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indústria nacional, utilizando, na maioria dos casos, o ônibus
convencional como o principal ou exclusivo veículo de sua
frota. Isso parece ter gerado uma piora na qualidade dos
serviços prestados, menor produtividade e, conseqüentemente,
insatisfação dos usuários dessa megacidade.
Mesmo assim, se comparado com outros modais, os ônibus se
destacam por proporcionarem acessibilidade e cumprimento das
viagens dos usuários. Infelizmente, o crescimento das cidades
e a falta de preocupação das empresas de ônibus com a
sociedade usuária fizeram com que o serviço de transporte
público por ônibus perdesse cada vez mais demanda e,
conseqüentemente, receita. Com menos investimentos em
melhorias, o serviço piora em qualidade, fazendo com que os
usuários cativos sejam prejudicados e os potenciais,
desestimulados.
Este setor passou por duas décadas de consolidação, baseado
num grande esforço das empresas, dos seus sindicatos e do
poder público que, muitas vezes, incentivou a configuração das
empresas da maneira que se encontram hoje.
Essa estrutura deveu-se à conjuntura econômica da época,
tendo como marca principal a instabilidade causada pela
inflação, não permitindo o controle sobre os investimentos nem
a percepção das ineficiências desse setor. Dessa maneira, o
foco principal das empresas de transporte foi sobre os custos
e tarifas a serem cobrados, o que, muitas vezes, deixava os
usuários insatisfeitos (NTUa, 1999).
Nessa mesma época, os passageiros, mesmo com toda
insatisfação pelo setor, precisavam continuar usando os
ônibus, por falta de opções. Essa insatisfação justifica-se
pela falta de comprometimento das empresas com os usuários.
Com ou sem aprovação, estariam, no dia seguinte, todos os
passageiros prontos para a sua rotina diária, ônibus-trabalho,
ônibus-escola, ônibus-lazer (NTU, 2001).