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O governo de Paulo na primeira gestão foi bem, e o povo confiou tanto que deu uma
segunda chance para ele, apesar de muitas coisas ficarem pela metade, Eu não culpo só
ele, porque não foi só ele que trabalhou. Ele trabalhou em conjunto e outra, pode ter
coisas que nem passou pela mão dele. Ficou engavetado. Isso acontece. Ele fracassou.
Se ele hoje fosse candidato, talvez eu nem votasse pelo caos que ficou. Mas na
primeira gestão, não tenho nada a reclamar e durante os três anos desta segunda
gestão, ele fez o que tinha que fazer. Não tudo, ne? Porque acho que nenhum faz tudo.
A saúde aqui era ótima, ninguém tinha o que reclamar da saúde porque era bem
assistida. Não faltava remédio nem medico. Só no final, no ultimo ano que aconteceu.
A capacitação que fizemos na época de Paulo, ajudou muito, ensinou a fiscalizar e ela
veio para ensinar. Com a sabedora na mão pode ter uma sociedade diferente, ne? Você
sabe os caminhos que deve percorrer. Você juntar, unir. Às vezes o movimento só faz
brigar e isso não é uma briga constritiva, só faz atrapalhar. Uma briga constritiva é
ótima. O limite entre o governo e o movimento é a forma de não dar respostas. O
governo dá, por exemplo, 90 dias e a gente não tem resposta. Isso aí já vai esgotando o
limite e a gente vai saber por que e a desculpa é que o dinheiro não veio. Isso também
aconteceu no governo de Paulo.
E isso esgota a gente. Porque a comunidade que votou fica esperando retorno. Na
minha comunidade eu e mais dois delegados tínhamos que chamar o povo para uma
plenária e nós não fizemos porque a gente não ia fazer o povo de besta, trazer para a
rua, prometer calçamento se a gente já sabia que não ia mais acontecer. Isso foi no fim
de 2003. Aí a gente não teve eleição na comunidade, mas também a gente não se
expôs porque o povo não estava acreditando e a gente não ficou com a cara de tacho.
Ainda toda primeira segunda-feira tem reunião na comunidade e repassamos tudo que
foi passado nas representatividades. Mas mesmo o povo indo votar e sabendo das
coisas, ele só pensa em seu pedaço, mesmo sendo informado. Ele sabe como precisa
resolver no seu bairro, na área de saúde e educação e eu sou a porta voz deles no
conselho. Eles ficam felizes porque eles também sentem que estão resolvendo.
Lá atrás , quando João Lemos foi prefeito pela primeira vez, todos sabem que teve
barreira para se aproximar do prefeito, como esta começando agora... porque todos
dizem que o secretario dele logo botava aquele obstáculo para ninguém chegar. Eu,
como já estou sentindo na pele, já falei para um deles, o Luciano, que já na outra
gestão você trabalhava desse jeito para não chegarem a você. Aí ele disse: ah, foi
mesmo! Principalmente o povo da creche, eu nem deixava chegar. Para o ano, parece
que ele vai sair candidato. Daí ele está maneirando, né? Ele disse: vocês são pau!
Eu era assim mesmo. Ele sabe que o povo esta cobrando, por isso ele tem que
melhorar. O nome dele é Luciano. Na ultima reunião de agentes, ele fez a maior
confusão. Era para todas as pessoas participarem, só que ele não mandou convites. Eu
só soube por que vim na prefeitura e avisaram do evento e do convite para a nossa
região. Só vim eu mesma de lá. E sem convite, os outros não tiveram direito de vir. Ai
ficaram revoltados com isso. É o motivo que digo. A mudança que houve. Na outra
gestão a gente participava de todos os movimentos e reuniões. Eu fui para São Luis do
Maranhão. Todo lugar que tinha a gente ia representando o movimento e neste
governo, pelo que to vendo, ninguém vai para canto nenhum. Vamos ficar limitados
nas quatro paredes. E nos já sabemos as diferenças, a gente já participou de outras. E
quando a gente conversa com o prefeito é totalmente diferente. Ele é uma pessoa legal,
mas os secretários dele, vou te falar! Tem uns que a gente está falando e eles viram as
costas. Como é que pode? Imagina se vem uma pessoa da comunidade? E ele sabe que
está nesse cargo porque fomos nós quem votamos no prefeito. E a través do ganho do