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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO
KARLA CRISTIANE VIEIRA DA FONSECA
Estabilidade de cor de cerâmicas odontológicas
submetidas ao processo de envelhecimento artificial
acelerado após múltiplos ciclos de queima
Ribeirão Preto – São Paulo
2005
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KARLA CRISTIANE VIEIRA DA FONSECA
Estabilidade de cor de cerâmicas odontológicas
submetidas ao processo de envelhecimento artificial
acelerado após múltiplos ciclos de queima
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto, da
Universidade de São Paulo, para a obtenção
do Título de Mestre em Odontologia.
Área de concentração: Reabilitação Oral
Orientadora: Profª. Drª. Fernanda de
Carvalho Panzeri Pires de Souza
Ribeirão Preto
2005
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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
FICHA CATALOGRÁFICA
Fonseca, Karla Cristiane Vieira da
Estabilidade
de cor de cerâmicas odontológicas submetidas ao processo
de envelhecimento artificial acelerado após múltiplos ciclos de queima.
Ribeirão Preto. FORP – USP, 2005.
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto
/ USP, Área de concentração: Reabilitação Oral.
Orientadora: Souza, Fernanda de Carvalho Panzeri Pires de
Unitermos: Estabilidade de cor, cerâmica, envelhecimento artificial
acelerado, espectrofotômetro, metalocerâmica, livre de metal
FOLHA DE APROVAÇÃO
Karla Cristiane Vieira da Fonseca
Estabilidade de cor de cerâmicas odontológicas submetidas ao processo de
envelhecimento artificial acelerado após múltiplos ciclos de queima
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto, da
Universidade de São Paulo, para a obtenção
do Título de Mestre em Odontologia.
Área de concentração: Reabilitação Oral
Aprovado em:
Banca Examinadora
Prof. Dr.
Instituição: Assinatura:
Prof. Dr.
Instituição: Assinatura:
Prof. Dr.
Instituição: Assinatura:
Dedico este trabalho àqueles que amo:
À minha família, por estar sempre presente em todos os
momentos e conquistas.
À minha irmã Karen por seu apoio incondicional que me
possibilitou vivenciar esta experiência.
À minha mãe Nair por sua ajuda preciosa que me permitiu
concluir esta etapa com serenidade.
Ao meu marido Wilson por seu amor e compreensão neste período
em que ficamos afastados para que eu pudesse concluir este
trabalho.
Ao meu filho Matheus, razão da minha vida, por seu olhar e
abraço amáveis, e pelo seu sorriso lindo.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
À Deus, o Criador de todas as coisas.
À minha orientadora Profª. Drª. Fernanda de Carvalho Panzeri
Pires de Souza por ter me acolhido e orientado durante este
período, por ter enriquecido meu amadurecimento profissional e
pessoal, por seus conselhos e apoio em momentos difíceis, por sua
valiosa ajuda que permitiu a conclusão deste trabalho. Obrigada
pelo seu empenho e amizade.
AGRADECIMENTOS
À minha amiga Alessandra pela amizade, pela contribuição com
a minha escolha por esta Instituição de Ensino, e por ter
acompanhado todos os passos desta experiência de vida.
Aos meus colegas pela amizade que cultivamos neste período de
convivência.
Aos funcionários do Departamento de Materiais Dentários e
Prótese e do Laboratório Integrado de Pesquisa em
Biocompatibilidade de Materiais (LIPEM) na Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo,
pela agradável convivência e pela disposição em colaborar com a
execução deste trabalho.
Aos professores do Departamento de Materiais Dentários e
Prótese, na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo, pela contribuição na ampliação dos
meus conhecimentos e crescimento científico.
RESUMO
FONSECA, K. C. V. Estabilidade de cor de cerâmicas odontológicas submetidas
ao processo de envelhecimento artificial acelerado após múltiplos ciclos de
queima. 2005. f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2005.
A estética tornou-se de fundamental importância nas últimas décadas, fazendo
com que houvesse uma grande evolução nos materiais dentários e técnicas
restauradoras para atender a esta exigência. As cerâmicas odontológicas são
materiais estéticos e biocompatíveis, podendo ser uma ótima alternativa quando
aplicadas a casos apropriadamente selecionados. O sucesso estético de uma
restauração de cerâmica depende da caracterização de superfície, da
integridade marginal, da forma anatômica e da coloração. O presente estudo teve
o objetivo de avaliar a estabilidade de cor de dois tipos de restaurações em
cerâmica odontológica, metalocerâmica e livre de metal, submetidas a múltiplos
ciclos de queimas. Foram realizados 60 corpos-de-prova, sendo 30 na forma de
metalocerâmicas e 30 livres de metal que foram divididas em três grupos de 10
amostras cada, sendo confeccionadas em duas, três e quatro queimas
respectivamente. As leituras de cor foram realizadas em espectrofotômetro PCB
6807 BYK GARDNER antes e após envelhecimento artificial acelerado (Comexim
Matérias Primas). Analisando-se inicialmente a influência do número de queimas
sobre a cor da cerâmica odontológica, houve diferenças estatisticamente
significantes para as coordenadas L* nas amostras metalocerâmicas, sendo que o
grupo de 3 queimas foi o que apresentou diferenças em relação aos outros dois
grupos. Para as amostras livres de metal, houve diferenças nas coordenadas L*,
a* e b*, com comportamentos heterogêneos para as 3 coordenadas. Os
resultados indicaram diferenças estatisticamente significantes na variação total
de cor (E) para as amostras de 3 queimas, comparando-se os tipos de
restauração. Quando analisada a interferência do número de queimas de um
mesmo tipo de restauração, não houve diferença estatisticamente significante
para a amostra livre de metal. Para a amostra metalocerâmica, houve apenas
diferença estatisticamente significante entre as amostras que receberam 2 e 3
queimas. Para a variação total nas coordenadas L*, a* e b* também houve
variação de valores para os dois tipos de amostras e em relação aos ciclos de
queimas. Concluiu-se que as pequenas diferenças estatisticamente significantes
encontradas em alguns grupos são invisíveis e sem qualquer significado clínico
(E<3,3). Além disso, os múltiplos ciclos de queima e o envelhecimento acelerado
não modificaram de forma significativa a estabilidade de cor da cerâmica nas
formas em que foram empregadas ( < 1).
Palavras-chave: Estabilidade de cor, cerâmica, envelhecimento artificial
acelerado, espectrofotômetro, metalocerâmica, livre de metal
ABSTRACT
Esthetics has become essential over the past few decades, causing dental
materials and restorative techniques to evolve significantly. Dental ceramics are
esthetic and biocompatible materials which may be an excellent alternative for
properly selected cases. The esthetic success of a ceramic’s restoration
depends on surface characterization, marginal integrity, anatomic form, and
color. This study aimed to assess the color stability of two types of dental
ceramic restorations, metalloceramic and metal-free, submitted to multiple burn
cycles. Sixty specimens were fabricated: 30 metalloceramic and 30 metal-free.
The specimens were divided into 3 groups (n= 10) according to the number of
burns (2, 3, and 4 burns). Color readings were performed using a PCB 6807 BYK
GARDNER spectrophotometer before and after artificial accelerated aging
(Comexim Raw Materials). By analyzing the influence of the number of burns
over the dental ceramic’s color, statistically significant differences were found
for the coordinate L* for the metalloceramic specimens, in the group of 3 burns,
in relation to the other 2 groups. For the metal-free specimens, there were
differences for the coordinates L*, a*, and b*, with heterogeneous
compartments for the 3 coordinates. The results revealed statistically
significant differences for total color variation (E) for the 3 burns group, in
comparison to the other types of restoration. When analyzing the specimens of
a single type of material, in terms of the interference of the number of burns,
the metal-free samples showed no statistically significant differences, whereas
the metalloceramic samples showed difference only between those that received
2 and 3 burns. For the total variation of coordinates L*, a*, and b*, both
materials showed a variation in those values and in relation to burn cycles. The
small statistically significant differences found in some groups are invisible and
present no clinical meaning (E<3.3). In addition, the multiple burn cycles and
accelerated aging did not modify significantly the ceramic’s color stability (<1).
Key words: 1. color stability, 2. ceramics, 3. artificial accelerated aging, 4.
spectrophotometer, 5. metalloceramics, 6. metal-free.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................17
2.1 Cor........................................................................18
2.2 Análise instrumental da cor..............................................25
2.3 Influência do número de ciclos de queima na estabilidade de cor das
cerâmicas odontológicas......................................................26
2.4 Influência da infra-estrutura metálica na estabilidade de cor de
cerâmicas odontológicas......................................................31
2.5 Envelhecimento artificial acelerado......................................39
3 PROPOSIÇÃO..................................................................43
4 MATERIAL E MÉTODOS......................................................45
4.1 Material...................................................................46
4.2 Método...................................................................47
4.2.1 Confecção da matriz.................................................47
4.2.2 Confecção dos corpos-de-prova livres de metal....................48
4.2.3 Confecção dos discos metálicos correspondentes às infra-
estruturas.................................................................50
4.2.4 Confecção dos corpos-de-prova metalocerâmicos...................51
4.2.5 Acabamento dos corpos-de-prova...................................53
4.2.6 Glazeamento dos corpos-de-prova...................................53
4.2.7 Análise espectrofotométrica da cor dos corpos-de-prova antes e após
o processo de envelhecimento artificial acelerado........................54
4.2.8 Processo de Envelhecimento Artificial Acelerado...................56
5 RESULTADOS..................................................................59
6 DISCUSSÃO...................................................................68
7 CONCLUSÃO...................................................................74
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................76
INTRODUÇÃO
Introdução__________________________________________________________________________14
1 INTRODUÇÃO
A estética tornou-se de fundamental importância e a busca por materiais
estéticos e técnicas restauradoras e/ou reabilitadoras que tornem as
restaurações com aparência mais próxima ao natural tem sido alvo dos esforços
tanto dos cirurgiões-dentistas como dos fabricantes de materiais dentários. O
fato das restaurações metálicas convencionais serem rejeitadas devido a sua
aparência negativa, e até restaurações em resina composta, principalmente em
dentes anteriores, como conseqüência de sua estética inferior e menor
durabilidade quando comparadas a uma cerâmica, faz com que cada vez mais as
restaurações indiretas em cerâmica sejam requisitadas.
Por décadas o objetivo das restaurações em dentes anteriores tem sido de
repor a estrutura dentária perdida por doença de uma maneira estética
(HEYDECKE et al., 2001). Aperfeiçoamentos das técnicas e materiais dentários
nos últimos 15 anos conduziram ao desenvolvimento das facetas de porcelana
(PEUMANS et al., 2000), que servem bem para a mudança da forma e cor dos
dentes (FAUNCE, 1983; NIXON, 1996; BELSER et al., 1997; McLAUGHLIN,
1998). Pesquisas clínicas demonstraram que a taxa de sucesso global das
restaurações em faceta são muito altas (FRADEANI, 1998; KIHN ; BARNES,
1998; PEUMANS et al., 2000).
A cerâmica é um material estético e biocompatível que pode ser uma ótima
alternativa quando aplicada a casos apropriadamente selecionados (MOLIN;
Introdução__________________________________________________________________________15
KARLSSON, 1992). Sua estabilidade de cor tem se mostrado excelente em
estudos que avaliaram diferentes sistemas cerâmicos, sendo eles de cerâmica
pura ou aplicada ao metal (MULLA; WEINER, 1991; MOLIN; KARLSSON, 1992;
MILLEDING et al., 1995; SJÖGREN et al., 1995; TIDEHAG; GUNNE, 1995;
MILLEDING et al., 1998; MUTLU-SAGENSEN et al., 2001).
O sucesso estético de uma restauração de porcelana depende de vários
fatores como a caracterização da superfície, integridade marginal, forma
anatômica e a coloração (MEIJERING et al., 1997). Clinicamente, uma
combinação de cores adequada é aspecto importante em qualquer restauração
dentária estética. De acordo com o resultado de alguns estudos, a combinação
final de cores de coroas de porcelana em relação à dentição natural adjacente
continua problemática (MILLEDING et al., 1998; HASELTON et al., 2000).
Na prática clinica, o processo de replicação da cor para porcelana dental
constitui-se de uma fase de seleção da tonalidade seguida pela duplicação da
mesma. A seleção da tonalidade pode ser feita pelo método visual, através do uso
da escala de cores, ou pelo método instrumental através do uso do colorímetro ou
espectrofotômetro (WEE et al., 2002). A seleção visual da tonalidade é o método
mais comum de determinação da cor segundo Van Der Burgt et a (1990), porém a
duplicação da cor por este processo é marcada por resultados não confiáveis e
inconsistentes (CULPEPPER, 1970; OKUBO et al., 1998). Vários trabalhos
descreveram as inadequações das escalas de cores dentais em termos de
Introdução__________________________________________________________________________16
extensão e distribuição espacial da cor no dente (SPROULL, 1973; PRESTON,
1985; MILLER, 1987; O´BRIEN et al., 1991; FERREIRA; MONARD, 1991).
A análise instrumental da coloração oferece um potencial avanço quando
comparada com a determinação visual da cor, leituras instrumentais são
objetivas, confiáveis e mais rapidamente obtidas. O uso extensivo de
colorímetros computadorizados e espectrofotômetros são relatados na pesquisa
odontológica (BREWER et al., 1985; GOODKIND et al., 1985; GOODKIND;
SCHWABACHER, 1987; JOHNSTON; KAO, 1989; BREWER et al., 1990;
BREWER et a., 1991; ISHIKAWA-NAGAI et al., 1992; ISHIKAWA-NAGAI et
al., 1993; ISHIKAWA-NAGAI et al., 1994; OKUBO, 1998).
Erros associados com a duplicação da tonalidade da porcelana dental são
bem documentados. Estes erros são relacionados ao metal subjacente usado
(CRISPIN et al., 1991; O’NEAL et al., 1987; STAVRIDAKIS et al., 2000;
STAVRIDAKIS et al., 2004), à porção de pó da porcelana (O´BRIEN et al.,
1991), e à marca comercial da porcelana (SEGHI et al., 1986; ROSENSTIEL;
JOHNSTON, 1988; O´BRIEN et al., 1991; GROH et al., 1992). Também outros
fatores como o número de ciclos de queima (BARGHI; GOLDBERG, 1977), a
temperatura de cocção (MULLA; WEINER, 1991; MUTLU-SAGESEN et al., 2001;
WEE et al., 2002), e o método de condensação do material podem influenciar na
coloração (EVANS et al., 1990).
Introdução__________________________________________________________________________17
Quanto ao número de ciclos de queima, segundo Barghi e Golberg (1977), as
primeiras cinco queimas das porcelanas, com e sem a utilização de vácuo, não
apresentaram diferenças na coloração, nas queimas subseqüentes pequenas
diferenças puderam ser observadas.
Entretanto, pouco se sabe a respeito das modificações na cor das
restaurações cerâmicas em função do tempo de uso. Muitos trabalhos enfocam
as modificações nas propriedades mecânicas do material, porém, as condições da
cavidade bucal são adversas e muitas são as formas de construção de uma
restauração cerâmica.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 COR
Muitos são os fatores considerados com relação à estética na odontologia
restauradora e reabilitadora como a forma e tamanho dos dentes,
caracterizações de superfície compreendidas pelas pigmentações e presença de
sulcos e a cor. A cor é um fator de grande importância quando se está avaliando a
estética, pois uma restauração com coloração diferente a dos dentes naturais
adjacentes chama muito a atenção. A cor é um fator complexo de ser explicado e
compreendido. Mais complexo ainda é conseguir a reprodução exata da cor dos
dentes naturais em restaurações dentárias, pois existem diversos fatores
envolvidos neste processo.
Muitos sistemas de ordenação de cores estão disponíveis. Segundo Spoull
(2001), o Sistema de Ordenação de Cores de Munsell deveria ser o sistema de
escolha para a combinação de cores na Odontologia devido a sua consistência,
flexibilidade e simplicidade.
O sólido de cores de Munsell (Figura 01) pode ser comparado com uma
esfera ou um cilindro, sendo ele uma figura tri-dimensional irregular que tem
características de ambos (JUDD; WYSZECKI, 1963; NICKERSON, 1946;
SPROULL, 2001).
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________19
Figura 01 - Sólido de cores de Munsell
Segundo Munsell, as dimensões da cor são compreendidas por matiz, valor e
croma, que são importantes no trabalho com a cor para entender a fundo o seu
conceito tri dimensional (CLARK, 1931). O matiz é a primeira dimensão da cor, a
mais fácil de entender, é a qualidade na qual distinguimos uma família de cor da
outra, como o vermelho do amarelo, o verde do azul ou roxo. Para se referir a um
matiz no Sistema de Munsell, utilizam-se as seguintes iniciais: R para o vermelho,
YR para o amarelo – vermelho, Y para o amarelo e assim por diante. Cada matiz é
dividido em dez segmentos, visualmente espaçado um do outro de forma
semelhante.
Valor e croma são mais difíceis de entender e são confundidos um com o
outro. Especial atenção deve ser focada nestas dimensões. O valor é a qualidade
através da qual distinguimos uma cor clara de uma cor escura, e isto é
relacionado ao eixo polar acromático que vai de uma extremidade a outra do
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________20
sólido de cores de Munsell. O valor de uma cor é determinado por qual cinza, na
escala de valores, ela se assemelha em luminosidade / escuridão. Ao puro preto
da escala de valores é atribuído o valor zero, ao puro branco o valor dez. Um
infinito número de graduações de cinza é possível na medida em que se vai do
preto para o branco, mas apenas nove graus de cinza são utilizados no Sistema de
Munsell. Baixos valores se referem a cores escuras, altos valores a cores claras.
O croma é a última dimensão da cor, é a qualidade através da qual distinguimos
uma cor forte de uma cor fraca; a intensidade de um matiz característico; a
intensidade da cor. As graduações do croma são referentes aos raios da roda.
A notação usada no Sistema de Munsell menciona primeiramente o matiz,
que é colocado na esquerda; o valor é colocado acima da linha inclinada e a direita
do símbolo do matiz sendo expresso por um número; e o croma também expresso
por um número é colocado à direita da linha inclinada. O formato de uso comum é
H V/C. O H é precedido por um número para indicar a subdivisão precisa do
matiz. Esta designação fornece a identificação exata de uma cor que é
compreendida internacionalmente (CLARK, 1931).
A Commission Internationale de l’Éclairage (CIE), uma organização devotada
à padronização em áreas como a cor e aparência, definiu em 1931 uma fonte de
luz padrão, desenvolveu um padrão de observação e possibilitou o cálculo dos
valores de tridimensão, que representam como o sistema visual humano responde
a uma dada cor (McLAREN, 1987).
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________21
Em 1976, o CIE definiu o universo da cor, CIE Lab, que suporta a teoria
aceita de que a percepção da cor é baseada em três receptores de cor separados
nos olhos (vermelho, verde e azul), e é um dos mais populares universos da cor em
vigor. O CIE Lab representa um universo da cor uniforme, com distâncias
equivalentes correspondendo a uma semelhante percepção das diferenças de cor.
Neste universo de cor tridimensional, os três eixos são L*, a* e b*. O valor L* é a
medida da luminosidade de um objeto e é quantificado em uma escala na qual o
preto puro tem valor de L* igual a zero e valor de L* igual a 100 para um reflexo
completamente dissipado (branco puro). O valor de a* é a medida da quantidade
de vermelho (a* positivo) ou verde (a* negativo). O valor de b* é a medida da
quantidade de amarelo (b* positivo) ou azul (b* negativo). As coordenadas a* e b*
aproximam-se de zero para cores neutras (branco, cinza) e aumentam de
magnitude para cores mais saturadas ou intensas (Figura 02). A vantagem do
sistema CIE Lab é que as diferenças de cores relatadas pela percepção visual e
significância clínica podem ser expressas em unidades (O’BRIEN, 1997).
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________22
Figura 02 - Sistema de coordenadas de cores CIE L*a*b*.
Joiner (2004), relata em seu estudo que o fenômeno da cor é uma resposta
psicofísica à interação física da energia da luz com um objeto, e a experiência
subjetiva individual de um observador. Segundo o autor, três fatores podem
influenciar a percepção da cor: a fonte de luz, o objeto que está sendo observado
e o observador que está vendo o objeto. A fonte de luz pode emitir energia
radiante com comprimento de onda variável e isto é caracterizado pela relativa
quantidade de energia emitida em cada comprimento de onda em um espectro
visível. A fonte de luz que ilumina um objeto afeta a percepção da cor, já que
fontes individuais contêm quantidades variáveis de luz em cada comprimento de
onda. A refletância espectral de um objeto caracteriza a cor que o compõe. Por
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________23
exemplo, um objeto vermelho parece vermelho primeiramente porque reflete
comprimentos de onda vermelhos mais do que verdes e azuis. O principal
problema freqüentemente surge quando da tentativa de comunicar a cor para
outros.
Na prática clínica, o processo de replicação da cor para a porcelana é
composto por uma fase de seleção do tom seguida por sua duplicação, executada
durante a confecção da restauração no laboratório de prótese. Muitos métodos
são atualmente usados para determinar a cor dos dentes. Estes variam a partir
da comparação visual subjetiva utilizando papel, porcelana ou escalas de cores de
resina acrílica até mensurações instrumentais objetivas utilizando-se
espectrofotômetros, colorímetros e técnicas computadorizadas de análise de
imagens.
A determinação visual da cor através da comparação dos dentes com escalas
de cores padrão é o método mais freqüentemente aplicado na odontologia (VAN
DER BURGT et al., 1990). Essas escalas de cores definem as aplicações práticas
da organização da cor. Este é um processo subjetivo através do qual os dentes e
a escala de cores são observados simultaneamente sob as mesmas condições de
luminosidade. O dentista deve decidir qual dos padrões oferece a cor mais
aceitável para igualar com os dentes ou dente em questão e se esta irá contentar
o paciente.
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________24
Quanto melhor a escala de cores, melhor é a chance de sucesso quando a
população total dos que usam este método é considerada. Wee et al. (2002),
relatou que o sucesso na combinação de cores é um importante aspecto clínico em
qualquer restauração estética.
De acordo com estudos clínicos (MILLEDING, 1998; BERGMAN, 1999;
SJÖGREN, 1999; HASELTON, 2000), a combinação final de cores de coroas de
porcelana à dentição natural adjacente continua problemática. O sucesso ou falha
deste procedimento está intimamente relacionado com a adequação da escala de
cores, juntamente com a familiarização do dentista com os procedimentos
básicos de combinação de cores (SPROULL, 2001). Culpepper (1970), salientou as
discrepâncias individuais entre os dentistas em combinar tonalidades dos dentes
naturais e a inabilidade de alguns em duplicar suas próprias combinações
selecionadas.
Variáveis gerais como condições externas de luz, experiência, idade, fadiga
do olho humano e variáveis psicológicas que podem levar a inconsistências
(WATTS; ADDY, 2001; HILL, 1987). Segundo Culpepper (1970), alguns dos erros
na combinação das cores devem ser atribuídos às variáveis humanas sempre
presentes, mas outros erros como ele salientou devem ser atribuídos à
inadequação das escalas de cores disponíveis.
Os requisitos primordiais para qualquer escala de cores incluem um arranjo
lógico e uma distribuição adequada no universo da cor dos dentes naturais. Uma
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________25
escala de cores baseada em algum sistema de ordenação de cores pode
preencher estes requisitos (BRIDGEMAN, 1987).
Apesar de suas limitações, o uso das escalas de cores é um método rápido e
com custo – benefício para a mensuração das cores dos dentes. A habilidade dos
indivíduos em distinguir a cor dos dentes pode ser aperfeiçoada com treinamento
e experiência (WATTS; ADDY, 2001; RAGAIN et al., 2000).
2.2 ANÁLISE INSTRUMENTAL DA COR
De acordo com Joiner (2004), instrumentos como os espectrofotômetros e
colorímetros têm sido usados na indústria e no cenário das pesquisas para as
mensurações de cor de uma ampla variedade de materiais e substratos. Os
espectrofotômetros medem um comprimento de onda por tempo a partir da
refletância ou transmissão de um objeto. Entretanto, Tung et al. (2002),
relataram que o uso difundido de espectrofotômetros na pesquisa odontológica e
no ambiente clínico tem sido retardado pelo fato de o equipamento ser complexo
e caro e, mais importante, por ser difícil de fazer a mensuração de cor dos
dentes in vivo com este equipamento.
Os colorímetros têm filtros de cor que aproximam a função espectral dos
olhos do observador padrão e são geralmente designados para medir a cor em
termos de estímulos tridimensionais X, Y, Z ou em valores do CIE Lab (VAN DER
BURGT et al., 1990; TUNG et al., 2002).
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________26
As desvantagens do uso de colorímetros para a mensuração da cor de
dentes incluem que o instrumento é designado para a medição de superfícies
planas e lisas, e os dentes não são planos nem lisos podendo possuir anomalias na
superfície; além disso, os colorímetros com aberturas pequenas são propensos a
uma significativa perda de efeitos nas margens, então a determinação da cor
estará sujeita a erros (VAN DER BURGT et al., 1990; BOLT et al., 1994).
Segundo Douglas (1997), a principal aplicação da colorimetria instrumental
envolve a exploração da sua sensibilidade de detecção e de mensuração de
pequenas diferenças de cor entre amostras de cor similares, já que a mensuração
diferencial é altamente reproduzível entre instrumentos e representa o uso mais
efetivo da avaliação colorimétrica.
2.3 INFLUÊNCIA DO NÚMERO DE CICLOS DE QUEIMA NA
ESTABILIDADE DE COR DAS CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS
As restaurações e próteses fixas confeccionadas em cerâmica pura e
metalocerâmica são os tratamentos de escolha da atualidade, por serem mais
estéticos devido a sua capacidade de imitar a coloração da dentição natural
adjacente. O problema em conseguir que estas restaurações simulem a coloração
dos dentes naturais se deve a diversos fatores começando pelas escalas de cores
disponíveis que possuem uma série de inadequações, a capacidade do profissional
em selecionar a cor adequada, aos muitos fatores envolvidos na fase laboratorial
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________27
de confecção da peça e, dentro destes fatores, está o alvo da pesquisa que é a
influência do número de ciclos de queima na mudança da cor originalmente
escolhida para restaurações cerâmicas.
Barghi e Goldberg (1977), realizaram um estudo em que foram
confeccionadas amostras de porcelana queimada a vácuo ou não, variando o
número de queimas de 1 a 10. Após a confecção das amostras foi realizada a
analise das variações na cor, valor e croma sob luz natural e luz artificial através
do método visual, realizado por sete observadores. Os autores verificaram que
não houve diferença de cor detectada nas primeiras cinco queimas das
porcelanas queimadas com e sem vácuo. Pequenas mudanças foram observadas nas
queimas subseqüentes. Estas mudanças de cor foram mais visíveis nas amostras
queimadas sem vácuo do que nas queimadas com vácuo. Todavia, as mudanças na
coloração das porcelanas após múltiplas queimas não foram suficientemente
significativas para causar a rejeição das amostras. Segundo estes autores, a
tonalidade das porcelanas permanecerá estável, com as múltiplas queimas, desde
que o procedimento de cocção seja cuidadosamente executado.
Jorgenson e Goodkind (1979), realizaram um estudo no qual foram
confeccionadas 125 amostras metalocerâmicas. Utilizaram a liga semipreciosa
SMG – W sobre a qual construíram cinco amostras das porcelanas Ceramco nas
cores A3, B2 e D3; Vita na cor B2 e Biobond na cor B62. Confeccionaram as
amostras com espessuras de 1, 2 e 3 mm para cada cor, sendo que estas foram
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________28
queimadas por duas vezes. As amostras com 2 mm de espessura receberam mais
dois grupos, também com 5 amostras cada, que foram queimados por 5 e 10
vezes. Cada amostra teve sua cor analisada pelo espectrofotômetro e os dados
obtidos foram expressos na terminologia CIE Lab e convertidos para a notação
de Munsell para a avaliação das dimensões da cor (matiz, croma e valor) no que
diz respeito às diferenças de tonalidade, espessura da porcelana e número de
queimas. Os autores concluíram que o repetido número de queimas não afetou a
estabilidade de cor de nenhuma das cores testadas; que a espessura da porcelana
afetou significativamente a cor, sendo que o aumento na espessura possibilitou
melhores resultados e, por este motivo, o maior desgaste do dente sem violar a
integridade pulpar é encorajado; todas as cores da porcelana Ceramco testadas
tiveram estabilidade de cor comparável. Quanto às dimensões da cor, o matiz foi
a dimensão menos significativa, pois nas amostras testadas este ocupou uma
porção muito pequena da extensão do matiz em dentes naturais. O croma, sem
dúvida mais crítico que o matiz, não teve uma diferença tão significativa de um
tom para outro, com exceção para a cor D3 da porcelana Ceramco. A extensão do
valor para todas as amostras não cobriu suficientemente a extensão do valor
para os dentes naturais. Isto foi especialmente verdadeiro para baixos valores.
Entretanto, pequenas mudanças no valor das amostras foram significativas para
as espessuras das porcelanas e diferentes tons, com exceção para as cores A3 e
D3 da porcelana Ceramco.
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________29
Barghi (1982), utilizou quatro marcas comerciais de cerâmica – VMK-68,
Ceramo, Neydium, Will Ceram e cinco tipos de ligas metálicas preciosas – SMG-2,
Bak-on, Will Ceram, Jelenk “O” e UTK – e a liga metálica não preciosa Unibond.
Cento e oito amostras foram confeccionadas e divididas em seis grupos de 18, um
grupo para cada um dos seis tipos de ligas utilizadas. Todas as amostras de ligas
receberam uma camada de opaco de 0,5 mm de espessura, sobre a qual foi
aplicada uma camada de 1 mm de porcelana queimada de acordo com as instruções
de cada fabricante. As 18 amostras de cada grupo foram divididas em nove
subgrupos com 3 amostras cada, que foram glazeados de uma a nove vezes. As
amostras do último subgrupo, de número nove, receberam tempo adicional na
temperatura do glazeamento para alcançar um glaze ótimo. Após a confecção as
amostras, foram posicionadas em um quadro para a comparação visual das
tonalidades que foi realizada por sete observadores. Como resultado das
comparações de tonalidades e glaze das amostras encontrou-se que as múltiplas
queimas, acima de nove vezes, não afetaram perceptivelmente a tonalidade das
porcelanas e a aplicação de um tipo de porcelana a vários tipos de ligas, preciosas
ou não preciosas, sob condições padrão, não melhora a tonalidade da porcelana ou
o auto glaze depois de múltiplas queimas.
O’Brien et al. (1991), relataram que a cor final de coroas de porcelana
depende da acurácia da combinação com a cor original da dentição feita pelo
dentista e de variáveis introduzidas durante o processamento. A possível origem
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________30
de variáveis no processamento incluem a espessura e cor do opaco; espessura,
cor e transluscência das camadas de porcelanas de corpo e de esmalte;
temperatura de queima e número de queimas. Estas variáveis de procedimento
podem levar a um erro na tonalidade. A proposta deste estudo foi de quantificar
em unidades do CIE Lab a variação total da cor (E) quando o mesmo grupo foi
queimado, entre diferentes grupos e quando levou-se em consideração as
múltiplas queimas. Três lotes de seis tons e quatro marcas comerciais de
porcelana foram usados, sendo elas Ceramco II, Jelenko, Vita VMK-68 e Will
Ceram nas cores A2, A3, A3.5, B2, C2 e D4. O espectrofotômetro Color Eye foi
utilizado para as medidas de cor que foram expressas na terminologia CIE Lab. A
diferença de cor resultante das múltiplas queimas foi calculada como a diferença
entre as médias de cor depois de seis queimas e as médias depois de três
queimas. As mudanças na cor devido às múltiplas queimas foram então agrupadas
de acordo com a marca comercial e tonalidade antes da análise estatística. A
diferença na cor baseada na terceira queima como o padrão de comparação com a
sexta foi de 1.00. Quando agrupadas por marca comercial, Vita e Ceramco
mostraram a menor mudança de cor depois de seis queimas do que a Jelenko e
Will-Ceram. Não houve diferença estatisticamente significante quando as
amostras foram agrupadas por cor em um nível de confiança de 95%. No geral, as
diferenças na cor foram menores do que o esperado.
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________31
2.4 INFLUÊNCIA DA INFRA-ESTRUTURA METÁLICA NA ESTABILIDADE
DE COR DAS CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS
Barghi e Richardson (1978), desenvolveram um trabalho onde foram
confeccionadas 72 amostras com as ligas metálicas preciosas Ceramco R, SMG-2,
Bak-On e Will-Ceram, sendo 18 amostras para cada liga. Após a confecção, os
discos de liga metálica foram avaliados com um microscópio eletrônico de
varredura antes e depois do tratamento de superfície. Receberam a aplicação da
porcelana Ceramco e foram divididos em nove grupos de 8 amostras, sendo que
nestas oito havia duas para cada liga. A porcelana recebeu glaze por nove vezes
para a comparação das tonalidades. A avaliação visual das tonalidades foi
realizada por seis observadores. Após isto, as amostras foram submetidas ao
tratamento de superfície com pedras abrasivas e novamente avaliadas no
microscópio eletrônico de varredura. Como resultados, encontraram que os
quatro tipos de metais preciosos tiveram aspecto semelhante após a fundição e
tratamento de superfície, previamente a aplicação da porcelana; a porcelana
aderida ao metal não teve sua tonalidade influenciada pelo tipo de metal precioso
usado; e a tonalidade da porcelana aderida ao metal permaneceu estável depois
de seis glazeamentos, e mudou suavemente depois de nove queimas.
Jacobs et al. 1987, realizaram um estudo com a finalidade de investigar
visual e espectrofotometricamente as mudanças produzidas pelo tipo de liga
metálica, espessura da porcelana e cor da porcelana no matiz, valor e croma de
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________32
restaurações metalocerâmicas. Utilizaram três tipos de ligas, Jelenko “O” (ouro-
platina-paládio), Unibond (níquel-cromo) e Option (alto teor de paládio), que
foram testadas com a porcelana VMK-68 nas cores B1, A3 e C4. As espessuras
das camadas de porcelana foram de 0,5, 1 e 1,5 mm para cada liga e cor
empregadas. Foram confeccionadas 81 amostras, 27 para cada tipo de liga. A
análise espectrofotométrica da cor foi realizada pelo espectrofotômetro
General Eletric, os dados obtidos foram expressos na terminologia CIE Lab e
convertidos às coordenadas do Sistema de Munsell. A análise visual foi realizada
por quinze observadores, na qual as amostras foram divididas em dois grupos, um
grupo de amostras da mesma liga e cor, mas diferentes espessuras; e o outro
grupo com diferentes ligas. Concluíram que o tipo de liga usada produziu mínimas
variações no matiz da porcelana nas avaliações visual e espectrofotométrica
quando as cores B1 e C4 foram usadas. Entretanto, quando a cor A3 foi usada
diferenças significativas no matiz foram notadas espectrofotometricamente
entre as ligas de níquel-cromo e de alto teor de paládio, em comparação com a
liga de ouro-platina-paládio. Nenhuma diferença significativa foi notada no croma
ou valor. Visualmente, as amostras de níquel-cromo foram consideradas com
significativas diferenças na cor na comparação com as outras ligas quando a cor
A3 foi usada. Diferenças visuais e espectrofotométricas existiram com as
diferentes espessuras de porcelana dentinária. As cores A3 e C4 foram mais
afetadas do que a cor B1. Com as cores A3 e C4, diferenças entre as espessuras
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________33
de 0,5, 1 e 1,5 mm da porcelana dentinária foram prontamente distinguidas.
Pequena diferença foi percebida entre as três espessuras na cor B1 quando
avaliada visual e espectrofotométricamente. Pareceu que quando a cor do opaco
se aproximou mais da cor da porcelana, como no caso da cor B1, a cor pretendida
foi alcançada com uma menor espessura de porcelana.
O’Neal et al. 1987, relataram que a habilidade das restaurações
metalocerâmicas em imitar a cor dos dentes naturais é controlada por uma série
de fatores. Um destes inclui as características de superfície do substrato. Este
estudo investigou os efeitos da rugosidade de superfície e condicionadores no
matiz, valor e croma de coroas de porcelana. Dois substratos metálicos
diferentes, uma liga preciosa (Artisan) e uma liga metálica não preciosa (Biobond
C & B), foram utilizados neste estudo. A porcelana Ceramco na cor 69 foi
aplicada a estas ligas. As características da cor foram avaliadas através de um
aparelho de medida de cor tridimensional, de um espectrofotômetro e pelo
método visual após a aplicação do opaco e novamente após a aplicação da segunda
camada de porcelana de corpo. Concluíram que para a espessura de porcelana
usada neste estudo a maior variação de cor, que foi instrumentalmente notada,
não teve importância clínica. O acabamento de superfície afetou a coloração da
restauração de forma suave, sendo que a mudança mais pronunciada foi notada
para o matiz e croma, que são as dimensões da cor menos sensíveis aos
observadores humanos. Os observadores notaram diferença de cor para as
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________34
amostras não-preciosas em comparação com as amostras de liga áurea, o que
indicou que a cor das restaurações pode ser afetada pela liga usada. O efeito
notado pelos observadores se deve provavelmente a uma diminuição no croma das
amostras não-preciosas em comparação com a liga áurea. As ligas não-preciosas
sempre têm croma diminuído quando mensuradas pelo Chromascan e
espectrofotômetro. As mudanças de cor observadas apenas com a camada de
opaco podem se tornar clinicamente significantes se a camada de porcelana de
corpo for muito fina, como no caso do terço gengival de coroas metalocerâmicas
e em áreas onde uma redução adequada do dente não pode ser realizada. A cor
69 usada neste estudo, que é mais acinzentada, apresentou alterações na cor,
porém, estas mudanças notadas poderiam ter sido maiores se cores mais claras
como a 59 ou 62 tivessem sido usadas. Os observadores humanos detectaram
variações na comparação visual das amostras e estas diferenças foram relatadas
como pequenas e sem significado clínico.
Crispin et al. 1991, testaram cinco das ligas mais comuns para a confecção
de restaurações metalocerâmicas. Dez discos foram confeccionados com cada
uma das seguintes ligas: Williams Y-1 (Hi – Au), Galaxy (Au – Pd), Rexillium (Ni –
Cr), Williams W-1 (Pd – Ag), e Option (Hi – Pd). Cada disco recebeu três camadas
do opaco Vita VMK – 68 paint-on 88 na cor A1. Após isto, cinco dos dez discos
receberam a aplicação da porcelana de corpo Vita VMK – 68 na cor A1. As
primeiras duas aplicações da porcelana de corpo foram queimadas sob vácuo. O
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________35
ciclo final de glazeamento foi realizado sem vácuo. Os outros cinco discos de
cada grupo permaneceram apenas com as camadas de opaco, porém foram
submetidos aos mesmos ciclos de queima que as amostras que receberam a
porcelana. A análise colorimétrica das amostras foi realizada com o instrumento
Minolta CR 100 Chroma Meter após a aplicação da terceira camada de opaco e
depois do ciclo final de glazeamento. Todas as mensurações foram registradas
em coordenadas do CIE Lab. Como resultados do estudo obtiveram que a
estabilidade de cor da porcelana aplicada às ligas metálicas altamente nobres foi
excelente. As ligas de paládio – prata e níquel – cromo tiveram como resultado
uma significativa mudança de cor apenas na porcelana de corpo. A maior mudança
de cor foi encontrada com a liga paládio – prata, a qual resultou em uma alta
saturação no amarelo – verde. A liga níquel – cromo também produziu mudança de
cor, sem dúvida não tão severa, resultando em uma porcelana com reduzido valor
ou luminosidade.
Hammad e Stein (1991), realizaram este estudo com a finalidade de avaliar
os efeitos dos múltiplos ciclos de queima, do tipo de liga metálica e marca da
porcelana na cor de restaurações metalocerâmicas. Foram utilizadas as ligas
metálicas Olympia e Talladium e as porcelanas Ceramco II e Vita VMK 68. As
amostras possuíam 1 mm de espessura e tiveram a análise de sua cor realizada
pelo colorímetro Minolta Chroma Meter, os dados foram expressos na
terminologia CIE Lab e convertidos para a notação de Munsell. Concluíram que
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________36
houve significativo aumento no matiz e diminuição no valor quando a temperatura
de queima foi aumentada; não houve mudança significativa no croma quando a
temperatura de queima foi aumentada para todas as combinações de liga e
porcelana testadas. Não houve significativa mudança no matiz, valor e croma das
amostras quando o número de ciclos de queima foi aumentado. A porcelana
Ceramco II mostrou significativo aumento no matiz em comparação com a
porcelana Vita em todas as temperaturas de queima. Vita apresentou valor mais
alto e croma significativamente mais alto e que a Ceramco II com ambas as ligas
testadas. Os efeitos da mudança do tipo de liga no matiz, valor e croma variaram
com a marca da porcelana usada em uma dada temperatura.
Stavridakis et al. (2000), avaliaram o efeito de diferentes ligas com alto
teor de paládio na cor resultante do opaco. Foram analisadas três ligas de (Pd-
Cu-Ga) - Spartan Plus, Liberty e Freedom Plus; quatro ligas de (Pd-Ga) - Legacy,
IS 85, Protocol, Legacy XT; e a liga de (Pd-Ag) - Super Star. A liga de (Au-Pd) -
Olympia serviu como controle. Foram confeccionadas 3 amostras para cada uma
das ligas. O opaco Vita Omega na cor B1 foi aplicado nas amostras com uma
espessura final de 0,1 mm. Depois de dois ciclos de queima do opaco, a cor foi
mensurada com um colorímetro e os dados expressos na terminologia CIE Lab.
As diferenças de cor (E) foram determinadas entre o grupo controle e cada
amostra do grupo experimental. Como resultados encontraram que as três ligas
de (Pd-Cu-Ga) apresentaram valores de E significativamente grandes (p < 0,01)
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________37
quando comparados com os cinco grupos experimentais remanescentes. As
direções das significativas mudanças de cor foram de semelhante distribuição
através dos eixos L*, a* e b*, e todos os valores de L, a, b foram negativos.
Concluíram que este trabalho sugere que uma camada de opaco com 0,1 mm de
espessura nas ligas de (Pd-Cu-Ga) estudadas, não reproduziram de maneira
confiável a cor da porcelana.
Stavridakis et al. (2004), realizaram um estudo in vitro com a finalidade de
avaliar os efeitos de diferentes ligas com alto teor de paládio na cor resultante
da porcelana dental, assim como no opaco, depois de simular os ciclos de queima
da dentina e glaze. Foram avaliadas três ligas de (Pd-Cu-Ga) - Spartan Plus,
Liberty e Freedom Plus; e cinco ligas de (Pd-Ga) - Legacy, IS 85, Protocol,
Legacy XT e Jelenko nº 1. A liga de (Pd-Ag) - Super Star, foi incluída para ser
comparada com as ligas de alto teor de paládio, a liga de (Au-Pd) - Olympia,
serviu como controle. Seis amostras de cada liga foram confeccionadas e sobre
elas foi aplicado o opaco Vita Omega na cor B1, com espessura de 0,1 mm. Após
dois ciclos de queima do opaco as amostras foram divididas em dois grupos. O
primeiro grupo recebeu a aplicação de 0,9 mm de porcelana dentinária na cor B1.
O outro grupo de amostras ficou apenas com a camada de opaco, porém foi
submetido aos mesmos ciclos de queima da porcelana dentinária e glaze que o
outro grupo. Como resultados, após a aplicação da porcelana dentinária, as três
ligas de (Pd-Cu-Ga) mostraram diferença estatisticamente significante quando
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________38
comparadas com o grupo controle (p < 0,05). Depois do ciclo de glaze, as três
ligas de (Pd-Cu-Ga) e a liga de (Pd-Ag) exibiram diferença estatisticamente
significante no E quando comparadas com o grupo controle. Após a simulação
dos ciclos de queima de dentina, as amostras que possuíam apenas a camada de
opaco, exibiram os valores de E com diferença estatisticamente significante
quando comparadas com o grupo controle. As diferenças de cor entre as
amostras das três ligas de (Pd-Cu-Ga), apenas com a camada de opaco, e o grupo
controle aumentaram mais após a simulação do ciclo de glaze. As diferenças de
cor observadas entre as ligas de (Pd-Ga) e o grupo controle não foram
estatisticamente significativas em qualquer dos pontos analisados. Assim
concluíram que as ligas de (Pd-Cu-Ga) apenas com a camada de opaco, depois da
simulação dos ciclos de queima da porcelana dentinária e glaze, exibiram
diferenças de cor clinicamente inaceitáveis. A aplicação de porcelana dentinária
às ligas de (Pd-Cu-Ga) resultou em diferenças de cor clinicamente aceitáveis. A
aplicação da porcelana dentinária às ligas de (Pd-Ag), após o ciclo de queima do
glaze, resultou em diferenças de cor clinicamente aceitáveis (aproximadamente
2,8 a 3,7 unidades de E). As amostras da liga de (Pd-Ag) apenas com as
camadas de opaco não exibiram diferenças de cor significantes em comparação
com o grupo controle, ao passo que diferenças de cor significantes, no grupo
controle, depois da aplicação da porcelana dentinária e ciclos de queima do glaze
continuaram clinicamente aceitáveis.
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________39
2.5 ENVELHECIMENTO ARTIFICIAL ACELERADO
A investigação da estabilidade de cor das cerâmicas odontológicas através
do processo de envelhecimento artificial acelerado, que simula os efeitos do
tempo de utilização do material, não têm sido explorados na literatura de
pesquisa odontológica. Existem poucos trabalhos abordando este assunto
relacionado com as cerâmicas.
Razzoog et al. (1994), investigaram a estabilidade de cor das porcelanas
Ceramco e Procera depois de serem submetidas a 900 horas de envelhecimento
artificial acelerado. Vinte placas de titânio serviram de substrato onde as
amostras da porcelana Procera nas cores A3, A3.5, C3 e D3 foram queimadas,
cinco em cada cor. Vinte placas da liga para metalocerâmica Olympia foram
confeccionadas para receber a porcelana Ceramco nas mesmas cores e forma que
a anterior. As leituras de CIE Lab foram realizadas com o Minolta Chroma
Metter II antes e depois da exposição a 900 horas de envelhecimento artificial
acelerado. Depois do envelhecimento, a diferença de cor entre a condição
anterior e posterior foi calculada. Foi observada diferença significativa entre as
porcelanas nas cores A3, C3 e D3 depois de 900 horas de envelhecimento. A cor
A3.5 não apresentou esta diferença. Para transformar a quantidade de mudança
de cor (E) com significado clínico, os dados foram transformados para a
National Bureau of Standards units (unidades NBS), na qual a quantidade de
unidades NBS representa a condição clínica encontrada para a quantidade de
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________40
variação da cor, conforme se segue: 00.5 traço / esboço; 0.5 – 1.5 pequena; 1.5
– 3.0 visível; 3.0 – 6.0 apreciável; 6.0 – 12.0 muito; 12.0 – demais. Para ambas as
porcelanas, indiferentemente à cor usada, a maior quantidade de mudança de cor
ocorreu nas primeiras 100 horas de envelhecimento e a porcelana Procera teve
estatisticamente uma maior mudança de cor do que a porcelana Ceramco em três
das quatro cores testadas. Ambas as porcelanas, em todas as cores, mostraram
leve mudança de cor depois de 900 horas de envelhecimento e de fato exibiram o
mesmo nível de mudança de cor depois das primeiras 100 horas. A comparação
das diferentes porcelanas em unidades NBS, indiferentemente à cor, indicou que
900 horas de exposição ao Weather-O-Meter não levaram a uma mudança de cor
clinicamente visível.
Heydecke et al. (2001), confeccionaram 15 discos de óxido de alumínio
(Procera), estes foram divididos em 3 grupos, cada um com 5 discos. Um grupo
recebeu a porcelana All Ceram na cor Vita A1, outro na cor Vita B4, e o último
grupo permaneceu inacabado servindo como controle. As amostras dos dois
primeiros grupos receberam auto glazeamento a 880ºC. Os discos foram unidos a
substratos de compósito, que simularam dentes com descoloração. A cor das
amostras foi medida com o colorímetro Minolta Chroma Meter II. Após, todos os
espécimes foram submetidos a 300 horas de envelhecimento artificial acelerado,
através da exposição à luz ultravioleta e spray de água no Weather-O-Meter. A
cor foi novamente medida e os dados foram estatisticamente avaliados.
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________41
Encontraram que as diferenças de cor entre os três grupos não foram
estatisticamente significativas. A avaliação das diferenças de cor nos grupos
separadamente revelou uma mudança significativamente alta na coordenada b*
(azul – amarelo). Uma mudança significativa também foi observada na coordenada
a* (vermelho – verde) e a diferença total de cor (E = 12,47) foi em função da
forte mudança na direção do amarelo, como indicado pela coordenada b*. Uma
mudança na luminosidade L* foi observada nas amostras de porcelana nas cores
A1 e B4. Entretanto, o nível de significância clínica (E = 3) não foi atingido em
nenhum dos grupos. Em todos os três grupos, um aumento estatisticamente
significativo no valor de a* foi observado, relativo ao decréscimo no componente
verde das amostras. As mudanças observadas na coordenada b*, entre os grupos,
foram inconsistentes e nenhuma atingiu um nível de significância. De forma geral,
um aumento na luminosidade e decréscimo no croma foi observado. O resultado
total da diferença de cor (E) nos três grupos de teste, discos, A1 e B4, não foi
clinicamente significativa, com uma exceção. No grupo da porcelana de cor B4, a
mudança na luminosidade e no eixo verde – vermelho contribuiu para um E de
3,34 unidades.
Ertan et al. (2005), desenvolveram um estudo com o propósito de estimar a
estabilidade de cor de cerâmicas de baixa fusão ao longo do tempo, utilizando o
processo de envelhecimento artificial acelerado. Foram utilizadas quatro marcas
comerciais de cerâmica, sendo elas Vita Omega 900, Vita Titankeramik, Ceramco
Revisão Bibliográfica_________________________________________________________________42
e Ceramco II, nas cores A3, B3 e C3. Confeccionaram um total de cento e vinte
corpos-de-prova, dez amostras de cada cor para cada tipo de cerâmica. As
amostras foram queimadas de acordo com as instruções dos fabricantes. As
leituras de cor foram realizadas com o espectrofotômetro Shimadzu UV-2100
antes e após 100 horas de envelhecimento no Weather-O-Meter. Os resultados
foram expressos na terminologia CIE Lab. A cerâmica Ceramco Finesse teve uma
mudança de cor perceptível ao olho humano (E > 1). A mudança de cor das
cerâmicas Ceramco II e Vita Omega 900 foram significativamente menores do
que da Vita Titankeramik e Ceramco Finesse. Quando as tonalidades das
cerâmicas foram comparadas, a C3 teve a maior mudança de cor em comparação
com a A3 e B3 e que foi detectável pelo o olho humano (E > 1).
PROPOSIÇÃO
Proposição________________________________________________________________________44
3 PROPOSIÇÃO
O presente estudo teve como objetivos avaliar
in vitro a
estabilidade de cor
de restaurações metalocerâmicas e livres de metal (
metal-free
) submetidas a
dois, três e quatro ciclos de queima após envelhecimento artificial acelerado.
MATERIAL E MÉTODOS
Material e Métodos_________________________________________________________________46
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAL
Para a realização deste trabalho utilizou-se a cerâmica de corpo e incisal,
ambas na cor A3, o líquido Medium e o opaco em pasta da marca comercial IPS d-
SIGN (Ivoclar/Vivadent, Schaan, Liechtenstein – Figura 03). Para a obtenção
das infra-estruturas metálicas dos corpos-de-prova metalocerâmicos foi
utilizada a liga metálica Verabond II (Aaba Dent Inc, Cordelia, Ca, USA).
Figura 03 - Cerâmica IPS d-SIGN de corpo, incisal, líquido e opaco
Material e Métodos_________________________________________________________________47
4.2. MÉTODO
4.2.1. Confecção da matriz
Para a obtenção dos corpos-de-prova confeccionou-se uma matriz em aço
inoxidável com o interior perfeitamente liso e diâmetro interno de 15 mm. A
matriz era formada por uma porção externa e outra interna em forma de êmbolo,
sendo que as duas partes se encaixavam (Figura 04). Acompanhando a matriz
havia quatro espaçadores, dois deles com 1 mm de espessura, um com 2 mm e
outro com 3 mm, que eram encaixados no êmbolo entre as porções interna e
externa da matriz, de forma que a parte externa ficava mais alta que a interna
proporcionando a espessura necessária do corpo-de-prova (Figura 07).
Matriz com espaçadores
Parte externa
Parte interna
B
A
Figura 04 – A) Componentes da matriz metálica; B) Matriz metálica com espaçadores
Material e Métodos_________________________________________________________________48
4.2.2 – Confecção dos corpos-de-prova livres de metal
Para a confecção dos corpos-de-prova livres de metal a cerâmica foi
inserida diretamente na matriz, respeitando a espessura determinada pelo
espaçador utilizado. Para a formação das camadas utilizavam-se os espaçadores
relativos à espessura da camada, ou seja, para elaborar camadas de 5mm
utilizava-se os espaçadores de 2 e 3mm. Para camadas de 2mm, somente o
espaçador de 2mm era utilizado. A seqüência da confecção e queima das camadas
pode ser vista na Tabela 01 e Figuras 05 a 07. Após a inserção de cada camada
de cerâmica foi realizada a remoção do excesso de líquido através da colocação
de papel absorvente sobre o material exercendo leve pressão manual. Em
seguida, os corpos-de-prova eram levados ao forno para cocção (Figura 08) no
programa 05 (Tabela 02).
A camada de cerâmica incisal com 1 mm de espessura foi inserida na matriz
sobre a cerâmica de corpo (Tabela 02 / Figuras 09 e 10) e após sua inserção foi
queimada no programa 06 (Tabela 01). Após a realização dos passos acima
descritos as amostras apresentaram-se com formato semelhante à Figura 11.
Material e Métodos_________________________________________________________________49
Figura 05 – Aplicação da primeira camada de
cerâmica de corpo
Figura 06 – A cerâmica de corpo era colocada
na matriz até completar o espaço deixado
pela colocação do espaçador no eixo da matriz
Figura 07 – Após a remoção do espaçador, o
corpo-de-prova estava pronto para a cocção
Figura 08 – Forno Phoenix (Ceramco,
Burlington, USA)
Figura 09 – Após a queima da cerâmica de
corpo, o corpo-de-prova era levado novamente
à matriz para receber a cerâmica incisal
Figura 10 - Inserção da camada de cerâmica
de incisal
Material e Métodos_________________________________________________________________50
Tabela 01 – Sequência para confecção dos corpos-de-prova
Sequência das camadas
Número de queimas
Corpo Incisal
2 5mm
3 2mm + 3mm
4 2mm + 2mm + 1mm
1mm
A
Tabela 02 - Programas para queima no forno
PROGRAMAÇÃO TEMPERATURA
INICIAL
TEMPERATURA
FINAL
POLEGADAS DE
VÁCUO
01 649° C 974° c 29
02 649° C 954° C 29
05 621° C 918° C 29
06 621° C 913° C 29
08 621° C 918° C X
A
Cerâmica de esmalte com 1 mm de
espessura
Cerâmica de corpo com 5 mm de
espessura
Figura 11 - Esquema ilustrativo das camadas dos corpos-de-prova livres de metal
4.2.3. Confecção dos discos metálicos correspondentes às infra-
estruturas
A obtenção das infra-estruturas metálicas das restaurações
metalocerâmicas se deu de acordo com a técnica da cera perdida (ANUSAVICE,
2005). Dessa maneira, sobre a matriz metálica previamente isolada com pequena
quantidade de vaselina e ajustada em 1mm com o auxílio do espaçador, verteu-se
Material e Métodos_________________________________________________________________51
cera fundida com um conta-gotas até o completo preenchimento da matriz.
Aguardou-se o completo endurecimento da cera, retirou-se o excesso com uma
espátula quente e removeu-se da matriz a partir da remoção do espaçador. Após
a obtenção do padrão de cera, este foi incluído em revestimento fosfatado
Thermocast (Polidental, Cotia, SP, Brasil) e procedeu-se a fundição segundo
descrito em Anusavice (2005).
Depois de fundidos, os discos receberam acabamento com jato de óxido de
alumínio. Para promover a união metal/cerâmica, os discos foram inicialmente
desgastados com ponta de óxido de alumínio e, em seguida, novamente jateados
com óxido de alumínio e submetidos à limpeza por imersão em álcool isopropílico
em ultra-som por 10 minutos.
4.2.4. Confecção dos corpos-de-prova metalocerâmicos
Após a limpeza da estrutura metálica, estas foram secas com papel
absorvente e receberam a primeira camada de opaco que foi aplicada com pincel
em movimentos sempre na mesma direção (Figura 12A), e levados ao forno
(Figura 08) para a queima no programa 01 (Tabela 02). A segunda e terceira
camadas de opaco foram aplicadas da mesma forma que a primeira e levadas ao
forno para a queima no programa 02 (Tabela 02). Dessa forma, os discos ficavam
prontos para receber a cerâmica (Figura 12B).
Material e Métodos_________________________________________________________________52
B
A
Figura 12 – A) Aplicação da primeira camada de opaco; B) infra-estrutura metálica pronta para
receber a cerâmica
As infra-estruturas de 1 mm de espessura foram colocadas no interior da
matriz metálica e a primeira camada de cerâmica de corpo na cor A3 foi inserida
à semelhança do processo utilizado para a confecção dos corpos-de-prova livres
de metal. Para compensar a espessura da infra-estrutura metálica, o espaçador
de 1mm foi utilizado desde o início, antes da confecção da primeira camada. A
seqüência da confecção e queima das camadas pode ser vista na Tabela 01. Após
a condensação da cerâmica, os corpos-de-prova eram levados ao forno para
cocção (Figura 08) no programa 05 (Tabela 02).
A camada de cerâmica incisal com 1 mm de espessura foi inserida na matriz
sobre a cerâmica de corpo (Tabela 01) e após sua inserção foi queimada no
programa 06 (Tabela 02). Após a realização dos passos acima descritos as
amostras apresentaram-se com formato semelhante à Figura 13.
Material e Métodos_________________________________________________________________53
Cerâmica incisal com 1 mm de
espessura
Figura 13 – Esquema ilustrativo das camadas dos corpos-de-prova metalocerâmicos
4.2.5. Acabamento dos corpos-de-prova
Todas as amostras, após a sua confecção, receberam o acabamento da
superfície em politriz manual para aplainamento da sua superfície, através de
lixas nas granulações 100, 320, 600, 800 e 1000.
4.2.6. Glazeamento dos corpos-de-prova
Após a obtenção de superfícies planas e lisas, todas as sessenta amostras
receberam o glazeamento, sendo novamente levadas ao forno no programa 08
(Tabela 02). Realizado o glazeamento as amostras estavam prontas para os
testes (Figuras 14 e 15).
Cerâmica de
corpo com 5 mm
de espessura
Subestrutura
metálica com 1 mm de
espessura
Material e Métodos_________________________________________________________________54
Figura 14 – Corpo-de-prova metalocerâmico
Figura 15 – Corpo-de-prova livre de metal
4.2.7 Análise espectrofotométrica da cor dos corpos-de-prova antes e após
o processo de envelhecimento artificial acelerado
Após a confecção, as amostras foram submetidas à leitura da cor através
do Espectrofotômetro PCB 6807 BYK GARDNER (Geretsried, Alemanha) que
pode ser visto na Figura 16. As amostras receberam em sua base uma marcação
que possibilitou a padronização das leituras de cor, através do seu
posicionamento sempre no mesmo local na abertura do aparelho (Figura 17),
sendo colocado sobre elas o bloco de fundo padrão branco (Standard For 45º, 0º,
Reflectance and Color Gardner Laboratory Inc. Bethesda, Maryland 20014) –
Figura 18.
Uma vez acionado, pela pressão sobre o conjunto, o equipamento emite luzes
de componentes LED - 30 lâmpadas LED, com 10 cores diferentes, dispostas de
forma circular, que acendem e incidem o feixe de luz em 45º com a superfície do
material. Esse feixe é refletido em 0º de volta para o aparelho, e assim este
capta e registra os valores de L*, a* e b* de cada amostra, tornando possível a
medição quantitativa da cor do material.
Material e Métodos_________________________________________________________________55
Após as leituras de cor as amostras foram submetidas ao Processo de
Envelhecimento Artificial Acelerado. Após o envelhecimento, os corpos-de-prova
foram novamente submetidos à análise de cor para a verificação da mudança
total de cor (E), que foi calculado pela fórmula:
E= (L ²) + (a ²) + (b ²)
Onde: L = variação de L* (antes e após o envelhecimento)
a = variação de a*
b = variação de b*
Quando E resultasse em valores 3,3 a modificação de cor seria
considerada clinicamente inaceitável (RUYTER et al., 1987; MUTLU-SAGESEN et
al., 2001; STOBER et al., 2001).
Figura 16 – Espectrofotômetro PCB 6807 BYK GARDNER
Material e Métodos_________________________________________________________________56
Figura 17 – Em destaque a abertura do equipamento para a realização das leituras de cor
Figura 18 - Blocos de fundo padrão utilizados para a leitura de cor.
4.2.8 Processo de envelhecimento artificial acelerado
O envelhecimento foi realizado no aparelho Sistema Acelerado de
Envelhecimento para Não-Metálicos – UV-B/Condensação (Comexim Matérias
Primas Indústria e comércio LTDA - São Paulo – SP – Brasil) – Figura 19. O
sistema de envelhecimento artificial acelerado simula as forças da natureza
predizendo a durabilidade relativa dos materiais expostos às intempéries. A
chuva e a neblina são simuladas pelo processo de condensação de água destilada,
Material e Métodos_________________________________________________________________57
saturada de oxigênio auto gerado pelo sistema. Os efeitos da luz do sol, onde
apenas 1% da radiação provoca degradação, são simulados por uma rede de 8
fontes de luz UV-B com radiação concentrada em 280/320 nm como na natureza.
A temperatura de exposição é automaticamente controlada de acordo com os
programas estabelecidos para ciclos UV/condensação.
Os corpos-de-prova foram aderidos às placas fixadoras do aparelho
utilizando-se silicone especificamente indicado para tal, e levados à câmara de
condensação frente à fonte de luz, numa distância de 50 mm desta (Figura 20).
O programa de funcionamento fixado foi de 4 horas de exposição ao UV-B a 50º
C e 4 horas de condensação a 50º C, o tempo máximo de envelhecimento foi de
384 horas.
Após o término do processo de envelhecimento artificial acelerado os
corpos-de-prova foram novamente submetidos à análise de cor para a verificação
da mudança total de cor (E).
Em seguida os resultados foram submetidos à análise estatística segundo a
verificação de normalidade.
Material e Métodos_________________________________________________________________58
Figura 19 - Sistema Acelerado de Envelhecimento para não-metálicos C-UV
Figura 20 - Amostras aderidas à placa fixadora em frente à fonte de luz
RESULTADOS
Resultados________________________________________________________________________60
5. RESULTADOS
Os resultados obtidos nas leituras de cor das amostras metalocerâmicas
submetidas a duas, três e quatro queimas, antes e após o envelhecimento
acelerado juntamente com os valores da variação total das coordenadas L*, a* e
b* e variação total de cor das amostras estão descritos nas tabelas 03 a 05
respectivamente.
Tabela 03 - Resultados das leituras de cor para as amostras metalocerâmicas confeccionadas em duas
queimas
ANTES APÓS VARIAÇÃO
L* a* b* L* a* b* L* a* b* E
1 61,90 1,56 10,23 61,58 1,5 10,29 -0,31 -0,05 0,05 0,31
2 60,70 1,54 10,54 60,39 1,4 10,6 -0,3 -0,14 0,06 0,33
3 62,64 1,63 9,95 62,24 1,43 10,09 -0,4 -0,2 0,14 0,46
4 60,83 1,68 10,44 60,47 1,48 10,42 -0,36 -0,19 -0,02 0,4
5 61,93 1,66 10,48 61,62 1,43 10,42 -0,31 -0,23 -0,05 0,38
6 61,19 1,46 9,92 60,72 1,25 9,91 -0,46 -0,21 0 0,5
7 61,09 1,65 10,52 60,66 1,46 10,57 -0,42 -0,19 0,04 0,46
8 62,13 1,38 9,90 61,71 1,16 9,98 -0,42 -0,21 0,08 0,47
9 61,53 1,73 10,89 61,12 1,56 10,87 -0,41 -0,16 -0,01 0,44
10 62,72 1,57 10,81 62,25 1,37 10,89 -0,46 -0,19 0,07 0,5
Tabela 04 - Resultados das leituras de cor para as amostras metalocerâmicas confeccionadas em três
queimas
ANTES APÓS VARIAÇÃO
L* a* b* L* a* b* L* a* b* E
1 62,79 1,78 11,02 62,24 1,58 11,09 -0,54 -0,2 0,06 0,57
2 62,89 1,49 9,87 62,38 1,3 9,84 -0,5 -0,19 -0,02 0,53
3 64,84 1,43 9,93 64,25 1,23 10,02 -0,59 -0,2 0,08 0,62
4 63,11 1,51 10,04 62,56 1,31 9,94 -0,55 -0,19 -0,1 0,59
5 61,96 1,66 10,80 61,38 1,42 11 -0,57 -0,24 0,19 0,64
6 62,84 1,57 9,70 62,29 1,37 9,77 -0,55 -0,2 0,07 0,58
7 61,78 1,82 10,98 61,31 1,61 11,08 -0,47 -0,21 0,09 0,52
8 63,94 1,57 10,86 63,48 1,47 10,88 -0,46 -0,1 0,01 0,47
9 63,35 1,80 10,93 62,77 1,69 10,93 -0,57 -0,11 0 0,58
10 63,07 1,57 10,73 62,52 1,39 10,76 -0,55 -0,17 0,03 0,57
Resultados________________________________________________________________________61
Tabela 05 - Resultados das leituras de cor para as amostras metalocerâmicas confeccionadas em
quatro queimas
ANTES APÓS VARIAÇÃO
L* a* b* L* a* b* L* a* b* E
1 62,85 1,34 10,16 62,31 1,17 10,07 -0,53 -0,16 -0,08 0,55
2 63,79 1,13 9,51 63,25 1,02 9,45 -0,54 -0,11 -0,05 0,55
3 61,74 1,69 10,95 61,4 1,48 10,99 -0,34 -0,2 0,04 0,39
4 61,52 1,54 10,43 60,89 1,42 10,32 -0,62 -0,12 -0,11 0,64
5 61,97 1,44 10,30 61,44 1,25 10,23 -0,52 -0,19 -0,07 0,55
6 62,07 1,53 10,87 61,54 1,37 10,96 -0,53 -0,16 0,08 0,55
7 61,77 1,44 10,05 61,26 1,27 10,07 -0,5 -0,16 0,01 0,52
8 61,67 1,54 11,05 61,13 1,38 10,94 -0,54 -0,16 -0,1 0,57
9 61,52 1,64 10,80 61,13 1,49 10,67 -0,39 -0,14 -0,13 0,43
10 61,57 1,75 11,31 61,33 1,58 11,27 -0,23 -0,16 -0,04 0,28
Os resultados obtidos nas leituras de cor das amostras livres de metal
submetidas a duas, três e quatro queimas, antes e após o envelhecimento
acelerado juntamente com os valores da variação total das coordenadas L*, a* e
b* e variação total de cor das amostras estão descritos nas tabelas 06 a 08
respectivamente.
Tabela 06 - Resultados das leituras de cor para as amostras livres de metal confeccionadas em
duas queimas
ANTES APÓS VARIAÇÃO
L* a* b* L* a* b* L* a* b* E
1 64,94 1,94 11,46 64,58 1,82 11,46 -0,35 -0,11 0 0,36
2 63,53 2,03 11,88 63,16 1,88 11,98 -0,36 -0,15 0,09 0,4
3 67,36 2,11 11,25 67,16 1,99 11,33 -0,2 -0,12 0,08 0,24
4 64,16 1,29 9,78 63,7 1,21 9,91 -0,46 -0,08 0,12 0,48
5 66,30 1,55 9,66 66,08 1,45 9,9 -0,22 -0,1 0,23 0,33
6 64,40 1,99 10,72 64,14 1,79 10,79 -0,25 -0,19 0,07 0,32
7 64,23 2,22 12,12 63,89 2,14 12,23 -0,34 -0,08 0,1 0,36
8 65,72 1,58 10,19 65,32 1,46 10,26 -0,39 -0,11 0,07 0,41
9 64,51 1,81 10,69 64,1 1,73 10,89 -0,4 -0,07 0,19 0,44
10 63,32 1,80 10,83 62,78 1,67 10,9 -0,54 -0,12 0,07 0,55
Resultados________________________________________________________________________62
Tabela 07 - Resultados das leituras de cor para as amostras livre de metal confeccionadas em
três queimas
ANTES APÓS VARIAÇÃO
L* a* b* L* a* b* L* a* b* E
1 62,63 2,19 12,15 62,34 2,04 12,18 -0,29 -0,14 0,02 0,32
2 61,56 2,19 13,26 61,31 2,16 13,33 -0,24 -0,03 0,07 0,25
3 64,22 1,82 11,18 63,92 1,76 11,31 -0,29 -0,05 0,12 0,31
4 63,27 2,10 11,90 63,04 1,95 11,94 -0,23 -0,14 0,03 0,27
5 62,37 2,41 13,22 62,07 2,3 13,19 -0,3 -0,11 -0,03 0,32
6 64,23 2,54 14,28 63,88 2,37 14,23 -0,34 -0,17 -0,05 0,38
7 61,58 2,22 12,74 61,23 2,08 12,72 -0,34 -0,13 -0,02 0,36
8 63,52 2,28 12,58 63,24 2,08 12,48 -0,27 -0,19 -0,1 0,34
9 61,78 2,06 12,43 61,49 1,96 12,44 -0,28 -0,1 0 0,29
10 67,39 1,57 9,54 66,78 1,41 9,64 -0,61 -0,15 0,1 0,63
Tabela 13 - Resultados das leituras de cor para as amostras livre de metal confeccionadas em
quatro queimas
ANTES APÓS VARIAÇÃO
L* a* b* L* a* b* L* a* b* E
1 62,33 2,66 13,92 61,99 2,54 14,01 -0,34 -0,11 0,08 0,36
2 64,46 2,72 15,93 64,06 2,6 16,04 -0,39 -0,12 0,1 0,42
3 62,11 2,86 13,83 61,69 2,72 13,89 -0,41 -0,13 0,06 0,43
4 61,69 2,60 12,75 61,57 2,44 12,79 -0,11 -0,15 0,04 0,19
5 62,34 3,00 13,48 61,98 2,84 13,58 -0,36 -0,15 0,09 0,4
6 63,57 2,67 13,83 63,07 2,46 13,81 -0,49 -0,21 -0,01 0,53
7 63,54 2,87 15,33 63,06 2,74 15,34 -0,47 -0,13 0 0,48
8 62,16 2,34 12,19 61,8 2,2 12,13 -0,36 -0,13 -0,06 0,38
9 63,44 2,66 15,46 63,08 2,61 15,43 -0,36 -0,04 -0,02 0,36
10 62,21 2,64 12,88 61,63 2,42 12,92 -0,57 -0,21 0,03 0,6
Todos os valores obtidos como resultados da comparação entre os grupos de
duas, três e quatro queimas dentro das amostras metalocerâmicas e dentro do
grupo das amostras livres de metal foram submetidos à análise estatística
através da análise de variância e Teste de Tukey com grau de confiança de 95%.
Quando a comparação foi realizada entre as amostras metalocerâmicas e livres
de metal os dados foram submetidos à análise estatística através do teste t de
Student com nível de significância de 95%.
Resultados________________________________________________________________________63
Inicialmente procedeu-se a comparação dos valores de L* a* e b* antes
envelhecimento acelerado para que fosse possível verificar se o número de
queimas propiciava variação de cor, independente do envelhecimento da
restauração. Dessa maneira, na Tabela 14 pode-se visualizar os valores das
médias e dos respectivos desvios-padrão das coordenadas L* a* b* das amostras
metalocerâmicas e livres de metal antes do envelhecimento acelerado. Esses
valores foram comparados estatisticamente através do teste t de Student. Os
dados para as amostras metalocerâmicas podem ser vistos nas Tabelas 15 a 17 e
para as amostras livres de metal nas Tabelas 18 a 20 para coordenadas L* a* e
b* respectivamente.
Tabela 14 – Médias e desvios-padrão das medidas das coordenadas L* a* e b* antes do
envelhecimento acelerado dos corpos-de-prova submetidos a 2, 3 e 4 ciclos de queimas
2 queimas 3 queimas 4 queimas
L*
61,28 (0,70) 62,52 (0,87) 61,57 (0,70)
a*
1,40 (0,12) 1,44 (0,15) 1,34 (0,17)
Metalocerâmicas
b*
10,4 (0,34) 10,53 (0,56) 10,5 (0,56)
L*
64,5 (1,33) 62,89 (1,69) 62,36 (0,86)
a*
1,8 (0,29) 2,12 (0,28) 2,64 (0,18)
Livres de metal
b*
10,9 (0,80) 12,32 (1,25) 13,92 (1,24)
Tabela 15 - Comparação da coordenada L* entre as amostras metalocerâmicas confeccionadas em
duas, três e quatro queimas antes do envelhecimento acelerado pelo teste t de Student com nível
de significância de 95%
MC 2 MC 3 MC 4
MC 2 p < 0,01 ns
MC 3 p < 0,01 p < 0,05
MC 4 ns p < 0,05
ns = não significante (p>0,05)
Resultados________________________________________________________________________64
Tabela 16 - Comparação da coordenada a* entre as amostras metalocerâmicas confeccionadas em
duas, três e quatro queimas antes do envelhecimento acelerado pelo teste t de Student com nível
de significância de 95%
MC 2 MC 3 MC 4
MC 2 ns ns
MC 3 ns ns
MC 4 ns ns
ns = não significante (p>0,05)
Tabela 17 - Comparação da coordenada b* entre as amostras metalocerâmicas confeccionadas em
duas, três e quatro queimas antes do envelhecimento acelerado pelo teste t de Student com nível
de significância de 95%
MC 2 MC 3 MC 4
MC 2 ns ns
MC 3 ns ns
MC 4 ns ns
ns = não significante (p>0,05)
Tabela 18 - Comparação da coordenada L* entre as amostras livres de metal confeccionadas em
duas, três e quatro queimas antes do envelhecimento acelerado pelo teste t de Student com nível
de significância de 95%
MF 2 MF 3 MF 4
MF 2 p < 0,05 p < 0,01
MF 3 p < 0,05 ns
MF 4 p < 0,01 ns
ns = não significante (p>0,05)
Tabela 19 - Comparação da coordenada a* entre as amostras livres de metal confeccionadas em
duas, três e quatro queimas antes do envelhecimento acelerado pelo teste t de Student com nível
de significância de 95%
MF 2 MF 3 MF 4
MF 2 p < 0,05 p < 0,001
MF 3 p < 0,05 p < 0,001
MF 4 p < 0,001 p < 0,001
ns = não significante (p>0,05)
Tabela 20 - Comparação da coordenada b* entre as amostras livres de metal confeccionadas em
duas, três e quatro queimas antes do envelhecimento acelerado pelo teste t de Student com nível
de significância de 95%
MF 2 MF 3 MF 4
MF 2 p < 0,05 p < 0,001
MF 3 p < 0,05 p < 0,01
MF 4 p < 0,001 p < 0,01
ns = não significante (p>0,05)
Resultados________________________________________________________________________65
Após a análise da interferência dos ciclos de queima sobre a variação de cor
das restaurações estudadas, procedeu-se a verificação da interferência do
envelhecimento artificial acelerado. Para isso, foram comparados os valores de
E das amostras. Esses valores foram comparados através da Análise de
Variância – Tukey com nível de significância de 95% (Tabela 21 – Gráfico 01)
Tabela 21 – Comparação das médias e desvio-padrão de E (ANOVA – Tukey – 95%)
2 queimas 3 queimas 4 queimas
Metalocerâmica 0,42 (0,07) a, A
0,57 (0,05) b, A 0,50 (0,10) ab, A
Livre de metal
0,39 (0,09) a, A 0,35 (0,11) a, B 0,41 (0,11) a, B
Letras diferentes, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, indicam significância estatística
(p<0,05)
Gráfico 01 - Variação total da cor nas amostras metalocerâmicas e livres de metal após
múltiplos ciclos de queima e envelhecimento acelerado
MC2
– metalocerâmica -
duas queimas
MC3 - metalocerâmica - três queimas
MC4 - metalocerâmica - quatro queimas
MF2 – livres de metal - duas queimas
MF3 – livres de metal - três queimas
MF4 – livres de metal - quatro queimas
Comparou-se também a variação de cada coordenada (L, a e b) nas
diferentes amostras após o envelhecimento artificial acelerado. Para isso, as
Resultados________________________________________________________________________66
médias de variação das coordenadas foram submetidas à análise de variância –
Tukey – nível de significância de 95% (Tabelas 22 a 24 – Gráficos 02 a 04)
Tabela 22 – Comparação das médias e desvio-padrão de L (ANOVA – Tukey – 95%)
2 queimas 3 queimas 4 queimas
Metalocerâmica -0,38 (0,06) a, A
-0,53 (0,04) b, A -0,47 (0,12) ab, A
Livre de metal
-0,35 (0,11) a, A -0,31 (0,11) a, B -0,39 (0,12) a, A
Letras diferentes, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, indicam significância estatística
(p<0,05)
Gráfico 02 - Variação total da luminosidade nas amostras metalocerâmicas e livres de metal
após múltiplos ciclos de queima e envelhecimento acelerado
MC2
– metalocerâmica -
duas queimas
MC3 - metalocerâmica - três queimas
MC4 - metalocerâmica - quatro queimas
MF2 – livres de metal - duas queimas
MF3 – livres de metal - três queimas
MF4 – livres de metal - quatro queimas
Tabela 23 – Comparação das médias e desvio-padrão de a (ANOVA – Tukey – 95%)
2 queimas 3 queimas 4 queimas
Metalocerâmica -0,18 (0,05) a, A
-0,18 (0,04) a, A -0,17 (0,03) a, A
Livre de metal
-0,11 (0,03) a, B -0,12 (0,05) a, B -0,14 (0,05) a, A
Letras diferentes, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, indicam significância estatística
(p<0,05)
Resultados________________________________________________________________________67
Gráfico 03 - Variação total da coordenada a* nas amostras metalocerâmicas e livres de metal
após múltiplos ciclos de queima e envelhecimento acelerado
MC2
metalocerâmica -
duas queimas
MC3 - metalocerâmica - três queimas
MC4 - metalocerâmica - quatro queimas
MF2 – livres de metal - duas queimas
MF3 – livres de metal - três queimas
MF4 – livres de metal - quatro queimas
Tabela 24 – Comparação das médias e desvio-padrão de b (ANOVA – Tukey – 95%)
2 queimas 3 queimas 4 queimas
Metalocerâmica 0,04 (0,06) a, A
0,04 (0,08) a, A -0,04 (0,07) b, A
Livre de metal
0,10 (0,06) a, B 0,01 (0,07) ab, A 0,03 (0,05) b, B
Letras diferentes, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, indicam significância estatística
(p<0,05)
Gráfico 04 - Variação total da coordenada b* nas amostras metalocerâmicas e livres de metal
após múltiplos ciclos de queima e envelhecimento acelerado
MC2
– metalocerâmica -
duas queimas
MC3 - metalocerâmica - três queimas
MC4 - metalocerâmica - quatro queimas
MF2 – livres de metal - duas queimas
MF3 – livres de metal - três queimas
MF4 – livres de metal - quatro queimas
DISCUSSÃO
Discussão_______________________________________________________________________69
6 DISCUSSÃO
Em relação aos fatores relacionados com a fase laboratorial da construção
de uma restauração cerâmica, o número de vezes que a cerâmica é levada ao
forno para a cocção pode ser responsável pela diferença entre a cor pretendida
e a cor alcançada na restauração final. Dependendo da magnitude desta
diferença de cor, o tratamento restaurador pode ser considerado insatisfatório,
o que determinaria a substituição da restauração.
Analisando-se os resultados, verificou-se que as amostras metalocerâmicas
não apresentaram diferenças estatisticamente significantes nas coordenadas L*,
a* e b* entre os grupos de duas e quatro queimas. As amostras livres de metal
apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre todos os grupos
nas coordenadas a* e b*, e na coordenada L* esta diferença foi percebida no
grupo confeccionado em duas queimas quando comparado com os grupos de três e
quatro queimas. As amostras metalocerâmicas, quando comparadas com as
amostras livres de metal, apresentaram valores menores nas coordenadas L*, a*
e b* em todos os grupos, porém foram diferenças muito pequenas.
Estas pequenas diferenças estatísticas podem ser explicadas devido à
contração sofrida pela cerâmica no momento da cocção. Durante a elaboração das
amostras, e também das restaurações na prática laboratorial, o pó da cerâmica
deve ser misturado a um líquido para haver a condensação desse material.
Quanto maior a quantidade desse líquido, maior é a contração da cerâmica após a
Discussão_______________________________________________________________________70
cocção (ANUSAVICE, 2005), mesmo com a remoção do excesso de líquido no
momento da condensação.
Apesar de todo o cuidado ter sido tomado durante a condensação da
cerâmica no momento da confecção das amostras, a camada de cerâmica de corpo
pode ter sofrido grande contração, principalmente no caso em que foi submetida
a 2 queimas. Dessa maneira, a camada de cerâmica incisal pode ter ficado mais
espessa e com isso a amostra tornou-se mais clara. Caso isso tenha ocorrido ao
contrário, ou seja, se a camada de cerâmica de corpo sofreu pequena contração,
a camada de cerâmica incisal foi menos espessa e com isso a amostra ficou mais
escura. Os resultados encontrados no presente estudo corroboram os de
Jorgenson e Goodkind (1979). Segundo os autores, a espessura da camada de
cerâmica tem influência direta na cor.
Outro fator que pode explicar as diferenças encontradas é a forma
artesanal com que as amostras foram confeccionadas, e por isto muitos
artefatos de técnica podem ter sido incorporados no processo, pois não há como
padronizá-lo.
Apesar da análise dos resultados ter identificado significância estatística,
as variações foram pequenas, ou seja, muito abaixo de 3,3. Segundo Ruyter et al.
(1987); Mutlu-Sagesen et al. (2001); Stober et al. (2001), essa variação para ser
considerada clinicamente inaceitável, deve ser maior que 3,3. Além disso, para
que ela seja percebida clinicamente, esse valor deve ser maior que 1,0 (MUTLU-
Discussão_______________________________________________________________________71
SAGESEN et al., 2001; STOBER et al., 2001). Além do mais, as variações se
apresentaram com baixos valores de desvios-padrão.
A inexistência de alteração de cor, encontrada neste estudo, em função do
número de ciclos de queima a que a cerâmica é submetida tem respaldo em
trabalhos de outros autores como Barghi e Goldberg (1977); Barghi e Richardson
(1978); Jorgenson e Goodkind (1979); Barghi (1982); O’Brien et al. (1991).
O processo de envelhecimento artificial acelerado não proporcionou
alterações de cor significativas, o que está de acordo com os estudos dos
autores Razzoog et al. (1994); Heydecke et al. (2001); Ertan et al. (2005). Isso
pode ser explicado devido à natureza mineral que esse material apresenta. Esse
material não apresenta qualquer conteúdo orgânico, como a matriz orgânica das
resinas compostas diretas ou indiretas. Dessa maneira, não há como o
envelhecimento degradar qualquer componente do material, como acontece com
os compósitos (REIS, 2003; ZANIN, 2005).
A infra-estrutura metálica pode exercer influência na alteração da cor da
porcelana em restaurações metalocerâmicas. Esta influência está relacionada
com diversos fatores como a espessura da camada de porcelana, com a cor do
opaco utilizado e com o tipo de liga metálica empregada. A comparação das
médias das coordenada L*, a* e b* dos grupos metalocerâmicos e livres de metal
mostrou que as amostras de cerâmica pura apresentaram maior luminosidade e
valores das coordenadas a* e b* em todos os grupos após a confecção com os
Discussão_______________________________________________________________________72
dois, três e quatro ciclos de queima, e se mantiveram maiores depois do
envelhecimento acelerado. A menor luminosidade das amostras metalocerâmicas
já era esperada em função da infra-estrutura metálica que interfere nas
propriedades ópticas do material, diminuindo sua translucidez (CRAIG; POWERS,
2004). Concordando com o que foi encontrado neste estudo Crispin (1991),
relatou que a liga de níquel-cromo proporcionou uma porcelana com menor
luminosidade. Autores como Stavridakis et al. (2000 e 2004), relataram que o
tipo de liga empregada tem influência direta na coloração. Hammad e Stein
(1991), alegaram que a alteração de cor provocada pela liga metálica depende da
marca da cerâmica e da temperatura de cocção, outros autores como Jacobs et
al. (1987), afirmaram que a alteração de cor está relacionada com a cor da
cerâmica, cor do opaco e o método de avaliação da cor. Outro fator que também
tem influência na cor juntamente com o tipo de liga empregada é a espessura da
camada de cerâmica conforme os autores Jacob set al. (1987) e O’Neal et al.
(1987). Já o autor Barghi (1982), encontrou que as ligas metálicas tanto
preciosas como não-preciosas não tiveram influência na cor da porcelana.
Apesar das diferenças de valores encontradas na comparação das amostras
metalocerâmicas com as livres de metal, estas foram muito pequenas e não
representaram diferenças visíveis ou com relevância clínica, podendo-se dizer
que a estabilidade de cor do material, nas formas em que foi empregado, foi
Discussão_______________________________________________________________________73
comparável. Este fato pode estar relacionado com a grande espessura de
cerâmica (6 mm) utilizada neste estudo.
Esperava-se que as amostras metalocerâmicas apresentassem maiores
valores de alteração de cor após envelhecimento artificial acelerado devido à
interface metal/cerâmica. Acreditava-se que, como essa união se dá por meios
químicos (CRAIG; POWERS, 2004), ela poderia ser degradada principalmente em
função do processo de condensação. Porém, isso não ocorreu mostrando que essa
união é muito eficiente (ALMILHATTI et al., 2003).
Outro fator que pode contribuir para a mínima alteração de cor desse
material é o glaze. Esse passo laboratorial, responsável por dar um aspecto vítreo
à restauração (CRAIG; POWERS, 2004; ANUSAVICE, 2005) também permite
que, no momento do glaze, haja o escoamento do material cerâmico nas pequenas
irregularidades superficiais. Isso permite que haja um “selamento” da
restauração, impedindo que os fatores externos possam alterar a cor do
material.
Porém, alguns fatores podem alterar essa camada de glaze, como agentes
químicos, como os ácidos dos alimentos, e mesmo o ato da escovação e o flúor que
o compõe. Dessa maneira, novos estudos são necessários para avaliar se esses
outros fatores podem levar a alterações de cor das cerâmicas.
CONCLUSÃO
Conclusão______________________________________________________________________75
7 CONCLUSÃO
Os resultados obtidos com este estudo permitem as seguintes conclusões:
1. Os múltiplos ciclos de queima não modificaram de forma significativa
a estabilidade de cor da cerâmica empregada nas formas de
metalocerâmica e livres de metal.
2. O envelhecimento artificial acelerado da cerâmica, empregado nas
formas de metalocerâmica e livres de metal, proporcionou mudanças
insignificantes na cor (E < 1).
3. As pequenas diferenças estatisticamente significantes encontradas
em alguns grupos são invisíveis e sem qualquer significado clínico
(E<3,3).
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