oportunidades,... Então, a gente volta a ser criança. Durante o desenvolvimento do meu
relato, do meu memorial, eu passei a perceber as facilidades que os alunos, de hoje,
têm na escola! Hoje, eles têm a oportunidade de terem professores com mais
capacidade, professores com maior grau de instrução, professores mais capacitados na
área. Eu tive meus professores; eu agradeço muito a eles porque eu aprendi com eles.
Não quero dizer que eles não contribuíram. Contribuíram muito. Eu cheguei à
universidade porque eles contribuíram. Voltar a refletir sobre a minha prática docente,
de anos atrás, é voltar a sofrer o que a gente já sofreu, como também viver momentos
legais já vividos. A coisa é assim: muita coisa que eu fiz, no início da minha carreira
docente, se eu soubesse eu não teria feito.
E: O memorial lhe ajudou, de uma certa maneira, a perceber que você superou
determinadas dificuldades, determinadas questões que, hoje, precisavam ser feitas e
vistas de um modo diferente.
R: Exatamente! Se eu não tivesse tido essa oportunidade de desenvolver esse trabalho
de conclusão de curso a respeito da minha vida estudantil, profissional e acadêmica, eu
não teria tido a oportunidade de refletir sobre as minhas falhas que eu cometi no
passado, as coisas proveitosas, perceber as minhas mudanças, perceber que eu
preciso melhorar cada vez mais! Tudo isso voltou em mim e me levou a fazer uma
reflexão!
E: Quando você relata sobre a sua vida estudantil na educação básica, você rememora
a maneira como os seus professores davam aula. Apesar de você já ter falado sobre
isso, hoje, você acha que eles poderiam ter sido melhores?
R: Com relação a atualidade, sim! Mas veja bem: isso só é verdade se a gente tomar o
hoje como referência! Eu aprendi no método tradicional, a partir das experiências dos
professores que eu tive durante toda a minha vida estudantil, na educação básica. Hoje,
não [os] ignoro, mas, também, não ensino da mesma forma que eles me ensinaram.
Antes, eu via que eu estava com um conhecimento, mas aquele conhecimento
obrigado, que eu tinha que aprender a tabuada, que eu tinha que aprender a ler, que eu
tinha que aprender aqueles conteúdos que eu ficava horas e horas decorando, e que,
depois, a professora me chamava para eu ter que repeti-los para ela. No ensino
tradicional, os professores não davam oportunidade para o aluno falar de suas
dificuldades! Eu cheguei a ser reprovada por causa dessa questão de não ter a
oportunidade de falar sobre as minhas dificuldades com a professora. Então, eu não
faço igual a eles não só por isso, mas pelo fato de perceber, hoje, que o aluno não é um
ser passivo. Ele é um ser ativo. Ele não só participa das aulas, mas, também, troca
conhecimento com os colegas, com o professor. Antes, quando eu era aluna, eu via
que o professor só fazia dá conteúdos, e a gente aprendendo, aprendendo não,
decorando! Eu sair da 4ª série com poucos conhecimentos. Quando eu cheguei no
ginásio, na 5ª série, eu não sabia interpretar um texto, não compreendia o que lia, só
fazia decorar! E hoje eu vejo que não é mais assim! Da forma como hoje os professores
trabalham, eu vejo que os alunos têm mais facilidade para interpretar um texto, até
mesmo melhor do que muitos professores! Por quê? Porque os professores de antes,
me incluindo, por exemplo,... Por que eu sentia dificuldade para entrar num curso
superior? Por que eu sentia dificuldades na questão de interpretação, de leituras?
Porque eu não tive essa oportunidade que os meus alunos, hoje, estão tendo! De ter
um professor reflexivo, de ter um professor mais capacitado, que vise não somente a
questão do acúmulo de conteúdos, mas, também, a questão da competência dos