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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULADADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE LINGÜÍSTICA
DESCRIÇÃO DE DISTORÇÕES DOS SONS DA FALA
EM CRIANÇAS COM E SEM TRANSTORNO
FONOLÓGICO
LUCIANA AMARO
São Paulo
2006
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Amaro, Luciana
Descrição de distorções dos sons da fala em crianças com
e sem transtorno fonológico
São Paulo: s.n., 2006
Dissertação (Mestrado) Universidade de São Paulo
Área de Semiótica e Lingüística Geral
Orientador: Profa. Dra. Haydée Fiszbein Wertzner
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BANCA EXAMINADORA
Presidente_____________________________________________________
1º () Examinador_______________________________________________
2º () Examinador_______________________________________________
DEDICATÓRIA
Aos meus queridos pais ANTONIO e ANTONIA,
Pelo amor incondicional, incentivo e companheirismo em todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
Com a concretização do Mestrado tenho a agradecer muitas pessoas que souberam
me dar apoio, me ajudando em todos os momentos de angústia, indecisões e incertezas.
Dedico a todos que direta ou indiretamente participaram deste processo e que
fizeram acreditar que com companheirismo e amor as tarefas ficam menos árduas.
A todos que se fizeram presentes neste momento tão importante na minha vida
profissional deixo meus mais sinceros agradecimentos:
A DEUS, pela oportunidade de concretizar todos os objetivos e colocar no meu
caminho pessoas que me fizeram acreditar que a trajetória fica mais leve quando somos
rodeados de pessoas sinceras e que nos fazem ver que sem compreensão e amor nada é
possível.
Aos meus maravilhosos pais ANTONIO e ANTONIA, pelo grande exemplo de
dedicação, sabedoria e paciência, por sempre acreditarem no meu esforço, e doar todo amor
e incentivo, me apoiando em todas as minhas decisões.
À minha querida irmã MÁRCIA, por toda dedicação, colaboração, disponibilidade,
companheirismo, incentivo e “paciência”.
Ao meu irmãozinho GUILHERME, por demonstrar a importância do carinho e
amor, me ajudando a enfrentar os momentos de cansaço e desânimo.
Ao meu querido DANIEL, por todo amor, carinho e incentivo, me fazendo acreditar
nos sonhos e superar todos os obstáculos com coragem e força.
Ao meu cunhado ALEXANDRE, pela colaboração, disponibilidade para ajudar e
“socorros”.
À amiga-irmã MIRELLA, por sua intensa amizade, sempre compartilhando
dificuldades e alegrias.
À TIA ROSANA, pelo grande carinho, sempre espalhando alegria e otimismo.
À querida orientadora Professora Livre Docente HAYDÉE FISZBEIN
WERTZNER pela dedicação, carinho e atenção, por seu grande exemplo de
responsabilidade e competência. Obrigada pela oportunidade, confiança e incentivo.
Às professoras ZELITA GUEDES e SANDRA PALOMO pelas tão valiosas
contribuições e sugestões.
À amiga DANIELA GALEA pelo companheirismo, amizade e importante
colaboração na tradução.
Às amigas do Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Fonologia do Curso
de Fonoaudiologia do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia
Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo: VANESSA,
MÁRCIA CASTRO, AMÁLIA, ANNE CAROLINE, FRANCINE, LUCIANA, ANA
CAROLINA, ADRIANA, FELISA, MÁRCIA SIMÕES e SIMONE por estarem sempre
presentes, ajudando a superar as dificuldades e contribuindo para a realização de todas as
tarefas com alegria e amor.
Às amigas LEILA e RENATA pelo incentivo, força e valiosa colaboração na coleta
e análise dos dados.
Às amigas da Turma XXIV em especial à VANESSA MARTINS e JAMILE pela
amizade e apoio.
Ao Professor DIDIER DEMOLIN pela importante contribuição na aplicação e
análise da palatografia e linguografia.
Aos FUNCIONÁRIOS do Centro de Docência e Pesquisa do Departamento de
Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo por toda disponibilidade e atenção.
Aos FUNCIONÁRIOS do Departamento de Lingüística da Faculdade de Filosofia
Letra e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo pelos esclarecimentos de dúvidas
e atenção.
Aos FUNCIONÁRIOS e PROFESSORAS das escolas “EMEF Guilherme de
Almeida” e “EMEI José Rubens Peres Fernandes”, em especial às coordenadoras
pedagógicas MÁRCIA e SUELY por toda receptividade e confiança que depositaram em
mim e no meu trabalho.
Às CRIANÇAS e FAMÍLIAS das escolas “EMEF Guilherme de Almeida” e “EMEI
José Rubens Peres Fernandes” e Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em
Fonologia do Curso de Fonoaudiologia pela confiança e aceite em participar deste trabalho.
Ao estatístico MARCOS MAEDA pela preciosa colaboração na análise dos
resultados.
À SUMAYA LIMA pela valiosa ajuda na revisão deste trabalho.
Ao CNPq pela concessão da bolsa de mestrado que possibilitou a realização da
pesquisa.
SUMÁRIO
LISTA DE
ABREVIATURAS.......................................................................................
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................
LISTA DE QUADROS...................................................................................................
LISTA DE TABELAS....................................................................................................
LISTA DE ANEXOS......................................................................................................
RESUMO.........................................................................................................................
ABSTRACT.....................................................................................................................
APRESENTAÇÃO..........................................................................................................
INTRODUÇÃO...............................................................................................................
A Interdependência entre Fonologia e Fonética....................................................
Fonética Articulatória............................................................................................
Desenvolvimento do Sistema Fonológico e Fonético...........................................
Transtorno Fonológico..........................................................................................
Distorções de Fala.................................................................................................
Gravidade do Transtorno Fonológico...................................................................
Provas e Instrumentos usados no Transtorno Fonológico.....................................
Palatografia e Linguografia...................................................................................
OBJETIVOS...............................................................................................................
.....
MÉTODO........................................................................................................................
Sujeitos..................................................................................................................
Material.................................................................................................................
Procedimento.........................................................................................................
ix
xi
xiv
xv
xviii
xix
xx
xxi
01
03
04
07
10
13
17
20
21
26
28
29
32
35
35
36
37
38
39
Seleção das Escolas e dos Sujeitos Sem Transtorno Fonológico..............
Seleção dos Sujeitos com Transtorno Fonológico.....................................
Análise Perceptiva Auditiva e Visual da Distorção..................................
Composição, Aplicação e Critérios de Análise da Prova para
Verificação de Distorção dos Sons em Sílabas e Palavras........................
Critérios de Análise da Prova de Verificação de Distorção de Fala..........
Palatografia e Linguografia.......................................................................
Avaliação da Motricidade Orofacial.........................................................
Provas de Fonologia, Fala Espontânea e Índices de Gravidade...... .........
Cálculo dos Índices de Gravidade...........................................................................
Método estatístico.
..................................................................................................
RESULTADOS.................................................................................................................
Descrição da População quanto ao Gênero e Idade................................................
Descrição da Ocorrência de Distorções em Crianças com e sem Transtorno
Fonológico nas Provas de Imitação e Nomeação (WERTZNER, 2004) e Fala
Espontânea..............................................................................................................
Descrição das Distorções na Prova Específica para Verificação
de Distorções em Sílabas e Palavras......................................................................
Classificação Perceptiva das Distorções de Fala na Prova Específica
para Verificação de Distorções em Sílabas e Palavras...........................................
Análise da Motricidade Orofacial..........................................................................
Descrição da Articulação dos Sons Líquidos Laterais e
Vibrantes Simples e de Fricativos Alveolares e Palatais pela Palatografia............
Comparação entre os Pontos de Contato da Articulação na
Palatografia e Linguografia e Classificação Perceptiva das Distorções.................
Comparação dos Índices de Gravidade nas Provas de
Imitação e Nomeação (WERTZNER, 2004) e Fala Espontânea............................
DISCUSSÃO......................................................................................................................
CONCLUSÃO...................................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................
ANEXOS............................................................................................................................
40
44
44
45
47
48
49
52
69
74
79
80
82
98
102
117
120
134
(CD)
LISTA DE ABREVIATURAS
A Alveolar
ABFW Teste de Linguagem Infantil
ACI Articulation Competence Index
Ap Ápice
A-L Ápico-laminar
A-P Alvéolo-palatal
CAPPesq Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa
D Dental
DN Data de Nascimento
DP Desvio Padrão
D-A Dento-alveolar
D-P Dento-palatal
DSM Diagnostic and Statistical Manual
F Feminino
GSTF Grupo sem Transtorno Fonológico
GSTF 1 Grupo sem Transtorno Fonológico – crianças entre 5:01 a 5:11 anos
GSTF 2 Grupo sem Transtorno Fonológico – crianças entre 6:01 a 6:11 anos
GSTF 3 Grupo sem Transtorno Fonológico – crianças entre 7:00 a 7:11 anos
GTF Grupo com Transtorno Fonológico
GTF 1 Grupo com Transtorno Fonológico – crianças entre 5:01 a 5:11 anos
GTF 2 Grupo com Transtorno Fonológico – crianças entre 6:01 a 6:11 anos
GTF 3 Grupo com Transtorno Fonológico – crianças entre 7:00 a 7:11 anos
GSTFCD Grupo sem Transtorno Fonológico com Distorção
GSTFSD Grupo sem Transtorno Fonológico sem Distorção
GTFCD Grupo sem Transtorno Fonológico com Distorção
GTFSD Grupo sem Transtorno Fonológico sem Distorção
LIF Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Fonologia
M Masculino
MAA Mordida Aberta Anterior
MCA Mordida Cruzada Anterior
MCP Mordida Cruzada Posterior
N Número
PCC Percentage of Consonants Correct
PCC-A Percentage of Consonants Correct - Adjustment
PCC-R Percentage of Consonants Correct - Revised
PDI Process Density Index
RDI Relative Distortion Index
Distorções
Som [l]
PLSD Projeção de língua sem distorção acústica
Som [Ρ]
PoCD Posteriorização com distorção acústica
Som [×]
RM Ruído molhado (ruído de saliva)
Som [s]
PLSD Projeção de língua sem distorção acústica
PALCD Projeção anterior de língua com distorção acústica
PLLCD Projeção lateral de língua com distorção acústica
Som [z]
PLSD Projeção de língua sem distorção acústica
PALCD Projeção anterior de língua com distorção acústica
PLLCD Projeção lateral de língua com distorção acústica
Som [Σ]
ESD Esforço articulatório sem distorção acústica
ECD Esforço articulatório com distorção acústica
Som [Ζ]
ESD Esforço articulatório sem distorção acústica
ECD Esforço articulatório com distorção acústica
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.
Materiais utilizados na palatografia e linguografia .....................................
Figura 2. Mistura de carvão digestivo pulverizado e azeite de
oliva...........................
Figura 3. Aplicação da mistura no palato duro e na
língua.........................................
Figura 4. Introdução do espelho entre os molares superiores e obtenção
da palatografia..............................................................................................
Figura 5.
Linguografia.................................................................................................
Figura 6. Distribuição dos sujeitos do GSTF de acordo com a
idade..........................
Figura 7. Distribuição dos sujeitos do GTF de acordo com a
idade............................
Figura 8. Distribuição dos sujeitos do GTF de acordo com o
gênero..........................
Figura 9. Presença de distorção de fala nos sujeitos do
GSTF....................................
Figura 10. Distribuição por faixa etária dos sujeitos do
GSTFCD................................
Figura 11. Distribuição por gênero dos sujeitos do
GSTFCD.......................................
Figura 12. Presença de distorção de fala nos sujeitos do
GTF......................................
Figura 13. Distribuição por faixa etária dos sujeitos do
GTFCD..................................
Figura 14. Distribuição por gênero dos sujeitos do
GTFCD.........................................
Figura 15. Comparação da média de porcentagem na prova específica
para verificação de distorção em sílabas e palavras – GSTFCD..................
Figura 16. Comparação da média de porcentagem na prova específica
para verificação de distorção em sílabas – GSTFCD na faixa etária
de cinco, seis e sete
anos..............................................................................
41
41
41
42
42
49
50
51
56
57
57
62
63
63
70
71
71
73
73
74
76
77
78
79
79
81
83
90
Figura 17. Comparação da média de porcentagem na prova específica
para verificação de distorção em palavras – GSTFCD na faixa
etária
de cinco, seis e sete
anos..............................................................................
Figura 18. Comparação da média de porcentagem na prova específica
para verificação de distorção em sílabas e palavras –
GSTFCD..................
Figura 19. Comparação das médias dos sons distorcidos na prova para
verificação de distorção em sílabas e palavras - GSTFCD e
GTFCD.........
Figura 20. Comparação das médias de porcentagem da classificação das
distorções em sílabas e palavras da prova específica para
verificação de distorção de fala –
GSTFCD.................................................
Figura 21. Comparação das médias de porcentagem da classificação das
distorções em sílabas e palavras da prova específica para
verificação de distorção de fala – faixas etárias do
GSTFCD......................
Figura 22. Comparação das médias de porcentagem da classificação das
distorções em sílabas e palavras da prova específica para
verificação de distorção de fala –
GTFCD...................................................
Figura 23. Comparação das médias de porcentagem da classificação das
distorções em sílabas e palavras da prova específica para
verificação de distorção de fala – GTFCD e
GSTFCD................................
Figura 24. Tipos de dentição do GSTFSD, GSTFCD, GTFSD e GTFCD....................
Figura 25. Porcentagem média dos tipos de maloclusões –
GSTFSD, GSTFCD, GTFSD e GTFCD......................................................
Figura 26. Palatografia e Linguografia do som [s] – GSTFSD.....................................
Figura 27. Palatografia e Linguografia do som [s] – GSTFCD.....................................
Figura 28. Boxplot do PCC na Nomeação.....................................................................
Figura 29. Boxplot do PCC na
Imitação........................................................................
Figura 30. Boxplot do PCC na Fala
Espontânea............................................................
91
91
92
93
93
94
94
95
95
96
96
97
98
98
Figura 31. Boxplot do PCC-R na
Nomeação.................................................................
Figura 32. Boxplot do PCC-R na
Imitação....................................................................
Figura 33. Boxplot do PCC-R na Fala
Espontânea........................................................
Figura 34. Boxplot do PDI na
Nomeação......................................................................
Figura 35. Boxplot do PDI na
Imitação.........................................................................
Figura 36. Boxplot do PDI na Fala
Espontânea.............................................................
Figura 37. Boxplot do RDI na
Nomeação.....................................................................
Figura 38. Boxplot do RDI na
Imitação.........................................................................
Figura 39. Boxplot do RDI na Fala
Espontânea............................................................
Figura 40. Boxplot do ACI –
Nomeação.......................................................................
Figura 41. Boxplot do ACI –
Imitação..........................................................................
Figura 42. Boxplot do ACI – Fala
Espontânea..............................................................
Figura A. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFSD 5:10
anos.................................
166
Figura B. Palatografia e Linguografia [z] – GSTFSD 5:10
anos................................
166
Figura C.
Palatografia e Linguografia [Σ] – GSTFSD 5:10
anos................................
166
Figura D.
Palatografia e Linguografia [Ζ] – GSTFSD 5:10
anos................................
167
Figura E. Palatografia e Linguografia [l] – GSTFSD 5:10
anos.................................
167
Figura F.
Palatografia e Linguografia [×] – GSTFSD 5:10
anos...............................
167
Figura G.
Palatografia e Linguografia [Ρ] – GSTFSD 5:10
anos................................
168
Figura H. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFSD 7:00
anos.................................
168
Figura I. Palatografia e Linguografia [z] – GSTFSD 7:00
anos................................
168
Figura J.
Palatografia e Linguografia [Σ] – GSTFSD 7:00
anos................................
169
Figura L.
Palatografia e Linguografia [Ζ] – GSTFSD 7:00
anos................................
169
Figura M. Palatografia e Linguografia [l] – GSTFSD 7:00
anos.................................
169
Figura N.
Palatografia e Linguografia [×] – GSTFSD 7:00
anos................................
170
Figura O.
Palatografia e Linguografia [Ρ] – GSTFSD 7:00
anos................................
170
Figura P. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFCD 5:09
anos................................
170
Figura Q. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFCD 6:02
anos................................
171
Figura R. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFCD 7:05
anos................................
171
Figura S. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFCD 7:11
anos................................
171
Figura T. Palatografia e Linguografia [z] – GSTFCD 5:09
anos................................
172
Figura U. Palatografia e Linguografia [z] – GSTFCD 7:05
anos................................
172
Figura V. Palatografia e Linguografia [z] – GSTFCD 7:11
anos...............................
172
Figura X.
Palatografia e Linguografia [Σ] – GSTFCD 6:02
anos...............................
173
Figura Z. Palatografia e Linguografia [l] – GSTFCD 5:09
anos................................
173
Figura AA. Palatografia e Linguografia [l] – GSTFCD 7:11
anos................................
173
Figura AB. Palatografia e Linguografia [s] – GTFCD 7:04
anos..................................
174
Figura AC. Palatografia e Linguografia [s] – GTFCD 7:09
anos..................................
174
Figura AD. Palatografia e Linguografia [z] – GTFCD 7:09
anos..................................
174
Figura AE.
Palatografia e Linguografia [Ρ] – GTFCD 7:04
anos..................................
175
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Palavras utilizadas na prova específica para verificação
da distorção de
fala.......................................................................................
Quadro 2. Palavras empregadas para a coleta da palatografia e
linguografia...............
Quadro 3. Descrição da produção das distorções de
fala..............................................
Quadro 4. Componentes estudados na palatografia e
linguografia...............................
Quadro 5. Produções consideradas como erros na contagem do PCC
(WERTZNER,
2002)....................................................................................
Quadro 6. Descrição dos pontos de contato do palatograma e linguograma
nos sons [s], [z] [Σ], [Ζ], [l], [Ρ] e [×] em sujeitos do
GSTFSD nas faixas etárias de cinco e sete anos de idade............................
Quadro 7. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos
de contato no palatograma e linguograma no som [s] –
GSTFCD...............
Quadro 8. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos
de contato no palatograma e linguograma no som [z] –
GSTFCD..............
Quadro 9. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos
de contato no palatograma e linguograma no som [Σ] –
GSTFCD..............
Quadro 10. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos
de contato no palatograma e linguograma no som [l] –
GSTFCD...............
Quadro 11. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos
de contato no palatograma e linguograma no som [s] –
GTFCD.................
Quadro 12. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos
de contato no palatograma e linguograma no som [z] –
GTFCD.................
Quadro 13. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos
de contato no palatograma e linguograma no som [Ρ] –
GTFCD................
Quadro 14. Descrição dos pontos de contato no palatograma e linguograma,
dentição, oclusão e análise perceptiva da distorção de fala
no som [s] – GSTFSD, GSTFCD e
GTFCD................................................
Quadro 15. Descrição dos pontos de contato no palatograma e linguograma,
dentição, oclusão e análise perceptiva da distorção de fala
no som [z] – GSTFSD, GSTFCD e
GTFCD................................................
33
33
39
43
45
81
83
84
85
85
86
87
87
88
88
88
89
89
Quadro 16. Descrição dos pontos de contato no palatograma e linguograma,
dentição, oclusão e análise perceptiva da distorção de fala
no som [l] – GSTFSD e
GSTFCD................................................................
Quadro 17. Descrição dos pontos de contato no palatograma e linguograma,
dentição, oclusão e análise perceptiva da distorção de fala
no som [Σ] – GSTFSD e GSTFCD...............................................................
Quadro 18. Descrição dos pontos de contato no palatograma e linguograma,
dentição, oclusão e análise perceptiva da distorção de fala
no som [Ρ] – GSTFSD e GSTFCD.............................................................
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Distribuição dos sujeitos do
GSTF..............................................................
Tabela 2. Distribuição da sujeitos do
GTF..................................................................
Tabela 3. Distribuição da idade dos sujeitos no
GSTF1, GSTF2 e GSTF3 e GSTF...............................................................
Tabela 4. Distribuição da idade dos sujeitos no
GTF1, GTF2 e GTF3 e
GTF........................................................................
Tabela 5. Porcentagem média de distorção nos [s], [z], [Σ] e [l]
nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea no
GSTF..................
Tabela 6. Número de sujeitos que apresentaram distorção no
[s], [z], [Σ] e [l] – GSTF1, GSTF2,
GSTF3.................................................
Tabela 7. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta
entre as faixas etárias de cinco, seis e sete anos nas provas de
imitação e nomeação e fala espontânea para os sons [s] e [z] no
GSTF.....
Tabela 8. Comparação entre a ocorrência de distorção e produção correta
nas provas de imitação e nomeação e fala espontânea para [s] -
GSTF......
Tabela 9. Comparação entre a ocorrência de distorção e produção correta
nas provas de imitação e nomeação e fala espontânea para [z] -
GSTF......
Tabela 10. Comparação entre a ocorrência de distorção e produção correta
nas provas de imitação e nomeação e fala espontânea para [Σ] -
GSTF.....
Tabela 11. Comparação entre a ocorrência de distorção e produção correta
nas provas de imitação e nomeação e fala espontânea para [l] -
GSTF.......
Tabela 12. Descrição do GSTFCD: idade e
gênero.......................................................
Tabela 13. Número de sujeitos do GSTFCD que apresentaram distorção –
sons e
provas................................................................................................
30
32
50
50
52
53
54
55
55
55
56
56
58
58
59
Tabela 14. Porcentagem de distorção nos sons [s], [z] e [Ρ] nas provas de
nomeação, imitação e fala espontânea no
GTF...........................................
Tabela 15. Número de sujeitos que apresentaram distorção no [s] –
GTF1, GTF2,
GTF3.....................................................................................
Tabela 16. Sons distorcidos – GTF1, GTF2 e
GTF3.....................................................
Tabela 17. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta
entre as provas de imitação e nomeação e fala espontânea para
os sons [s] e [z] no
GTF...............................................................................
Tabela 18. Comparação de ocorrência de distorção e produção correta nas
provas de imitação e nomeação e fala espontânea para [s] -
GTF...............
Tabela 19. Comparação de ocorrência de distorção e produção correta entre
as provas de imitação e nomeação e fala espontânea para [z] -
GTF..........
Tabela 20. Comparação de ocorrência de distorção e produção correta entre
as provas de imitação e nomeação e fala espontânea para [Ρ] -
GTF..........
Tabela 21. Descrição do GTFCD: idade e
gênero.........................................................
Tabela 22. Número de sujeitos do GTFCD que apresentaram distorção –
sons e provas................................................................................................
Tabela 23. Comparação do número de sujeitos com e produção correta no
GSTF e
GTF................................................................................................
Tabela 24. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os
grupos GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação e
fala espontânea nas faixas etária de cinco anos –
[s]...................................
Tabela 25. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os
grupos GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação e
fala espontânea nas faixas etária de seis anos -
[s]......................................
Tabela 26. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os
grupos GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação e
fala espontânea nas faixas etária de sete anos -
[s]......................................
Tabela 27. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os
grupos GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação
59
60
61
61
61
62
64
64
65
65
66
67
67
e fala espontânea na faixa etária de cinco anos para o som
[z]....................
Tabela 28. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os
grupos GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação
e fala espontânea na faixa etária de seis anos para o som
[z]......................
Tabela 29. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os
grupos GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação
e fala espontânea na faixa etária de sete anos para o som
[z]......................
Tabela 30. Porcentagem de distorção do GSTFCD na Prova Específica
para Verificação de Distorção - Imitação de
Sílabas...................................
Tabela 31. Porcentagem de distorção do GSTFCD na Prova Específica para
Verificação de Distorção - Imitação de
Palavras.........................................
Tabela 32. Porcentagem de distorção do GTFCD na Prova Específica para
Verificação de Distorção - Imitação de
Sílabas...........................................
Tabela 33. Porcentagem de distorção do GTFCD na Prova Específica para
Verificação de Distorção - Imitação de
Palavra..........................................
Tabela 34. Média de porcentagem na classificação perceptiva das distorções
de fala na prova de imitação de sílabas e palavras –
GSTFCD...................
Tabela 35. Média de porcentagem na classificação perceptiva das distorções
de fala na prova de imitação de sílabas e palavras –
faixa etária de cinco anos do
GSTFCD........................................................
Tabela 36. Média de porcentagem na classificação perceptiva das distorções
de fala na prova de imitação de sílabas e palavras –
faixa etária de seis anos do
GSTFCD..........................................................
Tabela 37. Média de porcentagem na classificação perceptiva das distorções
de fala na prova de imitação de sílabas e palavras –
faixa etária de sete anos do
GSTFCD..........................................................
Tabela 38. Média de porcentagem na classificação perceptiva das distorções
de fala na prova de imitação de sílabas e palavras –
GTFCD.....................
Tabela 39. Comparação dos grupos GTFSD, GTFCD, GSTFCD e GSTFSD
nos índices de gravidade na prova de
nomeação.........................................
Tabela 40. Comparação dos grupos GTFSD, GTFCD, GSTFCD e GSTFSD
nos índices de gravidade na prova de
imitação............................................
Tabela 41. Comparação nos grupos GTFSD, GTFCD, GSTFCD e GSTFSD
68
69
70
72
72
74
75
75
76
77
99
100
101
nos índices de gravidade na prova de fala
espontânea.................................
Tabela A. Relação de livros de história
pesquisados..................................
...........
154
Tabela B. Relação de livros
didáticos....................................................................
154
Tabela C. Entrevistas – ocorrência do fonema
/s/.................................................
155
Tabela D. Entrevistas – ocorrência do fonema
/z/.................................................
155
Tabela E. Entrevistas – ocorrência do fonema
/Σ
/..................................................
156
Tabela F.
Entrevistas – ocorrência do fonema /Ζ/
................................................
156
Tabela G. Livros Infantis – ocorrência do fonema /s/
...........................................
156
Tabela H. Livros Infantis – ocorrência do fonema
/z/...........................................
157
Tabela I. Livros Infantis – ocorrência do fonema
/Σ/...........................................
157
Tabela J. Livros Infantis – ocorrência do fonema
/Ζ/...........................................
157
Tabela L. Livros Didáticos – ocorrência do fonema
/s/........................................
158
Tabela M. Livros Didáticos – ocorrência do fonema
/z/.......................................
160
Tabela N. Livros Didáticos – ocorrência do fonema
/Σ/........................................
161
Tabela O.
Livros Didáticos – ocorrência do fonema /Ζ/
......................................
162
Tabela P.
Proporção de distorção nos [s], [z], [Σ] e [l] nas provas de
nomeação, imitação e fala espontânea no
GSTF.....................................................
163
Tabela Q.
Proporção de distorção nos [s], [z] e [Ρ] nas provas de nomeação,
imitação e fala espontânea no
GTF.......................................................
164
Tabela R.
Proporção de distorção nos [s], [z] e [Ρ] nas provas de nomeação,
imitação e fala espontânea no GTF e GSTF nas faixas etárias de
cinco, seis e sete
anos............................................................................
165
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1. Aprovação do Comitê de
Ética..............................................................
135
Anexo 2. Questionário sobre o Desenvolvimento Neuropsicomotor do
GSTF....
136
Anexo 3. Termo de Consentimento Pós-Informação para o Grupo Sem
Transtorno
Fonológico..........................................................................
138
Anexo 4. Roteiro de Avaliação da Motricidade
Orofacial...................................
140
Anexo 5a. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas e Palavras -
[s]...........................................................................
141
Anexo 5b. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas e Palavras -
[z]...........................................................................
142
Anexo 5c. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas e Palavras -
[Ζ
]..........................................................................
143
Anexo 5d. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas e Palavras -
[Σ
]..........................................................................
144
Anexo 5e. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas e Palavras -
[Ρ
].........................................................................
145
Anexo 5f. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas Palavras -
[l].
.............................................................................
146
Anexo 5g. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas e Palavras -
[×]............................
..............................................
147
Anexo 6. Termo de Consentimento Pós-Informação para o Grupo com
Transtorno
Fonológico..........................................................................
148
Anexo 7. Protocolo para cálculo dos índices de
gravidade..................................
150
Anexo 8a. Carta de Encaminhamento à escola de Educação
Fundamental............
151
Anexo 8b. Carta de Encaminhamento à escola de Ensino
Infantil.........................
152
Anexo 9. Construção do Teste de Sílabas e Palavras para Verificação da
Distorção de
Fala.....................................................................
..............
153
Anexo 10.
Proporção de distorção nos [s], [z], [Σ] e [l] nas provas de
nomeação, imitação e fala espontânea no
GSTF.....................................................
163
Anexo 11.
Proporção de distorção nos [s], [z] e [Ρ] nas provas de nomeação,
imitação e fala espontânea no
GTF.......................................................
164
Anexo 12.
Proporção de distorção nos [s], [z] e [Ρ] nas provas de nomeação,
imitação e fala espontânea no GTF e GSTF nas faixas etárias de
cinco, seis e sete
anos............................................................................
165
Anexo 13. Fotos das palatografias e linguografias dos sujeitos do GSTFSD,
GSTFCD e
GTFCD...............................................................................
166
RESUMO
AMARO, L. Descrição das distorções de fala em crianças com e sem transtorno fonológico.
2006, 175f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
No transtorno fonológico podem ocorrer concomitantemente alterações fonéticas e
fonológicas, que comprometem a articulação e o conhecimento internalizado do sistema de
sons da língua. As alterações fonéticas podem acontecer também em crianças com
desenvolvimento típico de linguagem. Várias pesquisas têm mostrado a importância de se
utilizar técnicas objetivas durante o diagnóstico do transtorno, bem como da aplicação de
índices de gravidade. O objetivo desta pesquisa é identificar a ocorrência de distorções de
fala e aplicar e comparar os índices de gravidade em crianças entre cinco e sete anos de
idade com e sem transtorno fonológico. Para isso, foram avaliadas 30 crianças com
desenvolvimento típico de linguagem (GSTF) e 15 crianças com transtorno fonológico
(GTF). Foram aplicadas provas experimentais de Fonologia (imitação, nomeação e fala
espontânea) e de motricidade orofacial e calculados os índices PCC, PCC-R, PDI, RDI e
ACI nas provas de Fonologia. Se detectada qualquer tipo de distorção em quaisquer umas
das provas de Fonologia nos sons [s], [z], [Σ], [Ζ], [l], [Ρ] e [×], era aplicada a prova para
verificação específica de distorção, para confirmação da distorção e classificação
perceptiva do tipo de distorção, além da palatografia e linguografia. Os resultados
apontaram que no GSTF, 23,3% das crianças apresentaram distorção nas provas de
Fonologia nos sons [s], [z], [Σ] e [l]; no GFT 20% das crianças apresentaram distorção nos
sons [s], [z] e [Ρ]; não houve evidências de diferença significativa entre o número de
sujeitos que apresentaram distorção no GSTF e GTF. Houve diferença significante apenas
nas provas de imitação e fala espontânea na faixa etária de sete anos, com maior ocorrência
de distorção do [s] no grupo GTF do que no GSTF. Apenas o GTF apresentou distorção no
[Ρ], parecendo que a distorção deste som está mais relacionada ao transtorno fonológico. A
análise da palatografia e linguografia confirmou a análise perceptiva, oferecendo a
vantagem de mostrar o local exato da produção. No GSTF e no GTF, os sujeitos que não
apresentaram distorção obtiveram todos os índices de gravidade melhores do que os
sujeitos com distorção. O índice ACI indicou que o GSTF sem distorção teve o melhor
desempenho, mostrando-se adequado para medir a competência articulatória.
Palavras-chaves: Fonoaudiologia, Transtorno Fonológico, Diagnóstico, Alterações
Fonéticas, Palatografia.
ABSTRACT
AMARO, L. Description of speech distortions in children with and without phonological
disorders. 2006, 175f. Dissertation (Master) – Faculty of Humanities, University of São
Paulo, São Paulo, 2006.
Phonological and phonetic alterations can occur together in the phonological disorder
compromising the articulation and the internal knowledge of the speech sounds of a
language. Phonetic alterations can occur in children with typical phonological development.
Several researches have shown the importance of the use of objective techniques during
both the diagnosis of disorder and application of severity indexes. The aim of this research
is to identify the occurrence of distortions in the speech. Also, to apply and compare
severity indexes in children between five and seven years old with and without
phonological disorders. 30 children with typical language development (GSTF) and 15
phonologically-disordered children (GTF) were assessed. Experimental tests of Phonology
(nomeation, imitation and continuous speech) and of oral motricity were applied. The
PCC, PCC-R, PDI, RDI and ACI indexes were calculated based on the Phonology tests. If
any kind of distortion was detected in any Phonology test related to the sounds [s], [z], [Σ],
[Ζ], [l], [Ρ] and [×], the specific test to verify distortion was used, for confirmation and
perceptual classification of kind distortion, besides the palatography and tongue graph. The
results pointed that in the GSTF, 23.3% of the children presented distortions in the
Phonology tests and continuous speech in the [s], [z] and [Ρ] sounds; there was no evidence
of statistic differences between number of subjects that presented distortion in the GSTF
and in the GTF. There was significant difference only in the imitation and continuous
speech tests in the age range of seven years, with more occurrence of [s] distortion in the
GTF compared to the GSTF. Only the GTF presented [Ρ] distortions. It seems that this
distortion is more related to the phonological disorder. The palatography and tongue grafph
confirmed the perceptive analysis, offering the advantage of showing the exact place of
production. All subjects from the GSTF and GTF that did not present distortions had better
severity indexes compared to the subjects that presented it. The ACI index indicated that
the GSTF without distortion had better performance, showing that it is adequate to measure
articulatory competence.
Key words: Speech Language and Hearing Sciences, Phonological Disorder, Diagnosis,
Phonetic Alterations, Patatography.
APRESENTAÇÃO
O transtorno fonológico, por ser um distúrbio muito freqüente na clínica
fonoaudiológica, é sempre bastante estudado, tanto em suas manifestações lingüísticas
quanto em causas correlacionadas, o que vem contribuindo para grandes avanços nos
procedimentos de avaliação, diagnóstico e tratamento.
Desde a Iniciação Científica realizada no período da graduação, o transtorno fonológico
tem sido o tema central dos estudos da pesquisadora. Na Iniciação Científica, o tema foi
a gravidade e a inteligibilidade do transtorno fonológico, tema ainda desenvolvido
durante a bolsa de Capacitação Técnica. Isto possibilitou uma visão mais abrangente dos
aspectos envolvidos nessa alteração, além da realização de artigos e trabalhos
apresentados em congressos.
Além disso, atendendo crianças no Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em
Fonologia, do Curso de Fonoaudiologia da Universidade de São Paulo, muitas vezes foram
encontradas dificuldades para detectar se a alteração presente era apenas fonológica ou
também fonética.
Com este estudo, pretende-se colaborar na descrição de distorções de fala, tendo em
vista a escassez de trabalhos realizados sobre a diferenciação das alterações fonéticas e
fonológicas no transtorno fonológico no Português brasileiro, como será observado na
introdução. Desta maneira, a necessidade desse tipo de informação para auxiliar no
diagnóstico do transtorno fonológico motivou o tema da pesquisa desenvolvida.
Na Introdução, encontra-se a revisão da literatura sobre a interdependência entre
Fonologia e Fonética; fonética articulatória, desenvolvimento do sistema fonológico e
fonético; transtorno fonológico, distorções de fala, gravidade do transtorno fonológico,
provas e instrumentos usados no transtorno fonológico e palatografia e linguografia. Em
seguida, são apontados os objetivos gerais e específicos deste estudo.
No capítulo seguinte, descreve-se a metodologia utilizada na coleta e análise dos
dados. Na seqüência, encontram-se os resultados; o quinto capítulo relaciona os achados
desta pesquisa com os demais estudos na área de distorção de fala e palatografia e
linguografia.
O capítulo final expõe as conclusões pertinentes a esta pesquisa, seguido pelas
referências bibliográficas.
Por meio da realização deste trabalho, pretende-se fornecer mais um instrumento
que colabore para um diagnóstico fonoaudiológico diferenciado, bem como auxiliar na
elaboração de um planejamento terapêutico adequado aos casos de crianças que
apresentam, concomitantemente, alterações fonéticas e fonológicas, proporcionando uma
intervenção precisa e eficaz.
INTRODUÇÃO
O transtorno fonológico é definido como uma alteração de fala caracterizada pela
produção incorreta dos sons e uso inadequado das regras fonológicas da língua quanto à
distribuição do som e ao tipo de sílaba, que resultam no colapso de contrastes fonêmicos e que
afetam o significado (PEÑA-BROOKS e HEDGE, 2000; WERTZNER, 2002). É sabido que tais
dificuldades na produção dos sons podem interferir no rendimento escolar, profissional e na
comunicação (DSM-IV, 1995).
No transtorno fonológico as alterações fonéticas e fonológicas podem ocorrer
simultaneamente, comprometendo tanto a articulação como o conhecimento internalizado do
sistema de sons da língua (CASTRO, 2004).
No entanto, as alterações fonéticas podem ocorrer também em crianças com
desenvolvimento típico de fala e linguagem. A literatura americana relata que, entre seis
e nove anos de idade, predominam, na fala das crianças, as distorções (SHRIBERG,
1993).
No Português brasileiro, alguns estudos mostraram que essas alterações ocorrem
principalmente nos sons alveolares [s] e [z], plosivos [t] e [d], líquido [l] e nasal [n], que
são produzidos na posição interdental da língua (WERTZNER et al., 2005 a).
No presente estudo foram analisadas as alterações fonéticas, ou distorção de fala nos
sons [l], [Ρ], [×] [s], [z], [Σ] e [Ζ], em crianças com e sem transtorno fonológico. A
escolha desses sons apoiou-se no fato de os fonemas líquidos serem os últimos a serem
adquiridos (WERTZNER, 1992; 1998; GALEA 2003), bem como no transtorno
fonológico serem freqüentemente comprometidos (WERTZNER, 2002). Os fonemas
fricativos são aqueles que apresentam bastante produção distorcida, que muitas vezes,
além da alteração visual da produção, também manifestam comprometimento auditivo.
Para detectar as alterações fonéticas e fonológicas no diagnóstico do transtorno
fonológico, é muito importante considerar alguns aspectos, como: índices de gravidade do
transtorno, tipos de provas usadas na avaliação, técnicas e instrumentos objetivos utilizados para
diagnóstico.
A Interdependência entre Fonologia e Fonética
Ao realizar a descrição lingüística dos sons, percebe-se que fonética e
fonologia são inseparáveis. A fonética estuda a composição material dos sons
lingüísticos; descreve o material sonoro em agrupamentos como sílabas, grupos
fônicos e orações; além de enfatizar e discutir a problemática da discriminação
auditiva (compreensão da fala) e da articulação vocal (emissão da fala). A
fonologia se ocupa dos sons lingüísticos sob o ponto de vista da sua contribuição
e função; estuda os fonemas e os modelos acústico-articulatórios; o valor dos
agrupamentos como signo lingüístico; por fim, enfatiza os critérios de
funcionalidade e de pertinência (COSERIU, 1979; PAIS, 1981).
O objeto de estudo da fonologia é a forma sistemática como cada língua
organiza os sons. A partir da apresentação dos sons distintivos, é possível chegar
a afirmações mais gerais sobre a natureza dos sistemas dos sons das línguas do
mundo. Atém-se nos sons capazes de distinguir significados, os fonemas, e na
forma como se organizam e se combinam para formar unidades lingüísticas
maiores, além das variações combinatórias que esses fonemas podem
apresentar. Pelo processo de substituição de sons em contextos lingüísticos
semelhantes, pode-se observar a existência de contrastes de significado, e desse
modo, identificar os fonemas de uma língua (PAIS, 1981; CRYSTAL, 2000;
HERNANDORENA, 2001).
A função da fonética é de apreender os sons efetivamente realizados pelos
falantes da língua em toda a sua diversidade, enquanto a fonologia abstrai essa
diversidade para captar o sistema que caracteriza a língua. Sendo assim, por
tratar dos sons enquanto realidade diretamente apreendida, os estudos fonéticos
colaboram no auxílio da fonologia (HERNANDORENA, 2001).
A fonética é uma ciência histórica que designa a evolução dos sons, analisa
acontecimentos e transformações que se movem (ou se modificam) no tempo
(SAUSSURE, 1969). Ela fornece métodos para descrição, classificação e
transcrição dos sons usados na fala. De modo geral, é dividida em três campos:
fonética acústica, que estuda as propriedades físicas dos sons da fala, durante a
transmissão que ocorre entre emissão e recepção; a fonética auditiva, que estuda
a reação da percepção aos sons da fala, mediada pela orelha, o nervo auditivo e o
cérebro; e a fonética articulatória, que tem por objetivo estudar a maneira como os
sons da fala são produzidos pelos órgãos da fala (PAIS, 1981; CASAES, 1990;
CRYSTAL, 2000).
Malmberg (1954) também descreve a fonética combinatória, em que os sons
influenciam-se uns aos outros e modificam-se de várias maneiras. Assim, as consoantes
estão sujeitas à influência acústica das vogais, além dos espectros vocálicos poderem se
modificar em contato com as consoantes. É de conhecimento que geralmente é a vogal da
sílaba que determina se as consoantes que a rodeiam devem ser mais palatizadas,
velarizadas ou labializadas.
Na fonética combinatória pode existir o fenômeno sincrônico que ocorre no interior de um sistema fonético em conseqüência dos
hábitos próprios da língua, os quais divergem de uma língua para a outra.
A sincronia é definida como o eixo das simultaneidades, no qual devem ser
estudadas as relações entre os fatos existentes ao mesmo tempo num determinado momento
do sistema lingüístico, que pode ser tanto no presente quanto no passado. É vista como o
estudo de funcionamento da língua (CARVALHO, 2003).
Pode-se, assim, perceber que as representações mentais que os falantes têm dos sons não são idênticas às propriedades físicas, mas
sim vinculadas aos fonemas dangua. Conclui-se, assim, que a fonologia e a fonética apresentam campos de estudo
interdependentes (HERNANDORENA, 2001).
Qualquer separação muito rígida entre a fonética e a fonologia não parece
realista, já que não se podem manter considerações fonológicas fora de uma
análise fonética (CRYSTAL, 1977). Dessa maneira, a diferença fonética nem
sempre é acompanhada por uma diferença fonológica. Como exemplo, os falantes
do Português entendem os sons [t] e [tΣ] como uma só unidade, o fonema /t/, pois
esses sons constituem variação de um mesmo fonema. A ocorrência de [tΣ] é
previsível no Português, porque não passa de uma variação alofônica antes do [i].
Fonética Articulatória
A fonética articulatória, também conhecida como fonética fisiológica,
empresta seus métodos de estudo da anatomia e fisiologia humana (PAIS, 1981;
CASAES, 1990; CRYSTAL, 2000).
De acordo com Pais (1981) e Casaes (1990), os órgãos fisiológicos que
participam da produção dos sons são chamados de órgãos fonadores, controlados
pelo cérebro. Para que os sons da fala sejam realizados é necessária a
integridade dos órgãos de fala. Assim, alterações na forma ou tonicidade desses
órgãos poderão interferir na dinâmica da fala e provocar ajustes motores
compensatórios inadequados, resultando numa produção incorreta.
Segundo Cagliari (1981), a língua é uma massa de tecidos e músculos
capaz de se moldar de inúmeras formas, produzindo várias configurações nas
cavidades faríngea e oral. É considerada como o órgão mais importante na
modulação dos sons, tanto que a descrição fonética se baseia muito nas posturas
assumidas pela língua durante a produção sonora.
Nos últimos anos houve muito progresso na elaboração de técnicas
instrumentais para observar e medir os movimentos dos órgãos da fala. Alguns
desses instrumentos são: palatografia e eletropalatografia, que mostram o contato
da língua com o palato; eletroaerômetro, que mede o fluxo relativo de ar entre a
boca e o nariz; e eletromiógrafo, que mede o movimento muscular durante a fala.
O uso dessas técnicas proporcionou uma compreensão mais fidedigna e
detalhada da articulação do que os métodos tradicionais visuais e cinestésicos
(CRYSTAL, 2000).
Em relação à articulação das consoantes, é de conhecimento que se inicia
no momento da passagem do ar pela cavidade oral, quando o ar é comprimido ou
detido, sendo pronunciadas com um ruído audível. A articulação de um som pode
ser classificada em função do lugar e modo de articulação, além da vibração das
pregas vocais.
As consoantes são classificadas de acordo com o nome do lugar onde
ocorre o maior fechamento dos articuladores, obstruindo a corrente aérea
(CAGLIARI, 1981). De acordo com Silva (2001), a partir da posição do articulador
ativo em relação ao articulador passivo, pode-se definir o lugar de articulação dos
segmentos consonantais, que pode ser bilabial, labiodental, dental, alveolar,
palatal, velar ou glotal.
Também é importante identificar o modo de articulação de um segmento, a
qual está relacionada ao tipo de obstrução de ar oferecida pelos articuladores
durante a produção de um segmento, podendo ser oclusiva, nasal, fricativa,
africada, vibrante, retroflexa e lateral (SILVA, 2001).
Dentre alguns sons do Português, as líquidas [l], [Ρ] e [×] bem como as
fricativas [s], [z], [Σ] e [Ζ] são estudadas na presente pesquisa, e na seqüência são
descritas as suas produções articulatórias.
Na produção das líquidas laterais a corrente de ar, ao passar pela cavidade
oral, pode encontrar uma obstrução central e um escape lateral. No Português, as
laterais não são fricativas nem constritivas (CAGLIARI, 1981). O articulador ativo,
língua, toca o passivo, palato duro, ocorrendo então a obstrução da corrente aérea
na linha central do trato vocal; e o ar é expelido por ambos os lados da obstrução,
com saída lateral entre a língua e a bochecha (SILVA, 2001).
São consideradas líquidas laterais no Português brasileiro o [l] que é dental, e o,
[×] considerada palatal.
Segundo Cagliari (1974), o som [l] tende a ser mais dental do que alveolar.
Com relação ao comportamento da língua, o som [l] difere-se das oclusivas
alveodentais, pois é articulado com a própria ponta da língua, enquanto as
oclusivas alveodentais são articuladas com a parte de cima de frente da língua. A
lateral palatal [×] é articulada com o começo do dorso da língua sobre a região
pré-palatal. O [l] e o [×] diferem-se porque o [×] apresenta um contato muito mais
largo entre língua e palato, bem como pelo comportamento da ponta da língua,
que fica atrás dos incisivos inferiores, enquanto para o [l] mantém-se elevada.
De acordo com Silva (2001), na líquida vibrante simples a vibração ocorre
pelo toque do articulador ativo com o passivo. As vibrantes são articuladas com a
ponta da língua, de tal forma que ocorre vibração da ponta da língua contra a área
alveolar da abóbada palatina atrás dos dentes incisivos. O [r] do dialeto paulistano
é considerado uma alveolar sonora (CAGLIARI, 1974).
Em relação à produção dos fricativos, ocorre um estreitamento da
passagem da corrente de ar entre dois articuladores, de tal modo que o ar
passando produz um ruído de fricção, sibilo ou chiado, sendo considerado um som
contínuo.
Os fricativos alveolares que são [s]e [z] são produzidos pelo estreitamento
da ponta da língua contra os alvéolos. Já os fricativos palatais, [Ζ]e [Σ], são
produzidos no estreitamento do dorso da língua contra o palato duro (CASAES,
1990).
Segundo Cagliari (1974), as consoantes alveolares se caracterizam, do
ponto de vista articulatório, pelas seguintes propriedades: o estreitamento do canal
do aparelho fonador ocorre na região denominada alveolar, elevação da língua,
com a ponta da língua apoiada atrás dos incisivos inferiores. Do ponto de vista
articulatório, as palatais se caracterizam pela zona de articulação que é feita na
região palatal, pré-palatal ou central e o modo de articulação que ocorre com
contato linguodental bem largo, maior elevação da língua (dorso), ponta da língua
abaixada, atrás dos incisivos inferiores, articulação de grande esforço muscular e
duração.
As fricativas alveolares [s] e [z] e as palatais [Ζ] e [Σ] diferem entre si pela
ausência de vibração de pregas vocais em [s] e [Σ] e presença de vibração de
pregas vocais em [z] e [Ζ].
Desenvolvimento do Sistema Fonológico e Fonético
A produção dos sons da fala envolve aspectos lingüísticos, motores, cognitivos,
orgânicos e ambientais. Durante o desenvolvimento considera-se que entre dois a quatro
anos ocorre maior expansão do sistema fonológico (INGRAM, 1976; WERTZNER,
1994).
O desenvolvimento fonológico relaciona-se aos demais aspectos da linguagem e com a
cognição.
Wertzner (1994) estudou a aquisição fonológica de crianças falantes do Português
brasileiro e verificou que: até os 3;6 anos de idade as crianças adquirem os seguintes
fonemas: /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, g/, /f/, /v/, /s/, /z/, /Ζ/, /Σ/, /l/, /r/, /m/, /n/; aos 4:0 anos, o
arquifonema /S/, o /×/; aos 5:6, o arquifonema /R/; os encontros consonantais são
adquiridos entre 4:0 a 6:6 anos.
Como principais características durante o desenvolvimento fonológico notam-se
os processos fonológicos, que são simplificações sistemáticas das regras fonológicas que
afetam uma classe ou seqüências de sons. São observados durante o desenvolvimento
típico: redução de sílaba, harmonia consonantal, plosivação de fricativa, posteriorização
para velar, posteriorização para palatal, frontalização de velar, frontalização de palatal,
simplificação de líquida, simplificação do encontro consonantal e simplificação da
consoante final (WERTZNER, 2000).
Kent (1992) apresenta um modelo de fatores perceptivos e motores no desenvolvimento
fonológico. Com isso, existiria um canal de entrada (auditivo ou auditivo integrado ao
visual) e um canal de saída (regulação motora do aparato de fala). Os sistemas de
entrada e saída seriam geneticamente determinados. A exposição ao ambiente lingüístico
selecionaria algumas categorias auditivas para preservação ou para negligência, os
mecanismos envolvidos nesse processo seriam os de atenção e orientação. Esses fatores
genéticos, audição, atenção e reconhecimento, orientariam os subsistemas para o
funcionamento da produção motora da fala, que dependeria do desenvolvimento do
aparato anatômico para fala e sinergia dos movimentos, da modificação pela experiência
perceptual e do desenvolvimento sensório motor que levaria a ajustes de padrões
motores para produção fonética.
Já as estabilizações das produções fonéticas estão relacionadas ao crescimento físico.
Sabe-se que a variabilidade no controle motor diminui com o crescimento, gerando
aumento progressivo na estabilidade da produção e diminuindo as variações
articulatórias (KENT, 1976).
O autor op. cit. descreve que a transição de vocalizações pré-lingüísticas para a fala do
adulto representa uma maestria na coordenação de múltiplos subsistemas da fala. Este
notável comportamento emerge num contexto com rápidas mudanças no crescimento do
músculo esqueletal e no desenvolvimento motor.
Em relação ao desenvolvimento fonético, de acordo com Green et al. (2000) o
desenvolvimento motor pode envolver a diferenciação dos movimentos, como a
modificação de um comportamento pré-existente em outros mais especializados e/ou a
integração de novos comportamentos com a prévia estabilização de outros.
Wertzner et al. (2005 a) relatam que semelhante a outras línguas, entre seis e nove anos
de idade predominam, ocorrem ou são detectadas nas crianças alterações fonéticas, ou
seja, as distorções de fala. No Português as distorções ocorrem principalmente nos sons
alveolares [s] e [z], plosivos [t] e [d], líquido [l] e nasal [n], que são produzidos na
posição interdental da língua.
De acordo com Launay e Borel-Maisonny (1989), no Inglês o [s] é com freqüência
produzido distorcido, por exigir na produção o estreitamento do orifício oral durante a
constrição da corrente aérea entre a ponta da língua e o alvéolo; além disso, há a
necessidade de forma e precisão de posição da língua.
Além da complexidade da produção, Ingram (1976) descreve que o número de
sílabas, tonicidade, assimilação e posição afetam a precisão na produção de fricativas.
As fricativas são produzidas com maior precisão em posição final ou pós-vocálica.
Durante o desenvolvimento fonético, ocorre a dentição mista. Sabe-se que esta é
uma fase complexa, em que as falhas dentárias podem contribuir para que ocorra
alteração fonética. Alguns indivíduos, após essa fase, podem permanecer ainda com o
mesmo tipo de alteração.
A dentição mista se inicia com a erupção dos primeiros molares permanentes e se
completa com a erupção dos segundos molares permanentes. Essa é uma fase muita
dinâmica, cujas transformações exibem rápidas remodelações na face (ISSÁO e
GUEDES-PINTO, 1994).
Os eventos que ocorrem durante a dentição mista são: irrompimento dos
primeiros molares aos seis anos, dos incisivos dos seis aos sete anos, dos caninos e pré-
molares aos dez anos, dos segundos molares aos doze e dos terceiros molares aos
dezoito anos aproximadamente. São características desta fase as presenças de diastemas,
principalmente na arcada superior, crescimento das arcadas em sentido transversal e
erupções dos dentes permanentes anteriores com inclinação vestibular.
Na fase de dentição mista é possível observar períodos de desarmonia entre o
crescimento facial e o desenvolvimento da dentição, uma vez que o desenvolvimento da
face ocorre de um modo mais moderado do que o da dentição, acarretando prejuízo
temporário da aparência, a denominada fase do “patinho feio”, que coincide com o início
das trocas dentárias (ISSÁO e GUEDES-PINTO, 1994).
As transformações na cavidade oral ocorrem por volta dos seis anos,
principalmente pelo ganho da dimensão vertical, devido à erupção dos primeiros
molares permanentes (ANTUNES et al., 2000). É de se esperar que após essas
modificações estruturais associadas ao crescimento craniofacial ocorra correção
espontânea da produção distorcida para as crianças que o apresentam. No entanto, a
permanência de alterações nas estruturas ósseas e dentárias que estão envolvidas com a
produção da fala pode afetar a produção dos sons da língua, justificando a necessidade
de verificar a ocorrência de alterações fonéticas em diferentes faixas etárias
(ALABARSE e WERTZNER, 1998).
Em relação à interdependência no desenvolvimento entre a fonologia e a fonética,
Kent (2000) explica que o controle motor da fala se refere a sistemas e estratégias que
regulam a produção da fala, incluindo o planejamento, a preparação dos movimentos e a
execução dos planos de movimentos que resultam na contração muscular e substituição
estrutural. Tradicionalmente, o controle motor da fala distingue-se de operações
fonológicas, mas em algumas teorias fonológicas recentes há uma névoa entre as fronteiras
das representações fonológicas e funções motoras.
Peterson e Shoup (1966) enfatizam que existe uma razão considerável para acreditar que
aspectos fonológicos são organizados primeiramente em termos das possibilidades e
forças do mecanismo no qual a fala é produzida.
Os processos motores da fala são moldados por múltiplos sistemas intrínsecos, como
maturação cognitiva, lingüística e sensório-motora, e extrínsecos, como estimulação
auditiva e visual e percepção das diferenças. A evolução da comunicação verbal pode
ser limitada pelo desenvolvimento lento de algum fator. A proporção dos efeitos
limitantes do desenvolvimento fisiológico na aquisição fonológica ainda não está bem
determinada, no entanto, a relação entre imaturidade da coordenação e ininteligibilidade
no desenvolvimento da fala é óbvia (GREEN et al., 2000).
Assume-se que a entrada para o sistema de controle motor da fala é uma
representação fonológica da linguagem, uma seqüência de unidades abstratas, como os
fonemas. A saída do controle motor da fala é uma série de movimentos articulados que
transporta por meio da mensagem lingüística um sinal que pode ser interpretado pelo
ouvinte. Por isso, os processos do controle motor da fala ocorrem entre a formulação da
linguagem e dos sinais acústicos por meio dos quais a mensagem é usualmente recebida
(KENT, 2000).
Green et al. (2000) sugerem que o estudo do início da coordenação motora da fala pode
trazer um amplo entendimento do desenvolvimento fonológico. Por uma perspectiva do
desenvolvimento do controle motor, tem-se que as influências fonológicas no início do
desenvolvimento podem ser afetadas por um número de fatores, incluindo uma
organização pré-existente muscular, experiências prévias e necessidades de espaço e
tempo de um dado fonema.
Transtorno Fonológico
O transtorno fonológico é definido como uma alteração de fala caracterizada pela
produção inadequada dos sons, bem como pelo uso inadequado das regras fonológicas da
língua quanto à distribuição do som e ao tipo de sílaba, que resultam no colapso de
contrastes fonológicos e afetam o significado. A causa do transtorno é desconhecida, sendo
a gravidade e a inteligibilidade de fala de grau variado (PEÑA-BROOKS e HEDGE, 2000;
WERTZNER, 2002). Essas dificuldades na produção dos sons interferem no rendimento
escolar, profissional ou na comunicação (DSM-IV, 1995).
O transtorno fonológico é descrito geralmente em função das características relacionadas
ao gênero, idade, gravidade, inteligibilidade de fala e aspectos fonológicos
(WERTZNER e OLIVEIRA, 2000; WERTZNER, 2002).
Shirberg (2004) refere que os processos etiológicos do transtorno fonológico podem ser
genéticos ou ambientais, sendo que alterações no controle motor da fala podem induzir a
um transtorno com envolvimento motor de fala e atraso de fala.
As simplificações sistemáticas das regras fonológicas, que afetam uma classe ou
seqüências de sons, recebem o nome de processos fonológicos. Os processos
fonológicos são esperados dentro do desenvolvimento típico, no entanto, à medida que a
criança cresce e se desenvolve, deixa de usá-los e adquire as regras do adulto
(WERTZNER, 2004).
Os processos fonológicos que ocorrem no desenvolvimento típico no transtorno
fonológico são mantidos por um tempo maior, podendo co-ocorrer vários processos no
mesmo segmento, os quais podem ser usados em ordem cronológica invertida. Além
disso, em alguns casos também ocorrem processos fonológicos idiossincráticos
(INGRAM, 1976; STOEL-GAMMON e DUNN, 1985; WERTZNER, 2004; CROSBIE
et al., 2005).
No transtorno fonológico estão incluídos erros de produção, ou seja, de articulação,
que envolvem o fracasso em formar corretamente os sons da fala, e problemas fonológicos
de base cognitiva, que envolvem um déficit na categorização lingüística dos sons. As
omissões são consideradas mais severas do que as substituições de sons, que por sua vez
são mais severas do que as distorções (DSM-IV, 1995).
Dessa forma, existe uma diferenciação quanto à localização funcional da origem dos
tipos de erros, levando a uma hierarquização do grau de gravidade dos erros que afetam
diretamente a inteligibilidade de fala. As crianças que apresentam mais omissões e
substituições têm maior dificuldade de serem entendidas pelo interlocutor, mas as que
apresentam distorções serão mais inteligíveis, gerando menor ambigüidade de fala
(SHRIBERG e KWIATKOWSKI, 1982
b).
De acordo com Shriberg et al. (1986), a classificação do tipo de alteração
encontrada no transtorno fonológico é muito importante para diagnóstico e planejamento do
tratamento, pois a identificação de alguns critérios, como os padrões de alterações de fala,
restritos a distorções articulatórias, geralmente são considerados leves, enquanto que
padrões de alterações envolvendo eliminações e substituições de numerosos sons da fala
são consideradas de graus moderado a severo.
Shriberg (1993) fez uma representação do transtorno fonológico de
desenvolvimento em oito domínios de envolvimento, que seriam: cognitivo
psicolingüístico, compreensão da linguagem, produção da linguagem, compreensão da
fonologia, produção, distorções múltiplas, distorções com características limitadas
(erros que envolvem dois ou mais tipos de distorções dentro de uma única classe de
som) e distorções com fonemas limitados (que ocorrem com maior freqüência em
crianças mais velhas e em adultos). Conclui-se que as distorções não apresentam
envolvimento da cognição, linguagem e fonologia.
Conclui-se que os erros de omissão e substituição ocorrem quase sempre devido aos
erros nos contrastes fonológicos nos níveis cognitivos de organização lingüística e no
processamento psicolingüístico (acesso e recuperação lexical). Porém, podem ocorrer
também por uma dificuldade fonética. Já o locus dos erros de distorção envolve
dificuldades no nível periférico da produção, relacionando-se ao processamento sensório-
motor da fala (SHRIBERG, 1993).
Assim, os erros fonológicos e fonéticos envolvem níveis de processamento diferentes,
levando também à diferença no tratamento. Para o tratamento da eliminação dos erros
fonológicos exige-se um planejamento focalizado na linguagem, enquanto que para os
erros fonéticos o planejamento envolve aspectos relacionados à fala.
A literatura aponta como variáveis correlacionadas ao transtorno fonológico: gênero, idade, otite e alterações de vias
aéreas superiores, problemas pré e peri natais e a familiaridade. Porém, os estudos não são conclusivos a respeito dos dados, uma
vez que parte encontra relação com o transtorno e parte não (FOX et al., 2002; WERTZNER, 2002).
A caracterização fonológica do transtorno fonológico é bastante estudada na medida em que é o suporte para o
diagnóstico e planejamento da intervenção. A análise tradicional é uma forma bastante comum de descrição do transtorno
fonológico, pois nela verifica-se o inventário fonético apontando os acertos, omissões, substituições e distorções.
A análise fonológica por meio dos processos fonológicos permite verificar quais são aqueles mais observados no
transtorno fonológico. Pesquisas com crianças falantes do Português brasileiro indicam que os processos fonológicos de
simplificação de líquidas, simplificação do encontro consonantal, ensurdecimento de plosiva e ensurdecimento de fricativas são os
que mais ocorrem (WERTZNER, 2002; PAGAN, 2003; CASTRO, 2004).
Em meio a crianças falantes do Português brasileiro, Wertzner (2002) estudou 50
crianças com transtorno fonológico; observou que as principais características
fonológicas do transtorno estão no uso dos processos fonológicos de simplificação do
encontro consonantal, simplificação de líquidas, eliminação da consoante final,
frontalização da palatal, ensurdecimento de fricativas, ensurdecimento de plosivas,
plosivação de fricativas, frontalização de velar e posteriorização para palatal. Além
disso, a maioria dos sujeitos estudados usou somente processos fonológicos de
desenvolvimento, sendo que muitas vezes apareceram processos do início do
desenvolvimento com outros mais tardios. Um menor número de sujeitos usou processos
fonológicos não de desenvolvimento, mas sempre em conjunto com os de
desenvolvimento.
Destaca-se que em alguns casos há a combinação desses processos com a ocorrência de alguns idiossincráticos.
Distorções de Fala
O diagnóstico diferencial entre os tipos de alterações fonéticas e fonológicas é de
grande importância para o tratamento, visto que os procedimentos terapêuticos são
distintos. O que diferencia esses quadros é o estabelecimento de contrastes entre os sons da
fala. Assim, nas alterações fonológicas, tem-se a eliminação do contraste, e os erros são
expressos por meio de omissão e substituição. A omissão caracteriza-se pela ausência do
som-alvo na produção de um vocábulo. A substituição é identificada quando um som-alvo é
trocado por outro na produção de um vocábulo. Essas duas modalidades de alterações são
em geral mais facilmente identificadas pelo fonoaudiólogo (SHRIBERG e
KWIATKOWSKI, 1982a).
A distorção do som em geral é uma alteração fonética que não envolve as regras
fonológicas da língua. Caracteriza-se por alguma dificuldade nas habilidades motoras
envolvidas na produção dos sons, tais como imprecisão de local, tempo, pressão e
velocidade, que resulta em um som não padrão da fala. Em geral, é considerada uma
alteração leve e que apesar de comprometer a inteligibilidade de fala, não compromete os
contrastes fonológicos da língua e, portanto, não afeta o significado das palavras.
A literatura aponta alguns relatos de grande incidência de distorção na faixa etária
de três anos, com decréscimo até os seis anos, que pode estar relacionada a fatores como:
amadurecimento geral da criança, tipo de alimentação, crescimento crânio-facial na faixa
etária de três a seis anos, como troca dentária e crescimento da arcada dentária, além da
fase de aquisição e estabilização das fricativas (MOURA, 1994; PEREIRA et al., 1998;
FONSECA et al., 2003).
Alguns estudos referem que em crianças em fase de desenvolvimento da articulação a
produção do som com projeção da ponta da língua para uma posição mais anterior da
cavidade oral produzida contra os dentes, ou até mesmo entre as arcadas dentárias
durante as produções do [s], [t] e [d], podem ser aceitas como normal no início da
aquisição e será corrigida quando a criança aprender a melhor posicioná-la (TOMÉ et
al., 2004). O sigmatismo, que é a perturbação na articulação das sibilantes, é
particularmente comum (DSM-IV, 1995).
Quanto ao gênero, há evidências de que a população masculina é a mais acometida
em relação à ocorrência de distorção de fala, com maior freqüência na faixa etária de três a
seis anos de idade (TOMÉ et al., 1998). Verifica-se que a maior incidência de distorção
ocorre na fase de dentição mista, estando relacionada às falhas dentárias (RODRIGUES et
al., 1999).
Sabe-se que as alterações fonéticas encontradas no transtorno fonológico são variáveis. Portanto, os pesquisadores
buscam formas de realizarem melhores distinções entre os tipos de alterações encontradas na fala de crianças com este
transtorno. Dessa maneira, para o diagnóstico é necessária tanto a análise fonológica como a fonética.
Quanto ao tipo de distorção, a literatura indica a existência da distorção comum. A distorção comum é observada no decorrer do
desenvolvimento normal, podendo ocorrer em crianças com desenvolvimento típico de fala e linguagem. Já a distorção incomum,
definida como qualquer tipo de distorção não observada no desenvolvimento típico, ocorre nos sujeitos com dificuldades específicas
de produção de fala (SHRIBERG et al., 1986; SHRIBERG, 1993; SHRIBERG et al.,1997; WERTZNER, 2002; PEREIRA et al.,
2003).
Shriberg (1993) refere que a lista de distorções incomuns é arbitrária e são
consideradas como erros para todas as idades. Em sujeitos que apresentam esse tipo de
distorções são freqüentemente encontrados casos de transtorno estrutural, sensitivo e motor,
incluindo fissura palatina, deficiência auditiva e disartria. São consideradas quatro classes
de distorções clínicas incomuns: consoantes fracas, consoantes e vogais imprecisas, falha
para manter contrastes oral/nasal e falha notável para manter a sonorização apropriada.
A identificação de distorções comuns e incomuns é muito importante para
propósitos de avaliação e diagnóstico; além disso, as distorções incomuns acarretam
conseqüências mais negativas para a inteligibilidade e aceitabilidade da fala em
contextos acadêmicos e sociais (SHRIBERG, 1993).
No Inglês americano os cinco tipos de distorções clínicas comuns em ordem de
prevalência são as seguintes: labializada [l] e [r], velarizada [l] e [r], sonora lateralizada
ou fricativa sibilante surda ou africada, derrotização, sonora dentalizada ou fricativa
sibilante ou fricativa sibilante surda ou africada (SHRIBERG, 1993, LOWE, 1996;
PEÑA-BROOKS e HEDGE, 2000).
Em relação à distorção como erro residual do transtorno fonológico, Gruber (1999)
calculou as idades prováveis para remissão espontânea em 24 crianças com atraso de
fala, usando análises de Kaplan-Meier e a pontuação limiar de 85% das medidas do
PCC, PCC-A e PCC-R. Os resultados mostraram que há dois caminhos distintos para a
remissão espontânea, mas ainda não é possível, durante o intervalo de remissão
espontânea, determinar qual caminho a criança vai seguir. Se seguir o caminho A, as
alterações de eliminação, substituição e omissão declinarão com o aumento das
produções corretas, enquanto que se seguir o caminho B, distorções clínicas comuns
aumentarão, mas haverá o decréscimo das eliminações e substituições. As distorções são
comuns nas consoantes com desenvolvimento tardio, mas raro para as consoantes com
desenvolvimento precoce e médio. O autor conclui que omissão-substituição-distorção-
correção reflete a hierarquização do desenvolvimento fonológico.
Há ainda que se considerar que os aspectos fonéticos característicos dos sons da fala na criança têm uma relação com
o processo de maturação do sistema miofuncional oral enquanto mecanismo de produção motora dos sons. Assim, as alterações
da fala devem ser investigadas cuidadosamente em relação à morfofisiologia, pois muitos casos de alterações fonéticas são
decorrentes da forma ou função alterada das estruturas estomatognáticas (MARCHESAN, 1993; WERTZNER, 1997).
No entanto, as alterações na forma ou função das estruturas estomatognáticas podem não levar à alteração fonética se
o indivíduo fizer uma adaptação eficiente. Seifert et al. (1997) referem que prejuízos no sistema miofuncional, como devido a
trauma, perda de dentes decíduos e erupção da dentição permanente, induzem a má formações estruturais dos maxilares e
dentição. Mas, se existe uma capacidade adaptativa insuficiente e uma difunção dos órgãos da fala, poderá ocorrer uma
produção sonora incorreta, com a tendência a movimentos anteriores de língua.
Algumas anomalias orais estão relacionadas à alteração na articulação, como: palato ogival, mordida aberta anterior e
lateral, espessura do rebordo alveolar, grau de protrusão, rotação dos dentes e espaços, como diastemas (DOUGLAS, 1998).
Com base na literatura, Cunha et al. (2003) correlacionaram as alterações do
sistema estomatognático e as alterações na articulação. Observaram que as alterações da
articulação da fala estão relacionadas a maloclusões, características craniofaciais
específicas e alterações do sistema estomatognático. Dentre as alterações de fala,
relacionaram as distorções com o incorreto posicionamento da língua, onde os sons
linguodentais são articulados como interdentais, gerando o ceceio anterior.
Em uma pesquisa para verificar a ocorrência de ceceio anterior e alterações de
oclusão no plano vertical anterior, foram estudadas 132 crianças falantes do Português
brasileiro de três a seis anos de idade. Os resultados mostraram que a presença de
alterações na oclusão pode representar risco para ceceio, mas não é determinante, já que
o ceceio pode estar relacionado a outros fatores, como cavidade oral pequena para o
tamanho da língua, fase de aquisição e desenvolvimento do sistema fonológico e
articulatório (TOMÉ et al., 2004).
Para Mota e Guedes (2000), a presença de mordida aberta anterior, devido à alteração da oclusão ou por ausência dos
incisivos na troca dentária, pode levar a elevação, protrusão ou interposição lingual como mecanismo adaptativo, visando efetivar
a produção de sons alveolares.
A literatura também aponta que o posicionamento interdental da língua na produção dos sons [t], [d], [l], [n], [s] e [z]
está freqüentemente associado a um padrão de deglutição com interposição de língua (BRAGA e MACHADO, 1992; PEREIRA
et al. 1998); alterações respiratórias (MARCHESAN, 2005); alterações do sistema sensório-motor oral, como alterações na praxia
lingual e produção do /Ρ/ (FONSECA et al., 2003); aleitamento artificial e hábitos de sucção não-nutritiva (FELÍCIO et al., 2003),
anquiloglossia (MESSNER e LALAKEA, 2002, 2003; MARCHESAN, 2003), entre outros.
Para o Português brasileiro, segundo Tomé et al. (2004), as fricativas são mais
fáceis de serem distorcidas, provavelmente por serem contínuas. De acordo com Felício
(1994), em sons linguodentais as alterações não são audíveis, no entanto, em fonemas
línguo-alveolares podem ocorrer desvios audíveis, caracterizando o ceceio anterior e o
lateral.
Wertzner et al. (2005 a) mostraram que crianças com transtorno fonológico apresentam
mais distorções do que crianças com desenvolvimento típico de linguagem, e que os
sons mais distorcidos para ambos os grupos foram [s], [z] e [Ζ]. Para estes sons, os
exemplos no Português brasileiro são o ceceio anterior ou lateral produzido com
interposição de língua, como em /sapo/, que é representado foneticamente [s*apu].
Indicou também que as líquidas laterais [l] e [×] e a vibrante [Ρ] foram distorcidas
apenas no grupo com transtorno fonológico e que em geral as distorções levam a
produções em que a língua é posteriorizada.
Gravidade do Transtorno Fonológico
A classificação da gravidade do transtorno fonológico é uma questão muito discutida na
literatura, devido à necessidade de existirem procedimentos que quantifiquem a
gravidade e o impacto dos distúrbios da comunicação no sistema de classificação
diagnóstica, na realização de planejamentos de intervenção mais dirigidos às
dificuldades do sujeito e no controle terapêutico (SHRIBERG e KWIATKOWSKI,
1982b).
Na literatura são descritas algumas medidas de análise padronizadas de cálculo de gravidade. São exemplos de
medidas: Percentage of Consonants Correct (PCC) (SHRIBERG e KWIATKOWSKI, 1982b); Process Density Index (PDI)
(EDWARDS, 1992), Relative Distortion Index (RDI) e o Articulation Competence Index (ACI) (SHRIBERG, 1993), Percentage of
Consonants Correct-Revised (PCC-R), Percentage of Consonants Correct-Adjusted (PCC-A) (SHRIBERG et al. 1997).
A medida Percentage of Consonants Correct (PCC) (SHRIBERG e
KWIATKOWSKI, 1982 b) é derivada de amostras de fala espontânea. Reflete uma escala
crescente do grau de gravidade que engloba os conceitos de inaptidão, prejuízo e
inteligibilidade. A medida de valores do PCC inclui quatro graus de gravidade, que são:
leve, mais de 85% de acerto; entre 65% e 85%, levemente-moderado; de 50 a 65%,
moderadamente severo; e abaixo de 50%, severo. É obtida dividindo-se o número total de
consoantes produzidas numa amostra de fala pelo número total de consoantes,
multiplicadas por 100%. São considerados erros omissões, substituições e distorções.
A medida PCC permite ao fonoaudiólogo ter uma base sólida para o diagnóstico,
prognóstico e planificação do tratamento (GARRET e MORAN, 1992).
Foram realizados alguns estudos para classificação da medida PCC em crianças
falantes do Português brasileiro. Entre eles, existe o de Wertzner et al. (2001), que
estudaram 22 crianças com idades entre 4:5 a 6:1. Houve apenas uma ocorrência de grau
severo (4,5%), a maior ocorrência foi do grau levemente moderado, com oito sujeitos
(36,3%), seguidos do moderadamente severo, com sete sujeitos (31,8%) e do grau leve,
com seis sujeitos (27,2%).
Em outro estudo, Wertzner (2002) encontrou resultados semelhantes em 50 crianças
com transtorno fonológico nas provas de fonologia do teste de Linguagem Infantil ABFW
(WERTZNER, 2000), sendo que na prova de imitação 48% dos sujeitos foram classificados
como leve, 42% como levemente-moderado, 8% como moderadamente-severo e 2% como
severo. Na prova de nomeação do mesmo teste, 50% dos sujeitos foram classificados como
leve, 42% como levemente-moderado, 6% como moderadamente-severo e 2% como
severo.
Wertzner et al. (2004a) analisaram o julgamento de 60 juízes, entre graduandos do curso
de Fonoaudiologia e fonoaudiólogos experientes, em relação aos critérios que utilizaram
para enquadrar 50 sujeitos com transtorno fonológico nas categorias de gravidade após
ouvirem as amostras de fala. Concluíram que os juízes utilizaram critérios semelhantes
no julgamento perceptivo de gravidade. Os descritores mais usados como justificativas
do grau de gravidade foram: fonologia, idade, inelegibilidade de fala, voz e fala.
A medida de gravidade Relative Distortion Index (RDI) é um valor que reflete a
proporção de erros de distorção numa amostra de fala, sendo independente do PCC. É
obtido pela divisão do número total de erros de distorção da amostra pelo número total de
erros da fala, multiplicados por 100% (SHRIBERG, 1993).
O PCC não se destina a crianças mais velhas ou adultos que apresentam apenas
distorções clínicas comuns ou incomuns relevantes. Para estes, a medida Articulation
Competence Index (ACI) foi desenvolvida para suprir a necessidade da pontuação de
gravidade ajustada à proporção relativa de erros de distorção. Tal medida proporciona
uma pontuação que reflete com exatidão as medidas de gravidade de articulação. Este
índice é baseado em duas características da fala conversacional: porcentagem de
consoantes corretamente articuladas (PCC) e porcentagem de todas as consoantes
produzidas incorretamente devido à distorção de fala (RDI). É obtido pela somatória dos
índices PCC e RDI, divididos por dois e multiplicados por 100%.
Em 1997, Shriberg et al. propuseram uma revisão da medida PCC de acordo
com o tipo de erro considerado. Na medida PCC, distorções comuns ou não, omissões
e substituições são considerados erros PCC – Ajusted (PCC-A) não considera
distorções comuns como erro, enquanto PCC – Revised (PCC-R) não aceita qualquer
tipo de distorção como erro. Para testar essas medidas, os autores utilizaram 836 fitas
de sujeitos entre três e 40 anos com fala normal ou com distúrbio, tendo como objetivo
uma classificação diagnóstica baseada no instrumento titulado como Sistema de
Classificação de Distúrbios de Fala (SDCS). O artigo sugeriu que o PCC-R é a melhor
medida de competência articulatória em crianças de três a oito anos, pois proporciona
melhor separação entre as crianças com aquisição de fala normalizada e as com atraso
de fala. Observaram que crianças com aquisição normalizada apresentaram 37% de
erros de eliminação e substituição, enquanto as crianças com atraso tiveram 82% de
erros desta ordem.
Cada uma das medidas descritas no parágrafo anterior tem uma aplicação
mais apropriada. A medida PCC é indicada para crianças de três a seis anos. O PCC-
A é uma medida comparativa quando todos os sujeitos analisados apresentam
comprometimento de fala, porém com diferentes idades. O PCC-R é utilizado para
comparações entre falantes de idades e características de falas variadas.
Uma outra medida de gravidade do transtorno fonológico é o Process Density
Index (PDI), na qual é calculada a média de processos fonológicos presentes em uma
palavra. Esta medida não está associada a uma amostra específica de fala. É uma
medida baseada em produções incorretas e leva em consideração o fato de que um
único som incorreto pode resultar na aplicação de um ou mais processos. Embora
necessite de maior refinamento e mais testes, o PDI pode ser visto como uma medida
de grande potencial clínico para gravidade e/ou inteligibilidade fonológica
(EDWARDS, 1992).
Wertzner (2002) analisou o PDI de 50 crianças com diagnóstico de transtorno
fonológico e observou que a maior parte dos sujeitos foi classificada nos graus leve e
levemente moderado. Comparando os índices obtidos pelos 50 sujeitos no PCC e PDI nas
provas de imitação e nomeação verificou-se a existência de associação, porém, a correlação
entre PCC e PDI foi negativa, indicando que quando um índice aumentou o outro diminuiu.
Wertzner et al. (2004b) estudaram 20 sujeitos com desenvolvimento típico de
fala e linguagem e 20 sujeitos com transtorno fonológico pareados em relação a idade e
gênero, aplicando-se as provas de: nomeação, imitação e fala espontânea composta de
um discurso e de uma entrevista. Em seguida, calculou-se para cada sujeito as medidas
PCC, PCC-R e PDI. Os resultados indicaram que existem diferenças entre os dois
grupos, com correlação negativa entre as medidas PDI e PCC-R. As médias dos índices
PCC-R foram maiores que as médias do PCC nas quatro provas aplicadas
Provas e Instrumentos usados no Transtorno Fonológico
O tipo de provas utilizado durante a avaliação do transtorno fonológico é um fator de grande importância, podendo
interferir na análise da fala. Existem três tipos de testes mais utilizados para a coleta dos dados, que são: imitação, nomeação e
fala espontânea. O tipo de teste a ser usado pelo fonoaudiólogo depende do tipo de informação desejada e do tempo disponível
para a aplicação do teste (STOEL-GAMMON e DUNN, 1985; WERTZNER, 2000).
De acordo com Wertzner (1992), nas provas de nomeação e imitação pode-se direcionar a produção dos fonemas e
contextos que se deseja testar. Na fala espontânea isso não é possível, pois as amostras são próximas do uso coloquial do sujeito
testado. Apesar de ser considerada a prova mais adequada por alguns autores, pode ocorrer a evitação de palavras que indiquem
as alterações fonológicas que a criança possua.
Sabe-se que o ouvido humano é usado como instrumento final para determinação e
interpretação dos efeitos dos distúrbios de comunicação. Ainda assim, é conveniente usar
técnicas instrumentais para uma análise mais detalhada e objetiva do que se escuta
(DARLEY et al., 1978).
Com a tecnologia e, conseqüentemente, com a melhoria dos equipamentos, essa
detecção pode ser realizada de maneira objetiva e fidedigna. Atualmente existem vários
instrumentos que podem contribuir objetivamente para essa identificação, tais como:
espectrografia acústica, eletromiógrafo, cine-radiografia, palatografia, palatografia
dinâmica ou eletropalatografia, EMA, raios-X, laringografias, entre outros.
Uma das formas mais utilizadas atualmente é a espectrografia acústica, que
caracteriza os sons da fala em termos acústicos. É uma análise muito segura e bastante
conveniente na avaliação das características de fala de crianças, principalmente quando
comparada a outros métodos de avaliação, tais como a eletromiografia ou o raio-X (KENT,
1976).
Existem muitas técnicas para registrar e analisar o sinal de fala, entre elas as
análises de freqüência fundamental e variações de amplitude e as relações temporais e
composição das ondas. Os aspectos relacionados com o espectro (composição da onda) do
sinal de fala podem ser estudados por meio de espectrógrafo do som, que é uma amostra
gráfica das regiões de concentração de energia característica de diversos fonemas. As
relações temporais entre os acontecimentos fisiológicos e acústicos podem ser estudadas
nos registros espectrográficos (DARLEY et al., 1978).
Deve-se destacar que vários estudos usaram a análise espectrográfica para
complementar a identificação e classificação das distorções. Assim, a análise acústica da
fala de crianças com transtorno fonológico complementa a análise fonológica descritiva,
pois fornece dados mais objetivos e claros sobre a produção de fala (CHANEY, 1988).
Vários autores demonstram grande importância para o diagnóstico e intervenção do
transtorno fonológico (GURGUEIRA, 2000; PAGAN, 2003).
A análise acústica tem como objetivos auxiliar no diagnóstico, na busca da etiologia
e no tratamento dos distúrbios de fala, linguagem, voz e audição. Permite relacionar esses
distúrbios com os processos fisiológicos envolvidos em sua ocorrência (GURGUEIRA,
2000), como Pagan (2003), que analisou acusticamente as consoantes líquidas laterais e
vibrante simples de crianças com transtorno fonológico e encontrou que a líquida vibrante
simples foi o som mais alterado para essas crianças.
Palatografia e Linguografia
A fonética articulatória pode ser corroborada pelo exame dos órgãos fisiológicos que
entram em contato para a produção dos sons. Para que isso ocorra, existem alguns
instrumentos, entre eles a palatografia e a linguografia, que permitem a realização do
registro dos contatos articulatórios da língua com o palato (CASAES, 1990). O princípio
básico é que um articulador deposita um material em uma superfície contatada
(LADEFOGED, 2001).
A palatografia e a linguografia são técnicas que se complementam, visto que
revelam pontos de contato em diferentes estruturas, colaborando para a realização de um
diagnóstico fidedigno.
De acordo com Cagliari (1974), a palatografia começou a ser usada em 1872 por
Oakley Coles, cuja preocupação era ensinar pacientes com fissura palatina a falarem
corretamente. Cagliari também refere que a palatografia foi sendo aperfeiçoada em função
dos novos equipamentos disponíveis, principalmente pela fotografia. Dessa maneira, foi
utilizada por vários autores, como: Claes Witting (1953); Ladefoged (1957), que apresentou
uma conclusão um tanto parcial a respeito da impossibilidade de se associar dados
palatográficos com dados acústicos; e Scully (1971), que aproveitou o método direto
palatográfico para detectar características fisiológicas das fricativas inglesas, a fim de
compará-las com dados acústicos.
A literatura indica que quando a palatografia começou a ser aplicada o material utilizado
para fazer a palatografia e linguografia consistia de pó de chocolate, que era espanado na
superfície da língua ou palato duro respectivamente, criando ao mesmo tempo um
registro da palatografia e um da linguografia. A presença de pó de chocolate
possibilitava o aumento de salivação, causando diminuição de contrastes. Atualmente,
para a obtenção dos dados é utilizada uma mistura de azeite de oliva e carvão digestivo
pulverizado. Esse material permite que sejam criados registros dos dados
separadamente, gerando menos confusão e imagens contratadas que resultam em
análises mais fidedignas (LADEFOGED, 1993; LADEFOGED, 1997; LADEFOGED,
2001).
Os objetivos destes instrumentos, palatografia e linguografia, segundo Pais (1999),
são: análise e descrição da articulação oral dos sons de línguas naturais; análise e descrição
das variações sócio e psicolingüísticas da articulação dos sons de uma língua natural;
análise contrastiva da articulação dos sons de duas línguas naturais e suas implicações no
ensino/aprendizagem de línguas; e análise e descrição de distúrbios e patologias da
linguagem, quanto a articulação e auxílio para o diagnóstico e acompanhamento da terapia.
A palatografia e a linguografia são instrumentos usados na diferenciação de
alterações fonéticas e fonológicas, sendo métodos tradicionais para se obter dados
articulatórios. São considerados como alguns dos melhores métodos para determinar a
região de contato entre a língua e a região superior do trato vocal durante a produção de
sons isolados, em sílabas ou palavras. Requerem pouca tecnologia, além de serem
ferramentas de baixo custo que podem ser facilmente usadas para descrição articulatória
(DARLEY et al., 1978; CASAES, 1993; LADEFOGED, 1997; LADEFOGED, 2001).
Além disso, há a grande vantagem de que todo o procedimento pode ser fotografado
ou filmado. A filmagem traz muitas vantagens, como baixo custo, gravação toda a face do
sujeito a certa distância, intimidando-o menos, além de a imagem poder ser passada e
processada por um computador (LADEFOGED, 2001).
As desvantagens do método consistem em: não poderem ser examinadas as consoantes
bilabiais, lábio-dentais, uvulares, faringais e as vogais; pode refletir a soma dos contatos
articulatórios que ocorrem na produção da palavra investigada, não mostrando a posição
da língua em nenhum momento particular; o uso de substâncias para marcar os contatos
pode causar incômodo, provocando uma fala de maneira pouco natural; as fotografias da
maneira como são tiradas podem revelar pouco a respeito da anatomia da cavidade oral e
das variações reais dos contatos; e irregularidades do palato, presença de maloclusão, ou
seja, os contatos sem simetria, unilaterais ou mesmo causados por movimentos
incontrolados da língua ou dos maxilares dificultam a análise dos dados (MALMBERG,
1971; CAGLIARI, 1974; CASAES, 1992; LADEFOGED, 1997).
Além dos aspectos já citados, existe a dificuldade da realização de testes em
condições de igualdade de produção, principalmente com relação à energia articulatória,
que é tão difícil para a palatografia e linguografia como para qualquer outra técnica.
A tradicional objeção com relação ao caráter estático da palatografia, dada a
dinâmica da fala, ficou superada, graças aos projetos de palatografia dinâmica ou
eletropalatografia (CAGLIARI, 1974). A eletropalatografia pode ser usada na
Fonoaudiologia para realizar medidas dinâmicas das funções da língua, com propósitos de
diagnóstico, terapia e de pesquisa (CAYLEY et al., 2000).
De acordo com Cagliari (1974), é possível esquematizar os métodos e as técnicas
palatográficas utilizadas pela fonética da seguinte maneira:
Método Direto: pintura da língua ou do palato para se obter os contatos línguo-
palatais;
Método Indireto: uso de placas ou pseudopalatos recobertos de uma substância que
marque os contatos línguo-palatais;
Palatografia Dinâmica: registro eletrônico de seqüência de contatos obtidos sem a
superposição dos mesmos na fala contínua.
De um modo geral, pode-se dizer que a palatografia registra os contatos feitos pela
língua contra o palato duro e os dentes superiores. Esses contatos são reveladores do
modo e lugar da articulação, bem como da formação das cavidades ressonadoras orais,
das constrições e da pressão articulatória. O palatograma, que é o registro da palatografia
é obtido de várias maneiras, como: observação dos pontos de contatos seguida do
desenho; uso de placas (palatos artificiais), seguido de análise ou transferência destes
dados para modelos de gessos ou para papel; e fotografia como forma de registro
(CAGLIARI, 1974).
A linguografia mostra os contatos do palato pela língua. O linguograma é a forma de
registro da linguografia que pode ser obtido por meio da observação dos pontos de
contato, seguida do desenho ou pela fotografia.
Os palatogramas e linguogramas podem ser acompanhados por diagramas que
mostram a forma da boca do sujeito numa secção sagital. A forma mais antiga, mas de
grande eficácia, é desenhar com todos os detalhes em papel vegetal quadriculado
(CASAES, 1993). Diagramas deste tipo podem ser obtidos por meio da passagem de
imagens refletidas pelo espelho para o computador, que poderá aplicar escalas e programas
para uma melhor análise ou pela fotografia.
Outra forma de se obter o palatograma é pela impressão das superfícies dos dentes e
do palato duro feita em campo com alginato, para obtenção de molde, que será analisado
por meio de diagramas (LADEFOGED, 1993; LADEFOGED, 1997; LADEFOGED,
2001).
A utilização destes dois registros, palatograma e linguograma, permitem obter com
maior precisão as áreas de contato dos órgãos fonoarticulatórios (SPAJIC et al., 1993).
De acordo com Cagliari (1974), a análise de interpretação dos dados nem sempre é fácil.
É preciso conhecimento a respeito da anatomia do aparelho fonador, das características
fisiológicas da produção dos sons e dos aspectos metodológicos implícitos nas técnicas
experimentais.
Casaes (1992) examinou por meio de 114 palatografias de adultos falantes do
Português brasileiro os pontos de contato dos órgãos fonoarticulatórios de realizações
sonoras das seguintes consoantes: [k], [r], [l], [Ρ], [s], [z], [Σ], [×], [Ν], [k] e [g] . Os
palatogramas mostraram que o contato entre a língua e o palato ocorre no contorno da
arcada dentária, na produção de [l], [×] e [Ρ], enquanto que na de [s], [z], [Σ], [r] há
presença de um pequeno canal entre a língua e o palato. Na produção do [k], [g] e [Ν]
ocorre contato entre as porções mais posteriores da língua e palato.
Em relação às distorções de fala obtidas pela palatografia, a literatura mostra que as
pequenas variações de contato são consideradas irrelevantes, desde que não recaiam
dentro das características do som seguinte. Esse caráter de irrelevância ou de mudança é
dado, em geral, pelos sistemas fonéticos utilizados para descrever os segmentos falados
das línguas, cuja base são as possibilidades articulatórias do homem.
Em um estudo realizado com 17 crianças americanas, diagnosticadas com transtorno
fonológico, Gibbon (1999) verificou através da eletropalatografia desses sujeitos que a
lateralização das sibilantes [s] e [z] foi a forma de distorção que mais ocorreu. Também
foram observadas posteriorização destes sons, alteração do ponto articulatório de
alveolar para palatal e anteriorização dos mesmos para a região dental.
A palatografia, além de contribuir no diagnóstico, pode ser considerada uma técnica
voltada à reabilitação articulatória, podendo atuar como recurso valioso caso a
capacidade adaptativa do paciente esteja comprometida. Troia et al. (2005) relataram o
uso da palatografia na recuperação fonética de um paciente usuário de próteses totais
duplas, portador de apraxia ideomotora, e que após sucessivos tratamentos continuava a
apresentar dificuldades de fonação. A aplicação da técnica facilitou sobremaneira a
reeducação fonética do paciente, além de proporcionar maior segurança e aceitação do
novo tratamento.
Tendo em vista a escassez de trabalhos realizados no Português brasileiro sobre a
diferenciação das alterações fonéticas e fonológicas no transtorno fonológico, espera-se que
esta pesquisa possa contribuir para o diagnóstico preciso e objetivo da diferenciação dessas
alterações, colaborando para melhores procedimentos terapêuticos.
OBJETIVOS
O objetivo geral desta pesquisa é identificar a ocorrência de distorções de
fala em crianças entre cinco e sete anos de idade com e sem transtorno
fonológico.
São objetivos específicos:
descrever a ocorrência de distorções de fala em crianças com e sem transtorno
fonológico;
verificar se existe diferença entre a ocorrência de distorção entre crianças com e
sem transtorno fonológico;
verificar o tipo de prova de Fonologia mais adequada para identificar as distorções;
realizar a classificação perceptiva das distorções detectada pela prova específica
para verificação de distorção da fala;
descrever a articulação das distorções dos sons líquidos laterais e vibrantes simples,
bem como dos fricativos alveolares e palatais pela palatografia e linguografia;
aplicar e comparar os índices de gravidade em sujeitos com e sem transtorno
fonológico com e sem distorção.
MÉTODO
Esta pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa
(CAPPesq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo sob o número 1090/04, em 27 de janeiro de 2005 (Anexo 1).
Sujeitos
Fizeram parte desta pesquisa 45 crianças, sendo 15 diagnosticadas com
transtorno fonológico, formando o Grupo com Transtorno Fonológico (GTF) e 30
crianças com desenvolvimento típico de fala e linguagem, compondo o Grupo Sem
Transtorno Fonológico (GSTF). A Tabela 1 mostra a composição do GSTF e a
Tabela 2 a composição do GTF.
As 30 crianças do GSTF tinham entre 5:01 e 7:11 anos de idade e foram distribuídas
em três grupos. O subgrupo GSTF1 foi composto por dez crianças entre 5:01 e 5:11, o
GSTF2 por dez crianças entre 6:01 e 6:11 e o GSTF3 por dez crianças entre 7:00 e 7:11
anos de idade. Ainda no GSTF, 15 (50%) das crianças eram do gênero masculino e 15
(50%) do gênero feminino, sendo então cada um dos três subgrupos constituídos por cinco
meninos e cinco meninas.
Todas as crianças do GSTF freqüentavam a Escola Municipal de Educação Infantil José
Rubens Peres Fernandes ou a Escola Municipal de Ensino Fundamental Guilherme de
Almeida, ambas localizadas na Zona Leste da cidade de São Paulo, no bairro da Penha.
O critério de inclusão dos sujeitos do GSTF foi, além da idade, a ausência
de alterações no desenvolvimento de linguagem em todos os sistemas
lingüísticos, inclusive no fonológico, registradas por meio do questionário aplicado
aos pais (Anexo anexo 2), juntamente com os resultados dos Testes de Fonologia
(WERTZNER, 2004) e Vocabulário (BEFI-LOPES, 2004) do Teste de Linguagem
Infantil ABFW. Ainda os sujeitos do GSTF poderiam ou não apresentar distorção
de fala.
Os critérios de inclusão das 15 crianças do GTF foram: diagnóstico de
transtorno fonológico; idades entre 5:0 2 e 7:09 anos, de ambos gêneros;
residentes na cidade de São Paulo; sem obrigatoriedade de apresentar qualquer
tipo de distorção de fala. Todos foram provenientes do Laboratório de Investigação
Fonoaudiológica (LIF) em Fonologia do Curso de Fonoaudiologia do
Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo ou do Centro de Saúde
Escola Samuel Barnsley Pessoa.
Tabela 1. Distribuição dos sujeitos do GSTF.
Sujeitos D.N. Idade Gênero Distorção
GSTF
1 14/09/00 05:01 F 0
2 28/08/00 05:02 M 0
3 13/07/00 05:03 F 1
4 09/05/00 05:06 M 0
5 24/04/00 05:05 F 0
6 26/03/00 05:06 M 0
7 19/02/00 05:08 F 0
8 29/01/00 05:09 M 1
9 07/01/05 05:10 M 0
10 18/11/99 05:11 F 0
11 28/09/99 06:01 F 0
12 19/08/99 06:02 M 1
13 15/06/99 06:04 F 0
14 07/06/99 06:04 M 0
15 03/04/99 06:06 M 0
16 08/03/99 06:07 F 0
17 16/02/99 06:08 M 0
18 05/02/99 06:10 F 0
19 16/11/98 06:11 F 0
20 16/11/98 06:11 M 0
21 22/10/98 07:00 M 0
22 26/09/98 07:00 F 1
23 22/05/98 07:05 F 0
24 15/05/98 07:05 M 1
25 12/03/98 07:07 M 0
26 03/03/98 07:07 F 1
27 10/02/98 07:08 F 0
28 31/01/98 07:08 M 0
29 05/12/97 07:10 F 0
30 31/10/97 07:11 M 1
Legenda: GSTF – Grupo sem Transtorno Fonológico; D.N. – Data de Nascimento; F - feminino; M -
masculino; 0 – não apresentou distorção; 1 – apresentou distorção.
Tabela 2. Distribuição dos sujeitos do GTF.
Sujeitos
GTF D.N. Idade Gênero Distorção
1 13/08/99 05:02 F 0
2 03/06/00 05:04 M 0
3 08/08/98 05:08 M 0
4 17/10/99 05:11 M 1
5 09/09/99 06:01 M 0
6 18/02/99 06:01 F 0
7 14/05/99 06:04 M 0
8 25/02/99 06:08 F 0
9 04/06/97 06:09 F 0
10 06/11/97 06:09 F 0
11 06/04/98 06:11 F 0
12 23/09/98 07:00 F 1
13 09/04/98 07:00 F 0
14 28/04/98 07:06 F 0
15 10/10/98 07:09 M 1
Legenda: GTF – Grupo com Transtorno Fonológico; D.N. – Data de Nascimento; F- feminino; M-
masculino; 0 – não apresentou distorção; 1 – apresentou distorção
.
O diagnóstico do transtorno fonológico foi realizado por meio das
aplicações e análises de provas específicas realizadas no LIF em Fonologia.
Todos os sujeitos estavam em fase de processo diagnóstico e não haviam
realizado tratamento fonoaudiológico.
Das sete crianças com distorção que fizeram parte do GSTF, uma do gênero
feminino com 7:00 anos, que havia apresentado produção distorcida no som [s] e [z] nas
provas de imitação, nomeação (WERTZNER, 2004), prova específica para verificação da
distorção em imitação de sílabas e [s] na prova de fala espontânea, não conseguiu realizar a
palatografia e a linguografia devido a intenso enjôo ao passar o material nos órgãos
articuladores.
Um outro sujeito também do GSTF do gênero feminino com 5:3 anos, que havia
apresentado nas provas de imitação, nomeação (WERTZNER, 2004), fala espontânea e
específica para verificação das distorções produção distorcida no som [s], foi transferida de
escola antes da realização da palatografia e linguografia com este mesmo som.
No GTF uma criança do gênero masculino com 5:11 anos, que havia apresentado
distorção no [s] e [z] nas de nomeação, imitação (WERTZNER, 2004) e fala espontânea,
realizou apenas substituição por [Σ] durante a realização da prova específica para
verificação da distorção destes sons.
Material
Para a seleção e coleta de dados dos sujeitos do GSTF, foram utilizados: questionários
aplicados aos responsáveis pelas crianças, composto por questões sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor incluindo a linguagem e a fala (Anexo 2); o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido para o GSTF (Anexo 3); o Teste de Fonologia
composto por provas de nomeação e imitação (WERTZNER, 2004) e de Vocabulário
(BEFI-LOPES, 2004) do Teste de Linguagem ABFW para avaliar o vocabulário e o
sistema fonológico dos sujeitos; o roteiro de avaliação da motricidade orofacial (Anexo
4) utilizado no LIF de Fonologia para verificar a anatomia e morfologia dos órgãos
articulatórios e as funções neurovegetativas; coleta da fala espontânea, obtida pelo livro
de história infantil Esconde-Esconde (FURNARI, 1999).
Foram usadas como provas experimentais para ambos os grupos avaliação de
motricidade orofacial, as avaliações de Fonologia (WERTZNER, 2004), a fala
espontânea, a prova específica para verificar a distorção de fala e a palatografia e a
linguografia, para casos em que o sujeito apresentava distorção em algum dos sons
estudados.
A prova específica para verificar a distorção de fala é composta por listas de sílabas e
palavras para serem imitadas, sendo 21 sílabas para cada som ([s], [z], [Σ], [Ζ], [Ρ], [×] e
[l]) que foi combinado com as vogais a, e, Ε, i, o, e u três vezes. Nas palavras
procurou-se utilizar combinações com as vogais, na posição inicial, medial e final.
As estruturas silábicas das palavras variaram de acordo com o som. Para o som [s] foram
utilizadas oito palavras dissílabas, oito trissílabas e duas polissílabas. Já para o som [z]
foram selecionadas três dissílabas e cinco trissílabas. A lista de palavras para o [Σ] foi
composta de seis palavras dissílabas, cinco trissílabas e duas polissílabas. Para o [Ζ]
foram seis palavras dissílabas, sete trissílabas e uma polissílaba. O [Ρ] foi avaliado por
oito palavras trissílabas. Para o [×] foram cinco trissílabas e duas polissílabas e para o [l]
foram utilizadas uma monossílaba, sete palavras dissílabas e quatro trissílabas.
Nos Anexos 5a a 5g encontram-se os protocolos dessa prova, com as sílabas e as
palavras. No Quadro 1 estão as palavras que foram utilizadas para cada som para a prova
específica, para verificação da distorção de fala.
Quadro 1. Palavras utilizadas na prova específica para verificação da distorção de fala.
FONEMA
S
/s/ /z/
/Ζ/ /Σ/ /Ρ/
/l/
/×/
Sapo Zabum
ba
Janela Xale Girafa
Lata Palhaç
o
Cena Zebra Geladeir
a
Chega
da
Coroa Leão Folhin
ha
Seta Zunid
o
Jipe Chefe Coruja
Leque
Toalha
Cidade Casac
o
Jogo Chinel
o
Cadeir
a
Lixo Verme
lho
Sopa Desen
ho
Juba Chuva
Árvore
Lobo Filhote
Sólido Casinh
a
Pijama Enxad
a
Jacaré
Loja
Suco Casa Objeto Bexiga
Chuve
iro
Lua
Pássaro Vaso Mágico Cacho
rro
Cangu
ru
Polega
r
Pêssego
Tijolo Caixot
e
Galinh
a
Inseto Jujuba Caixa Janela
Bicicleta
Laranja Peixe Xale
Professo
ra
Hoje Abaca
xi
Cavalo
Caçula Anjo Bicho
Paçoca Caju
Cabeça
Doce
Saci
PALAVRA
S
Urso
No Quadro 2 encontram-se as palavras empregadas para a coleta da palatografia e
linguografia.
Para a palatografia e linguografia foram selecionadas para cada som uma palavra,
de preferência monossilábica e que continha apenas o som que se pretendia estudar,
precedido e seguido da vogal a, por ser uma vogal central. As palavras foram retiradas
de Paes (1999).
Quadro 2. Palavras empregadas para a coleta da palatografia e linguografia.
SONS ESTUDADOS
PALAVRAS
[s] ASSA
[z] ASA
[Ζ]
AJA
[Σ]
CHEIA
[Ρ]
ERA
[l] ALA
[×]
ALHO
Todas as provas foram filmadas e gravadas. As aplicações das provas foram
registradas por aparelho de mini DVD da marca Sony modelo Handycam DCR – DVD 403,
um notebook Semp Thoshiba Satelitte 605 e um microfone Sennheiser evolution 817
acoplado ao notebook, além de mini DVD-RW 30 minutos 1.4 GB/Go da Sony, para
possibilitar uma melhor análise dos dados coletados. As provas foram realizadas em
ambiente tratado acusticamente para o GTF e em ambiente silencioso para o GSTF.
Para a avaliação audiológica foi utilizado audiômetro da marca Grason-Stadler
modelo GSI-68, fone supra aurais modelo TDH-50 (ANSI S3.6 –1989, IEC 1998) e cabina
acústica com quantidade de ruído ambiental, atendendo à norma ANSI S3.1 – 1991.
Todas as provas foram transcritas em protocolos específicos. Para o GTF
mantiveram-se os protocolos, exceto o questionário aplicado aos pais, que foi substituído
pela anamnese utilizada no LIF de Fonologia, e o Termo de Consentimento Livre
Esclarecido dirigido ao grupo com transtorno fonológico (Anexo 6).
Para os sujeitos dos dois grupos foram calculados em protocolos específicos os
índices de gravidade: PCC (SHRIBERG e KWIATKOSWKI, 1982 b), PCC-R
(SHRIBERG et al. 1997), ACI (SHIBERG, 1993) e RDI (SHIBERG, 1993) (Anexo 7).
Para análise da fonética articulatória realizada por meio da palatografia,
foram utilizadas fotos obtidas pela câmera de DVD, luva descartável, carvão
digestivo pulverizado, pincel chato nº 8, espelho arredondado com cinco
centímetros de altura e três centímetros de largura, impressora HP Officejet
7310, computador, folha específica para impressão fotográfica. Destaca-se que
tanto o espelho como o pincel foram de uso individual para cada sujeito, sendo
em seguida descartados.
Procedimento
Todas as provas específicas da pesquisa foram aplicadas pela pesquisadora, assim
como as análises dos dados. Para garantir a fidedignidade das transcrições fonéticas,
cálculos dos índices de gravidade, classificação perceptiva das distorções e análise das
palatografias, 20% dos sujeitos foram analisados por um juiz pertencente ao LIF de
Fonologia.
Seleção das Escolas e dos Sujeitos Sem Transtorno Fonológico
As escolas escolhidas para a coleta dos dados de crianças do GSTF pertenciam à mesma
região e eram públicas. As escolas da região da Penha na cidade de São Paulo foram
receptivas para a realização da pesquisa. Após o contato telefônico com a direção ou
coordenação pedagógica da escola, marcava-se um dia para a visita. Neste momento,
entregava-se uma carta explicativa sobre o projeto (Anexos 8a
e 8b) e discutia-se a
viabilidade da execução do trabalho.
Depois de autorizada a pesquisa, a secretaria das escolas fornecia as listas de alunos do
jardim II e pré da escola de educação infantil e da 1ª e 2ª séries do ensino fundamental,
com nomes completos e datas de nascimento, para facilitar a seleção dos sujeitos da
pesquisa.
Primeiramente, os professores e os coordenadores pedagógicos indicaram os alunos
que apresentaram os melhores conceitos obtidos nas avaliações realizadas semestralmente e
que não apresentavam alteração de linguagem oral e/ou escrita e de fala. Com base nas
indicações dos professores e coordenadores, foi realizada uma seleção pela pesquisadora,
com o objetivo de escolher os sujeitos da pesquisa com as idades necessárias para compor
os subgrupos GSTF1, GSTF2 e GSTF3.
O termo de consentimento livre e esclarecido, juntamente com uma carta explicativa
sobre a pesquisa e um questionário a respeito do histórico de desenvolvimento da criança,
foi enviado aos pais dos alunos selecionados.
Os sujeitos cujos responsáveis relataram histórico de trocas ou omissões na fala,
dificuldades na leitura, escrita e/ou aprendizagem não condizentes com a idade foram
descartados da pesquisa e foram encaminhados para o LIF em Fonologia do Curso de
Fonoaudiologia do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, para a realização da avaliação
diagnóstica. Destaca-se que após o questionário aplicado ao GSTF não foram eliminadas as
crianças com histórico de otites.
Após o retorno dos questionários preenchidos e dos Termos de
Consentimento assinados, foram aplicadas as provas do Teste de Fonologia
(WERTZNER, 2004) e Vocabulário (BEFI-LOPES, 2004) do Teste de Linguagem
Infantil – ABFW, avaliação da fala espontânea e da motricidade orofacial para
eliminar qualquer alteração de linguagem. A partir da análise dos dados da
avaliação da Fonologia, os sujeitos foram então divididos em GSTF com distorção
(GSTFCD) e GSTF sem distorção (GSTFSD).
O acordo entre as duas transcrições para a amostra analisada foi de 90%
para nomeação e imitação (WERTZNER, 2004) e fala espontânea.
Seleção dos Sujeitos com Transtorno Fonológico
Após os sujeitos serem submetidos ao processo diagnóstico, que constou das
provas do Teste de Linguagem Infantil – ABFW nas áreas de Vocabulário,
Fonologia, Pragmática e Fluência (ANDRADE et al. 2004), avaliação da fala
espontânea e motricidade orofacial, foi constatada a presença do transtorno
fonológico, independente de apresentar concomitantemente distorções de fala em
qualquer som.
Todas as crianças do GTF foram encaminhadas para exame audiológico no
Setor de Audiologia do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo.
As provas da avaliação diagnóstica dos sujeitos do GTF foram aplicadas pela
pesquisadora, ou por fonoaudiólogas pós-graduandas do LIF em Fonologia, ou por alunas
estagiárias do quarto ano da graduação ou do Centro de Saúde Escola Samuel Barsnley
Pessoa, sob a supervisão do professor responsável pelo LIF de Fonologia e do Centro de
Saúde, durante o ano letivo de 2004 e 2005.
As pós-graduandas ou alunas estagiárias realizaram a primeira transcrição das
provas de Fonologia e fala espontânea nos sujeitos avaliados, e a pesquisadora realizou a
segunda transcrição das provas. A pesquisadora realizou a primeira transcrição em sujeitos
que avaliou e a segunda transcrição foi feita por uma aluna de graduação de
Fonoaudiologia, bolsista de iniciação científica no LIF em Fonologia. O cálculo de acordo
entre as primeiras e segundas transcrições foi de 95%.
Posteriormente, as 15 crianças com diagnóstico de Transtorno Fonológico
foram divididas em GTF que apresentaram distorção de fala (GTFCD) e GTF que
não apresentaram distorção de fala (GTFSD).
Análise Perceptiva Auditiva e Visual da Distorção
Para a análise perceptiva da presença de distorção foram consideradas as palavras
do teste de Fonologia (WERTZNER, 2004) e da fala espontânea, que continham fonemas
líquidos laterais e vibrantes simples e fricativos. O registro da presença de distorções
ocorreu por meio da transcrição das fitas ou no momento da realização da prova, realizada
com apoio na percepção auditiva e visual da pesquisadora. Uma aluna da graduação do
curso de Fonoaudiologia, bolsista de iniciação científica, realizou a segunda análise
assistindo as gravações, obtendo-se um acordo de 90%.
Após a classificação perceptiva da ausência ou presença da distorção de
fala, por meio dos julgamentos auditivo e/ou visual durante a aplicação da prova e
na transcrição da prova, os sujeitos do GSTF e GTF foram redistribuídos em
quatro grupos independentemente da idade. Dessa maneira, foi formado o Grupo
Sem Transtorno Fonológico com Distorção (GSTFCD), Grupo Sem Transtorno
Fonológico Sem Distorção (GSTFSD), Grupo Com Transtorno Fonológico Com
Distorção (GTFCD) e Grupo Com Transtorno Fonológico Sem Distorção (GTFSD).
Composição, Aplicação e Critérios de Análise da Prova para Verificação de Distorção dos
Sons em Sílabas e Palavras
A prova utilizada para a verificação de distorção em líquidas foi elaborada por
Castro (2004) e a de fricativas foi preparada especificamente para esta pesquisa. No Anexo
9 encontra-se a pré-pesquisa realizada para a obtenção da lista de palavras com fricativas
alveolares e palatais.
Para os sons fricativos a lista constou de 21 sílabas para cada um dos sons [s, z, Ζ,
Σ] e de 18 palavras com [s], oito palavras com [z], 14 para [Ζ] e 12 palavras com [Σ]
(Anexos 5a a 5d).
A prova de verificação de distorção para os sons líquidos constou de 21 sílabas para
cada um dos sons [Ρ,l, ×] e oito palavras para [Ρ], 13 palavras para [l], cinco para [×]
(Anexos 5e a 5g).
Posteriormente à subdivisão dos grupos, aos sujeitos do GSTFCD e GTFCD foi aplicada
a prova para verificação da distorção, com o som que a criança havia apresentado com
distorção durante a realização das provas de fonologia (WERTZNER, 2004) e/ou fala
espontânea.
Foi solicitado à criança que repetisse a sílaba ou palavra imediatamente após a
produção do examinador.
Para evitar viés na pesquisa, as provas do teste para verificação de distorção de fala
foram aplicadas em ordem diferente para os sujeitos, dentro de cada um dos grupos para um
determinado som. Para ambos os grupos a forma A constava da aplicação inicial de
repetição de sílabas seguidas de repetição de palavras; já para a forma B, eram aplicada
inicialmente as palavras do final para o início, e depois as sílabas, também do final para o
início.
A primeira transcrição foi realizada no momento da aplicação do teste. A
concordância de identificação de distorção visual e auditiva entre a pesquisadora e a aluna
bolsista de iniciação científica foi realizada por amostragem para ambos os grupos. O
acordo foi de 85%.
Critérios de Análise da Prova de Verificação de Distorção de Fala
A análise das distorções na prova de verificação permitiu a descrição de
algumas variações para cada som. Para as liquidas partiu-se da descrição feita
por Castro (2004), porém, foram necessárias algumas adaptações. O Quadro 3
mostra as categorias analisadas já adaptadas e que foram utilizadas nesta
pesquisa. Para as fricativas foram criadas categorias para os sons conforme o
encontrado no estudo. Deve-se salientar que nem todas as descrições de
distorções, tanto para fricativos quanto para líquidas, foram encontradas nos
sujeitos desta pesquisa.
Quadro 3. Descrição da produção das distorções de fala.
Som
Descrição da produção Abreviatura
[l]
Projeção de língua sem distorção acústica: quando o sujeito interpõe a língua
entre os dentes anteriores ou lateralmente, podendo ser notado visual e
auditivamente.
PLSD
[Ρ]
Posteriorização com distorção acústica: no momento da produção o sujeito
posterioriza a língua, com distorção notada auditivamente.
PoCD
[×]
Ruído molhado: definido como a produção em que parece haver acúmulo
exagerado de saliva.
RM
Projeção de língua sem distorção acústica: quando o sujeito interpõe a língua
entre os dentes anteriores ou lateralmente, não podendo ser notado auditivamente.
PLSD
Projeção de língua anterior com distorção acústica: quando o sujeito interpõe a
língua entre os dentes anteriores, podendo ser notado visualmente e auditivamente.
PLACD
[s]
Projeção de língua lateral com distorção acústica: quando o sujeito interpõe a
língua entre os dentes laterais, podendo ser notado visual e auditivamente.
PLLCD
Projeção de língua sem distorção acústica: quando o sujeito interpõe a língua
entre os dentes anteriores ou lateralmente, não podendo ser notado auditivamente.
PLSD
Projeção de língua anterior com distorção acústica: quando o sujeito interpõe a
língua entre os dentes anteriores, podendo ser notado visualmente e auditivamente.
PLACD
[z]
Projeção de língua lateral com distorção acústica: quando o sujeito interpõe a
língua entre os dentes laterais, podendo ser notado visual e auditivamente.
PLLCD
Esforço articulatório sem distorção acústica: quando o sujeito realizou
visualmente exagero na produção articulatória, causando chiado forte.
ESD
[Σ]
Esforço articulatório com distorção acústica: quando o sujeito realizou
visualmente e/ou acusticamente exagero na produção articulatória, podendo ser
notado visual e auditivamente.
ECD
Esforço articulatório sem distorção acústica: quando o sujeito realizou
visualmente exagero na produção articulatória, causando chiado forte.
ESD
[Ζ]
Esforço articulatório com distorção acústica: quando o sujeito realizou visual e
auditivamente exagero na produção articulatória.
ECD
Palatografia e Linguografia
Foi realizada a palatografia e a linguografia para todos os sons estudados, ou seja,
[s], [z], [Σ], [Ζ], [l], [Ρ] e [×], em dois sujeitos com desenvolvimento típico de fala e
linguagem nas faixas etárias de cinco e sete anos, no dia da coleta de dados, não estava
presente nenhum sujeito na faixa etária de seis anos, que pudesse realizar a técnica. Estes
sujeitos fizeram parte do estudo, mas não apresentaram distorção, pertencendo ao GSTFSD.
Foram escolhidos aleatoriamente dentro deste grupo. A palatografia e a linguografia
possibilitaram uma comparação visual das produções adequadas e das com distorção.
Todos os sujeitos com distorção de fala confirmada na prova para verificação de
distorção foram submetidos à palatografia e à linguografia para análise do som distorcido.
Explicava-se à criança o procedimento para a obtenção da palatografia. A ordem
dada à criança foi: “vou pintar sua língua com uma mistura preta que não tem gosto nem
cheiro, logo depois vou pedir para você falar uma palavra. Depois de falar você deve
abrir a boca para que eu coloque o espelho para ver como ficou seu ’céu da boca‘, e
então vou tirar uma foto”.
Para a linguografia, a ordem dada foi: “vou pintar seu ’céu da boca‘, com uma
mistura preta que não tem gosto nem cheiro, e logo depois vou pedir para você falar uma
palavra. Depois de falar você deve abrir a boca e colocar a língua para a linguografia, e
em seguida vou tirar uma foto da língua”.
Para a palatografia, a língua dos sujeitos foi revestida com uma mistura de partes iguais
de azeite de oliva e carvão de lenha digestivo pulverizado (o azeite de oliva não tem
sabor ruim e o carvão é insípido), com um pincel largo e macio. Em seguida o sujeito
deveria produzir uma palavra que contivesse o som a ser investigado.
Após a produção da palavra, era solicitado que o sujeito abrisse a boca para a introdução
de um espelho com cantos arredondados, que refletia a região entre os molares
esquerdos e direitos da arcada dentária superior que foi contatada pela língua. Logo
após, a imagem refletida no espelho foi fotografada e todo o processo filmado. Ao
término do registro fotográfico, o sujeito foi instruído a utilizar a escova de dente e
enxaguar a boca para que não ficasse nenhum resíduo da mistura. A seguir, são
mostradas as Figuras do material, mistura, aplicação da mistura para realização da
palatografia e linguografia, introdução do espelho entre os molares e palatografia e
linguografia.
Figura 1. Materiais utilizados na palatografia e linguografia.
Figura 2. Mistura de carvão digestivo pulverizado e azeite de oliva.
Figura 3. Aplicação da mistura no palato duro e na língua.
Figura 4. Introdução do espelho entre os molares superiores e obtenção da palatografia.
Figura 5. Linguografia.
Após a obtenção da palatografia, procedimento semelhante foi realizado para a
linguografia. A mesma mistura foi aplicada no palato duro, e após a produção da mesma
palavra utilizada na palatografia, o sujeito colocava a língua para fora para ser
fotografada e filmada para posterior análise (CASAES, 1992; LADEFOGED, 2001).
O tempo gasto para a realização de cada palatografia e/ou linguografia entre instrução,
aplicação da mistura, produção e enxágüe foi ao redor de dois minutos. No entanto, 40%
das crianças referiram enjôo. Em alguns casos, na hora de fotografar a palatografia o
espelho embaçava enquanto procurava-se o melhor foco para fotografar a imagem. Além
disso, para as crianças menores houve dificuldade em se posicionar o espelho entre os
molares, devido ao tamanho reduzido da arcada dentária.
Para a análise do palatograma e do linguograma foram usadas as fotografias. Nesta
análise estudou-se a arcada dentária, o palato duro e a mancha observada. O Quadro 4
mostra as medidas analisadas para cada um dos componentes estudados.
Durante a análise a criança poderia apresentar concomitantemente mais de um ponto
de contato (CASAES, 1990). As manchas poderiam ocorrer também em mais de uma
região do palato, sendo considerada como exemplo dento-alveolar, dento-palatal e dento-
alvéolo-palatal. Da mesma forma, mais de uma região da língua também poderia estar
manchada, sendo classificada como ápico-laminar (AVELINO e KIM, 2006).
Para 20% das palatografias e linguografias foram realizadas, além da análise da
pesquisadora, uma segunda análise das fotos, por uma fonoaudióloga mestre, que obteve
95% de acordo.
Quadro 4. Componentes estudados na palatografia e linguografia.
ESTRUTURA ASPECTOS ANALISADOS
Simetria Simétrica se as duas hemiarcadas fossem
semelhantes em forma e tamanho.
Aberta ou Estreita Aberta se os dentes estivessem dispostos
harmonicamente e estreita se visualmente
estivesse apertada.
ARCADA
DENTÁRIA
Completa ou Incompleta Completa se todos os dentes estivessem presentes
na arcada; nos casos de dentição mista, se pelo
menos 75% do dente estivesse erupcionado; ou
incompleta pela ausência de dentes anteriores
(incisivos e caninos).
Homogêneo Se na extensão não apresentasse saliências ou
reentrâncias.
Fissura Presença de algum tipo de fissura palatina.
PALATO
DURO
Rugosidades Presença de rugosidades anormais,
principalmente na região alveolar, que poderiam
prejudicar a produção sonora.
Simétrica Simetria entre as partes direita e esquerda, tanto
da língua quanto do palato duro.
Interrupção Ausência do material em algum ponto da mancha.
MANCHA
Tensão: forte ou fraca Fraca se a mancha fosse visualmente clara e forte
quando foi escura.
Ápice Mancha na porção mais fina da língua que
repousa atrás dos dentes.
LINGUOGRAMA
Laminar Região da língua manchada logo atrás da ponta.
Maior área da língua, faz contato com o palato
duro e mole.
Dental Mancha na região oclusal ou lingual dos dentes.
Alveolar Mancha na região alveolar do palato duro.
Palatal Contato com a região palatal do palato duro.
PALATOGRAMA
Velar Mancha sobre a região velar da cavidade oral.
Avaliação da Motricidade Orofacial
Para o presente trabalho foi considerado o tipo de oclusão e dentição por ser importante na análise da palatografia.
Na avaliação de motricidade orofacial, foi considerada maloclusão quando se
observou um desvio na forma natural da oclusão, tais como: mordida aberta anterior, caso
existisse uma falta de sobreposição vertical entre quaisquer dos incisivos antagonistas, sem
estimar a quantidade de mordida aberta; topo a topo, com os bordos incisais dos incisivos
superiores tocando nos bordos incisais dos incisivos inferiores; sobremordida, os dentes em
oclusão cêntrica apresentavam sobrepasse dos dentes anteriores superiores acima de 3 mm
aproximadamente sobre os inferiores; mordida cruzada, com os dentes em oclusão cêntrica.
A mordida cruzada anterior foi registrada quando um ou mais de um dos incisivos
superiores apresentavam uma inclinação axial anormal, ocluindo lingualmente, em relação
aos seus antagonistas, os incisivos inferiores. A mordida cruzada posterior foi registrada,
considerando quando dois ou mais dentes posteriores, incluindo-se também os caninos,
apresentavam um problema oclusal em que as cúspides vestibulares dos dentes superiores
ocluíam lingualmente em relação às cúspides vestibulares dos dentes inferiores. Foi
considerada a mordida cruzada posterior uni ou bilateral; o overjet foi observado quando os
dentes anteriores superiores se encontravam numa posição protrusiva (EMMERICH
et al.,
2004).
Devido à idade dos sujeitos, foi classificada a dentição como decídua, quando a
criança tinha todos os dentes decíduos e mista, na ausência de um ou mais dentes decíduos,
podendo ou não estar erupcionado o dente permanente.
Provas de Fonologia, Fala Espontânea e Índices de Gravidade
As provas de Fonologia (WERTZNER, 2004) e fala espontânea foram analisadas por
meio do inventário fonético e a análise dos processos fonológicos.
No inventário fonético foram analisadas e quantificadas todas as substituições, omissões
e distorções realizadas por cada sujeito. Na análise dos processos fonológicos, foram
classificados os processos fonológicos e quantificada a produtividade de cada processo,
além de verificados se estavam ou não adequados à idade do sujeito.
Os dados das provas de Fonologia foram anotados no momento da coleta e conferidos
posteriormente por meio da gravação feita pela pesquisadora e por um juiz graduado em
Fonoaudiologia, com 90% de acordo.
Após as análises foram aplicados os índices PCC (SHRIBERG e KWIATKOWSKI,
1982 b), PCC-R (SHRIBERG et al., 1997), PDI (EDWARDS,1992), ACI (SHIBERG,
1993) e RDI (SHIBERG, 1993) para a classificação da gravidade do transtorno
fonológico e das distorções.
Cálculo dos Índices
Percentage of Correct Consonants (PCC): são considerados erros, qualquer tipo de
substituições, omissões e/ou distorções.O cálculo é realizado pela divisão das
consoantes corretas pelo total de consoantes da prova multiplicado por 100%. O
Quadro 5 indica as produções consideradas como erros na contagem do PCC de
acordo com Wertzner (2002).
Quadro 5. Produções consideradas como erros na contagem do PCC
(WERTZNER, 2002).
Eliminação da consoante Exemplo: /lapiS/ - [lapi]
Substituição da consoante por
outra
Exemplo: /sapo/ - [tapu]
Sonorização ou ensurdecimento
parcial da consoante
Exemplo: /meza/ - [mesa]
Distorção do som não importa o
quanto seja sutil; consideram-se
Exemplo: /sapo/ - [s*apu]
as distorções comuns e incomuns
Adição de um som a um padrão
consonantal
Exemplo: /pΡata/ - [paΡata]
Percentage of Consonants Correct - Revised (PCC-R): é calculado por meio da
divisão das consoantes corretas emitidas pelo total de consoantes da prova
multiplicado por 100%. São considerados erros somente omissões e substituições.
Por exemplo, se uma criança produzir [s*apu], com distorção do /s/, não será
considerado erro, mas sim se produzir [tapu], pois houve a substituição de um som
por outro.
Process Density Index (PDI): valor que reflete a ocorrência de processos
fonológicos numa amostra de fala. É obtido pela divisão do número total de
processos fonológicos da amostra pelo número total de palavras da amostra.
Relative Distortion Index (RDI): valor que reflete a proporção de erros de distorção
numa amostra de fala. É obtido pela divisão do número total de erros de distorção
da amostra pelo número total de erros da fala, multiplicado por 100%. Desta forma,
se a criança produziu no total da amostra de fala estudada dez erros entre
substituições, omissões e distorções, sendo seis distorções, o índice RDI será: 6/10 x
100% = 60%.
Articulation Competence Index (ACI): é baseado em duas características da fala
conversacional, a porcentagem de consoantes corretas corretamente articuladas
(PCC) e a porcentagem de todas as consoantes produzidas incorretamente, devido à
distorção de fala. É obtido pela soma dos índices PCC e RDI, dividido por dois e
multiplicado por 100%. Quando o sujeito não apresentar distorções de fala e,
portanto, obtiver o RDI igual a zero, o ACI será considerado igual ao PCC.
Método estatístico
O método estatístico deste estudo constou de análises descritivas e inferenciais.
A parte descritiva foi realizada através dos cálculos de média, desvio padrão,
mínimo, máximo, quartis. Esses resultados foram apresentados em gráficos do tipo boxplot,
nos quais é possível verificar o retângulo construído com os quartis e os valores extremos
(mínimo, máximo e valores discrepantes) de variáveis quantitativas, além de gráficos de
barras, colunas, pizza e rosca construídos com base nos valores das médias.
Para a análise inferencial foi utilizado o teste paramétrico ANOVA (análise de
variância), sendo realizadas as comparações múltiplas pelo método Bonferroni quando se
observou diferenças entre as diferenças médias dos grupos e os testes não-paramétricos χ
2
(qui-quadrado) e teste de Fisher (MAXWELL e SATAKE, 1997).
RESULTADOS
Os resultados deste estudo são mostrados de acordo com as seguintes análises:
descrição da população quanto ao gênero e idade; descrição da ocorrência de distorções em
crianças com e sem transtorno fonológico nas provas de imitação e nomeação
(WERTZNER, 2004) e fala espontânea; descrição das distorções na prova específica para
verificação de distorções em sílabas e palavras; classificação perceptiva das distorções de
fala na prova específica para verificação de distorções em sílabas e palavras; análise da
motricidade orofacial; descrição da articulação dos sons líquidos laterais e vibrantes
simples e de fricativos alveolares e palatais pela palatografia e linguografia; comparação
entre os pontos de contatos da articulação na palatografia e linguografia e classificação
perceptiva das distorções; comparação dos índices de gravidade nas provas de imitação e
nomeação (WERTZNER, 2004) e fala espontânea.
Descrição da População quanto ao Gênero e Idade
Grupo Sem Transtorno Fonológico
O Grupo Sem Transtorno Fonológico (GSTF) foi composto por 30 crianças. Na
Figura 6 e e na Tabela 3 podem ser observados os dados de acordo com a faixa etária do
GSTF1, GSTF2 e GSTF3 e GSTF.
Figura 6. Distribuição dos sujeitos do GSTF de acordo com a idade.
34%
33%
33%
5:00 - 5:11
6:00 - 6:11
7:00 - 7:11
Tabela 3. Distribuição da idade dos sujeitos no GSTF1, GSTF2 e GSTF3 e GSTF.
N MÉDIA MEDIANA
DP MÍNIMO MÁXI
MO
GST
F1
10 5:06 5:06 0:3 5:01 5:11
GST
F2
10 6:06 6:06 0:3 6:01 6:11
GST
F3
10 7:06 7:07 0:3 7:00 7:11
GST
F
30 6:06 6:06 0:7 5:01 7:11
Legenda: GSTF – Grupo sem transtorno fonológico, GSTF1 – Grupo sem transtorno fonológico na faixa
etária de cinco anos, GSTF2 – Grupo sem transtorno fonológico na faixa etária de seis anos, GSTF3 – Grupo
sem transtorno fonológico na faixa etária de sete anos, N- número, DP –desvio padrão.
Grupo Com Transtorno Fonológico
O GTF foi composto por 15 sujeitos. As idades dos sujeitos do GTF variaram entre
5:02 anos a 7:9 anos, sendo que a faixa etária de maior concentração foi de seis anos, com 7
sujeitos, seguida de cinco anos e sete anos, com 4 sujeitos em cada faixa etária (Figura 7).
Na Tabela 4 observa-se a distribuição da idade dos sujeitos no GTF1, GTF2 e GTF3 e
GTF.
Figura 7. Distribuição dos Sujeitos do GTF de acordo com a idade.
27%
46%
27%
5:00 - 5:11
6:00 - 6:11
7:00 - 7:11
Tabela 4. Distribuição da idade dos sujeitos no GTF1, GTF2 e GTF3 e GTF.
N MÉDIA MEDIANA
DP MÍNIMO MÁXI
MO
GTF
1
4 5:06 5:06 0:4 5:02 5:11
GTF
2
7 6:05 6:06 0:4 6:01 6:11
GTF
3
4 7:03 7:03 0:4 7:00 7:09
GTF
15 6:05 6:06 0:7 5:02 7:09
Legenda: GTF – Grupo com transtorno fonológico, GTF1 – Grupo com transtorno fonológico na faixa etária
de cinco anos, GTF2 – Grupo com transtorno fonológico na faixa etária de seis anos, GTF3 – Grupo com
transtorno fonológico na faixa etária de sete anos, DP –desvio padrão.
Em relação ao gênero, no GTF houve predominância do gênero feminino (60%),
como pode ser observado na Figura 8.
O GTF1 foi composto por 75% dos sujeitos do gênero masculino e 25% do
feminino; o GSTF2 por 71,4% do gênero feminino e 28,6% do masculino; o GSTF3 por
75% do gênero feminino e 25% do masculino. Desta forma, o GSTF1 foi o único subgrupo
composto mais por sujeitos do gênero maculino do que feminino.
Figura 8. Distribuição dos sujeitos do GTF de acordo com o gênero.
40%
60%
Masculino
Feminino
Descrição da Ocorrência de Distorções em Crianças com e sem
Transtorno Fonológico nas Provas de Imitação, Nomeação
(WERTZNER, 2004) e Fala Espontânea.
A seguir será feita a descrição da ocorrência de distorções nas provas de
imitação e nomeação (WERTZNER, 2004) e fala espontânea e nas diferentes
faixas etárias, primeiramente no GSTF seguido do GTF e por fim a
comparação da ocorrência de distorção dos sons nestes dois grupos.
Grupo Sem Transtorno Fonológico
No GSFT os sujeitos apresentaram distorção nas provas de nomeação, imitação e
fala espontânea nos sons [s], [z], [Σ] e [l].
Para cada som calculou-se a possibilidade de ocorrência no grupo e a
porcentagem de casos observados em cada uma das três provas (nomeação,
imitação e fala espontânea). A Tabela 5 indica a porcentagem de distorção em
cada um dos sons [s], [z], [Σ] e [l] nestas provas no GSTF.
No Anexo 10 se encontram as proporções de ocorrências das distorções
para cada som nas provas de imitação, nomeação e fala espontânea nos sujeitos
do GSTF.
Tabela 5. Porcentagem média de distorção nos [s], [z], [Σ] e [l] nas provas de
nomeação, imitação e fala espontânea no GSTF.
PROVAS [s] [z]
[Σ]
[l]
IMITAÇÃO 17,7% 13,3% 1,1% 8,3%
NOMEAÇÃO 17,7% 14,2% 1,1% 16,1%
FALA ESPONTÂNEA
13,8% 0% 0% 0%
Na Tabela 6 podem ser observados os números de sujeitos do GSTF1, GSTF2 e
GSTF3 que apresentaram distorções nos sons [s], [z], [Σ] e [l] independentemente da prova.
No entanto, não há fortes indícios de diferenças entre os grupos GSTF1, GSTF2 e GSTF3
quanto ao número de sujeitos que apresentaram distorção em cada som, apesar da pequena
incidência não permitir a aplicação de teste estatístico específico.
O GSTF3 foi o grupo que mais apresentou sujeitos com distorção de fala, com a ocorrência de três sons distorcidos ([s], [z], [l]).
O GSTF1 foi o segundo grupo em que mais sujeitos realizaram produção
distorcida. Os sons distorcidos foram os mesmos do GSTF3, ou seja, [s], [z], [l]. Por fim,
no GSTF2 ocorreu o menor número de sujeitos que apresentaram distorção, além de
apresentar distorção em apenas dois sons, [s] e [Σ].
Tabela 6. Número de sujeitos que apresentaram distorção no [s], [z],
[Σ] e [l]
GSTF1, GSTF2, GSTF3.
Número de Sujeitos
GSTF1 GSTF2 GSTF3
[s] com distorção 2 1 4
produção correta 8 9 6
[z] com distorção 1 0 4
produção correta 9 10 6
[Σ]
com distorção 0 1 0
produção correta 10 9 10
[l] com distorção 1 0 1
produção correta 9 10 9
Legenda: GSTF1 – Grupo sem transtorno fonológico na faixa etária de cinco anos, GSTF2 – Grupo sem
transtorno fonológico na faixa etária de seis anos, GSTF3 – Grupo sem transtorno fonológico na faixa
etária de sete anos.
Na Tabela 7 pode ser observada a comparação entre os grupos de acordo com as faixas
etárias quanto à ocorrência de distorção ou produção correta para os sons [s] e [z] no
GSTF, nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea. Para tanto foi aplicado o
teste de qui-quadrado (n.sig.0,05). Houve diferença significante na prova de nomeação
tanto para o som [s] como [z] e para imitação no fonema [s], com maior ocorrência de
distorção para a faixa etária de sete anos.
Tabela 7. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre as faixas etárias
de cinco, seis e sete anos nas provas de imitação e nomeação e fala espontânea para os sons
[s] e [z] no GSTF.
Faixas Etárias
teste qui-
quadrado
5 anos 6 anos 7 anos Total (p)
N % N % N % N %
Produção
correta 73
81,1%
89
98,9%
60
66,7%
222
82,2%
[s]
Nomeação
Com
distorção
17
18,9%
1
1,1%
30
33,3%
48
17,8%
<0,0001 *
Total
90
100,0%
90
100,0%
90
100,0%
270
100,0%
6 < 5 < 7
Produção
correta
37
92,5%
40
100,0%
26
65,0%
103
85,8%
[z]
Nomeação
Com
distorção
3
7,5%
0
0,0%
14
35,0%
17
14,2%
<0,0001 *
Total
40
100,0%
40
100,0%
40
100,0%
120
100,0%
5 = 6 < 7
Produção
correta 73
81,1%
89
98,9%
60
66,7%
222
82,2%
[s]
Imitação
Com
distorção
17
18,9%
1
1,1%
30
33,3%
48
17,8%
<0,0001 *
Total
90
100,0%
90
100,0%
90
100,0%
270
100,0%
6 < 5 < 7
Produção
correta 20
100,0%
20
100,0%
12
60,0%
52
86,7%
[z]
Imitação
Com
distorção
0
0,0%
0
0,0%
8
40,0%
8
13,3%
Não aplicável
Total
20
100,0%
20
100,0%
20
100,0%
60
100,0%
Produção
correta 13
76,5%
24
100,0%
13
76,5%
50
86,2%
[s]
Fala
espontânea
Com
distorção
4
23,5%
0
0,0%
4
23,5%
8
13,8%
Não aplicável
Total
17
100,0%
24
100,0%
17
100,0%
58
100,0%
Produção
correta
4
100,0%
2
100,0%
3
100,0%
9
100,0%
[z]
Fala
espontânea
Com
distorção
0
0,0%
0
0,0%
0
0,0%
0
0,0%
Não aplicável
Total
4
100,0%
2
100,0%
3
100,0%
9
100,0%
As Tabelas 8, 9, 10 e 11 permitem observar a comparação entre as provas quanto
ao número de ocorrências de distorção e de produção correta nos sons [s], [z], [Σ] e [l]
no GSTF. Por meio do teste de qui-quadrado com nível de significância de 5%. Não
houve diferença significante na distribuição do som [s] entre as provas de nomeação,
imitação e fala espontânea no GSTF. Para os sons [z], [Σ] e [l] não foi possível aplicar o
teste, mas não há indícios de diferenças entre as provas.
Tabela 8. Comparação entre a ocorrência de distorção e produção correta nas provas de
imitação e nomeação e fala espontânea para [s] - GSTF.
Provas
Imitação Nomeação
Fala
espontânea
Total
N % N % N % N %
Produção
correta 222
82,2%
222
82,2%
50
86,2%
494
82,6%
[s]
Com
distorção
48
17,8%
48
17,8%
8
13,8%
104
17,4%
Total
270
100,0%
270
100,0%
58
100,0%
598
100,0%
Teste de qui-quadrado (p)=0,749
Tabela 9. Comparação entre a ocorrência de distorção e produção correta nas provas de
imitação e nomeação e fala espontânea para [z] - GSTF.
Provas
Imitação Nomeação
Fala
espontânea
Total
N % N % N % N %
Produção
correta 52
86,7%
103
85,8%
9
100,0%
164
86,8%
[z]
Com
distorção 8
13,3%
17
14,2%
0
0,0%
25
13,2%
Total
60
100,0%
120
100,0%
9
100,0%
189
100,0%
Tabela 10. Comparação entre a ocorrência de distorção e produção correta nas provas de
imitação e nomeação e fala espontânea para [Σ] - GSTF.
Provas
Imitação Nomeação
Fala
espontânea
Total
N % N % N % N %
Produção
correta 89
98,9%
89
98,9%
7
100,0%
185
98,9%
[Σ]
Com
distorção
1
1,1%
1
1,1%
0
0,0%
2
1,1%
Total
90
100,0%
90
100,0%
7
100,0%
187
100,0%
Tabela 11. Comparação entre a ocorrência de distorção e produção correta nas provas de
imitação e nomeação e fala espontânea para [l] - GSTF.
Provas
Imitação Nomeação
Fala
espontânea
Total
N % N % N % N %
Produção
correta 238
99,2%
236
98,3%
7
100,0%
481
98,8%
[l]
Com
distorção 2
0,8%
4
1,7%
0
0,0%
6
1,2%
Total
240
100,0%
240
100,0%
7
100,0%
487
100,0%
A partir desses dados o GTSF foi subdivido em GSTFSD e GSTFCD. No GSTF,
sete crianças (23,3%) apresentaram distorção de fala, como pode ser observado na Figura 9.
Essas crianças constituíram o subgrupo GSTFCD.
A descrição dos sete sujeitos do GSTFCD quanto à idade e ao gênero encontra-
se na Tabela 12.
Figura 9. Presença de distorção de fala nos sujeitos do GSTF.
Tabela 12. Descrição do GSTFCD: idade e gênero.
GÊNERO IDADE
F 5:03
23%
77%
Com Distorção
Sem Distorção
M 5:09
M 6:02
F 7:00
M 7:05
F 7:07
F 7:11
No GSTFCD a faixa etária que mais apresentou distorção independente da prova foi a
faixa de sete anos (57,1%), seguida por cinco anos (28,6%) e seis anos (14,3%) (Figura
10). O gênero que mais apresentou distorção no GSTFCD foi o feminino (57%) (Figura
11).
Figura 10. Distribuição por faixa etária dos sujeitos do GSTFCD.
Figura 11. Distribuição por gênero dos sujeitos do GSTFCD.
0%
10%
20%
30%
40%
5:00 - 5:11 6:00 - 6:11 7:00 - 7:11
57%
43%
feminino
masculino
Em relação ao número de sujeitos do GSTFCD que apresentaram distorção
nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea, independente do número de
produções distorcidas, pode ser observado na Tabela 13 que as provas de nomeação e
imitação foram as provas que apresentaram maior número de sujeitos que realizaram
distorção de fala, enquanto a fala espontânea foi a prova em que menos sujeitos
realizaram produção com distorção.
Como pode ser verificado apenas o som [s] foi produzido com distorção nas
três provas, enquanto para os demais somente ocorreram distorções nas provas de
imitação e nomeação.
Tabela 13. Número de sujeitos do GSTFCD que apresentaram distorção – sons e
provas.
PROVAS/SONS
[s] [z]
[Σ] [Ζ]
[l]
[Ρ] [×]
NOMEAÇÃO
7 5 1 0 1 0 0
IMITAÇÃO 7 4 1 0 2 0 0
FALA ESPONTÂNEA
5 0 0 0 0 0 0
Grupo Com Transtorno Fonológico
No GFT os sujeitos apresentaram distorção nas provas de nomeação, imitação e fala
espontânea nos sons [s], [z] e [
Ρ].
O Anexo 10 indica a proporção de distorção nos [s], [z] e [Ρ] nas provas de
nomeação, imitação e fala espontânea em todos os sujeitos do GTF.
Para cada uma das três provas (nomeação, imitação e fala espontânea) foi
calculada separadamente a porcentagem de ocorrência de distorção destes sons.
A porcentagem de distorção em cada um nos sons [s], [z] e [Ρ] nas provas de
nomeação, imitação e fala espontânea no GTF pode ser observada na Tabela 14.
Tabela 14. Porcentagem de distorção nos sons [s], [z] e [Ρ] nas provas de
nomeação, imitação e fala espontânea no GTF.
PROVAS [s] [z]
[Ρ]
IMITAÇÃO 7,1% 10% 0%
NOMEAÇÃO 7,4% 6,6% 1%
FALA ESPONTÂNEA
14,6% 0% 0%
Na Tabela 15 podem ser observados os números de sujeitos do GTF1, GTF2 e
GTF3 que apresentaram distorção nos sons [s], [z] e [Ρ] independentemente da prova.
Observa-se que nenhum sujeito na faixa etária de seis anos apresentou distorção.
Tabela 15. Número de sujeitos que apresentaram distorção no [s] – GTF1, GTF2,
GTF3.
Número de Sujeitos
GTF1 GTF2 GTF3
[s] com distorção 1 0 2
produção correta 3 7 2
[z] com distorção 1 0 2
produção correta 3 7 2
[Ρ]
com distorção 0 0 2
produção correta 4 7 2
Legenda: GTF1 – Grupo com transtorno fonológico na faixa etária de cinco anos, GTF2 – Grupo com
transtorno fonológico na faixa etária de seis anos, GTF3 – Grupo com transtorno fonológico na faixa etária de
sete anos.
A Tabela 16 demonstra quais sons foram produzidos com distorção no GTF1, GTF2 e GTF3.
Tabela 16. Sons distorcidos – GTF1, GTF2 e GTF3.
GRUPOS SONS DISTORCIDOS
GTF1 [s], [z]
GTF2 Nenhum som foi distorcido
GTF3
[s], [z], [Ρ]
Legenda: GTF1 – Grupo com transtorno fonológico na faixa etária de cinco anos, GTF2 – Grupo com
transtorno fonológico na faixa etária de seis anos, GTF3 – Grupo com transtorno fonológico na faixa etária de
sete anos.
A comparação entre os grupos das faixas etárias de cinco, seis e sete anos nas
provas de imitação e nomeação e fala espontânea para os sons [s] e [z] no GTF, quanto à
presença de distorção e produção correta pode ser observada na Tabela 17. Para tal
comparação foi aplicado o teste de qui-quadrado (n.sig.0,05). No entanto, não foi aplicável
em todos os casos, devido a baixo emprego de distorções e produções corretas, mas há
indícios de maior ocorrência de distorção do som [s] na faixa etária de sete anos em todas
as provas.
Tabela 17. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre as provas de
imitação e nomeação e fala espontânea para os sons [s] e [z] no GTF.
Faixas Etárias
teste qui-
quadrado
5 anos 6 anos 7 anos Total (p)
N % N % N % N %
Produção
correta 34
94,4%
63
100,0%
28
77,8%
125
92,6%
[s]
Nomeação
Com
distorção
2
5,6%
0
0,0%
8
22,2%
10
7,4%
Não aplicável
Total
36
100,0%
63
100,0%
36
100,0%
135
100,0%
Produção
correta
15
93,8%
28
100,0%
13
81,3%
56
93,3%
[z]
Nomeação
Com
distorção
1
6,3%
0
0,0%
3
18,8%
4
6,7%
Não aplicável
Total
16
100,0%
28
100,0%
16
100,0%
60
100,0%
Produção
correta 73
81,1%
89
98,9%
60
66,7%
222
82,2%
[s]
Imitação
Com
distorção
17
18,9%
1
1,1%
30
33,3%
48
17,8%
<0,0001 *
Total
90
100,0%
90
100,0%
90
100,0%
270
100,0%
6 < 5 < 7
Produção
correta 20
100,0%
20
100,0%
12
60,0%
52
86,7%
[z]
Imitação
Com
distorção
0
0,0%
0
0,0%
8
40,0%
8
13,3%
Não aplicável
Total
20
100,0%
20
100,0%
20
100,0%
60
100,0%
Produção
correta 30
83,3%
63
100,0%
27
75,0%
120
88,9%
[s]
Fala
espontânea
Com
distorção
6
16,7%
0
0,0%
9
25,0%
15
11,1%
Não aplicável
Total
36
100,0%
63
100,0%
36
100,0%
135
100,0%
Produção
correta
4
100,0%
6
100,0%
1
100,0%
11
100,0%
[z]
Fala
espontânea
Com
distorção
0
0,0%
0
0,0%
0
0,0%
0
0,0%
Não aplicável
Total
4
100,0%
6
100,0%
1
100,0%
11
100,0%
As Tabelas 18, 19 e 20 permitem observar a comparação entre as provas quanto ao
número de ocorrências com distorção e produção correta nos sons [s], [z] e [
Ρ] no GTF.
Para avaliar essas comparações foi aplicado o teste de qui-quadrado com nível de
significância de 5%. Não houve diferença significante na distribuição do som [s] entre as
provas de nomeação, imitação e fala espontânea no GTF. Para os sons [z] e [
Ρ] não foi
possível aplicar o teste, mas não há indícios de diferenças entre as provas.
Tabela 18. Comparação de ocorrência de distorção e produção correta nas provas de
imitação e nomeação e fala espontânea para [s] - GTF.
Provas
Imitação Nomeação
Fala
espontânea
Total
N % N % N % N %
Produção
correta 120
88,9%
125
92,6%
35
85,4%
280
90,0%
[s]
Com
distorção
15
11,1%
10
7,4%
6
14,6%
31
10,0%
Total
135
100,0%
135
100,0%
41
100,0%
311
100,0%
Teste de qui-quadrado (p)=0,337
Tabela 19. Comparação de ocorrência de distorção e produção correta entre as provas de
imitação e nomeação e fala espontânea para [z] - GTF.
Provas
Imitação Nomeação
Fala
espontânea
Total
N % N % N % N %
Produção
correta 27
90,0%
56
93,3%
11
100,0%
94
93,1%
[z]
Com
distorção 3
10,0%
4
6,7%
0
0,0%
7
6,9%
Total
30
100,0%
60
100,0%
11
100,0%
101
100,0%
Tabela 20. Comparação de ocorrência de distorção e produção correta entre as provas de
imitação e nomeação e fala espontânea para [
Ρ] - GTF.
Provas
Imitação Nomeação
Fala
espontânea
Total
N % N % N % N %
Produção
correta 195
100,0%
208
99,0%
31
100,0%
434
99,5%
[Ρ]
Com
distorção 0
0,0%
2
1,0%
0
0,0%
2
0,5%
Total
195
100,0%
210
100,0%
31
100,0%
436
100,0%
O GTF foi subdivido em GTFSD e GTFCD, abaixo segue a descrição do subgrupo
com distorção, ou seja, do GTFCD.
Grupo Com Transtorno Fonológico Com Distorção
No GTF, das 15 crianças estudadas, três (20%) apresentaram distorção de fala,
como pode ser observado na Figura 12
. Essas crianças constituíram o subgrupo
GTFCD.
Figura 12. Presença de distorção de fala nos sujeitos do GTF.
20%
80%
com distorção
sem distorção
A Tabela 21 apresenta a descrição da idade e do gênero dos sujeitos que
formaram o GTFCD.
Tabela 21. Descrição do GTFCD: idade e gênero.
GÊNERO IDADE
M 5:11
F 7:02
M 7:09
A faixa etária que mais apresentou distorção no GTFCD foi de sete anos (66,6%), seguida por cinco anos (33,3%), nenhum sujeito
com seis anos apresentou distorção de fala, podendo ser observado na Figura 13.
Figura 13. Distribuição por faixa etária dos sujeitos do GTFCD.
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
5:00 - 5:11 6:00 - 6:11 7:00 - 7:11
O gênero que mais apresentou distorção foi o masculino (67%), como observado na
Figura 14.
Figura 14. Distribuição por gênero dos sujeitos do GTFCD.
67%
33%
Masculino
Feminino
Em relação ao número de sujeitos do GTFCD que apresentaram distorção nas
provas de nomeação, imitação e fala espontânea, independente do número de
produções distorcidas, pode ser observado na Tabela 22 que a prova de nomeação foi
a com maior número de sujeitos com distorção de fala, seguida da imitação e da fala
espontânea. Todos os sujeitos do GTFCD apresentaram distorção no som [s] nas
provas de nomeação, imitação e fala espontânea.
O som [s] foi o som no qual o maior número de sujeitos apresentou
distorção, seguido do som [z], sendo que ambos ocorreram nas provas de
nomeação e imitação. Por fim o som [Ρ] foi o que teve menor número de sujeitos
com presença de distorção, ocorrendo distorção apenas na prova de nomeação.
Tabela 22. Número de sujeitos do GTFCD que apresentaram distorção - sons e
provas
PROVAS/SONS
[s] [z]
[Σ] [Ζ]
[l]
[Ρ] [×]
NOMEAÇÃO 3 2 0 0 0 1 0
IMITAÇÃO 3 2 0 0 0 0 0
FALA ESPONTÂNEA 3 0 0 0 0 0 0
Comparação entre a presença de distorção no GSTF e GTF.
Para verificar a distribuição de distorções dos sons entre os grupos, aplicou-se o
teste de qui-quadrado com nível de significância de 5% (MAXWELL e SATAKE, 1997).
Não houve evidências de diferença significante entre o número de sujeitos que
apresentaram distorção nos grupos de estudo GSTF e GTF, independente da faixa etária e
da prova, como observado na Tabela 23.
Tabela 23. Comparação do número de sujeitos com e produção correta no GSTF e GTF.
DISTORÇÃO GSTF GTF
SIM 7 3
NÃO 23 12
TOTAL 30 15
Teste de qui-quadrado (p)=1,000
Legenda: GSTF – Grupo sem transtorno fonológico, GTF – Grupo com transtorno fonológico.
Os sons mais distorcidos em ambos os grupos foram [s] e [z]. Como as ocorrências
de distorções foram baixas não foi possível aplicar teste estatístico para verificar a
diferença entre os sons.
No Anexo 12 pode ser observada a proporção de distorções de fala nos sons [s], [z],
[
Σ], [l] e [Ρ] nas faixas etárias de cinco, seis e sete anos no GTF e GSTF.
Nas Tabelas 24, 25 e 26 observam-se as comparações da ocorrência de distorção e
produção correta entre os grupos GSTF e GTF nas provas de imitação e nomeação e fala
espontânea no som [s], nas faixas etárias de cinco, seis e sete anos pelo teste de qui-
quadrado ou teste de Fisher conforme a necessidade (n. sig. 0,05). Houve diferença
significante apenas nas provas de imitação e fala espontânea na faixa etária de sete anos,
no sentido de maior ocorrência de distorção do [s] no grupo GTF.
Tabela 24. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os
grupos GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea nas
faixas etária de cinco anos – [s].
GSTF
GTF GSTF
GTF TOTAL
N % N % N %
Teste qui-quadrado ou Fisher
(p)
Produção
correta 73
81,1%
34
94,4%
107
84,9%
Com
distorção
17
18,9%
2
5,6%
19
15,1%
Nomeação
Total
90
100,0%
36
100,0%
126
100,0%
0,1066
Produção
correta 73
81,1%
30
83,3%
103
81,7%
Com
distorção
17
18,9%
6
16,7%
23
18,3%
Imitação
Total
90
100,0%
36
100,0%
126
100,0%
0,9709
Produção
correta
13
76,5%
10
90,9%
23
82,1%
Com
distorção
4
23,5%
1
9,1%
5
17,9%
Fala
Espontânea
Total 17
100,0%
11
100,0%
28
100,0%
0,6587
Legenda: GTF – grupo com transtorno fonológico, GSTF - grupo sem transtorno fonológico.
Tabela 25. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os grupos
GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea nas faixas etária de seis
anos - [s].
GSTF
GTF GSTF
GTF TOTAL
N % N % N %
Teste qui-quadrado ou
Fisher
(p)
Produção
correta 89
98,9%
63
100,0%
152
99,3%
Com
distorção
1
1,1%
0
0,0%
1
0,7%
Nomeação
Total
90
100,0%
63
100,0%
153
100,0%
1,0000
Produção
correta 89
98,9%
63
100,0%
152
99,3%
Com
distorção
1
1,1%
0
0,0%
1
0,7%
Imitação
Total
90
100,0%
63
100,0%
153
100,0%
1,0000
Produção
correta 24
100,0%
17
100,0%
41
100,0%
Com
distorção
0
0,0%
0
0,0%
0
0,0%
Fala
Espontânea
Total 24
100,0%
17
100,0%
41
100,0%
1,0000
Legenda: GTF – grupo com transtorno fonológico, GSTF - grupo sem transtorno fonológico.
Tabela 26. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os grupos
GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea nas faixas etária de sete
anos - [s].
GSTF
GTF GSTF
GTF TOTAL
N % N % N %
Teste qui-quadrado ou
Fisher
(p)
Produção
correta
60
66,7%
28
77,8%
88
69,8%
Com
distorção
30
33,3%
8
22,2%
38
30,2%
Nomeação
Total
90
100,0%
36
100,0%
126
100,0%
0,3111
Produção
correta 89
98,9%
27
75,0%
116
92,1%
Com
distorção
1
1,1%
9
25,0%
10
7,9%
Imitação
Total
90
100,0%
36
100,0%
126
100,0%
<0,0001 *
Produção
correta 24
100,0%
8
61,5%
32
86,5%
Com
distorção
0
0,0%
5
38,5%
5
13,5%
Fala
Espontânea
Total 24
100,0%
13
100,0%
37
100,0%
0,0030 *
Legenda: GTF – grupo com transtorno fonológico, GSTF - grupo sem transtorno fonológico.
Nas Tabelas 27, 28 e 29 verificam-se a ocorrência de distorção e produção correta entre
os grupos GSTF e GTF nas provas de imitação e nomeação e fala espontânea no som
[z], nas faixas etárias de cinco, seis e sete anos. Para avaliar esses comparativos foi
aplicado teste de qui-quadrado ou teste de Fisher conforme a necessidade (n. sig. 0,05).
Em nenhuma faixa etária houve diferença significante entre as provas.
Tabela 27. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os grupos
GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea na faixa etária de cinco
anos para o som [z].
GSTF
GTF GSTF
GTF TOTAL
N % N % N %
Teste qui-quadrado ou
Fisher
(p)
Produção
correta
37
92,5%
15
93,8%
52
92,9%
Com
distorção
3
7,5%
1
6,3%
4
7,1%
Nomeação
Total
40
100,0%
16
100,0%
56
100,0%
1,0000
Produção
correta 20
100,0%
7
87,5%
27
96,4%
Com
distorção
0
0,0%
1
12,5%
1
3,6%
Imitação
Total
20
100,0%
8
100,0%
28
100,0%
0,2857
Produção
correta 4
100,0%
4
100,0%
8
100,0%
Com
distorção
0
0,0%
0
0,0%
0
0,0%
Fala
Espontânea
Total 4
100,0%
4
100,0%
8
100,0%
1,0000
Legenda: GTF – grupo com transtorno fonológico, GSTF - grupo sem transtorno fonológico.
Tabela 28. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os grupos
GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea na faixa etária de seis
anos para o som [z].
GSTF
GTF GSTF
GTF TOTAL
N % N % N %
Teste qui-quadrado ou
Fisher
(p)
Produção
correta
40
100,0%
28
100,0%
68
100,0%
Com
distorção
0
0,0%
0
0,0%
0
0,0%
Nomeação
Total
40
100,0%
28
100,0%
68
100,0%
1,0000
Produção
correta
20
100,0%
14
100,0%
34
100,0%
Com
distorção
0
0,0%
0
0,0%
0
0,0%
Imitação
Total
20
100,0%
14
100,0%
34
100,0%
1,0000
Produção
correta 2
100,0%
6
100,0%
8
100,0%
Com
distorção
0
0,0%
0
0,0%
0
0,0%
Fala
Espontânea
Total 2
100,0%
6
100,0%
8
100,0%
1,0000
Legenda: GTF – grupo com transtorno fonológico, GSTF - grupo sem transtorno fonológico.
Tabela 29. Comparação da ocorrência de distorção e produção correta entre os grupos
GSTF e GTF nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea na faixa etária de sete
anos para o som [z].
GSTF
GTF GSTF
GTF TOTAL
N % N % N %
Teste qui-quadrado ou Fisher
(p)
Produção
correta 26
65,0%
13
81,3%
39
69,6%
Com
distorção
14
35,0%
3
18,8%
17
30,4%
Nomeação
Total
40
100,0%
16
100,0%
56
100,0%
0,3826
Produção
correta 12
60,0%
6
75,0%
18
64,3%
Com
distorção
8
40,0%
2
25,0%
10
35,7%
Imitação
Total
20
100,0%
8
100,0%
28
100,0%
1,0000
Produção
correta
3
100,0%
1
100,0%
4
100,0%
Com
distorção
0
0,0%
0
0,0%
0
0,0%
Fala
Espontânea
Total 3
100,0%
1
100,0%
4
100,0%
1,0000
Legenda: GTF – grupo com transtorno fonológico, GSTF - grupo sem transtorno fonológico.
Descrição das Distorções na Prova Específica para Verificação de
Distorção em Sílabas e Palavras
Grupo Sem Transtorno Fonológico Com Distorção
A Tabela 30 mostra a porcentagem de distorção que cada um dos sujeitos do
GSTFCD apresentou na prova específica para verificação de distorção na imitação de
sílabas para os sons distorcidos. Em alguns casos a prova de verificação não foi aplicada
porque a criança não distorceu o som alvo.
Tabela 30. Ocorrência de distorção do GSTFCD na Prova Específica para Verificação de
Distorção - Imitação de Sílabas.
IDADE [s] [z]
[Σ]
[l]
5:3 80,9% -- -- --
5:9 76,1% 71,4% -- 76,1%
6:2 61,9% -- 76,1% --
7:0 100% 47,6% -- --
7:5 100% 100% -- --
7:7 0% 0% -- --
7:11 100% 76,1% -- 0%
Média 74,2% 59% 76,1% 38,5%
Legenda: -- - Prova não aplicada
A Tabela 31 mostra a porcentagem de distorção que cada um dos sujeitos do
GSTFCD apresentou na prova específica para verificação de distorção na imitação de
palavras para os sons distorcidos.
Da mesma maneira que ocorreu na imitação de sílabas, dos sete sujeitos que
formaram o GSTFCD, um sujeito, na faixa etária de sete anos, que havia apresentado
distorção nos sons [s] e [z] nas provas de imitação e nomeação (WERTZNER, 2004),
durante o teste para verificação de distorção não apresentou nenhuma produção distorcida.
Na média de porcentagem de distorção do GSTFCD nesta prova de imitação de
palavras, observa-se que independente do número de sujeitos que havia apresentado
distorção nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea, o [l] foi o som que
apresentou maior porcentagem de distorção, seguido pelo [s], [z] e [
Σ].
Tabela 31. Porcentagem de distorção do GSTFCD na Prova Específica para Verificação de
Distorção - Imitação de Palavras.
IDADE [s] [z]
[Σ]
[l]
5:3 66,6% -- -- --
5:9 83,3% 63,6% -- 100%
6:2 50% -- 35,7% --
7:0 72,2% 45,4% -- --
7:5 100% 81,8% -- --
7:7 0% 0% -- --
7:11 100% 54,4% -- 58,3%
Média 67,4% 40,8% 35,7% 79,1%
Legenda: -- - Prova não aplicada
Analisando a média de porcentagem de distorção nas provas de imitação de sílabas
e palavras na prova específica para verificação de distorção para o GSTFCD, tem-se que na
prova de imitação de sílabas ocorreu mais produção distorcida para os [s], [z] e [
Σ].
O [l] foi o único som em que a média de porcentagem de distorção foi maior na
prova de imitação de palavras do que sílabas. Este fato deve-se a um sujeito na faixa etária
de sete anos que durante a realização da prova específica em imitação de sílabas não
apresentou distorção, mas apresentou na imitação de palavras (Figura 15).
Figura 15. Comparação da média de porcentagem na prova específica para verificação de
distorção em sílabas e palavras – GSTFCD.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
[s] [z] [S] [l]
sílabas
palavras
Legenda: [S] = [Σ].
As Figuras 16 e 17 ilustram a comparação da média de porcentagem na prova
específica para verificação de distorção em sílabas e palavras no GSTFCD na faixa etária
de cinco, seis e sete anos.
Figura 16. Comparação da média de porcentagem na prova específica para verificação de
distorção em sílabas – GSTFCD na faixa etária de cinco, seis e sete anos.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
[s] [z] [S] [l]
5 anos
6 anos
7anos
Legenda: [S] = [Σ].
Figura 17. Comparação da média de porcentagem na prova específica para verificação de
distorção em palavras – GSTFCD na faixa etária de cinco, seis e sete anos.
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
[s] [z] [S] [l]
5 anos
6 anos
7anos
Legenda: [S] = [Σ].
Grupo Com Transtorno Fonológico Com Distorção
Dos três sujeitos que formaram o GSTFCD, um sujeito, na faixa etária de
cinco anos, que havia apresentado distorção no som [s] nas provas de imitação,
nomeação (WERTZNER, 2004) e fala espontânea e no [z] nas provas de imitação,
nomeação (WERTZNER, 2004), na prova específica para verificação de distorção
tanto em sílabas quanto em palavras não apresentou nenhum tipo de distorção
para estes sons, mas realizou 100% de substituição de ambos os sons para [Σ].
Além disso, um sujeito na faixa etária de seis anos apresentou duas substituições
durante a prova de imitação de sílabas na prova de verificação da distorção do [z]
por [Ζ].
A Tabela 32 indica a média da ocorrência de distorção que cada um dos sujeitos do
GTFCD apresentou na prova específica para verificação de distorção na imitação de
sílabas. Nota-se que houve maior porcentagem de distorção para o [Ρ], seguido de [z] e [s].
Deve-se considerar, que a prova de imitação de sílabas para o som [
Ρ] foi aplicado para
apenas um sujeito.
Tabela 32. Porcentagem de distorção do GTFCD na Prova Específica para Verificação de
Distorção - Imitação de Sílabas.
IDADE [s] [z]
[Ρ]
5:11 0%* 0%* --
7:2 4,76% -- 100%
7:9 71,4% 66,6%** --
Média 25,3% 33,3% 100%
Legenda: -- Prova não aplicada
* realizou 100% de substituição por [Σ]
** realizou duas substituições por [Ζ]
A Tabela 33 indica a média da porcentagem de distorção em que cada um dos sujeitos
do GTFCD apresentou na prova específica para verificação de distorção na imitação de
palavras. Houve também maior porcentagem de distorção para o [Ρ], seguido de [z] e
[s]. Deve-se considerar, que a prova de imitação de palavras para o som [
Ρ] foi aplicado
para apenas um sujeito.
Tabela 33. Desempenho dos sujeitos do GTFCD na prova de imitação de palavras -
porcentagem de distorção.
IDADE [s] [z]
[Ρ]
5:11 0%* 0%* --
7:2 22% -- 100%
7:9 72% 72,7% --
Média 31,3% 36,3% 100%
Legenda: -- Prova não aplicada
* realizou 100% de substituição por [Σ]
Pela média de porcentagem de distorção nas provas de imitação de sílabas e
palavras na prova específica para verificação de distorção para o GTFCD, tem-se que a
prova de imitação palavras foi a que apresentou maiores porcentagens de distorção para os
[s] e [z], enquanto no som [
Ρ] não houve diferenças entre as sílabas e palavras, como
demonstrado na Figura 18.
Figura 18. Comparação da média de porcentagem na prova específica para verificação de
distorção em sílabas e palavras – GTFCD.
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
[s] [z] [R]
sílabas
palavras
Legenda: [R] = [Ρ].
Comparação entre a Prova Específica para Verificação da Distorção – GSTFCD e
GTFCD
Na Figura 19 verifica-se a comparação das médias de porcentagens dos sons
distorcidos na prova para verificação de distorção em sílabas e palavras em sujeitos do
GSTFCD e GTFCD.
Figura 19. Comparação das médias dos sons distorcidos na prova para verificação de
distorção em sílabas e palavras - GSTFCD e GTFCD.
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
[s] [z] [S] [l] [R]
sílabas GSTFCD
sílabas GTFCD
palavras GSTFCD
palavras GTFCD
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, [S] = [Σ], [R] = [Ρ].
Classificação Perceptiva das Distorções de Fala na Prova Específica para Verificação
de Distorções de Sílabas e Palavras
Grupo Sem Transtorno Fonológico Com Distorção
Todas as distorções encontradas na prova específica para verificação de distorção
em imitação de sílabas e palavras foram classificadas auditivamente e/ou visualmente. Em
seguida foi feito o cálculo de ocorrência de cada tipo de distorção e divisão pelo número de
sílabas ou palavras.
Assim, a Tabela 34 e a Figura 20 indicam a média dos tipos de distorções
encontradas em cada um dos sons produzidos pelos sujeitos do GSTFCD na prova
específica para verificação de distorção em imitação de sílabas e palavras.
Tabela 34. Média de porcentagem na classificação perceptiva das distorções de fala na
prova de imitação de sílabas e palavras – GSTFCD.
[s] [z]
[Σ]
[l]
SD% PLSD%
PALCD%
SD%
PLSD%
PALCD%
SD% ECD%
SD% PLSD%
SÍLABAS 26,5 14,9 58,5 40 34,2 15,2 23,8 76,1 59,5 40,4
PALAVRAS
32,5 7,9 59,5 50,9 30,8 18,1 64,2 35,7 29,1 70,8
Legenda: SD – produção correta; PLSD – projeção de língua produção correta acústica; PALCD – projeção
anterior de língua com distorção acústica; ECD – esforço articulatório com distorção acústica, [S] = [Σ].
Figura 20. Comparação das médias de porcentagem da classificação das distorções em
sílabas e palavras da prova específica para verificação de distorção de fala – GSTFCD.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
SD PLSD PALCD SD PLSD PALCD SD ECD SD PLSD
[s] [z] [S] [l]
sílabas
palavras
Legenda: SD – produção correta; PLSD – projeção de língua produção correta acústica; PALCD – projeção
anterior de língua com distorção acústica; ECD – esforço articulatório com distorção acústica, [S] = [Σ].
As Tabelas 35 a 37 e a Figura 21 indicam a média de porcentagem da classificação
de distorção na prova específica de distorção para imitação de sílabas em cada faixa etária
no GSTFCD.
Observa -se que para o som [s] nas três faixas etárias o tipo de distorção que mais
ocorre na imitação de sílaba e palavra foi PALCD, sendo que a faixa de seis anos foi a que
apresentou maior porcentagem de distorção.
O som [z] foi distorcido apenas na faixa etária de cinco e sete anos, para ambas as
faixas o tipo de distorção que mais ocorreu na imitação de sílabas foi PLSD e em palavras
PALCD, no entanto para sete anos a porcentagem de produção correta foi superior a
produção distorcida.
No [
Σ] que foi distorcido apenas na faixa etária de seis anos foi encontrado tanto em
imitação de sílabas quanto de palavras apenas o tipo de distorção ECD.
Por fim, o [l] que foi produzido distorcido nas faixas de cinco e seis anos, teve como
único tipo de distorção o PLSD. Na faixa etária de cinco anos a maior porcentagem de
sílabas foi produzida produção correta, no entanto, todas as palavras foram produzidas com
distorção. Na faixa de sete anos a maioria das palavras foi produzida corretamente, mas a
maior porcentagem das palavras foi produzida com o tipo de distorção PLSD.
Tabela 35. Média de porcentagem na classificação perceptiva das distorções de fala na
prova de imitação de sílabas e palavras – faixa etária de cinco anos do GSTFCD.
[s] [z]
[Σ]
[l]
SD% PLSD%
PALCD%
SD%
PLSD%
PALCD%
SD% ECD%
SD% PLSD%
SÍLABAS 33,3 9,5 52,3 28,5 71,4 0 -- -- 95,2 14,7
PALAVRAS
33,3 5,5 61,1 36,6 27,2 36,6 -- -- 0 100
Legenda: SD – produção correta; PLSD – projeção de língua produção correta acústica; PALCD – projeção
anterior de língua com distorção acústica; ECD – esforço articulatório com distorção acústica.
Tabela 36. Média de porcentagem na classificação perceptiva das distorções de fala na
prova de imitação de sílabas e palavras – faixa etária de seis anos do GSTFCD.
[s] [z]
[Σ]
[l]
SD% PLSD%
PALCD%
SD%
PLSD%
PALCD%
SD% ECD%
SD% PLSD%
SÍLABAS 19 0 80,9 -- -- -- 23,8 76,1 -- --
PALAVRAS
33,3 0 66,6 -- -- -- 23,8 76,1 -- --
Legenda: SD – produção correta; PLSD – projeção de língua produção correta acústica; PALCD – projeção
anterior de língua com distorção acústica; ECD – esforço articulatório com distorção acústica.
Tabela 37. Média de porcentagem na classificação perceptiva das distorções de fala na
prova de imitação de sílabas e palavras – faixa etária de sete anos do GSTFCD.
[s] [z]
[Σ]
[l]
SD% PLSD%
PALCD%
SD%
PLSD%
PALCD%
SD% ECD%
SD% PLSD%
SÍLABAS 25 21,4 53,5 44 25 30,9 -- -- 23,8 76,1
PALAVRAS
31,9 11,1 56,9 54,5 31,8 13,6 -- -- 58,3 41,6
Legenda: SD – produção correta; PLSD – projeção de língua produção correta acústica; PALCD – projeção
anterior de língua com distorção acústica; ECD – esforço articulatório com distorção acústica.
Figura 21. Comparação das médias de porcentagem da classificação das distorções em
sílabas e palavras da prova específica para verificação de distorção de fala – faixas etárias
do GSTFCD.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
SD PLSD PALCD SD PLSD PALCD SD ECD SD PLSD
[s] [z] [S] [l]
sílabas
cinco
anos
palavras
cinco
anos
sílabas
seis anos
palavras
seis anos
sílabas
sete anos
palavras
sete anos
Legenda: SD – produção correta; PLSD – projeção de língua produção correta acústica; PALCD – projeção
anterior de língua com distorção acústica; ECD – esforço articulatório com distorção acústica, [S] = [Σ].
Grupo Com Transtorno Fonológico Com Distorção
Para todos os sons somente foram analisados os sujeitos com sete anos, já que
nenhum sujeito com seis anos apresentou distorção e o de cinco anos realizou tanto na
imitação de sílabas quanto de palavras substituição de [s] e [z] por [
Σ].
A Tabela 38 e a Figura 22 mostram a média de porcentagem na classificação
perceptiva das distorções de fala na prova de imitação de sílabas e palavras no GTFCD nos
sons [s], [z] e [Ρ].
Observa-se que em média o tipo de distorção que mais ocorreu nas sílabas e
palavras nos sons [s] e [z] foi PALCD
, apesar da maioria das sílabas e palavras com [s]
serem produzidas corretamente. No som
[Ρ] 100% das sílabas e palavras da prova
específica foram produzidas com distorção do tipo posteriorização de língua com distorção
acústica.
Tabela 38. Média de porcentagem na classificação perceptiva das distorções de fala na
prova de imitação de sílabas e palavras – GTFCD.
[s] [z]
[Ρ]
SD% PLSD%
PALCD%
SD% PLSD%
PALCD%
SD% PoCD%
SÍLABAS 61,9 2,3 35,7 23,6 0 73,6 0 100
PALAVRAS
52,7 0 47,2 27,2 0 72,7 0 100
Legenda: SD – produção correta; PLSD – projeção de língua produção correta acústica; PALCD – projeção
anterior de língua com distorção acústica; PoCD – posteriorização de língua com distorção acústica.
Figura 22. Comparação das médias de porcentagem da classificação das distorções em
sílabas e palavras da prova específica para verificação de distorção de fala – GTFCD.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
SD PLSD PALCD SD PLSD PALCD SD PoCD
[s] [z] [R]
sílabas
palavras
Legenda: SD – produção correta; PLSD – projeção de língua produção correta acústica; PALCD – projeção
anterior de língua com distorção acústica; PoCD – posteriorização de língua com distorção acústica, [R] =
[Ρ].
Na Figura 23 verifica-se a média dos tipos de distorção que ocorreram na
prova específica para distorção em sílabas e palavras para o GSTFCD e GTFCD.
Para o som [s], no GTFCD a maioria das produções foi realizada produção
correta, o tipo de distorção PALCD foi o que mais ocorreu seguida por PLSD em
sílabas e palavras, para o GSTFCD a maioria das produções ocorreram com a
distorção do tipo PALCD, mas também ocorreram do tipo PLSD.
No som [z], no GTFCD a maioria das produções em sílabas e palavras
ocorreu com PALCD, sendo este o único tipo de distorção encontrada, já para o
GSTFCD a maioria das produções foram produzidas produção correta, seguidas
por PLSD e PALCD.
Figura 23. Comparação das médias de porcentagem da classificação das distorções em
sílabas e palavras da prova específica para verificação de distorção de fala – GTFCD e
GSTFCD.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
SD
PLSD
PALCD
SD
PLSD
PALCD
SD
PoCD
SD
ECD
SD
PLSD
[s] [z] [R] [S] [l]
GTFCD sílabas
GTFCD palavras
GSTFCD sílabas
GSTFCD palavras
Legenda: SD – produção correta; PLSD – projeção de língua produção correta acústica; PALCD –
projeção anterior de língua com distorção acústica; ECD – esforço articulatório com distorção
acústica; PoCD – posteriorização de língua com distorção acústica, GTFSD – grupo com
transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno fonológico com distorção,
GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem transtorno
fonológico com distorção, [S] =[Σ], [R] = [Ρ].
Análise da Motricidade Orofacial
Dentre os itens avaliados de motricidade orofacial, o tipo de dentição e a existência de maloclusão foram analisados por terem
direta implicação nas produções distorcidas observadas na pesquisa. A Figura 24 ilustra os tipos de dentição encontrados, enquanto a
Figura 25 mostra quais os tipos de maloclusões encontrados nos grupos GSTFSD, GSTFCD, GTFSD e GTFCD.
Figura 24. Tipos de dentição do GSTFSD, GSTFCD, GTFSD, GTFCD.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo
sem transtorno fonológico com distorção.
Figura 25. Porcentagem média dos tipos de maloclusões - GSTFSD, GSTFCD, GTFSD, GTFCD.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
MCA MCP sobremordida overjet topo a topo MAA MAA + MCP adequada
GSTFSD
GSTFCD
GTFSD
GTFCD
Legenda: MCA – mordida cruzada anterior; MCP – mordida cruzada posterior; MAA – mordida aberta
anterior; GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo
sem transtorno fonológico com distorção.
Descrição da articulação dos sons líquidos laterais e vibrante simples e fricativos alveolares e palatais pela Palatografia e
Linguografia
Como não há na literatura descrição de palatografias e linguografias de crianças na faixa etária estudada, sem alterações
fonológicas e de produção de sons, foi descrita tal análise para dois sujeitos com desenvolvimento típico de fala e linguagem
(GSTFSD), nas faixas etárias de cinco e sete anos, para os sons estudados na pesquisa.
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
GST FSD GST FCD GT FSD GT FCD
decídua
mista
O sujeito com cinco anos foi do gênero feminino com 5:10 anos de idade apresentou arcada dentária simétrica, aberta,
dentição mista, porém completa; palato duro homogêneo, sem fissuras ou grande rugosidades. As manchas na palatografia e
linguografia foram para todos os sons assimétricas, com interrupção e com forte tensão, exceto para o linguograma no som [×] que
ocorreu com fraca tensão.
O sujeito com sete anos também foi do gênero feminino com 7:0 anos de idade, com arcada dentária simétrica, aberta,
dentição mista, com ausência do incisivo central superior direito; palato duro homogêneo, sem fissuras ou grandes rugosidades. As
manchas na palatografia e linguografia foram para todos os sons assimétricas, com interrupção e com fraca tensão.
Os pontos de contato observados no palatograma e linguograma nos sons estudados nestes dois sujeitos encontram-se no
Quadro 6. Observa-se que houve diferença entre os pontos em vários sons.
Por meio da Figura 26 pode se verificar os pontos de contato da palatografia e linguografia do som [s] do sujeito do
GSTFSD com 7:0 anos.
As fotos das palatografias e linguografias dos sujeitos do GSTFSD, GSTFCD e GTFCD encontram-se no Anexo 13.
Figura 26. Palatografia e Linguografia do som [s] – GSTFSD.
Quadro 6. Descrição dos pontos de contato do palatograma e linguograma nos sons [s], [z] [Σ], [Ζ], [l], [Ρ] e [×] em sujeitos do
GSTFSD nas faixas etárias de cinco e sete anos de idade.
Faix
a
Etári
a
Análise [s
]
[z
]
[Ζ
]
[Σ
]
[l]
[Ρ
]
[×
]
Dentiçã
o
Oclusão
5 Palatografia
A
A
-P
A-
P
P A D D-
P
Mist
a
Linguografi
a
A
-L
A
-L
A-
L
L A
p
L A-
L
Adequad
a
7 Palatografia
A
A
P A-
P
D-
A
A-
P
A-
P
Mist
a
Linguografi
a
A
-L
A
-L
L L A-
L
A-
L
A-
L
Adequad
a
Legenda: A: alveolar; A-L: ápico-laminar; A-P: alvéolo-palatal; L: lâmina; P: palatal; Ap: ápice; D:
dental; D-P: dento-palatal.
Comparação entre os Pontos de Contato da Articulação na Palatografia e
Linguografia e Classificação Perceptiva das Distorções
Os palatogramas e linguogramas dos sujeitos que apresentaram distorção foram
analisados para ambos os grupos juntamente com a classificação perceptiva das distorções.
Os dados são apresentados separadamente para cada grupo.
Grupo Sem Transtorno Fonológico com Distorção
Foram analisados quatro palatogramas e quatro linguogramas do som [s]
de sujeitos
apenas do gênero masculino com 5:9, 6:2, 7:5 e 7:11 anos de idade, já que um sujeito do
gênero feminino de 7:7 anos não apresentou distorção neste som na prova específica para
verificação da distorção e dois outros sujeitos fizeram parte da perda amostral.
Em relação à arcada dentária 100% foram simétricas; 50% aberta e 50% estreita; 50%
completa e 50% incompleta e 75% dos sujeitos tinham dentição mista, destes, havia
ausência do incisivo lateral superior direito e esquerdo (6:2), ausência do incisivo central
superior direito (7:5) e dentição mista mas com arcada dentária completa (7:11).
Quanto ao palato duro, 100% foram homogêneos, nenhuma criança apresentou
fissura palatina e 25% apresentam grande rugosidade, com localização entre os incisivos
centrais superiores.
A análise da mancha dos palatogramas mostrou que 100% foram assimétricas,
100% com interrupção e 100% com forte tensão, ou seja, escura. Quanto ao linguograma
50% foram assimétricas, 50% com interrupção e 100% com tensão forte.
Por meio da Figura 27 pode se verificar os pontos de contato da palatografia e linguografia do som [s] do sujeito do
GSTFCD com 7:5 anos. O restante das fotos encontra-se no Anexo 13.
Figura 27. Palatografia e Linguografia do som [s] – GSTFCD.
A comparação entre a análise perceptiva da distorção de fala e pontos de contato no
palatograma e linguograma no som [s] no GSTFCD encontra-se no Quadro 7.
Quadro 7. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos de contato no
palatograma e linguograma no som [s] – GSTFCD.
ANÁLISE PERCEPTIVA CONTATOS DENTIÇÃO
OCLUSÃO
PALATOGRAMA
Dental 5:9 Projeção anterior de língua
com distorção acústica
LINGUOGRAMA
Ápico-laminar
Mista Topo a topo
PALATOGRAMA
Dento-alveolar 6:2 Projeção anterior de língua
com e sem distorção acústica
e produção correta
LINGUOGRAMA
Lâmina
Mista
Mordida aberta
anterior
PALATOGRAMA
Dento-alveolar 7:5 Projeção anterior de língua
com e sem distorção acústica
e produção correta
LINGUOGRAMA
Ápice
Mista Adequada
PALATOGRAMA
Dento-alvéolo-palatal 7:11
Projeção anterior de língua
com distorção acústica
LINGUOGRAMA
Ápico-laminar
Mista
Mordida
cruzada
posterior +
aberta anterior
Foram analisados três palatogramas e três linguogramas do som [z], de sujeitos apenas
do gênero masculino com 5:9, 7:5 e 7:11 anos. Deve ser considerado que um sujeito do
gênero feminino de 7:7 anos não apresentou distorção do som [z] na prova específica
para verificação da distorção e um outro sujeito fez parte da perda amostral.
Em relação à arcada dentária 100% foram simétricas; 50% aberta e 50% estreita; 50%
completa e 50% incompleta e 100% dos sujeitos tinham dentição mista, mas apenas
33,3% com ausência de dentes, havia ausência do incisivo lateral superior direito e
esquerdo (7:5) e dentição mista mas com arcada dentária completa (7:11).
Quanto ao palato duro, 100% foram homogêneos, nenhuma criança apresentou
fissura palatina e 25% apresentam grande rugosidade, com localização entre os incisivos
centrais superiores.
A análise da mancha dos palatogramas mostrou que 100% foram assimétricas,
100% com interrupção e 100% com forte tensão, ou seja, escura. Quanto ao linguograma
50% foram assimétricas, 50% com interrupção e 100% com tensão forte.
O Quadro 8 mostra a descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos
de contato no palatograma e linguograma no som [z] no GSTFCD.
Quadro 8. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos de contato no
palatograma e linguograma no som [z] – GSTFCD.
ANÁLISE PERCEPTIVA CONTATOS DENTIÇÃO OCLUSÃO
PALATOGRAMA
Dento-palatal 5:9 Projeção anterior de língua
com e sem distorção acústica
e produção correta
LINGUOGRAMA
Ápico-laminar
Mista Topo a topo
PALATOGRAMA
Dento-alveolar 7:5 Projeção anterior de língua
com distorção acústica
LINGUOGRAMA
Lâmina
Mista Adequada
PALATOGRAMA
Dento-alveolar 7:11 Projeção anterior de língua
com distorção acústica
LINGUOGRAMA
Ápico-laminar
Mista
Mordida cruzada
posterior + aberta
anterior
Foi analisado um palatograma e um linguograma do som [
Σ] de um sujeito do
gênero masculino com 6:2 anos, que havia apresentado distorção na prova específica para
verificação da distorção para este som.
Em relação à arcada dentária, esta foi simétrica; estreita e mista com ausência do
incisivo lateral superior direito e esquerdo e grande diastema entre os incisivos centrais
superiores.
O palato duro foi avaliado como homogêneo com grande rugosidade entre os
incisivos centrais superiores.
A análise da mancha do palatograma e linguograma mostrou que 100% foi
assimétrica, 100% com interrupção e 100% com forte tensão, ou seja, escura.
O Quadro 9 mostra a descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos
de contato no palatograma e linguograma no som [
Σ] no GSTFCD.
Quadro 9. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos de contato no
palatograma e linguograma no som [
Σ] – GSTFCD.
ANÁLISE PERCEPTIVA CONTATOS DENTIÇÃO OCLUSÃO
PALATOGRAMA
Dento-palatal 6:2 Esforço articulatório
produção correta acústica
LINGUOGRAMA
Lâmina
Mista
Mordida cruzada
posterior + aberta
anterior
Foram analisados dois palatogramas e dois linguogramas do som [l], um de um
sujeito do gênero masculino com 5:9 anos, e outro do gênero masculino com 7:11.
Em relação à arcada dentária 100% foram simétricas; 50% estreita; 50% mista, mas sem
ausência de dentes.
Quanto ao palato duro, 100% foram homogêneos, sem fissuras ou grande rugosidade.
A análise da mancha do palatograma e linguograma mostrou que 100% foram
assimétricas, 100% com interrupção e 100% com forte tensão, ou seja, escura.
O Quadro 10 realiza a descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos
de contato no palatograma e linguograma no som [l] no GSTFCD.
Quadro 10. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos de contato no
palatograma e linguograma no som [l] – GSTFCD.
ANÁLISE PERCEPTIVA CONTATOS DENTIÇÃO OCLUSÃO
PALATOGRAMA
Dento-alveolar 5:9 Projeção anterior de língua
sem distorção acústica e
produção correta
LINGUOGRAMA
Ápico-laminar
Decídua Topo a topo
PALATOGRAMA
Dento-palatal 7:11
Projeção anterior de língua
sem
distorção acústica e
produção correta
LINGUOGRAMA
Ápico-laminar
Mista
Mordida cruzada
posterior + aberta
anterior
Grupo Com Transtorno Fonológico Com Distorção
Foram analisados dois palatogramas e dois linguogramas do som [s], ambos de
sujeitos na faixa etária de sete anos, sendo um do gênero feminino com 7:4 anos de idade e
um do masculino com 7:9 anos. Um sujeito de cinco anos realizou a substituição de [s] e [z]
por [
Σ] tanto na imitação de sílabas quanto de palavras na prova específica para verificação
de distorção, desta maneira não foi realizada a palatografia e linguografia.
Em relação à arcada dentária 100% foram simétricas; 100% aberta; 100% completa
e 50% dos sujeitos tinham dentição mista, porém, com arcada completa e 50% com
dentição decídua.
Quanto ao palato duro, 100% foram homogêneos, nenhuma criança apresentou
fissura palatina ou grande rugosidade.
A análise da mancha do palatograma mostrou que 100% foram assimétricas, 100%
com interrupção e 100% com forte tensão. Já para o linguograma 100% foram assimétricas,
100% com interrupção e 50% com tensão forte.
Quadro 11 mostra a descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos de
contato no palatograma e linguograma no som [s] no GTFCD.
Quadro 11. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos de contato no
palatograma e linguograma no som [s] – GTFCD.
ANÁLISE PERCEPTIVA CONTATOS DENTIÇÃO OCLUSÃO
PALATOGRAMA
Alvéolo-palatal 7:4 Projeção anterior de língua
com e sem distorção acústica
LINGUOGRAMA
Lâmina
Decídua Sobremordida
PALATOGRAMA
Dento-alvéolo-
palatal
7:9 Projeção anterior de língua
com distorção acústica
LINGUOGRAMA
Ápico-laminar
Mista Adequada
Analisou-se apenas um palatograma e um linguograma do som [z], pois apenas um
sujeito do gênero masculino com 7:9 anos de idade do GTFCD apresentou distorção na
prova específica para o som [z].
A arcada dentária foi avaliada como simétrica, aberta e com dentição mista, mas
sem ausência de dentes.
O palato duro foi homogêneo e o sujeito não apresentou fissura palatina ou grande
rugosidade.
A análise da mancha do palatograma 100% de assimetria, 100% com interrupção e
100% com forte tensão. Para o linguograma 100% da mancha foi simétrica, 100% com
interrupção e 100% com tensão forte.
O Quadro 12 faz a descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos de
contato no palatograma e linguograma no som [z] no GTFCD.
Quadro 12. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos de contato no
palatograma e linguograma no som [z] – GTFCD.
ANÁLISE PERCEPTIVA CONTATOS DENTIÇÃO
OCLUSÃO
7:9 Projeção anterior de língua PALATOGRAMA
Dento-alvéolo-palatal
com distorção acústica
LINGUOGRAMA
Ápico- laminar
Mista Adequada
Foi analisado apenas um palatograma e um linguograma do som [
Ρ], já que somente
um sujeito do gênero feminino com 7:4 anos de idade apresentou distorção na prova
específica para este som.
A arcada dentária foi simétrica, aberta e com dentição decídua.
Em relação ao palato duro, este foi homogêneo e o sujeito não apresentou fissura
palatina ou grande rugosidade.
O Quadro 13 mostra a descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos
de contato no palatograma e linguograma no som [
Ρ] no GTFCD.
Quadro 13. Descrição da análise perceptiva da distorção de fala e pontos de contato no
palatograma e linguograma no som [
Ρ] – GTFCD.
ANÁLISE PERCEPTIVA CONTATOS DENTIÇÃO OCLUSÃO
PALATOGRAMA
Velar 7:4 Posteriorização da língua
com distorção acústica
LINGUOGRAMA
Lâmina
Decídua Sobremordida
Os Quadros 14 a 17 descrevem os pontos de contato no palatograma e linguograma,
dentição, oclusão e análise perceptiva da distorção de fala nos sons [s], [z], [l], [
Σ] e [Ρ] nos
grupos GSTFSD, GSTFCD e GTFCD.
Quadro 14. Descrição dos pontos de contato no palatograma e linguograma, dentição,
oclusão e análise perceptiva da distorção de fala no som [s] – GSTFSD, GSTFCD e
GTFCD.
IDADE
GRUPO CONTATOS
PALATOGRAMA
CONTATOS
LINGUOGRAMA
DENTIÇÃO
OCLUSÃO
ANÁLISE
PERCEPTIVA
5:10 GSTFSD Alveolar Ápico-laminar Mista Adequada SD
7:0 GSTFSD Alveolar Lâmina Mista Adequada SD
5:9 GSTFCD
Dento-palatal Ápico- laminar Mista Topo a topo PALCD
6:2 GSTFCD
Dento-alveolar Lâmina Mista MCP + MAA PLSD, PALCD
7:5 GSTFCD
Dento-alveolar Ápice Mista Adequada PLSD, PALCD
7:11 GSTFCD
Dento-alvéolo-
palatal
Lâmina Mista MCP + MAA PALCD
7:4 GTFCD Alvéolo-palatal Lâmina Decídua Sobremordida PLSD, PALCD
7:9 GTFCD Alvéolo-palatal Lâmina Mista Adequada PALCD
Legenda: GTFCD - grupo com transtorno fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem
transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem transtorno fonológico com distorção; SD
– produção correta; PLSD – projeção de língua produção correta acústica; PALCD – projeção
anterior de língua com distorção acústica; MCP – mordida cruzada posterior; MAA – mordida
aberta anterior.
Quadro 15. Descrição dos pontos de contato no palatograma e linguograma, dentição,
oclusão e análise perceptiva da distorção de fala no som [z] – GSTFSD, GSTFCD e
GTFCD.
IDADE
GRUPO CONTATOS
PALATOGRAMA
CONTATOS
LINGUOGRAMA
DENTIÇÃO
OCLUSÃO
ANÁLISE
PERCEPTIVA
5:10 GSTFSD Alvéolo-palatal Ápico-laminar Mista Adequada SD
7:0 GSTFSD Alveolar Ápico-Laminar Mista Adequada SD
5:9 GSTFCD Dento-palatal Ápico- laminar Mista Topo a topo PALCD, PLSD
7:5 GSTFCD Dento-alveolar Ápice Mista Adequada PALCD
7:11 GSTFCD Dento-alveolar Ápico-Laminar Mista MCP + MAA
PALCD
7:9 GTFCD Dento-alvéolo-palatal Lâmina Mista Adequada PALCD
Legenda: GTFCD - grupo com transtorno fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem
transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem transtorno fonológico com distorção; SD
– produção correta; PLSD – projeção de língua produção correta acústica; PALCD – projeção
anterior de língua com distorção acústica; MCP – mordida cruzada posterior; MAA – mordida
aberta anterior.
Quadro 16. Descrição dos pontos de contato no palatograma e linguograma, dentição,
oclusão e análise perceptiva da distorção de fala no som [l] – GSTFSD e GSTFCD.
IDADE
GRUPO CONTATOS
PALATOGRAMA
CONTATOS
LINGUOGRAMA
DENTIÇÃO
OCLUSÃO
ANÁLISE
PERCEPTIVA
5:10 GSTFSD Alveolar Ápice Mista Adequada SD
7:0 GSTFSD Alveolar Ápice Mista Adequada SD
5:9 GSTFCD Dento-palatal Ápico- laminar Mista Topo a topo PLSD
7:11 GSTFCD Dento- palatal Ápico-laminar Mista MCP + MAA
PLSD
Legenda: GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção; SD – produção correta; PLSD – projeção de língua produção
correta acústica; MCP – mordida cruzada posterior; MAA – mordida aberta anterior.
Quadro 17. Descrição dos pontos de contato no palatograma e linguograma, dentição,
oclusão e análise perceptiva da distorção de fala no som [
Ρ] – GSTFSD e GTFCD.
IDADE
GRUPO CONTATOS
PALATOGRAMA
CONTATOS
LINGUOGRAMA
DENTIÇÃO
OCLUSÃO
ANÁLISE
PERCEPTIVA
7:0 GSTFSD Alveolar Alvéolo-palatal Mista Adequada SD
7:4 GTFCD Velar Lâmina Decídua Sobremordida
PLCD
Legenda: GTFCD - grupo com transtorno fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem
transtorno fonológico sem distorção; SD – produção correta; PoCD – posteriorização de língua com
distorção acústica; MCP – mordida cruzada posterior; MAA – mordida aberta anterior.
Comparação dos Índices de Gravidade nas Provas de Imitação,
Nomeação (WERTZNER, 2004) e Fala Espontânea.
Os valores dos índices PCC, PCC-R, PDI, RDI a ACI dos sujeitos do GSTFSD,
GTSFCD, GTFSD e GTFCD que serão mostrados foram calculados a partir das provas de
nomeação, imitação do teste de fonologia do ABFW Teste de Linguagem Infantil
(WERTZNER, 2004) e da fala espontânea.
Pelas Figuras 28, 29 e 30 pode se observar que o GSTFSD foi o grupo que apresentou
valores mais homogêneos e mais altos do índice PCC, seguido pelo GSTFCD. Enquanto
os subgrupos com transtorno fonológico os desempenhos mais baixos.
Figura 28. Boxplot do PCC na Nomeação.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo
sem transtorno fonológico com distorção.
Figura 29. Boxplot do PCC na Imitação.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
Figura 30. Boxplot do PCC na Fala Espontânea.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
As Figuras 31, 32 e 33 mostram o índice PCC-R para os subgrupos GTFSD, GTFCD, GSTFSD e GSTFCD, nas provas de
nomeação, imitação e fala espontânea. Neste índice se observa que o GSTFSD apresentou os melhores valores com pequena
variação entre o grupo, o GSTFCD foi o segundo melhor índice, além disso, como o PCC-R não considera distorção como erro, os
valores foram superiores ao encontrados neste subgrupo para o PCC. Pela observação do desempenho dos sujeitos no índice PCC-R
nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea, nota-se que os melhores desempenhos dos sujeitos ocorreram para o GSTFCD,
GSTFSD, GTFCD e por fim GTFSD.
Figura 31. Boxplot do PCC-R na Nomeação.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
Figura 32. Boxplot do PCC-R na Imitação.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
Figura 33. Boxplot do PCC-R na Fala Espontânea.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
As Figuras 34, 35 e 36 mostram os valores do índice PDI nos quatro
subgrupos para as provas de nomeação, imitação e fala espontânea. Os valores
do índice PDI nas três provas foram menores no GSTFSD, apresentando-se
como um grupo homogêneo, o GSTFCD foi o subgrupo que após o GSTSD
apresentou valores mais baixos para este índice.
Figura 34. Boxplot do PDI na Nomeação.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
Figura 35. Boxplot do PDI na Imitação.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
Figura 36. Boxplot do PDI na Fala Espontânea.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
Os subgrupos com distorção (GSTFSD e GTFSD) não apresentaram o índice RDI
em nenhuma das provas, já que este índice analisa a ocorrência de distorções. O GSTFCD
apresentou valores maiores do índice na prova de nomeação do que o GTFCD (Figuras 37,
38 e 39).
Figura 37. Boxplot do RDI na Nomeação.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
38. Boxplot do RDI na Imitação.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
Figura 39. Boxplot do RDI na Fala Espontânea.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
O desempenho dos sujeitos no índice ACI nas provas de nomeação,
imitação e fala espontânea pode ser observado nas Figuras 40 a 42. Nota-se
que o GSTFSD foi o que apresentou maiores médias, seguido pelo GSTFCD,
GTFSD e GTFCD em todas as provas.
Figura 40. Boxplot do ACI – Nomeação.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo
sem transtorno fonológico com distorção.
Dat a
GS T FC DGS T FS DGTFCDGTF S D
100
90
80
70
60
50
Boxplot do ACI na Nomeação
Figura 41. Boxplot do ACI – Imitação.
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção.
Figura 42. Boxplot do ACI – Fala Espontânea
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo
sem transtorno fonológico com distorção.
Dat a
GS T FC DGS T FS DGTFCDGTF S D
100
95
90
85
80
75
70
Boxplot do ACI na Fala Espontânea
Dat a
GS T FC DGS TFS DGTFCDGTFS D
100
90
80
70
60
50
40
Boxplot do ACI na Imitação
Para comparar as médias dos índices de gravidade nas provas de imitação e nomeação e fala espontânea foi aplicado o teste de
ANOVA (n sig 5%) e foram realizadas as comparações múltiplas pelo método Bonferroni quando se observou diferença entre as
diferenças médias dos grupos (Tabelas 39, 40 e 41).
Em alguns índices não são observados todos os grupos no comparativo, o grupo que
não aparece no resultado ficou com valor intermediário entre os grupos, ou seja, não se
diferiu de nenhum dos outros grupos.
Tabela 39. Comparação dos grupos GTFSD, GTFCD, GSTFCD e GSTFSD nos índices de
gravidade na prova de nomeação.
GRUPOS ANOVA
Resultado
GTFSD GTFCD
GSTFSD
GSTFCD
(p)
Média
81,68 81,17 97,95 90,10
Desvio-
padrão
11,96 12,57 2,75 9,54 <0,001 *
GTFSD = GTFCD = GSTFCD <
GSTFSD
PCC
n
12 3 22 7
Média
81,68 89,23 97,95 98,56
Desvio-
padrão
11,96 8,87 2,75 2,64 <0,001 *
GTFSD < GSTFSD = GSTFCD
PCC-R
n
12 3 22 7
Média
0,47 0,28 0,07 0,66
Desvio-
padrão
0,33 0,24 0,06 0,43 0,001 *
GTFSD = GSTFCD > GSTFSD
PDI
n
12 3 14 3
Média
47,57 85,72
Desvio-
padrão
23,97 26,76 0,077
GTFCD = GSTFCD
RDI
n
3 6
Média
81,68 64,47 97,95 88,93
Desvio-
padrão
11,96 16,31 2,75 14,36 <0,001 *
GTFCD < GTFSD = GSTFCD <
GSTFSD
ACI
n
12 3 22 7
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo
sem transtorno fonológico com distorção, ACI - Articulation Competence Index, PCC - Percentage of
Consonants Correct, PCC-R - Percentage of consonants Correct – Revised, PDI - Process Density
Index, RDI - Relative Distortion Index.
Tabela 40. Comparação dos grupos GTFSD, GTFCD, GSTFCD e GSTFSD nos índices de
gravidade na prova de imitação.
GRUPOS ANOVA Resultado
GTFSD GTFCD
GSTFSD
GSTFCD
(p)
Média
83,68 82,30 98,77 88,61
Desvio-
padrão
12,17 10,95 2,33 6,26 <0,001 *
GTFSD = GTFCD = GSTFCD
< GSTFSD
PCC
n
12 3 22 7
Média
83,68 90,57 98,77 97,71
Desvio-
padrão
12,17 6,81 2,33 4,60 <0,001 *
GTFSD < GSTFSD =
GSTFCD
PCC-R
n
12 3 22 7
Média
0,43 0,23 0,10 32,80
Desvio-
padrão
0,29 0,14 0,09 56,46 0,051
GTFSD = GTFCD = GSTFSD
= GSTFCD
PDI
n
12 3 7 3
Média
50,20 92,50
Desvio-
padrão
8,59 12,55 0,001 *
GTFCD < GSTFCD
RDI
n
3 6
Média
83,68 66,23 98,77 84,81
Desvio-
padrão
12,17 9,25 2,33 18,49 <0,001 *
GTFCD < GTFSD = GSTFCD
< GSTFSD
ACI
n
12 3 22 7
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção, ACI - Articulation Competence Index, PCC - Percentage of Consonants
Correct, PCC-R - Percentage of consonants Correct – Revised, PDI - Process Density Index, RDI - Relative
Distortion Index.
Tabela 41. Comparação nos grupos GTFSD, GTFCD, GSTFCD e GSTFSD nos índices de
gravidade na prova de fala espontânea.
Grupos ANOVA Resultado
GTFSD
GTFCD
GSTFSD
GSTFCD
(p)
Média
89,32 87,70 98,50 88,10
Desvio-
padrão
9,41 5,76 3,00 9,99 <0,001 *
GTFSD = GTFCD = GSTFCD <
GSTFSD
PCC
n
12 3 22 7
Média
89,32 97,57 98,50 100,00
Desvio-
padrão
9,41 4,21 3,00 0,00 <0,001 *
GTFSD < GSTFSD = GSTFCD
PCC-R
n
12 3 22 7
Média
0,40 0,65 0,19 0,09
Desvio-
padrão
0,22 0,71 0,10 . 0,199
GTFSD = GTFCD = GSTFSD =
GSTFCD
PDI
n
9 2 5 1
Média
86,67 100,00
Desvio-
padrão
23,09 0,00 0,220
GTFCD = GSTFCD
RDI
n
3 5
Média
89,32 86,07 98,50 92,66
Desvio-
padrão
9,41 13,14 3,00 4,40 <0,001 *
GTFSD = GTFCD < GSTFSD
ACI
n
12 3 22 7
Legenda: GTFSD – grupo com transtorno fonológico sem distorção, GTFCD - grupo com transtorno
fonológico com distorção, GSTFSD - grupo sem transtorno fonológico sem distorção, GSTFCD - grupo sem
transtorno fonológico com distorção, ACI - Articulation Competence Index, PCC - Percentage of Consonants
Correct, PCC-R - Percentage of consonants Correct – Revised, PDI - Process Density Index, RDI - Relative
Distortion Index.
DISCUSSÃO
Esta pesquisa buscou estudar as distorções de fala em crianças com
transtorno fonológico e com desenvolvimento típico para a produção de sons
fricativos alveolares e palatais, bem como líquidos laterais e vibrantes simples, por
meio das provas de nomeação, imitação (WERTZNER, 2004), fala espontânea,
prova específica para verificação da distorção, palatografia e linguografia e
aplicação dos índices de gravidade PCC, PCC-R, PDI, RDI e ACI.
Em relação à faixa etária, pôde-se notar que o GTF foi composto
preferencialmente por crianças na faixa de seis anos. Esse fato foi observado em
outras pesquisas com crianças falantes do Português Brasileiro e do Inglês, os
quais mostraram que o transtorno fonológico é, com freqüência, diagnosticado na
faixa etária de cinco e sete anos (SHRIBERG e KWIATKOWSKI, 1982a; DSM-IV,
1995; WERTZNER, 2000, 2002; PAGAN, 2003; CASTRO, 2004).
Independentemente do som distorcido nas provas de nomeação e imitação
e fala espontânea, tanto no GSTF como no GTF a faixa etária de sete anos foi a
que teve mais ocorrências de distorções. Apesar disso, no primeiro grupo, não
houve diferença significante entre as faixas etárias, fato que indica a presença de
distorções em crianças no período de aquisição fonológica.
É interessante destacar que as crianças na faixa etária de sete anos estão
no final do desenvolvimento fonológico e fonético, no qual omissões e
substituições típicas do desenvolvimento já estão superadas, restando apenas
alterações fonéticas. Tais alterações podem ainda ocorrer em função do
amadurecimento motor dos órgãos da fala, bem como do processamento motor,
além das falhas dentárias que tornam as distorções mais evidentes (KENT, 1992;
KENT, 2000, GREEN et al., 2000).
Na literatura são encontrados estudos com crianças com desenvolvimento
típico que mostram um contínuo refinamento do desempenho da fala em crianças
(GREEN et al., 2000; DODD et al., 2003). Especificamente considerando a
presença ou ausência de ceceio anterior, também em crianças com
desenvolvimento típico, Fonseca et al. (2005) não observaram relação
estatisticamente significante quanto à idade cronológica.
No GTF as distorções não foram observadas em todas as faixas etárias.
Percebe-se que estas ocorrem em crianças com desenvolvimento típico, mas
podem permanecer por mais tempo e somar-se às demais dificuldades
encontradas pela criança. Tal permanência pode estar relacionada a alguma
dificuldade motora que ocorre em alguns casos de transtorno fonológico
(SHRIBERG et al., 1997; GRUBER, 1999; WERTZNER et al., 2005a).
Considerando o gênero, a análise estatística descritiva evidenciou que no
GTF houve predominância do feminino, nas faixas etárias de seis e sete anos,
enquanto a faixa de cinco anos teve maior ocorrência de meninos. A literatura
mostra o contrário, ou seja, o transtorno fonológico acomete mais meninos do que
meninas (SHRIBERG et al., 1986; GIERUT, 1998; WERTZNER, 2002; CASTRO,
2004). Ressalta-se que o fato dos sujeitos da pesquisa terem sido selecionados
em função dos critérios relativos à idade possa ter contribuído para essa diferença
da ocorrência de gênero com os demais trabalhos.
Após a subdivisão do GTF, quanto à presença de distorção de fala nas
provas de nomeação e imitação e fala espontânea, foi demonstrado que o GTFCD
foi constituído por mais sujeitos do gênero masculino.
Já no GSTFCD, a análise do gênero mostrou que o feminino foi o que mais
apresentou distorção. O estudo de Paura et al. (1999) também apontou mais
alterações articulatórias em crianças com desenvolvimento típico de linguagem do
gênero feminino (26,20%) do que no masculino (20,5%). Outros estudos com
crianças com desenvolvimento típico não observaram relação estatisticamente
significante entre os gêneros (FONSECA et al., 2005). Outros ainda encontraram
predomínio de meninos com distorções de fala em relação às meninas (TOMÉ et
al.; 1998 e TOMÉ et al., 2004).
Dodd et al. (2003) concluíram que as meninas geralmente têm melhores
desempenhos do que os meninos em funções verbais e lingüísticas, pois os
meninos parecem ser biologicamente mais vulneráveis a problemas de linguagem,
devido provavelmente a maturação cerebral e dos órgãos de fala e à socialização.
Dessa maneira, a questão da relação entre o gênero e os tipos de erros
possíveis no transtorno fonológico apresentado por crianças ainda não apresenta
um consenso entre os pesquisadores da área.
As distorções de fala ocorreram em 23% das crianças do GSTF. Esta
proporção, todavia, foi inferior às encontradas em outros estudos, como o de
Moura (1994) e o de Tomé et al. (2004). Neste último, detectaram o ceceio
anterior em pouco mais da metade das crianças de três a seis anos de idade
avaliadas, sem queixa relacionada à fala. Há que se destacar que as idades dos
sujeitos da presente pesquisa e a de Tomé et al. (op. Cit) são distintas, o que pode
explicar a diferença encontrada, na medida em que estudaram faixas etárias mais
no início da aquisição fonológica e fonética, na qual esse tipo de erro é mais
esperado do que em faixas mais velhas.
Outra pesquisa realizada com crianças com diagnóstico de transtorno
fonológico e falantes do Português Brasileiro encontrou que 25% de sujeitos com
desenvolvimento típico de linguagem apresentaram distorção de fala. Nos sujeitos
do GTF verificou-se que 20% apresentaram distorção de fala, contra 75% de
sujeitos com diagnóstico de transtorno fonológico (WERTZNER et al. 2005a).
Deve-se destacar que no estudo citado foi observada a distorção em qualquer
som, ao contrário da presente pesquisa, na qual foram verificados sete sons
específicos e em uma faixa etária de quatro a 12 anos. No entanto, os grupos
com desenvolvimento típico foram semelhantes quanto à ocorrência de distorções,
indicando que as crianças com desenvolvimento típico apresentam menor
variação nos sons distorcidos.
A comparação entre os grupos mostrou que de forma geral não houve
diferença significante entre a ocorrência de distorção nos sujeitos do GSTF e GTF,
evidenciando que para os sons estudados as distorções são esperadas nas faixas
etárias estudadas.
A análise dos sons distorcidos nas provas diagnósticas mostrou que os sujeitos do
GSFT apresentaram distorção nas provas de nomeação, imitação e fala espontânea nos sons
[s], [z], [
Σ] e [l]. Especificamente para a faixa etária de sete anos, o GSTFCD apresentou
produção distorcida para [s], [z] e [l]; os de seis anos apenas [s] e [
Σ]; e os de cinco anos
para [s], [z] e [l]. No entanto, não foi encontrada diferença significante entre as faixas
etárias quanto à presença de distorção em cada som.
Para o GTF foram encontradas produções distorcidas para os sons [s], [z] e [
Ρ].
Nenhum sujeito com seis anos apresentou distorção de fala, apesar de ser a faixa etária com
maior número de sujeitos. Os sujeitos na faixa etária de cinco anos distorceram [s] e [z] e os
de sete anos os sons [s], [z] e [
Ρ]. Também não foi encontrada diferença significante entre
as faixas etárias quanto à presença de distorção em cada som neste grupo.
Em um estudo realizado com crianças de uma população semelhante ao da presente
pesquisa, Wertzner
et al. (2005a) verificaram a presença de distorção de fala em crianças
com desenvolvimento típico nos sons [s, z,
Ν, Ζ, t] e em crianças com diagnóstico de
transtorno fonológico nos sons [s, z,
Ν, Ζ, Σ, ×, Ρ, t, n, k, d, f, g]. Observa-se que, assim
como na presente pesquisa, ambos os grupos distorceram os sons [s e z] e apenas o
grupo com transtorno fonológico apresentou distorção no [
Ρ]. Dessa maneira, parece que
a distorção do [
Ρ] está mais relacionada ao transtorno fonológico.
Um aspecto observado é que os sons fricativos alveolares apresentam maior ocorrência
de distorção nos dois grupos estudados. Tal fato pode decorrer da zona de articulação
desses sons, a região alveolar. Alguns estudos referem que em crianças no início da
aquisição fonética a produção do som alveolar com projeção da ponta da língua para
uma posição mais anterior da cavidade oral, contra os dentes ou até mesmo entre as
arcadas dentárias pode ser aceita como adequada. Tal articulação tende a ser corrigida
sozinha quando a criança refina os movimentos da língua e assim a posiciona de forma a
produzir o som alvo adequadamente (SEIFERT
et al., 1997; D`ANGELIS, 2000; TOMÉ
et al., 2004).
A presença de distorção do som [
Ρ] apenas no GTF pode ser vinculada ao fato
das líquidas serem os últimos fonemas a serem adquiridos, tanto por implicações
fonológicas como fonéticas, relacionadas à maturidade da produção motora do som. Isso
torna esses sons mais suscetíveis a distúrbios em crianças com atraso na aquisição
fonológica (WERTZNER, 1998). Várias pesquisas do Português Brasileiro indicaram
que no transtorno fonológico os processos fonológicos mais ocorrentes e de eliminação
mais tardia envolvem as líquidas, como os processos de simplificação de líquidas e de
simplificação do encontro consonantal (YAVAS e LAMPRECHT, 1990; WERTZNER e
OLIVEIRA, 2002; WERTZNER, 2002).
Na medida em que o transtorno fonológico inclui não só casos de simplificações de
regras fonológicas, mas também aqueles em que há dificuldade motora para produzir os
sons da fala, a avaliação deve ser composta por provas que detectem tanto as alterações
fonéticas como fonológicas (WERTZNER, 2003).
A comparação da ocorrência de distorção entre as provas aplicadas indicou
que, tanto para o GSTF como para o GTF, as de nomeação e imitação foram as
que tiveram maior ocorrência de distorções de fala. Tal resultado pode ser
justificado por serem estas provas compostas por palavras foneticamente
balanceadas, e a prova de fala espontânea não, pois depende da seleção feita
pela criança. Assim sendo, na fala espontânea a criança pode realizar a evitação
dos sons que sabe que são produzidos erroneamente. Além disso, as crianças
com transtorno fonológico podem ter uma grande variedade de erros e produções
variadas para uma mesma palavra (INGRAM, 1976, 2002; GARRET e MORAN,
1992).
No entanto, não foram observados indícios de diferenças significantes quanto à
presença de distorções nos sons entre as provas de nomeação, imitação e fala
espontânea, tanto no GSTF como no GTF. Tal fato indica que as três provas podem
ser utilizadas como instrumentos diagnósticos para detecção de distorção de fala.
Esse resultado concorda com o encontrado por Wertzner et al. (2005a), que
ao estudarem a distorção de fala em crianças com e sem transtorno fonológico,
concluíram que provas de nomeação, imitação e fala espontânea se mostraram
bons métodos de avaliação, já que a correlação estatística entre eles foi alta.
A comparação entre as provas de nomeação, imitação e fala espontânea quanto ao
número de ocorrências de produção correta e de distorção nos sons [s], [z], [
Σ] e [l] no
GSTF e nos sons, [s], [z] e [
Ρ] no GTF mostrou não haver diferenças entre as provas. O que
indica que as crianças que realizam distorção de fala as fazem nas três provas, evidenciando
que o modelo de repetição único como é feito na prova de imitação não foi suficiente para
provocar a resposta adequada nessas crianças. Diferentemente, Castro (2004), ao estudar
testes de estimulabilidade específicos para cada som, observou que a prova de imitação de
sílabas mostrou diferença estatisticamente significante em relação às provas de nomeação
de figuras e imitação de palavras no grupo controle e no grupo com transtorno fonológico.
A comparação entre a ocorrência de distorção entre os grupos GSTF e GTF nas
provas de nomeação, imitação e fala espontânea mostrou que a única diferença encontrada
foi nas provas de imitação e fala espontânea na faixa etária de sete anos, com maior
ocorrência de distorção do [s] no GTF.
Após a análise das provas diagnósticas, foi verificada a presença ou ausência de
distorção de fala, para confirmar a presença de distorções nestas provas e averiguar e
classificar perceptivamente os tipos de distorções apresentadas. Para tanto, foi aplicada a
prova específica para verificação de distorção no som específico que a criança realizou
produção distorcida. Esta prova foi composta por imitação de sílabas e palavras, tem a
vantagem de ser composta apenas pelo som distorcido, com todas as vogais e em diferentes
posições silábicas, o que permite maior precisão no diagnóstico.
Na prova específica para verificação da distorção, o GSTFCD apresentou maior
média de distorção para os [s], [z] e [
Σ] em sílabas, enquanto que no GTFCD não foram
observadas diferenças entre a média de distorção em sílabas e em palavras. Este fato mostra
que a distorção encontrada no GTFCD é mais consistente, não havendo diferenças em
relação ao aumento de distorção em contextos variados. Já o GSTFCD aprimorou o som
quando contextualizado (INGRAM, 2002; CROSBIE
et al., 2005).
O som [l] foi o único no GSTFCD que em média foi mais distorcido na imitação de
palavras do que sílabas, provavelmente devido à interferência do contexto, além dos
fonemas líquidos serem adquiridos mais tardiamente (WERTZNER, 1992, 1998). Outros
aspectos podem estar envolvidos, como a necessidade de movimentos mais precisos da
língua, adquiridos à medida que a criança atinge a maturidade (WERTZNER, 2000).
Para o GTFCD também houve distorção do [
Ρ], sendo este o único som em que o sujeito
manteve 100% de distorção nas provas de imitação de sílabas e palavras. Outros estudos
do Português Brasileiro com crianças com diagnóstico de transtorno fonológico também
observaram maior dificuldade relacionada à líquida vibrante (WERTZNER, 2002;
PAGAN, 2003; CASTRO, 2004, WERTZNER
et al., 2005a).
A prova específica para verificação da distorção se mostrou sensível, pois um sujeito na
faixa etária de sete anos do GSTF, que havia apresentado distorção nos sons [s] e [z] nas
provas de imitação e nomeação, nesta prova não apresentou nenhum tipo de distorção
para os mesmos sons.
No GTFCD esta prova também foi importante para confirmação da distorção, pois
um sujeito na faixa etária de cinco anos, que havia apresentado distorção nos sons [s] nas
provas de imitação, nomeação e fala espontânea e no [z] nas provas de imitação e
nomeação, não apresentou nenhum tipo de distorção para estes sons na prova específica ,
mas realizou 100% de substituição de ambos os sons para [
Σ]. Deve-se considerar que nas
provas de nomeação, imitação e fala espontânea a criança havia apresentado inconsistência
dos erros fonológicos, com vários processos fonológicos, entre eles a posteriorização para
palatal e a frontalização de palatal, que talvez tenham contribuído para a caracterização da
presença de distorção durante a transcrição.
Além disso, um outro sujeito na faixa etária de sete anos do GTF, que havia
apresentado distorção de fala nas provas diagnósticas nos sons [s] e [z], realizou duas
substituições durante a prova de imitação de sílabas na prova de verificação da distorção do
[z] por [
Ζ], mas em seu sistema fonológico não havia sido observado o processo fonológico
de posteriorização de palatal, indicando a instabilidade dos sistemas fonéticos e
fonológicos.
A literatura mostra que esses casos não são isolados, pois com freqüência pode ser
difícil avaliar a extensão do transtorno fonológico e/ou a dificuldade motora, o que dificulta
determinar se um erro é devido a um déficit motor ou fonológico (FOLKINS e BLEILE,
1990).
Em relação aos tipos de distorção encontrados nas provas de imitação de sílabas e
palavras, no GSTFCD e no GTFCD, para o som [s] o tipo de distorção que mais ocorreu foi
PALCD, para o som [z] foi PLSD para o GSTFCD e PALCD para o GTFCD. Na literatura
também existe referência a este tipo de distorção, conhecida como ceceio anterior,
explicada pela fisiologia da produção dos sons fricativos alveolares durante o
desenvolvimento da criança (SEIFERT
et al., 1997; TOMÉ et al., 2004).
No GSTFCD, além dos sons [s] e [z], também foram observadas distorções no som [
Σ]
do tipo ECD e no som [l] do tipo PLSD. Estas distorções também podem ser justificadas
pelo desenvolvimento motor, já que para o [l] há mudança do ponto articulatório, sendo
a língua projetada mais anteriormente, assim como nas fricativas alveolares. Já no [
Σ],
não há mudança do ponto, mas apenas esforço articulatório, sendo interpretada como
uma variação articulatória devido ao desenvolvimento fonético (KENT, 1976).
No GTFCD também foi observada produção distorcida do som [Ρ], com 100% de
distorção nas sílabas e palavras do tipo PoCD enquanto as demais distorções nos sons [s] e
[z] foram iguais ao GSTFCD.
Para ambos os grupos houve uma manutenção do tipo de distorção nas provas de
imitação de sílabas e palavras, mostrando que as duas provas são importantes para o
diagnóstico.
A literatura relata que existe a variabilidade da produção também em produções
corretas, mas o ouvinte possui uma tolerância natural quanto a este aspecto. Esta
aceitabilidade sofre a influência de vários fatores, sendo a maioria delas devidas à
proximidade de sons vizinhos, ou seja, da fonética combinatória, além da posição do som
na palavra (MALMBERG, 1954; CORNEAU, 2000; MENN e STOEL-GAMMON, 2001).
Além disso, todas as crianças deste estudo encontram-se em desenvolvimento da
fala. A partir desta observação e considerando-se que este desenvolvimento ocorre num
período de tempo extenso, há evidências de que as crianças não possuem controle
neuromuscular para produzir os sons, e conseqüentemente precisam adotar estratégias para
se aproximar do modelo adulto de fala (GREEN
et al., 2002). Este mesmo estudo
demonstrou que o lábio superior, o inferior e a mandíbula têm programas de
desenvolvimentos diferentes, sugerindo que os padrões iniciais de movimentos da
mandíbula sustentam a fundação da aquisição de outros padrões que exigem habilidades
motoras mais especializadas. Assim, as crianças até seis anos dependem da movimentação
da mandíbula para se aproximar do alvo da fala adulta, sendo que esta possibilidade
compete com seus inventários fonéticos e as predispõem a produzir erros de fala e
distorções previsíveis.
Ainda sobre o desenvolvimento motor da fala, Kent (1999, 2004) refere que a partir dos
oito anos inicia-se o refinamento da habilidade motora da fala, que se extende até os 16
anos, salientando que a aquisição da fala é um processo multifatorial. Esses dados
confirmam os achados do presente estudo, em que crianças na faixa etária de sete anos
tanto do GSTF como do GTF ainda apresentaram distorção de fala.
Em relação à motricidade oral, no GSTF a maioria dos sujeitos se encontrava na fase de dentição mista. No entanto, no
GSTFCD houve mais sujeitos nessa fase do que o GSTFSD. No GTF foi observado que a maioria dos sujeitos apresentou dentição
decídua e, sendo assim, aparentemente, a ocorrência na porcentagem dos grupos com e sem distorção foi semelhante.
Dessa maneira, os dados sugerem que no GTFCD a fase da dentição não teve influência na presença de distorção. No
GSTFCD a dentição mista pode ter influenciado a presença de produção distorcida, fato que concorda com a literatura, a qual refere
que crianças com desenvolvimento típico e falantes do Português brasileiro que se encontravam na fase de dentição mista
apresentavam maior incidência de ceceio do que em fase de dentição decídua (RODRIGRUES et al., 1999), devido à maior
facilidade de anteriorização de língua, pela ausência de dentes anteriores.
Outro aspecto observado neste estudo foi que no GSTFSD a maioria dos sujeitos apresentou oclusão adequada. No
entanto, ocorreu também mordida aberta anterior, cruzada anterior, cruzada posterior, aberta anterior associada à cruzada posterior,
sobremordida e overjet. Já no GSTFCD, a maioria dos sujeitos foram classificados como apresentando maloclusão
do tipo mordida
aberta anterior associada a posterior. Desta forma, no GSTFCD a presença de mordida aberta anterior pode ter contribuído para a
presença de distorção.
Estudos como o de Tomé et al. (2004) também relatam que a presença de alterações oclusais no plano vertical anterior
pode representar um risco para o desenvolvimento de ceceio. Por outro lado, Paura et al. (1999) não encontraram relação significante
entre a presença de maloclusão e ceceio em crianças com desenvolvimento típico e falantes do Português brasileiro.
Outro instrumento aplicado com o intuito de obter maior precisão no reconhecimento das distorções foi a palatografia e
linguografia, já que esses instrumentos não aparecem na literatura como instrumentos de estudo da produção dos sons em crianças,
tanto com desenvolvimento típico como no transtorno fonológico. Para ter algum parâmetro de comparação, foram realizadas
palatografias em crianças do GTF sem alterações de motricidade orofacial para os sons estudados na pesquisa.
Dessa forma, a análise mostrou que as duas crianças do GSTFSD que foram analisadas apresentaram dentição mista,
sendo que a de sete anos tinha ausência de incisivo central superior direito.
As manchas da palatografia e linguografia foram assimétricas e com interrupção, com tensão fraca para os sujeitos de
cinco anos e forte para os de sete anos. Assimetria, interrupção e tensão das manchas podem indicar que essas crianças encontram-se
em fase de aperfeiçoamento e desenvolvimento do sistema articulatório para os sons verificados. De acordo com Casaes (1990), a
intensidade articulatória pode ser real ou não, dependendo da demora na pressão da língua contra o palato durante a realização
articulatória. Quanto à assimetria, a sua ocorrência pode não prejudicar a articulação, pois existem condições compensatórias dos
órgãos fisiológicos envolvidos na produção.
Quanto às zonas articulatórias, nota-se que as produções dos sons estudados nem sempre ocorreram na mesma região
para os dois sujeitos, com exceção do palatograma para o som [s] e linguograma para [s], [z] [Σ] e [×], que foram semelhantes.
Não foram observadas diferenças da zona de articulação quando se comparou o palatograma e o linguograma, ou seja, quando a
palatografia foi produzida em região mais anterior o linguograma também mostrou contato mais anterior. A diferença dos
pontos articulatórios encontrados nos dois sujeitos pode ser explicada pelo processo de maturação do sistema miofuncional oral
enquanto mecanismo de produção motora dos sons (MARCHESAN, 1993; WERTZNER, 1997).
Os resultados encontrados nesta pesquisa concordam com a literatura, no sentido de que distúrbios na aquisição e
desenvolvimento da função da língua estão associados com a diminuição do movimento entre as diferentes regiões deste órgão,
sendo que o grau de independência do movimento poderá delimitar a capacidade da língua para codificar distinções lingüísticas e
o tempo do curso da co-articulação (GREEN e WANG, 2003). Gibbon (1999), por meio da palatografia, concluiu que a maioria
das crianças com distúrbio de fala apresenta padrões de contato lingual sem clara diferenciação entre o ápice, lâmina e margens
laterais.
Em relação à aplicação da palatografia e linguografia, deve ser enfatizado que para a maioria dos sujeitos que foram
submetidos à técnica, principalmente para os de menor faixa etária, houve pouca colaboração na realização. Isto pode ser explicado
pela aparência da mistura (azeite e carvão), pois a cor escura causou curiosidade e nojo, gerando recusa e até mesmo náusea.
Além disso, em alguns casos, após a aplicação da mistura, as crianças sentiram desconforto com a presença da mistura,
sendo necessário que as fotos fossem tiradas rapidamente, não permitindo um posicionamento adequado do fotógrafo, o que
dificultou a análise das fotos. Também devido ao desconforto, nem sempre que foi possível o correto posicionamento do espelho
entre os molares para refletir a imagem do palato duro, sendo que rapidamente os espelhos ficavam embaçados, comprometendo a
qualidade das fotos.
Outro aspecto que comprometeu a execução da palatografia foi o aumento da salivação, dificultando a aplicação
homogênea da mistura no palato ou na língua. Uma questão que também pode prejudicar a utilização dessas técnicas é a necessidade
de ter, além do pesquisador, a presença de um auxiliar para realizar a filmagem e fotografia.
Tais desvantagens já haviam sido descritas na literatura para sujeitos em idade
adulta (MALMBERG, 1971; CAGLIARI, 1974; CASAES, 1992; LADEFOGED, 1997).
Cayley
et al. (2000) também referiram que medidas intra-orais da língua durante as funções
são difíceis, no entanto necessárias para a avaliação.
A comparação dos pontos de contato da palatograma e linguograma no GSTFCD para o som [s] (Quadro 7) indicou que
todas as produções analisadas no palatograma ocorreram com contato dental juntamente ou não com a região alveolar ou alvéolo-
palatal. Apenas para o sujeito de 6:2 anos não houve acordo entre o linguograma e o palatograma, pois o palatograma ocorreu mais
em região anterior do trato vocal e o linguograma mais posterior. No entanto, todas as distorções encontradas nestes sujeitos foram
do tipo projeção anterior de língua, com ou sem distorção acústica, indicando concordância entre a análise perceptiva e a palatografia
e linguografia.
No GSTFCD, para o som [z] também foi observado que a análise perceptiva e a da palato e linguografia foram
concordantes, na medida em que a primeira considerou a distorção do tipo PALCD e PLSD e o contato no palatograma ocorreu entre
a região dento-alveolar ou dento-palatal. O linguograma também ocorreu com contato anterior da língua (ápice), associado ou não
com a região laminar, exceto para o sujeito de 7:5 anos, pois o palatograma ocorreu mais em região anterior do trato vocal e o
linguograma mais posterior.
No som [Σ], no GSTFCD, o palatograma registrou o ponto esperado para a produção típica, ou seja, palatal, associada à
dental, e o linguograma mostrou contato laminar. A análise perceptiva da distorção indicou esforço articulatório. Deve ser lembrado
que este sujeito apresentou grandes rugosidades na região alveolar e, conforme já descrito por Casaes (1990), a presença de grandes
rugosidades na região alveolar do palato duro poderia levar à produção distorcida, pois o ar comprimido entre a língua e os alvéolos
causaria reverberação entre as reentrâncias.
No som [l], no GSTFCD, também houve concordância entre a análise perceptiva e o palatograma e linguograma.
No GTF para os três sons distorcidos houve acordo entre a classificação perceptiva da distorção e os palatogramas e
linguogramas.
A análise do som [s] mostrou que as produções consideradas no palatograma ocorreram com contato dento-alvéolo-palatal
ou alvéolo-palatal, e no linguograma na região ápico-laminar ou em lâmina, todas as distorções encontradas nestes sujeitos foram
classificadas perceptivamente como PLSD ou PALCD. No entanto, neste grupo a maioria das produções realizadas durante a
imitação de sílabas e palavras do teste para verificação de distorção o som-alvo foi produzida sem distorção, indicando, dessa
maneira, um acordo entre as análises.
No som [z] também houve acordo entre a análise perceptiva, pois o sujeito foi classificado como apresentando a distorção
do tipo PALCD e realizou contato dento-alvéolo-palatal no palatograma e linguograma com contato em região ápico-laminar.
No som [Ρ] a classificação perceptiva foi do tipo. O palatograma verificou a ocorrência de contato velar e o linguograma
região laminar, havendo também acordo entre a análise perceptiva e a objetiva.
A mancha de contato dos palatogramas e linguogramas para a maioria dos contatos realizados pelo GSTFCD e GTFCD
foi assimétrica e com interrupção, assim como no GSTFSD, podendo ser justificada pela maturação do sistema fonético
(MARCHESAN, 1993; WERTZNER, 1997).
Em relação à comparação dos pontos de contato dos palatogramas e linguogramas do GSTFCD e GTFCD, observa-se em todos os
sons grande variabilidade na produção articulatória, não importando se concomitantemente existe o diagnóstico de transtorno
fonológico. Esta variabilidade, como já descrita anteriormente, pode ser resultado do amadurecimento geral da criança, tipo de
alimentação, crescimento craniofacial e da arcada dentária, além da fase de aquisição e estabilização das fricativas (SHRIBERG et
al., 1986; SHRIBERG, 1993; MOURA, 1994; SHRIBERG et al.,1997; PEREIRA et al., 1998; WERTZNER, 2002; FONSECA et
al., 2003; PEREIRA et al., 2003).
Deste modo, os resultados mostraram que a palatografia e linguografia apresentam
concordância com a análise perceptiva, oferecendo a vantagem de mostrar o local exato
da produção e também ajudar a diferenciar o porquê de auditivamente dois sons serem
semelhantes, mas em ponto diferente.
Em relação à aplicação dos índices de gravidade,a análise estatística indicou que o
PCC e o PCC-R do GSTFSD foram os maiores valores nas provas de nomeação,
imitação e fala espontânea. Tal resultado já era esperado, na medida em que este índice
verifica o acerto, e as crianças deste grupo não deveriam apresentar nenhum tipo de erro
não esperado para a idade. Outros estudos já haviam mostrado que o PCC é um índice
preciso de gravidade e muito importante para a avaliação fonoaudiológica, além de
auxiliar no diagnóstico, prognóstico e tratamento (GARRET, 1992; SHRIBERG e
KWIATKOWSKI, 1994; WERTZNER
et al., 2001).
No índice PDI, que mede a presença de processos fonológicos, ou seja, apenas
alterações fonológicas, não houve diferença significante entre os grupos GSTFSD,
GSTFCD, GTFSD e GTFCD, exceto na prova de nomeação, em que o GSTFSD
apresentou a porcentagem média mais baixa. Tal achado concorda com a literatura,
onde existe uma relação inversa entre os índices PCC e PDI, pois o PCC é uma
medida de produções corretas, enquanto o PDI de incorretas (WERTZNER et a.l,
2001; WERTZNER e GALEA, 2002; WERTZNER et al., 2004b).
A comparação do GSTFCD e de GTFCD no índice RDI, aplicado apenas nos grupos com distorção, pois é um valor que
reflete a proporção de erros de distorção numa amostra de fala, evidenciou diferença na imitação, na qual o GTFCD apresentou
valores mais baixos que o GSTFCD. Tal resultado era esperado, já que no GSTFCD foram encontradas somente omissões e
substituições esperadas durante o desenvolvimento, enquanto no GTFCD o sistema fonológico estava alterado.
No ACI, que reflete com exatidão as medidas de gravidade de articulação e é
baseado no PCC e RDI, para todas as três provas o GSTFSD foi significantemente melhor.
Portanto, tanto no GSTF como no GTF, os sujeitos que não apresentaram distorção
obtiveram todos os índices melhores do que os sujeitos com distorção. Além disso, o GSTF
diferenciou-se do GTF, por apresentar os melhores valores nos índices que realizam a
análise de omissões, substituições e processos fonológicos, corroborando com os achados
que indicam a baixa ocorrência de alterações fonológicas no GSTF (WERTZNER, 2004;
WERTZNER
et al., 2004b).
Apesar das variações encontradas em função das diferentes provas, o índice ACI indicou
que o grupo sem transtorno e sem distorção teve o melhor desempenho, mostrando-se
um índice adequado para medir a competência articulatória (SHRIBERG, 1993).
Outros estudos do Português Brasileiro também utilizaram diferentes índices para verificar a diferença entre grupos
com e sem transtono fonológico, como Wertzner et al. (2004b), que estudaram 20 sujeitos com desenvolvimento típico de fala e
linguagem e 20 sujeitos com transtorno fonológico, aplicando-se quatro provas: nomeação, imitação e fala espontânea composta
de um discurso e de uma entrevista. Em seguida, calculou-se as medidas PCC, PCC-R e PDI. Os resultados indicaram que
existem diferenças entre os dois grupos, há correlação negativa entre as medidas PDI e PCC-R. As médias dos índices PCC-R
foram maiores que as médias do PCC nas quatro provas aplicadas.
Wertzner et al. (2005b) estudaram 20 sujeitos com transtorno fonológico, nos quais
também foram aplicadas provas de nomeação, imitação e fala espontânea composta de um
discurso e de uma entrevista. Os resultados indicaram que as crianças com maior gravidade
no índice PCC foram as que tiveram maior ocorrência média de distorções de fala.
Desta maneira, observa-se que a aplicação dos índices de gravidade foi importante,
na medida em que confirmou que a distorção de fala acaba diferenciando os grupos, já
que o GSTFSD foi o que apresentou os melhores índices, indicando que as alterações
fonéticas são um agravante da gravidade.
A pesquisa realizada indicou que as provas de fonologia, as provas específicas para
verificação da distorção, a palatografia e linguografia, os índices PCC, RDI e ACI
podem contribuir para a precisão diagnóstica das alterações fonéticas presentes no
transtorno fonológico e planejamento terapêutico.
Contudo, seria interessante aplicar, principalmente, as provas específicas para
verificação da distorção, a palatografia e linguografia, os índices PCC, RDI e ACI em
um número maior de crianças, ampliando a faixa etária, a fim de complementar as
informações obtidas até o presente momento sobre as distorções de fala em crianças com
e sem transtorno fonológico.
CONCLUSÃO
A população estudada foi composta de crianças com desenvolvimento típico de fala
e crianças com diagnóstico de transtorno fonológico, com ou sem distorção de fala, entre
cinco e sete anos de idade.
A partir dos resultados obtidos com esta referida população, puderam ser levantadas
algumas questões relacionadas a distorções de fala:
As crianças do GSTF apresentaram distorção de fala nas provas de
nomeação, imitação e fala espontânea nos sons [s], [z], [Σ] e [l], enquanto
as crianças do GFT apresentaram distorção nos sons [s], [z] e [Ρ].Não
houve evidências de diferença entre o número de sujeitos que
apresentaram distorção nos grupos de estudo GSTF e GTF.
No som [s] não houve diferença significante na ocorrência de distorção nas
provas de fonologia no GSTF e no GTF.
Para o GSTF houve diferença significante na prova de nomeação para o som
[s] e [z] e para imitação no [s], com maior ocorrência de distorção para a faixa
etária de sete anos. No GTF houve indícios de maior ocorrência de distorção do
som [s] na faixa etária de sete anos em todas as provas de fonologia.
Na prova específica para verificação da distorção, o GSTFCD apresentou maior
média de distorção para os sons [s], [z] e [
Σ] em sílabas e para o [l] em palavras,
enquanto que no GTFCD não foram observadas diferenças entre a média de
distorção em sílabas e em palavras nos sons [s], [z] e [
Ρ].
No GSTFCD e no GTFCD, para o som [s], o tipo de distorção que mais ocorreu foi
PALCD. Para o som [z] foi PLSD para o GSTFCD; e PALCD para o GTFCD. No
[
Σ] foi encontrado apenas o tipo de distorção ECD, no [l] PLSD, e no [Ρ] PoCD .
Os achados da palatografia concordam com a análise perceptiva detectada pela prova específica para verificação da distorção.
O GSTFSD foi o grupo que apresentou os melhores desempenhos de acordo com os
índices PCC e ACI.
No índice PCC-R, o GTFSD apresentou os menores valores.
No índice PDI não houve diferença significante entre os grupos, exceto na prova de
nomeação, em que o GSTFSD apresentou a porcentagem média mais baixa.
No índice RDI apenas houve diferença na prova de imitação, na qual o GTFCD
apresentou valores mais baixos que o GSTFCD.
A partir dos resultados obtidos com esta pesquisa, pôde-se concluir que as distorções de
fala ocorrem tanto no desenvolvimento típico como no transtorno fonológico. No
entanto, parece que apenas a distorção no som [
Ρ] está relacionada ao transtorno
fonológico, na medida em que as distorções nos outros sons, principalmente nos
fricativos alveolares, ocorrem também em crianças normais.
A aplicação das provas de Fonologia, provas específicas para verificação da distorção,
palatografia e linguografia e aplicação dos índices PCC, RDI e ACI, mostrou que se
trata de instrumentos diagnósticos valiosos para a detecção das distorções de fala em
crianças de cinco a sete anos de idade.
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desdentado total portador de apraxia ideomotora. III Congresso Brasileiro de
Odontologia e XII Jornada Odontológica de Piracicaba. Piracicaba: UNICAMP,
2005. Disponível
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pesquisa e tratamento
. Porto alegre: Mercado Livre, 1990.
ANEXOS
Anexo 1. Aprovação do Comitê de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa – CAPPesq.
Anexo 2. Questionário sobre o desenvolvimento neuropsicomotor do GSTF.
1. Identificação Data:________________
Nome:___________________________________________ Gênero:_________________
Natural de: _____________________ Data Nasc.:_______________ Idade:__________
Nome do Pai:_____________________________________
Natural de: _____________________ Data Nasc.:_______________ Idade:__________
Nome da Mãe_____________________________________
Natural de: _____________________ Data Nasc.:_______________ Idade:__________
Endereço:_____________________________________________ Fone:____________
Cidade: _________________ Estado:__________________
Irmãos: ( ) Sim ( ) Não Quantos? _____________
Nome:_____________________________ Gênero: Masc. ( ) Fem. ( ) Idade: _________
Nome:_____________________________ Gênero: Masc. ( ) Fem. ( ) Idade: _________
Nome:_____________________________ Gênero: Masc. ( ) Fem. ( ) Idade: _________
Nome:_____________________________ Gênero: Masc. ( ) Fem. ( ) Idade: _________
Língua mais falada pela família: Português ( ) Outra: ___________________________
2. Antecedentes Orgânicos
Teve algum problema durante a gestação? Sim ( ) Não ( ) Qual? _______________
Teve algum problema no nascimento? Sim ( ) Não ( ) Qual? __________________
Quando começou a andar? Até 1 ano ( ) Até 1 ano e 2 meses ( ) Até 1 ano e meio ( )
Tem ou teve problemas de coordenação motora? Sim ( ) Não ( )
Tem ou teve dificuldades nas atividades de vida diária? (alimentar-se-se, vestir-se)
Sim ( ) Não ( )
3. Antecedentes familiares
Há casos de alterações de linguagem na família? Sim ( ) Não ( )
Grau de parentesco: Pai ( ) Mãe ( ) Irmãos ( ) Tios ( ) Primos ( )
Qual o problema ? Troca sons na fala ( ) Troca letras na escrita ( ) Audição ( ) Alteração
de voz ( ) Gagueira ( ) Outros______________
4. Antecedentes físicos
Alimentação
Recebeu aleitamento natural (seio)? Sim ( ) Não ( ) Até que idade? ___________
Fez uso de mamadeira? Sim ( ) Não ( ) Até que idade?_____________
Tem ou teve dificuldades para se alimentar? Sim ( ) Não ( )
Dentição
Tem ou teve problemas de dentição? Sim ( ) Não ( )
Tem hábitos orais? Sim ( ) Não ( ) qual? Ranger dentes ( ) Sugar dedo ( ) Chupeta ( )
5. Dados de audição
Tem ou teve episódios de otites? Sim ( ) Não ( )
Já realizou avaliação de audição? Sim ( ) Não ( )
Resultado: Normal ( ) Alterado ( ) Quando? ___________ Onde? _____________
6. Desenvolvimento da linguagem
Quandofalou as primeiras palavras? Antes de andar ( ) Depois de andar ( )
Era compreendido quando começou a falar? Sim ( ) Não ( )
Por quem? Pais ( ) Pessoas próximas ( ) Estranhos ( )
Atualmente é compreendido? Sim ( ) Não (
Tem ou teve alterações de fala? Sim ( ) Não ( )
Qual alteração? Linguagem ( ) Voz ( ) Leitura/Escrita ( ) Outra? _________
Já realizou tratamento fonoaudiológico? Sim ( ) Não ( )
7. Evolução clínica:
Tem ou teve problemas de saúde? Sim ( ) Não ( ) Qual ?___________________
Faz ou já fez tratamento médico? Sim ( ) Não ( ) Qual ?___________________
Tem ou teve problemas respiratórios? Sim ( ) Não ( ) Qual ?_________________
8. Tratamento Fonoaudiológico:
Já realizou anteriormente tratamento fonoaudiológico?__________________________
Qual o motivo?_________________________________________________________
9. Atual
Sono
O sono é tranquilo? Sim ( ) Não ( )
Dorme durante o dia? Sim ( ) Não ( )
Escolaridade
Tem ou teve problemas de adaptação? Sim ( ) Não ( )
Tem ou teve dificuldades de aprendizagem? Sim ( ) Não ( )
Nome da Escola:________________________________________________________
Queixas escolares: Sim ( ) Não ( ) Quais?_________________________________
Socialização
Gosta de que tipo de brincadeira? Jogos ( ) Bola ( ) TV ( ) Outros_____________
Brinca com outras crinaças? Sim ( ) Não ( )
Prefere brincar: Com crianças da mesma idade ( ) Com crianças maiores ( )
Com crianças menores ( ) Sozinha ( )
Anexo 3. Termo de Consentimento Pós-Informação: Grupo Sem Transtorno Fonológico.
HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU
RESPONSÁVEL LEGAL
1
. NOME DO PACIENTE :...............................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : .......................... GÊNERO : .M
F
DATA NASCIMENTO: ......../......../......
ENDEREÇO .......................... Nº.............APTO: .........
BAIRRO: ................................... CIDADE ................................ CEP:.....................
TELEFONE: DDD (............) ...............................................................
2.RESPONSÁVEL LEGAL ................................................
NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc)..............
DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................GÊNERO: M
F
DATA NASCIMENTO.: ....../......./......
ENDEREÇO: .............................. Nº ........... APTO: ................ .
BAIRRO:................. CIDADE .................. CEP:................ TELEFONE: DDD (............)
II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: Descrição de distorções de fala em
crianças com e sem transtorno fonológico.
PESQUISADOR: Haydée Fiszbein Wertzner CARGO/FUNÇÃO:Profa.Livre Docente
INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº CRFª 0941
UNIDADE DO HCFMUSP: Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia
Ocupacional
3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:
SEM RISCO
RISCO MÍNIMO X RISCO MÉDIO
RISCO BAIXO
RISCO MAIOR
4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 17 meses
III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU
SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA CONSIGNANDO:
É muito comum na população infantil ocorrer alteração de linguagem e fala, que é um
atraso ou desvio na aquisição dos sons de fala. As crianças com esta alteração trocam ou
não produzem alguns sons e também podem distorce-los, ou seja, produzi-los de maneira
errada. É muito importante que seja feito um bom diagnóstico para que o tratamento seja
eficiente, para isso são usadas algumas técnicas.
O objetivo desta pesquisa é verificar a ocorrência de distorções em crianças com e sem alteração de
linguagem e fala.
Para atingir este objetivo necessitamos avaliar seu filho que não apresenta alteração de linguagem e
fala e que participa do grupo controle, para poder ser comparado com as crianças que têm esta
alteração. Inicialmente, será feita uma entrevista como os senhores pais, para saber como foi
desenvolvimento de seu filho, logo após, a criança será avaliada por meio de provas de linguagem
composta por imitação de palavras, nomeação de figuras e fala espontânea, onde irá contar uma
história a partir de figuras de um livro. Serão analisadas a postura e movimentação dos lábios,
dentes, língua, bochechas, paredes superior e inferior da boca, além de verificar o tipo de mordida.
Caso seja detectada na prova de linguagem alguma distorção de fala, será aplicada uma prova
composta de imitação de sílabas e palavras que contenham os sons distorcidos. Para verificar quais
os pontos que a lingua de seu filho toca na parede superior da boca durante a produção do som
distorcido, a língua será coberta por uma pasta de azeite de oliva e carvão (esta mistura não tem
cheiro nem gosto), enquanto ocorre a produção do som serão tiradas fotografias e filmada, para
posterior análise. Estes sons distorcidos serão analisados também por um programa de
computador.Todas as provas serão gravadas e filmadas.
Não é esperado nem desconforto e risco mínimo para a criança durante a aplicação dessas provas.
Com as respostas de seu filho, será possível verificar e caracterizar as distorções de
crianças com transtorno fonológico, o que possibilitará o oferecimento de melhores
condições de conduzir a avaliação, diagnóstico e tratamento das crianças com transtorno
fonológico.
Como a linguagem e os órgãos fonoarticulatórios de seu filho serão avaliadas, caso seja necessário
ele será encaminhado para tratamento específico.
IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO
SUJEITO DA PESQUISA CONSIGNANDO:
1. acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à
pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas. A qualquer momento o responsável pela criança
poderá procurar a pesquisadora para tirar quaisquer dúvidas quanto às provas usadas na testagem, bem
como às gravações realizadas.
2. liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo, sem
que isto traga prejuízo à continuidade da assistência. A qualquer momento o responsável pela criança
poderá decidir não fazer parte do estudo.
3. salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade. Os dados da criança serão utilizados somente
para a pesquisa e ensino, sendo mantido o sigilo e a privacidade da mesma.
4. disponibilidade de assistência no HCFMUSP, por eventuais danos à saúde, decorrentes da pesquisa.
Não é esperado nenhum dano à saúde com a aplicação das provas anteriormente citadas. O tratamento
fonoaudiológico estará garantido caso seja diagnosticada qualquer alteração de linguagem ou fala na
criança.
5. viabilidade de indenização por eventuais danos à saúde decorrentes da pesquisa. Não é esperado
nenhum dano à saúde com a aplicação das provas anteriormente citadas.
V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS
RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO
EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.
Profª Drª Haydée Fiszbein Wertzner: Rua Cipotãnea, 51 - Cidade Universitária - Butantã -
São Paulo Fone: 30917455 e 30917452
VI. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:
VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa.
São Paulo, de de 20 .
____________________________________________
______________________
assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal assinatura do
pesquisador
Profª Dra. Haydée Fiszbein
Wertzner
Anexo 4. Roteiro de Avaliação da Motricidade Orofacial.
Nome__________________________________________
Data Nasc._________________________ Idade________________
Data do Exame______________________
1. Postura em Repouso
Lábios: _____________________ Língua:__________________
2. Mobilidade
Lábios: ( ) protrusão ( ) retração lateral D ( ) retração lateral E
( ) retração lateral simétrica ( ) vibração ( ) contração
Língua: ( ) lateralização interna D ( ) lateralização interna E ( ) elevação
( ) lateralização externa D ( ) lateralização externa E ( ) abaixamento
( ) protrusão em ponta ( ) retração
3. Tonicidade
Lábios: ( ) hipotonia ( ) hipertonia ( ) adequado
Língua: ( ) hipotonia ( ) hipertonia ( ) adequado
4. Freios
Labial: ( ) adequado ( ) Longo
Lingual: ( ) adequado ( ) Longo
5. Palato Duro
( ) adequado ( ) alto ( ) estreito
6. Palato Mole e Úvula
Aspecto: ( ) adequado ( ) desviado
Mobilidade: ( ) sim ( ) não
7. Dentição
Higiene: ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Cáries: ( ) sim ( ) não
Ausência de dentes: ( ) sim ( ) não
8. Tipo de Oclusão
( ) adequada ( ) cruzada ( ) aberta ( ) overjet ( ) prognatismo ( ) sobremordida
9. Mastigação
Mandíbula: ( ) rotação ( ) abertura ( ) fechamento
Contração de masseteres: ( ) forte ( ) fraca
Contração de temporais: ( ) forte ( ) fraca
Uso preferncial de um lado:( ) direito ( ) esquerdo
10. Deglutição
Interposição de Língua Participação da musc oral Contração masseteres
Líquido ( ) ( ) ( )
Saliva ( ) ( ) ( )
Sólidos ( ) ( ) ( )
11. Respiração
( ) oral ( ) nasal ( ) mista
Anexo 5a. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala em Sílabas e
Palavras [s].
Nome:
Idade:
Data:
Escola:
Grupo: ( ) sem Transtorno Fonológico ( ) com Transtorno Fonológico
SÍLABAS E PALAVRAS PARA PROVA DE DISTORÇÃO [s]
Transcrição
Classificação
da Distorção
Transcrição
Classificação
da Distorção
SAPO SA
CENA SO
SETA
CIDADE SE
SOPA SA
SÓLIDO SI
SUCO SO
PASSARO SA
PÊSSEGO SU
INSETO SI
BICICLETA SU
PROFESSORA SE
CAÇULA
PAÇOCA SE
CABEÇA
DOCE SU
SACI SO
URSO
SI
Classificação: 0 – sem distorção, 1- PLSD: Projeção de língua sem distorção acústica, 2 – PALCD: Projeção
anterior de língua com distorção acústica, 3- PLLCD: Projeção lateral de língua com distorção acústica.
Anexo 5b. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala em Sílabas e
Palavras [z].
Nome:
Idade:
Data:
Escola:
Grupo: ( ) sem Transtorno Fonológico ( ) com Transtorno Fonológico
SÍLABAS E PALAVRAS PARA PROVA DE DISTORÇÃO [z]
Transcrição Classificação da
Distorção
Transcrição
Classificação
da Distorção
ZABUMBA
ZEBRA
ZA
ZUNIDO ZU
CASACO ZU
DESENHO
CASINHA
ZI
CASA
ZA
VASO ZO
ZE
ZU
ZI
ZE
ZO
ZA
ZE
ZI
ZO
Classificação: 0 – sem distorção, 1- PLSD: Projeção de língua sem distorção acústica, 2 –
PALCD: Projeção anterior de língua com distorção acústica, 3- PLLCD: Projeção lateral de
língua com distorção acústica.
Anexo 5c. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas e Palavras [Ζ].
Nome:
Idade:
Data:
Escola:
Grupo: ( ) sem Transtorno Fonológico ( ) com Transtorno Fonológico
SÍLABAS E PALAVRAS PARA PROVA DE DISTORÇÃO [Ζ]
Transcrição
Classificação
da Distorção
Transcrição
Classificação
da Distorção
JANELA
GELADEIRA
JIPE
JE
JOGO
JO
JUBA
JI
PIJAMA
OBJETO
MÁGICO
JE
TIJOLO JA
JUJUBA
JO
LARANJA
JI
HOJE JU
ANJO
CAJU JU
JO
JI
JE
JU
JA
Classificação: 0 – sem distorção, 1 – ESD: Esforço articulatório sem distorção acústica, 2 -
ECD: Esforço articulatório com distorção acústica.
Anexo 5d. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas e Palavras [Σ].
Nome:
Idade:
Data:
Escola:
Grupo: ( ) sem Transtorno Fonológico ( ) com Transtorno Fonológico
SÍLABAS E PALAVRAS PARA PROVA DE DISTORÇÃO [Σ]
Transcrição
Classificação
da Distorção
Transcrição
Classificação
da Distorção
XALE XI
CHEGADA
CHEFE XE
CHINELO XU
CHUVA XE
ENXADA
BEXIGA XA
CACHORRO XI
CAIXOTE
CAIXA XO
PEIXE XE
ABACAXI
XU
BICHO
XA
XO
XU
XO
XA
XI
Classificação: 0 – sem distorção, 1 – ESD: Esforço articulatório sem distorção acústica, 2 - ECD: Esforço
articulatório com distorção acústica.
Anexo 5e. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas e Palavras [Ρ].
Nome:
Idade:
Data:
Escola:
Grupo: ( ) sem Transtorno Fonológico ( ) com Transtorno Fonológico
SÍLABAS E PALAVRAS PARA PROVA DE DISTORÇÃO [Ρ]
Transcrição
Classificação
da Distorção
Transcrição
Classificação
da Distorção
GIRAFA RE
COROA RI
CORUJA RO
CADEIRA
ARVORE RA
JACARE RO
CHUVEIRO RE
CANGURU RO
RU
RA
RO
RU
RI
RE
RU
RI
RA
Classificação: 0 – sem distorção, 1- PoCD: Posteriorização com distorção acústica.
Anexo 5f. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas e Palavras [l].
Nome:
Idade:
Data:
Escola:
Grupo: ( ) sem Transtorno Fonológico ( ) com Transtorno Fonológico
SÍLABAS E PALAVRAS PARA PROVA DE DISTORÇÃO [l]
Transcrição
Classificação da
Distorção
Transcrição
Classificação
da Distorção
LATA LO
LEÃO
LEQUE LU
LIXO LI
LOBO
LOJA LA
LUA LE
POLEGAR
LU
GALINHA
LA
JANELA
XALE LE
CAVALO
LI
LO
LA
LI
LU
LO
LE
Classificação: 0 – sem distorção, 1- PLSD: Projeção de língua sem distorção acústica.
Anexo 5g. Protocolo de Registro da Prova Específica para Distorção de Fala
em Sílabas e Palavras [×].
Nome:
Idade:
Data:
Escola:
Grupo: ( ) sem Transtorno Fonológico ( ) com Transtorno Fonológico
SÍLABAS E PALAVRAS PARA PROVA DE DISTORÇÃO [×]
Transcrição
Classificação
da Distorção
Transcrição
Classificação
da Distorção
PALHAÇO LHE
FOLHINHA LHI
TOALHA LHA
VERMELHO LHO
FILHOTE LHE
LHÓ
LHI
LHU
LHA
LHÓ
LHU
LHE
LHO
LHÉ
LHÓ
LHI
LHA
LHÉ
LHU
LHO
LHÉ
Classificação: 0 – sem distorção 1- RM: Ruído molhado (ruído de saliva).
Anexo 6. Termo de Consentimento Pós-Informação: Grupo Com Transtorno Fonológico.
HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU
RESPONSÁVEL LEGAL
1
. NOME DO PACIENTE :.........................................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ............................. GÊNERO : .M
F
DATA NASCIMENTO: ......../......../......
ENDEREÇO ................................. Nº..................APTO: ..................
BAIRRO: ................... CIDADE ................ CEP:.....................
TELEFONE: DDD (............) .....................
2.RESPONSÁVEL LEGAL ...............................................................
NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.) ........................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................GÊNERO: M
F
DATA NASCIMENTO.: ....../......./......
ENDEREÇO: .......................... Nº ................... APTO: ................ .
BAIRRO: CIDADE ..........................CEP:.................. TELEFONE: DDD (............)
II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: Descrição de distorções de fala em
crianças com e sem transtorno fonológico.
PESQUISADOR: Haydée Fiszbein Wertzner CARGO/FUNÇÃO:Profa.Livre
Docente
INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº CRFª 0941
UNIDADE DO HCFMUSP: Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia
Ocupacional
3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:
SEM RISCO
RISCO MÍNIMO X RISCO MÉDIO
RISCO BAIXO
RISCO MAIOR
4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 17 meses
III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU
SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA CONSIGNANDO:
É muito comum na população infantil ocorrer alteração de linguagem e fala, que é
um atraso ou desvio na aquisição dos sons de fala. As crianças com esta
alteração trocam ou não produzem alguns sons e também podem distorcê-los, ou
seja, produzi-los de maneira errada. É muito importante que seja feito um bom
diagnóstico para que o tratamento seja eficiente, para isso são usadas algumas
técnicas.
O objetivo desta pesquisa é verificar a ocorrência de distorções em crianças com e sem
alteração de linguagem e fala.
Para atingir este objetivo necessitamos avaliar seu filho que apresenta alteração de
linguagem e fala e que participa do grupo com transtorno fonológico, para poder ser
comparado com as crianças que não têm esta alteração. Inicialmente, será feita uma
entrevista como os senhores pais, para saber como foi desenvolvimento de seu filho, logo
após, a criança será avaliada por meio de provas de linguagem composta por imitação de
palavras, nomeação de figuras e fala espontânea, onde irá contar uma história a partir de
figuras de um livro. Serão analisadas a postura e movimentação dos lábios, dentes, língua,
bochechas, paredes superior e inferior da boca, além de verificar o tipo de mordida.
Caso seja detectada na prova de linguagem alguma distorção de fala, será aplicada uma
prova composta de imitação de sílabas e palavras que contenham os sons distorcidos. Para
verificar quais os pontos que a língua de seu filho toca na parede superior da boca durante a
produção do som distorcido, a língua será coberta por uma pasta de azeite de oliva e carvão
(esta mistura não tem cheiro nem gosto), enquanto ocorre a produção do som serão tiradas
fotografias e filmada, para posterior análise. Estes sons distorcidos serão analisados
também por um programa de computador.Todas as provas serão gravadas e filmadas.
Não é esperado nem desconforto e risco mínimo para a criança durante a aplicação dessas
provas.
Com as respostas de seu filho, será possível verificar e caracterizar as distorções
de crianças com transtorno fonológico, o que possibilitará o oferecimento de
melhores condições de conduzir a avaliação, diagnóstico e tratamento das
crianças com transtorno fonológico.
IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS
DO SUJEITO DA PESQUISA CONSIGNANDO:
1
. acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios
relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas. A qualquer momento o
responsável pela criança poderá procurar a pesquisadora para tirar quaisquer dúvidas
quanto às provas usadas na testagem, bem como às gravações realizadas.
2. liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do
estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência. A qualquer momento o
responsável pela criança poderá decidir não fazer parte do estudo.
3. salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade. Os dados da criança serão
utilizados somente para a pesquisa e ensino, sendo mantido o sigilo e a privacidade da
mesma.
4. disponibilidade de assistência no HCFMUSP, por eventuais danos à saúde, decorrentes
da pesquisa. Não é esperado nenhum dano à saúde com a aplicação das provas
anteriormente citadas. O tratamento fonoaudiológico estará garantido caso seja
diagnosticada qualquer alteração de linguagem ou fala na criança.
5. viabilidade de indenização por eventuais danos à saúde decorrentes da pesquisa. Não é
esperado nenhum dano à saúde com a aplicação das provas anteriormente citadas.
V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS
RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA
CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES
ADVERSAS.
Profª Drª Haydée Fiszbein Wertzner: Rua Cipotãnea, 51 - Cidade Universitária - Butantã -
São Paulo
Fone: 30917455 e 30917452
VI. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:
VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa.
São Paulo, de de 20 .
____________________
assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal
assinatura do pesquisador
Profª Dra. Haydée Fiszbein Wertzner
Anexo 7. Protocolo para registro dos índices de gravidade.
PCC = total de consoantes corretas
_____________________________
total consoantes da prova x 100%
Imitação =
Nomeação =
Fala Espontânea
=
PCC - R= total de consoantes corretas
________________________
total consoantes da prova x 100%
Imitação =
Nomeação =
Fala Espontânea
=
PDI = número total de processos fonológicos
______________________________________
número total de palavras
Imitação =
Nomeação =
Fala Espontânea
=
RDI = número total de erros de distorção
_____________________________
número total de erros da fala x 100%
Imitação =
Nomeação =
Fala Espontânea
=
ACI = PCC + RDI
______________
2 x 100%
Imitação =
Nomeação =
Fala Espontânea
=
Anexo 8a. Carta de Encaminhamento à Escola de Ensino Fundamental.
Sra. Angela
Diretora da EMEF “Guilherme de Almeida”
Prezada Sra.
Conforme explicado em contato anterior, estamos realizando pesquisa para verificar
a ocorrência de distorções em crianças com e sem transtorno fonológico, desta forma,
necessitamos de crianças normais de ensino fundamental para formarem o grupo controle.
Esperamos que esta pesquisa possa contribuir para um diagnóstico preciso e objetivo,
colaborando assim, para melhores procedimentos terapêuticos para crianças com o
diagnóstico deste transtorno.
Solicitamos sua colaboração e autorização formal para que a pesquisa possa ser
realizada com os alunos de sua escola.
Colocamo-nos à disposição para eventuais esclarecimentos.
Atenciosamente,
Profª Drª Haydée F. Wertzner
Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da USP
Anexo 8b. Carta de Encaminhamento à Escola de Ensino Infantil.
Sra. Márcia
Coordenadora da EMEI “José Rubens Perez Fernandes”
Prezada Sra. Márcia
Coordenadora Pedagógica da EMEI “Prof. José Rubens Perez Fernandes”.
Conforme explicado em contato anterior, estamos realizando pesquisa para verificar
a ocorrência de distorções em crianças com e sem transtorno fonológico, desta forma,
necessitamos de crianças normais de pré-escola com desenvolvimento típico de fala e
linguagem entre 5:00 e 6:11 anos de idade de ambos os gêneros para formarem o grupo
controle. Esperamos que esta pesquisa possa contribuir para um diagnóstico preciso e
objetivo, colaborando assim, para melhores procedimentos terapêuticos para crianças com o
diagnóstico deste transtorno.
Solicitamos sua colaboração e autorização formal para que a pesquisa possa ser
realizada com os alunos de sua escola.
Colocamo-nos à disposição para eventuais esclarecimentos.
Atenciosamente,
Profª Drª Haydée F. Wertzner
Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da USP
Anexo 9. O Processo de Construção da Prova de Sílabas e Palavras para a Verificação de Distorção
de Sons.
Para compor a prova para verificação de distorção, foi realizado o
levantamento de palavras, substantivos preferencialmente concretos e simples, que
continham os fonemas fricativos /s/, /z/, /Ζ/ e /Σ/ da Língua Portuguesa e que
freqüentemente são utilizados por crianças de 5:0 a 7:11 anos. As palavras que
compuseram a prova para verificação de distorção dos sons em sílabas e palavras em
sons líquidos laterais e vibrantes simples foram retiradas do Teste de
Estimulabilidade (CASTRO, 2004).
A seleção dos estímulos para os fonemas fricativos seguiu os mesmos critérios do Teste
de Estimulabilidade (CASTRO, 2004). Deste modo, foram usados três instrumentos para
selecionar os estímulos com os quatro fonemas fricativos estudados, os instrumentos
foram: entrevista com crianças, consulta a livros de histórias infantis e livros didáticos
usados a partir da Pré-Escola.
Primeiramente realizou-se uma entrevista com 15 crianças de 5:0 a 8:11
anos (língua falada) da entidade filantrópica “Casa Comunitária Sagrada Família”,
localizada na Zona Leste da cidade de São Paulo, que atende crianças de baixa
renda. A entrevista foi composta por perguntas fechadas e abertas, tais como:
nome, idade, se tinha irmãos, escola que freqüentava, o que a criança achava do
Natal, nomes de animais, frutas e meios de transporte. Todas as entrevistas foram
gravadas em fita cassete e transcritas pela pesquisadora.
O segundo instrumento contou com o levantamento de substantivos
preferencialmente concretos e simples presentes em livros de histórias infantis, escritos por
autores brasileiros. Optou-se pela escolha desta fonte, por ser o mais freqüente contato que
crianças desta faixa etária têm com histórias infantis, lidas ou contadas para elas (língua
falada) ou lida pela própria criança (língua escrita). Foram selecionados seis diferentes
autores (FRANÇA E FRANÇA, 1986; BELINSKY, 1988; COELHO; MUNIZ, 1988;
ANDRADE, 1995; ZIRALDO, 1996), com o propósito de permitir variação no léxico e
evitar a influência de outra língua, que não o Português Brasileiro (Tabela A).
Tabela A. Relação de livros de história pesquisados.
Nome do Livro Autor Editora Publicação
Edição
Cidade
O Bronzeado da Zebra
ANDRADE, T. G. C.
Paulus 1995 São Paulo
A Alegre Vovó Guida
que é um Bocado Distraída
BELINSKY, T. Editora do
Brasil
1988 São Paulo
A Laranja Colorida COELHO, R. S. Editora Lê Sem data
Belo Horizonte
O Jabuti FRANÇA, M.;
FRANÇA, E.
Ática 1992 São Paulo
O Jogo do Pega Pega MUNIZ, F. FTD 1988 São Paulo
Um, Dois, Feijão
com Arroz
ZIRALDO Melhoramentos 1996 São Paulo
A terceira fonte de pesquisa foi constituída por nove livros didáticos (CASTRO, 1986; LIMA, 1987; GONDIM, 1993 a; GONDIM,
1993 b; GONDIM, 1995 a; GONDIM, 1995 b; DE NICOLA E CHIARION, 1996; PASSOS, FERREIRA e SILVA; PASSOS e
SILVA) utilizados a partir da fase pré-escolar, já que a faixa etária desta pesquisa iniciou-se aos 5;01 anos.
Tabela B. Relação de livros didáticos pesquisados
Nome do Livro Autor Editora Publicação Edição
Cidade
Caminho Feliz CASTRO, M A P IBEP 1986 São Paulo
Cartilha Caminho
Novo
DE NICOLA, J.;
CHIARION, R.
Scipione 1996 São Paulo
Lápis na Mão: L
Íngua Portuguesa 2
GONDIM, M S A FTD 1993 a São Paulo
Lápis na Mão: L
Íngua Portuguesa 3
GONDIM, M S A FTD 1993 b São Paulo
Lápis na Mão:
Matemática 3
GONDIM, M S A FTD 1995 a São Paulo
Lápis na Mão:
Matemática 4
GONDIM, M S A FTD 1995 b São Paulo
Caminho Suave LIMA, B. A Ed. Caminho
Suave
1987 27ª São Paulo
Conceitos Básicos,
Percepção Visual,
Auditiva,
Coordenação Motora,
Orientação
Temporo-Espacial
PASSOS, C.;
FERREIRA, M.;
SILVA, Z
Cia Editora
Nacional
Sem data São Paulo
Eu gosto de ler e
Escrever
PASSOS, C.;
SILVA, Z.
Editora
Nacional
Sem data São Paulo
Para cada um dos três instrumentos analisou-se as ocorrências dos quatro fonemas
estudados buscando-se as palavras mais freqüentes e portanto familiares no vocabulário
infantil. Selecionou-se todos os substantivos simples e com vogais abertas, compostas
preferencialmente com estrutura silábica do tipo CV (consoante vogal), nas posições
silábicas inicial, medial e final. Em seguida, agrupou-se a palavra de acordo com a
vogal, a posição silábica do fonema na palavra (inicial, medial ou final) e a extensão da
palavra (dissílabos, trissílabos ou polissílabos). Foram escolhidos preferencialmente os
di ou trissílabos, pois além de serem mais freqüentes na língua não apresentam
influência da extensão vocabular. Como pode ser notado não foi possível encontrar
palavras que pudessem preencher todos os quesitos para todos os fonemas, sendo,
portanto variável o número de palavras em função do fonema.
Os vocábulos selecionados foram os que apresentaram maior número de ocorrência nas
entrevistas, livros infantis e didáticos.
As Tabelas a seguir mostram a ocorrência dos vocábulos nos três instrumentos
pesquisados, além de indicar a posição do fonema na sílaba.
Tabela C. Entrevistas – ocorrência do fonema /s/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Nº de crianças
Passarinho X 1
Onça X 1
a
Segurança X 1
Soldado X 1 o
Sobrinho X 1
u
Submarino X 1
Tabela D.Entrevistas – ocorrência do fonema /z/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Nº de crianças
a
Rosa X 1
i Casinha X 1
u
Azul X 1
Tabela E. Entrevistas – ocorrência do fonema /Σ/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Nº de crianças
Janela X 1
Jacaré X 1
a
Loja X 1
o
Beijo X 1
Tabela F. Entrevistas – ocorrência do fonema /Ζ/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Nº de crianças
Prancha X 1 a
Lagartixa X 3
Cachorro X 1 o
Roxo X 1
u
Chuva X 1
Tabela G. Livros Infantis – ocorrência do fonema /s/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Número de
livros
Sala X 1
Passarinho X 2
Sabiá X 1
Sapato X 1
Caçador X 1
Cabeça X 1
Bolsa X 1
a
Licença X 1
Semente X 1 e
Doce X 1
Cigarro X 1 i
Cinzeiro X 1
o
Sopa X 1
Pescoço X 1
Caroço X 2
Tabela H. Livros Infantis – ocorrência do fonema /z/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Número de
livros
Cinza X 1
Mesa X 1
a
Asa X 1
Zebra X 1 e
Bronzeador X 1
i
Cozinha X 1
Tabela I. Livros Infantis – ocorrência do fonema /
Σ/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Número de
livros
a
Jabuti X 1
e
Jenipapo X 1
Ε
Tigela X 1
i
Girafa X 1
o
Queijo X 1
Tabela J. Livros Infantis – ocorrência do fonema /Ζ/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Número de
livros
i
Chique X 1
o
Bicho X 2
Tabela L. Livros Didáticos – ocorrência do fonema /s/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Número de
Livros
Sacola X 1
Sapato X 1
Salada X 1
Sapo X 4
Sala X 1
Sabonete X 1
Caçador X 1
Passarinho X 1
Pássaro X 5
Calçada X 1
Traçado X 1
Aniversário X 1
Cabeça X 2
Carroça X 1
Calça X 1
Onça X 1
Criança X 1
Missa X 1
Fumaça X 1
Taça X 1
a
Bolsa X 1
Selo X 1
Cera X 1
Cebola X 1
Cenoura X 1
Serrote X 1
Semente X 1
Sede X 1
Cena X 4
Capacete X 1
e
Pêssego X 3
Sossego X 1
Doce X 3
Classe X 2
Hélice X 1
Alface X 1
Tosse X 1
Série X X 1
Serra X 1
Selo X 1
Seta X 2
Ε
Inseto X 2
Cigarra X 1
Cigarro X 1
Sinal X 2
Sítio X 2
Cidade X 3
Cinema X 2
Sino X 1
Toucinho X 1
i
Policial X 1
Tecido X 1
Recibo X 1
Bicicleta X 2
Piscina X 1
Saci X 1
Sopa X 4
Sofá X 2
Professora X 4
Bússola X 1
Pescoço X 1
Osso X 2
Balanço X 1
Lenço X 1
Caroço X 1
Pedaço X 1
o
Bagaço X 1
Urso X 4
Braço X 1
Palhaço X 2
Traço X 1
Poço X 1
Laço X 1
Sólido X 1
Suco X 2
Subsolo X 1
Caçula X 2
Açude X 1
u
Açúcar X 1
Tabela M. Livros Didáticos – ocorrência do fonema /z/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Número de
Livros
Zabumba X 1
Cruzada X 1
Casaco X 2
Casamento X 1
Rosa X 1
Brasa X 1
Casa X 6
Blusa X 2
Mesa X 4
Asa X 1
a
Raposa X 1
Zebra X 2
Zebu X 1
Camiseta X 1
Azeitona X 2
Azeite X 2
e
Desenho X 8
Casinha X 4
Cozinheira X 1
Vizinho X 1
Buzina X 1
Música X 3
Cozinha X 1
Parafuso X 1
Vaso X 3
Guizo X 1
i
Peso X 1
Gasosa X 1
u
Zunido X 1
Tabela N. Livros Didáticos – ocorrência do fonema /Σ/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Número de
Livros
Xarope X 5
Chave X 2
Chapéu X 4
Chá X 3
Xale X 7
Chaminé X 1
Charrete X 2
Chácara X 1
Machado X 1
Enxada X 2
Ameixa X 1
Caixa X 3
Colcha X 1
Borracha X 1
Bolacha X 2
a
Ficha X 1
Chegada X 4
Feixe X 1
Peixe X 7
Fantoche X 2
e
Guache X 1
Ε
Chefe X 2
Chita X 1
Xícara X 2
Xilofone X 1
Chinelo X 2
Bexiga X 2
Carochinha
X 1
i
Abacaxi X 2
Chocolate X 2 o
Cachorro X 3
Lixo X 3
Cacho X 3
Roxo X 1
Bicho X 4
Queixo X 1
Caixote X 1
Chuva X 3
Chuveiro X 2
u
Chupeta X 2
Chuchu X 2
Machucado X 1
Tabela O. Livros Didáticos – ocorrência do fonema /
Ζ/.
Posição do fonema na palavra
Palavra Inicial Medial Final Número de
Livros
Jaca X 2
Jarra X 2
Jacaré X 5
Janela X 6
Jabuti X 1
Pijama X 1
Laranja X 3
Loja X 2
Igreja X 3
Coruja X 2
a
Cereja X 1
Gelatina X 1
Gema X 1
Gêmeos X 1
Gelo X 2
Geléia X 1
Geladeira X 3
e
Hoje X 1
Tigela X 2
Tigela X 2
Ε
Objeto X 2
Girafa X 5
Jipe X 2
Jiló X 3
Jibóia X 4
Gigante X 1
Gilete X 1
Gibi X 1
Mágica X 2
Mágico X 2
i
Página X 2
Jogo X 4
Jogador X 1
Tijolo X 3
Queijo X 2
Anjo X 3
Caranguejo
X 2
Caramujo X 1
o
Queijo X 1
Juta X 1
Juba X 1
Judia X 1
Jurado X 1
Jujuba X 1
u
Caju X 5
Anexo 10. Proporção de distorção nos [s], [z], [Σ] e [l] nas provas de nomeação, imitação e
fala espontânea no GSTF.
Tabela P. Proporção de distorção nos [s], [z], [Σ] e [l] nas provas de nomeação, imitação e
fala espontânea no GSTF.
PROVAS
[s] [z]
[Σ]
[l]
Imitação
48/270 8/60 1/90 2/240
Nomeação
48/270 17/120 1/90 4/240
Fala espontânea
8/58 0/9 0/7 0/7
Anexo 11. Proporção de distorção nos [s], [z] e [Ρ] nas provas de nomeação, imitação e fala
espontânea no GTF.
Tabela Q. Proporção de distorção nos [s], [z] e [
Ρ] nas provas de nomeação, imitação e fala
espontânea no GTF.
PROVAS [s] [z]
[Ρ]
Imitação 15/135 3/30 0/195
Nomeação 10/135 4/60 2/210
Fala espontânea 6/41 0/11 0/31
Anexo 12. Proporção de distorção nos [s], [z] e [Ρ] nas provas de nomeação, imitação e fala
espontânea no GTF e GSTF nas faixas etárias de cinco, seis e sete anos.
Tabela R. Proporção de distorção nos [s], [z] e [
Ρ] nas provas de nomeação, imitação e fala
espontânea no GTF e GSTF nas faixas etárias de cinco, seis e sete anos.
[s] [z]
[Σ]
[l]
[Ρ]
GSTF
GTF GSTF
GTF GSTF
GTF GSTF
GTF
GSTF
GTF
Nomeação 17/90 2/36 3/40 1/16 0/30 0/12 0/60 0/18
0/140 0/56
Imitação 17/90 6/36 0/20 1 /8 0/30 0/12 1/80 0/32
0/130 0/52
5
anos
Fala
espontânea
4/17 1/11 0/4 0/4 0/5 0/2 0/2 0/5 0/4 0/8
Nomeação 1/90 0/63 0/40 0/28 1/30 0/21 0/60 0/42
0/140 0/98
Imitação 1/90 0/63 0/20 0/14 1/30 0/21 0/80 0/56
0/130 0/91
6 anos
Fala
espontânea
0/24 0/17 0/2 0/6 0/2 0/1 0/4 0/11
0/19 0/ 15
Nomeação 30/90 8/36 14/40 3/16 0/30 0/12 4/60 0/18
0/140 2/56
Imitação 30/90 9/36 8/20 2/8 0/30 0/12 1/80 0/32
0/130 0/52
7
anos
Fala
espontânea
4/17 5/13 0/3 0/1 0/0 0/0 0/2 0/2 0/13 0/8
Anexo 13. Palatografia e Linguografia dos sujeitos do GSTFSD, GSTFCD e GTFCD.
Figura A. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFSD 5:10 anos.
Figura B. Palatografia e Linguografia [z] – GSTFSD 5:10 anos.
Figura C. Palatografia e Linguografia [
Σ] – GSTFSD 5:10 anos.
Figura D. Palatografia e Linguografia [Ζ] – GSTFSD 5:10 anos.
Figura E. Palatografia e Linguografia [l] – GSTFSD 5:10 anos.
Figura F. Palatografia e Linguografia [
×] – GSTFSD 5:10 anos.
Figura G. Palatografia e Linguografia [Ρ] – GSTFSD 5:10 anos.
Figura H. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFSD 7:00 anos.
Figura I. Palatografia e Linguografia [z] – GSTFSD 7:00 anos.
Figura J. Palatografia e Linguografia [Σ] – GSTFSD 7:00 anos.
Figura L. Palatografia e Linguografia [
Ζ] – GSTFSD 7:00 anos.
Obs.: durante a aplicação da mistura para obtenção da linguografia do [
Ζ], houve contato
do pincel com a região laminar posterior.
Figura M. Palatografia e Linguografia [l] – GSTFSD 7:00 anos.
Figura N. Palatografia e Linguografia [×] – GSTFSD 7:00 anos.
Figura O. Palatografia e Linguografia [
Ρ] – GSTFSD 7:00 anos.
Figura P. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFCD 5:09 anos.
Figura Q. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFCD 6:02 anos.
Figura R. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFCD 7:05 anos.
Figura S. Palatografia e Linguografia [s] – GSTFCD 7:11 anos.
Figura T. Palatografia e Linguografia [z] – GSTFCD 5:09 anos.
Figura U. Palatografia e Linguografia [z] – GSTFCD 7:05 anos.
Figura V. Palatografia e Linguografia [z] – GSTFCD 7:11 anos.
Figura X. Palatografia e Linguografia [Σ] – GSTFCD 6:02 anos.
Figura Z. Palatografia e Linguografia [l] – GSTFCD 5:09 anos.
Figura AA. Palatografia e Linguografia [l] – GSTFCD 7:11 anos.
Figura AB. Palatografia e Linguografia [s] – GTFCD 7:04 anos.
Figura AC. Palatografia e Linguografia [s] – GTFCD 7:09 anos.
Figura AD. Palatografia e Linguografia [z] – GTFCD 7:09 anos.
Figura AE. Palatografia e Linguografia [Ρ] – GTFCD 7:04 anos.
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