecida, uma vez que existem
poucos estudo prospectivos (Kaplan & Hammerman, 2000; Clague & Thomas,
2002).
Os primeiros estudos realizados na Grécia, no início dos anos 60,
demonstravam uma associação entre hiperbilirrubinemia e a mutação mais grave
(G6PD mediterrânea). No entanto, foram posteriormente relatados casos de
icterícia associados a forma menos grave de mutação a G6PD A-. Um estudo
associando hiperbilirrubinemia neonatal e deficiência de G6PD em populações de
maior risco torna-se necessário para avaliar o potencial de risco associado,
especialmente em relação ao uso de drogas contraindicadas na gestação.
Introdução
14
I.3.3 – Anemia Hemolítica não Esferocítica Crônica
Algumas variantes de G6PD são capazes de causar hemólise durante toda
a vida, mesmo na ausência de um fator desencadeante, embora a exposição a
agentes oxidantes possa intensificar um processo hemolítico estabelecido
(Luzzatto & Mehta, 1995). Essas variantes pertencentes à classe I tem sido
identificadas em afro-americanos e em caucasóides (Beutler, 1994). A icterícia e a
anemia geralmente começam a ser perceptíveis ainda no período neonatal, muitas
vezes havendo necessidade de transfusão sanguínea. Após a infância, os sinais e
sintomas do distúrbio hemolítico são sutis e inconstantes, mas podem ser
agravados pela interrupção temporária da eritropoese ocasionada por doença
febril ou pela exposição a fatores desencadeantes de hemólise.
I.4 – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA DEFICIÊNCIA DA G6PD
Esta enzimopatia é o distúrbio metabólico mais comum das hemácias,
afetando cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. Freqüências
elevadas são observadas principalmente nas zonas tropicais e subtropicais do
hemisfério oriental (Luzzatto & Mehta, 1995): 1% a 3% no sul da Itália (Calabro et
al., 1993), 2% a 16% no sul da China e Taiwan (Chiu et al., 1993), 4,5% no Kwait
(Samilchuk et al., 1999), 3% a 25% na Sardenha, acima de 26% em algumas
regiões da África (Luzzatto & Battistuzzi, 1985), e até 70% em judeus (Beutler,
1994) (Figura 3).
Introdução
15
Figura 3. Distribuição mundial da deficiência da G6PD.
Cerca de 10% dos afro-brasileiros e 1,5% dos caucasóides do Rio Grande
do Sul são deficientes (Hutz et al., 1977; Weimer et al., 1981; Weimer et al., 1993).
Na região amazônica a freqüência dessa enzimopatia é de 6,1% (Hamel et al.,
2002).
I.4.1 – Distribuição das Principais Variantes da G6PD
Atualmente, já foram descritas mais de 140 mutações envolvendo os 12
éxons codificadores, e cerca de 400 enzimas variantes (Beutler & Vulliamy, 2002)
Fonte: Luzzatto & Mehta, 1995
<0,5% 7-9,9%
0,5-2,9% 10-14,9%
3-6,9% 15-26%
Introdução
16
Desde a descoberta da deficiência da G6PD (Carson et al., 1956),
observou-se que este distúrbio genético ocorria em diversas populações humanas
e que havia variação na sua expressão clínica, sugerindo uma possível
heterogeneidade bioquímica (Luzzatto & Mehta, 1995). Nos anos que se seguiram
um número considerável de variantes foi descrito. Em 1967 um grupo de pesquisa
da Organização Mundial de Saúde (OMS) padronizou os métodos de análise para
a caracterização das variantes. As variantes de G6PD diferem umas das outras
em relação à atividade da enzima, mobilidade eletroforética, Km (constante de
Michaelis) para seu substrato (G6P e NADP), uso de substratos análogos,
estabilidade ao calor e pH ótimo. Com base nesses critérios, cerca de 400
variantes da G6PD foram descritas, tendo a maioria atividade reduzida, sendo por
isso caracterizadas como variantes deficientes (Saha & Samuel, 1991). De acordo
com Luzzatto & Mehta (1995), as variantes da G6PD determinam diferentes graus
de alterações na atividade enzimática e podem ser agrupadas em cinco classes
com base na atividade residual:
Classe I – Variantes deficientes associadas à anemia hemolítica crônica não
esferocítica;
Classe II – Variantes com deficiência grave (menos que 10% de atividade);
Classe III – Variantes com deficiência moderada (10% a 60% de atividade);
Classe IV – Variantes com atividade normal ou ligeiramente diminuída (60% a
100%);
Classe V– Variantes com atividade enzimática aumentada.
Introdução
17
As variantes clinicamente importantes são as das classes II e III por serem
mais comuns que as da classe I. A maioria das variantes da classe I são de
ocorrência esporádica.
De todas as variantes das classes II e III, as que mostram maior
importância pela sua freqüência são (Tabela 2): a variante G6PD A-, que ocorre
comumente em descendentes africanos, bem como no Sul da Itália, Espanha,
Portugal e Península Arábica; a variante Mediterrânea, que é encontrada mais
usualmente em italianos (em especial, da Sardenha e da Sicília), em gregos,
judeus orientais, árabes e persas; a variante Cantão, freqüente no sul da China; a
variante Seattle, que atinge freqüências polimórficas na Sardenha, Grécia e sul da
Itália; e, finalmente, a variante Union, encontrada em chineses e no sul da Itália.
Tabela 2. Classificação das variantes de G6PD segundo Luzzatto & Mehta, 1995.
CLASSE GRAU DE
DEFICIÊNCIA
VARIANTES
DESCRITAS
EXEMPLOS
I AHNEC 97 G6PD Andaloris,
Campinas e Sumaré
II Grave 112 G6PD Mediterrânea
e Union
III Moderada 103
G6PD A-, Cantão e
Seattle
IV Normal 52 G6PD A
V Aumentada 2 G6PD Verona
AHNEC= anemia hemolítica crônica não esferocítica.
Introdução
18
A forma G6PD B é a mais freqüente em humanos, seguida pelas formas
mutantes G6PD A, G6PD A- e G6PD mediterrânea (B
-
) (Calabro et al., 1993).
Todas as quatro formas podem ser distinguidas através da mobilidade
eletroforética e da sua atividade enzimática. Exceto as variantes B, A e A-, todas
as demais são designadas por nomes geográficos, em conseqüência do grande
número de variantes existentes com a mesma mobilidade eletroforética.
A G6PD A é encontrada em cerca de 20% dos homens afro-americanos.
Difere da variante normal por ser eletroforeticamente mais rápida, porém com
atividade enzimática semelhante à normal, não tendo repercussão clínica (Yoshida
et al. 1988).
A variante africana G6PD A- pode ser observada em cerca de 11% dos
indivíduos afro-americanos deficientes (Heller et al., 1979), e apresenta freqüência
elevada em algumas regiões da África (Welch et al.,1978). A G6PD A
-
, que é uma
das variantes mais freqüentes da classe III, possui a mesma mobilidade
eletroforética da G6PD A, porém é menos estável e possui de 20 a 60% de
atividade enzimática (Luzzatto & Mehta, 1995).
A variante Mediterrânea tem mobilidade eletroforética semelhante à normal,
porém é instável frente ao calor e tem apenas cerca de 7% da atividade normal. É
a variante mais bem estudada da classe II. Tem ampla distribuição na Europa e
Ásia e é conhecida pela sua alta freqüência nos países limítrofes do Mar
Mediterrâneo, como a Grécia (Luzzatto & Metha, 1995) e a Itália (Calabro et al.,
1993).
Introdução
19
I.4.2 – Variantes de G6PD no Brasil
Na fase que antecede a introdução de técnicas de biologia molecular no
Brasil, as variantes de G6PD mais freqüentemente encontradas foram a G6PD A,
A
e Mediterrânea. Os primeiros estudos da deficiência de G6PD em populações
brasileiras demonstraram prevalências que variaram de 2,5 a 11,4% (Barretto &
Jamra, 1967; Azevedo et al., 1978; Sena & Ramalho, 1985). Mais recentemente
com a utilização de técnicas de biologia molecular, comprovou-se a predominância
das variantes G6PD A, A- e Mediterrânea em nosso país (Saad et al, 1997a;
Weimer et al. 1993, ; Compri et al., 2000). A investigação molecular da deficiência
de G6PD no Brasil, tem contribuído para a identificação de novas mutações,
permitindo a descrição de novas variantes, como é o caso da G6PD Lages, São
Borja, Farroupilha, Anaheim, Campinas e Sumaré (Saad et al., 1997b; Weimer et
al., 1998).
O estudo da deficiência de G6PD, além do seu aspecto médico, é
importante marcador genético de etnias e populações. Desta forma, essa
enzimopatia fornece informações úteis para o estudo da composição genética das
populações brasileiras que foram incorporando ao longo de sua história, povos
das mais diferentes origens e com diversos graus de miscigenação.
I.5 - ASPECTOS GENÉTICOS
A G6PD inativa consiste de um monômero de 515 aminoácidos, com massa
molecular de 59.256 daltons. Os monômeros se agregam em dímeros ou
tetrâmeros para formar a enzima ativa, que contém NADP
+
fortemente ligado
Introdução
20
(Cohen & Rosemeyer,1969). Nos eritrócitos humanos os dímeros são a forma
predominante (Miwa & Fujii, 1996).
O gene codificador da enzima G6PD está localizado no braço longo do
cromossomo X, na região Xq28, apresentando um padrão de herança “ligado ao X
recessivo” (Beutler, 1994). Segundo Chen et al. (1991), o gene da G6PD
apresenta cerca de 20 Kb de comprimento, dividido em 13 éxons e 12 introns. A
região não traduzida do mRNA corresponde ao éxon 1 e parte do éxon 2.
Conseqüentemente, apenas 12 éxons formam o mRNA e serão traduzidos para a
síntese da enzima (Martini et al.,1986).
Uma característica marcante do gene da G6PD é seu alto grau de
polimorfismo. A aplicação da biologia molecular no estudo das variantes tem
fornecido importantes dados, possibilitando o acesso a informações
imprescindíveis para a caracterização das variantes bioquimicamente conhecidas.
Após a clonagem e seqüenciamento do gene que codifica a G6PD (Martini et
al.,1986; Persico et al., 1986), muitas pesquisas foram e ainda continuam sendo
realizadas com o intuito de identificar as mutações responsáveis por tais variantes.
Entretanto, o número de mutações observadas até o momento não corresponde
ao número muito maior de variantes bioquímicas já descritas. Além disso,
diferentes defeitos genéticos foram observados em variantes bioquimicamente
homogêneas, como é o caso da variante A-, onde se conhece três grupos de
mutações distintas (Hirono & Beutler, 1988; Beutler et al., 1989). O oposto também
foi observado quando variantes bioquimicamente heterogêneas, apresentaram a
mesma mutação (G6PD Betica e G6PD Matera), idênticas à variante A- em termos
Introdução
21
de seqüência de DNA (Beutler et al., 1989). Uma hipótese para explicar estes
achados sugere que as propriedades bioquímicas da G6PD podem ser
condicionadas pela estrutura tridimensional da proteína, ou ainda, que fatores
extragênicos, geneticamente determinados ou modificações pós-traducionais,
possam alterar o comportamento da enzima e levar à deficiência da G6PD (Mehta
et al., 2000).
Beutler (1989) propôs uma classificação de variantes baseada nos defeitos
genéticos, porém para uma nova classificação ser aceita será necessário o
avanço da pesquisa na detecção de um número maior de variantes com base na
biologia molecular. A maioria das mutações identificadas são substituições
nucleotídicas que não modificam o quadro de leitura (Xu et al., 1995). Mutações
sem sentido e deleções são raras. As deleções, quando ocorrem não envolvem
mais do que oito aminoácidos. A baixa freqüência de deleções como causa de
deficiência da G6PD sugere que uma alteração estrutural drástica do gene seja
presumivelmente letal (Miwa & Fujii, 1996).
I.5.1– Polimorfismo de DNA no Gene da G6PD em Populações Humanas
De todas as variantes descritas, pelo menos 100 delas têm freqüências
polimórficas em várias populações (Vulliamy et al, 1988). Os estudos de
populações que abordam o polimorfismo genético da G6PD sugerem que o estado
de deficiência na África resulta do alelo G6PD*A- e que nos países mediterrâneos
resulta do alelo G6PD*Mediterrâneo (Kurdi-Haidar et al., 1990; Luzzatto & Metha,
1995). Nos asiáticos o alelo G6PD*Cantão é prevalente entre os chineses,
Introdução
22
enquanto que os alelos G6PD*Ube e G6PD*Konan são os mais comuns em
japoneses (Hirono et al., 1993).
A primeira variante a ser investigada utilizando métodos de biologia
molecular foi a G6PD A (alelo G6PD*A) (Takizawa & Yoshida, 1987). Este alelo
apresenta uma mutação de AG no nucleotídeo 376 (éxon 5). Posteriormente,
Hirono & Beutler (1988) observaram a mesma mutação nt 376 no alelo G6PD* A-.
Contudo, verificou-se que uma segunda mutação, geralmente localizada no
nucleotídeo 202 GA (éxon 4), é necessária para causar a deficiência. Outras
mutações nos nucleotídeos 680 GT (éxon 7) e 968 TC (éxon 9) também
podem ocorrer mais raramente em associação com a mutação 376 AG (Beutler
et al.,1989), originando três grupos de mutações: 376G/202A, mais freqüente
(90%); 376G/680T e 376G/968C, mais raras (3% e 7%, respectivamente) (Beutler
& Kuhl, 1990a) (Figura 5).
O alelo G6PD*Mediterrâneo é decorrente de uma substituição CT no
nucleotídeo 563 (éxon 6). Este alelo é um dos tipos polimórficos mais severos da
deficiência, sendo encontrado em uma ampla área geográfica, abrangendo muitos
grupos étnicos.
Introdução
23
Figura 4. Polimorfismos de restrição do gene da G6PD associados com atividade
deficiente da enzima.
O alelo G6PD*Cantão apresenta uma substituição de GT no nucleotídeo
1376, estando presente em 1,7% da população do sul da China. Segundo Hirono
et al. (1993), os alelos G6PD*Konan e G6PD*Ube tem a mesma mutação de C
T no nucleotídeo 241 (éxon 4).
Além dessas mutações, originalmente descritas em populações africanas,
européias e asiáticas, existem outros tipos de mutações que não alteram a
enzima, causando apenas polimorfismo no gene.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
5’ 3’
202
GÆA
Nla I
376
AÆG
Fok I
563
CÆT
MboIII
680
GÆT
BstN I
968
CÆT
Nci I
Fonte: Vulliamy et al., 1991.
Introdução
24
I.6 - A OCUPAÇÃO DA REGIÃO SUL DO BRASIL
No início do século XIX, grande parte das terras das regiões da Campanha,
do Litoral e da Depressão Central estava ocupada por estancieiros e açorianos.
Porém as regiões montanhosas do Planalto e da Serra Geral ainda estavam
despovoadas. A fim de garantir a posse dessas terras o governo imperial começou
a incentivar a vinda de imigrantes ao nosso estado. Os alemães provindos
principalmente de Holstein, Hamburgo, Mecklemburgo, Hannover, Hunsrück e do
Palatino foram os primeiros, tendo chegado a partir de 1824. Ocuparam terras das
regiões leste, norte e noroeste do nosso estado
(Nogueira & Hutter, 1975)
. Em
1875, imigrantes italianos provindos, quase de modo exclusivo do norte da Itália,
principalmente de Vêneto, Vicenza, Treviso, Verona e Beluno, se instalaram nas
regiões do Planalto
(De Boni & Costa, 1984). Grupos de imigrantes poloneses,
judeus, sírios, libaneses e japoneses também contribuíram, mas em menor
número, no povoamento do Rio Grande do Sul
(Pesavento, 1993).
Entre os anos de 1884 e 1944, o Brasil recebeu cerca de 1,5 milhões de
imigrantes Italianos. Até 1930 o Brasil também recebeu um grande número de
portugueses e espanhóis. Após 1930, somente os Portugueses, por não serem
considerados propriamente estrangeiros, continuaram migrando em quantidade
significativa para o Brasil. Outros povos, como árabes e judeus chegaram após
essa data, mas em colônias numericamente pequenas. A distribuição desses
indivíduos no território brasileiro não foi homogênea, visto que estes se
estabeleceram principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do
Sul (Compri et al., 2000), tendo um número reduzido chegado à região
Introdução
25
Amazônica. Os grupos étnicos que mais contribuíram para formação do Rio
Grande do Sul foram os índios, negros, portugueses, espanhóis, alemães,
italianos, poloneses, judeus, sírios, libaneses e japoneses
(Pesavento, 1993).
Introdução
26
I.7- OBJETIVOS
Considerando-se a alta freqüência populacional da deficiência de G6PD, a
constituição da população do Rio Grande do Sul e tirando proveito dos inúmeros
trabalhos realizados na região sobre o tema, este trabalho foi desenhado com os
seguintes objetivos:
1- Estabelecer as condições ótimas de armazenamento de amostras de
sangue total e de amostras de sangue embebidas em papel filtro para
quantificação da atividade da G6PD por método enzimático colorimétrico.
2- Determinar a prevalência da deficiência total e parcial da G6PD em recém-
nascidos do estado do Rio Grande do Sul.
3- Determinar a freqüência das variantes G6PD A, A- e Mediterrânea através
do emprego de técnicas de biologia molecular para a detecção das
mutações 202, 376 e 563 em pacientes deficientes de G6PD.
4- Comparar os resultados aqui obtidos com os estudos prévios já realizados
no RS sobre o tema.
5- Determinar a acurácia do método de quantificação enzimático da G6PD,
utilizando a técnica de biologia molecular como padrão ouro.
Resultados
27
II. RESULTADOS
Os resultados estão apresentados a seguir na forma de artigos publicados
ou submetidos para publicação, em quatro capítulos distintos (cada capítulo
representado por um artigo completo).
Resultados
28
Capítulo 1
Evaluation of G6PD Stability in blood samples under different
collection and storage conditions.
Simone M Castro ; Raquel Weber; Vivian Dadalt; Vanessa F Santos;
George J. Reclos; Kenneth A. Pass; Roberto Giugliani
Publicado em “Clinical Chemistry, 2005 Jun;51(6):1080-1”
Resultados
29
Resultados
30
Resultados
31
Capítulo 2
PREVALENCE OF G6PD DEFICIENCY IN NEWBORNS IN THE SOUTH
OF BRAZIL
Simone Castro, Vivian Dadalt, Raquel Weber, Volnei Tavares,
Roberto Giugliani .
Artigo submetido ao Journal of Medical Screening em 23/01/06
Resultados
32
-------Mensagem original-------
De: Jan Mackie
Data: 01/26/06 06:18:20
Para: 'Simone Castro'
Assunto: RE: Journal of Medical Screening - Manuscript 06008
Dear Dr Castro
Manuscript 06008
Thank you for sending us your manuscript entitled "Prevalence of G6PD deficiency in newborns in
South of Brazil" which is being considered for publication. We shall contact you again when the
paper has been considered.
Yours sincerely
Janette Mackie
Editorial Assistant
J Med Screen
-------Mensagem original-------
De: Jan Mackie
Data: 02/17/06 11:37:55
Para: 'Simone Castro'
Assunto: Journal of Medical Screening - Manuscript 06008
Dear Dr Castro
Manuscript 06008
Thank you for sending us this manuscript, which we have considered carefully with expert
assistance.
If you were able to deal with the referee's query below, we would be pleased to accept the paper for
publication. I think this point will only require you to add one or two sentences. If you could then
send us (i) your revised manuscript, and (ii) a note of how the referee's comment has been
addressed we will check again with the reviewer to see that the changes are satisfactory.
FROM THE REFEREE
I do not know what type of climate the south of Brazil enjoys. Since G6PD prevalence is higher in
areas where malaria is prevalent, it is not clear to me whether the authors are totally ignoring the
possibility of selection advantage in the high prevalence they found as they only discussed the
issue of the origins of the population. Is/was malaria ever common in this region? Also it is not clear
(perhaps I missed it) in what century the founders of the immigrant Brazilian population arrived. This
connects to the previous question of selection advantage; if we are talking only a couple of
generations, then there would have been no time for selection to express itself and the prevalence
would only reflect the gene pool of the ancestors.
END OF COMMENT
We will also need the positions (eg: professor of epidemiology; consultant haematologist; laboratory
manager etc) for each of the authors, to appear on the cover page of the manuscript please.
Please contact me if there are any problems with this.
Yours sincerely
Janette Mackie
Editorial Assistant
JMS London
Resultados
33
Short Report:
PREVALENCE OF G6PD DEFICIENCY IN NEWBORNS IN THE SOUTH
OF BRAZIL
Simone Castro
1
, Vivian Dadalt
1
, Raquel Weber
1
, Volnei Tavares
2
,
Roberto Giugliani
3
.
1- School of Pharmacy, UFRGS, Av. Ipiranga, 2752, Porto Alegre, RS, Brazil;
2- School of Medicine, UFRGS - Rua Ramiro Barcelos, 2400, Porto Alegre, RS, Brazil;
3- Medical Genetics Service, HCPA, UFRGS - Rua Ramiro Barcelos, 2350, Porto Alegre,
RS, Brazil
Contact address:
Simone Martins de Castro
Faculdade de Farmácia – UFRGS
Av. Ipiranga, 2752, Porto Alegre, RS, Brazil, 90610-000
FAX NUMBER : (+55) 51 33165434
E-mail address : scastro@adufrgs.ufrgs.br
Keywords: G6PD deficiency, haemolytic anaemia, newborn screening.
Short Title: G6PD DEFICIENCY IN SOUTH BRAZIL
Resultados
34
Abstract
G6PD deficiency is an X-linked disorder which is associated with intake of
drugs or foods (like fava) which causes haemolytic crises and neonatal jaundice in
most cases. The aim of this study was to determine the prevalence of G6PD
deficiency in Rio Grande do Sul (RS), the Southermost state of Brazil. We tested
2,799 blood samples obtained from newborns. A commercial kit was used for the
quantitative measurement of G6PD activity. From the 2,799 samples, 39 (1.4%)
exhibited total deficiency, 181 (6.5%) intermediate deficiency, and 2,582 (92.2%)
were normal. We found no correlation of G6PD deficiency with ethnic origin, but a
high prevalence of patients with partial deficiency could be associated with the type
of colonization of RS. In conclusion the combined prevalence for both types of
deficiency (complete and partial) was 7.9% among the newborn population. This
finding is important as both types of deficiency must receive same kind of
preventive care .
Introduction
Glucose-6-phosphate dehydrogenase (G6PD; EC 1.1.1.49) deficiency is a
genetic disorder which is associated with drug or fava bean - induced haemolytic
crises and neonatal jaundice in most cases. It is one of the most common
enzymopathies throughout the world. The disorder occurs most frequently in
individuals of Meditarrenean, African and Asian origin with an incidence as high as
25% in some populations.
1
Inheritance of G6PD shows a characteristic X-linked
Resultados
35
pattern. In heterozygote females, the residual enzyme activity is 20-60 % of that
found in normal individuals. This is called “partial deficiency” and these cases are
also susceptible to severe haemolytic episodes, under unfavorable circunstances.
Data available in the literature is discrepant regarding the actual prevalence
of G6PD deficiency in different regions of Brazil, suggesting values close to 7%.
2,3
The aim of this study was to determine the prevalence of G6PD deficiency in RS,
the Southermost State of Brazil using more sensitive and specific tests than those
used in earlier studies.
2,3
Materials and Methods
Blood specimens spotted on SS903 filter paper from newborns referred to
the Neonatal Screening Reference Laboratory of RS, at the School of Pharmacy,
UFRGS, were collected between January and November 2003. Samples were
stored at 4
o
C until analysis. Enzyme activity was measured within 3 days post
collection.
G6PD Deficiency Neonatal Screening Test Kit (Interscientific Corporation,
Cat. No. 3570-050) was used for the quantitative measurement of G6PD activity
as previously described.
4
Briefly, a blood spot paper disk (3mm of diameter) was placed in a 96 well
microplate. Elution buffer was added for the lysis of red blood cells. Fifteen μL of
eluate were transferred to a new microplate and 75 μL of the working reagent was
added. After ten minutes, the whole microplate was measured once at 405 nm to
evaluate the haemoglobin (Hb) content of each sample. Then, a color reagent was
Resultados
36
added and the plate was read at 570nm in kinetic mode (ΔOD/min), to measure the
NADPH produced per minute. The samples were normalised for their Hb content
and then compared to the reference samples (supplied by Interscientific) with three
levels of G6PD activity: Normal=15.8 U/gHb, Intermediate=4.7 U/gHb and
Deficient= 1.3 U/gHb (at 37°C). Statistical analysis was performed using SPSS v
11.0, using Student’s T-test with statistical significance stated as P<0,05.
Results
Two thousand seven hundred ninety-nine newborns participated in this
study. The distribution of values of G6PD according to gender and ethnic origin is
shown in Table 1. Of the 2,799 samples, 39 (1.4%) showed total deficiency, 178
(6.4%) intermediate deficiency, and 2,582 (92.2%) were normal.
Discussion
Although previous reports have shown that the prevalence of G6PD
deficiency, in several regions of Brazil, is around 10% among males of African
origin and between 1 and 6% on euro-descendent males, the present study reveals
a combined prevalence of 7,9% for the two forms of G6PD deficiency (complete
and partial) in RS, South of Brazil, with a higher prevalence of partially deficient
patients. This is a sub-tropical region, non-endemic for malaria, so our results
would only reflect the gene pool of the ancestors.
Resultados
37
Early 19
th
century, the most important groups that contributed to the
colonization of RS were Indians, Afro-descendents, Portuguese, Spanish,
Germans and Italians, followed for Polishes, Jews, Syrians, Lebanese and
Japanese.
5
The high proportion of partial deficiency of G6PD on this study
suggests the predominance of variant A-, which is characteristic of people with
African origin,
6
but also frequent in populations from Southern Italy, Spain, Portugal
and Arabic Peninsula.
1
Despite RS received immigration waves of Mediterranean
people in the past, the proportion of complete G6PD deficiency was lower than the
proportion of partially deficient found in the study. These findings can be explained
by the fact that the waves of Italian immigrants that arrived in RS came,
predominantly, from the North of Italy, where the frequency of G6PD deficiency is
significantly lower, in comparision to observed in the Southern part of Italy,
Sardinia and Sicily.
7
We should point out that the ethnic classification in this study
was established by data collectors, so the lack of correlation among G6PD
deficiency and ethnic origin may be due to the fact that the skin color is not a true
indicator of ethnic origin in Brazil.
8
Moreover, these findings are of great practical significance, because the
prevalence of G6PD deficiency in females has been infrequently studied and for
many years, G6PD deficient heterozygotes were not regarded as being at risk. It
has been shown that heterozygotes can develop severe neonatal
hyperbilirubinemia, being at risk as hemizygous males.
9,10
Despite being an X-
linked disorder, G6PD deficiency is not uncommon among women. Because X-
inactivation may be non random, there may be varying phenotypes, and the red
Resultados
38
blood cells of heterozygous may exhibit normal, intermediate or grossly deficient
G6PD activity.
11
The method used to diagnose the G6PD deficient individuals is
important because a qualitative enzyme measurement is likely to pick up
hemizigotes, heterozygotes and even individuals with less severe enzyme
deficiency.
9
The quantitative measurement of enzymatic activity used in this study
can give a satisfactory guide for the severity of G6PD deficiency in heterozygous
females.
In conclusion, this study demonstrated that the prevalence of G6PD
deficiency was 7.9% among RS newborn population and it is important to consider
that both types of deficiency should receive some kind of preventive care.
Financial support:: Empresa Intercientífica - SP and FIPE- HCPA,RS.
References
1. Luzzato L, Mehta A . Glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency. In:
Scriver CR, Beaudet AL, Sly WS, Valle D, eds. The Metabolic and Molecular
Basis of Inherited Disease. New York: McGraw-Hill, 1995:3367-98.
2. Azevedo ES, Azevedo TFS (1974). Glucose-6-phosphate dehydrogenase
deficiency and neonatal jaundice in Bahia, Brazil. Cienc Cult 1974;26:1044-47.
3. Weimer, TA, Salzano FM, Hutz, MH. Erythrocyte isozymes and Hemoglobin
types in a Southern Brazilian Population. J Hum Evol 1981;10:319-328.
Resultados
39
4. Reclos GJ, Hatzidakis CJ, Schulpis KH. Glucose-6-phosphate dehydrogenase
deficiency neonatal screening: preliminary evidence that a high percentage of
partially deficient female neonate are missed during routine screening. J Med
Screen 2000;7:46-51.
5. Pesavento SJ. Gaúcho: a integração do múltiplo. In: COUTINHO C. eds. Rio
Grande do Sul: Continente Múltiplo. Porto Alegre: Editora Gráfica Metrópole.
1993:160p.
6. Kay AC, Kuhl W, Prchal J, et al. The origin of glucose-6-phosphate-
dehydrogenase (G6PD) polymorphisms in African-Americans. Am J Hum Genet
1992;50:394-8.
7. Beutler E. G6PD deficiency. Blood 1994;84:3613-36.
8. Parra FC, Amado RC, Lambertucci JR, et al. Color and genomic ancestry in
Brazilians. PNAS 2003;100:177-82
9. Kaplan M, Beutler E, Vreman HJ, et al. Neonatal hyperbilirubinemia in glucose-
6-phosphate dehydrogenase-deficient heterozygotes. Pediatrics 1999;104:68-
74.
10. Krželj V, Zlodre S, Terzic J, et al. Prevalence of G-6-PD deficiency in the
Croatian Adriatic Coast Population. Arch Med Res 2001;32:454-457.
11. Mehta A, Mason PJ, Vulliamy TJ. Glucose-6-phosphate dehydrogenase
deficiency. Best Pract Res Clin Haematol 2000;13:21-38.
Resultados
40
Table 1 – Distribution of G6PD activity values in newborns according to
gender and ethnic origin for the two major ethnic groups found in RS.
G6PD activity
Gender Ethnic Origin
Male (%) Female (%) P Caucasians (%) Afro (%) P
Deficient (<2.0 U/g Hb)
25( 1.7%) 12 (0.9%) 0.101 25 (1.1%) 5 (3%) 0.089
Partially Deficient (2.0 – 6.0 U/g Hb)
99 (6.9%) 82 (6.1%) 146 (6.5%) 13 (7.7%)
Normal (>6.1 U/g Hb)
1309 (91.3%) 1245 (93%) 2,080 (92.4%) 151 (89.3%)
Total
1,433 (100%) 1,339 (100%) 2,251(100%) 169 (100%)
* Samples colected between January and November, 2003, referred to the
Neonatal Screening Program Reference Laboratory of RS.
Resultados
41
Capítulo 3
Molecular Characterization of Glucose-6-Phosphate Dehydrogenase
Deficiency in Patients from Porto Alegre – RS
Simone M. de Castro
, Raquel Weber, Ursula Matte and Roberto Giugliani
3
Artigo submetido ao Genetics and Molecular Biology em 24/01/06
Resultados
42
-------Mensagem original-------
De: EDITOR/GMB
Data: 02/03/06 09:21:11
Assunto: MS2006/015- Genetics and Molecular Biology
Subject: MS2006/015 Molecular Characterization of Glucose-6-Phosphate
Dehydrogenase Deficiency in Patients from Porto Alegre - RS
Dear Dr. Castro,
We acknowledge receipt of the abovementioned manuscript, to which has been
assigned the following number: MS2006/015.
Please refer to the manuscript number whenever you contact us.
We thank you for submitting your paper to Genetics and Molecular Biology.
Yours sincerely,
Angela M. Vianna-Morgante
Editora
Genetics and Molecular Biology
.
Resultados
43
Molecular Characterization of Glucose-6-Phosphate Dehydrogenase
Deficiency in Patients from Porto Alegre – RS
Simone M. de Castro
1
, Raquel Weber
1
, Ursula Matte
2
and
Roberto Giugliani
3
1- School of Pharmacy, UFRGS, Av. Ipiranga, 2752, Porto Alegre, RS, Brazil;
2- Center of Gene Terapy, HCPA, UFRGS, Rua Ramiro Barcelos, 2350, Porto Alegre, RS, Brazil;
3- Medical Genetics Service, HCPA, UFRGS, Rua Ramiro Barcelos, 2350, Porto Alegre, RS, Brazil
Contact address:
Simone Martins de Castro
Faculdade de Farmácia – UFRGS
Av. Ipiranga, 2752, Porto Alegre, RS, Brazil, 90610-000
FAX NUMBER : (+55) 51 33165434
E-mail address : scastro@adufrgs.ufrgs.br
Keywords: G6PD deficiency, Haemolytic anaemia, Pentose pathway.
Short Title: MOLECULAR STUDIES OF G6PD IN SOUTH BRAZIL
Resultados
44
Abstract
G6PD deficiency is one of the most common human enzymopathies
throughout the world. Although most affected individuals are asymptomatic, there
is a risk of neonatal jaundice and acute haemolytic anaemia, triggered by infection
and the ingestion of certain drugs and fava beans. In this study, we have
characterized the molecular basis of G6PD deficiency in a sample from Porto
Alegre, Southern Brazil. Genomic DNA was extracted from peripheral blood
leukocytes. We studied the three mutations that appear to be the most frequent in
Southern Brazil: the A- (G202A and A376G) and the Mediterranean (C563T) G6PD
variants. From July 2004 to October 2005, 348 individuals from Porto Alegre were
referred to our laboratory for G6PD analysis, and 36 of them (9.7%) showed
defcient activity of the enzyme. These individuals, as well as 34 randomly selected
non-deficient individuals were submitted to molecular analysis. Mutation screening
revealed an allele frequency of 74.5% (38/51) for G6PD A- among deficient
individuals. The prevalence of this variant is in agreement to its distribution among
the ethnic groups that colonized Rio Grande do Sul, specially Africans,
Portuguese, Spaniards, and Italians.
Introduction
Glucose 6-phosphate dehydrogenase (G6PD; EC 1.1.1.49) is expressed in
all tissues, where it catalyses the first step in the pentose phosphate pathway
(PPP). The NADPH produced by the action of G6PD serves as an electron donor
Resultados
45
in reductive biosynthesis. Since red blood cells lack mitochondria, the PPP is their
only source of NADPH and crucial for their protection from oxidative stress (Mehta
et al., 2000).
G6PD deficiency is one of the most common human enzymopathies
throughout the world. Although most affected individuals are asymptomatic, there
is a risk of neonatal jaundice and acute haemolytic anaemia, triggered by infection
and the ingestion of certain drugs and fava beans (favism) (Beutler, 1994). The
disorder occurs most frequently in individuals of Meditarrenean, African and Asian
origin with an incidence as high as 20% in some populations. Previous reports
have shown that the prevalence of G6PD deficiency, in several regions of Brazil, is
around 10% among males of African origin and between 1 and 6% on euro-
descendent males (Azevedo and Azevedo, 1974; Garlip and Ramalho, 1988;
Weimer et al., 1993; Saad et al., 1997; Weimer et al., 1998). Inheritance of G6PD
shows a characteristic X-linked pattern and the gene has been mapped to Xq28.
Males are more prone to developing symptoms of this disorder. The gene
comprises of 13 exons, spanning nearly 20 kb, enconding 515 amino acids and
possesses a GC-rich promoter typical of many housekeeping genes (Beutler,
1994; Mehta et al.,2000).
To date, more than 140 different molecular abnormalities and 400
biochemical variants have been described in G6PD-deficient subjects, with a
considerable variation in the defects among various racial groups (Luzzato and
Mehta, 1995; Beutler and Vulliamy, 2002, Human Genetics Database). The vast
majority of affected individuals are asymptomatic. Almost all mutations of G6PD
Resultados
46
affect the coding sequence of the gene. The vast majority are single base
substitutions leading to amino acid change. A few of these occur as a second
mutation, most frequently in combination with the polymorphic mutation that
distinguishes the non-deficient variant G6PD A from the wild-type enzyme G6PD
B. The only deletions seen in the coding sequence are small and in-frame. The
absence of large deletions or frameshift mutations suggests that a total lack of
G6PD is incompatible with life (Mehta et al., 2000).
Estimates of the frequency of G6PD deficiency among males and females in
RS range from 3% to 8% (Weimer et al., 1981; Neto et al., 1999). Several G6PD-
deficient variants have been reported among patients from south of Brazil (Hutz et
al., 1977; Weimer et al., 1993; Saad et al., 1997; Weimer et al., 1998; Compri et
al., 2000). The most common of these variants is G6PD A- (Saad et al., 1997;
Compri et al., 2000). This mutation results in a residual enzymatic activity between
85% and 95% as compared to normal donors (Kay et al., 1992).
In this study, we have characterized the molecular basis of G6PD deficiency
in a sample from Porto Alegre, Brazil.
Materials and Methods
Subjects recruitment
Blood samples were collected from patients under investigation for G6PD
deficiency from Porto Alegre, Southern Brazil. These patients came to our attention
because of reported crises of acute haemolytic anaemia, a family history of G6PD
deficiency or occasional findings of reduced enzyme activity. Informed consent
Resultados
47
form was signed by all subjects investigated. Blood samples were taken in EDTA
tubes, transported at 4
0
C, and stored at that temperature for no more than 3 days
before enzyme assay and DNA extraction for molecular analysis.
Detection of enzyme activity
The Interscientific Neolisa G-6-PD Kit (Interscientific Corporation, 2700
North 29
th
Avenue – Suite 220, Hollywood, FL- USA Cat. Nr 3570-050) was used
for the quantitative measurement of G-6-PD activity as previously described
(Reclos et al., 2000).
The assay was performed as follows: A dried blood spot paper disk with a
diameter of 3/16” was placed in each well of a round bottomed 96 well microplate.
Seventy five microliters of elution buffer were added per well for the lysis of red
blood cells. Upon completion of the elution stage, 15 μL of eluant was transferred
to a new round bottomed microplate and 75 μL of the work reagent was added.
Ten minutes after addition of the reagents, the whole microplate was measured
once at 405 nm to evaluate the haemoglobin (Hb) content of each sample. After
adition of color reagent, the plate was read with a 570nm optical filter in kinetic
mode (ΔOD / min), for measurement of the NADPH produced. After termination of
the kinetic the samples were normalised for their Hb content and then compared to
the controls. The Controls used were Interscientific G-6-PD Controls which were
supplied in three levels of G-6-PD activity (Normal=15.8 U/gHb, Intermediate=4.7
U/gHb and Deficient= 1.3 U/gHb). The whole procedure was very easily automated
using an Excel macro which immediately transformed the readings to U/g Hb.
Resultados
48
Molecular Analysis
Genomic DNA was extracted from peripheral blood leukocytes as previously
described (Miller et al., 1988). We studied the three mutations that appear to be the
most frequent in Southern Brazilian region: the A- (G202A, A376G) and the
Mediterranean (C563T) G6PD variants. The coding region of the G6PD gene
encompassing Mediterranean and A- mutations were analyzed by polymerase
chain reation (PCR) using primer sets to amplify exons 6, 4 and 5 (Table 1). PCR
was performed in a final volume of 25 µL using 100 ng of genomic DNA, 1x 500mM
KCl buffer (pH8.4), 5mM MgCl
2
, 2mM of dNTPset, 20pmol of each primer and 1 U
Taq DNA polymerase – all reagents were purchased from Invitrogen. For all PCRs,
10% DMSO (Merck) was added to increase specificity. The PCR amplification
consisted of DNA denaturation at 94
0
C for 5 min followed by 34 cycles of
amplification in a termocycler (Eppendorf Personal Cycler). Each cycle consisted of
a denaturation step at 95
0
C for 30s, an annealing step at varying temperatures
(see table 1) for 30s and an elongation step at 72
0
C for 45s. The final elongation
step was extended for another 10 min. A sample containing only the PCR mixture
was used as negative control. Finally, 10 µL of the PCR produtct were analyzed in
1.5% agarose gel electrophoresis. Ten microliters of the amplified fragments were
digested overnight at 37
o
C using the appropriate endonuclease (BioLabs) The
digestion products were tested on a 1.5 % agarose or 12% poliacrilamide gel
containing ethidium bromide. Digestion patterns of normal and mutant samples are
summarized inTable 2.
Resultados
49
Results
From July 2004 to October 2005, 348 individuals from Porto Alegre were
referred to our laboratory for G6PD analysis. Out of these, enzyme assay detected
36 (9.7%) individuals with a deficiency for the enzyme. These individuals, as well
as 34 randomly selected non-deficient individuals were submitted to molecular
analysis.
Mutation screening in these 70 subjects revealed a high proportion of
individuals positive for G6PD A- variant, showing an allele frequency of 74.5%
(38/51) among deficient individuals. However, only four female individuals were
homozygous for G6PD A- (Table 3). None of the non-deficient subjects was
positive for any of the mutations investigated.
Discussion
Other studies have characterized the relatively high variability of G6PD
among Brazilian populations. As expected, these studies reported the same alleles
commonly found in European and African descent populations (G6PD B, G6PD A,
G6PD A- and G6PD Med) (Saad et al., 1997; Weimer et al., 1998; Compri et al.,
2000). Several biochemical variants have been described in South of Brazil, some
of which have been characterized at the molecular level (Weimer et al., 1998;
Weimer et al., 1993, Hutz et al., 1977). However, regarding G6PD, the State of Rio
Grande do Sul is mainly triallelic, showing a predominance of the wild type enzyme
(G6PD B), followed by the African-origin alleles, G6PD A and G6PD A-.
Resultados
50
Using molecular and biochemical techniques, we could characterize G6PD
deficiency in a sample from Porto Alegre as being mainly due to the G202A or
A376G mutations, representing allele G6PD A-. Although we have screened a
small number of cases, our results are in accordance to published data (Saad et
al., 1997; Weimer et al., 1998; Compri et al., 2000), showing the homogeneous
distribution of the G6PD A- mutation in Brazil.
Weimer et al (1993) and Luzzato and Mehta (1995) suggest that G6PD A-
variant is not restricted to African descents but it is frequent in populations from
Southern Italy, Spain, Portugal and the Arabic Peninsula. Therefore, the
prevalence of this variant is in agreement to its distribution among the ethnic
groups that colonized Rio Grande do Sul, specially Africans, Portuguese,
Spaniards, and Italians (Pesavento, 1993).
The Mediterranean variant has also been reported in samples from Rio
Grande do Sul (Weimer et al., 1998). Nevertheless, in our study there was no
individual with the mutation C563T. It is important to notice the Italian immigrants
coming to Rio Grande do Sul were almost exclusively from Pó Valley and other
regions from Northern Italy, as Vêneto, Vicenza, Treviso, Verona and Beluno (De
Boni and Costa, 1984), where G6PD deficiency is significantly less frequent than in
Southern Italy.
In our study, two deficient individuals were negative for the mutations
screened. It is possible that they bear other mutations not screened for or even not
yet characterized. Several rare variants have been described in RS, such as G6PD
S. Borja, Anaheim, Guaíba, Minas Gerais, Porto Alegre, Seattle and Farroupilha.
Resultados
51
For many of them the molecular defect has not been described but their
electrophoretic and biochemical characteristics place them apart (Hutz et al. ,1977;
Weimer et al., 1998).
As more than 140 variants have been described (Beutler and Vulliamy,
2002), a complete analysis of all mutations would be expensive. Therefore,
screening of common mutations would be more effective, as shown by the fact that
94.4% of deficient patients were genotyped in this study analyzing G6PD A- and
G6PD Med variants.
The knowledge of local mutation frequency is also important for analysis of
females. Prevalence of G-6-PD deficiency in females has been infrequently studied
(Reclos et al., 2003). Enzyme assay may not always give a definitive answer,
regarding carrier status in females (Beutler, 2001). Molecular analysis, although
not suitable for mass screening, is an accurate method to inform about a female’s
status (Mehta et al., 2000; Lin et al., 2005). In this study, 66.7% (10/15) females
were found to be carriers. Even though molecular analysis is not sufficient to
access real risk of carriership in women, it is helpful for genetic counseling and a
better management of disease symptoms.
Acknowledgments
This work was supported by Empresa Intercientífica, SP and FIPE- HCPA,
RS.
Resultados
52
References
Azevedo ES and Azevedo TFS (1974) Glucose-6-phosphate
dehydrogenase deficiency and neonatal jaundice in Bahia, Brazil. Cienc Cult
26:1044-47.
Beutler E (1994) G6PD deficiency. Blood 84:3613-36.
Beutler E (2001) Discrepancies between genotype and phenotype in
hematology: an important frontier. Blood 98:2597-602.
Beutler E and Vulliamy TJ(2002) Hematologically important mutations:
glucose-6-phosphate dehydrogenase. Blood Cells Mol Dis 28:93-103.
Bouanga JC, Mouele R, Prehu C, Wajcman H, Feingold J and Galacteros F
(1998) Glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency and homozygous sickle
cell disease in Congo. Hum Hered 48:192-7.
Compri MB, Saad ST and Ramalho AS (2000) Genetico-epidemiological
and molecular investigation of G-6-PD deficiency in a Brazilian community. Cad
Saude Publica 16:335-42.
Cittadella R, Civitelli D, Manna I, Azzia N, Di Cataldo A, Schiliro G and
Brancati C (1997) Genetic heterogeneity of glucose-6-phosphate dehydrogenase
deficiency in south-east Sicily. Ann Hum Genet 61:229-34.
De Boni LA and Costa R (1984) Os italianos do Rio Grande do Sul. 3rd
edition. Universidade de Caxias and Correio Riograndense, Caxias do Sul, 244 pp.
Garlipp CR and Ramalho AS (1988) Aspectos clínicos e laboratoriais da
deficiência de G6PD em recém-nascidos brasileiros. Rev Brás Genet 11: 717-728.
Resultados
53
Human Genetics Database, Http://www.hgmd.cf.ac.uk/hgmdO.html.
Hutz MH, Yoshida A and Salzano FM (1977) Three rare G-6-PD variants
from Porto Alegre, Brazil. Hum Genet 39:191-7.
Kay AC, Kuhl W, Prchal J and Beutler E (1992) The origin of glucose-6-
phosphate-dehydrogenase (G6PD) polymorphisms in African-Americans. Am J
Hum Genet 50:394-8.
Lin Z, Fontaine JM, Freer DE and Naylor EW (2005) Alternative DNA-based
newborn screening for glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency. Mol Genet
Metab 86:212-9.
Luzzato L and Mehta A (1995) Glucose-6-phosphate dehydrogenase
deficiency. In: Scriver CR, Beaudet AL, Sly WS and Valle D (eds) The Metabolic
and Molecular Basis of Inherited Disease. McGraw-Hill, New York, pp 3367-3398.
Mehta A, Mason PJ and Vulliamy TJ (2000) Glucose-6-phosphate
dehydrogenase deficiency. Best Pract Res Clin Haematol 13:21-38.
Miller SA, Dykes DD and Polesky HF (1988) A simple salting out procedure
for extracting DNA from human nucleated cells. Nucleic Acids Res 16:1215.
Neto EC, Portal L and Ferreira LF (1999) G6PD deficiency in an unselected
brazilian population. Southeast Asian J Trop Med Public Health 30:87.
Pesavento SJ (1993) Gaúcho: a integração do múltiplo. In: Coutinho C (eds)
Rio Grande do Sul: Continente Múltiplo. Editora Gráfica Metrópole, Porto Alegre,
160pp.
Reclos GJ, Hatzidakis CJ and Schulpis KH (2000) Glucose-6-phosphate
dehydrogenase deficiency neonatal screening: preliminary evidence that a high
Resultados
54
percentage of partially deficient female neonate are missed during routine
screening. J Med Screen 7:46-51.
Reclos GJ, Schulpis KH, Gavrili S and Vlachos G (2003) Evaluation of
glucose-6-phosphate dehydrogenase activity in two different ethnic groups using a
kit employing the haemoglobin normalization procedure. Clin Biochem 36:393-5.
Saad ST, Salles TS, Carvalho MH and Costa FF (1997) Molecular
characterization of glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency in Brazil. Hum
Hered 47:17-21.
Vulliamy TJ, Othman A, Town M, Nathwani A, Falusi AG, Mason PJ and
Luzzatto L (1991) Polymorphic sites in the African population detected by
sequence analysis of the glucose-6-phosphate dehydrogenase gene outline the
evolution of the variants A and A-. Proc Natl Acad Sci U S A 88:8568-71.
Weimer TA, Salzano FM and Hutz MH (1981) Erythrocyte Isozymes and
hemoglobin types in a Sounthern Brazilian Population. J HumEvol 10:319-328.
Weimer TA, Salzano FM, Westwood B and Beutler E (1993) Molecular
characterization of glucose-6-phosphate dehydrogenase variants from Brazil. Hum
Biol 65:41-7.
Weimer TA, Salzano FM, Westwood B and Beutler E (1998) G6PD variants
in three South American ethnic groups: population distribution and description of
two new mutations. Hum Hered 48:92-6.
Resultados
55
Table 1 - Primer sequences used to amplify exons 4, 5 and 6 of the G6PD Gene
Primer Sequence
Annealing
Temperature
Reference
202 forward
5’ GTG GCT GTT CCG GGA TGG CCT TCT G 3’ 61°C
Bouanga et al.,1998
202 reverse
5’ CTT GAA GAA GGG CTC ACT CTG TTT G 3’
376 forward
5’ CTG TCT GTG TGT CTG TCT GTC C 3’ 63.5°C
Vulliamy et al., 1991
376 reverse
5’ GGC CAG CCT GGC AGG CGG GAA GG 3’
Cittadella et al., 1997
563 forward
5’ ACT CCC CGA AGA GGG GTT CAA GG 3’ 61°C
Vulliamy et al., 1991
563 reverse
5’ CCA GCC TCC CAG GAG AGA GGA AG 3’
Cittadella et al., 1997
Resultados
56
Table 2. Restriction Enzyme Analysis for G6PD Mediterranean and A-
Mutations
Fragment Size (Base Pairs)
G6PD Variant Mutation
Amplified
Exons
Enzyme
Uncut (Normal) Cut (Mutant)
Mediterranean 563 CT 6 MboII 543 277-119-100-26-25
A - 202 GA 4 NlaIII 109 63-46
376 AG 5 FokI 295 154-141
Resultados
57
Table 3. Gene and genotypic frequencies of G6PD in 70 subjects from Porto
Alegre, RS, Brazil.
Mutation
Deficient Non deficient
Male Female Male Female
563 CT 0 0 0 0
202 GA 20 14 0 0
376 AG 20 14 0 0
Negative 1 1 15 19
Total 21 15 15 19
Resultados
58
Capítulo 4
G6PD: Discrepancies between genotype and phenotype
Simone Castro, Raquel Weber, Úrsula Matte, Kenneth Pass, Tijen Tanyalcin,
George Reclos, Roberto Giugliani.
Artigo em fase final de preparação para ser submetido ao Clinical Chemistry
Resultados
59
Journal category: Hematology
Runing title:
G6PD: Discrepancies between genotype and phenotype
Simone M. de Castro
1
, Raquel Weber
1
, Ursula Matte
2
, George J. Reclos
3
,
Kenneth A. Pass
4
, Tijen Tanyalcin
5
, Roberto Giugliani
6
1- School of Pharmacy, UFRGS, Av. Ipiranga, 2752, Porto Alegre, RS, Brazil;
2- Center for Gene Therapy, HCPA, UFRGS, Rua Ramiro Barcelos, 2350, Porto Alegre,
RS, Brazil;
3- R&D DIAGNOSTICS Ltd, 41 El.Venizelou Street, 15561 Holargos, Greece
4- New York State Department of Health, Wadsworth Center, Albany, New York.
5-
6 Medical Genetics Service, HCPA, UFRGS, Rua Ramiro Barcelos, 2350, Porto Alegre,
RS, Brazil
Mailing address:
Simone Martins de Castro
Faculdade de Farmácia – UFRGS
Av. Ipiranga, 2752, Porto Alegre, RS, Brazil, 90610-000
FAX NUMBER : (+55) 51 33165434
E-mail address : [email protected]
Resultados
60
Abstract
Glucose 6-phosphate dehydrogenase (G6PD; EC 1.1.1.49) deficiency is an
X-linked disorder which is associated with drug induced, fava caused haemolytic
crises and neonatal jaundice. It is one of the most common enzymopathies
throughout the world. Diagnosis of the G6PD genotype in female subjects and
individuals with some variants is particularly problematic. There is a need for a
simple, sensitive and reliable test for G6PD deficiency for clinical laboratories to
predict more accurately the risk of a patient developing a hemolytic crisis.
Objective: We used molecular DNA analysis for the accurate classification of
G6PD genotype in correlation with a quantitative assay of the enzyme, in whole
blood samples. Results: From July 2004 to October 2005, 348 individuals were
sent for G6PD analysis. Enzyme assay detected 29 (8.3%) of these individuals
with a deficiency for the enzyme (<7.7 UgHb). Additionally, 17 individuals with
G6PD activity between 7.7 and 12.0 U/gHb were also selected for molecular
analysis, as well as 27 randomly selected non-deficient subjects. In this sample of
73 individuals, 34 were female and 39 were male. A total of 35 specimens were
found to be abnormal by the DNA assay, of which 21 were male hemizygous for
the G202A;A376G, 4 were female homozygous and 10 females were identified as
carriers for the same double mutations. One subject showed the Mediterranean
variant (C563T). In our study, two deficient individuals were negative for the
mutations screened and none of the non-deficient subjects was positive for any of
the mutations investigated. It can be concluded that Intercientífica kit is an accurate
method for detecting G6PD deficiency, giving a satisfactory guide for the severity
of G6PD deficiency in heterozygous females and even in individuals with mutations
causing less severe enzyme deficiency.
Resultados
61
Introduction
Glucose 6-phosphate dehydrogenase (G6PD; EC 1.1.1.49) deficiency is an
X-linked disorder which is associated with drug or fava bean – induced haemolytic
crises and neonatal jaundice. It is one of the most common enzymopathies
throughout the world. The disorder occurs most frequently in individuals of
Meditarrenean, African and Asian origin with an incidence as high as 20% in some
populations (1)
.
Although several variants of G6PD have been described in Southern of
Brazil, some of which have been characterized at the molecular level (2,3,4
), there
is a homogeneous predominance of G6PD A- variant in the Brazilian population
(5
). The red blood cells of individuals with this mutation show a residual enzymatic
activity between 5% and 15% as compared with normal individuals (6).
Inheritance of G-6-PD shows a characteristic X-linked pattern. However,
since X-inactivation may be nonrandom, or one of the two clones may be selected
preferentially, there may be varying phenotypes, and the RBCs of heterozygotes
may exhibit normal, intermediate, or grossly deficient G6PD activity.
Because of this apparent discrepancy between phenotype and genotype,
diagnosis of the G6PD genotype in female subjects and individuals with some
variants is particularly problematic. There is a need for a simple, sensitive and
reliable test for G6PD deficiency for clinical laboratories to predict more accurately
the risk of a patient. Only when we can predict more accurately the natural course
for a patient can we make a valid risk-benefit and cost–benefit assessments for
Resultados
62
therapeutic options (7). In addition to the quantitative enzyme assay, that
measures the formation of NADPH, there are several screening tests (8). Here we
used molecular DNA analysis for the accurate classification of G6PD genotype in
correlation with a quantitative assay of the enzyme, in whole blood samples. The
accuracy of a quantitative G6PD kit employing hemoglobin normalization was
evaluated, considering DNA analysis as a gold standard.
2. Materials and Methods
2.1. Subjects recruitment
Blood samples were collected from patients under investigation for G6PD
deficiency from Porto Alegre, Southern part of Brazil. The study was conducted
between July 2004 and October 2005. Patients came to our attention because of
they reported crises of acute hemolytic anemia, a family history of G6PD deficiency
or diagnose reduced enzyme activity. Informed consent form was signed by all
subjects in this study. Data about enzyme activity and molecular analysis were
obtained from subjects. The whole blood samples were taken in EDTA tubes,
transported at 4
0
C, and stored at this temperature for no more than 3 days before
enzyme assay and DNA extraction for molecular analysis.
Resultados
63
2.2. Detection of enzyme activity
The Interscientific Neolisa G-6-PD (Interscientific Corporation, 2700 North
29
th
Avenue – Suite 220, Hollywood, FL- USA Cat. Nr 3570-050) (OSMMR2000-D
kit R&D Diagnostics) was used for the quantitative measurement of G-6-PD activity
as previously described (9
). The assay was performed as follows: A blood spot
paper disk with a diameter of 3/16” was placed in each well of a round bottomed 96
well microplate. Seventy five microliters of elution buffer were added per well for
the lysis of red blood cells. Upon completion of the elution stage, 15 μL of eluant
were transferred to a new round bottomed microplate and 75 μL of the work
reagent was added. Ten minutes after addition of the reagents, the whole
microplate was measured once at 405 nm to evaluate the haemoglobin (Hb)
content of each sample. After addition of color reagent, the plate was read with a
570nm optical filter in kinetic mode (ΔOD / min), for measurement of the NADPH
produced. After termination of the kinetic the samples were normalised for their Hb
content and then compared to the controls. The controls used were supplied by
Interscientific, in three levels of G-6-PD activity (Normal=15.8 U/gHb,
Intermediate=4.7 U/gHb and Deficient= 1.3 U/gHb).
Determination of average G6PD activity for our population.
The cut-off values for G6PD deficiency and the normal references values
were previously obtained from a normal group of individuals representing the
population living in the Porto Alegre area. The determination of the average activity
of G6PD in normal individuals was performed after the exclusion of all samples
Resultados
64
showing an enzymatic activity below 60%. This was done before taking into
account the value of the standard deviation of the distribution as measure of
scatter around the mean, as it is performed conventionally (ref estates). Samples
with an activity between 20% and 60% of the mean were classified as having
intermediate activity. Values lower than 20% are accepted as deficient samples.
The cut-off points for our population were set bellow 2.6 U/gHb and between 2.7
and 7.7 U/gHb for deficient and partially deficient respectively.
2.3. Mutation detection
Genomic DNA was extracted from peripheral blood leukocytes as previously
described (10
). We studied the three mutations: the A- (202 GA, 376 AG) and
the Mediterranean (563 CT) G6PD variants. The coding region of the G6PD
gene encompassing Mediterranean and A- mutations were analyzed by
polymerase chain reaction (PCR) using primer sets to amplify exons 6, 4 and 5
(Table 1). PCR was performed within a final volume of 25 µL using 100 ng of
genomic DNA, 1x 500mM KCl buffer (pH8.4), 1.5mM MgCl2, 2mM of dNTPset,
20pmol of each primer and 1 U Taq DNA polymerase – all reagents were
purchased from Invitrogen. For all PCRs, 10% DMSO (Merck) was added to
increase specificity. The PCR amplification consisted of DNA denaturation at 94
0
C
for 5 min followed by 34 cycles of amplification in a termocycler (Eppendorf
Personal Cycler). Each cycle consisted of a denaturation step at 95
0
C for 30s, an
annealing step at varying temperatures (see table 1) for 30s and an elongation
step at 72
0
C for 45s. The final elongation step was extended for another 10 min. A
Resultados
65
sample containing only the PCR mixture was used as negative control. Finally, 10
µL of the PCR product was analyzed in a 1.5% agarose gel electrophoresis. Ten
microliters of the amplified fragments were digested overnight at 37
o
C using the
appropriate endonuclease (BioLabs) The digestion products were tested on a 1.5
% agarose or 12% polyacrilamide gel stained with ethidium bromide. Digestion
patterns of normal and mutant samples are summarized in Table 1.
2.4 Statistical analysis:
Statistical Packages for Social Sciences (SPSS v.12.0) software was used
to evaluate the results. Continuous variables were expressed as mean ± S.D. To
evaluate diagnostic performance we have calculated sensibility, specificity and
likelihood ratios to obtain post-test probability using Bayes’ Theorem.
Results
From July 2004 to October 2005, 348 individuals were sent to our laboratory
for G6PD analysis. Enzyme assay detected 29 (8.3%) of these individuals with a
deficiency for the enzyme (<7.7 UgHb). Additionally, 17 individuals with increased
bilirubin levels and G6PD activity between 7.7 and 12.0 U/gHb were also selected
for molecular analysis, as well as 27 randomly selected non-deficient subjects. In
this sample of 73 individuals, 34 were female and 39 were male.
A total of 35 specimens were found to be abnormal by the DNA assay, of
which 21 were male hemizygous for the G202A;A376G, 4 were female
homozygous and 10 females were identified as carriers for the same double
Resultados
66
mutations. One subject showed the Mediterranean variant (C563T). In our study,
two deficient individuals were negative for the mutations screened and none of the
non-deficient subjects was positive for any of the mutations investigated.
According to the mutation analysis, subjects were reclassified as
homozygous or hemizygous, heterozygous or normal (Fig 1).
ROC curve analysis was performed to define the sensitivity and specificity of
different levels of G6PD using molecular analysis as gold standard. Calculated
sensitivity and specificity for cut-off values established for the normal population
were: 2.9 U/gHb (11.4% and 100%), 8 U/g Hb (77.1% and 94.7%) and 11.5 U/g hb
(97.1% and 76.3%).
In order to calculate sensitivity and specificity one has to classify test results
in only two categories (normal and abnormal). For quantitative traits, however, a
test may have different “patterns” for values far low (or above) cut-off but the
critical points are those intermediate values. For this reason, we used Likelihood
Ratio (LR) to calculate post test probability in three different levels of enzyme
activity (Table 2).
It is estimated that combined deficiency of G6PD is approximately 8% in a
sample from Rio Grande do Sul. So, from a pretest probability of 8%, after enzyme
assay the odd ratio of a given person to be G6PD deficient (having enzyme levels
lower than 8 U/g Hb) becomes 55.9%. On the other hand, for enzyme levels higher
than 11.5 U/gHb, this probability goes down to 0.37% (Table 2).
Two subjects with G6PD activity below 8.0 U/gHb had negative DNA test,
but molecular analysis does not rule out the possibility of other mutations.
Resultados
67
Discussion
The clinical performance of any laboratory test can be determined by its
diagnostic accuracy. Diagnostic accuracy refers to the quality of the information
provided by the laboratory test. The most commonly used methods to diagnose
G6PD deficiency are able to detect totally deficient cases, but fail to detect partially
deficient cases (9,11
).
Hundreds of millions of individuals are estimated to be affected by G6PD
deficiency worldwide and a large proportion of these individuals will necessarily be
heterozygotes. Only a fraction will be detected by simple screening methods or
even by enzymatic assays, in particular those patients with mutations resulting in
severe loss of enzymatic activity like the Mediterranean one. For milder cases, the
molecular analysis is more precise and allows the clinician to estimate if the
measured low enzymatic activity was transient (normal or heterozygous for mild
mutations) or permanent (heterozygous for mutations leading to severe loss of
enzymatic activity) (12
).
This report describes the direct comparison between a fully quantitative kit
with a simultaneous Hemoglobin Normalization procedure and PCR-based
genotyping, based on survey results derived from real patient samples.
Using molecular techniques, we could characterize G6PD deficiency in our
sample as being mainly due to the G202A;A376G genotype, representing allele
G6PD A-. Although we have screened a small number of cases, our results are in
Resultados
68
accordance to published data (13,4,5), showing the homogeneous distribution of
the G6PD A- mutation in Brazil.
As more than 140 variants have been described (14)
, a complete analysis of
all mutations is cost and time consuming. Therefore, frequency-oriented studies
are more effective, as can be seen by the 94.4% of deficient patients genotyped in
this study analyzing G6PD A- and G6PD Med variants. This panel of mutations
should allow for the detection of more than 90% of complete G6PD deficiency
cases in Brazil population, and allow detection of female carriers who may be
partially deficient due to selected X chromosome inactivation.
The method used to diagnose the G6PD deficient individuals is an important
decision. The correlation between biochemically and molecularly characterized
variants is not always straightforward. Because of the apparent discrepancy
between phenotype and genotype, diagnosis of the G6PD genotype using an
enzymatic assay is particularly problematic. First the G6PD enzymatic activity
measured by any kit can be easily affected by a great number of factors, most
notably transportation, temperature and time elapsed between blood collection and
sample analysis (15,16
). Second, G6PD deficiency is caused by a very large
number of mutations resulting in different degrees of enzyme deficiency (14
).
As previous described by Lin et al (2005) (12) the cut-off value for the
enzymatic assay is difficult to set. Using the recommended cut-off values from our
enzymatic assay the sensitivity was 77.1%, specificity 94.7% and some partially
deficient females could be missed. It is important to stress that, as not all known
mutations have been tested in this study, the two deficient individuals may be
Resultados
69
misclassified by mutation analysis, therefore interfering with the sensitivity and
specificity test.
Using only sensitivity and specificity we have to throw away important
information or recalculate sensitivity and specificity for every cut-off point. We
recommend the LR approach because it is simpler and more efficient. LR posses
some properties which makes it a very powerful diagnostic strategy. It is more
stable than sensitivity or specificity when prevalence changes. As a result, the
likelihood ratio expresses the probability that a given level of a diagnostic test
result would be expected in a patient with (as opposed to one without) the target
disorder (17,18
). From a pretest probability of 8% of deficiency in the population of
RS, after enzyme assay the probability posttest of a given person to be G6PD
deficient (having enzyme levels lower than 8 U/gHb) becomes 55.9%. On the other
hand, for enzyme levels higher than 11.5 U/gHb, this probability góes down to
0.37% (Table 2).
Because young red blood cells in patients with the A- variant of G6PD
deficiency contain relatively high enzyme levels, hemolysis usually tends to be a
mild and self-limited process (19
). Thus, the risk of hemolysis as the most serious
side-effect differs greatly among the various forms of G6PD deficiency. Regardless
of the molecular data, all women showing a residual enzymatic activity less than
40% of the normal population should be treated as being equally at risk with the
totally deficient patients.
Molecular data can identify the variant of the mutation but can't indicate the
ratio of G6PD+ / G6PD- RBC populations which may result in residual enzymatic
Resultados
70
activities ranging from 30 to 60% (Naylor - see the table) (20). Thus, the
information obtained from an enzymatic method run alone, is enough to pin point
the cases which are at greater risk but can’t give definite answers about the
underlying genotype. In this respect, the complementary use of a molecular
technique for samples showing an intermediate residual enzymatic activity would
greatly enhance the efficacy of the test, providing the clinician with more conclusive
data.
It can be concluded that Intercientífica kit is particularly suitable for the
accurate evaluation of the enzymatic activity in whole blood samples, for large
scale screening in field studies and in the public health setting. It is an accurate
method for detecting G6PD deficiency, giving a satisfactory evaluation of the guide
for severity of G6PD deficiency in heterozygous females and even in individuals
with mutations causing less severe enzyme deficiency.
We propose the use of an enzymatic kit for screening the population
followed by a selective screening of intermediate cases (especially those with low
residual enzymatic activity – in the 35-50% range) using molecular techniques.
This is even more suitable in populations with common mutations such as ours.
Acknowledgments: Empresa Intercientífica,SP e FIPE- HCPA,RS
Resultados
71
References
1. Luzzatto L, Mehta A . Glusose-6-phosphate dehydrogenase deficiency. In:
Scriver CR, Beaudet AL, Sly WS, Valle D, eds. The metabolic and molecular
bases of inherited disease. New York: Mc Graw-Hill 1995:3367-3398.
2. Hutz MH, Yoshida A, Salzano FM. Three rare G-6-PD variants from Porto
Alegre, Brazil. Hum Genet 1977;39:191-7.
3. Weimer TA, Salzano FM, Westwood B, Beutler E. Molecular
characterization of glucose-6-phosphate dehydrogenase variants from
Brazil. Hum Biol 1993;65:41-7.
4. Weimer TA, Salzano FM Westwood B, Beutler E. G6PD Variants in three
South American ethnic groups: population distribution and description of two
new mutations. Hum Hered 1998;48:92-96.
5. Compri MB, Saad STO, Ramalho AS. Investigação genético-epidemiológica
e molecular da deficiência de G-6-PD em uma comunidade brasileira.
Caderno de Saúde Pública 2000;16:335-42.
6. Kay AC, Kuhl W, Prchal J, et al. The origin of glucose-6-phosphate-
dehydrogenase (G6PD) polymorphisms in African-Americans. Am J Hum
Genet 1992;50:394-8.
7. Beutler E. Discrepancies between genotype and phenotype in hematology:
an important frontier. Blood 2001;98:2597-602.
8. Meissner PE, Coulibaly B, Mandi G, Mansmann U, Witte S, Schiek W,
Muller O, et al. Diagnosis of red cell G6PD deficiency in rural Burkina Faso:
Resultados
72
comparison of a rapid fluorescent enzyme test on filter paper with
polymerase chain reaction based genotyping. Br J Haematol 2005;131:395-
9.
9. Reclos GJ, Hatzidakis CJ, Schulpis KH. Glucose-6-phosphate
dehydrogenase deficiency neonatal screening: preliminary evidence that a
high percentage of partially deficient female neonate are missed during
routine screening. J Med Screen 2000;7:46-51.
10. Miller SA, Dykes DD, Polesky HF. A simple salting out procedure for
extracting DNA from human nucleated cells. Nucleic Acids Res
1998;16:1215.
11. Ainoon O, Alawiyah A, Yu YH, Cheong SK, Hamidah NH, Boo NY, Zaleha
M. Semiquantitative screening test for G6PD deficiency detects severe
deficiency but misses a substantial proportion of partially-deficient females.
Southeast Asian J Trop Med Public Health 2003;34:405-14.
12. Lin Z, Fontaine JM, Freer DE, Naylor EW. Alternative DNA-based newborn
screening for glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency. Mol Genet
Metab 2005;86:212-9.
13. Saad ST, Salles TS, Carvalho MH, Costa FF. Molecular characterization of
glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency in Brazil. Hum Hered 1997;
47:17-21.
14. Beutler E, Vulliamy TJ. Hematologically important mutations: glucose-6-
phosphate dehydrogenase. Blood Cells Mol Dis 2002;28:93-103.
Resultados
73
15. Castro SM, Weber R, Dadalt V, Santos VF, Reclos GJ, Pass KA, Giugliani
R. Evaluation of glucose-6-phosphate dehydrogenase stability in blood
samples under different collection and storage conditions [Letter]. Clin
Chem 2005;51:1080-1.
16. Freer DE. Observations on heat/humidity denaturation of enzymes in filter-
paper blood spots from newborns. Clin Chem 2005;51:1060-2.
17. Jaeschke R, Guyatt GH, Sackett DL. Users' guides to the medical literature
III. How to use an article about a diagnostic test. A. Are the results of the
study valid? Working Group. JAMA 1994;271:389-91.
18. Jaeschke R, Guyatt GH, Sackett DL. Users' guides to the medical literature
III. How to use an article about a diagnostic test. B. What are the results and
will they help me in caring for my patients? The Evidence-Based Medicine
Working Group. JAMA 1994;271:703-7.
19. Shanonn 1982
20. Bouanga JC, Mouele R, Prehu C, Wajcman H, Feingold J, Galacteros F.
Glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency and homozygous sickle
cell disease in Congo. Hum Hered 1998;48:192-7.
21. Cittadella R, Civitelli D, Manna I, Azzia N, Di Cataldo A, Schiliro G, Brancati
C. Genetic heterogeneity of glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency
in south-east Sicily. Ann Hum Genet 1997;61:229-34.
22. Vulliamy TJ, Othman A, Town M, Nathwani A, Falusi AG, Mason PJ,
Luzzatto L. Polymorphic sites in the African population detected by
sequence analysis of the glucose-6-phosphate dehydrogenase gene outline
Resultados
74
the evolution of the variants A and A-. Proc Natl Acad Sci U S A
1991;88:8568-71.
Resultados
75
Table 1 – Parameters for detecting mutations in exons 4, 5 and 6 of the
G6PD gene.
Mutation Amplified Exons
Annealing
Temperature
Enzyme
Reference
202 GA
4 61°C
NlaIII
(21
)
376 AG
5 63.5°C
FokI
(22,23
)
563 CT
6 61°C
MboII
(22,23
)
Resultados
76
Table 2- Pretest Probabilities, Likelihood Ratios (LRs) of G6PD Scan
Results, and Posttest Probabilities in different levels of G6PD (U/g Hb) compared
to the molecular analysis for mutations 202, 376 and 563.
Pretest
Probabil
ity (%)
G6PD
(U/g Hb) DNA
Positive DNA negative Scan Result (LR)
Posttest
Probability
(%)
8
<=8
27 2 14.547 55.9%
8
8 a 11.5
7 10 0.76 6.2%
8
>=11.5
1 26 0.043 0.37%
LR= likelihood Ratio; G6PD= glucose-6-phophatedehydrogenase
Resultados
77
Fig 1- Classification of subjects according to the presence or absence of
mutations tested (A- and Med).
Considerações Finais
78
III. Considerações Finais
Considerações Finais
79
A G6PD é expressa em todos os tecidos, onde catalisa a primeira etapa da
via das pentoses-fosfato. O NADPH produzido pela ação da G6PD serve como
doador de elétrons na biossíntese redutora. Pelo fato de os glóbulos vermelhos
não terem mitocôndria, a via das pentoses-fosfato é a única fonte de NADPH e
essencial para sua proteção contra o stress oxidativo (Berg, 2004).
A deficiência de G6PD é uma condição genética cuja manifestação pode
ser desencadeada por fatores ambientais tais como drogas, fava, infecções. As
principais manifestações clínicas consistem de crises hemolíticas e icterícia
neonatal (Beutler, 1994). É uma das enzimopatias mais comuns em todo o mundo,
sendo comumente associada a alguns grupos étnicos. A deficiência ocorre mais
frequentemente em indivíduos do Mediterrâneo, de origem africana ou asiática,
podendo apresentar incidência de 5 a 25% em algumas populações (Luzzato e
Mehta, 1995; Compri et al., 2000)
Vários são os métodos descritos na literatura para a determinação da
atividade da G6PD, incluindo métodos qualitativos, quantitativos e moleculares
(Sanpavat et al., 2001; Lin et al., 2005). Estes métodos apresentam diferentes
graus de sensibilidade e especificidade, assim como diferentes formas de
apresentação dos resultados. Esta variabilidade de métodos existentes dificulta a
comparação dos resultados entre os estudos. Para este estudo foi utilizado o
método quantitativo enzimático-colorimétrico para a caracterização da deficiência
de G6PD e os resultados foram expressos em deficiência total ou completa,
deficiência parcial ou intermediária ou não deficientes (Reclos et al., 2000).
Considerações Finais
80
Dados disponíveis na literatura são discrepantes quanto à real prevalência
da deficiência de G6PD em diferentes regiões do Brasil. Estudos anteriores
demonstraram prevalência da deficiência de G6PD em torno de 10% entre os
homens de origem africana. Já entre os homens euro-descendentes dos estados
de São Paulo e do Rio Grande do Sul foram encontradas freqüências de
deficiência em torno de 1 a 6%. (Lewgoy & Salzano, 1968; Azevedo et al., 1978;
Sena & Ramalho, 1985; Compri et al., 2000).
O presente estudo revelou uma prevalência combinada de 7,9% das duas
formas de deficiência de G6PD (completa e parcial) no Rio Grande do Sul, com
alta prevalência de pacientes parcialmente deficientes e sem correlação com
origem étnica.
Apesar da deficiência de G6PD ser classicamente associada a afro-
descendentes (Kay et al., 1992), a não correlação com a origem étnica encontrada
neste estudo deveu-se à alta prevalência da variante A- de G6PD, também
evidenciada pelo grande número de pacientes parcialmente deficientes. Sabe-se
que a variante A- não é característica de descendentes de africanos, como é
referenciado freqüentemente na bibliografia. Estas variantes também são
frequentes em populações do sul da Itália, Espanha, Portugal e península arábica
(Luzzato & Mehta, 1995). Também é importante salientar que a classificação
étnica, neste estudo, foi estabelecida por coletadores, e que no Brasil a cor da
pele não reflete ancestralidade genética (Parra et al., 2003).
Considerações Finais
81
Os grupos étnicos que contribuíram para a formação do Rio Grande do Sul
foram os índios, negros, portugueses, espanhóis, alemães, italianos, poloneses,
judeus, sírios, libaneses e japoneses (Pesavento, 1993).
Apesar do Rio Grande do Sul ter recebido imigrantes de origem
Mediterrânea no passado, a proporção de deficiência completa de G6PD foi
inferior à proporção de deficiência parcial encontrada neste estudo. Estes achados
podem ser explicados pelo fato de as ondas de imigrantes italianos que chegaram
no RS terem vindo, predominantemente, do norte da Itália, principalmente de
Vêneto, Vicenza, Treviso, Verona e Beluno (De Boni & Costa, 1984), onde a
freqüência de deficiência de G6PD é significativamente menor, em comparação à
observada na parte sul da Itália, Sardenha e Sicília (Beutler, 1994).
Além disso, o alto percentual de mulheres deficientes (7,0%) é de grande
significado, pois demonstra que apesar de ser uma doença ligada ao X, a
deficiência de G6PD não é rara entre as mulheres. Por muitos anos, a deficiência
de G6PD em heterozigotas não era considerada como sendo suscetível a
episódios hemolíticos graves, mesmo sob condições adversas. No entanto, tem
sido comprovado que heterozigotas podem desenvolver hiperbilirrubinemia
neonatal grave, da mesma maneira que os homens hemizigotos e mulheres
homozigotas (Kaplan et al., 1999; Kržely et al., 2001).
Devido à inativação do X seguir um padrão aleatório, existem uma
variedade de fenótipos, podendo os heterozigotos apresentar uma atividade de
G6PD normal, intermediária ou deficiente. A qualidade do método diagnóstico
usado para determinar a atividade de G6PD é importante porque deve detectar
Considerações Finais
82
não só os hemi ou homozigotos, como também heterozigotos e inclusive
indivíduos com deficiências enzimáticas menos severas (Kaplan et al., 1999). A
dosagem quantitativa da atividade enzimática usada neste estudo pode dar uma
orientação satisfatória da gravidade da deficiência de G6PD em mulheres
heterozigotas.
Até esta data, mais de 140 variantes moleculares e 400 variantes
bioquímicas de G6PD já foram descritas, com uma variação considerável entre os
vários grupos raciais (Luzzato & Mehta, 1995; Beutler & Vulliamy, 2002). A maioria
dos indivíduos afetados são assintomáticos. Quase todas as mutações de G6PD
afetam a seqüência codificante do gene. A grande maioria são mutações de ponto
que levam à troca de um aminoácido (mutação de sentido trocado). Algumas
destas ocorrem como uma segunda mutação, mais freqüente em combinações
com mutação polimórfica que distingue a variante não deficiente (G6PD A) da
selvagem (G6PD B). As únicas deleções vistas na seqüência do gene são
pequenas e “in-frame”. A ausência de grande deleções ou mutações tipo
frameshift” sugere que a ausência total de G6PD deve ser incompatível com a
vida (Mehta et al., 2000).
Alguns estudos têm caracterizado uma variabilidade relativamente alta da
G6PD entre a população brasileira. Conforme esperado, têm sido descritos os
mesmos alelos comumente encontrados na população de descendentes europeus
e africanos (G6PD B, G6PD A, G6PD A- e G6PD Med) (Saad et al., 1997a;
Weimer et al., 1998, Compri et al., 2000). A G6PD no estado do Rio Grande do
Sul, no entanto, é principalmente trialélica, mostrando uma predominância do tipo
Considerações Finais
83
selvagem da enzima (G6PD B), seguido pelos alelos de origem africana, G6PD A
e G6PD A-. Outras variantes bioquímicas também foram descritas no sul do
Brasil, algumas já caracterizadas molecularmente (Hutz et al.,1977; Weimer et al.,
1993; Weimer et al., 1998).
Usando técnicas bioquímicas e moleculares, foi caracterizada a deficiência
de G6PD em amostras de Porto Alegre como sendo principalmente devidas às
mutações G202A e A376G, representando a variante G6PD A-. Apesar de termos
examinado um número pequeno de pacientes deficientes, nossos resultados estão
em concordância com os estudos anteriores (Saad et al., 1997a; Weimer et al.,
1998; Compri et. al., 2000), mostrando distribuição homogênea do padrão G6PD
A- no Brasil. A ausência da variante G6PD A nesta amostra, descrita em estudos
anteriores (Saad et al. 1997a; Weimer et al., 1998), pode ser justificada pelos
critérios de inclusão do nosso estudo. A variante G6PD A pertence à categoria IV,
não causando deficiência enzimática e neste estudo foram investigados pacientes
com suspeita de deficiência de G6PD. Uma vez que mais de 140 variantes já
foram descritas, a análise de todas as mutações é cara e trabalhosa. Estudos
orientados e baseados em relatos anteriores são mais efetivos, como pode ser
observado em nossos resultados. O painel de mutações selecionado foi capaz de
caracterizar genotipicamente 94,4% dos pacientes deficientes e permitiu detectar
66,7% (10/15) das mulheres portadoras que podem ser parcialmente deficientes,
dependendo da inativação do cromossomo X.
A presença da G6PD A e G6PD A-, provavelmente se deve à mistura entre
as etnias que ocorreu no Brasil, depois da chegada dos europeus e africanos, ou
Considerações Finais
84
devido a movimentos migratórios do gene da África até o sul da Europa antes da
colonização (Weimer et al., 1993). Sendo assim, a prevalência desta variante está
de acordo com esta distribuição entre os grupos étnicos que colonizaram o Rio
Grande do Sul, especialmente africanos, portugueses, espanhóis e italianos
(Pesavento, 2003).
Em estudos anteriores, a freqüência da variante Mediterrânea foi de 1% em
amostras do Rio Grande do Sul (Weimer et al., 1998). No entanto, este estudo,
não encontrou nenhum indivíduo com a mutação C563T em amostras da cidade
de Porto Alegre. É importante salientar que os imigrantes que chegaram ao Rio
Grande do Sul, vieram quase que exclusivamente do Vale do Pó e do Vêneto
italiano como Vicenza, Treviso, Verona e Beluno (De Boni & Costa, 1984; Compri
et al., 2000), onde a deficiência de G6PD é significativamente menos freqüente
que no sul da Itália. Somente um indivíduo, em todo o estudo, foi positivo para a
mutação C563T, sendo proveniente da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Neste estudo, dois indivíduos com deficiência parcial de G6PD foram
negativos para as mutações examinadas. É possível que eles possuam outras
mutações que não foram testadas ou mesmo que ainda não tenham sido
caracterizadas molecularmente. Muitas variantes raras já foram descritas no Rio
Grande do Sul, como as G6PD São Borja, Anaheim, Guaíba, Minas Gerais, Porto
Alegre, Seattle e Farroupilha. Para a maioria delas, o defeito molecular não foi
descrito mas foi confirmado que possuem características bioquímicas e
eletroforéticas diferentes das da enzima normal (Hutz et al., 1977; Weimer et al.,
1998)
Considerações Finais
85
A escolha feita pelos laboratórios do método para diagnosticar os pacientes
deficientes de G6PD é uma decisão importante. A acurácia do método refere-se à
qualidade da informação fornecida pelo laboratório. A grande maioria dos métodos
disponíveis para detectar a deficiência de G6PD são capazes de detectar
deficiências totais, mas falham na detecção de casos de deficiência parcial
(Ainoon et al., 2003).
Devido a uma aparente discrepância entre genótipo e fenótipo, a predição
do genótipo a partir de um ensaio enzimático é particularmente problemática.
Primeiro, a determinação dos níveis de atividade enzimática pode sofrer
interferência de um grande número de fatores , tais como transporte das amostras,
temperatura e condições de armazenagem (Freer, 2005). Segundo, a deficiência
de G6PD é causada por um grande número de mutações que resultam em
variados graus de deficiência (Beutler and Vulliamy, 2002).
Freer (2005) demonstrou que a umidade e a temperatura interferem na
estabilidade de amostras coletadas em papel filtro, afetando a quantificação de
G6PD e outras enzimas tais como Galactose-1-fosfato e a biotinidase.
Tem-se observado em alguns centros de triagem neonatal um considerável
aumento de do número de amostras falso-positivas (atividade baixa da G6PD em
indivíduos normais) durante os meses de verão, o que conseqüentemente
resultava num aumento do números de recoletas (Valaes et al., 1969). A G6PD é
uma enzima sensível ao calor e gradualmente torna-se inativa quando separada
do sangue humano (Reclos et al., 2004). Isto se deve parcialmente à biologia
Considerações Finais
86
própria dos glóbulos vermelhos e a fatores ligados às condições de estocagem
(Simkins & Culp., 1999; Korgun et al., 2001).
Os resultados apresentados aqui demonstraram que as condições de
estocagem (temperatura principalmente) desempenham um papel fundamental na
atividade da G6PD, especialmente nas coletas em papel filtro. Apesar de se ter
conhecimento empírico sobre esse fato há algum tempo, não era possível estudar
este fenômeno durante as análises de rotina. (Touma et al., 1997; Neto, 1998)
Além disso, estes achados são de grande significado prático para a medida
da G6PD. Estocagem a altas temperaturas resulta em perdas rápidas de atividade
em algumas amostras, enquanto que outras apresentam alguma tolerância ao
calor. Conseqüentemente, achados de atividade baixa em várias amostras,
quando um lote de cartões é enviado pelo correio, é muito comum. Em países
onde as amostras são submetidas a altas temperaturas nos meses de verão, este
problema é freqüente. Também, observou-se que a incidência de resultados falso-
positivos é três vezes maior no verão em comparação ao inverno (Krželj et al.,
2001). Neto (1998), demonstrou este efeito, mostrando a diferença de atividade na
G6PD entre amostras coletadas no próprio laboratório, na região do Rio de
Janeiro (que chegam rapidamente ao laboratório) e em regiões fora desta área
(que levam vários dias para chegar ao laboratório). A atividade média das
amostras coletadas longe do laboratório foi significativamente mais baixa do que
das amostras coletadas dentro da região.
Os resultados apresentados aqui demonstram claramente o efeito negativo
da temperatura na atividade de G6PD das amostras. Eles também demonstram
Considerações Finais
87
que os efeitos da temperatura afetam as amostras de maneira diferente, achado
que exige investigações adicionais. Provavelmente, parâmetros individuais, como
a idade dos glóbulos vermelhos, devem contribuir para estas discrepâncias.
Além da temperatura, a única diferença entre as amostras foi relacionada
às condições de armazenagem, sugerindo que exista um fator de proteção no
sangue total, que retém a atividade da enzima. Este fator deve ser (i) inerente a
própria célula sangüínea, que deve prover a enzima, (ii) de uma proteção
microambiental, o envelhecimento das células vermelhas do sangue ou (iii) outro
fator de superfície, solúvel ou citoplasmático. Trabalhos adicionais são
necessários para investigar estas hipóteses.
Este trabalho sugere que o tempo entre a coleta e a chegada até os centros
de processamento das amostras, deve ser o menor possível. O transporte
refrigerado pode ser uma solução para prevenir a inativação da enzima pelo calor.
Além do controle dos fatores interferentes, a escolha e padronização de um
método de triagem da deficiência de G6PD deve estabelecer pontos de corte que
avaliem o real risco dos pacientes desenvolver manifestações clínicas
Conforme já descrito por Lin et al. (2005) é difícil estabelecer os valores de
cut-off dos métodos enzimáticos. Este estudo comparou um método enzimático de
medida da atividade da G6PD e normalização da hemoglobina com um método de
análise molecular de mutações no gene da G6PD.
As sensibilidades e especificidades calculadas para os valores de cut-off
estabelecido em uma população normal foram: para 2,9 U/gHb ( 11,4% e 100%),
para 8 U/g Hb (77,1% e 94,7%) e para 11,5 U/g Hb (97,1% e 76,3%). Estes
Considerações Finais
88
valores podem estar falsamente diminuídos, uma vez que não foram testadas
todas as variantes de G6PD já descritas e dois pacientes deficientes pelo ensaio
enzimático podem estar mal classificado.
Na determinação da acurácia de ensaios quantitativos, calculando-se
somente sensibilidade e especificidade nos valores de cut-off, perde-se
informações importantes dos diferentes níveis de quantificação, pois classificam-
se os resultados do teste em duas categorias (normal e anormal) (Jaeschke et
al.,1994a,b). Por esta razão, neste estudo calculamos a razão de chance (LR) nos
diferentes pontos de cut-off para obtermos as diferente probabilidades pós-testes
em três diferentes níveis de atividade enzimática. O cálculo do LR é simples e esta
informação é mais eficiente e mais homogênea (menos sujeita a interferentes) do
que a sensibilidade e a especificidade, pois não sofre influência pela alteração da
prevalência (Jaeschke et al.,1994a,b). Estima-se que a deficiência de ambas as
formas combinadas de G6PD seja de aproximadamente 8% numa amostra do RS.
A partir de uma probabilidade pré-teste de 8,0%, após a realização do ensaio
enzimático, a probabilidade pós-teste de uma pessoa ser deficiente de G6PD com
nível enzimático inferior a 8 U/g Hb passa a ser 55,9%. Ao passo que para níveis
superiores a 11,5 U/g Hb esta probabilidade de deficiência diminui para 0,37%.
Pode-se concluir que o método empregado (kit Intercientífica) foi adequado
para avaliar a atividade enzimática de G6PD em amostras de sangue total. É um
método capaz de detectar a deficiência de G6PD, demonstrando de forma
satisfatória o grau de deficiência em indivíduos que possuem mutações que
causam deficiência enzimática menos severa, inclusive mulheres heterozigotas. A
Considerações Finais
89
análise molecular pode identificar o tipo de variante mas não pode indicar o risco
real para as mulheres portadoras, que é diretamente estimado pelo nível de
atividade enzimática. A informação obtida pelo método enzimático sozinho é
suficiente para detectar os casos que estão sob maior risco, mas não pode dar
uma resposta definitiva sobre o genótipo do paciente.
Técnicas moleculares podem aumentar a eficácia dos testes enzimáticos,
podendo ser usadas como uma ferramenta complementar, principalmente em
amostras que apresentam atividades enzimáticas intermediárias, informando aos
médicos dados mais conclusivos.
A possibilidade de casos de deficientes de G6PD poderem manifestar
anemia hemolítica aguda importante, até mesmo fatal, na presença de fatores
oxidantes fortes (Saad et al., 1997b) e a associação entre a deficiência de G6PD
e a icterícia neonatal (Garlipp & Ramalho, 1988) justificam a importância da
detecção e da orientação preventiva dos enzimopênicos nas populações,
sobretudo naquelas em que a probabilidade de encontro da variante Mediterrânea,
mais grave, for maior.
É possível constatar grande homogeneidade da população brasileira quanto
à preponderância da mutação A- de G6PD, conforme identificado neste estudo.
Tal homogeinedade só é observada na África Tropical, uma vez que na maioria
das áreas de alta prevalência dessa enzimopenia, como é o caso do
mediterrâneo, da Índia, do Sudeste Asiático e da China, são encontrado múltiplos
alelos polimórficos (Luzzato & Mehta, 1995).
Considerações Finais
90
O risco de hemólise, como principal efeito da presença da mutação nos
pacientes, varia muito entre as várias formas de deficiência de G6PD. Estudos
realizados em Salvador (Azevedo et al., 1978) e Campinas (Saad et al., 1997a)
demonstraram uma baixa mortalidade da deficiência de G6PD devido ao fato, em
grande parte, da maioria dos deficientes examinados apresentar a variante A- da
enzima. Esta variante é mais benigna, pois a deficiência enzimática está limitada
às hemácias com mais de cinqüenta dias. Estas hemácias possuem níveis
relativamente alto de enzima, por isso os episódios de hemólise usualmente
tendem a ser leve e auto-limitados (Beutler, 1994). Entretanto, mesmo para os
indivíduos A- há o risco de crises hemolíticas, o que justifica a sua detecção.
Concluindo, este trabalho demonstrou uma prevalência combinada de 7,9%
das duas formas de deficiência de G6PD no estado do Rio Grande do Sul, com
um predomínio da variante de G6PD A- (202/376) na cidade de Porto Alegre.
Estes resultados estão de acordo com outros estudos brasileiros mostrando
distribuição homogênea do padrão G6PD A- no Brasil.
Os resultados demonstraram o efeito negativo da temperatura e das
condições de armazenamento na atividade da G6PD, principalmente em papel
filtro. No entanto, o método empregado (kit intercientífica) foi adequado para
avaliar a atividade enzimática da G6PD em amostras de sangue total,
demonstrando de forma satisfatória o grau de deficiência em mulheres e em
indivíduos com mutações que causam deficiência menos severa.
Referências Bibliográficas
91
IV. Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
92
Ainoon O, Alawiyah A, Yu YH, Cheong SK, Hamidah NH, Boo NY, Zaleha M.
Semiquantitative screening test for G6PD deficiency detects severe deficiency but
misses a substantial proportion of partially-deficient females. Southeast Asian J
Trop Med Public Health 34(2):405-414, 2003.
Azevedo WC, Silva ML, Grassi MC, Azevedo ES. Glucose-6-phosphate
dehydrogenase deficiency in a general hospital of Salvador, Bahia, Brazil. Rev
Bras Pesqui Med Biol 11(1):49-52, 1978.
Barretto OC & Jamra M. Erythroenzymopahties Review. Rev Hosp Clin Fac Med
Sao Paulo 22:285-294, 1967.
Berg JM, Tymoczko JL, Stryer L. Bioquímica. 5º ed. Rio de Janeiro: Guamabara
Koogan. 2004.
Beutler E. Glucose-6-phosphate dehydrogenase: New perspectives. Blood
73:1397-1401, 1989.
Beutler E, Kuhl W, Vives-Corrons J-L, Prchal JT. Molecular heterogeneity of
G6PD A-. Blood 74:2550-2555, 1989.
Referências Bibliográficas
93
Beutler E & Kuhl W. Linkage between a PvuII restriction fragment length
polymorphism and G6PD A- 202/376: Evidence for a single origin of the common
G6PD A- mutation. Hum Genet 85:9-11, 1990.
Beutler, E. G6PD Deficiency. Blood 84, 11:3613-3636, 1994.
Beutler E & Vulliamy TJ. Hematologically important mutations: glucose-6-
phosphate dehydrogenase. Blood Cells Mol Dis 28(2):93-103, 2002.
Bhutani V, Johnson, L, Shapiro, S. Kernicterus in sick and preterm infants a
need for an effective preventive approach. Seminars in Perinatology 28:319-325,
2004.
Calabro V, Maso PJ, Filosa S, Civitelli D, Cittadella R, Tagarelli A, Martini G,
Brancati C, Luzzato L. Genetic heterogeneity of glucose-6-phosphate
desydrogenase deficiency revealed by single-strand conformation and sequence
analysis. Am J Hum Genet 52:527-536, 1993.
Carson PE, Flanagan CL, Ickes CE, Alving AS. Enzymatic deficiency in
primaquine-sensitive erythrocytes. Science 124:484-485, 1956.
Referências Bibliográficas
94
Chen EY, Cheng A, Lee A, Kuang WJ, Hillier L, Green P, Schlessinger D,
Ciccodicola A, D’urso M. Sequence of human glucose-6-phosphate
dehydrogenase cloned in plasmids and a yeast artificial chromosome (YAC).
Genomics 10:792-800, 1991.
Chiu DT, Zuo L, Chao L, Chen E, Louie E, Lubin B, Liu TZ, Du CS. Molecular
characterization of glucose-6-phosphate dehydrogenase (G6PD) deficiency in
patients of Chinese descent and identification of new base substitutions in the
human G6PD gene. Blood 15; 81(8):2150-2154, 1993.
Clague A & Thomas A. Neonatal biochemical screening for disease. Clinica
Chimica Acta 315:99-110, 2002.
Cohen P & Rosemeyer MA. Subunit interactions of glucose-6-phosphate
dehydrogenase from human erythrocytes. Eur J Biochem 8:8-15,1969.
Compri MB, Saad STO, Ramalho AS. Investigação genético-epidemiológica e
molecular da deficiência de G-6-PD em uma comunidade brasileira. Caderno de
Saúde Pública 16(2): 335-342, 2000.
De Boni LA & Costa R. Os italianos do Rio Grande do Sul. Caxias do Sul:
Universidade de Caxias, Correio Riograndense, 3º ed. p244, 1984.
Referências Bibliográficas
95
Freer DE. Observations on heat/humidity denaturation of enzymes in filter-paper
blood spots from newborns. Clin Chem 51(6):1060-1062, 2005.
Garlipp CR & Ramalho AS. Aspectos clínicos e laboratoriais da deficiência de
desidrogenase de 6-fosfato de glicose (G-6-PD) em recém-nascidos brasileiros.
Rev Brasil Genet 11(3):717-728, 1988.
Gellady AM & Greenwood RD. G-6-PD hemolytic anemia complicating diabetic
ketoacidosis. J Pediatr 80(6):1037-1038, 1972.
Hamel AR, Cabral IR, Sales TS, Costa FF, Olalla Saad ST. Molecular
heterogeneity of G6PD deficiency in an Amazonian population and description of
four new variants. Blood Cells Mol Dis 28(3):399-406, 2002.
Heidrich EM. Icterícia hemolítica neonatal: estudos genéticos e epidemiológicos.
Dissertação de mestrado, UFRGS, 1992.
Heller P, Best WR, Nelson RB, Becktel J. Clinical implications of sickle-cell trait
and glucose-6-phophate dehydrogenase deficiency in hospitalized black male
patients. N Engl J Med 300:1001-1005, 1979.
Henry JB. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos
Laboratoriais. 18ª ed. São Paulo: Manole, p.258-260, 1995.
Referências Bibliográficas
96
Hirono A & Beutler E. Molecular cloning and nucleotide sequence of cDNA for
human glucose-6-phosphate desydrogenase variant A(-). Proc Natl Acad Sci USA
85:3951-3954, 1988.
Hirono A, Fujii H, Miwa S. Molecular abnormality of G6PD Konan and G6PD Ube,
the most common glucose-6-phosphate dehydrogenase variants in Japan. Hum
Genet 91: 507-508, 1993.
Hutz MH, Yoshida A, Salzano FM. Three rare G-6-PD variants from Porto Alegre,
Brazil. Hum Genet 39:191-197, 1977.
Jacob HS & Winterhalter KH. The role of hemoglobin heme loss in Heinz body
formation: studies with a partially heme-deficient hemoglobin and with genetically
unstable hemoglobins. J Clin Invest 49(11):2008-2016, 1970.
Jacobasch G & Rapoport SM. Hemolytic anemias due to erythrocyte enzyme
deficiencies. Mol Aspects Med. Apr 17(2):143-170, 1996.
Jaeschke R, Guyatt GH, Sackett DL. Users' guides to the medical literature III.
How to use an article about a diagnostic test. A. Are the results of the study valid?
Working Group. JAMA 2;271(5):389-391, 1994a.
Referências Bibliográficas
97
Jaeschke R, Guyatt GH, Sackett DL. Users' guides to the medical literature III.
How to use an article about a diagnostic test. B. What are the results and will they
help me in caring for my patients? The Evidence-Based Medicine Working Group.
JAMA 2;271(9):703-707, 1994b.
Kaplan MH, Beutler E, Vreman H, Hammermann C, Levy-Lahad E, Renbaum
P, Stevenson D. Neonatal hyperbilirrubinemia in glucose-6-phosphate
dehydrogenase- deficient heterozygotes. Pediatrics 104(1): 68-74, 1999.
Kaplan MH & Hammermann C. Glucose-6-Phosphate dehydrogenase-deficient
neonates: A potencial cause for concern in North America. Pediatrics 106(6):1478-
1480, 2000.
Kaplan MH, Algur N, Hammermann C.. Onset of jaundice in glucose-6-
phosphate dehydrogenase-deficient neonates. Pediatrics 108(4): 956-959, 2001a.
Kaplan MH, Hammermann C, Renbaum P, Levy-Lahad E, Vreman H,
Stevenson D. Differing pathogenesis of perinatal bilirubinemia in glucose-6-
phosphate dehydrogenase-deficient versus-normal neonates. Pediatric Research
50(4): 532-537, 2001b.
Kaplan MH & Hammermann C. Glucose-6-Phosphate dehydrogenase defidiency:
a hidden risk for kernicterus. Seminars in Perinatology 28:356-364, 2004.
Referências Bibliográficas
98
Kaplan MH & Hammermann C. Understanding severe hyperbilirrubinemia and
preventing kernicterus: adjuncts in the interpretation of neonatal serum bilirrubin.
Clinica Chimica Acta 356:9-21, 2005.
Kay AC, Kuhl W, Prchal J, et al. The origin of glucose-6-phosphate-
dehydrogenase (G6PD) polymorphisms in African-Americans. Am J Hum Genet
50:394-398, 1992.
Korgun DK, Bilmen S, Yesilkaya A. Alterations in the erythrocyte antioxidant
system of blood stored in blood bags. Research Communications in Molecular
Pathology and Pharmacology 109(5-6):357-363, 2001.
Krželj V, Zlodre S, Terzic J, et al. Prevalence of G-6-PD deficiency in the
Croatian Adriatic Coast Population. Arch Med Res 32:454-457, 2001.
Kurdi-Haidar B, Mason PJ, Berrebi A, Ankra-Badu G, Al-Ali A, Oppenheim A,
Luzzatto L. Origin and spread of the glucose-6-phosphate dehydrogenase variant
(G6PD-Mediterranean) in the Middle East. Am J Hum Genet 47:1013-1019, 1990.
Lewgoy T & Salzano FM. G-6-PD deficiency gene dynamics in a Brazilian
pppulation. Acta Geneticae medicae et Gemellologiae 17:595-606, 1968.
Referências Bibliográficas
99
Lin Z, Fontaine JM, Freer DE, Naylor EW. Alternative DNA-based newborn
screening for glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency. Mol Genet Metab.
86(1-2):212-219, 2005.
Luzzatto L & Battistuzzi G. Glucose-6-phosphate dehydrogenase. Adv Hum
Genet. 14:217-329, 386-388, 1985.
Luzzatto L & Mehta A . Glusose-6-phosphate dehydrogenase deficiency. In:
Scriver CR, Beaudet AL, Sly WS, Valle D, editors. The metabolic and molecular
bases of inherited disease. New York: Mc Graw-Hill 3367-3398, 1995.
Martini G, Toniolo D, Vulliamy T, Luzzatto L, Dono R, Viglietto G, Paonessa G,
D’urso M, Persico MG. Structural analysis of the X-linked gene enconding human
glucose-6-phosphate dehydrogenase. EMBO J 5:1849-1855, 1986.
Mehta A, Mason PJ, Vulliamy TJ. Glucose-6-phosphate dehydrogenase
deficiency. Best Practice e Research Clinical Haematology 13(1):21-38, 2000.
Mentzer WC & Collier E. Hydrops fetalis associated with erythrocyte G-6-PD
deficiency and maternal ingestion of fava beans and ascorbic acid. J Pediatr
86(4):565-567, 1975.
Referências Bibliográficas
100
Miwa S & Fujii H. Molecular basis of erythroenzymopathies associated with
hereditary hemolytic anemia: Tabulation of mutant enzymes. Am J Hematol 51(2):
122-132, 1996.
Nancy B. Schwartz. Metabolismo de carboidratos II: Vias especiais e
glicoconjudados. In: Manual de bioquímica com Correlações Clínicas. Thomas M.
Devlin. Editora Edgard Blücher Ltda. 1ª ed. p590-594, 2003.
Neto EV. Preliminary results with a quantitative G-6-PD Screening Assay:
Quantase G-6-PD. Second Neonatal Screening Workshop, Sao Paulo, 1998.
Neto E, Portal L, Ferreira L. G-6-PD deficiency in na unselected brazilian
population. Southeast Asian J Trop Med Public Health 30(2):87, 1999.
Nogueira AR & Hutter LM. A colonização em São Pedro do Rio Grande do Sul
durante o império (1824-1889). Porto Alegre: Editora Garatuja p162, 1975.
Parra FC, Amado RC, Lambertucci JR, et al. Color and genomic ancestry in
Brazilians. PNAS 100:177-182, 2003.
Referências Bibliográficas
101
Persico MG, Viglietto G, Martino G, Toniolo D, Paonessa G, moscatelli C,
Dono R, Vulliamy T, Luzzato L, D’Urso M. Isolation of the human glucose-6-
phosphate dehydrogenase (G6PD) cDNA clones: Primary structure of the protein
and unusual 5’ non-coding region. Nucleic Acids Res 14:2511-2522, 1986.
Pesavento SJ. Gaúcho: a integração do múltiplo. In: COUTINHO, C. Rio Grande
do Sul: Continente Múltiplo. Porto Alegre: Editora Gráfica Metrópole p160, 1993.
Ramalho AS, Sena LA, Barretto OC. Os testes de triagem para a deficiência de
G-6-PD. Revista Brasileira de Análises Clínicas 17:23 – 25, 1985.
Reclos GJ, Hatzidakis CJ, Schulpis KH. Glucose-6-phosphate dehydrogenase
deficiency neonatal screening: preliminary evidence that a high percentage of
partially deficient female neonate are missed during routine screening. J Med
Screen 7:46-51, 2000.
Reclos GJ, Tanyalcin T. Performance evaluation of a G-6-PD assay employing na
adapted error grid graph. Accreditation and Quality Assurance 10(1-2) 27-31,
2004.
Saad ST, Salles TS, Carvalho MH, Costa FF. Molecular characterization of
glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency in Brazil. Hum Hered 47(1):17-21,
1997a.
Referências Bibliográficas
102
Saad ST, Salles TS, Arruda VR, Sonati MF, Costa FF. G6PD sumare: a novel
mutation in the G6PD gene (1292 T-->G) associated with chronic nonspherocytic
anemia. Hum Mutat. 10(3):245-247, 1997b.
Saha S & Samuel APW. Caracterization of glucose-6-phopate dehydrogenase
variantes in the Sudan-- including GdKhartoum, a hyperactive slow variant. Hum
Hered 41:17-21, 1991.
Samilchuk E, D'Souza B, Al-Awadi S. Population study of common glucose-6-
phosphate dehydrogenase mutations in Kuwait. Hum Hered 49(1):41-44, 1999.
Sampavat S, Kiyyikalayawong A, Nuchprayoon I, Ungbumnet W. The value of
methemoglobin reduction test as a screening test for neonatal glucose-6-
phosphate dehydrogenase deficiency. J Med Assoc Thai 84(1): 91-98, 2001.
Sena LLA & Ramalho AS. Clinical evaluation of glucose-6-phosphate
dehydrogenase deficiency in a Brazilian population. Revista Brasileira de Genética
8:89-96, 1985.
Shalev O, Wollner A, Menczel J. Diabetic ketoacidosis does not precipitate
haemolysis in patients with the Mediterranean variant of glucose-6-phosphate
dehydrogenase deficiency. Br Med J (Clin Res Ed) 21: 288(6412):179-180, 1984.
Referências Bibliográficas
103
Shalev O, Eliakim R, Lugassy GZ, Menczel. Hypoglycemia-induced hemolysis in
glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency. J. Acta Haematol. 74(4):227-229,
1985.
Simkins RA & Culp KM. A simple, rapid fluorometric assay for the determination
of glucose-6-phosphate dehydrogenase activity in dried blood spot specimens.
Southeast Asian J Trop Med Public Health 30(2):84-86, 1999.
Srivastava SK, Beutler E. Glutathione metabolism of the erythrocyte. The
enzymic cleavage of glutathione-haemoglobin preparations by glutathione
reductase. Biochem J. Sep;119(3):353-357, 1970.
Takizawa T & Yoshida A. Moleculary abnormality of the comon glucose-6-
phosphate dehydrogenase variant, G6PD A(+), and restriction-fragment-length
polymorphism. Am J Hum Genet 41:241, 1987.
Touma E, Kruithof R, Reclos GJ. Comparison between quantitative and
qualitative G-6-PD screening on neonatal dried blood spots. Seventh International
Congress of Inborn Errors of Metabolism, Vienna 21-25, 1997.
Valaes T, Karaklis A, Stavrakakis D, Doxiadis S. Incidence and mechanism of
neonatal jaundice related to G-6-PD deficiency. Pediatr Res. 3:448-538, 1969.
Referências Bibliográficas
104
Vulliamy TJ, D’Urso M, Battistuzzi G, Estrada M, Foulkes NS, Martini G,
Calabro V, Poggi V, Giordano R, Town M Luzzato L, Persico MG. Divese point
mutations in the human glucose-6-phosphate dehydrogenase gene cause enzyme
deficiency and mild or severe hemolytic anemia. Proc Natl Acad Sci USA 85:5171-
5175, 1988.
Vulliamy TJ, Othman A, Town M, Nathwani A, Falusi AG, Mason PJ, Luzzatto
L. Polimorphic sites in the African population detected by sequence analysis of the
glucose-6-phosphate dehydrogenase gene outline the evolution of the variants A
and A-. Proc Natl Acad Sci USA 88:8568-8571, 1991.
Weimer TA, Salzano FM, Hutz MH. Erythrocyte Isozymes and hemoglobin types
in a Sounthern Brazilian Population. Journal of Human Evolution 10:319-328,
1981.
Weimer TA, Salzano FM, Westwood B, Beutler E. Molecular characterization of
glucose-6-phosphate dehydrogenase variants from Brazil. Hum Biol 65:41-47,
1993.
Weimer TA, Salzano FM Westwood B, Beutler E. G6PD Variants in three South
American ethnic groups: population distribution and description of two new
mutations. Hum Hered 48:92-96, 1998.
Referências Bibliográficas
105
Welch SG, Mcgregor IA, Williams K. A new variant of human erythrocyte g6pd
occuring at a high frequency amongst the population of two villages in the Gambia,
West Africa. Hum Genet 40:305-309, 1978.
Xu W, Westwood B, Bartsocas CS, Malcorra-Azpiazu JJ, Indr K, Beutler E.
Glucose-6-phosphate dehydrogenase mutations and haplotypes in various ethnic
groups. Blood 85:257-263, 1995.
Yoshida A & Takizawa T, Prchal JT. RFLP of the chromosome-linked glucose-6-
phosphate dehydrogenase locus in Blacks. Am J Hum Genet 42:872-876, 1988.
Anexos
106
V- Anexos
Anexos
107
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1 – Lista de Figuras e Tabelas 108
Anexo 2 – Termo de Consentimento 109
Anexo 3 – Técnica de Extração de DNA 110
Anexo 4 Técnica da G6PD 111
Anexo 5 Curva ROC 112
Anexo 6 – Genótipo dos Pacientes Estudados 113 – 115
Anexo 7 – Cálculo da probabilidade pós-tese 116 - 117
Anexo 8 Protocolos da PCR 118
Anexo 9 – Enzimas de Restrição e condições de digestão 119
Anexos
108
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 – A G6PD e a via das Pentoses Fosfato 3
Figura 2 – Processo de eliminação dos peróxidos 5
Figura 3 – Distribuição Mundial da deficiência da G6PD 15
Figura 4 – Polimorfismos de restrição do gene da G6PD envolvidos com a
deficiência 23
Tabela 1 – Drogas e Químicos Associados com hemólise em indivíduos com
deficiência da G6PD, segundo Luzzato & Mehta, 1995 8
Tabela 2 – Classificação das variantes de G6PD (Luzzato & Mehta,1995) 17
Anexos
109
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO :
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DO GENE DA
GLICOSE-6-FOSFATO DESIDROGENASE (G6PD) EM
AMOSTRAS DE PORTO ALEGRE
A Deficiência de G-6-PD é uma doença hereditária, havendo evidências que
essa doença seja bastante frequente em nosso País. Trata-se da deficiência de
uma enzima responsável pela proteção de uma célula conhecida como “Hemácia”
(glóbulo vermelho). Essa célula é responsável pelo transporte do oxigênio para os
tecidos. Os sintomas por muitas vezes não se apresentam de forma clara, mas
podem trazer problemas, como a anemia. Se a doença for descoberta e os
cuidados forem tomados, esses problemas poderão ser evitados. O tratamento é
simples, consistindo em evitar entrar em contato com certas substâncias
agressivas a essas células deficientes, que na sua maioria são medicamentos os
quais o paciente deficiente de G-6-PD deve evitar contato. Existem também
algumas poucas ervas, substâncias químicas e alimentos que devem ser evitados.
Estamos realizando uma pesquisa que poderá detectar a deficiência de G-
6-PD. Os principais objetivos da pesquisa são a determinação de pacientes que
apresentam a Deficiência de G-6-PD em Porto Alegre, assim como o tipo de
deficiência, oferecendo a esses a oportunidade de receberem o tratamento
adequado o quanto antes. A pesquisa será realizada em sangue total, sem
acarretar nenhum risco adicional. O tratamento será oferecido para os casos
confirmados da Deficiência. Se você optar por não realizar esta pesquisa isso não
prejudicará em nada o seu atendimento.
Eu, abaixo assinado, fui informado dos objetivos e dos procedimentos da
pesquisa, e autorizo eu ou meu filho
__________________________________________, sermos avaliados para
Deficiência de G-6-PD, assim como nosso material seja utilizado para análises
moleculares posteriores. P.A. ____/____/____
Endereço/telefone:______________________________________________
Responsável: _________________________________
Pesquisadora Responsável: Dra. Roberto Giugliani/Simone Castro 99873751
Testemunha: __________________________________
Anexos
110
Técnica - Extração de DNA (Miller et al., 1988)
1. Transferir o sangue para o tubo Falcon de 15 mL, previamente identificado. Lavar o tubo
primário com água milli-q até completar o volume de 14 mL no Falcon. Fechar o Falcon.
2. Homogeneizar, vertendo o Falcon antes de colocá-lo na centrífuga.
3. Centrifugar a 3500rpm durante 20 min.
4. Remover o sobrenadante, invertendo o tubo na horizontal. O pellet deve ficar no Falcon.
Não reinverter o tubo. Caso seja necessário, centrifugar novamente.
5. Adicionar 10 mL de Triton X-100 0,1%. Agitar no vortex até remover o pellet do fundo do
tubo.
6. Centrifugar a 3500 rpm durante 20 min.
7. Descartar o sobrenadante, virando o Falcon na horizontal.
8. Adicionar 1,5 mL de tampão de lise nuclear. Agitar no vortex até fragmentar o pellet.
9. Adicionar 150 μL de SDS 10% e 60 μL de Proteinase K. Sem agitar, incubar em banho-
maria a 37°C por 10 h ou “over-night”.
10. Adicionar 500 μL da solução de Acetato de Amônia 9,6M, para promover a precipitação
das proteínas.
11. Agitar no vortex até formar uma camada de espuma (aproximadamente 30s). Deixar 15
min reagindo.
12. Centrifugar a 3500 rpm durante 20 min.
13. Transferir o sobrenadante para o tubo de vidro. No sobrenadante está o DNA e no pellet
encontram-se as proteínas. Caso o pellet de proteínas não fique bem sedimentado,
transferir o líquido para uma seringa com gase para filtrar.
14. Colocar o etanol pelas bordas do tubo de vidro até verificar a precipitação do DNA (3 x o
volume do sobrenadante).
15. Fechar com parafilme e inverter 2 vezes o tubo. Pescar o DNA com auxílio de um capilar
com a extremidade previamente fechada. Fazer movimentos circulares.
16. Tirar o excesso de álcool do capilar e colocá-lo no eppendorf. Aguardar um tempo aberto
para evaporar o álcool.
17. Adicionar o TE 0,1 M de acordo com a quantidade de DNA (100 a 300 μL de TE).
18. Deixar o eppendorf a temperatura ambiente para solubilizar bem o DNA. Após, congelá-lo.
Anexos
111
Técnica - G-6-PD (Screening Test Kit – cat.no.3570-050 Interscientific
Corporation)
1. Picotar as amostras, utilizando um picotador de 3/16 “de sangue seco (ou 2x 2/18
– 3.0 mm)”. numa placa de fundo “U”. Como método alternativo poderão também
ser utilizadas amostras de sangue total com EDTA, no volume de 5 µL. Utilizar as
posições A1/A2 - Controle Normal, A3/A4 – Controle Intermediário e A5/A6 para o
Controle Deficiente (não incluso no kit).
2. Adicionar 75 µL de REAGENTRE DE ELUIÇÃO para cada orifício;
3. Colocar a placa de microtitulação em um agitador orbital por 20 minutos à
temperatura ambiente;
4. Durante a eluição, reconstituir o REAGENTE DE TRABALHO;
5. Transferir 15 µL do eluente para cada orifício de uma placa de microtitulação de
fundo chato.
6. Adicionar 75 µL de REAGENTRE DE TRABALHO em cada orifício da placa de
ensaio;
7. Colocar a placa no agitador orbital por 10 minutos;
8. Realizar a leitura em 405-410 nm, modo de ponto-final;
9. Preparar o Reagente de Cor na proporção 1:10 (CRB + Reagente de Cor);
10. Adicionar 100 µL do Reagente de Cor preparado;
11. Realizar a leitura em 550-570 nm, (modo cinético) durante 10 minutos, com 60
segundos de intervalo entre as leituras;
Anexos
112
Medida da sensibiidade e especificidade, a partir de uma curva ROC, de um teste quantitativo de medida da
atividade da G6PD (U/g Hb) de 73 indivíduos classificados molecularmente como homo,hemi ou heterozigotos e negativos
para as variantes A- (202/376) e mediterrânea (563) de G6PD.
Anexos
113
Genótipo dos pacientes homozigotos, hemizigotos, heterozigotos e negativos para as
mutações 202, 376 e 563.
Identificação Sexo
Atividade G6PD
(U/gHb)
Mutação 376
Enzima Fok I
Mutação 202
Enzima NIA III
Mutação 563
Enzima MbO II
Genótipo
1 HC M 2,2 1 1 3 Gd*A-
2 RN SMF F 5,7 1 1 3 Gd*A-
3 WL M 4,3 1 1 3 Gd*A-
4 RN CT M 9,8 1 1 3 Gd*A-
5 HDSO M 5,7 1 1 3 Gd*A-
6 AW M 3,4 1 1 3 Gd*A-
7 28HCPA M 6,3 1 1 3 Gd*A-
8 JLD M 3,8 1 1 3 Gd*A-
9 CM M 4,9 1 1 3 Gd*A-
10 RN VMA M 6,1 1 1 3 Gd*A-
11 MAG M 4,7 1 1 3 Gd*A-
12 RN JQL F 5,8 1 1 3 Gd*A-
13 RN ICV F 7 1 1 3 Gd*A-
14 RN PCF M 2,7 1 1 3 Gd*A-
15 RN GSD M 2,7 1 1 3 Gd*A-
16 MCT F 3,4 1 1 3 Gd*A-
17 JCCS M 5 1 1 3 Gd*A-
18 JCBM M 4,5 1 1 3 Gd*A-
19 MAG M 4,7 1 1 3 Gd*A-
20 GMS M 4,1 1 1 3 Gd*A-
21 RN ISS M 3,2 1 1 3 Gd*A-
22 LRDS M 2.9 1 1 3 Gd*A-
23 JPMS M 6 1 1 3 Gd*A-
24 GFS M 2,82 1 1 3 Gd*A-
25 PLGM M 2,9 3 3 1 Gd*Med
M = masculino
F = feminino
1 = homozigoto/hemizigoto
3 = negativo
Gd*A- = variante de G6PD A- (202/376)
Gd*Méd = variante de G6PD mediterrânea (563)
Anexos
114
Genótipo dos pacientes homozigotos, hemizigotos, heterozigotos e negativos para as
mutações 202, 376 e 563.
Identificação Sexo
Atividade G6PD
(U/gHb)
Mutação 376
Enzima Fok I
Mutação 202
Enzima NIA III
Mutação 563
Enzima MbO II
Genótipo
1 MS F 5,6 2 2 3 Gd*A-
2 TF WL 04 F 5,9 2 2 3 Gd*A-
3 RN KBC F 10,3 2 2 3 Gd*A-
4 RN JGF F 9,7 2 2 3 Gd*A-
5 FC F 7,2 2 2 3 Gd*A-
6 RDB F 8,9 2 2 3 Gd*A-
7 FRL F 11,4 2 2 3 Gd*A-
8 DM F 10,4 2 2 3 Gd*A-
9 MCMS F 11,4 2 2 3 Gd*A-
10 KSG F 13,2 2 2 3 Gd*A-
M = masculino
F = feminino
2 = heterozigota
3 = negativo
Gd*A- = variante de G6PD A- (202/376)
Gd*Méd = variante de G6PD mediterrânea (563)
Anexos
115
Genótipo dos pacientes homozigotos, hemizigotos, heterozigotos e negativos para as mutações 202, 376 e 563.
Identificação Sexo
Atividade G6PD (U/gHb) Mutação 376 Enzima Fok I Mutação 202 Enzima NIA III
Mutação 563
Enzima MbO II
Genótipo
1 RN EM M 20,8 3 3 3 negativo
2 FRS F 17,2 3 3 3 negativo
3 TVE M 19,5 3 3 3 negativo
4 VV F 10,9 3 3 3 negativo
5 AW M 15,2 3 3 3 negativo
6 GAMR M 10,4 3 3 3 negativo
7 PCW F 23,5 3 3 3 negativo
8 FD M 13,9 3 3 3 negativo
9 MFL F 22,5 3 3 3 negativo
10 RN RIVS M 20,4 3 3 3 negativo
11 IDT F 9,4 3 3 3 negativo
12 EL F 16,1 3 3 3 negativo
13 GBC F 20,8 3 3 3 negativo
14 JMC F 18,7 3 3 3 negativo
15 FB M 25,9 3 3 3 negativo
16 NAF F 6,5 3 3 3 negativo
17 MA F 11,8 3 3 3 negativo
18 SBB F 10,7 3 3 3 negativo
19 MCEP F 10,2 3 3 3 negativo
20 JCFL M 15 3 3 3 negativo
21 RSW M 3,42 3 3 3 negativo
22 SS F 11,1 3 3 3 negativo
23 S1075 F 22,5 3 3 3 negativo
24 A1057 M 23 3 3 3 negativo
25 A 15,9 3 3 3 negativo
26 CV1098 M 27,3 3 3 3 negativo
27 B1077 F 22,8 3 3 3 negativo
28 HE M 22,3 3 3 3 negativo
29 001 - TP F 12,7 3 3 3 negativo
30 TA F 11,6 3 3 3 negativo
31 JM M 9.9 3 3 3 negativo
32 RN MCS F 11.6 3 3 3 negativo
33 LHDS M 13.8 3 3 3 negativo
34 EGM M 14,5 3 3 3 negativo
37 AL F 16,6 3 3 3 negativo
38 TE F 20,3 3 3 3 negativo
39 EU M 20,4 3 3 3 negativo
Anexos
116
Cálculo das diferentes probabilidades pós-teste a partir de uma probabilidade pré-teste de 8,0%, em
diferentes níveis de atividade de G6PD (U/gHb).
GRUPO
(mutação
202e/ou376
e/ou 563)
G6PD 1
molecular
(+)
molecular
(-) sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR ) odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 7.1 26 2 74,3 94,7 14,01886792 1,219641509 54,9%
7.1 -
11.50 8 7
> 11.50 1 29 97,1 76,3 0,038007864 0,003306684 0,3%
Total 35 38
G6PD 2
molecular
(+)
molecular
(-)
sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR )
odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 8.05 27 2 77,1 94,7 14,54716981 1,265603774 55,9%
8.05 -
11.50
7 7
> 11.50 1 29 97,1 76,3 0,038007864 0,003306684 0,3%
Total 35 38
G6PD 3
molecular
(+)
molecular
(-)
sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR )
odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 9.15 28 2 80 94,7 15,09433962 1,313207547 56,8%
9.15 -
11.50
6 7
> 11.50 1 29 97,1 76,3 0,038007864 0,003306684 0,3%
II
Total 35 38
G6PD 4
molecular
(+)
molecular
(-)
sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR )
odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 9.85 30 3 85,7 92,1 10,84810127 0,94378481 48,6%
9.85 -
11.50 4 6
> 11.50 1 29 97,1 76,3 0,038007864 0,003306684 0,3%
Total 35 38
G6PD 5
molecular
(+)
molecular
(-) sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR ) odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 7.1 26 2 74,3 94,7 14,01886792 1,219641509 54,9%
7.1 -
12.95 8 12
> 12.95 1 24 97,1 63,2 0,045886076 0,003992089 0,4%
Total 35 38
G6PD 6
molecular
(+)
molecular
(-) sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR ) odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 8.05 27 2 77,1 94,7 14,54716981 1,265603774 55,9%
8.05 -
12.95 7 12
> 12.95 1 24 97,1 63,2 0,045886076 0,003992089 0,4%
Total 35 38
Anexos
117
G6PD 7
molecular
(+)
molecular
(-) sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR ) odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 9.15 28 2 80 94,7 15,09433962 1,313207547 56,8%
9.15 -
12.95 6 12
> 12.95 1 24 97,1 63,2 0,045886076 0,003992089 0,4%
Total 35 38
G6PD 8
molecular
(+)
molecular
(-) sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR ) odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 9.85 30 3 85,7 92,1 10,84810127 0,94378481 48,6%
9.85 -
12.95 4 11
> 12.95 1 24 97,1 63,2 0,045886076 0,003992089 0,4%
Total 35 38
G6PD 9
molecular
(+)
molecular
(-) sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR ) odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 7.1 26 2 74,3 94,7 14,01886792 1,219641509 54,9%
7.1 -
13.50 9 12
> 13.50 24 100 63,2 0 0 0,0%
Total 35 38
G6PD 10
molecular
(+)
molecular
(-) sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR ) odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 8.05 27 2 77,1 94,7 14,54716981 1,265603774 55,9%
8.05 -
13.50 8 12
> 13.50 24 100 63,2 0 0 0,0%
Total 35 38
G6PD 11
molecular
(+)
molecular
(-) sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR )
odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 9.15 28 2 80 94,7 15,09433962 1,313207547 56,8%
9.15 -
13.50
7 12
> 13.50 24 100 63,2 0
0 0,0%
I
Total 35 38
G6PD 12
molecular
(+)
molecular
(-) sens. spec.
Likelihood Ratio (
LR ) odds x LR
(odds x LR)/(1 + (odds x
LR))
< 9.85 30 3 85,7 92,1 10,84810127 0,94378481 48,6%
9.85 -
13.50
5 11
> 13.50 24 100 63,2 0 0 0,0%
Total 35 38
Anexos
118
Anexos
119
Anexos
120
Anexos
121
Anexos
122
Protocolos da PCR e condições de migração para cada sistema investigado.
Região
Investigada
Água Tampão
PCR-10x
DNTPs
1,25mM
Iniciadores
1,25mM
Taq
5U/μl
DNA
100ng/μl
Ciclos Programas Conc.
Gel
Voltagem
Total
Éxon 4
16,5μl
2,5μl
2,0μl
1,5μl
0,2μl
1,0
35
94
o
C
56
o
C
72
o
C
10%
600 V
Éxon 5
16,5μl
2,5μl
2,0μl
1,5μl
0,2μl
1,0
35
94
o
C
63
o
C
72
o
C
7%
1.000 V
Éxon 6
16,5μl
2,5μl
2,0μl
1,5μl
0,2μl
1,0
35
94
o
C
60
o
C
72
o
C
5%
1.200 V
Sequências dos iniciadores e tamanho dos fragmentos amplificados
Denominação
dos primers
Sequências dos iniciadores Fragmento
Amplificado(pb)
Referências
202
5’ GTG GCT GTT CCG GGA TGG CCT TCT G 3’
5’ CTT GAA GAA GGG CTC ACT CTG TTT G 3’
109
Bonanga et al., 1998
FOK I
5’ CTG TCTGTG TGT CTG TCT GTC C 3’
5’ GGC CAG CCT GGC AGG CGG GAA GG 3’
295
Vulliamy et al., 1991b
Cittadella et al., 1997
Mbo II
5’ ACT CCC CGA AGA GGG GTT CAA GG 3’
5’ CCA GCC TCC CAG GAG AGA GGA AG 3’
547
Vulliamy et al., 1991b
Cittadella et al., 1997
Enzimas de restrição e condições de digestão
Condições de Digestão
Regiões
Digeridas
Mutações
Investigadas
Enzimas
Água Tampão(10x) Enzima PCR Temperatura
Fragmentos
Resultantes
(pb)
Éxon 4
202GA
Nla III
3,5μl 1,0μl
10U
5,0μl
37
o
C 63-46
Éxon5
376AG
Fok I
7,0μl
2,0μl
4U
10,0μl
37
o
C
154-141
Éxon 6
563CT
Mbo II
7,0μl
2,0μl
4U
10,0μl
37
o
C
277-119-100
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo