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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MESTRADO
FATORES MOTIVACIONAIS ASSOCIADOS À PRÁTICA ESPORTIVA DE
ATLETAS DE VOLEIBOL
FLORIANÓPOLIS
2006
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Tiago de Bergamaschi Franzoni
Fatores motivacionais associados à prática esportiva de atletas de Voleibol
Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Programa
de Pós-Graduação em Psicologia, Curso de Mestrado, Centro de Filosofia e Ciências
Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, 22 de fevereiro de 2006.
Profª. Drª. Andréa Vieira Zanella
Coordenadora
Prof. Dr. Emílio Takase
Departamento de Psicologia, UFSC
Orientador
Prof.ª Dr.ª Nara Schmidt de Lima
PUC-RS
Prof. Dr. Roberto Moraes Cruz
Departamento de Psicologia, UFSC
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AGRADECIMENTOS
Antes de tudo e de todos, agradeço por demais ao Cara Lá de Cima que sempre
esteve ao meu lado, nas horas boas e nas difíceis, me ajudando a cumprir com mais uma
etapa de minha evolução. Obrigado meu Pai!!!
Meus pais, Jorge e Tânia, e meu irmão Daniel, por todo apoio material e emocional,
como sempre fizeram incondicionalmente as minhas escolhas. Amo vocês!!!
Minha grande amiga Andréa Pesca por todo incentivo que me destes de fazer o
Mestrado, por todas as importantes trocas de idéias e experiências profissionais que
fizeram aprimorar meu trabalho, e por sua postura correta de profissional que me serviu de
espelho para continuar trilhando minha carreira e meus estudos. Muito obrigado minha
querida amiga!!!
Mestre Takase, pelas suas idéias e, principalmente, pelas outras idéias que vinham
após algumas perguntas sem obtenção de respostas. Aprendi as buscar sozinho, sabendo
que posso contar sempre com teu suporte acadêmico. Obrigado!!
Á amiga Nara Lima que desde meus primeiros passos na Psicologia se fez presente,
presenteando-me com seu “arsenal” de conhecimentos e contribuindo com uma grande
parcela da minha formação profissional. Muito Obrigado!!!
Aos amigos Marcele Chitão e Lucas Rosito pelos inúmeros momentos de reflexão
sobre a Psicologia do Esporte e, principalmente, pela amizade e parceria nesta caminhada
de trocas. Valeu amigos!!!
A todos atletas, comissões técnicas e dirigentes que puderam contribuir para a
realização deste estudo. Show de bola!!!!
A todos aqueles que de alguma forma me auxiliaram a chegar aqui neste lugar. Meu
muito Obrigado!!!
SUMÁRIO
RESUMO .............................................................................................................................vi
ABSTRACT ........................................................................................................................vii
FATORES MOTIVACIONAIS ASSOCIADOS À PRÁTICA ESPORTIVA DE
ATLETAS DE VOLEIBOL..................................................................................................1
2 OBJETIVOS......................................................................................................................5
2.1 OBJETIVO GERAL...................................................................................................5
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................5
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................6
3.1 ESPORTE...................................................................................................................6
3.2 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA PSICOLOGIA DO ESPORTE
...........................................................................................................................................8
3.3 PSICOLOGIA DO ESPORTE: O QUE É E PARA QUE SERVE..........................10
3.4 MOTIVAÇÃO E ESPORTE....................................................................................13
3.4.1 Processo de Motivação: mobilização de necessidades e satisfação através do
comportamento..........................................................................................................15
5
3.5 MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA....................................................19
3.6 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO NO ESPORTE........................................................23
3.6.1 Teoria da Necessidade de Realização e Hierarquia das Necessidades........26
3.7 TEORIA DA HIERARQUIA E SATISFAÇÃO DOS MOTIVOS..........................30
3.7.1 Os Fatores Motivacionais Associados ao Esporte.........................................34
4 MÉTODO........................................................................................................................37
4.1 NATUREZA DA PESQUISA..................................................................................37
5 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA E PROCEDIMENTOS....................................39
6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ................................................................43
7 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................51
8 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS......................................................................53
8.1 PERFIL DOS PARTICIPANTES...............................................................................53
8.2 RESULTADO DOS ESCORES DOS FATORES MOTIVACIONAIS.....................56
9 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...............................................................................72
CONCLUSÃO.....................................................................................................................80
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................82
LISTA DE FIGURAS .........................................................................................................89
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................90
ANEXOS.............................................................................................................................92
RESUMO
Franzoni, T. B. (2006). Fatores Motivacionais associados à prática esportiva de atletas de
voleibol. Mestrado em Psicologia. Universidade Federal de Santa Catarina.
Palavras-chave: psicologia do esporte, motivação, motivação intrínseca e extrínseca,
satisfação de necessidades.
O presente trabalho objetivou-se a verificar os principais Fatores Motivacionais associados
à prática esportiva de atletas de voleibol, por meio da caracterização dos motivos pelos
quais os atletas buscam satisfazer as suas necessidades no esporte de alto rendimento. A
pesquisa foi realizada com 125 atletas profissionais do sexo masculino com faixa etária
variando entre 17 a 38 anos de idade, pertencentes a nove clubes brasileiros de voleibol.
Utilizou-se o instrumento de coleta de dados denominado Motivograma, o qual possui
alternativas de respostas (totalizando 20) inseridas de acordo com cada um dos cinco
Fatores Motivacionais que o instrumento se propõem a verificar: Fisiológico, Segurança,
Associação, Auto-estima e Auto-realização. Os resultados apontam uma ênfase atribuída
pelos esportistas ao Fator Motivacional de Segurança (19,29 pontos) como representante
do conjunto de motivos mais relevantes para a satisfação de suas necessidades. Verificou-
se, também, neste estudo a prevalência da motivação extrínseca sob a motivação intrínseca,
caracterizando a preferência dos participantes pelos benefícios e gratificações materiais
oferecidas pelo meio, sob forma de reforçamento externo, para a satisfação das suas
demandas no trabalho. Conclui-se que, ao obter-se a confirmação da presença de motivos
mais importantes sob os demais, pode-se responder a uma das hipóteses levantadas pela
pesquisa de que há Fatores Motivacionais relevantes associados á pratica esportiva de
atletas de voleibol.
ABSTRACT
The motivational factors associated to sports practice of volleyball athletes. Masters degree
in Psychology. Federal University of Santa Catarina.
Key-words: sports psychology, motivation, intrinsic and extrinsic motivation, needs
satisfaction
This present paper has as its object to verify the main Motivational Factors associated to
the sports practice of volleyball athletes, through the characterization of the motives by
which the athletes seek to satisfy their needs in the high perfomance sport. This research
was made with 125 professional athletes, males, varying from17 to 38 years old, belonging
to nine Brazilian volleyball clubs. It was used a data collector named Motivograma, which
has alternative answers (totalizing 20) inserted according to each of the five Motivational
Factors that the instrument intends to verify: Physiological, Security, Association, Self-
Esteem and Self-Accomplishment. The results indicate an emphasis given by the
sportsmen to the Security Motivational Factor (19,29 points) as the representative of the
group of the most relevant motives to the satisfaction of their needs. It was also verified in
this study the prevalence of the extrinsic motivation to the intrinsic one, characterizing the
participants’ preference to the benefits and material gratifications offered by this
environment as a way of external reinforcement to satisfy their job demands. It is
concluded that, by confirming the presence of more important motives than others, it is
possible to answer one of the hypothesis of this research that there are more relevant
Motivational Factors associated to the sports practice of the volleyball athletes.
FATORES MOTIVACIONAIS ASSOCIADOS À PRÁTICA ESPORTIVA DE
ATLETAS DE VOLEIBOL
O esporte, hoje, é reconhecido mundialmente como um fenômeno que atinge
grande parcela da população, uma vez que oportuniza uma forma de lazer, passatempo
ou uma atividade profissionalmente exercida pelo ser humano (Weinberg e Gould,
2001).
Para Samulski (2002), a prática do desporto vem chamando a atenção e
despertando interesse dos psicólogos que atuam nas chamadas Ciências do Esporte,
devido à amplitude de fenômenos de natureza psicológica observados durante a prática
do esportista nas diferentes modalidades, bem como o enaltecimento da saúde e o bem-
estar psico-físico dos que a usufruem. Nessa perspectiva, inclui-se dentre as Ciências
do Desporto a Psicologia do Esporte, que trata, segundo Nitsch (1979), de analisar as
bases e os efeitos psicológicos das ações no esporte, considerando o estudo dos
processos psíquicos básicos (tais como as emoções, as cognições e processos
motivacionais) e a realização de práticas de diagnóstico e intervenção esportiva.
Thomas (1983) concorda com tais considerações, aprofundando mais sobre o
conceito de Psicologia do Esporte ao atribuir-lhe a função de examinadora dos
processos e fenômenos psíquicos como ocorrências sensoriais, cognitivas, sociais e
motivacionais, visando compreender e cooperar com o atleta na obtenção de um
2
melhor desempenho, tanto em treinamentos quanto em competições. Sendo assim,
quando se trabalha com aspectos psicológicos no âmbito esportivo, percebe-se que
um consenso entre os autores ao atribuírem significativa relevância à compreensão dos
fenômenos motivacionais dos atletas (Fleury, 1998; Becker e Samulski, 1998; Rubio,
2000; Sorrentino e Sheppard, 1978).
Para Sage (1978), motivação é definida a partir da direção e intensidade de
esforços para realizar determinados objetivos: no primeiro o indivíduo ou atleta
procura aproximar-se ou ser atraído à determinada situação (ex: o atleta de vôlei
direcionar o foco do treinamento a uma competição), enquanto que a intensidade
representa o “quantum” de esforço o atleta despende naquela mesma situação (ex: o
mesmo atleta encontra-se muito esforçado durante os treinos para aquela competição).
Weinberg e Gould (2001) acrescentam que não somente deve-se levar em consideração
a visão de motivação centrada no participante, ou seja, que a personalidade, as
necessidades e motivos de um atleta são os fatores determinantes do comportamento
acima descrito, pois também os fatores situacionais que fazem parte do contexto do
desporto e, da mesma forma, influenciam no processo motivacional do atleta.
Para que possamos aprofundar o entendimento do fenômeno motivação, faz-se
necessário compreender os motivos pelos quais atletas buscam através do esporte a
satisfação de suas necessidades intrínsecas (regida pelos interesses pessoais do atleta;
ex: transpor seus próprios limites) e extrínsecas (depende de elementos externos para
atuar; ex: ganhar um troféu ou elogio), uma vez que estes são reguladores do
comportamento, incitando-os para a direção e a intensidade da ação (Feijó, 1998).
Autores como Ebbeck, Gibbons e Laken-Dahle (1995), Ogles, Master e
Richardson (1995), Weinberg e Gould (2001) e Samulski (2002) referem que os atletas
praticam e competem por uma série de motivos, dentre os quais se destacam o desafio,
3
a saúde e bem-estar, o aperfeiçoamento das aptidões físicas, a satisfação pessoal que o
desporto proporciona, a necessidade de comunicar-se com os demais atletas, atingir
seus próprios limites, desempenharem-se melhor do que os outros, entre outros.
No entanto, para o esporte de alto rendimento onde o nível de desempenho e
competição dos esportistas é elevado, ou seja, acima da média da população praticante,
identificam-se dois motivos principais apontados pelos atletas onde a motivação é
direcionada para a realização e para a competitividade. Ao primeiro cabe o esforço que
o atleta imprime para dominar uma tarefa, atingir seus limites, superar obstáculos,
enfim, desempenhar-se melhor do que os outros e orgulhar-se do seu potencial,
conquanto que a competitividade se caracteriza pelo comportamento voltado à
realização, mas com o componente da avaliação social neste contexto competitivo
(Martens, 1987).
Percebe-se a partir das informações obtidas pela literatura ao longo deste
estudo, acrescidas à prática profissional do autor na área da Psicologia Esportiva,
especificamente com a modalidade de voleibol, a necessidade pessoal de aprofundar-se
a temática motivação, sua conceituação, características, especificidades, enfim, seus
postulados até então construídos, para que se possibilite o desenvolvimento de um
trabalho prático congruente às reais necessidades do público-alvo pesquisado.
Dessa maneira, reconhece-se que a atuação do psicólogo junto ao esporte, mais
especificamente aos atletas, demanda embasamento científico que englobe as diversas
práticas esportivas e, conseqüentemente, as possibilidades de intervenção deste
profissional, tal qual cientista, pesquisador, consultor, docente, pois ainda é uma
ciência nova e amplamente explorável (Samulski, 2002).
Diante do panorama descrito, este trabalho surge como um desafio de avançar
na construção do conhecimento sobre o constructo motivação, visando, a posteriori, o
4
desenvolvimento e a aplicação de programas, cientificamente fundamentados, de
diagnóstico e intervenção como práticas do profissional de psicologia esportiva; a
priori, unir os aspectos teórico-práticos da psicologia e do esporte, correspondendo
com uma das funções e tarefas do psicólogo do esporte, a saber: pesquisa.
Portanto, o presente estudo tem por objetivo verificar os principais Fatores
Motivacionais associados à prática esportiva de atletas de voleibol, através da
caracterização dos motivos pelos quais os atletas buscam satisfazer as suas
necessidades no esporte de alto rendimento, mediante a utilização de um instrumento
de coleta de dados denominado Motivograma. Ao obter-se a descrição das pontuações
atribuídas pelos esportistas aos motivos pré-estabelecidos no instrumento, ter-se-á
condições de identificar e hierarquizar a direção e intensidade dos Fatores
Motivacionais considerados mais preponderantes para os atletas obterem a satisfação
de suas necessidades.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Verificar os principais Fatores Motivacionais associados à prática esportiva de
atletas de voleibol.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1) Caracterizar os motivos pelos quais os atletas buscam satisfazer suas necessidades no
esporte de alto rendimento.
2) Identificar e hierarquizar a direção e intensidade dos Fatores Motivacionais
considerados mais relevantes para os atletas, mediante a comparação entre os motivos
correspondentes aos Fatores Motivacionais.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 ESPORTE
No último século, o esporte foi considerado um dos fenômenos sociais mais
preponderantes nas sociedades, em função de sua incidência, da aquisição de novos
conhecimentos sobre sua utilidade, da aplicabilidade para a saúde e bem-estar bio-psico-
social e pelo caráter profissional que assumiu. Da mesma maneira, ao longo de sua
trajetória, o esporte mostrou-se como reprodutor de valores e de padrões culturais da
sociedade a qual está inserido.
Atualmente, sabe-se que no esporte é atribuído a maior importância aqueles que
conquistam o(s) primeiro(s) lugar(es), premiando-os com troféus, medalhas, maior
exposição à mídia, enfim, de forma a valorizar a ascensão, a vitória, o melhor, impondo um
padrão de comportamento que privilegia o mais forte. Isso está plenamente de acordo com
o modo de vida de nossa sociedade moderna, onde os profissionais vencedores são aqueles
que gozam dos prestígios oferecidos, servindo de ideal para aqueles que ainda almejam o
sucesso em suas carreiras (Rubio 2000). Portanto, entende-se que o esporte foi criado a
partir de uma ou mais necessidades advindas de indivíduos organizados socialmente,
transformando-se em uma atividade ou forma de satisfação destas demandas.
7
Eliseo Reclus reforça esta idéia ao afirmar que, embora os gregos detenham o
mérito do patrimônio esportivo da humanidade, a história nos aponta que o homem pré-
histórico já reproduzia atividades físicas e manifestações esportivas como um caráter
utilitário e guerreiro, até mesmo como função de sobrevivência: “o que chamamos de jogo
e que distinguimos atualmente com tanto cuidado do trabalho, foi, depois da alimentação, a
forma mais antiga de atividade dos homens” (citado por Gillet, 1971, p.17).
Com isso, etimologicamente o significado do esporte deve ser analisado a partir do
jogo para o indivíduo. Desde o nascimento, o bebê inicia o seu jogo com o seu cuidador,
que na maioria das vezes é a mãe. É o jogo do olhar, o jogo corporal, o jogo da
comunicação nas canções de ninar, em resumo, é o momento lúdico. Mosquera e Stobaüs
(1984) referem que “o jogo, no seu aspecto intrínseco, é uma forma expressiva altamente
ligada à natureza essencial do homem, isto é, a capacidade de representar” (p.22).
Para Carraveta (1997), os termos jogo e esporte são complexos em função de seu
conteúdo semântico e variado. As pesquisas realizadas pelo autor o conduziram á idéia de
que o jogo constitui-se de uma atividade livre, delimitada espacialmente e temporalmente
com certa antecedência, e regulamentada a partir de convenções. O mesmo autor busca
integrar estas formulações, ao dizer que o jogo estimula vivências que envolvem regras,
limites e disciplina, oportunizando situações em que a pessoa pode exercitar seus domínios
e projetar seus desejos, manifestar sua agressividade e confrontar-se com suas limitações.
Além disso, o esporte possui a característica de permitir ao praticante a interação
com o meio ambiente de uma forma geral, representando um campo de estudo para as
manifestações emocionais e, conseqüentemente, comportamentos e ações do indivíduo
(Thomas, 1983).
8
3.2 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA PSICOLOGIA DO ESPORTE
Ao analisar a história relativamente jovem da Psicologia do Esporte como
disciplina científica, Thomas (1983) diz que a mesma não surgiu como uma necessidade da
psicologia em vincular-se aos esportes, mas sim, iniciou-se com a demanda da prática
desportiva em obter auxílio dos conhecimentos que a psicologia poderia oferecer.
Apesar de ser considerada como uma área de conhecimento recente, os primeiros
estudos que apontam o surgimento da psicologia do esporte datam do final do século XIX
(Rubio, 2000), onde se encontram trabalhos relativos ás questões psicofisiológicas no
esporte.
No entanto, Rosa (1999), Rubio (2000) e Samulski (1995) concordam que a
psicologia do esporte teve um grande impulso na década de vinte, quando o americano
Coleman Griffith criou o primeiro Laboratório de Psicologia do Esporte em Illinois,
Estados Unidos, juntamente com a publicação de dois livros. Por essa razão, Coleman é
considerado o pai da Psicologia do Esporte.
Em 1965, foi fundada em Roma a Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte
(International Society of Sport Psychology ISSP), durante o I Congresso Mundial de
Psicologia do Esporte (Samulski, 1995). Este acontecimento histórico contou com a
participação do psicólogo brasileiro Athayde Ribeiro da Silva e seu trabalho “Observações
sobre a psicologia aplicada ao futebol”, relatando sua participação com a seleção Bi-
campeã da Copa de 62.
Nesta mesma década, mais especificamente em 1968, foi criada a NASPSPA
(North American Society for Psychology of Sport and Physical Activity), considerada de
grande relevância para o contexto acadêmico e profissional desta época (Rubio, 2000),
9
uma vez que contribuiu com a aceleração do desenvolvimento de pesquisas e práticas de
intervenção do psicólogo no âmbito esportivo.
Samulski (1995) afirma que, somente no final dos anos setenta, que a Psicologia do
Esporte na América Latina experimentou um maior avanço com a criação da SOBRAPE
(Sociedade Brasileira de Psicologia do Esporte, da atividade física e da recreação). Desde
então, o Brasil desponta como destaque com relação aos outros países Latino-Americanos
no que se refere á publicações de trabalhos em congressos, realização de pesquisas e
criação de laboratórios de psicologia do esporte.
Atualmente, a Psicologia do Esporte busca focalizar suas atuações junto ao atleta
não somente em situação de laboratório, mas partindo com a demanda inicial das questões
de personalidade do esportista, sua formação e com a definição das funções do psicólogo
do esporte.
Conforme Rubio (2000), a história da Psicologia do Esporte sintetiza-se desde 1965
até o momento em dois períodos: o primeiro de 1965 a 1979, caracterizados pelos estudos
e pesquisas realizados pelos EUA e ocidentais em geral, assim como outra parte de
estudiosos dos países do Leste Europeu. O segundo período é datado de 1980 até os dias
atuais, onde desenvolveram-se novas linhas de investigação e novos campos de
intervenção de Psicologia do Esporte, resultados de um processo ampliado de intercâmbio
científico, maior desenvolvimento teórico, metodológico e tecnológico.
Conclui-se que a Psicologia Esportiva surge no Brasil a partir da demanda dos
profissionais da Educação Física em conhecimentos psicológicos e das necessidades dos
desportistas, principalmente aqueles de alta competição. No entanto, ainda é considerada
uma área científica carente de informações e estudos, que “a Psicologia do Esporte tem
uma evolução mais lenta que as outras especialidades psicológicas ou atléticas.
Provavelmente esse retraimento deva-se ao fato de haver-se iniciado em laboratórios de
10
Fisiologia ou de Educação Física, distanciando-se dos espaços da própria psicologia, sua
ciência-mãe” (Machado, 1997, p.106).
3.3 PSICOLOGIA DO ESPORTE: O QUE É E PARA QUE SERVE
Rubio (2000) situa a Psicologia do Esporte como uma das sete subáreas que
compõem as denominadas Ciências do Esporte. Incluem-se Medicina, Biomecânica,
História, Sociologia, Pedagogia e Filosofia do esporte. Vale ressaltar que a Psicologia do
Esporte foi somente aceita como uma especialidade da psicologia pela APA (American
Psychological Association) em 1986.
Thomas (1983) salienta que, ao analisar o esporte sob os aspectos específicos da
psicologia, a Psicologia do Esporte consegue integrar os conhecimentos obtidos
juntamente com os conhecimentos produzidos nas outras disciplinas das ciências do
esporte, criando uma pesquisa interdisciplinar do esporte. Com isso, têm-se condições de
definir a psicologia desportiva como sendo “...uma área que procura aplicar os fatos e
princípios ao aprendizado, desempenho e comportamento humano associados a todo setor
desportivo” (Lawter, 1973, p.1).
Thomas (1983) ainda amplia o conceito de Psicologia do Esporte, ao atribuir-lhe a
função de examinadora dos processos e fenômenos psíquicos como ocorrências sensoriais,
psicomotrizes, cognitivas, motivacionais, sociais, de personalidade, desenvolvimento
educacional e aprendizagem, visando cooperar com o atleta na obtenção de uma melhor
capacidade de performance, otimização dos desempenhos nos treinos e na aprendizagem.
Sendo assim, contribui com o conhecimento dos processos psíquicos do esporte nas
11
pessoas envolvidas no campo de atuação desportivo (ex: atletas, técnicos, dirigentes, entre
outros).
Psicólogos que trabalham nesta área (Samulski, 1995; Rubio, 2000 e Fleury, 1998)
identificam que a performance do atleta está diretamente relacionada a quatro fatores
importantes que contribuem para o seu melhor desempenho na atividade esportiva, sendo
eles a preparação física, técnica, tática e psicológica.
No caso do futebol, Fleury (1998) caracteriza a preparação técnica (denominada
pela autora de “competência” técnica) como sendo “...o resultado da performance do
jogador no trabalho que realiza nos fundamentos do futebol” (p.96). O fator tático refere-se
à orientação estratégica que estabelece o plano de jogo da equipe. No que concerne ao fator
físico, explicita que a preparação física do atleta objetiva torná-lo apto fisicamente a
desempenhar as demais funções atribuídas à sua posição. Para a mesma autora, o
componente psicológico deriva da capacidade do jogador regular os próprios estados
emocionais (exemplos disso, ansiedade, concentração, motivação, entre outros.)
considerados diretamente relacionados à capacidade do atleta desempenhar sua atividade
da melhor maneira possível.
Franco (2000) inclui ainda a constituição física (óssea, músculos, etc.) e as
condições externas (nível social, local da prática e material disponível) como parte do
grupo de determinantes que influenciam na performance do atleta. Entretanto, revela-se
uma desconsideração quanto aos aspectos psicológicos envolvidos na atividade dos
desportistas, sobretudo no que concerne à preparação psicológica dos mesmos. Há, sim,
uma ênfase mantida na preparação física, técnica e tática durante o trabalho realizado com
o atleta, relegando os fatores psicológicos a um segundo plano (Rubio, 2000).
No entanto, Filho e Miranda salientam que a preparação psicológica deveria
realizar-se naturalmente, como parte do processo de treinamento, da mesma forma que é
12
feito o trabalho de preparação física, técnica e tática. Os mesmos autores colocam que esse
fato nem sempre acontece devido à estrutura das equipes e à falta de informação e da boa
vontade por parte dos envolvidos com ela (citados por Rubio 2000).
A autora segue afirmando que a maioria dos atletas, ao ser questionado sobre a
importância de se conhecer os aspectos psicológicos envolvidos na prática e as formas de
minimizar seus efeitos no rendimento, responderão que este é um dos fatores mais
importantes para o sucesso da equipe. Portanto, a preparação psicológica não é um
aspecto totalmente desconhecido e desconsiderado por aqueles que vivem do esporte.
Porém, a pouca credibilidade vista na opinião dos atletas e técnicos com relação à
Psicologia do Esporte se pela falta de maturidade (já que ainda é considerada uma área
jovem) e pela inconsistência de suas aplicações na prática desportiva, incluindo-se,
principalmente, a preparação psicológica.
No que diz respeito à importância dos aspectos psicológicos nas atividades
desportivas, alguns autores (Jones e Hardy, 1989; Roberts, 1993; Rubio 2000; Garcia,
2003) afirmam que a capacidade dos atletas de lidar com diferentes aspectos psicológicos
que envolvem uma competição é que pode determinar a diferença entre o atleta vencedor e
o perdedor ou entre o atleta talentoso e o comum.
Da mesma forma, Fleury (1998) confirma que a preparação mental voltada aos
aspectos psicológicos, sobretudo motivação, autoconfiança e ansiedade, auxilia o atleta a
incrementar sua própria performance, obtendo assim “um algo mais, um diferencial
competitivo em diversos momentos de atuação” (p.52).
No que concerne especificamente ao aspecto motivação, George e Feltz (1996)
creditam neste conceito como um dos fatores psicológicos mais influentes na execução do
esportista, destacando-o como um foco de investigação primário aos psicólogos
desportivos.
13
3.4 MOTIVAÇÃO E ESPORTE
Desde que a Psicologia entrou no mundo do desporto, buscando conhecer o
comportamento dos indivíduos em situações de atividade física, a motivação assumiu um
enfoque preponderante na explicação dos fenômenos e ocorrências cognitivas e emocionais
estimulados a partir da prática esportiva (Alves, 1996).
Etimologicamente, o termo motivação é compreendido como a “ação de por em
movimento”, originada nas palavras latinas motu (movimento) e movere (mover), o que
confere a idéia de movimento para ir de um local para outro.
De acordo com Cratty (1983), a motivação é um elemento preponderante na vida do
ser humano, principalmente na vida de um atleta, pois através dela que o indivíduo vai se
empenhar ou não para realizar uma determinada tarefa.
Ao enfocar o desporto, Rubio (2000) atribui importância à história de vida do atleta
e as contingências ambientais, uma vez que:
As razões que impulsionam os atletas em direção a determinados comportamentos
não podem ser reduzidas a conceitos rígidos (...), ou seja, um atleta escolhe
determinado esporte e participa dele com determinada intensidade e dedicação de
acordo com experiências anteriores e situações recentes (p. 116).
Para confirmar o enfoque anteriormente apontado, Weinberg e Gould (2001)
concebem a abordagem interacionista como sendo o melhor caminho para se compreender
o fenômeno motivação, pois salientam que este processo não resulta tão somente dos
aspectos individuais do atleta, tais como característica de personalidade, necessidades,
interesses e objetivos, tão pouco dos fatores situacionais como o estilo do técnico ou
14
dificuldades de integração da equipe. A compreensão da interação entre esses dois
conjuntos de fatores, ou seja, o que define a abordagem interacionista, proporciona maior
credibilidade ao foco da temática.
Sorrentino e Sheppard (1978) confirmam a relevância atribuída à visão interacional
de motivação, entre atleta e situação, em pesquisa com 77 nadadores, de ambos os sexos,
testando-os duas vezes, uma em situação individual e a outra em situação de prova coletiva
(revezamento). O fator situacional avaliado pelo estudo foi o de verificar se cada nadador
fazia um tempo mais rápido nadando como parte da equipe de revezamento ou sozinho,
sendo o fator de ordem pessoal a motivação de associação dos atletas, ou o grau em que o
nadador percebe o envolvimento no grupo como uma oportunidade para avaliar a relação
entre aprovação social e rejeição social. Um dos objetivos da pesquisa foi o de observar se
os nadadores eram orientados mais à aprovação (considerar a competição com os outros
algo positivo) ou à rejeição (sentir-se ameaçado na possibilidade de deixar os outros na
mão, durante a prova de revezamento).
Os resultados apontam que os nadadores orientados à aprovação evidenciaram
tempos mais rápidos nadando no revezamento do que nadando sozinhos, enquanto àqueles
que temiam a rejeição pela preocupação em decepcionar seus colegas obtiveram
rendimento melhor nadando sozinhos do que no revezamento. O estudo demonstra de
maneira clara a importância do modelo interacional a partir do exame da forma como os
dois conjuntos de fatores interagem.
Samulski (1995) caracteriza motivação como sendo um processo ativo, com
intencionalidade e voltado para uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais
(intrínsecos) e fatores ambientais (extrínsecos). O mesmo autor reforça, ainda, que na
motivação uma determinante energética, denominada nível de ativação e uma
determinante que fornece a direção do comportamento, que são as intenções, interesses,
15
motivos e metas. Feijó (1998) concorda com tal proposição, acrescentando que no processo
motivacional, os motivos é que cumprem o papel de canalizador das informações
percebidas, direcionando-as ao comportamento.
Semanticamente falando, tem-se que motivo é um estímulo que impele a pessoa à
ação, sendo que quanto mais forte for o estímulo, maior a função de motivo que possuirá;
ou seja, o motivo incita o organismo para a ação, onde a atividade motivacional estimula
um estado de prontidão para o comportamento, com a tendência clara deste estado
gerenciar o próprio comportamento (Machado, 1997). O mesmo autor aponta a motivação
como um dos principais fatores que interferem no comportamento de uma pessoa,
permitindo um maior envolvimento ou uma simples participação em atividades
relacionadas à aprendizagem, desempenho e atenção.
Para Fiorese (1993), o entendimento da motivação no esporte torna-se relevante no
momento em que focamos este conceito como um processo para despertar a ação ou
sustentar a atividade. Em termos gerais, o conceito motivação refere-se aos fatores e
processos que levam as pessoas a uma ação ou a uma inércia em diversas situações.
Por esta razão, neste estudo, a concepção da terminologia motivação é entendida
como um processo, já que possui início, desenvolvimento e fim.
3.4.1 Processo de Motivação: mobilização de necessidades e satisfação através do
comportamento.
Para compreender-se o conceito de motivação, faz-se necessário à correlação
existente entre motivação e necessidades, uma vez que para haver um motivo para ação,
necessariamente deva haver uma demanda para tal satisfação. Com isso, pode-se inferir
16
que as motivações brotam de demandas, de necessidades (Feijó, 1998). Motivar é o
processo de mobilizar necessidades pré-existentes que sejam correlacionadas com formas
de comportamento capazes de satisfazê-las. Portanto, as necessidades iniciam o
comportamento. Em contrapartida, assim que uma necessidade deixa de existir, o
comportamento relacionado com ela passa a desaparecer da mesma forma, configurando
uma nova demanda a ser satisfeita.
Ribeiro (1999) afirma que quando uma necessidade surge, um rompimento no
estado de equilíbrio, gerando uma série de acontecimentos. Esse estado de tensão,
insatisfação, desconforto e desequilíbrio levam ao indivíduo a um comportamento capaz de
descarregar a tensão ou livrá-lo do desconforto. Se o comportamento atingir a meta visada
o indivíduo encontrará a satisfação da necessidade e, portanto, a descarga de tensão que a
mesma suscita. Satisfeita a necessidade, o organismo retorna ao estado de equilíbrio
anterior, até a configuração de uma nova necessidade a ser suprida.
O mesmo autor reforça que o processo de motivação pode ser encarado como um
movimento em direção ao equilíbrio, o que constitui um mecanismo homeostático. Assim,
o comportamento motivado é dirigido a algo para alcançar a satisfação de uma
determinada necessidade. Por outro lado, como foi dito anteriormente, no momento em que
a necessidade é satisfeita não é mais motivadora de comportamento, uma vez que não
causa mais tensão ou desconforto.
Para García (2003) cada um de nós possui a necessidade de uma determinada
quantidade de estimulação ou excitação. Uma pessoa que recebe pouca estimulação tende a
buscar mais, enquanto que quando recebe excesso de estimulação procurará um ambiente
mais tranqüilo. um nível de estimulação otimizado onde o atleta tenderá a responder
com o melhor de sua performance. Esse nível de estimulação é apontado por ele como
17
estado de equilíbrio, o qual o atleta experimenta um sentimento de que tudo está ocorrendo
perfeitamente: se coloca completamente absorvido à atividade e controle total de situação.
O mesmo autor exemplifica a função homeostática da motivação ao salientar que
um esportista estará mais motivado para treinar quando os exercícios realizados durante os
treinos estejam conectados aos seus interesses e necessidades. Por sua vez, o esportista
praticará um determinado esporte na medida em que encontra satisfação de suas demandas,
sejam elas de domínio de habilidades esportivas, bons resultados, aprovação social, entre
outras. Para este mesmo autor, uma necessidade identificada pelo esportista e que não
obteve a satisfação necessária é considerada como um motivo ou uma meta a ser atingida.
A partir disso, entende-se que motivo e meta no processo motivacional são considerados
palavras de mesmo significado, sendo incluídas como parte do esquema apresentado na
Ilustração 1 Esquema do Processo Motivacional (García, 2003).
Mobilização Necessidade (não satisfeita) torna-se Motivos ou Metas
busca-se
reinicia-se
Satisfação ou Equilíbrio atinge-se Ação ou Comportamento
Reinboth e Duda (2005) verificam a relação entre motivação e satisfação de
necessidades em uma pesquisa longitudinal aplicada em 128 atletas universitários
britânicos (média de idade de 19 anos), cujo objetivo era estudar e examinar a relação entre
mudanças de percepção do clima motivacional com mudanças na satisfação das
necessidades dos atletas e índices psicológicos e físicos de bem-estar durante uma
temporada de competição. Para isso, foi utilizado o PMCSQ-2
1
a fim de medir a percepção
que os atletas fazem com relação ao clima motivacional de suas respectivas equipes, assim
1
Perceived Motivational Climate in Sport Questionnaire-2 (Newton, Duda e Yin, 2000)
18
como para mensurar as necessidades básicas dos atletas foi administrado o Intrinsic
Motivation Inventory (McAuley, Duncan & Tammen, 1989) e o Need for Related Scales
(Richer & Vallerand, 1998), sendo realizada a aplicação em dois momentos distintos no
decorrer de uma temporada esportiva.
Os resultados reportaram um aumento na percepção do clima de envolvimento
coletivo com a tarefa e um decréscimo da percepção de individualismo, entre a primeira e a
segunda aplicação dos questionários. No mesmo período pode-se perceber aumento dos
níveis de satisfação de necessidade (autonomia, competência e relacionamento), vitalidade
subjetiva e foi reportada diminuição de sintomas físicos, todas com diferenças
significativas. Quanto ao gênero dos sujeitos e aos tipos de esportes diferentes que foram
analisados, não houveram diferenças significativas.
Além disso, estudos realizados nesta área contemplam o caráter bio-psico-social
das necessidades, ao concluírem que a motivação é determinada por fatores pessoais e
situacionais, quer a vel consciente, quer a nível inconsciente, estando dependentes das
necessidades fisiológicas, psicológicas e sociais de cada atleta, bem como das experiências
passadas ou recentes (Carron, Spink e Prapavessis, 1997).
Machado (1997) conclui o raciocínio exposto enfatizando a importância de
identificar que, em determinadas circunstâncias, alguns motivos adquirem predominância
sobre os demais, orientando as ações do indivíduo para certas metas. No que diz respeito à
intensidade dos motivos: “certos motivos tem maior intensidade em diferentes indivíduos,
dependendo de fatores como a personalidade de cada um, bem como indivíduos diferentes
podem realizar a mesma atividade animados por motivos diferentes e de intensidades
diferentes” (p.169).
No entanto, Vanek e Cratty (1990) informam que os motivos se diferenciam do
pensamento e de outros processos cognitivos, pois que encontram-se subjacentes à maior
19
parte das atividades humanas. Assim sendo, os autores acreditam que motivo caracteriza-se
por um fator interno processual, que dá início, orienta e integra o comportamento do atleta,
ou seja, explica de forma parcial as ações do sujeito.
3.5 MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA
Martens e Webber (2002) referem que dois aspectos do fenômeno motivação têm
recebido atenção especial dos profissionais da psicologia do esporte e exercício ao longo
destes últimos anos: os construtos intrínsecos e extrínsecos da motivação.
Machado (1997) caracteriza a motivação dirigida pelo íntimo da pessoa, conhecida
como intrínseca, àquela inerente ao objeto da aprendizagem, à matéria a ser apreendida, ao
movimento a ser executado, não dependendo de elementos externos para atuar. Conquanto
que a motivação extrínseca seria relativa à própria aprendizagem, não sendo o resultado do
interesse, mas sim determinada por fatores externos a própria matéria a ser apreendida,
como no caso o salário para o trabalhador, o “bicho” no futebol.
Singer (1982) deduz, no fenômeno motivação, a insistência em caminhar em
direção a uma meta. situações em que o incentivo principal que permeia a motivação
pode ser externo, tal como ter o nome impresso, ganhar um troféu ou elogio. Em outras
ocasiões, o incentivo pode tomar a forma de um impulso interno para o sucesso, para
provar ou conquistar algo para se auto-realizar.
Segundo Pelletier, Tuson, Fortier, Vallerand, Brière e Blais (1995), “motivação
intrínseca refere-se ao comprometimento em uma atividade puramente por prazer e
satisfação obtidos por fazer a atividade” (p.78). O atleta intrinsicamente motivado não
necessita de gratificações materiais ou reforçamento externo para executar o
20
comportamento desejado, uma vez que o prazer de aprender mais ou a satisfação de
transpor seus próprios limites são motivos suficientes para estimulá-lo ao melhor
desempenho da atividade.
Dessa maneira, os “comportamentos internamente motivados são comportamentos
nos quais as pessoas se empenham em sentir-se competente e auto-determinadas” (Deci,
citado por Machado, 1997, p.177). Assim, as pessoas empenham-se em comportamentos
motivados internamente quando não recompensas ou reforços externos; ou seja, quanto
mais o indivíduo se dedica em uma atividade pelo qual não há compensação externa, maior
poderá ser sua motivação interna. Pode-se dizer que a experiência de auto-realização é
considerada a razão interna determinante para a participação em uma atividade.
Para García (2003), as pessoas que estão intrinsecamente motivadas possuem uma
força interior que lhes impulsiona no sentido de incrementar sua competência e o auto-
domínio, para dominar a situação e obter êxito. Essas qualidades de atitude representam as
metas que perseguem os desportistas que estão motivados intrinsecamente, sendo que
quando conseguem alcançá-las se convertem em suas próprias recompensas. Em
contrapartida, segue o autor, a motivação extrínseca é provida de outras pessoas através de
reforços positivos e/ou negativos ao individuo em questão (os reforços são ações que
aumentam ou diminuem a possibilidade de que condutas específicas se repitam). Estes
reforços podem ser tangíveis, como troféus ou dinheiro, ou intangíveis, como elogios e
reconhecimento público. Estes tipos de reforços são denominados extrínsecos.
Pesquisas confirmam a importância da relação entre as fontes de motivação
intrínseca e extrínseca com as necessidades que permeiam a atividade desportiva. Por
exemplo, altos níveis de motivação intrínseca tem sido associados com aumento do prazer
pela atividade (Scanlan e Lewthwaite, 1984; Brustad, 1988), necessidade de perseguir e
transpor os desafios (Wong e Bridges, 1995), melhor preparo do esportista (Vallerand e
21
Dossier, 1994) e diminuição da desistência no esporte (Lindner, Johns e Butcher, 1991).
Ao contrário, altos níveis de motivação extrínseca se mostram correlacionados com o
aumento dos estados de ansiedade em jovens atletas (Scalan e Lewthwaite, 1984), uma
tendência de atribuir a participação no esporte pela vantagem da recompensa em vez da
prática por si (Watson, 1984) e aumento da desistência no esporte (Lindner, Johns e
Butcher, 1991).
Outro estudo enfoca a forma pelas quais as recompensas extrínsecas afetam a
motivação intrínseca em situação esportiva, comparando jogadores universitários de
futebol americano com bolsa de estudo e sem bolsa de estudo (Ryan, citado por Weiberg e
Gould, 2001). Os atletas que recebiam bolsa de estudo relataram que estavam gostando
menos da prática de sua atividade do que seus colegas sem bolsa de estudo, além de
evidenciar menos motivação intrínseca a cada ano. Portanto, seus níveis mais baixos de
prazer ocorriam durante o último ano do curso.
García (2003) aponta que a aplicação de reforços extrínsecos, sejam eles positivos
ou negativos, podem ser bastante efetivos para motivar os desportistas, sempre que sejam
colocados de forma apropriada. Algumas investigações têm demonstrado que as
compensações administradas pelos próprios companheiros de equipe são mais efetivas do
que aquelas gerenciadas pelo treinador da equipe. Isso leva a pensar na importância dos
treinadores utilizarem as formas de motivação extrínseca para ensinar seus atletas à auto-
reforçarem-se, levando o desenvolvimento da motivação interna do esportista.
No que diz respeito à motivação intrínseca, mais especificamente ao fator
motivacional da realização, Csikszentmihalyi (1975) conduziu um experimento com atletas
de diferentes modalidades, tais como alpinismo, xadrez, basquete e futebol, solicitando
para que os participantes caracterizassem as circunstâncias de auto-realização durante a
prática de sua atividade. O autor desta pesquisa chegou a 6 dimensões de auto-realização:
22
1) total envolvimento e concentração na tarefa; 2) perda de auto-consciência; 3) exigências
e feedback claros e sem ambigüidade; 4) sentimento de estar controlado e; 5) ausência de
metas e recompensas extrínsecas. O mesmo autor conclui que as experiências de auto-
realização são internamente compensatórias, ou seja, quando as capacidades do atleta são
próximas aos desafios a serem atingidos e as condições acima descritas são satisfeitas,
ocorre à experiência de realização e a satisfação interna é maior.
A relação estabelecida entre motivação intrínseca e extrínseca também é observado
no estudo realizado por Martens e Webber (2002), onde fizeram parte da pesquisa 270
atletas universitários com a média de idade de 19 anos, sendo um terço dos participantes do
sexo masculino e os outros dois terços do sexo feminino. Esta amostra pertence à prática
de diversas modalidades esportivas, incluindo voleibol, futebol, tênis, basquetebol, golfe,
entre outros. O objetivo desta pesquisa foi de verificar a validade e fidedignidade do Sport
Motivation Scale
2
em uma amostra de estudantes universitários americanos, mensurando
as sub-escalas intrínsecas e extrínsecas de motivação, além de avaliar também a
amotivation
3
, a partir da correlação com outra escala de medida de motivação denominada
MPAM-R
4
(adequadamente validada e fidedigna, segundo Martens e Webber, 2002).
Os resultados deste estudo confirmaram a validade e fidedignidade do instrumento
em grande parte das sub-escalas utilizadas para mensurar os constructos intrínsecos e
extrínsecos da motivação na amostra pesquisada, apesar de reconhecer alguns problemas
específicos do modelo. Dentre os resultados mais expressivos, o SMS apresenta-se
correlacionado teoricamente consistente com a outra medida motivacional, evidenciando
que suas sub-escalas intrínsecas possuem mais força que as sub-escalas extrínsecas na
2
SMS (Pelletier et al, 1995)
3
Amotivation - proposta de engajar-se em um comportamento apenas pela recompensa externa.
(tradução do autor)
4
Motivation for Physical Activities Measure-Revised (Ryan, R. M., Frederick, C.M., Lepes, D., Rubio, N., &
Sheldon, K.M, 1997).
23
medida que avalia a motivação para a obtenção de competência, enquanto que as sub-
escalas extrínsecas obtiveram correlações mais fortes do que as sub-escalas intrínsecas na
medida que avalia a motivação social.
Dessa forma, os mesmos autores concluem que seria proveitoso para os psicólogos
do esporte à compreensão dos níveis de motivação intrínseca e extrínseca nos atletas, pois
estes construtos parecem estar diretamente relacionados com a intensidade da participação
e permanência do esforço. Ao passo que intensidade e persistência do esforço
influenciariam a qualidade da performance dos atletas.
3.6 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO NO ESPORTE
Os estudos realizados na área da motivação procuram criar bases teóricas sólidas no
sentido de compreender e explicar os motivos e as características dos indivíduos que
participam do desporto e a atividade física em geral, assim como identificar os fatores
psicológicos que lhes estão subjacentes. No entanto, como aponta Roberts (1993), a
história das teorias da motivação tem sido a constante procura da teoria certa, o qual
explique de forma inequívoca o complexo processo que é a motivação.
Weinberg e Gould (2001) concebem, em um panorama evolutivo, teorias que
explicam o que motiva os atletas buscarem satisfazer suas demandas esportivas, servindo
como base o construto da realização.
Uma destas teorias, a Teoria da Atribuição (Weiner, 1985) sustenta as
possibilidades de explicar os motivos de sucesso e fracasso no desporto a partir da
identificação e classificação de três categorias. A primeira diz respeito ao grau de
estabilidade conferido à atividade em si (estável X instável; talento X sorte), a segunda ao
24
o grau atribuído ao locus de causalidade (interno X externo; esforço X adversários) e,
finalmente, a terceira ao locus de controle (sob controle do atleta X fora do controle do
atleta; seu plano de corrida X condição física do adversário). Conclui o autor que as
atribuições influenciam as expectativas e crenças de sucesso futuro ou de fracasso e as
reações emocionais, sendo, portanto, boa alternativa para prognosticar comportamentos
desejados e indesejados no esporte.
Seguindo a escala de evolução do construto, pesquisas (Dweck, 1986; Duda, 1993,
Roberts, 1993) apontam que os psicólogos do esporte e exercício têm-se focalizado na
compreensão das diferenças de desempenho através de estudos voltados para o
estabelecimento de metas e objetivos e a conquista de tais necessidades. Sintetizando, a
Teoria das Metas de Realização postula que, para compreender-se a motivação de um
esportista deve-se passar pelo crivo dos significados pessoais atribuídos ao sucesso e
fracasso na atividade. Para fazê-lo, é necessário averiguar as metas de realização do
indivíduo, a percepção subjetiva das suas próprias capacidades e, por fim, o
comportamento de realização.
Samulski (2002) distingue, baseado nesta teoria, o atleta que se baseia nas metas
orientadas para o resultado final do atleta que orienta suas metas para a tarefa: o primeiro
orienta suas ações freqüentemente por comparações com os outros atletas, onde a meta
principal é obter um bom resultado e ganhar dos outros competidores; a segunda diz
respeito ao atleta que orienta-se por normas de referência particular, o qual busca o esforço
para incrementar seu próprio rendimento e não preocupa-se com o desempenho dos outros
atletas. Durante os treinamentos procura aperfeiçoar seu nível técnico.
Em um de seus estudos com atletas, Duda (1993) comprova a validade da teoria a
partir dos resultados obtidos, onde os jogadores orientados à tarefa e com baixa percepção
de suas capacidades evidenciam um padrão comportamental direcionada à realização baixa
25
ou mal-adaptativa. Acrescenta ainda que os mesmos demonstram probabilidade de
diminuir a intensidade de seus esforços, escolher tarefas em que tenham sucesso garantido
ou em que sejam tão inferiores que ninguém espera que eles se saiam bem, tendendo
também a ter performances piores em situações de avaliação.
Atualmente, a Teoria da Motivação para Competência envolve os processos
cognitivos como a percepção de controle e avaliação de autovalor ou auto-eficácia para
competência, acrescidos às respostas afetivas (ex: ansiedade, vergonha), para explicar
diferenças no comportamento frente à auto-realização dos indivíduos, sendo referência
para os profissionais da psicologia do esporte e exercício no que tange à compreensão dos
postulados acerca da motivação (George e Feltz, 1996).
Weiss (1993) afirma que uma significativa quantidade de pesquisas tem
demonstrado a relevância da relação entre competência e motivação. Um exemplo disso foi
á pesquisa conduzida por Wong e Bridges (1995) onde testaram o modelo descrito usando
108 jovens jogadores de futebol e seus técnicos. O objetivo da pesquisa era medir a
percepção de competência, a percepção de controle, o traço de ansiedade e a motivação.
Verificou-se que o traço de ansiedade e o comportamento dos técnicos predisseram
percepções de competência e desempenho que, por sua vez, estavam relacionadas aos
níveis de motivação do jogador. Conclui-se a partir dos resultados que as percepções de
competência e de controle que atletas jovens possuem são determinantes significativos
para o esforço despendido na direção da conquista.
Além disso, este arcabouço teórico considera que as pessoas são altamente
motivadas no momento em que se sentem valorizadas e competentes para executar
determinadas tarefas, uma vez que consegue comprovar cientificamente a influência direta
de três dos seus pilares (auto-estima, percepção da própria competência e percepção de
controle) nos níveis de motivação do indivíduo (Samulski, 2002).
26
Da mesma forma, destaca-se a Teoria da Auto-Eficácia, derivada da Teoria
Cognitivo-Social de Bandura (citado por Dobranszky e Machado, 2000), como “um
mecanismo cognitivo que mede a motivação nas pessoas, nos padrões de pensamento e
conduta (...) consiste no grau de convicção que uma pessoa tem de que pode executar com
sucesso determinado tipo de comportamento necessário para produzir um determinado
resultado” (p.20). Na relação entre auto-eficácia e motivação para o esportista, as
percepções que o atleta faz de seu grau de eficácia é que irão regular os níveis de
motivação pessoal. A partir disso, o atleta escolhe os desafios que irá tentar realizar, opta
pela quantidade de esforço que vai despender para fazer face á esta meta e decide durante
quanto tempo irá manter-se e ser persistente em relação aos obstáculos e dificuldades da
tarefa.
3.6.1 Teoria da Necessidade de Realização e Hierarquia das Necessidades
A clássica Teoria da Necessidade de Realização de Atkinson e McLelland (citado
por Weinberg e Gould, 2001 e Samulski, 2002) baseia-se na visão interacional (resultado
da interação de fatores pessoais e situacionais) como forma de prognosticar o
comportamento esportivo. Faz parte desta teoria a concepção de cinco componentes
fundamentais:
1) Fatores Pessoais: cada indivíduo possui duas tendências motivacionais
procurar sucesso e evitar fracasso. Basicamente o motivo de buscar sucesso é definido
como a capacidade de vivenciar orgulho e satisfação na realização das tarefas, enquanto
que o motivo de evitar fracasso é determinado como a capacidade de experimentar
vergonha e humilhação como conseqüências do fracasso.
27
2) Fatores Situacionais: os dois fatores situacionais que influenciam a motivação é a
probabilidade de sucesso e o valor de incentivo do sucesso. A primeira depende da
competência do adversário e da dificuldade da tarefa. A segunda depende da percepção de
valor atribuída pelo atleta à situação e adversário.
3) Tendências Resultantes: explica que os atletas orientados para o sucesso buscam
situações que os desafiem e preferem competir com adversários fortes enquanto que
aqueles orientados ao fracasso tendem a evitar situações de desafio ou procuram, por
vezes, tarefas muito difíceis de realizar.
4) Reações Emocionais: basicamente, o atleta que se orienta para o sucesso busca
reação emocional de orgulho; por outro lado, o atleta que se orienta para evitar o fracasso
busca evitar ou minimizar a vergonha como reação emocional.
5) Comportamento frente à Realização: indica o modo como os quatro
componentes anteriores interagem, resultando no comportamento ou ação. Ou seja, atletas
motivados a procurar sucesso selecionam tarefas exigentes, com riscos intermediários e
evidenciam bom rendimento em situações de avaliação. Os atletas motivados a evitar o
fracasso tendem a apresentar baixo rendimento, tendo em vista os componentes anteriores
mais avaliação.
Para Weinberg e Gould (2001), as previsões de performance da Teoria da
Necessidade de Realização servem como base para todas as atuais explicações e postulados
acerca da motivação para a realização. Em suma, “embora teorias mais recentes ofereçam
diferentes explicações para os processos de pensamento subjacentes às diferenças, as
previsões comportamentais entre atletas com altos níveis de realização e atletas com baixos
níveis de realização são basicamente as mesmas” (p.83). Conclui os autores que a maior
importância das contribuições da Teoria da Necessidade de Realização diz respeito á
preferência entre tarefas e as previsões de desempenho.
28
Um das derivações da Teoria da Necessidade de Realização para o esporte,
especialmente para o esporte de alto rendimento, denomina-se Teoria da Motivação para o
Rendimento de Heckhausen (citado por Samulski, 2002), compreendida como a
necessidade do atleta em melhorar, aperfeiçoar ou manter seu rendimento em alto nível.
Esta teoria concebe que a motivação atual depende da interação entre os fatores
pessoais e situacionais, distinguindo-os de determinantes internos e externos.
O autor caracteriza como determinantes externos:
1) Incentivos - por incentivo entende-se a antecipação de prêmios como elogio,
reconhecimento social e dinheiro ou bonificações, que estão relacionados com o resultado
de uma ação.
2) Dificuldades e problemas - a dificuldade de uma tarefa determina de forma
muito decisiva o vel de motivação. Tarefas muito fáceis ou bastante difíceis tornam-se
desmotivantes para o atleta. Problemas ambientais no esporte podem ser, por exemplo,
péssima iluminação no ginásio, influência dos espectadores.
Há algumas relações fundamentais entre motivação e rendimento:
a) O nível da motivação e o do rendimento se configuram em uma relação
curvilínea, ou seja, ao ter uma motivação baixa ou alta, o rendimento apresenta-se baixo ou
muito baixo. Entretanto, com um nível médio de motivação se apresentam os melhores
pré-requisitos para o rendimento.
b) O nível de motivação e a atratividade e estimulação da situação - exercícios
estimulantes, bom ambiente para treinar, antecipação de prêmios e elogios estão em uma
relação linear, isto é, aumentando-se a atratividade da situação ou oferecendo-se incentivos
(reconhecimento social, elogio), conseqüentemente aumenta-se a intensidade de
motivação.
29
c) A relação entre a intensidade de motivação e a dificuldade da tarefa é curvilínea,
ou seja, com uma dificuldade muito baixa (produz monotonia e saturação psíquica) ou
extremamente alta (acarreta fracasso e frustração), a motivação é mínima; com uma
dificuldade média, a motivação é máxima.
Com relação aos determinantes internos o autor destaca:
a) o nível de expectativa - caracteriza-se pela diferença entre um estado atual e um
estado futuro, onde a expectativa subjetiva é focalizada para o rendimento futuro.
atletas que apresentam um nível de expectativa muito baixa ou muito alta (pessoas
orientadas para o fracasso) e pessoas que tem um nível de expectativa média (pessoas
motivadas para o êxito).
b) motivos de êxito e de fracasso - ou seja, se distingue os tipos vencedores e
perdedores. Vencedores apresentam: orientação para o sucesso, auto-conceito positivo,
metas realistas, análise adequada de resultados, auto-reforço positivo, segurança no
comportamento, orientação para normas individuais, autodeterminação e autocontrole. Em
contrapartida, os perdedores demonstram: orientação para o fracasso, auto-conceito
negativo, metas irrealistas, motivação extrínseca, análise inadequada de resultados, auto-
reforço negativo, insegurança no comportamento, orientação para normas sociais, falta de
autodeterminação e controle externo.
c) Atribuição causal - neste determinante são analisados os fatores responsáveis
pelo êxito ou pelo fracasso. Atribuição causal interna refere-se ao atleta que relaciona o
resultado de uma ação à sua capacidade ou aos próprios esforços; atribuição causal externa
é aquela por meio da qual uma pessoa relaciona o resultado de uma ação à dificuldade da
tarefa ou à casualidade. Um atleta que prefere a atribuição interna experimenta mais auto-
responsabilidade por suas ações.
30
d) Hierarquia de motivos a motivação atual depende da hierarquia dos motivos,
ou seja, existem motivos importantes (primários) e motivos subordinados (secundários).
Para obter-se um desenvolvimento psicológico, existe a necessidade de satisfazer um
determinado motivo, para que outro de importância maior possa dominar. Esta teoria
mostra também um aumento dos motivos com o desenvolvimento da personalidade. Para o
autor, dentro desta hierarquia “...o motivo mais desejado na vida é o da auto-realização. No
esporte existem varias possibilidades de auto-realização, como, por exemplo, por meio do
domínio de movimentos, alcançar seu limite de rendimento” (Samulski, 2002).
3.7 TEORIA DA HIERARQUIA E SATISFAÇÃO DOS MOTIVOS
De acordo com Samulski (2002), a motivação atual depende de uma hierarquia pré-
definida dos motivos, ou seja, pode-se diferenciar motivos em diferentes níveis, sendo os
motivos mais relevantes (primários) e motivos subordinados (secundários). Segue o autor
caracterizando um dos níveis como pertencente ao organismo, sendo o conjunto de
motivos denominados fisiológicos ou vitais. A estes, incluem-se os motivos da saúde, ou
os motivos relacionados às boas capacidades efetivas, sejam elas físicas e psíquicas. No
nível da personalidade encontram-se os motivos pessoais, principalmente os motivos de
êxito, de rendimento e de auto-realização.
Outro nível corresponde aos motivos sociais, nos quais pertencem os motivos de
reconhecimento social, associação inter-grupal e o motivo do poder. Finalizando com o
quarto nível os motivos éticos e estéticos. O mesmo autor atribui, segundo esta concepção
de hierarquia de motivos, à auto-realização como o conjunto de motivos que mais clamam
pela satisfação no atleta, configurando-se como o mais relevante na escala das hierarquias.
31
Butt (1979) reforça as idéias do autor referido acima baseando-se na Teoria da
Hierarquia das Necessidades de Maslow para demonstrar 4 níveis de motivação com
relação ao esporte, são eles: 1) Nível Biológico: energia da vida, luta pela sobrevivência e
desejo de triunfar (representa base para os níveis seguintes); 2) Nível Psicológico:
agressão, conflito e competência pessoal; 3) Motivos Sociais: motivação para competição
(conduta dominante e auto-afirmação) e motivação para cooperação (conduta dirigida ao
desenvolvimento das capacidades e da personalidade); 4) Reforço intrínseco e extrínseco:
o reforço externo tem mais importância para a pessoa competitiva enquanto que o reforço
interno para o esportista cooperativo.
Com relação ao último nível, o autor contempla como reforço extrínseco o
reconhecimento social, a atenção emocional, os prêmios e/ou dinheiro e a posição e/ou
status que o atleta ocupa, enquanto que o reforço intrínseco refere-se ao sentido de
satisfazer-se internamente, auto-afirmar suas capacidades e mobilização dos aspectos
psicológicos como a auto-estima e auto-confiança.
Feijó (1998) explicita a natureza dinâmica e hierárquica das necessidades a partir de
um exemplo.
Antes da partida, os jogadores foram avisados de que cada um ganharia um grande
prêmio, caso a equipe viesse a vencer: todos se esforçaram, porque a quantia da
bonificação era muito atraente. O primeiro tempo, entretanto, terminou empatado.
Minutos antes de voltar para o segundo tempo, uma notícia chegou: o clube
constatou que o caixa estava meio vazio e recomendou ao diretor de esportes uma
substancial redução da gratificação extra. O diretor seguiu a recomendação e
comunicou o corte do prêmio, pedindo muitas desculpas. Com razão ou não, os
jogadores não gostaram, desanimaram e o nível técnico do jogo caiu. A equipe,
32
finalmente, sofreu um pênalti e perdeu por um ponto. Ninguém se interessa sempre,
pelas mesmas coisas, durante todo o tempo. Mudam as necessidades, mudam os
interesses (p.160).
Maslow (1970) elaborou uma teoria da motivação propondo que as necessidades
humanas estão organizadas em uma hierarquia de valor ou premência, ou seja, a
manifestação de uma necessidade se baseia, geralmente, na satisfação prévia de outra mais
importante ou premente. Esta monopoliza a consciência do indivíduo e tende
automaticamente a organizar a mobilização das diversas faculdades do organismo. Apenas
quando satisfeita a necessidade mais importante, surge a seguinte em importância, que
passa a dominar a vida consciente e a centralizar a organização do comportamento. Para o
autor, motivação é um estado generalizado de saúde psicológica, maturidade, habilidade e
criatividade que varia de individuo para individuo, mas que se torna relativamente estável
com o passar dos anos.
Para Maslow (citado por Connellan, 1984), pelo menos cinco séries de motivos
aos quais denominou necessidades básicas. As pessoas são motivadas pelo desejo de
atingir ou manter as diversas condições sobre as quais se baseiam essas satisfações
fundamentais e por certos desejos, mais intelectuais. As necessidades fundamentais são:
1) Necessidades Fisiológicas: são as mais prementes de todas as necessidades
humanas e podem servir de canais para todas as demais necessidades. Nelas se incluem: a
fome, o cansaço, o sono, o desejo sexual e a atividade em si. Quando todas as necessidades
estão insatisfeitas, torna-se altamente provável que a intensidade se encontre nas
necessidades fisiológicas. Se todas as necessidades estão satisfeitas e o organismo é
dominado pelas necessidades fisiológicas, quaisquer outras poderão tornar-se inexistentes
ou latentes. O comportamento então terá a finalidade de encontrar alívio.
33
2) Necessidades de Segurança: uma vez que estejam razoavelmente satisfeitas as
necessidades fisiológicas, surgem outras que se denominam necessidades de segurança. A
procura de segurança, o desejo de estabilidade e a fuga ao perigo são os tipos mais comuns.
Quando o organismo está dominado por elas poderão constituir-se como organizadores
quase exclusivos do comportamento, arregimentando todas as necessidades do organismo.
Pode-se então descrever o organismo todo como um mecanismo de procura de segurança.
3) Necessidades Sociais: desde que razoavelmente satisfeitas as necessidades
fisiológicas e de segurança, surgem ás necessidades de associação, de amor, de afeição e
de participação. A pessoa passa, então, a sentir intensamente a falta de amigos, de parentes,
de relações de amizade, de um lugar no grupo, procurando atingir esse fim com maior
intensidade.
4) Necessidades de Estima: incluem as necessidades relacionadas à auto-avaliação
estável, firme e geralmente alta, bem como auto-estima e respeito de outras pessoas. Por
auto-estima, Maslow entende aquela que é baseada na capacidade real, nas realizações e no
respeito de terceiros. Dentre as necessidades de estima, estão os desejos de força, de
realização, adequação, confiança perante o mundo, independência e liberdade. A satisfação
de necessidade de auto-estima conduz a sentimentos de auto-confiança, valor, força,
capacidade e utilidade. A sua frustração produz sentimentos de inferioridade, fraqueza e
desamparo que podem levar ao desânimo ou a tendências compensatórias.
5) Necessidades de auto-realização: refere-se ao desejo de cumprir a tendência de
realizar o potencial. Essa tendência pode ser expressa como o desejo da pessoa tornar-se
sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser. A forma que essas necessidades
tomam varia consideravelmente de pessoa para pessoa. Os indivíduos que atendem essas
necessidades são fundamentalmente satisfeitos e é deles que se pode esperar faculdade
criadora plena.
34
Maslow (1970) acrescenta, ainda, que uma necessidade satisfeita não é motivadora
de comportamento. Apenas as necessidades não satisfeitas influenciam o comportamento,
dirigindo-o para objetivos individuais. No entanto, nem todo o comportamento é
determinado por necessidades fundamentais. Poder-se-ia dizer até que existem muitos
determinantes do comportamento, além dos motivos. Embora todo comportamento seja
indeterminado, alguns não possuem motivação alguma, sendo determinados biológica ou
culturalmente pelo meio.
3.7.1 Os Fatores Motivacionais Associados ao Esporte
Segundo García (2003), diversas necessidades principais que os esportistas
pretendem satisfazer ao praticar um esporte, dentre tantas destaca a prática pela diversão, o
que satisfaz a necessidade de estímulo e emoção; estar com outras pessoas, no caso dos
esportes coletivos, onde se supri a necessidade de afiliar-se a outros e de pertencer a um
grupo e demonstrar atitudes para satisfazer a necessidade de sentir-se útil e respeitado.
Da mesma forma, Riemer e Chelladurai (1998) apontam á variabilidade de aspectos
que estão associados à satisfação dos atletas em seu âmbito de trabalho no esporte. A
performance individual e coletiva, a liderança, a coesão da equipe, os aspectos
organizacionais e administrativos do clube são fatores que podem contribuir com o
aumento do grau de satisfação dos jogadores. Quando se encontram em situação de
competição, vencer é o objetivo principal dos esportistas, razão pela qual aspectos
intrínsecos motivacionais assumem um papel preponderante no que se refere a viabilidade
das necessidades a serem atingidas.
35
Outro aspecto importante que os pesquisadores acima referem diz respeito ás
questões de liderança, mais especificamente ao papel do técnico como referência para o
desenvolvimento da confiança entre atleta-técnico, da coesão grupal ou estabelecimento
das metas a serem alcançadas e bom funcionamento integral da equipe. Dessa forma, os
atletas podem reagir de maneira mais motivada ou ao contrário, conforme a administração
do líder ao aplicar suas estratégias de comando.
Jackson, Mayochi e Dover (1997) atentam para a importância do que chamam de
suporte social, ou seja, as pessoas com quem os atletas podem contar para auxiliá-los na
preparação e no transcorrer da competição. Dentre a rede de suporte, destacam-se o
técnico, os próprios companheiros de equipe e familiares como suporte informal, enquanto
que o psicólogo esportivo e os administradores do clube o suporte formal. Evidencia-se,
dessa maneira, a relevância do fator associativo, preconizado como um dos itens que
compõem as dimensões do processo motivacional no âmbito de trabalho (Greig, 1984).
A estruturação da equipe, a maneira como os integrantes trabalham juntos, a
integração do grupo e as contribuições individuais e coletivas para as tarefas são
identificados como fatores associativos importantes para a satisfação dos atletas na sua
atividade. No contexto das competições esportivas, de se destacar o suporte social entre
os integrantes do time como sendo um aspecto facilitador do rendimento do trabalho. Os
autores incluem ainda como fatores importantes o suporte organizacional, isto é, a
assistência dos responsáveis do clube sob forma de contribuições financeiras, espaço físico
adequado, alimentação, entre outros (Riemer e Chelladurai, 1998).
Ainda no que concerne o fator associativo, García (2003) caracteriza-o como a
motivação do atleta em afiliar-se a outros e ser aceito por eles. Ao contrário de alcançar a
fama ou o reconhecimento, estes atletas simplesmente necessitam serem membros de um
grupo e participarem da satisfação de metas estabelecidas pela equipe. Ressalta-se que o
36
treinador pode aproveitar este tipo de necessidade para que seu atleta melhore sua
performance, mediante a utilização do motivo de pertencia como um prêmio importante.
De acordo com Willians e Krane (1998), rotinas bem desenvolvidas e planejadas de
forma clara para a equipe favorecem o aumento da performance dos atletas e,
conseqüentemente, um aumento nos níveis de satisfação no trabalho, uma vez que
transmitem segurança aos jogadores para exercerem suas atividades de forma qualitativa.
Com isso, o processo motivacional, descrito a partir das cinco dimensões
identificadas por Maslow (1970), constitui-se como uma medida específica que avalia
tanto os fatores pessoais internos (auto-estima e auto-realização) quanto os externos
(fisiológica, segurança e associação) do indivíduo no trabalho (Greig, 1984).
37
4 MÉTODO
4.1 NATUREZA DA PESQUISA
Este estudo tem como referencial a abordagem quantitativa, o qual se busca,
conforme Kerlinger (1979), transformar os dados em valores numéricos para,
posteriormente, realizar um tratamento de ordem matemática-estatístico.
No que diz respeito ao delineamento metodológico, a presente pesquisa
caracteriza-se como descritivo exploratória, na qual se focaliza a observar, analisar e
correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los. Segundo Cervo e Bervian, “tais
estudos têm por objetivo familiarizar-se com o fenômeno ou obter nova percepção do
mesmo e descobrir novas idéias. A pesquisa exploratória realiza descrições precisas da
situação e quer descobrir as relações existentes entre os elementos componentes da
mesma” (1996, p.49).
Lakatos e Marconi (1991) destacam as pesquisas exploratório-descritivas como
estudos que objetivam descrever determinado fenômeno. Tratando-se de um
delineamento mais abrangente, podem ser encontradas tanto descrições de cunho
quantitativas e/ou qualitativas, quanto acumulação de informações detalhadas, tais
como as obtidas por intermédio da observação participante. Dá-se ênfase ao caráter
38
representativo sistemático e, em conseqüência disso, os procedimentos de amostragem
do estudo tornam-se mais flexíveis.
Dessa forma, obtêm-se informações a respeito da variável para poder buscar,
posteriormente, desenhos de pesquisa mais sofisticados para explicação e predição do
fenômeno estudado.
5 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA E PROCEDIMENTOS
Foi realizado em outubro de 2003 um estudo piloto com cinco atletas,
pertencentes a uma das equipes que compõem o total de nove clubes participantes
dessa pesquisa, com o objetivo de testar a adaptabilidade das informações contidas no
instrumento de coleta dos dados (adaptado a partir do Motivograma original - Anexo 3)
para a população ao qual o presente estudo se destina a pesquisar. Acrescentou-se na
última folha do instrumento adaptado (Motivograma adaptado - Anexo 1) informações
referentes á identificação dos participantes, a fim de controlar e organizar os dados,
assim como caracterizá-los em uma análise estatística descritiva simples. Foi solicitado
para que cada participante fizesse a leitura das informações, circulasse com caneta
esferográfica quaisquer palavras ou frases que não estivessem de acordo com o seu
contexto de trabalho ou com sua compreensão semântica, bem como que avaliasse as
alternativas inseridas na medida. Verificou-se nos protocolos do instrumento adaptado
nenhum registro de informação incompreendida. Sendo assim, este estudo inicial pôde
fornecer dados necessários para dar-se continuidade às etapas da pesquisa.
A coleta de dados da pesquisa foi realizada no período de Dezembro de 2003 a
Fevereiro de 2004, com o tamanho da amostra (n) de 125 atletas profissionais, do sexo
masculino, pertencentes às 9 (nove) equipes de voleibol devidamente credenciadas à
40
CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), e que fazem parte de uma competição
nacional promovida por esta instituição. Apenas 1 (uma) das equipes que fazem parte
desta competição negou-se a participar do estudo, não justificando suas razões.
Os participantes encontram-se na faixa etária média de 24,41 anos, com um
desvio padrão de 4,58 anos, variando de 17 a 38 anos de idade, selecionados a partir
dos critérios dos técnicos, dos próprios atletas e demais responsáveis, já que o número
de atletas por equipe pode variar conforme alguns fatores: poder aquisitivo do clube o
qual a equipe pertence, disponibilidade de aceitar a participar da pesquisa, entre outros.
Como critério de inclusão para a participação da pesquisa, todos participantes possuem
vínculo empregatício com as equipes e, conseqüentemente, recebem os encargos
financeiros de direito, a fim de possibilitar a avaliação de todos fatores motivacionais
que o instrumento de coleta dos dados se propõem a verificar.
Contou-se com a colaboração de três psicólogos pertencentes a três diferentes
equipes para a aplicação do instrumento. A mesma deu-se em três diferentes cidades,
de acordo com a sede das equipes: São Paulo (SP), Santo André (SP) e Canoas (RS).
Seguiu-se os mesmos critérios de procedimento à aplicação utilizados pelo responsável
desta pesquisa, devidamente informado e orientado aos colaboradores.
Não obstante, o responsável por este estudo realizou a aplicação em três
diferentes cidades: três equipes participaram da coleta dos dados na cidade de
Florianópolis (SC), duas equipes na cidade de Bento Gonçalves (RS) e uma equipe em
Caxias do Sul (RS).
Os procedimentos de coleta dos dados realizados pelo responsável da pesquisa
ocorreram na seguinte formatação.
Primeiramente, foram contatados por telefone os responsáveis de cada equipe
(gerente do clube e técnico) a fim de explicitar-lhes os objetivos da pesquisa e
41
solicitar-lhes a participação dos atletas de suas equipes. Após a confirmação da
viabilidade da pesquisa e a data marcada previamente à aplicação, aguardou-se o
período para concretizar-se.
As aplicações foram realizadas no dia anterior ao dia do jogo, após o término
do treinamento no final da tarde, contando assim, com a disponibilidade de cada atleta.
Para cada uma das equipes, a coleta dos dados foi realizada de forma coletiva,
utilizando-se um espaço físico (sala) que comportassem todos os participantes,
devidamente sentados, apoiando-se em uma mesa para responder o instrumento.
No dia da coleta de dados, inicialmente fez-se um rapport com os atletas, a fim
de esclarecer a importância da disponibilidade e do envolvimento dos mesmos com
relação à tarefa proposta, assim como entregou-se duas cópias do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2) a todos participantes antes da aplicação
do instrumento, enfatizando a questão do sigilo e respeito aos direitos dos
participantes. Além disso, nele estão contidas as informações necessárias para a
compreensão dos objetivos propostos pelo estudo, caracterizando a relevância
científica e prática das informações a serem obtidas.
Após isso, foi entregue o instrumento de coleta dos dados, Motivograma
(Anexo 1), a cada um dos participantes, sendo realizada a leitura das informações
contidas na primeira página. Ao concluírem sua participação, os participantes
entregavam o protocolo e uma das cópias do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, retirando-se do local de aplicação.
No que se refere à aplicação do instrumento realizada pelos colaboradores de
três das equipes participantes do estudo, foi administrada as aplicações da seguinte
maneira:
42
1) Conforme combinado previamente no primeiro contato por telefone com os
responsáveis de cada equipe, o representante (psicólogo) foi incumbido de receber, via
SEDEX, o material da pesquisa.
2) O pesquisador entrou em contato, por telefone, com o responsável para a
confirmação do envio do material e, conseqüentemente, o recebimento por parte deste
último. Foi incluído no material enviado o número de protocolos correspondente ao
número de atletas desta equipe, os respectivos termos de consentimento livre e
esclarecido e um envelope com as informações do destinatário para o retorno do
material ao local de origem da pesquisa.
3) O responsável foi instruído a seguir os mesmos procedimentos descritos
acima.
4) Após os procedimentos serem cumpridos, o responsável envia por SEDEX o
material com as informações obtidas.
Ao concluir-se todas aplicações com as respectivas equipes participantes, foram
arquivados os protocolos e os termos de consentimento livre e esclarecido
separadamente em um envelope (um por equipe), a fim de identificá-las e categorizá-
las durante o tratamento estatístico, assim como para a posterior devolução ao término
do trabalho.
6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
A fim de atingir-se os objetivos propostos pelo presente trabalho, utilizou-se
como referência o instrumento baseado na teoria de Maslow (1970), denominado de
Motivograma (Anexo 1 - adaptado).
O instrumento consiste em 6 proposições distintas, que se repetem cada uma
delas 5 vezes, totalizando 30 proposições (ver Tabela I). Em cada proposição, o
participante tem a possibilidade de escolher entre duas alternativas de respostas,
optando por aquela que melhor refletir sua realidade interna. Dessa forma, atribui 2 ou
3 pontos à alternativa mais significativa, dependendo do valor de importância se
comparado com a outra alternativa de menor valor (que irá receber 0 ou 1), uma vez
que a pontuação deve somar sempre 3 pontos.
As alternativas de respostas (totalizando 20) que se encontram abaixo de cada
proposição e que recebem uma pontuação, estão inseridas de acordo com cada Fator
Motivacional proposto pelo autor: Fator Motivacional Fisiológico (representado pela
letra V), Fator Motivacional de Segurança (representado pela letra W), Fator
Motivacional de Associação (representado pela letra X), Fator Motivacional de Auto-
Estima (representado pela letra Y) e Fator Motivacional de Auto-Realização
(representada pela letra Z), sendo que todos eles foram devidamente caracterizadas na
44
Revisão de Literatura. Para cada Fator Motivacional citado, 4 alternativas de
respostas oferecidas pelo autor, sendo que 2 delas se repetem 2 vezes e as outras 2 se
repetem 4 vezes no instrumento (totalizando 12 alternativas de resposta para cada Fator
Motivacional).
Com o objetivo de adaptar as informações referentes ao instrumento original
para facilitar compreensão da linguagem dos atletas inseridos no âmbito esportivo,
foram alteradas e acrescidas palavras ao instrumento, de forma a precisar o grau de
compreensão, sem perder a funcionalidade expressa nos itens.
No entanto, percebe-se que duas proposições não possuem a necessidade de
serem adaptadas, uma vez que são facilmente compreensíveis e aplicáveis à realidade
presente no clube, são elas:
- O que mais incentiva e estimula meu desempenho é:
- Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência
quando:
Em acordo com a proposta de adaptação ao universo desportivo, conforme
apresentado abaixo, o instrumento (Anexo 3 - adaptado) fornece as informações aos
questionamentos do presente estudo.
45
Tabela 1 Quadro comparativo entre Proposições Originais e Proposições Adaptadas
Proposições Originais
O que mais incentiva e estimula meu desempenho é:
Se eu tiver que escolher entre duas organizações para trabalhar, prefiro aquela que:
O tipo de subordinado que mais me irrita é aquele que:
Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando:
Se na minha próxima promoção me for dado escolher entre dois cargos, darei preferência
àquele que:
A minha produtividade pode ser prejudicada quando:
Proposições Adaptadas
O que mais incentiva e estimula meu desempenho é:
Se eu tiver que escolher entre dois clubes para trabalhar, prefiro aquele que:
O tipo de companheiro da equipe que mais me irrita é aquele que:
Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando:
Se no meu contrato de trabalho eu pudesse escolher entre duas vantagens oferecidas pelo
clube, darei preferência àquela que:
O meu rendimento pode ser prejudicado quando:
46
Tabela 2 Quadro comparativo entre as Alternativas de Respostas Original e Adaptada do
Fator Motivacional Fisiológico (V), incluindo o número de vezes que se repetem no
instrumento.
Repetições Original - Alternativas de Respostas do Fator Motivacional
Fisiológico – V
2 vezes Não valoriza as boas condições ambientais de trabalho que lhe são
oferecidas (instalações físicas confortáveis, bem iluminadas, restaurante
interno, etc.).
2 vezes Sou excessivamente solicitado no exercício de minhas atribuições a ponto
de ter que sacrificar sistematicamente meu horário de almoço ou o de
saída.
4 vezes Me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável, amplo e
limpo, com boa iluminação e temperatura agradável, restaurante interno
com comida saborosa.
4 vezes Um salário compatível com as minhas necessidades básicas e as de minha
família.
Repetições Adaptado – Alternativas de Respostas do Fator Motivacional
Fisiológico – V
2 vezes Não valoriza as boas condições ambientais de trabalho que lhe são
oferecidas (alojamento, vestiário, refeitório, quadra, etc.).
2 vezes Tenho que realizar uma carga de treinamento excessiva a ponto de ter que
sacrificar, muitas vezes, meu almoço ou descanso.
4 vezes Me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável (limpo e
amplo, com boa iluminação), refeitório com boa alimentação e material
adequado para treinamento.
4 vezes Um salário compatível com o qual eu possa pagar minhas necessidades
básicas (exemplo: moradia, alimentação) e as de minha família.
47
Tabela 3 Quadro comparativo entre as Alternativas de Respostas Original e Adaptada do
Fator Motivacional de Segurança (W), incluindo o número de vezes que se repetem no
instrumento.
Repetições Original Alternativas de Respostas do Fator Motivacional de
Segurança – W
2 vezes Não pensa no dia de amanhã.
2 vezes Perco a confiança no meu chefe, desconfio da estabilidade do meu cargo,
temo pela sobrevivência da minha organização.
4 vezes Um superior imediato em que eu possa confiar, condições de trabalho bem
organizadas, e um ambiente de trabalho onde quase tudo foi previsto e
planejado.
4 vezes Me oferecer normas de trabalho claramente definidas, sólidas garantias de
estabilidade e assegurar-me privilégios mais amplos de assistência
médica-hospitalar.
Repetições Adaptado - Alternativas de Respostas do Fator Motivacional de
Segurança – W
2 vezes Não pensa em garantir sua permanência no clube.
2 vezes Perco a confiança no meu treinador, desconfio em ser dispensado da
equipe e temo pela decadência do clube.
4 vezes Uma comissão técnica em que eu possa confiar, condições de trabalho
bem organizadas e um ambiente de trabalho onde quase tudo foi
previsto e planejado.
4 vezes Me oferecer treinamento (físico, técnico e tático) claro e definido,
garantias de que permanecerei na equipe e me fornecer benefícios maiores
de assistência médico-hospitalar.
48
Tabela 4 Quadro comparativo entre as Alternativas de Respostas Original e Adaptada do
Fator Motivacional de Associação (X), incluindo o número de vezes que se repetem no
instrumento
Repetições Original - Alternativas de Respostas do Fator Motivacional de
Associação – X
2 vezes Me delegam responsabilidade que exige a minha dedicação pessoal e fico
privado de compartilhar os meus problemas e as minhas idéias com os
meus companheiros.
2 vezes É anti-social e confunde qualquer iniciativa de sociabilidade com “puxa-
saquismo”.
4 vezes Mantenho relacionamento cordial e harmonioso com os meus colegas,
meus superiores e meus subordinados, bem como a convicção de que sou
bem aceito por eles.
4 vezes Me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém
excelentes relações entre os seus membros.
Repetições Adaptado - Alternativas de Respostas do Fator Motivacional de
Associação – X
2 vezes Me passam responsabilidade que exige a minha dedicação pessoal e eu
fico sem conseguir dividir os meus problemas e as minhas idéias com
meus companheiros de equipe.
2 vezes É anti-social e acha que querer se relacionar bem com as pessoas é “puxa-
saquismo”.
4 vezes Mantenho relacionamento sincero e harmonioso com meus companheiros
e comissão técnica, tendo certeza de que sou bem aceito por eles.
4 vezes Me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém
excelentes relações entre os seus integrantes.
49
Tabela 5 Quadro comparativo entre as Alternativas de Respostas Original e Adaptada do
Fator Motivacional de Auto-Estima (Y), incluindo o número de vezes que se repetem no
instrumento
Repetições Original – Alternativas de Respostas do Fator Motivacional de Auto-
Estima – Y
2 vezes Outro executivo, sem as qualificações que possuo, for promovido por
mero favoritismo para o cargo que eu estou planejando assumir no futuro
próximo.
2 vezes Não me confere o devido respeito e consideração.
4 vezes Me conferir maior prestígio e poder.
4 vezes O reconhecimento que me conferem exclusivamente em função dos meus
méritos.
Repetições Adaptado - Alternativas de Respostas do Fator Motivacional de Auto-
Estima – Y
2 vezes Um companheiro de equipe, que não possui as mesmas qualidades que eu
possuo, consegue a vaga de titular da equipe, que eu desejava, por
preferência e não por seus próprios méritos.
2 vezes Não me dá o devido respeito e consideração.
4 vezes Me dá maior importância e autoridade.
4 vezes Sou reconhecido exclusivamente por causa dos meus próprios méritos.
50
Tabela 6 Quadro comparativo entre as Alternativas de Respostas Original e Adaptada do
Fator Motivacional de Auto-Realização (Z), incluindo o número de vezes que se repetem
no instrumento
Repetições Original - Alternativas de Respostas do Fator Motivacional de Auto-
Realização – Z
2 vezes As minhas responsabilidades atuais deixarem de representar um desafio.
2 vezes Resiste a colaborar comigo na experimentação de novas idéias.
4 vezes Me proporcionar autonomia para criar, liberdade para experimentar e
autoridade para inovar.
4 vezes Me proporcionam a oportunidade de testar a minha própria capacidade e
tenho acesso aos meus resultados.
Repetições Adaptado - Alternativas de Respostas do Fator Motivacional de Auto-
Realização – Z
2 vezes As minhas responsabilidades como atleta deixarem de representar um
desafio para mim.
2 vezes Resiste a colaborar com o técnico na experimentação de novas idéias de
jogadas.
4 vezes Me proporcionar autonomia para criar e liberdade para aprimorar minha
técnica.
4 vezes Me proporcionam a oportunidade de testar a minha própria capacidade e
conhecer os resultados do meu desempenho pelas pessoas que me avaliam.
7 ANÁLISE DOS DADOS
Tratando-se de um estudo baseado na abordagem quantitativa, a análise dos dados
foi realizada por intermédio de estatística descritiva simples, com a finalidade de se obter
medidas de tendência central.
De acordo com Gil (1995), a descrição dos dados extraídos da pesquisa é feita para
se atingir quatro objetivos: a) caracterizar o que é típico no grupo; b) indicar a
variabilidade dos indivíduos do grupo; c) verificar como os indivíduos distribuem-se em
relação a determinadas variáveis; e d) mostrar a força e a direção da relação entre as
variáveis estudadas. O mesmo autor segue explanando que as medidas de tendência central
(média, mediana e moda) contemplam “todos os resultados obtidos pelo grupo, e como tal
fornecem uma descrição precisa do grupo como um todo; em segundo lugar, possibilitam o
confronto de dois ou mais grupos em termos de representação típica” (p.175).
Marinho (1980) acrescenta ainda que:
Para conhecimento necessário do tipo de comportamento assumido por uma
variável qualquer, arranjada em forma de série ou de distribuição de freqüências, é
importante que se saiba determinar não apenas a média do conjunto de valores, mas
também o grau de afastamento que esses valores mantêm, em relação a sua própria
média.
52
Dessa forma, Kerlinger (1979) afirma que para compreendermos problemas
científicos, assim como para responder perguntas científicas, o pesquisador deve saber
como estabelecer as devidas diferenças quantitativas entre os fenômenos. Dentre as
medidas de dispersão, destacam-se pelo seu amplo uso o desvio-padrão e a variância.
Sendo assim, os escores obtidos a partir dos resultados das medidas descritas estão
organizados em tabelas informativas, de modo a permitir uma apreciação quanto à
grandeza e comportamento estatístico de cada uma das variáveis tratadas. Como os escores
são passíveis de representação numérica, acompanhar-se-á às tabelas (em casos
específicos) a representação gráfica dos resultados, a fim de facilitar a compreensão, de
forma clara e objetiva, dos conteúdos estatísticos inferidos.
Dessa forma, faz-se caracterização dos fatores pré-existentes no instrumento,
levantando os indicadores de freqüência da ocorrência e percentual, utilizando-se para isso
o programa Excel e o SSPS, apresentando-se os resultados obtidos da seguinte maneira:
8 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Estatística Descritiva
8.1 PERFIL DOS PARTICIPANTES
Tabela 7 Equipes e número de atletas
Equipes Freqüência Percentual válido
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Total
15
15
13
12
13
14
16
13
14
125
12
12
10.4
9.6
10.4
11.2
12.8
10.4
11.2
100
54
A Tabela 7 evidencia o total de 9 (nove) equipes que participaram deste estudo,
caracterizadas a partir de suas respectivas numerações (de um a nove), englobando uma
amostra de 125 participantes. Cada equipe apresenta uma freqüência de participantes,
variando de no nimo 12 (equipe 4) atletas ao máximo de 16 (equipe 7). Da mesma
forma, os percentuais correspondentes á freqüência de cada uma das equipes encontram-se
descritos na última coluna, sendo que uma equipe contribui com 9,6% (equipe 4) da
amostra, três equipes correspondem a 10,4% (equipes 3, 5 e 8) cada, duas equipes 11,2%
(equipes 6 e 9), outras duas 12% (equipes 1 e 2) e a que apresenta maior freqüência de
participantes corresponde com 12,8% (equipe 7).
Tabela 8 Escolaridade
Escolaridade Freqüência (*) Percentual Válido
1º grau completo
2º grau incompleto
2º grau completo
Superior Incompleto
Superior Completo
Total
3
3
69
36
9
120
2,5
2,5
57,5
30
7,5
100
(*) 5 atletas não responderam
No que diz respeito á escolaridade dos participantes, a Tabela 8 aponta a freqüência
de 120 atletas participantes nesta variável, havendo cindo possibilidades de caracterização
da amostra. Seis atletas (5% do total) caracterizaram-se com o primeiro grau completo e o
segundo grau incompleto, três (2,5%) deles o primeiro e os outros três (2,5%) o segundo
respectivamente. Mais da metade dos participantes incluíram-se na escolaridade segundo
55
grau completo, correspondendo á 57,5% (69 atletas) do total de atletas caracterizados. Do
restante dos participantes, 36 atletas (30%) não completaram o curso superior e 9
(corresponde a 7,5%) finalizaram o ensino superior.
Aponta-se que 4% do total dos participantes deste estudo, ou seja, 5 dos 125 atletas,
não incluíram-se em nenhuma destas categorias.
Tabela 9 Faixa salarial
Faixa Salarial Freqüência (*) Percentual
Até 1000 reais
De 1001 a 3000 reais
De 3001 a 5000 reais
De 5001 a 7000 reais
Acima de 7001 reais
Total
31
40
21
5
11
108
28,7
37
19,5
4,6
10,2
100
(*) 17 atletas não responderam
Foi realizado o reagrupamento das faixas salariais, sintetizando-se de dez para
cinco categorias, a fim de facilitar a compreensão dos resultados apresentados.
Observa-se na Tabela 9 que a maioria dos participantes encontram-se na faixa
salarial entre 1001 a 3000 reais, correspondendo a 37% do total de 108 atletas que
responderam esta categoria, ao passo que o segundo maior percentual de freqüência
encontra-se na faixa de até 1000 reais, com 28,7% de atletas. Em terceira maior freqüência,
apresenta-se a faixa salarial de 3001 a 5000 reais, compreendendo uma participação de
19,5%, seguido pela acima de 7000 reais (10,2%) e a com percentual inferior aos demais,
entre 5001 a 7000 reais, com 4,6% dos representantes.
56
8.2 RESULTADO DOS ESCORES DOS FATORES MOTIVACIONAIS
Tabela 10 Distribuição da média e desvio padrão dos Fatores Motivacionais
Fisiológico Segurança Associação Auto-estima
Auto-
realização
Média
Desvio padrão
17,83
3,85
19,29
3,34
18,71
4,09
15,12
4,43
18,14
4,02
Dentre os resultados que dizem respeito aos Fatores Motivacionais, tem-se a
Segurança como o Fator Motivacional com maior média de pontos atribuída pelos
participantes (19,29) e o menor desvio padrão.
Por outro lado, a menor média obtida neste estudo é apontada no Fator
Motivacional de Auto-estima, com valor numérico de 15,12 pontos. Nos valores
intermediários localizam-se, em ordem crescente, os Fatores Motivacionais Fisiológicos
(17,83), de Auto-realização (18,14) e de Associação (18,71).
Dessa maneira, pode-se representar graficamente os resultados da seguinte maneira:
Ilustração 2 Gráfico do Resultado dos escores dos Fatores Motivacionais
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
Fisiológico
Segurança
Associação
Auto-estima
Auto-realização
57
Tabela 11 Distribuição da média, desvio padrão e nível de significância comparando pares
de Fatores Motivacionais
Comparação entre Fatores
Motivacionais
Média Desvio Padrão “p”
Par Fisiológico
1 Segurança
Par Fisiológico
2 Associação
Par Fisiológico
3 Auto-estima
Par Fisiológico
4 Auto-realização
Par Segurança
5 Associação
Par Segurança
6 Auto-estima
Par Segurança
7 Auto-realização
Par Associação
8 Auto-estima
Par Associação
9 Auto-realização
Par Auto-estima
10 Auto-realização
17,83 3,85365
19,29 3,34041
17,83 3,85365
18,71 4,09921
17,83 3,85365
15,12 4,43883
17,83 3,85365
18,14 4,02681
19,29 3,34041
18,71 4,09921
19,29 3,34041
15,12 4,43883
19,29 3,34041
18,14 4,02681
18,71 4,09921
15,12 4,43883
18,71 4,09921
18,14 4,02681
15,12 4,43883
18,14 4,02681
,000
,128
,000
,607
,238
,000
,035
,000
,308
,000
“p” 0,05
A Tabela 11 tem como objetivo apresentar os resultados obtidos a partir das
possíveis combinações entre os cinco Fatores Motivacionais do estudo, buscando
caracterizar possíveis diferenças relevantes entre os mesmos.
Os resultados apontam que em 10 possibilidades de combinações, 60% apresentam
diferenças significativas entre os resultados comparados dos Fatores Motivacionais, sendo
58
que o Fator Motivacional de Auto-estima apresenta-se com maior freqüência de
divergência quando comparado a todos os demais Fatores.
No Par 1, ao comparar-se os resultados obtidos entre os fatores Motivacionais
Fisiológicos e de Segurança, percebe-se que diferença significativa entre ambos,
possibilitando afirmar que o Fator Motivacional de Segurança apresenta-se
preponderantemente mais insatisfeito do que o Fator Motivacional Fisiológico.
No Par 3, foram comparados os Fatores Fisiológicos e Auto-estima, os quais
apresentaram-se com uma média de 17,83 e 15,12 respectivamente. Os resultados foram
suficientes para identificar estatisticamente uma diferença relevante, onde o Fator
Fisiológico evidencia maior necessidade em ser satisfeito do que o Fator de Auto-estima, o
qual encontra-se mais suprido.
Com relação ao Par 6, esta foi a combinação que apresentou a maior diferença entre
os Fatores apresentados, uma vez que configura-se a comparação entre o Fator com a
maior (Segurança - 19,29) e a menor média (Auto-estima - 15,12) obtida pelo estudo.
Dessa maneira, é possível apontar que a motivação para a satisfação do Fator de Segurança
é estatisticamente superior á motivação para a satisfação da Auto-estima dos atletas
pertencentes às equipes.
Não obstante os Pares 7 (Segurança X Auto-realização), 8 (Associação X Auto-
estima) e 10 (Auto-realização X Auto-estima) também evidenciam diferenças
significativas entre os Fatores Motivacionais comparados, sendo que os primeiros
apresentam-se com níveis de satisfação significativamente menores que os segundos.
Aponta-se que o Fator Motivacional com menor freqüência de divergências
estatísticas quando comparado com os demais é o de Associação, pois que se apresenta
convergente nos pares 1, 5 e 9 e, somente no par 8, divergente com o Fator Motivacional
de auto-estima.
59
Tabela 12 Média geral dos escores de cada Necessidade
Fatores motivacionais e necessidades codificadas Média geral dos escores
Fisiológicas – V
VA - Não valoriza as boas condições ambientais de trabalho
que lhe são oferecidas (alojamento, vestiário, refeitório,
quadra, etc.).
1,2
VB – Tenho que realizar uma carga de treinamento
excessiva a ponto de ter que sacrificar, muitas vezes, meu
almoço ou descanso.
1,344
VC - Me oferecer boas condições de trabalho: ambiente
confortável (limpo e amplo, com boa iluminação), refeitório
com boa alimentação e material adequado para treinamento.
1,66
VD – Um salário compatível com o qual eu possa pagar
minhas necessidades básicas (exemplo: moradia,
alimentação) e as de minha família.
1,526
Segurança – W
WA – Não pensa em garantir sua permanência no clube.
0,948
WB – Perco a confiança no meu treinador, desconfio em ser
dispensado da equipe e temo pela decadência do clube.
1,692
WC – Uma comissão técnica em que eu possa confiar,
condições de trabalho bem organizadas e um ambiente de
trabalho onde quase tudo já foi previsto e planejado.
1,7
WD - Me oferecer treinamento (físico, técnico e tático) claro
e definido, garantias de que permanecerei na equipe e me
fornecer benefícios maiores de assistência médico-
hospitalar.
1,956
Associação – X
XA – Me passam responsabilidade que exige a minha
dedicação pessoal e eu fico sem conseguir dividir os meus
problemas e as minhas idéias com meus companheiros de
equipe.
0,928
XB – É anti-social e acha que querer relacionar-se bem com
as pessoas é “puxa-saquismo”.
1,924
XC – Mantenho relacionamento sincero e harmonioso com
meus companheiros e comissão técnica, tendo certeza de
que sou bem aceito por eles.
1,626
XD – Me convidar para fazer parte de uma equipe de
trabalho que mantém excelentes relações entre os seus
integrantes.
1,626
Auto-estima – Y
YA – Um companheiro de equipe, que não possui as
mesmas qualidades que eu possuo, consegue a vaga de
titular da equipe, que eu desejava, por preferência e não por
seus próprios méritos.
1,636
YB - Não me dá o devido respeito e consideração. 1,812
60
YC – Me dá maior importância e autoridade. 0,868
YD – Sou reconhecido exclusivamente por causa dos meus
próprios méritos.
1,188
Auto-realização – Z
ZA - As minhas responsabilidades como atleta deixarem de
representar um desafio para mim.
1,852
ZB – Resiste a colaborar com o técnico na experimentação
de novas idéias de jogadas.
1,592
ZC – Me proporcionar autonomia para criar e liberdade para
aprimorar minha técnica.
1,382
ZD – me proporcionam a oportunidade de testar a minha
própria capacidade e conhecer os resultados do meu
desempenho pelas pessoas que me avaliam.
1,43
Com base nas informações apontadas pela Tabela 12, observa-se que a necessidade
que apresenta a maior média geral dos escores é a que representa o Fator Motivacional de
Segurança, representada pela codificação WD. Isso significa que, de acordo com a maioria
dos atletas que participaram deste estudo, a necessidade de ter-se uma forma de
treinamento clara e definida, contemplando os aspectos físicos, técnicos e táticos, garantia
de que o atleta permanecerá sendo aproveitado na equipe e benefícios de assistência
médico-hospitalar, torna-se prioridade sobre as demais, uma vez que se encontra com o
nível de insatisfação acima de qualquer outra.
Em seguida, acompanhando uma média significativamente próxima a necessidade
anterior, aponta-se a alternativa “é anti-social e acha que querer se relacionar bem com as
pessoas é ‘puxa-saquismo’”. Esta alternativa de resposta está inserida á questão “O tipo de
companheiro da equipe que mais me irrita é aquele que:” Esta alternativa, acompanhada da
questão correspondente, projeta a idéia de valorização do bem-estar no relacionamento e,
consequentemente, o repúdio aqueles que não compartilham com o mesmo valor dentro da
equipe. Dessa forma, configura-se como a segunda necessidade que mais precisa ser
satisfeita pelos atletas de voleibol.
61
De acordo com a média apresentada, a terceira demanda direcionada pelos
participantes como motivo para a obtenção de suas satisfações reside na necessidade de
Auto-realização, mais especificamente a importância atribuída á manutenção das
responsabilidades que os mesmos exercem em seu trabalho, uma vez que estas representam
um desafio para cada um.
Próximo ao escore médio da anterior, com 1,812 pontos, respeito e consideração
foram os valores de Auto-estima priorizados pelos participantes, os quais, provavelmente,
se encontram em baixos níveis de satisfação para a maioria.
No que diz respeito ás necessidades que apresentam uma média abaixo das demais,
entende-se que os atletas não estejam atribuindo relevância para a possibilidade de
receberem mais importância e autoridade na equipe. Esta afirmativa baseia-se na
pontuação média mais baixa, ao ser comparada com as demais, da necessidade YC (0,868),
cuja representatividade está associada ao Fator Motivacional de Auto-estima.
Da mesma forma, os participantes deste estudo atribuíram baixo nível de escore
médio na necessidade “me passam responsabilidade que exige a minha dedicação pessoal e
eu fico sem conseguir dividir os meus problemas e as minhas idéias com meus
companheiros de equipe”. Possivelmente esta se encontra satisfeita por estes atletas e não
representa um motivo relevante para os mesmos. De qualquer maneira, como esta
afirmativa apresenta-se duas vezes na mesma questão “O meu rendimento pode ser
prejudicado quando:”, vale ressaltar á pouca probabilidade do rendimento destes atletas
decaírem em decorrência da insatisfação desta demanda.
As próximas tabelas evidenciam as comparações diretas entre as necessidades
correspondentes aos Fatores Motivacionais, incluídas nas seis possibilidades de
proposições as quais o presente instrumento se propõem a verificar.
62
Tabela 13 A Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente
Proposição e as necessidades comparadas Média Desvio
padrão
“p”
O que mais incentiva e estimula meu
desempenho é:
VD
ZD
YD
WC
VD
WC
YD
XC
VD
YD
1,72
1,28
1,11
1,86
1,45
1,52
1,13
1,86
1,71
1,28
0,6550
0,6550
0,9264
0,9362
0,6780
0,6791
0,8457
0,8457
0,7809
0,7809
,000
,000
,592
,000
,003
“p” 0,05
Nota - Utilizou-se cores diferentes para facilitar a visualização e identificação das
necessidades
A Tabela 13 A demonstra que, dentre as cinco comparações pré-dispostas na
proposição “O que mais incentiva e estimula meu desempenho é:”, apenas uma dela não
concretiza uma diferença significativa nos valores atribuídos pelos atletas ao comparar-se a
necessidade Fisiológica com a de Segurança. Ou seja, para os participantes,
estatisticamente não prevalência de relevância entre a necessidade de ter um salário
compatível com as suas necessidades básicas com a necessidade de ter-se uma comissão
técnica confiável e com as condições de trabalho organizadas e planejadas, no que diz
respeito ao incentivo e estimulação para o desempenho.
63
Em contrapartida, ressalta-se a maior diferença nesta tabela onde uma
preferência significativa dos atletas em possuir uma comissão técnica confiável e
condições de trabalho organizadas e planejadas do que ser reconhecido em função dos seus
próprios méritos. A primeira serve como motivo principal sobre a segunda no que concerne
á busca de um melhor desempenho no voleibol.
Apesar da necessidade Fisiológica apresentar uma convergência estatística com a
necessidade de Segurança, descrito anteriormente, esta mesma necessidade torna-se
preponderantemente mais importante quando comparada com as necessidades de “ter a
oportunidade de testar a capacidade e conhecer os resultados do desempenho pelas pessoas
que avaliam” (Auto-realização) e “ser reconhecido exclusivamente por causa dos próprios
méritos” (Auto-estima).
Conclui-se que, para incentivar e estimular o desempenho dos atletas, faz-se
necessário um salário compatível com as suas necessidades básicas (exemplo: moradia e
alimentação) e de sua família.
64
Tabela 13 B Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente
Proposição e as necessidades comparadas Média Desvio
padrão
“p”
Se eu tiver que escolher entre dois clubes para
trabalhar, prefiro aquele que:
WD
ZC
XD
VC
WD
XD
ZC
YC
YC
XD
2,15
0,84
1,46
1,51
1,75
1,24
2,09
0,90
0,89
2,10
0,8037
0,8037
0,7781
0,7789
0,6432
0,6432
0,6889
0,6889
0,7386
0,7386
,000
,727
,000
,000
,000
“p” 0,05
Nota - Utilizou-se cores diferentes para facilitar a visualização e identificação das
necessidades
Nesta Tabela há uma relação entre cinco tipos diferentes de necessidades e a
preferência de escolha por um clube que satisfaça as principais demandas apontadas pelos
participantes.
Nas comparações, observa-se que os atletas contemplam a possibilidade de
receberem importância e autoridade (YC) pelo clube que escolheriam para trabalhar como
uma necessidade pouco relevante em relação ás demais.
No entanto, torna-se prioridade para os atletas o clube que oferecer treinamento
físico, técnico e tático claro e definido, assistência médico-hospitalar e garantia de que os
65
mesmos permanecerão sendo aproveitados pelo clube, uma vez que esta necessidade
apresenta maior relevância quando diretamente relacionada com outras duas.
No grupo intermediário de nível de importância (ordem decrescente), evidencia-se
a necessidade de um clube que ofereça ao atleta uma equipe de trabalho que mantenha
excelentes relações entre seus integrantes (Associação), um clube que proporcione ao atleta
autonomia para poder criar e liberdade para aprimorar sua técnica (Auto-realização) e, em
quarto, a necessidade de obter-se uma estrutura de trabalho confortável, com boa
alimentação e que disponha de material adequado para treinamento (Fisiológico).
Tabela 13 C Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente
Proposição e as necessidades comparadas Média Desvio
padrão
“p”
O tipo de companheiro de equipe que mais me
irrita é aquele que:
VA
YB
YB
ZB
XB
WA
VA
XB
WA
ZB
1,15
1,84
1,77
1,22
2,09
0,90
1,25
1,74
0,99
1,96
0,9923
0,9923
0,8118
0,8118
0,9018
0,9018
0,9005
0,9005
0,7239
0,7556
,000
,000
,000
,003
,000
“p” 0,05
Nota - Utilizou-se cores diferentes para facilitar a visualização e identificação das
necessidades
66
Ao visualizar-se a Tabela 13 C, percebe-se que não ser respeitado e considerado
pelos integrantes de equipe (YB), relacionados á Auto-estima dos atletas, assim como a
valorização do bem-estar no relacionamento entre companheiros de equipe (XB -
Associação) despontam como as principais necessidades relacionadas á proposição “O tipo
de companheiro de equipe que mais me irrita é aquele que:”.
Contudo, segundo os critérios dos participantes, a necessidade de “não valorizar as
boas condições ambientais de trabalho que lhe são oferecidas (alojamento, vestiário,
refeitório, quadra, etc)” e, principalmente, a necessidade de “não pensar em garantir a sua
permanência no clube”, para esta proposição, encontram-se irrelevantes estatisticamente
quando comparadas com as demais necessidades. Pode-se afirmar que a última possui
menor importância que a segunda por apresentar as maiores diferença entre as médias
comparadas com as necessidades de Auto-realização (ZB) e Associação (XB).
Em terceiro grau de importância, os atletas apontam que o tipo de companheiro de
equipe que mais os irritam é aquele que “resiste a colaborar com o técnico na
experimentação de novas idéias de jogadas”, relevando-se a motivação para a Auto-
realização.
67
Tabela 13 D Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente
Proposição e as necessidades comparadas Média Desvio
padrão
“p”
Desenvolvo minhas responsabilidades com
maior entusiasmo e eficiência quando:
VD
XC
ZD
WC
YD
ZD
ZD
XC
XC
WC
1,21
1,76
1,32
1,68
1,21
1,78
1,33
1,64
1,24
1,73
0,7681
0,7766
0,7683
0,7683
0,8942
0,8942
0,7507
0,7556
0,6400
0,6493
,000
,010
,001
,024
,000
“p” 0,05
Nota - Utilizou-se cores diferentes para facilitar a visualização e identificação das
necessidades
As alternativas representantes dos Fatores Motivacionais Fisiológico e Auto-estima,
“um salário que pague as necessidades básicas do atleta e sua família” e “ser reconhecido
em função dos próprios méritos” respectivamente, não representam relevância significativa
enquanto necessidades motivadoras para o desenvolvimento das responsabilidades dos
atletas, pois que apresentam pontuação média inferior as outras necessidades comparadas.
Em contrapartida, entende-se que quando o atleta adquire confiança em sua
comissão técnica e trabalha em um ambiente com as condições organizadas e planejadas,
68
maior tendência em desenvolver suas responsabilidades profissionais de forma mais
entusiasmada e com maior eficiência.
Esta mesma tendência, embora com menor intensidade que a anterior, pode ocorrer
no momento em que á necessidade do atleta de manter um relacionamento sincero e
harmonioso com os companheiros de equipe e a certeza de que é bem aceito pelos mesmos
é satisfeita. Dessa forma, provavelmente haverá maior eficiência e entusiasmo dos
profissionais em suas respectivas responsabilidades.
Com o terceiro maior nível de importância para os participantes nesta proposição,
aponta-se a necessidade de “testar a própria capacidade e conhecer os resultados do
desempenho pelas pessoas que avaliam”.
Tabela 13 E - Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente
Proposição e as necessidades comparadas Média Desvio
padrão
“p”
Se no meu contrato de trabalho eu pudesse
escolher entre duas vantagens oferecidas pelo
clube, darei preferência aquela que:
WD
YC
YC
VC
WD
VC
VC
ZC
ZC
XD
2,20
0,79
0,88
2,12
1,71
1,28
1,72
1,28
1,30
1,68
0,7437
0,7437
0,7361
0,7361
0,6197
0,6197
0,6909
0,6909
0,6250
0,6275
,000
,000
,000
,001
,001
“p” 0,05
69
Nota - Utilizou-se cores diferentes para facilitar a visualização e identificação das
necessidades
Novamente, os atletas pontuam a necessidade de sentirem-se seguros como a
principal vantagem oferecida pelo clube em um possível contrato de trabalho, priorizando
os benefícios de assistência médico-hospitalar, garantia de permanecer na equipe e
treinamento físico, técnico e tático claro e definido.
Da mesma maneira, percebe-se um baixo nível de insatisfação no que concerne a
demanda em obter-se importância e autoridade dentro do ambiente de trabalho dos
participantes, delegando esta necessidade como a menos importante ao ser comparada com
as demais possibilidades de vantagens oferecidas pelo clube.
No mesmo nível que a anterior, a necessidade que caracteriza o Fator Motivacional
de Auto-realização é concebida como uma vantagem não priorizada no contrato de
trabalho. Ou seja, os atletas atribuem baixa relevância na possibilidade do clube
proporcionar autonomia e liberdade para criar e aprimorar o potencial técnico dos mesmos.
A demanda de “fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém excelentes
relações entre os seus integrantes” (XD) ocupa o segundo lugar, em ordem de importância,
na opinião dos atletas que participaram deste estudo, seguido da vantagem de se obter boas
condições de trabalho: ambiente confortável, boa alimentação e material adequado para
treinamento (VC).
70
Tabela 13 F Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente
Proposição e as necessidades comparadas Média Desvio
padrão
“p”
O meu rendimento pode ser prejudicado
quando:
XA
ZA
ZA
VB
XA
YA
YA
WB
VB
WB
0,80
2,20
1,50
1,49
1,05
1,87
1,40
1,57
1,19
1,80
0,8132
0,8132
1,0672
1,0672
0,9529
0,9835
0,9503
0,9526
0,8585
0,8585
,000
,967
,000
,298
,000
“p” 0,05
Nota - Utilizou-se cores diferentes para facilitar a visualização e identificação das
necessidades
A Tabela 13 F, caracterizada pela proposição “O meu rendimento pode ser
prejudicado quando:”, transparece dois conjuntos de necessidades que não expressam
diferenças estatisticamente significativas entre as respectivas comparações. São eles:
1) Auto-realização - “As minhas responsabilidades como atletas deixarem de
representar um desafio para mim”; e Fisiológica - “Tenho que realizar uma carga de
treinamento excessiva a ponto de ter que sacrificar, muitas vezes, meu almoço ou
descanso”.
2) Auto-estima - “Um companheiro de equipe, que não possui as mesmas
qualidades que eu possuo, consegue a vaga de titular da equipe, que eu desejava, por
71
preferência e não por seus próprios méritos”; e Segurança - “Perco a confiança em meu
treinador, desconfio em ser dispensado da equipe e temo pela decadência do clube”.
Nesta proposição, não evidencia-se uma necessidade que prevaleça em termos de
importância sobre as demais. uma similaridade de relevância para as necessidades ZA,
YA e WB, no que se refere á possibilidade de prejudicar o rendimento dos atletas quando
estas não encontram-se satisfeitas.
Portanto, a tendência do desportista de voleibol apresentar queda em seu
desempenho quando as suas responsabilidades enquanto atleta deixarem de representar um
desafio para si próprio (Auto-realização); no momento em que seu companheiro de equipe
conquista a vaga de titular no time por critérios pessoais de preferência e não por seus
méritos (Auto-estima) e na situação em que o atleta perde a confiança no treinador e acha
que possa ser dispensado da equipe (Segurança).
Em contrapartida, aparentemente a necessidade representante do Fator
Motivacional de Associação, quando relacionada com uma possível queda no desempenho,
encontra-se satisfeita, uma vez que evidencia um escore médio estatisticamente
insignificante ao ser comparada com outras duas demandas.
9 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
De maneira geral, tem-se como resultado mais expressivo, dentre os Fatores
Motivacionais verificados pelo instrumento (Motivograma adaptado - Anexo 1), a
motivação dos participantes direcionada para a obtenção de suas necessidades de
Segurança em seu ambiente de trabalho, verificadas a partir da intensidade atribuída pelos
mesmos ao conjunto de motivos que compõem este Fator Motivacional mencionado,
apresentando este uma média de 19,29 pontos (Tabela 10).
Predomina, dessa forma, a maior relevância atribuída pelos desportistas aos
motivos considerados extrínsecos, que os motivos relacionados á Segurança são
caracterizados como sendo benefícios e gratificações materiais advindas do meio, sob
forma de reforçamento externo (Pelletier, et al., 1995). A satisfação das necessidades de
obter-se treinamento claro e definido, garantia de permanecer na equipe, ambiente de
trabalho bem organizado, confiança no treinador, entre outros motivos, representam as
maiores fontes de motivação para os atletas de voleibol nesta pesquisa.
Reforça-se esta afirmativa ao apontar-se a maior intensidade de relevância á média
do motivo de Segurança “me oferecer treinamento (físico, técnico e tático) claro e
definido, garantias de que permanecerei na equipe e me oferecer benefícios maiores de
73
assistência médico-hospitalar”, configurando-se como a maior necessidade insatisfeita
dentre o conjunto de necessidades correspondentes a cada um dos Fatores Motivacionais.
Sendo esta a necessidade que apresenta o maior escore médio (1,956 pontos), ou
seja, a necessidade mais importante na avaliação dos atletas, entende-se que seja a menos
satisfeita quando comparada com as demais (Tabela 12).
De acordo com o postulado teórico acerca do Processo Motivacional (ver esquema
pág 27), esta necessidade identificada pelo esportista que não obteve a satisfação
necessária é considerada como um motivo ou uma meta a ser buscada por ele, a partir de
ações ou comportamentos capazes de atingir a satisfação.
Conforme Garcia (2003), um esportista estará mais motivado para treinar quando os
exercícios realizados durante os treinos estejam de acordo com seus interesses e
necessidades. Ao identificar-se a maior necessidade atribuída pelos esportistas neste
estudo, há uma tendência dos mesmos intensificar sua participação nos treinamento quando
a sua equipe promover os treinamentos técnico, tático e físico de maneira clara e definida,
assim como quando o atleta sentir-se seguro com relação á sua permanência na equipe e a
garantia de receber assistência médico-hospitalar. Portanto, segundo os resultados desta
pesquisa, a motivação mais valorizada é direcionada para a satisfação do treinamento, da
permanência na equipe e dos benefícios médico-hospitalares.
Da mesma forma, confirma-se o alto nível de importância (1,7 pontos) atribuída
pelos participantes ao motivo se Segurança, apontado por Willians e Krane (1998),
identificado pela necessidade de ter-se “uma comissão técnica em que eu possa confiar,
condições de trabalho bem organizadas e um ambiente de trabalho onde quase tudo foi
previsto e planejado” (Tabela 12).
74
Conforme os autores, se esta necessidade encontra-se satisfeita, um
favorecimento no aumento da performance dos atletas e um substancial incremento nos
níveis de satisfação no trabalho, possibilitando maior qualidade no desenvolvimento deste.
Dessa maneira, faz-se necessário as equipes que participaram deste estudo
atentarem-se para esta necessidade que encontra-se insatisfeita, caso tenham o objetivo de
promover o aumento da performance de seus atletas assim como obterem maior qualidade
no trabalho realizado.
No entanto, foi verificado que o Fator Motivacional de Auto-estima, de acordo com
os participantes, não apresenta nível de insatisfação significativamente alto. Pelo contrário,
ao ser comparada sua média de pontos (15,12) com os outros quatro Fatores Motivacionais
á este foi atribuído uma diferença significativamente inferior aos demais.
Isso significa que em todas quatro possibilidades de comparação da necessidade de
Auto-estima, nenhuma evidencia relevância estatística para esta necessidade, configurando-
a como a menos importante dentre os Fatores Motivacionais do estudo.
Esta conclusão torna-se mais significativa quando se efetua a comparação entre o
Fator Motivacional menos relevante com o mais relevante, Auto-estima e Segurança
respectivamente, os quais possibilitam confirmar a hipótese desta pesquisa onde afirma a
existência de motivos importantes associados á prática esportiva de atletas de voleibol, e,
consequentemente, motivos menos importantes também associados. Os primeiros servem
de motivação para a busca da satisfação pelos participantes, enquanto que os segundos já se
encontram satisfeitos.
A partir destes resultados, pode-se inferir a confirmação de alguns estudos
conduzidos por Carron et al. (1997) onde identificam o caráter bio-psico-social da temática
motivação, uma vez que este encontra-se dependente não das necessidades fisiológicas,
psíquicas e sociais, mas também é determinada por fatores pessoais e situacionais.
75
Ou seja, entende-se, como foi dito anteriormente (Tabela 10), que o estudo aponta
uma prioridade atribuída pelos atletas de voleibol á satisfação do fator de Segurança
(média de pontos - 19,29), caracterizado como um fator situacional, pois que depende do
meio externo (técnico, condições de trabalho, garantias externas de permanência no clube,
assistência médico-hospitalar, etc) para satisfazer-se. Conquanto que, por outro lado,
uma projeção pouco relevante ao Fator Motivacional de Auto-estima (média de pontos -
15,12), identificada como sendo um fator exclusivamente pessoal, uma vez que é regido
pelas necessidades intrínsecas (valores de respeito, consideração, auto-confiança,
capacidade e utilidade) do atleta.
Pode-se compreender que isso decorre em função do caráter processual o qual
inclui-se o fenômeno motivação, pois “certos motivos tem maior intensidade em diferentes
indivíduos, dependendo de fatores como a personalidade de cada um, bem como
indivíduos diferentes podem realizar a mesma atividade animados por motivos diferentes e
de intensidades diferentes” (Machado, 1997), fazendo com que o desportista oriente as
suas ações para aquelas necessidades que tornaram-se motivos ou metas.
Portanto, dentre as necessidades preconizadas pelo instrumento de coleta dos dados
e que encontram-se inseridas de acordo com cada um dos cinco Fatores Motivacionais,
pode-se afirmar que a necessidade de ter-se “treinamento (físico, técnico e tático) claro e
definido, garantias de que permanecerei na equipe e me oferecer benefícios maiores de
assistência médico-hospitalar” (representada pela codificação WD), tornou-se o principal
motivo ou meta visada pelos participantes à obtenção de sua satisfação.
Este dado é validado a partir da verificação na Tabela 12 da maior média de pontos
obtida por este motivo (1,956) com relação aos demais, assim como as Tabelas VII B e VII
E evidenciam o resultado deste motivo como sendo o único que atinge 100% de
superioridade de relevância estatística, dentre as necessidades que se apresentam repetidas
76
quatro vezes no instrumento, quando comparado com as demais necessidades (WD - ZC;
WD - XD; WD - YC e WD - VC).
De acordo com os atletas praticantes de voleibol que participaram deste estudo, no
que diz respeito à proposta de escolher um clube para trabalhar, uma probabilidade
estatística de 95% de preferência (“p” 0,05) na escolha pelo clube que fornecer a
satisfação da necessidade de segurança dos atletas, representado através do motivo de se
obter as três formas de treinamento claras e definidas, garantias de permanência na equipe
e benefícios maiores de assistência médico-hospitalar.
Não obstante, este mesmo motivo inserido no Fator Motivacional de Segurança
representa a vantagem mais relevante para os atletas na seguinte proposição: “Se no meu
contrato de trabalho eu pudesse escolher entre duas vantagens oferecidas pelo clube, darei
preferência aquela que:” (Tabela 13 E) . Esta afirmativa reforça a idéia da relevância
associada entre escolha de local de trabalho com preferência pela busca dos motivos que
contemplem a satisfação das necessidades de segurança no emprego.
Além de estar associada com a preferência de escolha por clube para exercer seu
trabalho, os participantes apontam a necessidade de segurança como o mais importante
motivo para o desenvolvimento de suas responsabilidades com maior entusiasmo e
eficiência enquanto atletas profissionais de voleibol. Ou seja, o clube que forneça uma
comissão técnica que perpassa confiança ao atleta, condições de trabalho bem organizadas,
assim como um ambiente de trabalho onde quase tudo já foi previsto e planejado, tenderá a
favorecer uma performance maior na função de cada atleta, pois que o mesmo executará o
desenvolvimento de suas responsabilidades de forma entusiasmada e eficaz (Tabela 13 D).
No que se refere à proposta de incentivar e estimular o desempenho dos atletas
participantes (Tabela 13 A), faz-se significativamente recomendável a utilização da
motivação extrínseca sob forma de gratificações materiais ou reforçamento externo para
77
que estes executem o comportamento desejado (Pelletier e cols, 1995). Sintetizando,
uma relação direta apontada pela pesquisa onde os atletas necessitam de um salário
compatível com as suas necessidades básicas (ex: alimentação e moradia) e de suas
famílias, para que possibilite o aumento do desempenho no trabalho.
Contudo, os constructos de motivação intrínseca representados pelos fatores
Motivacionais de Auto-estima e Auto-realização, “ser reconhecido exclusivamente por
causa dos meus próprios méritos” e “proporcionar a oportunidade de testar a própria
capacidade e conhecer os resultados do desempenho pelas pessoas que avaliam”
respectivamente, não configuram-se estatisticamente relevantes para atingir-se a meta
principal de estímulo e incentivo ao desempenho.
Sendo assim, a pesquisa aponta o predomínio das fontes de motivação extrínseca
nas duas proposições de preferência por escolha de clube, na proposição que se refere ao
desenvolvimento das responsabilidades com entusiasmo e eficiência e nesta última que
contempla o incentivo e estímulo para o desempenho.
No que diz respeito á última proposição, de acordo com Teoria da Motivação para o
Rendimento de Heckhausen (citado por Samulski, 2002), uma relação linear entre os
níveis de motivação e as fontes de motivação extrínsecas. Ou seja, aumentando-se a
atratividade da situação (exercícios estimulantes, bom ambiente para treinar, etc.) ou dos
incentivos (reconhecimento social, elogios, dinheiro e premiações), consequentemente
tende-se a promoção do incremento dos níveis de motivação dos atletas, fazendo com que
os atletas apresentem maior nível de desempenho ou rendimento em suas funções.
Em contrapartida, pode-se verificar um decréscimo de relevância às necessidades
advindas dos possíveis motivos de satisfação externos ao atleta na Proposição inserida na
Tabela 13 C: “O tipo de companheiro de equipe que mais me irrita é aquele que:”.
Ressalta-se dessa forma, de acordo com os participantes, a importância atribuída para as
78
necessidades de respeito e consideração (relacionado ao Fator Motivacional de Auto-
estima) e de bem-estar no relacionamento entre o atleta e seus companheiros de equipe
(relacionado ao Fator Motivacional de Associação).
Supõem-se nesta proposição, caso estas necessidades relevantes apontadas pelos
sujeitos encontram-se insatisfeitas, possibilidade de ocorrência de um clima de
hostilidade entre companheiros de uma mesma equipe, em função do predomínio da
irritação nas relações de trabalho. Em decorrência disso, a estruturação da equipe, a
maneira como os integrantes trabalham juntos e as contribuições individuais e coletivas
para as tarefas, identificadas como fatores associativos importantes para a satisfação dos
atletas na sua atividade, podem ficar comprometidas e disfuncionais, dificultando o
rendimento dos mesmos em seu trabalho (Riemer e Chelladurai, 1998).
No que concerne á proposta de identificar quais necessidades tornam-se mais
relevantes quando associadas à Proposição “O meu rendimento pode ser prejudicado
quando:”, verifica-se na Tabela 13 F a não prevalência de uma necessidade sobre a outra.
uma consideração maior atribuída pelos participantes as necessidades WB (Segurança),
YA (Auto-estima) e ZA (Auto-realização), enquanto que as demais (XA - Associação e
VB - Fisiológicas) aparentemente encontram-se satisfeitas.
Esta informação indica a prevalência da motivação intrínseca, representada pelas
necessidades de Auto-estima e Auto-realização, sobre a motivação extrínseca,
caracterizada pela necessidade de Segurança.
Conclui-se com base nessa proposição que, caso ocorra prejuízo no rendimento dos
atletas ao exercerem sua atividade profissional, um nível significativamente alto de
probabilidade que esta situação seja em decorrência da insatisfação dos motivos intrínsecos
de: 1) Auto-estima “um companheiro de equipe, que não possui as mesmas qualidades
que eu possuo, consegue a vaga de titular da equipe, que eu desejava, por preferência e não
79
por seus próprios méritos” e; 2) Auto-realização “as minhas responsabilidades como
atleta deixarem de representar um desafio para mim”.
Portanto, pode-se inferir que não somente altos níveis de motivação intrínseca são
associados com a necessidade de perseguir e transpor os desafios (Wong e Bridges, 1995),
melhor preparo do esportista (Vallerand e Dossier, 1994), e diminuição da desistência no
esporte (Lindner, et al., 1991) segundo indicam as pesquisas; mas acrescenta-se também
que altos níveis de insatisfação da motivação intrínseca estão associados ao prejuízo no
rendimento dos atletas.
CONCLUSÃO
Com base dos resultados apreciados neste estudo, pode-se concluir que, para os
atletas pertencentes á modalidade esportiva de voleibol, uma ênfase maior atribuída ao
Fator Motivacional de Segurança como o representante do conjunto de motivos mais
importantes para a satisfação de suas necessidades associadas á prática esportiva enquanto
profissionais.
Em decorrência deste resultado, observou-se a prevalência da motivação extrínseca
sob a motivação intrínseca na pesquisa, sendo esta primeira associada, com maior
freqüência, ás proposições pré-estabelecidas pelo instrumento de coleta dos dados. Esta
afirmação caracteriza a preferência dos participantes pelos benefícios e gratificações
materiais oferecidas pelo meio, sob forma de reforçamento externo, para a satisfação das
suas demandas no trabalho.
Não obstante, ao obter-se a confirmação da presença de motivos mais importantes
sob os demais, pode-se responder a hipótese positiva levantada de que Fatores
Motivacionais relevantes associados á pratica esportiva de atletas de voleibol.
Conclui-se que, dentre os motivos que representam cada um dos cinco Fatores
Motivacionais incluídos no instrumento, os participantes destacaram em ordem crescente
de importância os três primeiros:
81
1) Segurança - “Me oferecer treinamento (físico,técnico e tático) claro e definido,
garantias de que permanecerei na equipe e me fornecer benefícios maiores de assistência
médico-hospitalar.
2) Associação - “É anti-social e acha que querer relacionar-se bem com as pessoas é
‘puxa-saquismo’”
3) Auto-realização - “As minhas responsabilidades como atleta deixarem de
representar um desafio para mim”.
Pelo presente trabalho, pôde-se ampliar os conhecimentos e informações acerca do
constructo motivação, oferecendo a possibilidade de melhor analisar e pesquisar o próprio
instrumento de coleta de dados (Motivograma) que serviu de base para a construção
teórico-prática do trabalho.
Com isso, disponibiliza-se seu uso á futuros questionamentos, objetivos e respostas
a outros problemas de pesquisa, a fim de se desenvolver programas cientificamente
fundamentados de diagnóstico e intervenção para o profissional que trabalha com a
Psicologia Esportiva.
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LISTA DE FIGURAS
Ilustração 1 Esquema do Processo Motivacional (García, 2003).......................................17
Ilustração 2 Gráfico do Resultado dos escores dos Fatores Motivacionais.........................56
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Quadro comparativo entre Proposições Originais e Proposições Adaptadas.......52
Tabela 2 Quadro comparativo entre as Alternativas de Respostas Original e Adaptada das
Necessidades Fisiológicas (V), incluindo o número de vezes que se repetem no
instrumento..........................................................................................................................53
Tabela 3 Quadro comparativo entre as Alternativas de Respostas Original e Adaptada das
Necessidades de Segurança (W), incluindo o número de vezes que se repetem no
instrumento..........................................................................................................................54
Tabela 4 Quadro comparativo entre as Alternativas de Respostas Original e Adaptada das
Necessidades de Associação (X), incluindo o número de vezes que se repetem no
instrumento..........................................................................................................................55
Tabela 5 Quadro comparativo entre as Alternativas de Respostas Original e Adaptada das
Necessidades de Auto-Estima (Y), incluindo o número de vezes que se repetem no
instrumento..........................................................................................................................56
Tabela 6 Quadro comparativo entre as Alternativas de Respostas Original e Adaptada das
Necessidades de Auto-Realização (Z), incluindo o número de vezes que se repetem no
instrumento..........................................................................................................................57
Tabela 7 Equipes e número de atletas .................................................................................60
91
Tabela 8 Escolaridade..........................................................................................................61
Tabela 9 Faixa salarial.........................................................................................................55
Tabela 10 Distribuição da média e desvio padrão dos Fatores Motivacionais....................63
Tabela 11 Distribuição da média, desvio padrão e significância comparando pares de
Fatores Motivacionais .........................................................................................................64
Tabela 12 Média geral dos escores de cada Necessidade....................................................66
Tabela 13 A Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente.........................................................................69
Tabela 13 B Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente.........................................................................71
Tabela 13 C Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente.........................................................................65
Tabela 13 D Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente.........................................................................74
Tabela 13 E Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente.........................................................................76
Tabela 13 F Comparação específica entre as necessidades pré-estabelecida pelo
instrumento na Proposição correspondente.........................................................................77
ANEXOS
93
MOTIVOGRAMA
Perfil de Motivação Individual
Instruções:
Você encontrará, nas páginas seguintes, 30 alternativas de respostas diferentes para ler e
avaliar. Cada uma delas apresenta 2 alternativas possíveis. Você deverá escolher por uma
das duas alternativas. Ambas são corretas e válidas. Portanto, você poderá optar por aquela
que melhor se parecer com você: aquela que mais se parece com aquilo que você pensa ou
costuma fazer, ou acredita que faria naquelas circunstâncias.
Coloque 2 ou 3 pontos à alternativa que você escolheu como a mais importante,
dependendo do grau de importância comparada com a alternativa menos importante. A
alternativa menos importante irá receber 0 ou 1 ponto, dependendo dos pontos que você
atribuiu a primeira, já que a pontuação das duas deverá somar sempre 3 pontos.
Isto o é um teste de conhecimentos. Não alternativas boas ou más, certas ou erradas.
Insira nos quadrinhos a seguir os pontos que você atribuir.
94
1. O que mais incentiva e estimula meu desempenho é:
V um salário compatível com o qual eu possa pagar minhas necessidades
básicas (moradia, alimentação) e as de minha família.
Z a oportunidade de testar a minha própria capacidade e conhecer os
resultados do meu desempenho pelas pessoas que me avaliam.
2. Se eu tiver que escolher entre dois clubes para trabalhar, prefiro aquele que:
W me oferecer treinamento (físico técnico e tático) claro e definido, garan-
tias de que permanecerei na equipe e me fornecer benefícios maiores
de assistência médica-hospitalar.
Z me proporcionar autonomia para criar e liberdade para aprimorar mi-
nha técnica
3. O tipo de companheiro da equipe que mais me irrita é aquele que:
V não valoriza as boas condições ambientais de trabalho que lhe são
oferecidas (alojamento, vestiário, refeitório, quadra, etc.)
Y não me dá o devido respeito e consideração.
4. Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência
quando:
V recebo um salário compatível com o qual eu possa pagar minhas ne-
cessidades básicas (exemplo: moradia, alimentação) e as de minha
família
X mantenho relacionamento sincero e harmonioso com meus companhe-
iros e comissão técnica, tendo certeza de que sou bem aceito por eles.
5. Se no meu contrato de trabalho eu pudesse escolher entre duas vantagens
oferecidas pelo clube, darei preferência aquela que:
W me oferecer treinamento (físico técnico e tático) claro e definido, garan-
tias de que permanecerei na equipe e me fornecer benefícios maiores
de assistência médico-hospitalar.
Y me dá maior importância e autoridade.
6. O meu rendimento pode ser prejudicado quando:
X me passam responsabilidades que exige minha dedicação pessoal e
eu fico sem conseguir dividir meus problemas e minhas idéias com os
meus companheiros de equipe.
Z as minhas responsabilidades como atleta deixarem de representar um
desafio para mim.
95
7. O que mais incentiva e estimula meu desempenho é:
Y ser reconhecido exclusivamente por causa dos meus próprios méritos.
W uma comissão técnica em que eu possa confiar, condições de trabalho
bem organizadas e um ambiente de trabalho onde quase tudo já foi
previsto e planejado.
8. Se eu tiver que escolher entre dois clubes para trabalhar, prefiro aquele que:
X me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém
excelentes relações entre os seus integrantes.
V me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável (limpo e
amplo, com boa iluminação), refeitório com boa alimentação e material
adequado para treinamento.
9. O tipo de companheiro da equipe que mais me irrita é aquele que:
Y não me dá o devido respeito e consideração.
Z resiste a colaborar com o técnico na experimentação de novas idéias
de jogadas.
10. Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência
quando:
Z me proporcionam a oportunidade de testar a minha própria capacidade
e conhecer os resultados do meu desempenho pelas pessoas que me
avaliam.
W
tenho uma comissão técnica em que eu possa confiar, condições de
trabalho bem organizadas e um ambiente de trabalho onde quase tu-
do já foi previsto e planejado.
11. Se no meu contrato de trabalho eu pudesse escolher entre duas vantagens
oferecidas pelo clube, darei preferência aquela que:
Y me dá maior importância e autoridade.
V me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável (limpo e
amplo, com boa iluminação), refeitório com boa alimentação e material
adequado para treinamento.
12. O meu rendimento pode ser prejudicado quando:
Z as minhas responsabilidades como atleta deixarem de representar um
desafio para mim.
V tenho que realizar uma carga de treinamento excessiva a ponto de ter
que sacrificar, muitas vezes, meu almoço ou descanso.
96
13. O que mais incentiva e estimula meu desempenho é:
V um salário compatível com o qual eu possa pagar minhas necessida-
des básicas (exemplo: moradia e alimentação) e as de minha família.
W uma comissão técnica em que eu possa confiar, condições de trabalho
bem organizadas e um ambiente de trabalho onde quase tudo já foi
previsto e planejado.
14. Se eu tiver que escolher entre dois clubes para trabalhar, prefiro aquele que:
W me oferecer treinamento (físico técnico e tático) claro e definido, garan-
tias de que permanecerei na equipe e me fornecer benefícios maiores
de assistência médico-hospitalar.
X me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém
excelentes relações entre os seus integrantes.
15. O tipo de companheiro da equipe que mais me irrita é aquele que:
X é anti-social e acha que querer se relacionar bem com as pessoas é
“puxa-saquismo”.
W não pensa em garantir sua permanência no clube.
16. Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência
quando:
Y sou reconhecido exclusivamente por causa dos meus próprios méritos.
Z me proporcionam a oportunidade de testar a minha própria capacidade
e conhecer os resultados do meu desempenho pelas pessoas que me
avaliam.
17. Se no meu contrato de trabalho eu pudesse escolher entre duas vantagens
oferecidas pelo clube, darei preferência aquela que:
W me oferecer treinamento (físico técnico e tático) claro e definido, garan-
tias de que permanecerei na equipe e me fornecer benefícios maiores
de assistência médico-hospitalar.
V me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável (limpo e
amplo, com boa iluminação), refeitório com boa alimentação e material
adequado para treinamento.
18. O meu rendimento pode ser prejudicado quando:
X me passam responsabilidade que exige minha dedicação pessoal e
eu fico sem conseguir dividir meus problemas e minhas idéias com os
meus companheiros de equipe.
Y um companheiro de equipe que não possui as mesmas qualidades que
eu possuo, consegue a vaga de titular da equipe, que eu desejava, por
preferência e não por seus próprios méritos.
97
19. O que mais incentiva e estimula meu desempenho é:
Y o reconhecimento que me atribuem exclusivamente em função dos
meus próprios méritos.
X o relacionamento sincero e harmonioso com meus companheiros e
comissão técnica, tendo certeza de que sou bem aceito por eles.
20. Se eu tiver que escolher entre dois clubes para trabalhar, prefiro aquele que:
Z me proporcionar autonomia para criar e liberdade para aprimorar mi-
nha técnica.
Y me dá maior importância e autoridade.
21. O tipo de companheiro da equipe que mais me irrita é aquele que:
V não valoriza as boas condições ambientais de trabalho que lhe são
oferecidas (alojamento, vestiário, refeitório, quadra, etc.)
X é anti-social e acha que querer se relacionar bem com as pessoas é
“puxa-saquismo”.
22. Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência
quando:
Z me proporcionam a oportunidade de testar a minha própria capacidade
e conhecer os resultados do meu desempenho pelas pessoas que me
avaliam
X mantenho relacionamento sincero e harmonioso com meus companhe-
iros e comissão técnica, tendo certeza de que sou bem aceito por eles.
23. Se no meu contrato de trabalho eu pudesse escolher entre duas vantagens
oferecidas pelo clube, darei preferência aquela que:
V me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável (limpo e
amplo, com boa iluminação), refeitório com boa alimentação e material
adequado para treinamento.
Z me proporcionar autonomia para criar e liberdade para aprimorar mi-
nha técnica.
24. O meu rendimento pode ser prejudicado quando:
Y um companheiro de equipe que não possui as mesmas qualidades que
eu possuo, consegue a vaga de titular da equipe, que eu desejava, por
preferência e não por seus méritos.
W perco a confiança no meu treinador, desconfio em ser dispensado da
equipe e temo pela decadência do clube.
98
25. O que mais incentiva e estimula meu desempenho é:
V um salário compatível com o qual eu possa pagar minhas necessida-
des básicas (exemplo: moradia, alimentação) e as de minha família.
Y o reconhecimento que me atribuem exclusivamente em função dos
meus próprios méritos.
26. Se eu tiver que escolher entre dois clubes para trabalhar, prefiro aquele que:
Y me dá maior importância e autoridade.
X me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém
excelentes relações entre os seus integrantes.
27. O tipo de companheiro da equipe que mais me irrita é aquele que:
W não pensa em garantir sua permanência no clube.
Z resiste a colaborar com o técnico na experimentação de novas idéias
de jogadas.
28. Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência
quando:
X mantenho relacionamento sincero e harmonioso com meus companhe-
iros e comissão técnica, tendo certeza de que sou bem aceito por eles.
W
tenho uma comissão técnica em que eu possa confiar, condições de
trabalho bem organizadas e um ambiente de trabalho onde quase tu-
do já foi previsto e planejado.
29. Se no meu contrato de trabalho eu pudesse escolher entre duas vantagens
oferecidas pelo clube, darei preferência aquela que:
Z me proporcionar autonomia para criar e liberdade para aprimorar mi-
nha técnica.
X me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém
excelentes relações entre os seus integrantes.
30. O meu rendimento pode ser prejudicado quando:
V tenho que realizar uma carga de treinamento excessiva a ponto de ter
que sacrificar, muitas vezes, meu almoço ou descanso.
W perco a confiança no meu treinador, desconfio em ser dispensado da
equipe e temo pela decadência do clube.
99
Dados de Identificação
Iniciais do nome e sobrenome:
Idade:
Data de hoje:
Clube em que trabalha:
Tempo de clube:
Tempo de profissional:
Escolaridade:
Casado?
sim
não
Filhos?
sim
não
Faixa salarial:
0 a 500 4001 a 5000
500 a 1000 5001 a 6000
1001 a 2000 6001 a 7000
2001 a 3000 7001 a 8000
3001 a 4000 acima de 8000
100
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MESTRADO EM PSICOLOGIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, Tiago de Bergamaschi Franzoni, aluno do Programa de Pós-Graduação em
Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), convido-o a participar de
minha dissertação de Mestrado.
Este estudo, cujo título é “Fatores Motivacionais associados à prática esportiva de
atletas de Voleibol” objetiva-se a verificar as características do processo de motivação em
atletas de alto rendimento. A partir das informações obtidas com o seu consentimento
haverá a possibilidade de desenvolver e aplicar programas, cientificamente fundamentados,
de diagnóstico e intervenção como práticas do profissional de psicologia esportiva,
auxiliando o atleta na satisfação de suas necessidades no trabalho que exerce.
A sua participação é absolutamente voluntária e acontecerá mediante o seu
consentimento durante a aplicação do questionário, sendo que seu nome, ou qualquer dado
que possa lhe identificar, não será usado, apenas para controle de identificação do atleta e
seu respectivo clube. A sua recusa em participar não trará quaisquer penalidades ou
prejuízos. Mantém-se também o seu direito de desistir da participação a qualquer
momento.
Após ler este documento e aceitar participar do estudo, solicito a assinatura do
mesmo em duas vias, sendo que uma delas ficará em seu poder.
Qualquer informação adicional ou esclarecimento acerca deste estudo poderá ser
obtido junto ao pesquisador pelo contato______________________________________
Eu_____________________________________________________abaixo
assinado, declaro através deste documento meu consentimento em participar da pesquisa
“Fatores Motivacionais associados à prática esportiva de atletas de Voleibol”.
Declaro ainda que estou ciente de seus objetivos e métodos, bem como de meus
direitos de anonimato e desistir a qualquer momento.
____________________, _______de________________de 2004.
__________________________________________
Assinatura
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