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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Escola de Engenharia de São Carlos
Departamento de Transportes
DESEMPENHO DE EQUIPAMENTOS DE
DRENAGEM URBANA DA CIDADE DE FRANCA
Alexandre Artioli de Camargo Godoi
Dissertação apresentada à Escola de
Engenharia de São Carlos, da Universidade
de São Paulo, como parte dos requisitos
para obtenção do título de “Mestre” em
Engenharia Civil, Área de Pós-graduação
em Transportes.
Orientador: Professor Titular Doutor José Bernardes Felex
São Carlos - SP
2006
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FOLHA DE JULGAMENTO
PEGAR COM HELOISA E SUBSTITUIR
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DEDICATÓRIA
Aos meus Pais;
A minha esposa;
Aos meus Filhos.
AGRADECIMENTO
Ao meu orientador Professor José Bernardes Felex
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página i
SUMÁRIO
SUMÁRIO.................................................................................................................i
LISTA DE TABELAS ..........................................................................................vi
LISTA DE SÍMBOLOS ......................................................................................ix
RESUMO..................................................................................................................xi
ABSTRACT............................................................................................................xii
1 Introdução.................................................................................................1
2 Hidrologia e hidráulica em drenagem urbana....................22
3 A cidade de Franca e acidentes de drenagem....................52
4 Simulação de movimento de água em sarjetas, bocas
de lobo e galerias pluviais.........................................................................71
5 Estudo de casos....................................................................................87
6 Conclusões e sugestões.................................................................136
7 Referências bibliográficas............................................................139
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página ii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Rua São João Del Rey, próximo a Rua Olinda, após rompimento de
emissário de galerias pluviais, Franca, 2000........................................................................ 6
Figura 2: Vista de escorregamento, 6 horas após o início, em via marginal a um
córrego no Residencial Moreira Junior, Franca, 1999........................................................ 6
Figura 3: Inundação da Avenida Santos Dumont durante uma chuva moderada,
Franca, 2003 ..................................................................................................................................... 7
Figura 4: Rua Alberto de Azevedo, chuva moderada, Franca, 2003........................... 7
Figura 5: Erosão causada por emissário de galeria em meia encosta, extremo da
Avenida Primo Meneghetti, Franca, 2002 .............................................................................. 8
Figura 6: Erosão no final da Avenida Margarida Fornazier, causada por emissário
de galerias em meia encosta, Jardim Tropical, Franca, 2002........................................ 8
Figura 7: Vista de erosão no bairro City Petrópolis, Franca, com restos do
emissário e poços de queda, 2002........................................................................................... 9
Figura 8: Jornal Comércio da Franca, janeiro de 2004..................................................... 9
Figura 9: Jornal Comércio da Franca, janeiro de 2004................................................... 10
Figura 10: Jornal Comércio da Franca, janeiro de 2004................................................ 10
Figura 11: Jornal Comércio da Franca, fevereiro de 2004............................................ 11
Figura 12: Jornal Comércio da Franca, fevereiro de 2004............................................ 11
Figura 13: Diagrama de configuração de escoamento no pavimento e na guia e
sarjeta [CETESB (1986)]............................................................................................................ 15
Figura 14: Características típicas de um cruzamento de uma rua secundária com
uma rua principal [CETESB (1986)]....................................................................................... 17
Figura 15: Locação de bocas de lobo e rede coletora..................................................... 18
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página iii
Figura 16: Alinhamento dos condutos [CETESB (1986)]............................................... 20
Figura 17: Poço de visita padrão na Prefeitura Municipal de Franca......................... 21
Figura 18: Seqüência de passos de um estudo de drenagem urbana...................... 23
Figura 19: Hidrograma de chuvas de várias durações.................................................... 26
Figura 20: Ilustração do conceito de tempo de concentração [PEIXOTO JR &
FELEX (1997)] ................................................................................................................................36
Figura 21: Geometria da seção composta: guia, sarjeta e pavimento [CETESB
(1986)].............................................................................................................................................. 37
Figura 22: Perfil de guias e sarjetas conforme adotado pela Prefeitura Municipal
de Franca.......................................................................................................................................... 39
Figura 23: Tipos de boca de lobo [CETESB (1986)] ........................................................ 40
Figura 24: Boca de lobo combinada em pontos intermediários de sarjetas
[CETESB (1986)]........................................................................................................................... 42
Figura 25: Boca de lobo padrão na Prefeitura Municipal de Franca........................... 45
Figura 26: Localização do Município de Franca (sem escala)....................................... 52
Figura 27: Bacia Hidrográfica dos Rios Sapucaí-Mirim / Grande (sem escala).... 54
Figura 28: Hidrografia do Município de Franca (sem escala)....................................... 55
Figura 29: Mapa de Risco Potencial de Erosão de Franca [IPT (1998)]................... 57
Figura 30: Evolução de erosão no final da Avenida Margarida Fornazier, Jardim
Tropical, Franca.............................................................................................................................. 60
Figura 31: Terminal de galeria proveniente das Ruas Benedito Calixto e Flávio de
Carvalho em nascentes, Recreio Campo Belo, Franca, 2002....................................... 61
Figura 32: Erosão resultante do escorregamento da cabeceira do vale, Recreio
Campo Belo, Franca, 2004......................................................................................................... 62
Figura 33: Erosão próxima a Avenida Ivete Vargas, Bairro Parque Vicente
Leporace, antes dos trabalhos de recuperação, Franca, 1997 .................................... 62
Figura 34: Obra de recuperação da erosão próxima a Avenida Ivete Vargas,
Bairro Parque Vicente Leporace, Franca, 1997.................................................................. 63
Figura 35: Parque Burle Max, antiga erosão da Avenida Ivete Vargas, Bairro
Parque Vicente Leporace, Franca, 2002 ............................................................................... 63
Figura 36: Rua Delcides Pressoto, onde após chuvas ocorrem acúmulo de até um
metro de água, Vila Santo Antônio, Franca, 2002............................................................ 64
Figura 37: Cruzamento das ruas Martiniano F. Andrade e Flora B. Sandoval,
Parque Santa Adélia, Franca, 1997........................................................................................ 65
Figura 38: Cruzamento das ruas Martiniano F. Andrade e Flora B. Sandoval,
Parque Santa Adélia, Franca, 1997........................................................................................ 65
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página iv
Figura 39: Local onde ocorrem inundações na Rua Oscar Lousada, Jardim
Califórnia, Franca, 2003.............................................................................................................. 66
Figura 40: Emissário de galeria localizado no final da Avenida Fernando Simões
destruído após chuvas, Jardim Santa Bárbara, Franca, 1999...................................... 66
Figura 41: Danos causados em residências pela invasão de águas provenientes
de áreas a montante, Jardim Santa Bárbara, Franca, 2000......................................... 67
Figura 42: Deslizamento de encosta junto a Rua São João Del Rey, Jardim
Brasilândia, Franca, 1999........................................................................................................... 68
Figura 43: Canalização de córrego junto a Rua São João Del Rey, Jardim
Brasilândia, Franca, 2000........................................................................................................... 68
Figura 44: Esquina das ruas Walter Barbosa e Clotilde Salmazo horas após o
escorregamento, Residencial Moreira Junior, Franca, 1999 ......................................... 69
Figura 45: Avenida Marginal durante a obra de troca de solo, remoção de turfa,
execução de rede de galeria pluviais e reforço com pedra bruta, Residencial
Moreira Junior, Franca, 2001.................................................................................................... 69
Figura 46: Avenida marginal durante a execução do aterro sobre o reforço de
pedra bruta, Residencial Moreira Junior, Franca, 2001.................................................. 70
Figura 47: Exemplo de delimitação de bacias de contribuição e representação
gráfica de equipamentos para drenar ................................................................................... 83
Figura 48: Método Racional em AUTODESK (2004) ........................................................ 84
Figura 49: Entrada de dados para estudos sobre galerias pluviais............................ 85
Figura 50: Resultado de processamento de dados sobre galerias pluviais............. 86
Figura 51: Localização das bacias avaliadas na planta da cidade de Franca –
folha 1 (sem escala)..................................................................................................................... 88
Figura 52: Localização das bacias avaliadas na planta da cidade de Franca –
folha 2 (sem escala)..................................................................................................................... 89
Figura 53: Erosão no final da Rua Júlio Batista, Parque Vicente Leporace, Franca,
2002 ................................................................................................................................................... 91
Figura 54: Emissários entre as Ruas Vanderlei Manccine e Júlio Batista e córrego
à esquerda, Parque Vicente Leporace, Franca, 2002...................................................... 91
Figura 55: Erosão no final da Rua Tarcisio Antonio de Oliveira, Parque Vicente
Leporace, Franca, 2004 .............................................................................................................. 92
Figura 56: Rua Delcides Pressoto, onde chuvas freqüentes causam o acúmulo de
até um metro de água, Vila Santo Antônio, Franca, 2002............................................ 93
Figura 57: Rua Renildo Valin de Melo, onde chuvas freqüentes causam o acúmulo
de água, que somado ao fluxo da Rua Delcides Pressoto, causa danos nas
residências próximas, Vila Santo Antônio, Franca, 2002............................................... 93
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página v
Figura 58: Construção das redes de galerias na rua Drauzio MMDC, Jardim
Redentor e Vila Santa Teresinha, Franca, 1999................................................................ 94
Figura 59: Dissipador construído no final da Rua J. Rebello, Vila Santa
Teresinha, Franca, 2002............................................................................................................. 95
Figura 60: Galerias do Jardim Vera Cruz II, redes 10 e 12......................................... 97
Figura 61: Galerias do Jardim Vera Cruz II, redes 6 a 9, e 11.................................... 98
Figura 62: Galerias do Jardim Luiza, redes 1 a 8.......................................................... 102
Figura 63: Galerias do Jardim Luiza, redes 40 a 43..................................................... 103
Figura 64: Galerias do Jardim Luiza, redes 30 a 33..................................................... 104
Figura 65: Galerias do Jardim Luiza, redes 50 a 55..................................................... 105
Figura 66: Galerias do Parque Universitário, redes 1 , 2 e 4..................................... 114
Figura 67: Galerias do Parque Universitário, redes 2, 3 e 5 ...................................... 115
Figura 68: Galeria do Parque Leporace, redes 1, 2 e 3................................................ 118
Figura 69: Galeria da Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e Vila
Nossa Senhora das Graças, redes 1 a 3 e 8..................................................................... 122
Figura 70: Galeria da Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e Vila
Nossa Senhora das Graças, redes 3 a 8............................................................................. 123
Figura 71: Galerias do Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha, redes 1 a 3 e 6
............................................................................................................................................................ 127
Figura 72: Galerias, Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha, redes 3 a 6.......... 128
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Uso permitido de ruas para escoamento de descargas de chuva em
termos de inundação do pavimento [CETESB (1986)]................................................... 16
Tabela 2: Coeficientes de redução de capacidades de bocas de lobo [CETESB
(1986)].............................................................................................................................................. 19
Tabela 3: Espaçamentos máximos recomendados entre poços de visita [CETESB
(1986)].............................................................................................................................................. 20
Tabela 4: Fator de freqüência para a expressão do Método Racional [CETESB
(1986)].............................................................................................................................................. 27
Tabela 5: Coeficientes de escoamento superficial [CETESB (1986)] ........................ 28
Tabela 6: Valores de C adotados pela Prefeitura Municipal de São Paulo [WILKEN
(1978)].............................................................................................................................................. 29
Tabela 7: Coeficientes de “runoff” para compor superfícies [CETESB (1986)].... 30
Tabela 8: Chuvas intensas para a cidade de Batatais [FIPAI (1998)]...................... 32
Tabela 9: Risco em função da vida útil e período de retorno no projeto................. 34
Tabela 10: Períodos de retorno para diferentes ocupações de áreas ....................... 35
Tabela 11: Valores do coeficiente de rugosidade da superfície
g
n [CETESB
(1986)].............................................................................................................................................. 39
Tabela 12: Valores de m [CETESB (1986)]......................................................................... 45
Tabela 13: Valores de K em função de otg
θ
para bocas de lobo simples sem
depressão em pontos intermediários [CETESB (1986)]................................................. 46
Tabela 14: Valores de
c
n para tubos de concreto [CETESB (1986)]........................ 47
Tabela 15 - Medidas de erosão em galerias pluviais de cidades do Paraná
[FENDRICH et al. (1988)] .......................................................................................................... 50
Tabela 16 - Limites de velocidades segundo várias referências ................................. 51
Tabela 17: Listagem e classificação de acidentes de drenagem em Franca .......... 59
Tabela 18 - Erosões lineares a meia encosta, em Franca ............................................. 60
Tabela 19 - Erosões em cabeceiras de drenagem, em Franca (2005)..................... 61
Tabela 20 - Inundações, em Franca....................................................................................... 64
Tabela 21 - Escorregamento e solapamentos de encostas junto a córregos em
Franca................................................................................................................................................ 67
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página vii
Tabela 22: Variáveis selecionadas para qualificar galerias pluviais em painéis
onde participaram 18 técnicos de Franca, Ribeirão Preto, Batatais, Rifaina,
Altinópolis e Pedregulho, em 2001......................................................................................... 74
Tabela 23: Índices de desempenho e ocorrências classificáveis na avaliação de
galerias pluviais.............................................................................................................................. 75
Tabela 24 - Principais hipóteses e critérios de estimativas e resultados da adoção
de dados para estimativas de hidrologia e de vazões solicitantes............................. 77
Tabela 25 - Hipóteses e critérios de estimativas e resultados da adoção de dados
para estimativas de características de fluxo nas galerias.............................................. 78
Tabela 26 - Hipóteses e critérios de estimativas e resultados da adoção de dados
para estimativas de características de fluxo nas sarjetas ............................................. 78
Tabela 27 - Hipóteses e critérios de estimativas e resultados da adoção de dados
para estimativas de características de fluxo nas bocas de lobo [CETESB (1986)]
.............................................................................................................................................................. 79
Tabela 28 - Hipóteses e critérios de estimativas e resultados da adoção de dados
para estimativas de características de fluxo nas bocas de lobo com grelha em
ponto baixo da sarjeta [CETESB (1986)]............................................................................. 80
Tabela 29: Avaliação dos índices de desempenho ........................................................... 80
Tabela 30: Número de equipamentos de drenagem no estudo de caso. ................ 96
Tabela 31: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das redes 6 a
10, do Jardim Vera Cruz II ........................................................................................................ 99
Tabela 32: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 11 do
Jardim Vera Cruz II .................................................................................................................... 100
Tabela 33: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 12 do
Jardim Vera Cruz II .................................................................................................................... 101
Tabela 34: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 1, 4
e 5 do Jardim Luiza..................................................................................................................... 106
Tabela 35: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das redes 6 a
8, 40 e 41 do Jardim Luiza ...................................................................................................... 107
Tabela 36: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das redes 30
e 33 do Jardim Luiza.................................................................................................................. 108
Tabela 37: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 42 do
Jardim Luiza................................................................................................................................... 109
Tabela 38: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 31 do
Jardim Luiza................................................................................................................................... 110
Tabela 39: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das redes 32
e 50 do Jardim Luiza.................................................................................................................. 111
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página viii
Tabela 40: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 51 do
Jardim Luiza................................................................................................................................... 112
Tabela 41: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das redes 52
a 55 do Jardim Luiza.................................................................................................................. 113
Tabela 42: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das redes 1 e
2 do Parque Universitário......................................................................................................... 116
Tabela 43: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das redes 3 a
5 do Parque Universitário......................................................................................................... 117
Tabela 44: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 1 do
Parque Vicente Leporace .......................................................................................................... 119
Tabela 45: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 3 do
Parque Vicente Leporace .......................................................................................................... 120
Tabela 46: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 2 do
Parque Vicente Leporace .......................................................................................................... 121
Tabela 47: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das redes 1,
2, 7 e 8 de Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e Vila Nossa
Senhora das Graças.................................................................................................................... 124
Tabela 48: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das redes 3 e
4 da Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e Vila Nossa Senhora das
Graças.............................................................................................................................................. 125
Tabela 49: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das redes 5, 6
e 8 da Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e Vila Nossa Senhora
das Graças...................................................................................................................................... 126
Tabela 50: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 1 do
Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha ............................................................................ 129
Tabela 51: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 2 do
Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha ............................................................................ 130
Tabela 52: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 6 do
Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha ............................................................................ 131
Tabela 53: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da rede 3 do
Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha ............................................................................ 132
Tabela 54: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das redes 4 e
5 do Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha .................................................................. 133
Tabela 55: Desempenho de galerias pluviais, o antes e o depois do Decreto
7419, 1997, em Franca............................................................................................................. 134
Tabela 56 – Identificação de conseqüências a partir de ocorrências de intervalos
de índices........................................................................................................................................ 135
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página ix
LISTA DE SÍMBOLOS
a Altura da depressão medida a partir da borda interna da sarjeta, na
extremidade de montante da boca de lobo em (m)
A Área da bacia de drenagem (hectares)
i
A Área da sub-bacia i (hectares)
Am Área molhada (m
2
)
Ao Área da seção transversal de escoamento da sarjeta (m
2
)
As Área da seção transversal de escoamento da sarjeta (m
2
)
Au Área útil das aberturas da grelha (m
2
)
C Coeficiente de escoamento superficial (adimensional)
Cc Coeficiente de escoamento superficial composto (adimensional)
i
C Coeficiente de escoamento superficial da sub-bacia i (adimensional)
Cf Fator de freqüência (adimensional)
D Diâmetro do conduto (m)
E Energia específica (m)
g Aceleração da gravidade em (m/s
2
)
i Intensidade de chuva (mm/minuto)
ir Declividade longitudinal da rua (m/m)
ic Declividade longitudinal do conduto (m/m)
K Coeficiente para boca de lobo simples (adimensional)
i
l Distância de escoamento no trecho i (m)
L Comprimento da boca de lobo (m)
L’ Comprimento mínimo da grelha para captar toda água da sarjeta (m)
L1 Comprimento da transição de montante para a depressão na sarjeta (m)
Lo Comprimento da grelha necessário para escoar toda vazão em W (m)
m Fator de configuração da grelha (adimensional)
c
n Coeficiente de rugosidade do conduto (adimensional)
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página x
g
n Coeficiente de rugosidade de Manning relativo ao material de superfície
da sarjeta (adimensional)
n Coeficiente de rugosidade do material (adimensional)
p Perímetro da abertura da grelha (m)
q2 Vazão não captada pela grelha lateralmente (m
3
/s)
q Vazão não captada pela boca de lobo (m
3
/s)
q3 Vazão não captada sobre a grelha (m
3
/s)
Q Vazão estimada na seção de controle (m
3
/s);
Qb Vazão total esgotada pela boca de lobo (m
3
/s)
Qc Vazão no conduto (m
3
/s)
Qo Vazão que escoa na sarjeta (m
3
)
R Raio hidráulico (m);
S Declividade (m/m)
t Duração de chuva (min)
tc Tempo de concentração (min)
Tr Período de retorno (anos)
T Largura do caudal (m)
vi Velocidade no trecho i em (m/s)
V Velocidade média de escoamento na sarjeta na seção imediatamente a
montante da boca de lobo (m
3
/s)
Vc Velocidade de escoamento no conduto (m/s)
Vcmáx Velocidade máxima de escoamento no conduto (m/s)
Vo Velocidade de escoamento na sarjeta (m/s)
Vomáx Velocidade máxima de escoamento na sarjeta (m/s)
W Largura da grelha da boca de lobo (m)
y Profundidade da lâmina de água (m)
y’ Profundidade da lâmina de água na boca de lobo (m)
yc Profundidade da lâmina de água no conduto (m)
yb Profundidade da lâmina de água na boca de lobo (m)
yo Profundidade da lâmina de água na sarjeta (m)
yomáx Profundidade máxima de lâmina de água na sarjeta (m)
Z tgθ
θ Ângulo formado entre o plano da depressão na sarjeta e o plano vertical
θ Ângulo formado entre o plano da superfície do pavimento e o plano
vertical
θo Ângulo formado entre o plano da sarjeta e o plano vertical
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página xi
RESUMO
GODOI, Alexandre Artioli de Camargo (2006). Desempenho de equipamentos de
drenagem urbana da cidade de Franca. São Carlos, 2006, 139 pág.
Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo.
A análise sobre o comportamento e o desempenho de elementos para drenar
que compõem galerias pluviais pode contribuir para identificar informação,
métodos e técnicas que orientem decisões sobre ações preventivas e corretivas
para controle de processos de erosão e inundações, uma contribuição à
orientação sobre diretrizes para melhoria da qualidade de vida. Esta dissertação
de mestrado relata e discute resultados obtidos ao mostrar que a simulação de
movimento de água em sarjetas, bocas de lobo e galerias pluviais pode
contribuir para comparar as conseqüências de alteração de especificações e
processos de projeto, escolha de equipamentos e controle de obras de
drenagem. O conhecimento de índices de comportamento de características de
fluxo de água pode contribuir para identificar conseqüências do funcionamento
de equipamentos para drenar vias urbanas. O método adotado foi um processo
de simulação decorrente de uma escolha de variáveis e índices de desempenho
de equipamentos de drenagem, hipóteses e critérios para estimar características
de movimento de água. Para estudo de caso foram usados dados obtidos na
cidade de Franca, estado de São Paulo. O principal processo adotado foi o
manuseio de resultados de estimativas sobre características de fluxo e vazões
em obras existentes, produtos de observação sobre dados obtidos ao refazer
projetos de redes de galerias pluviais em operação.
Palavras-chave: Drenagem urbana, equipamentos, desempenho, simulação.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página xii
ABSTRACT
GODOI, Alexandre Artioli de Camargo (2006). Performance of urban drainage
equipments the city of Franca. São Carlos, 2006, 139p. Dissertation
(Master Thesis) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Paulo.
The analysis on the behavior and the acting of elements to drain that composes
pluvial galleries can contribute to identify information, methods and techniques
that guide decisions about preventive and corrective actions for control of
erosion processes and floods, a contribution to the orientation on guidelines for
improvement of the life quality. This work tells and it discusses results obtained
when showing that the simulation of movement of water in gutters and pluvial
galleries can contribute to compare the consequences of alteration of
specifications and project processes, choice of equipments and control of
drainage works. The knowledge of indexes of behavior of characteristics of flow
of water can contribute to identify consequences of the operation of equipments
to drain urban roads. The adopted method was a simulation process due to a
choice of variables and indexes of acting of drainage equipments, hypotheses
and criteria to esteem characteristics of movement of water. For case study were
used data obtained in the city of Franca, state of São Paulo, Brazil. The main
work process was the handling of results of estimates on flow characteristics and
flows of existent works, observed from new data obtained when redoing the
projects of pluvial galleries in operation.
Keywords: urban drainage, equipment, perfomance, simulation
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 1
1 Introdução
Segundo PALMA (2000), drenar é a arte de conduzir e controlar o fluxo ou
percolação de água pelas vias ou obras de terra. Drenar é o próprio ato de
prover a via com equipamentos que facilitem o movimento de água para fora de
seu corpo, ou facilite o controle de teor de umidade ou movimento de água
infiltrada no solo ou outros componentes.
Drenagem superficial é o processo de condução, captação e controle de fluxo de
água proveniente de chuva. A drenagem é efetuada pelos “equipamentos para
drenar”, por exemplo, a própria superfície de vias, taludes de cortes e aterros,
telhados, guias, sarjetas, bocas de lobo, condutos, etc. Mas, nas cidades, nem
sempre as obras para drenagem cumprem os seus objetivos de proteger a área
urbana de erosão, sedimentação de materiais e inundações. O escoamento de
água proveniente de chuva erode e sedimentam solos ou outros materiais. A
água diminui a resistência de materiais da superfície.
A análise sobre o comportamento e o desempenho de equipamentos para drenar
que compõem a drenagem urbana pode contribuir para identificar informação,
métodos e técnicas que orientem decisões sobre ações preventivas e corretivas
de controle sobre processos de erosão e inundações urbanas. Esta pode ser uma
contribuição à orientação sobre diretrizes para melhoria da qualidade de vida
urbana, controle de fluxo de águas de chuva, redução de acidentes e erosão.
O objetivo deste trabalho é mostrar que a simulação de movimento de água em
sarjetas, bocas de lobo e galerias pluviais pode contribuir para comparar as
conseqüências da alteração de especificações e processos de projeto, escolha de
equipamentos e controle de obras de drenagem urbana. Também, mostrar que o
conhecimento de índices de desempenho de características de fluxo de água
pode contribuir para identificar possíveis conseqüências do funcionamento de
equipamentos para drenar vias urbanas.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 2
A organização do relato poderá ser resumida:
a) Além desta introdução, o capítulo 2, “Hidrologia e hidráulica em
drenagem urbana” contém a base teórica adotada para simular
movimento de água. Contém aplicações de hidrologia a projetos de
drenagem, estimativa de vazões e hidráulica de equipamentos de
drenagem;
b) O capítulo 3 “A cidade de Franca e acidentes de drenagem”, contém
dados sobre a cidade de Franca, sua história e características de clima e
geologia. Também, lista e classifica acidentes atribuídos à drenagem.
Resumem-se processos de elaboração, aprovação e execução de projetos
e obras de drenagem;
c) O capítulo 4 “Simulação de movimento de água em sarjetas, bocas de
lobo e galerias pluviais” contém o método adotado. É relatada a escolha
de variáveis e índices de desempenho de equipamentos para drenar,
hipóteses e critérios para estimar características de movimento de água,
e o processamento de dados para obter índices;
d) O capitulo 5 “Estudo de casos”, descreve as redes de equipamentos
usadas para estimativa de índices de desempenho, resultados da
simulação e estimativa de índices, e discute o desempenho de
equipamentos para drenar;
e) O capítulo 6 “Conclusões e sugestões”, com análise dos resultados,
conclusões e recomendações para estudos futuros;
f) O capítulo 7, “Referências bibliográficas” lista as publicações que
orientaram o trabalho executado.
TUCCI, PORTO e BARROS (1995) relatam que a microdrenagem urbana é
constituída pelas redes de condutos e estruturas hidráulicas em nível de
loteamento ou rede primária urbana, as galerias pluviais. Para CETESB (1986) a
drenagem urbana de ruas e avenidas compreende bocas de lobo, tubulações,
poços de visita e estruturas acessórias. Devem conduzir águas pluviais desde a
sua captação nas ruas, até a sua disposição na drenagem principal.
Os equipamentos para drenar fazem parte da infra-estrutura urbana, e
compreendem: redes de água, esgotos sanitários, cabos elétricos e telefônicos,
iluminação pública, pavimentação de ruas, guias e passeios, parques de
recreação e lazer, e outros.
É conveniente que os sítios urbanos sejam planejados de forma integrada, isto é,
que todos os melhoramentos públicos sejam planejados coerentemente. Quando
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 3
as galerias pluviais não são consideradas desde o início da formulação do
planejamento urbano, é bastante possível que esta se revele ao mesmo tempo,
de alto custo e ineficiente. Em relação aos outros melhoramentos urbanos, a
galeria pluvial tem uma particularidade: o escoamento de águas de chuva
sempre ocorrerá, independentemente de existir ou não drenagem adequada.
Sua qualidade determinará se os benefícios ou prejuízos à população serão
maiores ou menores. Fica então caracterizado que a galeria pluvial deve ser
incluída nos planos urbanos.
Outra característica singular do funcionamento de equipamentos de drenagem é
a solicitação não permanente ocorrendo somente durante e logo após a
ocorrência de chuvas, contrastando com os outros equipamentos urbanos que
são essencialmente de uso contínuo.
FIGUEIREDO (1994) inclui as galerias pluviais dentre as obras que deveriam ser
objeto de um tipo de Engenharia que poderia ser denominada “social”, porque
nas áreas urbanas tais construções estão associadas a desastres habitacionais e
ecológicos.
Mas, CETESB (1986), TUCCI, PORTO e BARROS (1995), BOTELHO (1985),
MORETTI (1986), HAESTAD (2002) relatam que os processos adotados para
projeto e construção de obras de galerias pluviais contêm estimativas sobre o
regime de chuvas. Isto provoca a execução de obras que contêm grande
probabilidade de não suportar, ou controlar o escoamento de água, provocando
acidentes urbanos e de meio ambiente.
1.1 Justificativas
Em onze anos que antecederam o corrente 2006 a Cidade de Franca conviveu
com dois tipos de processos para elaboração e aprovação de projetos, execução
e acompanhamento de obras de drenagem urbana:
a) Projetos e obras de drenagem, para ampliação de redes existentes ou
para loteamentos, sem uma rotina e uma especificação para projetos e
obras fixados pelo Município, antes de 1997;
b) Aprovação de projetos, fiscalização de obras e especificações de serviços
de drenagem fixadas pelo Decreto Municipal 7419, 11 de agosto de 1997,
que fixou terminologia, especificações e critérios para as intervenções na
drenagem urbana de Franca.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 4
Desde 1997 a Prefeitura Municipal de Franca emite, a cada intervenção na
drenagem, a certidão de diretrizes para projetos de galerias pluviais de
loteamentos. Este fato marcou o inicio de um novo processo de escolha e
construção de equipamentos para drenar.
A partir do Decreto 7419, a EMDEF – Empresa Municipal para o Desenvolvimento
de Franca é responsável por fornecer parâmetros para a elaboração de projetos
e obras de galerias pluviais de acordo com as peculiaridades de cada região da
cidade. Adotando para isto os preceitos contidos no Mapa de Risco Potencial de
Erosão e buscando os interesses da Prefeitura Municipal na solução de problemas
pré-existentes e relativos à questão. São listados alguns destes parâmetros:
a) Parâmetros hidrológicos: equação de chuva, método de estimativa de
vazões, coeficiente de escoamento superficial e bacias de contribuição;
b) Parâmetros hidráulicos para dimensionamento de condutos e estruturas
hidráulicas;
c) Estruturas hidráulicas e materiais padronizados com respectivos projetos
e memoriais descritivos de execução;
d) Pontos de lançamentos de águas de chuva;
e) Condições de contorno: contribuições de galerias existentes a serem
incorporadas pelas galerias projetadas ou captação de áreas à montante
desprovidas de drenagem (contribuições externas);
f) Documentação necessária: plantas, perfis, memoriais descritivos,
anotação de responsabilidade técnica e licenças ambientais junto aos
órgãos estaduais e federais.
Também, os projetos são analisados por técnicos da EMDEF, fazendo com que
somente aqueles que atendam requisitos contidos em certidão de diretriz
possuam alvará para execução das obras. A fiscalização das obras para garantir
a conformidade com o projeto aprovado é rigorosa.
Ao longo destes anos se pode testemunhar, e até mesmo prever a ocorrência de
acidentes urbanos atribuídos à condução de água de chuva. Buscaram-se
soluções, algumas de emergência. Mas, o mais importante é que se
documentou, e registrou relatos de moradores locais para verificar a coerência
de soluções específicas. Este arcabouço de informações contribuiu para orientar
decisões em áreas a serem urbanizadas, evitar equívocos do passado, e também
para prever acidentes atribuídos à operação de equipamentos para drenar.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 5
Uma das idéias que ampliaram este comportamento foi o exposto por BARROW
(1993): “organizações podem aprender quando se discute o conjunto de
atividades para análise sobre a qualidade de produtos e serviços”. Porque,
admitindo-se que as cidades são “organizações” para prestar serviços com
qualidade a seus habitantes e outros interessados, uma das descrições para a
qualidade de equipamentos para drenar pode ser expressa por índices de
desempenho. Para conhecimento dos motivos que justificam estudos que
caracterizem funções de obras de galerias pluviais destacam-se os seguintes
fatos e argumentos:
a) A satisfação de habitantes de cidades quanto à condução e controle de
água de chuva e as especificações de componentes da drenagem
podem estar dentre os principais elementos que orientam a análise de
qualidade de vida urbana e a contribuição da drenagem para este item;
b) A avaliação de desempenho de equipamentos para drenar envolve
estudos sobre as variáveis que caracterizam o comportamento de seus
componentes, em resposta às solicitações pela água, forma,
capacidade, regime de fluxo, resistência à erosão etc..
Diante disto, outra questão surgiu: após a alteração do procedimento de escolha
de equipamentos para drenar implantado pela Prefeitura Municipal de Franca em
1997, houve melhoria na qualidade da captação e condução de água de chuva
neste Município? Para responder esta questão pode-se dispor da seguinte
abordagem: comparar o desempenho de equipamentos de drenagem de projetos
e obras de antes de 1997 e depois da alteração dos critérios pela adoção do que
fixou o Decreto 7419 em 1997.
A importância dos documentos existentes em Franca indica mais evidências que
o desenvolvimento e a ocupação de sítios urbanos por construções podem
provocar desastres sociais e ecológicos.
As Figura 1 até a Figura 4 ilustram algumas ocorrências de desastres sociais e
ecológicos urbanos atribuídos à drenagem na cidade de Franca, estado de São
Paulo.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 6
Figura 1: Rua São João Del Rey, próximo a Rua Olinda, após rompimento
de emissário de galerias pluviais, Franca, 2000
Figura 2: Vista de escorregamento, 6 horas após o início, em via
marginal a um córrego no Residencial Moreira Junior, Franca, 1999
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 7
Figura 3: Inundação da Avenida Santos Dumont durante uma chuva
moderada, Franca, 2003
Figura 4: Rua Alberto de Azevedo, chuva moderada, Franca, 2003
As erosões e outros processos de deterioração urbana pela água não se
caracterizam apenas como obstáculos naturais à expansão urbana, mas resultam
de transformações ou alterações decorrentes da ação do homem sobre a
natureza. A má condução de água na infra-estrutura instalada em loteamentos
colabora para aumentar processos de erosão nas cidades. A Figura 5 até a
Figura 7 ilustram o exposto.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 8
Figura 5: Erosão causada por emissário de galeria em meia encosta,
extremo da Avenida Primo Meneghetti, Franca, 2002
Figura 6: Erosão no final da Avenida Margarida Fornazier, causada por
emissário de galerias em meia encosta, Jardim Tropical, Franca, 2002
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 9
Figura 7: Vista de erosão no bairro City Petrópolis, Franca, com restos do
emissário e poços de queda, 2002
Para exemplificar, as chuvas tropicais na primavera e no verão do Sudeste do
Brasil provocam transtornos aos habitantes de cidades. A Figura 8 até a Figura
12 ilustram manchetes do Jornal Comércio da Franca sobre acidentes atribuídos
à drenagem em Franca.
Figura 8: Jornal Comércio da Franca, janeiro de 2004
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 10
Figura 9: Jornal Comércio da Franca, janeiro de 2004
Figura 10: Jornal Comércio da Franca, janeiro de 2004
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 11
Figura 11: Jornal Comércio da Franca, fevereiro de 2004
Figura 12: Jornal Comércio da Franca, fevereiro de 2004
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 12
1.2 Comportamento de equipamentos de drenagem
urbana
A capacidade de equipamentos de drenagem de conduzir águas pluviais depende
de:
a) Características físicas, geometria, materiais, declividade etc.;
b) Vazões solicitantes.
Prever o comportamento dos equipamentos de drenagem pode exigir a
estimativa de capacidades e medidas que caracterizem o escoamento de água
tais como: regime de fluxo, velocidade de escoamento etc. E daí, a capacidade
de manuseio de variáveis dos equipamentos de drenagem torna-se conseqüência
de operações sobre dados, teorias, deduções empíricas compatíveis com os
equipamentos estudados.
O manuseio e análise de variáveis que caracterizem o escoamento de água
podem ser úteis para classificar relações entre estas variáveis, os materiais e a
geometria dos equipamentos de drenagem, item fundamental para o estudo de
comportamento e análise de estabilidade e durabilidade destes equipamentos.
Um arranjo coerente de atividades que facilite a seleção de medidas sobre
variáveis que caracterizem o movimento de água e identifiquem relações entre o
líquido e o meio, pode ser útil para fornecer informações que garantam a
qualidade de classificação e forneça dados para explicações sobre
comportamento de equipamentos de drenagem. A tentativa de montar este
arranjo conteria critérios e processos para manuseio de informação resumido a
seguir:
a) Estudos de características físicas de equipamentos de drenagem
(geometria, materiais, declividades etc.), realizados processando
resultados de medidas e observações de campo;
b) Análise de variáveis relacionadas às vazões que solicitem os
equipamentos de drenagem, estimadas em função de dados sobre o
regime de chuvas e das características físicas do local de estudo;
c) Estimativa da capacidade de equipamentos de drenagem, velocidade
de escoamento, regime de fluxo etc.;
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 13
É usual que o projeto de rede de galerias pluviais use:
a) Planta planialtimétrica cadastral da área a ser drenada, em escala
1:1.000, com curvas de nível de metro em metro com indicação de
redes pluviais existentes e outras redes que possam interferir na área
em estudo;
b) Mapa geral da bacia de drenagem onde está situada a área a ser
drenada em escala 1:10.000 com curvas de nível de cinco em cinco
metros, com indicação de possíveis áreas de contribuição a montante
da área em estudo, cadastro de redes de galerias pluviais existentes
na bacia, cursos d’água e elementos que caracterizem a urbanização
presente e futura da bacia;
c) Planta urbanística que indicando o traçado viário, quadras, lotes,
áreas públicas, áreas verdes, preservação permanente e cursos de
água com outras informações relativas à taxa e tipo de ocupação de
lotes e características da cobertura vegetal do solo na escala 1:1000;
d) Seções transversais típicas de ruas e avenidas;
e) Perfis longitudinais de ruas e avenidas na escala horizontal 1:1.000 e
vertical 1:100;
f) Informações geotécnicas e sobre o nível do lençol freático;
g) Localização detalhada do ponto de lançamento final da rede de
galerias, indicando para o caso de cursos de água o nível de
enchentes ordinárias, características topográficas (declividade
longitudinal e transversal), condições geológicas, geotécnicas e
cobertura vegetal;
h) Equação de chuva da localidade ou se não existir, de ponto mais
próximo que seja representativo.
A rede coletora é desenhada em planta baixa na escala 1:1.000 junto com
traçado viário, devendo-se classificar as ruas quanto à sua capacidade de
escoamento. Adotando o princípio que as águas pluviais tenham um trajeto
superficial mais extenso possível, o ponto inicial de captação, isto é, a
localização da primeira boca-de-lobo deverá ser no ponto em que o escoamento
superficial se aproximar do limite da capacidade de guias e sarjetas.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 14
A seguir são listadas algumas regras e recomendações básicas de projetos de
drenagem urbana:
a) Os divisores das bacias e áreas contribuintes deverão ficar
convenientemente assinalados nas plantas, variando de acordo com o
arranjo geral adotado para a rede de galerias e em função de
características topográficas do terreno e sistema viário;
b) Os segmentos em que o escoamento de águas pluviais ocorrerá apenas
pelas guias e sarjetas deverão ser assinalados com setas;
c) A rede coletora, em determinada via, poderá ser única, recebendo os
tubos de ligação provenientes de bocas de lobo de ambos os passeios;
d) A solução mais adequada, em cada rua, é estabelecida economicamente,
em função das vazões estimadas para os segmentos.
1.2.1 Ruas, guias e sarjetas
A chuva que cai sobre o pavimento, dá origem ao escoamento superficial, que se
inicia transversalmente a pista até atingir as guias e sarjetas. As guias e sarjetas
funcionam como canais e precisam ser dimensionadas como tais. A profundidade
do escoamento superficial deverá ser zero no eixo da pista, e aumentando à
medida que se aproxima da guia.
A água que flui numa guia e sarjeta, devido à chuva que cai no pavimento e nos
terrenos adjacentes escoará até alcançar um ponto de captação, normalmente
uma boca de lobo. A Figura 13 representa a configuração de um escoamento em
guias e sarjetas. À medida que a água escoa e áreas adicionais contribuem para
o aumento do caudal, sua largura aumentará e atingirá progressivamente as
faixas de trânsito causando interferências no tráfego de veículos.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 15
Figura 13: Diagrama de configuração de escoamento no pavimento e na
guia e sarjeta [CETESB (1986)]
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 16
A determinação da capacidade de escoamento da rua deve ser baseada em duas
considerações:
a) Verificação da capacidade teórica de escoamento, baseada em
critérios de classificação de ruas que limitem a inundação máxima do
pavimento (Tabela 1);
b) Ajuste às condições reais, baseado na aplicação de fatores de redução
da capacidade de escoamento.
Tabela 1: Uso permitido de ruas para escoamento de descargas de chuva
em termos de inundação do pavimento [CETESB (1986)]
Classificação das Ruas Inundação Máxima
Secundária
Sem trasbordamento sobre a guia. O
escoamento pode atingir até a crista da rua.
Principal
Sem trasbordamento sobre a guia. O
escoamento deve preservar pelo menos uma
faixa de tráfego.
Avenida
Sem trasbordamento sobre a guia. O
escoamento deve preservar, pelo menos,
uma faixa de trânsito livre em cada direção.
Expressa
Nenhuma inundação é permitida em qualquer
faixa de trânsito.
Quanto à declividade transversal da rua, poderão ocorrer três configurações que
dependerão das características topográficas e geométricas do local conforme
mostrado na Figura 14. Esta figura ilustra como numa rua, com inclinação
transversal, a capacidade da sarjeta de maior elevação diminui drasticamente. A
capacidade da sarjeta mais baixa pode diminuir ou não, dependendo do projeto
da rua. Quando se estimam os volumes de escoamento em cada sarjeta, deve-
se considerar que a sarjeta mais elevada pode saturar rapidamente, em
conseqüência de sua localização no lado da rua que estará recebendo a
contribuição de áreas adjacentes.
Este fato, juntamente com a redução da capacidade da sarjeta, fará com que sua
capacidade admissível seja rapidamente excedida. Nessas condições o
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 17
escoamento ultrapassará a crista da rua e juntar-se-á ao da sarjeta oposta. Em
ruas secundárias isto é aceitável, no entanto em ruas de maior importância à
interferência com o tráfego é inaceitável. Somado a este fato, poderão ocorrer
situações onde bocas de lobo situadas no bordo mais alto da rua trabalharão
abaixo de sua capacidade de esgotamento, ao passo que as bocas de lobo
localizadas no ponto mais baixo trabalharão sobrecarregadas.
Em situações criticas, para ruas secundárias podem ser colocadas bocas de lobo
na guia mais baixa, dispensando as bocas de lobo no bordo mais alto e o
abaulamento da rua, para permitir que o escoamento da sarjeta de cima atinja a
mais baixa.
Figura 14: Características típicas de um cruzamento de uma rua
secundária com uma rua principal [CETESB (1986)]
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 18
1.2.2 Bocas de lobo
As bocas de lobo deverão ser localizadas de maneira a captarem as águas de
chuva escoadas pelas guias e sarjetas e conduzirem para as galerias através dos
tubos de ligação. Deve-se buscar a captação de todo o caudal que escoa pela
sarjeta, principalmente para os casos de cruzamento com rua principal, avenida
ou que exista alguma restrição importante.
A parcela da água captada pelas bocas de lobo será considerada para o
dimensionamento dos segmentos da galeria pluvial a jusante somada à vazão
captada a montante.
Quanto à localização das bocas de lobo, recomenda-se (Figura 15):
a) Nos pontos mais baixos do sistema viário, deverão ser
necessariamente instaladas bocas de lobo com a função de evitar
zonas de alagamento e acúmulo de sedimentos;
b) A melhor solução para a instalação de bocas de lobo é em pontos a
montante de cada faixa de cruzamento utilizada por pedestres, junto
às esquinas;
c) Não é conveniente a sua localização junto ao vértice do ângulo de
intersecção de guias e sarjetas de ruas convergentes pelas seguintes
razões: os pedestres para cruzarem a rua, teriam que saltar o caudal
num segmento de máxima vazão superficial e os caudais
convergentes pelas diferentes sarjetas resultaria num caudal em
sentido contrário ao da afluência para o interior da boca de lobo.
Figura 15: Locação de bocas de lobo e rede coletora
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 19
CETESB (1986) recomenda para ruas com declividade de até 5% a utilização da
boca de lobo simples, com ou sem depressão, dependendo da vazão a ser
captada. O uso de outros tipos depende de:
a) Vazão de projeto;
b) Possibilidade de obstrução;
c) Interferência com o tráfego de veículos.
A capacidade de esgotamento de bocas de lobo é sempre menor que a
capacidade teórica, em razão de diversos fatores listados a seguir:
a) Obstrução causada por detritos carreados por águas pluviais e por
veículos estacionados;
b) Irregularidades na superfície de pavimentos, junto às sarjetas e bocas
de lobo;
c) Hipóteses de cálculo que não correspondem à situação real.
Para compensar estes efeitos, CETESB (1986) recomenda que sejam aplicados
coeficientes de redução sobre os valores teóricos de acordo com a Tabela 2.
Tabela 2: Coeficientes de redução de capacidades de bocas de lobo
[CETESB (1986)]
Localização nas sarjetas Tipo de boca de lobo
% permitida sobre o valor
teórico
Ponto Baixo
Ponto Baixo
Ponto Baixo
Simples
Com grelha
Combinada
80
50
65
Ponto Intermediário
Ponto Intermediário
Ponto Intermediário
Ponto intermediário
Simples
Com grelha longitudinal
Com grelha transversal,
ou longitudinal com barras
transversais
Combinada
80
60
50
110% dos valores indicados
para a grelha correspondente
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 20
1.2.3 Poços de visita
Os poços de visita são instalados para atender às mudanças de direção,
diâmetro, declividade e às ligações de tubos de ligação de bocas de lobo, ao
entroncamento de diversos segmentos e ao afastamento máximo admissível. O
espaçamento máximo recomendado para os poços é apresentado na Tabela 3.
Quando ocorrer num poço de visita a mudança de diâmetro entre o tubo de
entrada e o tubo de saída, os tubos deverão ser alinhados a partir da geratriz
superior conforme a Figura 16. Quando a diferença de nível entre o tubo afluente
e o tubo efluente for superior a 70 cm, o poço de visita é denominado poço de
queda. Na Figura 17 é ilustrado um modelo de poço de visita padrão Prefeitura
Municipal de Franca.
Tabela 3: Espaçamentos máximos recomendados entre poços de visita
[CETESB (1986)]
Diâmetro da galeria pluvial (m)
Espaçamento entre poços de
visita (m)
0,30 – 0,40 120
0,50 – 0,90 150
1,0 ou mais 180
Figura 16: Alinhamento dos condutos [CETESB (1986)]
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 21
Figura 17: Poço de visita padrão na Prefeitura Municipal de Franca
1.2.4 Galerias
Existem várias opções para locação da rede de galeria pluvial: sob o eixo da via
pública, eixo de guias e sarjetas e no passeio. O diâmetro mínimo dos condutos
de seção circular deve ser de 0,40 m para os tubos de ligação e 0,60 m para a
rede coletora. Alguns critérios básicos para projeto são os seguintes:
a) As galerias pluviais são consideradas condutos livres e como tal são
dimensionadas;
b) A velocidade máxima admissível é determinada em função do material
empregado nos tubos. Para tubos de concreto, a velocidade máxima
admissível é usualmente admitida igual a 5 m/s.
c) A velocidade mínima admissível é de 0,6 m/s para que não ocorra
sedimentação de sólidos presentes em suspensão nas águas pluviais;
d) O recobrimento mínimo de solo sobre a geratriz superior dos condutos
deve ser de 1 m, quando forem empregadas tubulações em concreto
sem estrutura especial. Quando por condições topográficas, forem
inevitáveis recobrimentos inferiores a 1 m, as tubulações deverão ser
projetadas do ponto de vista estrutural.
e) O recobrimento máximo admissível de solo sobre a geratriz superior dos
condutos deve ser de 4 m, acima disto os condutos em concreto
armado deverão possuir reforço estrutural.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 22
2 Hidrologia e hidráulica em drenagem
urbana
As estimativas de vazão obtidas na análise do escoamento superficial usam
processos que incluem as incertezas da Hidrologia e variáveis associadas a
simplificações de métodos, e qualidade de dados. Deste ponto de vista, as
melhores estimativas poderiam ser obtidas ao estudar a hidrologia da bacia onde
está a obra, e dois aspectos deveriam merecer especial atenção:
a) A ocupação futura da bacia, principalmente após ações antrópicas que
causem a variação da taxa de impermeabilização causando a redução do
tempo de concentração da bacia ou que levem a ocupação de áreas
inadequadas e, ou externas à bacia, que passem a contribuir para a
mesma,
b) Conseqüência de obras executadas a montante ou jusante da área em
estudo.
2.1 Aplicações de hidrologia a projetos de drenagem
“A análise criteriosa do escoamento superficial, que inclui a determinação da
vazão de pico, o volume e a forma do hidrograma, bem como o período de
retorno associado a esses valores, constitui um dos mais importantes fatores de
sucesso de um projeto de drenagem urbana. Erros cometidos nesta fase poderão
introduzir incoerências graves no planejamento da bacia e acarretarão obras sub
ou superdimensionadas”. (TUCCI, PORTO e BARROS, 1995, página 107).
Segundo TUCCI, PORTO e BARROS (1995), a metodologia para elaborar projetos
de drenagem urbana segue, na maioria dos casos, o procedimento
esquematizado na Figura 18.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 23
PASSO 1
PASSO 2
PASSO 3
PASSO 4
PASSO 5
POLÍTICA: PROPÓSITOS, ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO
ASPECTOS
SOCIAIS E
ECONÔMICOS
ESTIMATIVA DO
ESCOAMENTO
SUPERFICIAL DIRETO
DIMENSIONAMENTO
DAS ESTRUTURAS
HIDRÁULICAS
HIDROLOGIA
PEDOLOGIA
USO DO SOLO
METEOROLOGIA
ESCOLHA DO
PERÍODO DE
RETORNO
ESTIMATIVA DA
TORMENTA DE
PROJETO
HIDRÁULICA
HIDROLOGIA
ESTMATIVA
DAS VAZÕES
DE PROJETO
Figura 18: Seqüência de passos de um estudo de drenagem urbana
Na Figura 18, os passos 2, 3, e 4, a estimativa da tormenta de projeto, da chuva
excedente e o hidrograma de projeto, pertencem ao campo da hidrologia
urbana. O passo 1, escolha do período de retorno, situa-se em contexto sócio-
econômico, enquanto que o passo 5, dimensionamento de estruturas hidráulicas,
refere-se à escolha dos equipamentos a serem implantados na bacia.
Segundo TUCCI, PORTO e BARROS (1995), duas abordagens são de uso
consagrado para estimativa em Hidrologia Urbana: o Método Racional,
recomendado para bacias urbanas com áreas inferiores a 3 km
2
, e os métodos
baseados na teoria do hidrograma unitário, recomendados para bacias de maior
porte que as primeiras. Em ambas, a vazão de projeto e o hidrograma de projeto
são estimados a partir de uma tormenta de projeto, da qual são descontadas as
perdas que ocorrem na bacia. O período de retorno de vazões é, por hipótese,
considerado igual ao período de retorno da tormenta de projeto.
Essa hipótese é, em principio, criticável, porque nem sempre as mesmas
tormentas acarretam as mesmas vazões, porque antecedentes como umidades
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 24
de solo, condições de escoamento das bacias e a distribuição espacial da chuva,
são significativas em área urbanas, e alteram as relações entre as chuvas e as
vazões. Por esta razão, costuma-se adotar valores conservadores de umidade do
solo e elaborar previsões sobre as condições futuras de escoamento.
2.2 Estimativa de vazões
A complexidade dos fatores que intervêm na estimativa das vazões que solicitam
os equipamentos de drenagem, e a pequena disponibilidade de informações a
respeito de vazões durante chuvas intensas levou ao desenvolvimento de
processos específicos para a estimativa de vazões de contribuição e verificação
de equipamentos componentes da drenagem. Isto sem perder de vista a
natureza de projetos de controle do fluxo de águas superficiais, para diminuir
complexidade de estudos sobre vazão em cada elemento da drenagem, e
procurando aumentar o rendimento durante a elaboração de projetos.
Inserido está neste contexto, o Método Racional, largamente utilizado na
estimativa da vazão máxima de projeto para pequenas bacias hidrográficas
(menores que 3 km
2
), cujos princípios básicos são listados a seguir:
a) A duração da chuva máxima de projeto é igual ao tempo de concentração
da bacia (t = tc);
b) Adota-se um coeficiente único de perdas, denominado coeficiente de
escoamento superficial direto C, estimado com base nas características
geomorfológicas da bacia, sendo a relação entre o pico de vazão e a
chuva média sobre a área receptora e constante durante a ocorrência da
chuva;
c) O pico do deflúvio superficial direto ocorre quando toda a bacia de
drenagem, a montante do ponto de controle, passa a contribuir para o
escoamento superficial.
O Método Racional pode ser representado pela expressão:
360
AiC
Q
=
Onde:
Q: vazão estimada na seção de controle em m
3
/s;
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 25
C: coeficiente de escoamento superficial que representa a infiltração na
bacia observada (adimensional), definido como a razão entre o volume de
água que escoa superficialmente e o volume de chuva;
i: intensidade de chuva em mm/hora;
A: área da bacia de drenagem em hectares.
Segundo CETESB (1986) as limitações do Método Racional são:
a) É recomendado para pequenas bacias hidrográficas;
b) As vazões estimadas são aproximadas;
c) Fornece apenas um ponto do hidrograma;
d) Para bacias complexas, com várias sub-bacias, tende a superestimar as
descargas;
e) Não avalia o volume de cheia e a distribuição temporal de vazões.
Segundo PILGRIM & CORDERY (1993), apud BARREIRO (1997), no Método
Racional, o tempo de duração de chuva t, deve ser adotado para estimativas de
vazão igual ao tempo de concentração tc, por que:
a) Até a duração de chuva menor que o tempo de concentração, t < tc, a
contribuição à vazão na seção é menor do que a contribuição de toda
área da bacia, e não ocorre o máximo de vazão;
b) Se t = tc, o hidrograma atinge o pico instantaneamente correspondente
ao
iC
, para o volume de chuva, e corresponde a um volume teórico
máximo de água escoada por unidade de área;
c) Para t > tc, não há aumento de vazão por acréscimo de área
contribuinte. A intensidade de chuva de uma dada freqüência diminui, e
o tempo de duração de chuva igual ao tc corresponde ao máximo fluxo
superficial. A vazão permanece constante após atingir o valor de
iC
,
para um tempo igual ao de concentração tc;
d) Para os casos “t = tc” e “t > tc”, os tempos de recuperação e descarga
do hidrograma são iguais ao tempo de concentração tc.
A Figura 19 ilustra as três situações citadas nos itens acima.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 26
V
A
Z
Õ
E
S
TEMPO
tc
t < tc
t = tc
t > tc
Figura 19: Hidrograma de chuvas de várias durações
Segundo PILGRIM & CORDERY (1993), apud BARREIRO (1997), estão implícitos
na estimativa de vazão pelo Método Racional, os conceitos:
a) Assume-se que no início não há acúmulo temporário de água sobre a
superfície da bacia de drenagem. A relação entre o volume máximo de
escoamento superficial, para uma intensidade de chuva, é o mesmo que
os volumes de escoamento superficial de água e altura de chuva;
b) A área contribuinte aumenta a partir do início da chuva, instante t = 0,
até decorrer intervalo igual ao tempo de concentração tc, quando a
contribuição à vazão na seção de controle é a de toda a bacia, e o valor
da descarga na seção de saída da bacia podem ser estimados por
AiC
;
c) A influência do histórico das chuvas, do revestimento, forma e tamanho
da bacia estudada são explicitamente considerados durante a estimativa
de vazões. Outras características físicas da bacia de drenagem são
associadas indiretamente ao tempo de concentração tc, e ao coeficiente
de escoamento superficial C;
d) A retenção temporária de água no solo e a variação de distribuição da
chuva pela área da bacia ou o tempo de duração são desprezados, e as
hipóteses para estimativa de vazão têm razoável validade quando o
efeito destes fatores for pequeno. Este pode ser o caso de áreas
urbanas e pequenas bacias rurais. Na prática, os valores de coeficiente
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 27
de escoamento superficial C, devem englobar efeitos de parcelas desses
fatores na vazão, bem como de infiltração e umidade no solo, e outros.
Pode-se ajustar a expressão do Método Racional por um fator de freqüência Cf
(Tabela 4) para considerar condições antecedentes de chuva, relacionadas com o
tempo de recorrência, resultando em:
360
CfAiC
Q
=
Onde:
Q: vazão estimada na seção de controle em m
3
/s;
C: coeficiente de escoamento superficial que representa a infiltração na
bacia observada (adimensional), definido como a razão entre o volume de
água que escoa superficialmente e o volume de chuva;
i: intensidade de chuva em mm/hora;
A: área da bacia de drenagem em hectares;
Cf: fator de freqüência.
Tabela 4: Fator de freqüência para a expressão do Método Racional
[CETESB (1986)]
Período de Retorno (anos) Cf
2 a 5 1,00
25 1,10
50 1,20
100 1,25
2.2.1 Coeficiente de escoamento superficial
Segundo CETESB (1986) o coeficiente de escoamento superficial C é a variável
do Método Racional menos susceptível de estimativas precisas e requer cuidados
para sua seleção. Seu uso implica fixar relação para a vazão da área de
drenagem em estudo. Na realidade isto não acontece. O coeficiente engloba
efeitos de infiltração, armazenamento por detenção, evaporação, retenção,
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 28
encaminhamento de descargas e interceptação, que afetam a distribuição
cronológica e a magnitude do pico de deflúvio superficial direto. A Tabela 5
resume os valores recomendados para C.
Tabela 5: Coeficientes de escoamento superficial [CETESB (1986)]
DESCRIÇÃO COEFICIENTE C
Área comercial
Central 0,70 a 0,95
Bairros 0,50 a 0,70
Área Residencial
Residências Isoladas 0,35 a 0,50
Unidades Múltiplas (separadas) 0,40 a 0,60
Unidades Múltiplas (conjugadas) 0,60 a 0,75
Lotes com mais de 2000 m2 0,30 a 0,45
Área com Prédios de Apartamentos 0,50 a 0,70
Área Industrial
Indústrias Leves 0,50 a 0,80
Indústrias Pesadas 0,60 a 0,90
Parques e Cemitérios 0,10 a 0,25
Playground 0,20 a 0,35
Pátios de estradas de Ferro 0,20 a 0,40
Áreas sem Melhoramentos 0,10 a 0,30
Segundo WILKEN (1978), o coeficiente de escoamento superficial reúne os
elementos necessários para se estimar o caudal que deve ser esgotado pelos
condutos. Levam-se em conta a impermeabilidade do solo, a retenção pelas
desigualdades de superfícies receptoras e a falta de uniformidade de distribuição
de chuva e do retardamento. Este autor resume na Tabela 6 os valores de C
adotados pela Prefeitura Municipal de São Paulo.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 29
Tabela 6: Valores de C adotados pela Prefeitura Municipal de São Paulo
[WILKEN (1978)]
Zonas Valores de C
1 DE EDIFICAÇÃO MUITO DENSA.
Partes centrais, densamente construídas de uma cidade com
ruas e calçadas pavimentadas.
0,70 a 0,95
2 DE EDIFICAÇÃO NÃO MUITO DENSA
Partes adjacentes ao centro, de menor densidade de habitantes,
mas com ruas e calçadas pavimentadas.
0,60 a 0,70
3 DE EDIFICAÇÃO COM POUCAS SUPERFÍCIES LIVRES.
Partes residenciais com construções cerradas e ruas
pavimentadas.
0,50 a 0,60
4 DE EDIFICAÇÃO COM MUITAS SUPERFÍCIES LIVRES
Partes residenciais tipo Cidade-Jardim ruas macadamizadas ou
pavimentadas.
0,25 a 0,50
5 DE SUBÚRBIOS COM ALGUMA EDIFICAÇÃO
Partes de arrabaldes e subúrbios com pequena densidade de
construções.
0,10 a 0,25
6 DE MATAS, PARQUES E CAMPOS DE ESPORTES
Partes rurais, áreas verdes, superfícies arborizadas, parques
ajardinados, campos de esporte sem pavimentação.
0,05 a 0,20
CETESB (1986) recomenda que algumas vezes torna-se necessário estimar
coeficiente de escoamento superficial C composto, baseado na percentagem de
diferentes tipos de superfícies na área de drenagem em estudo. Esse pode ser
um guia para selecionar valores razoáveis do coeficiente C. Coeficientes
sugeridos para vários tipos de superfície estão resumidos na Tabela 7.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 30
Tabela 7: Coeficientes de “runoff” para compor superfícies
[CETESB (1986)]
Características da superficie Coeficiente de “runoff”
Ruas
Pavimentação asfáltica 0,70 a 0,95
Pavimentação em concreto 0,80 a 0,95
Passeios 0,75 a 0,85
Telhados 0,75 a 0,95
Terrenos relvados (solos arenosos)
Pequena declividade (2%) 0,05 a 0,10
Declividade média (2% a 7%) 0,10 a 0,15
Forte declividade (7%) 0,15 a 0,20
Terrenos relvados (solos pesados)
Pequena declividade (2%) 0,15 a 0,20
Declividade média (2% a 7%) 0,20 a 0,25
Forte declividade (7%) 0,25 a 0,30
A estimativa do coeficiente de escoamento superficial composto Cc pode ser feita
pela média ponderada dos coeficientes tendo como pesos os diferentes
coeficientes de escoamento superficial , resultando em:
=
=
=
n
i
i
n
i
ii
A
AC
Cc
1
1
Onde:
Cc: coeficiente de escoamento superficial composto a ser considerado
para a área em estudo (adimensional);
:
i
C coeficiente de escoamento superficial da sub-bacia i (adimensional);
:
i
A área da sub-bacia i;
n: número de sub-bacias consideradas.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 31
2.2.2 Equação de chuva
A utilização de dados de chuva para estimativa da vazão de projeto requer o
estabelecimento de uma relação analítica entre a intensidade, a duração e a
freqüência de chuvas intensas, a partir dos resultados de cálculos de análise de
freqüência de chuvas.
Para estabelecer esta relação analítica, denominada equação de chuva, tem-se
que escolher, de início as freqüências a serem estudadas em número suficiente e
compatível com os dados de observação que se tem disponíveis. Para cada
freqüência, deve ser estudada uma relação analítica intensidade-duração,
gerando uma família de curvas, uma para cada freqüência ou período de retorno.
A experiência mostra que as curvaturas são pouco acentuadas, possibilitando a
obtenção de expressão analítica que represente esta família de curvas, sendo a
seguir apresentada um tipo de expressão.
m
n
bt
Tra
i
)( +
=
Onde:
a, b, m e n: são parâmetros de regressão, característicos do local de
chuva;
Tr: período de retorno da chuva;
t: duração da chuva;
i: intensidade de chuva.
Por exemplo, em 1998 a Fundação para Incremento à Pesquisa e
Aperfeiçoamento Industrial – FIPAI, da Escola de Engenharia de São Carlos, a
convite da Prefeitura Municipal de Franca, realizou trabalho intitulado “Estudo
Hidrológico da Macrodrenagem da Cidade de Franca”. Dentre as várias
conclusões se propôs uma equação de chuva adaptada do Município de Batatais,
estado de São Paulo, tendo em vista a ausência de dados pluviográficos para
Franca. Assim:
a) A cidade de Batatais localizada a Sudoeste de Franca, aproximadamente
45 km distante, possui dados pluviográficos sobre os quais foram
realizados estudos de chuvas intensas publicados pelo Departamento de
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 32
Águas e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de São Paulo em 1995 com o
título de “Chuvas Intensas no Estado de São Paulo”.
b) O posto B4-040 (latitude 20º53’S, longitude 47º37’W e altitude de
860 m) possui uma série histórica de 1975 a 1984, cuja análise de
intensidades permitiu a determinação de valores esperados de
intensidades máximas para diversas durações e períodos de retorno,
conforme a Tabela 8.
Tabela 8: Chuvas intensas para a cidade de Batatais [FIPAI (1998)]
Duração Intensidade de Chuva (mm/min)
Período de retorno (anos)
t (min)
5 10 20 25 50 100
10 2,197 2,491 2,772 2,862 3,137 3,410
20 1,766 2,021 2,265 2,343 2,582 2,819
30 1,578 1,833 2,064 2,137 2,362 2,586
60 1,152 1,319 1,479 1,530 1,686 1,842
120 0,660 0,764 0,864 0,896 0,994 1,091
180 0,462 0,534 0,604 0,626 0,694 0,762
360 0,240 0,275 0,309 0,320 0,353 0,386
720 0,134 0,154 0,174 0,180 0,200 0,219
1080 0,095 0,110 0,125 0,129 0,144 0,158
1440 0,078 0,091 0,104 0,108 0,120 0,132
Os dados da Tabela 8 levam à expressão da intensidade, a duração e a
freqüência de chuvas intensas para a cidade de Batatais:
756,0
158,0
)5,33(
33,29
t
Tr
i
+
=
Onde:
i: intensidade de chuva em mm/minutos;
Tr: período de retorno em anos;
t: duração de chuva em minutos.
A diferença entre as chuvas de Franca e de Batatais, atribuída à diferença de
altitude e os dados observados em janeiro e fevereiro, meses que ocorrem as
chuvas intensas com maior freqüência, pode ser expressa:
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 33
06,1=
Batatais
Franca
i
i
Alterando as unidades e corrigindo pela diferença de altitude resulta para o
Município de Franca a estimativa de chuva:
756,0
158,0
)5,33(
1865
t
Tr
i
+
=
Onde:
i: intensidade de chuva em mm/hora;
Tr: período de retorno em anos;
t: duração de chuva em minutos.
Segundo WILKEN (1978) o período de retorno estabelecido por análise de
freqüência, indica simplesmente o intervalo médio entre eventos iguais ou
maiores que uma dada grandeza ou a probabilidade que tal evento ocorra em
um ano qualquer. Não obstante, há uma evidente possibilidade de que os
períodos de retorno reais possam ser substancialmente menores que a média
para um dado evento.
O emprego de um período de retorno maior significa que o projetista quer adotar
um risco calculado. Neste caso existe a possibilidade do período de retorno da
chuva adotado seja excedido ao menos uma vez em N anos. A probabilidade P
de uma chuva que tem um período de retorno ocorrendo uma vez em N anos é
dada pela expressão:
N
qP =1
Onde a probabilidade de não ocorrência do evento em um ano especificado para
o período de retorno Tr, em anos é:
T
q
1
1=
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 34
Esta probabilidade P indica o risco da obra vir a falhar, pelo menos uma vez
durante sua vida útil. Esse conceito leva em conta que uma obra, projetada para
um período de retorno Tr anos, expõe-se todo ano a probabilidade 1/Tr de vir a
falhar, e ao longo de sua vida útil esta probabilidade pode ser estimada. A
Tabela 9 resume o risco estimado em função da vida útil da obra e do período de
retorno.
Tabela 9: Risco em função da vida útil e período de retorno no projeto
Tr Vida útil da obra (anos)
(anos) 2 5 25 50 100
2 0,75 0,97 0,99 0,99 0,99
5 0,36 0,67 0,99 0,99 0,99
10 0,19 0,41 0,93 0,99 0,99
25 0,25 0,18 0,64 0,87 0,98
50 0,40 0,10 0,40 0,64 0,87
100 0,02 0,05 0,22 0,39 0,63
500 0,004 0,01 0,05 0,09 0,18
Segundo TUCCI, PORTO e BARROS (1995), a análise dos valores da Tabela 9,
mostra que para uma vida útil de 50 anos (normal nas obras de drenagem
urbana), os riscos são aproximadamente 1, para obras de microdrenagem, e
razoavelmente altos para obras de macrodrenagem. Estes riscos são aceitos e
adotados porque:
a) O objetivo principal de obras de microdrenagem é esgotar as vazões
oriundas de chuvas mais freqüentes e, implicitamente admite-se a
ocorrência de alagamentos freqüentes,
b) As obras de macrodrenagem não constituem solução definitiva para os
problemas de inundações, sendo conveniente que sejam complementadas
por outras medidas que visem aumentar a proteção oferecida.
Estudos econômicos podem orientar a escolha do período de retorno, através de
análise de custos e benefícios, sendo o segundo de difícil estimativa em termos
monetários. A confiabilidade de escolha deve-se também a fatores hidrológicos.
As tormentas de projeto são, em geral, estimadas a partir de uma relação
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 35
intensidade-duração-frequência. Estima-se a intensidade média de uma chuva
ao longo de sua duração, não informando sobre valores instantâneos de
intensidade de chuva ao longo de sua duração. A Tabela 10 resume valores de
períodos de retorno associados a ocupação de áreas.
Tabela 10: Períodos de retorno para diferentes ocupações de áreas
Tipo de obra Tipo de ocupação da área Tr (anos)
Microdrenagem Residencial 2
Microdrenagem Comercial 5
Microdrenagem Áreas com edifícios com serviços públicos 5
Microdrenagem Aeroportos 2-5
Microdrenagem Áreas comerciais e artérias de tráfego 5-10
Macrodrenagem Áreas residenciais e comerciais 50-100
Macrodrenagem Áreas de importância específica 500-
RAMSER (1927), apud FELEX (1982), analisou dados de observações sobre áreas
agrícolas no Tenesse (EUA), e fez o primeiro tratamento experimental sobre
estimativas de tempo de concentração. As áreas estudadas variaram entre 0,05
a 4,5 km
2
, e a intensidades de chuva estiveram compreendidas entre 30 a 142
mm/h. Os resultados obtidos indicaram que o tempo de concentração pode
também ser definido como: “o tempo decorrido para que o nível de água no
canal de medição subisse ao máximo”, e a altura máxima de água na seção de
controle permaneceria constante para chuvas com intensidade constante a partir
de uma duração igual ao tempo de concentração.
Deve-se considerar que o erro na estimativa do tempo de concentração tc é
tanto maior, quanto menor a duração da chuva, devido à variação de sua
intensidade em função do tempo. O tempo de concentração de uma bacia não é
constante com o tempo, varia após alterações no meio físico e com a distribuição
espaço-temporal da chuva.
Para áreas urbanas com equipamentos de drenagem, o tempo de concentração
pode ser o tempo para que as águas superficiais provenientes de pontos mais
afastados na bacia encontrem o primeiro elemento de captação, sarjeta ou boca
de lobo, somado ao tempo de percurso na galeria até o ponto de controle.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 36
Se a duração da chuva i for igual ou superior ao tempo de concentração tc,
ocorrerá a vazão Q máxima, associada à intensidade de chuva i. A Figura 20
ilustra o conceito de tempo de concentração.
Figura 20: Ilustração do conceito de tempo de concentração
[PEIXOTO JR & FELEX (1997)]
Para bacias de pequeno porte, este tempo varia entre 10 a 20 minutos,
dependendo de características topográficas e tipos de revestimentos do terreno.
Para estas bacias, a estimativa do tempo de concentração pode usar o método
cinemático, com base na velocidade de escoamento em sarjetas e condutos e:
n
SR
v
i
50,0)3/2(
=
60
1
=
=
i
i
n
i
v
l
tc
Onde:
:
i
v velocidade no segmento i em m/s;
R: raio hidráulico em m;
S: declividade em m/m;
n: coeficiente de rugosidade do material adimensional;
:
i
l distância de escoamento no segmento i em m;
tc: tempo de concentração em minutos.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 37
2.3 Hidráulica dos equipamentos de drenagem
Segundo BARREIRO (1997) o dimensionamento de equipamentos de drenagem é
uma escolha: trata-se de um processo de verificação que trabalha com formas
geométricas e materiais pré-escolhidos entre padrões adotados por órgãos
públicos ou de pesquisa. São empregados conceitos de hidráulica e dados
experimentais sobre equipamentos padronizados para análise e previsão de
capacidades de equipamentos e condições de regime de fluxo, erosão,
sedimentação, etc., depois da fixação de hipóteses pelo projetista.
2.3.1 Capacidade de escoamento das ruas, guias e sarjetas
IZZARD (1946/1950) e TAPPLEY (1955) apud WILKEN (1978) relataram
resultados que confirmaram a possibilidade do emprego da equação de Manning
na estimativa de vazões em sarjetas, desde que se despreze a parcela de
perímetro molhado correspondente à face da guia. A Figura 21 ilustra a forma
generalizada uma seção transversal do conjunto guia-sarjeta-pavimento para
estimativa da lâmina d’água em função das características geométricas.
Figura 21: Geometria da seção composta: guia, sarjeta e pavimento
[CETESB (1986)]
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 38
A vazão da seção composta é a soma das vazões das situações 1 e 3, subtraída
da vazão da situação 2. Para uma seção genérica temos:
iry
n
Z
Qo
g
=
3
8
375,0
Onde:
Qo: vazão que escoa na sarjeta em m
3
/s;
g
n
: coeficiente de rugosidade de Manning relativo ao material de
superfície (adimensional);
Z = tgθ;
y: profundidade da lâmina d’água em metros;
ir: declividade longitudinal da rua em m/m.
E:
8
3
4
1
1
445,1
=
Zri
nQo
yo
g
Z
ou,
4
3
4
1
958,0
=
g
n
ir
Z
Qo
Vo
Onde:
Vo: velocidade média de escoamento na sarjeta em m/s;
yo: profundidade da lâmina de água na sarjeta em m.
Os valores do coeficiente de rugosidade da superfície
g
n , segundo WILKEN
(1978), estão resumidos na Tabela 11 e a velocidade máxima admissível de
escoamento na sarjeta é 3,0 m/s para evitar erosão e danos em guias, sarjetas
e pavimentos.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 39
Tabela 11: Valores do coeficiente de rugosidade da superfície
g
n
[CETESB (1986)]
Tipos de superfície
Coeficiente
g
n
Sarjeta de concreto, bom acabamento 0,012
Pavimento alfáltico
Textura lisa
Textura áspera
0,013
0,016
Pavimento de concreto
Acabamento com desempenadeira
Acabamento manual liso
Acabamento manual áspero
0,014
0,016
0,020
Sarjeta de concreto com acabamento de asfalto
Textura lisa
Textura áspera
0,013
0,014
A Figura 22 ilustra o modelo de perfil de guia e sarjeta adotado pela Prefeitura
Municipal de Franca.
GUIA E SARJETA MOLDADA "IN LOCO"
PELO PROCESSO DE EXTRUSÃO
VOLUME DE CONCRETO = 0,0555 m3/m
ACABAMENTO EM NATA DE CIMENTO NA EXTRUSÃO
Figura 22: Perfil de guias e sarjetas conforme adotado pela Prefeitura
Municipal de Franca
A capacidade hidráulica do conjunto guias-sarjetas-pavimento diz pouco sobre as
relações que definem o funcionamento e relação entre o movimento de água e o
conjunto em si, principalmente quando se refere às conseqüências sobre a
superfície destes.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 40
A erosão e sedimentação são os efeitos provocados pelo movimento de água que
podem ser nocivos à durabilidade e conseqüentemente aumentando os custos de
manutenção destes equipamentos.
Duas condições são nocivas ao funcionamento de guias e sarjetas:
dim
, e
erosao de paredes ou fundo do canal
s
e entacao de materiais em suspensao
VV
VV
Onde: V: velocidade média de escoamento.
2.3.2 Capacidade de captação das bocas de lobo
As bocas de lobo podem ser classificadas em três grupos principais: bocas ou
ralos de guias, ralos de sarjeta (grelhas) e ralos combinados. Cada tipo inclui
variações quanto a depressões em relação ao nível da superfície normal do
perímetro e ao seu número (Figura 23).
Figura 23: Tipos de boca de lobo [CETESB (1986)]
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 41
Por estudar bocas de lobo com grelha instalada em pontos baixos das sarjetas,
as experiências realizadas pelo “United States Corps of Engineers” (Hydraulic
Laboratory Report number 54), permitiram constatar que a grelha tem um
funcionamento similar a um vertedor de soleira livre, para profundidades de
lâmina de água de até 12 cm. A grelha passa a funcionar como um orifício,
somente para lâmina de água superior a 42 cm, e entre 12 e 42 cm o
funcionamento é indefinido.
Abaixo são as equações que representam o exposto.
myoyo
p
Qb
12,0655,1
5,1
<=
,
myoyo
A
u
Qb
42,091,2
5,0
>=
Onde:
Qb: vazão total esgotada pela boca de lobo em m
3
/s;
p: perímetro da abertura da grelha em m;
yo: lâmina d’água da sarjeta em m;
Au: área útil das aberturas da grelha em m
2
O perímetro p da abertura das grelhas deve ser calculado sem levar em
consideração as barras internas e descontando-se os lados por onde a água não
entra.
Para bocas de lobo com grelha e depressão, instaladas em pontos intermediários
das sarjetas existem diversos processos de análise. Destaca-se, em particular, o
publicado em “The Design of Storm Water Inlets”, que consubstancia o estudo
realizado na Universidade Johns Hopkins. A Figura 24 apresenta o esquema geral
da boca de lobo e seus parâmetros geométricos.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 42
Figura 24: Boca de lobo combinada em pontos intermediários de sarjetas
[CETESB (1986)]
Aplicando o princípio da conservação de energia temos:
1
22
22
Liry
g
V
Zyo
g
Vo
++
=++
chega-se a:
ayo
Aog
Qo
y
Asg
Qo
++
=+
2
2
2
2
22
Onde:
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 43
Vo: velocidade média de escoamento na sarjeta em m/s;
V: velocidade média de escoamento na sarjeta na seção imediatamente a
montante da boca de lobo em m/s;
y: profundidade da lâmina de água na sarjeta na seção imediatamente a
montante da boca de lobo em m;
yo: profundidade da lâmina de água na sarjeta em m;
Z: tgθ;
g: aceleração da gravidade 9,8 m/s
2
;
ir: declividade longitudinal da rua em m/m;
L1: comprimento da transição de montante para a depressão na sarjeta
em m;
Qo: vazão que escoa na sarjeta em m
3
;
As: área da seção transversal de escoamento da sarjeta em frente à boca
de lobo em m
2
;
Ao: área da seção transversal de escoamento da sarjeta em m
2
;
a: altura da depressão medida a partir da borda interna da sarjeta, na
extremidade de montante da boca de lobo em m.
Admitindo-se que na seção transversal da sarjeta o nível de água seja
horizontal, a área As desta seção será função de y. Portanto uma vez conhecida
à depressão a profundidade y poderá ser calculada.
Na seção B-B da Figura 24 está assinalada a profundidade y’ junto a borda da
grelha oposta a guia, que é calculada uma vez conhecido o valor de y. A
profundidade é importante neste método, pois se admitindo que toda parcela
de água na sarjeta, ao longo da largura W da grelha, irá escoar
longitudinalmente para o seu interior, então a parcela restante da água, com
lâmina de largura igual a T-W e profundidade y’, escoará lateralmente em
direção a grelha como se fosse uma boca de lobo simples. Para que toda está
água seja esgotada longitudinalmente e lateralmente conforme mostra a Figura
24, a grelha deverá possuir um comprimento mínimo L’, calculado a partir da
fórmula empírica, baseada em experiências de laboratório.
5,0
´
´2,1'
=
g
y
tgVL
θ
Onde:
θ
tg
W
yy =´
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 44
Se for adotado um valor de L menor que L´, haverá um excesso de vazão q2
que não será captada pela grelha e que é calculada por:
(
)
5,1
´)´(25,02 ygLLq =
Por outro lado, o comprimento L da grelha deverá ser também maior ou igual à
Lo, para que todo o escoamento longitudinal na sarjeta dentro da faixa de W da
grelha seja esgotado. Se L for menor que Lo, as águas pluviais não esgotadas
ultrapassam a grelha. O valor de Lo é calculado por:
5,0
=
g
y
VmLo
Onde m é o fator que depende da configuração da grelha constante da Tabela
12.
Em condições normais as grelhas devem ser dimensionadas de modo que
LoL
. Se por algum motivo
LoL
<
, a vazão q3 que ultrapassa a grelha é
calculada por:
2
2
2
13
=
Lo
L
Qoq
A vazão total que ultrapassa a grelha é calculada por:
32 qqq
+
=
E a vazão total esgotada é calculada por:
qQoQb
=
As bocas de lobo com grelha, sem depressão, instaladas em pontos
intermediários das sarjetas são objeto de cálculo simplificado, pois a = 0 e y =
yo. As expressões passam a ter a forma:
5,0
´
´2,1'
=
g
y
tgVoL
θ
Onde:
otg
W
yoy
θ
=´ e
5,0
=
g
yo
VomLo
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 45
Tabela 12: Valores de m [CETESB (1986)]
Boca de lobo combinada:
Grelhas com algumas barras transversais e
et
...............................m = 3,3
Grelhas com diversas barras transversais e
et
...............................m = 6,6
Grelhas
Grelhas com algumas barras transversais e
et
...............................m = 4,0
Grelhas com diversas barras transversais e
et
...............................m = 8,0
Onde:
t: espessura das barras longitudinais das grelhas em m;
e: espaçamento entre as barras longitudinais das grelhas em m.
A Figura 25 ilustra o modelo de boca de lobo combinada adotada pela Prefeitura
Municipal de Franca.
Figura 25: Boca de lobo padrão na Prefeitura Municipal de Franca
A capacidade de captação de bocas de lobo simples sem depressão em pontos
intermediários das sarjetas pode ser estimada com auxílio do esquema contido
na Figura 24. Considerando-se que a declividade da linha de energia, na faixa de
transição L1, é praticamente a mesma que ao longo da sarjeta, a perda de carga
nestes segmentos será igual a i*L1.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 46
Admitindo-se que o nível de água na seção transversal das sarjetas seja
horizontal, a área A dessa seção será uma função de y. Portanto, uma vez
conhecida a depressão o valor de y pode ser calculado. Conhecido o valor de y, a
vazão esgotada pode ser calculada pela seguinte equação, obtida através de
pesquisas desenvolvidas pela Universidade de Johns Hopkins:
ygyCK
L
Qb
***)( +=
Onde:
y: profundidade da lâmina de água na sarjeta na seção imediatamente a
montante da boca de lobo em m;
g: aceleração da gravidade 9,8 m/s;
L: comprimento da abertura da boca de lobo;
Qb: vazão total esgotada pela boca de lobo em m
3
/s;
K e C: admensionais.
Para bocas de lobo simples sem depressão (a=0), tem-se C=0, y=yo e
θ
tg =
otg
θ
. Os valores de K são funções de otg
θ
conforme a Tabela 13.
Tabela 13: Valores de K em função de
otg
θ
para bocas de lobo simples
sem depressão em pontos intermediários [CETESB (1986)]
otg
θ
K
12 0,23
24 0,20
48 0,20
Assim:
yogyoK
L
Qb
***=
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 47
2.3.3 Capacidade de escoamento de galerias circulares
A verificação da capacidade de escoamento de galerias pluviais constituídas por
tubos de seção circular usa de equações hidráulicas de movimento uniforme,
como a equação de Manning apresentada abaixo.
c
n
icRAm
Qc
2
1
3
2
=
ou
c
n
icR
Vc
2
1
3
2
=
Onde:
Qc: vazão no conduto em m
3
/s;
Vc: Velocidade de escoamento no conduto em m/s;
Am: área molhada em m
2
;
R: raio hidráulico em m;
ic: declividade longitudinal do conduto em m/m;
c
n : coeficiente de rugosidade do conduto (Tabela 14).
Tabela 14: Valores de
c
n para tubos de concreto [CETESB (1986)]
Tubo de concreto – condições de rugosidade
c
n
Muito bom 0,012
Bom 0,013
Regular 0,015
Mau 0,016
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 48
2.4 A velocidade como elemento de avaliação de
equipamentos de drenagem
BOTELHO (1985) comenta que o controle da velocidade de água começa pelas
sarjetas. Velocidades maiores que 3 m/s levam à erosão de pavimentos e a
esborrifar jatos de água atribuídos ao regime de fluxo supercrítico. E, a limitação
de velocidade de escoamento pela capacidade da sarjeta é fator restritivo e leva
à necessidade de obras pluviais de maior vulto. Tabela publicada pelo autor
indica que o aumento da capacidade da sarjeta aumenta também a velocidade
da água. Às vezes, em rua de extrema declividade, capta-se água por boca de
lobo, não porque a capacidade hidráulica da sarjeta esteja esgotada.
Em galerias dois parâmetros têm grande importância no comportamento destes
equipamentos de drenagem: a velocidade mínima e a máxima.
Com relação ao primeiro parâmetro este deverá ser mantido para evitar o
assoreamento na tubulação. Quanto ao segundo parâmetro este deverá ser
observado porque partículas transportadas no meio líquido escoando a grande
velocidade, produzem significativa abrasão na parede do conduto, que é
agravado pelo fluxo turbulento, a mudança de direção e a queda da água. Este
fato pode reduzir a vida útil da tubulação em vários anos.
LYSNE et al. (1975) relata que a velocidade de escoamento da água é a principal
variável para controle da eficiência dos equipamentos de drenagem urbana. Em
particular os efeitos da erosão por abrasão para a velocidade máxima. Mas estes
mesmos autores ressaltam a importância da continuidade de observações sobre
o assunto. Em particular a observação contínua em campo para identificar
condições de carga que permitam esclarecer as relações entre o comportamento
de equipamentos de drenagem porque a maior parte dos dados existentes é
produto de critérios práticos ou sugestões de diversos autores.
Conclusões sobre análise de dados provenientes de laboratórios, ou ainda,
observações específicas em campo sempre contribuem para os primeiros passos
de conhecimento sobre parâmetros de comportamento de drenagem. Mas,
valores de controle variam de autor para autor, conduzindo a incerteza na
escolha de valores limitantes para velocidades. Isto traz à luz dos
acontecimentos o pouco que se tem pesquisado sobre este assunto, para indicar
parâmetros advindos da prática, mas que, na maioria dos casos, podem conduzir
a resultados não esperados.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 49
Do ponto de vista hidráulico deve ser questionado o fato que o aumento da
turbulência com o aumento da velocidade, tende a reduzir o contato entre a
superfície do tubo e o líquido que o erode.
Do ponto de vista econômico, o aumento do limite de velocidade máxima conduz
à redução do investimento, com redução do diâmetro dos coletores,
conseqüentemente, redução das dimensões de acessórios: poço de visita, caixa
de ligação, poço de queda. Conduz também a redução das dimensões das
estruturas das obras de extremidades: emissários, poços de visita e de queda e
dissipadores de energia, com possibilidades de reduzir o número de poços de
visita e/ou de queda.
Ao serem reduzidos os diâmetros dos coletores e as dimensões das estruturas,
serão reduzidos os volumes de escavação e de reposição de material, e os custos
de mão-de-obra da instalação do sistema de drenagem.
As obras de extremidades serão as mais beneficiadas com o aumento do limite
de velocidade, porque são assentadas em terrenos com grandes declividades.
Nestes locais, a construção de emissários com declividades que conduza a
velocidade limite de 5,0 m/s, traz como conseqüência a necessidade de
instalação de dissipadores e poções de alívio.
Ao se aumentar à velocidade limite de 5,0 m/s para 7,0 m/s em um mesmo
coletor, para o mesmo diâmetro, a declividade de assentamento do coletor será
aumentada de 1,96 vezes, mas leva à necessidade de cuidados especiais nas
paredes dos condutos.
FENDRICH et al. (1988) relata resultados de controle de erosão em diversas
galerias das cidades de Cianorte, Umuarama, São Tomé, Santo Antônio do
Caiuá, Terra Boa, Paranavaí e Nova Esperança, estado do Paraná. As medidas
dos desgastes das paredes internas destes condutos foram lidas nas
extremidades e centro dos segmentos de galerias entre dois poços de visita.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 50
Tabela 15 - Medidas de erosão em galerias pluviais de cidades do Paraná
[FENDRICH et al. (1988)]
Cidade Coletor Segmento
Diâmetro
(m)
Declividade
(m/100m)
Velocidade
(m/s)
Idade
(anos)
Erosão
(cm)
1 1,00 2,97 4,56 14
Não
ocorreu
2 1,00 6,47 5,78 14 0,55
3 1,00 7,03 7,01 14 1,00
4 1,00 7,45 7,22 14 0,29
1
5 1,00 9,29 8,06 7 0,73
1 1,00 4,67 5,72 3
Não
ocorreu
2 1,00 7,02 7,01 3
Não
ocorreu
3 1,00 6,35 6,67 3
Não
ocorreu
2
4 1,00 7,01 7,00 3
Não
ocorreu
1 0,80 5,01 5,10 14 0,54
2 0,80 5,87 5,52 14 0,70
3 0,80 5,33 5,26 14 0,33
Cianorte
3
4 0,80 7,33 6,17 14 0,51
1 1,00 6,80 6,90 5 0,58
3
2 1,00 7,55 7,27 5 0,97
1 1,00 14,92 10,22 5
Não
ocorreu
7
2 1,00 9,35 8,09 5 1,44
1 1,00 4,58 5,66 5
Não
ocorreu
Umuarama
10
2 1,00 10,60 8,61 5 1,41
1 0,60 13,63 6,94 6
Não
ocorreu
2 0,60 12,30 6,60 6
Não
ocorreu
Terra Boa Único
3 0,60 20,65 8,55 6
Não
ocorreu
1 1,00 10,45 8,55 1
Não
ocorreu
Paranavaí Único
2 1,00 23,44 12,81 1
Não
ocorreu
1 Único 1,00 10,51 8,58 16 1,79
2 Único 0,80 9,62 7,07 14
Não
ocorreu
3 Único 1,00 4,98 8,00 20 0,56
Nova
Esperança
4 Único 1,00 6,29 6,63 15 0,55
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 51
Observou-se a ocorrência de erosão por abrasão nos tubos de concreto, que
conduzem águas que contêm material sólido. Observou-se ainda, que além da
erosão por abrasão, ocorre ataque químico, função da qualidade das águas
residuárias lançadas indevidamente nas galerias.
Observando-se os resultados da pesquisa em campo, destacam-se as condições
sobre as quais funcionam os coletores de Cianorte, onde coletores com diâmetro
de 1,00 m, assentados com declividades que variam entre 7,0 a 9,0% com
velocidades de escoamento entre 7,0 a 8,0 m/s, com idade maior que 14 anos,
desgastaram estimados 1,0 cm. Por isto, FENDRICH et al. (1988) recomendam a
adoção de velocidades máximas em tubos de concreto até 7,0 m/s.
Diversos autores indicam limites de velocidade para a água nas tubulações de
concreto, usadas nas galerias pluviais. Há variedade de informação, com
divergências nos valores sugeridos ou adotados. Isto evidencia a importância do
levantamento destes dados e verificação de sua consistência. A Tabela 16
apresenta algumas sugestões obtidas em diversas fontes.
Tabela 16 - Limites de velocidades segundo várias referências
Publicação Velocidade Mínima Velocidade máxima
STEEL (1975) 0,75 m/s, desejável = 0,90m/s 2,40 m/s
CETESB (1978) 0,60 m/s 4,00 m/s
PLANDATA (1978) 0,75 m/s 5,00 m/s
OESA (1975) 0,80 m/s 6,00 m/s
HARDENBERG, W.A. 0,91 m/s 3,05 m/s
ASCE (1967) 0,90 m/s 3,05 m/s
BOTELHO (1985) 0,70 m/s 5,00 m/s
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 52
3 A cidade de Franca e acidentes de
drenagem
A cidade de Franca localiza-se no nordeste do estado de São Paulo,
aproximadamente 400 km da cidade de São Paulo. Possui população estimada
em 300.000 habitantes (IBGE, 2003). Têm um território de aproximados 609
km
2
, porém a área sob observação para este estudo limita-se a 228 km
2
,
corresponde a área urbana, periferia e de expansão.
A região compreendida entre os rios Pardo e Grande foi desbravada no início do
século XVIII por bandeirantes paulistas. Descobertas as minas de Goiás por
Anhanguera II, a rota em direção à recém fundada Vila Boa de Goiás passava
pelo antigo sertão do rio Pardo (Figura 26). Um caminho foi aberto, o caminho
dos Goiazes, e por eles bandeirantes, mineradores e comerciantes trilhavam em
demanda às minas goianas. Ao longo deste caminho, foram-se formando vários
pousos que se constituíram nos primeiros núcleos povoadores desta região. E
assim permaneceu o território, até o fim do século XVIII, os pousos forneciam
abastecimento para os viajantes que percorriam o sertão.
Figura 26: Localização do Município de Franca (sem escala)
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 53
No início do século XIX, a região recebeu um grande afluxo de pessoas. Foram
os mineiros que vieram das Gerais, principalmente do sul de Minas, criaram gado
e plantaram suas lavouras. Explica-se este afluxo, dentre outros, pela
decadência da mineração. Esgotado o ouro de aluvião dos córregos das Gerais,
os habitantes procuram outra atividade econômica. O ouro povoou Minas, e com
o declínio de sua cata, essa população dirigiu se para a Capitania de São Paulo.
Os mineiros começaram a chegar no início do século XIX e, em 1805,
conseguem a criação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Franca,
Sertão do Rio Pardo. Criada a Freguesia à região passa a ter propriamente seu
núcleo urbano, em torno da igreja. Criada a Freguesia da Franca, a região fica
desvinculada da Freguesia de Mogi-Mirim e Mogi-Guaçu. O nome Franca foi dado
ao nascente arraial, em homenagem ao então Governador e Capitão Geral da
Capitania de São Paulo, Antônio José da Franca e Horta.
Em 1821, D. João VI cria a Vila Franca do Imperador. Com a criação da Vila,
Franca desvincula-se totalmente de Mogi-Mirim. Na etapa seguinte, o
desenvolvimento da cultura do café proporcionou o primeiro grande avanço econômico,
em meados do mesmo século, juntamente com a chegada da Estrada de Ferro Mogiana
a Ribeirão Preto (1883) e a Franca (1897). Nesta ocasião, exportava-se café e
importava-se a maioria dos produtos manufaturados, com exceção do artesanato
(implementos agrícolas, arreios e artigos de couro em geral e alguns tecidos de
algodão) que existia nas fazendas tornando-as quase autônomas. Em abril de 1856,
Franca é elevada à categoria de cidade e em 1904 é feita à ligação da energia
elétrica.
Com a crise de 1929, que abalou o mercado mundial, várias restrições às
importações de produtos manufaturados proporcionaram o processo de
industrialização do município. As principais modificações que ocorreram nesta
época foram devido à diversificação da agricultura e o deslocamento das
atividades artesanais para os centros urbanos, caracterizando o início do uso
industrial do solo urbano, bem como do processo de urbanização da região.
Nas últimas décadas, Franca tornou-se um importante pólo da indústria de
calçados, com acelerado crescimento populacional. Além da indústria de calçados
e da agropecuária, outra atividade econômica em Franca é a lapidação e a
comercialização de diamantes, é a única região produtora de diamantes no
estado de São Paulo.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 54
A maior parte da cidade está instalada em relevo suavemente ondulado, limitado
pela serra de Franca à leste, uma barreira natural para a ocupação. Mas, a
expansão física de Franca é limitada por barreiras fisiográficas e há vazios na
área urbana consolidada que, às vezes, correspondem às áreas de cabeceiras de
drenagem onde existem voçorocas de grande porte.
O território do Município de Franca localiza-se em sua maior parte no Planalto
arenítico-basáltico de Franca, cujas altitudes variam de 950 a 1050 m, um
divisor de águas entre os Rios Grande e Sapucaí (Figura 27). O rio Canoas, um
dos principais afluentes do rio Grande, um importante manancial para o
abastecimento de água da população francana, faz parte da Área de Proteção
Ambiental da Bacia do Rio Canoas (Art. 55 do Código do meio ambiente do
município, dezembro 1996).
MUNICÍPIOS PAULISTAS COM ÁREA NA UGRHI
Figura 27: Bacia Hidrográfica dos Rios Sapucaí-Mirim / Grande
(sem escala)
Segundo o Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo (IPT, 1981), as macro-
unidades de relevo que caracterizam o município de Franca são: colinas médias,
morros arredondados e escarpas festonadas. Particularmente a área de estudo é
caracterizada pelo relevo de colinas médias, alguns topos suavemente
aplainados, vertentes com perfis convexos a retilíneos e declividade inferior a
20%. A densidade de drenagem (Figura 28) é de média a baixa, com padrão
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 55
predominantemente dendrítico. Os vales são estreitos; exceto pelos vales do
ribeirão Bom Jardim e ribeirão das Macaúbas, formando pequenas “planícies
interiores restritas”. Intercalando estas formas de relevo de topos arredondados
e localmente achatados. Nas vertentes há setores em que a declividade
ultrapassa 15% verifica-se uma incidência maior de tendência á erosão.
Figura 28: Hidrografia do Município de Franca (sem escala)
Ao sul da área, nas vertentes do Ribeirão das Macaúbas e ao norte na área da
bacia (córrego da Onça ou Lajeado) notam-se escarpas em forma de anfiteatros
separados por pequenos e curtos espigões. Os topos são angulosos e a
densidade de drenagem aumenta em relação aos setores anteriores. Os vales
são bastante estreitos, o que significa que os cursos d’água têm uma alta
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 56
energia para transportar os sedimentos provenientes das boçorocas de cabeceira
de drenagem.
A caracterização da geologia do Município de Franca teve uma série de estudos
realizados por vários autores. Com base nestas informações e no mapeamento
geológico da região 1:50.000 (Hellmeinster, 1996) foi confeccionado o Mapa
Geológico através de fotografias aéreas e controle de campo. Este autor definiu a
seqüência litoestratigráfica da área de Franca, até então considerada ora
Formação Bauru, ora Formação Itaqueri, como “Formação Franca”, Grupo São
Bento, de idade Cretácea inferior.
As unidades da Bacia do Paraná, em que está inserida Franca, incluem as
formações Pirambóia (triássica), Botucatu (jurássica), Serra Geral (juro-
cretácea), e “Formação Franca”. Os sedimentos desta unidade estão em contatos
ora concordantes, ora discordantes com os basaltos da Formação Serra Geral,
com os arenitos da Formação Botucatu e também sobre terrenos metamórficos
pré-cambrianos.
O município de Franca tem inverno seco e verão ameno. A temperatura média
do mês mais frio varia entre 16
o
C e 18
o
C no mês de junho. Os verões são
frescos, com temperaturas médias oscilando em torno de 21
o
C. O regime de
chuvas é tropical, dois períodos distintos, o chuvoso (outubro a março) e o seco
(abril a setembro). A média anual de chuvas foi 1512 mm entre 1958 e 1965.
Mas, nos meses de verão ocorrem 50% de chuvas anuais.
Segundo o Mapa de Erosão do Estado de São Paulo (IPT, 1998), o município de
Franca é crítico em relação à ocorrência de erosão, há voçorocas de grande porte
distribuídas por todo sítio urbano e sua expansão. O Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT desenvolveu entre os anos de 1995 e
1997, um plano de controle preventivo e corretivo de erosões no Município,
resultando no Mapa de Risco Potencial de Erosão (IPT, 1998, Figura 29).
IPT (1998) relata métodos e técnicas para orientar a expansão urbana em
Franca. O Plano Diretor do Município (Lei Complementar 050/2003) incorporou
informação do Mapa de Risco Potencial de Erosão. Diretrizes de parcelamento de
solo passaram a conter normas de controle de erosão e diretrizes para
pavimentação de ruas e galerias pluviais. O Mapa de Risco Potencial de Erosão
orientou a Prefeitura a selecionar áreas para instalação de conjuntos
habitacionais ou loteamentos populares de caráter social, que são as maiores
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 57
fontes potenciais de erosão, por estarem em terrenos de menor custo, e áreas
com maior número de questões geotécnicas.
Figura 29: Mapa de Risco Potencial de Erosão de Franca [IPT (1998)]
O sítio urbano do município se expande por instalação de loteamentos e
conjuntos habitacionais. A deficiência de infra-estrutura agrava riscos de erosão.
Além da precariedade da infra-estrutura, na periferia da cidade começam a
ocorrer ocupações de áreas públicas e de preservação permanente com favelas.
As casas são semi-acabadas e as vias carecem de drenagem e pavimentação.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 58
As principais ocorrências de acidentes atribuídos à drenagem em Franca, foram
classificadas em quatro classes, associadas a estas classes as possíveis causas e
soluções, a seguir listados os casos registrados em cada classe (Tabela 17). É
importante ressaltar que ocorrem casos enquadrados em mais de uma classe.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 59
Tabela 17: Listagem e classificação de acidentes de drenagem em Franca
Classe Ocorrência Causa Possível solução Casos
1
Erosões
lineares a
meia encosta
Instalação de
emissários e
terminais
dissipadores em
meia encosta ou
cabeceiras de
drenagem
Ampliação de
emissários até local
estável em córrego
a jusante,
construção de
estruturas de
dissipação
adequadas
Jardim São Francisco,
Jardim Tropical I, Jardim
Paulistano, Jardim Palestina,
Jardim Aeroporto III, Jardim
Ipanema, Parque do
Trabalhador e Fazenda
Santa Cecília
2
Erosões em
cabeceiras de
drenagem
Lançamento de
águas pluviais
em pontos com
propriedades
geotécnicas e
topográficas
incompatíveis
com o volume
de águas
pluviais
Re-locação ou
ampliação de
emissários para
locais com
propriedades
geotécnicas
compatíveis e
construção de
estruturas de
dissipação
adequadas
City Petrópolis, Parque
Leporace, Av. Ivete Vargas,
Jardim Tropical I, Chácaras
Campo Belo, Vila Santa
Teresinha, Jardim Redentor,
Jardim Integração, Parque
João Leite, Parque do
Trabalhador, Parque dos
Pinhais, Prolongamento Jd.
Ângela Rosa e Erosões
Fazenda INFACAP.
3 Inundações
Excesso de
escoamento
superficial,
galerias sub-
dimensionadas,
bloqueio de
linhas de
drenagem
Ampliação de redes
existentes,
construção de
novas redes e se
possível
desbloqueio da
linha de drenagem
natural
Vila Santa Teresinha, Jardim
Redentor, Jardim Paulistano,
Vila Nossa Senhora das
Graças, Vila Nossa Senhora
do Carmo, Parque Leporace,
Parque St. Adélia, Jardim
Gabriela, Parque Dr. Carrão,
Jardim Califórnia e Jardim
Santa Bárbara.
4
Escorregamen
-tos e solapa-
mentos de
encostas junto
a córregos
Rebaixamento
da calha fluvial,
excesso de
escoamento
superficial
descontrolado,
rompimento de
redes de esgoto,
água e galerias
pluviais,
ausência de
infra-estrutura
Ampliação de rede
de galerias pluviais,
contenção de
margens de
córregos,
reconstrução de
redes de esgoto,
água e galerias
pluviais, execução
de obras de infra-
estrutura
Jardim Brasilândia, Resid.
Moreira Júnior, Jardim
Pinheiros, Vila São
Sebastião, Jardim Derminío,
Jardim Vera Cruz I, Jardim
Noêmia, Parque Santa Hilda,
Parque Vicente Leporace,
Avenida Julio Batista Costa
Filho, Jardim Portinari
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 60
A Tabela 18 até a Tabela 21 ilustram alguns casos apontados na Tabela 17 e
suas particularidades.
Tabela 18 - Erosões lineares a meia encosta, em Franca
Caso Região Tipo de acidente Local
Área
(ha)
Declividade
média (%)
Data
Jardim
Tropical
Oeste
Erosão por
lançamento de água
de galerias a meia
encosta
final da Avenida
Margarida
Fornazier
11 6 1997
Jardim
Paulistano
Leste
Avenida Primo
Meneghetti
11 12 1990
Jardim
Aeroporto
III
Sul
final da Rua Madre
Maria Vilac
12 10 1994
Jardim
Palestina
Leste
Erosão por
lançamento de água
de galerias a meia
encosta
Área de lazer
próxima à estação
de esgotos
7 7 2001
Jardim
Ipanema
Norte
Erosão pela descarga
de galeria do Bairro
City Petrópolis
Rua Tânia
Vivêncio, final da
Avenida Coelho
Neto
7 4 2000
A Figura 30 ilustra a evolução de erosão no final da Avenida Margarida Fornazier,
Jardim Tropical, Franca.
1997
2001
2002 2003
Figura 30: Evolução de erosão no final da Avenida Margarida Fornazier,
Jardim Tropical, Franca
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 61
Tabela 19 - Erosões em cabeceiras de drenagem, em Franca (2005)
Caso Região Tipo de acidente Local
Área
(ha)
Declividade
média (%)
Data
Bairro City
Petrópolis
Norte
Área externa
ao
loteamento
29 4 1995
Parque
Vicente
Leporace
Oeste
Avenida Ivete
Vargas
17 3 1997
Chácaras
Campo Belo e
Miramontes
Norte
Rua Augusto
Muller
42 2 2004
Jardim Ângela
Rosa
Leste
Erosão pela descarga
de emissário de
galeria em cabeceira
de drenagem
Rua Antonio
de Macedo
11 8 1998
A Figura 31 ilustra terminais de galeria proveniente das Ruas Benedito Calixto e
Flávio de Carvalho, em nascentes, e a Figura 32 a erosão que surgiu no local em
2004, no Recreio Campo Belo, em Franca.
A Figura 33 até a Figura 35 ilustram uma área junto a nascente de um córrego
recuperada pela Prefeitura de Franca em 1997.
Figura 31: Terminal de galeria proveniente das Ruas Benedito Calixto e
Flávio de Carvalho em nascentes, Recreio Campo Belo, Franca, 2002
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 62
Figura 32: Erosão resultante do escorregamento da cabeceira do vale,
Recreio Campo Belo, Franca, 2004
Figura 33: Erosão próxima a Avenida Ivete Vargas, Bairro Parque
Vicente Leporace, antes dos trabalhos de recuperação, Franca, 1997
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 63
Figura 34: Obra de recuperação da erosão próxima a Avenida Ivete
Vargas, Bairro Parque Vicente Leporace, Franca, 1997
Figura 35: Parque Burle Max, antiga erosão da Avenida Ivete Vargas,
Bairro Parque Vicente Leporace, Franca, 2002
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 64
Tabela 20 - Inundações, em Franca
Caso Tipo de acidente Local
Área
(ha)
Decli-
vidade
média
(%)
Data
Vila S Antônio
Vila N S Graças
Vila N S do
Carmo
Invasão de residências
próximas a pontos
baixos, desabamentos
Ruas Descides
Pressoto e Renildo
Valim de Melo e
30 6 1995
Jardim
Paulistano
Bloqueio de linha de
drenagem natural
Rua Salvador B.
Gonzáles e Rua
Francisco dos
Santos
23 12 1996
Parque S Adélia
Jardim Gabriela
Pq Dr. Carrão
Jardim Petráglia
Invasões de
residências por águas
incapacidade de
captação e condução
Avenida Dr. Carrão,
Rua Francisco
Martiniano e Rua
Flora b. Sandoval
106 5 1997
Jardim
Califórnia
Invasão de água em
residências
Rua Oscar Lousada 9 8 2001
Jardim Santa
Bárbara
Invasão de água em
residências
Várias ruas do
bairro
43 20 1999
Jardim Redentor
Vila S Teresinha
Inundações nas ruas e
residências na parte
inferior da bacia, pela
ineficiência de galerias
R. Joaquim Cândido
Guilhobel e R José
Maria Jacyntho
Rebello
105 4 1996
A Figura 36 até a Figura 41 ilustram fatos sobre enchentes em Franca.
Figura 36: Rua Delcides Pressoto, onde após chuvas ocorrem acúmulo de
até um metro de água, Vila Santo Antônio, Franca, 2002
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 65
Figura 37: Cruzamento das ruas Martiniano F. Andrade e Flora B.
Sandoval, Parque Santa Adélia, Franca, 1997
Figura 38: Cruzamento das ruas Martiniano F. Andrade e Flora B.
Sandoval, Parque Santa Adélia, Franca, 1997
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 66
Figura 39: Local onde ocorrem inundações na Rua Oscar Lousada, Jardim
Califórnia, Franca, 2003
Figura 40: Emissário de galeria localizado no final da Avenida Fernando
Simões destruído após chuvas, Jardim Santa Bárbara, Franca, 1999
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 67
Figura 41: Danos causados em residências pela invasão de águas
provenientes de áreas a montante, Jardim Santa Bárbara, Franca, 2000
Tabela 21 - Escorregamento e solapamentos de encostas junto a
córregos em Franca.
Caso Região Área (ha) Declividade média (%) Data
Pq. Vicente Leporace oeste 25 6 2001
Jardim Brasilândia leste 59 20 1999
Jardim Portinari oeste 22 15 1994
Residencial Moreira Junior oeste 10 10 1999
A Figura 42 ilustra situação após a ocorrência de escorregamento de encosta e a
Figura 43 a canalização do córrego para contenção da encosta, na Rua São João
Del Rey, Jardim Brasilândia, Franca, 2000.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 68
Figura 42: Deslizamento de encosta junto a Rua São João Del Rey,
Jardim Brasilândia, Franca, 1999
Figura 43: Canalização de córrego junto a Rua São João Del Rey, Jardim
Brasilândia, Franca, 2000
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 69
A Figura 44 ilustra a encosta após o escorregamento de terra e a Figura 45 até a
Figura 46 as obras de recuperação da área.
Figura 44: Esquina das ruas Walter Barbosa e Clotilde Salmazo horas
após o escorregamento, Residencial Moreira Junior, Franca, 1999
Figura 45: Avenida Marginal durante a obra de troca de solo, remoção de
turfa, execução de rede de galeria pluviais e reforço com pedra bruta,
Residencial Moreira Junior, Franca, 2001
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 70
Figura 46: Avenida marginal durante a execução do aterro sobre o
reforço de pedra bruta, Residencial Moreira Junior, Franca, 2001
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 71
4 Simulação de movimento de água em
sarjetas, bocas de lobo e galerias pluviais
Nas vias urbanas, a galeria pluvial participa de uma seqüência de ações para
conduzir e controlar o movimento de água de chuva, que se inicia na condução
pelas sarjetas, complementa-se pela captação nas bocas de lobo, e, por fim o
próprio fluxo pela galeria.
Simular movimento de água em galerias pluviais já em funcionamento poderia,
por exemplo, ser efetuado com uso de:
a) Análise de dados obtidos por observação em campo durante as chuvas;
b) Simulação em laboratório;
c) Simulação prática e teórica.
É raro encontrar dados confiáveis, e em volume suficiente que permita a
avaliação adequada e conclusiva sobre o funcionamento de galerias. A simulação
em laboratório exige a confecção de modelos físicos, demorados e caros, e que
impõem uma grande demanda de conhecimento teórico e uso de hipóteses que
dificultam a obtenção de resultados práticos de utilidade para as cidades.
Em PALMA (2000) se mostrou que classificar variáveis cujas medidas qualificam
relações entre movimento de água de chuva e a seção transversal de
equipamentos para drenar pode qualificar a condução e controle do fluxo de
água nas rodovias. Isto se dá porque estudar a capacidade de cada elemento
isolado pode facilitar o entendimento da seqüência de solicitações dos
equipamentos para drenar.
Mas, obter variáveis para expressar o comportamento e desempenho de galerias
pluviais pode ser uma questão cuja resposta implique em entender a dinâmica
do potencial de seus componentes em atender à solicitação que a água de chuva
provoca no conjunto de canais, condutos e acessórios de condução e controle de
movimento de água. Importante observar que o funcionamento das galerias é
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 72
estritamente ligado à eficiência que sarjetas e bocas de lobo têm no processo de
drenagem.
As teorias associadas aos estudos do movimento de água nos equipamentos de
drenagem, expostas no capítulo 2, facilitam estimativas e classificações para as
relações entre as variáveis que interferem no movimento de água nas galerias.
O que se expôs pode levar a uma lista de variáveis a estudar que, no mínimo,
além das características físicas, de construção e de erosão de materiais conteria:
a) Área da bacia de drenagem (A);
b) Período de retorno (Tr);
c) Tempo de concentração (tc);
d) Intensidade de chuva (i);
e) Coeficiente de escoamento superficial (C);
f) Vazão que escoa na sarjeta (Qo);
g) Declividade longitudinal da rua (ir);
h) Coeficiente de rugosidade da sarjeta (
g
n );
i) Profundidade de lâmina de água na sarjeta (yo);
j) Profundidade de lâmina de água máxima na sarjeta (yomáx);
k) Velocidade de escoamento na sarjeta (Vo);
l) Velocidade máxima de escoamento na sarjeta (Vomáx);
m) Vazão total esgotada pela boca de lobo (Qb);
n) Vazão não captada pela boca de lobo (q)
o) Vazão no conduto (Qc);
p) Coeficiente de rugosidade do conduto (
c
n );
q) Profundidade de lâmina de água no conduto (yc);
r) Declividade longitudinal do conduto (ic);
s) Diâmetro do conduto (D);
t) Velocidade de escoamento no conduto (Vc);
u) Velocidade máxima de escoamento no conduto (Vcmáx).
O número de variáveis envolvido é grande, e isto dificulta visualizar as
ocorrências que qualificam a captação e a condução de água de chuva. O que se
expôs em PALMA (2000) e FREITAS (2000) sugerem rotinas que facilitam
identificar o comportamento de equipamentos para drenar vias e classificar itens
sobre a eficiência do elemento a verificar, procedimentos que podem ser
adaptados e usados para avaliar galerias pluviais. As rotinas expostas a seguir
usaram os processos expostos por aqueles autores.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 73
Por isto, para atingir o objetivo fixado para este trabalho optou-se por
desenvolver um processo de simulação prática e teórica adotando-se a seguinte
rotina:
a) Escolher um conjunto reduzido de variáveis e identificar índices de
desempenho de galerias pluviais;
b) Adotar um conjunto de conceitos teóricos e hipóteses para conduzir a
estimativa teórica de parâmetros que descrevessem o conjunto reduzido
de variáveis;
c) Avaliar o desempenho de galerias em regiões da cidade de Franca, cuja
época de projeto e construção seja antes de 1997, e em separado, depois
de 1997, adotando a estimativa de vazões solicitantes decorrentes de
uma intensidade de chuva de projeto teórica.
4.1 Redução de número de variáveis e escolha de
índices de desempenho de equipamentos de
drenagem
Para desenvolver um processo de simulação e obter índices de desempenho de
galerias pluviais recorreu-se inicialmente à técnica do Oráculo de Delfos para
reduzir o número de variáveis adotadas nas teorias expostas no capítulo 2. Para
isto:
a) Durante o ano de 2001 conduziram-se painéis com dezoito técnicos
envolvidos em projetos e obras de galerias pluviais urbanas nas cidades
de Franca, Ribeirão Preto, Batatais, Rifaina, Altinópolis e Pedregulho;
b) Em cada painel, expunha-se aos participantes pelo menos um motivador
(filme, teorias, acidentes relatos em jornal, etc.), reafirmava-se o assunto
e a finalidade era obter um senso comum sobre quais variáveis
descreveriam o funcionamento das galerias pluviais no meio urbano. A
lista inicial de variáveis foi o ponto de partida para as entrevistas;
c) A questão central colocada foi “o que se deveria procurar explicar do
movimento de água para avaliar a galeria pluvial”;
d) As respostas fornecidas eram individuais e identificadas;
e) Depois de processados os resultados obtidos em diversos painéis, o
produto obtido foi assunto de outras entrevistas (pelo menos em três
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 74
ciclos com cada entrevistado). A cada entrevistado se reafirmava a
questão central, e se solicitou verificar se este mantinha ou modificava a
suas respostas anteriores.
As respostas obtidas inicialmente repetiram a lista de variáveis, mas após dois
ciclos de retorno do conjunto de respostas houve um início de mudança de
direção: convergiu-se para a afirmativa de que, na microdrenagem, as relações
da altura de fluxo com o movimento de água deveriam ser sugeridas como os
principais qualificadores do uso de equipamentos para drenar. E, o conjunto de
variáveis a se adotar para estudar relações e avaliar galerias pluviais poderia se
resumir ao exposto na Tabela 22.
Tabela 22: Variáveis selecionadas para qualificar galerias pluviais em
painéis onde participaram 18 técnicos de Franca, Ribeirão Preto,
Batatais, Rifaina, Altinópolis e Pedregulho, em 2001
Variável Descrição
Qo Vazão que escoa na sarjeta
yo Profundidade de lâmina de água na sarjeta
yomáx Profundidade de lâmina de água máxima na sarjeta
Vo Velocidade de escoamento na sarjeta
Vomáx Velocidade máxima de escoamento na sarjeta
Qb Vazão total esgotada pela boca de lobo
q Vazão não captada pela boca de lobo
yc Profundidade de lâmina de água no conduto
D Diâmetro do conduto
Vc Velocidade de escoamento no conduto
Vcmáx Velocidade máxima de escoamento no conduto
Mas, a simples estimativa de valores de variáveis não caracterizaria o
funcionamento das galerias. Por isto, para avaliar o potencial de uso do conjunto
reduzido de variáveis submeteram-se, usando a técnica do Oráculo de Delfos,
em outubro de 2004, o conjunto de variáveis que se pretendia adotar à
discussão com nove técnicos das cidades de Franca e Ribeirão Preto.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 75
Adotando as variáveis apresentadas na Tabela 22 para avaliar galerias pluviais,
agora as questões centrais foram:
a) Quais parâmetros lhes deveríamos associar para obter índices que
caracterizariam o desempenho de sarjetas, bocas de lobo e as próprias
galerias?”;
b) Quais índices de desempenho se lhes poderia associar?”;
c) Quais ocorrências seriam classificáveis?”
Após três ciclos, os resultados convergiram para o que expõe a Tabela 23.
Tabela 23: Índices de desempenho e ocorrências classificáveis na
avaliação de galerias pluviais
Equipamento
Variável de
caracterização
Parâmetros
associados
Índice de
desempenho
Ocorrências
classificáveis
Aproveitamento da
capacidade
yo yo/yomáx
Profundidade de lâmina
de água e uso da seção
Superar a
capacidade da
sarjeta
yo yo/yomáx
Extravasamento, quando a
profundidade de lâmina de
água for maior que a
altura da sarjeta
Sarjeta
Velocidade máxima Vo Vo/Vomáx
Predisposição a erosão e
ocorrência de regime de
fluxo supercrítico
Aproveitamento da
capacidade
Qb, Qo Qb/Qo
Estabilidade e adequação
das entradas de bocas de
lobo
Boca de lobo
Contribuição para
incremento de
vazão à jusante
Qo, q q/Qo
Passagem de água direta
pela boca de lobo, que
solicitará a sarjeta à
jusante
Aproveitamento da
capacidade
yc, D yc/D
Ocorrência de regime de
fluxo supercrítico,
possibilidade de retorno
de água pelas bocas de
lobo e acessórios, etc.
Galerias
pluviais
Velocidade máxima Vc Vc/Vcmáx
Predisposição a erosão e
ocorrência de regime de
fluxo supercrítico
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 76
4.2 Simulação de vazões solicitantes, hipóteses,
critérios e dados para estimar características de
movimento de água
Os conjuntos de conceitos teóricos adotados estão relatados nos capítulo 2.
A principal hipótese adotada para conduzir a estimativa teórica dos parâmetros
que descrevessem o conjunto de variáveis reduzido (Tabela 23) foi que,
adotando a estimativa de vazões solicitantes decorrentes de uma intensidade de
chuva de projeto teórica, seria possível estimar os índices de desempenho de
sarjetas, bocas de lobo e galerias usando para isto:
a) As teorias expostas no capítulo 2;
b) Medidas físicas sobre os componentes da drenagem, em campo. Em
particular, plantas e outros dados usados em projetos, e plantas
cadastrais de galerias existentes obtidos junto à Prefeitura Municipal de
Franca e EMDEF – Empresa Municipal para o Desenvolvimento de Franca;
c) Localização dos equipamentos para drenar, cotas topográficas,
declividades de guias e sarjetas, diâmetros e declividades de condutos,
tipos de bocas de lobo e outros componentes obtidos por levantamento
direto em campo;
d) Processamento dos dados para obter índices que orientariam a avaliação
das galerias.
A Tabela 24 resume as principais hipóteses e critérios de estimativas, expostos
no capítulo 2, e resultados da adoção de dados para estimativas de hidrologia e
de vazões solicitantes dos equipamentos de drenagem estudados.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 77
Tabela 24 - Principais hipóteses e critérios de estimativas e resultados
da adoção de dados para estimativas de hidrologia e de vazões
solicitantes
Tempo de recorrência Tr = 5 anos (Tabela 10)
Tempo de concentração
60
1
=
=
i
i
n
i
v
l
tc
,
n
SR
v
i
50,0)3/2(
=
onde:
tc: tempo de concentração em s;
:
i
v velocidade no segmento i em m/s;
:
i
l distância de escoamento no segmento i em m;
R: raio hidráulico em m;
S: declividade em m/m;
N: coeficiente de rugosidade do material adimensional.
Intensidade de chuva
756,0
158,0
)5,33(
1865
tc
Tr
i
+
=
, onde:
i: intensidade de chuva em mm/hora;
Tr: tempo de recorrência em anos;
tc: tempo de concentração em minutos.
Fator de freqüência Cf = 1,0 (Tabela 4)
Coeficiente de escoamento superficial
C = 0,65 para áreas urbanizadas;
C = 0,30 para áreas não urbanizadas (Tabela 5)
Vazão solicitante
360
** CfAiC
Q
=
Q: vazão estimada na seção de controle em m
3
/s;
C: coeficiente de escoamento superficial;
i: intensidade de chuva em mm/hora;
A: área da bacia de drenagem em hectares;
Cf: fator de freqüência.
O processo de simulação para estimar as características de movimento água é
feito de montante para jusante e admite a Lei da Continuidade. Isto implica que
atingida a capacidade de um segmento de galeria, as vazões captadas seriam
limitadas pela capacidade dos segmentos à jusante. Não se admite a hipótese de
ocorrência de refluxo em bocas de lobo e poços de visita (fuga de água) e
entrada de água por drenos de alívio.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 78
A Tabela 25 resume as principais hipóteses e critérios de estimativas e
resultados da adoção de dados para estimativas de características de fluxo nas
galerias pluviais.
Tabela 25 - Hipóteses e critérios de estimativas e resultados da adoção
de dados para estimativas de características de fluxo nas galerias
Coeficiente de rugosidade
c
n = 0,013 (Tabela 14)
Velocidade máxima Vcmáx = 5,0 m/s
Velocidade de escoamento
c
n
icR
Vc
2
1
3
2
=
, onde:
Vc: velocidade de escoamento no conduto em m
/s;
R: raio hidráulico em m;
ic:declividade longitudinal do conduto em m/m;
c
n : coeficiente de rugosidade do conduto adimensional.
A Tabela 26 resume as principais hipóteses e critérios de estimativas e
resultados da adoção de dados para estimativas de características de fluxo nas
sarjetas.
Tabela 26 - Hipóteses e critérios de estimativas e resultados da adoção
de dados para estimativas de características de fluxo nas sarjetas
Profundidade de lâmina de água
8
3
4/1
*
*
*
1
*445,1
=
riZ
nQo
Z
y
g
o
, Z= otg
θ
, onde:
yo: profundidade da lâmina de água na sarjeta em m;
Qo: vazão que escoa na sarjeta em m
3
/s;
g
n : coeficiente de rugosidade de Manning relativo ao material;
de superfície da sarjeta (adimensional);
ir: declividade longitudinal da rua em m/m;
:o
θ
ângulo formado entre o plano da sarjeta e o vertical.
Velocidade de escoamento
4
3
4
1
**958,0
=
g
n
ri
Z
Qo
Vo
, onde:
Vo: velocidade de escoamento na sarjeta em m/s.
Coeficiente de rugosidade
g
n
= 0,016 (Tabela 11)
Tangente de o
θ
otg
θ
= 20
Velocidade máxima na sarjeta Vomáx = 3 m/s
A Tabela 27 e a Tabela 28 resumem as principais hipóteses e critérios de
estimativas e adoção de dados para avaliação de características de fluxo nas
bocas de lobo.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 79
Tabela 27 - Hipóteses e critérios de estimativas e resultados da adoção
de dados para estimativas de características de fluxo nas bocas de lobo
[CETESB (1986)]
Bocas de lobo simples sem depressão em ponto intermediário de sarjeta
Aceleração da gravidade g = 9,8 m/s
2
Comprimento da boca de lobo L = 1,0 m
Coeficiente K = 0,23 (Tabela 13)
Vazão esgotada
yogyoKLQb ****=
, onde:
Qb: vazão total esgotada pela boca de lobo em m
3
/s;
yo: profundidade da lâmina de água na sarjeta em m;
g: aceleração da gravidade 9,8 m/s
2
;
L: comprimento da abertura da boca de lobo em m;
K: função de
otg
θ
(Tabela 13)
Bocas de lobo com grelha e depressão em ponto intermediário da sarjeta
Tangente de '
θ
'
θ
tg = 33,3
Tangente de
θ
θ
tg = 4,8
Aceleração da gravidade g = 9,8 m/s
2
Largura da grelha W = 0,7 m
Comprimento da grelha L = 0,8 m
Configuração da grelha m = 3,3 (Tabela 12)
Altura da depressão a = 0,13 m
Vazão não captada
()
2
2
2
5,1
1*´*)´(*25,0
+=
Lo
L
QoygLLq
, onde:
5,0
'
'***2,1'
=
g
y
tgVoL
θ
;
=
θ
tg
W
yoy'
;
5,0
**
=
g
yo
VomLo
q: vazão não captada pela boca de lobo em m
3
/s;
Vo: velocidade de escoamento na sarjeta em m/s;
yo: profundidade da lâmina de água na sarjeta em m;
y’: profundidade da lamina de água na boca de lobo em m;
:'
θ
ângulo formado entre o plano da superfície do pavimento e o
plano vertical;
:
θ
ângulo formado entre o plano de depressão da sarjeta e o plano
vertical;
Lo: comprimento da grelha necessário para captar toda água que
escoa na sarjeta na faixa de sua largura em m;
L’: comprimento mínimo da grelha para captar toda água da sarjeta
em m;
Qo: vazão que escoa na sarjeta em m
3
/s.
Vazão esgotada
qQoQb
=
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 80
Tabela 28 - Hipóteses e critérios de estimativas e resultados da adoção
de dados para estimativas de características de fluxo nas bocas de lobo
com grelha em ponto baixo da sarjeta [CETESB (1986)]
Vazão total esgotada pela boca de lobo
myoyopQb 12,0 se ,*655,1*
5,1
<= , ou,
myoyoAuQb 42,0 se ,*91,2*
5,0
>= , onde:
Qb: vazão total esgotada pela boca de lobo em m
3
/s;
p: perímetro da abertura da grelha em m;
yo: profundidade da lâmina de água da sarjeta em m;
Au: área útil das aberturas da grelha em m
2
Perímetro da abertura da grelha p = 2,2 m
Para avaliarmos os índices de desempenho obtidos, recorremos aos limites
teóricos recomendados no capítulo 2. E, em particular ao exposto no item 2.4.
Tabela 29: Avaliação dos índices de desempenho
Elemento
Variável de
caracterização
Índices de
desempenho
Conseqüências
yo/yomáx<0,5 Mau aproveitamento
0,5<yo/yomáx<1,0 Bom aproveitamento
Aproveitamento
da capacidade
yo/yomáx>1,0
Maior manutenção
yo/yomáx>1,0
Respingos, extravasamento
Superar a
capacidade da
sarjeta
yo/yomáx<1,0
Fluxo normal
Vo/Vomáx>1,0
Maior manutenção, menor vida útil
Sarjeta
Velocidade
máxima
Vo/Vomáx<1,0
Menor manutenção
Qb/Qo<0,5
Mau aproveitamento
Aproveitamento
da capacidade
0,5<Qb/Qo<1,0
Bom aproveitamento
q/Qo>0,1
Maior solicitação de sarjeta a jusante
Boca de
lobo
Contribuição
para
incremento de
vazão à jusante
q/Qo<0,1
Compatível com sarjetas
yc/D<0,5
Mau aproveitamento
Aproveitamento
da capacidade
0,5<yc/D<0,9
Bom aproveitamento
Vc/Vcmáx>1,0
Maior manutenção
Galeria
pluvial
Velocidade
máxima
Vc/Vcmáx<1,0
Maior vida útil
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 81
4.3 Processamento de dados para obter índices que
orientariam a avaliação de equipamentos de
drenagem
Processar dados para simular o funcionamento de equipamentos de drenagem é
atividade que contém pelo menos:
a) Obter modelos que representem o terreno a drenar;
b) Descrever e representar fisicamente as sub-bacias que contribuirão para
a vazão;
c) Descrever e representar os perfis longitudinais e transversais das bacias e
dos equipamentos de drenagem;
d) Estimar as variáveis da hidrologia que permitam a estimativa de vazões;
e) Com os dados fornecidos pela hidrologia estimar as características
hidráulicas do movimento de água pelos equipamentos de drenagem;
f) Para as galerias pluviais e bocas de lobo é necessário, muitas vezes, usar
conceitos da hidráulica que expressam o fluxo em tubos e orifícios.
O aperfeiçoamento de métodos para cálculos e manuseio de hipóteses que a
prática impõe ao uso das teorias expostas nos capítulo 2 levou ao
desenvolvimento de programas de computador que auxiliam e tornam muito
mais rápido e confiável obter as estimativas sobre o movimento de água nos
equipamentos de drenagem. Destacar-se-iam: HAESTAD (2002) e AUTODESK
(2004).
A escolha entre HAESTAD (2002) e AUTODESK (2004) foi decisão tomada a
partir de comparar as capacidades de modelagem digital de terrenos e redes
pluviais relatadas em AUTODESK (1998): o que ali se publicou indicou
claramente que HAESTAD (2002) manuseava modelos apenas teóricos das redes
pluviais sem correspondência com os modelos que representavam a topografia
dos terrenos e das redes.
Obter modelos digitais de terrenos usando AUTODESK (2004) é um conjunto de
operações descritos no capítulo 1, Using the Grading Commands, de AUTODESK
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 82
(1998). Ali se descreve como se usar dados como pontos, linhas, cotas e
referências para modelar superfícies que representem um terreno.
Sobre terrenos e a drenagem existente há duas possibilidades:
a) Usar dados já digitalizados – isto é possível quando já existam dados de
levantamentos cuja apresentação já está em forma digital, com
referências conhecidas e coincidentes;
b) Transferir e compatibilizar referências digitais de origens em modelos
diferentes.
Para exemplificar, em Franca:
a) Os dados sobre terrenos e redes de drenagem posteriores a 1997 podem
ser cadastrados diretamente na base de dados digital da cidade. As
plantas topográficas mais recentes são digitais, mas, mesmo assim,
foram feitas visitas a campo para verificar a veracidade dos dados em
planta e informações complementares;
b) Os dados sobre terrenos e redes de drenagem anteriores a 1997 foram
obtidos em campo antes de serem cadastrados em base de dados digital.
As plantas existentes em papel eram insuficientes e necessitavam
complementação. Nestes casos, além das visitas a campo para verificação
dos equipamentos existentes, foram executados levantamentos
topográficos com estação total, para obter representação do terreno e
cadastro dos equipamentos para drenar existentes. Estes trabalhos foram
executados por equipe topográfica pertencente ao quadro permanente da
EMDEF.
Usando AUTODESK (2004) a delimitação de bacias se dá com o módulo descrito
no capítulo 2 de AUTODESK (1998), Creating Ponds. As operações se restringem
a delimitar por tentativas as bacias de drenagem, ou verificar a área contribuinte
para cada equipamento de drenagem. A Figura 47 ilustra um conjunto de bacias
em uma região de cidade.
A demarcação física de componentes de redes de drenagem, características de
vias e seções transversais podem ser efetuadas com auxílio de módulos contidos
em AUTODESK (2004) para manuseio de alinhamentos, perfis longitudinais e
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 83
seções transversais (descritos no capítulo 3, Working with Profiles and Vertical
Alignments, e capítulo 4, Working with Cross Sections de AUTODESK, 1998).
Figura 47: Exemplo de delimitação de bacias de contribuição e
representação gráfica de equipamentos para drenar
Nos projetos de drenagem urbana, os pontos de controle para estimativa de
vazões mais usuais são as bocas de lobo. AUTODESK (2004) é eficiente em
estimativas de vazões solicitantes vinculadas a bacia que contribui para uma
dada boca de lobo usando o Método Racional. As estimativas de variáveis
Hidrologicas são acessíveis usando um módulo, Hidrology, associado ao Creating
Ponds, que contém as rotinas para estimativas de vazão.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 84
O módulo Hidrology é descrito no capítulo 5 de AUTODESK (1998), Working with
Hydrology Commands. Basicamente, este módulo estima dados sobre o
escoamento superficial de bacias para fornecer dados de dimensionamento de
equipamentos de drenagem. A janela de acesso a este módulo está ilustrada na
Figura 48.
Figura 48: Método Racional em AUTODESK (2004)
Associados ao módulo Hydrology, AUTODESK (2004) contém anexas rotinas de
estimativa publicadas pelo United States Department of Agriculture (USDA,
1986), Urban Hidrology for Small Watersheds - TR55, designado por TR55
(USDA, 1986). É o uso do potencial do TR55 que fornece a AUTODESK (2004) a
capacidade para manusear dados de controle do movimento de água em bacias
do tipo urbana, facilitando a obtenção de volumes, vazões de pico, hidrógrafas, e
dado sobre o movimento de águas nos equipamentos de drenagem.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 85
O movimento de água nas galerias é estudado com uso do módulo Design Pipe
Run, descrito no capítulo 6, Working with Pipes, de AUTDESK (1998). Durante
projetos, este módulo facilita simulações que incluem a escolha da localização de
galerias.
Para o uso neste trabalho, as galerias já existiam e a simulação se restrige aos
dados topográficos, características de galerias e dados sobre superfície de
materiais já encontrados no campo.
As janelas de diálogos apresentadas na Figura 49 e na Figura 50 ilustram a
entrada e saída durante o processamento de informações para obtenção de
dados sobre o funcionamento de galerias pluviais.
Figura 49: Entrada de dados para estudos sobre galerias pluviais
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 86
Figura 50: Resultado de processamento de dados sobre galerias pluviais
Processados os dados para obter as características do movimento de água em
galerias, resta exportá-los para obter as variáveis hidráulicas de sarjetas e bocas
de lobo. Adotou-se a planilha eletrônica MICROSOFT Excel 2003 (MICROSOFT,
2003) para finalizar está parcela de obtenção de índices para avaliar sarjetas e
bocas de lobo.
As planilhas desenvolvidas receberam por exportação de AUTODESK (2004)
dados como topografia, vazões, e etc. E, a complementação de estimativas de
índices foi efetuada com os roteiros expostos nas tabelas mostradas no item 4.2.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 87
5 Estudo de casos
Para avaliar o desempenho de galerias em regiões da cidade de Franca, cuja
época de projeto e construção seja antes de 1997, época da aplicação do
Decreto Municipal 7419 de 11 de agosto de 1997, foram selecionados os
seguintes locais: Parque Vicente Leporace, Vila Santo Antônio e Jardim Redentor.
Contribuíram para a seleção destes casos os fatos:
a) Bacias com alto índice de urbanização;
b) Existência de relatos de acidentes atribuídos à incapacidade de
equipamentos para drenar em captar e conduzir águas pluviais;
c) Alto índice de descontentamento e reclamações de moradores destes
locais;
d) Projetos e obras executados sem um padrão fixado pela Prefeitura de
Franca. A maior parte das obras nem mesmo teve documentado um
critério de projeto claro e definido.
E, em separado, para galerias cuja época de projeto e construção seja depois de
1997, estudaram-se os bairros: Jardim Vera Cruz II, Jardim Luiza e Parque
Universitário.
Contribuíram para a seleção destes casos os fatos:
a) As galerias operam há pelo menos quatro anos;
b) Não ocorreram ainda relatos de acidentes atribuídos à incapacidade de
equipamentos para drenar em captar e conduzir águas de chuva;
c) São projetos e obras em conformidade com as normas atuais para
elaboração e construção de galerias pluviais da Prefeitura Municipal de
Franca (decreto 7419, 1997);
A Figura 51 e a Figura 52 mostram a localização das bacias avaliadas no mapa
do Município de Franca.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 88
LUIZA
VERA CRUZ
LEPORACE
REDENTOR
N.S.CARMO
Figura 51: Localização das bacias avaliadas na planta da cidade de
Franca – folha 1 (sem escala)
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 89
UNIVERSITÁRIO
Figura 52: Localização das bacias avaliadas na planta da cidade de
Franca – folha 2 (sem escala)
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 90
Os itens que seguem descrevem as regiões avaliadas.
a) Jardim Vera Cruz II é loteamento residencial do oeste de Franca. Tem boa
infra-estrutura e alta taxa de ocupação de lotes. A área da bacia de
contribuição é de 30ha, com declividade média de 4%. A rede de galerias
opera desde 2001. Não constam relatos de moradores sobre problemas de
drenagem.
b) Jardim Luiza é loteamento residencial do oeste de Franca. Boa infra-estrutura
e alta taxa de ocupação de lotes. A área da bacia de contribuição é de
78,9ha, e a declividade média de 7%. A rede de galerias opera desde 2001.
Não constam relatos de moradores sobre problemas de drenagem.
c) Parque Universitário é loteamento residencial do no sul de Franca. Boa infra-
estrutura e alta taxa de ocupação de lotes. A área da bacia de contribuição é
de 21,5ha, e a declividade média de 4%. A rede de galerias opera desde
2001. Não constam relatos de moradores sobre problemas relacionados à
drenagem.
d) Parque Vicente Leporace é bairro residencial do oeste de Franca. Infra-
estrutura instalada, alto índice de ocupação de lotes, bacia de drenagem com
área de 25,0ha, declividade média entre 5 e 12%. Há relatos de problemas
de drenagem que podem ser resumidos a:
d.1. Transbordamento de água durante chuvas intensas;
d.2. Invasão de residências causada pela aparente baixa capacidade
de captação de bocas de lobo e baixa capacidade de galerias;
d.3. Instabilidade e desabamento de extremos de galerias junto ao
córrego de jusante causada pelo excesso de escoamento
superficial não captado de áreas a montante;
d.4. Rebaixamento da calha fluvial e solapamento de margens de
Córrego;
d.5. Em dois dos emissários, ocorreram erosões, que em curto prazo
poderão atingir casas das imediações (Figura 53 a Figura 55).
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 91
Figura 53: Erosão no final da Rua Júlio Batista, Parque Vicente Leporace,
Franca, 2002
Figura 54: Emissários entre as Ruas Vanderlei Manccine e Júlio Batista e
córrego à esquerda, Parque Vicente Leporace, Franca, 2002
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 92
Figura 55: Erosão no final da Rua Tarcisio Antonio de Oliveira, Parque
Vicente Leporace, Franca, 2004
e) Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e Vila Nossa Senhora das
Graças são bairros residenciais, localizados na região central de Franca, com
toda a infra-estrutura instalada e alta taxa de ocupação de lotes. A bacia de
drenagem tem área de 30,0ha, declividade média de 6,0%
Dentre os problemas de drenagem:
e.1. Nestas regiões há problemas crônicos de inundações de
residências próximas a pontos baixos das Ruas Descides Pressoto
e Renildo Valim de Melo (Figura 56 e Figura 57).
e.2. A incapacidade dos equipamentos de drenagem em captar e
conduzir as águas pluviais montante gera excesso de escoamento
superficial nas ruas durante chuvas intensas. Isto gera inundação
em residências e desabamentos de muros e casas (fato ocorrido
nas chuvas de 1997/1998).
e.3. Outro ponto crítico de invasão de águas das chuvas ocorre em
residências de uma travessa da Rua Major Mendonça.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 93
Figura 56: Rua Delcides Pressoto, onde chuvas freqüentes causam o
acúmulo de até um metro de água, Vila Santo Antônio, Franca, 2002
Figura 57: Rua Renildo Valin de Melo, onde chuvas freqüentes causam o
acúmulo de água, que somado ao fluxo da Rua Delcides Pressoto, causa
danos nas residências próximas, Vila Santo Antônio, Franca, 2002
f) Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha são loteamentos residenciais, do
norte de Franca, com infra-estrutura instalada e alta taxa de ocupação de
lotes. A bacia de drenagem tem área de 105ha, declividade média de 3,5%.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 94
Dentre os comentários sobre drenagem:
f.1) Desde 1993 há inundações nas ruas Joaquim Cândido Guilhobel e José
Maria Jacyntho Rebello causando danos em imóveis localizados na
parte inferior da bacia, o que pode ser atribuído à contribuição de
áreas a montante, agravada pela baixa eficiência dos equipamentos
de drenagem existentes.
f.2) Em 1998 foi executado projeto de ampliação das redes existentes. Em
1999 foi executada pela Prefeitura Municipal de Franca a ampliação
das redes da Rua Joaquim Cândido Guilhobel e Drauzio MMDC (Figura
58 e Figura 59). Porém durante chuvas intensas ainda ocorrem
invasões em imóveis localizados em outras ruas destes bairros.
Figura 58: Construção das redes de galerias na rua Drauzio MMDC,
Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha, Franca, 1999
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 95
Figura 59: Dissipador construído no final da Rua J. Rebello,
Vila Santa Teresinha, Franca, 2002
A Tabela 30 resume a quantidade de equipamentos de drenagem observados:
a) Dos casos selecionados projetados e colocados em operação após 1997,
foram avaliados 206 conjuntos de guias, sarjetas e bocas de lobo, e 82
segmentos de galerias pluviais (Jardim Vera Cruz II, Jardim Luiza e
Parque Universitário).
b) Para os casos projetados anteriores a 1997 avaliados um total de 231
conjuntos de guias, sarjetas e bocas de lobo, e 87 segmentos de galerias
pluviais.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 96
Tabela 30: Número de equipamentos de drenagem no estudo de caso.
Local
Guias/Sarjetas e
Bocas de Lobo
Galerias
Pluviais
Jardim Vera Cruz II 43 17
Jardim Luiza 123 50
Parque Universitário 40 15
Total para os casos de depois de 1997 206 82
Parque Vicente Leporace 57 24
Vila Santo Antonio,
Vila Nossa Senhora do Carmo
Vila Nossa Senhora das Graças
67 29
Jardim Redentor
Vila Santa Terezinha
107 34
Total para os casos de antes de 1997 231 87
Total 437 169
5.1 Resultados simulação e estimativa de índices de
desempenho
A seguir são detalhados os segmentos observados, com indicação das redes,
poços de visita e bocas de lobo, e os índices de desempenho obtidos por
simulação.
5.1.1 Jardim Vera Cruz II
A drenagem superficial deste bairro é dividida em sete segmentos interligados e
numerados de 6 a 12, com único ponto de lançamento em córrego a jusante e
emissário, com diâmetros entre 600 mm e 1200 mm, conforme ilustrado na
Figura 60 e Figura 61.
A Tabela 31 até a Tabela 33 resumem a estimativa de índices para avaliar
galerias pluviais para os segmentos observados. Foram avaliados 43 segmentos
de sarjetas e bocas de lobo, e 17 galerias pluviais.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 97
Figura 60: Galerias do Jardim Vera Cruz II, redes 10 e 12
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 98
Figura 61: Galerias do Jardim Vera Cruz II, redes 6 a 9, e 11
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 99
Tabela 31: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das
redes 6 a 10, do Jardim Vera Cruz II
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
48
0,78
0,28
0,91
0,09
6 A-B
49
0,55
0,23
1,00
0,00
0,47
0,48
50
0,68
0,38
0,88
0,12
B-C
51
0,45
0,15
1,00
0,00
0,46
0,45
52
0,73
0,22
0,99
0,01
7
C-D
53
0,61
0,22
0,94
0,06
0,60
0,44
54
0,56
0,31
0,97
0,03
8 D-E
55
0,62
0,34
0,92
0,08
0,61
0,54
62
0,84
0,24
0,93
0,07
A-B
63
0,82
0,25
0,93
0,07
0,44
0,58
64
0,65
0,46
0,87
0,13
9
B-H
65
0,70
0,35
0,89
0,11
0,53
0,92
A-B 71
0,76
0,30
0,90
0,10
0,41
0,33
72
0,79
0,30
0,89
0,11
B-C
73
0,77
0,29
0,90
0,10
0,72
0,49
74
0,82
0,31
0,95
0,05
C-D
75
0,71
0,35
0,95
0,05
0,59
0,56
76
0,77
0,32
0,88
0,12
10
D-E
77
0,76
0,38
0,85
0,15
0,67
0,71
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 100
Tabela 32: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 11 do Jardim Vera Cruz II
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
56
0,54
0,47
0,92
0,08
57
0,56
0,49
0,94
0,06
58
0,68
0,24
0,89
0,11
F-G
59
0,52
0,20
0,91
0,09
0,66
0,74
G-H 61
0,39
0,60
0,99
0,01
0,64
0,52
66
0,57
0,67
0,87
0,13
67
0,66
0,51
0,85
0,15
68
0,49
0,60
0,91
0,09
H-I
70
0,57
0,49
0,90
0,10
0,63
0,75
80
0,62
0,54
0,86
0,14
81
0,42
0,69
0,98
0,02
82
0,43
0,71
0,96
0,04
J-K
83
0,53
0,48
0,89
0,11
0,71
1,09
84
0,46
0,32
0,97
0,03
85
0,44
0,66
0,95
0,05
86
0,46
0,71
0,94
0,06
87
0,41
0,24
1,00
0,00
11
K-L
88
0,64
0,38
0,95
0,05
0,70
0,90
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 101
Tabela 33: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 12 do Jardim Vera Cruz II
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
92
0,46
0,70
0,95
0,05
93
0,50
0,75
0,92
0,08
A-B
94
0,59
0,53
0,88
0,12
0,55
0,64
89
0,44
0,74
0,91
0,09
90
0,47
0,78
0,90
0,10
12
B-K
91
0,50
0,28
1,00
0,00
0,47
0,72
5.1.2 Jardim Luiza
A drenagem superficial deste bairro é dividida em quatro redes com bacias de
contribuições independentes e definidas isoladamente. A Figura 62 até a Figura
65 ilustram os segmentos avaliados.
A Tabela 34 até a Tabela 41 resumem a estimativa de índices para avaliar
galerias pluviais para os segmentos observados. Foram avaliados 123 segmentos
de sarjetas e bocas de lobo, e 50 galerias pluviais.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 102
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Figura 62: Galerias do Jardim Luiza, redes 1 a 8
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 103
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Figura 63: Galerias do Jardim Luiza, redes 40 a 43
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 104
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5
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2
7
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)
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2
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)
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2
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(
2
5
)
Figura 64: Galerias do Jardim Luiza, redes 30 a 33
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 105
R
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2
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)
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1
1
)
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1
2
)
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1
5
)
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(
1
4
)
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0
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6
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3
1
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A
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1
3
)
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(
2
6
)
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2
7
)
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2
8
)
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(
1
0
)
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(
9
)
Figura 65: Galerias do Jardim Luiza, redes 50 a 55
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 106
Tabela 34: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 1, 4 e 5 do Jardim Luiza
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
1A
0,73
0,81
0,75
0,25
1B
0,44
0,58
1,00
0,00
2A
0,87
0,62
0,71
0,29
1 A-B
2B
0,56
0,46
1,00
0,00
0,63
0,97
3
0,54
0,51
0,91
0,09
D-E
4
0,65
0,72
0,82
0,18
0,56
0,94
5
0,55
0,50
0,91
0,09
E-F
6
0,55
0,68
0,86
0,14
0,63
0,99
7
0,52
0,54
0,89
0,11
4
F-G
8
0,52
0,70
0,88
0,12
0,69
1,04
9
0,52
0,55
0,89
0,11
G-H
10
0,50
0,72
0,90
0,10
0,73
1,13
11
0,49
0,63
0,91
0,09
H-I
12
0,49
0,74
0,91
0,09
0,61
1,00
13
0,50
0,60
0,91
0,09
I-J
14
0,49
0,48
0,92
0,08
0,67
1,00
15
0,52
0,55
0,90
0,10
5
J-K
16
0,48
0,77
0,92
0,08
0,72
1,02
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 107
Tabela 35: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das
redes 6 a 8, 40 e 41 do Jardim Luiza
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
17
0,48
0,9
2
0,92
0,08
A1-B1
18
0,42
0,8
4
0,97
0,03
0,53
0,44
19
0,49
0,
7
5
0,91
0,09
B1-C1
20
0,43
0,69
0,97
0,03
0,70
0,59
21
0,46
0,
7
5
0,94
0,06
C1-D1
22
0,40
0,6
7
0,98
0,
0
2
0,73
0,79
D1-E1 23
0,43
0,
7
0
0,97
0,03
0,65
0,58
24
0,49
0,38
0,97
0,03
6
E1-F1
25
0,38
0,6
2
1,00
0,00
0,74
0,59
26
0,47
0,3
2
0,97
0,03
7 F1-K
27
0,33
0,5
7
1,00
0,00
0,57
0,88
28
0,45
0,
4
6
0,96
0,0
4
8 K-TER
29
0,48
0,
4
9
0,95
0,05
0,70
1,09
1
0,76
0,36
0,86
0,
14
A-B
2
0,50
0,
41
1,00
0,00
0,44
0,51
B-C 3
0,77
0,42
0,83
0,17
0,68
0,53
C-D 4
0,78
0,37
0,85
0,15
0,52
0,54
40
D-E 5
0,79
0,26
0,84
0,16
0,58
0,56
41 F-G 6
0,66
0,40
0,88
0,12
0,65
0,58
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 108
Tabela 36: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das
redes 30 e 33 do Jardim Luiza
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
1
0,58
0,45
0,87
0,13
2
0,43
0,91
1,00
0,00
A-B
3
0,41
0,88
0,98
0,02
0,49
0,66
4
0,31
0,23
1,00
0,00
5
0,42
0,89
0,98
0,02
B-C
6
0,41
0,86
0,99
0,01
0,72
0,69
7
0,31
0,23
1,00
0,00
8
0,47
0,71
0,93
0,07
9
0,45
0,69
0,95
0,05
C-D
10
0,48
0,32
0,96
0,04
0,76
0,99
11
0,36
0,30
1,00
0,00
12
0,45
0,70
0,94
0,06
30
D-E
13
0,43
0,70
0,96
0,04
0,74
0,70
33
0,68
0,28
0,95
0,05
33 M-TER
34
0,48
0,22
1,00
0,00
0,72
1,02
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 109
Tabela 37: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 42 do Jardim Luiza
Rede Segmento Referência
Sarjeta Boca de Lobo Galeria
1
0,76
0,25
0,85
0,15
2
0,69
0,24
0,89
0,11
3
0,43
0,67
0,96
0,04
K-L
4
0,43
0,65
0,97
0,03
0,64
0,52
5
0,45
0,20
0,97
0,03
6
0,48
0,58
0,93
0,07
L-M
7
0,46
0,57
0,94
0,06
0,81
0,63
8
0,47
0,68
0,93
0,07
9
0,46
0,18
0,96
0,03
M-N
10
0,45
0,66
0,95
0,05
0,68
0,59
11
0,42
0,21
0,98
0,02
12
0,52
0,58
0,89
0,11
13
0,50
0,57
0,91
0,09
N-J
14
0,59
0,26
0,91
0,09
0,78
0,68
14'
0,39
0,32
1,00
0,00
15
0,48
0,72
0,92
0,08
42
J-TER
16
0,46
0,71
0,94
0,06
0,65
1,02
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 110
Tabela 38: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 31 do Jardim Luiza
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
14
0,37
0,28
1,00
0,00
15
0,39
0,93
1,00
0,00
16
0,37
0,48
1,00
0,00
E-F
17
0,41
0,31
0,99
0,01
0,75
0,86
18
0,31
0,25
1,00
0,00
19
0,47
0,64
0,93
0,07
F-G
20
0,44
0,62
0,94
0,06
0,70
0,68
21
0,41
0,24
0,99
0,01
0,74
22
0,40
0,62
0,98
0,02
G-H
23
0,40
0,65
0,98
0,02
0,72
24
0,31
0,27
1,00
0,00
25
0,38
0,59
1,00
0,00
H-I
26
0,46
0,38
0,96
0,04
0,69
0,83
27
0,52
0,37
0,92
0,08
31
I-J
28
0,34
0,48
1,00
0,00
0,72
0,84
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 111
Tabela 39: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das
redes 32 e 50 do Jardim Luiza
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
J-K 29
0,59
0,30
0,90
0,10
0,65
0,99
K-L 30
0,44
0,44
0,97
0,03
0,66
1,00
31
0,41
0,56
0,99
0,01
32
L-M
32
0,47
0,61
0,95
0,05
0,70
1,01
1
0,26
0,29
1,00
0,00
2
0,48
0,73
1,00
0,00
A-B
3
0,47
0,71
0,93
0,07
0,42
0,58
4
0,33
0,27
1,00
0,00
5
0,48
0,73
0,91
0,09
B-C
6
0,47
0,70
0,93
0,07
0,76
0,58
7
0,38
0,31
1,00
0,00
8
0,48
0,73
0,92
0,08
9
0,46
0,71
0,94
0,06
C-D
10
0,51
0,38
0,96
0,04
0,78
0,92
11
0,42
0,24
0,98
0,02
12
0,48
0,73
0,91
0,09
50
D-E
13
0,45
0,71
0,94
0,06
0,81
0,66
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 112
Tabela 40: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 51 do Jardim Luiza
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
14
0,37
0,28
1,00
0,00
15
0,49
0,70
0,91
0,09
E-F
16
0,46
0,48
0,93
0,07
0,82
0,80
17
0,36
0,36
1,00
0,00
18
0,49
0,64
0,91
0,09
F-G
19
0,50
0,64
0,90
0,10
0,75
1,03
20
0,34
0,37
1,00
0,00
21
0,54
0,56
0,88
0,12
22
0,51
0,55
0,91
0,09
G-H
23
0,51
0,54
0,90
0,10
0,82
1,14
51
I-J 24
0,51
0,62
0,90
0,10
0,82
1,14
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 113
Tabela 41: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das
redes 52 a 55 do Jardim Luiza
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
25
0,58
0,52
0,85
0,15
52 J-K
26
0,46
0,44
0,96
0,04
0,68
1,01
28
0,71
0,90
0,80
0,20
29
0,49
0,71
0,88
0,12
53 N-O
30
0,47
0,67
0,93
0,07
0,48
1,00
31
0,44
0,65
0,97
0,03
54 O-M
32
0,45
0,49
0,96
0,04
0,61
0,96
27
0,63
0,54
0,86
0,14
33
0,48
0,76
0,93
0,07
34
0,46
0,50
1,00
0,00
55 M-TER
35
0,35
0,47
1,00
0,00
0,69
1,00
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 114
5.1.3 Parque Universitário
A drenagem superficial deste bairro é dividida em quatro redes interligadas em
emissário único com lançamento em córrego à jusante. A Figura 66 até a Figura
67 apresentam os trechos avaliados.
A Tabela 42 e a Tabela 43 resumem a estimativa de índices para avaliar galerias
pluviais para os segmentos observados. Foram avaliados 40 segmentos de guias
e sarjetas e bocas de lobo e 15 galerias pluviais.
Figura 66: Galerias do Parque Universitário, redes 1 , 2 e 4
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 115
Figura 67: Galerias do Parque Universitário, redes 2, 3 e 5
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 116
Tabela 42: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das
redes 1 e 2 do Parque Universitário
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
0,77
0,48
0,76
0,24
1B
0,46
0,34
0,97
0,03
2
0,70
0,28
0,85
0,15
A-B
3
0,63
0,41
0,84
0,16
0,56
0,73
4
0,65
0,53
0,85
0,15
B-C
5
0,69
0,45
0,85
0,15
0,70
0,90
6
0,73
0,68
0,83
0,17
7
0,59
0,56
0,88
0,12
C-D
8
0,56
0,64
0,89
0,11
0,60
0,87
9
0,68
0,76
0,84
0,16
1
D-E
10
0,42
0,39
0,99
0,01
0,64
0,93
13A
0,78
0,48
0,74
0,26
13B
0,49
0,47
0,93
0,07
A-B
14
0,51
0,25
0,91
0,09
0,43
0,81
15
0,49
0,51
0,93
0,07
B-C
16
0,66
0,25
0,89
0,11
0,52
0,91
17
0,54
0,57
0,87
0,13
18
0,77
0,32
0,88
0,12
C-D
19
0,72
0,31
0,83
0,17
0,49
0,97
2
D-G 20
0,46
0,51
0,98
0,02
0,51
0,96
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 117
Tabela 43: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das
redes 3 a 5 do Parque Universitário
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
21
0,74
0,38
0,86
0,14
22
0,63
0,53
0,86
0,14
A-B
23
0,81
0,46
0,85
0,15
0,61
0,75
24A
0,70
0,54
0,74
0,26
24B
0,44
0,37
0,98
0,02
B-C
25
0,58
0,61
0,87
0,13
0,48
0,91
26
0,64
0,55
0,85
0,15
27
0,61
0,53
0,87
0,13
C-D
28
0,52
0,48
0,90
0,10
0,62
0,95
29A
0,67
0,56
0,79
0,21
29B
0,38
0,38
1,00
0,00
D-E
30
0,58
0,55
0,88
0,12
0,52
0,93
31
0,54
0,60
0,90
0,10
32
0,47
0,54
0,95
0,05
33
0,54
0,48
0,91
0,09
3
E-I
34
0,43
0,43
0,96
0,04
0,62
0,93
11
0,57
0,46
0,90
0,10
4 E-F'
12
0,65
0,51
0,85
0,15
0,67
1,03
35
0,62
0,56
0,86
0,14
5 F'-G
36
0,51
0,50
0,93
0,07
0,68
0,77
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 118
5.1.4 Parque Vicente Leporace
A drenagem superficial deste bairro é dividida em três redes independentes com
lançamentos em córrego à jusante. A Figura 68 apresenta os trechos avaliados.
A Tabela 44 até a Tabela 46 resumem a estimativa de índices para avaliar
galerias pluviais para os segmentos observados. Foram avaliados 57 segmentos
de guias e sarjetas e bocas de lobo e 24 galerias pluviais.
Figura 68: Galeria do Parque Leporace, redes 1, 2 e 3
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 119
Tabela 44: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 1 do Parque Vicente Leporace
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
1
0,37
0,33
1,00
0,00
A-B
2
0,55
0,43
0,85
0,15
0,28
0,47
3
0,27
0,23
0,39
0,61
4
0,86
0,65
0,16
0,84
C-D
5
0,88
0,66
0,06
0,94
0,37
0,68
6
0,27
0,30
0,30
0,70
7
0,91
0,75
0,12
0,88
D-E
8
0,94
0,76
0,05
0,95
0,44
0,76
9
0,29
0,31
0,27
0,73
10
1,01
0,80
0,12
0,88
E-F
11
1,10
0,69
0,05
0,95
0,48
0,90
12
0,25
0,32
0,30
0,70
13
0,95
0,89
0,05
0,95
14
1,10
0,73
0,12
0,88
F-G
15
1,00
0,92
0,04
0,96
0,57
0,97
16
0,26
0,34
0,28
0,72
17
1,09
0,99
0,09
0,91
G-H
18
1,26
0,75
0,05
0,95
0,64
1,06
19
0,26
0,32
0,29
0,71
20
1,11
1,03
0,09
0,91
H-I
21
1,11
1,04
0,04
0,96
0,68
1,18
22
0,24
0,39
0,25
0,75
23
1,11
1,13
0,08
0,92
1
I-J
24
0,44
0,60
0,11
0,89
0,67
1,32
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 120
Tabela 45: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 3 do Parque Vicente Leporace
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
38
0,41
0,36
0,98
0,02
A-C
39
0,62
0,47
0,80
0,20
0,29
0,59
40
0,29
0,28
0,31
0,69
41
0,75
0,61
0,21
0,79
C-D
42
0,79
0,57
0,08
0,92
0,38
0,63
43
0,28
0,32
0,28
0,73
D-E
44
0,83
0,63
0,18
0,82
0,42
0,71
45
0,88
0,71
0,06
0,94
E-F
47
1,17
0,71
0,12
0,88
0,46
0,89
48
1,06
0,95
0,04
0,96
49
0,26
0,35
0,27
0,73
F-G
50
1,25
0,69
0,06
0,94
0,47
1,04
51
0,24
0,37
0,26
0,74
52
1,03
1,04
0,04
0,96
53
1,13
0,88
0,10
0,90
G-H
54
1,13
0,88
0,04
0,96
0,55
1,13
55
0,24
0,42
0,24
0,76
56
1,21
1,01
0,09
0,91
H-I
57
0,53
0,55
0,10
0,90
0,60
1,21
58
0,26
0,35
0,27
0,73
59
1,13
1,18
0,03
0,97
3
I-J
60
1,22
1,02
0,09
0,91
0,73
1,15
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 121
Tabela 46: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 2 do Parque Vicente Leporace
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
A-B 27
0,60
0,48
0,27
0,73
0,16
0,31
B-C 28
0,59
0,41
0,32
0,68
0,20
0,46
29
0,51
0,35
0,17
0,83
C-D
30
0,47
0,32
0,19
0,81
0,22
0,51
D-E 31
0,55
0,43
0,30
0,70
0,23
0,64
E-F 32
0,56
0,45
0,29
0,71
0,26
0,68
33
0,44
0,44
0,15
0,85
F-G
34
0,40
0,38
0,18
0,82
0,25
0,78
G-H 35
0,55
0,51
0,26
0,74
0,26
0,88
36
0,44
0,46
0,35
0,65
2
H-I
37
0,43
0,45
0,38
0,62
0,27
1,02
5.1.5 Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e Vila
Nossa Senhora das Graças
A drenagem superficial deste bairro é dividida em oito redes interligadas a uma
rede coletora com lançamento em canal à jusante. A Figura 69 e a Figura 70
apresentam os trechos avaliados.
A Tabela 47 até a Tabela 49 resumem a estimativa de índices para avaliar
galerias pluviais para os segmentos observados. Foram avaliados 67 segmentos
de guias e sarjetas e bocas de lobo e 29 galerias pluviais.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 122
Figura 69: Galeria da Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e
Vila Nossa Senhora das Graças, redes 1 a 3 e 8
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 123
Figura 70: Galeria da Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e
Vila Nossa Senhora das Graças, redes 3 a 8
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 124
Tabela 47: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das
redes 1, 2, 7 e 8 de Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e
Vila Nossa Senhora das Graças
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
A-B 1
0,68
0,47
0,76
0,24
0,32
0,57
2
0,66
0,56
0,72
0,28
B-C
3
0,44
0,44
0,95
0,05
0,46
0,74
4
0,65
0,55
0,77
0,23
5
0,49
0,46
0,90
0,10
6
0,32
0,33
1,00
0,00
1
C-D
7
0,32
0,33
1,00
0,00
0,88
0,62
1
0,53
0,37
0,95
0,05
A-B
2
0,68
0,44
0,76
0,24
0,34
0,60
3
0,81
0,65
0,69
0,31
4
0,46
0,45
0,94
0,06
B-C
5
0,61
0,31
0,82
0,18
0,65
0,78
2
C-D 6
0,40
0,36
1,00
0,00
0,63
0,86
16
1,14
0,47
0,00
1,00
7 F-C1
17
0,36
0,22
0,00
1,00
0,92
1,20
8
0,70
0,59
0,74
0,26
9
0,80
0,70
0,69
0,31
8 D-E
10
0,29
0,34
1,00
0,00
0,51
1,09
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 125
Tabela 48: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das
redes 3 e 4 da Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e Vila
Nossa Senhora das Graças
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
A-B 1
0,76
0,51
0,72
0,28
0,30
0,61
2
0,61
0,52
0,80
0,20
3
0,48
0,46
0,90
0,10
B-C
4
0,52
0,47
0,87
0,13
0,51
0,80
5
0,66
0,56
0,77
0,23
6
0,47
0,46
0,91
0,09
C-D
7
0,57
0,47
0,83
0,17
0,69
0,95
8
0,72
0,69
0,73
0,27
9
0,43
0,43
0,96
0,04
3
D-F
10
0,37
0,42
1,00
0,00
0,91
1,02
1
0,38
0,40
1,00
0,00
A-B
2
0,81
0,66
0,69
0,31
0,33
0,89
3
0,52
0,67
0,86
0,14
4
0,50
0,46
0,89
0,11
B-C
0,25
0,38
1,00
0,00
0,45
1,04
5
0,48
0,61
0,00
1,00
6
0,42
0,45
0,00
1,00
7
0,25
0,38
0,00
1,00
C-D
8
0,39
0,43
0,00
1,00
0,92
1,38
9
0,59
0,85
0,00
1,00
10
0,39
0,54
0,00
1,00
11
0,31
0,51
0,00
1,00
D-E
12
0,35
0,64
0,00
1,00
0,92
0,97
13
0,84
0,74
0,00
1,00
14
0,29
0,34
0,00
1,00
4
E-F
15
0,32
0,55
0,00
1,00
0,92
0,69
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 126
Tabela 49: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das
redes 5, 6 e 8 da Vila Santo Antônio, Vila Nossa Senhora do Carmo e Vila
Nossa Senhora das Graças
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
1
0,52
0
,
63
0,86
0
,
14
A-B
2
0,29
0
,
36
1,00
0
,
00
0,23
0,69
3
0,52
0
,
69
0,00
1
,
00
B-C
4
0,26
0
,
40
0,00
1
,
00
0,92
1,28
C-D 9
0,26
0
,
39
0,00
1
,
00
0,92
1,13
10
0,35
0
,
45
0,00
1
,
00
11
0,35
0
,
45
0,00
1
,
00
5
D-K
12
0,42
0
,
43
0,00
1
,
00
0,92
1,05
5
0,98
0
,
30
0,00
1
,
00
A1-B1
6
1,05
0
,
32
0,00
1
,
00
0,92
1,19
7
0,70
0
,
24
0,00
1
,
00
6
B1-C1
8
0,84
0
,
27
0,00
1
,
00
0,92
0,72
11
0,40
0
,
43
0,99
0
,
01
E-F
12
0,45
0
,
50
0,93
0
,
07
0,47
1,28
F-G 13
0,72
0
,
69
0,73
0
,
27
0,60
1,62
G-H 14
0,30
0
,
44
1,00
0
,
00
0,92
1,05
15
0,54
0
,
57
0,85
0
,
15
H-I
16
0,36
0
,
42
1,00
0
,
00
0,92
1,49
17
0,44
0
,
66
0,00
1
,
00
J-K
18
0,35
0
,
58
0,00
1
,
00
0,92
1,30
19
0,51
0
,
60
0,00
1
,
00
20
0,41
0
,
56
0,00
1
,
00
8
K-L
21
0,40
0
,
50
0,00
1
,
00
0,92
0,97
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 127
5.1.6 Jardim Redentor, Vila Santa Teresinha
A drenagem superficial deste bairro é dividida em cinco redes interligadas a uma
rede coletora com lançamento em córrego à jusante. A Figura 71 e a Figura 72
apresentam os trechos avaliados.
Figura 71: Galerias do Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha, redes 1 a
3 e 6
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 128
A Tabela 50 até a Tabela 54 resumem a estimativa de índices para avaliar
galerias pluviais para os segmentos observados. Foram avaliados 107 segmentos
de guias e sarjetas e bocas de lobo e 34 galerias pluviais.
Figura 72: Galerias, Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha, redes 3 a 6
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 129
Tabela 50: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 1 do Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
1
0,76
0,47
0,73
0,27
2
0,79
0,64
0,70
0,30
A-B
3
0,27
0,28
1,00
0,00
0,46
0,79
4
0,55
0,40
0,85
0,15
5
0,70
0,65
0,74
0,26
B-C
6
0,27
0,30
1,00
0,00
0,64
0,91
7
0,54
0,44
0,33
0,67
8
0,63
0,61
0,29
0,71
C-D
9
0,27
0,29
0,69
0,31
0,72
0,89
10
0,54
0,47
0,00
1,00
11
0,79
0,66
0,00
1,00
D-E
12
0,27
0,37
0,00
1,00
0,81
0,79
13
0,55
0,45
0,00
1,00
14
1,05
0,60
0,00
1,00
E-F
15
0,38
0,32
0,00
1,00
0,82
0,78
16
0,53
0,44
0,00
1,00
17
1,06
0,81
0,00
1,00
F-G
18
0,34
0,57
0,00
1,00
0,89
0,73
19
0,52
0,46
0,00
1,00
20
1,23
0,76
0,00
1,00
1
G-H
21
0,46
0,38
0,00
1,00
0,91
0,72
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 130
Tabela 51: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 2 do Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
1
0,55
0,40
0,85
0,15
2
0,82
0,61
0,69
0,31
A-B
3
0,31
0,28
1,00
0,00
0,41
0,77
4
0,52
0,37
0,88
0,12
5
0,64
0,66
0,77
0,23
B-C
6
0,29
0,36
1,00
0,00
0,54
0,95
7
0,49
0,42
0,90
0,10
8
0,56
0,63
0,83
0,17
C-D
9
0,29
0,38
1,00
0,00
0,68
0,99
10
0,50
0,40
0,38
0,62
11
0,54
0,58
0,31
0,69
D-E
12
0,29
0,36
0,36
0,64
0,73
1,02
13
0,48
0,45
0,00
1,00
14
0,66
0,68
0,00
1,00
E-F
15
0,34
0,42
0,00
1,00
0,77
0,96
16
0,46
0,48
0,00
1,00
17
0,82
0,75
0,00
1,00
F-G
18
0,41
0,45
0,00
1,00
0,89
0,85
19
0,46
0,48
0,00
1,00
20
0,99
0,73
0,00
1,00
G-H
21
0,48
0,45
0,00
1,00
0,89
0,85
22
0,46
0,49
0,00
1,00
23
1,11
0,75
0,00
1,00
2
H-I
24
0,53
0,45
0,00
1,00
0,91
0,83
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 131
Tabela 52: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 6 do Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
22
0,50
0,44
0,89
0,11
23
0,47
0,43
0,91
0,09
24
1,33
0,78
0,57
0,43
H-I
25
0,51
0,39
0,89
0,11
0,40
1,12
25
0,46
0,52
0,00
1,00
26
0,45
0,51
0,00
1,00
27
1,14
0,86
0,00
1,00
I-J
28
0,55
0,52
0,00
1,00
0,88
0,69
25
0,81
0,58
0,00
1,00
26
1,23
0,77
0,00
1,00
27
0,59
0,30
0,00
1,00
J-K
28
0,59
0,30
0,00
1,00
0,88
0,69
13
1,08
0,52
0,00
1,00
14
0,53
0,32
0,00
1,00
6
K-L
15
0,58
0,28
0,00
1,00
0,89
0,81
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 132
Tabela 53: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar da
rede 3 do Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
1
0,40
0,69
0,98
0,02
2
0,83
0,71
0,68
0,32
A-B
3
0,44
0,44
0,96
0,04
0,45
0,85
4
0,66
0,66
0,76
0,24
5
0,53
0,56
0,86
0,14
6
0,18
0,20
0,95
0,05
B-C
7
0,63
0,26
0,82
0,18
0,64
1,06
8
0,56
0,67
0,37
0,63
9
0,43
0,54
0,37
0,63
10
0,47
0,23
0,10
0,90
C-D
11
0,62
0,28
0,28
0,72
0,70
1,09
12
0,72
0,62
0,00
1,00
13
0,59
0,54
0,00
1,00
14
0,46
0,25
0,00
1,00
D-E
15
0,57
0,33
0,00
1,00
0,77
0,99
16
0,77
0,52
0,00
1,00
17
0,95
0,60
0,00
1,00
E-F
18
0,58
0,31
0,00
1,00
0,89
0,87
19
0,75
0,61
0,00
1,00
20
1,01
0,74
0,00
1,00
F-G
21
0,58
0,31
0,00
1,00
0,89
0,87
22
0,80
0,56
0,00
1,00
23
1,15
0,72
0,00
1,00
3
G-J
24
0,58
0,31
0,00
1,00
0,89
0,87
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 133
Tabela 54: Índices de desempenho dos equipamentos para drenar das
redes 4 e 5 do Jardim Redentor e Vila Santa Teresinha
Rede Segmento Referência Sarjeta Boca de Lobo Galeria
1
0,48
0,21
0,94
0,06
2
0,86
0,91
0,66
0,34
3
0,53
0,66
0,85
0,15
A-B
4
0,40
0,12
1,00
0,00
0,51
0,95
5
0,57
0,30
0,85
0,15
6
0,67
0,71
0,75
0,25
B-C
7
0,40
0,53
0,98
0,02
0,74
0,97
8
0,60
0,27
0,00
1,00
9
0,60
0,60
0,00
1,00
C-D
10
0,29
0,34
0,00
1,00
0,89
0,83
11
0,56
0,32
0,00
1,00
4
D-K
12
0,83
0,61
0,00
1,00
0,90
0,81
1
0,94
0,93
0,64
0,36
A-B
2
0,59
0,23
0,85
0,15
0,46
0,96
3
0,43
0,55
0,95
0,05
4
0,70
0,77
0,73
0,27
B-C
5
0,62
0,28
0,82
0,18
0,68
1,06
6
0,25
0,31
0,00
1,00
7
0,59
0,70
0,00
1,00
C-L
8
0,58
0,30
0,00
1,00
0,85
0,85
9
0,84
0,64
0,00
1,00
10
0,60
0,35
0,00
1,00
5
L-M
11
0,56
0,32
0,00
1,00
0,86
0,58
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 134
5.2 Desempenho de equipamentos de drenagem, o
antes e o depois do Decreto 7419, 1997, em Franca
A Tabela 31 até a Tabela 54 resumem os valores obtidos em estimativas dos
índices de desempenho de equipamentos de drenagem em Franca. A seguir o
que se discute é a identificação de alterações da qualidade do serviço prestado
por equipamentos de drenagem e galerias pluviais.
A Tabela 55 resume resultados de contagens sobre ocorrências de intervalos de
índices de desempenho expostos na Tabela 31 até a Tabela 54.
Tabela 55: Desempenho de galerias pluviais, o antes e o depois do
Decreto 7419, 1997, em Franca
Elemento
Variável de
caracterização
Intervalos de
índices de
desempenho
Número de
ocorrências
antes de 1997
Número de
ocorrências
depois de
1997
yo/yomáx<0,5 93 109
0,5<yo/yomáx<1,0 108 97
Aproveitamento
da capacidade
yo/yomáx>1,0 30 0
yo/yomáx>1,0 30 0
Superar a
capacidade da
sarjeta
yo/yomáx<1,0 201 206
Vo/Vomáx>1,0 7 0
Sarjeta
Velocidade
máxima
Vo/Vomáx<1,0 224 206
Qb/Qo<0,5 149 0
Aproveitamento
da capacidade
0,5<Qb/Qo<1,0 82 206
q/Qo>0,1
199 70
Boca de
lobo
Contribuição
para
incremento de
vazão à jusante
q/Qo<0,1
32 136
yc/D<0,5 30 12
Aproveitamento
da capacidade
0,5<yc/D<0,9 57 70
Vc/Vcmáx>1,0 28 18
Galeria
pluvial
Velocidade
máxima
Vc/Vcmáx<1,0 59 64
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 135
A Tabela 56 identifica conseqüências associáveis aos intervalos de índices de
desempenho identificadas a partir do exposto na Tabela 29. Para melhor
visualizar a comparação entre os dois grupos de obras observadas, as de projeto
e construção antes da adoção do Decreto 7419, 1997 e as de depois de 1997,
anexou-se duas colunas com as porcentagens de ocorrência para o número de
observações em cada caso.
Tabela 56 – Identificação de conseqüências a partir de ocorrências de
intervalos de índices
Elemento
Variável de
caracterização
Índices de
desempenho
%
antes
1997
%
depois
1997
Conseqüências sugeridas
yo/yomáx<0,5 40,3 52,9
Menor profundidade de
lamina de água
0,5<yo/yomáx<1,0 46,7 47,1 Não conclusivo
Aproveitamento
da capacidade
yo/yomáx>1,0 13,0 0,0
Menor necessidade de
manutenção
yo/yomáx>1,0 13,0 0,0
Não mais ocorrem
respingos e extravasamento
Superar a
capacidade da
sarjeta
yo/yomáx<1,0 87,0 100,0
Melhor controle de regime
de fluxo
Vo/Vomáx>1,0 3,0 0,0 Prevê-se maior vida útil
Sarjeta
Velocidade
máxima
Vo/Vomáx<1,0 97,0 100,0 Menor manutenção
Qb/Qo<0,5 64,5 0,0
Mais bocas de lobo em
funcionamento
Aproveitamento
da capacidade
0,5<Qb/Qo<1,0 35,5 100,0 Melhor aproveitadas
q/Qo>0,1 86,1 34,0
Menor solicitação de sarjeta
a jusante
Boca de
lobo
Contribuição
para
incremento de
vazão à jusante
q/Qo<0,1 13,9 66,0
Mais compatíveis com
sarjetas
yc/D<0,5 34,5 14,6 Tubos mais aproveitados
Aproveitamento
da capacidade
0,5<yc/D<0,9 65,5 85,4
Acréscimo de
aproveitamento
Vc/Vcmáx>1,0 32,2 22,0
Menor necessidade de
manutenção
Galeria
pluvial
Velocidade
máxima
Vc/Vcmáx<1,0 67,8 78,0 Prevê-se maior vida útil
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 136
6 Conclusões e sugestões
Resumem-se neste capítulo conclusões e sugestões.
6.1 Conclusões
Mostrou-se que a simulação de movimento de água em sarjetas, bocas de lobo e
galerias pluviais pode contribuir para comparar as conseqüências de alteração de
especificações, processos de projeto, escolha de equipamentos e controle de
obras de drenagem urbana.
Para isto o que se fez foi mostrar que regiões da cidade de Franca cujos
equipamentos de drenagem tiveram projetos e obras governados por critérios e
normas posteriores a 1997, ano em que se fixaram pelo Decreto Municipal 7419
condições claras para o controle destas atividades, têm desempenho melhor do
que aquelas onde as drenagens não tiveram o mesmo controle.
Ou seja, após a alteração do procedimento de escolha de equipamentos para
drenar implantado pela Prefeitura Municipal de Franca em 1997 houve melhoria
na qualidade da captação e condução de água de chuva neste Município.
A abordagem adotada foi comparar o desempenho de equipamentos de
drenagem de projetos e obras de antes de 1997 e depois da alteração dos
critérios pela adoção do que fixou o Decreto 7419 em 1997.
O método adotado foi um processo de simulação decorrente de uma escolha de
variáveis e índices de desempenho de equipamentos de drenagem, hipóteses e
critérios para estimar características de movimento de água.
Os índices de desempenho estimados puderam ser usados de maneira eficiente
para identificar informações que orientem decisões sobre ações preventivas e
corretivas de controle sobre a operação de equipamentos de drenagem urbana.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 137
Esta é uma contribuição à orientação sobre diretrizes para melhoria da qualidade
de vida nas cidades, controle de fluxo de águas de chuva, redução de acidentes
e erosão.
O processamento de dados para obter índices de desempenho usou base teórica
para simular movimento de água clássica da hidrologia aplicada a projetos de
drenagem, estimativa de vazões e hidráulica de equipamentos de drenagem.
Mostrar que o conhecimento de índices de desempenho de fluxo de água pode
contribuir para identificar conseqüências de funcionamento de equipamentos
para drenar vias foi possível porque projetos e obras decorrentes da adoção do
Decreto 7419 indicam evidências de que a cidade de Franca beneficiou-se com
melhorias que podem ser resumidas:
a) Para as sarjetas, redução da lâmina de água, de necessidade de
manutenção, de ocorrência de respingos e extravasamentos. E, um
melhor controle de regime de fluxo de água que pode gerar maior vida
útil e menor número de operações de manutenção,
b) Para as bocas de lobo, melhor aproveitamento, redução de ocorrência de
passagem de água sem coleta que iria solicitar sarjeta a jusante, e a
melhor compatibilidade com as sarjetas adotadas;
c) Para as galerias pluviais, seções mais cheias, menor necessidade de
manutenção e maior previsão de vida útil.
6.2 Sugestões
Uma sugestão para novas investigações deve levar em conta o fato que o
arcabouço de informações fornecidas por habitantes pode contribuir para
orientar decisões em áreas a serem urbanizadas, evitar equívocos do passado, e
também prever acidentes atribuídos à operação de equipamentos de drenagem.
Se qualidade de equipamentos para drenar pode ser uma expressão da
satisfação de necessidades de habitantes de cidades, a caracterização de obras
de drenagem urbana deve incluir expressões da satisfação de habitantes de
cidades sobre condução de água de chuva e componentes da drenagem, um
índice de qualidade de vida.
Resta desenvolver métodos e processos para obter relações entre índices de
desempenho de equipamentos de drenagem e as distribuições de opiniões de
habitantes, ou seus representantes.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 138
Deve-se observar que há interdependência de comportamento e desempenho de
equipamentos para drenar. Identificar, qualificar e quantificar tal
interdependência pode ser um outro tipo de aplicação do processo de simulação
desenvolvido.
Resta pouco o que fazer: a simulação que se desenvolveu já contém muito dos
índices e variáveis necessárias à verificação das relações e controles para
melhor conhecer as conseqüências do movimento de água de chuva em sarjetas,
bocas de lobo e galerias. Daí há que se desenvolverem processos, e
principalmente prática, de manuseio dos índices de desempenho de
equipamentos de drenagem já disponíveis.
Desempenho de equipamentos de drenagem urbana da cidade de Franca – página 139
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