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Da castanha (o fruto verdadeiro) obtém-se a amêndoa de castanha de caju (ACC) e o
líquido da casca de castanha de caju (LCC). Da película que cobre a amêndoa, é extraído o
tanino. A casca pode ser usada como combustível nas caldeiras das próprias fábricas de
processamento de castanha.
O pseudofruto (ou pedúnculo), por sua vez, proporciona a obtenção de inúmeros
produtos. No ramo de bebidas, por exemplo, destacam-se a cajuína, o suco integral, néctares,
vinhos, licores, refrigerantes, aguardente, champanha, entre outros. No fabrico de doces,
diferentes modalidades são produzidas: em massa, em calda, seco, tipo ameixa, etc.
Entretanto, o mercado desses produtos encontra-se basicamente restrito ao plano interno, mais
especificamente, regional.
A amêndoa de castanha de caju destaca-se pela riqueza em proteínas, em média 25%,
gorduras 46% e carboidratos 25%. Na sua composição encontram-se nove dentre os dez
aminoácidos essenciais. As gorduras são compostas de ácidos graxos predominantemente
monoinsaturados, a exemplo de ácido oléico, cujo consumo pode influenciar na redução do
teor de colesterol no sangue.
A industrialização do caju (pedúnculo e castanha) pode ser dividida em, pelo menos,
dois grandes ramos: a indústria de beneficiamento da castanha e a indústria de transformação
do pedúnculo. A primeira tem por objetivo a obtenção da amêndoa da castanha do caju
(ACC), tendo como principais subprodutos o Líquido da Castanha do Caju (LCC), a casca da
castanha, a película (rica em tanino) e o óleo da amêndoa. A indústria de transformação do
pedúnculo, por sua vez, possui segmentos na indústria de bebidas, doces, condimentos,
farinhas, ração, entre outras.
A peculiaridade da indústria cajueira é que ela se desenvolve, desde o início, voltada
essencialmente para o mercado consumidor externo. A demanda de países de alta renda per
capita pela amêndoa da castanha de caju tem sido estável e até mesmo ascendente nos últimos
anos. Por essa razão, além de gerar empregos no campo e na indústria, a exportação da
amêndoa da castanha constitui importante fonte de receita cambial, especialmente para o
Ceará.
Apesar da considerável importância de que se reveste essa atividade agroindustrial,
constata-se que o seu potencial de crescimento econômico permanece pouco explorado. O
aumento da produção de castanha vem ocorrendo em proporções sempre inferiores ao
aumento da área cultivada, o que indica um decréscimo de produtividade. É possível avaliar o