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Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública
Avaliação da implantação do programa de controle
do tabagismo no Hospital Santa Cruz - São Paulo -
Capital
MARCO ANTONIO DE MORAES
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde
Pública, para obtenção do título de Doutor em Saúde Pública.
Área de Concentração: Serviços de Saúde Pública
Orientador: Profª Drª Glacilda Telles de Menezes Stewien
São Paulo
2006
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ii
Avaliação da implantação do Programa de Controle
do Tabagismo no Hospital Santa Cruz - São Paulo -
Capital
MARCO ANTONIO DE MORAES
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor
em Saúde Pública.
Área de Concentração: Serviços de Saúde Pública
Orientador: Profª Drª Glacilda Telles de Menezes Stewien
SÃO PAULO
2006
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Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total
ou parcial desta tese, por processos fotocopiadores.
Marco Antonio de Moraes
Assinatura
15/02/2006
iii
“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a
sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.”
(Leonardo da Vinci)
iv
Dedico esta tese:
a Deus, por ter permitido concluir esta importante etapa na minha vida acadêmica
pois, no mérito de mais esta conquista, existe muito da sua participação oferecendo a
força e a perseverança nos momentos necessários;
a meus pais, Melchíades Rosa de Moraes e Profª Maria Elisa Costa de Moraes,
que sempre estiveram presentes na minha vida oferecendo-me apoio, auxílio e
participação fundamental na construção do alicerce que possibilitou a execução deste
trabalho científico, assim como foram grandes inspiradores e incentivadores da
minha opção pelas áreas de saúde e educação;
ao Prof. Dr. José Rosemberg, em especial e em memória, uma excelente e hábil
figura humana que deu enorme contribuição à construção desta pesquisa, homem
envolto por um fascinante mistério. Até hoje não se sabe o que foi melhor nele: se o
pesquisador, cientista, médico, e brilhante professor titular, com seu amplo e notável
conhecimento técnico/científico acumulado em décadas de dedicação ao estudo e a
pesquisa na área de saúde pública, principalmente em tabagismo e tuberculose, ou o
cidadão, extraordinário exemplar de figura humana que reuniu dignidade, ética,
dinamismo, ampla cultura geral, extrema simpatia, carisma, simplicidade e
humildade. Talvez a combinação de todos esses valores tenha sido capaz de torná-lo
um exemplar único, raro e notável, síntese perfeita de uma personalidade pública
respeitada no Brasil, na América Latina e no Mundo, como um exemplo a ser
admirado e seguido, pois o legado por ele deixado ao controle do tabagismo servirá
de referencial para todos os ativistas que atuam nesta área.
v
Agradecimentos:
Torna-se essencial agradecer e, assim, reconhecer o grande apoio de diversas pessoas
que, direta ou indiretamente, colaboraram, indicando caminhos, suavizando
momentos difíceis, dando sugestões preciosas, enfim, tornando este trabalho
possível; assim sendo, desejo registrar agradecimentos especiais com eterna gratidão:
a Profª Drª Glacilda Telles de Menezes Stewien, devido à orientação precisa e
segura, incentivadora inicial de meu desenvolvimento intelectual, acadêmico e
profissional na área da Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado), que sempre me
estimulou a avançar na busca do conhecimento.
Alma e figura humana que apresenta características de eterna aprendiz, mesclando,
com maestria, seu grande conhecimento técnico/científico com a profundidade de sua
simpatia, carisma, compreensão, confiança, entusiasmo e segurança, fatores
determinantes para uma adequada orientação.
Essa importante combinação de talentos, e seu jovem e irrequieto comportamento de
estudiosa, sempre a pesquisar, sempre pronta a apoiar o controle do tabagismo,
tornam-na um grande exemplo, uma potencial incentivadora para todos nós,
representando uma esperança de vida e um compromisso com uma sociedade mais
saudável e digna;
à Banca Examinadora da Qualificação: Prof. Titular Dr José Rosemberg; Profª
Titular Drª Márcia Faria Westphal e Profª Drª Maria Isabel Sampaio
Carmagnani, pelas contribuições precisas e oportunas;
vi
à Pré-Banca Examinadora: Profª Titular Drª Márcia Faria Westphal; Prof.
Titular Dr Aristides de Almeida Rocha; Profª Drª Maria Isabel Carmagnani;
Profª Drª Tânia Regina Gasparini Botelho Pupo; Profª Drª Isabel Maria
Teixeira Bicudo Ferreira e Profª Drª Rita de Cássia Chamma, por terem
aceitado o convite para avaliar esta Tese, mas, principalmente, pelas excelentes
sugestões emitidas na fase da pré-banca, que certamente permitiram o
aprimoramento deste estudo;
a Profª Drª
Ruth Miranda de Camargo Leifert, presidente do Conselho Regional
de Enfermagem do Estado de São Paulo, da Associação Nacional de Enfermagem do
Trabalho e da Academia Brasileira de Especialistas em Enfermagem e Diretora de
Enfermagem da UNIBAN; pelo grande exemplo de excelente profissional e ser
humano, pela dedicação e competência na área de Enfermagem e Educação, assim
como por suas inúmeras colaborações na construção de um Sistema de Saúde mais
justo e equilibrado, e pelas constantes colaborações na minha vida acadêmica;
a Profª Drª Akiko Kanasawa, coordenadora dos Cursos de Pós-Graduação da
Universidade Bandeirante de São Paulo, membro titular do Conselho Regional de
Enfermagem do Estado de São Paulo, grande amiga, modelo de extraordinário
profissional humano, técnico e ético, sempre reforçando o seu apoio e incentivo,
encorajando e acreditando na realização deste trabalho, mas, principalmente,
colaborando continuamente para o meu crescimento profissional;
vii
a Drª Ana Margarida Rosemberg, grande ativista no controle do tabagismo,
médica pneumologista que serve de inspiração a diversos profissionais de saúde que
atuam nesta área, pela sua dedicação e conselhos sempre valiosos e oportunos;
a Drª Ivone Martine de Oliveira, enfermeira do trabalho, conselheira do Conselho
Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo, pela valiosa amizade e
contribuições técnicas sempre presentes;
a Drª Eutália Aparecida Cândido de Araújo, pela valiosa colaboração na
interpretação dos dados estatísticos;
a toda equipe de trabalho do Hospital Santa Cruz, pela amizade e carinho, em
especial, ao Dr Koshiro Otani, pela oportunidade do trabalho no HSC, incentivo e
apoio contínuo; à Srtª Soraya Ferro e Srª Simone Ferreira dos Santos, pelo
companheirismo e apoio sempre presentes; ao Sr Pedro Lindarte, a Drª Luciana
Midori K. Lindarte, e a Drª Eliane Ray Otani, colegas da PULSAR Medicina do
Trabalho, pela valiosa e constante cooperação; ao Sr. José Hamilton dos Santos,
pelo grande apoio no levantamento dos Recursos Humanos do HSC;
a todos os colegas da Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, pela
presença e apoio constante em vários momentos oportunos; à enfermeira Dra Dalva
Maria de Oliveira Valencich; ao Dr Rodolfo Brumini; à nutricionista Dra África
de La Cruz Neumann; ao Dr Arthur Jacques Goldfeder; ao Dr Luis Francisco
Marcopito; à enfermeira Dra Ana Paula Coutinho (Diretora da Divisão); à
viii
nutricionista Adriana Bouças Ribeiro; a Dra Mirian M. Shirassu; ao Dr Sidney
Federmann; ao Dr Sérgio S. Fins Rodrigues; e às escriturárias Sra Lúcia Elisa
Prestes Salvi, Sra Lenilza Moura do Santos, e Sra Josefa Jane dos S. Castro;
ao Sr Marco Rosado, pela colaboração na formatação gráfica (layout) da Tese;
a Profª Maria Lúcia Gnatos João Lima, responsável pela correção de Língua
Portuguesa;
aos bibliotecários e demais funcionários de apoio da CIR/FSP/USP; em especial a
Sra Maria Lúcia Evangelista de Faria Ferraz e ao Sr José Estorniolo Filho, por
todo o apoio referente às consultas bibliográficas;
aos meus grandes amigos Maurício Lopes Cordeiro e Ademilson Magalhães,
sempre prontos a ouvir, acompanhar e ajudar nos momentos mais propícios;
ao meu “mascote” Billy Jully de Moraes, companheiro tão incomum e encantador,
sempre presente, preenchendo meus dias com alegrias e amenizando, com sua fiel
amizade e carinho, os momentos mais difíceis da árdua, porém edificante construção
desta Tese;
Enfim, a todos os pesquisados que responderam ao questionário tornando possível a
obtenção dos dados desta Tese.
ix
RESUMO
Moraes MA. Avaliação da implantação do Programa de Controle do Tabagismo
no Hospital Santa Cruz – São Paulo-Capital. 2006. [Tese de Doutorado –
Faculdade de Saúde Pública da USP].
Objetivo: Realizou-se o presente estudo com a finalidade de avaliar as intervenções
aplicadas no Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Santa Cruz e sua
eficácia na diminuição da prevalência do tabagismo. Métodos: Pesquisa avaliativa
longitudinal, do tipo painel, realizada para o cumprimento do objetivo estabelecido,
sendo seu objeto constituído pelas intervenções organizacionais, educativas e físicas
desenvolvidas no referido programa. Utilizaram-se dados da pesquisa sobre perfil do
fumante do Hospital Santa Cruz realizada no final do ano de 2001 e início de 2002 e
reaplicada em 2004 para obter a prevalência do tabagismo. Realizou-se, também,
outra pesquisa sobre a percepção dos funcionários deste hospital que, vivenciaram as
aplicações das referidas intervenções, utilizando-se, em outubro de 2005, um
questionário composto por 19 questões estruturadas em 6 seções, em que foram
sujeitos da pesquisa 498 funcionários. Aplicaram-se testes estatísticos não
paramétricos para verificar diferenças entre as variáveis sociodemográficas dessa
última pesquisa. Resultados: Como principais resultados, as análises demonstraram
que a opinião dos pesquisados, referentes às fases de intervenções aplicadas ao
programa, mostrou-se bastante favorável, pois as porcentagens relativas à
participação desses colaboradores nas ações desenvolvidas no programa variaram de
74,3% a 99%. Conclusões: A avaliação de estrutura/processo/resultado permitiu
concluir que o Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Santa Cruz mostrou-
se eficaz tendo em vista apresentar uma estrutura adequada em relação à capacidade
instalada, alcançar as metas programadas na sua avaliação de processo e, como
resultado final, ter diminuído em 52,91% a prevalência do tabagismo entre seus
colaboradores.
Descritores: Tabagismo, Avaliação, Programas de Saúde.
x
SUMMARY
Moraes M.A. Evaluation of the implementation of the Tobacco Control Program
at the Santa Cruz Hospital – São Paulo – Capital; 2006 [Dissertation of the
Doctoral Degree Program – College of Public Health - USP].
Objective: The present study was carried out with the objective of evaluating the
interventions applied in the Tobacco Control Program at the Santa Cruz Hospital
(HSC) and their effectiveness in decreasing the prevalence of tobacco use. Methods:
A longitudinal evaluation study of the panel type was carried out to achieve the
established objective, with the purpose of investigating the organizational,
educational and physical interventions developed in the abovementioned program.
Research data on the tobacco user profile, obtained by the Santa Cruz Hospital at the
end of 2001 and beginning of 2002, were applied again in 2004 to find out the
tobacco use prevalence. Another investigation was also conducted concerning the
perception of the hospital staff that experienced the application of the interventions
by means of a questionnaire composed of 19 structured questions divided into 6
sections and answered by 498 employees in October 2005. Non-parametric statistical
tests were applied to identify differences between the sociodemographic variables of
the last study. Results: The main results shown in the analyses were that the opinion
of the study subjects regarding the intervention phases applied in the program was
quite favorable, since the percentages regarding participation of these employees in
the actions developed in the program varied between 74.3% and 99%. Conclusions:
The evaluation of the structure/process/result allowed us to conclude that the
Tobacco Control Program of the Santa Cruz Hospital was successful, presenting an
adequate structure for the installed capacity, achieving the programmed targets in its
process evaluation and, as end result, decreasing by 52.91% the prevalence of
tobacco use among staff members.
Descriptors: Tobacco use, Evaluation, Health Programs.
xi
LISTA DE ABREVIATURAS
aC – Antes de Cristo
AFUBRA – Associação dos Fumicultores do Brasil
AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida
AMS – Assembléia Mundial da Saúde
BIREME – Centro Latino Americano e do Caribe em Ciências da Saúde
BTA British American Tobacco
CID – Classificação Internacional de Doenças
CIR/FSP Centro de Informação e Referência da Faculdade de Saúde Pública
CME – Central de Material e Esterilização
CQCT – Convenção Quadro para o Controle do Tabaco
COP – Conferência das Partes
DTR – Doenças Tabaco Relacionadas
EUA – Estados Unidos da América
FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz
FMI – Fundo Monetário Internacional
FSP/USP – Faculdade de Saúde Pública da USP
HSC – Hospital Santa Cruz
IARC – International Agency for Research
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INCA – Instituto Nacional de Câncer
ITC – Imperial Tobacco Canada
ITC – Indian Tobacco CO
xii
KW- Kruskal Wallis
MPC- Multiple Comparation Procedure
MS – Ministério da Saúde
NHS – National Health Service
O&M – Organização e Método
OMS – Organização Mundial da Saúde
ONI – Órgão de Negociação Internacional
OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde
PAAPA – Perguntar, Avaliar, Aconselhar, Preparar e Acompanhar
PCT – Programa de Controle do Tabagismo
PNCT – Programa Nacional de Controle do Tabagismo
PTA – Poluição Tabagística Ambiental
SAME – Serviço de Arquivo Médico Estatístico
SCIH – Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
SNS – Serviço de Nutrição e Dietética
SPSS – Statistical Package for Social Sciences
TFI – Tobacco Free Initiative
TI – Tecnologia da Informação
TMO – Transporte de Medula Óssea
UCO – Unidade Coronariana
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
xiii
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1 - Foto e mapa de localização do HSC. .....................................................140
Anexo 2 - Folder de lançamento do programa........................................................141
Anexo 3- Comissão executiva do PCT do HSC.....................................................142
Anexo 4- Folder do curso de capacitação sobre tabagismo...................................143
Anexo 5- Conteúdo do treinamento sobre “abordagem intensiva ao fumante”.....144
Anexo 6- Normatização sobre o consumo do cigarro no HSC..............................147
Anexo 7- Divulgação do programa de atendimento ao fumante do HSC..............148
Anexo 8- Comemorações das datas de controle do tabagismo no HSC................149
Anexo 9- Fumódromo do HSC..............................................................................151
Anexo 10- Sinalização de proibido fumar no HSC..................................................152
Anexo 11- Termo de consentimento livre e esclarecido..........................................154
Anexo 12- Aprovação dos comitês de ética.............................................................155
Anexo 13- Questionário aplicado na pesquisa sobre perfil do fumante do HSC.....157
Anexo 14- Questionário aplicado na pesquisa sobre percepção do PCT do HSC...160
Anexo 15- Modelo do cartaz “pare e pense” ...........................................................165
Anexo 16- Modelo do cartaz “fumar não combina com a qualidade de vida”........165
Anexo 17- Modelo do folheto, cartaz e banner “pode respirar a vontade”..............166
xiv
LISTA DE FIGURAS:
Fig. 1 - Distribuição dos pesquisados em relação à lembrança do Cartaz “Pare e
Pense”, HSC, SP, 2005. ..........................................................................94
Fig. 2- Distribuição dos pesquisados quanto à reflexão sobre o cartaz “Pare e
Pense”; HSC, SP, 2005. ...........................................................................95
Fig. 3- Distribuição dos pesquisados quanto à alusão ao tema tabagismo na 1ª
fase do Programa, HSC, SP, 2005............................................................95
Fig. 4- Distribuição dos pesquisados quanto à lembrança do Cartaz “Fumar não
combina com a qualidade de vida” HSC, SP, 2005.................................97
Fig. 5- Distribuição dos pesquisados que relataram ter participado de alguma
atividade antitabágica desenvolvida no HSC, SP, 2005. .........................98
Fig. 6- Distribuição dos pesquisados em relação ao esclarecimento sobre
tabagismo por meio do material educativo recebido no Programa, HSC,
SP, 2005. ..................................................................................................98
Fig. 7- Distribuição dos pesquisados em relação ao conhecimento da Lei Federal
9.294/86, HSC. SP. 2005 .........................................................................99
Fig. 8- Distribuição dos pesquisados segundo lembrança do cartaz “Pode
Respirar à Vontade”, HSC, SP, 2005.....................................................101
Fig. 9- Distribuição dos pesquisados, segundo o recebimento do folheto
informativo sobre a Portaria Interna de Restrição do Cigarro, HSC, SP,
2005........................................................................................................102
Fig. 10- Distribuição dos pesquisados segundo observação da sinalização
antitabágica, HSC, SP, 2005..................................................................102
Fig. 11- Opinião dos pesquisados referentes às melhores ações educativas
utilizadas no Programa, HSC, SP, 2005.................................................104
Fig. 12- Opinião dos pesquisados referentes aos meios de comunicação que
apresentaram melhores resultados no Programa, HSC, SP, 2005..........105
Fig. 13- Prevalência Geral de Fumantes no HSC, São Paulo, 2001....................108
Fig. 14- Prevalência Geral de Fumantes no HSC, São Paulo, 2004....................108
Fig. 15- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo sexo, São Paulo, 2001......111
xv
Fig. 16- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo sexo, São Paulo, 2004......111
Fig. 17- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo grau de escolaridade, SP,
2001........................................................................................................112
Fig. 18- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo grau de escolaridade, SP,
2004........................................................................................................112
Fig. 19- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo profissão, SP, 2001...........113
Fig. 20- Prevalência de Fumantes no HSC, segundo profissão, SP, 2004...........114
xvi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição do número e porcentagem da população de estudo, segundo
variáveis socioeconômicas.......................................................................89
Tabela 2 – Indicadores de Estrutura do Programa de Controle o Tabagismo do
Hospital Santa Cruz - São Paulo – 2005...............................................91
Tabela 3 – Indicadores de Processo do Programa de Controle o Tabagismo do
Hospital Santa Cruz - São Paulo – 2005...............................................93
Tabela 4 – Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 1ª fase do
Programa de Controle do Tabagismo no HSC - São Paulo – 2005......96
Tabela 5 – Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 2ª fase do
Programa de Controle do Tabagismo no HSC - São Paulo – 2005....100
Tabela 6 – Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 3ª fase do
Programa de Controle do Tabagismo no HSC - São Paulo – 2005....103
Tabela 7 – Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, nas ações
educativas e meios de comunicação que apresentaram melhores
resultados - HSC - São Paulo – 2005..................................................106
Tabela 8 – Prevalência do Tabagismo em populações acima de 15 anos em
diferentes países do mundo de 1995 à 2002 .......................................110
Tabela 9 – Prevalência do Tabagismo entre médicos e enfermeiros em alguns países
do mundo ............................................................................................114
xvii
INDICE
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................1
2. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................10
2.1 - Tabagismo, uma questão multifacetada: “dimensionando o problema”.........10
2.1.1 - Aspectos Econômicos do Tabagismo.....................................................16
2.1.2 - Meio Ambiente e Tabagismo.................................................................20
2.1.3 - Tabagismo e o Controle Legislativo......................................................24
2.1.4 - Produção, Comércio, Distribuição e Consumo do Tabaco...................27
2.1.5 - Indústria do Tabaco................................................................................31
2.1.6 - Tabagismo Passivo.................................................................................34
2.1.7 - Controle do Tabagismo na Idade Escolar ..............................................37
2.1.8 - Tratamento do Tabagismo......................................................................39
2.1.9 - Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.....................................44
2.1.10 - Programas de Controle do Tabagismo.................................................48
2.2 - Avaliação: Necessidade Constante nos Serviços de Saúde.............................53
2.2.1 - Origens, Conceitos e Objetivos da avaliação.........................................53
2.2.2 - Tipos de Avaliação.................................................................................55
2.2.3 - Uso da avaliação em programas de saúde..............................................58
3. OBJETIVOS..........................................................................................................65
3.1 - Objetivo Geral.................................................................................................65
3.2 - Objetivos Específicos......................................................................................65
4. MÉTODO..............................................................................................................66
4.1 – Desenho do Estudo.........................................................................................66
4.2 - Local do Estudo...............................................................................................68
4.3 - Objeto de Estudo: O Programa de Controle do Tabagismo do HSC ..............69
4.4 - População ........................................................................................................73
4.5 - Aspectos Éticos ...............................................................................................74
4.6 - Etapas dos Procedimentos Metodológicos......................................................75
4.7 - Instrumento......................................................................................................77
4.8 - Pré-Teste..........................................................................................................78
4.9 - Variáveis do Estudo.........................................................................................79
4.10 - Digitação dos Dados......................................................................................80
4.11 - Tratamento Estatístico dos Dados.................................................................81
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................87
5.1 - Dados Referentes à População Pesquisada .....................................................87
5.2 - Avaliação da Estrutura/Processo/Resultado....................................................90
6. CONCLUSÕES...................................................................................................116
7. REFERÊNCIAS..................................................................................................118
8. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR............................................................138
ANEXOS...............................................................................................................140
1
INTRODUCÃO
1 - INTRODUCÃO
Os Hospitais, apesar de serem classificados como do setor terciário dentro
do conceito do Sistema de Saúde, funcionam como importante canal irradiador de
exemplos e ações para promoção da saúde e qualidade de vida da população que
assistem
89,112,170,225,242,243,251
. Sendo assim, é fundamental, também, tornarem-se
vitrines de hábitos e estilos de vida saudáveis.
Esse fato direciona os hospitais a transmitirem mensagens sobre
qualidade de vida a seus profissionais, clientes, visitantes e fornecedores através de
sua estrutura física e organizacional, despertando, conseqüentemente, profissionais
conscientes sobre o seu papel de modelos de comportamento e de educadores em
relação aos usuários desse sistema de saúde
51,78,103,116,118,188,189,190
.
Em todo o mundo, é crescente o número de unidades de saúde e empresas
que, conscientes de suas responsabilidades quanto à qualidade de vida de seus
trabalhadores, vêm implementando programas de controle do tabagismo
16,102
. Esses
partem da constatação de um número elevado de fumantes na população geral e de
um número ainda mais elevado nas faixas de idade em que as pessoas são produtivas,
sendo que elas passam 80% de seu tempo em ambientes fechados expostas à
poluição tabagística
154
.
HELYER e col
95
(1998) afirmam que o ato de fumar e a poluição
ambiental por ele causada podem provocar uma série de danos à saúde dos
trabalhadores e à produtividade da empresa, sendo importante estabelecer uma
política de abolição ao tabagismo em seu ambiente.
2
INTRODUCÃO
Alguns desses danos são: diversos tipos de adoecimentos, perda precoce
da capacidade de produzir, levando a uma diminuição da produtividade da empresa,
morte prematura, aumento de despesas com saúde, excesso de absenteísmo e maiores
gastos com limpeza
134
.
Outro fator fundamental para se estabelecer programa de controle do
tabagismo (PCT) em ambientes de trabalho é que dados científicos consideram a
poluição tabagística ambiental prejudicial não só à saúde dos fumantes, mas também
à dos não fumantes (chamados fumantes passivos ou involuntários)
239
.
Na fumaça do tabaco isolaram-se 4.720 substâncias tóxicas. Essa fumaça
contém nicotina, alcatrão (complexo de cerca de 1.000 substâncias), monóxido de
carbono, elementos radioativos, resíduos de fertilizantes e pesticidas
124,199
.
O alcatrão contém grande parte dos carcinógenos, cerca de 60 no total
(hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, aminas aromáticas e nitrosaminas, sendo
quatro específicas do tabaco). É reconhecido como um carcinógeno potente, capaz de
atuar nas três esferas da carcinogênese (indução, promoção e progressão)
200
.
A nicotina é uma droga psicoativa causadora da dependência pelos
mesmos mecanismos da cocaína, maconha, heroína e álcool
200
.
A maior parte do tempo total de consumo de um cigarro corresponde à
fumaça que sai silenciosamente da ponta do mesmo, a qual contém todos os
componentes tóxicos e em proporções mais elevadas do que aquela que sai da boca
do fumante
200
. Sendo assim, num ambiente em que se evola a fumaça da ponta do
cigarro, há três vezes mais monóxido de carbono, cinco vezes mais nicotina e
cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas em relação à fumaça aspirada pelo
fumante (fumaça principal).
3
INTRODUCÃO
A fumaça difunde-se pelo ambiente homogeneamente, fazendo que
mesmo as pessoas posicionadas mais distantes dos tabagistas inalem quantidades de
poluentes iguais às que estão posicionadas próximas aos fumantes. Dessa forma, os
fumantes passivos sofrem os efeitos imediatos da poluição ambiental, tais como
irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento dos problemas
alérgicos, principalmente das vias respiratórias
81
.
Pesquisas mostram, entre os fumantes passivos, um risco aumentado de
câncer de pulmão e de doenças cardíacas a longo prazo
94,239
.
De acordo com RYAN et al.
207
(2002), os ambientes de trabalho são
locais passíveis de controle da exposição à fumaça dos derivados do tabaco e, por
isso, representam uma boa oportunidade para atuação de programas preventivos que
estimulem uma mudança no estilo de vida dos indivíduos e uma preocupação maior
com a sua saúde.
A abordagem dos trabalhadores em programas preventivos fica facilitada
não somente pelo fato de estarem inseridos em comunidades delimitadas, mas
também pela possibilidade de permanecerem 30 anos ou mais dentro de uma
empresa recebendo orientações pertinentes às ações básicas de saúde: promoção da
saúde, prevenção de doenças e recuperação da saúde
152,207
.
O Hospital Santa Cruz (HSC), localizado na cidade de São Paulo, desde
meados do ano 2001 está implantando, de maneira planejada, o controle adequado
dos fatores de risco para adoecimento, assim como o desenvolvimento de hábitos
saudáveis de vida entre seus funcionários e familiares, estendendo essa ação a seus
usuários.
4
INTRODUCÃO
Como o tabagismo é o principal fator de risco no desenvolvimento de
doenças cardíacas e cânceres em geral (as duas principais causas de
morbimortalidade em nosso País, Estado e Município), sendo também reconhecido
como a principal causa isolada de adoecimento e morte em todo o mundo, foi o
primeiro fator de risco a ser controlado, gerando o Programa de Controle do
Tabagismo (PCT) do HSC.
Nesse PCT foi proposta uma avaliação inicial e uma avaliação pós-
intervenção, sendo previstas intervenções sistematizadas tanto na estrutura física
quanto organizacional da instituição, e ainda uma intervenção educativa, todas
constantemente monitoradas.
Os programas preventivos associados ao uso de tabaco ainda necessitam
de algum tempo para se aperfeiçoarem. Algumas experiências mostram que esses
programas educativos, com base em uma legislação efetiva, são os que conseguem
maiores resultados em menor tempo
193
.
Em relação a projetos de prevenção associados ao uso de tabaco, estudos
de diferentes países da Europa, realizados também nos Estados Unidos e no Canadá,
afirmam que os programas de controle do tabagismo devem ser eminentemente
educativos, atuando nos diversos segmentos da população, conseguindo influir, em
menor tempo, sobre o consumo do tabaco, baixando a prevalência de fumantes
198
.
Esses países desenvolveram programas de prevenção apoiados em legislação
adequada de âmbito nacional e colheram benefícios comprovados.
Dessa forma, nota-se que ações de promoção de saúde que visam a
mudanças de atitudes e comportamento da população, frente ao consumo de
derivados de tabaco, apresentam um papel de grande relevância.
5
INTRODUCÃO
Quando falamos em intervenção educativa dentro de um programa de
saúde, estamos falando em promoção da saúde, conceito que teve sua definição mais
amplamente consagrada na Carta de Ottawa (documento redigido na I Conferência
Mundial sobre Promoção da Saúde realizada em 1986 em Ottawa-Canadá) como o
processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de
vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo
23,128
.
Aliás, a promoção da saúde representa uma estratégia promissora para
enfrentar os diversos problemas de saúde que interferem nas populações humanas e
em seus entornos
23
. E o tabagismo como um sério fator de risco a ser controlado é
apontado em todas as conferências mundiais de promoção da saúde como um
problema a ser solucionado.
A Carta de Ottawa de 1986
173
estabeleceu os princípios básicos da
promoção da saúde, buscando identificar e afetar positivamente as causas iniciais ou
determinantes da saúde, ou seja, fatores sociais e econômicos que determinam a
situação da saúde, como renda, educação, profissão, condições de trabalho, situação
mental que, por sua vez, podem afetar fatores de risco como fumo, consumo de
álcool, hábitos alimentares e sedentarismo.
Pode-se notar a estreita relação entre o controle do tabagismo e a
qualidade de vida, pois na II Conferência Mundial sobre Promoção da Saúde,
realizada em Adelaide-Austrália, em 1988, o controle do tabaco aparece como área
prioritária para a promoção de políticas públicas saudáveis
128
.
Nesta II Conferência, é considerado que os determinantes da saúde e suas
repercussões dependem de uma ação integrada do conjunto de políticas públicas, e
entre as prioridades para a promoção da saúde no século XXI aparece, em primeiro
6
INTRODUCÃO
lugar, “Promover a responsabilidade social para com a saúde”, o que significa que as
pessoas investidas de poder decisório devem estar firmemente comprometidas com o
aspecto social, cabendo tanto ao setor público quanto ao privado a responsabilidade
de promover a saúde, incentivando políticas e práticas que restrinjam a produção, o
comércio e o consumo de produtos e substâncias prejudiciais à saúde, entre as quais
figura o tabaco
162
.
Na III Conferência Mundial de Promoção da Saúde realizada em
Sundsvall-Suécia, em 1991, focou-se diretamente a interdependência entre saúde e
ambiente em todos os seus aspectos
23
, e o tabaco, enquanto potente droga agressora
do meio ambiente, também foi destacado.
A Declaração de Jacarta, fruto da IV Conferência Mundial sobre
Promoção da Saúde, realizada na Indonésia, em 1997, identificou o comércio
internacional de tabaco como tendo grande impacto negativo sobre a saúde pública
153
.
Ocorrendo na Cidade do México, em 2000, realizou-se a V Conferência
Mundial sobre Promoção da Saúde, em que foi assinada a “Declaração do México”,
na qual constatatou-se a necessidade urgente de abordar os determinantes sociais,
econômicos e ambientais da saúde, sendo preciso fortalecer os mecanismos de
colaboração para a promoção da saúde em todos os setores e níveis da sociedade
252
e,
conforme demonstrado pela literatura científica mundial, o tabaco apresenta-se como
determinante social, econômico e ambiental na área da saúde pública.
A VI e mais recente Conferência Mundial de Promoção da Saúde
realizada em Bangkok-Tailândia, no ano de 2005 afirmou que as políticas e parcerias
para o empoderamento das comunidades e para melhoria da saúde, e da equidade em
saúde, deveriam ser situadas no centro do desenvolvimento global e nacional
252
.
7
INTRODUCÃO
Na carta de Bangkok para a promoção da saúde no mundo globalizado
destacou-se que a promoção da saúde deve tornar-se uma parte integrante da política
doméstica e externa e das relações internacionais, incluída em situações de guerra e
conflito, sendo que isso requer ações para promover o diálogo e a cooperação entre
as nações, o estado, a sociedade civil e o setor privado, e esses esforços podem ser
construídos com base nos exemplos de tratados existentes, tais como a Convenção
Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), sob a chancela da OMS
47, 230
.
Dessa forma, torna-se claro que a implantação de programas de controle
do tabagismo na área da saúde mostra-se de suma importância, porém, em nosso país,
são poucos os hospitais que desenvolvem esse tipo de atividade de forma contínua e
sistematizada e, quando implantados, a maioria deles não é avaliada. Essa situação é
muito comum e, segundo AKERMAN et al
6
(2002), na América Latina são raros os
programas que aprofundam seus esforços de avaliação no sentido de mostrar efeitos
e impactos.
Essa lacuna na avaliação dos processos e dos resultados das ações e
intervenções desenvolvidas pelas áreas programáticas necessita ser preenchida de
diferentes formas, entre elas a realização de estudos e pesquisas sobre o assunto.
A área de avaliação de programas vem sendo considerada, de forma
crescente, uma importante ferramenta de apoio às decisões na implementação das
políticas de saúde, sendo que, cada vez mais, torna-se imprescindível implementar
atividades de avaliações contínuas sobre a eficácia e eficiência em programas de
saúde, para subsidiar o direcionamento correto na tomada de decisão.
Frente a esses pressupostos, nota-se a importância da realização do
presente estudo.
8
INTRODUCÃO
Toda pesquisa origina-se a partir da formulação de um problema
teórico/prático sentido, ou seja, uma questão que o pesquisador gostaria de responder,
ou um problema que ele gostaria de solucionar
108,179,211
. Dessa forma, o problema é
uma dificuldade cuja solução poderá ser encontrada com a realização de uma
pesquisa
211
.
Nesta pesquisa, o problema foi levantado da seguinte forma: As
intervenções realizadas em 3 diferentes etapas no Programa de Controle do
Tabagismo do HSC apresentaram a eficácia esperada, conseguindo, com seus
resultados, diminuir a prevalência do tabagismo dentro do Hospital?
Uma hipótese é uma previsão experimental, um ensaio, ou uma
explicação da relação entre duas ou mais variáveis
179
. É uma proposição que se faz
na tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema
108,211
.
A função da hipótese, na pesquisa científica, é propor explicações para
certos fatos e, ao mesmo tempo, orientar a busca de outras informações.
Nesta pesquisa, tem-se a seguinte hipótese: As intervenções
organizacionais, educativas e físicas, desenvolvidas no Programa de Controle do
Tabagismo (PCT) do HSC, conseguiram diminuir a prevalência do tabagismo nesse
local, apresentando, portanto, a eficácia esperada.
As intervenções organizacionais, educativas e físicas desenvolvidas no
PCT do HSC constituem-se, portanto, o objeto de estudo desta pesquisa.
Com a finalidade de facilitar a compreensão e apresentar uma
sistematização preconizada pela metodologia da pesquisa, a presente tese foi
estruturada em 6 capítulos.
9
INTRODUCÃO
Inicialmente, neste capítulo 1 (Introdução) buscou-se apresentar uma breve
exposição e justificativa do tema da pesquisa, enfatizando o hospital como um cenário
adequado para o desenvolvimento de programas de controle do tabagismo, assim como as
principais associações das áreas de promoção de saúde com o tabagismo, sendo também
destacada a importância do processo de avaliação nos serviços e sistemas locais de saúde. O
problema e a hipótese da pesquisa foram contextualizados também.
O capítulo 2 ( Revisão da Literatura) foi dividido em 2 partes, objetivando a
fundamentação teórica do tema. Na 1ª parte, houve uma preocupação em apresentar uma
abordagem geral do tabagismo enquanto problema multifacetado, destacando os aspectos
sociais, econômicos e legislativos, assim como enfatizando a área de prevenção e tratamento,
os grandes avanços alcançados com a Convenção Quadro para o Controle do Tabagismo e
uma descrição da lógica estrutural de alguns programas de controle do tabagismo. Já na 2ª
parte, a avaliação é enfocada, partindo de suas questões históricas e conceituais, seguindo
com a fundamentação teórica dos tipos de avaliação e fechando com o uso da avaliação em
programas de saúde.
O objetivo geral e os específicos são detalhados no capítulo 3, apresentando as
pretensões do pesquisador com respeito à finalidade da pesquisa.
No capítulo 4, a metodologia utilizada para a construção desta tese é
especificada, contextualizando o tipo, local e população do estudo, bem como a descrição
detalhada de todos os procedimentos utilizados com ênfase no tratamento estatístico dos
dados.
No capítulo 5, foram demonstrados os resultados encontrados, suas
representações gráficas e respectivas descrições, assim como a interpretação e análise desses
resultados através de uma discussão que os relaciona com o referencial teórico apresentado
na revisão de literatura.
Finalmente, o último capítulo apresenta as conclusões alcançadas baseando-se
nos objetivos propostos e na comprovação da hipótese formulada.
10
REVISÃO DA LITERATUR
A
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Tabagismo, uma questão multifacetada: “dimensionando o
problema”
O fato de que o tabagismo é responsável por inúmeros riscos à saúde e
diversos outros danos ao meio ambiente, à economia e à sociedade de uma maneira
geral é inegável, conforme amplamente comprovado, tornando-o um problema
multifacetado
34,35,143,176,177,253,259
.
Pesquisas científicas evidenciam, em todo o mundo, através de milhares
de artigos publicados cumulativamente há mais de cinco décadas, de maneira segura
e fidedigna, que o consumo do tabaco e as numerosas substâncias tóxicas contidas
em sua fumaça causam dezenas de doenças, muitas delas levando à incapacidade e à
morte
41,87,159,218,257,269
.
Considerada uma das mais sérias formas de dependência química, o
tabagismo mata cerca de 10 mil pessoas por dia, sendo esse apenas um dos itens de
uma extensa lista de prejuízos ocasionados pelo tabaco
229,255
.
Inúmeras Organizações Governamentais, entre elas a Organização
Mundial da Saúde (OMS), consideram o tabagismo como uma pandemia,
responsável, anualmente, pela morte de cerca de cinco milhões de pessoas no mundo,
estimando, aproximadamente, o dobro desses óbitos para o ano de 2020, com 70%
deles ocorrendo em países em desenvolvimento, entre eles o Brasil
196
. Em nosso país,
11
REVISÃO DA LITERATUR
A
a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) afirma que o consumo do cigarro é
responsável por 200 mil mortes/ano
130,131
.
No mundo, há cerca de um bilhão e trezentos milhões de fumantes que
consomem em torno de seis trilhões de unidades de cigarro, o que é um fato grave,
pois os derivados do tabaco constituem os únicos produtos de consumo, legalmente
disponíveis, que matam se usados como indicados pela propaganda
139,141,227
.
De acordo com estimativas da OMS, um terço da população mundial
adulta fuma, sendo estimado que o número de fumantes crescerá para 1,6 bilhões até
2030 se não houver uma mudança de curso da exposição mundial às substâncias
nocivas contidas nos produtos derivados do tabaco
248,257
.
Embora o consumo do tabaco venha caindo progressivamente nos países
desenvolvidos, a sua expansão nos países em desenvolvimento impôs um aumento
global da prevalência do tabagismo
20
. No período de 1975 a 1996, o consumo de
tabaco aumentou em torno de 50% em todo o mundo, gerando uma carga cada vez
mais pesada, causando sérios prejuízos, principalmente nos países pobres, situação
essa que tem gerado preocupações e intervenções de órgãos internacionais
envolvidos com a promoção da saúde e do desenvolvimento econômico e social
20
.
Nos países de economia baixa, surgem cerca de 64 a 84 mil fumantes novos/dia e,
nos países ricos, esse número varia de 14 a 15 mil. Pesquisas atuais estimam que o
mundo ganha 50 milhões de novos fumantes por ano
197
.
Em relação à prevalência no Brasil, o penúltimo levantamento nacional
obtido de uma pesquisa sobre saúde e nutrição realizado pelo IBGE em 1989
apontava uma prevalência de 32,56% de fumantes na população brasileira de 15 anos
e mais
133,153
, porém, o último inquérito nacional denominado “Inquérito Domiciliar
12
REVISÃO DA LITERATUR
A
sobre Comportamento de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não
Transmissíveis”, realizado entre 2002 e 2003, entre pessoas de 15 anos ou mais, pelo
INCA/MS, em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal, apontou que essa
prevalência apresentou uma diminuição pois o percentual de fumantes regulares de
cigarros na população estudada foi de 18,8%, colocando o Brasil entre os países com
as menores taxas de fumantes do mundo
99,132
.
Os resultados desse inquérito domiciliar variaram de 25,2% em Porto
Alegre, onde encontrou-se a maior prevalência, a 12,9% em Aracaju, menor
prevalência detectada.
Nos EUA, assim como na maioria dos países da Europa, a prevalência
varia de 30 a 39%
197,258
. No Caribe, incluindo o México, o número de fumantes
chega a atingir 50 a 59% da população acima de 15 anos de idade
258
. Na América
Latina, esses índices caem para 40 a 49% na maioria dos países
258
.
Em relação ao sexo, a história mostra- nos que o tabagismo iniciou-se no
mundo como um comportamento predominantemente masculino, sendo seu
crescimento observado durante e após a I Grande Guerra Mundial. Já o início desse
hábito entre as mulheres manifestou-se após os anos 30 do século passado,
coincidindo com o início de uma publicidade voltada especificamente para o sexo
feminino
21,164
.
Atualmente, a prevalência de mulheres fumantes está crescendo em
quase todos os países, principalmente na adolescência, porém países como Austrália,
Canadá, Estados Unidos e Reino Unido apresentam uma pequena tendência à
redução na proporção de fumantes correntes, fato que não tem sido observado em
países desenvolvidos da Europa
21,87,133,197,263
. Em diferentes países da África e Ásia, a
13
REVISÃO DA LITERATUR
A
prevalência de mulheres fumantes acima de 15 anos de idade encontra-se abaixo dos
10%
197,258,261
. Em alguns países da Europa, como Alemanha e França, está entre 30 e
39%
197,258,261
. Nos Estados Unidos e Canadá, entre 20 e 29%
197,258,261
.
No sexo masculino, os índices mais elevados aparecem na Ásia e na
Rússia, apontando prevalências superiores a 60%
197
. Atualmente, observa-se que, no
sexo masculino, está ocorrendo uma discreta diminuição na prevalência do
tabagismo, principalmente nos países desenvolvidos, assim como em alguns em
desenvolvimento.
Em relação à escolaridade, observa-se que, no Brasil, a prevalência
geralmente se apresenta mais elevada em grupos populacionais com menor
escolaridade, o que é uma tendência comum na maioria dos países em todo o
mundo
21
.
No que se refere à prevalência do tabagismo entre profissionais de saúde,
diferentes estudos têm demonstrado que, apesar desses profissionais conhecerem
mais profundamente os efeitos prejudiciais do tabaco ao organismo como um todo, a
prevalência entre eles ainda se mantém elevada em vários países
4,127,153,176,194,204
.
Inúmeras publicações em todo o mundo alertam sobre a importância do
papel do profissional de saúde em relação ao controle do
tabagismo
4,38,80,147,159,172,176,177,186,194,209,250,262
.
Instituição de saúde sem cigarro é uma questão de coerência pois fumo e
saúde jamais podem caminhar juntos
221
.
Na mensagem do diretor da OMS para o Dia Mundial Sem Tabaco, de
1993
143
, destacou-se que as instituições de saúde devem ser vistas como uma janela
para um mundo livre do tabaco, nas quais os profissionais e trabalhadores de saúde
14
REVISÃO DA LITERATUR
A
devem servir de exemplo e modelo aos demais indivíduos e usuários do sistema de
saúde. O prestígio dessas instituições e a confiança nelas depositada não devem ser
abalados pela exposição dos pacientes aos riscos do tabagismo passivo. Em
conseqüência, é com grande preocupação que se considera o consumo do tabaco por
aqueles que dedicam suas vidas à saúde da população.
Freqüentemente, a fumaça do cigarro invade a atmosfera dos serviços de
saúde e, em alguns países, encontramos taxas mais elevadas de fumantes entre
profissionais de saúde do que na população em geral
103
.
Por considerar que o profissional de saúde é tomado como modelo de
comportamento para os cidadãos em geral, a maioria das organizações de saúde no
mundo, inclusive as brasileiras, afirmam que os profissionais de saúde devem dar o
exemplo, evitando fumar
196
.
Profissionais de saúde apresentam um amplo leque de atuação em relação
ao controle do tabagismo
164
.
Reconhece-se o poder de persuasão dos profissionais de saúde sobre os
usuários do sistema de saúde como uma das mais efetivas intervenções para o
abandono do tabagismo
8,188,268
. O aconselhamento dos profissionais de saúde tem
sido muito bem aceito pelos fumantes e seus familiares, contribuindo para uma
redução no consumo do cigarro
266
.
Porém, o papel do profissional de saúde em relação ao controle do
tabagismo deve extrapolar a área de tratamento do fumante, devendo-se iniciar com
as ações preventivas, assim como permear diversas outras áreas de atuação
153
.
AGUINAGA & GLANTZ
5
(1995), por exemplo, alertam que os
profissionais de saúde pública que trabalham no controle do tabagismo devem
15
REVISÃO DA LITERATUR
A
conhecer as táticas utilizadas pela indústria do tabaco para atrair novos consumidores
do cigarro e devem estar preparados para responder a essas estratégias.
O tabagismo é a mais devastadora causa evitável de doenças e mortes
prematuras da história da humanidade, atingindo proporções de uma epidemia global
e representa, atualmente, o principal fator de risco evitável de doenças
graves
1,12,57,114,133,185,186,199,200,220,226,249
.
Existem mais de 70 mil artigos científicos publicados e reproduzidos em
diversos lugares do mundo, grande parte deles comprovando a relação causal entre o
consumo de cigarro e doenças graves como câncer de pulmão (90% dos casos),
enfisema pulmonar e bronquite crônica (80%), derrame cerebral (25%), infarto do
miocárdio (33%), entre outras
52,53,127,129,139,143,149,194,195
.
Inúmeras pesquisas confirmam que o consumo de tabaco causa mais
mortes do que a soma das mortes causadas por AIDS, cocaína, heroína, álcool,
incêndios, acidentes de automóvel e suicídios
14,57,135,139,151,152,154,178,193,198,200,209,212,256
.
O Tabagismo é uma doença crônica que surge devido à dependência da
nicotina, estando, portanto, inserido na Classificação Internacional de Doenças (CID
10) da OMS
1
.
Além da carga trazida pelas tradicionais doenças transmissíveis, hoje, os
países em desenvolvimento deparam com o enorme crescimento das doenças
crônicas e o tabaco é o principal fator externo evitável relacionado a elas, que
respondem por mais da metade da carga de doenças nesses países
252
.
ROSEMBERG e col
197
(2003) afirmam que diversas pesquisas científicas
constataram que 56 doenças diferentes estão relacionadas ao consumo do cigarro,
16
REVISÃO DA LITERATUR
A
reforçando o fato de o tabagismo ser considerado, pela OMS, um dos mais graves
problemas de saúde pública do mundo.
Um cenário preocupante em relação ao tabagismo é que ele tem se
concentrado cada vez mais nas populações vulneráveis e de baixa renda, que têm
menos acesso à informação, à educação e à saúde, comprometendo significativas
parcelas da renda familiar dessas populações e reduzindo o acesso dessas famílias a
alimentos e a outros itens de necessidade básica, o que tem levado entidades como o
Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outras instituições
desenvolvimentistas das Nações Unidas a reconhecerem que o tabagismo agrava a
fome, a pobreza e representa um entrave ao desenvolvimento sustentável dos países,
principalmente daqueles em desenvolvimento
20
.
Considerado como uma das principais causas de mortes prematuras e
incapacidades, o tabagismo constitui um quadro preocupante com conseqüências
graves sobre a saúde da população, atingindo, também, a economia, a ecologia e a
sociedade como um todo, conforme já descrito, sendo detalhado a seguir.
2.1.1- Aspectos Econômicos do Tabagismo:
Em todo o mundo, reconhece-se que o uso do tabaco e de seus inúmeros
derivados ocasiona perdas representativas para a economia
255
.
A expansão mundial do consumo do tabaco é um problema que tem se
agravado em função dos vetores da globalização: liberação do comércio, integração
17
REVISÃO DA LITERATUR
A
econômica e dominação do mercado por corporações transnacionais, novas
tecnologias e um marketing disseminador do estilo de vida repleto de êxito
159
.
O argumento de que o tabaco contribui com receitas, trabalhos e rendas,
constitui uma barreira muito forte para o controle do tabagismo em muitos países,
porém, os fatos comprovam que as perdas econômicas geradas pelo consumo do
tabaco são infinitamente superiores aos ganhos, sem levar em consideração, inclusive,
as questões éticas
20,271
.
Segundo dados do Banco Mundial (1999), o tabagismo resulta numa
perda global de US$ 2 bilhões (dois bilhões de dólares) por ano
8,20,83,105,205
em função
dos denominados gastos tangíveis que são incapacitações, adoecimentos, custos
ocorridos no sistema previdenciário (aposentadorias por invalidez, auxílio doença e
pensões por viuvez), perda na produção do país (absenteísmo ao trabalho, acidentes
do trabalho), além de perdas econômicas atribuídas à poluição, à degradação
ambiental, a incêndios, entre outros.
Existem também os gastos ou custos intangíveis, aqueles de difícil
mensuração ligados a mortes de fumantes e não fumantes, assim como com o stress e
sofrimento dos doentes tabaco relacionados e seus familiares
246
.
Fato grave é que, aproximadamente, 50% do gasto acima relatado ocorre
em países em desenvolvimento, levando ao reconhecimento do elevado ônus que o
consumo e a produção mundial do tabaco impõem aos segmentos economicamente
menos favorecidos da população e aos sistemas nacionais de saúde agravando as
desigualdades sociais, comprometendo, assim, o desenvolvimento sustentável
76
.
As despesas médicas com o tabagismo no Japão, no ano de 1993, foram
responsáveis por 15,6% do total de gastos do Sistema de Saúde, sendo que, nesse
18
REVISÃO DA LITERATUR
A
mesmo ano, a arrecadação tributária do setor tabaco alcançou cerca de 10% do gasto
total com saúde atribuído ao tabagismo
155
.
Outros dados do ano de 1993, nos Estados Unidos da América (EUA),
apontam que os custos médicos atribuídos ao tabagismo chegaram a US$ 50 bilhões,
sendo que US$ 42,4 bilhões foram atribuídos às despesas hospitalares
103,125
.
Levantamento dos custos com a assistência à saúde, feito na Alemanha
em 1996, apontou mais de 6% do total de gasto do país com assistência médica
chegando aos 16,6 bilhões de euros
46
. Já o custo do tabagismo para o National
Health Service (NHS) na Inglaterra ficou aproximadamente em 497 milhões de
libras
247
.
Segundo dados do Banco Mundial (1999)
97
, nos países de alta renda,
calcula-se que o gasto anual com assistência à saúde devido às doenças tabaco
relacionadas (DTR) varia de 6% a 15% do custo total com saúde, sendo que os
estudos desse mesmo Banco evidenciam que, nos países de baixa e média renda, o
custo anual da atenção à saúde com as DTR apresenta um índice inferior ao acima
relatado. Geralmente, esses dados explicam-se pelo fato de que, nesses últimos
países, as doenças decorrentes da epidemia tabágica ainda não atingiram os
patamares observados atualmente nos países desenvolvidos, onde o consumo do
tabaco apresenta um tempo maior de evolução aliado a outros fatores como
dificuldades na identificação da prevalência das DTR.
Em relação à produtividade, o Banco Mundial estima que, em um
ambiente de trabalho, o fumante custa mais caro para os empregadores devido ao
maior índice de ausência ao trabalho, à redução da produtividade, à aposentadoria
19
REVISÃO DA LITERATUR
A
precoce, aos gastos anuais maiores com doenças pessoais, seguro saúde e prêmio de
seguro contra incêndios, assim como maiores gastos com manutenção e limpeza
97
.
Segundo dados do Banco Mundial (2002)
246
, um estudo realizado na
Escócia mostrou que o país perde anualmente US$ 60 milhões com absenteísmo,
US$ 675 milhões com perda de produtividade e US$ 6 milhões com incêndios.
Apesar desses dados e fatos relativos à assistência à saúde, aliados a inúmeros
outros que comprovam as graves perdas à economia ocasionadas pelo consumo do tabaco,
muitos países ainda hesitam em agir decisivamente para reduzir o uso do tabagismo,
porque estão preocupados com o fato de que os danos causados pelo tabaco possam ser
superados pelos benefícios econômicos que o país obtém do plantio, processamento,
industrialização, comercialização, exportação e tributação do tabaco
9
.
No Brasil, embora ainda não tenhamos um estudo completo sobre o
impacto econômico resultante dos gastos sociais, temos dados preliminares de
despesas evitáveis da ordem de US$ 147.227.470,11 só com internações em parte da
rede pública, devido à doenças causadas pelo tabagismo
200
.
Em nosso país, a questão da economia do tabaco é um processo que vem
se fortalecendo desde meados da década de 90 do século passado, com a realização
de um estudo econométrico
144
sobre o setor fumageiro no Brasil, incorporando uma
análise evidenciando que o aumento de preços do cigarro, por intermédio da elevação
da alíquota de impostos incidentes nesse produto, é capaz de incrementar a
arrecadação tributária e reduzir o consumo.
Uma das medidas mais efetivas para reduzir a prevalência e o consumo de
produtos do tabaco é o aumento de preço, estando comprovado, através de estudos,
que, em média, um aumento real de preço de 10% reduziria a demanda por produtos
20
REVISÃO DA LITERATUR
A
de tabaco em torno de 4% em países de renda elevada e, aproximadamente, 8% em
países de renda média ou baixa
169
.
O cigarro brasileiro tem um preço muito baixo, sendo o sexto mais barato
do mundo em comparação com países desenvolvidos e em desenvolvimento,
tornando-o um produto de acesso físico simples, facilitando a iniciação entre crianças
e adolescentes
37,88
.
Toda decisão sobre o preço do tabaco afeta a saúde da população. Estudos
realizados em diversos países demonstram que a demanda de cigarros varia em
sentido inverso ao preço, ou seja, quando os preços abaixam o consumo de tabaco
sobe e vice-versa
45
.
Como resultado do impacto do tabagismo na economia, diversas
instituições e pesquisadores nessa área afirmam, categoricamente, que o consumo de
produtos derivados de tabaco, além de causar diversos malefícios à saúde humana e
ao meio ambiente, causa, também, grandes perdas para a economia mundial
42
.
Enfim, torna-se evidente que reduzir o tabagismo é bom para a saúde e
faz muito sentido sob o aspecto econômico, tendo em vista que os impostos
adquiridos com o consumo do tabaco não são suficientes para pagar os inúmeros
danos que ele causa à sociedade de uma maneira geral
9,37
.
2.1.2 – Meio Ambiente e Tabagismo:
Vários problemas ambientais são constatados em relação ao consumo do
tabaco, entre eles o desmatamento em larga escala, incêndios, empobrecimento do
21
REVISÃO DA LITERATUR
A
solo, uso de insumos agrícolas, toxicidade e poluição tabágica ambiental, hoje o
principal poluente de recinto fechado conhecido em todo o mundo
153
.
Depois de colhido como folha verde, o tabaco passa por um processo de
secagem artificial denominado cura, que tem o objetivo de preservar as folhas para
armazenagem, transporte e processamento. É através desse processo que o tabaco
ganha as características de sabor, aroma e cor
130
.
O desmatamento ocorre, principalmente, para a utilização da lenha que
alimenta os fornos onde se processa a cura da folha do tabaco, mas também devido à
produção de celulose necessária para a confecção do invólucro do cigarro assim
como do maço e pacotes desse produto
107,130
. De acordo com dados da AFUBRA –
Associação de Fumicultores do Brasil, existem cerca de 120 mil fornos para a cura
do tabaco no Brasil
56
.
Pesquisas demonstram que 1 árvore é derrubada para a produção de lenha
necessária apenas à secagem de fumo destinado à fabricação de aproximadamente
250 cigarros, assim para cada hectare de terra cultivada com tabaco, estima-se que 1
hectare de floresta é destruído
111
.
Pesquisas recentes demonstram que a situação de desmatamento devido a
fumicultura é crítica. Coréia do Sul, Uruguai, Bangladesh, Malawi, Jordânia,
Paquistão, Síria, China e Zimbabwe estão entre os mais de 30 países que possuem o
mais elevado percentual de desmatamento relacionado ao tabaco
130
.
Cerca de 140 mil hectares de florestas foram devastados anualmente no
Sudoeste da África para servir à cura da folha do tabaco, contribuindo com 12% do
desmatamento da região. Já na Malásia, em um local onde os fumicultores
22
REVISÃO DA LITERATUR
A
correspondem a apenas 3% dos agricultores locais, cerca de 80% das árvores
cortadas são destinadas à cura do tabaco
130
.
O desmatamento tem causado erosões e destruição do solo que, por sua
vez, torna-se exposto às chuvas e à insolação, perdendo matéria orgânica e,
conseqüentemente, empobrecendo
130
.
Em nosso país, a área plantada com tabaco ocupa cerca de 250 mil
hectares, onde trabalham aproximadamente 140 mil pequenos produtores de fumo,
sendo 40% no Estado do Rio Grande do Sul, outros 40% em Santa Catarina, 10% no
Paraná e os restantes 10% divididos entre outros Estados da Federação, como
Alagoas e Bahia
56
.
Com relação à aplicação de insumos agrícolas, a monocultura tabágica
exige um incremento no uso de fertilizantes e agroquímicos, sendo que dados do
IBGE de 1995 referiam que 236.000 toneladas de fertilizantes foram utilizadas na
cultura do fumo em nosso país
111
.
A cultura do Tabaco requer um uso intensivo de fertilizantes devido ao
empobrecimento rápido que a nicotiana tabacum causa ao solo, pois o tabaco utiliza mais
nitrogênio, fósforo e potássio do que outros tipos de cultivo, além do fato de o impacto da
depleção do solo ser maior em países tropicais onde o teor de nutrientes no solo é baixo
130
.
Lidar com as culturas agrícolas geralmente é muito tóxico, pois os
trabalhadores utilizam alguns agrotóxicos para combater as pragas características dessa
cultura como compostos antibrotantes de média intensidade, assim como inseticidas e
neumaticidas de alta intensidade, para garantir uma folha de boa qualidade
111
.
Pesquisas realizadas nas regiões fumicultoras do Brasil têm demonstrado
uma forte associação entre o aparecimento de problemas de saúde em agricultores e
23
REVISÃO DA LITERATUR
A
cultivo de tabaco, gerados pela utilização de agrotóxicos e pelas condições de trabalho
que influenciam negativamente o estado bio-psíquico dos fumicultores e de suas famílias,
provocando intoxicações agudas e incapacidade para o trabalho, além de danos ao
ecossistema com a contaminação do solo, de alimentos, da fauna e dos rios
24,71
.
Cerca de 65 produtos entre inseticidas, herbicidas e fungicidas estão
liberados para uso e comercialização na cultura do tabaco, a maior parte deles
pertencente às classes toxicológicas I e II, considerados extremamente tóxicos
podendo trazer sérios danos à saúde
56
.
Um outro grave problema ambiental conhecido devido ao manuseio da
folha de tabaco é a doença do tabaco verde, um problema ocupacional em
trabalhadores que lidam com essa produção, pois a absorção pela pele da nicotina
proveniente da folha do tabaco pode provocar sintomas como náusea, vômito,
fraqueza, dor de cabeça, tonturas, dores abdominais, dificuldades respiratórias, assim
como flutuações na pressão sanguínea. A nicotina é tão potente que tem sido usada
como um pesticida e um inseticida desde 1763
36,130
.
Dados estimativos indicam que 20% dos incêndios ocorridos nas florestas
em todo o mundo são devidos a fósforos e cigarros acesos lançados inadvertidamente
nas matas, às margens das estradas ou próximos às residências de zonas rurais
7,106
.
Aproximadamente, 2.000 (duas mil) pessoas morrem anualmente nos Estados Unidos
devido a incêndios provocados pelos cigarros
111
.
Os dados mencionados nesta parte do capítulo demonstram, claramente,
os diversos danos causados pelo tabaco ao agricultor e ao meio ambiente de uma
maneira geral.
24
REVISÃO DA LITERATUR
A
2.1.3- Tabagismo e o Controle Legislativo:
Legislação abrangente sobre o controle do tabagismo constitui-se um
componente vital para o alcance do sucesso de programas de controle do tabagismo,
sendo a sua finalidade prevenir e reduzir a carga de enfermidade, a mortalidade e o
sofrimento humano causados pelo tabaco
248
.
A Lei é indispensável para estabelecer e promulgar uma política pública,
fortalecer as estratégias em desenvolvimento e contribuir para o crescimento sem a
influência do tabaco
138
.
A legislação constitui a base de um controle eficaz do consumo do cigarro,
pois ela expressa valores profundamente enraizados na sociedade, institucionaliza o
compromisso de um país, centra as atividades e regula o comportamento privado
259
.
Um bom texto legislativo é necessário, mas não suficiente, para assegurar
a implementação satisfatória de uma lei. Apesar de a lei ter demonstrado ser um fator
importante para controlar a epidemia do tabagismo, deve-se ressaltar que a
promulgação de leis é condição necessária, mas não única para um efetivo controle
do tabagismo numa sociedade. A lei é mais um componente inserido no programa,
em toda sua amplitude, o qual é composto por outros segmentos como medidas
preventivas, educativas e informativas, além das estratégias econômicas
138
.
O processo de desenvolvimento de uma legislação bem sucedida consiste
em fases básicas como desenvolvimento, implementação e cumprimento, sendo que
todos os países também devem contar com o auxílio da população no cumprimento
da lei, principalmente em relação à venda de produtos derivados do tabaco a menores
de idade ou à preservação de ambientes livres do cigarro
168
.
25
REVISÃO DA LITERATUR
A
O trabalho na área legislativa deve ser um dos eixos fundamentais nas
estratégias nacionais para o controle do tabagismo, pois a lei deve responder à
obrigatoriedade do Estado de cuidar da saúde de todos os cidadãos, geralmente
estabelecida nos textos constitucionais dos diferentes países em todo o mundo. Essas leis
devem criar, reunir e ampliar a normatização legal antitabágica vigente que, por sua vez,
sirva de ajuda a fumantes e não fumantes para prevenir e defender-se dos danos causados
pelo tabagismo
43
.
Em todos os países, o Estado tem a responsabilidade de proteger a saúde
de sua população, preservar a ecologia, regular as atividades comerciais, e promover
a saúde, a segurança e o bem-estar público de seu povo. No caso do tabaco, é
sustentado internacionalmente que o direito do Estado de proteger a saúde de sua
população, restringindo atividades de publicidade, e o consumo do tabaco em lugares
públicos, tem prioridade sobre a liberdade individual e a da indústria fumageira
138
.
Em nosso país, a Constituição Federal de 1988 refere, no seu artigo 196,
que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”. A Carta Magna, em seu artigo 225, afirma que “todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Ressaltando, também,
através do seu inciso V do § 1 do artigo 225, que cabe ao Poder Público “controlar a
produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente”.
26
REVISÃO DA LITERATUR
A
As medidas mais eficazes para reduzir o uso do tabaco são as normativas.
Amplas evidências mostram que medidas políticas, como aumento da taxação dos
impostos sobre o tabaco, eliminação da promoção do tabaco, ampla informação sobre
os riscos do consumo desses produtos nas embalagens e a efetiva implementação da
proibição de fumar em lugares públicos e locais de trabalho, reduzem o número de
jovens que começam a fumar, ajudam os fumantes a deixar de fumar, além de
protegerem os fumantes passivos da exposição à fumaça do tabaco
168,259
.
À medida que a globalização e a interdependência aumentam, aumenta
também o número de normas, padrões e compromissos globais de natureza ética e
científica, alguns dos quais obrigatórios do ponto de vista jurídico
264
.
As ações legislativas em conjunto com as econômicas representam as
mediações sociais potencializadoras das ações educativas. Cabe aos diferentes
setores da sociedade alertar, cobrar, estimular e pressionar as esferas responsáveis
pela legislação, com o objetivo de criar e fazer cumprir leis que resultem em
mudanças políticas, ambientais e econômicas capazes de reforçar as mudanças de
comportamento necessárias à redução do tabagismo
168
.
Entre essas leis destacam-se aquelas que visam informar a população
sobre os riscos do consumo do tabaco, protegê-la da exposição à poluição tabágica
ambiental (PTA) e a proibição da publicidade que tem como objetivo a indução do
consumo. Além disso, são necessárias medidas legais importantes para dificultar o
acesso dos jovens a produtos derivados do tabaco envolvendo as que resultem em
aumento do preço desses produtos, controlem as formas de vendas dos mesmos, e,
principalmente, o contrabando do cigarro
168
.
27
REVISÃO DA LITERATUR
A
A legislação para controlar o fumo no local de trabalho elimina os riscos
de exposição involuntária à fumaça do cigarro, reduz o risco de incêndio e fornece
apoio a um grande número de fumantes que querem parar de fumar
8
.
Para um eficiente controle do tabagismo, seja qual for a forma da
legislação, o fundamental é o grau de aplicação das medidas legislativas. Um
determinado país pode ter inserido no seu ordenamento jurídico uma lei que restrinja
o uso do tabaco, porém se não a executa, conseqüentemente a população não respeita,
tornando a lei inútil
191
.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), através do Programa
Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), tem capacitado os 26 Estados Brasileiros e o
Distrito Federal a desenvolverem ações legislativas que, por sua vez, capacitam os
municípios no sentido de obter resultados legislativos antitabágicos satisfatórios e, com
todo este aparato, tem conseguido aprovar inúmeras leis estaduais e municipais, assim
como subsidiar tecnicamente processos legislativos em todo o país, permitindo grandes
avanços e destacando o Brasil em relação ao controle legislativo do tabagismo
37
.
2.1.4.- Produção, Comércio, Distribuição e Consumo do Tabaco
No mundo, os principais países produtores de tabaco por ordem de
magnitude de produção são: China, Brasil, Índia, EUA, Zimbabwe e Indonésia,
sendo responsáveis por cerca de 70% da produção mundial de tabaco
56
.
28
REVISÃO DA LITERATUR
A
Especificamente, o nosso país ocupa um lugar de destaque na cadeia
produtiva do tabaco pois, além de ser o 2º produtor mundial, é também o 1º
exportador de fumo em folhas em todo o mundo
36
.
Essa posição de destaque alcançada pelo Brasil no mercado mundial de
produção e exportação do tabaco deve-se a fatores como, por exemplo, os reduzidos
custos internos de sua produção, devido ao emprego de fumicultores e suas famílias
na produção resultando em menores gastos com salários, e à não mecanização da
lavoura que fornece uma melhor qualidade ao produto, pois recebe maiores cuidados
manuais que o fumo produzido no processo mecanizado
36,144
.
Apesar das restrições ao consumo de cigarro, a plantação do fumo se
expandiu na Região Sul do Brasil nos últimos anos por se mostrar uma cultura mais
atrativa economicamente que as demais atividades agrícolas em minifúndios
163
.
A maior produção nacional de tabaco concentra-se na Região Sul do país,
sendo que, na safra de 2003 foram produzidas 633 mil toneladas de fumo,
representando 96,4% da produção total brasileira. Tanto o Estado do Rio Grande do
Sul como o de Santa Catarina e Paraná produzem tabaco sendo responsáveis,
respectivamente, por 51,7%, 34% e 11% do total produzido no Brasil, e os outros
3,6% se distribuem principalmente nos estados de Alagoas, Bahia e Sergipe e bem
menos significativamente em outros
36,56
.
Segundo a AFUBRA, o número de famílias ocupadas com a fumicultura
cresceu de 134 mil no ano de 2000 para os 198 mil no ano de 2005, havendo,
também, um crescimento da área plantada, no Sul do país, passando dos 257 mil
hectares em 2000 para 439 mil em 2005
163
.
29
REVISÃO DA LITERATUR
A
A plantação, a colheita, a classificação e a cura do fumo exigem um
trabalho manual árduo envolvendo toda a família. Trabalham em média, na lavoura
do fumo, cerca de 3,4 integrantes de cada família, o que equivale a cerca de 520 mil
pessoas atuando nessa atividade
56
. Aproximadamente, 20% dessas famílias
produtoras de tabaco não possuem terra e trabalham em regime de parceria, e o
tamanho das propriedades delas é de 16 hectares, sendo o tamanho médio das
plantações de fumo de 2,8 hectares
163
.
Em relação à exportação, dados recentes do Sindfumo
163
indicam que o
Brasil exportou 600 mil toneladas de folhas processadas no ano de 2005, levando a
um crescimento de 210 mil toneladas sobre as 392 mil vendidas para o exterior em
1998. O faturamento chegou a US$ 1,6 bilhão.
Desde 1993, o Brasil é o maior exportador de folha de tabaco no mundo,
tendo ocupado essa posição pela diminuição da exportação em países como EUA e
Zimbabwe
163
.
Enquanto a exportação da folha do tabaco cresceu em nosso país nos
últimos anos, a exportação de cigarros industrializados diminuiu de 92 mil toneladas
em 1998 para 3,6 mil toneladas em 2004, por causa das taxações ao produto. O
comércio nacional de cigarros também caiu nos últimos dez anos de 150 bilhões de
unidades para os atuais 133 bilhões
163
.
As tendências de consumo do tabaco são alarmantes, pois, no início da
década de 90 do século passado, aproximadamente 1 bilhão e 100 milhões de pessoas
utilizavam o tabaco em todo o mundo, e, atualmente, esse número subiu para mais de
1 bilhão e 300 milhões de fumantes
130
.
30
REVISÃO DA LITERATUR
A
Um dado preocupante em relação às tendências de consumo é o aumento
da utilização do fumo entre as faixas etárias mais jovens e também entre o sexo
feminino, pois as indústrias tabaqueiras estão direcionando esforços estratégicos na
área de marketing para cada vez mais conquistar esses dois grupos
14
.
Em relação aos jovens, aproximadamente 100 mil deles iniciam o hábito
de fumar a cada dia no mundo, e a grande maioria, cerca de 80 mil, são de países em
desenvolvimento
9,36
.
Apesar de o consumo do tabaco estar diminuindo na maioria dos países
desenvolvidos, o seu consumo global aumentou cerca de 50% de 1975 a 1996,
devido, ao elevado aumento de sua utilização nos países mais pobres
36
.
Parcela significativa da disseminação do consumo do tabaco resulta das
novas realidades e tendências trazidas pela globalização da economia como, por
exemplo, a liberação do comércio, a integração econômica e a dominação do
mercado por grandes corporações transnacionais de tabaco, que inserem de forma
rápida e global novas tecnologias de produção associadas à disseminação de
estratégias de marketing visando estimular o consumo
20
.
O que se observa no cenário mundial é que o controle da comercialização
do tabaco, e a aplicação de políticas fortes e adequadas para o controle do tabagismo
nos países em desenvolvimento mostram-se bastante fracos; em contrapartida, pode-
se observar que a política pró-tabaco está repleta de interesses pessoais, políticos e
econômicos, sendo que o comércio e o uso dessa potente droga estão gerando, cada
vez mais, um elevado número de vítimas
8
.
A produção do fumo acontece de forma integrada com a indústria do
fumo, organizada mundialmente na forma de oligopólio
20
.
31
REVISÃO DA LITERATUR
A
2.1.5- Indústria do Tabaco:
No mundo, a indústria do tabaco possui uma estrutura com pequeno
número de grandes empresas transnacionais que dominam o mercado
internacionalmente, sendo que suas atividades de produção e comercialização de
tabaco e seus derivados estendem-se por mais de 50 países
36
.
As duas transnacionais que dominam o mercado mundialmente são a
British American Tobacco (BTA) e a Philip Morris, sendo que as principais
subsidiárias da BTA são a Souza Cruz, no Brasil, a Chile Tabacos, no Chile, a Brown
and Willianson, nos Estados Unidos, a Indian Tobacco CO (ITC), na Índia e a
Imperial Tobacco Canada (ITC), no Canadá
197
.
São essas grandes empresas transnacionais que organizam todo o complexo
agro-industrial de tabaco que é composto, basicamente, pela produção, processamento,
beneficiamento e comercialização do fumo em folha e de seus produtos em derivados.
Essas transnacionais, interligadas por um sistema corporativo global de inteligência,
mantêm-se atentas às tendências de mercado do tabaco e às políticas governamentais de
controle do tabagismo em todo o mundo, buscando responder, de forma global e eficiente,
aos desafios que essas políticas podem trazer à viabilidade de seus negócios
20
.
A indústria do tabaco vem permanentemente utilizando estratégias para
garantir a expansão de seu consumo, assim como contestando as evidências
científicas afirmadas por milhares de artigos já publicados, comprovando os diversos
perigos provocados pelo tabagismo ativo e passivo, porém, internamente, ela já
conhece esses diversos malefícios há várias décadas, conforme veio à tona pelos
documentos secretos tornados públicos
13,14,197,254,270
.
32
REVISÃO DA LITERATUR
A
Esses documentos mostram como essas companhias têm-se organizado
para atrapalhar as políticas de controle do tabagismo em todo o mundo contra-
atacando e desacreditando órgãos governamentais e não governamentais envolvidos
no controle do tabagismo
13,14,25,44,52,153,254
.
Independentemente de conhecer os riscos provocados pelo tabagismo, a
indústria tabaqueira financiou várias pesquisas, gerando artigos que colocavam em
dúvida e até negavam os efeitos maléficos que sofrem os fumantes passivos, porém
várias revistas científicas conceituadas recusaram-se a publicá-los
122,197
.
Para se ter idéia do potencial de interferência das companhias
multinacionais do tabaco, alguns registros da década de 90 do século passado
mostram que a Phillip Morris gastou 2 milhões de dólares em um único ano para
desacreditar as pesquisas desenvolvidas durante 10 anos em 7 países europeus pela
International Agency for Research on Cancer (IARC), gastando, nesse período, o
valor de 4 milhões de dólares
197
.
Várias estratégias foram criadas pela Phillip Morris para colocar em
dúvida esse importante estudo da IARC, sendo que, em 1993, eles já tinham todas as
informações do desenvolvimento da pesquisa através da empresa SCR Associati, que
tinha oferecido um técnico para cooperar com os trabalhos da IARC, porém esta era
uma empresa fundada pela indústria tabaqueira, obviamente com interesses escusos,
levando ao fato que, em 1998, antes da publicação oficial da IARC, foi publicada, em
Londres, a primeira reportagem afirmando que “não ficou provado que a poluição
tabágica ambiental causa câncer do pulmão”
166
.
Esses fatos revelam como é forte a penetração da interferência que a
indústria cigarreira utilizou para tentar destruir a credibilidade dos vários estudos já
33
REVISÃO DA LITERATUR
A
publicados sobre a associação entre o consumo do cigarro e a grande variedade das
doenças tabaco relacionadas a esse uso.
Torna-se importante relatar que as ações da indústria tabaqueira
ocorreram e continuam ocorrendo não apenas no campo dos estudos e pesquisas
aliciando técnicos, cientistas e articulistas, com o objetivo de questionar os dados
científicos, mas também em diversas áreas como a legislativa (realizando parcerias
para impedir a promulgação de leis restritivas ao tabaco), a comercial (aliciando a
indústria hoteleira e de turismo à permissão de uma série de facilidades para os
fumantes) além de importantes áreas econômicas, entre outras alianças com setores
sociais, jornalistas conceituados, líderes de alta influência nos Congressos Nacionais,
e até funcionários do governo que ocupam importantes cargos, tentando barrar a
promulgação de importantes leis antitabágicas
14,197,269
.
A indústria também fundou o movimento dos direitos do fumante para
fazer isso parecido com uma oposição independente para proibir o fumo
197
.
Também é notório que, recentemente, a indústria tabaqueira utilizou-se de
lobby e diferentes alianças entre outras sórdidas artimanhas para tentar minar
diversas ações planejadas e desenvolvidas na CQCT
44
.
Na 6ª Conferência Mundial sobre Promoção da Saúde realizada
recentemente em agosto de 2005 em Bangkok-Tailândia, BIALOUS
15
, recomendou
que não se realizasse qualquer tipo de parceria entre a área da promoção de saúde e a
indústria do tabaco, pois os objetivos de cada um deles são mutuamente exclusivos,
sendo, portanto, impossível qualquer tipo de parceria entre ambos.
34
REVISÃO DA LITERATUR
A
Observa-se que todas essas medidas tomadas pela indústria do tabaco
objetivam salvaguardar enormes interesses econômicos, colocando, porém, em risco
a vida de milhões de pessoas em todo o mundo
44,254
.
2.1.6- Tabagismo Passivo
Tabagismo passivo, fumo de segunda mão, tabagismo involuntário ou
exposição à fumaça do tabaco ambiental, são diferentes conceituações do fenômeno
de respirar a fumaça produzida por outras pessoas
152
.
O fumo involuntário é um grave problema ubíquo, isto é, está presente em
todas as partes, e populações de todos os países e culturas estão expostas a essa
situação, sendo que essa exposição ocorre nas condições diárias da vida, seja em casa,
no trabalho, no transporte público, nos restaurantes, em bares, entre outros
145,157
.
Fumo passivo ocorre de dois modos: pelo ato de fumar os produtos do
tabaco, resultando no que chamamos de fumaça primária que é inalada e
posteriormente exalada pelo fumante, ou simplesmente pela queima dos produtos de
tabaco, gerando a fumaça emitida da ponta acessa do cigarro a qual denominamos
fumaça secundária, sendo que ambos os tipos são prejudiciais à saúde
165
.
O tabagismo passivo é uma combinação complexa de mais de 4.700
substâncias químicas na forma de partículas e gases, incluindo irritantes e tóxicos
sistêmicos tais como cianeto de hidrogênio, dióxido sulfúrico, monóxido de carbono,
amônia, e formaldeído
200
.
35
REVISÃO DA LITERATUR
A
A fumaça de segunda mão também contém carcinógenos e mutagênicos
tais como arsênico, cromo, nitrosamidas e benzopireno, sendo que muitas dessas
substâncias químicas são tóxicas reprodutivas, tais como a nicotina, cadmium e
monóxido de carbono
239
.
Fumo passivo é também um importante poluente do ar interno, tanto que a
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos classificou o fumo de segunda mão
como um carcinógeno “Classe A” para os quais não existe nível seguro de exposição
197
.
Desde o início dos anos 60 do século passado, importantes instituições de
saúde, como o Royal College of Physicians de Londres e o Surgeon General dos
Estados Unidos, divulgaram dados apontando a relação entre fumo passivo e câncer
do pulmão e, logo a seguir, em 1971, os Estados Unidos já aprovavam leis protetoras
aos fumantes passivos
165
.
Várias evidências científicas comprovam que o fumo de segunda mão é
uma séria ameaça à saúde. Não fumantes respiram a fumaça de segunda mão e
sofrem muitas das doenças do fumante ativo
157
.
No começo da década de 80 surgiu o célebre estudo de Hirayama no
Japão que avaliava a incidência de câncer de pulmão em pessoas que nunca haviam
fumado; esse estudo pioneiro desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa do Centro
Nacional de Câncer, pesquisando mais de 100 mil mulheres, demonstrou que esposas
de fumantes apresentavam a incidência dobrada de câncer pulmonar, quando
comparadas às mulheres casadas com não fumantes
97
.
Inquérito da American Cancer Society, em mais de 1 milhão de homens e
mulheres, apurou nos fumantes passivos a incidência de 2.11 a mais que nos não
expostos à poluição tabágica ambiental
157
.
36
REVISÃO DA LITERATUR
A
As mortes por doenças do coração, bem como aquelas por doenças do pulmão
e câncer da cavidade nasal têm sido casualmente associadas à exposição ao fumo passivo,
causando também uma ampla variedade de efeitos adversos à saúde em crianças, incluindo
bronquites e pneumonias, exacerbação da asma, infecção do ouvido médio, e “ouvido
colado”
145
.
Exposição de mulheres não fumantes ao fumo de segunda mão durante a
gravidez causa redução no crescimento fetal, e existem também evidências de que a
exposição pós-natal de crianças ao fumo passivo contribui para o risco de síndrome de
morte súbita infantil
200
.
Várias metanálises disponíveis em estudos sobre tabagismo passivo
comprovaram que existe associação significativa entre o risco de câncer do pulmão e o
fumo involuntário, para ambos os sexos, quer seja com exposição domiciliar e/ou no
ambiente do trabalho
165
.
O fumo do tabaco é também uma importante fonte de poluição do ar interno,
causando efeitos imediatos em fumantes passivos e ativos, tais como irritação ocular e
nasal, dor de cabeça, dor de garganta, vertigem, náusea, tosse e problemas respiratórios
239
.
Estudos conduzidos em todo o mundo confirmam essa ampla exposição.
Uma pesquisa estimou que 79% dos europeus com idade acima de 15 anos
foram expostos ao fumo de segunda mão. Recentes dados do Sul da África mostram que
64% das crianças com idade abaixo de cinco anos, em Soweto, moram com pelo menos 1
fumante na casa
145
.
A Sociedade do Câncer da Nova Zelândia relata que o fumo de segunda mão é
a terceira causa de mortalidade do país, estando atrás somente do fumo ativo e do álcool
145
.
37
REVISÃO DA LITERATUR
A
2.1.7- Controle do Tabagismo na Idade Escolar
A idade escolar apresenta-se como um momento oportuno para a
realização de ações de controle do tabagismo, pois a grande maioria dos fumantes
começa a fumar nessa fase da vida, coincidindo com a crise da adolescência, da auto-
estima, da formação da consciência crítica, crenças e incorporação de hábitos que,
geralmente, estarão presentes por toda a vida
151
.
Também, é durante a idade escolar que o hábito de fumar, geralmente, é
mais facilmente controlado pois, nesse período, a criança/adolescente ainda se
encontra no início da dependência tanto física como psicológica
149
.
O crescimento do consumo do tabaco entre jovens é uma preocupação
constante para autoridades da área de saúde e educação em todo o mundo, sendo que
a OMS já elegeu mais de uma vez esse tema para ser trabalhado no Dia Mundial Sem
Tabaco, escolhendo o slogan “Infância e Juventude sem Tabaco”, no ano de 1990 e
“Crescendo sem Tabaco”, em 1998
151
.
O Tabagismo pode ser considerado uma doença pediátrica pois 90% dos
fumantes começam a fumar antes dos 19 anos, sendo 15 anos a idade média de
iniciação
9
.
Incentivados por propagandas e outras estratégias de marketing que visam
facilitar o acesso aos produtos de tabaco e, ao mesmo tempo, criar um forte elo entre
estes e o ideal de auto imagem ainda em formação nessa fase da vida, a cada dia, em
todo o mundo, cerca de 100.000 crianças/adolescentes começam a fumar,
antecipando, muitas vezes, uma vida de dependência e uma morte prematura
9,151
.
38
REVISÃO DA LITERATUR
A
A maioria dos jovens que usam drogas mais fortes, conhecidas como
drogas ilícitas (maconha, cocaína, entre outras), apresentam uma experiência prévia
de uso do tabaco, o que o faz conhecido como gateway drug (droga de entrada)
52
.
Se no período da adolescência os jovens puderem ser mantidos afastados
do tabagismo, a maioria não se tornará fumante
233,240
.
Nesse contexto, a escola apresenta-se como um local fundamental para
desenvolver ações educativas para a saúde, dentro do paradigma da promoção da
saúde, entre elas as que contribuem para o controle do tabagismo
98,231
.
A escola é um importante canal de atuação sobre crianças/adolescentes,
pois se constitui em um local onde o saber pode ser construído, de forma interativa,
contribuindo para opções conscientes e voluntárias que resultem em comportamentos
saudáveis
,
podendo também ser considerada um centro de informação para a
comunidade, principalmente em países como o Brasil, onde os filhos são interface
entre o saber popular e o científico em grande parte das famílias, representando,
portanto, um espaço prioritário para as ações de promoção da saúde
146
.
Os programas que visam mudar o comportamento em relação ao consumo
de tabaco entre jovens, confirmam a escola como um local prioritário para ações
educativas em saúde
231
, assim como têm confirmado os professores como os
profissionais ideais para implementar, nas escolas, ações voltadas à prevenção do
consumo de drogas, entre elas o tabaco
17
.
Portanto, torna-se fundamental mostrar, dentro do ambiente escolar, que
fumar não é apenas um ato anti-social, mas, sobretudo, uma doença caracterizada
pela dependência, cujos malefícios não se limitam apenas aos fumantes, mas
atingem, de forma danosa, toda comunidade e o meio ambiente
146,137
.
39
REVISÃO DA LITERATUR
A
2.1.8- Tratamento do Tabagismo
Depois de estabelecida a dependência, a dificuldade em abandonar o
tabaco é alta, e geralmente, proporcional ao número de cigarros ou outro produto de
tabaco utilizado, assim como ao tempo de consumo dessa potente droga que é a
nicotina
114
.
É importante ressaltar que, independente do método utilizado para a
cessação do vício de fumar, os melhores resultados serão alcançados quando o
dependente de nicotina estiver altamente motivado a abandonar o uso do cigarro.
Estudos demonstram que 80% dos fumantes desejam parar de fumar, porém apenas
3% conseguem parar sozinhos a cada ano e, desses últimos, mais de 90% o fazem
por auto decisão
40,167
.
Segundo CINCIPRINI et al
40
(1997), a incidência de dependência à
nicotina chega a alcançar 70 a 90% entre os fumantes, demonstrando que o
tabagismo é uma dependência que necessita de tratamento e investimentos cada vez
mais amplos em técnicas de cessação de fumar.
É importante ressaltar que muito dos métodos de tratamento do tabagismo
são tidos ainda como elitistas, tendo em vista o elevado custo dos medicamentos de
primeira linha, assim como pelo fato de as terapias de acompanhamento do fumante
serem longas, feitas, geralmente, por várias sessões e inúmeros retornos, o que
demanda do fumante tarefas e condições sociais de participação, que requerem
tempo e recursos financeiros que muitos não possuem
197
.
40
REVISÃO DA LITERATUR
A
Contudo, apesar dessas condições desfavoráveis, diferentes esforços e
estratégias devem ser utilizados para que cada vez mais se invista no tratamento do
fumante
215
.
MEIRELLES e col
126
afirmam que sempre será positivo ajudar um
paciente a deixar de fumar, em qualquer momento de sua vida, independente de sua
condição clínica.
O tratamento do fumante, comparado a outras intervenções na área da
saúde, é dos que apresenta a melhor relação custo benefício. Estimativas de custo
benefício de uma breve abordagem ao fumante pelo médico mostram que, se apenas
2,7% a 3,7% dos fumantes deixassem de fumar através desse tipo de abordagem, o
custo estimado por ano de vidas salvas seria bastante inferior ao custo do tratamento
da hipertensão arterial, da hipercolesterolemia e do infarto
73,101,142
.
De uma maneira mais geral, existem métodos indiretos e diretos na
cessação do fumar
195,197
.
Os indiretos são aqueles que influenciam o fumante a deixar de fumar,
sem apresentar um contato direto com ele, como por exemplo: realização de
campanhas educativas de controle do tabagismo, aplicação de medidas legislativas
como proibição de fumar em locais públicos, aplicação de medidas econômicas
como a elevação dos impostos sobre o preço do cigarro. Os métodos que envolvem a
utilização de psicoterapia, medicamentos farmacológicos, ou aconselhamento de um
profissional de saúde são conhecidos como métodos diretos.
Independente do tipo de tratamento, o grande objetivo é levar o fumante a
locomover-se de um estágio de mudança para outro no sentido da AÇÃO (abandonar
o cigarro)
1
.
41
REVISÃO DA LITERATUR
A
Em relação ao estágio de mudança, de comportamento, PROCHASKA &
DICLEMENTE
182,183,184
desenvolveram um modelo transteórico de mudança de
comportamento, baseado em aspectos cognitivos e motivacionais do fumante,
dividido em cinco diferentes estágios dinâmicos de mudança: pré-contemplação,
contemplação, preparação para a ação, ação e manutenção.
Esse modelo transteórico de mudança de comportamento de
PROCHASKA E DICLEMENTE
184
foi sendo adaptado com o passar do tempo, e
seu conhecimento atual é importante para que o profissional de saúde possa
reconhecer o grau de motivação em que o fumante se encontra no momento da
consulta, adequando sua abordagem a esse grau.
Existem diferentes métodos utilizados para a cessação do tabagismo,
porém os mais utilizados, e que apresentam melhores resultados, são: o método
comportamental e o método medicamentoso
49
.
O método comportamental é uma das estratégias mais indicadas para
ajudar um fumante a deixar de fumar, tendo em vista que deixar de fumar é um
processo que, na maioria das vezes, leva tempo, envolvendo mudança de
comportamento. Ele baseia-se na teoria de que os processos de aprendizagem operam
no desenvolvimento, manutenção e cessação do fumo, e tem como objetivo mudar os
antecedentes (incluindo cognições) a respeito do fumo, reforçar o não fumar e
ensinar habilidades para evitar o cigarro em situações de risco
114,228
Dentre os métodos comportamentais, a terapia comportamental breve,
também conhecida como intervenção breve em grupo ou individual, é considerada
um método de primeira linha
26
. Esse modelo de tratamento é mais estruturado,
podendo ser utilizado em qualquer nível de atenção à saúde, tendo em vista seu
42
REVISÃO DA LITERATUR
A
simples formato e facilidade de treinamento
193
. Nesse tipo de terapia, a abordagem
mais utilizada é a grupal
66,93
.
MEIRELLES et. al
126
(2000), FIORE
73
(1996), JARVIK &
HANNEFIELD
101
(1993) e ORLEANS
171
(1993) destacam a existência de dois tipos
de abordagem para cessação do fumo: a mínima e a intensiva.
A abordagem mínima consiste em uma intervenção breve, objetivando
aconselhar, preparar e acompanhar o fumante no processo de cessação de fumar, não
necessitando de uma estrutura física própria. Já a abordagem intensiva necessita de
uma assistência estruturada, com local próprio, dentro da unidade de saúde, com
profissionais treinados e especificamente envolvidos para esse fim
26,126
.
Tendo em vista que a abordagem mínima não exige uma infra-estrutura
em relação à área física, recursos humanos qualificados e investimentos financeiros,
ela consegue alcançar um número maior de fumantes, porém apresenta uma menor
taxa de cessação,que, segundo ORLEANS
171
(1993), gira em torno de 5 a 10%. A
abordagem intensiva, pelo fato de ser mais seletiva, apresenta um menor alcance em
termos de saúde pública, entretanto, apresenta resultados melhores em relação à taxa
de cessação, que chega a atingir 20 a 30%
110
.
A abordagem mínima é uma abordagem comportamental, que estimula a
mudança de hábitos do dependente de nicotina, fazendo o fumante entender o que o
faz fumar e como pode, ao parar de fumar, passar por situações em que normalmente
fumaria sem ter uma recaída. Esse tipo de abordagem consiste em algumas
estratégias e informações básicas realizadas pelos profissionais de saúde, para apoiar
o fumante que quer deixar de fumar
126
.
43
REVISÃO DA LITERATUR
A
Essas estratégias e informações, geralmente, poderão ser aplicadas em um
período de 3 a 5 minutos dentro de uma consulta de rotina e são conhecidas como
PAAPA (Perguntar/Avaliar, Aconselhar, Preparar e Acompanhar)
142
.
GLYNN & MANLEY
83
(1998) abordam essas técnicas no manual
intitulado “Como ajudar seu paciente a deixar de fumar”, afirmando serem
estratégias simples, cujo uso deve ser recomendado aos clínicos, pois as mesmas não
interferem na rotina de suas consultas.
Geralmente, fumantes com elevada dependência física de nicotina
beneficiam-se com a utilização de tratamento farmacológico, cujo objetivo é aliviar a
ausência da droga nicotina, minimizando os sintomas da síndrome de
abstinência
41,126
.
Assim como outras doenças crônicas, a maioria dos tratamentos efetivos
de dependência da nicotina requer o uso de múltiplas modalidades
medicamentosas
74,272
.
Está amplamente divulgado por inúmeros estudos que nem todo fumante
apresenta uma forte dependência da nicotina, portanto, torna-se importante salientar
que o tratamento medicamentoso só deve ser utilizado como um apoio para a
abordagem comportamental, pois é ela que constitui o eixo do sucesso no tratamento
do fumante, sendo considerada a base para a cessação do tabagismo
126,142
.
Se realmente estiver comprovada a necessidade do uso de medicamento
para que o fumante alcance o sucesso no seu tratamento, alguns critérios baseados no
grau de dependência da nicotina devem ser adotados para prescrição medicamentosa,
ou seja, a farmacoterapia está indicada em casos de
142
:
- pessoas que fumam 20 ou mais cigarros ao dia (fumantes pesados);
44
REVISÃO DA LITERATUR
A
- pessoas que fumam no mínimo 10 cigarros por dia, e consomem o 1º
cigarro até 30 minutos após acordar;
- fumantes com escore do teste de Fagerström igual ou maior que 5, ou
avaliação individual, a critério do profissional;
- fumantes que já tentaram parar de fumar anteriormente apenas com a
abordagem cognitiva comportamental, mas não obtiveram êxito devido a sintomas da
síndrome de abstinência;
- Ausência de contra-indicações clínicas.
O manual sobre normas de práticas clínicas no tratamento da dependência
e uso do tabaco
74
identificou, para fins de cessação do tabagismo, cinco
medicamentos de primeira linha (Bupropriona, Adesivo de nicotina, Goma de
nicotina, Spray nasal de nicotina e Inalador de nicotina) e dois medicamentos de
segunda linha (Clonidina e Nortriptlina). No Brasil, ainda não temos disponíveis o
Spray nasal e o Inalador de nicotina.
Cada vez mais se sedimenta a importância do tratamento do tabagismo,
pois várias pesquisas comprovam que a remoção da exposição ao fumo implica na
redução da mortalidade e/ou da prevalência, assim como no aparecimento mais
tardio das doenças tabaco relacionadas
60,117
.
2.1.9- Convenção Quadro para o Controle do Tabagismo
Todo esse cenário preocupante, relatado desde o início do capítulo 2 e que,
sucintamente, dá uma dimensão do problema do tabagismo visto como um problema
45
REVISÃO DA LITERATUR
A
multifacetado, também pode levar à compreensão dos motivos que levaram os mais
de 190 países-membros da OMS a propor, em 1999, durante a 52ª Assembléia
Mundial da Saúde (AMS), a adoção do primeiro tratado internacional de saúde
pública da história da humanidade, denominado “Convenção Quadro para o Controle
do Tabaco (CQCT)”.
Uma convenção-quadro é um instrumento legal, sob forma de um tratado
internacional, no qual os Estados signatários concordam em empreender esforços
para alcançar os objetivos definidos
140
.
O objetivo da CQCT é “proteger as gerações presentes e futuras das
devastadoras conseqüências sanitárias, sociais, ambientais e econômicas, geradas
pelo consumo e pela exposição à fumaça do tabaco, proporcionando uma referência
para as medidas de controle do tabaco a serem implementadas pelas Partes nos níveis
regional, nacional e internacional, a fim de reduzir, de maneira contínua e substancial,
a prevalência do consumo e a exposição à fumaça do tabaco”
2,19,130,131,213
.
Cento e noventa e dois países negociaram as bases desse tratado durante
quatro anos e seu texto final foi adotado, por consenso, em maio de 2003, pela 56ª
AMS, apresentando-se como um catalisador extraordinário dos esforços de controle
do tabagismo, tendo incrementado o diálogo público sobre a necessidade desse
controle, passando, atualmente, para a fase de ação, o que a torna uma ferramenta útil
para promover a cooperação internacional e uma coordenação de aspectos
internacionais para um efetivo controle do tabaco
213
.
O texto da CQCT é resultado de complexo e demorado processo de
negociação envolvendo a comunidade de países representados no Órgão de
Negociação Internacional (ONI), sendo que essas negociações tiveram como pano de
46
REVISÃO DA LITERATUR
A
fundo as importantes contribuições de organizações governamentais e não
governamentais, assim como do meio acadêmico, não perdendo de vista as
preocupações com os que dependem economicamente da produção de fumo para
sobreviver, especialmente os da fumicultura
20
.
O conteúdo do texto da CQCT é composto de um Preâmbulo e 38 artigos,
que estão apresentados em 11 capítulos diferentes: 1- Introdução; 2- Objetivo,
Princípios Norteadores e Obrigações Gerais; 3- Medidas relacionadas à redução da
demanda de tabaco; 4- Medidas relativas à redução da oferta de tabaco; 5- Proteção
ao Meio Ambiente; 6- Questões relacionadas à responsabilidade; 7- Cooperação
Científica e Técnica e Comunicação da informação; 8- Mecanismos Institucionais e
Recursos Financeiros; 9- Solução de Controvérsias; 10- Desenvolvimento da
Convenção-Quadro; 11- Disposições Finais
20,213
.
No preâmbulo, são enfocados em seus 23 parágrafos, os aspectos
sanitários, sociais e econômicos envolvidos na questão do controle do tabaco.
No capítulo 1 e nos capítulos 9 a 11, são expostas as disposições jurídicas
comuns aos tratados internacionais, como uso de termos e relação da CQCT com
outros instrumentos internacionais, procedimentos para a solução de controvérsias,
assinatura, ratificação e denúncia pelos Estados parte, entrada em vigor do tratado,
elaboração de protocolos, apresentação de emendas, depositário e textos autênticos.
Os capítulos de 2 a 8 contêm o que poderia ser chamado de “corpo do
tratado”, em que se encontram os maiores avanços trazidos pela CQCT, e o capítulo
3 descreve medidas relacionadas à redução da demanda de tabaco.
47
REVISÃO DA LITERATUR
A
Em suma, a CQCT é formada, principalmente, por uma série de
obrigações em regime multilateral de colaboração para os países signatários, assim
como uma série de medidas
19
.
As principais obrigações, são: a elaboração e a atualização de políticas de
controle do tabaco, em conformidade com a convenção e seus protocolos; o
estabelecimento de um mecanismo de coordenação nacional e cooperação com
outras Partes; e a proteção das políticas nacionais contra os interesses da indústria do
tabaco
48
.
Como principais medidas temos: a redução da demanda por tabaco; a
redução da oferta de produtos do tabaco; a proteção ao meio ambiente; a
responsabilidade civil; a cooperação técnica, científica e o intercâmbio de
informações
48
.
O Brasil sempre se destacou no desenvolvimento das ações da CQCT,
liderando todo o processo de negociação de seu texto, ocorrido no período de 1999 a
2003, contando com ilustres personalidades brasileiras como presidentes desse
processo de negociação durante todo seu percurso
222
.
Nosso país foi o 2º a assinar o texto desse importante tratado mundial no
1º dia disponível para assinatura dos Estados Membros e o centésimo a ratificá-lo
100
.
O fato de o Brasil ter ratificado a CQCT em 27 de outubro de 2005, ou
seja, apresentado adesão à OMS, até a data limite de 07 de novembro de 2005, fez
que ele tivesse assento na Conferência das Partes (COP)
222
.
Esse tratado, aprovado em maio de 2003, em vigor a partir de 27 de
fevereiro de 2005, foi ratificado por um total de 121 países, apesar de apenas 113
48
REVISÃO DA LITERATUR
A
deles terem feito essa ratificação a tempo de participar com plenos direitos na COP,
órgão que governa a CQCT
222
.
A primeira sessão da COP realizou-se recentemente de 06 a 17 de
fevereiro de 2006, tendo sido formada pelos países que ratificaram o tratado (Estados
Partes), e cujo papel é tomar decisões sobre aspectos técnicos, processuais e
financeiros na implementação desse tratado nos países partes
100
.
Uma das garantias do funcionamento desse tratado é que ele já está
ratificado por um total de países que aglutinam 74% da população mundial e 69% do
consumo mundial de tabaco
222
.
A ratificação da CQCT pelo Brasil, ocorrida dentro do prazo previsto,
permitirá a continuidade do nosso país como protagonista, continuando a colaborar,
de maneira decisiva, no desenho institucional e na formulação de estratégias globais
na área do controle do tabagismo, e também reafirmará o compromisso do Governo
Brasileiro com o controle desse grave problema social, traduzido nacionalmente
pelos esforços feitos para a articulação de um Programa de Controle do Tabagismo
intersetorial e abrangente
20
.
2.1.10- Programas de Controle do Tabagismo
Programas são esforços sistemáticos para obtenção de propósitos pré-
planejados como a melhoria da saúde, conhecimentos, comportamento, atitudes e
práticas
175
.
49
REVISÃO DA LITERATUR
A
Em todo o mundo, existem inúmeros programas de controle do tabagismo
que se organizam nas diferentes esferas governamentais, assim como em diversos
setores de trabalho de múltiplas empresas, além de órgãos do terceiro setor, entre
outros
197
.
Numerosos também são os programas de educativos de comunidades,
contra doenças cardíacas, influindo positivamente na diminuição de consumo de
tabaco e da prevalência de fumantes, vários promovidos por governos estaduais dos
EUA
28,113
.
O Stanford Five City Project, que abrangeu cinco cidades norte-
americanas, com ação educativa intensiva através da imprensa, revistas, rádio,
televisão e grande distribuição de literatura informativa sobre tabagismo, foi um
programa com duração de cinco anos, tendo desenvolvido cerca de 500 eventos
educativos, e conseguindo, ao seu final, diminuir em 13% a prevalência de fumantes
adultos, em comparação com a população da cidade não incluída no projeto
67,77
.
Programas de cessação do tabagismo em locais de trabalho demonstram
sua importância conforme experiências relatadas no Canadá e Estados Unidos, sendo
que a ação educativa nas empresas deve incluir preparo prévio da cúpula da empresa,
assim como apresentar condições de seguimento do processo educacional por tempo
suficiente
65,72,82
.
Em Karélia, na Finlândia, foi desenvolvido o North Karelia Project,
durante 5 anos, atingindo grande parte da população com ações educativas sobre
fatores de risco como o tabaco, a alimentação incorreta entre outros, sendo que, em
relação ao tabagismo, houve uma queda de 10% da prevalência logo nos primeiros 6
meses de atuação do programa
208
.
50
REVISÃO DA LITERATUR
A
Grande sucesso obtiveram também, outros programas nacionais
educativos de cessação do tabagismo através da mídia em Hong Kong, Holanda,
EUA e Finlândia
18,119,155
.
Com sede em Genebra – Switzerland, existe, na Organização Mundial da
Saúde o “Tobacco Free Initiative (TFI)”, também conhecido como Programa
Mundial de Controle do Tabagismo.
O TFI foi criado em 1998, focalizando a atenção, recursos e ação na
epidemia global do tabagismo
260
.
O objetivo do TFI é reduzir a carga global de doença e morte causadas
pelo tabaco protegendo, desse modo, as gerações atuais e futuras das conseqüências
devastadoras sobre a saúde e meios sociais, ambientais e econômicos causadas pelo
consumo e exposição ao fumo do tabaco
260
.
Para poder cumprir sua missão, o TFI oferece liderança política global,
incentiva a mobilização em todos o níveis da sociedade e promove a Convenção
Quadro para o Controle do Tabaco, incentivando os países a aderirem a seus
princípios e apoiá-los em seus esforços para implementar as medidas de controle do
tabaco
260
.
No Brasil, de acordo com MIRRA & ROSEMBERg
148
(2000), as ações
de controle de tabagismo, inicialmente tímidas, tornaram-se mais agressivas e
sistematizadas, tomando forma de um Programa Nacional a partir de 1985, com a
criação do Grupo Assessor do Ministério da Saúde para o controle do tabagismo no
Brasil, assumindo, oficialmente, a partir dessa data, essa importante forma de
controle. Esse Grupo Assessor era composto por vários técnicos, representantes de
51
REVISÃO DA LITERATUR
A
diferentes instituições governamentais e não governamentais envolvidos no controle
do tabagismo.
A partir de 1989, o Instituto Nacional de Câncer do Ministério da Saúde
iniciou a coordenação das ações do Programa Nacional de Controle do Tabagismo
(PNCT), atualmente reconhecido como um dos programas mais efetivos no
desenvolvimento das múltiplas ações de controle do tabagismo em todo o mundo,
servindo de modelo internacional
139
.
O PNCT é desenvolvido em parceria com as Secretarias Estaduais e
Municipais de Saúde e de vários setores da sociedade civil organizada, sobretudo das
sociedades científicas e de conselhos profissionais da área da saúde
37
.
O objetivo geral do PNCT é reduzir a prevalência de fumantes e a
conseqüente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco no
Brasil
134,136
, e a lógica do PNCT pode ser vista em dois níveis, a estrutural e a das
ações
37
.
Na lógica estrutural são incluídas todas as atividades que constituem um
conjunto para a disseminação e potencialização das ações do programa, centradas,
principalmente, na articulação de diferentes tipos de rede de parcerias, sendo que
esse conjunto permite que as suas diferentes ações possam atingir todo o país,
conseguindo, também, articulações intersetoriais, principalmente em áreas onde a
governabilidade do programa foge da atuação na área da saúde
37
.
As estratégias que compõem a lógica estrutural são várias, porém
podemos citar como principais: a descentralização da gerência do programa, tendo
em vista a articulação existente com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde;
a integração das ações com outros programas estratégicos do Ministério da Saúde
52
REVISÃO DA LITERATUR
A
com os quais há possibilidade de interface; a articulação e o fortalecimento de uma
rede de parceria com a sociedade civil organizada; a articulação e a mobilização de
ações intersetoriais no âmbito da Comissão Nacional (Interministerial) para
implementação da CQCT; a colaboração técnica e a parceria com setores do governo
responsáveis por regulação dos produtos de tabaco
37
.
Na lógica das ações temos: a educação e a informação; a promoção e o
apoio à cessação de fumar; a mobilização e a articulação de políticas, e de medidas
legislativas e econômicas que favoreçam o controle do tabagismo; a vigilância e o
monitoramento
37
.
As ações educativas, legislativas, econômicas e as de vigilância e
monitoramento são desenvolvidas em três canais comunitários: as unidades de
saúde, os ambientes de trabalho e as unidades escolares, canais escolhidos por
apresentarem uma ampla interação com a comunidade e por contarem com
importantes formadores de opinião como profissionais de saúde, professores e
alunos
139
.
Essas ações do PNCT vêm gerando uma diminuição da prevalência de
fumantes em todo o território nacional, sendo que estão sendo criados Centros de
Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante na rede do SUS para
atendimento gratuito à população dependente da nicotina.
Para que essas ações atinjam todo o território brasileiro, foi organizada
uma rede nacional para gerenciamento regional do Programa, através do processo de
descentralização. Assim, em cada um dos 26 Estados e no Distrito Federal existe um
coordenador estadual de controle do tabagismo na Secretaria Estadual da Saúde
53
REVISÃO DA LITERATUR
A
(SES), responsável por descentralizar as ações desenvolvidas em nível nacional para
seus municípios nas Secretarias Municipais de Saúde (SMS).
2.2- Avaliação: Necessidade constante nos serviços de saúde
2.2.1- Origens, conceitos e objetivos da avaliação
Segundo WORTHEN & SANDERS
265,267
, a prática da avaliação precede
sua própria definição, tendo suas raízes no ano 2000 a. C., estendendo-se até hoje.
É uma atividade tão antiga quanto o mundo, sendo vista, atualmente,
como um conceito que está na moda, apresentando contornos vagos e agrupando
múltiplas e diversas realidades
50
.
A ampla bibliografia existente sobre avaliação nos fornece numerosos e
diferentes conceitos e significados
22,50,54,174,206,223,234,235
, sendo comparada a uma
pesquisa ou medida, ou ainda à observação do alcance dos objetivos específicos,
como a uma auditoria ou a muitas das variantes de controle de qualidade.
PATTON
174
(1982) elaborou uma tabela com 36 diferentes tipos de
definições da avaliação, enfatizando, porém, que essa classificação abrangia apenas
pouco mais da metade dos trabalhos de avaliação publicados até aquela data.
Dessa forma, fica evidente a dificuldade de eleger uma definição geral e
única da avaliação, porém, no sentido de uma melhor compreensão do assunto, a
seguir foram eleitas algumas definições mais relevantes:
54
REVISÃO DA LITERATUR
A
“Avaliar consiste fundamentalmente em fazer um julgamento de valor a
respeito de uma intervenção ou sobre qualquer um de seus componentes, com o
objetivo de ajudar na tomada de decisões
50,241
.
Pode ser definida também como uma função de gestão destinada a
auxiliar o processo de decisão visando torná-lo o mais racional e efetivo possível
224
,
ou como a aplicação de procedimentos de pesquisa social na determinação da
conceituação, desenho, implantação e utilidade de programas de intervenção social
202
.
A avaliação pode ainda ser definida como a comparação de um objeto de
interesse e dos resultados obtidos com um determinado padrão de aceitabilidade
219
;
também pode ser considerada como um processo sistemático para determinar até que
ponto um conjunto de estratégias está alcançando as metas e os objetivos esperados
230
.
Segundo WORTHEN e col
268
(1997), a avaliação é o ato de coletar e
prover informações para habilitar os gerentes a tomarem decisões adequadas,
envolvendo apenas o julgamento profissional.
De acordo com DONABEDIAN
62
(1982), a avaliação consiste em um
processo que tenta determinar o mais sistemática e objetivamente possível a
relevância, efetividade e impacto das atividades, tendo em vista seus objetivos.
Ainda pode ser definida como identificação, esclarecimento e aplicação
de critérios defensáveis para realizar uma análise sobre o valor do objeto, quanto à
qualidade, utilidade, efetividade ou significância, em relação a esses critérios
268
.
Vários são os objetivos de uma avaliação, porém os oficiais podem ser
caracterizados em 4 tipos
50
: 1) objetivo estratégico: ajudar no planejamento e na
elaboração de uma intervenção; 2) objetivo formativo: fornecer informação para
melhorar uma intervenção no seu decorrer; 3) objetivo somativo: determinar os
55
REVISÃO DA LITERATUR
A
efeitos de uma intervenção para decidir se ela deve ser mantida, transformada ou
interrompida; 4) objetivo fundamental: contribuir para o progresso dos
conhecimentos e para a elaboração teórica.
FETTERMAN
70
(1994) propôs incluir conceitos e técnicas para dar poder
(emancipar, liberar ou iluminar) àqueles cujos programas estão sendo avaliados. A
avaliação pode ser largamente utilizada em diferentes situações e áreas como saúde,
educação, no setor público em geral, ou nas áreas de negócios e na indústria.
A preocupação de avaliar categorias e objetos muito amplos levou à
criação de subáreas no campo da avaliação: avaliação de produto, avaliação de
pessoal, avaliação de programas, avaliação de políticas e avaliação de performance
266
.
Em cada área temática em que se insere, o intuito da avaliação ganha
contornos próprios que se materializam sob a forma de conceitos próprios e técnicas
apropriadas de aplicação, se caracterizando por lançar mão de teorias e metodologias
diversas, sendo que especificamente na área de saúde pública, a avaliação de serviços
constitui em procedimento de grande importância, tendo em vista viabilizar escolhas
de planejamento e possibilitar um controle técnico e social dos serviços e programas
prestados à sociedade
58
.
2.2.2- Tipos de Avaliação
Existem diferentes classificações da avaliação que, geralmente, foram
criadas para facilitar a sua aplicação; alguns autores classificam a avaliação em dois
56
REVISÃO DA LITERATUR
A
tipos, formal e informal; outros afirmam que ela é diferenciada em dois tipos:
formativa e somativa
121,210,268
.
A avaliação informal é aquela que utiliza percepções subjetivas para
fundamentar um julgamento, ocorrendo quando é feita escolha entre várias
alternativas sem evidência formal sobre o mérito das mesmas. Já a avaliação formal é
aquela que emprega, como concepção, esforços sistemáticos para definir critérios
explícitos e obter informações exatas sobre alternativas, permitindo determinar o real
valor dessas alternativas
268
.
A avaliação formativa é voltada para o aprendizado e visa suprir a equipe
do programa com informação útil para implementá-lo; serve para dividir informações
com os envolvidos no projeto ou programa, de modo que eles saibam como está
sendo feita a avaliação e quais os julgamentos atribuídos no decorrer da atividade,
sendo, portanto, contínua e participativa. Sua utilização permite compreender as reais
necessidades de um programa ou intervenção para a tomada de decisões
experimentais na busca de sua melhoria ou implementação
121,210,268
.
A avaliação somativa, também conhecida como normativa, é conduzida e
tornada pública para fornecer julgamento sobre o valor e o mérito de um programa
em relação a determinados critérios. Está dirigida àqueles responsáveis por tomar
decisão e aos consumidores em potencial, orientando decisões sobre a continuação
do programa, sua expansão ou interrupção, sendo mais comumente realizada ao final
do projeto
121,210,268
.
Geralmente, torna-se difícil determinar a seqüência exata da aplicação da
avaliação formativa e somativa, pelo fato de elas se complementarem e estarem
intimamente interligadas
268
.
57
REVISÃO DA LITERATUR
A
Outros tipos de classificações são conhecidos na área da avaliação e
quando se fala em verificar programas de promoção da saúde, a maior parte das
referências identifica três tipos de avaliação relevantes: as avaliações de estrutura,
processo e resultados
3,32,50,59,85,180,241,244
.
Segundo DONABEDIAN
63
(1980), que criou a classificação estrutura-
processo e resultado na avaliação, a estrutura corresponde às características
relativamente estáveis dos seus provedores, aos instrumentos e recursos, bem como
às condições físicas e organizacionais. É nessa fase que é feita a avaliação dos
recursos humanos, materiais e financeiros utilizados na intervenção, assim como sua
organização
50
.
A avaliação de processo corresponde ao conjunto de atividades
desenvolvidas na relação entre profissionais e pacientes
63
.
Na avaliação de processo busca-se saber em que medida os serviços são
adequados para atingir os resultados desejados, sendo que nessa fase, comparam-se
os serviços oferecidos pelo programa ou intervenção a critérios e normas
predeterminadas em função dos resultados esperados
50
.
Utiliza-se a avaliação de processo para verificar a operacionalidade de um
problema, assim como para descrever como os serviços estão sendo realizados,
estando centrada no acompanhamento das atividades desenvolvidas no programa e
nos recursos humanos que realizam essas ações
214
.
Na avaliação de resultado é verificado se os resultados observados
correspondem aos objetivos que a intervenção se propôs a atingir
50
.
58
REVISÃO DA LITERATUR
A
Geralmente, a avaliação de resultado define a efetividade do programa e
pode ser utilizada para avaliar o uso de materiais educativos como cartazes e
panfletos, assim como outras formas de intervenções
214
.
Para DONABEDIAN
62,64
(1992), a melhor estratégia para avaliação da
qualidade requer a seleção de um conjunto de indicadores representativos da
abordagem de estrutura-processo e resultado.
O indicador é uma variável, característica ou atributo de estrutura,
processo ou resultado que é capaz de sintetizar e/ou representar e/ou dar maior
significado ao que se quer avaliar, sendo, geralmente, representado como uma
variável numérica
223
.
Em relação à escolha dos indicadores, TANAKA & MELO
223
(2001)
destacam que um indicador de estrutura pode auxiliar uma tomada de decisão de
investimento e/ou de provimento de recursos necessários ao sistema, serviço ou
programa; um indicador de processo está direcionado, para à tomada de decisão
referente à otimização e/ou à utilização racional da dinâmica implementada; e um
indicador de resultado está direcionado para à tomada de decisão de
prosseguimento ou não da intervenção realizada.
2.2.3- Uso da Avaliação em Programas de Saúde:
O cerne de uma avaliação é um projeto experimental ou programa,
algumas vezes chamado de intervenção. Uma das maiores tarefas de uma avaliação é
julgar o mérito de um programa
175
.
59
REVISÃO DA LITERATUR
A
O conceito de avaliação dos programas públicos apareceu logo após a 2ª
guerra mundial, como uma conseqüência do papel que o Estado começou a
desempenhar nas áreas administrativas, econômicas, educacional, social, de emprego,
de saúde, entre outras
50
.
Nessa época, os economistas, tidos como pioneiros na avaliação de
programas públicos, desenvolveram métodos para analisar as vantagens e os custos
desses programas, mas esses métodos mostraram-se insuficientes quando aplicados
aos programas sociais; a partir daí, a avaliação passou a profissionalizar-se,
investindo mais nos aspectos metodológicos sendo que associações como American
Evaluation Association e Canadian Evaluation Society colaboraram muito nesse
sentido
50
.
A partir da década de 70 do século passado, países desenvolvidos, como
EUA, Canadá, França, Austrália, entre outros, criaram mecanismos encarregados de
avaliar novas tecnologias e a avaliação na área sanitária apresentou um grande
crescimento
50
.
No final da década de 80 do século passado a predominância dos dados
quantitativos como suporte único para a avaliação passou a ser revista, sendo que as
análises provenientes das Ciências Sociais adquirem maior visibilidade, e os dados
qualitativos vem contribuir de forma complementar enriquecendo o arsenal teórico-
metodológico da avaliação em saúde
58
.
A avaliação, atualmente, é vista sob uma ótica interdisciplinar, em que
novas metodologias vêm sendo desenvolvidas com o objetivo não somente de
demonstrar a efetividade e os recursos de uma intervenção, mas também de melhorar
a qualidade dos serviços prestados
181,224
.
60
REVISÃO DA LITERATUR
A
Nos dias de hoje, a avaliação de serviços de saúde em suas diferentes
formas de abordagens é uma área já bastante consolidada, sendo que a utilização de
indicadores de avaliação como, por exemplo: cobertura, satisfação do usuário,
eficácia, estrutura, processos, resultado, entre outros, é reconhecida e amplamente
divulgada
58
.
Quando falamos em avaliação de um programa, podemos entender uma
investigação diligente de suas características e métodos, sendo que seu propósito é
fornecer informações sobre a eficácia de um projeto, com vistas a otimizar os
produtos, eficiência e qualidade da assistência à saúde
180,216,229
.
Para aqueles que estão trabalhando em programas e ou serviços de saúde,
a avaliação é um processo técnico-administrativo destinado à tomada de decisão,
envolvendo momentos de medir, comparar, e emitir juízo de valor
223
.
Avaliações podem analisar a estrutura do programa, atividades,
organização e examinar seus ambientes político e social. Também podem avaliar os
ganhos dos objetivos e metas de um projeto, assim como a extensão de seu impacto e
custos
125,244
. Em suma, a avaliação tenta trazer respostas a perguntas a respeito dos
resultados esperados de um programa, ação ou serviço
121
.
A avaliação deve ser exercida por todos aqueles envolvidos no
planejamento e na execução de ações e atividades dos programas de saúde, servindo
para direcionar ou redirecionar essas ações
223
, porém a realidade brasileira nos
mostra que, na prática cotidiana dos serviços de saúde, a avaliação não é feita
rotineiramente ou enfrenta dificuldades metodológicas e operacionais não
respondidas completamente no plano de investigação
234
.
61
REVISÃO DA LITERATUR
A
Segundo MALIK & SCHIESARI
121
(1998), a preocupação em avaliar os
serviços e o sistema de saúde é algo existente há muito tempo na agenda das
discussões em saúde, porém a sistematização dessa avaliação, assim como a
possibilidade de comparar os resultados dessa avaliação com indicadores desejados e
até mesmo sua implantação prática são realidades mais recentes.
Segundo DENIS & CHAMPAGNE, apud HARTZ
90
(1997), a análise de
implantação de um programa visa principalmente identificar os processos implicados
na produção dos efeitos de uma intervenção.
A intervenção é composta pelo conjunto dos meios físicos, humanos,
financeiros e simbólicos, organizados em um contexto específico, para produzir bens
ou serviços com o objetivo de modificar uma situação problemática
50
. Sendo assim,
ela pode ser caracterizada em 5 componentes: objetivos; recursos; serviços, bens ou
atividades; efeitos e contexto preciso em um dado momento
55
.
Os programas de promoção de saúde, que utilizam intervenções
educativas visando a mudanças no conhecimento, atitudes e comportamentos, só
obtêm resultados a médio e a longo prazo
11,238,245
.
No entanto, para observar sua efetividade, é fundamental que eles sejam
avaliados em todas as etapas
216,237
. Dessa forma, é recomendável que se realize, em
primeiro lugar, projeto piloto desses programas, pois eles permitem a construção de
metodologias e instrumentos de trabalho e avaliação, e também de materiais de apoio,
além de fornecerem informações sobre a eficácia e a eficiência dessas metodologias
e materiais bem como das ações propostas, permitindo ajustes para sua aplicação em
maior escala, com vistas a uma avaliação de efetividade
59,91,92
.
62
REVISÃO DA LITERATUR
A
Os atributos relacionados ao efeito das ações e práticas da saúde
implementadas são a eficácia, a efetividade e o impacto; e o relacionado aos custos
das ações é a eficiência
10,68,75
.
Na tentativa de esclarecer melhor a diferença entre o conceito desses
atributos será fornecida, a seguir, a definição de cada um deles, embora a utilização
dessas noções varie muito de autor para autor
234
.
O que se observa, freqüentemente, é uma superposição entre as definições
de eficácia, efetividade e eficiência, sendo que Ferreira
69
(1988) considera esses
vocábulos como sinônimos. De acordo com esse autor, Eficaz é o que produz efeito
desejado; Eficiência é a ação, força, virtude de produzir um efeito; e Efetivo é o que
se manifesta por um efeito real.
TANAKA & MELO
223
(2001) definem efetividade como a conseqüência
produzida por um produto ou tecnologia aplicada em condições reais, estando
relacionada aos resultados produzidos num contexto social específico, que devem ser
os mais amplos possíveis; define a eficiência como o resultado da relação obtida
entre custos e produtos e a eficácia como os resultados obtidos a curto prazo.
Aliás, em relação ao tempo na avaliação, RUNDALL
205
(1992) destaca
que o longo prazo está relacionado ao impacto e o curto prazo diria respeito à
efetividade.
Avaliar a eficácia de um programa individual de longa duração nos
determinantes de saúde e nos resultados de saúde é uma tarefa muito complexa, pois
essa avaliação é feita através de uma variedade de fatores, como tamanho, amplitude
e duração da intervenção, bem como uma variedade de fatores não relacionados
abertamente à intervenção, incluindo mudanças seculares na sociedade
161
.
63
REVISÃO DA LITERATUR
A
De acordo com NUTBEAM
162
(2000), ações que dêem suporte à
população para adotar e manter estilo de vida saudável e que criem suporte de
condições de vida ambientais são elementos chave para a promoção da eficácia em
saúde.
O mesmo autor afirma que, para estabelecer “evidências em eficácia” há,
atualmente, muitos métodos e medições a serem utilizados nas avaliações, sendo que
essa variação reflete diferentes perspectivas do alcance do sucesso de programas de
promoção de saúde.
A avaliação de um programa de saúde pode ser obtida por meio da
visibilidade por ele obtida, de quanto custou, da satisfação dos usuários, assim como
da mudança nos indicadores
121
.
Diferentes modelos e ações de saúde produzem diferentes resultados de
avaliação da eficácia, sendo essencial, portanto, estabelecer uma estrutura que ajude
a definir os resultados associados à atividade de promoção da saúde
161
.
Existem vários desenhos utilizados para fazer avaliação de eficácia e
efetividade de programas, porém destacam-se os de delineamento experimental e
quase-experimental. Geralmente, o estudo experimental é o de escolha na
demonstração de uma relação causa efeito, porém, para avaliação de programas de
saúde, são impostas limitações quanto ao uso desse delineamento por questões éticas
e de custos
30
.
O delineamento quase-experimental tem sido utilizado, freqüentemente
em avaliações de programas de educação e promoção da saúde, em escolas e
campanhas, nos meios de comunicação de massa
85
.
64
REVISÃO DA LITERATUR
A
O estudo quase-experimental, conhecido como ensaio ou experimento não
aleatório, é um estudo com o qual o investigador intervém na característica que está
sendo investigada, entretanto, não há alocação aleatória dos participantes ou de áreas
ou grupos que receberão ou não a intervenção
27,30
.
O estudo quase-experimental utiliza, pelo menos, dois grupos, escolhidos
por conveniência: o que receberá o experimento (grupo experimental) e o que não
receberá (grupo controle). Utilizando-se uma avaliação pré e pós-experimento de
ambos os grupos, são analisados os resultados obtidos
29,30
.
Expor-se à avaliação é correr o risco de ser considerado menos perfeito do
que se gostaria e, ao mesmo tempo, é aumentar a probabilidade de ter, ao final,
resultados melhores do que se teria sem ela
121
, porém a comunidade na área da saúde
como um todo está consciente de que ainda há muito para aperfeiçoar a qualidade e a
escala de evidências disponíveis para guiar a tomada de decisão
161
.
Enfim, a avaliação pode proporcionar grandes contribuições mostrando
acertos e erros, delineando soluções, reorganizando atividades e serviços,
possibilitando caminhos alternativos para maximizar a utilização de recursos
disponíveis e uma melhor conscientização tanto dos profissionais como da própria
comunidade sobre seus problemas e necessidades
46
.
65
OBJETIVOS
3- OBJETIVOS
3.1
Objetivo Geral:
- Avaliar as intervenções aplicadas no Programa de Controle do
Tabagismo do Hospital Santa Cruz e sua eficácia na diminuição da prevalência do
tabagismo.
3.2 Objetivos Específicos:
- Caracterizar sociodemograficamente a população de estudo;
- Averiguar se os resultados obtidos na primeira fase do programa
conseguiram trazer a discussão sobre o tema Tabagismo;
- Verificar, na segunda fase do programa, a percepção dos funcionários
do HSC sobre a potência de esclarecimento dos materiais educativos distribuídos,
pertinentes aos malefícios do tabagismo;
- Constatar, após o início da terceira fase do programa, a percepção dos
funcionários em relação às medidas de manutenção do ambiente do HSC livre da
fumaça do cigarro, divulgadas pelo programa;
- Identificar as ações educativas que despertaram maior sensibilização
e adesão ao programa;
- Verificar a preferência dos funcionários em relação aos meios de
comunicação utilizados nas três fases do programa;
- Verificar, depois da aplicação de todas as etapas do programa, a
diminuição ou não da prevalência de fumantes no HSC;
66
MÉTODO
4. MÉTODO
Neste capítulo apresentamos uma definição de como a pesquisa foi
operacionalizada, descrevendo a sua realização em detalhes.
4.1 Desenho do Estudo:
O delineamento deste estudo pode ser visto como uma pesquisa avaliativa
longitudinal caracterizada como do tipo painel.
De acordo com CARO
31
(1982), a pesquisa avaliativa constitui uma
forma de pesquisa aplicada que procura determinar se as mudanças, através de uma
intervenção, realmente aconteceram, ou ainda, se as mudanças observadas podem ser
atribuídas à intervenção.
Segundo CONTRADIOPOULOS et al
50
(1997), a pesquisa avaliativa
aplica métodos científicos para analisar a pertinência, os fundamentos teóricos, a
produtividade, a eficiência e os efeitos de uma intervenção, assim como as relações
existentes entre as intervenções e o contexto em que elas se situam, com o objetivo
de ajudar a tomada de decisão.
A pesquisa avaliativa está voltada para a coleta, a análise e a interpretação
de informações sobre a necessidade, a implementação e o impacto de intervenções
voltados para o aprimoramento do ser humano e para a melhoria das condições
sociais e da vida da comunidade
201
. Esse tipo de pesquisa aborda a forma de
funcionamento de um programa, uma prática ou política
179
.
Tendo em vista que o Programa de Controle do Tabagismo do HSC
utilizou intervenções organizacionais, físicas e educativas que necessitavam ser
avaliadas, o presente desenho de estudo mostrou-se oportuno como de escolha.
67
MÉTODO
O Programa de Controle do Tabagismo (PCT) do Hospital Santa Cruz
(HSC) utilizou uma série de estudos seccionais em uma mesma população,
desenvolvendo duas pesquisas sobre o perfil do fumante nesse local, em momentos
diferentes e, posteriormente, realizando outra pesquisa da percepção dessa mesma
população sobre as diferentes intervenções aplicadas no referido programa,
desenvolvendo, portanto, um estudo longitudinal.
Conforme descrito por POLIT & HUNGLER
179
(1995), o estudo
longitudinal é feito para coletar dados em mais de um ponto no tempo, fornecendo
informações sobre mudanças e eventos ocorridos em determinado espaço de tempo e
contrastando com um estudo de secção cruzada. Geralmente, o desenvolvimento de
pesquisas longitudinais que possibilitam o acompanhamento de uma mesma
população de indivíduos ao longo do tempo pode contribuir muito para entender as
mudanças que estão ocorrendo no ambiente de trabalho
236
.
Pelo fato de não existirem áreas de controles para comparação externa, a
alternativa encontrada para avaliar o PCT do HSC, foi a comparação interna, sendo
que o estudo de painel foi o escolhido.
O estudo tipo painel é conhecido como um delineamento híbrido entre os
estudos seccional e de coorte, apresentando como modelo conceitual a realização de
uma série de estudos seccionais em uma mesma população, em diferentes intervalos
de tempo
104,106
. É uma espécie de estudo longitudinal, em que os mesmos sujeitos são
utilizados para fornecer dados em dois ou mais pontos no tempo
179
.
Frente ao exposto sobre o desenho de estudo desta pesquisa, resta
informar que a mesma apresentou um desafio metodológico, pois partiu de uma
análise longitudinal, que tinha como objetivo traçar o perfil do fumante do Hospital
68
MÉTODO
Santa Cruz e, caminhou para uma análise transversal objetivando avaliar as
intervenções aplicadas nesse referido local.
Na pesquisa sobre perfil do fumante do HSC não houve o planejamento
para um estudo quase-experimental, mas os dados permitem uma inferência sobre a
prevalência do tabagismo nos dois momentos em que a pesquisa foi realizada.
O maior interesse com a realização da pesquisa sobre o perfil do fumante,
foi somente obter indicadores de resultado a partir da prevalência verificada antes e
depois das intervenções aplicadas pelo programa de controle do tabagismo.
Dessa forma, no presente estudo, optou-se por dar um maior destaque à
pesquisa avaliativa sobre as intervenções aplicadas no PCT do HSC, verificando a
eficácia das mesmas.
Detalharemos, portanto, a seguir, o caminho metodológico da pesquisa
avaliativa utilizada para medir a eficácia das intervenções aplicadas no PCT do HSC.
4.2 Local do Estudo:
A área de pesquisa do presente estudo foi o HSC, situado à Rua Santa
Cruz nº 398, no bairro Vila Mariana em uma área de 15.000 m
2
, no Município de São
Paulo - Brasil (anexo 1).
O Hospital Santa Cruz é uma instituição particular beneficente, sem fins
lucrativos, com 185 leitos, e mais de 65 anos de existência, tendo como base o
espírito da medicina preventiva e da saúde pública, sendo considerado o hospital
mais moderno da América Latina na época.
Foi inaugurado em 1939, através de recursos de autoridades japonesas
(Governo Japonês e Casa Imperial do Japão), sensibilizadas com os problemas de saúde
69
MÉTODO
enfrentados pelos imigrantes, através de contribuições de familiares dos imigrantes,
mobilização de funcionários diplomáticos e representantes da comunidade nikkei.
Hoje, o hospital possui como clientela alvo cerca de duzentas mil pessoas,
dentro de uma população de um milhão e seiscentas mil pessoas distantes 5 km do
Hospital.
4.3 Objeto de Estudo: O PCT do HSC:
O objeto de estudo desta pesquisa é o Programa de Controle do
Tabagismo do HSC, sendo que sua implantação teve início no começo do ano de
2001, e o seu lançamento ocorreu no dia 29 de agosto desse mesmo ano (anexo 2).
A criação do PCT do HSC nasceu da preocupação da Equipe de
Humanização dessa instituição com a qualidade de vida de seus funcionários no que
se refere a fatores de risco causais de adoecimento no ambiente de trabalho. Dessa
forma, foi criado o Programa “Saúde e Coerência Sem Cigarro”, seguindo a lógica
estabelecida pelo PNCT do INCA.
O objetivo desse programa é eliminar a poluição tabagística ambiental no
HSC, reduzindo a prevalência de fumantes entre seus trabalhadores e o conseqüente
absenteísmo e morbimortalidade causados pelo tabagismo.
A filosofia do PCT do HSC é apoiar os dependentes da nicotina no
processo de cessação de fumar, e conseqüente preservação da saúde desses, sem
perseguí-los ou marginalizá-los por essa dependência.
Inicialmente, foi criada uma comissão multiprofissional e multisetorial de
controle do tabagismo (anexo 3), envolvendo, inclusive, fumantes em sua
constituição, para que conjuntamente fossem obtidas soluções não conflitantes, em
70
MÉTODO
que houvesse um predomínio do bom senso e uma preocupação com o bem estar
comum de todos os trabalhadores.
Constantemente, os fumantes foram e ainda são estimulados a entender
que o tabagismo é uma doença crônica, e que eles apresentam dependência a uma
droga muito potente, que é a nicotina. Uma das preocupações desse programa é
manter um clima de cordialidade com os fumantes, porém sempre sensibilizando-os
a respeitarem os espaços compartilhados com os não fumantes.
O PCT do HSC foi programado para se realizar em 3 fases:
1ª Fase: destinada a propiciar a reflexão e discussão sobre o tabagismo,
tendo sido aplicada no período de agosto a novembro de 2001;
2ª Fase: destinada a fornecer informações sobre os malefícios do
tabagismo, tendo sido aplicada no período de novembro de 2001 a março de 2002;
3ª Fase: destinada a manter o HSC livre da poluição tabágica, sendo
aplicada de março de 2002 até a presente data.
Esse programa tem como uma das suas principais características o
desenvolvimento de ações sincronizadas e contínuas, e suas intervenções estão
divididas em organizacionais, educativas e físicas. Todo esse processo de
intervenção foi precedido de uma avaliação inicial para obtenção de indicadores,
utilizados como base para monitorar e avaliar o desfecho do programa.
As intervenções organizacionais, educativas e físicas utilizadas foram as
seguintes:
71
MÉTODO
1. Intervenções Organizacionais:
A intervenção organizacional objetivou planejar bases para a implantação
do programa e sistematizou-se através de diferentes atividades como:
- Elaboração de um Projeto de Controle do Tabagismo do HSC;
- Estruturação de bases para sensibilizar superintendência e gerentes de
unidades para implantação do Programa;
- Criação de comissão executiva interna do programa (anexo 3);
- Criação de parcerias para o desenvolvimento do programa;
- Realização de Cursos de Capacitação sobre Tabagismo para os
participantes da Comissão Executiva Interna do PCT, contendo como
principais temas: Dimensão do Problema Tabagismo;
Nicotinodependência; Principais doenças tabaco relacionadas; Tratamento
do Tabagismo; Sessões do Programa de Cessação do Tabagismo e
Estrutura de um Centro de Dependência de Nicotina (anexo 4);
- Treinamento de Recepcionistas e Seguranças sobre “Abordagem ao
Fumante”, apresentando conteúdo teórico/prático para capacitação
desses funcionários ao lidar com os usuários do HSC dependentes da
Nicotina (anexo 5);
- Realização de avaliação inicial que antecede o processo de intervenção,
através de questionário padronizado pelo Ministério da Saúde;
- Criação de Portaria para normatização do consumo de cigarros no
HSC (Anexo 6);
- Realização e monitoramento do processo de intervenção sistematizada;
72
MÉTODO
- Criação de Programa de atendimento aos funcionários fumantes que
desejam parar de fumar (anexo 7).
2.
Intervenções Educativas:
A intervenção educativa buscou esclarecer, informar, envolver e
conscientizar todos os funcionários, pacientes, visitantes e fornecedores do HSC
sobre o tema “Tabagismo”, tendo realizado as seguintes atividades:
- Campanha de Lançamento do Programa (anexo 2);
- Comemorações das Datas de Controle do Tabagismo: 31 de Maio - Dia
Mundial Sem Tabaco e 29 de Agosto - Dia Nacional de Combate ao
Fumo (anexo 8);
- Realização de Palestras sobre Tabagismo;
- Divulgação do tabagismo através de mensagens rotativas nos murais, na
tela do computador, no jornal de circulação interna, na revista SANA
do HSC e no holerith dos trabalhadores;
- Abordagem oportuna do tema tabagismo nos treinamentos de
integração e outros eventos culturais ou educativos realizados no HSC;
- Realização de Concursos de Desenhos e Frases sobre Tabagismo
durante a Semana Interna de Prevenção de Acidentes - SIPAT;
- Distribuição de “bottons”, adesivos, folhetos e outros materiais
educativos sobre controle do tabagismo;
- Apresentação de várias fitas de vídeo cassete sobre tabagismo em
momentos oportunos.
73
MÉTODO
3. Intervenções Físicas:
A intervenção na estrutura física criou as seguintes condições para a
operacionalização do programa:
- Procura e delimitação de áreas para fumar;
- Criação de Fumódromos (anexo 9);
- Sinalização com adesivos e placas - Proibido Fumar (anexo 10);
- Remoção de cinzeiros de todos os setores do HSC;
- Mapeamento dos Fumódromos;
- Remoção de todo e qualquer material promocional de derivados de
tabaco do interior e das proximidades do HSC.
4.4 População:
Segundo LAKATOS & MARCONI
107
(1992) e P0LIT & HUNGLER
179
(1995), população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam,
pelo menos, uma característica comum, sendo geralmente N o número total de
elementos do universo ou população.
No momento da aplicação da pesquisa sobre a percepção dos funcionários
sobre as intervenções aplicadas, que ocorreu em outubro de 2005, o HSC contava
com aproximadamente 1.300 (hum mil e trezentos) trabalhadores, porém mais de
50% deles não faziam parte do quadro de funcionários no período em que foram
implantadas e implementadas as intervenções nas três fases do PCT, que ocorreram
no período de agosto de 2001 a março de 2002. Isto se deve, principalmente, ao fato
de que, geralmente, no ambiente de trabalho hospitalar existe uma grande
rotatividade de pessoal, com demissões e admissões ocorrendo mensalmente.
74
MÉTODO
Dessa forma, da totalidade de funcionários existentes no momento de
aplicação do questionário, o Departamento de Pessoal da área de Recursos Humanos do
HSC apresentou uma lista de 519 funcionários que vivenciaram as intervenções aplicadas
nas três fases acima comentadas, sendo que 21 desses funcionários foram excluídos pelo
fato de se encontrarem afastados por motivo de licença médica, férias, ou óbito.
Observa-se, portanto, que a taxa de não participação nesse estudo foi de
apenas 4,05%.
Sendo assim, nesta pesquisa, a população de estudo (N = 498) foi
constituída pela totalidade dos funcionários do HSC que, de alguma forma,
conheceram e participaram das intervenções organizacionais, educativas e físicas
realizadas durante a implantação e implementação do programa de controle do
tabagismo.
4.5 Aspectos Éticos
Os procedimentos do estudo foram desenvolvidos de modo a proteger a
privacidade dos indivíduos, garantindo a participação anônima e voluntária. Como
exigência para inclusão no estudo todos os participantes assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido (anexo 11).
Todos os critérios definidos pela Comissão de Ética do Hospital Santa
Cruz, assim como os da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e
do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa foram seguidos (anexo 12).
75
MÉTODO
4.6 Etapas dos Procedimentos Metodológicos:
O procedimento inicial consistiu em realizar uma consulta bibliográfica
referente a diversos programas de controle do tabagismo, principalmente em
ambientes hospitalares, sendo feito da seguinte forma: estudo bibliográfico
aprofundado, com base na literatura pertinente ao assunto “Tabagismo e Avaliação
de Programas” (foram pesquisadas obras das áreas de Educação e Saúde, com ênfase
em avaliação, até os estudos relativos à prevenção e à promoção da saúde no período
de março de 2003 a dezembro de 2004).
Para realização desse estudo bibliográfico, foi utilizado o sistema de
bibliotecas dos institutos e núcleos de pesquisa da USP (destaque para a CIR/FSP),
bibliotecas do complexo da UNICAMP, da BIREME, e da Escola Nacional de Saúde
Pública (FIOCRUZ), percorrendo a literatura que forneceu o alicerce teórico
fundamental para esta pesquisa.
Num segundo momento (de janeiro até julho de 2005), foi efetuada uma
série de consultas em: Banco de dados do HSC; Internet; Acervos de órgãos
específicos: Organização Mundial da Saúde, Center for Disease Control,
Organização Panamericana da Saúde, Swedish Nurses Against Tobacco,
International Society of Nurses in Cancer Care, Finnish Nurses Against Tobacco,
Tobacco Free Nurses, American Cancer Society, Instituto Nacional de Câncer do
Ministério da Saúde, entre outros pertinentes ao objeto de estudo.
Valendo-se dos dados obtidos em pesquisa anterior sobre o perfil do
fumante no HSC obtiveram-se indicadores de resultado do programa de controle do
tabagismo, pois a referida pesquisa foi realizada em dois momentos, antes e depois
76
MÉTODO
da aplicação das intervenções realizadas no PCT do HSC, levantando a prevalência
desses fumantes em ambos os momentos.
Na pesquisa sobre o perfil do fumante do HSC foi utilizada e adaptada
uma parte do questionário de referência do PNCT do INCA sobre tabagismo (anexo
13), permitindo comparabilidade, pois geralmente o modelo fornecido pelo INCA é
utilizado por diferentes unidades de saúde e ambientes de trabalho em vários locais
do Brasil.
A pesquisa sobre perfil do fumante do HSC foi realizada, inicialmente,
no período de novembro de 2001 a janeiro de 2002 e, posteriormente, foi reaplicada
no período de agosto a setembro de 2004.
Na seqüência, procedeu-se à avaliação das intervenções realizadas,
aplicando o questionário (anexo 14), fazendo o posterior tratamento estatístico e a
análise dos dados colhidos.
Outro parâmetro utilizado para verificar a eficácia das intervenções
utilizadas no Programa de Controle do Tabagismo do HSC foi a avaliação dos
indicadores de estrutura, de processo e resultado desse referido programa.
Com esse material, foi empreendida então uma análise de todas as
informações, atingindo, nesse ponto, o objetivo geral, ou seja, avaliar os resultados
das intervenções realizadas nas três fases do programa (anexos 15 à 17).
77
MÉTODO
4.7 Instrumento:
O instrumento de uma pesquisa é um dos passos que indica como a
pesquisa será realizada; é um documento formal em que os dados para os auto-relatos
costumam ser coletados
79,107,179
.
A presente pesquisa envolveu a construção de 02 instrumentos de coleta
de dados, distintos para cada situação.
O primeiro instrumento constou de um questionário semi-estruturado e
auto aplicado, para avaliar o perfil do fumante do Hospital Santa Cruz, sendo
composto de 11 questões (sete delas para identificar a população estudada e quatro
sobre o comportamento de fumar), tendo sido construído com base no modelo
utilizado pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo do INCA.
O segundo instrumento de coleta de dados foi um questionário semi-
estruturado e auto-aplicável para avaliar os resultados das estratégias aplicadas no
programa de controle do tabagismo do Hospital Santa Cruz, que foi entregue e
respondido durante o mês de outubro de 2005 conjuntamente com o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Esse instrumento também foi construído com base em modelo também já
utilizado em estudos do Ministério da Saúde, sendo, porém, composto por 19
questões contidas em 06 seções (Seção A – Identificação da população estudada;
Seção B – Avaliação da 1ª fase do PCT do HSC - reflexão e discussão sobre
tabagismo no HSC; Seção C – Avaliação da 2ª fase do PCT do HSC - grau de
informação e esclarecimento aos trabalhadores do HSC; Seção D – Avaliação da 3ª e
última fase do PCT do HSC – manutenção do ambiente interno livre da fumaça do
cigarro; Seção E – Avaliação das ações educativas que despertaram maior
78
MÉTODO
sensibilização e adesão ao PCT do HSC; Seção F – Avaliação dos meios de
comunicação utilizados no PCT do HSC que mostraram melhores resultados.
(anexo14).
A sistematização para elaboração dos questionários passou pelas
seguintes etapas:
- Seleção de perguntas;
- Ordenação dessas perguntas numa seqüência lógica;
- Formatação do questionário, visando facilitar a compreensão pelos
respondentes, e tabulação posterior.
Para dar mais credibilidade ao questionário utilizado para verificar a
percepção dos funcionários em relação às intervenções aplicadas no PCT, foi
realizado o Teste de Confiabilidade e Validação Empírica desse Instrumento.
4.8 Pré-Teste
Todo questionário a ser enviado deve passar por uma etapa de pré-teste,
num universo reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de
formulação
120,179
, portanto, anteriormente à coleta de dados, foi realizado pré-teste
com 50 funcionários de um Hospital do Interior de São Paulo.
A escolha dessa instituição relacionou-se ao fato de a mesma ter
características semelhantes às do HSC, em relação às intervenções aplicadas no PCT.
Para o pré-teste foram utilizados cerca de 10% do universo total a ser pesquisado no
HSC.
Após a aplicação do pré-teste, foram realizados pequenos ajustes das
questões à luz das informações obtidas nas respostas do referido pré-teste.
79
MÉTODO
4.9.Variáveis de Estudo
Uma variável, como o nome indica, é algo que varia e, levando-se em
conta a variedade e a complexidade das pessoas e de suas experiências, fica claro que
quase todos os aspectos dos seres humanos e do ambiente podem ser considerados
variáveis
179,203
.
A variável dependente (variável de critério) é aquela em que o
investigador tem interesse em compreender, explicar ou prever
179
.
No presente estudo foram utilizadas diferentes variáveis categóricas
consideradas como dependentes (variável teste), discriminadas a seguir:
1) Utilizadas para avaliar a 1ª fase do programa:
B -1 - Lembrança do Cartaz “Pare e Pense”
B- 2 - Reflexão sobre o Cartaz “Pare e Pense”
B- 3 - Alusão ao Tema Tabagismo
2) Utilizadas para avaliar a 2ª fase do Programa:
C1 - Lembrança do Cartaz “Fumar não combina com a qualidade de vida”
C2 - Participação em atividade antitabágica
C3 - Esclarecimento sobre tabagismo por meio de material educativo
C4 - Conhecimento sobre a Lei Federal nº 9294/96
3) Utilizadas para avaliar a 3ª fase do Programa:
D1 - Lembrança do cartaz “Pode respirar à vontade”
D2 - Recebimento do informativo sobre restrição ao fumo no HSC
D3 - Observação da sinalização antitabágica
80
MÉTODO
4) Utilizadas para avaliar as ações educativas do Programa:
E1 - ações educativas de maior sensibilização
5) Utilizadas para avaliar os meios de comunicação do Programa:
F1 - meios de comunicação de melhor resultado
Essas variáveis dependentes foram caracterizadas em cada um dos grupos
de variáveis independentes (sociodemográficas):
A1 – Idade,
A2 - Sexo,
A3 - Estado civil,
A4 - Escolaridade,
A5 - Profissão,
A6 – Cargo de Comando
A7 - Unidade de Trabalho.
4.10 Digitação dos dados:
Para a entrada dos dados a serem digitados, uma máscara de digitação foi
construída por um especialista em programação. Posteriormente, os dados coletados
foram digitados utilizando-se o programa Microsoft Access, devido à facilidade de
transformação ou leitura pelos meios eletrônicos, através dos diversos programas
estatísticos. A digitação de todos os questionários foi realizada duplamente por
digitadores diferentes, que anteriormente receberam um treinamento básico para tal
finalidade.
81
MÉTODO
4.11 Tratamento estatístico dos dados:
Inicialmente, foram calculadas freqüências simples entre os grupos,
visando identificar os erros de digitação, assim como a presença de categorias com
observações ausentes ou em pequeno número.
Por meio de análise descritiva foram levantadas as principais
características das variáveis-teste (variáveis consideradas dependentes que
identificavam o comportamento e ações dos indivíduos pesquisados ao longo do
período).
Também foram levantadas as características das variáveis de interesse
(variáveis que identificavam os grupos, segundo características sociodemográficas).
Foram feitas comparações entre variáveis-teste e características
sociodemográficas por meio dos testes não paramétricos para grupos independentes,
tais como Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Os testes não paramétricos constituem
uma ferramenta para análise dos dados quando as suposições básicas do modelo não
se verificam, tais como: os dados não apresentam distribuição normal e as variâncias
não são iguais.
A comparação entre os grupos para cada variável dependente foi avaliada
por meio do teste de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, pois estes não dependem das
suposições de normalidade dos dados e da homogeneidade das variâncias. Desse
modo, permite comparar k grupos, isto é, verificar a existência ou não de diferença
entre os dois ou mais grupos, empregando postos no lugar de mensurações. O
processo desses testes consiste, primeiramente, em ordenar os valores observados
217
.
Em seguida, atribuir postos “rankear”, isto é, enumerar os valores observados
(1,2,3, ...) desde o menor até o maior, tratando-os como uma única população.
82
MÉTODO
Somam-se esses postos em cada grupo, obtendo-se os R
i
. A partir desses dados,
pode-se calcular o valor da estatística KW.
Neste estudo também foram utilizados os testes exatos, que são métodos
alternativos para se calcularem os níveis de significância nos testes não-paramétricos,
entre outros.
Os métodos Exato e Monte Carlo constituem meios para obter níveis de
significância mais acurados quando os dados fogem às suposições básicas
necessárias ao modelo
156
. Nesses casos, os métodos assintóticos, normalmente
empregados, não produziriam resultados confiáveis (nível de significância
incorreto)
96,160
.
Consideraram-se como resultados estatisticamente significativos aqueles
para os quais o valor de p foi igual ou menor que 0,05.
Outros testes realizados após a coleta dos dados foram os de
confiabilidade e validade do instrumento.
Realizou-se o teste de confiabilidade com o coeficiente alfa de Cronbach
que mede a consistência interna dos dados. Essa estatística constitui o limite mínimo
para os outros testes de confiabilidade, podendo ser considerada como a correlação
entre os itens (variáveis) selecionados
39
.
Segundo LITWIN
115
, o teste de confiabilidade é imperativo e mede o
desempenho de um instrumento em uma dada população de estudo, evitando o
agrupamento de questões aparentemente importantes. Desse modo, a validade e a
confiabilidade são requisitos essenciais para uma medição.
Os valores do alfa de Cronbach variam entre 0 e 1, assumindo que as
correlações entre os itens são positivas.
83
MÉTODO
Além de analisar o coeficiente, é preciso observar as informações sobre
cada termo que compõe o coeficiente de alfa Cronbach, conforme os dados da tabela:
Escala média, variância da escala, correlação corrigida, correlação múltipla ao
quadrado e coeficiente alfa, se o item é eliminado.
ITENS ESTATÍSTICAS
ESCALA MÉDIA
Se item Eliminado
VARIÂNCIA da
ESCALA
Se item
eliminado
CORRRELAÇÃO
CORRIGIDA
CORRELAÇÃO
MÚLTIPLA AO
QUADRADO
ALFA
Se item
eliminado
B1 20,4408 56,8086 ,4375 ,3790 ,7345
B2 20,5418 59,3555 ,4752 ,3953
B3 19,7276 44,9829 ,4328 ,3661
,7422
,7169
C1 20,1551 52,0253 ,3736 ,2877 ,7366
C2 20,8334 63,8874 ,3470 ,6203 ,7709
C3 20,7925 62,0923 ,3331 ,6440 ,7639
C4 20,2201 54,8505 ,2787 ,1922 ,7642
D1 20,7919 65,8496 ,1069 ,1009 ,7911
D2 20,8569 65,6293 ,1872 ,8815 ,7846
D3 20,9050 67,6480 ,2560 ,8795 ,7932
E1 18,0764 54,5110 ,2148 ,1253 ,7889
F1 17,6993 63,8012 ,0255 ,0838 ,7223
Coeficiente de confiabilidade: 12 itens Alfa = 0,790 Alfa padronizado = 0,817
A validade do instrumento foi estudada por meio da análise fatorial,
compreendendo diversas etapas:
1- Adequação dos dados à análise fatorial:
A medida total de adequação dos dados à análise fatorial foi a validade
pelo teste de Kaiser-Meyer-Oblin (KMO = 0,734) e teste de esfericidade de Bartlett
(p < 0,001), cujos resultados confirmam a adequabilidade dos dados.
A medida de adequação de cada variável à análise fatorial foi também
mensurada, observando-se valores maiores que 0,50 na matriz anti-imagem.
Neste estudo, encontraram-se 29 resíduos maiores que 0,05 (43,0%).
84
MÉTODO
2- Matriz de Correlação:
A matriz de correlação de variáveis deve conter duas ou mais correlações
com valores de 0,300 ou mais.
MATRIZ DE CORRELAÇÃO
1,000 ,528 ,415 ,436 ,039 ,047 ,132 ,005 ,030 ,033 ,143 -,013
,528 1,000 ,517 ,284 ,064 ,076 ,186 ,020 ,049 ,054 ,152 -,007
,415 ,517 1,000 ,390 ,139 ,096 ,224 -,024 -,007 -,006 ,153 -,026
,436 ,284 ,390 1,000 ,008 ,014 ,211 ,168 ,008 ,010 ,107 -,074
,039 ,064 ,139 ,008 1,000 ,756 ,277 ,001 ,115 ,123 ,228 ,168
,047 ,076 ,096 ,014 ,756 1,000 ,202 ,018 ,347 ,332 ,269 ,183
,132 ,186 ,224 ,211 ,277 ,202 1,000 ,233 ,011 ,013 ,014 ,008
,005 ,020 -,024 ,168 ,001 ,018 ,233 1,000 ,086 ,092 ,007 -,023
,030 ,049 -,007 ,008 ,115 ,347 ,011 ,086 1,000 ,937 ,179 ,217
,033 ,054 -,006 ,010 ,123 ,332 ,013 ,092 ,937 1,000 ,190 ,228
,143 ,152 ,153 ,107 ,228 ,269 ,014 ,007 ,179 ,190 1,000 ,004
-,013 -,007 -,026 -,074 ,168 ,183 ,008 -,023 ,217 ,228 ,004 1,000
B-1
B-2
B-3
C-1
C-2
C-3
C-4
D-1
D-2
D-3
A
ÇÕES EDUCATIVA
S
RESULTADOS POR
MEIOS DE
COMUNICAÇÃO
B-1 B-2 B-3 C-1 C-2 C-3 C-4 D-1 D-2 D-3
AÇÕES
E
DUCATIVAS
R
ESULTADOS POR
MEIOS DE
COMUNICAÇÃO
3- Variância Total Explicada:
Variância Total Explicada
2,785 23,210 23,210
2,257 18,810 42,020
1,473 12,276 54,296
1,205 10,043 64,339
,972 8,100 72,439
,785 6,545 78,983
,686 5,717 84,700
,628 5,235 89,935
,556 4,632 94,567
,380 3,170 97,737
,210 1,747 99,484
,062 ,516 100,000
Component
es
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Total
% of
Variância
%Acumulada
Autovalores iniciais
COMPONENTES
Variância Acumulada %: esta coluna contém a porcentagem acumulada
da variância dos componentes principais precedentes e os atuais. Por exemplo, a
quarta linha mostra um valor de 64,339, o que significa que os quatro componentes
juntos são responsáveis por 64,3% da variância total do instrumento.
4- Matriz dos Componentes Principais (Fatores):
85
MÉTODO
Foram feitas várias simulações para determinar o número de fatores a
serem selecionados. Assim, extraíram-se 4 fatores, descritos na tabela a seguir:
MATRIZ DOS COMPONENTES ROTACIONADA
COMPONENTES
1 2 3 4
B1 ,796 ,028 -.016 -,007
B2 ,784 ,031 ,055 -,015
B3 ,761 -O,78 ,148 ,OI9
C1 -,084 -,012 ,636 ,342
C2 ,022 ,007 ,923 ,099
C3 ,025 ,268 ,862 ,073
C4 ,205 -,123 ,234 ,660
D1 -,036 ,827 -,116 ,121
D2 ,O31 ,959 ,096 ,062
D3 ,034 ,960 ,095 ,064
E1 ,277 ,218 -,162 ,354
F1 -,085 ,156 ,249 ,327
Método de Extração: Análise por componentes principais
Método de Rotação: Varimax
Essa tabela mostra as cargas dos componentes que são as correlações
entre a variável original e cada componente. Os valores variam de –1 a +1, pois se
trata de correlações. As colunas representam os componentes (fatores) que foram
extraídos pela análise fatorial.
Considerando os resultados do teste de confiabilidade e da validação
empírica do instrumento, observou-se:
o valor do alfa foi maior que 0,75, estando de acordo com os valores,
considerados aceitáveis pela literatura;
o valor do alfa para cada item mostra que não é necessário eliminar
nenhuma variável, uma vez que não melhora o desempenho do coeficiente;
o valor obtido está em patamar semelhante ao dos instrumentos
considerados aceitáveis, além de superar os valores mínimos.
86
MÉTODO
Quanto à análise fatorial, a matriz de correlação gerou 19 valores com
correlação maior do que 300
160
. As correlações significativas correspondem a 84 das
144 (p<0,05). Identificaram-se quatro fatores que agregam as 12 variáveis do
instrumento e são responsáveis por 64,0% da variância total do mesmo.
Para realização da análise dos dados foram utilizados os seguintes
Softwares: SPSS
®
(SPSS for Windows, Release 10,0) e os programas Microsoft
Access e Microsoft Excel.
87
RESULTADOS E DISCUSSÕES
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A seguir, descrevem-se os resultados obtidos na coleta de dados dos
questionários respondidos, culminando com a apresentação dos indicadores de
estrutura/processo/resultado, analisados em comparação com outros achados já
publicados sobre o assunto.
5.1. Dados Referentes à População Pesquisada
As características sociodemográficas da população em estudo estão
descritas na tabela 1, mostrando que a idade variou de 20 a 72 anos, sendo as faixas
etárias divididas em grupos de 10 anos, variando de menores de 19 anos até 70 anos
e mais.
Nos grupos extremos de limite inferior a 19 anos e superior a 70 anos,
praticamente não houve participantes, sendo identificado apenas 1 funcionário na
faixa de 70 anos e mais e nenhum inferior a 19 anos.
Nota-se uma concentração predominante no grupo etário de 30 a 49 anos
que, somados, atingem 70,7% dos participantes.
Em relação ao sexo, observa-se que a maioria é do sexo feminino
correspondendo a 66,7% da população estudada.
Quando analisamos o estado civil, verificamos que mais da metade
(56,6%) encontra-se no grupo de casados, sendo este seguido dos solteiros (31,9%), e
dos separados/divorciados com 8,6%; em último lugar aparece o grupo dos viúvos,
com apenas 2,8%.
88
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No que se refere à escolaridade, o nível médio aparece em primeiro lugar
com o maior número de participantes, correspondendo a 52,2% da população
estudada e o nível universitário encontra-se em segundo lugar, com 34,7% dos
participantes.
Quando avaliamos os cargos de comando (gerência/coordenação/chefia),
observa-se, conforme esperado, que a grande maioria (89,8%) não ocupa essa
posição.
Os 41 setores pesquisados no HSC foram subdivididos em três grandes
áreas de atuação (Administrativa, Apoio e Técnica), sendo a maioria dos
participantes (73,3%) pertencentes à área técnica, aparecendo, em segundo lugar, a
área de apoio (17,7%), e, em terceiro e último lugar, a área administrativa (9%).
Em relação às profissões envolvidas, observa-se um destaque na presença
quantitativa de Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, com 27,3% dos pesquisados,
que somados com profissionais técnicos e administrativos de nível médio, constituem
a maioria atingindo 47,4%. Na seqüência aparecem os profissionais de nível
universitários 27%, sendo que os enfermeiros e os médicos apresentam proporções
quase semelhantes de 11,0% e 10,2%, respectivamente. Os outros profissionais de
nível elementar somam 20,1%.
89
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 1- DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO E PERCENTAGEM DA POPULAÇÃO DE
ESTUDO, SEGUNDOVARIÁVEIS SOCIOECONÔMICAS
VARIÁVEIS/CATEGORIAS N %
Idade
20 a 29anos 89 17,9
30 a 39anos 209 42,0
40 a 49anos 143 28,7
50 a 59anos 50 10,0
60 a 69anos 6 1,2
70 e mais 1 0,2
TOTAL 498 100,0
Sexo
Masc 166 33,3
Fem 332 66,7
TOTAL 498 100,0
Estado Civil
Solteiro 159 31,9
Casado 282 56,6
Separado/Divorciado 43 8,6
Viúvo 14 2,8
TOTAL 498 100,0
Escolaridade
Nível Universitário (3º grau completo) 173 34,7
Nível Médio (2º grau completo) 260 52,2
Nível elementar (1º grau completo ou incompleto) 65 13,1
TOTAL 498 100,0
Função de Comando
Sim 51 10,2
Não 447 89,8
TOTAL 498 100,0
Área de Atuação
Administrativa 45 9,0
Apoio 88 17,7
Técnica 365 73,3
TOTAL
498 100,0
Profissão
Enfermeiro 55 11,0
Médico 51 10,2
Outro Profissional Técnico de Nível Universitário 29 5,8
Outro Profissional Administrativo de Nivel Universitário 27 5,4
Técnico ou Auxiliar de Enfermagem 136 27,3
Outro Profissional Técnico de Nível Médio 26 5,2
Outro Profissional Administrativo de Nível Médio 74 14,9
Outro Profissional de Nível Elementar 100 20,1
TOTAL
498 100,0
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
90
RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.2. Avaliação da Estrutura/Processo/Resultado do PCT do HSC
Ao se fazer a avaliação de estrutura/processo/resultado do Programa de
Controle do Tabagismo (PCT) do Hospital Santa Cruz (HSC), levou-se em
consideração a existência de inúmeros indicadores, desenvolvidos para diferentes
serviços de saúde e para diferentes setores nesses locais que nem sempre atendem às
necessidades específicas de uma determinada realidade. Sendo assim, os indicadores
foram selecionados de acordo com o contexto considerado no referido programa.
5.2.1 – Indicadores de Estrutura.
Tradicionalmente, quando se pensa em avaliar, considera-se,
principalmente, a estrutura do objeto a ser analisado por ser mais fácil de ser
caracterizado, medido e avaliado
121
.
Conforme relatado por DONABEDIAN (1980)
63
, estrutura refere-se à
planta física, recursos humanos e materiais disponíveis e características
organizacionais da instituição.
Nessa fase, procura-se saber em que medida esses recursos são
empregados com a finalidade de atingir os objetivos esperados
50
.
Em uma simples avaliação da capacidade instalada, observamos, através
da tabela 06, que o PCT do HSC possui 03 salas para atendimento aos dependentes
de nicotina e para realização de atividades educativas para os fumantes e não
fumantes, sendo uma delas utilizada para consulta clínica (médica ou de
enfermagem), a outra, para atendimentos diversos (administrativos) e uma terceira,
para atividades em grupo (tratamento e realização de palestras).
91
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Essas salas são equipadas com vários materiais permanentes, de consumo
e equipamentos que dão suporte técnico/administrativo para a realização das ações e
atividades de controle do tabagismo junto à clientela atendida no referido hospital.
Observamos, também, pela tabela 2, a existência de recursos humanos em
número e qualificação necessário para o atendimento adequado ao desenvolvimento
do programa, sendo o coordenador do programa um enfermeiro sanitarista e do
trabalho, mestre em saúde pública e treinado nos moldes preconizados pelo
INCA/MS, assim como uma equipe multiprofissional composta por 11 membros,
sendo a quase totalidade também já treinada da mesma forma.
Tabela 2 – Indicadores de Estrutura do PCT do HSC, São Paulo, 2005.
Recursos Item Quantidade Valor Unitário– R$
Materiais/ Computador Celeron - 2.6 01 2.000
Equipamentos Computador Celeron - 1.8 01 1.200
Computador Celeron – 633 01 800,00
Estabilizador 03 30,00
Mesa de computador 03 300,00
Aparelho fax/secretrária eletrônica 01 580,00
Aparelho telefônico 03 158,00
Balcão de Escritório 01 230,00
Balcão de consultório Médico 01 950,00
Balança antopométrica 01 200,00
Arquivo de aço 08 300,00
Impressora Lexmart – Laser 01 1.100,00
Mesa com 3 gavetas 03 170,00
Mesa com 2 gavetas 01 150,00
Cadeira tipo universitária 20 210,00
Cadeira de rodinha 05 120,00
Cadeira comum 06 80,00
Porta revista 02 20,00
Porta Água 01 90,00
Ventilador 01 25,00
Balcão de material educativo 02 150,00
Armário 06 portas 03 200,00
Armário (prateleira sem porta) 02 150,00
Datashow 01 4.000,00
Notebook 01 3.000,00
Consumo Técnico Variado 252,00
Administrativo Variado 219,00
Geral Variado 340,00
Área física Número de salas para o programa 03 950,00
RH Coordenador 20 horas 01 2.000,00
Equipe Técnica 14 4.000,00
Agente administrativo 40 horas 01 800,00
Qualificação Coordenador treinado pelo INCA 01 Sem custo
Técnicos com graduação na área da saúde treinados pelo INCA 10 Sem custo
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
92
RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.2.2 – Indicadores de Processo.
A avaliação de processo pode ser vista como um conjunto de atividades
desenvolvidas nas relações de produção em geral e, no caso de serviço de saúde,
entre profissionais e pacientes.
Um indicador de processo está direcionado para a tomada de decisão
referente à otimização e/ou utilização racional da dinâmica implementada.
O Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Santa Cruz
selecionou alguns indicadores de processo para avaliar os processos administrativos
e as diretrizes clínicas utilizados no seu desenvolvimento, apontados na tabela 3.
Ao fazer um balanço das ações programadas, objetivando uma avaliação
de processo, observamos que, das onze metas propostas, nove delas foram
alcançadas, sendo que, inclusive, quatro foram superadas, conforme demonstra a
tabela 3.
As únicas metas não alcançadas foram as relacionadas ao treinamento do
pessoal (atingindo 76% no treinamento de abordagem ao fumante aos recepcionistas
e seguranças, e 83% no treinamento aos membros da comissão executiva) e a
relacionada ao recebimento de material educativo (atingindo 98 %) .
Quanto ao treinamento do pessoal, não houve uma participação total
devido ao fato de alguns dos funcionários programados para essa atividade
encontrarem-se afastados de suas funções no período em que foi realizado o
treinamento.
Em relação à entrega de material, o motivo é ignorado.
93
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 3- Indicadores de Processo do PCT do HSC, São Paulo, 2005.
Indicador % alcançado
Nº. Unidades capacitadas (10)
A. ---------------------------------------------------- x 100 = 100 %
Nº. Unidades programadas (10)
Nº. Técnicos capacitados (12)
B. ---------------------------------------------------- x 100 = 100 %
Nº. Técnicos programados (12)
Nº. funcionários treinados
em abordagem ao fumante (42)
C. ---------------------------------------------------- x 100 = 76 %
Nº. total de funcionários da
segurança e recepção (55)
Nº. de ações pontuais realizadas
nas datas comemorativas
Nº.HSC (25)
D. -------------------------------------------------------- x 100 = 125 %
Nº. de ações pontuais programadas (20)
Nº. de materiais educativos
reproduzidos pela empresa (5.000)
E. ----------------------------------------------------------- x 100 = 100 %
Nº. de materiais educativos
programados para reprodução (5.000)
Nº. de funcionários que recebera material
informativo e didático sobre o PCT (1.285 )
F. --------------------------------------------------------------------- x 100 = 98%
Nº. de funcionários do HSC (1.305)
Nº. de Supervisões realizadas (15)
G. ----------------------------------------------------------- x 100 = 125 %
Nº. de Supervisões programadas (12)
Nº. de Inserções na mídia local (25)
H. --------------------------------------------------------- x 100 = 208 %
Nº. de inserções programadas (12)
Nº. de palestras realizadas (9)
I. -------------------------------------------------------- x 100 = 150 %
Nº. de palestras programadas (6)
Nº. de assessorias técnicas
realizadas para as Unidades
do HSC (12)
J. ---------------------------------------------------------- x 100 = 100 %
Nº. de assessorias programadas (12)
Nº. de componentes da comissão
executiva do PCT treinados (10)
K. -------------------------------------------------------------- x 100 = 83 %
Nº. de componentes (12)
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
94
RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.2.2.1. Aspectos qualitativos de avaliação do processo
Nessa fase, é apresentada e discutida a opinião da população pesquisada
referente às fases e intervenções aplicadas ao Programa de Controle do Tabagismo
do Hospital Santa Cruz.
A – Relativas à 1ª fase do Programa:
A análise da distribuição dos indivíduos pesquisados em relação à
lembrança do Cartaz “Pare e Pense”, utilizado na 1ª fase do PCT do HSC, mostra que
74,3% deles afirmam se lembrar do cartaz, 22,5% referem que não viram e 3,2%
dizem não se lembrar se viram ou não o cartaz.
Fig. 1 – Distribuição dos pesquisados em relação à lembrança do Cartaz “Pare e Pense”, HSC, SP, 2005.
74,3%
22,5%
3,2%
Sim Não Não lembro
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
Quando observamos a distribuição dos indivíduos pesquisados quanto à
reflexão sobre o cartaz “Pare e Pense”, verifica-se que 73,5% deles referem que o
cartaz despertou a reflexão sobre o assunto tabagismo, 25,1% afirmam que a
pergunta não se aplica por não terem visto o cartaz, e 1,4% dizem não se lembrar se o
cartaz despertou ou não a reflexão sobre o assunto tabagismo.
95
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fig 2- Distribuição dos pesquisados quanto à reflexão sobre o cartaz “Pare e Pense”; HSC, SP, 2005.
Quando o quanto à alusão ao
tema tabag
, 2005.
Os testes entado em tabela 4,
que para a
relacionadas às variáveis B1 e B2 (lembrança e reflexão do referido cartaz).
73,5%
25,1%
1,4%
Sim
Não se aplica
Não lembro
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
bservamos a distribuição dos pesquisados
ismo, observamos, conforme fig. 3, que 76,1% deles afirmam ter discutido
o tema tabagismo nessa fase contra 10,4% que dizem não ter feito alusão ao tema e
13,5% que referem não se lembrar se fizeram ou não alusão ao assunto.
Fig 3- Distribuição dos pesquisados quanto à alusão ao tema tabagismo na 1ª fase do Programa, HSC, SP
76,1%
10,4%
13,5%
Sim
Não
Não lembro
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
de Kruskal Wallis apontam, conforme apres
s variáveis B1 (lembrança do cartaz pare e pense), B2 (reflexão sobre o
cartaz pare e pense), e B3 (alusão ao tema tabagismo) da 1ª fase do PCT do HSC
existem diferenças significativas entre as seguintes variáveis sociodemográficas:
grupo etário, escolaridade, profissão e unidade de trabalho (p 0,05).
No caso de cargo de comando, as diferenças significativas estão
96
Tabela 4
Controle do Tabagismo no HSC - São P
-3
- Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 1ª fase do Programa de
Variáveis Sociodemográficas B-1 B-2 B
aulo - 2005
Sexo*
Masculino 247,63 245,61 246,50
251,44Feminino 250,43 251,00
88 9
88 4 3
P
p - Monte Carlo
0,7
0,7
0,578
0,58
0,65
0,66
Grupos Etários**
1 261,36
2
261,34
245,21
260,85
240,16 2 44,69
3
4
2 240,12 236,93
2 263,38 278,29
Monte Carlo
42,91
65,18
5 265,63 217,25 307,67
P 0,023 0,000 0,000
p - 0,019 0,000 0,000
Estado Civil**
Solteiro
sado
do 2 270,67 266,22
2 253,64 275,46
e Carlo
253,90
2
254,64
243,17
253,57
243,37 Ca 43,27
Separado/Divorcia
Viúvo
72,55
54,36
p 0,376 0,410 0,389
p - Mont 0,381 0,419 0,394
Escolaridade**
1 238,15
2
236,39
249,91
238,20
246,68 2 50,56
3
P 0,063
2 282,72 290,85
Monte Ca
75,47
0,015 0,003
p - rlo 0,000 0,000 0,000
Profissão**
1 236,87
2
235,02
2
238,44
22 51,05 50,71 48,29
3
p
2 270,09 270,27
Monte Carlo
66,31
0,000 0,000 0,000
p - 0,000 0,000 0,000
Cargo de Comando*
1 218,58
2
217,20
2
225,41
22 53,03 53,19 52,25
P
p - Monte
0,033
0,035 0,032
0,027 0,091
0,091Carlo
Unidades de Trabalho**
1 248,04
2
247,14
238,01
248,76
238,39 2 40,48
3
p
2 265,15 258,24
Mont
60,17
0,005 0,001 0,008
p - e Carlo 0,005 0,001 0,008
Teste de Kruskal Wallis ** B ança do ca e e pense”)
T ann Whitney* B2 (reflexão sobre o are e pens
B3 ao tema tabagismo)
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Camp São Paulo, 2
RESULTADOS E DISCUSSÕES
1 (lembr rtaz “par
cartaz “p
e”) este de M
(alusão
o. HSC, 005.
97
RESULTADOS E DISCUSSÕES
B – Relat
Com a análise da distribuição dos indivíduos pesquisados que referiram
se lembrar do Cartaz “Fumar não combina com a qualidade de vida”, utilizado na 2ª
fase do Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Santa Cruz, observamos,
pela fig. 04, que 78,7% referem lembrar-se do cartaz, 13,1% afirmam não ter visto e
8,2% informam não se lembrar se viram ou não o cartaz.
Fig 4. Distribuição dos pesquisados quanto à lembrança do Cartaz “Fumar não combina com a qualidade de vida”, HSC,
SP. 2005.
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
Ao observar a fig 05, relativa à distribuição dos indivíduos pesquisados
que relatam ter participado de alguma atividade antitabágica desenvolvida na 2ª fase
do PCT do HSC, notamos que 96,4% referem ter participado de alguma dessas
atividades, 2,8% referem não ter participado e 0,8% informam não se lembrar de ter
ou não participado.
ivas à 2ª fase do Programa:
78,7%
13,1%
8,2%
Sim Não Não lembro
98
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fig 5- Distribu alguma atividade antitabágica desenvolvida no
HSC, SP, 2005.
a esclareceu
e sim, apenas
terial esclareceu ou não.
io do material educativo
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
No que se refere ao conhecimento dos participantes da pesquisa em
relação à Lei Federal n° 9.294/96 que dispõe sobre a restrição do consumo do cigarro
ição dos pesquisados que relataram ter participado de
96,4%
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
Ao analisar se o material educativo utilizado no program
sobre o assunto, a fig 6 demonstra que a grande maioria (98%) refere qu
0,6% afirma que não e 1,4% disse não se lembrar se o ma
Fig 6- Distribuição dos pesquisados em relação ao esclarecimento sobre tabagismo por me
recebido no Programa, HSC, SP, 2005.
2,8%
0,8%
Sim Não Não lembro
98,0%
0,6%
1,4%
Sim Não Não lembro
99
RESULTADOS E DISCUSSÕES
em ambientes fechados, verifica-se, com a fig. 7, que 83,7% referem conhecer, 8,6%
não conheciam e 7,6% não lembravam se conheciam ou não a Lei.
Fig. 7 Distribuição dos pesquisados em relação ao conhecimento da Lei Federal 9.294/96, HSC, SP, 2005.
paramétricos utilizados neste estudo, observou-se,
através da tabela 5, que as variáveis C1 (lembrança do cartaz – fumar não combina
com a qualidade de vida), C2 (participação em atividade antitabágica), C3
(esclarecimento sobre tabagismo por meio de material educativo) e C4
(conhecimento sobre a lei federal n° 9.294/96) diferenciam-se de modo significativo
quanto ao estado civil e à escolaridade. As variáveis C3 e C4 apresentam diferenças
significativas entre os grupos profissionais. As variáveis C2 e C3 diferenciam-se
significativamente entre as unidades de trabalho (p 0,05).
83,7%
8,6%
7,6%
Sim Não Não lembro
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
Ao aplicar os testes não
100
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 5 - Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 2ª fase do Programa de
Variáveis Sociodemográficas C-1 C-2 C-3
Controle do Tabagismo no HSC - São Paulo - 2005
C-4
Sexo*
Masculino 248,51 249,43 250,43 247,51
p - Monte Carlo 0,194 0,190 0,708 0,081
Feminino 250,00 248,79 249,03 250,40
P 0,191 0,222 0,814 0,082
Grupos Etários**
1 260,78 251,60 250,01 245,37
2 246,40 248,85 251,64 254,50
3 237,07 247,41 244,50 244,58
4 274,92 250,55 254,52 260,67
5 272,67 240,50 244,50 209,00
P 0,150 0,946 0,300 0,481
p - Monte Carlo 0,147 0,936 0,285 0,473
Estado Civil**
Solteiro 255,24 248,32 250,74 246,52
Casado 243,64 248,41 248,64 245,02
Separado/Divorciado 256,19 258,13 256,15 274,43
Viúvo 281,89 240,58 244,50 296,93
P 0,005 0,006 0,015 0,000
p - Monte Carlo 0,007 0,011 0,018 0,000
Escolaridade**
1 241,12 244,78 248,79 240,12
2 249,93 249,12 247,37 250,62
3 270,07 259,76 259,92 269,98
p
p - Monte Carlo 0,000 0,000 0,000 0,000
0,000 0,000 0,000 0,000
Profissão**
1 242,41 245,07 249,08 234,39
2 247,40 247,88 245,56 252,90
3 265,95 258,05 259,48 265,95
p 0,180 0,068 0,004 0,020
p - Monte Carlo 0,185 0,069 0,002 0,019
Cargo de Comando*
1 219,94 240,50 244,50 223,92
p 0,030 0,156 0,281 0,033
2 252,87 249,97 250,07 252,49
p- Monte Carlo 0,025 0,247 0,395 0,032
Unidades de Trabalho**
1 252,15 244,57 246,52 248,88
244,50 241,47
p 0,255 0,001 0,000 0,664
p- Monte Carlo 0,259 0,001 0,001 0,664
2 225,42 256,97
3 250,84 263,24 264,43 256,19
Teste de Kruskal Wallis ** C1 (lembrança do cartaz “Fumar não combina com a qualidade de vida)
Teste de Mann Whitney* C2 (participação em atividade antitabágica)
C3 (esclarecimento sobre tabagismo por meio de material educativo)
C4 (conhecimento da lei federal n° 9294/96)
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
101
RESULTADOS E DISCUSSÕES
C – Relativas à 3ª fase do Programa:
Ao analisar os dados referentes à lem ode resp r à
vo ilizados na 3ª fase do pr
pesquisados referem ter visto o cart 2% afi não te o, e 1 ão
lem ou não o cartaz.
Fig 8- Distribuição dos pesquisados segundo lembran taz “Pod r à Vonta , SP, 200
Fonte: Moraes MA. Pesq ampo. HSC aulo, 2005.
Avaliando a distribuição dos indivíduos pesquisados segundo o
rec folheto informativo, talidade dos
pesquisados (99,0%) afirmam ter recebido o folheto, sendo que apenas 0,4% relata
não ter recebido e 0,6% não se lembra de ter recebido ou não o folheto.
brança do cartaz “P ira
ntade”, ut ograma, é mostrado pela fig. 08 que 95,8% dos
az, 3, rmam r vist ,0% n
bra de ter visto
ça do car e Respira de”, HSC 5
95,8%
1,0%
3,2%
Sim
Não
Não lembro
uisa de C , São P
ebimento do a fig 9 aponta que quase a to
102
RESULTADOS E DISCUSSÕES
99,0%
0,8%
0,2%
Sim
Não
Não lembro
99,0%
0,4%
0,6%
Sim Não Não lembro
Fig. 9- Distribu formativo sobre a Portaria Interna de Restrição
do Cigarro, HSC, SP, 2005.
Analisando a observação da sinalização anti-tabágica nas dependências do
HSC, verificamos, pela fig. 10, que 99,0% referem ter notado a sinalização, 0,8%
não viu e 0,2% refere não se lembrar se notou ou não a sinalização.
Fig10- Distribuição dos pesquisados segundo observação da sinalização antitabágica, HSC, SP, 2005.
is D1 e D2
( recebimento do informativo sobre restrição ao fumo no HSC) diferenciam-se de
modo significativo quanto aos grupos etários. As variáveis D1 e D3 mostram
diferenças estatisticamente significantes quanto ao estado civil e à escolaridade, de
modo respectivo, conforme mostra a tabela 6.
Os grupos profissionais diferenciam-se em relação às variáveis D2 e D3.
ição dos pesquisados segundo o recebimento do folheto in
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
Considerando as variáveis D1(lembrança do cartaz pode respirar a
vontade) e D3 (observações da sinalização antitabágica), observaram-se diferenças
estatisticamente significativas (p 0,05) entre os sexos. As variáve
103
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 6 - Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, 3ª fase do Programa de
ole do Tabagismo no HS
Contr C - São Paulo – 2005
ariáveis Sociodemográficas D-1 D-2 D-3 V
Sexo*
Masculino 255,46 251,50 252,00
eminino 246,52 248,50 248,22
0,000 0,142 0,027
p - Monte Carlo 0,000 0,142 0,035
F
p
Grupos Etários**
1 247,33 249,75 250,27
247,31 250,58 249,88
3 251,21 247,00 247,50
4 258,93 2,00 252,48
5 239,00 247,00 247,50
P
p - Monte Car
2
25
0,021 0,036 0,054
lo 0,019 0,041 0,048
Estado Civil**
Solteiro 249,98 250,13 250,63
Separado/Divorciado 250,47 247,00
Casado 247,82 249,65 249,27
247,50
Viúvo 274,96 247,00 247,50
0,535
- Monte Carlo 0,000 0,446 0,502
p 0,000 0,477
p
Escolaridade**
1 250,52 249,89 250,38
248,60 248,90 248,46
250,38 250,85 251,33
p 0,581 0,087 0,009
- Monte Carlo 0,576 0,074 0,010
2
3
p
Profissão**
1 251,30 0,09 250,57
2 247,44 248,05 247,50
3 251,43 251,99 252,48
p
p - Monte Carlo
25
0,181 0,031 0,001
0,179 0,023 0,002
Cargo de Comando*
1 243,83 247,00 247,50
2 250,18 249,79 249,73
P 0,394 0,448 0,498
p - Monte Carlo 0,441 0,664 0,999
Unidades de Trabalho**
1 250,60 249,73 249,55
2 244,48 247,00 247,50
3 247,52 249,84 250,33
P 0,683 0,778 0,784
p - Monte Carlo 0,738 0,898 0,999
Teste de Kruskal Wallis ** D1 (lembrança do cartaz
Teste de Mann Whitney* D2 ( recebimento do info
“ pode respirar a vontade”)
rmativo sobre restrição ao fumo no HSC)
D3 (observação da sinalização antitabágica)
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
104
RESULTADOS E DISCUSSÕES
D – Relativas às ações educativas e meios de comunicação utilizados no PCT do
HSC
Pode-se definir a ação educativa em saúde como qualquer estratégia para
apreensão de experiências, realizadas par ilitar a adoção voluntári
s que direcionem à saúde
84
, constitu e, em suas diversas form
núcleo da maior parte dos esforços em Saúd ica e Prom da Saúde
1
No que se refere à opinião dos indivíduos quanto a melhores ações
fig. 11 mostra que as campanhas realizadas no Dia Mundial sem
(31 de Maio) e Dia Nacional de Comb Fumo (29 de Agosto) aparecem
40,8%, seguidas pelas palestras sobre controle do tabagismo
,9%, sendo que as demais opções aparecem e porções m .
. 11- Opinião dos pesquisados referente às melhores ações educativas utilizadas no Pro SC, SP, 2005.
ão Paulo, 2005.
a a fac a de
comportamento
indo-s as,
no e Públ oção
92
.
educativas, a
Tabaco ate ao
em 1º lugar com , com
30 m pro enores
Fig grama, H
0
50
100
0
200
250
Palestras Treinamentos Cursos Cam
lanç
panhas do
Dia
undial/nacional
sem tabaco
30,9%
4,6%
2,8%
40,8%
15
panhas de Cam
amento
m
Não sei
10,0%
10,8%
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, S
105
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Quanto à opinião referente aos melhores meios de comunicação utilizados
ograma, a fig 12 demonstra que a distri
o pr buição de material educativo aparece em
1° lugar com
A tabela 7 mostra que as variáveis E1 (ações educativas de maior
sensibilização) e F1 (meios de comunicação de melhor resultado) diferenciam-se de
modo estatisticamente significativo (p 0,05) quanto ao sexo, grupos etários, estado
civil, à escolaridade, grupos etários e profissionais, e cargos de comando.
As ações educativas mostram-se diferentes quanto aos setores de trabalho
do HSC.
n
35,5%, sendo seguida pelas mensagens no holerith (19,3%) e
mensagens no quadro de avisos (18,1%).
Fig 12- Opinião dos pesquisados referente aos meios de comunicação que apresentaram melhores resultados no
Programa, HSC, SP, 2005.
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
0
50
100
150
200
19,3%
18,1%
35,5%
Mensagem no
computador
Mensagem em
holerith
Mensagem no
quadro de avisos
Artigos na Re
Sana
Artigos no Jornal
do HSC
Distribuição de
Material Educativo
Não sei
6,4%
7,2%
11,6%
1,8%
vista
106
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 7 -
meios de comunicação que apresentaram melhores resultados - HSC - São Paulo - 2005
Média dos Postos segundo variáveis sociodemográficas, para as ações educativas e
Ações Educativas Meios de Comunicação
Variáveis Sociodemográficas
E-1 F-2
Sexo*
Masculino 260,95 261,85
243,77 243,32
0,027 0,003
p - Monte Carlo 0,029 0,004
Feminino
P
Grupos Etários**
1 246,55 222,23
2 249,78 244,83
3 240,78 264,58
4 277,07 274,58
5 261,83 252,50
p 0,012 0,000
p - Monte Carlo 0,014 0,000
Estado Civil**
Solteiro 249,40 233,49
Casado 244,06 262,44
Separado/Divorciado 278,07 211,96
Viúvo 270,61 286,14
p 0,011 0,000
p - Monte Carlo 0,011 0,000
Escolaridade**
1 233,78 269,06
2 267,42 241,28
3 219,68 230,32
p 0,006 0,000
p - Monte Carlo 0,007 0,000
Profissão**
1 236,96 279,99
2 271,00 227,39
3 219,10 252,29
p 0,002 0,000
p - Monte Carlo 0,002 0,000
Cargo de Comando*
1 213,88 295,94
2 253,56 244,20
p- Monte Carlo 0,043 0,008
P 0,047 0,010
Unidades de Trabalho**
1 261,13
2 237,53
251,98
227,53
3 207,38 250,44
P
p - Monte Carlo 0,002 0,187
0,003 0,196
Teste de
Teste de
Kruskal Wallis ** E1 (ações educativas de maior sensibilização)
Mann Whitney* F1 (meios de comunicação de melhor resultado)
Agrupamento das Ações
1 = 1
2, 3, 4, 9 = 2
5 = 3
Agrupamento dos Meios de Comunicação
2, 3 = 1
1, 4, 5, 9 = 2
6 = 3
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2005.
107
RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.2.3 – Indicadores de Resultado.
Segundo DONABEDIAN
63
assistência, isto é, envolve, além da satisfação do paciente, o impacto do tratam
sobre o estado de saúde do paciente.
ção do resultado ou impacto s mudanças verifi no
estado de saúde dos pacientes que podem ser atribuídas a um cuidado prévio; é nessa
fase que se verifica se os resultados observados correspondem aos objetivos que a
inte opôs a atingir
50,61,63
: obtenção das características desejáveis dos
produtos ou serviços, sem erros, imperfeições ou nocividade; melhoria do meio
ambiente ou trabalho, ou mudanças obtidas no estado dos pacientes do quadro
sanitário, que podem ser atribuídas ao cuidado médico consumido ou tecnologia de
saúde introduzida.
Um indicador de resultado está direcionado à tomada de decisão de
prosseguimento ou não da intervenção realizada.
Para procedermos à avaliação de resultado foram utilizados dados da
pesquisa sobre o perfil do fumante no HSC.
Os resultados sobre o Perfil do Fumante no HSC foram obtidos em dois
mom da aplicação das intervenções
150
e dois anos e três meses após a
aplicação das mesmas). Os dados obtidos co realização das pesquisas
possibilitaram medir a prevalência do uso do tabaco, as crenças e os conh
a seguir, os
rincipai ados à reva
(1980), resultado significa o produto final da
ento
A avalia ão as cadas
rvenção se pr
entos (antes
m a
ecimentos
sobre o tabagismo entre os funcionários do HSC, sendo apresentados,
p s resultados relacion p lência:
108
18,71%
12,92%
68,37%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
FUMANTE EX. FUMANT E NÃO FUMANT E
prevalência de f umantes
FUM ANT E
EX. FUMANTE
NÃO FUMANT E
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2001.
9,90%
11,50%
78,60%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
60,00%
%
50,00%
70,00%
80,00%
Fumante Ex-Fumante Não-Fumante
categorias de fumantes
Fumante
Ex-Fumante
Não-Fumante
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2004.
A prevalência constitui um dos principais indicadores de resultado na
avaliação de programas ou locais de saúde
16
.
Dessa forma, o índice de prevalência foi eleito, neste estudo, como o
principal indicador de resultado para verificar o impacto ou desfecho do
desenvolvimento do Programa de Controle do Tabagismo do HSC.
no HSC, São Paulo, 2001.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fig. 13 - Prevalência Geral de Fumantes
Fig. 14 - Prevalência Geral de Fumantes no HSC, São Paulo, 2004.
109
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao verificar o índice de prevalência do HSC nos dois momentos acima
referidos, observou-se uma queda de 52.91 % pois a prevalência de 18,71% em 2002
caiu para 9,9% em 2004.
Comparando com a pesquisa denominada “Inquérito Domiciliar sobre
comportamento de Risco e Morbidade Referida de doenças e Agravos Não
Transmissíveis” que levantou a prevalência nacional do tabagismo em 15 capitais
brasileiras e no Distrito Federal, notamos que o Brasil também apresentou uma queda
pois, ao compararmos os dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, realizada
em 1989, com o Inquérito Nacional realizado entre 2002/2003, verificou-se, nesse
último inquérito, que das 15 capitais pesquisadas, em 9 delas o percentual de
fumantes ajustado em São Paulo, de
33% para 20%; no Rio de Janeiro, de 30% para 18%; em Recife, de 29% para 18%;
em Natal, de 26% para 16%; em Campo Grande, de 24% para 15%; no Distrito
Federal, de 27% para 18%; em Porto Alegre, de 32% para 25%; em Belém, de 31%
para 17%; e em Manaus, de 24% para 19%)
21
.
Conforme relatado por MARCOPITO e colaboradores
123
(2005), dois
estudos transversais de base populacional sobre fatores de risco para doenças
crônicas realizados na cidade de São Paulo em pessoas com idade entre 15 e 59 anos,
sendo o primeiro em monstraram uma
queda na prevalência do tabagismo, tanto no sexo masculino, que caiu de 41,8% para
25,4%, como no sexo feminino, que diminuiu de 30,4% para 19,9%.
Conforme mostra a Tabela 8, diferentes estudos sobre a prevalência do
tabagismo, realizados entre 1995 a 2002, mostram que o número de fumantes com
idade acima de 15 anos varia muito de acordo com a área geográfica
.
pela idade foi reduzido de forma significativa (
1987 e o segundo em 2001-2, também de
197,258,261
110
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 8 - Prevalência do Tabagismo em populações acima de 15 anos em diferentes países do mundo de 1995 a 2002.
Prevalência
País Região Período
Masc. Fem. Geral
Albânia Européia 1999-2000 60% 18% 39,0%
Alemanha Européia 2000 38,9% 30,6% 34,5%
Argentina
Áustria Européia 2000 - - 29,0%
Costa Rica América Central 2001 29% 9,7% 9,4%
Estados Unidos da América América do Norte 2000 25,7% 21,0% 23,3%
França Européia 2000 33% 21,0% 27,0%
2002 31,1% 22,3% -
2000 47,4% 11,5% -
Kênia
México América Central 1998 51,2% 18,4% 32,0%
Uganda Africana 1995 52% 17,0% -
39,4% 49,5%
Venezuela Am
Zimbabwe
América Latina 1999 - - 39,8%
Brasil América Latina 2002-2003 22,7% 16,0% 18,8%
Bulgária Européia 1997 38,4% 16,7% -
Canadá América do Norte 2001 23,9% 19,6% 21,7%
Chile América Latina 2001 44,1% 33,6% 40,0%
China Asiática 1998 53,4% 4,0% 28,9%
Colômbia América Latina 1999 26,8% 11,3% 18,9%
Croácia Européia 2000 34,1% 26,6% 30,3%
Cuba América Central 1995 48% 26,3% 36,8%
Dinamarca Européia 2000 32% 29,0% 30,0%
Espanha Européia 2001 39,1% 24,6% -
Finlândia Européia 2000 27% 20,0% 23,0%
Guinea Africana 1998 58,9% 47,3% 57,6%
Índia Asiática 1999 29,4% 2,5% -
Indonésia Asiática 2001 69% 3,0% 33,8%
Itália Européia
Japão Asiática
Africana 2000 66,8% 31,9% 54,6%
Nâmbia Africana 1995 65% 35,0% -
Peru América Latina 1999 52,5% 17,8% 33,8%
Portugal Européia 1995-1996 29,4% 6,4% 17,2%
Reino Unido Européia 2001 28% 26,0% -
Rússia Européia 1998 63,7% 9,2% -
Tailândia Asiática 2001 39,3% 2,2% 20,6%
Uruguai América Latina 1998 61,5%
érica Latina 1996 37,4% 23,8% 30,6%
Africana 1995 46% 13,0% -
Fontes: Rosemberg e col
197
,
WHO
258
111
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. H o Paulo, 2
Fonte: M Campo. H o Paulo, 2
Globalmente, a prevalência do tabag m is elevada no sexo
ma ue no feminino, sendo que, em todo undo, dos hom 12%
lares
197,247,258,261
.
Fig. 15 - Prevalência de fumantes do HSC, segundo sexo, São Paulo, 2001
SC, segundo sexo, São Paulo, 2004
SC, Sã 001.
17,31%
21,80%
Fig. 16 - Prevalência de fumantes do H
HOMEM MULHER
8,70%
Masc.
Fem.
10,70%
oraes MA. Pesquisa de SC, Sã 004.
ismo é be ma
sculino q o m 48% ens e
das mulheres são fumantes regu
112
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O inquérito domiciliar sobre comportamento de risco e morbidade
referida de doenças e agravos não transmissíveis realizado em 2002 e 2003 entre
pessoas de 15 anos ou mais residentes em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal,
apontou que os homens apresentaram prevalências mais elevadas do que as mulheres
em todas as capitais estudadas
21
.
18,90%
11,91%
29,56%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
%
Fundamental Médio Superior
Grau de Escolaridade
Fundamental
Médio
Superior
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2001.
12,20%
9,91%
7,09%
0,00%
4,00%
2,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
%
Fundamental Médio Superior
Grau de Escolaridade
Fundamental
Médio
Superior
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2004.
Fig. 17 - Prevalência do Tabagismo, segundo grau de escolaridade, HSC, São Paulo, 2001.
Fig. 18 - Prevalência do Tabagismo, segundo grau de escolaridade, HSC, São Paulo, 2004.
113
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Em relação ao grau de escolaridade, observamos, de acordo com as
figuras 17 e 18, que houve uma inversão no tipo de fumante segundo a instrução pois
em 2001 a maioria dos fumantes pertencia à classe de nível universitário; já na
pesquisa realizada em 2004, a maioria dos fumantes pertencia ao grupo que possuía
apenas o ensino fundamental.
O último inquérito populacional realizado pelo INCA em 15 capitais
brasileiras entre 2002 à 2003, demonstrou que as prevalências do tabagismo foram
maiores nos grupos populacionais com menor escolaridade
21
, sendo essa uma
tendência observada em vários países
169
.
Quando analisamos a prevalência do tabagismo em relação aos
profissionais de saúde no HSC, observamos, através das figuras 19 e 20, que houve
uma queda significativa na prevalência em todas as categorias analisadas.
17,18%
14,28%
21,97%
23,22%
14,61%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
25,00%
%
20,00%
Médico Enf er meir o Aux. de Enf . Pessoal
Administr.
Out r os
categor i a pr of issi onal
Médico
Enfermeiro
Aux. de Enf .
Pessoal Administr .
Out r os
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2001.
Fig. 19 - Prevalência do Tabagismo no HSC, segundo profissão, São Paulo, 2001.
114
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fig. 20- Prevalência do Tabagismo no HSC, segundo profissão, São Paulo, 2004.
0,00%
6,00%
%
4,00%
8,00%
10,00%
12,00%
10,20%
10,40%
7,60%
9,80%
8,60%
dico
Enf ermeiro
2,00%
Médico Enf er meiro Aux. de Enf . Pessoal Adm. Outr os
Categor ia Pr of issional
Aux. de Enf .
Pessoal Adm.
Outr os
Vários autores já exploraram estudos sobre prevalência do tabagismo
entre profissionais de saúde, principalmente entre médicos e enfermeiros, conforme
mostra a tabela 9.
Tabela 9 - Prevalência do tabagismo entre médicos e enfermeiros em alguns países do mundo, segundo período e região.
Fonte: Moraes MA. Pesquisa de Campo. HSC, São Paulo, 2004.
Prevalência
País Região Ano
Médicos Enfermeiros
Albânia Européia 2005 43,3% 41,5%
Argentina Das Américas 1997 30,3% 36,3%
Cuba Das Américas 1995 25,0% 29,0%
Egito Oeste Mediterrâneo 1993 34,4% 2,0%
Estados Unidos Das Américas 1991 3,3% 18,3%
Figi Oeste Pacífico 1991 26,0% 10,0%
Madagascar Africana 1993 29,0% 28,0%
Samoa Oeste Pacífico 1994 25,0% 41,0%
Uganda Africana 2005 2,8% 0,5%
Fonte: CDC
38
, WHO
258
OSHIDA
164
mostra nacional de
2.360 enfermeiras pertencentes a 14 hospitais selecionados de todo o Japão, uma
prevalência do tabagismo de 18,6%, valor muito próximo à taxa encontrada entre os
enfermeiros de HSC que foi de 14, 28% no ano de 2001.
e col. (1999) encontraram, em uma a
115
115
MORAES (2001)
153
, após levantamento da prevalência de fumantes entre
enfermeiros no período de 1959 a 2000, em diferentes países, revelou a ocorrência de
uma diminuição de fumantes nessa categoria profissional, constituindo-se, porém,
em uma preocupação devido ao fato de a prevalência mostrar-se elevada em
diferentes locais pesquisados.
GUAZELLI e col. (2005)
86
, em estudo realizado entre médicos da região
do ABC Paulista, encontraram uma prevalência de fumantes de 8,6%, exatamente
igual à encontrada pela pesquisa realizada no HSC em 2004, que detectou a
prevalência de fumantes de 8,6 % entre os médicos pesquisados.
Uma das prioridades na estratégia do controle da epidemia tabagística é a
de permitir que os profissionais de saúde possam se identificar como modelos de
comportamento, utilizando hábitos de vida saudáveis, não sendo dependentes desta
droga nefasta que é o cigarro
116,118,158,198,204
. Para isso é imprescindível a cooperação
das associações dos profissionais de saúde e das escolas da área d da
saúde
187,241,249,261
.
Profissionais de saúde têm um p decis a redução do o
o; sendo que, até selhos ples e breves fornecidos por
ultas clínicas ou atendimentos especiais podem
aum o
38, ,232
.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
e ciências
apel ivo n uso d
tabac mesmo con sim
profissionais de saúde em suas cons
entar as taxas de cessação do tabagism
109,187
116
Conclusões
6- Conclu
pressam-se as seguintes conclusões:
ão ocupavam cargo
de comand
o número
ofissionais articipantes da pesquisa.
nte?” o que permitiu uma reflexão sobre
o tema em 73,5% deles, sendo que 76,1% chegaram a discutir o assunto.
- A segunda fase do Programa de Controle do Tabagismo do Hospital
Santa Cruz permitiu a obtenção de uma alta taxa de informação sobre os malefícios
do tabagismo, pois 98% dos pesquisados referiram que o material educativo
distribuído durante as campanhas conseguiu esclarecer esse assunto e 83,7%
sões
Analisando-se os dados fundamentados no texto desta tese, confrontados
com os objetivos propostos, ex
- Na caracterização sociodemográfica da população de estudo, notou-se
uma concentração predominante no grupo etário de 30 a 49 anos (70,7%); na
população feminina (66,7%); no grupo dos casados (56,6%) e de nível de
escolaridade média (52,2%); assim como nos colaboradores que n
o (89,8%).
- Ainda em relação às características sociodemograficas da população
estudada, observou-se que a área técnica destacou-se com maior número de
participantes (73,3%), e quantitativamente mais representativo
correspondeu aos auxiliares e técnicos de enfermagem que, juntos, somaram 27,3%
dos pr p
- Os resultados obtidos na primeira fase do Programa de Controle do
Tabagismo trouxeram a discussão sobre o tema tabagismo entre os colaboradores do
Hospital Santa Cruz, pois 74,3% desses trabalhadores lembraram ter visto o cartaz
“Pare e Pense: é coerente fumar neste ambie
117
Conclusões
referiram conhecer a Lei Federal nº 9.294/96 que trata da restrição do uso do cigarro
m ambientes fechados.
- A maioria dos funcionários pesquisados demonstrou conhecer as
estratégias
irar à Vontade:-
Ambiente L
panhas de comunicação social realizadas em comemoração as
principais d
tilizados durante o desenvolvimento do
programa e u
diminuir a
e
utilizadas para manter o ambiente do Hospital Santa Cruz livre da fumaça
do cigarro, pois 99,8% referiram ter visto o cartaz “Pode Resp
ivre do Cigarro”, 99% afirmaram ter recebido o folheto informativo
sobre as restrições do uso do cigarro nas dependências do Hospital Santa Cruz e 99%
disseram ter notado a sinalização de proibido fumar nas dependências do referido
local.
- As cam
atas de controle do tabagismo (31 de maio - Dia Mundial Sem Tabaco e
29 de agosto - Dia Nacional de Combate ao Fumo) destacam-se como as ações
educativas que despertaram maior sensibilização e adesão ao programa com 40,8%
de aprovação, sendo seguidas pelas palestras com 30,9%.
- Os meios de comunicação u
q e apresentaram melhores resultados foram: distribuição de material
educativo em 1º lugar com 39,5%, seguida pelas mensagens no holerith (19,39%) e
mensagens no quadro de avisos (8,1%).
- Os achados desta pesquisa permitem afirmar que o programa em
estudo vem se mostrando eficaz, conseguindo, através das ações desenvolvidas,
prevalência de fumantes, que era de 18,71% em 2001, para 9,90% em
2004, apresentando, assim, uma queda de 52,91%.
118
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140
ANEXOS
9. ANEXOS
ANEXO 1 – Foto e Mapa de Localização do HSC.
141
ANEXOS
Anexo 2- Folder de Lançamento do Programa
142
ANEXOS
Anexo 3 - Comissão Executiva do PCT do HSC.
Cácia Rosângela M. de Oliveira Administração de Pacientes
Dr. Douglas Ferrari Médico Coordenador UTI/UCO
José Wagner Grasseti Comercial e Marketing
Kátia Lopes Varella Antonelli Supervisora de Higiene Hospitalar
Dra Kátia M. Á. S. Bello Enfermeira - Educação Continuada
Dr. Koshiro Otani Médico do Trabalho
Lurdes Noriko Kato Assistente Social
Dr Marco Antonio de Moraes Enfermeiro do Trabalho - Coordenador
Dra Maria Tereza Bettine Enfermeira
Patrícia Akemi Kiota Psicóloga
Dra Soraya Schmidt Enfermeira
Sucelina Yasuoka Bradaschia Assistente Social
143
ANEXOS
ANEXO 4 – Folder do Curso de Capacitação sobre Tabagismo oferecido à
Comissão Executiva do PCT do HSC
144
ANEXOS
ANEXO 5 – Conteúdo do Treinamento sobre “Abordagem ao Fumante para
cepcionistas do PCT do HSC Seguranças e Re
Programa de Treinamento Sobre Abordagem ao fumante – Pessoal de Segurança e Recepção
GRUPO ALVO - Seguranças e Recepcionistas do Hospital Santa Cruz.
N
ÚMERO DE PARTICIPANTES: 15 a 30 por turma
DURAÇÃO - 1 hora
DATA - janeiro a março de 2002
LOCAL - Auditório do HSC
HORÁRIO – manhã (07:30 – 08:30) tarde (15:30 – 16:30)
1. Introdução - 10 minutos
Objetivos:
apresentar os responsáveis pelo curso, situando-se como representantes do Programa
de Controle do Tabagismo do Hospital Santa Cruz.
apresentar o Programa Saúde e Coerência-Módulo Tabagismo
informar:
- que o programa não é contra o fumante, enfatizando a idéia de ver no fumante u
m
indivíduo que apresenta um problema, necessitando de apoio e respeito para superá-
lo;
- sobre a necessidade da instituição em ser exemplo, tornando-se livre do cigarro;
- que a instituição oferecerá apoio para os funcionários que queiram deixar de fumar;
- sobre o papel do profissional que está sendo treinado, como educador, modelo de
comportamento, agente de mudança de comportamento dentro da instituição,
procurando valorizar a colaboração deste para o sucesso do programa.
2. Dinâmica de grupo para apresentação dos participantes: 10 minutos.
Objetivos
começar a integração do grupo, partindo de algo fundamental como
conhecer-se mutuamente, estabelecendo uma relação interpessoal;
romper o gelo para desfazer tensões;
demonstrar que nenhum membro do grupo passará despercebido;
estimular a participação de todos.
Processo
O coordenador inicia, explicando que o exercício a ser realizado precisa que todos se
sintam à vontade.
Isto requer que todos saibam quem é quem, para que se conheça um pouco mais o
grupo, através de seus componentes, facilitando a integração para os trabalhos. São
várias as maneiras de tornar isto possível. Uma delas é esta que será feita neste
momento.
Fazer uma apresentação individual, citando nome, função e área de trabalho.
145
ANEXOS
3. Falando sobre Tabagismo ( exposição dialogada) - 20 m
inutos.
Objetivos:
informar sobre o tabagismo e alguns de seus aspectos essenciais para motivar
a
atuação do grupo alvo deste treinamento. Nesta exposição serão apresentados de
forma simplificada os seguintes aspectos do tabagismo:
- números impactantes sobre mortalidade por tabagismo;
- doenças causadas pelo tabagismo;
ptar novos consumidores e a importânci
- componentes da fumaça do cigarro;
- informações sobre tabagismo passivo;
mante; - impacto ambiental e os riscos para o fu
gias da indústria para manter e ca- estraté
a
do trabalho da instituição de saúde para se contrapor a estas estratégias.
arências
Processo ticipantes
indo. No
, o expositor deverá responder de forma objetiva, evitando
Material didático: transp
Material de apoio: Livro “Falando sobre tabagismo” ·
: exposição com apoio de transparências, durante a qual os par
interrompem para esclarecer as dúvidas que vão surg
entanto
divagações e desvios do tema, garantindo a continuidade d
a
exposição.
Procurar na medida do possível fazer uma exposição interativa,
provocando os participantes a colocarem suas crenças e opiniões
a
respeito do tabagismo e dos diversos ângulos da sua problemática,
relacionados acima.
posição se torne enfadonha, evite detalhar numericamente os gráficos,
a de forma simples e direta.
Para evitar que a ex
utilizando-os apenas para abordar o tem
4. Prova situacional
Tem
Objetivos
Des uns e
pes problema de saúde pública; controle
do tabagism
- envol
- exerc
- estim
existente
- exercit
adquirid treinamento.
- exerci
po necessário 15 minutos.
envolver uma interação do grupo, através de trocas de experiências com
soais à cerca dos temas: tabagismo como
o e papel do profissional de saúde neste contexto.
Além disso, espera-se:
ver os membros do grupo a cerca do tema;
itar os membros do grupo com situações do cotidiano;
ular a reflexão, a argumentação e a sedimentação de conceitos pré-
s ou adquiridos durante o treinamento.
ar a capacidade de improvisação, tendo em vista os conhecimentos
s durante o o
tar a abordagem de fumantes com empatia e sem agressividade.
146
ANEXOS
Processo
O coordenador inicia, explicando que o exercício a ser realizado exige que
s se sintam à vontade. O que se pretende com este exercício é estimula
todo
r
a utilização dos conhecimentos adquiridos, através da improvisação. Deve-
se nesse exercício procurar desmistificar visões preconceituosas que os n
fumantes geralmente têm do fumante, e princip
ão
almente trabalhar a questão
orma discreta e polida.
cita que:
o) participantes;
- os subgrupos iniciem uma conversa, com duração de cinco (cinco)
bre o tema
escolhido; cada membro deverá ter uma pequena participação na
dramatização;
- após expirado o tempo para a conversa entre os subgrupos, seja formado
às dramatizações de cada subgrupo, que
transcorrerão cada uma delas, no prazo estipulado de 5 (cinco)
x adament 15 minutos o
coordenador fará breves ponderações nos intervalos das exposições dos
subgrupos.
Fichá
da abordagem do fumante sem agressividade, de f
Para isso o coordenador soli
- os membros formem subgrupos de 4 (quatr
- cada subgrupo retire um tema entre os que ele tem no fichário;
minutos, visando a articulação de uma dramatização so
um grupo único, a fim de assistir
minutos. Nesta etapa, que durará apro im e
rio de Situações Para Subsidiar Exercício De Prova Situacional
No corre te,
em direção ao elevador. Sr João
uanto
Várias aux. de enfermagem estão no posto de enfermagem do hospital preparando
as prescrições enquanto duas delas fumam...
panhante da Sra Rosa, paciente do hospital, entra no elevador fumando .....
tório da pediatria, uma mãe acompanhando seu filho
ada para o atendimento....
de
s ambulatórios, duas faxineiras conversam e fuma
dor do ambulatório, o Dr Luís fuma enquanto caminha distraidamen
, o segurança nota o fato e aí ................
Numa sala de espera da instituição, duas pessoas esperam fumando, enq
observa um médico fumando, a recepcionista nota o fato e...
A acom
Na sala de espera do ambula
fuma, enquanto espera ser cham
Seu chefe imediato fuma e é preciso sensibilizá-lo a apoiar o programa
controle do tabagismo do HSC, aí....
No sanitário do
m
animadamente. Lúcia, a recepcionista, entra e...........
147
ANEXOS
ANEXO 6 – Normatiz ção sobre o consumo do cigarro no HSC a
148
ANEXOS
ANEXO 7 – Divulgação do Programa de Atendimento ao Fumante do HSC
O Grupo de Humanização do Hospital Santa Cruz constituído por uma equipe
ultidisciplinar, criou o Centro de Atendimento ao Dependente de Nicotina, com a finalidade de
ender aos colaboradores do Hospital Santa Cruz que estiverem interessados em deixar de fumar.
O período total de tratamento compreenderá 12 meses, iniciando-se por uma triagem seguida
e 4 sessões semanais, 2 retornos de acompanhamento quinzenais e 10 retornos de acompanhamento
ensais, que deverão totalizar 15 atendimentos por interessado.
O atendimento será feito em grupos de 10 a 15 pessoas por um período aproximado de 90
inutos, ou em casos específicos e necessários será feito individualmente.
INICIO DOS GRUPOS (toda quarta-feira por 4 semanas + retornos)
INICIO DO ATENDIMENTO: Agosto de 2002
HORÁRIO – 10:30 às 12:00 h
LOCAL – Sala de Reuniões do Setor de Medicina do Trabalho – Rua Santa Cruz – 281
INSCRIÇÕES – de 16/07/02 até 13/08/025 no Setor de Medicina do Trabalho – Ramal – 2489
Grupo de Atendimento ao Fumante da Equipe Humanização
m
at
d
m
m
149
149
ANEXOS
ANEXO 8 – Comemorações das Datas de Controle do Tabagismo no HSC
Eventos comemorativos o Dia
Mundial Sem Tabaco e Dia Nacional
de Combate ao Fumo
150
150
Palestras
ANEXOS
151
ANEXOS
ANEXO 9 – Fumódromo do HSC
152
ANEXOS
ANEXO 10 – Sinalização de Proibido Fumar no HSC
Sinalização Externa
153
ANEXOS
Sinalização Interna
154
ANEXOS
ANEXO 11 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP
FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
A pesquisa “Avaliação da implantação do Programa de Controle do Tabagismo
no Hospital Santa Cruz – São Paulo-Capital”, que irem s realizar, faz parte da Tese
de Doutorado do Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo. Ela será realizada porque precisamos conhecer se as
intervenções aplicadas no Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Santa
Cruz conseguiram colaborar de forma eficaz na dim evalência do
tabagismo neste local, ajudando na eliminação da poluição tabagística ambiental.
Para tanto, estamos solicitando a sua importante colaboração a fim de
responder algumas perguntas sobre o tema em questão.
Para conseguir avaliar o programa de controle do tabagismo do Hospital Santa
Cruz, precisamos aplicar este questionário que vocês estão recebendo em anexo, com
um dos instrumentos para medir o resultado da implantação deste programa.
As informações, que o Sr(a) irá nos fornecer sobre este assunto, vão nos ajudar
a compreender melhor o problema.
Consideramos que esta pesquisa não traz nenhum risco para o Sr(a),
acarretando apenas o inconveniente de ocupar um pouco do seu tempo.
As estatísticas em geral, como são apresentadas, são frias, referindo-se às
pessoas como números, e o que nós queremos é dar vida a estes números, a partir de
suas respostas.
Comprometemo-nos, e garantimos o fornecimento de todas as informações que
o Sr(a) precisar sobre a pesquisa, antes, durante e após a sua realização, assim como
asseguramos que não haverá prejuízo para o Sr(a), caso se recuse a participar ou
desista de participar em qualquer fase da pesquisa, sendo a sua participação livre e
voluntária.
Asseguramos, também, que as informações registradas serão mantidas em
sigilo, sem qualquer identificação do nome dos participantes.
Com o compromisso de acompanhar todo o processo da coleta de dados,
colocamo-nos a disposição para esclarecimentos, quanto ao modo de trabalho,
conteúdo e objetivos desta pesquisa. Esta pesquisa não implica em despesas da parte
o pesquisado.
Desde já, agradecemos a sua valiosa colaboração.
São Paulo, / / 2005
___________________________ ____________________________
Marco Antonio de Moraes Nome do Pesquisado
R.G. 10.968.973
Endereço: Rua Tupanaci - Nº 400 - Bairro Vila Gumercindo - Cep:041 31-020 –
São Paulo – SP Fones: 0XX-11- 5068-0436 (res.) ou 19-9731-7286 (cel.)
o
inuição da pr
d
155
ANEXOS
ANEXO 12 – Aprovação dos Comitês de Ética
156
ANEXOS
157
ANEXOS
ANEXO 13 – Questionário Aplicado na Pesquisa sobre Perfil do Fumante
QUESTIONÁRIO
s quadro abaixo deve ser preenchidos somente pelo pesquisador O
Número do questionário |__|__||__|__|
Avaliação: 1 |__| Pré –Teste 2 |__| Pesquisa
Data da Pesquisa: Mês: Ano:
Este questionário contém 2 seções, com um total de 11 questões. Solicitamos a devida atenção, para que
todas as questões sejam preenchidas. Obrigado.
EÇÃO A
S
s 7 questões desta seção são utilizadas para identificar a população pesquisada.
– 1 I
DADE: 1 |__| < 19 anos 2 |__| 20 a 29anos
3 |__| 30 a 39 anos 4 |__| 40 a 49 anos
5 |__| 50 a 59 anos 6 |__| 60 a 69 anos
7 |__| 70 anos ou mais
A – 2 S
EXO: 1 |__| masc
2 |__| fem.
A – 3 Estado civil: 1 |__| solteiro
2 |__| casado
3 |__| separado/divorciado
4 |__| viúvo
– 4 Qual o seu nível de escolaridade
__| Nível Universitário (3º grau completo)
|__| Nível Médio (2º grau completo)
|__| Nível elementar (1º grau completo ou incompleto)
– 5 Qual a sua profissão
|__| Enfermeiro
|__| Médico
|__| Outro Profissional Técnico de Nível Universitário
|__| Outro Profissional Administrativo de Nível Universitário
__| Técnico ou Auxiliar de Enfermagem
|__| Outro Profissional Técnico de Nível Médio
|__| Outro Profissional Administrativo de Nível Médio
|__| Outro Profissional de Nível Elementar
9 |__| Não Sei
A
A
A
1 |
2.
3.
A
1.
2.
3.
4.
5 |
6.
7.
8
158
ANEXOS
A – 6 VOCÊ EXERCE ALGUMA FUNÇÃO DE GERÊNCIA/COORDENAÇÃO/CHEFIA?
1 |__| sim
2 |__| não
– 7 Em que Unidade do Hospital você trabalha?
2 |__| Almoxarifado
4 |__| Auditoria
5 |__| Caixa 6 |__| Central - Desinfecção
7 |__| CME
10 |__| Faturamento
1 |__| Comercial 12 |__| Controladoria
5 |__| Recursos Humanos 16 |__| T.I
ica __| Higiene Hospitalar
9 |__| Internação Enfermagem 0 |__| Internação Recepç
1 |__| Lavanderia 22 |__| Manutenção
na do Trabalho 24 |__| O&M
5 |__| Ortopedia 26 |__| PABX - CENTRAL
7 |__| Pronto Atendimento 28 |__| Recursos de Glosas
30 |__| S.N.D
1 |__| Sala Pré - Operatória 32 |__| SAME
3 |__| Serviço Social 34 |__| Superintendência
5 |__| Tesouraria 36 |__| TMO - Geral
38 |__| Unidade de Cirúrgica – Centro Cirúrgico
40 |__| Vigilância
1 |__| Setor Terceirizado
A
1 |__| Administração de Terceiros
3 |__| Ambulatórios
8 |__| Convênios
9 |__| Farmácia Satélite
1
13 |__| Gerência de Enfermagem 14 |__| Logística
1
17 | 18 |__| Hemodinâm
1 ou Administração 2 ão
2
23 |__| Medici
2
2
29 |__| S.C.I.H
3
3
3
37 |__| UCO
39 |__| UTI
4
159
ANEXOS
SEÇÃO B
As 4 perguntas da seção B são sobre o comportamento de fumar.
OS, CHARUTOS, CACHIMBO, CIGARRILHAS ?
__| sim
B – 2 P
ENSE BEM, SOMANDO TODOS OS CIGARROS QUE VOCÊ FUMOU NA VIDA INTEIRA, CHEGA A SOMAR 5 MAÇOS (100
RROS) ?
DO NA VIDA VOCÊ JÁ GEGOU A FUMA TOS OU 50 CIGARRILHAS OU FUMAR CACIMBO 50
VEZES ?
?
-----------------------------XX- ------------------------
rio está encerrado. Muito Ob a valiosa colaboração.
B – 1
VOCÊ ALGUMA VEZ NA VIDA FUMOU CIGARR
1 |
2 |__| não
CIGA
1 |__| sim
2 |__| não
B – 3 P
ENSE BEM: AO TO R 50 CHARU
1 |__| sim
2 |__| não
B – 4 A
TUALMENTE, VOCÊ FUMA
1 |__| sim, fumo
2 |__| não
-------------- ---------------------
O questioná rigado pela su
160
ANEXOS
ANEXO 14– Questionário aplicado na Pesquisa sobre Percepção do PCT
s quadro abaixo deve ser preenchidos somente pelo pesquisador
QUESTIONÁRIO
O
Número do questionário |__|__||__|__|
Avaliação: 1 |__| Pré –Teste 2 |__| Pesquisa
Data da Pesquisa: Mês --- Ano 2005
Este questionário contém 6 seções, com um total de 19 questões que abordam assuntos diferentes.
os a devida ateSolicitam nção, para que todas as questões sejam preenchidas. Obrigado.
SEÇÃO A
s questões desta seção são utilizadas para identificar a população pesquisada.
3 |__| 30 a 39 anos 4 |__| 40 a 49 anos
5 |__| 50 a 59 anos 6 |__| 60 a 69 anos
7 |__| 70 anos ou mais
asc
2 |__| fem.
Estado civil: 1 |__| solteiro
2 |__| casado
A – 4 Qual o seu nível de escolaridade
1 |__| Nível Universitário (3º grau completo)
2.|__| Nível Médio (2º grau completo)
3.|__| Nível elementar (1º grau completo ou incompleto)
A – 5 Qual a sua profissão
1.|__| Enfermeiro
2.|__| Médico
3.|__| Outro Profissional Técnico de Nível Universitário
4.|__| Outro Profissional Administrativo de Nível Universitário
5 |__| Técnico ou Auxiliar de Enfermagem
6.|__| Outro Profissional Técnico de Nível Médio
7.|__| Outro Profissional Administrativo de Nível Médio
8 |__| Outro Profissional de Nível Elementar
9 |__| Não Sei
A
A – 1 I
DADE: 1 |__| < 19 anos 2 |__| 20 a 29anos
A – 2 S
EXO: 1 |__| m
A – 3
3 |__| separado/divorciado
4 |__| viúvo
161
ANEXOS
A – 6 VOCÊ EXERCE ALGUMA FUNÇÃO DE GERÊNCIA/COORDENAÇÃO/CHEFIA ?
1 |__| sim
2 |__| não
?
1 |__| Administração de Terceiros 2 |__| Almoxarifado
3 |__| Ambulatórios 4 |__| Auditoria
__| Caixa
9 |__| Farmácia Satélite 10 |__| Faturamento
12 |__| Controladoria
anos 6 |__| T.I
7 |__| Hemodinâmica 8 |__| Higiene Hospitalar
9 |__| Internação Enfermagem 20 |__| Internação Recepção
1 |__| Lavanderia 22 |__| Manutenção
na do Trabalho 24 |__| O&M
5 |__| Ortopedia 26 |__| PABX - CENTRAL
__| Pronto Atendimento 28 |__| Recursos de Glosas
30 |__| S.N.D
__| Sala Pré - Operatória 32 |__| SAME
3 |__| Serviço Social 34 |__| Superintendência
5 |__| Tesouraria 36 |__| TMO - Geral
38 |__| Unidade de Cirúrgica – Centro Cirúrgico
40 |__| Vigilância
1 |__| Setor Terceirizado
A – 7 Em que Unidade do Hospital você trabalha
5 | 6 |__| Central - Desinfecção
7 |__| CME 8 |__| Convênios
11 |__| Comercial
13 |__| Gerência de Enfermagem 14 |__| Logística
15 |__| Recursos Hum 1
1 1
1 ou Administração
2
23 |__| Medici
2
27 |
29 |__| S.C.I.H
31 |
3
3
37 |__| UCO
39 |__| UTI
4
162
162
ANEXOS
SEÇÃO B
As 3 perguntas da seção B são sobre o desenvolvimento da 1ª fase do programa de controle do tabagismo do HSC, objetivando
eflexão e discussão sobre o tema tabagismo.
– 1 P
ENSE BEM, NO PERÍODO DE AGOSTO À OUTUBRO DO ANO DE 2001, VOCÊ SE LEMBRA DE TER VISTO UM CARTAZ COM A
NESTE AMBIENTE?
bro
REFERIDO PARE E PENSEDESPERTOU SOBRE O ASSUNTO PARAR DE FUMAR OU
SOBRE O USO DO CIGARO NO HSC
?
vi o cartaz
EFERIDO NA PERGUNTA B1 VOCÊ CHEGOU A DISCUTIR OU COMENTAR SOBRE O TEMA TABAGISMO NO HSC?
ro
avaliar se nesta etapa houve a r
B
FRASE
“PARE E PENSE: É COERENTE FUMAR
1 |__| sim
2 |__| não
9 |__| Não lem
B – 2
O CARTAZ ACIMA EM VOCÊ A REFLEXÃO
1 |__| sim
2 |__| não se aplica, pois não
9 |__| Não lembro
B – 3 N
O PERÍODO R
1 |__| sim
2 |__| não
9 |__| Não lemb
SEÇÃO C
As 4 perguntas da seção C, são para verificar se o Programa de Controle do Tabagismo conseguiu informar e esclarecer a
a respeito dos malefícios do tabagismo aplica ama de Controle do Tabagismo do HSC.
E BEM, NO PERÍODO DE NOVEMBRO DO ANO DE 20 E 2002, VOCÊ SE LEMBRA DE TER
RASE “FUMAR NÃO COMBINA COM A QUALIDADE DE VIDA AJUDE A CRIAR UM AMBIENTE LIVRE
?
|__| sim
|__| não
|__| Não lembro
população do HSC das na 2ª fase do Progr
C – 1 P
ENS 01 A MARÇO DO ANO D
VISTO UM CARTAZ COM A F
DO CIGARRO
1
2
9
163
ANEXOS
C – 2 No período referido na questão C1, você participou de alguma palestra, treinamento, discussão ou recebeu algum folheto
9 |__|
terial educativo ou informação que você recebeu sobre o tabagismo ajudou a esclarecer sobre os efeitos nocivos do
|__| Sim
9 |__| Não lembro
conhecimento sobre a Lei Federal nº 9.294/96 que dispõe sobre as restrições ao uso de produtos fumígeros
recintos coletivos, privados ou públicos?
embro
informativo ou ainda obteve alguma outra forma de informação sobre os malefícios do tabagismo?
1 |__| Sim
2 |__| Não
Não lembro
C - 3 O ma
tabagismo?
1
2 |__| Não
C - 4 Você tomou
em
1 |__| Sim
2 |__| Não
9 |__| Não l
SEÇÃO D
As 3 perguntas da seção D, são para verificar se o Programa de Controle do Tabagismo do HSC, desenvolveu adequadamente a
sua 3ª fase e conseguiu manter o ambiente do HSC livre da fumaça do cigarro.
D – 1 P
ENSE BEM, NO PERÍODO DE MARÇO DE 2002 ATÉ ATUALMENTE VOCÊ LEMBRA DE TER VISTO UM CARTAZ COM A
1 |__| Sim
2 |__| Não
bro
F
RASE “PODE RESPIRAR A VONTADE: ESTE É UM AMBIENTE LIVRE DO CIGARRO” ´?
9 |__| Não lem
164
ANEXOS
D – 2 No período inicial do mês de março, você recebeu um folheto informativo junto com o seu holerith referente à norma que
proíbe a utilização do cigarro dentro do HSC, esclarecendo sobre a existência dos Fumódromos como únicas áreas onde
rmite fumar no HSC?
__| Não lembro
otou a sinalização fixada em todos os setores do HSC, relativas à proibição do cigarro?
EÇÃO E
se pe
1 |__| Sim
2 |__| Não
9 |
D – 3 Você n
1 |__| Sim
2 |__| Não
9 |__| Não lembro
S
AÇÕES ABAIXO LISTADAS QUAL A QUE VOCE CONSIDEROU A MELHOR? (assinalar apenas 1 alternativa)
2 |__| Treinamentos
__| Cursos 4 |__| Campanhas de Lançamento do Programa
5 |__| Campanhas no Dia Mundial e Nacional Sem Tabaco 9 |__| Não sei
A única pergunta da seção E, é para identificar quais ações educativas despertaram maior sensibilização e adesão ao programa
de controle do tabagismo do HSC.
E – 1 D
AS
1 |__| Palestras
3 |
SEÇÃO F
A pergunta da seção F, é para identificar quais foram os meios de comunicação que apresentaram melhores resultados no
rograma de controle do tabagismo do HSC.
– 1 D
OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO ABAIXO LISTADAS QUAL O QUE VOCÊ ACREDITA QUE APRESENTOU O MELHOR
? (assinalar apenas 1 alternativa)
1 |__| Mensagem no computador 2 |__| Mensagem em Holerith
3 |__| Mensagem no Quadro de Avisos 4 |__| Artigos Publicados na Revista SANA
5 |__| Artigos e Orientações publicadas no Jornal do HSC 6 |__| Distribuição de Material Educativo
9 |__| Não sei
-------------------------------------------XX----------------------------------------------
O questionário está encerrado. Muito Obrigado pela sua valiosa colaboração.
p
F
RESULTADO
165
ANEXOS
ANEXO 15- Modelo do Cartaz “Pare e Pense”
Cartaz destinado a propiciar a reflexão e discussão sobre o Tabagismo,
tendo sido exposto no período de agosto a novembro de 2001 (1ª fase do programa).
e vida”
e de outros materiais educativos
Material destinada a fornecer in e os malefícios do
Tabagismo, tendo sido exposto e distribuído no período de novembro de 2001 à
2002 - (2ª fase do programa).
ANEXO 16– Modelo do Cartaz “Fumar não combina com a qualidade d
formações sobr
março de
166
ANEXOS
ANEXO 17– Mo a vontade”
aterial destinado a manter o HSC livre da poluição Tabágica, esta
sendo utiliz
delo do Folheto, Cartaz e Banner “Pode respirar
M
ado desde março de 2002 até a presente data. (3ª fase)
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