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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PÓS-GRADUAÇAO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
ESTUDO DE POTÊNCIA REATIVA, TENSÃO, CONTINGÊNCIA E PERDAS
EM EMPRESAS DE ENERG CALIZADAS NA GRANDE
SÃO PAULO.
WALTER RAGNEV
JUNHO
2005
IA ELÉTRICA LO
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PÓS-GRADUAÇAO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
ESTUDO DE POTÊNCIA REATIVA, TENSÃO, CONTINGÊNCIA E PERDAS EM
EMPRESAS DE ENERGIA ELÉTRICA LOCALIZADAS NA GRANDE SÃO PAULO.
Dissertação apresentada por Walter Ragnev à Universidade
Federal de Uberlândia, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Ciências. Aprovada em
24/06/2005 pela banca examinadora:
Prof. José Roberto Camacho, PhD (UFU) – Orientador;
Prof. Alexandre Rocco, Dr (USP/UNISANTA);
Prof. Carlos Henrique Salerno, Dr (UFU);
Prof. Sebastião Camargo Guimarães Jr., Dr(U FU).
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FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da UFU / Setor de Catalogação e Classificação
R143e
Ragnev, Walter, 1964-
Estudo de potência reativa, tensão, contingência e perdas em empresas de
energia elétrica localizadas na Grande São Paulo / Walter Ragnev. -
Uberlândia, 2005.
125f. : il.
Orientador: José Roberto Camacho.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia, Progra-
ma de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica.
Inclui bibliografia.
1. Sistemas de ener
g
ia elétrica - Teses. 2. Potência reativa (Engenharia
elétrica) - Teses. I. Camacho, José Roberto. II. Universidade Federal de
Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. III. Tí-
tulo.
CDU:621.311(043.3)
ESTUDO DE POTÊNCIA REATIVA, TENSÃO, CONTINGÊNCIA E
PERDAS EM EMPRESAS DE ENERGIA ELÉTRICA
LOCALIZADAS NA GRANDE SÃO PAULO
WALTER RAGNEV
Dissertação apresentada por Walter Ragnev à Universidade Federal de Uberlândia
para a obtenção do título de Mestre em Ciências.
Prof. José Roberto Camacho, Ph.D. Prof. Darizon Alves de Andrade, Ph.D.
Orientador Coordenador do Curso de Pós Graduação
Aos meus pais Athanasio Ragnev (in Memorian) e
Ana Ragnev, a minha esposa Andréa de Paula
Ferrer Ragnev e aos meus filhos Mariana de Paula
Ragnev e Vinícius de Paula Ragnev.
AGRADECIMENTOS
Á Deus por me prover condições e oportunidade de desenvolver este trabalho.
À minha mãe pelo apoio incondicional prestado durante todo o meu estudo. Este momento
alcançado também é mérito seu.
À minha esposa Andréa de Paula Ferrer Ragnev pelo amor, incentivo, paciência, renúncia,
apoio e compreensão.
Aos meus filhos Mariana de Paula Ragnev e Vinícius de Paula Ragnev que também
contribuíram com renúncias, carinho e atenção.
Ao meu orientador professor José Roberto Camacho pelo ensinamento, orientação
acadêmica e por sua dedicação ao longo do desenvolvimento desse trabalho. Nesse tempo de
convivência criou uma verdadeira admiração como pessoa e como professor, além de uma grande
amizade.
Aos meus amigos João Marcos Brito da Silva, Carlos Roberto Bastelli e Edval Delbone pelo
incentivo e ajuda dada ao longo do trabalho.
Aos Engº Jack Polakicwicz da EMAE, Erasmo Fontana, José Maciel Filho e Fabio Fonseca
da CTEEP e João Carlos Martins da AES-Eletropaulo pelas informações fornecidas para o
desenvolvimento do trabalho.
Ao amigo Daniel Borges Ricardo pela ajuda no desenvolvimento computacional ao longo
do trabalho.
RESUMO
Com o crescimento acelerado do setor de energia elétrica no Brasil a partir de meados do século XX,
o problema do controle de tensão nos sistemas de transmissão e distribuição necessitou de uma maior
atenção das empresas de energia elétrica, dos órgãos responsáveis pelo gerenciamento do setor
elétrico e dos consumidores, uma vez que a limitação do fluxo de potência reativa nas linhas começou
a causar dificuldades na operação dos sistemas na medida do crescimento das cargas e das tensões nas
linhas de transmissão.
O presente trabalho mostra um estudo teórico e simulações computacionais da utilização das
máquinas síncronas da Usina Elevatória de Pedreira como compensadores síncronos, usina esta
localizada no coração de um grande centro consumidor (a cidade de São Paulo). Utilizar estas
máquinas como compensadores síncronos tem como objetivo inicial melhorar os níveis de tensão na
área do entorno da usina. Foram consideradas configurações operativas que possibilitam a geração de
potência reativa na Usina Elevatória de Pedreira com conseqüente melhoria nos indicativos de
desempenho do restante do sistema. Os resultados obtidos a partir dos estudos realizados apontam
para as seguintes melhorias: nível de tensão mais adequado; redução das perdas elétricas; diminuição
do fluxo de potência reativa no sistema (linhas e transformadores); redução na geração de potência
ativa para atendimento das cargas da região; alívio dos demais compensadores síncronos do sistema; e
aumento na confiabilidade do sistema em caso de contingência. Para finalizar faz-se uma comparação
dos custos evitados para o sistema, mudando-se apenas a filosofia de operação, sem custos de novos
investimentos em equipamentos de compensação de reativos.
Palavras chave: controle, limites de tensão, máquina síncrona, potência reativa, qualidade de energia,
topologia de sistemas.
ABSTRACT
In the middle of the 20
th
century the Brazilian electrical energy sector experienced a rapid growth,
since that occasion the problem of voltage control in the transmission and distribution systems
grabbed the attention of energy authorities, electrical sector offices and high voltage consumers. With
the limitation of reactive power in transmission lines this started to be the reason of difficulties in the
system operation at the same pace of the increase of loads and system voltage level along the system.
The present work shows the theoretical study of the synchronous machines at the Pedreira
pumping/generating station as synchronous compensators, the station is located at the heart of a huge
consumer center (São Paulo and adjacencies). The use of these machines as synchronous
compensators has the primary objective to improve the voltage levels in the station surroundings.
Operative configurations were considered to allow the generation of reactive power at the Pedreira
pumping/generating station for the system improvement. The research show the following factors of
improvement in the area: increase in voltage levels; reduction of electrical losses; decrease in flux of
reactive power in the system (transmission lines and transformers); decrease in active power
generation for the supply of loads in the area; decrease in reactive power generated by other nearby
synchronous compensators; and increase in system reliability during contingencies. Finally a
comparison of system avoided costs is made, with the only change being the system operating
philosophy, without investment costs in reactive power compensation equipment.
Keywords: control, energy quality, reactive power, synchronous machine, systems topology, voltage
limits.
Sumário
vii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
1.1 A definição do problema .................................................................................... 2
2 TEORIA DOS COMPONENTES DO SISTEMA ..................................................... 8
2.1 A linha de transmissão......................................................................................... 8
2.2 A máquina síncrona ............................................................................................ 10
2.3 Efeito da excitação da máquina síncrona ........................................................... 11
2.4 Curva de capabilidade do gerador ...................................................................... 15
2.4.1 Limite de aquecimento da armadura ........................................................ 15
2.4.2 Limite de aquecimento do enrolamento de campo .................................. 16
2.4.3 Limite de potência da turbina .................................................................. 17
2.4.4 Limite de estabilidade .............................................................................. 18
2.4.5 Limite de excitação mínima ..................................................................... 20
2.5 Compensador síncrono ....................................................................................... 21
2.6 Curva V de um motor síncrono .......................................................................... 23
3 O SISTEMA ELÉTRICO .......................................................................................... 25
3.1 O sistema elétrico em estudo............................................................................... 25
3.2 Linhas de transmissão do sistema ...................................................................... 29
3.3 Transformadores do sistema .............................................................................. 31
Sumário
viii
3.4 Compensadores síncronos .................................................................................. 32
3.4.1 Compensador síncrono de Ibiúna ............................................................ 32
3.4.2 Compensador síncrono de Embu-Guaçu.................................................. 33
3.4.3 Compensador síncrono de Tijuco Preto ................................................... 33
3.4.4 Compensador síncrono de Santo Ângelo ................................................. 34
3.5 Usinas do sistema ............................................................................................... 34
3.5.1 Usina Hidroelétrica Henry Borden ........................................................... 34
3.5.1.1 Usina externa .............................................................................. 36
3.5.1.2 Usina subterrânea......................................................................... 37
3.5.2 Usina Termoelétrica Piratininga................................................................ 38
3.5.3 Usina Termoelétrica Nova Piratininga ..................................................... 40
3.5.4 Usina Elevatória de Traição ..................................................................... 41
3.5.5 Usina Elevatória de Pedreira .................................................................... 42
3.5.5.1 Ensaios nas máquinas da Usina Elevatória de Pedreira .............. 44
3.5.5.2 Análise dos ensaios das unidades da UEP................................... 47
3.6 Cargas do sistema ............................................................................................... 47
3.7 Operação do sistema ........................................................................................... 52
3.7.1 Área de 230kV e 88kV ............................................................................. 52
3.7.2 Área de 345kV e 440kV ........................................................................... 54
4 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL ........................................................................ 56
4.1 Introdução............................................................................................................ 56
4.2 O programa ANAREDE ..................................................................................... 56
Sumário
ix
4.2.1 Programa de fluxo de potência ................................................................. 57
4.2.1.1 Função do programa .................................................................... 57
4.2.1.2 Algoritmo do programa ............................................................... 57
4.3 Configurações estudadas .................................................................................... 58
4.3.1 Configuração elétrica do caso nº 1 ........................................................... 59
4.3.2 Configuração elétrica do caso nº 2 ........................................................... 60
4.3.3 Configuração elétrica do caso nº 3 ........................................................... 61
4.3.4 Configuração elétrica do caso nº 4 ........................................................... 62
4.4 Cargas analisadas ................................................................................................ 63
4.5 Contingências analisadas..................................................................................... 64
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 66
5.1 Introdução............................................................................................................ 66
5.2 Resultados de potência gerada e tensões............................................................. 66
5.2.1 Período de carga pesada............................................................................ 66
5.2.2 Período de carga média ............................................................................ 70
5.2.3 Período de carga leve ............................................................................... 73
5.3 Análise do reativo gerado pelos síncronos ......................................................... 75
5.3.1 Período de carga pesada ........................................................................... 75
5.3.2 Período de carga média ............................................................................ 77
5.3.4 Período de carga leve ............................................................................... 78
5.4 Aumento na capacidade das linhas de transmissão e transformadores ............... 80
5.4.1 Linhas de 88kV Henry Borden – Baixada circuitos nº 1 a 4 .................... 80
Sumário
x
5.4.2 Banco de transformadores de 88/345kV da SE Baixada .......................... 81
5.4.3 Banco de transformadores de 88/230kV da SE Piartininga...................... 81
5.5 Perdas elétricas no sistema entorno da Usina Elevatória de Pedreira ................. 82
5.6 Análise das contingências.................................................................................... 85
5.6.1 Perda de um banco de 345/88kV – 400MVA da SE Baixada................... 85
5.6.2 Perda das duas linhas 230kV Piratininga – Interlagos (circuitos 1 e 2 )... 87
5.6.3 Perda de um banco de transformador de 230/88kV da SE Piratininga..... 90
5.6.4 Perda de uma linha de 88kV Henry Borden – Pedreira ............................ 91
6 CONCLUSÕES E PROPOSTAS PARA FUTUROS TRABALHOS ...................... 94
6.1 Conclusões .......................................................................................................... 94
6.2 Propostas para futuros trabalhos ......................................................................... 97
Bibliografia ..................................................................................................................... 99
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira ........................................................................ 101
Anexo B – Usina Hidroelétrica Henry Borden ............................................................... 117
Anexo C – Usina Termoelétrica Piratininga .................................................................. 120
Anexo D – Usina Termoelétrica Nova Piratininga ......................................................... 122
Anexo E – ETD’s Varginha, Rio Bonito e Imigrantes ................................................... 123
Índice de figuras
xi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1 - Gráfico de tensão da ETD Imigrantes – TR1 ................................................ 6
Figura 1.2 - Gráfico de tensão da ETD Rio Bonito ........................................................... 7
Figura 2.1 - Circuito equivalente de um gerador CA ........................................................ 11
Figura 2.2 - Circuito equivalente simplificado de um gerador CA.................................... 12
Figura 2.3 - Circuito para um gerador e um motor............................................................. 12
Figura 2.4 - Diagrama fasorial do gerador......................................................................... 13
Figura 2.5 - Diagrama fasorial do motor............................................................................ 14
Figura 2.6 - Limite de aquecimento da armadura............................................................... 16
Figura 2.7 - Limite de aquecimento do enrolamento de campo......................................... 17
Figura 2.8 - Limite de potência na turbina......................................................................... 18
Figura 2.9 - Limite de estabilidade imposto como valor máximo do ângulo de potência 19
Figura 2.10 - Efeito da margem de estabilidade em potência no valor de δ max................. 20
Figura 2.11 - Limite mínimo de excitação........................................................................... 20
Figura 2.12 - Curva de capabilidade de geração.................................................................. 21
Figura 2.13 - Curva V de um motor síncrono...................................................................... 24
Figura 3.1 - Localização da região em estudo ................................................................... 25
Figura 3.2 - Detalhe da região em estudo........................................................................... 26
Índice de figuras
xii
Figura 3.3 - Diagrama elétrico da região estudada............................................................. 27
Figura 3.4 - Foto via satélite com a localização da UEP.................................................... 42
Figura 3.5
- Cargas da barra nº 485 – SE Piratininga......................................................... 49
Figura 3.6 - Cargas da barra nº 481 – ETU Henry Borden ............................................... 50
Figura 3.7 - Cargas nas barras Imigrantes (3499), Varginha I e II (3488 e 3489) e Rio
Bonito (3492).................................................................................................. 51
Figura 4.1 - Configuração elétrica do caso nº 1................................................................. 60
Figura 4.2 - Configuração elétrica do caso nº 2................................................................. 61
Figura 4.3 - Configuração elétrica do caso nº 3................................................................. 62
Figura 4.4 - Configuração elétrica do caso nº 4................................................................. 63
Figura 5.1 - Diagrama elétrico das perdas ......................................................................... 83
Figura A1 - Diagrama elétrico ETU Pedreira ................................................................... 101
Figura A2 - Vista superior da Usina Elevatória de Pedreira ............................................. 102
Figura A3 - Vista em corte das unidades reversíveis da UEP ........................................... 103
Figura A4 - Detalhes do sistema de refrigeração e aquecimento das unidades da Usina
Elevatória Pedreira ......................................................................................... 104
Figura A5 - Curva de operação da unidade nº 2 da UEP................................................... 105
Figura A6 - Gráfico de operação da unidade nº 2 da UEP................................................. 106
Figura A7 - Curva V da unidade nº 2 da UEP.................................................................... 107
Figura A8 - Curva V da unidade nº 5 da UEP.................................................................... 108
Figura A9 - Gráfico de operação da unidade nº 4 da UEP................................................. 109
Figura A10 - Curva de operação da unidade nº 4 da UEP................................................... 110
Índice de figuras
xiii
Figura A11 - Gráfico de operação da unidade nº 5 da UEP................................................. 111
Figura A12 - Curva de operação da unidade nº 5 da UEP................................................... 112
Figura A13 - Curvas características da unidade nº 4 da UEP.............................................. 113
Figura A14 - Curvas características da unidade nº 2 da UEP.............................................. 114
Figura A15 - Curva de capabilidade das unidades nº 1 e 6 da UEP.................................... 115
Figura A16 - Curva de capabilidade das unidades nº 2, 3 e 7 da UEP................................. 115
Figura A17 - Curva de capabilidade da unidade nº 5 da UEP ............................................ 116
Figura A18 - Curva de capabilidade da unidade nº 8 da UEP ............................................ 116
Figura B1 - Diagrama elétrico da ETU Henry Borden ..................................................... 117
Figura B2 - Curva de capabilidade das unidades de 35 MW de UHB........................... 118
Figura B3 - Curva de capabilidade das unidades de 65 MW de UHB .............................. 118
Figura B4 - Curva de capabilidade das unidades de 66 MW de UHB............................... 119
Figura B5 - Curva de capabilidade das unidades de 70 MW de UHB............................... 119
Figura C1 - Curva de capabilidade das unidades nº 1 e 2 da UTP .................................... 120
Figura C2 - Curva de capabilidade das unidades nº 3 e 4 da UTP .................................... 121
Figura D1 - Curva de capabilidade das unidades geradoras da UTNP.............................. 122
Figura E1 - Diagrama elétrico da ETD Varginha ............................................................. 123
Figura E2 - Diagrama elétrico da ETD Rio Bonito........................................................... 124
Figura E3 - Diagrama elétrico da ETD Imigrantes............................................................ 125
Índice de tabelas
xiv
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 3.1 - Valores dos parâmetros das linhas...................................................................... 30
Tabela 3.2 - Características dos transformadores do sistema.................................................. 32
Tabela 3.3 - Características dos geradores da UHB Externa.................................................. 36
Tabela 3.4 - Características dos geradores da UHB subterrânea............................................ 37
Tabela 3.5 - Característica das turbinas da usina termoelétrica Piratininga............................ 39
Tabela 3.6 - Características dos geradores da usina termoelétrica Piratininga....................... 40
Tabela 3.7 - Características das unidades reversíveis da Usina Elevatória de Pedreira.......... 43
Tabela 3.8 - Valores das unidades da UEP como bomba capacitiva...................................... 45
Tabela 3.9 - Valores das unidades da UEP como bomba indutiva.......................................... 45
Tabela 3.10 - Valores das unidades da UEP como síncrono sobreexcitado.............................. 46
Tabela 3.11 - Valores das unidades da UEP como síncrono subexcitado................................. 46
Tabela 3.12 - Comparação entre o turbinamento de UEP e UHB............................................. 47
Tabela 3.13 - Faixas para controle de tensão nos barramentos de controle área São Paulo..... 55
Tabela 5.1 - Resultados da geração período de carga pesada................................................. 67
Tabela 5.2 - Tensão nas barras mês de fevereiro carga pesada............................................... 69
Tabela 5.3 - Tensão nas barras mês de julho carga pesada..................................................... 69
Tabela 5.4 - Tensão nas barras mês de agosto carga pesada................................................... 69
Índice de tabelas
xv
Tabela 5.5 - Resultados da geração período de carga média................................................... 71
Tabela 5.6 - Tensão nas barras mês de fevereiro carga média................................................ 72
Tabela 5.7 - Tensão nas barras mês de julho carga média...................................................... 72
Tabela 5.8 - Tensão nas barras mês de agosto carga média.................................................... 72
Tabela 5.9 - Resultados da geração período de carga leve...................................................... 73
Tabela 5.10 - Tensão nas barras mês de fevereiro carga leve................................................... 74
Tabela 5.11 - Tensão nas barras mês de julho carga leve......................................................... 74
Tabela 5.12 - Tensão nas barras mês de agosto carga leve....................................................... 74
Tabela 5.13 - Resultados da geração dos síncronos no período de carga pesada...................... 76
Tabela 5.14 - Resultados da geração dos síncronos no período de carga média....................... 77
Tabela 5.15 - Resultados da geração dos síncronos no período de carga leve.......................... 79
Tabela 5.16 - Fluxo de potência reativa nas linhas 88kV HB-Baixada circuitos 1 a 4............. 80
Tabela 5.17 - Fluxo de potência reativa nos bancos da SE Baixada......................................... 81
Tabela 5.18 - Fluxo de potência reativa nos bancos da SE Piratininga..................................... 82
Tabela 5.19 - Perdas na região no período de carga leve.......................................................... 84
Tabela 5.20 - Perdas na região no período de carga média....................................................... 84
Tabela 5.21 - Perdas na região no período de carga pesada...................................................... 84
Tabela 5.22 - Carregamento do banco remanescente – Carga leve........................................... 86
Tabela 5.23 - Carregamento do banco remanescente – Carga média....................................... 86
Tabela 5.24 - Carregamento do banco remanescente – Carga pesada...................................... 86
Tabela 5.25 - Tensão nas barras – Carga Pesada...................................................................... 88
Tabela 5.26 - Tensão nas barras – Carga Média....................................................................... 88
Índice de tabelas
xvi
Tabela 5.27 - Geração de potência reativa na Usina Elevatória de Pedreira............................. 89
Tabela 5.27 - Carregamento dos equipamentos no período de carga pesada............................ 89
Tabela 5.29 - Carregamento dos equipamentos no período de carga média............................. 90
Tabela 5.30 - Carregamento dos bancos remanescentes........................................................... 90
Tabela 5.31 - Geração de potência reativa da Usina Elevatória de Pedreira............................. 91
Tabela 5.32 - Carregamento da linha 88kV Henry Borden – Pedreira (remanescente)............ 92
Tabela 5.33 - Tensão nas barras – Carga leve........................................................................... 92
Tabela 5.34 - Tensão nas barras – Carga média........................................................................ 92
Tabela 5.35 - Tensão nas barras – Carga pesada....................................................................... 93
Lista de Símbolos e Abreviaturas
xvii
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
A
CA
CC
CEPEL
CNOS
CPFL
CTEEP
EMAE
ETD
ETT
ETU
FP
GECO
I
km
2
kV
LT
m
3
m
ampére – unidade de corrente elétrica
corrente alternada
corrente contínua
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
Centro Nacional de Operação do Sistema
Companhia Paulista de Força e Luz
Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista
Empresa Metropolitana de Águas e energia
Estação Transformadora de Distribuição
Estação Transformadora de Transmissão
Estação Transformadora de Usina
fator de potência
General Electric Company
corrente elétrica
quilometro quadrado – unidade de área (10
6
m
2
)
quilovolt – unidade de tensão elétrica (10
3
V)
linha de transmissão
metro cúbico - unidade de volume
metro – unidade de distância
m
3
/ s
MVA
metro cúbico por segundo - unidade de vazão
megavoltampere – unidade de potência aparente (10
6
VA)
Lista de Símbolos e Abreviaturas
xviii
MVAr
MW
MW.h
ONS
Pmec
Ppri
pu
rpm
SE
UEP
UET
UHB
UNP
UTP
V
X´d
X´q
Xd
Xq
δ
θ
megavolt-ampére reativo – unidade de potência reativa (10
6
VAr)
megawatt – unidade de potência ativa (10
6
W)
megawatt-hora – unidade de energia elétrica
Operador Nacional do Sistema Elétrico
Potência mecânica
Potência primária
por unidade
unidade de velocidade - rotação por minuto
Subestação
Usina Elevatória de Pedreira
Usina Elevatória de Traição
Usina Hidroelétrica Henry Borden
Usina Termoelétrica Nova Piratininga
Usina Termoelétrica Piratininga
Volt – unidade de tensão elétrica
Reatância subsíncrona do eixo d
Reatância subsíncrona do eixo q
Reatância síncrona do eixo d
Reatância síncrona do eixo q
ângulo de potência do gerador
ângulo entre a tensão e a corrente
Capítulo I - Introdução
1
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
Este capítulo inicial tem como característica principal apresentar o trabalho em sua totalidade,
desde as considerações iniciais abordando o objetivo geral da dissertação até as considerações
finais onde são mostrados os resultados pretendidos através deste estudo. Para isso é necessário
fazer uma descrição geral da dissertação passando por um resumo de cada capítulo.
O objetivo desta dissertação de mestrado é apresentar possíveis soluções para o problema
de operação do sistema elétrico no entorno da Usina Elevatória de Pedreira, onde algumas
subestações de distribuição de energia elétrica apresentam baixos valores de tensão em suas
barras de 88kV. No desenvolvimento da dissertação foi estudada a utilização das unidades
reversíveis da Usina Elevatória de Pedreira para a geração de energia reativa, mantendo as
demais condições técnicas de operação do sistema elétrico.
Para melhor compreender o assunto abordado, segue-se a descrição da estrutura em
capítulos desta dissertação de mestrado.
Neste primeiro capítulo também é descrito o trabalho com o objetivo de familiarizar o
leitor ao assunto e à forma como o mesmo encontrará a estrutura da dissertação.
No segundo capítulo, “Teoria dos Componentes do Sistema” são desenvolvidos aspectos
teóricos dos principais equipamentos elétricos utilizados no sistema em estudo. Aqui são
mostradas as curvas características de funcionamento de cada equipamento, seus limites de
operação, e aplicações.
No capítulo III, “O Sistema Elétrico em Estudo”, é explicado através de diagramas
elétricos e de tabelas de dados técnicos, incluindo as usinas de geração, usinas de
Capítulo I - Introdução
2
bombeamento, as linhas de transmissão, compensadores síncronos, transformadores e cargas do
sistema. Aqui são mencionadas as suas características operacionais com limitações e
recomendações através das instruções de operações do ONS – Operador Nacional do Sistema
Elétrico. Neste capítulo também são incluídos ensaios realizados nas unidades reversíveis da
Usina Elevatória de Pedreira, feitos pela LIGHT S/A.
No capítulo IV, é apresentado o programa utilizado nas simulações computacionais, o
ANAREDE, programa oficial utilizado pelo ONS e empresas pertencentes do Sistema Elétrico
Nacional. São considerados quatro casos possíveis da utilização do reativo gerado pela Usina
Elevatória de Pedreira e são propostas as análises de algumas simulações de contingências do
sistema.
No capítulo V, são expostos os resultados das simulações computacionais do capítulo IV,
comparando os casos com e sem a geração de potência reativa na Usina Elevatória de Pedreira,
analisando sob a ótica dos seguintes pontos: nível de tensão, geração de potência ativa, geração
de potência reativa, sobrecargas de equipamentos, alivio dos compensadores síncronos e perdas
no sistema e comportamento no caso de contingências.
No último capítulo são descritas as conclusões obtidas no estudo, indicando as melhorias
obtidas com a utilização da Usina Elevatória de Pedreira.
1.1 A definição do problema.
A questão da compensação reativa e sua influência na tensão de um determinado sistema de
potência são assuntos que vêm sendo discutidos entre os especialistas do setor de energia elétrica
durante algum tempo. Neste aspecto, a compensação reativa quando efetuada de forma adequada,
é necessária para, dentre outras razões, garantir um maior e melhor aproveitamento do sistema
Capítulo I - Introdução
3
elétrico existente, propiciando adequadamente o equilíbrio no balanço entre a geração e o
consumo de potência reativa e desse modo disponibilizando para a operação, uma condição
adequada de controle de tensão e, principalmente, o atendimento ao sistema.
Sendo assim, o desejo de se controlar a tensão é justificável, pois praticamente todos os
equipamentos utilizados num sistema de potência são projetados para funcionar num dado nível
de tensão, a tensão nominal ou tensão de placa. Se a tensão do sistema afastar-se desse valor, o
desempenho desses equipamentos, bem como sua expectativa de vida, diminui. Por exemplo, o
conjugado de um motor de indução é proporcional ao quadrado da tensão aplicada, o fluxo
luminoso de uma lâmpada varia fortemente com a tensão, entre outros. São, portanto, fortes, os
motivos que levam a controlar o nível de tensão em um sistema elétrico. Entretanto, não há
necessidade de controlá-lo mantendo-o entre estreitos limites, como o que ocorre com a
freqüência. Existem padrões industriais que fixam as variações toleráveis da tensão da rede, em
valores relativamente amplos.
Diante disto, assim como a constância da freqüência do sistema é a melhor garantia de
que o balanço da potência ativa está sendo mantido no sistema, um perfil praticamente constante
de tensão de barra garante que o equilíbrio entre a potência reativa produzida e consumida,
também está sendo mantido. Sempre que o módulo de uma dada tensão sofrer variações, isso
significará que o balanço de reativo está comprometido no entorno da barra analisada.
Deve-se deste modo, observar que o controle do fluxo de reativo é geralmente um
problema local, em contraste com o controle do fluxo de potência ativa, que é um problema do
sistema. Devido aos numerosos fatores interagentes, incluindo taps do transformador,
capacitores, reatores, controle de tensão pelos geradores, e geração ou absorção de reativo na
linha de transmissão, o não atendimento dos requisitos de reativo em uma área pode resultar em
Capítulo I - Introdução
4
tensão baixa ou alta naquela área, sendo necessário assim a utilização de equipamentos para
corrigir este problema.
Devido à diversidade de problemas, o aspecto econômico do controle automático de
tensão e reativo, enquanto seja possível, pode ser muito oneroso sob o ponto de vista de
equipamentos de controle, quando necessário.
Portanto, durante a realização deste trabalho, pode ser verificada a questão do nível de
tensão abaixo do adequado em algumas barras do sistema de sub-transmissão de 88kV da AES –
Eletropaulo. Este baixo valor de tensão não se justifica, pois um estudo bem elaborado dos
equipamentos ociosos da EMAE poderia resolver o problema. O sistema como se encontra hoje é
de causar preocupação uma vez que a EMAE é uma das empresas que atende o principal centro
consumidor de energia elétrica do país. Um outro aspecto importante e bastante relevante a ser
considerado neste estudo é o fato que as linhas adjacentes ao sistema EMAE, são linhas curtas e
que não contribuem de forma apreciável para geração de reativos em carga leve, não ajudando
assim com o problema de baixo perfil de tensão até mesmo nesta situação.
Diante dessa situação, para se corrigir este problema, foi feito um estudo para a
utilização de alguns geradores da empresa EMAE que se encontram ociosos e que podem vir a
funcionar como fonte de reativos (compensadores síncronos), contribuindo assim para a
manutenção do perfil correto de tensão em algumas barras do sistema, e tendo como vantagem a
utilização de recursos próprios da empresa, não havendo aí a necessidade de grandes custos
adicionais para se corrigir tal problema. Um exemplo é o caso da UEP (Usina Elevatória de
Pedreira) que ficou ligada ao sistema no ano de 2004, funcionando como motor e bombeando
água apenas 2,84% do tempo. Sendo que no restante do tempo ficou parada, consumindo uma
energia de 518,3 MW.h, com um custo de R$ 40.427,00, somente para manter seus enrolamentos
Capítulo I - Introdução
5
aquecidos evitando que estes absorvessem umidade, o que diminuiria a sua vida útil.
As ETD´s – Estação Transformadoras de Distribuição de Imigrantes, Varginha e Rio
Bonito, pertencentes a AES - Eletropaulo, apesar de estarem próximas a usinas de geração de
energia elétrica, apresentam tensões baixas nos seus barramentos de 88kV, o que obriga a
empresa a fazer a compensação de tensão através de seus transformadores de potência e banco de
capacitores, o que as vezes não é suficiente. A ETD Imigrantes possui transformador sem tap de
regulação de tensão, o que faz com que a baixa tensão no 88kV se reflita na tensão primária de
distribuição, 13,8kV.
Conforme informação da AES - Eletropaulo, com a ocorrência de tensões baixas nas suas
ETD`s é comum o aumento de reclamação dos consumidores, como é o caso da SABESP –
Companhia de Saneamento Básico de São Paulo, que tem bombas de grande potência para
captação de água, ligadas na rede de 13,8kV e que com tensões baixas é comum a atuação do seu
sistema de proteção.
A seguir são mostrados dois gráficos, fornecidos pela AES - Eletropaulo, das ETD´s
Imigrantes e Rio Bonito ao longo do mês de dezembro de 2002, aonde pode-se observar o perfil
de tensão nestas estações transformadoras.
Capítulo I - Introdução
6
Figura 1.1 – Gráfico de tensão da ETD Imigrantes – TR1
(obs: V1; V2; V3 tensões nas fases Azul, Branca e Vermelha)
ETD Imigrantes - TR-1
01/11/2002 à 30/11/2002
80.000
81.000
82.000
83.000
84.000
85.000
86.000
87.000
88.000
89.000
90.000
01/11/2002 00:15 sex
01/11/2002 15:15 sex
02/11/2002 06:15 sáb
02/11/2002 21:15 sáb
03/11/2002 12:15 dom
04/11/2002 03:15 seg
04/11/2002 18:15 seg
05/11/2002 09:15 ter
06/11/2002 00:15 qua
06/11/2002 15:15 qua
07/11/2002 06:15 qui
07/11/2002 21:15 qui
08/11/2002 12:15 sex
09/11/2002 03:15 sáb
09/11/2002 18:15 sáb
10/11/2002 09:15 dom
11/11/2002 00:15 seg
11/11/2002 15:15 seg
12/11/2002 06:15 ter
12/11/2002 21:15 ter
13/11/2002 12:15 qua
14/11/2002 03:15 qui
14/11/2002 18:15 qui
15/11/2002 09:15 sex
16/11/2002 00:15 sáb
16/11/2002 15:15 sáb
17/11/2002 06:15 dom
17/11/2002 21:15 dom
18/11/2002 12:15 seg
19/11/2002 03:15 ter
19/11/2002 18:15 ter
20/11/2002 09:15 qua
21/11/2002 00:15 qui
21/11/2002 15:15 qui
22/11/2002 06:15 sex
22/11/2002 21:15 sex
23/11/2002 12:15 sáb
24/11/2002 03:15 dom
24/11/2002 18:15 dom
25/11/2002 09:15 seg
26/11/2002 00:15 ter
26/11/2002 15:15 ter
27/11/2002 06:15 qua
27/11/2002 21:15 qua
28/11/2002 12:15 qui
29/11/2002 03:15 sex
29/11/2002 18:15 sex
30/11/2002 09:15 sáb
Data
Tensão (V)
V1 V2 V3
Capítulo I - Introdução
7
Figura 1.2 – Gráfico de tensão na ETD Rio Bonito.
ETD Rio Bonito - 88 kV
11/12/2002
76000
78000
80000
82000
84000
86000
88000
90000
92000
11/12/2002 - qua - 00:00
11/12/2002 - qua - 00:30
11/12/2002 - qua - 01:00
11/12/2002 - qua - 01:30
11/12/2002 - qua - 02:00
11/12/2002 - qua - 02:30
11/12/2002 - qua - 03:00
11/12/2002 - qua - 03:30
11/12/2002 - qua - 04:00
11/12/2002 - qua - 04:30
11/12/2002 - qua - 05:00
11/12/2002 - qua - 05:30
11/12/2002 - qua - 06:00
11/12/2002 - qua - 06:30
11/12/2002 - qua - 07:00
11/12/2002 - qua - 07:30
11/12/2002 - qua - 08:00
11/12/2002 - qua - 08:30
11/12/2002 - qua - 09:00
11/12/2002 - qua - 09:30
11/12/2002 - qua - 10:00
11/12/2002 - qua - 10:30
11/12/2002 - qua - 11:00
11/12/2002 - qua - 11:30
11/12/2002 - qua - 12:00
11/12/2002 - qua - 12:30
11/12/2002 - qua - 13:00
11/12/2002 - qua - 13:30
11/12/2002 - qua - 14:00
11/12/2002 - qua - 14:30
11/12/2002 - qua - 15:00
11/12/2002 - qua - 15:30
11/12/2002 - qua - 16:00
11/12/2002 - qua - 16:30
11/12/2002 - qua - 17:00
11/12/2002 - qua - 17:30
11/12/2002 - qua - 18:00
11/12/2002 - qua - 18:30
11/12/2002 - qua - 19:00
11/12/2002 - qua - 19:30
11/12/2002 - qua - 20:00
11/12/2002 - qua - 20:30
11/12/2002 - qua - 21:00
11/12/2002 - qua - 21:30
11/12/2002 - qua - 22:00
11/12/2002 - qua - 22:30
11/12/2002 - qua - 23:00
11/12/2002 - qua - 23:30
Data
Tensão (V)
V1 Vmín.Res.505 Vmáx.Res.505
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
8
CAPÍTULO II – TEORIA DOS COMPONENTES DO SISTEMA
2.1 A Linha de Transmissão
Um dos principais problemas enfrentados na operação de grandes sistemas elétricos consiste na
obtenção de valores nominais de tensão em todas as barras nos diversos níveis de tensão e nos
pontos extremos de linhas de transmissão muito longas, isto é:
Linhas de transmissão (LT´s) muito longas quando à vazio ou carga reduzida, devido
ao seu efeito capacitivo, aumentam a tensão à medida que se caminha do início para o fim das
mesmas, ou seja, no sentido da geração para o consumidor.
Linhas de transmissão muito longas quando carregadas, devido ao efeito indutivo
próprio e do fator de potência tipicamente indutivo da carga, diminuem a tensão à medida que se
caminha do início para o fim das mesmas, ou seja, no sentido da geração para o consumidor.
No primeiro caso, a fim de reduzir o efeito capacitivo, é comum a utilização de reatores
que são conectados às linhas de transmissão.
Os reatores nada mais são que indutâncias cuja finalidade é anular uma parcela do efeito
capacitivo da linha de transmissão e desta forma reduzir o aumento de tensão que este efeito
provoca.
Os reatores não possuem regulação. Uma vez ligados à linha de transmissão, o operador
não tem mais como alterar seu efeito sobre a mesma, e assim a sua potência reativa indutiva tem
um valor fixo. Por esta razão uma forma de variar a tensão no lado receptor da LT, é variar a
tensão de geração das máquinas síncronas pelo controle da excitação.
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
9
Existem casos também em que se recorre às manobras de linhas de tal forma que a
alteração da configuração do sistema concorra para a variação do valor da tensão nos extremos
das mesmas.
No segundo caso, quando as linhas de transmissão estão muito carregadas (horário de
ponta de carga), devido ao efeito indutivo que elas possuem e ao efeito indutivo da carga ocorrerá
a diminuição da tensão nos extremos das mesmas.
A fim de compensar estas quedas é necessário que a tensão de geração seja alta e
também que se recorra à mudança de taps sob carga nos transformadores elevadores. Estes dois
recursos possuem alguns inconvenientes, tais como:
A tensão de geração nos limites superiores em muitos casos é prejudicial aos
geradores, pois níveis de tensão mais elevados levam necessariamente a uma maior solicitação da
isolação destas máquinas.
A variação da tensão do sistema acontece devido à variação no consumo, isto fará
com que transformadores com regulação automática sob carga sofram freqüentes mudanças de
tap´s. Isto com certeza trará desgaste prematuro dos contatos devido à alta freqüência com que
são acionados.
Basicamente, portanto, é através da redução ou elevação da tensão de geração que se
obtém o valor nominal de tensão em ambos os casos citados, isto é, durante períodos de ponta de
carga ou fora da ponta de carga.
No entanto, estes recursos têm sérias limitações operativas quanto mais próximos de
seus limites estiverem operando os geradores.
Nos sistemas de potência o controle de tensão é feito pelo despacho reativo das usinas
geradoras, pelos compensadores síncronos e pelos taps dos transformadores. Este controle conta
com o auxílio na distribuição dos sistemas de compensação de reativos junto à carga.
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
10
Os capacitores e reatores estáticos não servem para regular a tensão de forma suave,
mas apenas para controlá–la de forma mais grosseira, sendo extensivamente utilizados em
correção de fator de potência no nível de distribuição.
2.2 A Máquina Síncrona
As máquinas síncronas têm a característica de trabalhar sempre com velocidade constante e de
possuir dois campos magnéticos que interagem: do estator, de corrente alternada (induzido), e do
rotor, de corrente contínua (indutor). A máquina síncrona quando absorve energia mecânica e
fornece energia elétrica é denominada gerador, quando absorve energia elétrica e fornece energia
mecânica é denominada motor.
Como gerador dependendo de sua aplicação, ela pode diferir quanto ao aspecto
construtivo. Para utilização em unidades geradoras de usinas termoelétricas, com turbinas à vapor
ou turbinas à gás, cuja rotação é alta de 1800rpm a 3600rpm, seu rotor é cilíndrico, denominado
de pólos lisos, ou rotor liso. Por causa da alta rotação sua refrigeração normalmente é feita
através do Hidrogênio. Para utilização em unidades geradoras de usinas hidroelétricas, com
turbinas Pelton, Francis ou Kaplan, cujas rotações são baixas, menores que 900rpm, seu rotor é
de pólos salientes. Sua refrigeração normalmente é feita através do próprio ar ou da água.
A máquina síncrona é bastante flexível, pois pode trabalhar sobre-excitada, com a
tensão de excitação (em corrente contínua) acima da nominal, absorvendo potência ativa quando
trabalha como motor ou fornecendo potência ativa quando trabalha como gerador e fornecendo
potência reativa para o sistema. Seu efeito físico é igual ao de um capacitor. Quando trabalha
com tensão de excitação abaixo da nominal, sub-excitada, absorve potência ativa (motor) ou
fornece potencia ativa (gerador) e absorve potência reativa do sistema. Seu efeito físico é
semelhante ao de um indutor.
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
11
Para funcionar como compensador síncrono, a máquina é movimentada à velocidade
síncrona através de passagem de água pela turbina, ou através da absorção de uma pequena
potência ativa da rede para movimentar a máquina como motor. A máquina síncrona pode
fornecer ou absorver potência reativa, dependendo de sua tensão de excitação.
2.3 Efeito da Excitação da Máquina Síncrona
A máquina síncrona pode ser representada pelo circuito equivalente abaixo, mostrado na
Figura 2.1:
+
V
t
+
_
+
E
r
_
E
f
X
X
l
s
R
a
I
a
+
V
t
+
_
+
E
r
_
E
f
X
X
l
s
R
a
I
a
X
Figura 2.1 - Circuito equivalente de um gerador CA
Onde: V
t
Tensão nos terminais, por fase;
E
r
Tensão equivalente no rotor;
E
f
Tensão gerada, por fase;
R
a
Resistência do enrolamento da armadura, por fase;
X
l
Indutância da armadura que representa o fluxo disperso, por fase;
X
ar
Indutância que representa a reação da armadura, por fase.
A soma das indutâncias X
ar
e X
l
é chamada de reatância síncrona (X
s
), então o circuito
equivalente, mostrado na Figura 2.2, fica:
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
12
V
t
+
_
E
f
X
s
R
a
I
a
V
t
+
_
E
f
X
s
R
a
I
a
Figura 2.2 - Circuito equivalente simplificado de um gerador CA
Como R
a
normalmente é bem menor que X
s
o circuito contendo um gerador e um motor
síncrono pode ser reduzido para:
+
_
+
V
t
_
E
g
XX
I
a
+
_
E
m
Motor
Gerador
+
_
+
V
t
_
E
g
XX
I
a
I
a
+
_
E
m
Motor
Gerador
Figura 2.3 - Circuito para um gerador e um motor
Onde:
X
sg
= Reatância síncrona do gerador
X
sm
= Reatância síncrona do motor
I
a
= Corrente fornecida pelo gerador e recebida pelo motor
V
t
= Tensão nos terminais do gerador e motor
E
g
= Tensão gerada pelo gerador
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
13
E
m
= Tensão recebida pelo motor
A variação da excitação da máquina síncrona constitui um fator importante para o
controle do fluxo de potência reativa. Considere um gerador síncrono ligado a um grande sistema
de potência, no qual a tensão na barra terminal V
t
seja constante. Se for mantida constante a
potência ativa do gerador para o sistema, a parcela V
t
.I
a
cosθ permanecerá
aproximadamente constante, quando é variada a excitação de campo CC, e com isso variando-se
E
g
, tem-se:
E
g
cosδ = V
t
(2.1)
onde:
δ = é o ângulo de conjugado ou ângulo de potência da máquina.
O gerador, quando está sobreexcitado, fornece corrente atrasada em relação à tensão do
sistema. Como um capacitor, ela fornece potência reativa ao sistema. Observa-se neste caso que
E
g
>V
t
.
O gerador quando está subexcitado, fornece corrente adiantada em relação à tensão do
sistema. O gerador subexcitado recebe potência reativa do sistema. Esta ação pode ser explicada
pela fmm interna e pela corrente adiantada da tensão terminal. Observa-se que neste caso
E
g
<V
t
.
II
E
g
-jI X
ag
V
t
I
a
(a) Gerador
a
E
g
-jI X
ag
V
t
(b) Gerador
E
g
-jI X
ag
V
t
I
a
(a) Gerador
sobreexcitado
a
E
g
-jI X
ag
V
t
(b) Gerador
subexcitado
Figura 2.4 - Diagrama fasorial do gerador (a) subexcitado (b) sobreexcitado.
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
14
O motor síncrono sobreexcitado, solicita corrente adiantada em relação à tensão e se
comporta como um circuito capacitivo quando visto do sistema para o qual ele fornece potência
reativa, pois neste casoE
m
>V
t
. O motor subexcitado, solicita corrente em atraso, absorve
potência reativa e se comporta tal qual um circuito indutivo quando visto do sistema, pois neste
caso E
m
<V
t
.
Os diagramas apresentados nas Figuras 2.4 e 2.5 mostram, respectivamente, que os
geradores e motores síncronos sobreexcitados fornecem potência reativa ao sistema e os
geradores e motores síncronos subexcitados absorvem potência reativa do sistema.
V
I
V
I
Figura 2.5 - Diagrama fasorial do motor (a) sobreexcitado (b) subexcitado
A expressão matemática das tensões da máquina síncrona, funcionando como gerador é
dada pela Equação (2.2):
E
g
= (V
t
. cos θ + I
a
.R
a
) + j (V
t
.sen θ ± I
a
.X
s
), para geradores (2.2)
Para a máquina síncrona funcionando como motor a expressão matemática é dada pela
Equação (2.3):
E
m
= (V
t
. cos θ – I
a
.R
a
) + j (V
t
.sen θ ± I
a
.X
s
), para motores (2.3)
Nas duas equações acima, o termo em quadratura com sinal (+) é usado para fatores de
potência em avanço e com sinal (–) é usado para fatores de potência em atraso.
Onde: E
g
= tensão gerada pelo gerador;
E
m
= tensão recebida pelo motor;
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
15
X
s
= Reatância síncrona do gerador ou motor;
I
a
= Corrente fornecida pelo gerador ou recebida pelo motor;
V
t
= Tensão nos terminais do gerador ou motor
θ = Ângulo entre a corrente I
a
e a tensão V
t.
A expressão de potência ativa por fase é dada por:
P = V
t
.I
a
. cosθ (2.4)
A expressão de potência reativa por fase é dada por:
Q = V
t
.I
a
. sen θ (2.5)
2.4 Curva de Capabilidade do Gerador
A curva de capabilidade de um gerador mostra os limites de operação indicando como pode ser
operado um gerador ligado a um sistema elétrico, com fornecimento de potência ativa e reativa,
dentro dos limites da máquina [11].
Os limites dos geradores síncronos são:
- Aquecimento da armadura (corrente máxima de armadura);
- Aquecimento do enrolamento de campo (corrente máxima de campo);
- Potência da turbina;
- Estabilidade;
- Excitação mínima e máxima.
2.4.1 Limite de Aquecimento da Armadura:
A corrente de armadura I provoca aquecimento dos enrolamentos por perdas ôhmicas por fase.
Calculadas como mostra a Equação 2.6:
P = R
a
.I
2
(2.6)
Onde:
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
16
R
a
. = resistência da armadura, por fase.
Nos enrolamentos da armadura a reatância síncrona tem magnitude maior do que a
resistência elétrica, porém a resistência é a responsável pelo aquecimento dos enrolamentos. Ela
pode ser responsável pela limitação da potência máxima fornecida em algumas situações de
operação.
Na Figura 2.6 é mostrado um exemplo da influência do limite de aquecimento na
potência ativa máxima fornecida pela máquina. Considerando uma máquina conectada a uma
barra infinita com tensão Vt, a corrente de armadura é responsável pelo aquecimento da máquina
e do valor da potência aparente (MVA) fornecida pela máquina, que dependendo do angulo θ
teremos uma limitação da potência ativa fornecida pela máquina.
Figura 2.6 – Limite de aquecimento da armadura (corrente de armadura)
2.4.2 Limite de Aquecimento do Enrolamento de Campo
O enrolamento do campo alojado no rotor do gerador síncrono pode sofrer aquecimento devido
às perdas ôhmicas por fase dada pela Equação (2.7):
P = R
f
.I
f
2
(2.7)
Onde
:
R
f
= resistência do enrolamento de campo;
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
17
I
f
= corrente de campo.
O limite de aquecimento do enrolamento de campo aparece na Figura 2.7 como
um segmento de circunferência com centro no ponto O´ e raio
ff
s
E.V
X
, onde E
f
é a força
eletromotriz produzida pela corrente de campo (valor correspondente à máxima corrente de
campo) , V
f
é tensão da barra infinita na qual está conectado o gerador e X
s
é a reatância da
armadura.
Figura 2.7 - Limite de aquecimento do enrolamento de campo (corrente de campo máxima)
2.4.3 Limite de Potência da Turbina.
Existe uma limitação imposta sobre a potência que o gerador pode receber da turbina. A potência
mecânica que a turbina fornece ao eixo da máquina síncrona é dada por:
P
mec
= T.ω
s
(2.8)
Onde:
T = torque; ω
s
= velocidade angular mecânica =
2f
p
π
, onde f é a freqüência e p o
número de pares de pólos da máquina.
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
18
Na Figura 2.8 mostra esse limite na forma de um valor máximo de potência ativa gerada
pela máquina. Dependendo das características da máquina, esse limite pode ser mais ou menos
restritivo que o limite imposto pelo aquecimento da armadura. No exemplo da figura o limite está
mais restritivo.
O limite de potência de turbina só afeta a potência ativa, pois a energia líquida associada
à potencia reativa é nula. A energia elétrica fornecida ao sistema é igual à energia mecânica
fornecida ao eixo, descontadas as perdas.
Figura 2.8 – Limite de potência na turbina
2.4.4 Limite de Estabilidade
O limite de estabilidade é imposto pelo ângulo de potência máximo permitido, δ
max
. Este tipo de
limite está ilustrado na Figura 2.9 para duas situações distintas: ponto O´ dentro da região viável
de aquecimento da armadura e fora dessa região. Nos dois casos, o limite de δ
max
= 2
π
aparece
como uma linha vertical, sendo que, no caso de O´ ficar fora da região de aquecimento viável, o
limite de estabilidade é inoperante. A Figura 2.9 seguir também indica outras situações nas quais
os limites de estabilidade são impostos na forma de uma margem angular em relação ao ângulo
máximo teórico ( 2
π
).
(MW)
(MVAr)
P
pri
max
I
max
O
(MW)
(MVAr)
P
pri
max
I
max
O
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
19
Figura 2.9 – Limite de estabilidade imposto como valor máximo do ângulo de potência (margem
angular).
Nesses casos, o ângulo máximo varia com o nível de excitação do gerador: quanto
menor a excitação, menor o ângulo possível.
A curva P – δ ilustrada na Figura 2.10, mostra que quando a excitação cai, cai a
magnitude de Ef e, portanto, cai o valor máximo de potência teórica; como a margem é
especificada em MW, isto equivale a aumentar a porcentagem da margem em relação ao pico de
potência na medida que cai a excitação.
(MW)
O
(MVAr)
O
I
I
max
margemmargem
O
I
max
(MW)
O
(MVAr)
O
I
I
max
margemmargem
O
I
max
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
20
Figura 2.10 - Efeito da margem de estabilidade em potência no valor de δmax
2.4.5 Limite de Excitação Mínima
A diminuição contínua da corrente de excitação if nos levará a um ponto no qual o valor de pico
correspondente à
2
π
se igualará à própria margem imposta, e curva P – δ passa a coincidir com
o eixo da abscissas (capacidade de geração nula). Isto indica que existe uma limitação adicional
que deve ser imposta ao valor da corrente de excitação. Na figura 2.11 no gráfico da potência
(P,Q) mostra-se os lugares geométricos das correntes if.
O
P
pico
margem
max
P
max
P
pico
I
P
max
I
O
max
I
π / 2 π
O
P
pico
margem
max
P
max
P
pico
I
P
max
I
O
max
I
π / 2 π
Figura 2.11 – Limite mínimo de excitação.
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
21
Levando em conta todas as limitações possíveis na carta de capabilidade dos geradores
os a seguinte curva final:
síncronos terem
encontram
2.5
O comp as de
tensão, de form e
Absorve Fornece
Figura 2.12 – Curva de capabilidade de geração.
Os geradores do sistema em estudo foram ensaiados e suas curvas de capabilidade se
nos anexos A, B, C e D.
Compensador Síncrono
ensador é uma máquina síncrona que é utilizada para compensar variações lent
a a atender o que se procura em um sistema transmissão, ou seja, a possibilidad
de entregar para consumo a máxima potência ativa possível sob um valor nominal de tensão.
reativo reativo
MW
MVAr
Corrente máxima de
armadura (aquecimento)
Limite de
estabilidade
Excitação mínima
Limite de potência
(fonte primária)
Corrente máxima de
armadura (aquecimento)
Excitação máxima
(aquecimento)
Região viável
MW
MVAr
Corrente máxima de
armadura (aquecimento)
Limite de
estabilidade
Excitação mínima
Limite de potência
(fonte primária)
Corrente máxima de
armadura (aquecimento)
Excitação máxima
(aquecimento)
Região viável
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
22
Se mantivermos um gerador síncrono ligado ao sistema e deixássemos de fornecer água
à sua turbina, este gerador funcionaria como um motor síncrono. Nesta condição, poderíamos
atuar na regulação de tensão e observaríamos que mesmo sobreexcitando ou subexcitando o
gerador,
dade de variação de sua tensão terminal. A máquina síncrona não
funciona
os de consumo, o
compens
orme
exigido p
ão nos pontos de consumo.
ele continuaria girando por estar sincronizado ao sistema. Isto ocorre porque a máquina
síncrona tem excitação própria que independe do sistema e ficando conectada a este operando
como motor ou como gerador.
A máquina síncrona estaria, portanto, girando a vazio, consumindo do sistema uma
potência suficiente para vencer as suas perdas internas (atrito, ventilação, aquecimento, etc.) e
que ainda ofereceria a possibili
ria mais um gerador síncrono, mas como um “compensador síncrono”.
Desta forma, o compensador síncrono consome uma certa potência ativa do sistema e
através da variação de sua excitação pode fornecer ou absorver potência reativa do sistema.
Em situações de carga pesada, quando a tensão tende a baixar nos pont
ador pode ser sobre-excitado fornecendo-se energia reativa na medida necessária, pela
variação suave de seu sistema de excitação, e fazendo com que a tensão se eleve conf
elo sistema.
Na situação de carga leve em que a tensão tende a aumentar devido ao efeito capacitivo
das linhas de transmissão, o compensador deverá ser sub-excitado, absorvendo energia reativa e
assim reduzindo a tens
É importante ressaltar algumas das vantagens que estes compensadores trazem à
operação do sistema:
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
23
1 - Maior disponibilidade de potência ativa dos geradores, para atendimento das cargas.
Isto ocorre porque para manter a tensão do consumidor no valor nominal em horas de ponta de
carga, os geradores ao trabalharem com tensões mais elevadas estarão gerando potência reativa
além da potência ativa necessária. Quando o gerador gera potência ativa junto com uma grande
quantidade de potência reativa, seu fator de potência é baixo, ou seja, para os mesmos MVA de
potência do gerador, menor será a potência ativa disponível;
2 – Evita que os geradores trabalhem com tensão de geração próxima de seus valores
limites e evita variação constante nos tap´s dos transformadores elevadores equipados com
modificação automática de tap´s sob carga;
3 – Reduz o número de manobras com reatores ou manobras de linhas de transmissão
quando estas são necessárias para corrigir o valor de tensão;
4 – Facilidade de ajuste de tensão. Apenas com o ajuste da excitação do compensador
síncrono, em uma atuação bastante simples e rápida, evita-se uma série de outras manobras, que
seriam necessárias, para se conseguir o mesmo efeito e que envolveriam mais equipamentos,
maior comunicação entre unidades, maior tempo e conseqüentemente maior probabilidade de
falhas.
2.6 Curva V de um motor síncrono
A curva V de um motor síncrono, apresentada na Figura 2.13, mostra a relação entre a corrente
de armadura e a corrente de campo para uma tensão terminal constante e com uma carga
constante no eixo. Para potência de saída constante, a corrente de armadura é, naturalmente,
mínima com fator de potência unitário, e aumenta conforme o fator de potência decresce. As
linhas tracejadas correspondem aos pontos de fator de potência constante. Elas são as curvas
compostas para o motor síncrono, mostrando como a corrente de campo deve ser alterada
conforme a variação da carga, a fim de manter o fator de potência constante [6].
Capítulo II – Teoria dos Componentes do Sistema
24
Na Figura 2.13 nota-se também que a vazio, a corrente de armadura para o fator
potência unitário não é nula, mas tem um pequeno valor de corrente de armadura CA por fase,
que é necessária para produzir um torque que equilibra as perdas rotacionais. Conforme se
aumenta a carga, não apenas cresce a corrente de armadura, mas também é necessário que se
aumente a excitação para levar a corrente de armadura novamente a uma posição de defasamento
nulo em relação à tensão do barramento, por fase, V
f.
As curvas possuem um certo deslocamento para a direita conforme o aumento de carga,
de modo que seja fornecida a excitação necessária para se obter o mesmo ângulo de fase para
uma carga maior. Assim, as curvas V representam os diagramas fasoriais, e vice - versa, para
diferentes condições de carga e de fator de potência.
Na curva é mostrado também que com a variação da corrente de excitação, pode-se
variar o ângulo de potência do motor, absorvendo ou fornecendo reativo à rede em que ele está
ligado.
As unidades reversíveis da usina elevatória de Pedreira foram ensaiadas e suas curvas V
se encontram no anexo A.
Figura 2.13 - Curva V de um motor síncrono.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
25
CAPÍTULO III – O SISTEMA ELÉTRICO
3.1 O Sistema Elétrico em Estudo
O sistema elétrico em estudo, mostrado em detalhes nas Figuras 3.1 e 3.2, refere-se a área VI do
Estado de São Paulo que atende parte do principal centro consumidor do país, abrangendo parte
da cidade de São Paulo, parte do litoral de São Paulo compreendendo as cidades de Santos, Praia
Grande, Cubatão e São Vicente.
Figura 3.1 – Localização da região em estudo.
Empresas de eletricidade que fazem parte do sistema: EMAE – Empresa Metropolitana
de Águas e Energia S.A. (geração de energia elétrica), AES Eletropaulo S.A. (distribuidora de
P. PRIMAVERA
ROSANA
F. PAULISTA
V. PARAÍSO
N. AV.
VOTUPORANGA
S. J. R. PRETO
CATANDUVA I E II
PROMISSÃO
IBITINGA
R. PRETO
BARIRI
BAURÚ
TAQUARUÇÚ
CAPIVARA
ASSIS
OESTE
C. PAULISTA
E. SOUZA
STA BARBARA
C. BONITO
S. GRANDE
CHAVANTES
ITAIPU
JURUMIRIM
ITABERÁ
B. BONITA
SUMARÉ
CAMPINAS
B. JARDIM
TAUBATÉ
APARECIDA
STA CAB.
CABREUVA
BOTUCATU
JUPIÁ
JALES
P. COLÔMBIA
V. GRANDE
M. MORAES
LIMOEIRO
E. CUNHA
CACONDE
P. CALDAS
FUNIL
ANGRA I
ANGRA II
N. PEÇANHA
JAGUARA
L. C. BARRETO
A. VERMELHA
S. SIMÃO
MARIMBONDO
T. IRMÃOS
I. SOLTEIRA
P. PRUDENTE
ARARAQUARA
M. MIRIM 3
DETALHE
(NOV/01 )
(NOV/01 )
LEGENDA:
USINA TÉRMICA
ELO C.C.
750 kV
500 kV
440 kV
345 kV
230 kV
138 kV
69 kV
USINA HIDRELÉTRICA
SUBESTAÇÃO
P. PRIMAVERA
ROSANA
F. PAULISTA
V. PARAÍSO
N. AV.
VOTUPORANGA
S. J. R. PRETO
CATANDUVA I E II
PROMISSÃO
IBITINGA
R. PRETO
BARIRI
BAURÚ
TAQUARUÇÚ
CAPIVARA
ASSIS
OESTE
C. PAULISTA
E. SOUZA
STA BARBARA
C. BONITO
S. GRANDE
CHAVANTES
ITAIPU
JURUMIRIM
ITABERÁ
B. BONITA
SUMARÉ
CAMPINAS
B. JARDIM
TAUBATÉ
APARECIDA
STA CAB.
CABREUVA
BOTUCATU
JUPIÁ
JALES
P. COLÔMBIA
V. GRANDE
M. MORAES
LIMOEIRO
E. CUNHA
CACONDE
P. CALDAS
FUNIL
ANGRA I
ANGRA II
N. PEÇANHA
JAGUARA
L. C. BARRETO
A. VERMELHA
S. SIMÃO
MARIMBONDO
T. IRMÃOS
I. SOLTEIRA
P. PRUDENTE
ARARAQUARA
M. MIRIM 3
DETALHE
(NOV/01 )
(NOV/01 )
P. PRIMAVERA
ROSANA
F. PAULISTA
V. PARAÍSO
N. AV.
VOTUPORANGA
S. J. R. PRETO
CATANDUVA I E II
PROMISSÃO
IBITINGA
R. PRETO
BARIRI
BAURÚ
TAQUARUÇÚ
CAPIVARA
ASSIS
OESTE
C. PAULISTA
E. SOUZA
STA BARBARA
C. BONITO
S. GRANDE
CHAVANTES
ITAIPU
JURUMIRIM
ITABERÁ
B. BONITA
SUMARÉ
CAMPINAS
B. JARDIM
TAUBATÉ
APARECIDA
STA CAB.
CABREUVA
BOTUCATU
JUPIÁ
JALES
P. COLÔMBIA
V. GRANDE
M. MORAES
LIMOEIRO
E. CUNHA
CACONDE
P. CALDAS
FUNIL
ANGRA I
ANGRA II
N. PEÇANHA
JAGUARA
L. C. BARRETO
A. VERMELHA
S. SIMÃO
MARIMBONDO
T. IRMÃOS
I. SOLTEIRA
P. PRUDENTE
ARARAQUARA
M. MIRIM 3
DETALHE
(NOV/01 )
(NOV/01 )
LEGENDA:
USINA TÉRMICA
ELO C.C.
750 kV
500 kV
440 kV
345 kV
230 kV
138 kV
69 kV
USINA HIDRELÉTRICA
SUBESTAÇÃO
LEGENDA:
USINA TÉRMICA
ELO C.C.
750 kV
500 kV
440 kV
345 kV
230 kV
138 kV
69 kV
USINA HIDRELÉTRICA
SUBESTAÇÃO
Capítulo III – O Sistema Elétrico
26
energia elétrica), CTEEP - Companhia Paulista de transmissão de energia elétrica S.A., CPFL
Piratininga S.A. (distribuidora de energia elétrica) e FURNAS Centrais Elétricas S.A. (geradora e
transmissora de energia elétrica).
Figura 3.2 – Detalhe da região em estudo.
Historicamente, esse sistema foi importante no século passado, sendo responsável pelo
desenvolvimento industrial da região. Neste sistema encontram-se o complexo gerador Henry
Borden e a Usina Termoelétrica Piratininga que são considerados marcos históricos devido à sua
grandeza e aos desafios tecnológicos da época, sendo sem dúvida a obra mais importante na área
para o desenvolvimento industrial do país.
Com o passar do tempo e com a forte industrialização da área teve-se um grande
aumento nas cargas da região, sendo necessário a construção de diversas subestações
transformadoras de transmissão e de distribuição e de linhas de transmissão. Hoje esse sistema
teve o incremento de geração de grandes usinas geradoras como: Ilha Solteira, Três Irmãos,
DETALHE
ITAPETI
MOGI (FU)
MOGI (ELP)
S. ANGELO
NORTE
NORDESTE
PARAIBUNA
S. J. CAMPOS
P/ TAUBATÉ
T. BAIXADA
SUL
H. BORDEN
INTERLAGOS
XAVANTES
BANDEIRANTES
GUARULHOS
TIJUCO PRETO
LESTE
P/ C. PAULISTA
P/ TAUBATÉ
P/ ITABERÁ
(JUN/01 )
P/ BAURU
P/ OESTE
CABREUVA
E.SOUZA
PIRITUBA
CENTRO
P/ FOZ
P/ CAMPINAS
P/ CAMPINAS
P/ P. CALDAS
P/ P. CALDAS
P/ B. JARDIM
P/ M. MIRIM 3
P/ ARARAQUARA
PIRATININGA
EMBUGUAÇU
IBNA
ANHANGUERA
M. FORNASARO
UHE Henry
UHE Henry
Borden
Borden
UE Pedreira
UE Pedreira
DETALHE
ITAPETI
MOGI (FU)
MOGI (ELP)
S. ANGELO
NORTE
NORDESTE
PARAIBUNA
S. J. CAMPOS
P/ TAUBATÉ
T. BAIXADA
SUL
H. BORDEN
INTERLAGOS
XAVANTES
BANDEIRANTES
GUARULHOS
TIJUCO PRETO
LESTE
P/ C. PAULISTA
P/ TAUBATÉ
P/ ITABERÁ
(JUN/01 )
P/ BAURU
P/ OESTE
CABREUVA
E.SOUZA
PIRITUBA
CENTRO
P/ FOZ
P/ CAMPINAS
P/ CAMPINAS
P/ P. CALDAS
P/ P. CALDAS
P/ B. JARDIM
P/ M. MIRIM 3
P/ ARARAQUARA
PIRATININGA
EMBUGUAÇU
IBNA
ANHANGUERA
M. FORNASARO
UHE Henry
UHE Henry
Borden
Borden
UE Pedreira
UE Pedreira
Capítulo III – O Sistema Elétrico
27
Itaipu, dentre outras. Energia essa que chega através de linhas de transmissão de extra-alta tensão
em corrente alternada e/ou em corrente contínua. O diagrama elétrico da região estudada é
mostrado na Figura 3.3.
Figura 3.3 – Diagrama elétrico da região estudada
Capítulo III – O Sistema Elétrico
28
O sistema conta hoje com diversos níveis de tensão, e para o seu controle utiliza-se:
bancos de capacitores, indutores e compensadores síncronos dispostos estrategicamente em
algumas subestações.
Nas subestações de 88kV Piratininga e Baixada Santista encontram-se bancos de
capacitores de 28,8MVAr e 126MVAr. Nas subestações de 345kV Ibiúna e Tijuco Preto estão
instalados bancos de 1200MVAr e 800MVAr.
Além dos dispositivos acima citados, o sistema possui usinas que ficaram praticamente
no centro de carga. Através da geração de potência reativa em seus geradores é possível controlar
as tensões nas barras de 88kV e 230kV. Pode-se citar o caso da Usina Hidroelétrica de Henry
Borden, que por problemas ambientais e do baixo nível em seu reservatório, tem gerado mais
reativo do que ativo.
Nesse sistema encontram-se as usinas elevatórias de Traição (UET) e de Pedreira (UEP)
que tem a função de inverter o fluxo normal das águas do rio Pinheiros, para seu bombeamento
na Represa Billings e para aproveitamento na usina de Henry Borden. Hoje, por motivos
ambientais, esse bombeamento é restritivo, só sendo permitido em caso de chuvas fortes para
controle de cheias.
Os aumentos das cargas e das linhas de interligação, nesse sistema, resultaram também
em um aumento do nível de corrente de curto circuito, o que obriga o sistema a operar com certas
restrições. Outra característica é que existem algumas linhas antigas com alto valor de
impedância quando da sua construção e devido a sua manutenção, como é o caso das linhas de
88kV entre as ETU Henry Borden e Pedreira, as quais alimentam as ETD´s Varginha, Rio Bonito
e Imigrantes.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
29
As cargas alimentadas pelo sistema possuem ainda características sazonais, devido à
variedade das regiões que nela se encontram como, capital e litoral e também pelas suas
características: industrial, residencial e comercial.
3.2 Linhas de Transmissão do Sistema
As linhas de transmissão do sistema em estudo possuem diversos níveis de tensão, desde 88kV a
440kV e seus parâmetros variam muito devido aos seus comprimentos e a época que foram
projetadas e construídas. O sistema se caracteriza pela presença de um grande número de linhas
curtas entre as subestações. Na Tabela 3.1 são apresentados os parâmetros das linhas de
transmissão.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
30
Tabela 3.1 – Valores dos parâmetros das linhas.
Capacidade
(MVA)
Nome
Tensão
(kV)
Impedância (Z%)
Comp.
(m)
Normal Emerg.
1 Henry Borden - Piratininga 230 Z = 0,61 + j 3,01 B = 5,54 33067 311 311
2 Henry Borden – Baixada C1 230 Z = 0,05 + j 0,43 B = 1,318 6318 637 637
3 H. Borden – Carbocloro 230 230 Z = 0,01 + j 0,10 B = 0,321 1516 637 637
4 Piratininga – Interlagos C1 230 Z = 0,02 + j 0,13 B = 0,29 1516 478 478
5 Piratininga – Interlagos C2 230 Z = 0,02 + j 0,13 B = 0,29 1516 478 478
6 Ibiúna – Interlagos C1 345 Z = 0,61 + j 3,01 B = 5,54 61023 2020 2627
7 Ibiúna – Interlagos C2 345 Z = 0,61 + j 3,01 B = 5,54 61023 2020 2627
8 Ibiúna – Tijuco Preto C1 345 Z = 0,61 + j 3,01 B = 5,54 97000 1149 1149
9 Ibiúna – Tijuco Preto C2 345 Z = 0,61 + j 3,01 B = 5,54 97000 1149 1149
10 Embu-Guaçu – Baixada 345 Z = 0,61 + j 3,01 B = 5,54 46396 895 895
11 Embu-Guaçu – Sul 345 Z = 0,61 + j 3,01 B = 5,54 55035 895 895
12 Embu-Guaçu – Santo Ângelo 440 Z = 0,61 + j 3,01 B = 5,54 74650 1522 1522
13 Interlagos – Embu-Guaçu C1 345 Z = 0,07 + j 0,70 B = 12,166 22446 895 895
14 Interlagos – Embu-Guaçu C2 345 Z = 0,07 + j 0,70 B = 12,166 22446 895 895
15 Henry Borden - Carbocloro88 88 Z = 0,42 + j 1,52 B = 0 2643 118 118
16 Carbocloro88 - Baixada C4 88 Z = 0,01 + j 0,07 B = 0,007 2643 236 236
17 Henry Borden - Baixada C3 88 Z = 0,84 + j 3,04 B = 0 5286 118 118
18 Henry Borden - Baixada C2 88 Z = 0,66 + j 3,01 B = 0 5286 118 118
19 Henry Borden - Baixada C1 88 Z = 0,66 + j 3,01 B = 0 5286 118 118
20 Baixada – Sul 345 Z = 0,08 + j 0,78 B = 11,503 21275 1076 1076
21 Baixada – T. Preto C1 345 Z = 0,08 + j 0,86 B = 12,56 26503 912 1195
22 Baixada – T. Preto C2 345 Z = 0,08 + j 0,81 B = 12,56 26503 1184 1195
23 T. Preto – Itapeti C1 345 Z = 0,07 + j 0,66 B = 12,85 21416 1184 1195
24 T. Preto – Itapeti C2 345 Z = 0,07 + j 0,66 B = 12,85 21416 1184 1195
25 Itapeti – S. Ângelo C1 345 Z = 0,04 + j 0,41 B = 7,15 13255 895 895
26 Itapeti – S. Ângelo C2 345 Z = 0,04 + j 0,41 B = 7,15 13255 895 895
Capítulo III – O Sistema Elétrico
31
Tabela 3.1 – Valores dos parâmetros das linhas (continuação).
Os parâmetros constantes nas tabelas foram obtidos do programa
Anarede do ONS (base
100MVA e tensão 138kV).
3.3 Transformadores do Sistema
Na Tabela 3.2 são mostrados os dados dos transformadores de interligação do sistema.
Capacidade
(MVA)
Nome
Tensão
(kV)
Impedância (Z%)
Comp.
(m)
Normal Emerg.
27 Baixada – Tijuco Preto C3 345 Z = 0,08 + j 0,81 B = 12,56 26503 1184 1195
28 Embu Guaçu – Cabreuva 440 Z = 0,09 + j 1,22 B = 73,50 73980 1524 1829
29 Bom Jardim – Cabreuva 440 Z = 0,03 + j 0,38 B = 23,71 23720 1522 1522
30 Bom Jardim – S. Ângelo 440 Z = 0,01 + j 0,10 B = 0,321 119210 637 637
31 Carbocloro230 – Baixada 230 Z = 0,04 + j 0,33 B = 0,997 4801 637 637
32 H. Borden – Pedreira C1 88 Z = 4,48 + j 24,71 B = 0 42488 137 137
33 H. Borden – Pedreira C2 88 Z = 4,48 + j 24,71 B = 0 42488 137 137
34 Piratininga – Pedreira 88 Z = 0,04 + j 0,21 B = 0 554 180 180
Capítulo III – O Sistema Elétrico
32
Tabela 3.2 – Características dos transformadores do sistema.
Tipo Barras
Potência
nominal
(MVA)
Tensão
(KV)
TAP´s
(PU)
Reatância
Capacidade
Emergência
(MVA)
Transformador 484-485 100 230/88 0,88 a 1,12 16,08% 100
Transformador 484-485 100 230/88 0,88 a 1,12 16,13% 100
Transformador 484-485 100 230/88 0,88 a 1,12 16,25% 100
Transformador 484-485 100 230/88 0,88 a 1,12 15,99% 100
Auto transformador 488-489 500 345/230 1,00 1,59% 500
Auto transformador 488-489 500 345/230 1,00 1,59% 500
Auto transformador 581-582 750 440/345 0,97 0,72% 900
Auto transformador 581-582 750 440/345 0,97 0,71% 900
Auto transformador 471-472 500 345/230 1,00 1,59% 500
Transformador 471-473 400 345/88 0,874 a 1,128 5,58% 436
Transformador 471-473 400 345/88 0,874 a 1,128 5,63% 436
Auto transformador 593-594 750 440/345 1,00 0,72% 750
Auto transformador 593-594 750 440/345 1,00 0,71% 750
Obs: O tap usual varia conforme a característica da carga (leve, média e pesada) e com
o período do ano.
3. 4 Compensadores Síncronos
O sistema em estudo possui quatro compensadores síncronos distribuídos estrategicamente e tem
a função de ajuste da tensão da região, com atuação nas barras de 440kV e 345kV. Estes
compensadores síncronos são descritos a seguir.
3.4.1 Compensador síncrono de Ibiúna
É composto por quatro máquinas síncronas, podendo produzir um total de potência reativa de -
1080 MVAr a + 1200 MVAr. Sua tensão de saída é de 20kV, ligado através de um
transformador, conectado à Subestação de Ibiúna de 345kV.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
33
Este compensador é responsável pelo ajuste de tensão na entrada da energia proveniente
do elo de corrente contínua de Itaipu e mantém a tensão nos seguintes patamares: carga pesada e
média de 354 a 362kV, carga leve de 335 a 348kV.
O compensador síncrono de Ibiúna trabalha com o máximo de folga possível, pois
torna-se imprecindível para evitar um colapso de tensão, caso haja perda de um bipolo do elo de
corrente contínua.
3.4.2 Compensador síncrono de Embú-Guaçú
Esta máquina é acionada por um motor assíncrono de 500kW, de rotor bobinado, montado no
mesmo eixo do compensador e que o aciona até próximo da velocidade de sincronismo. Este
compensador síncrono pode produzir potência reativa de -175 MVAr a + 250 MVAr, sua tensão
de saída é de 16kV, ligado através de um transformador e conectado à Subestação de Embú-
Guaçú de 440kV.
O compensador síncrono de Embú-Guaçú tem a função de controlar a tensão na barra nº
582 – Embú-Guaçú de 345kV nos seguintes patamares: carga pesada e média de 354 a 362kV,
carga leve de 335 a 348kV.
3.4.3 Compensador síncrono de Tijuco Preto
Pode produzir uma variação de potência reativa de - 180 MVAr a + 300 MVAr. Sua tensão de
saída é de 20kV, ligado através de um transformador, conectado à Subestação de Tijuco Preto de
345kV.
Ele é responsável pelo ajuste da tensão na entrada da energia proveniente das linhas de
750kV de Itaipu e mantém a tensão na barra nº 78 Tijuco Preto 345kV, nos patamares de carga
pesada e média de 354 a 362kV e carga leve de 335 a 348kV.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
34
3.4.4 Compensador síncrono de Santo Ângelo
Acionado por um motor assíncrono de 500kW, de rotor bobinado, montado no mesmo eixo do
compensador e que o aciona até próximo da velocidade de sincronismo. Pode variar a potência
reativa de - 175 MVAr a + 250 MVAr, sua tensão de saída é de 16kV, ligado através de um
transformador, conectado à Subestação de Santo Ângelo de 440kV.
Este compensador síncrono tem a função de controlar a tensão na barra nº 449 – Santo
Ângelo de 345kV nos seguintes patamares de carga pesada e média de 354 a 362kV e carga leve
de 335 a 348kV.
3.5 Usinas do Sistema:
No sistema em estudo encontra-se o complexo gerador de Henry Borden, as usinas termoelétricas
Piratininga e Nova Piratininga e as usinas elevatórias de Pedreira e Traição. Estas usinas são
detalhadas a seguir.
3.5.1 Usina Henry Borden
O projeto original para o aproveitamento hidráulico da Usina Henry Borden, idealizado pelo
Engenheiro Billings, resultou na formação do Reservatório Billings, localizado no planalto, com
capacidade de 1,2 x 10
9
m
3
e com área inundada de 127,1 km
2
.
Este grande lago artificial é depositário das mais elevadas taxas de precipitações
pluviométricas e também das águas captadas da bacia do Rio Tietê.
A barragem principal, localizada junta à Estação Elevatória de Pedreira, tem 1.500
metros de comprimento e 25 metros de altura.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
35
As águas da Bacia do Rio Tietê são lançadas no Reservatório Billings, através do Canal
do Rio Pinheiros, sendo este formado pelas águas dos Rios Guarapiranga e Grande, cujo curso foi
invertido e recebe as águas do Tietê na Estrutura de Retiro. Um sistema de comportas construído
na confluência dos Rios Tietê e Pinheiros destinam-se a controlar a passagem das águas e reter
detritos e vegetação aquática na entrada do canal.
A vazão de águas do Rio Tietê é bombeada para o Reservatório Billings primeiramente
na Estação Elevatória de Traição a um nível 5 metros mais alto. De Traição, as águas escoam até
a Estação Elevatória de Pedreira onde são elevadas em mais 25 metros e lançadas no
Reservatório Billings.
Do Reservatório Billings as águas são encaminhadas por gravidade ao Reservatório do
Rio das Pedras, através de um canal a céu aberto de 1.800 metros de comprimento e por 8,5
metros de profundidade, onde estão localizadas as tomadas d'água para as duas seções da Usina
Henry Borden. A passagem das águas do Reservatório Billings para o Reservatório Rio das
Pedras é feito através da Barragem Reguladora Billings-Pedras.
O Reservatório do Rio das Pedras possui 30 km
2
de área e volume d'água de 33.10
6
m
3
na conta máxima de 728,50 metros. Junto a um dos braços do Reservatório do Rio das Pedras fica
instalada a Barragem do Rio das Pedras, com estrutura em arco de gravidade com 173 metros de
comprimento e 35 metros de largura. Possui 03 (três) comportas deslizantes, tipo gaveta, com
capacidade de descarga de 75,24 m
3
/s
na cota máxima de 728,50 m.
O projeto hidroelétrico Henry Borden da EMAE consiste de duas Usinas: Uma usina
Externa e de uma usina Subterrânea com alta queda, aproximadamente 728 metros, com alta
eficiência energética sendo que 1 m
3
/s turbinado gera 5,654MW.
No reservatório Billings encontra-se o sistema de captação de água pela SABESP, para
tratamento e consumo da população da cidade de São Paulo. Este sistema captação de água não
Capítulo III – O Sistema Elétrico
36
permite que o nível da represa possa ficar em níveis baixos, o que limita algumas vezes a geração
da usina de Henry Borden.
3.5.1.1 - Usina Externa
É composta por oito unidades geradoras, com capacidade instalada total de 469 MW. Cada
unidade geradora é constituída por duas turbinas tipo Pelton, cada uma acionada por um injetor,
montados nas extremidades de um eixo horizontal, com gerador ao centro.
Os oitos geradores são do tipo eixo horizontal assentado sobre dois mancais, tendo no
rotor 20 bobinas-pólos. As características destes geradores são apresentadas na Tabela 3.3.
Tabela 3.3 - Características dos geradores da UHB Externa
Unidade Fabricante Potência Tensão
Fator de
Potência
Xd X´d X”d
01 GECO 47MVA 11kV 0,85 140% 55% 35,01%
02 GECO 33MVA 11kV 0,85 100% 30% 24,59%
03 GECO 72MVA 11kV 0,85 91,1% 40,8% 20,02%
04 GECO 76MVA 11kV 0,85 151% 45% 27,85%
05 GECO 72MVA 11kV 0,85 91,1% 40,8% 20,02%
06 GECO 76MVA 11kV 0,85 150% 43% 27,85%
07 GECO 72MVA 11kV 0,85 91,1% 40,8% 20,02%
08 GECO 72MVA 11kV 0,85 91,1% 40,8% 20,02%
As unidades geradoras nº 1 a 7 geram em seus terminais uma tensão de 11kV e os
transformadores a elevam para a tensão de 88kV, suprindo os barramentos Norte e Sul de 88kV
da ETU Henry Borden 88kV, onde estão instaladas 16 linhas de transmissão das empresas: AES -
Eletropaulo, CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz e CTEEP – Companhia de Transmissão
de Energia Elétrica Paulista e uma linha de interligação do sistema de 88kV com o de 230kV. A
unidade geradora nº 8 pode der conectada ao sistema de 230kV ou 88kV, atualmente encontra-se
ligada ao sistema de 230kV, devido ao nível de corrente de curto circuito na região.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
37
3.5.1.2 Usina Subterrânea
A planta consiste de 6 turbinas hidráulicas do tipo Pelton, de eixo vertical com uma roda integral
de aço inoxidável, com 4 injetores cada e potência nominal de 70 MW. A rotação nominal das
máquinas é de 450 rpm e a queda bruta é igual a 718 m. As turbinas das unidades geradoras nº11
a 14 são de fabricação da empresa Dominion Engineering e o das unidades nº15 e 16 são da
Allis-Chalmers.
Os geradores 11 a 14 são de fabricação General Eletric e os 15 e 16 Westinghouse,
ligados por meio de eixo próprio ao eixo da turbina com capacidade de 70 MW cada um, tensão
de saída 13,8kV com enrolamento em estrela aterrado no estator, possuindo 240 bobinas
distribuídas em 2 circuitos por fase ligados em paralelo. O enrolamento do rotor consiste de 16
bobinas pólos. As características dos geradores são mostradas na Tabela 3.4.
Tabela 3.4 - Características dos geradores da UHB Subterrânea
Unidade Potência Tensão
Fator de
Potência
Xd Xq X´d X”d
11 75MVA 13,8kV 0,85 108% 62% 25,5% 17,4%
12 75MVA 13,8kV 0,85 108% 62% 25,5% 17,4%
13 75MVA 13,8kV 0,85 108% 62% 25,5% 17,4%
14 75MVA 13,8kV 0,85 108% 62% 25,5% 17,4%
15 75MVA 13,8kV 0,85 100% 60% 26,2% 18%
16 75MVA 13,8kV 0,85 100% 60% 26,2% 18%
A tensão gerada em 13,8kV é elevada através de transformadores trifásicos de
fabricação da General Electric, capacidade nominal de 75 MVA em 230kV.
Toda energia gerada por estes geradores é transmitida através de cabos conectados a
uma estação convencional de superfície, suprindo os barramentos leste e oeste de 230kV, onde
derivam-se 3 linhas de transmissão da empresa CTEEP, sendo que uma interliga a ETU Henry
Capítulo III – O Sistema Elétrico
38
Borden 230kV a SE Piratininga 230kV e duas que interligam a ETU Henry Borden a SE Baixada
Santista 230kV, e mais uma linha de interligação entre a ETU HB-230kV e o Anel de 230kV.
3.5.2 Usina Termoelétrica Piratininga
A Usina Termoelétrica Piratininga foi construída nas margens do Canal Pinheiros, próximo ao
Reservatório Billings e possui 4 unidades geradoras, duas destas unidades têm tensão de saída de
13,2kV que é transformada para 88kV através de um banco de transformadores com ligação
triângulo / estrela, que é conectada ao barramento de 88kV da SE Piratininga. As outras duas
unidades têm tensão de saída de 14,4kV que é transformada para 230kV através de um banco de
transformadores com ligação triângulo / estrela, que é conectado ao barramento de 230kV da SE
Piratininga.
As unidades 1 e 2, que estão conectadas ao 88kV, possuem potência de 100MW cada.
As unidades 3 e 4, que estão conectadas no 230kV, possuem potência de 136MW cada.
As turbinas são a vapor e originalmente utilizavam óleo como combustível. Devido a
restrições ambientais, atualmente utilizam o gás natural. Em janeiro de 2001 foi instituído um
consórcio com a Petrobrás para que as duas empresas executem a implantação de quatro turbinas
a gás em ciclo combinado, aumentando a capacidade de geração.
As unidades nº 1 e 2 utilizam o ciclo Rankine regenerativo sem reaquecimento. As
unidades nº 3 e 4 operam segundo o mesmo ciclo, porém com reaquecimento.
Os dados técnicos da Usina Termoelétrica Piratininga são apresentados nas tabelas 3.5 e
3.6.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
39
Tabela 3.5 – Características das turbinas da Usina Termoelétrica Piratininga.
ITENS TURBINAS Nº 1 E 2 TURBINAS Nº 3 E 4 Unidades
1 Fabricante General Eletric Co. General Eletric Co.
2 Tipo
Condensação com
sangrias
Condensação com
sangrias e
reaquecimento
Turbina 1 Turbina 2 Turbina 3 Turbina 4
3 N° de série
99.692 99.693 118.393 118.394
4 Ano de instalação 1954 1960 -
5 Potência nominal 100 125 MW
6 Potência max. contínua garantida 100 136 MW
ITENS TURBINAS Nº 1 E 2 TURBINAS Nº 3 E 4 Unidades
7 Pressão de vapor principal 59,8 126,6 atm. ef.
8 Pressão de vapor reaquecido - 33,4 atm. ef.
9 Temperatura de vapor principal 496,1 537,8 ºC
10
Temperatura de vapor
reaquecido
- 537,8 ºC
11 Pressão de exaustão (absoluta) 0,052 0,069 atm
12 Rotação 1.800 3.600 rpm
13 Nº de estágios 17 19 -
14 Nº de estágios 5 5 -
Capítulo III – O Sistema Elétrico
40
Tabela 3.6 – Características dos geradores da Usina Termoelétrica Piratininga.
ITENS GERADORES Nº 1 E 2 GERADORES Nº 3 E 4
1 Fabricante General Eletric Co. General Eletric Co.
2 Tipo ATB ATB
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 Gerador 4
3 N° de série
6.198.174 6.198.175 8.287.047 8.287.048
4 Ano de instalação 1954 1960
5 Rotação – rpm 1.800 3.600
6 N° de pólos 4 2
7 Freqüência - ciclos/segundo 60 60
8 Tensão dos terminais V 13.800 14.400
9 Tensão de Excitação V 250 375
10 Fator de potência 0,8 0,85
11 Classe de isolação B B
12 Aumento de temp. máx. - ºC 60 estator 85 rotor 50 estator 76 rotor
13 Números de fase 3 3
Parâmetros relacionados com a pressão do hidrogênio no interior do gerador
14
Pressão de hidrogênio - atm. 0,035 1,05 2,10 0,035 1,05 2,10
15
Potência aparente - KVA 100.000 115.000 125.000 128.000 147.058 160.000
16
Potência real – KVA 80.000 92.000 100.000 108.000 125.000 136.000
17
Corrente no estator - A 4.184 4.810 5.229 5.132 5.895 6.415
18
Corrente de excitação - A 985 1.080 1.150 806 880 934
19
Xd 126% 126% 166% 166%
20
Xq 120% 120% 155% 155%
21
X´d 21% 21% 24% 24%
22
X´q 14% 14% 11,5% 11,5%
23
X´´d 14% 14% 11,5% 11,5%
3.5.3 Usina Termoelétrica Nova Piratininga
A Usina Termoelétrica Nova Piratininga é composta de quatro grupos de geradores com potência
de 100MW cada, sendo que dois geradores estão ligados ao barramento de 88kV e os outros dois
Capítulo III – O Sistema Elétrico
41
estão ligados ao barramento de 230kV da SE Piratininga. As suas unidades geradoras utilizam
turbinas tipo explosão sendo que o combustível utilizado é o gás natural. Seus geradores geram
tensão em 13,8kV, sendo transformado para 88kV ou 230kV, através de transformadores
trifásicos, ligados aos barramentos de 88kV e 230kV da SE Piratininga.
Para um melhor aproveitamento e rendimento da usina ela foi projetada para operar em
ciclo aberto ou em ciclo combinado com a Usina Termoelétrica Piratininga, ou seja, duas
unidades da Usina Nova Piratininga alimentam, através de uma caldeira de recuperação uma
unidade da Usina Termoelétrica Piratininga, utilizando os gases de exaustão. As unidades
geradoras são do tipo turbo geradores de fabricação da Alstom.
3.5.4 Usina Elevatória de Traição
A Usina Elevatória de Traição foi inaugurada em 1940 e tem como objetivo reverter o curso das
águas dos rios Tietê e Pinheiros, para que estas águas possam ser encaminhadas à Usina
Elevatória de Pedreira e depois ao Reservatório Billings. A usina possui quatro unidades
reversíveis com potência total de 22MW. As unidades reversíveis podem funcionar como
geradoras de energia e como bomba, dotadas de turbinas com rotor tipo Kaplan de eixo vertical,
acionadas por motores síncronos. A capacidade de bombeamento é de 280m
3
/s, elevando as
águas em cerca de 5 metros.
Do ponto de vista energético, a reversão do rio tem como propósito manter volumes d'
água nos reservatórios do Rio das Pedras e Billings suficientes para garantir a geração na Usina
Henry Borden. Hoje a operação do sistema de reversão do Rio Pinheiros, só é acionada para o
controle das enchentes.
A Usina Elevatória de Traição não é importante, sob o ponto de vista elétrico, por não
estar no caminho do fluxo necessário de reativos. Ela está ligada a SE Bandeirantes que possui
Capítulo III – O Sistema Elétrico
42
um bom suporte de reativos através de bancos de capacitores podendo fornecer um total de
132,8MVAr.
3.5.5 Usina Elevatória de Pedreira
A Usina Elevatória de Pedreira, cuja localização é mostrada na Figura 3.3, foi inaugurada em
1939, com a entrada em operação da unidade 4, e foi ampliada gradativamente. A unidade 7 foi
instalada em 1986, sendo que esta unidade transferida da usina hidroelétrica Edgard de Souza, e a
unidade 8 que foi concluída em 1993.
Figura 3.4 - Foto via satélite com a localização da U.E. Pedreira.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
43
Todas as turbinas, cujas características são mostradas na Tabela 3.7, são dotadas de
rotor tipo Francis, movidas por motores síncronos de 6,6kV. As unidades 1 a 7 operam
absorvendo ou fornecendo potência ativa para o sistema, podendo ainda funcionar como
compensadores síncronos, absorvendo ou fornecendo potência reativa, quando houver
necessidade de controlar os níveis de tensão do sistema elétrico. A unidade 8 pode operar
absorvendo potência ativa e fornecendo potência reativa.
Tabela 3.7 – Características das unidades reversíveis da Usina Elevatória Pedreira.
Unidade Potência Tensão
Fator de
Potência
Xd Xq X´d X”d
01 17,5MVA 6,6kV 0,85 102% 72% 33% 23%
02 17,5MVA 6,6kV 0,85 111% * 36% 28%
03 17,5MVA 6,6kV 0,85 111% * 36% 28%
04 6,25MVA 6,6kV 0,80 * * * *
05 16,5MVA 6,6kV 0,85 102% 72% 33% 23%
06 17,5MVA 6,6kV 0,85 102% 72% 33% 23%
07 17,5MVA 6,6kV 0,85 111% * 36% 28%
08 26,25MVA 6,6kV 0,85 80,4% 49% 23% 17%
Obs: (*) Valores não disponíveis
As águas do Canal Pinheiros passam para o Reservatório Billings através desta usina,
cuja capacidade atual de bombeamento é de 395m
3
/s, elevando as águas em cerca de 25 m. De
acordo com a Resolução Conjunta SMA/SES 03/92, atualizada pela Resolução SEE-SMA-
SRHSO-I, de 13/03/96, da Secretaria do Meio Ambiente, na qual diz que as águas do Canal
Pinheiros não podem mais ser bombeadas continuamente para o Reservatório Billings. Esse
bombeamento é feito somente quando as vazões provocadas pelas chuvas elevam o nível das
águas dos rios Pinheiros e Tietê, podendo provocar enchentes na região. Estas resoluções limitam
a utilização da Usina Elevatória de Pedreira.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
44
Cada unidade é interligada à Estação de 88kV por um transformador trifásico. A partida
é realizada diretamente pelos transformadores, em tap de tensão reduzida, através de
chaveamento de disjuntores. No caso da unidade 4 a partida se dará com tensão plena. A partida é
feita como motor assíncrono através de seus enrolamentos amortecedores com aplicação de
corrente alternada no estator da unidade.
A Usina Elevatória de Pedreira dispõe de dois barramentos trifásicos de 88kV, podendo
ser alimentados por duas linhas de transmissão
paralelas diretamente ligadas à estação da Usina
Henry Borden e mais uma linha ligada à estação da Usina Termoelétrica Piratininga. Os
transformadores de cada unidade são ligados aos barramentos de 88kV através de um disjuntor e
uma seccionadora para cada barra. Essa disponibilidade de dois barramentos para alimentação
dos trafos das unidades proporciona inúmeras opções de manobra para equilíbrio de carga,
transferência de barramento e linha de serviço, isolamento de equipamento para manutenção e
etc.
3.5.5.1 Ensaios nas máquinas da Usina Elevatória de Pedreira
As unidades de nº 1, 2, 3, 6 e 7 são similares, sendo que os ensaios foram realizados apenas na
unidade nº 2.
Conforme relatórios da EMAE, as máquinas síncronas da Usina Elevatória de Pedreira
nº 2, 4 e 5 foram ensaiadas, sendo obtidos os seguintes resultados [24]:
Ensaios das unidades funcionando como bomba capacitiva:
Neste ensaio, com resultados mostrados na Tabela 3.8, foi verificado o desempenho das
unidades com carga, isto é, bombeando o máximo que a unidade permitia e com a máquina
sobreexcitada, respeitando os limites operacionais das unidades.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
45
Tabela 3.8 - Valores das Unidades da UEP como bomba capacitiva
Unidade 02 04 05
Potência ativa (MW) 13,3 5,2 13,9
Potência reativa (MVAr) 10 3,9 5,0
Potência aparente (MVA) 16,9 6,5 14,8
Tensão (KV) 7,1 6,84 6,85
Corrente do estator (A) 1360 550 1245
Fator de potência 0,79 0,80 0,939
Corrente de campo (A) 588 179 387
Tensão de excitação (V) * 180 175
Obs: * Dado não disponível.
Ensaios das unidades funcionando como bomba indutiva:
Este ensaio foi realizado conforme o anterior, porém com as unidades sub-excitadas. Os
resultados são mostrados na Tabela 3.9.
Tabela 3.9 - Valores das Unidades da UEP como bomba indutiva
Unidade
02 04 05
Potência ativa (MW) 13,2 5,1 13,8
Potência reativa (MVAr) 5 2,0 3,0
Potência aparente (MVA) 14,1 5,4 14,1
Tensão(kV) 6,4 6,66 6,5
Corrente do estator (A) 1288 480 1250
Fator de potência 0,925 0,94 0,977
Corrente de campo (A) 253 93 259
Tensão de excitação (V) * 93 112
Obs: * Dado não disponível.
Ensaios das unidades funcionando como compensador síncrono sobre-excitado:
Neste ensaio foi verificado o desempenho das unidades sem carga, isto é, foram
sincronizadas ao sistema elétrico sobre-excitados, absorvendo uma pequena quantidade de
potência ativa, apenas para movimentar a máquina à velocidade síncrona, verificando a geração
de reativos. Os resultados são apresentados na Tabela 3.10.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
46
Tabela 3.10 - Valores das Unidades da UEP como síncrono sobreexcitado.
Unidade 02 04 05
Potência ativa (MW) 1,2 0,4 0,9
Potência reativa (MVAr) 12 5,0 9,5
Tensão (kV) 7,1 7,0 7,1
Corrente do estator (A) 992 450 780
Fator de potência 0,08 0,104 0,122
Corrente de campo (A) 600 184 429
Tensão de excitação (V) * 185 190
Obs: * Dado não disponível.
Ensaios das unidades funcionando como compensador síncrono subexcitado:
Este ensaio foi realizado conforme o anterior, porém com as unidades sub-excitadas, e
seus resultados são apresentados na Tabela 3.11.
Tabela 3.11 - Valores das Unidades da UEP como síncrono subexcitado.
Unidade 02 04 05
Potência ativa (MW) 1,2 0,3 0,7
Potência reativa (MVAr) 5,0 1,0 3,0
Tensão (kV) 6,3 6,75 6,6
Corrente do estator (A) 512 80 200
Fator de potência 0,17 0,24 0,325
Corrente de campo (A) 152 68 180
Tensão de excitação (V) * 70 80
Obs: * Dado não disponível.
Os ensaios poderiam ser realizados com as unidades sem carga e turbinando o mínimo
de água necessária para dar a rotação da velocidade síncrona. Fazendo uma comparação entre o
aproveitamento hidroenergético do reservatório Billings que pode abastecer tanto a U. E. Pedreira
como a Usina de Henry Borden, observa-se que o melhor aproveitamento seria na Usina de
Henry Borden, conforme demonstrado na Tabela 3.12.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
47
Tabela 3.12 - Comparação entre o turbinamento de UEP e UHB
Unidade 02 04 05
Potência ativa
necessária para
manter a rotação
síncrona
(MW)
1,2 0,4 0,9
Turbinamento
necessário para
manter a velocidade
sincrona
(m
3
/s)
2,0 1,5 2,0
Geração que pode
ser obtida na UHB
com o mesmo
turbinamento
(MW)
11,308 8,481 11,308
3.5.5.2 Análise dos ensaios das unidades síncronas da Usina Elevatória de Pedreira.
Pelos resultados obtidos nos ensaios pode-se concluir que a Usina Elevatória Pedreira pode
funcionar nas seguintes características:
- Como usina de bombeamento: turbinamento máximo de 395m
3
/s, potência necessária
de 113,6MW. Nesta situação poder operar de – j 67,9 MVAr a + j 30 MVAr.
- Como compensador síncrono: conectada ao sistema, absorvendo 7,8 MW e gerando 100MVAr
ou absorvendo do sistema –111MVAr.
Observação: os dados relativos à unidade nº 8 foram retirados de sua curva de
capabilidade e dados históricos de sua operação.
3.6 Cargas do Sistema
O sistema em estudo abrange uma grande área com alimentação de diversas cargas que possuem
características sazonais, devido à variedade das regiões, capital e litoral e também pelas
características de seus consumidores: industrial, residencial e comercial.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
48
Para o estudo da geração do reativo da usina elevatória de Pedreira para o sistema,
foram levantadas as cargas que estão mais próximas e que teriam maior influência, que são:
As cargas das barras nº 485 – SE Piratininga 88kV, que atende parte da região sul da
cidade de São Paulo, concessionária AES Eletropaulo;
As cargas da barra nº 481- ETU Henry – Borden 88kV, que atende as cargas das
cidades de Praia Grande, São Vicente, parte de Santos e as cargas industriais de Cubatão,
concessionária CPFL;
As cargas das barras nº 3499 – ETD Imigrantes, nº 3488 – ETD Varginha e nº 3492 –
ETD Rio Bonito, que atende cargas da região sul da cidade de São Paulo e do município de São
Bernardo de Campo, concessionária AES Eletropaulo.
Foram levantadas as cargas mensais durante um ano (2004), considerando os períodos
de carga leve, média e pesada.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
49
CARGAS DE PIRATININGA - CARGA LEVE
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
meses
potencia
485 (Q)
485 (P)
485 (S)
CARGAS DE PIRATININGA - CARGA MEDIA
0
50
100
150
200
250
300
350
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
MESES
POTENCIA
485 (P)
485 (Q)
485 (S)
CARGAS PIRATININGA - PESADA
0
50
100
150
200
250
300
350
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
MESES
POTENCIA
485 (P)
485 (Q)
485 (S)
Figura 3.5 - Cargas da barra nº 485 – SE Piratininga.
Obs: valores de potência em 10
6
Capítulo III – O Sistema Elétrico
50
CARGAS UHB 88KV- LEVE
-50
0
50
100
150
200
250
300
350
400
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
meses
potencia
481 (P)
481 (Q)
481 (S)
CARGAS UHB - MEDIA
0
100
200
300
400
500
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
MESES
POTENCI
A
481 (P)
481 (Q)
481 (S)
CARGAS UHB - PESADA
0
100
200
300
400
500
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
MESES
POTENCI
A
481 (P)
481 (Q)
481 (S)
Figura 3.6 - Cargas na barra nº 481 – ETU Henry Borden
Obs: valores de potência em 10
6
Capítulo III – O Sistema Elétrico
51
CARGAS DE HB PED -LEVE
0
10
20
30
40
50
60
70
80
janeir o f ever eir o março abr il maio junho julho agosto setembr o outubr o novembr o dezembro
MESES
HB-PED(S)
HB-PED (P)
HB-PED (Q)
CARGAS HB - PED - MEDIA
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
janeir o f ever eir o mar ço abr il mai o junho j ulho agosto setembr o outubr o novembr o dezembr o
MESES
HB-PED(S)
HB-PED (P)
HB-PED (Q)
CARGAS HB-PED PESADA
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
janeir o f ever eir o mar ço abr il mai o junho jul ho agosto setembr o outubr o novembr o dezembr o
MESES
HB-PED(S)
HB-PED (P)
HB-PED (Q)
Figura 3.7 - Cargas nas barras Imigrantes (3499), Varginha I e II (3488 e 3489), e Rio Bonito (3492)
Obs: valores de potência em 10
6
Capítulo III – O Sistema Elétrico
52
3.7 Operação do Sistema:
3.7.1 Área de 230kV e 88kV
Com o aumento das cargas e conseqüente aumento de geração, e de novas linhas de transmissão
que interligaram a região e das novas fontes de energia (novas usinas), o nível de curto circuito
admissível em vários equipamentos do sistema foram superados principalmente na região de
88kV. Isto levou a certas restrições na operação do sistema [25]:
Quando ligamos nas duas extremidades uma das duas linhas de 88kV entre as
Subestações ETU Pedreira e ETU Henry Borden, temos que desligar duas unidades geradoras de
65MW na usina de Henry Borden 88kV.
Quando ligamos nas duas extremidades as duas linhas de 88kV entre as Subestações
ETU Pedreira e ETU Henry Borden, temos que desligar duas unidades geradoras de 65MW mais
uma de 35 MW na usina de Henry Borden 88kV.
O banco de transformadores nº 231 de 75MVA que interliga as ETU Henry Borden
88kV e 230kV, permanece desligado, pois por ele passaria um fluxo de potência muito superior à
sua capacidade.
Quando ligamos as unidades de bombeamento da Usina Elevatória de Pedreira, temos
que desligar a interligação de 88kV Piratininga – Pedreira – Henry Borden.
A Usina Hidroelétrica Henry Borden devido a problemas ambientais, já citados
anteriormente, não dispõem de água suficiente para a geração em carga máxima. Sendo
normalmente despachada com geração mínima nos horários de carga leve e média e no horário de
carga pesada com o suficiente para atender as cargas da ETU Henry Borden, eliminando as
sobrecargas das linhas de 88kV Henry Borden - Baixada Santista.
Outra característica de operação e despacho da Usina de Henry Borden é a sua
utilização em casos de contingências ou em grandes manutenções no sistema, nos quais a usina é
Capítulo III – O Sistema Elétrico
53
despachada com geração máxima até a normalização do sistema, quando volta ao seu despacho
minimizado. Esta operação está prevista nos procedimentos de rede, estabelecida pelo ONS –
Operador Nacional do Sistema Elétrico.
Devido à sua localização, próxima à carga, a usina Henry Borden tem um importante
papel na regulação de tensão da região, pois ela consegue manter a tensão nos barramentos de
88kV e 230kV, através de seu despacho de reativo.
Sempre que é necessário são utilizados os bancos de capacitores dos barramentos de
88kV para auxiliar no controle de tensão da malha de 345kV.
Devido a ocorrência de tensão baixa nas cargas das linhas de 88kV Henry Borden –
Pedreira (ETD´s Varginha, Imigrantes e Rio Bonito), quando em configuração normal, ou seja,
alimentadas pelo barramento 88kV da ETU Henry Borden, uma alternativa pode ser ligar todas as
cargas apenas pelo barramento da ETU de Pedreira, devido à restrições do nível de curto circuito
entre os dois barramentos.
As linhas de 88kV entre as ETU Henry Borden – Pedreira circuitos nº1 e 2 não podem
ficar ligadas em operação cruzada, ou seja, uma linha ligada em cada ponta, pois o anel de 88kV
entre Piratininga – Pedreira – Henry Borden seria fechado através do secundário dos
transformadores das ETD´s: Varginha, Imigrantes e Rio Bonito.
A elevação de geração térmica da UTE Piratininga (EMAE), por razões elétricas,
somente poderá ser adotada depois de esgotados todos os recursos operativos disponíveis e
atingido os níveis de tensão mínimo definidos nas instruções de operação ou os carregamentos
máximos permitidos.
Capítulo III – O Sistema Elétrico
54
3.7.2 Área de 345kV e 440kV
No período de carga média os compensadores síncronos da SE Embu – Guaçu, SE Santo Ângelo,
SE Tijuco Preto e SE Ibiúna deverão operar, sempre que possível, com uma reserva de
1300MVAr [26] [27] [28] [29].
Os compensadores síncronos da SE Embu – Guaçu e SE Santo Ângelo deverão operar,
preferencialmente, mantendo folga em torno de 100MVAr, em cada um deles.
As tensões de geração deverão ser ajustadas de forma a obter níveis de tensão
satisfatórios (o mais plano possível) ao longo de toda área de 440kV, procurando sempre que
possível, manter em condições normais, folga de regulação tanto no sentido de aumentar como
abaixar a tensão do sistema.
O CNOS e o COS-SP coordenam junto com a EMAE, no período de carga pesada as
providências necessárias para a maximinização da geração em Henry Borden (EMAE),
respeitando a reserva de potência, no sentido de manter a área de São Paulo em nível de
confiabilidade elevado e reduzir o carregamento no sistema de transmissão comum às áreas Rio e
São Paulo.
Visando suprir as necessidades de potência reativa do processo de conversão do ELO
CC, em condição de regime normal, os compensadores síncronos de Ibiúna devem operar
mantendo uma margem global equivalente a capacidade de 1 compensador síncrono (-200 /
+300 MVAr). Assim em função do número de compensadores síncronos em serviço, as faixas de
operação dos mesmos devem ser as seguintes:
Com 1 compensador síncrono: em torno de zero MVAr
Com 2 compensadores síncronos: -100 + 150MVAr por compensador síncrono
Com 3 compensadores síncronos: -135 + 200MVAr por compensador síncrono
Com 4 compensadores síncronos: -150 + 225MVAr por compensador síncrono
Capítulo III – O Sistema Elétrico
55
Os barramentos de 230 e 440kV deverão operar dentro das faixas estabelecidas de
tensão. Para os demais barramentos de 230kV e 440kV: tensão máxima 105% e tensão mínima
de 95%, controle dentro das faixas pré-estabelecidas, conforme tabelas de faixa de tensão abaixo.
Tabela 3.13 - Faixas para controle de tensão nos barramentos de controle Área São Paulo.
NOME Nº BARRA PESADA (kV) MÉDIA (kV) LEVE (kV)
IBIUNA – 345kV 86 354 A 362 354 a 352 335 a 348
S. ÂNGELO – 345kV 594 335 a 362 335 a 362 335 a 348
E. GUAÇU – 345kV 582 335 a 362 335 a 362 335 a 348
T. PRETO – 345kV 78 354 a 362 354 a 362 335 a 348
PIRATININGA –
230kV
484 232 a 238 232 a 238 228 a 236
HENRY BORDEN –
230kV
480 231 a 237 231 a 237 229 a 235
Capítulo IV – Simulação Computacional
56
CAPÍTULO IV – SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
4.1- Introdução
Para o desenvolvimento do estudo foi utilizado o Programa de Análise de Redes (ANAREDE).
Este é o programa oficial do ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico e das empresas de
energia elétrica conectadas ao SIN - Sistema Interligado Nacional.
Os dados necessários para a execução são: cargas, geração, manutenção de
equipamentos, inclusão de novos equipamentos e dados técnicos característicos de todos os
equipamentos incluídos no sistema. Estes dados são fornecidos pelas empresas de energia
elétrica, nos grupos: anual, quadrimensal e mensal do ONS.
Os dados do programa contemplam a Rede de Operação, incluindo a Rede Básica
(tensão igual ou superior a 230kV) e as demais redes com tensão inferior a 230kV que tenham
influência direta na operação do SIN que são disponibilizados mensalmente a todos os agentes.
O programa ANAREDE é utilizado pelo ONS e pelas empresas de energia elétrica para
prever a geração necessária para o sistema, para análise dos desligamentos de equipamentos
elétricos para manutenção, estudo de modificações topológicas e de geração no sistema.
4.2 O Programa ANAREDE
O Programa Análise de Redes – ANAREDE é um conjunto de aplicações
computacionais resultante de esforços do CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, no
sentido de tornar disponível às empresas do setor, novas técnicas, algoritmos e métodos
Capítulo IV – Simulação Computacional
57
eficientes, adequados à realização de estudos nas áreas de operação e de planejamento de
sistemas elétricos de potência.
O conjunto de aplicações integradas é composto dos seguintes programas:
1 - Programa de Fluxo de Potência;
2 - Programa de Equivalente de Redes;
3 - Programa de Análise de Contingências;
4 - Programa de Análise de Sensibilidade de Tensão;
5 - Programa de Redespacho de Potência Ativa;
6 - Programa de Fluxo de Potência Continuado;
4.2.1 Programa de Fluxo de Potência
4.2.1.1 Função do programa
O programa de fluxo de potência tem como objetivo o cálculo do estado operativo da rede
elétrica para definidas condições de carga, geração, topologia e determinadas restrições
operacionais.
4.2.1.2 Algoritmo do programa de fluxo de Potência
O processo iterativo do cálculo do estado operativo da rede elétrica para as condições impostas
consiste na obtenção de forma alternada, de soluções para o sistema CA e para o sistema CC. O
algoritmo é executado até que as variações, entre iterações consecutivas, das potências injetadas
na rede CA e pela rede CC sejam menores que uma determinada tolerância.
O primeiro passo do processo de solução é a determinação do estado operativo do
sistema CC para as condições iniciais estabelecidas. Nos passos seguintes os sistemas CA e CC
são solucionados alternadamente, considerando os controles automáticos ativados, até a obtenção
da convergência da interface entre estes sistemas.
Dois métodos estão disponíveis para a solução das equações da rede elétrica CA:
Capítulo IV – Simulação Computacional
58
- Método Desacoplado Rápido
- Método de Newton
A solução das equações é normalmente efetuada pelo Método Desacoplado Rápido.
4.3
Configurações estudadas.
Para o estudo da influência do reativo gerado pelas unidades reversíveis da Usina Elevatória de
Pedreira, foi considerada a configuração operativa normal. Quando há necessidade de
sincronismo das unidades para bombeamento, o anel de 88kV entre as subestações Piratininga,
Pedreira e Henry Borden, tem que ficar aberto devido ao nível admissível de curto circuito dos
disjuntores da região.
A ETU Pedreira possui barramento duplo de 88kV, o que possibilita a abertura do anel,
através dos disjuntores de saída das linhas de transmissão de Henry Borden - Pedreira circuitos nº
1 e 2 e da linha Piratininga - Pedreira e do disjuntor de paralelo de barras de 88 kV.
Outra possibilidade de abertura do anel seria através do disjuntor da linha Piratininga -
Pedreira na SE Piratininga ou da abertura dos disjuntores das linhas Henry Borden - Pedreira
circuitos nº 1 e 2 na ETU Henry Borden (88kV).
Foram analisados quatro casos possíveis, nestes casos as unidades geradoras reversíveis
da Usina Elevatória de Pedreira foram colocadas como compensadores síncronos, consumindo
energia ativa e gerando energia reativa para o sistema.
Na simulação computacional (programa ANAREDE) da barra nº 483, na qual está
conectada a Usina Elevatória de Pedreira, esta barra foi estabelecida como sendo do tipo PQ, com
P igual a zero e Q de – 111MVAr a + 100MVAr. Esse limite foi estabelecido com base nos dados
obtidos nos ensaios das unidades e pela operação da unidade nº 8 que já foi operada como
Capítulo IV – Simulação Computacional
59
síncrono para o sistema. O programa despachou o reativo da usina, conforme necessidade do
sistema.
4.3.1 Configuração Elétrica do Caso nº 1
A configuração elétrica do caso nº 1 é mostrado na Figura 4.1.
As linhas de transmissão Henry Borden – Pedreira, circuitos nº 1 e 2, ficaram abertos na
ETU Pedreira e fechados na ETU Henry Borden (88kV). A linha de transmissão Piratininga -
Pedreira ficou ligada na SE Piratininga (88kV) e na ETU Pedreira. O reativo gerado pelas
unidades da Usina Elevatória de Pedreira foi inserido no sistema através da linha de transmissão
Piratininga – Pedreira, direcionado para SE Piratininga 88kV e as cargas das linhas transmissão
Henry Borden - Pedreira ficaram alimentadas pela ETU Henry Borden.
Verifica-se, portanto a influência da geração da potência reativa pela Usina Elevatória
de Pedreira na SE Piratininga e nas demais subestações da região.
Este caso se constitui na configuração de operação mais utilizada atualmente, com as
ETD´s Rio Bonito, Varginha e Imigrantes conectadas à ETU Henry Borden, sem a geração de
potência reativa na Usina Elevatória de Pedreira.
Capítulo IV – Simulação Computacional
60
disjuntor aberto
disjuntor fechado
M motor em vazio, não está bombeando
Figura 4.1 - Configuração elétrica do caso nº 1.
ETT PIRATININGA
88 KV
ETU PEDREIRA
ETU H.BORDEN
88 KV
4.3.2 Configuração Elétrica do Caso nº 2
No caso nº 2 a configuração elétrica é mostrada na Figura nº4.2.
As linhas de transmissão Henry Borden - Pedreira circuitos nº 1 e 2, ficaram ligadas na
ETU Pedreira e na ETU Henry Borden (88kV). A linha de transmissão Piratininga - Pedreira
ficou desligada na SE Piratininga (88kV). O reativo gerado pelas unidades da Usina Elevatória de
Pedreira foi inserido no sistema através das linhas Henry Borden - Pedreira circuitos nº 1 e 2,
direcionado para ETU Henry Borden 88kV e as cargas das linhas Henry Borden - Pedreira
ficaram alimentadas pela ETU Henry Borden.
Verifica-se, portanto a influência da geração do reativo na ETU Henry Borden
(88kV) e nas demais subestações da região.
(3499)
(3488)
(3489)
ETD
VARGINHA
ETD
RIO BONITO
ETD
IMIGRAMTES
ETD
VARGINHA
(
481
)
(
483
)
(485)
(3492)
88 KV
M
1a 8
Q
Capítulo IV – Simulação Computacional
61
disjuntor aberto
disjuntor fechado
M motor em vazio, não está bombeando
Figura 4.2 - Configuração elétrica do caso nº 2.
ETT PIRATININGA
88 KV
ETU PEDREIRA
ETU H.BORDEN
88 KV
(3499)
(3488)
ETD
RIO BONITO
ETD
IMIGRAMTES
ETD
VARGINHA
(
481
)
(
483
)
(485)
(3492)
4.3.3 Configuração Elétrica do Caso nº 3
Na Figura 4.3 é mostrada a configuração elétrica do caso nº 3.
Os disjuntores das linhas de transmissão Henry Borden - Pedreira circuitos nº 1 e 2,
ficaram fechados na ETU Pedreira e abertos na ETU Henry Borden (88kV). A linha de
transmissão Piratininga - Pedreira ficou ligada na SE Piratininga (88kV) e na ETU Pedreira
(88kV). O reativo gerado pelas unidades da Usina Elevatória de Pedreira foi inserido no sistema
através das linhas Henry Borden - Pedreira circuitos nº 1 e 2 e da linha Piratininga - Pedreira,
direcionado para ambos os lados. As cargas das linhas Henry Borden - Pedreira ficaram
alimentadas pela ETU Pedreira. Neste caso, vamos verificar a influência da geração da potência
reativa na SE Piratininga e nas demais subestações da região.
(3489)
ETD
VARGINHA
M
1 a 8
88 KV
Q
Q
Capítulo IV – Simulação Computacional
62
ETT PIRATININGA
88 KV
ETU PEDREIRA ETU H.BORDEN
88 KV
(3499)
(3488)
(3489)
ETD
VARGINHA
ETD
RIO BONITO
ETD
IMIGRAMTES
ETD
VARGINHA
(
481
)
(
483
)
(485)
(3492)
M
1 a 8
88 KV
Q
Q
Q
disjuntor aberto
disjuntor fechado
M motor em vazio, não está bombeando
Figura 4.3 - Configuração elétrica do caso nº 3.
4.3.4 Configuração Elétrica do Caso nº 4
A configuração elétrica do caso nº4 é apresentada na Figura 4.4.
No caso nº 4, na ETU Pedreira o disjuntor de paralelo de barras de 88kV foi aberto,
operando a subestação com duas barras simples. Em uma barra foram conectadas as linhas Henry
Borden - Pedreira circuitos nº 1 e 2 e metade das unidades reversíveis da Usina Elevatória de
Pedreira, na outra foi conectada a linha Piratininga - Pedreira e as demais unidades reversíveis da
Usina Elevatória de Pedreira.
Neste caso poderemos ver a influência da potência reativa da Usina Elevatória de
Pedreira tanto para SE Piratininga como para ETU Henry Borden.
Capítulo IV – Simulação Computacional
63
disjuntor aberto
disjuntor fechado
M motor em vazio, não está bombeando
Figura 4.4 - Configuração elétrica do caso nº 4
4.4 Cargas Analisadas.
Para a análise computacional foram escolhidos os meses de Fevereiro, Julho e Agosto do ano de
2004, nos períodos de carga leve, média e pesada.
O mês de Fevereiro foi escolhido por ser um mês de carga alta na região da Baixada
Santista e média na região da SE Piratininga e nas ETD´s Varginha Rio Bonito e Imigrantes.
O mês de Julho foi escolhido por ter carga alta na SE Piratininga e nas ETD´s Varginha,
Rio Bonito e Imigrantes e média na Baixada Santista.
O mês de Agosto foi escolhido por ter carga baixa na região da SE Piratininga, Baixada
Santista e nas ETD´s Varginha, Rio Bonito e Imigrantes.
ETT PIRATININGA
88 KV
ETU PEDREIRA
ETU H.BORDEN
88 KV
(3499)
(3488)
(3489)
ETD
VARGINHA
ETD
RIO BONITO
ETD
IMIGRAMTES
ETD
VARGINHA
(
481
)
(
483
)
(485)
(3492)
88 KV
M
5 a 8
M
1 a 4
Q
Q
Q
Capítulo IV – Simulação Computacional
64
4.5 Contingências analisadas.
Dos casos analisados foram simuladas algumas contingências, conforme critério
estabelecido pelo ONS:
- Transformadores 1 por vez;
- Linhas de transmissão em faixas (torres) diferentes 1 por vez;
- Linhas de transmissão que compartilham a mesma faixa 2 por vez.
As contingências analisadas não prevêem ilhamento no sistema no entorno da EMAE.
Contingências analisadas:
Perda do compensador síncrono de Ibiúna
Perda do compensador síncrono de Santo Ângelo
Perda do compensador síncrono de Embu – Guaçu
Perda do compensador síncrono de Tijuco Preto
Perda de um banco de transformadores – 100MVA (SE Piratininga)
Perda de um banco de transformadores – 400MVA (SE Baixada)
Perda do autotransformador – 500MVA (SE Baixada)
Perda de uma linha de 88kV Henry Borden - Pedreira
Perda de duas linhas de transmissão Tijuco Preto – Baixada (345kV)
Perda de duas linhas de transmissão Interlagos – Piratininga (230KV)
Perda de uma linha de transmissão Ibiúna – Interlagos (345kV)
Perda da linha de transmissão Henry Borden - Piratininga (230kV)
Perda das duas linhas de transmissão H. Borden – Baixada (230kV)
Perda das duas linhas de transmissão Itapeti – Santo Angelo (345kV)
Perda da linha de transmissão Interlagos – Embu Guaçu (345kV)
Capítulo IV – Simulação Computacional
65
Perda de uma linha de transmissão H.Borden – Baixada (88kV)
Perda de duas linhas de transmissão Ibiúna – T.Preto (345kV)
Perda da linha de transmissão Embu Guaçu (440kV)
Capítulo V – Análise dos resultados
66
CAPITULO V – ANÁLISE DOS RESULTADOS
5.1. Introdução
Os casos simulados no programa ANAREDE, conforme configurações elétricas mostradas no
capítulo IV, nos permitem fazer uma análise do comportamento do sistema com a inserção da
potência reativa produzida na Usina Elevatória de Pedreira, através da utilização de suas
máquinas como motores síncronos sobre-excitados.
5.2. Resultados de potência gerada e tensões
O despacho mínimo da Usina Hidroelétrica Henry Borden é de 19MW em 88kV e de 15MW em
230kV, com turbinamento de 6m
3
/s. Esses valores são necessários para dar estabilidade nas
unidades geradoras que estão em sincronismo, para possibilitar a captação de água pela SABESP
no município de Cubatão e possibilitar a refrigeração das unidades geradoras.
Na Usina Termoelétrica Piratininga (88kV) o despacho mínimo é de 20 MW, valor
necessário para dar estabilidade ao turbo gerador de uma unidade geradora.
A Usina Termoelétrica Piratininga (230kV) não foi despachada, devido estar em fase de
modernização e reforma para possibilitar seu funcionamento em ciclo combinado.
5.2.1. Período de carga pesada
Os resultados obtidos das simulações computacionais para o período de carga pesada são
apresentadas na tabela 5.1.
Capítulo V – Análise dos resultados
67
Tabela 5.1 - Resultados da geração no período de carga pesada.
MÊS: FEVEREIRO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
BARRA
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
400-HB 88kV 100 95,9 100 96,6 96 84,9 96 81,1 98 83,8
401-HB 230kV 15 49,8 15 50,1 15 47,5 15 48,7 15 47,8
403-PI 88kV 20 26,6 20 26,6 20 26,7 20 26,7 20 26,6
483-PED (1) 0 0 0 25 0 44 0 42,2 0 43,1
4831-PED (2) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3,8
MÊS: JULHO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
BARRA
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
400-HB 88kV 77 45,8 77 45,8 71 37,7 19 32,3 69 38,2
401-HB 230kV 15 49,4 15 49,8 15 46,1 15 46,1 15 46,7
403-PI 88kV 20 25,6 20 25,6 20 24,8 72 27,6 20 26,6
483-PED (1) 0 0 0 2,9 0 57,1 0 41,8 0 51,3
4831-PED (2) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5,9
MÊS: AGOSTO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
BARRA
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
400-HB 88kV 44 57,9 44 57,9 41 48,2 19 41,9 39 48,4
401-HB 230kV 15 46,4 15 46,3 15 43,2 15 41,8 15 41,4
403-PI 88kV 20 25,1 20 26,6 20 25,6 58 26,8 20 25,6
483-PED (1) 0 0 0 3,2 0 53,2 0 41,3 0 51,3
4831-PED (2) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,2
Durante as simulações, foi observado que no período de carga pesada, em alguns casos,
as LT´s Henry Borden – Baixada 88kV circuitos 1 a 4 e os transformadores 230/88kV da SE
Piratininga apresentavam sobrecargas. Como estes componentes estão localizados na área de
88KV, para eliminar estas sobrecargas durante as simulações foi necessário aumentar o despacho
mínimo das usinas de Henry Borden e de Piratininga.
Capítulo V – Análise dos resultados
68
No caso original, sem a utilização da geração de potência reativa da Usina Elevatória de
Pedreira, as cargas das ETD´s Varginha, Imigrantes e Rio Bonito estão sendo alimentadas através
da barra nº 481 (Henry Borden 88KV). Nessa situação foi necessário o aumento do despacho da
usina Henry Borden (88kV) para: 100MW no mês de fevereiro, 77MW no mês de julho e 44MW
no mês de agosto.
Nos casos nº
s
2 e 4, onde a geração de potência reativa é feita pela Usina Elevatória de
Pedreira, as cargas das ETD´s Varginha, Imigrantes e Rio Bonito ficaram alimentadas através da
ETU Henry Borden (barra nº 481). O reativo gerado pela Usina Elevatória de Pedreira atende
primeiro a essas cargas e o restante do reativo é utilizado na barra nº 481. Como conseqüência há
uma necessidade menor no despacho de geração da usina de Henry Borden (88kV) para: 96MW
ou 98MW no mês de fevereiro (caso nº 2 e 4); 71MW ou 69MW no mês de julho (caso nº 2 e 4) e
41 ou 39MW no mês de agosto (caso nº 2 e 4).
No caso original, sem a utilização da geração de potência reativa na Usina Elevatória de
Pedreira, as cargas das ETD´s Varginha, Imigrantes e Rio Bonito são alimentadas através da
barra nº 481 (Henry Borden 88KV), não há sobrecarga nos bancos de transformadores de
88/230kV da SE Piratininga entre as barras nº 485 e 484. Porém, no caso 3, onde, essas cargas
ficaram alimentadas através da barra nº 483 (Pedreira 88kV) os referidos bancos de
transformadores apresentaram sobrecargas em alguns meses do ano, no período de carga pesada.
Para a retirada dessas sobrecargas deve-se aumentar a geração da Usina Termoelétrica
Piratininga. Como resultado do estudo verificou-se que era necessária a geração de 72MW para o
mês de julho e de 58MW para o mês de agosto. Sem a geração de potência reativa na Usina
Elevatória de Pedreira, a geração necessária na Usina Termoelétrica Piratininga seria: 78MW
para o mês de julho e de 64MW para o mês de agosto.
Capítulo V – Análise dos resultados
69
Nos casos nº
s
2, 3 e 4 estudados foi observado que quando a potência reativa era gerada
na usina elevatória de Pedreira, houve uma diminuição de geração de potência reativa na usina
Henry Borden (88kV), carregando menos os geradores e aumentando sua capacidade de geração
de potência ativa.
Nas tabelas 5.2 a 5.4 são mostrados os valores de tensões obtidos nas simulações
computacionais para carga pesada.
Tabela 5.2 - Tensão nas barras mês de fevereiro carga pesada (valores em pu)
Barra original Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
3499 (ETD Imigrantes) 0,920 0,920 0,991 0,988 0,991
3488 (ETD Varginha) 0,880 0,880 0,984 0,984 0,984
3489 (ETD Varginha) 0,979 0,979 0,993 0,993 0,993
3492 (ETD R. Bonito) 0,882 0,882 0,990 0,990 0,990
Tabela 5.3 - Tensão nas barras mês de julho carga pesada (valores em pu)
Barra original Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
3499 (ETD Imigrantes) 0,890 0,890 0,988 0,987 0,984
3488 (ETD Varginha) 0,848 0,848 0,981 0,981 0,975
3489 (ETD Varginha) 0,971 0,971 0,991 0,993 0,985
3492 (ETD R. Bonito) 0,841 0,841 0,989 0,989 0,982
Tabela 5.4 - Tensão nas barras mês de agosto carga pesada (valores em pu).
Barra original Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
3499 (ETD Imigrantes) 0,899 0,899 0,989 0,987 0,987
3488 (ETD Varginha) 0,858 0,858 0,982 0,982 0,979
3489 (ETD Varginha) 0,975 0,975 0,991 0,993 0,989
3492 (ETD R. Bonito) 0,851 0,851 0,989 0,989 0,986
Conforme informação da empresa distribuidora local AES Eletropaulo, o valor ideal
para as tensões nas ETD´s Varginha, Rio Bonito e Imigrantes, durante o período de carga pesada
seria de 1,0pu referidas a 88kV.
Capítulo V – Análise dos resultados
70
No caso original, sem a utilização da geração da potência reativa da Usina Elevatória de
Pedreira as tensões nestas ETD´s apresentavam valores muito abaixo de 1,0 pu, variando entre
0,841 a 0,978 pu. Isto ocorre porque as impedâncias das linhas de 88kV Henry Borden –
Pedreira, mostradas na Tabela 3.1, possuem valores elevados e a única fonte de geração de
potência reativa mais próxima é a usina hidroelétrica de Henry Borden 88kV, que está conectada
na barra nº 481, imediatamente à montante das linhas Henry Borden - Pedreira.
Nos casos estudados nº
s
2, 3 e 4, nos quais a geração de potência reativa da Usina
Elevatória de Pedreira está direcionado para as barras nº 3499, 3488, 3489 e 3492, há uma
melhora considerável no nível de tensão, ficando com valores bem próximos dos 1,0 pu, o que
resolveria o problema de baixa tensão no período de carga pesada.
5.2.2 Período de carga média
Os resultados da geração no período de carga média são mostrados na Tabela 5.5.
Capítulo V – Análise dos resultados
71
Tabela 5.5 - Resultados da geração no período de carga média.
MÊS: FEVEREIRO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
BARRA
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
400-HB 88kV 19 111,2 19 111,3 19 102,6 19 97,8 19 102,4
401-HB 230kV 15 71,1 15 71,2 15 69,1 15 67,2 15 69
403-PI 88kV 20 26,7 20 26,5 20 26,5 20 26,6 20 26,7
483-PED (1) 0 0 0 0,6 0 35,1 0 35,8 0 34,5
4831-PED (2) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,5
MÊS: JULHO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
BARRA
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
400-HB 88kV 19 52,7 19 52,7 19 47,4 19 44,9 19 47,4
401-HB 230kV 15 47,7 15 48,4 15 45,5 15 45,1 15 45,5
403-PI 88kV 20 26,7 20 26,7 20 26,7 20 26,7 20 26,8
483-PED (1) 0 0 0 7,7 0 44,4 0 34,8 0 43,8
4831-PED (2) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
MÊS: AGOSTO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
BARRA
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
400-HB 88kV 19 92,5 19 92,6 19 86,5 19 79,7 19 84,1
401-HB 230kV 15 61,8 15 61,8 15 59,7 15 58,5 15 59,7
403-PI 88kV 20 26,3 20 26,3 20 26,7 20 26,3 20 26,7
483-PED (1) 0 0 0 0,6 0 39,1 0 41,2 0 38,0
4831-PED (2) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,4
No período de carga média não foram observadas sobrecargas nas LT´s Henry Borden –
Baixada 88kV circuitos 1 a 4 e nos transformadores 230/88kV da SE Piratininga, sendo que as
usinas hidroelétrica de Henry Borden e a termoelétrica Piratininga foram despachadas com seus
valores mínimos.
Nas Tabelas 5.6 a 5.8 são apresentadas as tensões nas barras obtidas das simulações
para a carga média.
Capítulo V – Análise dos resultados
72
Tabela 5.6 - Tensão nas barras mês de fevereiro carga média (valores em pu).
Barra original Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
3499 (ETD Imigrantes) 0,920 0,920 0,991 0,988 0,991
3488 (ETD Varginha) 0,880 0,880 0,984 0,984 0,984
3489 (ETD Varginha) 0,979 0,979 0,993 0,993 0,993
3492 (ETD R. Bonito) 0,882 0,882 0,990 0,990 0,990
Tabela 5.7 - Tensão nas barras mês de julho carga média (valores em pu).
Barra original Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
3499 (ETD Imigrantes) 0,890 0,890 0,988 0,987 0,984
3488 (ETD Varginha) 0,848 0,848 0,981 0,981 0,975
3489 (ETD Varginha) 0,971 0,971 0,991 0,993 0,985
3492 (ETD R. Bonito) 0,841 0,841 0,989 0,989 0,982
Tabela 5.8 - Tensão nas barras mês de agosto carga média (valores em pu).
Barra original Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
3499 (ETD Imigrantes) 0,920 0,920 0,991 0,988 0,991
3488 (ETD Varginha) 0,880 0,880 0,984 0,984 0,984
3489 (ETD Varginha) 0,979 0,979 0,993 0,993 0,993
3492 (ETD R. Bonito) 0,882 0,882 0,990 0,990 0,990
A tensão ideal das ETD´s Varginha, Rio Bonito e Imigrantes, durante o período de
carga média, seria 1,0pu (88kV), conforme informação da AES Eletropaulo.
No caso original, sem a utilização da geração de potência reativa da Usina Elevatória de
Pedreira, as tensões nestas ETD´s apresentavam valores muito abaixo de 1,0 pu, variando entre
0,841 a 0,979pu.
Nos casos estudados nº 2, 3 e 4, onde a geração de potência reativa da Usina Elevatória
de Pedreira está direcionado para as barras nº 3499, 3488, 3489 e 3492, foi verificado uma
melhora considerável no nível de tensão, ficando com valores bem próximos de 1,0 pu, o que
resolveria o problema de baixa tensão no período de carga média.
Capítulo V – Análise dos resultados
73
5.2.3 Período de carga leve
Os resultados da geração no período de carga leve são mostrados na Tabela 5.9.
Tabela 5.9 - Resultados da geração no período de carga leve.
MÊS: FEVEREIRO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
BARRA
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
400-HB 88kV 19 53 19 53 19 53 19 53 19 53
401-HB 230kV 15 67,3 15 67,3 15 66,8 15 64,4 15 66,9
403-PI 88kV 20 26,6 20 26,6 20 26,6 20 26,5 20 26,6
483-PED (1) 0 0 0 0,5 0 1,7 0 17,6 0 2,2
4831-PED (2) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
MÊS: JULHO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
BARRA
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
400-HB 88kV 19 53,0 19 53,0 19 53,0 19 53,0 19 53,0
401-HB 230kV 15 67,3 15 67,3 15 66,8 15 64,4 15 66,9
403-PI 88kV 20 26,6 20 26,6 20 26,6 20 26,5 20 26,6
483-PED (1) 0 0 0 0,5 0 1,7 0 17,6 0 2,2
4831-PED (2) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
MÊS: AGOSTO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
BARRA
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
P
(MW)
Q
(MVAr)
400-HB 88kV 19 6,0 19 6,0 19 5,6 19 8,9 19 5,6
401-HB 230kV 15 62,1 15 62,2 15 62,2 15 60,2 15 62,2
403-PI 88kV 20 25,3 20 25,3 20 25,3 20 25,3 20 25,5
483-PED (1) 0 0 0 0,4 0 1,1 0 14,3 0 1,3
4831-PED (2) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,3
No período de carga leve não foram observadas sobrecargas nas LT ´s Henry Borden –
Baixada 88kV circuitos 1 a 4 e nos transformadores 230/88kV da SE Piratininga, sendo que as
usinas hidroelétrica de Henry Borden e a termoelétrica Piratininga puderam ser despachadas no
mínimo.
Capítulo V – Análise dos resultados
74
Nas Tabelas 5.10 a 5.12 são apresentadas as tensões nas barras obtidas das simulações
para a carga média.
Tabela 5.10 - Tensão nas barras mês de fevereiro carga leve (valores em pu).
Barra original Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
3499 (ETD Imigrantes) 0,969 0,969 0,983 0,991 0,983
3488 (ETD Varginha) 0,954 0,954 0,974 0,989 0,973
3489 (ETD Varginha) 0,992 0,992 0,978 0,993 0,978
3492 (ETD R. Bonito) 0,951 0,951 0,973 0,992 0,973
Tabela 5.11 - Tensão nas barras mês de julho carga leve (valores em pu).
Barra original Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
3499 (ETD Imigrantes) 0,974 0,974 0,994 0,971 0,994
3488 (ETD Varginha) 0,962 0,962 0,994 0,970 0,990
3489 (ETD Varginha) 0,993 0,994 0,993 0,974 0,993
3492 (ETD R. Bonito) 0,960 0,991 0,991 0,973 0,991
Tabela 5.12 - Tensão nas barras mês de agosto carga leve (valores em pu).
Barra original Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
3499 (ETD Imigrantes) 0,975 0,975 0,984 0,972 0,984
3488 (ETD Varginha) 0,963 0,963 0,975 0,970 0,975
3489 (ETD Varginha) 0,994 0,994 0,979 0,974 0,979
3492 (ETD R. Bonito) 0,961 0,961 0,974 0,973 0,974
Conforme informação da empresa distribuidora local AES Eletropaulo, a tensão ideal
nas ETD´s Varginha, Rio Bonito e Imigrantes, durante o período de carga leve seria de 0,977pu
(86kV). Este valor é devido ao carregamento e regulação de tensão dos transformadores.
No caso original, sem a utilização da geração da potência reativa na Usina Elevatória de
Pedreira as tensões nestas ETD´s apresentavam valores abaixo de 0,977 pu, variando entre 0,951
a 0,975pu.
Capítulo V – Análise dos resultados
75
Nos casos estudados nº
s
2, 3 e 4, nos quais a geração de reativos da Usina Elevatória de
Pedreira está direcionado para as barras nº 3499, 3488, 3489 e 3492, há uma melhora
considerável no nível de tensão, ficando com valores bem próximos dos 0,977 pu, o que
resolveria o problema de baixa tensão no período de carga leve.
5.3.
Análise do reativo gerado pelos síncronos
5.3.1 Período de carga pesada
Os resultados da geração de potência reativa dos síncronos no período de carga média são
mostrados na Tabela 5.13.
Capítulo V – Análise dos resultados
76
Tabela 5.13 - Resultados da geração dos síncronos no período de carga pesada.
MÊS: FEVEREIRO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
SÍNCRONO
Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr)
532-Embu–Guaçu (440kV) +49,4 +49,4 +48,4 +53 +48,6
593-Santo Ângelo (440kV) +37,8 +38,1 +36,1 +39,6 +36,2
81-Tijuco Preto (345kV) +2 +2,3 +2,1 +0,7 +2,1
86- Ibiúna (345kV) +131,8 +135,9 +109,6 +144,9 +111,9
483-Pedreira (1) 88kV 0 +2,5 +44,0 +42,2 +43,1
4831-Pedreira (2) 88kV 0 0 0 0 +3,8
MÊS: JULHO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
SÍNCRONO
Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr)
532-Embu–Guaçu (440kV) -1,9 -1,3 -5,0 -5,8 -4,2
593-Santo Ângelo (440kV) -11,3 -10,8 -14,4 -16,1 -13,8
81-Tijuco Preto (345kV) +45,5 +45,9 +39,3 +35,4 +40,1
86- Ibiúna (345kV) +68,1 +73,7 +33,9 +30,7 +41,4
483-Pedreira (1) 88kV 0 -2,9 +57,1 +41,8 51,3
4831-Pedreira (2) 88kV 0 0 0 0 -5,9
MÊS: AGOSTO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
SÍNCRONO
Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr)
532-Embu–Guaçu (440kV) -55,9 -55,6 -58,6 -59,9 -61,4
593-Santo Ângelo (440kV) -57,5 -57,3 -60,2 -62,4 -63,1
81-Tijuco Preto (345kV) +56,7 +56,7 +51,1 +46,8 +49,2
86- Ibiúna (345kV) +70,5 +72,6 +37,8 +31,8 +19,6
483-Pedreira (1) 88kV 0 -3,2 +53,2 +41,3 +51,3
4831-Pedreira (2) 88kV 0 0 0 0 +0,2
Nas simulações dos casos nº
s
2, 3 e 4, com a geração de potência reativa pela Usina
Elevatória de Pedreira, pode-se observar que os síncronos são menos solicitados resultandoem
uma diminuição na geração de reativo. Isto verifica-se, principalmente, nos síncronos de Ibiúna
(345kV) e Tijuco Preto (345kV), os mais próximos eletricamente da Usina Elevatória de
Pedreira.
Capítulo V – Análise dos resultados
77
Para o sistema elétrico quanto maior a folga dos compensadores síncronos melhor, pois
estes teriam uma faixa maior de regulação de tensão, atendendo melhor o sistema no caso de
alguma contingência.
5.3.2
Período de carga média
Os resultados da geração de potência reativa dos síncronos no período de carga média são
mostrados na Tabela 5.14.
Tabela 5.14 - Resultados da geração dos compensadores síncronos no período de carga média.
MÊS: FEVEREIRO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
SÍNCRONO
Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr)
532-Embu–Guaçu (440kV) +31,2 +31,0 +32,7 +33,3 +32,7
593-Santo Ângelo (440kV) -14,1 -13,9 -15,5 -16,4 -15,5
81-Tijuco Preto (345kV) -73,9 -73,9 -77,0 -80,4 -77,0
86- Ibiúna (345kV) -207,6 -205,9 -219,9 -223,6 -219,7
483-Pedreira (1) 88kV 0 +0,6 +35,1 +35,8 +34,5
4831-Pedreira (2) 88kV 0 0 0 0 +0,5
MÊS: JULHO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
SÍNCRONO
Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr)
532-Embu–Guaçu (440kV) -1,9 -1,3 -5,0 -5,8 -4,2
593-Santo Ângelo (440kV) -11,3 -10,8 -14,4 -16,1 -13,8
81-Tijuco Preto (345kV) +45,5 +45,9 +39,3 +35,4 +40,1
86- Ibiúna (345kV) +68,1 +73,7 +33,9 +30,7 +41,4
483-Pedreira (1) 88kV 0 -2,9 +57,1 +41,8 +51,3
4831-Pedreira (2) 88kV 0 0 0 0 -5,9
MÊS: AGOSTO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
SÍNCRONO
Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr)
532-Embu–Guaçu (440kV) -71,5 -71,3 -73,1 -73,3 -73
593-Santo Ângelo (440kV) -86,8 -86,6 -88,6 -89,1 -88,3
81-Tijuco Preto (345kV) -6,9 -6,8 -10,4 -12,9 -10,2
86- Ibiúna (345kV) -55,9 -54,3 -73,4 -74,8 -72,3
483-Pedreira (1) 88kV 0 +0,6 +39,1 +41,2 +38
4831-Pedreira (2) 88kV 0 0 0 0 +0,4
Capítulo V – Análise dos resultados
78
No período de carga média, dependendo do mês do ano, os compensadores síncronos
podem estar gerando ou absorvendo reativo. Com a geração de potência reativa na Usina
Elevatória de Pedreira, nos casos nº
s
2, 3 e 4, os síncronos de Ibiúna (345kV) e Tijuco Preto
(345kV) podem ser mais ou menos solicitados.
5.3.3 Período de carga leve
Os resultados da geração de potência reativa dos síncronos no período de carga leve são
mostrados na Tabela 5.15.
Capítulo V – Análise dos resultados
79
Tabela 5.15 - Resultados da geração dos compensadores síncronos no período de carga leve.
MÊS: FEVEREIRO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
SÍNCRONO
Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr)
532-Embu–Guaçu (440kV) -31,0 -30,8 -31,1 -32,6 -31,0
593-Santo Ângelo (440kV) -61,8 -61,7 -62,0 -63,8 -62,0
81-Tijuco Preto (345kV) -55,4 -55,3 -55,8 -59,6 -55,7
86- Ibiúna (345kV) -681,4 -680,2 -682,7 -695,2 -681,7
483-Pedreira (1) 88kV 0 +0,5 +1,7 +17,6 +2,2
4831-Pedreira (2) 88kV 0 0 0 0 +0,5
MÊS: JULHO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
SÍNCRONO
Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr)
532-Embu–Guaçu (440kV) -31,0 -30,8 -31,1 -32,6 -31,0
593-Santo Ângelo (440kV) -61,8 -61,7 -62,0 -63,8 -62,0
81-Tijuco Preto (345kV) -55,4 -55,3 -55,8 -59,6 -55,7
86- Ibiúna (345kV) -681,4 -680,2 -682,7 -695,2 -681,7
483-Pedreira (1) 88kV 0 +0,5 +1,7 +17,6 +2,2
4831-Pedreira (2) 88kV 0 0 0 0 0
MÊS: AGOSTO
Original CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
SÍNCRONO
Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr) Q (MVAr)
532-Embu–Guaçu (440kV) -54,2 -54,0 -54,0 -54,7 -54,0
593-Santo Ângelo (440kV) -70,3 -70,2 -70,1 -71,0 -70,1
81-Tijuco Preto (345kV) -120,0 -119,9 -119,8 -122,7 -119,8
86- Ibiúna (345kV) -790,2 -789,1 -789,0 -797,3 -788,6
483-Pedreira (1) 88kV 0 +0,4 -1,1 +14,3 -1,3
4831-Pedreira (2) 88kV 0 0 0 0 -0,3
No período de carga leve os compensadores síncronos absorvem potência reativa.
Com a geração de potência reativa na Usina Elevatória de Pedreira os compensadores síncronos
de Ibiúna (345kV) e Tijuco Preto (345kV) são mais solicitados, aumentando sua necessidade de
absorver potência reativa. Isto acontece no caso nº 3.
Capítulo V – Análise dos resultados
80
5.4 Aumento na capacidade das linhas de transmissão e transformadores
Foram analisadas as linhas e os transformadores que sofreriam maior influência com a geração de
potência reativa na Usina Elevatória de Pedreira.
5.4.1 Linhas de 88kV Henry Borden Baixada circuitos nº1 a 4
Na Tabela 5.16 é mostrado o fluxo de reativo das linhas de 88kV Henry Borden – Baixada, nos
quatro circuitos. Nesta Tabela estão indicados os valores nos casos: original (configuração sem a
potência reativa gerada pela Usina Elevatória de Pedreira) e nos casos nº 1 a 4, nos quais a
geração da UEP é incluída no sistema.
Tabela 5.16 – Fluxo de potência reativa nas linhas 88kV HB – Baixada circuitos 1 a 4.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Caso
Pesada
(MVAr)
Média
(MVAr)
Leve
(MVAr)
Pesada
(MVAr)
Média
(MVAr)
Leve
(MVAr)
Pesada
(MVAr)
Média
(MVAr)
Leve
(MVAr)
Original
60,0 45,6 58,0 120,8 100,4 90,0 97,6 52,0 86,4
C1 59,2 45,6 58,0 120,8 100,4 90,0 97,6 52,0 86,4
C2 18,8 15,6 54,4 55,6 56,4 78,0 40,0 14,8 86,4
C3 20,8 16,4 36,8 52,8 56,0 76,0 38,0 18,0 72,8
C4 18,8 16,0 55,6 60,0 56,0 78,0 41,6 17,6 86,4
Pela tabela acima pode-se observar que, com a geração de potência reativa na Usina
Elevatória de Pedreira, o fluxo de reativo na linha de 88kV Henry Borden – Baixada circuitos de
1 a 4 diminui, principalmente no período de carga pesada e média. Como conseqüência há um
aumento na capacidade de transmitir potência ativa, fazendo com que o despacho de geração da
usina de Henry Borden (88kV) possa ser diminuído. Este novo despacho otimiza a sua geração,
fazendo o sistema operar em condições melhores, pois a Usina de Henry Borden teria maiores
condições de atender grandes contingências.
Capítulo V – Análise dos resultados
81
5.4.2 Banco de transformadores de 88/345kV da SE Baixada.
Na Tabela 5.17 é apresentado o fluxo de potência reativa nos dois bancos de transformadores de
400MVA - 88/345kV da SE Baixada. Nesta Tabela estão indicados os valores nos seguintes
casos: original (configuração sem o reativo gerado pela UEP) e nos casos de nº
s
1 a 4, nos quais a
geração da UEP é incluída no sistema.
Tabela 5.17 – Fluxo de potência reativa nos bancos da SE Baixada
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Caso
Pesada
(MVAr)
Média
(MVAr)
Leve
(MVAr)
Pesada
(MVAr)
Média
(MVAr)
Leve
(MVAr)
Pesada
(MVAr)
Média
(MVAr)
Leve
(MVAr)
Original 70,8 53,8 68,4 142,5 118,5 106,2 115,2 61,4 101,9
C1 70,8 53,8 68,4 142,5 118,5 106,2 115,2 61,4 101,9
C2 29,6 23,8 64,8 77,3 74,5 94,2 57,5 24,2 99,0
C3 31,6 24,3 47,2 74,5 74,0 92,2 55,5 27,4 88,3
C4 29,6 24,2 66,0 81,7 74,0 94,0 59,2 27,0 98,0
Observa-se que os bancos de transformadores 88/345kV da SE Baixada apresentam uma
substancial redução em seu fluxo de potência reativa. Isto ocorre principalmente nas cargas
pesada e média nos meses de Fevereiro e Agosto. Pode-se observar também que a maior redução
de fluxo de potência reativa ocorre para o caso nº 3 em todas as situações.
5.4.3 Banco de transformadores de 88/230kV da SE Piratininga
O fluxo de potência reativa nos quatro bancos de transformadores de 100MVA - 88/230kV da SE
Piratininga é mostrado na tabela 5.18. Foi analisado o caso nº 3, o qual apresenta maior influência
sobre os bancos de transformadores, pois as cargas das linhas 88kV Henry Borden – Pedreira
ficaram alimentadas pela ETU Pedreira.
Capítulo V – Análise dos resultados
82
Tabela 5.18 – Fluxo de potência reativa nos bancos da SE Piratininga
MES FEVEREIRO JULHO AGOSTO
COM PED. SEM PED. COM PED.
SEM PED.
COM PED.
SEM PED.
CARGA
MVAr MVAr MVAr MVAr MVAr MVAr
LEVE 54,4 72 46,0 58,8 41,2 55,2
MÉDIA 94,8 131,6 86,4 121,6 74,8 116,4
PESADA 77,6 120,0 77,2 118,8 71,2 112,4
Com a geração de potência reativa da Usina Elevatória de Pedreira há uma substancial
redução do fluxo de potência reativa nos bancos de transformadores 88/345kV da SE Piratininga.
Isto ocorre principalmente nas cargas pesada e média.
5.5 Perdas elétricas no sistema no entorno da Usina Elevatória de Pedreira.
Foram analisadas as perdas elétricas na fronteira do sistema estudado com a influência da geração
de potência reativa da Usina Elevatória de Pedreira. As variações mais significativas se deram
nas proximidades da usina.
Na Figura 5.1 é mostrado o diagrama elétrico indicando as barras, linhas e
transformadores que foram considerados.
Capítulo V – Análise dos resultados
83
Figura 5.1 – Diagrama elétrico das perdas
Nas Tabelas 5.19 a 5.21 são mostradas as perdas elétricas no entorno da Usina
Elevatória de Pedreira
ETT
ETT PIRATININGA
88 KV
ETU PEDREIRA
ETU H. DEN
230 kV
BOR
230 KV
ETU H.BORDEN
88 KV
LTA HB-BSA 4
LTA HB-BSA 3
LTA HB-BSA 2
3499
3488
G. 14
N.1
63
N.8 - 100 MVA
N.7 - 100 MVA
N.6 - 100 MVA
N.5 - 100 MVA
N.4 - 400 MVA
N.3 - 400 MVA
N.1 - 500 MVA
3489
ETD
VARGINHA
75 MVA
ETT P NINGAIRATI
230 KV
LTA HB-BSA 1
ETT
B.SANTISTA
230 KV
ETT B.SANTISTA
88 KV
ETT B.SANTISTA
345 KV
ETD
RIO BONITO
ETD
IMIGRAMTES
ETD
VARGINHA
63
G. 11
G. 12
G. 13
G. 15
G. 16
G. 08
G. 07
G. 01
G. 02
G. 03
G. 04
G. 05
G. 06
G. 01
G. 02
G. 03
G. 04
INTERLAGOS
481
483485
470
473
471
484
3492
480
472
28,8 MVAR
126
MVAr
489
ETT
ETT PIRATININGA
88 KV
ETU PEDREIRA
ETU H. DEN
230 kV
BOR
230 KV
ETU H.BORDEN
88 KV
LTA HB-BSA 4
LTA HB-BSA 3
LTA HB-BSA 2
3499
3488
G. 14
N.1
63
N.8 - 100 MVA
N.7 - 100 MVA
N.6 - 100 MVA
N.5 - 100 MVA
N.4 - 400 MVA
N.3 - 400 MVA
N.1 - 500 MVA
3489
ETD
VARGINHA
75 MVA
ETT P NINGAIRATI
230 KV
LTA HB-BSA 1
ETT
B.SANTISTA
230 KV
ETT B.SANTISTA
88 KV
ETT B.SANTISTA
345 KV
ETD
RIO BONITO
ETD
IMIGRAMTES
ETD
VARGINHA
63
G. 11
G. 12
G. 13
G. 15
G. 16
G. 08
G. 07
G. 01
G. 02
G. 03
G. 04
G. 05
G. 06
G. 01
G. 02
G. 03
G. 04
INTERLAGOS
481
483485
470
473
471
484
3492
480
472
28,8 MVAR
126
MVAr
ETT
ETT PIRATININGA
88 KV
ETU PEDREIRA
ETU H. DEN
230 kV
BOR
230 KV
ETU H.BORDEN
88 KV
LTA HB-BSA 4
LTA HB-BSA 3
LTA HB-BSA 2
3499
3488
G. 14
N.1
63
N.8 - 100 MVA
N.7 - 100 MVA
N.6 - 100 MVA
N.5 - 100 MVA
N.4 - 400 MVA
N.3 - 400 MVA
N.1 - 500 MVA
LTA HB-BSA 1
ETT
B.SANTISTA
3489
ETD
VARGINHA
75 MVA
ETT P NINGAIRATI
230 KV
230 KV
ETT B.SANTISTA
88 KV
ETT B.SANTISTA
345 KV
ETD
RIO BONITO
ETD
IMIGRAMTES
ETD
VARGINHA
63
G. 07
G. 01
G. 02
G. 03
G. 04
G. 05
G. 06
G. 01
G. 02
G. 11
G. 12
G. 13
G. 15
G. 16
G. 08
G. 03
G. 04
INTERLAGOS
481
483485
470
473
471
484
3492
480
472
28,8 MVAR
126
MVAr
489
3499
Capítulo V – Análise dos resultados
84
Tabela 5.19 - Perdas na região no período de carga leve.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Caso
ATIVA
(MW)
REATIVA
(MVAr)
ATIVA
(MW)
REATIVA
(MVAr)
ATIVA
(MW)
REATIVA
(MVAr)
Original 3,8 13,6 2,4 4,9 1,9 5,8
C1 3,8 13,3 2,3 4,9 1,9 5,8
C2 3,7 12,5 2,3 4,5 1,9 5,5
C3 2 4,6 1,3 0,9 0,9 2,4
C4 3,6 12,2 2,2 4,0 1,8 5,2
Tabela 5.20 - Perdas na região no período de carga média.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Caso
ATIVA
(MW)
REATIVA
(MVAr)
ATIVA
(MW)
REATIVA
(MVAr)
ATIVA
(MW)
REATIVA
(MVAr)
Original 5,7 25,3 6,3 26,3 4,7 23,6
C1 5,7 25,3 6,3 26,2 4,7 23,4
C2 5,1 22,0 5,3 21,1 4,1 19,7
C3 2,9 10,8 2,5 6,9 1,8 7,6
C4 5,0 21,6 5,3 20,5 3,9 20
Tabela 5.21 - Perdas na região no período de carga pesada.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Caso
ATIVA
(MW)
REATIVA
(MVAr)
ATIVA
(MW)
REATIVA
(MVAr)
ATIVA
(MW)
REATIVA
(MVAr)
Original 8,9 43,4 12,3 62,1 10,5 53,9
C1 8,9 43,4 12,3 61,9 10,6 54
C2 7,6 35,2 9,6 46,1 8,2 40,2
C3 3,8 13,6 4,1 14,2 2,9 11,8
C4 7,5 34,5 9,5 44,5 8,2 40,1
Com a geração de potência reativa da Usina Elevatória de Pedreira as perdas elétricas
dos componentes que pertencem a fronteira em estudo diminuíram nos três períodos de carga:
leve, média e pesada. Isto pode ser observado nas Tabelas 5.19, 5.20 e 5.21, onde no caso
original as perdas no sistema estudado são calculados sema utilização da geração de potência
reativa naquele local e nos casos de 1 a 4, as perdas são consideradas com a geração da potência
reativa na Usina Elevatória de Pedreira.
Capítulo V – Análise dos resultados
85
As perdas reativas tiveram uma redução maior do que as perdas ativas. Sendo que no
Caso nº 3 houve a maior redução de 12,3MW para 4,1MW e de 62,1MVAr para 14,2 MVAr , no
mês de Julho, que é o período de carga pesada.
Nas quatro configurações propostas pode-se observar que o Caso nº 3 foi o que
apresentou melhor desempenho, com as menores perdas. Essa redução se deu em função da
diminuição do fluxo de potência reativa ao longo do sistema, pois a geração na Usina Elevatória
de Pedreira está próxima às cargas das ETD´s Varginha, Rio Bonito e Imigrantes e da SE
Piratininga.
5.6 Análise das Contingências
Para análise das contingências, foram consideradas aquelas que não deixam a área em estudo
ilhada e também foi seguido o critério adotado atualmente pelo ONS – Operador Nacional do
Sistema Elétrico, que determina que sejam consideradas contingências duplas nas linhas de
transmissão que compartilham a mesma torre.
Das contingências simuladas conforme a lista apresentada no item 4.5, as que
apresentavam influência com a geração de potência reativa da Usina Elevatória de Pedreira são
apresentadas a seguir.
5.6.1 Perda de um banco de 345/88kV - 400MVA da SE Baixada
O desligamento de um banco de transformadores de 400MVA - 345/88kV acarreta sobrecarga no
banco remanescente, pois devido à restrição de geração da usina Henry Borden, a potência ativa
entregue para as cargas da barra nº 481 de 88kV é transmitida pelos dois bancos.
As Tabelas 5.22 a 5.24 mostram o carregamento do banco remanescente em potência e
o percentual de sobrecarga.
Capítulo V – Análise dos resultados
86
Tabela 5.22 - Carregamento do banco de transformadores remanescente e percentual de
sobrecarga.- Carga leve.
MES FEVEREIRO JULHO AGOSTO
COM PED. SEM PED. COM PED. SEM PED. COM PED. SEM PED.
CASO
MVA % MVA % MVA % MVA % MVA % MVA %
C1 550 37,5 550 37,5 474 18,5 474 18,5 457,4 14,3 457,4 14,3
C2 553 38,25 549 37,25 472 18,0 474 18,5 462 15,5 458 14,5
C3 469 17,25 469 17,25 408 2,0 408 2,0 393 0,0 393 0,0
C4 550 37,5 549 37,25 470 17,5 474 18,5 462 15,5 462 15,5
Tabela 5.23 - Carregamento do banco de transformadores remanescente e percentual de
sobrecarga.- Carga Média.
MES FEVEREIRO JULHO AGOSTO
COM PED. SEM PED. COM PED. SEM PED. COM PED. SEM PED.
CASO
MVA % MVA % MVA % MVA % MVA % MVA %
C1 589 47,25 589 47,25 574 43,5 574 43,5 544 36,0 544 36,0
C2 588 47,0 588 47,0 567 41,75 572 43,0 542 35,5 543 35,75
C3 495 23,75 495 23,75 456 14,0 456 14,0 453 13,25 453 13,25
C4 585 46,25 588 47,0 564 41,0 572 43,0 545 36,25 543 35,75
Tabela 5.24 - Carregamento do banco de transformadores remanescente e percentual
de sobrecarga.- Carga Pesada.
MES FEVEREIRO JULHO AGOSTO
COM PED. SEM PED. COM PED. SEM PED. COM PED. SEM PED.
CASO
MVA % MVA % MVA % MVA % MVA % MVA %
C1 669 67,25 669 67,25 629 57,25 629 57,25 625,2 56,3 625,2 56,3
C2 663 65,75 666 66,5 619 54,75 629 57,25 616 54,0 624 56,0
C3 604 51,0 604 51,0 497 24,25 497 24,25 474 18,5 474 18,5
C4 668 67,0 673 68,25 620 55,0 632 58,0 617 54,25 623 55,75
Nas tabelas acima para os casos 2 e 4, nos quais as cargas das ETD´s Varginha, Rio
Bonito e Imigrantes são alimentadas através da ETU Henry Borden 88kV, pode-se observar a
influência da potência reativa da Usina Elevatória de Pedreira em relação ao carregamento do
banco remanescente de 400MVA, 345/88kV da SE Baixada.
Capítulo V – Análise dos resultados
87
Quando há geração de potência reativa na Usina Elevatória de Pedreira o carregamento
do banco de transformadores remanescente diminui, como pode ser observado no período de
cargas pesada e média. No período de carga leve essa influência não é tão expressiva.
Outra observação importante é quanto ao ECE (Esquema de Controle de Emergência)
que o ONS adota para evitar o desligamento total das cargas na região. Quando um dos bancos de
400MVA da SE Baixada fica com sobrecarga maior que 19% o ECE é acionado, sendo:
1º Estágio: Sobrecarga > 19%, corte de carga na região: 100MW;
2º Estágio: Sobrecarga 40%, corte de carga na região: 70MW;
3º Estágio: Sobrecarga 55%, corte de carga na região: 60MW;
4º Estágio: Sobrecarga 70%, corte de carga na região: 40MW.
Nas Tabelas 5.23 e 5.24 pode ser observado que com a geração de potência reativa da
Usina Elevatória de Pedreira em vários casos a sobrecarga do banco remanescente diminui
evitando o acionamento do ECE, ou fazendo o ECE atuar em estágios menores.
5.6.2 Perda das duas Linha 230kV Piratininga – Interlagos (Circuitos nº 1 e 2).
Para a análise de contingência foi considerado o Caso nº 3, o qual apresentava maior influência,
pois as cargas das ETD´s Varginha, Rio Bonito e Imigrantes ficaram alimentadas pela SE
Piratininga 88kV.
O desligamento dos dois circuitos desta linha acarreta sobrecarga no autotransformador
de 500MVA, 345/230kV na SE Baixada Santista em carga pesada. O desligamento implica
também sobrecarga na Linha 230kV Henry Borden – Piratininga em carga pesada e média, com
indicativo da possibilidade de corte de carga na SE Piratininga.
Capítulo V – Análise dos resultados
88
Nas Tabelas 5.25 e 5.26 são mostrados os valores de tensão nas barras, nos períodos de
carga pesada e média, quando da perda das duas Linhas 230kV Piratininga – Interlagos (Circuitos
nº 1 e 2).
Tabela 5.25 -Tensão em (PU) nas barras – Carga Pesada
.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Barra
Com
reativo de
Pedreira
Sem
reativo de
Pedreira
Com
reativo de
Pedreira
Sem
reativo de
Pedreira
Com
reativo de
Pedreira
Sem
reativo de
Pedreira
484 0,938 0,909 0,955 0,924 0,958 0,929
485 1,000 0,999 1,001 1,001 1,001 1,001
483 1,000 0,998 1,001 1,000 1,001 1,000
3492 0,999 0,988 0,989 0,988 0,989 0,988
3488 0,984 0,981 0,981 0,980 0,982 0,981
3499 0,988 0,986 0,987 0,985 0,987 0,986
3489 0,993 0,991 0,993 0,992 0,993 0,992
Tabela 5.26 - Tensão em (PU) nas barras – Carga Média.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Barra
Com
reativo de
Pedreira
Sem
reativo de
Pedreira
Com
reativo de
Pedreira
Sem
reativo de
Pedreira
Com
reativo de
Pedreira
Sem
reativo de
Pedreira
484 0,934 0,912 0,937 0,914 0,954 0,923
485 1,000 0,996 1,000 1,000 1,000 1,000
483 1,000 0,995 1,000 0,999 1,000 0,999
3492 0,992 0,987 0,990 0,989 0,991 0,990
3488 0,989 0,984 0,987 0,986 0,988 0,987
3499 0,991 0,987 0,990 0,989 0,991 0,990
3489 0,993 0,988 0,991 0,990 0,992 0,991
Com a utilização da geração de potência reativa da Usina Elevatória de Pedreira,
pode-se observar, pelas tabelas acima, que os valores de tensões não caíram tanto, principalmente
na barra nº 484 (Piratininga 230kV).
Na Tabela 5.27 mostra a geração de potência reativa na UEP durante a
contingência.
Capítulo V – Análise dos resultados
89
Tabela 5. 27 - Geração de Potência Reativa na Usina Elevatória de Pedreira.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Carga
Pesada
(MVAr)
Carga
Média
(MVAr)
Carga
Pesada
(MVAr)
Carga
Média
(MVAr)
Carga
Pesada
(MVAr)
Carga
Média
(MVAr)
44,1 38,7 52,8 36,5 52,3 59,0
Nas Tabelas 5.28 e 5.29 mostram o carregamento dos equipamentos durante a
contingência nos períodos de carga pesada e média.
Tabela 5.28 - Carregamento dos equipamentos no período de carga pesada.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Equipamento
Carregamento
Nominal
(MVA)
Com
reativo
de
Pedreira
(MVA)
Sem
reativo
de
Pedreira
(MVA)
Com
reativo
de
Pedreira
(MVA)
Sem
reativo
de
Pedreira
(MVA)
Com
reativo
de
Pedreira
(MVA)
Sem
reativo
de
Pedreira
(MVA)
LT Henry
Borden -
Piratininga
230kV
311 373,0 385,9 368,7 372,3 359,5 378,6
Bco trafo
Piratininga
230-88kV
100 88,9 90,7 88,2 89,7 86,8 89,5
Auto trafo
Baixada
345-230kV
500 591,8 603,5 571,5 583,6 570,3 580
Capítulo V – Análise dos resultados
90
Tabela 5.29 - Carregamento dos equipamentos no período de carga média
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Equipamento
Carregamento
Nominal
(MVA)
Com
reativo
de
Pedreira
(MVA)
Sem
reativo
de
Pedreira
(MVA)
Com
reativo
de
Pedreira
(MVA)
Sem
reativo
de
Pedreira
(MVA)
Com
reativo
de
Pedreira
(MVA)
Sem
reativo de
Pedreira
(MVA)
LT Henry
Borden -
Piratininga
230kV
311 373,0 385,9 368,7 372,3 359,5 378,6
Bco trafo
Piratininga
230-88kV
100 88,9 90,7 88,2 89,7 86,8 89,5
Auto trafo
Baixada
345-230kV
500 509,9 516,0 484,6 492,2 482,6 487,8
Pelas tabelas acima pode-se observar que com a geração de potência reativa pela Usina
Elevatória de Pedreira ajuda a diminuir a sobrecarga na Linha 230kV Henry Borden – Piratininga
e no autotransformador 345/230kV – 500MVA da SE Baixada Santista.
5.6.3 Perda de um banco de transformadores de 230/88KV - 100MVA da SE Piratininga
O desligamento de um banco de transformadores 230/88kV – 100MVA acarreta sobrecarga nos
bancos remanescentes. O Caso nº 3 é o que apresenta maior influência.
Na Tabela 5.30 mostra os carregamentos e percentagem de sobrecarga dos bancos
remanescentes.
Tabela 5.30 - Carregamento dos bancos remanescentes e percentagem de sobrecarga.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Com
reativo de
Pedreira
Sem
reativo de
Pedreira
Com
reativo de
Pedreira
Sem
reativo de
Pedreira
Com
reativo de
Pedreira
Sem
reativo de
Pedreira
Carga
MVAr % MVAr % MVAr % MVAr % MVAr % MVAr %
PESADA 131,9 31,9 136,8 36,8 133,0 33,0 137,4 37,4 133,4 33,4 137,2 37,2
MÉDIA 118,4 18,4 123,4 23,4 117,3 17,3 121,4 21,4 116,7 16,7 120.8 20,8
Observação: valores por banco.
Capítulo V – Análise dos resultados
91
Tabela 5.31 - Geração de potência reativa da Usina Elevatória de Pedreira.
Carga FEVEREIRO
(MVA)
JULHO
(MVA)
AGOSTO
(MVA)
PESADA 58,5 62,1 60,7
MÉDIA 55,8 53,3 57,6
Pelas Tabelas acima pode-se observar que a potência reativa gerada pela Usina
Elevatória de Pedreira ajuda a diminuir a sobrecarga nos bancos de transformadores
remanescentes de 230/88kV – 100MVA da SE Piratininga.
O máximo de sobrecarga que suporta cada banco de transformadores é 20%
durante 15 minutos, para sobrecargas maiores o tempo é bem inferior. No período de carga média
sem a potência reativa gerada pela Usina Elevatória de Pedreira, as sobrecargas obtidas nos
bancos de transformadores remanescentes são maiores que 20%, o que obriga a transferência
imediata de cargas dessa subestação. Esta transferência de carga pode ocasionar problemas de
tensão e carregamento em outros pontos do sistema.
5.6.4 Perda de uma linha de 88kV Henry Borden – Pedreira
O desligamento de uma linha de 88kV Henry Borden – Pedreira acarreta sobrecarga na linha
remanescente, o Caso nº 2 é o que apresenta maior influência.
A Tabela 5.32 mostra o carregamento da linha 88kV Henry Borden – Pedreira
remanescente.
Capítulo V – Análise dos resultados
92
Tabela 5.32 - Carregamento da linha 88kV Henry Borden - Pedreira remanescente.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
Carga
MVAr MVAr MVAr MVAr MVAr MVAr
PESADA 136,3 144,6 165,2 183,4 160,0 175,8
MÉDIA 87,2 91,9 102,2 110,3 94,7 100.8
LEVE 55,2 55,5 55,8 56,4 55,2 55,5
Tabela 5.33 – Tensão (PU) nas barras – Carga leve.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Barra
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
3488-ETD
Varginha II
0,974 0,961 0,989 0,960 0,974 0,961
3489-ETD
Varginha I
0,975 0,963 0,990 0,962 0,975 0,963
3492- ETD
Rio Bonito
0,974 0,960 0,991 0,960 0,974 0,960
3499-ETD
Imigrantes
0,980 0,970 0,992 0,969 0,980 0,970
Tabela 5.34 – Tensão (PU) nas barras – Carga Média.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Barra
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
3488-ETD
Varginha II
0,988 0,915 0,985 0,890 0,987 0,905
3489-ETD
Varginha I
0,988 0,915 0,985 0,890 0,987 0,905
3492- ETD
Rio Bonito
0,991 0,911 0,988 0,885 0,990 0,901
3499-ETD
Imigrantes
0,992 0,931 0,988 0,910 0,991 0,923
Capítulo V – Análise dos resultados
93
Tabela 5.35 – Tensão (PU) nas barras – Carga Pesada.
FEVEREIRO JULHO AGOSTO
Barra
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
Com
reativo
de
Pedreira
Sem
reativo
de
Pedreira
3488-ETD
Varginha II
0,981 0,879 0,977 0,831 0,977 0,842
3489-ETD
Varginha I
0,985 0,883 0,989 0,837 0,982 0,848
3492- ETD
Rio Bonito
0,988 0,878 0,986 0,830 0,986 0,841
3499-ETD
Imigrantes
0,986 0,902 0,981 0,861 0,982 0,871
Pela Tabela 5.32 pode observar-se que a potência reativa gerada pela Usina
Elevatória de Pedreira ajuda a diminuir ou eliminar a sobrecarga na linha remanescente.
Pelas Tabelas 5.33, 5.34 e 5.35 pode-se observar que, sem a utilização da potência
reativa da Usina Elevatória de Pedreira, as tensões nas barras: 3488 (ETD Varginha II), 3489
(ETD Varginha I), 3492 (ETD Rio Bonito) e 3499 (ETD Imigrantes), ficam com valores baixos
quando da contingência da perda de uma linha de 88kV Henry Borden – Pedreira.
Capítulo VI – Conclusões e Propostas Para Futuros Trabalhos
94
CAPÍTULO VI – CONCLUSÕES E PROPOSTAS PARA FUTUROS TRABALHOS
6.1
Conclusões:
Pelos resultados das simulações computacionais, nos quatro casos estudados, pode-se observar as
modificações que ocorrem no sistema com a inserção de potência reativa gerada pela Usina
Elevatória de Pedreira. Da análise dos resultados pode-se verificar que as melhorias foram além
da simples correção da tensão no entorno da região da usina.
A quantidade de energia reativa gerada pela Usina Elevatória de Pedreira nas
simulações ficou no máximo em 60% de sua capacidade de produção, o que facilitaria os
impedimentos de manutenção de suas unidades de bombeamento. Pode-se inclusive bombear e
gerar potência reativa simultaneamente.
As tensões nas ETD´s Varginha, Rio Bonito e Imigrantes, ficaram por volta de 1,0pu
nos períodos de carga média e pesada e de 0,977pu no período de carga leve. Este fato poderia
resolver os problemas de reclamação de baixa tensão na região feitos pelos consumidores da AES
- Eletropaulo.
Com a localização da Usina Elevatória de Pedreira e a inserção de sua potência reativa
na área de 88kV, próxima ás cargas, foi diminuída a necessidade de geração de potência ativa na
usina termoelétrica Piratininga e na usina hidroelétrica Henry Borden. O custo de geração de
energia elétrica para o sistema é reduzido e pode-se aumentar a disponibilidade da usina de Henry
Borden para atender o sistema em ocasiões de grandes manutenções ou grandes contingências.
Os compensadores síncronos instalados na área em estudo ficaram menos solicitados,
trabalhando com necessidade de geração de potência reativa mais próxima de zero ou em
condições melhores para atender o sistema em caso de grandes contingências, como é o caso da
Capítulo VI – Conclusões e Propostas Para Futuros Trabalhos
95
perda de um bi-pólo de CC de Itaipu, ou da perda de uma linha de 750kV de Itaipu. Esse alívio
nos compensadores síncronos é mais significativo nos de Ibiúna e Tijuco Preto, conectados nos
barramentos de 345kV, por estarem mais próximos eletricamente da Usina Elevatória de
Pedreira. Essa redução foi maior no período de carga pesada.
Pelos resultados obtidos, pode-se concluir que a utilização da geração da potência
reativa da Usina Elevatória Pedreira evitaria no sistema local, investimentos em compensadores
estáticos da ordem de 60MVAr e em nível sistêmico (SIN) na ordem de 38MVAr. De acordo
com a tabela de custos modulares da ELETROBRÁS de 2004, o custo estimado de equipamentos
de controle de tensão através de capacitores é da ordem de R$ 100 / KVAr. Pelos resultados
obtidos poderia se evitar um custo de investimento para o sistema na ordem de R$ 9.800.000,00.
Com a diminuição da necessidade de potência reativa vinda de regiões mais distantes
para atender as cargas das ETD´s Varginha, Rio Bonito, Imigrantes e da SE Piratinga, os
equipamentos elétricos na região tiveram sua capacidade de transmissão e transformação de
energia ativa aumentadas. Isto pode ser verificado nos bancos de Transformadores de 100MVA -
230/88kV da SE Piratininga, nos bancos de Transformadores de 400MVA - 345/88kV da SE
Baixada Santista e nas linhas de transmissão de 88kV Henry Borden – Baixada circuitos de 1 a 4.
Como conseqüência pode haver uma diminuição na geração de potência ativa das usinas da
região, e reservá-las para eventuais contingências.
Os geradores da usina hidroelétrica Henry Borden e da usina termoelétrica Piratininga
tiveram a geração de potência reativa diminuída o que aumentou a disponibilidade para a geração
de potência ativa.
As perdas elétricas da região foram diminuídas no entorno da Usina Elevatória de
Pedreira, tendo maior influência nas perdas reativas, como é o caso do mês de Julho, período de
carga pesada, que passou de 62,1MVAr, sem a utilização da potência reativa da Usina Elevatória
Capítulo VI – Conclusões e Propostas Para Futuros Trabalhos
96
de Pedreira, para 14,2MVAr com a utilização de sua potência reativa. Nas perdas ativas houve
uma redução menor, como no caso do mês de Julho, período de carga pesada, que passou de
12,3MW, sem a utilização da potência reativa da Usina Elevatória de Pedreira, para 4,1MW com
a utilização de sua potência reativa.
Nas simulações de contingências foi verificado que a geração de potência reativa da
Usina Elevatória de Pedreira ajuda a diminuir a sobrecarga nos equipamentos remanescentes,
evitando ou diminuindo o corte de carga, através dos esquemas controle de emergência
estipulados pelo ONS em caso de contingências. A seguir são destacadas as contingências que
mais seriam beneficiadas com a geração de reativos pela Usina Elevatória de Pedreira:
Perda de um banco de transformadores de 400MVA, 345/88kV da SE Baixada
Santista, diminuiria a atuação do ECE (Esquema Controle de Emergência) da SE Baixada
Santista, cortando a carga da região em estágios menores.
Perda dupla da linha de transmissão 230kV Piratininga – Interlagos circuitos 1 e 2,
diminuiria a sobrecarga no auto transformador de 500MVA, 345/230 kV da SE Baixada Santista
e da linha 230kV Henry Borden – Piratininga, evitando ou diminuindo a necessidade de
transferência ou corte de carga na SE Piratininga.
Perda de banco de transformadores de 100MVA, 230/88kV da SE Piratininga,
diminui a sobrecarga nos bancos remanescentes, evitando ou diminuindo a necessidade de
transferência ou corte de carga na SE Piratininga.
Dos casos estudados o Caso nº 3 apresentou melhor desempenho, em relação a todos
os aspectos analisados, com bons resultados na correção de tensão, alívio dos compensadores
síncronos, diminuição de geração de potência ativa e perdas na região.
Cabe ressaltar que, pelos resultados obtidos, é possível corrigir o problema original de
tensão baixa no sistema, como também obter uma nova forma de operação mais eficaz, mais
Capítulo VI – Conclusões e Propostas Para Futuros Trabalhos
97
estável, com menores perdas elétricas. Tudo isto pode ser realizado sem investimento adicional
para o sistema, apenas mudando a sua forma de operação, utilizando as unidades de
bombeamento da Usina Elevatória de Pedreira, que ficam mais de 97% do tempo desligadas.
6.2 Propostas para futuros trabalhos
Podem ser desenvolvidos outros trabalhos de estudo na área, auxiliando a operação do sistema e
indicando possíveis trocas de equipamentos, como por exemplo: os que têm valores elevados de
impedâncias, obtendo como conseqüência a melhora no desempenho do sistema.
Com o intuito de originar novas contribuições, cita-se a seguir algumas idéias
percebidas no decorrer do desenvolvimento desse trabalho.
Pode-se continuar o desenvolvimento desse trabalho, fazendo um estudo sob o
ponto de vista de estabilidade transitória. As máquinas da Usina Elevatória de Pedreira estão
conectadas às suas turbinas quando em funcionamento como compensadores síncronos o que,
provavelmente devido à sua inércia, resultará em um comportamento diferente dos demais
compensadores síncronos existentes no sistema.
Outro estudo seria a análise de despacho econômico do sistema através de lógica
nebulosa, incluindo a geração de potência reativa da Usina Elevatória de Pedreira.
Existem, no sistema estudado, alguns equipamentos antigos, transformadores e linhas
com alta impedância. Outra sugestão seria um estudo econômico de troca desses equipamentos e
com recondutoração e reisolamento de linhas de transmissão para modernização do sistema.
Pode-se fazer uma análise do impacto econômico de custo de modificação da
configuração da rede do sistema para a melhoria de tensão, sem a utilização das máquinas
síncronas da Usina Elevatória de Pedreira como compensadores síncronos.
Capítulo VI – Conclusões e Propostas Para Futuros Trabalhos
98
Outra proposta seria a análise do ganho econômico com menor geração de potência
ativa pelos geradores do sistema estudado, devido às menores perdas resultantes da utilização da
geração de potência reativa em Pedreira. Poder-se-ia também fazer um estudo sobre a influência
na vida útil das máquinas síncronas da usina elevatória de Pedreira, quando despachadas como
compensadores síncronos.
Bibliografia
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JORDÃO, RUBENS GUEDES. Máquinas Síncronas. São Paulo: Editora da
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Ribeiro Daiello e Percy Antônio Pinto Soares. São Paulo: Editora Globo, 14º ed.
KOSTENKO, M.; PIOTROVSKI, L. Máquinas Elétricas de Corrente Alternada.
Tradução: Antônio Fernandes Magalhães. Porto Portugal: Editora Lopes da
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WOOD, A. J.;WOLLENBERG, B. F. Power Generation, Operation, and Control,
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EMAE. IEO 002 - Instrução Específica de Operação da Usina Termoelétrica
Piratininga.
EMAE. IEO 005 - Instrução Específica de Operação da Usina Termoelétrica Nova
Piratininga.
EMAE. IEO 001 - Instrução Específica de Operação da Usina Hidroelétrica Henry
Borden.
EMAE. – Relatórios de ensaios nas unidades reversíveis da Usina Elevatória de
Pedreira.
ONS. Instrução de Operação – IO-CG.Br.01- Controle de Geração em Condições
Normais
ONS. Instrução de Operação – IO-OC.SE.3SP- Operação em Contingência da Área
de 345kV de São Paulo.
ONS. Instrução de Operação – IO-OC.SE.4SP- Operação em Contingência da Área
de 440kV de São Paulo.
ONS. Instrução de Operação – IO-ON.SE.3SP- Operação Normal da Área de 345kV
de São Paulo.
ONS. Instrução de Operação – IO-ON.SE.4SP- Operação Normal da Área de 440kV
de São Paulo.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
101
Figura A1- Diagrama elétrico ETU Pedreira 88kV
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
102
Figura A2 - Vista Superior da Usina Elevatória de Pedreira
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
103
Figura A3 - Vista em corte das unidades reversíveis da Usina Elevatória de Pedreira
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
104
Figura A4 - Detalhes do sistema de refrigeração e aquecimento das unidades da UEP
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
105
Figura A5 - Curva de operação da unidade nº 2 da UEP.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
106
Figura A6 - Gráfico de operação da unidade nº 2 da UEP.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
107
Figura A7 - Curva V da unidade nº 2 da UEP.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
108
Figura A8 - Curva V da unidade nº 5 da UEP.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
109
Figura A9 - Gráfico de operação da unidade nº 4 da UEP.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
110
Figura A10 - Curva de operação da unidade nº 4 da UEP.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
111
Figura A11- Gráfico de operação da unidade nº 5 da UEP.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
112
Figura A12 - Gráfico de operação da unidade nº 5 da UEP.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
113
Figura A13 - Curvas características da unidade nº 4 da UEP.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
114
Figura A14 - Curvas características da unidade nº 2 da UEP.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
115
Figura A16 - Curva de capabilidade das unidades 2, 3 e 7 da UEP.
Figura A15 - Curva de capabilidade das unidades nº 1 e 6 da UEP.
Anexo A – Usina Elevatória de Pedreira
116
Figura A18 - Curva de capabilidade da unidade nº 8 da UEP.
Figura A17 - Curva de capabilidade da unidade nº 5 da UEP.
Anexo B – Usina Hidroelétrica Henry Borden
117
Figura B1 - Diagrama elétrico da ETU Henry Borden.
Anexo B – Usina Hidroelétrica Henry Borden
118
Figura B3 - Curva de capabilidade das unidades de 65MW de UHB.
Figura B2 - Curva de capabilidade das unidades de 35 MW de UHB.
Anexo B – Usina Hidroelétrica Henry Borden
119
Figura B4 - Curva de capabilidade das unidades de 66 MW de UHB
Figura B5 - Curva de capabilidade das unidades de 70 MW de UHB.
Anexo C - Usina Termoelétrica Piratininga.
120
Figura C1 - Curva de capabilidade das unidades n º 1 e 2 da Usina Termoelétrica Piratininga.
Anexo C - Usina Termoelétrica Piratininga.
121
Figura C2 - Curva de capabilidade das unidades n° 3 e 4 da Usina Termoelétrica Piratininga.
Anexo D – Usina Termoelétrica Nova Piratininga.
122
Figura D1 - Curva de capabilidade das unidades geradoras da Usina Termoelétrica Nova
Piratininga.
Anexo E – ETD´s Varginha, Rio Bonito e Imigrantes
123
Figura E1 - Diagrama elétrico da ETD Varginha.
Anexo E – ETD´s Varginha, Rio Bonito e Imigrantes
124
Figura E2 - Diagrama elétrico da ETD Rio Bonito.
Anexo E – ETD´s Varginha, Rio Bonito e Imigrantes
125
Figura E3 - Diagrama elétrico da ETD Imigrantes.
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