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Vinicius Humberto Nunes
Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany
e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes
soluções
Ribeirão Preto
2005
Orientadora: Prof
ª
Dr
a
Yara T. Corrêa Silva Sousa
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Vinicius Humberto Nunes
Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany
e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes
soluções
Orientadora: Prof
a
Dr
a
Yara T. Corrêa Silva Sousa
Ribeirão Preto
2005
Dissertação apresentada ao curso de Odontologia da
Universidade de Ribeirão Preto, para obtenção do Título de
Mestre em Odontologia, sub-área Endodontia.
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Nunes, Vinícius Humberto,
A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany
e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes
soluções/ Vinícius Humberto Nunes, - - Ribeirão Preto, 2005.
76 p.: il.-
Orientadora: Profa. Dra Yara T. Corrêa Silva Sousa
Dissertação (mestrado) – Universidade de Ribeirão Preto,
UNAERP, Odontologia, área de concentração: Endodontia, 2005.
1. Odontologia. 2. Endodontia. 3. Canal Radicular. 4- Tratamento.
I. Título
CDD: 617.6342
Este trabalho foi realizado no Laboratório de Pesquisas
em Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto
UNAERP.
Dedicatórias
A
DEUS
.
Em vários momentos desta caminhada, pude sentir o conforto e o alento
de Tua presença, sem a qual não poderia prosseguir.
Agradeço, constantemente, pelas pessoas que colocaste em minha vida.
Pelas dificuldades que encontrei, e pela força que me deste para superá-las.
Aos Meus Pais,
Paulo Nunes Filho
Áurea de Paula Nunes.
Peço sempre a Deus que me torne digno de honrá-los.
Dizer que os amo é tão pouco!
Gostaria de ser conhecedor de uma expressão que pudesse traduzir o
sentimento que enche meu peito quando penso em vocês. Ou então, de possuir
um abraço que pudesse transmitir o orgulho que sinto por simplesmente poder
chamá-los de Pai e Mãe. Quem sabe um dia, um carinho meu possa retribuir
uma ínfima parte do conforto que vossos colos me deram. Mas principalmente,
espero ter sido sensível aos exemplos que me deram, para que um dia, eu
possa dar aos seus netos o mesmo amor que recebi de vocês.
Ao Meu Irmão,
Walter Henrique Nunes
Que sempre foi motivo de muito orgulho. No qual muitas vezes me
inspirei para tomar as atitudes mais acertadas, ou apenas para dar boas
risadas, mesmo nos momentos mais difíceis.
Amo você!
À minha noiva
Giovanna Mayra Titton de Barros
Com muita diplomacia, respeito e carinho, deu-me segurança para seguir
meu caminho. Comungou comigo dos meus sonhos e soube absorver minhas
tensões, tornando o caminho muito mais seguro e leve.
Te amo.
À minha orientadora,
Profª. Drª. Yara T. Corrêa Silva Sousa,
pela
solicitude e dedicação com a qual me conduziu nesta pesquisa. A cortesia e
educação, que lhe são peculiares, fizeram com que o andamento dos trabalhos
fosse harmônico, deixando as tarefas sempre mais suaves.
Serei sempre grato por sua dedicação.
Agradecimentos
Ao
Curso de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade de
Ribeirão Preto – UNAERP,
pelo incremento profissional e pessoal.
Ao
Prof. Dr. Manoel Damião de Sousa Neto,
pelo acréscimo intelectual
dado a esta dissertação.
Aos professores do Curso de Mestrado em Endodontia da Universidade de
Ribeirão Preto UNAERP:
Paulo César Saquy, Manoel D. de Sousa Neto,
Luiz Pascoal Vansan, Antonio Miranda Cruz Filho, Raphael Carlos
Comeli Lia, Lisete Diniz Ribas Casagrande, Celso Bernardo de Sousa
Filho, Neide Aparecida de Sousa Lehfeld, Rosemary Cristina Linhari R.
Pietro, Jacy Ribeiro de Carvalho Junior, Delza Deise Marchetti Kannan,
Edson Alfredo, Renato ssio Roperto, Lucélio Bernardes Couto,
pelos
ensinamentos transmitidos durante o curso.
Aos colegas da quinta turma de Pós-Graduação em Odontologia, sub-área
Endodontia,
Maria Isabel Anastácio Faria, Fabio Leal Braga, Fabricio
Scaini, Cíntia Regina de Carvalho França, Lorenna Fonseca Braga de
Oliveira, Irdival Cristino Figueiredo Junior, Rafael Brandão Ferreira,
Mônica Maria Denadae de Campos Pinto, Edi Wagner Sasaki,
pela
amizade e companheirismo. A todos, muito SUCESSO!
Aos amigos
Tabajara Sabbag Fonseca, Michele Nadalin, Isabela
Parsekian Martins, Neilor Antunes Braga, Felipe Barros, Silvia
Nomelini, Moisés Franco Barbosa da Silva, José Estevam Vieira Ozório
que nunca pouparam esforços para aquela ajuda sempre necessária.
Às incansáveis
Cecília Maria Zanferdini, Joana Neia Vieira, Karina
Betini Verri, Sonia Maria Del Campo
.
À
Rosemary Alexandre,
que com a sua ajuda, tornou o caminho belo e
tranqüilo, e, com sua luz, permitiu que muitos momentos difíceis passassem
desapercebidos.
Ao Amigo
Marco Fiori Júnior,
que abriu as portas de sua casa, dando-me
conforto e alento nos momentos mais difíceis, e comemorando comigo nas
vitórias, assim como nos tempos da “Highlander”.
À
Prof.ª Raquel Assed Bezerra da Silva
, da Faculdade de Odontologia
de Ribeirão Preto – USP, que me abençoou com sua amizade.
Aos amigos da
Turma 72
da Faculdade de Odontologia de Araraquara
UNESP, em especial,
Beatriz Maria Valério Lopes, Weber Adad Ricci e
Karin Hermana Neppelenbroek,
que se fizeram presentes neste momento
tão importante para mim.
Aos grandes amigos
Fernando César Becca Borges e Renata Cristina
Rowe,
que propiciaram momentos de muita alegria, e ajudaram a fazer tudo
valer a pena! Adoro vocês!
Aos amigos
Antonio Ferreira Inocêncio Neto e Urbano Peres Ramos
Junior,
que, mesmo que a distância insista em separar-nos, fazem-se sempre
presentes nos momentos mais importantes.
Ao amigo e irmão
Sergio José Andrade,
e à cunhada
Andréa Sutana
Dias Andrade
pelos conselhos, palavras, estima e pela confiança em mim
depositada durante todo esse tempo.
Aos amigos
Glauco André
Marques e Adriana Sayuri Catuyama
Marques
, pela amizade e descontração, que muito ajudaram nessa
caminhada.
Aos
Irmãos da Loja Maçônica Acácia de Avaré,
que participaram
ativamente de mais esse processo de lapidação.
Aos Amigos Professores Doutores
Fabio Luiz Camargo Villela Berbert,
Renato de Toledo Leonardo e Idomeo Boneti Filho,
da Faculdade de
Odontologia de Araraquara UNESP, que me estimularam a seguir o caminho
da Endodontia.
Sumário
RESUMO
SUMMARY
INTRODUÇÃO.................................................................................
01
REVISTA DA LITERATURA...............................................................
05
PROPOSIÇÃO..................................................................................
28
MATERIAL E MÉTODOS...................................................................
30
RESULTADOS.................................................................................
38
DISCUSSÃO....................................................................................
46
CONCLUSÕES.................................................................................
54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................
56
Resumo
______________________________________________________________________________________
Resumo
O objetivo do presente estudo foi avaliar a adesividade do cimento
Epiphany à dentina radicular previamente tratada com hipoclorito de sódio a
1% e com EDTA a 17%, em comparação ao cimento AH Plus, pelo método do
push-out
. Raízes de 60 caninos superiores humanos foram seccionadas
transversalmente na junção amelocementária e a 8 mm da mesma, criando
cilindros de raiz que, após inclusão em resina acrílica autopolimerizável, tiveram
seus canais radiculares preparados com auxílio de uma ponta troncônica. Os
corpos-de-prova foram divididos aleatoriamente em 3 grupos de acordo com a
solução utilizada: GI - água destilada (controle), GII - hipoclorito de sódio a 1%
e GIII - EDTA a 17%. Após o tratamento da dentina, cada grupo foi divido em
dois subgrupos de acordo com o cimento obturador a ser testado: Epiphany e
AH Plus. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste do
push-out
na
Máquina Universal de Ensaios, com velocidade constante de 1mm/minuto. A
análise estatística dos resultados evidenciou diferença ao nível de 5%.
Concluiu-se que o cimento AH Plus apresentou valores de adesividade
superiores aos obtidos pelo cimento Epiphany, independentemente do
tratamento utilizado, e que a aplicação do EDTA 17% propiciou aumento da
adesividade dos dois cimentos obturadores estudados.
Summary
_____________________________________________________________________________________
Summary
The aim of the present study was to assess the bond strength of the
Epiphany cement to radicular dentin previously treated with 1% sodium
hypochlorite and 17% EDTA, in comparison to the AH Plus cement, using the
push-out test. Roots of 60 human superior canines were transversally sectioned
in the cementoenamel
junction and another section was accomplished 8 mm
below the junction. The resulting root cylinders were embedded in
autopolymerized acrylic resin and prepared. Samples were randomly assigned
to
3 groups according to the irrigating solution: GI - distilled water (control), GII
- 1% sodium hypochlorite and GIII - 17% EDTA. After the dentin treatment,
each group was divided into two subgroups according to the luting agent:
Epiphany or AH Plus. Specimens were submitted to the push-out test in a
Universal Testing Machine with a constant speed of 1 mm/min. Data statistical
analysis evidenced differences to a level of 5%. It was concluded that the AH
Plus cement presented superior bond strength than the Epiphany cement,
regardless the irrigating solution, and that the application of 17% EDTA
increased the adhesion of both tested cements.
Introdução
Introdução
2
Ao estudar o perfil ideal que um material obturador dos canais radiculares
deve possuir, torna-se possível estabelecer os parâmetros de pesquisa para o
desenvolvimento de novos produtos, bem como a avaliação daqueles existentes
no mercado.
Para os estudos das propriedades físico-químicas dos cimentos, foi efetivada
pela
American Dental Association (ADA),
em 1983,
sob o título de Especificação 57,
uma série de normas e testes para a avaliação dos materiais obturadores
endodônticos com a finalidade de promover a padronização das pesquisas e a
uniformidade dos resultados.
A Especificação 57 da ADA determina, para avaliação das propriedades físicas
dos materiais obturadores endodônticos, os seguintes testes: escoamento, espessura
do filme, tempo de endurecimento, radiopacidade, solubilidade e desintegração e
estabilidade dimensional. Vale salientar que esta norma o prevê nenhum modelo
para os testes de adesividade.
Adesividade do cimento obturador significa a sua capacidade de aderir às
paredes dentinárias do canal radicular e propiciar um meio cimentante que promova
a união dos cones de guta-percha entre si e destes com a dentina (SOUSA-NETO et
al., 2005).
Na literatura consultada, observou-se dois modelos utilizados para avaliar a
adesividade do cimento obturador do canal radicular: um proposto por GROSSMAN
(1976), que utiliza uma máquina simples, constituída de uma haste em forma de T
dotada de duas roldanas e um fio; e outro método que utiliza a Máquina Universal
de Ensaios (ØRSTAVIK, 1983).
Introdução
3
Em relação à composição, os cimentos obturadores podem ser classificados
em: cimentos resinosos, cimentos à base de óxido de zinco eugenol que contêm ou
não medicamentos, cimentos que contêm hidróxido de cálcio e cimentos à base de
ionômero de vidro.
O primeiro cimento à base de resina epóxica foi preconizado por SCHRÖEDER
(1954), que propôs um cimento obturador à base de resina epóxica de bisfenol A.
A partir de então, as pesquisas contribuíram para a melhoria da qualidade
desse tipo de cimento que resultou em várias propostas, entre elas o AH Plus.
O AH Plus é um cimento com propriedades físico-químicas satisfatórias,
apresenta baixa solubilidade e desintegração (SCHAFER et al., 2003) e boa
adesividade (ELDENIZ et al., 2005); ação antimicrobiana (KAYAOGLU et al., 2005) e
boas propriedades biológicas (WILLERSHAUSEN et al., 2000).
Avanços na tecnologia adesiva alimentam o desejo de reduzir a infiltração
marginal apical e coronária por meio da união do material obturador às paredes dos
canais radiculares (TAY et al., 2005). Um cimento resinoso de metacrilato foi
desenvolvido, juntamente com um primer auto-condicionador, para cumprir este
objetivo.
O cimento Epiphany (Pentron Clinical Technologies, Wallingford, CT, USA) é
um compósito à base de resina de metacrilato de polimerização dual, que possui em
sua composição partículas de carga como hidróxido de cálcio, sulfato de bário, vidro
de bário e sílica.
O cimento Epiphany é utilizado com um material sólido denominado Resilon
(Resilon Research LLC, Madison, CT, USA), composto por polímeros de poliéster
sintéticos termoplastificáveis, similar à guta-percha. A associação do cimento
Introdução
4
Epiphany com o Resilon forma um monobloco que se adere às paredes da dentina
(SHIPPER et al., 2004). SHIPPER; TROPE (2004) sugeriram que este monobloco seria
desejável para a completa obturação do canal por permitir menor infiltração marginal
cervical em caso de perda ou fratura do selamento coronário provisório. Estudos
in
vitro
(SHIPPER et al., 2004) e
in vivo
(SHIPPER et al., 2005) têm demonstrado boa
resistência do monobloco à penetração bacteriana; entretanto, IMAI; KOMABAYASHI
(2003) apontam como uma desvantagem desse sistema a possível dificuldade em
caso de retratamento.
Considerando-se a proposta de utilização de um cimento de metacrilato
juntamente com um
primer
auto-condicionador, torna-se importante estudar as
propriedades físico-químicas destes novos materiais obturadores, em especial a
adesividade, a fim de determinar suas reais vantagens.
Revista da Literatura
Revista de Literatura
6
A revista de literatura realizada neste estudo procurou abordar as
propriedades físico-químicas dos cimentos obturadores, com ênfase na adesividade e
nas diferentes metodologias utilizadas para a sua avaliação.
KEMPER; KILIAN (1976) preconizaram a avaliação da capacidade adesiva de
materiais odontológicos à estrutura dental por meio da utilização da Máquina
Universal de Ensaios.
GROSSMAN (1976) estudou algumas propriedades físicas dos cimentos
obturadores de canais radiculares, entre elas a adesividade. Os materiais testados
foram AH 26, Diaket, Kerr sealer, Mynol, N2, N2 (no-lead), Procosol (nonstaining),
RC2B, Roth 801, Roth 811, Tubliseal e cimento de óxido de zinco e eugenol. Os
resultados demonstraram que quanto menor o tamanho das partículas, mais fácil é a
manipulação do cimento e melhor é seu escoamento e, quanto maior a temperatura
e umidade, menor o tempo de endurecimento do cimento. Todos os cimentos
apresentaram evidências de contração quando expostos à temperatura ambiente por
5 a 7 dias. Em relação à adesão, observou que os cimentos resinosos AH 26 e Diaket
apresentaram melhor adesão que os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol.
McCOMB; SMITH (1976) avaliaram
in vitro
algumas propriedades físicas
(escoamento, tempo de endurecimento, radiopacidade, adesão à dentina radicular,
resistência à compressão e solubilidade) de nove cimentos obturadores de canais
(Kerr sealer, Tubliseal, Procosol (nonstaining), Procosol Silver, PCA, Roth 801, Roth
811, Diaket e AH 26), e as compararam com as propriedades de dois cimentos
endodônticos especialmente preparados com fórmulas à base de policarboxilato (5TD
e 5TDR). Os cimentos endodônticos à base de óxido de zinco e eugenol
apresentaram baixa resistência à compressão e alta solubilidade, não apresentando
adesão à dentina, fato que também ocorreu com o cimento à base de resina
Revista de Literatura
7
polivinílica (Diaket). O cimento à base de resina epóxi (AH 26) apresentou
propriedades superiores em relação à resistência, escoamento, radiopacidade e
adesão, embora tenha mostrado alta solubilidade. Os cimentos à base de
policarboxilato apresentaram adesão à dentina duas vezes maior que aquela
apresentada pelo cimento AH 26. Os autores ressaltam que, quanto maior a
quantidade de resíduos orgânicos e inorgânicos no interior do canal radicular, mais
difícil torna-se a adesão do cimento às paredes dentinárias.
ØSTRAVIK et al. (1983) avaliaram, por meio de uma Máquina Universal de
Ensaios, a adesividade dos seguintes cimentos à dentina e à guta percha: AH 26,
Procosol, Forfenan, Diaket, Kloroperka, Endomethasone, N2 e Fosfato de zinco. Os
autores observaram uma maior capacidade adesiva do cimento à base de resina
epóxi AH 26, tanto à dentina, quanto à guta percha em relação aos demais cimentos
estudados.
A partir de 1983, a American Dental Association (ADA) estabeleceu uma série
de normas e testes para avaliar os materiais obturadores endodônticos, com a
finalidade de promover uma uniformidade dos resultados. Os testes de escoamento,
espessura do filme, tempo de trabalho, tempo de endurecimento, solubilidade e
desintegração, radiopacidade e estabilidade dimensional foram incluídos na
especificação 57 da ADA. O teste de adesividade não foi incluído nesta normatização
por não existir um consenso entre os pesquisadores quanto ao melhor método para
se avaliar esta propriedade.
WHITE et al. (1984) avaliaram a influência da
smear layer
na penetração de
certos materiais obturadores plásticos (pHEMA e silicone) nos canalículos dentinários.
Os resultados demonstraram que a presença da
smear layer
impediu a penetração
dos materiais nos canalículos dentinários; ao contrário, a remoção da
smear layer
Revista de Literatura
8
por meio da irrigação com EDTA e hipoclorito de sódio, permitiu que os materiais
penetrassem consideravelmente nos canalículos. Os autores concluíram que a
remoção da
smear layer
aumenta o contato do material obturador com a dentina e
melhora a capacidade de adesão e o selamento da obturação através do
embricamento mecânico proporcionado.
HYDE (1986) estudou o escoamento, tempo de trabalho, tempo de
endurecimento, pH, solubilidade, adesão e radiopacidade dos seguintes cimentos
obturadores de canais radiculares: Sealapex, CRCS, Tubliseal e Roth 801. O autor
verificou que os cimentos que contêm hidróxido de cálcio em suas fórmulas
(Sealapex e CRCS) provocaram um aumento significante no pH da água que os
continha, ocorrendo o oposto com os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol.
O Sealapex apresentou maior solubilidade e desintegração que o Roth 801, que é um
cimento tipo Grossman. Somente o cimento CRCS apresentou adesão satisfatória.
WHITE et al. (1987), dando seqüência ao estudo de 1984, avaliaram a
influência da
smear layer
na penetração de dois materiais obturadores plásticos
(pHEMA e silicone) e dois convencionais (Roth 801 e AH 26) nos canalículos
dentinários. Os resultados demonstraram que os quatro materiais apresentaram,
igualmente, capacidade de penetrar nos canalículos dentinários expostos, após a
remoção da
smear layer
com EDTA e NaOCl. Quando não houve remoção da
smear
layer
, a penetração dos materiais nos canalículos dentinários foi pouco freqüente.
RUEGGEBERG; MARGESON (1990) avaliaram a influência de gases presentes
na atmosfera sobre a polimerização de resinas compostas. Para este experimento,
foram utilizados ambientes com presença oxigênio (ar atmosférico), de gás argônio e
uma combinação dos dois. Uma resina sem carga foi acomodada sobre uma fina
camada de esmalte bovino; em seguida, uma camada de resina com carga foi
Revista de Literatura
9
adicionada e polimerizada sobre a resina sem carga nas condições descritas
anteriormente. A comparação do efeito das diferentes condições atmosféricas
testadas, teve o objetivo de mensurar a resistência ao cisalhamento do disco de
resina/compósito ao esmalte bovino condicionado. Valores de conversão de
monômeros da resina sem carga foram calculados por meio de espectro
infravermelho. A resina polimerizada em ambiente com presença de oxigênio
apresentou pobres valores de conversão de monômero e resultou em baixa
resistência ao cisalhamento; entretanto na presença de gás argônio, altos valores de
conversão de monômeros e de resistência ao cisalhamento foram verificados.
WENNERBERG; ØRSTAVIK (1990) estudaram a adesividade de oito cimentos
endodônticos à dentina e à guta-percha. Os materiais estudados foram: AH26, CRCS,
Diaket, clorofórmio-resina, Kloroperka, ProcoSol, Sealapex e Tubliseal. O cimento que
apresentou a melhor adesão foi o AH26 e a pior foi o Sealapex. Na inspeção das
superfícies fraturadas, os cimentos CRCS, Kloroperka, Procosol, clorofórmio-resina e
Sealapex apresentaram falha de coesão. O tratamento prévio da dentina com EDTA
causou significativo aumento na adesão do ProcoSol, clorofórmio-resina, Sealapex e
Tubliseal.
GETTLEMAN et al. (1991) avaliaram a influência da presença da
smear layer
na adesão dos cimentos obturadores AH26, Sultan e Sealapex à dentina humana. Os
resultados mostraram diferença significante entre os cimentos, sendo que o AH26
apresentou a maior força de adesão e o Sealapex a menor. Quando a
smear layer
foi
removida com a utilização da solução de EDTA, apenas o cimento AH26 apresentou
melhora na força de adesão.
ALIGHAMDI; WENNBERG (1994) afirmaram que se o cimento endodôntico
fosse impermeável, insolúvel aos fluidos teciduais, fosse dimensionalmente estável e
Revista de Literatura
10
tivesse adesividade à dentina e à guta-percha, concebivelmente teria a capacidade
de selar de forma eficiente o canal radicular, se utilizado em combinação com uma
técnica de obturação adequada.
FIDEL et al. (1994), utilizando um dispositivo semelhante ao desnvolvido por
Grossman em 1976, estudaram as propriedades físicas de alguns cimentos
obturadores de canais radiculares contendo hidróxido de cálcio em sua composição
(Sealer 26, Sealapex, Apexit e CRCS) e um cimento experimental (PR-Sealer). Os
resultados demonstraram que os cimentos Sealapex e Apexit exibiram os menores
valores de adesão.
SOUSA-NETO (1994) estudou o efeito da adição de óleos vegetais (amêndoas
doces, soja, milho e rícino) ao eugenol sobre algumas propriedades físico-químicas
do cimento obturador de canais radiculares tipo Grossman, entre elas a capacidade
adesiva, e verificou que a adição destes óleos vegetais ao eugenol reduziu a
capacidade de adesão deste cimento à dentina. O autor observou, também, que a
adesividade do cimento tipo Grossman à dentina foi proporcional à relação pó-
líquido.
WEIGER et al. (1995) avaliaram a capacidade de adesão de um cimento à
base de ionômero de vidro, após o tratamento das paredes dentinárias com as
seguintes soluções: EDTA 20% seguido de irrigação com NaOCl 1%, ácido fosfórico a
37%, ácido cítrico a 6%, ácido nítrico a 2,5%, ácido poliacrílico a 10% e 20%, e
NaoCl 0,9% como controle. Os resultados demonstraram que o pré-tratamento com
EDTA e NaOCl promoveu uma adesão significativamente maior do cimento à dentina.
Os autores concluíram que a eliminação da
smear layer
parece ser um fator essencial
para se obter uma melhor adesão do cimento à dentina radicular.
Revista de Literatura
11
FINGER et al. (1996) investigaram as profundidades de inibição de
polimerização pelo oxigênio, a resistência ao cisalhamento de esmalte e dentina, e a
adaptação marginal de adesivos experimentais (contendo BisGMA/HEMA, em
misturas de BisGMA-dicarbonato de baixa inibição com HEMA, e com HEMA-
carbonato variando de 100/0, 80/20, 60/40, 50/50 e 40/60 em peso) em cavidades
de dentina. A espessura da camada de inibição foi determinada microscopicamente
como a superfície não-polimerizada. Para o teste de resistência de união, cilindros de
resina composta foram unidos ao esmalte e à dentina após o condicionamento prévio
com ácido fosfórico e adesivos dissolvidos em acetona; a adaptação marginal foi
avaliada nas cavidades cilíndricas da dentina. Cinco amostras de cada foram
armazenadas em água por 24 horas antes do teste. Os autores verificaram que
monômeros de baixa inibição modificados por carbonato não apresentam vantagens
como adesivos para esmalte e dentina quando comparados com resinas à base de
BisGMA/HEMA convencional.
PATIERNO et al. (1996) avaliaram a resistência de união de um cimento
resinoso de polimerização dual,
em dentina bovina, por meio do teste de
push-out
.
Raízes de dentes bovinos foram seccionadas transversalmente na região crvical,
formando um anel de 4mm de espessura e seus canais foram alargados com
instrumentos padronizados. As paredes dos canais foram tratadas com um sistema
adesivo e preenchidas com o cimento resinoso fotoativado, por meio de uma técnica
direta, com aplicação do compósito de forma incremental; e uma indireta, com uma
inlay de resina pré-polimerizada para cimentação. A avaliação por Microscopia
Eletrônica de Varredura (MEV) revelou que a técnica de acomodação indireta
demonstrou aumento da densidade e do comprimento dos
tags
de resina, quando
comparado à técnica direta. Os autores verificaram aumento nos valores de
Revista de Literatura
12
resistência de união do compósito à dentina preparada endodonticamente e tratada
com sistema adesivo por meio da técnica indireta (inlay), quando comparado coma
técnica direta (incremental).
SILVA et al. (1997) estudaram a adesividade de alguns cimentos obturadores
de canais radiculares à base de óxido de zinco e eugenol antes e após a aplicação da
solução quelante EDTAC sobre a superfície dentinária. Os resultados evidenciaram
que, antes da aplicação do EDTAC, a ordem decrescente da adesividade dos
cimentos continua a mesma, tanto antes como depois da aplicação do EDTAC. Os
autores concluíram que a aplicação de ETAC sobre a superfície dentinária aumentou
os valores de adesividade apenas para o cimento Endométasone Ivory.
SOUSA-NETO (1997) avaliou a influência de diferentes tipos de breus (X, WW
e WG) e resinas hidrogenadas (Staybelite e Staybelite éster 10) no escoamento,
tempo de endurecimento, estabilidade dimensional, solubilidade e desintegração,
espessura do filme e adesividade dos cimentos tipo Grossman. Para o teste de
adesividade, foi empregada uma Máquina Universal de Ensaios. O autor verificou que
a adesividade à dentina dos cimentos que continham breu foi superior à dos
cimentos que continham resinas hidrogenadas, o que pode ser explicado pela
presença de cargas elétricas nos breus.
KOUVAS et al. (1998) estudaram a influência da
smear layer
na profundidade
de penetração de três cimentos endodônticos (Sealapex, Roth 811 e CRCS) nos
canalículos dentinários. A remoção da
smear layer
com o uso de EDTA e NaOCl
previamente à obturação, permitiu a penetração de todos os cimentos (as
profundidades variaram entre 35µm e 80µm), enquanto que, na presença da
smear
layer
, nenhum cimento foi capaz de penetrar nos canalículos dentinários. Os
cimentos Sealapex e Roth 811 penetraram mais profundamente que o CRCS, o que,
Revista de Literatura
13
segundo os autores, poderia estar relacionado aos tamanhos das partículas (menores
nos cimentos Sealapex e Roth 811).
MANNOCCI et al. (1998) observaram, sob Microscopia Eletrônica de Varredura
(MEV), a interface guta-percha-dentina-resina em canais obturados com AH 26 e All
Bond 2. Os resultados demonstraram a presença de resina no interior dos túbulos
dentinários e presença de camada híbrida, assim como uma boa interação na
interface resina-guta-percha. Os autores consideraram a possibilidade de união entre
a resina do cimento obturador e a resina presente no cone de guta-percha.
LALH et al. (1999), por meio de teste de cisalhamento, avaliaram a
adesividade à dentina dos seguintes cimentos obturadores de canais radiculares à
base de ionômero de vidro: Ketac-Endo, KT-308 (cimento experimental) e ZUT
(combinação do KT-308 e um agente antimicrobiano). Noventa incisivos bovinos
foram selecionados e tiveram suas coroas desgastadas até a exposição da dentina.
Estes dentes foram divididos em três grupos, para receberem diferentes
condicionamentos da superfície dentinária exposta: tratamento com água destilada,
tratamento com NaOCl 2,6% e tratamento com solução de EDTA 17%, seguido da
irrigação com NaOCl 2,6%. Os resultados do teste de cisalhamento demonstraram
que os cimentos experimentais KT-308 e ZUT aderiram melhor à dentina que o
cimento Ketac-Endo, e que a adesão de todos os três cimentos endodônticos
testados foi superior na presença da
smear layer
.
KATAOKA et al. (2000) estudaram a capacidade de adesão à dentina de um
novo cimento resinoso obturador de canais radiculares, por meio de teste de tração.
O exame ao microscópio eletrônico de varredura revelou a formação de uma camada
híbrida de aproximadamente 2 mm de espessura, resultado da penetração do
cimento no interior dos canalículos dentinários. Os melhores resultados de adesão
Revista de Literatura
14
foram obtidos com a realização de um pré-tratamento da dentina com EDTA 15%,
seguido da aplicação de um
primer
composto por uma solução aquosa de HEMA 50%
contendo 5% de glutaraldeído.
CHUNG et al. (2001), preocupados com a possível influência que os diferentes
tipos de medicação intracanal pudesse ter sobre a adesividade dos cimentos à base
de ionômero de vidro, desenvolveram uma pesquisa em dentinas de 120 dentes de
bovinos e compararam grupos onde utilizaram pasta de hidróxido de cálcio,
formocresol liquido, digluconato de clorexidina e água como controle. Concluíram
que o pior desempenho foi do Ketac-Endo comparado ao KT-308 e ZUT, e que a
medicação intracanal deve ser escolhida de acordo com o tipo de cimento de
ionômero de vidro que será utilizado, pois apresentam composição química diferente.
LAI et al. (2001) avaliaram a hipótese de que agentes oxidantes, como
peróxido de hidrogênio e hipoclorito de sódio, podem ser neutralizados pela ação do
ascorbato de sódio, um agente redutor. Superfícies de dentina foram tratadas com
peróxido de hidrogênio e hipoclorito de sódio, antes e após o ataque ácido. Um dos
grupos também recebeu tratamento da superfície com ascorbato de sódio. Os
resultados revelaram que o peróxido de hidrogênio reduziu a resistência de união de
ambos adesivos, enquanto o hipoclorito de sódio produziu redução somente na
adesão do Single Bond (p<0,05). Os autores verificaram que o tratamento da
superfície dentinária com ascorbato de sódio promove aumento na resistência de
união quando comparada com superfícies tratadas com peróxido de hidrogênio e
hipoclorito de sódio.
TIMPAWAT et al. (2001) realizaram um estudo para determinar a força de
adesão de diferentes cimentos à base de ionômero de vidro (Ketac-Endo, Espe,
Seefeld, Germany) nas paredes do canal radicular, depois de pré-ratamento com
Revista de Literatura
15
diferentes condicionadores ácidos de superfície, usados em dentística restauradora,
comparados com EDTA, que é o irrigante endodôntico padrão para remover a
smear
layer
da parede do canal. Os resultados desse estudo sugeriram que os ácidos cítrico
ou fosfórico deveriam ser considerados uma alternativa ao EDTA para a rotina da
remoção do
smear layer
.
FRANCO et al. (2002) avaliaram a compatibilidade da união entre diferentes
adesivos e um cimento resinoso de polimerização dual, usando um teste
convencional de tração. Os adesivos usados foram: Prime & Bond (PB), Scotchbond
Multi Purpose (SB) e o ativador Self Cure (SC). O cimento de polimerização dual
usado foi o Enforce (EF). Seis grupos, com cinco amostras cada, foram testados: G1:
EF/PB/EF (fotoativado); G2: EF/SB/EF (fotoativado); G3: EF/PB+SC/EF (fotoativado);
G4: EF/PB+SC/EF (somente quimicamente ativado); G5: EF/EF (fotoativado); G6:
EF/EF (somente quimicamente ativado). O cimento resinoso foi aplicado em dois
moldes de aço com uma perfuração cônica de 4 mm de diâmetro e 1 mm de
espessura, e o adesivo foi aplicado entre eles. A resistência à tração foi mensurada
em uma máquina universal de ensaios a uma velocidade de 0,5 mm/min. Os autores
verificaram que não houve incompatibilidade entre os diferentes adesivos usados
com o cimento resinoso de polimerização dual e que os mais baixos valores de
resistência de união ocorreram na ausência de fotoativação.
LEE et al. (2002) em estudo,
in vitro
, compararam quatro tipos de cimentos
endodônticos (Kerr, à base de óxido de zinco e eugenol; Sealapex, à base de
hidróxido de cálcio; AH26, à base de resina epóxi; Ketac-Endo, à base de ionômero
de vidro) quanto a adesão à dentina e à guta-percha. Cilindros de alumínio (5 mm de
diâmetro) foram posicionados, com auxílio de cera, sobre superfícies planas de
Revista de Literatura
16
dentina coronária e de guta percha e preenchidos com um dos cimentos estudados.
Após o tempo de endurecimento, suas resistências à tração foram mensuradas. Os
cimentos endodônticos apresentam a seguinte ordem crescente de adesão à dentina:
Kerr<Sealapex<Ketac-Endo<AH26, enquanto que a adesão à guta-percha ocorreu
da seguinte forma: Ketac-Endo<Sealapex<Kerr<AH26.
SOUSA-NETO et al. (2002a) estudaram o efeito do laser Er:YAG na superfície
dentinária sobre a adesividade aos cimentos endodônticos Grossman, N-Rickert,
Endomethazone e Sealer 26. Quarenta molares humanos tiveram as coroas cortadas
para exposição de dentina e anéis de alumínio (10 mm x 6 mm) foram preenchidos
com os cimentos testados sobre essas superfícies, para a realização do teste na
Máquina Universal de Ensaios Instron 4444. Os dentes foram divididos em dois
grupos: G1 sem aplicação de laser e G2 com laser Er:YAG (Kavo Key Laser 2; 11mm
de distância focal, perpendicular à superfície, freqüência de 4 Hz, 200 mJ de energia,
62 J de energia total e 313 pulsos, tempo de aplicação de 1 minuto e 2,25W de
potência). O cimento Sealer 26 mostrou a melhor adesão com e sem aplicação do
laser; enquanto que Grossman e N-Rickert apresentaram valores intermediários e o
Endomethazone apresentou o pior resultado. A aplicação do laser não alterou a
adesividade dos cimentos à base de OZE, entretanto, aumentou à do Sealer 26.
SOUSA-NETO et al. (2002b) avaliaram,
in vitro,
o efeito da aplicação das
soluções quelantes EDTA, EGTA, e CDTA sobre a dentina humana na adesividade e
infiltração apical dos seguintes cimentos obturadores dos canais radiculares: Sealer
26, Sealapex, N-Rickert, e Endofill. Além disso, observaram a possível existência de
correlação matemática entre os testes de adesividade e infiltração marginal apical.
Foram utilizados 80 molares superiores e inferiores para o teste de adesividade, que
tiveram suas coroas desgastadas na face oclusal até a obtenção de uma superfície
Revista de Literatura
17
de dentina plana, onde o cimento era depositado com auxílio de um cilindro de
alumínio (10 mm x 6 mm). O teste de adesividade foi realizado através da Máquina
Universal de Ensaio Instron 4444. O teste de infiltração marginal apical utilizou 160
caninos superiores que, após a instrumentação e obturação dos canais radiculares,
foram submetidos ao processo de diafanização para a visualização do nível de
infiltração marginal apical. A penetração do nanquim na região apical foi medida
através do microscópio de mensuração. Os dentes foram divididos em 4 grupos:
grupo 1, água destilada; grupo 2, EDTA, grupo 3, EGTA; grupo 4, CDTA. Os
resultados evidenciaram diferença significante (p<0.01) entre os cimentos e soluções
testadas e não evidenciaram correlação matemática entre os testes de adesividade e
infiltração marginal. O cimento Sealer 26 e a solução de EDTA apresentaram os
melhores resultados para os testes de adesividade e infiltração marginal apical.
TAGGER et al. (2002) estudaram a adesão à dentina dos cimentos CRCS,
Apexit, PCS, Ketac-Endo, Bioseal, AH 26 e Sealer 26, utilizando disco de dentina
obtido a partir da coroa de terceiros molares, onde o cimento era depositado para a
realização do teste de tração na Máquina Universal de Ensaios. Os resultados
evidenciaram que os cimentos à base de resina epóxi apresentaram os maiores
valores de adesão em relação aos demais cimentos estudados.
A capacidade de remoção da
smear layer
do canal radicular, utilizando
diferentes soluções com agitação ultra-sônica, foi verificada por GUERISOLI et al.
(2002). Os autores utilizaram 20 incisivos inferiores humanos, os quais foram
separados em quatro grupos: grupo 1- instrumentação e irrigação com hipoclorito de
sódio 1%; grupo 2 instrumentação e irrigação com água destilada; grupo 3
instrumentação e irrigação com hipoclorito de sódio 1% associado ao EDTAC 15%;
grupo 4 somente irrigação com hipoclorito de sódio 1% associado ao EDTAC 15%,
Revista de Literatura
18
sem instrumentação (controle negativo). Nos grupos onde foi realizado preparo
biomecânico com agitação ultra-sônica, foi utilizada uma lima K #15 adaptada ao
ultra-som, por um tempo de 1 minuto. Após o preparo, os dentes foram seccionados
longitudinalmente e avaliados pela Microscopia Eletrônica de Varredura. Os
resultados mostraram que o hipoclorito de sódio associado ao EDTAC removeu
satisfatoriamente a
smear layer
das paredes dentinárias. Os grupos do hipoclorito de
sódio utilizado isoladamente e água destilada não foram eficazes quanto ao poder de
remoção de tal camada.
NIU
et al.
(2002) avaliaram, por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura,
a erosão dentinária provocada pelo preparo biomecânico utilizando o sistema Profile
®
29 e variando a irrigação final da seguinte maneira: I- NaOCl a 6% (3ml, 2 minutos),
II- EDTA a 15% (3ml, 1 minuto), III- EDTA a 15% (3ml, 1 minuto) seguido e NaOCl
a 6% (3ml, 2 minutos), IV- EDTA a 15% (3ml, 3 minutos) e V- EDTA a 15% (3ml, 3
minutos) seguido de NaOCl a 6% (3ml, 2 minutos). Os resultados mostraram que,
quando os canais foram irrigados com a solução de EDTA a 15% isoladamente, a
superfície dentinária teve uma aparência lisa, plana e os túbulos dentinários
apresentavam-se abertos. Entretanto, quando os canais foram irrigados com EDTA a
15% seguido da solução de NaOCl a 6%, houve erosão excessiva da superfície
dentinária.
SALEH et al. (2002) estudaram a adesão de cinco cimentos obturadores de
canais radiculares à dentina e à guta percha, além dos efeitos de pré-tratamentos
dentinários. Foram preparados cilindros de dentina radicular com 4 mm de diâmetro
e suas superfícies foram condicionadas com ácido fosfórico à 37% por 30 segundos,
ácido cítrico à 25% por 30 segundos, EDTA à 17% por 5 minutos e água destilada
(controle). Na seqüência, foram unidas a um disco plano de guta percha com os
Revista de Literatura
19
seguintes cimentos testados: cimento de Grossman (CG), Apexit (AP), Ketac-Endo
(KE), AH Plus (AH), RoekoSeal Automix (RS) e RoekoSeal Automix com um
primer
experimental (RP). As superfícies foram pressionadas, uma contra a outra, e foi
aguardado o completo endurecimento dos cimentos. Os corpos-de-prova foram
submetidos a uma força de tração em uma Máquina Universal de Ensaios. As médias
de resistência de união (MPa ± desvio-padrão) variaram de 0,07 ± 0,01 (AP) à 1,19
± 0,47 (AH). O pré-tratamento com EDTA produziu uniões mais fracas que o grupo
controle, enquanto que o pré-tratamento com ácido fosfórico e ácido cítrico
aumentou a adesão do cimento de Grossman. O
primer
usado com o cimento
RoekoSeal aumentou significantemente sua adesão à dentina não-tratada. A
avaliação das superfícies fraturadas indicou falhas de adesão na dentina para o
cimento de Grossman e para o RoekoSeal, além de falhas na guta percha para o
Ketac-Endo e para o RoekoSeal Automix com um
primer
experimental. A falha
pareceu ser puramente coesiva no cimento para o AH Plus e para o Apexit. Os
autores verificaram que a remoção da
smear layer
pode favorecer a adesão do
cimento à dentina.
HÜLSMANN et al. (2003) indicaram o uso e modo de ação dos agentes
quelantes em endodontia, ressaltando que o agente líquido dissolve a
smear layer
e
aumenta a permeabilidade da dentina. Sobre a eficácia do EDTA em amolecer a
dentina, esse assunto vem sendo debatido, segundo os autores. Estes ressaltaram,
também, que muitos dos fabricantes de instrumentos de níquel-titânio recomendam
a irrigação com EDTA durante a instrumentação rotatória. Mostram ainda que vários
autores recomendam a irrigação final com EDTA 15-17% para a remoção da
smear
layer
. A revisão de literatura sobre agentes quelantes concluiu que as propriedades
Revista de Literatura
20
químicas e farmacológicas do EDTA são recomendáveis para o uso clínico em
endodontia.
IMAI; KOMABAYASHI (2003) estudaram a adesividade e infiltração marginal
de um cimento obturador resinoso injetável, composto por um pó de metilmetacrilato
e sulfato de bário radiopaco e um líquido de monômero de metilmetacrilato e
catalisador borato de tributil. Os resultados indicaram que o cimento obturador
injetável Endoresin-2
®
, teve propriedades satisfatórias na obturação do canal
radicular em relação a adesividade à dentina e ao selamento apical.
NAJAR et al. (2003) estudaram a adesividade do cimento obturador à base de
ionômero de vidro, Ketac-Endo com e sem a presença de
smear layer
, em relação a
outros dois cimentos obturadores: Grossman e Sealer 26. Foram utilizados 60
molares humanos que tiveram suas coroas desgastadas na face oclusal até a
obtenção de uma superfície de dentina plana. Os dentes foram divididos em três
grupos, de acordo com os cimentos testados. Cada grupo foi subdividido em dois
grupos de dez dentes, onde um grupo não sofreu remoção da
smear layer
e o outro
teve a remoção da
smear layer
pela aplicação do EDTAC por cinco minutos. Para o
teste de adesividade, foi utilizada a Máquina Universal de Ensaio Instron 4444. Os
resultados evidenciaram que a adesividade dos cimentos Ketac e Grossman foram
estatisticamente semelhantes entre si e apresentaram valores inferiores ao cimento
Sealer 26, independentemente da remoção da
smear layer
. O cimento Sealer 26
apresentou adesividade superior aos cimentos testados e a remoção da
smear layer
aumentou ainda mais sua adesividade.
PICOLI et al. (2003) estudou,
in vitro,
o efeito da aplicação do laser Er:YAG e
da solução de EDTAC na superfície dentinária, sobre a adesividade de diferentes
tipos de cimentos endodônticos contendo hidróxido de cálcio. Foram utilizados 60
Revista de Literatura
21
molares superiores humanos e suas superfícies oclusais foram desgastadas, deixando
exposta uma superfície plana de dentina. No Grupo I, a superfície dentinária não
recebeu nenhum tratamento; no Grupo II foi aplicada a solução de EDTAC por 5
minutos; no Grupo III, a dentina recebeu aplicação do laser Er:Yag com os seguintes
parâmetros: Potência de 2,25 W, DF 1 mm, freqüência de 4 Hz, tempo de aplicação
de 1 minuto, energia de 200 mJ, energia total aplicada ao dente de 62 J. Após o
tratamento da dentina exposta, os dentes foram divididos em quatro sub-grupos,
constituídos de 5 dentes cada um, para receberem os seguintes cimentos a serem
avaliados: Sealer 26
®
, Apexit, Sealapex, CRCS. A adesão foi mensurada com o auxílio
da Máquina Universal de Ensaios. Os resultados evidenciaram haver diferença
significante (p<0,01) para os cimentos avaliados e os tratamentos aplicados à
superfície dentinária. Os cimentos puderam ser agrupados, quanto à sua adesividade
à dentina, em ordem crescente, na seguinte forma: Sealer 26, CRCS, Apexit e
Sealapex. A aplicação do laser Er:YAg e da solução de EDTAC foram eficientes em
aumentar a adesão do cimento Sealer 26 e Apexit. A aplicação do laser foi
significativamente superior à solução de EDTAC em propiciar aumento na
adesividade do cimento Sealer 26 à dentina.
SALEH et al. (2003) avaliaram, por meio de microscopia eletrônica de
varredura e espectroscopia dispersiva de energia, as interfaces entre cimentos
endodônticos/dentina e cimento/guta percha rompidas após o teste de resistência de
união. As superfícies de dentina, condicionadas com ácido fosfórico à 37% por 30
segundos, ácido cítrico à 25% por 30 segundos, EDTA à 17% por 5 minutos e água
destilada (controle) foram unidas ao disco de guta-percha com os seguintes cimentos
testados: cimento de Grossman, Apexit, Ketac-Endo, AH Plus, RoekoSeal Automix e
RoekoSeal Automix com um
primer
experimental. A spectroscopia dispersiva de
Revista de Literatura
22
energia traçou sucessivamente componentes do cimento nas superfícies rompidas.
Alguns dos cimentos penetraram nos túbulos dentinários quando a superfície foi
tratada com ácidos. Porém, esses
tags
de cimento permanecem obliterando os
túbulos após o rompimento da união apenas para alguns cimentos (cimentos de
Grossman, RoekoSeal Automix com um
primer
experimental, AH Plus/EDTA). Esses
autores verificaram que não houve relação entre o aumento da resistência de união
com a dentina e a penetração dos cimentos endodônticos para o interior dos túbulos
dentinários.
TAGGER et al. (2003) estudaram a adesão à guta-percha dos cimentos CRCS,
Apexit, PCS, Ketac-Endo, Bioseal, AH26 e Sealer 26, utilizando disco de 10mm de
diâmetro e 2mm de espessura de guta-percha onde o cimento era depositado para a
realização do teste de tração na Máquina Universal de Ensaios. Os resultados
evidenciaram que os cimentos a base de resina epóxi apresentaram os maiores
valores de adesão em relação aos demais cimentos estudados.
TORABINEJAD et al. (2003) investigaram o efeito de várias concentrações de
hipoclorito de sódio, antes do uso do MTAD (uma mistura de um isômero de
tetraciclina, um ácido e um detergente) como irrigação final para remover a
smear
layer
. Dez operadores, usando instrumentação rotatória step-back passiva, com limas
de Ni-Ti taper 0,04, prepararam 80 dentes humanos uni e multi-radiculares, usando
como soluções irrigadoras: água destilada, quatro concentrações de NaOCl e MTAD.
Os canais foram, eno, tratados por 2 minutos com 5 ml de uma das soluções
estudadas: NaOCl à 5,25%, água destilada estéril, EDTA à 17%, e MTAD. A presença
de
smear layer
e a quantidade de erosão na superfície das paredes do canal
radicular, nas porções coronária, média e apical de cada canal foram examinadas por
meio de Microscopia Eletrônica de Varredura. Os resultados mostraram que, embora
Revista de Literatura
23
o MTAD tenha removido mais
smear layer
quando usado como solução irrigadora
intracanal, alguns remanescentes do componente orgânico da
smear layer
permaneceram intactos na superfície das paredes do canal radicular. A efetividade do
MTAD para remover completamente a
smear layer
é aumentada quando baixas
concentrações de NaOCl são usadas como irrigação intracanal antes de sua
aplicação.
ECONOMIDES et al. (2004) examinaram a infiltração marginal em dois
materiais retrobturadores com e sem agentes adesivos, por meio do modelo de
transporte de fluido. Os dentes usados no estudo foram preparados com a técnica
step-back, apicectomizados e divididos em quatro grupos: O Grupo A foi selado com
cimento ionomérico Fuji II LC, o Grupo B foi retrobturado com o mesmo cimento
associado ao novo agente cimentante Fuji Bond; o Grupo C foi retroobturado com o
composto resinoso Admira e o Grupo D foi retroobturado com o mesmo cimento do
Grupo C em associação ao Admira Bond. Os dentes foram expostos à infiltração por
um período de 24 horas, um mês e dois meses. Os resultados evidenciaram que os
grupos selados com os cimentos ionoméricos apresentaram infiltração
significativamente menor que os outros grupos e, entre os grupos selados com
cimentos resinosos, o grupo Admira associado com Admira Bond apresentou menor
infiltração.
GOGOS et al. (2004) avaliaram a força adesiva dos cimentos Fibrefill base
de resina de metacrilato), Endion base de ionômero de vidro), Topseal base de
resina epóxi) e CRCS base de hidróxido de cálcio) ao canal dentinário humano.
Todos os dentes foram irrigados com NaOCl 2,5%, EDTA à 17% e água destilada. A
resistência de união foi testada por meio do teste de cisalhamento usando uma
Máquina Universal de Ensaios a uma velocidade de carregamento de 0,5 mm/min. O
Revista de Literatura
24
grupo do cimento Fibrefill apresentou a maior força de adesão, seguido pelo Topseal,
Endion, e CRCS.
SHIPPER et al. (2004) avaliaram,
in vitro
, a infiltração de
Streptococcus
mutans
e
Enterococcus faecalis
em canais obturados com guta percha e cimento AH
26
®
e com o cimento Epiphany
®
, variando também a técnica de obturação entre a
condensação lateral e vertical. Os autores concluíram que os grupos que usaram o
sistema Epiphany apresentaram uma redução significante de infiltração em relação
aos grupos selados com guta percha e AH 26.
TEIXEIRA et al. (2004) avaliaram a resistência à fratura de dentes tratados
endodonticamente e obturados, por meio de condensação lateral e vertical, com
cones de guta percha e com o cimento Epiphany e cones de resina (Resilon). Oitenta
dentes uni-radiculares humanos foram divididos aleatoriamente em cinco grupos:
condensação lateral e vertical com guta percha, condensação lateral e vertical com
Resilon, e o grupo controle sem material obturador. As amostras foram armazenadas
em 100% de umidade por duas semanas, embebidos em resina de poliéster e
levados ao teste mecânico de fratura. Os resultados mostraram que os dentes
obturados com Epiphany e cones de Resilon, apresentaram maior resistência à
fratura que os demais grupos, independentemente da técnica de obturação usada.
ELDENIZ et al. (2005) avaliaram a adesividade de três cimentos endodônticos
(Diaket
®
, AH Plus
®
e Endo-REZ
®
). Os dentes foram irrigados com EDTA 17%
seguido de irrigação com NaOCl 5,25% e separados em dois grupos: grupo controle,
preenchido pelos cimentos desta forma e o segundo grupo, onde foi criada
artificialmente uma área uniforme de
smear layer.
Em seguida, os canais foram
selados com os cimentos obturadores. Os resultados mostraram que a remoção da
Revista de Literatura
25
smear layer
aumentou a força de adesão em todos os cimentos, e o cimento AH Plus
apresentou os maiores valores de adesão à dentina com ou sem
smear layer.
KAYAOGLU et al. (2005) estudaram,
in vitro,
a atividade antimicrobiana dos
cimentos endodônticos MCS, AH Plus, Cimento tipo Grossman, Sealapex e Apexit,
contra a bactéria Enterococcus Faecalis. Os cimentos recém espatulados foram
colocados diretamente em contato com a bactéria, ou separados por uma
membrana. Os resultados mostraram que os cimentos MCS, AHPlus e tipo Grossman
foram eficazes contra a bactéria estudada, enquanto que os cimentos à base de
hidróxido de cálcio Sealapex e Apexit não foram eficientes no período experimental
proposto.
SHIPPER et al. (2005) avaliaram,
in vivo
, a eficácia da obturação de guta
percha e cimento AH26, comparada ao monobloco obtido a partir do Resilon e
cimento Epiphany na prevenção de periodontites apicais, subseqüentemente à
inoculação coronária com microrganismos orais. Foram utilizadas 56 raízes vitais de
pré-molares, assépticas, de cães adultos. Os canais foram instrumentados, divididos
aleatoriamente em quatro grupos experimentais (Modelo de Infiltração Coronária) e
um grupo controle negativo, obturados da seguinte maneira: grupo 1- condensação
lateral da guta percha e cimento AH26 (n=12); grupo 2- condensação vertical da
guta percha e cimento AH26 (n=12); grupo 3- condensação lateral do cimento
Epiphany/Resilon (n=12); grupo 4- condensação vertical do cimento
Epiphany/Resilon (n=10); grupo controle negativo (n=10)- guta percha e cimento
AH26 ou cimento Epiphany/Resilon utilizando as técnicas da condensação lateral e
vertical como nos grupos 1 a 4, sem a presença de microrganismos. No grupo
controle positivo, 57 raízes de pré-molares adicionais foram instrumentadas,
infectadas e não-obturadas. Os pré-molares nos grupos 1 a 4 foram avaliados
Revista de Literatura
26
novamente, inoculados com placa dental dos próprios cães e armazenados. Essa
nova inoculação de microrganismos foi repetida em mais duas ocasiões em intervalos
mensais. Os dentes no grupo controle negativo não foram avaliados novamente. Na
14ª semana após a inoculação coronária, os cães foram sacrificados e as mandíbulas
preparadas para a avaliação histológica. Inflamação moderada foi observada em
82% das raízes obturadas com guta percha e cimento AH26, número
significativamente maior que o das raízes obturadas com o cimento Epiphany/Resilon
(19%) e grupo controle negativo (22%) (p<0,05). Os autores verificaram que
espécimes que continham o monobloco obtido a partir do Resilon e cimento
Epiphany apresentaram os menores índices de periodontite apical.
SOUSA-NETO et al. (2005) avaliaram o efeito da aplicação dos
lasers
Er:YAG e
Nd:YAG, em diferentes parâmetros na dentina radicular humana, sobre a adesividade
de um cimento obturador à base de resina epóxi, pelo método do
push-out
. Noventa
caninos superiores foram seccionados transversalmente na junção amelocementária
e a 8 mm da mesma, criando um cilindro de raiz que foi incluído em resina acrílica
autopolimerizável. Com auxílio de uma broca tronco-cônica, os canais radiculares
foram preparados divididos aleatoriamente em 9 grupos. No grupo I, a dentina foi
tratada com 2 mL de EDTAC a 17% por 5 minutos. Do grupo II ao V, a dentina foi
tratada com o
laser
Er:YAG com os seguintes parâmetros: 8 Hz e 200 mJ; 8 Hz e 400
mJ; 16 Hz e 200 mJ; 16 Hz e 400 mJ, respectivamente. Do grupo VI ao IX, a dentina
foi tratada com o
laser
Nd:YAG com os seguintes parâmetros: 10 Hz e 1 W; 10 Hz e
2 W; 15 Hz e 1 W; 15 Hz e 2 W, respectivamente. Os condutos foram preenchidos
com cimento à base de resina epóxi e submetidos ao teste de
push-out
na Máquina
Universal de Ensaios. A análise estatística dos resultados evidenciou diferença ao
nível de 1% entre os tratamentos com os
lasers
Er:YAG e Nd:YAG com maiores
Revista de Literatura
27
freqüências e o EDTAC a 17%. Os autores concluíram que o aumento da freqüência
dos lasers Er:YAG e Nd:YAG, independentemente do aumento da potência, provocou
aumento na adesividade do cimento obturador à base de resina epóxi em relação ao
grupo tratado com EDTAC a 17%.
TAY et al. (2005) avaliaram,
in vitro,
a qualidade estrutural do selamento
apical obtido com a obturação dos canais com o sistema Resilon/Epiphany e com a
associação AH Plus/Guta-Percha. Para isso, dentes humanos unirradiculares foram
instrumentados com a técnica
Crown-Down
e irrigados com NaOCl e EDTA, para
posterior obturação com os sistemas estudados. Por meio de Microscopia Eletrônica
de Varredura, foram observadas fendas ao longo das paredes dos canais e, por meio
de microscópio eletrônico de transmissão, foi avaliada a infiltração marginal. Os
exames revelaram áreas livres de fendas e com fendas ao logo das paredes em
ambos sistemas; do mesmo modo foram encontradas infiltrações marginais,
mostrando que, com estes sistemas, o selamento hermético dos canais apicais ainda
não é possível.
Proposição
Proposição
29
O objetivo deste estudo foi avaliar comparativamente, por meio do teste
push-
out
, a adesividade dos cimentos endodônticos Epiphany e AH Plus à dentina radicular
humana previamente tratada com hipoclorito de sódio a 1% ou com hipoclorito de
sódio a 1% associado ao EDTA a 17%.
Material e Métodos
Material e Métodos
31
Para realização do experimento foram utilizados 60 caninos superiores
humanos pertencentes a uma coleção de dentes anterior à aprovação das Diretrizes
e Normas Regulamentadoras de Pesquisas em Seres Humanos, através da resolução
CNS n
o
196, de 10 de outubro de 1996, e que foram conservados em timol a 0,1% à
9
o
C. Os dentes foram previamente lavados em água corrente por 24 horas, a fim de
eliminar possíveis resíduos da solução de timol.
Inicialmente, as raízes foram seccionadas transversalmente, com disco de
carburundum montado em peça reta, em dois pontos: o primeiro na junção esmalte-
cemento e o segundo, paralelo ao primeiro, a aproximadamente 8 mm deste no
sentido apical (Figura 1A). Os cilindros de raiz obtidos foram centralizados,
individualmente, em anéis de alumínio de 16 mm de diâmetro e 8mm de altura
(Figura 1B) que foram preenchidos com resina acrílica auto polimerizável incolor (Jet,
Clássico Ltda, São Paulo, Brasil) (Figura 1C).
Os conjuntos cilindro de raiz-resina acrílica-anel de alumínio, a partir de então,
foram denominados corpos-de-prova.
Material e Métodos
32
Figura 1. A) Preparo do cilindro de raiz a partir da secção do canino em dois pontos na
junção: esmalte-cemento e a 8 mm do primeiro; B) Cilindro de raiz centralizado em um anel
de alumínio; C) Preenchimento do anel de alumínio com resina acrílica; D) Corpo-de-prova.
Os corpos-de-prova foram colocados em um delineador e tiveram suas
superfícies aplainadas, paralelas entre si, com pontas diamantadas cilíndricas, até
obter um comprimento final de 8 mm (Figuras 2A e 2B).
Na fase seguinte, os corpos-de-prova foram posicionados em um dispositivo
especialmente desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Odontologia da UNAERP,
com o objetivo de manter o alinhamento dos espécimes de forma mais vertical
possível, garantindo a não indução de esforços horizontais no momento dos testes.
Esse conjunto foi colocado sobre a base do delineador para que o diâmetro do canal
de cada corpo-de-prova fosse aumentado e regularizado até seu tamanho final, por
meio de uma ponta diamantada troncônica (893-047, Brasseler, Savannah, GA
,
USA)
acoplada a uma peça reta (Figura 2C).
A
B
C
D
Material e Métodos
33
A profundidade de penetração da broca foi determinada pelo término de sua
parte ativa nivelada com a superfície do corpo-de-prova, a fim de obter um canal
troncônico padronizado (Figura 2D). Durante esse procedimento, o canal preparado
foi irrigado constantemente com água destilada.
Figura 2. A) Aplainamento do corpo-de-prova no delineador; B) Determinação do
comprimento final de 8 mm por meio do paquímetro digital; C) Preparo do canal com
ponta diamantada troncônica, em baixa rotação; D) Limite de penetração da ponta
diamantada troncônica.
Os corpos-de-prova foram distribuídos aleatoriamente em 3 grupos de acordo
com a solução utilizada.
Grupo I (n=20): Os canais preparados foram inundados com 20 ml de água
destilada e secos com cones de papel absorvente esterilizados (Dentisply-Herpo,
Petrópolis-RJ, Brasil).
Grupo II (n=20): Os canais preparados foram inundados com 5 ml de solução
de hipoclorito de sódio a 1%, que permaneceu por 5 minutos. Este procedimento foi
A
B
C
D
C
D
Material e Métodos
34
repetido a cada 5 minutos, até que se completasse 30 minutos. Após este período,
os canais preparados foram irrigados com 20 ml de água destilada e secos com
cones de papel absorvente esterilizados.
Grupo III (n=20): Os canais preparados foram inundados com 5 ml de solução
de hipoclorito de sódio a 1%, que permaneceu por 5 minutos. Este procedimento foi
repetido a cada 5 minutos, até que se completasse 30 minutos. Com o término deste
período, os canais preparados foram inundados com EDTA a 17% por 5 minutos.
Posteriormente, os canais preparados foram lavados com 20 ml de água destilada e
secos com cones de papel absorvente esterilizados.
As soluções de EDTA a 17% e hipoclorito de sódio a 1%, foram aviadas no
Laboratório de Química da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP.
Cada grupo foi subdividido em dois, de acordo com o material obturador a ser
testado (Esquema 1).
Nos subgrupos I-A, II-A e III-A, os canais preparados foram preenchidos com o
cimento Epiphany (Pentron Clinical Technologies, Wallingford, CT, USA), que traz em
sua composição mistura das resinas UDMA, PEGDMA, EBPADMA e BISGMA,
barioborosilicato de vidro silanizado (que contém pequenas porções de óxido de
alumínio), sulfato de bário, sílica, hidróxido de cálcio, óxido de bismuto com aminas,
peróxido, fotoiniciadores de polimerização, estabilizadores e pigmentos.
Nos subgrupos I-B, II-B e III-B, os canais preparados foram preenchidos com o
cimento AH Plus (Dentsply DeTrey, Konstanz, Germany).
Material e Métodos
35
Nos subgrupos A, os canais preparados dos corpos-de-prova, após o tratamento
com as soluções propostas, foram condicionados com o
primer
autocondicionador
que acompanha o Kit e, posteriormente, preenchidos com o cimento Epiphany com a
utilização de um aplicador próprio.
Nos subgrupos B, os canais preparados dos corpos-de-prova, após o tratamento
com as soluções propostas, foram preenchidos com o cimento AH Plus com a
utilização de seringa de aplicação (Centrix Inc, Shelton, CT, USA).
Esquema 1. Esquema da distribuição dos grupos experimentais.
Após o preenchimento dos canais radiculares, os corpos-de-prova tiveram suas
superfícies externas limpas, a fim de remover os excessos de cimento obturador, e
foram mantidos em estufa, a temperatura constante de 37°C e umidade relativa de
95%, por período correspondente a três vezes o tempo de endurecimento de cada
cimento, determinado por meio de testes prévios (8 horas para o cimento Epiphany e
12 horas para o cimento AH Plus). Decorrido este tempo, os corpos-de-prova foram
removidos, secos e submetidos ao teste de
push-out
na Máquina Universal de
C
orpos
-
de
-
P
rova
n=60
Água Destilada
n=20
NaOCl 1%
n=20
NaOCl 1%
EDTA 17%
n=20
G
-
IIIA
Epiphany
n=10
G
-
IIIB
AH Plus
n=10
G
-
IIA
E
piphany
n=10
G
-
IIB
AH Plus
n=10
G
-
IA
Epiphany
n=10
G
-
IB
AH Plus
n=10
Material e Métodos
36
Ensaios Instron 4444 (Instron Corporation, Canton, MA, USA) dotada de lula
de carga acoplada a sistema oscilante e de garra.
Figura 3 Esquema do corpo-de-prova posicionado no dispositivo de alinhamento e
apreensão na Máquina Universal de Ensaios - INSTRON 4444.
Um dispositivo fixo, construído em aço inoxidável, foi utilizado para a fixação
dos corpos-de-prova, de maneira que a face com menor diâmetro do canal radicular
ficasse voltada para cima e alinhada à haste empregada para pressionar o cimento,
sem entrar em contato com a camada de dentina (Figura 3).
Esta metodologia assegura um alinhamento preciso e reprodutível do espécime,
de modo que a haste a ser utilizada no teste de
push-out
não entre em contato com
a camada de dentina quando o material obturador for pressionado. A máquina foi
calibrada com velocidade constante de 1 mm/minuto.
Haste móvel do
dispositivo e direção
do movimento
Amostra
posicionada
Espaço para dispersão
do cimento
Cimento
a ser
testado
Cilindro
de
raiz
(8mm)
Resina acrílica
Base para fixação da amostra
Material e Métodos
37
A força necessária para o rompimento do cimento da superfície de dentina, para
cada corpo-de-prova, foi anotada.
A análise estatística foi realizada com o auxílio do software GMC 8.1,
desenvolvido pelo Prof. Dr. Geraldo Maia Campos, da Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Os dados originais da força necessária
para remoção do cimento obturador foram submetidos aos testes estatísticos
preliminares com o objetivo de verificar a distribuição amostral.
Resultados
Resultados
39
Os dados utilizados para este estudo foram os valores correspondentes à força
necessária para o deslocamento do cimento obturador do corpo-de-prova. Cada um
dos 6 grupos utilizou 10 espécimes, obtendo-se 60 valores no total. Os valores
obtidos estão demonstrados na Tabela I.
TABELA I. Valores de força máxima de tração, em KNewton (KN), para o deslocamento do cimento
obturador do corpo-de-prova.
ÁGUA NaOCl EDTA
EPIPHANY
0,7428
0,4252
0,1359
0,6081
0,3557
0,5614
0,5169
0,6277
0,6757
0,0836
X
= 0,4733 ± 0,2228
0,7624
0,5450
0,7216
0,6446
0,7878
0,5283
0,5587
0,8035
0,9353
0,6054
X
= 0,6892 ± 0,1343
0,6395
0,8564
0,6091
0,6867
0,8972
0,7165
0,6867
0,6040
0,5197
0,5673
X
= 0,6783 ± 0,1204
AH PLUS
0,6234
0,7063
0,6357
0,7643
0,7065
0,6567
0,7153
0,5903
0,7627
0,7554
X
= 0,6916 ± 0,0620
0,7707
0,6634
0,7818
0,5235
0,7009
0,7187
0,8725
0,6819
0,7726
0,8526
X
= 0,7338 ± 0,1009
0,9740
0,8005
1,1580
0,8733
0,8028
0,9254
0,9557
0,7707
0,9754
0,9307
X
= 0,9166 ± 0,1137
Resultados
40
Os dados originais foram submetidos a uma série de testes preliminares, para
analisar se a distribuição amostral era normal. Os cálculos
dos parâmetros amostrais sugerem que a distribuição é normal, uma vez que 17
dados acima da média e 17 dados abaixo da média. (Tabela II)
TABELA II- lculo dos parâmetros amostrais. Valores originais.
Parâmetros Amostrais Valores Originais
Soma dos erros
0.0000
Soma dos quadrados dos erros
0.8931
Termo de correlação
0.0000
Variação total
0.8931
Média geral da amostra
0.0000
Variância da amostra
0.0151
Desvio padrão da amostra
0.1230
Erro padrão da média
0.0159
Mediana, por dados agrupados
0.0000
Número de dados da amostra 60.0000
Dados abaixo da média
17.0000
Dados iguais à média
26.0000
Dados acima da média
17.0000
Calculou-se, então, a distribuição das freqüências por intervalo de classe
acumuladas, nas quais os intervalos de classe baseiam-se na média e no desvio
padrão amostral, como mostra a Tabela III.
Resultados
41
TABELA III- Distribuição de freqüências. Valores originais.
A. Freqüência por intervalo de classe:
Intervalo de classe M-3s M-2s M-1s Méd M+1s M+2s M+3s
Freqüências absolutas: 2 1 14 26 13 4 0
Em valores percentuais: 3,3 1,7 23,3 43,3 21,7 6,7 00
B. Freqüências acumuladas:
Intervalo de classe M-3s M-2s M-1s Méd M+1s M+2s M+3s
Freqüências absolutas: 2 3 17 43 56 60 60
Em valores percentuais: 3,3 5,0 28,3 71,7 93,0 100,0 100,0
Com os dados das freqüências acumuladas, traçou-se uma curva
experimental, a qual foi sobreposta a curva normal matemática. A discrepância entre
as duas curvas demonstra seu grau de aderência (Figura 4).
Observa-se na Figura 4, que a curva normal e a curva experimental estão
bastante próximas entre si, indicando haver normalidade entre as amostras testadas.
Resultados
42
Figura 4- Curva experimental e normal dos percentuais
acumulados de freqüência.
Traçou-se o histograma de freqüências da distribuição dos erros amostrais e a
curva normal, os quais podem ser vistos na Figura 5, onde se nota a distribuição
central dos dados experimentais e simetria dos dados ao redor da dia, com
números equivalentes abaixo e acima dela, o que é um indício de que a distribuição
dos erros amostrais é normal.
Resultados
43
Figura 5- Histograma de freqüência da distribuição dos erros
amostrais e curva normal.
A seguir, realizou-se o teste de aderência da distribuição de freqüências por
intervalo de classe da distribuição normal em relação à mesma distribuição dos
dados amostrais. Verificou-se que a probabilidade da distribuição experimental ser
normal foi de 48,22% (Tabela IV).
TABELA IV- Teste de aderência à curva normal. Valores originais.
A. Freqüência por intervalo de classe:
Intervalo de classe M-3s M-2s M-1s Méd M+1s M+2s M+3s
Curva normal 0,44 5,40 24,20 39,89 24,20 5,40 0,44
Curva experimental 3,33 1,67 23,33 43,33 21,67 6,67 0,00
B. Cálculo do Qui-quadrado:
Graus de Liberdade: 4 Interpretação
Valor do Qui-quadrado: 3,47 A distribuição amostral testada
Probabilidade de H
0
:
48,2200 % é normal
Resultados
44
A análise do conjunto de resultados obtidos nesses testes preliminares levou à
conclusão de que a distribuição amostral era normal, o que nos conduziu para a
realização da análise estatística paramétrica, cujos resultados são vistos a seguir.
O teste paramétrico que melhor se adaptou ao modelo matemático proposto
foi a análise de variância, pelo fato de se tratar de um teste que permite a
comparação de múltiplos dados independentes. Os resultados da análise de variância
podem ser vistos na Tabela V.
TABELA V- Análise de Variância. Valores originais.
Fonte de variação Soma dos quadrados G.L Quadrados médios
(F) Prob. H
o
Entre soluções 0.5068 2 0.2534 5.32 0,004%
Entre cimentos 0.4189 1 0.4189 25.33
0,005%
Soluções x Cimentos 0.0788 2 0.0394 2.38 10.012%
Resíduo 0.8931 54 0.0165
Variação total 1.8975 59
A análise de variância acusou diferença estatística significante (p<0,05) entre
soluções estudadas. Para os cimentos, evidenciou diferença estatística significante
(p<0,01); para interação entre soluções e cimentos, demonstrou não haver
diferença estatística significante (p>0,05).
A fim de esclarecer quais os tipos de soluções eram diferentes entre si, como
demonstrado na análise de variância, aplicou-se o teste complementar de Tukey, que
pode ser visto na Tabela VI.
O teste complementar de Tukey (Tabela VI) indicou haver diferença
estatisticamente significante (p<0,05) entre as soluções estudadas.
Resultados
45
TABELA VI- Teste de Tukey – entre tratamentos.
Soluções auxiliares Médias
Valor crítico (
=
0,005)
Água destilada deionizada
0,58248
NaOCl 1% 0,70156 ◊ 0,098
EDTA 17% 0,80748 ●
Símbolos diferentes significam valores estatisticamente diferentes.
Discussão
Discussão
47
Adesão pode ser definida como um processo no qual duas superfícies de
composições moleculares diferentes unem-se por forças de atração, sejam elas
químicas, físicas ou mecânicas (ERICKSON, 1992). Considerando-se as forças
mecânicas, a adesão ocorre por aprisionamento do material em outro corpo, dentro
de cavidades naturais ou artificiais. A adesão química pode ser obtida pelas forças de
valência primárias, como por exemplo, ligações covalentes e metálicas. A adesão
física, por sua vez, depende das forças de valência secundárias: forças de Van der
Walls, forças de Dispersão de London e pontes de hidrogênio (NAKABAYASHI;
PASHLEY, 2000).
Para que ocorra adesão, é necessário que haja uma proximidade bastante
grande entre os materiais que se pretende unir. Portanto, uma condição primordial é
a capacidade de umectação do líquido num material sólido (PHILLIPS, 1996). Esta
capacidade de umectação permitirá a aproximação necessária entre dois materiais,
facilitando a atração molecular e propiciando adesão (ERICKSON, 1992).
Algumas variáveis podem interferir no resultado e entendimento dessa
propriedade quando se leva em consideração a adesão do material obturador às
paredes dos canais radiculares. A primeira diz respeito à metodologia empregada, a
segunda variável é o tratamento da superfície dentinária e a terceira o tipo de
material utilizado.
Em relação à metodologia, a falta de normatização, pela ADA, dos testes de
adesividade dos materiais obturadores endodônticos, faz com que uma ampla gama
de modelos experimentais sejam propostos na literatura.
GROSSMAN (1976) propôs o uso de uma máquina simples, constituída de uma
haste em forma de T dotada de duas roldanas e um fio. Uma das extremidades do
fio é conectada ao material a ser testado e a outra extremidade à carga. Adiciona-se
Discussão
48
carga até que ocorra a separação do material obturador da superfície dentinária. A
massa necessária para a ruptura é relacionada com a aceleração da gravidade no
local do teste, conseguindo-se a força de tração de ruptura. Depois, calcula-se a
tensão de tração que relaciona, por sua vez, a força de tração de ruptura à área de
cimentação.
ØRSTAVIK
(1983) propôs o uso da Máquina Universal de Ensaios para os
testes de adesividade dos materiais obturadores dos canais radiculares. Esse método
foi seguido por diversos pesquisadores, entre eles HYDE (1986); WENNBERG;
ØRSTAVIK (1990); SOUSA-NETO et al. (2002a); NAJAR et al. (2003) e PICOLI et al.
(2003). Segundo estes autores, o teste de adesividade aferido pela Máquina
Universal de Ensaios promove maior uniformidade e reprodutibilidade, propiciando a
obtenção de dados fidedignos; além disso, os valores da tensão de tração expressos
em MPa (Mega-Pascal) favorecem a comparação dos resultados, uma vez que é uma
unidade aceita internacionalmente.
A partir da metodologia proposta por ØRSTAVIK
(1983), verifica-se uma
variação do substrato onde o teste é realizado. Na literatura, observamos que os
pesquisadores utilizaram: disco de dentina obtido a partir de coroas de terceiros
molares (TAGGER et al., 2002; SALEH et al., 2003), dentina coronária cervical de
molares (PÉCORA et al., 2001; TIMPAWAT et al., 2001; SOUSA-NETO et al., 2002a;
NAJAR et al., 2003; PICOLI et al., 2003), dentina radicular da região cervical de
canino (SOUSA-NETO, 1997), disco de guta-percha (LEE et al., 2002; SALEH et al.,
2003; TAGGER et al., 2003).
Discussão
49
SOUSA-NETO et al. (2005) desenvolveram metodologia que permite a
avaliação da capacidade adesiva dos cimentos utilizando como corpo-de-prova a
dentina radicular interna, o que favorece a compreensão de como a adesão ocorre
nas paredes dentinárias em condições mais próximas do uso clínico do material a ser
testado. Esta metodologia baseou-se no trabalho de PATIERNO et al. (1996), que
propuseram um todo de avaliação da resistência à tração da resina composta na
dentina radicular cervical, onde cortes transversais foram feitos na região cervical da
raiz dos dentes, obtendo amostras cilíndricas com 4 mm de espessura. Os canais
radiculares foram alargados e em suas paredes foram aplicados o sistema adesivo
dentinário e a resina composta, para posterior realização do teste de tração de
push-
out
. Assim, esse modelo experimental foi adaptado ao teste de adesividade dos
cimentos obturadores de canais radiculares.
SOUSA-NETO et al. (2005) enfatizaram, ainda, que o cimento é colocado em
contato com a superfície dentinária no seu formato anatômico, ao contrário de uma
superfície plana de dentina coronária que apresenta diferente constituição
canalicular. Dessa maneira, quando o corpo-de-prova é preenchido com o cimento
obturador, este toma a forma do conduto radicular, além de penetrar nos túbulos
dentinários, provocando embricação semelhante à que ocorre no interior do canal
radicular obturado, portanto a força obtida com este modelo é a de cisalhamento e
não a de tração pura.
A segunda variável é o tratamento da superfície dentinária, que tem sido
realizado com diferentes substâncias químicas (WENNBERG; ØRSTAVIK, 1990;
GETTLEMAN et al., 1991; WEIGER et al., 1995; SILVA et al., 1997; KATAOKA et al.,
2000; TIMPAWAT et al., 2001; SALEH et al., 2003; NAJAR et al., 2003), com
radiação
laser
(PÉCORA et al., 2001; SOUSA-NETO et al., 2002a; PICOLI et al., 2003)
Discussão
50
ou com a ação ultra-sônica (KRELL et al., 1985; JENSEN et al., 1999; SACONO;
BERBERT, 2005), visando a remoção da
smear layer
que, segundo WHITE et al.
(1984), WHITE et al. (1987), KOUVAS et al. (1998), consiste em um fator negativo
na obturação do canal radicular, pois interpõe-se entre o material obturador e a
parede dentinária, interferindo na adesividade deste à parede do canal radicular.
No presente estudo, observou-se que a aplicação da solução quelante que,
segundo HÜLSMANN et al. (2003), apresenta a capacidade de agir sobre a matriz
mineral do dente e de atuar na remoção da
smear layer
formada durante o preparo
biomecânico, propiciou maiores valores de adesão dos cimentos obturadores
estudados à dentina do canal radicular. Isso, provavelmente, ocorreu devido à maior
penetração dos cimentos no interior dos túbulos dentinários, o que resultou em
aumento da superfície de contato do material obturador com a dentina.
Os espécimes tratados com o hipoclorito de sódio apresentaram valores
intermediários de adesão dos cimentos obturadores estudados à dentina do canal
radicular. Este resultado deve-se, provavelmente, ao fato de que o hipoclorito de
sódio não é capaz de remover completamente a
smear layer,
que tem em sua
composição compostos orgânicos e inorgânicos (NIU et al., 2002; TORABINEJAD et
al., 2003). A presença do hidróxido de sódio e do ácido hipocloroso permite à
solução de hipoclorito de sódio uma ação de solvência de compostos orgânicos.
Percebe-se, dessa forma, que a solução de hipoclorito de sódio atua seletivamente
em matrizes orgânicas (GUERISOLI et al., 2002), fato este que impede a completa
remoção da
smear layer
presente nas paredes do canal radicular após o preparo
biomecânico.
Discussão
51
No caso do cimento Epiphany, o hipoclorito de sódio pode também ter
interferido na polimerização do
primer
, como descrito por LAI et al. (2001),
comprometendo a adesão do cimento à dentina.
Os espécimes nos quais a dentina foi lavada com água destilada apresentaram
os menores valores de adesão. Nestes casos, a dentina provavelmente permaneceu
recoberta por
smear layer
resultante do preparo dos dentes.
Portanto, estes resultados confirmam que a presença da
smear layer
prejudica
a adesão dos cimentos endodônticos, uma vez que a mesma atua como uma
interface adicional entre material obturador e dentina, dificultando, ou até mesmo
impedindo, a penetração dos cimentos obturadores nos canalículos dentinários
(WHITE et al., 1984; WHITE et al., 1987; KOUVAS et al., 1998).
Em relação à terceira variável, os resultados obtidos evidenciaram que o
cimento AH Plus apresentou melhores valores de adesividade em relação ao cimento
Epiphany.
O AH Plus, por ser um cimento à base resina epóxi, penetra melhor nas
microirregularidades devido ao seu escoamento e seu elevado tempo de
polimerização. Essas propriedades favorecem maior embricação entre cimento e
dentina que, aliada à coesão entre suas moléculas (SOUSA-NETO et al., 2002a),
promove maior resistência à remoção e\ou deslocamento da superfície da dentina, o
que, no presente estudo, traduz-se em maior adesividade.
A nova geração de cimentos obturadores à base de resina de metacrilato,
juntamente com um
primer
auto-condicionador, trouxe expectativas em relação ao
melhor desempenho na adesão e no selamento marginal coronário e apical. No
entanto, os resultados obtidos com o cimento Epiphany, no presente estudo, não
Discussão
52
corresponderam a essa expectativa em relação à adesividade. Estes resultados
provavelmente devem-se aos seguintes fatores:
1. A polimerização do cimento na interface com a dentina pode ter sofrido a
influência do oxigênio presente na parede dentinária interna e no interior dos
túbulos dentinários. Segundo FRANCO et al
.
(2002), o oxigênio inibe a vinil
polimerização nas resinas compostas. Os compósitos não completam a
polimerização e aproximadamente 40 a 60% das ligações de carbono
permanecem insaturadas (FINGER et al., 1996). Esse raciocínio foi descrito
por RUEGGEBERG; MARGESON (1990), que afirmaram que o oxigênio pode
produzir uma fina película de polímero com um baixo grau de polimerização.
Isso provavelmente causou inibição de polimerização do cimento Epiphany.
2. Falhas na interface cimento-dentina, conforme descrito por TAY et al. (2005).
Estas falhas provavelmente ocorrem devido à polimerização do cimento
resinoso à base de metacrilato imediatamente após a sua inserção no canal
radicular. Segundo esses autores, a fotoativação coronária do cimento,
conforme instrução do fabricante, pode limitar o escoamento do cimento
resinoso. A nosso ver, o maior escoamento do cimento provavelmente
possibilitaria maior contato deste com o
primer
e conseqüentemente maior
embricação com a dentina. TAY et al. (2005) observaram, por meio de MEV,
que o
primer
estava presente em toda extensão do canal radicular, inclusive
na porção apical, o que reforça que a falha na interface cimento-dentina
estava relacionada ao cimento e não à aplicação do
primer
.
Discussão
53
3. Incapacidade de fotoatiovação do cimento em toda a extensão do corpo-de-
prova, o que gera a incompleta polimerização, resultando na presença de
monômeros residuais do cimento na porção mais profunda do corpo-de-prova.
Um aspecto que deve ser considerado na avaliação dos resultados obtidos é
que a proposição do presente estudo foi avaliar a adesividade do cimento Epiphany.
Por esse motivo, no modelo experimental empregado não foi utilizado o Resilon que,
segundo TEIXEIRA et al. (2004), possibilita a formação de um sistema monobloco
que pode interferir nos valores de adesão.
Muitos estudos sobre a adesividade dos cimentos obturadores têm sido
publicados recentemente (SOUSA-NETO et al., 2002b; SALEH et al., 2002; LEE et al.,
2002; TAGGER et al., 2002; PICOLI et al., 2003; TAGGER et al., 2003; GOGOS et al.,
2004; SOUSA-NETO et al., 2005), no entanto, tem-se discutido muito pouco sobre a
metodologia mais adequada para o estudo desta propriedade e o real papel que a
adesividade do cimento à dentina desempenha no resultado final da obturação do
canal radicular. TEIXEIRA et al. (2004) abriram uma perspectiva para o
entendimento dessa propriedade quando observaram que os materiais à base de
resina de metacrilato, por buscar uma união mais efetiva com a dentina por meio de
primers
autocondicionadores, e a formação de um sistema monobloco podem
aumentar a resistência da raiz de dentes tratados endodonticamente, o que a nosso
ver é uma grande vantagem na utilização deste sistema, desde que as propriedades
físico-químicas do cimento sejam adequadas pelo fabricante.
Conclusões
Conclusões
55
Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, pode-se
concluir que:
1. O cimento AH Plus
apresentou valores de adesividade superiores aos
obtidos pelo cimento Epiphany.
2. A aplicação da solução de EDTA 17% aumentou a adesividade dos dois
cimentos estudados.
3. Os maiores valores de adesividade foram obtidos com o cimento AH
Plus, quando a dentina foi tratada com EDTA 17%.
4. Os menores valores de adesividade foram obtidos com o cimento
Epiphany, quando foi utilizada somente água destilada.
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