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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
REPARO EM DEFEITO ÓSSEO DA PAREDE
ALVEOLAR DO SEIO MAXILAR UTILIZANDO
MEMBRANAS DE COLÁGENO E FÁSCIA TEMPORAL.
AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA EM MACACOS
ADALBERTO NOVAES SILVA
Ribeirão Preto
2006
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
REPARO EM DEFEITO ÓSSEO DA PAREDE
ALVEOLAR DO SEIO MAXILAR UTILIZANDO
MEMBRANAS DE COLÁGENO E FÁSCIA TEMPORAL.
AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA EM MACACOS
Aluno: Adalberto Novaes Silva
Orientadora: Profa. Dra. Wilma T. Anselmo-Lima
Tese apresentada à Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo, para a
obtenção do título de Doutor em
Medicina, Área de
Morfofisiologia de
Estruturas Faciais.
Ribeirão Preto
2006
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Silva, Adalberto Novaes
Reparo em defeito ósseo da parede alveolar do seio maxilar utilizando
membranas de colágeno e fáscia temporal. Avaliação histológica em
macacos.
Ribeirão Preto, 2006.
93p.: il.; 30cm
Tese de Doutorado, apresentada à Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto/USP – Programa: Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de
Cabeça e Pescoço – Depto. de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e
Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Orientadora: Anselmo-Lima, Wilma T.
1. dacriocistorrinostomia, 2. cirurgia das vias lacrimais a laser, 3.
estenose crônica das vias lacrimais
DEDICATÓRIA
Minha mãe Quita (Miguelina de Campos Silva – in memorian)
Pela construção ética da minha família,
Por ter-me ensinado mirar nas estrelas,
Por tantas oportunidades pouco sonhadas pela maioria dos jovens, adolescentes
e pais,
Pela perseverança,
Pelo legado de amor e de uma vida com o coração unido ao próximo.
Patrícia,
esposa, mãe, amante, companheira, guerreira,
um conjunto que eu nem imaginava que uma mulher poderia se constituir,
corajosa, maravilhosa.
Isis,
minha irmã, amiga de todos os momentos,
comprometida com o bem,
não a amo menos que ninguém.
Meus filhos,
Matheus, carinhoso, surpreendente,
Rafaela, carinhosa, provocante,
mais graças na minha vida,
Rumos para o meu crescimento espiritual e profissional.
Minha mãe Milu (Vó Emília Curado de Campos – in memorian) e meu pai
Quinco (Vô Joaquim Coelho de Campos – in memorian)
Pela educação nos momentos de ausência que o trabalho da minha mãe exigia,
Pelos punhos de ferro e garantir-nos a sobrevivência digna em meio a tantas
adversidades.
Meu pai Osmar Novaes Silva (in memorian)
Pelo legado de tantos amigos e de como fazer amigos,
Apesar da oportunidade limitada de convivência,
Apenas sete anos.
Meu avô Odilon Novaes Silva (in memorian), minha avó Alvina Novaes Silva
(in memorian)
Apesar da pouca oportunidade de convivência,
são minha história.
AGRADECIMENTOS
Tio Odilon,
Pela referência paterna,
Pelas lições cotidianas de desprendimento material,
Pela leveza como vive a vida.
À família do Sr. Delornel e Sra. Maria Cândida,
Por terem oportunizado minha permanência no ensino salesiano no momento
que cessou minha bolsa de estudos no segundo grau, financiando as
mensalidades escolares de maneira descomprometida, sem nenhum
conhecimento de minhas origens. Minha forma de agradecimento maior é com
a tentativa de multiplicar a iniciativa dessa família.
Meus professores do ensino fundamental, médio, superior e pós-graduação,
Se eu pudesse agradeceria um a um,
Missão nobre a de vocês,
Quantos bons frutos fazem crescer.
Dr. Joel De Franck,
Por ter me recebido em seu serviço de Cirurgia Craniomaxilofacial na Bélgica,
pela oportunidade de viver uma rica experiência técnico-científica em outro
país e a oportunidade vivenciada junto com minha mulher e filhos no exterior.
Dra. Wilma,
Pela oportunidade de meu crescimento acadêmico,
Por toda atenção dispensada.
Todos os meus sobrinhos genéticos e não genéticos,
Todos que dividem comigo e com minha irmã Isis o propósito da vida da
minha mãe
parte dos meus sonhos,
que eu consiga ser um bom exemplo e guia.
João Carlos Hauer,
mais novo integrante da minha gente, amigo,
fonte de equilíbrio e alegria em toda a família.
Prof. José Américo,
por ter-me recebido no núcleo de procriação de macacos prego em Araçatuba,
um encontro com o mestre 15 anos depois,
uma continuidade de aprendizado maravilhoso.
Junqueira,
técnico em Anatomia e um dos coordenadores do núcleo de procriação de
macacos prego em Araçatuba,
em 20 anos vários reencontros, alguns projetos juntos, em Araçatuba e Cuiabá,
sempre me ajudando,
como lhe sou grato.
Amélia, Rita e Cecília,
do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e
Pescoço da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP,
hábeis em tornar dificuldades em trabalho agradável, energia que sempre me
contagiou para cima,
tornaram meus vários anos de Mestrado e Doutorado em Ribeirão bastante
saborosos.
As técnicas de laboratório Maria e Vani, da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto – USP,
pela disposição em ajudar, sempre com um humor muito positivo.
Professora Maria Célia Jamur, do Departamento de Biologia Celular e
Molecular e Bioagentes Patogênicos da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto – USP,
pela condução do meu experimento na fase laboratorial.
Colegas Hermes Pretel e Daniele,
Dispostos a auxiliar-me em momentos estressantes do projeto de pesquisa.
ÍNDICE
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE FIGURAS
RESUMO
SUMMARY
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................1
2- REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................7
3. OBJETIVOS .......................................................................................................................19
4. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................20
4.1. Cirurgias Experimentais ....................................................................................20
4.2. Obtenção e Preparo das Peças para Avaliação Histológica..........................29
4.3. Avaliação Histológica.......................................................................................036
5. RESULTADOS ..................................................................................................................32
6. DISCUSSÃO..................................................................................................................... 47
7. CONCLUSÕES................................................................................................................. 64
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................65
9. ANEXO
LISTA DE ABREVIATURAS
DFDB- osso canino desmineralizado congelado seco
DFDBA- membrana absorvível de gelatina, enxerto de osso alógeno
e-PTFE- membrana não reabsorvível de politetrafluoretileno
P1- primeiro pré-molar superior
P3- terceiro pré-molar superior
PGA- ácido poliglicólico
ROG- regeneração óssea guiada
RTG- regeneração tecidual guiada
TMC- trimetil carbonato
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Corte histológico corado com hematoxilina-eosina mostrando a
relação de ápice radicular de dente de macaco com o assoalho do seio maxilar
(SM). Raiz dentária (seta verde); lâmina óssea separando raiz dentária do
assoalho do seio maxilar (seta vermelha) .....................................................................23
Figura 2- Exodontia dos três pré-molares superiores..................................................24
Figura 3- Três meses após a primeira etapa cirúrgica – fase de reparo alveolar.....26
Figura 4- Retalho mucoperiosteal...................................................................................26
Figura 5- Perfurações comunicando-se com o seio maxilar .......................................27
Figura 6– Controle (seta verde); membrana de colágeno Pro-tape (seta amarela).27
Figura 7 - Controle (seta verde); membrana de colágeno Pro-tape (seta amarela) 27
Figura 8– Membrana de colágeno Gen-derm (seta verde); membrana de fáscia
temporal autógena (seta amarela)..................................................................................28
Figura 9- Retalho mucoperiosteal reposicionado e suturado..................................... 28
Figura 10- Preparo da área doadora de fáscia temporal............................................. 28
Figura 11- Exposição de fáscia temporal na região pré-auricular acima do arco
zigomático.......................................................................................................................... 28
Figura 12- Remoção de fáscia temporal.........................................................................29
Figura 13- Sutura do leito cirúrgico ...............................................................................29
Figura 14– Segmento da maxila do lado D com a indicação dos locais onde
foram realizados os defeitos cirúrgicos experimentais ...............................................30
Figura 15- segmento da maxila do lado E com a indicação dos locais onde foram
realizados os defeitos cirúrgicos experimentais........................................................... 30
Figura 16- Imagem panorâmica de um corte da região estudada (corado com
hematoxilina-eosina). Seio maxilar (SM); cavidade nasal (CN); processo
alveolar (setas vermelhas); concha nasal (seta amarela); septo sinusal (seta
verde)..................................................................................................................................31
Figura 17- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
utilização de método de barreira (corado com hematoxilina-eosina). Epitélio
pavimentoso (EP); bordas ósseas (setas vermelhas); defeito cirúrgico (DC)
contendo tecido conjuntivo fibroso; periósteo (seta amarela); epitélio sinusal
(ES)......................................................................................................................................33
Figura 18– Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
utilização de método de barreira (corado com hematoxilina-eosina). Borda óssea
(BO), defeito cirúrgico (DC) contendo tecido conjuntivo fibroso; periósteo (setas
amarelas) com presença de osteoblastos alinhados em torno da matriz óssea na
área do defeito cirúrgico ..................................................................................................33
Figura 19- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
utilização de método de barreira (corado com hematoxilina-eosina) Bordas
ósseas (setas vermelhas); defeito cirúrgico (DC) contendo tecido conjuntivo
fibroso; periósteo (seta amarela); epitélio sinusal (ES) ...............................................34
Figura 20- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com
utilização de membrana de colágeno Pro-tape (corado com hematoxilina-
eosina)– Epitélio pavimentoso (EP); lâmina própria (LP); bordas ósseas (setas
vermelhas); defeito cirúrgico (DC) contendo tecido conjuntivo fibroso;
periósteo (seta amarela); epitélio sinusal (ES); septo sinusal (SS) ............................ 35
Figura 21- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com
utilização de membrana de colágeno Pro-tape (corado com hematoxilina-
eosina) – Borda óssea (BO) contendo osso lamelar; defeito cirúrgico (DC)
contendo tecido conjuntivo fibroso................................................................................35
Figura 22- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com
utilização de membrana de colágeno Gen-derm (corado com hematoxilina-
eosina)- Defeito cirúrgico (DC) não preenchido totalmente por tecido ósseo.
Epitélio pavimentoso (EP); lâmina própria (LP); bordas ósseas (BO); periósteo
(PE); epitélio sinusal (ES)................................................................................................. 36
Figura 23- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com
utilização de membrana de colágeno Gen-Derm (corado com hematoxilina-
eosina) – Defeito cirúrgico não preenchido totalmente por tecido ósseo. Tecido
conjuntivo fibroso (TC); epitélio sinusal (ES); osso compacto (OC); borda óssea
(BO); canal de havers (seta verde); osteócito (seta amarela) .....................................36
Figura 24- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com
utilização de fáscia temporal (corado com hematoxilina-eosina)– Epitélio
pavimentoso; afilamento da borda óssea (setas vermelhas) no local do defeito
cirúrgico (DC), que está preenchido com tecido conjuntivo fibroso; epitélio
sinusal (ES) ........................................................................................................................37
Figura 25- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com
utilização de fáscia temporal (corado com hematoxilina-eosina)– Borda óssea
(seta vermelha); defeito cirúrgico (DC) contendo tecido conjuntivo fibroso;
periósteo (setas amarelas); epitélio sinusal (ES)..........................................................38
Figura 26- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
descontinuidade óssea (corado com hematoxilina-eosina). Epitélio pavimentoso
(EP); lâmina própria (LP); periósteo (seta amarela); osso compacto – lamelar
(OC); epitélio sinusal (ES) ...............................................................................................39
Figura 27- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
descontinuidade óssea (corado com hematoxilina-eosina). Osso compacto
lamelar: ósteon (setas amarelas); canal de havers (CH); endósteo (seta verde);
vaso sanguíneo (seta azul claro) osteócito (setas vermelhas); periósteo (PE)......... 40
Figura 28- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
descontinuidade óssea, mostrando locais de regeneração óssea (corado com
hematoxilina-eosina). Osso compacto (OC); osso medular (OM); epitélio
pavimentoso (EP); epitélio sinusal (ES).........................................................................40
Figura 29- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
descontinuidade óssea, mostrando locais de regeneração óssea (corado com
hematoxilina-eosina). Células mesenquimais (seta verde); vaso sanguíneo (VS);
osteoblastos (seta vermelha); matriz óssea (MO)........................................................41
Figura 30- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
descontinuidade óssea, mostrando locais de regeneração óssea (corado com
hematoxilina-eosina). Osteoblastos (setas vermelhas); matriz osteóide (MO);
osteócito (seta amarela); vaso sanguíneo (VS)............................................................. 41
Figura 31– Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
descontinuidade óssea (corado com picro-sirius-red), visualizado com campo
claro. Epitélio pavimentoso (EP); lâmina própria (LP); osso compacto (OC);
epitélio sinusal (ES) ..........................................................................................................43
Figura 32– Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
descontinuidade óssea (corado com picro-sirius-red), visualizado com
microscopia de polarização, mostrando feixes densos e paralelos de colágeno
onde as fibras apresentam birrefringência de cores vermelha, alaranjada e
amarela, que sugerem a presença de colágeno tipo I, presente nesse campo
principalmente no tecido ósseo. Epitélio pavimentoso (EP); lâmina própria (LP);
osso compacto (OC); epitélio sinusal (ES) ....................................................................43
Figura 33- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental não
preenchido totalmente por tecido ósseo (corado com picro sirius red), avaliado
com campo claro. Tecido conjuntivo fibroso na área do defeito cirúrgico (DC);
epitélio sinusal (ES); periósteo (PE), bordas ósseas (setas verdes); lâmina
propria (LP); epitélio pavimentoso (EP); bordas ósseas (setas verdes)....................44
Figura 34– Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental não
preenchido totalmente por tecido ósseo (corado com picro sirius red), avaliado
com microscopia de polarização. Tecido conjuntivo fibroso na área do defeito
cirúrgico (DC); epitélio sinusal (ES); periósteo (PE); bordas ósseas (setas
verdes); lâmina própria (LP); epitélio pavimentoso (EP) ........................................... 44
Figura 35 - Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental não
preenchido totalmente por tecido ósseo (corado com picro sirius red), avaliado
com campo claro. Tecido conjuntivo fibroso na área do defeito cirúrgico (DC),
onde predominam fibras de cores vermelha, alaranjada e amarela, indicativas
de colágeno tipo I; epitélio sinusal (ES); periósteo (PE); bordas ósseas (setas
verdes)................................................................................................................................45
Figura 36- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental não
preenchido totalmente por tecido ósseo (corado com picro sirius red), avaliado
com microscopia de polarização. Defeito cirúrgico (DC) com feixes densos e
paralelos de colágeno onde as fibras apresentam birrefringência de cores
vermelha, alaranjada e amarela, que sugerem a presença de colágeno tipo I;
epitélio sinusal (ES); periósteo (PE); bordas ósseas (setas verdes) ...........................45
RESUMO
Defeitos na parede óssea do seio maxilar ocasionando comunicação
buco-sinusal ocorrem por uma variedade de razões. Podem ser secundários a
procedimentos cirúrgicos odontológicos, tais como extração de dentes
superiores posteriores, terapia endodôntica, doença periodontal crônica,
implantodontia, cirurgia ortognática, traumatismos faciais, cirurgias para
tratamento de neoplasias que envolvam a maxila e seio maxilar, infecções
sinusais e procedimentos cirúrgicos otorrinolaringológicos.
A utilização de membranas tem sido descrita por mais de uma década
para melhorar a regeneração de defeitos ósseos de diferentes origens e
localizações da região maxilo-mandibular. O princípio da regeneração tecidual
guiada utiliza uma membrana microporosa com a finalidade de permitir que
células desejáveis invadam o coágulo, impedindo que células indesejáveis
migrem para o local do defeito ósseo, isolando a área a ser reparada do tecido
conjuntivo frouxo situado ao seu redor.
O presente estudo teve como finalidade avaliar o processo de reparo
ósseo em defeitos cirúrgicos realizados na parede alveolar do seio maxilar
comunicando-se com a cavidade sinusal utilizando membranas de colágeno
Gen-derm – Genius Baumer, Pro-tape – Proline e fáscia temporal autóloga.
Foram empregados quatro macacos pregos (Cebus apella). As análises
histológicas com microscopia convencional e com luz polarizada dos cortes
corados com hematoxilina-eosina e com picro sirius red foram feitas após 180
dias da comunicação experimental. Os resultados mostraram que no defeito
experimental sem cobertura com métodos de barreira houve predomínio de
proliferação óssea em dois animais e nos outros dois a comunicação foi
preenchida com tecido conjuntivo fibroso; no grupo em que foi utilizado fáscia
temporal houve predomínio de tecido conjuntivo fibroso em três animais e de
proliferação óssea em um animal; nos grupos em que foram utilizadas
membranas de colágeno Gen-derm e membrana de colágeno Pro-tape houve
completa proliferação óssea em três animais e predomínio de tecido conjuntivo
fibroso em um animal. Como conclusões podemos afirmar que o defeito
cirúrgico pode ser reparado tanto por tecido ósseo como por tecido conjuntivo
fibroso e que o uso de membranas de colágeno (Gen-derm, Pro-tape) trouxeram
benefícios ao processo de reparo ósseo quando comparadas ao uso de fáscia
temporal e ao não uso de métodos de barreira.
ABSTRACT
Defects in the bone wall of the maxillary sinus causing bucco-sinusal
communications are due to a variety of reasons. They may be secondary to
dental or otorhinolaryngologic surgical procedures or to surgeries for the
treatment of neoplasias involving the maxilla and maxillary sinus, they may be
consequent to facial traumatisms, sinus infections, or to surgical acts related to
tooth implantation and to orthognathic surgery.
The use of membranes has been reported for more than one decade in
order to improve bone regeneration in bone defects of different origins and
locations in the maxillomandibular region. The principle of guided tissue
regeneration is based on the use of a microporous membrane that will permit
desirable cells to invade the clot while excluding migration of undesirable cells
to the bone defect.
The objective of the present study was to assess the process of bone
repair in surgical defects performed on the alveolar wall of the maxillary sinus
and communicating with the sinus cavity using guided tissue regeneration
methods (Gen-derm collagen membranes – Genius Baumer, Pro-tape – Proline
and autologous temporal fascia). Four Cebus apella monkeys were used.
Histological analysis by conventional microscopy and polarized light
microscopy (hematoxylin-eosin and picro sirius red staining) was performed
after 180 days of experimental communication. The results showed that in the
experimental surgical defect without a cover with barrier methods there was a
predominance of bone proliferation in two animals and the defect was filled
with fibrous connective tissue in the other two. In the group in which a
temporal fascia was used there was a predominance of fibrous connective tissue
in three animals and a predominance of bone proliferation in one. In the groups
in which the Gen-derm and the Pro-tape collagen membranes were used there
was complete bone proliferation in three animals and a predominance of
fibrous connective tissue in one. We may conclude that the surgical bone defect
in the alveolar wall communicating with the maxillary sinus can be repaired
with both bone tissue and fibrous connective tissue and that the use of the Gen-
derm and Pro-tape collagen membranes provide benefits for bone repair when
compared with the group with temporal fascia and the group without barrier
method.
1
INTODUÇÃO
Defeitos na parede óssea do seio maxilar ocasionando comunicação
buco-sinusal ocorrem por uma variedade de razões. Podem ser secundários a
procedimentos cirúrgicos odontológicos, tais como extração de dentes
superiores posteriores, terapia endodôntica, doença periodontal crônica,
implantodontia, cirurgia ortognática, traumatismos faciais, cirurgias para
tratamento de neoplasias que envolvam a maxila e seio maxilar, infecções
sinusais e procedimentos cirúrgicos otorrinolaringológicos (HELING &
ROTSTEIN, 1989; GUMRU, 1990; QUINEY et al., 1990; FELIX et al., 1991; LIN et
al., 1991; SCHULTZ et al., 1991; ABE et al., 1992; UEDA & KANEDA, 1992;
CHIAPASCO et al., 1993; AKSUNGUR et al., 1994; ABRAHAMS & BERGER,
1995; BODNER et al., 1995; REGEV et al., 1995; BERTRAND et al., 1997;
MORGAN & ALDREN, 1997; SCHWARTZ et al., 1997; WOOLLEY et al., 1997;
GÜVEN, 1998;).
Uma comunicação oro-antral pode desafiar o cirurgião que deseja obter
um fechamento permanente do defeito e prevenir doença sinusal. O sucesso do
tratamento depende do tempo de instalação da comunicação, ausência de
doença sinusal prévia, tamanho e localização do defeito e da quantidade e
qualidade do tecido adjacente
(ENEROTH & MARTENSSON, 1961; SHAPIRO
& MOSS, 1972; GULLANE & ARENA, 1977; ITO & HARA, 1980; JAMES, 1980;
2
WHITNEY et al., 1980; AWANG, 1988; BECKER et al., 1992; HANAZAWA et
al., 1995; PETERSON, 1998;).
Estabelecida uma comunicação oro-antral, a terapia adequada deve ser
iniciada o mais breve possível, porque mudanças da mucosa podem
potencializar a perda da saúde sinusal, com instalação de infecção (MATISKO
et al., 1999). A importância do fechamento precoce de perfurações oro-antrais
tem sido objeto de muitos estudos (ENEROTH & MARTENSSON, 1961;
KILLEY, 1971; ERICSON et al., 1973, SAAD-NETO & CALLESTINI, 1985).
O tratamento de comunicações oro-antrais inclui o uso de retalhos locais
ou à distância e interposição de enxertos autógenos ou implantes aloplásticos
(COGHLAN et al., 1989; CONTRERAS et al., 1989; SCHULTZ, 1989;
CARSTENS et al., 1991; HORI et al., 1995; VANDEPUT et al., 1995; SALINS &
KISHORE, 1996; KIM et al., 1998). Retalhos locais são realizados utilizando-se
tecidos do vestíbulo bucal ou do palato. Quando o tecido do vestíbulo bucal é
avançado sobre a comunicação, que é o método mais comum de fechamento,
pode ocorrer uma diminuição da profundidade do sulco vestibular. Vários
tipos de retalhos do palato têm sido descritos. No entanto, todos requerem
cicatrização por segunda intenção da área doadora. Adicionalmente, pode ser
difícil um retalho do palato alcançar a parte lateral do alvéolo. Retalhos
conseguidos da língua têm sido usados, e geralmente esses procedimentos
requerem anestesia geral, aumentando a morbidade do sítio doador.
Procedimentos para o fechamento do defeito utilizando retalho de coxim
adiposo de Bichat têm sido largamente divulgados (FUJIMURA et al., 1990;
3
STAJCIC, 1992; HANAZAWA et al., 1995; MARTIN-GRANIZO et al., 1997).
Ainda são relatados os tratamentos do defeito com enxertos ósseos e materiais
aloplásticos, com resultados nem sempre favoráveis (HORSWELL & DEEB,
1989; ZIDE & KARAS, 1992).
A utilização de membranas tem sido descrita por mais de uma década
para melhorar a regeneração em defeitos ósseos de diferentes origens e
localizações da região maxilo-mandibular. O princípio da regeneração tecidual
guiada (RTG) utiliza uma membrana microporosa com a finalidade de permitir
que células desejáveis invadam o coágulo, impedindo que células indesejáveis
migrem para o local do defeito ósseo, isolando a área a ser reparada do tecido
conjuntivo frouxo situado ao seu redor. Esta técnica atua impedindo
mecanicamente a invaginação de tecidos moles para dentro da cavidade
cirúrgica, possibilitando ao organismo realizar a neoformação de tecido ósseo
(DAHLIN et al., 1989, BECKER & BECKER, 1990; DAHLIN et al., 1990;
BECKER et al., 1994; BUSER et al., 1995; MELLONIG et al., 1998). Muitos
materiais têm sido utilizados com esse fim. Recentemente, produtos derivados
do colágeno têm sido largamente empregados (BECKER et al., 1992; BRUNEL et
al., 1996; BOYNE et al., 1997; BOHNING et al., 1999; BUNYANETAVEJ &
WANG, 2001). No entanto, todos os materiais têm alguma desvantagem e a
membrana ideal está ainda por ser identificada. Poucos estudos têm relatado a
utilização de fáscia temporal ou fáscia de outros segmentos do organismo
humano na RTG (SILVERSTEIN et al., 1992; CALLAN, 1993, UNSAL et al.,
1997, UNSAL et al., 1999).
4
Quando o seio maxilar é perfurado e ocorre uma comunicação buco-
sinusal e o tratamento cirúrgico é instituído, acreditamos que o defeito ósseo
pode reparar-se com neoformação óssea ou com uma união fibrosa (HAANES
& GILHUUS-MOE, 1972; MATISKO et al., 1999). O resultado pode ser também
uma não união e estabelecer-se uma fístula. Isso ocorre quando a comunicação
entre a cavidade bucal e a cavidade sinusal maxilar se torna revestida por
tecido epitelial, oriundo da proliferação dos tecidos que circundam o defeito
ósseo (REZENDE & HEITZ, 1990). Muito se tem estudado sobre RTG no campo
periodontal, porém, poucos experimentos têm sido conduzidos no reparo ósseo
de perfurações ósseas do seio maxilar.
Ocorrendo o fechamento cirúrgico de uma comunicação buco-sinusal,
cabe considerarmos a viabilidade óssea desta área, se no futuro houver a
indicação de colocação de implantes osseointegráveis, que necessitam de
qualidade e quantidade ósseas para o seu sucesso (BRANEMARK, 1977; SMITH
& ZARB, 1989; FONSECA & DAVIS, 1996; BOYNE et al., 1997; BLOCK et al.,
1998).
Considerando a importância do reparo ósseo após o estabelecimento de
uma comunicação buco-sinusal, a possibilidade de utilização da regeneração
óssea guiada (ROG) e os dados descritos na literatura, acreditamos ser oportuno
estudar membranas de colágeno e fáscia temporal em primatas, na reconstrução
de defeitos ósseos na maxila.
5
A similaridade anatômica entre o seio maxilar de algumas espécies de
macacos e de humanos pode permitir um modelo experimental apropriado
para o estudo desta indicação cirúrgica.
6
REVISÃO DE LITERATURA
Há uma relação anatômica bastante íntima entre os ápices dos dentes
maxilares posteriores e o seio maxilar. Quando o osso recobrindo o ápice desses
dentes é removido, o seio maxilar pode ser exposto. As raízes desses dentes
podem não ter nenhum osso separando a estrutura dentária do muco-periósteo
do assoalho do seio maxilar. Os dentes molares e segundos pré-molares têm a
mais alta porcentagem de exposição antral (KILLEY & KEY, 1967; ERICSON et
al., 1973; ERICSON et al., 1974; SICHER & DUBRUL, 1977; MADEIRA, 2003).
As comunicações oro-antrais têm sido estudadas clinicamente,
radiograficamente e experimentalmente (ENGSTROM & ERICSON, 1964;
HAANES & GILHUUS-MOE, 1972; GUVEN, 1998; ABRAHAMS & BERGER,
1995).
A experiência clínica indica que o tratamento cirúrgico de uma
comunicação buco-sinusal dentro de 48 horas mais freqüentemente previne o
desenvolvimento de sinusite. A cicatrização espontânea de uma comunicação
buco-sinusal é dependente de um coágulo estável, não infectado. Na opinião de
muitos autores, aberturas maiores que 5mm de diâmetro têm uma
probabilidade menor de fechamento primário espontâneo (HERBERT, 1974;
QUAYLE, 1981, AWANG, 1988). O fechamento da comunicação depende,
portanto, dentre outros fatores, da extensão do defeito ósseo.
7
Haanes & Gilhuus-Moe (1972) realizaram experimentalmente
comunicações entre o seio maxilar e a cavidade oral, através do alvéolo do
primeiro ou segundo molar superior, após a extração desses dentes, perfurando
o alvéolo palatino com um extrator reto até perfurar a mucosa sinusal. As
comunicações foram mantidas pelo uso de um cateter de polietileno de 2,2mm
de diâmetro fixado com suturas. O tempo de observação foi de um a seis dias.
O estudo histológico da membrana do seio maxilar revelou mudanças
inflamatórias especialmente no assoalho e parte inferior das paredes da
cavidade maxilar.
Haanes & Gilhuus-Moe (1972b) realizaram, experimentalmente,
comunicações oro-antrais em onze macacos (Macaca irus). Os objetivos do
trabalho foram estudar as alterações morfológicas da mucosa paranasal e
tecidos adjacentes, as mudanças metaplásicas do epitélio respiratório, a
reversibilidade dessas reações teciduais e a seqüência de cura da comunicação
oro-antral. Os animais foram sacrificados em intervalos de 2, 7 e 14 dias e 4, 8,
10 e 12 semanas. O tecido fibroso pareceu ser uma parte essencial no
restabelecimento de uma separação entre o alvéolo e o seio maxilar. Nos oito
seios maxilares estudados no período de 8, 10 e 12 semanas, as perfurações
estavam ossificadas, exceto em dois casos com pequenas áreas de cicatrização
fibrosa. Fístulas oro-antrais não se desenvolveram em nenhum animal.
Hanazawa et al. (1995) avaliaram o uso de retalho pediculado de coxim
adiposo bucal para o fechamento de fístula oro-antral. Foram tratados 14
pacientes com comunicação oro-antral, variando de 8 a 20mm. Em dez desses
8
pacientes a fístula ocorreu após a remoção do primeiro molar superior e os
outros quatro casos tiveram perfuração resultante do tratamento de cistos
radiculares de molares superiores que ocupavam mais da metade do antro. O
procedimento obteve sucesso em 13 dos 14 pacientes. No pós-operatório, a
gordura exposta na cavidade bucal foi gradualmente transformada em tecido
de granulação e a epitelização ocorreu em três semanas. Concluíram que o
procedimento tem uma larga aplicação e alto grau de sucesso. Descreveram
também que comparativamente com a técnica de rotação de mucosa vestibular
para o fechamento de fístula oro-antral, o coxim adiposo bucal produz menos
alteração na profundidade do sulco vestibular no período pós-operatório.
Outros autores relataram bons resultados quando utilizaram retalho de coxim
adiposo de Bichat para fechamento de fístula buco-sinusal (FUJIMURA et al.,
1990; STAJCIC, 1992; MARTIN-GRANIZO et al., 1997).
O seio maxilar é o maior de todos os seios paranasais e o primeiro a se
desenvolver. Escava o corpo da maxila e fica conformado entre paredes
anterior, posterior (voltada para a fossa infra-temporal), medial (para a
cavidade nasal), superior ou teto (para a órbita) e inferior ou assoalho (para o
processo alveolar) (MADEIRA, 2003).
A obturação de fístulas também tem envolvido enxertos autógenos e
implantes aloplásticos. Enxertos ósseos da crista ilíaca e do crânio têm sido
utilizados em pacientes com largos defeitos e naqueles casos em que o
tratamento não teve sucesso com a utilização de tecido mole. Considerando a
morbidade e hospitalização, alguns autores sugerem o uso desses métodos
9
somente para defeitos maiores (COCKERHAM et al., 1976; WHITNEY et al.,
1980).
Segundo Zide & Karas (1992), materiais aloplásticos que têm sido usados
para o fechamento de fístulas oro-antrais incluem foil de ouro, placas de ouro,
placas de tântalo e polimetacrilato. A hidroxiapatita densa propicia ao cirurgião
a possibilidade do uso de um material inerte possível de manter-se exposto na
cavidade oral sem efeitos deletérios. Os autores têm usado blocos de
hidroxiapatita para o fechamento de fístulas oro-antrais agudas e crônicas e
acreditam que a técnica tem algumas vantagens significativas sobre outras
formas de tratamento. Não há preocupação com a exposição do bloco de
hidroxiapatita na cavidade bucal. Não houve nenhuma complicação. A
hidroxiapatita funciona como uma moldura para o mucoperiósteo bucal e do
seio maxilar produzindo o fechamento da fístula. Após isso, a extrusão do bloco
ocorre naturalmente. O total fechamento do tecido mole não foi necessário
porque a exposição oral da hidroxiapatita não porosa não promoveu processo
infeccioso. Provavelmente, o bloco de hidroxiapatita converte uma fístula
extensa em uma área selada ou em uma pequena fístula que cicatriza
espontaneamente. Uma das desvantagens da técnica descrita é o custo do bloco
de hidroxiapatita.
Car & Juretic (1998) estudaram pacientes com comunicação oro-antral
após extração dentária e concluíram que a drenagem transnasal não é requerida
para o sucesso do fechamento da comunicação oro-antral.
10
Hardwick et al. (1994) propuseram vários critérios necessários para ROG,
tal como biocompatibilidade do material, adaptabilidade e manutenção de
espaço. Barreiras não absorvíveis foram as primeiras aprovadas para uso
clínico. No entanto, este tipo de membrana requer sua remoção em um segundo
tempo cirúrgico. Membranas absorvíveis têm sido desenvolvidas e atualmente
mais largamente utilizadas, principalmente pelo fato de não necessitarem de
segundo tempo cirúrgico para sua remoção, sendo absorvidas ou incorporadas
ao tecido cicatricial (MOORE & BREKKE, 1990; GREENSTEIN et al., 1995).
Outra limitação do uso de métodos de barreira com materiais não absorvíveis é
que em caso de exposição da membrana devido à deiscência, os materiais
inabsorvíveis têm grande chance de necessitarem da sua remoção precoce
(SIMION et. al., 1994).
Vários polímeros biodegradáveis têm sido desenvolvidos, testados e
empregados clinicamente como barreira para RTG (GOTFREDSEN et al., 1994;
MAO et al., 1997; SCHLIEPHAKE et al., 1997; SCHLIEPHAKE et al., 2000; VON
ARX et al., 2002). Os ácidos polilático e poliglicólico têm sido utilizados
(LORENZONI et al., 1998; KOHAL et al., 1999). Têm sido relatados efeitos
negativos de produtos de degradação desses materiais. Membranas absorvíveis
feitas de precursores naturais tais como colágeno não têm sido associadas com
esse tipo de reação tecidual. Membranas de colágeno são absorvidas por
atividade enzimática (colagenase) de macrófagos e leucócitos
polimorfonucleares (TAKAKIS et al., 2000). As membranas de colágeno
possuem uma estrutura porosa, oclusiva para células, mas que permitem a
11
passagem de fluidos e de proteínas do plasma. O uso clínico de membranas de
colágeno em regeneração óssea tem demonstrado bons resultados na
preservação do osso marginal peri-implante (ZITZMANN et al., 2001).
Com o objetivo de prolongar o tempo de absorção das membranas,
várias técnicas utilizando luz ultravioleta, glutaraldeído e difenilfosfato têm
sido empregadas (KODAMA et al., 1989; MINABE et al., 1989; PAUL et al.,
1991; QUTEISH & DOLBY, 1992; BRUNEL et al., 1996; PITARU et al., 1998;
ZAHEDI et al., 1998; BUNYARATAVEJ et al., 2001).
A falta de rigidez para preservar o espaço que deve ser preenchido com
neoformação óssea é uma limitação das membranas absorvíveis. Requerem,
portanto, um material osteocondutivo que dê suporte sob a membrana. Quando
usados combinados (membrana com osso autógeno, homógeno ou heterógeno),
bons resultados têm sido relatados no ganho de osso marginal (BRUNEL et al.,
1996; HOCKERS et al., 1999; HAMMERLE et al., 2000; CAMELO et al., 2001),
enquanto que membranas de colágeno empregadas sem o material de
preenchimento não têm apresentado bons resultados experimentais (OZMERIC
et al., 2000; DUPOIRIEUX et al., 2001).
A ROG é um predictível e bem documentado procedimento cirúrgico
para o tratamento de rebordos alveolares atrofiados, previamente à instalação
de implantes (STAVROPOULOS et al., 2004). Esses autores realizaram um
estudo para comparar a membrana absorvível GORE RESOLUT ADAPT (67%
ácido poliglicólico - PGA e 33% trimetil carbonato - TMC) com BIO-GIDE®
(uma membrana de colágeno absorvível). Defeitos foram criados em áreas
12
edêntulas da mandíbula de cães e preenchidos com osso canino
desmineralizado congelado seco (DFDB). Quatro sítios foram cobertos com a
membrana PGA: TMC de quatro diferentes porosidades, um sítio foi coberto
com a membrana BIO-GIDE e um sítio consistiu de DFDB sem cobertura de
membrana (controle). Os resultados do estudo demonstraram maior
regeneração óssea no sítio protegido pela membrana PGA: TMC. Os sítios
controles exibiram notável deformação do osso regenerado, secundário ao
colapso do periósteo do local.
O uso de técnicas de ROG tem sugerido, experimentalmente e
clinicamente, favorecer o reparo ósseo e preservar o material de enxerto
(DAHLIN et al., 1990; BECHER et al., 1994; BUSER et al., 1995; MELLONIG et
al., 1998).
Os resultados mais predictíveis de estudos experimentais e clínicos sobre
regeneração óssea parecem ser obtidos quando combina-se enxertos autógenos
com membranas não absorvíveis (BUSER et al., 1996; BUSER et al., 1998). No
entanto, a morbidade do sítio doador de enxerto autógeno não deve ser
negligenciada. Portanto, há uma constante necessidade de se desenvolver e
explorar técnicas alternativas que possibilitem bons resultados de regeneração
óssea sem o emprego de enxertos autógenos. Vários autores descrevem
resultados menos favoráveis com a ROG quando utiliza-se membranas não
absorvíveis e estas sofrem exposição (BECKER et al., 1990; SIMION et al., 1994).
Durante os processos de extração e purificação das membranas de
colágeno, as partes antigênicas da molécula são removidas para evitar reação de
13
hipersensibilidade. Apesar dessa afirmação, a empresa que produz a membrana
de colágeno OSSIX™, que consiste de colágeno tipo I purificado extraído de
tendões bovinos, declara que as reações alérgicas não podem ser
completamente descartadas. Segundo o fabricante, essa membrana tem tempo
de absorção em torno de seis meses.
O risco de transmissão de doenças através de implantes homógenos e
heterógenos era uma das contra-indicações mais importantes para o uso desses
produtos. Atualmente, exames rigorosos para anticorpos e antígenos,
mapeamento genético destes tecidos e seus doadores, protocolo mínimo de
obtenção e conservação, juntamente com manipulações químicas, físicas e
genéticas associadas a processos de esterilização, são os procedimentos que
praticamente eliminaram a possibilidade de infecções cruzadas. Os cuidados
maiores estão relacionados aos implantes ósseos homógenos que podem conter
os patógenos causadores da AIDS, hepatite, sífilis e possíveis doenças cerebrais
(URIST et al., 1975; PROLO et al., 1990; MELLONIG et al., 1992; MARX &
CARLSON, 1993; HARDIN, 1994; IJIIRI, 1994; HALLFELDT et al., 1996).
A membrana GEN-DERM (Genius-Baumer) é constituída de colágeno de
cortical óssea bovina descalcificada. Oliveira et al. (2003) descreveram que
apesar do uso freqüente das membranas derivadas de colágeno, existem poucas
informações a respeito da resposta celular à membrana de cortical óssea bovina
desmineralizada (Gen-derm, Baumer). Os autores realizaram análise
microscópica para avaliar a resposta inflamatória e a integridade da membrana.
A absorção da membrana começou 15 dias após a sua implantação. A
14
membrana derivada de osso cortical bovino desmineralizado tratada com
tetraciclina não induziu resposta alérgica ou imunológica e foi completamente
absorvida após 60 dias.
A membrana PRO-TAPE (Proline) é fabricada com fibras de colágeno
bovino extraído da pele do animal. Segundo a empresa fabricante, é indicada
como uma barreira mecânica com um tempo de absorção entre trinta e quarenta
dias.
A RTG tem demonstrado ser de grande valor no reparo de sítios
cirúrgicos ósseos em animais (DAHLIN et al., 1989; COLANGELO et al., 1993).
A fáscia temporal é bastante utilizada como enxerto em cirurgias
otológicas, nas timpanoplastias, para auxílio da correção de perfurações da
membrana timpânica (WULLSTEIN, 1956; TAYLOR & MCMINN, 1967;
REIJNEN & KUIJPERS, 1971; JOHNSON & HAWKE, 1987; AMOILS et al.,
1992). A membrana timpânica pode ter sua estrutura anatômica comprometida,
levando à perfuração, que pode ser permanente ou temporária. Pode ser lesada
por patologias da orelha média, associadas com perfurações como nas otites
médias agudas e crônicas, tecidos de granulação e traumas, incluindo-se a
miringotomia com perfuração após a retirada do tubo de ventilação (BRIGGS &
LUXFORD, 1994; CARRAT et al., 1995; JACKSON et al., 1996; OLIVEIRA et al.,
2003). O enxerto de fáscia temporal funciona como um substituto do extrato
córneo, sobre o qual deslizam correntes de epitelização, a fim de reparar a
perfuração da membrana timpânica (DORNELLES et al., 2003).
15
Retalho de fáscia têmporo-parietal tem sido usado na restauração de
defeitos da cavidade oral (SMITH, 1980; BRENT et al., 1985).
Ugurlu et al. (2004) realizaram estudo experimental em cães recobrindo
defeitos na cavidade oral criados experimentalmente utilizando retalhos de
fáscia torácica dorsal, que tiveram seus pedículos anastomosados com a artéria
tireoideana superior e com a veia jugular externa. Após quatro semanas não foi
possível diferenciar fáscia da mucosa nativa da cavidade bucal. Concluíram que
a fáscia agiu como uma moldura para a epitelização do defeito a partir das
margens da ferida.
Unsal et al (1997) investigaram histologicamente, após implantação no
subcutâneo de ratos, a reação tecidual de vários materiais disponíveis
comercialmente, incluindo barreira de colágeno tipo I de origem bovina, fáscia
lata, fáscia temporal e dura mater. Concluíram que estes materiais foram bem
tolerados e gradualmente absorvidos. Membranas de origem bovina e fáscia
lata foram absorvidas mais rápida que fáscia temporal e dura mater quando
avaliados aos 42 dias. Nesse período os materiais ainda foram evidentes
histologicamente.
Unsal et al. (1999) realizaram um estudo para avaliar e comparar a
aderência inicial de células fibroblásticas gengivais humanas em quatro tipos de
membranas à base de colágeno (fáscia lata, fáscia temporal, dura mater e
colágeno humano tipo I) e uma membrana sintética à base de ácido polilático
(resolut). Os resultados da análise com microscopia óptica indicaram que a
aderência celular foi significantemente menor no grupo com membrana
16
sintética. Não houve diferenças significativas entre os grupos em que foram
utilizadas membranas à base de colágeno.
Callan (1993) utilizou tecido ósseo desmineralizado para preencher
defeito ósseo associado com fáscia lata agindo como barreira para prevenir
migração epitelial para o interior do defeito.
Silverstein et al. (1992) utilizaram fragmentos de fáscia lata seca e
congelada como barreira em associação com enxerto alógeno e colocação de
implantes. Os autores relataram que a fáscia lata é biocompatível e bem aceita
pelos tecidos, servindo como membrana de colágeno regenerativa.
O conhecimento sobre os mecanismos de formação e neoformação óssea
interfere diretamente sobre as formas de manipulação clínica dos enxertos e
biomateriais. Os maiores exemplos são as matrizes ósseas homógenas e
heterógenas, as proteínas morfogenéticas do osso, o plasma rico em plaquetas e
a ROG, que trouxeram grandes avanços na substituição e manutenção do tecido
ósseo (OLDER, 1967; WOZNEY et al., 1988; HABAL & REDDI, 1992; WOZNEY,
1992; HOTZ & HERR, 1994; BECKER et al., 1995; BOYNE, 1997).
Waldrop & Semba (1993) descreveram técnica para fechamento de
comunicação oro-antral usando RTG (membrana absorvível de gelatina, enxerto
de osso alógeno – (DFDBA) e membrana não reabsorvível de
politetrafluoretileno (e-PTFE).
Matisko et al. (1999) estudaram a capacidade de reparo ósseo em defeitos
cirúrgicos experimentais de 5mm na parede óssea do seio maxilar de coelhos,
com e sem o uso de membranas de colágeno (Colla-Tec). Um seio maxilar teve
17
uma membrana de colágeno posicionada sobre o sítio cirúrgico, enquanto o
outro seio maxilar serviu como controle. A análise histológica mostrou que o
defeito da parede óssea do seio maxilar onde foi utilizada barreira de colágeno
teve neoformação óssea mais completa quando comparada com o lado em que
o defeito ósseo não foi recoberto com a membrana. Os resultados
demonstraram que a barreira de membrana de colágeno obteve um efeito
benéfico após exposição do seio maxilar.
Haanes & Gilhuus-Moe (1972) em um estudo sobre comunicações oro-
antrais, selecionaram o macaco (Macaca irus) como animal experimental porque
esta espécie tem um seio maxilar bem definido, com forma bastante similar à do
homem. A membrana mucosa do seio maxilar em macacos, assim como no
homem, é um epitélio respiratório, ciliado, pseudoestratificado, com células
colunares. Células globosas são observadas em grande número, em distribuição
pouco menor na área da mucosa das conchas nasais. Numerosas glândulas
mucosas estão localizadas na parede medial do seio maxilar, principalmente na
área mais próxima do orifício de drenagem do seio maxilar.
Hanisch et al. (1997) analisaram a regeneração óssea e a osseointegração
de implantes de titânio no espaço subantral de macacos Cynomolgus, após a
utilização de proteína morfogenética recombinante humana (rbBMP-2). Schou
et al. (2003) avaliaram o efeito de osso anorgânico bovino (BIO-OSS) e o e-PTFE
no tratamento de peri-implante em macacos (Macaca fascicularis). Fritz et al.
(2000) descreveram o estudo de ROG em defeitos na mandíbula de primatas
(Macaca mullata).
18
Hurzeler et al. (1977) consideraram que os macacos oferecem um cenário
de pesquisa rigoroso para avaliar o reparo tecidual seguindo o uso de diferentes
materiais durante a realização de cirurgias para elevação do assoalho do seio
maxilar. Esses autores descrevem que as similaridades entre o crânio, os seios
maxilares, a maxila, a mandíbula e os dentes do macaco Rhesus e dos humanos
permitem uma análise controlada de diferentes procedimentos terapêuticos
dentais e maxilo-faciais neste primata não humano.
Na opinião de Schmitz & Hollinger (1986) pouca consistência tem sido
manifestada entre investigadores na escolha do modelo experimental
apropriado para pesquisa óssea maxilofacial.
Os macacos são, dos animais utilizados em experimentos, os que mais se
aproximam dos humanos. Apresentam a anátomo-fisiologia do seu aparelho
estomatognático (maxila e mandíbula) e do aparelho respiratório superior
(cavidades paranasais, fossas nasais e faringe) muito parecida com a do homem.
Esta similaridade pode possibilitar um modelo experimental apropriado para a
aplicação de ROG em comunicação buco-sinusal.
19
OBJETIVOS
O presente trabalho tem por objetivos:
1. Avaliar histologicamente o processo de reparo da parede alveolar do
seio maxilar após comunicação com a cavidade sinusal;
2. Comparar histologicamente esse processo de reparo utilizando três
diferentes materiais no defeito ósseo experimental:
- Membrana de colágeno Pro-tape (Proline);
- Membrana de colágeno Gen-derm (Genius Baumer);
- Fáscia temporal.
20
MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo foi elaborado seguindo as seguintes etapas:
Cirurgias experimentais;
Obtenção e preparo das peças para avaliação histológica;
Avaliação histológica.
O estudo foi desenvolvido junto ao Núcleo de Procriação de Macacos
Prego (Cebbus apella) da Faculdade de Odontologia do “Campus” de
Araçatuba – UNESP e no Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia
e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-
USP.
4.1. Cirurgias Experimentais
Foram utilizados neste estudo quatro primatas da espécie Cebus apella,
do Núcleo de Procriação de Macacos Prego, da Faculdade de Odontologia da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, “Campus”
de Araçatuba.
Os animais foram mantidos em observação por 40 dias antes do início
dos procedimentos experimentais. Durante os períodos pré-operatório e pós-
operatório tardio, os macacos receberam alimentação e água sem restrições,
exceto no pós-operatório imediato, quando a alimentação passou a ter
consistência líquida (gatorade, iogurte de frutas). Os animais foram operados e
21
mantidos até o final do experimento no próprio Núcleo, em gaiolas individuais,
acompanhados de cuidados quanto à higiene. O peso médio dos animais foi de
2,4kg, com idade entre 6 e 7 anos, considerados adultos jovens, de acordo com o
critério de Gilmore (1943).
Em cada etapa cirúrgica, os animais passaram por um processo inicial de
inalação de éter sulfúrico em uma câmara apropriada, para obter sedação. Em
seguida, através da via intraperitoneal, injetou-se solução barbitúrica à base de
tiopental sódico (30mg/kg de peso) e aplicação intramuscular de
benzodiazepínico (diazepam - 0,3mg/kg de peso). Antes do início dos
procedimentos cirúrgicos os locais operados na maxila receberam infiltração de
xyloxaína 2% associada com epinefrina (1: 200.000), utilizando-se seringa
carpule. Para a cirurgia foram utilizados campos e materiais esterilizados para a
manutenção da assepsia cirúrgica.
O animal foi posicionado em decúbito lateral sobre um campo cirúrgico.
A antissepsia da face foi realizada com álcool iodado e a cavidade bucal limpa
com uma gaze embebida com solução de clorhexidine 0,12%. A seguir, o corpo
do animal foi totalmente coberto com outro campo cirúrgico estéril, deixando
exposta somente a face. Cálculos dentários presentes foram removidos
previamente ao início das incisões cirúrgicas. Como não foi realizada intubação
oro-traqueal, tivemos que manter sucção cuidadosa da orofaringe do animal,
para evitar aspiração. A boca foi mantida aberta por um abridor interposto
entre os dentes caninos do animal do lado contralateral ao que estava sendo
operado.
22
Na primeira fase cirúrgica, foram extraídos os três dentes pré-molares
superiores bilateralmente (Figuras 1 e 2). Para a exodontia verificou-se a
necessidade de osteotomias vestibulares (alveolectomias parciais) com brocas
cirúrgicas nº 702 acionadas com motor de alta rotação. Foi realizada irrigação
constante e abundante com soro fisiológico 0,9%. Para melhor exposição do
campo operatório foram realizadas incisões interpapilares e intra-sulculares do
primeiro pré-molar superior (P1) ao terceiro pré-molar superior (P3) e duas
incisões verticais relaxantes, de 0,5cm de extensão cada uma, na mesial de P1 e
na distal de P3. O retalho foi descolado com espátula Molt (quinelato) e
afastado com espátula de Minesota (quinelato). As exodontias foram realizadas
com alavancas e fórceps pediátricos similares aos utilizados em humanos. Em
alguns sítios operatórios ocorreu exposição da membrana sinusal e até
pequenas perfurações da mesma. Foi realizada mobilização do retalho, com
incisão do periósteo e sutura oclusiva. Para sutura utilizou-se fio absorvível de
poliglactina 910 nº 4.0 (Polivicryl – Johnson & Johnson Ltda).
No pré e no pós-operatório imediato os animais receberam
antibioticoterapia à base de cefalotina intramuscular (100mg/kg). Após a
finalização do ato operatório cada animal recebeu 0,5ml de diclofenaco e 0,5ml
de dipirona sódica intramuscular. Após o despertar do animal iniciou-se
acetaminofen e nimesulida gotas, misturados à dieta dos animais, por 48 horas.
23
SM
7mm
Figura 1 – Corte histológico corado com hematoxilina-eosina mostrando a relação de ápice
radicular de dente de macaco com o assoalho do seio maxilar (SM). Raiz dentária (seta
verde); lâmina óssea separando raiz dentária do assoalho do seio maxilar (seta vermelha)
24
Figura 2- Exodontia dos três pré-molares superiores
Esperamos por 90 dias para se estabelecer o processo de reparo alveolar
(Figura 3). Os animais foram novamente anestesiados, como descrito acima,
para a realização da segunda etapa cirúrgica. Nessa segunda fase, após o
mesmo processo de anestesia e antissepsia descritos anteriormente, realizamos
uma incisão no rebordo alveolar no local das ausências dentárias (de mesial de
P1 à distal de P3), com descolamento mucoperiosteal no sentido do sulco
gêngivo-jugal, para exposição do tecido ósseo na crista do rebordo alveolar
(Figura 4). Nesse momento cirúrgico não foi verificada nenhuma fenestração
óssea, mesmo na área em que ocorreram pequenas exposições ou perfurações
25
da membrana sinusal, decorrentes do processo de extrações dentárias. Em cada
lado da maxila foram realizadas duas perfurações na parede óssea alveolar do
seio maxilar, incluindo a mucosa sinusal, penetrando no interior do antro
maxilar, de diâmetro padronizado, utilizando broca de implante de 3,3mm de
diâmetro (Figura 5). A espessura do osso medida da superfície do rebordo
alveolar até o assoalho do seio maxilar variou de 3 a 4mm. Uma primeira
perfuração foi realizada anteriormente (distalmente ao dente canino superior) e
uma segunda perfuração foi realizada posteriormente (mesialmente ao primeiro
molar superior). No lado esquerdo da maxila, a perfuração anterior foi usada
como controle, não sendo utilizado nenhum material para ROG. A perfuração
posterior foi recoberta por uma barreira de membrana de colágeno Pro-tape
(Proline) (Figuras 6 e 7). Do lado direito da maxila, a perfuração anterior foi
recoberta com barreira de colágeno Gen-derm (Genius Baumer) e a perfuração
posterior recoberta com barreira de fáscia temporal do próprio animal (Figura
8). O diâmetro dos materiais utilizados como barreira foi de aproximadamente
6mm, suficiente para cobertura de todas as bordas das perfurações. Os retalhos
foram reaproximados e suturados com fio poliglactina 910 nº 4.0 (Polivicryl -
Johnson & Johnson Ltda) (Figura 9). As incisões foram realizadas no rebordo
alveolar ligeiramente por palatino, de forma que quando os retalhos fossem
reposicionados, a linha de sutura não ficasse sobre as perfurações ósseas
realizadas. O fragmento de fáscia temporal utilizado foi removido utilizando-se
uma pequena incisão anterior à orelha e superior ao arco zigomático, do lado
direito da face do animal. A pele foi suturada com fio mononylon 5.0 (Johnson
26
& Johnson Ltda) (Figuras 10, 11, 12 e 13). Os medicamentos e os cuidados pós-
operatórios foram os mesmos utilizados e descritos na primeira etapa cirúrgica.
Figura 3- Três meses após a primeira etapa cirúrgica – fase de reparo alveolar
Figura 4- Retalho mucoperiosteal
27
Figura 5- Perfurações comunicando-se com o seio maxilar
Figura 6– Controle (seta verde);
membrana de colágeno Pro-tape (seta
amarela)
Figura 7 - Controle (seta verde);
membrana de colágeno Pro-tape
(
seta amarela
)
28
Figura 8– Membrana de colágeno Gen-
derm (seta verde); membrana de fáscia
temporal autógena (seta amarela)
Figura 9- Retalho mucoperiosteal
reposicionado e suturado
Figura 10- Preparo da área doadora de
fáscia temporal
Figura 11- Exposição de fáscia temporal
na região pré-auricular acima do arco
zigomático
29
Figura 13- Sutura do leito cirúr
g
ico
Figura 12- Remoção de fáscia temporal
4.2. Obtenção e Preparo das Peças para Avaliação Histológica
Após 180 dias de pós-operatório da segunda etapa cirúrgica, os animais
foram sedados e anestesiados de forma semelhante ao preparo pré-cirúrgico.
Em seguida, foram perfundidos via aorta ascendente com solução salina 0.9% e
pH 7.0, seguido de dois litros de paraformoldeído 4% em tampão borato de
sódio 0,1 molar e finalmente com dois litros de paraformoldeído 4% em tampão
borato de sódio 0,1 molar, seguindo o protocolo de perfusão sistêmica com
fixação tecidual completa, realizada pelo Núcleo de Procriação de Macacos
Prego do “Campus” da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.
Os animais foram então decapitados, suas maxilas direita e esquerda
removidas (Figuras 14 e 15) e fixadas em solução de formalina a 10% em
tampão fostato 0,1 molar. Em seguida foram submetidas à descalcificação em
solução de ácido tricloroacético 10% em 60 dias.
30
Figura 14– Se
g
mento da maxila do
lado D com a indicação dos locais onde
foram realizados os defeitos cirúr
g
icos
experimentais
Figura 15- Se
g
mento da maxila do
lado E com a indicação dos locais
onde foram realizados os defeitos
cirúrgicos experimentais
4.3. Avaliação Histológica
Finalizado o processo de descalcificação, as peças receberam
processamento laboratorial de rotina (neutralização com sulfato de sódio a 5%
por 15 minutos, lavagem em água corrente e água destilada respectivamente,
desidratação em cadeia crescente de álcoois, diafanização em benzol) para
inclusão em parafina, possibilitando a obtenção de cortes histológicos de 06 µm
de espessura. Os cortes foram semi-seriados, com intervalos de 60µm, no plano
frontal, a partir da distal do canino superior e da mesial do primeiro molar
superior. Para cada defeito experimental estudado foram realizados 30 cortes,
os quais foram corados pela hematoxilina-eosina e com picro sirius red. Os cortes
foram submetidos à avaliação histológica qualitativa com microscopia óptica
convencional e com luz polarizada (Figura 16).
31
Todas as lâminas foram analisadas pelos examinadores sem o
conhecimento prévio da técnica cirúrgica utilizada.
7mm
SM
7mm
CN
Figura 16- Imagem panorâmica de um corte da região estudada (corado com hematoxilina-
eosina). Seio maxilar (SM); cavidade nasal (CN); processo alveolar (setas vermelhas); conchas
nasal (seta amarela); septo sinusal (seta verde)
32
RESULTADOS
Quando do sacrifício dos animais, não foi observado nas áreas operadas,
clinicamente, nenhum sinal de fístula buco-sinusal ou alteração na superfície da
mucosa.
Nos defeitos experimentais em que não foram utilizados métodos de
barreira, considerados como controle (as perfurações ósseas não foram
recobertas com membranas), as áreas operadas foram totalmente preenchidas
por proliferação óssea em dois animais. Em outros dois animais observou-se
tecido fibroso presente no defeito cirúrgico, caracterizado por presença de fibras
colágenas formando feixes densos dispostos entre as bordas ósseas, separando
o mucoperiósteo bucal do mucoperiósteo sinusal. Nessa área, a disposição das
fibras colágenas era paralela e não foram vistas ilhas de formação óssea no
interior do tecido fibroso (Figuras 17, 18 e 19) (Tabela 1).
33
EP
ES
DC
Figura 17- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem utilização de
método de barreira (corado com hematoxilina-eosina). Epitélio pavimentoso (EP); bordas ósseas
(setas vermelhas); defeito cirúrgico (DC) contendo tecido conjuntivo fibroso; periósteo (seta
amarela); epitélio sinusal (ES)
BO
DC
Figura 18– Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem utilização de
método de barreira (corado com hematoxilina-eosina). Borda óssea (BO), defeito cirúrgico (DC)
contendo tecido conjuntivo fibroso; periósteo (setas amarelas) com presença de osteoblastos
alinhados em torno da matriz óssea na área do defeito cirúrgico.
34
DC
ES
Figura 19- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem utilização de
método de barreira (corado com hematoxilina-eosina). Bordas ósseas (setas vermelhas); defeito
cirúrgico (DC) contendo tecido conjuntivo fibroso; periósteo (seta amarela); epitélio sinusal
(ES).
Nos defeitos experimentais em que foram utilizadas membranas de
colágeno Pro-tape e Gen-derm, houve total neoformação óssea nas áreas
operadas em três animais. Em um animal observou-se tecido conjuntivo fibroso
presente no defeito ósseo, caracterizado por presença de fibras colágenas
densamente dispostas entre as bordas ósseas, separando o mucoperiósteo bucal
do mucoperiósteo sinusal. Nessa área, as disposições das fibras colágenas eram
paralelas e não foram vistas ilhas de formação óssea na intimidade do tecido
fibroso (Figuras 20, 21, 22 e 23) (Tabela 1).
35
SS
EP
LP
DC
ES
Figura 20- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com utilização de
membrana de colágeno Pro-tape (corado com hematoxilina-eosina)– Epitélio pavimentoso (EP);
lâmina própria (LP); bordas ósseas (setas vermelhas); defeito cirúrgico (DC) contendo tecido
conjuntivo fibroso; periósteo (seta amarela); epitélio sinusal (ES); septo sinusal (SS).
BO
DC
Figura 21- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com utilização de
membrana de colágeno Pro-tape (corado com hematoxilina-eosina) – Borda óssea (BO)
contendo osso lamelar; defeito cirúrgico (DC) contendo tecido conjuntivo fibroso.
36
BO
DC
EP
ES
LP
BO
PE
Figura 22- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com utilização de
membrana de colágeno Gen-derm (corado com hematoxilina-eosina)- Defeito cirúrgico (DC)
não preenchido totalmente por tecido ósseo. Epitélio pavimentoso (EP); lâmina própria (LP);
bordas ósseas (BO); periósteo (PE); epitélio sinusal (ES)
OC
TC
BO
ES
Figura 23- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com utilização de
membrana de colágeno Gen-Derm (corado com hematoxilina-eosina) – Defeito cirúrgico não
preenchido totalmente por tecido ósseo. Tecido conjuntivo fibroso (TC); epitélio sinusal (ES);
osso compacto (OC); borda óssea (BO); canal de havers (seta verde); osteócito (seta amarela)
37
Nos defeitos experimentais em que foi utilizada fáscia temporal como
método de barreira, as áreas operadas foram totalmente preenchidas por
neoformação óssea somente em um animal. Em três animais observou-se tecido
conjuntivo fibroso presente no defeito cirúrgico, caracterizado por presença de
fibras colágenas entre as bordas ósseas, separando o mucoperiósteo bucal do
mucoperiósteo sinusal. Nessa área, a disposição das fibras colágenas era
paralela e não foram vistas ilhas de formação óssea na intimidade do tecido
fibroso (Figuras 24 e 25) (Tabela 1).
ES
EP
DC
Figura 24- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com utilização de fáscia
temporal (corado com hematoxilina-eosina)– Epitélio pavimentoso; afilamento da borda óssea
(setas vermelhas) no local do defeito cirúrgico (DC), que está preenchido com tecido conjuntivo
fibroso; epitélio sinusal (ES).
38
DC
ES
Figura 25- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental com utilização de fáscia
temporal (corado com hematoxilina-eosina)– Borda óssea (seta vermelha); defeito cirúrgico
(DC) contendo tecido conjuntivo fibroso; periósteo (setas amarelas); epitélio sinusal (ES).
Um dos animais apresentou todos os defeitos cirúrgicos experimentais
(controle, com utilização de membranas de colágeno Gen-derm, Pro-tape e
fáscia temporal) preenchidos com tecido conjuntivo fibroso, caracterizado por
presença de fibras colágenas entre as bordas ósseas, separando o mucoperiósteo
bucal do mucoperiósteo sinusal.
Nos animais onde os defeitos cirúrgicos foram ocupados totalmente por
tecido ósseo, houve regeneração das paredes ósseas dos locais operados, sendo
muito difícil identificar a transição do osso neoformado do osso adjacente aos
locais operados. Nos locais da cirurgia foram observadas trabéculas ósseas bem
definidas, algumas vezes com sistema haversiano formado. Em alguns raros
campos foi possível identificar locais de regeneração óssea apresentando
39
vascularização abundante e tecido conjuntivo do tipo embrionário com
presença de células mesenquimais. Também foram observados locais com
presença de osteoblastos adjacentes às trabéculas de matriz óssea formando
fileiras, os quais apresentavam citoplasma fortemente basófilo, indicando
atividade de síntese de proteína nestas células, principalmente colágeno tipo I
(Figuras 26, 27, 28, 29 e 30).
LP
ES
EP
OC
Figura 26- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
descontinuidade óssea (corado com hematoxilina-eosina). Epitélio pavimentoso (EP);
lâmina própria (LP); periósteo (seta amarela); osso compacto – lamelar (OC); epitélio
sinusal (ES).
40
PE
CH
Figura 27- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem descontinuidade
óssea (corado com hematoxilina-eosina). Osso compacto lamelar: ósteon (setas amarelas);
canal de havers (CH); endósteo (seta verde); vaso sanguíneo (seta azul claro) osteócito (setas
vermelhas); periósteo (PE).
EP
OC
ES
OM
Figura 28- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem descontinuidade
óssea, mostrando locais de regeneração óssea (corado com hematoxilina-eosina). Osso compacto
(OC); osso medular (OM); epitélio pavimentoso (EP); epitélio sinusal (ES)
41
VS
MO
Figura 29- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem descontinuidade
óssea, mostrando locais de regeneração óssea (corado com hematoxilina-eosina). Células
mesenquimais (seta verde); vaso sanguíneo (VS); osteoblastos (seta vermelha); matriz óssea
(MO).
MO
VS
Figura 30- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem
descontinuidade óssea, mostrando locais de regeneração óssea (corado com hematoxilina-
eosina). Osteoblastos (setas vermelhas); matriz osteóide (MO); osteócito (seta amarela);
vaso sanguíneo (VS)
42
Decorridos 180 dias de pós-operatório, a regeneração da mucosa sinusal
foi uma constante nas imagens analisadas. Os campos avaliados não
apresentavam tecido inflamatório. Também não foram visualizados restos dos
materiais (membranas de colágeno e fáscia temporal) utilizados como barreiras
para RTG.
Nos vários grupos estudados (sem utilização de barreira, membrana Pro-
tape, membrana Gen-derm, fáscia temporal), nos defeitos cirúrgicos
experimentais que foram totalmente preenchidos com neoformação óssea,
comparativamente, não se observou diferenças histológicas significativas.
Nos grupos que apresentaram persistência de tecido conjuntivo fibroso
no local da perfuração óssea após 180 dias, quando cortes corados com picro
sirius red foram analisados com microscopia de polarização e com campo claro,
observamos a presença, a distinção e a organização das fibras colágenas nesse
local. Com campo claro observou-se em vermelho o colágeno presente nas
regiões onde não ocorreu o preenchimento total do defeito cirúrgico com tecido
ósseo. Através de microscopia de polarização foram observados feixes densos e
paralelos de colágeno onde as fibras apresentavam birrefringência de cores
vermelha, alaranjada e amarela, que sugerem a presença de colágeno tipo I.
Observou-se também que as fibras colágenas estavam localizadas no tecido
conjuntivo da lâmina própria e formavam uma camada subjacente ao epitélio
de revestimento estratificado pavimentoso queratinizado. Não foi observada
birrefringência verde, que indica presença de colágeno tipo III (Figuras 31, 32,
33, 34, 35 e 36).
43
LP
EP
OC
ES
Figura 31– Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem descontinuidade
óssea (corado com picro-sirius-red), visualizado com campo claro. Epitélio pavimentoso (EP);
lâmina própria (LP); osso compacto (OC); epitélio sinusal (ES)
EP
LP
OC
ES
.20mm
Figura 32– Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental sem descontinuidade
óssea (corado com picro-sirius-red), visualizado com microscopia de polarização, mostrando
feixes densos e paralelos de colágeno onde as fibras apresentam birrefringência de cores
vermelha, alaranjada e amarela, que sugerem a presença de colágeno tipo I, presente nesse
campo principalmente no tecido ósseo. Epitélio pavimentoso (EP); lâmina própria (LP); osso
compacto (OC); epitélio sinusal (ES).
44
EP
DC
PE
LP
ES
Figura 33- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental não preenchido
totalmente por tecido ósseo (corado com picro sirius red), avaliado com campo claro. Tecido
conjuntivo fibroso na área do defeito cirúrgico (DC); epitélio sinusal (ES); periósteo (PE), bordas
ósseas (setas verdes); lâmina propria (LP); epitélio pavimentoso (EP); bordas ósseas (setas
verdes)
LP
PE
EP
DC
ES
Figura 34- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental não preenchido
totalmente por tecido ósseo (corado com picro sirius red), avaliado com microscopia de
polarização. Tecido conjuntivo fibroso na área do defeito cirúrgico (DC); epitélio sinusal (ES);
periósteo (PE); bordas ósseas (setas verdes); lâmina própria (LP); epitélio pavimentoso (EP)
45
PE
DC
ES
Figura 35– Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental não preenchido
totalmente por tecido ósseo (corado com picro sirius red), avaliado com campo claro. Tecido
conjuntivo fibroso na área do defeito cirúrgico (DC), onde predominam fibras de cores
vermelha, alaranjada e amarela, indicativas de colágeno tipo I; epitélio sinusal (ES); periósteo
(PE); bordas ósseas (setas verdes)
DC
ES
PE
Figura 36- Corte histológico de área com defeito cirúrgico experimental não preenchido
totalmente por tecido ósseo (corado com picro sirius red), avaliado com microscopia de
polarização. Defeito cirúrgico (DC) com feixes densos e paralelos de colágeno onde as fibras
apresentam birrefringência de cores vermelha, alaranjada e amarela, que sugerem a presença de
colágeno tipo I; epitélio sinusal (ES); periósteo (PE); bordas ósseas (setas verdes)
46
Tabela 1 – Relação dos defeitos cirúrgicos experimentais (controle, com utilização de
membranas de colágeno Pro-tape, Gen-derm e fáscia temporal) com o tipo de reparo
ocorrido (com completa neoformação óssea e com tecido conjuntivo fibroso)
Reparo com completa
neoformação óssea
Reparo com tecido
conjuntivo fibroso
Defeito experimental
controle
02 animais
02 animais
Defeito experimental
com uso de
membrana Pro-Tape
03 animais
01 animal
Defeito experimental
com uso de
membrana Gen-
Derm
03 animais
01 animal
Defeito experimental
com uso de fáscia
temporal autógena
01 animal
03 animais
47
DISCUSSÃO
O estudo da comunicação oro-antral é relevante para os campos
odontológico e médico.
A utilização do macaco como modelo experimental deveu-se à
semelhança dos aspectos anatômico e funcional da área operada nesse animal
com a humana.
De acordo com Neto & Volpon (1984), embora a união fibrosa seja uma
complicação freqüente de cirurgias ósseas, não tem sido fácil estabelecê-la
experimentalmente em animais.
Pelo fato da taxa de reparo ósseo provavelmente variar inversamente
com a escala filogenética, os resultados obtidos de modelos animais têm sido
difíceis para se comparar (ENNEKING & MORRIS, 1972). A qualidade do
reparo ósseo experimental é influenciada marcadamente por cinco variáveis: 1)
espécie animal, 2) idade do animal, 3) localização do defeito experimental, 4)
tamanho do defeito e 5) condições do periósteo (PROLO et al., 1982; SCHMITZ
& HOLLINGER, 1986).
No nosso estudo escolhemos macacos prego (Cebus apella) com idade
entre 6 e 7 anos, considerados animais adultos jovens (GILMORE, 1943). Os
animais imaturos de uma respectiva espécie têm potencial para reparar um
defeito ósseo mais ativamente do que os animais mais velhos. Portanto, um
48
estudo envolvendo reparo ósseo e biomateriais deveria envolver
preferencialmente um animal adulto (PROLO et al., 1982).
O menor defeito ósseo experimental que não sofre processo de reparo
ósseo espontâneo, resultando na formação de tecido fibroso e não em novo
osso, é chamado de defeito com tamanho crítico (FRAME, 1980; SCHMITZ &
HOLLINGER, 1986). Esses autores não definem claramente o defeito
experimental com tamanho crítico na calvária ou mandíbula de macacos. Não
fazem menção à maxila de primatas não humanos.
No nosso estudo o defeito cirúrgico experimental na parede alveolar do
seio maxilar do macaco foi realizado três meses após exodontias dos pré-
molares superiores. Portanto, o reparo ósseo se fez sem a participação do
ligamento periodontal, diferente do que ocorreria na prática clínica, no caso de
uma comunicação buco-sinusal decorrente de exodontias. Quando temos uma
comunicação buco-sinusal após exodontia, o alvéolo dentário mantém o seu
ligamento periodontal, que desempenha um papel importante no reparo ósseo
da região.
O processo de reparo em feridas de extração dentária é caracterizado por
eventos biológicos dinâmicos, que ocorrem em diferentes períodos após a
exodontia. Sob o ponto de vista didático, este processo pode ser dividido em
quatro fases, após a formação e estabilização do coágulo sanguíneo. Seriam as
fases de proliferação celular, de desenvolvimento do tecido conjuntivo, de
maturação do tecido conjuntivo e de diferenciação óssea ou de mineralização
(PERRI DE CARVALHO & OKAMOTO, 1987). O coágulo sanguíneo que
49
preenche o alvéolo é inicialmente reabsorvido por macrófagos permitindo a
proliferação de células adventiciais e fibroblastos advindos do ligamento
periodontal e espaços medulares do osso alveolar.
O processo de reparo alveolar, após feridas de extração dental, ocorre
por volta do 21º
dia no rato (HADDAD et al., 1965; OKAMOTO & RUSSO,
1973), 48º
dia no cão (SANTOS PINTO, 1964), 58ºdia no macaco, e 64
o
dia no
homem (AMLER, 1969).
É desejável, do ponto de vista biológico e clínico, que um defeito ósseo
preferivelmente seja reparado com osso ao invés de tecido conjuntivo fibroso
(MATISKO et al., 1999). Na ocorrência de uma comunicação buco-sinusal, a
regeneração óssea na área, com qualidade e quantidade, será de fundamental
importância se considerarmos a indicação de implantes osseointegrados. De
outra forma, teríamos que reabilitar a área desdentada com a utilização de
próteses convencionais.
No nosso trabalho, nos defeitos cirúrgicos experimentais onde não
utilizou-se método de barreira, houve predomínio de proliferação óssea em
dois animais. Nos outros dois, houve predominância de tecido conjuntivo
fibroso entre as bordas ósseas, separando o mucoperiósteo bucal do
mucoperiósteo sinusal. O potencial do periósteo na formação e regeneração de
tecido ósseo tem sido demonstrado em vários estudos (REIDE et al., 1981;
LEMPERLE et al., 1998), e alguns trabalhos definem que novo osso pode ser
formado pelo periósteo sem a manutenção de espaço (ELBESHIR, 1990). No
50
entanto, para alguns autores a limitação do uso do periósteo é a sua inabilidade
para manter espaço (HARDWICK et al., 1994).
Awang (1988) considera que comunicações oro-antrais menores que
5mm de diâmetro podem fechar espontaneamente e que comunicações maiores
podem requerer procedimentos cirúrgicos para o fechamento da mesma. No
entanto, não discute se o fechamento do tecido mole (do mucoperiósteo bucal)
acompanha-se de total neoformação óssea ou se há cicatrização da área óssea
com substituição por tecido fibroso.
Hanazawa et al. (1995) avaliaram o uso de retalho pediculado de coxim
adiposo bucal para o fechamento de fístula oro-antral. Concluíram que o
procedimento tem uma larga aplicação e alto grau de sucesso. Porém não
discutiram se o procedimento pode favorecer a formação óssea no local do
defeito.
Haanes (1972) realizou experimentalmente comunicações oro-antrais em
onze macacos (Macaca irus). Para estabelecer a comunicação, um extrator reto
foi forçado para dentro do seio maxilar através do alvéolo palatino do primeiro
ou segundo molar superior, imediatamente após a exodontia. Fístula oro-antral
não ocorreu em nenhum animal. Não mencionou, porém, no seu trabalho, o
diâmetro do extrator reto. Não deixou claro se o tamanho da perfuração oro-
antral pode influenciar no resultado do reparo.
Rangel (2000) estudou o processo de reparo ósseo em defeitos cirúrgicos
realizados na parede anterior do seio maxilar de macacos prego após
osteotomias horizontais semelhantes ao tipo Le Fort I, criando um defeito
51
horizontal na maxila, de 20mm de extensão por 5mm de largura. Análises
histológica e histométrica realizadas aos 145 dias de pós-operatório mostraram
que houve prevalência de neoformação conjuntiva no defeito ósseo. Ocorreu
reparo por tecido conjuntivo em cerca de 58,5% da área estudada e por tecido
ósseo em 41,5%. No trabalho de Rangel, o defeito experimental era mais largo e
extenso (5mm de largura e 20mm de extensão) que o realizado no nosso
trabalho (perfuração de 3,3mm de diâmetro). Por conseguinte, podemos dizer
que o defeito cirúrgico criado no trabalho de Rangel era de duas paredes e o
defeito cirúrgico criado no nosso trabalho era de quatro paredes, o que
facilitaria o processo de reparo ósseo no nosso modelo experimental.
O conhecimento profundo sobre os mecanismos de formação e
neoformação óssea interfere diretamente sobre as formas de manipulação
clínica dos biomateriais. Os maiores exemplos são as proteínas morfogenéticas
do osso, o plasma rico em plaquetas, a ROG, matrizes ósseas homógenas e
heterógenas, que trouxeram grandes avanços na substituição e manutenção do
tecido ósseo e desenvolveram propriedades de estimulação sobre o reparo
ósseo, induzindo ou conduzindo o processo de osteogênese (OLDER, 1967;
WOZNEY et al., 1988; HABAL & REDDI, 1992; WOZNEY, 1992; HOTZ &
HERR, 1994; BECKER et al., 1995; BOYNE, 1997). Muitos defeitos cirúrgicos
regeneram-se incompletamente por causa da possível invasão do local com
tecidos que têm pouco potencial para regeneração óssea. A RTG tem a
finalidade de permitir que células desejáveis invadam o coágulo, impedindo
52
que células indesejáveis migrem para o local do defeito ósseo, isolando a área a
ser reparada do tecido conjuntivo frouxo situado ao seu redor.
Por se tratar de substância autógena, esperávamos conseguir bons
resultados utilizando a fáscia temporal como método de barreira para
facilitação do processo de regeneração óssea. Porém, em três dos quatro animais
em que o defeito ósseo experimental foi recoberto com fáscia temporal
autógena, houve predominância de tecido conjuntivo fibroso entre as bordas
ósseas, separando o mucoperiósteo bucal do mucoperiósteo sinusal. Não temos
a razão concreta para essa ocorrência. Discutimos a possibilidade de
contaminação da fáscia temporal no ato da sua remoção do animal, apesar dos
cuidados locais com antissepsia (limpeza da pele da face do animal com soro
fisiológico 0.9% e posterior aplicação de álcool iodado) e cadeia asséptica
(campos cirúrgicos e instrumentais estéreis). Também, por se tratar de tecido
fresco, sem receber nenhum tratamento prévio, diferente das membranas de
colágeno, que sofrem processamento laboratorial, pensamos na possibilidade de
que a fáscia temporal pudesse ter sofrido retração na fase inicial do processo de
reparo da ferida cirúrgica e ao invés de recobrir as margens da perfuração
cirúrgica, ter se instalado exatamente no interior do defeito, trazendo
perturbações ao processo de regeneração óssea. Para afastar essa hipótese,
talvez tivéssemos que deixar uma faixa maior do material utilizado como
barreira além das margens da perfuração e fixar a membrana com mini-
parafusos (SALATA et al., 1998; FRITZ et al., 2000).
53
Silverstein et al. (1992) utilizaram fragmentos de fáscia lata seca e
congelada como barreira em associação com a utilização de enxerto alógeno e
colocação de implantes. Os autores relatam que a fáscia lata é biocompatível,
bem aceita pelos tecidos, servindo como membrana de colágeno regenerativa.
Behbehani & Eichner (1983) utilizando fáscia lata em procedimentos
cirúrgicos (fraturas fronto-basais, fraturas blow-out, tratamento cirúrgico da
paralisia facial, procedimentos timpanoplásticos e perfurações septais),
demonstraram os mesmos bons resultados quando utilizaram fáscia lata
homógena desidratada e fáscia lata autóloga. Sarac & Bulent (2002)
demonstraram resultados bastante satisfatórios quando utilizaram fáscia
temporal desidratada (Tutoplast) em timpanoplastia. Concluíram que fáscia
temporal homógena pode ser usada em timpanoplastias com a mesma taxa de
sucesso que a fáscia temporal autógena. A principal vantagem seria a redução
do tempo de cirurgia e ausência de cicatrizes para remoção do enxerto.
Tuz et al. (2004) avaliaram os resultados clínico e radiográfico de 81
pacientes com defeitos ósseos resultantes de apicectomia, cistectomia e
curetagem de processos infecciosos crônicos da maxila e mandíbula. Dividiram
em grupos que receberam enxerto ósseo homógeno associado ou não à
membrana de fáscia temporal e um grupo que não recebeu nenhum material.
Exames radiológicos aos 6 e 12 meses após a cirurgia mostraram que a
neoformação óssea ocorreu mais cedo nos grupos que receberam enxerto ósseo
e enxerto ósseo associado com membrana de colágeno (fáscia temporal) do que
no grupo controle.
54
No nosso trabalho, os defeitos cirúrgicos experimentais recobertos pela
membrana de colágeno Pro-tape (Proline) e pela membrana de colágeno Gen-
derm (Genius Baumer) foram totalmente preenchidas por proliferação óssea em
três animais. Em um animal o defeito cirúrgico foi preenchido com tecido
fibroso, caracterizado por presença de fibras colágenas densamente dispostas
entre as bordas ósseas, separando o mucoperiósteo bucal do mucoperiósteo
sinusal.
Haanes (1972) descreveu que em modelo experimental de comunicação
buco-sinusal através do alvéolo, após extração de dente molar de macacos, a
proliferação epitelial ocorreu de forma mais pronunciada na parede antral em
todos os períodos de observação. Não utilizamos método de barreira na parede
sinusal da comunicação por inviabilidade técnica do modelo experimental e
também impossibilidade de reproduzir o método no homem. Desta forma, os
materiais utilizados como barreira podem ter impedido a invasão de tecido
fibroepitelial para dentro do defeito criado experimentalmente na face bucal
das perfurações, mas não da face sinusal das mesmas.
Matisko et al. (1999) estudaram a capacidade de reparo ósseo de defeitos
na parede óssea do seio maxilar de coelhos, com e sem o uso de membranas de
colágeno. Os resultados demonstraram que a barreira de membrana de
colágeno teve um efeito benéfico após exposição do seio maxilar.
Membranas de colágeno têm mostrado melhores resultados na formação
óssea quando utilizadas em alvéolos frescos após extração de dentes quando
comparados com barreiras de polímeros e membranas de politetrafluoretileno
55
e-PTFE (MAO et al., 1997). Essa diferença não foi clara quando estes materiais
foram comparados em defeitos de calvária de ratos (DUPOIRIEUX et al., 2001).
Uma razão para essa contradição de resultados pode ser o fato de que a
qualidade do osso onde a membrana é aplicada seja fator importante. Defeitos
em ossos compactos têm mostrado reduzido preenchimento ósseo quando
comparados com defeitos em tipos de osso mais esponjoso (ZITZMANN et al.,
1999). O osso de calvária de rato, por ser compacto, pode justificar a menor
formação óssea quando comparada com um defeito ósseo em maxila, que
envolve osso medular. Outra razão para a contradição nesses resultados
experimentais é a geometria do defeito, em particular a relação entre a
profundidade e a largura do mesmo, que pode afetar o potencial das paredes
ósseas adjacentes na neoformação óssea. No caso da calvária de rato, a pequena
profundidade dos defeitos ósseos oferece baixo potencial regenerativo e
também exige propriedades mecânicas superiores para prevenir o colapso e
subseqüente prejuízo na regeneração óssea do defeito (SCHLIEPHAKE et al.,
2004). No nosso trabalho o defeito ósseo é de pequena profundidade, se
comparado, por exemplo, com o alvéolo dentário. A distância entre o rebordo
alveolar da maxila e do assoalho do seio maxilar é em torno de 3 a 4mm, com
variações dependendo do lugar, sendo maior essa distância mesialmente
(próximo ao dente canino) e menor distalmente (próximo ao dente primeiro
molar). Por outro lado, alvéolos dentários e defeitos na calota craniana são lojas
ósseas de cinco paredes, ao passo que no nosso estudo os defeitos possuem
56
quatro paredes, uma vez que o assoalho do seio maxilar também foi perfurado
e não possui, portanto, cobertura óssea.
Schliephake et al. (2004), acreditando que seria desejável desenvolver
uma membrana que fosse feita de precursores naturais, porém, que tivesse
resistência o suficiente para prevenir o colapso da membrana para dentro do
defeito ósseo, propuseram mineralização de membranas de colágeno com
hidroxiapatita, para mimetizar as características naturais do osso e para tornar a
estrutura da membrana mais rígida, com o objetivo de conseguir o efeito de
preservação do espaço para regeneração óssea. Fizeram um estudo em que
realizaram perfurações de 8mm na calota craniana de ratos, sendo utilizados 20
animais em que os defeitos foram cobertos com membrana mineralizada de
colágeno, e 20 animais foram utilizados como controle. Observaram que
durante as primeiras 26 semanas não houve diferença na regeneração óssea
entre os dois grupos. Após 52 semanas, com completa reabsorção da
membrana, houve significante aumento da formação óssea nos defeitos que
receberam cobertura com membrana. Concluíram que essa maior mineralização
não foi decorrente da resistência mecânica da membrana. A razão para o
aumento na formação óssea após o período de reabsorção da membrana (após
26 semanas) não foi esclarecida.
Bohning et al. (1999) estudaram o efeito da ROG na cicatrização de
defeitos ósseos em ratos. Foram criados defeitos de 5mm na calota craniana dos
animais. Uma membrana reabsorvível (Guidor AB, Huddinge, Sweden) foi
colocada nos defeitos e comparada com cavidades de mesmo tamanho nas
57
quais não foram utilizadas membranas (grupo controle). Após 03, 05 e 07
semanas, o reparo ósseo foi avaliado histologicamente. Os autores não
encontraram diferenças na regeneração óssea entre os sítios controle e
experimental durante o período em que os espécimes foram estudados.
Na opinião de muitos autores, membranas de colágeno têm
propriedades mecânicas pobres, são muito flexíveis e não suportariam a
pressão dos tecidos moles e têm maior possibilidade de sofrer colapso. Dessa
forma, não exerceriam a função de barreira e de manutenção de espaço para o
reparo ósseo, não impedindo a penetração de tecido conjuntivo não osteogênico
para dentro do defeito experimental. Vários trabalhos apontam para melhores
resultados com o uso de métodos de barreiras reabsorvíveis quando é utilizado
algum material preenchedor de espaço e então recoberto com membranas.
Estudos experimentais e clínicos têm demonstrado claramente o sinergismo
quando combinam-se membranas reabsorvíveis para regeneração guiada e um
material osteocondutivo que dê suporte sob a membrana, tal como osso
autógeno, homógeno ou heterógeno (DAHLIN et al., 1991; SMUKLER et al.,
1995; BUSER et al., 1998; SALATA et al., 1998). No nosso trabalho não foi
possível utilizar enxerto ósseo associado ao uso de membrana, pela
possibilidade de migração do mesmo para o interior da cavidade sinusal.
Salata et al. (1998) estudaram o reparo de defeitos ósseos de 3mm criados
através de ambas corticais do ramo da mandíbula de ratos. Realizaram estudo
histológico na quarta e décima semanas após a cirurgia experimental,
verificando a resposta inflamatória e a quantidade de osso neoformado nos
58
defeitos. Compararam os resultados do grupo em que os defeitos experimentais
não receberam nenhum tratamento com grupos em que os defeitos ósseos
foram protegidos com a técnica da RTG (membranas Goretex), e com partículas
de ionômero ou hidroxiapatita. As membranas foram aplicadas tanto do lado
bucal como do lado lingual do defeito cirúrgico. Concluíram que a
hidroxiapatita e o ionômero usados sozinhos foram mais efetivos na indução do
reparo dos defeitos ósseos quando comparados com a técnica da ROG. A
diferença no reparo ósseo foi pequena nos defeitos ósseos que não receberam
nenhum tratamento comparados com os que receberam somente membrana.
Independente do tratamento adotado, o novo osso formado exibiu um modelo
mais maduro com dez semanas que com quatro semanas, indicando que nem a
membrana e nem os substitutos ósseos pareceram influenciar o tempo de
maturação óssea. Nos animais estudados, não foi observada completa
regeneração óssea do defeito ósseo. Estes dados contrastam com aqueles
obtidos por Dahlin et al (1988) que usando metodologia similar, relataram total
regeneração de defeitos cobertos com membranas após três semanas. Os
autores acreditam que essa diferença de resultados pode ocorrer devido a
fatores como mobilidade da membrana durante o período de cicatrização,
permitindo colapso da mesma para o interior do defeito, ou penetração de
tecido mole para a intimidade da loja cirúrgica.
No nosso trabalho, em um dos animais, todos os defeitos experimentais
(perfuração comunicando-se com o seio sem utilização de membranas e com
utilização de membranas de colágeno e fáscia temporal) apresentaram tecido
59
conjuntivo fibroso entre as bordas ósseas, separando o mucoperiósteo bucal do
mucoperiósteo sinusal, quando avaliado aos 180 dias de pós-operatório. Como
esse fenômeno ocorreu em um único macaco, é possível ter ocorrido problema
metabólico intrínseco com esse animal, perturbando o processo de reparo ósseo.
Durante o período pós-operatório imediato ou tardio não foram observadas
alterações que pudessem sinalizar para a ocorrência de algum problema com
esse animal. Consultamos outro pesquisador que estudou os mesmos animais,
que também não detectou nenhuma alteração clínica com o referido animal.
Salientamos que os animais utilizados nesse experimento não têm nenhum grau
de parentesco, diferente do que ocorre quando estudos são realizados em
outros modelos, como ratos, coelhos, em que é possível manter na amostra
animais com os mesmos progenitores. De acordo com Enneking et al (1975), a
taxa de reparo ósseo varia extensamente entre animais da mesma espécie.
No nosso experimento, nos animais onde os defeitos cirúrgicos foram
totalmente ocupados por tecido ósseo, independente do grupo estudado (com
ou sem utilização de barreira), na análise histológica aos 180 dias, houve
regeneração das paredes ósseas dos locais operados, sendo muito difícil
identificar a transição do osso neoformado do osso adjacente aos locais
operados. Foram observadas trabéculas ósseas bem definidas, algumas vezes
com sistema haversiano formado. Em alguns raros campos foi possível
identificar locais de regeneração óssea apresentando vascularização abundante
e tecido conjuntivo do tipo embrionário com presença de células mesenquimais.
Também foram observados locais com presença de osteoblastos adjacentes a
60
trabéculas de matriz óssea formando fileiras, os quais apresentavam citoplasma
fortemente basófilo, indicando a atividade dessas células produtoras de
proteína, principalmente colágeno tipo I. De acordo com Junqueira e Carneiro
(2004), ao contrário dos outros tecidos conjuntivos, o tecido ósseo repara-se sem
formação de cicatriz. Esses autores referem-se ao processo de reparação das
fraturas, que após formação de calo ósseo, com as trações e pressões exercidas
sobre o osso durante suas atividades normais, há a sua remodelação e completa
substituição por tecido ósseo lamelar, e a estrutura do osso volta a ser a mesma
que existia anteriormente.
No nosso experimento, nos casos em que o defeito ósseo experimental
estava totalmente preenchido por tecido ósseo aos 180 dias de pós-operatório,
se tivéssemos a possibilidade de realizar exames histológicos mais precoces, nos
primeiros meses de pós-operatório, talvez pudéssemos ter a oportunidade de
verificar diferenças significativas na qualidade do osso neoformado nesses
estágios mais iniciais do reparo ósseo, comparando os vários grupos estudados.
Há limitações éticas e de disponibilidade no número de animais para
desenvolvimento de modelos experimentais em primatas não humanos nos
centros de pesquisa. No caso específico do Núcleo de Procriação de Macacos
Prego da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP – SP, exige-se o
mínimo de três pesquisadores trabalhando em diferentes sistemas do animal.
Dessa forma, muitas vezes há necessidade de adequação do tempo das
intervenções experimentais de acordo com as necessidades e consenso de todos
os pesquisadores envolvidos.
61
Fritz et al. (2000) descreveram o uso de ROG para preencher defeitos
ósseos na mandíbula de primatas adultos (Macaca mullata), com o objetivo de
determinar por quanto tempo membranas de e-PTFE devem ser mantidas para
promover reparo ósseo satisfatório. Esse estudo sugere que membranas
deixadas no local menos de um mês resultam em ganho ósseo mínimo, e que
após dois meses o osso é maduro. Nenhuma diferença significativa foi
observada na qualidade óssea entre o intervalo de dois e doze meses.
Na análise histológica, aos 180 dias de pós-operatório, não foram
visualizados restos dos materiais (membranas de colágeno e fáscia temporal)
utilizados como barreiras para RTG no nosso trabalho. Isso se deve ao fato de
que a expectativa de tempo para reabsorção dos materiais utilizados no
trabalho é de um mês para a membrana Pro-tape e dois meses para a membrana
Gen-derm. O tempo de reabsorção de fáscia temporal homógena processada
laboratorialmente é de aproximadamente 40 dias (PAUL et al., 1992; UNSAL et
al., 1997; OLIVEIRA et al., 2003)). Não temos dados do tempo de reabsorção de
fáscia temporal fresca.
Após 180 dias, nas áreas apresentando persistência de tecido conjuntivo
fibroso no local do defeito cirúrgico experimental, que foram coradas com picro
sirius red e avaliadas com microscopia de polarização, foram observados feixes
densos e paralelos de colágeno. Essas fibras apresentavam birrefringência de
cores vermelha, alaranjada e amarela, que sugerem a presença de colágeno tipo
I, que é encontrado principalmente no osso, tendão, derme e dentina. O campo
fortemente birrefringente é característico de estruturas que contém moléculas
62
orientadas numa só direção, características de colágeno tipo I e III. Utilizando-
se coloração picro sirius red e microscopia de polarização, o colágeno tipo III
apresenta birrefringência verde, não verificada nos cortes examinados no nosso
estudo. O colágeno tipo III está presente principalmente na pele, aorta e
pulmões. Colágeno tipo II está presente principalmente em cartilagem, não
produz feixes e mostram uma variação de cor quando corado com picro sirius
red, de acordo com o tecido e a espécie examinada (JUNQUEIRA et al., 1978;
JUNQUEIRA et al., 1979).
Em nosso trabalho os procedimentos cirúrgicos foram realizados sob
anestesia geral, sem intubação traqueal. Dessa forma, nós tivemos que manter
sucção cuidadosa da orofaringe durante o ato cirúrgico, para evitar aspiração
de secreção para as vias aéreas inferiores do animal. Não tivemos nenhum
problema com o procedimento de anestesia. Somente em um caso foi necessário
realizar complementação de thiopental (intraperitoneal) porque o animal
acordou precocemente durante o procedimento cirúrgico. Quiñones et al. (1997)
e Hurzeler et al. (1977) utilizaram macacos Rhesus (Macaca mulatta) para
avaliar clinicamente e histologicamente procedimentos de elevação do assoalho
do seio maxilar. Utilizaram anestesia geral com o animal sob intubação
traqueal. Na nossa pesquisa trabalhamos com macacos prego (Cebus apella) e
extraímos os dentes pré-molares superiores. Os autores acima citados extraíram
dentes molares superiores de macacos Rhesus. Nossa preferência foi porque os
dentes pré-molares superiores do macaco prego têm a mesma íntima relação
com o assoalho do seio maxilar que os molares superiores e como estão
63
posicionados mais anteriormente na maxila, eles são mais fáceis de serem
extraídos. O espaço da boca do macaco prego, posteriormente, é muito
pequeno.
A necessidade de reconstrução de defeitos ósseos da maxila e mandíbula,
utilizando enxertos e métodos de ROG, vem mudando o enfoque cirúrgico em
muitos procedimentos, tal como exodontias mais conservadoras associadas à
reconstrução óssea imediata ou métodos preventivos da atrofia alveolar (TAL,
1990; KON et al., 1991; KINOSHITA, 1997). Os resultados do nosso trabalho
demonstram a necessidade de novas pesquisas envolvendo métodos de
tratamento da comunicação buco-sinusal, de forma que tenhamos um reparo
satisfatório na área do defeito ósseo, permitindo a adequada reabilitação morfo-
funcional da região operada.
64
CONCLUSÕES
De acordo com a metodologia aplicada, os resultados encontrados neste
experimento permitem concluir:
1- O defeito ósseo cirúrgico na parede alveolar comunicando-se com o seio
maxilar, pode reparar-se tanto por tecido ósseo como por tecido conjuntivo
fibroso;
2- O defeito ósseo cirúrgico na parede alveolar comunicando-se com o seio
maxilar, quando utilizadas membranas de colágeno (Gen-Derm/Pro-tape) e
fáscia temporal autógena como barreira, pode reparar-se tanto por tecido ósseo
como por tecido conjuntivo fibroso;
3- A utilização de membranas de colágeno (Gen-derm/Pro-tape) com a
finalidade de ROG, trouxe benefícios ao reparo do defeito ósseo cirúrgico na
parede alveolar comunicando-se com o seio maxilar, comparando-se com os
locais onde não utilizou-se método de barreira e com os locais onde utilizou-se
fáscia temporal, quando avaliados aos 180 dias de pós-operatório.
65
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