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princípio do termo propaganda se enquadra mais com as campanhas, uma vez que a meta
central de uma campanha política é a educação cívica, obtida através da difusão de idéias e de
atitudes políticas, mediante a veiculação de mensagens pela televisão (ALBUQUERQUE,
2004).
A única propaganda que está de acordo com o termo educação cívica é a realizada
pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). São propagandas veiculadas na mídia e que falam
sobre a responsabilidade do voto, além de incentivar o cidadão a votar. Por outro lado, as
campanhas, hoje em dia, no Brasil, estão muito semelhantes às campanhas nos Estados
Unidos, já que utilizam os instrumentos de publicidade para arrecadar o voto. Ademais, as
eleições são vistas pelos profissionais de marketing e publicitários como uma mercadoria, eles
não propagam idéias, e, sim, divulgam um produto, que, neste caso, é o candidato.
Dessa maneira, pode-se concordar com a afirmação de Nunes de que as campanhas
políticas foram transformadas em campanhas publicitárias, “[...] onde a mercadoria é o
político e o voto é a moeda simbólica que se quer obter.” (NUNES, 2004, p. 358).
A propaganda é vista como uma função do marketing. Gomes (1999) diferencia a
propaganda da publicidade. A primeira é o conjunto de regras e técnicas que têm o intuito de
propagar idéias. Já a segunda é o conjunto de regras e técnicas que têm o objetivo de divulgar
produtos e serviços. Assim, quando há o propósito de trabalhar com a prospecção de um
candidato, através de cartazes, adesivos, folhetos, materiais utilizados que evidenciem uma
campanha eleitoral, forma-se a chamada publicidade eleitoral. Por outro lado, as duas técnicas
apresentam a mesma função, que é “[...] modificar a conduta das pessoas através da
persuasão, ou seja, sem parecer forçá-las.” (MACHADO, 2004, p. 78).
Mesmo assim existem autores que misturam as duas técnicas, que não enxergam
diferenças entre os dois termos. Por outro lado, existem autores que discordam dessa posição.
Domenach, Lasswell, Chowsky, Quintero, entre outros, acreditam que a propaganda está
ligada à política, à democracia e às atividades comunicativas com intuito informativo. Essa
opinião vai ao encontro à justificativa de Albuquerque, trabalhada anteriormente. Já para
Pares i Maicas, a propaganda tem um caráter desinformativo, na qual a informação tende
parecer distorcida. Já a publicidade, segundo Bronchand, Quesnel e Baudrillard, trabalha com
Considerando isso, as técnicas de propaganda foram utilizadas nos regimes totalitários, e assumiram grande
importância na Alemanha Nazista (ALBUQUERQUE, 2004).
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Uma campanha eleitoral é composta por redatores, produtores gráficos, produtores de vídeos, diretores de
cena, locutores, atores, jornalistas para fazer matérias, apresentadores, cenógrafos, maquiadores, iluminadores,
infra-estrutura de transporte, manutenção, secretaria e logística (FERRAZ, 2003).