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GUILHERME MAC LAREN NOGUEIRA DE QUEIROZ
CARACTERIZAÇÃO DA ICTIOFAUNA DEMERSAL DE
DUAS ÁREAS DO COMPLEXO ESTUARINO DE
PARANAGUÁ, PARANÁ
Dissertação apresentada como requisito parcial para
a obtenção do grau de Mestre, pelo Curso de Pós-
Graduação em Ecologia e Conservação, do Setor de
Ciências Biológicas da Universidade Federal do
Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Henry Louis Spach.
Pontal do Paraná
2005
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ii
Dedico este trabalho à minha
família, em especial a meus amados
pais, irmão e amados avós que
sempre me deram todo o apoio aos
meus objetivos e sonhos.
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iii
“Rapadura é doce mas não é mole não”.
Ditado popular
iv
AGRADECIMENTOS
Ao Centro de Estudos do Mar, por ceder toda infra-estrutura que possibilitou a
elaboração deste trabalho;
Ao Projeto Milênio RECOS (recursos costeiros) pelo financiamento. Ao Dr.
Jorge Pablo Castelo, Coordenador do projeto e ao Dr. Paulo da Cunha Lana,
Coordenador do grupo de Qualidade Ambiental e Biodiversidade, onde este estudo está
inserido.
Em especial ao Prof. Dr. Henry Louis Spach por sua orientação, amizade,
compreensão, dedicação, incentivo, paciência e por acreditar em minha capacidade,
mudando o conceito de orientando para amigo;
Ao, também quase Dr., Cesar Santos por sua paciência, amizade, incentivo e
toda sua baianidade;
À Dona Ziza (mamãe), ao Odilsão (papai), ao Lelê (brother), à vó Lilia e ao vô
Nogueira que sempre me ajudaram com tudo que precisei e na hora que precisei, à
minha quase família Agottani Erichsen porque “família almoça junto todo dia, nunca
perde essa mania”, à Rafaele, enquanto a lua brilhar;
Aos amigos Mariana Sobolewski Morelos (Mari), Aline Maggi, Ana Paula
Schroder (Eine), Carlos Werner (Carlitos Tevez), Cristina Bernardo (Cris), Danielle
Laufer (Dani), Fabiana Félix (Flix), Helen Pichler (Pinchler), José Francisco (Zé),
Kelly Araújo (Kel), Lilyane de Oliveria (Lily), Marcelo Barril (Chinelo), Marcelo
Falcão (Listinha), Michele de Abreu (Mi), Pietro Moro, Ricardo Motta (Cabecinha),
Roberto Schwarz (Schwpetão), rgio Stoiev (Sérgião), pois sem eles esta dissertação
não teria sido realizada e não haveria tanta risada no laboratório;
Aos amigos do CEM que ajudaram cada um com o seu possível, amigos estes de
todos os laboratórios.
Aos funcionários do CEM que de uma forma ou de outra sempre fizeram o
máximo para que tudo desse certo;
v
A Pinchler pela elaboração e ao Ricardo Queiroz pela correção do abstract.
Aos amigos que merecem muito mais que agradecimentos, e que sabem que
transformaram um menino perdido em um homem decidido;
A Jacques Cousteau por fazer de mim um apaixonado pelo mar;
A Deus por me proporcionar este deleite da vida e de felicidade com minha
família e todos meus amigos.
vi
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS............................................................................................... VII
LISTA DE FIGURAS..................................................................................................IX
LISTA DAS PRANCHAS FOTOGRÁFICAS.......................................................XIII
RESUMO...................................................................................................................XIV
ABSTRACT ................................................................................................................XV
1
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
2
OBJETIVOS ....................................................................................................... 4
3
MATERIAL E MÉTODOS............................................................................... 5
3.1
ÁREA DE ESTUDO..................................................................................... 5
3.2
ÁREAS AMOSTRAIS ................................................................................. 7
3.3
PARÂMETROS ABIÓTICOS ..................................................................... 9
3.4
PROCEDIMENTO AMOSTRAL ................................................................ 9
3.5
PROCESSAMENTO DOS DADOS .......................................................... 11
4
RESULTADOS................................................................................................. 17
4.1
DADOS ABIÓTICOS................................................................................. 17
4.2
ICTIOFAUNA ............................................................................................ 22
4.2.1
Composição e Estrutura....................................................................... 22
4.2.2
Variação Temporal e Espacial............................................................. 41
4.3
QUALIDADE AMBIENTAL .................................................................... 64
5
DISCUSSÃO ..................................................................................................... 72
6
CONCLUSÕES ................................................................................................ 81
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 82
vii
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 CLASSIFICAÇÃO TEXTURAL E VALORES PERCENTUAIS DA QUANTIDADE
DE CaCO
3
E MATÉRIA ORGÂNICA PRESENTE NAS ANÁLISES SEDIMENTOLÓGICAS
DA BAÍA DAS LARANJEIRAS E DA BAÍA DE PARANAGUÁ........................................... 18
TABELA 2 - VALORES MÉDIOS DOS PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS POR ÁREA,
PONTO, MÊS DE COLETA DA BAÍA DAS LARANJEIRAS E DE PARANAGUÁ. Sal. -
SALINIDADE, Temp. - TEMPERATURA DA ÁGUA, Transp. - TRANSPARÊNCIA DA
ÁGUA E Prof. - PROFUNDIDADE......................................................................................... 20
TABELA 3 - LISTA DE FAMÍLIAS E ESPÉCIES CAPTURADAS COM A RESPECTIVA
FREQÜÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA POR MÊS DE COLETA NA BAÍA DAS
LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ (f.a. = FREQÜÊNCIA ABSOLUTA E % =
FREQÜÊNCIA RELATIVA)................................................................................................... 23
TABELA 4 - LISTA DAS 10 ESPÉCIES DOMINANTES EM PESO NAS CAPTURAS DA BAÍA
DAS LARANJEIRAS E DA BAÍA DE PARANAGUÁ (N = NÚMERO DE INDIVÍDUOS)... 25
TABELA 5 - COMPRIMENTO TOTAL (CT) EM MILÍMETROS DOS PEIXES CAPTURADOS NA
BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ (N= NÚMERO DE
EXEMPLARES, = MÉDIA, ± = DESVIO PADRÃO).......................................................... 27
TABELA 6 – PESO DOS PEIXES, EM GRAMAS, CAPTURADOS NA BAÍA DAS LARANJEIRAS
E NA BAÍA DE PARANAGUÁ (N= MERO DE EXEMPLARES, = MÉDIA, ± =
DESVIO PADRÃO)................................................................................................................. 32
TABELA 7 - SÍNTESE DAS INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS SOBRE AS FAMÍLIAS E ESPÉCIES
DE PEIXES CAPTURADOS NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ
(ME= MARINHA E ESTUARINA, M= MARINHA E E= ESTUARINA). SÍNTESE BASEADA
EM REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................... 35
TABELA 8 - NÚMERO DE INDIVÍDUOS POR SEXO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO
GONADAL DOS PEIXES COLETADOS NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE
PARANAGUÁ (Ind.= INDETERMINADO, A= IMATURO, B= EM MATURAÇÃO, C=
MADURO, D= DESOVADO )................................................................................................. 39
TABELA 9 - FREQÜÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA POR ESPÉCIE E PONTO DE COLETA
NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ (f.a. = FREQÜÊNCIA
ABSOLUTA E % = FREQÜÊNCIA RELATIVA) ................................................................... 48
viii
TABELA 10 - FREQÜÊNCIA POR SEXO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO GONADAL NA BAÍA
DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ (Ind.= INDETERMINADO, A=
IMATURO, B= EM MATURAÇÃO, C= MADURO E D= DESOVADO)............................... 55
TABELA 11 - ANÁLISE DE SIMILARIDADE (ANOSIM) PAREADA ENTRE A BAÍA DAS
LARANJEIRAS E A BAÍA DE PARANAGUÁ, BASEADA NOS DADOS DE ABUNDÂNCIA
DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE OS SEIS MESES DE COLETA ....................... 72
ix
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - IMAGEM DE SATÉLITE DO COMPLEXO ESTUARINO BAÍA DE PARANAGUÁ
INDICANDO AS DUAS ÁREAS ESTUARINAS ESTUDADAS.............................................. 7
FIGURA 2 - IMAGEM DE SATÉLITE IDENTIFICANDO OS PONTOS DE COLETA NA ÁREA
ESTUARINA DA BAÍA DAS LARANJEIRAS......................................................................... 8
FIGURA 3 - IMAGEM DE SATÉLITE IDENTIFICANDO OS PONTOS DE COLETA AO LONGO
DO EIXO LESTE-OESTE NA ÁREA ESTUARINA DA BAÍA DE PARANAGUÁ ................. 8
FIGURA 4 - DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DO MODELO AMOSTRAL UTILIZADO PARA O
ESTUDO DA ESTRUTURA DA ICTIOFAUNA DEMERSAL ............................................... 10
FIGURA 5 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA REDE DE PORTA E O
FUNCIONAMENTO DA PORTA ........................................................................................... 11
FIGURA 6 - DIAGRAMA DE SHEPARD MOSTRANDO OS RESULTADOS DA ANÁLISE DE
GRANULOMETRIA. .............................................................................................................. 17
FIGURA 7 GRÁFICOS DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA BI-FATORIAL AVALIANDO O
EFEITO ESPACIAL E TEMPORAL SOBRE A SALINIDADE, TEMPERATURA,
TRANSPARÊNCIA E PROFUNDIDADE DA BAÍA DAS LARANJEIRAS (a, c, e, g) E DE
PARANAGUÁ (b, d, f, h) ( MÉDIA, ± INTERVALO DE CONFIANÇA DE 95%)........ 21
FIGURA 8 - FREQÜÊNCIA ABSOLUTA POR CLASSE DE COMPRIMENTO TOTAL DOS
PEIXES CAPTURADOS NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ .. 29
FIGURA 9 – FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA POR CLASSE DE COMPRIMENTO TOTAL
(mm) DAS ESPÉCIES DOMINANTES NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE
PARANAGUÁ......................................................................................................................... 30
FIGURA 10- FREQÜÊNCIA PERCENTUAL DE INDIVÍDUOS POR SEXO NAS AMOSTRAS DA
BAÍA DAS LARANJEIRAS E DA BAÍA DE PARANAGUÁ................................................. 38
FIGURA 11 - FREQÜÊNCIA PERCENTUAL DE INDIVÍDUOS POR ESTÁDIO DE
MATURAÇÃO GONADAL NAS AMOSTRAS DA BAÍA DAS LARANJEIRAS E DA BAÍA
DE PARANAGUÁ (A= IMATURO, B= EM MATURAÇÃO E C+D = ADULTOS)............... 38
FIGURA 12 - RESULTADO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA AVALIANDO O EFEITO DOS
PONTOS DE COLETA E MESES SOBRE AS MÉDIAS DE PESO DE CAPTURA, NÚMERO
DE PEIXES, NÚMERO DE ESPÉCIES, OS ÍNDICES DE RIQUEZA DE MARGALEF, DE
x
EQUITATIVIDADE DE PIELOU E DE DIVERSIDADE DE SHANNON-WIENER NA BAÍA
DAS LARANJEIRAS ( MÉDIA, ± INTERVALO DE CONFIANÇA DE 95%).............. 42
FIGURA 13 - RESULTADO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA AVALIANDO O EFEITO DOS
PONTOS DE COLETA E MESES SOBRE AS MÉDIAS DE PESO DE CAPTURA, NÚMERO
DE PEIXES, NÚMERO DE ESPÉCIES, OS ÍNDICES DE RIQUEZA DE MARGALEF, DE
EQUITATIVIDADE DE PIELOU E DE DIVERSIDADE DE SHANNON-WIENER NA BAÍA
DE PARANAGUÁ ( MÉDIA, ± INTERVALO DE CONFIANÇA DE 95%).................. 43
FIGURA 14 - RESULTADO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA ENTRE AS MÉDIAS MENSAIS DO
NÚMERO DE INDIVÍDUOS DAS ESPÉCIES DOMINANTES DURANTE O ANO E ENTRE
OS PONTOS DE COLETA NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ
( MÉDIA, ± INTERVALO DE CONFIANÇA DE 95%) (PONTOS 1 4 =
LARANJEIRAS E PONTOS 5 – 8 = PARANAGUÁ).............................................................. 44
FIGURA 15- RESULTADO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA ENTRE AS MÉDIAS MENSAIS DO
COMPRIMENTO TOTAL DAS ESPÉCIES DOMINANTES DURANTE O ANO E ENTRE
OS PONTOS DE COLETA NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ
( MÉDIA, ± INTERVALO DE CONFIANÇA DE 95%) (PONTOS 1 4 =
LARANJEIRAS E PONTOS 5 – 8 = PARANAGUÁ).............................................................. 51
FIGURA 16 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO TEMPORAL PELO MÉTODO MDS BASEADO
NOS DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS 16 ESPÉCIES MAIS IMPORTANTES, NA BAÍA
DAS LARANJEIRAS (Ag- AGOSTO, Ou- OUTUBRO, De- DEZEMBRO, Fe- FEVEREIRO,
Ab- ABRIL E Ju- JUNHO)....................................................................................................... 59
FIGURA 17 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO TEMPORAL PELO MÉTODO MDS
MOSTRANDO AS SIMILARIDADES ENTRE AS ESPÉCIES MAIS ABUNDANTES NA
BAÍA DAS LARANJEIRAS (Achirus lineatus Ali, Cathorops spixii Csp, Genidens genidens
Gge, Chloroscombrus chrysurus Cch, Anchoa parva Apa, Chaetodiptrus faber Cfa,
Eucinostomus argenteus – Ear, Pomadasys corvinaeformisPco, Citharichthys arenaceus – Car,
Etropus crossotus Ecr, Cynoscion leiarchus Cle, Menticirrhus americanus Mam, Stellifer
rastrifer Sra, Diplectrum radiale Dra, Sphoeroides testudineus Ste, Prionotus punctatus
Ppu) ......................................................................................................................................... 60
FIGURA 18 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO ESPACIAL PELO MÉTODO MDS BASEADO
NOS DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS 16 ESPÉCIES MAIS IMPORTANTES NA BAÍA DAS
LARANJEIRAS....................................................................................................................... 60
xi
FIGURA 19 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO ESPACIAL PELO MÉTODO MDS
MOSTRANDO AS SIMILARIDADES ENTRE AS ESPÉCIES MAIS ABUNDANTES NA
BAÍA DAS LARANJEIRAS (Achirus lineatus Ali, Cathorops spixii Csp, Genidens genidens
Gge, Chloroscombrus chrysurus Cch, Anchoa parva Apa, Chaetodiptrus faber Cfa,
Eucinostomus argenteus – Ear, Pomadasys corvinaeformisPco, Citharichthys arenaceus – Car,
Etropus crossotus Ecr, Cynoscion leiarchus Cle, Menticirrhus americanus Mam, Stellifer
rastrifer Sra, Diplectrum radiale Dra, Sphoeroides testudineus Ste, Prionotus punctatus
Ppu) ......................................................................................................................................... 61
FIGURA 20 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO TEMPORAL PELO MÉTODO MDS BASEADO
NOS DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS 14 ESPÉCIES MAIS IMPORTANTES NA BAÍA DE
PARANAGUÁ (Ag- AGOSTO, Ou- OUTUBRO, De- DEZEMBRO, Fe- FEVEREIRO, Ab-
ABRIL E Ju- JUNHO) ............................................................................................................. 61
FIGURA 21 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO TEMPORAL PELO MÉTODO MDS
MOSTRANDO AS SIMILARIDADES ENTRE AS ESPÉCIES MAIS ABUNDANTES NA
BAÍA DE PARANAGUÁ (Achirus lineatus Ali, Cathorops spixii Csp, Genidens genidens
Gge, Anchoa parva – Apa, Chaetodiptrus faber – Cfa, Eucinostomus argenteus – Ear, Pomadasys
corvinaeformis Pco, Citharichthys arenaceus Car, Etropus crossotus Ecr, Menticirrhus
americanusMam, Stellifer rastriferSra, Diplectrum radiale – Dra, Sphoeroides testudineus
Ste, Prionotus punctatus – Ppu)................................................................................................ 62
FIGURA 22 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO ESPACIAL PELO MÉTODO MDS BASEADO
NOS DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS 16 ESPÉCIES MAIS IMPORTANTES NA BAÍA DE
PARANAGUÁ......................................................................................................................... 62
FIGURA 23 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO ESPECIAL PELO MÉTODO MDS
MOSTRANDO AS SIMILARIDADES ENTRE AS ESPÉCIES MAIS ABUNDANTES NA
BAÍA DE PARANAGUÁ (Achirus lineatus Ali, Cathorops spixii Csp, Genidens genidens
Gge, Chloroscombrus chrysurus Cch, Anchoa parva – Apa, Chaetodiptrus faber Cfa,
Eucinostomus argenteus – Ear, Pomadasys corvinaeformisPco, Citharichthys arenaceus – Car,
Etropus crossotus Ecr, Cynoscion leiarchus Cle, Menticirrhus americanus Mam, Stellifer
rastrifer Sra, Diplectrum radiale Dra, Sphoeroides testudineus Ste, Prionotus punctatus
Ppu) ......................................................................................................................................... 63
FIGURA 24 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO PELO MÉTODO MDS BASEADO NOS
DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS ESPÉCIES NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA
DE PARANAGUÁ................................................................................................................... 63
xii
FIGURA 25 - GRÁFICO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA BI-FATORIAL AVALIANDO O EFEITO
ESPACIAL E TEMPORAL SOBRE O ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE SHANNON-WIENER
( MÉDIA, ± INTERVALO DE CONFIANÇA DE 95%) (PONTOS 1 4 =
LARANJEIRAS E PONTOS 5 – 8 = PARANAGUÁ).............................................................. 64
FIGURA 26 - CURVAS DE ABUNDÂNCIA DE ESPÉCIES RANQUEADAS ESQUERDA) E
DE K-DOMINÂNCIA (À DIREITA) PARA OS 6 MESES DE COLETA................................ 65
FIGURA 27 - CURVAS DE K-DOMINÂNCIA PARA BIOMASSA E ABUNDÂNCIA DE
ESPÉCIES (ABC- À ESQUERDA) E AS CURVAS DE DOMINÂNCIA PARCIAL
DIREITA) PARA OS 6 MESES DE COLETA NA BAÍA DAS LARANJEIRAS..................... 67
FIGURA 28 - CURVAS DE K-DOMINÂNCIA PARA BIOMASSA E ABUNDÂNCIA DE
ESPÉCIES (ABC- À ESQUERDA) E AS CURVAS DE DOMINÂNCIA PARCIAL
DIREITA) PARA OS 6 MESES DE COLETA DA BAÍA DE PARANAGUÁ......................... 69
FIGURA 29 - ANÁLISE DE ORDENAMENTO PELO MÉTODO DE MDS PARA OS 6 MESES DE
COLETA BASEADA NOS DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS NA
BAÍA DAS LARANJEIRAS (L = LARANJEIRAS, 1 4 = PONTO E a OU b= ARRASTO) E
BAÍA DE PARANAGUÁ (P = PARANAGUÁ, 5 – 8 = PONTO E a OU b= ARRASTO)........ 71
xiii
LISTA DAS PRANCHAS FOTOGRÁFICAS
PRANCHA 1 - FOTOS DAS ESTAÇÕES DE COLETA DA ÁREA ESTUARINA DA BAÍA DAS
LARANJEIRAS (1 E 2 = PONTO 1, 3 E 4 = PONTO 2, 5 E 6 = PONTO 3 E 7 E 8 = PONTO 4).
AS FOTOS ÍMPARES REPRESENTAM A MARGEM ESQUERDA E AS PARES A
MARGEM DIREITA NO SENTIDO DO PONTO 1 AO 4....................................................... 14
PRANCHA 2 - FOTOS DAS ESTAÇÕES DE COLETA DA ÁREA ESTUARINA DA BAÍA DE
PARANAGUÁ (9 E 10= PONTO 5, 11 E 12= PONTO 6, 13 E 14= PONTO 7 E 15 E 16=
PONTO 8). AS FOTOS ÍMPARES REPRESENTAM A MARGEM ESQUERDA E AS PARES
A MARGEM DIREITA NO SENTIDO DO PONTO 5 AO 8 ................................................... 15
PRANCHA 3 - FOTOS DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS EM CAMPO (17=
TERMOSALINÔMETRO OCEANOGRÁFICO, 18= DISCO DE SECCHI, 19= GPS,
CRONÔMETRO, ECOBATÍMETRO DIGITAL, PRANCHETA DE DADOS; 20= REDE DE
PORTA E BANDEJA; 21= RETIRADA DOS PEIXES DA REDE E 22= PEIXES
CAPTURADOS NO ARRASTO)............................................................................................. 16
xiv
RESUMO
Em um ambiente dinâmico como estuários, as flutuações nos parâmetros ambientais
podem definir uma ocupação diferenciada dos diferentes ambientes. Mudanças
temporais e espaciais na composição e estrutura das comunidades de peixes demersais
foram analisadas nas Baías de Paranaguá e Laranjeiras, Complexo Estuarino de
Paranaguá, Paraná. Utilizando-se arrastos de rede de porta, as amostras foram coletadas
bimestralmente entre agosto de 2003 e junho de 2004, em quatro pontos de coleta por
área amostral. Concomitantemente aos arrastos foram obtidos dados de temperatura e
salinidade de fundo, profundidade média de arrasto, transparência da água,
granulometria e percentagem de matéria orgânica no sedimento. Nas duas regiões
amostrais foram capturados 6338 peixes de 27 famílias e 60 espécies. Predominaram
em termos numéricos as espécies Cathorops spixii, Genidens genidens, Pomadasys
corvinaeformis, Stellifer rastrifer, Eucinostomus argenteus, Anchoa parva e Etropus
crossotus, com uma baixa freqüência de ocorrência nas demais espécies. A ictiofauna
capturada esteve formada por indivíduos de pequeno porte, com as maiores freqüências
de tamanho entre 60 e 120 mm, 30 e 60 mm e 120 e 150 mm. A maioria dos peixes
coletados era de imaturos ou estava em maturação, com apenas 29,5% de adultos
presentes nas amostras. No geral, a ictiofauna das duas áreas não apresentaram
diferenças significativas quanto à estrutura em tamanho e em estádios de maturação
gonadal. Os índices univariados de riqueza de Margalef, equitatividade de Pielou e
diversidade de Shannon-Wiener não evidenciaram diferenças estruturais na assembléia
de peixes das duas áreas. Maiores similaridades ictiofaunísticas parecem ocorrer entre
o ponto 5 de Paranaguá e os pontos 1, 2, e 3 das Laranjeiras e entre 4 (Laranjeiras) e 8
(Paranaguá). As curvas de abundância de espécies ranqueadas mostram alta
dominância de espécies abundantes, relacionadas à captura de agregados de Cathorops
spixii, Pomadasys corvinaeformis e Genidens genidens. As de K-dominância mostram
uma menor diversidade na Baía de Paranaguá em agosto e dezembro, enquanto que em
fevereiro e junho a diversidade é menor na região das Laranjeiras. Em abril e outubro
uma maior semelhança entre as diversidades das áreas de estudo. As curvas de
abundância e biomassa (ABC) mostraram configurações de área poluída e não poluída
para Laranjeiras e Paranaguá em diferentes épocas do ano. Esta informação visual das
curvas ABC mostrando condições de área poluída foi resultante da dependência destas
curvas de algumas espécies muito dominantes, não sendo assim possível associar isto a
níveis de degradação ambiental. Em todos os meses de coleta, tanto a análise de
ordenamento (MDS) como a de similaridade (ANOSIM) não mostram diferenças
significativas na composição ictiofaunísticas das duas áreas, com os padrões de
similaridade e dissimilaridade entre os pontos de coleta variando muito entre os meses
amostrados. A inexistência de um padrão definido não permitiu identificar nenhuma
tendência que pudesse ser relacionada com a qualidade ambiental.
ABSTRACT
In dynamic areas such as estuaries, changes in the environmental parameters can define
different occupation in different areas. Temporal and spatial variations in composition
and structure demersal of fish fauna were analyzed in the Paranaguá and Laranjeiras
Bays, Paranaguá Estuarine Complex, Paraná. Using botton trawls, the samples were
collected bimonthly between August 2003 and June 2004, in four sampling stations at
each area. Simultaneously to the botton trawls, temperature and bottom salinity, depth,
transparency of the water were measured. In each sampling station granulometry and
percentage of organic matter of the sediment were analysed. In the two bays 6338 fish
from 27 families and 60 species were captured. The samples were numerically
dominated by Cathorops spixii, Genidens genidens, Pomadasys corvinaeformis,
Stellifer rastrifer, Eucinostomus argenteus, Anchoa parva and Etropus crossotus, with
low frequencies of occurrence for other species. The captured ichthyofauna was
composed by individuals of small size, with higher frequencies among 60 and 120 mm,
30 and 60 mm and 120 and 150 mm sizes classes. Most of the collected fish was
immature or in maturation, with only 29,5% of adults in the samples. In general,
between the two areas the ichthyofauna did not present significant differences
concerning the size structure and gonadal maturation stages. The univariate indexes of
richness of Margalef, equitativity of Pielou and diversity of Shannon-Wiener did not
show structural differences in the fish assemblage of the two areas. Larger
ichthyofaunistics similarities seems to happen among station 5 (Paranaguá) and the
stations 1, 2, and 3 (Laranjeiras); and between stations 4 (Laranjeiras) and 8
(Paranaguá). The curves of abundance of ranking species show higher dominance of
abundant species, due to the capture of agregates of Cathorops spixii, Pomadasys
corvinaeformis and Genidens genidens. The K-dominance curves show smaller
diversity in Paranaguá Bay in August and December, while in February and June the
diversity is smaller in the area of the Laranjeiras. In April and October there the
diversity of both bays were similar. The abundance and biomass curves (ABC) show
configurations of polluted area and not polluted for Laranjeiras and Paranaguá in
different periods of the year. The inversions of ABC curves can not be related to levels
of environmental degradation. In each month, both the ordination analysis (MDS) and
similarity analysis (ANOSIM) did not indicate significant differences in the
ichthyofaunistic composition of the two areas. The inexistence of a defined pattern did
not allow to identify any trend related to environmental quality.
1
1 INTRODUÇÃO
O termo estuário tem sua etimologia na palavra latina aestus que significa
quente, ebulição e maré, sendo que o adjetivo asetuarium significa mareal. O estuário,
diferentemente da etimologia da palavra, apresenta rias definições a partir de
diferentes autores. Porém a mais usada é a definição de Pritchard encontrada em DAY
et al. (1989) e ELLIOTT & MCLUSKY (2002), que define estuário como “um corpo
de água costeiro semi-fechado, que possui uma conexão livre com o mar aberto e
dentro do qual a água do mar é mensuravelmente diluída com a água doce derivada da
drenagem continental”. A definição que foi apresentada por Pritchard não especifica
uma variável importante, mas deixa subentendido que a maré é um fator relevante na
mistura das águas doce e salgada (ELLIOTT & MCLUSKY, 2002).
Os estuários são caracterizados por apresentarem grandes flutuações na
salinidade, temperatura, oxigênio dissolvido, nutrientes, maré, fluxo de água doce,
corrente marinha e turbidez (DAY et al., 1989; LAGLER et al., 1977; MOYLE &
CECH, 1982; KUPSCHUS & TREMAIN, 2001). As mudanças nestes parâmetros
físicos e químicos podem ser de curto prazo, sazonal e interanual, as quais exercem
grande influência nas comunidades aquáticas (AKIN et al., 2003; DAY et al., 1989),
inclusive na comunidade ictiíca (MOYLE & CECH, 1982).
A ictiofauna encontrada em estuários sofre variação temporal e espacial
influenciada pelo estresse fisiológico resultante de gradientes físicos e químicos
(MAES et al., 1998), profundidade (HYNDES et al., 1999), distância da boca do
estuário, obstruções na passagem de maré, velocidade da corrente marinha
(LONERAGAN at al. 1987; LONERAGAN et al., 1989), tolerância à salinidade
(MARSHALL & ELLIOTT, 1998; WHITFIELD, 1999) e outros fatores como
temperatura (PETERSON & ROSS, 1991; JAUREGUIZAR et al., 2003;
JAUREGUIZAR et al., 2004) e turbidez (BLABER & BLABER, 1980; CYRUS &
BLABER, 1992). Conjuntamente, exercem interferência na distribuição das espécies
fatores bióticos como as relações interespecíficas (efeito predador-presa e interações
2
competitivas) e disponibilidade de alimento (MACPHERSON & ROEL, 1987;
GORDON et al., 1995; BARRY et al., 1996; AKIN et al., 2003)
A ictiofauna estuarina resulta principalmente de uma combinação de espécies
estuarino-residentes, as quais completam seu ciclo de vida no estuário, estuarino-
transientes, que reproduzem na plataforma porém os indivíduos juvenis usam o
estuário como berçário, o que o é necessariamente uma dependência do ambiente
estuarino, mas uma utilização oportunística de um ambiente próximo à costa que
oferece refúgio e abundância de alimento e as espécies visitantes-ocasionais, estas
geralmente adultas, que entram no estuário para se alimentar (DAY et al., 1989;
BLABER & BLABER, 1980; GREENWOOD & HILL, 2003; POTTER et al., 1998;
LOBRY et al., 2003).
Em várias regiões os trabalhos m analisado a estrutura da comunidade de
peixes demersais do talude e plataforma continental, por sua importância econômica
na atividade pesqueira (KIHARA & ITSU, 1989; CLAY, 1991; MACPHERSON &
DUARTE, 1991; BIANCHI, 1992 a, b; GORDON & BERGSTAD, 1992; FUGITA et
al., 1993; FARIÑA et al., 1997; BERGSTAD et al., 1999; KALLIANOTIS et al.,
2000). Na plataforma continental do sudeste-sul do Brasil os estudos sobre a ictiofauna
demersal objetivaram principalmente identificar os padrões de distribuição e
abundância e as possíveis influências dos parâmetros ambientais sobre a estrutura
dessas comunidades de peixes (BENVEGNU-LÉ, 1978; NONATO et al., 1983;
FAGUNDES NETTO & GAELZER, 1991; ROSSI-WONGTSCHOWSKI & PAES,
1993; NATALI NETO, 1994; HAIMOVICI et al., 1994; FACCHINI, 1995; PAES,
1996; HAIMOVICI et al., 1996; ROCHA & ROSSI-WONGTSCHOWSKI, 1998;
MUTO et al., 2000).
O conhecimento ictiofaunístico do litoral do Paraná baseia-se nos estudos de
produtividade pesqueira e riqueza de espécies (CORRÊA, 2000). A bibliografia
consultada registrou 92 famílias e 313 espécies de peixes, das quais 28 e 173
respectivamente para o Complexo Estuarino de Paranaguá (CORRÊA, 2000). No
litoral paranaense, a composição e a variação espaço-temporal da ictiofauna demersal
foi estudada nas áreas estuarinas (CORRÊA, 1987; FERNANDEZ-PINTO, 1997;
3
ABILHÔA, 1998; CHAVES & CORRÊA, 1998; PINHEIRO, 1999; CHAVES &
BOUCHEREAU, 1999; CORRÊA, 2000; NAKAYAMA, 2000) e na plataforma
interna do litoral do Paraná (RICKLI, 2001; MICHELS-SOUZA, 2003; GODEFROID
et al., 2004; GOMES, 2005).
Quanto à presença humana os ecossistemas estuarinos estão em constante
mudança em resposta a numerosas atividades e processos, incluindo enriquecimento
por nutrientes, perda de hábitats, mudança climática, aumento no nível do mar e
alteração na linha de costa (RAPOSA et al., 2003). Estuários são ainda áreas
suscetíveis a dejetos, resíduos e esgoto de uma população humana crescente na zona
costeira (KENNISH, 1990), assim como estão submetidas ao estresse resultante das
atividades que incluem sobrepesca e turismo, bem como a urbanização, agricultura,
aqüicultura e desenvolvimento industrial (RAZ-GUZMA & HUIDOBRO, 2002).
Devido a sua posição dentro da bacia de drenagem, esses ambientes estão entre os
mais impactados por atividades humanas (MAES, 2000; CABRAL et al., 2001;
LOBRY et al., 2003).
Existe um interesse crescente no uso de comunidades biológicas para avaliar o
estado dos recursos aquáticos (DEEGAN et al., 1997; BAIN et al., 2000; SIMON,
2000). Muitos estudos, que apresentam como objetivo detectar variações ambientais e
ecológicas em estuários, enfocam primeiramente a qualidade da água (parâmetros
bacteriológicos e físico-químicos) e a biota associada (principalmente plantas e
invertebrados aquáticos); existindo relativamente poucos estudos baseados em peixes
(COSTA et al., 1992; DENNISON et al., 1993).
Os indicadores ambientais são definidos como medidas físicas, químicas,
biológicas ou sócio-econômicas que melhor representam os elementos chaves de um
complexo ecossistema (WARD et al., 1998). Eles podem ser qualitativos ou
quantitativos, embora os quantitativos sejam mais utilizados para conduzir ações de
gerenciamento. Usando indicadores, é possível se avaliar a condição fundamental do
ambiente, sem a necessidade de se descrever toda a complexa estrutura do sistema
(WHITFIELD & ELLIOTT, 2002).
4
Os hábitats estuarinos, e a assembléia de peixes associada a eles, são
potencialmente impactados por muitas ações antropogênicas que podem ter uma
influência direta nos recursos alimentares, distribuição, diversidade, reprodução,
abundância, crescimento, sobrevivência e comportamento tanto das espécies de peixes
residentes quanto das migratórias (MC DOWALL, 1988). A relação direta e indireta
entre as comunidades ictiofaunísticas e os impactos humanos nos estuários reforçam a
escolha deste grupo taxonômico como um indicador biológico que pode auxiliar na
formulação de objetivos de qualidade ambiental e ecológica, e estabelecer padrões de
qualidade ambiental e ecológica para esses sistemas.
Diferentemente dos demais trabalhos realizados na região, este estudo além de
avaliar a influência de diferenças ecológicas sobre a estruturação da ictiofauna
demersal, procurou identificar alterações estruturais associadas à diminuição da
qualidade ambiental na área de estudo.
2 OBJETIVOS
Descrever as mudanças temporais e espaciais na estrutura da ictiofauna
demersal de duas áreas da Baía das Laranjeiras e de Paranaguá;
Identificar alterações na estrutura da ictiofauna das duas áreas que possam estar
associadas a diferenças na qualidade ambiental.
5
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 ÁREA DE ESTUDO
O Complexo Estuarino de Paranaguá, localizado na costa do estado do Paraná,
região sul do Brasil (entre Lat 25°16` a 25 34` S e Long 48 17`a 48 42` W) (Figura 1),
faz parte de um grande sistema estuarino subtropical (612 km
2
de área inundada),
sendo dividido em dois corpos de água Baía de Paranaguá propriamente dita e de
Antonina, no eixo leste-oeste e Baía das Laranjeiras e dos Pinheiros, no eixo norte-sul.
O Complexo Estuarino de Paranagconecta-se ao oceano Atlântico por três canais
principais da Galheta, do Norte e o de Superagüi (DISARÓ, 1995; LANA et al.,
2000).
Quanto às características físicas, o Complexo Estuarino de Paranaguá apresenta
uma profundidade média de 5,4 metros com um volume total de água de 1410
9
m
3
e
um tempo de residência de aproximadamente 3,49 dias, sendo considerado um estuário
do tipo B de mistura parcial (KNOPPERS et al., 1987; MARONE et al., 1995), com
padrões de circulação e estratificação que variam entre as estações de verão e inverno
e médias de salinidade inversamente proporcionais as de temperatura. A região
apresenta ainda, regime de micromarés (< 2 metros) semidiurno (ANGULO &
ARAÚJO, 1996) e uma drenagem anual de aproximadamente 200 m
3
s
-1
de água doce,
proveniente da Serra do Mar, a qual serve como barreira para as frentes frias (LANA
et al., 2000).
Segundo a classificação de Köeppen, o clima da região é do tipo pluvial
temperado, sempre úmido e com a temperatura do ar do mês mais quente apresentando
uma dia acima de 22°C (MAACK, 1981). A região apresenta umidade média de
85% e uma média anual de precipitação de 2500 mm, com a estação chuvosa do final
da primavera ao final do verão, enquanto que a estação seca estende-se do fim do
outono ao final do inverno.
A Baía das Laranjeiras tem aproximadamente 30 km de comprimento e a
largura em torno de 13 km (Figura 1). Esta apresenta uma área de drenagem de 1462,1
6
km
2
e uma densidade de drenagem de 2,06 rios/km
2
, recebendo a drenagem de rios da
região como o Guaraqueçaba, o Serra Negra, o Açungui, o Tagaçaba e o Itaqui, que
desaguam nos sub-estuários de Guaraqueçaba, Benito, Itaqui e Medeiros, conectados
diretamente à baía. A área alagada equivale a 159,65 km
2
com 57,4 km
2
de corpos de
água. A maior profundidade encontrada é de 11,2 metros (NOERNBERG et al., 2004).
A região amostrada na Baía das Laranjeiras por encontrar-se circundada por várias
categorias de Unidades de Conservação (BRANDINI, 2000) e pela dificuldade de
acesso, apresenta uma menor ocupação urbana, apenas vilas de pescadores com baixa
densidade demográfica e uma economia baseada na pesca artesanal com pequenas
embarcações. Em comparação à região de Paranaguá, o nível de antropização parece
ser menor, o que provavelmente estaria contribuindo para a manutenção relativa dos
seus processos naturais (DISARÓ, 1995).
A Baía de Paranaguá apresenta uma profundidade máxima de 23 metros e a
extensão de aproximadamente 45 km e 7 km, no máximo, de largura (Figura 1). Esta
baía e o sub-estuário da Cotinga apresentam uma área de drenagem de 620,3 km
2
com
densidade de 0,73 rios/km
2
, dentre eles o rio Nhanha, Itiberê, dos Correias, dos
Almeidas, Guaraguaçu e Florentino. A área alagada tem 105,35 km
2
com 56,4 km
2
de
corpos de água (NOERNBERG et al., 2004). Esta, que apresenta no seu entorno a
cidade de Paranaguá, na qual 31% dos domicílios particulares não estão ligados à rede
de esgoto, recebe uma grande carga de efluentes domésticos de seus aproximadamente
125.000 habitantes. Grande quantidade de efluentes também parte de suas 14
indústrias extrativistas e 109 indústrias de transformação (IBGE, 2005), sofrendo
diversas perturbações provenientes das atividades portuárias, como a dragagem do
canal de acesso ao porto e o despejo de sedimentos (BRANDINI, 2000; KNOPPERS
et al., 1987; LANA et al., 2000). Perturbações essas advindas do maior porto do sul do
país, que atua principalmente no embarque e desembarque de grãos (cereais, soja,
farelos, milho, trigo, cevada e malte) e contêineres. Além de terminais privados da
Fospar (fertilizantes), da Petrobrás (inflamáveis), Cattalini leo de soja, metanol e
derivados de petróleo), Dibal (óleo vegetal) e Becker (ácidos) (APPA, 2005).
7
FIGURA 1 - IMAGEM DE SATÉLITE DO COMPLEXO ESTUARINO BAÍA DE PARANAGUÁ
INDICANDO AS DUAS ÁREAS ESTUARINAS ESTUDADAS
3.2 ÁREAS AMOSTRAIS
As amostras foram coletadas em oito pontos, quatro ao longo de uma área
estuarina na Baía de Laranjeiras (Pt1= ponto 1- 48
o
24’21’’/25
o
19’37’’, Pt2= ponto 2-
48
o
25’25’’/25
o
21’55’’, Pt3= ponto 3- 48
o
25’01’’/25
o
23’07’’, Pt4= ponto4- 48
o
25’15’’/
25
o
24’47’’) (Figura 2, Prancha 1), e quatro em uma radial ao longo da Baía de
Paranaguá (Pt5= ponto 5- 48
o
32’39’’/25
o
30’28’’, Pt6= ponto6- 48
o
29’37’’/25
o
30’48’’,
Pt7= ponto7- 48
o
29’19’’/25
o
30’58’’, Pt8= ponto 8- 48
o
25’40’’/25
o
33’19’’) (Figura 3,
Prancha 2).
Baía de Paranaguá
Baía das
Laranjeiras
8
FIGURA 2 - IMAGEM DE SATÉLITE IDENTIFICANDO OS PONTOS DE COLETA NA ÁREA
ESTUARINA DA BAÍA DAS LARANJEIRAS
FIGURA 3 - IMAGEM DE SATÉLITE IDENTIFICANDO OS PONTOS DE COLETA AO LONGO
DO EIXO LESTE-OESTE NA ÁREA ESTUARINA DA BAÍA DE PARANAGUÁ
Pt 1
Pt 2
Pt 3
Pt 4
Pt 5
Pt 6
Pt 7
Pt 8
9
3.3 PARÂMETROS ABIÓTICOS
Em todos os pontos amostrais e antes de cada arrasto foram registradas a
salinidade e temperatura de fundo com um termosalinômetro oceanográfico modelo
“MC 5/Hydro Bios” e a transparência com um disco de Secchi (Prancha 3, Fotos 17,
18). a profundidade e a posição do barco foram registradas no início, a cada minuto
e no fim de cada arrasto, para o cálculo da profundidade média do arrasto. Esses dados
foram registrados com um ecobatímetro digital (Fishfinder Humminbird modelo 150x)
e um GPS (modelo Etrex/Garmin) (Prancha 3, Foto 19). Para a análise
sedimentológica (granulometria e matéria orgânica) foi coletada, por ponto, uma
amostra de sedimento, utilizando-se para isto um buscador de fundo do tipo Petit-
Ponar.
3.4 PROCEDIMENTO AMOSTRAL
As coletas foram realizadas bimestralmente (agosto, outubro e dezembro de
2003 e fevereiro, abril e junho de 2004) durante a preamar de quadratura. Foram
realizados dois arrastos de fundo consecutivos por ponto com duração de 5 minutos
cada (Figura 4), com uma rede tipo de porta (Figura 5, Prancha 3 Foto 20) modelo
Wing Trawl com as seguintes especificações: tralha superior PES 5mm com 8,62m de
comprimento e tralha inferior PES 8mm com 10,43m de comprimento. Peso do
chumbo equivalente a 1,62 kg sendo 27 unidades de 60 gramas. Malha 13mm, fio
210/09 nas mangas e barriga; malha 5mm, fio 210/12 no saco. Portas de madeira
vazada com as dimensões de 70cm x 42cm e peso de 9,3 kg cada. Além disso, os
arrastos foram feitos com um barco com motor de 60 HP.
Em campo, os peixes de cada amostra (Prancha 3, Fotos 21 e 22) foram
acondicionados em sacos plásticos devidamente identificados e preservados em gelo
até o laboratório de Biologia de Peixes do Centro de Estudos do Mar – UFPR.
No laboratório, os peixes foram identificados até o nível de espécie, utilizando-
se os trabalhos de FIGUEIREDO (1977), FIGUEIREDO & MENEZES (1978, 1980,
10
2000), MENEZES & FIGUEIREDO (1980, 1985) e BARLETTA & CORRÊA (1992).
De cada exemplar foi obtido o seu comprimento total (CT) (em milímetros - da ponta
do focinho até a parte posterior da nadadeira caudal), comprimento padrão (também
em milímetros - da ponta do focinho até o final da coluna vertebral), peso (em gramas)
e, através de uma abertura longitudinal na região ventral foi feita a identificação
macroscópica do sexo e do estádio de maturidade gonadal (VAZZOLER, 1996). Os
dados biométricos foram obtidos em até no máximo 50 indivíduos por espécie e
amostra, sendo o excedente contabilizado para biomassa em número e peso. Parte do
material identificado foi tombada na coleção do Laboratório de Biologia de Peixes do
Centro de Estudos do Mar - UFPR.
A análise do sedimento foi realizada através do método de análise
granulométrica por pipetagem e peneiramento (CARVER, 1971).
FIGURA 4 - DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DO MODELO AMOSTRAL UTILIZADO PARA O
ESTUDO DA ESTRUTURA DA ICTIOFAUNA DEMERSAL
ÁREAS
n = 2
HORÁRIO
n = 1
ARRASTO
n = 2
MARÉ
n = 1
PONTOS
n = 8
REDE 0,13 cm
8,62 m X 10,43 m X 0,05 cm
MÊS
n = 6
Baía das
Laranjeiras
Baía de
Paranaguá
4 – Baía de
Laranjeiras
4 – Baía de
Paranaguá
Quadratura
Dia
11
FIGURA 5 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA REDE DE PORTA E O
FUNCIONAMENTO DA PORTA
3.5 PROCESSAMENTO DOS DADOS
Os dados de sedimento foram analisados através do Programa SysGram, versão
2.4 (Camargos Corp, 1999).
Os valores bióticos e abióticos foram introduzidos em matrizes nos programas
STATISTICA, versão 6.0 (Statsoft Corp, Estados Unidos) e PRIMER, versão 5.1.2
(Plymouth Marine Laboratory, Inglaterra). As análises estatísticas foram aplicadas
para a interpretação dos parâmetros ambientais, dos dados da estrutura e composição
da comunidade, índices ecológicos, riqueza e abundância de espécies, identificação de
distúrbios na assembléia ictiíca, isso nas escalas espaço-temporal.
A normalidade na distribuição das medidas abióticas e bióticas foi verificada a
partir do teste de Kolmogorov-Smirnov. O procedimento seguinte foi a determinação
da homogeneidade dos valores mensais dios pelo teste de Qui-quadrado Bartlett
(SOKAL & ROHLF,1995). Assim, à medida que os valores médios apresentaram os
pressupostos da normalidade e homogeneidade utilizou-se a Análise de Variância
bifatorial (MANOVA) para avaliar as diferenças entre os parâmetros ambientais e os
índices ecológicos como riqueza de espécies de Margalef (D`), eqüitatividade de
Pielou (J`), e diversidade de Shannon-Wiener (H`), tanto para a variável temporal, os
meses coletados, quanto a variável espacial, os oito pontos de coleta e entre as duas
12
baías (PIELOU 1969; LUDWIG & REYNOLDS, 1988). Para o número de peixes, o
número de espécies e o peso capturado usou-se a Análise de Variância unifatorial
(ANOVA). Quando as diferenças observadas foram significativas no nível de 95% de
segurança, utilizou-se o teste a posteriori de Fisher para reconhecer as médias que se
apresentaram de forma diferente. Para avaliar as diferenças temporais e espaciais nos
valores médios do número de peixes e no peso da captura, que não exibiram os
pressupostos de normalidade e homogeneidade, foram assim transformados pela raiz
quarta, a partir desse procedimento estatístico puderam ter suas médias avaliadas pela
ANOVA.
Para determinar as variações espaciais e temporais na composição e abundância
na estrutura da comunidade de peixes, utilizou-se a Análise de Agrupamento (Cluster),
a técnica não métrica de escalonamento multidimensional (MDS - Non Metric
Multidimensional Scaling) (CLARKE & WARWICK, 1994). Os valores de ocorrência
numérica das espécies que participaram das análises de similaridade dos grupos foram
transformados pela raiz quarta e pelo índice de similaridade de Bray-Curtis. Na análise
temporal, as espécies que apresentaram capturas acima de 1% do total e estiveram
presentes em no mínimo 3 meses foram determinantes para a avaliação. Na análise das
diferenças espaciais foram utilizadas as espécies que ocorreram em uma freqüência
mínima de 1% e foram capturadas em no mínimo 4 pontos, independente da área. Na
comparação entre as duas áreas todos os taxa foram utilizados e as dissimilaridades e
similaridades médias entre amostras foram computadas através da análise de
similaridade de percentagens (SIMPER) (CLARKE & WARWICK, 1994).
Para avaliar as possíveis alterações na estrutura da comunidade que indicassem
impactos ambientais, foram utilizadas as curvas de abundância por espécies
ranqueadas e as curvas de K-dominância, as quais permitem identificar possíveis
distúrbios ambientais através de mudanças no padrão de dominância e de diversidade
das espécies coletadas. Também foram plotadas as curvas de porcentagem cumulativa
de abundância e biomassa por espécie ranqueada (ABC) e as curvas de dominância
parcial, que relacionam a sobreposição da curva de abundância sobre a curva de
biomassa com a degradação ambiental, juntamente com a estatística W, que consiste
13
numa sumarização numérica da curva ABC. Finalmente, foram aplicados o método de
ordenamento MDS e a análise de similaridades (ANOSIM) para identificar grupos de
arrastos realizados em cada baía ao longo dos seis meses de coleta (CLARKE &
WARWICK, 1994).
14
PRANCHA 1 - FOTOS DAS ESTAÇÕES DE COLETA DA ÁREA ESTUARINA DA BAÍA DAS
LARANJEIRAS (1 E 2 = PONTO 1, 3 E 4 = PONTO 2, 5 E 6 = PONTO 3 E 7 E 8 =
PONTO 4). AS FOTOS ÍMPARES REPRESENTAM A MARGEM ESQUERDA E
AS PARES A MARGEM DIREITA NO SENTIDO DO PONTO 1 AO 4
8
6 5
4 3
7
2
1
15
PRANCHA 2 - FOTOS DAS ESTAÇÕES DE COLETA DA ÁREA ESTUARINA DA BAÍA DE
PARANAGUÁ (9 E 10= PONTO 5, 11 E 12= PONTO 6, 13 E 14= PONTO 7 E 15 E
16= PONTO 8). AS FOTOS ÍMPARES REPRESENTAM A MARGEM
ESQUERDA E AS PARES A MARGEM DIREITA NO SENTIDO DO PONTO 5
AO 8
15
16
13
14
11
12
10
9
16
PRANCHA 3 - FOTOS DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS EM CAMPO (17=
TERMOSALINÔMETRO OCEANOGRÁFICO, 18= DISCO DE SECCHI, 19=
GPS, CRONÔMETRO, ECOBATÍMETRO DIGITAL, PRANCHETA DE
DADOS; 20= REDE DE PORTA E BANDEJA; 21= RETIRADA DOS PEIXES
DA REDE E 22= PEIXES CAPTURADOS NO ARRASTO)
21
22
20
19
18
17
17
4 RESULTADOS
4.1 DADOS ABIÓTICOS
A análise granulométrica das amostras coletadas nas baías das Laranjeiras e de
Paranaguá mostrou que todos os pontos de coleta, exceção ao ponto 1, apresentaram
sedimentos compostos por areia ou arenito (Figura 6). A classificação textural de Folk
& Ward mostrou o predomínio de areia muito fina nos pontos 1 e 5 de areia fina nos
demais pontos de coleta (Tabela 1). Os maiores valores de carbonato de cálcio
estiveram presentes nas áreas 1 e 5, com maior percentagem de matéria orgânica nos
três primeiros pontos da Baía das Laranjeiras, em especial no ponto 1 (Tabela 1).
FIGURA 6 - DIAGRAMA DE SHEPARD MOSTRANDO OS RESULTADOS DA ANÁLISE DE
GRANULOMETRIA.
18
TABELA 1 CLASSIFICAÇÃO TEXTURAL E VALORES PERCENTUAIS DA QUANTIDADE
DE CaCO
3
E MATÉRIA ORGÂNICA PRESENTE NAS ANÁLISES
SEDIMENTOLÓGICAS DA BAÍA DAS LARANJEIRAS E DA BAÍA DE
PARANAGUÁ
Na Baía das Laranjeiras a salinidade média variou de 20,5 no ponto 1 a 28,5 no
ponto 4, enquanto que na Baía de Paranaguá esse parâmetro esteve entre o mínimo
(22,0) nos pontos 5 e 6 e o máximo de 29,5 no ponto 8 (Tabela 2). Com exceção dos
meses de fevereiro e abril, observa-se salinidades médias crescentes entre os pontos 1
e 4 (Figura 7a), com um gradiente positivo entre os pontos 5 e 8 somente em outubro e
abril, com o ponto 5 sendo o principal responsável pela quebra do gradiente na Baía de
Paranaguá (Figura 7b). Na Baía das Laranjeiras em todas as áreas amostrais os maiores
valores médios de salinidade ocorreram em agosto e junho, o mesmo sendo verdade
para os pontos 5, 6 e 7 da Baía de Paranaguá (Tabela 2, Figuras 7a, b).
A temperatura média da água foi em geral menor em junho e maior em
fevereiro nas duas baías (Tabela 2). A menor média foi de 17,8 °C no ponto 4 em
junho, com a maior (29,2°C) em fevereiro na área 4 (Tabela 2). Nas duas áreas
estudadas a temperatura mostrou o padrão sazonal esperado, com maiores medidas nos
meses de dezembro, fevereiro e abril; e menores nos meses de agosto, outubro e junho
(Figuras 7c, d). Em fevereiro, nas duas baías, foram observadas as maiores diferenças
entre as médias de temperatura dos pontos (Figura 7c, d).
As menores transparências médias da água na Baía das Laranjeiras ocorreram
no ponto 1 nos meses de outubro, dezembro e abril, sendo maiores no mês de fevereiro
nas regiões 2 e 3 (Tabela 2). Na Baía de Paranaguá o menor valor foi observado no
Ponto
Média
Classificação textural
de Folk & Ward
% CaCO
3
% Matéria
Orgânica
Observação
1 3,962 Areia muito fina 4,11 6,35
2 2,849 Areia fina 1,26 2,14 Presença de conchas
3 2,395 Areia fina 2,60 2,33 Presença de conchas e grãos
4 2,621 Areia fina 2,51 1,26
5 3,176 Areia muito fina 3,79 1,88 Presença de conchas
6 2,482 Areia fina 2,00 0,69 Presença de fragmentos de concha
7 2,295 Areia fina 2,27 0,85
8 2,876 Areia fina 2,35 1,13 Presença de fragmentos de concha
19
ponto 6 em fevereiro e o maior no ponto 8 em agosto (Tabela 2). Em ambas as áreas
de estudo as transparências médias foram menores nos setores internos, principalmente
nos pontos 1 e 6 (Tabela 2; Figuras 7e, f). Como um todo a Baía das Laranjeiras foi
mais transparente em fevereiro e menos em outubro e dezembro (Tabela 2). Por outro
lado, a Baía de Paranaguá apresentou-se mais transparente em agosto e junho, o oposto
ocorrendo em fevereiro (Tabela 2).
A profundidade média na Baía das Laranjeiras foi menor em abril no ponto 4
(2,54 m) e maior em dezembro no ponto 2 (7,64 m). Na Baía de Paranaguá, a menor
média foi registrada em fevereiro no ponto 8 (3,92 m), enquanto que a maior média
esteve presente no ponto 7 em junho (7,77 m) (Tabela 2). Em todos os meses de coleta
as diferenças entre as médias de profundidade nas áreas arrastadas não foram
significativas (Figuras 7g, h).
20
TABELA 2 - VALORES MÉDIOS DOS PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS POR ÁREA,
PONTO, MÊS DE COLETA DA BAÍA DAS LARANJEIRAS E DE PARANAGUÁ.
Sal. - SALINIDADE, Temp. - TEMPERATURA DA ÁGUA, Transp. -
TRANSPARÊNCIA DA ÁGUA E Prof. - PROFUNDIDADE
Área Pontos Mês Sal. Temp. (°C) Transp. (m) Prof. (m)
ago/03 24,7 21,2 1,47 5,38
out/03 20,5 20,2 1,3 3,31
1 dez/03 23,0 27,2 1,3 3,61
fev/04 23,5 28,4 2,15 4,82
abr/04 23,5 26,4 1,3 4,84
jun/04 26,0 18,6 1,65 4,76
ago/03 25,8 21,1 1,77 4,35
out/03 22,5 20,8 1,5 4,96
2 dez/03 23,5 26,8 1,8 7,64
fev/04 24,0 28,2 3,65 6,09
abr/04 22,75 26,3 1,9 4,67
Baía das jun/04 25,6 18,2 1,65 3,82
Laranjeiras ago/03 27,1 21,1 2,77 4,43
out/03 25,0 20,6 1,5 5,11
3 dez/03 24,5 26,8 1,8 5,32
fev/04 28,0 26,4 3,65 6,79
abr/04 25,0 26,2 2,65 4,21
jun/04 28,0 18,2 2,15 5,97
ago/03 27,5 21,0 2,77 6,6
out/03 26,5 20,2 1,8 3,16
4 dez/03 27,0 27,4 1,8 4,13
fev/04 24,5 29,2 2,65 4,34
abr/04 23,9 26,0 2,15 2,54
jun/04 28,5 17,8 2,65 3,87
ago/03 27,5 21,4 1,77 4,57
out/03 23,0 19,0 1,4 *
5 dez/03 24,0 26,0 1,3 6,27
fev/04 26,0 27,6 1,65 5,76
abr/04 22,0 27,5 2,0 4,65
jun/04 27,5 18,6 1,3 4,68
ago/03 27,5 22,0 2,27 3,95
out/03 26,0 19,0 1,4 *
6 dez/03 22,5 26,2 1,3 4,15
fev/04 22,0 28,8 1,15 4,45
abr/04 23,0 26,2 1,25 4,92
Baía de jun/04 27,0 18,4 2,00 5,79
Paranaguá ago/03 27,5 21,8 2,1 4,77
out/03 27,5 21,0 1,8 *
7 dez/03 25,5 26,2 1,5 7,35
fev/04 24,0 28,2 1,65 4,48
abr/04 24,0 26,2 1,65 4,15
jun/04 28,0 18,6 2,5 7,77
ago/03 28,5 21,5 2,77 4,96
out/03 29,0 20,5 2,0 *
8 dez/03 28,5 25,6 2,3 4,91
fev/04 27,0 27,2 1,65 3,92
abr/04 27,5 26,2 2,15 3,42
jun/04 29,5 18,6 3,0 4,99
* os dados de profundidade não foram obtidos por falha no sonar.
21
FIGURA 7 GRÁFICOS DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA BI-FATORIAL AVALIANDO O
EFEITO ESPACIAL E TEMPORAL SOBRE A SALINIDADE, TEMPERATURA,
TRANSPARÊNCIA E PROFUNDIDADE DA BAÍA DAS LARANJEIRAS (a, c, e,
g) E DE PARANAGUÁ (b, d, f, h) ( MÉDIA, ± INTERVALO DE
CONFIANÇA DE 95%)
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
Transparência (m)
F(15, 24)=966,23; p=0,00
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
16
18
20
22
24
26
28
30
32
Temperatura ( ºC)
F(15, 24)=94,21; p=0,00
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
Salinidade
F(15, 24)=18,63; p=0,00
ago/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Profundidade (m)
F(12, 20)=1,76; p=0,13
Ponto 5
Ponto 6
Ponto 7
Ponto 8
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
Transparência (m)
F(15, 24)=1584,50; p=0,00
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
16
18
20
22
24
26
28
30
32
Temperatura (
º
C)
F(15, 24)=63,12; p=0,00
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Profundidade (m)
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 3
Ponto 4
F(15, 24)=2,0; p=0,06
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
Salinidade
F(15, 24)=16,84; p=0,00
a
h
g
f e
d
c
b
22
4.2 ICTIOFAUNA
4.2.1 Composição e Estrutura
Nos 96 arrastos realizados, foram capturados 6338 peixes pertencentes a 27
famílias, 51 gêneros e 60 espécies. Das famílias coletadas, 5 apresentaram maior
riqueza de espécies, sendo elas, Sciaenidae com 9 espécies e Ariidae, Carangidae,
Engraulidae e Tetraodontidae com 4 espécies cada (Tabela 3).
Em termos percentuais, contribuíram com 88,68% da captura as famílias
Ariidae (50,72%), Haemulidae (12,17%), Sciaenidae (9,81%), Engraulidae (5,65%),
Gerreidae (5,53%) e Paralichthyidae (5%). Foram mais abundantes na fauna demersal
as espécies Cathorops spixi (38,59%), Genidens genidens (11,83%), Pomadasys
corvinaeformis (11,99%), Stellifer rastrifer (6,36%), Eucinostomus argenteus (5,21%),
Anchoa parva (5,06%) e Etropus crossotus (3,74%) totalizando 82,78% dos peixes
amostrados. A maioria das espécies foi menos abundante (<1%), podendo ser
consideradas ocasionais (Tabela 3).
23
TABELA 3 - LISTA DE FAMÍLIAS E ESPÉCIES CAPTURADAS COM A RESPECTIVA
FREQÜÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA POR MÊS DE COLETA NA BAÍA
DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ (f.a. = FREQÜÊNCIA
ABSOLUTA E % = FREQÜÊNCIA RELATIVA).
Baía das Laranjeiras Baía de Paranaguá Total
Família/Espécie ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
f.a. %
ACHIRIDAE
Achirus lineatus 2 19 16 1 9 7 4 3 36 18 7 10 132 2,08
Trinectes paulistanus 1 1 0,02
ARllDAE
Aspistor luniscutis 4 4 9 1 18 0,28
Cathorops spixii 2 793 13 178 3 10 15 238 1184 9 1 2446
38,59
Genidens barbus 1 1 0,02
Genidens genidens 5 14 28 2 3 45 49 115 28 17 64 380 750 11,83
CARANGIDAE
Chloroscombrus chrysurus 1 4 5 22 17 1 2 52 0,82
Oligoplites saliens 1 1 0,02
Selene vomer 1 1 1 0,02
Trachinotus carolinus 11 1 2 1 15 0,24
CLUPEIDAE
Harengula clupeola 1 1 2 0,03
Opisthonema oglinum 1 1 0,02
CYNOGLOSSIDAE
Symphurus tessellatus 1 4 1 3 1 6 2 6 1 3 28 0,44
DACTYLOPTERIDAE
Dactylopterus volitans 1 1 2 1 5 0,08
DASYATIDAE
Dasyatis guttata 1 1 0,02
DIODONTIDAE
Cyclichthys spinosus 1 1 1 1 1 2 1 8 0,13
ELEOTRIDAE
Dormitator maculatus 1 1 0,02
ENGRAULIDAE
Anchoa parva 164 1 69 26 5 56 321 5,06
Anchoa tricolor 8 1 4 13 0,21
Cetengraulis edentulus 1 9 4 9 23 0,36
Lycengraulis grossidens 1 1 0,02
EPHIPPIDAE
Chaetodipterus faber 7 19 9 1 31 14 11 6 10 10 6 124 1,96
GERREIDAE
Diapterus rhombeus 1 1 0,02
Eucinostomus argenteus 46 4 4 1 34 41 11 44 14 26 39 66 330 5,21
Eucinostomus gula 2 1 5 1 1 3 4 2 19 0,30
GOBIIDAE
Bathygobius soporator 1 1 0,02
Ctenogobius smaragdus 1 1 0,02
Microgobius meeki 2 1 1 4 0,06
HAEMULIDAE
Pomadasys corvinaeformis 2 38 26 3 28 5 5 1 6 50 596 760 11,99
Genyatremus luteus 1 1 0,02
Orthopristis ruber 2 2 3 3 10 0,16
Continua
24
Tabela 3. Continuação
Baía das Laranjeiras Baía de Paranaguá Total
Família/Espécie ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
ago/03
out/03
dez/03
fev/04
abr/04
jun/04
f.a. %
MONACANTHIDAE
Stephanolepis hispidus 1 1 2 0,03
OPHICHTHIDAE
Ophichthus gomesii 1 1 0,02
PARALICHTHYIDAE
Citharichthys arenaceus 4 2 12 11 18 11 4 3 12 77 1,21
Citharichthys spilopterus 1 1 1 3 0,05
Etropus crossotus 8 6 15 20 20 33 5 2 25 40 63 237 3,74
PRISTIGASTERIDAE
Chirocentrodon bleekerianus
2 2 0,03
Pellona harroweri 17 1 47 8 73 1,15
RHINOBATIDAE
Rhinobatus percellens 1 1 1 1 4 0,06
SCIAENIDAE
Ctenosciaena gracilicirrhus 2 2 0,03
Cynoscion leiarchus 22 49 4 2 5 82 1,29
Cynoscion microlepidotus 1 1 0,02
Isopisthus parvipinnis 1 3 4 0,06
Macrodon ancylodon 1 1 0,02
Menticirrhus americanus 3 1 14 9 4 12 10 6 7 8 3 10 87 1,37
Micropogonias furnieri 7 8 1 4 1 9 7 1 38 0,60
Stellifer brasiliensis 1 3 4 0,06
Stellifer rastrifer 11 179 80 11 53 3 66 403 6,36
SERRANIDAE
Diplectrum radiale 7 1 2 7 7 12 1 1 4 3 9 54 0,85
Rypticus randalli 1 1 0,02
SPHYRAENIDAE
Sphyraena guachancho 1 1 0,02
SYNGNATHIDAE
Hippocampus reidi 1 1 0,02
SYNODONTIDAE
Synodus foetens 1 2 1 4 1 9 0,14
TETRAODONTIDAE
Lagocephalus laevigatus 2 13 1 1 2 11 30 0,47
Sphoeroides greeleyi 4 1 1 10 3 5 1 25 0,39
Sphoeroides spengleri 1 2 5 1 9 0,14
Sphoeroides testudineus 17 5 3 8 8 12 4 1 2 2 5 1 68 1,07
TRICHIURIDAE
Trichiurus lepturus 1 1 2 0,03
TRIGLIDAE
Prionotus nudigula 2 1 3 0,05
Prionotus punctatus 2 1 2 4 9 6 7 6 2 3 42 0,66
Total de indivíduos 152 481 1028 161 444 224 201 301 430 1424 325 1168 6338
100,00
Total de espécies 18 25 20 25 29 26 19 22 24 28 28 20 60 100,00
Total de famílias 11 16 15 17 17 16 13 14 13 16 19 14 27 100,00
25
O peso total da captura de peixes foi de 109.697,24 gramas. Apenas 10 espécies
contribuíram com 82,4% desse montante, sendo somente as espécies da família
Ariidae responsáveis por 42,8% desse total (Tabela 4). As espécies Chaetodipterus
faber, Sphoeroides testudineus, Menticirrhus americanus e Aspistor luniscutis, apesar
da baixa captura em número, contribuíram significativamente para a biomassa em peso
(Tabela 4).
TABELA 4 - LISTA DAS 10 ESPÉCIES DOMINANTES EM PESO NAS CAPTURAS DA BAÍA
DAS LARANJEIRAS E DA BAÍA DE PARANAGUÁ (N = NÚMERO DE
INDIVÍDUOS)
A ictiofauna coletada foi dominada por indivíduos de pequeno porte. O
comprimento total médio foi de 120,96 (±50,13) mm, sendo o menor valor de 11 mm e
o maior de 1034 mm. Os maiores exemplares coletados foram das espécies Dasyatis
guttata, Trichiurus lepturus, Rhinobatus percellens, Aspistor luniscutis, Genidens
genidens e Cyclichthys spinosus. Em contrapartida, os menores exemplares foram das
espécies Sphoeroides greeleyi, Chloroscombrus chrysurus, Cynoscion leiarchus,
Menticirrhus americanus, Prionotus punctatus e Citharichthys arenaceus (Tabela 5).
O padrão de distribuição de freqüência de comprimento total foi semelhante nas duas
baías, com o predomínio em ambas de indivíduos com comprimento total entre 60 e
120 mm. Também tiveram contribuição significativa exemplares das classes 30-60 e
120-150 mm. As freqüências nas demais classes de tamanho foram bem menores
Rank Família Espécie Peso (g) N
1 Ariidae
Genidens genidens
30.103,43 750
2 Ariidae Cathorops spixii 13.896,45 2.446
3 Ephippidae Chaetodipterus faber 10.314,04 126
4 Tetraodontidae Sphoeroides testudineus 9.250,27 68
5 Gerreidae Eucinostomus argenteus 6.383,03 330
6 Sciaenidae Stellifer rastrifer 5.501,36 403
7 Haemulidae Pomadasys corvinaeformis 3.964,08 760
8 Sciaenidae Menticirrhus americanus 3.635,21 87
9 Paralichthyidae Etropus crossotus 3.618,17 237
10 Ariidae Aspistor luniscutis 2.914,30 18
Outros 20.116,90 1.113
Total 109.697,24 6.338
26
(Figura 8). A distribuição de freqüências de tamanho de Achirus lineatus foi
semelhante nas duas baías, predominando as classes de comprimento total de 61-70 e
71-80 mm (Figura 9a). Em Pomadasys corvinaeformis a maior freqüência ocorreu na
classe 76-85 mm nas duas regiões, com maiores freqüências na região de Paranaguá
nas quatro primeiras classes de tamanho e maiores nas duas últimas nas Laranjeiras
(Figura 9b). Eucinostomus argenteus foi mais freqüente com comprimentos totais de
76-90 mm nas duas áreas, e na classe de 91-105 mm na Baía de Paranaguá (Figura 9c).
A mesma tendência de distribuição de freqüências por classe de comprimento total foi
observada em Etropus crossotus nas duas baías, porém com freqüências
significativamente maiores nas classes 76-90 e 91-105 mm na área de Paranaguá
(Figura 9d). Uma mesma tendência de distribuição de freqüências ocorreu em ambas
as regiões em Genidens genidens, no entanto nas Laranjeiras a diferença entre classes
foi pequena (Figura 9e). Maior freqüência na classe de tamanho 106-120 foi observada
nas duas áreas em Cathorops spixii, sendo semelhantes às freqüências por classes de
comprimento padrão nos dois locais de coleta (Figura 9f). Os padrões de distribuição
de freqüências por classes de tamanho foram diferentes em Chaetodipterus faber nas
duas regiões, principalmente nas classes de comprimento total 86-105 e 106-125 mm
(Figura 9g). Tendências diferentes na distribuição de freqüências por classe de
tamanho ocorreram nas duas baías em Anchoa parva. Enquanto que nas Laranjeiras
ocorre um decréscimo nas freqüências da classe menor para a maior, observa-se um
aumento considerável na Baía de Paranaguá entre a primeira e a penúltima classe de
tamanho (Figura 9 h).
27
TABELA 5 - COMPRIMENTO TOTAL (CT) EM MILÍMETROS DOS PEIXES CAPTURADOS
NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ (N= NÚMERO
DE EXEMPLARES, = MÉDIA, ± = DESVIO PADRÃO)
Baía das Laranjeiras Baía de Paranaguá
CT CT
Família/Espécie N ±s Mínimo Máximo N ±s Mínimo Máximo
ACHIRIDAE
Achirus lineatus
54 95,06 14,74 55 130 78 88,03 15,43 51 124
Trinectes paulistanus
- - - - - 1 93,00 - 93 93
ARllDAE
Aspistor luniscutis
17 231,53 76,61 147 380 1 192,00 - 192 192
Cathorops spixii
291 135,94 18,52 81 210 216 139,69 17,36 99 189
Genidens barbus - - - - - 1 177,00 - 177 177
Genidens genidens
97 194,59 55,08 126 361 329 181,29 48,18 60 348
CARANGIDAE
Chloroscombrus chrysurus
49 61,98 41,12 14 157 3 73,67 69,79 28 154
Oligoplites saliens
1 136,00 - 136 136 - - - - -
Selene vomer
- - - - - 1 70,00 - 70 70
Trachinotus carolinus
14 201,00 30,69 119 138 1 174,00 - 174 174
CLUPEIDAE
Harengula clupeola
2 108,50 6,36 104 113 - - - - -
Opisthonema oglinum
1 163,00 - 163 163 - - - - -
CYNOGLOSSIDAE
Symphurus tessellatus
10 129,30 27,81 76 173 18 139,28 15,77 110 168
DACTYLOPTERIDAE
Dactylopterus volitans 2 106,50 16,26 95 118 3 111,33 25,93 93 141
DASYATIDAE
Dasyatis guttata 1 1034,00 - 1034 1034 - - - - -
DIODONTIDAE
Cyclichthys spinosus
4 115,00 38,52 70 164 4 181,50 77,48 131 297
ELEOTRIDAE
Dormitator maculatus - - - - - 1 52,00 - 52 52
ENGRAULIDAE
Anchoa parva
167 70,66 10,65 36 188 87 57,11 12,96 37 91
Anchoa tricolor
8 38,62 4,03 30 43 5 53,60 19,26 44 88
Cetengraulis edentulus
14 118,93 32,54 64 150 9 68,00 9,60 48 79
Lycengraulis grossidens - - - - - 1 49,00 - 49 49
EPHIPPIDAE
Chaetodipterus faber
67 117,39 20,95 68 154 57 120,07 44,78 55 240
GERREIDAE
Diapterus rhombeus
1 125,00 - 125 125 - - - - -
Eucinostomus argenteus
130 106,42 17,20 42 144 200 117,91 12,71 64 152
Eucinostomus gula
9 104,11 8,07 92 118 10 115,80 11,73 101 135
GOBIIDAE
Bathygobius soporator
- - - - - 1 64,00 - 64 64
Ctenogobius smaragdus
1 28,00 - 28 28 - - - - -
Microgobius meeki
3 37,67 4,51 33 42 1 45,00 - 45 45
HAEMULIDAE
Pomadasys corvinaeformis
102 114,50 18,82 62 147 130 92,25 13,43 59 134
Geniatremus luteus 1 93,00 - 93 93 - - - - -
Orthopristis ruber
2 125,00 19,80 111 139 8 101,37 31,60 48 132
Continua
28
Tabela 5. Continuação
Baía das Laranjeiras Baía de Paranaguá
CT CT
Família/Espécie
N ±s Mínimo Máximo N ±s Mínimo Máximo
MONACANTHIDAE
Stephanolepis hispidus
1 152,00 - 152 152 1 160,00 - 160 160
OPHICHTHIDAE
Ophichthus gomesii
1 166,00 - 166 166 - - - - -
PARALICHTHYIDAE
Citharichthys arenaceus 47 108,51 22,22 71 161 30 115,10 32,36 24 163
Citharichthys spilopterus
1 160,00 - 160 160
2 162,00 22,63 146 178
Etropus crossotus 69 107,26 15,66 60 133 168 109,07 15,05 52 135
PRISTIGASTERIDAE
Chirocentrodon bleekerianus
- - - - -
2 53,00 - 53 53
Pellona harroweri 17 110,71 13,6 79 133 56 95,91 19,05 63 130
RHINOBATIDAE
Rhinobatus percellens 3 384,00 54,29 345 446
1 420,00 - 420 420
SCIAENIDAE
Ctenosciaena gracilicirrhus
- - - - -
2 75,00 11,31 67 83
Cynoscion leiarchus 77 69,04 43,65 18 217 5 118,8 51,82 67 206
Cynoscion microlepidotus
- - - - -
1 233,00 - 233 233
Isopisthus parvipinnis 1 173,00 - 173 173 3 131,67 14,01 116 143
Macrodon ancylodon
- - - - -
1 44,00 - 44 44
Menticirrhus americanus 43 143,53 49,24 22 236 44 147,91 48,50 30 240
Micropogonias furnieri 16 66,75 20,59 51 136 22 92,59 26,55 30 135
Stellifer brasiliensis
- - - - -
4 95,25 42,79 70 159
Stellifer rastrifer 199 108,88 13,65 78 157 105 110,03 18,65 55 140
SERRANIDAE
Diplectrum radiale 24 151,46 17,2 109 174 30 139,47 34,01 35 180
Rypticus randalli
- - - - - 1 101,00 - 101 101
SPHYRAENIDAE
Sphyraena guachancho 1 55,00 - 55 55
- - - - -
SYNGNATHIDAE
Hippocampus reidi
- - - - -
1 71,00 - 71 71
SYNODONTIDAE
Synodus foetens 3 183,67 15,82 170 201 6 205,83 13,53 181 218
TETRAODONTIDAE
Lagocephalus laevigatus 17 82,12 40,94 55 219 13 88,77 12,90 61 112
Sphoeroides greeleyi 6 72,33 32,88 11 105 19 96,47 11,12 73 111
Sphoeroides spengleri
3 43,67 23,76 28 71
6 88,83 11,55 75 106
Sphoeroides testudineus 53 172,53 31,17 119 260 15 177,33 37,72 83 264
TRICHIURIDAE
Trichiurus lepturus 1 512,00 - 512 512 1 400,00 - 400 400
TRIGLIDAE
Prionotus nudigula
2 45,00 5,66 41 49 1 55,00 - 55 55
Prionotus punctatus 9 66,44 37,04 22 129 33 77,33 21,23 41 132
29
FIGURA 8 - FREQÜÊNCIA ABSOLUTA POR CLASSE DE COMPRIMENTO TOTAL DOS
PEIXES CAPTURADOS NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE
PARANAGUÁ
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0-30
30-60
60-90
90-120
120-150
150-180
180-210
210-240
240-270
> 270
Comprimento total (mm)
Freqüência absoluta
Áreas juntas
Laranjeiras
Paranaguá
30
FIGURA 9 – FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA POR CLASSE DE COMPRIMENTO TOTAL
(mm) DAS ESPÉCIES DOMINANTES NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA
BAÍA DE PARANAGUÁ
Achirus lineatus
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
40-50
51-60
61-70
71-80
81-90
91-100
> 100
Comprimento total (mm)
Freqüência absoluta
Áreas juntas
Laranjeiras
Paranaguá
Anchoa parva
0
20
40
60
80
100
120
30-40
41-50
51-60
61-70
> 70
Comprimento total (mm)
Freqüência absoluta
Áreas juntas
Laranjeiras
Paranaguá
Cathorops spixii
0
50
100
150
200
250
300
60-75
76-90
91-105
106-120
121-135
136-150
> 150
Comprimento total (mm)
Freqüência absoluta
Áreas juntas
Laranjeiras
Paranaguá
Chaetodipterus faber
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45-65
66-85
86-105
106-125
126-145
> 145
Comprimento total (mm)
Freqüência absoluta
Áreas juntas
Laranjeiras
Paranaguá
Etropus crossotus
0
20
40
60
80
100
120
30-45
46-60
61-75
76-90
91-105
> 105
Comprimento total (mm)
Freqüência absoluta
Áreas juntas
Laranjeiras
Paranaguá
Eucinostomus argenteus
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
30-45
46-60
61-75
76-90
91-105
> 105
Comprimento total (mm)
Freqüência absoluta
Áreas juntas
Laranjeiras
Paranaguá
Genidens genidens
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
40-75
76-110
111-145
146-180
181-215
216-250
> 250
Comprimento total (mm)
Freqüência absoluta
Áreas juntas
Laranjeiras
Paranaguá
Pomadasys corvinaeformis
0
10
20
30
40
50
60
70
80
45-55
56-65
66-75
76-85
86-95
96-105
> 105
Comprimento total (mm)
Freqüência absoluta
Áreas juntas
Laranjeiras
Paranaguá
f
e
d
c
b
a
h
g
31
No total, o peso médio dos exemplares capturados foi de 32,43 (± 66,11)
gramas. Em peso foram menores as espécies Chloroscombrus chrysurus, Cynoscion
leiarchus, Menticirrhus americanus, Ctenogobius smaragdus e Anchoa tricolor
(Tabela 6). Os exemplares de maior peso foram das espécies Dasyatis guttata,
Ciclichthys spinosus, Aspistor luniscutis, Chaetodipterus faber, Sphoeroides
testudineus e Genidens genidens (Tabela 6). Maiores variações de peso ocorreram nas
espécies Genidens genidens, Cynoscion leiarchus, Menticirrhus americanus,
Lagocephalus laevigatus e Sphoeroides testudineus (Tabela 6).
32
TABELA 6 PESO DOS PEIXES, EM GRAMAS, CAPTURADOS NA BAÍA DAS
LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ (N= NÚMERO DE
EXEMPLARES, = MÉDIA, ± = DESVIO PADRÃO)
Baía das Laranjeiras Baía de Paranaguá
Peso Peso
Família/Espécie N s Mínimo ximo N ±s Mínimo Máximo
ACHIRIDAE
Achirus lineatus
54 18,83 8,95 3,60 42,02 78 15,36 7,61 2,72 37,10
Trinectes paulistanus
- - - - - 1 17,00 - 17,00 17,00
ARllDAE
Aspistor luniscutis
17 167,50 173,09 26,39 604,77 1 66,76 - 66,76 66,76
Cathorops spixii
291
26,18 10,36 3,81 90,30 216
29,07 11,14 10,79 69,18
Genidens barbus - - - - - 1 44,87 - 44,87 44,87
Genidens genidens
97 85,74 86,45 15,18 447,02 329
66,22 64,58 1,86 430,64
CARANGIDAE
Chloroscombrus chrysurus
49 5,45 7,53 0,03 32,61 3 11,11 18,42 0,28 32,37
Oligoplites saliens
1 16,49 - 16,49 16,49 - - - - -
Selene vomer
- - - - - 1 4,77 - 4,77 4,77
Trachinotus carolinus
14 109,30 41,71 20,45 178,94 1 73,78 - 73,78 73,78
CLUPEIDAE
Harengula clupeola
2 13,49 1,70 12,29 14,70 - - - - -
Opisthonema oglinum
1 42,80 - 42,80 42,80 - - - - -
CYNOGLOSSIDAE
Symphurus tessellatus
10 19,21 12,54 2,93 46,31 18 22,69 8,42 9,31 42,04
DACTYLOPTERIDAE
Dactylopterus volitans 2 14,97 7,22 9,87 20,08 3 16,95 11,51 9,31 30,18
DASYATIDAE
Dasyatis guttata 1 2485,00 - 2485,00 2485,00 - - - - -
DIODONTIDAE
Cyclichthys spinosus
4 131,90 107,88 36,98 286,98 4 387,62 488,33 132,80 1120,00
ELEOTRIDAE
Dormitator maculatus - - - - - 1 1,97 - 1,97 1,97
ENGRAULIDAE
Anchoa parva
167
2,83 1,04 0,33 5,07 87 1,51 1,15 0,33 5,93
Anchoa tricolor
8 0,34 0,11 0,14 0,50 5 1,36 1,77 0,50 4,53
Cetengraulis edentulus
14 22,17 13,18 2,49 37,52 9 2,30 0,81 0,74 3,29
Lycengraulis grossidens - - - - - 1 0,64 - 0,64 0,64
EPHIPPIDAE
Chaetodipterus faber
67 72,46 34,64 14,17 169,75 57 95,77 112,39 7,01 507,53
GERREIDAE
Diapterus rhombeus
1 20,22 - 20,22 20,22 - - - - -
Eucinostomus argenteus
130
15,77 6,67 0,85 40,49 200
21,66 7,68 3,63 44,91
Eucinostomus gula
9 16,31 3,97 11,02 23,77 10 22,39 7,29 13,18 34,10
GOBIIDAE
Bathygobius soporator
- - - - - 1 3,55 - 3,55 3,55
Ctenogobius smaragdus
1 0,13 - 0,13 0,13 - - - - -
Microgobius meeki
3 0,40 0,06 0,35 0,47 1 0,53 - 0,53 0,53
HAEMULIDAE
Pomadasys corvinaeformis
102
23,60 11,64 3,00 53,65 130
11,44 5,09 2,79 36,27
Geniatremus luteus 1 15,35 - 15,35 15,35 - - - - -
Orthopristis ruber
2 29,15 12,87 20,05 38,25 8 19,33 12,43 1,55 33,56
Continua
33
Tabela 7. Continuação
Baía das Laranjeiras Baía de Paranaguá
Peso Peso
Família/Espécie
N s Mínimo ximo N ±s Mínimo Máximo
MONACANTHIDAE
Stephanolepis hispidus
1 68,74 - 68,74 68,74 1 83,34 - 83,34 83,34
OPHICHTHIDAE
Ophichthus gomesii
1 2,70 - 2,70 2,70 - - - - -
PARALICHTHYIDAE
Citharichthys arenaceus 47 13,77 10,06 2,84 46,13 30 17,01 9,1 0,19 37,35
Citharichthys spilopterus
1 42,63 - 42,63 42,63
2 48,73 22,45 32,86 64,61
Etropus crossotus 69 15,09 6,55 2,08 30,36 168
15,34 5,99 1,76 32,74
PRISTIGASTERIDAE
Chirocentrodon bleekerianus
- - - - -
2 0,81 0,06 0,77 0,85
Pellona harroweri 17 14,35 5,03 4,86 24,38 56 9,89 5,48 2,39 25,05
RHINOBATIDAE
Rhinobatus percellens 3 319,84 201,30 126,74 528,46
1 254,62 - 254,62 254,62
SCIAENIDAE
Ctenosciaena gracilicirrhus
- - - - -
2 6,76 2,47 5,01 8,51
Cynoscion leiarchus 77 7,74 14,92 0,06 115,82 5 28,00 38,23 3,29 95,88
Cynoscion microlepidotus
- - - - -
1 98,85 - 98,85 98,85
Isopisthus parvipinnis 1 45,79 - 45,79 45,79 3 22,97 6,79 15,61 29,00
Macrodon ancylodon
- - - - -
1 0,99 - 0,99 0,99
Menticirrhus americanus 43 40,37 30,72 0,08 133,69 44 43,16 35,39 0,20 160,19
Micropogonias furnieri 16 3,78 5,83 1,11 25,09 22 10,09 6,88 0,47 26,16
Stellifer brasiliensis
- - - - -
4 18,88 26,51 4,81 58,61
Stellifer rastrifer 199
17,69 7,41 6,04 51,26 105
18,87 7,94 1,78 35,90
SERRANIDAE
Diplectrum radiale 24 46,61 14,80 15,02 69,46 30 39,81 18,34 0,53 78,48
Rypticus randalli
- - - - - 1 15,02 - 15,02 15,02
SPHYRAENIDAE
Sphyraena guachancho 1 0,84 - 0,84 0,84
- - - - -
SYNGNATHIDAE
Hippocampus reidi
- - - - -
1 1,41 - 1,41 1,41
SYNODONTIDAE
Synodus foetens 3 40,00 14,58 28,43 56,37 6 47,12 23,60 5,53 66,38
TETRAODONTIDAE
Lagocephalus laevigatus 17 19,15 40,81 3,46 174,20 13 14,88 5,31 5,50 25,48
Sphoeroides greeleyi 6 16,87 9,13 5,59 27,90 19 21,01 7,74 8,85 34,15
Sphoeroides spengleri
3 2,81 3,45 0,57 6,79
6 14,75 7,85 10,13 30,06
Sphoeroides testudineus 53 131,70 74,35 41,39 422,56 15 151,35 109,24 11,69 501,01
TRICHIURIDAE
Trichiurus lepturus 1 70,86 - 70,86 70,86 1 37,62 - 37,62 37,62
TRIGLIDAE
Prionotus nudigula
2 1,00 0,29 0,79 1,20 1 1,98 - 1,98 1,98
Prionotus punctatus 9 6,77 9,09 0,19 25,51 33 6,86 5,95 1,07 28,62
34
Com relação aos grupos funcionais, a grande maioria das espécies coletadas são
marinho-estuarinas (40 espécies), com 16 marinhas e apenas 4 exclusivas da área
estuarina (Tabela 7). Quanto à distribuição vertical, 47 espécies são de hábito
demersal, enquanto 13 são pelágicas (Tabela 7). No que se refere aos hábitos
alimentares, a maioria preda no compartimento bentônico. Um número grande de
espécies também consome peixes, sendo reduzido o número de espécies com hábito
exclusivo de predação no plâncton e peixes. Somente 7 espécies podem ser
classificadas como onívoras (Tabela 7). A ictiofauna presente na zona demersal das
duas baías é constituída principalmente por espécies que se reproduzem na de
primavera e verão, com um reduzido número das que se reproduzem no outono e
inverno ou ao longo de todas as estações do ano. Não informações sobre a
reprodução de 15 espécies coletadas (Tabela 7). Entre os peixes capturados, 35
espécies (58%) têm baixa importância econômica na região. Todavia 25 espécies m
importância econômica entre média e alta para as populações locais, como os
indivíduos das famílias Ariidae (bagres), Carangidae (salteira e pampo), Clupeidae
(sardinhas), Engraulidae (manjubas), Paralichthyidae (linguados), Sciaenidae
(pescadas), dentre outras apresentadas na tabela 7.
35
TABELA 7 - SÍNTESE DAS INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS SOBRE AS FAMÍLIAS E ESPÉCIES
DE PEIXES CAPTURADOS NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE
PARANAGUÁ (ME= MARINHA E ESTUARINA, M= MARINHA E E=
ESTUARINA). SÍNTESE BASEADA EM REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Guilda Guilda Guilda Guilda Importância
Família/Espécie Ecológica Vertical Alimentar Reprodutiva Econômica
ACHIRIDAE
Achirus lineatus ME Demersal Bentofágica Primavera/Verão Baixa
Trinectes paulistanus ME Demersal Bentofágica Primavera/Verão Baixa
ARllDAE
Aspistor luniscutis M Demersal Onívora Verão Alta
Cathorops spixii E Demersal Onívora Verão Média
Genidens genidens ME Demersal Onívora Verão Média
Genidens barbus
M Demersal Onívora Verão Alta
CARANGIDAE
Chloroscombrus chrysurus ME Pelágica Planctofágica Primavera/Verão Baixa
Oligoplites saliens ME Pelágica Bentofágica/Piscívora - Alta
Selene vomer ME Pelágica Bentofágica/Piscívora - Baixa
Trachinotus carolinus ME Pelágica Bentofágica/Piscívora - Alta
CLUPEIDAE
Harengula clupeola ME Pelágica Planctofágica - Média
Opisthonema oglinum ME Pelágica Planctofágica Primavera/Verão Alta
CYNOGLOSSIDAE
Symphurus tessellatus ME Demersal Bentofágica Primavera/Verão Baixa
DACTYLOPTERIDAE
Dactylopterus volitans
M Demersal Bentofágica - Baixa
DASYATIDAE
Dasyatis guttata
ME Demersal Bentofágica - Baixa
DIODONTIDAE
Cyclichthys spinosus ME Demersal Onívora Primavera/Verão Baixa
ELEOTRIDAE
Dormitator maculatus
M Demersal Onívora Inverno Baixa
ENGRAULIDAE
Anchoa parva ME Pelágica Planctofágica Primavera Alta
Anchoa tricolor ME Pelágica Planctofágica Primavera Alta
Cetengraulis edentulus M Pelágica Planctofágica Primavera Alta
Lycengraulis grossidens
M Pelágica Planctofágica/Piscívora Primavera/Verão Alta
EPHIPPIDAE
Chaetodipterus faber ME Demersal Bentofágica Primavera/Verão Alta
GERREIDAE
Diapterus rhombeus ME Demersal Onívora Primavera/Verão Média
Eucinostomus argenteus ME Demersal Bentofágica Primavera/Verão Baixa
Eucinostomus gula ME Demersal Bentofágica Verão Baixa
GOBIIDAE
Bathygobius soporator ME Demersal Bentofágica - Baixa
Ctenogobius smaragdus E Demersal Bentofágica - Baixa
Microgobius meeki M Demersal Bentofágica - Baixa
HAEMULIDAE
Pomadasys corvinaeformis ME Demersal Bentofágica/Piscívora Primavera/Verão Baixa
Orthopristis ruber ME Demersal Bentofágica/Piscívora Primavera/Verão Baixa
Geniatremus luteus
ME Demersal Bentofágica/Piscívora Primavera/Verão Média
Continua
36
Tabela 7. Continuação
Guilda Guilda Guilda Guilda Importância
Família/Espécie Ecológica Vertical Alimentar Reprodutiva Econômica
MONACANTHIDAE
Stephanolepis hispidus M Demersal Bentofágica Primavera/Verão Baixa
OPHICHTHIDAE
Ophichthus gomesii ME Demersal - - Baixa
PARALICHTHYIDAE
Cytharichthys arenaceus ME Demersal Bentofágica Primavera/Verão Baixa
Cytharichthys spilopterus E Demersal Bentofágica Primavera/Verão Alta
Etropus crossotus ME Demersal Bentofágica Primavera/Verão Baixa
PRISTIGASTERIDAE
Chirocentrodon bleekerianus M Pelágica - Primavera/Verão Alta
Pellona harroweri M Demersal Planctofágica Outono Baixa
RHINOBATIDAE
Rhinobatus percellens ME Demersal Bentofágica - Média
SCIAENIDAE
Ctenosciaena gracilicirrhus M Demersal Bentofágica Verão Baixa
Cynoscion leiarchus ME Demersal Bentofágica Verão Alta
Cynoscion microlepidotus ME Demersal Bentofágica/Piscívora Verão Alta
Isopisthus parvipinnis ME Demersal Bentofágica/Piscívora Verão Baixa
Macrodon ancylodon ME Demersal Bentofágica/Piscívora Outono/Inverno Baixa
Menticirrhus americanus ME Demersal Bentofágica/Piscívora Verão Média
Micropogonias furnieri ME Demersal Bentofágica/Piscívora Ano todo Média
Stellifer brasiliensis ME Demersal Bentofágica Ano todo Baixa
Stellifer rastrifer ME Demersal Bentofágica Ano todo Baixa
SERRANIDAE
Diplectrum radiale ME Demersal Bentofágica/Piscívora Primavera/Verão Baixa
Rypticus randalli ME Demersal - Primavera/Verão Baixa
SPHYRAENIDAE
Sphyraena guachancho M Pelágica Bentofágica/Piscívora - Baixa
SYNGNATHIDAE
Hippocampus reidi ME Demersal Planctofágica - Alta
SYNODONTIDAE
Synodus foetens M Demersal Bentofágica/Piscívora Primavera/Verão Baixa
TETRAODONTIDAE
Lagocephalus laevigatus ME Demersal Bentofágica Primavera/Verão Alta
Sphoeroides greeleyi ME Demersal Bentofágica Primavera/Verão Baixa
Sphoeroides spengleri M Demersal Bentofágica Primavera/Verão Baixa
Sphoeroides testudineus E Demersal Bentofágica Primavera/Verão Baixa
TRICHIURIDAE
Trichiurus lepturus ME Pelágica Piscívora Ano todo Média
TRIGLIDAE
Prionotus punctatus M Demersal Bentofágica/Piscívora - Baixa
Prionotus nudigula
M Demersal Bentofágica/Piscívora - Baixa
37
Em 31,6% dos peixes (1069 indivíduos) capturados nas duas baías não foi
possível identificar o sexo, sendo estes contabilizados como indeterminados. Entre as
duas áreas foi pequena a diferença no mero de peixes com sexo indeterminado
(Tabela 8, Figura 10). Um total de 1466 fêmeas (43,4%) e 846 machos (25%)
constituíram as amostras desse estudo, com proporções de cada sexo bastante
próximas nas duas áreas amostrais (Tabela 8, Figura 10). Nas duas baías 46,6% dos
peixes estavam no estádio A (1576 imaturos), 23,9% no estádio B (808 em maturação)
e 29,5% nos estádios C e D (997 adultos) (Figura 11). Foram pequenas as diferenças
entre as baías nas freqüências de ocorrência por estádio de maturação gonadal (Figura
11). As espécies que apresentaram todos os estádios de maturação na região foram:
Achirus lineatus, Aspistor luniscutis, Cathorops spixii, Genidens genidens, Anchoa
parva, Chaetodipterus faber, Eucinostomus argenteus, Cytharichthys arenaceus,
Menticirrhus americanus, Stellifer rastrifer, Sphoeroides greeleyi, Sphoeroides
testudineus. Entre as famílias, Ariidae é a que apresentou o maior número de espécies
com gônadas desovadas, indicando atividade reprodutiva recente (Tabela 8).
38
FIGURA 10- FREQÜÊNCIA PERCENTUAL DE INDIVÍDUOS POR SEXO NAS AMOSTRAS DA
BAÍA DAS LARANJEIRAS E DA BAÍA DE PARANAGUÁ
FIGURA 11 - FREQÜÊNCIA PERCENTUAL DE INDIVÍDUOS POR ESTÁDIO DE
MATURAÇÃO GONADAL NAS AMOSTRAS DA BAÍA DAS
LARANJEIRAS E DA BAÍA DE PARANAGUÁ (A= IMATURO, B= EM
MATURAÇÃO E C+D = ADULTOS)
0
10
20
30
40
50
A B Adultos
Estádios de maturação gonadal
Freqüência percentual
Baía das Laranjeiras
Baía de Paranaguá
0
10
20
30
40
50
Indeterminado Fêmea Macho
Sexo
Freqüência percentual
Baía da Laranjeiras
Baía de Paranaguá
39
TABELA 8 - NÚMERO DE INDIVÍDUOS POR SEXO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO
GONADAL DOS PEIXES COLETADOS NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA
BAÍA DE PARANAGUÁ (Ind.= INDETERMINADO, A= IMATURO, B= EM
MATURAÇÃO, C= MADURO, D= DESOVADO )
Baía das Laranjeiras Baía de Paranaguá
Sexo Estádio Gonadal Sexo Estádio Gonadal
Família/Espécie Ind. Fêmea
Macho
A B C D Ind. Fêmea
Macho
A B C D
ACHIRIDAE
Achirus lineatus 4 35 15 8 10 30 6 9 43 26 15 26 20 17
Trinectes paulistanus - - - - - - - 1 - - 1 - - -
ARllDAE
Aspistor luniscutis 3 9 5 7 3 3 4 - 1 - - - - 1
Cathorops spixii 42 201 48 67 75 - 149 11 145 60 17 24 11 164
Genidens barbus
- - - - - - - - - 1 1 - - -
Genidens genidens 13 41 43 56 17 - 24 63 128 138 170 69 9 81
CARANGIDAE
Chloroscombrus chrysurus 46 1 2 47 2 - - 3 - - 3 - - -
Oligoplites saliens 1 - - 1 - - - - - - - - - -
Selene vomer - - - - - - - 1 - - 1 - - -
Trachinotus carolinus 14 - - 14 - - - 1 - - 1 - - -
CLUPEIDAE
Harengula clupeola 1 1 - 1 1 - - - - - - - - -
Opisthonema oglinum - - 1 - - 1 - - - - - - - -
CYNOGLOSSIDAE
Symphurus tessellatus 2 6 2 4 5 1 - 4 10 4 6 11 1 -
DACTYLOPTERIDAE
Dactylopterus volitans
2 - - 2 - - - 3 - - 3 - - -
DASYATIDAE
Dasyatis guttata
- - 1 - 1 - - - - - - - - -
DIODONTIDAE
Cyclichthys spinosus 2 2 - 2 2 - - - 3 1 - 3 1 -
ELEOTRIDAE
Dormitator maculatus
- - - - - - - 1 - - 1 - - -
ENGRAULIDAE
Anchoa parva 58 62 47 59 41 54 13 57 16 14 57 20 6 4
Anchoa tricolor 8 - - 8 - - - 4 1 - 4 1 - -
Cetengraulis edentulus 4 2 8 4 - 10 - 9 - - 9 - - -
Lycengraulis grossidens
- - - - - - - 1 - - 1 - - -
EPHIPPIDAE
Chaetodipterus faber 37 10 20 59 5 3 - 34 16 7 37 11 6 3
GERREIDAE
Diapterus rhombeus 1 - - 1 - - - - - - - - - -
Eucinostomus argenteus 50 65 15 90 37 3 - 50 107 43 98 96 3 3
Eucinostomus gula 3 5 1 5 4 - - 2 4 4 7 3 - -
GOBIIDAE
Bathygobius soporator - - - - - - - - 1 - - 1 - -
Ctenogobius smaragdus 1 - - 1 - - - - - - - - - -
Microgobius meeki 3 - - 3 - - - 1 - - 1 - - -
HAEMULIDAE
Pomadasys corvinaeformis 19 65 18 38 38 26 - 80 47 3 119 11 - -
Geniatremus luteus
1 - - 1 - - - - - - - - - -
Orthopristis ruber 1 1 - 2 - - - 5 1 2 6 2 - -
Continua
40
Tabela 8. Continuação
Baía das Laranjeiras Baía de Paranaguá
Sexo Estádio Gonadal Sexo Estádio Gonadal
Família/Espécie Ind. Fêmea
Macho
A B C D Ind. Fêmea
Macho
A B C D
MONACANTHIDAE
Stephanolepis hispidus 1 - - 1 - - - 1 - - 1 - - -
OPHICHTHIDAE
Ophichthus gomesii 1 - - 1 - - - - - - - - - -
PARALICHTHYIDAE
Cytharichthys arenaceus 29 8 10 31 12 3 1 10 9 11 18 9 3 -
Cytharichthys spilopterus - 1 - - 1 - - - 2 - - - 2 -
Etropus crossotus 24 33 12 47 22 - - 78 63 27 125 42 - 1
PRISTIGASTERIDAE
Chirocentrodon bleekerianus - - - - - - - 2 - - 2 - - -
Pellona harroweri 4 9 4 4 10 3 - 27 10 19 29 24 3 -
RHINOBATIDAE
Rhinobatus percellens 0 2 1 2 - 1 - - - 1 - - 1 -
SCIAENIDAE
Ctenosciaena gracilicirrhus - - - - - - - 2 - - 2 - - -
Cynoscion leiarchus 67 3 7 73 4 - - 4 - 1 5 - - -
Cynoscion microlepidotus - - - - - - - - - 1 1 - - -
Isopisthus parvipinnis - - 1 - 1 - - - 3 - - 1 2 -
Macrodon ancylodon - - - - - - - 1 - - 1 - - -
Menticirrhus americanus 11 19 13 15 5 22 1 12 14 18 15 13 16 -
Micropogonias furnieri 15 1 - 16 - - - 21 1 - 22 - - -
Stellifer brasiliensis - - - - - - - 2 2 - 2 1 1 -
Stellifer rastrifer - 109 90 4 72 118 5 12 57 36 12 16 59 18
SERRANIDAE
Diplectrum radiale 1 20 3 4 19 1 - 3 24 3 6 22 - 2
Rypticus randalli - - - - - - - 1 - - 1 - - -
SPHYRAENIDAE
Sphyraena guachancho 1 - - 1 - - - - - - - - - -
SYNGNATHIDAE
Hippocampus reidi - - - - - - - 1 - - 1 - - -
SYNODONTIDAE
Synodus foetens 1 2 - 3 - - - 1 1 4 2 1 - 3
TETRAODONTIDAE
Lagocephalus laevigatus 14 2 1 17 - - - 13 - - 13 - - -
Sphoeroides greeleyi - 2 4 1 1 4 - 2 7 10 2 2 14 1
Sphoeroides spengleri 3 - - 3 - - - 2 1 3 3 2 - 1
Sphoeroides testudineus - 23 30 6 9 8 30 - 8 7 - - 5 10
TRICHIURIDAE
Trichiurus lepturus 1 - - 1 - - - - 1 - - - 1 -
TRIGLIDAE
Prionotus nudigula
2 - - 2 - - - 1 - - 1 - - -
Prionotus punctatus 9 - - 9 - - - 33 - - 33 - - -
Total 500 740 402 721 397 291 233 569 726 444 855 411 164
309
Porcentagem por área 30,45
45,07
24,48
43,91
24,18
17,72
14,19
32,72
41,75 25,53
49,17
23,63
9,43
17,77
41
4.2.2 Variação Temporal e Espacial
Nas duas áreas de estudo, em média as capturas em peso não foram diferentes
entre meses, pontos e na interação espaço-temporal (Figuras 12a, 13a). O número
médio de peixes foi significativamente diferente somente nas Laranjeiras entre os
pontos 1 e 2, não existindo nenhuma outra diferença estatística (Figuras 12b e 13b,
Tabela 9). Um maior número de peixes foi coletado em Paranaguá com maior captura
nos pontos 2, 5 e 7, com valores intermediários nos pontos 3 e 6 e menores nas áreas 1
e 8 (Tabela 9). Todas as espécies mais abundantes não apresentaram entre as duas
baías diferenças significativas na abundância média mensal (Figura 14). Nove destas
espécies também não diferiram espacialmente quanto ao número médio de exemplares,
com distribuição uniforme ao longo das duas regiões amostradas. A espécie
Citharichthys arenaceus foi em média mais abundante nos pontos 1 e 5, enquanto que
o outro linguado Etropus crossotus ocorreu em maior número no ponto 5. O cienídeo
Menticirrhus americanus apresentou maiores concentrações nos pontos 3 e 5 em
comparação aos demais (Figura 14).
42
FIGURA 12 - RESULTADO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA AVALIANDO O EFEITO DOS
PONTOS DE COLETA E MESES SOBRE AS MÉDIAS DE PESO DE CAPTURA,
NÚMERO DE PEIXES, NÚMERO DE ESPÉCIES, OS ÍNDICES DE RIQUEZA DE
MARGALEF, DE EQUITATIVIDADE DE PIELOU E DE DIVERSIDADE DE
SHANNON-WIENER NA BAÍA DAS LARANJEIRAS ( MÉDIA, ±
INTERVALO DE CONFIANÇA DE 95%)
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-2
0
2
4
6
8
10
12
Peso (gramas)
F(15, 24)=1,97; p=0,07
ago/03 out/03 dez/04 fev/04 abr/04 jun/04
-1
0
1
2
3
4
5
6
Número de peixes
F(15, 24)=1,84; p=0,09
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Número de espécies
F(15, 24)=1,70; p=0,12
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Equitatividade de Pielou - J'
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 3
Ponto 4
F(14, 21)=0,85; p=0,61
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
Riqueza de Margalef - D`
F(14, 21)=1,21; p=0,33
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Diversidade de Shannon-Wiener - H'
F(14, 21)=0,90; p=0,57
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 3
Ponto 4
a
c
b
d
e
f
43
FIGURA 13 - RESULTADO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA AVALIANDO O EFEITO DOS
PONTOS DE COLETA E MESES SOBRE AS MÉDIAS DE PESO DE CAPTURA,
NÚMERO DE PEIXES, NÚMERO DE ESPÉCIES, OS ÍNDICES DE RIQUEZA DE
MARGALEF, DE EQUITATIVIDADE DE PIELOU E DE DIVERSIDADE DE
SHANNON-WIENER NA BAÍA DE PARANAGUÁ ( MÉDIA, ±
INTERVALO DE CONFIANÇA DE 95%)
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Peso (gramas)
F(15, 24)=0,73; p=0,73
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Número de peixes
F(15, 24)=0,68; p=0,77
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-5
0
5
10
15
20
25
Número de espécies
F(15, 24)=1,15; p=0,37
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
Riqueza de Margalef - D`
F(15, 21)=0,68; p=0,78
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
Equitatividade de Pielou - J'
Ponto 5
Ponto 6
Ponto 7
Ponto 8
F(15, 21)=1,10; p=0,41
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Diversidade de Shannon-Wiener - H'
F(15, 21)=1,11; p=0,40
Ponto 5
Ponto 6
Ponto 7
Ponto 8
f e
d
c
a
b
44
FIGURA 14 - RESULTADO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA ENTRE AS MÉDIAS MENSAIS DO
NÚMERO DE INDIVÍDUOS DAS ESPÉCIES DOMINANTES DURANTE O ANO
E ENTRE OS PONTOS DE COLETA NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA
DE PARANAGUÁ ( MÉDIA, ± INTERVALO DE CONFIANÇA DE 95%)
(PONTOS 1 – 4 = LARANJEIRAS E PONTOS 5 – 8 = PARANAGUÁ)
Achirus lineatus
1 2 3 4 5 6 7 8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
Número de indivíduos
F(7, 40)=1,40; p=0,23
b
Cathorops spixii
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Número de indivíduos
F(5, 60)=1,02; p=0,41
Laranjeiras
Paranaguá
c
Cathorops spixii
1 2 3 4 5 6 7 8
-600
-500
-400
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
500
600
Número de indivíduos
F(7, 30)=0,60; p=0,75
d
Genidens genidens
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-40
-20
0
20
40
60
80
Número de indivíduos
F(5, 84)=0,60; p=0,70
Laranjeiras
Paranaguá
e
Genidens genidens
1 2 3 4 5 6 7 8
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Número de indivíduos
F(7, 40)=1,95; p=0,09
f
Anchoa parva
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
50
60
Número de indivíduos
F(5, 30)=0,42; p=0,83
Laranjeiras
Paranaguá
g
Anchoa parva
1 2 3 4 5 6 7 8
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
Número de indivíduos
F(7, 12)=0,32; p=0,93
h
Achirus lineatus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Número de indivíduos
F(5, 84)=0,81; p=0,55
Laranjeiras
Paranaguá
a
Continua
45
Chaetodipterus faber
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-4
-2
0
2
4
6
8
Número de indivíduos
F(5, 72)=0,95; p=0,45
Laranjeiras
Paranaguá
i
Chaetodipterus faber
1 2 3 4 5 6 7 8
-15
-10
-5
0
5
10
15
Número de indivíduos
F(7, 35)=1,71; p=0,14
j
Eucinostomus argenteus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-10
-5
0
5
10
15
20
Número de indivíduos
F(5, 84)=0,56; p=0,73
Laranjeiras
Paranaguá
k
Eucinostomus argenteus
1 2 3 4 5 6 7 8
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
Número de indivíduos
F(7, 40)=1,84; p=0,11
l
Pomadasys corvinaeformis
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
Número de indivíduos
F(5, 72)=1,08; p=0,38
Laranjeiras
Paranaguá
m
Pomadasys corvinaeformis
1 2 3 4 5 6 7 8
-250
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
250
Número de indivíduos
F(7, 35)=0,79; p=0,60
n
Citharichthys arenaceus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Número de indivíduos
F(5, 72)=0,48; p=0,79
Laranjeiras
Paranaguá
o
Citharichthys arenaceus
1 2 3 4 5 6 7 8
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
Número de indivíduos
F(7, 35)=2,28; p=0,05
p
FIGURA 14 – Continuação
Continua
46
Etropus crossotus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Número de indivíduos
F(5, 84)=0,28; p=0,92
Larenjeiras
Paranaguá
q
Etropus crossotus
1 2 3 4 5 6 7 8
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
Número de indivíduos
F(7, 40)=3,67; p=0,00
r
Menticirrhus americanus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
Número de indivíduos
F(5, 84)=0,32; p=0,90
Laranjeiras
Paranaguá
s
Menticirrhus americanus
1 2 3 4 5 6 7 8
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Número de indivíduos
F(7, 40)=3,83; p=0,00
t
Sphoeroides testudineus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Número de indivíduos
F(5, 60)=0,37; p=0,87
Laranjeiras
Paranaguá
x
Stellifer rastrifer
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
-40
-20
0
20
40
60
80
Número de indivíduos
Laranjeiras
Paranaguá
F(5, 40)=0,58; p=0,72
u
Stellifer rastrifer
1 2 3 4 5 6 7 8
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
Número de indivíduos
F(7, 20)=0,52; p=0,81
v
Sphoeroides testudineus
1 2 3 4 5 6 7 8
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
Número de indivíduos
F(7, 30)=1,22; p=0,32
y
FIGURA 14 – Conclusão
47
Das 60 espécies capturadas nas regiões, 47 ocorreram nas Laranjeiras e 51 em
Paranaguá. Só ocorreram na Baía das Laranjeiras as espécies Oligoplites saliens,
Harengula clupeola, Opisthonema oglinum, Dasyatis guttata, Diapterus rhombeus,
Ctenogobius smaragdus, Geniatremus luteus, Ophichthus gomesii e Sphyraena
guachancho; por outro foram exclusivas de Paranaguá: Trinectes paulistanus,
Genidens barbus, Selene vomer, Dormitator maculatus, Lycengraulis grossidens,
Bathygobius soporator, Chirocentrodon bleekerianus, Ctenosciaena gracilicirrhus,
Cynoscion microlepidotus, Macrodon ancylodon, Stellifer brasiliensis, Rypticus
randalli e Hippocampus reidi (Tabela 9). Ampla distribuição nas duas áreas foi
observada em Achirus lineatus, Cathorops spixii, Genidens genidens, Chaetodipterus
faber, Eucinostomus argenteus, Pomadasys corvinaeformis, Etropus crossotus,
Menticirrhus americanus, Diplectrum radiale e Prionotus punctatus (Tabela 9).
Uma maior captura média do mero de espécies foi observada no ponto 5 em
relação aos demais da Baía de Paranaguá, com nenhuma variação significativa sendo
observada na área das Laranjeiras (Figuras 12c, 13c). As médias do índice de riqueza
de Margalef foram homogêneas entre meses e pontos de coleta da região das
Laranjeiras, em contrapartida, uma maior média desse índice ocorreu no ponto 5 em
comparação ao 6 em Paranaguá (Figuras 12d, 13d). Diferença estatística entre os
valores médios de equitatividade ocorreram entre os pontos 1, 2 e 4 na região das
Laranjeiras. Entre meses, em ambas as baías, não foram observadas diferenças na
equitatividade (Figuras 12e, 13e). Em termos de diversidade, os valores médios foram
homogêneos entre os meses nas duas baías, e estatisticamente diferentes entre pontos
na zona de Paranaguá, aparecendo um valor médio maior no ponto 5 em comparação
ao 6 (Figura 12f, 13f)
48
TABELA 9 - FREQÜÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA POR ESPÉCIE E PONTO DE COLETA
NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ (f.a. =
FREQÜÊNCIA ABSOLUTA E % = FREQÜÊNCIA RELATIVA)
Baía das Laranjeiras Baía de Paranaguá
1 2 3 4 5 6 7 8 Total
Família/Espécie
f.a. % f.a. % f.a. % f.a. % f.a. % f.a. % f.a. % f.a. % f.a. %
ACHIRIDAE
Achirus lineatus
2 0,64 11 0,81 32 6,36 9 2,80 6 0,31 29 4,35 36 3,45 7 3,80 132 2,08
Trinectes paulistanus
1 0,15 1 0,02
ARllDAE
Aspistor luniscutis
12 3,83 5 0,37 1 0,05 18 0,28
Cathorops spixii
17 5,43 882 65,28
90 17,89
1214
62,10
42 6,31 201 19,25
2446 38,59
Genidens barbus 1 0,10 1 0,02
Genidens genidens
27 8,63 26 1,92 6 1,19 38 11,80
82 4,19 527
79,13
36 3,45 8 4,35 750 11,83
CARANGIDAE
Chloroscombrus chrysurus
17 5,43 25 1,85 5 0,99 2 0,62 1 0,05 1 0,10 1 0,54 52 0,82
Oligoplites saliens
1 0,32 1 0,02
Selene vomer
1 0,05 1 0,02
Trachinotus carolinus
12 0,89 2 0,62 1 0,15 15 0,24
CLUPEIDAE
Harengula clupeola
1 0,32 1 0,07 2 0,03
Opisthonema oglinum
1 0,32 1 0,02
CYNOGLOSSIDAE
Symphurus tessellatus
4 1,28 1 0,07 5 0,99 15 0,77 2 0,30 1 0,54 28 0,44
DACTYLOPTERIDAE
Dactylopterus volitans 1 0,07 1 0,31 3 0,15 5 0,08
DASYATIDAE
Dasyatis guttata 1 0,07 1 0,02
DIODONTIDAE
Cyclichthys spinosus
1 0,07 1 0,20 2 0,62 2 0,19 2 1,09 8 0,13
ELEOTRIDAE
Dormitator maculatus 1 0,05 1 0,02
ENGRAULIDAE
Anchoa parva
59 18,85
106 7,85 64 12,72
5 1,55 60 3,07 27 14,67
321 5,06
Anchoa tricolor
2 0,40 6 1,86 3 0,15 1 0,15 1 0,54 13 0,21
Cetengraulis edentulus
13 4,15 1 0,07 9 0,46 23 0,36
Lycengraulis grossidens 1 0,54 1 0,02
EPHIPPIDAE
Chaetodipterus faber
1 0,32 18 1,33 48 14,91
9 0,46 21 3,15 9 0,86 18 9,78 124 1,96
GERREIDAE
Diapterus rhombeus
1 0,31 1 0,02
Eucinostomus argenteus
24 7,67 46 3,40 3 0,60 57 17,70
45 2,30 22 3,30 115 11,02
18 9,78 330 5,21
Eucinostomus gula
5 1,60 2 0,15 2 0,62 4 0,20 1 0,15 4 0,38 1 0,54 19 0,30
GOBIIDAE
Bathygobius soporator
1 0,05 1 0,02
Ctenogobius smaragdus
1 0,31 1 0,02
Microgobius meeki
1 0,07 2 0,62 1 0,05 4 0,06
HAEMULIDAE
Pomadasys corvinaeformis 5 0,37 4 0,80 93 28,88
56 2,86 1 0,15 578 55,36
23 12,50
760 11,99
Geniatremus luteus 1 0,07 1 0,02
Orthopristis ruber
2 0,62 1 0,05 4 0,38 3 1,63 10 0,16
Continua
49
Tabela 9. Continuação
Baía das Laranjeiras Baía de Paranaguá
1 2 3 4 5 6 7 8 Total
Família/Espécie
f.a. % f.a. % f.a. % f.a. % f.a. % f.a. % f.a. % f.a. % f.a. %
MONACANTHIDAE
Stephanolepis hispidus
1 0,31 1 0,15 2 0,03
OPHICHTHIDAE
Ophichthus gomesii
1 0,07 1 0,02
PARALICHTHYIDAE
Cytharichthys arenaceus
33 10,54
1 0,07 13 2,58 24 1,23 3 0,45 2 0,19 1 0,54 77 1,21
Cytharichthys spilopterus
1 0,32 1 0,05 1 0,10 3 0,05
Etropus crossotus
26 8,31 14 1,04 15 2,98 14 4,35 128
6,55 2 0,30 18 1,72 20 10,87
237 3,74
PRISTIGASTERIDAE
Chirocentrodon bleekerianus
2 0,10 2 0,03
Pellona harroweri
17 1,26 56 2,86 73 1,15
RHINOBATIDAE
Rhinobatus percellens
1 0,32 2 0,40 1 0,10 4 0,06
SCIAENIDAE
Ctenosciaena gracilicirrhus
2 0,10 2 0,03
Cynoscion leiarchus
28 8,95 43 3,18 6 1,19 4 0,20 1 0,10 82 1,29
Cynoscion microlepidotus 1 0,10 1 0,02
Isopisthus parvipinnis
1 0,20 3 0,15 4 0,06
Macrodon ancylodon
1 0,10 1 0,02
Menticirrhus americanus
3 0,96 11 0,81 27 5,37 2 0,62 29 1,48 1 0,15 9 0,86 5 2,72 87 1,37
Micropogonias furnieri
10 0,74 6 1,19 22 1,13 38 0,60
Stellifer brasiliensis
4 0,20 4 0,06
Stellifer rastrifer
26 8,31 69 5,11 186
36,98
121
6,19 1 0,10 403 6,36
SERRANIDAE
Diplectrum radiale
1 0,32 6 0,44 3 0,60 14 4,35 4 0,20 3 0,45 12 1,15 11 5,98 54 0,85
Rypticus randalli
1 0,15 1 0,02
SPHYRAENIDAE
Sphyraena guachancho
1 0,07 1 0,02
SYNGNATHIDAE
Hippocampus reidi
1 0,15 1 0,02
SYNODONTIDAE
Synodus foetens
2 0,40 1 0,31 2 0,19 4 2,17 9 0,14
TETRAODONTIDAE
Lagocephalus laevigatus
3 0,96 2 0,15 11 2,19 1 0,31 12 0,61 1 0,10 30 0,47
Sphoeroides greeleyi
1 0,07 2 0,40 3 0,93 8 0,41 1 0,15 3 0,29 7 3,80 25 0,39
Sphoeroides spengleri
1 0,32 1 0,20 1 0,31 1 0,05 1 0,10 4 2,17 9 0,14
Sphoeroides testudineus
4 1,28 26 1,92 10 1,99 13 4,04 3 0,15 12 6,52 68 1,07
TRICHIURIDAE
Trichiurus lepturus
1 0,07 1 0,05 2 0,03
TRIGLIDAE
Prionotus nudigula 2 0,40 1 0,05 3 0,05
Prionotus punctatus
2 0,64 2 0,15 4 0,80 1 0,31 16 0,82 5 0,75 3 0,29 9 4,89 42 0,66
Total de indivíduos
313
4,94 1351
21,32
503
7,94 322
5,08 1955
30,85
666
10,51
1044
16,47
184
2,90 6338 100,00
Total de espécies 25 41,67
34 56,67
26 43,33
26 43,33
39 65,00
20 33,33
26 43,33
22 36,67
60 100,00
Total de famílias 14 51,85
21 77,78
15 55,56
17 62,96
19 70,37
15 55,56
14 51,85
15 55,56
27 100,00
50
A análise da variação do comprimento total médio de Achirus lineatus não
indicou diferenças significativas entre as médias mensais e entre os pontos de coleta
das duas baías (Figura 15a, b). Em média, o comprimento total de Cathorops spixii foi
menor nas Laranjeiras em agosto e na Baía de Paranaguá em fevereiro. A média do
ponto 2 foi significativamente menor que as dos pontos 3, 5, 6 e 7 (Figura 15c, d). Em
junho o comprimento total médio de Genidens genidens foi maior na área das
Laranjeiras, não ocorrendo diferenças significativas entre as duas áreas nos demais
meses. Os exemplares de Genidens genidens dos pontos 4 e 8 foram em média maiores
que os capturados em outros pontos de coleta, exceção ao ponto 3 no primeiro caso
(Figura 15e, f).
Não diferiram as médias mensais do comprimento total de Anchoa parva das
duas áreas de coleta. As médias entre os pontos 2 e 3, 4 e 5o foram estatisticamente
diferentes, sendo maiores nos dois primeiros e menores nos outros. Valores
intermediários de comprimento ocorreram nos pontos 1 e 8 (Figura 15g, h). Em
outubro as médias por baía do comprimento total de Chaetodipterus faber foram
diferentes. Foram em média menores os indivíduos capturados no ponto 5 em
comparação aos pontos 4, 6, 8, e no ponto 1 em relação ao 6 (Figura 15i, j). Nos meses
de fevereiro e abril as médias do comprimento total de Eucinostomus argenteus foram
maiores na Baía de Paranaguá, o mesmo sendo observado nos pontos 1, 2 e 4 em
relação aos pontos 6, 7 e 8 (Figura 15k, l).
O comprimento total médio de Pomadasys corvinaeformis foi maior nas
Laranjeiras em agosto e abril. As médias de tamanho foram maiores nos pontos 4, 6 e
7 em relação aos pontos 3, 5 e 8 (Figura 15m, n). Nos meses que ocorreram nas duas
áreas, em junho a média do comprimento total de Citharichthys arenaceus foi maior
na região de Paranaguá. A média do ponto 6 foi menor que as médias dos pontos 1, 3,
5 e 8 (Figura 15o, p). Em todos os meses de coleta não foram significativamente
diferentes as médias do comprimento total de Etropus crossotus. Em termos espaciais
diferiram as médias dos pontos 5 e 7 (Figura 15q, r).
Em todos os meses de coleta não foram observadas diferenças significativas
entre as médias de comprimento de Menticirrhus americanus das duas regiões
51
amostradas. A média do ponto 8 foi significativamente maior que a do ponto 7 (Figura
15s, t). Não foram observadas diferenças significativas entre as duas áreas na média
mensal do comprimento total de Stellifer rastrifer, com uma maior média no ponto 7
em comparação ao 3 (Figura 15u, v). Médias de comprimento total maiores em
dezembro nas Laranjeiras e em junho em Paranaguá foram observadas na espécie
Sphoeroides testudineus. Os peixes desta espécie capturados nos pontos 2, 3 e 8 foram
significativamente menores que os do ponto 1 (Figura 15x, y)
FIGURA 15- RESULTADO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA ENTRE AS MÉDIAS MENSAIS DO
COMPRIMENTO TOTAL DAS ESPÉCIES DOMINANTES DURANTE O ANO E
ENTRE OS PONTOS DE COLETA NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA
DE PARANAGUÁ ( MÉDIA, ± INTERVALO DE CONFIANÇA DE 95%)
(PONTOS 1 – 4 = LARANJEIRAS E PONTOS 5 – 8 = PARANAGUÁ)
Achirus lineatus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
50
60
70
80
90
100
110
120
Comprimento total (mm)
F(5, 120)=1,16; p=0,33
Laranjeiras
Paranaguá
a
Cathorops spixii
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Comprimento total (mm)
F(4, 496)=17,55; p=0,00
Laranjeiras
Paranaguá
c
Cathorops spixii
1 2 3 4 5 6 7 8
126
128
130
132
134
136
138
140
142
144
146
148
150
152
Comprimento total (mm)
F(5, 501)=7,00; p=0,00
d
Achirus lineatus
1 2 3 4 5 6 7 8
60
70
80
90
100
110
120
130
140
Comprimento total (mm)
F(7, 124)=1,84; p=0,08
b
Continua
52
Genidens genidens
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
50
100
150
200
250
300
350
Comprimento total (mm)
Laranjeiras
Paranaguá
F(5, 414)=3,19; p=0,01
e
Anchoa parva
ago/03 out/03 dez/03 fev/03 abr/03 jun/03
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
Comprimento total (mm)
F(2, 71)=2,07; p=0,13
Laranjeiras
Paranaguá
g
Chaetodipterus faber
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Comprimento total (mm)
F(4, 113)=3,10; p=0,02
Laranjeiras
Paranaguá
i
Eucinostomus argenteus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Comprimento total (mm)
F(5, 318)=7,43; p=0,00
Laranjeiras
Paranaguá
k
Genidens genidens
1 2 3 4 5 6 7 8
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
320
340
360
380
Comprimento total (mm)
F(7, 418)=18,27; p=0,00
f
Eucinostomus argenteus
1 2 3 4 5 6 7 8
90
95
100
105
110
115
120
125
130
135
140
Comprimento total (mm)
F(7, 322)=9,14; p=0,00
l
Chaetodipterus faber
1 2 3 4 5 6 7 8
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Comprimento total (mm)
(6, 117)=5,47; p=0,00
j
Anchoa parva
1 2 3 4 5 6 7 8
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
Comprimento total (mm)
F(5, 248)=77,44; p=0,00
h
FIGURA 15 – Continuação
Continua
53
Pomadasys corvinaeformis
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
40
60
80
100
120
140
160
180
Comprimento total (mm)
F(4, 221)=8,52; p=0,00
Laranjeiras
Paranaguá
m
Citharichthys arenaceus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Comprimento total (mm)
F(2, 68)=5,27; p=0,007
Laranjeiras
Paranaguá
o
Etropus crossotus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
80
85
90
95
100
105
110
115
120
125
130
135
Comprimento total (mm)
F(4, 226)=0,55; p=0,70
Laranjeiras
Paranaguá
q
Menticirrhus americanus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
Comprimento total (mm)
F(5, 75)=1,58; p=0,17
Laranjeiras
Paranaguá
s
Etropus crossotus
1 2 3 4 5 6 7 8
80
85
90
95
100
105
110
115
120
125
130
135
Comprimento total (mm)
F(7, 229)=2,88; p=0,01
r
Citharichthys arenaceus
1 2 3 4 5 6 7 8
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
Comprimento total (mm)
F(6, 70)=5,86; p=0,00
p
Pomadasys corvinaeformis
1 2 3 4 5 6 7 8
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
Comprimento total (mm)
F(6, 225)=44,77; p=0,00
n
Menticirrhus americanus
1 2 3 4 5 6 7 8
0
50
100
150
200
250
300
Comprimento total (mm)
F(7, 79)=2,29; p=0,04
t
Continua
FIGURA 15 – Continuação
54
Na Baía das Laranjeiras predominaram nos arrastos demersais os peixes
imaturos, 43,91% dos indivíduos capturados, sendo que exemplares em fase de
maturação (24,18%), maduros (17,72%) e desovados (14,19%) compuseram 56,09%
da captura. Também predominaram nas amostras de Paranaguá os imaturos (49,17%),
com as freqüências dos estádios B e C semelhantes às observadas nas Laranjeiras, mas
consideravelmente menor no estádio C (Tabela 10). Em todos os meses e pontos de
coleta de ambas as baías, as freqüências de ocorrência das fêmeas foram maiores que a
dos machos, representando mais de 40% da captura total (Tabela 10). As duas baías
apresentaram um maior número de exemplares nos estádios B e C em outubro e
dezembro, com um subseqüente incremento de peixes desovados. Embora presente o
ano todo, o recrutamento foi mais intenso nas duas regiões em fevereiro, abril e junho,
e nas áreas mais internas (Tabela 10).
Stellifer rastrifer
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
90
95
100
105
110
115
120
125
130
135
140
145
150
Comprimento total (mm)
F(1, 297)=1,19; p=0,28
Laranjeiras
Paranaguá
u
Sphoeroides testudineus
ago/03 out/03 dez/03 fev/04 abr/04 jun/04
50
100
150
200
250
300
350
Comprimento total (mm)
F(5, 56)=3,36; p=0,01
Laranjeiras
Paranaguá
x
Sphoeroides testudineus
1 2 3 4 5 6 7 8
130
140
150
160
170
180
190
200
210
220
230
240
250
260
Comprimento total (mm)
F(5, 62)=9,23; p=0,00
y
Stellifer rastrifer
1 2 3 4 5 6 7 8
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
Comprimento total (mm)
F(4, 299)=4,95; p=0,00
v
FIGURA 15 – Conclusão
55
TABELA 10 - FREQÜÊNCIA POR SEXO E ESTÁDIO DE MATURAÇÃO GONADAL NA BAÍA
DAS LARANJEIRAS E NA BAÍA DE PARANAGUÁ (Ind.= INDETERMINADO,
A= IMATURO, B= EM MATURAÇÃO, C= MADURO E D= DESOVADO)
Sexo Estádio de maturação gonadal
Fêmea Macho Ind. A B C D
ago/03 70 35 47 72 60 9 11
out/03 176 124 41 50 108 164 19
dez/03 207 119 63 95 137 101 56
fev/04 39 23 99 108 22 8 23
abr/04 176 45 155 230 46 8 92
jun/04 72 56 95 166 24 1 32
Baía das Total 740 402 500 721 397 291 233
Laranjeiras % 45,07 24,48 30,45 43,91 24,18 17,72 14,19
1 100 65 145 203 70 27 10
2 280 115 201 251 195 60 70
3 212 141 61 85 61 164 104
4 148 81 93 182 71 40 29
Total 740 402 500 721 397 291 233
% 45,07 24,48 30,45 43,91 24,18 17,72 14,19
ago/03 77 76 48 70 56 18 57
out/03 168 116 16 79 128 83 10
dez/03 139 79 78 89 78 36 93
fev/04 120 89 92 109 59 21 112
abr/04 77 59 189 246 41 4 34
jun/04 145 25 146 262 49 2 3
Baía de Total 726 444 569 855 411 164 309
Paranaguá % 41,75 25,53 32,72 49,17 23,63 9,43 17,77
5 316 173 342 487 136 99 109
6 149 105 88 151 68 16 107
7 194 112 76 144 147 19 72
8 67 54 63 73 60 30 21
Total 726 444 569 855 411 164 309
% 41,75 25,53 32,72 49,17 23,63 9,43 17,77
56
Com base no padrão de ocorrência dos 16 taxa selecionados nas Laranjeiras,
observou-se ao nível de 68%, um agrupamento formado pelos meses de agosto e
junho, mais parecidos quanto à abundância dessas espécies. Não se agruparam os
demais meses, principalmente devido à ocorrência de maiores capturas de Cathorops
spixii em dezembro e abril, de Stellifer rastrifer e Anchoa parva em outubro (Figura
16).
Algumas similaridades ocorrem entre os padrões temporais de abundância das
16 espécies mais freqüentes. Grupos de espécies são evidentes ao nível de 64% do
dendrograma, o mesmo acontecendo na plotagem do MDS (Figura 17). O grupo I
formado pelas espécies Pomadasys corvinaeformis, Achirus lineatus, Chaetodipterus
faber e Genidens genidens, presentes na área o ano todo, com maiores abundâncias
tanto em períodos quentes como frios. Maiores abundâncias nos períodos mais frios do
ano ocorreram entre as espécies Menticirrhus americanus, Diplectrum radiale,
Sphoeroides testudineus, Citharichthys arenaceus e Etropus crossotus (grupo II). As
demais espécies não foram incluídas em nenhum desses grupos por apresentarem
padrões de ocorrência diferentes. Enquanto Chloroscombrus chrysurus foi mais
abundante em fevereiro e abril, a espécie Cynoscion leiarchus apresentou as maiores
freqüências em fevereiro e agosto, e Prionotus punctatus baixa abundância em
condições de verão, outono e inverno. A aleatoriedade de capturas consideravelmente
maiores em Anchoa parva, Stellifer rastrifer e Cathorops spixii fez com que estas
espécies ficassem fora dos grupos.
Similaridades faunísticas entre pontos foram avaliadas usando as análises de
Cluster e MDS (Figura 18). A análise de Cluster agrupou os pontos 1 e 3 no nível de
similaridade de 64% com ocorrência de 15 das 16 espécies selecionadas, a este grupo
não se associou o ponto 2, apesar da similaridade no padrão espacial de ocorrência das
espécies, devido as grandes capturas de Cathorops spixii e Anchoa parva. Em termos
ictiofaunísticos o ponto 4 diferiu do demais pontos de coleta.
Foram observadas diferenças nos padrões de abundância das espécies ao longo
da área amostrada (Figura 19). As espécies Stellifer rastrifer e Anchoa parva
formaram o grupo I, abundantes nos pontos 1, 2 e 3 e praticamente ausentes nas
57
amostras do ponto 4, apesar de apresentar o mesmo padrão, Cathorops spixii não ficou
dentro deste grupo devido à captura consideravelmente maior no ponto 2. No nível de
similaridade considerado, não agruparam Chaetodipterus faber, Pomadasys
corvinaeformis e Citharichthys arenaceus, as duas primeiras mais abundantes no
ponto 4 e raras nas demais áreas, enquanto que a terceira espécie foi mais abundante
na área 1, e pouco freqüente nas demais áreas amostrais. Mais abundante nos dois
pontos internos em comparação aos externos foi o padrão de ocorrência espacial das
espécies do grupo II (Cynoscion leiarchus e Chloroscombrus chrysurus). Abundâncias
médias e similares entre si foram observadas entre as espécies Eucinostomus
argenteus, Genidens genidens, Sphoeroides testudineus e Etropus crossotus
pertencentes ao grupo III. Maiores freqüências de ocorrência na área mediana (pontos
2 e 3) foram observadas entre as espécies Achirus lineatus e Menticirrhus americanus,
taxa que formam o grupo IV. Baixa freqüência de ocorrência em todos os pontos
amostrais foi observada em Prionotus punctatus e Diplectrum radiale. Apesar das
diferenças apontadas, se adotarmos um nível de similaridade de 61%, observa-se uma
relativa uniformidade nos padrões de distribuição da maioria das espécies
consideradas.
Na Baía de Paranaguá, as análises de Cluster e MDS classificaram os meses
com base nos dados de abundância das espécies selecionadas em dois grupos (Figura
20). No grupo I, os meses de dezembro e fevereiro com freqüências similares das
espécies, inclusive das grandes capturas de Cathorops spixii. Freqüências próximas na
maioria das espécies ocorreram entre os meses de agosto, outubro e abril (grupo II),
com uma certa dissimilaridade entre o mês de outubro e os outros dois, em função de
uma captura elevada de Genidens genidens neste mês. O mês de junho não agrupou,
por apresentar baixas freqüências da maioria das espécies e duas grandes capturas de
Pomadasys corvinaeformis e Genidens genidens.
O Cluster e o MDS, ao nível de similaridade de 65% revelaram os grupos de
espécies com padrões temporais similares (Figura 21). Apresentando baixas
freqüências de ocorrência ao longo de todo o período amostral, formaram o grupo I as
espécies Sphoeroides testudineus, Citharichthys arenaceus, Achirus lineatus,
58
Diplectrum radiale, Chaetodipterus faber, Menticirrhus americanus e Prionotus
punctatus. No grupo II, as espécies Eucinostomus argenteus e Etropus crossotus
também foram capturadas em todos os meses, porém com freqüências maiores que no
grupo anterior. As espécies Pomadasys corvinaeformis e Genidens genidens, com
freqüências de ocorrência significativamente maiores em junho, formaram o grupo III.
Não se agruparam Cathorops spixii, muito mais abundante em dezembro e fevereiro,
Stellifer rastrifer somente presente nos meses de outubro, dezembro e fevereiro e
Anchoa parva, presente nas amostras de outubro, fevereiro e abril.
Em termos espaciais as análises de Cluster e MDS (Figura 22) parecem indicar
diversidade na ictiofauna demersal das 4 áreas amostradas na Baía de Paranaguá. Em
um nível baixo de similaridade (55%) observa-se uma certa uniformidade na
comparação da ictiofauna das áreas 5 e 7.
Ao nível de 65% de similaridade é possível identificar alguns padrões de
distribuição espacial das espécies na área de coleta da Baía de Paranaguá (Figura 23).
No grupo I, as espécies Cynoscion leiarchus e Chloroscombrus chrysurus, com baixa
freqüência de ocorrência tanto na parte interna quanto na externa. Distribuída em toda
a área, porém com maior captura no ponto 7, formam o grupo II as espécies
Eucinostomus argenteus e Pomadasys corvinaeformis, estas com uma freqüência
maior que as observadas no grupo I. O grupo III, agrega a maioria das espécies, com
as maiores capturas de Menticirrhus americanus, Citharichthys arenaceus e Prionotus
punctatus, no ponto 5 e baixa freqüência de ocorrência nos pontos 6, 7 e 8. Baixas
freqüências de ocorrência também foram observadas em todos os pontos de coleta nas
espécies Diplectrum radiale, Chaetodipterus faber e Achirus lineatus, mais
abundantes nas áreas mais externas. Apesar de ocorrerem em outras áreas as espécies
Anchoa parva, Stellifer rastrifer e Etropus crossotus (grupo IV) foram capturadas em
maior quantidade no ponto 1. Não agruparam Sphoeroides testudineus, pouco
freqüente na área e Cathorops spixii devido as maiores capturas na área interna,
principalmente no ponto 5. Um pico de captura no ponto 6 também isolou Genidens
genidens das demais espécies.
59
Observa-se uma maior similaridade ictiofaunística entre a estação 5 de
Paranaguá com as estações 1, 2 e 3 das Laranjeiras. Também são mais parecidas as
comunidades de peixes demersais amostradas nas áreas mais externas das Laranjeiras
(estação 4) e de Paranaguá (estações 7 e 8). Foram significativamente diferentes entre
si e em relação aos demais pontos de coleta das duas baías as amostras do ponto 6
(Figura 24). A similaridade média interna do grupo I (1, 2, 3, 5) é de apenas 38,05% e
se deve ao padrão de ocorrência das espécies Cathorops spixii, Anchoa parva e
Stellifer rastrifer. Também foi baixa a similaridade média interna do grupo II (4, 7 e
8), para qual contribuiu principalmente os taxa Pomadasys corvinaeformis,
Eucinostomus argenteus e Etropus crossotus. Em média a dissimilaridade entre os
grupos I e II foi de 77,67%, atribuível a maiores ocorrências de Cathorops spixii e
Stellifer rastrifer no primeiro grupo e de Pomadasys corvinaeformis no terceiro. A
estação 6 apresentou uma dissimilaridade média de 84,92% em relação ao grupo I e de
81,79% em comparação ao grupo II. Uma maior presença nas amostras da estação 6 de
Genidens genidens, e uma menor de Cathorops spixii e Pomadasys corvinaeformis
foram determinantes para essas dissimilaridades.
FIGURA 16 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO TEMPORAL PELO MÉTODO MDS
BASEADO NOS DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS 16 ESPÉCIES MAIS
IMPORTANTES, NA BAÍA DAS LARANJEIRAS (Ag- AGOSTO, Ou-
OUTUBRO, De- DEZEMBRO, Fe- FEVEREIRO, Ab- ABRIL E Ju- JUNHO)
Ab
Fe
Ag
Ju
Ou
De
100
80
60
40
Similaridade de Bray-Curtis (%)
Ag
Ou
De
Fe
Ab
Ju
Stress: 0,01
68
Estresse: 0,01
60
FIGURA 17 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO TEMPORAL PELO MÉTODO MDS
MOSTRANDO AS SIMILARIDADES ENTRE AS ESPÉCIES MAIS
ABUNDANTES NA BAÍA DAS LARANJEIRAS (Achirus lineatus Ali,
Cathorops spixii Csp, Genidens genidens Gge, Chloroscombrus chrysurus
Cch, Anchoa parva Apa, Chaetodiptrus faber Cfa, Eucinostomus argenteus
Ear, Pomadasys corvinaeformis – Pco, Citharichthys arenaceus Car, Etropus
crossotus – Ecr, Cynoscion leiarchus – Cle, Menticirrhus americanus – Mam,
Stellifer rastrifer Sra, Diplectrum radiale Dra, Sphoeroides testudineus Ste,
Prionotus punctatus – Ppu)
FIGURA 18 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO ESPACIAL PELO MÉTODO MDS BASEADO
NOS DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS 16 ESPÉCIES MAIS IMPORTANTES NA
BAÍA DAS LARANJEIRAS
4
2
1
3
100
80
60
40
Similaridade de Bray-Curtis (%)
1
2
3
4
Stress: 0
64
Estresse: 0
Csp
Sra
Apa
Ppu
Cle
Cch
Pco
Ali
Cfa
Gge
Ear
Mam
Dra
Ste
Car
Ecr
100
80
60
40
20
Similaridade de Bray-Curtis (%)
Ear
Cle
Csp
Sra
Car
Ste
Mam
Cch
Cfa
Dra
Pco
Ecr
Gge
Ali
Ppu
Apa
Stress: 0,12
64
I
II
I
II
Estresse: 0,12
61
FIGURA 19 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO ESPACIAL PELO MÉTODO MDS
MOSTRANDO AS SIMILARIDADES ENTRE AS ESPÉCIES MAIS
ABUNDANTES NA BAÍA DAS LARANJEIRAS (Achirus lineatus Ali,
Cathorops spixii Csp, Genidens genidens Gge, Chloroscombrus chrysurus
Cch, Anchoa parva Apa, Chaetodiptrus faber Cfa, Eucinostomus argenteus
Ear, Pomadasys corvinaeformis – Pco, Citharichthys arenaceus Car, Etropus
crossotus – Ecr, Cynoscion leiarchus – Cle, Menticirrhus americanus – Mam,
Stellifer rastrifer Sra, Diplectrum radiale Dra, Sphoeroides testudineus Ste,
Prionotus punctatus – Ppu)
FIGURA 20 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO TEMPORAL PELO MÉTODO MDS
BASEADO NOS DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS 14 ESPÉCIES MAIS
IMPORTANTES NA BAÍA DE PARANAGUÁ (Ag- AGOSTO, Ou- OUTUBRO,
De- DEZEMBRO, Fe- FEVEREIRO, Ab- ABRIL E Ju- JUNHO)
III
I
II
IV
De
Fe
Ju
Ou
Ag
Ab
100
90
80
70
60
50
Similaridade de Bray-Curtis (%)
Ag
Ou
De
Fe
Ab
Ju
Stress: 0,01
66
I
II
I II
Estresse: 0,01
Csp
Sra
Apa
Cfa
Pco
Car
Cle
Cch
Ear
Gge
Ste
Ecr
Mam
Ali
Dra
Ppu
100
80
60
40
Similaridade de Bray-Curtis (%)
Ear
Cle
Csp
Sra
Car
Ste
Mam
Cch
Cfa
Dra
Pco
Ecr
Gge
Ali
Ppu
Apa
Stress: 0,11
77
III
II
IV
I
I
II
IV
III
Estresse: 0,11
62
FIGURA 21 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO TEMPORAL PELO MÉTODO MDS
MOSTRANDO AS SIMILARIDADES ENTRE AS ESPÉCIES MAIS
ABUNDANTES NA BAÍA DE PARANAGUÁ (Achirus lineatus Ali, Cathorops
spixiiCsp, Genidens genidensGge, Anchoa parva – Apa, Chaetodiptrus faber
Cfa, Eucinostomus argenteus Ear, Pomadasys corvinaeformis Pco,
Citharichthys arenaceus – Car, Etropus crossotus – Ecr, Menticirrhus americanus
Mam, Stellifer rastrifer Sra, Diplectrum radiale Dra, Sphoeroides testudineus
Ste, Prionotus punctatus – Ppu)
FIGURA 22 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO ESPACIAL PELO MÉTODO MDS BASEADO
NOS DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS 16 ESPÉCIES MAIS IMPORTANTES NA
BAÍA DE PARANAGUÁ
6
8
5
7
100
80
60
40
Similarideda de Bray-Curtis (%)
5
6
7
8
Stress: 0
Estresse: 0
Csp
Ste
Car
Ali
Dra
Cfa
Mam
Ppu
Ear
Ecr
Pco
Gge
Sra
Apa
100
80
60
40
20
Similaridade de Bray-Curtis (%)
Ear
Csp
Sra
Car
Ste
Mam
Cfa
Dra
Pco
Ecr
Gge
Ali
Ppu
Apa
Stress: 0,13
III
II
I
III
II
I
65
Estresse: 0,13
63
FIGURA 23 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO ESPECIAL PELO MÉTODO MDS
MOSTRANDO AS SIMILARIDADES ENTRE AS ESPÉCIES MAIS
ABUNDANTES NA BAÍA DE PARANAGUÁ (Achirus lineatus – Ali, Cathorops
spixii Csp, Genidens genidens Gge, Chloroscombrus chrysurus Cch, Anchoa
parva Apa, Chaetodiptrus faber Cfa, Eucinostomus argenteus Ear,
Pomadasys corvinaeformis Pco, Citharichthys arenaceus Car, Etropus
crossotus Ecr, Cynoscion leiarchus – Cle, Menticirrhus americanus – Mam,
Stellifer rastrifer Sra, Diplectrum radiale Dra, Sphoeroides testudineus Ste,
Prionotus punctatus – Ppu)
FIGURA 24 - DENDROGRAMA E ORDENAÇÃO PELO MÉTODO MDS BASEADO NOS
DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS ESPÉCIES NA BAÍA DAS LARANJEIRAS E
NA BAÍA DE PARANAGUÁ
Ste
Cle
Cch
Csp
Gge
Ear
Pco
Mam
Car
Ppu
Dra
Cfa
Ali
Apa
Sra
Ecr
100
80
60
40
20
Similaridade de Bray-Curtis (%)
Ear
Cle
Csp
Sra
Car
Ste
Mam
Cch
Cfa
Dra
Pco
Ecr
Gge
Ali
Ppu
Apa
Stress: 0,11
II III
IV
I
III
II
I
IV
65
Estresse: 0,11
2
5
1
3
6
7
4
8
100
80
60
40
Similaridade de Bray-Curtis (%)
1
2
3
4
5
6
7
8
Stress: 0,01
Estresse: 0,09
55
I II
II
I
64
4.3 QUALIDADE AMBIENTAL
Nenhuma diferença significativa foi observada entre os valores médios do
índice de diversidade de Shannon-Wiener dos pontos das duas baías (Figura 25). Os
valores de p= 0,07 e p= 0,08 observados nos meses de agosto e junho,
respectivamente, apontam para a diminuição da diversidade no ponto 6 em agosto e 6
e 7 em junho.
FIGURA 25 - GRÁFICO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA BI-FATORIAL AVALIANDO O
EFEITO ESPACIAL E TEMPORAL SOBRE O ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE
SHANNON-WIENER ( MÉDIA, ± INTERVALO DE CONFIANÇA DE 95%)
(PONTOS 1 – 4 = LARANJEIRAS E PONTOS 5 – 8 = PARANAGUÁ)
Outubro
2 3 4 5 6 7 8
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Diversidade de Shannon-Wiener - H'
F(6, 7)=0,27; p=0,94
Agosto
1 2 3 4 5 6 7 8
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Diversidade de Shannon-Wiener - H'
F(7, 8)=3,08; p=0,07
Dezembro
1 2 3 4 5 6 7 8
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Diversidade de Shannon-Wiener - H'
F(7, 7)=1,99; p=0,19
Fevereiro
1 2 3 4 5 6 7 8
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Diversidade de Shannon-Wiener - H'
F(7, 7)=0,58; p=0,76
Abril
1 2 3 4 5 6 7 8
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
Diversidade de Shannon-Wiener - H'
F(7, 8)=1,50; p=0,30
Junho
1 2 3 4 5 6 7 8
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Diversidade de Shannon-Wiener - H'
F(7, 5)=3,73; p=0,08
65
As curvas de abundância de espécies ranqueadas mostram alta dominância de
espécies abundantes em dezembro em ambas as áreas, e em fevereiro e junho na região
de Paranaguá (Figura 26). Estas dominâncias estão relacionadas à captura de
agregados de Cathorops spixii nas duas baías em dezembro e na região de Paranaguá
em fevereiro. A alta dominância em junho na Baía de Paranaguá se deve a captura de
Pomadasys corvinaeformis e Genidens genidens. A análise das curvas de K-
dominância indica uma menor diversidade na Baía de Paranaguá em agosto e
dezembro, enquanto que em fevereiro e junho a diversidade é menor na região das
Laranjeiras. Em abril e outubro uma maior semelhança entre as diversidades das
áreas de estudo (Figura 26).
FIGURA 26 - CURVAS DE ABUNDÂNCIA DE ESPÉCIES RANQUEADAS ESQUERDA) E
DE K-DOMINÂNCIA (À DIREITA) PARA OS 6 MESES DE COLETA
Agosto
Laranjeiras
Paranag
Dominância %
Espécies ranqueadas
0
10
20
30
40
1 10 100
Agosto
Laranjeiras
Paranaguá
Dominância
cumulativa %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
Outubro
Laranjeiras
Paranag
Dominância %
Espécies ranqueadas
0
10
20
30
40
1 10 100
Outubro
Laranjeiras
Paranag
Dominância
cumulativa %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
Continua
66
Dezembro
Laranjeiras
Paranag
Dominância %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
1 10 100
Dezembro
Laranjeiras
Paranag
Dominância
cumulativa %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
Fevereiro
Laranjeiras
Paranag
Dominância %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
Fevereiro
Laranjeiras
Paranag
Dominância
cumulativa %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
Abril
Laranjeiras
Paranag
Dominância %
Espécies ranqueadas
0
10
20
30
40
50
1 10 100
Abril
Laranjeiras
Paranag
Dominância
cumulativa %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
Junho
Laranjeiras
Paranag
Dominância %
Espécies ranqueadas
0
10
20
30
40
50
60
1 10 100
Junho
Laranjeiras
Paranag
Dominância
cumulativa %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
FIGURA 26 – Conclusão
67
As curvas de abundância e biomassa (ABC) tiveram uma configuração de área
não poluída em agosto, fevereiro, abril e junho nas Laranjeiras, enquanto que na região
de Paranaguá isto ocorreu em agosto e outubro (Figuras 27 e 28). A plotagem entre a
biomassa e a abundância revela uma configuração de área moderadamente poluída em
abril em Paranaguá, e fortemente poluída em outubro e dezembro nas Laranjeiras e em
dezembro, fevereiro e junho na área de Paranaguá (Figuras 27 e 28). Esta informação
visual das curvas ABC mostrando condições de área poluída foi resultante da
dependência destas curvas de algumas espécies muito dominantes (Figuras 27 e 28,
curvas de dominância parcial). Na área das Laranjeiras dominaram as espécies Anchoa
parva e Stellifer rastrifer em outubro, e os taxa Cathorops spixii e Stellifer rastrifer
em dezembro. na região de Paranaguá a falsa impressão de distúrbio na ictiofauna
em dezembro se deve a um agregado de Cathorops spixii, enquanto que em fevereiro
os agregados de Cathorops spixii e Stellifer rastrifer parecem ter contribuído para a
distorção. Em junho na Baía de Paranaguá a falsa impressão estaria relacionada
principalmente as capturas de agregados de Genidens genidens e Pomadasys
corvinaeformis e em menor escala de Eucinostomus argenteus e Etropus crossotus.
FIGURA 27 - CURVAS DE K-DOMINÂNCIA PARA BIOMASSA E ABUNDÂNCIA DE
ESPÉCIES (ABC- À ESQUERDA) E AS CURVAS DE DOMINÂNCIA
PARCIAL (À DIREITA) PARA OS 6 MESES DE COLETA NA BAÍA DAS
LARANJEIRAS.
Agosto
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = 0,047
Agosto
Abunncia
Biomassa
Dominância parcial %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
1 10 100
Continua
68
Outubro
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = -0,117
Outubro
Abunncia
Biomassa
Dominância parcial %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
Dezembro
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = -0,235
Dezembro
Abunncia
Biomassa
Dominância parcial %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
1 10 100
Fevereiro
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = 0,063
Fevereiro
Abunncia
Biomassa
Dominância parcial %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
1 10 100
Abril
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = 0,011
Abril
Abunncia
Biomassa
Dominância parcial %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
FIGURA 27 – Continuação
Continua
69
Junho
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = 0,158
Junho
Abunncia
Biomassa
Dominância parcial
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
1 10 100
FIGURA 28 - CURVAS DE K-DOMINÂNCIA PARA BIOMASSA E ABUNDÂNCIA DE
ESPÉCIES (ABC- À ESQUERDA) E AS CURVAS DE DOMINÂNCIA
PARCIAL (À DIREITA) PARA OS 6 MESES DE COLETA DA BAÍA DE
PARANAGUÁ.
Agosto
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = 0,283
Agosto
Abunncia
Biomassa
Dominância parcial %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
Outubro
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = 0,089
Outubro
Abunncia
Biomassa
Dominância parcial %
Espécies ranqueadas
0
10
20
30
40
50
60
1 10 100
FIGURA 27 – Conclusão
Continua
70
Dezembro
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = -0,04
Dezembro
Dominância
Biomassa
Dominância parcial %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
1 10 100
Fevereiro
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = -0,23
Fevereiro
Abunncia
Biomassa
Dominância parcial %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
Abril
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = 0,03
Abril
Abunncia
Biomassa
Dominância parcial %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
1 10 100
Junho
Abundância
Biomassa
% cumulativa
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
100
1 10 100
W = -0,179
Junho
Abunncia
Biomassa
Dominância parcial %
Espécies ranqueadas
0
20
40
60
80
1 10 100
FIGURA 28 – Conclusão
71
Em todos os meses de coleta, tanto a análise de ordenamento (MDS) como a de
similaridade (ANOSIM) não mostram diferenças significativas na composição
ictiofaunísticas das duas áreas, com os padrões de similaridade e dissimilaridade entre
os pontos de coleta variando muito entre os meses amostrados (Figura 29, Tabela 11).
A inexistência de um padrão definido não permitiu identificar nenhuma tendência
relacionada a uma determinada região de coleta.
FIGURA 29 - ANÁLISE DE ORDENAMENTO PELO MÉTODO DE MDS PARA OS 6 MESES DE
COLETA BASEADA NOS DADOS DE ABUNDÂNCIA DAS ESPÉCIES
CAPTURADAS NA BAÍA DAS LARANJEIRAS (L = LARANJEIRAS, 1 – 4 =
PONTO E a OU b= ARRASTO) E BAÍA DE PARANAGUÁ (P = PARANAGUÁ, 5
8 = PONTO E a OU b= ARRASTO)
Agosto
L1a
L1b
L2a
L2b
L3a
L3b
L4a
L4b
P5a
P5b
P6a
P6b
P7a
P7b
P8a
P8b
Stress: 0,13
Outubro
L1a
L2a
L2b
L3a
L3b
L4a
L4b
P5a
P5b
P6a
P6b
P7a
P7b
P8a
P8b
Stress: 0,09
Dezembro
L1a
L1b
L2a
L2b
L3a
L3b
L4a
L4b
P5a
P5b
P6a
P6b
P7a
P7b
P8a
P8b
Stress: 0,1
Fevereiro
L1a
L1b
L2a
L2b
L3a
L3b
L4a
L4b
P5a
P5b
P6a
P6b
P7a
P8a
P8b
Stress: 0,15
Abril
L1a
L1b
L2a
L2b
L3a
L3b
L4a
L4b
P5a
P5b
P6a
P6b
P7a
P7b
P8a
P8b
Stress: 0,15
Junho
L1a
L1b
L2a
L2b
L3a
L4a
L4b
P5a
P5b
P6a
P6b
P7a
P8b
Stress: 0,12
Estresse: 0,13
Estresse: 0,09
Estresse: 0,1
Estresse: 0,15
Estresse: 0,15 Estresse: 0,12
72
TABELA 11 - ANÁLISE DE SIMILARIDADE (ANOSIM) PAREADA ENTRE A BAÍA DAS
LARANJEIRAS E A BAÍA DE PARANAGUÁ, BASEADA NOS DADOS DE
ABUNDÂNCIA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE OS SEIS MESES DE
COLETA
Mês
Nível de
significância
Estatística R
agosto < 5% 0,026
outubro < 5% 0,165
dezembro
> 5% -0,06
fevereiro
< 5% 0,257
abril < 5% 0,137
junho > 5% -0,091
5 DISCUSSÃO
A classificação textural e os valores percentuais de matéria orgânica indicam
um menor hidrodinamismo nos pontos mais internos dos setores amostrados,
possibilitando a deposição e permanência de material sedimentar mais fino. Apesar da
amostragem pontual, os resultados obtidos concordam com os mapas de tendência de
fundo descritos para a área.
Nas áreas estudadas, apesar da drenagem continental através dos rios Serra
Negra, Itaqui e Medeiros na região das Laranjeiras, e os rios Nhanha, Itiberê e
Guaraguaçu na área de Paranaguá (NOERNBERG et al., 2004), predominaram
próximo ao fundo águas com salinidades médias entre 20 e 30, incluindo os oito
pontos amostrais no setor polihalino (NETO, 1993). As médias de salinidade das áreas
amostradas seguiram o padrão esperado para região (KNOPPERS et al., 1987), com
maiores valores médios nos meses de inverno e menores médias nos meses de verão,
padrão resultante da interação entre a precipitação e as massas de água presentes no
estuário. No espaço, a distribuição da salinidade também seguiu o esperado para
regiões estuarinas, com valores médios menores nos pontos mais internos, mais
sujeitos ao aporte de água dos rios e maiores médias nos pontos mais externos
influenciados principalmente pela água costeira. Assim como a salinidade, a
temperatura da água de fundo seguiu o padrão descrito para a área (KNOPPERS et
73
al., 1987) com maiores médias em dezembro, fevereiro e abril e menores em junho,
agosto e outubro.
Uma influência mais direta da drenagem continental é perceptível na superfície,
com valores médios de transparência menores nas áreas mais internas das duas baías.
As áreas demersais amostradas estariam sobre influência direta da cunha salina,
sobreposta por águas resultantes da mistura entre a água costeira e a água de drenagem
continental.
Uma maior riqueza de espécies nas famílias Sciaenidae, Ariidae, Carangidae,
Engraulidae e Tetraodontidae observada nas amostras deste trabalho, também
ocorreram na ictiofauna demersal da Baía dos Pinheiros, um dos setores do Complexo
Estuarino de Paranaguá (SCHWARZ, 2005), e na plataforma rasa entre a Baía de
Guaratuba e a foz do rio Saí-Guaçu (GOMES, 2005). Outros estudos realizados no
Complexo Estuarino de Paranaguá, destacaram uma maior riqueza específica nas
famílias Sciaenidae, Ariidae e Carangidae (CORRÊA, 2000); Sciaenidae, Carangidae e
Paralichthyidae (NAKAYAMA, 2000) e Sciaenidae e Carangidae (PINHEIROS,
1999). ABILHÔA (1998) em um levantamento da ictiofauna demersal de dois bancos
de areia em uma área mais influenciada pela Água Costeira, não observou maior
riqueza das espécies nas famílias citadas anteriormente.
Segundo KENNISH (1990), a ictiofauna dos estuários é caracterizada pela
dominância de poucas espécies, o que foi observado neste trabalho. O predomínio
numérico de Cathorops spixii no presente levantamento nas Baías das Laranjeiras e de
Paranaguá, ocorreu em outros levantamentos sobre a ictiofauna demersal do estuário
da Baía de Paranaguá (CORRÊA, 2000; NAKAYAMA, 2000; SCHWARZ , 2005).
Grande freqüência de ocorrência de Genidens genidens e Stellifer rastrifer observada
neste estudo, também ocorreu na Baía de Guaraqueçaba, Paraná (CORRÊA, 2000). A
espécie Stellifer rastrifer esteve entre as espécies mais abundantes na plataforma
continental rasa do litoral do Paraná (GODEFROID et al., 2004; GOMES, 2005).
A presença de um grande número de espécies ocasionais (< 1% do número de
peixes capturados) nas áreas amostrais, parece refletir um padrão estrutural das
assembléias de peixes demersais, anteriormente observado em outras áreas do mesmo
74
estuário (ABILHÔA, 1998; PINHEIRO, 1999; CORRÊA, 2000; NAKAYAMA, 2000;
SCHWARZ, 2005) e na plataforma continental interna do litoral do Paraná
(GODOFROID et al., 2004; GOMES, 2005). Dominância numérica de poucas
espécies e um grande número de espécies ocasionais não são características exclusivas
da ictiofauna demersal da região, tendo sido observado tanto nas áreas entremarés
(SANTOS et al., 2002; VENDEL et al., 2003; GODEFROID et al., 2003; SPACH et
al., 2004a; PICHLER, 2005; FALCÃO, 2005), em rios de maré (VENDEL et al.,
2003; SPACH et al., 2003; SPACH et al., 2004b; OLIVEIRA-NETO, 2005) e na zona
de arrebentação de praias (GODEFROID et al., 1997; PINHEIRO, 1999;
GODEFROID et al., 2003)
As redes de arrasto de porta são petrechos de pesca seletivos; com as espécies
de peixes apresentando diferentes graus de suscetibilidade ao artefato (MC LEAVE &
FRIED, 1975; HORN, 1980). A dominância de indivíduos pequenos nas amostras das
duas baías pode ser em parte atribuído a uma maior capacidade de escape dos peixes
maiores, não se querendo com isto excluir a possibilidade do padrão observado
representar a verdadeira estrutura da ictiofauna demersal das áreas amostrais. Com
exceção das poucas espécies residentes e de visitantes ocasionais, às vezes
representados por adultos de maior porte, os ambientes estuarinos são ocupados
principalmente por recrutas (jovens de primeiro ano) de espécies marinhas, que
utilizam o estuário em parte do ciclo de vida (KENNISH, 1990). Utilizando a mesma
rede de porta, SCHWARZ (2005) também capturou uma ictiofauna demersal de
pequeno porte na Baía dos Pinheiros, por outro lado uma rede porta com malha
significativamente maior, propiciou uma maior captura média de tamanho na Baía de
Guaraqueçaba, uma região bem próxima da área de coleta deste estudo (CORRÊA,
2000). Amostras da ictiofauna de fundo obtidos com rede de arrasto de fundo em
outros setores do estuário da Baía de Paranag(ABILHÔA, 1998; PINHEIRO, 1999;
NAKAYAMA, 2000) e na plataforma rasa do Paraná (GODEFROID et al., 2004;
GOMES, 2005) foram dominadas por exemplares de pequeno porte.
Uma apropriação de espaço, em especial para a finalidade de criadouro, é
evidente nas áreas de coleta em função do domínio de espécies marinho-estuarinas, no
75
entanto algumas espécies marinhas parecem utilizar de maneira esporádica as áreas,
cujos padrões hidrográficos representam em parte uma continuidade do setor marinho
adjacente. A baixa ocorrência de espécies residentes é uma característica dos estuários,
uma vez que poucas espécies de peixes conseguem se adaptar às mudanças de curto
prazo nos parâmetros ambientais (DAY et al., 1989). Este padrão de utilização do
ambiente por diferentes fases do ciclo de vida dos peixes sempre esteve presente nos
estudos da fauna de peixes demersais da região (ABILHÔA, 1998; PINHEIRO, 1999;
CORRÊA, 2000; NAKAYAMA, 2000; SCHWARZ, 2005), mesmo na plataforma
continental rasa (GODEFROID et al., 2004; GOMES, 2005).
Tal como neste estudo, as capturas de indivíduos imaturos nas zonas demersais
do Complexo Estuarino de Paranaguá, sempre superaram as de indivíduos em
atividade reprodutiva (ABILHÔA, 1998; PINHEIRO, 1999; CORRÊA, 2000;
NAKAYAMA, 2000). Este domínio é mais pronunciado nas áreas rasas marginais
(SANTOS et al., 2002; GODEFROID et al., 2003; SPACH et al., 2004a; PICHLER,
2005; FALCÃO, 2005), resultado do evitamento da área e do artefato de pesca pelos
peixes de maior porte (MC LEAVE & FRIED, 1975; HORN, 1980). Estariam
utilizando os dois setores de coleta tanto para recrutamento e crescimento como para
reprodução as espécies Menticirrhus americanus, Stellifer rastrifer, Cathorops spixii,
Aspistor luniscutis e Genidens genidens. O uso de zonas demersais internas como área
de criação e reprodução pelas espécies Menticirrhus americanus e Stellifer rastrifer
foram anteriormente constatadas na região por GODEFROID et al. (2004) e
SCHWARZ (2005). Já os ariídeos Cathorops spixii e Aspistor luniscutis também
foram capturados como juvenis e reprodutores na Baía dos Pinheiros (SCHWARZ,
2005) e na Baía de Guaraqueçaba (CORRÊA, 2000). A utilização por Genidens
genidens das áreas estuarinas demersais do Parapara recrutamento e reprodução
tinha sido observada por CORRÊA (2000) na região de Guaraqueçaba.
As espécies com maior captura em número foram também as que mais
contribuíram em peso. Diferentemente do observado por GODEFROID et al. (2004) e
SCHWARZ (2005) em cujas áreas os grandes agregados eram constituídos por
indivíduos de pequeno porte, o que provocou diferença na dominância específica em
76
número e peso, nas duas áreas deste trabalho os grandes agregados de ariídeos,
cienídeos, gerreídeos e haemulídeos, eram formados por exemplares
comparativamente grandes, possibilitando a equivalência entre as contribuições em
número e peso.
As médias mensais do mero de exemplares das espécies mais abundantes não
foram significativamente diferentes entre as duas baías. Na maioria destas espécies
também não foram significativas as diferenças entre pontos de coleta, com exceção
dos linguados Citharichthys arenaceus e Etropus crossotus, e o cienídeo Menticirrhus
americanus que apresentaram uma maior captura no ponto 5 (Baía de Paranaguá),
próximo ao terminal portuário da FOSPAR, Petrobrás e Catallini e da desembocadura
do rio Nhanha. A alta descarga de matéria orgânica de maneira direta ou o aumento da
disponibilidade de presas estaria atraindo exemplares destas espécies para a área,
principalmente de adultos. Este processo também estaria contribuindo para a
agregação de diferentes espécies na área, com conseqüente aumento da diversidade
específica nas amostras.
Os índices descritores da comunidade de peixes, em geral, o variaram
significativamente entre os meses de coleta. A estabilidade temporal em comunidades
de peixes não é comumente observada (BAELDE, 1990). Na maioria dos casos os
maiores valores de riqueza e diversidade acontecem nas estações mais quentes do ano
(TZENG & WANG, 1992; LOUIS et al., 1995), assim como no estuário Baía de
Paranaguá (ABILHÔA, 1999; GODEFROID et al., 2004; SCHWARZ, 2005), em
planícies de maré na margem de mangue (FALCÃO, 2005; PICHLER, 2005) e em
gamboas (OLIVEIRA-NETO, 2005). CORRÊA (2000) estudando a ictiofauna
demersal da Baía de Guaraqueçaba encontrou maiores valores de equitatividade e
diversidade nos meses de inverno. Essas diferenças encontradas em estudos dentro do
mesmo complexo estuarino podem ser atribuídas a diferentes processos. Dentre os
quais, a relação entre os fatores abióticos e as interações inter e intra-específicas, e o
movimento migratório entre as áreas do estuário.
Das 60 espécies coletadas, 12 delas destacaram-se por sua abundância numérica
e freqüência espacial e temporal. Desse grupo de espécies selecionadas, a metade
77
(Achirus lineatus, Cathorops spixii, Chaetodipterus faber, Eucinostomus argenteus,
Menticirrhus americanus e Sphoeroides testudineus) foi constituída por indivíduos
com comprimento total médio inferior a 50 % do comprimento total máximo
registrado na literatura, e outras 3 espécies (Citharichthys arenaceus, Etropus
crossotus e Pomadasys corvinaeformis) obtiveram valores de comprimento total
médio acima, porém, muito próximos do valor de 50 %. Permitindo assim inferir que
as espécies dominantes presentes nas amostras, na sua maioria, eram formadas por
indivíduos juvenis que estariam utilizando as áreas estuarinas como local para
alimentação, crescimento e proteção (KENNISH, 1990).
O aumento no mero de indivíduos e a diminuição no tamanho médio dos
peixes permitem a determinação da área e o período de maior recrutamento das
espécies. Esta relação foi utilizada para avaliar o recrutamento, entrada de jovens na
área, de algumas espécies presentes em outras regiões do Complexo Estuarino de
Paranaguá (ABILHÔA, 1998; CORRÊA, 2000; SCHWARZ, 2005). No presente
trabalho, o processo de recrutamento, evidenciado pelo aumento no número de
indivíduos e diminuição no tamanho médio desses, foi claramente observado para os
ariídeos Cathorops spixii e Genidens genidens. A primeira espécie mostrou um
aumento no mero de indivíduos juvenis e de pequeno porte nos meses de dezembro
e fevereiro, e no segundo bagre isto ocorreu nos meses de outubro e junho, com grande
preferência pela Baía de Paranaguá. Nas espécies Pomadasys corvinaeformis, Etropus
crossotus, Anchoa parva e Stellifer rastrifer apesar da elevada abundância, presente na
área principalmente em cardumes, o recrutamento parece não ocorrer na área
amostrada, uma vez que os agregados eram constituídos principalmente por peixes
adultos (maduros e desovados) e não ocorreu a diminuição no tamanho médio.
Algumas espécies apresentaram diferenças na distribuição espacial nas baías
das Laranjeiras e de Paranaguá. O bagre Cathorops spixii apresentou o mesmo padrão
de distribuição nas duas baías, estando presente somente nas amostras dos pontos mais
internos. SCHWARZ (2005) trabalhando na Baía dos Pinheiros também observou a
preferência da espécie pelas áreas internas sob menor influência do ambiente nerítico
adjacente. A profundidade é um parâmetro importante na distribuição espacial de
78
Cathorops spixii, uma vez que esta espécie parece preferir maiores profundidades
como foi observado no complexo lagunar de Cananéia (MISHIMA & TANJI, 1983) e
no presente estudo. Em ambas as áreas amostradas no presente estudo, os maiores
agregados (dezembro e fevereiro) foram capturados nos pontos 2 e 5, onde ocorreram
as maiores médias de profundidade (8 metros). Na Baía dos Pinheiros o ariídeo
Aspistor luniscutis também esteve associado a áreas com maior profundidade
(SCHWARZ, 2005).
A distribuição espacial de Genidens genidens, mesmo tendo sido capturado em
todos os pontos de coleta, parece também estar associada à profundidade. Essa espécie
teve 70 % de seus indivíduos coletados no ponto 6 (Baía de Paranaguá) uma área de
baixa profundidade (4 e 6 metros). MISHIMA & TANJI (1983) observaram que
Genidens genidens, ao contrário de Cathorops spixii, prefere ambientes mais rasos,
com profundidade média de 3 metros, assim como o observado na Baía de Paranaguá.
A distribuição da espécie Pomadasys corvinaeformis, parece estar associada à
salinidade. CHAVES (1998) e CHAVES & CORRÊA (2000) em estudos na Baía de
Guaratuba, afirmam que os indivíduos subadultos adentram o estuário quando a
salinidade é maior, ou seja nos meses de baixa pluviosidade (inverno). O mesmo
parece acontecer com a espécie nas Baías das Laranjeiras e de Paranaguá, a qual foi
capturada em pequena quantidade ou esteve ausente nas amostras dos pontos mais
internos, onde a salinidade foi menor. A maior abundância desta espécie ocorreu em
um agregado (78 % da captura) presente no ponto 7 em junho, quando a salinidade foi
relativamente alta. A captura do linguado Etropus crossotus ocorreu em três cardumes
distribuídos pelos meses de agosto, abril e junho, todos no ponto 5, uma indicação de
provável preferência pela área, que estaria sendo utilizada para a alimentação e
crescimento, que o agregado era formado por indivíduos imaturos. Apesar de não
ser uma espécie demersal, a captura de exemplares de Anchoa parva em dois
agregados na Baía das Laranjeiras com 73 % de captura total, pode indicar uma
preferência pela área.
A ocorrência em agregados na espécie Stellifer rastrifer parece estar associada
ao comportamento reprodutivo. Neste trabalho os cardumes eram formados por
79
indivíduos maduros, com maior ocorrência em outubro, dezembro e julho, um padrão
coincidente aos observados para a espécie na Baía de Guaratuba (CHAVES &
VENDEL, 1997) e na Baía dos Pinheiros (SCHWARZ, 2005). as espécies
Chaetodipterus faber, Eucinostomus argenteus, Citharichthys arenaceus e
Menticirrhus americanus, também abundantes nas amostras, não apresentaram
distribuição preferencial por uma baía, estando presente nas duas e de forma
homogênea quanto ao número de ocorrência. Estiveram presentes em todos os pontos
de coleta, principalmente no estágio juvenil, mas não em agregados.
Para a avaliação da qualidade ambiental na região das Laranjeiras e de
Paranaguá foram usadas metodologias que identificam alterações na ictiofauna, como
a comparação entre as áreas do índice de diversidade de Shannon-Wiener. As duas
áreas não apresentaram diferenças significativas quanto a esse índice, apenas um
pequeno decréscimo nos pontos 6 e 7 da Baía de Paranaguá, em agosto no primeiro
ponto e em ambos em junho. Teoricamente, um estresse de baixa amplitude e
freqüência diminui a diversidade devido a exclusão causada pela competição inter-
específica. impactos em escala mediana, a competição diminui contribuindo assim
para o aumento da diversidade. Porém, com perturbações freqüentes e de alto nível,
diminui a diversidade pela eliminação de espécies devido ao estresse causado as
mesmas (CONNELL
1
, 1978 apud CLARKE & WARWICK, 1994; HUSTON
2
, 1979
apud CLARKE & WARWICK, 1994). As diminuições na diversidade observada na
Baía de Paranaguá podem ter sido provocadas por distúrbios de pequena a grande
escala, porém com uma série temporal de apenas um ano não é possível correlacionar
este evento a possíveis alterações no ambiente.
A metodologia de curvas de abundância de espécies ranqueadas (CLARKE &
WARWICK, 1994) avalia se a comunidade sob efeito de perturbações no ambiente
apresenta um aumento considerável das espécies tolerantes em relação às espécies não
tolerantes, pelo evitamento da área pelas últimas. Conjuntamente com a metodologia
anterior, foram estimadas as curvas de K-dominância com intenção de avaliar qual
área apresentava a maior diversidade de espécies. Nos meses de dezembro em ambas
1
CONNELL, J. H. Diversity in tropical rain forests and coral reefs. Science, v, 199, p. 1302-1310, 1978.
2
HUSTON, M. A general hypothesis of species diversity. Amer. Naturalist, v. 113, p. 81-101, 1979.
80
as baías, e em fevereiro e junho em Paranaguá foi observada a alta dominância de
poucas espécies, um indicativo de perturbação ambiental na área. No entanto, esta
dominância está associada à captura de agregados dos bagres Cathorops spixii e
Genidens genidens e da corcoroca Pomadasys corvinaeformis, presentes na área
durante o período de recrutamento destas espécies, como foi anteriormente discutido.
Diferenças entre as diversidades das duas áreas foram evidenciadas através das curvas
de K-dominância, sendo menor na Baía de Paranaguá, em agosto e dezembro, o
mesmo ocorrendo em fevereiro e junho na região das Laranjeiras. Em abril e outubro
uma maior similaridade entre as diversidades das duas áreas. Também neste caso
não foi possível associar estas alterações a padrões de qualidade ambiental.
Outra metodologia para avaliação da qualidade ambiental é o uso das curvas de
abundância e biomassa (curvas ABC) descritas por WARWICK (1986), a qual em um
ambiente estável e sem perturbações a curva de biomassa supera a de abundância. Na
presença de perturbação ambiental as espécies oportunistas, de pequeno porte,
superam os indivíduos de maior porte que se apresentam em menor número,
ocasionando uma inversão da posição das curvas. Inversões da curva foram observadas
em planícies de maré do Complexo Estuarino de Paranaguá, as quais foram atribuídas
a ocorrência de indivíduos juvenis, predominantes nas amostras devido a seletividade
da rede de coleta ou em função do recrutamento de espécies predominantes na área
(OTERO, 2005). No estudo da ictiofauna demersal das regiões de Paranaguá e
Laranjeiras, as inversões das curvas estiveram associadas à ocorrência de cardumes de
espécies muito dominantes, cujos agregados tem significado biológico e portanto não
representam distúrbios na ictiofauna. FALCÃO (2005) analisando a ictiofauna de
planícies de maré nas mesmas áreas desse trabalho, também concluiu que as distorções
na relação entre a biomassa e a abundância estavam associadas à seletividade da rede e
aos agregados naturais de espécies dominantes.
81
6 CONCLUSÕES
As semelhanças nas condições hidrográficas e nos sedimentos das duas áreas de
coleta parecem definir ictiofaunas com a mesma composição e estrutura. Uma
ictiofauna bastante parecida com as anteriormente descritas em outras áreas demersais
do estuário da Baía de Paranaguá.
A zona demersal estudada, além de ser utilizada como área de criação, é
ocupada por exemplares adultos no período reprodutivo. A formação dos agregados
durante as fases de recrutamento e reprodução aumenta a probabilidade de captura de
cardumes, ocasionando alterações nas relações quantitativas da fauna de peixes.
As espécies dominantes, principalmente as presentes em agregados de
diferentes estágios de desenvolvimento, provocam alterações nas relações de
dominância, aparentemente de caráter biológico e que não podem ser interpretadas
como respostas da ictiofauna a alterações no nível de integridade ambiental.
82
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABILHÔA, V. Composição e estrutura da ictiofauna em um banco areno-lodoso
na Ilha do Mel, Paraná, Brasil. Curitiba, 1998. 96 f. Dissertação (Mestrado em
Zoologia), Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná.
AKIN, S.; WINEMILLER, K.O. & GELWICK, F. P. Seasonal and spatial variations
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Estuarine, Coastal and Shelf Science. Elsevier Science B.V., [S.l.], v. 57, p. 269-
282, 2003.
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