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Mônica Maria Denadae de Campos Pinto
AVALIAÇÃO DA BIOCOMPATIBILIDADE
DO CIMENTO ENDODÔNTICO EPIPHANY
EM TECIDO SUBCUTÂNEO DE RATOS
Orientador: Prof. Dr. Danyel Elias da Cruz Perez
Ribeirão Preto
2006
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Mônica Maria Denadae de Campos Pinto
AVALIAÇÃO DA BIOCOMPATIBILIDADE
DO CIMENTO ENDODÔNTICO EPIPHANY
EM TECIDO SUBCUTÂNEO DE RATOS
Orientador:
Prof. Dr. Danyel Elias da Cruz Perez
Ribeirão Preto
2006
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Mônica Maria Denadae de Campos Pinto
AVALIAÇÃO DA BIOCOMPATIBILIDADE
DO CIMENTO ENDODÔNTICO EPIPHANY
EM TECIDO SUBCUTÂNEO DE RATOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Odontologia da Universidade de
Ribeirão Preto, para obtenção do Título de Mestre
em Odontologia – sub-área de Endodontia.
Orientador: Prof. Dr. Danyel Elias da Cruz Perez
Ribeirão Preto
2006
Ficha catalográfica elaborada pelo Centro de Processamento Técnico
da Biblioteca Central da UNAERP- Universidade de Ribeirão Preto
Campos Pinto, Mônica Maria Denadae de.1966
C198a
Avaliação microscópica das propriedades biológicas do cimento
endodôntico Epiphany em tecido subcutâneo de ratos./
Mônica Maria Denadae de Campos Pinto, Ribeirão Preto, 2006.
74 p. il. color.
Orientador: Prof. Dr. Danyel Elias da Cruz Perez
Dissertação (mestrado) Universidade de Ribeirão
Preto, UNAERP, Odontologia, área de concentração:
Endodontia, 2006
.
1. Odontologia. 2. Endodontia. 3. Canal Radicular. 4. Cimento
Obturador. 5.Biocompatibilidade I. Título
CDD 617.6342
Este trabalho foi realizado no Laboratório do Serviço de
Patologia da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP.
Dedicatórias
À minha família,
Minha mãe, Adelaide Maria Denadae, que sempre foi uma grande
incentivadora das minhas conquistas, na vida pessoal, acadêmica e
profissional e, mesmo à distância, procurou estimular-me para que eu
fosse vitoriosa neste trabalho. Pelo exemplo de dignidade e competência,
amor e dedicação. Minha eterna gratidão.
Te amo muito.
Ao meu querido e admirado marido,
Xerxes de Campos Pinto, que soube compartilhar com muito amor as
dificuldades do dia a dia desta caminhada.
Amo muito você.
Às minhas queridas filhas,
Isabella e Carolina, que são a razão de todos os meus esforços do dia a
dia, para um sucesso pessoal e profissional, souberam compreender a
minha ausência durante todo este tempo.
Amo muito vocês.
Ao meu orientador e amigo, Prof. Dr. Danyel Elias da Cruz Perez,
por sua dedicação e prontidão no desenvolvimento deste trabalho. Pela sua
competência, responsabilidade e doação. Muito obrigada.
A Deus, por estar sempre guiando meus caminhos em todos os
momentos de minha vida.
À Nossa Senhora Aparecida, que sempre esteve presente em minha
vida iluminando e guardando meus passos.
Agradecimentos
À Universidade de Ribeirão Preto UNAERP, na pessoa do seu Magnífico
Chanceler Prof. Dr. Electro Bonini e sua Magnífica Reitora Profa. Dra.
Elmara Lúcia de Oliveira Bonini Corauci, pela oportunidade a mim
concedida.
Ao coordenador do curso de pós-graduação em Odontologia da
UNAERP, Prof. Dr. Manoel D. Sousa Neto, pelo constante estímulo à
pesquisa, pela sua competência, dedicação e determinação em busca de seus
objetivos.
Ao Curso de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto, na pessoa
de seu coordenador Prof. Dr. Antônio Miranda da Cruz Filho pelo apoio
durante o curso de pós-graduação.
Aos Professores do Curso de Pós-Graduação em Odontologia da
Universidade de Ribeirão Preto-UNAERP, sub-área Endodontia: Prof. Dr.
Antônio Miranda da Cruz Filho, Prof. Celso Bernardo de Souza Filho;
Profa. Dra. Delsa Deise Macchetti Kanaan, Prof. Edson Alfredo, Prof.
Jacy Ribeiro de Carvalho Júnior, Profa. Dra. Lisete Diniz Casagrande;
Prof. Dr. Manoel D. Sousa Neto; Profa. Dra. Neide Aparecida de Souza
Lehfeld; Prof. Renato Cássio Roperto; Profa. Dra. Rosemary Cristina
Linhare R. Pietro; Profa. Profa. Dra. Yara Terezinha Correa Silva
Sousa, por todos ensinamentos durante minha formação de Mestre.
Ao amigo e professor do curso de Odontologia das Faculdades
Unificadas da Fundação Educacional de Barretos, Prof. Dr. Raphael Carlos
Comelli Lia, pelos ensinamentos e pelas experiências profissionais
compartilhadas, os quais serviram de base à minha formação e foram
imprescindíveis na realização deste trabalho.
Aos colegas da quinta turma de Pós-Graduação em Odontologia, sub-
área Endodontia, da UNAERP, Cíntia, Edi, Fabrício, Irdival, Lorenna,
Marco, Maria Isabel, Rafael, Vinícius pelo convívio e amizade durante o
curso de pós-graduação, em especial ao Fábio, pela amizade e apoio recebidos
durante o curso de Mestrado.
Ao Marco Aurélio Versiani, pela colaboração e prontidão na busca
dos materiais do Sistema Epiphany.
Ao Danilo Alessandro de Oliveira e ao José Estevam Ozório, pela
dedicação e apoio fundamental na realização deste trabalho.
À Marilena Herédia, técnica do Laboratório de Patologia da UNAERP,
pela competência, atenção e prontidão na realização parte histológica deste
trabalho.
À grande amiga Rosemary Alexandre, técnica do Laboratório de
Patologia da UNAERP, pela atenção, paciência, carinho e disposição em me
ajudar na realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Lucélio Bernardes Couto, responsável pelo Biotério
desta Instituição e as técnicas Carla Renata Ribeiro Kitanishi e Valéria
Rodrigues, pela atenção dispensada durante o desenvolvimento deste estudo.
À Joana Neia Vieira, Sonia Cristina Del Campo, Carolina Pimenta
Rodrigues e Karina Betinne em especial Cecília Maria Zanferdini,
secretárias de Pós-Graduação, e aos secretários do Curso de Odontologia
Marina Ferreira, Valéria Rodrigues da Silva e Vinícius Bianchi de
Castro, pela atenção que dispensaram durante minha passagem pela
Universidade.
Aos Professores de Endodontia da Fundação Educacional de Barretos:
Prof. Dr. Walter Antonio de Almeida, Prof. José Humberto Bampa,
Prof. Ângelo Poliseli Neto, Prof. Devanir de Araújo Cervi, Prof. Antonio
Carlos Marchetti e Prof. Maria José Pereira de Almeida, pelo apoio e
incentivo.
Aos funcionários da Clínica Odontológica da UNAERP, pelo respeito
e disposição em sempre ajudar.
Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação da Universidade
de Ribeirão Preto – UNAERP.
Ao Sr. Atílio Brancalione, pelo apoio e atenção dedicada, durante o
curso de Mestrado.
À minha sogra, Isanir Fávero de Campos, que sempre me acolheu
como uma filha em sua vida.
À Angélica Aparecida Bonardi, pela dedicação durante este trabalho.
RESUMO
SUMMARY
INTRODUÇÃO............................................................................... 01
REVISTA DA LITERATURA............................................................ 06
PROPOSIÇÃO................................................................................ 30
MATERIAL E MÉTODOS................................................................. 32
RESULTADOS................................................................................. 41
DISCUSSÃO................................................................................... 52
CONCLUSÕES................................................................................ 61
REFERÊNCIAS............................................................................... 63
Resumo
Resumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a biocompatibilidade do cimento
Epiphany quando em contato com tecido subcutâneo de ratos. Para
implantação do cimento no tecido subcutâneo dos animais, foram
confeccionados tubos de polietileno de 10 mm de comprimento a partir de uma
sonda uretral de 1,2 mm de diâmetro (0,8 mm de diâmetro interno). Para
impedir o extravasamento dos cimentos testados, os tubos tiveram uma das
extremidades fechada à quente com o auxílio de uma pinça hemostática e
autoclavados a uma temperatura de 12C durante 20 minutos. Os tubos de
polietileno foram preenchidos com os cimentos: I-Epiphany; II-Epiphany
fotopolimerizado; III-Epiphany associado ao primer; IV-Epiphany associado ao
primer e fotopolimerizado e V-controle. Os tubos com o cimento foram
implantados em quinze ratos (Rattus novergicus, Albinus Wistar), machos, com
peso entre 200 e 250 gramas, em diferentes regiões do dorso. Após 7, 21 e 42
dias, cinco animais foram mortos, obtendo 4 amostras de cada grupo mais o
grupo controle em cada período de tempo analisado. Em todos os períodos,
Epiphany em diferentes combinações causava uma reação inflamatória leve no
tecido conjuntivo adjacente, exceto o grupo II que mostrava inflamação
moderada a intensa. Após 7 dias, pequenos focos de necrose foram observados
em todos os grupos. Além disso, nos períodos de 21 e 42 dias, nos grupos I, III
e IV foi possível observar focos de calcificação distrófica. Concluindo, o cimento
obturador resinoso Epiphany parece ser biocompatível quando em contato com
tecido subcutâneo de ratos.
Summary
Summary
The aim of this study was to evaluate the biocompatibility of the resinous
root canal sealer Epiphany in subcutaneous tissue from the rats. For
implantation of the sealer in the subcutaneous tissue from the animals,
polietylen tubes of 10 mm of length and 1.2 mm of diameter (0.8 mm of
internal diameter) were confectioned. To prevent extravasation of the tested
sealers, one of the extremities of the tubes was closed by the heat and later
sterilized at the 120
o
C for 20 minutes. The polyetilen tubes were filled with the
sealers: I- Epiphany; II Epiphany photopolymerized; III Epiphany
associated to primer; IV Epiphany associated to pirmer and photopolymerized
and V control group. The tubes were implanted in fifteen male rats (
Rattus
novergicus, Albinus Wistar
), with weight between 200 and 250 g, in different
regions of the dorsum. After 7, 21 and 42 days, five animals were killed,
obtaining 4 samples from the each group beyond the control group in each
analyzed time. In all periods, Epiphany in different forms induced a mild
inflammatory reaction in the connective tissue, except the group II that showed
a moderate to intense inflammatory reaction. After 7 days, few areas of
necrosis were seen in all groups. Indeed, after 21 and 42 days, it was possible
to observe areas of dystrophic calcification in the groups I, III and IV. In
conclusion, the resinous root canal sealer Epiphany seems be biocompatible
when in contact with subcutaneous tissue from the rats.
Introdução
Introdução
2
Na terapia endodôntica, a utilização do cimento associado aos cones de
guta-percha tem finalidade seladora com objetivo de evitar o espaço vazio,
permitindo um selamento o mais hermético possível por um longo período e
impedindo, assim, comunicação tanto da cavidade bucal quanto da região
periapical com o interior do canal radicular (CANOVA et al., 2002; HAUMAN;
LOVE, 2003; IMAI; KOMABAYASHI, 2003). Visto que há um contato próximo
entre o cimento obturador e os tecidos periapicais, torna-se importante
conhecer a sua compatibilidade biológica (BERNATH; SZABO, 2003; ZMENER,
2004). Além disso, deve-se também considerar uma possível agressão tecidual
provocada por um eventual extravasamento desses cimentos obturadores para
o periápice (CANOVA et al., 2002). Se o cimento obturador é bem tolerado
pelos tecidos apicais e periapicais, haverá maior facilidade de reparação dessa
área, aumentando assim as chances de sucesso no tratamento realizado
(BERNATH; SZABO, 2003).
Vários experimentos têm sido realizados para verificar quais cimentos
obturadores radiculares são biocompatíveis (ECONOMIDES et al., 1995;
CANOVA et al., 2002; BERNATH; SZABO, 2003; HAUMAN; LOVE, 2003; SOUSA
et al., 2004; SOUSA et al., 2006). Se estes cimentos obturadores forem
demasiadamente irritantes para os tecidos da região periapical e causarem
intensa inflamação, podem levar a uma necrose tecidual nesta área,
comprometendo o sucesso do tratamento endodôntico realizado (NASSRI et al.,
2003).
Diferentes metodologias têm sido desenvolvidas para elucidar as
respostas biológicas provocadas por materiais endodônticos e o seu potencial
Introdução
3
irritante (LANGELAND et al., 1969; CANOVA et al., 2002; SOUSA et al., 2006).
Entre elas, a implantação de materiais em tecido conjuntivo de pequenos
animais é considerada adequada para avaliação do grau de irritabilidade desses
materiais endodônticos. Embora esta metodologia tenha sido intensamente
aplicada, é sabido que as reações observadas nesses casos não podem ser
consideradas réplicas daquelas encontradas no tecido pulpar e periapical
(OLSSON et al., 1981; CANOVA et al., 2002; KOWALSKI et al., 2004). A técnica
de implantação de tubos de polietileno em tecido subcutâneo do rato foi
recomendada como teste preliminar nas pesquisas de compatibilidade tecidual
(OLSSON et al., 1981; ZANONI et al., 1988; COSTA et al., 1997; KOWALSKI et
al., 2004).
As normas divulgadas pela
American Dental Association
6, 7, 148 e
Federation Dentaire Internationale
62, 147, 148, 149 consideram os métodos
de implante como testes válidos nas etapas preliminares de pesquisa da
biocompatibilidade de diversos materiais. Mais tarde, a
American Dental
Association
e o
Council on Dental Material and Devices
publicaram um
documento explicando que a aplicação de práticas padronizadas para a
avaliação biológica dos materiais dentários seria de grande valia para a
indústria dos materiais odontológicos, além de ter como principal objetivo a
proteção do paciente (ANSI/ ADA, 2000).
PHILLIPS (1967) e FRIEND; BROWNE (1968) implantaram tubos vazios e
maciços de polietileno e observaram ausência de reações inflamatórias junto
aos extremos livres dos mesmos. HOLLAND et al., 1973 desenvolveram
trabalho semelhante, os quais implantaram tubos de dentina, que
Introdução
4
apresentavam uma extremidade aberta e outra fechada. Objetivamente,
constataram que um tubo vazio possibilitava a estagnação de líquidos e
conseqüente irritação dos tecidos, porém não observaram reação inflamatória
na entrada das extremidades abertas.
Recentemente, foram introduzidos no mercado cones de resina
propostos para serem utilizados conjuntamente com um cimento resinoso para
obturação de canais radiculares, com o objetivo de formar um monobloco no
interior dos canais radiculares (EZZIE et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2006;
MALTEZOS et al., 2006; VERSIANI et al., 2006; SOUSA et al., 2006). Entre
esses cimentos está o Epiphany (Pentron®-Clinical Technologies, L.L.C.,
Wallingford, CT, EUA), que é composto à base de resina, com polimerização
dual. A matriz de resina é constituída por uma mistura de BISGMA, PEGDMA,
EBPDMA e por uma mistura UDMA como obturadores, além de sulfato de bário,
sílica, hidróxido de cálcio, bismuto, estabilizadores e pigmentos (VERSIANI et
al., 2006).
O cimento Epiphany™ é utilizado juntamente com os cones sintéticos de
polímero de poliéster Resilon (Research LLC, Madison, CT) um
primer
(Epiphany
primer
) auto-condicionador, os quais possuem uma interação química formando
um monobloco de resina, que se adere às paredes do canal radicular, formando
tags
intertubulares na dentina radicular (SHIPPER et al., 2004; NUNES, 2005;
VERSIANI et al., 2006).
De acordo com o fabricante, este cimento não é mutagênico nem
citotóxico, é absorvível e conseqüentemente menos irritante que as resinas
epóxicas convencionais e cimentos de óxido de zinco e eugenol. Suas principais
Introdução
5
vantagens são a adesividade ao tecido dentinário, possibilitando um selamento
coronal imediato, além de ser uma formulação de resina hidrofílica e um
cimento de resina epóxi de fácil remoção.
Embora o cimento Epiphany, tenha sido aprovado para o uso
endodôntico pela F.D.A. Food and Drugs Administration (E.U.A.), muito
poucos trabalhos previamente publicados avaliando sua biocompatibilidade
(SOUSA et al., 2006), bem como sua associação com o
primer
e o diluente que
o acompanham. Diante do exposto, mais estudos são necessários para se
verificar qual o potencial de irritabilidade do cimento Epiphany, principalmente
quando em contato com tecidos vivos e comparar com resultados previamente
publicados, bem como a sua associação com o
primer
que o acompanha.
Revista de Literatura
Revista de Literatura
7
TORNECK (1966) foi o primeiro a introduzir os tubos de polietileno
em pesquisas de implantação subcutânea. Ele avaliou a reação do tecido
conjuntivo subcutâneo de ratos frente à implantação de tubos de
polietileno, relacionando a reação do tecido com o diâmetro e o
comprimento dos tubos. Antes da implantação, os tubos foram
desinfetados em solução de iodo, lavados em solução salina, secos com
gaze estéril e armazenados em tubos também estéreis até seu uso. Em
um grupo, os tubos foram mantidos com as duas extremidades abertas e
no outro, uma das extremidades foi fechada termicamente. Após 60 dias
de implantação, os animais foram mortos, os implantes e os tecidos
adjacentes foram coletados e submetidos ao processamento histológico
convencional. Os resultados mostraram a formação de uma cápsula
fibrosa que envolvia os implantes, rica em fibroblastos e fibras colágenas.
Segundo o autor a ausência de inflamação no tecido conjuntivo capsular
indica a aceitabilidade do material, um dos objetivos do teste. O diâmetro
e o comprimento dos tubos parecem influenciar no processo de reparação.
Quanto mais comprido ou mais estreito for o tubo, mais dificilmente
ocorre a invaginação do tecido conjuntivo para o seu interior. Nos tubos
em que uma das extremidades foi selada, a invaginação ocorreu primeiro
nos de pequeno diâmetro.
Revista de Literatura
8
Alguns métodos para se avaliar as respostas biológicas aos
materiais endodônticos foram estudados por LANGELAND et al., em 1969.
Os autores realizaram implantes de pasta N2 em tecido subcutâneo de
nove ratos adultos. Incisões horizontais de 1 cm foram realizadas na
região inter-escapular, pélvica e abdominal para inserção dos tubos de
polietileno preenchidos com a pasta N2. Após os períodos de 14 e 77 dias
os animais foram mortos e os tecidos preparados para análise
microscópica. Os resultados mostraram que no período de 14 dias o tecido
conjuntivo em contato com a pasta apresentava inflamação mista com
intenso infiltrado neutrofílico, macrófagos e lulas gigantes. Já o tecido
conjuntivo em contato com o tubo de polietileno mostrou a presença de
fibroblastos. Aos 77 dias os resultados mostraram inflamação crônica
caracterizada pela presença de linfócitos e macrófagos. Houve também a
presença de fibroblastos, especialmente nas regiões de contato com o
tubo de polietileno. Os autores concluíram que o teste de implantação em
tecidos moles tem valor limitado devido à impossibilidade de avaliá-lo na
dentina e no osso alveolar. Concluíram ainda que o teste da implantação
deve ser apenas de caráter preliminar e de curta duração e que testes em
dentes devem ser realizados para avaliações decisivas.
MAKKES et al. (1977) estudaram os tubos de polietileno como
possíveis modelos de canal radicular, quando implantados no tecido
subcutâneo de ratos. Para este estudo, foram utilizadas três fêmeas e
onze machos, num tempo de observação de duas, três e cinco semanas.
Revista de Literatura
9
Após o estudo, os autores concluíram que o tubo de polietileno provoca
pouca ou nenhuma inflamação tecidual, é de fácil manipulação e
implantação. Possui uma estrutura química estável, e não é influenciado
por substâncias que possam ser colocadas em seu interior.
OLSSON et al. (1981), avaliaram por meio do método de
implantação subcutânea em ratos, a biocompatibilidade de vários
materiais endodônticos, com o objetivo de enquadrá-los em níveis de
toxicidade. Para isso empregaram tubos de teflon preenchidos com os
materiais em teste: a cloropercha NO, Kerr sealer e o AH-26. Para o
estudo, foram utilizados 42 ratos Sprague-Dawley com peso variando
entre 350 a 450 gramas. Os tubos de teflon de 7 mm de comprimento por
1,3 mm de diâmetro, foram esterilizados, preenchidos com os cimentos e
implantados nos ratos. Os animais foram mortos após períodos de 14, 30,
90 e 180 dias, e as peças removidas e preparadas para análise
microscópica. Cortes seriados de 5 µm foram obtidos e corados com
hematoxilina e eosina, tricômico de Masson e Brown & Breen. A
localização do material, o estado dos tecidos nas extremidades do tubo, a
ocorrência e a localização de tecido necrótico e fibroso, os tipos de células
inflamatórias e as trocas vasculares foram observadas e registradas. A
reação tecidual foi classificada como suave, moderada ou severa. Aos 14 e
30 dias, observaram-se partículas do material dispersas no tecido que
envolvia os tubos, em vasos sanguíneos, em macrófagos e como corpo
estranho no interior de células gigantes. Outro achado comum foi a
Revista de Literatura
10
presença de células inflamatórias crônicas com a formação de uma
cápsula fibrosa contornando os materiais implantados. Aos 180 dias a
inflamação crônica ainda persistiu. Vasos sanguíneos e corpos estranhos
no interior de células gigantes foram achados muito freqüentes neste
período. Os autores concluíram que o teste foi adequado para a avaliação
qualitativa dos materiais endodônticos, mas que a classificação de
biocompatibilidade dos materiais poderia ser considerada entre
materiais com grande diferença de toxicidade.
LEAL et al. (1988) estudaram a compatibilidade biológica em tecido
subcutâneo de rato, de cimentos à base de hidróxido de cálcio (Sealapex e
CRCS) e à base de óxido de zinco eugenol (Fill canal e N-Rickert). Foram
implantados 6 de tubos de polietileno em cada um dos 15 ratos usados
neste experimento, com períodos de observação de 7, 21 e 60 dias. Os
cimentos Sealapex e N-Rickert se mostraram menos irritantes para os
tecidos, diminuindo ainda mais a irritação com o aumento do tempo de
observação. O cimento Sealapex ainda mostrou evidências de deposição
de sais de cálcio, com presença de áreas basófilas e granulações
birrefringentes à luz polarizada.
YESILSOY et al. (1988) realizaram um estudo comparativo,
avaliando a toxicidade de alguns cimentos endodônticos: cimento de
Grossman, Eucapercha, Endo-fill, Sealapex, Hypocal e solução salina
estéril como substância controle. Estes cimentos foram injetados em lojas
sub-dérmicas de 12 porquinhos da índia, e os animais foram mortos de
Revista de Literatura
11
acordo com os tempos de observação, de 6, 15 e 80 dias. Segundo os
autores, os cimentos Sealapex e Endo-fill apresentaram menor reação
inflamatória em comparação aos outros cimentos testados; o cimento de
Grossman, CRCS e Hypocal tiveram reação inflamatória intensa nos
primeiros períodos, e esta foi diminuindo no último tempo de avaliação.
Foram observadas, ainda, formações de tecido calcificado quando do uso
dos cimentos à base de hidróxido de cálcio (Sealapex, CRCS e Hypocal).
ZANONI et al. (1988) compararam a resposta do tecido conjuntivo
subcutâneo de ratos frente ao implante de tubos de polietileno e de
dentina obturados com Endomethasone. Foram utilizados 54 ratos,
divididos em dois grupos, sendo que o grupo A recebeu implantes de
tubos de polietileno com 1cm de comprimento e 0,5cm de diâmetro
interno e o grupo B recebeu tubos de dentina, preparados a partir da raiz
palatina de molares superiores, seccionados com as mesmas medidas.
Cada grupo foi subdividido em 3 subgrupos (A1, A2, A3, B1, B2 e B3). Os
tubos foram autoclavados a 120 º C por 20 minutos e obturados com
cones de guta percha e o cimento Endomethasone. Nos subgrupos A1 e
B1 foram deixados 0,5 a 1,5 mm, nos subgrupos A2 e B2 de 1,5 a 2mm e
nos subgrupos A3 e B3 4mm. Decorridos 7, 21 e 60 dias pós-operatórios,
os animais foram mortos e as peças removidas para análise microscópica.
Os cortes semi-seriados com 6µm de espessura foram corados com
hematoxilina e eosina. Todos os subgrupos, os quais receberam tubos de
polietileno, apresentaram invaginação de tecido de granulação com grau
Revista de Literatura
12
mais acentuado de infiltrado inflamatório nos períodos de 7 e 21 dias para
os subgrupos A2 e A3 e um infiltrado de grau mais moderado no subgrupo
A1. Nestes mesmos períodos, quando utilizaram tubos de dentina, este
tecido foi observado nos subgrupos B1 e B2 com infiltrado inflamatório
que variou de discreto a moderado. Contudo, o subgrupo B3 apresentou
inflamação de intensidade moderada a intensa, predominantemente linfo-
plasmocitária. Os subgrupos A3 e B3, em todos os períodos, apresentaram
uma concentração de exsudato nos espaços vazios em contato com o
material obturador e persistente reação inflamatória. No período de 60
dias, os subgrupos A1, A2, B1 e B2 apresentaram discreto infiltrado
inflamatório. Portanto, os tubos de dentina de menor espaço vazio foram
os que apresentaram melhor evolução.
AL-GHAMDI; WENNBERG (1994) afirmaram que se o cimento
endodôntico fosse impermeável, insolúvel aos fluidos teciduais,
dimensionalmente estável e tivesse adesividade à dentina e à guta-
percha, concebivelmente teria a capacidade de selar de forma eficiente o
canal radicular, se utilizado em combinação com uma técnica de
obturação adequada.
ECONOMIDES et al. (1995) estudaram, in vivo, a biocompatibilidade
de quatro cimentos obturadores, dois deles contendo hidróxido de cálcio
(CRCS e Sealapex), um à base de óxido de zinco e eugenol (Roth 811) e
outro à base de resina epóxica (AH-26). Analisaram também a influência
dos componentes dos cimentos sobre as concentrações de cálcio e zinco
Revista de Literatura
13
em alguns órgãos, como cérebro, fígado, rins e útero. Foram utilizados 75
ratos Wistar-Furth, divididos em cinco grupos de cinco animais para cada
período experimental. Tubos de teflon com 5mm de comprimento e
1,6mm de diâmetro interno contendo os materiais foram implantados nos
tecidos subcutâneos. Após os períodos experimentais de 7, 14 e 21 dias,
os animais foram mortos, os tubos removidos juntamente com o tecido
adjacente e colocados em formalina 10%, sendo em seguida preparados
para análise microscópica. Cortes seriados de 6 µm de espessura foram
obtidos e corados com hematoxilina e eosina e Brown & Breen. A reação
inflamatória foi graduada em leve, moderada e severa. Para análise de
cálcio e zinco, 25 animais foram mortos uma semana após a implantação
dos tubos, sendo o fígado, cérebro, rins e útero removidos e analisados
pelo método de espectrofotometria. Embora o cimento AH26 não
contenha cálcio em sua composição, os valores da concentração de cálcio
aumentaram em todos os órgãos examinados, quando comparado ao
grupo controle. Os animais onde foram utilizados o cimento CRCS e o
Sealapex não apresentaram modificações nas concentrações de cálcio nos
órgãos examinados. Com relação ao zinco, altas concentrações foram
observadas nas amostras teciduais obtidas dos animais dos grupos do
CRCS e Roth 811. O material que apresentou maior inflamação no período
de sete dias foi o AH26, entretanto, a intensidade da agressão diminuiu
após 21 dias. Os cimentos Roth 811 e Sealapex apresentaram inflamação
moderada a severa em todos os períodos. A inflamação moderada,
Revista de Literatura
14
ocorrida com o CRCS, aos sete dias, diminuiu gradualmente até os 21
dias.
COSTA et al. (1997) implantaram em lojas cirúrgicas preparadas na
região dorsal de 15 ratos, tubos de polietileno preenchidos com resina
adesiva Prime & Bond (PB 2.0) e com Dycal. Após os períodos de 15, 30 e
60 dias, os animais foram mortos e cortes histológicos dos espécimes
foram obtidos e corados com hematoxilina e eosina. Aos 15 dias, para o
grupo PB 2.0, havia intensa reação inflamatória, necrose de contato e
amplo cone capsular junto à abertura tubular. Com o decorrer dos
períodos houve regressão dos eventos histológicos. Todavia, aos 60 dias
ainda havia ampla cápsula, macrófagos e células gigantes em contato com
o material implantado, não ocorrendo completa reparação tecidual na
área. A resina adesiva PB 2.0 foi mais irritante, dentro das condições
experimentais, do que o Dycal em todos os períodos de observação.
A citotoxicidade de alguns materiais utilizados para obturação de
canais radiculares e para obturação retrógrada foi avaliada por OSÓRIO et
al. (1998). Para tal, foi realizado um estudo in vitro utilizando culturas de
fibroblastos gengivais humanos. Os cimentos obturadores de canais
testados foram o Endomet, o CRCS e o AH-26, e os retrobturadores foram
o amálgama, o Gallium GF2, Ketac Silver, o Super-EBA, o MTA e o adesivo
dentinário All Bond 2. As análises estatísticas dos resultados mostraram
que, o CRCS foi o cimento obturador menos tóxico, seguido pelo Endomet
e AH-26. Com relação aos materiais utilizados para obturação retrógrada,
Revista de Literatura
15
o MTA não foi citotóxico, o Gallium GF2 pouco citotóxico e o Ketac Silver,
o Super-EBA e o amálgama apresentaram elevada citotoxicidade. O All
Bond 2 também apresentou alto grau de citotoxicidade.
A American Dental Association (ADA) (2000) estabeleceu uma rie
de normas e testes para avaliar os materiais obturadores endodônticos,
com a finalidade de promover uma uniformidade dos resultados. Os testes
de escoamento, espessura do filme, tempo de trabalho, tempo de presa,
solubilidade e desintegração, radiopacidade e estabilidade dimensional
foram incluídos na especificação 57 da ADA. O teste de adesividade não
foi incluído nesta normatização por não existir um consenso entre os
pesquisadores quanto ao melhor método para se avaliar esta propriedade.
KATAOKA et al. (2000) estudaram a capacidade de adesão à
dentina de um novo cimento resinoso obturador de canais radiculares, por
meio de teste de tração. O exame ao microscópio eletrônico de varredura
revelou a formação de uma camada híbrida de aproximadamente 2 mm de
espessura, resultado da penetração do cimento no interior dos canalículos
dentinários. Os melhores resultados de adesão foram obtidos com a
realização de um pré-tratamento da dentina com EDTA 15%, seguido da
aplicação de um
primer
composto por uma solução aquosa de HEMA 50%
contendo 5% de glutaraldeído.
CANOVA et al. (2002), avaliaram por teste edemogênico, a
biocompatibilidade tecidual dos cimentos Endomethasone, Sealapex,
Sealer Plus e Sealer 26. O teste edemogênico quantifica o edema frente
Revista de Literatura
16
ao material analisado, verificando entre os cimentos testados aquele que
apresenta menor resposta tecidual, visto que a quantificação do edema é
um dos primeiros eventos da reação inflamatória. Para o estudo, foram
utilizados 48 ratos distribuídos em grupos de seis para cada tempo pós-
operatório e para cada um dos cimentos que foram implantados no tecido
subcutâneo da região dorsal dos animais. Cada cimento foi avaliado após
períodos de 3 e 6 horas. Após análise dos resultados obtidos com a ajuda
de um espectrofotômetro, pode-se observar que houve maior quantidade
de edema após o período de 3 horas em todos os cimentos. Entretanto, os
cimentos Sealapex e Sealer 26 foram os mais biocompatíveis, pois
apresentaram menor índice de exsudato inflamatório quando comparados
com o Endometasone e Sealer Plus.
Para analisar o tipo e o grau de reação inflamatória causada por 4
cimentos obturadores, BERNATH; SZABO (2003) utilizaram 44 canais
radiculares de macacos corretamente obturados e oito sobre-obturados
com os cimentos AH 26, Apexit, Endometasone e cimento de Grossman.
No grupo de canais corretamente obturados, não foi observada reação
inflamatória no grupo dos cimentos Apexit e Grossman, enquanto nos
outros dois grupos, graus diferentes de reação inflamatória linfo-
plasmocitária foram observados. Nos grupos de canais sobre-obturados,
todos os quatro cimentos iniciaram uma reação inflamatória no local. As
reações do tecido periapical nesses grupos foram semelhantes àquelas
notadas nos casos de canais corretamente obturados que desenvolveram
Revista de Literatura
17
reação inflamatória. Entretanto, os espécimes do grupo Endometasone
apresentaram reação granulomatosa do tipo corpo estranho ao redor das
partículas do cimento e no grupo AH 26, partículas do cimento foram
fagocitadas por macrófagos. Nos outros dois grupos, Apexit e Grossman,
apenas reação inflamatória linfo-plasmocitária foi observada. Este achado
sugere que cimentos obturadores com diferentes composições químicas
desenvolvem reações histológicas distintas. Além disso, confirma a
importância de se evitar sobre-obturações, visto que em todos os grupos
onde os canais estavam sobre-obturados, foi possível notar uma reação
inflamatória no tecido periapical adjacente.
NASSRI et al. (2003) avaliaram comparativamente dois cimentos
endodônticos, Sealapex® e Apexit®, em relação à sua compatibilidade
biológica, em tecido subcutâneo. Para tanto, foram utilizados doze ratos,
machos, pesando em dia 250g, divididos em três grupos, de acordo
com o tempo de observação de 7, 21 e 45 dias. Como parte do estudo,
foram feitas quatro incisões na região dorsal de cada rato, onde foram
implantados quatro tubos de polietileno preenchidos com os cimentos em
teste. Decorridos os períodos de tempo propostos, os animais foram
mortos e os espécimes foram processados para obtenção de cortes
histológicos corados por hematoxilina-eosina, e posterior análise
qualitativa dos resultados. Verificou-se que houve constante atividade
macrofágica com o uso dos dois materiais, tendo o cimento Apexit®
provocado uma reação tecidual mais agressiva em relação ao cimento
Revista de Literatura
18
Sealapex®, ao mesmo tempo em que, este último, mostrou melhores
resultados quando analisadas a intensidade inflamatória provocada e a
evolução da reparação tecidual.
IMAI; KOMABAYASHI (2003) estudaram a adesividade e infiltração
marginal de um cimento obturador resinoso injetável, composto por um
de metil-metacrilato e sulfato de bário radiopaco e um líquido de
monômero de metil-metacrilato e catalisador borato de tributil. Os
resultados indicaram que o cimento obturador injetável Endoresin-2
®
, teve
propriedades satisfatórias na obturação do canal radicular em relação a
adesividade à dentina e ao selamento apical.
SOUSA et al. (2004) avaliaram as propriedades biológicas de uma
variedade de materiais que poderiam ser utilizados na cirurgia apical. Para
o estudo, a técnica de implante intra-ósseo recomendado pelo FDI e pela
ADA foi usada para testar os seguintes materiais: óxido de zinco e eugenol
(OZE), o agregado de trióxido mineral (MTA), e a resina composta Z-100.
Trinta cobaias, 10 para cada material, divididos em períodos experimentais
de 4 e 12 semanas, receberam um implante do material acomodado em
copos de teflon em cada lado da sínfise mandibular. A resposta do tecido
conjuntivo ao lado da parede lateral externa do copo serviu como controle
negativo. No fim dos períodos de observação, os animais foram mortos e
os espécimes preparados para a análise histológica e avaliação da
biocompatibilidade de cada material. A reação do tecido aos materiais
diminuiu com tempo. O cimento de OZE era altamente tóxico durante o
Revista de Literatura
19
período experimental de 4 semanas, mas diminuiu significativamente após
12 semanas, quando mostrou características biocompatíveis. O MTA e Z-
100 mostraram, neste modelo de teste, biocompatibilidade em ambos os
períodos de tempo. Os autores concluíram que MTA e a resina Z-100
mostraram biocompatibilidade após 4 e 12 semanas de estudo.
KOWALSKI et al. (2004) avaliaram, comparativamente, a resposta
histológica ao implante, em tubos de polietileno, do cimento Agregado
Trióxido Mineral (MTA) de duas marcas comerciais. Para a realização do
estudo foram utilizados doze ratos Wistar com peso aproximado de 200g.
Os tubos foram implantados na região do dorso superior direito contendo
MTA (Dentsply, Indústria e Comércio Ltda., Petrópolis, RJ) e do lado
esquerdo, MTA (Ângelus®, Ind. de Produtos Odont. Ltda., Londrina, PR).
Os animais foram mortos após períodos de 7 e 60 dias. Posteriormente,
foi realizada dissecção da região correspondente ao local do implante e a
área de contato com o material foi removida para o processamento
histológico. As lâminas histológicas foram analisadas e os resultados
obtidos de forma descritiva. Os resultados mostraram reação tecidual
similar para ambos os materiais. Observou-se uma resposta inflamatória
leve no período de sete dias que, praticamente desapareceu após 60 dias.
Assim, é possível concluir que as duas marcas comerciais de MTA
produziram reação tecidual satisfatória em ambos os tempos
experimentais.
Revista de Literatura
20
GOGOS et al. (2004) avaliaram a força adesiva dos cimentos
Fibrefill base de resina de metacrilato), Endion base de ionômero de
vidro), Topseal base de resina epóxi) e CRCS base de hidróxido de
cálcio) ao canal dentinário humano. Todos os dentes foram irrigados com
NaOCl 2,5%, EDTA à 17% e água destilada. A resistência de união foi
testada por meio do teste de cisalhamento usando uma Máquina Universal
de Ensaios a uma velocidade de carregamento de 0,5 mm/min. O grupo
do cimento Fibrefill apresentou a maior força de adesão, seguido pelo
Topseal, Endion, e CRCS.
SHIPPER et al. (2004) avaliaram,
in vitro
, a infiltração de
Streptococcus mutans
e
Enterococcus faecalis
em canais obturados com
guta percha e cimento AH 26
®
e com o cimento Epiphany
®
, variando
também a técnica de obturação entre a condensação lateral e vertical. Os
autores concluíram que os grupos que usaram o sistema Epiphany
apresentaram uma redução significante de infiltração em relação aos
grupos selados com guta percha e AH 26.
TEIXEIRA et al. (2004) avaliaram a resistência à fratura de dentes
tratados endodonticamente e obturados, por meio de condensação lateral
e vertical, com cones de guta percha/AH 26 e com o cimento Epiphany e
cones de resina (Resilon). Oitenta dentes unirradiculares humanos foram
divididos aleatoriamente em cinco grupos: condensação lateral e vertical
com guta percha, condensação lateral e vertical com Resilon, e o grupo
controle sem material obturador. As amostras foram armazenadas com
Revista de Literatura
21
100% de umidade por duas semanas, embebidos em resina de poliéster e
levados ao teste mecânico de fratura. Os resultados mostraram que os
dentes obturados com Epiphany e cones de Resilon apresentaram maior
resistência à fratura que os demais grupos, independentemente da técnica
de obturação usada.
ZMENER (2004), estudou a resposta tecidual frente a um novo
cimento obturador de canal radicular EndoREZ, à base de metacrilato,
implantados em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos por meio de tubos
de silicone. Barras de silicone sólidas do mesmo tamanho e forma dos
tubos também foram implantadas e usadas como controles negativos.
Após 10, 30, 90 e 120 dias de implantação, graus diferentes de reação
tecidual frente ao material testado foram observados. Um tecido de
granulação contendo numerosos neutrófilos, linfócitos, plasmóticos, assim
como macrófagos e células gigantes de corpo estranho com material
fagocitado no interior do seu citoplasma, foi inicialmente observado em
contato com EndoREZ. Fibroblastos e vasos sanguíneos neo-formados
também foram observados. Estas características celulares persistiram após
30 dias. A severidade da reação inflamatória diminuiu com o tempo e o
reparo do tecido conjuntivo foi observado após o período de 120 dias,
embora alguns espécimes apresentassem ainda um infiltrado inflamatório
leve e persistente. Adicionalmente, componentes do cimento EndoREZ
foram observados em todos os períodos de estudo.
Revista de Literatura
22
ELDENIZ et al. (2005) avaliaram a adesividade de três cimentos
endodônticos (Diaket
®
, AH Plus
®
e Endo-Rez
®
). Os dentes foram irrigados
com EDTA 17% seguido de irrigação com NaOCl 5,25% e separados em
dois grupos: grupo controle, preenchido pelos cimentos desta forma e o
segundo grupo, onde foi criada artificialmente uma área uniforme de
smear layer.
Em seguida, os canais foram selados com os cimentos
obturadores. Os resultados mostraram que a remoção da
smear layer
aumentou a força de adesão em todos os cimentos, e o cimento AH Plus
apresentou os maiores valores de adesão à dentina com ou sem
smear
layer.
ZMENER et al. (2005) avaliaram a reação do tecido ósseo ao
cimento endodôntico à base de metacrilato EndoREZ. Tubos de silicone,
preenchidos com o cimento e barras de silicone usadas como controle,
foram implantados em tíbias de ratos Wistar machos. Dez e 60 dias após o
implante, a reação do tecido ósseo foi analisada por métodos histológicos
e histométricos. Após 10 dias a quantidade de tecido ósseo reacional em
contato com o cimento foi significativamente menor que o observado nos
grupos controles. A contagem de células demonstrou que o número de
células inflamatórias que estavam em contato com o cimento era
significativamente maior. Após 60 dias, não foram observadas diferenças
significantes na quantidade de osso reacional entre os grupos controle e o
de EndoREZ. A reação inflamatória inicial observada no cimento a base de
metacrilato foi resolvida. Adicionalmente, a contagem de células
Revista de Literatura
23
demonstrou que não houve diferenças significativas entre o controle e o
cimento Endo REZ.
SHIPPER et al. (2005) avaliaram,
in vivo
, a eficácia da obturação de
guta percha e cimento AH26, comparada ao monobloco obtido a partir do
Resilon e cimento Epiphany na prevenção de periodontites apicais,
subseqüentemente à inoculação coronária com microrganismos orais.
Foram utilizadas 56 raízes vitais de pré-molares, assépticas, de cães
adultos. Os canais foram instrumentados e divididos aleatoriamente em
quatro grupos experimentais (Modelo de Infiltração Coronária) e um grupo
controle negativo, obturados da seguinte maneira: grupo 1- condensação
lateral da guta percha e cimento AH26 (n=12); grupo 2- condensação
vertical da guta percha e cimento AH26 (n=12); grupo 3- condensação
lateral do cimento Epiphany/Resilon (n=12); grupo 4- condensação
vertical do cimento Epiphany/Resilon (n=10); grupo controle negativo
(n=10)- guta percha e cimento AH26 ou cimento Epiphany/Resilon
utilizando as técnicas da condensação lateral e vertical como nos grupos 1
a 4, sem a presença de microrganismos. No grupo controle positivo, 57
raízes de pré-molares adicionais foram instrumentadas, infectadas e não-
obturadas. Os pré-molares nos grupos 1 a 4 foram avaliados novamente,
inoculados com placa dental dos próprios es e armazenados. Essa nova
inoculação de microrganismos foi repetida em mais duas ocasiões em
intervalos mensais. Os dentes no grupo controle negativo não foram
avaliados novamente. Na 14ª semana após a inoculação coronária, os
Revista de Literatura
24
cães foram mortos e as mandíbulas preparadas para a avaliação
histológica. Inflamação moderada foi observada em 82% das raízes
obturadas com guta percha e cimento AH26, número significativamente
maior que o das raízes obturadas com o cimento Epiphany/Resilon (19%)
e grupo controle negativo (22%) (p<0,05). Os autores verificaram que
espécimes que continham o monobloco obtido a partir do Resilon e
cimento Epiphany apresentaram os menores índices de periodontite
apical.
NUNES (2005) avaliou comparativamente, por meio do teste
push-
out
, a adesividade dos cimentos endodônticos Epiphany e AH Plus à
dentina radicular humana previamente tratada com hipoclorito de sódio a
1% ou com hipoclorito de sódio a 1% associado ao EDTA a 17%. Para o
estudo ele utilizou 60 caninos superiores humanos. Após a análise dos
resultados, o autor concluiu que o cimento AH Plus apresentou valores de
adesividade superiores aos obtidos pelo cimento Epiphany e a aplicação
da solução de EDTA 17% aumentou a adesividade dos dois cimentos
estudados. Além disso, os maiores valores de adesividade foram obtidos
com o cimento AH Plus, quando a dentina foi tratada com EDTA 17% e os
menores valores de adesividade foram obtidos com o cimento Epiphany,
quando foi utilizada somente água destilada.
TAY et al. (2005) avaliaram,
in vitro,
a qualidade estrutural do
selamento apical obtido com a obturação dos canais com o sistema
Resilon/Epiphany e com a associação AH Plus/Guta-Percha. Para isso,
Revista de Literatura
25
dentes humanos unirradiculares foram instrumentados com a técnica
Crown-Down
e irrigados com NaOCl e EDTA, para posterior obturação com
os sistemas estudados. Por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura,
foram observadas fendas ao longo das paredes dos canais e, por meio de
microscópio eletrônico de transmissão, foi avaliada a infiltração marginal.
Os exames revelaram áreas livres de fendas e com fendas ao logo das
paredes em ambos sistemas; do mesmo modo foram encontradas
infiltrações marginais, mostrando que, com estes sistemas, o selamento
hermético dos canais apicais ainda não é possível.
SCHIRRMEISTER et al. (2006) avaliaram a efetividade da
instrumentação manual e rotatória na remoção de Epiphany e guta-percha
compactados verticalmente durante o retratamento endodôntico. Para o
estudo, sessenta incisivos centrais superiores unirradiculares foram
instrumentados até a lima 40 utilizando instrumentos FlexMaster. Os
dentes foram divididos ao acaso em quatro grupos de 15 espécimes cada.
Os canais radiculares de dois grupos foram obturados utilizando o cimento
Epiphany e os outros dois foram obturados com guta-percha e cimento AH
Plus. Um grupo Epiphany e um guta-percha foram re-instrumentados com
brocas Gates Glidden e limas Hedström. Nos outros dois grupos, o
material obturador foi removido utilizando brocas Gates Glidden e
instrumentos rotatórios RaCe. Após a limpeza dos canais, a área de
material obturador remanescente sobre a parede do canal radicular foi
medida por meio de um programa de imagem computadorizada. O
Revista de Literatura
26
cimento Epiphany verticalmente compactado foi mais eficientemente
removido que a guta-percha associada ao cimento AH Plus. Além disso, as
limas Hedström foram mais rápidas na remoção do cimento obturador
quando comparadas aos instrumentos rotatórios RaCe.
Similar ao estudo acima, OLIVEIRA et al. (2006) compararam a
efetividade e o tempo de trabalho da remoção de material obturador
Resilon/Epiphany e guta-percha/AH 26. Para este estudo foram utilizados
80 dentes unirradiculares previamente extraídos. Os materiais obturadores
foram removidos através de clorofórmio e dois diferentes sistemas
rotatórios (limas K3 e Liberator). A quantidade de material residual sobre
as paredes radiculares foi analisada através de um programa de imagem.
O grupo obturado com Resilon/Epiphany e re-instrumentado com limas K3
demonstrou a menor quantidade de material residual sobre as paredes
radiculares. Nos grupos Resilon/Epiphany, o material foi removido mais
rapidamente que os grupos obturados com guta-percha/AH 26. Desta
forma, os autores concluíram que Resilon/Epiphany foi efetivamente
removido com os sistemas rotatórios K3 ou Liberator.
Ainda comparando a efetividade das técnicas de retratamento
endodôntico em dentes obturados com o sistema Resilon/Epiphany, EZZI
et al. (2006) utilizaram 60 dentes unirradiculares instrumentados e
obturados com o sistema Resilon/Epiphany ou GP/AH Plus. Cada espécime
foi distribuído ao acaso para receber duas técnicas de retratamento
distintas, o sistema rotatório Profile 0.06 combinado ao calor ou
Revista de Literatura
27
clorofórmio. Os resultados demonstraram que clorofórmio combinado com
o sistema rotatório foi mais eficiente na remoção do material quando
comparado ao calor. Além do Resilon/Epiphany ter sido removido mais
rápido que o GP/AH, ambas as técnicas proporcionaram paredes
radiculares mais limpas no terço apical da raiz no grupo obturado com
Resilon/Epiphany, quando comparado ao grupo GP/AH.
VERSIANI et al. (2006), avaliaram a solubilidade, desintegração,
fluidez, espessura da película formada e alterações dimensionais do
cimento resinoso Epiphany e compararam essas características com as
apresentadas pelo cimento resinoso à base de resina epóxi AH Plus. O
experimento foi realizado de acordo como a ANSI/ADA, especificação 57,
que testa as propriedades físico-químicas de cimentos endodônticos. Cinco
amostras de cada material foram testadas para cada propriedade. Além
disso, a água destilada utilizada no teste de solubilidade foi avaliada
quanto à liberação de íons Fe, Ni, Ca, Mg, Zn, Na e K através de
espectrofotômetro de absorção atômica. Em relação à fluidez e espessura
do filme formado, não havia diferenças entre os cimentos analisados.
Entretanto, a solubilidade apresentada pelo cimento Epiphany, assim
como as alterações dimensionais e a expansão se mostraram maiores que
aquelas observadas no cimento AH Plus. O cimento Epiphany apresentou
alta liberação de íons cálcio. Diante desses resultados, os autores
concluíram que os testes de fluidez e espessura do filme estavam de
acordo com o recomendado pela ANSI/ADA. Ao contrário, o teste de
Revista de Literatura
28
alteração dimensional para ambos os cimentos, apresentou valor maior do
que aquele considerado aceitável pela ANSI/ADA. Além disso, em relação
aos valores de solubilidade, o cimento Epiphany apresentou um valor
maior do que aquele preconizado pela ANSI/ADA.
MALTEZOS et al. (2006) compararam o selamento apical do sistema
Resilon/Epiphany, Pro Root MTA e Super-EBA utilizando um sistema de
contaminação bacteriana. Cinqüenta e cinco dentes extraídos foram
instrumentados, os seus ápices foram ressecados e preparados através de
ultrassom. Os materiais testados foram colocados nos preparos realizados
no terço apical da raiz. Streptococcus salivarius foram introduzidos na
superfície coronária do preparo e os 4 mm apicais foram imersos em caldo
de infusão de rebro e coração contendo uma pastilha de solução
indicadora vermelho fenol. A contaminação bacteriana foi monitorada a
cada 24 horas por 4 semanas. Todos os controles positivos contaminaram
dentro de 24 horas; nenhum dos controles negativos infiltrou. O sistema
Resilon/Epiphany e MTA sofreu infiltração bacteriana significativamente
menor que o Super-EBA. Não havia diferença estatística entre o sistema
Resilon/Epiphany e MTA. Concluiu-se que Resilon/Epiphany pode ser uma
opção viável como um material selador apical com bom isolamento
cirúrgico.
SOUSA et al. (2006) avaliaram a biocompatibilidade intra-óssea dos
cimentos obturadores AH Plus, EndoREZ e Epiphany. Para o estudo, trinta
guinea pig, dez para cada material, divididos em períodos experimentais
Revista de Literatura
29
de 4 e 12 semanas, receberam um implante sobre cada lado da sínfise
mandibular. Ao fim dos tempos de observação, os animais foram mortos e
os espécimes preparados para análise microscópica. Após análise dos dois
períodos de estudo, foi encontrada uma reação inflamatória severa no
grupo EndoREZ. No grupo AH Plus, a reação inflamatória variou de
moderada a severa, enquanto no grupo Epiphany foi observada excelente
resposta biológica, com formação óssea e reação inflamatória leve ou
ausente. Assim, os autores concluíram que o cimento Epiphany foi o único
material que apresentou biocompatibilidade intra-óssea após os dois
períodos de estudo analisados.
Proposição
Proposição
31
Este trabalho teve como objetivo avaliar microscopicamente a reação
do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos frente a implantes do cimento
endodôntico resinoso Epiphany com ou sem
primer
, fotopolimerizado ou não,
veiculados em tubos de polietileno, após os períodos de análise de 7, 21 e 42
dias, em relação aos seguintes eventos: infiltrado inflamatório, celularidade,
vascularização, atividade fagocitária e necrose.
Material e Métodos
Material e Métodos
33
O material testado foi o cimento obturador Epiphany (Pentron®-
Clinical Technologies, L.L.C. Wallingford CT. E.U.A.) (Figura 1), composto à
base de resina, com polimerização dual, sob diferentes condições.
Figura 1 Sistema Epiphany (Pentron® - Clinical
Technologies, L.L.C. Wallingford CT. E.U.A.) com o Cimento
obturador Epiphany.
De acordo com a situação do cimento testado, os animais foram
aleatoriamente divididos em 4 grupos experimentais:
Grupo I: Epiphany
Grupo II: Epiphany fotopolimerizado
Grupo III: Epiphany associado ao
primer
Grupo IV: Epiphany associado ao
primer
e fotopolimerizado
Grupo V: Controle
Material e Métodos
34
Para implantação do cimento no tecido subcutâneo dos animais, foram
confeccionados tubos de polietileno a partir de uma sonda uretral de 1,2 mm
de diâmetro (0,8 mm de diâmetro interno), onde esta foi segmentada em
fragmentos de 10 mm de comprimento. Para impedir o extravasamento das
diversas formulações do cimento testado, os tubos tiveram uma das
extremidades fechada à quente, com o auxílio de uma pinça hemostática e
uma lamparina. Em seguida foram autoclavados a uma temperatura de 120°
C durante 20 minutos.
Como o cimento testado sofre polimerização ao contato com a luz, o
seu preparo foi em ambiente escuro para que não houvesse interferência na
polimerização. Em seguida os tubos de polietileno foram preenchidos com os
cimentos, com auxílio de um cone de papel compatível ao diâmetro dos
tubos, de modo que não ocorressem espaços vazios, nem extravasamento do
material. A polimerização foi feita com aparelho fotopolimerizador (Dabi
Atlante, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil) e os tubos de polietileno foram
imediatamente implantados no tecido subcutâneo dos ratos.
Para realização deste estudo foram utilizados quinze ratos (
Rattus
novergicus, Albinus Wistar),
machos, adultos, com peso corporal variando
entre 200 e 250 gramas. Os animais foram alojados individualmente em
gaiolas plásticas (40,0 x 32,0 x 17,0 cm), em sala climatizada (temperatura
Material e Métodos
35
de 23ºC), com luz controlada (12 horas de luz/ 12 horas de escuro) e
receberam livremente água e ração sólida comercial balanceada.
Os materiais após serem acondicionados em tubos de polietileno foram
implantados no tecido subcutâneo da região dorsal dos ratos, num total de
quatro tubos por animal, ou seja, cada tubo continha o material em uma
situação ou condição diferente. Após 7, 21 e 42 dias, os animais foram
mortos e as regiões que continham os tubos de polietileno foram removidas.
Desta forma, cada animal recebeu quatro implantes, sendo dois implantes
próximos à região escapular, um direito e outro esquerdo e dois implantes
pélvicos, um direito e outro esquerdo. Assim, para cada grupo experimental
havia quatro amostras, conforme ilustrado no Quadro 1.
Como grupo controle, foi utilizado um animal por período
experimental, onde foi implantando no tecido subcutâneo um tubo de
polietileno vazio.
Quadro 1 Distribuição dos animais de acordo com o período de estudo e o
material estudado
7 DIAS*
(n=5)
21 DIAS
(n=5)
42 DIAS
(n=5)
GR.
I
n=4
GR.
II
n=4
GR.
III
n=4
GR.
IV
n=4
GR.
V
n=1
GR.
I
n=4
GR.
II
n=4
GR.
III
n=4
GR.
IV
n=4
GR.
V
n=1
GR.
I
n=4
GR.
II
n=4
GR.
III
n=4
GR.
IV
n=4
GR.
V
n=1
*
Quatro animais por período receberam quatro implantes subcutâneos, onde cada implante
continha o material testado em forma diferente, perfazendo um total de 4 amostras para
cada grupo estudado.
Material e Métodos
36
Para o procedimento cirúrgico, os animais foram anestesiados com
cloridrato de quetamina (0,1 mg/Kg) (SESP Divisão Vetbrands Saúde
Animal, Jacareí, São Paulo, Brasil) associado a xilazina (0,05 mg/Kg) (Bayer
do Brasil, Belford Roxo, Rio de Janeiro, Brasil), que é um relaxante muscular,
administrados por via intramuscular. Em seguida foi realizada a tricotomia da
região dorsal do animal e desinfecção da área tricotomizada com gaze
embebida em iodopovidona. Os procedimentos foram realizados sob
rigorosas condições de assepsia.
Foram realizadas quatro incisões de aproximadamente 5 mm de
largura, com lâmina de bisturi 15 acoplada ao cabo de bisturi Bard Parker
03, sendo duas incisões escapulares e duas pélvicas. A divulsão do tecido
subcutâneo foi feita com tesoura de ponta romba, sendo introduzida
aproximadamente 20 mm de comprimento no tecido subcutâneo. Foram
formadas quatro lojas cirúrgicas no dorso do animal, e nestas foram
implantados os tubos de polietileno com os cimentos dos grupos I, II, III e IV
em cada loja cirúrgica no sentido longitudinal com auxílio de uma pinça
clínica. A extremidade aberta do tubo, ou seja, aquela onde o cimento ficou
em íntimo contato com o tecido adjacente, foi introduzida na região oposta à
da incisão, para que a reação inflamatória formada na área incisada não
interferisse na avaliação microscópica na região onde foi colocado o cimento.
Material e Métodos
37
As bordas da ferida foram suturadas com agulhas montadas de 1,6 cm com
fio de seda 3-0.
Após a realização dos implantes, todos os animais, receberam por via
intramuscular uma dose 0,2 ml de pentabiótico veterinário (Laboratório
Wyeth®, Itapevi, São Paulo, Brasil), para evitar infecções secundárias.
Como mencionado, os animais foram separados em três grupos
conforme os períodos de sacrifício: 7, 21 e 42 dias. Durante todo o período
de estudo, os ratos ficaram sob observação diária para verificação de uma
possível alteração macroscópica no local dos implantes.
Após o período de 7, 21 e 42 dias de implantação, quatro animais em
cada período (quatro amostras para cada grupo experimental) mais o animal
do grupo controle, foram mortos por aprofundamento anestésico com
cloridrato de ketamina. As áreas que continham os tubos implantados foram
removidas através do recorte de um retalho, abrangendo suficiente tecido
normal adjacente além da área a ser estudada. Para que não houvesse
dobras durante o processo de fixação, as peças foram fixadas com grampos
metálicos em cartolina.
Após a coleta das amostras, as mesmas foram fixadas em solução de
formol a 10% tamponado durante 24 horas, mantidas em frascos unitários
opacos, ao abrigo da luz, com identificação do rato, grupo e localização dos
Material e Métodos
38
tubos, para posterior avaliação histopatológica no Laboratório de Patologia da
Universidade de Ribeirão Preto.
Análise anátomo-histopatológica
Após 24 horas de fixação, as peças foram lavadas em água corrente e
analisadas macroscopicamente, sendo aparadas e secionadas com lâminas de
bisturi número 22. Este procedimento permitiu a localização dos tubos de
polietileno, com manutenção de suficiente tecido ao redor deles para análise.
Logo após, o material foi acondicionado em cassetes unitários para o correto
processamento histológico, que foi realizado por um processador histológico
automático (Modelo 893, Ancap®, São Paulo, Brasil). Em seguida o material
foi embebido em parafina, obtendo blocos para o corte histológico.
Os blocos de parafina foram corretamente identificados e posicionados
em micrótomo, sendo então secionados até encontrar os tubos de polietileno,
que foram cuidadosamente removidos. Em seguida, o espaço que era
ocupado pelo tubo de polietileno foi preenchido com parafina e foram
realizados os cortes com 5 micrômetros de espessura. Após a completa
secagem das lâminas em estufa a 60
o
C, os cortes foram corados em
hematoxilina e eosina.
Material e Métodos
39
De acordo com as respostas teciduais provocadas pelo cimento em
suas diferentes apresentações, foram realizadas as análises microscópicas
das amostras, comparando-as entre si e ao controle.
Foram avaliados, por meio de análise histopatológica descritiva,
diferentes eventos microscópicos, tais como:
1. Tipo do infiltrado inflamatório (células polimorfonucleares e/ou
células mononucleares).
2. Vascularização, através da presença e forma de apresentação
dos vasos sanguíneos.
3. Atividade fagocitária (macrófago e células gigantes
multinucleadas).
4. Presença de necrose.
5. Material residual.
6. Presença de calcificação distrófica.
7. Capacidade de reparação através da presença de fibroblastos
no local.
Material e Métodos
40
A intensidade da reação inflamatória foi estabelecida seguindo alguns
critérios:
Leve: Escassas células inflamatórias dispersas no tecido conjuntivo.
Moderada: Grande quantidade de células inflamatórias dispostas
focalmente.
Intensa ou severa: Grande quantidade de células inflamatórias difusas
ou dispersas no tecido conjuntivo adjacente.
Para esta análise, foi utilizado um microscópio óptico Nikon (Tóquio,
Japão). A obtenção das fotomicrografias foi realizada pela câmera JVC (Victor
Co.®, Tóquio, Japão) acoplada ao microscópio, transferindo a imagem ao
computador com o uso do software Adobe Photoshop 5.0 (Windows XP).
Resultados
Resultados
42
Os achados microscópicos obtidos nas análises histopatológicas estão
dispostos de maneira descritiva, divididos de acordo com o grupo e o período
de tempo estudado. Como mencionado no capítulo de Material e Métodos,
em cada período de tempo foi utilizado um tubo de polietileno vazio como
controle. Nestas amostras, em todos os períodos de estudo, foi possível
observar ao longo da superfície destes tubos, a presença de um tecido
conjuntivo normal, sem a presença de reação inflamatória ou quaisquer
outras alterações morfológicas significativas.
PERÍODO DE ESTUDO 7 DIAS
GRUPO I (Epiphany)
Neste grupo experimental, na região correspondente ao orifício de
abertura do tubo, observamos a presença de uma faixa de tecido conjuntivo
celularizado contendo uma reação inflamatória crônica leve formada
predominantemente por linfócitos, além de vasos sanguíneos congestos
(Figura 2). Não foram observados macrófagos ou células gigantes
multinucleadas. Havia também resíduos do cimento testado, que era
caracterizado por um material amorfo, difuso, granular e de coloração
enegrecida (Figura 3). Nesta região, em íntimo contato com o material,
notava-se além de linfócitos, a presença de neutrófilos (polimorfonucleares) e
pequenos focos de necrose.
Resultados
43
GRUPO II (Epiphany fotopolimerizado)
O tecido subcutâneo dos animais após sete dias em contato com o
cimento Epiphany fotopolimerizado, apresentou reação inflamatória crônica
de moderada a intensa. Na região em que o tecido conjuntivo estava em
íntimo contato com o cimento estudado, observava-se extensa área de
necrose (Figura 5). Da mesma forma que nos outros grupos estudados,
atividade fagocitária não era observada.
GRUPO III (Epiphany associado ao
primer
)
No grupo III, notava-se faixa de tecido conjuntivo com reação
inflamatória semelhante ao grupo I neste mesmo período. Da mesma forma,
observava-se a presença do material testado que se apresentava amorfo e
enegrecido, com escassas áreas de necrose. Similar ao grupo I, macrófagos
ou células gigantes multinucleadas estavam ausentes.
GRUPO IV (Epiphany associado ao
primer
e fotopolimerizado)
Neste grupo, observa-se um tecido conjuntivo com reação
inflamatória crônica leve (Figura 4), porém este tecido se apresenta com uma
espessura maior quando comparado aos grupos I e III. Nesse infiltrado
Resultados
44
inflamatório predominância de linfócitos, além de vasos sanguíneos
congestos. Como nos grupos anteriores, macrófagos e células gigantes
multinucleadas não foram observadas. Focos de necrose foram observados
em íntimo contato com material disperso na região.
PERÍODO DE ESTUDO 21 DIAS
GRUPO I (Epiphany)
No tecido conjuntivo localizado na região de abertura do tubo de
polietileno, era observada uma reação inflamatória crônica discreta,
predominantemente linfocítica, similar ao que ocorria nas amostras do grupo
III. Células gigantes multinucleadas e macrófagos também estavam
ausentes. Da mesma forma, grande quantidade do material estudado
disposto de forma dispersa, associado a um material homogêneo e basofílico
compatível com calcificação distrófica também foi identificado. Entretanto,
havia escassos focos de necrose no tecido conjuntivo adjacente ao cimento
estudado.
Resultados
45
GRUPO II (Epiphany fotopolimerizado)
Ao contrário dos grupos experimentais deste mesmo período de
tempo, o tecido conjuntivo adjacente ao cimento obturador estudado
apresentava uma reação inflamatória crônica intensa, associada a vasos
sanguíneos congestos. Atividade fagocitária estava ausente. Áreas mais
extensas de necrose eram notadas próximas ao material que se apresentava
morfologicamente com o mesmo aspecto descrito. Entretanto, áreas de
calcificação distrófica não foram observadas.
GRUPO III (Epiphany associado ao
primer
)
O tecido conjuntivo na região do orifício de abertura do tubo de
polietileno se apresentava com uma reação inflamatória crônica discreta,
predominantemente linfocítica. Células gigantes multinucleadas e macrófagos
estavam ausentes. Havia ainda, na região, grande quantidade do material
estudado disposto de forma dispersa, caracterizado por uma substância
amorfa, granular e de coloração enegrecida, como descrito anteriormente.
Entre esse cimento disperso, observava-se um material homogêneo e
basofílico, compatível com calcificação distrófica. Não foi detectada necrose
Resultados
46
ou quaisquer outras alterações morfológicas e/ou degenerativas no tecido
adjacente ao cimento estudado.
GRUPO IV (Epiphany associado ao
primer
e fotopolimerizado)
Como foi observado nas amostras dos grupos I e III neste mesmo
período, o tecido conjuntivo localizado na região de abertura do tubo de
polietileno se apresentava com uma reação inflamatória crônica discreta,
predominantemente linfocítica. Vasos sanguíneos congestos eram observados
entre as células inflamatórias. Células gigantes multinucleadas e macrófagos
também estavam ausentes. Similar ao grupo I, o cimento testado se
apresentou morfologicamente como um material amorfo e granular, disposto
de forma dispersa, associado a um material homogêneo e basofílico
compatível com calcificação distrófica (Figuras 6 e 7). Além disso, havia
também escassos focos de necrose no tecido conjuntivo adjacente ao
cimento estudado.
Resultados
47
PERÍODO DE ESTUDO 42 DIAS
GRUPO I (Epiphany)
Similar ao que ocorreu no grupo III deste período de estudo, o tecido
conjuntivo na região da abertura do tubo de polietileno se apresentava com
uma reação inflamatória crônica ausente a discreta (Figura 8), com
predominância de mononucleares, principalmente linfócitos, associada a
presença de vasos sanguíneos congestos. Atividade fagocitária não era
observada. Havia pouca quantidade residual do material estudado, com
discretos focos de calcificação no seu interior. A exemplo do que foi descrito
no grupo III, necrose ou alterações degenerativas estavam ausentes.
GRUPO II (Epiphany fotopolimerizado)
Neste grupo, o tecido conjuntivo adjacente ao cimento obturador
apresentava uma reação inflamatória crônica moderada, associada a poucos
vasos sanguíneos congestos. Atividade fagocitária estava ausente. Áreas de
necrose focais eram observadas próximas ao material que se apresentava
morfologicamente com o mesmo aspecto descrito. Entretanto, áreas de
calcificação distrófica não foram observadas.
Resultados
48
GRUPO III (Epiphany associado ao
primer
)
O tecido conjuntivo na região do orifício de abertura do tubo de
polietileno apresentava uma reação inflamatória crônica que variou de
ausente a discreta, predominantemente linfocítica. Células gigantes
multinucleadas e macrófagos estavam ausentes. Pequena quantidade do
material estudado era observada. Entretanto, focos de calcificação distrófica
não foram identificados. Não foi detectada necrose ou quaisquer outras
alterações morfológicas e/ou degenerativas no tecido adjacente ao cimento
estudado.
GRUPO IV (Epiphany associado ao
primer
fotopolimerizado)
O tecido conjuntivo na região da abertura do tubo de polietileno se
apresentava com uma reação inflamatória crônica ausente a discreta,
predominantemente formada por linfócitos, associada a presença de vasos
sanguíneos congestos. Atividade fagocitária não era observada. Havia pouca
quantidade residual do material estudado. Entretanto, focos de calcificação
distrófica não eram observados. A exemplo do que foi descrito nos grupos
anteriores deste mesmo período de estudo, necrose ou alterações
degenerativas estavam ausentes.
Resultados
49
Figura 2- Grupo I, 7 dias- Reação inflamatória leve no tecido
conjuntivo adjacente ao material, associado a
vasos sanguíneos congestos (hematoxilina-eosina,
aumento original, 100x)
Figura 3- Grupo I, 7 dias- Cimento obturador residual em meio
à cápsula de tecido conjuntivo formada (hematoxilina-
eosina, aumento original, 200x).
Resultados
50
Figura 4- Grupo IV, 7 dias- Reação inflamatória leve associada
ao cimento obturador residual (hematoxilina-eosina,
aumento original, 100x).
Figura 5- Grupo II, 7 dias –Extensa necrose adjacente ao
material granular, basofílico e amorfo (hematoxilina-
eosina, aumento original, 200x).
Resultados
51
Figura 6- Grupo IV, 21 dias - Reação inflamatória leve associada
a grande quantidade de material residual e focos de calcificação
distrófica (hematoxilina-eosina, aumento original, 100x)
Figura 7- Grupo I, 42 dias – Tecido conjuntivo celularizado, com reação
inflamatória discreta e foco de calcificação (hematoxilina-eosina, aumento
original, 100x).
Discussão
Discussãos
53
Antes de introduzir no mercado e/ou utilizar um novo material
odontológico, é fundamental que suas propriedades físico-químicas e
antimicrobianas sejam estudadas. Do ponto de vista biológico, seu potencial
irritativo deve ser avaliado, pois eventuais componentes tóxicos presentes
nesse determinado material poderiam causar irritação, degeneração ou
mesmo necrose dos tecidos adjacentes (HUANG et al., 2005).
Objetivando avaliar a biocompatibilidade de um dado material através
de estudos in vivo preliminares, um método comumente utilizado é a
implantação do material a ser estudado em tecido subcutâneo de pequenos
animais (LEAL et al., 1988; YESILSOY et al., 1988; COSTA et al., 1997;
CANOVA et al., 2002; KOWALSKI et al., 2004; ZMENER, 2004), como foi
realizado no presente estudo. Dentre esses animais, o rato é o mais
freqüentemente utilizado. Além de ser um modelo experimental que
representa satisfatoriamente o organismo de um mamífero, ele apresenta
dimensões adequadas proporcionando um manejo mais fácil e seguro e
apresenta um metabolismo mais acelerado quando comparado a outros
animais, o que permite a obtenção de resultados relevantes em um curto
período de tempo (HEDRICH, 2000; RODRIGUES SOSA, 2004). Por este
motivo, o rato também foi utilizado nesse experimento.
Discussãos
54
Para implantar os materiais ou cimentos obturadores a serem
estudados no tecido subcutâneo do animal, é necessário um recipiente onde
esse material-teste possa ser acomodado e em seguida implantado. A escolha
desse recipiente também é uma etapa importante no desenho e
desenvolvimento do projeto de pesquisa, visto que esse dispositivo deve ser
formado por uma substância que seja conhecidamente inerte ou que
provoque mínima agressão nos tecidos circunvizinhos. Um dos dispositivos
mais comumente utilizados nesses testes primários de irritabilidade com
implantação subcutânea é o tubo de polietileno. Embora seja empregado em
muitos experimentos atuais, ele foi inicialmente testado 40 anos, onde foi
observada a formação de uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso sem
reação inflamatória associada (TORNECK et al., 1966), semelhante ao
resultado obtido em nossas amostras. A partir de então, inúmeros outros
trabalhos foram desenvolvidos utilizando o tubo de polietileno (ZANONI et al.,
1988; COSTA et al., 1997; NASSRI et al., 2003; KOWALSKI et al., 2004),
como observado no presente estudo.
Entretanto, outras técnicas, como o implante de cimentos ou materiais
endodônticos em tecido ósseo de cobaias através de copos de teflon, são
também utilizadas conforme recomendado pelo FDI. O teflon, a exemplo do
que é observado no tubo de polietileno, não causa irritação nos tecidos
adjacentes (SOUSA et al., 2004; SOUSA et al., 2006). Embora ambas as
Discussãos
55
técnicas sejam importantes na determinação da toxicidade apresentada por
determinado material, os resultados obtidos não podem ser diretamente
extrapolados para o que ocorre nos tecidos humanos periapicais.
Por mais de 100 anos, a guta-percha tem sido o material mais
comumente utilizado para obturar o sistema de canais radiculares, embora
não represente um material obturador ideal (EZZIE et al., 2006). Uma das
desvantagens deste material é a sua pobre capacidade de selamento, sendo
necessário o uso de um cimento obturador para proporcionar um selamento
efetivo (YOUNIS; HEMBREE, 1976). Somando-se a isso, quando a
restauração coronária está defeituosa ou ausente, a contaminação com saliva
pode causar a dissolução deste cimento obturador, proporcionando assim
uma oportunidade para a colonização de bactérias e conseqüentemente levar
a um fracasso do tratamento (WILCOX et al., 1987). Entre os cimentos
atualmente utilizados na prática clínica, estão aqueles que contêm hidróxido
de cálcio, ionômero de vidro, óxido de zinco e eugenol, silicone e resina
(ZMENER et al., 2005).
Recentemente, um novo sistema obturador de canais radiculares foi
introduzido no mercado e tem ganhado popularidade entre endodontistas e
clínicos gerais (SHIPPER et al., 2004; MALTEZOS et al., 2006; OLIVEIRA et
al., 2006). Esse sistema é formado por um polímero de resina sintética
termoplástica, denominado Resilon, associado a um cimento resinoso de
Discussãos
56
polimerização dual chamado Epiphany, cuja matriz é uma mistura de
bisfenol-A-glicidil metacrilato, etoxilato Bis-GMA, resina dimetacrilato uretano
e metacrilatos hidrofílicos. A combinação Resilon-Epiphany forma
rapidamente um bloco único ou monobloco no interior do canal radicular
(SHIPPER et al., 2004). Segundo o fabricante, o material não é citotóxico, é
biocompatível, não-mutagênico e tem sido aprovado pelo FDA para uso
endodôntico.
Quando se compara o Resilon com a guta-percha, uma das maiores
vantagens do primeiro é que quando utilizado com o cimento Epiphany,
forma um monobloco que apresenta adesividade às paredes dentinárias
(SHIPPER et al., 2004). Estudos prévios têm verificado que o monobloco
Resilon/Epiphany apresenta significativamente menor micro-infiltração que a
guta-percha (SHIPPER et al., 2004; SHIPPER et al., 2005), além de uma
melhor expansão flexural e ser removido com solventes ou calor (EZZIE et
al., 2006). Entretanto, outros autores concluíram que nem guta-percha com o
cimento AH Plus ou Resilon com Epiphany proporcionaram um selamento
apical completamente hermético, embora tenham sugerido que uma
vantagem do uso de Resilon-Epiphany é o seu imediato selamento coronal,
devido à sua característica de polimerização dual (TAY et al., 2005). Canais
obturados com Resilon-Epiphany também têm mostrado serem mais
Discussãos
57
resistentes à fratura quando comparados àqueles obturados com guta-percha
(TEIXEIRA et al., 2004).
IMAI; KOMABAYASHI (2003) apontam como uma desvantagem desse
sistema a possível dificuldade de retratamento nesses casos. Entretanto,
estudos recentes demonstraram que durante o retratamento, Resilon/
Epiphany foi removido mais rápido e com mais eficiência quando comparado
à guta percha/AH Plus, embora a guta-percha/AH Plus não apresente adesão
às paredes dentinárias como o cimento Epiphany (SCHIRRMEISTER et al.,
2006; EZZIE et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2006).
Em qualquer sistema de obturação endodôntica, o cimento utilizado,
pela sua fluidez, obviamente é o que apresenta maiores chances de
extravasamento além do ápice radicular em casos de sobre-obturação.
Adicionalmente, se esse cimento extravasado além do ápice radicular causar
uma reação inflamatória granulomatosa de corpo estranho, ele pode
certamente favorecer a permanência de uma periodontite apical (NAIR et al.,
2004). Assim, testes para avaliar seu potencial de irritabilidade devem ser
realizados. Embora o fabricante postule que o cimento Epiphany é
biocompatível, apenas um trabalho publicado na literatura científica que
avalia as propriedades biológicas desse cimento através de implantes intra-
ósseos em mandíbulas de cobaias (SOUSA et al., 2006). Entretanto, não
estudos prévios avaliando a biocompatibilidade desse cimento associado ao
Discussãos
58
primer
que o acompanha. A avaliação do cimento em conjunto com o seu
primer
é importante, visto que pela sua fluidez apresenta maiores chances de
extravasamento para a região periapical. Por esses motivos, propusemo-nos
a realizar este estudo, utilizando a implantação do cimento em tecido
subcutâneo de ratos associado ao
primer
que o acompanha.
Os resultados obtidos neste estudo foram animadores, visto que após
7 dias do experimento, na maioria dos grupos (I, III e IV) foi observada
apenas uma reação inflamatória crônica leve, sem a presença de atividade
fagocitária seja por macrófagos ou células gigantes multinucleadas, associada
a pequenos focos de necrose em áreas de íntimo contato com o material.
aos 21 dias, embora se observasse ainda uma reação inflamatória discreta,
não era possível observar focos de necrose residuais. Aos 42 dias, era
possível observar alguns espécimes onde a reação inflamatória estava
ausente ou leve. Embora tenham utilizado tempos de estudo maiores e
implantes intra-ósseos ao invés de implantes de tecido subcutâneo, SOUSA et
al. (2006) observaram resultados similares. Por outro lado, no grupo II, após
7 dias foi observada uma reação inflamatória crônica de intensidade
moderada a intensa, com focos extensos de necrose em regiões adjacentes
ao cimento testado. Característica semelhante foi observada após 21 dias do
experimento, cuja intensidade da reação inflamatória diminuiu aos 42 dias.
Este grupo II representa aquele onde o cimento Epiphany foi
Discussãos
59
fotopolimerizado, porém o
primer
não foi utilizado. Nesta situação, quando há
a fotopolimerização e o
primer
não é utilizado, sugerimos que eventualmente
o cimento pode apresentar partículas mais irritantes, provavelmente
monômeros livres, na superfície de contato com o tecido conjuntivo
adjacente, causando uma reação inflamatória e necrose mais evidentes. Na
ausência do
primer
, eventuais componentes tóxicos da superfície podem ficar
em contato com o tecido adjacente.
Recentemente, alguns autores observaram, em um estudo
in vivo
, que
o cimento Epiphany está associado com menos periodontite apical (SHIPPER
et al., 2005), provavelmente devido a uma maior resistência à infiltração
demonstrada em estudo prévio (SHIPPER et al., 2004). Entretanto, outros
autores avaliaram a solubilidade de Epiphany e demonstraram que esta
propriedade foi maior do que o estabelecido pela Especificação 57, ANSI/ADA
(VERSIANI et al., 2006). Neste estudo, a água deionizada utilizada para o
teste de solubilidade foi submetida à espectrofotometria de absorção atômica
e mostrou extensa liberação de cálcio. Eventualmente, esta alta liberação de
íons cálcio, pode explicar o baixo índice de periodontite apical observada no
estudo mencionado (SHIPPER et al., 2005) e também os resultados deste
trabalho.
Discussãos
60
Foi possível observar nos grupos I, III e IV aos 21 dias, a presença de
áreas que continham um material basofílico e homogêneo compatível com
áreas de calcificação distrófica. Esse alto índice de liberação de cálcio
observado em estudo prévio (VERSIANI et al., 2006) provavelmente explica
essas áreas de calcificação. Mesmo que esses resultados não possam ser
extrapolados diretamente com a região periapical em humanos, a presença
de áreas de calcificação sugere que este cimento possa favorecer o reparo do
tecido calcificado presente na região periapical.
Apesar dos bons resultados obtidos no presente trabalho com relação ao
Epiphany, como já comentado anteriormente, há apenas um trabalho onde se
avaliou as suas propriedades biológicas por meio de testes de irritabilidade
em tecidos vivos. Além disso, não experimentos publicados que avaliaram
a sua citotoxicidade. Portanto, há necessidade de mais estudos avaliando não
as suas propriedades biológicas
in vivo
, mas também seu potencial
citotóxico, para que se possa comparar com os resultados obtidos
previamente e com aqueles que eventualmente virão no futuro,
estabelecendo-se assim um conhecimento mais sólido sobre as reações que
esse cimento pode provocar quando em contato com tecidos vivos.
Conclusões
Conclusões
62
De acordo com a análise dos eventos histopatológicos ocorridos nos
períodos de observação propostos neste estudo, é possível concluir que:
1. O cimento obturador Epiphany parece ser biocompatível
quando em contato com tecido subcutâneo de ratos.
2. Em todos os períodos experimentais, o cimento Epiphany
em diferentes combinações causou uma reação inflamatória
leve no tecido conjuntivo adjacente, exceto o grupo II, do
Epiphany polimerizado, que mostrou inflamação de moderada a
intensa.
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