T-12 O dilema inflação-crescimento
INTRODUÇÃO
(tese elaborada pelo editorialista)
Na reunião que começa amanhã, o Banco Central poderá elevar o
juro básico entre 0,25% e 0,5%, segundo expectativa dos agentes
econômicos, para controlar a escalada inflacionária, que, em agosto, em
Curitiba, subiu 1,38% e, no país, foi de 0,69%. Embora menor do que
julho, que fechou em 0,91%, no ano, esse índice da inflação oficial já
acumula majoração de 5,14%, aproximando-se da meta inflacionária
para 2004, de 5,5%. Porém, ao elevar a taxa de juros, o comitê de
Política Monetária do BC pode abortar a retomada do crescimento.
DESENVOLVIMENTO
(desenvolvimento da tese utilizando-se o discurso relatado)
Esse é um dos problemas recorrentes da economia brasileira, que,
segundo alguns economistas, “ficou viciada em inflação”. Basta leve
expansão da atividade para se acumularem pressões altistas,
reclamando controle. Para o índice de 0,69% em agosto influíram preços
do álcool e açúcar, de alimentos (verduras, legumes e frutas afetados
pelo inverno), e preços administrados (telefone, energia, etc.). Em
Curitiba tais fatores foram mais críticos, devido à dependência de
legumes de fora durante o inverno. – elevando o IPCA para 1,38%.
Também mostraram aceleração índices como o IGP-DI (alta de
1,31% em agosto, ante 1,14% em julho), o INPC e, sobretudo, a primeira
prévia de setembro para o IGP-M, com mais 0,35% (refletindo preços no
atacado). Porém, analistas da fundação Getúlio Vargas não vêem a
inflação fora do controle: os preços industriais tendem a se normalizar
daqui para o fim do mês (em função da estabilidade cambial), os preços
de alimentos sazonais – tomate, verduras, etc. – já tiveram seu pico de
alta e o núcleo da inflação se revela estável; tanto que os preços de
varejo recuaram.
Todavia, focos de preocupação persistem, entre eles a questão do
petróleo e a necessidade de cumprir metas inflacionárias apertadas.
(5,5% neste ano e 4,5% para o próximo); sendo que a variação do IGP-M
já carecia para 2005 em reajuste de 2,5% a 3% via preços administrados.
Por isso os mercados financeiros encerraram a semana sob expectativa
de elevação da taxa de juros, na reunião desta semana do Comitê de
Política Monetária: a Bolsa de Valores de São Paulo fechou com perdas,
acumulando índice negativo de menos 1,2% no ano, a cotação do dólar
subiu e o risco-país caiu dois pontos no fechamento de sexta-feira.
Mas há quem se oponha a esse conservadorismo monetário, que
subordina o país a um ciclo de “go and stop” passível de abortar a
incipiente retomada. O novo presidente da Federação das Indústrias de
São Paulo, Paulo Skaff, propõe que o Banco Central passe a realizar
suas reuniões como o Federal Reserve dos Estados Unidos, a cada dois