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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM PSICOLOGIA
EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
Alterações ambientais dependentes e independentes da resposta: uma
investigação dos efeitos de contigüidade versus contingência
Thaís Ferro Nogara
PUC/SP
São Paulo
2006
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM PSICOLOGIA
EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
Alterações ambientais dependentes e independentes da resposta: uma
investigação dos efeitos de contigüidade versus contingência
Dissertação apresentada à Banca
Examinadora da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, como exigência
parcial para obtenção do título de MESTRE
em Psicologia Experimental: Análise do
Comportamento, sob a orientação da Profa.
Dra. Teresa Maria de Azevedo Pires Sério
PUC/SP
São Paulo
2006
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Banca Examinadora:
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
Dissertação defendida e aprovada em: ____/ ____/ ____
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou
parcial desta dissertação por processos de fotocopiadoras ou eletrônicos.
Assinatura:___________________________ Local e Data:_____________________
AGRADECIMENTOS
Aos professores do PEXP (Maria Amália, Nilza, Téia, Maria do Carmo, Paula, Ziza,
Mari, Fátima, Sérgio, Marcelo e Roberto), cuja dedicação à academia e compromisso
com o desenvolvimento de seus alunos são inspiradores.
Em especial à minha orientadora (Téia), pela paciência, incentivo e por tudo que
aprendi ao realizar esta pesquisa (e olha que não foi pouca coisa!!!).
Ao pessoal do laboratório, Maurício, Neusa, Dinalva, Conceição, por estarem sempre
prontos a ajudar no que precisasse.
À Regina e à professora Yara pela colaboração inestimável.
Aos amigos Ana Carolina, André, Candido, Carol Perroni, Juliana, Karine, Rodrigo,
Thais Sales, pela companhia, pelas horas de trabalho conjunto e, principalmente, pelas
horas de descontração.
À amigas Fernanda e Letícia.
Aos diretores, professores e funcionários da Universidade onde a coleta de dados foi
realizada, pela colaboração, e aos 106 estudantes universitários que se disponibilizaram
a participar desta pesquisa.
À todos aqueles que, de maneira direta ou indireta, contribuíram com a realização desse
trabalho.
À minha grande amiga Pri, que sempre esteve do meu lado nos momentos bons e ruins
(mesmo à distância).
À minha família, Mô, Neto, pai e mãe pelo amor, carinho, paciência e incentivo. Em
especial à minha mãe, que ficou muitas, mas muitas horas em frente a um computador,
me ajudando a construir tabelas no Excel. Não há palavras para dizer o quanto vocês são
importantes para mim.
E, por fim, ao meu amor, Bruno, por me incentivar sempre e por acreditar em mim
(mais até do que eu mesma).
SUMÁRIO
Lista de Figuras...............................................................................................................v
Lista de Quadros...........................................................................................................vii
Lista de Tabelas............................................................................................................viii
Resumo............................................................................................................................ix
Abstract............................................................................................................................x
INTRODUÇÃO.............................................................................................................01
Reforçamento acidental e o comportamento supersticioso........................................03
Incontrolabilidade e desamparo aprendido..................................................................07
O papel da contigüidade na manutenção do comportamento......................................26
Objetivos......................................................................................................................37
MÉTODO.......................................................................................................................38
Participantes.................................................................................................................38
Equipamentos e Setting experimental..........................................................................38
Procedimento...............................................................................................................38
Contato com os participantes.....................................................................................38
Sessão experimental..................................................................................................39
Delineamento experimental.......................................................................................39
Registro dos dados.....................................................................................................43
Análise dos dados......................................................................................................43
RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................46
Treino...........................................................................................................................46
Teste.............................................................................................................................58
Comparando os resultados do treino e do teste...........................................................74
O problema de pesquisa...............................................................................................83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................94
ANEXOS.........................................................................................................................98
Lista de Figuras
Figura 1. Desenho esquemático da tela do monitor antes do início da fase de teste
(quadro da esquerda) e em cada tentativa desta fase (quadro da direita). Os números não
apareciam para os participantes, os retângulos eram totalmente preenchidos pela cor
vermelha..........................................................................................................................42
Figura 2. Respostas emitidas por cada um dos 10 participantes do grupo contingente
(CON), no tempo em que ocorreram, durante o período em que o som estava presente.
A figura mostra também a duração do som em cada tentativa e o intervalo de tempo
entre o início do som e a emissão da primeira resposta, para cada participante..............59
Figura 3. Respostas emitidas por cada um dos 10 participantes do grupo acoplado não
contingente (ANC), no tempo em que ocorreram, durante o período em que o som
estava presente. A figura mostra também a duração do som em cada tentativa e o
intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro “teclou”, para cada participante.
.........................................................................................................................................60
Figura 4. Respostas emitidas por cada um dos 10 participantes do grupo não
contingente (NC), no tempo em que ocorreram, durante o período em que o som estava
presente. A figura mostra também a duração do som em cada tentativa e o intervalo de
tempo entre o início do som e o primeiro “teclou”, para cada participante.....................61
Figura 5. Respostas emitidas por cada um dos 10 participantes do grupo contingente
com atraso (CA), no tempo em que ocorreram, durante o período em que o som estava
presente. A figura mostra também a duração do som em cada tentativa e o intervalo de
tempo entre o início do som e o primeiro “teclou”, para cada participante.....................62
Figura 6. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão I, no tempo em
que ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do som
em cada tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro “clicou”,
para cada participante......................................................................................................68
Figura 7. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão II, no tempo em
que ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do som
em cada tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro “clicou”,
para cada participante......................................................................................................69
Figura 8. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão IIIa, no tempo
em que ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do
som em cada tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro
“clicou”, para cada participante.......................................................................................70
Figura 9. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão IIIb, no tempo
em que ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do
som em cada tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro
“clicou”, para cada participante.......................................................................................71
Figura 10. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão IIIc, no tempo
em que ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do
som em cada tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro
“clicou”, para cada participante.......................................................................................72
Figura 11. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão IV, no tempo
em que ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do
som em cada tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro
“clicou”, para cada participante.......................................................................................73
Lista de Quadros
Quadro 1. Representação esquemática do delineamento experimental. Grupos e
condições às quais cada um foi submetido......................................................................43
Quadro 2. Algumas características do desempenho dos participantes expostos a
diferentes arranjos experimentais na fase de treino e seus respectivos padrões no teste.
.........................................................................................................................................82
Lista de Tabelas
Tabela 1. Porcentagem de tentativas em que o ITS-R foi menor do que 0,5s, entre 0,5 e
1s, 1 e 2s, 2 e 3s e 3 e 5s, para três intervalos de duração do som..................................51
Tabela 2. Porcentagem de tentativas em que o ITS-R foi menor do que 0,5s, entre 0,5 e
1s, 1 e 2s, 2 e 3s e 3 e 5s, para a duração do som de 5s...................................................54
Tabela 3. Média da duração dos sons, média do IAS-R1, média do número de tentativas
nas quais a resposta de fuga foi emitida e média de tentativas para atingir o critério de
aprendizagem no decorrer das 20 tentativas da fase de teste, para os participantes
inseridos em cada padrão de respostas............................................................................63
Nogara, T. F. (2005). Alterações ambientais dependentes e independentes da reposta:
uma investigação dos efeitos de contigüidade versus contingência. Dissertação de
Mestrado. Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Experimental: Análise do
Comportamento. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Orientador (a): Tereza Maria de Azevedo Pires Sério
Linha de Pesquisa: processos básicos na análise do comportamento
RESUMO
Os efeitos da apresentação independente das respostas de um sujeito de eventos
ambientais bem estabelecidos como reforçadores têm sido investigados sob duas
diferentes perspectivas. Para uma delas, a liberação não contingente desses eventos
pode resultar na seleção acidental de respostas. O efeito em questão foi chamado de
superstição e o procedimento, de reforçamento acidental. Sob uma outra perspectiva, a
apresentação de estímulos independentemente do responder pode levar a uma
dificuldade de aprendizagem quando uma nova contingência é apresentada. O efeito
comportamental observado foi chamado de desamparo aprendido e o procedimento, de
incontrolabilidade. Tem sido sugerido que o intervalo de tempo entre a apresentação
não contingente do estímulo e as respostas dos sujeitos pode desempenhar um papel
importante na produção desses efeitos. O objetivo do presente estudo foi investigar: (a)
os efeitos de diferentes durações de um estímulo sonoro aversivo sobre o intervalo de
tempo entre o seu término e a resposta precedente; (b) os efeitos desses diferentes
intervalos sobre o responder dos participantes; e (c) os efeitos de diferentes arranjos
experimentais (dependente, independente e dependente com atraso) sobre o desempenho
dos participantes numa nova contingência de fuga. Para isso, 50 participantes foram
distribuídos em seis grupos: contingente (CON), acoplado não contingente (ANC), não
contingente (NC), contingente com atraso (CA) e controle. Quatro desses 5 grupos
foram submetidos a duas fases experimentais: treino e teste. No treino, cada grupo
passou por uma contingência diferente: ao grupo CON era dada a possibilidade de
escapar do estímulo aversivo; o grupo ANC recebia os mesmos sons (mesma ordem e
duração) que os participantes do grupo CON, mas não podiam escapar dos mesmos; o
grupo NC experienciou sons com a duração de 5s durante toda a fase de treino e não
podia desligá-los; o grupo CA podia fugir dos sons, mas a emissão da resposta de fuga
iniciava um atraso que era determinado pelo intervalo entre o término do som e a
resposta precedente, para o grupo NC. O grupo controle não passou pela fase de treino.
No teste, todos os participantes podiam escapar dos sons por meio de uma nova resposta
de fuga. Como resultado, observou-se que: a) 12 dos 40 participantes tiveram algum
padrão de respostas acidentalmente selecionado no treino. No teste, esses 12
participantes aprenderam a resposta de fuga. O responder de outros 24 participantes, no
teste, foi classificado como desamparo aprendido: 13 são dos grupos NC e ANC, 4, do
grupo CON, 4, do grupo controle e 2, do grupo CA; b) a duração do som não foi a
variável determinante do intervalo de tempo entre o término do som e a resposta
precedente; c) embora, para alguns participantes, a contigüidade temporal entre o
término do som e a resposta precedente tenha sido condição suficiente para selecionar
um dado padrão de respostas, a relação de dependência entre esses eventos pareceu
desempenhar um papel muito importante na seleção e manutenção do responder, mesmo
para aqueles participantes expostos a uma relação estímulo-resposta contingente, mas
não contígua (atrasada).
Palavras chave: contigüidade, contingência, comportamento supersticioso, desamparo
aprendido.
Nogara, T. F. (2006). Response dependent and response independent environmental
changes: a study on the effects of contiguity versus contingency. Master Thesis.
Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Experimental: Análise do
Comportamento. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
ABSTRACT
The effects of presenting stimuli that are well established as reinforcers independently
of responding have been studied under two different perspectives. On the first
perspective, through a procedure called accidentally reinforcement, stimuli are
presented non-contingently, resulting in the accidental selection of a response, an effect
called superstition. On the other perspective, in a procedure called uncontrollability
stimuli are presented independently of responding resulting in a difficulty in learning
when another contingency is presented, a behavioral effect called learned helplessness
(LH). It has been suggested that the interval from the non-contingent presentation of the
stimulus and the response may have an important role in producing either one of two
behavioral effects. The goal of this study was to investigate: (a) the effects of different
duration of an aversive auditive stimuli on the possibility of establishing contiguity
between responding and the ending of the stimulus; (b) the effects of the different
stimulus-response intervals on the responding pattern; (c) the effects of different
manipulations of stimuli presentation (response dependent, response independent, and
delayed dependent) on the participants’ performances in a new escape contingency.
Fifty participants were assigned to five groups: contingent (CON), yoked non-
contingent (YNC), non-contingent (NC), contingent with delay (CD), and control. Four
groups were exposed to two experimental phases: training and testing. In the training
phase, each group experienced a different contingency: CON participants could escape
from the aversive stimuli; YNC participants experienced the same aversive stimuli
(order and duration) as CON participants, but could not escape; NC participants
experienced 5s stimuli along the training phase and could not turn them off; CD
participants could escape from the stimuli, but the emission of the response started a
delay that was dependent upon the interval between the end of the stimulus and the
preceding response emitted by a NC participant. The control participants were not
exposed to a training phase. During test, all participants could escape from the aversive
stimuli by emiting a new escape response. Results show that: a) 12 out of 40
participants showed some accidentally selected behavioral pattern during training. In the
testing phase, all this 12 participants learned the new escape response. Other twenty-
four participants had their performance in the testing phase classified as learned
helplessness: 13 from NC and YNC groups, 4 from CON, 4 from control and 2 from
CD; b) stimulus duration did not seem to determine the interval between the end of the
stimuli and the preceding response; c) for some participants, temporal contiguity
between the end of the stimulus and the preceding response was enough to select a
behavioral pattern, but the contingent relation between these two events was a powerful
variable in the selection and maintenance responding, even for those participants who
were exposed to a contingent but not contiguous (delayed) relation stimuli-response.
Key words: contiguity, contingency, superstitious behavior, learned helplessness.
Comportamento é definido como uma relação entre as respostas de um
organismo e eventos ambientais. Há um tipo de comportamento no qual as respostas do
sujeito produzem uma dada alteração ambiental e esta retroage sobre o responder
alterando sua probabilidade futura de ocorrência. Tal alteração no ambiente não ocorre
sem que uma resposta seja emitida, por isso, diz-se que a alteração é conseqüência do
responder. Neste caso, o comportamento é chamado de operante e a relação entre a
reposta e a alteração ambiental é de contingência. Há, no entanto, situações em que
alterações ambientais ocorrem a despeito das respostas de um organismo e ainda assim
podem afetá-las. A única relação que existe entre a resposta e a mudança no ambiente é
temporal, no sentido de que esta segue aquela. Neste caso, diz-se que a relação entre a
resposta e o evento que a segue é uma relação de contigüidade (Andery e Sério, 2005).
Segundo De Souza (1997), é comum encontrar confusões entre os termos
contingência e contigüidade. Isso porque relações de contingência, na maioria das
vezes, incluem a proximidade temporal entre a resposta e a alteração no ambiente. No
entanto, a autora destaca que contingência implica uma relação de dependência entre
esses eventos, enquanto contigüidade especifica apenas a justaposição dos mesmos, de
modo que contigüidade pode ser uma propriedade de uma relação de contingência.
Dessa forma, um evento (b) pode ser contingente e contíguo a outro evento (a) –
quando b é produzido por a e ocorre imediatamente após o mesmo – assim como um
evento (b) pode ser apenas contíguo ou apenas contingente ao outro (a). Pode acontecer,
por exemplo, de a e b estarem separados no tempo e ainda assim manterem uma relação
dependência, quando apenas a relação de contingência está presente. Num outro caso, o
evento b pode ocorrer imediatamente após a e não manter com este qualquer relação de
dependência (a ocorrência de b não depende da ocorrência de a). Neste caso, há uma
relação de contigüidade
e de não contingência entre os dois eventos.
De acordo com Catania (1999), contingência e não contingência se referem a
probabilidades condicionais que relacionam um evento (por exemplo, um estímulo
reforçador) a outro (resposta).
Seligman (1977) utilizou-se de uma terminologia diferente para designar essas
relações de contingência e não contingência entre respostas e alterações ambientais, ele
as chamou de relações de controlabilidade e incontrolabilidade, respectivamente. Há
uma passagem eu seu texto em que ficam bastante claras as diferenças entre essas
relações. Segundo Seligman (1977), numa relação de controlabilidade, a alteração
ambiental só ocorre dada a resposta ou, em algumas condições, na ausência de uma
2
dada resposta. A probabilidade de ocorrência da alteração ambiental na presença da
resposta (p[S/R]) é sempre diferente de sua probabilidade na ausência da resposta
(p[S/nR]). Essa diferença entre as duas probabilidades pode variar amplamente. Quando
o reforçamento é contínuo, a p(S/R) é igual a um, e a p(S/nR) é igual a zero. Neste caso,
cada resposta é seguida de reforço. Já num esquema intermitente, no qual apenas 50%
das respostas são reforçadas, por exemplo, a p(S/R) é igual a 0,5 e a p(S/nR) é igual a
zero. Num esquema de reforçamento diferencial de outro comportamento (DRO), a
p(S/R) é nula e a p(S/nR) é igual a um. Não importa como essas probabilidades são
arranjadas, para que uma relação seja de controlabilidade é necessário apenas que elas
sejam diferentes. No caso de uma relação de incontrolabilidade, por outro lado, a
probabilidade da alteração ambiental é sempre a mesma na presença ou ausência da
resposta.
Dois grupos de pesquisadores têm se dedicado a estudar essas relações de
incontrolabilidade. Mais especificamente, eles têm investigado os efeitos da
apresentação (ou retirada) de eventos ambientais, bem estabelecidos como reforçadores,
independente das repostas do sujeito. Utilizando-se de delineamentos experimentais
distintos, estes dois grupos encontraram diferentes resultados e ofereceram diferentes
interpretações dos mesmos.
Um grupo (Skinner, 1961, entre outros) observou que a liberação não
contingente de reforço
1
selecionou padrões de respostas claramente definidos. A
maioria dos sujeitos apresentou um aumento na freqüência de uma dada classe de
respostas: aquela que precedia sistematicamente a apresentação do reforçador. O efeito
em questão foi chamado de comportamento supersticioso e o procedimento, de
reforçamento acidental.
Outro grupo de pesquisadores (Seligman e Maier, 1967; Hiroto, 1974) observou
que o mesmo procedimento, de alterar o ambiente independente do responder, levou a
uma posterior dificuldade de aprendizagem sob uma nova contingência de
reforçamento. O efeito observado foi chamado de desamparo aprendido e o
procedimento, de incontrolabilidade.
Entre as variáveis que podem ser responsáveis pela produção de um efeito
(desamparo aprendido) ou de outro (comportamento supersticioso) está a natureza do
1
Em muitos momentos do texto os termos reforço, reforçamento e reforçadores serão empregados por
conveniência, embora estejam se referindo a alterações ambientais, como término de um estímulo
aversivo ou apresentação de reforçadores positivos, independentes das respostas. Não atendendo assim, a
todos os requisitos de suas definições técnicas.
3
estímulo que é apresentado de forma independente da resposta (por exemplo, Matute,
1995), uma vez que o comportamento supersticioso tem sido produzido
predominantemente a partir do reforçamento acidental com reforçadores positivos,
como alimento e água, e o desamparo aprendido, predominantemente por reforçamento
acidental com reforçadores negativos, como choques elétricos.
Seligman (1977) destaca outras três possíveis variáveis. A primeira seria a
história prévia com eventos controláveis. A segunda se refere a possíveis características
do ambiente, que possam se tornar estímulos discriminativos de situações de
incontrolabilidade. E por último, a importância relativa do evento que está sendo
apresentado independentemente da resposta.
O intervalo de tempo entre a alteração ambiental e a resposta imediatamente
precedente também deve ser considerado (por exemplo, Matute, 1995). Diferente de
esquemas de reforçamento dependente, a liberação não contingente de “reforçadores”
permite que o intervalo de tempo entre uma dada resposta e o reforçador varie
amplamente, e que o reforço aconteça na presença ou ausência da resposta com a
mesma probabilidade.
Todas essas variáveis devem ser levadas em consideração quando se está
investigando os efeitos da liberação não contingente de reforçadores sobre a resposta. A
variável sobre a qual a presente pesquisa irá se concentrar é o intervalo de tempo entre a
alteração ambiental e a última resposta emitida antes da mesma. Como o procedimento
experimental especifica apenas a alteração ambiental e o momento em que esta ocorre, e
não tem controle sobre o momento em que respostas são emitidas, e em algumas
condições, nem mesmo sobre a resposta que será seguida pela alteração ambiental
programada, o intervalo real entre uma resposta qualquer e a alteração ambiental só é
conhecido a posteriori e pode variar amplamente, o sujeito pode mesmo nem responder.
Entretanto, como será visto na quarta seção deste texto, alguns autores (Reilly e Lattal,
2004, entre outros) mostram que algumas manipulações experimentais podem permitir
interferir de alguma forma sobre a variação do intervalo real.
Reforçamento acidental e o comportamento supersticioso
A relação entre respostas e alterações ambientais não contingentes tem sido de
interesse da análise experimental do comportamento há pelo menos meio século, desde
o estudo original de Skinner (1961) ‘Superstição’ no Pombo.
4
Skinner realizou um experimento para testar a suposição de que a simples
relação temporal entre resposta e evento subseqüente, expressa em termos de ordem e
proximidade, seria, presumivelmente, suficiente para que o processo de
condicionamento ocorresse.
Oito pombos privados de alimento foram colocados em uma gaiola experimental
alguns minutos por dia. Um relógio foi programado para apresentar alimento em
intervalos regulares de 15 s, independentemente das respostas dos sujeitos.
Como resultado, seis dos oito pássaros apresentaram um padrão de respostas
claramente definido. Um foi condicionado a girar em sentido anti-horário, fazendo duas
ou três rotações entre reforçamentos. Outro colocava a cabeça repetidamente em um dos
cantos superiores da caixa. Um terceiro pombo desenvolveu um comportamento de
sacudir a cabeça. Dois deles repetiam um movimento pendular da cabeça e corpo, e um
último foi condicionado a bicar ou roçar o chão da caixa.
Skinner (1961) descreveu o processo da seguinte maneira:
Acontece de o pássaro estar executando alguma resposta quando o alimentador
aparece, como resultado ele tende a repetir essa resposta. Se o intervalo antes
da próxima apresentação não for tão grande a ponto de extinguir a resposta,
uma segunda “contingência” é provável. Isso fortalece ainda mais a resposta e
reforçamentos subseqüentes se tornam mais prováveis (p. 405).
O autor acrescenta que muitas instâncias dessa resposta não são reforçadas e
alguns reforços acontecem na ausência da mesma, mas, ainda assim, o responder é
mantido com alguma freqüência.
De acordo com Skinner (1961), o efeito parece depender da taxa de apresentação
do alimento, de modo que quanto menor o intervalo entre as apresentações sucessivas
do alimento, mais rápido e mais marcado é o condicionamento obtido. Uma razão que
favorece tal suposição é a de que o comportamento do pombo torna-se mais diverso à
medida que o tempo após o reforçamento passa. Outra é a de que quanto mais longo é o
intervalo, maior o número de respostas emitidas e não reforçadas, resultando num
processo de extinção. Ainda segundo o autor, o intervalo efetivo para o
desenvolvimento desse tipo comportamento varia com o grau de privação e de espécie
para espécie.
5
Skinner (1961) observou que a curva acumulada de uma classe de respostas
selecionada a partir de um FT 1 min lembra, em todos os aspectos, a curva característica
de um comportamento sob FI, com uma marcada discriminação temporal. Quando as
apresentações de alimento foram desativadas, mais de 10.000 respostas foram
registradas antes que a “extinção” atingisse um ponto em que poucas ou nenhuma
resposta fosse emitida durante um intervalo de 10 ou 15 minutos.
O autor concluiu que esse experimento demonstrava um tipo de “superstição”.
“Os pombos se comportaram como se houvesse uma relação causal entre o seu
comportamento e a apresentação do alimento, embora tal relação estivesse ausente”
(Skinner, 1961, p. 405). Em 1953 (2000), Skinner afirmou que um comportamento é
chamado de “supersticioso” quando “apenas uma conexão acidental existe entre a
resposta e a apresentação de um reforçador” (p.95).
Nessa mesma época, Skinner (1953/2000) voltou a afirmar que, no que diz
respeito ao organismo, a relação temporal entre resposta e reforço é a propriedade
crítica no processo de condicionamento operante. “O reforçador simplesmente sucede à
resposta. Como isso acontece, não importa”. (p. 94).
A explicação que o autor oferece para tal fenômeno é a de que houve uma falha
no processo de condicionamento, no decorrer da evolução das espécies:
No comportamento operante supersticioso... o processo de condicionamento
malogrou. O condicionamento oferece tremendas vantagens ao equipar o
organismo com comportamento eficaz em novos ambientes, mas parece não
haver meios de evitar a aquisição de comportamentos inúteis acidentalmente. O
curioso é que esta dificuldade deve ter aumentado assim que o processo de
condicionamento foi acelerado no curso do processo de evolução. Se, por
exemplo, três reforços fossem sempre requeridos para mudar a probabilidade de
uma resposta, o comportamento supersticioso seria improvável. É só por que
alcançaram o ponto em que uma única contingência provoca uma mudança
substancial, é que os organismos são vulneráveis às coincidências (Skinner,
2000/1953, p. 96).
Também para Herrnstein (1966), a relação entre resposta e reforço, no processo
de condicionamento, é puramente temporal. No entanto, este autor sugeriu que os
comportamentos fortalecidos a partir da liberação não contingente de alimento, no
6
experimento de Skinner (1961), deviam ser típicos daqueles sujeitos, e já aconteciam
com alguma freqüência no momento da liberação do reforçador. Dessa forma, o
procedimento teria apenas acentuado algumas formas de respostas que eram
inicialmente dominantes entre os pombos.
Herrnstein (1966) hipotetizou que se uma resposta específica fosse fortalecida
previamente, por meio de uma dada contingência de reforço, a emissão dessa resposta
se tornaria freqüente o suficiente para que, quando o reforço fosse apresentado de forma
não contingente, num momento posterior, ele fosse contíguo a esta resposta.
Um experimento apresentado pelo autor exemplifica essa suposição. Herrnstein
(1966) mostrou que quando um esquema de intervalo fixo FI 11 s, que mantinha o bicar
de pombos, foi substituído por um esquema de tempo fixo FT 11 s, o responder foi
mantido com alguma freqüência, embora esta freqüência tenha declinado em relação à
condição anterior. A reinstalação do FI produziu um aumento na taxa de respostas, e a
remoção do reforço (extinção) cessou o responder.
De acordo com Herrnstein (1966), esse resultado mostra que a apresentação não
contingente de reforçadores pode manter uma dada classe de respostas, anteriormente
fortalecida por um esquema de reforçamento dependente. Embora tenha havido um
decréscimo na taxa de respostas, o responder não foi extinto.
Como o procedimento de apresentação não contingente de reforçadores não
requer sequer a emissão de respostas, as propriedades das respostas selecionadas
acidentalmente podem mudar ao longo de um período de tempo (Skinner, 1961;
2000/1953; Herrnstein, 1966): “A topografia do comportamento pode continuar a
modificar-se com outros reforços, pois pequenas modificações na forma de responder
podem coincidir com o recebimento da comida” (Skinner, 2000/1953, p. 95).
Essa “transitoriedade” do comportamento supersticioso tem criado dificuldades
para a pesquisa científica. Como não há qualquer resposta especificada que se relacione
com a ocorrência da alteração ambiental, torna-se difícil o registro da variável
dependente sobre a qual os efeitos da liberação não contingente de reforçadores serão
investigados (Hunziker, 1982).
De acordo com Herrnstein (1966), em ambas as demonstrações de
comportamento supersticioso (a apresentada por ele e a de Skinner, 1961), pelo menos
três características do condicionamento estão envolvidas: a primeira se refere à natureza
puramente temporal do reforçamento, que permite que a relação necessária e suficiente
do condicionamento – contigüidade temporal – tome lugar mesmo quando resposta e
7
reforço são independentes. A segunda se refere ao fato de o processo de extinção ser
lento em comparação ao de condicionamento. Essa demora no processo de extinção
permite que uma resposta possa ser reforçada apenas intermitentemente e ainda
continuar sendo emitida com alguma freqüência. A terceira é que o processo de
reforçamento não requer uma contigüidade exata, mas apenas aproximada, entre a
resposta e o reforço, no sentido de que o condicionamento pode ocorrer mesmo quando
alguns segundos separam a resposta e a apresentação do reforço.
Dessa forma, o que Skinner (1961) e Herrnstein (1966) sugerem é que em
qualquer procedimento no qual um estímulo reforçador ocorra independentemente das
respostas do sujeito, existe a possibilidade de que alguma resposta esteja sendo
acidentalmente afetada.
O mesmo princípio deveria valer para estímulos aversivos. Segundo Skinner
(2000/1953), o término de um estímulo breve, do tipo que é reforçador quando
removido (reforçador negativo), pode ocorrer a tempo de reforçar acidentalmente uma
resposta gerada pelo seu aparecimento. “O estímulo aversivo aparece e o organismo
torna-se ativo; o estímulo termina e isto reforça alguma parte do comportamento”
(Skinner, 2000/1953, p. 96).
Também para Herrnstein (1966), a remoção de um estímulo aversivo pode
reforçar acidentalmente uma resposta que a antecedeu.
Nós esperaríamos que se desenvolvesse comportamento supersticioso se
expuséssemos um animal a um doloroso choque elétrico que fosse
periodicamente terminado independentemente das ações do animal. Como os
pombos supersticiosos de Skinner, esses animais deveriam também desenvolver
comportamentos ritualizados como resultado de correlações no tempo entre
suas atividades e a ocorrência do reforçador [término do choque]. Este
experimento não tem sido feito, mas se falhasse seria necessário revisar nossa
visão de condicionamento de esquiva (Herrnstein, 1966, p.42).
Incontrolabilidade e desamparo aprendido
De acordo com Hunziker (2003), o termo contingência operante equivale a uma
condição de controle e não contingência equivale a uma condição na qual não há
controle sobre o meio. Dessa forma, as relações anteriormente descritas, em que
8
alterações ambientais ocorrem independentemente das repostas, e que têm sido
chamadas de relações de independência ou de não contingência (Catania, 1999, Andery
e Sério, 2005), receberam uma nova denominação: relações de incontrolabilidade
(Seligman, 1977).
“Quando um organismo não tem condição de executar nenhuma resposta
operante que resulte em determinada conseqüência, direi que esta conseqüência é
incontrolável” (Seligman, 1977, p. 14). Alguns efeitos da exposição a esta situação de
incontrolabilidade sobre o responder foram chamados por Seligman (1977) de
desamparo aprendido.
Hunziker (1997) faz uma distinção entre o fenômeno comportamental do
desamparo aprendido e uma de suas hipóteses explicativas. Enquanto efeito
comportamental, desamparo aprendido seria caracterizado por uma dificuldade de
aprendizagem após exposição prévia a eventos aversivos cujo término independe das
respostas dos sujeitos.
Enquanto explicação, a hipótese do desamparo aprendido afirma que o efeito
comportamental observado se deve ao fato de que os sujeitos expostos a uma condição
de incontrolabilidade aprendem que suas respostas e os estímulos são independentes, e
esta aprendizagem se generaliza para situações novas, no futuro (Hunziker, 1997). De
acordo com essa interpretação, e diferente da proposição de Skinner (1961), os sujeitos
são capazes de “detectar” relações causais, separando relações temporais não causais
daquelas em que a dependência está presente (Peterson, Maier, e Seligman, 1993). Dito
de outra maneira, o que Peterson e col. (1993) parecem propor é que os sujeitos
respondem diferencialmente a relações de contingência e de não contingência.
Além dessa, muitas outras hipóteses foram oferecidas para o fenômeno em
questão (ver Hunziker, 2003). No entanto, o presente estudo não entrará no âmbito
dessas diferentes hipóteses explicativas.
De acordo com Overmier e LoLordo (1998), a pesquisa sobre desamparo
aprendido surgiu de maneira indireta, a partir dos estudos sobre a teoria dos dois fatores
de aprendizagem de esquiva que estavam sendo realizadas entre os anos 50 e 70.
Segundo esta teoria, o comportamento de esquiva dependeria de dois processos de
aprendizagem. O primeiro seria o condicionamento respondente de um “estado de
medo” a partir do pareamento de um estímulo aversivo com um estímulo que o
precedesse sistematicamente, adquirindo assim a função de estímulo aversivo
condicionado. O segundo processo consistia de uma aprendizagem operante de um
9
comportamento que era reforçado pelo término do estímulo aversivo condicionado
(Overmier e LoLordo, 1998).
Interessados em saber se a ordem de apresentação desses dois processos,
respondente e operante, interferia com a aquisição da resposta de esquiva, Overmier e
Leaf (1965) administraram os dois tipos de condicionamento, em diferentes ordens de
apresentação, a cães de laboratório.
Um dos resultados encontrados pelos autores, de maior interesse para o presente
estudo, foi que os cães que passaram primeiro pelo condicionamento pavloviano de
medo apresentaram latências mais longas da resposta inicial de fuga na tarefa operante
(que eles chamaram de treino instrumental) do que os animais que passaram pelo treino
instrumental antes de qualquer outro procedimento.
A partir desses achados, Overmier e Seligman (1967) conduziram um
experimento com o propósito específico de investigar essa interferência do
condicionamento pavloviano sobre uma posterior aprendizagem operante, numa
variedade de condições. Esses autores realizaram três experimentos, mas apenas o
primeiro será relatado aqui.
Trinta e dois cães adultos foram distribuídos em 4 grupos. Duas fases
2
experimentais – treino e teste – foram conduzidas em dias sucessivos, com cerca de 24
horas entre elas. Durante o treino, os sujeitos ficavam amarrados em arreios. O grupo I
não recebeu choques. O grupo II recebeu 64 apresentações de um choque cujo término
independia de suas respostas (inescapável), com 5 s de duração. O grupo III recebeu 640
apresentações de choques inescapáveis com durações de 0,5 s cada, e o grupo IV
recebeu 64 apresentações de choque inescapável com duração de 0,5s.
A segunda fase consistiu num teste instrumental de fuga-esquiva numa
shuttlebox
3
. Para todos os sujeitos foram programadas 10 tentativas, que começavam
com a apresentação de um estímulo (a luz da caixa era apagada) que ficava presente
durante toda a tentativa. Após um intervalo de dez segundos, um choque era
apresentado. Saltar a barreira durante a luz apagada evitava o choque (esquiva). Uma
resposta durante a apresentação do choque encerrava a tentativa (o choque era
terminado - fuga).
2
A terminologia utilizada na literatura do desamparo apresenta muitas variações para designar essas duas
fases experimentais. Para facilitar a leitura, a presente autora adotará apenas uma. A condição
experimental na qual os sujeitos são expostos a alterações ambientais independentes da resposta será
chamada de treino, embora receba denominações como tratamento, pré-tratamento, entre outras. A outra
condição, na qual uma nova contingência de fuga é apresentada, será chamada de condição de teste.
3
Caixa que podia ser dividida em dois compartimentos por uma barreira ou por uma parede removível.
10
Como resultado, os três grupos expostos aos choques inescapáveis foram
significativamente “mais lentos”
4
na emissão das respostas de fuga no teste
instrumental, do que os sujeitos do grupo I. Não houve diferenças significativas entre
esses três grupos. Além disso, os sujeitos previamente expostos a choques inescapáveis
apresentaram um maior número de tentativas nas quais nenhuma resposta de fuga era
emitida
5
(grupos II, III e IV) do que os sujeitos do grupo I.
Segundo Overmier e Seligman (1967), diferenças qualitativas entre os grupos
também foram observadas: os sujeitos que passaram pelas condições de choque
inescapável não emitiam qualquer resposta motora durante as apresentações sucessivas
dos choques (o que os autores chamaram de passividade), e mesmo após emitirem uma
resposta apropriada, essa resposta não se repetia. Sujeitos não expostos aos choques
inescapáveis (grupo I) emitiam diversas respostas imediatamente após a apresentação
dos choques e, assim que uma resposta apropriada era emitida, a mesma voltava a se
repetir mais rapidamente nas tentativas seguintes.
Os autores concluíram que a exposição prévia a choques inescapáveis sob uma
variedade de condições (diferentes durações e freqüências de estímulos) resulta na
interferência com a aquisição futura de respostas instrumentais de fuga e/ou esquiva. A
esse efeito eles deram o nome de efeito de interferência, que foi posteriormente alterado
para o termo atual de desamparo aprendido (Hunziker, 2003).
Seligman e Maier (1967) realizaram um experimento com o objetivo de
comparar os efeitos da experiência prévia com choques escapáveis e inescapáveis sobre
as respostas de fuga e esquiva subseqüentes. Note que no trabalho anterior nenhum
sujeito passou pela experiência com choques escapáveis, ou dos quais poderiam fugir.
Dois aparatos diferentes foram utilizados em duas fases experimentais. Vinte e
quatro cães foram distribuídos em três grupos. Apenas dois grupos passaram pela
primeira fase, durante a qual os animais eram presos em uma caixa com arreios,
podendo apenas movimentar a cabeça. Um grupo de sujeitos – escape
6
ou grupo
contingente – passava por um treino de fuga na caixa com arreios. O treino consistiu de
64 apresentações de choques, que podiam ser desligados pela pressão, com a cabeça, de
um painel lateral. Os sujeitos do outro grupo – yoked ou grupo acoplado não
4
Não fica claro neste texto e nos textos seguintes se há uma maior demora em emitir a reposta de fuga, ou
se esta resposta tem uma maior duração.
5
A não emissão da resposta de fuga em uma tentativa era considerada pelos autores como falha em fugir
do choque.
6
No restante do texto, o grupo escape será referido como grupo contingente (CON) e o yoked como
acoplado não contingente (ANC), com o objetivo de facilitar a leitura.
11
contingente – recebiam os mesmos choques que os sujeitos do grupo contingente, na
caixa com arreios, mas não podiam desligá-los. A duração de cada choque, para este
grupo, era determinada pela duração da tentativa correspondente para os sujeitos do
grupo contingente. O terceiro grupo, que não passou por qualquer experiência prévia
com choques, foi chamado de controle.
Vinte e quatro horas após a primeira fase (treino), todos os sujeitos foram
expostos a dez tentativas de esquiva ou fuga em uma shuttlebox. O procedimento
utilizado no teste foi igual ao de Overmier e Seligman (1967).
Este delineamento, utilizado por Seligman e Maier (1967), foi chamado
delineamento de tríades. Segundo os autores, ele permite que qualquer diferença de
desempenho entre os sujeitos dos grupos contingente e acoplado não contingente seja
atribuída a diferenças no grau de controle sobre o evento aversivo e não a diferenças na
exposição ao estímulo, como duração, intensidade ou freqüência do mesmo.
Como resultado, Seligman e Maier (1967) encontraram que, na segunda fase
experimental (teste), os sujeitos do grupo acoplado não contingente (ANC) mostraram
marcada interferência na aquisição da resposta de fuga na shuttlebox, em comparação
com os sujeitos dos outros dois grupos. O que foi expresso em termos de uma maior
“demora” na emissão da resposta de fuga ou de esquiva na shuttlebox e um maior
número de tentativas nas quais a resposta de fuga não foi emitida. Os autores
concluíram que o fator crítico do desamparo aprendido era a incontrolabilidade dos
choques.
A partir desses estudos (Overmier e Seligman, 1967, e Seligman e Maier, 1967)
muitas pesquisas foram realizadas e os mesmos resultados foram encontrados com
diversas espécies de animais como mamíferos, peixes, aves e insetos; no entanto, a
maior parte das pesquisas utilizou ratos como sujeitos (Hunziker, 2003).
No Brasil, Hunziker e colaboradores têm se dedicado a investigar o fenômeno do
desamparo aprendido desde 1977, abordando questões teóricas e metodológicas por
meio de trabalhos experimentais com ratos como sujeitos. Hunziker (2003) destaca uma
série de aspectos importantes das pesquisas realizadas em seu laboratório, alguns dos
quais serão descritos a seguir.
O equipamento padrão utilizado na maior parte dos estudos consiste numa
shuttlebox, dividida em dois compartimentos por uma parede removível contendo um
orifício e que pode ser posicionada de duas maneiras. Em uma posição o orifício fica ao
nível do piso (como uma “porta”), de modo que a resposta de correr de um lado para o
12
outro pode ser registrada. Na segunda posição, o orifício fica alguns centímetros acima
do piso e a resposta registrada é a de saltar.
O procedimento usual, da mesma forma que em Seligman e Maier (1967),
envolve duas condições experimentais: treino e teste
7
. Quanto ao delineamento utilizado
na fase de treino, alguns estudos empregaram um delineamento de duplas e outros, o de
tríades. No primeiro caso, um grupo recebe choques inescapáveis com duração fixa de
10 s e o outro grupo (controle) não passa pela experiência com choques, mas fica na
caixa pelo tempo da sessão. No segundo caso, o delineamento é o mesmo que o
utilizado por Seligman e Maier (1967).
A fase de teste é a mesma para todos os sujeitos e ocorre 24 horas após a sessão
de treino. Nesta fase, os animais são colocados em uma nova caixa experimental
contendo algum tipo de manipulandum que permita a emissão de respostas diferentes
das do treino. Os choques apresentados podem ser desligados após a emissão de uma
resposta de fuga previamente determinada (essa resposta é sempre uma reposta diferente
daquela especificada como a resposta de fuga no treino para o grupo contingente). Se
essa resposta não é emitida, o choque termina automaticamente após um tempo
estipulado. Os choques são liberados com intervalos médios de 60 segundos entre eles,
sendo que cada apresentação define uma tentativa. A duração do choque define a
latência da resposta e cada resposta de fuga é contada como um acerto. Quando a
tentativa termina sem que o sujeito tenha emitido a resposta de fuga, uma falha é
registrada.
Alguns refinamentos metodológicos foram conduzidos. Segundo a autora, nos
primeiros experimentos com ratos, encontrados na literatura, a resposta de correr de um
lado da shuttlebox para o lado oposto, na fase de teste, inviabilizava a identificação da
aprendizagem de fuga, uma vez que esta resposta ocorria com latências muito baixas
desde os primeiros choques. Apenas com o aumento da razão (FR 2 para a resposta de
correr) foi possível identificar o efeito do desamparo naqueles estudos.
Algo que chamava a atenção da autora, nesses experimentos, era o grau de
dificuldade apresentado pelos sujeitos do grupo ANC, na fase de teste. Esses sujeitos
apresentavam latências mais elevadas que os demais, mas essas latências decresciam ao
longo da sessão, demonstrando apenas uma aprendizagem mais lenta e não um efeito de
não aprendizagem.
7
A autora utilizou-se dos termos tratamento e teste.
13
Na tentativa de obter um efeito de desamparo mais acentuado, de não
aprendizagem, novos refinamentos foram efetuados. Um deles foi a forma de liberação
dos choques, que eram administrados no piso e passaram a ser liberados diretamente na
cauda dos ratos. Essa mudança foi importante, pois havia sido observado que a
liberação dos choques no piso permitia algumas respostas não previstas que evitavam o
contato com o choque, de modo que em última instância os sujeitos exerciam algum
controle sobre o choque. O choque na cauda eliminou qualquer possibilidade de
‘controle’ por parte dos sujeitos experimentais.
Esses refinamentos metodológicos permitiram replicar o fenômeno do
desamparo aprendido em ratos, com um grau bastante elevado, de não aprendizagem (os
sujeitos não aprendiam a resposta de fuga na fase de teste, em vez de a aprenderam mais
tardiamente, como ocorria em muitos estudos), e com alta replicabilidade intragrupo.
Além disso, um dado importante oferecido pela autora é o fato desses resultados
diferirem daqueles reportados na literatura, nos quais cerca de um terço dos sujeitos
expostos aos choques independentes da resposta não apresentam o efeito do desamparo,
e um terço dos sujeitos do grupo controle não aprendem a resposta de fuga no teste. “No
nosso estudo final, todos os animais ingênuos aprenderam a resposta de fuga e todos os
submetidos a choques incontroláveis apresentaram desamparo” (Hunziker, 2003, p. 62).
Segundo Overmier e LoLordo (1998), o mesmo fenômeno do desamparo
aprendido tem sido também demonstrado com sujeitos humanos.
No entanto, os estudos com sujeitos humanos (Hiroto, 1974; Hiroto e Seligman,
1975, Matute, 1994; 1995, entre outros) apresentam resultados bastante divergentes,
além de serem menos numerosos se comparados àqueles que utilizam sujeitos não
humanos.
Um estudo sobre desamparo aprendido que utilizou sujeitos humanos foi
realizado por Hiroto (1974). Um som estridente foi utilizado, no lugar do choque, como
estímulo aversivo, na tentativa de estender a generalidade do desamparo aprendido para
um outro tipo de evento aversivo.
Participaram como sujeitos do experimento, 96 estudantes universitários de um
curso introdutório de psicologia. O aparato utilizado no treino consistiu de uma base de
madeira sobre a qual se localizava um botão vermelho.
O aparato utilizado na fase de teste foi um análogo da shuttlebox usada nos
estudos com não humanos. Tal aparato consistia de uma base sólida contendo um
puxador de três polegadas sobre o topo. O puxador deslizava sobre um canal reto,
14
podendo ser movido para duas direções mutuamente exclusivas. A resposta de fuga ou
esquiva consistiu no deslocamento do puxador para um dos lados, em cada tentativa. O
som era apresentado para o sujeito por meio de fones de ouvido.
O treino incluiu três grupos de sujeitos: grupo contingente (CON) que podia
desligar o som a partir da pressão do botão vermelho; grupo não contingente (NC) que
não podia desligar o som (esse grupo não foi acoplado ao anterior); e o grupo controle
(C)
8
, que não foi exposto a aos estímulos sonoros durante o treino, apenas no teste. Os
grupos expostos aos estímulos sonoros (CON e NC), foram instruídos a tentar desligar o
som. O treino consistiu de 30 tentativas não sinalizadas de no máximo 5 segundos com
um som de 3000 Hz, calibrado a 110 db. O intervalo médio entre tentativas foi de 20
segundos.
A fase de teste consistiu de 18 tentativas sinalizadas de 10 s segundos. Uma luz
vermelha, localizada no centro da superfície do aparato precedia, durante 5 segundos, o
aparecimento do som, que durava mais 5 segundos. O intervalo médio entre tentativas
foi o mesmo que no treino. A resposta de fuga e esquiva apropriada consistia em mover
o puxador para um lado do aparato em uma tentativa e movê-lo para o lado oposto na
tentativa seguinte. Uma resposta durante a luz vermelha suspendia o aparecimento do
som (esquiva).
Hiroto (1974) utilizou cinco medidas durante o teste: (a) tentativas para atingir o
critério de aquisição de esquiva, definido como três respostas de esquiva consecutivas;
(b) tentativas para atingir o critério de aquisição da resposta de fuga (tanto a resposta de
fuga quanto a de esquiva consistiram no deslocamento de um puxador para um dos
lados, em cada tentativa), definido como três respostas de fuga consecutivas; (c) número
de respostas de esquiva para as 18 tentativas; (d) número de tentativas com a duração
máxima de 10 segundos (ou sem a emissão de qualquer resposta de fuga) – o que tem
sido chamado de “falhas” (Hiroto, 1974; Hiroto e Seligman, 1975, entre outros) (e)
latência
9
média total para as 18 tentativas.
Os resultados apresentados por Hiroto (1974) mostraram que os sujeitos do
grupo não contingente (NC) apresentaram consistentemente maiores latências e
8
Esses três grupos foram chamados de escape, inescapable e no pretreatment, respectivamente.
9
Catania define latência como “tempo a partir de um evento, geralmente, o início de um estímulo até uma
resposta” (p. 409). No entanto, não fica claro nos experimentos de Hiroto (1974) e dos outros autores que
serão apresentados a seguir (Hiroto e Seligman, 1975, Matute, 1994, 1995, Hatfield e Job, 1998) o que
eles estão mensurando: seria o intervalo de tempo entre a apresentação do estímulo sonoro e a emissão da
primeira resposta (qualquer resposta) ou a emissão da resposta de fuga apropriada? Hunziker (2003) e Di
Rienzo (2002) chamaram de latência o tempo de duração do estímulo (intervalo entre o início e término
do mesmo) em cada tentativa.
15
“demoraram” mais tempo para a aquisição da resposta de fuga e esquiva em
comparação com os sujeitos dos grupos contingente e controle, os quais não diferiram
entre si. No entanto, esses resultados não foram tão dramáticos como aqueles
encontrados com sujeitos animais.
Devido a essa diferença entre os grupos não contingente, contingente e controle,
o autor concluiu que o fenômeno do desamparo aprendido pode ser produzido
experimentalmente em sujeitos humanos.
Hiroto e Seligman (1975) realizaram novo experimento para testar a
generalidade do desamparo no homem. Eles questionavam se o desamparo aprendido
ocorria apenas em situações similares ao treino original, ou se era generalizado para
uma ampla gama de situações.
Quatro combinações treino-teste foram investigadas: instrumental-instrumental;
cognitivo-instrumental; instrumental-cognitivo; e cognitivo-cognitivo. Cada
combinação incluía três grupos de participantes. Um grupo passava pelo treino não
contingente
10
/insolúvel, outro contingente/solúvel e o terceiro era o grupo controle, que
não passava por qualquer condição experimental de treino. O teste era o mesmo para os
três grupos dentro de cada combinação. Participaram do experimento 96 estudantes
universitários.
O treino instrumental consistiu de 45 tentativas não sinalizadas de no máximo 5
segundos com a apresentação do som. O intervalo entre tentativas variou de 10 a 25
segundos, com uma média de 14 segundos. O equipamento utilizado nessa condição foi
uma base circular com um botão localizado no centro. Na condição contingente, quatro
pressões ao botão terminavam o som. Na condição não contingente, o botão ficava
inefetivo. De cada lado do botão havia uma lâmpada. Essas luzes informavam ao
participante como o som havia terminado. Caso o sujeito tivesse emitido a resposta
apropriada para terminar o som, a luz verde era acesa. Se o som terminasse
automaticamente, a luz vermelha era acesa.
O procedimento utilizado por Hiroto e Seligman (1975) neste treino diferiu do
utilizado por Hiroto (1974) pelo fato de que o grupo para o qual o término do som não
era contingente era acoplado ao grupo contingente, ou seja, ambos os participantes
recebiam a mesma quantidade de sons, com a mesma ordem e duração.
10
Hiroto e Seligman (1975) utilizaram os termos escapável e inescapável, no lugar de contingente e não
contingente.
16
O treino cognitivo consistiu de uma tarefa de aprendizagem discriminativa. Essa
tarefa envolveu três problemas com 10 tentativas, de no máximo 15 segundos cada. Os
participantes do grupo da condição insolúvel recebiam um esquema predeterminado de
indicações de soluções “corretos” e “incorretos” após cada tentativa, independente de
suas respostas. O grupo controle foi instruído apenas a olhar para os problemas.
O equipamento utilizado no teste instrumental foi o mesmo descrito por Hiroto
(1974). Esse teste consistiu de 20 tentativas sinalizadas com duração máxima de 10
segundos – 5 s de luz seguida por 5 s de som. Mover o puxador para um dos lados
durante a apresentação da luz evitava o aparecimento do som. Uma resposta na presença
do som encerrava a tentativa.
A tarefa cognitiva utilizada no teste foi uma série de 20 anagramas, retirados de
uma lista de anagramas de cinco letras. A ordem das letras para todos os anagramas era
a mesma (3-4-2-5-1). Cada anagrama era apresentado individualmente ao participante.
As medidas utilizadas no teste instrumental foram: (a) tentativas para atingir o
critério de aquisição de fuga, definido como três respostas de fuga consecutivas; (b)
número de tentativas com a duração máxima de 10 segundos (ou número de tentativas
em que nenhuma resposta de fuga era emitida ou “falhas”); (c) latência média total para
as 20 tentativas. No teste cognitivo os autores empregaram três medidas análogas: (a)
tentativas para o critério de solução do anagrama, definido como a solução de três
anagramas em menos de 15 s; (b) número de tentativas com duração de 100 s (momento
no qual a tentativa era encerrada); (c) latência média de respostas para os 20 anagramas.
Os resultados da fase de teste mostraram que, em todas as combinações treino-
teste, exceto a cognitiva-cognitiva, os grupos que passaram pelo treino no qual as
respostas e as alterações ambientais eram independentes, apresentaram um pior
desempenho nas três medidas de teste em relação aos demais grupos, ou seja,
precisaram de um maior número de tentativas para atingir o critério de aprendizagem,
apresentaram mais “falhas” e uma maior latência de resposta. Os sujeitos expostos à
combinação cognitiva-cognitiva apresentaram desempenhos muito parecidos. Não
houve diferenças de desempenho entre o grupo que passou pela tarefa insolúvel, e os
outros dois grupos (solúvel e controle).
Para os autores, os resultados da combinação treino instrumental-teste
instrumental são paralelos àqueles encontrados com cães, gatos, e ratos e demonstram
novamente o fenômeno do desamparo aprendido em sujeitos humanos. Mas, além disso,
o presente estudo demonstrou que o desamparo aprendido pode, supostamente, ser
17
produzido com tarefas cognitivas, sem a necessidade de um estímulo aversivo
incondicionado (Hiroto e Seligman, 1975).
Entretanto, de acordo com Matute (1994), evidências inequívocas a favor do
desamparo aprendido com sujeitos humanos têm sido raras. Segundo a autora, há um
conjunto de informações demonstrando que sujeitos expostos a situações de
incontrolabilidade podem se comportar de maneira oposta àquela esperada pela teoria
do desamparo, demonstrando comportamento supersticioso.
A sugestão de Matute (1995) é a de esses resultados contraditórios – de
desamparo aprendido e comportamento supersticioso - se devem, provavelmente, a
diferenças de procedimento. A maioria dos experimentos sobre comportamento
supersticioso tem empregado reforçadores positivos, enquanto os experimentos sobre
desamparo aprendido têm empregado reforçadores negativos. “Se esse fator fosse
crítico, ambas as teorias precisariam ser modificadas para incluir a especificidade do
reforço” (Matute, 1995, p. 143).
Além disso, o fenômeno comportamental do desamparo aprendido, em sujeitos
humanos, parece ser circunscrito a uma situação experimental muito específica.
Segundo Matute (1994), os autores que têm relatado o efeito do desamparo com
humanos têm utilizado uma segunda “conseqüência”, além do término do estímulo
aversivo (som). Essa outra variável a que a autora se refere é a luz que indica se foi o
participante quem terminou o som ou se este terminou automaticamente, o que tem sido
chamado de feedback de fracasso. Essa variável adicional confundiria o efeito do
reforçamento não contingente. Para a autora, não é possível saber a partir desses
experimentos, se os sujeitos expostos a uma situação que fosse de fato incontrolável
aprenderiam espontaneamente que o término do som é independente do seu
comportamento ou se desenvolveriam comportamento supersticioso. “Neste sentido, a
predição mais básica do desamparo aprendido permanece não testada e os resultados
tornam-se inconclusivos” (Matute, 1994, p. 219).
Matute (1994) realizou dois experimentos com o objetivo de investigar se, com a
retirada dessa variável adicional (que informa aos participantes o modo pelo qual o som
é desligado), a apresentação de sons independentes das respostas levaria ao
comportamento supersticioso ou ao desamparo aprendido.
No experimento 1, o delineamento utilizado foi uma replicação da condição
instrumental-cognitiva de Hiroto e Seligman (1975), exceto pela retirada da luz que
informava aos participantes a forma pela qual o som havia sido desligado.
18
Participaram do experimento 42 estudantes universitários, que foram
distribuídos em três grupos: contingente (CON), acoplado não contingente (ANC) e
controle (C). O estímulo aversivo consistiu num som de 3000 Hz com a duração
máxima de 5 segundos.
Um computador foi utilizado durante a fase de treino. O grupo controle foi
instruído apenas a ouvir os sons. Os outros dois grupos foram instruídos a tentar
desligá-los utilizando três dígitos do teclado (1, 2 e 3) em combinações dois a dois, sem
repetição, ou sozinhos. Eles eram informados sobre duração máxima do estímulo. A
combinação 21 desligava o som para o grupo contingente, mas nenhuma resposta era
programada para o grupo ANC. Para este último grupo, os sons terminavam de acordo
com o desempenho dos sujeitos do grupo CON e independiam do seu comportamento.
Dessa forma, os dois grupos eram expostos aos mesmos sons, de mesma duração,
intensidade e freqüência.
O treino consistiu de 40 tentativas. Durante esta fase, houve um registro das
respostas dos sujeitos e aquelas que se repetiam nas últimas n tentativas eram
classificadas como supersticiosas. Ao final, os sujeitos responderam a uma questão
sobre qual era a forma correta de desligar o som.
A fase de teste seguiu imediatamente a fase de treino e consistiu numa tarefa de
anagramas que era apresentada na tela do computador. Vinte anagramas, solucionáveis
por meio do mesmo padrão de letras, foram utilizados. Após o teste, os sujeitos
responderam a questões sobre a porcentagem de sons que eles teriam desligado
(julgamento de controle), e sobre a porcentagem de sons que eles consideravam
desligáveis durante a fase de treino (julgamento de controlabilidade).
Os resultados apresentados mostraram que, durante a fase de treino, 11 de 14
sujeitos do grupo ANC apresentaram comportamentos que a autora classificou como
supersticiosos, segundo o critério de repetição da resposta da enésima tentativa até a
última. No teste, o desempenho dos sujeitos do grupo ANC não diferiu dos demais
grupos em todas os aspectos mensurados (latência média, número de falhas e tentativa
critério). Segundo Matute (1994), esses resultados mostram que com a retirada da
variável que informava aos sujeitos a maneira pela qual o som havia sido desligado, o
resultado da exposição à incontrolabilidade do som foi o desenvolvimento de
comportamento supersticioso e não de desamparo aprendido.
Num segundo experimento, Matute (1994) replicou o primeiro experimento
reintroduzindo a variável adicional que informava aos sujeitos se o som tinha terminado
19
automaticamente ou se o término dependeu de alguma de suas respostas, como no
estudo de Hiroto e Seligman (1975). O objetivo foi testar se esta variável teria sido
responsável pelo efeito do desamparo apresentado pelos sujeitos do grupo ANC,
relatado por aqueles pesquisadores.
Outros 42 participantes foram utilizados. Todos os detalhes do procedimento
foram iguais aos do primeiro experimento, exceto que após o término de cada tentativa,
as palavras “correto” e “tempo esgotado” apareciam, indicando para o sujeito se o som
havia terminado automaticamente ou se ele o havia desligado.
Os resultados obtidos mostraram que, diferentemente do que ocorreu no
experimento 1, nenhum padrão de respostas supersticiosas foi registrado durante o
treino. Na fase de teste, o desempenho dos sujeitos do grupo ANC foi pior que o
desempenho dos sujeitos dos demais grupos, nas variáveis mensuradas.
Para a autora, esses resultados replicaram os achados prévios dos estudos sobre
desamparo aprendido com humanos (Hiroto, 1974; Hiroto e Seligman, 1975), mas não
podem ser tomados como evidência para a teoria do desamparo, que prediz que a
exposição à relação de independência entre resposta e reforço interfere com a aquisição
de uma nova aprendizagem. Nestes experimentos, há uma outra variável presente, além
da alteração ambiental não contingente, que é a variável que informa aos sujeitos a
forma como o som foi desligado.
Tomados em conjunto, os resultados desses dois experimentos sugerem que a
exposição a eventos aversivos incontroláveis, na ausência da variável adicional que
informa aos sujeitos a forma como o som foi terminado, comumente utilizada em
pesquisas sobre desamparo com humanos, leva ao desenvolvimento de comportamento
supersticioso, em vez de desamparo aprendido (Matute, 1994).
Em um estudo posterior, Matute (1995) afirmou que os resultados do estudo
anterior (experimento 1) podem ter sido um artefato do uso do procedimento acoplado
(yoked). Segundo a autora, esse procedimento pode ter favorecido o desenvolvimento de
comportamento supersticioso, uma vez que o grupo ANC, embora não tivesse controle
sobre o término do som, era exposto à mesma distribuição de sons (ordem e duração)
que o grupo contingente, que estava controlando o som. À medida que este último
grupo aprendia a resposta de fuga, os estímulos passavam a ter uma duração cada vez
mais curta. Assim, o grupo ANC era exposto a uma condição em que os sons de longa
duração, apresentados nas primeiras tentativas, eram seguidos por sons de curta
duração, nas demais tentativas. Essa distribuição aumentaria, supostamente, a
20
probabilidade de uma resposta qualquer ser imediatamente seguida pelo término do som
em um grande número de tentativas.
O que esse tipo de delineamento propicia pode ser comparado com a descrição
de Skinner (1961) sobre as características da situação experimental que produziram
comportamento supersticioso em seus pombos (ver página 4, nesta introdução). O que
ocorre com o grupo acoplado poderia ser similarmente descrito da seguinte maneira:
acontece de o participante estar executando alguma resposta quando o som termina,
como resultado ele tende a repetir essa resposta. Se a duração do estímulo não for tão
grande a ponto de extinguir a resposta, uma segunda “contingência” é provável. Isso
fortalece ainda mais a resposta e reforçamentos subseqüentes se tornam mais prováveis.
Como visto anteriormente, Skinner (1961) afirma que, se o intervalo entre as
apresentações do estímulo não for muito grande a ponto de extinguir o comportamento
em vigor, uma segunda “contingência” é provável (p. 405). Pode-se inferir, a partir da
afirmação de Skinner, que quando o estímulo aversivo (por exemplo, som) é breve, há
uma maior chance de que uma dada resposta emitida na sua presença seja seguida de
reforço (término do mesmo), como proposto na descrição acima.
Matute (1995) sugeriu que uma condição mais natural de independência entre
respostas e alterações ambientais seria a distribuição randômica dos estímulos de curta
duração. Assim seria mais difícil para os sujeitos desenvolverem e manterem um padrão
supersticioso de comportamento. A autora realizou três experimentos para testar os
efeitos da exposição a alterações ambientais independentes da resposta sob diferentes
condições de apresentação do som.
Participaram do primeiro experimento, 100 estudantes universitários que foram
distribuídos aleatoriamente em cinco grupos. Exceto o grupo controle, cada um dos
demais grupos foi submetido a uma condição de treino, na qual eram apresentadas 40
tentativas com um som de 3000 Hz. Em todos os casos, o término do som não dependia
do comportamento dos sujeitos.
Para cada grupo, foi programado um diferente arranjo de distribuição dos
estímulos sonoros. Os sujeitos do grupo 75-L eram expostos a sons de 1 s de duração
durante as 30 últimas tentativas (75%); para os participantes do grupo 25-L, sons com
essa duração eram apresentados nas dez últimas tentativas apenas (25%). Para o grupo
75-R, os sons de 1 s eram distribuídos randomicamente em 75% das tentativas e para o
grupo 25-R, em apenas 25%. As demais tentativas consistiram na apresentação de um
som com duração de 5s.
21
O treino envolveu uma tarefa de computador, na qual os sujeitos eram instruídos
a responder – utilizando os números 1, 2, e 3, em combinações de dois dígitos (como
em Matute, 1994). A autora definiu como comportamento supersticioso qualquer padrão
de respostas que fosse repetido da enésima até a última tentativa. Após a última
tentativa, os sujeitos responderam a uma questão sobre o modo correto de desligar o
som.
O teste consistiu de 20 tentativas de uma tarefa de fuga, na qual a resposta
requerida era também uma resposta numérica de dois dígitos. A instrução era a mesma
do treino, no entanto, no teste, a resposta 21 desligava o som. As medidas utilizadas
nesta fase foram: tentativa critério, definida como a primeira tentativa a partir da qual
todos os sons restantes fossem desligados; latência média das respostas de fuga, e
número de tentativas nas quais nenhuma resposta de fuga era emitida ou “falhas” para
fugir. Da mesma forma que em Matute (1994), questões sobre o grau de controle e
controlabilidade foram apresentadas.
Como resultado, Matute (1995) encontrou que, durante a fase de treino, o
comportamento supersticioso foi observado principalmente no grupo 75-L (10 de 20
sujeitos), mas também no grupo 25-L (cinco de 20 sujeitos). Nos dois grupos
randômicos, alguns sujeitos pareceram apresentar respostas supersticiosas em diversas
tentativas, mas logo seu padrão de respostas retornou a um padrão aleatório. Outros
sujeitos desenvolveram padrões complexos de resposta que não puderam ser claramente
classificados como supersticiosos. O questionário, aplicado após esta fase, mostrou que
77,5% dos sujeitos acreditaram ter encontrado uma resposta numérica que terminasse o
som (o que a autora chamou de crença supersticiosa).
Na fase de teste, todos os quatro grupos apresentaram um desempenho um pouco
melhor que o grupo controle. Dado que a autora atribuiu ao fato de os sujeitos não terem
“detectado” a relação de independência entre resposta e reforço, durante a fase de
treino.
O objetivo do segundo experimento foi testar um delineamento mais tradicional,
de tríades, com uma resposta única do tipo press/not press, no lugar da combinação
numérica utilizada no experimento 1.
Trinta estudantes universitários foram distribuídos em 3 grupos: contingente,
acoplado não contingente e controle. Durante a fase de treino, os sujeitos dos dois
primeiros grupos foram instruídos a desligar o som utilizando a tecla F1, ou não fazendo
nada. Em seguida, 40 tentativas com a apresentação de um som com a duração máxima
22
de 5 s foram apresentadas. O grupo contingente poderia desligar o som pressionando
quatro vezes a tecla F1. O término do estímulo para os sujeitos do grupo ANC dependia
das respostas dos sujeitos do grupo contingente (eram acoplados). O grupo controle não
passou por essa fase.
O comportamento supersticioso, definido como um padrão repetitivo de
respostas da enésima até a última tentativa, não foi mensurado. No lugar, Matute (1995)
calculou a probabilidade de respostas (P(R)) dos sujeitos, definida como o número de
tentativas nas quais o sujeito emitisse pelo menos uma resposta, dividido pelo número
total de tentativas. Segundo Matute (1995), uma alta P(R) aumenta a probabilidade de
uma resposta qualquer ser imediatamente seguida pelo reforço, diminuindo assim as
chances de o participante experienciar uma condição de S/nR: “essa [alta] P(R) é
adventiciamente mantida à medida que uma taxa de reforçamento mínima ocorre” (p.
155).
A fase de teste foi idêntica à do experimento 1. Os resultados dos questionários
mostraram que 7 de 10 sujeitos do grupo ANC afirmaram ter encontrado uma resposta
efetiva para controlar o som. Os sujeitos desse grupo (ANC) apresentaram um
desempenho no teste muito semelhante aos desempenhos dos sujeitos dos outros dois
grupos.
No experimento 3, Matute (1995) replicou o experimento 1 com exceção da
resposta utilizada no treino e teste. Em vez de utilizar uma combinação numérica, ela
utilizou uma resposta do tipo press/ not press, como no experimento 2.
Assim como observado nos experimentos anteriores, nenhum efeito de
desamparo aprendido pôde ser constatado na fase de teste. Não houve diferenças
significativas entre os grupos, no que diz respeito ao número de “falhas”, critério de
aprendizagem e latência média de fuga.
Para Matute (1995), os três experimentos replicaram os resultados de estudos
sobre comportamento supersticioso. Resultados que, segundo ela, são incompatíveis
com o desamparo aprendido.
Matute (1995) argumenta que a ausência de dificuldade na aprendizagem da
resposta de fuga (desamparo aprendido), durante a fase de teste, pode ser resultado da
estimulação aversiva moderada utilizada, baixo grau de dificuldade da tarefa, sua pouca
importância, insuficiente exposição à relação de independência entre resposta e
alteração ambiental, e ausência da variável que informa aos sujeitos sobre o modo pelo
qual o estímulo é terminado. No entanto, segundo a autora, com exceção da última
23
condição, todas as demais não diferem das que têm sido utilizadas nos experimentos
que têm demonstrado o efeito do desamparo aprendido em sujeitos humanos. Como
visto anteriormente, Hiroto e Seligman (1975) utilizaram a mesma estimulação aversiva,
tarefas semelhantes às utilizadas por Matute (1994 e 1995), o mesmo número de
tentativas, mas diferente de Matute (1995) eles utilizaram luzes que informavam aos
sujeitos como o som era desligado. O experimento de Hiroto (1974) também se
assemelha ao de Matute (1995), e ele também não utilizou essas luzes “informativas”. A
única diferença é que Hiroto (1974) não acoplou o grupo não contingente ao
contingente. Com isso, parece que ainda não é possível concluir a cerca de que variáveis
são determinantes de um efeito – comportamento supersticioso, ou de outro –
desamparo aprendido.
Talvez por isso, Matute (1995) considere arriscado concluir que o término de
estímulos aversivos, independente da resposta, sempre lava ao comportamento
supersticioso e nunca ao desamparo aprendido.
A conclusão proposta é a de que esses dois fenômenos comportamentais
(comportamento supersticioso e desamparo aprendido) ocorrem sob diferentes
condições de independência entre respostas e alterações ambientais, as quais precisam
ser melhor especificadas (Matute, 1995).
Di Rienzo (2002) conduziu uma replicação do estudo de Matute (1995 –
Experimento 3) com o objetivo de investigar se sujeitos expostos a diferentes
porcentagens e distribuições de sons de 1 e 5 segundos, cujo término fosse
independente da resposta, desenvolveriam comportamento supersticioso e/ou se
apresentariam uma posterior dificuldade de aprendizagem sob nova contingência de
fuga.
Participaram do experimento, 50 estudantes universitários. O procedimento foi o
mesmo descrito por Matute (1995 – experimento 3).
A análise das respostas motoras emitidas pelos participantes ao longo da fase de
treino mostrou que 21 dos 40 participantes que passaram por uma experiência prévia
com estímulos aversivos dos quais não era possível escapar, desenvolveram algum
padrão de respostas que poderia ser classificado como supersticioso, de acordo com a
definição de Matute (1994), de repetição da resposta da enésima até a última tentativa.
Três participantes apresentaram padrões de respostas que não puderam ser claramente
definidos e 16 apresentaram padrões de respostas classificados como não supersticiosos.
24
O grupo 25-L foi o que contou com o menor número de sujeitos apresentando padrões
supersticiosos (apenas um sujeito dos 10).
Na fase de teste, Di Rienzo (2002) apresentou os resultados sobre a média das
tentativas necessárias para apresentar a resposta de fuga, a latência média das respostas
de fuga, definida como o intervalo entre o início e o término do som, e o número médio
de acertos para cada um dos grupos, incluindo o grupo controle.
Dentre os participantes dos grupos que passaram pela exposição prévia aos sons,
cujo término independia de suas respostas, os do grupo 25-L apresentaram o pior
desempenho nessas medidas (mais tentativas para atingir o critério, maiores latências e
menos acertos).
Dados dos desempenhos individuais, durante a fase de teste, mostraram que
apenas dois sujeitos do grupo 75-L não aprenderam a resposta de fuga, enquanto no
grupo 25-L, foram sete. Nos grupo 75-R e 25-R, quatro participantes não aprenderam a
resposta de fuga. No grupo controle, apenas um participante não atingiu o critério de
aprendizagem.
A análise estatística mostrou que todos os grupos experimentais apresentaram
um desempenho significativamente mais lento na aquisição da resposta de fuga na fase
de teste, em comparação aos sujeitos do grupo controle, o que segundo Di Rienzo
(2002), caracteriza o efeito de interferência ou desamparo aprendido. É interessante
notar que 21 dos 40 participantes expostos à condição de incontrolabilidade dos sons
desenvolveram algum padrão de comportamento que a autora classificou como
supersticioso, durante a fase de treino, e ainda assim, o efeito do desamparo aprendido
foi obtido no teste, em relação aos sujeitos do grupo controle.
Hatfield e Job (1998) também se dedicaram a estudar o fenômeno do desamparo
aprendido com sujeitos humanos. Esses autores concordam com Matute (1994) sobre o
fato de que os efeitos de uma segunda conseqüência (feedback de fracasso) se
confundem com os efeitos da não contingência.
A proposta dos autores foi substituir o procedimento de “feedback” por uma
manipulação alternativa que também fosse capaz de evitar o desenvolvimento do
comportamento supersticioso. A manipulação alternativa que eles propuseram é um
pouco parecida com o procedimento utilizado por Matute (1995) para o grupo 75-R.
Hatfield e Job (1998) randomizaram a ordem na qual os sons eram apresentados para o
grupo não contingente, mantendo a mesma duração e freqüência experienciada pelo
grupo contingente.
25
Sessenta estudantes universitários foram distribuídos em 5 grupos: um grupo
contingente (no qual era possível controlar os sons); um grupo não contingente
diretamente acoplado ao anterior (os sujeitos recebiam o mesmo número de sons, na
mesma ordem e duração que o grupo contingente, porém não podiam controlá-los); um
grupo não contingente acoplado randomizado (ANC-R); um grupo controle exposto aos
mesmos sons que o acoplado direto e um controle exposto aos mesmos sons que o
acoplado randomizado. Segundo Hatfield e Job (1998), a única diferença entre os
grupos não contingente e seus respectivos controles é que os primeiros eram instruídos a
tentar desligar os sons e os últimos eram instruídos apenas a ouvi-los passivamente.
A fase de treino consistiu de uma tarefa de computador, idêntica à utilizada por
Matute (1994). Um total de 40 sons com a duração máxima de 5 s e 5 s de intervalo
entre tentativas (IET), foram apresentados aos sujeitos. Para o grupo contingente, uma
resposta de dois dígitos (21) terminava o som. Para os demais grupos o término do som
era acoplado ao grupo contingente.
Após a fase de treino, os participantes foram expostos a uma fase de teste que
consistiu numa tarefa cognitiva de anagramas, também igual à utilizada por Matute
(1994). Tanto o treino quanto o teste foram seguidos de questões a cerca do grau de
controle sobre o término do som. As variáveis mensuradas no teste foram: número de
tentativas com a duração máxima ou “falhas” para resolver o problema, e latência média
de resposta.
O resultados apresentados mostraram que, com relação ao número de “falhas”,
nenhum efeito de desamparo foi observado para o grupo diretamente acoplado. Já para o
grupo acoplado randomizado o efeito foi observado apenas nas sete tarefas mais fáceis.
No que se refere à latência média, o grupo diretamente acoplado novamente não
diferiu dos grupos contingente e controle. O grupo acoplado randomizado apresentou
um desempenho um pouco “mais lento” que os demais grupos na solução da tarefa.
De acordo com Hatfield e Job (1998), esses resultados mostram que a
randomização dos sons foi suficiente para produzir o efeito do desamparo aprendido nos
sujeitos expostos à condição de incontrolabilidade dos sons, mas que foram submetidos
ao procedimento acoplado-randomizado.
Como pode ser observado a partir dos estudos apresentados acima, o desamparo
aprendido com sujeitos humanos ainda não é um fenômeno bem estabelecido. A
produção de desamparo sob algumas condições e não sob outras (p. ex., Hiroto, 1974;
Hiroto e Seligman, 1975; Matute, 1994), bem como o fato de as mesmas condições
26
terem levado a resultados distintos (comportamento supersticioso e desamparo
aprendido), como é o caso de Matute (1995) e Di Rienzo (2003), apontam para uma
melhor investigação dos fatores moduladores do efeito.
O papel da contigüidade
11
na manutenção do comportamento
Como visto anteriormente, algumas das possíveis variáveis responsáveis pela
produção de desamparo aprendido ou de comportamento supersticioso, após a
exposição a eventos ambientais independentes da resposta, incluem: a natureza do
estímulo utilizado, se reforçador positivo ou negativo (Matute, 1994); importância
relativa do mesmo; características do ambiente que possam indicar a relação de simples
contigüidade existente; história prévia com eventos controláveis (Seligman, 1977);
intervalo de tempo entre a alteração ambiental e a resposta imediatamente precedente
(Matute, 1995).
Os estudos apresentados a seguir foram selecionados principalmente por que
seus autores demonstraram uma preocupação especial com o papel do intervalo entre
uma dada alteração ambiental e a resposta imediatamente precedente na seleção e
manutenção do comportamento, e propuseram algumas possibilidades de se manipular
esse intervalo.
Sizemore e Lattal (1977) realizaram um experimento cujo interesse principal foi
saber de que maneira diferentes relações temporais entre respostas e eventos
dependentes e independentes afetavam o responder dos sujeitos.
Segundo esses autores, tem sido encontrado na literatura (p. ex. Herrnstein,
1966) que transições de esquemas de reforçamento nos quais a liberação de alimento
depende de uma dada resposta, para esquemas de reforçamento independente, são
caracterizadas por reduções na taxa de respostas. O que Sizemore e Lattal (1977)
sugeriram é que nestes estudos a remoção da relação de dependência é acompanhada de
11
No presente estudo, o termo contigüidade se refere à simples justaposição de eventos no tempo.
Sizemore e Lattal (1977), tratam contigüidade e contingência como termos equivalentes, e se utilizam dos
termos dependência (response dependente reinforcement) e independência (response independent
reinforcement) para designar relações de contingência e não contingência, respectivamente. Rachlin e
Baum (1972) não empregam os termos contingência e contigüidade, mas dependência e independência
entre resposta e reforço. Iman e Lattal (1988) e Madden e Perone (2003) empregam o termo contigüidade
no mesmo sentido que este tem sido utilizado no presente estudo, mas também utilizam os termos
dependência e independência para se referir a relações contingentes entre respostas e eventos
subseqüentes.
27
uma mudança na contigüidade temporal entre a resposta que está sendo mensurada e a
liberação do reforço, no entanto, não há relato de dados que suportem essa proposição.
A proposta dos autores foi isolar os efeitos comportamentais de mudanças na
dependência e na contigüidade. Um esquema VT foi utilizado para estudar os efeitos,
sobre o comportamento de bicar em pombos, de se eliminar a dependência enquanto
permitindo variação na contigüidade. Um esquema tandem VI FT (ou VI com atraso
não sinalizado) foi utilizado para estudar os efeitos da remoção da restrição de
contigüidade temporal entre a resposta mensurada e o reforço, enquanto a relação de
dependência entre eles era mantida.
Participaram como sujeitos, seis pombos adultos cujos comportamentos foram
inicialmente mantidos em um esquema VI 63 s. Três deles foram então submetidos a
uma seqüência de VI, VI com atraso não sinalizado ou tandem VI FT, e VT. No
esquema VI, a cada 60 s, em média, iniciava-se um intervalo de 3 ou 6 s após o qual a
primeira bicada era reforçada. Na condição VI com atraso vigorava um tandem VI 60 s
FT 3 ou 6 s. A primeira bicada depois de completado o VI, iniciava um intervalo fixo
após o qual o reforço era automaticamente liberado, independente do comportamento
dos sujeitos no momento da liberação. A condição VT era idêntica à VI, exceto que,
quando o intervalo de 63 s se completava, o reforço era liberado independentemente da
emissão de qualquer resposta.
Os três sujeitos restantes serviram como controle para que se pudesse examinar
o papel de mudanças na freqüência de reforçamento obtida pelos sujeitos experimentais.
Para esses sujeitos vigorava um esquema VI cujo intervalo era determinado pelos
esquemas em vigor em cada uma das condições às quais os pombos experimentais eram
expostos. Dessa forma, a liberação do reforço para o pombo experimental – sendo ela
proveniente do VI, VI com atraso ou VT – tornava o reforço disponível para o sujeito
controle seguindo sua próxima bicada.
Os resultados obtidos mostraram que as taxas mais altas de resposta ocorreram
durante o VI, e as mais baixas durante o VT. A condição VI com atraso produziu taxas
intermediárias de resposta. O desempenho do grupo controle mostrou que a freqüência
de reforço não foi a variável responsável por essas mudanças.
Dessa forma, o efeito de se reter a relação de dependência enquanto permitindo
que a relação temporal entre resposta e reforço varie foi o de reduzir a freqüência na
emissão dessas respostas. A completa eliminação da dependência produziu uma redução
ainda maior. Além disso, segundo Sizemore e Lattal (1977), essas mudanças no
28
responder, de VI para VI com atraso e para VT, foram positivamente relacionadas com
aumentos no intervalo entre a última resposta e a liberação do reforço, ou seja, quanto
maior o intervalo entre a resposta e a liberação do alimento, maior foi a redução obtida
na taxa de respostas.
Para os autores, as relações estudadas nas três condições experimentais (VI, VI
com atraso e VT) estão sobre um continuum de precisão da especificação da resposta no
momento da apresentação do reforço. No caso do VI, por exemplo, a resposta que
antecede imediatamente o reforço é precisamente especificada, ela é previamente
definida pelo experimentador. Quando a resposta que irá anteceder sistematicamente o
reforço não é especificada a priori, como é o caso do VI com atraso e do VT,
freqüentemente taxas progressivamente menores daquela resposta (que vinha sendo
mantida sob VI) são obtidas.
De acordo com Sizemore e Lattal (1977), permitir que a contigüidade entre
reforço e resposta varie, enquanto a relação de dependência é mantida, como no caso do
reforçamento atrasado, evita que o intervalo entre o reforço e a resposta que o produziu
exceda o valor do atraso. Por exemplo, se o atraso programado for de 3 s, significa que
o maior intervalo possível entre resposta e reforço é de 3s. Como o sujeito pode
responder durante o período de atraso (FT), atrasos menores do que os programados são
freqüentemente obtidos. Assim, a dependência exerce, em parte, um efeito indireto
sobre o comportamento por meio de seus efeitos sobre a contigüidade temporal.
O reforçamento independente da resposta, por sua vez, minimiza a precisão da
especificação da resposta no momento do reforçamento e resulta na mais baixa taxa de
respostas (Sizemore e Lattal, 1977). O sujeito pode emitir qualquer resposta diferente
daquela que vinha sendo mantida sob VI (a resposta que está mensurada), e pode
mesmo nem responder, mas os “reforçadores” continuam sendo apresentados. Pode-se
supor que a baixa taxa de respostas resultante se deva a esta característica do esquema
VT.
Segundo Sizemore e Lattal (1977), testes empíricos sobre o papel da
contigüidade na aquisição e manutenção do comportamento são difíceis de se criar. Isso
por que é muito difícil delinear um procedimento em que a dependência entre resposta e
reforço é mantida enquanto a contigüidade é eliminada. Como o sujeito pode responder
durante o atraso, a possibilidade de contigüidade não é completamente excluída.
Os autores concluíram que procedimentos que resultam numa maior
variabilidade na relação temporal entre resposta e reforçamento levam a decréscimos no
29
responder. No entanto, a possibilidade de manutenção do comportamento por
contigüidades ocasionais e adventícias entre respostas e apresentações de “reforços” não
pode ser inequivocamente descartada (Sizemore e Lattal, 1977). Possivelmente essa
última conclusão dos autores, se deve ao fato de que o VT reduziu, mas não eliminou a
emissão de respostas.
Ao discutir o estudo de Sizemore e Lattal (1977), Catania (1999) sugere que as
diferenças nas taxas de respostas produzidas por VI e VT se devem, possivelmente, aos
intervalos “variáveis” entre respostas e reforços produzidos pelo VT. No entanto, ele
questiona sobre o porquê de as taxas sob o esquema VI com atraso serem maiores do
que aquelas produzidas por VT, uma vez que o VI com atraso também permite que o
intervalo entre a última resposta e o reforço varie.
Uma possível resposta a essa pergunta pode ser encontrada em uma das tabelas
apresentada por Sizemore e Lattal (1977), que mostra os intervalos obtidos entre a
última resposta emitida antes da apresentação do reforço e a liberação do mesmo, nas
três condições experimentais. O intervalo experienciado na condição VI com atraso foi
sempre menor que na condição VT. Esse dado sugere novas manipulações desses
intervalos para avaliar os efeitos de diferentes valores sobre o comportamento. Como
observado por Sizemore e Lattal (1977), embora permita que o intervalo real entre a
última resposta e a apresentação do reforço varie, o esquema VI com atraso limita essa
variação ao atraso previamente especificado. No caso do VT esse intervalo pode variar
ilimitadamente, como sugeriu o próprio Catania (1999).
Utilizando-se de um procedimento bastante diferente do utilizado por Sizemore
e Lattal (1977), Rachlin e Baum (1972) também estudaram os efeitos da liberação não
contingente de “reforçadores” sobre o comportamento. O estudo de Rachlin e Baum
(1972) é importante, principalmente, devido às novas pesquisas que gerou.
Rachlin e Baum (1972) questionavam se um segundo esquema de liberação de
alimento, disponível simultaneamente com um esquema de intervalo variável de
reforçamento para bicar uma chave, era importante na determinação da taxa de
respostas. Dois esquemas foram comparados: em um deles, a liberação do alimento
ocorria independentemente da resposta de bicar; e em outro, a liberação do alimento era
dependente de não bicar por dois segundos, após a passagem de um intervalo variável.
Participaram como sujeitos 12 pombos privados de alimento. A caixa
experimental continha apenas uma chave de respostas. O reforço consistiu no acesso ao
compartimento de grãos.
30
O experimento envolveu três condições básicas, dentro das quais se variou o
esquema de reforçamento programado simultaneamente com um VI, para uma única
chave de respostas. O primeiro esquema foi sempre um VI 3 min, o segundo esquema
variou entre um VT e um tandem VT DRO
12
.
Em uma condição, dois esquemas VI 3 min operavam ao mesmo tempo
(conjugado
13
VI 3 min VI 3 min). Outra condição envolveu um concomitante
14
VI 3
min VT 3 min. Em uma terceira condição, o reforçamento para o segundo esquema
também ficava disponível de acordo com um intervalo médio de 3 min, mas o reforço
só era liberado se o pombo não bicasse a chave por dois segundos (conjugado VI 3 min
tandem VT 3 min DRO > 2 s
15
). Neste último caso, o reforçamento provido pelo
segundo esquema nunca era contíguo a uma bicada.
Como resultado, Rachlin e Baum (1972) mostraram que os dois esquemas de
reforçamento (VT e tandem VT DRO), programados simultaneamente com um VI,
produziram o mesmo efeito sobre o responder dos pombos: uma redução na taxa de
respostas em relação à condição em que um VI operava nos dois esquemas.
Para os autores, a condição concomitante VI VT, parecia ser ideal para o
reforçamento adventício do bicar. Eles supuseram que, nessa condição, instâncias em
que a liberação do alimento seguia uma resposta (bicar) deviam ter sido freqüentes, e
concluíram que esses “reforços” poderiam ter aumentado a taxa de respostas – como
teria acontecido se fossem dependentes – e não reduzido essa taxa, como de fato
ocorreu. Segundo Rachlin e Baum (1972) a redução na taxa de respostas sob a condição
concomitante VI VT é exatamente o oposto do que se poderia esperar se o reforçamento
independente da resposta estivesse reforçando acidentalmente o bicar, como proposto
por Skinner (1961).
12
Rachlin e Baum (1972) não utilizam os termos VT e tandem VT DRO para designar esses esquemas.
Eles se referem a esses esquemas como esquemas de reforçamento independente da resposta não atrasado
e atrasado, respectivamente (p. 236). Os termos empregados aqui estão de acordo com a sugestão
proposta por Iman e Lattal (1988).
13
Rachlin e Baum se referem a essas combinações de esquemas como concorrentes. No entanto, segundo
Catania (1999), na forma como eles são programados (para uma única chave) não atendem ao requisito
técnico para serem assim denominados: quando dois esquemas operam ao mesmo tempo e
independentemente, para uma única resposta, o esquema em questão é chamado de conjugado (conjoint).
14
De acordo com Iman e Lattal (1992) quando o segundo esquema envolve um tipo de reforçamento
independente da resposta (VT, FT) é preferível designar a combinação como concomitante, já que um
esquema desse tipo (independente da resposta) também não preenche os requisitos para ser chamado de
conjugado – o segundo esquema não é programado para a mesma resposta, ele sequer exige a emissão de
respostas (Iman e Lattal, 1992).
15
Ainda de acordo com Iman e Lattal (1992), a combinação de um esquema dependente da resposta com
um esquema no qual não responder no operando é reforçado (DRO) é acuradamente descrita como
conjugado, já que o DRO também se refere ao mesmo operando correlacionado com o esquema de
reforçamento dependente da resposta.
31
De acordo com Iman e Lattal (1988), esses resultados do estudo de Rachlin e
Baum (1972) têm sido usados como evidência contra o princípio de reforçamento
baseado na contigüidade temporal entre resposta e reforço, o qual teria supostamente
predito uma menor taxa de respostas na condição tandem VT DRO do que na de VT.
No entanto, para Iman e Lattal (1988) o argumento de Rachlin e Baum (1972) de
que os “reforçadores” liberados pelo VT devem ter freqüentemente seguido as respostas
dos sujeitos, e que assim poderiam estar, de alguma forma, reforçando acidentalmente o
responder, não se baseia em dados empíricos. Rachlin e Baum (1972) não registraram o
comportamento dos sujeitos no momento da liberação do reforço, em nenhuma das
condições e, por isso, não podem supor que as respostas tenham sido seguidas de
reforços e que poderiam ter sido acidentalmente reforçadas (Iman e Lattal, 1988).
Uma outra crítica de Iman e Lattal (1988) ao estudo de Rachlin e Baum (1972),
se refere às comparações intra-sujeitos. Como são mínimas, limitam a conclusão de que
as duas condições de reforçamento simultâneo (concomitante VI VT e conjugado VI
tandem VT DRO) afetaram o desempenho dos sujeitos de forma similar.
O experimento de Iman e Lattal (1988) replicou três condições de Rachlin e
Baum (1972), com uma preocupação especial com as relações temporais entre a
liberação de alimento e as respostas imediatamente precedentes, sob a condição VT.
Eles queriam saber se, nessa condição de VT, instâncias em que uma resposta é seguida
de reforço seriam mesmo freqüentes.
Em uma condição, dois esquemas VI 3 min operavam ao mesmo tempo para
bicadas em uma única chave (conjugado VI 3 min VI 3 min). Em outra, o segundo
esquema foi mudado de VI para VT 3 min (concomitante
16
VI 3 min VT 3 min). Na
última condição, o esquema que operava simultaneamente com o VI requeria que o
pombo não bicasse a chave por pelo menos 2 s antes da liberação do reforço,
programado de acordo com um esquema VT (tandem VT 3 min DRO > 2 s). A cada 3
min, em média, o reforço era liberado contingentemente a um intervalo maior ou igual a
2 s sem uma bicada.
O responder de cada sujeito foi mantido primeiro na condição conjugado VI VI,
e, posteriormente, o segundo esquema foi alternado de VI para VT ou tandem VT DRO.
Quatro pombos participaram como sujeitos do experimento. Destes, três passaram duas
vezes por cada condição concomitante VI VT e conjugado VI tandem VT DRO.
16
Neste artigo de 1988, Iman e Lattal utilizaram o termo concorrente para essa combinação de VI e VT.
32
Comparações intra-sujeito mostraram que, de um modo geral, as taxas de
respostas foram mais baixas sob a condição de conjugado VI tandem VT DRO do que
sob a condição concomitante VI VT. Resultado que não corrobora os resultados de
Rachlin e Baum (1972), que mostraram que não houve diferenças no desempenho dos
sujeitos sob essas duas condições.
No que se refere ao intervalo de tempo entre a resposta e a liberação de reforço,
os resultados de Iman e Lattal (1988) indicam que houve poucas instâncias em que uma
resposta foi imediatamente seguida pela liberação do alimento, durante a condição
concomitante VI VT. Nesta condição, de cerca de 18 liberações de alimento, apenas
uma liberação, em média, ocorreu dentro de 0,10 s após a emissão de uma resposta. Em
média, quatro liberações ocorreram entre 0,11 s e 0,5 s, mas a maioria ocorreu entre 0,5
s e 2,0 s. Segundo os autores, esse resultado também questiona a suposição de Rachlin e
Baum (1972) de que, na condição concomitante VI VT, instâncias em que uma resposta
tenha sido imediatamente seguida de reforço, teriam sido freqüentes.
Por último, Iman e Lattal (1988) encontraram que os maiores intervalos obtidos
entre o reforço e a resposta imediatamente precedente foram correlacionados com as
menores taxas de resposta.
De acordo com esses autores, a noção de comportamento supersticioso, baseado
no reforçamento acidental e sua ênfase sobre a contigüidade temporal entre resposta e
reforço como central para o efeito do reforçamento, não é uma posição unânime entre os
estudiosos da área. No entanto, os resultados que eles encontraram sugerem que uma
explicação dos efeitos da liberação de reforçadores independente da resposta sobre o
comportamento operante, em termos da relação temporal entre respostas e reforço, não
pode ser excluída. Essa conclusão se deve, possivelmente, ao fato de os resultados de
Iman e Lattal (1988) terem mostrado que, embora tenha produzido uma menor taxa de
respostas em relação ao VI, o VT manteve o responder a uma freqüência superior à
produzida pelo DRO, mesmo havendo poucas instâncias em que uma resposta tenha
sido imediatamente seguida de reforço.
Madden e Perone (2003) conduziram uma replicação sistemática do estudo de
Iman e Lattal (1988) com os objetivos de investigar o papel da contigüidade temporal
nos efeitos da apresentação de estímulos independentes da resposta sobre um
comportamento mantido por um esquema dependente e de examinar se o
comportamento operante humano é sistematicamente afetado por mudanças de esquema
de reforçamento dependente da resposta para reforçamento independente da resposta.
33
Os autores mediram o tempo gasto com uma resposta previamente especificada
(resposta alvo) e com as outras respostas possíveis (descritas a seguir). Intervalos de
tempo em que nenhuma resposta ocorreu foram contados como pausas. Assim como
Iman e Lattal (1988) e diferentemente de Rachlin e Baum (1972), Madden e Perone
(2003) conduziram comparações intra-sujeitos e mediram os intervalos de tempo entre a
resposta alvo e a liberação do “reforço”.
Três estudantes necessitadas de dinheiro participaram do experimento. O aparato
consistiu de um console contendo dois botões e um joystick no centro (uma cruz
limitava os movimentos do joystick a quatro direções). Pontos, posteriormente trocados
por dinheiro, foram utilizados como reforço.
As participantes compareciam no local do experimento cinco dias por semana,
para cinco sessões de 21 minutos por dia. Uma sessão só começava quando um botão
vermelho (à esquerda) era mantido pressionado, neste momento aparecia um quadrado
verde no centro do monitor. Quatro respostas mutuamente exclusivas eram possíveis:
mover o joystick para a direita, para a esquerda, para cima e para baixo. Mover o
joystick 2 cm ou mais em qualquer direção era contado como uma resposta e fazia com
que o quadrado no centro do monitor se movimentasse na mesma direção do joystick.
O estudo envolveu três condições experimentais, realizadas após uma linha de
base. Na linha de base, foram programados quatro esquemas VI 3 min independentes,
um para cada direção na qual o joystick poderia ser movido. O objetivo dessa sessão foi
identificar uma resposta, para cada sujeito, que não fosse nem preferida nem evitada,
para que posteriormente essa resposta fosse definida como a resposta alvo (a resposta
para a qual um segundo esquema seria programado simultaneamente com VI). Em todas
as condições, utilizou-se um procedimento de change over delay (COD) para evitar que
uma mudança de posição fosse seguida pela apresentação de pontos.
Na primeira condição experimental, um esquema VI 90 s foi programado para
operar simultaneamente com o VI 3 min correlacionado à resposta alvo (conjugado VI 3
min VI 90 s). Os três esquemas programados para as outras respostas disponíveis
permaneciam inalterados.
Na segunda condição, o segundo esquema mudou de VI para um VT no mesmo
valor (concomitante VI 3 min VT 90 s). Pontos liberados de acordo com este esquema
poderiam acontecer a qualquer momento, exceto durante o COD, ou quando o joystick
estivesse sendo segurado em alguma posição.
34
Na última condição, o segundo esquema foi mudado para um tandem VT DRO,
de modo que os pontos programados pelo VT só eram liberados se a resposta alvo não
tivesse sido emitida por um período de tempo especificado pelo DRO (conjugado
17
VI 3
min tandem VT DRO), assim como nos estudos de Rachlin e Baum (1972) e Iman e
Lattal (1988). Para a participante um (S1) esse tempo (DRO) foi mantido constante em
10 s, para a participante 2 (S2) variou de 2 a 20s e para a participante 3 (S3), de 5 a 20s.
Quando uma contingência tivesse sido completada pela deflexão do joystick de
no mínimo 2 cm ou um ponto proveniente do esquema VT estivesse disponível, uma
linha vertical branca piscante aparecia no centro do quadrado verde. Esta linha
continuava piscando até que o sujeito pressionasse um botão preto ou até que 2 s
tivessem passado. Se o botão não fosse pressionado a tempo aparecia a mensagem:
“muito tarde: não ganhou dinheiro”.
Os resultados apresentados mostraram que quando um VI operava
conjuntamente com outro VI, relativamente mais tempo foi gasto com a resposta alvo.
Os sujeitos gastaram aproximadamente 1/3 do tempo da sessão com esta resposta.
Pausas foram raras.
Quando o segundo esquema mudou de VI para VT (concomitante VI VT), todos
os sujeitos reduziram o tempo gasto com a resposta alvo, enquanto o tempo gasto com
as outras respostas aumentou. O tempo de pausa aumentou apenas para S1. Essas
tendências foram revertidas quando um VI foi novamente programado para o segundo
esquema.
A condição em que um tandem VT DRO passou a operar conjuntamente com o
VI, resultou, para todos os sujeitos, numa diminuição do tempo gasto com a resposta
alvo a níveis abaixo daqueles mantidos pelas duas condições anteriores. Em geral, essa
redução no tempo gasto com a resposta alvo foi acompanhada por aumentos no tempo
de pausa e no tempo gasto com as outras respostas.
Segundo Madden e Perone (2003), esses resultados, juntamente com os de Imam
e Lattal (1988), sugerem que a falha de Rachlin e Baum (1972) em detectar diferenças
no responder ao longo dessas condições (VI VT e tandem VT DRO) pode ter sido
produto de comparações entre sujeitos e não intra-sujeitos.
Madden e Perone (2003) examinaram quantas apresentações de pontos teriam
sido contíguas com a resposta alvo durante a condição concomitante VI VT, e quantas
17
Madden e Perone (2003) se referem a todas essas combinações de esquemas como sobrepostos.
35
teriam sido atrasadas. Para os sujeitos S1 e S3, a maioria de todos os pontos liberados
de acordo com o esquema VT, ou seguiram imediatamente uma resposta alvo, ou
ocorreram cerca de 9,5 s após a última resposta. Para o sujeito S2 menos que 4% dos
pontos seguiram de perto uma resposta alvo. Para os três sujeitos, a liberação da maioria
dos pontos provenientes do VT seguiu alguma resposta que não a resposta alvo. Talvez
isso explique a redução na emissão da resposta alvo sob a condição concomitante VI VT
em relação ao conjugado VI VI.
Os autores afirmaram que o comportamento das participantes foi sensível a
mudanças de reforçamento dependente da resposta para reforçamento independente da
resposta, e dessa última condição para uma condição na qual pontos nunca seguiram
uma resposta alvo. Tal sensibilidade é expressa em termos do responder diferencial a
cada um desses arranjos experimentais.
Para estes autores, os dados deste experimento parecem estar de acordo com a
proposição de que a relação crítica entre uma resposta e um reforço é o intervalo
temporal entre eles, não a contingência. Como o esquema VT permite que o estímulo
(independente da resposta) pelo menos ocasionalmente siga imediatamente uma
resposta, e o tandem VT DRO nunca permite que isto ocorra, o tempo gasto com a
resposta alvo deve ser maior na condição de VT. O que de fato ocorreu.
Num estudo bastante diferente dos apresentados acima, Reilly e Lattal (2004) se
dedicaram a estudar o papel do intervalo de tempo entre resposta e reforço na
determinação da taxa de respostas, no entanto, seu estudo envolveu apenas uma
contingência de atraso (como em Sizemore e Lattal, 1977). De acordo com os autores, a
taxa de respostas é função inversa da duração do atraso. Dois experimentos foram
realizados, mas apenas o experimento 1 será relatado aqui.
Nesse experimento, Reilly e Lattal (2004) examinaram os efeitos de atrasos não
sinalizados que eram aumentados progressivamente. Quatro pombos participaram como
sujeitos. Cada um foi submetido inicialmente a um esquema de razão fixa. Em seguida,
os efeitos de dois procedimentos foram comparados. O primeiro foi um procedimento
de atraso progressivo no qual a primeira bicada na chave, depois que um intervalo fixo
(FI 30 s) ou variável (VI 30 s) tivesse passado, iniciava um atraso não sinalizado e não
resetável (nonresetting) de 2 s, que era aumentado em mais 2 s a cada nova ocorrência.
Na sessão seguinte, entrava em vigor o segundo procedimento, um esquema de
intervalo acoplado. Esse esquema era um VI, no qual o intervalo médio de reforçamento
era definido a partir do intervalo total entre reforços (intervalo programado pelos
36
esquemas fixo ou variável somados a duração do atraso) obtido na sessão anterior, na
qual vigorava o procedimento de atraso progressivo.
Os dados apresentados mostraram que, de modo geral, em ambas as condições,
as taxas de respostas foram relativamente altas no início da sessão e declinaram ao
longo da mesma. Durante o procedimento de intervalo acoplado, as taxas de respostas
foram mais altas e mais variáveis do que durante o atraso progressivo.
Durante o procedimento de atraso progressivo, o atraso médio obtido entre o
reforço e a resposta que imediatamente o precedeu (não necessariamente a que o
produziu) variou bastante, mas em geral, o atraso real aumentou à medida que o atraso
nominal (programado) era aumentado.
Em suma, aumentos progressivos no atraso entre resposta e reforço reduziram a
taxa de respostas em relação àquela obtida quando não havia qualquer atraso, quando a
resposta era seguida imediatamente pelo reforço.
Reilly e Lattal (2004) concluíram que atrasos progressivos de reforçamento,
assim como aumentos progressivos em razão ou intervalo, reduzem sistematicamente a
taxa de respostas.
Todos os pesquisadores citados acima estavam interessados, de alguma
maneira, em saber qual o papel do intervalo de tempo entre a liberação do reforço e a
resposta imediatamente precedente, na seleção e manutenção do comportamento. Eles
se dedicaram a investigar se a relação crítica entre uma resposta e o reforço, no processo
de condicionamento operante, é a contigüidade entre eles ou a contingência. Como pôde
ser visto, apesar de diferenças de procedimento, muitos oferecem evidências empíricas
que dão suporte à proposição de Skinner (1953/2000) de que a simples proximidade
temporal entre a resposta e a apresentação do reforço pode resultar no condicionamento
desta resposta, a despeito de haver entre eles uma relação de contingência ou
dependência.
Os resultados desses estudos confirmam a possibilidade de manipulação do
intervalo de tempo entre a alteração ambiental e a resposta imediatamente precedente.
Além disso, eles parecem mostrar que intervalos longos (entre resposta e reforço)
obtidos em esquemas dependentes ou independentes são correlacionados com reduções
nas taxas de respostas, em relação a intervalos curtos.
37
Objetivos
O interesse principal do presente estudo foi investigar o papel do intervalo de
tempo entre uma dada alteração ambiental (término de um estímulo sonoro aversivo) e a
resposta imediatamente precedente, quando esta alteração era programada de forma
contingente, de forma não contingente, e de forma contingente atrasada, na produção
dos efeitos do desamparo aprendido e/ou de comportamento supersticioso. A
manipulação experimental desse intervalo foi realizada de forma indireta, por meio da
manipulação da duração do estímulo sonoro aversivo. Os estudos apresentados por
Matute (1995) e Di Rienzo (2002), entre outros, sugerem que estímulos aversivos de
menor duração tendem a favorecer o desenvolvimento de comportamento supersticioso,
enquanto longas durações favoreceriam a sensibilidade dos sujeitos à relação de
independência entre resposta e alteração ambiental, resultando no efeito do desamparo
aprendido. Colocados em forma de pergunta, esses objetivos poderiam ser expressos da
seguinte maneira: (a) Quais os efeitos de diferentes durações de um estímulo aversivo
sobre o intervalo entre o término desse estímulo e a resposta imediatamente precedente,
para participantes expostos a arranjos de reforçamento independente da resposta? (b)
Quais os efeitos de diferentes intervalos de tempo entre o término do estímulo aversivo
e a resposta que o antecede, sobre o responder dos participantes expostos a arranjos de
reforçamento independente da resposta e de reforçamento dependente com atraso? e (c)
quais os efeitos de diferentes arranjos experimentais (dependente, independente e
dependente com atraso) sobre o desempenho dos participantes sob uma nova
contingência de fuga?
38
MÉTODO
Participantes
Participaram deste estudo 50 estudantes universitários, cursando diversos cursos
de graduação (exceto psicologia), de ambos os sexos. O recrutamento foi realizado por
meio de contato pessoal da pesquisadora.
Equipamentos e setting experimental
Um notebook da marca pcchipp, 1 Giga-pró, com mouse óptico e teclado
acoplados, foi utilizado na coleta de dados. Um software, desenvolvido especialmente
para o experimento, foi programado para: (1) fornecer as instruções aos participantes,
que apareciam escritas na tela do computador, (2) arranjar todas as contingências das
condições experimentais, para cada participante, e (3) registrar todas as respostas dos
sujeitos, suas durações e momento em que ocorreram, e todos os eventos programados
nas condições experimentais, como duração de cada tentativa e intervalo entre
tentativas.
No recrutamento dos participantes utilizou-se uma carta de esclarecimentos e
consentimento (ANEXO 1).
O experimento foi realizado individualmente, em uma sala ampla e bem arejada,
onde havia uma cadeira confortável, uma mesa grande e um computador.
Procedimento
Contato com os participantes
A pesquisadora entrou em contato com professores e diretores de uma
universidade na cidade de Paranavaí e solicitou a autorização para entrar nas salas de
aula, falar brevemente sobre o experimento e solicitar a participação voluntária dos
alunos. Aqueles que desejaram participar preencheram uma lista com nome e telefone e
foram sendo chamados, um a um, pela pesquisadora, durante o período de aula. Outros
participantes foram abordados no corredor em horários em que não tinham aula,
tomaram conhecimento da pesquisa e aceitaram participar no mesmo momento.
39
Sessão experimental
A sessão experimental foi realizada com um participante de cada vez. O
participante era acompanhado ao local de coleta, lia o termo de consentimento livre e
esclarecido e, caso concordasse em participar da pesquisa, preenchia o termo.
Os 60 participantes foram distribuídos aleatoriamente em 6 grupos com 10
participantes cada. Cada participante foi submetido a duas fases experimentais (treino e
teste), realizadas em seqüência numa única sessão, que durou no máximo 25 minutos. A
contingência programada na primeira fase experimental variou de um grupo para outro.
A contingência programada para a segunda fase foi a mesma para todos os participantes.
Delineamento experimental
Fase 1 - treino
Grupo Contingente (CON)
Seguindo o procedimento que foi utilizado por Hiroto e Seligman (1975) e
Matute (1995), entre outros, a fase 1 para o grupo contingente consistiu de 40 tentativas
com a apresentação de um som de 3000 Hz, calibrado a 90 db
18
, cuja duração máxima
foi de 5s. A duração do som definiu uma tentativa. O teclado foi colocado numa caixa
de papelão (a caixa do próprio teclado), foi aberto um orifício de aproximadamente 2
cm quadrados sobre as teclas S, T e K, de modo que apenas essas teclas podiam ser
pressionadas. A tela do monitor permaneceu verde durante essa fase. O intervalo entre
tentativas (IET) foi igual a 10 s. Nessa condição, os participantes podiam desligar o som
teclando duas vezes, consecutivas ou não, a tecla S, no teclado encapado.
A seguinte instrução foi apresentada na tela do computador no início da sessão:
“Nessa fase você terá apenas um teclado coberto com três teclas disponíveis. De
tempos em tempos um som alto será apresentado. Para tentar desligá-lo você
pode utilizar as teclas disponíveis (pressionando-as). Os sons têm uma duração
máxima especificada. Pressione qualquer uma das teclas para iniciar. (A tela
ficará verde durante todo o tempo da fase)”.
18
A freqüência e o volume do som foram devidamente calibrados e avaliados pelo técnico de um
laboratório audiológico de calibração. O laudo segue em anexo (Anexo 2).
40
Essa instrução foi uma adaptação da instrução utilizada por Hiroto (1974),
Hiroto e Seligman (1975), Matute (1995) e Di Rienzo (2002). Esses autores
informavam aos participantes a duração máxima dos sons (5s) e a resposta que poderia
ser efetiva para desligá-los (por exemplo: “você pode pressionar F1 ou não fazer nada”,
em Matute, 1995).
Grupo acoplado não contingente (ANC)
Essa condição foi igual à condição de treino para o grupo não contingente
(yoked) nos estudos de Hiroto e Seligman (1975) e Matute (1994). Todos os detalhes do
procedimento (inclusive as instruções) foram iguais aos da fase 1 para o grupo
contingente, exceto que para o grupo acoplado não contingente, o término do som
independeu das respostas dos participantes. A duração do som, em cada tentativa, foi
determinada pela duração resultante em cada tentativa de treino experienciada pelos
participantes do grupo contingente.
Seligman e Maier (1967) afirmaram que o fato de o grupo não contingente
(yoked) ser acoplado ao grupo contingente (escape) permitia concluir que a
incontrolabilidade dos estímulos era a variável essencial na produção do desamparo
aprendido. Por esse motivo, a duração dos sons, em cada tentativa, para o grupo ANC
foi acoplada às durações resultantes da exposição dos sujeitos do grupo contingente à
condição experimental da fase 1.
No entanto, como sugeriu Matute (1995), esse tipo de emparelhamento dos
grupos CON e ANC na fase de treino (ou procedimento yoked), geralmente produz um
padrão de distribuição de sons curtos na maioria das tentativas, para os sujeitos do
grupo ANC. Esse padrão, segundo a autora, favoreceria a seleção de uma dada resposta
pelo término do som. Dito em outras palavras, o som aparece, o sujeito emite uma
resposta qualquer, e como o som tem uma duração curta, mais freqüentemente essa
resposta pode coincidir com o término do som.
Devido a essa característica do procedimento acoplado, uma nova condição
experimental foi utilizada na tentativa de assegurar que os efeitos de contigüidade e
contingência sobre o responder pudessem ser isolados.
41
Grupo não contingente (NC)
A única diferença entre a condição experimental programada para o grupo ANC
na fase 1 e a programada para esse grupo na mesma fase foi que para os participantes do
grupo não contingente (NC) a duração dos sons não foi acoplada ao grupo contingente.
Em todas as tentativas, o som teve a duração de 5 segundos e nenhuma resposta foi
programada para desligar os sons.
Grupo contingente com atraso (CA)
A condição experimental programada para os participantes do grupo contingente
com atraso na fase de treino foi idêntica à condição programada para o grupo
contingente (CON) na mesma fase, exceto pelo fato de que, para os participantes desse
grupo, a emissão da resposta de fuga (SS) iniciava um atraso que foi determinado pelo
intervalo de tempo entre o término do som e a resposta precedente em cada tentativa dos
respectivos participantes do grupo não contingente (NC). Caso não houvesse a emissão
de respostas numa dada tentativa pelos participantes do grupo NC, o atraso programado
era igual à duração total da tentativa.
Grupo controle
Os participantes desse grupo não passaram pela fase de treino, eles foram
submetidos apenas à segunda fase experimental (teste).
Os grupos contingente (CON), acoplado não contingente (ANC) e controle
replicam o delineamento de tríades proposto por Seligman e Maier (1967).
Fase 2 - Teste
A contingência programada para todos os participantes nessa segunda fase
(teste) foi igual à contingência utilizada para testar os efeitos da exposição prévia a
estímulos aversivos inescapáveis sobre o desempenho dos participantes numa nova
contingência de fuga (Matute, 1994, 1995, entre outros).
42
A fase de teste envolveu uma tarefa de computador diferente daquela utilizada
na fase de treino. Nesta condição, os participantes foram expostos a 20 tentativas com a
apresentação do som de 3000 Hz, calibrado a 90 db, duração máxima de 5s e IET de
10s. O teclado encapado era retirado pela pesquisadora antes que a tarefa fosse iniciada.
Após a apresentação das instruções, três retângulos vermelhos apareciam sobre a tela
verde cada vez que uma tentativa era iniciada por meio da apresentação do som (ver
Figura 1).
Nessa fase haverá 3 retângulos vermelhos sobre a tela
verde. Você poderá utilizar apenas o mouse. De
tempos em tempos um som alto será apresentado.
Para tentar desligá-lo você pode clicar com o mouse
sobre os retângulos vermelhos dispostos na tela. Os
sons têm uma duração máxima especificada. Clique
com o mouse sobre "iniciar" quando estiver pronto
para começar
3
2
1
Inicia
r
Figura 1. Desenho esquemático da tela do monitor antes do início da fase de teste
(quadro da esquerda) e em cada tentativa desta fase (quadro da direita). Os números não
apareciam para os participantes, os retângulos eram totalmente preenchidos pela cor
vermelha.
Para todos os participantes, a resposta de fuga do som consistiu em clicar duas
vezes, consecutivas ou não, com o mouse sobre um dos retângulos dispostos na tela (o
retângulo 1, localizado no centro superior da tela). A seguinte instrução foi apresentada
aos participantes antes de iniciar a fase de teste:
“Nessa fase haverá 3 retângulos vermelhos sobre a tela verde. Você poderá
utilizar apenas o mouse. De tempos em tempos um som alto será apresentado.
Para tentar desligá-lo você pode clicar com o mouse sobre os retângulos
vermelhos dispostos na tela. Os sons têm uma duração máxima especificada.
Clique com o mouse sobre "iniciar" quando estiver pronto para começar”.
Essa instrução foi uma adaptação da instrução apresentada na fase de treino no
presente estudo. Como Di Rienzo (2002) e Matute (1995) utilizaram a mesma tarefa no
treino e no teste, elas apenas informaram aos participantes que as instruções para esta
nova fase continuavam as mesmas.
O Quadro 1 apresenta, de forma esquemática, o delineamento descrito acima,
para cada grupo de participantes em cada uma das fases experimentais.
43
Quadro 1. Representação esquemática do delineamento experimental. Grupos e
condições às quais cada um foi submetido.
Grupos CON ANC NC CA Controle
Fase 1 –
Treino
Liberar
duas
vezes a
tecla S
desliga o
som
O término
do som
independe
de
qualquer R
(a duração
do som foi
acoplada
ao grupo
CON)
O término
do som
independe
de
qualquer R
(duração
do som 5s
em todas
as
tentativas)
Liberar duas
vezes a tecla S
desliga o som
com atraso
(acoplado ao
grupo NC)
Fase 2 -
Teste
Clicar duas vezes com o mouse sobre o retângulo 1 desliga o som.
Registro dos dados
Em todas as condições acima descritas, incluindo o teste (condição IV), foram
registradas todas as respostas de teclar (ou clicar com o mouse) emitidas pelos
participantes, sua duração e momento em que ocorreram (tanto na presença do som –
tentativa – quanto na sua ausência - IET). O momento da apresentação do som e do seu
término também foram registrados.
Análise dos dados
Para todos os participantes, em todas as condições experimentais, análises
individuais foram conduzidas. Dados sobre o número de respostas e sobre o padrão de
respostas resultante da exposição de cada participante ao arranjo experimental ao qual
foi submetido na fase de treino e de teste foram individualmente analisados.
Nas condições que envolveram reforçamento independente da resposta (grupos
ANC e NC) também foram analisados os efeitos das diferentes durações de som sobre o
intervalo entre o término do som e a resposta imediatamente precedente. Nos grupos
ANC, NC e CA analisou-se o efeito de diferentes intervalos de tempo entre o término
do som e a resposta que o antecedeu sobre o padrão de respostas resultante e sobre o
desempenho na condição subseqüente. Para facilitar a leitura o termo ITS-R foi
utilizado para designar o “intervalo entre o término do som e a resposta precedente”.
44
Dois intervalos foram diferenciados: menor que 0,1s e entre 0,1 e 0,5s. O primeiro caso
(ITS-R<0,1s) foi considerado como sendo um caso de contigüidade entre o término do
som e a resposta. No segundo caso (ITS-R>0,1 e <0,5s) considerou-se que havia apenas
proximidade temporal entre esses dois eventos.
Essa distinção foi baseada, em parte, no estudo de Iman e Lattal (1988). Esses
autores consideram como bastante breves dois intervalos de tempo entre a liberação do
reforço e a resposta antecedente: menor que 0,1s e entre 0,11 e 0,5s. Além disso, pôde-
se observar, a partir dos dados do presente estudo, que toda vez que o término do som
foi contíguo e contingente a uma resposta (como era programado para os participantes
do grupo CON, para os quais o som terminava imediatamente após a emissão da
resposta de fuga), o intervalo de tempo entre esses dois eventos foi inferior a 0,1s.
Dessa forma, no presente estudo, foi considerado contíguo todo intervalo de tempo
entre o término do som e a última resposta inferior a 0,1s. Os intervalos de tempo entre
0,1 e 0,5s foram considerados como proximidade temporal.
Em todas as condições experimentais foi considerado como padrão supersticioso
de respostas a repetição de uma resposta ou de um padrão de respostas da enésima até a
última tentativa, conforme Matute (1994) e Di Rienzo (2002). No entanto, devido à
característica de transitoriedade do comportamento supersticioso padrões de resposta
que se repetiram em n tentativas, consecutivas ou não, no decorrer da fase experimental
também foram considerados. O n variou de um participante para outro, mas foi no
mínimo 4. Para alguns participantes esses padrões repetitivos ocorreram em tentativas
consecutivas, em algum momento da sessão. Para outros, tentativas nas quais esse
padrão foi emitido foram intercaladas com tentativas que continham pequenas variações
desse padrão. Algumas vezes não foi possível identificar um padrão exato de respostas,
mas padrões complexos, com pequenas variações de tentativa para tentativa também
foram considerados. Esses padrões foram chamados de padrões repetitivos de respostas.
Durante as duas condições experimentais também foram analisados dados sobre:
o intervalo entre o início e o término do som, ou duração do som ao longo de tentativas
sucessivas, o intervalo de tempo entre o início do som e a emissão da primeira resposta
(a primeira resposta de teclar/clicar, independente da tecla ou do retângulo sobre o qual
o cursor estivesse); o número de tentativas nas quais o participante emitiu a resposta de
fuga apropriada (número de acertos), e número de tentativas necessárias para o
participante atingir o critério de aquisição da resposta de fuga (ou critério de
aprendizagem), definido como o participante emitir a resposta de fuga da enésima até a
45
última tentativa. A tentativa em que o participante atingiu o critério de aprendizagem,
ou tentativa a partir da qual todos os sons seguintes foram desligados por meio da
resposta de fuga, foi chamada de tentativa critério. Essas medidas foram as mesmas
utilizadas por Matute (1995) e Di Rienzo (2002), na fase de teste.
Na fase de teste todas essas medidas foram submetidas à análise de variância
(ANOVA). A ANOVA é uma comparação múltipla das médias, e diz se as médias são
diferentes ou não. Caso as médias sejam diferentes, elas são submetidas ao teste de
Scheffe, que identifica quais as médias diferentes. A margem de erro utilizada nessa
análise estatística foi de 5% ou 0,05, de modo que, apenas diferenças inferiores a 0,05
foram consideradas significativas.
Como cada grupo de participantes foi exposto a apenas uma das condições
experimentais na fase de treino, comparações intra-sujeito dos efeitos dos diferentes
arranjos experimentais sobre o comportamento não foram possíveis. Conforme visto nos
estudos de Iman e Lattal (1988) e Madden e Perone (2003), esse tipo de comparação
limita conclusões a cerca de como os diferentes arranjos afetam o desempenho dos
participantes.
Como afirmam Johnston e Pennypacker (1993), o comportamento é uma
característica de organismos individuais, de modo que não pode haver dois indivíduos
que se comportem de maneira exatamente igual, sob uma mesma condição. “Cada
pessoa tem uma história única e provavelmente responderá a mesma experiência pelo
menos um pouquinho diferente de outra – e talvez, muito diferente” (Johnston e
Pennypacker, 1993, p. 191). Essas considerações foram levadas em conta na análise dos
resultados do presente estudo.
46
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As figuras apresentadas na seção de resultados contêm informações sobre: o
intervalo de tempo entre a apresentação do som e a emissão da primeira resposta (IAS-
R1)
19
no decorrer das 40 ou 20 (no caso do teste) tentativas, as respostas emitidas pelos
participantes, no momento em que ocorreram, em cada tentativa, possíveis padrões
acidentalmente gerados, o intervalo de tempo entre cada resposta e o término do som, e,
por fim, a duração do som em cada tentativa.
Treino
Grupo Contingente (CON)
Dos 10 participantes do grupo contingente (Figura 2), os participantes 1, 2 e 10
não entraram em contato com a contingência programada na fase de treino, ou seja, não
emitiram, em nenhuma das 40 tentativas, a resposta de fuga (liberar duas vezes a tecla
S). O P1 não emitiu qualquer resposta durante toda a fase de treino. O P2 emitiu 25
respostas em 25 tentativas e o P10 emitiu 28 respostas em 24 tentativas. O intervalo de
tempo entre a emissão dessa resposta e a apresentação do som foi sempre longo (maior
que 1s) para esses três participantes. Além disso, houve apenas uma instância para o P2
em que o término do som seguiu imediatamente uma resposta (na tentativa 4 a liberação
da tecla T – círculo fechado – e a linha da duração do som estão muito próximos).
19
IAS-R1 se refere ao intervalo de tempo entre a apresentação do som e a primeira resposta emitida. A
resposta de teclar ou pressionar um botão tem um início, quando a tecla é pressionada e um fim, quando a
mesma é liberada. No entanto, optou-se por mostrar nas figuras apenas as liberações (no tempo em que
ocorreram). Essa opção facilita a visualização das respostas dos participantes em cada uma das tentativas.
Além disso, como era de interesse da presente pesquisa comparar contigüidade e contingência, a liberação
da tecla, por ser o fim da resposta, era mais adequada. O mesmo não foi verdade quando o interesse era
analisar o “tempo de reação” ou a latência da resposta. Que seria o tempo que transcorre entre a
apresentação de um estímulo e a emissão da primeira resposta. Nesse último caso, o momento em que a
tecla é pressionada é mais adequado. Pode ser observado em muitas figuras, que o participante, muitas
vezes, mantém uma tecla pressionada por algum tempo, o que pode variar entre 1 e ns. Se a latência fosse
contada a partir da apresentação do som até a primeira liberação, o dado não estaria mostrando o que se
propõe a mostrar. Por esse motivo, a linha inferior de todas as figuras apresentadas nessa seção apresenta
o momento do início da primeira resposta, ou o primeiro “teclou/clicou”, contado a partir da apresentação
do som. Em alguns casos pode haver o registro de uma resposta antes dessa linha do IAS-R1, o que indica
que a resposta foi iniciada no IET e terminou quando o som já havia iniciado (Figura 1 – P5, tentativa 18,
por exemplo). Também pode haver um ponto na linha do IAS-R1 numa dada tentativa, sem que qualquer
liberação tenha sido registrada. Isso indica que o participante teclou uma tecla no decorrer da tentativa,
mas a mesma só foi liberada no IET (por exemplo, Figura 1 – P7, tentativas 12, 16 e 17).
47
Todos os demais participantes desse grupo atingiram, em algum momento da
sessão (o que variou bastante) o critério de aquisição da resposta de fuga na fase de
treino. Três desses participantes (P4, P5 e P8) passaram a emitir as duas respostas às
quais o término do som era contingente logo no primeiro terço da sessão. Tentativas nas
quais apenas a seqüência SS foi emitida (que podem ser identificadas na Figura 2 pela
presença de dois quadrados fechados consecutivos numa mesma tentativa, por exemplo,
tentativas 6 a 28 e da 30 em diante do P4), foram intercaladas com poucas tentativas nas
quais outras respostas também apareceram (por exemplo, tentativa 29 do P4, na qual as
teclas T e K também foram liberadas antes que a resposta de fuga fosse emitida no final
da tentativa). O P4 emitiu 104 respostas distribuídas nas 40 tentativas. O P5 emitiu 103
respostas distribuídas em 39 tentativas e o P8 emitiu 126 no decorrer das 40 tentativas
da fase de treino. Esses três participantes experienciaram poucos sons com uma duração
longa, apenas no início da sessão, e estes sons foram seguidos por sons de duração
muito curta nas demais tentativas. O intervalo de tempo entre a apresentação do som e o
início da primeira resposta também foi breve desde as primeiras tentativas: variou entre
0,5 e 1,5s para o P4, entre zero e 1,4s para o P5 e entre 0,2 e 1s para o P8. A tentativa a
partir da qual todos os sons foram desligados por meio da emissão da resposta de fuga
foi a tentativa 1 para o P4, a tentativa 24 para o P5 e a 9 para o P8.
O participante 9 apresentou um padrão de respostas parecido com os padrões
apresentados pelos três participantes anteriores, no entanto, as duas respostas
necessárias para desligar o som foram emitidas pela primeira vez na tentativa 20; a
partir daí, todos os sons seguintes foram desligados por meio da emissão da resposta de
fuga. Ao todo esse participante emitiu 91 respostas distribuídas em 34 tentativas. O
IAS-R1 oscilou muito na primeira metade da sessão (entre 0,5 e 4s) e declinou até cerca
de 0,5s na segunda metade, permanecendo baixo nas demais tentativas.
Os três participantes restantes apresentaram padrões de respostas bastante
distintos. A Figura 2 – P3 (participante 3) mostra que houve um decréscimo no intervalo
de tempo entre a apresentação do som e a emissão da primeira resposta (IAS-R1), no
decorrer das cinco primeiras tentativas (o IAS-R1 foi de 2s na tentativa 1 para 0,5s na
tentativa 5), a partir daí esse intervalo permaneceu entre 0,3 e 0,5s. Esse participante
emitiu entre duas e cinco respostas em cada tentativa (exceto nas tentativas 24 e 25 nas
quais não houve a emissão de respostas), no total foram 143 respostas distribuídas em
38 tentativas. Em 36 delas, a seqüência emitida continha as duas respostas necessárias
para desligar o som, e por isso, a seqüência foi efetiva (tentativa critério foi a tentativa
48
26). Nas tentativas 4 a 19, 22, e 29 a 33, pode ser observado um padrão de respostas
claramente definido: o participante emitiu em todas essas tentativas a mesma seqüência
de respostas (STKS). No entanto, esse padrão não se manteve até o final da fase. Nas
três últimas tentativas apenas a seqüência específica à qual o término do som era
contingente foi emitida (SS).
O participante 6 emitiu 29 respostas distribuídas em 10 tentativas no decorrer da
fase de treino. Até a tentativa 33, ele emitiu respostas em apenas três tentativas e em
nenhuma delas a resposta de fuga foi emitida. Na tentativa 34 a seqüência SS foi
emitida e o som teve uma duração bastante breve. As duas tentativas seguintes
começaram com outras respostas, mas terminam com a seqüência efetiva em desligar o
som (SS). Nas tentativas 37, 39 e 40 apenas a seqüência SS foi emitida. Na 38 o
participante emitiu outras respostas e o som parou automaticamente. Dessa forma, o P6
só atingiu critério de aquisição da resposta de fuga na tentativa 39. O IAS-R1 declinou
no decorrer das últimas nove tentativas (de 1,7 para 0,3s).
O participante 7 emitiu respostas em 35 das 40 tentativas (136 respostas no
total). O número de respostas por tentativa variou entre dois e 6. O intervalo de tempo
entre a apresentação do som e a emissão da primeira resposta (IAS-R1) oscilou bastante
no decorrer das 40 tentativas (entre zero e 3,5s), mas decresceu a partir da tentativa 31
(foi de 1,7s para 0,2s). A seqüência de respostas programada para desligar o som (SS)
estava contida na seqüência emitida pelo participante em 18 das 40 tentativas. Exceto a
tentativa 4, todas as demais se encontram na segunda metade da fase. A tentativa
critério, ou tentativa a partir da qual todos os demais sons foram desligados por meio da
emissão da resposta de fuga, foi a tentativa 35.
Portanto, dos dez participantes do grupo CON, três não atingiram o critério de
aquisição da resposta de fuga na fase de treino (P1, P2 e P10). Os outros sete atingiram
esse critério em algum momento da sessão experimental. Apenas um participante desse
grupo (P3) apresentou um padrão repetitivo de respostas no decorrer desta fase.
Grupo acoplado não contingente (ANC)
Os participantes do grupo acoplado não contingente foram expostos aos mesmos
sons que os participantes do grupo contingente (mesma duração, na mesma distribuição
e freqüência). No entanto, não havia nenhuma resposta à qual o término do som era
49
contingente. A Figura 3 apresenta o desempenho de cada um desses participantes
durante a fase de treino.
Como resultado, três dos 10 participantes não emitiram qualquer resposta em
todas as 40 tentativas (P25, P27 e P28) e, portanto, não experienciaram a condição
experimental de não contingência na fase de treino. A linha do som para cada um desses
participantes corresponde à linha de duração do som resultante do desempenho dos
respectivos participantes do grupo CON (P5, P7 e P8) e, portanto, já era pré-
determinada.
O responder dos participantes 23 e 24 se assemelhou em alguns aspectos: os dois
participantes emitiram respostas na maioria das tentativas. Em geral, houve poucas
respostas em cada tentativa (o P23 emitiu 62 respostas distribuídas em 33 tentativas e o
P24 emitiu 88 respostas distribuídas em 29 tentativas). Para o P24 o maior número de
respostas concentrou-se nas sete primeiras tentativas. É possível notar no responder dos
dois participantes, um declínio no intervalo de tempo entre o início do som e a emissão
da primeira resposta no início da fase, mas em geral esse intervalo variou no decorrer
das 40 tentativas. Houve poucas instâncias em que o término do som foi contíguo à
liberação de uma tecla (ITS-R<0,1s em 5 tentativas para cada participante), mas em
cerca de metade das tentativas em que esses participantes emitiram respostas houve
proximidade temporal entre esses dois eventos (ITS-R entre 0,1 e 0,5s em 13 tentativas
para o P23 e em 12 para o P24). Nenhum padrão repetitivo de respostas, definido como
o participante emitir a mesma resposta ou mesma seqüência de respostas em pelo menos
quatro tentativas, pôde ser observado no responder de ambos.
Os Participantes 29 e 30 responderam em menos da metade das tentativas,
espalhadas no decorrer da fase (foram 21 respostas distribuídas em 18 tentativas para o
P29 e 13 respostas distribuídas em 13 para o P30). O participante 30 emitiu apenas uma
resposta nas 13 tentativas e o participante 29 emitiu uma resposta em 16 das 18, duas
respostas em uma das tentativas e 3 respostas em outra. Para o P30, o intervalo de
tempo entre o início do som e a emissão da primeira resposta (IAS-R1) foi bastante alto
(acima de 2s). Para o P29, o IAS-R1 oscilou na primeira metade da sessão (entre 0,1 e
4,5s) e ficou abaixo de 1,5s na segunda metade. Para ambos, houve poucas instâncias
em que o som terminou seguindo uma resposta (o ITS-R foi menor do que 0,1s em 1
tentativa para o P29 e em nenhuma para o P30, e ficou entre 0,1 e 0,5s em 4 tentativas
para cada participante).
50
Os três participantes restantes apresentaram padrões de resposta bastante
distintos. O Participante 21 emitiu 97 respostas distribuídas em apenas sete das 40
tentativas. O número de respostas em cada tentativa variou entre cinco (tentativa 3) e 23
respostas (tentativa 32). O intervalo de tempo entre a apresentação do som e a emissão
da primeira resposta foi bastante breve (menor que 0,5s) em seis das sete tentativas. O
término do som coincidiu com a liberação de uma tecla em três das sete tentativas em
que o participante respondeu (ITS-R<0,1s). Em outras duas tentativas esse intervalo
ficou entre 0,1 e 0,5s. Nenhum padrão repetitivo de respostas pôde ser observado.
O Participante 22 respondeu em todas as tentativas (168 respostas no total). Nas
seis últimas, houve um maior número de respostas. O intervalo de tempo entre a
apresentação do som e a emissão da primeira reposta variou, mas em geral, foi menor
do que 1s. A tecla S foi liberada com maior freqüência pelo participante 22 (das 168
respostas emitidas, 103 foram na tecla S), principalmente nas tentativas finais. Nas
poucas instâncias em que o término do som ocorreu próximo à liberação de uma tecla,
esta tecla era a S. Em 16 tentativas a tecla S foi a única a ser pressionada, o que
caracteriza um padrão repetitivo de respostas.
A partir da Figura 3 – P26 que apresenta as respostas do participante 26, pode-se
observar um grande número de respostas em todas as tentativas (exceto a tentativa 13,
na qual nenhuma resposta foi emitida). Em muitas tentativas, mais de 25 respostas
foram emitidas. O intervalo de tempo entre a apresentação do som e a emissão da
primeira resposta (IAS-R1) foi, em geral, breve (entre 0,1 e 1s na maioria das
tentativas). Houve muitas instâncias em que uma resposta coincidiu com o término do
som (ITS-R<0,1s em 16 tentativas e entre 0,1 e 0,5s em 19). Em todas as tentativas o
P26 emitiu respostas do início ao fim do som. Foram diversas combinações entre duas
teclas ou entre as três disponíveis, de modo que muitas seqüências diferentes puderam
ser observadas no decorrer da sessão. É difícil, se não impossível, encontrar
correspondência completa entre duas tentativas. Embora pareça que algum padrão
bastante complexo de respostas estava sendo acidentalmente fortalecido, não se pode
falar em padrão repetitivo de respostas, como definido no presente estudo (a repetição
de uma mesma resposta ou seqüência de respostas em pelo menos quatro tentativas,
consecutivas ou não).
Em suma, três dos dez participantes do grupo ANC não emitiram respostas
durante toda a fase de treino. Dos sete participantes que emitiram respostas, para três
(P21, P29 e P30), o ITS-R foi menor do que 0,5s (incluindo os ITS-R<0,1s) em apenas
51
10% das tentativas do treino. Para o participante 22, o ITS-R foi inferior a 0,5s em 33%
das tentativas. Apenas para esse último participante, pode-se dizer que houve padrão
repetitivo de respostas no decorrer da fase de treino. Para o P23 e P24, o ITS-R ficou
entre zero e 0,5s em cerca de 45% das tentativas. O único participante em que o ITS-R
foi menor do que 0,5s em mais da metade das tentativas foi o P26 (88% das tentativas).
A Tabela 1 apresenta uma relação entre três intervalos de duração do som (entre
1 e 2s, 2 e 4s e 4 e 5s) e o intervalo entre o término do som e a resposta precedente, para
a totalidade de tentativas do treino em que houve a emissão de respostas, para todos os
participantes do grupo ANC, em conjunto.
Tabela 1. Porcentagem de tentativas em que o ITS-R foi menor do que 0,5s, entre 0,5 e
1s, 1 e 2s, 2 e 3s e 3 e 5s, para três intervalos de duração do som.
Duração do som
ITS-R
Entre 1 e 2s
(30%)
Entre 2 e 4s
(10%)
Entre 4 e 5s
(60%)
Menor que 0,5s
60% 53% 50%
Entre 0,5 e 1s
17% 21% 19%
Entre 1 e 2s
23% 10% 19%
Entre 2 e 3s
- 16% 7%
Entre 3 e 5s
- - 5%
Total
100% 100% 100%
Juntos, os dez participantes do grupo ANC emitiram respostas em 179 tentativas.
A Tabela 1 mostra que em 30% delas a duração do som ficou entre 1 e 2s. Em 10%, o
som durou entre 2 e 4s e em 60%, entre 4 e 5s. Em metade das tentativas em que o som
durou entre 2 e 4s, em metade das tentativas em que a duração ficou entre 4 e 5s, o ITS-
R foi menor que 0,5s. Em 60% das tentativas nas quais o som teve uma duração entre 1
e 2s, que pode ser considerada breve, o ITS-R foi menor do que 0,5s. Embora, sons
mais curtos tenham correspondido a uma maior porcentagem de ITS-R também curtos
(entre zero e 0,5s), a diferença entre essa porcentagem e a obtida nos outros dois
intervalos de duração foi muito pequena.
Grupo não contingente (NC)
Para os participantes desse grupo o som teve a duração de 5 segundos em todas
as 40 tentativas do treino. Nenhuma resposta foi programada para desligá-lo (Figura 4).
Os participantes 11 e 13 emitiram apenas uma resposta em 15 e 22 tentativas,
respectivamente (exceto a tentativa 37 do P13, na qual três respostas foram emitidas). O
52
intervalo de tempo entre o início do som e a emissão dessa resposta ficou em torno de
3s para o participante 13, e 1,5s para o participante 11. Em nenhum momento da fase o
término do som seguiu imediatamente uma resposta (ITS-R<0,1s), para ambos os
participantes.
O responder dos participantes 14, 15, 16 e 20 foram semelhantes nos seguintes
aspectos: todos eles emitiram respostas na maior parte das tentativas (embora o número
de respostas tenha variado bastante de um participante para outro – o P14 emitiu 81
respostas distribuídas em 34 tentativas, o P16 emitiu 89 respostas distribuídas nas 40
tentativas, o P15 emitiu 175 respostas distribuídas em 28 tentativas e o P20 emitiu 184
respostas distribuídas em 24 tentativas); o intervalo de tempo entre a apresentação do
som e a emissão da primeira resposta (IAS-R1) oscilou muito no decorrer das 40
tentativas, para todos esses participantes; houve poucas instâncias em que o som
terminou seguindo uma resposta dentro de 0,5s (mínimo de cinco para o P16 e máximo
14 para o P20); e, por fim, nenhum padrão repetitivo de respostas pôde ser claramente
identificado no responder desses quatro participantes.
O participante 18 emitiu 108 respostas distribuídas em 36 tentativas. O IAS-R1
oscilou entre zero e 3s nos três primeiros quartos da sessão e permaneceu próximo a 1s
no último quarto. Houve duas instâncias em que o término do som seguiu
imediatamente a última tecla liberada (uma delas foi a tecla S, na tentativa 15 e outra a
tecla T, na tentativa 24) e outras oito instâncias em que o ITS-R ficou entre 0,1 e 0,5s.
Pode-se observar na Figura 5 – P18 que a seqüência TS antecedeu o término do som
(sem haver necessariamente contigüidade ou proximidade temporal entre esses dois
eventos) nas tentativas 3, 8, 13, 15, 20, 25, 28, 29 e 39, sendo que em quatro delas a
seqüência KTS foi a única emitida na tentativa. Nas tentativas 18, 19, 26, 33, 34, 35, 38
e 40, o término do som foi precedido pela liberação das teclas ST. Em outras tentativas
o participante emitiu as três teclas possíveis em combinações variadas (TSK nas
tentativas 7, 36 e 37, SKT na tentativa 31, entre outras). Com isso pode-se dizer que
houve um padrão repetitivo de respostas no decorrer da fase de treino para o P18.
Os participantes 17 e 19 responderam em todas as tentativas, com o número de
respostas variando entre duas e 9 respostas, para o P17 (234 respostas no total), e entre
uma e 6 respostas, para o P19 (154 respostas no total). O intervalo de tempo entre a
apresentação do som e a emissão da primeira resposta (IAS-R1) declinou ao longo das
40 tentativas para ambos os participantes. O término do som seguiu a liberação de uma
tecla (para ambos os participantes as três respostas possíveis antecederam em algum
53
momento o término do som e não houve preponderância clara de uma tecla sobre outra)
dentro do intervalo de 0,5s em 14 tentativas para o P17 (sendo que em 4 delas o término
do som foi contíguo à última resposta) e em 16 para o P19 (em 3 dessas tentativas o
término do som foi contíguo à última resposta). Nenhum padrão repetitivo de respostas
pôde ser observado no responder do P17. Uma peculiaridade desse último participante é
que, muitas vezes, ele pressionou mais de uma tecla ao mesmo tempo e ficou
segurando-as pressionadas por alguns segundos (por exemplo, tentativa 38).
O P19 liberou apenas as teclas TS, nesta seqüência, em cinco tentativas (23, 24,
30, 31 e 32). Em outras três tentativas ele inverteu a ordem de liberação dessas teclas
(ST nas tentativas 2, 19 e 21). Nas demais tentativas ele liberou as três teclas (STK) em
ordens variadas. De qualquer forma, pode-se dizer que houve um padrão repetitivo de
respostas de acordo com o critério proposto no presente estudo (a repetição de um
mesmo padrão de respostas em pelo menos 4 tentativas).
O participante 12 emitiu 234 respostas distribuídas em 39 tentativas. O intervalo
de tempo entre a apresentação do som e o início da primeira resposta variou um pouco
na primeira metade da fase, mas declinou e permaneceu baixo (em torno de 0,3s) na
segunda metade. No que se refere à proximidade temporal entre o término do som e
resposta antecedente, houve 16 instâncias em que o término do som ocorreu próximo à
liberação de uma tecla (ITS-R<0,1s em 3 tentativas e entre 0,1 e 0,5s em outras 13).
Esse participante emitiu um padrão de respostas que parece ter sido acidentalmente
gerado: em muitas tentativas apareceram blocos de repostas, nos quais cada uma das
três teclas disponíveis eram liberadas mais de um vez consecutiva (por exemplo,
tentativa 19, na qual o participante liberou KKKK TTT SSSSSS, nesta ordem). O
número de vezes que cada tecla foi liberada dentro de um bloco variou de uma tentativa
para a outra. Em algumas tentativas as três teclas foram liberadas (tentativas 13, 14, 17,
19 e 40). Em outras houve apenas duas teclas, como na tentativa 38. Embora este tenha
sido um padrão bastante complexo, considerou-se que houve um padrão repetitivo de
respostas.
Para todos os participantes do grupo NC, houve poucas instâncias em que o
término do som seguiu uma resposta dentro do intervalo de tempo de 0,5s. A maior
porcentagem de tentativas em que o ITS-R foi inferior a 0,5s ocorreu com o P19 e com
o P12, em 40% das tentativas. Houve a seleção acidental de um padrão repetitivo de
respostas, definido como a repetição de uma resposta ou uma seqüência de respostas em
pelo menos quatro tentativas, para três participantes desse grupo (P12, P18 e P19).
54
A Tabela 2 apresenta a relação entre a duração do som, que foi de 5s em todas as
tentativas, e o intervalo de tempo entre o término do som e a resposta precedente, para a
totalidade de tentativas de treino em que houve a emissão de respostas, para todos os
participantes do grupo NC, em conjunto.
Tabela 2. Porcentagem de tentativas em que o ITS-R foi menor do que 0,5s, entre 0,5 e
1s, 1 e 2s, 2 e 3s e 3 e 5s, para a duração do som de 5s.
Duração do som
ITS-R
5s
Menor que 0,5s
30%
Entre 0,5 e 1s
22%
Entre 1 e 2s
25%
Entre 2 e 3s
11%
Entre 3 e 5s
12%
Total
100%
Juntos, os dez participantes do grupo NC emitiram respostas em 318 tentativas
da fase de treino. Em 30% delas o ITS-R foi menor do que 0,5s. O ITS-R ficou entre 0,5
e 1s e 1 e 2s em 22% e 25% das tentativas, respectivamente. Em 23% das tentativas, o
ITS-R ficou entre 2 e 5s.
Grupo contingente com atraso (CA)
Os participantes desse grupo foram acoplados aos participantes do grupo não
contingente no que se refere ao intervalo de tempo entre o término do som e a resposta
imediatamente precedente. Foram programados sons com a duração de 5s para todas as
40 tentativas do treino. Diferentemente dos participantes do grupo NC, os participantes
desse grupo poderiam desligar o som caso emitissem a seqüência de respostas
especificada (SS), no entanto, a emissão dessa seqüência iniciava um “atraso” que foi
determinado pelo intervalo de tempo entre a última resposta emitida por um dado
participante do grupo NC e o término do som na tentativa correspondente. O término do
som poderia ser contingente à resposta programada para desligar o som, mas não
contíguo à mesma, ou poderia ser contingente e contíguo, dependendo do atraso
especificado.
Como é possível notar na Figura 5, os participantes 31, 34 e 39 responderam à
contingência programada na fase de treino de forma parecida. Todos os três não
55
emitiram respostas na maioria das tentativas. O P31 emitiu apenas uma resposta em 11
das 40 tentativas. O P34 emitiu entre três e cinco respostas em 6 tentativas (21 respostas
no total) e o P39 emitiu entre três e cinco respostas apenas nas primeiras 5 tentativas (21
respostas ao todo). O intervalo de tempo entre a apresentação do som e a emissão da
primeira resposta (IAS-R1) foi, na maioria das vezes, maior do que 1s, para os três
participantes. Além disso, em nenhum dos casos houve contigüidade temporal entre a
liberação de uma tecla e o término do som (em apenas uma tentativa de cada
participante o ITS-R ficou entre 0,1 e 0,5s). O participante 31 não desligou o som em
nenhuma das tentativas em que emitiu respostas. Já os outros dois experienciaram as
durações mais altas do som quando a seqüência programada para desligar o som estava
contida na seqüência emitida (tentativas 2 e 3 para o P 39 e tentativa 29 para o P 34).
Assim como ocorreu com os participantes 34 e 39, o P33 também experienciou
as mais altas durações do som quando a seqüência de respostas programada para
desligar o som foi emitida. Nas tentativas 5, 7, 8, 11, 15, 17 e 18 a seqüência de
respostas emitida continha a resposta de fuga (SS). No entanto, apenas nas tentativas 7 e
8 essas respostas tiveram o efeito de reduzir o tempo de duração do som em relação à
duração máxima após a qual o som terminaria automaticamente. Nas outras tentativas,
teclar SS teve o efeito contrário: prolongou a duração do som. É interessante notar que
após a tentativa 18, esse participante não emitiu, em nenhuma das tentativas, a resposta
de fuga. Além disso, das 44 vezes em que o S foi liberado na sessão, 36 ocorreram entre
nas 18 primeiras tentativas, e somente 8 foram distribuídas entre as 22 restantes (o
número total de respostas foi exatamente igual nas duas metades da sessão, 136
respostas). No que diz respeito ao intervalo de tempo entre a apresentação do som e a
emissão da primeira resposta, houve uma grande variação no decorrer das 40 tentativas.
Em 14 tentativas o término do som ocorreu temporalmente próximo à liberação de uma
tecla. Em muitas tentativas esse participante liberou a mesma tecla mais de duas vezes
consecutivas antes de pressionar a tecla seguinte. Nas tentativas 6, 23, 24, 26, 27, 28 e
33 apenas a tecla K foi liberada. Pode-se dizer que esse padrão complexo de respostas
caracteriza um padrão repetitivo.
Os participantes 35 e 36 apresentaram um número de respostas bastante alto
durante toda a sessão. No total, o participante 35 emitiu 405 respostas e o participante
36, 558. O número de respostas ficou entre dois e 19 para o P35 e entre cinco e 38 para
o P36. O intervalo de tempo entre o início do som e a primeira resposta permaneceu em
torno de 1s para o P35, e em torno de 0,5s para o P36, durante as 40 tentativas. O
56
término de som seguiu uma resposta dentro do intervalo de tempo de 0,5s em 35
tentativas do P35 (ITS-R<0,1s em 11 delas) e nas 40 tentativas do P36 (ITS-R<0,1s em
15 dessas 40 tentativas). Sendo que para o P35, em 7 tentativas, o segundo S da
seqüência programada para desligar o som, foi a última tecla liberada antes do fim da
tentativa (o término do som foi contingente e contíguo ao mesmo tempo). Para o P36
houve apenas um caso em que isso ocorreu (tentativa 1). Além disso, os dois
participantes apresentam padrões de respostas que se repetiram em alguns momentos da
fase. O P35, após liberar SS na tentativa 5 e experienciar uma duração bastante curta do
som, iniciou as próximas 5 tentativas com essa mesma seqüência. Após muitas
variações na seqüência de respostas emitida, da tentativa 22 até o final da sessão o P35
passou a emitir combinações entre as três respostas possíveis do início ao fim da
tentativa (STK, KTS, TKS, etc.), com pequenas variações na seqüência das letras. Já o
participante 36 emitiu combinações entre as três respostas possíveis do início ao fim de
cada tentativa desde o início da sessão (na maioria das tentativas a seqüência STK foi
emitida repetidas vezes enquanto o som estava presente). Ambos os participantes
atingiram o critério de aquisição da resposta de fuga. O participante 36 desligou os 40
sons aos quais foi exposto, ou seja, nas 40 tentativas a seqüência de resposta emitida
continha as duas respostas efetivas em desligar o som (tentativa critério 1). O mesmo
ocorreu em 31 das 40 tentativas para o P35 (tentativa critério 19).
Os participantes 37 e 38 emitiram entre duas e 12 (201 respostas ao todo) e 2 e
20 (301 respostas ao todo) respostas, respectivamente, em cada tentativa (exceto
tentativa 1 do P38, na qual não houve a emissão de respostas). O intervalo de tempo
entre o início do som e a emissão da primeira resposta oscilou entre 0,5 e 4s para o P38
e entre 0,5 e 2s para o P37, no decorrer dos dois primeiros terços da sessão, sendo mais
baixo no último terço. Em 22 das 40 tentativas às quais o P37 foi exposto, e em 23
tentativas do P38, o som terminou dentro de 0,5s após a liberação de uma tecla (ITS-
R<0,1s em 6 tentativas para cada participante). Para o P37, em 8 dessas 22 tentativas, a
resposta imediatamente precedente foi o segundo S da seqüência programada para
desligar o som. Para o P38, o mesmo ocorreu em 9 das 23 tentativas. Nas 10 tentativas
finais o participante 37 emitiu blocos de respostas com a repetição de uma mesma
resposta mais de uma vez consecutiva antes de outra resposta. Nas duas últimas
tentativas, por exemplo, ele liberou três vezes a tecla T, seguida de três vezes a tecla K,
na tentativa 39, e S na tentativa 40, e três vezes a tecla S na tentativa 39, e a tecla K na
tentativa 40. O P38 também emitiu blocos de respostas no decorrer da sessão (tentativas
57
5, 6, 7 11 e 36, por exemplo), mas não houve um padrão tão claramente definido como
no responder do P37. Embora esses padrões de respostas sejam bastante complexos, não
havendo uma correspondência exata entre as tentativas, pode-se consideram que ambos
apresentaram um padrão repetitivo de respostas. As duas respostas efetivas para desligar
o som estavam contidas na seqüência de respostas emitida pelo participante 37 em 21
das 40 tentativas, e pelo participante 38 em 32 delas. A tentativa a partir da qual todos
os sons foram desligados pelo P37 foi a tentativa 31, e pelo P38 foi a tentativa 21. Os
dois participantes parecem ter sido sensíveis à menor duração do som seguindo
liberações da tecla S. Por exemplo, o P37 emitiu pela primeira vez a seqüência efetiva
em desligar o som na tentativa 3, e como o atraso programado era breve (0,09s), o
término do som seguiu imediatamente a liberação do segundo S da seqüência, de modo
que na tentativa seguinte o participante voltou a emiti-la (o mesmo ocorre em algumas
tentativas para do P38). Uma vez que o atraso variava muito, não foi sempre que o
término do som ocorreu logo após ter sido completada a seqüência SS, o que fez com
que o responder dos participantes variasse ao longo da sessão.
O número de respostas emitidas pelos participantes 32 e 40 foi bastante alto: 504
e 429 respostas, respectivamente. O P32 emitiu entre duas e 59 respostas em cada
tentativa e o P40, entre duas e 28 respostas. O intervalo de tempo entre a apresentação
do som e a emissão da primeira resposta oscilou entre 0,5 e 2s no decorrer das 40
tentativas para o P40. Para o P32, esse intervalo foi um pouco mais alto nas oito
primeiras tentativas, e a partir daí ficou em torno de 0,5s. Em 36 tentativas, para o P32,
e em 32 tentativas, para o P40, o término do som ocorreu próximo à liberação de uma
tecla (o ITS-R foi menor do que 0,1s em 15 delas para o P32 e em 10 para o P40). Nas
tentativas 8, 10, 11, 13, 17, 22, 25 e 40 do P32, a última tecla liberada antes do término
do som foi o segundo S da seqüência à qual o término do som era contingente
(contingência e contigüidade ao mesmo tempo). O mesmo ocorreu nas tentativas 4 a 7,
9, 10, 14, 21, 20 a 22, 25 e 36 do P40. O Participante 32 emitiu apenas a seqüência
ST/TS do início ao fim do som nas tentativas 6, 8 a 17, 21 a 26, 34, 37 e 39. O
participante 40 emitiu blocos de respostas, com a repetição de uma mesma resposta
mais de uma vez consecutiva antes de emitir outra resposta (tentativa 19, por exemplo,
na qual o participante teclou TT SS KK), na maioria das tentativas. Pode-se observar na
Figura 5 – P40, que parece haver um aumento no número de vezes que uma mesma
tecla é liberada, à medida que a sessão se aproxima do fim. Na tentativa 2 e da 6 em
diante, para o P32, e da 4 em diante, para o P40, a seqüência de respostas efetiva em
58
terminar o som estava contida na seqüência de respostas emitida. O P32 apresentou
muitas instâncias em que mais de uma tecla foi liberada ao mesmo tempo.
Em suma, seis (P32, P35, P36, P37, P38 e P40) dos dez participantes do grupo
CA atingiram o critério de aquisição da resposta de fuga em algum momento da sessão
de treino. Todos esses seis participantes emitiram mais de 200 respostas durante a
sessão e houve muitas instâncias em que o término do som seguiu uma resposta dentro
do intervalo de tempo de 0,5s (mínimo de 55% das tentativas para o P37 e máximo de
100% das tentativas para o P36). Dos quatro participantes que não atingiram o critério
de aprendizagem, três (P31, P34 e P39) emitiram menos do que 22 respostas durante a
sessão. O P33 emitiu mais de 250 respostas. Para esses quatro últimos participantes, a
porcentagem de tentativas nas quais o ITS-R foi inferior a 0,5s não passou de 35%.
Padrões repetitivos de resposta foram acidentalmente gerados em sete (P32, P33, P35,
P36, P37, P38 e P40) dos dez participantes desse grupo.
Teste
Todos os participantes dos grupos acima descritos e os participantes do grupo
controle foram expostos a uma mesma contingência na condição de teste. Esta condição
consistiu em 20 apresentação do som estridente de 3000Hz e 90 db, com a duração
máxima de 5 segundos, os quais poderiam ser desligados por meio da resposta de clicar
duas vezes com o mouse sobre o retângulo 1 disposto na tela do computador.
Como a contingência foi a mesma para todos os participantes, não será
apresentada a divisão de grupos utilizada no treino. Os diversos desempenhos
resultantes foram agrupados em quatro padrões de resposta distintos, dentro dos quais
alguns sub-padrões foram identificados. Esses quatro padrões englobam dois grandes
grupos de participantes: os padrões I, II e IV incluem aqueles participantes que não
atingiram o critério de aquisição da resposta de fuga na fase de teste (I e II), ou que
aprenderam essa resposta tardiamente na fase de treino (apresentaram dificuldade na
aquisição dessa resposta) (padrão IV); o padrão III é composto por aqueles participantes
que aprenderam rapidamente a desligar os sons nessa fase.
As Figuras 6 a 11 apresentam o responder dos participantes inseridos em cada
um desses padrões a partir de seus desempenhos na fase de teste.
59
INSERIR FIGURA 2
GRUPO CON
60
INSERIR FIGURA 3
GRUPO ANC
61
INSERIR FIGURA 4
GRUPO NC
62
INSERIR FIGURA 5
GRUPO CA
63
Padrão I
Os participantes selecionados para este padrão foram aqueles que não entraram
em contato com a contingência programada em nenhum momento da fase, isto é, não
emitiram, em nenhuma das 20 tentativas, a resposta específica à qual o término do som
era contingente (clicar duas vezes com o mouse sobre o retângulo 1). Dos 11
participantes que compõem esse grupo, dois pertencem ao grupo CON (P1 e P2), três
pertencem ao grupo ANC (P21, P28 e P30), três são do grupo NC (P11, P13 e P16), um
é do grupo CA (P39) e os dois restantes pertencem ao grupo controle (P49 e P54).
Como pode ser observado na Figura 6, os participantes 28 (ANC) e 39 (CA) não
emitiram respostas nas 20 tentativas do teste. Dois participantes do grupo NC (P11 e
P16) emitiram, em todas as tentativas, combinações entre as três respostas possíveis
(clicar com o mouse sobre o ícone 1, sobre o ícone 2 e sobre o 3). Para o P11, a
seqüência mais freqüentemente emitida foi 213, em 11 das 20 tentativas. Para o P16,
não houve preponderância de uma única seqüência. Os demais participantes inseridos
nesse padrão emitiram apenas uma resposta nas tentativas em que responderam.
Padrão II
Os participantes que constituem este padrão entraram em contato com a
contingência programada em algum momento da sessão de teste, mas não continuaram a
emitir a seqüência de respostas efetiva em desligar o som até a última tentativa (não
atingiram o critério de aquisição da resposta de fuga ou critério de aprendizagem),
muito embora tenham experienciado as menores durações de som nas tentativas em que
a resposta de fuga foi emitida. Dos seis participantes que tiveram o desempenho no teste
classificado como padrão II (Figura 7), um pertence ao grupo CON (P7), três são do
grupo NC (P14, P15 e P20) e dois do grupo ANC (P23 e P29).
De um modo geral, todos esses participantes apresentaram um responder
bastante irregular no decorrer das 20 tentativas, com combinações entre as três respostas
possíveis na maioria das tentativas em que emitiram respostas (exceto os participantes
14 e 20, que não emitiram respostas na maior parte das tentativas). O intervalo de tempo
entre a apresentação do som e a emissão da primeira resposta variou muito no decorrer
da sessão para todos esses participantes (exceto o P7, para o qual o IAS-R1 ficou em
torno de 0,5 a 1s durante toda a sessão). O número de respostas emitidas em cada
64
tentativa variou de participante para participante, mas ficou em torno de duas a três
respostas na maioria delas. Nenhum padrão de respostas claramente definido pôde ser
observado no responder desses participantes durante a fase de teste.
Padrão III
O padrão III é composto por aqueles participantes que desligaram a maior parte
dos sons (no mínimo 15 dos 20 sons, exceto o P18 que emitiu a resposta de fuga em 13
das 20 tentativas) e atingiram o critério de aquisição da resposta de fuga em algum
momento da sessão do teste. Dos 27 participantes que compõem esse padrão, seis
pertencem ao grupo CON (P3, P4, P5, P6, P8, P9), quatro pertencem ao grupo NC (P12,
P17, P18, P19), três são do grupo ANC (P22, P24, P26), oito pertencem ao grupo CA
(P32, P33, P34, P35, P36, P37, P38, P40) e os outros seis participantes são do grupo
controle (P45, P48, P51, P52, P53 e P58). Todos esses participantes experienciaram
sons com durações bastante curtas na maior parte da sessão de teste (em pelo menos
75% das tentativas).
Dentro desse padrão, há ainda três sub-padrões distintos de respostas (IIIa, IIIb e
IIIc). A característica principal que diferencia esses três sub-padrões é o modo pelo qual
o som foi desligado: se apenas as duas respostas necessárias para desligar o som foram
emitidas na maioria das tentativas, o responder foi classificado como padrão IIIa; se
tentativas nas quais apenas essas duas respostas foram emitidas foram intercaladas com
tentativas nas quais outras respostas (ou nenhuma resposta) também apareceram, o
responder foi classificado como padrão IIIb; e, por fim, se as duas respostas efetivas em
desligar o som estavam contidas numa seqüência de respostas que se repetiu em pelo
menos quatro tentativas (padrão repetitivo de respostas), o responder foi classificado
como padrão IIIc.
Cinco participantes do grupo CON (P3, P4, P5, P8 e P9), dois do grupo NC (P12
e P17), dois do grupo NC (P24 e P26), quatro do grupo CA (P34, P35, P38 e P40) e
quatro do grupo controle (P48, P51, P52 e P58) tiveram os desempenhos no teste
classificados como padrão IIIa (Figura 8). Esses participantes atingiram o critério de
aquisição da resposta de fuga entre as sete primeiras tentativas. Entre as tentativas 2 e 9
eles passaram a emitir apenas as duas respostas necessárias para desligar o som (exceto
uma ou duas tentativas em que outras respostas, além destas, também foram emitidas).
O intervalo de tempo entre o início do som e a emissão da primeira resposta ou
65
permaneceu baixo (em torno de 0,5s), ou declinou a partir das primeiras tentativas.
Exceto para os participantes 24 e 58, cujo IAS-R1 oscilou entre 0,5 e 2s no decorrer das
20 tentativas da fase de teste.
O padrão IIIb foi composto por um participante do grupo CON (P6), dois do
grupo CA (P33 e P37) e um participante do grupo controle (P45) (Figura 9). O
responder desses quatro participantes diferiu do responder dos participantes acima
descritos principalmente por que, na maior parte da sessão, as tentativas nas quais a
seqüência de respostas que desligava o som foi a única emitida (nesses casos estavam as
durações mais curtas do som) foram intercaladas com tentativas nas quais outras
respostas também ocorreram ou com tentativas que não continham a resposta funcional,
o que resultou em picos na linha da duração do som. Em comparação com o responder
dos participantes inseridos no padrão IIIa, esses participantes demoraram mais para
emitir apenas as duas respostas efetivas em desligar o som no intervalo de uma única
tentativa. De um modo geral, o intervalo de tempo entre a apresentação do som e a
emissão da primeira resposta foi maior nas tentativas iniciais do que nas tentativas
finais.
Os seis participantes restantes compõem o padrão IIIc (Figura 10). Assim como
os participantes dos dois sub-padrões acima descritos, esses sete participantes também
desligaram pelo menos 15 dos 20 sons aos quais foram expostos (exceto o P18 que
desligou 13 sons) e atingiram o critério de aquisição da resposta de fuga. No entanto,
esses participantes emitiram, no decorrer da sessão de teste, alguma seqüência de
respostas que se repetiu em pelo menos quatro tentativas, consecutivas ou não (em
todos os casos essa seqüência continha as duas respostas necessárias para desligar o
som).
Desses seis participantes, dois pertencem ao grupo NC (P18 e P19), um
participante é do grupo ANC (P22), dois são do grupo CA (P32 e P36) e um do grupo
controle (P53).
O participante 18 emitiu a seqüência 1231nas tentativas 6, 14 e da 16 em diante.
Para o P19 a seqüência 3121 antecedeu o término do som nas tentativas 6, 7, 8, 15 e 16
e a seqüência 2131 antecedeu o término do som na tentativa 13 e da 17 em diante. O
participante 22 emitiu a seqüência 2311 nas tentativas 7, 8, 10, 11, 12 e da 14 em diante.
O participante 36 repetiu a seqüência 21321 nas tentativas 2, 4 a 7, 12, 13, e da 18 em
diante. O responder desses quatro participantes acima descritos atende ao critério de
66
Matute (1994, 1995) de comportamento supersticioso, pois houve a repetição de um
mesmo padrão de respostas da enésima até a última tentativa.
Para o participante 53, algumas seqüências de respostas se repetiram em
algumas tentativas, mas essas seqüências sofreram pequenas modificações e não se
mantiveram da enésima até a última tentativa: a seqüência 2311 foi emitida nas
tentativas 9 a 16, 18 e 19. Na última tentativa a seqüência emitida foi 223311.
O P32 emitiu a seqüência 2211 nas tentativas 5 a 13, no entanto, a partir da
tentativa 14 apenas as duas respostas às quais o término do som era contingente foram
emitidas.
De um modo geral, o intervalo de tempo entre a apresentação do som e a
emissão da primeira resposta ficou em torno de 0,3s e 0,5s na maioria das 20 tentativas,
para esses seis participantes. Para o participante 22, o IAS-R1 foi um pouco maior no
início da sessão. A tentativa critério variou entre a tentativa 1 e a 17.
Padrão IV
Os participantes P10 (grupo CON), P25 e P27 (grupo ANC), P31 (grupo CA),
P55 e P60 (grupo controle) foram classificados como padrão IV por que, em
comparação aos participantes inseridos no padrão III, eles apresentaram um maior
número de tentativas em que a resposta de fuga não foi emitida
e demoraram mais para
atingir o critério de aquisição da resposta de fuga (houve um número maior de tentativas
antes que os últimos n sons fossem consecutivamente desligados por meio da emissão
da resposta de fuga).
Para esses seis participantes houve um grande número de tentativas (mínimo 10)
nas quais as duas respostas às quais o término do som era contingente não foram
emitidas, numa mesma tentativa. Ou por que os participantes sequer emitiram respostas
em algumas tentativas (P10, P25, P27 e P31), ou porque a seqüência de respostas
emitida não continha a seqüência efetiva em desligar o som (P55 e P60). No entanto,
esses participantes terminaram a sessão de teste emitindo, nas últimas tentativas, a
resposta à qual o término do som era contingente. Para os participantes 27 e 55, esta
resposta não foi a única a ser emitida nas tentativas finais, havendo uma ou duas
respostas que não tinham qualquer relação com o término do som. Não houve um
padrão de respostas claramente definido, ou que se repetisse em pelo menos quatro
tentativas. Todos esses participantes precisaram de mais de 10 tentativas para atingir o
67
critério de aquisição da resposta de fuga. A tentativa critério variou entre a 12ª. e a 18ª.
tentativa para os participantes inseridos nesse padrão.
O intervalo de tempo entre a apresentação do som e a emissão da primeira
resposta variou muito no decorrer da sessão para cada um desses participantes. Mas em
geral foi mais baixo e um pouco menos variável no último terço da sessão. Nenhum
padrão de respostas claramente definido pôde ser observado no responder desses
participantes durante a fase de teste.
A Tabela 3 apresenta as médias da duração do som ao longo das 20 tentativas do
teste, a média do intervalo entre a apresentação do som e a emissão da primeira
resposta, o número médio de tentativas nas quais a resposta de fuga foi emitida e o
número de médio de tentativas necessárias para o participante atingir o critério de
aquisição da resposta de fuga ou critério de aprendizagem, para os participantes
inseridos em cada um dos padrões do teste.
Tabela 3. Média da duração dos sons, média do IAS-R1, média do número de tentativas
nas quais a resposta de fuga foi emitida e média de tentativas para atingir o critério de
aprendizagem no decorrer das 20 tentativas da fase de teste, para os participantes
inseridos em cada padrão de respostas.
Padrão no teste
Medidas
Padrão
I
Padrão
II
Padrão
III
Padrão
IV
Duração média
5,0s 4,0s 1,4s 3,2s
IAS-R1 médio
1,4s 0,87s 0,36s 0,8s
Média de tentativas em que a resposta de
fuga foi emitida
– 4 14 7,6
Média de tentativas necessárias para atingir
o critério de aprendizagem
– – 4 11,6
Pode-se observar a partir da Tabela 3 que os participantes do padrão IV, embora
tenham atingido o critério de aquisição da resposta de fuga, precisaram de muito mais
tentativas para atingi-lo e apresentaram um número muito menor de tentativas nas quais
a resposta de fuga foi emitida, em comparação aos participantes do padrão III.
A análise de variância (ANOVA) mostrou que, no que se refere ao número de
tentativas em que a resposta de fuga foi emitida, houve diferença significativa entre os
todos os padrões de teste (ver as comparações múltiplas Post Hoc Tests para esta
medida, no Anexo 3, entre cada um dos padrões e os demais: na coluna sig. todas
diferenças foram inferiores a 0,05).
68
INSERIR FIGURA 6
(PADRAO I)
69
INSERIR FIGURA 7
(PADRAO II)
70
INSERIR FIGURA 8
(PADRAO IIIa)
71
INSERIR FIGURA 9
(PADRAO IIIb)
72
INSERIR FIGURA 10
(PADRAO IIIc)
73
INSERIR FIGURA 11
(PADRAO IV)
74
A média da duração do som no decorrer das 20 tentativas do teste para os
participantes do padrão III diferiu significativamente dessa média para os participantes
dos padrões I (0,000 na coluna sig. em Post Hoc Tests – comparações múltiplas, no
Anexo 3), II (sig. 0,000) e IV (sig. 0,000). A média da duração dos participantes do
padrão IV não diferiu significativamente da média do padrão II (sig. 0,113), mas diferiu
da média do padrão I (sig. 0,004). Não houve diferença significativa entre os padrões I e
II (sig. 0,768), nessa medida.
Com relação ao IAS-R1 (no anexo está como latência), houve diferença
significativa apenas entre os padrões III e I (sig. 0,000) e III e II (sig. 0,021).
Não foi possível conduzir a análise de variância para o número de tentativas
necessárias para desligar o som por que apenas dois grupos de participantes
apresentavam essas medidas (padrão III e padrão IV).
Comparando os resultados do treino e do teste
Os 11 participantes cujos desempenhos na condição de teste foram classificados
como padrão I (não entraram em contato com a contingência programada) apresentaram
o seguinte desempenho na fase de treino (exceto os dois participantes do grupo controle
que foram expostos apenas à condição de teste): o participante 1, do grupo CON e o
participante 28, do grupo ANC, não emitiram qualquer resposta na fase de treino; os
participantes P2 (grupo CON), P11 e P13 (grupo NC) e P30 (grupo ANC) emitiram uma
única resposta nas tentativas em que responderam; O P39, do grupo CA e P21, do grupo
ANC, emitiram respostas em algumas tentativas (quatro tentativas para o P39 e 7 para o
P21); O participante 16, do grupo NC, emitiu entre uma e três respostas em todas as
tentativas.
Note que seis desses nove participantes pertencem aos dois grupos nos quais o
término do som não era contingente a nenhuma resposta dos participantes, o término do
som era incontrolável. Dos três restantes, dois eram do grupo contingente (P1 e P2), no
entanto, esses participantes também não entraram em contato com a contingência
programada na fase de treino. Já o participante 39, do grupo CA experienciou os sons
mais longos nas duas tentativas em que a seqüência de respostas emitida continha as
duas respostas às quais o término do som era contingente. Esse fato pode ter sido o
responsável pela não emissão de respostas nas tentativas subseqüentes e pela
75
conseqüente não emissão de respostas na fase de teste. Responder parece ter sido
punido.
Todos os participantes do padrão I que passaram pela fase de treino e que
emitiram respostas em algum momento da mesma emitiram menos de 100 respostas no
decorrer da fase e apresentaram muito poucas instâncias em que o término do som
seguiu a liberação de uma tecla (entre zero e cinco tentativas com ITS-R<0,5s). O
intervalo de tempo entre a apresentação do som e a emissão da primeira resposta
também foi, em geral, alto para todos eles (acima de 1s na maioria das tentativas em que
houve respostas, exceto para o P21).
Dos seis participantes classificados como padrão II, devido ao seu desempenho
no teste, cinco pertencem aos dois grupos nos quais o término do som era incontrolável
(P14, P15 e P20 – grupo NC e P23 e 29 – grupo ANC) e um pertence ao grupo
contingente (P7). No treino, os três participantes do grupo NC emitiram respostas na
maioria das tentativas. Entre uma e quatro respostas em cada tentativa para o P14 (81
respostas no total), entre uma e 37 respostas para o P15 (175 respostas) e entre uma e 19
respostas para o P20 (184 respostas). Para ambos, houve poucas instâncias em que o
término do som ocorreu próximo à liberação de uma tecla (o maior número de tentativas
em que o ITS-R foi menor do que 0,5s ocorreu com o P20 em 14 tentativas).
O participante 23 do grupo ANC experienciou sons de curta duração desde as
primeiras tentativas e o participante 29 experienciou sons mais longos até a primeira
metade da sessão. O P23 emitiu respostas em 33 das 40 tentativas, em 18 delas o ITS-R
foi menor do que 0,5s. Já o P29 emitiu respostas em apenas 18 das 40 tentativas, 16
delas continham apenas uma resposta (ITS-R<0,5s em e tentativas).
O participante do grupo CON (P7) apresentou um padrão semelhante no treino e
no teste: tentativas nas quais a seqüência de respostas emitida continha a seqüência
efetiva em desligar o som, e por isso tiveram as durações mais curtas, foram, muitas
vezes, seguidas por tentativas nas quais essa seqüência não foi emitida. A diferença é
que no treino, a seqüência efetiva se manteve nas últimas seis tentativas e no teste, isso
não aconteceu. Talvez se a sessão de teste continuasse até a tentativa 40, como no
treino, o participante atingisse o critério de aquisição da resposta de fuga também no
teste.
Nenhum dos participantes inseridos nos padrões I e II apresentou algum padrão
repetitivo de respostas (emissão da mesma resposta ou seqüência de respostas em pelo
menos quatro tentativas, consecutivas ou não) na fase de treino. Juntos os participantes
76
dos padrões I e II podem ser classificados como aqueles participantes que não
responderam adequadamente à contingência de fuga no teste, ou como diz a literatura
do desamparo aprendido, esses participantes não aprenderam a fugir do estímulo
aversivo numa nova contingência de fuga. Embora a maioria deles tenha sido exposta a
uma condição de incontrolabilidade no treino (11 dos 16 que passaram pela exposição
prévia aos estímulos aversivos), cinco ainda pertenciam a grupos aos quais era dada a
oportunidade de escapar dos sons numa condição anterior (treino). No entanto, desses
cinco participantes, apenas o participante 7 do grupo CON atingiu o critério de
aquisição da resposta de fuga no treino (mesmo que só no final da fase). Os outros dois
participantes do grupo CON não entraram em contato com a contingência programada
nem no treino e nem no teste. E o participante do grupo contingente com atraso (P39)
experienciou as maiores durações do som nas tentativas me que a seqüência de
respostas efetiva em desligar o som estava contida na seqüência emitida, de modo que
responder prolongava o som em vez de permitir que o participante escapasse dele. No
entanto, dois participantes que não haviam sido previamente expostos aos estímulos
aversivos também apresentaram o mesmo desempenho no teste (P49 e P54 do grupo
controle).
Pode-se dizer que, no caso dos participantes que passaram por uma experiência
prévia com os estímulos aversivos, as contingências experienciadas no treino
produziram, no teste, o efeito do desamparo aprendido no seu grau mais acentuado,
como proposto por Hunziker (2003), de não aprendizagem. Isto é, esses participantes
não aprenderam a resposta de fuga no teste, o que é diferente de apresentar uma maior
dificuldade na aquisição dessa resposta, como propõem Hiroto (1974) e Hiroto e
Seligman (1975).
Os participantes classificados no padrão IV, por sua vez, apresentaram um
desempenho no teste que se caracterizou por um maior número de tentativas nas quais a
resposta de fuga não foi emitida e um maior número de tentativas antes que os últimos n
sons fossem desligados por meio da emissão da resposta de fuga (ou uma maior demora
em atingir o critério de aquisição da resposta de fuga) em relação aos participantes do
padrão III. Além disso, o IAS-R1 e a duração do som no decorrer das 20 tentativas de
teste também foram maiores para esses participantes do que para os participantes do
padrão IV (Tabela 3). Essas diferenças nas medidas de teste também têm caracterizado
o efeito de desamparo aprendido em muitos estudos (Matute, 1994, 1995; Hiroto e
77
Seligman, 1975), é o que os autores chamam de “dificuldade de aprendizagem da
resposta de fuga”.
Seligman e Maier (1967) caracterizaram o efeito comportamental que eles
chamaram de efeito de interferência como uma maior demora na emissão da resposta de
fuga e um maior número de tentativas em que a resposta de fuga não foi emitida (ou
maior número de falhas), em comparação com o desempenho dos grupos que não
haviam sido previamente expostos aos estímulos aversivos (grupo controle) e com os
grupos que passaram por uma condição de controle dos sons. Nos estudos de Hiroto
(1974) e de Hiroto e Seligman (1975) os participantes que apresentaram o efeito do
desamparo aprendido no teste foram os que apresentaram consistentemente maiores
latências, maior número de falhas (ou maior número de tentativas nas quais a resposta
de fuga não foi emitida) e um maior número de tentativas mais para atingir o critério de
aquisição da resposta de fuga, definido como o participante emitir a resposta de fuga em
três tentativas consecutivas, também em relação aos grupos controle e contingente.
Dos seis participantes que compõem o padrão IV, dois são do grupo ANC: P25 e
P27. Ambos não emitiram respostas na fase de treino. Os participantes P10 do grupo
CON e P31 do grupo CA não entraram em contato com a contingência programada no
treino e emitiram apenas uma resposta nas tentativas em que responderam. Os dois
últimos participantes que compõem o padrão IV são do grupo controle (P55 e P60).
Os desempenhos no teste classificados como padrão I, II ou IV são típicos dos
desempenhos que têm sido caracterizados como desamparo aprendido. Dos 23
participantes cujos desempenhos na fase de teste foram inseridos nesses padrões (I, II e
IV), seis pertencem ao grupo não contingente (NC), sete pertencem ao grupo acoplado
não contingente (ANC). Dois participantes são do grupo contingente com atraso (CA),
quatro pertencem ao grupo contingente (CON) e os quatro restantes pertencem ao grupo
controle (não passaram por qualquer experiência prévia com o estímulo aversivo).
Portanto, mais da metade dos participantes (56%) que apresentaram o efeito do
desamparo aprendido no teste passaram por uma experiência prévia na qual o término
do estímulo aversivo independia de qualquer resposta emitida. Três dos quatro
participantes do grupo contingente não entraram em contato com a contingência
programada no treino (P1, P2 e P10). Já o outro participante (P7) desligou os seis
últimos sons. Um dos participantes de o grupo CA (P39) entrou em contato com a
contingência programada no treino, mas a emissão da seqüência de respostas efetiva em
desligar o som prolongou a sua duração em vez de reduzi-la. O outro participante do
78
grupo CA (P31) não emitiu em nenhuma das 40 tentativas a seqüência de respostas
efetiva em desligar o som.
Os 27 participantes restantes tiveram o desempenho no teste classificado como
padrão III: todos eles atingiram o critério de aquisição da resposta de fuga e foram
capazes de desligar os sons na maior parte das tentativas do teste (em pelo menos 15 das
20 tentativas as duas respostas às quais o término do som era contingente foram
emitidas, ou sozinhas ou entre outras respostas, exceto o P18 que teve 13 acertos).
Desses 27 participantes, oito pertencem ao grupo CA, seis pertencem ao grupo CON,
quatro são do grupo NC, três do ANC e seis participantes pertencem grupo controle.
Esses 27 participantes foram distribuídos em três sub-padrões distintos dentro do
padrão III: 17 participantes compõem o sub-padrão IIIa, quatro compõem o sub-padrão
IIIb e seis, o sub-padrão IIIc. O que diferencia esses sub-padrões é que no padrão IIIa a
maioria das tentativas continham apenas as duas respostas necessárias para desligar o
som. No sub-padrão IIIb, tentativas nas quais essas duas respostas foram as únicas
emitidas foram intercaladas com tentativas nas quais outras respostas também
apareceram. Por fim, no sub-padrão IIIc, houve a repetição de uma mesma resposta ou
uma seqüência de respostas em pelo menos quatro tentativas, consecutivas ou não.
Dos seis participantes do grupo contingente cujos desempenhos foram
classificados como padrão III, cinco (P3, P4, P5, P8 e P9) foram incluídos no sub-
padrão IIIa. No treino, esses cinco participantes emitiram a resposta de fuga em mais de
50% das tentativas – entre 21 e 40 tentativas. Para quatro deles, a maioria das tentativas
continha apenas as duas respostas necessárias para desligar o som. Apenas o P3
apresentou uma seqüência repetitiva de respostas, na qual as duas respostas efetivas em
desligar o som estavam contidas, em cerca de 60% da sessão de treino.
Os dois participantes do grupo não contingente (P12 e P17), inseridos nesse sub-
padrão IIIa, emitiram entre uma e 13 respostas em cada tentativa (ambos emitiram 234
respostas no total) e apresentaram 16 (P12) e 14 (P17) instâncias em que uma resposta
foi seguida pelo término do som dentro do intervalo de tempo de 0,5s. Houve a seleção
acidental de um padrão de respostas apenas para o P12.
Dos três participantes do grupo ANC que tiveram o desempenho no teste
classificado como padrão III, dois (P24 e P26) foram inseridos no sub-padrão IIIa. O
P24 experienciou sons de curta duração durante toda a fase de treino, mas só emitiu
respostas em 29 das 40 tentativas (entre uma e 7 respostas por tentativa). Em 17 delas o
término do som ocorreu próximo a uma resposta (ITS-R<0,5s). O outro participante do
79
grupo ANC (P26), por sua vez, emitiu um número muito alto de repostas durante toda a
sessão (cerca de 20 a 25 respostas por tentativa e 712 respostas no total). O término do
som seguiu imediatamente uma resposta em 16 tentativas e em outras 19 tentativas o
ITS-R foi menor do que 0,5s. Nenhum padrão de respostas claramente definido pareceu
ter sido selecionado para ambos os participantes do grupo ANC.
Dos quatro participantes do grupo contingente com atraso (P34, P35, P38 e P40)
inseridos nesse primeiro sub-padrão do padrão III (IIIa), três emitiram um número
muito alto de respostas durante toda a fase de treino (entre duas e 28 respostas por
tentativa – entre 290 e 429 respostas no total). Para o P35, as duas respostas às quais o
término do som era contingente estavam contidas na seqüência de respostas emitida em
31 tentativas (a tentativa critério foi a 19). Para o P38, essa seqüência estava contida em
32 tentativas (tentativa critério – tentativa 21), e para o P40, em 37 (tentativa critério –
tentativa 4). O término do som ocorreu próximo à liberação de uma tecla em 35
tentativas para o P35, em 23 para o P38 e em 32 para o P40. Nenhum padrão de
respostas pareceu ter sido acidentalmente selecionado no decorrer da fase de treino
(apesar do alto número de proximidades temporais entre o término do som e a última
resposta). O P34 emitiu muito poucas respostas durante toda a fase de treino (21
respostas no total) e não atingiu o critério de aquisição da resposta de fuga nessa fase.
Os quatro participantes restantes desse sub-padrão IIIa pertencem ao grupo
controle (P48, P51, P52 e P58) e não passaram por qualquer experiência prévia com o
estímulo aversivo.
Portanto, dos 17 participantes que tiveram os desempenhos no teste classificados
como padrão IIIa, nove (53%) pertencem a grupos aos quais era dada a possibilidade de
escapar dos sons por meio da emissão de uma resposta de fuga numa fase anterior à fase
de teste (grupos CON e CA). Oito desses nove participantes atingiram o critério de
aquisição dessa resposta no treino, desligando os últimos n sons aos quais foram
expostos. Dos quatro participantes que passaram por uma condição de
incontrolabilidade dos sons na fase de treino (grupos ANC e NC), apenas um
participante (P12 do grupo NC) teve um padrão de respostas acidentalmente
selecionado. O término do som ocorreu próximo à última resposta em mais do que 50%
das tentativas apenas para um dos participantes do grupo ANC (P26). Apenas um desses
quatro participantes (P24 do grupo ANC) emitiu menos do que 200 respostas no
decorrer da fase de treino.
80
Dos quatro participantes classificados como padrão IIIb, um pertence ao grupo
contingente (P6), dois ao grupo contingente com atraso (P33 e P37) e um pertence ao
grupo controle (P45). O participante do grupo CON (P6) emitiu respostas apenas nas 9
tentativas finais, destas 6 continham as duas respostas às quais o término do som era
contingente (tentativa critério 39). O participante 33 do grupo CA, assim como o
participante 39 (CA), experienciou as maiores durações de som nas tentativas em que as
duas respostas às quais o término do som era contingente estavam contidas na seqüência
de respostas emitida (das sete tentativas em que a resposta de fuga foi emitida, em seis o
som foi prolongado). Para esse participante houve apenas 14 instâncias em que o
término do som seguiu uma resposta dentro do intervalo de tempo de 0,5s. O P37
também do grupo CA emitiu entre duas e 12 respostas em cada tentativa da fase de
treino. Em 21 delas a seqüência de respostas efetiva em desligar os som estava contida
na seqüência de respostas emitida (tentativa critério – 31). Esses dois participantes do
grupo CA tiveram algum padrão de respostas acidentalmente selecionados no decorrer
da sessão de treino. O participante do grupo controle (P45) não passou pela experiência
prévia com os estímulos aversivos.
O último sub-padrão do padrão III (IIIc) é composto por dois participantes do
grupo NC (P18 e P19), um participante do grupo ANC (P22), dois participantes do
grupo CA (P32 e P36) e um do grupo controle (P53). Os dois participantes do grupo NC
emitiram entre uma e 6 respostas na maioria das tentativas do treino. Em 10 (P18) e 16
(P19) tentativas o término do som seguiu a liberação de uma tecla dentro do intervalo de
tempo de 0,5s. Para ambos os participantes, houve a emissão de um mesmo padrão de
respostas em pelo menos quatro tentativas.
O participante do grupo ANC (P22) respondeu nas 40 tentativas (168 respostas
ao todo). Nas 13 instâncias em que o término do som ocorreu próximo à liberação de
uma tecla, essa tecla foi a S. A partir do aumento na freqüência da resposta S, em
relação às demais respostas, pode-se dizer que houve o fortalecimento acidental dessa
resposta no decorrer da fase de treino para P22.
Os dois participantes do grupo CA apresentaram um número muito alto de
respostas no decorrer da sessão de treino (504 respostas para o P32 e 558 para o P36).
Ambos atingiram o critério de aquisição da resposta de fuga no primeiro quarto da
sessão de treino. O término do som foi contíguo (ITS-R<0,1s) à liberação de uma tecla
em 15 tentativas para ambos os participantes. Em outras 21 tentativas para o P32 e em
25 para o P36 o ITS-R ficou entre 0,1 e 0,5s. O P32 emitiu apenas a seqüência ST/TS
81
do início ao fim do som em cerca de 25 tentativas da fase de treino. O P36 emitiu a
seqüência STK do início ao fim do som na maioria das tentativas do treino. No caso do
P36 esse padrão atende ao critério de Matute (1994) para classificar um padrão como
supersticioso (a repetição de um mesmo padrão de respostas da enésima até a última
tentativa). O mesmo não vale para o P32. O último participante que compõe esse sub-
padrão pertence ao grupo controle (P53).
Portanto, todos os cinco participantes que passaram por uma experiência prévia
com os sons, e que tiveram o desempenho no teste classificado como padrão IIIc,
também apresentaram algum padrão de respostas que se repetiu no decorrer das 40
tentativas do treino (padrão repetitivo de respostas em pelo menos quatro tentativas).
Em suma, dos 27 participantes cujos desempenhos no teste foram classificados
como padrão III, seis não passaram por qualquer experiência prévia com a apresentação
do estímulo aversivo (grupo controle). Sete participantes foram expostos a uma
condição de incontrolabilidade ou não contingência na fase de treino (grupos ANC e
NC). Aos 14 participantes restantes foi dada a possibilidade de escapar dos sons durante
a fase de treino (grupos CON e CA). Desses 14 participantes, apenas dois (P33 e P34 do
grupo CA) não atingiram o critério de aquisição da resposta de fuga, definido como o
participante emitir a resposta de fuga da enésima até a última tentativa, na fase de
treino.
Comparações entre os desempenhos dos participantes nas duas fases
experimentais (treino e teste), também mostraram que: a) todos os sete participantes que
não entraram em contato com a contingência programada na fase de treino (P1, P2, P10
do grupo CON, P25, P27, P28 do grupo ANC, P31 do grupo CA) apresentaram um
desempenho típico do desamparo aprendido no teste; b) todos os 12 participantes que
tiveram algum padrão de respostas acidentalmente selecionado no decorrer da fase de
treino (padrão repetitivo de respostas – P3 do grupo CON, P12, P18, P19 do grupo NC,
P22 do grupo ANC, P32, P33, P35, P36, P37, P38 e P40 do grupo CA) desligaram a
maioria dos sons aos quais foram expostos no teste e atingiram o critério de
aprendizagem nesta fase (padrão III); e c) dos 20 participantes que passaram por uma
condição de controlabilidade na fase de treino (grupos CON e CA), 13 atingiram o
critério de aquisição da resposta de fuga na fase de treino (P3, P4, P5, P6, P7, P8, P9 do
grupo CON, P32, P35, P36, P37, P38, P40 do grupo CA). No teste, apenas um
participante (P7) não teve o desempenho classificado como padrão III.
82
O Quadro 2 apresenta um resumo de algumas das características dos
desempenhos dos participantes de cada grupo experimental durante a fase de treino e a
distribuição desses participantes pelos quatro padrões de respostas identificados na fase
de teste.
Quadro 2. Algumas características do desempenho dos participantes expostos a
diferentes arranjos experimentais na fase de treino e seus respectivos padrões no teste.
Fase Características Grupo
CON
Grupo
ANC
Grupo NC Grupo CA
Participantes que não
emitiram respostas
nas 40 tentativas
1 (P1) 3 (P25,
P27, P28)
– –
Participantes que
emitiram menos de
200 respostas no
treino
9 (P2, P3,
P4, P5, P6,
P7, P8, P9,
P10)
6 (P21,
P22, P23,
P24, P29,
P30)
8 (P11, P13,
P14, P15,
P16, P18,
P19, P20)
3 (P31, P34,
P39)
Participantes que
emitiram mais de 200
respostas no treino
1 (P26) 2 (P12, P17) 7 (P32, P33,
P35, P36,
P37, P38,
P40)
Participantes que
atingiram o critério de
aprendizagem
7 (P3, P4,
P5, P6, P7,
P8, P9)
6 (P32, P35,
P36, P37,
P38, P40)
Padrão repetitivo de
respostas
1 (P3) 1 (P22) 3 (P12, P18,
P19)
7 (P32, P33,
P35, P36,
P37, P38,
P40)
ITS-R<0,5s em
menos de 20% das
tentativas
3 (P2, P6,
P10)
3 (P21,
P29, P30)
3 (P11, P13,
P16)
3 (P31, P34,
P39)
ITS-R<0,5s em mais
de 20% e menos de
50% das tentativas
1 (P7) 3 (P22,
P23, P24)
7 (P12, P14,
P15, P17,
P18, P19,
P20)
1 (P33)
Treino
ITS-R<0,5s em mais
de 50% das tentativas
5 (P3, P4,
P5, P8, P9)
1 (P26) 6 (P32, P35,
P36, P37,
P38, P40)
Padrão I 2 (P1, P2) 3 (P21,
P28, P30)
3 (P11, P13,
P16)
1 (P39)
Padrão II 1 (P7) 2 (P23,
P29)
3 (P14),
P15, P20)
Padrão III 6 (P3, P4,
P5, P6, P8,
P9)
3 (P22,
P24, P26)
4 (P12, P17,
P18, P19)
8 (P32, P33,
P34, P35,
P36, P37,
P38, P40)
Teste
Padrão IV 1 (P10) 2 (P25,
P27)
– 1 (P31)
83
Como pode ser observado no Quadro 2, o grupo CA foi o que contou com o
maior número de participantes inseridos no padrão III, com 8 participantes. Do grupo
CON e do grupo controle foram seis participantes de cada. Os grupos ANC e NC foram
os que tiveram menos participantes inseridos nesse padrão III (3 e 4 participantes
respectivamente).
A análise de variância (ANOVA) mostrou que não houve diferença significativa
entre os cinco grupos experimentais (ver o quadro da ANOVA para cada uma das
medidas, no Anexo 4) no que se refere a: a) número de tentativas em que a resposta de
fuga foi emitida (sig. 0,093); b) número de tentativas necessárias para atingir o critério
de aquisição da resposta de fuga (sig. 0,894); e c) IAS-R1 médio (no anexo essa medida
aparece como latência média) (sig. 0,159).
Embora a análise de variância (ANOVA) tenha indicado alguma diferença
significativa entre os cinco grupos com relação à média de duração do som nas 20
tentativas do teste (sig. 0,046). O teste de Scheffe (Post Hoc Tests) mostrou que,
comparando-se cada grupo com os demais, nenhuma diferença significativa foi
encontrada (ver coluna do sig. no quadro de comparações múltiplas para essa medida,
no Anexo 4).
O problema de pesquisa
Para finalizar, pretende-se responder às três questões colocadas no problema de
pesquisa do presente trabalho: (a) Quais os efeitos de diferentes durações de um
estímulo aversivo sobre o intervalo entre o término desse estímulo e a resposta
imediatamente precedente, numa condição de não contingência? (b) Quais os efeitos de
diferentes intervalos de tempo entre o término de um estímulo aversivo e a resposta que
o antecede, sobre o responder dos participantes expostos a arranjos de reforçamento
independente da resposta e de reforçamento dependente com atraso? e (c) quais os
efeitos de diferentes arranjos experimentais (dependente, independente e dependente
com atraso) sobre o desempenho dos participantes numa nova contingência de fuga?
Questões A e B
A questão a poderia ser colocada da seguinte maneira: será que sons curtos
facilitariam a ocorrência de contigüidades ou proximidades temporais entre o término
84
do som e a última resposta emitida por participantes expostos a uma condição de
independência entre o seu comportamento e o reforço? Enquanto sons longos não
favoreceriam essa ocorrência? É isso que é sugerido nos trabalhos de Matute (1995) e
Di Rienzo (2002), quando sons de 5s e de 1s são utilizados na fase de treino para
verificar o desenvolvimento de comportamento supersticioso no próprio treino ou de
desamparo aprendido no teste. Matute (1995) sugere ainda que quando ocorrem muitas
instâncias em que o término do som segue imediatamente uma resposta, maior é a
chance de que se desenvolva algum padrão supersticioso de respostas na fase do treino e
menor a chance de ocorrer desamparo aprendido no teste. Para esta autora, grandes
intervalos de tempo entre o término do som e a última resposta emitida aumentariam a
as chances de que o participante experienciasse o término do som tanto na presença
quanto na ausência da resposta (P[S/R] = P[S/nR]), o que poderia resultar numa maior
dificuldade na aquisição da resposta de fuga na fase de teste, caracterizando o efeito do
desamparo aprendido. A questão b se refere a estas últimas suposições.
O presente estudo investigou o intervalo de tempo entre o término de um
estímulo supostamente aversivo e a última resposta emitida, em situações em que o som
teve uma duração breve e em situações em que o som teve durações longas. Tanto os
participantes do grupo ANC quanto os do grupo NC passaram pela mesma condição de
não contingência ou incontrolabilidade dos sons na fase de treino. No entanto, os
participantes do grupo NC experienciaram sons com uma duração de 5s em todas as 40
tentativas. Já no grupo ANC, alguns participantes experienciaram sons de curta duração
(entre 1 e 3s) durante toda a fase, outros participantes experienciaram sons longos em
uma parte da sessão e curtos no final, e outros experienciaram sons de 5s nas 40
tentativas, assim como os participantes do grupo NC.
Com relação à questão a, os dados da Tabelas 1, que apresenta a distribuição dos
ITS-R pelos intervalos de duração do som, para os participantes do grupo ANC,
mostram que houve pouca diferença na porcentagem de tentativas em que o ITS-R foi
inferior a 0,5, nos três intervalos de duração do som delimitados (entre 1 e 2s, entre 2 e
4s e entre 4 e 5s). Para o grupo NC, a Tabela 2 mostra que, mesmo com a duração de 5s
em todas as tentativas, em 30% das tentativas em que houve a emissão de respostas o
ITS-R foi menor do que 0,5s. A porcentagem de tentativas em cada um dos outros ITS-
R (entre 0,5 e 1s, entre 1 e 2s, 2 e 3s e entre 3 e 5s) ficou entre 11 e 25%. Esses dados
sugerem que a duração do som, pelo menos isoladamente, não foi a variável
determinante do ITS-R. Para o grupo ANC, sons curtos e sons longos corresponderam a
85
ITR-S curtos em cerca de metade das tentativas em que houve respostas. Para o grupo
NC sons longos corresponderam a ITS-R curtos (inferior a 0,5s) numa porcentagem
muito maior de tentativas (30%) do que a ITS-R longos (entre 3 e 5s), que ocorreram
em apenas 12% das tentativas.
Análises individuais do responder dos participantes do grupo ANC (Figura 3)
permitem observar que, dos 10 participantes desse grupo, quatro experienciaram sons de
curta duração (entre 1 e 3s) na maior parte da sessão de treino (P23, 24, 25 e 28). Desses
quatro participantes, dois não emitiram respostas nessa fase (P25 e P28). No teste, o P25
apresentou uma certa demora na aquisição da resposta de fuga (padrão III) e o P28 não
emitiu respostas também na fase de teste (padrão I). Para os participantes 23 e 24, os
sons de curta duração (entre 1,5 e 2s) na maioria das tentativas não resultaram numa alta
incidência de contigüidade temporal entre o término do som e a última resposta. Foram
5 tentativas com ITS-R <0,1s para ambos os participantes. No entanto, na maioria das
tentativas em que esses participantes emitiram respostas esse ITS-R foi inferior a 0,5s
(incluindo o ITS-R<0,1s, total de 18 tentativas para o P23 e 17 para o P24). Nenhum
padrão repetitivo de respostas pôde ser identificado no responder desses participantes na
fase de treino. No teste, eles se comportaram de maneiras muito diferentes: o P23 não
atingiu o critério de aprendizagem (padrão II) e o P24 desligou a maior parte dos sons
por meio da emissão da resposta de fuga (padrão IIIa).
O P29 foi exposto a sons de 5s até a tentativa 19, e a partir daí a duração do som
decresceu até chegar em torno de 1s nas demais tentativas. No entanto, esse participante
emitiu muito poucas respostas (21 respostas durante toda a fase). Houve apenas cinco
instâncias em que o som terminou próximo a uma resposta (ITS-R<0,1s em 1 tentativa e
ITS-R entre 0,1 e 0,5s em 4). Três delas ocorreram quando o som teve uma duração
aproximada de 1s. Nenhum padrão de respostas pareceu ter sido acidentalmente gerado
na fase de treino. No teste, esse participante não atingiu o critério de aprendizagem
(padrão II).
O P27 também experienciou sons de 5s até a primeira metade da sessão (exceto
na tentativa 4). Da tentativa 20 em diante a duração do som oscilou entre 2,5 e 5s. No
entanto, esse participante não emitiu respostas em nenhuma das 40 tentativas. No teste,
seu desempenho foi classificado como padrão IV.
O P26 foi exposto a sons de 5s até a tentativa 33. Nas tentativas restantes a
duração do som variou entre 1,5 e 5s. Esse participante emitiu um número muito alto de
respostas nas 40 tentativas (712 respostas no total) e independentemente de os sons
86
serem breves ou longos, na maioria das tentativas o seu término seguiu a liberação de
uma tecla dentro do intervalo de tempo de 0,5s (ITS-R<0,1s em 16 tentativas e entre 0,1
e 0,5s em outras 19). No teste, o P26 desligou a maioria dos sons aos quais foi exposto
(padrão IIIa).
Para os participantes 21, 22 e 30 o som teve a duração de 5s em todas as 40
tentativas do treino. As 97 respostas emitidas pelo P21 foram distribuídas em apenas
sete tentativas. Em três delas, o término do som foi contíguo a uma resposta (ITS-
R<0,1s) e em outras duas ele ocorreu próximo a uma resposta (ITS-R>0,1 e <0,5s). O
P30 emitiu uma única resposta em 13 das 40 tentativas. Em quatro delas o som
terminou próximo a essa resposta (ITS-R>0,1s e <0,5s). Nenhum padrão repetitivo de
repostas pôde ser identificado no responder desses dois participantes. Ambos não
entraram em contato com a contingência programada na fase de teste (padrão I).
O P22 emitiu 168 respostas distribuídas pelas 40 tentativas do treino. O término
do som foi contíguo a última resposta em apenas três tentativas. Em outras dez
tentativas o intervalo entre o término do som e a última resposta ficou entre 0,1 e 0,5s.
Em todas essas 13 tentativas em que houve proximidade temporal entre o término do
som e uma resposta, a última tecla liberada foi a tecla S. Essas proximidades pareceram
ser suficientes para aumentar a freqüência da resposta S em relação às outras duas
respostas possíveis (das 168 respostas emitidas, 103 foram S). No teste, o P22 também
apresentou algum padrão de respostas que se repetiu em pelo menos quatro tentativas
(padrão IIIc).
Para os participantes do grupo NC o som teve a duração de 5s em todas as 40
tentativas do teste. Dois participantes do grupo NC (P11 e P13) emitiram apenas uma
resposta em algumas tentativas da fase de treino. Para ambos, não houve nenhuma
instância em que o término do som seguiu imediatamente a liberação de uma tecla (em
apenas uma tentativa do P11 o ITS-R foi menor do que 0,5s).
Os demais participantes desse grupo apresentaram poucas instâncias em que o término
do som ocorreu próximo à última resposta (entre zero e 4 tentativas em que o ITS-R foi
menor que 0,1s, e entre zero e 13 tentativas com ITS-R entre 0,1 e 0,5s). Os
participantes 12 e 19 foram os que tiveram um maior número de proximidades
temporais entre o término do som e a última resposta (foram 16 tentativas de cada
participante em que o ITS-R foi menor do que 0,5s). Ambos tiveram um padrão de
respostas acidentalmente selecionado do decorrer da fase de treino e desligaram a
maioria dos sons aos quais foram expostos (padrão IIIa para o P12 e IIIc para o P19).
87
Os participantes 17 e 18 também tiveram os seus desempenho no teste classificado
como padrão III (o ITS-R foi menor do que 0,5s em 14 tentativas para o P17 e em 10
tentativas para o P18). Os seis participantes restantes (P11, P13, P14, P15, P16, P20)
não atingiram o critério de aquisição da resposta de fuga na fase de teste. Destes, apenas
o P20 apresentou mais do que 10 instâncias em que o término do som ocorreu dentro de
um intervalo de 0,5s da última resposta (foram 14 no total).
Tomando os dois grupos de participantes que foram expostos a uma condição de
não contingência (ANC e NC), em conjunto, pode-se concluir que houve poucas
instâncias em que o término do som ocorreu muito próximo a liberação de uma tecla.
Apenas para o participante 26, ocorreu proximidade temporal entre o término do som e
a última resposta em mais da metade da fase de treino, ou seja, em mais de 20 tentativas
(ver Quadro 2). Esses dados e os dados apresentados nas Tabelas 1 e 2 parecem sugerir
que o ITS-R não teve uma relação direta com a duração do som, o que contraria a
suposição de Matute (1995) de que durações curtas (próximas a 1s) favoreceriam a
ocorrência de contigüidades temporais entre o seu término e a resposta precedente,
enquanto durações longas corresponderiam a ITS-R também longos, permitindo que o
participante experienciasse, em muitas tentativas, a igualdade entre a P(S/R) e a
P(S/nR).
Embora Iman e Lattal (1988) e Madden e Perone (2003) não estivessem lidando
com estímulos reforçadores negativos (de modo que o tempo em que o estímulo ficava
presente não era uma variável relevante), esses autores também observaram que a
liberação não contingente de reforçadores, na maioria das vezes, não foi contígua à
resposta que eles estavam mensurando. Esse dado questionava a suposição de Rachlin e
Baum (1972) de que na condição de VT instâncias em que o reforço tenha seguido
imediatamente uma resposta tenham sido freqüentes.
Isso não quer dizer que a duração do som não tenha tido algum efeito. Os
participantes do grupo ANC que experienciaram sons de curta duração e emitiram
respostas durante a fase de treino (P23 e P24) apresentaram um número de
proximidades temporais um pouco maior do que os demais participantes do grupo ANC
e do que os participantes do grupo NC, como um todo.
No que se refere à questão b, nenhum dos participantes desses dois grupos (ANC
e NC) apresentou algum padrão de respostas que se repetisse da enésima até a última
tentativa, o que atenderia ao critério de classificação de comportamento supersticioso
proposto por Matute (1994) e adotado por Di Rienzo (2002). No entanto, quatro
88
participantes (P22 do grupo ANC, P12, P18 e P19 do grupo NC) apresentaram algum
padrão repetitivo de respostas, definido como a repetição de uma mesma resposta ou
seqüência de respostas em pelo menos quatro tentativas, consecutivas ou não, no
decorrer da fase de treino. No teste, esses quatro participantes desligaram a maioria dos
sons aos quais foram expostos e atingiram o critério de aprendizagem.
Outros três participantes tiveram o desempenho no teste classificado como
padrão III (P17 do grupo NC e P24 e P26 do grupo ANC).
Treze dos 20 participantes desses dois grupos (ANC e NC) apresentaram um
desempenho típico do desamparo aprendido, ou por que não atingiram o critério de
aprendizagem (padrões I e II, 11 participantes) ou por que demoraram a atingir esse
critério (padrão IV, dois participantes).
Com base nos dados apresentados, não é possível concluir se o que determinou a
não aquisição da resposta de fuga, ou a demora na aquisição dessa resposta, na fase de
teste, para esses 13 participantes, foi o baixo número de proximidades temporais entre o
término do som e a última resposta, uma vez que não houve grande diferença nesse
número entre os participantes dos grupos ANC e NC que, no teste, desligaram a maioria
dos sons e alguns participantes que não atingiram o critério de aprendizagem nessa fase
(ver Quadro 2, P18 e P14, e P23 e P24, por exemplo. Embora o P23 tenha sido uma
exceção entre os participantes do grupo ANC que não atingiram o critério de
aprendizagem na fase de teste. Esse participante apresentou 18 tentativas em que o
término do som seguiu uma resposta dentro do intervalo de tempo de 0,5s, enquanto os
outros quatro participantes desse grupo que tiveram o desempenho no teste classificado
como padrão I ou II apresentaram essa proximidade temporal em, no máximo, cinco
tentativas do treino).
Uma variável que pareceu afetar tanto o ITS-R numa tentativa, quanto o
responder dos participantes dos grupos ANC e NC na fase de teste, foi o número de
respostas emitido na fase de treino. Em primeiro lugar, quanto maior foi o número de
respostas numa dada tentativa maior pareceu ser a chance de o término do som seguir
imediatamente a liberação de uma tecla (participante 26, por exemplo). Além disso,
nenhum dos participantes desses grupos que tiveram os desempenhos no teste
classificados como padrão III (P12, P17, P18, P19, P22, P24 e P26) emitiu menos que
100 respostas no treino (exceto o P24 que emitiu 88 respostas, mas os sons foram
breves durante toda a sessão). Dos 11 participantes dos grupos ANC e NC que não
atingiram o critério de aquisição da resposta de fuga no teste (padrões I e II – P11, P13,
89
P16, P14, P15, P20, P21, P23, P28, P29, P30), nove emitiram entre zero e 97 respostas
no treino. Apenas o P15 e o P20 emitiram mais do que 100 respostas. O P15 emitiu 175
respostas no treino e teve o desempenho no teste classificado como padrão II. O P20
emitiu 184 respostas distribuídas em 24 tentativas do treino, e no teste não atingiu o
critério de aquisição da resposta de fuga (padrão II). Os dois participantes do grupo
ANC que demoraram a atingir o critério de aprendizagem no teste (padrão IV) nem
chegaram a emitir respostas no treino (P25 e P27).
Os resultados do presente estudo mostraram ainda que todos os participantes que
emitiram mais de 200 respostas na fase de treino (P12 e P17 do grupo NC, P26 do
grupo ANC, P32, P33, P35, P36, P38, P40 do grupo CA) desligaram a maioria dos sons
aos quais foram expostos na fase de teste (padrão III), independentemente de terem
experienciado uma condição de contingência ou de não contingência e
independentemente de terem atingido ou não o critério de aprendizagem no treino.
Dois autores também encontraram alguma relação entre o ITS-R e o número de
respostas. Matute (1995), por exemplo, utilizou no experimento 2, uma medida que ela
chamou de probabilidade de resposta (número de tentativas nas quais o sujeito emitiu
pelo menos uma resposta dividido pelo número total de tentativas), no lugar de
mensurar o comportamento supersticioso, definido pela repetição de um padrão de
respostas da enésima até a última tentativa. A sugestão desta autora, com o dado da
P(R), é a de que se o responder de um participante tende a uma alta P(R), essa alta P(R)
é mantida adventiciamente à medida que um mínimo de “reforçamento” ocorre. De
modo que o participante não é exposto à probabilidade do estímulo acontecer na
ausência da resposta (P[S/nR]).
Iman e Lattal (1988) encontraram que os maiores intervalos obtidos entre o
reforço e a resposta imediatamente precedente foram correlacionados com as menores
taxas de resposta. A mesma relação também pareceu ocorrer no presente estudo. No
entanto nenhuma análise sistemática foi conduzida. Seria necessário relacionar o
número de respostas por tentativa aos ITS-R resultantes (por exemplo, de todas as
tentativas que continham pelo menos 10 respostas, em quantas o ITS-R foi menor do
que 0,5s? E de todas as tentativas que continham entre uma e 3 respostas, qual a
porcentagem em que o ITS-R foi menor do que 0,5s?). Essa análise não foi conduzida.
Para terminar de responder à questão b, os efeitos dos diferentes intervalos de
tempo entre o término do som e a resposta antecedente (ITS-R) sobre o responder dos
90
participantes expostos a uma condição de reforçamento dependente com atraso (grupo
CA) serão analisados.
Para os participantes do grupo CA foram programados sons com a duração de 5s
em todas as tentativas do treino. Como a contingência experimental possibilitava que
esses participantes desligassem os sons teclando duas vezes a tecla S, a duração final de
cada tentativa dependeu da emissão ou não dessas duas respostas, do momento da
tentativa em que elas foram emitidas e do atraso programado, que era determinado pelo
intervalo de tempo entre o término do som e a última resposta emitida pelos
participantes do grupo NC, em cada tentativa da fase de treino.
Diferentemente do que ocorreu com os participantes dos grupos ANC e NC, para
muitos participantes do grupo CA houve um grande número de tentativas nas quais o
término do som ocorreu próximo à última resposta. Para seis, dos dez participantes do
grupo CA, ocorreu proximidade temporal entre o término do som e a última resposta
(ITS-R<0,5s) na maioria das tentativas (mais de 50%) do treino (P32, P35, P36, P37,
P38 e P40).
Quatro participantes desse grupo (P31, P34, P39 e P33) experienciaram sons
com a duração de 5s na maioria das tentativas. Os participantes 31, 34 e 39 emitiram
menos de 25 respostas na fase de treino. Houve proximidade temporal entre o término
do som e a última resposta emitida em uma tentativa para o P34 e em uma para o P39.
Para estes dois participantes, as tentativas nas quais a resposta de fuga estava contida na
seqüência de respostas emitida, o som teve a sua duração prolongada. No teste, o
desempenho do P31 foi classificado como padrão IV. O P34 desligou a maioria dos
sons aos quais foi exposto na fase de teste (padrão IIIa) e o P39 não entrou em contato
com a contingência programada (padrão I). O P33 foi o único desses quatro
participantes que emitiu respostas na maioria das tentativas da sessão de treino (272
respostas em 39 tentativas). Em sete tentativas, todas localizadas na primeira metade da
fase, a seqüência de respostas efetiva em desligar o som estava contida na seqüência
emitida pelo participante, em seis delas o som teve a sua duração prolongada além dos
5s. A partir da última tentativa na qual a resposta de fuga foi emitida e o som
prolongado, o número de respostas sobre a tecla S foi drasticamente reduzido. O ITS-R
foi menor do que 0,5s em 35% das tentativas e houve a repetição de um mesmo padrão
de respostas em pelo menos quatro tentativas (padrão repetitivo de respostas). No teste,
o desempenho do P33 foi classificado como padrão IIIb.
91
Pode-se dizer que os participantes 33, 34 e 39 do grupo CA experienciaram uma
“contingência de punição” em algumas tentativas da fase de treino: teclar duas vezes a
tecla S aumentou a duração do som além do que estava programado para durar caso o
participante não emitisse essas duas respostas, em vez de permitir que o participante
escapasse do som. Ainda assim, dois deles (P33 e P34) desligaram pelo menos 75% dos
sons aos quais foram expostos no teste e atingiram o critério de aquisição da resposta de
fuga nessa fase (padrão III).
Todos os outros participantes do grupo CA emitiram mais de 200 respostas no
decorrer da fase de treino, e atingiram o critério de aprendizagem nesta fase (P32, P35,
P36, P37, P38 e P40). Além disso, para esses seis participantes, houve muitas instâncias
em que o término do som ocorreu próximo a uma resposta (ITS-R<0,5s em pelo menos
50% das tentativas). De um modo geral, a curva da duração do som resultante do
responder desses participantes formou picos no decorrer da fase (sobe e desce). Todos
eles chegaram a experienciar sons com duração maior e menor do que 5s. No teste,
todos esses seis participantes responderam adequadamente à contingência programada
na maioria das tentativas (padrão III).
Os resultados apresentados até aqui mostram que o intervalo de tempo entre a
alteração ambiental e a resposta imediatamente precedente, pareceu desempenhar um
papel importante tanto no desenvolvimento de comportamento supersticioso durante a
fase de treino, quanto na produção de desamparo aprendido no teste. No entanto, esses
resultados ainda não são conclusivos.
Por fim, comparando os participantes dos grupos expostos a uma condição de
não contingência entre o término do som e suas respostas (ANC e NC), aos
participantes que passaram por uma condição de contingência com atraso (grupo CA),
pode-se observar que, para os participantes que experienciaram a contingência que
envolvia atraso (grupo CA), houve muito mais instâncias em que o término do som
ocorreu próximo a uma resposta, a despeito do atraso programado. Isso era possível por
que a contingência programada para os participantes do grupo CA permitia que
houvesse a emissão de respostas durante o tempo do atraso (intervalo de tempo entre a
emissão da resposta de fuga, ou momento no qual a contingência era completada, e o
término do som). Esse resultado está de acordo com os resultados do estudo de
Sizemore e Lattal (1975). Esses autores também observaram que o intervalo entre a
liberação do reforço e a resposta antecedente foi sempre menor na condição VI com
92
atraso do que na condição VT. Isso por que, de acordo com eles, a dependência exerce
um efeito indireto sobre esse intervalo, limitando-o ao valor do atraso programado.
Embora não seja possível, a partir dos resultados do presente estudo, descartar o
papel da contigüidade no condicionamento e manutenção de uma classe de respostas, a
relação de contingência entre um dado evento (como o término de um estímulo
aversivo) e outro (respostas de um organismo), com ou sem atraso, pareceu
desempenhar, direta ou indiretamente, um papel muito importante na manutenção do
comportamento, assim como sugeriram Sizemore e Lattal (1977).
Questão C
Quais os efeitos de diferentes arranjos experimentais (dependente, independente
e dependente com atraso) sobre o desempenho dos participantes sob uma nova
contingência de fuga? Essa questão vem sendo respondida no decorrer da seção de
resultados e discussão. No entanto, uma síntese parece necessária.
O grupo para o qual a condição experimental programada na fase de treino
consistia numa contingência de reforçamento com atraso foi o que contou com o maior
número de participantes cujo desempenho no teste foi classificado como padrão III.
Oito participantes do grupo CA emitiram as duas respostas às quais o término do som
era contingente na maioria das tentativas da fase de teste e atingiram o critério de
aprendizagem nesta fase.
Dos grupos contingente e controle, seis participantes de cada desligaram a
maioria dos sons e atingiram o critério de aprendizagem logo no início da sessão de
teste (padrão III).
Os grupos que tiveram seus participantes previamente expostos a sons dos quais
não podiam escapar (condição de incontrolabilidade), foram os que apresentaram o
menor número de participantes com um desempenho no teste classificado como padrão
III: apenas três participantes do grupo ANC e quatro do grupo NC.
Ao todo, 23 participantes apresentaram um desempenho no teste típico do
desempenho que tem caracterizado o efeito do desamparo aprendido: ou por que não
atingiram o critério de aprendizagem na fase de teste (padrões I e II), ou por que houve
um maior número de tentativas nas quais a resposta de fuga não foi emitida e
demoraram mais a atingir o critério de aprendizagem nesta fase, em comparação aos
participantes inseridos no padrão III (padrão IV).
93
Desses participantes, sete pertencem ao grupo ANC, seis pertencem ao grupo
NC, quatro são do grupo CON, outros quatro são do grupo controle e dois participantes
pertencem ao grupo CA.
Como já foi visto anteriormente, não houve diferença significativa entre os cinco
grupos de participantes nas quatro medidas de teste (duração do som no decorrer das 20
tentativas; número de tentativas em que a resposta de fuga foi emitida; tentativa critério;
e IAS-R médio).
De acordo com Hunziker (2003), os resultados reportados na literatura sobre
desamparo aprendido com ratos mostram que, para cerca de um terço dos sujeitos
expostos a estímulos aversivos dos quais não é possível escapar, não há o efeito do
desamparo numa tarefa de fuga subseqüente, enquanto cerca de um terço dos sujeitos do
grupo controle não aprendem a resposta de fuga no teste. Apenas após a realização de
muitos refinamentos metodológicos, esta autora obteve o efeito do DA com todos os
participantes previamente expostos a uma condição de incontrolabilidade.
No presente estudo, 35% dos participantes que passaram por uma condição
prévia de incontrolabilidade dos estímulos sonoros aversivos não tiveram o desempenho
prejudicado na fase de teste, atingindo, logo nas primeiras tentativas, o critério de
aprendizagem. Do grupo controle, dois participantes não atingiram o critério de
aprendizagem (20%), e dois participantes só atingiram esse critério na segunda metade
da sessão de teste. Esses resultados apontam para a necessidade de refinamentos
metodológicos no estudo do desamparo aprendido com humanos, assim como ocorreu
nos estudos com sujeitos não humanos.
94
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independent reinforcement. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 27,
119 – 125.
98
ANEXOS
99
ANEXO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Meu nome é Thaís Nogara, sou aluna de Pós-Graduação do Programa de
Psicologia Experimental: Análise do Comportamento da PUC/SP. Estou realizando uma
pesquisa para a qual peço a sua colaboração, participando de uma sessão experimental.
A pesquisa é sobre as várias maneiras de se executar uma tarefa de computador e
tem por objetivo ampliar o nosso conhecimento na área. A tarefa a ser realizada no
computador envolve a apresentação de um som alto e estridente que não representa
nenhum risco à saúde do participante. Este mesmo som já foi utilizado em outros
estudos com humanos, tanto no Brasil como no exterior. Teremos apenas uma sessão,
com duração aproximada de 20 minutos. A sessão será filmada.
Qualquer publicação desse material excluirá toda informação que permita sua
identificação por parte de terceiros, ou seja, será mantido total sigilo sobre a sua
identidade.
Além disso, você pode encerrar a participação no trabalho a qualquer momento
que julgue necessário.
Sua autorização neste Consentimento Livre e Esclarecido será outorgada
mediante o preenchimento de seu nome e assinatura.
Eu, ____________________________________________________ RG no. ________
______________, autorizo a utilização dos dados dessa pesquisa por Thaís Ferro
Nogara, para fins de atividade científica e acadêmica.
São Paulo, de de 2005.
100
ANEXO 2
101
ANEXO 3
Oneway
Descriptives
ACERT Número de tentativas em que a resposta efetiva para desligar o som foi emitida
11 ,00 ,000 ,000 0 0
6 4,67 3,386 1,382 1 10
27 18,37 1,984 ,382 13 20
6 8,83 1,602 ,654 6 11
50 11,54 8,112 1,147 0 20
Padrão I
Padrão II
Padrão III
Padrão IV
Total
N Mean Std. Deviation Std. Error Minimum Maximum
ANOVA
ACERT Número de tentativas em que a resposta efetiva para desligar o som foi
emitida
3051,957 3 1017,319 271,343 ,000
172,463 46 3,749
3224,420 49
Between Groups
Within Groups
Total
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
Post Hoc Tests
Multiple Comparisons
Dependent Variable: ACERT Número de tentativas em que a resposta efetiva
para desligar o som foi emitida
Scheffe
-4,67* ,983 ,000
-18,37* ,693 ,000
-8,83* ,983 ,000
4,67* ,983 ,000
-13,70* ,874 ,000
-4,17* 1,118 ,007
18,37* ,693 ,000
13,70* ,874 ,000
9,54* ,874 ,000
8,83* ,983 ,000
4,17* 1,118 ,007
-9,54* ,874 ,000
(J) GRUPO Grupo
Padrão II
Padrão III
Padrão IV
Padrão I
Padrão III
Padrão IV
Padrão I
Padrão II
Padrão IV
Padrão I
Padrão II
Padrão III
(I) GRUPO Grupo
Padrão I
Padrão II
Padrão III
Padrão IV
Mean
Difference
(I-J)
Std. Error Sig.
The mean difference is significant at the .05 level.
*.
102
Homogeneous Subsets
ACERT Número de tentativas em que a resposta efetiva para desligar o som
foi emitida
Scheffe
a,b
11 ,00
6 4,67
6 8,83
27 18,37
1,000 1,000 1,000 1,000
GRUPO Grupo
Padrão I
Padrão II
Padrão IV
Padrão III
Sig.
N 1 2 3 4
Subset for alpha = .05
Means for groups in homogeneous subsets are displayed.
Uses Harmonic Mean Sample Size = 8,672.
a.
The group sizes are unequal. The harmonic mean of the group sizes is
used. Type I error levels are not guaranteed.
b.
Oneway
Warnings
There are fewer than two groups for dependent variable TENCRIT tentativa a partir
da qual todos os sons foram adequadamente desligados. No statistics are
computed.
Oneway
Descriptives
DUR Duração do Som
11 5023,9227 3,12149 ,94116 5019,70 5029,30
6 4657,0667 261,83172 106,89235 4312,70 4958,15
27 1816,0537 867,23370 166,89920 814,20 4081,90
6 3674,8333 490,43212 200,21807 3246,65 4408,40
50 3085,7600 1583,36635 223,92182 814,20 5029,30
Padrão I
Padrão II
Padrão III
Padrão IV
Total
N Mean Std. Deviation Std. Error Minimum Maximum
ANOVA
DUR Duração do Som
1,02E+08 3 33915151,55 73,938 ,000
21099947 46 458694,491
1,23E+08 49
Between Groups
Within Groups
Total
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
103
Post Hoc Tests
Multiple Comparisons
Dependent Variable: DUR Duração do Som
Scheffe
366,8561 343,72748 ,768
3207,8690* 242,25644 ,000
1349,0894* 343,72748 ,004
-366,8561 343,72748 ,768
2841,0130* 305,67592 ,000
982,2333 391,02195 ,113
-3207,8690* 242,25644 ,000
-2841,0130* 305,67592 ,000
-1858,7796* 305,67592 ,000
-1349,0894* 343,72748 ,004
-982,2333 391,02195 ,113
1858,7796* 305,67592 ,000
(J) GRUPO Grupo
Padrão II
Padrão III
Padrão IV
Padrão I
Padrão III
Padrão IV
Padrão I
Padrão II
Padrão IV
Padrão I
Padrão II
Padrão III
(I) GRUPO Grupo
Padrão I
Padrão II
Padrão III
Padrão IV
Mean
Difference
(I-J)
Std. Error Sig.
The mean difference is significant at the .05 level.
*.
Homogeneous Subsets
DUR Duração do Som
Scheffe
a,b
27 1816,0537
6 3674,8333
6 4657,0667
11 5023,9227
1,000 1,000 ,737
GRUPO Grupo
Padrão III
Padrão IV
Padrão II
Padrão I
Sig.
N 1 2 3
Subset for alpha = .05
Means for groups in homogeneous subsets are displayed.
Uses Harmonic Mean Sample Size = 8,672.
a.
The group sizes are unequal. The harmonic mean of the
group sizes is used. Type I error levels are not guaranteed.
b.
104
Oneway
Descriptives
LAT Latência (média)
3 1378,3167 394,79718 227,93626 1114,10 1832,15
3 932,8833 332,74165 192,10848 548,80 1133,70
24 458,4250 195,93552 39,99517 243,80 1116,05
2 878,1000 246,70956 174,45000 703,65 1052,55
32 615,3750 370,48089 65,49239 243,80 1832,15
Padrão I
Padrão II
Padrão III
Padrão IV
Total
N Mean Std. Deviation Std. Error Minimum Maximum
ANOVA
LAT Latência (média)
2777923 3 925974,232 17,554 ,000
1477016 28 52750,572
4254939 31
Between Groups
Within Groups
Total
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
Post Hoc Tests
Multiple Comparisons
Dependent Variable: LAT Latência (média)
Scheffe
445,4333 187,52879 ,156
919,8917* 140,64659 ,000
500,2167 209,66356 ,153
-445,4333 187,52879 ,156
474,4583* 140,64659 ,021
54,7833 209,66356 ,995
-919,8917* 140,64659 ,000
-474,4583* 140,64659 ,021
-419,6750 169,03617 ,129
-500,2167 209,66356 ,153
-54,7833 209,66356 ,995
419,6750 169,03617 ,129
(J) GRUPO Grupo
Padrão II
Padrão III
Padrão IV
Padrão I
Padrão III
Padrão IV
Padrão I
Padrão II
Padrão IV
Padrão I
Padrão II
Padrão III
(I) GRUPO Grupo
Padrão I
Padrão II
Padrão III
Padrão IV
Mean
Difference
(I-J)
Std. Error Sig.
The mean difference is significant at the .05 level.
*.
105
Homogeneous Subsets
LAT Latência (média)
Scheffe
a,b
24 458,4250
2 878,1000 878,1000
3 932,8833 932,8833
3 1378,3167
,093 ,071
GRUPO Grupo
Padrão III
Padrão IV
Padrão II
Padrão I
Sig.
N 1 2
Subset for alpha = .05
Means for groups in homogeneous subsets are displayed.
Uses Harmonic Mean Sample Size = 3,310.
a.
The group sizes are unequal. The harmonic mean
of the group sizes is used. Type I error levels are
not guaranteed.
b.
106
ANEXO 4
Oneway
Descriptives
ACERT Número de tentativas em que a resposta efetiva para desligar o som foi emitida
10 13,50 8,209 2,596 0 20
10 7,40 8,222 2,600 0 20
10 8,20 7,584 2,398 0 20
10 15,70 6,499 2,055 0 20
10 12,90 8,157 2,580 0 20
50 11,54 8,112 1,147 0 20
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Total
N Mean Std. Deviation Std. Error Minimum Maximum
ANOVA
ACERT Número de tentativas em que a resposta efetiva para desligar o som foi
emitida
512,920 4 128,230 2,128 ,093
2711,500 45 60,256
3224,420 49
Between Groups
Within Groups
Total
Sum of
Squares df Mean Square F Sig.
107
Post Hoc Tests
Multiple Comparisons
Dependent Variable: ACERT Número de tentativas em que a resposta efetiva para desligar o
som foi emitida
Scheffe
6,10 3,471 ,549
5,30 3,471 ,677
-2,20 3,471 ,982
,60 3,471 1,000
-6,10 3,471 ,549
-,80 3,471 1,000
-8,30 3,471 ,240
-5,50 3,471 ,645
-5,30 3,471 ,677
,80 3,471 1,000
-7,50 3,471 ,338
-4,70 3,471 ,766
2,20 3,471 ,982
8,30 3,471 ,240
7,50 3,471 ,338
2,80 3,471 ,956
-,60 3,471 1,000
5,50 3,471 ,645
4,70 3,471 ,766
-2,80 3,471 ,956
(J) GRUPO Grupo
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Não contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Controle
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
(I) GRUPO Grupo
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Mean
Difference
(I-J)
Std. Error Sig.
108
Homogeneous Subsets
ACERT Número de tentativas em que a resposta
efetiva para desligar o som foi emitida
Scheffe
a
10 7,40
10 8,20
10 12,90
10 13,50
10 15,70
,240
GRUPO Grupo
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Controle
Contingente
Contingente com atraso
Sig.
N 1
Subset
for alpha
= .05
Means for groups in homogeneous subsets are displayed.
Uses Harmonic Mean Sample Size = 10,000.
a.
Oneway
Descriptives
TENCRIT tentativa a partir da qual todos os sons foram adequadamente desligados
6 1,83 1,329 ,543 1 4
2 2,50 2,121 1,500 1 4
2 3,50 3,536 2,500 1 6
6 2,17 1,602 ,654 1 5
5 2,40 2,608 1,166 1 7
21 2,29 1,875 ,409 1 7
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Total
N Mean Std. Deviation Std. Error Minimum Maximum
ANOVA
TENCRIT tentativa a partir da qual todos os sons foram adequadamente desligados
4,419 4 1,105 ,268 ,894
65,867 16 4,117
70,286 20
Between Groups
Within Groups
Total
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
109
Post Hoc Tests
Multiple Comparisons
Dependent Variable: TENCRIT tentativa a partir da qual todos os sons foram
adequadamente desligados
Scheffe
-,67 1,657 ,997
-1,67 1,657 ,904
-,33 1,171 ,999
-,57 1,229 ,994
,67 1,657 ,997
-1,00 2,029 ,992
,33 1,657 1,000
,10 1,698 1,000
1,67 1,657 ,904
1,00 2,029 ,992
1,33 1,657 ,955
1,10 1,698 ,979
,33 1,171 ,999
-,33 1,657 1,000
-1,33 1,657 ,955
-,23 1,229 1,000
,57 1,229 ,994
-,10 1,698 1,000
-1,10 1,698 ,979
,23 1,229 1,000
(J) GRUPO Grupo
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Não contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Controle
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
(I) GRUPO Grupo
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Mean
Difference
(I-J)
Std. Error Sig.
110
Homogeneous Subsets
TENCRIT tentativa a partir da qual todos os sons
foram adequadamente desligados
Scheffe
a,b
6 1,83
6 2,17
5 2,40
2 2,50
2 3,50
,890
GRUPO Grupo
Contingente
Contingente com atraso
Controle
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Sig.
N 1
Subset
for alpha
= .05
Means for groups in homogeneous subsets are displayed.
Uses Harmonic Mean Sample Size = 3,261.
a.
The group sizes are unequal. The harmonic mean
of the group sizes is used. Type I error levels are
not guaranteed.
b.
Oneway
Descriptives
DUR Duração do Som (média)
10 2538,8350 1725,33865 545,59999 814,20 5021,75
10 4006,6800 1512,40293 478,26380 1001,85 5029,30
10 3770,1500 1432,97293 453,14583 1059,40 5021,70
10 2278,2250 1249,09569 394,99874 941,80 5025,75
10 2834,9100 1477,18372 467,12651 1409,05 5027,30
50 3085,7600 1583,36635 223,92182 814,20 5029,30
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Total
N Mean Std. Deviation Std. Error Minimum Maximum
ANOVA
DUR Duração do Som (média)
23306488 4 5826621,932 2,634 ,046
99538914 45 2211975,856
1,23E+08 49
Between Groups
Within Groups
Total
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
111
Post Hoc Tests
Multiple Comparisons
Dependent Variable: DUR Duração do Som (média)
Scheffe
-1467,8450 665,12794 ,317
-1231,3150 665,12794 ,497
260,6100 665,12794 ,997
-296,0750 665,12794 ,995
1467,8450 665,12794 ,317
236,5300 665,12794 ,998
1728,4550 665,12794 ,169
1171,7700 665,12794 ,547
1231,3150 665,12794 ,497
-236,5300 665,12794 ,998
1491,9250 665,12794 ,301
935,2400 665,12794 ,740
-260,6100 665,12794 ,997
-1728,4550 665,12794 ,169
-1491,9250 665,12794 ,301
-556,6850 665,12794 ,950
296,0750 665,12794 ,995
-1171,7700 665,12794 ,547
-935,2400 665,12794 ,740
556,6850 665,12794 ,950
(J) GRUPO Grupo
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Não contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Controle
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
(I) GRUPO Grupo
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Mean
Difference
(I-J)
Std. Error Sig.
112
Homogeneous Subsets
DUR Duração do Som (média)
Scheffe
a
10 2278,2250
10 2538,8350
10 2834,9100
10 3770,1500
10 4006,6800
,169
GRUPO Grupo
Contingente com atraso
Contingente
Controle
Acoplado - não
contingente
Não contingente
Sig.
N 1
Subset
for alpha
= .05
Means for groups in homogeneous subsets are displayed.
Uses Harmonic Mean Sample Size = 10,000.
a.
Oneway
Descriptives
LAT Latência (média)
6 443,1000 124,89983 50,99014 298,90 614,35
6 684,2917 377,60181 154,15529 293,75 1188,70
5 729,7600 406,18773 181,65267 300,85 1133,70
7 401,0929 102,24042 38,64325 243,80 562,35
8 808,9000 513,85501 181,67518 293,50 1832,15
32 615,3750 370,48089 65,49239 243,80 1832,15
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Total
N Mean Std. Deviation Std. Error Minimum Maximum
ANOVA
LAT Latência (média)
893022,0 4 223255,500 1,793 ,159
3361917 27 124515,434
4254939 31
Between Groups
Within Groups
Total
Sum of
Squares
df Mean Square F Sig.
113
Post Hoc Tests
Multiple Comparisons
Dependent Variable: LAT Latência (média)
Scheffe
-241,1917 203,72811 ,841
-286,6600 213,67185 ,771
42,0071 196,31732 1,000
-365,8000 190,57020 ,466
241,1917 203,72811 ,841
-45,4683 213,67185 1,000
283,1988 196,31732 ,722
-124,6083 190,57020 ,979
286,6600 213,67185 ,771
45,4683 213,67185 1,000
328,6671 206,61802 ,644
-79,1400 201,16539 ,997
-42,0071 196,31732 1,000
-283,1988 196,31732 ,722
-328,6671 206,61802 ,644
-407,8071 182,62625 ,315
365,8000 190,57020 ,466
124,6083 190,57020 ,979
79,1400 201,16539 ,997
407,8071 182,62625 ,315
(J) GRUPO Grupo
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Não contingente
Contingente com atraso
Controle
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Controle
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
(I) GRUPO Grupo
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Contingente com atraso
Controle
Mean
Difference
(I-J)
Std. Error Sig.
114
Homogeneous Subsets
LAT Latência (média)
Scheffe
a,b
7 401,0929
6 443,1000
6 684,2917
5 729,7600
8 808,9000
,404
GRUPO Grupo
Contingente com atraso
Contingente
Não contingente
Acoplado - não
contingente
Controle
Sig.
N 1
Subset
for alpha
= .05
Means for groups in homogeneous subsets are displayed.
Uses Harmonic Mean Sample Size = 6,241.
a.
The group sizes are unequal. The harmonic mean
of the group sizes is used. Type I error levels are
not guaranteed.
b.
Legenda:
Duraçao do som
Liberou S
Liberou T
Liberou K
IAS-R1
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P01-
CON 01
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P02-
CON 02
Figura 2. Respostas emitidas por cada um dos 10 participantes do grupo contingente (CON),
no tempo em que ocorreram, durante o período em que o som estava presente. A figura
mostra também a duração do som em cada tentativa e o intervalo de tempo entre o início do
som e a emissão da primeira resposta, para cada participante.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P03-
CON 03
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P04-
CON 04
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P05-
CON
05
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P06-
CON 06
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P07-
CON 07
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P08-
CON 08
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P09-
CON 09
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P10-
CON 10
Legenda:
Duraçao do som
Liberou S
Liberou T
Liberou K
IAS-R1
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P21-
ANC 01
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P22-
ANC 02
Figura 3. Respostas emitidas por cada um dos 10 participantes do grupo acoplado não
contingente (ANC), no tempo em que ocorreram, durante o período em que o som estava
presente. A figura mostra também a duração do som em cada tentativa e o intervalo de tempo
entre o início do som e o primeiro “teclou”, para cada participante.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P23-
ANC 03
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P24-
ANC 04
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P25-
ANC 05
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P26-
ANC 06
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P27-
ANC 07
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P28-
ANC 08
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P29-
ANC 09
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P30-
ANC 10
Legenda:
Duraçao do som
Liberou S
Liberou T
Liberou K
IAS-R1
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P11-
NC 01
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P12-
NC 02
Figura 4. Respostas emitidas por cada um dos 10 participantes do grupo não contingente
(NC), no tempo em que ocorreram, durante o período em que o som estava presente. A figura
mostra também a duração do som em cada tentativa e o intervalo de tempo entre o início do
som e o primeiro “teclou”, para cada participante.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P13-
NC 03
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P14-
NC 04
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P15-
NC 05
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P16-
NC 06
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P17-
NC 07
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P18-
NC 08
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P19-
NC 09
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P20-
NC 10
Legenda:
Duraçao do som
Liberou S
Liberou T
Liberou K
IAS-R1
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P31-
CA 01
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P32-
CA 02
Figura 5. Respostas emitidas por cada um dos 10 participantes do grupo contingente com
atraso (CA), no tempo em que ocorreram, durante o período em que o som estava presente. A
figura mostra também a duração do som em cada tentativa e o intervalo de tempo entre o
início do som e o primeiro “teclou”, para cada participante.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P33-
CA 03
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P34-
CA 04
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P35-
CA 05
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P36-
CA 06
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P37-
CA
07
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P38-
CA 08
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P39-
CA 09
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P40-
CA 10
Legenda:
Duraçao do som
Liberou 1
Liberou 2
Liberou 3
IAS-R1
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P01-
CON 01
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P02-
CON 02
Figura 6. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão I, no tempo em que
ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do som em cada
tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro “clicou”, para cada
participante.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P11-
NC 01
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P13-
NC 03
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P16-
NC 06
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P21-
ANC 01
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P28-
ANC 08
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P30-
ANC 10
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 1 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P39-
CA 09
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P49-
control 3
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P54-
control 7
Legenda:
Duraçao do som
Liberou 1
Liberou 2
Liberou 3
IAS-R1
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P07-
CON 07
Figura 7. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão II, no tempo em que
ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do som em cada
tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro “clicou”, para cada
participante.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P14-
NC 04
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P15-
NC 05
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P20-
NC 10
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P23-
ANC 03
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P29-
ANC 09
Legenda:
Duraçao do som
Liberou 1
Liberou 2
Liberou 3
IAS-R1
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P03-
CON 03
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P04-
CON 04
Figura 8. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão IIIa, no tempo em que
ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do som em cada
tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro “clicou”, para cada
participante.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P05-
C
ON 05
P08-
CON 08
P09-
CON 09
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P12-
NC 02
P17-
NC 07
P24-
ANC 04
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P26-
ANC 06
P34-
CA 04
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P35-
CA 05
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P38-
CA 08
P40-
CA 10
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P48-
control 02
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P51-
control 04
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P52-
control 05
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P58-
control 09
Legenda:
Duraçao do som
Liberou 1
Liberou 2
Liberou 3
IAS-R1
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P06-
CON 06
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P33-
CA 03
Figura 9. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão IIIb, no tempo em que
ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do som em cada
tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro “clicou”, para cada
participante.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P37-
CA 07
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P45-
control 01
Legenda:
Duraçao do som
Liberou 1
Liberou 2
Liberou 3
IAS-R1
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P18-
NC 08
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P19-
NC 09
Figura 10. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão IIIc, no tempo em que
ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do som em cada
tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro “clicou”, para cada
participante.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P22-
ANC 02
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P32-
CA 02
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P36-
CA 06
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P53-
controle 6
Legenda:
Duraçao do som
Liberou 1
Liberou 2
Liberou 3
IAS-R1
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P10-
CON 10
Figura 11. Respostas emitidas por cada participante inserido no Padrão IV, no tempo em que
ocorreram, durante a condição de teste. A figura mostra também a duração do som em cada
tentativa e o intervalo de tempo entre o início do som e o primeiro “clicou”, para cada
participante.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P25-
ANC 05
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P27-
ANC 07
P31-
CA 01
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P55-
controle 8
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1234567891011121314151617181920
Tentativas
Tempo em milésimos de segundo
P60-
controle 10
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