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MARIA ELISA MARQUES VIEIRA
A COMUNIDADE DE MACROINVERTEBRADOS EM DOIS
TRECHOS DO RIO MORATO (GUARAQUEÇABA, PR):
ESTRUTURA, COMPOSIÇÃO E OCUPAÇÃO ESPACIAL
Dissertação apresentada ao
Programa
de
Pós-Graduação em Ecologia e
Conservação da Universidade Federal do
Paraná como quesito parcial para
obtenção do grau de mestre em Ecologia
Orientador: Dr. José Marcelo Rocha
Aranha
CURITIBA
2006
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Este trabalho realmente só foi possível pela ajuda inestimável de amigos,
familiares, pesquisadores taxonomistas e ao apoio da Fundação O Boticário na Reserva
Natural Salto Morato pelo financiamento do projeto e apoio logístico na reserva. Agradeço
primeiramente ao Prof. Dr. José Marcelo Rocha Aranha por todos esses anos que tenho
feito parte do laboratório de Ecologia de Rios, todo seu apoio, e por ser mais que um
orientador, mas um grande amigo.
Aos meus pais e irmãos, pelo apoio em todos os sentidos e pela confiança no
meu esforço. Ao Daniel, por cuidar muito bem do nosso filho na minha ausência.
Aos meus amigos queridos Almir, Fabio, Célio, Cássia, Thais, Jean, Marcelo,
Maria Antonia, Juliana, Luciana, Flavia e Simone por todos os momentos felizes e
engraçados no laboratório.
Aos colegas do Curso de Ecologia e Conservação que contribuíram com um
precioso ambiente de colaboração e entusiasmo.
Ao Arthur pela correção no cálculo da vazão e pela companhia.
Ao meu querido Caio, por me ajudar a realizar as coletas, carregar as amostras e
acima de tudo pelo seu carinho, compreensão e companherismo.
Aos pesquisadores e professores Dra. Alaíde F. Gessner, Dr. Frederico Falcão
Salles, Dra. Gisele de Almeida, Dra.Martina Olifiers, Maria Inês Passos, Danielle dos
Anjos, pela ajuda nas identificações.
Aos técnicos do IAP, Rosana Loyola e Adailton Silva pela troca de informações,
e apoio na pesquisa, inclusive pelo Wiggins.
À UFPR, que acabou sendo meu segundo lar.
Ao programa de Pós Graduação em Ecologia e Conservação pela oportunidade
de aprender um pouco sobre Conservação.
Ao meu filho lindo por todo seu amor, carinho, pelo seu sorriso e compreensão...
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS..................................................................... iv
RESUMO..................................................................................................................... vii
ABSTRACT................................................................................................................. viii
1. INTRODUÇÂO........................................................................................................ 1
2. OBJETIVOS............................................................................................................ 3
3. ÁREA DE ESTUDO................................................................................................ 4
4. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................... 10
5. RESULTADOS........................................................................................................ 12
6. DISCUSSÃO........................................................................................................... 33
7. CONCLUSÃO......................................................................................................... 38
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 39
9. ANEXO.................................................................................................................... 43
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FIGURA 1 – Mapas da Localização de Guaraqueçaba no Brasil e no Paraná...................6
FIGURA 2 – Mapa hidrográfico da Reserva Natural Salto Morato, Guraqueçaba, PR........7
FIGURA 3 – Vista do trecho a montante do Salto Morato, Rio Morato, Guaraqueçaba,
Julho de 2005.......................................................................................................................9
FIGURA 4 – Vista do trecho a jusante do Salto Morato, Rio Morato, Guaraqueçaba, Julho
de 2005................................................................................................................................9
FIGURA 5 – Abundância relativa das ordens de Insecta encontradas no Rio Morato......12
FIGURA 6– Taxa exclusivos de cada ponto e taxa em comum com abundância superior a
1% em pelo menos um dos pontos amostrais...................................................................14
FIGURA 7- Valores estimados pelo método de rarefação do número mínimo e máximo de
espécies no ponto 2 e número de espécies obtidas no Ponto 1........................................15
FIGURA 8 – Soma das 3 coletas do número de indivíduos em cada substrato a montante
(Ponto 1), a jusante (Ponto 2) e no total, Rio Morato, Guaraqueçaba, PR........................16
FIGURA 9– Número absoluto de taxa em cada substrato a montante (Ponto 1), a jusante
(Ponto 2) e no total, Rio Morato, Guaraqueçaba, PR........................................................17
FIGURA 10 – Valores estimados, pelo método de rarefação, do número de taxa para os
substratos cascalho, folhiço em corredeiras, folhiço em remanso, pedras em corredeiras e
pedras em remanso com o tamanho amostral igual ao do substrato areia.......................17
FIGURA 11 – Valores estimados, pelo método de rarefação, do número de taxa para os
substratos, folhiço em corredeiras, folhiço em remanso, pedras em corredeiras e pedras
em remanso com o tamanho amostral igual ao do substrato cascalho.............................18
FIGURA 12 –Valores estimados, pelo método de rarefação, do número de taxa para os
substratos, folhiço em corredeiras, folhiço em remanso e pedras em corredeiras com o
tamanho amostral igual ao do substrato pedras em remanso...........................................18
FIGURA 13 – Valores estimados, pelo método de rarefação, do número de taxa para os
substratos, folhiço em corredeiras e pedras em corredeiras com o tamanho amostral igual
ao do substrato folhiço em remanso..................................................................................19
FIGURA 14 – Valores estimados pelo método de rarefação do número de taxa para o
substrato pedras em corredeiras com o tamanho amostral igual ao substrato de folhiço
em corredeiras...................................................................................................................19
FIGURA 15 - Porcentagens dos taxa nos substratos areia (Ar), cascalho (Cas), folhiço em
corredeiras (FC), folhiço em remanso (FR), pedras em corredeiras (PC), e pedras em
remanso (PR) no Rio Morato, Guaraqueçaba, PR............................................................21
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FIGURA 16 - Porcentagens dos taxa nos substratos areia (Ar), cascalho (Cas), folhiço em
corredeiras (FC), folhiço em remanso (FR), pedras em corredeiras (PC), e pedras em
remanso (PR) no Rio Morato, Guaraqueçaba, PR............................................................22
FIGURA 17 - Porcentagens dos taxa nos substratos areia (Ar), cascalho (Cas), folhiço em
corredeiras (FC), folhiço em remanso (FR), pedras em corredeiras (PC), e pedras em
remanso (PR) no Rio Morato, Guaraqueçaba, PR............................................................24
FIGURA 18 - Porcentagens dos taxa nos substratos areia (Ar), cascalho (Cas), folhiço em
corredeiras (FC), folhiço em remanso (FR), pedras em corredeiras (PC), e pedras em
remanso (PR) no Rio Morato, Guaraqueçaba, PR............................................................25
FIGURA 19 - Taxa com abundância relativa até 3% em pelo menos um dos trechos
amostrais no substrato areia..............................................................................................26
FIGURA 20 - Taxa com abundância relativa até 3% em pelo menos um dos trechos
amostrais no substrato cascalho.......................................................................................26
FIGURA 21 - Taxa com abundância relativa até 3% em pelo menos um dos trechos
amostrais no substrato folhiço em corredeiras..................................................................27
FIGURA 22 - Taxa com abundância relativa até 3% em pelo menos um dos trechos
amostrais no substrato folhiço em remanso......................................................................27
FIGURA 23 - Taxa com abundância relativa até 3% em pelo menos um dos trechos
amostrais no substrato pedras.em corredeiras..................................................................28
FIGURA 24 - Taxa com abundância relativa até 3% em pelo menos um dos trechos
amostrais no substrato pedras.em remanso......................................................................28
FIGURA 25 – Valores estimados do número de taxa no substrato areia no ponto 1 (A), no
substrato cascalho no ponto 1 (B) e no substrato pedras em remanso no ponto 1 (C) pelo
método de rarefação..........................................................................................................29
FIGURA 26 - Valores estimados do número de taxa no substrato folhiço em remanso no
ponto 1 (A), no substrato folhiço em corredeiras no ponto 2 (B) e no substrato folhiço em
corredeiras no ponto 2 (C) pelo método de rarefação.......................................................30
TABELA I – ABUNDÂNCIA E NÚMERO DE TAXA NO RIO MORATO,
GUARAQUEÇABA, PR......................................................................................................12
TABELA II – ORDENS E FAMÍLIAS DE INSECTA ENCONTRADOS NO RIO MORATO,
GUARAQUEÇABA,PR.......................................................................................................13
TABELA III – OS ÍNDICES DE RIQUEZA DE MARGALEF, EQÜIDADE DE PIELOU E
DIVERSIDADE DE SIMPSON NOS DOIS PONTOS AMOSTRAIS PARA CADA
ESTAÇÃO...............................................................................................................15
TABELA IV – RESULTADOS DAS COMPARAÇÕES DE NÚMERO DE ESPÉCIES
ENTRE OS SUBSTRATOS NO RIO MORATO, GUARAQUEÇABA,
PR......................................................................................................................................20
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TABELA V- VALORES DOS ÍNDICES DE RIQUEZA DE MARGALEF (Riq) E
DIVERSIDADE DE SIMPSON (Div.) DOS SUBSTRATOS POR PONTO EM CADA
ESTAÇÃO ........................................................................................................................31
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A fauna nos ecossistemas lóticos em geral é altamente diversificada como
conseqüência da ampla variedade de mesohabitats. Os macroinvertebrados aquáticos
constituem uma parcela considerável dessa biota contribuindo intensamente na estrutura
e processos nesses sistemas. A distribuição dos organismos ocorre em função de vários
fatores abióticos e bióticos do sistema, entre eles: substrato, material alóctone,
temperatura da água, fluxo, distúrbio, oxigênio dissolvido, pH, competição, predação
entre outros. O presente estudo buscou analisar a comunidade de macroinvertebrados
aquáticos em trechos semelhantes a jusante e a montante do Salto Morato, em
Guaraqueçaba no estado do Paraná. Para isto, foram realizadas três coletas em cada um
dos trechos (a montante e a jusante do Salto Morato), duas na estação chuvosa e uma
na estação seca, sendo amostrados seis tipos de substratos: folhiço em corredeira,
folhiço em remanso, pedras em corredeira, pedras em remanso, cascalho e areia, com 5
réplicas de cada substrato, totalizando 180 amostras. Nestas, foram coletados 37883
indivíduos dos quais 16982 no ponto 1 (a montante) e 20901 no ponto 2 (a jusante).
Foram identificados 137 taxa distribuídos em 17 ordens e 72 famílias. Os taxa mais
abundantes foram Simuliidae (18,2%), Chironominae (11,9%), Elmidae adultos (9,5%),
Orthocladiinae (4,2%), Triplectides (4,1%), Smicridea (3,3%), e Baetodes (3,2%). Os
Insecta representaram 95% de todos os indivíduos coletados. As ordens com maior
riqueza taxonômica foram Coleoptera (31), Trichoptera (27), Diptera (20) e
Ephemeroptera (19). As maiores diferenças encontradas na estrutura e composição das
comunidades a montante e a justante do Salto Morato foram: a maior abundância de
Simuliidae e a exclusividade de Macrobrachium, ambas a jusante. Os substratos que
tiveram maior abundância de indivíduos foram pedras em corredeiras, folhiços em
corredeiras e folhiço em remanso, sendo que este último apresentou o maior número
absoluto de taxa. A riqueza observada por ponto amostral e nos substratos folhiço em
corredeiras, pedras em corredeiras e folhiço em remanso foi maior a montante do Salto.
A riqueza obtida pelo método de rarefação para os substratos areia, cascalho e pedras
em remanso não apresentou diferença significativa entre os dois trechos. De modo geral
o trecho a montante apresentou maior riqueza e encontra-se melhor conservado.
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Lotic ecosystems has high fauna diversity as a consequence of the wide variety of
mesohabitats. Aquatic macroinvertebrates form a relevant portion of this biota which
contribute in the structure and process in these systems. Many forces, biotics and
abiotics, shape the distribution of the organisms, like: substrate, aloctone material,
temperature, flux, disturb, competition and predation. This survey attempt to analyze the
macroinvertebrate community in two similar reaches: upstream and downstream the Salto
Morato falls, in different types of substrates. Samples were collected 2 times in the wet
period (December and January) and once in the dry period (May) upstream and
downstream. It was sampled 6 kinds of substrate: sand, gravel, litter in riffles, litter in
pools, stone in riffles and stone in backwater. Each substrate had 5 samples totalizing 180
samples. It was captured 37883 individuals, 16982 from usptream and 20901 from
downstream. It was identified 137 taxa, from 17 orders and 72 families. The most
abundant taxa were: Simuliidae (18,2%), Chironominae (11,9%), Elmidae adultos (9,5%),
Orthocladiinae (4,2%), Triplectides (4,1%), Smicridea (3,3%) e Baetodes (3,2%). Insecta
represents 95% from total individuals. The orders with higher number of taxa were
Coleoptera (36), Trichoptera (27), Diptera (20) e Ephemeroptera (19). The greater
differences found in the structure and composition between upstream and downstream
Morato falls were: the hugest abundance of Simuliidae and exclusive occureance of
Macrobrachium, both phenomena dowstream. The substrate with the highest abundance
of individuals were stones in riffles, litter in riffles and litter in pools. The later exhibited the
highest number of taxa per substrate. The richness index observed per reach and for litter
in riffles, stone in riffles and litter in pools were higher upstream. The richness calculated
by the rarefaction method for sand, gravel and stone in backwaters did not show any
significant difference between the two reaches. Generally, the uspstream reach showed
higher richness and appears more conserved.
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Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 1
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Os ecossistemas aquáticos lóticos caracterizam-se pela dinâmica da sua
própria estrutura: forma linear, fluxo direcional, escoamento oscilante, leitos instáveis,
processos de erosão e deposição, alterações físicas ao longo do gradiente longitudinal
e intensas interações com os ecossistemas adjacentes (TOWSEND et al., 2006;
JEFRIES & MILLS, 1995). Desta forma, a compreensão precisa da ecologia dos rios
requer que seja considerada sua bacia de drenagem. Em escala continental um rio
pode ser visto como um ecótone, interligando o ecossistema terrestre com o marinho
(BRETSHKO,1995).
A biota nesses ambientes em geral é altamente diversificada como
conseqüência da ampla variedade de mesohabitats. Os macroinvertebrados aquáticos
constituem uma parcela considerável dessa biota contribuindo intensamente na
estrutura e processos nesses sistemas. Por definição, os macroinvertebrados
aquáticos são os invertebrados retidos em peneiras com malhas de abertura variando
aproximadamente entre 0,2 a 0,5 mm, pertencentes em sua grande maioria aos filos
Arthropoda, Oligochaeta, Nematoda e Platyhelminthes (CUMMINS,1996;
EATON,2004).
Nos trechos superiores os rios, em geral, possuem déficit energético, pois o
sombreamento da mata ciliar limita a produção primária, de modo que esses sistemas
dependem da entrada e processamento de material alóctone. Os macroinvertebrados
desempenham um papel fundamental na transferência de energia proveniente do
aporte da vegetação ripária para níveis tróficos superiores da teia alimentar e também
na fragmentação do material alóctone em partículas mais finas que serão utilizadas
por outros organismos. Dentro da cadeia trófica nesses ambientes os inverterbrados
são importante elo de ligação entre algas e microorganismos (principais recursos
consumidos) e os peixes, seus predadores. Os macroinvertebrados aquáticos ocupam
praticamente todos os microhabitats, requerem diferentes condições ambientais, pois
compreendem espécies altamente exigentes em alguns fatores e ao mesmo tempo
tolerantes a outros, tem tamanho grande, são suficientemente abundantes o que
facilita a coleta e possuem ciclos de vida relativamente longos, favorecendo sua ampla
utilização nas avaliações e nos programas de monitoramento de rios (CUMMINS,
1996).
Os padrões de distribuição espacial da comunidade de macroinvertebrados
observados em ambientes lóticos são determinados por vários fatores, destacando-se:
substrato, material alóctone, temperatura, fluxo, distúrbio, oxigênio dissolvido, pH,
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 2
condutividade elétrica e interações bióticas (BAPTISTA et al., 2001a; GILLER &
MALQMVIST, 1998). Entre os distúrbios que caracterizam os ecossistemas lóticos, o
aumento na vazão do rio e a freqüência desses picos de descarga têm sido apontados
como um dos principais fatores de instabilidade que influenciam a diversidade (DEATH
& WINTERBOURN, 1995). A velocidade da correnteza, que influencia a
disponibilidade de oxigênio dissolvido, a temperatura e o tipo de substrato, é um fator
relacionado às exigências fisiológicas e também às adaptações morfológicas de
fixação dos organismos. Quanto ao substrato, à textura, ao tamanho, ao grau de
compactação e os espaços intersticiais influenciam na movimentação e no
estabelecimento das espécies (SILVEIRA, 2004), bem como pode servir como
alimento, no caso do folhiço. A estrutura e a função da maioria das comunidades
aquáticas estão intimamente ligadas à estabilidade dos padrões hidrológicos e das
condições hidráulicas do rio (GORE, 1996), sendo a variabilidade hidráulica um dos
fatores que contribuem para o aumento da diversidade da comunidade ao propiciar
diferentes mesohabitats (Corredeiras com distintos graus de profundidade, turbulência
e velocidade, poções, remansos). As corredeiras possuem velocidade de corrente
maior que as dos poções, propiciando a retenção de diferentes tipos de detritos que
são explorados por diferentes organismos de acordo com suas necessidades
alimentares, mecanismos de fixação e abrigo (SILVEIRA, 2004), sugerindo, portanto,
maior diversidade que locais de remanso. Embora não seja consenso, alguns estudos
realizados em regiões temperadas apontam maior diversidade em trechos de
corredeiras do que em trechos de remanso (MELO, 2004).
Os principais fatores bióticos que moldam a estrutura e a composição da
comunidade temporal e espacialmente são a história de vida das espécies, a
competição e a predação, levando em consideração também que a composição local
vai depender certamente do “pool” de espécies regionais.
Segundo ROUGHGARDEN & DIAMOND, 1986 a estrutura de comunidade
determinada meramente pelas condições físicas do ambiente e a dispersão tende a
ser fraca ou inexistente.
De um modo geral as interações bióticas naturais em ambientes lóticos não
são fortes o suficiente para alterar a composição pela exclusão de espécies, devido a
complexidade do habitat e as altas taxas de renovação de presas, mas podem
influenciar na abundância relativa das mesmas (ALLAN,1995). Por outro lado, há
vários casos de introdução de espécies exóticas que alteraram a composição da fauna
de macroinvertebrados. Um exemplo importante no continete sul americano nos
aspectos ecológicos e econômicos é o bivalve asiático Limnoperna fortunei,
introduzido acidentalmente na bacia do Rio da Prata (DARRIGRAN et al., 1998).
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 3
Os efeitos indiretos da predação incluem: injúria, restrições no uso de habitat,
periodicidade nas atividades de forrageamento e mudança na história de vida. A
restrição no uso do habitat pode influenciar o crescimento e a fecundidade, levando ao
amadurecimento com menor tamanho e menor produção de ovos (ALLAN,1995).
A intensidade dos distúrbios naturais em rios de serra como as enxurradas de
verão que desestabilizam o substrato e alteram a comunidade levam muitos
pesquisadores a considerar a competição relativamente pouco significativa nesses
ambientes, embora alguns autores apontem a competição por espaço como
importante fator de distribuição (LAMPERT & SOMMER, 1997).
A alta biodiversidade reportada para os trópicos está claramente representada
pela Mata Atlântica. Este bioma que hoje ocupa algumas porções do litoral brasileiro
vem sendo destruído e ameaçado frente ao crescimento das atividades antrópicas,
implicando na perda de recursos naturais incalculáveis, principalmente no Brasil, em
que o conhecimento taxonômico e ecológico das espécies é escasso. As áreas de
Mata Atlântica que apresentam um bom estado de conservação merecem, portanto,
especial atenção tanto para manter as espécies fora de risco de extinção quanto para
explorar teorias que ainda foram pouco testadas em regiões neotropicais.
Alguns estudos destacam o efeito de barreiras físicas naturais e artificiais na
colonização, migração, alteração e disponibilização de habitats para os organismos
aquáticos (MARQUES, 2000). O Salto Morato é uma barreira física natural que pode
estar isolando as populações de algumas espécies da comunidade de
macroinvertebrados assim como impedir a colonização ou o estabelecimento de
algumas espécies de peixes a montante, uma vez que só há registros para peixes a
jusante do Salto Morato. O presente estudo visa analisar a comunidade de
macroinvertebrados em dois trechos semelhantes, a jusante e a montante do Salto
Morato, em diferentes substratos e se há diferenças nas comunidades (montante e
jusante) e entre os substratos.
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Este trabalho visa verificar o grau de isolamento da comunidade de
macorinvertebrados aquáticos em dois trechos do rio Morato, a montante e a jusante
de uma cachoeira. Para isto buscou-se
:
:
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 4
Levantar a composição específica da comunidade de macroinvertebrados do
rio Morato a jusante e a montante do Salto;
Estimar a riqueza e diversidade da taxocenose em estudo nos dois trechos do
rio
Analisar e comparar a comunidade de macroinvertebrados bentônicos em
diferentes mesohabitats
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A Reserva Natural do Salto Morato localiza-se no município de Guaraqueçaba,
com 8399 habitantes segundo o Censo 2002 do IBGE (
www.ibge.gov.br
). A região é
considerada como uma das maiores áreas contínuas de Mata Atlântica, abrangendo o
litoral sul de São Paulo, a Estação Ecológica da Juréia, e o Parque Nacional do
Superagüi (FBPN,1995).
O clima na região, segundo Koeppen, é Af - Tropical Super-Úmido sem Seca e
os índices pluviométricos ultrapassam 2.000 mm anuais, havendo maior concentração
de chuvas nos meses de janeiro, fevereiro e março. A umidade relativa média do ar é
de 85%. O clima local pode ser caracterizado por dois períodos distintos: um seco e
frio, entre os meses de junho a agosto, e um chuvoso e quente, entre os meses de
dezembro a março (FBPN, 1995).
As formações vegetacionais observadas na Reserva são: Floresta Ombrófila
Densa Aluvial, Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ombrófila Densa
Montana, Floresta Ombrófila Densa Altomontana. A Reserva é composta por terras
que pertenciam a três fazendas, sendo que em uma delas a bulbalinocultura acarretou
alterações consideráveis na vegetação natural e no solo. A Floresta Ombrófila Densa
Aluvial ocorre principalmente nas planícies e está em diferentes estágios de sucessão
secundária. A gramínea Brachiaria sp, introduzida como forrageira para os búfalos,
tem atrasado o processo natural de sucessão e deve ter forte influência na biota às
margens dos rios podendo favorecer alguns organismos como Odonata e
Palaemonidae. Foi observada a presença de Brachiaria sp. nas duas margens do rio
em alguns trechos a jusante do Aquário. O Aquário é um grande poço com um deque
localizado a jusante do Salto Morato, onde é permitido tomar banho.
A Reserva é banhada por quatro pequenas bacias: do rio Engenho, do rio
Morato, do rio Bracinho e do rio Piranga, todas sub-bacias do rio Guaraqueçaba. As
nascentes encontram-se nas serras do Garacuí e do Morato (Costa leste da Serra do
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 5
Mar) e os vales são condicionados por linhas estruturais que acabaram por gerar
planos de fraquezas do substrato responsáveis pelo desnível que originou o Salto
Morato, com cerca de 130 m de altura (FBPN, 1995). A nascente do rio Morato e
vários de seus afluentes estão dentro do limite da reserva (Figura 1). O rio Morato é
classificado como de terceira ordem (classificação de Horton e Strahler), relativamente
curto, tendo cerca de 10 km de extensão e largura em torno de 5 m.
A ictiofauna no rio Morato é bem diversificada, compreendendo 17 famílias:
Curimatidae, Heptapteridae, Pseudopimelodidae, Auchenipteridae, Gymnotidae,
Poecilidae, Symbranchidae, Cichlidae, Gobidae, Characidae, Pimelodidae,
Loricariidae, Calichtryidae, Trichomycteridae, Erythrinidae, Cichlidae e Poeciliidae,
presentes a jusante do Salto Morato (PETERSEN, 2005).
Os rios da bacia litorânea no Paraná vêm sendo monitorados pelo IAP (Instituto
Ambiental do Paraná) através da avaliação de variáveis físicas e químicas e a
comunidade de macroinvertebrados há vários anos, sendo o trecho a jusante do Salto
Morato um dos pontos amostrais. Nessas análises no rio Morato realizadas pelo IAP
foram registrados: pH de 6,9 à 7,4; temperatura da água de 17,8 à 20,8 graus Celsius,
condutividade de 28 à 30 S/cm, Oxigênio dissolvido 8,9 à 9,3 mg/L e dureza total
(CaCo
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) 5,2 à 6,1 mg/L nos anos de 2002 e 2003.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 6
Figura 1 – Mapas da Localização de Guaraqueçaba no Brasil e no Paraná.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 7
Figura 2 – Mapa hidrográfico da Reserva Natural Salto Morato, Guaraqueçaba, PR.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 8
O primeiro ponto amostral localiza-se a montante do Salto Morato, onde
termina a trilha do Puma. O dossel na vegetação ripária é bem estruturado em ambas
as margens e a área fica parcialmente sombreada. No canal do rio predominam
corredeiras intercaladas por alguns poços com areia e cascalho. O folhiço em
avançado estágio de decomposição é encontrado nos poços e áreas de remanso e o
folhiço pouco degradado fica retido em troncos caídos e pedras nas corredeiras
(Figura 2). As profundidades medidas na transecção do rio para o cálculo da vazão no
total das coletas variaram de 5 cm à 35 cm neste trecho. A vazão calculada com
auxílio de fluxímetro para estimar a velocidade da correnteza foi de 1,36 m³/s em
Dezembro de 2004, 0,88 m³/s em Janeiro de 2005 e 0,22 m³/s em Maio de 2005 neste
ponto.
O segundo ponto compreende o trecho logo a montante do Aquário até um
pouco antes do Salto. Esse trecho foi escolhido por apresentar as condições
ambientais mais semelhantes ao ponto 1 em relação ao tipo e quantidade de
corredeiras e também ao estado de conservação da vegetação ripária em ambas as
margens. Na margem esquerda do rio a vegetação ripária está um pouco alterada pois
a trilha que vai para o Salto está paralela ao rio no início e no final do trecho. O arranjo
e os tipos de substratos são muito semelhantes ao ponto 1, porém após as enxurradas
acumulam mais areia e cascalho (Figura 3). As profundidades medidas na transecção
do rio para o cálculo da vazão no total das coletas variaram de 4 cm à 59 cm. A vazão
calculada com auxílio de fluxímetro neste ponto foi de 1,10 m³/s em Dezembro de
2004, 0,64 m³/s em Janeiro de 2005 e 0,25 m³/s em Maio de 2005.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 9
Figura 3 – Vista do trecho a montante do Salto Morato, Rio Morato, Guaraqueçaba, Julho de 2005
Figura 4 – Vista do trecho a jusante do Salto Morato, Rio Morato, Guaraqueçaba, Julho de 2005
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 10
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T
T
E
E
R
R
I
I
A
A
L
L
E
E
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
S
S
Foram realizadas 3 coletas no trecho a montante e no trecho a jusante do Salto
Morato, sendo duas na estação chuvosa e uma na estação seca. A primeira coleta foi
realizada nos dias 12 e 13 de Dezembro de 2004, a segunda coleta dias 30 e 31 de
Janeiro de 2005 e a terceira dias 30 e 31 de Maio de 2005. Foram amostrados 6 tipos
de substratos: folhiço em corredeira, folhiço em poço, pedras em corredeira, pedras
em remanso, cascalho e areia. Foram obtidas 5 réplicas de cada substrato, totalizando
180 amostras (2 trechos, 3 coletas, 6 tipos de substrato, 5 réplicas = 180 amostras).
Os substratos foram amostrados utilizando-se o amostrador tipo Surber com
uma área de contato com a superfície de 30 x 30 cm e abertura de malha de 0,5 mm.
O coletor é colocado contra a correnteza e o substrato é agitado para que os
organismos sejam deslocados pela correnteza e retidos na malha.
O material coletado nas duas primeiras coletas foi fixado em formalina 5%,
enquanto o material da última coleta foi fixado em álcool 95%, para evitar gerar
resíduos de formalina. As amostras foram triadas em laboratório e conservadas em
álcool a 70%. Durante a identificação foi solicitado auxílio de especialistas e utilizadas
chaves de identificação para as diferentes ordens: Ephemeroptera (FERNÁNDEZ, &
DOMÍNGUEZ, 2001; DA-SILVA et al. 2002; SALLES, et al., 2004); Plecoptera
(OLIFIERS, M.H. et. al., 2004); Hemiptera (PÉREZ,1988) Odonata (COSTA et
al.,2004); Trichoptera (LOPRETTO & TELL, 1995; WIGGINS,1996; MERRIT &
CUMMINS,1996), Acari, Coleoptera, Diptera, e outros insetos (STEHR, 1987; MERRIT
& CUMMINS,1996; McCAFFERTY,1981); Diptera/Chironomidae (TRIVINHO-
STRIXINO & STRIXINO, 1995), Crustacea, Annelida (LOPRETTO & TELL, 1995;
BUCKUP & BOND-BUCKUP, 1999). Em Agosto foi realizada visita ao laboratório de
Ecologia de Insetos Aquáticos das Dras. Alaide Fonseca Gessner e Susana Strixino
na Universidade Federal de São Carlos para identificação de Chironomidae e
comparação com a coleção de outros taxa e realizada outra visita ao laboratório de
Entomologia do Museu Nacional no Rio de Janeiro para a identificação das famílias e
gêneros de Trichoptera com a Dr. Gisele L. de Almeida.
A abundância relativa de cada espécie foi calculada a partir do número de
exemplares da espécie dividido pelo total da amostra.
A estrutura da comunidade foi comparada entre os pontos amostrais (a
montante e a jusante do Salto) pelo teste de comparação de mais de duas proporções
(ZAR, 1999) para os taxa com abundância relativa igual ou superior a 1% em pelo
menos um ponto amostral. Caso as diferenças tenham sido significativas, a proporção
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 11
de cada táxon foi comparada pelo teste de comparação de duas proporções (ZAR,
1999).
Foram calculados os Índices de Riqueza (Margalef), Eqüidade (Pielou) e
Diversidade (Simpson), de acordo com as fórmulas apresentadas por KREBS (1989),
para a comunidade em cada trecho e em cada tipo de substrato.
A fórmula do Índice de Riqueza (Margalef):
d=(S - 1)/Log [N]
Onde:
S= número de espécies na amostra
N= número total de indivíduos das S espécies coletadas
A fórmula do Índice de Eqüidade (Pielou):
E= ___D
___
log
2
(S)
Onde:
D= índice de diversidade
S= número de espécies na amostra]
A fórmula do Índice de Diversidade (Simpson):
H
2
’= 1 - Σp
i
²
Onde:
p
i
=proporção da espécie i na amostra
O número de espécies nas amostras por ponto e por substrato foram
analisadas pelo método de rarefação (KREBS, 1989), utilizando-se o software Ecosim
7.44 (GOTELLI & ENTSMINGER, 2005). Este método permite comparar o número de
espécies de 2 amostras de tamanhos diferentes padronizando-as a partir de
simulações randômicas e estimando o número de espécies e a variância para uma
amostra de tamanho conhecido. Assim quando o número de espécies observado for
superior ou inferior aos valores do intervalo de confiança estimado, a hipótese nula é
rejeitada (P<0,05), considerando-se então que estas diferenças não ocorreram ao
acaso.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 12
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
Composição faunística
Foram coletados no total 37883 indivíduos sendo 16982 no ponto 1 e 20901 no
ponto 2 (Tabela I) e foram identificados 137 taxa distribuídos em 17 ordens e 72
famílias. Os taxa mais abundantes foram Simuliidae (18,2%), Chironominae (11,9%),
Elmidae adultos (9,5%), Orthocladiinae (4,2%), Triplectides (4,1%), Smicridea (3,3%),
e Baetodes (3,2%). Os Insecta representaram 95% de todos os indivíduos, com 10
ordens e 62 famílias (Tabela II). As ordens com maior número de taxa foram
Coleoptera (30), Trichoptera (27), Diptera (20) e Ephemeroptera (19) (ANEXO 1).
TABELA I – ABUNDÂNCIA E NÚMERO DE TAXA NO RIO MORATO, GUARAQUEÇABA, PR
Ponto 1 Ponto 2 Total
Abundância 16982 20901 37883
Número de Taxa 128 112 137
Número de Taxa exclusivos 25 9
A ordem com maior abundância foi Diptera (38%) a qual contém os dois taxa
mais abundantes, Simuliidae (18%) e Chironominae (12%). Coleoptera contribuiu com
20% da abundância enquanto Trichoptera e Ephemeroptera contribuíram com 17 e
13% respectivamente (Figura 5).
15
6590
14267
63
7746
867
1430
156
4958
39
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Collembola
E
p
he
meropt
er
a
O
donata
Pleco
p
tera
He
t
e
ropt
era
Coleoptera
Megal
opter
a
Diptera
Tric
ho
pter
a
Lepidoptera
%
Figura 5 – Abundância relativa das ordens de Insecta encontradas no Rio Morato, Guaraqueçaba, PR
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 13
TABELA II – ORDENS E FAMÍLIAS DE INSECTA ENCONTRADOS NO RIO MORATO,
GUARAQUEÇABA,PR
Collembola
Naucoridae Ceratopogonidae
Ephemeroptera
Pleidae Chironomidae
Baetidae Veliidae Dixidae
Euthyplociidae
Coleoptera
Empididae
Leptohyphidae Chrysomelidae Psychodidae
Leptophlebiidae Curculionidae Rhagionide
Odonata
Dryopidae Simuliidae
Aeshnidae Dytiscidae Tipulidae
Calopterygidae Elmidae
Trichoptera
Coenagrionidae Gyrinidae Anomalopsychidae
Gomphidae Haliplidae Calamoceratidae
Libellulidae Heteroceridae Ecnomidae
Megapodagrionidae Hydrophilidae Glossosomatidae
Perilestidae Hydroscaphidae Helicopsychidae
Plecoptera
Lutrochidae Hydrobiosidae
Gripopterygidae Psephenidae Hydropsychidae
Perlidae Ptilodactylidae Hydroptilidae
Heteroptera
Staphylinidae Leptoceridae
Belostomatidae Tenebrionidae Odontoceridae
Corixidae
Megaloptera
Philopotamidae
Gerridae Corydalidae Polycentropodidae
Hebridae
Diptera
Xiphocentronidae
Macroveliidae Blephareceridae
Lepidoptera
Mesoveliidae Cecidomyiidae Pyralidae
Distribuição espacial
Dos 128 taxa encontrados no ponto 1, 25 foram exclusivos, enquanto que no
ponto 2, dos 112 taxa coletados, apenas 9 foram exclusivos. A Figura 6 indica as
espécies exclusivas em cada trecho bem como as espécies coletadas em ambos os
trechos com abundância relativa superior a 1%.
Na comparação entre as proporções dos taxa nos dois trechos, a diferença
entre as duas comunidades foi significativa (P<0,05, g.l.= 29) quando se considerou os
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 14
taxa com freqüência relativa superior a 1% para cada ponto (x² = 55,36). A freqüência
relativa de Simuliidae no ponto 2 (30,54%) foi estatisticamente maior que a do ponto 1
(2,92%)
Ponto 2 Ponto 1
Simuliidae
Chironominae
Elmidae_adulto
Orthocladiinae
Triplectides
Smicridea
Baetodes
Heterelmis sp1 Macrobrachium
Oligochaeta Hydroptilidae sp2
Macrelmis Isopoda
Anacroneuria Corixidae
Chimarra Gerridae
Nectopsyche sp2 Mesoveliidae
Thraulodes Ampumixis
Grumichella Staphylinidae_larva
Neoelmis Blephareceridae
Farrodes
Stenochironomus
Macrostemum
Miroculis
Limnocoris
Traverhyphes
Tanypodinae
Leptohyphes
Phylloicus
Paracloeodes
Xenelmis
Glossosomatidae
Outros
Campylocia
Leptohyphodes
Progomphus
Dythemis
Orthemis
Kempnyia
Belostomatidae
Hebridae
Macroveliidae
Pleidae
Chrysomelidae_Adulto
Dytiscidae_Adulto
Haliplidae_larva
Heteroceridae_Larva
Hydroscaphidae_Adulto
Ptilodactylidae
Tenebrionidae_Larva
Monohelea
Dixella
Rhagionidae
Hydroptilidae sp4
Nectopsyche sp1
Barypenthus
Wormaldia
Polyplectropus
Figura 6 – Taxa exclusivos de cada ponto e taxa em comum com abundância superior a 1% em
pelo menos um dos pontos amostrais
Entre os taxa exclusivos, grande parte teve apenas uma ocorrência, com
exceção de Macrobrachium (180 indivíduos) e Hydroptilidae_sp2 (7 indivíduos), no
Ponto 2 e Kempnya (164 indivíduos), Campylocia (20 indivíduos), Leptohyphodes (40
indivíduos), Progomphus (5 indivíduos), Pleidae (44 indivíduos), larva de Haliplidae (5
indivíduos), adulto de Hydroscaphidae (5 indivíduos), Ptilodactylidae (5 indivíduos),
larva de Tenebrionidae (3 indivíduos), Dixella (7 indíviduos), Hydroptilidae_sp4 (3
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 15
indivíduos), Nectopsyche_sp1 (34 indivíduos), Barypenthus (4 indivíduos) e
Polyplectropus (18 indivíduos) no Ponto 1.
Em relação aos taxa em comum, apenas Glossosomatidae, Paracloeodes e
Xenelmis tiveram abundância superior a 1% no ponto 1 e inferior no total.
Os índices de riqueza, eqüidade e diversidade calculados para o ponto 1
indicaram pouca alteração com a variação temporal. No ponto 2 o índice de riqueza
apresentou leve queda da época de chuva para a época de seca, e o índice de
eqüidade aumentou, resultando ao final em uma maior diversidade (Tabela III).
TABELA III – OS ÍNDICES DE RIQUEZA DE MARGALEF, EQÜIDADE DE PIELOU E DIVERSIDADE DE
SIMPSON NOS DOIS PONTOS AMOSTRAIS PARA CADA ESTAÇÃO
Ponto 1 Ponto 2
Chuva Seca Chuva Seca
Riqueza 14,74 14,18 13,01 11,27
Eqüidade 0,73 0,76 0,59 0,66
Diversidade 0,94 0,96 0,86 0,91
A riqueza específica da comunidade nos pontos 1 e 2 foram comparadas pelo
método de rarefação que estimou o número de espécies esperado (e o seu intervalo
de confiança) para o ponto 2 caso esta amostra tivesse o mesmo tamanho da amostra
do ponto 1. Nesta análise foi estimado o número de espécies para o ponto 2 como no
mínimo 110 e no máximo 117 taxa enquanto no ponto 1 ocorreram 134 (Figura 7),
demonstrando que há diferença significativa quanto a riqueza.
100
120
140
Ponto 2
N° de taxa
xim o nim o de spp Ponto 1
Figura 7- Estimativa (pelo método de rarefação) do número mínimo e máximo de taxa no ponto 2 e
número de espécies obtidas no Ponto 1.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 16
Preferência por substrato
Os substratos que apresentaram maior abundância no total foram pedras e
folhiço em corredeiras (Figura 8). Os ambientes deposicionais, como folhiço em
remanso, areia, cascalho, e pedras em remanso apresentaram maior abundância a
montante. Em ambos os trechos o substrato com maior abundância foi pedras em
corredeiras, porém, a abundância no substrato folhiço em corredeiras foi maior que a
de folhiço em remanso no ponto 2, o oposto encontrado no ponto 1.
Abundância
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
Ar Ca FC FR PC PR
Ponto 1 Total
Ponto 2
Figura 8 – Soma das 3 coletas do número de indivíduos em cada substrato a montante (Ponto 1), a
jusante (Ponto 2) e no total, Rio Morato, Guaraqueçaba, PR
O número de taxa por substrato foi maior no folhiço em remanso, com 98 taxa,
seguido pelo folhiço em corredeiras e pedras em corredeiras, ambos com 96 taxa. O
folhiço em corredeira foi o substrato que apresentou menor variação em número de
taxa entre os dois pontos amostrais. Todos os substratos apresentaram maior número
de taxa a montante (Figura 9).
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 17
Número de Taxa
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Ar Ca FC FR PC PR
Ponto 1 Total
Ponto 2
Figura 9 – Número absoluto de taxa em cada substrato a montante (Ponto 1), a jusante (Ponto 2) e no
total, Rio Morato, Guaraqueçaba, PR
Pela análise de rarefação os resultados indicaram que a amostra do substrato
areia comporta maior número de taxa do que as amostras de folhiço em corredeiras,
pedras em corredeira e folhiço em remanso sendo considerada igual a de cascalho,
porém menor que a de pedras em remanso (Figura 10).
40
50
60
70
80
90
100
Cascalho Fol.Cor. Fol.Rem. Ped.Cor. Ped.Rem.
xim o nim o de spp Areia
Figura 10 – Valores estimados, pelo método de rarefação, do número de taxa para os substratos
cascalho, folhiço em corredeiras, folhiço em remanso, pedras em corredeiras e pedras em
remanso com o tamanho amostral igual ao do substrato areia
.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 18
O número de taxa no substrato cascalho também foi maior, conforme os
resultados obtidos pelo método de rarefação, que nos folhiços e em pedras em
corredeiras, porém foi considerado igual ao de pedras em remanso (Figura 11).
40
50
60
70
80
90
100
Fol.Cor. Fol.Rem. Ped.Cor. Ped.Rem.
xim o nim o de spp Cascalho
Figura 11 – Valores estimados, pelo método de rarefação, do número de taxa para os
substratos folhiço em corredeiras, folhiço em remanso, pedras em corredeiras e pedras em
remanso com o tamanho amostral igual ao do substrato cascalho.
O resultado obtido para o número de taxa estimado pelo método de rarefação
no substrato pedras em remanso foi maior que nos folhiços e em pedras em
corredeiras (Figura 12).
40
50
60
70
80
90
100
Fol.Cor. Fol.Rem. Ped.Cor.
xim o nim o de spp Ped.Rem.
Figura 12 – Valores estimados, pelo método de rarefação, do número de taxa para folhiço em
corredeiras, folhiço em remanso e pedras em corredeiras com o tamanho amostral igual ao do
substrato pedras em remanso
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 19
O número de taxa observado no substrato folhiço em remanso foi superior ao
estimado para folhiço em corredeiras e pedras em corredeiras. (Figura 13)
40
50
60
70
80
90
100
Fol.Cor. Ped.Cor.
xim o nim o de spp Fol.Rem.
Figura 13 – Valores estimados pelo método de rarefação do número de taxa para os substratos
folhiço em corredeiras e pedras em corredeiras com o tamanho amostral igual ao do substrato
folhiço em remanso
Entretanto, o número de espécies no substrato folhiço em corredeiras foi igual
ao estimado para pedras em corredeiras (Figura 14)
40
50
60
70
80
90
100
Ped.Cor
xim o nimo de spp Fol.Cor.
Figura 14 – Valores estimados pelo método de rarefação do número de taxa para o substrato
pedras em corredeiras com o tamanho amostral igual ao do substrato de folhiço em corredeiras
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 20
A tabela IV abaixo apresenta, em resumo, os resultados obtidos pelo método
de rarefação para as comparações do número de taxa em cada substrato. Os sinais
indicam se o número de taxa do substrato da coluna sublinhada é maior, menor, ou
igual ao substratos na coluna à esquerda. Pedras em remanso teve maior riqueza que
areia pelo método de rarefação e foi igual a cascalho, que por sua vez, foi igual a areia
pelo método de rarefação.
TABELA IV – RESULTADOS DAS COMPARAÇÒES DE NÚMERO DE ESPÉCIES ENTRE OS
SUBSTRATOS NO RIO MORATO, GUARAQUEÇABA, PR
Areia Cascalho Ped. Rem. Fol. Rem. Fol. Cor.
Nº de Taxa 78 83 91 98 96
Areia
Cascalho 73 à 81, =
Ped. Rem. 79 à 88, ! 83 à 90, =
Fol. Rem. 57 à 71, " 61 à 74, " 67 à 80, "
Fol. Cor. 48 à 61, " 51 à 64, " 57 à 69, " 83 à 93, "
Ped. Cor. 55 à 67, " 58 à 70, " 62 à 74, " 83 à 92, " 91 à 96, =
Foram selecionados, entre os 137 taxa identificados em diferentes níveis
taxonômicos, apenas os 28 taxa que apresentaram freqüência relativa superior a 1%
em cada ponto para analisar a preferência por substrato. Entre os organismos
analisados, nenhum apresentou clara preferência por areia e cascalho.
Os resultados da abundância relativa indicaram que seis taxa tiveram
preferência pelo substrato pedras em corredeiras: Chimarra (Trichoptera), Grumichella
(Trichoptera), Macrostemum (Trichoptera), Baetodes (Ephemeroptera), Thraulodes
(Ephemeroptera) e larva de Macrelmis (Coleoptera) (Figura 15).
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 21
Chimarra
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 659
Grumichella
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 594
Macrostemum
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 463
Baetodes
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 1202
Macrelmis
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 872
Thraulodes
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 671
Figura 15 – Porcentagens dos taxa nos substratos areia (Ar), cascalho (Cas), folhiço em corredeiras (FC),
folhiço em remanso (FR), pedras em corredeiras (PC), e pedras em remanso (PR) no rio Morato,
Guaraqueçaba, PR
Ainda, os taxa que apresentaram preferência pelo folhiço em corredeiras foram
larvas de Heterelmis sp1 (Coleoptera), adultos de Elmidae (Coleoptera),
Orthocladiinae (Diptera), Anacroneuria (Plecoptera) e Leptohyphes (Ephemeroptera)
sendo que estes também apresentaram considerável preferência por pedras em
corredeira. Alguns taxa como, Simuliidae, Smicridea, Anacroneuria e Farrodes,
apresentaram preferência por corredeiras, pois a soma de suas porcentagens de
folhiço em corredeiras e pedras em corredeiras ultrapassa 93% (Figura 16).
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 22
Heterelmis_sp1
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 1097
Orthocladiinae
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 1580
Elmidae_adulto
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 3592
Anacroneuria
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 772
Leptohyphes
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 398
Simuliidae
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 6879
Farrodes
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 484
Smicridea
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 1265
Figura 16 – Porcentagens dos taxa nos substratos areia (Ar), cascalho (Cas), folhiço em corredeiras (FC),
folhiço em remanso (FR), pedras em corredeiras (PC), e pedras em remanso (PR) no rio Morato,
Guaraqueçaba, PR
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 23
No folhiço depositado em remanso os resultados das análises indicaram que
Triplectides (Trichoptera) apresentou elevada abundância relativa (93%), seguido por
Miroculis (Ephemeroptera), Phylloicus (Trichoptera), Nectopsyche sp2 (Trichoptera),
Tanypodinae (Diptera), Chironominae (Diptera), Stenochironomus (Chironomidae) e
Paracloeodes (Ephemeroptera) (Figura 17).
As larvas de Neoelmis (Coleoptera) e Limnocoris não apresentaram preferência
por um único substrato, mas por substratos deposicionais como: cascalho, folhiço em
remanso e areia, que juntos somam 81% para Neoelmis e acrescentando pedras em
remanso 95% para Limnocoris. Glossossomatidae (Trichoptera) apresentou
abundância relativa de 55% em pedras em remanso e 26% em pedras em corredeiras.
Oligochaeta e Xenelmis (Coleoptera) tiveram maior abundância relativa em pedras em
corredeiras, seguido de folhiço em remanso. Traverhyphes (Ephemeroptera) obteve
maior abundância em pedras em corredeiras seguido de folhiço em corredeiras.
Traverhyphes e Xenelmis tiveram baixa abundância relativa em areia e cascalho
(Figura 18).
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 24
Triplectides
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 1558
Miroculis
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 481
Phylloicus
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 424
Nectopsyche_sp2
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 649
Tanypodinae
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 439
Chironominae
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 4505
Stenochironomus
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 483
Paracloeodes
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 311
Figura 17 – Porcentagens dos taxa nos substratos areia (Ar), cascalho (Cas), folhiço em corredeiras (FC),
folhiço em remanso (FR), pedras em corredeiras (PC), e pedras em remanso (PR) no rio Morato,
Guaraqueçaba, PR
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 25
Neoelmis
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 580
Limnocoris
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 476
Traverhyphes
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 459
Oligochaeta
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 1040
Xenelmis
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 263
Glossosomatidae
0
20
40
60
80
100
Ar Cas F.C. F.R. P.C. P.R.
n= 252
Figura 18 – Porcentagens dos taxa nos substratos areia (Ar), cascalho (Cas), folhiço em corredeiras (FC),
folhiço em remanso (FR), pedras em corredeiras (PC), e pedras em remanso (PR) no rio Morato,
Guaraqueçaba, PR
Comparando-se a participação dos taxa predominantes nos dois trechos em
cada substrato, observou-se variações na composição e na abundância relativa, mas
também semelhanças, principalmente no substrato folhiço em remanso.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 26
No substrato areia Chironominae apresentou abundância relativa similar entre
os dois pontos, porém Neoelmis, Limnocoris e Rhagovelia, embora presente em
ambos trechos, apresentaram certa diferença em termos de abundância, além disso,
Macrobrachium e Simuliidae ocorreram apenas a jusante (Figura 19 ).
Areia
0
5
10
15
20
25
30
35
Chironominae
N
eoelm
is
Oligochaeta
Limnocor
i
s
Rhagoveli
a
Tanypodi
na
e
Macrobrachium
Ort
h
oc
ladi
i
nae
Macrelmis
Tr
ip
l
ec
tid
e
s
Sim
uliid
ae
Outr
o
s
Ponto 1 n=801
Ponto 2 n=345
%
Figura 19 - Taxa com abundância relativa maior que 3% em pelo menos um dos trechos amostrais no
substrato areia
No substrato cascalho a abundância relativa de Rhagovelia e a presença de
Macrobrachium se destacam no ponto 2 enquanto a presença de Thraulodes, adulto
de Hydrophilidae, Kempnyia e Tipulidae caracterizam o ponto 1 (Figura 20).
Cascalho
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Oli
g
ochaeta
Neoelmi
s
Chironominae
Limnoc
or
i
s
Rhagovel
i
a
T
h
r
aulodes
T
i
pulidae
Hyd
rophil
idae (A)
Ke
mpnyia
C
l
oeodes
Macrobrachium
Dry
opi
dae (L)
Outro
s
Ponto 1, n=1097
Ponto 2, n=322
%
Figura 20 - Taxa com abundância relativa maior que 3% em pelo menos um dos trechos amostrais.no
substrato cascalho (A )– adulto e (L) larva.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 27
No substrato folhiço em corredeiras todos os principais taxa ocorreram nos dois
trechos. Simuliidae, Elmidae adulto e larva de Heterelmis sp1 apresentaram
abundância relativa superior no ponto 2 enquanto Smicridea, Leptohyphes,
Nectopsyche sp 2 se destacaram no ponto 1.
Simuliidae contribuiu com 6383
indivíduos no ponto 2, enquanto no ponto 1 contribuiu com apenas 496 indivíduos
(Figura 21).
Folhiço em Corredeiras
0
5
10
15
20
25
30
35
Simuliidae
Elmi
d
ae(
A)
O
rthoc
ladiinae
He
t
erel
m
is sp1
Ch
ironominae
S
mi
cr
idea
An
ac
r
oneuria
Leptohyphes
Nectopsyche sp2
Outr
o
s
Ponto1, n=3636
Ponto 2, n=8384
%
Figura 21 - Taxa com abundância relativa maior que 3% em pelo menos um dos trechos amostrais no
substrato folhiço em corredeiras
No substrato folhiço em remanso as abundâncias relativas e absolutas foram
muito similares em ambos os trechos, com exceção de Nectopsyche sp2 que ocorreu
preferencialmente no ponto 2 (Figura 22).
Folhiço em Remanso
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Chironominae
Tripl
ect
id
es
Nec
topsy
ch
e s
p2
Mir
oc
ul
i
s
St
e
nochi
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Ph
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n
ae
Or
t
ho
cladi
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Oligochaet
a
Paracloe
o
des
N
eoel
mi
s
Ou
tros
Ponto 1, n=4244
Ponto 2, n=3573
%
Figura 22 - Taxa com abundância relativa maior 3% em pelo menos um dos trechos amostrais no
substrato folhiço em remanso
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 28
No substrato pedras em corredeiras os adultos de Elmidae apresentaram
abundância relativa similar nos dois trechos, bem como larvas de Macrelmis e
Macrostemum. Simuliidae destacou-se no ponto 2. Baetodes, Chironominae,
Smicridea, Grumichella e Thraulodes se destacaram no ponto 1 (Figura 23).
Pedras em Corredeiras
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Simuliidae
E
lmidae (A
)
Baet
odes
C
hironomi
nae
Smic
r
i
dea
Chimarra
Macrelm
is
Grum
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hella
Th
raul
od
es
Macrostemum
Ol
i
gochaeta
A
n
ac
roneur
ia
F
a
rrodes
Out
ros
Ponto 1, n= 5938
Ponto 2, n=7623
%
Figura 23 - Taxa com abundância relativa maior que 3% em pelo menos um dos trechos amostrais
No substrato pedras em remanso Limnocoris, Glossosomatidae, Cloeodes,
Paracloeodes e Thraulodes se destacaram no ponto 1 enquanto Chironominae,
Oligochaeta, Simuliidae e Triplectides se destacaram no ponto 2 (Figura 24).
Pedras em Remanso
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Limnocor
i
s
C
hironomi
nae
Gloss
o
somatidae
Cloeodes
Ol
i
gochaeta
P
ar
a
cloeodes
Mi
r
oc
u
lis
He
xa
c
yl
loepus
Tr
ip
lectides
Simuliidae
T
h
raulod
es
H
e
l
i
co
ps
yche
R
hagovelia
Neoelmis
S
t
e
nochironomus
C
ernot
in
a
Outros
Ponto 1, n=1266
Ponto 2, n=654
%
Figura 24- Taxa com abundância relativa maior que 3% em pelo menos um dos trechos amostrais
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 29
A comparação de um mesmo tipo de substrato nos dois pontos pelo método de
rarefação resultou em número de taxa por substrato similares entre os dois pontos
para os substratos areia, cascalho e pedras em remanso (Figura 25)
A B
30
40
50
60
70
80
90
Areia pt1
x imo Mínimo Nº de spp Areia pt 2
30
40
50
60
70
80
90
Cascalho pt1
x imo Mínimo Nº de spp Cascalho pt 2
C
40
50
60
70
80
90
100
Ped.Rem. Pt1
x imo Mínimo Nº de spp Ped. Rem. pt2
Figura 25 – Valores estimados do número de taxa no substrato areia no ponto 1 (A), no substrato
cascalho no ponto 1 (B) e no substrato pedras em remanso no ponto 1 (C) pelo método de rarefação.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 30
Nos substratos folhiço em remanso, folhiço em corredeiras e pedras em
corredeiras o número de taxa no ponto 1 foi superior ao ponto 2 (Figura 26).
A B
40
50
60
70
80
90
100
Fol.Rem. Pt1
x imo nimo Nº de spp Fol. Rem. pt2
30
40
50
60
70
80
90
Fol.Cor. pt2
x imo nimo Nº de spp Fol. Cor. pt1
C
50
60
70
80
90
100
Ped.Cor. pt2
x imo Mínimo Nº de spp Ped. Cor. pt1
Figura 26 – Valores estimados do número de taxa no substrato folhiço no remanso no ponto 1 (A), no
substrato folhiço em corredeiras no ponto 2 (B) e no substrato pedras em corredeiras no ponto 2 (C) pelo
método de rarefação.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 31
Na estação chuvosa o substrato pedras em remanso no ponto 2 obteve o maior
índice de diversidade de Simpson enquanto que pedras em remanso no ponto 1
registrou o maior índice de riqueza. Na estação seca a areia no ponto 2 e pedras em
remanso no ponto 1 apresentaram o maior índice de diversidade, enquanto pedras em
remanso no ponto 1 obteve novamente maior índice de riqueza (Tabela V).
O índice de diversidade estimado para os substratos areia, cascalho, folhiço
em corredeiras, folhiço em remanso e pedras em remanso sofreu pouca variação
temporal. Na estação chuvosa o substrato pedras em corredeiras no ponto 2
apresentou índice de diversidade menor que no ponto 1 e menor que no ponto 2 na
estação de seca.
De modo geral, os índices de riqueza foram sempre maiores na estação
chuvosa e no ponto 1 para cada substrato. Areia foi o substrato que apresentou menor
variação entre a estação chuvosa e a seca.
O menor índice de diversidade foi registrado no ponto 2 em pedras em
corredeiras na estação chuvosa e o menor índice de riqueza foi registrado em
cascalho no ponto 2 na estação seca.
TABELA V - VALORES DOS ÍNDICES DE RIQUEZA DE MARGALEF (Riq) E DIVERSIDADE DE
SIMPSON (Div.) DOS SUBSTRATOS POR PONTO EM CADA ESTAÇÃO
Areia Cascalho Fol. Cor. Fol. Rem. Ped. Cor. Ped. Rem.
Div. Riq. Div. Riq. Div. Riq. Div. Riq. Div. Riq. Div. Riq.
Pt1 0,91 6,96 0,93 9,06 0,91 8,34 0,83 9,70 0,93 9,20 0,94 10,30
Chuvosa
Pt2 0,91 6,82 0,88 7,89 0,84 8,15 0,82 7,20 0,64 7,97 0,95 9,29
Pt1 0,91 6,72 0,90 6,54 0,90 7,67 0,89 7,78 0,93 8,96 0,94 9,48
Seca
Pt2 0,94 6,35 0,91 4,67 0,77 5,49 0,86 5,09 0,93 7,57 0,93 6,46
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 32
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
A riqueza taxonômica encontrada no rio Morato durante este estudo justifica,
uma vez mais, a importância de se conhecer e preservar a Mata Atlântica, mantendo
intactos os sistemas que integram as microbacias, especialmente as nascentes, a
vegetação ripária e a qualidade da água de escoamento superficial livre de
contaminantes. A participação relativa dos grupos observados também condiz com a
estrutura esperada para as comunidades de macroinvertebrados, com poucas
espécies dominantes e, a maioria, sendo rara. Embora em termos de biomassa os
Crustacea (Macrobrachium e Trichodactylus) possam ter maior importância na
comunidade, em termos de densidade e riqueza taxonômica, os Insecta predominaram
com 95% de abundância. A dominância de Insecta em riachos de fundo pedregoso foi
reportada em estudos de estrutura e diversidade de macroinvertebrados em São Paulo
(KIKUSHI & UIEDA, 2005) e Rio Grande do Sul (BUENO et al., 2003). No último foram
registradas 40 famílias de Insecta, em dois rios, enquanto que neste estudo no rio
Morato foram registradas 62 famílias de Insecta. Entre as famílias de Trichoptera
encontradas no rio Morato, além de dez famílias já reportadas em córregos em áreas
conservadas na Serra do Cipó - MG (GALDEAN, et al., 2001), em um tributário de
primeira ordem no rio Paquequer – RJ (HUAMANTINCO & NESSIMIAN, 1999) e em
córregos no cerrado do Planalto Central (DINIZ-FILHO, et al., 1998), mais três famílias
foram coletadas: Anomalopsychidae, Ecnomidae e Xiphocentronidae, sendo que
Anomalopsychidae é restrita a região neotropical, pouco freqüente e típica de lugares
montanhosos (POSADA-GARCÍA & ROLDÁN-PÉREZ, 2003).
Entre as espécies registradas como exclusivas a cada um dos trechos
amostrados, muitas foram raras, representadas por um indivíduo, podendo, portanto,
não ser exclusivas de um determinado trecho. No entanto, os resultados indicaram
algumas espécies representadas por maior densidade e exclusivas de cada ponto,
com destaque para Campylocia (Ephemeroptera) e Kempnyia no ponto 1 e
Macrobrachium no ponto 2. BUENO et al., 2003 também registraram Campylocia
como exclusiva para o rio de altitude elevada. As diferenças observadas na
composição da comunidade nos dois trechos podem não ser ao acaso. A maior
riqueza de espécies exclusivas a montante do Salto Morato podem estar relacionadas
com as características abióticas deste trecho, que, por ser de difícil acesso, está mais
conservado. Já o caso de Macrobrachium, que ocorre apenas a jusante do Salto
Morato, pode ser explicado pela barreira geográfica que é o próprio salto, que estaria
impedindo a colonização a montante. No entanto, Trichodactylus está presente nos
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 33
dois trechos. Macrobrachium ocupa mais a coluna d’água enquanto os caranguejos
ocupam mais o substrato e podem até escalar pequenas quedas d’água, tendo,
portanto, melhores condições de resistir aos distúrbios e permanecer no local. Porém
o Salto Morato deve estar isolando essas populações de Trichodactylus.
Quanto aos taxa em comum, as ordens mais abundantes de Insecta (Diptera,
Trichoptera, Ephemeroptera e Coleoptera) observadas no rio Morato foram as mais
freqüentes reportadas no trabalho de KIKUSHI & UIEDA, 2005.
A elevada abundância de Simuliidae a jusante foi a diferença mais marcante na
comparação entre os dois trechos, no período coletado. Ambos os trechos possuem
muitas corredeiras, mesohabitat onde se concentram os Simuliidae, e provavelmente
possuem a mesma quantidade de microalgas e diatómaceas, seus principais recursos
alimentares (ALENCAR, et al.2001). Os únicos substratos que possuíram maior
abundância nas amostras a jusante foram justamente os substratos de maior
preferência de Simuliidae, pedras em corredeiras e folhiço em corredeiras. KIKUSHI &
UIEDA, 2005 encontraram dominância de Diptera em substrato vegetal (folhas), sendo
Simuliidae em corredeiras e Chironomidae em poções. No estudo realizado por
BUENO, et al., 2003, Simuliidae e Chironomidae foram os taxa mais abundantes no
córrego de menor altitude na bacia do Rio Gravataí, na primavera e no verão, como o
observado no rio Morato. Em estudo realizado por GRILLET & BARRERA, 1997, na
bacia amazônica, encontrou-se que a comunidade de simulídeos é altamente
influenciada por interações entre o tamanho do rio e fatores associados à velocidade
(largura, fluxo, descarga, e estabilidade e disponibilidade de substrato) e ao regime de
chuvas, que influencia no volume de habitat disponível. Ainda, em trabalho sobre
conteúdo estomacal de Characidium pterosticum e C. lanei no rio Cabral, bacia
litorânea do Paraná, ARANHA, et al. 2000, encontraram Simuliidae como o item
alimentar de maior importância (considerando a freqüência de ocorrência e o volume)
no verão para C. pterosticum, o que corrobora a idéia da maior disponibilidade deste
item nessa época do ano. Em estudo realizado por PETERSEN, 2005, foi registrada a
ocorrência de ambas espécies de peixes no trecho a jusante do rio Morato. Embora
fosse esperado encontrar menor abundância de Simuliidae na área com predadores, o
resultado foi exatamente o oposto, sugerindo portanto que outros fatores estejam
determinando a abundância de Simuliidae. Além disso, McCREDIE et al. 2004
apontam a necessidade de conhecer aspectos da fase terrestre dos simulídeos para
tentar explicar sua distribuição.
O substrato com maior abundância no total e em cada ponto foi pedras em
corredeiras, resultado semelhante ao observado por KIKUSHI & UIEDA, 2005. Em
estudo realizado na bacia do rio Macaé por BAPTISTA et al., 2001b foi encontrado
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 34
maior abundância em folhiço em remanso e areia (em coletas de Abril e Julho de
1995), em riachos de segunda e quarta ordens. Em todas as coletas realizadas no Rio
Morato, areia, cascalho e pedras em remanso apresentaram menor abundância,
contrastando parcialmente com os resultados encontrados no estudo no rio Macaé.
No substrato pedras em corredeiras Trichoptera, Ephemeroptera, Coleoptera e
Diptera foram muito representativos, sendo que os resultados indicaram que os
tricópteros da família Hydropsychidae (Leptonema e Smicridea), também
apresentaram preferência por corredeiras indistintamente em folhiço ou em pedras,
semelhante aos encontrados em estudo realizado por HUAMANTINCO & NESSIMIAN
1999 em um tributário de primeira ordem do rio Paquequer, Rio de Janeiro. É
interessante observar que nesses substratos a abundância de Thraulodes
(Ephemeroptera) foi elevada a montante, e baixa a jusante, com apenas 1 indivíduo.
Em contrapartida Hylister apresentou mais indivíduos a jusante que a montante neste
substrato. Thraulodes e Hylister foram os efemerópteros de maior tamanho corporal
encontrados nas corredeiras e pertencem à mesma família, Leptophlebiidae, podendo
estar competindo por espaço. No entanto, possuem diferentes estratégias alimentares,
sendo Thraulodes predominantemente raspador e Hylister, pertencente ao complexo
Hermanella, filtrador (POLEGATTO & FROEHLICH, 2003).
Simuliidae, Anacroneuria, adultos de Elmidae e Orthocladiinae foram mais
abundantes no substrato folhiço em corredeiras em ambos os trechos. BAPTISTA et
al. 2001b também encontraram elevada abundância de Anacroneuria em folhiço
depositado em corredeiras. Neste substrato foram encontrados muitos organismos
terrestres e semi-aquáticos que ocorreram em mais de uma réplica, tanto a montante
quanto a jusante, porém não foram contabilizados e nem considerados em nenhuma
análise, como Blattaria, larvas de Cantahridae, aranhas que ficam na superfície da
água e adultos de Scolytidae. Também foram encontrados adultos de Lutrochidae e
Dryopidae, tanto a montante quanto a jusante.
O substrato folhiço em remanso foi o mesohabitat que apresentou maior
número de taxa, entretanto não obteve o maior índice de riqueza. KIKUSHI & UIEDA,
2005 e BAPTISTA et al. 2001b encontraram maior riqueza para folhiço em poços e em
corredeiras. Dos cinco gêneros encontrados da ordem Plecoptera, Kempnyia foi o que
apresentou maior abundância relativa em folhiço em remanso (32%), resultado
semelhante ao encontrado por BAPTISTA et al. 2001b.
Embora no substrato pedras em remanso os resultados indicaram os maiores
valores de riqueza pelo método de rarefação, a abundância foi relativamente baixa
comparando-se com outros substratos e entre os taxa analisados, apenas para
Glossosomatidae as análises apresentaram certa preferência a este substrato,
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 35
podendo estar a diversidade associada a equitablidade nas proporções das espécies
observadas neste substrato e não exatamente ao número de espécies.
Dos taxa com abundância superior a 1% em pelo menos um dos trechos, com
exceção de Glossosomatidae, que apresentou certa preferência por pedras em
remanso, nenhum grupo taxonômico apresentou considerável preferência por areia,
cascalho ou pedras em remanso, que foram os substratos com maior número de
espécies pelo método de rarefação. A areia é um substrato pobre em recursos
alimentares e instável às enxurradas, tornando-o pouco propício à colonização.
A preferência por certo tipo de microhabitat pode estar relacionada com o
consumo de determinado recurso, como, por exemplo, alimento. Os organismos que
ocorreram em corredeiras possuem as adaptações morfológicas de fixação,
estratégias de alimentação para filtração ou para rasparem o perifíton, que permitem
explorar com sucesso esse mesohabitat. Paralelamente, o folhiço depositado em
remanso encontra-se em avançado estágio de decomposição, favorecendo a
colonização por fungos e outros microorganismos com grande potencial nutritivo. Os
outros substratos deposicionais, areia, cascalhos e pedras em remanso, só acumulam
maior quantidade de matéria orgânica na estação seca, quando a estabilidade dos
riachos de serra é maior, sem as freqüentes e volumosas chuvas de verão que
praticamente arrastam o material alóctone junto com a comunidade. Sendo assim, é
possível que haja uma maior “vantagem” para os organismos em colonizar as
corredeiras e o folhiço em remanso, por serem mesohabitats com maior quantidade e
qualidade de alimento, porisso tiveram a maior abundância de organismos.
BAPTISTA et al. 2001a observaram que ocorre substituição de Ephemeroptera
nos substratos ao longo do tempo. Isso corrobora a idéia de que muitos dos padrões
observados quanto a abundância e preferência por habitat devem se alterar durante as
estações, o que permitiria maior coexistência das espécies.
As pequenas diferenças na composição e na estrutura da comunidade nos dois
trechos podem obedecer a muitos fatores e variar em intensidade com as mudanças
sazonais. Dentre estes fatores, três atuam simultaneamente: a barreira que é o salto
para poucos macroinvertebrados e para os peixes, a altitude e o estado de
conservação da vegetação ripária, que já está sendo amenizado com a regeneração
que vem ocorrendo nas áreas que eram utilizadas para bulbalinocultura e plantação.
O presente estudo não detectou o efeito do primeiro fator na maioria dos taxa,
principalmente nos das ordens de Insecta que tiveram diferenças basicamente na
abundância. Por outro lado, taxa sem fase adulta alada ou terrestre pode ter
dificuldade de transpor a barreira do salto. Para estes, se houver o arraste durante as
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 36
cheias, dificilmente o exemplar retornaria ao trecho a montante, tornando as
populações relativamente isoladas, como é o caso de Trichodactylus.
Além disso, apesar de não ser escopo deste estudo, foi constatada variação no
tamanho dos espécimens a montante e a jusante, o que pode refletir liberação
ecológica pela ausência de um tipo de predador. No entanto, estudos mais
aprofundados são necessários para análises conclusivas.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 37
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
U
S
S
Ã
Ã
O
O
A fauna de insetos aquáticos nos trechos amostrados no Rio Morato é muito
diversificada. Os taxa mais abundantes foram Simuliidae, Chironominae, Elmidae
adultos, Orthocladiinae, Triplectides, Smicridea, e Baetodes, sendo que destes apenas
Triplectides e Chironominae apresentaram maior abundância relativa no remanso.
As maiores diferenças encontradas na estrutura e composição a montante e a
justante do Salto Morato foram: a maior abundância de Simuliidae e a exclusividade de
Macrobrachium ambas a jusante, o que leva a pensar que o Salto constitui uma
barreira para alguns grupos que não possuem adultos alados.
Os substratos que tiveram maior abundância de indivíduos foram pedras em
corredeiras, folhiço em corredeiras e folhiço em remanso, sendo que este último
apresentou o maior número absoluto de taxa por substrato.
Nenhum organismo analisado apresentou alta preferência por areia e cascalho.
Embora tenha sido coletado mais substratos deposicionais (areia, cascalho, folhiço em
remanso e pedras em remanso), a maior parte dos organismos analisados para
preferência por habitat ocorreram com maior abundância relativa em corredeiras, tanto
em pedras quanto em folhiço.
A riqueza estimada por ponto amostral e nos substratos folhiço em corredeiras,
pedras em corredeiras e folhiço em remanso foi maior a montante do Salto. A riqueza
estimada para os substratos areia, cascalho e pedras em remanso não apresentou
diferença significativa entre os dois trechos.
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 38
R
R
E
E
F
F
E
E
R
R
Ê
Ê
N
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C
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Á
Á
F
F
I
I
C
C
A
A
S
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Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 42
ANEXO 1. Tabela com a composição da comunidade de macroinvertebrados no
ponto 1 e no ponto 2 acompanhado do número de indivíduos e porcentagem relativa
Taxa Ponto 1 Ponto 1% Ponto 2 Pontot 2 % Total %
Dugesiidae 74 0,44 73 0,35 147 0,39
Nematoda 1 0,01 3 0,01 4 0,01
Oligochaeta 519 3,06 521 2,49 1040 2,75
Bivalvia 11 0,06 1 0,00 12 0,03
Gatropoda 169 1,00 61 0,29 230 0,61
Acariformes 74 0,44 35 0,17 109 0,29
Isopoda 0 0,00 1 0,00 1 0,00
Decapoda
Macrobrachium
0 0,00 180 0,86 180 0,48
Trichodactylus
9 0,05 20 0,10 29 0,08
Ordens de Insecta
Collembola 20 0,12 19 0,09 39 0,10
Ephemeroptera
Baetidae
Americabaetis
143 0,84 18 0,09 161 0,42
Baetodes
757 4,46 445 2,13 1202 3,17
Camelobaetidius
5 0,03 1 0,00 6 0,02
Cloeodes
148 0,87 46 0,22 194 0,51
Paracloeodes
284 1,67 27 0,13 311 0,82
Euthyplociidae
Campylocia
20 0,12 0 0,00 20 0,05
Leptohyphidae
Leptohyphes
321 1,89 77 0,37 398 1,05
Leptohyphodes
40 0,24 0 0,00 40 0,11
Traverhyphes
294 1,73 165 0,79 459 1,21
Trichorythodes
4 0,02 9 0,04 13 0,03
Trichorythopsis
129 0,76 26 0,12 155 0,41
Leptophlebiidae
Askola
33 0,19 11 0,05 44 0,12
Farrodes
30 0,18 454 2,17 484 1,28
Hagenulopsis
106 0,62 5 0,02 111 0,29
Hylister
17 0,10 141 0,67 158 0,42
Massartella
42 0,25 3 0,01 45 0,12
Miroculis
258 1,52 223 1,07 481 1,27
Thraulodes
667 3,93 4 0,02 671 1,77
Ulmeritoides
3 0,02 2 0,01 5 0,01
Odonata
Aeshnidae
Limnetron
25 0,15 3 0,01 28 0,07
Calopterygidae 32 0,19 13 0,06 45 0,12
Coenagrionidae
Argia
5 0,03 5 0,02 10 0,03
Gomphidae 1 0,01 2 0,01 3 0,01
Desmogomphus
1 0,01 1 0,00 2 0,01
Progomphus
5 0,03 0 0,00 5 0,01
Libellullidae 11 0,06 5 0,02 16 0,04
Brechmorhoga
11 0,06 8 0,04 19 0,05
Dythemis
1 0,01 0 0,00 1 0,00
Orthemis
1 0,01 0 0,00 1 0,00
Megapodagrionidae
Heteragrion
3 0,02 5 0,02 8 0,02
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 43
Taxa Ponto 1 Pt 1% Ponto 2 Pt 2 % Total %
Perilestidae
Perilestes
10 0,06 8 0,04 18 0,05
Plecoptera
Gripopterygidae
Gripopteryx
149 0,88 49 0,23 198 0,52
Tupiperla
68 0,40 65 0,31 133 0,35
Perlidae
Anacroneuria
398 2,34 374 1,79 772 2,04
Kempnyia
164 0,97 0 0,00 164 0,43
Macrogynoplax
162 0,95 1 0,00 163 0,43
Heteroptera
Belostomatidae 1 0,01 0 0,00 1 0,00
Corixidae 0 0,00 1 0,00 1 0,00
Gerridae 0 0,00 1 0,00 1 0,00
Hebridae 1 0,01 0 0,00 1 0,00
Macroveliidae 1 0,01 0 0,00 1 0,00
Mesoveliidae 0 0,00 1 0,00 1 0,00
Naucoridae
Cryphocricos
70 0,41 26 0,12 96 0,25
Limnocoris
444 2,61 32 0,15 476 1,26
Pleidae 44 0,26 0 0,00 44 0,12
Veliidae 1 0,01 6 0,03 7 0,02
Rhagovelia
60 0,35 178 0,85 238 0,63
Coleoptera
Chrysomelidae_adulto 1 0,01 0 0,00 1 0,00
Curculionidae 4 0,02 2 0,01 6 0,02
Dryopidae_larva 17 0,10 37 0,18 54 0,14
Dryopidae_adulto 3 0,02 1 0,00 4 0,01
Dytiscidae_larva 109 0,64 2 0,01 111 0,29
Dytiscidae_adulto 1 0,01 0 0,00 1 0,00
Elmidae_sp1_larva 11 0,06 17 0,08 28 0,07
Elmidae_sp9_larva 3 0,02 4 0,02 7 0,02
Elmidae_sp10_larva 1 0,01 2 0,01 3 0,01
Elmidae_sp11_larva 1 0,01 3 0,01 4 0,01
Elmidae_adulto 1091 6,42 2501 11,97 3592 9,48
Ampumixis
0 0,00 1 0,00 1 0,00
Heterelmis_sp1
101 0,59 996 4,77 1097 2,90
Heterelmis_sp2
14 0,08 2 0,01 16 0,04
Hexacylloepus
73 0,43 41 0,20 114 0,30
Hexanchorus
32 0,19 77 0,37 109 0,29
Macrelmis
405 2,38 467 2,23 872 2,30
Microcylloepus
8 0,05 7 0,03 15 0,04
Neoelmis
353 2,08 227 1,09 580 1,53
Phanocerus
43 0,25 150 0,72 193 0,51
Promoresia_sp1
33 0,19 23 0,11 56 0,15
Promoresia_sp2
48 0,28 3 0,01 51 0,13
Xenelmis
191 1,12 72 0,34 263 0,69
Gyrinidae
Gyretes_larva 55 0,32 17 0,08 72 0,19
Gyretes_adulto 4 0,02 1 0,00 5 0,01
Haliplidae_larva 5 0,03 0 0,00 5 0,01
Heteroceridae_larva 1 0,01 0 0,00 1 0,00
Hydrophilidae_larva 49 0,29 77 0,37 126 0,33
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 44
Taxa Ponto 1 Pt 1% Ponto 2 Pt 2 % Total %
Hydrophilidae_adulto 91 0,54 2 0,01 93 0,25
Hydroschaphidae_adulto 5 0,03 0 0,00 5 0,01
Lutrochidae_larva 31 0,18 49 0,23 80 0,21
Lutrochidae_adulto 2 0,01 14 0,07 16 0,04
Psephenidae
Psephenus
117 0,69 17 0,08 134 0,35
Ptilodactylidae 5 0,03 0 0,00 5 0,01
Staphylinidae_larva 0 0,00 1 0,00 1 0,00
Staphylinidae_Adult 12 0,07 10 0,05 22 0,06
Tenebrionidae_Larva 3 0,02 0 0,00 3 0,01
Megaloptera
Corydalidae
Corydalus
49 0,29 14 0,07 63 0,17
Diptera
Blephareceridae 0 0,00 5 0,02 5 0,01
Cecidomyiidae 9 0,05 11 0,05 20 0,05
Ceratopogonidae
Alluaudomyia
1 0,01 1 0,00 2 0,01
Atrichopogon
11 0,06 12 0,06 23 0,06
Bezzia
2 0,01 15 0,07 17 0,04
Ceratopogon
36 0,21 1 0,00 37 0,10
Culicoides
11 0,06 4 0,02 15 0,04
Forcipomyia
3 0,02 4 0,02 7 0,02
Monohelea
1 0,01 0 0,00 1 0,00
Probezzia
1 0,01 1 0,00 2 0,01
Chironominae 2669 15,72 1836 8,78 4505 11,89
Stenochironomus
170 1,00 313 1,50 483 1,27
Orthocladiinae 641 3,77 939 4,49 1580 4,17
Tanypodinae 268 1,58 171 0,82 439 1,16
Dixidae
Dixella
7 0,04 0 0,00 7 0,02
Empididae 39 0,23 70 0,33 109 0,29
Psychodidae 1 0,01 1 0,00 2 0,01
Rhagionidae 1 0,01 0 0,00 1 0,00
Simuliidae 496 2,92 6383 30,54 6879 18,16
Tipulidae 125 0,74 8 0,04 133 0,35
Trichoptera
Anomalopsychidae 1 0,01 1 0,00 2 0,01
Calamoceratidae
Phylloicus
292 1,72 132 0,63 424 1,12
Ecnomidae
Austrotinodes
10 0,06 4 0,02 14 0,04
Glossosomatidae 232 1,37 20 0,10 252 0,67
Helicopsychidae
Helicopsyche
53 0,31 77 0,37 130 0,34
Hydrobiosidae
Atopsyche
27 0,16 22 0,11 49 0,13
Hydropsychidae
Leptonema
58 0,34 95 0,45 153 0,40
Macronema
5 0,03 12 0,06 17 0,04
Macrostemum
160 0,94 303 1,45 463 1,22
Smicridea
1015 5,98 250 1,20 1265 3,34
Hydroptilidae_sp1 4 0,02 1 0,00 5 0,01
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 45
Taxa Ponto 1 Pt 1% Ponto 2 Pt 2 % Total %
Hydroptilidae_sp2 0 0,00 7 0,03 7 0,02
Hydroptilidae_sp3 66 0,39 14 0,07 80 0,21
Hydroptilidae_sp4 3 0,02 0 0,00 3 0,01
Leptoceridae
Grumichella
549 3,23 45 0,22 594 1,57
Nectopsyche_sp1 34 0,20 0 0,00 34 0,09
Nectopsyche_sp2 220 1,30 429 2,05 649 1,71
Oecetis
66 0,39 34 0,16 100 0,26
Triplectides
736 4,33 822 3,93 1558 4,11
Odontoceridae
Marilia
22 0,13 1 0,00 23 0,06
Barypenthus
4 0,02 0 0,00 4 0,01
Philopotamidae
Chimarra
56 0,33 603 2,89 659 1,74
Dolophilodes
1 0,01 3 0,01 4 0,01
Wormaldia
1 0,01 0 0,00 1 0,00
Polycentropodidae
Cernotina
8 0,05 45 0,22 53 0,14
Polyplectropus
18 0,11 0 0,00 18 0,05
Xiphocentronidae
Xiphocentron
19 0,11 10 0,05 29 0,08
Lepidoptera
Pyralidae 11 0,06 4 0,02 15 0,04
16982 20901 37883
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 46
ANEXO 2. Tabela com as porcentagens de cada taxa por substrato no total das
coletas.
Taxa Areia Cascalho Fol.Cor. Fol.Rem. Ped.Cor. Ped.Rem. Total
Dugesiidae 4,76 6,80 35,37 4,08 44,90 4,08 147
Nematoda 25,00 25,00 0,00 50,00 0,00 0,00 4
Oligochaeta 11,06 16,92 5,58 21,15 35,87 9,42 1040
Bivalvia 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 12
Gatropoda 2,61 0,87 0,87 0,87 93,91 0,87 230
Acariformes 1,83 2,75 7,34 35,78 50,46 1,83 109
Isopoda 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1
Macrobrachium
29,44 14,44 0,56 32,22 0,00 23,33 180
Trichodactylus
0,00 0,00 6,90 86,21 3,45 3,45 29
Collembola 0,00 2,56 92,31 2,56 0,00 2,56 39
Americabaetis
0,00 0,62 25,47 28,57 39,13 6,21 161
Baetodes
0,50 0,17 17,64 0,67 80,70 0,33 1202
Camelobaetidius
0,00 16,67 0,00 0,00 83,33 0,00 6
Cloeodes
6,70 15,98 1,03 4,64 8,25 63,40 194
Paracloeodes
6,43 8,04 0,00 62,06 0,32 23,15 311
Campylocia
0,00 5,00 0,00 5,00 15,00 75,00 20
Leptohyphes
0,00 1,76 56,28 2,51 37,69 1,76 398
Leptohyphodes
0,00 67,50 0,00 15,00 17,50 40
Traverhyphes
0,65 2,18 31,59 20,04 35,08 10,46 459
Trichorythodes
7,69 38,46 0,00 7,69 7,69 38,46 13
Trichorythopsis
3,87 2,58 2,58 3,23 78,71 9,03 155
Askola
2,27 0,00 2,27 81,82 0,00 13,64 44
Farrodes
0,62 1,45 42,56 0,62 51,24 3,51 484
Hagenulopsis
0,00 2,70 0,90 2,70 90,99 2,70 111
Hylister
0,00 0,00 28,48 0,00 71,52 0,00 158
Massartella
0,00 0,00 13,33 55,56 0,00 31,11 45
Miroculis
0,42 0,00 0,21 84,82 0,00 14,55 481
Thraulodes
0,60 9,54 10,73 0,15 72,58 6,41 671
Ulmeritoides
0,00 0,00 0,00 80,00 0,00 20,00 5
Limnetron
25,00 3,57 0,00 53,57 0,00 17,86 28
Calopterygidae 4,44 2,22 24,44 24,44 11,11 33,33 45
Argia
0,00 10,00 0,00 0,00 50,00 40,00 10
Gomphidae 33,33 0,00 0,00 66,67 0,00 0,00 3
Desmogomphus
0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 2
Progomphus
20,00 80,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5
Libellullidae 6,25 12,50 18,75 0,00 12,50 50,00 16
Brechmorhoga
36,84 15,79 5,26 10,53 15,79 15,79 19
Dythemis
0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 1
Orthemis
0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 1
Heteragrion
0,00 0,00 0,00 62,50 12,50 25,00 8
Perilestes
0,00 0,00 0,00 94,44 0,00 5,56 18
Gripopteryx
0,51 0,00 28,79 0,00 70,71 0,00 198
Tupiperla
0,00 0,75 72,93 3,01 23,31 0,00 133
Anacroneuria
0,00 0,39 59,33 0,39 39,25 0,65 772
Kempnyia
2,44 21,95 15,24 32,93 17,68 9,76 164
Macrogynoplax
0,61 6,75 19,02 26,38 41,72 5,52 163
Belostomatidae 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1
Corixidae 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 1
Gerridae 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1
Hebridae 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 1
Macroveliidae 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 1
0,00
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 47
Taxa Areia Cascalho Fol.Cor. Fol.Rem. Ped.Cor. Ped.Rem. Total
Mesoveliidae 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 1
Cryphocricos
0,00 0,00 14,58 2,08 80,21 3,13 96
Limnocoris
21,85 21,22 1,89 17,65 3,36 34,03 476
Pleidae 43,18 6,82 0,00 13,64 0,00 36,36 44
Rhagovelia
28,99 42,44 1,68 6,30 2,10 18,49 238
Veliidae 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 7
Chrysomelidae_adulto 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 1
Curculionidae 0,00 33,33 16,67 50,00 0,00 0,00 6
Dryopidae_larva 7,41 22,22 11,11 38,89 16,67 3,70 54
Dryopidae_adulto 25,00 0,00 50,00 0,00 25,00 0,00 4
Dytiscidae_larva 1,80 2,70 0,00 92,79 0,90 1,80 111
Dytiscidae_adulto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 1
Ampumixis
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 1
Heterelmis_sp1
0,27 0,55 77,85 7,38 11,30 2,64 1097
Heterelmis_sp2
0,00 6,25 0,00 62,50 31,25 0,00 16
Hexacylloepus
8,77 4,39 0,00 26,32 2,63 57,89 114
Hexanchorus
0,92 0,92 12,84 11,93 73,39 0,00 109
Macrelmis
4,24 4,13 28,21 1,38 61,35 0,69 872
Microcylloepus
0,00 6,67 0,00 0,00 80,00 13,33 15
Neoelmis
23,45 29,31 1,38 27,93 12,93 5,00 580
Phanocerus
0,00 0,52 65,28 5,70 26,94 1,55 193
Promoresia_sp1
3,57 1,79 10,71 21,43 51,79 10,71 56
Promoresia_sp2
0,00 0,00 3,92 9,80 84,31 1,96 51
Xenelmis
1,90 4,94 4,56 25,48 48,67 14,45 263
Elmidae_sp1_larva 14,29 10,71 14,29 0,00 50,00 10,71 28
Elmidae_sp9_larva 0,00 0,00 14,29 0,00 85,71 0,00 7
Elmidae_sp10_larva 0,00 66,67 0,00 33,33 0,00 0,00 3
Elmidae_sp11_larva 0,00 0,00 75,00 25,00 0,00 0,00 4
Elmidae_adulto 0,08 0,14 69,35 0,17 29,84 0,42 3592
Gyretes_larva 2,78 1,39 0,00 91,67 0,00 4,17 72
Gyretes_adulto 0,00 0,00 20,00 40,00 0,00 40,00 5
Haliplidae_larva 40,00 0,00 20,00 40,00 0,00 0,00 5
Heteroceridae_larva 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 1
Hydrophilidae_larva 12,70 16,67 1,59 12,70 45,24 11,11 126
Hydrophilidae_adulto 17,20 59,14 0,00 1,08 0,00 22,58 93
Hydroschaphidae_adulto 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 5
Lutrochidae_larva 2,50 0,00 31,25 58,75 7,50 0,00 80
Lutrochidae_adulto 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 16
Psephenus
7,46 13,43 3,73 8,21 49,25 17,91 134
Ptilodactylidae 0,00 0,00 20,00 80,00 0,00 0,00 5
Staphylinidae_larva 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 1
Staphylinidae_Adult 0,00 0,00 90,91 0,00 4,55 4,55 22
Tenebrionidae_Larva 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 3
Corydalus
1,59 0,00 26,98 1,59 61,90 7,94 63
Blephareceridae 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 5
Cecidomyiidae 10,00 5,00 10,00 55,00 10,00 10,00 20
Alluaudomyia
0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 2
Atrichopogon
13,04 4,35 34,78 26,09 4,35 17,39 23
Bezzia
52,94 5,88 17,65 11,76 5,88 5,88 17
Ceratopogon
40,54 40,54 0,00 8,11 8,11 2,70 37
Culicoides
0,00 0,00 40,00 40,00 13,33 6,67 15
Forcipomyia
14,29 0,00 14,29 42,86 0,00 28,57 7
Monohelea
100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1
Comunidade de macroinvertebrados do rio Morato 48
Taxa Areia Cascalho Fol.Cor. Fol.Rem. Ped.Cor. Ped.Rem. Total
Probezzia
50,00 0,00 0,00 50,00 0,00 0,00 2
Chironominae 3,11 2,49 15,12 55,72 20,09 3,49 4505
Stenochironomus
0,62 0,21 26,71 58,39 8,07 6,00 483
Orthocladiinae 2,97 1,33 69,68 15,38 8,92 1,71 1580
Tanypodinae 13,44 7,74 7,74 59,68 1,14 10,25 439
Dixella
0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 7
Empididae 1,83 0,00 52,29 28,44 17,43 0,00 109
Psychodidae 0,00 0,00 50,00 0,00 50,00 0,00 2
Rhagionidae 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 1
Simulidae 0,23 0,07 46,26 0,23 52,48 0,73 6879
Tipulidae 15,04 44,36 7,52 7,52 17,29 8,27 133
Anomalopsychidae 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 2
Phylloicus
0,94 2,36 16,27 63,21 7,55 9,67 424
Austrotinodes
0,00 50,00 0,00 0,00 14,29 35,71 14
Glossosomatidae 5,16 8,73 0,79 3,17 26,19 55,95 252
Helicopsyche
8,46 6,15 6,15 17,69 26,92 34,62 130
Atopsyche
0,00 0,00 59,18 0,00 40,82 0,00 49
Leptonema
0,00 0,65 44,44 1,31 51,63 1,96 153
Macronema
0,00 0,00 11,76 17,65 23,53 47,06 17
Macrostemum
0,00 0,22 12,96 0,00 86,83 0,00 463
Smicridea
0,08 1,03 42,77 0,24 55,65 0,24 1265
Hydroptilidae_sp1 20,00 0,00 60,00 0,00 20,00 0,00 5
Hydroptilidae_sp2 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 7
Hydroptilidae_sp3 7,50 3,75 16,25 0,00 52,50 20,00 80
Hydroptilidae_sp4 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 3
Grumichella
0,51 0,17 9,60 2,02 87,54 0,17 594
Nectopsyche_sp1
0,00 2,94 0,00 88,24 0,00 8,82 34
Nectopsyche_sp2
1,08 1,39 21,57 66,87 7,55 1,54 649
Oecetis
22,00 7,00 2,00 55,00 0,00 14,00 100
Triplectides
1,28 2,05 0,77 91,14 0,58 4,17 1558
Marilia
13,04 0,00 13,04 8,70 47,83 17,39 23
Barypenthus
25,00 75,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4
Chimarra
0,00 0,15 10,32 0,00 89,23 0,30 659
Dolophilodes
0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 4
Wormaldia
0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 1
Cernotina
5,66 15,09 9,43 5,66 11,32 52,83 53
Polyplectropus
0,00 22,22 5,56 22,22 11,11 38,89 18
Xiphocentron
0,00 20,69 0,00 3,45 37,93 37,93 29
Lepidoptera 0,00 0,00 13,33 13,33 40,00 33,33 15
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