Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Correlação de elementos traço, densidade mineral óssea, massa
livre de gordura e massa gorda em idosas
Autora: Luciana das Mercês Carvalho Lima
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Jacó de Oliveira
Co-orientador: Prof. Dr.Luiz Fabrício Zara
BRASÍLIA-DF
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
LUCIANA DAS MERCÊS CARVALHO LIMA
Correlação de elementos traço, densidade mineral óssea, massa
livre de gordura e massa gorda em idosas
Dissertação apresentada ao Program
a
de Pós-graduação Stricto Sensu em
Educação Física da Universidade
Católica de Brasília como requisito
p
ara obtenção do título de Mestre e
m
Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Jacó de Oliveira
Co-orientador: Prof. Dr. Luiz Fabrício Zara
BRASÍLIA-DF
2006
ii
ads:
DEDICATÓRIA
Ao meu pai, Benjamim Pereira Lima (in memorian),
pelo exemplo de fortaleza e integridade deixado aos
filhos como herança. Obrigada papai, espero te
encontrar...
À minha mãe, Maria Luiza Carvalho Cruz, pelo apoio
incondicional, orações e amor.
iii
AGRADECIMENTOS
A Jesus, meu mestre e minha luz, que me permitiu crescer com pai, mãe e irmãos.
Ao meu pai, por tudo que me ofereceu em sua simplicidade, mostrou-me um caminho digno
que sempre me leva à prosperidade.
A minha mãe, por não ver limites em dar condições de um futuro melhor para seus filhos.
Eternos e incessantes agradecimentos, amor e gratidão.
Agradeço aos meus irmãos, em especial meu irmão Wesley, pela acolhida em sua casa e pelo
apoio financeiro, muito importante nesse momento.
Ao meu noivo, Marcus Paulo, por tudo que me ensinou, pela dedicação e honestidade ao
nosso amor.
Ao meu orientador, professor Ricardo Jacó de Oliveira, por ter me dado a oportunidade de
seguir com ele o mestrado e por tantos ensinamentos que se dispôs a dar.
Ao meu co-orientador, Luiz Fabrício Zara, por abrir um espaço para o Curso de Mestrado em
Educação Física no Curso de Química, fazendo um intercâmbio entre áreas, importante para o
estudo de doenças crônicas.
Ao coordenador do Curso de Química, professor Carlos Frederico de Souza Castro, por ter
disponibilizado algumas horas vagas, incluindo horário de almoço, para me ajudar e
contribuir com tamanha grandeza com essa dissertação. Agradeço também pela paciência e
delicadeza com que me tratou.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de
estudo concedida, no qual possibilitou a realização desse trabalho.
Aos secretários da coordenação do mestrado e doutorado em Educação física, Lauro e
Weslen, por solucionar meus grandes problemas em informática. Agradeço em especial a
Cida Belloti, pelo seu sorriso matinal que nos dá alegria e seu aconchego fraternal que nos
sossega. Isso faz a diferença!
Aos técnicos dos laboratórios LEEFS, Imagem e Espectroscopia de emissão atômica:
Alessandra Matida, Alexandre, Renato, Tatiana e Gustavo, que me ensinaram a utilizar os
instrumentos de pesquisa.
Às colaboradoras, Estefânia Silva e Luciana (Lu baiana), pela disposição e gentileza em me
ajudarem nas coletas.
Agradeço aos meus irmãos acadêmicos: Lídia Mara, Juliene Azevedo, Ricardo Moreno, Paulo
Gentil, pois desde o início do mestrado me deram bons exemplos de competência e me
encorajaram a continuar.
iv
À Raquel Lins, pela contribuição na minha vida, suas críticas me fizeram refletir e sua
ousadia me fez ousar.
Ao meu irmão Beto (Luiz Humberto), pela alegria e disposição de sempre se prestar em meu
favor a qualquer momento.
Aos meus amigos do mestrado: Sílvia Cristina, Carlos Magno, Vânia, Dédima, Misael,
Grassyara e Cíntia, agradeço por estarem comigo nessa eterna e incessante busca do saber,
pelos momentos irreverentes que passamos juntos e principalmente pelo apoio que me deram
naquele momento difícil por que passei. A alegria de vocês me contagia!
Às professoras da UCB: Gislane Melo, Adriana Giavoni e Nanci França, pelos abraços
carinhosos, palavras de conforto e sorrisos sinceros.
Agradeço eternamente à querida amiga e professora Geni Costa (Universidade Federal de
Uberlândia - UFU), pelos seus geniais ensinamentos que me fizeram crescer como
profissional. Agradeço também à professora Maria Helena Candelori (UFU) por ter me
ajudado a encontrar uma direção e me encorajado a fazer o mestrado da UCB.
A todas as idosas que se prestaram voluntariamente a participarem desse estudo. Às minhas
eternas alunas de dança e ginástica do projeto AFRID/UFU e às alunas de ioga do projeto
Geração de Ouro/UCB, meus sinceros agradecimentos pelas orações e amizade que tiveram
por mim desde que me conheceram.
v
De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.
Portanto, devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro.
Fernando Pessoa (Três Coisas)
vi
RESUMO
Os elementos traço no organismo, são responsáveis por inúmeras funções, no entanto,
distúrbios em suas concentrações podem se associar à com a osteoporose e a sarcopenia,
principalmente em idosas. Portanto, objetivo do estudo foi correlacionar elementos traço com
DMO, massa livre de gordura e massa gorda em idosas, monitorada pelo cabelo. Vinte sete
idosas voluntárias (65,70 ± 3,96 anos) foram selecionadas para participarem do estudo. A
DMO do colo do fêmur, triângulo de Wards, trocânter e coluna lombar (L2-L4) foram obtidas
utilizando o método de absortometria radiológica de dupla energia (DXA). As concentrações
de 31 elementos: Ag, Al, As, B, Ba, Be, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Hg, K, Li, Mg, Mn, Mo, Na,
Ni, Pb, Sb, Sc, Se, Sn, Sr, Ti, V, Y, Zn e Zr no cabelo foram determinados pela espectometria
de emissão atômica por plasma de argônio induzido (ICP-OES) e espectometria de massa
atômica (ICP-MS). A correlação de Pearson e os coeficientes não paramétricos: ρ de
Spearman e τ de Kendall foram utilizados para identificar possíveis inter-relações entre as
variáveis. A análise de classificação hierárquica foi utilizada para identificar grupos de casos
semelhantes. Com a classificação em dois grupos, foi realizada uma análise de variância
(ANOVA) para identificar os elementos traço que se apresentaram com diferença, em média,
entre eles. Os elementos traço com diferença foram Ag, Sn, Ca, K, Na, Mo, Sb, Se, Ti, B, Cu,
Mg e Pb. Para selecionar variáveis que expliquem as diferenças encontradas nas médias, a
análise por componentes principais foi utilizada. Dos elementos com diferença, o Se e o Pb
tiveram altos teores no grupo com menor DMO. A análise de classificação hierárquica
também foi utilizada para identificar grupos de casos semelhantes entre massa livre de
gordura e massa gorda. A partir da formação de dois grupos, foi realizada uma análise de
variância (ANOVA) para identificar os elementos traço que estavam com diferença, em
média, no grupo com maior e com menor massa livre de gordura e massa gorda. Com relação
à composição corporal, os elementos que se mostraram com diferença foram: Mo e Fe, no
grupo com maior massa livre de gordura e massa gorda e Ba, Be, Na, Ni, no grupo com
menor massa livre de gordura e massa gorda. Os dados revelaram a influência dos elementos
traço na DMO e na composição corporal. Os resultados sugerem que o desequilíbrio na
homeostase dos elementos traço no organismo é fator de risco para a redução da DMO, o que
pode favorecer o aparecimento da osteoporose. Os resultados sugerem ainda que a massa livre
de gordura e a massa gorda sofrem influência da retenção de elementos traço no organismo.
Sendo assim, a análise de cabelo pode ser eventualmente um método de diagnóstico de
doenças crônicas.
Palavras-chave: envelhecimento, elementos traço, osteoporose, massa livre de gordura, massa
gorda e cabelo.
vii
ABSTRACT
The trace elements in the organisms are responsible for innumerable functions, however,
alterations in its concentrations can be associated with osteoporosis and sarcopenia, mainly in
elderly women. Therefore, the current study had as aim to correlate trace elements with BMD,
lean mass and fat mass in elderly women, monitored through hair exams. Twenty-seven
volunteer elderly women (65.70 +
3.96 years old) were selected to take part in the study. The
BMD from the femur neck, Ward’s triangle, trochanter and lumbar spine (L2-L4) was
measured through Dual energy x-ray absortiometry (DXA) method. The concentrations of 31
elements: Ag, Al, As, B, Ba, Be, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Hg, K, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, Pb,
Sb, Sc, Se, Sn, Sr, Ti, V, Y, Zn, and Zr in the hair were determined through induced argon
plasma-atomic emission spectrometry (ICP-OES) and atomic mass spectrometry (ICP-MS).
Pearson’s correlation and non-parametric coefficients: Spearman’s ρ and Kendall’s τ were
used to identify possible inter-relations between the variables. The hierarchical cluster
analysis was used to identify groups of similar cases. With the classification of two groups, an
analysis of variance (ANOVA) was performed in order to identify the trace elements that
presented mean difference between them. The trace elements with difference were Ag, Sn,
Ca, K, Na, Mo, Sb, Se, Ti, B, Cu, Mg and Pb. In order to select variables which could explain
the difference found on the means, a principal component analysis was performed. Among the
elements with difference, Se and Pb presented high levels in the group with lower BMD. The
analysis of hierarchical classification was also used to identify groups of similar cases
between lean mass and fat mass. Beginning with the formation of two groups, an analysis of
variance (ANOVA) was performed in order to identify the trace elements which showed mean
difference in the groups with higher and lower lean mass and fat mass. In relation to body
composition, the elements which showed difference were: Mo and Fe, in the group with
higher lean mass and fat mass and Ba, Be, Na, and Ni, in the group with lower lean mass and
fat mass. Data revealed the influence of the trace elements in BMD and in body composition.
The results suggest that an unbalance in homeostasis of the trace elements on the organism is
a risk factor for the reduction of BMD, possibly leading to osteoporosis. Lean mass and fat
mass suffer the influence of the retention of trace elements in the organism. Therefore, hair
analysis may eventually be a method of diagnosis for chronic diseases.
Keywords: aging, trace elements, osteoporosis, lean mass, fat mass, hair
viii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Ag
Prata
Mg
Magnésio
IAEA
Agência Internacional de Energia Atômica (do inglês,
International Atomic Energy Agency)
Mn
Manganês
Al
Alumínio
Mo
Molibdênio
As
Arsênio
Na
Sódio
B
Boro
Ni
Níquel
Ba
Bário
P
Fósforo
Be
Berílio
Pb
Chumbo
Ca
Cálcio
PO
4
-
fosfato
Cd
Cádmio
Sb
Antimônio
Co
Cobalto
Sc
Escândio
Cr
Cromo
Se
Selênio
Cu
Cobre
Sn
Estanho
DXA
Absortometria por Raios-X de Dupla Energia (do
inglês, Dual-energy X-ray Absorptiometry)
Sr
Estrôncio
Fe
Ferro
Te
Telúrio
ICP-MS
Espectometria de massa atômica
Ti
Titâneo
ICP-OES
Espectometria emissão atômica por plasma de argônio
induzido
V
Vanádio
Hg
Mercúrio
Y
Ítrio
K
Potássio
Zn
Zinco
Li
Lítio
Zr
Zirgônio
ix
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................. ix
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1
2. OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 3
3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 4
3.1 Envelhecimento ..................................................................................... 4
3.2 Tecido ósseo .......................................................................................... 7
3.2.1 Células do tecido ósseo ....................................................................... 8
3.2.2 Remodelação óssea ............................................................................. 9
3.2.3 Maturação esquelética ........................................................................ 11
3.2.4 Densidade mineral óssea ..................................................................... 14
3.3 Composição corporal ............................................................................. 17
3.4 Elementos traço ..................................................................................... 19
3.4.1 Função ............................................................................................ 19
3.4.2 Biodisponibilidade ......................................................................... 22
3.4.3 Elementos traço e sua relação com a DMO ................................... 23
3.5 Cabelo – indicador biológico de elementos traço .................................. 25
4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 28
4.1 Caracterização da pesquisa .................................................................... 28
4.2 População ............................................................................................... 28
4.3 Amostra .................................................................................................. 28
4.4 Procedimentos e protocolos ................................................................... 29
4.4.1 Densitometria óssea ............................................................................ 29
4.4.2 Coleta de cabelo .................................................................................. 29
4.4.3 Lavagem .............................................................................................. 30
4.4.4 Digestão das amostras ......................................................................... 30
4.4.5 Análise das amostras – método analítico ............................................ 31
4.5 Análise estatística ................................................................................... 31
4.6 Comitê de ética ...................................................................................... 32
5. RESULTADOS ................................................................................................... 33
6. DISCUSSÃO ....................................................................................................... 43
7. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 51
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 51
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 52
ANEXO A – Questionário para o mineralograma ................................................... 62
ANEXO B – Carta de aprovação do comitê de ética ............................................... 63
ANEXO C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................................... 64
x
1
1. INTRODUÇÃO
A partir dos anos 80, o envelhecimento populacional tem se tornado um fenômeno que
atinge grande parte da população mundial, tanto em países desenvolvidos quanto nos países
em desenvolvimento (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE - OMS, 1984). No Brasil,
em 1991, mais de sete milhões de pessoas apresentaram idade superior a 65 anos, e como
conseqüência disso, espera-se que entre os anos 2010 – 2020, a taxa de crescimento dos
indivíduos dessa faixa etária seja superior a 13% da população (BERQUÓ, 1996).
Uma vez atingido a fase adulta a variação da incidência de doenças, em particular as
crônico-degenerativas não-transmissíveis, como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer,
é semelhante tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento
(KALACHE; VERAS; RAMOS, 1987).
O envelhecimento propicia alterações fisiológicas, como por exemplo, a redução da
DMO, o que facilita a ocorrência de osteoporose - doença crônico-não-transmissível, que
afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Esta doença se caracteriza pela redução acelerada
da DMO e deterioração da microarquitetura óssea, conduzindo para a fragilidade da mesma,
aumentando conseqüentemente o risco de fraturas (PRENTICE, 2004; CONSENSUS
DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993).
Isso vem acarretando aumento dos gastos referentes ao sistema de saúde pública, visto
que há uma grande procura em hospitais por parte dessa população, aumentando o índice de
internações causado por acometimentos associados a quedas, como conseqüência de
osteoporose, instabilidade visual, postural e acidentes, aumentando os casos de morbidade e
mortalidade (MINAYO, 2003).
Nesse sentido, os danos causados pela osteoporose podem incapacitar ou até mesmo
invalidar grande número de pessoas, o que torna suas seqüelas preocupantes por contribuir
2
para a morbidade e a mortalidade. Esta situação impõe uma sobrecarga econômica
considerável para os serviços de saúde (JOHNELLO, 1997).
De acordo com Gür et al., (2003), Berglund et al., (2000), Goyer et al., (1994) e
Newitt (1994), alguns fatores influenciam a densidade mineral óssea, que podem possibilitar
ou não a presença da osteoporose, como nível de atividade física; dieta pobre em nutrientes,
uso de álcool, distúrbios hormonais, predisposição genética e fatores ambientais (exposição
direta ou indireta de elementos traço).
A participação de elementos traço no desenvolvimento normal e na manutenção do
esqueleto está relacionada com a síntese da matriz orgânica (HOWARD, 1992; CARNES,
1971). Por outro lado, no envelhecimento, o risco de distúrbios nutricionais, em particular,
por deficiência de elementos traço, aumenta (PRENTICE, 2004; OKANO, 1996). A esse
respeito, Brzóska et al. (2001), Berglund et al. (2000) e Järup et al. (1998) sugerem que o Cd,
Zn, PO
4
-,
Pb e outros elementos, à medida que se associam ao sangue, rins, túbulo
gastrintestinal, alteram as concentrações de estruturas importantes para a homeostase da
DMO, causando osteoporose ou revertendo seus efeitos.
Para verificar o equilíbrio dos minerais ou intoxicação por metais, a análise do tecido
capilar está sendo freqüentemente utilizada para diagnóstico de doenças ou deficiência
nutricional. O cabelo fornece informações sobre a acumulação intracelular de elementos traço
em longo período (POZEBON; DRESSLER; CURTIUS, 1999; BORELLA et al., 1996;
WILHELM; MULLER; IDEL, 1996; BERMEJO; ROSSI, 1995; TORIBARA; JACKSON,
1982).
O cabelo é um material biológico mais atrativo em relação ao sangue e a urina, tendo
em vista a simplicidade da amostra (facilidade de coleta, sem traumas e sem dor), estocagem,
transporte e manuseio. Além disso, maiores concentrações de metais são encontradas, quando
comparadas com outros tecidos e fluidos do corpo e a possibilidade de analisar vários
3
elementos traço em uma única coleta. Por isso, essa matriz é bastante utilizada para verificar
uma possível intoxicação, ou diagnóstico de doenças (CARNEIRO et al., 2002; ARNOLD;
SACHS, 1994; HAMBIDGE; BAUM, 1972).
O depósito de elementos traço essenciais, como Ca, Cu, Mg e Zn, que interferem no
metabolismo ósseo e a redução da massa óssea que se dá pela influência genética e ambiental,
por alterações na homeostase óssea associada a mudanças fisiológicas dependentes da idade,
podem modificar o comportamento ósseo e gerar patologias crônicas, como osteomalácia,
osteoartrite e osteoporose (CHOJNACKA et al., 2005).
Portanto, há uma necessidade particular em identificar o comportamento dos
determinantes fisiológicos e ambientais que influenciam no risco de doenças relacionadas ao
metabolismo ósseo (OMS, 1998). Sendo a composição corporal um componente físico ligado
a funções de locomoção, contração e manutenção óssea, há interesse em estimar correlações
entre elementos traço, massa livre de gordura e gorda com efeitos deletérios advindos do
envelhecimento (WALSH; GARY; LIVINGSTONE, 2006; KAMEL; MAAS; DUTHIE,
2002). A avaliação dos níveis dos elementos traço possibilita o diagnóstico antes que alguma
doença se instale e dessa forma, precauções poderão ser tomadas a fim de prevenir a
osteoporose e, conseqüentemente, reduzir o risco de quedas e fraturas (HARRIS, 2002).
2.OBJETIVO GERAL
Correlacionar os níveis de elementos traço com a densidade mineral óssea, massa livre de
gordura e massa gorda no organismo, monitorado pelo cabelo, em idosas.
4
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Envelhecimento
O envelhecimento da população é um fenômeno mundial. Nos países desenvolvidos,
esse processo se dá lentamente, em uma situação de evolução econômica, crescimento do
nível de bem-estar e redução das desigualdades sociais (MOREIRA, 1998). Recentemente,
esse processo ganha maior importância nos países em desenvolvimento, com o aumento
acelerado da população de sessenta anos ou mais em relação à população geral (TRUELSEN;
BONITA; JAMROZIK, 2001).
A expectativa de vida nos países de Terceiro Mundo deve atingir 68,9 anos em 2020.
O que difere a expectativa de vida entre países menos desenvolvidos e os desenvolvidos estão
ligados a fatores de risco menos agravantes para doenças em países pobres, já em países
desenvolvidos o consumo de cigarro e alimentação são maiores, o nível de atividade física é
baixo e existe maior acometimento por stress, o que faz aumentar o índice de doenças
(KALACHE; VERAS; RAMOS, 1987).
O Brasil apresenta um dos mais agudos processos de envelhecimento populacional
entre os países mais populosos. A proporção de pessoas idosas com mais de sessenta anos
aumentou de 6,1% (7.204.517 habitantes), em 1980, para 8,6% (14.536.029 habitantes) em
2000, correspondendo a um aumento absoluto de 7,3 milhões de indivíduos (FUNDAÇÃO
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA- IBGE, 2001; 1981). Entre
1950 e 2025, segundo as projeções estatísticas da OMS, o número de pessoas idosas no Brasil
aumentará em quinze vezes, enquanto que a população total em cinco. Assim, segundo dados
do IBGE, no ano de 2030, o Brasil apresentará a sexta população mundial em números
absolutos de idosos (RAMOS, 1993), sendo o número de mulheres maior que a dos homens,
visto que a taxa de mortalidade entre os homens é maior (Gráfico 1).
5
Gráfico 1 - Taxa de crescimento populacional no Brasil (CAMARANO, 2003).
Os avanços da medicina, ao longo dos últimos cinqüenta anos, tornaram possível a
prevenção e cura de doenças. Isso fez com que ocorresse um processo chamado de transição
epidemiológica, caracterizada pela baixa mortalidade e fecundidade, ao contrário do que
acontecia no passado. Assim, a repercussão social será mais pronunciada, principalmente em
países com poucos recursos estruturais para o atendimento dessa população, que requer
cuidados específicos (KALACHE; VERAS; RAMOS, 1987).
O modelo teórico do envelhecimento criado a partir da década de 1960, cuja
contribuição é reconhecida como importante atualmente, foi desenvolvido através de um
modelo matemático (PHELAN; ROSE, 1997). Yin e Chen (2005) relataram que, o
mecanismo essencial do envelhecimento é conseqüência de fatores genéticos e ambientais. No
6
entanto, algumas teorias são identificadas como modelos gerais de envelhecimento,
influenciando em vários níveis: em nível orgânico (teoria endócrina), em nível celular (teoria
do envelhecimento programado), em nível molecular (teoria do elemento traço, teoria do
radical livre).
Genes relacionados ao envelhecimento têm sido identificados, bem como genes
relacionados à longevidade, os quais são classificados em categorias como: sistema anti-
oxidante, metabolismo energético, prevenção de mutação com função de reparo e restauração
nuclear e proteção da homeostase hormonal. A influência genética é relevante para fatores
fisiológicos e patológicos já que possibilitam regular, controlar, defender e restaurar sistemas.
O envelhecimento é um processo universal, gradual, cumulativo e fisiologicamente
irreversível; causa alterações em nível celular ou extracelular nos tecidos, como por exemplo:
pele, vasos sanguíneos, tecido dos pulmões, músculo, osso, intestino e eficiência da captura
intestinal de uma série de elementos traço que declinam nos idosos, mesmo naqueles com
saúde normal (YIN; CHEN, 2005; OMS, 1998; BUNCKER et al., 1984).
Alterações de consumo alimentar são comuns nesse processo. A absorção e o
metabolismo de nutrientes são diminuídos não só pela restrição alimentar, mas também pela
perda de eficiência da função oral no qual se observa a perda de dentes e a alteração na
quantidade e qualidade da saliva (WALLS; STEELE, 2004). Algumas dessas alterações
propiciam o acometimento de doenças, como acontece nas alterações do tecido ósseo, sendo
severas evoluem para osteoporose, e alterações da composição corporal, que pode causar
doenças cardiovasculares, sarcopenia e diabetes (WALSH; GARY; LIVINGSTONE, 2006;
CHALDAKOV et al., 2003; KENNEY; BUSKIRK, 1995).
7
3.2 Tecido ósseo
O esqueleto mineralizado é definido externamente pela superfície perióstea e
internamente pelos componentes trabecular endocortical e intracortical da superfície endóstea
(PARFITT, 1980). Nessa superfície, a atividade celular modifica o tamanho, a forma, a
arquitetura interna, a massa total e a força estrutural do esqueleto. Já a formação óssea externa
é definida pela área transversal do osso, enquanto que a formação ou a reabsorção determina a
proximidade da superfície endocortical e periosteal. Assim, a espessura e a estrutura cortical
são posicionadas ao longo do osso, sendo importantes para determinar a força óssea (RUFF;
HAYES, 1988).
O esqueleto foi reconhecido primordialmente pela função de locomoção, proteção de
órgãos vitais e capacidade de armazenar cálcio e fósforo. Além disso, no interior do osso
encontra-se a medula óssea que produz cerca de 200 bilhões de células sangüíneas
(WEINSTEIN; MANOLAGAS, 2000).
Nos vertebrados, o osso é um tecido que serve para suportar grandes cargas por causa
da sua matriz extracelular rígida. Esta matriz pode ser considerada um material composto por
mineral e fortalecido com colágeno, seus elementos estruturais (CARTER; HAYES, 1977).
O tecido ósseo tem como função primordial manter um bom estado anatômico e
funcional do esqueleto e, conseqüentemente, a homeostase mineral. Deve-se considerar que
há duas formações ósseas, compacta e esponjosa, e que ambas se alteram no envelhecimento.
No idoso, a espessura do componente compacto diminui pela reabsorção interna óssea. No
esponjoso, há perda de lâminas ósseas em relação ao jovem, formando-se cavidades maiores
entre as trabéculas ósseas (SARAIVA; LAZARETTI-CASTRO, 2002).
Uma vez que o tecido ósseo tem função de formar o esqueleto e este por sua vez, tem
função de sustentação, estará sujeito a fraturas. As fraturas são passíveis de acontecer em
qualquer pessoa, frente a grandes traumas. Entretanto, existem situações patológicas, que
8
aumentada a fragilidade esquelética, podem causar fraturas, como ocorre, com a osteomalácia
e a osteoporose, sendo que esta tem maior prevalência na população mundial (SEEMAN,
2003; PARFITT, 1980).
3.2.1 Células do tecido ósseo
Através das células osteoclásticas, osteoblásticas e osteóides, acontece o processo
dinâmico de remodelagem óssea e conseqüente formação das matrizes orgânicas e
constituição da matriz inorgânica do esqueleto (BERGLUND et al., 2000). Os osteoclastos
são células multinucleadas, que advêm de células precursoras mononucleadas, por
diferenciação (difusão de células precursoras); são caracterizadas pela forte habilidade de
reabsorção do substrato, nas superfícies endósteas em regiões chamadas
de unidades
multicelulares básicas, formadas pela fusão de várias células precursoras (PARFITT, 1980),
tendo importante função na remodelação de tecido (VIGNERY, 2000). Ao contrário do
osteoclastos, a diferenciação e a função dos osteoblastos não são bem conhecidas; sabe-se que
os osteoblastos (células de formação), produzem a mesma quantidade que foi reabsorvida, em
condições normais. Esse ciclo ocorre todos os dias e simultaneamente em várias localizações
dos ossos (TAKEDA; KARSENTY, 2001; MANOLAGAS, 2000; RODAN; MARTIN,
1981). Há uma evidência de que a diferenciação dos osteoclastos por células monócitas
macrofágicas são, na maior parte, dependentes da presença dos osteoblastos (SUDA et al.,
1999).
Os osteoblastos são precursores dos osteócitos e das células de lining. Assim como as
células osteoblásticas e osteoclásticas, os osteócitos participam da homeostase óssea,
controlando todo o metabolismo da matriz extracelular que, no envelhecimento, diminuem em
número e atividade (figura 1). O osteócito, por sua vez, concentra-se na matriz óssea,
conectado por uma rede de canículos. Esta conexão forma uma aglomeração de células,
9
chamada de células lining, que envolvem a superfície trabecular e tem função de transmitir e
distribuem sinais de cargas mecânicas, juntamente com as células osteócitas. A essa
transmissão ou transdução de sinais dá-se o nome de mecanotransdução, que é um processo
fisiológico no qual se inicia o processo de manutenção óssea, que ocorre pelo aumento das
células osteoblásticas (BURGER; KLEIN-NULEND, 1999). As células de lining são
constantemente sujeitas a estímulos mecânicos que se dão tanto por estímulos externos
(cargas impostas ao osso) como condições fisiológicas externas (ação hormonal - estrogênio)
(LIM; ZHOU; QUEK, 2006).
Figura 1. Osteócitos (McCREADIE e
t
al., 2004).
3.2.2 Remodelação óssea
O osso é um tecido dinâmico que se remodela constantemente, e envolve uma
seqüência de reabsorção e formação do osso (NOTELOVITZ, 2002; BERGLUND et al.,
2000; NEWITT, 1994). A remodelagem é realizada por células osteoclásticas, que
reabsorvem o volume do osso, fazendo cavidades nas superfícies endósteas das unidades
multicelulares básicas. A reabsorção do volume é seguida pela formação do osso por células
10
osteoblásticas na mesma região, que sintetizam nova matriz óssea. Contudo, o volume ósseo é
removido e substituído dentro de cada unidade básica do osso, na qual nenhum dano estrutural
ocorre (PARFITT, 2004; WEINSTEIN; MANOLAGAS, 2000).
No entanto, existem outros tipos reguladores da remodelação óssea, tais como a
osteocalcina e os hormônios (a forma ativa da vitamina D (1,25(OH)
2D3), hormônio
paratireóide (PTH), calcitonina, estrogênio, androgênio e fatores de crescimento (RIGGS;
MELTON, 1986).
A osteocalcina, proteína do osso, sintetizada pelos osteoblastos e estimulada pela
vitamina D in vivo e in vitro, circula no plasma e sua concentração pode ser usada como um
marcador de atividade osteoblástica (BERGLUND et al., 2000), refletindo estados fisiológico
e patológico do turnover ósseo. Essa proteína é secretada no osteóide, onde se liga a
hidroxiapatita. O aumento dessa ligação é devido à afinidade do Ca à osteocalcina (POUNDS;
LONG; ROSEN, 1991).
O ciclo de remodelação óssea em adultos é um dos maiores mecanismos para a
manutenção da homeostase dos minerais essenciais, tendo o PTH e a vitamina D os dois
maiores reguladores do metabolismo do cálcio. O paratormônio (PTH) aumenta os níveis
plasmáticos de Ca, por estimulação da reabsorção óssea, reabsorção tubular renal de Ca e
síntese de vitamina D nos rins. Ao mesmo tempo, o PTH diminui a concentração plasmática
de PO
4 por inibição da reabsorção renal (MCSHEEHY; CHAMBERS, 1986). As ações da
vitamina D e do PTH demonstram a interação entre diferentes células da unidade metabólica
óssea (BERGLUND et al., 2000). A vitamina D é um hormônio necessário para o crescimento
e mineralização óssea, uma vez que regula os níveis de Ca e P, facilitada pelos receptores
osteoblásticos desse hormônio, já a calcitonina é o maior inibidor da reabsorção óssea, com
efeito direto nas células osteoclásticas que, por sua vez, têm receptores desse hormônio. A
11
calcitonina atua aumentando os níveis de Ca e controlando a difusão das células osteoclásticas
(POUNDS; LONG; ROSEN, 1991).
Os hormônios sexuais são mediadores das ações osteoclásticas como também
aumentam as células osteoblásticas relacionadas com a produção do colágeno
(NOTELOVITZ, 2002).
O ciclo de remodelação (tunorver) é realizado por células justapostas (osteoclásticas e
osteoblásticas, dentro de estruturas anatômicas temporárias conhecidas como Unidade
Multicelular Básica (UMB)). Ácidos hidrolases são sintetizados e secretados no espaço que
será reabsorvido. Uma vez acidificado, esse espaço provê um meio ideal para facilitar a
desmineralização. Com isso, se inicia o ciclo nas UMBs, convertendo uma superfície
esquelética inativa em sítio de remodelação. Esse processo é conhecido como ativação. Esta
fase envolve a proliferação de novos vasos sanguíneos que permitem o recrutamento das
células reabsortivas para o sítio de remodelação e retração da superfície. As células recrutadas
tornam-se osteoclastos multinucleados que atacam outra superfície óssea conduzidos por
proteínas contráteis, marcando o compartimento subosteoclástico de reabsorção. À medida
com que avança a reabsorção, a formação óssea vai sendo realizada através dos osteoblastos
recrutados. A fase entre a reabsorção e a formação é chamada de fase reversa. Nessa fase são
depositadas substâncias ricas em colágeno na matriz óssea. (WEINSTEIN; MANOLAGAS,
2000).
3.2.3 Maturação esquelética
Durante o desenvolvimento esquelético, a formação óssea excede a reabsorção,
permitindo aumentar a massa óssea (NEWITT, 1994). Em ambos os sexos, o aumento da
massa óssea, depende de condições genéticas (influencia em 80%) e do estilo de vida, o que
por sua vez atinge o pico entre os 20 e 30 anos que é quando ocorre o equilíbrio entre a
12
formação e a reabsorção do osso. Depois disso, em torno de 35 a 40 anos, o total de massa
óssea diminui gradativamente. Essa diminuição ocorre mais acelerada nas mulheres pós-
menopáusicas, que normalmente têm 25% a menos de massa óssea que os homens,
apresentando-se com maior risco de osteoporose (JAVAID; COOPER, 2002; BERGLUND et
al., 2000).
Medidas profiláticas devem ser adotadas a fim de evitar a patogenia da osteoporose,
pois desordens durante o período de determinação do pico da massa óssea podem
comprometer a saúde óssea durante o envelhecimento. Em estudo realizado, com 418
mulheres com idade entre 20- 39 anos, Ho e Kung (2005) identificaram preditores clínicos da
massa óssea, que interferem na DMO. Demonstraram que baixo peso (fator de risco), baixa
estatura e irregularidades hormonais são fatores de risco para a redução da DMO, já a
gravidez, atividade física (protetor), massa magra e massa gorda, estimulam o aumento do
pico de massa óssea, reduzindo o risco de osteoporose.
Corroborando tais achados, Pouillès, Trémollieres e Ribot (2006) também
identificaram fatores clínicos que interferem na saúde óssea e minimizam os riscos de
acometimento por patogenia óssea. No entanto, demonstraram a prevalência de fatores
genéticos na variação do pico de massa óssea. Contudo, a investigação precoce de fatores de
risco de redução da massa óssea não previne a possibilidade de fraturas ao longo da vida. Por
isso, é necessário manter um estilo de vida saudável para o controle da doença, uma vez que a
maioria dos determinantes é modificável.
A redução nessa fase acontece devido à diminuição de hormônios, tais como
estrogênio e androgênio, uma vez que a queda de seus níveis interferem na absorção de cálcio
intestinal, associado com um balanço negativo de cálcio, resultando no aumento do nível de
reabsorção óssea. Este declínio é de 2-3% da massa óssea, a cada ano, nos primeiros 5 anos
após a menopausa (NOTELOVITZ, 2002).
13
Salienta-se também a importância das forças mecânicas e massa muscular para o
desenvolvimento ósseo (TAKEDA; KARSENTY, 2001; NEWITT, 1994; RIGGS; MELTON,
1986). A adaptação esquelética, durante o crescimento e o desenvolvimento, ajusta
conseqüentemente a massa esquelética e a arquitetura global para adaptações mecânicas.
Existem três regras fundamentais que regem a adaptação óssea: é dirigida mais por cargas
dinâmicas do que estáticas; curtas durações de cargas mecânicas são necessárias para iniciar
respostas adaptativas; a acomodação de células ósseas para uma carga mecânica comum tem
menos respostas aos sinais, possibilitando a ativação das células construtoras (TURNER,
1998). As informações de estímulos gerados são realizadas por sinais mecânicos, que
transmitidas para o sistema nervoso central (SNC), distribui a informação (SCHRIEFER et
al., 2005).
Apesar de o estímulo ósseo, através da atividade física, ser necessário para pessoas
idosas, há que se ter cautela quanto à proporção ou cargas mecânicas em múltiplas direções de
maneira a diminuir o risco de fraturas comuns nessa fase (GEORGE; VASHISHTH, 2006).
O aumento do risco de fraturas se dá pela redução óssea, que acontece no
envelhecimento. Com isso, um mecanismo compensatório chamado de aposição perióstia é
estimulado, fazendo com que a formação aconteça na periferia do osso. Mudanças na
estrutura óssea são observadas com o envelhecimento, como o aumento da área transversal e
do canal medular que, por sua vez, são compensadas pela aposição perióstia. Caso a redução
seja severa, o mecanismo se torna ineficiente, trazendo conseqüências importantes como a
redução da espessura cortical e o aumento da porosidade óssea (RUSSO et al., 2006).
14
3.2.4 Densidade Mineral Óssea
A DMO é usada como um indicador de massa óssea (JAVAID; COOPER, 2002) e sua
medida tem sido o método mais utilizado para diagnóstico da osteoporose (KANIS;
MELTON; CHRISTIANSEN, 1994). A quantidade de DMO, estando normal, reflete um
balanço entre reabsorção óssea e sua formação. A osteoporose causa um desequilíbrio nestes
2 componentes chaves do metabolismo ósseo (HARRIS, 2002), fazendo o risco de fraturas
dobrar com o envelhecimento (Figura 2). Sendo um importante preditor de risco de fraturas, a
Organização Mundial de Saúde, adotou como critério para a classificação do diagnóstico que
considera normais os indivíduos com o desvio padrão maior ou igual a -1.0, osteopênico com
desvio padrão entre -1.0 e -2.5 e osteoporótico com desvio padrão menor ou igual a - 2.5
(POUILLÈS; TRÉMOLLIERES; RIBOT, 2006). A probabilidade do acometimento de
fraturas aumenta, com a idade, a cada década de vida (figura 3).
DMO (T-score)
Figura 2 – Risco de fratura com o aumento do DP.
Adaptado de International Society for Clinical
Densitometry (ISCD), 2004.
Risco relativo de
fraturas
15
T-score (DP)
Probabilidade de fratura no
quadril (%)
Idade (anos)
Figura 3 - Relação entre DMO e fratura no quadril no
envelhecimento. Adaptado de KANNIS, 2001.
Gür et al. (2003) estudaram a influência do número de gestação na DMO, observando
4 sítios em 509 mulheres (46-86 anos) pós-menopausadas, de diferentes grupos, e
encontraram menor DMO em mulheres com maior número de gestação, sugerindo
significativa correlação entre o número de gestação e a DMO na coluna, trocânter e triângulo
de Wards, não correlacionando significativamente com a DMO do colo do fêmur.
Como conseqüência do processo de redução acelerada da DMO, no envelhecimento,
ocorre a osteoporose que afeta homens e mulheres (HARRIS, 2002). O Consenso Brasileiro
de Osteoporose (2002) definiu-a, como sendo um distúrbio osteometabólico, com
deterioração da microarquitetura óssea, levando a um aumento da fragilidade esquelética,
aumentando o risco de fraturas.
16
A perda acelerada inicial do osso é devido à queda rápida no conteúdo mineral,
produzida pelo aumento nos números de unidades multicelulares básicas, que aumentam a
porosidade óssea (HEANEY, 1994; PARFITT, 1980), diminui o volume e aumenta o espaço
trabecular (figura 4).
Figura 4. Redução da massa óssea e aumento
da área transversal (SEEMAN, 2003).
Pouillès, Trémollieres e Ribot (2006) perceberam que 7% das mulheres examinadas na
peri e pós-menopausa, tinham osteoporose sem causa aparente. Observaram que pacientes
com osteoporose apresentaram significante redução do peso corporal e alta prevalência de
histórico de fraturas, reforçando a teoria da contribuição genética e histórica de fraturas do
indivíduo ou de alguém da família, para a osteoporose. No entanto, investigações minuciosas
devem ser realizadas antes de comprovar efetivamente o acometimento da doença para o
paciente.
Fatores ambientais, tal como o uso de cigarro, têm aumentado o risco de osteoporose.
Rapuri et al. (2000) estudaram a relação entre o hábito de fumar e a densidade mineral óssea
em idosas com idade entre 65-77 anos. Observaram uma diminuição de densidade mineral
óssea nas fumantes, como resultado da diminuição da absorção de cálcio associada com
hiperparatiroidismo e aumento da reabsorção óssea.
A incidência de fraturas vertebrais e do quadril tem aumento exponencialmente com o
avanço da idade (CAMPBELL; COMPSTON; CRISP, 1993). Sendo assim, o tratamento
17
ideal da osteoporose ainda é o profilático, baseando-se na otimização do pico de massa óssea
na juventude, na redução das perdas ao longo da vida e na prevenção de quedas (PRENTICE,
2004; COOPER; CAMPION; MENTON, 1992). Fraturas no quadril aumentam de 12-20% o
risco de mortalidade, após o acometimento, que persiste até 5 anos após a fratura. A DMO é o
preditor mais consistente e substancial de mudanças no conteúdo mineral ósseo com o
envelhecimento (WEHREN et al., 2004).
3.3 Composição corporal
No processo do envelhecimento, alterações da composição corporal são notadas pelo
declínio de massa muscular, chamado de sarcopenia, e aumento da gordura corporal,
relacionada à obesidade, hipertensão e diabetes tipo II. O sistema músculo-esquelético,
afetado pelo envelhecimento, prejudica funções corporais como a capacidade de se
movimentar, contração e locomoção (COLEMAN; REZNICK,). Kamel, Maas e Duthie
(2002) citaram algumas alterações comumente observadas em indivíduos que alcançaram 80
anos de idade, sendo esse declínio significativamente associado à redução dos níveis de força
muscular, decréscimo da massa muscular e área transversa, infiltração de tecido gorduroso e
conectivo no músculo.
O declínio da força muscular e de quedas está relacionado a doenças crônicas. Entre
20-80 anos, a perda de massa muscular esquelética é de aproximadamente 20-30%, essa perda
pode ser em conseqüência do processo patológico da sarcopenia e é comumente associado ao
aumento do risco de osteopenia e osteoporose O declínio da massa livre de gordura é
associada a fatores intrínsecos, envolvidos em mudanças em nível celular e molecular e
extrínsecos, relacionados a fatores ambientais, tais como nutrição, exercício e imobilização de
membro (WALSH; GARY; LIVINGSTONE, 2006; REKENEIRE et al., 2003; CARMELI;
COLEMAN; REZNICK, 2002).
18
A sarcopenia tem sido associada a problemas de saúde como, aumento do número de
quedas, declínio da capacidade funcional, osteoporose, disfunção da termorregulação e
intolerância à glicose (KENNEY; BUSKIRK, 1995; FIATARONE et al., 1994), e se não
prevenida e/ou tratada, pode tornar alterações fisiológicas do envelhecimento em uma
condição patológica, causando perda de funcionalidade e qualidade de vida dos idosos, com
importante significância clínica
(BAUMGARTNER et al., 1998).
A massa livre de gordura é mais eficiente na determinação da massa óssea em
mulheres jovens ou na pré-menopausa, enquanto que a massa gorda é importante para
mulheres na pré-menopausa. Ambos são relevantes no aumento da massa óssea por aumentar
a força de compressão durante a carga. No entanto, a massa magra produz força tensora
durante a carga (STEWART et al., 2002).
O aumento ou redução da massa gorda, são acompanhadas de alterações fisiológicas
que podem aumentar o risco de doenças crônicas como hipertensão, diabetes tipo 2 e
osteoporose. Estudo realizado por Han et al. (1999) demonstrou que, com a redução do peso
corporal total, reduzem-se também o peso de órgãos e tecidos como rins, fígado e osso.
A composição corporal refere-se a quantidades relativas de tecidos do corpo, com e
sem gordura, o qual tem alterações durante a vida e sofre influência fisiológica, nutricional e
do nível de atividade física. A massa gorda aumenta significativamente após a quarta década
de vida, mesmo se não houver o aumento da massa livre de gordura (BEMBEN et al., 1998) e
parece contribuir para o aumento da massa óssea por se relacionar com a produção de células
osteoblásticas, pois aumenta os níveis circulantes de estrogênio no organismo
(CHALDAKOV et al., 2003). O aumento da massa corporal total, da obesidade abdominal e
da força muscular parece contribuir na preservação da DMO (STEWART et al., 2002).
O requerimento de elementos traço em pessoas idosas tem sido discutido, uma vez que
mudanças relacionadas à idade, como composição corporal e funções orgânicas, afetam a
19
utilização e absorção dos elementos traço. A eficiência absortiva para alguns elementos pode
declinar com a idade e tem sido demonstrado em modelos animais. Apesar da redução da
eficiência de absorção, isto não representa deficiência fisiológica (MERTZ, 1996).
3.4 Elementos traço
3.4.1 Função
Elementos traço são minerais que podem ou não ter significado nutricional importante
para o organismo e são divididos, de acordo com sua influência, em: elementos essenciais
(Zn, Se, Cu, Mo, Cr), não essenciais (Mn, Ni, B, V) e tóxicos (Pb, Cd, Hg, As, Al, Li, Sn)
(OMS, 1998).
Os elementos traço essenciais são componentes funcionais, estruturais, e regulatórios
de numerosas biomoléculas no metabolismo em organismos vivos. Para a sua síntese correta,
estes elementos devem estar em concentrações específicas. Isto é importante não somente
porque a falta metabólica de elementos essenciais pode danificar a função sintetizadora
biomolecular, mas também porque o excesso pode ser tóxico (WINDISCH, 2001).
Com as necessidades específicas do metabolismo, a fonte de elementos traço no
alimento varia extensamente em relação à quantidade e a composição química. Para manter o
equilíbrio metabólico (homeostase), o organismo ajusta ativamente a absorção e a excreção de
elementos traço essenciais (TIAN et al., 1996).
Um elemento é considerado essencial para um organismo quando a redução da sua
captação resulta em diminuição de uma função fisiologicamente importante, ou quando o
elemento é uma parte integral de uma estrutura orgânica, desempenhando uma função vital
naquele organismo (OMS, 1998). O desequilíbrio na relação entre elementos traço possibilita
distúrbios na homeostase das funções orgânicas durante a vida (HEGDE et al., 2004).
20
O contato de elementos traço ocorre em diversas circunstâncias: pelo ambiente, em
fumaça de carros, cigarros, pelo uso de drogas terapêuticas, matérias primas industrializadas,
como enlatados. Os metais geralmente produzem compostos tóxicos formados pela interação
com componentes orgânicos. São ligados a componentes biológicos e interagem com enzimas
ou afetam estruturas protéicas. No caso de intoxicação por metais, estes competem com outros
íons minerais, podendo causar o rompimento de membranas e desequilíbrio da função
mitocondrial, gerando radicais livres. Devido a esses efeitos clínicos generalizados, ocorre
como conseqüência fraqueza e mal-estar, que são característicos em muitos casos
(WEISINGER; BELLORIN-FONT, 1998).
O Ca é o mineral mais comum do corpo, apresentando-se em grande quantidade nos
ossos, dentes e em pequena quantidade no sangue e órgãos como, coração e rins. São
responsáveis pelos impulsos nervosos, contrações musculares, além de determinar a saúde
óssea. Outras funções importantes são relatadas: ajuda a manter regulares os batimentos
cardíacos; regula a pressão sanguínea, associado a outros minerais (sódio, potássio e
magnésio) e alivia a insônia. Sua absorção no corpo depende da presença de vitamina D, bem
como de outros fatores, incluindo a utilização de ácidos digestivos que permitem a quebra
para a absorção intestinal. A deficiência aguda do Ca é suportada pela utilização do mineral
depositado no esqueleto, porém a deficiência crônica pode resultar em raquitismo, em criança,
e osteoporose em adultos (BERGLUND et al., 2000; SUTER, 1999).
O Cr tem um potencial de ação no Fator de Tolerância a Glicose (GTF), assim como
qual tem efeito direto na insulina. A deficiência de cromo torna a insulina menos efetiva,
resultando na diminuição da tolerância à glicose (RICHARD, 1998).
O Cu é um elemento traço essencial requerido como componente de várias enzimas
com função de produção de energia (citocromo oxidase); neurotransmissão (dopamina
monooxidades); proteção das células contra danos que podem ser causados por radicais livres
21
(superóxido dismutase) e conversão do ferro para ser absorvido (ceruloplasmina). Os
principais sintomas da deficiência do Cu são anemia, devido à produção deficitária de
ceruloplasmina. Como conseqüência diminui a eficiência da absorção de ferro e
desmineralização óssea (UAUY; OLIVARES; GONZALEZ, 1998).
Sandstead (2000) sugere que a deficiência de Fe pode resultar em prejuízos
neurológicos e deficiências cognitivas. Este elemento possibilita o transporte de oxigênio no
sangue e outros tecidos, por ser componente de enzimas envolvidas em reações químicas no
corpo, auxilia na produção de hormônios da tireóide e tecidos conectivos, porém sua
deficiência resulta em anemia (COOK, 1997).
O Mg é o quarto mineral mais abundante no organismo. Participa de reações
enzimáticas no corpo e é requerido na transmissão neuromuscular, necessária para reações
envolvendo ATP, síntese de proteínas, ácidos nucléicos e transmissão de sinais nervosos
(SARIS et al., 2000). Está envolvido na função imune, com efeito protetor nas membranas
celulares (WEISINGER; BELLORIN-FONT, 1998).
O Mn é um elemento traço essencial para a estrutura óssea, onde está presente em altas
concentrações, além do fígado e pâncreas. O Mn é componente de enzimas, sendo assim,
previne danos causados por oxidação lipídica nos tecidos. É importante na quebra de
carboidratos, na síntese de óxido nítrico e no metabolismo da glicose e glicogênio
(COZZOLINO, 2005; OMS, 1998).
O B tem importante função nutricional em condições patológicas, tais como artrite e
osteoporose, sendo necessário para o crescimento e manutenção óssea (NIELSEN, 2000).
Ossos, unhas e dentes contêm as maiores concentrações desse mineral distribuído pelos
órgãos. Estudo feito por Chapin et al. (1997), em modelos animais submetidos à exposição
dietética, demonstrou que houve aumento da força de compressão nos ossos e em 32 semanas
22
após o final da exposição, o B encontrou-se com elevada retenção no esqueleto, o que pode
ser explicado pela sua incorporação na matriz óssea.
Carneiro et al. (2002) analisaram os intervalos de referência de minerais no cabelo da
população do Rio de Janeiro e observaram que a idade influencia significativamente nas
concentrações de elementos. Os níveis dos elementos traço variam na presença de doenças
crônico-degenerativas, podendo afetar sua biodisponibilidade (YOSHINAGA et al., 1995).
3.4.2 Biodisponibilidade
Biodisponibilidade é compreendida como a proporção real de nutrientes que será
utilizada pelo organismo (COZZOLINO, 2005), sua influência em variáveis fisiológicas e
dietéticas que afetam a utilização dos elementos deve ser levada em consideração quando se
comparam os dados sobre as ingestões da dieta com estimativas de necessidade ou tolerância.
As recomendações feitas para elementos individuais são apresentadas na forma de variações
de segurança da ingestão para grupos populacionais. Estas variações não representam
necessidades individuais, mas os limites da adequabilidade e segurança de ingestões médias
de populações inteiras. Se a ingestão média da população cai dentro dos limites, praticamente
todos os membros daquela população são considerados como tendo uma ingestão adequada
(OMS, 1998).
Batzevich (1995) realizou um estudo ecológico, analisando elementos traço pelo
cabelo em 17 grupos étnicos e territoriais, concluindo que a variação dos elementos traço
depende da condição geoquímica ou de fatores nutricionais. Acrescenta ainda que o cabelo é
um bom indicador biológico, podendo ser usado em estudos ecológicos e médicos, pois
fornece a oportunidade de definir captações anormais, seleciona a influência de um único
elemento ou vários e avalia o nível de stress geoquímico nas populações. Assim, a
concentração de determinado elemento considerada normal no cabelo de uma população,
23
pode não ser normal para outra. Desse modo, os elementos traço interagem no organismo,
influenciando processos fisiológicos e até desencadeando processos patológicos crônicos, por
sua característica cumulativa (POZEBON; DRESSLER; CURTIUS, 1999).
3.4.3 Elementos traço e sua relação com DMO
Doenças como: hipertensão arterial (BAGCHI; PREUSS, 2005), Parkinson (HEGDE
et al., 2004), epilepsia (HIRATE et al., 2002), doença renal (D´HAESE et al., 1999), câncer
(YOSHINAGA et al., 1995), osteomalácia e osteoporose (ALFVÉN et al., 2000; JÄRUP et
al., 1998) são afetadas pela disponibilidade dos elementos traço no organismo.
A deficiência de magnésio interage com a osteoporose uma vez que este elemento
participa da constituição óssea e o zinco regula a secreção da calcitonina da glândula tireóide
que, por sua vez, tem influência na construção óssea. Já o cobre induz à diminuição do osso
por supressão das funções osteoclásticas e osteoblásticas (GÜR et al., 2002; ITANI; TSANG,
1996; OKANO, 1996).
Brzóska et al. (2001) estudaram o efeito da suplementação de Zn nas mudanças
induzidas por Cd na tíbia de ratos, em 12 semanas com 240 µg Zn/ml e mais 12 semanas com
50 µg Cd/ml, demonstrando que o Zn pode prevenir o acúmulo e a ação tóxica do Cd na tíbia
de ratos. A exposição de Cd conduz a distúrbios no metabolismo ósseo refletido por
mudanças na composição química óssea, diminuindo da densidade mineral óssea.
Hosea et al. (2004) investigaram os efeitos da deficiência de Zn na dieta e sua
restrição, no desenvolvimento ósseo de ratos (23 dias) em crescimento, bem como alguns
efeitos adversos causados na restrição de Zn. Observaram que a deficiência de Zn limita a
formação do osso e ao mesmo tempo, acelera a reabsorção. Ambos, a deficiência e a restrição
de Zn, possibilitam a osteopenia durante o envelhecimento.
24
Existe influência da dieta ou nutrientes específicos na massa óssea, especialmente
quando este potencial, juntamente com fatores ambientais, acontece no envelhecimento
(PRENTICE, 2004).
Por outro lado, Reeves, Jolley e Buckley (1975), demonstram que metais, como o
chumbo, divididos em relação à idade: 1–21, 22–42 e 43–87 anos, assim como os índices do
Fe, Mg, Zn e Cu em amostras de cabelo, em residentes da Índia, enquanto que o conteúdo do
Co em idosos. Takeuchi et al. (1982) relataram um aumento similar nos conteúdos do Ca,
Mg, Cu e Zn com o avanço da idade. Imahori et al. (1979) encontraram níveis elevados de Hg
em idosos.
Gür et al. (2002) objetivaram determinar a importância dos elementos traço (minerais
traço) na patogênese da osteoporose pós-menopausal, os efeitos da calcitonina, comparando o
perfil mineral de 2 grupos de mulheres pós-menopausadas (70 osteoporóticas e 30 não
osteoporóticas), e avaliar a eficácia da calcitonina (6 meses de suplementação de cálcio e
calcitonina) e o comportamento de alguns elementos traço. Observaram que, o nível do Mg,
Cu e Zn regularam com suplementação, em mulheres osteoporóticas, sugerindo mais estudos
sobre a importância da composição dietética em mulheres osteoporóticas.
Järup et al. (1998) realizaram um estudo sobre a importância do cádmio como fator de
risco para a osteoporose; estudaram 43 trabalhadores que se expuseram ao Cd e observaram
menor DMO, no antebraço desses trabalhadores.
O índice de massa óssea foi inversamente correlacionado com o Cd urinário, e a
associação permaneceu insignificante após o ajustamento da idade, do peso corporal e do
status menstrual, sugerindo um significante efeito do cádmio na perda óssea em mulheres
com idade entre 40-88 anos que têm sinal de danos renais por cádmio-indução (HONDA et
al., 2003).
25
Para analisar como os fatores de interferência agem no tecido ósseo, métodos
invasivos e evasivos são realizados. Os métodos invasivos são: sanguíneos, nos quais podem
ser observados os biomarcadores ósseos e biopsias, que consistem na coleta de tecido ósseo
de cadáver ou modelos animais. Os métodos evasivos são: coleta urinária, no qual se
observam os níveis de creatinina, a densitometria óssea, unha e cabelo (COZZOLINO, 2005).
3.5 Cabelo - indicador biológico de elementos traço
Com o cabelo, pode-se obter informações retrospectivas do status nutricional do Cr e
Zn. A deficiência de Cr no cabelo de recém nascidos indica há variação desse elemento na
mãe. No entanto, o conteúdo do Cr nos recém nascidos são maiores comparados com crianças
mais velhas. Comparando com o sangue, o cabelo reflete melhor a desordem do Zn no
organismo. Se a análise for bem realizada, os conteúdos podem diagnosticar problemas de
saúde. Este método permite que o cabelo em excesso seja guardado e reutilizado para futuras
análises (TORIBARA; JACKSON, 1982; HAMBIDGE; BAUM, 1972).
Strain et al. (1966) sugeriram que a análise de cabelo pode ser um importante, não
traumático e simples método de avaliar o Zn no organismo. Notaram que com a
suplementação de Zn, indivíduos com deficiência desse elemento aumentaram as
concentrações no cabelo, demonstrando ser um indicador de variação mineral no organismo.
Demonstraram também evidência de variação sazonal, e dentre as variações mais
significantes observadas destaca-se o aumento do conteúdo de Zn nos meses de junho e
setembro.
O cabelo leva vantagem em relação aos níveis de Cd no sangue, já que nesse analito,
os níveis são baixos em relação ao cabelo. Os dados do cabelo podem ajudar na análise de
populações de regiões urbanas, não expostas ocupacionalmente (PETERING et al., 1973).
26
Comparando o conteúdo de Mg em recém nascidos e suas mães, Saner, Dağoğlu e
Özden (1985) fizeram análise utilizando o cabelo e demonstraram que baixos níveis de Mn
em recém nascidos refletem a deficiência desse elemento nas mães, sendo um importante
indicador de má formação uterina.
Em sua revisão, Fletcher (1982) identificou artigos que comprovaram a eficácia do
cabelo para a análise de clínica médica, status mineral e toxicologia, mas alertou que as
análises devem ser cuidadosas a fim de evitar falsos positivos. No entanto, o cabelo reflete
mudanças metabólicas sob longo período de tempo.
Klevay et al. (1987) relataram sobre a importância de se ter uma padronização dos
métodos de análise para que o potencial da utilização do cabelo seja melhor explorado pelas
áreas de saúde que já se utilizam desse método para diagnósticos e terapias, como cardiologia,
epidemiologia, medicina ocupacional, nutrição e toxicologia.
A análise de cabelo indica variações de elementos traço por fatores como diferenças
geoquímicas, locais e hábitos nutricionais. Populações que possuem o hábito de se
alimentarem com peixes e outros produtos marinhos têm altos níveis de Hg no cabelo. O que
pode ser observado também com outros elementos como Mn, Fe, Zn, Cu, Cr, Co, Sb e Sc,
analisados por Batzevich (1995).
Barrera e Rossi (1995) analisaram se existe correlação entre os conteúdos da urina e
do cabelo. Demonstraram ter correlação positiva entre esses dois analitos. Os autores
comprovaram que o cabelo é importante para investigar o consumo de drogas.
Os hábitos nutricionais refletem diferenças nos níveis dos elementos traço no cabelo
com relação aos hábitos alimentares regionais. Diferenças entre níveis de elementos são
indicativos de uma variabilidade individual, especificidade de sexo, atividade metabólica,
exposição ocupacional, localização geográfica e hábitos alimentares. Fatores como a secreção
pelas glândulas sebáceas (fonte de elementos traço e lipídeos), suor, que contém sódio,
27
potássio, uréia e elementos traço, descamação epidérmica e substâncias do ambiente
(cosméticos e poluição), afetam o conteúdo mineral do cabelo. Contudo, a composição do
cabelo é determinada pela captação de substâncias externas, bem como de substâncias
advindas da corrente sanguínea (CHOJNACKA et al., 2005).
A análise de cabelo é importante para examinar o conteúdo de elementos traço tóxicos
e não tóxicos no corpo por exposição ambiental ou ocupacional, tem aplicações em medicina
legal e tem sido considerado como uma ferramenta no diagnóstico de deficiências nutricionais
e doenças crônicas (FLETCHER, 1982). Miekeley et al. (2001) verificaram o comportamento
de treze elementos (Ca, P, Mg, Sr, Ba, Al, Fe, Mn, Cu, Zn, Cd, Hg, Pb) em relação a doenças
crônicas (hiperparatiroidismo, hipertiroidismo, hipoparatiroidismo, osteoporose e
osteomalácia), monitorada pelo cabelo. Os resultados sugeriram que o cabelo funciona como
registro de anormalidades no organismo e diminuição do turnover ósseo.
28
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Caracterização da pesquisa
Trata-se de um estudo correlacional, que examinou possíveis relações entre as
variáveis elementos traço, variável independente, densidade mineral óssea, massa livre de
gordura e massa gorda, variáveis dependentes (THOMAS; NELSON, 2002).
4.2 População
A população foi composta por idosas, residentes em Brasília e cidades satélites do
Distrito Federal.
4.3 Amostra
A amostra do estudo foi composta por 30 idosas, com idade média de 65.70 ± 3.96
anos, fisicamente ativas, participantes do projeto Geração de Ouro da Universidade Católica
de Brasília. A amostra obedeceu aos seguintes critérios de exclusão:
- Portadores de câncer;
- Diabetes tipo I;
- Doença de Alzheimer;
- Quadro de desnutrição;
- Prótese metálica;
- Contato direto com produtos químicos (defensivos agrícolas, resina e tintura no cabelo);
- Fumantes;
- Pessoas que fazem ingestão freqüente de álcool;
- Utilização de reposição hormonal.
29
Três idosas entraram no critério de exclusão por se apresentarem com tintura recente
no cabelo, permanecendo 27 amostras para serem analisadas.
4.4 PROCEDIMENTOS E PROTOCOLOS
4.4.1 Densitometria óssea
Para a determinação da composição mineral óssea dos indivíduos, foi utilizado o
método absortométrico por raios X de dupla energia (DXA), aparelho lunar, modelo DPX-IQ.
A técnica é baseada na atenuação de um feixe de energia (prótons) penetrante, fazendo uma
varredura através da região esquelética de interesse. Os sítios ósseos são identificados por um
software, baseado na mudança na energia que alcança o detector. A calibração dos materiais é
usada para converter a atenuação cumulativa entre as extremidades do osso à massa do
mineral dentro dele. A massa mineral mensurada representa uma média dentro da região do
esqueleto – tecido ósseo, tecidos moles intra-ósseos e, dependendo da região, cavidade
medular ou canal espinal (PRENTICE, 2004).
Nesta medida, os indivíduos permaneceram em decúbito dorsal sobre uma mesa, com
seus membros inferiores relaxados e separados um do outro, os membros superiores
posicionados ao longo do corpo com os antebraços em pronação. Os sítios escolhidos para as
medidas foram as vértebras L2, L3, L4, colo do fêmur, trocânter e área de Wards. Estes sítios
foram escolhidos por serem os locais onde ocorre a maior incidência de fratura osteoporótica,
e grande concentração de osso esponjoso.
4.4.2 Coleta de cabelo
As amostras de cabelo foram coletadas da região occipital (nuca), de 27 voluntárias,
entre 1 a 10 mm de distância do scalpo (couro cabeludo). Esta região é padronizada por ser
menos susceptível à contaminação externa, além do mais quase sempre existe cabelo neste
local em indivíduos calvos. Foram coletados 2 a 3 g de cabelo das idosas (POZEBON;
30
DRESSLER; CURTIUS, 1999). No momento da coleta, foi aplicado um questionário para
obter informações a respeito dos hábitos e do estilo de vida, bem como para identificar
possíveis amostras que entrassem no critério de exclusão (Anexo A).
4.4.3 Lavagem
As amostras foram processadas, de acordo com o método de lavagem desenvolvido
pela International Atomic Energy Agency (IAEA). Sendo bastante estável, as amostras de
cabelo não precisam ser mantidas sob refrigeração, tampouco em preservantes. O cabelo foi
lavado para a remoção de partículas de poeira, suor, gordura (POZEBON; DRESSLER;
CURTIUS,1999). O procedimento consistiu em 03 lavagens intercalando água ultra pura e
acetona, com secagem em sistema de aquecimento brando a 70 ºC sob vácuo, utilizando o
liofilizador, até massa constante, e armazenada em sacos plásticos.
4.4.4 Digestão das amostras
Antes da digestão, as amostras foram pesadas para a obtenção ou aproximação da
massa a 0.30g. Em seguida, foram digeridas, utilizando 5 mL de ácido nítrico (HNO
3
) ultra
puro e 2,5 mL de peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) com sistema de digestão por microondas
para a abertura das amostras. O sistema de digestão consistiu em 30 ciclos com intervalos de
15 segundos em ácido nítrico (HNO
3
) ultra puro e 25 ciclos com intervalos de 15 segundos
em peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
), todos com irradiação a 125 W. Posteriormente, o volume
do digerido foi aumentado a 25 mL com água ultra purificada (POZEBON; DRESSLER;
CURTIUS, 1999; DOMBOVÁRI; PAPP, 1998).
31
4.4.5 Análise das amostras - método analítico
As concentrações dos 31 elementos: Ag, Al, As, B, Ba, Be, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe,
Hg, K, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, Pb, Sb, Sc, Se, Sn, Sr, Ti, V, Y, Zn e Zr, foram detectados
com a análise multielementar das amostras, realizada pela espectroscopia de emissão atômica
por plasma de argônio induzido (ICP-OES) e espectometria de emissão atômica (ICP-MS)
(aparelho sequential ICP-AES e SPECTR AA 220 FS). O processo analítico foi controlado
pelo uso de uma matriz padrão.
4.5 Análise Estatística
Para a caracterização das amostras, foram utilizadas médias e desvios-padrão. O
padrão de distribuição normal das DMOs foi identificado pela prova de Kolmogorov-
Smirnov. As inter-relações entre os sítios de DMO e entre os elementos traço foram
determinadas pelo coeficiente de correlação de Pearson e os coeficientes não-paramétricos: ρ
de Spearman e τ de Kendall, o mesmo procedimento também foi feito para composição
corporal (massa livre de gordura e massa gorda). Uma análise por classificação hierárquica foi
utilizada para identificar grupos de casos ou variáveis homogêneas, com base nas variáveis
apresentadas, como densidade mineral óssea dos sítios (L2-L4, colo do fêmur e trocânter) e
área (triângulo de Wards). Com isso, as amostras semelhantes são agrupadas entre si,
produzindo uma figura (dendograma) que facilita a visualização de padrões de agrupamentos
e formação de grupos entre as amostras apresentadas. A distância entre os pontos determinou
a semelhança entre os mesmos, de modo que quanto mais próximo se apresentarem, mais
similares serão as características das amostras. O método aproximou os pares de pontos entre
si e os substituiu por um novo ponto situado na distância média entre os dois pontos. O
procedimento foi repetido até que todos os pontos estivessem agrupados em um único ponto.
32
Para identificar diferenças entre as médias de DMO e elementos traço, a análise de
variância (ANOVA) foi utilizada. Caso ocorram possíveis padrões de correlação, a análise por
componentes principais foi empregada para selecionar variáveis que as expliquem.
A análise de classificação hierárquica foi repetida para as variáveis massa livre de gordura
e massa gorda a fim de identificar grupos de casos ou variáveis homogêneas, em relação aos
níveis de elementos traço. Com isso, as amostras semelhantes são agrupadas entre si,
produzindo uma figura (dendograma) que facilita a visualização de padrões de agrupamentos
e formação de grupos entre as amostras apresentadas. Para identificar diferenças entre as
médias de massa livre de gordura, massa magra e elementos traço, a análise de variância
(ANOVA) foi utilizada. Caso ocorressem possíveis padrões de correlação, a análise por
componentes principais foi empregada para selecionar variáveis que as expliquem. O nível de
significância foi definido como p = 0,01. O programa estatístico utilizado foi o programa
SPSS versão 8.0.
4.6Comitê de ética
Esse estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Católica
de Brasília – UCB (ANEXO B). As idosas assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido (ANEXO C).
33
5. RESULTADOS
Inicialmente foi realizada uma análise exploratória dos dados. A tabela 1 apresenta as
características descritivas das 27 idosas nas variáveis, idade, estatura, massa corporal (MC),
percentual de gordura, massa livre de gordura (MLG) e massa gorda (MG).
Tabela 1 – Características descritivas da amostra, médias e desvios padrão.
Variável n=27
Idade (anos)
65,70 ± 3,96
Estatura (cm)
152,33 ± 6,58
MC (kg)
65,25 ± 13,70
% gordura
42,5 ± 9,19
MLG (kg)
37,74 ± 5,98
MG (kg)
26,85 ± 9,55
Onde: MC( massa corporal), % gordura (percentual de gordura), MLG (massa livre
de gordura) e MG (massa gorda).
Com a análise ICP-OES e ICP-MS, foi possível quantificar os valores dos elementos
traço. A tabela 2 representa os resultados das médias e desvios padrão dos elementos traço.
Tabela 2 - Concentrações médias dos elementos traço e desvios padrão no cabelo de 27 idosas.
Os valores médios dos elementos foram determinados em mg/Kg.
Elementos
Traço
D.P.* Elementos
Traço
D.P.* Elementos
Traço
D.P.*
Ag
0,24 ± 0,29
Hg
0,39 ± 0,86
Sc
0,671 ± 2,54
Al
15,53 ± 40,45
K
43,80 ± 69,13
Se
6,290 ± 6,79
B
1,00 ± 3,22
Li
13,27 ± 23,49
Te
0,50 ± 1,01
Ba
0,64 ± 1,1
Mg
26,37 ± 44,12
Sr
68,2 ± 77,5
Be
0,02 ± 0,22
Mn
4,86 ± 5,16
Ti
0,7 ± 1,5
Ca
760 ± 731
Mo
0,9 ± 1,5
Y
0,09 ± 0,24
Cd
0,16 ± 0,22
Na
683 ± 670
Zn
83,3 ± 80,7
Cr
4,61 ± 5,94
Ni
0,32 ± 0,53
Zr
5,7 ± 7,61
Cu
13,30 ± 15,40
Pb
38,2 ± 149,3
___
___ ___
Fe
10,40 ± 17,91
Sb
0,07 ± 0,24
___
___ ___
As,Co e V, não formam quantificados por essa metodologia.
*D.P. – desvio padrão.
34
A prova de Kolmogorov-Smirnov para a distribuição normal dos valores de DMO,
revelou que todas as distribuições dessa variável são normais. Enquanto que nos elementos
traço, apenas Ag, Ca, Na e Cu apresentaram distribuições normais. Os demais elementos (Al,
B, Ba, Be, Cd, Cr, Co, Fe, Hg, K, Li, Mg, Mn, Mo, Ni, Pb, Sb, Se, Sn, Te, Sr, Ti, Y, Zn e Zr)
não apresentaram distribuições normais.
Os coeficientes de correlação da densidade mineral óssea foram avaliados através da:
correlação de Pearson (tabela 3), τ de Kendall (tabela 4) e ρ de Spearman (tabela 5). As
análises dos coeficientes de correlação, p=0,01 (bicaudal), mostraram correlações
significativamente positivas.
Na tabela 3, observou-se que a correlação de Pearson entre a densidade mineral óssea
nos sítios e área analisados teve significativa correlação, sendo que a correlação mais forte foi
entre o sítio do colo e de Wards (r=0,916; p=0,01).
Tabela 3 – Coeficiente de correlação de Pearson da densidade
mineral óssea lombar (L2-L4), colo do fêmur, trocânter e área de
Wards.
Lombar Colo trocânter
Colo 0,819 ___
___
Trocânter 0,768 0,859
___
Wards 0,779 0,916 0,786
Todas as correlações foram significativas ao nível p=0,01 (bi-caudal)
Na tabela 4, o coeficiente de correlação τ de Kendall entre a densidade mineral óssea
nos sítios e área analisados mostrou uma correlação positiva, porém a correlação mais alta
permaneceu sendo entre o sítio do colo e de Wards (r=0,831; p=0,01).
Tabela 4 – Coeficiente de correlação τ de Kendall da densidade
mineral óssea lombar (L2-L4), colo do fêmur, trocânter e área de
Wards.
Lombar Colo Trocânter
Colo 0,658 ___
___
Trocânter 0,616 0,740
___
Wards 0,679 0,831 0,664
35
Todas as correlações são significativas ao nível P=0,01 (bi-caudal).
Na tabela 5, observa-se que, comparando com as correlações já apresentadas, o
coeficiente de correlação ρ de Spearman entre a densidade mineral óssea dos sítios e área
analisados demonstrou com maiores valores, a significância das correlações novamente com
alta correlação entre o sítio do colo e de Wards (r=0,951; p=0,01).
Tabela 5 – Coeficiente de correlação ρ de Spearman da
densidade mineral óssea lombar (L2-L4), colo do fêmur,
trocânter e área de Wards.
Lombar Colo Trocânter
Colo 0,847
___ ___
Trocânter 0,811 0,901
___
Wards 0,850 0,951 0,853
Todas as correlações são significativas ao nível P=0,01 (bi-caudal).
As análises dos coeficientes de correlação entre os sítios de DMO, mostraram que há
correlação positiva significante ao nível de P=0,01 entre os sítios e área analisados. Isto
implica uma inter-relação entre os sítios, no qual existindo redução da DMO lombar, outro
sítio também estará com redução significante, demonstrando sinergia entre os principais sítios
de diagnóstico da osteoporose.
As correlações entre os elementos traço analisados estão apresentadas na quadro 1.
Entre os elementos analisados, As e V não foram detectados em nenhuma amostra. Por isso,
foram retirados das análises estatísticas. No entanto, Hg, Mo, B, Cu, Pb, Sb e Be não tiveram
correlação significativa entre os elementos analisados, por isso não foram apresentados.
36
Quadro 1 - Coeficiente de correlação de Pearson entre os elementos para os valores estatisticamente significantes em p=0,01.
Ag Al B Ba Be Ca Cd Co Cr Fe K Li Mg Mn Ni Sc Se Sr Ti Zr
B
0,542
Cr
-0,504
Fe
0,517
K
0,704 0,794
Li
0,792
Mg
0,627 0,628 0,573
Mn
-0,527 0,785 0,650
Na
0.762 0,720 0,661
Ni
0,670 0,542
Sc
0,959
Se
-0,557 0,762 -0,517 0,818
Sr
-0,555 0,893 -0,503 0,601 0,841 -0,506 0,858
Te
0,524
Ti
0,665 0,645 0.599
Y
0,602 0,715 0,563
Zn
0,504 -0,824 0,500 -0,602 0,542 -0,792 -0,888 0,539
Zr
0,654 0,588 0,692 0,590 0,787 0,651
37
Com a análise por classificação hierárquica (figura 5), foi possível observar dois
grupos principais com relação à densidade mineral óssea, sendo que o grupo 1 foi formado
por 15 casos (8; 26; 16; 10; 21; 7; 23; 9; 22; 12; 4; 14; 24; 1 e 2) e apresentou valores médios
de densidade mineral óssea maior que o outro conjunto de 12 casos (18; 19; 13; 27; 6; 3; 5;
20; 25; 11; 17 e 15).
Figura 5 – Dendograma da análise por classificação hierárquica da DMO no
trocânter, colo do fêmur, triângulo de Wards e lombar (L2-L4).
38
A análise de variância (ANOVA) demonstrou diferença estatisticamente significativa
entre as médias do grupo 1 e 2, indicando que o grupo 1 apresentou valores médios de DMO
maiores, em relação ao grupo 2 (tabela 6).
Tabela 6 – Médias da densidade mineral óssea nos sítios:
lombar (L2 - L4), colo, trocânter e área do triângulo de wards.
Variável
Grupo 1
Grupo 2
Lombar (L2-L4) 1,0836 0,8089
Colo 0,9662 0,6741
Trocânter 0,8499 0,6133
Wards 0,7900 0,4755
A diferença entre as médias dos dois grupos permitiu constatar que o grupo 2
provavelmente está em processo de redução da massa óssea, característico em mulheres
idosas, enquanto que o grupo 1 apresentou valores compatíveis com DMO normal.
Visando a busca de variáveis que permitam a explicação de um padrão de correlações,
observado pelo conjunto das variáveis dependentes (DMO) e independentes (Elementos
traço), foi utilizada a análise por componentes principais ou análise fatorial (figura 6).
-2 -1 0 1 2
CP2
-2
-1
0
1
2
3
CP1
2.00
1.00
poDMOs
Grupo DMO
1
2
Gru
Figura 6. Representação dos dois grupos após a
análise por componentes principais (ACP) da
DMO.
39
As variáveis originais de DMO foram utilizadas para a formação de combinações
lineares. Com isso, a análise por componentes principais confirmou, com 92,8% da variância,
a existência dos 2 grupos de valores em relação à densidade mineral óssea.
A partir da classificação dos 2 grupos, foi realizada uma análise de variância
(ANOVA), a qual identificou os elementos traço com diferenças significativas:Ag, B, Ca, Cu,
K, Mg, Mo, Na, Pb, Se, Sb, Sn e Ti (Tabela 7). No entanto, o Pb e Se apresentaram médias
maiores no grupo 2, que apresenta baixos valores de DMO.
Tabela 7 – Relação entra as médias e desvios padrão dos elementos traço com DMO.
Onde: (N/D) não determinado.
Distribuição
DMO
Grupo 1
Grupo 2
Distribuição
DMO
Grupo 1
Grupo 2
N
15 12
N
15 12
Ag
0,04 ± 0,04
0,02 ± 0,02
Mo
1,18 ± 1,72
0,52 ± 0,94
B 1,78 ± 4,22
0,40 ± 0,92
Na
823 ± 74
511 ± 554
Ca 1012 ± 874
446 ± 312
Pb 1,34 ± 1,65
84,06 ± 220,27
Cu 16,27 ± 17,62
9,59 ± 11,76
Sb
0,12 ± 0,31
N/D
K
60,88 ± 83,54
22,43 ± 38,94
Se
4,98 ± 5,78
7,94 ± 7,81
Mg 35,65 ± 53,05
14,76 ± 27,47
Sn
1,46 ± 5,65
N/D
A figura 7 mostra a análise por agrupamento hierárquico, em relação à massa livre de
gordura e massa gorda, a partir da qual foi possível observar dois grupos principais, sendo que
o grupo 1 foi formado por 17 casos (21, 22, 23, 25, 24, 20, 10, 14, 13, 15, 18, 7, 8, 4, 6, 11 e
17) apresentando valores médios de massa livre de gordura e massa gorda maior que o grupo
2, com 10 casos (3, 5, 26, 27, 19, 16, 1, 2, 9 e 12).
40
A análise de variância (ANOVA) demonstrou diferença entre as médias do grupo 1 e
2, em que o grupo 1 apresentou valores médios de massa livre de gordura e massa gorda
maior que o grupo 2 (tabela 8).
Figura 7 – Dendograma da análise por agrupamento hierárquico da massa livre de
gordura e massa gorda.
41
Tabela 8 – Médias e desvios padrão na classificação de MLG e MG.
Grupo 1 Grupo 2
N
10 17
MLG
35,93 ± 7,54
21,52 ± 5,87
MG
42,70 ± 5,81
34,83 ± 3,85
Onde: MLG (Massa livre de gordura) e MG (Massa gorda).
A análise por componentes principais (figura 8) indicou uma separação das amostras
em dois grupos, de acordo com os valores médios de massa livre de gordura e massa gorda.
1
MLG e MG
4
2
2
CP 2
0
-2
-4
-2 -1 0 1 2
CP 1
Figura 8 - Representação dos dois grupos após a análise por
componentes principais (ACP) da massa livre de gordura e
massa
g
orda.
Através dos Componentes Principais um modelo de duas componentes, contendo
100% da variância (tabela 9), foi considerado.
42
Tabela 9 - Variância da Análise por Componentes Principais da MLG e MG.
Componente
principal
Total % de variância % cumulativa
1
2
1,6
0,5
78,6
21,5
78,6
100
Onde: MLG (Massa livre de gordura) e MG (Massa gorda).
Os elementos traço que apresentaram médias diferentes entre os grupos foram Ba, Be,
Fe, Mo, Na e Ni (tabela 10), sendo que o grupo 1 apresentou maiores teores médios de Mo e
Fe, enquanto que o grupo 2 apresentou maiores teores médios de Ba, Be, Na, e Ni. Dessa
forma, foi observado que os valores médios de Ba, Be, Na e Ni (grupo 2) se associaram a
baixos valores médios de MLG e MG. Por outro lado, o Mo e o Fe (grupo 1), se relacionaram
com altos valores médios de MLG e MG.
Tabela 10 – Relação entre as médias e desvios padrão dos elementos traço
com a massa livre de gordura e massa gorda.
Distribuição
MLG e MG
Grupo 1
Grupo 2
N
10 17
Ba 0,23 ± 0,30
0,89 ± 1,30
Be 0,01 ± 0,004
0,02 ± 0,027
Fe 12,32 ± 21,86
9,26 ± 15,77
Mo 1,76 ± 1,88
0,37 ± 0,78
Na 477 ± 594
806 ± 696
Ni 0,09 ± 0,21
0,45 ± 0,62
Onde:(MLG) Massa livre de gordura; (MG) massa gorda (Kg).
43
6. DISCUSSÃO
Com o aumento do envelhecimento populacional, doenças associadas à idade têm sido
motivo de preocupação, e dentre elas, a osteoporose se destaca. Essa doença óssea
degenerativa é caracterizada pelo aumento do risco de fratura, da porosidade e fragilidade
óssea, podendo levar a estados de morbidade e mortalidade. Sendo constituído por matrizes
orgânicas e inorgânicas, o osso é formado principalmente por minerais, também conhecido
como elementos traço (PRENTICE, 2004; HONDA et al., 2003; BERGLUND et al., 2000;
CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993).
Os efeitos cumulativos dos elementos traço tóxicos associados à restrição de
elementos traço essenciais, acarretam prejuízo na captação mineral para o turnover ósseo. A
constituição óssea depende de elementos traço essenciais para sua qualidade e é influenciado
pelos elementos traço tóxicos, que entram no organismo por diferentes vias: pelo ar, água,
alimentos, drogas, trato respiratório e gastrintestinal, sendo transportados, distribuídos e
eliminados pelo suor, cabelo, unha, urina e fezes e alguns deles, como o cabelo, o sangue e a
urina, servem para a análise do conteúdo mineral no organismo (APOSTOLI, 2002;
D´HAESE, et al., 1999).
O cabelo funciona como um indicador biológico de envenenamento, deficiência de
status nutricional e de algumas doenças crônicas como o câncer, doença de Parkinson e
autismo, por ter afinidade com os elementos traço tóxicos (MORTON; CAROLAN;
GARDINER 2002; BATZEVICH, 1995).
Em indivíduos com 2 anos de exposição ocupacional, os níveis dos elementos traço
(Cr, Fe, Ca, Cu, Ni e Zn) no cabelo, tiveram variações significantes, sugerindo a interação
entre os metais. Assim, a incorporação endógena e/ou exógena desses metais no cabelo, foi
notada mesmo que em níveis mais baixos que no sangue (TERESA; VASCONCELOS;
TAVARES, 1997). Na presença de doenças crônicas não-transmissíveis, há uma variação dos
44
níveis de elementos traço. Isso foi observado, analisando 9 elementos: Na, Mg, P, K, Ca, Fe,
Zn, Sr e Pb, em pessoas idosas (17 homens e 28 mulheres - 81,5 anos), indicando que os
níveis de Pb-Zn, Ba e Sr variaram na presença de câncer, danos cerebrovasculares e
osteoporose (YOSHINAGA et al., 1995).
Nesse estudo, observou-se 2 grupos distintos, divididos em relação à DMO. Os
indivíduos do grupo 1 apresentaram maiores DMO médias e os metais que tiveram diferença
significativa foram: Ag, Sn, Sb, Ti (não essenciais), Ca, K, Na, Mo, B, Cu e Mg (essenciais).
Apesar de alguns elementos já se apresentarem como componentes principais na formação
óssea (Ca, Cu e Mg), outros elementos como: Ag, Sn, Sb, Ti, K, Na, Mo e B também se
relacionaram positivamente no aumento da DMO, podendo sugerir importante desempenho
no processo de formação ou que a competição entre eles impediu a redução acelerada da
massa óssea. Já o Pb e Se, que se apresentaram em altas concentrações no grupo 2, parecem
contribuir para a redução da densidade mineral óssea pela competição entre os elementos
traço no organismo.
Em seu estudo, Bagchi e Preuss (2005) examinaram os efeitos agudos e crônicos da
exposição oral do chumbo em ratos; observaram que o grupo com acúmulo de chumbo teve
uma diminuição das concentrações de Mg, Mn, Na, K, Sr e Co no cabelo, comparado com o
grupo controle e concluíram que o acúmulo de chumbo em período curto de tempo tem sido
associado à diminuição da densidade mineral óssea no final de um ano
.
Com o envelhecimento, acontece um aumento da razão entre Pb/Ca na cabeça do
fêmur observado por Jurkiewicz et al. (2005), o que corrobora com os resultados desse
estudo, no qual foi observada uma relação de altas concentrações de Pb (elemento tóxico) e
baixa de Ca no grupo com menor densidade mineral óssea, em idosas, o que pode demonstrar
além da competição entre esses dois elementos, o efeito cumulativo do Pb no osso, uma vez
que esse tecido tem capacidade de reter grande quantidade de tal elemento traço por longo
45
período de tempo (GERHARDSSON et al., 2005; GERHARDSSON et al., 1993). A maior
parte do Pb acumulado no corpo durante anos é depositada e sua meia-vida dura cerca de 20
anos (RABINOWITZ, 1991).
Em se tratando da competição de elementos tóxicos e essenciais ou da quantidade
desses afetando o osso, existe uma relação entre os elementos traço e a característica do osso
(cortical ou trabecular), o que independe do sítio analisado (JURKIEWICZ et al., 2005).
Nesse estudo, uma correlação significante e positiva foi encontrada entre os sítios e a área
analisados, demonstrando haver uma homogeneidade na interferência dos metais com a
redução da massa óssea. Gerhardsson et al. (1993) relataram que o Pb é mais absorvido pelo
osso trabecular que o cortical.
Para uma exposição aguda, a cinética do Pb no sangue é de aproximadamente 1 mês,
já no osso pode variar entre 10-30 anos. Sua meia-vida pode aumentar em resposta a
distúrbios metabólicos ou doenças acometidas no envelhecimento. No osso, o Pb tem
afinidade com os cristais de hidroxiapatita, fixando-se na parte interna ou na superfície do
osso. Isso faz com que o Pb seja carreado pela hidroxiapatita no momento da remodelação
óssea, substituindo o Ca após ser removido do sangue. O Pb, por estar presente na matrix
óssea, é transferido em pequenas quantidades para o plasma, sua eliminação se torna cada vez
mais lenta com o avanço da idade, mesmo se for realizada terapia de quelação, método em
que são administradas concentrações de elementos que facilitam a eliminação do conteúdo
tóxico. Entretanto, a remoção não é eficaz, permanecendo também em outros órgãos como
cérebro e rins, pois acontecem mobilizações metabólicas que podem os afetar (JURKIEWICZ
et al., 2005; RABINOWITZ, 1991).
O Pb possui um potencial de perturbação sistêmica do metabolismo mineral ósseo,
pois, além de interferir nas células ósseas, interage com os sistemas regulatórios chamados de
46
hormônios calciotrópicos, tais como vitamina D, PTH, calcitonina e glicocorticóides
(POUNDS; LONG; ROSEN, 1991).
O Pb tem correlação negativa com a vitamina D, isso indica que, em altos níveis,
dificulta o transporte de Ca intestinal, tendo conseqüência direta do transporte Ca para o osso.
Em pessoas intoxicadas por Pb, o nível de PTH aumentou, ocasionando a redução do Ca. A
redução de calcitonina permite se instalar um estado de hipocalcemia como conseqüência da
hipercalciúria. Já o hormônio glicocorticóide, em presença do Pb no sangue, estimula a
reabsorção óssea. Os níveis plasmáticos de osteocalcina são reduzidos na presença de Pb, o
que pode ser resultado da diminuição de vitamina D circulante, aumento da degradação da
osteocalcina ou reduzida síntese de osteocalcina pelos osteoblastos. O Pb desloca o Ca
facilmente da osteocalcina e essa nova ligação prejudica a afinidade do Ca com a
hidroxiapatita. Com isso, os níveis reduzidos de osteocalcina se tornam um marcador da
redução de atividade osteoblástica (POUNDS; LONG; ROSEN, 1991).
Os osteoclastos acumulam mais Pb que os osteoblastos, no entanto são mais sensíveis
aos efeitos tóxicos desse elemento traço que, por sua vez, é comumente encontrado no
citoplasma e núcleo dessas células. Entretanto, os efeitos tóxicos devem ser devido a ações
diretas do Pb nos osteoclastos ou indiretamente mediado pelas células osteoblásticas,
prejudicando os osteoclastos. Isso faz com que diminua a acidez no espaço extracelular,
provendo um ambiente sub-ótimo para a atividade dos ácidos hidrolases (JURKIEWICZ et
al., 2005).
O Pb, além de causar efeito nas células osteoblásticas e osteoclásticas, se envolve com
os condrócitos (células de cultura), inibindo o processo de formação endocondral, afetando o
desenvolvimento esquelético (GONZÁLEZ-RIOLA et al., 1997).
O Se, apesar de ser um elemento essencial com função quelativa, uma vez que protege
contra a ação de metais pesados como arsênio, cádmio, mercúrio e chumbo, torna-se tóxico
47
em quantidades elevadas. À medida que a quantidade de Se eleva-se no plasma, esse aumento
se reflete no cabelo, pois tem correlação positiva (HAĆ; KRECHNIAK; SZYSZKO, 2002).
Apesar dessa proteção, nesse estudo foi demonstrado que o Se não evitou o aumento das
concentrações de Pb no grupo de idosas com baixa DMO e seu excesso pode não ter causado
intoxicação, mas contribuiu para a redução da massa óssea, o que pode ser explicado pela
redução da quantidade de As no organismo, já que esse elemento protege contra os efeitos
tóxicos do Se (RAIE, 1996).
O efeito da acumulação do Se no osso pode ser explicado por via direta e indireta.
Diretamente, é pelo efeito nas propriedades mecânicas do osso. Turan et al. (2000) e Turan,
Balcik e Akkas (1997) realizaram estudos, em modelo animal, sobre o efeito da deficiência e
do excesso de Se nas propriedades ósseas e demonstraram que, em ambos os casos, houve
redução da resistência do osso nos grupos analisados. Essa redução da resistência deve-se à
perda da rigidez e elasticidade obtida através da diminuição do conteúdo ósseo e da
cristalinidade pela diminuição da razão Ca: PO
4.
Já o efeito indireto se dá pela interação do Se no músculo esquelético, ocasionando
estresse oxidativo, que é resultado do acúmulo de espécies oxigênio reativas (ROS), que são
formadas em todos os tecidos, incluindo fibras musculares (FULLE et al., 2004). Nesse
estudo, a presença de selênio em grandes quantidades causou aumento do Pb e a redução de
As, seu antagonista, gerando reação inversa à de proteção dos tecidos, interferindo no sistema
de defesa antioxidativo. As enzimas antioxidativas dismutase peroxidase (SOD) e peroxidades
glutationa (GPX) contêm elementos traço essenciais como Mn, Cu e Se. A enzima GPX, que
contém Se, é a maior enzima envolvida na remoção de hidroperóxidos e de defesa contra os
danos peroxidativos nos tecidos, encontra-se no músculo esquelético. Em modelo animal, a
deficiência de Se altera a atividade da enzima GPX reduzindo seus níveis no músculo
esquelético (JI; STRATMAN; LARDY, 1988).
48
O Se, na forma de selenoproteína W, em baixas concentrações, causa danos nos
músculos cardíacos, esqueléticos e prejudica a captação de Ca para os músculos, observado
por Gu et al., (2000) em modelos animais e humano. Isso se deve ao fato de o Se acumular no
músculo, já que funciona como significante regulador do metabolismo do Ca nas células
musculares. A capacidade do retículo sarcoplasmático de capturar o Ca é reduzido na
deficiência do selênio em modelo animal, o que causa degeneração e calcificação do músculo
esquelético. Em contrapartida, doses elevadas podem causar alta excitabilidade muscular, o
que conduz a distúrbios motores, hiperreflexia e hemiplegia. Em estudo de caso, Yang et al.
(1983) observaram hemiplegia, em modelo animal, que progrediu lentamente e envolveu
anormalidades motoras e sensórias, apresentando fraqueza muscular.
Como conseqüência dos danos advindos da interação de espécies oxigênio reativa, em
particular no retículo sarcoplasmático, o mecanismo de transporte do Ca pode ser
prejudicado/alterado e contribuir para a ocorrência de sarcopenia, esta por sua vez está
relacionada com a redução da massa muscular como conseqüência da diminuição do número
de fibras motoras, degeneração progressiva, redução do número de fibras, atrofia e
acumulação do tecido conectivo. As ROS, além de danificar o músculo, alteram o mecanismo
regulatório de contração-excitação ligado ao controle da liberação e captação de Ca no
retículo sarcoplasmático (FULLE et al., 2004).
O declínio da massa muscular precede o declínio da força óssea em condições
anormais, já que a tensão aplicada no osso é influenciada por forças mecânicas produzidas
pela contração muscular ou impacto sofrido, levando à deformação óssea e ao mecanismo de
adaptação individual da força óssea pela força muscular, mediada pela magnitude e freqüência
da tensão, chamada de mecanostato (PARFITT, 2004). Esse estímulo mecânico induz à
ativação de sítios de formação óssea na superfície perióstea do osso pela atividade
osteoblástica (NOTELOVITZ, 2002). Com a redução desse estímulo pelo enfraquecimento
49
muscular ou sarcopenia, a força óssea é prejudicada, sendo preditor de problemas locomotores
advindos da osteoporose.
Walsh, Gary e Livingstone (2006) fizeram um estudo com o objetivo de determinar se
a sarcopenia é mais prevalente em mulheres osteopênicas, osteoporóticas ou normais. Apesar
de não terem encontrado uma associação entre as variáveis pela análise realizada,
concordaram que as mulheres osteopênicas e osteoporóticas que têm sarcopenia possuem
maior risco de fraturas.
A composição corporal aumenta em indivíduos no envelhecimento. Em decorrência
disso, variações fisiológicas são observadas durante essa fase, podendo ou não causar
prejuízos à saúde. A redução do peso pode resultar em diminuição de elementos traço
essenciais em órgãos e tecidos (HAN et al., 1999). Por outro lado, o aumento de elementos
traço tóxicos ou até mesmo os essenciais podem influenciar no aumento do risco de doenças
como hipertensão, diabetes e osteoporose (BAGCHI; PREUSS, 2005; ALFVÉN et al., 2000;
JÄRUP et al., 1998).
Nesse estudo, foi observado o aumento da massa livre de gordura e massa gorda no
grupo 1, em relação à média total, com maiores teores médios de Mo e Fe. No entanto, isso
pode indicar que a retenção desses elementos, no organismo, está associada à predisposição
do aumento da massa livre de gordura e massa gorda. Já aqueles que se apresentam com altos
teores de Ba, Be, Na e Ni, conforme observado no grupo 2, têm facilidade em perder peso ou
dificuldade de ganhar massa corporal magra e gorda. Mudanças no comportamento
nutricional podem interferir no status mineral do organismo, com efeito na composição
corporal. Cheek e West (1956), em estudo animal, observaram mudança na composição
corporal em ratos submetidos à restrição de potássio e ingestão de sódio, demonstrando que a
gordura e a água corporal diminuíram nos animais em decorrência da mudança na homeostase
mineral.
50
Han et al. (1999) estudaram a redução do peso na captação de elementos traço em
ratos submetidos à natação. Em decorrência do aumento de Pb no organismo, foi observada a
redução de peso corporal incluindo peso de órgãos e tecidos. Concluíram que a rápida redução
de peso foi em decorrência da retenção de elementos traço tóxico ou potencialmente tóxico no
organismo. Compston. et al. (1992) observaram a redução de peso corporal total induzida pela
restrição dietética nos órgãos e tecido ósseo.
A administração de elementos concorrentes pode reduzir os efeitos tóxicos causados
pela alteração (redução ou aumento) na homeostase mineral (CHEEK; WEST, 1956). Sendo
assim, possivelmente com a administração de Mo e Fe, os indivíduos podem ganhar massa
corporal total.
51
7. CONCLUSÃO
O presente estudo demonstrou existir correlação entre elementos traço, DMO e
composição corporal, utilizando análise de cabelo, no qual, a interferência negativa do Pb e Se
pode progredir para a redução da massa óssea. Já em relação com a composição corporal,
indicou que a retenção de elementos como Mo e Fe pode fazer com que os indivíduos tenham
dificuldade em perder massa corporal. Sendo assim, a análise de cabelo forneceu indicativo
dessa influência, podendo eventualmente ser utilizado como método diagnóstico de
osteoporose e alterações da composição corporal.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados sugerem a possibilidade de utilização do cabelo como indicativo de
patologias crônicas como osteoporose, sarcopenia e obesidade, porém mais estudos devem ser
realizados a fim de descobrir os mecanismos enzimáticos pelo qual se dão as alterações dos
elementos traço no tecido ósseo, na massa livre de gordura e massa gorda, interagindo com
patologias crônicas diversas.
52
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALFVÉN, Tobias et al. Low-level cadmium exposure and osteoporosis. Journal of Bone and
Mineral Research. v.15, n. 8, 1579-86, ago. 2000.
APOSTOLI, Pietro. Elements in environmental and occupational medicine. Journal of
Chromatography B. v.5, n. 778, p.63-97, out. 2002.
ARNOLD, W.; SACHS, H.
Hair analysis for medicaments-the best proof for a drug career.
Gresenius' J. Anal. Chem., v.348, p. 484-489, 1994.
BAGCHI, Debasis; PREUSS,
Harry G. Effects of acute and chronic oval exposure of lead on
blood pressure and bone mineral density in rats.
Journal of Inorganic Biochemistry v. 99,
n.5, p.1155-64, maio 2005.
BARRERA, Bermejo A. M.; ROSSI, S. Strano Hair and urine analysis: relative distribuition
of drugs and their metabolites. Forensic Science International v.5, n.70, p.203-10. jan. 1995.
BATZEVICH, Valery A. Hair trace element analysis in human ecology studies. The Science
of the Total Enviroment, v.164, n. 2, p. 89-98, mar.1995.
BAUMGARTNER, R. N. et al. Epidemiology of Sarcopenia among the Elderly in New
Mexico. American Journal of Epidemiology v.15, n.147, p.755-63. abr. 1998.
BEMBEN, M. et al. Age-related variability in body composition methods for assessment of
percent fat and fat-free mass in men aged 20-74 years. Age and Ageing. v.27, n.2, p.147-53,
mar. 1998.
BERGLUND, M; AKESSON, Agneta; BJELLERUP, Per; VAHTER, Marie. Metal-bone
interactions. Toxicoclogy Letters v.15, n.112-113, p.219-25. mar. 2000.
BERMEJO, Barrera A.M.; ROSSI, S. S. Hair and urine analysis: relative distribution of drugs
and their metabolites. Forensic Sci Int v. 70, n. 1-3, p. 203-10, jan. 1995.
BERQUÓ, Elza Salvatori. Algumas considerações sobre o envelhecimento da população no
Brasil. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL (1996, Brasília). Anais... Brasília, DF, 1996. p.
16-34.
BORELLA, P. et al., Mikrochim. Acta, v.123, p. 271, 1996.
BRZÓSKA, M.M. et al. The effect of zinc supply on cadmium-induced changes in the tibia of
rats. Food and Chemical Toxicology, v. 39, n.7, p.729-37. jul.2001.
BUNCKER, V.W. et al. The intake and excretion of lead and cadmium by the elderly.
American journal of clinical nutrition, v. 39, p. 803-809, 1984.
53
BURGER, E. H.; KLEIN-NULEND, J. Mechanotransduction in bone- role of the lacuno-
canalicular network. FASEB J. v. 13, n. 101-102, 1999. Suplemento.
CAMARANO, Ana Amélia. Mulher idosa: suporte familiar ou agente de mudança? Estudos
Avançados, vol.17, no.49, set/dez. 2003.
CAMPBELL, GA; COMPSTON, JE; CRISP, AJ. The management of common metabolic
bone disorders. Cambridge University Press, p. 29-62, 1993.
CARMELI, Eli; COLEMAN, Raymond; REZNICK, Abraham Z. The biochemistry of aging
muscle. Experimental Gerontology, v. 37, n. 4, p.477-89, abr.2002.
CARNEIRO, Maria Tereza W.D. et al. Intervalos de referência para elementos menores e
traço em cabelo humano para a população da cidade do Rio de Janeiro – Brasil. Química
Nova, v. 25 n. 1, p. 37-45, jan./feb. 2002.
CARNES, W. H. Role of cooper in connective tissue metabolism. Fed Proc v. 30, p.995-
1000, 1971.
CARTER, D. R; HAYES, W. C. The compressive behavior of bone à a two-phase porous
struture. J. Bone Joint Surg. v. 59, p. 954-962, 1977.
CHALDAKOV, G. N. et al. Adipobiology of disease: adipokines and adipokine-targeted
pharmacology. Current Pharmaceutical Design, v.9, n.12, p.1023-31, maio. 2003.
CHAPIN, Robert E. et al. The effects of dietary boron on bone strength in rats. Fundamental
and Applied Toxicology, v. 35, n.2, p. 205-15, fev.1997.
CHEEK, Donald B.; WEST, Clark D. Alterations in body composition with sodium loading
and potassium restriction in the rat: the total body sodium, nitrogen, magnesium and calcium.
J. Clin. Invest. v. 35, n.7, p. 763-74, jul. 1956.
CHOJNACKA, K. et al. Inter-element interactions in human hair. Environmental
Toxicology and Pharmacology, v. 20, n. 2, p. 368-374, set.
2005.
COMPSTON, J.E. et al. Effect of diet-induced weight loss on total body bone mass. Clinical
Science, v. 82, n.4, p. 429-32, abr.1992.
CONSENSO BRASILEIRO DE OSTEOPOROSE. Revista Brasileira de Reumatologia.
v.46, n 6, nov/dez, 2002
CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE. Diagnosis, prophylaxis, and treatment of
osteoporosis. American Journal of Medicine, v. 94, n.6, p. 646-50, jun. 1993.
COOPER, C.; CAMPION, G.; MELTON, L. J. Hip fractures in the elderly: a world-wide
projection. Osteoporosis International, v. 2, n. 6, p.285-9, nov. 1992;
54
COOK, J. D. The influence of different cereal grains on iron absortion from infant cereal
foods. Am. J. Clin. Nutr. v. 65, p. 964-969, 1997.
COZZOLINO, Silvia Maria Franciscato Biodisponibilidade de nutrientes. Barueri, Sp:
Manole, 2005.
D´HAESE, Patrick C. et al. Aluminum, iron, lead, cadmium, copper, zinc, chromium,
magnesium, strontium, and calcium content in bone of end-stage renal failure patients.
Clinical Chemistry. v. 45, n. 9, p.1548-56, set.1999.
DOMBOVÁRI, J.; PAPP, L. Comparison of sample preparation methods for elemental
analysis of human hair. Microchemical journal, v. 59, p.187-193, 1998.
FIATARONE, Maria A. et al. Exercise training and nutritional supplementation for physical
frailty in very elderly people. New England Journal of Medicine. v.330, n. 25, p. 1769-
1775, jun. 1994.
FLETCHER, David J. Proven and problematic applications. Hair analysis. v. 72, n. 5, p.79-
81, nov. 1982.
FULLE, Stefania et al. The contribution of reactive oxygen species to Sarcopenia and muscle
ageing. Experimental Gerontology v. 39, n. 1, p.17-24, jan. 2004.
FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo
Demográfico, 2000. Rio de Janeiro, 2001.
______. Censo Demográfico 1980. Rio de Janeiro: IBGE, 1981.
GEORGE, W. T.; VASHISHTH, D. Susceptibility of aging human bone to mixed-mode
fracture increases bone fragility. Bone, v. 38, n. 1, p.105-111, jan. 2006.
GERHARDSSON, Lars et al. Lead concentrations in cortical and trabecular bones in
deceased smelter workers. Journal of Trace Elements in Medicine and Biology. v.19, n.2-
3, p. 209-15, out. 2005.
GERHARDSSON, L. et al. In vivo measurements of lead in bone in long-term exposed lead
smelter workers. Archives of Environmental Health, v. 48, n.3, p.147-56, maio-jun. 1993.
GONZÁLEZ-RIOLA, J. et al. Effecy of lead on bone and cartilage in sexually mature rats: a
morphometric and histomorphometry study. Environmental Research. v.74, n. 1
, p. 91-93,
1997.
GOYER, R. A. et al. Environmental risk factors for osteoporosis. Environ. Health Perspect.
v.102, n.4, p.390-4, abr. 1994.
55
GU, Q. P. et al. Selenoprotein W accumulates primarily in primate skeletal muscle, heart,
brain and tongue. Molecular and Cellular Biochemistry. v. 204, n.1-2, p. 49-56, jan. 2000.
GÜR, A. et al. The role of trace minerals in the pathogenesis of postmenopausal osteoporosis
and a new effect of calcitonin. Journal of Bone and Mineral Metabolism, v. 20, n.1, p.39-
43, set. 2002.
GÜR, A. et al. Influence of number of pregnancies on bone mineral density in
postmenopausal women of different age groups. Journal of Bone and Mineral Metabolism,
v. 21, n.4, p. 234-41
, jul. 2003.
HAĆ, E.; KRECHNIAK, J; SZYSZKO, M. Selenium levels in human plasma and hair in
northern Poland. Biological Trace Element Research, v. 85, n.3, p. 277-85, mar. 2002.
HAMBIDGE, KM; BAUM, JD. Hair chromium concentrations of human newborn and
changes during infancy. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 25, n.4, p.376-9.
abr.1972.
HAN, Shenggao et al. Effects of Weight Loss and Exercise on the Distribution of Lead and
Essential Trace Elements in Rats with Prior Lead Exposure. Environmental Health
Perspectives, v. 107, n.8, p.657-62, ago. 1999.
HARRIS, S. Osteoporosis: hard facts about bones. Advanced studies in medicine, v. 2, n.15,
p. 546-550, set. 2002.
HEANEY, RP. The bone-remodeling transient: implications for the interpretation of clinical
studies of bone mass change. J Bone Miner Res. v. 9, n.10, p.1515-23, out. 1994.
HEGDE, Muralidhar L. et al. Serum trace element leves and the complexity of inter-element
relations in patients with Parkinson´s disease. Journal Trace Elements in Medicine and
Biology, v. 18, n.2, p.163-71, 2004.
HIRATE, Maki et al. Distribuition of trace elements in the brain of EL (epilepsy) mice.
Epilepsy Research, v. 51, n 2, p.109-116, set. 2002.
HO, Andrew Y. Y.; KUNG, Annie W. C. Determinants of peak bone mineral density and
bone in young women. Journal bone mineral metabolism, v. 23, n. 6, p. 470 – 475, nov.
2005.
HONDA, Ryumon et al. Urinary cadmium excretion is correlated with calcaneal bone mass in
Japanese women living in an urban area. Enviromental Research, v. 91, n. 2, p. 63-70, fev.
2003.
HOSEA, H. et al. Zinc-deficient rats have more limited bone recovery during repletion than
diet-restricted rats. Exp Biol Med. v. 229, n. 4, p. 303-311, abr. 2004.
56
HOWARD et al. Low serum copper, a risk factor additional to low dietary calcium in
postmenopausal bone loss. Journal Trace Element Exp. Med. p. 23-31, 1992.
IMAHORI A. et al. Multielement neutron activation analysis of human scalp hair: a local
population survey in the Tokyo metropolitan area. J. Radioanal. Chem. v. 52, n. 1, p. 167-
180, 1979.
ITANI O; TSANG RC. Effects of essential trace elements on bone turnover in relation to the
osteoporosis. Nippon-Rinsho, v. 54, n.1, p. 148-154, 1996.
JÄRUP, L. et al. Cadmium may be a risk factor for osteoporosis. Occupational and
Environmental Medicine, v. 55, n. 7, p. 435-439, jul. 1998.
JAVAID, MK; COOPER, CC. Prenatal and childhood influences on osteoporosis. Best Prac
Res Clin Endocrin Met. v. 16, n. 2, p. 349-367, jun. 2002.
JI, L.; STRATMAN, Frederick W.; LARDY, Henry A. Antioxidant enzyme systems in rat
liver and skeletal muscle: influences of selenium deficiency, chronic training and acute
exercise. Archives of Biochemistry and Biophysics. v. 263, n. 1, p.150-160, maio 1988.
JOHNELLO. The socioeconomic burden of fractures: today and in the 21st century.
American Journal of Medicine, v.103, n. 2, p. 20-25, ago. 1997. Suplemento
JURKIEWICZ, Andrzej et al. Lead content in the femoral heads of inhabitants of Silesia
(Poland). Journal of Trace Elements in Medicine and Biology, v. 19, n. 2-3, p.165–170,
out. 2005.
KALACHE, Alexandre; VERAS, Renato P.; RAMOS, Luiz Roberto. O envelhecimento da
população mundial. Um desafio novo.
Revista de Saúde Pública, v.21, n.3, jun., 1987.
KANIS, J. A. et al. Ten Year Probabilities of Osteoporotic Fractures According to BMD and
Diagnostic Thresholds. Osteoporosis International, v.12, p. 989–995, 2001.
KANIS, JA; MELTON, LJ; CHRISTIANSEN, C. The diagnosis of osteoporosis. J Bone Min
Res. v. 9, n.8, p.1137-41, ago.1994.
KAMEL, H.K.; MAAS, D.; DUTHIE, EH. Role of hormones in the pathogenesis and
management of sarcopenia. Drugs Aging, v. 19, n. 11, p. 865-877, 2002.
KENNEY, W.L.; BUSKIRK, ER. Functional consequences of sarcopenia: effects on
termoregulation. Journal of Gerontology Biological Sciences and Medical Sciences. v. 50,
p. 78-85, nov. 1995.
KLEVAY, Leslie M. et al. Hair analysis in clinical and experimental medicine. The
American Journal of Clinical Nutrition, v. 46, n. 2, p. 233-236, ago.1987.
57
LIM, C. T.; ZHOU, E. H.; QUEK, S. T. Mechanical Models for lining cells – a review.
Journal of Biomechanics, v. 39, p. 195 -216, 2006.
MANOLAGAS, S.C. Birth and death of bone cells: basic regulatory mechanisms and
implications for the pathogenesis and treatment of osteoporosis. Endocr Rev, v. 21, n. 2,
p.115–137, abr. 2000.
MCCREADIE, Barbara R. et al. Osteocyte lacuna size and shape in women with and without
osteoporotic fracture. Journal of Biomechanics, v. 37, n. 4, p. 563–572, abr. 2004.
MCSHEEHY, P.M.J.; CHAMBERS, T.J., Osteoblastic cells mediate osteoclastic
responsiveness to parathyroid hormone. Endocrinology, v.118, n. 2, p. 824-8, fev. 1986.
MERTZ, Walter Trace elements in the elderly. Nutrition, v.12, n. 7-8, p. 549-550, jul- ago.
1996.
MIEKELEY, N. et al. Elemental anomalies in hair as indicators of endocrinologic pathologies
and deficiencies in calcium and bone metabolism. Journal Trace elements in Medicine and
Biology, v. 15, n.1, p. 46-55, 2001.
MINAYO, Maria Cecília de Souza Violência contra idosos: relevância para um velho
problema. Cadernos de Saúde Pública, vol.19, no.3, Jun 2003.
MOREIRA, M. M. O envelhecimento da população brasileira em nível regional; 1940-2050.
In: XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Anais. Caxambu: Associação Brasileira
de Estudos Populacionais, p. 3030-3124, 1998.
MORTON, Jackie; CAROLAN, Vikki A.; GARDINER, Philip H. E. Removal of
exogenously bound elements from human hair by various washing procedures and
determination by inductively coupled plasma mass spectrometry. Analytica Chimica Acta v.
455, n. 1, p. 23-34, mar. 2002.
NEWITT, M.C., Epidemiology of osteoporosis. Rheum. Dis. Clin. North A. v. 20, n. 3, p.
535-559, ago. 1994.
NIELSEN, F. H. The emergence of boron nutritionally important throughout the life cycle.
Nutrition, v. 16, n. 7-8, p. 512-514, jul-ago. 2000.
NOTELOVITZ, Morris. Overview of bone mineral density in postmenopausal women. J
Reprod Med, v. 47, n. 1, p. 71-81, jan. 2002. Suplemento
OKANO, T. Effects of essential trace elements on bone turnover in relation to the
osteoporosis. Nippon-Rinsho, v. 54, n. 1, p.148-154, jan. 1996.
58
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Aplicaciones de la epidemiología al
estudio de los ancianos. Informe de un grupo científico de la OMS sobre la epidemiología
del envejecimiento. Ginebra,1984.
______. Elementos traço na nutrição e saúde humana. São Paulo: Roca, 1998.
PARFITT, A.M. The attainment of peak bone mass: what is the relationship between muscle
growth and bone growth? Bone, v. 34, n. 5, p. 767-770, mai. 2004.
______. Morphological basis of bone mineral measurements: transient and steady state effects
of treatment in osteoporosis. Miner Electrolyte Metab, v. 4, p. 273–87, 1980.
PETERING, Harold G. et al. Trace metal content of hair. Cadmium and lead of human in
relation to age and sex. Arch Environ Health v. 27, n. 5, p. 327-30, nov.1973.
PHELAN, John P.; ROSE, Michael R. Progress Report Research in the Biology of Ageing.
Ageing and Society, v. 17, p. 65-74, 1997.
POUNDS, Joel G.; LONG, Gregory J.; ROSEN, John F. Cellular and molecular toxicity of
lead in bone. Environmental Health Perspectives, v. 91, p. 17-32, fev. 1991.
POUILLÈS, Jean-Michel; TRÉMOLLIERES, Florence A.; RIBOT, Claude. Osteoporosis in
otherwise helthy perimenopausal and early postmenopausal women: physical and biochemical
characteristics. Osteoporosis Int. v. 17, n. 2, p. 193-200, fev. 2006.
POZEBON, D.; DRESSLER, V. L.; CURTIUS, A. J. Análise de cabelo: uma revisão dos
procedimentos para a determinação de elementos traço e aplicações. Química Nova, v.22,
n.6, p.838-846, nov./dez. 1999.
PRENTICE, A. Diet, nutrition and the prevention of osteoporosis. Public health nutrition, v.
7, n.1, p. 227-243, fev. 2004.
RABINOWITZ, Michael B. Toxicokinetics of bone lead. Environmental Health
Perspestives. v. 91, p. 33-37, fev.1991.
RAIE, R.M. Regional variation in As, Cu, Hg and Se and interaction between them.
Ecotoxicology and Enviromental Safety, v. 35, n.3, p. 248-252, dez. 1996.
RAMOS, L.R. A explosão demográfica da terceira idade no Brasil: uma questão de saúde
pública. Gerontologia, v.1, n.1, p.3-8, 1993
RAPURI, P. B. et al. Smoking and bone metabolism in elderly women. Bone, v. 27, n. 3, p.
429-436, set. 2000.
59
REEVES R.D.; JOLLEY K.W.; BUCKLEY P.D. Lead in human hair. Relation to age, sex
and environmental factors. Bull. Environ. Contamin. Toxicol. v.14, n. 5, p. 579-87,
nov.1975.
REKENEIRE, Nathalie de et al. Is a fall just a fall: correlates of falling in healthy older
persons. The Health, aging and body composition study. Journal Am. Geriatr Soc. v.51, n.
6, p. 841-846, jun. 2003.
RICHARD, A. Anderson. Chromium, Glucose Intolerance and Diabetes. Journal of the
American College of Nutrition, v.17, n. 6, p. 548-555, dez.1998.
RIGGS, B.L.; MELTON, L.J.D. Involutional osteoporosis. New England Journal of
Medicine, v. 314, n.26, p.1676-1686, jun. 1986.
RODAN, G.A; MARTIN, T.J. Role of osteoblasts in hormonal control of bone resorption: a
hypothesis. Calcif Tissue Int. v. 33, n.4, p. 349–351, 1981.
RUFF, C.B.; HAYES, W.C. Sex differences in age-related remodeling of the femur and tibia.
J Orthop Res. v. 6, n.6, p.886–96; 1988.
RUSSO, Roberto Cosimo et al. Structural adaptations to bone loss in aging men and women.
Bone, v. 38, n. 1, p. 112-118, jan. 2006.
SANDSTEAD, H.H. Introduction. Causes of iron and zinc deficiencies and their effects on
brain. Journal of Nutrition, v. 130, n. 2, p. 347-349, fev. 2000.
SANER, Günay; DAĞOĞLU, Türkan; ÖZDEN, Tülin. Hair manganese concentrations in
newborns and their mothers. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 41, n.5, p.
1042-1044, mai.1985.
SARAIVA, Gabriela Luporini; LAZARETTI-CASTRO, Marise. Marcadores Bioquímicos da
Remodelação Óssea na Prática Clínica. Arq Bras Endocrinol Metab. v. 46, n. 1, p. 72-78,
fev. 2002.
SARIS, N.E. et al. Magnesium: an update on physiological, clinical and analytical aspects.
Clin. Chim. Acta, Amsterdã, v. 294, n. 1-2, p. 1-26, abr. 2000.
SCHRIEFER, Jennifer L. et al. Cellular accommodation and the response of bone to
mechanical loading. Journal of Biomechanics, v. 38, n. 9, p. 1838-1845, set. 2005.
SEEMAN, Ego Reduced bone formation and increased bone resorption: rational targets for
the treatment of osteoporosis. Osteoporos Int. v. 14, n. 3, p. 2-8, mar. 2003. Suplemento
60
STEWART, K. J. et al. Fitness, fatness and activity as predictors of bone mineral density in
older persons. J Intern Med. v. 252, n. 5, p.381– 8, nov. 2002.
STRAIN, William H. et al. Analysis of zinc levels in hair for the diagnosis of zinc deficiency
in man. Analysis of zinc levels in hair, v. 68, n. 2, p. 244-9, ago.1966.
SUDA T. et al. Modulation of osteoclast differentiation and function by the new members of
the tumor necrosis factor receptor and ligand families. Endocr Rev. v. 20, n. 3, p. 345–357,
jun. 1999.
SUTER, P.M. The Effects of Potassium, Magnesium, Calcium, and Fiber on Risk of Stroke.
Nutrition Reviews, v. 57, n.3, p. 84-8, mar. 1999.
TAKEDA, Shu; KARSENTY, Gerard. Central control of bone formation.
J Bone Miner
Metab. v. 19, n. 3, p. 195–198, mai. 2001.
TAKEUCHI T. et al. Variation of elemental concentration in hair of the Japanese in terms of
age, sex and hair treatment. J. Radioanal. Chem. v. 70, p. 29–55, 1982.
TERESA, M.; VASCONCELOS, D.S.; TAVARES, Helena M.F. Trace element
concentration in blood and hair of young apprentices of a technical-professional school. The
Science of the Total Environment. v. 205, p. 189-199, 1997.
THE INTERNATIONAL SOCIETY FOR CLINICAL DENSITOMETRY disponível em
<http:// www.iscd.org>. Acesso em 15 abr. 2006.
THOMAS, Jerry R.; NELSON, Jack K., Métodos de pesquisa em atividade física. 3 ed.
Porto Alegre: Artmed, 2002.
TIAN W; NI B; WANG P; HE G. In: Harmonization of health-related environmental
measurements using nuclear and isotopic techniques. International Atomic Energy Agency
(IAEA), Vienna, 31-37, 1996.
TORIBARA, T. Y.; JACKSON, D. A. X-Ray fluorescence measurement of the zinc profile of
a single hair. Clin. Chem. v. 28, n. 4, p. 650-654, abr. 1982.
TRUELSEN, T.; BONITA, R.; JAMROZIK, K.. Survillance of stroke: A global perspective.
International Journal of Epidemiology, v. 30, p.11-12, out. 2001. Suplemento
TURAN, Belma et al. A biomechanical and spectroscopic study of bone from rats with
selenium deficiency and toxicity. Bio Metals, v. 13, n. 2, p.113-121, jun. 2000.
TURAN, Belma; BALCIK, Cenk; AKKAS, Nuri. Effect of dietary selenium and vitamin E on
the biomechanical properties of rabbit bones. Clinical Rheumatology, v. 16, n. 5, p. 441-449,
set. 1997.
61
TURNER, C. H. Three rules for bone adaptation to mechanical stimuli. Bone, v. 23, n. 5, p.
399-407, nov. 1998.
UAUY, R.; OLIVARES, M.; GONZALEZ, M.. Essentiality of copper in humans. Am. J.
Clin. Nutr. v. 67, n.5, p. 952-959, mai.1998. Suplemento
VIGNERY, Agnés. Osteoclasts and giant cells: macrophage-macrophage fusion mechanism.
J. Exp. Path. v. 81, n. 5, p. 291 – 304, out. 2000.
WALLS, A.W.G.; STEELE, J.G. The relationship between oral health and nutrition in older
people. Mechanisms of aging and development, v. 125, n.12, p. 853-857, dez. 2004.
WALSH, Marianne C.; GARY, R. Hunter; LIVINGSTONE, Margaret Barbara. Sarcopenia in
premenopausal and postmenopausal women with osteopenia, osteoporosis and normal bone
mineral density. Osteoporos Int. v. 17, n.1, p. 61-67, jan. 2006.
WEHREN, Lois E. et al. Predictors of bone loss after hip fracture. Osteoporos Int. v. 15, n.
2, p. 125-131, fev. 2004.
WEINSTEIN, Robert S.; MANOLAGAS, Stavros C. Apoptosis and osteoporosis. The
American Journal of Medicine. v. 108, n. 2, p. 153-164, fev. 2000.
WEISINGER, JR; BELLORIN-FONT. Magnesium and Phosphorus. The Lancet, v. 352, p.
391-6, 1998.
WILHELM, M.; MULLER, F.; IDEL, H. Biological monitoring of mercury vapour exposure
by scalp hair analysis in comparison to blood and urine. Toxicol Lett. v. 88, n. 1-3, p. 221-6,
nov. 1996.
WINDISCH, W. Interaction of chemical species with biological regulation of the metabolism
of essential trace elements. Analytical and Bioanalytical Chemistry, v. 372, n. 3, p. 421-5,
fev. 2001.
YANG, G. et al. Endemic selenium intoxication of humans in China. The American Journal
of Clinical Nutrition, v. 37, n.5, p. 872-881, maio. 1983.
YIN, Dazhong; CHEN, Keji. The essential mechanisms of aging: irreparable damage
accumulation of biochemical side-reactions. Experimental Gerontology, v. 40, n. 6, p. 455-
465, jun. 2005.
YOSHINAGA, Jun et al. Trace Elements in ribs of elderly people and elemental variation in
the presence of chronic diseases. The Science of the Total Environment, v.162, n. 2-3, p.
239-252, jan. 1995.
62
ANEXO A
QUESTIONÁRIO PARA O MINERALOGRAMA
Nome-
Naturalidade-
Quanto tempo mora em Brasília-
Idade- Sexo- mas ( ) fem ( ) Etnia- ( ) branco ( ) Negro ( ) Oriental ( ) Índio
1-Possui ou já teve câncer 1.1 -Possui ou já teve casos de Câncer na família?
( ) sim ( ) não ( ) sim ( ) não
2-Você usa ou já usou algum produto químico no cabelo (coloração)?
( ) sim ( ) não ( ) preto ( ) castanho ( ) louro
3-Já teve algum ferimento com arma de fogo?
( ) sim ( ) não
3-Já usou ou esta usando alguns destes medicamentos?
( )Sulfato Ferroso ( )Sulfato Zinco ( )Gluconato de Zinco
( ) Suplemento Vitamínico Qual ?___________________________________
4-Você possui:
( ) pino de metal ( ) prótese de metal ( ) marca passos
5-Faz uso de anticoncepcional? 5.1 Faz reposição hormonal?
( ) sim ( ) não ( ) sim ( ) não Há quanto tempo ?
6-Você fuma ou fumou (cigarro, charuto,etc..)? 6.1- Com qual idade
( ) sim ( ) não começou a fumar?
______________
6.2.-Qual a quantidade de cigarros ou similar você se faz uso diariamente?
( ) 1-10 ( ) 11-20 ( )21-30 ( )31 – 40 ( ) acima de 40
6.3-Parou há quanto tempo?
7-Você consome bebida alcoólica? ( ) sim ( ) não
7.1-Com qual freqüência?
( ) diariamente ( ) 2 vezes/ semana ( )3 vezes/semana ( ) final de semana
8-Que tipo de carne você consome com mais freqüência?
( ) bovina ( ) ave ( ) peixe ( ) suína Quantas vezes na semana?
9-Com que freqüência você costuma comer frutas e verduras?
( ) pouco ( ) médio ( ) muito ( ) bastante
10-Com que freqüência você faz exercícios físicos?
( ) nunca ( ) às vezes ( ) usualmente ( )sempre
11-Já trabalhou/morou ou trabalha/mora:
( ) minas ( ) ourives ( ) defensivos agrícolas
63
ANEXO B
64
ANEXO C
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
A pesquisadora, Luciana das Mercês Carvalho Lima, requisitou a minha participação nesta
Pesquisa intitulada: Correlação de elementos traço, densidade mineral óssea, massa livre de
gordura e massa gorda em idosas.
Eu, ____________________________________, fui informada de que o propósito da
pesquisa é Correlacionar os níveis de elementos traço no organismo, monitorado pelo cabelo,
com densidade mineral óssea em idosas.
1) Grupo de 27 mulheres com idades a partir de 60 anos que estejam inscritas no “Projeto
Geração de Ouro” assim como estou.
2) Minha participação envolverá em fornecer amostras de cabelo, responder a
questionário e fazer densitometria óssea.
3) As medidas serão realizadas no Laboratório de Imagem da Universidade Católica de
Brasília.
4) Os possíveis benefícios de minha participação serão receber as informações sobre a
quantidade de elementos traço presentes no organismo e a avaliação da massa óssea.
5) Eu compreendo que os resultados do estudo de pesquisa podem ser publicados, mas
que meu nome ou identificação não serão revelados. Para manter a confidencialidade
de meus registros, a pesquisadora acima mencionada, manterá minha identidade em
forma de número e será guardado dentro de envelopes, nos quais somente ela e seus
colaboradores terão acesso.
6) Admito que sou voluntária e não serei remunerada pela minha participação no estudo.
Fui informada também de que quaisquer dúvidas que tiver em relação à pesquisa ou à
minha participação, antes ou depois de meu consentimento, serão respondidas por
Luciana das Mercês Carvalho Lima, no telefone 3356-9255.
7) Eu li as informações acima. Recebi a explicação sobre a natureza, demanda, riscos e
benefícios do projeto. Assumo conscientemente os riscos envolvidos e compreendo
que posso retirar meu consentimento e interromper minha participação a qualquer
momento, sem penalidade ou perda de benefício.
____________________________________________
Assinatura da voluntária
Data: ___/___/_____
___________________________________________
Assinatura da Coordenadora da Pesquisa
Data: ___/___/______
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo