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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO E APRECIAÇÃO
ERGONÔMICA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO:
um Estudo de Caso
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA À UFPE
PARA OBTENÇÃO DE GRAU DE MESTRE
POR
HELGA ROSSANA RÊGO DA SILVA CRUZ
Orientadora: Prof
a
. Vilma Maria Villarouco Santos, DSc.
RECIFE, JUNHO / 2006
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C957a Cruz, Helga Rossana Rêgo da Silva
Avaliação pós-ocupação e apreciação ergonômica do ambiente
construído: um estudo de caso. – Recife: O Autor, 2006.
xvii, 168 f., il. (algumas color.), gráfs., tabs.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, 2006.
Inclui bibliografia e anexos.
1. Engenharia de Produção. 2 Ergonomia do ambiente contruído. 3.
Ambientes de ensino – análise ergonômica. 4. Avaliação pós-ocupação. 5.
Constelação de atributos. 6. Faculdade de Arquitetura. I. Título.
658.5 CDD (22.ed.) BCTG/2006-97
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“Um erro agrônomo a terra mostra
um erro médico a terra esconde
um erro do designer a ergonomia mostra.”
anônimo
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Dedico este trabalho aos meus pais
Aluízio e Nildete sempre presentes em
todas as etapas da minha vida.
À minha irmã Elizabeth sempre pronta a
compartilhar dos meus desafios.
Ao meu amigo, namorado e hoje marido
Marcelo tão paciente e companheiro que
me incentivou e apoiou neste momento
tão importante.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado força, em alguns momentos tão escassa. Por tudo que me
proporcionou e pelas oportunidades que tem dado em minha vida.
À Professora Vilma Villarouco pela orientação.
Aos professores Maurício Rocha de Carvalho, Ana Magda Alencar Correia, Marcelo Márcio
Soares por participarem da minha banca e pelas contribuições dadas.
Aos meus pais, irmã e cunhado Luiz Carlos por todo o apoio e incentivo.
Ao meu marido por tanta dedicação, palavras de estímulo, apoio e participação
imprescindíveis em todo o decorrer do mestrado. Agradeço com carinho.
À Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco – FAUPE pelo apoio financeiro e
oportunidade, representada na pessoa do Prof. Armando Souto Maior (in memorian).
Aos alunos e professores da instituição trabalhada, pela participação. Em especial a Claudia
Wanderley e Carla Siqueira pela colaboração com a pesquisa de campo.
Às minhas amigas do mestrado Kátia Maria Alves e Rosamaria Gomes do Monte sempre
próximas. Agradeço pelo apoio, incentivo e contribuições.
A Jorge Melo pelo auxílio e informações valiosas de informática.
À Janaína Gonçalves da Silva por ter cedido sua imagem para ilustração do estudo de caso.
Aos meus amigos Hiran Ferreira e Andréa Benício de Moraes que tanto me ajudaram nas
diversas fases desta dissertação.
Ao Mestrado de Design que me acolheu em algumas disciplinas e teve uma grande
importância no direcionamento do meu pré-projeto, agradeço aos professores e amigos de
turma. Em momento nenhum poderia deixar de lembrá-los.
A todos os professores que contribuíram com a minha formação e aos colegas de curso pelo
convívio sadio.
À UFPE, ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção pela oportunidade de
aprendizado, assim como aos seus funcionários pela atenção dispensada.
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RESUMO
O presente trabalho refere-se a um estudo de caso direcionado a uma Faculdade particular de
Arquitetura, na qual foi feita uma avaliação sistemática de alguns de seus espaços (ambientes
de ensino, banheiros, acessos e circulações), utilizando-se ferramentas da metodologia
Avaliação Pós-Ocupação – APO, aliada a elementos da ergonomia do ambiente construído,
através da abordagem sistêmica do Sistema Humano – Tarefa - Ambiente – SHTA. A
pesquisa evidenciou os aspectos da ergonomia ao focar seu posicionamento na adaptabilidade
e conformidade do espaço às tarefas e atividades que nele são desenvolvidas. Para tanto, foi
necessário um maior conhecimento do que vem a ser uma análise ergonômica do ambiente
construído, preocupando-se com a identificação da adequação dos espaços e equipamentos
aos usuários, direcionando-se aos aspectos antropométricos, de acessibilidade, de arranjo
físico, iluminação e cor. De forma conjunta foi trabalhada uma outra ferramenta designada
Constelação de Atributos, voltada às preocupações nos campos da percepção e cognição.
Observou-se, no decorrer da pesquisa, falhas que comprometem a usabilidade dos espaços,
constatadas pelos próprios usuários a partir do cruzamento das informações. Buscou-se, então,
categorizar os problemas para futuras soluções projetuais.
Palavras-chave: faculdade de arquitetura, avaliação pós-ocupação, ergonomia do ambiente
construído, constelação de atributos.
viii
viii
ABSTRACT
The present work is a case study of a private Architecture High School, where some rooms
were systematically evaluated (circulation areas, bathrooms, classrooms and some other sites),
using the Post Occupation Research Evaluation Methodology – APO, complemented by
features of ergonomics in built environment, by the systemic approach of “Human Being-
Task-Machine” System – SHTA. This research pointed out ergonomic aspects, focusing the
space adaptability and conformity to the activities that will take place on it. To do so, it was
necessary a more accurate knowledge of what is an ergonomic analysis of the built
environment, and to pay attention on the identification of the users’ space and equipment
compliance, aiming the antrophometrics aspects, as access, as physical distribution, as
illumination and color. In addition, it was also studied another technique denominated
Attributes Constellation, that is directed to the perception and cognition areas. It was noted,
during this research, some failures that compromises the usability of spaces, and realized by
the users themselves, as a result of a cross reference of the collected information. So, the work
tried to organize the problems in different classes, for future project solutions.
Key-words: architecture high school, post occupation evaluation, ergonomics in built
environment, attributes constellation.
ix
ix
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................. vi
ABSTRACT ......................................................................................................... vii
LISTA DE FIGURAS............................................................................................ xi
LISTA DE TABELAS........................................................................................... xvii
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1
1.1 Definição do tema ...................................................................................... 1
1.2 Objetivos..................................................................................................... 4
1.2.1 Geral................................................................................................... 4
1.2.2 Específicos.......................................................................................... 4
1.3 Estrutura do trabalho................................................................................. 4
2 - REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 6
2.1 Ergonomia ............................................................................................... 6
2.1.1 Ergonomia do ambiente construído................................................. 9
2.1.1.1 Antropometria.......................................................................... 12
2.1.1.2 Acessibilidade.......................................................................... 13
- Alcance manual.................................................................... 17
- Parâmetros visuais.............................................................. 19
- Comunicação e sinalização.................................................. 20
2.1.1.3 Arranjo físico............................................................................ 20
2.1.1.4 Iluminação............................................................................... 24
- Cálculo para iluminação de interiores....................................... 33
2.1.1.5 Cores....................................................................................... 36
x
x
2.2 Condições ideais para o uso de equipamentos de informática........... 45
2.2.1 Mobiliário .......................................................................................... 46
2.2.1.1 Normas direcionadas ao mobiliário de informática.................. 47
2.2.2 Monitores.......................................................................................... 49
2.3 Espaços de ensino e as barreiras arquitetônicas .................................. 51
2.4 Ambiente construído e o aspecto motivacional..................................... 55
3 METODOLOGIA .............................................................................................. 57
3.1 Métodos e ferramentas para Avaliação do Ambiente Construído....... 57
3.1.1 Avaliação pós-ocupação (APO).......................................................... 58
3.1.2 Abordagem sistêmica do Sistema Humano-Tarefa-Máquina (SHTM) 61
3.1.3 Constelação de atributos .................................................................... 63
3.2 Etapas metodológicas............................................................................ 65
3.3 Identificação dos respondentes ............................................................. 68
3.3.1 Amplitude do universo ....................................................................... 69
3.3.2 Nível de confiança estabelecido ........................................................ 69
3.3.3 Erro máximo permitido....................................................................... 70
3.3.4 Percentagem com que o fenômeno se verifica.................................. 70
3.3.5 Cálculo do tamanho da amostra........................................................ 70
4 ESTUDO DE CASO......................................................................................... 73
4.1 Caracterização do objeto de estudo...................................................... 73
4.2 SHTA – Apreciação Ergonômica ........................................................... 80
4.2.1 Sistematização do Sistema Humano-Tarefa-Ambiente ...................... 80
- Caracterização e posição serial do sistema.................................... 80
- Ordenação hierárquica e expansão do sistema.............................. 81
- Modelagem comunicacional do sistema ......................................... 83
4.2.2 Problematização ................................................................................. 84
- Reconhecimento do problema ........................................................ 84
xi
xi
- Delimitação ilustrada do problema.................................................. 87
- Quadro de formulação do problema................................................ 105
4.2.3 Parecer Ergonômico ........................................................................... 107
- Priorização e consolidação do problema ........................................ 107
- Predições........................................................................................ 108
- Sugestões preliminares de melhoria............................................... 108
4.3 Constelação de atributos .......................................................................... 109
4.3.1 Primeira etapa – junho de 2002.......................................................... 109
4.3.2 Segunda etapa – abril de 2004........................................................... 110
4.3.3 Terceira etapa – fevereiro de 2005..................................................... 111
4.3.4 Quarta etapa – março de 2006........................................................... 112
- Alunos do primeiro período............................................................. 112
- Alunos do quinto período ................................................................ 119
- Alunos do nono período.................................................................. 126
- Análise dos dados........................................................................... 132
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ....................................... 135
5.1 Conclusões ............................................................................................... 135
5.2 Recomendações ....................................................................................... 137
5.2.1 Sugestões de melhoria ....................................................................... 137
5.2.2 Futuras pesquisas............................................................................... 139
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
xii
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LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Enfoques da Ergonomia .................................................................................06
Figura 2.2 – Afluentes / efluentes da Ergonomia................................................................08
Figura 2.3 – Enfoques abordados em uma análise ergonômica do ambiente construído....12
Figura 2.4 - Dimensões referenciais / deslocamento de pessoa em................................15
Figura 2.5 – Dimensões do módulo de referência...............................................................16
Figura 2.6 – Largura / deslocamento em linha reta.............................................................16
Figura 2.7 – Área para manobra sem deslocamento............................................................17
Figura 2.8 – Alcance manual frontal / pessoa em pé...........................................................17
Figura 2.9 – Alcance manual frontal / pessoa sentada ........................................................18
Figura 2.10 - Alcance manual frontal com superfície de trabalho / cadeirante...................18
Figura 2.11 – Superfície de trabalho ...................................................................................18
Figura 2.12 – Ângulo visual / plano vertical .......................................................................19
Figura 2.13 – Ângulo visual / plano horizontal...................................................................19
Figura 2.14 – Cones visuais / pessoa em pé ........................................................................19
Figura 2.15 – Cones visuais / pessoa sentada......................................................................20
Figura 2.16 – Cones visuais / cadeirante.............................................................................20
Figura 2.17 – Conjunto individual (mesa / cadeira)............................................................21
Figura 2.18 – Conjunto duplo (mesa / cadeira) ...................................................................21
Figura 2.19 – Circulação confortável ..................................................................................22
Figura 2.20 – Arranjo de trabalhos em grupo......................................................................22
Figura 2.21 – Simulação 1 – Quadro de giz com até 2,70m................................................22
Figura 2.22– Simulação 1 – Quadro de giz com até 5,40m.................................................23
Figura 2.23 – Simulação 2 – Dimensionamento recomendado...........................................23
Figura 2.24 – Simulação 2 – Acústica ................................................................................24
Figura 2.25 – Simulação 3 – Visibilidade e acústica...........................................................24
xiii
xiii
Figura 2.26 – Ângulo de ofuscamento ................................................................................25
Figura 2.27– Posicionamentos adequados para evitar ofuscamento e reflexos...................26
Figura 2.28 – Luminária protegida......................................................................................26
Figura 2.29 – Ângulo limite ................................................................................................27
Figura 2.30 – Distância entre janelas...................................................................................28
Figura 2.31– Ângulo de incidência da luz...........................................................................28
Figura 2.32– Penetração da luz no local..............................................................................29
Figura 2.33– Brise-soleil .....................................................................................................30
Figura 2.34- Prancheta quase na vertical.............................................................................32
Figura 2.35- Iluminação do quadro .....................................................................................32
Figura 2.36- Efeitos da luz / sensação de cor ......................................................................36
Figura 2.37-Cores-luz primárias .........................................................................................37
Figura 2.38 – Cores-pigmento primárias.............................................................................37
Figura 2.39 – Cores quentes e frias .....................................................................................39
Figura 2.40 – Ambiente 1....................................................................................................40
Figura 2.41 – Ambiente 2....................................................................................................41
Figura 2.42 – Ambiente 3....................................................................................................41
Figura 2.43 – Ambiente 4...................................................................................................41
Figura 2.44 –Ambiente 5.....................................................................................................42
Figura 2.45 – Ambiente 6....................................................................................................42
Figura 2.46 – Parede longa .................................................................................................43
Figura 2.47 – Parede curta...................................................................................................43
Figura 2.48 – Ambiente curto..............................................................................................43
Figura 2.49 – Ambiente longo.............................................................................................43
Figura 2.50 – Corredor longo ..............................................................................................44
Figura 2.51 – Teto rebaixado ..............................................................................................44
Figura 2.52 – Teto elevado .................................................................................................44
Figura 2.53 – Objeto destacado .......................................................................................... 44
xiv
xiv
Figura 2.54 – Objeto escondido .......................................................................................... 44
Figura 2.55 – Grandes contrastes de brilhos ...................................................................... 50
Figura 2.56 – Reflexo da janela no monitor ....................................................................... 50
Figura 2.57 – Monitores perpendiculares às janelas ........................................................... 50
Figura 2.58 – Luminárias com foco luminoso com ângulo de 45° .................................... 51
Figura 2.59 – Diferentes posições das fontes luminosas .................................................... 51
Figura 2.60 – Móveis com bordas arredondadas ................................................................ 53
Figura 2.61 – Móveis com bordas arredondadas ................................................................ 53
Figura 2.62 – Cama motorizada ......................................................................................... 53
Figura 2.63 – Banheira com ducha e barras especiais ........................................................ 54
Figura 2.64 – Banheira com ducha e barras especiais ........................................................ 54
Figura 2.65 – Bacia com barras .......................................................................................... 54
Figura 2.66 – Torneira com alavanca ................................................................................. 54
Figura 2.67 – Mobiliário cozinha/serviço ........................................................................... 55
Figura 2.68 – Mobiliário cozinha/serviço ........................................................................... 55
Figura 3.1 – Da concepção a futuras soluções projetuais ................................................... 58
Figura 3.2 – Roteiro para aplicação da APO ...................................................................... 60
Figura 3.3 – Modelo de Representação das Constelações de Atributos ............................. 63
Figura 3.4 – Modelos antropométricos em planta baixa .....................................................68
Figura 3.5 – Curva de Gauss .............................................................................................. 69
Figura 4.1 – Planta Baixa – Pavimento térreo sem escala .................................................. 73
Figura 4.2 – Planta Baixa – Pavimento superior sem escala .............................................. 74
Figura 4.3 – Situação inicial ............................................................................................... 74
Figura 4.4 – Situação atual ................................................................................................. 74
Figura 4.5 – Hall principal .................................................................................................. 75
Figura 4.6 – Acesso secundário .......................................................................................... 75
Figura 4.7 – Acesso serviço ................................................................................................ 75
xv
xv
Figura 4.8 – Corredor ......................................................................................................... 76
Figura 4.9 – Escada hall principal ...................................................................................... 76
Figura 4.10 – Laboratório de conforto – vista 1 ................................................................. 76
Figura 4.11 – Laboratório de conforto – vista 2 ................................................................. 76
Figura 4.12 – Escada próxima à lanchonete ....................................................................... 77
Figura 4.13 – Banheiro dos alunos ..................................................................................... 77
Figura 4.14 – Laboratório de informática - vista 1 ............................................................ 78
Figura 4.15 – Laboratório de informática – vista 2 ............................................................ 78
Figura 4.16 – Luminária com aletas ................................................................................... 78
Figura 4.17 – Sala com cadeira universitária – vista 1 ....................................................... 78
Figura 4.18 – Sala com cadeira universitária – vista 2 ....................................................... 78
Figura 4.19 – Sala 13 .......................................................................................................... 79
Figura 4.20 – Sala 16 .......................................................................................................... 79
Figura 4.21 – Sala 17 – vista 1 ........................................................................................... 79
Figura 4.22 – Sala 17 – vista 2 ........................................................................................... 79
Figura 4.23 – Caracterização e posição serial do sistema .................................................. 81
Figura 4.24 – Ordenação hierárquica e expansão do sistema ............................................. 82
Figura 4.25 – Modelagem Comunicacional do Sistema ..................................................... 83
Figura 4.26 – Visão pouco atrativa ..................................................................................... 86
Figura 4.27 – Espaço insuficiente entre o carro e o pilar ................................................... 89
Figura 4.28 – Espaço insuficiente entre o carro e o pilar ................................................... 89
Figura 4.29 – Espaço insuficiente entre os carros .............................................................. 89
Figura 4.30 – Bloqueio da passagem – vista 1 .................................................................... 89
Figura 4.31 – Bloqueio da passagem – vista 2 ................................................................... 89
Figura 4.32 – Piso sem marcação para deficientes visuais ................................................. 90
Figura 4.33 – Acesso secundário – vista 1 ......................................................................... 90
Figura 4.34 – Acesso secundário – vista 2 .........................................................................90
xvi
xvi
Figura 4.35 – Acesso de serviço ......................................................................................... 91
Figura 4.36 – Piso dificulta o deslocamento de cadeiras de rodas ..................................... 91
Figura 4.37 – Área externa de convívio / acesso secundário............................................... 91
Figura 4.38 – Escada como barreira arquitetônica ............................................................. 92
Figura 4.39 – Alturas diferenciadas / não contínuo ............................................................ 92
Figura 4.40 – Extremidades não curvas / início no primeiro piso ...................................... 92
Figura 4.41 – Escada secundária ........................................................................................ 93
Figura 4.42 – Juntas de dilatação ....................................................................................... 93
Figura 4.43 – Corredor branco ........................................................................................... 94
Figura 4.44 – Obstáculo suspenso (orelhão) ....................................................................... 94
Figura 4.45 – Dificuldade de uso para gestantes e deficientes – vista 1 ............................ 95
Figura 4.46 – Dificuldade de uso para gestantes e deficientes – vista 2 ............................95
Figura 4.47 – Bancada e espelho não adaptados ................................................................ 95
Figura 4.48 – Espaço não adaptado .................................................................................... 95
Figura 4.49 – Visão do usuário na circulação .................................................................... 96
Figura 4.50 – Ilhas paralelas às janelas .............................................................................. 96
Figura 4.51 – Monitor com reflexos ................................................................................... 96
Figura 4.52 – Mobiliário sem regulagem ........................................................................... 97
Figura 4.53 – Diferentes medidas antropométricas ............................................................ 97
Figura 4.54 – Cadeira sem mecanismo de deslizamento .................................................... 98
Figura 4.55 – Usuária com os pés suspensos ..................................................................... 98
Figura 4.56 – Arranjo físico da sala 13 .............................................................................. 99
Figura 4.57 – Arranjo físico da sala 16 .............................................................................. 99
Figura 4.58 – Dificuldade para assessoramento ................................................................. 100
Figura 4.59 – Quadro baixo e com reflexos ....................................................................... 100
Figura 4.60 – Espaço entre a prancheta e a parede ............................................................. 100
Figura 4.61 – Acesso por baixo do tampo das pranchetas ................................................. 100
xvii
xvii
Figura 4.62 – Giro da cabeça ou tronco...............................................................................101
Figura 4.63 – Postura inadequada – vista 1.........................................................................101
Figura 4.64 – Postura inadequada – vista 2.........................................................................101
Figura 4.65 – Bancos com alturas inadequadas para a prancheta ......................................101
Figura 4.66 – Pranchetas com alturas diferenciadas ...........................................................102
Figura 4.67 – Apoio dos pés – situações 1 e 2 ...................................................................102
Figura 4.68 – Aluna na mesa mais alta ...............................................................................102
Figura 4.69 – Postura do usuário ........................................................................................102
Figura 4.70 – Luxímetro digital ..........................................................................................103
Figura 4.71 – Constelação de Atributos referente à pergunta 1 do 1º período ...................115
Figura 4.72 - Constelação de Atributos referente à pergunta 2 do 1º período.....................115
Figura 4.73 - Constelação de Atributos referente à pergunta 3 do 1º período ....................118
Figura 4.74 - Constelação de Atributos referente à pergunta 4 do 1º período ....................118
Figura 4.75 - Constelação de Atributos referente à pergunta 1 do 5º período ....................122
Figura 4.76 - Constelação de Atributos referente à pergunta 2 do 5º período.....................122
Figura 4.77 - Constelação de Atributos referente à pergunta 3 do 5º período.....................125
Figura 4.78 - Constelação de Atributos referente à pergunta 4 do 5º período.....................125
Figura 4.79 - Constelação de Atributos referente à pergunta 1 do 9º período.....................128
Figura 4.80 - Constelação de Atributos referente à pergunta 2 do 9º período.....................128
Figura 4.81 - Constelação de Atributos referente à pergunta 3 do 9º período.....................131
Figura 4.82 - Constelação de Atributos referente à pergunta 4 do 9º período.....................131
xviii
xviii
LISTA DE TABELAS
2.1 – Pessoas portadoras de deficiência no Brasil .............................................................14
2.2 – Distribuição regional da deficiência no Brasil ..........................................................14
2.3 – Níveis de iluminância ...............................................................................................33
2.4 – Refletância .................................................................................................................34
2.5 – Fator de depreciação ..................................................................................................35
2.6 – Graus de reflexão do fluxo luminoso incidente .........................................................38
2.7 – Correlação de sensações entre cores quentes e frias ..................................................40
2.8 – Resultado da pesquisa sobre ergonomia em lojas de mobiliário ...............................48
3.1 – Salas selecionadas .....................................................................................................67
4.1 – Valores abaixo do nível de iluminância (E) adequado .............................................104
4.2 – Tabulação das respostas relativas à pergunta 1 no 1º período ..................................113
4.3 - Tabulação das respostas relativas à pergunta 2 no 1º período ..................................114
4.4 - Tabulação das respostas relativas à pergunta 3 no 1º período ..................................116
4.5 - Tabulação das respostas relativas à pergunta 4 no 1º período ..................................117
4.6 - Tabulação das respostas relativas à pergunta 1 no 5º período ..................................119
4.7 - Tabulação das respostas relativas à pergunta 2 no 5º período ..................................121
4.8 - Tabulação das respostas relativas à pergunta 3 no 5º período ..................................123
4.9 - Tabulação das respostas relativas à pergunta 4 no 5º período ..................................124
4.10 - Tabulação das respostas relativas à pergunta 1 no 9º período ................................126
4.11 - Tabulação das respostas relativas à pergunta 2 no 9º período ................................127
4.12 - Tabulação das respostas relativas à pergunta 3 no 9º período ................................129
4.13 - Tabulação das respostas relativas à pergunta 4 no 9º período ................................130
Capítulo 1 Introdução
1
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Definição do tema
É notório que, de um modo geral, as edificações vêm passando por várias
transformações, no decorrer dos séculos, tanto em relação aos aspectos construtivos quanto
aos formais.
Segundo Sommer (1979 apud MARQUES & LARA, 2003) embora o projeto
arquitetônico esteja baseado em aspectos tradicionalmente valorizados pelos arquitetos -
estrutura, uso de materiais adequados e estabilidade – a adequação da proposta às
necessidades do usuário representa, ainda, um grande problema. Pois, embora trabalhada na
atividade projetual, muitas vezes, não se encontra presente na proposta final.
Espaços são criados sem os devidos cuidados quanto à usabilidade, ao conforto e ao
bem-estar. Com isso, gerando insatisfações e inadequações na execução das tarefas.
Enquanto concepção arquitetônica, o ambiente construído passa, por vezes, a adquirir
características meramente funcionais. Ou, em situações, ainda mais preocupantes, soluções
arquitetônicas que valorizam, apenas, o caráter estético da edificação. Nessas situações, o
usuário passa a ser um elemento passivo, diante das soluções mais diversas.
Desta forma, espaços que não satisfazem à população são encontrados, em grande
número, sem que se registrem controles ou preocupações mais consistentes, no que se referem
às suas características formais, funcionais e à adequação dos ambientes aos seus usuários.
Assim, para Ornstein & Romero (1992, p.11) pode-se identificar no Brasil, uma
“monumental massa construída de edificações públicas e privadas”. Edificações que
contemplam tais características, o que diverge dos países desenvolvidos que têm, por
premissa, a inserção do controle da qualidade em todos os produtos colocados em uso,
inclusive, no que se refere ao ambiente construído.
Entendendo-se por qualidade, os aspectos do produto ou serviço que satisfaçam às
necessidades do usuário, pode-se vincular a tal conceito um bom desempenho entre os
ambientes e as relações ambiente/comportamento, inferindo-se assim que a construção civil
está diretamente inclusa nesse processo. Países como Bélgica, Inglaterra, Alemanha e
Dinamarca encontram, quando do uso do imóvel, um percentual de 36% a 49% de suas
patologias voltadas para falhas de projeto (ROMÉRO & ORNSTEIN, 2003).
A gama de problemas identificados em diversos setores e usos, leva a hipotetizar a
pertinência de tais questões sobretudo em espaços educacionais. Ainda segundo Roméro &
Ornstein (2003) a educação, ao longo dos anos, sofreu alterações que dizem respeito à relação
Capítulo 1 Introdução
2
2
aluno/educador (aspecto didático), que, por certo, interferem na concepção do edifício escolar
e seus equipamentos.
Embora deva existir uma correlação entre as mudanças físicas do prédio escolar e as
referentes à escola (prática de ensino), isto não vem acontecendo. São elaborados projetos que
não se adequam às necessidades das mudanças no sistema de ensino, levando as instalações
das instituições a sofrerem adaptações, muitas vezes, com improvisos, gerando resultados
duvidosos.
Desta forma, torna-se salutar, avaliar a interface entre a arquitetura e as questões que
venham a envolver a adequação e usabilidade dos espaços construídos como a psicologia
ambiental, a ergonomia cognitiva e a ergonomia física enquanto adequação dos espaços ao
desenvolvimento do trabalho que nele é realizado (VILLAROUCO, 2001).
O espaço deve traduzir os anseios e necessidades daqueles que o utilizam, incentivando-
os à execução de suas tarefas, passando o ambiente construído a ter uma grande importância
motivacional, quando responde às demandas identificadas.
Um mercado inconstante e, a cada momento mais exigente e complexo, necessita de
novas estratégias para assegurar, inclusive, a sobrevivência dos empreendimentos, visto que
com as mudanças econômicas, sociais e políticas, registradas nos últimos tempos, os
consumidores passivos passam a ser mais exigentes; os competidores mais recatados passam a
ser agressivos e as economias regionais internacionalizam-se (PINA, 1994 ).
Por outro lado, para Oliveira (2000 apud VILLAROUCO, 2001, p. 3) “... projetar é
construir uma ponte entre a cognição e a concepção do ambiente construído, através da
representação”. Um projeto arquitetônico, concebido sem a utilização de tais conceitos, leva a
sérios problemas que podem ser observados, diante do desconforto e descontentamento do
usuário final, gerados pelo espaço já construído.
É nesse contexto, que esta pesquisa está inserida. Tratando o espaço construído sob a
ótica da ergonomia e usabilidade, este trabalho aborda o universo das edificações com usos
educacionais, particularizando os casos de instituições voltadas ao ensino superior, ou
universitário, mais especificamente faculdade de arquitetura, em uma instituição particular,
localizada na Região Metropolitana do Recife.
Segundo registros obtidos no último Censo (2003) e divulgado pelo Instituto Nacional
de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, de um total de 1859 instalações
de educação superior, 1652 (88,9%) são privadas. Isto denota uma grande parcela de
Capítulo 1 Introdução
3
3
responsabilidade destas instituições na formação de profissionais qualificados e direcionados
para o mercado de trabalho.
Assim sendo, uma edificação escolar necessita ser tratada de forma a se obter espaços
que venham a favorecer o processo ensino/aprendizagem. Para tanto, torna-se de fundamental
importância a não interferência das características espaciais no comportamento e
aproveitamento intelectual dos alunos. Neste entendimento, segundo Azevedo (1994), fatores
como calor ou frio excessivos e, também, iluminação inadequada interferem, de forma
negativa, sobre a concentração e atenção dos aluno, podendo vir a trazer desgastes físico-
psicológicos e ineficiência na execução das tarefas.
Neste caso específico, a instituição voltada ao ensino de arquitetura infere-se que seu
edifício deve direcionar os alunos para soluções corretas do ponto de vista ergonômico.
Visando que, hoje, enquanto alunos aprendizes, sejam capazes de perceber e assimilar
respostas arquitetônicas encontradas na própria instituição. Daí, no futuro, estes alunos,
possam usufruir tais conhecimento, quando arquitetos, no exercício de sua vida profissional.
Além disso, a Reforma Universitária em andamento tem como um de seus dispositivos
o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Sinaes, novo instrumento de
avaliação superior do Ministério da Educação –MEC/INEP, criado pela Lei n° 10861, de 14
de abril de 2004, conforme dados obtidos no site do MEC/INEP. Assim, a instituição mesmo
apresentando as mesmas dificuldades como: concorrência, inadimplência e ociosidade, tem
que se adequar às novas regras, aliando-se a tal quadro a multiplicação da demanda por vagas
(COMO..., 2004).
Entende-se, então, que ao mesmo tempo em que a faculdade transmite conhecimentos e
proporciona satisfação para seus usuários, através de sua resposta projetual, esta deva atender
às exigências do MEC. Para tanto, a instituição deve observar que este tem, como um dos
instrumentos que promove a qualidade do ensino oferecido pelas instituições de educação
superior, a Avaliação Institucional, que é um dos componentes principais do Sinaes. Cabendo
ressaltar, que este engloba o corpo docente, a organização didático-pedagógica, bem como as
instalações físicas, observando-se aspectos como: dimensionamento adequado dos ambientes
para o número de usuários, acústica, ventilação, mobiliário, condições de acesso para
portadores de necessidades especiais, dentre outros.
Uma outra preocupação, bastante pertinente a este trabalho, refere-se ao fato de que, em
geral, as faculdades de arquitetura não incentivam seus alunos a estudarem o homem e suas
inter-relações com o meio. Segundo Pinto et al (2002) não existem, por parte dos arquitetos,
Capítulo 1 Introdução
4
4
conhecimentos suficientes dos métodos e técnicas da ergonomia, visto que esta disciplina não
faz parte da grade curricular de alguns cursos de arquitetura.
Sob tais premissas, o que se buscou neste trabalho, foi a avaliação da edificação em uso,
apoiado pela ergonomia do ambiente construído, visando a identificação de variáveis que
interferem no adequado uso da instituição em estudo.
1. 2 Objetivos
1.2.1 Geral
- Identificar fatores físicos e perceptuais que influenciam na usabilidade dos ambientes de
ensino, banheiros, acessos e circulações em uma faculdade de arquitetura, sob o enfoque
da ergonomia do ambiente construído.
1.2.2 Específicos
- Fazer uma apreciação ergonômica nos ambientes citados anteriormente, identificando
elementos chaves na melhoria da qualidade do ambiente construído;
- Analisar aspectos relacionados a antropometria, acessibilidade, arranjo físico, conforto
lumínico, o uso das cores, enquanto estudo direcionado a edificação (físico) e aspectos
cognitivos – perceptuais quando enfoca o grau de satisfação do usuário;
- Mostrar à instituição e ao corpo docente e discente a importância do conhecimento e da
prática da ergonomia no ambiente construído.
1.3 Estrutura do trabalho
Este trabalho está estruturado em cinco capítulos:
Capítulo 1 – Introduçãoconforme exposto, neste capítulo, houve a preocupação em
mostrar a visão geral do estudo em seu contexto, a problemática que o envolve, a sua
relevância, o motivo que levou ao desenvolvimento da pesquisa, a sua delimitação e os
objetivos estabelecidos.
Capítulo 2 – Referencial Teóricoapresenta-se toda a fundamentação teórica que serviu de
subsídio ao desenvolvimento do trabalho. Assim sendo, abordará a ergonomia de uma forma
mais ampla, voltando-se em seguida para a ergonomia do ambiente construído e os enfoques
Capítulo 1 Introdução
5
5
envolvidos na avaliação: antropometria, acessibilidade, arranjo físico, iluminação e cor. Em
paralelo a tais aspectos, foram tratados outros temas bastante pertinentes ao estudo: Espaços
de Ensino e as Barreiras Arquitetônicas, assim como Ambiente Construído e o Aspecto
Motivacional.
Capítulo 3 – MetodologiaSão apresentadas as ferramentas que serviram de base para o
desenvolvimento do procedimento metodológico adotado. A Avaliação Pós-Ocupação – APO
metodologia corrente de avaliação de desempenho do ambiente construído foi trabalhada em
conjunto à sistematização do Sistema-Humano-Tarefa-Máquina – SHTM, fazendo-se uma
correlação entre ambas, aliando-se o uso da Constelação de Atributos, ferramenta que enfoca
o aspecto cognitivo-perceptual.
Capítulo 4 – Estudo de CasoAplica-se o procedimento metodológico adotado para a
avaliação ergonômica da instituição de ensino, mostrando-se os resultados e análises do
estudo, alicerçados na literatura e sob a visão do usuário.
Capítulo 5 – Considerações Finais e Recomendações – apresenta as considerações finais do
estudo e faz-se as sugestões de melhoria e recomendações para futuros trabalhos.
Na última parte do trabalho é apresentada a bibliografia e os anexos, onde pode ser
encontrado todo levantamento lumínico feito para cada sala trabalhada.
Capítulo 2 Referencial Teórico
6
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Ergonomia
Palavra de origem grega, Ergonomia significa ERGO = trabalho, NOMOS = regras.
Como menciona Laville (1977), a partir das necessidades do homem primitivo em se
proteger e lutar pela sobrevivência, ele começou a utilizar a ergonomia na confecção dos seus
utensílios (ferramentas). No entanto, o termo ergonomia foi utilizado pelo polonês Woitej
Yastembowsky em 1857 quando da publicação de um artigo e adotado oficialmente em 1949
quando foi criada a primeira sociedade de ergonomia (Ergonomic Research Society) a qual
conceituou ergonomia como “o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho,
equipamento e ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia,
fisiologia e psicologia na solução dos problemas sugeridos desse relacionamento” (IIDA,
2001, p. 1).
Segundo a Internacional Ergonomics Association – IEA (apud SOARES, 2003, p. 16),
“A Ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina científica relacionada ao entendimento das
interações entre os seres humanos e outros elementos do sistema e a aplicação da teoria,
princípios, dados e métodos ao design a fim de otimizar o bem-estar humano e a melhoria de
desempenho do sistema”.
O objetivo da Ergonomia, conforme afirmam Moraes & Mont’Alvão (2003),
independente de sua linha de atuação, estratégias ou técnicas de aplicação prática, é o ser
humano em suas atividades, recuperando o sentido antropológico do trabalho.
Nesta dimensão, a Ergonomia tem sido fator de aumento de produtividade e da
qualidade do produto bem como da qualidade de vida dos trabalhadores, na medida em que é,
também, aplicada com a finalidade de melhorar as condições ambientais, visando uma
adequada interação com o ser humano. Tem, portanto, como foco, a maximização do conforto
e bem-estar, a garantia da segurança, redução de custos humanos e incremento no rendimento
do trabalho, impulsionando a produtividade (figura 2.1).
Figura 2.1 – Enfoques da Ergonomia
Fonte: Rêgo, Freire & Cavalcanti (2004)
Maximização do conforto e bem-estar
Garantia da segurança
Redução de custos humanos
Incremento no rendimento do trabalho
Impulsiona a
produtividade
Capítulo 2 Referencial Teórico
7
Entendendo o contexto, algumas empresas estão implantando certas mudanças, levando
em conta os aspectos ergonômicos, tendo obtido relativo sucesso (NAGAMACHI, 1998 apud
SILVA, 2001). Andreto (2005) coloca que, segundo Velasco (1998), intervenções
ergonômicas propiciando conforto e melhoria das condições de trabalho, implicam satisfação
dos trabalhadores, podendo levar ao aumento da produtividade e a melhor qualidade dos
produtos tornando, assim, as organizações mais competitivas.
Particularizando mais a questão, Abrantes (2001 apud ANDRETO, 2005, p.32),
pondera que “um dos grandes fatores de desconforto e queda na produtividade do elemento
humano está relacionado com o mobiliário do posto de trabalho, principalmente a cadeira, a
mesa e seus equipamentos”.
Nessa direção, a Ergonomia, não apenas, evita aos trabalhadores os postos de trabalhos
fatigantes ou arriscados, mas procura colocá-los na melhor condição de trabalho possível,
melhorando inclusive o seu rendimento.
Para tanto, é imprescindível a aplicação de métodos de avaliação que busquem a
descrição desses fatores, a partir da observação do comportamento dos usuários e da
declaração ou revelação de preferências, através da opinião e da observação de reações destes,
conforme afirmam Bins Ely & Turkienicz (2005 apud ANDRETO, 2005).
Kroner (1992 apud SILVA, 2001) vê a necessidade de uma análise minuciosa do grau
de relação entre as variáveis que compõem o ambiente de trabalho e as que fazem parte do
processo produtivo. Segundo o autor, aquelas variáveis, se forem devidamente controladas,
poderão representar aumento de produtividade.
Em suas especificidades, e visando aprender as situações de trabalho em sua totalidade e
dimensões, a Ergonomia utiliza metodologias próprias de intervenção que geram
conhecimentos pela observação das situações reais de trabalho.
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET), como uma dessas metodologias, objetiva
desenvolver conhecimentos sobre a forma como o homem efetivamente se comporta ao
desempenhar o seu trabalho e não como ele deveria se comportar (BALBINOTTI, 2003). Tem
como pressuposto básico, a distinção entre o trabalho prescrito, e o trabalho real, que é aquele
efetivamente realizado pelo trabalhador, inserido em um contexto específico, para atingir os
objetivos prescritos pela tarefa.
Esta análise é composta por três fases: análise da demanda, da tarefa e da atividade, de
acordo com a metodologia apresentada por Santos & Fialho (1997). E tem como fio condutor,
segundo Balbinotti (2003) a dialética entre análise da demanda e análise da atividade.
Capítulo 2 Referencial Teórico
8
Moraes (2003) apresenta uma metodologia diferenciada, em contraponto às três etapas
propostas por Santos & Fialho. Na concepção da autora, a intervenção ergonomizadora de
uma situação de trabalho é composta pelas etapas de apreciação, diagnose e projetação
ergonômica. Posteriormente, é feita uma avaliação e validação das propostas e, por fim, um
detalhamento ergonômico e sua otimização. Na pesquisa aqui demonstrada, objeto dessa
dissertação, foi usada esta intervenção ergonomizadora como metodologia para análise
ergonômica do caso estudado. O método encontra-se detalhado no capítulo 3.
Moraes (1995, p.127) afirma que a Ergonomia “enquanto tecnologia faz interface e
intermediação com e entre as ciências do homem e com as tecnologias projetuais”,
designando disciplinas afluentes “aquelas que fornecem subsídios sobre os aspectos físicos e
mentais do homem – anatomia, antropometria, biomecânica, medicina do trabalho, fisiologia
do trabalho, psicologia do trabalho, psicologia cognitiva, psicologia experimental –, sobre as
interações sociais e culturais das relações de produção – sociologia do trabalho, economia do
trabalho, antropologia – e sobre a comunicação humana – semiótica”. Menciona, ainda, que
disciplinas efluentes são as que, através da abordagem ergonômica, definem requisitos
projetuais de produtos e estação de trabalho, de ambiente espacial, de elementos de
comunicação visual, de ambiente físico, etc. Dentre estas disciplinas, encontra-se a
arquitetura, o espaço construído e o conforto ambiental, focos desta pesquisa (figura 2.2).
.
Figura 2.2 – Afluentes / efluentes da ergonomia
Fonte: Adaptado de Soares (2003 apud RÊGO, FREIRE & RIBEIRO, 2004)
Capítulo 2 Referencial Teórico
9
2.1.1 Ergonomia do Ambiente Construído
Dejean, Pretto & Renouard (1988 apud JÚDICE, 2000, p.30) acrescentam: “a definição
das necessidades de uma empresa contribui para a determinação dos locais de trabalho. A
análise dessas necessidades deve considerar as condições de execução e a natureza das
diferentes formas de trabalho”. Entendendo-se, pois, que o conteúdo dessas formas de
trabalho permite determinar, inicialmente, suas exigências e, conseqüentemente, a
configuração relativa aos seus espaços correspondentes. Isso ocorre porque o espaço físico é
considerado como um suporte capaz de favorecer a realização das funções.
Nesse sentido, a aplicação da ergonomia extrapola o âmbito do trabalho profissional,
sendo contemplada, também, no ambiente construído, criando um espaço físico, térmico,
sonoro e de iluminação adequado à atividade que vai ser desenvolvida. Esta foi designada por
Laville (1977) como Ergonomia das Construções.
Não tem como resolver esse problema deixando de lado a larga gama de aspectos que
compõem o escopo da ergonomia: a postura e os movimentos corporais (sentado, em pé,
empurrando, puxando e levantando pesos); fatores ambientes (ruídos, iluminação, etc.);
informações captadas pela visão, audição e outros sentidos. Segundo Miranda apud Lima
(2002), a conjugação desses fatores permite projetar ambientes seguros, saudáveis,
confortáveis e eficientes, tanto no trabalho, quanto na vida cotidiana.
É imprescindível uma compreensão do papel do ambiente físico na vida das pessoas para
saber quais aspectos do ambiente apresentam-se mais preponderantes, visando verificar e
avaliar a importância de qualquer relação encontrada entre o ambiente e a ação do homem no
espaço.
Considera-se que a adaptabilidade ergonômica de um espaço inclui o atendimento aos
anseios dos usuários. Para Villarouco (2002), não apenas nos aspectos referentes ao
desenvolvimento do trabalho, mas, também, na redução do sofrimento que a segregação das
relações interpessoais, provocadas pela configuração do espaço, pode provocar.
Andreto (2005) coloca que conforme a revista Facility Issues (1994 apud SILVA 2001),
existem estudos indicando pequenos saltos de produtividade, quando os sistemas de
iluminação e climatização são controlados pelos próprios trabalhadores, só para se ter um
exemplo. Bauman (1999 apud SILVA, 2001, p.56) acrescenta: “os ambientes termicamente
confortáveis favorecem a maximização da qualidade dos serviços; o trabalhador se sente mais
atraído pelo posto de trabalho, por sua atividade e pelos resultados positivos das tarefas, haja
vista a diminuição de queixas tanto em relação às necessidades individuais quanto às doenças
adquiridas nesses ambientes, resultando em redução de custos operacionais”.
Capítulo 2 Referencial Teórico
10
Além disso, é notório que características, como a temperatura excessiva em ambientes
de trabalho, proporciona cansaço e sonolência, que reduzem a prontidão de resposta e
aumentam a tendência à falhas.
Nesse sentido, Lima (2002) propõe um check-list relacionando os pontos fundamentais
de um bom arranjo físico, e os fatores ambientais de natureza física que interferem no
resultado deste, tais como ruídos, vibrações, iluminação e clima. Complementa, afirmando
que estes pontos serão levantados, pois, afetam a saúde, a segurança e o conforto das pessoas.
Villarouco (2002) pondera que definir uma metodologia de avaliação ergonômica de
projetos de ambientes construídos não se constitui em tarefa simples. A diversidade de
variáveis envolvidas, nesse processo, e a multiplicidade de fatores que influenciam na
adequabilidade ergonômica do ambiente, podem conduzir à necessidade de pesquisas em
diversas áreas. Tais características, longe de inviabilizar o trabalho, contribuem na
consolidação do aspecto multidisciplinar da ergonomia.
A autora continua, propondo a definição de elementos contributivos na identificação da
adequação ergonômica de um projeto de edificação:
Aspectos concernentes ao conforto ambiental, tais como, iluminação, ventilação e ruídos;
Aspectos referentes à percepção ambiental, daqueles que irão utilizar efetivamente o
espaço projetado;
Aspectos de adequabilidade dos revestimentos propostos, em função de tarefas a serem
desenvolvidas nos ambientes, e da interferência desses materiais no desempenho físico e
cognitivo dos usuários;
Aspectos cognitivos dos futuros usuários, na medida em que estes representam papel
determinante na relação homem-ambiente e na realização da tarefa envolvida pelo
ambiente;
Aspectos concernentes à realização do trabalho a ser desenvolvido no ambiente, a fim de
permitir dimensionamento adequado, incluindo as características dos postos de trabalho e
as variáveis antropométricas interferentes nesse segmento. Para cada um desses elementos,
um conjunto de informações devem ser elencadas, a fim de conduzir o processo de
avaliação do projeto. Sendo esses mesmos procedimentos sugeridos na análise de
ambientes em utilização, nos quais se formule uma demanda, a partir de problemas
identificados.
Capítulo 2 Referencial Teórico
11
Dentre os ambientes produtivos, aqueles destinados às atividades educacionais,
envolvem, ao mesmo tempo, o trabalho do fornecedor (professores, coordenadores, diretores,
pessoal técnico e de apoio) e o trabalho do cliente (alunos), conduzindo a condição de
atividade dos dois lados, prestadores e recebedores do serviço, concomitantemente.
Nesse sentido, tem-se nesse segmento de atividades, uma relação, ainda mais complexa,
entre o trabalho ou atividades desenvolvidas e o ambiente onde elas ocorrem.
Lula e Silva (2002) expõem que em uma universidade, ou mais precisamente em uma
sala de aula, os alunos desenvolvem suas tarefas, assim como, os trabalhadores no seu posto
de trabalho. Mas, nem sempre, as variáveis presentes nesses ambientes estão devidamente
controladas. E esses desajustes podem comprometer o desempenho do aluno.
Lula e Silva (2002) entendem que quanto às condições internas do ambiente, o teto deve
ser sempre claro, nunca com reflexão inferior a 70%, e os pisos e paredes devem ser mais
claros possíveis, para que possam ajudar a difundir a luz no interior. Além disso, as carteiras
devem ser de cores claras e sempre foscas, já que superfícies brilhantes causam maior
cansaço.
Já o conforto térmico está relacionado ao desejo que o homem tem de sentir-se bem.
Várias pesquisas realizadas em laboratórios e em campo têm sido desenvolvidas para verificar
a relação entre o conforto térmico e o desempenho da pessoa (SILVA, 2001). Segundo uma
pesquisa desenvolvida por Nelson et al (1987 apud LULA E SILVA, 2002), utilizando
câmaras de testes com temperatura e umidade controladas, analisou a relação entre
produtividade, fadiga e estado psicológico. Seus resultados mostraram que a produtividade foi
maior e a fadiga desenvolveu-se mais lentamente, em ambiente frio do que em ambientes
quentes.
Dentre os enfoques abordados pela ergonomia (figura 2.3) foram selecionados para o
estudo em questão, fatores que influem no desempenho do trabalho humano, como: a
antropometria, acessibilidade, arranjo físico, cor, iluminação e a percepção ambiental. Estes
podem causar grandes tensões quando utilizados de forma desfavorável. A partir de tais
conhecimentos os ambientes informatizados foram tratados separadamente por possuírem
características bastante específicas.
Capítulo 2 Referencial Teórico
12
Figura 2.3 – Enfoques abordados em uma análise ergonômica do ambiente construído
Fonte: Villarouco (2002)
2.1.1.1 Antropometria
A Antropometria é o ramo da Antropologia Física que auxilia a Ergonomia no estudo
das dimensões dos segmentos corporais do ser humano, segundo Soares (2002). Sendo mais
especifico, este ramo “trata de medidas físicas corporais em termos de tamanhos e proporções,
que são dados de base para a concepção ergonômica de produtos, quer como bens de consumo
ou capital” (GUIMARÃES apud SOARES, 2002, p. 28).
Ao serem trabalhadas as medidas do corpo em uma determinada população pode-se
constatar as diferenças existentes.
Segundo Guimarães (2000 apud COSTA; MACIEL & MONTE, 2002) tais variações
foram geradas em virtude de adaptações climáticas e estão, profundamente, relacionadas à
nutrição e prática de esportes (melhoria da qualidade de vida).
Soares (2002 apud COSTA; MACIEL & MONTE, 2002, p.33) menciona que a
diversidade de características físicas varia em função do país de origem, sexo, idade, classe
social, raça e etnia, dieta e saúde, entre outros aspectos. E que estudos estatísticos afirmam
que as diferenças mais importantes são encontradas em relação às proporções entre as
diferentes partes do corpo e não propriamente quanto ao tamanho dos membros. Assim, torna-
se oportuno, enfatizar que “ninguém é médio em relação a todas as dimensões, e poucas
pessoas o são para algumas. É o que se costuma denominar a falácia do homem médio”.
No Brasil, os escassos dados antropométricos da população e o grave problema da
“falácia do homem médio”, acarretam um mobiliário inadequado às necessidades
dimensionais de alguns usuários e, conseqüentemente, que não atende aos requisitos
ergonômicos. Tal fato demonstra que a qualidade ergonômica de um produto requer
preocupações com os aspectos antropométricos.
Capítulo 2 Referencial Teórico
13
Desta forma, deve haver a preocupação com a adequação do homem ao
dimensionamento e alturas de bancadas (mesas de trabalho).
Apesar da importância desse estudo, normalmente as diferenças individuais
relacionadas ao biótipo, são automaticamente vinculadas ao percentil populacional que
especifica a análise para cada variável isoladamente, não sendo de fato consideradas para cada
conjunto de indivíduos, categorizados, então, por diferentes biótipos. A maioria das bases de
dados antropométricos é apresentada desse modo. No Brasil, já são encontrados dados que
reúne a população de adultos do gênero masculino de acordo com percentil, faixas etárias e
origem (regiões brasileiras). Observa-se assim, uma carência por estudos antropométricos que
indiquem, claramente, quais variáveis antropométricas são influenciadas pelos diferentes
biótipos, uma vez que isso disponibilizaria meios que facilitassem a aplicação desses dados no
dimensionamento das áreas de interface dos produtos e equipamentos (MENIN et al, 2005).
2.1.1.2 Acessibilidade
A Norma Brasileira (NBR 9050/2004), elaborada pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), conceitua acessibilidade como a “possibilidade e condição de alcance para
a utilização, com segurança e autonomia, de edificações, espaço, mobiliário e equipamentos
urbanos” (ABNT, 2004, p. 2).
A sociedade, tendo por premissa a igualdade dos direitos dos cidadãos, não deve
permitir que pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida sejam impedidas
ou tenham acesso dificultado à educação, ao trabalho, à saúde, à habitação e às relações
sociais.
Considera-se deficiência: “redução, limitação ou inexistência das condições de
percepção das características do ambiente ou de mobilidade e de utilização de edificações,
espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos, em caráter temporário ou permanente”
(ABNT, 2004, p. 3).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 10% da população de qualquer país é
portadora de algum tipo de deficiência física, mental ou sensorial (ANDRADE, 2004, p. 52).
Gualberto Filho (2001) menciona, ainda, que os portadores de deficiência, ao constituírem
10% da população mundial, representam 600 milhões de pessoas.
De acordo com o Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
existem cerca de 24,5 milhões de pessoas. Deste percentual 14,5% com alguma alteração
auditiva, física, mental ou visual.
Capítulo 2 Referencial Teórico
14
O Brasil conta hoje com, aproximadamente, 16 milhões de deficientes físicos (tabela 2.1).
Muitos destes, devido as dificuldades de locomoção, fazem uso de muletas ou cadeiras de
rodas.
Tabela 2.1 – Pessoas portadoras de deficiência no Brasil
Fonte: Corde, 1998 adaptado de Almeida & Souza, 2000, p.130
Assim, em muitas situações, os deficientes sentem-se presos diante de tantos obstáculos
os quais têm que ultrapassar na rua ou até mesmo ao se deslocar dentro de casa
(ADAPTAÇÕES..., 2004).
Estes estão distribuídos regionalmente conforme a tabela 2.2.
Tabela 2.2 – Distribuição regional da deficiência no Brasil
Fonte: Gualberto Filho , 2001, p.5
REGIÃO %
Nordeste 40
Norte 14
Sudeste 12
Sul 18
Centro-Oeste 16
O Governo e o empresariado passam por uma fase de sensibilização ao problema,
permitindo, desta forma, perceber que pequenas adaptações na arquitetura dos prédios
públicos, casas comerciais ou moradias, alterações até mesmo em pequenos detalhes que, em
algumas situações, podem minimizar ou sanar os problemas impostos a estas pessoas, as
barreira arquitetônicas.
Entende-se por barreira arquitetônica “qualquer elemento natural, instalado ou edificado
que impeça a aproximação, transferência ou circulação no espaço, mobiliário ou equipamento
urbano” (NBR 9050/2004, p.2).
DEFICIÊNCIAS
TIPO POPULAÇÃO PORCENTAGEM
Mental 8.000.000 5%
Física 3.200.000 2 %
Auditiva 2.400.000 1,5 %
Múltipla 1.600.000 1 %
Visual 800.000 0,5%
Total 16.000.000 10%
Capítulo 2 Referencial Teórico
15
Começam a existir preocupações com acessos a locais, onde só existem escadas,
passando os mesmos a serem complementados por rampas com dimensões, inclinações e uso
de materiais adequados, dentre outros aspectos, ou o uso de elevadores. Meios-fios passam a
ser rebaixados e são criados ônibus adaptados para tal fatia da população.
Direcionando-se às instituições de ensino e buscando-se condições de acessibilidade às
edificações a serem construídas ou reformadas deve-se atender aos critérios e parâmetros
técnicos, os quais foram considerados a partir de diversas condições de mobilidade e de
percepção do ambiente, observados no projeto, construção, instalação e adaptação de
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos estabelecidos pela NBR 9050/2004.
Esta tende a atender a maior parte da população quando do uso de maneira autônoma e segura
dos ambientes, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos independente de
idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção.
Considera-se, para efeito da norma anteriormente mencionada, medidas entre 5% a 95%
da população brasileira, atribuindo-se a tais percentuais aos extremos correspondentes a
mulheres de baixa estatura e homens de estatura elevada.
São seguidos alguns parâmetros nos quais se utiliza, na maior parte das vezes, o metro
como unidade de medida, assim como algumas siglas direcionadas aos parâmetros
antropométricos.
Ao direcionar-se a pessoas em pé, a norma estabelece dimensões referenciais tanto em
relação ao espaço ocupado por aquelas sem nenhuma deficiência, quanto as que por ventura
estejam acometidas de algum problema, como demonstrado na figura 2.4.
Figura 2.4 – Dimensões referencias / deslocamento de pessoa em pé
Fonte: NBR 9050 (2004 p.5)
Capítulo 2 Referencial Teórico
16
No caso de pessoas que possuem necessidade do uso de cadeiras de rodas (cadeirantes),
a norma prevê o módulo de referência – M. R. a projeção de 0,80m por 1,20m no piso (ver
figura 2.5).
Figura 2.5 – Dimensões do módulo de referência
Fonte: NBR 9050 (2004, p.6)
São estabelecidas dimensões para a área de circulação e manobra, como dispostas nas
figuras 2.6 e 2.7.
Figura 2.6 – largura / deslocamento em linha reta
Fonte: NBR 9050 (2004, p.7)
Capítulo 2 Referencial Teórico
17
Figura 2.7 –Área para manobra sem deslocamento
Fonte: NBR 9050 (2004, p.8)
Alcance Manual
De acordo com a norma existem dimensões máximas, mínimas e confortáveis para o
alcance manual frontal, estando ela em pé (fig. 2.8), sentada (fig. 2.9) ou com o uso da cadeira
de rodas (fig 2.10).
Figura 2.8 – Alcance manual frontal / pessoa em pé
Fonte: NBR 9050 (2004, p.8)
Figura 2.9 – Alcance manual frontal / pessoa sentada
Fonte: NBR 9050 (2004, p.9)
Capítulo 2 Referencial Teórico
18
Figura 2.10 – Alcance manual frontal com superfície de trabalho / cadeirante
Fonte: NBR 9050 (2004, p.10)
Quanto as superfícies de trabalho, deve-se deixar uma altura livre de no mínimo 0,73m
entre o piso e a sua parte inferior e altura de 0,75m a 0,85m entre o piso e a sua superfície
superior (fig 2.11).
Figura 2.11 – superfície de trabalho
Fonte: NBR 9050 (2004, p.11)
Capítulo 2 Referencial Teórico
19
Parâmetros Visuais
Deve-se observar o ângulo de alcance visual nos planos verticais (pessoa em pé e
sentada) e horizontal (figuras 2.12 a 2.16).
Figura 2.12 – Ângulo visual / plano vertical
Fonte: NBR 9050 (2004, p.14)
Figura 2.13. – Ângulo visual / plano horizontal
Fonte: NBR 9050 (2004, p.14)
Figura 2.14 – Cones visuais / pessoa em pé
Fonte: NBR 9050 (2004, p.20)
Capítulo 2 Referencial Teórico
20
Figura 2.15 – Cones visuais / pessoa sentada Figura 2.16 – Cones visuais / cadeirante
Fonte: NBR 9050 (2004, p.21) Fonte: NBR 9050 (2004, p.21)
Comunicação e Sinalização
Como formas de comunicação e sinalização a norma estabelece três tipos distintos: a
visual - onde se utilizam textos ou figuras, a tátil – por meio de caracteres em relevo (Braille
ou figuras) e a sonora – onde são utilizados recursos auditivos.
Os tipos de sinalização podem ser denominados:
Permanente – identifica os diferentes espaços ou elementos de um ambiente, da
edificação como um todo, ou, no caso do mobiliário, os comandos;
Direcional – indica a direção de um determinado percurso ou a distribuição espacial
dos diferentes elementos de uma edificação;
De emergência – indica as rotas de fuga e saídas de emergência dos ambientes e das
edificações como um todo ou ainda para alertar um perigo iminente;
Temporária – indicativos de informações provisórias ou que possam ser alteradas
periodicamente.
2.1.1.3 Arranjo Físico
Arranjo físico (layout) é o “estudo da distribuição espacial ou do posicionamento
relativo dos diversos elementos que compõe o posto de trabalho” (IIDA, 2001, p.153).
De acordo com Couto (1995 apud ALMEIDA & CALHEIROS, 2002) “fazer o layout
de uma arte é planejar e integrar os caminhos de um produto ou serviço a fim de obter o
relacionamento mais eficiente e econômico entre o pessoal, equipamento e materiais”.
Capítulo 2 Referencial Teórico
21
Ainda segundo Couto (1995 apud ALMEIDA & CALHEIROS, 2002, p. 21 e 22) para
que um arranjo físico seja designado bom deve ter os seguintes objetivos:
“Evitar riscos de acidentes e incidentes;
Evitar doenças ocupacionais;
Melhorar as condições ambientais;
Aumentar a motivação e a satisfação;
Melhorar a ocupação dos espaços;
Aumentar a produtividade;
Reduzir os custos indiretos;
Reduzir o tempo de manufatura;
Melhorar a utilização do equipamento e mão-de-obra;
Reduzir a movimentação e o manuseio de materiais;
Melhorar a supervisão;
Diminuir os congestionamentos;
Melhorar a qualidade;
Melhorar a flexibilidade.”
Direcionando-se a espaços educacionais (SOUZA, 2002) menciona que o
dimensionamento do ambiente é definido a partir da disposição do mobiliário e dos espaços
de circulação. Assim, sugere algumas dimensões para o arranjo físico a serem utilizadas no
caso do uso da carteira escolar, quando estudada isoladamente ou apresentar-se em um
conjunto duplo – mesa/cadeira (figuras 2.17 e 2.18).
Figura 2.17 – Conjunto individual
(mesa / cadeira)
Fonte: Souza (2002, p.167)
Figura 2.18 – Conjunto duplo
(mesa / cadeira)
Fonte: Souza (2002, p.167)
Capítulo 2 Referencial Teórico
22
As medidas relacionadas à circulação sofrem variações. Ora menores, quando enfoca o
deslocamento entre duas carteiras (figura 2.18), ora maiores, quando o usuário estiver
próximo à parede em função das medidas de quadril e ombro que antes não se faziam
necessárias a observação (figura 2.19), como mostrado no arranjo físico da figura 2.20 para
trabalhos em grupo.
Souza (2002) ainda menciona que o tamanho do quadro de giz ou caneta, aliado a
profundidade da sala, constitui-se num dos aspectos condicionados pelo critério visibilidade, o
que pode ser demonstrado na figura 2.21 quando o comprimento do quadro for até 2,70m e na
figura 2.22, onde a dimensão máxima do quadro a ser adotada é 5,40m para uma sala de aula
(simulação 1) de 7,05m de comprimento por 7,50m de largura.
Figura 2.20 – Arranjo
trabalhos em grupo
Fonte: Souza (2002, p.167)
Figura 2.19 – Circulação
confortável
Fonte: Souza (2002, p.168)
Figura 2.21 – Simulação 1 – Quadro de giz com até 2,70m
Fonte: Souza (2002, p.182)
Capítulo 2 Referencial Teórico
23
A variação da profundidade também sofre interferência do critério acústica, sugerindo,
Souza (2002), na simulação 2 as dimensões encontradas nas figuras 2.23 e 2.24, quando a
sala de aula possui dimensões de 8,10m de comprimento por 5,10 de largura.
Figura 2.22 – Simulação 1 – Quadro de giz com até 5,40m
Fonte: Souza (2002, p.182)
Figura 2.23 – Simulação 2 – Dimensionamento recomendado
Fonte: Souza (2002, p.183)
Capítulo 2 Referencial Teórico
24
Associando os dois condicionantes, visibilidade e a acústica, sugere ainda, para uma
sala com 8,10m de comprimento e 5,80m de largura, o arranjo físico encontrado na simulação
3 (figura 2.25).
2.1.1.4 Iluminação
Ao tratar-se de iluminação, esta pode ser natural, proporcionada pelo sol, ou artificial,
produzida por um foco de luz (ponto luminoso) situado a distância finita, como lâmpada
elétrica e vela, dentre outros.
Entenda-se por luz “uma radiação eletromagnética capaz de produzir sensação visual”
(SILVA, 2004, p. 40).
Segundo Guimarães (2004) a luz natural proporciona ambientes mais agradáveis, que
transmitem a sensação de bem estar, relaxamento, promovendo a percepção dos objetos pela
Figura 2.24 – Simulação 2 – Acústica
Fonte: Souza (2002, p.183)
Figura 2.25 – Simulação 3 – Visibilidade e acústica
Fonte: Souza (2002, p. 184)
Capítulo 2 Referencial Teórico
25
cor e contraste naturais, enquanto que aqueles em que se utiliza a iluminação artificial torna-
se monótono.
A luz natural é capaz de influenciar psicologicamente e fisiologicamente os indivíduos.
Pesquisas mostram o desejo por aberturas, como janelas, que traduzem a possibilidade de
visualização do ambiente externo, o contato com a vida exterior (Morgan, 1967; Hollister,
1968 e Hopkinson, 1967 apud GUIMARÃES, 2004).
No entanto, a acuidade visual pode ser diminuída caso existam certos fatores como
ofuscamento ou o forte contraste de cores, e melhorada à medida que há um aumento da
claridade (iluminação) que venha a favorecer a capacidade de percepção do olho.
Segundo Pilloto Neto (1980) a iluminação deficiente prejudica a produtividade e a
qualidade do trabalho e o ofuscamento, ou deslumbramento, interfere no processo visual,
ocorrendo a partir do brilho excessivo da fonte de luz, como ao direcionar-se a visão para uma
lâmpada incandescente, assim como em função do tamanho desta fonte, de sua área, do brilho
emitido ou posicionamento inadequado (muito próximo aos olhos ou dentro do campo de
visão). Uma outra causa está voltada aos contrastes excessivos entre os pontos de luz e
sombra ou superfícies iluminadas e seu fundo; assim como o brilho refletido por superfícies
polidas ou ainda em função do tempo de exposição da vista à claridade.
SILVA & TORRES (2002, p.9) mencionam que ofuscamento “corresponde à uma
grande perturbação do poder de adaptação e acontece devido à uma super exposição de luz da
retina que afeta o desempenho visual e causa desconforto”. É capaz de causar irritação, fadiga
e distração, sendo designado direto quando é causado pela posição inadequada das luminárias
com luminâncias excessivas no campo visual do observador ou quando nas janelas não são
utilizados recursos de controle e pode ser refletido quando causado por reflexos de lâmpadas,
luminárias ou janelas em superfícies brilhantes, como em metais ou telas de computador. O
limite para o ofuscamento (fig. 2.26) é dado pela equação (2.1).
Figura 2.26 – Ângulo de ofuscamento
Fonte: Silva & Torres (2002, p. 9)
NO
max
H
D
Tgy =
(equação 2.1)
Capítulo 2 Referencial Teórico
26
Onde:
Tgy
max
– limite para o ofuscamento
D – Distância horizontal do espectador à fonte luminosa (em metros)
H
NO
– Altura da fonte luminosa
Quanto ao posicionamento das luminárias deve-se evitar a incidência da luz direta ou
refletida sobre os olhos para que não ocorra ofuscamentos. Devem ser colocadas,
preferencialmente, acima de 30° em relação a linha de visão (horizontal), na posição lateral ou
atrás do trabalhador como mostrado na figura 2.27.
Figura 2.27 – Posicionamentos adequados para evitar ofuscamentos e reflexos
Fonte: Iida ( 2001, p. 260)
Quando necessário uma iluminação auxiliar em frente ao trabalhador deve-se colocar
um anteparo na luminária (fig. 2.28).
Figura 2.28 – Luminária protegida
Fonte: Iida (2001, p. 260)
Capítulo 2 Referencial Teórico
27
Sendo causado pelos efeitos de uma lâmpada, deve-se proteger as lâmpadas com
luminárias, como se pode observar na figura 2.29.
Figura 2.29 – Ângulo limite
Fonte: Pilloto Neto (1980, p. 39)
Grandjean (1998) menciona que a isenção do ofuscamento em um ambiente de trabalho
representa uma das maiores exigências para a sua concepção ótica.
Ao tratar-se da eficiência da iluminação natural, a mesma está condicionada à
iluminação da abóbada celeste, ao ângulo de incidência da luz, à cor encontrada no ambiente e
à cor e natureza dos vidros utilizados no espaço.
De acordo com o posicionamento das aberturas, a iluminação natural classifica-se em
lateral (penetração da luz pelas aberturas das paredes) ou zenital (penetração da luz pelo alto).
No que se refere a iluminação lateral, a melhor posição para as aberturas é no centro das
paredes, pois é onde se obtém melhor intensidade e uniformidade na iluminação, que não
deverá atingir o campo de visão, durante a execução dos trabalhos. Estas, ao serem colocadas
em posições mais elevadas, iluminam melhor as partes mais afastadas e quando dispostas,
horizontalmente, possibilitam uma distribuição mais homogênea da luz, ao passo que ao
serem trabalhadas de forma predominantemente vertical iluminam com maior eficiência o que
estiver em frente ao seu eixo de simetria, ficando o espaço lateral com iluminação deficiente,
embora alcancem uma distância maior que a horizontal.
Em ambientes em que existam mais de uma janela numa mesma parede, deve-se deixar
entre elas uma distância no máximo igual a 1/4 da largura da janela. Quanto a distância entre
o teto e o início da janela não deverá ultrapassar 1/6 da medida do piso ao teto (H), como
mostra a figura 2.30.
Capítulo 2 Referencial Teórico
28
Figura 2.30 – Distância entre janelas
Fonte: Pilloto Neto (1980, p.43)
Em ambientes de trabalho a luz que incide no plano de trabalho deverá formar com o
mesmo um ângulo de no mínimo 27°, quando utilizadas aberturas laterais (figura 2.31).
Figura 2.31 – Ângulo de incidência da luz
Fonte: Pilloto Neto (1980, p. 44)
Quando se parte de uma iluminação, onde se utiliza mais de uma parede com aberturas,
a luz é mais intensa e mais uniforme. Ao passo que, quando se utiliza aberturas em apenas um
dos lados do ambiente, deve haver preocupação para que a janela não provoque sombras
prejudiciais, devendo-se encontrar, normalmente, à esquerda do trabalhador.
Quanto ao espaço a ser iluminado não deverá ter profundidade maior que duas vezes e
meia a distância entre o piso e a parte superior da janela. Considera-se, para o cálculo de
profundidade, o ângulo de incidência da luz no ponto mais afastado da abertura,
aproximadamente igual a 22° (fig 2.32).
Capítulo 2 Referencial Teórico
29
Figura 2.32 – Penetração da luz no local
Fonte: Pilloto Neto (1980, p.44)
A área da janela deve ser proporcional a da área do local a ser iluminado, devendo ser
no mínimo de 1 para 10, exceto em oficinas em que exijam uma grande quantidade de luz
onde se deve utilizar 1 para 5. Deve-se adotar para a janela, em média, uma dimensão
equivalente a 1/8 da área do piso (PILOTTO NETO, 1980).
Em locais de trabalho deve-se utilizar uma iluminação abundante, uniforme e bem
distribuída, características proporcionadas pela iluminação artificial, tendo em vista que a
penetração dos raios solares causam certos inconvenientes, como reflexões muito intensas e
grandes contrastes entre os pontos de luz e sombra que levará ao ofuscamento, prejudicial a
visão. Agregado a tais problemas ainda pode-se mencionar o desconforto causado pela
quantidade de calor produzida pelo sol, vindo a interferir na produtividade. Assim sendo, para
locais de trabalho, o estudo de insolação deve ser direcionado à orientação conveniente das
superfícies iluminantes evitando expô-las diretamente aos raios solares.
Não sendo possível evitar a incidência direta dos raios solares em virtude do
posicionamento das fachadas, pode-se utilizar certos artifícios como cortinas, persianas, brise-
soleil, vidros especiais entre outros. Entenda-se brise-soleil ou quebra-sol como “elementos
construtivos utilizados para atenuar a ação dos raios solares, modificando os ângulos de
incidência de modo a permitir uma iluminação por reflexão” (PILOTTO NETO, 1980, p. 54),
figura 2.33.
Capítulo 2 Referencial Teórico
30
Figura 2.33 – Brise-soleil
Fonte: Pilloto Neto (1980, p. 54)
No caso das cortinas e persianas, permitem uma boa uniformidade na iluminação, no
entanto, as primeiras absorvem muita luz, ao passo que as outras permitem o controle da
quantidade de luz que penetra no ambiente, sendo mais adequadas a este uso.
Ao direcionar-se à iluminação artificial, pode-se constatar, como menciona Iida (2001)
que o homem moderno possui em todo o seu redor luzes e cores produzidas artificialmente,
quer seja no ambiente profissional ou no próprio lar.
Aliado a tal fato o planejamento adequado da iluminação e das cores contribui para o
aumento da satisfação no trabalho, redução da fadiga e dos acidentes (IIDA, 2001).
Segundo Silva (2004) a luz branca desperta e excita, induzindo a produtividade, ao
passo que a luz mais amarelada relaxa e acalma.
“A iluminação desnecessária ou inadequada além de prejudicial é custosa” (MASCARÓ
& MASCARÓ, 1991, p.6 ).
Deve haver uma preocupação quanto à qualidade da iluminação que diz respeito à
escolha do tipo adequado de lâmpada, sua distribuição e localização, assim como a orientação
do feixe de luz de modo a incidir de forma correta sobre o plano de trabalho. Em paralelo
deve-se observar a quantidade de luz, havendo a preocupação para tanto com os níveis de
iluminamento que se utilizados de forma adequada deverão permitir a realização da tarefa
visual com um máximo de rapidez, exatidão, facilidade e comodidade, sem que para tanto
sejam exigidos grandes esforços.
Assim sendo, segundo Mascaró & Mascaró (1991, p.6) o desempenho visual está
relacionado com a quantidade e qualidade de iluminação de um determinado local.
Capítulo 2 Referencial Teórico
31
Entendendo-se por desempenho visual como o termo utilizado para “descrever tanto a
velocidade em que os olhos funcionam, como a precisão com que uma tarefa visual poderá ser
executada”. Quando há o aumento do nível de iluminamento (iluminância) ou até um certo
grau de luminância (luz refletida pelo objeto observado nos olhos do observador) consegue-se
o aumento da percepção de um determinado objeto até um certo nível.
Segundo Iida (2001) a sensibilidade do olho humano à luz compreende um
comprimento de onda entre 400nm a 750 nm ( 1nm = 1 nanômetro = 10
-9
m). Porém, esta não
se apresenta uniformemente, é pequena nos extremos e atinge o ponto máximo em torno de
550nm.
O autor menciona, ainda, que os tipos mais usuais de lâmpadas, atualmente, são as de
filamento incandescente de tungstênio e as lâmpadas fluorescentes. As primeiras são
contínuas enquanto as segundas são intermitentes, piscam em função da ciclagem da rede
elétrica.
Com o uso da lâmpada fluorescente consegue-se uma grande economia no consumo de
energia, além de possuírem baixa luminância, facilitando o controle do ofuscamento.
Deve-se trabalhar com o nível de iluminamento adequado a cada atividade, pois estudos
mostram que o seu aumento representa apenas desperdícios de energia, sem que haja aumento
de produtividade, vindo a favorecer o aparecimento da fadiga visual, quando utilizados níveis
acima de 1000 lux (IIDA, 2001).
Fadiga visual refere-se, principalmente, ao esgotamento de pequenos músculos ligados
ao globo ocular cujas funções diz respeito a movimentação, fixação e focalização dos olhos,
que passam a ficar avermelhados, lacrimejam e ocorre aumento da freqüência de piscar,
provocando tensão e desconforto chegando, muitas vezes, a perder a nitidez ou haver
duplicação da imagem. Em casos mais extremos pode vir a provocar dor de cabeça,
depressão, náuseas e irritabilidade emocional.
Guimarães (2004) enfatiza o que foi mencionado por Iida, e acrescenta que o limite
recomendado é de 2000 lux e, apenas, para montagem e inspeções de peças pequenas e
complicadas pode-se chegar a 3000 lux, dizendo que, após 1000 lux, os aumentos de
iluminância não provocam melhoras sensíveis.
Ao direcionar-se a uma sala de desenho, deve-se ter cuidado com as sombras
ocasionadas pela régua ou mãos do desenhista, fazendo com que a luz incida pela esquerda
(desenhista destro), colocando-se a prancheta de tal forma que fique um ângulo de 15 a 20°
entre o seu bordo e o eixo longitudinal da luminária . Uma outra solução é o uso da prancheta
quase na vertical (figura 2.34).
Capítulo 2 Referencial Teórico
32
Figura 2.34 – Prancheta quase na vertical
Fonte: Pilotto Neto (1980, p .91)
No caso das salas de aula, a iluminação deve ser de excelente qualidade, favorecendo
tanto a visão a distância ou mais próxima, evitando-se reflexos prejudiciais à leitura, podendo-
se, neste caso, criar uma iluminação suplementar, como mostra a figura 2.35.
Figura 2.35 – Iluminação do quadro
Fonte: Pilotto Neto (1980, p.95)
Capítulo 2 Referencial Teórico
33
Cálculo para iluminação de interiores
Os níveis recomendados para iluminação de interiores encontrados nas Normas
Brasileiras NBR 5413/1992 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT variam de
acordo com o local e as diferentes tarefas visuais que neles são desenvolvidas.
Direcionando para o objeto de estudo em questão (Escola) tem-se a tabela 2.3 onde se
pode verificar as iluminâncias em lux para este tipo de atividade.
Tabela 2.3 – Níveis de iluminâncias
Fonte: ABNT / NBR 5413(1991)
Escolas lux
Salas de aulas 300
Quadros negros 500
Salas de trabalhos manuais 300
Laboratórios (geral / local) 200 / 500
Anfiteatros e auditórios
(platéia / tribuna)
200 / 500
Salas de desenho 500
Terminais de vídeo lux
Leitura de documentos 500
Teclado 300
Entenda-se iluminância como sinônimo de iluminamento.
A unidade de luz designa-se lúmen. A eficiência luminosa de uma lâmpada elétrica é
dada em lumens por watt (lm/w) e a intensidade de luz que incide sobre a superfície de
trabalho é dada em lux.
Será mostrado para o cálculo de iluminação elétrica o método dos lumens, por ser o
mais utilizado na prática, o qual “consiste em determinar-se o fluxo luminoso obtido com uma
certa fonte de luz e calcular o número de fontes necessárias para se conseguir o nível de
iluminamento desejado” (PILLOTO NETO, 1980, p. 72) .
Entenda-se fluxo luminoso “a quantidade total de luz emitida por uma fonte e medida
em lumens (lm)” (SILVA, 2004, p. 40).
Capítulo 2 Referencial Teórico
34
Segundo Creder (2000) determina-se, inicialmente, o fluxo luminoso, a partir dos
seguintes dados:
- Seleção da iluminância (E), ver tabela 2.3;
- Escolha da luminária;
- Determinação do índice do local (k) - correlação entre o comprimento, largura do local
e a altura de montagem da luminária (altura da luminária em relação ao plano do trabalho) em
metros. Para tanto, utiliza-se a equação (2.2).
Onde:
c = comprimento do local
l = largura do local
hm = altura de montagem da luminária (distância da fonte de luz ao plano de trabalho)
- Coeficiente de utilização – relação entre o fluxo luminoso útil que incide sobre o plano
de trabalho e o fluxo total emitido pela fonte (luminária). Interferem neste cálculo as
características do local, o tipo de luminária e a refletância dos tetos, paredes e pisos
discriminadas na tabela 2.4.
Tabela 2.4 – Refletância
Fonte: adaptado de Creder (2000, p.198)
ÍNDICE REFLEXÃO SIGNIFICADO
1 10% Superfície escura
3 30% Superfície média
5 50% Superfície clara
7 70% Superfície branca
Quanto a refletância, gera-se um número com três algarismos, onde o primeiro refere-se
as características do teto, o segundo da parede e o terceiro do piso (tabela 2.4).
l)(chm
lc
k
+
=
(equação 2.2)
Capítulo 2 Referencial Teórico
35
A partir dos dados fornecidos pelo representante da luminária escolhida, admite-se o
valor de k mais próximo do calculado anteriormente, aliado ao valor numérico gerado da
refletância e encontra-se o coeficiente de utilização.
- Fator de depreciação (d) ou fator de manutenção – relação entre o fluxo produzido
pela luminária no início de seu funcionamento e após certo tempo de uso (tabela 2.5).
Tabela 2.5 – Fator de depreciação
Fonte: Creder (2000, p. 199)
A partir destas informações pode-se determinar o fluxo luminoso e o número de
luminárias substituindo os valores encontrados nas equações (2.3 e 2.4).
Onde:
ø = fluxo luminoso total em lumens
S = área do local em metros quadrados
E= nível de iluminamento em luxes ou iluminância (tabela 2.3)
μ = coeficiente de utilização ou fator de utilização
d = fator de depreciação ou de manutenção
n = número de luminárias
φ = fluxo de uma luminária em lumens
O fluxo luminoso de uma luminária será obtido a partir do tipo e número de lâmpadas
utilizadas na luminária, com base nas informações do próprio fabricante.
PERÍODO DE MANUTENÇÃO (h) TIPO DE
AMBIENTE
2500 5000 7500
Limpo 0,95 0,91 0,88
Normal 0,91 0,85 0,80
Sujo 0,80 0,66 0,57
φ
ø
n =
(equações 2.3 e 2.4)
d
x
μ
ExS
ø =
Capítulo 2 Referencial Teórico
36
Distribue-se as luminárias uniformemente, estando o espaçamento entre elas
relacionado à altura de montagem (informações encontradas nos catálogos do fabricante). A
distância entre a primeira linha de luminárias e a parede deverá ser igual ou menor que a
metade da distância entre as luminárias.
2.1.1.5 Cores
Segundo Pedrosa (1999) a ação da luz, que funciona como estímulo sobre os órgãos da
visão, produz uma sensação a qual designa-se cor, portanto, a mesma não tem existência
material.
Figura 2.36 – Efeitos da luz /sensação de cor
Fonte: Pedrosa (2003, p. 19)
Palavra de origem latina, color, (BATTISTELLA, 2003), a cor é designada por Pilloto
Neto (1980, p. 97) como “a propriedade que possuem os corpos de quando iluminados,
aparecerem aos nossos olhos com diferentes tonalidades”.
Do ponto de vista físico, as cores visíveis no espectro podem ser consideradas como
ondas eletromagnéticas na faixa de 400 a 750nm (1nm = 1 nanômetro = 10
-9
m). Para cada cor
tem-se uma faixa que corresponde a uma sensação particular (IIDA, 2001):
Azul – abaixo de 480nm
Verde – 480 a 560nm
Amarelo – 560 a 590nm
Laranja – 590 a 630nm
Vermelho – acima de 630nm
Segundo Grandjean (1998) o infravermelho compreende a faixa acima de 780nm,
enquanto o ultravioleta abaixo de 380nm.
Existem duas formas de cor: a cor-luz e a cor-pigmento. A existência da primeira está
condicionada a presença de luz, havendo uma superposição de luzes coloridas, já a segunda
forma é uma mescla de pigmentos e dá cor a tudo o que é material.
Capítulo 2 Referencial Teórico
37
Isaac Newton, físico inglês, foi um dos estudiosos que mais descobertas fez sobre cor e
luz. A partir da observação do arco-íris (fenômeno natural no qual a luz do sol é decomposta
pelas gotas de chuva) ele utilizou prismas e lentes onde fez incidir a luz do sol e obteve uma
faixa colorida que designou
espectro solar. Este espectro é formado por sete cores visíveis,
porém mais adiante se descobriu que existem cores que estão fora desse espectro e não podem
ser vistas pelo olho humano (infravermelho e ultravioleta) e também, que as cores são vistas
de forma diferente por cada pessoa (COR..., 2005 ).
Cada pessoa possui uma sensação própria para um determinado estímulo, causando,
desta forma, uma deficiência na avaliação das cores. Fatores físicos e psicológicos como
nervosismo, cansaço e gripe, interferem neste processo. No entanto, pode-se afirmar que a
incidência de ondas eletromagnéticas, entre aproximadamente 300 a 700nm, nos olhos
causam sensações semelhantes nas pessoas (SENAI, 2001).
A cor pode ser classificada em cor primária ou geratriz que compreende uma gama de
três cores indecomponíveis que geram, depois de misturadas nas suas devidas proporções,
todas as cores da natureza. Em relação a cor-luz, tem-se como cores primárias: o vermelho, o
azul e o verde. A partir da mistura destas três cores, fenômeno chamado de síntese aditiva,
quando há um somatório dos comprimentos de ondas, encontra-se o branco e a partir da
mistura de duas cores primárias formam-se as chamadas cores secundárias. Quanto à cor-
pigmento ou de corantes, tem-se o ciano, o magenta e o amarelo como cores primárias ou
puras. Neste caso, a mistura das três cores primárias gera o preto (síntese subtrativa) onde
ocorre uma diminuição no comprimento de onda refletido, pois cada cor absorve parte da luz
e as demais cores são obtidas subtrativamente, como demonstram as figuras 2.37 e 2.38.
Figura 2.37 – Cores-luz primárias Figura 2.38 – cores-pigmento primárias
Síntese aditiva Síntese subtrativa
Fonte: Pedrosa (2003, p. 29) Fonte: Pedrosa (2003, p. 29)
Capítulo 2 Referencial Teórico
38
As ondas luminosas após incidirem sobre os objetos são absorvidas ou refletidas. No
segundo caso caracterizam a sua cor, sendo percebida aos olhos humanos.
Assim sendo, um corpo negro não reflete nada, absorve todos os comprimentos de onda,
ao contrário do que acontece com o corpo branco. Pode-se observar na tabela 2.6 os graus de
reflexão do fluxo luminoso incidente.
Tabela 2.6 – Graus de reflexão do fluxo luminoso incidente.
Fonte: Adaptado de Grandjean (1998)
Cor e materiais Reflexão em %
Branco 100
Alumínio, papel branco 80-85
Marfim, amarelo limão forte 0-75
Amarelo forte, ocre claro, verde claro,
azul pastel, rosa claro, “tons cremes”
60-65
Verde limão, cinza claro, rosa, laranja
forte, cinza azulado
50-55
Caliça, madeira clara, azul celeste 40-45
Madeira de carvalho clara, concreto seco 30-35
Vermelho forte, verde grama, madeira,
verde oliva, marrom
20-25
Azul escuro, vermelho púrpura,
castanho, cinza ardósia, marrom escuro
10-15
Preto 0
A luz considerada, inicialmente, é a branca ou solar, sabendo-se que, quando utilizadas
lâmpadas comerciais, as cores podem ser percebidas de forma diferenciada.
Walker (1995) considera a cor uma ferramenta poderosa quando utilizada de forma
adequada nos seus mais diversos campos, como na saúde, na nutrição, na psicologia, na
decoração de espaços desde residências à ambientes de trabalho, assim como na sociologia e
no marketing. Segundo ele “as cores afetam nosso ser por inteiro e nossa vida toda a cada dia”
(WALKER, 1995, p. 18). São capazes de transmitir sensações diversas como frio ou calor, de
Capítulo 2 Referencial Teórico
39
afetar no desempenho de uma determinada atividade e por conseqüência na produtividade, na
qualidade do trabalho ou até mesmo no lazer. Podem diminuir a fadiga visual e reduzir o
índice de acidentes, impulsionar ou inibir, causar estresse ou tranqüilidade, causar alegria ou
tristeza, pois podem interferir no estado emocional do indivíduo.
Assim, de acordo com as reações sensitivas que provocam nas pessoas estas podem ser
classificadas em dois grupos, segundo o psicólogo Wund (
apud PILLOTO NETO, 1980):
cores quentes e cores frias (figura 2.39).
Figura 2.39 – Cores quentes e frias
Fonte: Pilloto Neto (1980, p.116)
Pode-se observar na tabela 2.7 a correlação entre as cores quentes e frias com as suas
devidas sensações (NEVES, PEREIRA & GONÇALVES, 2006).
Capítulo 2 Referencial Teórico
40
Tabela 2.7 – Correlação de sensações entre cores quentes e frias
As cores estão presentes em tudo: em um objeto, na natureza, nas obras de arquitetura
como um todo, nos quadros de pintura. Cada uma possui características próprias capazes de
interferir nas reações das pessoas, como mencionado e exemplificado abaixo:
Cores Quentes Cores Frias
Ensolarado Sombrio
Opaco Transparente
Estimulante Calmante
Denso Diluído
Terreno Aéreo
Perto Longe
Vermelho - Possui um grande poder excitante, gerando um
superestímulo e agitação. É cor quente, sugere calor. Es
associada a sentimentos de amor, paixão, violência e ódio,
proporcionando energia e vitalidade. Deve ser usada com
moderação para que não gere impaciência e ansiedade.
Quando utilizada em ambientes os tornam quentes e
acolhedores. Segundo Pilloto Neto (1980) a Psicofísica, a
partir de algumas experiências, retrata que a exposição ao
vermelho gera reações psicológicas capazes de estimular o
cérebro, o ritmo das pulsações e o apetite.
Figura 2.40 – Ambiente 1
Fonte: Pintura ... (2002, p.9)
Capítulo 2 Referencial Teórico
41
Laranja – Estimula a criatividade e a ambição, é uma cor
muito quente, saliente, acolhedora e viva, podendo produzir
nervosismo e comportamento indócil, quando exposto em
demasia. Dá a sensação de aumento de dimensionamento
dos espaços. Segundo Walker (1995) devido ao fato de
muitas frutas e vegetais serem laranja ou vermelho-
alaranjados esta cor é bastante direcionada para a nutrição.
Iida (2001) ainda comenta que ela pode vir a facilitar a
digestão, sendo uma cor psicologicamente ativa.
Figura 2.41 – Ambiente 2
Fonte: Pintura... (2002, p.9)
Amarelo – No sentido mais amplo o amarelo traduz
alegria, sabedoria, compreensão e juventude, sendo uma cor
energizante, capaz de aumentar a atividade cerebral e
favorecer a criatividade. Representa o calor, a claridade.
Assim, paredes de ambientes que não recebem sol podem se
tornar mais brilhantes e alegres com a sua aplicação.
Ao direcionar-se para o tom dourado está associada à paz e
ao descanso. No entanto quando usada abundantemente ou
quando possuir tonalidade muito forte é superestimulante
para a psique e os nervos, podendo vir a causar irritação
mental. Não é muito aconselhável para ambientes em que se
fique durante muitas horas.
Figura 2.42 – Ambiente 3
Fonte: Pintura... (2002, p. 8)
Verde – Cor predominante na natureza, proporciona um
grande bem-estar e a sensação de otimismo. É relaxante,
passivo, sugerindo imobilidade. É curativo, aliviando
tensões e equilibrando o sistema nervoso. Por ser calmante
é sugerida para locais de repouso e mesas de jogo. No
entanto o verde-escuro e forte pode ser depressivo e até
debilitante.
Figura 2.43 – Ambiente 4
Fonte: Pintura... (2002, p.8)
Capítulo 2 Referencial Teórico
42
A partir das características das cores e suas interferências no comportamento humano,
parte-se para correlacioná-las com os ambientes arquitetônicos.
Segundo Neves, Pereira & Gonçalves (2006) ao utilizar-se as cores em ambientes
internos estas possibilitam uma outra forma de ver e de sentir os espaços, sugerindo que
ambientes de trabalho ou de lazer, doméstico ou público, não devem ser neutros.
Azul – Transmite a sensação de calma, tranqüilidade e
descanso. Por ser repousante chega a ser um pouco
sonífero. Simboliza inteligência e raciocínio, sugerindo
indiferença, imprudência e passividade. É cor fria, da
verdade, da consciência divina. Transmite a sensação de
frescor. No entanto pode ser depressivo e gerar
sentimentos de melancolia quando utilizado em excesso.
Em conjunto com o verde pode estimular o melhor do
talento e da criatividade no que se refere a artes e música.
Figura 2.44 – Ambiente 5
Fonte: Pintura... (2002, p. 9)
Branco – reflete a pureza, a perfeição, a verdade
máxima. Simboliza a paz. É a mistura das três cores
primárias em perfeito equilíbrio.
Quando é aplicado no ambiente apenas o branco causa
depressão. Ao direcionar o seu uso para o piso causa
insegurança (PINTURA..., 2002).
Figura 2.45 – Ambiente 6
Fonte: Pintura... (2002, p.9)
Preto – É a ausência de luz. Representa a perda ou falta
de vida, gerando cansaço físico e mental, criando um
ambiente depressivo. Se usado em excesso, transmite a
sensação de angústia e tristeza.
Capítulo 2 Referencial Teórico
43
Ao interferir nos ambientes, as cores geram mobilidade espacial e as distâncias visuais
podem se tornar relativas e elásticas (figuras 2.46 e 2.47).
As cores claras dão a sensação de ampliação de espaços pequenos. Uma superfície
branca dá a impressão de aumento nas suas dimensões em função da luz refletida que
transmite sensação de amplitude, parecem mais recuadas do que realmente se apresentam, ao
passo que uma parede escura parece aproximar-se do observador (figuras 2.48 e 2.49).
As cores quentes parecem saltar do seu plano, avançam, são agressivas, devendo ser
usadas apenas em pequenos trechos, enquanto as frias dão a idéia de profundidade e recuo, e
se usadas em áreas pequenas, reduzem a sensação espacial. Quanto as que possuem
tonalidades escuras, além de dar a sensação de profundidade espacial, transmitem dinamismo
(NEVES, PEREIRA & GONÇALVES, 2006).
As sensações causadas pelos espaços podem ser alteradas. No caso de um corredor
comprido e estreito, pode-se, como fator de correção, aplicar nas paredes longas uma cor clara
e luminosa e nas duas extremidades um tom mais escuro (figura 2.50). Em função da
quantidade de branco contida em uma cor esta será mais ou menos luminosa. O primeiro caso
é apresentado a medida em que se aumenta a sua quantidade (PINTURA..., 2002).
Figura 2.46 – Parede longa
Fonte: Crescenti (2000, p. 76)
Figura 2.47 – parede curta
Fonte: Crescenti (2000, p. 76)
Figura 2.48 – Ambiente curto
Fonte: Crescenti (2000, p. 76)
Figura 2.49 – Ambiente longo
Fonte: Crescenti (2000, p. 76)
Capítulo 2 Referencial Teórico
44
Figura 2.50 – Corredor longo
Fonte: Crescenti (2000, p. 76)
Ao colocar cores escuras no teto, este dá a sensação de ter sido rebaixado. O espaço se
torna mais acolhedor, como pode ser demonstrado abaixo (figuras 2.51 e 2.52).
Através da cor aplicada em um objeto pode-se dar a sensação que este possui dimensões
maiores ou menores, assim como receber destaque ou ficar camuflado na parede que o abriga
(figuras 2.53 e 2.54). Pilloto Neto (1980) ainda afirma que pode modificar aparentemente o
seu peso, pois objetos com cores frias ou claras parecem mais leves.
Figura 2.51 – Teto rebaixado
Fonte: Crescenti (2000, p.76)
Figura 2.52 – Teto elevado
Fonte: Crescenti (2000, p. 76)
Figura 2.53 – Objeto destacado
Fonte: Crescenti (2000, p. 76)
Figura 2.54 – Objeto escondido
Fonte: Crescenti (2000, p.76)
Capítulo 2 Referencial Teórico
45
Quanto às portas e aos batentes, se pintados da mesma cor das paredes, serão
camuflados; ao passo que ao aplicar-se tons contrastantes estes terão destaque.
Ao focar o ambiente de trabalho, Grandjean (1998) atribui às cores as seguintes
funções: auxiliar na orientação de serviços e ordenação dos espaços; como símbolos de
segurança; facilitar o trabalho a partir do uso do contraste de cores e fazer uso dos seus efeitos
psicológicos.
Já Iida (2001) afirma que um planejamento adequado da iluminação em conjunto com o
do uso de cores em um ambiente de trabalho interferem no consumo de energia, gerando uma
economia de até 30%, assim como no aumento de produtividade, neste caso, chegando a 80%
ou 90%.
Kwallek et al (
apud FONSECA & MONT’ALVÃO, 2003) citam um estudo realizado a
partir de três ambientes de trabalho, aplicando-se em cada um, uma cor: vermelho, branco ou
verde. A intenção foi verificar qual a interferência destas cores sobre o desempenho, o humor
e a satisfação do trabalhador ao realizar suas tarefas. Constatou-se que, embora a preferência
fosse por ambientes na cor branca, nestes, ocorreu o maior número de erros no
desenvolvimento das tarefas, não exercendo efeitos positivos quanto à produtividade.
Iida (2001) relata ainda que, através de experimentos, as cores, que causam sensações
diferenciadas nos indivíduos, interferem nos espaços, visto que, ao lançar cores quentes como
o amarelo, o laranja e o vermelho de forma racional em lavabos e vestiários, pode-se
minimizar a sensação de frio.
Acrescenta, ainda, que de acordo com o sexo, idade e cultura, as cores são apreciadas
por homens e mulheres de forma diferenciada. Os primeiros, em ordem decrescente, preferem
o azul, o vermelho, o amarelo e o magenta. Já as mulheres, o azul, o verde, o violeta e o
vermelho. De uma forma geral, o que se apresenta para ambos os sexos é: azul, violeta,
branco, magenta, vermelho, verde, amarelo e laranja, nesta ordem de preferência.
No entanto, as mulheres conseguem perceber mais as cores que os homens, segundo
estudo dos geneticistas Brian Verrelli e Sarah Tishkoff, da Universidade de Maryland (EUA),
devido a uma transformação no gene envolvido na percepção da cor vermelha nas células da
retina (MULHERES..., 2004).
2.2 Condições ideais para o uso de equipamentos de Informática
Em substituição às antigas ferramentas de trabalho utiliza-se nos dias atuais os
computadores nos escritórios, empresas, indústrias, entre outros locais. Com eles são
Capítulo 2 Referencial Teórico
46
necessárias novas estações de trabalho que acarretarão novos tipos de problemas gerados
pelos mobiliários (mesa/cadeira), quando criados sem que haja preocupação com os usuários
ou com a atividade que neles será exercida, assim como, um tratamento específico que deverá
ser dado aos monitores.
“Os operadores de VDUs (Vídeo Display Units) são mais vulneráveis aos problemas
ergonômicos: eles estão mais sujeitos a posturas desagradáveis, iluminação ruim, temperatura
desagradável, ruído desconfortável. Esta é a razão pela qual os escritórios computadorizados
exigem um projeto ergonômico e a participação de um ergonomista durante sua implantação”
(KROEMER & GRANDJEAN, 1997
apud MORAES & FRISONI, 2001, p. 21).
Ao designar-se um produto bem projetado ergonomicamente existe a preocupação em
que o mesmo atenda a vários tipos de usuários: aquele que utiliza o produto todos os dias, os
que usam esporadicamente, pessoas idosas, crianças, mulheres e homens (saudáveis ou não).
Assim, no intuito de atingir um produto que responda aos anseios de uma população
diferenciada, deve haver preocupação que o mesmo ofereça eficiência, conforto, satisfação do
ponto de vista estético em condições normais de uso e em condições previsíveis de mau uso
(SOARES, 2003).
2.2.1 Mobiliário
Com a informatização do trabalho surgiram novos constrangimentos ao trabalhador.
Vale ressaltar as lesões por esforços repetitivos, os constrangimentos posturais, desconforto
físico e dores, decorrentes em larga escala, da inadequação ergonômica do mobiliário
utilizado.
O mobiliário para informática deve contemplar a flexibilidade como princípio projetual
básico. Em virtude do trabalho contínuo deve haver a preocupação com ajustes no que se
refere à altura e distância da tela dos terminais de vídeo, a altura do teclado, assim como a
facilidade no manuseio dos mesmos (GRANDJEAN 1988
apud MORAES & PEQUINI,
2000).
Ainda segundo Granjean (1988
apud MORAES & PEQUINI 2000) as cadeiras deverão
ser reclináveis para trás e para frente com encosto ajustável em qualquer posição
intermediária e giratória; possuir apoio lombar de 10cm a 20cm acima do ponto mais baixo da
superfície do acento; acolchoamento da superfície do acento com espuma (2mm de espessura)
e ser coberta com material não escorregadio e permeável, com borda frontal arredondada;
possuir apoios para os pés; ter altura ajustável e rodízios.
Capítulo 2 Referencial Teórico
47
Quanto à superfície de apoio do teclado, esta deve ter altura diferenciada da superfície
de trabalho, pois, constituem funções distintas, embora algumas literaturas não digam respeito
a tais preocupações. Segundo Moraes (1989
apud MORAES & PEQUINI, 2000), a altura da
superfície de trabalho deverá variar de 49cm a 67cm, enquanto a do apoio do teclado de
49,5cm a 66,2cm.
Os espaços abaixo das mesas deverão ser suficientes para colocação das pernas dos
usuários sob a superfície de trabalho, podendo o não cumprimento de tais recomendações
levar os operadores a adotarem uma torção e uma posição inclinada dos quadris, que irão
gerar dores ou rigidez nas costas, no pescoço, nos ombros, nos braços e/ou nas mãos do
operador. Quanto à altura necessária (espaço vertical para introdução das pernas) deve-se
adotar entre 45cm e 46cm. A partir da superfície do acento deve-se deixar 20cm (MORAES
& PEQUINI, 2000).
2.2.1.1 Normas direcionadas ao mobiliário de informática
A indústria moveleira no Brasil encontra-se defasada em relação à dos Estados Unidos e
Europa. Fala-se pouco em ergonomia, o que se reflete na qualidade final do produto.
Pesquisa conduzida em 2004 procurou identificar o nível de entendimento acerca da
ergonomia entre os vendedores de mobiliário. Esta abordou, inicialmente, a detecção do grau
de conhecimento e de divulgação de mobiliários ergonomicamente satisfatórios por parte dos
fabricantes, representantes e lojistas na cidade do Recife, especificamente, nos bairros de Boa
Viagem e Boa Vista, onde foram investigados os produtos disponíveis em lojas
especializadas, inclusive, verificando a utilização deste diferencial como estratégia de
marketing (tabela 2.8).
Capítulo 2 Referencial Teórico
48
Tabela 2.8 - Resultado da pesquisa sobre ergonomia em lojas de mobiliário
Fonte: Machado et al,2004
ITEM
LOJAS
LOCAL - BOA
VIAGEM
LOCAL - BOA
VISTA
Qtde. Percentual Qtde.
Percentual
A
1 3,70% 10 37,04%
B
7 25,93% 5 18,52%
C
4 14,81% 0 0%
TOTAL DE
LOJAS POR
BAIRRO
12 44,44% 15 55,56%
TOTAL DE LOJAS VISITADAS = 27
A – Desconhecimento do termo ergonomia e sua aplicabilidade por parte da fábrica e
vendedor.
B – Conhecimento do termo ergonomia e sua aplicabilidade apenas por parte da fábrica.
C - Conhecimento do termo ergonomia e sua aplicabilidade por parte da fábrica e vendedor.
Este desconhecimento é traduzido na produção de móveis inadequados, proporcionando
o custo humano manifestado, ao longo dos anos, podendo ser identificado em diversas
enfermidades, a exemplo, da LER (Lesões por Esforço Repetitivo), DORT (Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) e outros traumas músculos-esqueléticos como
desconforto, edemas, inflamações, atrofias, lesões, rompimentos e etc, nos tendões, nervos e
músculos dos membros superiores, que podem assumir altas proporções.
Como forma de amenizar ou superar tais problemas, são aplicadas algumas normas,
julgadas suficientes por muitos gestores e projetistas. Tais normas são de grande valia,
entretanto, devem ser aplicadas e avaliadas no contexto específico de cada caso, respeitando
as especificidades de cada tarefa. A seguir, são citadas as que foram identificadas como usuais
em estabelecimentos que participaram da pesquisa, anteriormente mencionada.
A Norma Regulamentadora NR-17 Ergonomia, modificada em 1990, propiciou o
aumento das exigências relativas às condições do trabalho informatizado, bem como a
Capítulo 2 Referencial Teórico
49
melhoria da qualidade do respectivo mobiliário (PADOVANI, 2002).
“17.1. Esta norma regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.(...)
17.4.3. Os equipamentos utilizados no processo eletrônico de dados com terminais de vídeo
devem observar o seguinte:
a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à
iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de
visibilidade ao trabalhador;
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de
acordo com as tarefas a serem executadas;
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as
distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais;
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.
17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de
vídeo forem utilizados, eventualmente, poderão ser dispensadas as exigências previstas
no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a
análise ergonômica do trabalho”(ATLAS, 1998, p. 212 e 214).
Outras normas tratam do mobiliário de escritório. Todavia, estas apenas são elencadas abaixo:
NBR 13962 – Móveis para escritório – Cadeiras – Classificação e Características físicas e
dimensionais.
NBR 13966 – Móveis para escritório – Mesas – Classificação e Características físicas e
dimensionais.
NBR 13967 – Móveis para escritório – Sistemas de Estação de Trabalho – Classificação e
Características físicas e dimensionais.
2.2.2 Monitores
Ao estudar-se monitores, várias pesquisas apontam os reflexos apresentados na
superfície de vidro frontal dos computadores como sendo o problema mais desagradável,
ocasionando a redução dos contrastes entre os sinais ou ofuscamentos (GRANDJEAN, 1998).
Ainda, segundo Grandjean (1998), uma outra preocupação deve-se a distribuição dos
brilhos no campo visual dos operadores de monitores que quando apresentam grandes
contrastes atrapalham a adaptação do olho, além de trazer prejuízos a visão.
Capítulo 2 Referencial Teórico
50
Pode-se observar na figura 2.55, círculos onde se encontram valores de luminância
bastante diferenciados, podendo-se identificar grandes contrastes de brilhos que geram
ofuscamentos relativos com sensíveis perturbações da visão.
Figura 2.55 – Grandes contrastes de brilhos
Fonte: Grandjean (1998, p.247)
As disposições dos monitores e luminárias, durante a concepção do espaço, é de
extrema importância. Os postos de trabalho com monitores devem ser locados de forma
perpendicular às janelas, evitando-se aberturas frontais ou nas costas do operador, podendo-
se, em função do não favorecimento do arranjo físico, serem colocados biombos em frente as
janelas ou paredes muito claras. A figura 2.56 mostra exatamente uma situação onde a janela
provoca reflexo sobre a superfície de vidro da tela e a figura 2.57 a disposição ideal para os
locais de trabalho (arranjo físico).
Figura 2.56 – Reflexo da janela no monitor Figura 2.57 – Monitores perpendiculares às janelas
Fonte: Grandjean (1998, p.249) Fonte: Grandjean (1998, p. 249)
Capítulo 2 Referencial Teórico
51
Quanto as luminárias, deve-se utilizar as encaixadas no teto ou em disposição suspensa
do teto com prismas ou dispersores de luz com a luz irradiando lateralmente, formando um
ângulo do cone luminoso não superior a 45° da vertical, posicionadas de tal forma que não
reflitam na superfície dos monitores (fig.2.58).
Figura 2.58 – Luminárias com foco luminoso com ângulo de 45°
Fonte: Grandjean (1998, p.250)
O posicionamento das luminárias atrás do operador provoca reflexos na tela do monitor
assim como, se localizadas na frente causarão um ofuscamento direto; portanto, nunca
deverão ocupar tais posições (figura 2.59).
Figura 2.59 – Diferentes posições das fontes luminosas
Fonte: Grandjean (1998, p.250)
2.3 Espaços de ensino e as barreiras arquitetônicas
As instituições de ensino devem representar um ambiente seguro, o qual possa atender
às necessidades de todos os que o utilizam, devendo ser capaz de responder aos obstáculos
encontrados por aqueles que possuam ou que venham a adquirir alguma deficiência.
Capítulo 2 Referencial Teórico
52
Esta preocupação, que é bastante recente, tende a tornar os espaços acessíveis e
proporcionar a integração social dos portadores de alguma deficiência, diminuindo a
segregação e o preconceito. A arquitetura passa a atender novos mercados com as inovações
tecnológicas. Desta forma, as inovações passam a contribuir com a produção das edificações e
com o desenho universal, participando do processo de integração do deficiente na sociedade
(superação tecnológica da construção civil).
Segundo Almeida & Souza (2000, p.138), entende-se desenho universal “como um
método que direciona o design de produtos para abranger todos os usuários potenciais daquele
produto”. Neste sentido, incluindo as pessoas que, em virtude de suas características pessoais
ou condições físicas, encontram-se no extremo de alguma dimensão de desempenho (menor
habilidade).
As pessoas com alguma deficiência, seja ela provisória ou definitiva, deparam-se com
várias barreiras arquitetônicas, como pode ser mencionado o caso de Sílvia Bancovsky, 29
anos, que ingressou na Faculdade de Direito e não conseguiu ultrapassar as barreiras da
inacessibilidade. Estas não se encontravam, apenas, no desenho arquitetônico da Instituição
de Ensino, mas nas metodologias de aula e, principalmente nas atitudes. A dificuldade de
acesso ao único banheiro “adaptado” que era estreito, no sétimo andar, onde não havia rampas
se aliavam a elevadores não adequados (ANDRADE, 2004).
Ainda segundo Andrade (2004, p. 54) um outro caso é o de Mirela Goi de Camilo, 29
anos, ex-aluna do curso de Engenharia da Computação que não teve o curso concluído pela
não observância da Lei de acessibilidade por parte da instituição, como menciona em relação
a faculdade: “...é uma imensa barreira arquitetônica e quase nada foi feito para me ajudar...
quando cheguei ao quinto ano, tinha aulas entre o período das 7h às 21 horas, quase sem
poder me locomover, acabei tendo que abandonar”.
Assim sendo, a arquitetura, como qualquer outro serviço, deve preocupar-se com as
necessidades dos seus clientes, buscando sempre a inovação tecnológica com a inserção dos
novos produtos existentes no mercado que venham agregar valores ao projeto arquitetônico,
contribuindo para a satisfação do usuário.
É diante deste contexto, que se apresenta o
flat da acessibilidade. Espaço criado por
professores e alunos da instituição em estudo, com área de 71m
2
, direcionado a pessoas
portadoras de diferentes limitações (permanentes ou temporárias), em homenagem à atleta do
paradesporto (esporte direcionado ao deficiente físico) Suely Guimarães um dos ambientes da
Casa Plural 2004, evento de arquitetura ocorrido em Recife - PE. Um diferencial competitivo
no ensino e prática da arquitetura.
Capítulo 2 Referencial Teórico
53
Os espaços foram dimensionados de forma a favorecer o deslocamento do cadeirante,
sem que para tanto fosse esquecida a funcionalidade e a qualidade plástica do
flat. Foi
proporcionado ao usuário, o máximo de independência (condição ideal padrão recomendada
pelas normas técnicas).
Como soluções projetuais utilizou-se móveis com bordas arredondadas e com alturas
diferenciadas e vãos com dimensões adequadas que favorecessem o deslocamento da cadeira
de rodas em todos os ambientes do flat (figuras 2.60 e 2.61).
Também, itens de mobiliário foram introduzidos, como uma cama motorizada que
proporcionava massagem relaxante e que, mesmo sendo de casal, podia movimentar-se de
forma diferenciada para as duas pessoas que a utilizavam (figura 2.62).
Figura 2.62– Cama motorizada
Figuras 2.60 e 2.61 – Móveis com bordas
arredondadas
Capítulo 2 Referencial Teórico
54
O banheiro possuía banheira com ducha e barras de apoio fixas que facilitavam o acesso
e uso do equipamento pelo deficiente (figuras 2.63 e 2.64).
Outras barras podiam ser encontradas próximas à bacia sanitária que favoreciam a
transferência do cadeirante. A bacia sanitária sem caixa acoplada, como é recomendável pelas
normas, possuía assento que distava 0,46m do piso. A válvula de descarga, assim como a
torneira da pia, eram acionadas por alavanca. Possuía ainda ducha manual do tipo telefone
(figuras 2.65 e 2.66).
Na cozinha/serviço o cadeirante conseguia fazer todas as atividades sozinho. Nesta
foram trabalhadas alturas adequadas ao uso da cadeira de rodas e a torneira se assemelhava a
uma ducha para facilitar o manuseio (figuras 2.67 e 2.68).
Figuras 2.63 e 2.64 – Banheira com ducha e barras especiais
Figura 2.65 – Bacia com barras
Figura 2.66 – Torneira com alavanca
Capítulo 2 Referencial Teórico
55
Surgiram vãos e mobiliários com dimensões e alturas diferenciadas que permitiam o
deslocamento do cadeirante, assim como novos produtos adequados as novas funções. A
inovação apareceu como uma vantagem competitiva, uma estratégia de mercado, um
diferencial.
Diante do exposto o tema pode ser visto sob a seguinte ótica:
A inovação é para todos!
O desenho universal é para todos!
Mais espaços acessíveis é um direito de todos!
2.4 Ambiente construído e o aspecto motivacional
As configurações físicas do ambiente influenciam o comportamento humano, passando
a ser aspecto definidor do sucesso ou não de um projeto arquitetônico, visto que cada
indivíduo percebe o espaço de forma diferenciada (ARAÚJO, 2003).
Segundo Del Rio (1999 apud ARAÚJO, 2003, p.7) “a percepção é um processo mental
de interação do indivíduo com o meio ambiente, que se dá através de mecanismos perceptivos
propriamente ditos e, principalmente, cognitivos”. Como mecanismos cognitivos têm-se
motivações, necessidades e expectativas, dentre outros. Assim, a mente humana interfere na
construção da realidade percebida pelo usuário, proporcionando-o, ou não, satisfação.
Existe “algo” no comportamento humano, como define Iida (2001), que direciona o
indivíduo a perseguir um determinado objetivo sem um prazo definido. Este algo, conhecido
Figuras 2.67 e 2.68 – Mobiliário cozinha/serviço
Capítulo 2 Referencial Teórico
56
como determinação, impulso ou necessidade é designado, de uma forma mais genérica, como
motivo e mantém-se ativo por meio da motivação.
Entende-se, assim, que a motivação seja um impulso que venha de dentro e que tem,
portanto, suas fontes de energia no interior de cada pessoa, podendo está ligada a um desejo
(BERGAMINI, 1997).
Segundo Guimarães (2004, v.2), quando do estudo do comportamento humano,
percebe-se haver uma força que leva as pessoas a agir seja no sentido de buscar ou fugir de
uma determinada situação.
Menciona, ainda, existir uma diferenciação entre os termos motivação e satisfação. O
primeiro está ligado ao estímulo de ação, enquanto o segundo está voltado ao conceito de
prazer.
Assim sendo, ao direcionar-se ao sistema de trabalho, Guimarães (2004, v.2) observa
que o processo de envolvimento, mesmo diante de situações de desconforto pessoal ou
emocional, garante a execução do trabalho com alto comprometimento.
Quando o foco está voltado ao ambiente físico, e este responde às necessidades dos
usuários, seja em termos funcionais (físicos/cognitivos) ou formais (psicológicos), as
atividades serão realizadas de forma mais positiva, pois, “... ambientes que contribuem para
aumentar a sensação de alegria, motivação e segurança, geram maior participação das pessoas
na resolução de problemas e no trabalho de modo geral” (BINS ELY, 2002
apud MORAES,
2004, p. 21).
Espaços planejados inadequadamente, ou uso dos equipamentos de forma incorreta
geram um maior gasto de energia na realização das tarefas, podendo vir a ocasionar impactos
na saúde (doenças laborais), insatisfação e absenteísmo. Assim sendo, segundo Moraes (2004,
p. 22) a partir de condições ambientais desfavoráveis, capazes de gerar impacto negativo,
poderá existir o “stress ambiental”.
As pessoas possuem suas próprias necessidades que, após satisfeitas, “saciadas”,
deixam de motivar o comportamento. Passam a existir, desta forma, outras necessidades
prioritárias no momento (MASLOW, 1954
apud HERSEY & BLANCHARD, 1986). Esta
teoria é intitulada Teoria das Necessidades na qual as necessidades humanas estão dispostas
ao longo de uma escala hierárquica: necessidade fisiológica, segurança, afiliação, estima e
auto-realização. Assim, as necessidades mais básicas necessitam ser realizadas primeiro e, a
partir destas, as subseqüentes passarão a ter importância (MASLOW, 1970
apud
GUIMARÃES, 2004).
Capítulo 3 Metodologia
57
3 METODOLOGIA
Qualquer trabalho científico exige métodos adequados que venham a facilitar a
consecução de seus objetivos e a devida comprovação científica. Parra Filho & Santos (1998,
p.95) mencionam que o método “... é o caminho a ser trilhado pelos pesquisadores na busca
do conhecimento”. Acrescentam, ainda, que existe o método geral, o qual aplica-se a qualquer
área de conhecimento humano, e o método particular específico para cada campo da ciência,
com suas próprias especificidades.
Segundo Moraes & Mont’Alvão (2003) a ergonomia faz uso dos métodos utilizados
pelas ciências sociais e das técnicas propostas pela engenharia de métodos, ao realizar suas
pesquisas e intervenções. Partindo-se desta afirmativa, direcionando às ciências sociais,
constata-se que a sociologia, de acordo com o objetivo a ser alcançado, utiliza um método
específico. Segundo a classificação encontrada em Parra Filho & Santos (1998), o método
abordado neste trabalho foi o monográfico, sob a forma de um estudo de caso, através do qual
entende-se determinados fatos sociais, mediante o estudo de casos isolados ou de pequenos
grupos.
De acordo com Yin (2005, p.32) um estudo de caso “é uma investigação empírica que
investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente,
quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”.
Quanto ao tipo de pesquisa, corresponde a uma pesquisa descritiva onde os fenômenos
são descobertos e observados, procurando-se descrevê-los, classificá-los e interpretá-los sem
que hajam interferências na realidade que venham levar a modificações, gerando-se, neste
caso específico, dados qualitativos.
3.1 Métodos e ferramentas para Avaliação do Ambiente Construído
“A ergonomia, enquanto disciplina científica tem como meta o homem na realização de
sua tarefa cotidiana, neste caso, no ambiente físico e arquitetural se inter-relacionando com
outras pessoas, com o meio, com sistemas de informação e comunicação, num contexto
econômico-social, ideológico e político”, como menciona Araújo (2003, p. 79). Assim, ao
conduzir-se esta avaliação pós-ocupação pretendeu-se tornar a examinar a valia de soluções
utilizadas, anteriormente na edificação em estudo, neste caso específico, uma faculdade de
arquitetura, focando-se neste momento, não apenas, o aspecto físico da edificação mas
também, a análise da tarefa e o grau de satisfação do usuário. Para tanto, se tornou necessário
um conhecimento prévio sobre Avaliação Pós-Ocupação – APO, a abordagem sistêmica do
Capítulo 3 Metodologia
58
Sistema Homem-Tarefa-Máquina e a Constelação de Atributos, metodologias e ferramentas
que, trabalhadas de forma conjunta, serviram de base para a análise ergonômica da instituição
em estudo.
3.1.1 Avaliação Pós-Ocupação - APO
Uma obra arquitetônica contempla várias fases antes da sua concepção: planejamento,
programa, projeto e, finalmente, a sua construção. No entanto, esta deve passar por freqüentes
manutenções e avaliações pós-ocupação, no intuito de ter uma edificação que satisfaça os
anseios de seus usuários, podendo servir, ainda, de base para futuras soluções projetuais
(figura 3.1).
Figura 3.1 – Da concepção a futuras soluções projetuais
Fonte: Ornstein (2006)
É diante de tal cenário que, nas últimas décadas, os estudos na área de ambiente
construído estão sendo bastante propagados. E, é neste contexto, que surge a preocupação
com a participação do usuário na produção do projeto, com a psicologia ambiental e a
avaliação pós-ocupação (VILLAROUCO, 2002).
A APO diz respeito a uma série de métodos e técnicas que diagnosticam fatores
positivos e negativos do ambiente no decorrer do uso, a partir da análise de fatores
socioeconômicos, de infra-estrutura e superestruturas urbanas dos sistemas construtivos,
conforto ambiental, conservação de energia, fatores estéticos, funcionais e comportamentais,
PLANEJAMENTO
PROGRAMA
A
VALIAÇÃO
PÓS-
OCUPA
Ç
ÃO
USO,
OPERAÇÃO
&
MANUTENÇÃO
CONSTRUÇÃO
PROJETO
Estudo de caso
em análise
FUTUROS
PROJETOS
Capítulo 3 Metodologia
59
levando em consideração o ponto de vista dos próprios avaliadores, projetistas e clientes, e
também dos usuários (ROMÉRO & ORNSTEIN, 2003).
A APO passa a ser entendida como um método interativo que detecta patologias e
determina terapias no decorrer do processo de produção e uso de ambientes construídos,
através de participação intensa de todos os agentes envolvidos na tomada de decisões
(ORNSTEIN, 1992). Após análise do ambiente são identificados os fatores positivos e
negativos. Os primeiros devem ser cadastrados e recomendados para futuros projetos
semelhantes, os demais serão submetidos a algumas recomendações que poderão minimizar
ou sanar o problema identificado.
Quanto ao planejamento de um projeto APO são verificados três níveis, variando em
função da profundidade com que a pesquisa é desenvolvida, pela finalidade, pelos prazos e
recursos disponíveis (PREISER, 1989
apud ORNSTEIN & ROMÉRO, 1992):
-
Indicativa ou de curto prazo: constitui-se de rápidas visitas exploratórias e entrevistas
selecionadas com usuários-chave, indicando-se os aspectos positivos e negativos;
-
Investigativa ou de médio prazo: utiliza o mesmo procedimento anterior acrescendo-se
informações quanto ao desempenho;
-
Diagnóstico ou de longo prazo: os critérios de desempenho são definidos de forma bem
mais aprofundada (maior detalhamento) que o nível anterior; utiliza técnicas sofisticadas
de medidas, correlacionando aspectos físicos com as respostas dos usuários. Maior
exigência quanto aos recursos.
Ainda, segundo Ornstein & Romero (1992), o ambiente construído pode ser trabalhado a
partir de algumas variáveis que irão gerar tipos diferenciados de avaliações:
1- Avaliação técnico-construtiva e conforto ambiental: tem por objetivo o “reconhecimento
especializado do ambiente/estudo de caso”, estando a mesma subdividida em:
1.a - Materiais e técnicas construtivas que abrange: solos e fundações, alvenarias,
revestimentos, pinturas e paisagismo, dentre outros;
1.b - Conforto ambiental que abrange: conforto térmico, iluminação natural e
artificial, conforto acústico, dentre outros;
2 - Avaliação técnico-funcional: avaliação feita pelos pesquisadores no que diz respeito ao
desempenho funcional dos espaços resultantes, abrangendo: planejamento/programa do
projeto; áreas e dimensionamentos mínimos; adequação do mobiliário fixo, móveis e
Capítulo 3 Metodologia
60
equipamentos especiais; flexibilização dos espaços; adequação externa e interna a deficientes
físicos e visuais, dentre outros aspectos.
3 - Avaliação técnico-econômica: diz respeito aos índices econômicos extraídos da produção
e uso do ambiente construído: relação custo/benefício, variação por metro quadrado de área
construída, variação dos custos de manutenção do edifício em uso, etc.
4 - Avaliação técnico-estética: diz respeito ao estilo e da percepção ambiental, levando-se em
consideração tanto a opinião do avaliador-arquiteto quanto do usuário: cores/pigmentação;
texturas; volumetria; efeitos lumínicos, dentre outros.
5 - Avaliação comportamental: refere-se ao ponto de vista do usuário, podendo-se utilizar
várias técnicas para tais fins. Como variáveis tem-se adequação ao uso e escala humana,
privacidade, território, proximidade, dentre outros.
6 - Estrutura organizacional: identifica problemas de organização funcional ou gerencial.
Uma APO compreende várias etapas: coleta ou levantamento de dados, diagnóstico,
recomendações para o ambiente - estudo de caso e insumos para os novos projetos
(ORNSTEIN, 1991
apud ORNSTEIN, 1992), conforme figura 3.2. No entanto, não prioriza a
ação do ponto de vista do usuário; ou seja, o grau de importância que o usuário dá a cada item
analisado.
Figura 3.2 – Roteiro para aplicação da APO
Fonte: Ornstein (2006)
EDIF
Í
CIO EM USO –
ESTUDO DE CASO
OBSERVA
Ç
ÕES
(dos especialistas)
PERCEP
Ç
ÕES
(dos usuários)
MEDI
Ç
ÕES
(dos especialistas)
DIAGN
Ó
STICO
Recomendações
para o Edifício
Estudo de Caso
Recomendações
para projetos
semelhantes
Capítulo 3 Metodologia
61
3.1.2 Abordagem Sistêmica do Sistema Humano-Tarefa-Máquina (SHTM)
Segundo Meister (1997
apud MORAES & MONT’ALVÃO, 2003, p. 21) para a
ergonomia “o conceito de sistema significa que o desempenho humano no trabalho só pode
ser corretamente conceituado em termos do todo organizado e que, para o desempenho do
trabalho, este todo organizado é o sistema homem-máquina”.
Schoderbek (1990
apud MORAES & MONT’ALVÃO, 2003, p. 22) menciona que
“sistema é um
conjunto de objetos junto com as relações entre os objetos e entre seus
atributos relacionados uns com os outros e com o ambiente deles de modo a formar um
todo”.
A Ergonomia estuda o homem e a máquina de forma conjunta e esta interação se
expressa a partir das atividades da tarefa (sistema humano-tarefa-máquina), preocupando-se
sempre com o conforto, bem-estar e segurança do homem. Parte da análise do trabalho real
ou seja, “o que se passa efetivamente na oficina ou no escritório, ao longo dos dias e das
noites, nas condições locais, ambientais, operacionais e organizacionais” (MORAES &
MONT’ALVÃO, 2003, p.89).
Segundo o método de abordagem sistêmica do Sistema Humano-Tarefa-Máquina,
proposto por Moraes & Mont’alvão (2003), ao fazer-se uma completa intervenção
ergonomizadora devem ser percorridas as seguintes etapas:
Apreciação Ergonômica
Fase exploratória na qual é feita a sistematização do Sistema Humano-Tarefa-Máquina
e o mapeamento dos problemas ergonômicos (interfaciais, instrumentais, informacionais/
visuais, acionais: manuais/pediosos, comunicacionais: orais/gestuais, cognitivos,
interacionais, movimentacionais, de deslocamento, de acessibilidade, urbanísticos, espaciais/
arquiteturais de interiores, físico-ambientais, químico-ambientais, biológicos, naturais
acidentários, operacionais, organizacionais, gerenciais, instrucionais e psicossociais). A
sistematização e a problematização podem ser trabalhadas paralelamente. Nesta fase, os
problemas aparecem explícitos e ilustrados a partir da situação real. As técnicas utilizadas são
observações assistemáticas no local de trabalho, entrevistas com supervisores e trabalhadores,
registros fotográficos e em vídeo. Essa etapa culmina em um parecer ergonômico, onde ocorre
a hierarquização dos problemas, baseando-se nos custos humanos do trabalho e observando-se
para tanto a gravidade e a urgência; a priorização dos postos a serem diagnosticados e
Capítulo 3 Metodologia
62
modificados; sugestões preliminares de melhoria; predições que se relacionam à provável
causa do problema a ser enfocado na diagnose.
Diagnose Ergonômica
Os problemas priorizados são avaliados com um nível aprofundado de acordo com as
prioridades, prazos e recursos, levando-se em consideração as questões técnicas e
tecnológicas, físicas e organizacionais da tarefa. É o momento das observações sistemáticas
das atividades da tarefa, dos registros de comportamento, gravação em vídeo, entrevistas
estruturadas, verbalizações, questionários e escalas de avaliação, em situação real de trabalho.
O resultado apresentado é um diagnóstico ergonômico onde são refutadas ou confirmadas as
hipóteses anteriormente formuladas. À essas análises acrescenta-se uma revisão da literatura,
culminando em um quadro com recomendações ergonômicas.
Projetação Ergonômica
Nesta etapa, são detalhados os arranjos e a conformação dos elementos que compõem as
estações, equipamentos e ferramentas de trabalho, de forma a adaptar essas às características
psíquicas, físicas e cognitivas do trabalhador. Com isso, tem-se um projeto ergonômico, onde
são considerados os espaços, as estações de trabalho, os subsistemas de transporte e
manipulação, as telas e ambientes, além da organização do trabalho e da operacionalização da
tarefa.
Avaliação, Validação e/ou Testes Ergonômicos
São feitas simulações e avaliações, através de testes dos protótipos das propostas
projetuais, nos quais os usuários são envolvidos para se obter soluções a serem
implementadas.
Detalhamento ergonômico e otimização
São feitas as revisões do projeto, após sua avaliação e validação. Por fim, são
apresentadas as especificações ergonômicas para os subsistemas e seus componentes, de
acordo com as variáveis impostas pelos atores, como custos, prazos e tecnologias disponíveis.
No entanto, para uma determinada proposta, pode-se compreender, apenas, algumas
fases, como: apreciação; apreciação e diagnose; apreciação, diagnose e projetação;
apreciação, diagnose, projetação e avaliação.
Capítulo 3 Metodologia
63
3.1.3 Constelação de Atributos
O método da Constelação de Atributos foi idealizado por Moles (1968) e trabalhado por
diversos pesquisadores no Instituto de Psicologia Social de Estrasburgo, entre eles Jézabelle
Ekambi Schmidt, com o objetivo de auxiliar os profissionais ligados à área de projeto, a fim
de torná-los conhecedores da consciência psicológica do usuário frente ao espaço.
Trata-se de uma técnica experimental de análise das associações espontâneas de idéias,
onde se interroga uma população cujas características se conhecem e, depois, se agrupam os
qualificativos referentes ao aspecto eleito. Consiste em um dos métodos mais importantes
para auxiliar na evidenciação das estruturas consideradas, esteriótipos, utilizadas pelo homem
para denominar
ou caracterizar sua casa ou outros lugares quaisquer, com os quais ele possa
ter uma relação direta (SCHMIDT, 1974).
O usuário possui em suas ações de apropriação do espaço uma série de contradições que
parecem possuir uma certa dinâmica. A idéia psicosociológica do método é conhecer e
dominar estas possíveis reações contraditórias que se façam presentes na ação de apropriação
dos espaços pelo usuário (MAFRA, 1996).
A forma de organização dos dados (figura 3.3), permite avaliar o comportamento dos
atributos em relação ao espaço avaliado. O grau de aproximação e/ou afastamento das
variáveis indica que as mais próximas do centro da figura, onde se encontra definido o objeto
estudado, exercem uma relação mais direta para explicar o fenômeno de percepção e
adaptação do espaço em que se vive. Quando se encontram mais afastadas explicariam o
fenômeno observado com menos propriedade no que se refere à relação usuário-espaço.
Atributo
Objeto
estudado
Distância
psicológica
Figura 3.3 - Modelo de representação das constelações de atributos.
Fonte: Schmidt (1974)
Capítulo 3 Metodologia
64
Os procedimentos sugeridos para a construção da constelação de atributos são:
Características espontâneas
As variáveis obtidas nesta etapa explicarão o sentimento do usuário frente a um
determinado ambiente, estando este, no seu relato, munido de suas vivências pessoais,
permitindo assim, identificar o que é mais evocador para se perceber a relação do usuário com
o ambiente avaliado. Refere-se, portanto, à imagem simbólica do indivíduo frente ao espaço
(MAFRA, 1996).
Em um primeiro momento, aplica-se perguntas abertas. A intenção inicial é de proceder a
um levantamento, o mais abrangente possível que, de forma livre, enumere os atributos que
possam definir os aspectos afetivos ligados ao ambiente. Para a obtenção das características
espontâneas, pode-se indicar as seguintes etapas:
Faz-se uma pergunta, sem restrição quanto ao número de respostas, que deve ser entregue
a uma população cujas características se conheçam, não tendo restrições quanto ao
número de respondentes. Após a obtenção das respostas proceder-se-á a classificação das
variáveis por freqüência decrescente de aparecimento. Pode-se, desta forma, conseguir o
número de vezes que cada variável foi citada, procedendo à classificação. Após a
organização das variáveis por ordem decrescente, estas serão representadas graficamente
através da definição da probabilidade de aparecimento de cada atributo (i) com o objeto
avaliado (pi) a partir da equação (3.1):
Depois de recolhidas as respostas que se referem ao mesmo ponto, classificam-se estes
qualificativos por freqüência decrescente de menções. Um simples cálculo determina
então a “distância psicológica” equação (3.2) que separa cada qualificativo a categorias de
qualificativos do item em questão:
(equação 3.2)
piLog
1
apsicológicDistância =
(equação 3.1)
respostasdeotal
iatributodoapariçõesde
Pi
t
=
Capítulo 3 Metodologia
65
Após a determinação da distância psicológica efetua-se a multiplicação deste valor por dez a
fim de melhor representar no gráfico estas distâncias (em centímetros).
É traçado um gráfico cujo centro é este item, representando as diferentes categorias de
qualitativos a uma distância do centro tanto menor quanto maior seja a freqüência de
menções ou de associações com o que se obtém a “imagem psicológica” que a
população considerada possui do tema em estudo. Trata-se então de um método de
representação gráfica de associações (SCHMIDT, 1974).
Características induzidas
As variáveis obtidas nesta etapa distinguirão o que é objetivo do que é subjetivo na
percepção dos usuários de um determinado espaço. É o que Schmidt (1974) chama de
"Qualificativos Induzidos".
Nesta fase do experimento, poder-se-á chegar a revelação do que é espontâneo e o que é
um estereótipo para o usuário, ou seja, aquilo que simplesmente é reproduzido por
mecanismos já automatizados de comportamento, incentivados pelos meios de comunicação
de massa. Estes qualificativos são obtidos através de uma pergunta geral relacionada ao objeto
em estudo e que não remeta a idéia de afetividade ao usuário do ambiente em questão. Após a
obtenção dos dados, proceder-se-á a organização dos mesmos utilizando os procedimentos
citados na 1ª etapa.
O método é interessante porque propõe uma “imagem da percepção” muito concisa, sem
deixar de ser perfeitamente evocadora da idéia estudada. Permite uma depuração do tema.
3.2 Etapas metodológicas
Inicialmente foi feita uma revisão bibliográfica que gerou dados para o referencial
teórico que fundamentou a pesquisa. Aliado a tal procedimento foi feito um estudo
exploratório a partir de observações assistemáticas (utilização dos espaços pelos usuários).
Nesta fase, a relação homem-tarefa-ambiente foi analisada e registrada por meio de
fotografias para que fossem feitas as avaliações preliminares que possibilitaram o
reconhecimento dos problemas que dificultavam as realizações das tarefas. Associando ao
item, anteriormente mencionado, foi utilizada a ferramenta constelação de atributos para
análise do aspecto cognitivo-perceptual e, posteriormente, foram feitas algumas medições
iniciais (levantamento métrico e lumínico dos ambientes em estudo).
Capítulo 3 Metodologia
66
Foi feita uma avaliação sistemática no intuito de criar procedimentos que estimulassem
o desenvolvimento de propostas que visassem o bem estar do usuário, utilizando-se para tanto
de ferramentas da metodologia Avaliação Pós-ocupação.
Esta é a metodologia corrente de avaliação de desempenho do ambiente construído
utilizada na arquitetura segundo Ornstein (1996). Moraes (1995), menciona que a análise pós-
ocupação do espaço construído corresponde a um dos métodos de levantamento, estruturação
e análise de dados do qual a ergonomia usufrui ao fazer uma intervenção ergonômica, assim
como da abordagem sistêmica, de modelagem comunicacional, de análise macroergonômica,
da análise da tarefa, dentre outras. Sempre tendo por objetivo que os problemas sejam
detectados e sanados, as tarefas analisadas e os anseios dos usuários atendidos.
Assim sendo, ao fazer-se uma correlação entre as etapas abordadas numa Avaliação
Pós-Ocupação (APO) e a intervenção ergonômica ora adaptada ao ambiente construído, a
sistematização do Sistema Humano - Tarefa – Ambiente (SHTA), pode-se confirmar o que foi
mencionado no parágrafo anterior, percebendo-se que as metodologias na verdade estão
interligadas. A partir de tal dado tomou-se a SHTA como “espinha dorsal” da pesquisa
alicerçada por ferramentas da Avaliação Pós-ocupação e pela Constelação de Atributos.
Ao direcionar-se a APO, a pesquisa está inserida numa avaliação pós-ocupação a curto
prazo (indireta), se utilizando de algumas variáveis encontradas na avaliação técnico-
construtiva e conforto ambiental (iluminação natural e artificial); na avaliação técnico-
funcional (áreas e dimensionamentos mínimos; adequação do mobiliário; adequação interna a
deficientes físicos e visuais); na avaliação técnico-estética (cores/pigmentação) e na avaliação
comportamental.
Quanto a metodologia ergonômica, compreendeu a etapa de apreciação. Desta forma,
utilizou-se ferramentas metodológicas que permitiram a construção do entendimento
sistêmico acerca do desempenho de espaços da edificação avaliada. Direcionou-se aos
ambientes de ensino, visto que deve ser a área de maior tempo de utilização por alunos e
professores e aos acessos, circulação e banheiros, espaços com freqüência de uso intenso
pelos mesmos.
Foram estudadas quatro tipos de salas de aula (uso das pranchetas, cadeiras
universitárias com pranchetas acopladas, mesas para mais de um usuário e para
computadores), dispostas nos dois pavimentos como mostra a tabela 3.1. Tais salas foram
escolhidas em função do tipo de mobiliário existente, tendo o estudo sido ampliado em função
do posicionamento destas na edificação, ala esquerda ou direita que sofre interferências da
Capítulo 3 Metodologia
67
insolação, totalizando sete salas trabalhadas. Ainda, analisou-se os banheiros, acessos e
circulações.
Tabela 3.1 - Salas selecionadas
No pavimento térreo, a sala 1 – laboratório de informática, é o espaço onde os alunos
podem utilizar computadores para confecção de trabalhos e pesquisas. Na realidade, existe
uma sala disponível para ministrar a disciplina de informática. No entanto, como esta é
utilizada, apenas para tais fins, optou-se em trabalhar o laboratório do qual o aluno se utiliza
em todo o decorrer do curso.
Ainda no pavimento térreo, trabalhou-se as salas 4 e 7, cujo mobiliário utilizado é a
cadeira universitária com prancheta acoplada, onde são ministradas disciplinas teóricas,
técnicas ou, quando necessário, o uso de projetores nas aulas das disciplinas.
No pavimento superior foram trabalhadas as salas 13 e 16 onde se faz uso de pranchetas
e as salas 17 e 18 uso de mesas para trabalhos em grupo, designadas, nesta pesquisa, como
Salas de Desenho.
A partir das medidas sugeridas por Panero & Zelnik (2002), quando da utilização de
espaços destinados a salas de desenho, elaborou-se um modelo antropométrico da figura
humana, adaptado de Barros, Takaki & Villarouco (2004). Lançou-se o modelo na planta
baixa das salas com uso de pranchetas, seguindo alguns parâmetros: em vermelho representou
as inadequações antropométricas, em verde as situações permitidas, ou seja, situações de
SALA LOCALIZAÇÃO TIPO DE
MOBILIÁRIO
1
TÉRREO MESA
4
TÉRREO CADEIRA C/
PRANCHETA
7
TÉRREO CADEIRA C/
PRANCHETA
13
1º ANDAR PRANCHETA
16
1ºANDAR PRANCHETA
17
1º ANDAR MESA
18
1º ANDAR MESA
Capítulo 3 Metodologia
68
conforto para mobilidade e amarelo as situações de risco, configuradas na figura 3.4 de
acordo com a posição específica (
1.zona de atividade sentado, 2. zona de circulação e 3. zona
de circulação/atividade).
Figura 3.4 – Modelos antropométricos em planta baixa
Fonte: Adaptado de Barros, Takaki e Villarouco (2004)
3.3 Identificação dos respondentes
Os cálculos específicos para validação do tamanho da amostra, referem-se aos
participantes da fase de pesquisa específica da constelação de atributos no ano de 2006.
Neste caso específico, diz respeito ao número de alunos que participaram da pesquisa
respondendo as perguntas que geraram as constelações de atributos.
A instituição não tinha dados referentes ao número exato de alunos que possuía na época
da pesquisa, compondo o valor de 340 os matriculados no início do período, ou seja, consta
neste valor os alunos que trancaram matrícula, abandonaram ou pediram transferência durante
o referido período.
A amostragem foi feita de forma intencional a partir de alunos do 1º, 5º e 9º períodos,
atingindo desta forma 3 fases do curso de arquitetura e um total de 128 alunos:
alunos iniciantes;
alunos que já possuíam uma certa maturidade e compreensão do projeto arquitetônico e
das necessidades dos mesmos (fase intermediária do curso);
alunos no término do curso.
No entanto, para que esta amostra fosse validada, precisou-se fazer um cruzamento de
informações entre o número total de alunos da instituição e o número de participantes. Antes
porém tornou-se necessário alguns conceitos básicos:
Universo ou população: é o conjunto definido de elementos que possuem determinadas
características.
1
2
3
0.610
0.76
2
1.21
9
Capítulo 3 Metodologia
69
Amostra: é o subconjunto do universo ou população, por meio do qual se estabelecem ou
se estimam as características desse universo ou população.
A amostragem pode ser classificada em dois grandes grupos Gil (1987):
Amostragem probabilística: rigorosamente científica e se baseia nas leis da estatística. Os
tipos mais usados são: aleatória simples, sistemática, estratificada, por conglomerado e
por etapas.
Amostragem não-probabilística: não apresenta fundamentação matemática ou estatística,
dependendo unicamente dos critérios do pesquisador. Os tipos mais usados são: por
acessibilidade (acidental), por tipicidade (intencional) e por cotas.
Para que uma determinada amostra represente as características do universo com
fidelidade, torna-se necessário que seja composta por um número suficiente de casos, que
depende da extensão do universo, nível de confiança estabelecido, erro máximo permitido e
percentagem com a qual o fenômeno se verifica.
3.3.1 Amplitude do Universo
A extensão da amostra tem a ver com a extensão do universo que pode ser classificado em
finito e infinito. Universos finitos são aqueles cujos números de elementos não excedem a
100.000. Universos infinitos, por sua vez, são aqueles que apresentam elementos em número
superior a esse.
3.3.2 Nível de confiança estabelecido
De acordo com a teoria geral das probabilidades, a distribuição das informações coletadas
a partir de amostras ajusta-se geralmente à curva “normal” (curva de Gauss), que apresenta
valores centrais elevados e valores reduzidos, conforme indica a figura 3.5.
Figura 3.5 - Curva de Gauss
Capítulo 3 Metodologia
70
O nível de confiança de uma amostra refere-se à área da curva normal definida a partir dos
desvios-padrão em relação à sua média. Numa curva normal, a área compreendida por um
desvio-padrão, à direita e à esquerda da média, corresponde a aproximadamente 68% de seu
total. A área compreendida por dois desvios, por sua vez, corresponde a aproximadamente
95,5% de seu total. Por fim, a área compreendida por três desvios corresponde a 99,7% de seu
total. Isso significa que, quando na seleção de uma amostra são considerados dois desvios-
padrão, trabalha-se com um nível de confiança de 95,5%. Quando são considerados três
desvios-padrão, o nível de confiança passa a ser de 99,7.
3.3.3 Erro máximo permitido
Os resultados obtidos numa pesquisa elaborada a partir de amostras não são rigorosamente
exatos em relação ao universo de onde foram extraídas. Esses resultados apresentam sempre
um erro de medição, que diminui na proporção em que aumenta o tamanho da amostra . O
erro de medição é expresso em termos percentuais e nas pesquisas sociais trabalha-se
usualmente com uma estimativa de erro entre 3 a 10%.
3.3.4 Percentagem com que o fenômeno se verifica
A estimativa prévia da percentagem com que se verifica um determinado fenômeno é
muito importante para a determinação do tamanho da amostra. Se for possível afirmar que
essa percentagem não é superior a 10%, será necessário um número de casos bem menor do
que numa situação em que a percentagem estivesse próxima de 50%, ou seja, quando não há
informações referentes ao aspecto que está sendo pesquisado.
3.3.5 Cálculo do tamanho da Amostra
O cálculo do tamanho de uma amostra pode exigir o concurso de procedimentos
estatísticos bastante especializados. Estes, todavia, tem sempre o seu fundamento nas
fórmulas básicas para o cálculo do tamanho da amostra de populações infinitas e finitas.
Podendo ser representada através da equação (3.3).
qpσ1)(Ne
Nqpσ
n
22
2
+
=
(equação 3.3)
Capítulo 3 Metodologia
71
Onde:
n = tamanho da amostra;
σ
2
= nível de confiança escolhido, expresso em número de desvios-padrão. (2 desvios =
nível de confiança 95% e 3 desvios 97,5%);
p = percentagem com a qual o fenômeno se verifica (no caso de não saber dados a respeito
o valor admitido será de 50%);
q = percentagem complementar (50%);
N = tamanho da população ( neste caso, é o número total de alunos = 340);
e
2
= erro máximo permitido (3 a 10%).
A margem de erro pode ser obtida da equação 3.3 para o cálculo da amostra casual
simples. Considerando o nível de confiança de 95,5% (σ = 2), o percentual com o qual o
fenômeno se verifica (p = 50%), o seu complemento (q = 50%), tem-se a mesma equação
(3.4), porém mais simples, visando à obtenção da margem de erro (e) em função do número
da amostra (ORNSTEIN, 1992).
Onde:
n = tamanho da amostra;
e = erro máximo permitido
Neste caso específico equação (3.5), 128 alunos responderam as perguntas, validando a
pesquisa, visto que o erro máximo permitido é de 3 a 10%. Caso o valor tivesse dado superior
a 10%, deveria ter sido utilizado um número maior de alunos para a pesquisa.
8,84%
128
1
e ==
(equação 3.5)
n
0,5x0,5x2
e
2
= ou
n
1
e =
(equação 3.4)
Capítulo 3 Metodologia
72
Ainda considerando os mesmos valores adotados anteriormente: nível de confiança 95,5%
(σ = 2), p = 50% e q = 50%, utilizando o valor encontrado para e = 8,84% a amostra que seria
necessária, aplicando-se esses dados na equação (3.3) seria de 93 alunos, o que confirma que
a amostra trabalhada de 128 alunos é mais do que a necessária para os valores adotados.
Capítulo 4 Estudo de Caso
73
4 ESTUDO DE CASO
4.1 Caracterização do objeto de estudo
Esta pesquisa foi direcionada à arquitetura escolar, tendo por objeto de estudo uma
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, instituição particular, sem fins lucrativos, localizada
na Região Metropolitana do Recife, criada no ano de 1987 e reconhecida pelo MEC /
Conselho Federal de Educação através do parecer nº 604/ 90, publicado na documenta 355,
conforme informações obtidas do site da instituição.
No início da pesquisa, as aulas eram ministradas pela manhã e tarde. A partir deste ano
o turno das atividades foi alterado para manhã e noite.
Possui aproximadamente 340 alunos e 31 professores, sendo reconhecida no mercado
profissional pela qualidade do ensino prestado.
Até dezembro de 2001, funcionava em uma edificação adaptada que não apresentava
condições ideais ao funcionamento de um curso de arquitetura. Em fevereiro de 2002, foram
inauguradas as novas instalações cumprindo todas as determinações exigidas pelo MEC.
As instalações atuais contemplam: hall principal de entrada, 14 salas de aula, sala para
professores, laboratórios de conforto ambiental, paisagismo, tecnologia e informática, 01
ateliê, auditório, biblioteca, elevador, setor de reprografia, cantina, setor administrativo e
banheiros, distribuídos em dois pavimentos, além de contar com um edifício garagem, bloco
anexo, dispostos como mostram as figuras 4.1 e 4.2 .
Figura 4.1 - Planta baixa – pav. térreo s/ escala
N.M
EDIFÍCIO GARAGEM
LEGENDA
HALL PRINCIPAL / CIRCULAÇÃO
SALAS DE AULA
SALA DOS PROFESSORES
LABORATÓRIOS
BIBLIOTECA
SETOR DE REPROGRAFIA
LANCHONETE
SETOR ADMINISTRATIVO
BANHEIROS
DEPÓSITO
EDIFÍCIO GARAGEM
ACESSO
PRINCIPAL
ACESSO
SECUNDÁRIO
ACESSO
SERVIÇO
753
864
21
Capítulo 4 Estudo de Caso
74
Figura 4.2 - Planta baixa – pav. superior s/ escala
No início da pesquisa (figura 4.3), a passagem do edifício garagem (bloco à esquerda)
para o bloco principal (bloco à direita) era feita sem que houvesse nenhum tratamento, no piso
que era em brita, e sujeita a intempéries, pois não possuía passarela de acesso, nem tão pouco
era coberta. Atualmente, nota-se uma sensível diferença. Criou-se uma passarela de ligação
entre os dois blocos (figura 4.4) onde colocou-se piso em cerâmica e cobertura em
policarbonato, denotando preocupação no requisito acessibilidade por parte da direção.
Figura 4.3 - Situação inicial Figura 4.4 - Situação atual
N.M
EDIFÍCIO GARAGEM
19 17 15 13
11 9
LEGENDA
HALL PRINCIPAL / CIRCULAÇÃO
SALAS DE AULA
AUDITÓRIO
BANHEIROS
DEPÓSITO
EDIFÍCIO GARAGEM
ADMINISTRAÇÃO
LABORATÓRIOS
SETOR ADMINISTRATIVO
20 18 16 14
12
10
21
Capítulo 4 Estudo de Caso
75
A instituição possui 3 acessos: o principal, utilizado para o público em geral, acesso de
pedestres e automóveis, feito através do edifício garagem que leva ao hall principal (figura
4.5); o secundário, conservado fechado e utilizado, apenas, em situações extremamente
necessárias (figura 4.6) e o de serviço para uso primordial das atividades da lanchonete (figura
4.7).
Figura 4.5 – Hall principal
Figura 4.6 – Acesso secundário Figura 4.7 – Acesso serviço
Os corredores são amplos, com o piso revestido em cerâmica em tons de cinza e branco,
material, também, utilizado nas paredes em conjunto com a pintura branca, cor, também usada
no teto (figura 4.8). Não se fez uso de cores diferenciadas para toda a edificação. Exceto em
uma das paredes do hall principal, na cor azul (figura 4.9) ou na fachada.
Capítulo 4 Estudo de Caso
76
Figura 4.8 – Corredor Figura 4.9 – Escada do hall principal
No entanto, preocupações com os aspectos cromáticos podem ser identificados, quando
o laboratório de conforto, em fase de elaboração, possibilita o estudo do uso das cores na
arquitetura e suas sensações, assim como, a utilização de diversos tipos de iluminação, dentre
outros enfoques (figuras 4.10 e 4.11).
Figura 4.10 - Laboratório de conforto – vista 1 Figura 4.11 - idem – vista 2
A circulação vertical é feita através de duas escadas e elevador. Uma das escadas
encontra-se no hall principal, com os degraus revestidos em granito e o corrimão em tubo de
ferro pintado (figura 4.5). A outra escada está próxima à lanchonete, com degraus
emborrachados e o mesmo tipo de corrimão (figura 4.12), onde também, se encontra o
elevador.
Capítulo 4 Estudo de Caso
77
Figura 4.12 - Escada próxima à lanchonete
Quanto aos banheiros (professores/alunos), são revestidos em cerâmica do piso ao teto e
possuem bancada em granito com espelho (figura 4.13).
Figura 4.13 - Banheiro dos alunos
Como mencionado, anteriormente, o foco do estudo não abrange todos os ambientes da
instituição. Assim, ao direcionar-se às salas de aula trabalhadas, tem-se, no pavimento térreo,
a sala 1 - laboratório de informática dividida em dois ambientes por meio de um painel
(compensado e vidro). Um dos espaços é destinado ao uso dos alunos, onde encontram-se
mesas, nas quais estão colocados os equipamentos de informática com cadeiras alcochoadas, e
o outro, destinado aos profissionais de apoio (figuras 4.14 e 4.15).
Capítulo 4 Estudo de Caso
78
O laboratório possui amplas janelas envidraçadas, que são mantidas fechadas, utilizando
cortinas em tecido para evitar a incidência de raios solares. O ambiente contempla ainda ar-
condicionado e luminárias com aletas que minimizam os reflexos (figura 4.16).
Figura 4.16 - Luminária com aletas
Ainda no pavimento térreo, trabalhou-se as salas 4 e 7, cujo mobiliário utilizado é
cadeira universitária com prancheta acoplada ( figuras 4.17 e 4.18).
Figura 4.17 - Sala c/ cadeira universitária – vista 1 Figura 4.18 - Sala c/ cadeira universitária – vista 2
Figura 4.15 - Lab. de informática – vista 2 Figura 4.14 - Lab. de informática – vista 1
Capítulo 4 Estudo de Caso
79
No pavimento superior, as salas 13 e 16 se utilizam de pranchetas e bancos de madeira.
Apenas na primeira sala mencionada, as alturas do mobiliário são padronizadas. (figuras 4.19
e 4.20).
figura 4.19 - Sala 13 Figura 4.20 - Sala 16
Ainda no pavimento superior, são encontradas as salas 17 e 18, nas quais são utilizadas
mesas, que permitem trabalhos em grupo, e cadeiras alcochoadas (figuras 4.21 e 4.22).
Figura 4.21- Sala 17 – vista 1 Figura 4.22 - Sala 17 – vista 2
Todas as salas são climatizadas, possuem quadro formicado branco e usam cortinas em
tecido (algumas com blackout).
Capítulo 4 Estudo de Caso
80
4.2 SHTA – Apreciação Ergonômica
4.2.1 Sistematização do Sistema Humano-Tarefa-Ambiente
A sistematização baseia-se na elaboração de modelos do sistema pesquisado. Foram
trabalhados nesta pesquisa a caracterização, a posição serial, a ordenação hierárquica, a
expansão e a modelagem comunicacional do sistema voltadas para os ambientes de ensino,
por serem, dentre os ambientes selecionados para estudo, os de maior complexidade.
Segundo Moraes & Frisoni (2001) os modelos de sistematização correspondem a uma
importante ferramenta, ajudando no entendimento do sistema, assim como no reconhecimento
de problemas encontrados neste e de suas conseqüências.
Caracterização e Posição Serial do Sistema
O objeto de estudo em questão, refere-se a uma Faculdade de Arquitetura, apresentada
no item 4.1 deste capítulo. Edificação projetada, exatamente para tais finalidades, e que possui
como
sistema-alvo os ambientes de ensino.
Ao elaborar-se a caracterização, tornou-se necessário a definição da meta, dos
requisitos, do ambiente do sistema, das restrições, das entradas e saídas e dos resultados
despropositados.
Quanto à
meta desse sistema, ou seja, a função, a missão a qual se destina, é atingir
condições ergonômicas de ensino e pesquisa.
No intuito de atingir tais metas, partiu-se dos seguintes
requisitos: resolução projetual
ergonomicamente adequada, otimização do arranjo físico, dimensionamento dos espaços de
forma compatível com as atividades desenvolvidas e as dimensões corporais dos seus usuários
e conforto lumínico.
No entanto, o ambiente do sistema representado pela faculdade de arquitetura sofre
algumas
restrições, ao tentar-se atingir tais requisitos: projeto arquitetônico mal elaborado,
desinformação ou ausência de preocupações com a ergonomia e o seu uso no ambiente
construído, falta de fiscalização pelos órgãos competentes.
Como entrada, tem-se alunos e professores, usuários de forma mais enfática do sistema
e suas necessidades de conforto e segurança, e como
saída, a interação positiva entre os
usuários e os ambientes de ensino.
Capítulo 4 Estudo de Caso
81
Figura 4.23 - Caracterização e posição serial do sistema
Adaptado de Moraes e Mont’Alvão (2003)
Após tais definições, partiu-se para avaliação do sistema, mencionando-se os
resultados
despropositados
, que apontam falhas e os desvios encontrados no sistema, representados por:
risco de acidentes, ausência ou precariedade de elementos propiciadores da acessibilidade,
desconforto dos usuários (dimensionamentos e intensidade de iluminamento), lombalgias e
cervicalgias.
Finalizando a caracterização, o escritório responsável pelo projeto arquitetônico,
representado pelo profissional arquiteto, assume o papel de
sistema alimentador e os
ambientes de ensino adequados ergonomicamente,
o do sistema ulterior (figura 4.23).
Ordenação Hierárquica e Expansão do Sistema
A partir do sistema alvo, outros novos sistemas, hierarquicamente superiores, são
lançados. Estes são denominados: supra-sistema e supra-supra-sistema até atingir o
ecossistema. Assim como, em situação contrária, níveis hierárquicos inferiores são inseridos
no sistema: os subsistemas e sub-subsistemas (figura 4.24).
Meta
Restrições
Requisitos
Atingir condições ergonômicas
de ensino e pesquisa
Sistema Alvo
Sistema
Alimentador
Sistema
Ulterior
Saídas
Ambientes de Ensino
Entradas
Resultados
despropositados
Projeto mal elaborado;
não aplicação da ergonomia;
falta de fiscalização
Alunos e
professores,
necessidades
de conforto e
segurança
Interação
positiva entre
os usuários e os
ambientes
de ensino
Resolução projetual ergonomicamente
adequada; otimizão do arranjo físico;
dimensionamento adequado dos espaços;
conforto lumínico
Risco de acidentes; precariedade
na acessibilidade; desconforto dos
usuários; lombalgias e
cervicalgias
Escritório de
Arquitetura
Ambientes de
ensino
adequados
ergonomicamente
Ambiente - Faculdade de Arquitetura
Capítulo 4 Estudo de Caso
82
Assim, para este caso específico, tem-se para níveis hierárquicos superiores como
supra-sistema – faculdades de arquitetura em estudo; como supra-supra-sistema
faculdades de arquitetura e como
ecossistema – faculdades.
Quanto aos níveis hierárquicos inferiores, como
subsistemas, tem-se: laboratório de
informática, salas de desenho com mobiliário individual, salas de desenho com mobiliário
para um grupo de alunos e as salas de aula de disciplinas teóricas. Estes são constituídos de
sub-subsistemas. Para o laboratório de informática – equipamentos de informática, mesas e
cadeiras; salas de desenho com mobiliário individual – pranchetas, bancos e quadro; salas de
desenho com mobiliário para um grupo de alunos – mesas, cadeiras e quadro e salas de aula –
cadeira universitária com prancheta acoplada e quadro.
Para todo o sistema, existem
sistemas paralelos a ele próprio. Assim sendo, o
expansionismo do sistema consiste em inserí-los, preocupando-se com a ordem hierárquica e
a posição em série.
Figura 4.24 - Ordenação hierárquica e expansão do sistema
Fonte: Adaptado de Moraes & Mont’Alvão (2003)
ECOSSISTEMA: FACULDADES
SUPRA-SUPRA SISTEMA: FACULDADES DE ARQUITETURA
SUPRA SISTEMA: FACULDADE DE ARQUITETURA EM ESTUDO
SISTEMA-ALVO: AMBIENTES DE ENSINO
SUBSISTEMA 1:
LAB. DE INFORM.
SUBSISTEMA 2:
SL. DE DESENHO/
MOB. INDIV.
SUBSISTEMA 3:
SL. DE DESENHO/
GRUPO
SUBSISTEMA 4:
SALAS DE AULA
SUB-SUBSISTEMA1:
Equipamentos de
informática
SUB-SUBSISTEMA 2:
Mesas
SUB-SUBSISTEMA 3:
Cadeiras
SUB-SUBSISTEMA 1:
Pranchetas
SUB-SUBSISTEMA 2:
Bancos
SUB-SUBSISTEMA 3:
Quadro
SUB-SUBSISTEMA 3:
Quadro
SUB-SUBSISTEMA 1:
Mesas
SUB-SUBSISTEMA 2:
Cadeiras
SUB-SUBSISTEMA 2:
Quadro
SUB-SUBSISTEMA 1:
Cadeiras universit.
c/ pranc. acoplada
SISTEMA
PARALELO 1
SISTEMA
PARALELO 2
SISTEMA
PARALELO 3
SISTEMA
PARALELO 4
Faculdade de
Arquitetura A
Faculdade de
Arquitetura B
Faculdade de
Arquitetura C
Faculdade de
Engenharia
Faculdade de
Administração
Faculdade de
Medicina
Faculdade de
Direito
Capítulo 4 Estudo de Caso
83
Modelagem Comunicacional do Sistema
Constitui outro modelo de abordagem sistêmica, que “trata da transmissão de
informação, envolvendo tanto os subsistemas humanos de percepção e respostas, como os das
máquinas que recebem as ações do homem fornecendo novas informações que reiniciam o
ciclo” (COSTA; MACIEL & MONTE, 2002, p.57).
Para este caso específico, o ambiente direciona para o homem informações através da
luminosidade, arranjo físico, cores, temperatura, ruído e texturas, que, por sua vez, são
transmitidos ao homem pelos canais de transmissão: visão, sinestesia (movimento das juntas
do corpo), tato, audição e olfato. Ao serem processadas pelo sistema nervoso central,
convertem-se em padrões comportamentais nos ambientes de ensino, como: deslocamentos,
movimentos posturais, conforto e segurança. De acordo com o seu bem estar, o homem irá
preservar ou alterar o espaço, podendo resultar em novas configurações espaciais, novos
equipamentos e mobiliários, novos elementos de ambiência. Desta forma, gerando novas
informações aos sistemas humanos, havendo a reinicialização do ciclo (figura 4.25).
Figura 4.25 - Modelagem comunicacional do sistema
Fonte: Adaptado de Moraes & Mont’Alvão (2003)
FACULDADE
DE ARQUITETURA
Fontes de informação
Luminosidade
• Arranjo físico
• Cores
Temperatura
• Ruído
Texturas
Sistemas humanos
• Vio
• Sinestesia
• Tato
• Audição
• Olfato
CANAIS DE
TRANSMISSÃO
ACIONAMENTOS
HOMEM
Preservar, alterar
NEURÔNIOSTRANSMISSÕES
RESPOSTAS
Deslocamentos
Movimentos posturais
Conforto
• Segurança
COMANDOS ATIVADOS
Configuração espacial
Equipamentos e mobiliários,
Elementos de ambiência
Capítulo 4 Estudo de Caso
84
4.2.2 Problematização
Identificar a situação atual, torna-se fator preponderante para a definição clara e objetiva
do problema (REIS alii, 1980
apud MORAES & MONT’ALVÃO, 2003).
Segundo Rudio (1986
apud MORAES & MONT’ALVÃO, 2003, p. 75) “formular o
problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara, compreensível e operacional, qual a
dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver, limitando o seu campo e
apresentando suas características. Desta forma, o objetivo da formulação do problema da
pesquisa é torná-lo individualizado, específico, inconfundível”.
Moraes & Mont’Alvão (2003) divide a problematização em três fases distintas:
- Reconhecimento do problema: a partir de uma primeira observação os aspectos mais
graves e flagrantes da situação problemática são identificados, “saltam aos olhos”;
- Delimitação do problema: parte-se de uma observação assistemática mais acurada,
selecionando e classificando os diferentes aspectos da situação problemática, destacando os
diferentes elementos problemáticos relevantes;
- Formulação do problema – reduz a situação problemática aos seus aspectos
significativos e solucionáveis. Os problemas encontrados na fase anterior devem ser
aprofundados em termos de explicitação e do detalhamento dos aspectos problemáticos,
deixando registrado os itens referentes aos maiores constrangimentos ao usuário.
Reconhecimento do problema
Embora a pesquisa esteja direcionada aos aspectos focados na acessibilidade, arranjo
físico, antropometria, iluminação e cor, foram feitas algumas considerações a outros temas
concernentes ao estudo, embora não façam parte do escopo deste trabalho.
Partindo-se do acesso principal, observou-se que a edificação não possui uma entrada
exclusiva para pedestres, o que a torna vulnerável no requisito segurança, pois, os portões
encontram-se sempre abertos. A calçada ou espaço interno não receberam nenhum tratamento
que viesse a favorecer a entrada ou saída do usuário no automóvel, ou deste, para a edificação
e que também fossem abrigados.
Um outro aspecto passível de observações, refere-se às vagas para estacionamento, nas
quais não existe nenhuma demarcação de espaços reservados para pessoas portadoras de
deficiência ou gestantes, acarretando circulações com dimensões insuficientes.
Capítulo 4 Estudo de Caso
85
Problemas piores ocorreriam a um cadeirante, visto que o espaço entre dois carros ou
entre o carro e o pilar, não é suficiente para uma cadeira de rodas. Não existe uma vaga mais
larga que a usual, a fim de permitir que a cadeira de rodas fique ao lado do automóvel para
que seja feita a transferência do mesmo.
Aliado a tal aspecto, o acesso ao bloco principal não possui nenhuma marcação no piso
que impeça o estacionamento de automóveis, dificultando, por vezes, a passagem de qualquer
transeunte. Assim, como também, não existe nenhum tratamento no piso que venha a
direcionar um deficiente visual, quando da passagem de um bloco para o outro.
Quanto aos demais acessos, não contemplam rampas, apenas escadas. O portador de
deficiência, a exemplo de um cadeirante, estaria impossibilitado de utilizar estas entradas,
além de não usufruir dos espaços de convívio existentes na área externa à edificação.
Dando continuidade a análise, a instituição possui escada e elevador. No entanto, a
primeira possui corrimão com barras não contínuas e com alturas diferenciadas, o que
dificultaria o deslocamento de um deficiente visual. Além disso, representa uma barreira
arquitetônica, pois, não possui nenhuma demarcação no piso que indique sua existência. A
bengala do deficiente visual transmitirá a informação de passagem livre, visto que a escada é
vazada abaixo dos degraus e este provavelmente bateria com a cabeça na parte inferior da
mesma. Talvez como medida paliativa, há a presença de bancos, que também, não
resolveriam este problema, pois seus apoios não são contínuos.
Os corredores são todos completamente brancos, sem que haja nenhum tratamento de
cores, tornando-os monótonos, marcados, apenas, por largas juntas de dilatação que são
preocupantes, pois, podem vir a prender os saltos das sandálias das alunas, fato ocorrido,
algumas vezes.
Ao direcionar-se aos banheiros, o dos professores não possui nenhum ambiente voltado
às pessoas que apresentem alguma deficiência ou gestantes. Os espaços são pequenos e a
porta abre para dentro do local onde está a bacia sanitária, minimizando a área de circulação.
O banheiro dos alunos contempla grandes dimensões. Contudo, também, não está
adaptado, exceto pelo fato de possuir um dos espaços com medidas além do necessário para
uso, apenas, de uma bacia sanitária e por não ter a porta com seu giro para a área interna do
mesmo. A bancada não possui alturas diferenciadas, nem tão pouco existe uma pia no vão
reservado para os deficientes. No entanto, a instituição, por preocupar-se com tais problemas,
já possui projeto, assim como materiais adequados, para tornar este espaço acessível, sendo
um problema apenas provisório.
Capítulo 4 Estudo de Caso
86
No laboratório de informática, as ilhas com os computadores são colocadas,
paralelamente às janelas, e não perpendiculares, como sugerido no referencial teórico. Assim,
se as cortinas forem abertas, causarão reflexos nos monitores, alguns virados para as janelas.
Por outro lado, existe uma divisória entre a área destinada aos alunos e um outro espaço
voltado aos profissionais de apoio que bloqueia parte da insolação. Também são utilizados,
neste tipo de sala, luminárias com aletas que minimizam os reflexos.
Ao focar-se as salas de aula, cada tipo possui características particulares. As salas com
uso de pranchetas possuem um arranjo físico um pouco deficiente, apresentando circulações
com dimensões bastante precárias. A circulação central causa constrangimentos aos
professores, quando necessário fazer assessoramentos aos alunos.
Posicionadas perpendicularmente às janelas, as pranchetas, dependendo da posição
encontrada, tanto recebem a iluminação natural pela esquerda quanto pela direita, o que no
segundo caso, provoca sombreamento quando o aluno faz uso dos materiais de desenho.
Como forma de impedir a insolação, as cortinas são quase sempre utilizadas fechadas e o
contato com ambiente exterior torna-se cada vez mais distante, o que seria bastante
interessante para o tipo de atividade que ali é desenvolvida, onde a criação é primordial. Os
alunos argumentam, algumas vezes, que as conservam fechadas por falta de uma visão mais
atrativa, tendo em vista que um dos lados da edificação tem aberturas para o edifício garagem
(figura 4.26).
Figura 4.26 - Visão pouco atrativa
O quadro está voltado para a janela, sofrendo reflexos em virtude de seu
posicionamento, além de encontrar-se bastante baixo, o que prejudica a visibilidade por parte
dos alunos.
Capítulo 4 Estudo de Caso
87
O mobiliário, pranchetas e bancos favorecem uma postura inadequada. A antropometria
e as diferenças de medidas corpóreas são esquecidas, quando são colocadas pranchetas, em
algumas salas, com uma única altura e sem regulagens para tais fins, o que vem a prejudicar
os usuários.
Em contrapartida, nas salas de projeto, são utilizadas mesas e cadeiras onde o usuário
pode apoiar os pés no chão e trabalhar em grupo, de modo descontraído e com grandes
circulações.
Delimitação ilustrada do problema
Nesta etapa, os problemas identificados foram categorizados (ver taxonomia dos
problemas, p.88) e suas disfunções ilustradas por fotografias. Quanto à caracterização dos
problemas encontrados na pesquisa, tem-se, segundo Moraes & Mont’Alvão (2003, p.78-81):
De acessibilidade
- Despreocupação com a independência e a autonomia dos usuários portadores de
deficiência, dos idosos e das crianças, considerando locomoção e acessos, nas ruas e
edificações e nos sistemas de transporte;
- má acessibilidade, espaços inadequados para movimentação de cadeiras de rodas, falta
de apoios para utilização de equipamentos.
Acidentários
- comprometem os requisitos securitários que envolvem a segurança do trabalho, em
casa, e no ambiente;
- manutenção insuficiente;
- deficiência nas rotinas e equipamentos para emergências e incêndios;
- atendimento às normas de colocação e sinalização dos extintores de incêndio.
Físico-Ambientais
- temperatura, ruído, iluminação, vibração, radiação, acima ou abaixo dos níveis
recomendados pelas normas regulamentadoras.
Naturais
- Exposição excessiva ao sol e às intempéries.
Capítulo 4 Estudo de Caso
88
Interfaciais
- Posturas prejudiciais resultante de inadequações do campo de visão/tomada de
informações, do envoltório acional/alcances, do posicionamento de componentes
comunicacionais, com prejuízos para os sistemas muscular e esquelético.
Espaciais /Arquiteturais de Interiores
- deficiência de fluxo, circulação, isolamento, má aeração, insolação, iluminação
natural, isolamento acústico, térmico, radioativo, em função dos materiais de acabamento
empregados;
- Falta de otimização luminosa, da cor da ambiência gráfica, do paisagismo”.
Como mencionado anteriormente, selecionou-se alguns espaços da instituição: quatro
tipos de salas de aula (uso de prancheta, carteira com prancheta acoplada, mesa para mais de
um usuário e para computadores), subdividindo-se em sete grupos em função do
posicionamento na edificação, ala esquerda ou direita onde ocorrem interferências
diferenciadas por parte da insolação. Analisou-se, ainda, os banheiros, acessos e circulações.
Cada ambiente foi avaliado sob o enfoque da acessibilidade, arranjo físico, aspectos
antropométricos, iluminação e cor e sob o prisma da facilitação ao desenvolvimento das
atividades a que se destinam. Para tanto, alguns parâmetros são diferenciados, como por
exemplo, a quantidade de iluminação recomendada.
Taxonomia dos Problemas
Acessos
Acesso Principal / Edifício garagem
a) De acessibilidade
- Espaços com dimensões inadequadas a circulação de gestantes ou cadeiras de rodas.
Ausência de vagas com medidas especiais.
Capítulo 4 Estudo de Caso
89
- ausência de marcação no piso que evite o estacionamento indevido, não garantindo o
acesso livre dos transeuntes.
Figura 4.29 – Espaço
insuficiente entre os carros
Figuras 4.27 e 4.28 - Espaço insuficiente entre o carro e o pilar
Figura 4.30 – Bloqueio da
passagem – vista 1
Figura 4.31 – Bloqueio da
passagem – vista 2
Capítulo 4 Estudo de Caso
90
- Ausência de piso tátil direcional que encaminhe o deficiente visual ao bloco principal.
figura 4.32 – Piso sem marcação p/ deficientes visuais
b) Acidentário
- Ausência de marcação no piso que identifique local para o extintor de incêndio (figura
4.27).
Acesso Secundário e Serviço
a) De acessibilidade
- Não existem rampas de acesso, apenas escada. Cadeirante impedido de usufruir dos
espaços de convívio.
Figura 4.33 – Acesso secundário – vista 1
Figura 4.34 – Acesso secundário – vista 2
Capítulo 4 Estudo de Caso
91
- Piso em brita na passagem do portão até o hall principal, impossibilitando
deslocamentos com cadeira de rodas (figura 4.36).
figura 4.36 – Piso dificulta o deslocamento de cadeira de rodas
b) Físico – ambiental
- Iluminação insuficiente na área de convívio próxima ao acesso secundário (figura
4.36) e serviço (figura 4.37).
figura 4.37 – Área de convívio/acesso secundário
Figura 4.35 – Acesso de serviço
Capítulo 4 Estudo de Caso
92
c) Naturais
- áreas de convívio sujeitas a intempéries (figuras 4.36 e 4.37).
Circulações
Escada principal / hall de entrada
De acessibilidade
- Ausência de marcação no piso que alerte o deficiente visual do perigo com a parte
mais baixa da escada, constituindo uma barreira arquitetônica (figura 4.38).
Figura 4.38 - Escada como barreira arquitetônica
- Alturas diferenciadas dos espelhos dos degraus, quebrando o ritmo ao fazer uso da
mesma.
- Corrimão com alturas diferenciadas, não contínuo, sem barras com altura
intermediária, extremidades não curvas e começando no primeiro piso, favorecendo inclusive
acidentes com crianças, idosos e deficientes visuais (figuras 4.39 e 4.40).
Figura 4.39 - Alturas diferenciadas /
não contínuo
Figura 4.40 - Extremidades não curvas/ início
no primeiro piso
Capítulo 4 Estudo de Caso
93
Escada secundária
De acessibilidade
- Mesmas características do corrimão da escada principal, exceto pelo fato de ser
contínuo (figura 4.41).
Figura 4.41- Escada secundária
Corredores
a) Acidentário
- Juntas de dilatação com dimensões que causam risco de queda ao usuário em virtude
da penetração do salto da sandália na abertura (figura 4.42)
Figura 4.42 Juntas de dilatação
Capítulo 4 Estudo de Caso
94
b) Espacial /Arquitetural de Interiores
- Falta do uso de cores, tornando o ambiente monótono e depressivo. Não existe
utilização de cores diferenciadas nas paredes menores que propiciem a sensação de espaço
mais curto (figura 4.43).
Figura 4.43 - Corredor branco
c) De acessibilidade/Acidentário
- Ausência de sinalização de piso que informe sobre o obstáculo suspenso (orelhão) e o
extintor (figura 4.44).
Figura 4.44 - Obstáculo suspenso (orelhão)
Banheiros
Professores
De acessibilidade
- Instalações com dimensões reduzidas sem nenhum dos espaços direcionados aos
portadores de deficiência ou gestante, não utilizando-se, portanto, em nenhuma bacia,
Capítulo 4 Estudo de Caso
95
descarga com acionamento do tipo alavanca ou com mecanismos automáticos. Dificuldade no
uso da bacia sanitária, devido ao sentido de abertura da porta de acesso (figuras 4.45 e 4.46).
Figura 4.45 - Dificuldade de uso p/ gestantes
e deficientes – vista 1
Alunos
a) De acessibilidade
- Bancada não possui alturas diferenciadas que se adequem ao uso do cadeirante. O
espelho não possui inclinação (figura 4.47).
- Localização da bacia em espaço amplo, mas que não possui alturas direcionadas ao
cadeirante, nem tão pouco acionamento da descarga do tipo alavanca ou com mecanismos
automáticos, barras de apoio que auxiliem na transferência ou pia (figura 4.48).
Figura 4.47 - bancada e espelho
não adaptados
Figura 4.48 -. Espaço
não adaptado
Figura 4.46 – Dificuldade de uso p/ gestantes e
deficientes – vista 2
Capítulo 4 Estudo de Caso
96
b) Espacial / Arquitetural de Interiores
- Falta de privacidade, pois a circulação que dá acesso ao banheiro masculino, tem visão
da área interna do feminino através do espelho (figura 4.49).
Figura 4.49 - Visão do usuário na circulação
Ambientes de Ensino
Laboratório de informática
a) Espacial / Arquitetural de Interiores
- A mesa com os equipamentos de informática não tem espaço para o apoio de objetos
de uso pessoal, via de regra colocados no espaço destinado a outro usuário.
- Ilhas de computadores, colocados paralelamente às janelas, ou seja, monitores com
reflexos pela incidência de luz ou pelo ofuscamento causado pelas luminárias que estão na
frente ou atrás do usuário (figuras 4.50 e 4.51).
- Mobiliário sem regulagem.
Figura 4.50 - Ilhas paralelas às janelas Figura 4.51 - Monitor com reflexos
Capítulo 4 Estudo de Caso
97
b) Interfaciais
- Utilização do mobiliário, mesa/cadeira, sem regulagem por pessoas com estaturas
bastante diferentes (usuário A com 1,90m e usuária B com 1,45m - figuras 4.52 e 4.53). O
usuário A inclina a cabeça para baixo para fazer uso do monitor e suas pernas não formam
ângulo de 90° com o piso, pois a altura do assento da cadeira é baixa para o mesmo.
- Em virtude de dimensões antropométricas diferenciadas dos usuários e falta de
adaptação do mobiliário, a usuária B tem que desencostar da cadeira para manusear o mouse,
além de não ter os pés devidamente apoiados no chão (figura 4.52).
Salas com uso de cadeiras universitárias com pranchetas acopladas
a) Espacial/Arquitetural de Interiores
- As circulações possuem dimensões bastante diferenciadas. Ora maiores, e assim mais
confortáveis; ora menores, que prejudicam o fluxo de alunos ou do próprio professor.
b) De acessibilidade
- As pranchetas acopladas às cadeiras não possuem mecanismos de deslizamento que
facilitem o seu uso. Neste caso específico para uma gestante (figura 4.54).
Figura 4.52 - Mobiliário sem regulagem
Figura 4.53 - Diferentes medidas
antro
p
ométricas
Capítulo 4 Estudo de Caso
98
Figura 4.54 - pranchetas sem mecanismo de deslizamento
c) Interfacial
- Em função da altura do assento, os pés da usuária não se apóiam no chão (figura 4.55).
Figura 4.55 – usuária com os pés suspensos
d) Acidentário
- Em situação de pânico pode haver problemas quanto ao deslocamento (saída) dos
alunos, pois, segundo o código de incêndio (CBMP, 1997), a partir de 50 pessoas, as portas
devem abrir no sentido de trânsito de saída e, neste caso, o ambiente comporta 70 alunos.
Capítulo 4 Estudo de Caso
99
Salas com pranchetas e bancos
a) Espaciais /Arquiteturais de Interiores
- Arranjo físico deficiente, apresentando circulações com dimensões inadequadas, o que
pode ser observado com o uso dos modelos antropométricos nas figuras 4.56 e 4.57. O
ambiente em estudo possui pilares que avançam da alvenaria, minimizando, ainda mais, o
espaço destinado a circulação.
Figura 4.56 - Arranjo físico da sala 13
Figura 4.57 - Arranjo físico da sala 16
- A circulação central não favorece o uso do ambiente. Os assessoramentos tornam-se
de difícil alcance e o uso do espaço, quando necessário ou não deslocamento por parte dos
alunos, encontra-se precário (figura 4.58).
Capítulo 4 Estudo de Caso
100
- O quadro está voltado para a janela, acarretando reflexos (figura 4.59). A altura em
relação ao piso é pequena, o que causa prejuízos quanto aos aspectos prejudiciais à
visibilidade por parte dos alunos, principalmente os que se encontram nas últimas pranchetas.
b) Espacial /Arquitetural de Interiores, de Deslocamento e Acidentário
– O pequeno espaço entre as pranchetas e a parede dificulta o acesso, que é feito a partir
do local onde está posicionada a porta de entrada ou por baixo do tampo das pranchetas
(figuras 4.60 e 4.61).
c) Espacial /Arquitetural de Interiores e Interfacial
- As pranchetas estão posicionadas perpendicularmente à janela, o que leva a incidência
solar tanto pelo lado esquerdo como pelo direito do aluno, causando sombreamentos quando
do uso do material de desenho (figuras 4.56 e 4.57). Além disso, leva a posturas inadequadas
Figura 4.58 - Dificuldade para assessoramento Figura 4.59 - Quadro baixo e com reflexos
Figura 4.60 – Espaço entre
a
p
rancheta e a
p
arede
Figura 4.61 – Acesso por baixo
do tam
p
o das
p
ranchetas
Capítulo 4 Estudo de Caso
101
quando o usuário tem que girar a cabeça ou todo o tronco lateralmente para visualizar o
quadro, levando a um esforço muscular (figura 4.62).
Figura 4.62 – Giro da cabeça ou tronco
d) Interfaciais
- O mobiliário (prancheta e bancos) favorece postura inadequada.
- Devido a altura das pranchetas em relação a dos bancos, em algumas salas, os alunos
preferem desenhar em pé (figuras 4.63 e 4.64). Bancos muito baixos ou muito altos para a
prancheta (figura 4.65).
Figura 4.65 – Bancos com alturas inadequadas para a prancheta
Figura 4.63 – Postura inadequada – vista 1 Figura 4.64 – Postura inadequada – vista 2
Capítulo 4 Estudo de Caso
102
- O mobiliário não possui regulagem de altura, apenas de inclinação, não havendo
preocupações com as diferenças antropométricas. Neste caso, deslocou-se uma prancheta
mais baixa para uso da aluna. Observar a posição onde os pés estão apoiados para ambos os
usuários nas situações 1 e 2 (Figuras 4.66 e 4.67).
Ainda, por as pranchetas não possuírem regulagem, os alunos teriam bastante problemas
quanto à correta adequação deste mobiliário, caso a situação fosse o inverso da anterior
(figura 4.68). Na figura 4.69, o usuário por está com o tronco curvo, pode ser acometido de
problemas posturais.
Figura 4.66 – pranchetas com alturas
di
f
erenciadas
Figura 4.67 – Apoio dos pés – situação 1 e 2
Figura 4.68 – Aluna na mesa mais alta Figura 4.69 – Postura do usuário
Capítulo 4 Estudo de Caso
103
Como forma de complementação, aprofundando um pouco o estudo, sem que para tanto
tenha se chegado a fase de diagnose ergonômica, foi feito o levantamento lumínico das salas
selecionadas. Assim, neste caso, utilizou-se o luxímetro digital LUXMETER MLM-1332
(figura 4.70).
Figura 4.70 – Luxímetro digital
O levantamento lumínico foi realizado nos 3 períodos do dia, em salas de aula com
diferentes mobiliários e, também, localizadas em lados opostos da edificação, onde recebem
insolação de forma desigual. Houve, ainda, a preocupação com a utilização das cortinas
fechadas ou abertas e com a presença, ou não, de alunos no local. Os resultados mostraram
uma considerável diminuição do nível de iluminamento quando na presença de alunos.
Na tabela 4.1 é apresentado o resumo do levantamento. Os valores encontrados a noite,
sem a interferência da iluminação natural, denotam a real situação do nível de iluminamento
do ambiente para os alunos que estudam neste período. Percebe-se que, das seis salas
trabalhadas neste período foram encontradas quatro salas com mais de 50% dos valores com
níveis de iluminamento abaixo do sugerido pela norma. Observa-se, ainda, que estes
resultados não consideram o ambiente em uso, os alunos não estavam presentes na hora da
medição, não causando, desta forma, sombreamentos que viessem a deturpar os dados da
medição.
Pode-se perceber, ainda, o quanto a iluminação natural nos outros turnos pode levar a
uma melhoria do nível lumínico, quando na sala 17 tem-se valores, com a cortina aberta, de
apenas 44,44% abaixo, mesmo o ambiente em uso, ou seja, interferência de sombreamentos
gerados pelos próprios alunos. Complementando tais informações, no período da tarde, no
qual o sol incidirá de forma mais direta, visto que a sala encontra-se no poente, não se
encontram valores abaixo do sugerido pela norma.
Capítulo 4 Estudo de Caso
104
Na sala 4, os alunos posicionam-se de costas para as aberturas (janelas) durante as aula.
A medição feita no período da tarde identifica uma situação bastante preocupante, 95,24% dos
valores encontram-se abaixo do sugerido pela norma, quando os usuários estão em atividade e
com as cortinas fechadas.
O laboratório de informática, que utiliza sempre as cortinas fechadas, apresenta 100%
das medições abaixo do sugerido pela norma, considerando 500lux como ideal para leitura de
documentos.
Nos anexos podem ser consultados os valores encontrados nos levantamentos efetuados,
apresentando-se precedido de # em negrito e as informações abaixo do sugerido pela norma.
Tabela 4.1 – Valores abaixo do nível de iluminância (E) adequado
Salas de Desenho
Salas de Aula
Laboratório de
informática
prancheta mesa Cadeira c/
prancheta
Mesa Turno/ocupação*
Sala 13 Sala 16 Sala 17 Sala 18 Sala 4 Sala
7
Sala 1
sim 80,95% 97,37% 44,44%**
79,17%
- - - - - Manhã
não - 0% - - 8,69% 0% - -
sim - - - - 95,24% - - - Tarde
não 2,63% - 0%** 83,33% - - 66,67% 100%***
sim - - - - - - - - Noite
não 63,16 31,58% 75% 88,89% 52,17% 0% - -
*- Presença ou não de alunos no local na hora da medição.
** - Valor com a cortina da sala aberta
*** - Valor baseado em 500lux
Capítulo 4 Estudo de Caso
105
Quadro de Formulação do Problema
Classe de
Problemas
Requisitos Constrangimentos
da Tarefa
Custos
Humanos
Disfunções
do Sistema
Sugestões Restrições
De acessibilidade
Espaços mal
dimensionados para
movimentação dos
portadores de
deficiência física
/gestantes (edifício
garagem/banheiros)
Projeto
baseado na
acessibilidade
universal
Dificuldade de
deslocamento dos
cadeirantes e
gestantes
Sensação de
dependência
e
incapacidade
Interrupção
da tarefa
Dimensionar
espaços com
base na NBR
9050
Não
consideração
do problema
Falta de sinalização
no piso –
estacionamento
indevido, presença de
obstáculo suspenso
(orelhão, extintor),
piso tátil direcional
(ed. garagem)
Projeto
baseado na
acessibilidade
universal
Dificuldade de
deslocamento dos
cadeirantes e
gestantes
Risco de
acidentes
Interrupção
da tarefa
Colocar
sinalização no
piso
Não
consideração
do problema
Existência de barreira
arquitetônica -
escadas (vazadas,
espelhos com alturas
diferenciadas,
corrimão
inadequado), não uso
de rampas, tipo de
piso
Eliminar as
barreiras
arquitetônicas
Impedimento e/ou
dificuldade de
deslocamento dos
cadeirantes e
deficiente visual
Dependência
e
incapacidade
Interrupção
da tarefa
Construir
rampas,
sinalizar a
escada, mudar
o tipo de
corrimão e
piso
Não
consideração
do problema
Espacial / arquitetural de interior
Inexistência de
cobertura/abrigo no
embarque e
desembarque
Oferecer
abrigo ao
usuário
Usuários expostos
às intempéries
Risco de
acidentes,
doenças
Improviso:
uso de
guarda-
chuva,
interrupção
da tarefa
Modificar o
acesso
Não
consideração
do problema
Falta de otimização
no uso das cores
Uso correto
da cor
Sensação de
desânimo e de
maiores
comprimentos de
circulação
Desconforto Cartazes e
painéis sem
uma ordem
pré-definida
Estudo e
aplicação de
cores
Não
consideração
do problema
Capítulo 4 Estudo de Caso
106
Visão de uma área
íntima em função do
arranjo físico
(localização da
bancada com
espelho)
Projeto
arquitetônico
que considere
as restrições
dos usuários
Falta de
privacidade
Desconforto Não se
demorar no
espelho
Colocar
algum
artifício que
evite a visão
Não
consideração
do problema
Reflexos nos
monitores e no
quadro em função do
arranjo físico
Projeto
arquitetônico
que considere
as restrições
dos usuários
Dificuldade de
visibilidade
Desconforto,
vista
cansada
Posturas
inadequadas
que facilitem
a visibilidade
Mudar o
arranjo físico
Não
consideração
do problema
Mesas (laboratório de
informática) com
muitos equipamentos
sem espaço livre
Projeto
arquitetônico
que considere
as restrições
dos usuários
Falta de espaço Desconforto Colocação
do material
no chão ou
sobre as
pernas do
usuário
Modificar
localização
dos
equipamentos
Não
consideração
do problema
Dimensionamento
inadequado das
circulações das salas
em função do arranjo
físico
Projeto
arquitetônico
adequado
Dificuldade no
fluxo de alunos e
professores
Desconforto,
acidentes
Acesso por
baixo das
pranchetas
Modificação
do arranjo
físico
Não
consideração
do problema
Posicionamento
inadequado das
pranchetas
Projeto
arquitetônico
adequado
Sombreamentos
nos desenhos
Esforço
muscular
Utilização
dos
instrumentos
na posição
errada
Modificação
do arranjo
físico
Não
consideração
do problema
Físico-ambiental
Iluminação
insuficiente na área
de convívio e
ambientes de ensino
Projeto
adequado de
iluminação
Mal estar físico
ambiental e
deficiente
visibilidade
Desconforto
visual
Falta de
iluminação
Usar
iluminação
natural e/ou
complementar
Não
consideração
do problema
Interfacial
Mobiliário sem
regulagens
(diferenças
antropométricas)
Compra de
mobiliário
adequado
Desconforto Problemas
posturais
Trabalham
em pé,
trocam o
mobiliário de
sala
Fazer
adaptações no
mobiliário ou
trocá-los
Não
consideração
do problema
Posicionamento
inadequado do
mobiliário
Projeto
arquitetônico
adequado
Desconforto Problemas
posturais
Giram todo o
corpo ou
cabeça
Modificar o
arranjo físico
Não
consideração
do problema
Capítulo 4 Estudo de Caso
107
Natural
Área de convívio
sujeita a intempéries
Criar
barreiras para
evitar o sol e
a chuva
Mal estar físico
ambiental
Desconforto
térmico,
sudorese,
gripes
Aquecimento
ou
esfriamento
Usar soluções
de cobertas
leves
Não
consideração
do problema
Acidentário
Falta de sinalização
localizando extintores
e o orelhão
Projeto de
sinalização
Dificuldade de
orientação quanto a
localização
Riscos de
acidentes
Perda de
tempo
procurando o
extintor e o
orelhão
Implantação
de sinalização
Não
consideração
do problema
Grandes dimensões
das juntas de
dilatação
Projeto e/ou
execução
adequada
Dificuldade de
deslocamento
Risco de
acidente
Aberturas
tornando-se
mais
profundas
Pesquisar
material
adequado a
diminuição do
seu tamanho
Não
consideração
do problema
Posição errada da
abertura da porta
Execução
conforme
projeto
Dificuldade de
deslocamento em
caso de emergência
Risco de
acidente
Aglomeração
na porta
Mudar
sentido de
abertura da
porta
Não
consideração
do problema
De deslocamento
Acesso às últimas
pranchetas próximo a
porta de entrada
Projeto
arquitetônico
adequado
Caminha grandes
percursos
Desconforto Interrupção
da tarefa
Mudar arranjo
físico
Não
consideração
do problema
4.2.3 Parecer Ergonômico
O parecer ergonômico é referente a síntese da problematização, onde ocorre a
hierarquização dos problemas, baseando-se nos custos humanos do trabalho e observando-se,
para tanto, a gravidade e a urgência; a priorização dos postos a serem diagnosticados e
modificados; predições que se relacionam à provável causa do problema a ser enfocado na
diagnose e sugestões preliminares de melhoria.
Priorização e consolidação do problema
Conforme mostra o quadro de formulação do problema, há uma maior incidência de
problemas espaciais/arquiteturais de interiores, seguida de problemas de acessibilidade e
acidentário. As demais situações, com menores incidências, são igualmente relevantes para o
bem estar dos alunos.
Capítulo 4 Estudo de Caso
108
Predições
A partir das etapas de Problematização e Sistematização, já tratadas nesta Apreciação
Ergonômica, fazem-se suposições que fornecem interpretações para as causas dos problemas
e define-se o foco para a posterior Diagnose Ergonômica.
Toma-se como hipótese que, somente uma arquitetura com um dimensionamento
ergonomicamente adequado e um arranjo físico coerente pode favorecer o desenvolvimento,
sem restrições das atividades. Deste modo, com relação à instituição em estudo, a partir dos
registros comportamentais, objetiva-se:
- Verificar a possibilidade de revisão do projeto de ambientação, assim como, adaptações de
algumas soluções projetuais.
- Verificar as barreiras arquitetônicas a fim de eliminá-las;
- Observar criteriosamente as necessidades dos portadores de deficiência física, para garantir
sua autonomia, independência e exercício de cidadania.
Sugestões preliminares de melhoria
De acordo com os problemas ergonômicos encontrados, através das verbalizações dos
alunos, análises de espaços, registros comportamentais dos usuários e fotografias, tem-se
como sugestões:
- Estudar soluções que amenizem as barreiras arquitetônicas a fim de promover acessibilidade
a todos os usuários;
- Redimensionar os ambientes problemáticos de forma a permitir a usabilidade e
acessibilidade, seguindo sempre as normas regulamentadoras;
- Oferecer conforto aos usuários através da otimização do uso das cores e do
dimensionamento dos ambientes redesenhando os arranjos físicos de forma a facilitar as
atividades;
- Estudar as melhores condições de conforto, considerando aspectos naturais e artificiais de
iluminação;
- Estudar soluções que amenizem as barreiras arquitetônicas.
Capítulo 4 Estudo de Caso
109
4. 3 Constelação de atributos
A fim de se obter informações relevantes a respeito da percepção que os alunos
possuem das instalações da instituição de ensino, a pesquisa desenvolvida em quatro etapas,
utilizou-se da Constelação de Atributos como ferramenta.
Aplicou-se em junho de 2002, quatro perguntas com 25% dos alunos da instituição que
cursavam o segundo período visando identificar, através da percepção dos respondentes,
possíveis problemas relacionados à ergonomia ou às condições ambientais de trabalho
associadas. Posteriormente, os dados obtidos foram utilizados para a construção das
constelações de atributos, identificando assim, a relação psicológica dos usuários com o
espaço em questão. Vale ressaltar, que na ocasião, o sentimento vivenciado pelos alunos era
de euforismo com as novas instalações da faculdade, uma vez que estas apresentavam
qualidade muito superior às instalações anteriores.
Em abril de 2004, foram aplicadas as mesmas perguntas com o mesmo grupo de alunos
(agora no quinto período do curso) alvos da primeira pesquisa em 2002, a fim de comparar os
resultados obtidos e verificar se existia alguma correlação entre o fator motivação dos
usuários e sua interferência nos resultados da APO, realizada em 2002.
Em Fevereiro de 2005, foram aplicadas as mesmas perguntas com 50% dos alunos do
primeiro período do curso, ou seja, alunos que não conheceram ou vivenciaram as antigas
instalações da faculdade, não tendo assim padrões de referência para comparações entre as
antigas e novas instalações.
De forma mais abrangente, em 2006, desenvolveu-se a pesquisa com alunos do
primeiro, quinto e nono períodos, de forma a verificar a visão destes, após um certo tempo
afastados da edificação anterior.
As etapas serão discriminadas, sendo as respostas da última fase, mostradas através das
constelações obtidas.
4.3.1 Primeira Etapa – Junho de 2002
Foram aplicadas as perguntas a 100 alunos da instituição, obtendo-se um total de 486
respostas para os qualificativos espontâneos e 476 respostas para os qualificativos induzidos.
A pesquisa foi dividida em duas partes: a primeira, visando captar a percepção do aluno com
relação às instalações da instituição de ensino de uma maneira geral. E a segunda, visando
captar a percepção em relação ao ambiente de sala de aula.
Capítulo 4 Estudo de Caso
110
As perguntas utilizadas foram:
1- Quando se pensa em uma faculdade de arquitetura que idéias ou imagens isto lhe sugere?
2 - Que características a sua faculdade deve ter?
3 - Quando se pensa em uma sala de aula que idéias ou imagens isto lhe sugere?
4 - Que características a sua sala de aula deve ter?
Após a obtenção das respostas procedeu-se à classificação das variáveis por freqüência
decrescente de aparecimento e posterior construção das quatro constelações de atributos
referentes à percepção dos alunos.
No que se refere à pergunta “1” os dados coletados indicaram que os alunos relacionam
a imagem de uma faculdade de arquitetura a características abstratas como criatividade,
organização, arte, cultura, etc e um reduzido número de características relativas ao seu espaço
físico. Consideraram que as instalações devem ser amplas, confortáveis, limpas e ventiladas.
Diferentemente, para a pergunta “2”, relativa às características de sua instituição de
ensino, os alunos demonstraram uma maior percepção de aspectos relacionados ao espaço.
Para eles, a faculdade de arquitetura deve ter salas amplas, conforto térmico, boa acústica,
bons equipamentos e professores qualificados. Relativo à pergunta “3”, os alunos consideram
que um ambiente de sala de aula deve ser amplo, limpo, ter luminosidade e temperatura
adequadas, possuir bons quadros, boa acústica, cores claras e mobiliário confortável,
principalmente pranchetas. Com relação à pergunta “4”, os alunos consideraram o seu
ambiente de sala de aula confortável, claro, amplo, dotado de boa acústica, bons quadros,
cadeiras confortáveis e temperatura adequada.
4.3.2 Segunda Etapa – Abril de 2004
Para a realização desta etapa, foram aplicadas as mesmas perguntas e procedimentos
utilizados na primeira etapa da pesquisa em 2002. O mesmo grupo de alunos (agora no quinto
período) foi entrevistado, a fim de identificar se a variável motivação interferiu nos resultados
obtidos na primeira etapa do estudo.
Com relação à pergunta “2” os alunos apontaram que sua faculdade possui amplas
instalações, boa iluminação, salas ventiladas, boa localização dos banheiros, ambiente limpo e
organizado.
Com relação as características que um ambiente de sala de aula deve ter (pergunta “3”)
os alunos apontam: boa iluminação, temperatura adequada, conforto, salas amplas, cores
claras, quadro em altura adequada para facilitar a visualização, boa acústica, cadeiras e
pranchetas confortáveis, cortinas para diminuir a claridade, equipamentos audiovisuais e bom
Capítulo 4 Estudo de Caso
111
espaçamento entre pranchetas e consideram seu ambiente de sala de aula (pergunta “4”)
muito frio e claro, o que prejudica a visualização do quadro, devido aos reflexos. Em função
da altura das pranchetas e da distância do quadro ao piso, a visão do professor e do que está
sendo mostrado no quadro é deficiente. Sugerem que deveria existir um maior espaçamento
entre as pranchetas e que estas e as cadeiras devem ser mais confortáveis, visto que eles
passam a maior parte do tempo em aulas práticas que utilizam este tipo de mobiliário. No
entanto, classificam as salas de aula como limpas e amplas.
4.3.3 Terceira Etapa – Fevereiro de 2005
Na terceira etapa, realizada em fevereiro de 2005, foram aplicados os questionários com
50% dos alunos do primeiro período do curso, ou seja, alunos que acabaram de ingressar na
instituição e que não conheceram ou vivenciaram as antigas instalações, não possuindo assim,
parâmetro de referência relacionado ao “fator motivação pelas novas instalações” que possa
levar à comparações entre as mesmas, não influenciando assim os resultados.
Quanto às caracteristicas que uma faculdade de arquitetura deve ter os respondentes
indicaram: espaços amplos, ambientes bem projetados, bom acabamento, iluminação
adequada, mobiliário confortável, infra-estrutura adequada, bem ventilada e confortável.
Com relação à pergunta “2” os alunos apontam que sua faculdade possui amplos
espaços, mobiliário adequado, boa iluminação, uso adequado das cores, ventilação adequada e
funcionalidade dos espaços.
Com relação as características que um ambiente de sala de aula deve ter (pergunta “3”)
os respondentes indicaram: iluminação adequada, temperatura agradável, conforto físico,
mobiliário adequado, quadro sem reflexos, boa visualização do professor, ventilada e com
espaço amplo.
Os alunos consideram seu ambiente de sala de aula (pergunta “4”) muito claro, com
temperatura inadequada (em torno de 21 a 23ºC), o que dificulta a concentração. Apontam
que as cadeiras devem ser mais confortáveis, que o reflexo no quadro dificulta a visualização
e que as amplas janelas existentes propiciam muita claridade às salas de aulas e sugerem a
melhoria do layout nas salas de prancheta.
Capítulo 4 Estudo de Caso
112
4.34 Quarta Etapa – Março de 2006
No intuito de atingir as três fases do curso, em 2006, foi feita a mesma pesquisa
utilizando-se para tanto uma amostragem de forma intencional a partir de alunos do primeiro,
quinto e nono períodos, formando um total de 128 alunos. Desta forma participaram da
pesquisa alunos iniciantes, alunos que já possuíam uma certa maturidade e compreensão do
projeto arquitetônico e alunos de término de curso. A intenção foi verificar a visão destes
usuários sem influências da antiga edificação, diante do tempo de uso das instalações atuais.
Para tanto, serão mostrados os períodos separadamente.
Alunos do primeiro período
Na primeira pergunta, levantou – se os aspectos que compõem o imaginário dos
usuários frente ao ambiente, ou seja, a imagem simbólica de uma faculdade idealizada pelo
usuário. A pergunta consistiu em:
1 - Quando se pensa em uma faculdade de arquitetura que idéias ou imagens isto lhe sugere?
Os dados foram compilados, agrupados de acordo com sua afinidade e classificados por
freqüência de aparição nas respostas, como podem ser observados na tabela 4.2.
Em seguida, foi aplicada outra pergunta aos usuários que consistiu em:
2 - Que características a sua faculdade de arquitetura deve ter?
Nessa etapa procurou-se identificar quais são os atributos associados a instituição que os
usuários estudam que exercem uma relação mais direta. As respostas encontram-se na tabela
4.3.
Capítulo 4 Estudo de Caso
113
Tabela 4.2 – Tabulação das respostas relativas à pergunta 1 do 1º período
1º período - Pergunta 1
Quando se pensa em uma faculdade de arquitetura, que idéias ou imagens isto lhe sugere?
Respostas Quantidade Total de
respostas
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Classific.
1 Beleza/ Boa aparência 16 170 9,41% 10,27 1
2 Laboratórios 15 170 8,82% 10,57 2
3 Funcionalidade/Boa distribuição
do espaço
15 170 8,82% 10,57 2
4 Espaço amplo 11 170 6,47% 12,33 3
5 Modernismo/Moderno 11 170 6,47% 12,33 3
6 Boa Iluminação 8 170 4,71% 14,87 4
7 Pranchetas 7 170 4,12% 16,27 5
8 Conforto 6 170 3,53% 18,26 6
9 Paisagismo/Arborização 6 170 3,53% 18,26 6
10 Local projetado/ Planejado 6 170 3,53% 18,26 6
11 Boa Estrutura física 5 170 2,94% 21,34 7
12 Biblioteca 5 170 2,94% 21,34 7
13 Fácil Acesso/ Bem localizada 4 170 2,35% 26,91 8
14 Local para expor trabalhos 4 170 2,35% 26,91 8
15 Área de lazer 3 170 1,76% 40,54 9
16 Sala de computação 3 170 1,76% 40,54 9
17 Dinâmica 3 170 1,76% 40,54 9
18 Ambientes arejados/Ventilados 3 170 1,76% 40,54 9
19 Tecnologia 3 170 1,76% 40,54 9
20 Bom estacionamento 3 170 1,76% 40,54 9
21 Cantina adequada/Lanchonete 3 170 1,76% 40,54 9
22 Design diferenciado 3 170 1,76% 40,54 9
23 Armários 3 170 1,76% 40,54 9
24 Cores 2 170 1,18% 141,68 10
25 Espaços climatizados 2 170 1,18% 141,68 10
26 Salas 2 170 1,18% 141,68 10
27 Criatividade 2 170 1,18% 141,68 10
28 Local convidativo/Agradável 2 170 1,18% 141,68 10
29 Outros 12 170 7,06% 11,78
Outros Quantidade Total de
respostas
Corredores 1 170
Conforto térmico-acústico 1 170
Espaço para trabalhos 1 170
Local para xerox amplo 1 170
Fachada diferente 1 170
Espaços abertos 1 170
Salas de vídeo 1 170
Estilo 1 170
Várias formas 1 170
Local sempre renovado 1 170
Construção 1 170
Edifício 1 170
Capítulo 4 Estudo de Caso
114
Tabela 4.3 – Tabulação das respostas relativas à pergunta 2 do 1º período
1º período - Pergunta 2
Que características a sua faculdade de arquitetura deve ter?
Respostas Quantidade Total de
respostas
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Classific.
1 Boas instalações/Boa infra-
estrutura
20 197 10,15% 9,93 1
2 Iluminação 19 197 9,64% 10,16 2
3 Boa aparência/Esteticamente
interessante
12 197 6,09% 12,74 3
4 Espaço grande/Amplo 11 197 5,58% 13,39 4
5 Confortável/Aconchegante 11 197 5,58% 13,39 4
6 Oficinas/Laboratórios 11 197 5,58% 13,39 4
7 Biblioteca 11 197 5,58% 13,39 4
8 Design moderno/Moderna 9 197 4,57% 15,16 5
9 Materiais adequados 9 197 4,57% 15,16 5
10 Área verde/Arborização 7 197 3,55% 18,16 6
11 Ventilação 6 197 3,05% 20,67 7
12 Área de lazer 6 197 3,05% 20,67 7
13 Bem projetada/ Inovadora 5 197 2,54% 24,72 8
14 Espaço para os alunos
guardarem material
5 197 2,54% 24,72 8
15 Fachada bonita/Efeito visual 5 197 2,54% 24,72 8
16 Limpeza 4 197 2,03% 32,51 9
17 Bancos confortáveis 3 197 1,52% 54,75 10
18 Colorida 3 197 1,52% 54,75 10
19 Estacionamento 3 197 1,52% 54,75 10
20 Pranchetas com régua paralela 2 197 1,02% 1523,51 11
21 Dinamismo/Dinamicidade 2 197 1,02% 1523,51 11
22 Funcionalidade 2 197 1,02% 1523,51 11
23 Espaços para expor trabalhos 2 197 1,02% 1523,51 11
24 Manutenção/não ter rachaduras 2 197 1,02% 1523,51 11
25 Área para fumantes/Cinzeiros 2 197 1,02% 1523,51 11
26 Entrada de pedestre 2 197 1,02% 1523,51 11
27 Pranchetas viradas para o
quadro
2 197 1,02% 1523,51 11
28 Fácil acesso 2 197 1,02% 1523,51 11
29 Salas sofisticadas 2 197 1,02% 1523,51 11
30 Boa utilização dos ambientes 2 197 1,02% 1523,51 11
31 Outros 15 197 7,61% 11,34
Outros Quantidade Total de Respostas
Espaço para palestras 1 197
Livraria 1 197
Corredores amplos 1 197
Salas espaçosas 1 197
Murais para fixar avisos 1 197
Área para aula externa 1 197
Quantidade de mesas que
permitam circulação
1 197
Elegância 1 197
Espaços proporcionais 1 197
Vestuário 1 197
Auditório com acústica 1 197
Capítulo 4 Estudo de Caso
115
A partir dos dados encontrados nas tabelas 4.2 e 4.3, foi possível montar os gráficos das
Constelações de Atributos, permitindo uma análise comparativa, verificando o grau de
satisfação perante o ambiente em estudo (figuras 4.71 e 4.72).
Figura 4.71 – Constelação de Atributos referente à pergunta 1 do
1º período
Figura 4.72 – Constelação de Atributos referente a pergunta 2
do 1º período
Capítulo 4 Estudo de Caso
116
O mesmo critério utilizou-se para as demais perguntas, direcionando-se para salas de
aula:
3 - Quando se pensa em uma sala de aula que idéias ou imagens isto lhe sugere?
4 - Que características a sua sala de aula deve ter ?
Tabela 4.4 – Tabulação das respostas relativas à pergunta 3 do 1º Período
1º período - Pergunta 3
Quando se pensa em uma sala de aula, que idéias ou imagens isto lhe sugere?
Respostas Quantidade Total de
respostas
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Classific.
1 Boa iluminação 19 134 14,18% 8,68 1
2 Confortável/Aconchegante 17 134 12,69% 9,06 2
3 Pranchetas adequadas 14 134 10,45% 9,81 3
4 Sala grande 14 134 10,45% 9,81 3
5 Cadeiras e bancos confortáveis 12 134 8,96% 10,50 4
6 Climatização adequada 10 134 7,46% 11,46 5
7 Visibilidade/Boa visão do quadro 7 134 5,22% 13,93 6
8 Limpeza 5 134 3,73% 17,49 7
9 Materiais modernos 5 134 3,73% 17,49 7
10 Espaço individual amplo 4 134 2,99% 21,05 8
11 Claridade 3 134 2,24% 28,57 9
12 Funcionalidade 3 134 2,24% 28,57 9
13 Mobiliário funcional 3 134 2,24% 28,57 9
14 Tecnologia 3 134 2,24% 28,57 9
15 Boa aparência 2 134 1,49% 57,50 10
16 Laboratórios 2 134 1,49% 57,50 10
17 Quadro grande 2 134 1,49% 57,50 10
18 Silenciosa 2 134 1,49% 57,50 10
19 Outros 7 134 5,22% 13,93
Outros Quantidade Total de
respostas
Espaço para armazenar materiais 1 134
Paredes brancas limpas 1 134
Acústica 1 134
Local para expor trabalhos 1 134
Boa distribuição do espaço 1 134
Pintura diferente 1 134
Convidativa 1 134
Capítulo 4 Estudo de Caso
117
Tabela 4.5 – Tabulação das respostas relativa à pergunta 4 do 1º Período
1º período - Pergunta 4
Que características a sua sala de aula deve ter?
Respostas Quantidade Total de
respostas
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Classific.
1 Iluminada 28 163 17,18% 8,10 1
2 Cadeiras e bancos confortáveis 25 163 15,34% 8,43 2
3 Espaçosa/Ampla 19 163 11,66% 9,38 3
4 Conforto/ Aconchegante/Alegre 14 163 8,59% 10,71 4
5 Limpeza 8 163 4,91% 14,47 5
6 Pranchetas adequadas 7 163 4,29% 15,80 6
7 Quadros em bom estado 7 163 4,29% 15,80 6
8 Régua paralela 7 163 4,29% 15,80 6
9 Temperatura agradável 7 163 4,29% 15,80 6
10 Pranchetas bem distribuídas 5 163 3,07% 20,54 7
11 Climatizada 4 163 2,45% 25,65 8
12 Pintura 4 163 2,45% 25,65 8
13 Boa acústica 3 163 1,84% 37,75 9
14 Mobiliário confortável 3 163 1,84% 37,75 9
15 Bom espaço para circulação 2 163 1,23% 112,56 10
16 Bom material 2 163 1,23% 112,56 10
17 Claridade 2 163 1,23% 112,56 10
18 Funcionalidade 2 163 1,23% 112,56 10
19 Pranchetas e bancos virados
para o quadro
2 163 1,23% 112,56 10
20 Visibilidade 2 163 1,23% 112,56 10
21 Outros 10 163 6,13% 12,69
Outros Quantidade Total de
respostas
Mesas para desenho 1 163
Dinâmica 1 163
Boa estrutura 1 163
Tecnologia 1 163
Armários para objetos 1 163
Encosto para braços 1 163
Fórmica azul/verde nas pranchetas 1 163
Silenciosa 1 163
Bancas adequadas 1 163
Ambiente agradável 1 163
Capítulo 4 Estudo de Caso
118
Figura 4.73 – Constelação de atributos referente à pergunta 3 do 1º período
Figura 4.74 – Constelação de atributos referente à pergunta 4 do 1º período
Capítulo 4 Estudo de Caso
119
No caso do primeiro período, as constelações revelaram que a percepção do usuário está
voltada para a aparência, a resolução plástica da edificação, a presença de laboratórios, as
dimensões dos espaços e ao conforto (lumínico, mobiliário adequado, dimensionamento dos
espaços e visibilidade do quadro).
Embora seja uma faculdade de arquitetura, o fator criatividade é um dos que não teve
grande representatividade. No entanto, ao focar a instituição em estudo eles conseguem
visualizar problemas quanto à infra-estrutura e a iluminação precária aparece como ponto
bastante crítico.
Ao direcionar-se às salas de aula os problemas com iluminação são, para os olhos dos
usuários, bastante enfáticos, sendo o item mais representativo, seguido pela necessidade de
mobiliário adequado, espaços amplos, sempre fazendo referência ao conforto do mobiliário.
Alunos do quinto período
Tabela 4.6 – Tabulação das respostas relativas à pergunta 1 do 5º período
5º período - Pergunta 1
Quando se pensa em uma faculdade de arquitetura, que idéias ou imagens isto lhe sugere?
Respostas Quantidade Total de
respostas
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Classific.
1 Bom aproveitamento dos
espaços
14 204 6,86% 11,95 1
2 Boa Iluminação 13 204 6,37% 12,43 2
3 Boa Ventilação 13 204 6,37% 12,43 2
4 Lugares de convívio 13 204 6,37% 12,43 2
5 Conforto 11 204 5,39% 13,67 3
6 Salas/ Espaços amplos 10 204 4,90% 14,48 4
7 Boa biblioteca 9 204 4,41% 15,51 5
8 Funcionalidade 9 204 4,41% 15,51 5
9 Jardins /Paisagismo 8 204 3,92% 16,85 6
10 Laboratórios /Local de
experimentos /Criação
7 204 3,43% 18,68 7
11 Beleza /Estética 6 204 2,94% 21,34 8
12 Boa volumetria /Plástica 5 204 2,45% 25,68 9
13 Criatividade 5 204 2,45% 25,68 9
14 Boa acústica 4 204 1,96% 34,20 10
15 Formas /Texturas que estimulem
o pensar
4 204 1,96% 34,20 10
16 Higiene/ Espaço limpo/ Limpeza 4 204 1,96% 34,20 10
17 Local para exposições 4 204 1,96% 34,20 10
18 Arquitetura arrojada 3 204 1,47% 59,70 11
19 Arte em toda parte/Arte 3 204 1,47% 59,70 11
20 Qualidade do Fluxo 3 204 1,47% 59,70 11
21 Volumetria exuberante /Plástica
moderna
3 204 1,47% 59,70 11
22 Partido Arquitetônico
diferenciado
3 204 1,47% 59,70 11
23 Acessibilidade 3 204 1,47% 59,70 11
24 Local de pesquisa/ Estudo 3 204 1,47% 59,70 11
25 Cor 3 204 1,47% 59,70 11
Capítulo 4 Estudo de Caso
120
26 Agradável 3 204 1,47% 59,70 11
27 Técnicas construtivas e
tecnológicas
3 204 1,47% 59,70 11
28 Outros 35 204 17,16% 8,10
Total 204 100,00%
Outros Quantida
de
Total de
respostas
Exemplo de como se fazer arquitetura 1 204
Harmonia 1 204
Espaços arquitetônicos diferenciados 1 204
Arquitetura sustentável 2 204
Bom uso dos elementos arquitetônicos 1 204
Residência estudantil 1 204
Espaços abertos / livre 1 204
Espaço dinâmico 1 204
Clareza 1 204
Estrutura 1 204
Racionalidade 1 204
Bom refeitório 1 204
Movimento 2 204
Elementos marcantes 1 204
Bons banheiros 1 204
Auditório 1 204
Aparência condizente com o curso 2 204
Local de acordo com as normas 1 204
Novos materiais 2 204
Espaços interativos 1 204
Espaço bem equipado 1 204
Salas confortáveis 1 204
Salas com pranchetas 1 204
Estacionamento para alunos 1 204
Construção 1 204
Paisagem 1 204
Inovação 1 204
Salas temáticas 1 204
Boas instalações 1 204
Projetos 1 204
Capítulo 4 Estudo de Caso
121
Tabela 4.7 – Tabulação das respostas relativas à pergunta 2 do 5º Período
5º período-Pergunta 2
Que características a sua faculdade de arquitetura deve ter?
Respostas Qtde Total de
respostas
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Clas.
1 Paisagismo /Área verde
insuficiente
8 89 8,99% 10,49 1
2 Boa Iluminação 7 89 7,87% 11,16 2
3 Boa Ventilação /Maior
ventilação/ Ventilação natural
7 89 7,87% 11,16 2
4 Área de lazer 5 89 5,62% 13,34 3
5 Área de convivência / Não há
área de convívio
5 89 5,62% 13,34 3
6 Volumetria
diferenciada/Volumetria pobre
5 89 5,62% 13,34 3
7 lanchonete pequena e quente 5 89 5,62% 13,34 3
8 Beleza / Estética 4 89 4,49% 15,32 4
9 Boa acessibilidade / Melhor
acesso
3 89 3,37% 18,95 5
10 Funcionalidade 2 89 2,25% 28,44 6
11 Ambiente agradável 2 89 2,25% 28,44 6
12 Salas específicas p/algumas
atividades
2 89 2,25% 28,44 6
13 Maior Biblioteca / Biblioteca
pequena
2 89 2,25% 28,44 6
14 Mobiliário ergonomicamente
correto
2 89 2,25% 28,44 6
15 Salas completas 2 89 2,25% 28,44 6
16 Confortável 2 89 2,25% 28,44 6
17 Ser criativa 2 89 2,25% 28,44 6
18 Laboratórios pequenos 2 89 2,25% 28,44 6
19 Melhor ergonomia 2 89 2,25% 28,44 6
20 Locais agradáveis /Confortável
/adequado
2 89 2,25% 28,44 6
21 Outros 18 89 20,22% 7,66
Embora sejam alunos, já com uma certa maturidade, não veem a acessibilidade, a
volumetria, qualidade do fluxo como aspectos prioritários. Todavia focam, também, o aspecto
iluminação, ventilação (conforto) como prioridades para uma instituição de ensino ideal e
conseguem visualizar tais deficiências para a instituição em estudo. Ao focar-se as salas de
aula da instituição, também, voltam-se a problemas direcionados à iluminação, ao conforto e
ao mobiliário.
Capítulo 4 Estudo de Caso
122
Figura 4.75 – Constelação de Atributos referente a pergunta 1 do 5º período
Figura 4.76 – Constelação de Atributos referente a pergunta 2 do 5º período
Capítulo 4 Estudo de Caso
123
Tabela 4.8 – Tabulação das respostas relativas à pergunta 3 do 5º período
5º período - Pergunta 3
Quando se pensa em uma sala de aula, que idéias ou imagens isto lhe sugere?
Respostas Quantidade Total de
respostas
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Classific.
1 Boa Iluminação 23 142 16,20% 8,27 1
2 Boa ventilação 14 142 9,86% 10,06 2
3 Equipamento de apoio de
qualidade
12 142 8,45% 10,79 3
4 Confortável 11 142 7,75% 11,25 4
5 Boa refrigeração / frio 10 142 7,04% 11,80 5
6 Mobiliário confortável 10 142 7,04% 11,80 5
7 Boa acústica/ Péssima
acústica
9 142 6,34% 12,47 6
8 Limpeza 9 142 6,34% 12,47 6
9 Ergonomia Impecável 7 142 4,93% 14,43 7
10 Salas amplas / Espaços 7 142 4,93% 14,43 7
11 Cores claras / Agradáveis 6 142 4,23% 15,98 8
12 Cadeiras confortáveis 3 142 2,11% 30,79 9
13 Circulação espacial adequada 3 142 2,11% 30,79 9
14 Salas equipadas 3 142 2,11% 30,79 9
15 Boa visibilidade/ Dificuldade
de visualização
3 142 2,11% 30,79 9
16 Ambiente funcional/ Espaço
bem resolvido
2 142 1,41% 67,23 10
17 Alta Tecnologia 2 142 1,41% 67,23 10
18 Ambiente aberto/
Confinamento
2 142 1,41% 67,23 10
19 Ambiente agradável 2 142 1,41% 67,23 10
20 Outros 4 142 2,82% 22,23
Outros Quantidade Total de
respostas
Fluxo adequado 1 142
Boa disposição de layout 1 142
Local de longa permanência 1 142
Revestimento de forro e piso adequados 1 142
Capítulo 4 Estudo de Caso
124
Tabela 4.9 – Tabulação de respostas relativa à pergunta 4 do 5º período
5º período Pergunta 4
Que características a sua sala de aula deve ter?
Respostas Quantidade Total de
respostas
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Classific.
1 Iluminação /Iluminação adequada-
melhor
16 120 13,33% 8,89 1
2 Conforto /Possuir melhor conforto 14 120 11,67% 9,37 2
3 Melhor acústica/ Boa acústica 9 120 7,50% 11,43 3
4 Ventilação /Ventilação adequada-
melhor
9 120 7,50% 11,43 3
5 Mobiliário Adequado 8 120 6,67% 12,14 4
6 Conforto térmico / Temperatura
agradável /Arejado
7 120 5,83% 13,06 5
7 Espaço Amplo / Ampla 5 120 4,17% 16,13 6
8 Espaço estimulante p/
desenvolvimento de idéias
4 120 3,33% 19,12 7
9 Cores propícias / Claras 4 120 3,33% 19,12 7
10 Bom aproveitamento de mobiliário 3 120 2,50% 25,13 8
11 Móveis não muito ergonômicos 3 120 2,50% 25,13 8
12 Acabamentos Fracos 3 120 2,50% 25,13 8
13 ergonomia 3 120 2,50% 25,13 8
14 Cadeiras confortáveis 3 120 2,50% 25,13 8
15 Limpeza 3 120 2,50% 25,13 8
16 Boa circulação/ Qualidade de fluxo 2 120 1,67% 45,08 9
17 Boa refrigeração/ Climatização 2 120 1,67% 45,08 9
18 Organizada 2 120 1,67% 45,08 9
19 Bela/Bonita 2 120 1,67% 45,08 9
20 Alta tecnologia 2 120 1,67% 45,08 9
21 Amigável / Agradável 2 120 1,67% 45,08 9
22 Boa luz Natural 2 120 1,67% 45,08 9
23 Dinâmica 2 120 1,67% 45,08 9
24 Adequada /Estrutura adequada 2 120 1,67% 45,08 9
25 Outros 8 120 6,67% 12,14
Outros Quantidade Total de
resposta
Salas que se adequem as
disciplinas
1 120
Interessante 1 120
Ter arte 1 120
Natureza 1 120
Janelas amplas 1 120
Bons materiais 1 120
Novos materiais 1 120
Área de lazer 1 120
Capítulo 4 Estudo de Caso
125
Figura 4.77 – Constelação de Atributos referente à pergunta 3 do 5º período
Figura 4.78 – Constelação de Atributos referente à pergunta 4 do 5º período
Capítulo 4 Estudo de Caso
126
Alunos do nono período
Tabela 4.10 – Tabulação de respostas relativas à pergunta 1 do 9º período
9º período - Pergunta 1
Quando se pensa em uma faculdade de arquitetura, que idéias ou imagens isto lhe sugere?
Respostas Qtde Total de
resposta
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Clas.
1 Laboratórios 19 176 10,80% 9,68 1
2 Áreas de convívio amplas 14 176 7,95% 11,10 2
3 Boa biblioteca 13 176 7,39% 11,52 3
4 Jardins/Paisagismo 10 176 5,68% 13,25 4
5 Amplitude 9 176 5,11% 14,11 5
6 Estética/Beleza/Design 9 176 5,11% 14,11 5
7 Ambiente confortável 7 176 3,98% 16,68 6
8 Funcionalidade/ Espaço funcional 7 176 3,98% 16,68 6
9 Fachada arrojada 6 176 3,41% 18,77 7
10 Lanchonete localizada em área ampla e
vazia
6 176 3,41% 18,77 7
11 Salas especializadas/Adequadas às
disciplina
6 176 3,41% 18,77 7
12 Áreas de aprendizado ao ar livre 5 176 2,84% 22,05 8
13 Prédio sede c/ arquitetura moderna 5 176 2,84% 22,05 8
14 Vestiários 4 176 2,27% 28,05 9
15 Proximidade com o centro da cidade 4 176 2,27% 28,05 9
16 Ventilação adequada 4 176 2,27% 28,05 9
17 Estímulo a criação/Criatividade 4 176 2,27% 28,05 9
18 Espaço com exposições/Eventos 4 176 2,27% 28,05 9
19 Largas circulações 3 176 1,70% 43,18 10
20 Praça de alimentação 3 176 1,70% 43,18 10
21 Infra-estrutura específica 3 176 1,70% 43,18 10
22 Ambientes Projetados/Ideais 2 176 1,14% 180,12 11
23 Cores 2 176 1,14% 180,12 11
24 Boas instalações p/ pesquisas 2 176 1,14% 180,12 11
25 Organização 2 176 1,14% 180,12 11
26 Iluminação natural 2 176 1,14% 180,12 11
27 Outros 21 176 11,93% 9,29
Outros Quantidade Total de
resposta
Acessibilidade para deficientes 1 176
Espaços com jogos de cheios e
vazios
1 176
Ambientes diferentes 1 176
Armários individuais para alunos 1 176
Quadra poliesportiva 1 176
Áreas administ. centralizadas 1 176
Volumetria 1 176
Interação ambiente construído e
conforto
1 176
Formas assimétricas 1 176
Ergonomia 1 176
1 176
Capítulo 4 Estudo de Caso
127
Tabela 4.11 – Tabulação das respostas relativas à pergunta 2 do 9º período
9º período - Pergunta 2
Que características a sua faculdade de arquitetura deve ter?
Respostas Quantidade Total de
resposta
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Classific.
1 Laboratórios bem equipados 13 97 13,40% 8,87 1
2 Biblioteca 8 97 8,25% 10,91 2
3 Área de Lazer/ externa 7 97 7,22% 11,65 3
4 Falta de expressão/Ousadia no
projeto
6 97 6,19% 12,64 4
5 Carência de
iluminação/iluminação apropriada
6 97 6,19% 12,64 4
6 Área Verde 6 97 6,19% 12,64 4
7 Salas bem equipadas de acordo
c/ uso
5 97 5,15% 14,04 5
8 Conforto 4 97 4,12% 16,25 6
9 Sala de descanço 3 97 3,09% 20,39 7
10 Não Acessível/ acessibilidade 3 97 3,09% 20,39 7
11 Arejada 3 97 3,09% 20,39 7
12 Mobiliário adequado 3 97 3,09% 20,39 7
13 Instituição não foi projetada/bem
projetada
2 97 2,06% 31,82 8
14 Funcionalidade 2 97 2,06% 31,82 8
15 Harmonia de formas e espaços 2 97 2,06% 31,82 8
16 Marcante/Arrojada 2 97 2,06% 31,82 8
17 Corredor c/ iluminação natural 2 97 2,06% 31,82 8
18 Atrativa 2 97 2,06% 31,82 8
19 Outros 18 97 18,56% 7,88
Capítulo 4 Estudo de Caso
128
Figura 4.79 – Constelação de Atributos referentes a pergunta 1 do 9º período
Figura 4.80 – Constelação de Atributos referentes a pergunta 2 do 9º período
Capítulo 4 Estudo de Caso
129
Tabela 4.12 – Tabulação das respostas relativas à pergunta 3 do 9º período
9º período - Pergunta 3
Quando se pensa em uma sala de aula, que idéias ou imagens isto lhe sugere?
Respostas Quantidade Total de
resposta
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Classific.
1 Bem Iluminada 16 119 13,45% 8,86 1
2 Conforto/Salas melhores e
mais confortavéis
12 119 10,08% 9,96 2
3 Sala ampla/ Espaçosa 11 119 9,24% 10,35 3
4 Ventilação 11 119 9,24% 10,35 3
5 Boa acústica 10 119 8,40% 10,82 4
6 Mobiliário
confortável/Adequado
10 119 8,40% 10,82 4
7 Ergonomia 9 119 7,56% 11,38 5
8 Ar-condicionado/Climatização 8 119 6,72% 12,08 6
9 Ampla/Boa biblioteca 4 119 3,36% 18,99 7
10 Tecnologia 3 119 2,52% 24,90 8
11 Melhor visibilidade do quadro 3 119 2,52% 24,90 8
12 Ambiente agradável 3 119 2,52% 24,90 8
13 Espaço dinâmico/ Dinamismo 2 119 1,68% 44,35 9
14 Beleza 2 119 1,68% 44,35 9
15 Acessibilidade/ Melhor acesso 2 119 1,68% 44,35 9
16 Quadro de avisos/Quadro 2 119 1,68% 44,35 9
17 Ambientes acolhedores 2 119 1,68% 44,35 9
18 Outros 9 119 7,56% 11,38
Outros Quantidade Total de
resposta
Revestimentos adequados 1 119
Cadeiras 1 119
Espaço 1 119
Complexa 1 119
Design arrojado 1 119
Estrutura adequada c/ a edificação 1 119
Laboratórios 1 119
Flexibilidade 1 119
Boa circulação 1 119
Capítulo 4 Estudo de Caso
130
Tabela 4.13 – Tabulação das respostas relativa à pergunta 4 do 9º Período
9º período - Pergunta 4
Que características a sua sala de aula deve ter?
Respostas Quantidade Total de
resposta
Freqüência Dist.
Psc.
(cm)
Classific.
1 Deficiência na iluminação/Boa
iluminação
14 80 17,50% 8,04 1
2 Boa acústica/Acústica
ruim/deficiente
10 80 12,50% 9,12 2
3 Conforto/Conf. ambiental/Não
possui conf. ideal
9 80 11,25% 9,51 3
4 Bancas desconfortavéis 8 80 10,00% 10,00 4
5 Ampla 6 80 7,50% 11,43 5
6 Ergonomia/Ergonomia
deficiente
4 80 5,00% 14,31 6
7 Cadeiras confortáveis 3 80 3,75% 17,42 7
8 Falta ventilação 3 80 3,75% 17,42 7
9 Sala mal climatizada
/Climatização
3 80 3,75% 17,42 7
10 Beleza/Estética agradável 2 80 2,50% 25,13 8
11 Clara 2 80 2,50% 25,13 8
12 Mobiliário adequado a cada
disciplina
2 80 2,50% 25,13 8
13 Infra-estrutura/Falta infra-
estrutura
2 80 2,50% 25,13 8
14 Circulação entre bancas
insuficiente
2 80 2,50% 25,13 8
15 Outros 10 80 12,50% 9,12
Capítulo 4 Estudo de Caso
131
Figura 4.81 – Constelação de Atributos referente a pergunta 3 do 9º período
Figura 4.82 – Constelação de Atributos referente a pergunta 4 do 9º período
Capítulo 4 Estudo de Caso
132
Em relação a instituição, o 9º período está mais preocupado com os espaços de
laboratório, áreas de convívio, uma biblioteca do que propiamente os aspectos físicos. No
entanto, ao focar-se às salas de aula percebe-se uma sensível deficiência nos aspectos de
iluminação, acústica e mobiliário.
Análise dos Dados
Os dados obtidos através da aplicação da constelação de atributos revelaram que a
percepção que os alunos possuem de sua instituição de ensino relacionam-se com o incentivo
à criatividade, ensino de qualidade, boa estrutura, amplas instalações, professores
qualificados, desenhos e projetos. As respostas revelam o “caráter afetivo” dos alunos com a
instituição de ensino não identificando informações relevantes sobre a percepção a problemas
ergonômicos e de conforto ambiental em suas instalações em um primeiro momento. A
percepção dos alunos ingressos em 2005, demonstra a consciência de problemas relacionados
ao conforto do ambiente construído evidenciando que, apesar do curto período de convívio
com este espaço é possível, para eles, identificar os problemas existentes, diferentemente dos
alunos alvo da primeira etapa da pesquisa que, motivados pelas novas instalações da
faculdade, não perceberam os mesmos problemas.
A percepção dos respondentes (primeira etapa) indicou ainda, que as características que
uma faculdade de arquitetura deve possuir relacionam-se com a organização, boas condições
de iluminação, temperatura adequada em sala de aula, pranchetas confortáveis, bom acervo na
biblioteca, conforto, limpeza, boas condições de ventilação.
Na primeira etapa da pesquisa a percepção referente ao ambiente de sala de aula
(perguntas “3” e “4”) revelaram que os atributos apontados como caracterizadores deste
ambiente são bastante semelhantes aos indicados para a caracterização de uma sala de aula
com condições ideais. Pode-se talvez atribuir a isto o fato de que, na época de aplicação dos
questionários, as instalações possuíam apenas quatro meses de utilização e possuíam um
programa arquitetônico mais adequado ao seu funcionamento do que o apresentado nas
instalações anteriores, verificando-se que os alunos ainda encontravam-se em uma fase de
adaptação, onde era visível o bem-estar proporcionado pelas novas instalações, o que pode ter
dificultado a identificação de problemas relacionados à ergonomia ou às condições ambientais
em um primeiro momento.
Contudo, nos resultados obtidos na segunda etapa da pesquisa (abril de 2004) os
entrevistados identificaram no ambiente de sala de aula, problemas relativos à: condições de
iluminação - devido aos reflexos no quadro e altura do mesmo, que dificultam a visualização
Capítulo 4 Estudo de Caso
133
por parte dos alunos; a climatização - visto que são constantes as reclamações dos alunos com
a baixa temperatura (em torno de 21°) interferindo na concentração e desenvolvimento de
suas atividades; cadeiras e pranchetas desconfortáveis nas salas de aulas práticas; pequeno
espaçamento entre as pranchetas que dificulta a utilização de instrumentos como a régua “T”.
Estes problemas também foram identificados na terceira etapa da pesquisa (fevereiro de
2005) onde os alunos ainda apontam como problema o arranjo físico das salas de aulas
práticas nas quais as mesas estão posicionadas de forma inadequada em relação ao quadro,
dificultando a visualização do mesmo por parte dos alunos. Os alunos consideram seu
ambiente de sala de aula (pergunta “4”) muito claro e com temperatura inadequada (frio), a
visualização do quadro é comprometida por sua altura e devido aos reflexos provenientes da
iluminação artificial e natural existentes. A visualização do professor também é dificultada
devido à altura das pranchetas nas salas de aulas práticas. Consideram, ainda, as salas de aulas
limpas, amplas e com cores adequadas.
Observou-se que ao cruzar informações dos alunos do primeiro, quinto e nono períodos
(2006) que estes conseguem visualizar falhas de conforto, seja ele lumínico, relacionado ao
arranjo e de acessibilidade. Tendo sido observado, inclusive, que os alunos do primeiro
período foram mais críticos e que, embora não conheçam os termos corretos, conseguem
identificar falhas, também observadas em fases anteriores da pesquisa. Quando foram feitas
observações sobre tais comentários os alunos do 9º período mencionaram já estarem um
pouco acomodados e já não valorizarem ou encontrarem falhas na instituição. Talvez o
aspecto motivacional não esteja mais presente como nos alunos do primeiro ou quinto
períodos.
Verifica-se assim, comparando-se os dados obtidos com a primeira, segunda, terceira e
quarta etapas, que os alunos percebem problemas existentes em seu ambiente de sala de aula
que interferem em sua concentração e desenvolvimento normal de suas atividades. Estes
problemas estavam presentes desde a inauguração das novas instalações da faculdade, porém,
passada a euforia inicial vivenciada pelos alunos na utilização das novas instalações, eles
começam a perceber os problemas existentes, fator que pode ser comprovado pela terceira e
quarta etapas da pesquisa onde os respondentes, que não tiveram contato anterior com as
antigas instalações e assim, a variável motivação relacionada ao novo espaço não interferiria
nos resultados, foram capazes de identificar os problemas existentes já no primeiro mês de
uso/freqüência na faculdade.
Verifica-se ainda, que o estado motivacional em que se encontra o usuário pode vir a
interferir nos resultados de uma avaliação ergonômica do ambiente construído pós-ocupado.
Capítulo 4 Estudo de Caso
134
As falhas projetuais passam despercebidas pelos alunos em virtude do seu alto grau de
excitação.
O trabalho foi relevante como aplicação da ferramenta da constelação de atributos, pois
permitiu o mapeamento da percepção que os usuários possuem do espaço analisado, podendo,
estes resultados, servirem de base para possíveis melhorias no que se refere à ergonomia de
correção, mesmo com suas limitações, modificando elementos parciais na sala de aula (posto
de trabalho), assim como melhores condições de iluminação, temperatura e mobiliário
adequado. No que se refere à ergonomia de concepção, interferindo amplamente, não no
estudo de caso, mas em futuros trabalhos com informações importantes na fase de criação de
novos projetos, como também na organização do trabalho e formação de pessoal.
Capítulo 5 Considerações Finais
135
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Este capítulo apresenta as considerações finais do estudo, avaliando o cumprimento dos
objetivos traçados, inicialmente, e as recomendações para futuros trabalhos, sendo estruturado
em dois itens.
5.1 Conclusões
A partir do levantamento bibliográfico e do estudo de caso foi possível identificar
variáveis presentes no espaço construído analisado, determinantes na usabilidade dos
ambientes selecionados em uma faculdade de arquitetura sob o enfoque da ergonomia do
ambiente construído, objetivo desta pesquisa.
A metodologia aplicada, quando se fez uso da sistematização do Sistema-Humano-
Tarefa-Ambiente, aliada as ferramentas da Avaliação Pós-ocupação e da Constelação de
Atributos mostrou-se apropriada, auxiliando tanto na definição dos problemas, quanto na
análise das condições de trabalho e do comportamento do homem no desenvolvimento de suas
atividades. Permitiu, também, evidenciar a percepção dos usuários em relação ao espaço,
identificando os elementos que influenciam na satisfação dos mesmos.
Os métodos de identificação da adequação dos elementos constituintes do espaço,
aplicados a partir de observações assistemáticas do comportamento dos alunos, aliados a
declaração de preferências, foram bastante pertinentes, pois serviram de suporte para
identificar os problemas relativos a acessibilidade, arranjo físico, aspectos antropométricos,
iluminação e cor, constituindo-se em instrumentos de grande valia na avaliação da relação
entre os usuários e o ambiente construído.
As limitações encontradas no referido estudo referem-se mais à dificuldade em obter as
respostas das constelações, tendo em vista que a faculdade trabalha com o sistema de crédito e
os alunos não são alocados em turmas regulares, podendo cursar disciplinas em períodos
diversos o que dificulta a localização dos mesmos. Também, em alguns casos, estes não
dispunham de tempo para respondê-las. Uma outra dificuldade ocorreu quando houve a
necessidade de mensurar a amostra, pois a instituição não dispunha do quantitativo preciso do
número de alunos. Por outro lado, a faculdade mostrou-se bastante receptiva ao
desenvolvimento da pesquisa, estando o pesquisador livre para desenvolvê-la, sem restrições a
métodos e meios, concedendo, também, o fácil acesso às informações e aos espaços da
instituição.
Assim, a análise deste espaço evidenciou as soluções projetuais utilizadas, mostrando
que nem sempre elas aconteceram da maneira mais adequada, seja por falta de conhecimento
de normas e recomendações que conduzem a soluções de melhor adequação às necessidades
Capítulo 5 Considerações Finais
136
dos mais variados tipos de alunos, seja por falta de um maior conhecimento e aproximação
com o usuário, o que tornaria as instalações mais satisfatórias.
Nessa direção, torna-se salutar alertar à forte necessidade de inserção dos preceitos da
ergonomia na consecução de projetos melhor adaptados aos usos a que são destinados. Os
profissionais envolvidos, na fase projetual e posterior execução, como arquitetos e
engenheiros, assim como proprietários, devem se sensibilizar aos riscos causados por tais
etapas de trabalho ao desconsiderar as dimensões humanas e os preceitos da ergonomia,
acarretando custos humanos.
Com base na literatura e na análise ergonômica realizada, é possível afirmar que,
embora o objeto de estudo tenha fins educacionais voltados para a arquitetura, apresenta
falhas originadas desde a concepção do seu planejamento físico. Encontram-se espaços com
ausência de sinalização e/ou mal dimensionados que comprometem o direcionamento e o
deslocamento dos portadores de deficiência física ou gestantes, tanto nos espaços
relacionados ao edifício garagem, como nas áreas mais restritas ao uso dos alunos e
professores, como nos banheiros e salas de aula.
Apresenta, ainda, verdadeiras barreiras arquitetônicas, como alguns detalhes
inadequados encontrados nas escadas de acesso ao pavimento superior, ou até mesmo, numa
escala menor, a falta de existência de rampas para contemplação das áreas de convívio.
Ao direcionar-se às salas de desenho (uso de pranchetas) os problemas podem ser
evidenciados de forma bastante abrupta. O arranjo físico deficiente dificulta a visibilidade do
quadro, seja por reflexos causados por falhas quanto ao seu posicionamento, seja pelo uso de
pranchetas com alturas e posições inadequadas que podem levar, inclusive, a problemas posturais.
Percebe-se, ainda, um mau dimensionamento e posicionamento das circulações. O espaço dispõe,
também, de mobiliários sem regulagem que não se adequam a todos usuários em virtude da
existência de dimensões antropométricas diferenciadas e uma iluminação, em algumas salas, não
adequada em determinados períodos do dia.
Diante deste quadro, pode-se perceber uma grande incidência de problemas
espaciais/arquiteturais de interiores e de acessibilidade. Fatos estes, também identificados pelos
próprios alunos, ao fazer-se o cruzamento dos resultados obtidos a partir das constelações de
atributos, onde pode-se perceber, a partir da comparação dos dados nas diversas fases da pesquisa,
que eles percebiam estes problemas na sala de aula, logo após a euforia inicial, quando do uso das
novas instalações e que os problemas identificados interferem na concentração e desenvolvimento
normal das atividades.
Assim sendo, o edifício não contempla condições ideais de usabilidade e acessibilidade, não
favorecendo então que a proposta pedagógica se efetive de maneira mais eficaz.
Capítulo 5 Considerações Finais
137
A implantação da ergonomia corretiva é fato claro e necessário. Esta deveria ter sido
trabalhada desde a fase projetual, para que não fosse necessário a aplicação da ergonomia
corretiva, pois como menciona Hendrick (2002) “ boa ergonomia é boa economia”.
No entanto, não se pode deixar de mencionar algumas atitudes tomadas pela instituição,
elaborando um projeto de adaptação para os banheiros dos alunos, colocando uma passarela
no acesso principal, como mencionados no estudo de caso, ou ainda, quando neste ínterim
passa a definir áreas com dimensões bastante atrativas reservadas ao deficiente físico no
edifício garagem que, por certo, terão grande valia, quando da necessidade do seu uso. É
acerca deste contexto que acredita-se que os problemas encontrados na análise ergonômica da
instituição retrata desconhecimento sobre o assunto, e não descaso. Enfatizando, desta forma,
o quanto este trabalho pode vir a colaborar com a melhoria dos aspectos ergonômicos da
instituição, tornando-o um espaço atrativo, satisfatório e motivacional para os olhos dos
futuros arquitetos.
5.2 Recomendações
Quanto às recomendações desmembrou-se em dois tópicos. O primeiro refere-se às
sugestões de melhoria dadas à instituição em estudo e, o segundo, às recomendações para
futuras pesquisas.
5.2.1 Sugestões de melhoria
No caso específico dos acessos devem possuir entradas diferenciadas para pedestres e
automóveis, visando um maior controle quanto aos usuários da instituição, acarretando uma
maior segurança, além de serem abrigados. Deve-se criar alguma forma de coberta que evite à
exposição às intempéries, além de criar uma área que venha a favorecer o embarque e
desembarque dos usuários.
No edifício garagem, devem existir vagas com dimensões apropriadas ao deslocamento
de portadores de deficiência, como os cadeirantes que necessitam de uma área de
transferência, gestantes e outros, dimensionadas com base na NBR 9050 (2004), sendo
necessário para tanto redimensionar as vagas próximas à passarela principal de acesso. O piso
deve receber um tratamento que direcione o deficiente visual ao bloco principal da edificação,
além de alertar a presença de extintores e das barreiras arquitetônicas existentes.
Quanto ao hall principal e circulações, a sinalização próxima às barreiras arquitetônicas
é de suma importância. O risco proporcionado pela parte inferior da escada, será minimizado
e os obstáculos suspensos identificados, como é o caso do orelhão. Nas escadas, o corrimão
deverá ser substituído, utilizando-se os padrões e alturas sugeridas pela norma. Os espaços
Capítulo 5 Considerações Finais
138
poderão receber cores que os tornem menos monótonos e/ou que gerem a sensação de menor
dimensão.
Próximo aos locais de convívio, devem ser colocadas rampas, com declividade
adequada, para que todos possam fazer uso do espaço. Assim como, deve ser feito um estudo
para melhoria do nível de iluminamento. Também, pode-se fazer uso de algum tipo de
coberta, como forma de proteção às intempéries.
Os banheiros devem ser adaptados aos portadores de deficiência e, no caso específico
do das alunas, deverá ser criado um detalhe que impeça a visão da área interna deste, por
quem passa na circulação.
Quanto aos ambientes de ensino, direcionado ao laboratório de informática, torna-se
necessário a alteração do arranjo físico para que os reflexos nos monitores sejam
minimizados, além de se poder utilizar a iluminação natural e se consiga gerar um espaço
(mobiliário) de apoio para os usuários.
Em patamar de maior complexidade, encontra-se a questão das salas de desenho
notadamente no uso de pranchetas. Torna-se, também necessário, a modificação do arranjo
físico, em virtude da iluminação inadequada, gerando sombreamentos; das circulações com
dimensões precárias ou inexistentes, propiciando grandes deslocamentos; do quadro com
reflexos e das posturas inadequadas.
Nesse caso, a colocação das pranchetas em uma única direção, favorecendo o
aproveitamento da iluminação natural, pode conduzir a necessidade de redução do número
destas, o que poderia inviabilizar a acomodação dos alunos de uma turma. Problema que não
aconteceria nas turmas atuais, visto que existem mais pranchetas do que o número de alunos,
desta forma, possibilitando a adequação à necessidade de espaço para circulação de professor
e alunos entre elas. Com a alteração do arranjo físico deverá haver, também, modificação no
posicionamento do quadro, no que se refere à parede onde está locado e sua altura em relação
ao piso.
Os bancos podem ser substituídos por cadeiras com regulagem, item que, também,
deverá constar nas pranchetas, no intuito de atender as diferenças antropométricas, ou devem
ser feitas adaptações do mobiliário existente.
Pode-se fazer uso da iluminação natural e/ou de uma iluminação complementar nos
locais ou períodos, onde o nível de iluminamento for insuficiente.
Assim sendo, pode-se perceber que, alguns problemas apontados no decorrer da
pesquisa, podem ser resolvidos sem custos elevados, bastando, apenas, ajustes de pequeno
porte.
Capítulo 5 Considerações Finais
139
5.2.2 Futuras pesquisas
Como forma de dar continuidade ao trabalho em estudo, visto que este, ainda, não se
encontra esgotado, sugere-se como desdobramentos da pesquisa, que sejam realizadas as
outras etapas da intervenção ergonomizadora.
Que este trabalho sirva, não apenas, como contribuição para esta instituição em estudo,
como também, possa ser usufruído por outras instituições de ensino, contribuindo para a
melhoria dos espaços, devendo o seu resultado ser generalizado. Como afirma Yin (2005, p.
29) “o estudo de caso como o experimento, não representa uma “amostragem”, e, ao fazer
isso, seu objetivo é expandir e generalizar teoria (generalização analítica) e não enumerar
freqüências (generalização estatística)”.
Por mostrar-se, também, uma excelente ferramenta para avaliar a relação entre os
usuários e os espaços em uso, a metodologia utilizada deve ser adotada em futuros trabalhos.
Sugere-se ainda que seja realizada, junto aos profissionais de arquitetura e/ ou qualquer
outro que tenha interesse na área, uma pesquisa quanto ao grau de conscientização do referido
tema, pois, esta pesquisa deve ser um instrumento de informação e conscientização aos
profissionais interessados.
Bibliografia
140
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Anexos
151
ANEXO 1 – TABELAS DE LEVANTAMENTO LUMÍNICO – PAV. TÉRREO
SALA LOCALIZAÇÃO TIPO DE MOBILIÁRIO PERÍODO DA MEDIÇÃO
MANHÃ
C/ ALUNO S/ ALUNO
TARDE NOITE
1 TÉRREO MESA X X
4 TÉRREO CADEIRA / PRANCHETA X X X
7 TÉRREO CADEIRA / PRANCHETA X X
13 1º ANDAR PRANCHETA X X X
16 1ºANDAR PRANCHETA X X X
17 1º ANDAR MESAS X X X
18 1º ANDAR MESAS X X
Anexos
152
sala 1 (lab. de informática) lux
PONTO início – 12h
1
385
2
370
3
362
4 # 287
5
309
6 # 215
7 # 262
8
352
9 # 296
10 # 279
11 # 292
12 # 212
13 # 223
14 # 293
15 # 255
16 # 287
17
305
18 # 223
19 # 198
20 # 259
21 # 223
22
369
23
405
24 # 319
Anexos
153
SALA 4 lux
PONTO Manhã s/aluno
10h55
Tarde c/ aluno
13h45
Noite
21h10
1 # 244 # 133 # 208
2 # 238 # 104 # 199
3 # 263 # 108 # 219
4
309
# 100 # 250
5
348
# 146 # 278
6
389
# 230 # 291
7
427
# 168 # 298
8
456
# 134
301
9
469
# 192
311
10
428
# 246 # 299
11
814
# 252
393
12
719
# 215
417
13
645
# 209
394
14
581
# 273
409
15
505
# 176
395
16
476
# 293
397
17
411
# 289
367
18
333 301
# 285
19 # 287 # 272 # 235
20
303
# 199 # 255
21
336
# 108 # 261
22
321
# 249
Anexos
154
23
372
#287
24
391 341
25
431 352
26
540 357
27
600 361
28
767 347
29
814 332
30
680
# 296
31
569
# 175
32
626
# 219
33
635
# 265
34
592
# 298
35
486 317
36
444 312
37
373 305
38
408
# 295
39
376
# 281
40
360
# 287
41
436 367
42
465 362
43
493 361
44
454 376
45
458 371
46
561 374
47
614 341
48
589
# 257
Anexos
155
49
578
#181
50
373
# 135
51
466
# 114
52
430
# 154
53
546
# 233
54
543 326
55
531 346
56
482 361
57
441 364
58
540 354
59
498 356
60
469 361
61
405
# 292
62
416
# 283
63
460
# 281
64
413
# 281
65
463
# 275
66
480
# 257
67
433
# 214
68 # 270
# 161
69 # 152
# 115
Anexos
156
SALA 7 LUX
PONTO Manhã – 9h20 Noite – 18h15
1
1020 445
2
1132 590
3
1080 527
4
1018 464
5
1098 553
6
1110 574
7
903 445
8
1019 437
9
1162 553
10
1185 548
11
1130 463
12
1161 518
13
1314 573
14
1165 443
15
1306 445
16
1482 589
17
1229 526
18
1219 456
19
1233 544
20
1266 570
21
1113 413
22
1255 419
23
1544 565
24
1563 539
Anexos
157
25
1565 455
26
1592 519
27
1773 592
28
1458 441
29
1610 439
30
1951 568
31
1928 504
32
1862 435
33
1762 516
34
1636 550
35
1465 404
36
1644 395
37
2020 523
38
2300 489
39
2340 415
40
2350 481
41
2200 547
42
1840 430
43
2130 404
44
2800 517
45
3540 455
46
3580 391
47
3330 467
48
2570 508
49
1700 393
50
1420 353
Anexos
158
51
2900 482
52
4320 426
53
4400 343
54
4430 408
55
3760 419
56
1450 353
Anexos
159
ANEXO 2 – TABELAS DE LEVANTAMENTO LUMÍNICO – PAV. SUPERIOR
SALA LOCALIZAÇÃO TIPO DE MOBILIÁRIO PERÍODO DA MEDIÇÃO
MANHÃ
C/ ALUNO S/ ALUNO
TARDE NOITE
1 TÉRREO MESA X X
4 TÉRREO CADEIRA / PRANCHETA X X X
7 TÉRREO CADEIRA / PRANCHETA X X
13 1º ANDAR PRANCHETA X X X
16 1ºANDAR PRANCHETA X X X
17 1º ANDAR MESAS X X X
18 1º ANDAR MESAS X X
Anexos
160
sala 13 lux
Manhã
10h
Tarde
15h30
Noite
18h40 PONTO
c/ aluno s/aluno s/aluno
1 # 340
573
# 398
2 # 366
655
# 464
3 # 332
706
# 443
4 # 295
826
# 434
5 613
1021
# 442
6 # 426
1604
# 454
7 # 399
2620
# 432
8 # 301
8140
# 372
9 # 243
2780
# 433
10 # 205
2120 518
11 # 321
1492 552
12 # 409
1051 559
13
575 897 579
14
557 759 551
15 # 483
715 552
16 # 491
541
# 441
17 # 439
567
# 458
18 # 355
716
# 460
19 # 371
826
# 451
20
502 983
# 424
21 # 427
1285
# 389
22
3200
# 331
23
2620
# 453
24
1285 541
25
946 571
26
860 572
27
757 622
Anexos
161
28
683 603
29
648 597
30
560 519
31 # 478 # 440
32
533
# 496
33
528
# 472
34
591 510
35
595
# 475
36
593
# 438
37
683
# 418
38
780
# 328
Anexos
162
Sala 16
lux
Manhã (s/ aluno)
11h 55
Manhã
10h
Noite
19h05
501
590
# 495
525 # 470
505
551 # 246
531
567 # 339
536
586 # 284
529
664 # 291
568
641 # 365
553
597 # 312
505
814 # 321 # 449
768 # 362
530
731 # 342
573
718 # 216
590
683 # 369
587
645 # 311
576
642 # 445
575
592 # 320
537
551 # 261 # 488
586 # 320
506
565 # 192
523
569 # 286
528
574 # 120
529
683 # 285
523
Anexos
163
684 # 460 # 478
673 # 365 # 394
787 # 327
555
779 # 234
590
753 # 352
611
724 # 263
618
726 # 465
642
685 # 301
610
650 # 426
585
539 # 330 # 475
571 # 344 # 478
581 # 378 # 473
592 # 338 # 455
631 # 205 # 456
641
# 456
612
# 382
Anexos
164
sala 17 lux
Manhã
12h05
Tarde
13h45
Noite
19h30
MESA PONTO
c/ aluno
cortina aberta
c/aluno
cort. fechada
s/ aluno
cortina aberta
s/ aluno
1
672 1149
# 415
2
788 1183
# 382
3
880 1650
# 371
4
716 2920
# 385
5 # 400
3300
# 427
A
6
609 1430
# 436
1
850
# 468
1400
# 442
2
948
# 490
1540
# 452
3
1253
# 426
2110
# 444
4
1095
# 448
3660
# 412
5
1716 617 2550
# 404
B
6
1078 533 1750
# 414
1
880
# 360
1450
# 433
2
710
# 337
1670
# 389
3
976
# 427
2740
# 364
4
866
# 392
3760
# 378
5
1540
# 408
2690
# 424
C
6
909 523 1800
# 440
1
860
# 343
1400
# 454
2
760 532 1630
# 459
D
3
675 613 2400
#450
Anexos
165
4
1216
# 431
2820
# 410
5
650
# 465
1900
# 396
6
1320
# 415
1530
# 414
1
510 809
# 459
2
530 870
# 417
3
525 903
# 415
4 # 492
990
# 445
5 # 408
1002
# 479
E
6
573 931
# 483
1 # 481
902
# 487
2
673 951 507
3 # 453
1077 500
4
504 1085
# 468
5 # 473
1036
# 453
F
6 # 435
946
# 462
1
630
# 311
879
# 492
2
534
# 335
935
# 465
3
593
# 420
1062
# 459
4
520
# 361
1159
# 488
5
539
# 402
1107 517
G
6
713
# 495
1017 520
1
580 945 516
2 # 367
1009 538
3 # 458
1148 539
H
4 # 440
1156 505
5
503 1060
# 480
Anexos
166
6 511
970
# 481
1 # 422
648
# 482
2 # 390
640
# 449
3 # 415
656
# 438
4 # 342
694
# 474
5 # 420
744 521
I
6 # 347
734 518
1 # 442
674
# 491
2 # 408
722 530
3 # 486
745 524
4 # 361
727
# 497
5 # 373
693
# 478
J
6 # 427
669
# 471
1 # 465
687
# 487
2 # 408
679
# 471
3 # 484
706
# 480
4 # 426
752 502
5 # 453
767 534
K
6 # 465
749 529
1 # 484
677 504
2
502 738 537
3
566 765 538
4 # 365
750
# 499
5 # 411
680
# 472
L
6 # 285
663
# 470
Anexos
167
SALA 18 lux
PONTO Tarde – 14h30 Noite – 20h15
1 # 499 # 480
2 # 480
527
3
538
# 494
4
543
# 473
5 # 497 # 492
6
525 520
7 # 477 # 370
8 # 405 # 353
9 # 408 # 447
10 # 496 # 350
11 # 442 # 425
12 # 443 # 344
13
553
# 463
14
505 509
15
523
# 468
16 # 498 # 485
17 # 493 # 481
18
535 517
19 # 430 # 411
20 # 433 # 362
21 # 463 # 338
22 # 483 # 438
23 # 458 # 450
24 # 468 # 462
Anexos
168
25 # 470 # 433
26 # 445 # 372
27 # 478 # 462
28 # 458 # 401
29 # 423 # 385
30 # 416 # 426
31 # 483 # 450
32 # 427 # 422
33 # 472 # 466
34 # 440 # 462
35 # 421 # 423
36 # 456 # 426
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