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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
Filadelfo Dias Martins
PROPOSTA DE ARQUITETURA E MODELO DE
NEGÓCIOS EM SISTEMAS PLC
Porto Alegre
2006
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FILADELFO DIAS MARTINS
PROPOSTA DE ARQUITETURA E MODELO DE
NEGÓCIOS EM SISTEMAS PLC
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul para
obtenção do título de Mestre em
Engenharia
Elétrica.
Área de concentração: Automão e Instrumentação
Eletro-Eletrônica.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Pereira
Porto Alegre
2006
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Catalogação na Fonte
Catalogação: bibliotecária Katia M. Leal - CRB 10/1697
A994 Martins, Filadelfo Dias
Proposta de arquitetura e
modelo de negócios em sistema PLC.
/ Filadelfo Dias Martins. –
Porto Alegre : Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, RS, 2006.
209 f. : il., tab. ; 29 cm.
Dissertação (mestrado)
Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, 2006.
1. Engenharia elétrica. 2. Sistema de distribuição. 3. Sistema
PLC. I. Título.
CDU: 621.3
FILADELFO DIAS MARTINS
PROPOSTA DE ARQUITETURA E MODELO DE
NEGÓCIOS EM SISTEMAS PLC
Esta dissertação foi julgada adequada para a
obtenção do título de Mestre em Engenharia
Elétrica e aprovada em sua forma final pelo
Orientador e pela Banca Examinadora.
Orientador: ________________________________
Prof. Dr. Carlos Eduardo Pereira, UFRGS
Doutor pela Stuttgart University – Stuttgart, Alemanha
B
ANCA
E
XAMINADORA
:
Profa. Dra. Gladis Bordin Schuch, UFRGS
Doutora pela UFSC – Florianópolis, Brasil
Prof. Dr. Denis Borenstein, UFRGS
Ph.D. pela University of Strathclyde – Glasgow, Escócia
Prof. Dr. Moises Vidal Ribeiro, UFJF
Doutor pela UNICAMP – Campinas, Brasil
Prof. Dr. Walter Fetter Lages, UFRGS
Doutor pelo ITA – São Jose dos Campos, Brasil
Coordenador do PPGEE: ________________________________
Prof. Dr. Marcelo Soares Lubaszewski
Porto Alegre, março de 2006.
O ato de estudar não é um ato de consumir idéias, mas de criá-las e recriá-las,
... o ato de estudar é no fundo uma postura frente ao mundo.
(Paulo Freire)
Ao meu pai José de Carvalho Martins e a
minha mãe Zuleika Dias Martins pelo amor do
dia a dia, a dedicação, a educação e a condução
na formação da minha personalidade e a visão
do meu papel como cidadão na sociedade.
(in memoriam)
Agradecimentos
À Deus, em especial.
Ao Professor Dr. Carlos Eduardo Pereira, pelo valioso apoio, pelas contribuições no
desenvolvimento do trabalho e pela amizade.
Aos Professores Dr. Renato Machado de Brito, Dra. Maria Beatriz Luce, Dra. Gladis
Bordin Schuch e Dr. Carlos Duque Dr. Moisés Ribeiro, pela amizade e oportunidade
de aprendizado.
Aos Professores Dr. Walter Felter Lages, Dr. Romeu Reginato, Dr. Alexandre Sanfelice
Bazzanela, Dr. Adalberto Schuck e Dr. Arturo Suman Bretas, pela agradável
convivência e conhecimentos transmitidos.
Aos amigos Givaldo Carimbão, Joaquim Brito, Miguel Palmeira e Sérgio Giger, pela
ajuda para a concretização deste trabalho.
Aos amigos de todas as horas José Carlos Freire, Geraldo Guimarães, Evio Lima e
Antonio Vieira.
Ao meu sobrinho Professor Dr. Tácito Augusto Farias, pela orientação e conhecimentos
transmitidos.
Aos meus filhos Filadelfo Dias Martins Filho e Maria Eugênia Paiva Martins, pela
companhia e incentivo.
À Clair Azevedo pelo incentivo, companheirismo e auxílio na organização e formatação
do material.
À Professora Joice Welter Ramos, grande amiga que ajudou na correção de linguagem
a padronização técnica do texto.
Aos grandes amigos que fiz neste Estado Rosângela Andrade, Miguel Moreto, Porrua,
Malcon, Diogo, Leandro, Felipe, Carla, Fernanda, Miriam, Janice, Luis, Caue
German e Vinicius.
Ao amigo Pedro Luiz de Oliveira Jatobá.
Aos amigos Alpheu de Boni Júnior e Luiz Carlos Werberich da Companhia Estadual
de Energia Elétrica Paulo de Tarso do Ó Porto.
Aos amigos Carlos Renato Fontes e Lourival Lovato da Companhia Paranaense de
Energia Elétrica.
À Eletrobrás, a CEAL e o CEFET-AL, pela oportunidade da capacitação no Rio Grande
do Sul.
Aos amigos do CEFET-AL Roland dos Santos Gonçalves, Sandra Broad, Sérgio
Teixeira, Rita de Cássia e Jorge Batista dos Santos.
Aos amigos João Berchmas, Maryland Santos da Silva e Ricardo Lúcio da CEAL
À EBA PLC nas pessoas de Ricardo Zelaschi e Leonardo Lopes da Silva.
RESUMO
A presente dissertação tem por objetivo discutir a viabilidade da tecnologia PLC
como rede de acesso ou última milha e também como modelo de negócios a ser explorado
pelas Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica (EDEE).
A tecnologia PLC vista como rede de acesso ou última milha é um sistema de
comunicacao digital de dados a ser implementado a partir das redes elétricas de distribuição
das EDEE. Essas redes apresentam características que dificultam a transmissão de sinais
de telecomunicações em banda larga e banda estreita. As várias técnicas apresentadas
neste trabalho dão a certeza da robustez e a comprovação da viabilidade da tecnologia PLC
como meio de telecomunicação. A melhoria e melhor desempenho das redes PLC será
alcançada quando os dados forem colhidos das redes de distribuição das EDEE do Brasil,
através de futuros trabalhos de pesquisa da análise dos canais PLC e dos ruídos aditivos
nas redes elétricas do nosso país. As EDEE podem aproveitar a tecnologia PLC como
modelo de negócio. A idéia PLC como modelo de negócios é ampla, ou seja, várias
configurações de negócio PLC podem ser exploradas. Os resultados numéricos e os
benefícios à sociedade obtidos confirmam a relevância da tecnologia PLC.
Palavras-chave: Tecnologia Powerline Communication (PLC). Redes de Acesso PLC.
Arquiteturas de Sistemas PLC. Modelos de Negócios. Plano de Negócios.
ABSTRACT
The current dissertation has the objective of discussing the viability of the PLC technology as
a network access or last mile and also as a business plan to be explored by the power
distribution companies.
The PLC technology is seen as an access network or last mile which is an electric circuit that
will be implemented by the power distribution companies. These networks present
characteristics that difficult the transmission of the telecommunications signals in broad and
narrow bands. Digital processing signal techniques are essential and are introduced in PLC
systems to solve problems created by impulsive noise and equalizations of PLC channels.
The various techniques presented ensure the robustness and proves the viability of the PLC
technology as a way of telecommunication. The improvement and better performance of the
PLC networks will be reached when data starts to be collected from power distribution
companies in Brazil, through future research work, from the spectral analysis of the
fundamental and harmonic components, for the detection, the classification and the disturbs
compression of power systems. The power distribution companies can take advantage of the
PLC technology as a Business Plan. The idea of the PLC in a Business Plan can be broad,
in other words, there are various types of areas that the PLC business can be explored. The
numerical results and the benefits to society that can be obtained by the PLC technology
confirms its relevance and importance.
Keywords: Powerline Communication Technology (PLC). PLC Acess Networks.
Architecture of PLC Systems. Business Models. Business Plan.
SUMÁRIO
RESUMO
....................................................................................................................................................................... 8
ABSTRACT
.................................................................................................................................................................. 9
Lista de Abreviaturas
............................................................................................................................................ 12
Lista de Figuras
........................................................................................................................................................ 14
Lista de Tabelas
....................................................................................................................................................... 17
INTRODUÇÃO
............................................................................................................................................................ 18
Motivação
.................................................................................................................................................................. 20
Objetivos
.................................................................................................................................................................... 21
Estrutura da Dissertação
................................................................................................................................. 21
Capítulo 1: A REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA COMO
CANAL DE COMUNICAÇÃO DE VOZ E DE DADOS
.............................................. 23
1.1 A Rede de Distribuição de Energia Elétrica
............................................................................... 23
1.2 A Rede de Distribuão de Energia Etrica como Sistema de Transmiso
e de Distribuição de Energia Elétrica
............................................................................................. 24
1.2.1 Tecnologia das Linhas de Distribuição de Energia Elétrica
................................................. 25
1.3 A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal para
Comunicações de Dados e Voz
......................................................................................................... 28
1.3.1 Fatores a Serem Observados na Transmissão de Sinais por Redes
Elétricas de Distribuição de Energia Elétrica
............................................................................... 29
1.4 A Rede Elétrica de Média Tensão (MT) de Sistemas de Distribuição de
Energia Elétrica
............................................................................................................................................ 33
1.5 A Rede Elétrica de Baixa Tensão (BT) de Sistemas de Distribuição de
Energia Elétrica
............................................................................................................................................ 34
1.5.1 Características de Perdas em Linhas de Baixa Tensão
........................................................ 36
Capítulo 2: TÉCNICAS DE MODULAÇÃO E CODIFICAÇÃO DE CANAL
PARA SISTEMAS PLC
.............................................................................................................. 40
2.1 Técnicas de Modulação para Sistemas PLC
................................................................................ 41
2.1.1 Modulação QAM
......................................................................................................................................... 43
2.1.2 Modulação APSK
....................................................................................................................................... 47
2.1.3 Modulação Multiportadoras (MCM)
................................................................................................... 49
2.2 Técnicas de Codificação de Dados (Códigos de Transmissão e
Detecção de Erros) para Sistemas PLC
.......................................................................................... 60
Capítulo
3: TRANSMISSÃO DE DADOS VIA SISTEMAS PLC
................................................... 62
3.1 Modelo dos Canais PLC Outdoor
........................................................................................................ 67
3.1.1 Caracterização do Ruído Aditivo em Canais PLC Outdoor
.................................................. 71
3.2 A Técnica OFDM/DMT
................................................................................................................................. 74
3.2.1 Discrete Multitone Transceiver (DMT)
............................................................................................. 76
3.2.2 O Canal e seus Efeitos
............................................................................................................................ 78
Capítulo 4: A COMPATIBILIDADE ELETROMAGNÉTICA E OS SISTEMAS
PLC
....................................................................................................................................................... 81
4.1 Definições da CEM
........................................................................................................................................ 82
4.2 Regulamentos e Padrões
.......................................................................................................................... 83
4.2.1 Regulamentos da CEM Existentes
...................................................................................................... 83
Capítulo 5: ARQUITETURA E MODELO DE NEGÓCIOS DOS SISTEMAS PLC
................... 88
5.1 Configurações Típicas PLC
.................................................................................................................... 88
5.2 Soluções Técnicas ou Arquiteturas Propostas de Sistemas PLC
................................. 90
5.2.1 Definições e Análise das Arquiteturas Propostas
........................................................................ 90
5.2.2 Arquiteturas Propostas de Sistemas PLC
........................................................................................ 93
5.3 Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
......................................................................................... 96
5.4 Mercado
............................................................................................................................................................... 97
5.4.1 Entendendo o Mercado
............................................................................................................................. 99
5.4.2 Principais Competidores ou Sócios
.................................................................................................... 103
5.5 Análise Econômica
....................................................................................................................................... 104
5.6 Vantagens Competitivas
........................................................................................................................... 104
5.7 Equipe Gerencial
............................................................................................................................................ 106
5.8 Comprometimento do Empreendedor com o Negócio PLC
............................................... 106
5.9 O Negócio PLC
................................................................................................................................................ 107
5.9.1 Modelos de Negócios
................................................................................................................................. 107
5.9.2 Alguns Exemplos do Negócio PLC
..................................................................................................... 109
5.10 Validação da Arquitetura 4 e Modelo de Negócio 4 dos Sistemas PLC
....................115
5.11 Plano de Negócios
..................................................................................................................................... 119
PLANO DE NEGÒCIOS FICTÍCIO
.................................................................................................................. 121
6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS
.................................................................................. 177
7 REFERÊNCIAS
..................................................................................................................................................... 179
ANEXOS
Lista de Abreviaturas
ABRICEM Associação Brasileira de Compatibilidade Eletromagnética
ADSL Asymmetric Digital Subscriber Line
AM Modulação em Amplitude
ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações
APSK Modulação por Variação de Amplitude e Deslocamento de Fase
APTEL Associação de Empresas Proprietárias de Infra-Estrutura e Sistemas Privados de
Telecomunicações
BER Bit Error Rate
BICM Bit Interleaved Coded Modulation
BK Bipolar Keying
BPLC Broadband Powerline Communication
BT Baixa Tensão
CAC Central de Atendimento ao Cliente
CENELEC Comitê Europeu de Normalização Eletrotécnica
CFS Carrier Frequency System
CISPR Comitê Internacional Especial para as Perturbações Eletromagnéticas
CP Prefixo Cíclico
DFT Discrete Fourier Transform
DMT Discrete Multitone Transceiver
DSP Processadores de Sinais Digitais
EDEE Empresa Distribuidora de Energia Elétrica
EMC Compatibilidade Eletromagnética
FCC Federal Communications Commission
FDM Frequency Division Multiplexing
FFT Fast Fourier Transform
FM Modulação em Freqüência
FTTX Fibra para...
HDSL High Bit Rate Line Subscriber Digital
HDTV High Definition Television
HFC Redes Híbridas Fibra Óptica-Coaxial
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBI InterBlockInterference
ICI Interchannel Interference
IDFT Inverse Discrete Fourier Transform
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IEM Interferências Eletromagnéticas
IFFT Inverse Fast Fourier Transform
IPTV TV Via Internet
ISP
Provedores de Serviços de Internet
MCM Modulação Multiportadoras
MT Média Tensão
OFDM Multiplexação Ortogonal por Divisão de Freqüência
OPGW Optical Ground Wire
PLC Powerline Communication
PLIC Powerline Internal Telecoms
PLOC Powerline Outdoors Telecoms
PNA Phone Line Home
PSD Power Spectral density
PSK Modulação por Deslocamento de Fase
QAM Quadrature Amplitude Modulation
REA Rural Electrification Administration
RFI Interferências de Rádio Freqüência
RS Códigos Cíclicos Reed-Solomon
SNR Signal-to-noise ratio
SREA Rural Electrification Administration
TEQ Time domain Equalizer
UFRGS Universidade do Rio Grande do Sul
USA United States of America
V
O
IP Voz sobre Internet
VPL Valor Presente Líquido
X
DSL Digital Subscriber Line
Lista de Figuras
Figura 1 Rede Elétrica
.......................................................................................................................................... 25
Figura 2 Parâmetros longitudinais e transversais
.................................................................................. 26
Figura 3 Resultado das reflexões no módulo da função transferência de um
meio metálico ideal
............................................................................................................................. 30
Figura 4 Atenuação em um meio melico com seletividade de freqüências
.............................. 31
Figura 5 Característica da não linearidade da fase de um meio melico com
seletividade de freências
............................................................................................................... 32
Figura 6 Padrão atual de meios metálicos
................................................................................................. 33
Figura 7 Resultado da medição da atenuação em um enlace ou meio metálico
................... 36
Figura 8 Canal atenuador com seletividade de freqüências
............................................................. 37
Figura 9 Modelo para experimentos de atenuação
............................................................................... 37
Figura 10 Atenuação em um sinal: depenncia da distância e freqüência utilizada
no condutor metálico
.......................................................................................................................... 38
Figura 11 Atenuação em um sinal: dependência da disncia e freqüência em um
circuito com varias ramificações
..................................................................................................... 39
Figura 12 Diagrama simplificado de blocos de um sistema de comunicação
digital
.......................................................................................................................................................... 42
Figura 13 As constelações 4-QAM e 8-QAM
.............................................................................................. 44
Figura 14 Constelação para modulação
48
×
– QAM
........................................................................... 45
Figura 15 1
o
quadrante da constelação para modulão
48
×
– QAM
............................................. 47
Figura 16 Constelação para 32 – APSK
........................................................................................................ 48
Figura 17 Exemplo de distribuição de 3 subportadoras utilizando OFDM
................................... 50
Figura 18 Modulação FDM e OFDM
................................................................................................................ 51
Figura 19 Técnica OFDM com modulação QAM para sistemas wireless
.................................... 53
Figura 20 Símbolo OFDM
...................................................................................................................................... 57
Figura 21 Intervalo de guarda sem extensão cíclica
............................................................................... 57
Figura 22 Intervalo de guarda com extensão cíclica
............................................................................... 58
Figura 23 Tipos de codificação
........................................................................................................................... 61
Figura 24 Modelo geral do canal
....................................................................................................................... 69
Figura 25 Módulos da resposta em freqüência de três canais PLC de redes de
baixa tensão
........................................................................................................................................... 70
Figura 26 Ruídos aditivos em canais PLC outdoor
.................................................................................. 72
Figura 27 Ruídos aditivo de acordo com o modelo proposto por Zimmermann e
Doster
......................................................................................................................................................... 74
Figura 28 Modelo banda base do sistema de transmissão multi-portadoras
OFDM
......................................................................................................................................................... 76
Figura 29 Modelo banda base sistema de transmissão multiportadoras DMT
.......................... 76
Figura 30 O sistema básico DMT com N grande
...................................................................................... 76
Figura 31 Espectro de potência DMT transmitido
..................................................................................... 78
Figura 32 Canal e a decomposição multicanal da resposta do canal
............................................ 79
Figura 33 Receptor para DMT
............................................................................................................................ 80
Figura 34 Conjunto de canais paralelos e independentes que é equivalente ao
canal original quando a modulação multiportadora é usada
......................................... 80
Figura 35 Bandas de freqüências AM, HAM e ondas curtas
.............................................................. 84
Figura 36 Três emissões padrões radiadas e existentes
...................................................................... 86
Figura 37 Topologia da rede domiciliar usando a fiação elétrica
...................................................... 89
Figura 38 Topologia típica de rede PLC de baixa tensão
..................................................................... 89
Figura 39 Topologia típica de rede PLC baixa mais média tensão
.................................................. 90
Figura 40 Arquitetura do modelo 1
................................................................................................................... 93
Figura 41 Arquitetura do modelo 4
................................................................................................................... 95
Figura 42 Mediação do consumo
...................................................................................................................... 112
Figura 43 Caminhão do SAC Móvel
................................................................................................................. 113
Figura 44 Agência de atendimento ao público da Eletropaulo
........................................................... 114
Figura 45 Rentabilidade média anual
.............................................................................................................. 126
Figura 46 Arquitetura do modelo 4
................................................................................................................... 130
Figura 47 Crescimento da Internet no Brasil
............................................................................................... 137
Figura 48 Evolução do custo de captação de usuários em reais
...................................................... 154
Figura 49 Índices de retenção de mercado
.................................................................................................. 155
Figura 50 Evolução das taxas de retenção de clientes PLCBrasil
................................................... 155
Figura 51 Percentual de vendas por canal
................................................................................................... 156
Figura 52 Evolução da carteira de fornecedores
....................................................................................... 156
Figura 53 Estrutura funcional
............................................................................................................................... 158
Figura 54 Processo do negócio PLC
............................................................................................................... 159
Figura 55 Cronograma de atividades
.............................................................................................................. 165
Figura 56 Resultados econômicos
.................................................................................................................... 167
Figura 57 Principais gastos
.................................................................................................................................. 168
Figura 58 Custos das redes PLC
....................................................................................................................... 168
Figura 59 Evolução dos resultados financeiros
.......................................................................................... 169
Figura 60 Exposição de caixa
............................................................................................................................. 170
Figura 61 Investimentos
......................................................................................................................................... 171
Figura 62 Evolução dos resultados financeiros
.......................................................................................... 172
Figura 63 Exposição de caixa no cenário otimista
................................................................................... 173
Figura 64 Evolução dos resultados financeiros no cenário pessimista
.......................................... 174
Figura 65 Evolução dos resultados de fluxo de caixa no cenário pessimista
............................. 175
Introdução
17
Lista de Tabelas
Tabela 1 Atenuação versus alta freqüência em cabos
................................................................... 36
Tabela 2 FCC Part 15 limite de emissão radiada
.............................................................................. 85
Tabela 3 NB30 e MPT 1570 emissões de limites radiados
.......................................................... 86
Tabela 4 Indicadores macroeconômicos
............................................................................................... 98
Tabela 5 Número de usuários ou terminais de telecomunicações
............................................... 98
Tabela 6 Investimentos em telecomunicações
..................................................................................... 98
Tabela 7 Posição do Brasil no Mundo em 2004
................................................................................ 99
Tabela 8 Participação das atividades de comunicações no PIB
............................................... 103
Tabela 9 IDH da comunidade de Barreirinhas
.................................................................................... 109
Tabela 10 Quadro comparativo das tecnologias de acesso interno
........................................... 115
Tabela 11 Quadro comparativo das tecnologias de acesso externo
......................................... 117
Tabela 12 Indicadores macroeconômicos
............................................................................................... 134
Tabela 13 Crescimento de usuários ou terminais de telecomunicações e
conseqüentemente as redes de acesso
.............................................................................. 134
Tabela 14 Perfil do usuário de Internet
..................................................................................................... 136
Tabela 15 Proporção de empresas que usam computadores
....................................................... 138
Tabela 16 Número de empregados que usam computadores
...................................................... 139
Tabela 17 Proporção de empresas usando a internet segundo o tipo de atividade
.......... 140
Tabela 18 Projeção de clientes e market share
.................................................................................... 141
Tabela 19 Market share relativo ao número total de empresas
................................................... 142
Tabela 20 Market share relativo ao número total de usuários
...................................................... 142
Tabela 21 Market share relativo ao % de clientes target
................................................................. 143
Tabela 22 Projeções de vendas
.................................................................................................................... 143
Tabela 23 Comparação da PLCBrasil com potenciais concorrentes
......................................... 147
Tabela 24 Estratégia de preços
.................................................................................................................... 150
Tabela 25 Mercado-alvo dos assinantes
.................................................................................................. 152
Tabela 26 Apresenta o mercado-alvo de empresas (incluso os fornecedores)
................... 152
Tabela 27 Mercado de Internet e voz a ser conquistado
................................................................. 153
Tabela 28 SWOT
.................................................................................................................................................. 163
Tabela 29 Demonstrativo financeiro
........................................................................................................... 167
Tabela 30 Demonstrativo financeiro dos principais gastos
............................................................. 169
Tabela 31 Fluxo financeiro
............................................................................................................................... 170
Tabela 32 Indicadores de rentabilidade
.................................................................................................... 172
Tabela 33 Fluxo financeiro no cenário otimista
..................................................................................... 173
Tabela 34 Fluxo financeiro no cenário pessimista
............................................................................... 175
Tabela 35 Rentabilidade do empreendimento versão otimista
..................................................... 176
Tabela 36 Rentabilidade do empreendimento versão pessimista
............................................... 176
Introdução
18
INTRODUÇÃO
A tecnologia Powerline Communications (PLC) é utilizada a partir da decada de 60
do século XX pelos empresários de energia elétrica que ampliavam as funções de sua rede
elétrica. Essa rede, além de transportar e distribuir energia elétrica, servia de acesso para
aplicações limitadas em banda estreita, taxas de transmiso bem baixas e alta potência de
transmiso, tais como
telemedição, telesupervisão e telecomando;
comunicação de voz.
Esses serviços eram utilizados entre as pessoas responsáveis pela operação,
manutenção e planejamento do sistema elétrico nas usinas geradoras de energia elétrica,
nos centros de operação do sistema e nas diversas subestações. Para as aplicações de voz
e de dados, usava-se um sistema de telecomunicações definido como Carrier Frequency
System (CFS) que tinha como características o uso de faixa estreita em 3 kHz, 148,5 kHz e
a modulação AM/FM.
A necessidade da sociedade por serviços de telecomunicações, principalmente por
serviços de transmissão de dados em banda larga, foi o fator motivador para que grandes
esforços venham sendo realizados no campo de pesquisa para viabilizar a utilização da
tecnologia PLC em banda larga, também conhecida como Broadband Powerline
Communication (BPLC), mais precisamente na faixa de freqüência entre 1 MHz e 30 MHz,
interessantes para Internet ou aplicações extremas de áudio e vídeo. O foco dessa pesquisa
visa ao desenvolvimento de equipamentos que formam os componentes de uma rede PLC,
tentando equacionar situações limites do acesso PLC, tais como
melhoria na taxa de transmissão;
atenuação e defasamento dos canais PLC (principais características das linhas de
distribuição das redes elétricas);
característica distância versus freqüência das redes elétricas, sendo a atenuação
aos sinais elétricos nelas transmitidos a conseqüência imediata, principalmente para os usuários
banda larga que se localizam no final das linhas de baixa tensão usuários fim de linha;
Introdução
19
topologia da rede e acoplamento de cargas que incrementam a atenuação dos
canais PLC;
maior eficia dos equipamentos PLC diante do
“ruído” inerente às redes elétricas
em uso (existem situações em que tipos de ruídos degradam o sinal a ponto de inviabilizar a
comunicação).
Atualmente, técnicas digitais sofisticadas de modulação e de codificação de canais
são utilizadas como forma de reduzir os efeitos da degradação impostos à informação pelas
características das redes elétricas (atenuação e defasamento) e o ruído inerente a estas
redes, viabilizando a comunicação.
Os atuais DSP (Processadores de Sinais Digitais), por exemplo o DS2, possibilitam a
implementação da técnica de modulação multiportadoras OFDM que é a utilizada nos dias
de hoje nos sistemas PLC. Esta técnica de modulão possibilita o aumento da taxa de
transmiso, evita interferências conduzidas e irradiadas, otimiza a banda de freqüências e
sua implementação é realizada com algoritmos da Transformada Discreta de Fourier.
A técnica de codificação de canal permite reduzir a influência do ruído ou das distorções
do sinal introduzidas pelo canal PLC no receptor. Estacnica es associada a uma diminuição
da taxa de erros, isto é, a sistemas digitais de comunicação eficientes e confiáveis (sem erro).
A codificação de canal tem por principio básico a introdução controlada de redundâncias
na informação a ser transmitida, de forma que possíveis erros possam ser detectados e
corrigidos durante a decodificação. A informação codificada pode ser transmitida a uma
potência mais baixa do que a necessária sem codificação para se obter a mesma
probabilidade de erro de transmissão.
Dois tipos básicos de codificação são largamente utilizados até hoje e são as bases
para codificações mais complexas: os de bloco e os convolucionais.
Para se conseguir um bom desempenho nos sistemas PLC é preciso implementar
processos de codificação que garantam uma dispersão de erros para o código usado. Assim
a transmissão de dados em Banda Larga passa a ser interessante ou necessária a partir da
utilização de freqüências mais altas, tipicamente entre 1,6 MHz a 30 MHz.
Atualmente, os equipamentos que participam e formam uma rede PLC disponíveis no
mercado permitem até 200 Mbps (pico), estando previsto para os próximos dois anos um
incremento substancial nesta taxa para até 250 Mbps.
Vale salientar que diversos países da Europa (Portugal, Espanha, França e outros) já
exploram comercialmente o serviço de banda larga sobre a linha de energia, assim como os
Estados Unidos. Naqueles países os equipamentos que compõem um sistema PLC foram
certificados, homologados, padronizados e normalizados. Pom, a homologação e a certificação
naqueles pses não é aceita no Brasil pela falta de um acordo de reconhecimento mútuo
Introdução
20
entre o Brasil e a Europa e os Estados Unidos. Logo, os equipamentos de uma rede PLC que
são importados deverão ser testados em laboratórios brasileiros para receberem a certificação
ou homologação da ANATEL.
Várias pesquisas realizadas em todo o mundo, inclusive no Brasil, provaram a
eficácia e a robustez da tecnologia PLC. Percebendo todo esta situação em torno do acesso
PLC, as empresas de energia elétrica, aproveitando-se da capilaridade das redes de
distribuição existentes, pretendem
introduzir um novo padrão de qualidade nos serviços prestados aos consumidores
de energia elétrica;
implementar a automação e o controle das redes elétricas pelos sistemas PLC
melhorando a eficácia do gerênciamento e manutencão das redes de energia elétrica;
registro on-line da demanda que permite as EDEE conhecer o comportamento dos
clientes do produto energia elétrica;
disponibilizar a rede PLC Outdoor como acesso ou last miles, de forma eficiente, e
a baixo custo, aos Operadores de Telecomunicações, Provedores de Internet, Empresas de
Segurança em geral e de TV a Cabo e outros grandes usuários de banda larga.
Motivação
A desregulamentação no mercado de telecomunicações e a entrada de novas
operadoras fizeram com que a rede de acesso passasse a ser o foco das empresas que
exploram os serviços de telecomunicações não apenas no Brasil, mas, principalmente no
mundo. Com o fim do monopólio, as empresas de prestadoras de serviços de telecomunicões
desejam oferecer diferencial de preço, de prazo e de instalão. Para isto, as empresas
prestadoras dos serviços de telecomunicações precisam de uma rede de acesso de grande
capilaridade, uma vez que quanto maior a acessibilidade de uma rede mais fácil torna-se a
penetração no mercado.
O grande diferencial das operadoras de telecomunicações é o equilíbrio de investimentos
entre o backbone e a rede de acesso, principalmente com a demanda de serviços de banda
larga expandindo-se a cada dia e exigindo taxas de transmissão mais elevadas e um
sistema de transmissão de elevada confiabilidade. Porém, sem a rede de acesso, não
como vender o serviço ao usuario final, que é o mais importante.
A solução ideal seria a instalação de fibras ópticas (acesso) dos nós (centrais de
comutação) aos usuários. Porém o custo é elevado, principalmente no lançamento ou na
Introdução
21
instalação dos cabos e, por esse motivo, inviável em curto prazo, mesmo em paises
desenvolvidos. É nesse vácuo que entra o papel da tecnologia PLC. As redes de acesso
PLC são caracterizadas pela facilidade e baixo custo de instalação e pela alta capilaridade,
o que permitiria equilibrar os investimentos entre o backbone e a rede de acesso, otimizar os
serviços ofertados e, ainda, oferecer diferenciais de preço e de prazo de instalação aos
usuários dos serviços de telecomunicações com os sistemas PLC. Logo, nota-se que as
redes PLC são muito competitivas quando comparadas com as redes de acesso das
tecnologias que atualmente existem no mercado, tais como:
acesso via par metálico (RDSI, xDSL, par telefônico convencional);
acesso via fibra óptica (FTTX);
acesso via cabo coaxial (HFC);
acesso via rádio (Wireless);
acesso via satélite.
A grande motivação desse trabalho é conceber arquiteturas de sistemas PLC ou
redes de acesso PLC através de soluções de engenharia elétrica e que essas arquiteturas
definam modelos de negócio na idéia PLC.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é desenvolver soluções de tecnologias de redes de
acesso ou arquiteturas de sistemas PLC que definirão modelos de negócio ou negócios
da idéia PLC. O foco é mostrar a viabilidade da tecnologia PLC, a partir da melhor solução
tecnológica dentre as apresentadas sob o ponto de vista da Engenharia Elétrica e do
modelo de negócio definido por essa arquitetura, através da validação da arquitetura
escolhida e do modelo de negócios, ou seja, a elaboração do business plan ou plano de
negócios com base na situação real do mercado de telecomunicações, em nosso país,
ávido por uma solução que viabilize o subsistema rede de acesso ou última milha de uso
facil e baixo custo para o usuário final.
Estrutura da Dissertação
Para alcançar os objetivos propostos, a dissertação está estruturada em cinco
capítulos que são brevemente descritos a seguir.
Introdução
22
No Capítulo 1 estuda-se as linhas de distribuição de energia elétrica como canal de
transmissão de voz, de vídeo e de dados. Abordam-se as características desse meio e as
dificuldades para a transmissão da informação analógica e digital nas redes elétricas.
No Capítulo 2 o apresentadas as cnicas digitais sofisticadas de modulão e de
codificação de canais. Essas técnicas minimizam as distorções introduzidas pelo canal PLC
e pelo ruido aditivo. Abordam-se o modelo geral, a função transferência e o modelo de ruído
aditivo do canal PLC outdoor.
No Capítulo 3 analisa-se o uso das redes elétricas para a transmiso da informação
digital baseada em sistemas multiportadoras. Discute-se a técnica de modulação OFDM/
DMT multiportadora.
No Capítulo 4 fica evidenciada a importância da compatibilidade eletromagnética
entre os equipamentos que são instalados no mesmo ambiente eletromagnético. Apresenta-
se também um Relatório Técnico de Análise de Compatibilidade Eletromagnética, que é
uma síntese dos dados coletados e analisados das medições do campo eletromagnético
radiado pelos equipamentos PLC instalados numa rede de distribuição de energia elétrica
(rdee) da COPEL (Companhia Paranaense de Energia) no ano de 2003.
No Capítulo 5 são apresentadas arquiteturas de sistemas PLC. Esses sistemas
representam possíveis soluções para o deficiente subsistema de acesso que compõe o atual
sistema de telecomunicações do nosso país. Estas arquiteturas ou soluções tecnológicas
definirão modelos de negócios que poderão ser explorados no mercado de telecomunicações
brasileiro. As validões das arquiteturas e modelos de negócios também são apresentados.
Complementam o trabalho as conclusões, as perspectivas futuras e os Anexos.
Nas conclusões e perspectivas futuras tem-se a síntese da presente dissertação e a
lista de possíveis investigações futuras. Nos Anexos são mostrados alguns dados do
mercado brasileiro das telecomunicações.
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
23
CAPÍTULO 1
1 A REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
COMO CANAL DE COMUNICAÇÃO DE VOZ, DE VÍDEO E
DE DADOS
1.1 A Rede de Distribuição de Energia Elétrica
Em sua função original a rede elétrica de distribuição de energia (RDEE) é usada
para o transporte e a distribuição de energia elétrica aos consumidores. Neste capítulo
analisa-se as RDEE em uma nova função, ou melhor, ampliação de funções, como canal
para comunicação de voz, de vídeo e de dados. O objetivo é descrever o ambiente ou o
acesso PLC caracterizado pela RDEE em aplicações PLC na Média Tensão (MT) e na Baixa
Tensão (BT), configurações por onde serão propagados os sinais PLC. Vale ressaltar que a
maioria das aplicações PLC utiliza a Rede de Baixa Tensão (RBT) ou last mile. As redes de
MT (RMT) e as RBT são caracterizadas por linhas ou condutores metálicos e, portanto,
serão analisadas pelo estudo de algumas características e pelo comportamento dessas
caracteristicas das redes de MT e BT (condutores metálicos) para aplicações PLC na faixa
entre 500 kHz e 30 MHz, tendo em vista que essas redes são formadas por pametros
como resistências, indutâncias, capacitâncias e conduncias distribdas, sendo um ambiente
hostil à propagação de sinais elétricos, principalmente os de alta freqüência, devido aos
seguintes parâmetros:
atenuação por conta dos efeitos resistivos e reativos das linhas;
reflees devido à inserção e retirada dimica de cargas na rede elétrica;
ruídos decorrentes das perturbações eletromagnéticas e conseqüentes interferências
conduzidas e irradiadas.
Vale enfatizar que a atenuação e os ruídos são os grandes obstáculos para uma
propagação adequada de sinais. Logo, analisar os efeitos que influenciam a transmissão de
sinais PLC pelas redes elétricas em vel da distribuição de energia elétrica torna-se
fundamental.
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
24
1.2 A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Sistema de
Transmissão e de Distribuição de Energia Elétrica
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica são sistemas ou redes elétricas que
foram concebidas para transportar e distribuir a energia elétrica em níveis de Media e Baixa
Tensão,
operando nas freqüências da rede (50 ou 60 Hz). Os sistemas de Geração e de
Transmissão de Energia Elétrica são interligados à rede de distribuição de Energia Elétrica
através das subestações de Extra Alta Tensão (EAT) e Alta Tensão (AT). As subestações
de Alta Tensão (AT) e Média Tensão (MT), localizadas próximas aos centros consumidores,
e as subestações MT e BT, localizadas nos centros consumidores, são transformadores
abaixadores de alta potência das redes de distribuição e estão interconectados por linhas
de distribuição ou alimentadores de comprimentos, às vezes, significativos, devido as
distâncias entre aquelas subestações e dessas aos consumidores. A energia elétrica presente
na rede primária, ou seja, nas subestações MT/BT, é transportada pelos alimentadores aos
centros de consumo ou demanda e, após, distribuídas para os sistemas consumidores de
grande porte, em níveis de tensão de 34,5 kV ou 13,8 kV, como indústrias, comércio, centros
urbanos e rurais. Já a rede secunria das subestações MT/BT é caracterizada pelas linhas de
distribuição de Baixa Tensão ou condutores melicos que suprem os consumidores de médio
e pequeno porte na Tensão abaixo de 1 kV.
Na figura 1, temos uma configuração ou topologia de um sistema de transporte e de
distribuição de energia elétrica de uma RDEE. Nessa figura podemos observar os diversos
componentes que a formam, desde a subestação até o consumidor, assim como os
diferentes níveis de tensão.
O padrão de Rede de Distribuição Urbana e rural no Brasil é o aéreo, baseado nos
padrões do REA (Rural Electrification Administration - USA), em que os condutores nús são
apoiados sobre isoladores de vidro ou de porcelana, fixados em cruzetas de madeira ou de
concreto. Este tipo de rede tornou-se padrão nacional várias décadas, porém vem sendo
substituído gradualmente devido ao baixo vel de confiabilidade quando utilizado em áreas
com maior densidade populacional.
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
25
Rede de alta tensão (69 KV)
Figura 1 - Rede Elétrica.
1.2.1 Tecnologia das Linhas de Distribuição de Energia Elétrica (LDEE)
As linhas de distribuição ou condutores metálicos utilizados nas redes de distribuição
de energia elétrica foram projetadas inicialmente para o transporte ou a propagação de
sinais de baixa freqüência. As aplicações PLC são baseadas em sinais de alta freqüência.
Logo, torna-se necessário conhecer a tecnologia das linhas e os materiais usados na
composição desses condutores metálicos de modo que soluções outras venham a ser
incorporadas ao processo de propagação de sinais PLC em linhas de distribuição de energia
elétrica no sentido de adequar os sinais PLC de alta freqüência às redes elétricas de
distribuição.
As linhas ou condutores melicos apresentam caractesticas primárias tais como:
resistências (R), capacitâncias (C), indutâncias (L), conduncias distribuídas (G) e
secundárias: constante de propagação (Y), constante de atenuação (α), constante de fase
(β) e a impedância característica (Ζo).
Os pametros primários das linhas metálicas são características obtidas diretamente a
partir da natureza dos circuitos, da disposição geométrica dos condutores e do material utilizado.
Esta linha que pode ser vista na figura 2, possui dois tipos de parâmetros primários:
Longitudinais: são as características que existem ao longo dos condutores que
constituem a linha, tais como
resistência por unidade de comprimento - R ( /km)
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
26
indutância por unidade de comprimento - L (H/km)
Transversais: o as características que existem entre os condutores que constituem
a linha, tais como
capacitância por unidade de comprimento - C (F/km)
condutância do dielétrico por unidade de comprimento - G (mho/km)
Figura 2 - Parâmetros longitudinais e transversais.
As características primárias dependem do diâmetro dos condutores (resistência
ôhmica), do afastamento entre os condutores (capacitância), do material empregado como
isolante entre os condutores, sua espessura e ainda a disposição dos condutores no cabo
metálico. Porém, as características secundárias das linhas são funções das suas
características primárias, as quais se determinam pela disposição geométrica dos condutores e
pelas propriedades dos materiais utilizados.
Os parâmetros secundários são importantes para elaboração de projetos e para
análise da rede PLC. Torna-se pertinente discutir brevemente os seguintes parâmetros:
impedância característica;
constante de propagação;
constante de atenuação;
constante de fase;
velocidade de propagação.
Essas características são também influenciadas pela banda de freqüências que
formam o sinal, as condições climáticas e as observações a seguir:
a resistência distribuída varia em função da temperatura ambiente;
o valor da resistência distribuída é diretamente proporcional à raiz quadrada das
freqüências que compõem o sinal por causa do Efeito Peculiar;
G
R
L
L R
C
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
27
a capacitância distribuída depende dos materiais envolvidos na construção dos
condutores;
tendo o ar como dielétrico, a capacitância distribuída pode sofrer variações por
conta de variações nas condições climáticas;
o aumento na freqüência pouco afeta a capacitância distribuída;
no condutor metálico a diminuição da secção utilizada com o aumento da freência,
também diminui o campo magnético interno do condutor;
no caso anterior, a conseqüente redução na indutância distribuída é muito pequena,
sendo desprezível;
os valores da condutância G dependem das perdas dielétricas e dos defeitos no
isolamento. Em geral, o valor de G é considerável;
os valores das freqüências que compõem o sinal são diretamente proporcionais à
condutância G;
a constante de atenuação (α) depende dos parâmetros resistências (R),
capacitâncias (C), indutâncias (L) e condutâncias distribuídas (G) do condutor (meio), da
banda de freqüência do sinal, das condições climáticas e das propriedades do material
usado na construção dos condutores.
=
α
( ) ( ) ( )
[
]
2
1
2222222
LCwRGCwGLwR +++
(Equação 1)
a constante de fase (β) depende dos parâmetros resistências (R), capacitâncias
(C), indutâncias (L) e condutâncias (G) que estão distribuídas no condutor (meio), além da
banda de freqüência do sinal. Essa constante representa o defasamento sofrido pelo sinal;
β =
( ) ( ) ( )
[
]
2
1
2222222
LCwRGCwGLwR ++
(Equação 2)
• a Constante de Propagação representada pela letra grega “γ”, caracteriza a maneira
pela qual uma onda se propaga ao longo da linha de transmissão, com respeito às variações
de fase e amplitude da mesma.
Assim, se uma linha de transmissão homogênea de pares simétricos e de
comprimento infinito estiver sendo percorrida por uma tensão e uma corrente senoidais,
sendo
0
V
e
0
I
respectivamente, a tensão e a corrente no início da linha, a tensão e a corrente
num ponto a uma distância L do inicio da linha, serão obtidas as seguintes relações:
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
28
yL
eVV
=
0
(Equação 3)
yL
eII
=
0
(Equação 4)
A constante de propagação é composta de uma parte real,
α
, chamada de
constante de atenuação, e de uma parte imaginária, ß, chamada de constante de fase.
γ = α + j
β
(Equação 5)
Segundo (SADIKU, 2004
) a expressão geral da constante de propagação em função
dos parâmetros primários de uma linha de transmissão é
(
)
(
)
wCGjwLR +×+=
γ
[
]
1
m
(Equação 6)
A impedância característica (Ζo) de uma linha é
a impedância de entrada de uma linha suposta infinitamente longa;
o conjunto de oposição à passagem de um sinal naquele meio (demonstra os
efeitos resistivos e reativos de uma linha);
independente do comprimento do condutor;
jwCG
jwLR
Z
+
+
=
0
(Equação 7)
1.3 A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal para
Comunicações de Voz, de Video e de Dados
A rede de distribuição de Energia Elétrica como meio de comunicações de dados, de
video e de voz é caracterizada pela atenuacão proporcional ao aumento da freência e da
distância, fase não linear, seletividade na freência e o ruído conduzido ou irradiado nos
condutores metálicos (linhas de distribuição de energia) de MT e BT. Por ser um meio
extremamente hostil como canal de comunicações, devido a essas características primárias
e secundárias das linhas ou RDEE. O conhecimento das características das redes elétricas,
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
29
equipamentos e principalmente as linhas ou condutores metálicos de MT e BT da
distribuição de energia elétrica faz-se necessário no momento do planejamento de um
sistema PLC, de modo que as diretrizes definidas para o sistema digital de transmissão de
dados concorra para tornar as características daquele meio compatível com os parâmetros
ou características exigidas em aplicacões de acesso. Além da qualidade no canal PLC
ressalve-se que a confiabilidade do mesmo também é exigida. Por exemplo, o desligamento
de parte de uma rede elétrica pode ser provocado pelo simples contato do condutor com
as pessoas, um galho de árvore, as marquises e as sacadas de prédios, os painéis, os
andaimes, as queimadas, os raios (descargas atmosricas) e a poluição industrial exigindo
assim a constante presença de equipes de manutenção para o restabelecimento da
continuidade da rede elétrica.
1.3.1 Fatores a Serem Observados na Transmissão de Sinais por
Redes Elétricas de Distribuição de Energia Elétrica
1) Linha de Distribuição como um canal atenuador com seletividade de freqüências
(Frequency Selectivity Fading Channel)
Ao se transmitir um sinal PLC numa rede elétrica de distribuição, iremos observar a
presença de uma fração do sinal ou onda refletida e um outro sinal ou onda transmitida para
o outro meio que também é parte do sinal original. Este é um cenário de um sinal incidente
sobre regiões com impedâncias características diferentes. No caso das RDEE, as reflexões
decorrem do descasamento de impedância das cargas nas terminações da rede, locais da
rede onde a impedância varia no tempo devido à inserção e à retirada das mesmas no sistema
de distribuição de energia elétrica e tambem nas mudanças dos parâmetros das linhas que
ocasionem variações na impencia característica da rede, dando origem a sinais refletidos,
por exemplo, conexão de cabos distintos, diferentes topologias, distância, nível de isolação
entre os condutores e outros parâmetros.
Segundo (HAYT, 2003) se a transmissão ocorrer em dois meios ou regiões 1 e 2
de impedâncias características diferentes,
1o
Z
e
02
Z
, a amplitude do campo etrico
propagado entre aquelas regiões é dado por Τ ou Coeficiente de Transmissão (Τ), sendo
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
30
Γ=+= 1
2
02
01
02
Z
Z
Z
T
(Equação 8)
Γ
é a parte do sinal ou onda refletida também conhecida como Coeficiente de Reflexão
(
Γ
) sendo
0102
0102
ZZ
ZZ
+
=Γ
(Equação 9)
A principal conseqüência de reflees são as interfencias seletivas e destrutivas.
Para algumas freqüências o sinal ou onda propagada pode chegar ao destino, o receptor,
com poucas perdas e, em outras freqüências, o vel de atenuação é muito forte. Logo,
conclui-se que a linha de distribuição possui uma resposta de freqüência, a função de
transferência, que varia bastante com a freqüência. Portanto, as reflexões induzem a
determinadas freqüências a apresentarem uma atenuação muito forte. Como exemplo, na
figura 3 temos uma simulão do módulo da função transferência de um meio sem atenuação,
composto por dois caminhos
um caminho com 200 m, direto entre o transmissor e receptor, percorrido por
um sinal
1
i
e
outro caminho com 224 m, direto entre o transmissor e receptor, percorrido
por ondas diretas
2
i
e refletidas
2
r
).
Figura 3 - Resultado das reflexões no dulo da função
transferência de um meio metálico ideal.
2
0
-2
-4
-6
-8
-10
-12
Atenuação (
dB
)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Freqüência (MHz)
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
31
A primeira freqüência com grande atenuação é 3,334 MHz. O sinais subseqüentes
que apresentarem apenas esta freqüência terão um período de aproximadamente 0,3 µs. No
percurso de 224 m parte do sinal transmitido (
2
i
), que se propaga para o receptor será
refletido na fração do sinal incidente (
2
i
), ou seja, a parte refletida (
2
r
). Esse sinal refletido
(
2
r
) sofre um atraso de 0,15 µs que equivale a 180° de defasamento. No encontro dos
sinais
1
i
com
2
r
, eles se somam e o sinal resultante é o sinal
i
, distorcido por conta da
interferência destrutiva e seletiva provocada pela reflexão. Este fenômeno acontece também
para os múltiplos ímpares de 3,334 MHz, uma vez que para os múltiplos pares a
interferência é construtiva. Portanto, a transmissão de sinais usando a freqüência
3,334 MHz e seus múltiplos impares é praticamente irrealizável. Diretamente relacionada a
isso esta a posição do receptor em relação ao transmissor. Vale salientar que os parâmetros
distância do receptor ao transmissor e a trajetória (o caminho ou a rota) que o sinal deve
percorrer entre o receptor e o transmissor são os fatores decisivos da influência da
localização na interferência destrutiva e seletiva provocada pela refleo nas ondas propagadas
em uma linha ou condutor elétrico.
O meio metálico usado para a transmissão de sinais se apresenta como um
canal atenuador com
seletividade na freqüência que é o resultado das características de
atenuação e do defasamento combinadas. Estes fatos o ilustrados nas figuras 4 e 5 que
representam a variação da atenuação e o defasamento impostos aos sinais propagados num
meio metálico devido à reflexão que resulta em não linearidades em suas funções.
Figura 4 - Atenuação em um meio metálico com
seletividade de freqüências.
0
-5
-10
-15
-20
-25
-30
-35
Atenuação (
dB
)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Freqüência (MHz)
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
32
Na figura 4 podemos observar que determinados sinais são fortemente
atenuados e outras freqüências são fracamente atenuadas, caracterizando a seletividade de
freqüências do meio metálico.
Figura 5 - Característica da não linearidade da fase de
um meio metálico com seletividade de
freqüências.
2) Interferência intersimbólica
Além da seletividade de freqüências, canais não ideais distorcem os blocos que
se propagam por eles. Se as respostas em amplitudes e fase do canal o ideais, as
freências que compõem o bloco sofrem as mesmas alterações em amplitude e fase. A
forma do bloco é conservada, verificando apenas uma mudança em amplitude e um atraso
temporal. Com a não idealidade, as freqüências são modificadas de forma heterogênea e
ocorre uma dispersão (espalhamento) do bloco.
Quando blocos consecutivos passam por um canal não ideal, eles se sobrepõem
e geram a Interferência intersimbólica.
Trata-se da interferência entre sinais subseqüentes.
3) Radiação eletromagnética
São irradiações emitidas pelas freqüências (ondas) transmitidas em linhas abertas,
sem nenhum tipo de blindagem, com um enorme potencial de interferência nos sistemas
que operam nas mesmas freqüências, em bandas licenciadas ou não, por acoplamento
eletromagnético, no espaço aberto, ou em sistemas próximos.
0
,8
0,6
0,4
0,2
0
-0,2
-0,4
-0,6
Não
-
linearidade de defasamento
(ra
d)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Freqüência (MHz)
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
33
Vale salientar que o comprimento de onda, ג, do campo eletromagnético é
fundamental nessa análise. No caso de baixas freqüências e grandes comprimentos de
onda e o tamanho do condutor for menor do que o tamanho de ג, não existe irradiação, uma
vez que a energia do campo eletromagnético se concentra na região interna do condutor.
Contudo, para altas freqüências e o comprimento de onda, ג, pequeno, o condutor metálico
nu atua como uma antena ou uma fonte de ondas eletromagnéticas. A intensidade dessa
fonte de propagação de perturbações eletromagnéticas no meio externo é reduzida com a
blindagem nos condutores. Essa solução foi até alguns anos atrás os cabos subterrâneos
blindados e instalados geralmente em dutos ou diretamente enterrados. Na figura 6
podemos observar uma opção bastante utilizada atualmente. Este sistema de condutores
blindados é o sistema de distribuição com condutores reos cobertos e (ou) isolados que
minimizam os problemas relacionados com o impacto ambiental, reduzem os riscos de
contato acidental e as irradiações eletromagnéticas e ainda melhoram a confiabilidade no
fornecimento de energia, em relação à rede aérea convencional.
Figura 6 - Padrão atual de meios metálicos.
1.4 A Rede Elétrica de Média Tensão (MT) de Sistemas de
Distribuição de Energia Elétrica
São configurações de redes elétricas com tensões de trabalho em 13,8 kV ou
34,5 kV dos sistemas de distribuição de energia elétrica (SDEE). Essas configurações são
formadas por equipamentos e linhas que são utilizadas para o transporte e a distribuição de
energia elétrica aos grandes centros de demanda.
Os equipamentos da rede elétrica (MT) dos (SDEE) por aplicação são
proteção: religadores, disjuntores e reles;
chaveamento: chaves a óleo, chaves faca e chaves fusíveis;
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
34
abaixadores de tensão: transformadores de potência;
estabilizadores de tensão: bancos de capacitores e estabilizadores indutivos de
tensão.
As linhas são condutores metálicos de cobre ou alumínio e denominadas
alimentadores. Em Media Tensão, o meio ou canal de comunicação para os sinais PLC são
os alimentadores.
Para o uso de um sistema PLC, somente os equipamentos transformadores, bancos
de capacitores e reguladores indutivos de tensão serão considerados. Eles fazem parte da
composição dos valores L e C, ou seja, parâmetros primários do sistema e podem alterar as
características necesrias para a viabilidade do canal PLC. Vale salientar que o transformador
representa um circuito aberto para os sinais PLC. Estes equipamentos são dimensionados
para baixas freqüências de operação (50 Hz ou 60 Hz).
Conforme relatado, o padrão das linhas MT de distribuição no Brasil o condutores
metálicos sem blindagem, ou seja, nús. Essa condição representa uma porta aberta às
irradiações eletromagnéticas naqueles condutores. Essas interferências ou perturbações
eletromagnéticas irradiadas representam parte do ruído presente nas linhas. O ruído total
presente nas linhas MT é o somatório das perturbações eletromagnéticas: irradiadas,
conduzidas e do próprio material (térmico).
1.5 A Rede Elétrica de Baixa Tensão (BT) de Sistemas de
Distribuição de Energia Elétrica
Constitui-se de configurações de redes elétricas dos sistemas de distribuição de
energia elétrica com tensões de trabalho em 127/220 V ou 220/380 V, também conhecidas
como rede secundária de BT. Essas configuraçõeso encontradas nas empresas
distribuidoras de energia elétrica e nas instalações elétricas internas de ambientes residenciais,
prediais, comerciais e industriais.
Nas empresas distribuidoras de energia elétrica tem-se os seguintes equipamentos
dessa rede, por aplicação e na tensão de trabalho em 127/220 V ou 220/380 V:
proteção: disjuntores de BT, elos;
chaveamento: chaves fusíveis.
As linhas de BT são condutores metálicos de cobre ou alumínio, sendo o meio ou
canal de comunicação mais utilizado para aplicações PLC. Nesse caso as linhas BT das
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
35
empresas distribuidoras de energia elétrica passam a ser reconhecidas como a rede externa
de acesso PLC ou sistema Outdoor ou Powerline Outdoors Telecoms (PLOC) para
aplicações PLC em altas freqüências. Contudo, para as mesmas aplicações e banda de
freências, nas instalações elétricas internas de ambientes residenciais, prediais, comerciais e
industriais a rede interna de BT passa a se chamar sistema Indoor ou Powerline Internal
Telecoms (PLIC).
O padrão atual nacional de construção de cabeamento das redes BT nas empresas
distribuidoras de energia elétrica segue o seguinte modelo:
Três cabos isolados denominados fases e um quarto cabo que é o neutro. Este é
um sistema de cabeamento de condutores os quais são distribuídos nas áreas urbanas e
rurais e deles derivam os ramais de serviços a cada ambiente dos consumidores. Esses
originam, as ramificações, ou seja, as muitas ramificões a depender da demanda e da
densidade populacional da região. Logo, os ramais de serviços que interligam cada ambiente
do consumidor às linhas formam pontos de descasamento de impedância, ou seja, pontos
de reflexões para os sinais incidentes. Sabemos que no ambiente do consumidor a inserção
e a retirada de cargas representa um processo dinâmico ao longo do tempo, devido às
cargas as mais variadas, principalmente as de baixa impedância em ambientes residenciais
(eletrodomésticos, motores, iluminação e outros) que se repetem a cada momento nas redes
elétricas de baixa tensão, o que torna a impedância do canal PLC dentro ou fora do
ambiente do consumidor um parâmetro que varia dinamicamente no tempo e no ritmo das
inserções e retiradas de cargas nos sistemas de distribuição de energia elétrica de baixa
tensão.
Como forma de baratear o custo de implantação das redes de baixa tensão nas
comunidades mais pobres, as empresas distribuidoras de energia elétrica utilizam, em
determinadas situações, o sistema de cabeamento conhecido como linhas multiplexadas.
Este sistema é formado por vários condutores blindados e isolados, o que favorece a
imunidade às perturbações eletromagnéticas irradiadas. Além disso, impõem aos sinais
incidentes PLC os efeitos de reflexões nos pontos de derivações do sistema multiplexado
além das perdas do material dielétrico para as altas freqüências.
Nas situações de impossibilidades de redes aéreas, por exemplo, no caso de
adequação ao meio ambiente e outros casos, as empresas distribuidoras de energia elétrica
optam por redes subterrâneas. Este sistema de cabeamento apresenta cabos subterrâneos
isolados e não blindados nas fases e o neutro condutor nú. Esses cabos são lançados no
solo em dutos subterrâneos e, freqüentemente, conectados aos secundários dos
transformadores da distribuição de energia elétrica e, dessa forma, interligados à rede elétrica
de distribuição. A topologia dessas redes leva-as a apresentarem altas condutâncias e
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
36
capacitâncias, devido à proximidade do solo e a baixas impedâncias característica, por
conta das interconexões, acarretando consideráveis atenuações.
1.5.1 Características de Perdas em Linhas de Baixa Tensão
Os condutores de baixa tensão apresentam uma característica de atenuação que
depende muito mais da topologia da rede e das cargas conectadas, embora aumente com a
distância entre o transmissor e o receptor e a freqüência utilizada no enlace.
Em (TANAKA, 1988), foram levantados dados em medições de atenuação em cabos
usando faixas de alta freqüência, conforme tabela 1.
Tabela 1 - Atenuação versus alta freqüência em cabos
Referência
Comprimento do enlace Faixa de freqüência Atenuação
TANAKA, 1988
10 m 10 kHz a 20 MHz -3 a -30 dB
TANAKA, 1988
20 m 10 kHz a 20 MHz -3 a -40 dB
TANAKA, 1988
30 m 10 kHz a 20 MHz -10 a -55 dB
A curva característica de atenuação em cabos de 300 m e na faixa de freqüência de
500 kHz a 20 MHz e ainda realizada em (ZIMMERMANN, DOSTERT, 1998) segue o padrão
mostrado na figura 7. O resultado das medições nesses cabos mostram que a atenuação
varia aproximadamente de 15 dBm a 85 dBm ao ser inserido na linha um sinal com nível de
65 dBmV na saída do transmissor.
Figura 7 - Resultado da medição da atenuação em um
enlace ou meio metálico.
1
2
10
15
20
Freqüência (MHz)
50
40
30
20
10
0
-10
-20
dBmV
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
37
O circuito da figura 3 em (ZIMMERMANN, DOSTERT, 2002a) mostra que uma linha
de uma rede elétrica de distribuição de energia, de média e baixa tensão, possui como
característica de atenuação um canal atenuador com seletividade de freqüências, conforme
a figura 8. Nessa figura, pode-se observar atenuações de -1,57 dB em 500 kHz a -28,5 dB
em 20 MHz e altas atenuações nosltiplos ímpares de 3,334 MHz.
Figura 8 - Canal atenuador com seletividade de freqüências.
O experimento foi realizado em (ZIMMERMANN, DOSTERT, 2002a) utilizando um
circuito simples com apenas uma ramificação com 12 m. Esta ramificação esta a 30 m do
transmissor (TX) e a 170 m do receptor (RX) como podemos ver na figura 9.
Figura 9 - Modelo para experimentos de atenuação.
0
-5
-10
-15
-20
-25
-30
-35
Atenuação (
dB
)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Freqüência (MHz)
A B C
30 m 170 m
D
12 m
RX
TX
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
38
A dependência da distância e da freqüência utilizada pela atenuação de um sinal
transmitido em um condutor metálico é simulada em (ZIMMERMANN, DOSTERT, 1999)
conforme figura 10. Nessa figura, as atenuações mostradas são funções dos parâmetros
básicos do meio ou canal, pois não existem ramificações na topologia apresentada.
Podemos destacar, naquela figura, quatro situações topológicas diferentes, ao considerar-se
a figura 8 como padrão e as outras configurações diferenciando-se uma das outras pelas
distâncias de 100 m, 200 m, 300 m e 380 m resultando em grupos de funções de atenuação
diferenciados entre si.
Figura 10 - Atenuação em um sinal: dependência da disncia e
freqüência utilizada no condutor metálico.
A figura 10 destaca a proporcionalidade entre a atenuação e a distância e aquela e a
freqüência e a necessidade de repetidores ao longo da linha de baixa tensão.
A atenuação dos condutores de uma rede de baixa tensão apresenta uma característica
de atenuação que depende da topologia da rede, das cargas conectadas, distância entre o
transmissor e o receptor e a freqüência utilizada no enlace. Este fato é ilustrado na figura 11.
Essa figura representa a fuão de transferência de uma rede de 110 m, com seis derivações,
sendo que cada ramificação tem uma extensão de 15 m. Facilmente concluímos que a
topologia desta rede foi modificada com relação à configuração da rede das figuras 8 e 9 e
que a característica de reflexão aparece mais vezes devido a mais ramificações. Portanto, a
atenuação é muito maior e mais variável na faixa do sinal transmitido.
0
-10
-20
-30
-40
-50
-60
-70
-80
-90
Atenuação (
dB
)
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Freqüência (MHz)
380 m
300 m
200 m
100 m
Capítulo 1
A Rede de Distribuição de Energia Elétrica como Canal de Comunicação de Voz, de Vídeo e de Dados
39
Figura 11
-
Atenuação em um sinal: dependência da disncia
e freqüência em um circuito com varias ramificações.
-
10
-20
-30
-40
-50
-60
-70
Atenuação (dB)
0
2
4
6
8
1
12
14
16
18
20
Freqüência (MHz)
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
40
CAPÍTULO 2
2 TÉCNICAS DE MODULAÇÃO E CODIFICAÇÃO DE CANAL
PARA SISTEMAS PLC
Impulsionados por um aumento significativo de demanda, os sistemas de comunicação
têm apresentado nos últimos anos uma crescente evolução com o objetivo de proporcionar
modelos cada vez mais adaptados à realidade das novas tecnologias e, ao mesmo tempo,
buscando tornarem-se mais atrativos com relação aos aspectos técnicos e econômicos.
O advento das novas tecnologias de comunicão sem fio, por exemplo, tem causado
uma verdadeira revolução nas redes móveis, permitindo altas taxas de transmissão, novas
facilidades de implementação e um custo mais baixo quando comparado a outras tecnologias
sedimentadas no mercado. Todavia, as implementações de infra-estruturas de comunicação
podem esbarrar em problemas que o desde limitões geográficas ou cnicas e,
principalmente nas limitações orçamentárias, que acabam por inviabilizar o desenvolvimento
de um projeto.
Uma rede PLC é projetada para enviar informação com qualidade e confiabilidade
entre os dispositivos que a compõem. Porém, como atender a estes pré-requisitos diante de
ruídos conduzidos e irradiados, da não linearidade do defasamento e das atenuações existentes
nas redes elétricas?. Uma das formas de minimizar as dificuldades na transmissão do sinal
PLC é projetar um sistema de comunicação digital que favoreça a qualidade da comunicação.
Os ruídos de faixa estreita e os ruídos impulsivos, principalmente os assíncronos,
podem causar erros em alguns bits ou rajadas de bits transmitidos. Nesses casos é preciso
implementar técnicas sofisticadas de transmissão digital de dados para minimizar os efeitos
nocivos do canal PLC e do ruído aditivo. Porém, O ruído colorido permite uma melhor
convivência com sinais PLC no processo de transmiso daqueles sinais. Dentre as técnicas
de processamento de sinais recentemente investigadas encontram-se
técnicas de modulação mono-portadoras, multi-portadoras e de espalhamento
espectral;
técnicas de codificação de canais (códigos para correção de erros);
técnicas de equalização;
técnicas de estimação de canais;
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
41
técnicas de cancelamento de ruídos impulsivos;
Os fabricantes de chipsets DS2 e Intellon implementaram algumas dessas
técnicas naqueles processadores digitais de sinais (DSP). Algumas empresas do setor
elétrico brasileiro que vêm testando a tecnologia PLC desde 2001 concluíram que o chipsets
DS2 é atualmente o DSP de melhor performance para as condições climáticas de um país
tropical como o Brasil.
Neste capitulo serão analisados alguns fundamentos de comunicações digitais com
ênfase ao estudo das técnicas de modulação multi-portadoras e de codificação de canais
(códigos para correção de erros).
2.1 Técnicas de Modulação para Sistemas PLC
Nos dias atuais a sociedade moderna depende, e muito, dos servos de comunicações,
principalmente aqueles que requerem uma alta capacidade de banda. Ações como o envio
de figuras animadas de uma estação de trabalho de design, aquisição de dados estatísticos
de um outro computador, ou manipulação de um banco de dados localizado num centro de
controle distante e outras são realizadas e incorporadas ao cotidiano das necessidades de
nossa sociedade. Para atender a demanda crescente dos serviços de banda larga torna-se
necessário o uso de sistemas de comunicações digitais de performance aceitável.
Um sistema de comunicação digital, em seu modelo discreto, pode ser representado
pelo diagrama de blocos da figura 12 (HAYKIN, 2004). Para analise daquela configuração pode-
se admitir a transmissão de um sinal de informação ou mensagem desde a fonte de
informação a o usrio da informação. Os blocos funcionais do transmissor e do receptoro
associados, tais como
codificador da fonte - decodificador da fonte;
codificador de canal - decodificador de canal;
modulador - demodulador.
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
42
Figura 12 - Diagrama simplificado de blocos de um sistema de comunicação digital.
A informação ou sinal de mensagem, x[n], originada na fonte de informação
representa dados binários ou uma seqüência de bits, por exemplo, dados, textos, números,
imagens gráficas, áudio e vídeo que podem estar armazenadas na memória de um
computador. O codificador da fonte exclui as informações redundantes no sinal de
mensagem, ou seja, gera as seqüências de bits ou bit stream e controla a utilização do
canal para torná-la eficiente. A seqüência de símbolos resultante,
F
x
[n], é chamada
palavra-código da fonte ou bit stream. O fluxo de dados é processado em seguida pelo
codificador de canal, o qual produz uma nova seqüência de símbolos chamada palavra-
código do canal. A palavra-código do canal
C
x
[n] é mais longa que a palavra código da fonte
em virtude da redundância controlada que é incorporada a sua construção. Finalmente o
modulador representa cada símbolo da palavra-código do canal por meio de um símbolo
analógico correspondente e selecionado apropriadamente de um conjunto finito de símbolos
analógicos possíveis. A seqüência de símbolos analógicos,
p
x
(t), produzidos pelo
modulador, é chamada de forma de onda ou símbolos portadores. Geralmente são senóides
cujas características de amplitude e fases serão modificadas com as variações dos bits nas
palavras binárias, no processo de modulação, passando a serem representados por
(
)
ts
k
,
e, finalmente, sendo apropriadas para serem transmitidas por um canal. Porém, nesse
Fonte de
informação
Codificador da
fonte
Modulador
Codificador de
canal
Canal
Sinal de mensagem
Palavra-código
da fonte
Palavra-código
do canal
Forma de
onda
Transmissor
Demodulador
Decodificador
de canal
Decodificador
da fonte
Usuário da
informação
Estimativa dos
sinais de mensagem
Estimativa de
palavra-código da
fonte
Estimativa de
palavra-código do
canal
Sin
al
recebido
Receptor
χ
[n]
χ
F
[n]
χ
C
[n]
χ
P
(t)
υ(t)
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
43
estágio do sistema, ou seja, em um canal ou meio de transmissão caracterizado por uma
função de transferência, tem-se também a presença de ruído, u(t), que adicionado ao sinal
(
)
ts
k
(seqüência de símbolos analógicos modulados), serão transmitidos para o RX. No RX,
na saída do canal, o sinal recebido é processado em ordem inversa a do TX, reconstruindo,
assim, uma versão reconhecível ou estimativa do sinal de mensagem original.
Na configuração apresentada na figura 12 pode-se afirmar que a modulação é um
processo importante realizada na transmissão de sinais digitais em qualquer sistema de
comunicação digital. Um sistema de modulação digital tem por função converter o sinal
analógico ou dados binários (seqüência de bits) em um outro sinal analógico, ou seja, em
formas de onda compostas por n amostras e adequá-lo para sua posterior transmissão.
2.1.1 Modulação QAM
No contexto de conversão de dados (ou sinais) digitais para analógicos, as técnicas
de modulação AM, FM e PM são denominadas, respectivamente, chave de desvio de
amplitude (ASK), chave de desvio de freqüência (FSK) e chave de desvio de fase (PSK).
A técnica Quadrature Amplitude Modulation (QAM) é uma combinação das técnicas
ASK e PSK elaborada de maneira a aumentar o número de bits transmitidos bit, dibit, tribit
por dimensão. Dessa forma pode-se aumentar a taxa de transmissão de bits
B
T
1
.
Diferentes tecnicas de modulação realizam, digo, ocupam diferentes bandas de freências.
Encontrada na literatura em (HIROSAKI, 1981; RAMSEIER, ARZBERGER, HAUSER,
1999; VANKA, KOSUNEN, SANCHIS, HALONEN, 2000; CHO, YOON, JEONG, KAVEHRAD,
2001), a Modulação QAM é uma generalização bidimensional da modulação AM em
quadratura na medida em que sua formulação envolve duas funções de base ortogonais em
banda passante, conforme são mostradas nas seguintes equações:
( ) ( )
,2cos
2
tf
T
t
ci
πφ
=
Tt
0
(Equação 10)
( ) ( )
,2
2
tfsen
T
t
cq
πφ
=
Tt
0
(Equação 11)
i
φ
e
q
φ
representam as i (in phase) componentes de amplitude em fase de periodo T e as q
(quadrature phase) componentes de amplitude em quadratura de período T e
c
f
a
freqüência da portadora.
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
44
Um diagrama denominado constelação ou espaço de amplitude e fase mostra o
relacionamento entre amplitudes, fases e bits. Na figura 13 podemos observar as
constelações 4-QAM e 8-QAM em que um número qualquer de amplitudes pode ser
combinado com uma grande quantidade de variações na fase.
Figura 13 - As constelações 4-QAM e 8-QAM.
Admitamos que o n-ésimo ponto de mensagem no plano (
i
φ
,
q
φ
) seja indicado por
2
,
2
minmin
dbda
nn
, em que
min
d
é a distância mínima entre dois pontos da informação ou
sinal de mensagem na constelação,
n
a
e
n
b
são números inteiros e n = 1, 2, 3, ..., m.
Admitamos que
2
min
d
=
0
E
e que
0
E
é a energia do sinal que possui a menor
amplitude. Logo, o
K
ésimo sinal QAM ou M-QAM é definido por
(
)
ts
k
=
( )
tfa
T
E
ck
π
2cos
2
0
( )
tfsenb
T
E
ck
π
2
2
0
=
i
φ
- j
q
φ
, (Equação 12)
sendo k = 0,
,1
±
,2
±
,3
±
...m e
Tt
0
.
O sinal ou símbolo analógico modulado
(
)
ts
k
, que trataremos por
k
s
, consiste em
duas portadoras, uma em fase e a outra em quadratura, sendo cada uma delas modulada
por um conjunto de amplitudes discretas, daí o nome modulação de amplitude em
quadratura.
As m amostras da seqüência
k
s
transferem um certo número n de bits que compõem
uma palavra binária, sendo N =
(
)
M
2
log
e
qiM
.
=
=
n
2
. Na modulação 4-QAM temos o
011
010
101 001
100 000
110
111
8-QAM
2 amplitude, 4 fases
01 00
10 11
4-QAM
1 amplitude, 4 fases
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
45
valor de M = 4 e símbolos de 2 bits. Contudo, na modulação 8-QAM, o valor de M = 8 e
símbolos de 3 bits. Como se pode observar, existe uma relação entre o número de bits ou
símbolos QAM que segue a potência de 2.
O conjunto de todos os pares de coordenadas,
QAM
α
, representa todas as possíveis
M formas que
k
s
pode assumir, conforme a seguinte equação:
QAM
α
= {
i
φ
– j
q
φ
|
ε
φ
l
{
(
)
}}1,...,3,
lll
dldd
±
±
±
(Equação 13)
Na equação acima, como podemos observar,
QAM
α
é o conjunto de todos os valores
complexos de
k
s
e os componentes ou coordenadas cartesianas complexas representam as
características de módulo e fase de um determinado símbolo analógico (
k
s
). Cada possível
seqüência de bits em uma palavra binária corresponde a um valor complexo
k
s
QAM
α
,
associado às características de amplitude e fase de um determinado símbolo portador a ser
usado na transmissão. Na figura 14, podemos observar uma constelão 32QAM ou uma
representação gráfica de
QAM
α
, sendo uma configuração de 4 amplitudes e 8 fases. Nessa
constelação, os pontos ou símbolos portadores estão espaçados de uma distância
i
d
na
direção em fase e por uma distância
j
d
na direção em quadratura. Nesse caso, como M =
32, as palavras binárias são compostas por 5 bits (N =
(
)
M
2
log
= 5 bits) com cada ponto
referenciado a sua respectiva palavra binária e
i
d
=
j
d
= 2.
Figura 14 - Constelação para modulação
48
×
– QAM.
(J)
10000 10010 11010 11000 01000 01010 00010 00000
3
2
10001 10011 11011 11001 01001 01011 00011 00001
1
d
1
d
1
-8 -6 - 4 -2 0 2 4 6 8 (I)
10101 10111 11111 11101 01101 01111 00111 00101
-1
-2
10100 10110 11110 11100 01100 01110 00110 00100
-3
= d
i
= d
j
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
46
O símbolo analógico que representa a palavra binária 01110 é
k
s
= 3 j3 e possui
amplitude E
×
4,243, sendo E um ajuste de energia e a fase – 45º.
Na recepção, sabemos que, em uma situação real, o ruído de canal e a interferência
intersimbólica agem juntos, afetando a qualidade e a confiabilidade do sistema de
comunicação. Por isto, o RX passou a ser projetado com um equalizador que minimiza os
efeitos da interferência intersimbólica.
No caso do demodulador QAM, admitindo que
l
η
seja o ruído de canal,
l
h
a função
transferência do canal,
k
s
o símbolo portador transmitido,
l
sm
=
(
)
lk
hts
.
+
l
η
o i-ésimo
símbolo portador ou valor complexo recebido e a interferência intersimbólica seja desprezível
(para efeitos de simplificação) tem-se a equalização do canal,
l
smeq
, definida por
l
smeq
l
l
h
sm
=
(
)
l
llk
h
hts
η
+
=
.
(
)
lk
eqts
η
+
=
(Equação 14)
Na modulação QAM, ou seja, na transmissão, o mapeamento é o processo de
escolha da forma de onda ou símbolo portador para uma conhecida palavra binária com N
dígitos. Na equação abaixo, o mapeamento é identificado pelo operador
µ
.
}
{
QAM
N
αµ
1,0:
. (Equação 15)
Contudo, na recepção, a detecção é o processo inverso, ou seja, decidir qual seqüência
de bits
l
smeq
foi transmitida com a menor taxa de erro possível. A menor taxa de erros de
detecção de simbolos ocorre quando o canal foi equalizado corretamante e o ruido aditivo é
minimo. Torna-se necessário eleger valores limites para a detecção das seqüências de bits
transmitidas
l
smeq
para garantir relações sinal/ruído aceitáveis. Este processo pode ser
melhor observado na figura 15 tomando-se como exemplo a palavra binária 01011. O valor
do símbolo portador
l
smeq
(valor complexo) devera atender aos limites
(
)
iFi
diL
2
=
±±= 1
2
,...,1,0
i
i
(Equação 16)
(
)
jQj
djL
2=
±±= 1
2
,...,1,0
j
j
(Equação 17)
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
47
e as equações
(
)
eriorFieriorF
LsmeqrealL
supinf
(Equação 18)
(
)
eriorQjeriorQ
LsmeqimagemL
supinf
(Equação 19)
Por exemplo, na figura 15, no caso da palavra ser reconhecida como 01011, valor complexo
l
smeq
e decomposto em
(
)
21
FiF
LsmeqrealL
e
(
)
10
QjQ
LsmeqimagemL
.
Figura 15 - 1
o
quadrante da constelação para
modulação
48
×
– QAM.
2.1.2 Modulação APSK
A cnica APSK é encontrada na literatura em (ROHLING, MAY, 2002). Neste tipo de
modulação a amplitude e a fase da portadora são moduladas ao mesmo tempo e,
conseqüentemente, muda simultaneamente as características de amplitude e a fase dos
símbolos portadores para compor cada possível seqüência de bits em uma palavra binária.
Admitindo as condições mostradas a seguir:
o conjunto
APSK
α
representa todos os possíveis símbolos portadores com todas
as possíveis características de amplitude e fase destes símbolos;
a modulação APSK estabelece valores complexos
k
s
com amplitude
A
a
e fase
P
N
P
P
.
2
.
π
ϕ
=
de acordo com a combinação de bits em uma palavra binária;
(J)
01000 01010 00010 00000
3
l
O
1
-2
01001 01011 00011 00001
1
l
O
0
0
2
4
6
8
(I)
l
F0
l
F1
l
F2
l
F3
2
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
48
a
N
é o número de amplitudes que poderá assumir;
p
N
é o número de fases,
podemos definir o conjunto
APSK
α
, como é mostrado por
{
{
}
{
}
}
1,...,0,1,...,0.
.
=
pa
PjA
APSK
NPNAea
ϕ
α
(Equação 20)
A figura 16 representa graficamente o conjunto
APSK
α
. A partir de um processo de
modulão M-APSK, equivalente ao QAM, os mbolos portadores resultantes da modulação
podem transferir até N dígitos binários e
(
)
MN
2
log
=
. Dessa forma, retornando à figura 15,
podemos observar que
2
=
a
N
,
16
=
p
N
,
pa
NNM
.
=
=
32
e
(
)
MN
2
log
=
5
=
gitos
binários. Ou seja, cada ponto do diagrama é um elemento do conjunto
APSK
α
, que está
associado à palavra binária de 5 bits.
Figura 16 - Constelação para 32 – APSK.
Na recepção ou demodulador APSK, a equalização e a deteão seguem os mesmos
padrões e critérios usados no receptor QAM (equação 14). Os limites para a detecção são
mostrados abaixo:
,
2
1+
+
=
ii
Ai
aa
L
2,...,0
=
a
Ni
(Equação 21)
90
60
120
150
180
210
30
0
330
300
270
240
Eixo
real
Eixo
imaginário
1.5
1
0.5
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
49
,
2
ϕ
ϕ
+
= jL
Pj
1,...,0
=
P
Nj
(Equação 22)
2.1.3 Modulação Multiportadoras (MCM)
Novas técnicas são desenvolvidas visando baratear os custos dos meios de
transmissão e buscando utilizar os canais de comunicação disponível da melhor forma
possível. Dentre essas técnicas destacamos a multiplexação dos sinais. Esse processo de
multiplexação possibilita que vários sinais possam ser enviados ao mesmo tempo em um
mesmo canal. Existem diferentes técnicas de multiplexação sendo as mais importantes a
multiplexação por divisão em freqüência, por divisão no tempo e por divisão em códigos.
Na divisão por freqüência, se cada um dos sinais a ser transmitido tem uma largura
de banda B, ele será transmitido em "envelopes" de freqüências, que diferem entre si por
uma quantidade maior ou igual a 2B. Este tipo de multiplexação é chamado de FDM
(Frequency Division Multiplexing). Neste caso, o número de sinais que pode ser transmitido
simultaneamente usando FDM depende da freqüência, da portadora e da largura de banda
do canal.
Com a evolução das tecnologias, a demanda por bandas de transmissão cresceu
bastante e a largura dos canais disponíveis deve ser aproveitada ao máximo.
A idéia básica da modulação multiportadoras (MCM - Multi-Carrier Modulation) ou
modulão multicanal esfundamentada em um principio de engenharia comumente usado:
dividir para conquistar. Ou seja, um problema de difícil solução é resolvido particionando-o
em vários problemas mais simples, encontrando as soluções desses problemas mais
simples e no final globalizando essas soluções, que é a resolução do problema.
O problema de difícil solução a que nos referimos é a transmissão de dados por um
canal que apresenta interferência intersimbólica e ruídos. Dessa forma, a transmissão de
dados através de um canal degradador é transformada na transmissão paralela de fluxo de
dados por meio de um grande número de subcanais, de forma que a interferência
intersimbólica seja simplificada pela transmissão de sinais ortogonais e que o ruído aditivo
do canal seja a única fonte primária de depreciação do sinal e deficiência de transmissão.
Nos dias de hoje, nos sistemas PLC, a técnica de modulação mais utilizada é a
MCM. Contudo, a técnica de modulação multiportadoras mais eficiente é a multiplexação por
divisão de freqüência ortogonal (OFDM/DMT). A OFDM é encontrada na literatura em
(BINGHAM, 1990; HENSEN, 1998; ITU-RSG; MERCHAN, ARMADA, GARCIA, 1998; LITWIN,
2000; WANG, GIANNAKIS, 2000; ROHLING, MAY, 2002; SPETH; PINTO,
ALBUQUERQUE,
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
50
2002; LIN, PHOONG, 2003; CHU, NA, 2003) e é usada para a transmissão de dados nos
canais PLC, comunicação sem fio e radiodifusão.
Antes da transmissão, a informação é dividida em um grande número de subcanais
com baixa taxa de transmissão de bits. Estes são usados para modular as portadoras
ortogonais individuais de tal maneira que a duração do símbolo correspondente se torne
maior do que o atraso de propagação dos canais de transmissão. As subportadoras são
posicionadas de tal forma que os zeros de cada uma coincida com os das outras (figura 17).
Figura 17 - Exemplo de distribuição de 3 subportadoras utilizando OFDM.
As portadoras devem ser matematicamente ortogonais (linearmente independentes)
no domínio do tempo e o sinal em cada portadora precisa ter um número inteiro de ciclos, no
período de símbolo, resultando em zero o processo de integração do produto de todos os
sinais no tempo de forma que a interferência intersimbólica é minimizada pela transmissão
de sinais ortogonais, ou seja, inserindo um intervalo de tempo de guarda entre os mbolos
sucessivos.
Este procedimento permite transmitir altas taxas de dados com uma baixa complexidade
em canais degradadores. Consideremos que estes ambientes de transmissão de dados são
meios atenuadores devido à distância, à freqüência e a seletividade de freqüências.
No caso do canal atenuador com seletividade de freqüências, o processo de
equalização da banda transmitida torna-se mais simples devido à nova característica desse
canal, ou seja, um conjunto de múltiplos subcanais com atenuações suaves.
O grande diferencial do uso da modulação OFDM na tecnologia PLC (Powerline
Communications) ou comunicação pela rede elétrica, está na forma como é controlada essa
modulação. As freqüências são monitoradas em tempo real, com o sistema alternando o
carregamento dos sinais de acordo com a presença ou não de ruídos.
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
-0,2
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
51
Conforme o ruído se propaga pelas diversas freqüências, os sinais são carregados e
transmitidos (modulados) em várias freqüências simultâneas, com níveis de carregamento
diferentes, e aproveitando as melhores condições possíveis do link, garantindo assim altas
taxas de transmissão, boa performance e confiabilidade. Dessa forma, o sistema pode
facilmente se adaptar às mudanças das condições de transmissão da rede elétrica.
Vantagens e desvantagens da OFDM
A OFDM é uma técnica que facilita a equalização do canal, e tem como caracteristica
um conjunto de múltiplos subcanais com variações leves (suaves) de atenuações.
Um sistema baseado em OFDM, além de proporcionar uma maior taxa de
transmissão, apresenta maior robustez aos efeitos nocivos associados ao desvanecimento
seletivo em freqüência.
Cada símbolo é detectado separadamente, o que pode minimizar os erros
provocados por rdos em determinados subcanais.
Os sistemas baseado em OFDM são imunes à Interferência entre simbolos OFDM
distintos por conta da inserção de prefixos cíclicos
(
)
sCP
,
nos blocos para a transmissão.
Em um sistema FDM normal, por exemplo, as portadoras estão suficientemente
espaçadas de modo a poderem ser recebidas utilizando filtros convencionais. Entretanto,
para tornar a filtragem possível, bandas de guarda têm de ser introduzidas entre essas
portadoras, o que resulta em uma diminuição da eficiência espectral.
Na OFDM, ao invés de se utilizar uma banda de guarda entre subportadoras para
poder separá-las na recepção, emprega-se uma sobreposição das mesmas, resultando em
um ganho espectral de até 50% em relação à técnica FDM (figura 18).
Figura 18 - Modulação FDM e OFDM.
Em um sinal OFDM é possível organizar as subportadoras de forma que as suas
bandas laterais se sobreponham sem que haja interferência entre elas. Para que isso ocorra,
as subportadoras devem ser matematicamente ortogonais (linearmente independentes), ou
seja, no domínio do tempo, o sinal em cada subportadora precisa ter um número inteiro de
Espectro FDM
convencional
Espectro OFDM
ƒ
ƒ
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
52
ciclos no período de símbolo, resultando em zero o processo de integração do produto de
todos os sinais no tempo.
Entretanto, algumas desvantagens também existem, tais como
a OFDM apresenta dificuldade de sincronismo da portadora;
a OFDM é eficiente somente se o bloco de informação é muito maior que o prefixo
cíclico (CP) a ser enviado.
A grande faixa de freqüências de sinais transmitidos necessita de amplificadores
com grandes regiões lineares decorrente do fato de o sinal transmitido não exibir uma
natureza constante em sua envoltória
.
perda da ortogonalidade quando a resposta de freqüência varia enquanto o
símbolo OFDM está sendo transmitido naquele canal.
Modelo de um sistema MCM
Fundamentalmente, a modulação multiportadoras sobreposiciona várias formas de
ondas que são as portadoras moduladas para representar uma entrada
seqüência de bits.
Na figura 19, a seqüência de bits ou Bit Stream(BS) é o fluxo de dados binários que chegam
e são aplicados a um demultiplexador que produz uma saída de N fluxos secundários ou N
novas seqüências de bits a serem aplicadas e transmitidas em N subcanais com a mesma
largura de banda e com freqüência central
i
f
e i = 1, 2, 3, ..., N. Os blocos divisores de
sinais separam a seência de bits BS em duas novas seências, denominadas de seência
de subsímbolos de dois elementos moduladas em Bipolar Keying (BK). Na saída desses
blocos, temos um sinal digital ou sinal BK (bipolar Keying). Esses pulsos BK com amplitudes
K e + K representam os bits da seqüência de subsímbolos de dois elementos e, também,
modulam as amplitudes de sinais de alta freqüência F em fase e em quadratura, obtendo os
sinais
( )
tf
T
ci
πφ
2cos
2
=
e
( )
tfsen
T
cq
πφ
2
2
=
que, combinados, resultará no sinal ou impulso
complexo QAM, ou
(
)
ts
k
, ou
k
s
. Agrupando os valores complexos
k
s
, mapeados de acordo
com a equação 13 para um conjunto
α
qualquer, em blocos de tamanho N, o isimo bloco
transmitido é representado por
(
)
( ) ( ) ( )
[
]
T
NiNkiNkiNk
sssiSF
,2,1,
,...,,=
(Equação 23)
Figura 19 - Técnica OFDM com modulação QAM para sistemas wireless.
S
k1
S
k2
S
kk
S
kN
S
kN
Fluxo
Primário de
Seqüência
de Bits
DEMUX
Fluxo
Primário de
Seqüência
de Bits
BS
1
BS
2
.
.
.
BS
2
.
.
.
BS
N – 1
BS
N
N subcanais
e N símbolos
Divisor
de sinais
Divisor
de sinais
1
2
1
2
1
2
1
2
1
2
Modulador
BK
BK
BK
F
1
-
π
4
BK
BK
BK
BK
BK
BK
BK
BK
F
1
-
π
2
F
1
0
F
N1
-
π
2
F
N1
0
.
.
.
.
.
.
.
.
.
S
F
S
ch1
S
ch2
S
chk
S
chN-1
S
chN
?
dw0
?
dw1
?
dwk
?
dwN
-
1
?
dw
N
S
t
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC 53
е
dw0
е
dw1
е
dwk
е
dwN
-
1
е
dwN
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
54
Ao estabelecer um modelo de multiportadoras, cada elemento de
SF
irá modular
uma portadora de freqüência específica,
k
f
. Na saída do modulador têm-se símbolos
portadores com freqüências
k
w
com
Nk ,...,2,1
=
e, ainda, com amplitude e fase propostas
pelos valores complexos
( )
kiNk
s
,
. Os N símbolos portadores se somam, formando o símbolo
OFDM mostrado na figura 19.
Dessa figura, podemos destacar o seguinte:
os valores complexos
( )
kiNk
s
,
modulam os símbolos portadores de freqüência
especifica,
k
f
., ou seja, multiplicam-se os valores complexos
( )
kiNk
s
,
por
k
jw
e
(símbolos
portadores);
S
F
é um vetor no domínio da freqüência formado por N valores (impulsos)
complexos;
St é ombolo OFDM, ou seja, é um sinal no domínio do tempo correspondente a S
F
.
Em geral, nos sistema PLC, a última etapa de modulação e a primeira na
demodulação utilizam, respectivamente, os algoritmos da transformada rápida de Fourier:
IFFT (Inverse Fast Fourier Transform) e FFT (Fast Fourier Transform) (HAYKIN, 2001;
DINIZ, SILVA, NETTO, 2004).
Concepção básica da técnica OFDM
Conforme já visto, a técnica OFDM consiste na transmissão paralela de dados
através de diversos subcanais e esses dados modulam diversas subportadoras com
modulação QAM ou PSK ou qualquer esquema de modulação a taxas baixas de
transmissão por subportadora. Essas taxas decrescem à medida que cresce o número de
subportadoras ou subcanais empregados e aumenta a duração dos símbolos transmitidos
em cada subportadora. A largura de banda dos subcanais de um sistema OFDM é um canal
de faixa estreita e é dimensionada pelo resultado da divisão da largura de faixa total do
sistema pelo número de subportadoras utilizadas. O fato de se ter canais mais estreitos
desfavorece a seletividade em freqüência.
Descrição Matemática
O sinal de um símbolo portador QAM, componente de um conjunto de
N
subportadoras QAM espaçadas de
s
f
T
1
=
e iniciando em
0
=
s
t
, é definido no domínio do
tempo através da função
(
)
tg
k
, conforme as equações mostradas a seguir:
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
55
(
)
tg
k
=
(
)
tkfj
f
e
+
0
2
π
,
ss
Ttt
e
1,...,2,1,0
=
Nk
(Equação 24)
(
)
tg
k
= 0 ,
ss
Tt
+
<
t
<
s
t
(Equação 25)
s
T
é a duração do símbolo QAM transmitido pela subportadora de ordem
κ
.
Os símbolos QAM,
( )
kiNk
s
,
são conhecidos como subsímbolos OFDM. O sinal OFDM
equivalente em banda base é o somatório do resultado da modulação de N subportadoras
do tipo
(
)
tg
k
pelos subsímbolos OFDM,
( )
kiNk
s
,
. O i-ésimo sinal OFDM a ser transmitido é
dado por
(
)
( )
( )( )
S
iTtffj
N
k
kiNkst
esiTtS
+
=
=
0
2
1
0
,
π
(Equação 26)
Considerando que m é a quantidade total de amostras do sinal OFDM e transformando
esse sinal de tempo contínuo para tempo discreto, o resultado obtido será
0
0
2
1
0
2
),(
1
))((2
),(
.)(
f
fN
imn
j
N
k
k
N
imn
j
kiNk
N
ok
timtnfkfj
kiNkt
eesestimtnS
=
=
+
==
π
π
π
(Equação 27)
e
t
é o intervalo de amostragem.
Substituindo na equação acima
)( timtnut
por
η
, (
m,...,2,1,0
=
η
), e levando o
termo constante para fora do somatório, teremos
=
=
1
0
2
),(
2
0
)(
N
k
N
k
j
kiNk
fN
f
j
t
eseS
πη
πη
η
(Equação 28)
Fazendo o termo
1
0
2
=
fN
f
j
e
πη
na equação 28, obtemos símbolos OFDM
)(
η
t
S
=
=
1
0
2
),(
N
k
N
k
j
KiNk
es
πη
(Equação 29)
Algumas observações valem a pena salientar:
é um termo constante, característico do deslocamento em freqüência, assume o
valor 1 quando o termo
fN
.
for múltiplo de
0
f
;
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
56
a equação descreve a Transformada de Fourier Discreta Inversa, IDFT, multiplicada
pelo fator N. Ela é implementada de forma eficaz pelo uso do algoritmo IFFT (Inverse Fast
Fourier Transform);
a grande facilidade de um sistema OFDM está na implementação do processo de
modulação e do processo de demodulação a partir de Transformadas de Fourier Discretas -
DFT (IDFT para modulação e DFT para demodulação);
na prática é comum se usar respectivamente os algoritmos de transformada
rápida de Fourier (IFFT e FFT) para a modulação e a demodulação do sinal OFDM;
no receptor, por meio de técnicas de correlação feitas por uma FFT, recuperam-se
as informações extraídas de seus respectivos símbolos portadores;
termo
),( kiN
xm
representa o valor complexo extraído do
κ
-ésimo símbolo portador
recebido e definido por
),( kiN
xm
=
( )
=
1
0
2
.
N
N
k
j
t
ex
η
πη
η
, (Equação 30)
• o termo
(
)
η
t
x
é a n-ésima amostra do sinal recebido.
Intervalo de guarda
O efeito do espalhamento do atraso do canal (
rms
τ
- delay spread) é minimizado de
modo eficaz pela técnica OFDM. Na entrada do Transmissor de um sistema OFDM, a
conversão da seqüência serie para a seqüência paralela de bits aumenta a duração de cada
símbolo transmitido (
s
T
) proporcionalmente ao número
N
de subportadoras ou subcanais, o
que reduz a relação entre
rms
τ
e
s
T
.
Um dos problemas mais presentes em sistemas de comunicações digitais é a
interferência entre amostras adjacentes ou Interferência Intersimbólica. O OFDM utiliza-se
de uma solução bastante eficaz para se evitar estes problemas. Um tempo de guarda ou
prefixo clico (MUQUET, WANG, GIANNAKIS, COURVILLE, DUHAMEL, 2002) é introduzido
no início de cadambolo OFDM evitando, dessa forma, que os componentes multipercursos de
um símbolo OFDM fiquem impossibilitados de interferir na recepção do símbolo OFDM
subseqüente. O tempo de guarda precisa ser maior do que o maior atraso existente no
canal. Portanto, um símbolo OFDM (de duração
simb
Τ
) será a composição do símbolo útil (de
duração
util
Τ
) e pelo tempo de guarda (de duração
g
Τ
), mostrado na figura 20.
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
57
Figura 20 - Símbolo OFDM.
Intervalo de guarda sem extensão cíclica
Na figura 21 podemos observar duas subportadoras, as subportadoras 1 e 2 do
subcanais 1 e 2, respectivamente, sendo a transmissão da subportadora 2 subseqüente à
1. No caso mostrado na figura 21, o tempo de guarda é gerado a partir da ausência de sinal,
acarretando a não ortogonalidade entre as subportadoras e originando a interferência entre
as subportadoras através do efeito ICI (Interchannel Interference). Ou seja, na recepção,
quando o receptor OFDM, através do demodulador, realizar o processo da demodulação na
subportadora 1, encontrará alguma interferência da subportadora 2. A motivação desta
interferência é a diferença entre o número de ciclos entre as subportadoras 1 e 2 dentro do
intervalo de cálculo da FFT (
s
Τ
), não ser um número inteiro. No processo de demodulação
da subportadora 2 também irá aparecer alguma interferência da subportadora 1 pelos
motivos já relatados.
Figura 21 - Intervalo de guarda sem extensão cíclica.
Subportadora 1
Subportadora 2
retardada
Intervalo de
guarda
T
= intervalo de integração FFT
Símbolo OFDM
Tempo
de
Guarda
Símbolo M-1
Símbolo M
Símbolo M+1
Tempo
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
58
Intervalo de guarda com extensão cíclica
A figura 22 mostra uma configuração utilizada para eliminar a ICI (Interchannel
Interference): o símbolo OFDM é estendido ciclicamente no tempo de guarda. Realiza-se
este processo, acrescentando ao início de cada símbolo uma certa quantidade de amostras
da parte final do mesmo. Contando que os respectivos valores de retardo sejam menores
que o tempo de guarda, pode-se garantir que réplicas retardadas do símbolo OFDM terão
um valor inteiro de ciclos dentro do intervalo de calculo FFT. Desta forma, os sinais multipercurso
com retardo menor que o tempo de guarda não causarão ICI.
Figura 22 - Intervalo de guarda com extensão cíclica.
Utilização dos códigos de detecção e correção de erros
Todos os processos que forma um sistema OFDM passam a ser válidos se coordenados
por métodos eficazes de detecção e correção de erros. A Modulação multiportadoras usa os
códigos de detecção e correção de erros. A MCM, associada aos processos que eliminam
erros seqüências, é freqüentemente denominada BICM (Bit Interleaved Coded Modulation)
(CAIRE, TARICCO, BIGLIERI, 1998; GOFF, 2003)
Fontes de degradação de desempenho da técnica OFDM
ICI (Interchannel Interference)
No receptor OFDM a falta de ortogonalidade entre as subportadoras será percebida
se a freqüência da portadora do sinal recebido não coincidir com a freqüência do oscilador
local. O desvio de freqüência originado pode gerar a interferência entre as subportadoras
Subportadora 1
Subportadora 2
retardada
Intervalo de
guarda
T
= intervalo de integração FFT
Símbolo OFDM
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
59
ICI. O ruído de fase, as variações na freqüência de trabalho do oscilador do transmissor e
receptor OFDM (fora do
f
permitido) podem provocar a ICI se estiverem fora dos valores
ou da margem de erro especificada.
Ruído de fase e o desvio de freqüência
Numa comparação com os sistemas monoportadora, o ruído de fase e os desvios de
freqüência não provocam interferências e, sim, degradações na relação sinal/ruído. Para
que taxa de erro de bit (BER Bit Erro Rate) seja mantida, deve-se aumentar a potência do
sinal transmitido. Contudo, nos sistemas multiportadoras OFDM, ainda que sejam mais
suscetíveis ao ruído de fase e ao desvio de freqüência que o sistema de portadora única,
estas degradações podem ser mantidas em níveis admissíveis.
Erro de temporização do símbolo
Refere-se a erros no símbolo devido aos efeitos da maior ou menor precisão dos
circuitos de extração de sincronismo de símbolo na recepção. O intervalo de guarda no
símbolo OFDM aumenta ainda mais a imunidade aos erros temporização do símbolo.
Bit Loading
Possibilidade do sistema OFDM se adaptar às condições do meio de transmissão
(pela avaliação da relação sinal/ruído). Trata-se de transmitir cada símbolo portador com um
número flexível de bits. O parâmetro que serve de referência para o carregamento de cada
subcanal é a relação sinal/ruído do subcanal. Os subcanais, através de suas subportadoras
(freqüências), são monitorados no receptor e as condições do estado do canal são
disponibilizadas ao transmissor, em tempo real, com o sistema, alternando o carregamento
dos sinais de acordo com a presença ou o de ruídos. Para isto, torna-se necesrio adequar
o transmissor de algoritmos muito complexos a uma variância temporal do canal muito lenta.
Conforme o ruído se propaga pelas diversas freqüências, os sinais são carregados e
transmitidos (modulados) em rias freqüências simultâneas, com níveis de carregamento
diferentes, caso o transmissor tenha conhecimento sobre o estado do canal. Caso contrário,
taxas iguais de bits são destinadas a cada subcanal.
A escolha da constelação e a técnica de modulação
Em (FERREIRA, et al., 1999), chegou-se a conclusão de que a otimização da
performance dos sistemas PLC passa também pela escolha adequada da técnica de
modulação e pelas diferentes formas de constelação.
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
60
2.2 Técnicas de Codificação de Dados (Códigos de Transmissão e
Detecção de Erros) para Sistemas PLC
A informação digital é representada por um código binário, isto é, dados a transmitir
constituem uma seqüência de símbolos de um alfabeto binário (0,1).
Num canal passa-baixo, os dados binários transmitidos são representados por um
sinal digital, ou seja, por uma seqüência de impulsos que se sucedem a uma cadência fixa
(sincronizada por um relógio). Para a transmissão de cada símbolo binário, essa informação
é representada por um sinal elementar caracterizado pelo fato de ter um bit por vez de dois
níveis de tensão. A freqüência dos símbolos binários é conhecida como taxa de dados ou
bits (data rate), expressa em bit/s (
N
L
2
=
, para
1
=
N
bit por vez resulta em L = 2 níveis de
tensão). Ao agrupar-se símbolos binários, é possível representá-los por impulsos de L níveis
(L = 4, 8, 16,...), onde esses grupos de mbolos birios (dibit, tribit,...) ou sinais elementares
têm freqüência conhecida como taxa de modulação (modulation rate), expressa em baud
(
N
L
2
=
para
N
>
2
e inteiro). Os códigos de transmissão exploram as possíveis relações
estabelecidas entre os dados binários e a seqüência de sinais elementares que os representam.
Nos dias de hoje, um modelo de comunicação deve atender a um mercado exigente
e de demanda crescente que requer sistemas digitais de comunicações concebidos para
serem disponíveis, eficientes e confiáveis. Isso é possível se os atuais sistemas digitais de
comunicações, caracterizados por redes ou meios de acesso de alta capilaridade, atenderem
as especificadas largura de banda, relação sinal/ruído e a data rate, além de apresentar as
taxas de erro cada vez menores, mesmo num cenário de transmissão de dados em bandas
e taxas cada vez maiores. Para isto, voltemos a 1948, quando Shannon provou que, com uma
codificação adequada na informação ou sinal de mensagem durante a transmissão, é
possível reduzir a níveis significativos, ou melhor, desejáveis, os erros introduzidos na
informação transmitida sem diminuir a taxa de bits. Outra contribuição importante de Shannon
ficou conhecida como Limite de Shannon. Trata-se de estabelecer um limite teórico máximo
da relação sinal/ruído de um canal de transmissão de dados com ruído. Portanto, com valor
abaixo daquele limite, a confiabilidade não seria possível num sistema de transmissão de
informação a partir da fonte de informação até ao usuário da informação. Após o trabalho de
Shannon, outras contribuições não menos importantes são realizadas no sentido de
aprimorar as técnicas de codificação visando a diminuição da taxa de erros (codificação de
canal), resultando em muitos algoritmos de codificação e decodificação.
Capítulo 2
Técnicas de Modulação e Codificação de Canal para Sistemas PLC
61
A codificação é uma técnica usada nos meios de comunicação para aumentar a
performance daquele meio (HAYKIN, 2004). o modificões na informação que aumentam o
desempenho dos sistemas digitais de comunicação. A Codificação tem como objetivo
reduzir a taxa de erro de bit (BER);
contribuir para a maior relação sinal/ruído com igual potência;
manter a taxa de erro em níveis aceitáveis quando se aumenta a largura de banda
e conseqüentemente a taxa de dados.
Sistemas codificados são caracterizados por um ganho de código. Esse parâmetro é
definido como o aumento da relação sinal/ruído requerida para se conseguir uma probabilidade
de erro determinada. Na figura 23 podemos observar nos diversos tipos de códigos, duas
categorias principais: codificação de formas de onda e seqüências estruturadas e
subcategorias. Temas de interesse nessa fase do estudo.
Figura 23 - Tipos de codificação.
A descrição sobre os tipos de codificação encontra-se no Anexo 1.
Codificação
de Blocos
Codificação
Linear de
Blocos
Códigos
Cíclicos
Seqüências
Estruturadas
Codificação
Convolucional
Codificação
de Formas
de Onda
Codificação
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
62
CAPÍTULO 3
3 TRANSMISSÃO DE DADOS VIA SISTEMAS PLC
O advento da Internet no início da década de 90 do século passado motivou uma
explosão da demanda por transmissão de dados em alta velocidade e por novos serviços. O
mercado atual de telecomunicações é cada vez mais exigente. Para o usuário deste mercado
as necessidades de telecomunicações terão que ser atendidas a qualquer hora (anytime), a
quem quer que seja (anyone) e em qualquer lugar (anywhere). Dessa forma, os atuais sistemas
de telecomunicações com elevado estágio de desenvolvimento tecnológico terão de estar
adequados a parâmetros da facilidade do uso, a análise de desempenho, ao custo e, ainda,
acompanhar o desenvolvimento da tecnologia. Atualmente, a desregulamentação do mercado
de telecomunicações, as técnicas avançadas de processamento de sinais, a necessidade da
facilidade de uso de meios de comunicação de banda estreita e, principalmente, banda larga,
tem motivado um grande interesse em pesquisas em torno de novos meios ou acesso para
a transmissão de dados. Dentre as diversas tecnologias de acesso possíveis, temos a
tecnologia PLC, caracterizada como um sistema de alta capilaridade, que tem despertado
grande entusiasmo no ambiente das telecomunicações, principalmente pela facilidade de
uso. As principais vantagens das redes PLC são
infraestrutura de cabeamento pronta e existente em cerca de 96% dos ambientes
residenciais, prediais, governo, comerciais e industriais;
alta taxa de transmissão de dados, atualmente 200 Mbps e a capacidade teórica
ultrapassa 500 Mbps (ZIMMERMANN, DOSTERT, 1999; SANDERSON, 2000);
conectividade permanente (internet com disponibilidade 24 horas por dia);
desenvolvimento de novas técnicas de transmissão digital de dados (DOSTERT,
2000);
solução last meters
transformação da rede elétrica de distribuição predial ou
residencial em uma rede local de dados;
cada tomada é um ponto de acesso de uso simples e descomplicado;
o aumento elevado da capacidade de processamento dos modernos DPS e FPGA
e a diminuição constante do custo dos mesmos;
facilidade de uso e na implementação do sistema PLC;
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
63
solução de acesso last milles para as operadoras de telefonia. Desta forma,
promove a competição naquele seguimento de prestação de serviço e a inclusão digital.
No início do século XX, os empresários de energia elétrica, motivados por ampliar as
funções da rede, começaram a usar as redes elétricas como meio de comunicação para
transmissão da voz. Na década de 70 do século XX, além de voz, dados de controle
também eram transmitidos naquela rede em banda estreita.
Porém, na década de 80 do
século passado, registrou-se avanço nas técnicas de processamento de sinais para a
modulação digital e codificação de canais em modens que permitiram taxas em torno de
14,4 kbps. Na Europa, estabeleceu-se o padrão CELENEC, que opera numa faixa de
freqüência de até 500 kHz, permite taxas de transmissão de dados de até 144 kbps para
distâncias inferiores a 500 m e limita a potência média dos sinais transmitidos em 5 mW. A
partir da década de 90, século XX, a performance dos dispositivos que compõem o sistema
PLC, melhorou ao longo do tempo. O uso da faixa entre 1 MHz e 30 MHz para a
transmissão banda larga de dados na década de 90 do século passado até os dias de hoje
deverá ser ampliada para 60 MHz, assim como a taxa de transmissão de dados de
200 Mbps (dispositivo processador de sinal - DS2), atualmente, para 250 Mbps.
Algumas entidades na Europa, EUA, Brasil e outras partes do mundo desenvolvem
atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico, padronização e regulamentação para
o PLC. Na Europa a atividade Framework Programmes é um conjunto deões da Comunidade
Européia para fundear e promover pesquisa e desenvolvimento tecnológico, ou seja tem
como objetivos estratégicos ampliar as bases científicas e tecnogicas de instria, estimular a
competitividade internacional
e promover atividades de pesquisa no apoio a outras políticas
da Comunidade Européia. O projeto Opera (Open PLC European Research Alliance for New
Generation PLC Integrated Network) ou Aliança Européia para uma Rede PLC Banda Larga
Integrada, de Nova Geração, é uma atividade do Framework Programmes (FITEC
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS, 2005). O projeto Opera tem como objetivos:
Realizar a necessária pesquisa, demonstração e disseminação, numa escola
Européia, de modo a possibilitar aos cidadãos europeus o uso de suas vantagens mesmo
diante dos obstáculos da tecnologia PLC.
Melhorar os atuais sistemas PLC:
baixa tensão (BT) e media tensão (MT);
atender requisitos de banda, distância, facilidade de operação, EMC, gerência
de rede e modelamento de canal.
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
64
Desenvolver soluções ótimas para conexões das redes de acesso PLC às redes
Backbone:
criar soluções backbone adaptáveis (satélite, MV PLC, etc.);
objetivo é atingir todos os usuários independentes de onde estejam.
Desenvolver serviços prontos para venda” sobre a tecnologia PLC e desenvolver
ou melhorar os terminais de usuários.
No Brasil a APTEL Associação de Empresas Proprietárias de Infra-Estrutura e
Sistemas Privados de Telecomunicações foi convidada pela Comunidade Européia para
participar da fase II do projeto OPERA. Na APTEL as atividades referentes à tecnologia PLC
ficam a cargo do rum APTEL Brasil PLC através das comissões de assuntos tecnológicos,
inclusão social/digital, assuntos regulatórios, marketing/networking, mercado, PLC em
municipalidades e relações internacionais – América Latina.
PLC Fórum foi criado na Europa em 1997. Atualmente possui mais de 90 membros
(fabricantes e empresas de energia elétrica) e tem como principais objetivos: compartilhar as
informações entre fabricantes, empresas que desenvolvem aplicações, usuários potenciais e
óros de regulamentação; desenvolver normas para serviços e produtos de telecomunicações
em linhas de energia, com a intenção de submetê-las aos órgãos nacionais e internacionais
de regulamentação. O FCC (Federal Communications Commission), órgão regulador dos
EUA sinaliza para uma nova regulamentação que viabilize o uso da tecnologia PLC em
banda larga (FCC, 2004) e sua coexistência com outros tipos de tecnologias, existentes,
na mesma banda de freqüência.
As redes domiciliares, através da fiação elétrica, usam a rede de distribuição de
energia elétrica existente nos ambientes residenciais e prediais para a transmissão de
dados em alta velocidade. Atualmente, várias tecnologias proprietárias foram desenvolvidas.
A característica de interoperabilidade dessas técnicas, ou seja, de dispositivos de diferentes
tecnologias não conseguirem se comunicar, motivou a criação, em abril de 2000, do
HomePlug Fórum, que criou um novo padrão denominado HomePlug 1.0. Este especifica a
subcamada de acesso ao meio e a camada física para redes de baixa tensão. O Fórum
industrial HomePlug tem como principais objetivos
fornecer um fórum para o desenvolvimento de normas abertas;
patrocinar programas de educação do mercado e de usuários para acelerar a
demanda por essa tecnologia;
publicar especificação de rede interna de powerline classe Ethernet 10 Mbps;
atender a regulamentação FCC (USA) - parte 15.
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
65
Sabe-se que esem fase de desenvolvimento a nova versão do padrão HomePlug
versão 2 (INTELLON, 2004
)
para a transmissão de dados via canais indoor (LIN,
LATCHMAN, NEWMAN, & KATAR, 2002, 2003) que deverá atender as aplicações de alta
velocidade com taxas de pico e média iguais a 200 Mbps e 120 Mbps, tais como HDTV (Higt
Definition Television), vídeo-confencia e outras aplicações multimídia.
Atualmente, a média das taxas praticadas nas redes PLC domiciliares ou sistema
indoor é de no máximo 200 Mbps. Pom, analisando-se apenas os canais PLC em ambiente
prediais, estimativas recentes apontam capacidades de canais PLC superiores a 600 Mbps
.
As redes elétricas de baixa e média tensão das distribuidoras de energia elétrica que
compõem a solução PLC
last miles também estão sendo analisadas (JEE, EDISON, RAO,
& CERN, 2003). Para esses ambientes nenhuma padronização foi definida, pois trata-se de
ambientes com bastante concorrência. Atualmente, outras tecnologias estão estabelecidas,
tais como o cable modem, o xDSL (Digital subscriber Line), a fibra óptica e a comunicação
sem fio.
Por meio de informações de fabricantes, baseados em medições de um período, a
média das taxas praticadas nas redes PLC de baixa tensão é 20 Mbps e nas redes PLC de
media tensão é de 25 Mbps, caracterizando a tecnologia PLC de alta competitividade em
comparação com outras tecnologias, mesmo num cenário desfavorável pelas seguintes
características dos canais PLC (CANETE, CORTES, DIEZ & ENTRAMBASAGUAS, 2002):
as variações entre as diferentes redes elétricas;
as diferentes condições físicas e características topológicas das redes elétricas;
as atenuações proporcionais à distância e à freqüência;
as ocorrências de ruídos impulsivos com alta potência;
as variações das impedâncias vistas pelo transmissor e pelo receptor;
as perturbações eletromagnéticas conduzidas por acoplamento direto por cabo e as
irradiadas por outros serviços que operam na mesma faixa de freqüência;
as variações periódicas das respostas impulsivas dos canais PLC.
Em artigo recente, a expressão horrible channel (BIGLIERI, 1998) foi usada para
caracterizar os canais PLC. Porém, para minimizar tais efeitos nocivos à transmissão de
dados através de canais PLC são usadas as técnicas de processamento de sinais. Dentre
as técnicas recentemente investigadas, pode-se citar
técnicas mono-portadoras, multi-portadoras e de espalhamento espectral;
técnicas de codificação de canais;
técnicas de equalização;
técnicas de estimação de canais;
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
66
técnicas de acesso ao meio;
técnicas de cancelamento de ruídos impulsivos;
técnicas de gerenciamento de espectro.
Fabricantes de chipset como a empresa espanhola DS2 e a empresa americana
Intellon implementam nos chips ou grupo de microchips da linha de produção, algumas
dessas técnicas, durante o processo de fabricação. Esses fabricantes diante de um mercado
exigente e concorrido investigam novos avanços na tecnologia de processamento de sinais
para melhorar a performance dos futuros chipset.
Atualmente, no Brasil, as pesquisas dos canais PLC como meio de transmissão de
dados em banda larga e banda estreita, nas soluções last miles ou outdoor e last meters ou
indoor, apresentam as seguintes características (RIBEIRO, 2005):
1) A análise de sistemas PLC desenvolvidos na Europa e nos EUA. Inicialmente,
esses sistemas são implementados em campos de prova por empresas do setor elétrico,
associações, fórum e parcerias entre empresas e, após, passam por um período de
observação. O objetivo dessas entidades é ter uma idéia real de algumas características
desse processo:
potencialidade real da tecnologia PLC;
desempenho dos vários fabricantes, nas variadas configurações e condições
climáticas de um país tropical;
benefício da sociedade brasileira pela inclusão das ilhas e cidade digitais na
comunidade digital (Fórum APTEL BRASIL PLC).
2) Alguns trabalhos práticos têm sido realizados, mas limitam-se à montagem de
soluções já prontas à análise dos sistemas PLC nas universidades; análises computacionais
de desempenho de algoritmos no nível da camada física têm sido o principal foco destas
investigações.
3) Investigação de Modelos de negócios nas diversas arquiteturas que podem ser
implementadas com o uso do PLC.
4) APTEL através do Fórum APTEL BRASIL PLC realiza um trabalho importantíssimo
para a consolidação da tecnologia PLC em nosso país desenvolvendo atividades nos
assuntos tecnológicos e regulatórios, inclusão social/digital, marketing/networking, mercado
PLC em municipalidades e relações internacionais – América Latina (Projeto OPERA).
5) As parcerias entre as empresas que exploram ou utilizam os serviços de
transmissão de dados e as universidades através dos Projetos de P & D da tecnologia PLC
possibilitando o desenvolvimento de soluções que podem ser introduzidas em diferentes
aplicações, gerando, como conseqüência, novas técnicas e soluções para que sejam
absorvidas pelo setor produtivo.
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
67
No entanto, o desenvolvimento de tais soluções demanda primeiramente o conhecimento
do estado da arte da tecnologia PLC (PAVLIDOU et al., 2003). Este conhecimento pode ser
colocado da seguinte forma (RIBEIRO, 2005):
1) Como se implementa um sistema completo de transmissão e recepção ponto a
ponto e multi-ponto?
2) Quais são as técnicas atuais mais adequadas para lidar com os problemas que
caracterizam as aplicações indoor e outdoor em banda larga ou banda estreita?
3) Como desenvolver ou melhorar os sistemas de repetição de sinais?
4) Como garantir o acesso de vários usuários a um mesmo meio?
O uso ótimo das redes elétricas de distribuição de energia para a transmissão de
dados passa, primeiramente, pelo estudo das características inerentes a esses meios de
transmiso. Tal estudo traz à luz as reais potencialidades e os principais problemas encontrados
nas redes elétricas que dificultam a transmissão de dados a altas taxas e com baixa
probabilidade de erro. Obtém-se, assim, o conhecimento necesrio para o desenvolvimento de
uma modelagem adequada dos canais PLC e dos ruídos presentes neste meio. Dentre os
modelos de canais PLC encontradas na literatura, a seção 3.1 descreve o modelo de multi-
percursos dos sinais transmitidos, o mais atual e coerente modelo para canais PLC outdoor.
Em 3.1.1 encontram-se as características principais dos diversos tipos de ruídos presentes
nos canais PLC. Finalmente, a secção 3.2 apresenta a técnica multi-portadora OFDM/DMT
empregada em aplicações PLC banda larga.
3.1 Modelo dos Canais PLC Outdoor
Uma rede de distribuição de energia elétrica é caracterizada por ser um canal atenuador
com seletividade na freqüência. Além da atenuação por desvanecimentos seletivos em
freqüência, caracteristica das RDEE, aquele canal impõe altas atenuações ao sinal PLC
transmitido em função da freqüência do sinal e da distância do enlace e, também, a
presença de ruídos com nível de potência suficiente para corromper rajadas de dados
transmitidos. Em termos comparativos, o canal PLC pode ser caracterizado como um meio
termo entre um tradicional canal de telefonia fixa e um canal de comunicação sem fio. Porém,
as redes de distribuão de energia diferem consideravelmente umas das outras, em termos de
estrutura, topologia e propriedades, tomando como paradigma os convencionais meio
wireline, tais como fios telefônicos, pares trançados e cabo coaxial.
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
68
A principal característica da tecnologia PLC é a divisão em uma parte interna e outra
externa. A parte interna corresponde à rede domiciliar ou rede elétrica de distribuição de
energia elétrica instaladas em ambientes residenciais, prediais, comerciais e industriais,
sendo denominada de sistemas ou aplicações PLC indoor ou last meters ou intra building.
Porém, a parte externa corresponde as RDEE das empresas do setor elétrico, também
conhecido como sistemas ou aplicações PLC outdoor ou last miles. Para isolar as duas
redes é feita uma divisão na banda de freqüência definida para uma aplicação PLC. As
pesquisas recentes apontam a faixa de freqüência de 500 kHz a 10 MHz para aplicações
last miles e a faixa entre 10 MHz e 30 MHz para aplicações last meters (LANGFELD, 2001).
Portanto, para transmissão de dados em banda larga via canais, PLC, o enfoque tem sido a
caracterização das respostas em freqüência na faixa entre 500 kHz e 30 MHz.
A busca de uma modelagem consistente e representativa dos canais PLC para
aplicações banda larga é baseada nas duas estratégias descritas a seguir (ZIMMERMANN
& DOSTERT, 1999, 2002a).
Estratégica botton up: nesse caso o comportamento das redes elétricas é descrito pelas
matrizes de admitância e de impedância do circuito elétrico (BARNES, 1998; ESMAILIAN,
KSCHISCHANG, & GULAK, 2000; BOSTOEN & WIEL, 2000; ESMAILIAN, GULAK, &
KSCHISCHANG, 2000). É um tipo de modelagem que se usa nos sistemas PLC indoor
devido a quantidade menor de parâmetros quando comparada a uma rede PLC outdoor.
Para que o processo seja bem sucedido é necessário um levantamento detalhado e preciso
de uma quantidade razoavelmente elevada de parâmetros dos componentes da rede
elétrica que forma o sistema PLC indoor para determinar os elementos das matrizes que
fornecem a resposta em freqüência do canal PLC. Dessa forma, garante-se a precisão
esperada para este tipo de modelagem.
Estratégica top down: os métodos baseados nesta estratégia consideram os canais PLC
como uma “caixa preta” e descrevem as características do canal em termos de sua função
de transferência (TANAKA, 1988; DOSTERT, 1998; ZIMMERMANN & DOSTERT, 1999,
2002a; DOSTERT, 2000).
Alguns modelos apropriados por funções de transferência de redes
elétricas o encontrados na literatura. Pom o modelos que necessitam do conhecimento
de vários parâmetros, que na sua maioria são difíceis de se obter. Dentre os modelos de
canais PLC encontrados na literatura, o modelo ilustrado na figura 24 descreve o modelo
multipercursos dos sinais transmitidos desenvolvido por (ZIMMERMANN & DOSTERT
2002a). Por ser uma modelagem dos canais PLC outdoor,
em termos da função de
transferência, permite uma representação simples e independente da topologia da rede
elétrica.
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
69
Figura 24 - Modelo geral do canal.
O modelo de meio físico ou multi-propagação proposto em (ZIMMERMANN &
DOSTERT, 2002a) é o mais recente e atual modelo utilizado e é descrito a seguir:
a resposta em freqüência do canal PLC, obtida a partir da modelagem multi-
percursos dos sinais transmitidos, é dada por
( ) ( ) ( ) ( )
iiii
fjdfAdfG
i
f
τπ
2exp,,
1
=
Ν
=Η
,
(Equação 31)
(
)
(
)
(
)
fg
iii
i
efgdfG
.
,
ϕ
=
, (Equação 32)
(
)
(
)
[
]
i
k
i
dfaadfA
10
exp, +=
,
(Equação 33)
0
c
d
ri
i
ε
τ
=
,
(Equação 34)
A equação (31) representa o modelo simplificado da função transferência do canal
proposto por (ZIMMERMANN & DOSTERT, 2002a). Nesta equação são considerados os
efeitos de propagação do sinal em múltiplos caminhos e de sua atenuação devido às perdas
de potência no cabo, em conseqüência das variações de freqüência e do comprimento do
condutor.
i representa o i-ésimo percurso de multi-propagação (número de possíveis
caminhos para o sinal);
0
a
e
1
a
são os parâmetros de atenuação do i-ésimo percurso;
k é o expoente do fator de atenuação;
h(t) H(f)
S
R
+
Ruído
n(t)
r
(
t
)
s(t)
Transmissor Canal Receptor
multipercurso
atenuação
atraso
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
70
d
i
é o comprimento do i-ésimo percurso;
τ
i
é o atraso devido ao isimo percurso,
c
0
é a velocidade da luz;
ε
r
é a constante dielétrica do cabo;
A(f,d
i
) é a atenuação gerada em função da distância no i-ésimo multi-percurso;
A expressão G
i
(f,d
i
), representa o fator de ponderação no i-ésimo percurso (peso
dado aos possíveis caminhos). Tal valor é dado pelo produto dos fatores ou índices de
transmissão e reflexão no i-ésimo percurso.
• O módulo da atenuação no i-ésimo percurso tem um limitante superior dado por
(
)
.1,
ii
dfG
(Equação 35)
Para percursos com mero elevado de reflexões e transmissões
0|),(|
ii
dfG
, sua
influência na modelagem dos canais PLC é insignificante.
Desta forma, o número de
percursos utilizados na modelagem dos canais PLC deve levar em consideração os
percursos cujos fatores de ponderação são dominantes.
Em termos práticos, longos percursos são caracterizados por um número muito
grande de transmissões e reflexões e, conseqüentemente, exibem grandes atenuações.
A figura 25 mostra as respostas em freqüência de alguns canais PLC, introduzidos
em (LANGFELD, 2001; ZIMMERMANN & DOSTERT, 2002a), de redes de distribuição de
baixa tensão. Conforme observado, os canais PLC variam consideravelmente, sendo
dependentes das cargas conectadas, da distância entre o transmissor e o receptor e da
faixa de freqüência utilizada.
Figura 25 - Módulos da resposta em freqüência de três
canais PLC de redes de baixa tensão.
0
-10
-20
-30
-40
-50
-60
-70
-80
-90
Atenuação (dB)
1 2 4 6 8 10 12 14 16 18
20
Freqüência (MHz)
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
71
3.1.1 Caracterização do Ruído Aditivo em Canais PLC Outdoor
Por definição, os ruídos são quaisquer sinais aleatórios que têm a capacidade de
reduzir a inteligibilidade de uma informação de som, imagem ou dados. Os ruídos podem
ser caracterizados:
no tempo: através de suas propriedades estatísticas (por sua média, seu desvio
padrão
σ
ou pela variância
2
σ
);
por uma função
(
)
τ
x
R
denominada função autocorrelação que é uma medida da
similaridade de um sinal e sua versão atrasada no tempo.
Os ruídos podem ser aditivos (somam-se ao sinal) ou multiplicativos (o sinal
resultante é o produto). O processo de otimização e a confiabilidade nos ambientes last
miles e last meters depende da caracterização dos ruídos presentes nestes canais. Alguns
estudos sobre os principais tipos de ruídos presentes em canais PLC foram realizados em
(TANAKA, 1988; ZIMMERMANN & DOSTER, 2000a; DOSTERT, 2000; ZIMMERMANN &
DOSTERT, 2002b) e concluíram que os ruídos presentes nos canais PLC são aditivos e
de natureza não Gaussiana. Esse modelo de ruído aditivo é o mais completo já proposto na
literatura. Na figura 26 podemos observar que o ruído aditivo na saída dos canais PLC é
constituído de vários componentes de ruído (anteriormente descritos). Pode-se também
representar esse tipo de ruído pela expressão matemática a seguir.
PLC canais em aditivo
R
=
+
cf
R
be
R
+
ipaff
R
+
ipsff
R
+
ia
R
, (Equação 36)
onde
PLC canais em aditivo
R
é o componente de ruído aditivo do canal PLC;
cf
R
é o componente de ruído colorido de fundo presente no canal PLC;
be
R
é o componente de ruído em banda estreita presente no canal PLC;
ipaff
R
é o componente de ruído impulsivo periódico e assíncrono a freqüência
fundamental presente no canal PLC;
ipsff
R
é o componente de ruído impulsivo periódico e síncrono com a freqüência
fundamental presente no canal PLC;
ia
R
é o componente de ruído impulsivo assíncrono presente no canal PLC.
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
72
Figura 26 - Ruídos aditivos em canais PLC outdoor.
A descrição sobre os tipos de ruidos presentes nas linhas MT e BT encontra-se no
Anexo 2.
A seguir, algumas considerações que irão complementar o estudo das componentes
do ruído aditivo.
1) Ruído de Fundo
O ruído de fundo é o grupo dos componentes do ruído aditivo: ruído colorido,
ruído em banda estreita e o ruído impulsivo periódico à freqüência fundamental reunidas em
uma única classe.
As características dos componentes do ruído de fundo: ruído colorido, ruído em
banda estreita e o ruído impulsivo periódico à freqüência fundamental são imutáveis por
períodos de segundos, minutos ou até horas.
Os ruídos impulsivos periódicos síncronos a freqüência fundamental e ruídos
impulsivos assíncronos são de curta duração
. A PSD ou níveis desses sinais é muito maior
que a PSD dos ruídos colorido de fundo
. Por isto, os ruídos impulsivos periódicos síncronos
a freqüência fundamental e ruídos impulsivos assíncronos impõem a maior distorção nos
sinais quando da transmissão de dados pelos canais PLC. Os ruídos impulsivos periódicos
síncronos e assincronos são caracterizados por variações de amplitude em frações de
tempo muito pequena (ms ou
µ
s) e serem de curta duração, em torno de dezenas a
centenas de
µ
s, causam erro no sinal por um intervalo de tempo pequeno(menos de 1% do
RUÍDO ADITIVO
EM
CANAIS PLC
RUÍDOS COLORIDO
DE FUNDO
RUÍDO BANDA
ESTREITA
RUÍDO IMPULSIVO
ALEATÓRIO
IMPULSIVO, PERIÓDICO E
ASSINCRONO
IMPULSIVO, PERIÓDICO E
SÍNCRONO
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
73
tempo na maioria das vezes). A distribuão de amplitude de ruídos impulsivos asncronos é
basicamente exponencial causada pela sua natureza alearia.
Segundo (CHAN, 1989), a partir de medições numa fotocopiadora, observa-se a
geração de ruídos impulsivos consideráveis naquele ambiente. Diante dos resultados de
medições conclui-se que os ruídos impulsivos medidos chegam a exceder aproximadamente
27 dB o ruído de fundo e ocupam cerca de 1% do tempo do total.
No caso da atuação de
dimmers, o chaveamento de SCR’s produz ruídos impulsivos periódicos de aproximadamente
40 dB acima do ruído de fundo.
Os sinais ou ruídos impulsivos assíncronos são sinais aleatórios (estocásticos ou
randômicos), ou seja, para caracterizá-los são necessárias todas as histórias temporais
possíveis (amostras) que ocorrerem. Dessa forma, a modelagem desses sinais é através de
momentos estatísticos (a média e a função de correlação). Por serem sinais alearios, os
impulsos não apresentam uma morfologia padrão
. Com a necessidade de se ter um modelo
estocástico para este cenário em (ZIMMERMANN, DOSTERT, 2002a; ZIMMERMANN,
DOSTERT, 2002b), uma descrição matemática representada pela equação 37 foi elaborada
para modelar este tipo de ruído, fundamentada na Cadeia de Markov Particionada
(ZIMMERMANN, DOSTERT, 2002a). Essa forma de modelagem do ruído passa por
construir invólucros retangulares impulsivos, com amplitude
i
A
e comportamento temporal
descrito pela largura do impulso
(
)
w
t
e pelo tempo de inicio
(
)
arr
t
.
( )
=
=
N
i
iw
iarr
i
t
tt
impAtr
1
,
,
, (Equação 37)
com
(
)
tr
sendo o trem de impulsos assíncronos, N o número de impulsos presentes no
tempo
t
e
imp
uma função que modela o impulso com amplitude e largura unitárias.
Esta modelagem separa os r
(
)
t
estados de ruídos em dois grupos distintos: um
grupo de estados sem distúrbios e um outro grupo de estados com distúrbios.
A determinação dos parâmetros é conseguida pela implementação de algoritmos
recursivos sobre as medidas dos ruídos feitos em um canal PLC.
A figura 27 apresenta o ruído aditivo constituído pelo ruído de fundo e pelos ruídos
impulsivos, que foram gerados a partir do modelo de Dostert e Zimmermam, na faixa de
freqüência entre 2 e 3 MHz. As PSDs do ruído de fundo e dos ruídos impulsivos são,
respectivamente, iguais a –130 dBV
2
/Hz e –110 bBV
2
/H, e a amplitude máxima dos ruídos
impulsivos é menor que 20 mV.
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
74
Figura 27 - Ruídos aditivo de acordo com o modelo
proposto por Zimmermann e Dostert.
3.2 A Técnica OFDM/DMT
A técnica de transmissão OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing) é uma
técnica multi-portadora que divide a faixa de freqüências em vários subcanais iguais
utilizando sub-portadores ortogonais. A Modulação multiportadora empregada sobrepõe
várias formas de ondas portadoras moduladas para representar uma seqüência de bits (bits
stream). O sinal multiportadora ou OFDM que é transmitido é a soma do Ñ sub-sinais
independentes de mesma largura de banda e freqüência central f
i
, i = 1,..., Ñ. Cada um
destes sub-sinais ou sub-canais pode ser modulado usando, por exemplo, a modulação
QAM, PAM e outras
.
A origem da técnica OFDM remonta os trabalhos (CHANG, 1966;
SATZBERG, 1967; WEINSTEIN & EBERT, 1971; PELED & RUIZ, 1980).
O nome OFDM é
usado para designar esse tipo de sistema multi-portadora em aplicações sem fio, enquanto
o nome DMT (Discrete Multitone Transceiver) é empregado para aplicações com fio. Ambas
as técnicas OFDM e DMT implementam as mesmas sub-portadoras ortogonais para dividir a
largura de banda do canal em várias sub-bandas. A diferença entre essas técnicas reside,
principalmente, no fato de que a técnica DMT faz uso de algoritmos de otimização para a
alocação ótima dos bits nas sub-bandas, enquanto a técnica OFDM aloca um mesmo
número de bits em todas as sub-bandas.
Além disso, a técnica DMT é utilizada em canais
bidirecionais que variam lentamente com o tempo, tais como cable TV, canal telefônico e
certas classes de canais PLC. Por outro lado, a técnica OFDM é usada em aplicações
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
75
unidirecionais, cujos canais variam rapidamente com o tempo, tais como os canais de
comunicação sem fio
.
A principal vantagem das técnicas multiportadoras OFDM/DMT consiste no fato de
que a mesma minimiza a ocorrência da interferência inter-simbólica (IIS), uma vez que o
tempo de duração da forma de onda do sinal que representa o símbolo OFDM é muito maior
que o tempo de duração da resposta impulsiva do canal de comunicação. Diferentemente
dos sistemas SISO (Singel Input Single Output), que transmitem uma seqüência de N
símbolos com uma única portadora e ocupa toda a banda disponível, W, por um período T =
1/W, nos sistemas MIMO (Multiple Input Multiple Output) a largura de banda é utilizada para
transmitir paralelamente N símbolos, sendo que cada um dos símbolos ocupa a largura de
banda igual a W/N por um período igual a N/W. Note-se que ambas as abordagens usam a
mesma largura da banda disponível.
Para eliminar completamente a presença da IIS com a técnica OFDM-DMT, basta
utilizar um período de guarda entre os símbolos OFDM consecutivos, cujo comprimento é
maior que o comprimento da resposta impulsiva do canal de comunicação. Am de reduzir
a IIS, a interferência entre as sub-portadores (intercarrier interference ICI) pode ser removida e
seu período da guarda é constituído de uma cópia da parte final do símbolo OFDM. Neste
caso, o período da guarda, também chamado de prefixo cíclico (Cyclic-Prefix CP), é
removido no receptor (PELED, RUIZ, 1980)
. Dentre as rias soluções proposta para a
obtenção das N sub-portadoras ortogonais para a modulação e de modulação de dados em
sistemas multiportadoras, os sistemas OFDM/DMT, baseados na DFT (Discrete Fourier
Transform) (WEINSTEIN, EBERT, 1971), são os que apresentam o menor custo computacional
e são assintoticamente ótimos, em termos de desempenho, quando N
. A DFT elimina a
necessidade do uso de um banco de osciladores, os quais são normalmente difíceis de
serem sintonizados para gerar as sub-portadoras. A recente popularidade da OFDM deve-
se, em parte, ao fato de que a DFT pode ser eficientemente implementada com algoritmos
rápidos, tal como a FFT (Fast Fourier Transform) que demanda logN operações por sub-
portadora.
As figuras 28 e 29 mostram os modelos banda base dos sistemas multi-portadoras
OFDM e DMT. Note-se que o bloco TEQ do sistema de DMT implementa um equalizador
para encurtar o comprimento da resposta impulsiva do canal de comunicação (STARR et al.,
1998). A formulação do sistema DMT será apresentada a seguir, posto que a mesma é
válida para o sistema OFDM com pouquíssimas modificações. Em (RIBEIRO, 2005)
encontra-se formulação para o sistema OFDM.
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
76
Figura 28 - Modelo banda base do sistema de transmissão multi-portadoras OFDM.
Figura 29 - Modelo banda base sistema de transmissão multi-portadoras DMT.
3.2.1 Discrete Multitone Transceiver (DMT)
O DMT é uma forma comum de modulação multiportadora e é usada em sistemas
VDSL, ADSL e PLC, respectivamente.
O transmissor do sistema DMT é ilustrado na figura 30, considerando N grande.
Figura 30 - O sistema básico DMT com N grande.
b = (RT)bits
buffer
and
modulador
QAM
D
A
C
Dow
pass
filter
Ñ,k
x
x
x
2, k
1,k
.
.
.
T
N
T
=
1
1
Input
bit
stream
R bps
x(t)
transmite
sinal
Ñ
RAM
Símbolos
(domínio de
freqüência)
N
time
domaim
samples
Conversor paralelo
para serial
P/S
IFFT = algoritmo
rápido da DFT
IFFT
Ñ,k
x
x
x
2, k
1,k
.
.
.
Modulação (PAM/QAM)
IDFT
DAC h(t;r)
DFT
Equalização
Paralelo/Serial
Dem
odulação (PAM/QAM)
Paralelo/Serial
ADC
...10110...
x
0
x
1
x
N-1
CP
v(t)
y(t) y(t)
CP
x
0
x
1
x
N-1
...10110...
Modulação (PAM/QAM)
IDFT
DAC h(t;r)
DFT
Equalização
Paralelo/Serial
Dem
odulação (PAM/QAM)
Paralelo/Serial
ADC
...10110...
x
0
x
1
x
N-1
CP
v(t)
y(t) y(t)
CP
x
0
x
1
x
N-1
...10110...
ADC
TEQ
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
77
Analisando-se a figura 30 pode-se ver que na entrada do transmissor é aplicada uma
seqüência de bits de taxa de dados R bits/seg e armazenada (buffered) em blocos de
b = RT bits. O sinal transmitido no período T é chamado o símbolo, sendo T o período do
símbolo (em segundos) e
T
1
a taxa do símbolo. Com relação aos b bits, os
i
b
bits são
planejados para uso no i-ésimo sub-canal
=
~
,...1
Ni
e
=
=
N
i
i
bb
1
. Estes bi bits para cada
um dos Ñ subcanais passam por um processo de modulação multiportadoras QAM no DMT
Encoder (modulador QAM) e são transformados em um complexo subsímbolo,
i
X
, com
amplitude
i
X
e fase
/
i
X
.
O módulo de
i
X
pode ser visto como a amplitude do i-ésimo
sinal QAM na modulação multiportadora. Existem
i
b
2
possíveis valores para estes subsímbolos.
Sucessivos blocos de b bits são processados de maneira idêntica. Nesta secção, usa-se o
sobrescrito k no
ki
X
,
para representar os i-ésimo subsímbolos no k-ésimo símbolo
transmitido. O valor eficaz (rms) de
i
X
é chamado de energia do subsímbolo e a potência do
subsímbolo é dada por
T
P
i
i
ε
=
. Voltando à figura 30, após a modulação (estágio DMT
Encoder) os
~
N
símbolos QAM irão passar por processamento digital de sinal que utiliza o
algoritmo da inversa da transformada rápida de Fourier, ou mais precisamente da IDFT: a
IFFT (Inverse Fast Fourier Transform), no estágio IFFT daquela figura, e o resultado é um
conjunto de N amostras no domínio no tempo
kn
x
,
, com
1,...,1,0
=
Nn
e
N
=
~
2 N
. O
conjunto de N sucessivas amostras no domínio do tempo é o k-ésimo símbolo DMT obtido
na saída do estágio P/S (conversor Paralelo/Serial). Essas N amostras, ou um mbolo
OFDM, possuem taxa de
T
N
=
,
T
1
, ou seja, a taxa de amostragem do modulador DMT. As
amostras são sucessivamente aplicadas (após a conversão para o formato serial) no
conversor digital/analógico (DAC) para serem transmitidas no canal PLC ou de outra
aplicação wireline. A saída do DAC é um sinal (xt) modulado contínuo no tempo. Note-se
que T = NT’.
A IFFT é um exemplo de uma transformação (modulação) ortogonal e preserva a
energia da entrada do símbolo no domínio da freqüência. Portanto,
=
=
N
kn
N
i
ki
xX
1
,
2
1
2
,
~
(Equação 38)
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
78
e desse modo a potência transmitida é
=
=
===
~
~
1
1
N
i
i
N
i
i
P
TT
P
ε
ε
(Equação 39)
Freqüência transmitida
No sitema DMT, as freqüências
i
f
são fixadas em
T
i
f
i
=
, onde
Ñi ,,1 L=
e a não
transmissão de sinal (energia) pode ocorrer nas freqüências acima de
T
T
N
f
N
==
2
1
~
~
. Em vez
disso, o que acontece é que a faixa (banda) de freqüência de
~
N
f
até
~
N
f
+
T
2
1
é substituída
pela faixa de freqüência vaga de 0 a
T
2
1
, como mostra a figura 31. Isto pode ser visto da
seguinte forma: transmitir o N-ésimo símbolo da banda base, em que a parte real daquele
símbolo utiliza a faixa de 0 a
T
2
1
e a parte imaginaria a faixa de freência de
~
N
f
até
~
N
f
+
T
2
1
da forma de onda modulada em
T
f
N
=
2
1
~
. Contudo, nós imaginamos aqueles dois sinais
como os componentes em base e em quadratura de um único sinal QAM bidimensional em
T
f
N
=
2
1
~
.
Figura 31 - Espectro de potência DMT transmitido.
3.2.2 O Canal e seus Efeitos
A figura 32 ilustra um modelo de canal com a resposta impulsiva h(t) e o ruído aditivo
u(t) (Gaussiano) usado como meio ou acesso de comunicação. Chama-se a saída do canal
f
1
T
1
T
1
T
Tf
T
1
2
1
1
=
Tf
2
2
=
T
f
T
Ñ
f
ÑÑ
2
1
+=
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
79
de y(t). Analizando-se o uso da modulação multiportadora em um canal passível de sofrer
degradações por conta da interferência intersímbolos (ISI), quando Ñ é grande, a função de
transferência da resposta do canal H(f) é contínua e pode ser aproximada pela curva
discretizada ilustrada por retângulos na figura 32.
Figura 32 - Canal e a decomposição multicanal da resposta do canal.
Na figura 32 cada um dos retângulos é uma banda de freqüências
T
f
i
1
=
da banda
larga, isto é, da banda ou faixa do canal. O valor da função transferência em cada
freqüência central
(
)
i
fH
é observada como
i
H
, as freqüências f
i
são as freqüências
centrais,
~
,...,1 Nf
i
=
na DMT e
i
H
tem uma amplitude
i
H
e uma fase
i
H
. A variância por
dimensão do ruído amostrado é representada por
σ
2
(desvio padrão). Quando Ñ é
suficientemente grande os retângulos da figura 34 são muito estreitos e é correto
matematicamente escrever
kikikiki
UXHY
,,,,
+
=
(Equação 40)
onde
),,1(
,
ÑiY
ki
L=
(Equação 41)
é a saída complexa dos N-pontos FFT na figura 33 e U
i, k
(i = 1,..., Ñ) é definido de maneira
similar para o ruído.
Bandlimited Intersymbol-Interference (ISI) Channel
u
(
t)
x
(t) h(t) + y(t)
|H (f)| channel transfer magnitude
f
1
f
2
f
3
f
4
5
N-2
N-1
w
Transmit frequency
|H
0
|
|H
1
|
|H
2
|
|H
3
|
|H
4
|
|H
5
|
f
|H
-1
|
|H
N-2
|
Capítulo 3
Transmissão de Dados Via Sistemas PLC
80
Figura 33 - Receptor para DMT.
Conclui-se que as Ñ amostras de saída do receptor FFT correspondem a Ñ
independentes subcanais, isto é, sem interferência entre eles, como é mostrado na figura 34.
Figura 34 - Conjunto de canais paralelos e inde-
pendentes que é equivalente ao canal
original quando a modulação multi-
portadora é usada.
Quando Ñ é grande, os componentes u
i,k
podem ser considerados independentes e
Gaussiano. A sincronização de um símbolo é definida pela amostra-clock de sincronização,
entre o transmissor e o receptor. Como os subcanais são independentes, eles podem ser
individualmente demodulados e decodificados utilizando decodificador sem memória para
cada um deles.
Down
pass
filter
A
D
C
S/P
FFT
N = 2Ñ
Memory less
Decoder
and
RT bit buffer
Y(t)
Channel
output
T
N
T
=
'
1
kN
k
k
y
y
y
,
,2
,1
M
kÑ
k
k
y
y
y
,
,2
,1
M
Detected
data
Rbps
N time
domain
samples
Ñ frequency
domain
subsimbols
Serial – to –
parallel
converter
H
1
U
1,
k
X
1,
k
X + Y
1,
k
H
2
U
2,
k
X
2,
k
X + Y
2,
k
. .
. .
. .
H
Ñ
U
Ñ
,
k
X
Ñ
,
k
X + Y
Ñ
,
k
Capítulo 4
A Compatibilidade Eletromagnética e os Sistemas PLC
81
CAPÍTULO 4
4 A COMPATIBILIDADE ELETROMAGNÉTICA E OS
SISTEMAS PLC
A compatibilidade eletromagnética (CEM)
No mundo de hoje, por causa da expansão e da existência de vários tipos de
equipamentos e sistemas elétricos e eletrônicos e a onipresença da poluição eletromagnética, a
Compatibilidade Eletromagnética (CEM) se torna um tópico obrigatório e muito importante
para garantir o funcionamento correto de um equipamento, aparelho ou dispositivo. A CEM,
em português, e EMC, do inglês eletromagnetic compatibility, é um assunto ainda
praticamente desconhecido no Brasil embora objeto de grande atenção em outros países
como, por exemplo, nos Estados Unidos e na Europa. Além das normas IEC pertinentes, a
Compatibilidade Eletromagnética ganhou estatura jurídica e legal pelo mercado europeu,
que adotou a Diretiva CEM 89/336/EEC e a marca ou selo CE (Comunidade Européia). Os
Estados Unidos exigem conformidade dos produtos importados com as normas da FCC
(Federal Communication Comission). No Brasil, não existem normas nacionais próprias.
Porém, diversas comissões foram criadas pela ABRICEM (Associação Brasileira de
Compatibilidade Eletromagnética) a fim de estabelecer os requisitos técnicos e normas para
Eletromagnetic Interference (IEM)/CEM. As normas brasileiras publicadas inicialmente foram,
na verdade, versões traduzidas e adaptadas das normas européias do Comitê Internacional
Especial para as Peturbações Radioelétricas (CISPR). A Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) publicou a Resolução 237, de Novembro de 2000 relativa à certificação
de equipamentos de telecomunicação considerando-se os aspectos de Emissão, Imunidade
e Resistibilidade.
Capítulo 4
A Compatibilidade Eletromagnética e os Sistemas PLC
82
4.1 Definições da CEM
Algumas definições importantes da CEM serão descritas a seguir (GROUPE
SCHNEIDER, 1998):
Compatibilidade eletromagnética (decreto francês): aptidão de um dispositivo,
de um aparelho ou de um sistema de funcionar em seu ambiente eletromagnético de modo
satisfatório e sem produzir ele próprio perturbações eletromagnéticas que possam criar
problemas graves no funcionamento dos aparelhos ou dos sistemas situados em seu
ambiente.
Aparelho (decreto francês): todos os aparelhos elétricos e eletrônicos, bem como
os equipamentos e sistemas que contenham componentes elétricos e/ou eletrônicos.
Perturbações eletromagnéticas (decreto francês): todo fenômeno eletromagnético,
notadamente um ruído eletromagnético, um sinal não desejado ou uma modificação do próprio
meio de propagação suscetível de criar problemas de funcionamento num dispositivo, nos
aparelhos ou nos sistemas.
Interferência eletromagnética (IEM): é o processo onde a energia eletromagnética
perturbadora é transmitida de um dispositivo, equipamento ou sistema para um outro, via
caminhos Irradiados e/ou Conduzidos. No uso comum, as interferências eletromagnéticas se
referem aos sinais de rádio freqüências (RFI).
Os termos Perturbações Eletromagnéticas e Interferências Eletromagnéticas
designam respectivamente CAUSA e EFEITO, portanto não devem ser usados
indiscriminadamente.
Imunidade: é a característica de um dispositivo, equipamento ou sistema para
operar sem degradação na presença de um distúrbio eletromagnético.
Suscetibilidade: é a falta de proteção de um dispositivo, equipamento ou sistema
para operar sem degradação na presença de um distúrbio eletromagnético. É o oposto de
Imunidade.
Ambiente eletromagtico: é o resultado do funcionamento de aparelhos,
equipamentos ou sistemas, adicionado ao ruído ambiente no qual estes aparelhos, equipamentos
ou sistemas se encontram (ruído atmosférico; triboelétrico; espacial: sol, estrelas...).
Transmissão das perturbações por acoplamento eletromagnético:
Uma perturbação emitida num local A pode propagar-se aos aparelhos e
instalações em B, ligados ao ponto A ou situados em seu ambiente.
Capítulo 4
A Compatibilidade Eletromagnética e os Sistemas PLC
83
Perturbação conduzida: uma perturbação é conduzida quando ela é transmitida
diretamente, por cabo de ligação ou por um circuito comum (por exemplo, alimentação
comum ou ligação a terra, redes elétricas PLC e outros sistemas).
Perturbação irradiada: uma perturbação é irradiada quando é transmitida entre
aparelhos ou circuitos que não têm interligação direta ou indireta.
4.2 Regulamentos e Padrões
Nos dias de hoje está consagrada a necessidade de regulamentação da CEM para
poder oferecer a possibilidade de operação destes equipamentos ao mesmo tempo sem um
chegar a prejudicar o outro. Em outras palavras, pode-se afirmar que onde campos
elétricos e magticos haverá problemas de compatibilidade eletromagnética e cada aparelho
deve operar de uma maneira que o interfira na operação dos outros equipamentos a sua
volta. A regulamentação da compatibilidade Eletromagnética (CEM) tem sido instituída para
assegurar operações simultâneas de diferentes aparelhos eletrônicos sem afetar um ao
outro.
Além disso, dois aparelhos que têm as mesmas funções mas são fabricados por
dois fabricantes diferentes, têm de ter a capacidade de trabalhar um no lugar do outro. Por
exemplo, dois modems de marcas diferentes têm de atender as normas da CEM e
funcionarem de modo satisfatório e sem produzirem perturbações eletromagnéticas que
possam criar problemas graves no funcionamento dos aparelhos ou dos sistemas situados
em seu ambiente.
A normalização da CEM deve considerar os dois aspectos seguintes:
elemento que gera a perturbação (a fonte);
elemento submetido a perturbação (a vítima).
4.2.1 Regulamentos da CEM Existentes
Regulamentos da CEM são classificados em dois conjuntos: regulamentos do campo
condutor elétrico e regulamentos do campo de radiação elétrica.
Desde que modems de linhas elétricas usem o circuito elétrico como um meio de
comunicação, que é diretamente conectado com a maioria dos aparelhos elétricos e eletnicos,
é obvio que sinais de comunicação podem vazar em todos os outros aparelhos conectados
Capítulo 4
A Compatibilidade Eletromagnética e os Sistemas PLC
84
via linhas elétricas. Entretanto, desde que comumente a amplitude dos sinais de comunicação
seja relativamente pequeno comparado com o sinal de potência de 110/220 volts,
normalmente os sinais comunicação não prejudica a operação da maioria dos aparelhos
elétricos, como, aquecedores elétricos e lâmpadas.
Por outro lado, o sinal de comunicação é normalmente um sinal de alta freqüência e
pode prejudicar a operação de sistemas de comunicão, como dio, televio, dispositivos
digitais e outros. Felizmente esses tipos de sistemas, que são normalmente sensíveis a um
sinal de comunicação de alta freqüência via rede elétrica, são equipados com filtros CEM na
sua conexão de circuito elétrico para atenuar qualquer componente de um sinal de alta
freqüência vindo de um sinal elétrico de 110/220 V. Esses filtros oferecem uma perda ao
redor de 100 dB no intervalo de variação de freqüência de poucos kHz até poucos GHz.
Portanto, se o nível do sinal de comunicação transmitido não for muito alto (de poucos
volts), o campo elétrico conduzido não será um problema sério.
Em relação ao campo elétrico radiado, este pode gerar problemas sérios para os
sistemas de comunicação na mesma banda de freqüência. Esses sistemas são concebidos
para detectar pequenos veis de sinais recebidos. Eles são muito sensíveis para o campo
elétrico radiado, que é gerado pela transmissão dos sinais de comunicação de alta
freqüência via redes elétricas. Por causa da relativa longa distância das linhas elétricas
comparadas com o comprimento da onda transmitida por sinais de comunicação, redes
elétricas se tornam boas antenas. A banda da freqüência de um sistema de comunicação
de uma rede elétrica é permitida operar entre 10 KHz a 30 MHz (UNITED STATES OF
AMERICA FEDERAL COMMUNICATIONS). Neste intervalo de freqüência, existem rias
faixas ou bandas de freqüências designadas a rádios AM, dios amadores, dios de ondas
curtas, sistemas de emergência/ segurança publica e outros, como é mostrado na figura 35.
Figura 35
-
Bandas de freqüências AM, HAM e ondas curtas.
AM
HAM
SHORT WAVE
CB CB
Capítulo 4
A Compatibilidade Eletromagnética e os Sistemas PLC
85
Na Europa, o Comitê Europeu de Normalização Eletrotécnica (CENELEC), através do
padrão EM 50065-1, regulamentou a CEM para um intervalo de baixa freqüência, ou seja,
as bandas das freqüências e os níveis dos sinais são especificados em um intervalo de
freqüência de 3 a 148.5 kHz (
EN 50065-1
). Nos Estados Unidos, a norma FCC Parte 15
específica o nível do sinal no intervalo da freqüência de 10 a 450 kHz (UNITED STATES OF
AMERICA FEDERAL COMMUNICATIONS).
O intervalo de alta freqüência (1-30 MHz) não parece ser um padrão aceito
mundialmente para o campo elétrico radiado de sistemas de comunicação de redes elétricas.
Entretanto, existem três importantes padrões que serão discutidos a seguir.
FCC Part 15
FCC Part 15 é um padrão aceito nos Estados Unidos, que é definido pela Comissão
Federal de Comunicação (FCC), o corpo regulatório, e limita o campo elétrico radiado
gerado pelos sistemas de comunicação de redes elétricas. A emissão radiada limita entre 1
até 30 MHz e deve ser medida entre 9 kHz de largura de banda em uma distância de 30
metros. Este padrão está ilustrado numericamente na tabela 2.
Tabela 2 - FCC Part 15 limite de emissão radiada
Banda de freqüência
(MHz)
Emissão limite radiada
(µV/m)
Medida em metros
(m)
1-1.705 15 (pico) 47715/Freqüência (kHz)
1705-10 100 (pico) 30
10-13.553 30 (pico) 30
13.553-13.567 10.000 (pico) 30
13.567-26.96 30 (pico) 30
26.96-27.28 10.000 (média) 30
27.28-30 30 (pico) 30
MPT 1570
Este é o proposto para limitar a emissão radiada por sistemas PLC, pela a Agência
de Rádio-Comunicação do Reino Unido, introduzida em 2000 (FENTON, BROWN, 2001).
Neste padrão, o campo elétrico radiado deve ser medido em uma largura de banda de 9 kHz
e uma distância de 3 metros da rede elétrica.
Capítulo 4
A Compatibilidade Eletromagnética e os Sistemas PLC
86
NB30
Este é o proposto limite de emissão radiada pelo orgão regulador alemão das
comunicações, o RegTP da Alemanha em 1999 (FENTON, BROWN, 2001) . Este padrão do
campo elétrico radiado deve ser medido em uma largura de banda de 9 kHz até 3 metros de
distância de uma rede elétrica. O limite de emissão radiada para este padrão é ilustrado na
tabela 3.
Tabela 3 - NB30 e MPT 1570 emissões de limites radiados
Padrão Banda da freqüência
(MHz)
Emissão limite radiada (µV/m)
MPT1570 1-1.6 40-7.7 log (freqüência em MHz) (pico)
MPT1570 1.6-30 20-7.7 log (freqüência em MHz) (pico)
NB30 1-30 40-8.8 log (freqüência em MHz) (pico)
Para o propósito de comparações: os três padrões foram colocados no gráfico da
figura 36.
Figura 36 - Três emissões padrões radiadas e existentes.
120
100
80
60
40
20
0
Radiated Emission Limit (dB
µ
V/m)
FCC Limit (extrapolated to 3 m)
NB30 (at 3 m)
MPT1570 (at 3 m)
0
5
1
0
15
20
25
30
Frequency (MHz)
Capítulo 4
A Compatibilidade Eletromagnética e os Sistemas PLC
87
O limite de radiação da Tabela 2 é medido até a distância de 30 metros e na Tabela
3 são medidos os outros dois padrões a uma distância de 3 metros. Os números do FCC
apresentados na figura 37 foram extrapolados de 30 metros a uma distância de 3 metros
usando o fator de 20 dB por década
.
Como pode ser visto o FCC Part 15 é mais relaxado comparado aos padrões
Europeus.
O Anexo 3 mostra o relatório técnico de análise de Compatibilidade Eletromagnética
CEM em redes PLC que representa os resultados medidas de campo magnético radiado
realizadas com referência aos equipamentos do fabricante EBA-PLC que integravam o
sistema PLC (Powerline Communications) da empresa COPEL (Companhia Paranaense de
Eletricidade) no ano de 2003.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
88
CAPÍTULO 5
5 ARQUITETURA E MODELO DE NEGÓCIOS DOS
SISTEMAS PLC
Em capítulos anteriores analizou-se a tecnologia PLC sob o aspecto técnico. Neste
capítulo, são apresentadas, analisadas e validadas as propostas ou soluções técnicas
que são as arquiteturas de sistemas PLC e seus correspondentes modelos de negócios
que aquelas soluções determinam. O objetivo é mostrar o potencial da tecnologia PLC como
solução para o acesso num sistema de telecomunicações e também como uma
oportunidade de negócios. Para isto, mostra-se que a partir de uma arquitetura de um
sistema de telecomunicações (sistema telecom PLC) em que o subsistema de acesso é
um sistema PLC, é possível definir modelos de negócios da idéia PLC. As soluções técnicas
totalizam seis arquiteturas que definem seis correspondentes modelos de negócio. Um desses
modelos de negócio será testado, o modelo 4, por ser definido pela arquitetura 4 que é
escolhida entre as soluções propostas e representa a melhor solução de engenharia
elétrica para o sistema de telecomunicações com a tecnologia PLC. Essa solução tem
como paradigmas a viabilidade da tecnologia como rede de acesso, a qualidade e a
confiabilidade do sistema proposto e a decisão de melhor custo-benefício tanto para o
sistema telecom PLC a ser implementado quanto para o consumidor final, componente do
mercado de telecomunicações a ser explorado no modelo 4. O sucesso ou não desse modelo
é mostrado no documento business plan ou plano de negócios na secção 5.10.
5.1 Configurações Típicas PLC
Até os dias atuais não existe um órgão que padronize, em nível mundial, a tecnologia
ou sistemas PLC.
Uma rede ou sistema de acesso PLC consiste basicamente de dois sistemas
simultâneos de operação: a rede interna ou sistema Indoor ou last meter e a rede de acesso
externa ou sistema Outdoor ou last mile. O sistema Indoor (redes domiciliares PLC) é
caracterizado pela rede elétrica de distribuição dos domicílios até o ponto de entrega de
energia da concessionária ou distribuidora local de energia elétrica como é mostrado na
figura 37.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
89
Fonte: UFF/COPPE.
Figura 37 - Topologia da rede domiciliar usando a fiação elétrica.
O sistema Outdoor PLC (ultima milha)
é o sistema que utiliza a rede elétrica de
distribuição (linhas e alguns equipamentos) das companhias distribuidoras de energia elétrica
• na topologia mais usada, ou seja, em baixa tensão como se pode ver na figura 38;
Fonte: CEMIG
Figura 38 - Topologia típica de rede PLC de baixa tensão.
• na topologia que utiliza as redes elétricas de baixa e média tensão das EDEE como
se pode ver na figura 39.
< 50 m
< 800m< 10 km
Backbone
Telecom.
BAIXA TENSÃO MÉDIA TENSÃO
medidor
medidor
Trafo
Rede elétrica
residencial
CPE
CONFIGURAÇÃO TÍPICA - PLC
2 Mbps
Master
Repetidor
ou
IE
Modem PLC
Rede de Transporte
Rede de Acesso
Sistema Outdoor
Rede Interna
Sistema Indoor
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
90
Fonte: ENDESA
Figura 39 - Topologia típica de rede PLC baixa mais média tensão.
Se depender da aplicação PLC, pode-se utilizar um sistema Indoor ou uma
configuração composta de um sistema Indoor mais um sistema Outdoor em baixa tensão
como acesso e as redes de média tensão das EDEE como backbone. No decorrer deste
capítulo, configurações diferentes ou arquiteturas acopladas a modelos de negócios serão
propostas e analizadas.
5.2 Soluções Técnicas ou Arquiteturas Propostas de Sistemas PLC
A seguir, propõem-se seis soluções técnicas ou propostas de seis arquiteturas que
definirão seis modelos de negócios.
Um sistema de telecomunicações é constituído de três subsistemas: o subsistema de
acesso, o subsistema nó ou processamento e o subsistema Backbone (COLCHER, LEMOS,
SOARES, 2000; TANENBAUM, 2003).
5.2.1 Definições e Análise das Arquiteturas Propostas
Subsistema de Acesso
O subsistema de acesso é a composição do acesso interno ou rede domiciliar e do
acesso externo ou a rede de telecomunicações que interliga o domicílio à central.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
91
Rede Domiciliar
Uma rede domiciliar é um sistema de comunicação que visa a interconexão de
dispositivos encontrados em residências, normalmente restritos a uma distância de 300
metros, e que tem como objetivo a comunicação, o conforto, a economia de energia, a
segurança, a assistência e o lazer. Nestas redes as aplicações de controle, monitoramento e
automação domiciliar requerem baixas taxas de transmissão e bandas. Porém, as aplicações
relativas ao entretenimento (multimídia), vídeo e áudio requerem altas taxas de transmissão,
baixo atraso e baixa taxas de variação do atraso. As redes domiciliares apresentam baixo
custo, fácil de instalar e usar. Contudo são limitadas a poucos ambientes nos domicílios
construídos. Com o advento das aplicações de áudio, vídeo, multimídia e outras a
necessidade de conectividade deverá, em pouco tempo, se estender para todos os cômodos
ou ambientes do domicílio.
Soluções de Redes Internas
As tecnologias citadas a seguir estão atualmente disponíveis no mercado de redes
domiciliares e foram consideradas como soluções de redes internas para as arquiteturas
apresentadas
Ethernet com fio
Wi-Fi (802.11b e 802.11g)
Wi-Fi (802.11a)
Phone Line Home - PNA
Powerline Home Plug
Bluetooth
ZigBee
Acesso Externo ou Última Milha
No atual sistema de telecomunicações do nosso país e de todo o mundo é a rede de
acesso ou última milha o subsistema deficiente. A não facilidade do uso, o preço alto dos
serviços de telecomunicações para o usuário, o custo alto para a implementação de novas
redes de acesso, baixa capilaridade são características, entre outras, do atual subsistema
de acesso brasileiro (MARTINS, 2005).
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
92
Soluções de Redes Externas
Atualmente no mercado de telecomunicações existem as tecnologias, citadas a
seguir, como soluções de redes externas e foram consideradas na análise das arquiteturas
apresentadas
Acesso via par metálico (xDSL e RDSI)
Acesso via fibra óptica (FTTX)
Acesso via cabo coaxial mais fibra óptica (HFC)
Acesso via sistema wireless (rádio e/ou satélite)
Acesso via rede elétrica (PLC)
Subsistema Nó ou Processamento
Subsistema ou Central de Comutação viabiliza o processamento ou as conexões
entre os usuários do sistema de telecomunicações. O é constituído das centrais
espaciais/temporais locais, tandem e trânsito. Nas centrais locais estão conectados os usuários
de uma mesma área urbana ou numeração. As centrais tandem servem de alternativa para
o tráfego entre as centrais locais, e as de trânsito encaminham o tráfego interurbano e
internacional.
Soluções de Subsistema Nó ou Processamento
São centrais espaciais/temporais locais, tandem e trânsito das empresas operadoras
de telefonia fixa e comunicação de longa distância.
Subsistema Backbone
Subsistema backbone é o subsistema que faz a interligação entre dois ou mais nós;
ele é o responsável pela transmissão em longa distância.
Soluções de Subsistema Backbone
Rádio
Fibra Óptica (cabos ópticos)
Par metálico
Satélite
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
93
5.2.2 Arquiteturas Propostas de Sistemas PLC
Arquitetura do Modelo 1
O sistema de telecomunicações deste modelo é constituído pelos subsistemas
Acesso:
Acesso interno: Power Line Home Plug (PLC)
Acesso externo: rede elétrica (PLC)
ou processamento: Centrais espaciais/temporais locais, tandem e trânsito
das empresas operadoras de telefonia fixa e comunicação de longa distância e definidas por
aquelas empresas.
Backbone: Sistema das empresas de telecomunicações que pode ser uma solução
via fibra óptica, ou wireless (rádio ou satélite) ou em alguns casos a rede elétrica de
distribuição em média tensão das EDEE.
A figura 40 caracteriza a arquitetura deste modelo. O backbone injeta o sinal de
telecomunicação através de um acoplador indutivo ou capacitivo (a depender do vel de
tensão) no enrolamento secundário do transformador de distribuição de energia ou célula
PLC que pode atender até 300 domicílios, dependendo das condições da rede elétrica ou
linha de distribuição.
Figura 40 - Arquitetura do modelo 1.
Arquitetura do Modelo 2
O sistema de telecomunicações deste modelo é constituído pelos subsistemas
Acesso:
Acesso interno: Phone Line Home – PNA
Acesso externo: rede elétrica (PLC)
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
94
Nó ou processamento: centrais espaciais/temporais locais, tandem e trânsito das
empresas operadoras de telefonia fixa e comunicação de longa distância e definidas por
aquelas empresas.
Backbone: Soluções locais via wireless ou fibra ótica (das empresas regionais
operadoras de telecomunicações) e para longa distância as soluções wireless ou satélite
(das empresas de comunicação de longa distância).
Arquitetura do Modelo 3
O sistema de telecomunicações deste modelo é constituído pelos subsistemas
Acesso:
Acesso interno: Phone Line Home – PNA
Acesso externo: rede elétrica (PLC)
Nó ou processamento: centrais espaciais/temporais locais, tandem e trânsito das
empresas operadoras de telefonia fixa e comunicação de longa distância e definidas por
aquelas empresas.
Backbone: Sistema das empresas de telecomunicações que pode ser uma
solução a seguir:
Cabos ópticos comuns, enterrados diretamente ou em dutos.
Wireless (enlaces até 70 metros e repetidoras, nas diversas opções wireless).
Arquitetura do Modelo 4
O sistema de telecomunicações deste modelo é constituído pelos sub-sistemas
Acesso:
Acesso interno: Power Line Home Plug
Acesso externo: rede elétrica (PLC)
Nó ou processamento: centrais espaciais/temporais locais, tandem e trânsito das
empresas operadoras de telefonia fixa e comunicação de longa distância e definidas por
aquelas empresas.
Backbone: Sistema das empresas de telecomunicações que pode ser uma
solução a seguir:
Wireless (enlaces até 50 metros e repetidoras, nas diversas opções wireless).
Cabos ópticos comuns, enterrados diretamente ou em dutos.
Cabos ópticos OPGW (Optical Ground Wire), em torres de energia elétrica.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
95
Redes elétricas de distribuição em média tensão das EDEE.
Satélite (longa distância, ou seja, entre localidade de estados e países diferentes e
em locais de difícil acesso e topografia desfavorável para a propagação de ondas de rádio
vista a vista).
Na figura 41 pode-se observar uma arquitetura típica para o modelo de negócios 4. O
acesso interno e o acesso externo são os mesmos do caso da figura 40. Nesse caso o
sistema backbone segue uma seqüência ou prioridade do sistema ou solução a ser
escolhido:
Para aplicações de voz e Internet
1 - Cabos ópticos
2 - Redes elétricas de distribuição em média tensão das EDEE
3 - Wireless
Para aplicações de Internet
1 - Cabos ópticos
2 - Redes elétricas de distribuição em média tensão das EDEE
3 - Wireless
4 - Satélite
O atraso ou latência dos sistemas envolvidos (cabos ópticos, redes elétricas de
distribuição em média tensão das EDEE, Wireless e Satélite) justifica a seqüência de
prioridades.
Figura 41 - Arquitetura do modelo 4.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
96
Arquitetura do Modelo 5
O sistema de telecomunicações deste modelo é constituído pelos sub-sistemas
Acesso:
Acesso interno: Power Line Home Plug
Acesso externo: rede elétrica (PLC)
ou processamento: Centrais espaciais/temporais locais, tandem e trânsito
das empresas operadoras de telefonia fixa e comunicação de longa distância e definidas por
aquelas empresas.
Backbone: Sistema das empresas de telecomunicações que pode ser uma
solução a seguir:
Cabos ópticos comuns, enterrados diretamente ou em dutos.
Wireless (enlaces até 70 metros e repetidoras, nas diversas opções wireless).
Arquitetura do Modelo 6
Definir as redes domiciliares a partir da seguinte solução:
redes PLC indoor
5.3 Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
Idéia PLC
De início, acreditando-se que o negócio PLC pode se transformar num negócio de
sucesso, serao analisadas as seguintes questões (DORNELAS, 2005):
1) Qual o mercado que o PLC atende?
2) Qual o retorno econômico que o PLC proporcionará?
3) Quais as vantagens competitivas que ele trará aos negócios?
4) Qual é a equipe que transformará essa oportunidade em negócio?
5) Até que ponto o empreendedor está comprometido com o negócio?
Vale ressaltar que todas as respostas passam por um plano de negócios (business
plan), que é um documento elaborado e usado para descrever um empreendimento e o
modelo de negócios que sustenta a empresa. Posteriormente, um plano de negócios de uma
empresa fictícia denominada PLC Brasil será elaborado. Nesse documento, as referências
ou paradigmas a serem utilizados serão o ambiente de negócios de uma região do país,
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
97
onde serão realizadas analogias e simulações com o mercado, empresas e apresentação de
dados reais daquela localização para o negócio PLC.
5.4 Mercado
Analisando-se a primeira pergunta pode-se afirmar que atualmente o mercado de
telecomunicações é caracterizado pela procura cada vez mais freqüente por serviços que
requeiram uma alta capacidade de banda que são os serviços banda larga.
Em ambientes empresariais, governamentais, educativos e domésticos, os usuários
passaram a exigir serviços com qualidade e com preços atrativos que necessitam de uma
grande capacidade de transmissão de dados e comunicação em alta velocidade, tais como:
comunicação de dados;
Internet banda larga e telefonia (VoIP);
vídeo conferência;
home banking;
home shopping;
telemetria;
telemedicina;
TV via Internet (IPTV
);
multimídia e outras aplicações.
Esses usuários representam os segmentos B2B (empresa – consumidor) e B2C
(empresa empresa) do negócio telecomunicações, altamente promissor e que apresenta
alto crescimento. O conjunto da indústria de equipamentos e serviços de software, hardware
e telecomunicações chega a aproximadamente US$ 70 bilhões
cerca de 10% do PIB
(TELECO, 2005).
Os dados mostrados nas tabelas 4, 5 e 6, a seguir, que definem o mercado de
telecomunicações no Brasil ou mercado do negócio PLC.
I) Dados Globalizados
Na tabela 4 encontram-se os dados macroeconômicos do Brasil (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA, 2005).
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
98
Tabela 4 - Indicadores macroeconômicos
Brasil 2002 2003 2004 2005
População (Estimativa do IBGE)
176.391.015 178.985.306 181.586.030
185.441.189
Área total 8.514.215,3 km
2
PIB (R$ milhões) 1.346.028 1.556.182 1.766.621
1.769.202
(julho)
PIB (crescimento anual real) 1,93% 0,54% 4,9% 5,2% (junho)
Renda per capita R$ 7.631 R$ 8.694 R$ 9.014
PIB per capita (crescimento anual
real)
0,44% - 0,91% 3,7%
Fonte: IBGE
Na tabela 5 eso representados os meros de usuários de telecomunicações em
nosso país no período de 2002 a 2005.
Tabela 5 - mero de usrios ou terminais de telecomunicações
Brasil 2002 2003 2004 2005
Telefones fixos em operação (milhões) 38, 80 39,20 40** 37,7
Celulares em operação (miles) 34,88 46,37 65,61 85,6
TV por assinatura (milhões assinantes) 3,52 3,55 3,77 4,18
Usuários de Internet Residenciais (Netratings)
(milhões)
14,30 20,50 17,90
18,9
Conexões de banda larga (milhões) 0,70 1,20 2,26
Fonte: TELECO
II) Investimentos em Telecomunicações (em bilhões de reais)
No período de 2000 a 2005, podemos observar que a tabela 6 ilustra o volume de
investimento no setor das telecomunicações do país.
Tabela 6 - Investimentos em telecomunicações
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Total 19,0 19,0 18,7 18,5 18,5 18,5
Serviços Fixos (1) 11,8 9,9 8,8 7,7 7,2 6,8
Serviços Móveis (2) 4,2 5,5 6,4 7,0 7,4 7,8
Serviços de comunicação de massa (3) 3,0 3,6 3,5 3,8 3,9 3,9
Fonte: ANATEL
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
99
III) Posição do Brasil no Mundo em 2004
A participação do Brasil no mercado mundial apresenta características que reafirmam o
grande mercado de telecomunicações a ser explorado em nosso país. Este fato é ilustrado
na tabela 7.
Tabela 7 - Posição do Brasil no Mundo em 2004
Mundo Américas América Latina América do Sul
População 2,9% 20,7% 35,4% 49,4%
Total Telefones 3,7% 16,2% 41,2% 56,1%
Telefones Fixos 3,5% 14,3% 44,8% 58,7%
Celulares 3,8% 17,7% 39,2% 54,5%
Hosts Internet 1,3% 1,7% 52,1% 68,3%
Usuários Internet 2,5% 8,2% 36,9% 51,8%
Total de PCs 2,5% 6,7% 40,9% 56,8%
Fonte: TELECO
5.4.1 Entendendo o Mercado
Telefones Fixos
O número de linhas fixas em uso vem decrescendo: em 2003, havia 39,2 milhões de
linhas fixas instaladas. Em julho de 2005, este número reduziu para 37,7 milhões de
acessos instalados pelas seguintes razões:
falta de meio de acesso (última milha), principalmente na área rural;
aumento do preço da assinatura (os consumidores mais pobres que não conseguem
manter a linha fixa habilitada aderem ao sistema móvel pré-pago, pagando muito mais pelas
ligações realizadas e deixando de ter acesso ao serviço essencial);
ausência de um programa de telefonia fixa por parte das operadoras de telefonia
fixa e de governo para atender as classes D e E.
Em relação à densidade de telefones por 100 habitantes, o Brasil ocupava, em 2004,
o 64
o
em telefones fixos.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
100
Telefones Móveis (celulares)
O mercado da telefonia teve um crescimento de aproximadamente 30,5% em 2005,
alcançando um total de 85,6 milhões de celulares e a posição de 5
o
lugar a nível mundial.
Em relação à densidade de telefones por 100 habitantes, o Brasil ocupava em 2004
o 73
o
lugar em celulares.
TV por Assinatura
Mercado em crescimento no país teve aumento de aproximadamente 11% em 2005,
atingindo um total de 4,18 milhões de usuários no Brasil. É um campo ainda a ser explorado
nas classes C, D e E.
Banda Larga
A banda larga é caracterizada pela Internet e outras aplicões como deo conferência,
vigincia, telemedicina, multimídia, home shopping e outras. Contudo, a Internet é representada
por um mercado de aplicações residenciais e de empresas, tais como comunicações de
dados e voz, destacando-se as aplicações multimídia, voz
via Internet (VoIP) e TV via Internet
(IPTV).
A penetração de Internet em banda larga no mercado brasileiro de telecomunicações
apresenta o perfil a seguir:
1) Mercado Domiciliar de Internet no Brasil
O mercado domiciliar atingiu 18,9 milhões de usuários com um crescimento de 5%
nos lares brasileiros ao final de 2005.
O IBGE Pnad de 2004 mostra que o uso de Internet nos domicílios, mesmo
tendo aumentado, continua restrito a uma minoria de 12,4% de residências. Nas 87,6% sem
acesso à Internet, vivem 152 milhões de pessoas, ou seja, 84% da população brasileira que
representa um mercado a ser explorado.
Um estudo da consultoria Arthur D. Little estima que a Internet em banda larga
chegue a 22 milhões de domicílios brasileiros em 2010, um crescimento bastante razoável,
pois segundo o PNAD 2004 (IBGE) o Brasil possuía um total de 6,3 milhões de domicílios ou
21,6 milhões de pessoas. Mas, para que isso aconteça, é necessários a oferta de novos
serviços, com conteúdo educacional e outros conteúdos mais atraentes como IPTV e VoIP,
além de políticas públicas que incentivem a demanda pelas inovações como, por exemplo, a
inclusão digital.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
101
Em mero de usuários, todas as categorias da Internet apresentaram crescimento em
2005, com exceção do segmento Ocasiões Especiais, que ficou estável.
Tomando como paradigma o ano de 2004, as categorias que mais cresceram em
acessos na Internet residencial foram Viagens e Turismo (93%), Casa e Beleza (67%),
Família e Estilo de Vida (48%), Governo e Empresas Sem Fins Lucrativos (44%), Educação
e Carreira (39%), Automóveis (39%), Informações Corporativas (38%) e Notícias e
Informações (33%). O aumento no acesso a estas categorias reflete a crescente adoção da
Internet em banda larga, que é a conexão usada por 62% dos internautas ativos
residenciais, segundo o Ibope. Porém, o mero de pessoas que nunca utilizaram um
computador chega à marca de 55% da população nacional ou 102 milhões de pessoas, uma
demanda considerável a ser conquistada.
Os computadores chegaram a 16,6% das casas brasileiras e 13,8% de toda a
população usa um computador diariamente. No Brasil, enquanto 88,7% da classe A
possuem PC, apenas 2% da população das classes D e E conta com computador. Na
classe B, 55,5% possuem o equipamento em casa e, na classe C, somente 16,1%. "Uma
pessoa da classe A tem 46 vezes mais chances de comprar um micro", afirma o diretor da
Ipsos-Opinion Clifford Young.
A falta de computador é apontada por 46% da população como barreira ao uso da
Internet. O alto custo da máquina foi apontado por 26% dos brasileiros, e o preço elevado do
acesso por 16%.
Uma das soluções se daria através de programas de inclusão digital, onde os
governos federal, estadual e municipal facilitariam o acesso à Internet em centros públicos e
por meio de programas para a aquisição de equipamentos com preços reduzidos, como o
"Computador para Todos" do governo federal.
Recente pesquisa, a Ipsos-Opinion mostra que 47,4% da classe C, alvo do PC
popular, pagaria até R$ 1.500,00 por um computador e que 35% da população não
responderá a políticas de preços e subsídios por falta de renda disponível. "As classes D e E
não são sensíveis a programas de redução de preços de computadores", afirma o diretor da
Ipsos-Opinion, defendendo a expansão do acesso à Internet em escolas e centros públicos
para atingir principalmente os jovens dessas camadas sociais.
Segundo pesquisa do IBOPE, nos últimos três meses,
cerca de 13,5 milhões de
pessoas acessaram a Internet de seus domicílios. Menos de 1% da população teve acesso
a Internet de pontos públicos, como os telecentros e 32,1 milhões acessaram a Internet de
qualquer local. Segundo o estudo, 10% navegaram na web de casa, 6% no trabalho e 5%
na escola.
A Internet foi utilizada no período para fins educacionais por 41%, para fins
pessoais por 32% e para fins de trabalho por 26%.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
102
No ano de 2005, ou seja, no período de 12 meses, se compararmos 40% (o número
de acessos para algum tipo de serviço de e-gov pela Internet) com 6,3% (o número de
acesso para a compra de algum produto ou serviço pela Internet) verifica-se que o comércio
eletrônico é uma atividade ou negócio que esta iniciando.
O brasileiro paga em média cerca de R$ 130,00 por mês (cerca de US$ 56 dólares)
pelo serviço de Internet, enquanto os norte-americanos gastam US$ 35.
2) Mercado das Empresas de Internet no Brasil
O Brasil tem um significativo setor industrial de telecomunicações e informática.
Empresas multinacionais como a IBM, Dell e HP-Compaq, junto com empresas nacionais
como a Itautec, Positivo e outras, mantêm modernas linhas de produção de computadores
no país, com tecnologia just-in-time.
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de telefones celulares e grande
produtor de equipamentos de telecomunicações, incluindo a produção de cabos de fibra
óptica, centrais digitais, transceptores, semicondutores (incluindo memórias) e outros
equipamentos e materiais.
Um estudo recente realizado pelo Ipsos-Opinion com 2.030 empresas com mais de
10 funcionários foi mostrado que 98,76% das companhias brasileiras utilizaram computador
e 96,29% tiveram acesso à Internet nos últimos 12 meses.
Grande parte das companhias, 78,96%, usou a Internet para serviços bancários e
financeiros e 64,78% para interagir com órgãos públicos.
Das empresas que acessam a Internet, 57,95% usam conexão DSL, 45%, modem
tradicional e 23,95% banda larga móvel.
O número médio de empregados que usam computador é de 17,60% e 16,54% das
companhias têm funcionários acessando a rede à distância.
Segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil, em dezembro de 2005 o número de
domínios.br (sites) chegaram a 858.596 e apresentaram um crescimento de 1% sobre os
850.228 domínios de novembro.
No Anexo 4 encontra-se estudo sobre o mercado de internet realizado pela Ipsos-
Opinion de forma detalhada.
Em agosto e setembro de 2005 o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) se
uniu ao IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ao Instituto Ipsos-Opinion e ao
Ibope//NetRatings na apuração de indicadores sobre penetração e uso da Internet no país.
O resultado foi o seguinte:
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
103
68% da população nunca utilizaram a Internet
24% da população utilizaram nos últimos três meses
9,6% da população usam a Internet diariamente
41% da população utilizam Internet para atividades educacionais
32% da população utilizam Internet para fins pessoais
26% da população utilizam Internet para trabalho
O Brasil ocupa a decima posição em usuários de Internet, nona posição em número
de PCs e setima posição em servidores de Internet (Hosts) e primeira posição em tempo
navegado em casa, ou seja, 18 horas em dezembro de 2005.
O PIB do primeiro semestre de 2005 foi de R$ 918,6 bilhões e a participação das
atividades de comunicações no PIB nos anos de 2002 e 2003 é mostrada na tabela 8:
Tabela 8 - Participação das atividades de comunicações no PIB
2002 2003
Valor adicionado ao PIB a preços Básicos 2,72% 3,16%
Pessoal ocupado 266.800 269.900
Fonte: IBGE, contas nacionais 2002.
A tabela 8 e os dados apresntados mostra que o mercado de telecomunicações
brasileiro é caracterizado por um grande potencial e alto crescimento, principalmente na
Banda Larga. O PLC como uma rede de acesso ou última milha poderá atender a todos os
usuários deste mercado e os que não utilizam os serviços de telecomunicações por falta de
um acesso (última milha).
5.4.2 Principais Competidores ou Sócios
Em 1998, após o processo da privatização das telecomunicações em nosso país, o
sistema Telebrás foi desmembrado em 12 empresas, inicialmente, e, atualmente, em 28
empresas. A composição atual ficou assim: seis empresas de telefonia fixa, 20 empresas de
telefonia celular (oito na banda A, 10 na banda B e duas nas bandas D e E) e duas empresas de
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
104
comunicação de longa distância. Assim, as operadoras de celular foram separadas das
empresas de telefonia fixa. Constam ainda: 28 empresas conhecidas como comunicações e
redes e 1.275 empresas denominadas Provedores de Serviços de Internet, todas para a
banda larga.
No Brasil, as Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica são proprietárias da infra-
estrutura PLC, ou seja, linhas de distribuição de energia elétrica de media e baixa tensão.
Desta forma, essas empresas poderão explorar o PLC como meio de acesso ou última milha
sozinhas ou associadas às empresas referidas através da comercialização da infra-estrutura
ou rede PLC como a manutenção, uso mútuo da rede el
é
trica de distribuição das EDEE ou
outros serviços a depender do modelo de negócio acordado entre as empresas.
5.5 Análise Econômica
Nesta seção procura-se fazer uma análise das possibilidades de retorno econômico
do empreendimento, ou seja, o retorno financeiro sobre o investimento, mesmo tomando
referências comparativas, tais como
investimento inicial;
lucro final do empreendimento;
ponto de equilíbrio;
fluxo de caixa positivo;
prazo de retorno de investimento;
investimento no mercado financeiro.
Como exemplo, usamos como base o negócio PLC, que será apresentado no Plano
de Negócio neste Capítulo. Pode-se observar que a taxa de retorno de investimento é alta
devido aos baixos níveis de investimento requeridos pelas redes PLC. Não sendo preciso
fazer grandes investimentos nas redes elétricas de distribuição, o investimento necessário
para os sistemas PLC é o custo de equipamentos, mão-de-obra e transporte. Desta forma, o
empreendimento tem características de viabilidade econômica e alta capilaridade.
5.6 Vantagens Competitivas
Quais as vantagens competitivas que o PLC trará aos negócios?
Sabe-se que as vantagens competitivas estão necessariamente ligadas a diferenciais
que proporcionam um ganho para o consumidor. O diferencial pode ser conseguido através
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
105
de estruturas enxutas, menor custo de implementação de um sistema, serviço de menor
custo e menor preço final. Por sua vez, o PLC apresenta os seguintes itens que são
diferenciais para o consumidor se comparados aos diversos meios de acesso ou tecnologias
de acesso existentes atualmente:
Capilaridade da rede elétrica: a rede elétrica está presente em 96% dos lares com
tendências de ampliação deste percentual por conta de programas em fase de implantação
como “Luz no Campo” e outros. Pode-se dizer que o satélite seria o único concorrente com
o PLC neste item, porém o custo de uso desta tecnologia para conectividade é muito alto e
favorece ao PLC.
Custos de implantação reduzidos: a rede elétrica existente é a variável de maior
peso no custo global da implementação de um sistema PLC. Portanto, o investimento em
PLC torna-se reduzido por conta da existência da rede elétrica. Em localidades onde exista
facilidade para a instalação do xDSL, ou seja, tenham linhas telefônicas, o investimento para
o acesso PLC nesse caso é equivalente ao investimento do acesso xDSL.
Permite o uso de aplicações em banda larga e banda estreita, atualmente taxas de
transmissão (pico) de 250 Mbps por Célula PLC de no máximo 300 consumidores (50
consumidores na COPEL). Assim, aplicações banda larga (Internet, VoIP, IPTV) e
aplicações banda estreita (gestão de fraude e consumo, automação dos sistemas ou redes
elétricas) e outras aplicações nas EDEE, agregarão valor ao produto final (a energia
elétrica), reduzindo os custos operacionais e administrativos das EDEE, além de ampliar a
qualidade e a confiabilidade do produto e dos sistemas envolvidos dessas empresas.
O negócio ou idéia PLC se explorado comercialmente pelas EDEE, poderão ser
aproveitados os recursos humanos existentes, prédios para administração e atendimento ao
público, assim como a infra-estrutura de faturamento, entrega de contas dos consumidores,
informática e outras. Desta forma o preço final para o consumidor torna-se menor.
Conectividade permanente (Internet com disponibilidade 24 horas do dia).
Transformação da rede elétrica de distribuição predial ou residencial em uma rede
local de dados.
Cada tomada é um ponto de acesso de uso simples e descomplicado.
Solução do acesso de melhor custo/benefício última milha, inclusive para as
operadoras de telefonia. Desta forma, permite programas de investimentos para inclusão
digital no país por parte dos governos federal, estadual e municipal e também a competição
naquele seguimento de prestação de serviço.
Tecnologia comprovada, superior e disponível para uso.
Nos Estados Unidos, Europa e também no Brasil foi implantada uma indústria
desenvolvida para o mercado de PLC.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
106
5.7 Equipe Gerencial
No ambiente de negócios qualquer capitalista de risco (investidor) com certeza
apontará a equipe gerencial como a principal característica em um negócio. Uma idéia pode
ser boa, o mercado espetacular para o produto criado daquela idéia e o empreendedor ter
desenvolvido um bom plano de negócios, mas se a equipe não estiver à altura do negócio
criado, fatalmente o resultado desse empreendimento é o fracasso. A competência no
negócio, ou seja, o conhecimento prévio ou a experiência no ramo é muito importante, pois
pode evitar prejuízos por conta de muitos erros e gastos desnecessários além de agregar
um conhecimento singular ao negócio.
O foco não se restringe apenas à equipe gerencial. É de fundamental importância no
negócio também a formação da equipe. Em (DORNELAS, 2003), a equipe tem que ter
formação eclética, multidisciplinar, pois será um grande diferencial por conta da equipe ser
composta por perfis com habilidades complementares. Além dessas características, todas as
pessoas que participam do empreendimento têm de ter orgulho, desprendimento e paixão no
desempenho diário das atividades do negócio.
5.8 Comprometimento do Empreendedor com o Negócio PLC
As definições de Empreendedorismo são várias, mas sua essência se resume em
fazer algo novo, diferente, mudar a situação atual e buscar, de forma incessante, novas
oportunidades de negócio (inovar), tendo como foco a inovação e a criação de valor, além
de empregar os recursos disponíveis de forma criativa assumindo os riscos calculados. As
pessoas com estas características em negócios são chamadas de empreendedoras. O
empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar
sobre ela, assumindo riscos calculados. Em qualquer definição de empreendedorismo
encontram-se, pelos menos, os seguintes aspectos referentes ao empreendedor:
1) iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz;
2) utiliza os recursos disponíveis;
3) aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar.
Em primeiro lugar o empreendedorismo envolve todas as fuões, atividades e ações
com a criação de novas empresas. Em segundo lugar requer a devoção, o comprometimento
de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer. Em terceiro lugar o
empreendedorismo requer que riscos calculados sejam assumidos e decisões críticas
tomadas; é preciso ousadia e ânimo apesar das falhas e erros.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
107
Quando se fala em inovação, a semente do processo empreendedor, remete-se
naturalmente ao termo inovação tecnológica. Para que se interprete o processo empreendedor
ligado às empresas de base tecnológica é preciso entender que as inovações tecnológicas
m sido o diferencial do desenvolvimento econômico mundial. E o desenvolvimento econômico
é dependente de quatro fatores críticos:
1) investimento de capital de risco;
2) infra-estrutura de alta tecnologia;
3) idéias criativas;
4) cultura empreendedora focada na paixão pelo negócio
ou
1) talento – pessoas;
2) tecnologia – idéias;
3) capital – recursos;
4) know-how – conhecimento.
O resultado dos fatores acima são negócios de sucesso.
No caso do PLC, uma inovação tecnológica, o empreendedor comprometido com
este negócio precisa ter sempre em mente as seguintes fases do processo:
1) identificar e avaliar a oportunidade ou idéia PLC;
2) desenvolver o plano de negócios do PLC;
3) determinar e captar os recursos necessários para o negócio PLC;
4) gerenciar a empresa criada, lembrando que plano de negócios é uma ferramenta
dinâmica de gestão para o planejamento e desenvolvimento de uma empresa de forma
contínua e a formação da equipe e do próprio empreendedor também tem que ser contínua.
5.9 O Negócio PLC
5.9.1 Modelos de Negócios
O negócio PLC a ser proposto passa pela exploração dos seguintes modelos de
negócios definidos a partir de uma solução técnica ou uma arquitetura de sistema PLC:
Modelo 1: Empresas distribuidoras de energia elétrica como operador único
Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica (EDEE) como operador único do PLC.
Nesse modelo a empresa de energia elétrica possui o monopólio do acesso PLC e passa a
ser um Provedor de Serviços da Internet, como IPTV e VoIP, além de comercializar o acesso a
serviços como telefonia, vigilância, telemetria, videoconfencia, governança e inclusão digital.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
108
Modelo 2: Empresas operadoras dos serviços de telecomunicações com o PLC
Empresas operadoras dos serviços de telecomunicações (Telecom) comercializando
o uso da infra-estrutura PLC e a manutenção das redes PLC com as EDEE. Nesse modelo,
as empresas Telecom ampliam o número de clientes e, entre esses, os Provedores de
Serviços da Internet e comunicações e redes em banda larga.
Modelo 3: Empresas Provedoras de Serviços de Internet (ISP) com o PLC
Empresas Provedoras de Serviços de Internet (ISP) ampliando a área de abranncia
ou atuação, resultando na ampliação dos clientes e da rede através da comercialização do
uso da infra-estrutura PLC e a manutenção das redes PLC com as empresas distribuidoras
de energia elétrica. Os serviços contratados às distribuidoras poderiam ser ampliados, tais
como atendimento aos clientes, faturamento, entrega das contas e outros.
Modelo 4: Empresas de satélites com o PLC
Empresas proprietárias de satélites (comunicações e redes em banda larga) que
cobrem o país via satélite sem o uso da linha telefônica poderiam utilizar as redes PLC das
EDEE e melhorar o desempenho da ocupação da canalização existente via satélite.
Modelo 5: Empresas de governo e privadas com o PLC
Empresas de governo e privadas alugando canais PLC as EDEE para melhorar
desempenho dos seus serviços. Na área de governo a governança nas áreas da educação,
habitação (CDHU
o Paulo), financeira, previdenciária, planejamento, saúde, segurança e
outras. As empresas privadas aperfeiçoarão os serviços de cobrança eletrônica, ou seja,
cartão magnético em estabelecimentos comerciais, por exemplo, supermercados e Shopping no
período do Natal, controle de estoque (almoxarifado), o comércio eletrônico e o acesso à
Internet.
Modelo 6: Ambientes domiciliares com o PLC
As EDEE ampliam a sua margem de lucro através de serviços de manutenção,
planejamento, projetos e construção das redes domiciliares.
A seguir, serão citados alguns itens que representam conforto ao usuário no seu
ambiente domiciliar, onde a automação permite controlar a residência remotamente e poupar
tempo com determinadas tarefas, tais como
Telefonia: sistema telefônico, intercomunicadores, porteiros eletrônicos.
Informática: rede doméstica, acesso compartilhado, serviço via Internet.
Rede elétrica: controle de cargas, sistemas de distribuição, monitoramento de falhas,
sistemas de geração de emergência, tarifações setorizadas.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
109
Segurança: circuito fechado de TV, alarmes, monitoramento, controle de acesso
de pedestres e veículos, prevenção de acidentes, iluminação de segurança, detecção de
gases, fumaça e calor, alarme de incêndio, sistemas de apoio ao combate de incêndios,
simulador de presença, controle de rondas.
Iluminação: iluminação ambiente, iluminão decorativa, iluminão externa, cenas
de iluminação.
Controle predial: elevadores com aspiração central.
Hidráulica e gás: aquecimento e pressurização de água, poços, saunas, estações
de tratamento de água e esgoto, bombas, irrigação, piscina, águas ornamentais, sistema de
controle e distribuição de gás.
Entretenimento: home-theater, TV por assinatura, distribuição de vídeo, som
ambiente, jogos eletrônicos, multimídia.
Climatização: ar-condicionado, ventilação, controle de janelas, cortinas e persianas.
5.9.2 Alguns Exemplos do Negócio PLC
Inclusão Digital – Barreirinhas (ilha digital)
É um caso pico de inclusão digital do Modelo de Negócios 5. A localidade de
Barreirinhas, município do estado do Maranhão, está situada na região dos lençóis
maranhenses, ou seja, a 272 km da capital São Luis. É caracterizada pelos dados a seguir
(FITEC INOVACOES TECNOLOGICAS, 2005)
população: 39.699 habitantes;
atividade econômica: comércio e turismo;
índice de desenvolvimento humano: 0,552
A tabela 9 reflete as condições sociais da comunidade de Barreirinhas. Esta
comunidade necessita de educação, de renda, de assistência social e de inclusão digital.
Tabela 9 - IDH da comunidade de Barreirinhas
IDH–E
(Educação)
IDH–L
(Longevidade)
IDH–R (Renda) IDH–M (Médio)
0,608 0,590 0,458 0,552
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
110
posição no ranking brasileiro: 5287
referência: IDH-M Brasil : 0,757 (73
o
no ranking mundial)
– até 0,499 (baixo);
– 0,500 – 0,799 (médio);
0,800 (alto).
Neste projeto, a figura do empreendedor é representada pelo FORUM APTEL PLC
Brasil, e a do investidor, pelas empresas: Prefeitura Municipal de Barreirinhas (apoio
institucional e logístico); SEBRAE (suporte à implantação e durante o período de operação);
FITec (coordenão do projeto); ELETROPAULO (Fornecimento de equipamentos e assessoria
técnica); CEMAR (infra-estrutura de rede de energia e instalação de equipamentos); CELG
(assessoria técnica); eba-PLC (fornecimento e instalação de equipamentos); SAMURAI
(fornecimento e configuração de computadores); POSITIVO (projeto pedagógico/software
educacional); Star One (Backbone de Dados Satélite); iHOUSE (Fornecimento das
câmaras); FourComm (Fornecimento do Totem).
Para o acesso, uso e integração da população com os sistemas de comunicação
digital banda larga foram disponibilizados alguns domicílios onde o realizadas as aplicações
de inclusão:
Escola Anacleto de Carvalho:
acesso ao portal Aprende Brasil da Empresa Positivo
construção de Home-pages
edição de jornal on-line da escola
pesquisas orientadas através da Internet
correio eletrônico (e-mail)
acesso geral a Internet.
Centro de Artesanato do Sebrae:
acesso on-line ao Centro de Resultados do Sebrae:
cursos via Internet
exposição e comercialização de produtos de artesanato
divulgação e agendamento de cursos de aperfeiçoamento
divulgação de novos materiais
correio eletrônico (e-mail)
acesso geral a Internet.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
111
Secretaria da Saúde:
acesso às aplicações do Ministério da Saúde
campanhas e mobilizações de saúde
consulta ao banco de dados do Sistema Único de Saúde
convênios
acesso geral à Internet
correio eletrônico (e-mail)
banco de preços: medicamentos, materiais, insumos e serviços
O projeto foi subdividido em duas etapas. A fase I foi concluída em novembro de
2005 e apresentou os resultados:
duração: 4 meses
13 entidades envolvidas
mais de 1.000 pessoas beneficiadas diretamente
A fase II entrou em operação em fevereiro de 2006. Nesse caso o projeto é tratado
como cidade digital e não mais ilha digital. A diferença básica entre esses dois conceitos é a
área de abrangência ou inclusão digital das localidades desprovidas de sistemas de
comunicações.
Projeto CDHU
Nessa aplicação, empreendedores e acionistas (Governo do Estado de São Paulo e
as empresas Eletropaulo e Samurai) estão envolvidos no projeto CDHU para levar os
serviços de comunicações banda larga através de sistemas PLC e promover a medição
individualizada a distância do consumo de água, gás e eletricidade em conjunto Habitacional
de interesse social, ou seja, de pessoas transferidas das favelas de São Paulo. Neste
exemplo estamos descrevendo o caso do Conjunto habitacional MOOCA, localizado na rua
Dr. Fomm - n
o
173/237 - Mooca - São Paulo. Como resultados espera-se promover a
inclusão digital e viabilizar o empreendimento, diminuindo os custos de água, gás e energia
com a medição individual do consumo conforme é mostrado na figura 42.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
112
Figura 42 - Medição do consumo.
Rede de Consórcio Privado
O Modelo de Rede de Consórcio Privado é explorado nos Estados Unidos utilizando
as redes Wi-Fi como acesso. Este modelo envolve um ou mais fornecedores do setor
privado oferecendo o serviço de banda larga para os usuários finais. A rede de consórcio
privado é custeada por investimentos privados e o provedor privado dos serviços oferta o
acesso tanto para a cidade como para os assinantes através de uma taxa mensal. O
provedor privado dos serviços é responsável pela operação e manutenção da rede como
também pelo suporte técnico, atendimento ao cliente e serviço de faturamento (Billing). Os
modelo 2 e 3 têm semelhanças com o modelo de rede de consórcio privado, lembrando que
a proposta de acesso dos modelos 2 e 3 é o PLC.
Serviços Volantes
A solução volante é a iniciativa de alguns governos estaduais de realizar o
atendimento social através de serviços móveis ou volante. Uma solução volante de sucesso
no Brasil é o poupa tempo volante ou móvel do Estado de São Paulo, utilizando como
solução de conectividade a cara tecnologia de transmissão por satélite. A tecnologia PLC
seria uma solução para baratear este sistema, gerando negócios conforme o modelo 5. Vale
ressaltar alguns serviços proporcionados pelo poupa tempo móvel do Estado de São Paulo
circulando na cidade:
bibliotecas volantes,
recolhimento volante de impostos da prefeitura,
atendimento médico e dentário da população carente.
O SAC Móvel é uma iniciativa do governo da Bahia em parceria com empresas
privadas e de governo. Ao todo são dois caminhões (figura 43). Eles são equipados com ar
condicionado, sistemas de som, televisão, sanitários, área de espera coberta e uma rede de
computadores interligada atualmente a uma central através de linha telefônica que poderá
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
113
ser substituída por acesso PLC outdoor. Percorrem uma rota específica que totaliza 417
municípios da Bahia. O SAC Móvel oferece, durante três ou quatro dias, os serviços de
emissão de certidão de nascimento, carteira de identidade, recadastramento de pensionistas
do estado e antecedentes criminais.
Figura 43 - Caminhão do SAC Móvel.
Domicílio Inteligente
A transmissão de dados em banda larga via rede elétrica em sistemas PLC indoor
mais baratos e confiáveis, fez com que o objetivo de algumas empresas se voltasse para
dentro dos domicílios (prédios e residências). Nos EUA, os domicilios inteligentes é o
negocio que remonta ao início do ano 2000 e, no Brasil é um negócio na fase inicial.
Empresas como a americana X10 Ltda lançou no mercado seus primeiros produtos na
área residencial e outras empresas como a Echelon Corp. e consórcios internacionais já
desenvolveram padrões e arquiteturas específicas para automação predial e residencial.
O maior mercado das redes domiciliares de dados atualmente é o que envolve
controle: aquecimento, ventilação, sistemas de ar-condicionado, iluminação, motobombas,
regadores de jardim, segurança, atendimento, faturamento e outras. Estas aplicações estão
associadas ao conceito de “domicílio inteligente” que disponibiliza também o acesso last
meters para Internet e a telefonia (VoIP). Alguns fabricantes de eletrodomésticos de alto
valor utilizam o recurso para que estes avisem o fabricante e emitam relatórios em caso
de falha. No ano de 2000 o total de investimentos na área atingiu U$ 2.75 bi, de acordo com
Navin Sabharwal, um analista da Allied Business Intelligence em Nova Iorque. Este é um
mercado a ser explorado pelas EDEE segundo o modelo de negócios 6. A figura 44 mostra
uma agência de atendimento ao público, no centro de São Paulo, da empresa Eletropaulo,
Capítulo 5
Arquitetura e Modelos de Negócios dos Sistemas PLC
114
onde os dados do monitoramento por câmaras e a Internet banda larga são transmitidos por
sistemas PLC indoor.
Figura 44 - Agência de atendimento ao público da Eletropaulo.
5.10 Validação da Arquitetura 4 e Modelo de Negócio 4 dos Sistemas PLC
Analisando-se os quadros comparativos ou tabelas 10 e 11 pode-se justificar o subsistema de acesso da arquitetura 4.
Tabela 10 - Quadro comparativo das tecnologias de acesso interno
Tecnologia Velocidade
Alcance Desvantagens Vantagens Custo
Wi-FI (802.11b e
802.11g)
< 11 Mbps
< 54 Mbps
< 100 mts Segurança; custo alto; diminuição da taxa de
dados devido a transmissões simultâneas; al-
cance em caso de obstáculo
Redes sem fio; alta taxa de trans-
missão
Sistema mais barato que o
802.11a e o PNA
Wi-FI 5 (802.11a)
< 54 Mbps < 50 mts Incompatível com 802.11b; custo alto; diminui-
ção da taxa de dados devido a transmissões
simultâneas, alcance em caso de obstáculo
Redes sem fio; alta taxa de trans-
missão
Sistema mais caro entre as
tecnologias de rede domiciliar
Bluetooth < 1 Mbps < 10 mts Velocidade e alcance baixos; diminuição da taxa
de dados devido a transmissões simultâneas,
alcance em caso de obstáculo
Interoperabilidade; substituição de ca-
bos
Sistema mais caro que o
Phone Line Home PNA
ZigBee < 0,3 Mbps < 100 mts Velocidade baixa; diminuição da taxa de dados
devido a transmissões simultâneas, alcance em
caso de obstáculo
Baixo custo de implementação; to-
pologia de rede variável; latência
Sistema mais caro que o
Bluetooth
Phone Line
Home PNA –
Home PNA
< 128 Mbps < 340 mts Poucas extensões ou pontos de acesso; cresce
o número de colisões com o aumento do nú-
mero de PCs e piora o desempenho
Privacidade ou segurança; menor
atenuação e maior banda passante
que o Powerline Home Plug
Sistema mais caro que o
Ethernet com fio no caso de
instalação de cabeamento
Powerline Home
Plug
< 30 Mbps < 300 mts Diminuição da taxa de transmissão com o
aumento de usuários por célula PLC
Vazão (taxa) e conectividade da rede
com o aumento das dist
â
ncias; ubi-
qüidade
Sistema mais barato que o
802.11b
Ethernet com fio < 1.000 Mbps
< 100 mts Impossibilidade em alguns casos retrofittings Taxa de transmissão Sistema mais caro que o
Powerline Home Plug devido
ao custo de instalação de
cabeamento
Capítulo 5
Modelo de Negócios dos Sistemas PLC 115
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
116
Na tabela 10 encontram-se alguns dados ou características das diversas tecnologias
de redes domiciliares. A rede domiciliar
Powerline Home Plug
ou PLC
indoor
foi escolhida
como rede de acesso interno para a arquitetura 4 tomando-se como paradigma dados como
latência (atraso), ubiqüidade, taxa de transmissão, facilidade de implementação, ponto de
acesso fácil e descomplicado, segurança, alcance, desempenho, qualidade das redes e
baixo custo para o usrio. Vale ressaltar que alguns estudos apontam que o uso de PLC
seria mais eficaz que o cabo, o
wireless
ou mesmo o
Home
PNA
2
para prover o acesso no
interior das residências (MAJUMDER, CAFFREY, 2004).
Tabela 11 - Quadro comparativo das tecnologias de acesso externo
Tecnologia
Velocidade Alcance Desvantagens Vantagens Custo
xDSL
(ADSL)
Download -
1,5 Mbps
Upload - 512 kbps
6 km Velocidade decresce em função da dis-
tância; baixa capilaridade; alcance limitado
Segurança, rede dedicada por
usuário
Custo dos serviços para
o consumidor mais alto
que o praticado no PLC
RDSI/ISDn 64 kbps (Canal si-
métrico)
6 km Menor taxa de transmissão entre as redes
de acesso; baixa capilaridade; alcance li-
mitado; não tem conectividade permanente
Taxas maiores que as praticadas
pelos modems analógicos; segu-
rança; rede dedicada por usuário
Custo dos serviços para
o consumidor semelhante
mais alto que o prati-
cado no ADSL
Fibra
Óptica
(FTTX)
155 Mbps (Canal si-
métrico)
10 km sem repe-
tidor
Muito baixa capilaridade; custo elevado do
material (cabo óptico) e da instalação;
difícil implementação
Segurança; alcance, alta velocidade
de transferência; imunidade a ruído
e à interferência eletromagnética;
largura de banda de alta capa-
cidade de transmissão
Custo muito alto do ma-
terial (cabo óptico) e da
instalação (custo maior)
Cabo
Coaxial
(HFC)
10 Mbps (Canal si-
métrico)
500 mts Muito baixa capilaridade; custo elevado do
material (cabo) e da instalação; difícil im-
plementação
Largura de banda (alta capacidade
de transmissão); imune a interfe-
rência eletromagnética
Custo alto do material
(cabo), da instalação e
dos serviços para o
usuário
Rádio 9,6 kbps a 144 kbps
(Canal simétrico)
Até 70 km (sem re-
petidora)
> 70 km (com re-
petidora)
Propagação sem obstáculos; custo eleva-
do de implantação; baixa capilaridade
Flexibilidade, mobilidade, seguran-
ça, escalabilidade
Custo dos serviços para
o usuário abaixo do
cabo e ADSL
Satélite Download - 600 kbps
Upload - 200 kbps
A 15.000 km entre
estações terrestres
rastreadoras
Baixa taxa de transmissão; atraso alto na
órbita alta ou Geo (264ms); custo alto dos
serviços para o usuário
Alta capilaridade; fácil implemen-
tação; alcance
Sistema mais caro
PLC 200 Mbps, ou seja,
máximo de 25 Mbps
(download) e 20 Mbps
(Upload)
300 mts entre a
célula PLC e o
usuário
Atenuação (distância, freqüência, refle-
xão); ambiente propício à interferência
conduzida e irradiada; variações de im-
pedâncias, das respostas impulsivas dos
canais PLC, diferentes topologias
Taxa de transmissão, alta capilari-
dade, fácil implementação; solução
para a ultima milha
Sistema mais barato
Capítulo 5
Modelo de Negócios dos Sistemas PLC 117
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
118
Na tabela 11 encontram-se alguns dados ou características das diversas tecnologias
de redes de acesso externo ou ultima milha. A rede
outdoor
PLC foi escolhida como rede de
acesso interno para a arquitetura 4, tomando-se como paradigma dados como latência
(atraso), capilaridade, taxa de transmissão, facilidade de implementação, ponto de acesso
fácil e descomplicado, segurança, alcance, desempenho, qualidade das redes e o baixo
custo para o usuário.
Nó ou processamento
O subsistema ou processamento será as centrais espaciais/temporais das
empresas de telefonia fixa e comunicação de longa distância.
Backbone
O subsistema
Backbone
será os cabos ópticos, ou rádio ponto-a-ponto com e sem
repetidora, ou redes
outdoor
PLC em média tensão das EDEE para aplicações de voz e
Internet das empresas de telefonia fixa e comunicação de longa distância. O uso do satélite
passa pela seguinte restrição
Os satélites GEO (
Geostationary Earth Orbit
), que estão a 35.786 km na órbita
alta da terra, poderão ser utilizados para aplicações de Internet. Nesse caso, a aplicação de
voz é desaconselhável por conta do atraso de 264 ms que é característica desse sistema.
Vale ressaltar que o atraso confortável para o ser humano fica na ordem de 100 ms e que
1 s inviabiliza muitos serviços (BOLZANI, 2004). Os padrões de telefonia estipulam 40 ms
para distâncias continentais e 80 ms para distâncias intercontinentais como o limite para o
retardo máximo de transferência (COLCHER, 2005).
Os satélites MEO (
Medium Earth Orbit
), que estão na órbita média entre 10.000 km e
13.000 km do nosso planeta poderão ser utilizados para aplicações de Internet por conta do
atraso de até 90 ms e também são sistemas concebidos para o negócio das aplicações IP
de alta velocidade.
Os salites LEO (
Low Earth Orbit
), que eso na órbita baixa da terra entre 1.400 km
e 13.000 km do nosso planeta, poderão ser utilizados para aplicações de Internet e voz.
Nesse caso a aplicação de voz é aconselhável por conta do atraso de até 13 ms que é
característica desse sistema. A grande vantagem neste sistema é a maior cobertura por
unidade, ou seja, uma unidade com antena o direcionada pode cobrir até 30% da superfície
terrestre, bastando três satélites distanciados a 120 graus para uma ampla cobertura
.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
119
Conclusões:
I) A arquitetura 4 foi determinada com base na melhor solução custo/benefício e tendo
como paradigmas o desempenho e a confiabilidades do sistema, a qualidade dos
serviços (QoS) e o menor custo dos serviços para os usuários.
II) A solução tecnológica
Powerline Home Plug
é uma solução validada e comprovada de
redes domiciliares e com grande sucesso comercial nos Estados Unidos. O padrão
Home Plug
começou a ser comercializado em novembro de 2001 e em 2003 já
ocupava 10% do mercado americano.
III) A solução tecnológica PLC
Outdoor
é uma solução validada e comprovada de rede de
acesso ou
ú
ltima milha para aplicação de voz e Internet pelas empresas de pesquisa
como o CPQD e as empresas de energia elétrica do Brasil como COPEL, CEMIG,
ELETROPAULO e outras com grande sucesso comercial nos Estados Unidos. O
padrão PLC
outdoor
é explorado comercialmente em países como os Estados Unidos,
Alemanha, Inglaterra, França, Portugal e Espanha.
IV) Os subsistemas ou processamento e
backbone
serão definidas pelas empresas
parceiras das EDEE (telefonia fixa e longa distância) através de uma das soluções
comentadas e atendendo a solução de melhor custo/benefício diante dos paradigmas
definidos. Os subsistemas de nó e
backbone
instaladas no Brasil são soluções
tecnológicas validadas e comprovadas e operam o atual sistema de telecomunicações
do nosso país.
V) O modelo de negócio 4 é formado de uma parceria entre as empresas de telefonia fixa
e de longa distância e a EDEE. Esta estratégia facilita a obtenção de menor custo para
o usuário. Pois, os subsistemas e backbone pertencem às empresas de telefonia
fixa e de longa distância e as EDEE são as proprietárias dos subsistemas de acesso
do sistema PLC a ser comercializado.
VI) A validação do modelo de negócio 4 é mostrada através do documento Plano de
Negócios a ser apresentada na seção 5.11 - Plano de Negócios.
5.11 Plano de Negócios
O plano de negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o
modelo de negócios que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de
aprendizagem e autoconhecimento e, ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu
ambiente de negócios (DORNELAS, 2005).
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
120
Nesta seção será apresentado um plano de negócios de uma empresa fictícia PLC
Brasil, ou seja, o negócio PLC explorado numa localidade ou estado fictício chamado Brasil.
Os dados do mercado de telecomunicações no Brasil foram obtidos no Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), CGI-BR,
Arthur D. Little, TELECO, empresas do mercado das telecomunicações, órgãos de governo e
utilizou-se dentre outras literaturas (HELFERT, 2000; DROMS, 2002; BRASIL, 2004;
DORNELAS, 2005; MALHOTRA, 2006; PUCCINI, 2006).
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
121
PLANO DE NEGÓCIOS FICTÍCIO
EMPRESA PLCBrasil
PLC Brasi[email protected]om.br
Avenida Independência, 00
00000 000 Independência Br.
Fone: xxx- 55-0000-0000
Antônio Carlos – CEO
Marcos AntônioDiretor Administrativo e Financeiro
Carlos Antônio – Diretor de
Marketing
e Vendas
Antônio Marcos – Diretor de Operações e Tecnologia
João Vicente – Diretor Comercial
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
122
Sumário
1 SUMÁRIO EXECUTIVO
........................................................................................................................................ 124
2 O CONCEITO DO NEGÓCIO
............................................................................................................................ 124
2.1 O Negócio PLCBrasil
....................................................................................................................................... 127
2.2 O Produto
................................................................................................................................................................ 128
3 EQUIPE DE GESTÃO E COMPOSICÃO ACIONÁRIA
........................................................................ 130
4 MERCADO E COMPETIDORES
.................................................................................................................... 133
4.1 Análise Setorial
.................................................................................................................................................. 133
4.2 Mercado-Alvo
........................................................................................................................................................ 135
4.2.1 Assinantes
......................................................................................................................................................... 135
4.2.2 Fornecedores
.................................................................................................................................................. 137
4.3 Projeção de Vendas e
Market Share
...................................................................................................... 141
4.4 Necessidade do Cliente
................................................................................................................................. 143
4.4.1 Assinantes
......................................................................................................................................................... 143
4.4.2 Fornecedores
.................................................................................................................................................. 144
4.5 Benefícios do PLCBrasil
................................................................................................................................ 144
4.5.1 Usuário (Assinantes) e Fornecedores
........................................................................................... 144
4.6 Competidores
....................................................................................................................................................... 145
4.6.1 Assinantes
......................................................................................................................................................... 145
4.6.2 Fornecedores
.................................................................................................................................................. 146
4.7 Vantagem Competitiva
.................................................................................................................................... 148
5
MARKETING
E VENDAS
................................................................................................................................... 148
5.1 Serviços
................................................................................................................................................................... 148
5.1.1 Central de Atendimento ao Cliente
.................................................................................................. 148
5.1.2 Publicidade nas Faturas/Mês do Cliente
..................................................................................... 149
5.1.3 Atendimentos Eletrônico
......................................................................................................................... 149
5.1.4 Novos Serviços
.............................................................................................................................................. 150
5.2 Preço
.......................................................................................................................................................................... 150
5.3 Praça
.......................................................................................................................................................................... 151
5.4 Promoção: Foco nos Clientes (Assinantes + Fornecedores)
................................................ 151
5.4.1 Assinantes
......................................................................................................................................................... 151
5.4.2 Fornecedores
.................................................................................................................................................. 152
5.4.3 Manutenção Mensal
................................................................................................................................... 153
5.5 Estratégia de Vendas
....................................................................................................................................... 154
5.5.1 Telemarketing
................................................................................................................................................. 154
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
123
5.5.2 E-mail Direto
.................................................................................................................................................... 155
5.5.3 Cadastramento Através do Site
......................................................................................................... 156
5.5.4 Comparativos de Vendas por Canal
............................................................................................... 156
5.6 Parceiras Estratégicas
.................................................................................................................................... 157
6 ESTRUTURA E OPERAÇÃO
............................................................................................................................ 158
6.1 Organograma Funcional
................................................................................................................................ 158
6.2 Processos de Negócio
.................................................................................................................................... 159
6.3 Política de Recursos Humanos
................................................................................................................. 160
6.4 Fornecedores
........................................................................................................................................................ 160
6.5 Infra-Estrutura e Localização
..................................................................................................................... 160
6.6 Tecnologia
.............................................................................................................................................................. 160
7 ESTRAGIA DE CRESCIMENTO
............................................................................................................... 162
7.1 Análise
Swot
.......................................................................................................................................................... 162
7.2 Cronograma
........................................................................................................................................................... 165
8 PREVISÕES DOS RESULTADOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS
....................................... 166
8.1 Evolução dos Resultados Econômicos
............................................................................................... 167
8.2 Composição dos Principais Gastos (em Milhões de Reais)
................................................... 168
8.3 Evolução dos Resultados Financeiros (em Milhões de Reais)
............................................ 169
8.3.1 Quadro Geral (em milhões de reais)
..................................................................................................... 170
8.3.2
Evolução da Exposição de Caixa
............................................................................................................. 170
8.4 Investimentos (em R$ Mil)
............................................................................................................................ 171
8.5 Indicadores de Rentabilidade
..................................................................................................................... 171
8.6 Necessidade de Aporte e Contrapartida
............................................................................................. 172
8.7 Cenários Alternativos
...................................................................................................................................... 172
8.7.1 Premissas do Cenário Otimista
................................................................................................................. 172
8.7.1.1 Evolução dos Resultados Financeiros (em milhões de reais)
............................................ 172
8.7.1.2 Quadro Geral (em milhões de reais)
................................................................................................. 173
8.7.1.3 Evolução da Exposição de Caixa
........................................................................................................ 173
8.7.2 Premissas do Cenário Pessimista
.......................................................................................................... 174
8.7.2.1 Evolução dos Resultados Financeiros (em milhões de reais)
.............................................. 174
8.7.2.2 Quadro Geral (em milhões de reais)
................................................................................................... 174
8.7.2.3 Evolução da Exposição de Caixa
........................................................................................................ 175
8.7.3 Indicadores de Rentabilidade dos Cenários Otimistas e Pessimistas
Respectivamente
.............................................................................................................................................. 176
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
124
1 SUMÁRIO EXECUTIVO
2 O CONCEITO DO NEGÓCIO
O negócio PLCBrasil surgiu da oportunidade identificada em se utilizar a tecnologia
PLC como meio de acesso ou última milha dos sistemas de telecomunicações existentes no
Brasil e também como uma rede interna de dados ou sistema
Indoor
nos domicílios do
estado (Brasil). A empresa PLCBrasil vai permitir a 96% da população brasileira, às
empresas prestadoras de serviços de telecomunicações, às empresas de utilidade pública
(água, energia elétrica e gás), às empresas de governo federal, estadual e municipal e a
outras utilizarem os serviços de transmissão de dados e voz em banda larga além das
aplicações em banda estreita, desta forma, agregando valor na população brasileira,
característica importante da ferramenta telecomunicações na sociedade. A solução da
elevada demanda pela inclusão digital nesse estado passa pelos meios de acesso ou última
milha de baixo custo e grandes benefícios a esta sociedade, tais como acesso à Internet, ao
VoIP, a IPTV e outras aplicações de banda larga e banda estreita. Devido à grande
demanda existente, o modelo de negócios é caracterizado (dirigido) pela demanda e não
pela oferta.
Os clientes da PLCBrasil são classificados em
fornecedores empresas prestadoras de serviços de telecomunicações que têm
contrato com a BrasilPLC para usar e comercializar as redes PLC daquela empresa;
assinantes ou consumidores
usuários que utilizarão as redes de acesso PLC em
localidades do estado que tenha ou não a presença dos fornecedores, mediante o
pagamento de uma taxa mensal.
Equipe de Gestão
A equipe de gestão da PLCBrasil é um dos pontos fortes do negócio, sendo composta
por cinco profissionais que possuem sólida experiência em negócios e tecnologia. Oriundos
do extinto grupo TELEBRAS atuaram em empresas dos EUA e da EUROPA com o produto
PLC e também em empresas brasileiras prestadoras de serviços de telecomunicações nas
áreas de
marketing
e de vendas, além de experiência comprovada na área técnica de empresas
distribuidoras de energia elétrica e telecomunicações brasileiras, como, por exemplo, a
operação de sistemas de potência e de telecomunicações. Possuem ótima formação
acadêmica e, sobretudo, motivação para enfrentar e superar os desafios de administrar,
gerar resultados positivos e conquistar uma participação de mercado expressiva para o
empreendimento.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
125
Mercado
Os segmentos de B2B (empresa empresa) e B2C (empresa consumidor) do
Brasil são altamente promissores e apresentam um alto crescimento, com potencial para
alcançar US$ 70 bilhões em 2005, estando aberto a negócios inovadores que promovam o
encontro entre consumidores e fornecedores de produtos e/ou serviços, experimentando um
crescimento anual médio de 95%. O conjunto da indústria de equipamentos e serviços de
software
,
hardware
de telecomunicações chega a aproximadamente US$ 70 bilhões
cerca
de 10% do PIB. O crescimento médio anual do mercado de serviços de telecomunicações foi
de 24,34% no período de 2002 a 2005, lembrando que o mencionamos o mercado de
fabricação e de vendas de material.
O mercado brasileiro é o maior da América do Sul e um dos maiores do planeta.
Cerca de 20% da população brasileira é responsável por 65% dos gastos totais. Mas
confrontando com o número de telefones celulares em operação, 46,16% da população
brasileira significa um potencial considerável de consumo. Visto que a penetração dos
serviços Internet 10,2%, telefones fixos 20,4%, telefones móveis celular 46,16%,
conexões banda larga – 1,8% e TV por assinatura 2,3% caracteriza um patamar de
consumo significativo e com uma margem enorme potencial de mercado a ser explorado.
Em São Paulo, atualmente, existe mais de um milhão de pequenas e médias empresas, das
quais somente 15% tem presença na
web
. A falta de meios de acesso (última milha), ou
seja, a facilidade para a instalação de novos terminais está inibindo a participação das
empresas e a população brasileira do mercado brasileiro das telecomunicações. A proposta
da PLCBrasil procura justamente ocupar esse espaço e oferecer uma alternativa para a
inserção desse público-alvo no ambiente das telecomunicações.
Estratégia de Marketing
A estratégia de
marketing
da PLCBrasil visa ganhar mercado rapidamente, focando
primeiramente a região de São Paulo e gradativamente as demais regiões do Brasil. Os
principais fundamentos de
marketing
foram considerados em um plano que visa atingir tanto
consumidores quanto fornecedores que se associarão à empresa. Os serviços de banda
larga terão uma maior atenção, principalmente à Internet, onde o crescimento médio é de
11,7% ao ano, passando dos 19 mil no primeiro ano, para mais de 30 mil no quinto ano de
operação.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
126
Estrutura e Operação
A empresa possui uma estrutura funcional enxuta, com estilo de gestão moderno e
ágil com previsão de participação de funcionários nos resultados,
stock option
e outros
incentivos que visam atrair os melhores profissionais do mercado. A empresa encontra-se
atualmente instalada nas incubadoras de empresas de São Paulo e de Porto Alegre-RS,
recebendo todo suporte necessário para o funcionamento da PLCBrasil
.
Estratégia de Crescimento
O lançamento da PLCBrasil será feito nas Regiões do Rio Grande Sul e de São
Paulo e gradativamente se expandirá para as demais localidades do Brasil. Parcerias com
empresas de telecomunicações serão priorizadas. Novas funcionalidades de serviços de
telecomunicações também estão previstas para os próximos meses, inclusive a adequação
às tecnologias VoIP e IPTV, permitindo aos clientes a Voz e a TV pela Internet.
Resultados Econômicos e Financeiros – Necessidade de Investimento
A implantação do negócio PLC, dentro dos planos e condições preestabelecidos,
resultará num empreendimento de alta rentabilidade conforme se pode ver na figura 45.
Figura 45 – Rentabilidade média anual.
-5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
VMA
DÓLAR
DI
ATIVO
IBOVESPA
HEDGE- VM
Rentabilidade Média Anual
PLC
VA
IGP-M
ATIVO IBX
HEDGE-VA
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
127
A taxa de retorno anual é de 28,6% e o
payback
(retorno do capital investido) dar-se-
á no final do terceiro ano do empreendimento, ou seja, a empresa estará apta a iniciar um
período de distribuição de dividendos para os acionistas com a finalidade de retorno do
capital investido. A ampliação para o restante do Brasil fará com que o valor atual do
empreendimento alcance a cifra dos R$ 5.539,5 bilhões. O investimento previsto para
implantação desse plano de negócios no mercado brasileiro é de R$ 2.755,4 bilhões de
reais. Para tal investimento a empresa disponibilizará de 23,4% de suas ações.
2.1 O Negócio PLCBrasil
A necessidade da sociedade por serviços de telecomunicações, principalmente por
serviços de transmissão de dados em banda larga, por exemplo, a explosão crescente da
Internet no Brasil, foi o fator motivador para que grandes esforços venham sendo realizados
no campo de pesquisa para viabilizar um meio de acesso ou última milha de grande
capilaridade, confiável e de baixo custo. A tecnologia PLC comprovadamente é este meio de
acesso. Tem por base a tecnologia PLC a utilização da rede elétrica para a transmissão de
voz e dados que permite fazer chegar até sua casa o telefone e a Internet via corrente
elétrica. Ou seja, a mesma tomada que serve para ligar o secador, o aspirador e a
torradeira, também serve para ligar o telefone e a Internet
. Os sistemas PLC proporcionarão
um maior crescimento no mercado de prestação de serviços de telecomunicações,
viabilizando novos negócios e oportunidades nos segmentos B2B (
business to business
) e
B2C (
business to consumer
). A PLCBrasil é mais uma forma de comércio B2B e B2C na
prestação dos serviços de telecomunicações no Brasil.
A missão do PLCBrasil é fazer com que fornecedores e assinantes tenham acesso
aos sistemas de telecomunicações existentes no Brasil, proporcionando as condições
necessárias para usufruir as vantagens do uso desses sistemas pela sociedade. O modelo
de negócios é dirigido pela demanda e não pela oferta.
Os clientes da PLCBrasil podem ser classificados em
Fornecedores são empresas prestadoras de serviços de telecomunicações e,
nesse caso, através de contrato de prestação de serviços com a PLCBrasil terão direito ao
uso e a manutenção das redes PLC daquelas empresas.
Os fornecedores efetuam
pagamento de parcela fixa mensal e poderão disponibilizar essas redes PLC para contratos
de prestação de serviços de telecomunicações à comunidade local.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
128
Assinantes são os habitantes ou empresas de uma região que tenha ou não os
fornecedores. Os assinantes são classificados em usuários para a população ou usuários de
maior porte para as empresas. Os assinantes pagam uma parcela mensal em que o custo
será uma composição de uma parcela fixa e de uma parcela variável de todos os serviços
de telecomunicações que dependam do período da chamada e o tipo de dispositivo
chamado (telefone fixo, telefone celular, PC e outros). Assim, as receitas geradas são
provenientes de mensalidades cobradas dos fornecedores e consumidores cadastrados,
bem como da comercialização de publicidade contida nas faturas mensais que são enviadas
aos usuários.
O diferencial da PLCBrasil é o seu modelo de negócio, o qual se baseia na
necessidade do usuário de telecomunicações de um meio de acesso ou última milha para
ter acesso aos serviços de telecomunicações, comprovado na sociedade moderna como
uma ferramenta indispensável.
Para os períodos de 2002 a 2005 as estatísticas revelam que
o uso dos meios de acesso está em crescimento e teve o seguinte comportamento:
Os telefones fixos em operação crescimento médio anual de 1,5% de 2002 a
2004 e uma queda de 5% no último período, ou seja 2004 a 2005.
Os telefones móveis celulares em operação crescimento médio anual de 35%.
Os assinantes de TV por assinatura – crescimento médio anual de 6%.
Os usuários de Internet – crescimento médio anual de 11,7%.
As conexões em banda largacrescimento médio anual de 70%.
A comunicação entre consumidores e fornecedores através das redes
Outdoor
da
PLCBrasil pode ser considerada uma vantagem competitiva em relação aos demais
negócios de B2C.
Um fator de grande importância para o negócio PLCBrasil é a Internet, que teve um
crescimento anual médio de 70% no período de 2002 a 2005. Com o advento dos serviços
VoIP e IPTV aliados ao mercado da Internet a ser explorado fica evidente a grande
necessidade do Brasil pelos meios de acesso na última milha. Assim, o modelo de negócios
do PLCBrasil adequa-se perfeitamente ao cenário
2.2 O Produto
O PLC BT e o PLC MT são os mais recentes produtos da PLCBrasil. O PLC BT
utiliza somente a rede de Baixa Tensão como rede de acesso
Outdoor e
o PLC MT usa as
redes de baixa e média tensão como meio de acesso PLC
Outdoor
e também
backbone
.
Esses produtos estabelecem-se nos princípios que fazem a PLCBrasil ser a melhor: a
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
129
inovação e a tecnologia. Têm por base a tecnologia PLC fazer chegar até o domicílio dos
clientes o telefone e a Internet via corrente elétrica, ou seja, a mesma tomada que serve
para ligar o secador, o aspirador e a torradeira, também serve para ligar o telefone e a
Internet.
Durante 15 dias os clientes terão
a oportunidade de navegar gratuitamente na
Internet (limite 5 GB) e fazer chamadas no Brasil grátis para telefone fixo. Assim, poderá
constatar que os Produtos PLC BT/MT são o que esperava e muito mais: cômodo, rápido e
adaptável às suas exigências. Os fornecedores também ganham um bônus, ou seja, o
primeiro mês de contrato é grátis.
Para aderir, o assinante apenas terá que preencher o pré-registro via Internet ou em
um dos postos comerciais da PLCBrasil ou da EDEE e receberá a visita de um dos
funcionários da área comercial, que entregará o
pack
de adesão gratuitamente ao assinante.
O assinante também poderá solicitar a visita do funcionário da área comercial por telefone.
No momento da adesão, o cliente tem 15 dias de experimentação do serviço totalmente
gtis. Durante este período podesolicitar a desistência do serviço, sem quaisquer encargos.
No caso dos fornecedores, a adesão se concretiza ao final do envolvimento de
funciorios das áreas jurídica e comercial para análise do contrato de prestação de serviços
em local a ser escolhido pelo fornecedor.
No momento da adesão, o fornecedor tem 30 dias de experimentação do serviço
totalmente grátis para os ajustes necessários. Durante este período poderá solicitar a
desistência do serviço, com multas contratuais.
Tecnologia
A tecnologia
Powerline Communications
(PLC) permite a utilizão das redes
elétricas para a transmissão de voz, vídeo e dados. Esta utilização é sobreposta ao
fornecimento de energia.
Na EDEE, a utilização da rede de energia para transmissão de sinais de controle é
uma realidade vários anos. Recentemente, tem havido um grande desenvolvimento da
tecnologia PLC, utilizando sinais digitais (e não apenas de controle) a serviços de
telecomunicações, permitindo:
a utilização das redes elétricas de baixa e média tensão;
a aplicação em diferentes topologias de redes elétricas;
acesso direto a clientes residenciais, sem a utilização de infra-estruturas adicionais;
a prestação de serviços de telecomunicações
voz sobre IP (VoIP) e acesso à
Internet de banda larga
com excelente performance;
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
130
a utilização em serviços relacionados com a gestão de energia (telecontrole e
telemedição) e a domótica.
Na figura 46 temos a solução técnica que definiu o modelo de negocio 4.
Fonte: FITEC
Figura 46Arquitetura do modelo 4.
3 EQUIPE DE GESTÃO E COMPOSICÃO ACIONÁRIA
A equipe de gestão do PLCBrasil é eclética, com experiência e formação de alto
nível, bem como possuidora de grande conhecimento do ramo de negócios de prestação de
serviços de Telecomunicações. Possui ainda larga experiência em vendas de produtos
Internet, telefones fixos, TV a cabo e telefones celulares e energia elétrica para os usuários
brasileiros de telecomunicações, empresas e assinantes,
sendo composta pelos cinco
funcionários contratados oriundos de grandes empresas do ambiente mundial das
telecomunicações.
Antônio Carlos – CEO
Marcos AntônioDiretor Administrativo e Financeiro
Carlos Antônio – Diretor de Marketing e Vendas
Antônio Marcos – Diretor de Operações e Tecnologia
João Vicente – Diretor Comercial
Servidor da Prefeitura
HUB
HUB/Switch
Modem
Link via Satélite
Master
Repetidor 1
Escola
ClientesCâmera
SEBRAE
Câmera
Totem
Computador
Posto de Saúde
CEMAR
Câmera
Repetidor 3
Repetidor 2
Repetidor 4
ComputadorComputadorComputador
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
131
Antônio Carlos, 53 anos – CEO
Experiência:
Ocupa cargos de direção mais de 15 anos nas áreas financeira, administrativa,
tecnológica e socioeconômica, em empresas de porte multinacionais e nacionais como
a extinta TELEBRAS e a EDEE de São Paulo. Quando no grupo X1 foi um dos
executivos que idealizou e implantou a operação de provimento de acesso e conteúdo
na Internet para a América do Sul.
Educação:
Mestre em Economia – UFRGS
Pós-Graduado em Negócios Internacionais – University of Chicago
Graduado em Economia – UFRGS
Objetivo:
Desenvolver e operacionalizar empresa de prestação de serviços de telecomunicações
em banda larga e estrita com tecnologia PLC.
Marcos Antônio, 35 anos – Diretor Administrativo-Financeiro
Experiência:
Experiência na elaboração de planos de negócios, sendo ainda responsável pela
criação e administração da empresa X5 Software & Hardware, tendo em seu portfólio
de clientes grandes empresas da área de telecomunicações.
Educação:
Doutorado em Empreendedorismo – Babson College
Especialização em
Marketing
– Babson College
Mestrado em Administração – UFRGS
Engenharia Elétrica – UFRGS
Objetivo:
Criar uma empresa de prestação de serviços com a tecnologia PLC que seja referência
de sucesso.
Carlos Antônio, 39 anos – Diretor de MKT e Vendas
Experiência:
Criação e implementação de produtos e estratégica de Internet na empresa X10, que
faturou aproximadamente R$ 20 milhões na Internet em 3,5 anos; estruturação de
grandes empresas de prestação de serviços de telecomunicações e distribuidoras de
energia elétrica no Brasil.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
132
Educação:
Pós-graduação em tecnologia da Internet – UFRGS
Executive MBA WHARTON BUSINESS SCHOOL UNIVERSITY PENNSYLVANIA
Engenharia Elétrica – UFRGS
Objetivo:
Criar uma empresa sólida atingindo as receitas estimadas e desenvolver novo negócio
na Tecnologia PLC.
Antônio Marcos, 53 anos – Diretor de Operações e Tecnologia
Experiência
Participou ativamente do planejamento, projeto e implantação dos grandes sistemas
de Telecomunicações do Brasil representando a empresa NEC. Diretor de Técnico:
Engenharia e Operações de grandes EDEE no Brasil. Idealizador técnico de todos CD-
ROM de Listas Telefônicas de algumas regiões na América do Sul; especialistas em
gerenciamento de projetos de
software
; Diretor de tecnologia da empresa X5
Software
&
Hardware
.
Educação:
Direito – PUC-RS
Engenharia Elétrica – UFRGS
Objetivo:
Criar uma empresa de prestação de serviços com a tecnologia PLC, planejar, operar e
manter as redes PLC e estar à frente das inovações tecnológicas nessa área.
A empresa PLCBrasil é de capital aberto e a composição acionária desta empresa
está subdividida em duas fases como segue:
FASE I
a EDEE possui 100% até a PLCBrasil estar apta a atender aos pré-requisitos
(exigências) da bolsa de valores.
FASE II
a EDEE possui 75% e;
os 25% restantes das ações serão negociadas na bolsa de valores para outros
acionistas.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
133
Porte de mercado
Território: 8.514.215,3 km
2
(5
o
no mundo);
População: 182 milhões (5
o
no mundo);
Produto Interno Bruto (PIB): US$ 605 bilhões (2004, US$ 1.00 = R$ 2,92);
Renda
per capita
: US$ 3,324 (2004);
50% do território da América do Sul (Mercosul = 70%);
50% da população da América do Sul (Mercosul = 60%);
50% do PIB da América do Sul (Mercosul = 65%).
O Brasil, ao lado de Estados Unidos, China e India são os únicos países que reúnem
alguns fatores importantes para o crescimento sustentado, como
território maior que 5 milhões de km
2
;
PIB superior a US$ 600 bilhões;
população acima de 150 milhões de habitantes;
180 milhões de consumidores;
população economicamente ativa de 90 milhões;
O Brasil possui, ainda, o sétimo maior mercado do mundo em número de
consumidores.
4 MERCADO E COMPETIDORES
4.1 Análise Setorial
A indústria das comunicações gira hoje em torno de uma nova geração de produtos e
de serviços ligados à Internet. Gigantescos conglomerados engajam-se numa corrida para
assumir o controle
das telcomunicações e os respectivos sistemas de prestação de serviços.
A indústria da Internet está determinando a performance do mercado de ações, dos
investimentos em novos empreendimentos e a forma com que as empresas fazem negócios
no Brasil. Mas, atualmente, os usuários de Internet estão sendo penalizados pela falta de
redes de acesso e as altas tarifas ou taxas cobradas pelo uso dos meios de acesso
existente. Este cenário necessita de redes de telecomunicações de banda larga, confiável,
grande capilaridade e altas taxas de transmissão de dados e baixo custo para o usuário.
Parte indispensável nessas redes são as sub-redes ou meios de acesso também
denominados última milha. É nesse vácuo que está o negócio da PLCBrasil, que oferece ao
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
134
mercado o meio de acesso PLC
Outdoor,
que é um diferencial devido à melhor relação
custo/benefício que a tecnologia PLC proporciona.
Além de uma economia relativamente estável, o sistema PLC tem muito a contribuir
com o crescimento da indústria das telecomunicações e, em particular, a Internet, suprindo a
falta de facilidade para a instalação de novos terminais, não importa onde, e com um
diferencial: a relação custo/benefício deste produto.
A tabela 12 apresenta os indicadores macroeconômicos do Brasil.
Tabela 12 - Indicadores macroeconômicos
Indicadores macroeconômicos
Brasil
População
(Estimativa
do IBGE)
Área total PIB (R$
milhões)
PIB (cresc.
Anual real)
Renda per
capita
PIB per
capita cresc.
Anual real
2002
176.391.015
1.346.028 1,93% R$ 7.631 0,44%
2003
178.985.306
1.556.182 0,54% R$ 8.694
0,91%
2004
181.586.030
1.766.621¹ 4,9% R$ 9.014 3,7%
2005
185.441.189
8.514.215,3 km
2
1.769.202
(jul/2005)
1,1%
(set/2005)
2,3%
Fonte: IBGE
Na tabela 13 tem-se a evolução do Crescimento de usuários ou terminais de
telecomunicações e conseqüentemente as redes de acesso no Brasil.
Tabela 13 - Crescimento de usrios ou terminais de telecomunicões e conseqüentemente
as redes de acesso
Número de Usuários ou Terminais de Telecomunicações
Brasil
Telefones fixos
em operação
(milhões)
Celulares em
operação
(milhões)
TV por assinatura
(milhões
assinantes)
Usuários de internet
residenciais
(
netratings
) (milhões)
Conexões de
banda larga
(milhões)
2002
38, 80 34,88 3,52 14,3 0,7
2003
39,2 46,37 3,55 20,5 1,2
2004
40 65,61 3,77 17,9 2,26
2005
37,7 85,6 4,18 18,9 3,35
Fonte:
TELECO
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
135
É importante destacar que o setor de telecomunicações passa por um momento
favorável, apresentando nos últimos três anos um crescimento médio anual de 35% para
telefones celulares, 6% para TV por assinatura, 70% para conexões em banda larga, 11,7%
para usuários de Internet e 1,5% para telefones fixos no período 2002 a 2004 e a economia
encontra-se num patamar estável. O IBGE PNAD de 2004 mostra que o uso de Internet
nos domicílios, mesmo tendo aumentado, continua restrito a uma minoria de 12,4% de
residências. Nas 87,6% de residências sem acesso à Internet, vivem 152 milhões de
pessoas, ou seja, 84% da população brasileira que representa um mercado a ser explorado.
Um estudo da consultoria Arthur D. Little estima que a Internet em banda larga chegará a 22
milhões de domicílios brasileiros em 2010, um crescimento bastante razoável, pois segundo
o PNAD 2004 (IBGE) o Brasil possuía um total de 6,3 milhões de domicílios ou 21,6 milhões
de pessoas. Entretanto, para que isso aconteça é necessário a oferta de novos serviços,
com conteúdo educacional e outros conteúdos mais atraentes como IPTV e VoIP, além de
meios de acessos e políticas públicas que incentivem a demanda pelas inovações como, por
exemplo, a inclusão digital.
Estudo recente realizado pelo Ipsos-Opinion com 2.030 empresas
com mais de 10 funcionários mostra que 98,76% das companhias brasileiras utilizaram
computador e 96,29% tiveram acesso à Internet nos últimos 12 meses.
Os fatos descritos reforçam ainda mais o potencial de B2B e B2C no Brasil, onde
os serviços de telecomunicações serão vitais nos próximos anos.
4.2 Mercado-Alvo
4.2.1 Assinantes
O público-alvo da PLCBrasil é o usuário de serviços banda larga, mais precisamente
o usuário de Internet, principalmente com o advento do VoIP e a IPTV. O VoIP ocupará
grande parte do mercado de telefonia fixa e móvel, e a IPTV é um forte concorrente dos
canais abertos e principalmente os fechados como os canais de TV por assinatura. No
tocante à população brasileira, 84% dessa população ou 152 milhões de pessoas não têm
acesso à Internet e representam um mercado considerável que não pode ser desprezado.
Na tabela 14 tem-se o perfil do usuário de Internet no Brasil.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
136
Tabela 14 - Perfil do usuário de Internet
Perfil do usuário de Internet
Classes A e B 84%
Classe C 13%
Empresários ou executivos 30%
Ocupam posições de destaque em suas atividades 32%
Homens 78%
Mulheres 12%
65 anos ou mais 1,64%
Entre 55 a 64 anos 2,99%
Entre 45 a 54 anos 12,69%
Entre 35 a 44 anos 13,88%
Entre 25 e 34 anos 17,64%
Internautas brasileiros terão entre 18 e 24 anos de idade 32,54%
Entre 12 a 17 anos 13,88%
Crianças com idade entre 2 a 11 anos 4, 74%
Pagariam por serviços na rede 58%
Utilizam a Internet gratuita 30%
Fonte: TELECO
Em agosto e setembro de 2005, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) se
uniu ao IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ao Instituto
Ipsos-Opinion
e ao
Ibope//NetRatings na apuração de indicadores sobre penetração e uso da Internet no
Brasil. O resultado foi o seguinte:
68% da população nunca utilizaram a Internet;
24% da população utilizam nos últimos três meses;
9,6% da população usam a Internet diariamente;
41% da população utilizam Internet para atividades educacionais;
32% da população utilizam Internet para fins pessoais;
26% da população utilizam Internet para trabalho.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
137
De acordo com a
Network Wizards,
o crescimento da Internet é caracterizado pela
evolução de mero de
Hosts
do Brasil que passou de 500.000 em 2000 para
aproximadamente 4.500.000 em junho de 2005. Ao adotarmos a estratégia das empresas
de pesquisa para o cálculo aproximado do número de usuários de Internet no Brasil, ou seja,
para cada
Host
existem 10 usuários, o Brasil conta atualmente com 45 milhões de usuários
de Internet. Desses, cerca de 53% são considerados
heavy user.
Outra informação levantada pela pesquisa realizada pelos órgãos CGI.br, Instituto
Ipsos-Opinion
e Ibope//NetRatings revela que o Brasil ocupa a 10
a
posição em usuários de
Internet, 9
o
em mero de PCs e 7
o
em servidores de Internet (
Hosts
) e 1
o
em tempo
navegado em casa, ou seja, 18 horas em dezembro de 2005.
A figura 47 mostra a evolução do número de Hosts do Brasil e o crescimento do
mercado de Internet em nosso País.
Fonte: Network Wizards
Figura 47 - Crescimento da Internet no Brasil.
4.2.2 Fornecedores
A PLCBrasil está inserida num mercado em que atuam as empresas privadas
comerciais e de serviços, de pequeno, médio e grande porte e todas as empresas de
governo e órgãos dos poderes constituídos
. O foco da PLCBrasil são as empresas
prestadoras de serviços de telecomunicações, num total de 1.331 empresas, tais como:
empresas de telefonia, comunicação de longa distância, comunicações e redes e
provedores de serviços de Internet. Nos locais com a ausência de fornecedores, a PLC
Brasil irá atender diretamente a população, as industrias e outras empresas, e elas serão
chamadas de assinantes de pequeno, médio e grande portes.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
138
A pesquisa realizada pelo CGI.br e o Instituto
Ipsos-Opinion
IPSOS mostra a
penetração na Internet, o interesse e o tipo de atividade buscada pelas empresas na rede.
Os dados desse trabalho revelam que o número de domínios.br (
sites
) chegou a 858.596 e
apresentou um crescimento de 1% sobre os 850.228 domínios de novembro.
A tabela 15 mostra a proporção de empresas que usam computadores e que são
constituídas de mais de 9 funcionários.
Tabela 15 - Proporção de empresas que usam computadores*
Percentual sobre o total de empresas da amostra, nos últimos 12 meses
Variáveis de cruzamento %
Total 98,76
10 a 19 98,00
20 a 49 99,54
50 a 99 100,00
100 a 249 100,00
250 a 499 100,00
500 a 999 100,00
Porte da empresa
(n
o
de funcionários)
1.000 ou mais 100,00
Norte 95,44
Nordeste 98,34
Sudeste 98,70
Sul 100,00
Região
Centro-Oeste 98,36
Mercados de Atuação - CNAE Ind. de Transform./ 99,23
Constr./ 99,24
Com./ Rep. de Autos 99,27
Hotel/ Aliment. 92,06
Transp./ Armaz./ Comunic. 99,36
Ativ. Imobil., alug. e serv. 99,65
Ativ. Cinema/ Vídeo/ Rádio/ TV 100,00
Fonte: IPSOS
* Base: 2030 empresas com 10 funcionários ou mais, que constituem os seguintes
segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2 92,1 e 92.2.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
139
O número de funcionários que usam computadores nas empresas brasileiras com
mais de 9 empregados é mostrado na tabela 16.
Tabela 16 - Número de empregados que usam computadores*
Número médio de empregados com acesso a computadores, pelo menos
uma vez por semana, nos últimos 12 meses
Variáveis de cruzamento Médias
Total 17,60
10 a 19 9,00
20 a 49 14,22
50 a 99 26,16
100 a 249 47,07
250 a 499 91,95
500 a 999 196,09
Porte da empresa
(n
o
de funcionários)
1.000 ou mais 428,83
Norte 14,15
Nordeste 14,95
Sudeste 19,24
Sul 16,95
Região
Centro-Oeste 13,65
Ind. de Transform./ 16,56
Constr./ 12,81
Com./ Rep. de Autos 16,54
Hotel/ Aliment. 9,99
Transp./ Armaz./ Comunic. 26,69
Ativ. Imobil., alug. e serv. 24,41
Mercados de Atuação - CNAE
Ativ. Cinema/ Vídeo/ Rádio/ TV 26,20
Fonte: IPSOS
* Base: 2005 empresas que utilizam computador, 10 funcionários ou mais, que
constituem os seguintes segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2
92,1 e 92.2.
A proporção de empresas com mais de 9 funcionários e com aceso a Internet por tipo de atividade é representada na tabela 17.
Tabela 17 - Proporção de empresas usando a internet segundo o tipo de atividade*
Percentual sobre a base* de empresas entrevistadas, nos últimos 12 meses
[representatividade da amostra]
Percentual (%)
Serviços
bancários e
financeiros
Treinamento e
educação
Monitoramento de
mercado (ex. preços)
Recepção de bens
ou serviços digitais
Obtenção de
serviços pós-
venda
Total 78,96 26,80 56,20 43,66 38,92
10 a 19 74,21 26,68 56,33 41,61 37,13
20 a 49 82,76 24,44 53,27 42,09 37,39
50 a 99 86,56 27,16 57,82 51,30 45,09
100 a 249 88,27 35,73 62,29 54,93 47,94
250 a 499 89,44 34,13 72,30 56,81 50,96
500 a 999 93,21 42,16 63,79 51,94 63,63
Porte da empresa
(n
o
de funciorios)
1.000 ou mais 89,27 47,60 67,17 61,44 55,94
Norte 72,54 26,11 57,39 40,69 35,54
Nordeste 74,38 28,51 58,51 43,19 42,74
Sudeste 79,98 27,15 55,39 42,91 39,22
Sul 78,92 24,75 58,09 44,48 35,11
Região
Centro-Oeste 82,08 27,45 52,58 49,36 42,82
Ind. de Transform./
84,98 17,20 53,14 42,11 35,94
Constr./
75,64 32,45 60,79 48,02 34,79
Com./ Rep. de Autos
75,64 30,87 54,54 41,94 38,41
H
otel/ Aliment. 77,64 25,90 63,34 44,27 43,63
Transp./ Armaz./ Comunic.
71,07 21,51 55,93 37,45 37,11
Ativ. Imobil., alug. e serv.
82,52 34,69 60,45 52,75 47,76
Mercados de atuação -
CNAE
Ativ. Cinema/ Vídeo/ Rádio/ TV
79,05 36,31 80,82 41,07 28,99
Fonte: IPSOS
* Base: 1943 empresas com acesso à internet, com 10 funcionários ou mais, que constituem os seguintes segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1,
55.2 92.1 e 92.2.
Capítulo 5
Modelo de Negócios dos Sistemas PLC 140
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
141
Tomando como paradigma a quantidade de empresas e o número de funcionários, a
PLCBrasil considera como
target
as pequenas e médias empresas com mais de nove
funcionários nas praças de São Paulo e do Rio Grande do Sul.
Através do índice % de empresas
target,
observando as estatísticas disponíveis da
economia brasileira, estimou-se o tamanho total e regional do mercado-alvo de fornecedores
da PLCBrasil. Assim,
São Paulo é o principal mercado, onde se encontram 30% do total das
empresas formais no Brasil e 25% das informais, e um mercado aproximadamente três
vezes maior que a praça do Rio Grande do Sul (Fonte: IBGE).
4.3 Projeção de Vendas e Market Share
Dado que o
start-up
da PLCBrasil é a região de São Paulo, estima-se que 60% das
empresas fornecedoras virão desta região, 20% do Rio Grande do Sul e as demais de
outros estados do país. As projeções indicam um declínio na participação ao longo dos anos
da região Paulista, dando espaço para o ingresso de empresas de outros estados. Em 2008,
estima-se que 45% das empresas fornecedoras pertencerão à região de São Paulo.
O crescimento do número de empresas com acesso à Internet e demais serviços de
telecomunicações e a entrada de novos concorrentes reduz ao longo dos anos o
market
share
do mercado-alvo. A tabela 18 mostra a projeção de clientes e
market share
da
PLCBrasil no período de cinco anos.
Tabela 18 - Projeção de clientes e
market share
Meta por região
Regiões Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
São Paulo 60% 55% 50% 45% 45%
Rio Grande do Sul 20% 15% 13% 10% 10%
Restante 20% 30% 37% 45% 45%
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
142
A tabela 19 representa a previsão de
market share
da PLCBrasil no mercado das
empresas que usam os serviços de Internet e voz no Brasil no período de cinco anos.
Tabela 19 -
Market share
relativo ao número total de empresas
Market Share Relativo ao Número Total de Empresas
Regiões Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Geral 2% 3% 4% 6% 7%
São Paulo 5,2% 7,1% 8,6% 11,6% 13,6%
Rio Grande do Sul 3,8% 4,3% 5,02% 5,8% 6,8%
Restante 0,6% 1,35% 2,23% 4,1% 4,7%
Porém a tabela 20 mostra previsão de
market share
da PLCBrasil no mercado das
Telecomunicações, no Brasil, no período de cinco anos.
Tabela 20 -
Market share
relativo ao número total de usuários
Market Share Relativo ao Número Total de Usuários
Regiões Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Brasil (geral)
2%
3%
4%
6%
7%
São Paulo
5,6%
7,7%
9,3%
12,5%
14,6%
Rio Grande do Sul
7,3%
8,3%
9,6%
11%
12,9%
Restante
0,55%
1,20%
2,03%
3,7%
4,3%
Com relação a previsão de
market share
dos clientes
target
para a PLCBrasil nos
próximos cinco anos pode-se observar um crescimento de clientes na tabela 21
.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
143
Tabela 21 -
Market share
relativo ao % de clientes
target
Market Share Relativo ao % de clientes target (PME + população A, B, C e D)
Regiões Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Geral
2%
3%
4%
6%
7%
São Paulo
3,1%
7,1%
8,6%
11,6%
13,6%
Rio Grande do Sul
3,9%
4,3%
5%
5,8%
6,8%
Restante
0,6%
1,4%
2,2%
4,1%
4,8%
O mercado a ser ocupado pela PLCBrasil em São Paulo, Rio Grande do Sul e o
restante do Brasil é mostrado na tabela 22
.
Tabela 22 - Projeções de vendas
Projeções de vendas
Regiões Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Total de clientes PLCBrasil
(acumulado)
1.020.000 1.530.000 2.040.000 3.060.000 3.570.000
São Paulo 612.000 841.500 1020.000 1.377.000 1.606.500
Rio Grande do Sul 204.000 229.500 265.200 306.000 357.000
Restante 204.000 459.000 754.800 1.377.000 1.606.500
4.4 Necessidade do Cliente
4.4.1 Assinantes
O consumidor brasileiro em geral é muito exigente, não costuma comprar no primeiro
lugar que encontra o produto e/ou serviço que lhe interessa e quando realmente decide
comprar, negocia por um preço melhor. Nos serviços de telecomunicações, o consumidor
passa a ser ainda mais exigente e com maior facilidade para encontrar e fazer comparações
de pro e produto. A indisponibilidade de meios de acesso e a baixa velocidade daqueles
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
144
meios disponíveis inviabilizam freqüentemente o cliente de ser um usuário dos serviços de
telecomunicações. Em resumo, o usuário necessita do meio de acesso de alta capilaridade,
confiabilidade, altas taxas de transmissão, custo baixo, conectividade 24 horas e a
comodidade de acessar a rede de dados via qualquer tomada elétrica de ambiente
domiciliar otimizando o tempo do cliente
.
4.4.2 Fornecedores
As pequenas e médias empresas no Brasil ainda estão em fase de absorção das
vantagens dos serviços de telecomunicações banda larga. Com a presença da Internet, o
advento do VoIP e das empresas formadoras da cultura do mundo empresarial, como o
SEBRAE, essas barreiras vão sendo eliminadas. Nesse momento os fornecedores precisarão
de redes, não importando onde, para atender a uma grande demanda das empresas. Os
serviços IPTV e VoIP também irão incrementar de maneira significativa a demanda pelas
redes de acesso por parte da população. O produto PLC proporcionará aos fornecedores a
competição em qualquer momento pelo mercado, incrementando as vendas e conquistando
novos clientes.
4.5 Benefícios da PLCBrasil
Com base nas necessidades identificadas do público-alvo, tanto de consumidores
quanto de fornecedores, podem-se destacar os benefícios que o PLCBrasil trará a seus
clientes
.
4.5.1 Usuário (Assinante) e Fornecedores
No momento da adesão
Oferta de telefone sem fios e de modem
Serviço Internet disponível imediatamente após a adesão
Serviço de voz disponível em apenas 12h após a adesão
15 dias Internet grátis (limite 5GB)
15 dias chamadas no Brasil grátis para telefone fixo
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
145
Após os 15 dias grátis:
chamadas no Brasil grátis para telefone fixo (das 21h às 9h de segunda a sexta e
24h ao fim-de-semana);
tráfego Internet Ilimitado das 21h às 9h de segunda a sexta-feira e 24h aos fins-
de-semana.
Rápido
Com o PLC, o usuário terá Internet disponível no momento da adesão e serviço
de voz num prazo máximo de 12h.
Fácil
Instalação fácil, basta aderir e ligar à corrente elétrica. Não precisa instalar cabos,
fios ou tomadas especiais na sua casa. Serviço de Internet disponível no momento em que
efetua a adesão e serviço de voz num prazo máximo de 12h.
Cômodo
Telefone sem fios mais Internet num produto só.
Telefone sempre disponível.
Chamadas no Brasil grátis para telefone fixo (das 21h - 9h de segunda a sexta e
24h aos fins-de-semana).
Tráfego Internet ilimitado das 21h às 9h de segunda a sexta e 24h aos fins-de-
semana.
Mobilidade
Pode ligar-se a qualquer tomada elétrica em qualquer divisão do domicílio.
Liberdade
Com a utilização da rede elétrica já não necessita utilizar a linha telefônica
tradicional.
4.6 Competidores
4.6.1 Assinantes
Do ponto de vista do assinante, a PLCBrasil sofre uma concorrência direta das
empresas Telecom que dispõem e comercializam redes de acesso, tais como: empresas
operadoras de telefonia fixa, comunicações e redes, comunicação de longa distância e
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
146
também as empresas TVA (TV por assinatura). Os concorrentes indiretos da PLCBrasil são
outras EDEE que, associadas às empresas Telecom, disputarão o mercado existente no
Brasil
4.6.2 Fornecedor
A análise da concorrência, para efeito de capitação de fornecedores, considerou os
fatores abaixo como os que mais afetam na decisão destas empresas.
1. redes de alta capilaridade;
2. redes de altas velocidades e capacidade para transmitir banda larga, capilaridade,
Impacto cultural do produto (complexidade do negócio necessita de estrutura adicional,
investimento em
marketing,
e outros);
3. custo dos serviços;
4. retorno sobre o investimento (ROI).
A tabela 23 a seguir compara essas características entre a PLCBrasil e os potenciais
concorrentes.
Tabela 23 - Comparação da PLCBrasil com potenciais concorrentes
Instalação
R$
Manutenção
R$
Capilaridade da
rede
Complexidade do
produto
Possibilidade
de Retorno de
Investimento
Necessidade
de Marketing
PLCBrasil 0 60 Alta Baixa Sim Sim no 1
o
ano
Operadoras.Telecom 65 - 120 Acima de 79 Baixa Alta Sim Sim
Comunicação e Redes 65 - 120 Acima de 79 Baixa Alta Sim Sim
Comunicação longa distância 799 - 1000 Acima de 513 Alta Alta Sim Sim
TVA 120 - 180 Acima de 79 Muito Baixa Alta Sim Sim
Capítulo 5
Modelo de Negócios dos Sistemas PLC 147
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
148
4.7 Vantagem Competitiva
A PLCBrasil apresenta algumas vantagens competitivas atuais, que se tornarão
grandes diferenciais das redes de acesso:
capilaridade;
custos de implantação reduzidos;
solução de excelente custo/benefício entre as redes de acesso;
cada tomada é um ponto de acesso de uso simples e descomplicado.
5 MARKETING E VENDAS
O Plano de
Marketing
da PLCBrasil explica a estratégia a ser adotada em seus
diversos aspectos.
5.1 Serviços
A prestação dos serviços e o atendimento aos clientes serão isonômicos para todos
os fornecedores e assinantes cadastrados na PLCBrasil. O mesmo ocorre no atendimento
comercial às pessoas ou às empresas que procurarem a PLCBrasil. Os interessados em
adquirir algum serviço, garantio assim a boa imagem da empresa, continuidade, confiabilidade
e qualidade dos serviços prestados, transformando essas ações numa estratégia inicial de
expansão rápida e ganho de
market share
(MALHOTRA, 2006).
5.1.1 Central de Atendimento ao Cliente (CAC)
Algumas considerações que garantem um diferencial de
marketing
aos serviços PLC:
A PLCBrasil possuirá um cadastro completo de todos os seus clientes.
Todos os clientes serão inicialmente atendidos por uma central de atendimento ao
cliente, disponível em horário integral, através das áreas financeira, comercial e técnica.
Em caso de Atendimento Comercial:
1) No momento da adesão
Oferta de telefone sem fios e de modem
Serviço Internet disponível imediatamente após a adesão
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
149
Serviço de voz disponível em apenas 12h após a adesão
15 dias Internet grátis (limite 5GB)
15 dias chamadas no Brasil grátis para telefone fixo
2) Outros assuntos
Os participantes da CAC resolverão com os clientes os temas pendentes.
Em caso de assunto pendente a empresa deve retornar ao cliente e nesse momento a
pendência será eliminada.
Em caso de Atendimento Financeiro:
Todas as dúvidas financeiras do cliente serão eliminadas no momento do
atendimento. Caso contrario será marcada uma reunião entre cliente e empresa para
concluírem o assunto.
Em caso de Atendimento Técnico:
Para as reclamações de interrupção de serviços a PLCBrasil terá até 24h para
normalização desses serviços para o cliente, perseguindo a meta de até 12h.
As visitas do técnico ao cliente serão gratuitas para clientes fiéis que assinaram
o termo fidelidade na adesão.
5.1.2 Publicidade nas Faturas/Mês do Cliente
Os fornecedores terão a cada ano um mês grátis de publicidade nas faturas mensais
dos clientes, tanto da PLCBrasil como da EDEE, a qual pertence a PLCBrasil.
5.1.3 Atendimento Eletrônico
A PLCBrasil disponibilizará à população gratuitamente bancos de dados, tais como:
lista telefônica;
energia;
telecomunicações;
indicadores financeiros;
previsão do tempo;
música.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
150
5.1.4 Novos Serviços
Estão programadas uma série de melhorias na PLCBrasil com a inserção de novos
serviços, visando agregar maior valor aos serviços junto ao público-alvo. As melhorias
planejadas são:
crião do Manual de Relacionamento
on-line
para direcionar os clientes na melhor
relação com a empresa e também ajudá-los a usar a totalidade dos serviços disponíveis;
sistema de pagamento de boleto on-line para os clientes;
serviço IPTV;
serviço vídeo sob pedido;
serviços de automação domiciliar;
despertador;
hora certa;
viagens e turismo;
casa e beleza;
educação e carreira.
5.2 Preço
A estratégia de ganho de mercado da PLCBrasil implica uma política de preços
acessíveis ao público-alvo, que são as pequenas e médias empresas e o público usuário
dos serviços de telecomunicações das classes A, B, C e D. Com base na experiência da
equipe da PLCBrasil e na percepção do mercado de telecomunicações, principalmente a
Internet, definiu-se a estratégia de preços mostrada na tabela 24.
Tabela 24 - Estratégia de preços
Preço dos Serviços (R$) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Instalação 0 0 0 0 0
Manutenção (por evento) 30 30 35 35 40
Fatura/Mês - Cliente 60 60 60 60 60
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
151
A manutenção será cobrada a cada visita do técnico ao domicílio do cliente. A taxa
da Fatura/Mês
Cliente é o pagamento do cliente relativo aos serviços PLC banda larga, ou
seja, restritos à Internet + Voz a velocidade de 5 Mbps/2 Mbps. A solicitação de outros
serviços, considerados adicionais, incrementarão o valor da Fatura/Mês – Cliente.
5.3 Praça
Com base na análise do mercado e em consonância com a estratégia de
marketing
estipulada, o mercado-alvo da PLC Brasil serão, inicialmente, as regiões de São Paulo e do
Rio Grande do Sul, com a ampliação gradativa para outras regiões do Brasil
.
5.4 Promoção: Foco nos Clientes (Assinantes + Fornecedores)
Serão utilizados vários canais de publicidade para promover a PLCBrasil, visando
tanto os assinantes, quanto os fornecedores de serviços, com políticas de publicidade e
promoções específicas para cada caso (MALHOTRA, 2006).
5.4.1 Assinantes
Publicidade inicial: período 90 dias.
Público-alvo: homens e mulheres, classe social A, B, C e D com faixa etária acima
de 12 anos.
Ações:
Internet
Anúncio 1 página – revista familiar informativa
Busdoor
Outdoor
TV – horário nobre
Fatura/Mês do cliente da EDEE
Na tabela 25 tem-se o mercado-alvo a ser ocupado pela PLCBrasil através das
políticas de publicidade e promoções específicas para cada caso.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
152
Tabela 25 - Mercado-alvo dos assinantes
Mercado-Alvo
Regiões Clientes (milhões)
Brasil 40,4
São Paulo 8,7
Rio Grande do Sul 2,2
Restante 29,5
Impactos pretendidos = 40.400 mil
Internet = 2.600 mil
Revista = 1.400 mil
Busdoor
= 10.200 mil
Outdoor
= 6.000 mil
TV – horário nobre = 20.200 mil
5.4.2 Empresas (Inclusos os Fornecedores)
Publicidade inicial: Período 90 dias.
Ações:
Internet
Filme TV 30
Anúncio 01 página
revista
Envio
de e-mail’s
Operação de
Telemarketing
A tabela 26 apresenta o mercado-alvo de empresas (incluso os fornecedores)
pretendido pela PLCBrasil através das iniciativas de
marketing
.
Tabela 26 - Apresenta o mercado-alvo de empresas (incluso os fornecedores)
Mercado-Alvo
Regiões Clientes (milhões)
Brasil 5,6
São Paulo 1,3
Rio Grande do Sul 0,58
Restante 3,72
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
153
Impactos pretendidos = 5.600 mil
Internet = 1.000 mil
Comercial TV = 2.700 mil
Revista = 200 mil
Jornal = 90 mil
E-mail
= 10.000 mil
Telemarketing
= 1.600 mil
5.4.3 Manutenção Mensal
Ações
Internet
Panfletagem
Busdoor
Banner
nos principais
sites
Telemarketing
E-mail’s
Através da manutenção mensal das políticas de publicidade e promoções específicas
para cada caso espera-se que a PLC brasil conquista o mercado de Interne e voz no Brasil
mostrado na tabela 27.
Tabela 27 - Mercado de Internet e voz a ser conquistado
Mercado a ser Conquistado
Regiões Clientes (milhões)
Brasil
51
São Paulo
11
Rio Grande do Sul
3,1
Restante
36,9
Impactos pretendidos = 51.000 mil
Internet = 3.000 mil
Busdoor
= 10.000 mil
Telemarketing
= 50.000 mil
Outdoor
= 2.990 mil
E-mails
= 10 mil
Comercial TV = 25.000 mil
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
154
5.5 Estratégia de Vendas
O objetivo principal das vendas é adesão no cadastro de clientes da PLCBrasil,
tendo como estratégia a utilização dos seguintes canais:
5.5.1 Telemarketing
O
telemarketing
será o principal canal de vendas. A estrutura de
telemarketing
será
terceirizada, mas terá um funcionário da PLCBrasil, coordenador de
telemarketing,
fixo no
local para controlar todo o processo.
No primeiro ano de vendas, existe uma carência de 15 dias logo após o ato da
adesão e, a partir daquela data, se o assinante confirmar que irá continuar com os serviços,
recebe, ao final de cada mês, uma fatura/mês-cliente. A figura 48 apresenta a evolução do
custo de captação de clientes (assinantes + fornecedores). Foram consideradas algumas
premissas no processo de adesão de clientes:
30% das ligações terminam com contato adequado;
80% dos contatos estabelecidos possuem Internet;
80% dos contatos que possuem Internet se interessarão em ficar gratuitamente,
durante 15 dias, utilizando o produto.
Figura 48 - Evolução do custo de captação de usuários em reais.
144
139
134
131
128
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Evolução do custo de captação de usrios
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
155
Com estas premissas, assumiu-se taxa de adesão de 20%, ou seja, para cada 100
ligações o
telemarkerting
efetuará 20 negócios. Para estes 80% de clientes que estarão
aderindo ao projeto, assumiram-se as taxas de retenção mostradas na figura 49
.
Figura 49 - Índices de retenção de mercado.
A evolução das taxas de retenção de clientes da PLCBrasil nos próximos cinco anos
é mostrada na figura 50.
Figura 50 - Evolução das taxas de retenção de clientes PLCBrasil.
5.5.2 E-mail Direto
Envio de 10.000 e-mail’s por mês para empresas, considerando taxa de conversão
de 0,5%.
30%
60%
80%
80%
80%
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Evolução da taxa de retenção de clientes PLCBrasil
65%
85%
70%
30%
Provedo res de
servos internet
Empresas de
telefonia
Comunicão de
longa distância
PLCB rasil
Índices de retenção de mercado
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
156
5.5.3 Cadastramento Através do Site
Considerou-se uma taxa de retorno de 0,05% de adesão sobre
user session.
5.5.4 Comparativo de Vendas por Canal
A figura 51 mostra a projeção das vendas na PLCBrasil por iniciativas de
marketing
.
Figura 51 - Percentual de vendas por canal.
A evolução de fornecedores cadastrados como fornecedores na PLCBrasil é
mostrada na figura 52.
Figura 52 - Evolução da carteira de fornecedores.
2006 2007 2008 2009 2010
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Telemarketing
E-mail direto
Cadastramento através do site
% Vendas por Canal
1.100
1.800
2.050
3.200
4.100
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Evolução da carteira de fornecedores (x mil)
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
157
5.6 Parcerias Estratégicas
Com o advento de novos serviços através da Internet e ainda os novos produtos a
serem ofertados pelas empresas do ramo das telecomunicações, aumenta ainda mais a
necessidade de formação de parcerias para consolidação de um posicionamento de líder e
também para diminuir a demanda reprimida pela não facilidade de meios de acesso.
Existem basicamente quatro razões para se procurar parceiros estratégicos:
1. facilidade de redes de acesso na instalação;
2. diminuição de custo de
marketing;
3. captação de novos fornecedores;
4. capitalização da empresa.
Estão qualificados como potenciais parceiros estratégicos: investidores, empresas de
comunicação de longa distância, comunicação e redes, provedores de serviços de Internet,
empresas de telefonia e distribuidoras de energia elétrica.
Capítulo 5
Arquitetura
e
Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
158
6 ESTRUTURA E OPERAÇÃO
6.1 Organograma Funcional
A estrutura funcional foi definida com base nas quatro áreas-chave da empresa, ocupadas
por profissionais altamente qualificados e contratados. Foram consideradas também a previsão de
crescimento da empresa e a correspondente demanda por aumento do quadro funcional. A figura
53 apresenta a estrutura básica.
Figura 53 - Estrutura funcional.
CEO
Diretoria Comercial
Diretoria
Administrativa/Financeira
Diretoria
Marketing
/Vendas
Superintendência
Gencia Comercial
Diretoria Técnica
2
1
4
Faturamento
Relacionamento com
cliente após a adesão
Apoio
Folha de
pagamentos e
relações com o
funciorio
RH
Arrecadão
Contas a
pagar
Contabilidade
Marketing
Vendas/
relacionamento
com o
cliente antes
da adesão
1 2
3
4
1
3 4
2 3
1
2
3
4
1
2
3
4
Gencias
Regionais
Servos
locais
Superintendência
Gencia Administrativa
Superintendência
Gencia Financeira
Superintendência
Marketing
/Vendas
Superintendência
Gencia Comercial
Engenharia e
instalação
Planejamento
e estudo
Operação e
manutenção
Controle de
material
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
159
6.2 Processo de Negócio
O processo de negócio da PLC BRASIL é mostrado na figura 54.
Figura 54 - Processo do negócio PLC.
Fig. xx
Áreas a serem atendidas
Expectativa de vendas
Informa
Informa
Clientes com adesão
Clientes para bloqueio (15 dias)
Ativação
imediata/bloqueio
imediato dos serviços
para o cliente
Executa
Usuários procura
Tele-Marketing
Resultado
M.V.
M.V.
Atendimento
(com/sem adesão)
Cadastro de
clientes
Cliente com adesão – 15 dias
Cliente: ativo/desativado
Informa
A.F.
Desenvolvimento de
boleto on-line e
emissão de
fatura/mês-cliente
promove
gera
possui
Recrutamento/
treinamento
Folha de
pessoal
Cadastro de
funcionários
Perfil dos clientes
Informa
Necessidade de pessoal
Produtividade
Férias
Assiduidade
Informa
Área Administrativa
Área
Marketing/Vendas
Envia
Distribui
Fatura paga
Arrecadação
Cliente
adimplente
Faturamento
Registra
A.F.
A.F.
A.C.
Cliente recebe fatura
Arrecadação
Cliente
inadimplente
Fatura não paga
Registra
A.F.
A.F.
Fatura/Mês-Cliente (F/M-C)
Planeja
Op
era
Controla Executa Elabora
Futuros
atendimentos
técnicos
Sistema
existente
Estoque de
material para
instalação e
manutenção
Serviços
necessários
de Engenharia
Orçamento
anual de
despesas
da A.T.
Marketing
CEO Almoxarifado
Central
Marketing
Área
Financeira
Toda
Empresa
Resultados Relatórios Informa Resultados Informa
Supre
Área Técnica
Todas as
áreas da
empresa
Informa
Fatura/Mês-Cliente
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
160
6.3 Política de Recursos Humanos
A política de recursos humanos visa uma gestão participativa, tanto no que se refere
à delegação de tarefas e descentralizão, quanto na participação dos resultados. O
objetivo é constituir uma equipe competente e comprometida com o negócio. Para isso,
pretende-se implantar sistemas de recompensas, premiação por produtividade e sistema de
stock option
em todos os níveis de organização. Treinamentos contínuos também fazem
parte da estratégia de recursos humanos.
6.4 Fornecedores
A prestação de serviços da PLCBrasil aos fornecedores resume-se a disponibilizar e
manter as redes de acesso contratadas por eles.
6.5 Infra-Estrutura e Localização
Como a empresa encontra-se em fase
start-up
, a infra-estrutura necessária para
acomodar e dar suporte às ações de todas as áreas correspondentes ainda não se encontra
disponível. Porém, a empresa, inicialmente ocupará os prédios e utilizará a infra-estrutura
necessária da EDEE1 do Brasil. Na sede em São Paulo encontram-se a CEO e demais
diretorias. Nas regiões Sul (Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo), Norte (Pa) e Nordeste
(Bahia) estão sediados as Superintendências de cada Diretoria. Em todas as outras
localidades do Brasil, tais como: Santa Catarina, Paraná, Pernambuco, Alagoas, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Amazonas, Brasília, Goiás e outras, estão sediadas as
gerências regionais de cada superintendência correlata.
6.6 Tecnologia
O plano de tecnologia da PLCBrasil foi cuidadosamente elaborado tendo em vista as
projeções de acesso crescente dos serviços de banda larga e a necessidade de uma
estrutura tecnológica que sustentação aos requisitos de velocidade de acesso,
confiabilidade, qualidade, facilidade de instalação e menor preço.
Atualmente, a tecnologia
se apresenta nas arquiteturas mostradas nas figuras 37, 38, e 39 e apresenta as seguintes
características:
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
161
Descrição
Rede de acesso à informação, de altíssima capilaridade, que utiliza linhas da rede de
distribuição de energia de baixa e de média tensão das empresas de energia elétrica, assim
como a rede de distribuição de baixa tensão de energia elétrica dos domicílios dos usuários.
Taxa de Transmissão:
– 200 Mbps
Alcance:
300 m entre a célula PLC (Transformador) e os usuários. Esse comprimento é
em função da qualidade da rede elétrica entre os usuários e a célula PLC.
Aplicação:
alternativa para a transmissão dos serviços de banda larga, tais como
internet + VoIP + IPTV;
domotica;
multimídia.
Vantagens:
aproveitamento de uma rede de acesso de grande capilaridade (rede elétrica
da distribuição de energia de média e baixa tensão) já existente;
a velocidade máxima de 200 Mpbs é bem maior que a de uma conexão atual
ISDN ou ADSL;
conectividade permanente (Internet e outros serviços com disponibilidade 24
horas por dia);
transformação da rede elétrica de distribuição predial ou residencial em uma
rede local de dados;
cada tomada é um ponto de acesso de uso simples e descomplicado;
solução do acesso – última milha para as operadoras de telefonia. Desta forma,
promove a competição naquele seguimento de prestação de serviço e a
inclusão digital;
facilidade na implementação do sistema PLC;
globalização dos meios de comunicação e a inclusão digital no país.
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
162
7 ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO
Quando se estabeleceram os objetivos de crescimento da empresa, houve rigoroso
processo de análise das oportunidades e riscos inerentes ao negócio e a identificação dos
fatores críticos de sucesso, para, então, desenvolver um cronograma de ações nos diversos
níveis da organização e o estabelecimento de marcos que servirão de referência para
avaliar as metas estabelecidas e dar suporte às decisões futuras que serão tomadas.
7.1 Análise SWOT
Ao se analisar os ambientes interno e externo do negócio, obteve-se a tabela 28
SWOT
.
Tabela 28 - SWOT
Analise Externa
Oportunidades Riscos
Ser o first mover neste modelo de negócio no
Brasil
Falta de regulamentação e Padronização do PLC
Crescimento vertiginoso do número de usuários
Instabilidade da economia brasileira
Aumento do interesse das empresas e a população
no uso da Internet
Falta de políticas públicas competentes para o setor
Novos serviços: VoIP e a IPTV
Continuidade das redes elétricas de DEE
Aumento do número de pequenas e médias
empresas
Competidores atuais e futuros
Consórcio com fornecedores
Novas tecnologias
Analise Interna
Pontos Fortes Pontos Fracos
Ser uma empresa do grupo EDEE1 líder do
mercado de energia elétrica no Brasil
A falta de conhecimento por parte dos usuários de telecomunicações da tecnologia PLC e
dos serviços PLC
Líder do segmento redes de acesso na prestação
de serviços de telecomunicações
Dificuldades provocadas por ser a última tecnologia de acesso, atualmente, a ser
disponibilizada no mercado
Tecnologia Superior (maior taxa de transmissão
disponível no mercado)
Redes de acesso PLC: meio de transmissão ruidoso e atenuador seletivo
Alta capilaridade
Desempenho da conexão pode variar de acordo com o número de pessoas que estiverem
navegando (Upload) ou baixando (Download) arquivos, simultaneamente
Facilidade de Implementação e uso das redes PLC
Motores, juões de cabos, transformadores, medidores de energia, o liga/desliga inerente às
fontes chaveadas dos eletrodomésticos fazem com que a carga varie muito. Por isto,
inúmeros pontos de reflexão do sinal na rede são originados, fazendo com que existam
sinais refletidos ou “eco”, degradando os dados transmitidos
Facilidade da Instalação (disponibilidade em 98%
dos casos)
Novas tecnologias de acesso
Empresa capitalizada
Menor preço no mercado para o cliente
Capítulo 5
Modelo de Negócios dos Sistemas PLC 163
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
164
Tendo como base a análise SWOT que procura identificar as oportunidades e
ameaças (riscos) além dos pontos fortes e fracos, pôde-se determinar os fatores críticos
para o sucesso do negócio
PLCBrasil:
1. pioneirismo;
2. conhecimento do negócio e do mercado;
3. equipe;
4. capitalização da empresa;
5. alta capilaridade;
6. facilidade: da instalação, implementação e uso das redes PLC;
7. menor preço no mercado para o cliente;
8. aplicações domiciliares com PLC (Domótica).
A PLCBrasil tem como vantagens competitivas: o fato de ser o First Mover deste
modelo de negócio, alta capilaridade, facilidade da instalação, implementação e uso das
redes PLC, menor preço no mercado para o cliente e a expertise dos empreendedores.
Devido à competitividade no mercado de prestação de serviços de telecomunicações
e à simplicidade do produto, é muito importante definir estratégias de manutenção da
vantagem competitiva.
O negócio não permite um crescimento lento e tem como principal
objetivo o ganho de Market Share.
Para o atendimento deste objetivo definiram-se alguns
possíveis caminhos:
manter o interesse no negócio do investidor estratégico;
manter o nível dos investimentos necessários;
acelerar o processo de parcerias estratégicas com outras empresas do ramo de
prestação de serviços de telecomunicações;
criar os esforços necessários para captação de novos clientes e o ganho de
market share;
realizar a diminuição dos investimentos em marketing.
7.2 Cronograma
Com base nessas premissas, definiu-se o cronograma de ações a serem desenvolvidas e os respectivos marcos para se medir e controlar
tais ações, mostrado na figura 55.
Ano 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Desenvolvimento e Implantação de Sistemas
Planejamento e Projetos
Atividades preliminares (levantamento de campo...)
Projeto de rede PLC
Instalações de equipamentos na rede PLC
Testes de equipamentos
Inicio da operação das redes PLC
Treinamento
Instalações de equipamentos PLC no cliente
Sistema de Fidelização ou Retenção de clientes
Sistema de boleto on-line
Sistema de Fatura/mês-Cliente
Sistema de almoxarifado
Sistema de transporte
Produtos adicionais
Marketing
Implantação do Call Center
Envio de e-mails
Cadastramento de clientes
Operação telemarketing
Criação de campanha de marketing
Início de campanha de marketing
Administração
Fundação da empresa PLCBrasil
Formação de equipe
Primeira rodada de investimentos
Definição de local de instalação
Compra de móveis e equipamentos
Recrutamento de novos funcionários
Expansão
Restante do Brasil
Marcos 1 2 4 5 3
1 - Início da operação 4 - VOIP
2 - 100 fornecedores 5 - IPTV
Figura 55 - Cronograma de atividades.
3 - Exposição de caixa positiva
Capítulo 5
Modelo de Negócios dos Sistemas PLC 165
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
166
8 PREVISÕES DOS RESULTADOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS
Na elaboração deste plano de negócio levou-se em consideração as seguintes
premissas:
Política comercial
Mensalidade: R$ 60,00 nos ANOS 1, 2, 3, 4 e 5
Primeiro semestre da operação: carência de 15 dias
Depois do sexto mês de operação: carência de 10 dias
Taxas de retenção: 1
o
ano 30%; 2
o
ano 60%; e 3/5
o
anos 80%
Custos de cadastramento via
telemarketing
Aquisição de cadastro de fornecedores R$ 100,00/milheiro
Custo por ligação R$ 1,50 e degrau tarifário local até 5 minutos
Gastos de administrativos e de pessoal
Estimados em 9,7% no 1
o
ano, 3,2% no 2
o
ano, 3,4% no 3
o
ano, 1,6% no
4
o
ano e 1,4% no 5
o
ano.
Provisão para devedores duvidosos
4% do faturamento
Custos de cobrança bancária
R$ 1,80 por boleto
Aplicações financeiras
80% do CDI, estimado em 20% ao ano bruto e 20% fundos de ações, estimado
em 70% ao ano bruto
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
167
8.1 Evolução dos Resultados Econômicos
A figura 56 apresenta a evolução da receita, custos e lucro da PLCBrasil em período
definido.
Figura 56 - Resultados econômicos.
Na tabela 29 tem-se o demonstrativo financeiro para cinco anos da empresa PLCBrasil.
Tabela 29 - Demonstrativo financeiro
Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receita Líquida 367,20 1.101,60 1.468,80 2.203,20 2.570,40
Custos 1.250,25 628,01 627,31 1.244,55 623,06
Margem de Contribuição -883,05 473,59 841,49 958,65 1.947,34
Despesas Administrativas 37,01 40,57 44,50 48,80 53,45
Margem Operacional -920,06 433,02 796,99 909,85 1.893,89
Imposto de Renda+CSLL 0,00 0,00 74,32 274,89 663,42
Margem Líquida -920,06 433,02 722,67 634,96 1.230,47
% Rentabilidade -250,56% 39,31% 49,20% 28,82% 47,87%
RESULTADOS ECONÔMICOS
-1000,00
-500,00
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
1 2 3 4 5
ANO
Receita
Custos
Lucro
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
168
8.2 Composição dos Principais Gastos (em milhões de reais)
Os custos com as despesas de telemarketing, móveis de escritório, viaturas,
computadores, propaganda e administrativa são mostradas na figura 57.
Figura 57 - Principais gastos.
Os custos com as despesas de implantação das redes PLC necessária para a
consolidação da arquitetura do modelo 4 são mostrados na figura 58.
Figura 58 - Custos das redes PLC.
Principais Gastos
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
ANO 1
ANO 2
ANO 3
ANO 4
ANO 5
Móveis de Escritório
Computadores
Carros
Telemarketing
Administrativa
Propaganda
Redes PLC
0,00
200,00
400,00
600,00
800,00
1000,00
1200,00
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
Redes PLC
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
169
Na tabela 30 encontra-se o demonstrativo financeiro dos principais gastos da
empresa PLCBrasil.
Tabela 30 - Demonstrativo financeiro dos principais gastos (em milhões de reais)
Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Propaganda 4,00 1,50 1,50 1,50 1,50
Administrativa 37,01 40,58 44,50 48,80 53,55
Telemarketing 2,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Carros 1,00 1,50 1,50 0,80 0,20
Computadores 2,00 2,00 1,00 0,50 0,50
Móveis de Escritório
0,20 0,15 0,05 0,10 0,10
Redes PLC 1.214,05 621,51 622,31 1.240,65 621,11
8.3 Evolução dos Resultados Financeiros (em milhões de reais)
A evolução dos resultados financeiros da PLCBrasil é ilustrada na figura 59. Nesta
figura podemos observar que a partir do 32
o
mês a empresa será superavitária.
Figura 59 - Evolução dos resultados financeiros.
-1.000,00
-500,00
0,00
500,00
1.000,00
1.500,00
2.000,00
2.500,00
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
Geração Operacional de Caixa
Geração Líquida de Caixa
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
170
8.3.1 Quadro Geral (em milhões de reais)
A tabela 31 demonstra o fluxo financeiro da empresa em cinco anos.
Tabela 31 - Fluxo financeiro
Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Caixa Inicial 0,00 -920,07 -487,05 235,13 870,48
Entradas Operacionais 367,20 1.101,60 1.468,30 2.203,20 2.570,40
Saídas Operacionais 37,02 40,57 44,49 48,80 53,54
Geração Operacional de Caixa 330,18 1.061,03 1.423,81 2.154,40 2.516,86
Juros de Empréstimos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Juros de Aplicações
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Investimentos 1.250,25 628,01 627,31 1.244,55 623,06
Imposto de Renda/CSLL 0,00 0,00 74,32 274,89 663,42
Geração Líquida de Caixa -920,07 -487,05 235,13 870,09 2.100,86
8.3.2 Evolução da Exposição de Caixa
O caixa do empreendimento torna-se positivo no 32
o
mês conforme se pode observar
na figura 60.
Figura 60 - Exposição de caixa.
-1.500,00
-1.000,00
-500,00
0,00
500,00
1.000,00
1.500,00
2.000,00
2.500,00
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
Exposão de Caixa
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
171
8.4 Investimentos (em R$ mil)
Os investimentos necessários para a consolidação do empreendimento esta
ilustrado na figura 61.
Figura 61 - Investimentos.
Itens de Investimentos:
Rede PLC
Carros
Combustível
Serviços PLC
Móveis de Escritório
8.5 Indicadores de Rentabilidade
A tabela 32 apresenta resultados que creditam sucesso ao empreendimento.
Tabela 32 - Indicadores de rentabilidade
Métodos Valores
Valor presente líquido (R$ bilhões)
Taxa de desconto (8%) A.A
1,07
Payback (meses) 32 meses
Taxa de retorno 29,3% A.A.
0
200
400
600
800
1,000
1,200
1,400
Milhões
1 2 3 4 5
Investimentos
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
172
8.6 Necessidade de Aporte e Contrapartida
As projeções efetuadas indicam uma necessidade de aporte de R$ 920.069.330,00
milhões no primeiro ano. A contrapartida oferecida corresponde a uma participação de
23,4% do capital acionário da empresa.
8.7 Cenários Alternativos
8.7.1 Premissas do Cenário Otimista
Condições de captação
aumento da taxa de retenção de 30% para 50% no primeiro ano;
manutenção das demais.
Preços do cenário Status Quo
Estrutura e gastos administrativos iguais aos do Status Quo
Grandes projetos de inclusão digital no Brasil através dos governos municipal e
estadual
Disponibilizar aos clientes da PLCBrasil o IPTV no início da operação
Aproveitamento do PLC nas aplicações de governança através dos governos
municipal e estadual
8.7.1.1 Evolução dos Resultados Financeiros (em milhões de reais)
Para o cenário otimista a figura 62 ilustra a evolução de geração operacional e
líquida de caixa da empresa.
Figura 62 - Evolução dos resultados financeiros.
-1.600,00
-1.100,00
-600,00
-100,00
400,00
900,00
1.400,00
1.900,00
2.400,00
2.900,00
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
Geração Operacional de Caixa
Geração Líquida de Caixa
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
173
8.7.1.2 Quadro Geral (em milhões de reais)
A tabela 33 apresenta o fluxo financeiro no cenário otimista.
Tabela 33 - Fluxo financeiro no cenário otimista
Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Caixa Inicial 0,00 -1.502,66 -575,06 540,76 1.474,55
Entradas Operacionais 612,00 1.596,20 1.958,40 2.692,80 3.060,00
Saídas Operacionais 37,01 40,58 44,50 48,80 53,55
Geração Operacional de Caixa 574,99 1.555,62 1.913,90 2.644,00 3.006,45
Juros de Empréstimos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Juros de Aplicações
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Investimentos 2.077,64 628,01 627,31 1.244,55 623,06
Imposto de Renda/CSLL 0,00 0,00 170,77 465,65 925,90
Geração Líquida de Caixa -1.502,65 -575,05 540,77 1.474,56 2.932,04
8.7.1.3 Evolução da Exposição de Caixa
Para o cenário otimista, podemos observar na figura 63 que no segundo ano de
atividades a empresa apresenta caixa positivo.
Figura 63 - Exposição de caixa no cenário otimista.
-2.000,00
-1.500,00
-1.000,00
-500,00
0,00
500,00
1.000,00
1.500,00
2.000,00
2.500,00
3.000,00
3.500,00
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
Exposição de Caixa
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
174
8.7.2 Premissas do Cenário Pessimista
Condições de captação
redução da taxa de retenção de 30% para 25% no primeiro ano
manutenção das demais
Preços do cenário Status Quo
Estrutura e gastos administrativos iguais aos do Status Quo
Não disponibilizar aos clientes da PLCBrasil o IPTV no primeiro ano da operação
Ausência de grandes projetos de inclusão digital no Brasil
Não aproveitamento do PLC nas aplicações de governança através dos governos
municipal e estadual
8.7.2.1 Evolução dos Resultados Financeiros (em milhões de reais)
Para o cenário pessimista a figura 64 ilustra a evolução de geração operacional e
líquida de caixa da empresa.
Figura 64 - Evolução dos resultados financeiros no cenário pessimista.
8.7.2.2 Quadro Geral (em milhões de reais)
A tabela 34 apresenta o fluxo financeiro no cenário pessimista.
-1.100,00
-600,00
-100,00
400,00
900,00
1.400,00
1.900,00
2.400,00
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
Gerão Operacional de Caixa
Gerão Líquida de Caixa
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
175
Tabela 34 - Fluxo financeiro no cenário pessimista
Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Caixa Inicial 0,00 -981,27 -670,66 2,98 600,73
Entradas Operacionais 306,00 979,20 1.346,40 2.080,80 2.448,00
Saídas Operacionais 37,02 40,58 44,49 48,80 53,55
Geração Operacional de Caixa
268,98 938,62 1.301,91 2.032,00 2.394,45
Juros de Empréstimos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Juros de Aplicações 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Investimentos 1.250,25 628,01 627,33 1.244,55 623,06
Imposto de Renda/CSLL 0,00 0,00 0,94 189,70 425,13
Geração Líquida de Caixa -981,27 -670,66 2,98 600,73 1.946,99
8.7.2.3 Evolução da Exposição de Caixa
Para o cenário pessimista, podemos observar na figura 65 que no quinto ano de
atividades a empresa apresenta caixa positivo.
Figura 65 - Evolução dos resultados de fluxo de caixa no cenário pessimista.
-1.500,00
-1.000,00
-500,00
0,00
500,00
1.000,00
1.500,00
2.000,00
2.500,00
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
Exposição de Caixa
Capítulo 5
Arquitetura e Modelo de Negócios dos Sistemas PLC
176
8.7.3 Indicadores de Rentabilidade dos Cenários Otimistas e Pessimistas
Respectivamente
A tabela 35 apresenta resultados que reafirmam o sucesso do empreendimento por
conta das premissas do cenário otimista.
Tabela 35 - Rentabilidade do empreendimento versão otimista
Métodos Valores
Valor presente líquido (R$ bilhões)
Taxa de desconto (8%) A.A
3,4
Payback (meses) 30 meses
Taxa de retorno 31,5% A.A.
A tabela 36 apresenta resultados que validam o empreendimento mesmo que o
cenário se apresente de forma pessimista.
Tabela 36 - Rentabilidade do empreendimento versão pessimista
Métodos Valores
Valor presente líquido (R$ bilhões)
Taxa de desconto (8%) A.A
0,31
Payback (meses) 36 meses
Taxa de retorno 5,2% A.A.
Capítulo 6
Conclusões e Perspectivas Futuras
177
CAPÍTULO 6
6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS
A presente dissertação discutiu a tecnologia PLC como uma opção viável para redes
de acesso ou última milha e na idéia de negócio ou negócio PLC.
Nos Catulos 1, 2, e 3 abordaram-se temas, tais como: as redes elétricas de distribuição
tanto Indoor, como Outdoor, as degradações impostas aos sinais ou dados transmitidos
naquelas redes, os ruídos aditivos presentes no canal PLC e as técnicas de processamento
de sinais necessárias para reduzir as distorções aos sinais transmitidos e para viabilizar os
sistemas PLC.
No Capítulo 4 fica um alerta para a importância da CEM, a atenção e o conhecimento
desse tema que deve-se ter no Brasil.
No Capítulo 5, mais precisamente no plano de negócios, os métodos utilizados para
avaliar os investimentos são técnicas clássicas para a seleção de investimentos e foram
usadas supondo-se que o ambiente em análise não envolve riscos. Contudo, sabe-se que o
cenário empresarial é caracterizado por mudanças rápidas, incertezas e competição intensa
que influenciam diretamente na construção e na efetiva realização de projetos. O fato da
inserção de incertezas na contextualização ou ambiente, ou seja, as distribuições de
probabilidades referentes a cada projeto e a respectiva técnica ou método, possibilita obter o
elemento de retorno esperado, como também, o elemento chave na medida de risco de um
projeto que é representado por um desvio padrão. O resultado que apresentar o menor
desvio padrão associado com o retorno esperado será o escolhido.
Três contribuições foram apresentadas na área tecnológica e na área de negócios ou
modelos de negócios, a saber:
1. Arquiteturas de seis possíveis sistemas PLC que definio seis modelos de negócios.
2. Modelo de negócios em sistemas PLC (seis possíveis modelos de negócios PLC),
as respectivas arquiteturas e alguns exemplos.
3. O Plano de Negócio PLCBrasil, baseado em uma empresa fictícia que pertence a
uma Empresa Distribuidora de Energia Elétrica (EDEE) e que através do Modelo 4 irá atuar
no ramo de prestações de serviços de telecomunicações.
Capítulo 6
Conclusões e Perspectivas Futuras
178
Assim, as possíveis questões futuras de pesquisa são
Estudo de modelagem do canal e de ruídos com base nas características da rede
brasileira, ou seja, usando a rede elétrica de distribuição das EDEE como ambiente de testes e
coleta de dados.
A identificação e a classificação dos distúrbios em sistemas de potência no Brasil.
Desenvolvimento de técnicas de processamento de sinais voltados à condição
das redes elétricas de distribuidoras brasileiras.
Borderô entre empresas de telecomunicações de ligações PLC interurbanas e
internacionais.
Plano de negócios PLC para os modelos de negócio 1, 2, 3, 4, 5 e 6 usando
ferramentas como a Teoria de Opções e simulações para lidar com a incerteza através das
árvores de decisão.
A tecnologia PLC é comprovadamente um sério competidor da rede atualmente
disponível no mercado das telecomunicações, hoje, fechada ao usuário, ao unbudling
(desregramento) e conseqüentemente a inclusão digital da sociedade.
7 Referências Bibliográficas
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Anexo
184
Anexo 1
As técnicas de codificação de dados (códigos de transmissão e detecção de erros)
Seqüências estruturadas
As seqüências estruturadas o uma classe de codificão que modificam diretamente a
seqüência ou a corrente de bits, introduzindo de maneira controlada redundâncias na informação a
ser transmitida para que a presença de possíveis erros possa ser detectada e corrigida durante a
decodificão. Dois tipos básicos de codificação são largamente utilizados ahoje e são bases para
codificações mais complexas: a codificação de blocos e a codificação convolucional. Elas são duas
subcategorias da classe de codificação seqüências estruturadas que analisaremos a seguir.
Codificação de linha
A codificação de linha é o processo de converter dados binários, ou seja, uma seqüência de
bits ou a informação, em sinais digitais. Por exemplo, dados, textos, números, imagens gráficas, áudio
e vídeo que estão armazenados no computador o todas seqüências de bits. A Codificação de linha
converte uma seqüência de bits em sinais digitais (FOROUZAN, BEHROUZ, 2006).
Codificação de blocos
A codificação de blocos foi desenvolvida para melhorar a performance da codificação de
linha. O fato básico a respeito da codificação de linha é: necessitamos de algum tipo de redundância
que assegure a sincronização. Além do que, precisa-se incluir bits adicionais para detectar-se erros
de transmissão. A codificação de blocos pode satisfazer, e amesmo estender, estes dois objetivos.
A figura 1 ilustra o processo de codificação de blocos. Esse processo passa por três etapas: divisão,
transformação e codificação de linha. Inicialmente, a fonte de dados ou a seqüência de bits é dividida
em grupos ou blocos de m-bits. O codificador transforma cada m bloco de m-bits por blocos de n-bits,
ou seja, acrescenta, por meio de combinações lineares entre esses m bits, (n-m) bits de redundância
ou bits de paridade, criando a palavra código de n-bits. A seqüência de n-bits, chamada bloco
codificado ou palavra-código de n-bits, será sempre maior que a seqüência de m-bits, denominada
bloco de informação. Por exemplo, na codificação 4B/5B, códigos de 5-bits substituem blocos de 4B.
Existem
m
2
ou 16 blocos diferentes na configuração 4B, assim como podemos formar
n
2
ou 32
elementos codificáveis através de um código de 5-bits. Neste cenário podemos concluir que alguns
elementos do código de 5-bits podem ser mapeados dentro do bloco de 4-bits e outros não terão
nenhuma correspondência. Contudo, aplica-se uma estratégia para a escolha dos elementos do
código de 5-bits que assegurem os mecanismos que facilitem a sincronização e a detecção de erros
no receptor. Para obter sincronização pode-se usar o código de 5-bits de modo que não tenhamos,
por exemplo mais que 0’s ou 1’s consecutivos na seqüência.
Figura 1 - Codificação de blocos.
01011101000
..11100110111010
m
bits
m
bits
m
bits
010
.1
00
0
.1
110....1
n
bits
n
bits
n
bits
00
0
.
00
1
0
10
.1
01
nB
para
mB
(substitui
ção
)
Código
de
linha
mB
(divis
ão
)
01
1
.
00
1
Anexo
185
Os códigos de checagem de paridade são uma outra maneira de codificação de blocos
simples. Neste caso, os bits de redundância, quando inseridos no bloco de informação, assumem os
valores 0 ou 1 de acordo com a paridade dos bits no bloco de informação. O processo de
decodificação no receptor é verificar se a soma do bloco codificado tem 0 como resultado. Senão, o
resultado sendo 1, confirma a existência de erros no bloco codificado.
A taxa de codificação ou código é a relação entre o número de bits no bloco de informação e
o número de bits do bloco codificado (palavra digo), é dada por
n
m
R =
, e ainda a relação entre o
número de bits redundantes e o número de bits no bloco de informação, denominada de redundância
de código, é dada por
(
)
m
mn
.
Codificação linear de blocos
A Codificação Linear de Blocos é uma subclasse da codificão de blocos. Os digos de bloco
podem ser lineares e não lineares (ALENCAR, 2004). Porém, consideraremos no nosso texto os
códigos lineares por conta da importância prática desses códigos. No caso de um código, pode-se
afirmar que o mesmo é linear se duas palavras-código quaisquer do código puderem ser somadas em
aritmética binária módulo 2 e resultar uma terceira palavras-código. Nos códigos de blocos lineares,
as funções de codificação e decodificação utilizam as operações aritméticas binárias de adição e de
multiplicação módulo 2 realizadas nas palavras-código do código. Até então representamos um
código linear por (n, m). Vamos acrescentar a variável d nesta representação, de modo que passaremos
a representar aquele código por (n, m, d) que é definido por um conjunto de n-uplas binárias,
chamadas palavras-código, seqüência de n-bits ou blocos codificados, que diferem entre si em pelo
menos d posições, e formam um subespaço vetorial de todas as n-uplas. Um exemplo de código de
bloco é mostrado nas matrizes abaixo: Mensagens e Palavras digo. Neste caso, trata-se do código
de bloco (7, 3, 4), com m = 3, n = 7 e d = 4. Os dígitos de verificação de paridade ou redundantes são
calculados a partir das equações 1, 2, 3 e 4, a seguir:
211
mmc
=
,
(Equação 1)
322
mmc
=
, (Equação 2)
313
mmc
=
, (Equação 3)
3214
mmmc
=
,
(Equação 4)
Cada bloco de informação com m = 3 bits, é codificado em uma palavra-código com n = 7
bits, formando o seguinte conjunto de 7-uplas ou palavras código.
Mensagens Palavras-Código
321
111
011
101
001
110
010
100
000
mmm
4321321
1000111
0110011
0011101
1101001
0101110
1011010
1110100
0000000
ccccmmm
As palavras-código de um código podem ser representadas por vetores com n componentes.
Os componentes dos vetores o elementos de um campo binário e representado por 0 e 1. Sendo o
código de bloco (n, m, d) linear, é possível encontrar m palavras-código linearmente independentes
(
110
,...,,
m
ggg
) de forma que cada palavra-código seja uma combinação linear das m palavras que são
os vetores da base do subespaço constituído pelo código linear. Portanto, podemos determinar uma
palavra código qualquer usando a equação 5:
Anexo
186
111100
...
+
+
+
=
kk
guguguv
e (Equação 5)
0
=
i
u
ou
1
.
Dessa forma, os vetores da base podem ser escritos como linhas de uma matriz G. Essa
matriz é denominada de matriz geradora de um código de bloco linear com m linhas e n colunas,
n
m
×
. Por meio daquela matriz organiza-se as m palavras códigos e pode-se expressar G pela
equação 1 [49]
[
]
gIG
m
=
; (Equação 6)
m
I
é a matriz unitária
m
m
×
;
g
é uma matriz
(
)
mnm
×
.
Conhecida a matriz geradora G de um código de bloco linear (m, n), pode-se formar uma
outra matriz H. A matriz H é conhecida como matriz de verificação de paridade, ou simplesmente, de
paridade. Esta matriz é ortogonal ao espaço das linhas da matriz G, ou seja, se
i
v
é um vetor no
espaço das linhas de G, tem-se
0. =
T
i
Hv
(Equação 7)
e a matriz H pode ser denotada pela equação 8
[
]
mn
IhH
=
:
; (Equação 8)
h
é uma matriz
(
)
mmn
×
ou transposta da matriz
g
;
mn
I
é uma matriz unitária
(
)
(
)
mnmn
×
.
A seguir serão mostradas as matrizes
G ,
g
, h e
H
, das matrizes Mensagens e Palavras-
Código:
=
4321321
1110100
1011010
1101001
cccckkk
G
,
=
1110
1011
1101
g
,
==
111
101
110
011
T
gh
e,
=
4321321
1000111
0100101
0010110
0001011
cccckkk
H
Algumas características da matriz H:
as linhas da matriz H são linearmente independentes;
essa matriz gera um código linear
(
)
dmnn
,,
, que é chamado o código dual do código
(
)
dmn ,,
gerado por G.
Anexo
187
Ao utilizar-se da representação matricial, conclui-se que um codificador tem por função
realizar o produto uG, de uma matriz linha u, com m elementos, que representam os gitos de
informação pela matriz G. O resultado de tal operação é uma combinação linear das linhas de G e,
portanto, uma palavra-código.
Richard Wesley Hamming (1915-1998), conhecido por seus trabalhos em códigos para
correção de erros, introduziu componentes essenciais na teoria dos códigos. Entre seus resultados de
pesquisas estão os códigos para correção de erros e conceitos de distância de Hamming, distância
mínima e Peso de Hamming (GALLO, HANCOCK, 2003). A capacidade de detecção simples, ou
detecção e correção de erros está ligada aos componentes introduzidos por Hamming e,
principalmente, à distância mínima entre os códigos.
A seguir, serão conhecidas as definições de Peso de Hamming de um vetor ou palavra-
código, a distância de Hamming entre dois vetores e a distância mínima entre dois vetores
Peso de Hamming de um vetor ou bloco binário U, representado por w(U), é definido como
o número de 1’s presentes no vetor ou bloco binário U.
Exemplo: Os vetores ou palavras-códigos
101000100
1
=
v , tem Peso de Hamming 3 e
111000100
2
=
v
, w(U) = 4.
Distância de Hamming entre dois vetores ou códigos, representada por d, é definida
como o número de posições de bits correspondentes em que os dois vetores ou códigos
diferem.
Exemplo: Os vetores ou palavras-códigos
101010100
1
=
v
e
111000010
2
=
v
tem
Distância de Hamming 4, ou seja, d = 4, pois quatro bits correspondentes que diferem entre si
nas posições 2,5,7 e 8 (da esquerda para a direita).
Distância mínima ou distância de Hamming do código, representada por
min
d
, é a
menor distância de Hamming encontrada entre suas palavras, levando em consideração todos os
pares de blocos codificados em um subespaço vetorial S.
Exemplo: Os vetores ou palavras-códigos
101010100
1
=
v
,
111000010
2
=
v
,
000111111
3
=v
e
111000000
4
=v
que pertencem a um subespaço vetorial S tem Disncia mínima 1,
ou seja,
min
d = 1 que é a menor Distância de Hamming encontrada entre os vetores ou palavras-
código,
2
v
e
4
v
, do subespaço vetorial S.
Algumas observações importantes a respeito da distância mínima:
S representa o conjunto de todas as possibilidades de blocos codificados.
Para uma codificação linear de blocos, a capacidade de detecção simples, ou detecção e
correção de erros está relacionada com a distância de Hamming do código ou distância nima entre
blocos codificados.
Sendo
min
d a distância mínima entre pares de palavras-código distintas, Hamming provou
que se pode corrigir t erros, em que t é o maior inteiro menor ou igual a
(
)
2
1
min
d
.
O termo
(
)
1
min
d
é definido como a capacidade de detecção de erros,
e
, ou seja,
1
min
=
de .
Portanto, um código linear de palavras-código ou blocos codificados, com uma distância
mínima
min
d
entre os pares de palavras-código distintas, garante que todas as seqüências de erros
menores ou iguais a
1
min
=
de podem ser detectadas (detecção de erros). Assim, para a
capacidade de correção de erros, pode-se corrigir no máximo t erros, em que t é o maior inteiro
menor ou igual a
(
)
2
1
min
d
, ou seja,
22
1
min
e
d
t
(correção de erros).
Para o código de bloco (7, 3, 4), visto anteriormente, repetiremos, abaixo, os blocos de
mensagens e os blocos codificados ou palavras-código (subespaço vetorial S).
Anexo
188
Mensagens Palavras-Código (subespaço vetorial S)
321
111
011
101
001
110
010
100
000
mmm
4321321
1000111
0110011
0011101
1101001
0101110
1011010
1110100
0000000
ccccmmm
O Codificador do digo de bloco linear (7, 3, 4), conforme mostrado nas representações matriciais
Mensagens e Palavras-Código (subespaço vetorial S) apresentam os seguintes parâmetros:
Distância mínima ou distância de Hamming do código,
min
d
4
=
.
Detecção de erros, o codificador pode detectar até
e
erros. Sendo
1
min
= de
3
=
, pode
detectar até 3 ou menos erros seqüenciais.
Correção de erros o codificador pode corrigir os blocos codificados ou palavras-código
que apresentarem t erros, em que t é o maior inteiro menor ou igual a
(
)
2
1
min
d
, ou seja,
22
1
min
e
d
t =
. Como
5,1
2
3
t
, o maior inteiro menor ou igual a 1,5 é 1, portanto pode corrigir
1 erro.
Códigos cíclicos
Códigos clicos é uma subclasse da codificação linear de blocos e, os mais importantes,
nessa subclasse, do ponto de vista de aplicações da engenharia. Utilizam-se os códigos cíclicos em
gravação magnética, protocolos de comunicação, CDs de música e outras aplicações. Esses códigos
possuem uma estrutura baseada em matemática discreta, que permite uma grande simplificão na
implementão de codificadores e decodificadores.
Diz-se que um código binário é um código cíclico se ele apresentar duas propriedades
fundamentais:
1. Propriedade da linearidade: a soma de duas palavras-código quaisquer também é uma
palavra-código.
2. Propriedade cíclica: qualquer deslocamento cíclico de uma palavra-código é uma
palavra-código.
A propriedade 1 reafirma a condição de que um código cíclico é um código de bloco linear.
Contudo, para a propriedade 2, admitamos que a n-tupla
(
)
110
,...,,
n
ccc indique uma palavra código
de um código de bloco linear
(
)
mn,
, então o código é um código cíclico se as n-tuplas
(
)
201
,...,,
nn
ccc
(
)
30,12
,...,,
nnn
cccc
M
(
)
012,1
,,..., cccc
n
forem todas palavras-código do código.
Sendo o digo de bloco linear
(
)
mn, um digo cíclico, eno todas as palavras-código deste
código são múltiplas de um polinômio
(
)
xg de grau
m
n
, denominado polinômio gerador. Ou, todo
polinômio de grau igual ou menor que
1
n é uma palavra código se for divisível pelo polinômio
(
)
xg .
Codificador com n-m estágios de registradores de deslocamento para códigos cíclicos
Registradores de deslocamento com realimentação o utilizados pelos digos clicos para
gerar palavras-código ou blocos codificados. A base deste método de codificão es na característica
Anexo
189
de que todas as palavras-código de um código clico são múltiplas de um polinômio
(
)
xg de grau
m
n
que é um fator de 1
n
x . Um polinômio
( )
x
I , de grau menor ou igual a 1
m , representa os
m dígitos de informação. O termo
mn
x
multiplicado por
( )
x
I terá como resultado um polinômio
( )
x
I .
mn
x
de grau menor ou igual a 1
n (não possui termos de grau menor que
m
n
). Com a divisão
entre os polinômios
( )
x
I
.
mn
x
e
(
)
xg
, teremos
( )
( )
=
x
mn
x
g
xI .
( )
x
I
.
mn
x
( ) ( ) ( )
xxx
RgQ
+
=
.
e as seguintes
conclusões:
( )
x
Q é um polinômio e o quociente.
( )
x
R
é um polinômio, o resto e representa os dígitos de redundâncias ou verificação de
paridade.
( )
x
R tem grau menor ou igual a 1
mn e, portanto, tem grau menor que
(
)
xg .
O resultado da subtração de
( )
x
R por
( )
x
I .
mn
x
é uma palavra-código, logo um ltiplo
de
(
)
xg
.
Na figura 2 tem-se um codificador para um código cíclico (n,m) composto de registradores de
deslocamento n-m do vetor gerador
[
]
121
,...,,
=
mn
gggg
e do vetor dos bits de verificação de
paridade ou redundância
[
]
110
,...,,
=
mn
rrrr incluído no bloco de informação. As chaves
121
,...,,
mn
ggg dependem do coeficiente que representa cada chave em
( )
x
g
. Se o coeficiente for
0 a chave correspondente estará aberta, senão fechada. Existe uma pré-multiplicação do polinômio
de informação,
( )
x
I
, por
mn
x
. Em princípio, o conteúdo do registrador é zero, a chave 1 está
fechada e a chave 2 na fica posição 1. O bloco de informação é transmitido simultaneamente ao
circuito de divisão e à saída. Ao final da emissão do m-ésimo bit, a chave 1 é aberta, a chave 2 se
desloca para a posição 2 e os n-m bits de verificação de paridade ou redundância (resto) que estão
no registrador são transmitidos, durante os próximos n-m intervalos de tempo, para serem anexados
no bloco codificado.
Figura 2 - Codificador cíclico com n-k registradores de deslocamento.
Na figura 3 temos um exemplo de um código cíclico (7,4), com gerador
[
]
1101
=
g e bloco de
informação
[
]
1011
=
msg
.
Chave 1
r
0
r
1
+
+
+
r
2
r
n-k-1
g
1
g
2
g
n-k-
1
Chave 2
2
Mensagem/Bloco
de Informação
Registradores de Deslocamento
+
Bloco
Codificado
1
Anexo
190
Figura 3 - Aplicação de codificação cíclica.
No processo de codificação cíclica da figura 3 temos a mensagem (msg) ou bloco de
informação composto de 4 bits (m = 4) que é transmitido no codificador para juntar-se a 3 bits
redundantes e produzindo na saída um bloco codificado com 7 bits (n = 7).
No receptor, o processo de detecção e correção de erros para que se tenha uma versão
reconhecível do sinal de mensagem ou bloco de informação original passa por uma confirmação de
paridade chamada síndrome.
Síndrome
No transmissor, a matriz geradora G é utilizada para a codificação do bloco de informação e;
para a decodificação daquele sinal no receptor é usada a matriz H. Nesse processo o vetor r
sinaliza
o vetor recebido
n
×
1 que é resultado do vetor código original c transmitido num canal com ruído.
Introduzindo o vetor e
, denominado vetor erro ou padrão de erro, podemos expressar o vetor r como
a soma dos vetores c
e e, ou seja,
r
= c + e
O i-ésimo elemento de e
é igual a zero se o elemento correspondente de r for o mesmo que o
de c
. Portanto, o i-ésimo elemento de e é igual a um se o elemento correspondente de r for diferente
do de c
. Nesse caso pode-se afirmar que ocorreu um erro na i-esima localização. Em resumo, para i
= 1,2,...,n, temos:
0
=
i
e , quando não houver erro na i-ésima localização;
1
=
i
e
, quando houver erro na isima localização.
O vetor código c é decodificado do vetor recebido r pelo receptor, por meio de algoritmos que
realizam a operação de decodificação iniciando com a computação de um vetor
kn
×
1
chamado
de vetor síndrome de erro ou simplesmente síndrome. A síndrome depende somente do padrão de
erro. Se o bloco recebido não tem erros, a síndrome possui n-m bits de valores iguais a zero. Porém,
se alguns bits tem valor um, cada possível combinação de 0’s e 1’s na síndrome reflete num padrão
preestabelecido de erro.
O próximo exemplo ilustra uma operação de decodificação que é mostrado na figura 4. Esta
configuração representa a recepção do circuito apresentado na figura 3 e nela o bloco codificado foi
recebido com um erro.
Figura 4 - Cálculo da síndrome.
r
0
r
1
+
+
Chave 2
2
Bloco
Codificado
Chave 1
g
1
r
2
=[1001011]
msg=[1011]
RegistradoresSeqüência
de Entrada
r
0
r
1
r
2
Seqüência
de Saída
1
0
1
1
0 0 0
1
0
1
1 1 0 1
1
0
1 0 1 1
1
1 0 0 0
1 0 0 1
r
0
+
Registradores
Seqüência de Entrada
r
0
r
1
r
2
1 0 1 1 0 1 1 0 0 0
1 0 1 1 0 1 1 0 0
1 0 1 1 0 1 1 0
1 0 1 1 0 1 1
1 0 1 0 1 1
1 0 0 1 1
1 1 1 1
0 0 1
+
r
1
r
2
Bloco
Recebido
[1011011]
bit errado
Síndrome
Anexo
191
O conteúdo dos registradores, após receber o ultimo bit do vetor r ou bloco recebido, é a
síndrome. Portanto, consultando a tabela 1, obtém-se o padrão de erro
[
]
001000
correspondente a
síndrome 001. Para recuperar o sinal original é iniciado o processo de correção que é executado pela
soma do padrão de erro com o vetor r
ou bloco recebido.
Tabela 1 - ndrome x padrão de erro
Padrão de erro Síndrome
000000 000
000001 101
000010 011
000100 110
001000 001
010000 010
100000 100
010001 111
Códigos Reed-Solomon
Os códigos cíclicos Reed-Solomon, abreviados como RS, o códigos não binários, ou seja,
operam com valores ou números inteiros (
k
s
, para o transmissor) ao contrario de bits. Especificamente,
um código RS (n, m) é usado para codificar símbolos de p bits em blocos de
=
n
1
2
p
símbolos, ou
seja,
p
(
1
2
p
) bits e
1
p
. Concluindo, os códigos cíclicos Reed-Solomon são usados para
codificar blocos de informação de m valores inteiros em blocos de informação de n valores inteiros,
adicionando-se n-m símbolos redundantes.
Um código RS de correção de t erros tem os seguintes parâmetros:
Tamanho do bloco de saída:
=
n
1
2
p
Tamanho do bloco de entrada:
m
Distância mínima:
12
min
+
=
td
Tamanho da verificação de paridade:
2
mn
t
=
Para um código RS (7,4), o processo de correção é possível, se este código tem um valor
inteiro errado.
Na utilização de um código RS pode-se corrigir até
tnd
×
bits sucessivamente errados, onde
nd
é o número de bits mapeados no valor inteiro.
Códigos convolucionais
Na análise feita para a codificação em bloco, foi visto que o codificador em bloco segmenta
uma seqüência de bits em blocos de informação de comprimento fixo de m bits. Para os digos
convolucionais o processo de codificação tem um enfoque diferente, pois o codificador convolucional
transforma uma seqüência inteira de bits, de tamanho variável, em um bloco codificado.
Estudados inicialmente por Elias em 1955, os codificadores convolucionais são quinas de
estados finitos compostas por registradores de deslocamento e funções gicas. Por serem circuitos
seqüenciais apresentam uma configuração com memória de ordem s e n saídas. Os codificadores
convolucionais adicionam bits de redundância a informão, ou seja, codificando m bits de informão em
n bits e gerando uma taxa m/n. Um codificador convolucional linear típico com taxa 1/2, s = 3 e n = 2
pode ser visto na figura 5. A taxa é determinada por conta da existência de dois bits de saída para
cada bit de entrada.
Anexo
192
Figura 5 - Codificador convolucional linear típico com taxa 1/2.
A configuração apresentada na figura 5 tem 3 registradores (s = 3) e duas saídas (n = 2). A
seqüência binária de informação
(
)
,...,,
21,0
xxxx
=
entra no codificador, ou melhor, é aplicada na
entrada de um registrador de deslocamento bit a bit. Com os bits de entrada e os valores armazenados no
registrador é gerado um par de seqüências de dados codificados
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
,...,,
0
2
0
1
0
0
0
yyyy =
e
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
,...,,
1
2
1
1
1
0
1
yyyy =
. Tais seqüências de saída ao serem multiplexadas geram uma palavra digo
convolucional, ou seja, uma única seqüência de saída
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
,...,,
1
2
0
2
1
1
0
1
1
0
0
0
yyyyyyy =
. Através do
exemplo da figura 5 pode-se concluir:
A partir da única seqüência de entrada ou vetor
x
calcula-se a seqüência de saída.
Cada elemento da seqüência saída é uma combinação linear dos elementos de entrada
ou vetores
(
)
(
)
(
)
(
)
1210
,...,,,
m
xxxx
.
Admite-se que, no início do processo de codificação, o conteúdo do registrador de
deslocamento seja nulo.
Calcula-se os elementos da seqüência de saída ou vetor
y
por combinações lineares dos
elementos da seqüência entrada ou vetor
x
:
(
)
=
1
0
y
(
)
0
0
x
00
+
+
(
)
=
1
1
y
(
)
0
1
x
+
(
)
0
0
x
0
+
(
)
=
1
2
y
(
)
0
2
x
+
(
)
0
1
x
0
+
(
)
=
1
3
y
(
)
0
3
x
+
(
)
0
2
x
+
(
)
0
0
x
(
)
(
)
0
4
1
4
xy =
+
(
)
0
3
x
+
(
)
0
1
x
M
(
)
(
)
(
)
(
)
0
3
0
1
01
++=
iiii
xxxy
Para um exemplo numérico, e, considerando que o mesmo codificador é utilizado para
codificar a seqüência de informação
(
)
10110
=
x
, tem-se:
seqüências codificadas de saída
(
)
(
)
10001010
0
=y
e
(
)
(
)
11111110
1
=y
a palavra-código convolucional correspondente a entrada
(
)
10110
=
x
y, onde
(
)
00,11,01,11,01,01,01,11
=
y
.
Em
y
, usam-se as rgulas para indicar que os blocos de bits são criados no mesmo
intervalo de tempo.
Voltando à figura 5, cada percurso (0 ou 1) que liga a saída a entrada de um codificador
convolucional possui uma resposta ao impulso (símbolo 1) aplicada a sua entrada, onde o conteúdo
de cada registrador de deslocamento, nesse momento, é nulo. Em termos matemáticos, a
caracterização de cada percurso é expressa através de um polinômio gerador, definido como a
transformada de retardo unitário da resposta ao impulso. Esse polinômio, no caso, definido para o i-
...
x
2
, x
1
, x
0
+
+
Y(0)
Y
saída
Y(1)
Anexo
193
ésimo percurso é expresso por
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
M
i
M
iii
i
DgDgDggDg ++++= ...
2
210
(Equação 9)
onde D é a variável de retardo unitário e os coeficientes
(
)
(
)
(
)
(
)
i
M
iii
gggg ,...,,,
210
são iguais a 1 ou 0
e, representam uma seqüência geradora (
(
)
(
)
(
)
(
)
i
M
iii
gggg ,...,,,
210
) que indica a resposta ao impulso do
i-ésimo percurso. As respostas ao impulso para o codificador ilustrado na figura 5 são:
percurso 0
(
)
(
)
1011
0
=g
polinômio gerador
(
)
320
1 DDg ++=
;
percurso 1
(
)
(
)
1101
1
=g
polinômio gerador
(
)
31
1 DDg ++=
.
Representação dos códigos convolucionais
Das rias formas possíveis de representação de um digo convolucional abordaremos aquela
por meio de diagramas de estado e treliça com ênfase para este último.
Visto como uma máquina de estados finitos, o codificador convolucional determina por meio
do conteúdo de seus elementos de memória o mapeamento entre o próximo conjunto de bits de
entrada e saída. O estado de um codificador convolucional da figura 30
é o conteúdo dos estágios de
memória (registradores de deslocamentos) menos um mais à direita.
O conhecimento dos estados juntamente com a informacão da próxima entrada é suficiente
para a determinação da próxima saída (JESZENSKY, 2004). Na tabela 2, temos os estado do
codificador convolucional da figura 30 para uma entrada m = (10110).
Tabela 2 - Estados do codificador convolucional linear com taxa 1/2 para uma entrada m = (10110)
Tempo-t t
1
t
2
t
3
t
4
t
5
t
6
t
7
t
8
Entrada-in 0 1 1 0 1 0 0 0
Estados-R D 000 100 110 011 101 010 001 000
Saída-out 00 11 01 01 00 10 11 00
Todos os estados possíveis e transições do codificador convolucional da figura 5 são
mostrados na tabela 2 e, nesse caso, o conteúdo das duas primeiras posições do registrador de
deslocamentos (R, D) representa o estado. Como exemplo da obtenção dos estados foi usado o
modelo da figura 6 para o tempo
i
t
(
),...,2,1 ni
=
.
Figura 6 - Modelo usado na determinação dos estados e saídas
do codificador convolucional linear com taxa 1/2.
0 ou 1
0 ou 1
+
+
Percurso 2
1
Saídas
2
Percurso 1
Mensagem (msg)
Entrada
0 ou 1
Anexo
194
Uma extensão do diagrama de estados é o diagrama de treliça. Esse diagrama representa
cada instante de tempo com um diagrama de estados separados. Ou seja, na passagem do tempo, a
codificão convolucional reúne os estados e as entradas do codificador, enumerando as possíveis
saídas. Trata-se de uma representação matricial, em que os possíveis estados são as linhas da
matriz; os instantes de tempo o as colunas da matriz e as saídas são as palavras-código em cima
das linhas. O exemplo da figura 7 ilustra a representação do diagrama de treliça do codificador das
figuras 5 e 6, sendo que a informação nesse caso é m = (101). Na treliça pode-se observar os
seguintes eventos:
no instante
1
t
: para uma entrada 0 e o estado 00 a saída será 00;
no instante
2
t
: para uma entrada 1 e o estado 10 a saída será 01;
no instante
4
t
: para uma entrada 1 e o estado 11 a saída será 10;
a partir da terceira entrada, a treliça torna-se repetitiva.
Figura 7 - Diagrama da treliça.
Após abordagem da operação de um código convolucional o passo seguinte será a analise da
decodificação do digo convolucional. Para isto, usam-se os algoritmos que são divididos em duas
classes: os algoritmos seqüencias e o algoritmo de Viterbi. A decodificação adequada baseia-se em
procurar a máxima semelhança ou xima verossimilhança entre os dados recebidos e os possíveis
dados transmitidos como mostra a equação 10
(
)
(
)
mm
GZPGZP max
'
=
(Equação 10)
(
)
m
GZP
o as probabilidades condicionais e
(
)
'm
GZP
a máxima probabilidade condicional;
m
G
uma das possíveis seqüência transmitida;
Z é a seqüência recebida.
O foco é o decodificador convolucional que tem como paradigma a mínima probabilidade
de erro. Admitindo que as seqüências de entrada sejam igualmente prováveis, aquele decodificador
compara as
(
)
m
GZP
(probabilidades condicionais) e escolhe a máxima.
O algoritmo de Viterbi é um algoritmo de máxima verossimilhança e os algoritmos seqüencias
não o são. Motivado por este fato, o decodificador de Viterbi é um dos principais algoritmos utilizados
na decodificação dos códigos convolucionais. Na verdade este algoritmo é um processo que diminui a
carga computacional usando as vantagens da Treliça, ou seja, a decodificação passa a não ser uma
função do número de símbolos da seqüência e tem como referência a máxima verossimilhança na
operação da decodificação. No instante
i
t
, o processo realizado pelo algoritmo de Viterbi utiliza o
cálculo da distância de Hamming. Esse parâmetro é calculado em
i
t
entre o sinal recebido e todos os
caminhos da Treliça que entram em cada estado neste instante. Aqueles caminhos com probabilidade
condicional distante da máxima probabilidade serão excluídos. Se dois caminhos entram no mesmo
t
1
t
2
t
3
t
4
t
5
00 00 00 00
a=00
11 11 11 11
11 11
b=10
00 00
10 10 10
c=01
01 01
01 01 01
d=11
10 10
entrada 0
entrada 1
Anexo
195
estado, o que tem menor verossimilhança à referida parte da mensagem é excluído. O caminho
escolhido, aquele de maior verossimilhança, é denominado de sobrevivente. Este processo de
seleção de caminhos é realizado para todos os estados. A operação continua pelo decodificador que,
avançando na Treliça, vai incluindo ou excluindo caminhos de maior ou menor verossimilhança.
A característica dos erros na mensagem define a eficácia do processo de decodificação
convolucional. Esse processo é muito eficiente em erros aleatorios (com um certo grau de dispersão),
mas o seqüenciais. Porém, se os erros o seqüenciais, esse processo não é recomendável e, às
vezes, é prejudicial ao sistema. Para eliminar erros seqüenciais com tamanho definido usa-se o
código Reed-Solomon, uma vez que o mesmo é adequado para a correção de rajadas de erros.
Anexo
196
Anexo 2
Os tipos de ruídos presentes nas linhas MT e BT de distribuição de energia elétrica
Os tipos de ruídos presentes nas linhas MT
Ruído de freqüência única – aparece devido a defeitos em isoladores.
Ruído impulsivo aleatório gerado por transirios dos chaveamentos, principalmente em
capacitores.
Ruído harmônico – perturbação eletromagnética conduzida que se apresenta em múltiplos
de 60 Hz.
Ruído de fundo apresenta espectro contínuo e decrescente com o aumento da freqüência.
Porém, o espectro do ruído de fundo é relativamente suave comparado com o espectro do ruído
harmônico.
Os tipos de ruídos presentes nas linhas BT
Os equipamentos elétricos e eletrônicos instalados em ambientes do consumidor transmitem
ruídos expressivos para as linhas de baixa tensão que estão acopladas fisicamente. Para diferentes
regimes de carga (demanda) e localidades têm-se diferentes valores de ruídos. Essas perturbações
eletromagnéticas resultam de sinais harmônicos, interarmônicas, perturbações transitórias e outros
fenômenos. Normalmente o nível de ruído no ambiente do consumidor é maior que o encontrado na
rede de distribuição em baixa tensão.
Cinco diferentes classes de ruído caracterizam interferências presentes nas linhas de BT (CHAN,
1989; FERREIRA, GROVE, HOOIJEN, VINCK, 1999; CANETE, DIEZ, CORTES, ENTRANBASAGUAS,
2002; ZIMMERMANN, DOSTERT, 2002b, 2002c; O’NEAL JR, 2002; KUHN, 2003)
Ruído colorido de fundo
É o resultado da sobreposição ou do somatório de diferentes componentes de ruído de baixa
potência provenientes de diversas fontes
. O ruído colorido de fundo apresenta um comportamento
estocástico e densidade espectral de potência (PSD) que decresce com o aumento da freqüência
relativamente plana, ou seja, varia muito lentamente quando comparada a taxas de alguns kbps,
permanecendo muito próximos de um valor dio por intervalos de vários segundos e até mesmo
alguns minutos durante o dia, o que pode permanecer neste estado estacionário por a algumas
horas durante a noite.
Ruído de faixa estreita
É caracterizado por sinais senoidais modulados em amplitude e causado, principalmente,
pela indução dos sinais de rádio nos fios de rede elétrica na banda de freqüência de interesse, ou
seja, até 30 MHz. Como efeito, pode-se exemplificar as perturbações eletromagnéticas irradiadas
por sinais de radiodifusão (sinais de radio Amador e outros) e harmônicas de maior ordem da
freqüência de deflexão horizontal dos aparelhos de TV (15,625 kHz PAL-Europa e 15,75 kHz NTSC-
EUA). Estes sinais apresentam uma alta PSD e são bastante observados no período da manhã,
quando as condições de propagação para sinais na faixa de ondas curtas são as melhores. Contudo,
durante a noite, a sua potência é muita baixa. Geralmente senoides com amplitudes moduladas, tendo,
porém, suas maiores contribuições na faixa inferior aos 500 kHz.
Ruído impulsivo periódico e assíncrono a freqüência da rede (fundamental)
Este ruído é gerado principalmente nas fontes chaveadas presentes em dispositivos como
reatores de lâmpadas fluorescentes e computadores. A taxa de repetição desses impulsos varia entre
50 e 200 kHz. Apresenta espectro com linhas discretas, cujo espaçamento espectral é dado pela taxa de
repetição dos mesmos.
Ruído impulsivo periódico e sincronizado com a freqüência da rede
(fundamental)
Este tipo de componente de ruído impulsivo apresenta
uma taxa de repetição de 60 Hz e de 120 Hz;
Anexo
197
PSD decrescente com a freqüência;
sincronização (são sincronizados) com a freqüência da componente fundamental da rede
elétrica e de curta duração (alguns microssegundos).
Dispositivos semicondutores não lineares como SCR, triac, diodos retificadores, fontes de
alimentação; equipamentos como fotocopiadoras e outros geram este tipo de ruído na rede a cada
metade do ciclo de corrente (a 60 Hz), ou seja, na comutação de diodos retificadores, operando de
forma síncrona com a rede.
Ruído impulsivo assíncrono
Causado principalmente pelos transitórios gerados por chaveamentos nas redes elétricas,
apresenta durações de alguns microssegundos até alguns milissegundos e ocorre de forma aleatória.
Ele é altamente variante no tempo e pode alcançar picos de até 2 kV. Por conta destes altos valores,
a PSD deste tipo de ruído pode atingir níveis consideráveis (50 dB) acima da PSD do ruído de fundo.
Juntos, o ruído impulsivo periódico e sincronizado com a freqüência da rede
(fundamental) e o ruído
impulsivo assíncrono podem causar erros em alguns bits ou rajadas de bits transmitidos. Na figura 1,
pode-se ver o resultado de medições realizadas em canais em que o ruído impulsivo assíncrono é
presente. Pode-se observar que, em algumas freqüências, o ruído de natureza impulsiva supera o
ruído de fundo em até 40 dB.
Figura 1 - Forma de onda de sinal com característica impulsiva e a PSD desse sinal e
do ruído de fundo.
-10 0 -0 20 30 40 50 60 70 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo ........ Freqüência (MHz)
1,5
1
0,5
0
-0,5
-1
-1,5
Amplitude ny
-70
-80
-90
-100
-110
-120
-130
-140
PSD
Ruído impulsivo
Ruído de fundo
Amplitude (v)
Tempo (
µ
s)
Anexo
198
Anexo 3
Relatório técnico de análise de compatibilidade eletromagnética – CEM em redes PLC
Apresentação
Este relatório técnico apresenta os resultados das medidas de campo magnético radiado
realizadas com referência aos equipamentos do fabricante EBA-PLC que compõem o sistema PLC
(Powerline Communications) da empresa COPEL (Companhia Paranaense de Eletricidade). As atividades
descritas neste documento foram realizadas no dia 27 de novembro de 2002 (EBA POWERLINE
COMUNICAÇÕES, 2002).
Pessoal envolvido
Participaram das referidas atividades engenheiros e técnicos das seguintes empresas ou
entidades:
EBA Powerline Comunicações - São José, SC - Brasil
DS2 - Design of Systems on Silicon - Valencia - Espanha
Universidade Federal de Santa Catarina - Florianópolis, SC - Brasil
De forma a garantir o maior grau posvel de confiabilidade, as atividades de medição e posterior
documentação foram conduzidas por pessoal independente, não vinculado a nenhuma das empresas
envolvidas.
Esta equipe, coordenada pelo Prof. Dr. Adroaldo Raizer, responsável pelo Laboratório de
Eletromagnetismo para Engenharia do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal
de Santa Catarina.
Normas utilizadas e protocolo de testes
As medições foram realizadas em concordância com as normas FCC, CISPR 16 e CISPR/
A/375/FDIS, tendo sido apresentado, revisado e aceito previamente por todos os interessados um
“Protocolo de Medições”, documento descritivo das atividades realizadas. Este referido protocolo
encontra-se no Anexo A deste relatório.
Equipamentos utilizados
As medições dos níveis de campo magnético emitido pelo equipamento PLC foram realizadas
com os seguintes equipamentos:
Antena Loop Rohde & Schwarz modelo HFH2-Z2
Receiver de campo Rohde & Schwarz modelo ESPC
Computador de aquisição de dados e softwares de análise
É importante salientar que todos os equipamentos foram calibrados e configurados para
operar segundo os padrões da Rhohde & Schwarz, que utiliza como base em normas européias.
O Anexo B, deste relatório, apresenta as características técnicas destes equipamentos.
Anexo
199
Cenário de testes
Para realizar as medições de campo magnético radiado, foi instalada uma rede PLC composta
pelos seguintes elementos:
HE – Head End
Descrição: equipamento Master PLC mostrado na figura 1. Este elemento recebe o sinal
de dados a partir de um backbone genérico de comunicações e injeta o sinal PLC na rede elétrica de
baixa tensão. Os equipamentos HE são os elementos centrais de uma rede PLC, provendo, através
do Modem CPE, acesso de banda-larga a serviços de comunicação aos usuários finais. Atingia taxas
de transmissão de até 45 Mbps quando os testes foram realizados.
Figura 1 - Equipamento HE – Head End.
CPE – Costumer Premises Equipment
Descrição: Modem PLC para o usuário final (figura 2). O equipamento CPE é um modem
digital de alta velocidade, montado em um estojo plástico, leve e compacto. Este Modem é
responsável por extrair o sinal PLC da rede elétrica e tornar o mesmo disponível em todas suas
interfaces de comunicação (2 x Ethernet, 1 x USB).
Figura 2 - Equipamento CPE – Costumer Premises Equipment.
Capacitive Coupling Unit
Descrição: Unidades com acoplamento capacitivo para baixa tensão conforme pode-se
ver na figura 3.
Figura 3 - Capacitive Coupling Unit.
Estas unidades de acoplamento são utilizadas para conexão com as redes elétricas de baixa
tensão, de forma a injetar nas mesmas o sinal PLC a partir do equipamento HE. Os equipamentos
foram dispostos segundo o esquemático da figura 4, sendo o equipamento HE instalado em uma
caixa metálica afixada ao poste da rede elétrica e injetando o sinal PLC na rede de baixa tensão
através de um acoplador capacitivo. Por meio de um ramal de ligação multiplexado, o equipamento
CPE recebia o sinal PLC injetado na rede em questão.
Anexo
200
Figura 4 - Cenário dos testes.
O equipamento HE, embora tenha a capacidade de alterar de forma dinâmica e sob demanda
a potência do sinal injetado na rede elétrica, foi configurado para operar com nível máximo de sinal,
conforme consta na tabela 1.
Tabela 1 - Níveis de potência
Densidade espectral de potência do sinal 50 dBm/Hz
Nível de potência do sinal 15 dBm
Perda típica do acoplamento capacitivo [2-6] dB
Medições de campo magnético
As medições principais conforme descrito no “Protocolo de Testes”, no Anexo A deste
relatório foram realizadas desde 150 kHz até 30 MHz, conforme indicado nas normas citadas. Os
equipamentos empregados nestas atividades utilizavam as seguintes faixas de freqüências (Tabela 2):
Tabela 2 - Faixas utilizadas nos equipamentos PLC
Link Sentido Inicial (MHz) Final (MHz) Faixa Total (MHz)
1 Upstream 2,460 4,960 2,500
1 Downstream 7,925 11,725 3,800
2 Upstream 13,800 16,300 2,500
2 Downstream 19,000 22,800 3,800
Primeiramente, de modo a caracterizar o ambiente de provas, foi realizada uma série de
medidas do ruído ambiente, ou seja, etapa na qual os equipamentos PLC estavam desligados.
Após a caracterização do meio medição do ruído de fundo uma série de medidas foi
levantada, desta vez com o equipamento PLC operando no nível ximo de potência, com seus
valores apresentados na tabela 2.
Segundo indicado nas normas, para analisar o comportamento de emissão de um determinado
equipamento que opera em uma extensa faixa de freqüências, devem ser efetuadas medições
separadas com a antena de laço disposta nos dois eixos paralelo e perpendicular à fonte de
radiação, neste caso a rede elétrica em análise, à distância normalizada de 3 metros. A figura 5 ilustra
o esquema de orientação da antena de laço.
Anexo
201
Figura 5 - Detalhes de orientação da antena de laço.
Efetuadas as medições de acordo com as orientações da antena, o resultado final de Campo
Magnético Efetivo (Heff) será composto segundo a equação 1, a seguir:
22
yxeff
HHH +=
(Equação 1)
onde os valores de Heff, HX, HY são dados em unidades lineares de A/m.
Segundo orientação de todas as normas citadas, compõem-se os valores de campo elétrico
radiado a partir dos valores medidos de campo magnético, de acordo com a equação 2, apresentada
abaixo:
(
)
5,51log205,51/
10
+=+=
eff
HmAdBHVdBE
µµ
(Equação 2)
O fator de extrapolação utilizado (51,5 dB) representa a relação entre a intensidade dos
campos magnético e elétrico, dada a impedância-padrão admitida para o espaço livre (377 Ω),
expressada em unidades logarítmicas:
(
)
377log205,51
10
=
Dada a composição apresentada nas linhas anteriores, os valores obtidos são comparados,
neste relatório, com os limites estabelecidos pela norma FCC Part 15.
A FCC, na normalização Part 15, estabelece um limite máximo de 30 µV/m para medidas
realizadas a 30 metros do foco emissor, devendo ser aplicado um fator de correção de 40 dB por
década quando a medida for realizada a outras distâncias.
Desta forma, o limite para os valores obtidos com medições efetuadas a 3 metros é de
69,54 dBµV/m.
A seguir, encontra-se o resultado das medições, conforme descrito acima, a partir dos dados
repassados pela equipe ou corpo técnico responsavel pela realização dos testes em campo.
Conclusão
Conforme apresentado na figura 6, na faixa de freqüências analisada neste estudo 1 a
30 MHz os resultados das medições do campo magnético radiado pelos equipamentos PLC e,
posteriormente, a correspondente conversão conforme recomendado nas normas citadas destes
dados para obtenção do perfil de campo elétrico radiado mostra que os equipamentos cumprem, sem
restrições, as normas vigentes.
Rede de baixa tensão
Perpendicul
ar
Paralel
a
Orientação da
antena:
3 m.
3 m.
Anexo
202
Figura 6 - Resultados das medições realizadas.
Anexo
203
Anexo 4
Dados representativos de estudo realizado pela Ipsos-Opinion da
situação do mercado de Internet no Brasil
Proporção de empresas que usam computadores*
Percentual sobre o total de empresas da amostra, nos últimos 12 meses
Variáveis de cruzamento %
Total 98,76
10 a 19 98,00
20 a 49 99,54
50 a 99 100,00
100 a 249 100,00
250 a 499 100,00
500 a 999 100,00
Porte da empresa
(n
O
de funcionários)
1.000 ou mais 100,00
Norte 95,44
Nordeste 98,34
Sudeste 98,70
Sul 100,00
Região
Centro-Oeste 98,36
Mercados de Atuação - CNAE Ind. de Transform./ 99,23
Constr./ 99,24
Com./ Rep. de Autos 99,27
Hotel/ Aliment. 92,06
Transp./ Armaz./ Comunic. 99,36
Ativ. Imobil., alug. e serv.
99,65
Ativ. Cinema/ Vídeo/ Rádio/ TV
100,00
Fonte: IPSOS
* Base: 2030 empresas com 10 funcionários ou mais, que constituem os seguintes
segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2 92,1 e 92.2.
Anexo
204
Número de empregados que usam computadores*
Número médio de empregados com acesso a computadores, pelo menos
1 vez por semana, nos últimos 12 meses
Variáveis de cruzamento Médias
Total 17,60
10 a 19 9,00
20 a 49 14,22
50 a 99 26,16
100 a 249 47,07
250 a 499 91,95
500 a 999 196,09
Porte da empresa
(n
o
de funcionários)
1.000 ou mais 428,83
Norte 14,15
Nordeste 14,95
Sudeste 19,24
Sul 16,95
Região
Centro-Oeste 13,65
Ind. de Transform./ 16,56
Constr./ 12,81
Com./ Rep. de Autos 16,54
Hotel/ Aliment. 9,99
Transp./ Armaz./ Comunic. 26,69
Ativ. Imobil., alug. e serv. 24,41
Mercados de Atuação - CNAE
Ativ. Cinema/ Vídeo/ Rádio/ TV 26,20
Fonte: IPSOS
* Base: 2005 empresas que utilizam computador, 10 funcionários ou mais, que
constituem os seguintes segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2
92,1 e 92.2.
Anexo
205
Proporção de empresas com rede (LAN, Intranet e Extranet)*
Percentual sobre a base* de empresas entrevistadas, nos últimos 12 meses
[representatividade da amostra]
Redes
Variáveis de cruzamento LAN sem fio
LAN com fio Intranet Extranet
Total 14,21 80,46 39,00 22,16
10 a 19 11,20 74,30 33,44 19,63
20 a 49 14,85 84,72 40,07 22,17
50 a 99 18,92 92,50 49,49 26,53
100 a 249 26,20 93,62 61,15 31,54
250 a 499 28,38 97,37 65,29 33,87
500 a 999 48,52 100,00 75,90 61,46
Porte da empresa
(n
o
de funcionários)
1.000 ou mais 26,75 99,08 75,84 59,04
Norte 18,80 87,93 46,46 21,69
Nordeste 13,14 79,25 36,77 25,09
Sudeste 14,62 80,77 40,07 21,06
Sul 10,95 78,29 34,66 22,52
Região
Centro-Oeste 19,90 82,61 43,38 24,34
Ind. de Transform./ 16,72 78,23 35,98 22,29
Constr./ 9,65 86,40 41,30 18,35
Com./ Rep. de Autos 9,39 78,02 34,89 17,65
Hotel/ Aliment. 19,38 70,21 41,13 23,89
Transp./ Armaz./ Comunic. 17,53 87,13 42,69 32,26
Ativ. Imobil., alug. e serv. 21,26 91,13 53,77 30,60
Mercados de Atuação
- CNAE
Ativ. Cinema/ Vídeo/ Rádio/
TV
12,83 94,70 35,95 29,59
Fonte: IPSOS
* Base: 2005 empresas que utilizam computador, com 10 funcionários ou mais, que constituem os seguintes
segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2 92,1 e 92.2.
Anexo
206
Proporção de empresas com website*
Percentual sobre a base* de empresas entrevistadas, nos últimos 12 meses
[representatividade da amostra]
Variáveis de cruzamento (%)
Total 59,06
10 a 19 49,40
20 a 49 66,59
50 a 99 74,31
100 a 249 77,94
250 a 499 85,21
500 a 999 89,14
Porte da empresa
(n
o
de funcionários)
1.000 ou mais 78,59
Norte 44,87
Nordeste 41,31
Sudeste 63,91
Sul 57,68
Região
Centro-Oeste 62,43
Ind. de Transform./ 62,43
Constr./ 43,68
Com./ Rep. de Autos 49,33
Hotel/ Aliment. 84,82
Transp./ Armaz./ Comunic. 57,86
Ativ. Imobil., alug. e serv.
75,88
Mercados de atuação -
CNAE
Ativ. Cinema/ Vídeo/ Rádio/ TV
61,04
Fonte: IPSOS
* Base: 1943 empresas com acesso à internet, com 10 funcionários ou mais, que
constituem os seguintes segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2
92,1 e 92.2.
Proporção de empresas com acesso à internet por tipo de acesso*
Fonte: IPSOS
* Base: 1943 empresas com acesso à internet, com 10 funcionários ou mais, que constituem os
seguintes segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2 92,1 e 92.2.
94
75
79
38
83
55
6
24
20
58
11
45
Conexão de banda estreita móvel
Conexão de banda larga móvel
Outra conexão fixa à internet (a cabo, linha
alugada, etc.)
Conexão DSL (ADSL, etc.)
Conexão ISDN
Modem tradicional
Sim Não
Empresas com acesso à internet, com 10 funciorios ou mais
Percentual sobre a base* de empresas entrevistadas nos últimos 12 meses
[representatividade da amostra]
Porcentagem (%)
Modem
Tradicional
Conexão ISDN
Conexão DSL
(ADSL, etc.)
Outra co
nexão fixa à internet
(à cabo, linha alugada, etc.)
Conexão de banda
larga móvel
Conexão de banda
estreita móvel
Total 45,07 10,95 57,95 20,46 23,95 5,72
10 a 19 51,18 7,52 50,37 18,12 26,15 4,59
20 a 49 40,72 14,56 65,24 20,21 20,98 5,24
50 a 99 35,32 14,26 70,74 21,40 20,42 8,41
100 a 249 28,69 16,37 67,47 34,42 22,80 10,05
250 a 499 26,44 13,81 70,86 34,85 18,72 14,86
500 a 999 36,10 34,22 68,53 63,96 42,11 24,26
Porte da empresa
(n
o
de funcionários)
1.000 ou mais 55,63 17,27 70,97 32,72 30,95 13,26
Norte 58,60 15,15 42,25 24,24 18,02 9,49
Nordeste 53,56 16,64 50,95 27,67 30,77 17,17
Sudeste 49,41 12,10 50,39 22,36 28,33 3,89
Sul 28,22 4,01 75,87 11,87 12,92 3,65
Região
Centro-Oeste 38,93 10,35 84,24 16,48 13,36 4,70
Ind. de Transform./
47,81 10,97 57,84 20,20 24,93 4,77
Constr./ 48,88 9,74 59,68 23,83 22,97 8,44
Com./ Rep. de Autos
45,37 9,39 54,29 17,10 22,82 4,12
Hotel/ Aliment. 48,33 13,06 53,70 30,00 20,59 6,49
Transp./ Armaz./
Comunic.
46,89 12,25 58,32 27,42 25,40 9,36
Ativ. Imobil., alug. e
serv.
35,60 14,43 69,23 20,18 26,96 8,83
Mercados de
atuação - CNAE
Ativ. Cinema/ Vídeo/
Rádio/ TV
15,51 9,57 70,08 32,78 15,90 3,85
Fonte: IPSOS
* Base: 1.943 empresas com acesso à internet, com 10 funcionários ou mais, que constituem os seguintes segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2 92.1 e 92.2.
ANEXOS 207
Proporção de empresas usando a internet segundo o tipo de atividade*
Percentual sobre a base* de empresas entrevistadas, nos últimos 12 meses
[representatividade da amostra]
Percentual (%)
Serviços bancários
e financeiros
Treinamento e
educação
Monitoramento de
mercado (ex. preços)
Recepção de b
ens ou
serviços digitais
Obtenção de serviços
pós-venda
Total 78,96 26,80 56,20 43,66 38,92
10 a 19 74,21 26,68 56,33 41,61 37,13
20 a 49 82,76 24,44 53,27 42,09 37,39
50 a 99 86,56 27,16 57,82 51,30 45,09
100 a 249 88,27 35,73 62,29 54,93 47,94
250 a 499 89,44 34,13 72,30 56,81 50,96
500 a 999 93,21 42,16 63,79 51,94 63,63
Porte da empresa
(n
o
de funciorios)
1.000 ou mais 89,27 47,60 67,17 61,44 55,94
Norte 72,54 26,11 57,39 40,69 35,54
Nordeste 74,38 28,51 58,51 43,19 42,74
Sudeste 79,98 27,15 55,39 42,91 39,22
Sul 78,92 24,75 58,09 44,48 35,11
Região
Centro-Oeste 82,08 27,45 52,58 49,36 42,82
Ind. de Transform./ 84,98 17,20 53,14 42,11 35,94
Constr./ 75,64 32,45 60,79 48,02 34,79
Com./ Rep. de Autos 75,64 30,87 54,54 41,94 38,41
Hotel/ Aliment. 77,64 25,90 63,34 44,27 43,63
Transp./ Armaz./ Comunic. 71,07 21,51 55,93 37,45 37,11
Ativ. Imobil., alug. e serv. 82,52 34,69 60,45 52,75 47,76
Mercados de
atuação - CNAE
Ativ. Cinema/ Vídeo/ Rádio/ TV
79,05 36,31 80,82 41,07 28,99
Fonte: IPSOS
* Base: 1.943 empresas com acesso à internet, com 10 funcionários ou mais, que constituem os seguintes segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2 92.1 e 92.2.
ANEXOS 208
Anexo
209
Evolução do número de hosts do Brasil
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Janeiro
117.200
215.086
446.444 876.596
1.644.575
2.237.527
3.163.349
3.934.577
Julho 163.890
310.138
662.910 1.025.067
1.988.321
3.485.773
4.392.693
Fonte: Network Wizards
Evolução do número de hosts do Brasil
Fonte: Network Wizards
Evolução da posição do número de hosts do Brasil em relação ao mundo
Fonte: Network Wizards
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