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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
VERA LUCIA DA SILVA
AS REGULARIDADES DISCURSIVAS DE SUJEITOS POLÍTICOS NO
HORÁRIO GRATUITO DE PROPAGANDA ELEITORAL (HGPE/TV),
NAS ELEIÇÕES/2004 DE MARINGÁ
MARINGÁ
2006
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VERA LUCIA DA SILVA
AS REGULARIDADES DISCURSIVAS DE SUJEITOS POLÍTICOS NO
HORÁRIO GRATUITO DE PROPAGANDA ELEITORAL (HGPE/TV),
NAS ELEIÇÕES/2004 DE MARINGÁ
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Letras da Universidade Estadual
de Maringá, como requisito parcial à obtenção
do título de Mestre. Área de concentração:
Estudos Lingüísticos. Linha de Pesquisa: Estudo
do Texto e do Discurso.
Orientadora: Profª. Drª. Maria Célia Corz Passetti.
MARINGÁ
2006
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VERA LUCIA DA SILVA
AS REGULARIDADES DISCURSIVAS DE SUJEITOS POLÍTICOS NO HORÁRIO
GRATUITO DE PROPAGANDA ELEITORAL (HGPE/TV), NAS ELEIÇÕES/2004
DE MARINGÁ
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade
Estadual de Maringá, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre. Área de
concentração: Estudos Lingüísticos. Linha de Pesquisa: Estudo do Texto e do Discurso.
Orientadora: Profª. Drª. Maria Célia Cortêz Passetti.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Profª. Drª. Maria Célia Cortêz Passetti
Universidade Estadual de Maringá – UEM
Presidente
_________________________________________________
Prof. Dr. Edson Carlos Romualdo
Universidade Estadual de Maringá – UEM
__________________________________________________
Prof. Dr. Roberto Leiser Baronas
Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT
S
S
A
A
L
L
E
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T
T
E
E
continue ao meu lado
nos desafios vindouros.
AGRADECIMENTOS
MARIALIA
Agradeço a orientação engajada e harmônica e as críticas que propiciaram meu
crescimento intelectual. Aprendemos, ensinamos e crescemos.
BARONAS
Agradeço o olhar dispensado ao trabalho e as dicas advindas de outros horizontes
teóricos que me fizeram refletir sobre um novo pensar.
EDSON
Agradeço a dedicação, o carinho e as sugestões valiosas que me despertaram para
detalhes mínimos, mas valorosos para o desfecho da pesquisa.
AMIGOS
Helaine, Éderson, Izilda, Nanda, Luiz Cláudio, Dany, Claudia Ane, Adilson, Geraldo,
Paulo, Juzinha, Letícia, Ninha, Simone, De Paula, Rê, Zizão, Jadynha.
Este não é um relato de façanhas impressionantes.
É uma parte de duas vidas registradas
num momento em que cursaram juntas
um determinado trecho
com identidade de aspirações
e conjunção de sonhos.
Nossa visão:
Foi muito estreita?
Muito parcial?
Muito precipitada?
Nossas conclusões:
Foram rígidas demais?
Talvez.
(Filme: Diários de Motocicleta)
RESUMO
Neste trabalho refletimos sobre a questão da nova configuração do campo discursivo
político na sociedade contemporânea ambientada pela mídia, dada a necessidade
de compreensão das transformações pelas quais vêm passando este tipo de
discurso e de como os sujeitos políticos enunciam a partir desses lugares
discursivos. Ao operar com a problemática de quais regularidades discursivas foram
apresentadas pelos dois sujeitos políticos: João Ivo Caleffi do Partido dos
Trabalhadores (JIC/PT) e Silvio Barros do Partido Progressista (SB/PP) que
disputaram a reta final da eleição maringaense para prefeito, procuramos descrever
os efeitos de sentido produzidos por seus discursos que orientaram,
respectivamente, para a derrota e para a vitória dos candidatos. Para compreender
as condições de produção em que se deram os resultados nas urnas, priorizamos
recortes discursivos do horário gratuito de propaganda eleitoral na televisão
(HGPE/TV), por ser o gênero discursivo-midiático de maior impacto e relevância em
uma campanha eleitoral. Foram selecionados, gravados e transcritos os programas
eleitorais da última semana do segundo turno, fase decisiva para a conquista dos
votos. A análise foi feita sob dois dispositivos teóricos: o da linha da comunicação
político-midiática com Rubim, Gomes e Weber e o da discursiva com Maingueneau,
Pêcheux e Orlandi, entre outros. Como resultado da nossa pesquisa, salientamos
que o candidato derrotado JIC/PT sofreu as coerções da formação ideológica
socialista a que se filiam seu partido e seu governo, reproduzindo, no HGPE/TV, os
mesmos lugares discursivos coletivos, bem como se mostrando atrelado às
concepções clássicas do discurso político tradicional calcado na retórica informativa
e racional. Por outro lado, o candidato vitorioso SB/PP mostrou-se rendido às
coerções do marketing eleitoral, produzindo cenas interativas individualizadas de
grande efeito persuasivo, obtido pelo processo de identificação com o eleitor
maringaense e reforçado por relações interdiscursivas com os campos religiosos,
esportivo e tradicional/familiar que contribuíram para fixar uma imagem de candidato
competente e experiente para o cargo de prefeito. Com a análise do discurso dos
candidatos procuramos explicar o resultado final das urnas, uma vez que a
campanha eleitoral envolve uma rede complexa de fatores que o determinam e, por
isso, pudemos apontar alguns dos principais eixos semânticos do processo
argumentativo-persuasivo de busca do voto.
Palavras-chave: discurso, eleições, mídia, política.
ABSTRACT
A new framework within the political discourse field in contemporary society through
the social media is provided. The above is justified due to the need to understand the
transformations occurring in this type of discourse and the manner politicians
enounce themselves as from current discursive loci. Discursive regularities presented
by the two politicians, João Ivo Caleffi of the Labour Party (JIC/PT) and Silvio Barros
of the Progressive Party (SB/PP), who disputed the last mayor elections in Maringá
PR Brazil, have been used so that the meaning effects produced by their discourses,
which respectively determined the defeat and the victory of the candidates, may be
evaluated. Selections from the discourses made in radio and TV propaganda political
announcements (HGPE/TV) were obtained so that production conditions in which
ballot results were obtained could be understood. Actually free political propaganda
has always had the highest and the most relevant impact on a Brazilian election
campaign. Election program discourses, pronounced during the last week of the
second stage, the most decisive phase for winning votes, were selected, recorded
and transcribed. Analysis was obtained by two theoretical parameters: the political
and social media communication trend described by Rubim, Gomes and Weber and
the discourse trend by Maingueneau, Pêcheux, Orlandi and others. Results show
that JIC/PT underwent socialist ideological coercions proper to his party and
government. During HGPE/TV the candidate reproduced the same collective
discourse common places and showed himself linked to the classical concepts of
traditional political discourse based on informative and rational rhetoric. On the other
hand, victorious SB/PP linked himself to electoral marketing coercions and produced
individualized interactive scenes of highly persuasive effects. These were obtained
through the identification process of the Maringá voter and reinforced by
interdiscourse relationships within the religious, sports and tradition/family fields.
Such strategies fixed the candidate for the mayor office within a competent and
experienced framework. The analysis of the candidates’ discourses was not aimed to
give an explanation for the ballot results since an election campaign involves a highly
complex network of factors. It merely indicated some of the main semantic axes of
the argumentative and persuasive process for vote collecting.
Key words: discourse; elections; social media; politics.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Distribuição dos candidatos a prefeitos e suas coligações nas
eleições/2004 ...................................................................................... 39
TABELA 2: Distribuição dos votos obtidos pelos candidatos no primeiro turno das
eleições/2004 ...................................................................................... 42
TABELA 3: Distribuição dos votos obtidos por candidato no segundo turno das
eleições/2004 ...................................................................................... 51
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AD Análise do Discurso
AIE Aparelhos Ideológicos do Estado
CBN Central Brasileira de Notícias
CEU Centro de Educação Unificado
CP Condições de Produção
FD Formação Discursiva
FI Formação Ideológica
HGPE/TV
Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral na
Televisão
IPTU Imposto Predial Territorial Urbano
ISSQN Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza
JIC João Ivo Caleffi
MCM Meios de Comunicação de Massa
OEA Organização dos Estados Americanos
PAC Pronto Atendimento à Criança
PP Partido Progressista
PT Partido dos Trabalhadores
PTC Partido Trabalhista Cristão
PUC Pontifícia Universidade Católica
SB Silvio Barros
SBT Sistema Brasileiro de Televisão
SD Seqüência Discursiva
TCCC Transporte Coletivo Cidade Canção
TRE Tribunal Regional Eleitoral
TSE Tribunal Superior Eleitoral
TV Televisão
UEM Universidade Estadual de Maringá
UTI Unidade de Terapia Intensiva
LISTA DE ABREVIATURAS DO HGPE/TV DE JIC/PT E SB/PP
ab abertura
apr apresentador (a)
bg background
cb cabeça
ch chamada
com comentário
crd crédito
enq enquête (fala povo)
est estúdio
fch fechamento
HGPE/TV horário gratuito de propaganda eleitoral na TV
jgl
jingle
loc locutor
nc nota coberta
OP Orçamento Participativo
PP Partido Progressista
PS Pastoral da Saúde
PT Partido dos Trabalhadores
rpt reportagem
slg
slogan
snr sonora
st-p
stand-up
T Tc termos técnicos
LISTA DE NOMES ABREVIADOS DO HGPE/TV DE JIC/PT
A Áurea – apoio popular
D Douglas – apoio popular
Dr B Dr. Batista – apoio político
E Elário – funcionário público do município
F Ferrari – mestre de obras
FC Frambell Carvalho – comentarista
JIC João Ivo Caleffi – candidato
JL Jany Lima – apresentadora do programa
L Lula – Presidente da República
M1 Márcia – professora da rede pública municipal
M2 Marcos – pai de aluno/apoio popular
OP Orlando Pessutti – vice-governador do Estado do Paraná
P Pedro – atleta/apoio popular
PA Patrus Ananias – Ministro do Desenv. Social e Combate a Fome
Pt R Pastor Rubem – candidato a vice-prefeito
PU Pedro Uchoa – apoio
Pv Povo
RR Roberto Requião – Governador do Estado do Paraná
SK Simone Kisner – repórter do quadro fala Maringá
T Tadeu – funcionário público do município
V Valquíria – mãe de aluna
WQ Wilson Quinteiro – apoio político
LISTA DE NOMES ABREVIADOS DO HGPE/TV DE SB/PP
ACG Antonio Carlos Gilio – prefeito reeleito de Atalaia
ACZ Ângelo Celso Zampieri – prefeito eleito de Iguaraçu
AD Alcides Delapria – prefeito eleito de Dr. Camargo
AMM Antonio Mario Manicardi – primeiro servidor da pref. de Maringá
An Anônimo
Ap Aparecida – liderança do Jardim Alvorada
B Bravin – vereador reeleito
BB Bárbara Barros – mãe do candidato
CC Chico Caiana – vereador eleito
CF Cecília Fraga – âncora do programa em telejornal
D Dirce – voluntária da Pastoral da Saúde
DD Dorival Dias – vereador
Dr G Doutor Gargantini – prefeito reeleito de Mandaguaçu
ED Edith Dias – vereadora reeleita
F Florentina – coordenadora da Pastoral da Saúde
JC
José Cláudio – ex-prefeito de Maringá (in memorian)
JRL José Roberto Luiz – prefeito reeleito de Floresta
LN Luiz Nishimori – deputado estadual do Paraná
M Marly – vereadora reeleita
MAP Maria Aparecida Pereira – mãe do ex-prefeito José Cláudio
MAP Miguel Ângelo Petenazi – prefeito reeleito de Uniflor
MS Márcia Socreppa – vereadora reeleita
OF Odair Fogueteiro – vereador eleito
PF Pinga-Fogo
RP Roberto Pupin – candidato a vice-prefeito
Rp repórter
RR Roberto Requião – Governador do Estado do Paraná
SB Silvio Barros – candidato a prefeito
SM Sergio Mendes – âncora do programa em telejornal
V Valde – ex-presidente do Jardim Alvorada
VO Valério Odorizzi – presidente da cooperativa de reciclagem
WG Walter Guerlles – vereador reeleito
Z Zebrão – vereador reeleito
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
1 O PERCURSO DA POLÍTICA EM UMA SOCIEDADE MIDIATIZADA ............... 19
1.1 POLÍTICA NA DIA TELEVISIVA: INOVAÇÃO NA CONQUISTA DE VOTOS... 21
1.1.1 O Poder da Mídia na Política Contemporânea.......................................... 25
1.1.1.1 Eleições e marketing: o HGPE/TV em foco ............................................... 29
1.1.1.2 O HGPE/TV das eleições maringaenses ................................................... 35
1.2 A CONJUNTURA ELEITORAL MARINGAENSE A PARTIR DA MÍDIA LOCAL 37
1.2.1 Primeiro Turno: a Guerra Eleitoral ............................................................ 38
1.2.2 Segundo Turno: Continuidade x Competência ........................................ 43
1.2.3 As Principais Propostas de Campanha dos Candidatos......................... 44
1.2.4 A Primeira Semana do Segundo Turno .................................................... 46
1.2.5 A Segunda Semana do Segundo Turno .................................................... 49
2 O QUADRO TEÓRICO DISCURSIVO DE ALISE.......................................... 53
2.1 O SILÊNCIO E SUA RELAÇÃO COM OS SENTIDOS DOS DISCURSOS ..... 53
2.2 CONSTITUIÇÃO E FORMULAÇÃO DOS DISCURSOS.................................. 55
2.2.1 Interdiscurso e Intradiscurso..................................................................... 58
2.3 A CENA DISCURSIVA ..................................................................................... 61
2.3.1 O Ethos na Cena Discursiva ...................................................................... 62
2.3.1.1 O ethos no discurso político....................................................................... 66
2.4 O SUJEITO DO DISCURSO ............................................................................ 67
2.4.1 Processos de Identificação: a Identidade do Sujeito Político................. 68
2.4.2 A Interação e os Processos de Designação dos Sujeitos....................... 70
3 OS SUJEITOS POLÍTICOS SOB ENFOQUE ANALÍTICO ................................ 73
3.1 AS REGULARIDADES DISCURSIVAS DO CANDIDATO PETISTA JIC......... 73
3.1.1 O HGPE/TV de JIC: Prestação de Contas e Continuidade ...................... 74
3.1.2 Cena Enunciativo-Discursiva: Posição-Sujeito Coletiva ......................... 76
3.1.3 Modo de Apresentação do Candidato ....................................................... 81
3.1.3.1 Lugar discursivo de prefeito ....................................................................... 81
3.1.3.2 Discurso racional e imagem despadronizada............................................. 86
3.1.3.3 Gestões passadas: uma abordagem indireta............................................. 88
3.1.3.4 Pedido de votos ......................................................................................... 89
3.1.4 As Relações Interdiscursivas dos Apoios Políticos ................................ 91
3.2 AS REGULARIDADES DISCURSIVAS DO CANDIDATO PEPISTA SB ......... 97
3.2.1 O Processo de Identificação com o Maringaense.................................... 99
3.2.2 A Cena Enunciativo-Discursiva: o Ethos da Experiência e da
Competência ................................................................................................ 102
3.2.3 As Relações Interdiscursivas..................................................................... 106
3.2.3.1 A FD religiosa: a missão de servir.............................................................. 106
3.2.3.2 A FD histórica: o peso da tradição ............................................................. 111
3.2.3.3 A FD esportiva: a construção discursiva da virada .................................... 114
3.2.3.4 A FD política: o discurso do Outro na busca de apoio ............................... 116
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 123
5 REFERÊNCIAS................................................................................................... 126
6 ANDICES ....................................................................................................... 135
INTRODUÇÃO
Por duas décadas 1964 a 1984, o Brasil foi regido por um sistema político
autoritário, comandado pelo alto escalão das forças armadas. O regime militar
proporcionou ao país um atraso social em decorrência das coerções sofridas por um
sistema ditatorial que impunha, a todos os segmentos sociais, um controle regido
pela propagação de atitudes homogêneas para o “bem” da ordem social brasileira.
No entanto um movimento denominado “Diretas-Já” trouxe à nação a
esperança de uma perspectiva inovadora, pois, a partir desse acontecimento,
começou a se concretizar a capacidade de escolha dos representantes políticos por
meio de eleições diretas. O voto do cidadão passou a ser um bem valioso para
aqueles que pretendiam ocupar cargos políticos. Como momento de relevância para
essa nova era, citamos as eleições presidenciais de 1989, na qual Fernando Collor
de Mello conseguiu persuadir uma fatia maior do eleitorado, derrotando o então
candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
que a censura foi banida juntamente com o militarismo, os candidatos
passaram a ter liberdade de elaborar planos estratégicos de marketing para
desenvolver campanha eleitoral que, livre da Lei Falcão
1
, teve a televisão como uma
das principais aliadas no processo de conquista de votos. Por intermédio da sua
multiplicidade programática, os candidatos encontraram espaço para construir uma
imagem perante o eleitor-telespectador, seja por meio dos telejornais, debates ou
entrevistas promovidos pelos meios de comunicação, seja pelo horário gratuito de
propaganda eleitoral na televisão (HGPE/TV).
O programa eleitoral televisivo, mesmo sendo produzido mediante legislação
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é um importante recurso de campanha para os
candidatos que, ao usufruírem das suas tecnologias modernas, produzem um show
persuasivo e espetacularizado ao eleitor-telespectador. Esse jeito inovador de fazer
1
Lei que determina como deveria ser elaborada a campanha eleitoral na época da ditadura. Ela
permitia somente a divulgação da foto e do currículo dos candidatos na TV.
16
política colocou em segundo plano a tradicional campanha eleitoral promovida em
palanques improvisados em praças blicas e presenciada por uma multidão de
eleitores, em relação à campanha construída eletronicamente e direcionada a um
eleitor singular disposto em sua sala de estar. As mudanças ocorridas no campo
tecnológico, no século passado, alteraram o modo de fazer campanha eleitoral e
levaram a uma necessária adequação da política a uma sociedade midiatizada,
regida por um sistema de comunicação em rede.
Nosso trabalho se desenvolveu mediante a escolha da televisão como um dos
aparelhos midiáticos em rede, para estudar a transformação da política, enquanto
instrumento midiático mais popularizado da sociedade. Propusemo-nos a olhar
criticamente para a discursividade dos candidatos analisados, por meio do
HGPE/TV, como alternativa de propaganda eleitoral planejada para um eleitorado
massificado.
A eleição maringaense foi um marcante fato político, pois a margem de votos
entre candidato vitorioso e candidato derrotado foi o pequena que dividiu a
população em sentimentos de alegria e de tristeza. Essa situação de derrota
inesperada do candidato da situação (do então prefeito e candidato) e de vitória
surpreendente do candidato de oposição levaram-nos a buscar quais as
regularidades discursivas
2
apresentadas, na reta final e decisiva da campanha, em
um dos (se o “o”) principais veículos de propaganda eleitoral, o HGPE/TV, e quais
efeitos de sentido positivos ou negativos foram produzidos, que pudessem justificar,
ainda que parcialmente, o resultado final das urnas.
Tendo o HGPE/TV como objeto empírico, escolhido como elemento
condensador da discursividade dos dois candidatos finalistas na disputa eleitoral de
2004, desenvolvemos este trabalho selecionando, como corpora, os últimos cinco
dias do segundo turno (25 a 29/10/04), em que concorreram, ao cargo de prefeito,
os candidatos João Ivo Caleffi, do Partido dos Trabalhadores (JIC/PT), e Silvio
Barros, do Partido Progressista (SB/PP). O primeiro, da situação, concorria à
reeleição; o segundo era da oposição e, seguindo a tradição de sua família no
2
Consideramos regularidades discursivas, os enunciados e as estratégias discursivas que se
repetiram ou atuaram de forma constante e significativa nos programas eleitorais dos candidatos.
17
exercício de cargos políticos, tentava, pela segunda vez, ocupar a cadeira de
prefeito
3
.
Pelas condições de produção (CP) do horário eleitoral e também da
conjuntura eleitoral maringaense, o trabalho de análise empreendido procurou
mostrar o modo de constituição dos dois sujeitos políticos e o processo de produção
de sentidos de seus programas, em um cenário eleitoral em que os discursos dos
candidatos se fizeram na mídia televisiva, por meio da espetacularização do
HGPE/TV. O arquivo midiático foi construído a partir da gravação da campanha
eleitoral apresentada na TV (HGPE, debates e entrevistas) e do arquivo dos jornais
impressos locais. Da leitura dos arquivos midiáticos televisivos e impressos da
campanha eleitoral do primeiro e segundo turnos, optamos por selecionar a última
semana do segundo turno, pelo seu caráter decisivo, para se constituir em objeto de
pesquisa, a qual foi, então, transcrita para a análise.
No processo analítico, mobilizamos dois dispositivos teóricos. No que
concerne às questões de mídia e política, procuramos desenvolver um pouco da
teoria em que se deu o imbricamento desses dois itens e também do marketing
eleitoral, enquanto elemento teórico de planejamento das campanhas. Por outro
lado, apropriamo-nos dos conceitos básicos e norteadores da Análise do Discurso
(AD), que nos ofereceu suporte teórico para compreender que o discurso de
campanha dos candidatos é regido por coerções determinadas pelas CP que
singularizam cada campanha eleitoral. Os discursos dos candidatos circularam por
formações idelológico-discursivas, as quais permitiram ir além do que está e
descobrir outros sentidos, outros dizeres em um único dizer.
Considerando esses pressupostos, organizamos nosso trabalho em três
capítulos. No primeiro, fazemos uma breve abordagem sobre mídia e política no
âmbito do território brasileiro, a partir da instauração da Nova República em 1984,
período em que as eleições se tornaram diretas. Também abordamos a conjuntura
em que se deram as eleições municipais de Maringá, priorizando os principais
acontecimentos que auxiliaram na constituição dos sentidos da análise proposta.
No segundo capítulo, trabalhamos com os conceitos básicos da AD, os quais
se farão necessários para o desenvolvimento do aspecto discursivo da nossa análise
3
Na campanha de 1996, Silvio Barros concorreu ao cargo de prefeito pelo PFL.
18
enquanto lugar em que os sujeitos dizem e são ressignificados em conformidade às
CP dadas em uma situação de disputa eleitoral.
No terceiro capítulo, desenvolvemos a análise propriamente dita das
regularidades discursivas dos candidatos no programa eleitoral. De todo o material
bruto que compunha o HGPE/TV, recortamos as seqüências discursivas (SDs) das
regularidades consideradas mais relevantes, a fim de fazer um contraponto entre os
candidatos envolvidos no pleito.
Antes das considerações finais, fizemos um item para discutir os resultados
que conseguimos apurar no desenvolvimento da análise dos candidatos.
Ao final, apresentamos um apêndice com a transcrição oral do HGPE/TV dos
dois candidatos na íntegra, subdivididos pelas datas em que eles foram
apresentados, com nomeações técnicas para as situações apresentadas e uma
descrição superficial das imagens que acompanham as falas dos personagens
políticos.
Esperamos que nosso trabalho possa levar, a partir da análise de uma
realidade local, à produção de reflexões sobre as transformações do discurso
político contemporâneo e sobre as conseqüências de suas interpretações midiáticas
nos processos decisórios da sociedade.
1 O PERCURSO DA POTICA EM UMA SOCIEDADE MIDIATIZADA
As relações entre mídia e política são estudadas por campos diferentes do
conhecimento. De um lado, há cientistas políticos e sociais que tendem a subestimar
o papel da mídia e, de outro lado, estudiosos da comunicação que tendem a
fazer o inverso. Filósofos como Chauí (2005) mostram-se preocupados com o que
chamam de “despolitização da política”, já que entendem que a submissão da
política à sintaxe midiática e ao marketing eleitoral tende a descaracterizar o sujeito
político.
As mudanças sofridas nos campos da política e da comunicação se deram
como parte das transformações ocorridas na sociedade. No caso da política, por
exemplo, em lugar do direito divino dos reis, a legitimidade vem agora da opinião
pública, a qual os representantes políticos teriam obrigação de representar. Além
disso, nos tempos atuais, as relações de poder permeiam e perpassam toda a
sociabilidade e são realizadas mais como força simbólica de convencimento do que
como força material (violência, coerção). A política alarga suas fronteiras, seus
temas e as eleições passam a ser um grande fórum público de disputa de poder.
De modo similar, Rubim (2000, p.26) destaca as transformações no campo da
comunicação, que vem se midiatizando, ou seja, a comunicação é dirigida às
massas e “mediada necessariamente por um aparato sociotecnológico que requer
uma peculiar organização e uma tecnologia determinada, implicando a fixação do
lugar do falante e do ouvinte [...] distinta da comunicação interpessoal.”
Dessa forma, a mídia, ao consumar um espaço eletrônico em rede, povoado
de televivências em abrangência globalizante, constrói uma nova dimensão da
sociabilidade contemporânea e se transforma em lugar e ator da política. Logo, esta
não tem como não se adequar às coerções midiáticas, principalmente em período
eleitoral em que os sujeitos políticos precisam se comunicar com as massas. Para
esse autor, o relacionamento do campo da política e do campo da comunicação
realiza-se não como conflito, mas também como complementariedade, por isso
20
ele prega a necessidade de uma inserção atualizada do tema no contexto da
sociedade contemporânea, para que se possa compreender as reconfigurações de
cada campo.
No Brasil, a midiatização da política pôde ser sentida em toda a sua força em
meados da década de 80, com a redemocratização do país. O movimento “Diretas
Já” trouxe como diferencial a adequação da política às regras preestabelecidas pela
mídia.
Rubim e Azevedo (on line, 2005) afirmam que a reivindicação popular por
eleições diretas marca o início da redemocratização brasileira, com o fim do
autoritarismo militar e o início da sonhada democracia, que desponta com novos
desafios a serem superados. Nesse contexto democrático, os ditames do regime
militar enfraquecem e a sociedade, perpassada pela mídia, com o fim da censura,
avança para todos os segmentos sociais, inclusive o político.
Os autores supracitados salientam que a concretização de um Brasil
redemocratizado, enquanto país de eleitores com oportunidades para escolher quem
iria governá-los, iniciou em 1989 com as eleições presidenciais. Esse período marca
a vitória de Fernando Collor de Melo, eleito democraticamente pelo povo que foi a
às urnas exercer o dever
1
supremo de cidadania por meio do voto.
Esse momento inovador teve como diferencial a inserção de uma campanha
política midiatizada, pois venceu o candidato conhecido somente pela população
alagoana, mas que, em pouco tempo, construiu uma imagem admirada
nacionalmente como o “caçador de marajás”, pela contribuição de grandes
empresas de comunicação, entre elas a Rede Globo, que colaborou com a eficiente
estratégia de marketing, adaptando a imagem do candidato a um perfil esperado
para o eleitor brasileiro, ou seja, a de um jovem com disposição para transformar a
sociedade brasileira.
Segundo Lima (2004), esse momento proporcionou o surgimento de questões
reflexivas sobre a relação entre política e mídia, pois esta se transformou em
centralidade na vida humana, por intermédio da era digital que a colocou como “[...]
elemento fundamental da engrenagem da globalização econômica e cultural e como
o setor mais dinâmico da economia internacionalizada, para o qual estão sendo
1
Utilizamos o termo dever em vez de direito pelo fato de o voto ser obrigatório no Brasil.
21
canalizados os grandes investimentos dos conglomerados transnacionais” (LIMA,
2004, p.175).
Dessa forma, o autor afirma que dadas as condições midiáticas
contemporâneas, não se surpreende que esta tenha se transformado em palco e
objeto privilegiado para a disputa em busca do poder político.
1.1 POLÍTICA NA MÍDIA TELEVISIVA: INOVAÇÃO NA CONQUISTA DE VOTOS
Teóricos como Rubim (2000, p.97) acreditam que o deslocamento da
campanha política tradicional de rua para as campanhas atuais centradas na tela
não deve “[...] ser apreendido nem como submissão plena da política à lógica
midiática, nem como desvirtuação da política. Antes deve ser pensado como
adequação da política à nova situação de uma sociabilidade, estruturada e
ambientada pela mídia”.
A política, para o perder seu espaço em um ambiente marcado pela
tecnologia, precisou adequar-se à linguagem midiática a fim de manter o processo
persuasivo de conquista de votos, por intermédio dos meios de comunicação de
massa (MCM), principalmente o televisivo. Este, segundo Miguel (2004), tornou-se
uma forma ampla de disseminar entretenimento e informação, por meio de um único
emissor capaz de veicular, simultaneamente, a mesma mensagem para milhares de
telespectadores.
No meio político, a TV tornou-se um dos requisitos atrativos para os
profissionais do marketing eleitoral, que encontraram nela maneiras para despertar
os interesses dos eleitores-telespectadores. Seus recursos podem espetacularizar a
campanha eleitoral televisiva, pela junção de sons, cores e imagens, em que os
programas são apresentados e, por isso, justifica o principal meio de divulgação das
campanhas eleitorais. Nesse sentido, a política precisou adaptar-se a esse novo jeito
de fazer campanha, pois
22
Em contraste com a oratória de palanque, a fala transmitida pelo
rádio ou pela televisão precisa se adaptar à intimidade estabelecida
entre a audiência e os aparelhos de televisão e rádio abrigados em
sua sala de estar ou cozinha (MIGUEL, 2004, p.338).
Desse modo, segundo o autor, o ato de reunir pessoas para ouvir os
candidatos foi diluído pela tecnologia, fazendo surgir um orador, construído pelos
profissionais do marketing eleitoral, com eloqüência apropriada para ser visto
mediante o meio televisual.
Nessa temática, citamos também Rubim (2000), para quem a política continua
acontecendo nas ruas, mas passa a ser absorvida pelos meios midiáticos
contemporâneos que foram capazes de remodelar as campanhas políticas. O que
ocorre em torno da política ganha uma maquiagem apropriada para ser veiculada
através de imagens planejadas para a televisão. Segundo o autor, esta é sinônimo
do predomínio da imagem sobre a palavra, o visível sobre o inteligível, o ver em
detrimento do pensar, pois os acontecimentos políticos ocorridos nas ruas, praças e
interior das casas políticas são maquiados para serem divulgados pela mídia,
principalmente a televisiva, que busca, nos acontecimentos cotidianos, um toque de
espetáculo. Nesse caso, o autor afirma que
Diferente do ato político moderno produzido para repercutir na rua, o
ato político sintonizado com a contemporaneidade, como
sociabilidade compósita, deve ser produzido para repercutir na rua e
na tela, na realidade contígua e na telerrealidade
2
(RUBIM, 2000,
p.58).
O autor afirma que a política, para se moldar às regras estabelecidas pela
mídia, tem se assujeitado a possibilidades de adequação para assegurar seu
espaço. Ela inovou para acompanhar um sistema de MCM marcado pela evolução
tecnológica que determina o lugar do falante e do ouvinte, por meio de um processo
de formatação das massas por um trabalho especializado e subordinado a um
sistema capitalista em que tudo, inclusive o ser humano, é considerado mercadoria
para produzir e consumir.
2
Representação da realidade a partir dos MCM. O distante passou a ser apreendido e transformado
em uma realidade instantânea e próxima.
23
A política tornou-se espetáculo teatral construído por pessoas qualificadas
que, conforme salienta Lima (2002, p.304), são capazes de fazer que o cidadão
comum se torne o vencedor de uma eleição. Na teoria do autor, “o reflexo imediato
desse cenário foi o de políticos diante das câmeras de TV, treinados para
sensibilizar o público, vender ilusões e prometer a seus eleitores seja o que for,
desde que lhe garantam seu voto na urna”.
Essa preocupação com as influências do marketing eleitoral na transformação
do discurso político aparece nas constatações de Courtine (2003), quando afirma
que a TV passa a ser a vilã do período democrático, por causar resultados perversos
com imagens que se sobrepõem às palavras e causam um efeito de
espetacularização na política, deformando o debate de idéias. A TV ocupa o lugar e
o meio de modificação profunda na eloqüência política.
Para o autor, os enunciados políticos, enquanto ‘língua de madeira’ que se
apresenta no discurso ou como forma longa e monológica, foram substituídos pelas
formas breves, fórmulas e pequenas frases. Trata-se de
Uma fala política cambiável, fluida, imediata, que se prende ao
instante antes de se inscrever na memória, privilegiando antes a
astúcia verbal do que a estratégia discursiva. Fala dialógica, feita de
jogos de linguagem, de trocas conversacionais: a fala pública
conhece uma profunda transformação enunciativa, que a torna uma
fala breve, interativa, descontínua, fragmentada. Um discurso no
qual ressurgiria enfim o indivíduo falante, enquanto o aparelho
político se apagaria: as vozes não seriam mais anônimas, cada um
falaria em seu nome (COURTINE, 2003, p.22).
Desse modo, as grandes narrativas, os programas e as enumeráveis e
intermináveis proposições e dissertações políticas foram substituídas por formas
inovadoras e práticas adequáveis ao aparelho audiovisual de informação. Os
discursos foram readequados para explicar, convencer e seduzir, e os partidos
políticos deixaram de compor o quadro de esquerda/direita para assumir a posição
de arcaicos que ainda utilizam formas longas e geradoras de aborrecimentos ou em
modernos, capazes de usar formas breves, claras e simplificadas.
Nas palavras do autor, o falar breve foi o primeiro elemento de transformação
da fala publicizada pela comunicação de massa televisionada, que prefere as
mensagens simples e curtas às longas e complexas. Dessa forma, “rebaixado de
suas grandezas teóricas, assegurando um serviço ideológico mínimo, o discurso é
24
então compreendido como o produto homogeneizado de um consumo de massa”
(COURTINE, 2003, p.23).
Essa alteração permitiu que o homem privado passasse a ser blico,
mediante a demonstração da sua intimidade. A imagem corporal qualifica e mede o
impacto do conteúdo, diante de técnicas audiovisuais que promovem a pedagogia
gestual, do rosto e da expressão. A política do texto e a veiculação de idéias foram
substituídas pela política da aparência geradora de emoções.
Para Courtine (2003), o orador tradicional que fazia o ajuntamento popular
para expor suas idéias passa por transformações, pois as massas deixaram de se
reunir para a cena política, em decorrência das tecnologias de comunicação voltadas
para esse público, embora o sejam consideradas o único fator dessa mudança.
Nas palavras do autor,
Surgiu então um novo modelo do orador, um outro estilo de
linguagem política, um uso diferente do corpo e do gesto. Nessas
circunstâncias, não se escuta mais o orador político: ele é, sim,
visto. O telespectador o observa, o examina, encara-o [...]. A massa
política se dispersou, se fragmentou e se compartimentou na
intimidade das entrevistas, na intimidade dos debates (COURTINE,
2003, p.26).
O autor afirma que a tonalidade vocal suavizou com a invenção da voz
amplificada e os gestos foram atenuados de forma que sua amplidão, o crescendo
da voz, os excessos cênicos da fala blica tornaram-se arcaísmos no espetáculo
político televisivo atual. Além do aspecto corporal, a valorização do rosto também é
um aspecto crucial para os políticos que apostam na aparência e que, pela
proximidade, bane a ‘cara de madeira’ e obriga a expressão e a exibição de
emoções fingidas ou sentidas.
Dessa forma, segundo a perspectiva do autor, a televisão foi popularizada e
aceita, pois a tecnologia de comunicação de massa permitiu que houvesse uma
distância aproximada entre o orador e o telespectador, de uma forma naturalizada
que se constitui como regra, dentro do aspecto televisual, essencial à recepção das
mensagens políticas e que o marketing político atribui aos homens públicos. Essa
proximidade longínqua se constitui pelo fato de a imagem ser invisível para o
telespectador, ou seja, o rosto é apenas uma imagem aparente que se dá como uma
das críticas essenciais da televisão.
25
Para Courtine (2003), a mídia e a política podem ter, como limiar comparativo,
os modelos tradicionais de teatralidade, pois a arte de governar sempre tirou
proveito da aparência e cabe refletir sobre a produção e a circulação das imagens
nela apresentadas, bem como apreciar as conseqüências políticas, psicológicas e
sociais para a democracia em um período marcado pela ascensão da comunicação.
Para Rubim (2000), é a hora e a vez do parecer e aparecer e de sobrepor a
ética e a política que acompanharam a evolução mercadológica consumista, para se
espetacularizar sob os moldes ditados pelo marketing eleitoral que valoriza a
competição imagética em detrimento da partidária e ideológica, pois
O espetáculo, ‘principal produção da sociedade atual’, está
associado ao ‘momento em que a mercadoria ocupou totalmente a
vida social’. Entendido como ‘relação social entre pessoas, mediada
por imagens’, o espetáculo privilegia a visão e se define como
‘representação independente’, como imagens que ‘se tornam seres
reais e motivações eficientes de um comportamento hipnótico’. A
cisão entre ‘realidade’ e ‘representação’, que torna ‘real’ e
‘autônoma’, constitui o núcleo definidor do espetáculo (RUBIM, 2000,
p.65).
Essas transformações no campo político e midiático exigem estudos
interdisciplinares que possam refletir sobre as novas facetas assumidas pelo
discurso político quando este se adapta à nova situação de uma sociabilidade
estruturada e ambientada pela mídia.
1.1.1 O Poder da Mídia na Política Contemporânea
Segundo Lima (2004), a globalização do sistema nos aspectos econômico e
cultural coloca a mídia como o elemento principal de uma era digital marcada pela
convergência tecnológica entre a telecomunicação, os MCM e a informática. Dessa
forma, conceituamos o HGPE/TV como o elemento de campanha eleitoral de maior
relevância para a política contemporânea e, por isso, considerado um dos
componentes inseridos na rede do poder da mídia.
26
Antes, porém, de adentrarmos no poder da mídia e mais especificamente da
mídia televisiva em seu gênero de propaganda eleitoral, destacaremos a noção de
poder que embasa este trabalho. Partimos da idéia de Foucault, em sua fase
genealógica, quando ele explica seu funcionamento não mais circunscrito ao Estado,
mas metaforizado como uma rede que se estende a todo corpo social, na forma de
micropoderes. Assim podemos considerar a mídia e a política como um campo de
inter-relações de micropoderes.
Rubim (2000) afirma que as lutas de classes ocorridas durante o século XX
proporcionaram a ampliação da democracia, apesar das limitações capitalistas. Com
isso,
O periódico rito das eleições, nesta perspectiva, torna-se exemplar:
ainda que antecedida por inúmeros acordos partidários e entre
candidaturas, muitos deles sigilosos e inúmeros também legítimos, a
eleição caracteriza-se por ser um grande fórum público de disputa do
poder, quando competitiva (RUBIM, 2000, p.22).
Para o autor, o jeito democrático de fazer política faz com que haja
adequações de interação entre a política e a comunicação no âmbito midiático.
Nesse jogo, entram as relações de poder que se caracterizam como componente
imprescindível na compreensão entre política e mídia na atualidade.
O poder se caracteriza de forma especializada tanto para a mídia quanto para
a política. Na primeira, ele se concretiza por meio de jornais, revistas, rádios, TVs e
organizações, como assessorias de imprensa e de marketing, agências de relações
públicas, publicidade e propaganda e institutos de sondagens de opinião. O poder
da mídia é trabalhado sob dois limiares: o de publicizar e o de silenciar, pois o que é
divulgado, muitas vezes, significa “[...] camuflar e criar zonas de silêncio pela
sedução e desvio do olhar” (RUBIM, 2000, p.80).
Na política, o poder se congrega pelos estados, parlamentos, partidos,
sociedade civil, dimensões públicas, opinião blica, eleições e políticos construídos
pelo marketing. Para Rubim (2000, p.83), a política necessita de publicização e, por
isso, tem legislação e recursos capazes de obter visibilidade “[...] seja através da
imanente notoriedade social do lugar que habita ou dos atos que executa, seja pela
via do uso cativo da mídia estatal ou privada, em inserções de propagandas e
27
horários solicitados”. O autor afirma que os setores midiáticos não têm o poder de
governar, mas interferem nos atos do governo e afetam o cotidiano do homem
público por meio de agendas, temas, providências, críticas a suas atitudes, sugestão
de alternativas e produção de imagens públicas.
Sobre a relação entre mídia e política, Weber (2000) esclarece que a
afinidade se marca pela disputa do exercício do poder, por meio da busca de votos e
de pontos e, nesse caso,
A televisão, como espetáculo, compete vantajosamente com a
política no jogo da sedução e convencimento; enquanto o discurso
político na televisão aparece deslocado porque seu movimento é
limítrofe e tenso, a televisão o amplia e massageia (WEBER, 2000,
p.30).
Dessa forma, a TV se apresenta em um patamar vantajoso, quando
comparado à política, por ser detentora de uma linguagem institucionalizada e aceita
pela maioria dos seus telespectadores, que a fortalece enquanto poder de atuação
que se sobrepõe à política, cabendo a esta se moldar ao seu estilo.
Segundo Weber (2000), a mídia e a política controlam a sociedade porque
possuem o poder da palavra. No entanto à mídia cabe a difusão de outros poderes,
inclusive o de fazer que um candidato, como representante do eleitor, conquiste
votos. Dessa forma, o que a mídia transmite não é a pessoa, enquanto indivíduo,
mas sim uma aparência, um simulacro que se constitui enquanto realidade e
verdade. Nesse espaço de aparência, a mídia se coloca como uma organização
indispensável para a política, pois sua força se alia ao poder, “[...] devido à sua
lógica, linguagem e estética fundamentais à captura do imaginário social, através da
transmissão ininterrupta de bens simbólicos, mercadológicos e políticos” (WEBER,
2000, p.16).
Um dos poderes que pode ser disseminado pela mídia é o que Foucault
(1984) chama de pastoral. Este designa uma forma de poder bem particular, cujo
objetivo final é o de assegurar a salvação dos indivíduos no outro mundo. É uma
forma de poder que ordena, mas também está pronto a sacrificar-se pela salvação
do rebanho. Ele se preocupa com cada indivíduo durante toda a sua vida. Para
exercê-lo é preciso conhecer o que se passa nas cabeças das pessoas e exige
28
aptidão para dirigi-las. Foucault (1984) o caracteriza como sendo oblativo,
individualizante e ligado a uma produção de verdade: a do indivíduo sobre ele
mesmo.
Para o autor, o Estado Moderno é uma matriz de individualização ou uma
nova forma de poder pastoral, na medida em que passa da preocupação em
conduzir as pessoas à salvação no outro mundo, para a idéia de que é preciso
assegurá-la aqui. A nosso ver, essa salvação no campo político adquire sentidos
que poder ser propalados pelos sujeitos políticos, como o de assegurar saúde,
renda, segurança, proteção, etc. Na concepção foucaultiana, esse tipo de poder saiu
da instituição religiosa e vem se estendendo pouco a pouco nas diversas instituições
sociais, inclusive nas instituições políticas e midiáticas, acrescentamos nós.
Trazendo a questão do poder para o contexto das eleições, Weber (2000)
afirma que o poder da mídia se manifesta na possibilidade de transformar positiva ou
negativamente qualquer fato devido a sua capacidade de misturar linguagens
informativas, publicitárias e de entretenimento em um único contexto. Dessa forma,
As redes de comunicação exercitam seu poder como equivalentes
ao Estado, mas parecem poder superá-lo devido à sua rapidez,
agilidade, perspicácia e transparente e permanente capacidade de
aliciamento pela imagem, pela sedução (WEBER, 2000, p.20).
Portanto, se os MCM tendem a direcionar pessoas e instituições sobre os
rumos a serem tomados, a política não seria colocada no lugar da exceção e
também tem se moldado às regras estabelecidas pelo meio midiático para que seus
sujeitos sejam escolhidos por mandatos seguidos e exerçam o poder de legislar e de
executar leis. Ou seja, os candidatos, para chegarem a esse lugar, fazem uso do
espaço midiático tanto para se elegerem, quanto para se manterem no cargo.
O espaço do HGPE/TV, por seu caráter gratuito e massificador, é usado pelos
sujeitos políticos visando a adesão dos eleitores. No próximo item, adentraremos
nas especificidades, na importância e no poder do HGPE/TV em uma campanha
eleitoral.
29
1.1.1.1 Eleições e marketing: o HGPE/TV em foco
A campanha eleitoral, protegida pela Constituição de 1988, permite aos
candidatos registrados no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) apresentarem suas
idéias no rádio e na TV. Além do programa televisivo, toda campanha eleitoral exige
um aparato de estratégias: comícios, passeatas, caravanas, contato corpo-a-corpo,
documentos, panfletos, cartazes, símbolos, jingles, entrevistas, debates, spots
3
e
slogans. No entanto, para atender aos limites e aos objetivos dessa pesquisa, ater-
nos-emos somente à propaganda eleitoral veiculada na televisão.
O HGPE/TV é o destaque das campanhas eleitorais contemporâneas que se
submetem às injunções midiáticas, mesmo sendo produzido sob a responsabilidade
da Justiça Eleitoral. Gomes (2004), ao fazer alusões sobre a importância do
marketing eleitoral, afirma que se trata de uma estratégia de aproximação idealizada
para o eleitor, em uma época específica de eleição, para conquistar sua atenção e
obter seu voto. Para a autora, a sociedade está massificada e é impossível pensar
em fazer política sem uma estratégia profissional voltada para o eleitor, enquanto
produto oriundo dessa massificação.
Por outro lado, Lima (2002) entende que, diante da propaganda eleitoral, é
preciso que o eleitor tenha perspicácia para perceber que todos os programas o
construídos dentro de um mesmo cabedal de estratégias. Isso quer dizer que
Na maioria dos casos, todos têm um programa de governo na mão,
elaborado com o esmero e capricho da peça publicitária, mas que
não guarda diferença básica do programa de outro candidato. Sejam
de que partido for, do mais à esquerda àquele mais à direita, esses
programas são incrivelmente semelhantes. [...] se analisarmos o
grosso das campanhas no Brasil, após a restauração do regime
democrático, fica difícil fugirmos do projeto pasteurizado, em que
prevalece a imagem que se cria do candidato: não o que ele é, mas o
que aparenta ser (LIMA, 2002, p.305).
3
Pequenas inserções, com duração média de 30 segundos, feitas durante a programação normal da
TV que tem a vantagem de chegar de surpresa ao telespectador e de forma tão rápida que não
como não assisti-lo.
30
Dessa forma, o contexto de uma campanha eleitoral em uma eleição
específica é visto por Rubim (2000) como momento da distribuição e da delegação
de poderes. Antes censitária e elitista, hoje, universal, a eleição acontece de um
modo que, para o autor, significa
Um momento e um procedimento – ritualizado, periódico e legitimado
de escolha e investidura de dirigentes (representativos) para
exercício de poder (es) na sociedade. [...]. Nas eleições escolhem-se
quem deve governar, quem vai ocupar lugares privilegiados de
exercício de poder em instituições do Estado [...] (RUBIM, 2000,
p.91).
Nesse universo, eleição é o ato de escolha de candidatos e, em um sistema
democrático, significa a disputa entre candidatos de situação e de oposição. Esse
aparato de disputa eletiva não quer dizer que os vencedores terão o poder
permanente de governar, ou seja, é a ocupação temporária de um lugar, distribuído
pela democracia, mas com uma problemática: a prática política concentrada e
restrita aos políticos profissionalizados pelas agências de publicidade especializada,
idéia confirmada pelo autor como um momento em que
[...] as eleições funcionam como procedimento social e fundamental
de distribuição do poder de governar, mas sempre periódico e de
caráter momentâneo, pois, a rigor, essa distribuição transcende o
episódio eleitoral, acontecendo cotidianamente através da
persistente disputa do poder de governar [...] (RUBIM, 2000, p.92).
Desse modo, as eleições são consideradas um momento singular da política,
no qual o cidadão atua com sua participação por meio do voto. Esse ato abre um
leque para outras possibilidades, pois a eleição ocorre periodicamente de quatro
em quatro anos –, possibilitando aos partidos uma campanha permanente para o
momento sempre esperado, utilizando o marketing político por intermédio de notícias
positivas veiculadas na mídia, pois traduz momentos que
[...] exigem dos seus atores [...] um admirável investimento em
comunicação, em suas estratégias, dispositivos e instrumentos.
Afinal, trata-se de comunicar idéias e propostas, convencer,
31
argumentar, emocionar; enfim, de mobilizar mentes e corações em
uma disputa, normatizada em ambiente público [...] (RUBIM, 2000,
p.96).
Gomes (2004), ao fazer referências sobre as técnicas organizacionais de uma
campanha eleitoral, salienta que um contexto de eleições é para construir a imagem
do candidato em algo que motive e convença o eleitor. Para a contemporaneidade,
os MCM m proporcionado a construção de imagens espetacularizadas que no
Brasil se mostram em uma comunicação política mais persuasiva do que informativa.
Para a autora, uma demonstração de que
[...]
a escolha do produto é feita por
impulso, diferente daquela feita por reflexão sobre as vantagens oferecidas, ocasião
em que poucos candidatos são apresentados” (GOMES, 2004, p.44).
Assim sendo, nas palavras da autora, eleição significa um procedimento em
que uma organização regida por regras vai escolher uma pessoa, ou um grupo para
desempenhar uma função, pois, dada a impossibilidade de todos os cidadãos
participarem no processo decisório das causas sociais, a democracia vigente
permite a escolha de pessoas representativas para ocupar os cargos políticos.
Essa escolha não é um ato simples, ela exige mecanismos que são
desenvolvidos de forma planejada, denominada campanha eleitoral, e que significa
O conjunto de atividades legais, organizadas ou desenvolvidas pelos
partidos, coligações ou comitês de eleitores e candidatos, com o
objetivo de arrecadar votos para que determinados políticos possam
ocupar, por representação, os cargos políticos públicos (GOMES,
2004, p.14).
A campanha publicitária eleitoral é planejada dentro de um plano de
programa-promessa que visa a eleger duas classes de candidatos: aqueles que
tentam entrar na vida pública pela primeira vez e os que estão no poder e tentam
se reeleger. Para isso, o espaço eletrônico é usado como instrumento primordial na
campanha eleitoral, tal como afirma o autor
32
Tais espaços eletrônicos, em decorrência de sua singularidade e
novidade, têm suas exigências e requisitos. A política deve
obrigatoriamente compreendê-lo para poder se locomover nestes
espaços de maneira simultaneamente adaptada às ‘linguagens’ da
tela e adequada à sua lógica imanente (RUBIM, 2002, p.55).
Nesse aspecto, o HGPE/TV se adapta às singularidades televisivas para
mostrar a personalidade do candidato, bem como os benefícios que o eleitor vai ter
ao elegê-lo. O programa eleitoral televisivo se presentifica em todos os segmentos
sociais sobre a adequação da gramática sedutora da televisão, que tem como
objetivo a conquista de votos, apesar de o seu planejamento e edição ficarem sob a
responsabilidade do partido.
Weber (2000) denomina esse tipo de programação de espetáculo arbitrário,
considerado in natura, pois utiliza o espaço radiofônico e televisivo sob uma
legislação específica que obriga os meios midiáticos a cederem um espaço temporal
para partidos e candidatos se apresentarem ao eleitorado de maneiras diversas,
assemelhadas aos programas televisivos. A esse respeito, a autora afirma que
É possível assistir a um programa político como se fosse um
telejornal; à imitação dos programas de entrevistas; à reprodução
das gravações ‘externa’ (quando transeuntes-cidadãos são
entrevistados sobre qualquer assunto). Programas humorísticos,
fragmentos de telenovelas, programas de calouros são usados como
performance no horário político (WEBER, 2000, p.39).
A publicidade é fundamental no meio político em decorrência da distância que
entre o político e o eleitor, a variedade de partidos e um número excessivo de
candidatos que vão se diferenciar por meio da promoção da sua imagem. Esses
motivos levam os partidos e os candidatos a utilizarem técnicas persuasivas no
horário eleitoral, porque o número de candidatos é maior do que as vagas
existentes, daí a necessidade de utilizar técnicas de convencimento para tentar
vencer esse mercado eleitoral competitivo, pois
33
A informação transmitida, pelo candidato ou pelo partido, ao eleitor,
através dos meios de comunicação de massa, ajuda a cumprir o
objetivo maior da comunicação publicitária, que é exercer uma
influência sobre o cidadão, para que este assuma uma determinada
posição frente à mensagem que recebe (GOMES, 2004, p.66).
Além disso, a autora salienta que as campanhas eleitorais estão aquém do
objetivo de informar os eleitores e, por isso, devem ser planejadas a fim de serem
entendidas por todos, inclusive pelos menos dotados intelectualmente. Dessa forma,
ao serem idealizadas pelas agências publicitárias, buscam atingir os meios massivos
por meio de técnicas específicas para apresentar, no horário eleitoral, o perfil do
candidato e as vantagens do partido político, com o fim de convencer
ideologicamente o eleitorado.
A elaboração de uma campanha publicitária não se constitui em tarefa cil e,
por isso, o seu planejamento é feito tendo como base as informações obtidas em
pesquisas de mercado que atendam às necessidades básicas e momentâneas do
eleitor, por intermédio de uma personalidade construída para o candidato como
produto colocado à venda para satisfazer as necessidades do consumidor-eleitor.
Na visão de Gomes (2004), para criar a personalidade ideal de um candidato
que atenda às expectativas do eleitor, é preciso ouvir os líderes que representam
sindicatos, associações, movimentos organizados sobre os problemas concernentes
àquela região ou grupo para, posteriormente, o partido ou o candidato lançarem a
solução na campanha eleitoral. Esses aspectos se constituem como um dos
requisitos básicos para vencer uma eleição, por meio da orientação de profissionais
que produzam imagens adequadas aos anseios esperados pelo eleitor.
Sobre a questão da construção da imagem do candidato, Weber (2000)
afirma que esta se caracteriza como um jogo de representação feito pela política na
mídia como lembrança do teatro utilizado desde o período clássico e que tem a
capacidade de seduzir o homem. Dessa forma, sobre essa temática, a autora afirma
que
34
Como atores eventuais, os políticos se confundem com os
permanentes e representam seu papel, devidamente maquiados e
penteados para uma platéia invisível, ingressando no terreno da
contradição, porque ocupam o espaço público televisivo [...] com o
formato da televisão e não da política (WEBER, 2000, p.33).
Para a autora, o HGPE/TV é construído para valorizar a voz, o gesto
carismático, o jogo de cores e sons, pessoas conhecidas e desconhecidas que, em
um papel testemunhal, apresentam-se para contribuir no quesito persuasivo e nos
comícios, apresentados na televisão em forma de show.
Apesar das inovações tecnológicas terem sido incorporadas pela mídia, a
retórica continua sendo o elemento primordial dos candidatos no que concerne à
sedução e à persuasão na conquista do voto. Além disso, a aparência e a entonação
de voz do candidato são levadas em consideração na apresentação do HGPE/TV.
Sobre esses aspectos, a autora afirma que
A entonação de voz dará credibilidade ao texto quanto mais serena,
positiva, natural, clara e agradável. O vestuário, por sua vez, será
associado à modernidade, conservadorismo, sobriedade, formalidade
e elegância. A colagem visual se completa com o entendimento
sobre a combinação entre o candidato e a paisagem (cenário, cena)
que o sustenta (WEBER, 2000, p.60).
O candidato que possui maior facilidade em expressar-se verbalmente tem a
chance de conquista de votos ampliada em um contexto de horário eleitoral gratuito,
pois, nesse momento, “sai a política que dialoga com o real e o referencia nas cenas
externas, e entra o político personalista que dialoga olhos nos olhos com seu eleitor,
simulando intimidades” (WEBER, 2000, p.71).
A propaganda, bem como a televisão, busca conquistar um telespectador
enquanto consumidor de produtos e de programas. O político também busca a
conquista do voto, mas com um diferencial: ele não pode se dissociar
completamente da realidade, pois é nela que os projetos e os programas de governo
se sustentam. Sob esse aspecto, Magalhães (1995) afirma que a propaganda
eleitoral quer transformar a indiferença das pessoas em eleitores em potencial,
voltando-se para um candidato em específico.
35
Nesse momento em que tanto a democracia quanto os MCM se colocam na
sociedade de maneira bastante acentuada, o político é visto de maneira contrária à
época monárquica, ou seja, passa do privilégio de poucos olhares para exibir-se
massivamente. É a mídia exercendo sua função
de reforço da moralidade pública e mesmo de certas ‘disfunções’,
como a narcotização do público com avalanches de informações
inúteis, que produzem uma indiferença geral dos cidadãos quanto aos
problemas da agenda social (MAGALHÃES, 1995, p.131).
Tivemos por objetivo, ao registrar as idéias peculiares da propaganda política
no meio comunicacional televisivo, apresentar as adaptações e as transformações
da política midiatizada que, dotadas de requisitos persuasivos, influenciam as
pessoas. Estas, regidas por um sistema massificador, ficam vulneráveis às
imposições delimitadas pelo aparato político televisionado.
1.1.1.2 O HGPE/TV das eleições maringaenses
Durante o período eleitoral, a mídia televisiva e radiofônica foi obrigada,
conforme a legislação, a reservar, dentro da sua lógica capitalista do “tempo é
dinheiro”, um espaço para divulgar a propaganda eleitoral gratuita dos candidatos. A
TV é vista pelos teóricos do marketing como o meio mais viável de transmissão de
um programa eleitoral por ter audiência garantida. Por isso, o horário eleitoral é a
principal ferramenta que os candidatos possuem para apresentar suas propostas, o
que justifica a produção de campanha em estúdio como o mais importante veículo
de propaganda dessa fase eleitoral, pois, na disputa pelo voto popular, é por meio
dele que os candidatos conseguem estabelecer contato com o maior número de
eleitores.
Segundo informações obtidas nos jornais impressos locais, o horário eleitoral
petista do segundo turno se apresentou sem muitas inovações, se comparado com o
do primeiro turno. A apresentadora Jany Lima
4
atuou como âncora e direcionadora
4
No primeiro turno, o apresentador Raí Nascimento fazia parceria com Jany Lima na apresentação
do HGPE/TV.
36
das entrevistas realizadas com o candidato; houve a participação direta do radialista
Frambell Carvalho como apresentador de um editorial, bem como reportagens
externas feitas por Simone Kisner, que seguiu uma linha propositiva de entrevistas
com populares e um espaço reservado para as declarações de apoio.
O programa eleitoral de SB teve suas gravações internas feitas nos estúdios
da TV Tibagi (SBT) com os jornalistas Sergio Mendes e Cecília Fraga atuando como
âncoras dos programas pautados em um estilo telejornalístico, através do “canal 11”.
O programa teve caráter inovador, com algumas diferenciações em relação ao
programa do primeiro turno. A cúpula de campanha selecionou diversos modelos de
programas e os submeteu a uma pesquisa qualitativa para escolher o que mais
agradaria aos telespectadores.
O programa pepista apresentou um grande mero de propostas que
pretendiam melhorar a qualidade de vida dos maringaenses, além do investimento
na simpatia do candidato, por intermédio da construção de uma representação
positiva de sua imagem, que usou a televisão como ferramenta essencial na
organização da sua campanha, estabelecendo um elo com o eleitor, colocando-o
como co-responsável da futura administração pepista.
A primeira semana do HGPE/TV de JIC foi apresentada sob a mesma
temática da parte que analisamos, ou seja, com as seguintes propostas de governo:
valorização da educação, melhoria no atendimento à saúde, participação popular,
geração de emprego e políticas blicas para a terceira idade, meio ambiente e
agricultura. As apresentações foram feitas com imagens das obras sociais
realizadas, apoio de populares e de autoridades políticas e entrevista de estúdio
com o candidato.
A primeira semana do segundo turno do HGPE/TV de SB foi fortemente
marcada por críticas à administração petista, ao mesmo tempo em que o candidato
se apresentava como a solução para os problemas oriundos desse governo,
ancorado em um currículo de alta performance e na tradição da família. Notamos
que as críticas apresentadas eram construídas conforme a temática apresentada no
programa do seu adversário JIC.
Essas relações opositivas foram planejadas da seguinte maneira: se o
programa eleitoral apresentava a realização de um projeto para a terceira idade,
como a criação do conselho municipal dos direitos do idoso ou o centro de
convivências e a construção do condomínio do idoso, no programa do adversário SB
37
do dia seguinte, eram apresentadas pessoas da terceira idade em depoimentos,
reclamando que perderam a isenção de IPTU e que, por isso, eram obrigados a
vender seu imóvel por causa da impossibilidade de pagar um imposto de valor
inacessível. Exceto o que se referia ao projeto educacional petista, que a oposição
praticamente não criticou, o mesmo se dava em relação aos outros setores sociais,
como a saúde, o asfalto e a infra-estrutura.
A segunda e última semana nosso objeto empírico de análise – do HGPE/TV
de JIC, seguiu a mesma linha da primeira semana, sem alteração inovadora. No
entanto o do candidato da oposição apresentou um diferencial com a apresentação
de sua performance curricular, bem como de suas conquistas e experiências vividas
pelo mundo, a história da família Barros como políticos e pioneiros da cidade, as
obras realizadas na gestão de SB/pai, os depoimentos emotivos da e do
candidato e uma busca, mediante um discurso persuasivo, pela identificação com o
povo maringaense, conforme veremos na parte em que realizamos a análise.
1.2 A CONJUNTURA ELEITORAL MARINGAENSE A PARTIR DA MÍDIA LOCAL
Contextualizamos as CP das eleições/2004 em Maringá por meio de um
arquivo construído pelo Projeto de Banco de Dados Midiáticos 286/03 sobre a
mídia local
5
no período eleitoral, a fim de compreendermos, parcialmente, como se
deram as regularidades discursivas apresentadas no HGPE/TV dos candidatos JIC e
SB. Faremos um breve esboço sobre os aspectos que serviram como reflexão para
o período eleitoral analisado, os quais situaremos o governo anterior (gestão
2000/2004)
6
, e as CP ocorridas no primeiro e segundo turnos da campanha eleitoral,
principalmente a última semana do HGPE/TV, por ser nosso corpus empírico.
Maringá é um dos 499 municípios paranaenses com cerca de 304 mil
habitantes
7
, dos quais 219.218 são eleitores. A professora de Ciências Políticas da
5
A construção desse item foi feita mediante informações divulgadas pelos jornais impressos O
Diário e Hoje, debates televisivos, videodocumentário elaborado pela TV Clipping, Programa Pinga
Fogo e o HGPE/TV.
6
O retorno ao governo anterior se faz necessário porque o prefeito em exercício participa do pleito
em busca da reeleição.
7
Dados obtidos pelo levantamento do IBGE em 2003, disposto no Atlas Social de Maringá.
38
Universidade Estadual de Maringá (UEM), Celene Tonella, em entrevista ao jornal O
Diário, afirmou que a cidade possui um perfil eleitoral conservador e, geralmente,
não prima por partidos ou correntes ideológicas. Essa característica justifica pleitos
com resultados surpreendentes, pois é o momento histórico de cada campanha
eleitoral que direciona o eleitor. Além disso, outro aspecto relevante para o contexto
é a não-continuidade de gestões com prefeitos na condição de reeleitos.
As idéias de Tonella foram explicitadas no pleito de 1999, pois a surpresa
emergiu quando as urnas revelaram que a maioria do eleitorado decidiu começar o
novo milênio com roupagem nova. O prefeito eleito, JoCláudio Pereira Neto
8
, do
PT, e seu vice, João Ivo Caleffi, foram eleitos para assumirem a administração
pública da cidade, mas, no primeiro ano da administração, José Cláudio começou a
ter problemas de saúde, vindo a falecer em setembro de 2003. O vice JIC assume a
administração da prefeitura como prefeito e começa a visar as próximas eleições em
busca da reeleição.
O prefeito em exercício, JIC, juntamente com outros sete candidatos, propôs-
se ao cargo de prefeito, apresentando, para os eleitores, seus planos de governo
moldados em diversos artifícios persuasivos. Os projetos realizáveis para os
próximos quatro anos eram idênticos na essência, mas com diferenciais na
construção da imagem e dos discursos apresentados com a finalidade de conquistar
votos em meio a um cenário marcado pela competitividade eleitoral.
1.2.1 Primeiro Turno: a Guerra Eleitoral
O primeiro turno das eleições maringaenses foi disputado por oito candidatos
que se propuseram ao cargo de prefeito, cujos nomes, partidos e coligações
apresentamos na tabela seguinte:
8
Até o momento, a história eleitoral de Maringá registra que José Cláudio foi o primeiro prefeito
eleito por um partido de esquerda e também o mais votado, com um total 107.320 mil votos no
segundo turno.
39
Tabela 1: Distribuição dos candidatos a prefeito e suas coligações nas eleões/2004
candidato partido coligação
1. Edmar Arruda PPS Mais Maringá: PPS, PMDB, PRONA e PL
2. João B. Beltrame – Joba PV Sem coligação
3. João Ivo Caleffi PT Maringá para Todos: PT, PHS, PC do B
4. Manoel Batista Júnior PTB Maringá Melhor: PTB, PFL, PMN
5. Nilson Augusto dos Santos PSC Maringá Solidária: PSC e PT do B
6. Rogério Miranda de Mello PTC sem coligação
7. Silvio Magalhães Barros PP Gente de Maringá: PP, PDT, PSDB, PRTB
8. Wilson Luiz D. Quinteiro PSB Maringá com Verdade: PSB, PSL
A eleição para prefeito na cidade de Maringá aconteceu em dois turnos. O
primeiro concretizou-se no dia 03 de outubro, após um período de propaganda
eleitoral realizada de duas maneiras: a) tradicional: comícios
9
, passeatas, carreatas,
foguetórios, reuniões, cabos eleitorais, distribuição de “santinhos”, outdoors e
brindes; e b) eletrônica: entrevistas em programas televisivos e os jornais impressos
locais Hoje e O Diário, debates e o HGPE/TV.
A campanha eleitoral, em seu contexto geral, foi planejada para os modelos
tradicional e eletrônico. No entanto este último teve relevância para os candidatos
que, além de se basearem no conhecimento, no aperto de mão e no sorriso
construído, tiveram cada gesto minuciosamente espetacularizado e planejado pelos
MCM local.
Nessa luta pelo poder, as promessas de campanha foram originadas do
senso comum, pois os candidatos apresentaram projetos de governo que,
rapidamente, solucionariam os velhos e sicos problemas enfrentados pela
população maringaense e do povo brasileiro como um todo, ou seja: saúde,
educação, emprego, segurança, habitação, cultura, meio ambiente, agricultura,
esporte e lazer. Além desses citados, também os específicos, que os
candidatos se propuseram a resolver: diminuição da tarifa do transporte coletivo,
guarda municipal nas escolas, construção do novo centro, asfalto nos bairros que
foram loteados em gestões passadas sem a infra-estrutura necessária,
9
Segundo reportagem do jornal O Diário, a campanha eleitoral foi realizada com poucos comícios
em decorrência de os profissionais do marketing eleitoral entenderem que o custo-benefício os
tornavam inviáveis na busca de votos.
40
recapeamento asfáltico, diminuição do valor do imposto predial territorial urbano
(IPTU), pagamento da trimestralidade dos funcionários
10
, diminuição dos acidentes
de trânsito e melhora significativa no setor de saúde com projetos inovadores.
As propostas foram divulgadas pela mídia local (jornais impressos, debates
televisivos, telejornais, Programa Pinga Fogo na TV e emissoras de rádios locais
como CBN, Maringá, Cultura e Nova Ingá), a qual, apesar de constituída sob o mito
da objetividade, da neutralidade e da imparcialidade, em todos os acontecimentos
apresentados, não deixou de, implicitamente, revelar sua corrente ideológica e
partidária, ora omitindo, ora mostrando ou moldando seus textos noticiosos escritos,
orais ou imagéticos de uma forma benéfica aos candidatos, veladamente, apoiados.
Em qualquer cenário de campanha eleitoral, o alvo é sempre o candidato que
está em posição vantajosa perante os adversários. Por isso, o primeiro turno foi
marcado com diversas denúncias feitas pelos adversários contra o candidato da
situação, JIC, que, conforme mostravam as pesquisas, era um candidato com
grandes chances para vencer as eleições.
Nesse turno, as denúncias consideradas relevantes para a produção dos
efeitos de sentido e de compreensão discursiva analítica do resultado final das
eleições foram:
a) o deputado federal Ricardo Barros, irmão do candidato SB, em entrevista
ao programa Pinga Fogo na TV, veiculado pela TV Maringá e Rádio Nova
Ingá, acusou o PT de uso do dinheiro público, obtido mediante
contribuição obrigatória dos filiados ao partido, os quais ocupam cargos
públicos para pagar gastos de campanha e promoção de showmício com o
cantor Leonardo;
b) o candidato Rogério Miranda de Mello, do PTC, denunciou e apresentou,
no seu espaço do horário eleitoral, uma gravação sobre uma possível
conversa de acordo entre integrantes do governo petista e representantes
de donos de postos de combustíveis. Segundo a denúncia, o objetivo era
atenuar as investigações feitas pelo Procon sobre formação de cartel nos
preços dos combustíveis e, em troca, o PT receberia cinco mil litros de
combustível para a campanha petista;
10
Reposição trimestral das perdas salariais dos funcionários no período de novembro, dezembro e
janeiro de 1990 e 1991.
41
c) o candidato Rogério, acima citado, fez outra denúncia, a de que a
administração petista teria contratado a empresa prestadora de serviços
de software, Sonda do Brasil Ltda, para fornecer programa de informática
e infra-estrutura necessária ao recebimento do imposto sobre serviço de
qualquer natureza (ISSQN), bem como coibir a possibilidade de
sonegação desse imposto. Segundo o denunciante, o preço cobrado pela
prestadora de serviço era elevado, se comparado com a concorrência de
mercado.
Esses acontecimentos foram defendidos pela assessoria jurídica e
proporcionaram vários direitos de respostas ao prefeito e candidato JIC. Outro fato
marcante nessa campanha eleitoral foi o apoio explícito ao candidato SB, por parte
do comunicador Benedito Pinga Fogo de Oliveira, o qual apresenta um programa
televisivo local, simultaneamente reproduzido por rádios de sua propriedade. Esse
programa visa não só noticiar os fatos regionais, mas também fazer assistencialismo
às pessoas de baixa renda, o que gera audiência significativa nas camadas sociais
mais pobres, resultando em votos para o candidato apoiado. Nesse espaço
televisivo, o comunicador entrevistou todos os candidatos, aparentando
neutralidade, com o mesmo tempo e as mesmas perguntas, mas com comentários
subjetivos que criticavam a gestão de JIC, feitos entre perguntas e respostas.
Consideramos as pesquisas de intenções de votos outra problemática
enfrentada pelos candidatos, por apresentarem divergências nos resultados.
Percebemos, nos jornais impressos publicados na época da campanha eleitoral, que
a variação se dava conforme a empresa de publicidade que a realizava e o jornal
que a divulgava. Além disso, segundo entrevista concedida ao jornal O Diário, o juiz
eleitoral, René Pereira da Costa, afirmou que as pesquisas não deixam de ser uma
propaganda eficiente e disfarçada, pois em uma cultura em que não se deve
“perder” votos, a divulgação, pela mídia, de resultados de pesquisas significa
conquista dos eleitores indecisos que acabam escolhendo os candidatos que estão
na liderança.
Os resultados diferenciados, apresentados pelas empresas de publicidades,
suscitaram questionamentos do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Em decorrência
disso, o juiz René Pereira da Costa determinou que funcionários da Justiça Eleitoral
acompanhassem a realização das pesquisas. A lei foi posteriormente revogada pelo
42
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pois os proprietários das empresas de pesquisas
reclamaram que o levantamento de intenções de votos feito mediante
acompanhamento inibiria o eleitor e comprometeria os resultados.
Além disso, ocorreram outros fatores como a suspeita de que candidatos
considerados “laranjas”, segundo a gíria política, tivessem lançado suas
candidaturas para trabalhar em benefício de outro candidato. O lado cômico não se
ocultou nessa campanha eleitoral, pois o candidato Nilson Santos prometeu, se
eleito, fundar uma “associação de tomadores de tererê” para atrair investimentos e
emprego.
Foi nesse cenário eleitoral que, no dia 3 de outubro, a imprensa local
divulgou, logo após o término oficial da votação, o resultado do primeiro turno
explicitado na seguinte tabela:
Tabela 2: Distribuição dos votos obtidos pelos candidatos no primeiro turno das
eleições/2004
eleitores
candidatos
votos %
João Ivo Caleffi (PT) 49.706 22,67%
Silvio Barros (PP) 43.133 19,68%
Dr. Batista (PTB) 37.557 17,13%
Edmar Arruda (PPS) 25.915 11,82%
Wilson Quinteiro (PSB) 10.033 4,58%
Joba (PV) 7.799 3,56%
Nilson Santos (PSC) 640 0,29%
Rogério Mello (PTC) 156 0,07%
Votos em branco 3.153 1,44%
Nulos 5.520 2,52%
Abstenção 35.606 16,24%
Total 219.218 100,00%
Fonte: Justiça Eleitoral/PR.
43
1.2.2 Segundo Turno: Continuidade x Competência
Conforme vimos na tabela 2, foram para o segundo turno os candidatos
JIC/PT e SB/PP. A partir desse momento, o eleitor estava diante de duas
personalidades políticas para fazer sua escolha frente a uma nova luta eleitoral rumo
à vitória definitiva em 31 de outubro, com duas possibilidades de projetos de
governo. A primeira se pautava na continuidade de uma administração em
exercício e a segunda prometia revolucionar a cidade por intermédio de um
representante qualificado, competente e experiente para assumir a administração
pública da cidade, com uma campanha destituída de ataques pessoais ao
adversário, mas com críticas às deficiências da administração petista.
O jogo político opositivo dessa fase da campanha está na apresentação das
obras realizadas pelo governo de JIC/PT, uma vez que sua pretensão era continuar
na administração municipal por mais um mandato. Por outro lado, o candidato
SB/PP se apresentou, ao eleitorado, de maneira diferenciada com o objetivo de
quebrar os argumentos do candidato situacionista, mediante críticas a sua
administração, com o intuito de ganhar os votos necessários para a sua vitória.
Dessa forma, as condições eleitorais desse momento de campanha
promoveram um cenário eleitoral competitivo, pois JIC, sendo da situação, colocava-
se como um candidato forte e de boa aceitação popular em decorrência de uma
administração voltada para as questões sociais e, por outro lado, concorria com SB,
até então desconhecido pela população maringaense, mas pertencente à tradicional
família Barros, já conhecida na história política da cidade.
Esses motivos fizeram que o segundo turno iniciasse marcado pelo
esquecimento das diferenças ideológicas e partidárias dos candidatos vitoriosos que
foram em busca do apoio político dos derrotados, comprovando o parecer da
professora Celene Tonella, segundo a qual a política maringaense não se constrói
por fidelidade partidária. O candidato JIC/PT, logo após o resultado do primeiro turno
no ginásio de esportes Chico Neto, recebeu o primeiro apoio de Wilson Quinteiro do
PSB, quinto lugar no resultado das eleições, com 4,58% do eleitorado.
Esse momento da campanha eleitoral é marcado pelo início de uma luta pelo
apoio de partidos, de entidades não-governamentais, de representantes das esferas
44
estadual e federal, de vereadores, de prefeitos da região metropolitana e,
principalmente, de dois importantes candidatos derrotados no primeiro turno, Dr.
Batista e Edmar Arruda, terceiro e quarto lugares, respectivamente.
1.2.3 As Principais Propostas de Campanha dos Candidatos
O candidato da situação, JIC, atualmente com 45 anos, é paranaense da
cidade de Marialva e filho de agricultores. Aos 13 anos, veio morar em Maringá,
formou-se em Filosofia e História pela PUC de Curitiba e especializou-se em História
Social do Trabalho pela UEM. Atua profissionalmente como professor da rede
pública de ensino. O candidato foi um dos fundadores do grupo união e consciência
negra de Maringá e é filiado ao PT desde 1985.
O candidato da oposição, SB, é natural de Maringá, atualmente com 50 anos,
filho de pioneiros da cidade. Formado em Engenharia Civil pela UEM e especialista
em Engenharia Ambiental. Foi consultor do Sebrae e da Organização dos Estados
Americanos (OEA) e Secretário de Esporte e Turismo do estado do Paraná durante
a gestão 1995/2002 do Governador Jaime Lerner. Também foi Secretário de
Turismo em Manaus, por ter sido morador no estado do Amazonas. Atualmente, é
empresário da área de suplementação alimentar e cosmético. Sua vida foi calcada
no conhecimento, adquirido em viagens feitas a 38 países e 26 estados brasileiros.
O plano de governo do candidato petista, de um modo geral, visava a dar
continuidade às obras e aos projetos iniciados na gestão petista de 2000/2004,
destacando a importância da sua continuidade, por intermédio de uma plataforma
governamental montada nos seguintes eixos: desenvolvimento socioeconômico,
honestidade, transparência, inclusão social e participação popular. Trata-se de um
projeto pautado na linha socialista que coloca o poder blico como responsável
pela educação, pela saúde preventiva, pelo compromisso com a geração de
emprego e de renda e pela não-privatização do bem coletivo.
Dentre as propostas do candidato petista, exemplificamos as que
consideramos mais relevantes em nosso âmbito de pesquisa: a) ampliar o programa
45
de saúde preventiva; b) construir e reformar escolas; c) asfaltar vias públicas;
d) gerar empregos; e) implantar um sistema pedagógico de educação diferenciado
em escolas com salas informatizadas, parquinhos e ginásio de esportes; f) construir
centros infantis para atender durante os recessos e as férias escolares; g) instalar o
centro de educação unificado (CEU) e h) implantar a jornada ampliada nas
escolas
11
.
Em relação à saúde, as propostas do candidato se deram nos seguintes
quesitos: a) ampliar o atendimento até às 22h em algumas unidades de saúde,
b) implantar o serviço de cirurgias e UTI no Hospital Municipal, c) implantar o
programa farmácia popular e d) regionalizar a saúde.
Por outro lado, o candidato pepista mostrou-se filiado à tradição familiar e
afirmou que seguiria o ensinamento do pai, o de servir a comunidade. Concorrendo
ao cargo de prefeito pela segunda vez nesta cidade, apresentou-se ao eleitor como
a melhor opção, pois teria experiência internacional e administrativa suficientes para
atrair investimentos necessários para o desenvolvimento do município. Além disso,
contaria com o apoio parlamentar de familiares e de amigos na Assembléia e no
Senado
12
.
Segundo os jornais locais, o plano de governo de SB foi baseado em
pesquisa domiciliar (exceto região central, realizada pela internet), feita por meio do
Espaço da Cidadania, que a sustentou em três pilares: segurança, saúde e geração
de emprego. Cerca de 100 mil pessoas moradoras em vinte e quatro mil residências
foram consultadas para levantar as melhores e as piores ações dos serviços
prestados pela prefeitura na gestão petista. Também fizeram parte do seu projeto
eleitoral reuniões temáticas realizadas em diversos segmentos setoriais da
sociedade, como encontros com líderes de bairros, comunidades religiosas, grupos
pertencentes à mesma categoria profissional, nas quais o candidato buscava
construir uma imagem política favorável, capaz de ampliar sua capacidade de
conquista de votos.
11
O aluno estuda um período do dia e no outro se mantém na escola em cursos de dança,
informática, teatro e práticas esportivas.
12
Deputados Estaduais Luiz Nishimori e Cida Borghetti, Deputado Federal Ricardo Barros e Senador
Osmar Dias.
46
Em sua plataforma eleitoral, o candidato pepista propôs inovações e
melhorias para as diversas áreas sociais, dentre as quais citamos as mais
relevantes: a) ampliação de consultas especializadas e readequação do horário dos
postos de atendimento b) conclusão da Vila Olímpica e construção de centros
esportivos; c) criação de mil vagas de emprego, por meio da criação de centros de
qualificação e de geração de rendas, incentivos fiscais e desburocratização para
instalação de novas empresas; d) melhoria na educação da rede pública de ensino
com congressos técnicos e científicos, aumento salarial para supervisores e
orientadores e distribuição ampliada do kit escolar
13
; e) incentivo ao turismo e aos
passeios ecológicos; f) negociação da trimestralidade dos funcionários blicos
municipais e concessão de liberdade de escolha do banco para receber o
pagamento; g) ampliação do desconto do IPTU de 30% para 40%; h) construção de
casas para suprir a deficiência com a volta do projeto João de Barro
14
; i) criação da
guarda municipal para fazer a segurança das escolas e dos demais patrimônios
públicos municipais.
1.2.4 A Primeira Semana do Segundo Turno
Após o resultado do primeiro turno, os candidatos vencedores tiveram um
tempo para se preparar o para o segundo turno das eleições, mas também
para as alianças políticas, os debates promovidos pelas emissoras locais de TV e as
gravações para o HGPE/TV, os quais marcaram o início oficial da campanha nesse
período eleitoral, com sua transmissão a partir de 14/10/04.
Apesar de os candidatos terem se comprometido a realizar uma campanha
limpa, a partir da transmissão do horário eleitoral, diversos problemas emergiram,
desvirtuando a prerrogativa inicial dos candidatos.
13
O aluno da rede pública de ensino municipal recebe um kit com materiais escolares no início do
ano letivo. A proposta de SB é melhorá-lo com materiais de qualidade e acrescentar um shorts e
um agasalho.
14
O projeto João de Barro consiste em disponibilizar o terreno juntamente com uma cesta básica de
materiais, para a construção da casa própria, mediante parcela correspondente a 20% do salário
mínimo, por um período de 10 anos.
47
O período de 4 a 13/10/04 foi marcado por um silenciamento significativo,
pois, enquanto se preparavam para o retorno, buscavam apoios políticos, a exemplo
do que fez o candidato SB, que acabou recebendo o apoio de Edmar Arruda do PPS
e dos partidos PL e PRONA. Em decorrência desse apoio, o candidato pepista
incorporou algumas propostas do candidato derrotado que o apoiou, como a
redução da tarifa do transporte coletivo, o projeto Natal Luz
15
e a instalação do
Pronto Atendimento à Criança (PAC).
JIC recebeu o importante apoio do PMDB, partido do Governador do Estado,
Roberto Requião, bem como do Deputado Federal, Odílio Balbinotti. No entanto o
apoio desse partido apresentou divergências que podem ter sido uma das causas
que viriam a comprometer o resultado das eleições para o candidato. A irmã do ex-
prefeito José Cláudio, Terezinha Pereira, filiada ao PMDB, candidata derrotada à
Câmara Municipal e Coordenadora do PMDB Mulher, negou, por motivos pessoais,
apoiar o candidato petista e se declarou eleitora de SB. Esse fato gerou surpresa
para o eleitorado que, desde o primeiro turno, esperava o apoio da família Pereira ao
candidato JIC. Em vez disso, ela apoiou o candidado Edmar Arruda. No entanto, no
segundo turno, deduzia-se que ela seguiria a linha do partido e apoiaria o candidato
petista, mas, novamente, houve a surpresa e o apoio foi para SB.
Ainda naquela semana, o vereador Geremias Vicente da Silva (PL)
apresentou uma denúncia ao Ministério Público, contra a administração petista,
acusando o prefeito de improbidade administrativa por não ter cumprido a legislação
que determina 25% do orçamento para despesas com a educação no ano de 2003.
Segundo o vereador, a legislação foi descumprida pela prefeitura, que teria gastado
somente 20,11% do seu orçamento para fins educacionais. Sobre essa denúncia, o
secretário de Fazenda, Sérgio Margarido, além de considerá-la como meio de
motivação política, defendeu o prefeito JIC com a afirmação de que as obras
empenhadas em um ano são pagas no ano seguinte e também havia obras ainda
em fase de conclusão. Além disso, o sistema eletrônico do Tribunal de Contas não
aceita que o dinheiro previsto em um ano seja pago no ano seguinte, o que resulta
em problemas para todas as prefeituras do Estado do Paraná.
15
O projeto Natal Luz visava iluminar as principais ruas das cidades para atrair as pessoas para o
centro da cidade, incentivando-as a comprar.
48
Outra denúncia feita pelo adversário SB e acatada pela Justiça Eleitoral
determinou a apreensão de 17,3 mil cartilhas direcionadas às crianças da rede
estadual de ensino como suporte pedagógico, pelo fato de elas apresentarem,
segundo os denunciantes, a foto do prefeito, palavras cruzadas com ideologia
petista e o brasão oficial do município de Maringá. Esses motivos fizeram que a
oposição acusasse o prefeito de prática de crime eleitoral, mediante “lavagem
cerebral” nas crianças, confundindo atividades pedagógicas com questões políticas,
que poderiam implicar a inelegibilidade do prefeito. O advogado Avanilson Alves
Araújo fez a defesa dessa denúncia, explicando que o material foi produzido para
fins educativos e conscientização política dos futuros eleitores e que o brasão do
município é de domínio público.
Além desses fatos negativos divulgados pela mídia impressa local, outras
denúncias oriundas do primeiro turno, como o caso do combustível, realizado pelo
candidato Rogério Mello (PTC), continuaram ainda em evidência nessa fase
eleitoral, servindo como desgaste para o candidato JIC, desgaste esse que se
agravou quando foi iniciada a transmissão do horário eleitoral. SB divulgou imagens
dos eleitores pepistas, anunciando, em coro, após resultado do primeiro turno, o
termo “João Gasolina” para JIC, concedendo direito de resposta para o PT, no
horário eleitoral de SB. Além disso, esse candidato acusou a administração petista
de descaso para com a saúde, com a evidência de muitos cargos comissionados e
de obras sociais paradas.
Além do acontecimento citado, outros fatos eliminaram a promessa de
harmonia entre os candidatos. Entre eles está a transmissão, no horário eleitoral de
JIC, do discurso de apoio do Governador Roberto Requião em palanque, afirmando
que Maringá não poderia sofrer retrocesso a um passado marcado pela corrupção.
Discurso que exaltou o concorrente SB, uma vez que sua família faz parte da história
política maringaense.
Outro caso importante para contextualizar esse momento eleitoral, foi a ida de
JIC até à cidade vizinha de Londrina para encontrar-se com o presidente Lula na
inauguração de um centro especializado odontológico. O PP de SB entrou com um
pedido, na Justiça Eleitoral, de aplicação de uma multa no valor de 100 mil reais
para o Presidente, sob a acusação de que ele estava fazendo campanha para o
candidato, mediante gravação de mensagens de apoio. Além disso, foi pedida a
49
cassação do candidato petista, mediante acusação do uso indevido do poder público
por uso de carro oficial e de um funcionário público para fazer o deslocamento. O
advogado de defesa afirmou que o prefeito usou seu carro particular para fazer a
viagem e que o funcionário estava em férias, desde o dia 4 de outubro. A justificativa
dada pela situação é que a gravação de apoio foi feita em horário de almoço, o que
caracteriza horário fora de expediente.
Os resultados das pesquisas de intenções de votos do Instituto de Pesquisa
Experience, divulgados pelo jornal O Diário desse período, mostram equilíbrio entre
os dois candidatos, marcando mais um ponto negativo para JIC, que sempre se
colocou à frente nas pesquisas eleitorais. Além disso, o candidato JIC faltou ao
debate promovido pela TV Maringá, pela Rádio Cultura AM e pelo Jornal O Diário,
em 24/10/04. Esse fato foi bastante explorado no HGPE/TV da oposição, que
entendeu a ausência do candidato petista como falta de respeito para com os
eleitores-telespectadores, gerando efeitos de sentido negativo
16
para a campanha de
JIC, na última semana da campanha eleitoral.
1.2.5 A Segunda Semana do Segundo Turno
Consideramos a última semana a partir do dia 25/10/04, uma segunda-feira,
em que a abertura do HGPE/TV se deu com SB, apresentando seu currículo ao
eleitorado, como o candidato ideal para assumir o cargo de prefeito de Maringá, em
decorrência de seu perfil altamente qualificado, angariado nas experiências vividas
em diversos lugares do país e do mundo
17
. Além disso, ele usou o espaço do
programa para se defender dos comentários que circulavam na cidade, de que ele
não morava em Maringá e que somente teria voltado para disputar o cargo de
prefeito. Por outro lado, o programa eleitoral de JIC/PT continuou com a mesma
dinâmica de apresentação das obras realizadas na sua gestão.
16
O candidato JIC, no segundo turno, compareceu somente no debate promovido pela RPC/Rede
Globo em 29/10/04.
17
Essa característica foi utilizada tanto pelo candidato, como requisito de autovalorização, quanto
pelas correntes opositoras para justificarem que se tratava de um candidato que não era “gente de
Maringá”.
50
O marco principal dessa semana es na divulgação de um apoio
extremamente importante para o candidato SB, o da família de José Cláudio,
representada pela mãe, D. Maria Aparecida Pereira, que se apresentou no programa
eleitoral e nos jornais impressos da cidade, declarando os motivos que a fizeram
apoiar SB. Esse apoio explícito a SB resultou em críticas a JIC, bem como na
proibição da divulgação da imagem do filho, o ex-prefeito José Cláudio, no programa
eleitoral petista, ao mesmo tempo em que as liberou para o programa pepista.
O apoio da família Pereira a SB se deu em conjunto com outro apoio
considerado importante para JIC, o do Dr. Batista, que tinha, como um dos redutos
eleitorais, os integrantes da Pastoral da Saúde. No entanto esse apoio também
gerou desconforto nessa fase da campanha, que se encontrava em sua reta final,
pois, além de ser considerado tardio, não teve boa aceitação entre os militantes do
PT e o eleitorado em geral, em decorrência de, na eleição anterior, o Dr. Batista,
então candidato ter denegrido moralmente o partido e o candidato José Cláudio.
Além disso, como estratégia de campanha, SB veiculou no seu horário eleitoral,,
algumas integrantes da Pastoral da Saúde, até então eleitoras fiéis do Dr. Batista,
revelando seu apoio ao candidato pepista.
Outro fato considerado relevante para nossa pesquisa foi a tentativa, por
parte do PP, de impugnar as pesquisas realizadas pelo Ibope, com cujos resultados
não concordou. O PP entendeu que esses resultados, oriundos de pesquisas junto
ao eleitorado, com base no gênero, na faixa etária, no grau de escolaridade e na
área física, poderiam produzir resultados errôneos e prejudiciais para o candidato
SB. Enquanto tentava impedir a pesquisa do Ibope que favorecia o candidato JIC, a
semana fechou com a divulgação de uma pesquisa feita pelo Instituto Experience,
por meio do jornal O Diário, que apontou uma vantagem de 7,6% para SB.
O apoio do comunicador Pinga Fogo, em benefício do candidato SB, perdurou
também no segundo turno. Às vésperas das eleições 27 e 28/10/04 –, ele
entrevistou o irmão do candidato, Ricardo Barros, e sua cunhada, Cida Borghetti,
trazendo o nome da família Barros à lembrança do telespectador. Essa atitude
caracterizou o descumprimento às leis da Justiça Eleitoral por usar o programa em
benefício da campanha de SB.
Os deputados entrevistados prestaram contas dos seus mandatos e
convidaram a população a comparecerem às urnas e a votarem com consciência, o
que resultou no pedido de suspensão do programa, pelo PT, por 24 horas, gerando
51
descontentamentos nos telespectadores do programa. Esse fato era reincidente e
considerado abuso de poder por parte do veículo de comunicação, pois, desde o
primeiro turno, o comunicador promoveu entrevista com os vereadores eleitos e
apoiadores do candidato pepista.
Todos esses acontecimentos acarretaram reflexos nas 609 urnas no período
das 8h às 17h do dia 31 de outubro, com um pleito marcado pela reviravolta que
culminou na continuação de mais um capítulo da saga política da família Barros em
Maringá e recolocou o PT na condição de partido de oposição.
Esse fato, graças aos avanços da tecnologia, foi amplamente divulgado pelos
meios de comunicação local, logo após o término predeterminado do pleito, com os
seguintes resultados:
Tabela 3: Distribuição dos votos obtidos por candidato no segundo turno das
eleições/2004
eleitores
Candidatos votos %
Silvio Barros (PP) 92.052 41,99%
João Ivo (PT) 79.983 36,49%
Votos em branco 2.081 0,95%
Nulos 3.696 1,69%
Abstenção 41.406 18,89%
Total 219.218 100,00%
Fonte: Justiça Eleitoral/PR.
Conforme o demonstrativo da tabela, SB é o novo prefeito que vai governar a
cidade de Maringá no período de 2005/2008, por uma diferença de 12.069 votos, o
que representa apenas 7,02% do eleitorado maringaense.
O pleito foi marcado pela reviravolta, lembrado desde a campanha eleitoral de
SB, com o jingle “o jogo já virou”, e amplamente divulgada nos jornais do dia
seguinte. O jornal O Diário lançou uma edição especial para divulgar o
acontecimento do dia da eleição e toda a trajetória do candidato SB no dia da
eleição com fotos e mensagens do prefeito eleito, ao lado de familiares, amigos e
pessoas que o apoiaram.
52
Em primeira página do jornal e também em vários outdoors espalhados pelos
principais pontos da cidade, estava a foto de SB e de seu vice Pupin com a seguinte
frase: “No final, a verdade sempre vence!” Obrigado Maringá. Agora, todos juntos,
vamos fazer uma cidade mais forte, mais humana e mais feliz!”.
O jornal também reservou um espaço para divulgar a reação do candidato
derrotado, mas sem dar ênfase a sua trajetória durante o dia da eleição. A matéria
registrou o discurso inflamado do candidato, acompanhado pela decepção de uma
derrota inesperada, em que ele faz a seguinte afirmação: “a luta continua
companheiros”.
2 O QUADRO TEÓRICO DISCURSIVO DA ANÁLISE
Segundo Orlandi (2001b), os processos de produção do discurso implicam
três momentos igualmente relevantes: o de sua constituição, a partir da memória do
dizer, o que faz intervir o contexto sócio-histórico mais amplo; o de sua formulação,
regida por uma situação de enunciação específica, e o de sua circulação em uma
determinada conjuntura social regida por determinadas condições a ela inerentes.
No capítulo anterior, operamos com o modo de circulação do discurso político
midiático, mostrando as novas configurações da política na idade contemporânea da
mídia. Neste capítulo, apresentaremos princípios, noções e conceitos norteadores
da AD que servirão como referência para o procedimento da análise das
regularidades discursivas dos candidatos JIC e SB, no HGPE/TV. Desse modo, o
faz parte da nossa pretensão fazer uma longa pesquisa acerca dos teóricos dessa
corrente, mas deles apreender noções básicas à compreensão do modo de
constituição e de formulação dos discursos.
No contexto em que desenvolvemos nossa pesquisa, o discurso é o objeto de
maior relevância a ser considerado na análise de uma campanha eleitoral, haja vista
a não-transparência da linguagem que convida o interlocutor a buscar outros
sentidos que vão além das evidências espetacularizadas e apresentadas no
HGPE/TV. Dessa maneira, serão abordadas, principalmente, questões consideradas
essenciais à análise do corpus.
2.1 O SILÊNCIO E SUA RELAÇÃO COM OS SENTIDOS DOS DISCURSOS
Segundo Orlandi (2002), todo dizer tem uma relação afinada com o não-dizer,
isto é, com o silêncio enquanto essência do sentido caracterizado como o espaço
em que o possível, o múltiplo e os muitos sentidos se manifestam permitindo o
54
movimento do sujeito em uma conjuntura social em que sempre haverá interdições
que autorizem, ou não, o sujeito a dizer.
O silêncio é subdividido pela autora em fundador e político. O primeiro se
caracteriza pelo fato de atravessar as palavras e também de existir entre elas, como
possibilidade de que o sentido sempre significa por ele mesmo. É o não-dito da
história e de sua relação de sentido com o imaginário, com a língua e com a
ideologia. Por outro lado, o silêncio é considerado político quando é produzido a
partir de um lugar e de uma posição do sujeito, que, ao dizer, necessariamente
silencia outros dizeres e outros sentidos.
Ela ainda aponta uma outra subdivisão para o silêncio político, a de que ele é
constitutivo e local. No primeiro, é preciso dizer para não-dizer, pois uma palavra
apaga a outra e se caracteriza por aquilo que se diz, em uma situação discursiva
dada, de modo que, ao ser dito, outros sentidos possíveis e indesejáveis o
apagados, ou seja, diz X para não dizer Y, uma maneira de apagar os sentidos que
poderiam instalar outra FD que determinaria os limites do dizer em uma outra região
de sentidos. Por outro lado, o silêncio local se caracteriza como aquilo que não pode
ser dito em um momento histórico específico.
Os sentidos, todavia, são deslocados de um discurso para outro e, ao serem
estancados em um lugar, procuram outros para significar e liberar o que era proibido
dizer. Dessa forma, segundo a autora, o silêncio se coloca como possibilidade de o
sujeito trabalhar a contradição constitutiva e situá-lo em relação entre o um e o
múltiplo, entre o que “[...] aceita a reduplicação e o deslocamento que nos deixam
ver que todo discurso sempre se remete a outro discurso que lhe realidade
significativa” (ORLANDI, 2002, p.23).
Dessa forma, a autora afirma não ser possível pensar o silêncio sob uma reta
mensurável, calculável e segmentável, pois os sentidos são dispersos e se
desenvolvem em todas as direções. Ele é isolado, é invisível e sem possibilidades
de interpretação, sendo, pois, a historicidade presente no texto que o faz apreensível
e compreensível.
Além do que foi exposto, Orlandi (2002) afirma que existe o silenciamento
necessário e inconsciente do qual o sujeito precisa para estabelecer sua posição e o
lugar do seu dizer possível, considerado uma ilusão, pois os movimentos de sentidos
55
não retornam simplesmente, eles se deslocam e estabelecem novos sentidos. Ele
está juntamente com a linguagem, com as palavras e com a significação, em que o
sujeito e o sentido mudam e transitam o tempo todo.
2.2 CONSTITUIÇÃO E FORMULAÇÃO DOS DISCURSOS
Para Pêcheux (2002), a língua não deve ser vista de maneira padronizada,
fechada, homogênea, mas como aquela que admite o equívoco e deixa lacunas para
os deslocamentos para outros sentidos que permitem sair do lugar do aparente. A
AD se constitui na interpretação e na descrição que, nas palavras do autor, significa
expor ao equívoco, ou seja
[...] todo enunciado é intrinsecamente suscetível de tornar-se outro,
diferente de si mesmo, se deslocar discursivamente de seu sentido
para derivar para um outro [...]. Todo enunciado, toda seqüência de
enunciados é, pois, lingüisticamente descritível como uma série
(léxico-sintaticamente determinada) de pontos de deriva possíveis,
oferecendo lugar a interpretação (PÊCHEUX, 2002, p.53).
Para Orlandi (2001a), o funcionamento da linguagem é marcado pela relação
entre dois processos: o mesmo da paráfrase e o diferente da polissemia. O primeiro
se caracteriza pela presença do repetível, porém sedimentado, de outros dizeres no
dizer, ou seja, sempre há o retorno aos mesmos espaços dizíveis, porém com
produção de diferentes formulações. É no jogo tenso entre o mesmo e o diferente
que os sentidos e os sujeitos podem, ou não, ser outros, movimentar-se, fazer outros
percursos e significados. Na paráfrase, o jogo é estabilizado, enquanto na
polissemia ocorre deslocamento e ruptura de processos de significação que
provocam outros sentidos.
Dessa forma, Pêcheux e Fuchs (1997, p.169) afirmam que a produção do
sentido é inerente à paráfrase, pois é entre as seqüências das famílias parafrásticas
que a matriz do sentido é formulada, uma vez que somente se concretiza em virtude
do repetível. Nas palavras dos autores, “isto equivale a dizer que é a partir da
56
relação no interior desta família que se constitui o efeito de sentido, assim como a
relação a um referente que implique este efeito”.
A formulação de um discurso se a partir de certas CP, concebidas por
Pêcheux (1997a), a partir de uma situação dada em que o discurso funciona sob a
ideologia correspondente a um lugar determinado pela formação social dada. Desse
modo, as CP se constituem como o discurso acontecendo em conformidade às
circunstâncias do momento. É o chamado contexto situacional que se posiciona “[...]
como pano de fundo específico dos discursos, que torna possível sua formulação e
sua compreensão [...]” (PÊCHEUX, 1997a, p.75).
O discurso é produzido de modo a atender às necessidades do
posicionamento que o sujeito deve ter dentro de um contexto social determinado,
sem perder de vista as relações de forças representadas pelas formações
imaginárias. Essas forças, para Pêcheux (1997a), representam os lugares
determinados na conjuntura social que, pelo mecanismo de antecipação, o orador
atribui a si, ao outro e ao objeto por um processo de projeção entre os sujeitos
envolvidos no processo enunciativo que prevê, imaginariamente, em quais
circunstâncias contextuais ocorre o discurso que sempre se ampara em um “já-dito”.
A partir do esquema informacional de Jakobson, no qual os protagonistas do
discurso são colocados em cena por meio de um código de referência composto por:
emissor, receptor, referente e digo lingüístico, Pêcheux (1997a) reformula a
mensagem desse processo pelo discurso, pois, na sua concepção, não se trata de
uma transmissão de informação entre os protagonistas, mas sim de um ‘efeito de
sentido’ entre A e B.
1
Desse modo, a AD trabalha dentro das possibilidades de um enunciado se
adequar às CP de um contexto dado, que leva ao estabelecimento de um discurso
adequado ao lugar institucional em que ele se dá pela enunciação. Na concepção do
autor, o discurso é sempre produzido a partir de determinadas CP em que o sentido
terá efeito conforme o lugar ocupado por aquele que enuncia. Ele exemplifica essa
idéia por meio do modo como o discurso de um deputado é enunciado: se do partido
1
Pêcheux (1997a) deixa claro que os elementos designados por A e B não representam presença
física de pessoas humanas, mas sim lugares ocupados por sujeitos em uma formação social que
condicionam as Condições de Produção.
57
do governo ou da oposição e/ou como porta-voz de um grupo. O que interessa
ressaltar é que o discurso sempre estará situado em uma relação de força.
As CP determinam a ocupação de lugares sociais, determinados no processo
discursivo que o autor exemplifica com o mecanismo de produção econômica.
Segundo ele, “[...] no interior da esfera da produção econômica, os lugares do
‘patrão’ [...], do funcionário de repartição, do contramestre, do operário, são
marcados por propriedades diferenciais determináveis” (PÊCHEUX, 1997a, p.82).
Buscamos, ainda, as idéias apresentadas por Pêcheux e Fuchs (1997) na
reelaboração da teoria da FD, a fim de traçar uma linha discursiva longe do viés
conteúdista. Os autores explicam, a partir dos conceitos althusserianos de Aparelhos
Ideológicos do Estado (AIE), que a filiação de lugares às relações de classe (uma
força em confronto com outras forças), em um dado momento histórico, -se por
diferentes posições políticas e ideológicas no interior dos aparelhos ideológicos.
Dessa forma, para esses autores, a formação ideológica (FI) “constitui um conjunto
complexo de atitudes e de representações que não são nem ‘individuais’ nem
‘universais’, mas se relacionam mais ou menos diretamente a posições de classes
em conflito umas com as outras” (PÊCHEUX; FUCHS, 1997, p.166).
Nessa questão, em que ideologia e discurso se relacionam, é preciso
compreender o discurso como objeto material da ideologia, ou seja, as FIs
[...] comportam, necessariamente, como um dos seus componentes,
uma ou várias formações discursivas interligadas que determinam o
que pode e deve ser dito [...] a partir de uma posição
dada numa conjuntura’, isto é, numa certa relação de lugares no
interior de um aparelho ideológico, e inscrita numa relação de
classes (PÊCHEUX; FUCHS, 1997, p.166).
Orlandi (2002) também se refere à FD como diferentes formulações de
enunciados que se reúnem em pontos do dizer, em regiões historicamente
determinadas por relações de força e de sentidos. Ou seja, para a autora, trata-se
das diferentes regiões que recortam o interdiscurso e que refletem as diferenças
ideológicas e o modo como os sujeitos se posicionam em seus respectivos lugares,
ao produzirem seu discurso.
58
Dessa maneira, na concepção teórica de Pêcheux e Fuchs (1997), os
processos discursivos não se originam no sujeito, pois eles são determinados pela
FD em que o falante se insere, ou seja, o sujeito ocupa uma rede de lugares
discursivos os quais, por sua vez, remetem-no a várias FIs que o interpelam
duplamente: no domínio do inconsciente, a viver sob a ilusão de ser o autor
originário do seu dizer (o chamado esquecimento n.01); e no domínio do consciente,
a ter a ilusão de controlar seu dizer, enquanto impressão de realidade do
pensamento (o chamado esquecimento n.02).
2.2.1 Interdiscurso e Intradiscurso
Conforme os preceitos teóricos de Pêcheux (1997b), a noção de interdiscurso
é acrescentada na segunda fase teórica da AD, quando a concepção de FD,
emprestada de Michel Foucault, não consegue desfazer a noção da maquinaria
discursiva enquanto corpus fechado. A noção de FD passa a ser vista a partir de
uma relação paradoxal com o exterior, ou seja, segundo o autor, ela não pode ser
vista como um espaço estrutural fechado, pois se constitui com elementos advindos
de outros lugares.
A relação de uma FD com outra está na base da concepção da noção de
interdiscurso. Enquanto complexo dominante e exterior à FD, o interdiscurso é, para
Pêcheux (1997a), a relação de sentidos produzida quando um discurso remete a um
outro discurso. Sobre essa questão, o autor afirma que
[...] o processo discursivo não tem, de direito, início: o discurso se
conjuga sempre sobre um discursivo prévio, ao qual ele atribui o
papel de matéria-prima, e o orador sabe que quando evoca tal
acontecimento, ou já foi objeto do discurso, ressuscita no espírito dos
ouvintes o discurso no qual este acontecimento era alegado, com as
‘deformações’ que a situação presente introduz e da qual pode tirar
partido (PÊCHEUX, 1997a, p.77).
Comungando dessa mesma linha, Orlandi (2001a) afirma que o discurso é
constituído de outros discursos que falam antes e em outro lugar de forma
59
independente. Para a autora, é a memória discursiva que torna possível todo dizer e
que retorna sob a forma de pré-construído, o já-dito disposto no dizível e que se
sustenta em cada tomada da palavra. Ela explica que é no interdiscurso que os
sentidos se estabelecem e se ressignificam, pois o sujeito, ao produzir um discurso,
recupera um dizer já estabelecido e o reformula com um novo sentido. Sendo assim,
é impossível pensar o interdiscurso desvinculado do intradiscurso, uma vez que
ambos estão imbricados um no outro, a cada acontecimento enunciativo.
O enlace do interdiscurso e do intradiscurso é oriundo de Courtine (1982), que
denomina como enunciado (E) os elementos do saber de uma FD, esquecidos ou
negados dentro de sua formação, repetição e transformação. Desse modo, o autor
considera o enunciado como uma forma que governa a repetibilidade da formulação
do aspecto vertical do interdiscurso como razão da formulação do enunciado dentro
do aspecto horizontal, o intradiscurso (e). Este, para o autor, quer dizer uma
seqüência discursiva (SD) que aparece como lugar ou realização da
seqüencialização dos elementos do saber, apropriados por um sujeito enunciador
que ocupa um lugar determinado dentro de uma FD.
O interdiscurso é, para Orlandi (2001a), o lugar em que os sentidos se
constituem enquanto tradutor de um -dito e esquecido pelo sujeito que o produz,
conforme as CP exigidas para o momento dado. Por outro lado, o intradiscurso é a
formulação atravessada pelo interdiscurso, anterior e esquecido, mas dito pelo
sujeito em um momento determinado pelas condições específicas em que ele está
dizendo.
Maingueneau (2005b) também trabalha com o interdiscurso, defendendo seu
primado sobre o próprio discurso, a partir da noção de polêmica, segundo a qual um
discurso não pode compreender seu Outro constitutivo
2
, sob pena de perder a
própria identidade. Essa interincompreensão acontece em cada discurso a partir de
um jogo positivo e negativo de semas, em que, de um lado, estão os semas
reivindicados e, do outro, os rejeitados/silenciados ou traduzidos
3
. Em cada posição
2
Outro em letra maiúscula para diferenciar do outro enquanto interlocutor. Noção incorporada pela
AD a partir de uma visão psicanalítica do sujeito enquanto um ser dividido.
3
Termo utilizado por Maingueneau (2005b) para explicar o processo de ressignificação de um outro
discurso, que, dessa forma, passa a ser o discurso Outro de um discurso.
60
discursiva um dispositivo capaz de interpretar, negativamente, o enunciado do
Outro, sendo, pois, importante ressaltar que este não é interpretado enquanto tal,
mas a partir do seu simulacro. Desse modo, dentro de um enunciado, podemos
identificar o discurso agente tradutor e o discurso que foi traduzido pacientemente
por aquele.
O autor afirma que a FD define seu universo de sentido próprio, assim como a
coexistência com outros discursos. Dessa forma, a interincompreensão permite
observar que não neutralidade entre os discursos, pois estes reagem a outros
discursos de maneira adversa, a partir de uma perspectiva própria. Nessa temática,
“É necessário precisar que discursos cuja semântica exige crucialmente a
pluralidade dos discursos, e outros que podem funcionar reivindicando o
monopólio da legitimidade” (MAINGUENEAU, 2005b, p.111).
Para o autor, na polêmica é a convergência que prevalece sobre a
divergência, pois o desacordo sobrepõe o acordo e, nesse sentido, a polêmica faz
uso do Outro para ameaçá-lo, bem como anulá-lo enquanto simulacro, lembrando
que “
[...]
polemizar é, sobretudo, apanhar publicamente em erro, colocar o adversário
em situação de infração em relação a uma Lei que se impõe como incontestável”.
(MAINGUENEAU, 2005b, p.115).
Nessa perspectiva, o autor afirma que “cada discurso constrói sua própria
Lenda”, conforme a necessidade de cada FD, haja vista que “cada um diz e crê
respeitar o Tesouro comum, mas ‘cunha moeda’ como bem entende”.
(MAINGUENEAU, 2005b, p.117). Isso quer dizer que o convencimento não se
pelos argumentos expressos, mas pelo modo como acontece a enunciação no
discurso e também pelo que está em cada enunciatário. Por isso o autor afirma
que
O discurso não escapa à polêmica tanto quanto não escapa à
interdiscursividade para constituir-se. Por toda sua existência, ele se
obriga a esquecer que não nasce de um retorno às coisas, mas da
transformação de outros discursos ou que a polêmica é tão estéril
quanto inevitável, que a interincompreensão é insular, na medida da
incompreensão que supõe (MAINGUENEAU, 2005b, p.122).
61
2.3 A CENA DISCURSIVA
Na perspectiva de Maingueneau (2005a), o discurso, para ser enunciado,
pressupõe uma cena de enunciação que, por um desdobramento próprio, institui a
situação enunciativa que o torna pertinente. O autor faz três subdivisões dessa cena:
englobante, genérica e cenográfica. A primeira se refere aos tipos de discursos,
como o literário, o religioso e o político; a segunda, a um gênero e/ou instituição
discursivo, como o editorial, o sermão e o guia turístico. A terceira não se constrói
por uma imposição do gênero, mas pelo próprio texto, que pode ser construído em
diversas possibilidades cenográficas, como a professoral e a profética.
O autor cita o discurso político como um dos mais propícios para se adequar
a várias cenografias, pois o candidato pode fazer seu discurso de campanha,
dirigindo-se aos eleitores “[...] como jovem executivo, como tecnocrata, como
operário, como homem experiente etc., e conferir os ‘lugarescorrespondentes ao seu
blico” (MAINGUENEAU, 2005a, p.76). Segundo o autor, as diversas cenografias
mobilizadas em um discurso político são utilizadas pelos candidatos para persuadir o
eleitor que, ao ter seu imaginário captado, tem uma identidade atribuída a si, por
intermédio de uma cena de fala valorizada.
Segundo Maingueneau (2005a), o desenvolvimento pleno de uma cenografia
somente acontece se ela for capaz de manter o autocontrole e o distanciamento do
co-enunciador, como garantia de impossibilitar sua ação sobre o discurso. O debate
é um exemplo colocado como portador de uma certa complexidade para o candidato
enunciar por meio de uma cenografia própria, pois o desenvolvimento deste se dá
no campo da imprevisibilidade. Desse modo, nas palavras do autor
A cenografia é, assim, ao mesmo tempo, aquela de onde o discurso
vem e aquela que ele engendra; ela legitima um enunciado que, por
sua vez, deve legitimá-la, deve estabelecer que essa cena de onde a
fala emerge é precisamente a cena requerida para enunciar, como
convém, a política, a filosofia, a ciência [...] (MAINGUENEAU, 2005a,
p.77).
Para complementar a exposão dada, o autor acrescenta que o discurso
surge em uma cenografia que come um enunciador e um co-enunciador associados
62
a uma cronografia (momento) e a uma topografia (lugar). Em Charaudeau e
Maingueneau (2004), essa idéia é explicada em três los indissociáveis
exemplificados pelo discurso político, ou seja, este é proferido de modo a determinar
a identidade dos parceiros da enunciação, que se define em um conjunto de lugares
e de momentos de enunciação em que o discurso tem a pretensão de ser proferido
dentro de uma perspectiva de ação determinada sobre outrem.
Sobre essa temática, os autores salientam que a cenografia não cabe a todos
os gêneros de discurso, tal como a lista telefônica, mas em situações discursivas
que têm como objetivo agir sobre o destinatário e modificar suas convicções. Para
os autores, a cenografia
[...] legitima um enunciado que, em troca, deve legitimá-la, deve
estabelecer que essa cenografia da qual vem a fala é, precisamente,
a cenografia necessária para contar uma história, denunciar uma
injustiça, apresentar sua candidatura em uma eleição etc.
(CHARAUDEAU; MAINGUENEAU, 2004, p.96).
2.3.1 O Ethos na Cena Discursiva
O ethos discursivo se estabelece a partir do conceito de cenografia, visto
pelos teóricos da Antiguidade Clássica como modos de conquistas utilizados pelo
orador perante seu auditório, os quais faremos um breve percurso pelos teóricos que
se inspiraram em Aristóteles.
Skinner (1999) afirma que o orador inflama e instiga uma platéia a aceitar seu
ponto de vista por meio do estabelecimento do ethos, ou seja, quando o orador
molda as paixões
4
para atingir seus objetivos, pois, para os retóricos clássicos,
existem alguns argumentos com caráter estritamente persuasivo. Cabe a um orador
a tarefa primeira de descobri-los e de aprendê-los para uma aplicação isolada. Essa
capacidade de manipular as emoções do público e de atraí-las a seu favor constitui
a arma mais poderosa do orador.
4
Para Aristóteles, as paixões constituem um teclado no qual o bom orador toca para convencer, pois
trata de uma forma primeira de auto-representação que se projeta na outra pessoa – o auditório.
63
Em Perelman (1996), encontramos os pontos eficazes para que o orador
construa o ethos ideal na conquista de seu auditório. Por meio da construção prévia
da argumentação, ele busca conhecer aquele que se pretende conquistar para
poder desenvolver técnicas capazes de agir sobre as mentes por meio de músicas,
iluminação, jogos de massas humanas, paisagem e teatro.
O orador deve adaptar-se ao seu auditório, pois “[...] o importante, na
argumentação, não é saber o que o próprio orador considera verdadeiro ou
probatório, mas qual é o parecer daqueles a quem ele se dirige” (PERELMAN, 1996,
p.26).
Essas idéias foram absorvidas dos antigos mestres da retórica, que
aconselhavam os oradores a darem uma impressão favorável de suas pessoas, a
fim de atraírem a simpatia de seu auditório e, ao mesmo tempo, procurarem
desvalorizar seus adversários junto a esse mesmo auditório, denegrindo tanto a sua
pessoa quanto as suas intenções. Para os teóricos de linha aristotélica, o ethos
corresponde à capacidade de o orador mostrar traços de personalidades que
causem boa impressão no seu auditório, sem se importar com o quesito sinceridade.
Foi a partir desses teóricos que Amossy (2005) encontrou os argumentos
necessários para justificar que o ato de tomar a palavra traz, para aquele que a
pronuncia, a construção de uma auto-imagem, pois, ao produzir seu discurso,
automaticamente, há a apresentação de si como garantia do sucesso da oratória.
A autora também se refere à questão do estereótipo, por ser um elemento
fundamental na construção do ethos, e o conceitua como o real pensado por meio
de uma representação cultural preexistente e cristalizada. Nesse caso, o indivíduo é
percebido de acordo com um modelo pré-construído da categoria à qual pertence,
por intermédio de um processo de estereotipagem que orienta o orador na
apresentação de si, conforme os modelos interiorizados e valorizados por seu
público-alvo. Nas palavras da autora
[...] o discurso tenta explorar em seu proveito o potencial de certas
imagens prontas, que ele reutiliza em contextos novos para
responder a necessidades particulares. Essa reelaboração das
representações de si e dos estereótipos se efetua no âmbito de um
discurso que comporta suas coerções genéricas e sua distribuição de
papéis. A construção de uma imagem de si leva em conta as
64
exigências do discurso político [...] e, mais particularmente, as da
entrevista [...] (AMOSSY, 2005, p.130).
Para Amossy (2005), o orador tem capacidade de influenciar seu auditório,
fazendo que suas opiniões, no momento oportuno, sejam concretizadas em atos.
Por isso, ele deve produzir, por meio do seu discurso, uma imagem adequada de
sua pessoa, a fim de “modelar atitudes”, pois a fala possui poder e produz um efeito
sobre o alocutário que, na troca verbal, permite a interação do discurso.
A autora, ao abordar sobre o ethos discursivo, afirma que a passagem do
sujeito falante, enquanto ser empírico, para locutor do discurso, é efetuada por meio
de mediações que vão desde a posição institucional do orador até o grau de
legitimidade que essa posição contribui na construção de uma imagem prévia. É o
chamado ethos pré-discursivo, em que uma designação nominal ou uma assinatura
são suficientes para evocar uma representação estereotipada, levada em conta em
um jogo de troca verbal.
Sobre esse aspecto, ela afirma que, em uma cena genérica, o locutor instala
uma imagem de si, distribuída por papéis que existem e os relaciona a lugares
comuns do auditório, ou seja,
No discurso, elabora-se, assim, uma imagem verbal que o leitor pode
recompor ao reunir um conjunto de elementos freqüentemente
esparsos e lacunares em uma representação familiar (o intelectual
engajado, o humanista, o homem rude do campo etc). Esse
estereótipo se deixa apreender tanto no nível da enunciação (um
modo de dizer) quanto no do enunciado (conteúdos, temas). A
imagem de si construída no discurso é constitutiva da interação
verbal e determina, em grande parte, a capacidade de o locutor agir
sobre seus alocutários (AMOSSY, 2005, p.137).
A questão do ethos também é trabalhada por Maingueneau (2005a), quando
este se refere ao enunciador dentro de uma perspectiva interativa e cultural para os
65
papéis, os lugares e os momentos de enunciação legitimada. Dessa forma, na
perspectiva da AD, o ethos não é visto como um meio persuasivo, pois ele faz parte
da cena enunciativa pressuposta pelo discurso para tornar o enunciado válido por
sua própria enunciação.
Segundo a perspectiva de Maingueneau (2005a), a construção do ethos
discursivo acontece sobre os seguintes aspectos: tom, caráter, corporalidade e
incorporação.
Sobre o tom, o autor explica que o ethos discursivo acontece a partir de um
texto pertencente a um determinado gênero discursivo que, sob qualquer instância,
é presentificado por um tom que o valida e indica quem o disse. Ou seja, trata-se de
uma vocalidade determinativa do corpo do enunciador encarnada no corpo de um
fiador. Este é explicado, pelo autor, como fruto de uma construção elaborada pelo
leitor por meio dos indícios textuais, nos quais se investem de caráter os traços
psicológicos e a corporalidade – constituição física de um corpo, modo de vestir e de
mover no espaço. Dessa forma, “caráter e corporalidade do fiador apóiam-se, então,
sobre um conjunto difuso de representações sociais valorizadas ou desvalorizadas,
de estereótipos sobre os quais a enunciação se apóia e, por sua vez, contribui para
reforçar ou transformar” (MAINGUENEAU, 2005a, p.72).
Quando a FD se mescla com seu ethos, por intermédio do procedimento
enunciativo, temos o que Maingueneau (2005a) chama de incorporação, que atua
sob três registros articulados. Primeiramente, ela confere corporalidade ao
enunciador e ao destinatário. Essa corporabilidade, por sua vez, possibilita a esses
sujeitos incorporarem esquemas que definem uma maneira específica de habitar o
mundo. Finalmente, esses dois aspectos se constituem, eles próprios, em condição
da incorporação imaginária dos destinatários ao grupo dos adeptos a um dado
discurso. Desse modo, o co-enunciador tem acesso ao dito, não apenas enquanto
idéias que correspondam aos seus interesses, mas também pelo próprio modo como
esse dito foi enunciado, porque esse modo representa uma maneira de ser, o
imaginário de um vivido.
66
2.3.1.1 O ethos no discurso político
Na concepção teórica escolhida para referir-se ao ethos discursivo, citamos
também o discurso político visto por Charaudeau (2006). Este autor o conceitua
como algo planejado para despertar, no auditório, a esperança, o interesse pelas
idéias e a paixão para defendê-las e, também, a construção de uma imagem de líder
que tem a capacidade de conduzir seu rebanho à terra prometida. Ou seja,
O discurso político tende mais a incitar a opinião do que a
argumentar. Trata-se menos de estabelecer uma verdade racional do
que de procurar transformar (ou reforçar) opiniões impregnadas de
emoção, mediante a construção identitária dos atores do mundo
político (CHARAUDEAU, 2006, p.94).
Sob esse modelo, o político procura adequar-se aos valores da maioria, bem
como a uma maneira para apresentá-los. Para isso, considera as massas, enquanto
conjunto de indivíduos heterogêneos nos aspectos de instrução, possibilidade de
informação e raciocínio, experiências coletivas vividas, o que implica as evidências
de valores partilháveis. Para o autor, o político deve procurar o maior denominador
comum das idéias do grupo ao qual ele se dirige, sem deixar de interrogar-se sobre
a maneira como deve apresentá-las.
Na concepção do autor, o político deve ser digno de crédito, mas, para isso, é
preciso que se construa uma identidade discursiva de credibilidade perante o eleitor,
ou seja, fabrique uma imagem que corresponda a essa qualidade, mediante a
construção de um ethos pautado em três condições: seriedade postura corporal,
autocontrole diante das críticas e da vida privada; virtude atos que revelem
honestidade pessoal e competência. Sobre essa última condição, o autor faz a
seguinte afirmação:
O ethos ‘competência’ exige de seu possuidor, ao mesmo tempo,
saber e habilidade: ele deve ter conhecimento profundo do domínio
particular no qual exerce sua atividade, mas deve igualmente provar
que tem os meios, o poder e a experiência necessários para realizar
67
completamente seus objetivos, obtendo resultados positivos. Os
políticos devem, portanto, mostrar que conhecem todas as
engrenagens da vida política e que sabem agir de maneira eficaz
(CHARAUDEAU, 2006, p.125).
Em uma situação contrária, o político revela-se mentiroso e incapaz de honrar
suas promessas e de realizar seus objetivos. Por isso, na visão do autor, ele deve
observar se tem condições de colocar em prática o que anuncia ou promete.
2.4 O SUJEITO DO DISCURSO
Orlandi (2001b, p.99) afirma que “o acontecimento significante que é o
discurso tem como lugar fundamental a subjetividade”. A partir desse conceito,
observamos que os sentidos estão em jogo em uma posição-sujeito dada, que o
sujeito, para a AD, subjetiva-se na medida em que se projeta de seu lugar no mundo
para sua posição no discurso. Nessa medida, sujeito e sentido se constituem ao
mesmo tempo na articulação da língua com a história.
Para a autora, a ideologia interpela o indivíduo em sujeito e este se submete à
língua produzindo significados e dando sentido a si mesmo, pelo simbólico na
história. Orlandi (2001b) discorda que se possa quantificar o sujeito em termos de
mais ou menos assujeitado, pois, para ela, se é sujeito se se assujeitar à língua
na história, portanto não como quantificar o assujeitamento. Para a AD, o sujeito
não é a origem de si e, portanto, sua identidade resulta de um processo de
identificação-interpelação do sujeito feita pela ideologia.
A FD é o lugar de identificação do sujeito.
Nela o sujeito adquire identidade e o sentido adquire unidade,
especificidade, limites que o configuram e o distinguem de outros, para
fora, relacionando-o a outros, para dentro. Essa articulação entre um
fora e um dentro são efeitos do próprio processo de interpelação.
(ORLANDI, 2001b, p.103)
68
Arrematamos essa idéia ainda segundo a autora, para quem
O sujeito moderno capitalista é ao mesmo tempo livre e
submisso, determinado (pela exterioridade) e determinador (do que
diz): essa é a condição de sua responsabilidade (sujeito jurídico,
sujeito a direitos e deveres) e de sua coerência (não contradição)
que lhe garantem, em conjunto, sua impressão de unidade e controle
de (por) sua vontade. Não só dos outros mas até de si mesmo.
Bastando ter poder [...] (ORLANDI, 2001b, p.104).
2.4.1 Processos de Identificação: a Identidade do Sujeito Político
No campo discursivo político, Charaudeau (2006) menciona a questão da
legitimidade política como reconhecimento de um sujeito por outros sujeitos, que se
realiza a partir de um conjunto de valores aceitos por todos. O autor as define em:
legitimidade por filiação, formação e mandato.
Segundo ele, a legitimidade por filiação se funda na idéia de que o sujeito
deve ser oriundo de uma herança familiar e que, por isso, ao ter uma ascendência
definida socialmente, recebe o título, o poder e a responsabilidade desta como um
bem supremo e um atributo que se assemelha a uma espécie de filho espiritual, que,
ao receber como herança uma força humana, dispõe-se a viver como o sujeito do
dever. Nesse sentido,
Os atributos e as qualidades são ligados a uma missão humana:
decorrente do fato de pertencer a certo grupo social (classe, meio,
casta) cujos membros tiveram importantes cargos (nacionais ou
locais), pode-se escolher invocar o testemunho dos antigos e tornar-
se, assim, um ser encarregado por sua própria família de levar a
chama adiante (CHARAUDEAU, 2006, p.71).
A legitimidade por formação supõe um sujeito que se preparou em instituições
de ensino de alto nível com destaque nas primeiras colocações. Além disso, que
tenha exercido cargos prestigiosos e com foco comprobatórios de que tais cargos
são oriundos de competência e de experiência. Ou seja, “trata-se aqui de ser ‘bem
69
formado’, pois competência e experiência dariam ao sujeito um poder de agir com
discernimento” (CHARAUDEAU, 2006, p.72).
A legitimidade por mandato ser refere àquela que se por intermédio do
direito do povo em governar para o seu próprio bem, instaurando uma legitimidade
fundada no igualitarismo e no direito dos indivíduos de construírem um destino
coletivo. No entanto, diante da impossibilidade de governar pela totalidade, ocorre a
legitimidade representativa, por meio de um “[...] sistema de delegação de poder que
faz com que os representantes originários desse sistema sejam responsáveis por
seus atos perante aqueles que os elegeram [...]” (CHARAUDEAU, 2006, p.73).
Dessa forma, uma soberania provisória adquirida por procuração, que se
renova temporariamente para legitimar a representação de um grupo e de suas
idéias, pois, segundo Charaudeau (2006), em uma sociedade democratizada, o povo
vota em candidatos levando em consideração suas imagens e algumas frases de
efeito em detrimento do programa político de governo.
O autor salienta que são várias as estratégias discursivas empregadas pelo
político para atrair a simpatia do público-eleitor. Entre elas, ele cita sua identidade
social própria, o modo como percebe a opinião pública, bem como o caminho
percorrido para chegar até ela, da forma como se posiciona frente aos outros
políticos, sejam eles parceiros ou adversários, ou seja, pessoas, idéias ou ações que
forem necessários atacar.
Desse modo, os políticos vêem nos adversários seus oponentes em
campanha eleitoral e, por isso, buscam desqualificá-los, pois se constitui em um dos
pólos constitutivos do discurso político trabalhar na desqualificação do adversário,
por meio da rejeição dos seus valores, de suas idéias e de suas obras.
Sobre a persuasão no discurso político, Charaudeau (2006) lembra que o
político deve construir para si uma dupla identidade discursiva: uma que
corresponda ao conceito político, enquanto posicionamento ideológico do sujeito;
outra que corresponda à prática política, lugar das estratégias da gestão do poder,
construindo a posição do sujeito no processo comunicativo. Nesse sentido, na
singularidade da fala do político está a voz de todos, como se fosse o porta-voz de
um terceiro enunciador que possuísse um ideal social e soubesse inspirar confiança
e admiração no eleitor.
70
2.4.2 A Interação e os Processos de Designação dos Sujeitos
O fenômeno da designação se por nós analisado no tocante à auto-
referenciação dos candidatos e à forma como eles designam o seu interlocutor por
meio das cenas enunciativas transmitidas pelo HGPE/TV, em que a interação
entre os sujeitos políticos e seus eleitores-telespectadores. Desse modo, interessar-
nos-á verificar como esses co-enunciadores virtuais e passivos são designados, bem
como esses mesmos sujeitos se auto-referem, pois a interação enunciativa no
programa eleitoral se entre os sujeitos candidatos e seus interlocutores,
construídas com cenografias como entrevistas e depoimentos para um destinatário
principal que sempre será o eleitor-telespectador. Por isso, passaremos neste item a
explorar os aspectos teóricos da interação, da designação e da identificação ligados
aos sujeitos políticos.
Segundo Bakhtin (2004, p.112), a expressão é determinada pelas condições
reais da enunciação, ou seja, pela situação real imediata. A esse respeito, o autor
afirma que “[...] a enunciação é o produto da interação de dois indivíduos
socialmente organizados e, mesmo que o haja um interlocutor real, este
pode ser substituído pelo representante médio do grupo social ao qual pertence o
locutor”.
Cada indivíduo possui um auditório social próprio, com suas deduções e
motivações interiores, dirigida a um interlocutor ideal, que não deve ultrapassar
fronteiras de uma classe e época bem definida, porque a enunciação é determinada
pela situação social imediata. O autor afirma que a palavra comporta duas faces
procede de alguém e se dirige para um outro alguém, entendida sob o seguinte
aspecto:
Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do
ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro.
Através da palavra, defino-me em relação à coletividade. A palavra é
uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. [...]. A palavra
é o território comum do locutor e do interlocutor (BAKHTIN, 2004,
p.113).
71
Para o autor, a base organizadora de toda enunciação ou expressão está no
exterior, no meio que envolve o indivíduo enquanto produto da interação social que
determina o cotidiano de uma comunidade lingüística, por intermédio do fenômeno
social da interação verbal realizada pela enunciação.
Entre as diversas maneiras de designar, citadas por Maingueneau (2002),
elencamos os substantivos com determinante definido para designar um indivíduo
isolado ou um grupo e os nomes próprios, como uma das possibilidades
que o co-enunciador dispõe para identificar o referente. Na concepção do
autor, os nomes próprios devem ser atribuídos a seres freqüentemente evocados e
estáveis no espaço e no tempo e que tenham relevância social e afetiva. Por
isso, devem ser utilizados por três tipos de interpretação: identificar e denominar,
de modo particular, o referente pelo co-enunciador e dar a ele uma
interpretação predicativa para explorar as propriedades já atribuídas pelo senso
comum.
Sobre a designação pelo nome próprio, Guimarães (2002) a define como a
maneira de mostrar a unicidade de uma pessoa singularizada em um contexto
situacional que estabelece relação com aquele que fala enquanto sujeito no dizer.
Dentro do espaço da enunciação, essa unicidade se refere à questão do
sujeito, pois traz
[...] um efeito do funcionamento do nome próprio como processo de
identificação social do que se nomeia. Isto ganha contornos
especiais e muito particulares no caso dos nomes próprios de pessoa
porque neste caso o funcionamento do nome se no processo
social de subjetivação (GUIMARÃES, 2002, p.36).
Para o autor, o percurso social da designação, enquanto não-homogênea
para os indivíduos, “[...] faz com que o nome funcione como se fosse uma unidade
não construída que tem uma relação unívoca com algum objeto, a pessoa que o
nome nomeia” (GUIMARÃES, 2002, p.39). Nesse caso, o autor salienta que a
designação o funciona, a não ser a partir da univocidade, mesmo porque, no
interior de um grupo, faz-se necessário dar nomes próprios únicos.
72
O nome próprio exerce um efeito importante no processo de identificação
social para um ser colocado como único e, portanto, mais fácil de ser identificado,
referido, interpelado, responsabilizado, com chances de erros e de equívocos
atenuados. O autor afirma que as pessoas têm nelas algo que lhes é dado pelo
processo de designação e somente são consideradas pessoas pelo sentido que o
nome próprio lhe constitui enquanto produção de identificações sociais que justifica
o funcionamento do indivíduo enquanto sujeito.
3 OS SUJEITOS POLÍTICOS SOB ENFOQUE ANALÍTICO
Neste capítulo, faremos a análise do corpus selecionado a partir da gravação
e da transcrição dos últimos cinco dias (25 a 29/10/04) do HGPE/TV de JIC/PT e de
SB/PP. Em conformidade com os capítulos teóricos que desenvolvemos neste
trabalho, selecionaremos as seqüências discursivas (SDs) dos dois principais atores
políticos da campanha eleitoral, os quais nos permitiram mostrar suas principais
regularidades discursivas
1
e os efeitos de sentido delas decorrentes.
3.1 AS REGULARIDADES DISCURSIVAS DO CANDIDATO PETISTA JIC
Conforme já mencionamos, o candidato JIC/PT fez sua campanha eleitoral na
condição de situação, pois exercia, oficialmente, o cargo de prefeito da cidade de
Maringá desde a morte do então prefeito, José Cláudio Pereira, Neto, quando, na
condição de vice-prefeito, de acordo com a legislação vigente, passou a governar a
cidade.
Faremos a análise das regularidades discursivas ocorridas no programa
eleitoral de JIC/PT, as quais serão desenvolvidas sob quatro perspectivas: campanha
pautada na prestação de contas e na continuidade do projeto de governo vigente,
cena enunciativa e posição-sujeito coletiva, modo discursivo racional e
despadronizado do plano midiático e interdiscursividade nos depoimentos de apoio.
A última semana do programa eleitoral de JIC teve uma agenda temática
desenvolvida a partir dos itens registrados a seguir:
1
Consideramos regularidades discursivas os enunciados e as estratégias discursivas que se
repetiram ou atuaram de forma constante e significativa nos programas eleitorais dos candidatos.
74
25/10/04: cultura, esporte e lazer;
26/10/04: educação;
27/10/04: realização de grandes obras;
28/10/04: homenagem ao servidor público e resumo de ações e de projetos;
29/10/04: eleições, apoio, realizações e propostas.
Por outro lado, o desenvolvimento do programa foi realizado em quadros
fixos, os quais nomeamos abaixo:
1. jingle com clipe, slogan e vinhetas;
2. comentários de Frambell Carvalho;
3. quadro “Fala Maringá”, com Simone Kisner;
4. depoimentos de apoio: populares, alianças partidárias e autoridades políticas;
5. entrevista da apresentadora Jany Lima com o candidato;
6. agenda de campanha.
3.1.1 O HGPE/TV de JIC: Prestação de Contas e Continuidade
O horário eleitoral situacionista foi apresentado mediante um plano de
marketing pautado em dois limiares: apresentação das obras sociais realizadas na
gestão 2000/2004, por se tratar de um candidato exercendo o cargo de prefeito e
que disputou a reeleição, bem como a continuidade e a ampliação desse mesmo
projeto de governo em exercício – o que foi feito e o que será feito.
A regularidade marcante desse item está no uso do verbo ‘continuar’
discursivizado para produzir efeitos de sentido de ações feitas e que continuarão
sendo feitas, por meio de um projeto continuísta de governo em um segundo
mandato, conforme observamos nas seguintes SDs:
75
(SD 1)
JIC: Nós vamos continuar com o Orçamento Participativo, com o Congresso
da Cidade, com todos os conselhos [...] (HGPE/TV-28/10/04, p.158).
(SD 2)
JIC: A educação vai continuar sendo prioridade no nosso governo como está
sendo nesse governo [...] (HGPE/TV-28/10/04, p.158).
(SD 3)
JIC: Jany, continuar com essa política cultural [...]. Vamos continuar com o
projeto guri [...] (HGPE/TV-25/10/04, p.142).
(SD 4)
JIC: vai continuar nessa mesma linha. No próximo mandato nosso, vamos
continuar com essa união do povo com a prefeitura, das forças políticas de
Maringá, a união com o Presidente da República, com o Governo do Estado
(HGPE/TV-29/10/04, p.162).
Além disso, outros sentidos são ressignificados mediante propostas que
pressupõem um eleitor satisfeito com o modo de administrar, bem como, com o
projeto governamental de política social do governo petista, não havendo
necessidade de apresentar um plano de governo inovador e com perspectivas de
avanços. As referidas designações indicam que o candidato, enquanto prefeito, tinha
projetos sendo executados e que eles seriam o relevantes para a comunidade
maringaense que não haveria necessidade de avançá-los de forma ampliada, o que
precisava era simplesmente mantê-los, caracterizando um certo imobilismo das
propostas apresentadas.
O uso excessivo de verbos no infinitivo e o plural do verbo ir (vamos
continuar), além de desencontrar com a teoria do marketing eleitoral, que prega a
construção de um candidato como um ser único, descaracterizou o “prefeito-
candidato”
2
na condição de agente principal tanto das obras realizadas, quanto das
futuras realizações, o que poderia instaurar efeitos de sentido de que ele o teria
condições para agir pessoalmente, mas como um dependente da administração, do
2
O termo prefeito-candidato foi utilizado como mais uma possibilidade de designação para JIC,
porque ele era o prefeito da gestão 2000/2004 e candidato à reeleição da gestão 2005/2008.
76
povo, do partido e dos assessores para planejar e executar as futuras estratégias
governamentais da próxima gestão.
3.1.2 Cena Enunciativo-Discursiva: Posição-Sujeito Coletiva
Neste item, analisaremos as regularidades observadas no horário eleitoral de
JIC/PT a partir de uma cena discursiva validada pela enunciação em que o
candidato e os eleitores foram apresentados em uma posição-sujeito coletiva. Essa
foi pertinente às CP em que se deu o projeto de governo situacionista petista, tal
qual observamos nas seguintes SDs:
(SD 1)
JIC: é muito bom porque a prefeitura tem investido muito nesses quatro anos
de governo nosso (HGPE/TV-25/10/04, p.141).
(SD 2)
JIC: Portanto, a população de Maringá pode confiar, asfaltaremos seis bairros
ainda em dois mil e quatro, nesse mandato [...] (HGPE/TV-27/10/04, p.138).
(SD 3)
JIC: [...] enfim o poder blico tá investindo, tem política pra isso, tem
estratégia pra isso e a cidade tem crescido muito (HGPE/TV-28/10/04, p.158).
(SD 4)
JIC: [...] Nós vamos atender o que o povo pediu (HGPE/TV-25/10/04, p.141).
(SD 5)
JIC: [...] ouvindo [...] a população de Maringá [...] pra que a gente possa
realmente implantar uma política cultural boa que seja de acordo com a
vontade da população, dos artistas de Maringá. [...] (HGPE/TV-25/10/04,
p.142).
(SD 6)
JIC: [...] porque a participação popular do nosso governo é a alma do governo
(HGPE/TV-28/10/04, p.158).
77
(SD 7)
JIC: o esporte e lazer é prioridade do nosso governo [...] (HGPE/TV-25/10/04,
p.139).
Dessas SDs, formamos duas famílias parafrásticas com as designações dos
sujeitos discursivos em interação, dispostos no quadro:
eu/candidato tu/eleitor
JIC/PT
- a administração;
- a prefeitura de Maringá;
- a prefeitura;
- nesse mandato;
- nosso/nesse governo;
- o partido;
- o poder público;
- o próximo mandato meu;
- o próximo governo.
- a assembléia do Orçamento Participativo;
- a cidade;
- o congresso da cidade;
- Maringá;
- a nossa cidade;
- o nosso povo;
- a participação popular;
- a população;
- a população de Maringá;
- o povo;
- o povo de Maringá;
- a região de Maringá;
- todos os conselhos.
outros locutores
3
- a atual administração municipal;
- a atual administração;
- na atual gestão;
- ele;
- essa administração;
- o governo popular de Maringá;
- o governo popular;
- nessa gestão;
- nesse governo;
- nesse mandato;
- nosso prefeito;
- a nova gestão;
- o prefeito;
- a prefeitura.
- a comunidade;
- os maringaenses;
- minha gente;
- gente boa de Maringá;
- o pessoal;
- as pessoas, famílias, comunidades carentes;
- a população;
- o povo;
- o povo de Maringá.
Conforme as designações acima, observamos, nas cenas discursivas, que a
divulgação imagética de JIC/PT não aconteceu sob os moldes do marketing pessoal,
aquele que o promove enquanto ser individual e candidato à reeleição. O “prefeito-
candidato” se colocou como um ser coletivo e se dirigiu também para eleitores
dispostos em um lugar coletivo. Um diferencial marcante em relação ao seu
3
Nomeamos outros locutores, as pessoas que trabalharam e participaram no HGPE/TV, tais como:
Jany Lima, Frambel Carvalho, Simone Kisner, eleitores etc.
78
concorrente, pois este primou por um plano de marketing eleitoral
4
pautado
exclusivamente no pessoal, a partir da apresentação do seu currículo e da tradição
de sua família em Maringá.
Houve um desencontro entre a estratégia utilizada pelo candidato petista e a
teoria do marketing eleitoral, que, segundo Gomes (2004), tem como objetivo maior
persuadir o eleitor, por meio da vedetização que o promove como estrela principal da
situação. Nesse caso, candidato e eleitores, na posição de seres particularizados,
foram substituídos por denominações coletivas, plurais e sociais que se filiam aos
princípios do seu partido.
O discurso do “prefeito-candidato” assume a forma-sujeito
5
de uma formação
discursivo-ideológica socialista que, de um modo geral, rege as práticas discursivas
do PT e de seus governos. Nesse sentido, ao se auto-referenciar e também designar
seu interlocutor por expressões sociais/coletivas, ele necessariamente silencia a sua
auto-referenciação como ‘eu’, bem como seu telespectador como ‘tu/você’. No
quadro abaixo, mostramos as principais expressões que substituem a interlocução
individualizada requerida pelo marketing eleitoral:
4
Como dissemos, preferimos seguir a teoria de Gomes (2004), o qual separa o marketing político do
eleitoral. Para a autora, o marketing político se refere a uma campanha permanente, enquanto o
eleitoral acontece somente no período das eleições.
5
Entendemos por forma-sujeito o sujeito que se identifica com a FD que o constitui.
- a prefeitura
- o partido
- o poder público
- o Orçamento Participativo
- o povo
- Maringá
Tu/eleitor
Eu/JIC
79
Orlandi (2002) afirma que o silêncio é a garantia dos movimentos dos
sentidos, pois sempre se diz a partir dele e, se o enunciador optou por não dizer
sobre si para dizer das obras como resultado de uma união coletiva, poderia ter sido
em decorrência de pertencer a um partido que, historicamente, é composto pela
essência de uma FD socialista. Nesse caso, a estratégia de marketing utilizada pelo
“prefeito-candidato” era a de um governante do povo que não elabora projetos sem o
parecer da comunidade, representada pelo Orçamento Participativo.
O candidato não se destacou como o principal agente das obras, enquanto
representante majoritário do partido, das assembléias e dos projetos em realização.
Essas designações de si mostram que o sujeito parte do lugar discursivo de prefeito
que presta contas como sinônimo da competência que o legitima para a continuação
do mandato, bem como da preservação da sua condição de prefeito, a fim de ganhar
votos mediante as obras e os projetos executados e em andamento.
Nesse sentido, o “prefeito-candidato” enunciou de um lugar social coletivo
representativo de um 'nós’, pois o uso da primeira pessoa (eu=JIC) era muito
delicado para o candidato petista, por três motivos dispostos no quadro abaixo:
-
poderia excluir a figura do prefeito José
Cláudio e tudo o que seu nome significava
dentro do PT, principalmente após sua
morte;
- poderia produzir efeitos de sentido d
e
exclusão dos secretários de governo,
escolhidos não por ele ou por sua tendência
no partido, mas por José Cláudio;
-
remeteria ao individual, contrário a uma FD
socialista de partido que milita coletivamente
e de governo que administra em sintonia
com a participação popular.
Eu/JIC
80
Desse modo, o discurso do candidato, resultante de uma conjuntura socialista
internamente conflituosa
6
, somente considerou as instâncias coletivas e sociais que
proporcionaram sustentação ao seu projeto de governo. O enunciador, ao fazer seu
pronunciamento de campanha, não o fez somente como prefeito e candidato, mas
também como sujeito afetado por uma FD, enquanto ocupante de um lugar social
historicamente determinado.
Ideologicamente, não haveria lugar para um discurso individual, todavia o
deixa de ser um ato discursivo dissonante da gramática idealizada pela mídia e pelo
projeto de marketing que prima por um discurso político persuasivo, moldado no
espetáculo individualizado. Além disso, na concepção midiática, direcionar-se para o
eleitor de maneira generalizada é um ato reprovável, pois, apesar de a vitória de
uma eleição acontecer a partir de um conjunto de votos, o eleitor é visto como
indivíduo que, solitariamente, vai até às urnas depositar seu voto.
Orlandi (2001b) afirma que sempre há interdições e o sujeito pode estar, ou
não, autorizado a dizer. Tudo depende se da posição em que ele está é capaz de
manter esse discurso e ser ouvido. Nesse caso, ocupar o lugar discursivo de uma
FD individualista e neoliberal necessariamente impediria o destaque de caráter
socialista do “prefeito-candidato”.
Segundo a autora, o sujeito precisa estabelecer a posição e o lugar do dizer
possível, considerado uma ilusão, pois os movimentos de sentidos não retornam
simplesmente, eles se deslocam e estabelecem novos sentidos que poderiam ter
causado a derrota do candidato, ao se colocar na posição coletiva de um governo
que produziu outros efeitos de sentido em uma sociedade marcada pelo
individualismo.
Como observamos, a postura de JIC/PT em colocar-se na posição coletiva
de terceira pessoa, incide sobre o problema levantado por Benveniste (1995) sobre
o ‘ele’, que pode ser uma infinidade de sujeito ou nenhum, ou como diria ele “uma
não-pessoa”. Dessa forma, a não preocupação do “prefeito-candidato” em promover
6
Mesmo sendo vice-prefeito, o nome de JIC não teve a unanimidade interna necessária para
alcançar a candidatura de prefeito. O PT realizou uma disputa interna entre ele e seu próprio
secretário de governo, da qual saiu, com uma pequena margem, vitorioso. A hipótese de que as
diferenças internas podem ter funcionado como coerção discursiva ao candidato petista, embora
impossível de ser comprovado apenas com a análise do HGPE/TV, não pode ser totalmente
esquecida.
81
o jogo da individualidade por meio de um ‘eu’ que se dirige a um ‘tu-eleitor’, afeta a
produção de efeitos de sentido de subjetividade.
A autodenominação do “prefeito-candidato enquanto ‘governo’, ‘gestão’,
‘prefeitura’ desvalorizou sua imagem pessoal, porque ela não estava vinculada a um
ser particularizado. Segundo Benveniste (1995), ao enunciar do lugar da terceira
pessoa, há a caracterização da não-pessoa, se comparado com um outro que
poderia ser enunciado por um ‘eu’ dirigido a um ‘tu’.
3.1.3 Modo de Apresentação do Candidato
O “prefeito-candidato” faz seu discurso de campanha da posição de prefeito e
por isso apresenta um projeto de governo pautado na prestação de contas e na
continuidade de um programa de governo em exercício. Com base nessa idéia,
este item terá como prioridade discutir as seguintes regularidades observadas no
corpus: fortalecimento da imagem de prefeito em detrimento da de candidato;
pressuposição de um eleitor consciente dos projetos sociais desenvolvidos na
gestão em exercício; imagem do candidato de modo despadronizado à teoria de
marketing eleitoral vigente; abordagem indireta às gestões passadas; pedidos
discretos e escassos de votos; plano de marketing despreocupado com o fator
competitivo de uma campanha eleitoral e críticas indiretas ao adversário SB.
3.1.3.1 Lugar discursivo de prefeito
Dentro dos requisitos estabelecidos pelo plano de marketing para o
desenvolvimento do horário eleitoral de JIC/PT, salientamos que este se pautou na
apresentação das obras sociais realizadas na gestão 2000/2004, sem se preocupar
em apresentar sua importância para a comunidade, o que caracterizou efeitos de
sentido de um prefeito-construtor, propondo continuidade e ampliação a esse
mesmo projeto de governo. Por isso, percebemos que o programa analisado teria
82
primado, conforme a temática determinada para cada horário, pela apresentação
contínua das obras e dos projetos realizados no período supracitado, sem muitas
inovações para um governo vindouro, caso fosse reeleito, ponto considerado
negativo para JIC, diante da atual conjuntura societária caracterizada por momentos
de fugacidade e de instantaneidade em que sempre se espera por novidades na
política.
Nesse sentido, a ênfase recaiu sobre as ações de governo e não sobre o
representante máximo desse governo, o “prefeito-candidato”, o agente dessas ações
e programas ideologicamente voltados para a população, visando ao social, como se
essas ações, por si só, sem um agente para implementá-las, fossem suficientes para
garantir o voto do eleitor. Nas SDs seguintes, será possível identificar, em relação ao
referente do discurso, essa regularidade:
(SD 1)
Loc: [...] a construção de oito ginásios esportivos nas escolas. [...], a
retomada dos Jogos Abertos de Maringá, dos Jogos da Juventude e o início
das obras da Vila Olímpica e mais o início da reforma do Ginásio Chico Neto,
os dois campos de futebol [...], a compra do terreno do Brinco da Vila, a pista
de skate no Iguatemi e a construção do Complexo Esportivo Roberto Duque
da Rocha. [...]. Entre as ações que merecem destaque estão: a lei de
incentivo a cultura, a viação cultura, a reforma do Cine Teatro Plaza, a
implantação do projeto guri, as novas instalações dos museus, o ca do
teatro, o projeto arte sem barreiras e o auto de natal (HGPE/TV-25/10/04,
p.138).
(SD 2)
JL: prefeito nesse mandato nós tivemos a reforma da biblioteca do
mandacaru, tivemos a reforma do de um grande patrimônio da cidade de
Maringá o Cine Teatro Plaza. Tivemos o projeto guri [...] (HGPE/TV-
25/10/04, p.141).
(SD 3)
Loc: [...] Merecem destaque, a construção da Escola Paulo Freire, [...] o
Centro Municipal de Educação Infantil José Cláudio Pereira Neto, [...] a
distribuição de quinze mil kits escolares. Ao todo foram construídos dez
centros de educação infantil [...] vinte e duas escolas foram reformadas e
ampliadas. Isso possibilitou, ao todo, seis mil e quinhentas novas vagas. [...],
não apenas os educadores, mas todos os funcionários da secretaria de
educação participaram de cursos de formação e capacitação profissional
(HGPE/TV-26/10/04, p.144).
83
(SD 4)
Loc: [...] conclusão do Terminal Urbano e o início das obras do Novo Centro
[...], a conclusão e abertura do Aeroporto Regional de Maringá, o viaduto na
Guaipó, o início da construção da Vila Olímpica, a duplicação da Avenida
Gurucaia, a ampliação da rede de esgotos, a abertura do Hospital Municipal
vinte e quatro horas e a construção de trinta e oito mil metros quadrados de
escolas [...] (HGPE/TV-27/10/04, p.149).
(SD 5)
Loc: [...] o parto humanizado e a criação de duas policlínicas, [...] o programa
saúde da família. [...] a geração de mais de dezenove mil empregos
(HGPE/TV-28/10/04, p.155).
Percebemos que a apresentação das obras e dos projetos foi somente
nominal e imagética e, por isso, considerada ponto negativo para a campanha do
candidato, à medida que os sentidos foram constituídos a partir do pressuposto de
que o eleitor-telespectador teria conhecimento para compreender a importância
social da construção e da reforma de escolas, de postos de saúde e de centros
esportivos, por meio de uma referenciação exaustiva, bem como de projetos como a
viação cultura, o projeto arte sem barreiras e o projeto guri.
O candidato apresentou sua política de obras a um eleitor visto,
imaginariamente, como detentor do conhecimento necessário para saber sobre a
importância social desses projetos e, por isso, as apresentava, repetidamente, sem
uma explicação mais aprofundada do que se tratava. Além disso, ele não se mostrou
preocupado em deixar bem marcado na memória do eleitor que a reeleição
significava a continuação ampliada e melhorada desses projetos.
O discurso de JIC nos remete às formações imaginárias de Pêcheux (1997a)
que explica os lugares afísicos de processos discursivos determináveis pelo lugar
imaginário que locutor e interlocutor fazem de si, do outro e do objeto ocupado tanto
por si, quanto pelo outro. Dessa forma, as CP do horário eleitoral de JIC/PT
previram, imaginariamente, um eleitor inserido em um lugar de pleno conhecimento
do contexto político local, de forma que bastaria apresentar as obras sem se
preocupar em detalhar a que se referiam, produzindo efeitos de valorização da
quantidade em detrimento da qualidade das informações.
84
A apresentação nominal dos feitos da gestão do “prefeito-candidato” orientou
os sentidos de uma campanha idealizada para prestar contas ao eleitor, referente ao
período em que exerceu o cargo de prefeito. No entanto, nesse espaço discursivo, o
“prefeito-candidatoestava presentificado em uma cena enunciativa de conquista do
voto, por meio de um programa eleitoral cujo objetivo era a busca pela reeleição, em
vez de um programa de propaganda que enaltecesse os feitos de seu governo.
As SDs abaixo reafirmam que a instauração dos efeitos de sentido de lugar
discursivo de prefeito está nos processos de designação de seu próprio eu-agente
como ‘prefeitura’,administração’, ‘atual gestão’, ‘atual administração municipal’:
(SD 6)
Loc: para mostrar tudo que o governo popular fez pela educação, seriam
necessários bem mais que os dez minutos desse programa. Afinal essa é
uma das áreas em que a prefeitura se superou. [...] na atual gestão, o
apenas os educadores, mas todos os funcionários da secretaria de educação
participaram de cursos de formação e capacitação profissional (HGPE/TV-
26/10/04, p.131).
(SD 7)
JL: prefeito. Kit escolar, ginásio de esporte, sala de informática nas escolas.
[...].Como é que a prefeitura, administração conseguiu fazer tanta coisa?
(HGPE/TV-26/10/04, p.147).
(SD 8)
Loc: incentivar o esporte e lazer em Maringá sempre foi um compromisso da
atual administração municipal [...] (HGPE/TV-25/10/04, p.138).
Outro aspecto do HGPE/TV que reforçou esse item foi o uso regular dos
verbos no gerúndio, recurso que produziu efeitos de sentido de uma ação em curso
que justifica o predomínio discursivo do candidato a partir de uma posição-sujeito de
prefeito em detrimento da de candidato. Observemos as seguintes SDs:
(SD 9)
JL: prefeito, nesse mandato, s tivemos a reforma da biblioteca do
mandacaru, tivemos a reforma do de um grande patrimônio da cidade de
Maringá o Cine Teatro Plaza. Tivemos o projeto guri. Grandes projetos
foram desenvolvidos pra cultura. Eu sei que você tem uma preocupação, um
85
carinho especial pela cultura, por ser professor e pro próximo mandato, me
conte, é quais os planos? Quais os projetos pra cultura na cidade de
Maringá? (HGPE/TV-25/10/04, p.141).
(SD 10)
JIC: Jany, continuar com essa política [...] ouvindo sempre o conselho
municipal de cultura, ouvindo todos artistas e a população de Maringá nesse
setor da cultura [...] (HGPE/TV-25/10/04, p.142).
(SD 11)
JL: prefeito João Ivo, depois de tantas boas notícias, vamos falar sobre o
futuro? Quais os planos pra educação das crianças e jovens de Maringá?
(HGPE/TV-26/10/04, p.147).
(SD 12)
JIC: continuar investindo pesado na educação pública municipal. Ampliando a
rede, reformando [...], dando curso de aperfeiçoamento para os professores,
melhorando o salário quando possível [...] (HGPE/TV-26/10/04, p.147).
(SD 13)
JL: e a educação? Também? (HGPE/TV-28/10/04, p.158).
(SD 14)
JIC: também Jany. A educação vai continuar sendo prioridade no nosso
governo como está sendo nesse governo, vamos continuar construindo uma
escola pública, universal, gratuita, de qualidade pra todo mundo [...]
(HGPE/TV-28/10/04, p.158).
Registramos mais uma regularidade que mostra o discurso do lugar de
prefeito em detrimento do de candidato, pois os verbos ‘ouvindo’, ‘continuar
investindo’, ‘construindo’ e ‘fazendo’ revelam outros efeitos de sentido, o de que os
projetos de governo salientados estão sendo executados e terão prosseguimento na
segunda gestão. Além disso, quando JIC, na posição de sujeito-coletivo, enuncia a
continuação de uma política cultural, planejada em conjunto, ou seja, ouvindo as
pessoas a fim de realizar uma administração dentro do âmbito da coletividade,
geram efeitos de sentido de um homem assujeitado pela FD socialista.
86
3.1.3.2 Discurso racional e imagem despadronizada
Gomes (2004) esclarece que a personalização dos políticos é uma tendência
contemporânea das sociedades de massas democráticas ou não, que são atraídas
mais pela imagem do que pelo caráter dos seus possíveis representantes. Por isso,
os candidatos devem se apresentar com um discurso de caráter individualizado e
voltado para o eleitor na condição de pessoa particular, aspecto inobservável no
HGPE/TV do candidato petista.
Dessa forma, observamos, pelas cenas discursivas, que o “prefeito-candidato”
fez a apresentação das suas realizações de modo rápido e contínuo, pois sua
preocupação era informar o eleitor, passando rapidamente pelas obras realizadas no
seu governo, por meio do uso excessivo de termos técnicos e, possivelmente,
desconhecidos dos eleitores, tal como o ‘projeto guri’. Nesse caso, em vez de
apenas fazer referência ao projeto, o “prefeito-candidato” poderia ter usado uma
linguagem emotiva, acrescida com imagens, para explicar que se tratava de um
trabalho cujo objetivo era retirar as crianças carentes das ruas, oferecendo-lhes
aulas de música.
Observemos as seguintes SDs para dar prosseguimento à análise:
(SD 1)
JIC: [...]. Fazer piscinas aquecidas, cobrir ginásio de esporte, [...] construir a
pista de skate ali na Vila Olímpica, fazer um grande centro esportivo. [...
]
fazer
pista de caminhada, recuperar os Jogos Abertos de Maringá [...
]
(HGPE/TV-
25/10/04, p.139).
(SD 2)
JIC: [...]. Nós vamos atender o que o povo pediu. [...] é aquecer as piscinas
do centro esportivo, [...], é construir a pista de skate ali na Vila Olímpica, fazer
o centro, um grande centro esportivo de esporte, e lazer e cultura. [...], é
investir pesado no esporte de Maringá (HGPE/TV-25/10/04, p.141).
(SD 3)
JIC: [...] terminar o Hospital Municipal, é reformar e ampliar todos os postos
de saúde [...] (HGPE/TV-28/10/04, p.158).
87
A materialidade lingüística não instaurou efeitos de sentido de um “prefeito-
candidato” que se colocou como mentor intelectual das obras suscitadas. Nesse
caso, tanto o eleitor quanto o candidato estavam diluídos em propostas elencadas
pelos verbos sem um agente particularizado, enunciado de um lugar que o
assume a responsabilidade pelas propostas de governo. A preocupação, na
montagem do programa, estava somente em destacar os aspectos físicos das obras,
sem apontar o impacto social, bem como seu significado para a comunidade.
Percebemos, igualmente, a falta de preocupação para com a valorização da
imagem do candidato, exposta de forma despreocupada em sua fala e em seus
gestos. Em um quadro de entrevista realizado pela apresentadora Jany Lima, o
candidato, com freqüência, dirigia seu olhar para a entrevistadora, em vez de
reportar-se ao telespectador, ou seja, não houve contato visual, portanto essencial,
com o eleitor, o que demonstrou efeitos de sentido de insegurança e de incerteza.
Outros dados concernentes ao modo imagético do programa eleitoral de
JIC/PT foram observados, tais como: a repetição de imagens, a estrela – símbolo do
PT como pano de fundo no cenário de estúdio do programa, a vinheta de abertura
que valorizou a imagem da cidade em computação gráfica, em vez da do candidato,
a apresentadora, com aspecto e linguagem jovial e descontraído
7
, que, por um lado,
poderia atrair o eleitorado jovem ou, por outro, deixar transparecer a possibilidade de
pouca seriedade, algo considerado negativo para uma campanha eleitoral.
Percebemos que as imagens externas das obras realizadas durante o
governo de JIC/PT foram sempre as mesmas e causaram uma certa monotonia nos
eleitores-telespectadores os quais, impregnados pelo tom espetacularizado e
novidadeiro dos MCM, cansaram de ver as imagens repetidas de escolas, do
terminal rodoviário urbano e das cenas esportivas.
O cenário do estúdio no qual foram gravados a apresentação inicial dos
programas e o quadro de entrevista entre a apresentadora e o candidato foi
decorado com a estrela do PT em tamanho grande e em vermelho em tonalidade
forte, aspecto considerado negativo para os eleitores conservadores e impregnado
pela memória de um já-dito em que ainda vêem o vermelho como símbolo do
comunismo e o fim do direito de propriedade. Ou seja, valorizou-se a estrela do
7
Jany Lima apresentou-se no HGPE/TV com frases que remetiam a uma geração jovem e
descontraída, como: “coisa boa né!”, “mandou bem Frambel”, “olá pessoal!”
88
partido em detrimento das pessoas e das particularidades culturais e econômicas da
cidade.
3.1.3.3 Gestões passadas: uma abordagem indireta
A campanha de JIC foi construída com base no período em que ele esteve na
prefeitura (por meio da prestação de contas da sua gestão) e em relação ao futuro,
caso conseguisse a sua reeleição. Seu trabalho não foi pautado em comparações
entre o seu governo e as gestões anteriores, com o intuito de apresentar, ao eleitor-
telespectador, as modificações ocorridas em quatro anos, principalmente na
educação, o carro-chefe do seu governo. As SDs abaixo mostram que, diante de um
discurso pautado em uma FD situacionista, as críticas ao adversário foram feitas de
maneira indireta no HGPE/TV da semana analisada:
(SD 1)
FC: [...]. Maringá já teve um prefeito que privatizou as escolas públicas. O que
parecia uma idéia milagrosa mostrou ser um absurdo, como se não bastasse
esse mesmo ex-prefeito ainda acabou com o plano de carreira dos
professores municipais (HGPE/TV-26/10/04, p.144).
(SD 2)
FC: Muita gente não sabe, mas um ex-prefeito de Maringá, com apenas uma
canetada, provocou um rombo maior que o causado pelo esquema Paolicchi.
Foi quando o ex-prefeito acabou com a trimestralidade dos servidores
municipais de Maringá (HGPE/TV-28/10/04, p.155).
(SD 3)
E: [...]. Ah, o salário também melhorou né, nas outras gestões não tivemos
né, reajuste nenhum, ele vem fazendo o possível né, [...]. Pagamento tudo em
dia, férias, décimo terceiro tudo em dia, enquanto nas outras gestões a gente
entrava de rias e ia receber dois três meses depois (HGPE/TV-28/10/04,
p.156).
89
(SD 4)
T: antigamente era em cima de caminhão, então não tínhamos condições de
ir que chegava com as ferramentas.[...]. Antigamente almoçava na rua [...]
(HGPE/TV-28/10/04, p.157).
Percebe-se que as referências às administrações anteriores foram feitas de
maneira indireta, sem nomear seus administradores, em um cenário social em que
eleição significa jogo, cujo vencedor é aquele que obtém o maior número de votos.
Esse detalhe importante foi apresentado no HGPE/TV de JIC por meio dos
comentários comparativos de Frambel Carvalho e de funcionários da prefeitura no
quadro de depoimentos de apoio. No entanto isso ocorreu sem apresentação
imagética comparativa alguma do ‘antes’ e do ‘depois’, para que o eleitor notasse a
diferença e a importância social das obras, repetitivamente, elencadas.
A referência crítica a governos anteriores também foi feita de forma indireta,
ou seja, sem a nomeação direta e a apresentação de imagens passadas em
contraste com as atuais. As críticas reportaram-se aos familiares de SB, os quais
fizeram parte de duas gestões
8
locais e agora fazem parte das instâncias estadual e
federal, representando a região de Maringá.
Ao analisarmos as CP, percebemos que o comentário de Frambell Carvalho
se refere a Ricardo Barros, irmão do candidato, e que a forma como ele foi citado no
programa eleitoral não produziu o resultado esperado, ou seja, o eleitor não foi
capaz de perceber que a possível volta de integrantes dessa família poderia
provocar o retorno dos mesmos problemas, bem como o adiamento de sua solução.
3.1.3.4 Pedido de votos
Os pedidos de votos se constituem em um dos principais elementos de uma
campanha eleitoral. Nessa regularidade, observamos que, no programa de JIC, eles
8
A família Barros esteve na prefeitura de Maringá por dois mandatos: o primeiro foi no período de
1973 a 1977, exercido por Silvio Magalhães Barros/pai, e o segundo, no período de 1989 a 1992,
por Ricardo Barros.
90
foram parcos, discretos e desvinculados do aspecto pessoal, se comparados com os
do concorrente SB, conforme observamos nas SDs expostas abaixo:
(SD 1)
JIC: [...] nesse dia trinta e um de outubro vote treze para que a gente possa
continuar juntos construindo uma cidade, uma Maringá para todos (HGPE/TV-
28/10/04, p.155).
(SD 2)
JIC: Venham votar! Vote você, a sua família, seus vizinhos para continuarmos
juntos construindo uma cidade para todos, na paz e na justiça.Vote e peça
mais um voto. Eu conto com você! (HGPE/TV-29/10/04, p.165).
(SD 3)
JIC: domingo dia trinta e um de outubro, eu peço a você que vote treze, vote
João Ivo para que a vitória do povo de Maringá aconteça [...] (HGPE/TV
29/10/04, p.163).
(SD 4)
FC: É por isso que João Ivo pede o seu voto de confiança para seguir à frente
da prefeitura nos próximos quatro anos (HGPE/TV-28/10/04, p.156).
(SD 5)
PA: Por isso no dia trinta e um, vote no treze, que João Ivo continue bem
governando Maringá [...] (HGPE/TV-25/10/04, p.142).
(SD 6)
A: [...] Tudo isso eu devo ao João Ivo se não fosse ele teria a gente não teria
aquele hospital maravilhoso lá, você o acha?Por isso que eu peço bis pro
Ivo! (HGPE/TV-27/10/04, p.151).
(SD 7)
Pt. R: [...] Para que possamos continuar é fundamental o seu voto, o voto pela
ética, pela honestidade, pela confiança, o voto pela vida (HGPE/TV-29/10/04,
p.164).
(SD 8)
OP: [...] Dia trinta e um de outubro, vote treze, eleja João Ivo para prefeito de
Maringá (HGPE/TV-27/10/04, p.153).
91
O pedido de voto no programa de JIC foi ora silenciado, ora explicitado. Como
primeira alternativa, dizemos que foi silenciado na apresentação de um plano de
governo dado como continuação dos projetos em andamento, como sinônimo da
certeza do voto da maioria dos maringaenses que o reelegeria para a próxima
gestão.
Embora o candidato petista também tenha feito o pedido de votos
pessoalmente a um eleitor específico ‘você’, a regularidade desse ato se deu pelos
participantes do programa ou pelo próprio candidato, mas de maneira indireta, como
convite, no número treze ou no jingle de abertura “eu peço bis”, disposto abaixo, que
instaura efeitos de repetição, um aspecto marcante na continuidade do projeto de
governo do candidato e também no pedido, outra vez, do voto do eleitor:
(SD 9)
Jingle: eu peço bis, Maringá do nosso jeito, eu peço bis, Maringá pra todos
nós, eu peço bis, João Ivo prefeito, Maringá mais feliz, João Ivo prefeito,
Maringá mais feliz (HGPE/TV-25/10/04, p.138).
3.1.4 As Relações Interdiscursivas dos Apoios Políticos
Dentro da linha teórica desenvolvida pelo marketing eleitoral, Gomes (2004)
afirma que a primazia da conquista de votos está no modo como o eleitor é
persuadido. Para isso, diversas estratégias são colocadas em funcionamento ao
transmitir HGPE/TV, dentre as quais, a busca por alianças políticas para fortalecer a
candidatura e ampliar o mero de votos. Essa praxe foi também observada no
horário eleitoral dos dois candidatos desde o primeiro turno, quando alianças
partidárias formaram coligações como a de João Ivo ‘Maringá para todos’ e a de
Silvio Barros – ‘Gente de Maringá’.
Como nossa análise se refere à última semana que antecede a votação do
segundo turno, consideramos que os apoios políticos foram um dos aspectos
relevantes para a decisão final, concedendo a vitória a SB/PP e a derrota a JIC/PT.
92
Dessa forma, cabia aos candidatos buscar os eleitores que votaram em outros
candidatos, pois desse processo ocorreria a diferença vitoriosa.
No entanto, logo após os resultados do primeiro turno, começou a busca,
entre os dois candidatos vencedores, para conseguirem o maior número de apoios
políticos. SB, além do apoio declarado de seus familiares, desde o início da
campanha, também o teve do Deputado Estadual Luiz Nishimori e do Senador
Osmar Dias. Além desses, também recebeu apoio do ex-candidato a prefeito, Edmar
Arruda, da maioria dos vereadores eleitos, de parte dos integrantes voluntários da
pastoral da saúde e também de prefeitos da região metropolitana de Maringá. No
entanto o apoio de maior relevância para o candidato pepista foi o da família de José
Cláudio.
Por outro lado, o candidato da situação também recebeu, logo após o
resultado do primeiro turno, ainda no ginásio de esportes Chico Neto, o apoio do
candidato derrotado, Wilson Quinteiro, detentor de 4,58% dos votos válidos. Outras
manifestações de apoio, como a do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da
Silva, a do Governador do Estado, Roberto Requião, e a do Dr. Batista foram
ocorrendo durante a última semana de campanha eleitoral que antecedia ao pleito.
Observemos, nas SDs abaixo, os depoimentos de apoio do Presidente e do
Governador, respectivamente:
(SD 1)
L: te desejo que você seja eleito prefeito de Maringá... (HGPE/TV-26/10/04,
p.148).
(SD 2)
RR: e é o meu candidato... (HGPE/TV-28/10/04, p.159).
Nossa análise aponta que a forma como foram apresentados no HGPE/TV, e
os apoios oferecidos por Lula e Requião a JIC/PT instauraram efeitos negativos nos
resultados das eleições. O apoio do Presidente da República aconteceu em um
momento histórico e político que revelava uma certa insatisfação dos eleitores em
relação a sua política, fato que pode ter influenciado negativamente os indecisos.
Além disso, consideramos que a forma apresentada foi improdutiva no quesito
93
efeitos persuasivos e pouco contribuiu para ajudar na decisão dos eleitores o-
petistas, que assistiram a um simples cumprimento e ao desejo de que o candidato
fosse eleito, ou seja, o apoio de Lula foi apresentado de uma maneira simplória,
dada a importância deste para o candidato.
O governador do estado do Paraná, Roberto Requião, que também
manifestou apoio ao candidato da situação, apresentou-se no programa eleitoral nos
mesmos moldes do apoio de Lula, segundo o nosso ponto de vista. Essa foi a única
manifestação direta de apoio do governador, registrada na última semana do
programa eleitoral do segundo turno. Além da maneira pouco persuasiva com que
Requião participou do programa, houve um paradoxo em relação ao primeiro turno:
ele havia apoiado o candidato Edmar Arruda, que se tornou um dos principais
aliados de SB/PP no segundo turno, fato que também pode ter prejudicado os
resultados do candidato petista.
No que concerne ao apoio do governador, percebemos outro fato que
contribuiu, negativamente, para os resultados de JIC. Trata-se do funcionamento de
meio expediente da prefeitura, aproveitado pelo programa eleitoral da oposição para
mostrar uma entrevista em que Requião se manifesta contrário a esse horário,
conforme podemos observar no enunciado abaixo, retirado do horário eleitoral de
SB/PP:
(SD 3)
RR: ... conversa de fechar a prefeitura por meio expediente. Prefeitura de
meio expediente tem meio prefeito (HGPE/TV-27/10/04, p.180).
A oposição de JIC/PT fez um retorno à memória discursiva e contextualizou o
discurso do governador em uma gravação de entrevista que não mencionou as CP
em que ela ocorreu, mas produziu deslizes de sentido pelo apoio de Roberto
Requião ao “prefeito-candidato”, uma vez que, na administração petista, por motivo
de contenção de despesas, a prefeitura somente era aberta ao blico no período
das 12h às 18h. O horário estabelecido pela administração petista serviu para a
elaboração de uma das propostas de campanha de SB, que era em abrir o paço
municipal durante todo o expediente.
94
Nessa relação interdiscursiva em que o discurso do outro se presentifica,
havia um nome de peso para costurar uma possível aliança: Dr. Batista, candidato
que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, obtendo 21,46% de votos válidos. Seu
apoio representava uma parcela importante do eleitorado maringaense e poderia ser
decisivo para a vitória de um dos candidatos no segundo turno. Após três semanas
de expectativa, na última semana que precedia o pleito, a mídia local e o horário
eleitoral divulgaram que o apoio de Batista iria para o candidato da situação, JIC/PT.
Além disso, seu depoimento de apoio revelou que não se tratava de uma atitude
voluntária, mas de uma decisão do seu partido, conforme percebemos nesta SD:
(SD 4)
Dr. B: o PTB seguindo a linha do governo federal e do governo estadual, este
alinhamento fez com que nós em Maringá, que fizemos, aproximadamente,
trinta e oito mil votos no primeiro turno, não tivemos a felicidade de chegar ao
segundo turno, mas estamos apoiando o prefeito João Ivo Caleffi, pedindo o
seu voto para que ele realmente possa dar continuidade ao trabalho que está
fazendo na cidade de Maringá (HGPE/TV-26/10/04, p.148).
A cinco dias da decisão nas urnas, iniciava-se uma nova fase da campanha,
período de desconforto e de boatos tanto da oposição quanto dos eleitores. Esses
boatos diziam respeito ao apoio tardio do Dr. Batista, apenas na última semana da
campanha, o que o tornava inviável por diversos motivos: devido à campanha
anterior, ao apoio pré-determinado pelo seu partido, à maioria dos vereadores do
partido de Batista ter optado pelo apoio ao candidato concorrente e à parte do seu
eleitorado, como alguns integrantes da pastoral da saúde, os quais concordaram e
cederam imagens e discursos de apoio a SB, por duas vezes apresentados no
horário eleitoral pepista.
Esse apoio de Batista, considerado solitário, tornou-se ponto negativo para
JIC e positivo para SB, que soube utilizar desse momento para conseguir apoio até
dos eleitores fiéis de Batista, como os integrantes da pastoral da saúde. Além disso,
na campanha eleitoral de 2000, Dr. Batista fora o principal concorrente de José
Cláudio contra o qual utilizou uma estratégia de campanha inconveniente, afetando
a integridade moral do candidato. Esse fato, nesta campanha, gerou
descontentamento tanto de alguns integrantes do PT quanto dos familiares de Jo
Cláudio, que apoiaram SB. A partir desse apoio, o HGPE/TV do candidato pepista
95
utilizou o discurso de apoio dos vereadores do partido de Batista para estabelecer
efeitos negativos contra JIC, conforme as SDs retiradas do HGPE/TV do candidato
pepista SB:
(SD 5)
SM: maioria dos candidatos a vereador do Batista apóia Silvio (HGPE/TV-
28/10/04, p.183).
(SD 6)
CF: a maioria dos candidatos a vereador do PTB e do PFL que apoiaram
Batista, também está com Silvio (HGPE/TV-28/10/04, p.187).
(SD 7)
Loc: nós vereadores e suplentes pelo PTB estamos com o Silvio onze,
porque acreditamos que é o melhor pra Maringá (HGPE/TV-28/10/04, p.187).
(SD 8)
Rp: todas as pessoas que fazem parte da pastoral da saúde, estão com a sua
decisão, ou seja, de apoiar o Silvio Barros (HGPE/TV-27/10/04, p.177).
(SD 9)
D: eu falo por mim e por todas as minhas amigas que estão aqui, que votaram
no Doutor Batista no primeiro turno e agora são Silvio Barros (HGPE/TV-
27/10/04, p.177).
(SD 10)
Rp: doutor Batista teve o seu voto no primeiro turno? Ap.: teve, mais que
agora eu sou Silvio, mais ó, Silvio mesmo (HGPE/TV-27/10/04, p.178).
Dentro da problemática que alguns discursos de apoio significaram para a
campanha de JIC/PT, entendemos que o dos familiares de José Cláudio ao
adversário foi relevante para a derrota do “prefeito-candidato”. A família Pereira que,
desde o primeiro turno, apoiou o candidato Edmar Arruda, em momento algum
demonstrou qualquer apoio àquele que foi o vice de José Cláudio. Foi uma atitude
que contribuiu para denegrir a imagem do petista e favoreceu, de forma positiva, a
campanha eleitoral de SB/PP, que soube valorizar esse apoio a seu favor. Segue a
SD da mãe de José Cláudio no HGPE/TV de SB:
96
(SD 11)
MAP: no primeiro turno, nós apoiamos Edmar Arruda, eu e minha família. No
segundo turno, junto com Edmar Arruda e a minha família estamos apoiando
Silvio Barros, porque achamos nele uma pessoa competente, séria, íntegra
que preparado para ser o prefeito de Maringá [...] (HGPE/TV-26/10/04,
p.173).
(SD 12)
MAP: [...]. O meu filho, ele é é foi, ele é honrado pelo povo de Maringá que
ama ele, mas pelos companheiros deles foi esquecido. Até nas obras que ele
construiu. Eu e minha família confiamos no Silvio. No Silvio, vocês podem
confiar (HGPE/TV-26/10/04, p.174).
Esses testemunhos acompanhados da imagem de toda a família de Jo
Cláudio foram uma surpresa para o eleitorado que esperava que esse apoio fosse
dado a JIC/PT. Outro aspecto observado em relação ao adversário SB/PP foi o
apoio dos prefeitos da região de Maringá. JIC/PT apenas mencionou o apoio dos
prefeitos da região, sem, no entanto, nomeá-los, conforme a SD abaixo:
(SD 13)
JIC: [...] enfim muitos apoios em Maringá e dos prefeitos da região. Essa
semana eu recebi o apoio de quase vinte prefeitos da AMUSEP
9
[...]
(HGPE/TV-29/10/04, p.162).
Para o candidato, essa informação rasa seria suficiente para os eleitores
entenderem a importância da interação política regional. No entanto houve falhas
nas estratégias de marketing utilizadas; sem uma preocupação em apresentar e
explicar para os eleitores-telespectadores o que significaria para Maringá essa
interação política regional. O concorrente SB, todavia, apresentou os prefeitos, bem
como seus testemunhos. Verifiquemos as SDs do apresentador do programa de
SB/PP e dos prefeitos da região:
9
Amusep – Associação Municipal do Setentrião Paranaense.
97
(SD 14)
SM: um grupo de prefeitos eleitos se reuniu ontem com o Silvio pra discutir
soluções conjuntas para os municípios da região metropolitana (HGPE/TV-
27/10/04, p.179).
(SD 15)
ACG: apóio Silvio porque é a melhor opção para Maringá e para toda a nossa
região metropolitana (HGPE/TV-27/10/04, p.179).
(SD 16)
JRL: estamos com Silvio por acreditar que é o mais qualificado para
administrar a cidade de Maringá (HGPE/TV-27/10/04, p.179).
(SD 17)
ACZ: apoiamos Silvio por se tratar da pessoa com mais capacidade para
administrar os destinos de Maringá (HGPE/TV-27/10/04, p.179).
Percebemos que o discurso dos prefeitos da região, que se dispuseram a
apoiá-lo, foi apresentado pelo candidato SB para instaurar os efeitos de sentido de
que o candidato teria força política para trabalhar em conjunto, o que facilitaria o
diálogo nas instâncias estadual e federal para trazer recursos para Maringá e região
metropolitana, aspecto não trabalhado por JIC, que não explorou os apoios
recebidos dos prefeitos para os eleitores-telespectadores.
3.2 AS REGULARIDADES DISCURSIVAS DO CANDIDATO PEPISTA SB
O horário eleitoral oposicionista foi apresentado mediante um plano de
marketing planejado para vencer as eleições municipais por meio da promoção
pessoal do candidato SB, construída pelo discurso individualizado, pautado na
competência e na experiência.
Além disso, valorizou-se o caráter espetacularizado da mídia televisiva com
programas repletos de jingles diversos diferenciados, frenéticos e empolgantes que
persuadiam o eleitor, a cada segundo. As imagens variadas do candidato sorrindo,
cumprimentando e abraçando as pessoas, a serenidade e o leve sorriso com que se
98
dirigia ao eleitor, o envolvia em um espaço de intimidade mostrado pelo close da
câmera.
A agenda temática do programa eleitoral foi desenvolvida a partir dos
seguintes itens registrados abaixo:
25/10/04: apresentação do currículo pessoal;
26/10/04: apoio político, depoimento popular e crítica ao adversário;
27/10/04: apoio político, propostas de campanha, depoimento popular e
resultado de pesquisa;
28/10/04: homenagem ao servidor público, história de SB/pai, apoio
político e resultado de pesquisa;
29/10/04 (tarde): apoio do comunicador Pinga-Fogo, propostas de
campanha, depoimento popular e pedido de votos;
29/10/04 (noite): palavras finais e despedida.
O desenvolvimento do horário eleitoral de SB foi realizado a partir das
seguintes linhas programáticas: em todos os programas havia jingles e slogans
diferenciados para cada temática. No primeiro e no último dia, o programa foi
planejado tendo o candidato como o protagonista de um discurso calmo, persuasivo
e com uma aparência bem construída. Nos demais dias, o programa foi em estilo de
telejornal, no qual foram trabalhados depoimentos, propostas de campanha,
resultados de pesquisas, críticas ao adversário e pedidos de votos.
A análise das regularidades discursivas do programa eleitoral de SB/PP será
desenvolvida sob três perspectivas que comprovam o processo de identificação do
candidato com o povo de Maringá, perpassado por toda a produção do programa
eleitoral: discurso afirmativo de que é gente de Maringá, cena enunciativo-discursiva
de ethos competente e embricamento das FDs: religiosa, histórica, esportiva e
política.
99
3.2.1 O Processo de Identificação com o Maringaense
Uma das regularidades observadas no programa de SB/PP foi a afirmação
contínua de que era gente de Maringá, aspecto também observado nos seus
opositores políticos como ponto negativo, uma vez que o candidato nasceu e
estudou em Maringá e, após ter concluído o curso de graduação em Engenharia
Civil, saiu da cidade e se estabeleceu em outros lugares para trabalhar e ampliar sua
qualificação.
Maingueneau (2005b) afirma que o discurso segundo se constitui contra o
discurso primeiro, de forma que o Outro é considerado simulacro para ser anulado.
Nesse caso, observamos que SB/PP, bem como a oposição, utilizou as mesmas
posições enunciativas de que esteve ausente de Maringá, mas para se qualificar e
voltar apto ao exercício de governar a cidade.
No entanto o que se previa aparecer de forma negativizada sobre o candidato
SB estar afastado de Maringá e, por isso desconhecer os problemas da cidade
foi valorizado na sua campanha, sob a justificativa de buscar, fora do reduto
maringaense, o conhecimento e a experiência necessários para administrar a cidade
com eficiência e com competência.
Percebemos que o enunciado gente de Maringá’ perpassou toda a estrutura
do programa de SB, inclusive nos jingles que apresentaram o efeito mais persuasivo
de identificação, porque eram apresentados com uma série de imagens de
gente/pessoas de Maringá. Em um contraponto, enquanto JIC procurava se
identificar com o eleitor pela estrela vermelha e pela enunciação coletiva do seu
partido, SB optou por um processo de identificação individual com a gente de
Maringá, apresentado em todos os quadros do seu programa eleitoral. Os jingles são
uma marca, bem planejada, dessa identificação, as quais foram cantarolados até por
crianças, conforme apresenta o HGPE/TV de 27/10/04. Observemos a SD seguinte:
(SD 1)
Jingle 1: Silvio Barros vote onze, é gente de Maringá. Silvio Barros
construindo, a cidade evoluindo, todo mundo vai ganhar. [...] (HGPE/TV-
25/10/04, p.166).
100
De maneira geral, o jingle (SD 1) foi transmitido no início do programa, de
forma ágil e bem sintonizada com a linguagem televisiva. Era apresentado em um
tempo aproximado de 36 segundos, sendo reservada uma imagem diferenciada do
candidato para cada segundo, em rápido impacto, sorrindo, cumprimentando e
abraçando figuras humanas dentro de um equilíbrio de perfil físico, ou seja, adultos,
velhos, jovens, homens, mulheres, brancos, negros, operários, deficientes e,
principalmente, crianças. Observamos que as imagens veiculadas nos jingles foram
recheadas com presença de pessoas conhecidas, oriundas do meio social e
midiático
10
, que poderiam ter assegurado ao candidato tanto o apoio político quanto
a posição de ser gente de Maringá.
Outra justificativa que o candidato utilizou para instaurar efeitos de sentido
com a gente de Maringá foi por meio do processo de identificação com os eleitores
que possuem parentes ou amigos que trabalham ou estudam em outra região.
Observemos a SD abaixo:
(SD 2)
SB: [...] Mas eu primeiro quero começar dizendo um pouco da minha
indignação com essa história que tantas pessoas têm me encontrado na rua e
dito que é gostaria de votar em mim, mas eu não sou daqui. [...]. Eu
indignado pelas famílias dos pioneiros de Maringá que os filhos tiveram que
sair daqui e hoje, quem sabe, tão trabalhando numa fábrica como operário no
Japão, quem sabe como garçom de restaurante na Inglaterra ou na Espanha,
ou quem sabe fazendo um serviço doméstico nos Estados Unidos. Pessoas
que não tiveram, na nossa cidade, a oportunidade de trabalhar, mas que
mesmo longe, todo mês mandam o dinheiro que eles ganham de volta pra
cá e sonham com o dia que eles vão chegar pra morar de novo na sua cidade
e a minha indignação é porque eles o ficar muito decepcionados quando
chegarem aqui e souberem que não o mais maringaenses. A sua cidadania
foi cassada, [...]. Isso, obviamente, se aplica também a jovens que foram
estudar fora. Fizeram seu curso, fizeram mestrado, fizeram doutorado e que
voltam pra nossa cidade qualificados, preparados pra prestar um bom serviço
pra, pros seus concidadãos né, e descobrem que não são mais
maringaenses (HGPE/TV-25/10/04, p.166).
O candidato pepista encontrou argumentos que justificaram seu tempo fora de
Maringá, provocando uma alteração de valores entre o seu enunciado e o da
10
O cantor Tinoco, autoridades políticas: Osmar Dias, Ricardo Barros, Cida Borghetti, Edmar Arruda
e os vereadores: Bravin, Edith Dias e Márcia Socreppa.
101
oposição. Para isso, o candidato operou com uma estratégia altamente persuasiva,
no sentido de fazer que os eleitores maringaenses se identificassem com ele, por
intermédio das pessoas que também saem de Maringá e vão para outros lugares em
busca de trabalho e de qualificação profissional.
O pepista, simultaneamente, pôde se inserir no mundo do eleitorado e
promover a desconstrução do discurso do adversário, enquanto se fortaleceu como
‘aquele que foi e voltou preparado para administrar a cidade’. Nesse sentido, o
candidato abordou a questão da imigração de uma maneira global para se inserir
nesse meio de forma que aqueles que vão para outros países continuam
contribuindo para o crescimento da cidade e que, em seu caso particular, a
colaboração seria dada com a experiência adquirida, a qual poderia ser utilizada em
prol dos munícipes, se o candidato assumisse a cadeira do executivo municipal.
SB se colocou ao lado de grande parcela da população que sai em busca de
conhecimento e de recurso para uma possível melhora de vida. Dessa forma, o que
poderia ser negativizado, colocando o candidato como ‘o forasteiro que passou parte
de sua vida fora do contexto maringaense’, acabou sendo positivizado por ele ao
afirmar que esteve fora de Maringá para se qualificar e voltar pronto para governá-la.
Na visão de Maingueneau (2005b), a verdade do Mesmo se configura a partir
do Outro, por meio de uma enunciação dita anteriormente. Isso nos leva a crer que
estamos diante de duas FDs divergentes: uma da situação e outra da oposição e
cada qual cita o Outro a partir de sua perspectiva. Desse modo, não foram os
argumentos de SB/PP que convenceram o eleitor, mas sim os sentidos dispostos na
sua enunciação, os quais fizeram que o eleitor concordasse com a situação em que
os enunciados aconteceram.
Nessa outra SD, encontramos mais uma justificativa utilizada pelo candidato
para se identificar como gente de Maringá:
(SD 3)
SB: [...]. A foram a Manaus procurar, na Junta Comercial, provas e não
encontraram absolutamente nada. Todos os meus negócios estão aqui em
Maringá. A única coisa valiosa pra mim que está em Manaus é a minha
filha Ana Teresa de nove aninhos (HGPE/TV-29/10/04, p.196).
102
Conforme afirma Charaudeau (2006), o político, para ser aceito pelo maior
número possível de eleitores, trabalha com os lados político e privado e, inclusive,
com valores contraditórios. Observamos isso na SD 3, quando o candidato, para se
garantir como gente de Maringá, afirma que todos os seus negócios estão em
Maringá, mas, em contrapartida, a sua filha está em Manaus. Nesse caso, houve um
deslize no discurso do candidato, pois, se a sua filha menor está na referida cidade,
tida, pela oposição, como reduto de seus negócios, mas negada por SB, poderia ser
em decorrência de ter algum vínculo estabelecido com aquela região.
Outro aspecto observado como garantia de que o candidato era gente daqui
está na presença de sua mãe, D. Bárbara, como base estrutural da família Barros,
que se manteve morando na cidade e sempre exerceu um importante papel na
carreira política da família. Para tanto, ela foi uma das protagonistas no horário
eleitoral do seu filho, com relatos importantes no quadro da história fundadora da
família, como pioneiros e iniciantes na carreira política, e também no final do
programa, para relatar a educação dada aos filhos.
3.2.2 A Cena Enunciativo-Discursiva: o Ethos da Experiência e da Competência
Uma disputa política é regida sob as coerções de uma cultura vigente em que
os eleitores valorizam a experiência profissional, a qualificação e também o poder
aquisitivo dos candidatos na hora da escolha. Essa foi uma regularidade observada
no horário eleitoral de SB/PP, que se preocupou em passar uma auto-imagem de
candidato ideal por ter os requisitos que o qualificavam para o exercício do cargo de
prefeito. Observemos as SDs que se referem a essa temática:
(SD 1)
SB: gente, nós estamos entrando na última semana da eleição e eu sinto a
necessidade de dizer pra você quem é o Silvio Barros. [...] Gente essa é a
experiência que eu quero colocar a serviço da minha cidade [...] (HGPE/TV-
25/10/04, p.166).
103
(SD 2)
SB: Eu sou maringaense, nascido e criado nessa cidade, estudei aqui, fui me
qualificar e me sinto perfeitamente qualificado para exercer o cargo mais
importante dessa cidade, o cargo de prefeito (HGPE/TV-25/10/04, p.167).
(SD 3)
SB: Eu também queria dizer a vocês que tive a oportunidade de trabalhar e
desempenhar o meu, meu trabalho em, em universidades dos Estados
Unidos, fiz palestras em vários lugares do mundo pra atrair investidores pra
cá, acompanhei comitivas do presidente Fernando Henrique é como
palestrante para atrair turistas e para trazer pessoas que pudessem investir
na nossa infra-estrutura aqui no Brasil (HGPE/TV-25/10/04, p.168).
(SD 4)
SB: [...] fazer aqui em nossa cidade o que eu fiz em várias cidades do Brasil,
que foi organizar empresários do setor de turismo, pra gerar emprego, pra
gerar renda, pra gerar atividade econômica na cidade [...] (HGPE/TV-
25/10/04, p.168).
(SD 5)
SB: gente, o prefeito tem que ter sensibilidade pra perceber as necessidades
da população, tem que ter competência e capacidade para encontrar a
solução do problema e precisa ter firmeza na hora de tomar a decisão.[...].
(HGPE/TV-27/10/04, p.180).
Na concepção de Charaudeau (2006), o político, para ser digno de crédito,
deve construir uma identidade discursiva que corresponda, entre outras, a um ethos
pautado na competência abstraída do conhecimento e da experiência para exercer a
atividade política.
Para Maingueneau (2005a), o texto é a enunciação destinada a estabelecer
uma relação de sentido entre enunciador e enunciatário. O enunciador se
caracteriza como elo interativo da instituição discursiva que implica a configuração
de papéis e de lugares que se legitimam em conformidade com o suporte material e
a um modo de circulação específico, tal qual o HGPE/TV.
Nessa perspectiva teórica, o candidato, enquanto enunciador, escolheu uma
coleção de papéis para si e direcionou ao eleitor para que este pudesse incorporar a
cenografia preestabelecida por sua agência de marketing que, por meio de uma
pesquisa, criou um cenário aceitável pela maioria do eleitorado. A valorização da
104
imagem do candidato se deu por meio de manobras discursivas obtidas de um
conjunto de estratégias político-eleitorais, mediante processo de interação virtual
com o eleitor, por intermédio da produção de efeitos de intimidade.
O candidato SB se dirigiu ao eleitor de forma particularizada por meio do
vocativo ‘gentee pelo pronome pessoal ‘você(s)’, o que poderia ter instaurado um
ethos íntimo, popular e necessário, diminuindo o distanciamento existente entre o
político e o eleitor no pós-eleição e produzindo efeitos de sentido de homem
acessível.
Maingueneau (2002) afirma que a noção de ethos compreende as dimensões
vocal, física e psíquica que levam a caracteres denominados de caráter e
corporalidade. Nesse sentido, o candidato se apresentou de modo persuasivo pelos
lados verbal e imagético a partir de instâncias encarnadas em um papel denominado
fiador, que autoriza o enunciador a dizer da forma como diz, como resultado da
representação de um corpo que se veste e se movimenta no espaço.
Essas idéias foram direcionadas para a nossa análise porque, além da auto-
valorização profissional, o candidato também valorizou sua imagem física na
apresentação, por meio de vestimentas bem combinadas, de corte de cabelo
moderno e de falar brando e de gestos atenuados desenvolvidos de acordo com as
coerções preestabelecidas pelo marketing eleitoral que determina o modo como o
sujeito deve se mover no espaço midiático. Nesse caso, a maioria do eleitorado,
enquanto co-enunciador, foi capaz de incorporar o ethos do discurso do candidato,
pois foi convencido de que SB/PP poderia ser o melhor para governar Maringá,
concedendo-lhe a vitória na disputa eleitoral. Dessa forma, pela junção de
enunciados e de imagens, o candidato legitimou a credibilidade de sua fala perante
o eleitor.
O candidato, ao contrário do seu concorrente, estabeleceu um ethos a partir
de uma posição-sujeito individual, por meio de uma regularidade com o pronome ‘eu’
e os verbos em primeira pessoa, os quais individualizaram seu método de
campanha, sem vínculo partidário, pois o PP somente apareceu, em poucos
momentos do programa, com letras minúsculas, sem visibilidade para o eleitor
desatento. Complementamos essa idéia com as seguintes SDs:
105
(SD 6)
SB: Eu trabalhei com pessoas importantes, com personalidades importantes.
Participei da expedição do comandante Cousteau na Amazônia durante dois
anos. Andei no Caribe e vi aquela experiência extraordinária. Também
trabalhei com pessoas como o Bill Gates, por exemplo, com ele e a esposa
dele.[...]. Eu, como consultor do SEBRAE, trabalhei em todos os estados do
Brasil, menos no Piauí (HGPE/TV-25/10/04, p.168).
(SD 7)
SB: [...]. Eu quero convidar você que é servidor público, você cidadão
maringaense pra junto comigo, aceitar o desafio de fazer uma administração
que marque a história de Maringá (HGPE/TV-28/10/04, p.186).
(SD 8)
SB: Eleitor, eleitora maringaenses, domingo você vai escolher entre dois
candidatos, entre dois currículos, entre duas experiências de vida, entre dois
comportamentos e princípios. Medite bastante (HGPE/TV-29/10/04, p.197).
Em conjunto com o estereótipo de candidato ideal para administrar Maringá,
percebemos que SB/PP se projetou para o eleitor a partir da construção da sua
imagem pessoal, de modo que pudesse ser incorporado por um projeto de governo
pautado exclusivamente na sua pessoa, em vez da realização de obras e de uma
ideologia baseada no seu partido. O apagamento do partido ao qual o candidato é
filiado poderia ter sido pelo pouco conhecimento deste perante a população, o que
produz efeitos de sentido de pouca credibilidade. Além disso, a teoria do marketing
eleitoral contemporâneo defende a construção do candidato como pessoa e não
como membro pertencente a um referido partido.
Conforme observamos nas SDs 7 e 8, o eleitor também foi interpelado por
uma posição-sujeito individual, pois o candidato sempre se referia a ele enquanto
pessoa singular, como parte da sua estratégia de campanha. Além disso, a SD 8
resume todo o jogo persuasivo de auto-valorização pessoal de SB, que gerou
confiança em um sujeito específico, contrapondo, simultaneamente a
desqualificação do seu adversário JIC, representado por meio de uma coletividade
a prefeitura, o povo, o PT que dificulta, ao eleitor, o estabelecimento do vínculo de
confiabilidade, dada a falta de um sujeito individual e específico.
106
3.2.3 As Relações Interdiscursivas
Neste item, trabalharemos os efeitos de sentido imbricados nas regularidades
das diversas FDs que circularam o discurso de campanha do candidato SB. Para
isso, subdividimos, como metodologia de análise, as FDs em: religiosa, histórica,
esportiva e política.
3.2.3.1 A FD religiosa: a missão de servir
A presença da FD religiosa produzida pela agência de marketing eleitoral
responsável pelo discurso de campanha do candidato SB foi uma das regularidades
observada e vista como um efeito de sentido antagônico ao PT, que remete a uma
memória discursiva de partido comunista anti-religioso, conforme observamos nas
SDs:
(SD 1)
SB: Maringá é uma cidade especial, espiritual e solidária. [...].Muitos dos
problemas sociais da cidade, que seriam de responsabilidade da prefeitura
são amenizados pelo trabalho voluntário das pessoas, pessoas que trabalham
por amor ao próximo, e foi o amor ao próximo que me fez tomar a decisão de
ser candidato a prefeito. Eu tenho consciência, sou um homem temente a
Deus e sei que nenhuma autoridade existe que não seja constituída por Deus
e sem a permissão de Deus. É você que vai votar e eu espero receber de
você a oportunidade de trabalhar pela minha cidade e espero receber de
Deus a permissão pra governar Maringá, com justiça, com honestidade e
acima de tudo, com amor (HGPE/TV-25/10/04, p.170).
(SD 2)
SB: Também queria dizer a vocês que eu tive muitas oportunidades na vida,
sou grato a Deus por tudo, foram oportunidades muito raras e muito
preciosas. Eu como consultor do SEBRAE, trabalhei em todos os estados do
Brasil, menos no Piauí. Ajudei comunidades extrativistas a se organizarem
para geração de empregos e renda e também ajudei empresários a
estruturarem é a sua estratégia de, de competitividade para que eles pu...
pudessem ganhar mais, para que pudessem empregar mais pessoas. Gente
eu fiz isso em várias partes do Brasil. [...]. Eu trabalhei com pessoas
107
importantes, com personalidades importantes. Participei da expedição do
comandante Cousteau na Amazônia durante dois anos. Andei no Caribe e vi
aquela experiência extraordinária. Também trabalhei com pessoas como o Bill
Gates por exemplo, com ele e a esposa dele. Pessoas que hoje doam para o
mundo bilhões de dólares e que inclusive tem doações feitas aqui mesmo em
Maringá, eu conheço pessoalmente. [...] Eu entendo que a eleição é uma
oportunidade que nós temos, é um processo seletivo, aonde nós escolhemos
o melhor candidato para fazer o melhor pra nossa cidade, pra nos oferecer a
melhor administração possível. Com esse princípio, eu estou apresentando o
meu currículo, me colocando pra julgamento popular, eu estou me
colocando como candidato a prefeito de Maringá e peço a você a
oportunidade de prestar um serviço a minha cidade, de servir essa cidade
como a minha família vem fazendo quarenta anos recebendo um abraço
do povo. Esse é o espírito, o espírito de servir e foi isso que eu aprendi em
casa, aprendi coma minha família, que quando eu nasci, meu pai tinha
tomado essa decisão, de servir a cidade que ele ajudou a fundar, que ele
ajudou a construir. Isso eu aprendi com o meu pai, com a minha mãe e minha
mãe até hoje, continua servindo a essa comunidade (HGPE/TV-25/10/04,
p.168).
(SD 3)
SB: [...]. Agora, se coloque no meu lugar, me responda uma coisa. Como eu
deveria me comportar, sabendo que informações equivocadas podem induzir
as pessoas a errar na hora de votar? Será que eu devia ser omisso? Ficar
calado? Ou talvez, se que eu devia fazer a mesma coisa? Sair in,
informando, espalhando informações mentirosas, boatos? Ou se que eu
devia ser também um cordeiro na televisão e um lobo no resto da campanha?
Mas, e depois na administração? Seria lobo, cordeiro, ou dependeria da
situação? Tudo que era necessário pra avaliar a competência, a experiência e
o caráter dos candidatos, foi dito no nosso programa, mas aqui na televisão e
fora da televisão, nunca foi diferente. Eleitor, eleitora maringaenses, domingo
você vai escolher entre dois candidatos, entre dois currículos, entre duas
experiências de vida, entre dois comportamentos e princípios. Medite
bastante. Eu estou disputando a missão de servir a nossa cidade e não a
função de prefeito. [...] Eu quero ser prefeito da gente de Maringá e fazer da
política uma ferramenta de transformação da nossa sociedade. A campanha
chegou ao final, combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a minha
e os meus princípios e agora aguardo confiante a decisão soberana dos
maringaenses e a permissão de Deus pra cumprir essa missão. [...]. É vo
que pode dar a gente essa oportunidade. Nós contamos com seu voto. Muito
obrigado! (HGPE/TV-29/10/04, p.198).
Na SD 1, observamos que o sujeito se posicionou em uma FD religiosa para
se identificar com o eleitorado maringaense, cuja imagem aparece explicitamente
colocada como espiritual e solidária, enquanto pessoas que amam e servem ao
próximo. No nível do interdiscurso, é acionada a memória de que ‘Deus manda que
108
amemos o próximo como a nós mesmos’, estabelecendo uma rede parafrástica que
permite o deslizar do sentido para produzir o modo como houve o pedido persuasivo
de votos interpelados pela FD religiosa:
E1: SB ama o próximo e, por obedecer a Deus, quer servir o próximo.
E2: Deus manda que SB seja o prefeito de Maringá. (subentende-se para
poder servir o maringaense)
(mas)
E 3: O eleitor tem o poder de escolher aquele que vai ajudar ou prejudicar o
próximo.
E 4: SB precisa do eleitor para obedecer a Deus ajudando o próximo.
O processo de identificação com o eleitor maringaense se dá quando o sujeito
afirma que a cidade é espiritual e solidária e, por isso, seus problemas são
amenizados por intermédio do amor que as pessoas têm pelo seu próximo. Os
efeitos de sentido de uma atitude cristã são instaurados na FD religiosa, pelo fato de
o candidato fazer parte desse rol de pessoas que ama seu próximo, pois nasceu em
Maringá e é membro de umas das famílias tradicionais da cidade, com participação
ativa na comunidade religiosa. Nesse caso, somente um candidato, temente ao
poder divino e seguidor do princípio segundo o qual ‘devemos amar ao próximo
como nós mesmos’ poderia praticar um projeto de governo que visasse ao coletivo.
Como a FD religiosa foi uma regularidade utilizada em diversos momentos do
programa como estratégia persuasiva, os efeitos de sentido estabelecidos pelo
enunciado acima mostram que o candidato, na posição-sujeito de prefeito, vai
desenvolver uma administração pelo/para o próximo e, por isso, merece o apoio, a
confiança e o voto dos maringaenses.
O interdiscurso, como elemento da AD, caracteriza-se como o lugar de
articulação de diferentes FDs, as quais são invocadas mediante o jogo imaginário
enunciativo proposto, aspecto observado nos enunciados da SD 2, em que o sujeito
do discurso, por meio do enunciado ‘sou grato a Deus por tudo’, apropria-se do dizer
regido sob a coerção da FD religiosa, em que se sustenta os efeitos de sentido de
que coube a Deus a providência das viagens pelo mundo, do conhecimento
109
vinculado à competência com a finalidade de prepará-lo para ser o prefeito de
Maringá.
Esse enunciado remete a uma rede de FDs produzida pelo acionamento da
memória discursiva que recupera enunciados cristalizados por meio do verbo
ajudar, verificado no pré-construído: ‘todo cristão ajuda seu próximo’, conforme a
família parafrástica abaixo:
E 1: O cristão desenvolve trabalhos voluntários na comunidade
(Subentende-se):
E 3: SB é cristão, pois ajuda a comunidade e os empresários.
(Logo):
E 4. Como prefeito, certamente vai ajudar o maringaense a ter emprego e
renda.
O sujeito do discurso, ao enunciar de uma posição religiosa, como aquele que
ajuda as pessoas, produziu efeitos positivos que contribuíram para o resultado das
eleições pelo aspecto persuasivo empreendido para conquistar votos. No entanto
observamos que essa FD religiosa deixa vazar uma FD neoliberal/capitalista quando
o sujeito do discurso enuncia que ajudou comunidades extrativistas a gerarem
empregos e rendas e empresários a serem mais competitivos para ganhar mais e,
por isso, empregar mais pessoas.
Essa materialidade discursiva mostra deslizes no imbricamento entre a FD
religiosa e a capitalista burguesa, instaurando a contradição comprovada na relação
entre o verbo ‘ajudar’ e os substantivos ‘emprego’, ‘renda’ e ‘competitividade’.
Apesar de ser um candidato pertencente à FD burguesa, esta é opacificada pela
religiosa, pois, mesmo sendo da elite conservadora maringaense, poderia ter
herdado desde o berço os princípios religiosos necessários para cumprir a missão
de governar pelo bem de Maringá.
Por outro lado, é alto o índice de desemprego vivido pelas famílias brasileiras.
Uma realidade vivida também em Maringá e fez com que o candidato se colocasse,
através da tela eletrônica, como o mais competente, experiente e qualificado para
110
criar condições favoráveis na geração de empregos na cidade. Ele faz isso cruzando
o discurso religioso com o histórico que lhe permitem resgatar valores como a
tradição, a influência e o prestígio. Além disso, ele, enquanto prefeito, poderia ajudar
a elite, ou seja, o empresariado que, ao aumentar sua renda, poderia dar o tão
sonhado emprego ao pobre desempregado.
Outro processo discursivo observado e que instaura deslizes nos efeitos de
sentido da FD religiosa o as ações voluntárias que, geralmente, são realizadas
nas comunidades para uma melhor distribuição de renda e o para empresários se
tornarem mais competitivos e, como resultados dessa ação, ganharem mais. Trata-
se do silêncio constitutivo da FD, pois mesmo se deixando vazar no discurso, não
pode ser dito, ou se precisar ser dito, deve ser ressignificado e é que entra o
apelo à FD religiosa.
O sujeito enuncia que foi consultor na Europa, África e América Latina. Neste
caso, houve deslize discursivo para outra FD, pois quem presta consultoria emite
pareceres em uma especialidade específica mediante remuneração. A religião é
usada para atenuar a FD histórico-familiar burguesa, marcada no discurso do
candidato, através de processos designativos como: o melhor candidato, o mais
preparado e também os interesses comerciais da FD neoliberal capitalista: ganhar
mais, gerar lucros e atrair investimentos.
Vimos anteriormente que, em contexto eleitoral democratizado, assume um
cargo de prefeito, o candidato que obtiver o maior número de votos. Na SD 3,
quando o candidato afirma: Eu estou disputando a missão de servir a nossa cidade e
não a função de prefeito, efeitos de sentido da política enquadrada pelo viés
esportivo da ‘disputa’ são instaurados provocando deslizes na tentativa de moldar os
dogmas da religiosidade no campo da política, pois ao ato de servir não cabe
nenhum discurso amparado pela FD política marcada, obrigatoriamente, pela
competitividade que toda eleição impõe. O sujeito-candidato, impregnado e
interpelado por tantas outras FDs, deixou escapar pelos vãos das palavras que em
uma campanha eleitoral, vence aquele que obtiver o maior número de votos e por
isso tal ato exige que cada voto seja disputado.
Neste enunciado, imbrica-se tanto a interdiscursividade política quanto a
religiosa, pois o candidato disputa a missão de servir e não a função de prefeito.
Notamos pelo verbo ‘disputar’ um deslize para a FD política, recuperando
111
novamente a religiosa no ato de servir a cidade enquanto missão, ao mesmo tempo
em que nega a FD política ao afirmar que não se trata de buscar a função de
governar pelo cargo de prefeito. Este enunciado mostra que o sujeito é disperso e
interpelado por várias FDs, pois embora conscientemente ele queira persuadir o
eleitor pela religiosidade, os deslizes são, inconscientemente cometidos, instaurando
outros efeitos de sentido: burguês, político, capitalista e familiar.
Notamos que os efeitos de sentido religiosos são instaurados para reforçar a
retórica persuasiva de conquista do eleitorado que se presentifica no discurso do
sujeito-candidato interpelado por um período marcado pela cultura teocêntrica em
que todo o poder político girava em torno da autoridade religiosa. Aspecto observado
pelo termo missão como substitutivo da função de prefeito, ou seja, o sujeito ao
metaforizar, no seu enunciado, o ato de dirigir uma prefeitura, a ressignifica como
missão de servir a comunidade maringaense podendo instaurar efeitos de sentido
que contradizem o período econômico, social e político atual onde o trabalho é
recompensado em forma de salário e em um tempo que estimula o espírito
competitivo e de lucratividade.
3.2.3.2 A FD histórica: o peso da tradição
Outro aspecto observado como regularidade no HGPE/TV do candidato foi a
valorização e a recorrência da tradição da família Barros como pioneira e
participante ativa da história política de Maringá. A cidade foi inaugurada em 1942
11
e, em 1946, Silvio Magalhães Barros/pai
12
chega em Maringá para fazer parte do
quadro de pioneiros da cidade.
Desse modo, a história política de SB/pai foi amplamente valorizada no
HGPE/TV, como estratégia de marketing eleitoral. Como o candidato esteve ausente
da cidade e não teve obras para apresentar à população, a única forma de
preencher essa lacuna era apresentar as realizações da administração do seu pai.
11
Apesar de a cidade ser inaugurada nesse ano, a comemoração do seu aniversário data do
lançamento de sua pedra fundamental em 10/05/1947.
12
Lembramos que o pai e o filho possuem o mesmo nome: Silvio Magalhães Barros.
112
Além disso, como o governo do irmão do candidato, Ricardo Barros, não foi
considerado muito positivo por parte da opinião pública maringaense, a alternativa
foi colocar no ar as realizações do pai que, segundo conversas informais
13
com
eleitores da época, teria realizado um mandato satisfatório. Observemos as
seguintes SDs:
(SD 1)
Loc: [...]. Silvio Barros implantou o sistema de esgoto [...], a construção do
Viaduto Tuiuti, [...] a Avenida Perimetral [...], construiu o ginásio Chico Neto
[...] concluiu o Estádio Willie Davids [...]. Foi também na gestão Silvio Barros
que foi inaugurada a caixa dágua da zona cinco. [...] No ano de mil
novecentos e setenta e quatro Maringá é a primeira cidade do Paraná a
oferecer piscinas públicas aos seus estudantes. Em mil novecentos e setenta
e seis, [...] inaugurou neste ano a Biblioteca Pública Municipal. [...] enquanto o
programa de desfavelamento, onde iniciou o conjunto Santa Felicidade
(HGPE/TV-28/10/04, p.185).
(SD 2)
Loc: em mil novecentos e setenta e três, Silvio Barros vence as eleições e
inicio ao seu plano de ação, projetando Maringá como a cidade do ano dois
mil. Assim mostram os jornais da época [...].Silvio Barros é homenageado
como prefeito brasileiro do ano (HGPE/TV-28/10/04, p.185).
Percebemos nas SDs 1 e 2 que, na apresentação da obras realizadas no
governo de SB/pai, houve um jogo estratégico de tempos verbais entre o presente e
o passado a fim de estabelecer outros sentidos à campanha eleitoral que poderia ter
confundido o eleitor desatento. Ao enunciar que SB vence as eleições e início a
um plano de ação para uma cidade do ano 2000, efeitos de sentido se estabelecem
para SB/filho como aquele que está na posição-sujeito do pai. Além disso, ao afirmar
que os jornais mostram que SB é homenageado prefeito brasileiro do ano, não faz
alusão alguma de que se trata do pai e não do filho. Desse modo, o efeito da
nomeação idêntica de SB, sem determinação pai/filho, permite os sentidos
deslizarem do passado para o presente.
Tais fatos foram produzidos para preencher a lacuna de que o candidato o
tinha história anterior em Maringá, a não ser que nasceu e estudou nesta cidade,
13
Tais avaliações se pautam em discursos em circulação cuja fonte não se pode identificar.
113
seguido de um afastamento para a possível qualificação. Essa alternativa justifica a
utilização da história de vida de seu pai e de suas realizações como prefeito, bem
como de sua mãe na condição de mulher engajada socialmente na comunidade
cristã maringaense.
O candidato SB se apresentou para o eleitor como membro de uma família
inserida na conjuntura política do município, utilizando parte do espaço temporal do
programa para fazer um retrospecto de momentos em que seus pais foram os
protagonistas. Nesse caso, o enunciador instaurou e fixou cenas validadas, a
partir de obras passadas, realizadas na administração de SB/pai, explorado no
programa através de uma cenografia representada por um quadro que contou sua
história enquanto pioneiro e prefeito de Maringá.
O enaltecimento do mandato do pai aconteceu mediante silenciamento da
administração do irmão Ricardo Barros. Orlandi (2002) afirma que o silêncio se
constitui por pistas ou traços que justificam o dizer como uma estratégia de
apagamento de outros dizeres indesejáveis em uma situação discursiva
determinada. Nesse caso, se a administração do irmão foi silenciada, poderia ter
sido pelas CP insatisfatórias em que ela se deu para o funcionalismo público e para
os outros segmentos sociais.
Além disso, o silenciamento da administração do irmão e, em contrapartida, a
valorização da do pai, remete a uma rede parafrástica de provérbios populares
como: ‘a fruta não cai longe do pé’, ‘filho de peixe, peixinho é’ e ‘tal pai, tal filho’, que
produzem os efeitos de sentido de que, se o candidato é filho de um político que fez
tantas obras em Maringá em uma gestão marcada por CP de oposições políticas nas
instâncias estadual e federal, além do regime militar vigente na época, logo SB/filho
poderia ser tão eficiente quanto SB/pai.
Além disso, sobre essa questão, outros efeitos de sentido poderiam ser
produzidos, haja vista o candidato SB que, mesmo não tendo o apoio do presidente
Lula e do governador Requião, que estão apoiando, por motivos descritos, o
candidato da oposição JIC, poderia, tal qual seu pai, governar Maringá com sua
competência e eficiência tão debatidas no seu HGPE/TV.
114
3.2.3.3 A FD esportiva: a construção discursiva da virada
Percebemos que, em nosso objeto de análise, instaura-se uma relação
interdiscursiva com o campo esportivo, por intermédio da divulgação de resultados
de pesquisas quantitativas de votos, pela mídia impressa local e aproveitada pelo
horário eleitoral de SB, para promover os efeitos de sentido da ‘virada’. No nosso
corpus, encontramos a apresentação de resultados de pesquisas nos dias 27 e
28/10/04 para salientar o crescimento de intenções de votos a favor do candidato
SB/PP. As SDs seguintes esclarecem essa idéia:
(SD 1)
CF: Enquanto o Silvio continua subindo, o candidato do PT está caindo. A
diferença do dia vinte cinco era de apenas um vírgula dois pontos
(HGPE/TV-27/10/04, p.181).
(SD 2)
SM: pesquisas da Experience e o Diário mostram que, em sete dias, o Silvio
subiu para quarenta virgula oito por cento. Enquanto o outro candidato perdeu
quase três pontos. De quarenta e quatro virgula oito por cento, caiu para
quarenta e dois por cento (HGPE/TV-27/10/04, p.181).
Na SD 1, o jogo persuasivo se por meio do verbo ‘continuar’, seguido do
gerúndio, uma ação discursiva que expressa os resultados em um continuum que,
diante do advérbio ‘apenas’, antecedente do percentual numérico mínimo de 1,2%,
indica que esse valor poderia ser superado por SB/PP. Por outro lado, na SD 2, o
jornalista Sergio Mendes, para dar credibilidade à pesquisa, fez menção aos nomes
da empresa que realizou a pesquisa e também do jornal local que a divulgou como
instrumento de prova para instaurar efeitos de sentido de veracidade aos resultados
divulgados, conforme observamos em outras SDs:
(SD 3)
SM: pesquisa da Experience e o Diário confirmou o que as ruas estão
dizendo. O Silvio continua crescendo e o seu adversário vai caindo e o jogo
eleitoral já virou (HGPE/TV-28/10/04, p.188).
115
(SD 4)
Jingle 4: vira, vira, vira, o jogo já virou, virou. Silvio será o prefeito, Maringá
é que ganhou.Vira, vira! Vira, vira, vira, o jogo virou, virou. Silvio seo
prefeito, Maringá é que ganhou.Vira, vira! (HGPE/TV-28/10/04, p.188).
Percebemos, pela SD 3, que o jogo discursivo marcou o crescimento do
candidato do PP e, em contrapartida, a queda do candidato do PT, com os verbos
‘crescer’ e ‘cair’ no gerúndio, que instauram efeitos de sentido de uma ação em
curso. Além disso, o advérbio ‘já’ é um indicativo de que a disputa se caracteriza
como vitória antecipada a SB, ou seja, o candidato se coloca, nos últimos dias da
campanha eleitoral, como o prefeito, definido antes de 31/10/04 dia das
eleições, marcado pela vitória antecipada de SB/PP.
Notamos também que um dos jingles de campanha funciona discursivamente
para instaurar efeitos de sentido da vitória eleitoral antecipada. Desse modo, a SD 4
vem marcada pela interdiscursividade do resultado final de uma partida de futebol,
pois, enquanto é apresentada musicalmente, eleitores festejam com camisetas e
bandeiras padronizadas com o número 11 de SB. A relação interdiscursiva
estabelecida pelo jingle funciona com o candidato sendo colocado como o favorito,
no campeonato eleitoral, com seus torcedores comemorando a vitória antecipada do
time eleitoral do qual SB faz parte.
A função primordial instaurada pelo marketing eleitoral é persuadir o eleitor
que, não raro, ainda vota interpelado pela política do ‘não perder o voto’ e, por isso,
deixa se envolver pelos resultados de pesquisas, votando naquele que está em
primeiro lugar, segundo os resultados divulgados, sem fazer uma reflexão sobre a
credibilidade das empresas que promovem tais pesquisas.
Notamos que as datas escolhidas para divulgar as pesquisas são próximas ao
último dia de campanha 29/10/04, estratégia que pode ter sido utilizada para
persuadir o eleitor a votar no candidato que se apresentou com a perspectiva de
continuar subindo, em contraste a JIC/PT, divulgado para o eleitor, em processo de
declínio.
116
3.2.3.4 A FD política: o discurso do Outro na busca de apoio
Neste item, trabalharemos com as regularidades discursivas que compõem a
FD política: propostas de campanha, críticas ao adversário, pedidos de votos e apoio
político.
As propostas de campanha vieram vinculadas também ao pedido de votos,
pois seria impossível realizá-las sem a empatia e a confiança do eleitor. Trata-se de
uma regularidade valorizada pelos profissionais do marketing eleitoral de SB, os
quais souberem instaurar os efeitos de sentido necessários para persuadir e
conquistar o voto popular. Por meio de um discurso complementado com imagens
de impacto emocional, fizeram que o eleitor, por intermédio do chamamento
individualizado, se colocasse em uma posição de co-responsável por um projeto de
governo a se concretizar em um quatriênio, conforme notamos nas seguintes SDs:
(SD 1)
SB: [...] eu quero asfalto, mas não pela obra, mas pra você não ficar limpando
a casa o dia inteiro e vendo as suas crianças com problema respiratório ou
amassando barro no dia de chuva. Eu quero implantar o programa
habitacional, mas o pensando na casa, pensando sim na sua emoção, no
dia que você vai realizar o sonho de entrar na sua casa própria. Eu quero
melhorar o atendimento à saúde, mas não é pra acabar com as reclamações,
é pra ver você curado, eu quero melhorar o trânsito na nossa cidade pra
salvar vidas de pessoas e acabar com o sofrimento de quem sendo
atropelado todo dia. Eu quero ser prefeito parceiro das empresas, porque é
assim que nós vamos dar oportunidade pra vo encontrar um emprego e
poder trabalhar. Eu quero ser um prefeito que tenha a sensibilidade de criar
uma creche vinte e quatro horas, pensando em vo que trabalha de noite
num restaurante, que é enfermeira, que é porteira de um prédio, que precisa
de alguém pra cuidar da sua criança [...] (HGPE/TV-29/10/04, p. 197).
Percebemos que, na SD 1, o candidato apresentou suas propostas de
governo com base nos aspectos emocional e particularizado, a partir de uma
posição-sujeito individual pelo uso do pronome pessoal na primeira pessoa,
direcionado ao eleitor disposto também nessa mesma posição. É uma perspectiva
que vem ao encontro da teoria do marketing eleitoral de Gomes (2004), segundo o
qual o discurso de campanha de um candidato deve ir além da racionalidade, para
motivar, sensibilizar e persuadir o eleitor.
117
Nesse sentido, as críticas ao adversário político estavam imbricadas nas
propostas de campanha de SB, pois este iria criar condições para melhorar a saúde,
o trânsito, o emprego, a habitação, a pavimentação asfáltica e as creches. Tudo isso
funcionou e produziu efeitos de sentido de que a administração de JIC valorizou
somente a construção de obras, mas não priorizou a qualidade de vida dos
munícipes. Observemos mais uma SD para complementar essa idéia:
(SD 2)
Loc: a jovem Maria, como muitas outras Marias, Anas e Joanas são mães
que anos e meses precisam mas não tem, procuram mas não encontram
vagas nas creches de Maringá. [...]. Mas nossas Marias não podem, elas têm
que trabalhar, as coisas o andam fáceis em casa. Nossas Marias, Anas e
Joanas são fortes, não se cansam e têm esperanças, porque em algum lugar
do coração, elas carregam a certeza de que no próximo domingo, a vida vai
começar a mudar. É nossas Cristinas, Camilas e Terezas querem mais
creches e por isso mãe, todas elas votam onze (HGPE/TV-29/10/04, p.191).
Percebemos que, ao mesmo tempo em que é feita uma crítica ao adversário
pela falta de creches, a proposta de que, a partir das eleições, com a vitória de
SB, esse problema poderá ser solucionado e todas as mães terão um lugar para
deixar seus filhos enquanto trabalham. Além disso, a pluralização dos nomes
Anas, Joanas, Camilas, Terezas e Cristinas representa as mães maringaenses e
produz a sensação de que uma preocupação social generalizada pelas mães
trabalhadoras.
Faz parte da FD política desconstruir o mundo do adversário por meio de
críticas negativas que podem fazê-lo perder credibilidade perante a opinião pública.
No entanto o modo como elas serão desenvolvidas também deve fazer parte de um
planejamento de marketing para não ter efeito inverso ao desejado, ou seja, para
que o candidato tenha sua imagem valorizada, é preciso desvalorizar a do
concorrente.
Para Maingueneau (2005b), o espaço discursivo é considerado uma rede de
interação semântica, lugar em que ocorre o processo de interincompreensão de FDs
antagônicas que colocam o discurso em situação de conflito, dispondo-o em duas
posições: uma positiva e outra negativa. A interincompreensão permite que o
118
discurso do outro seja traduzido a partir de um viés próprio que justifica a junção de
FDs antagônicas marcadas pelo interdiscurso.
As SDs mostram que as críticas de SB para JIC foram feitas sob dois modos:
eliminar o outro por meio de um processo de defesa e de valorização própria, pois,
ao mesmo tempo em que tecia comentários negativos em relação ao adversário,
promovia a sua imagem de candidato que iria atender as necessidades do povo ao
se eleger para o cargo de prefeito.
Além dos aspectos mencionados sobre as propostas de campanha e as
críticas ao adversário, também faz parte da FD política a busca de apoio para
consolidar e ampliar a capacidade de vitória eleitoral. Desse modo, percebemos que,
na campanha de SB, houve a busca estratégica de apoio, a qual contribuiu para o
resultado positivo nas urnas em 31 de outubro. Um dos pontos positivos de apoio em
favor do candidato pepista é o da família do ex-prefeito José Cláudio, dos voluntários
da pastoral da saúde, do Pinga Fogo e da maioria dos vereadores. Observemos as
SDs que se referem aos apoios políticos:
(SD 3)
MAP: no primeiro turno, nós apoiamos Edmar Arruda, eu e minha família. No
segundo turno, junto com Edmar Arruda e a minha família estamos apoiando
Silvio Barros, porque achamos nele uma pessoa competente, séria, íntegra
que preparado para ser o prefeito de Maringá. Está apto pra governar
Maringá. Nós estamos apoiando o Silvio Barros porque confiamos nele, na
pessoa dele. É de uma família séria, família boa, uma família que muito
tempo mora aqui em Maringá, respeitada (HGPE/TV-26/10/04, p.173).
(SD 4)
MAP: [...]. Nós estamos num país democrático e nós votamos no candidato
que nós achamos que é melhor pra Maringá. [...]. Eu e minha família
confiamos no Silvio. No Silvio, vocês podem confiar (HGPE/TV-26/10/04,
p.174).
(SD 5)
JC
14
: o convention bureau na verdade é uma das obras de inclusão social
mais importante de nosso governo. [...]. Então gente, parabéns pra vocês,
parabéns pra todo mundo que ajudou, pra todo mundo que trabalhou, pra
todos os nossos parceiros de sempre né. Silvio Barros, muito obrigado
14
José Cláudio aparece debilitado pela doença. Sua imagem foi utilizada em uma cena enunciativa
específica com um possível desvirtuamento do seu histórico.
119
pessoalmente porque, tava comentando com a Rosa né, vofoi realmente
importantíssimo pra nós e não seria em um outro governo, futuramente que
eu ia ia te falá isso, mas num outro governo, você o teria sido chamado pra
participar, como foi chamado no nosso. É porque nós chamamos os
melhores né, e graças a Deus vo é o melhor. Então parabéns pra vo
também, a Dona Bárbara, muito prazer em revê-la forte (HGPE/TV-25/10/04,
p.169).
(SD 6)
Rp: todas as pessoas que fazem parte da pastoral da saúde estão com a sua
decisão, ou seja, de apoiar o Silvio Barros (HGPE/TV-26/10/04, p.175).
(SD 7)
F: com certeza, eu liguei uma de cada uma hoje pra pedir opinião delas e com
certeza, elas estão com o Silvio Barros (HGPE/TV-27/10/04, p.177).
(SD 8)
V: votei no Wilson Quinteiro e hoje sou, desde o dia quatro, sou Silvio Barros.
Por tudo que o Ricardo Barros fez pelas pastorais do Jardim Alvorada e
outras, outros movimentos do Jardim Alvorada também, por nosso bairro
(HGPE/TV-27/10/04, p.178).
(SD 9)
CF: o apoio a Silvio cresce cada dia mais. Ele conta com nove, dos quinze
vereadores que vão compor a nova câmara municipal (HGPE/TV-28/10/04,
p.186).
(SD 10)
ED: Silvio Barros tem todo nosso apoio na implantação da creche vinte e
quatro horas [...] (HGPE/TV-28/10/04, p.187).
(SD 11)
MS: como vereadora, junto com o Silvio Barros, estaremos implantando as
escolas integrais para crianças de seis a doze anos. Vote onze (HGPE/TV-
28/10/04, p.187).
As SDs 3 e 4 mostram o apoio da família de José Cláudio a SB, o que poderia
ter gerado efeitos de sentido, no eleitorado, de um sentimento de desconfiança em
relação a JIC, por não ter recebido esse apoio esperado desde o primeiro turno.
120
D. Maria Aparecida mãe de José Cláudio apresentou as razões pelas quais
estava, juntamente com sua família, apoiando SB. Além disso, ela denegriu JIC,
pois, ao apoiar o candidato SB, alegando que ele era a pessoa mais apta para
governar Maringá, por sua qualificação e honestidade, automaticamente estava
alegando que JIC não possuía tais virtudes.
Na SD 5, apresentada por duas vezes no HGPE/TV, encontramos um outro
fato importante também relacionado ao apoio da família Pereira a SB: JoCláudio,
na condição de prefeito, elogia a competência de SB. Nesse caso, o candidato
silenciou as CP em que José Cláudio convidara SB, enquanto consultor, para
trabalhar no desenvolvimento de um projeto sobre turismo no governo petista.
Embora a situação seja outra, os efeitos de sentido produzidos para o eleitor-
telespectador é de que José Cláudio, mesmo falecido, estava apoiando o candidato.
Outro apoio considerado estratégico foi o dos voluntários da pastoral da
saúde, exemplificados nas SDs 6, 7 e 8, pois foram contrários ao apoio do Dr.
Batista a JIC, uma vez que eles foram eleitores de Batista no primeiro turno.
Percebemos que os efeitos de sentido foram produzidos de uma maneira
estratégica, pois além de ter alegado o apoio de todo o voluntariado da pastoral,
reduto do Dr. Batista, também aborda eleitores de Wilson Quinteiro, outro candidato
que apoiou JIC.
As SDs 9, 10 e 11 mostram o apoio da maioria dos vereadores, inclusive os
do partido de Batista. Essa estratégia também foi importante para o resultado das
urnas, pois representou uma força positiva para o governo de SB, que poderia ter
seus projetos aprovados na Câmara Municipal. Esses apoios vieram junto com
propostas de projetos para a comunidade, que poderiam ter reforçado o efeito
persuasivo perante o eleitor, pois instauraram a sensação de que tais projetos
seriam concretizados, caso SB fosse eleito. Por outro lado, pressupõe que, se JIC
fosse o escolhido, teria dificuldades na continuação do seu governo, em virtude de
não ter a maioria da bancada como sua aliada.
O apoio do comunicador Pinga Fogo também foi importante para o candidato
SB naquele momento, pois poderia significar a garantia dos votos da população
carente, que busca o auxílio assistencial no seu programa e que costuma, ser fiel
àqueles que o ajudam. Observemos as SDs do comunicador:
121
(SD 12)
PF: boa tarde Maringá! Hoje é eu que estou aqui com vocês, começando o
programa do Silvio Barros, do onze, e eu gostaria de pedir, pra que vocês nos
ajudassem. A senhora, o senhor, a moça, o rapaz, às vezes ainda está
indeciso. uma mão pra gente, vota no onze. Conheço a família Barros
tanto tempo, tenho toda confiança, certeza, convicção, acredito que o Silvio
Barros vai cumprir todos os compromissos com Maringá. Então, nos ajudem,
acompanhe a partir de agora conosco o programa do canal onze, do onze,
pra você confirmar com a gente, domingo, conto com vocês, se Deus quiser
(HGPE/TV-29/10/04, p.189).
(SD 13)
PF: preste atenção Maringá! A idéia do Silvio Barros de reduzir a tarifa do
transporte coletivo, passando os encargos do passe para a prefeitura é viável
e eu acredito que ele vai fazer. Vote onze! (HGPE/TV-29/10/04, p.191).
(SD 14)
PF: eu queria fazer um pedido pro povo de Maringá. Eu preciso de vocês.
Agora eu que pedindo. Domingo é dia de decidir. Vamos votar no Silvio
Barros onze. Eu confio, eu tenho certeza, eu acredito que o Silvio Barros vai
cumprir todos os compromissos que ele fez com Maringá. Então, nos ajudem,
vamos juntos. Onze, Silvio Barros, para o bem de Maringá! (HGPE/TV-
29/10/04, p.192).
Percebemos que o comunicador usou do lado emotivo e apelativo para
angariar votos para o candidato SB de maneira pessoal, direta e personalizada.
Além disso, consideramos que a proposta de redução tarifária comentada por ele na
SD 13 foi bem planejada pelo plano de marketing eleitoral, pois seus
telespectadores são, em sua maioria, pessoas que moram em bairros longínquos e
são dependentes do transporte coletivo, o que aumenta a credibilidade de que
realmente o candidato, caso fosse eleito, poderia diminuir os custos das passagens
para essas pessoas
15
.
Observamos que, na SD 14, o enunciado ‘agora eu que pedindo’ remetem
aos seguintes efeitos parafrásticos:
15
A memória discursiva nos lembra que, para a gestão 1996/2000, saiu vitorioso nas urnas o
candidato Jairo Gianotto, por conta da proposta de baixar o preço da tarifa do transporte coletivo.
Tema caro aos maringaenses, que anos vivem sob o monopólio do Transporte Coletivo da
Cidade Canção (TCCC).
122
E1: antes foram vocês que pediram minha ajuda (cesta sica, remédios,
cadeira de rodas, etc);
E2: agora eu quero fazer um pedido para o povo de Maringá;
E3: eu sei que vocês confiam em mim, pois eu os ajudei;
E4: eu confio no SB. Logo: Vocês confiam em mim. Então: devem votar nele.
Essa SD produz efeitos de sentido cristalizados pela memória discursiva de
que troca de favores no processo eleitoral, prática comum utilizada entre
candidatos e eleitores que, na maioria das vezes, votam a partir de um ponto de
vista individual destituído de uma consciência voltada para o coletivo.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho iniciou a partir de breves reflexões sobre algumas mudanças
ocorridas na política brasileira e também nos MCM que ao se livrarem das
imposições da censura, puderam usufruir a tecnologia oferecida pela
contemporaneidade e oferecer para a população, de todas as classes sociais, uma
diversidade de alternativas informacional e de entretenimento, sem a necessidade
de aprovação prévia pelos mecanismos governamentais de controle da manutenção
da ordem social praticado pelo regime militar. Dessa forma, esses avanços
tecnológicos possibilitaram uma reconfiguração da sociedade, diante dos MCM
como um dos principais instrumentos de um sistema de comunicação em rede.
Considerando o cenário político brasileiro, a partir de meados da década de
80, com o fim do regime militar e o início de um sistema democrático mediante
sistema eletivo pelo voto direto, a política passou por várias transformações,
impondo aos candidatos uma nova postura com inovações na maneira de fazer
política, sendo esta planejada por serviços especializados de agências de marketing
lotadas por profissionais especializados em construir candidatos para atender as
necessidades do povo.
Essas transformações o umas das causas que justificam ser a transmissão
de debates, entrevistas, notícias da rotina dos candidatos nos telejornais, spots e o
HGPE/TV as maiores preocupações dos candidatos para obterem votos e ser
tornarem conhecidos e dos veículos de comunicação como alternativa de
manutenção de audiência.
Há teóricos que defendem uma política contemporânea despolitizada em
virtude da interferência de pessoas capacitadas para construir candidatos
destituídos de personalidade, de acordo com necessidades mercadológicas que
atenda os eleitores com propostas construídas mediante suas necessidades. Sobre
este aspecto, nossa análise mostrou que o discurso político que se filia à gramática
124
da mídia e aos preceitos do marketing para a obtenção persuasiva do voto, exige
preocupações com a construção de representações, de imagens, as quais se tornam
definidoras das motivações para o voto do eleitorado, independente de se
coadunarem ou não com a realidade.
Por isso, escolhemos a televisão como um instrumento de estudo da
transformação discursiva da política nos últimos tempos, através do HGPE/TV, com
um corpus delimitado a partir da última semana de campanha eleitoral do segundo
turno, para dar conta do nosso objetivo de pesquisa, ou seja, analisar as principais
regularidades discursivas capazes de produzirem efeitos de sentido para a vitória de
SB e para a derrota de JIC, respectivamente.
O HGPE/TV, nosso instrumento empírico para desenvolver a análise das
regularidades discursivas ocorridas nos programas eleitorais dos candidatos JIC/PT
e SB/PP, mesmo mediante uma gama de teorias, é considerado pelo marketing
eleitoral, como o mecanismo de maior relevância para os candidatos apresentarem
suas propostas de governo, dada sua apresentação ser mediada pela televisão,
instrumento importante e popularizado de divulgação, por sua capacidade de atingir
todas as classes sociais ao mesmo tempo.
No entanto, teóricos que afirmam ser este instrumento de propaganda
ineficaz, pois poucos são os telespectadores que o assistem, preferindo desligar o
aparelho de televisão. Conforme a opinião destes, o eleitor-telespectador que
assiste ao programa eleitoral, geralmente, tem posição política e decisão pré-
determinada sobre qual candidato irá votar. Nesse sentido, esses eleitores assistem
ao programa como mero instrumento de comparação crítica e ou mesmo como
curiosidade.
Para tanto, além da gravação do programa eleitoral e da transcrição oral do
discurso dos seus personagens, trabalhamos teoricamente com as questões de
mídia e política, e como se deu o imbricamento desses dois itens e também do
marketing eleitoral, enquanto elemento teórico de planejamento das campanhas
eleitorais pelas agências e seus profissionais.
Dentro dos conceitos básicos e norteadores da AD, desenvolvemos a análise
do funcionamento discursivo dos candidatos, com o intuito de compreender seus
125
efeitos de sentido sobre a campanha eleitoral e perceber algumas implicações, no
limite do nosso corpus, nos resultados em 31 de outubro de 2004.
Estes artifícios teóricos nos despertaram, reflexivamente, para perceber que o
discurso de campanha dos candidatos é regido por coerções determinadas pelas CP
singularizadas de cada campanha eleitoral. O confronto entre uma ideologia
progressista neoliberal em oposição a uma ideologia socialista não aparece
claramente nos discursos dos candidatos, ao contrário, a imagem passada no HGPE
mostra, no primeiro, uma preocupação com o social (com a gente de Maringá) tão
espetacularizada que somente nos equívocos da estrutura discursiva, detectável
apenas sob uma leitura mais atenta e cuidadosa, seria possível perceber um
argumento elitista e um resvalo para o mercado.
Por outro lado, a descrição, pelo candidato petista, de obras e projetos sociais
destinados à população sem uma interação emocional individualizada e a devida
tradução de seu significado social, o deveria ser visto como despolitização ou
possibilidade de assujeitamento ao marketing eleitoral, mas como uma nova forma
de massificação dos próprios princípios socialistas.
A nosso ver o discurso político precisa compreender as exigências e
requisitos dos espaços eletrônicos de midiatização, para poder se locomover de uma
maneira simultaneamente adaptada à linguagem da tela e à ideologia e princípios
partidários próprios. Na contrapartida do processo, a politização do eleitorado
depende dos avanços na educação voltados para um letramento midiático que
permita uma leitura adequada dos gêneros cada vez mais complexos que se
apresentam na atualidade.
Nesse sentido, nossa pesquisa mostrou que o discurso político na mídia
requer análises que perpassem vários campos do conhecimento de forma a
compreender sua materialidade específica e sua nova configuração na
contemporaneidade. Isso implica construir novos modelos de análises construídos a
partir de diálogos teóricos interdisciplinares.
5 REFERÊNCIAS
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Maringá, 26 out. 2004. Política, p.3.
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Maringá, 7 jul. 2004. Cidade, p.3.
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CAMPANHA eleitoral nas ruas acaba hoje. Hoje, Marin, 30 out. 2004. Cidade, p.2-A.
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______ . Coligação denuncia pesquisa Inpe. Hoje, Maringá, 6 ago. 2004. Cidade,
p.2-A.
______ . João Ivo quer administração transparente. Hoje, Maringá, 8 ago. 2004.
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2004. Cidade, p.2-A.
______ . Maringaense está descrente da política. Hoje, Maringá, 26 ago. 2004.
Estadual, p.5-A.
______ . Maringaense não acredita em propaganda eleitoral. Hoje, Maringá, 19 ago.
2004. Cidade, p.4-A.
______ . Partidos driblam tempo para propaganda. Hoje, Maringá, 6 jul. 2004.
Cidade, p.3-A.
______ . PT obtém direito de resposta no Pinga Fogo. Hoje, Maringá, 21 set. 2004.
Cidade, p.3-A.
______ . PT responde acusações de Ricardo Barros. Hoje, Maringá, 7 set. 2004.
Cidade, p.3-A.
______ . Silvio Barros quer servir a comunidade. Hoje, Maringá, 7 ago. 2004.
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FRANQUINI, Giancario. Na apuração, chuva, tensão e ansiedade. O Diário do
Norte do Paraná, Maringá, 1 nov. 2004. Eleições 2004, p.4.
FRAZÃO, Marcelo. Eles não têm autoridade para falar em honestidade. O Diário do
Norte do Paraná, Maringá, 15 out. 2004. Política, p.3.
______ . Falta interesse do maringaense na política. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 4 jul. 2004. Cidade, p.5.
______ . Fita foi armação política, diz presidente do PT. O Diário do Norte do
Paraná, Maringá, 15 out. 2004. Política, p.3.
______ . 219 vão às urnas em Maringá. O Diário do Norte do Para, Maringá, 3
out. 2004. Política, p.3.
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FRAZÃO, Marcelo. Aos poucos, partidos abandonam comícios. O Diário do Norte
do Paraná, Maringá, 21 ago. 2004. Política, p.4.
______ . Candidatos expõem divergências na UEM. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 27 out. 2004. Política, p.3.
______ . João Ivo faz discurso inflamado à militância. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 1 nov. 2004. Eleições 2004, p.5.
______ . Juiz proíbe propaganda em local público. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 29 jul. 2004. Política, p.7.
______ . Justiça vai fiscalizar com rigor. O Diário do Norte do Paraná, Maringá, 2
jul. 2004. Cidade, p.3.
______ . Partidos prometem surpresa em rádio e TV. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 11 ago. 2004. Política, p.3.
______ . Perícia diz que gravação não foi editada. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 1 out. 2004. Política, p.3.
______ . PT e PP disputam apoio dos derrotados. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 5 out. 2004. Política, p.3.
______ . PT quer direito de resposta no programa ‘Pinga-Fogo’. O Diário do Norte
do Paraná, Maringá, 4 set. 2004. Política, p.3.
______ . PT rebate denúncias em direito de resposta. O Diário do Norte do
Paraná, Maringá, 22 set. 2004. Política, p.3.
______ . Recomeça o horário eleitoral gratuito. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 14 out. 2004. Política, p.3.
______ . Sobram vagas para mulheres nos partidos. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 1 ago. 2004. Política, p.8.
______ . PT barra fita no programa de Rogério Mello. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 14 set. 2004. Cidade, p.3.
IORE, Andye. 219 mil maringaenses exercem a cidadania. Hoje, Maringá, 3 out.
2004. Cidade, p.2-A.
______ . Caleffi e Barros representam rivalidade política. Hoje, Maringá, 24 out.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Candidatos intensificam campanha na reta final. Hoje, Maringá, 24 out.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Começa campanha do 2º turno em Maringá. Hoje, Maringá, 5 out. 2004.
Cidade, p.3-A.
132
IORE, Andye. Fomos vítimas de uma armadilha, diz Alaércio. Hoje, Maringá, 17 set.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Ibope não faz pesquisa com acompanhamento. Hoje, Maringá, 18 set.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Justiça eleitoral está de olho nos candidatos. Hoje, Maringá, 4 jul. 2004.
Cidade, p.3-A.
______ . Justiça eleitoral quer moralizar campanha política. Hoje, Maringá, 11 set.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Mulheres representam 53% do eleitorado maringaense. Hoje, Maringá, 7
ago. 2004. Cidade, p.3-A.
______ . Restante da dívida será pago em três gestões. Hoje, Maringá, 8 ago. 2004.
Cidade, p.3-A.
______ . Tempo dos candidatos será definido dia 11. Hoje, Maringá, 7 ago. 2004.
Cidade, p.3-A.
JUIZ anuncia portaria que fiscaliza pesquisas. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 11 set. 2004. Política, p.3.
JUSTIÇA suspende programação da TV Maringá e Nova Ingá. Hoje, Maringá, 30
out. 2004. Cidade, p.3-A.
LULA gravou para o programa de João Ivo. Hoje, Maringá, 9 out. 2004. Cidade, p.3-
A.
MÃE de José Cláudio grava apoio a Silvio. O Diário do Norte do Paraná, Maringá,
26 out. 2004. Política, p.3.
MARINGÁ entre as melhores para se trabalhar. Hoje, Maringá, 17 jul. 2004. Cidade,
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______ . “Despenquei para os braços do PT”, diz Batista. Hoje, Maringá, 26 out.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Caleffi diz que vai manter campanha pacífica. Hoje, Maringá, 17 out. 2004.
Cidade, p.5-A.
MASSALLI, Fábio. Candidatos a prefeito querem asfaltar bairros. Hoje, Maringá, 12
set. 2004. Estadual, p.5-A.
133
MASSALLI, Fábio. Candidatos apostam na campanha pela TV. Hoje, Maringá, 12
out. 2004. Cidade, p.3-A.
______ . Candidatos avaliam última semana de campanha. Hoje, Maringá, 26 set.
2004. Geral, p.7-A.
______ . Candidatos falam sobre menores pedintes. Hoje, Maringá, 29 ago. 2004.
Geral, p.7-A.
______ . Candidatos pedem explicações à Justiça Eleitoral. Hoje, Maringá, 31 jul.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Candidatos prometem concluir o HM. Hoje, Maringá, 19 set. 2004. Política,
p.5-A.
______ . Coligação perde 3 minutos em programa eleitoral. Hoje, Maringá, 30 set.
2004. Cidade, p.2-A.
NEZO, Ronaldo. Começa hoje a propaganda no rádio e na TV. Hoje, Maringá, 14
out. 2004. Cidade, p.3-A.
______ . Decisão sobre direito de resposta do PT deve sair hoje. Hoje, Maringá, 21
out. 2004. Cidade, p.3-A.
______ . Horário eleitoral coloca campanha nas ruas. Hoje, Maringá, 18 ago. 2004.
Cidade, p.3-A.
______ . Justiça concede novo direito de resposta ao PT. Hoje, Maringá, 22 out.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Justiça derruba ações do PP contra João Ivo Caleffi. Hoje, Maringá, 27 out.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Justiça eleitoral define propaganda gratuita. Hoje, Maringá, 17 ago. 2004.
Cidade, p.3-A.
______ . Justiça eleitoral faz reunião para evitar abusos. Hoje, Maringá, 27 ago.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Laudo diz que gravação não serve de prova. Hoje, Maringá, 22 out. 2004.
Cidade, p.3-A.
______ . Maringá ainda espera 99% do dinheiro desviado. Hoje, Maringá, 1 ago.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Maringá tem estatísticas mais realistas. Hoje, Maringá, 18 jul. 2004.
Cidade, p.3-A.
______ . Motoristas são culpados por acidentes. Hoje, Maringá, 18 jul. 2004.
Cidade, p.3-A.
134
NEZO, Ronaldo. Pastoral da saúde desmente apoio a Silvio Barros. Hoje, Maringá,
29 out. 2004. Cidade, p.3-A.
______ . Pesquisas serão fiscalizadas pela Justiça Eleitoral. Hoje, Maringá, 10 set.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Prefeitura faz estudos para reduzir acidentes. Hoje, Maringá, 18 jul. 2004.
Cidade, p.3-A.
______. PT obtém direito de resposta contra ataques de Silvio. Hoje, Maringá, 19
out. 2004. Cidade, p.3-A.
______ . PT pedirá direito de resposta em horário eleitoral. Hoje, Maringá, 15 out.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . Resposta no Pinga Fogo inicia nova polêmica. Hoje, Maringá, 22 set. 2004.
Cidade, p.3-A.
______ . Seis bairros ganham asfalto ainda este ano. Hoje, Maringá, 12 out. 2004.
Cidade, p.3-A.
______ . Sonda fornece software do ISS à prefeitura. Hoje, Maringá, 23 set. 2004.
Cidade, p.2-A.
______ . Suspensa divulgação de pesquisa do Data Vox. Hoje, Maringá, 23 set.
2004. Cidade, p.3-A.
______ . TSE tira das ruas os fiscais da Justiça Eleitoral. Hoje, Maringá, 24 set.
2004. Cidade, p.3-A.
PROPAGANDA eleitoral recomeça na quarta. O Diário do Norte do Paraná,
Maringá, 7 out. 2004. Política, p.3.
PT tira Pinga-Fogo do ar por apoiar Silvio. O Diário do Norte do Paraná, Maringá,
30 out. 2004. Política, p.3.
UTSUNOMIYA, Elaine. Silvio, vitorioso: ‘vamos arrumar a casa’. O Diário do Norte
do Paraná, Maringá, 1 nov. 2004. Eleições 2004, p.3.
VALÉRIO, Roseli. Campanha decidida no horário eleitoral. O Diário do Norte do
Paraná, Maringá, 12 out. 2004. Política, p.3.
6 APÊNDICES
136
APÊNDICE A: METODOLOGIA PARA A TRANSCRIÇÃO ORAL DO CORPUS
O corpus escolhido para a realização deste trabalho foi elaborado mediante
gravação e transcrição oral do HGPE/TV. Nosso objetivo não está focado na
oralidade, mas sim, no funcionamento dos efeitos de sentido das regularidades
discursivas ocorridas no programa eleitoral dos candidatos.
Dada a dificuldade que toda transcrição oral impõe, lembramos que nenhum
método transcritivo consegue atingir o grau máximo de perfeição. Por isso,
procuramos transcrever o texto oral, com os sinais de pontuação usual dos escritos,
a fim de dar-lhe sentido e coerência. Contudo, a oralidade possui, entre tantas
especificidades, entonação fraca ou forte, palavras incompletas, supressão de
consoantes no final das palavras, discordâncias verbal e nominal e problemas de
regência. Diante da infinidade de alternâncias ocorridas, procuramos, no que
concerne a problemas de concordância e regência, registrar as falas obedecendo à
forma como foi dita. Para as palavras em que seu modo usual de dizer suprime
alguma consoante, optamos em priorizar ooelo critério escrito.
A transcrição vem complementada por termos técnicos utilizados por
programas de telejornais e de textos publicitários, pois consideramos a produção do
horário eleitoral como uma junção de publicidade e propaganda planejada para a
TV. Além disso, embora não tivéssemos o tempo necessário para nos dedicar às
imagens e por isso elas foram pouco utilizadas em nossa análise, reservamos um
espaço para descrever, de maneira superficial, as que acompanhavam a fala dos
personagens, como uma alternativa esclarecedora das CP em que se deu a
oralidade.
137
APÊNDICE B:
NORMAS UTILIZADAS NA TRANSCRIÇÃO
sinal utilização exemplo
- uma ou duas
letras juntas.
- identificação nominal dos
locutores
- JIC: João Ivo Caleffi.
... - marcar palavras incompletas.
- P: ( ) pra que a gente possa treinar e
ir pras comp..., é ir pras competições.
- RR: ... conversa de fechar a
prefeitura por meio expediente.
- ( ) - marcar incompreensão de
palavras ou segmentos.
- T: nós ( ) uma casinha, vem a
chuva tem um ônibus.
- (( )) - marcar comentários do
transcritor.
CF: ((apenas acena negativamente
com a cabeça)).
palavra utilização exemplo
- ah
- éh
- marcação enfática
- D: ah, é bom ter dois campos.
- JL: prefeito, éh, e as creches?
- pra - sem o uso do acento agudo
- jingle: eu peço bis, Maringá pra
todos nós.
138
APÊNDICE C: HGPE/TV DE JIC/PT
Data Programa Candidato
25/10/04 HGPE/TV João Ivo Caleffi/PT
Imagem T. Tc. Linguagem verbal
- Maringá em computação
gráfica;
- logomarca
1
: estrela/PT.
jingle
2
eu peço bis, Maringá do nosso jeito, eu peço
bis, Maringá pra todos nós, eu peço bis, João
Ivo prefeito, Maringá mais feliz, João Ivo
prefeito, Maringá mais feliz.
- estúdio. apr
JL: oi pessoal! Hoje vamos ver o que o João
Ivo fez e vai fazer pela cultura, esporte e lazer
da nossa Cidade Canção. Estamos entrando
no ar.
- bg
3
: música de campanha;
- pessoas em atividades
esportivas e culturais;
- obras.
nc
4
Loc: incentivar o esporte e lazer em Maringá
sempre foi um compromisso da atual
administração municipal. Uma das ações mais
importantes foi a construção de oito ginásios
esportivos nas escolas. Também merecem
destaque, a retomada dos Jogos Abertos de
Maringá, dos Jogos da Juventude e o início
das obras da Vila Olímpica e mais, o início da
reforma do Ginásio Chico Neto, os dois
campos de futebol do Jardim América e um no
Jardim Alvorada, a compra do terreno do
Brinco da Vila, a pista de skate no Iguatemi e a
construção do Complexo Esportivo Roberto
Duque da Rocha. Na área cultural, para boa
realização das atividades, a prefeitura
começou recuperando os equipamentos
culturais. Entre as ações que merecem
destaque estão: a lei de incentivo a cultura, a
viação cultura, a reforma do Cine Teatro Plaza,
a implantação do projeto guri, as novas
instalações dos museus, o café do teatro, o
projeto arte sem barreiras e o auto de natal.
- logomarca: estrela/PT;
- slogan
5
: João Ivo. Você
pode confiar.
1
Logomarca: marca, identificação.
2
Jingle: mensagem publicitária em forma de música geralmente simples e cativante, fácil de
cantarolar e de recordar. Pequena canção, criada para a propaganda, com duração média de 15 a
30 segundos.
3
Background: música de fundo.
4
Nota coberta: apresentação, pelo locutor em off, de um tema com suas respectivas imagens.
5
Slogan: frase concisa, marcante, atraente que se repete inúmeras vezes sem alteração.
139
- estúdio;
- crd.
6
: João Ivo Caleffi;
- logomarca: estrela/PT.
com 1
JIC: o esporte e lazer é prioridade do nosso
governo e vai continuar sendo no próximo
governo, porque a Assembléia do Orçamento
Participativo, realizada este ano, decidiu que dois
mil e cinco será o ano do esporte e lazer. Fazer
piscinas aquecidas, cobrir ginásio de esporte, pista
de caminhada, enfim, investir pesado no esporte.
Dois mil e cinco será o ano do esporte e lazer em
Maringá.
- insert
7
: estrela do PT com
pessoas em atividade física;
- frase: esporte e cultura.
- estúdio;
- crd.: Frambel Carvalho.
com 2
FC: alô amigos! Cultura é o ato de cuidar ou
cultivar alguma coisa, sobretudo a terra. Foi daí
que surgiram os sentidos de criar raízes em algum
lugar e de cuidar da memória de uma cidade ou
um país. Também se entende cultura como a
criação e difusão das ciências humanas e das
artes, das suas mais variadas formas. Valorizar a
cultura e o culto à saúde física e mental que o
esporte possibilita é fundamental para o bem estar,
o desenvolvimento e a felicidade de cada um. O
governo popular de Maringá acredita nisso e
desenvolve várias ações de incentivo à cultura e
ao esporte, seguindo o ideal criado na antiguidade
pelos gregos “mensana in corpori sano” que em
nosso idioma significa mente sã em corpo são.
- logomarca: estrela/PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar.
slg João Ivo. Você pode confiar!
- estúdio.
apr
JL: mandou bem Frambel! Mais uma vez a gente
vai conversar com a Simone Kisner que andou a
passos largos conversando com os maringaenses.
Fala Simone! Fala Maringá!
- chamada
8
: fala Maringá.
6
Crédito: nome/titulação da pessoa que fala na tela.
7
Insert: arte usada para abrir um assunto, dando dados que permite o telespectador compreender
ou fixar o tema abordado.
8
Chamada: utilizada para dar início a um quadro específico da programação.
140
- ambiente externo: campo
de futebol;
- logomarca e crd: Simone
Kisner.
st-p
9
SK: estamos aqui no centro de treinamento da
AMAFU - Associação Maringaense de Futebol que
tem escolinhas espalhadas em alguns bairros aqui
da cidade. Antigamente, aqui havia apenas um
campo que na gestão do João Ivo foram
transformados em dois para dar maior incentivo ao
esporte amador. É aqui nesse espaço que treinam
também os times que representam Maringá nos
Jogos Abertos e nos Jogos da Juventude e daqui
já saíram grandes atletas que hoje estão
espalhados aí pelo Brasil. Pedro, é legal ter um
espaço como esse com incentivo da prefeitura
para vocês treinarem?
- ambiente externo: campo
de futebol;
- logomarca e crd: Pedro;
- logomarca: estrela/PT.
snr
10
do
st-p
P: ah, é bom ter dois campos, é aqui no campo
dos amadores né?, pra que a gente possa treinar e
ir pras comp..., é ir pras competições.Treinando no
juvenil né?, que onde está dando bastante
resultado e inclusive ficamos em terceiro lugar do
paranaense esse ano.
- ambiente externo: quadra
coberta, pista de Skate.
st-p 2
SK: na administração de João Ivo Caleffi, a
população mais jovem de Iguatemi ganhou espaço
pro lazer. Além da cobertura e ampliação daquela
quadra de esportes ali atrás, eles ganharam a
pista de skate que se transformou no ponto de
encontro da moçada. Douglas diz pra gente: É
legal, vocês vêm aqui todos os dias?
- ambiente externo: quadra
coberta, pista de Skate;
- logomarca e crd: Douglas;
- logomarca: estrela/PT.
snr
do
st-p 2
D: é. É muito importante aqui pra andar de skate,
melhor do que ficar na rua.
- ambiente interno;
- logomarca e crd: Pedro
Uchoa.
snr
PU: nessa gestão eu senti um, um trabalho sério
de, de criação de, de uma política de ação cultural
que é muito importante né?, que eu não sentia. Há
quinze anos eu trabalho aqui e acho que o que
precisa é exatamente isso, é começar um trabalho
de, de, de, de base, de política de ação cultural.
Eu acho que, que o João Ivo tá no caminho certo
né, com, com, com relação a ação né, e a e a
atividade dele na cultura implemento a a leis de
incentivo, colocar em funcionamento a lei
novamente, éh a viação cultura, o projeto, a
regulamentação dos teatros. Eu acho que ele fez
uma ação correta nessa gestão e espero que nos
próximos quatro anos ele continue né?, com esse
avanço né?, na, na implementação da, das formas
de agir culturalmente.
9
Stand-up: formato de uma entrevista gravada ao vivo.
10
Sonora: fala em entrevista.
141
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
11
JL: pois é prefeito, a população está se mexendo
literalmente, né?. Quanta gente praticando
esporte, quanto incentivo ao esporte! Isso
naturalmente significa saúde. E aí prefeito? Coisa
boa? Bom saber disso?
- candidato no estúdio. est
JIC: é muito bom porque a prefeitura tem investido
muito nesses quatro anos de governo nosso. Nós
investimos muito no esporte comunitário. Desde
quadra esportiva, de fazer pista de caminhada,
pista de skate em Iguatemi, enfim, recuperar os
Jogos Abertos de Maringá, ser campeão dos
Jogos Abertos do Paraná em dois mil e um, dois
mil e dois aqui em Maringá, dois mil e três ser vice-
campeão em Pato Branco, dois mil e quatro ser éh
... vice-campeão dos Jogos da Juventude –
SEDIAC, em Maringá, ficar em terceiro lugar dos
Jogos Abertos do Paraná. Então, realmente é o
investimento é grande e a população tá reco...
reconhecendo isso. Vamos continuar fazendo
desse jeito.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito e pro próximo mandato, quais são os
projetos, as propostas para o esporte em Maringá?
- candidato no estúdio.
est
JIC: primeiro que a Assembléia do Orçamento
Participativo de dois mil e quatro decidiu, com a
participação de mais de dez mil pessoas da, da,
dos bairros de Maringá, que dois mil e cinco será o
ano do esporte e lazer em Maringá. Nós vamos
atender o que o povo pediu. É pista de caminhada,
é cobertura de gin... de quadra esportiva, é
aquecer as piscinas do centro esportivo, pro
pessoal da terceira idade fazer natação,
hidroginástica, é construir a pista de skate ali na
Vila Olímpica, fazer o centro, um grande centro
esportivo de esporte, e lazer e cultura também ali
na, na Vila Operária, no Brinco da Vila, é investir
pesado no esporte de Maringá. População de
Maringá nas suas assembléias do OP decidiu e
nós acatamos aquilo que o povo pede, aquilo que
o povo decide.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito, nesse mandato, nós tivemos a
reforma da biblioteca do mandacaru, tivemos a
reforma do de um grande patrimônio da cidade de
Maringá - o Cine Teatro Plaza. Tivemos o projeto
guri. Grandes projetos foram desenvolvidos pra
cultura. Eu sei que você tem uma preocupação,
um carinho especial pela cultura, por ser professor
e pro próximo mandato, me conte, éh quais os
planos? Quais os projetos pra cultura na cidade de
Maringá?
11
Estúdio: entrevista apresentada com alguém dentro do estúdio.
142
- candidato no estúdio.
est
JIC: Jany, continuar com essa política cultural que
nós já começamos nesse mandato, ouvindo
sempre o conselho municipal de cultura, ouvindo
todos artistas e a população de Maringá nesse
setor da cultura pra que a gente possa realmente
implantar uma política cultural boa que seja de
acordo com a vontade da população, dos artistas
de Maringá. Vamos continuar com o projeto guri,
vamos ainda construir a biblioteca central ali no
novo, novo centro, fazer um grande centro cultural
onde possa ter museu, biblioteca informatizada,
espaço pra teatro. Enfim! Uma grande biblioteca,
reformar também as bibliotecas ainda não
reformadas da cidade de Maringá e construir
outras. Então é isso, fazer uma cultura que
realmente a população possa participar e que
atenda os anseios da população de Maringá.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: ok prefeito. Mais uma vez, obrigada pela
conversa.
- candidato no estúdio. est
JIC: até a próxima.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: tial.
- logomarca: estrela/PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar.
slg João Ivo. Você pode confiar!
- ambiente interno;
- logomarca e crd: Patrus
Ananias: Ministro do
Desenvolvimento Social e
Combate à Fome.
snr
PA: venho a Maringá pedir o seu voto, para que o
João Ivo continue o trabalho sério e competente
que vem realizando nesta cidade que é tão
importante para o desenvolvimento do Paraná e do
Brasil. Quanto mais prefeitos nós tivermos
competentes que tenham os mesmos
compromissos sociais que nós temos no governo
Lula, com o João Ivo tanto mais, poderemos
consolidar e ampliar essas boas parcerias de
forma honesta, transparente, atendendo a um
número cada vez maior de pessoas, de famílias e
de comunidades carentes. Por isso, no dia trinta e
um, vote no treze, que João Ivo continue bem
governando Maringá e nós cada vez mais,
estaremos juntos.
- cenas de campanha
eleitoral: JIC cumprimenta
eleitores, carreatas,
pessoas com bandeiras,
crianças, etc;
jgl sou Maringá de todo o coração e por isso eu peço
bis, eu peço bis, Maringá do nosso jeito, eu peço
bis, Maringá pra todos nós,eu peço bis, João Ivo
prefeito, Maringá mais feliz, eu peço bis, Maringá
do nosso jeito, eu peço bis, Maringá pra todos nós,
143
- crd.: reunião popular,
terça, dia 26 às 8h da noite.
Conj. H. Sanenge. R.
Arara/esq. Av. Alziro Zarur,
próx. Posto Ecológico;
- Maringá em computação
gráfica;
- logomarca: estrela/ PT.
eu peço bis, João Ivo prefeito, Maringá mais feliz,
João Ivo prefeito, Maringá mais feliz.
- cenas de campanha
eleitoral: comício, eleitores
com bandeiras, candidato e
vice, personagens políticas,
etc;
- logomarca: estrela/ PT;
- slg: João Ivo. Você pode
confiar.
nc
Loc: no último domingo à noite, João Ivo e pastor
Rubem participaram de um debate com o povo de
Maringá em um grande comício realizado no
conjunto Herman Moraes de Barros com a
presença de dezoito prefeitos da região e grandes
nomes da política paranaense. João Ivo e pastor
Rubem conversaram com mais de dez mil
pessoas. É a vitória da confiança!
144
Data Programa Candidato
26/10/04 HGPE/TV João Ivo Caleffi/PT
Imagem T. Tc. Linguagem verbal
-Maringá em computação
gráfica;
- logomarca: estrela/PT.
jingle eu peço bis, Maringá do nosso jeito, eu peço bis,
Maringá pra todos nós, eu peço bis, João Ivo
prefeito, Maringá mais feliz, João Ivo prefeito,
Maringá mais feliz.
- estúdio;
- logomarca e crd: Jany
Lima.
apr
JL: olá pessoal! O programa que tá começando
agora vai falar sobre o principal investimento para a
formação de cidadãos: a educação! Você vai
conhecer o processo revolucionário que essa
administração implantou pra educar jovens e
crianças maringaenses. Acompanhe!
- bg: música de campanha;
- imagens internas e
externas de escolas;
- alunos e professores.
nc
Loc: para mostrar tudo que o governo popular fez
pela educação, seriam necessários bem mais que
os dez minutos desse programa. Afinal essa é uma
das áreas em que a prefeitura se superou. Merecem
destaque, a construção da Escola Paulo Freire, uma
da melhores escolas públicas do Brasil, o Centro
Municipal de Educação Infantil José Cláudio Pereira
Neto, uma homenagem ao prefeito, que começou a
recolocar Maringá no caminho do crescimento e da
honestidade e a distribuição de quinze mil kits
escolares. Ao todo foram construídos dez centros de
educação infantil que substituem as antigas creches
e construídos outros dois, e ampliados mais onze, e
vinte e duas escolas foram reformadas e ampliadas.
Isso possibilitou, ao todo, seis mil e quinhentas
novas vagas. Também é importante destacar que na
atual gestão, não apenas os educadores, mas todos
os funcionários da secretaria de educação
participaram de cursos de formação e capacitação
profissional.
- insert: estrela do PT com
uma criança estudando;
- frase: educação.
- estúdio;
- logomarca e crd: Frambel
Carvalho.
com 1
FC: alô amigos! Com o apoio dos educadores, das
educadoras e de todos aqueles que com muito
amor, trabalham no ensino público de Maringá, a
atual administração transformou nossas escolas
municipais em modelos para todo o Brasil. As
escolas construídas pela atual gestão são do nível
das melhores escolas particulares. São escolas
onde educadores e alunos convivem felizes. Por
isso ensinam mais e aprendem mais. Maringá já
teve um prefeito que privatizou as escolas públicas.
O que parecia uma idéia milagrosa, mostrou ser um
absurdo, como se não bastasse esse mesmo ex-
prefeito ainda acabou com o plano de carreira dos
145
professores municipais. Mas hoje, felizmente,
Maringá vive uma outra realidade. A prefeitura
valoriza e vai continuar valorizando a educação.
Quem está empenhando sua palavra é o professor
João Ivo.
- logomarca: estrela/PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar.
slg João Ivo. Você pode confiar!
- estúdio.
apr
JL: obrigada Frambel! Mais uma vez a gente vai
conversar com Simone Kisney. Ela que saiu às ruas
para ouvir a população. Nada melhor do que o povo
de Maringá, pra falar e comprovar que o prefeito
João Ivo fez direitinho a lição de casa. Fala Simone!
Fala Maringá!
- chamada: fala Maringá.
- ambiente interno: espaço
físico de uma escola;
- logomarca e crd: Simone
Kisner.
st-p
SK: na gestão do João Ivo Caleffi, a educação deu
um grande salto. Você, com certeza, já visitou uma
escola municipal, um centro de educação infantil.
Mas não é só isso. A qualidade do ensino também
melhorou bastante. Márcia, você é professora há
sete anos, a qualidade do ensino realmente avançou
muito de quatro anos pra cá?
- ambiente interno: espaço
físico de uma escola com
professora em entrevista;
- logomarca e crd:
Professora Márcia.
snr
do
st-p
M1: olha, eu tenho visto que a qualidade de ensino,
nesse governo, tem tido assim uma preocupação em
todos os sentidos. Éh nós temos tido muitos cursos,
palestras, éh participações em fórum. Não só nós,
mas toda a comunidade é convidada. Nós tivemos
agora, com esse governo, um olhar muito
significativo pra nossa, pra nossa sala de aula, pro
nosso dia-a-dia que é o que importa né? é a prática,
é na prática que a gente, éh melhora o ensino e
melhora a formação do novo aluno né?.
- logomarca: estrela/ PT;
- ambiente interno: espaço
físico de uma escola.
st-p 2
SK: o Gabriel estudava numa escola particular e
você o transferiu para o ensino público é isso?
- logomarca: estrela/PT;
- ambiente interno: espaço
físico de uma escola com
pai de aluno em entrevista;
- logomarca e crd: Marcos:
pai do Gabriel.
snr
do
st-p 2
M2: exatamente. Eu mudei de casa né?, mudei de
bairro e tinha muita preocupação a respeito do local
em que o meu filho ia estudar e coloquei na escola
pública e fiquei muito feliz, satisfeito, porque notei
tem coisas importantes na escola pública. Nós
estamos aqui no refeitório da escola que é muito
bonito, é muito higiênico, a comida é muito boa. O
Gabriel sempre fala né?, que a comida é muito boa
e isso foi uma coisa importante. Outra coisa que eu
146
achei muito importante na escola pública é o
material. Ele tem material que é entregue pra ele, a
bolsa. E a terceira coisa que eu acho que é
fundamental é o acompanhamento. A professora
sempre pede que a gente venha conversar pra ver
como está o aluno né, e o meu filho, eu sinto que ele
gosta de escola, que aqui é um lugar que ele se
sente bem, faz questão de levantar de manhã, vem
com alegria.
- logomarca: estrela/PT;
- mãe de aluna em
entrevista;
- logomarca e crd: Valquíria:
mãe de Heloísa.
snr
do
st-p 3
V: faz uma semana mais ou menos que ela tá com
um pouquinho de gripe e tudo, mas todo dia faz a
cartinha pra pro. Mãe eu quero leva a cartinha pra
prô! Tô com saudade da escola! Eu quero ir lá! Eu
quero brincá! Quero ver meus amiguinho e faz as
cartinhas, os desenho dela e quer que leva. E de
vez em quando, eu dou uma passadinha lá pra ela
matar a saudade. Eu acho muito interessante assim
da educação infantil é que eles têm uma proposta
pedagógica muito boa, a minha filha tá no pré dois,
tem cinco aninhos e ela já sabe escrever casa, aí ela
chega em casa e fala assim: mamãe eu tô
aprendendo inglês, aí eu falo assim: como que é?
Ela faz assim hand, food, mostra o pé, tudo. Eu acho
assim muito interessante. Eu confio e eu creio que
ele vai continuar sendo um bom prefeito, fazendo
um bom trabalho.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: que bacana hein prefeito. Estamos vendo aqui
que Maringá tá dando uma aula de educação pro
Brasil inteiro.
- candidato no estúdio.
est
JIC: é verdade Jany. Desde de o início do nosso
governo, priorizamos a educação. Eu e o
companheiro Jose Cláudio decidimos, logo no início
do governo, junto com meu partido de que a
educação seria prioridade no nosso governo.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito João Ivo, a gente sabe que os
professores, no dia-a-dia, vão percebendo muita
coisa que pode ser feita, vão tendo muitas idéias
sobre como melhorar a educação também. Como
que a prefeitura administra isso? Recebe essa
capacidade criativa dos professores?
- candidato no estúdio.
est
JIC: é muito importante. Os educadores da rede
municipal de ensino têm todo apoio, curso de
aperfeiçoamento, espaço alternativo, laboratórios.
Éh tem também o ginásio de esporte pra questão da
educação física, teatro, enfim. Mas o importante
mesmo é que o professor possa junto com a sua
equipe, criar coisas alternativa, ter espaço de
criação de liberdade na escola.
147
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito, éh, e as creches? Ou melhor, o centro
de educação infantil que agora é o nome correto né?
Porque que aconteceu essa mudança? O que
significa essa mudança na prática? E o que que foi
feito, o que que será feito dentro da, dos centros de
educação infantil? Me conte.
- candidato no estúdio.
est
JIC: as antigas creches passou a chamar-se Centro
Municipal de Educação Infantil. Por que? Porque
agora saiu da área social e passou para a área da
educação. O que que muda nisso? Muda que agora,
desde zero a seis anos, as crianças já vão sendo
preparada, pedagogicamente, pra poder também já
ir e quando chegar na fase de entrar na no ensino
fundamental, já estejam preparada pra isso.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito. Kit escolar, ginásio de esporte, sala de
informática nas escolas. Esses depoimentos todo, o
povo viu o que foi feito na educação. Como é que
conseguiu? Como é que a prefeitura, administração
conseguiu fazer tanta coisa?
- candidato no estúdio.
est
JIC: primeiro seriedade na aplicação dos recursos,
aplicando aquilo que a lei desi... determina, que tem
que ser vinte e cinco por cento no mínimo na
educação. Nós temos aplicado vinte cinco e às
vezes um pouquinho mais e ouvindo sempre o povo
de Maringá. O povo sempre sabe o que quer nun...
nunca pede o que não precisa e por isso temos
avançado. Outra coisa importante é que é prioridade
desse governo investir na educação do nosso povo.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito João Ivo, depois de tantas boas notícias,
vamos falar sobre o futuro? Quais os planos pra
educação das crianças e jovens de Maringá?
- candidato no estúdio.
est
JIC: continuar investindo pesado na educação
pública municipal. Ampliando a rede, reformando se
for necessária, dando curso de aperfeiçoamento
para os professores, melhorando o salário quando
possível dentro da, dos limites do nosso orçamento,
melhorando o salário dos professores, dos
funcionários, dos trabalhadores de educação e
também implantar a jornada ampliada em Maringá.
Já tem uma experiência de Iguatemi, da Escola
Paulo Freire, quero espalhar isso por município todo.
Além do que continuar o kit escolar, foram quinze mil
e quinhentos kits escolares éh entregue nesse
governo. Vamos continuar no próximo governo.
Então é isso é trabalhar sempre para o bem da
nossa cidade e principalmente para o bem da
educação.
148
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: muito bem prefeito, obrigada mais uma vez e até
a próxima.
- candidato no estúdio. est
JIC: muito obrigado.
- logomarca: estrela/PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar.
slg João Ivo. Você pode confiar!
- estúdio;
- logomarca e crd: Wilson
Quinteiro.
com 2
WQ: a liberdade de escolha do eleitor maringaense
é plena, mas eu quero pedir a você que nos
acompanhou no primeiro turno, é momento de muita
responsabilidade pra que juntos possamos caminhar
e apoiar, agora, o João Ivo Caleffi. Porque nós
sabemos que ele tem o apoio do governo federal e
estadual. É pelo bem de Maringá, é por isso que eu
peço apoio pra ele.
- logomarca: estrela/PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar.
slg João Ivo. Você pode confiar!
- estúdio;
- logomarca e crd: Dr.
Batista.
com 3
Dr. B: o PTB seguindo a linha do governo federal e
do governo estadual, esse alinhamento fez com que
nós em Maringá, que fizemos, aproximadamente,
trinta e oito mil votos no primeiro turno, não tivemos
a felicidade de chegar ao segundo turno, mas
estamos apoiando o prefeito João Ivo Caleffi,
pedindo o seu voto para que ele realmente possa
dar continuidade ao trabalho que está fazendo na
cidade de Maringá.
- imagens diversas da
campanha eleitoral de
Maringá.
clip
Pv: ... a educação...
- Requião em discurso. snr
RR: e é o meu candidato...
- imagens diversas da
campanha eleitoral de
Maringá.
- Presidente Lula
cumprimenta o candidato.
snr
L: te desejo que você seja eleito prefeito de
Maringá...
- imagens diversas da
campanha eleitoral de
Maringá;
- logomarca e slogan.
clip
Pv: ... educação ... João Ivo pra prefeito.
149
Data Programa Candidato
27/10/04 HGPE/TV João Ivo Caleffi/PT
Imagem T. Tc. Linguagem verbal
-Maringá em computação
gráfica;
- logomarca: estrela/PT.
jingle eu peço bis, Maringá do nosso jeito. eu peço bis,
Maringá pra todos nós, eu peço bis, João Ivo
prefeito, Maringá mais feliz, João Ivo prefeito,
Maringá mais feliz.
- estúdio;
- logomarca e crd: Jany
Lima.
apr
JL: olá pessoal! Há dois anos atrás, Luiz Inácio Lula
da Silva foi eleito presidente do Brasil e você sabe
que isso é muito bom pra nossa cidade. Afinal de
contas, o presidente confia no João Ivo e através
desse bom relacionamento, muitos recursos são
viabilizados para a construção de grandes obras
como, por exemplo, o novo centro. Hoje, o nosso
programa vai falar sobre grandes obras. Fique
ligado.
- bg: música de campanha;
- imagens diversas de obras
prontas ou em construção;
- vista aérea de Maringá;
- logomarca e slogan.
nc
Loc: desde de dois mil e um, o governo popular
transformou Maringá em um imenso canteiro de
obras. Entre as maiores realizações, merecem
destaque a conclusão do Terminal Urbano e o início
das obras do Novo Centro que já empregam mais de
mil trabalhadores, a conclusão e abertura do
Aeroporto Regional de Maringá, o viaduto na
Guaipó, o início da construção da Vila Olímpica, a
duplicação da Avenida Gurucaia, a ampliação da
rede de esgotos, a abertura do Hospital Municipal
vinte e quatro horas e a construção de trinta e oito
mil metros quadrados de escolas. Até o final deste
ano, seis bairros vão ganhar asfalto. Essa obra já
está licitada e sua realização é certa, nos próximos
quatro anos João Ivo pretende levar asfalto a todos
os bairros e fazer mais obras fundamentais para
construir uma Maringá para todos.
- insert: estrela do PT com
imagem do aeroporto;
- frase: obras.
- estúdio;
- logomarca e crd: Frambel
Carvalho.
com 1
FC: alô amigos! A maior obra que um prefeito pode
fazer para a cidade que administra, é consolidar a
valorização do ser humano, o que pode ser feito a
cada dia, em cada ação. Uma das melhores
maneiras de fazer isso é ouvir a comunidade. Assim
é possível saber o que cada um quer para sua rua,
seu bairro, a sua vida. Além de acreditar neste
princípio, o mesmo que norteia o Orçamento
Participativo, João Ivo se preocupa com os que mais
precisam. Foi por isso que construiu tantas obras de
porte nas áreas de saúde e educação, mas também
destinou grandes obras à geração de empregos e
atração de investimentos, a exemplo do Novo
150
Centro. É para continuar a valorização humana que
João Ivo quer continuar prefeito da nossa cidade.
Está chegando a hora da vitória da confiança, a
vitória de João Ivo e você.
- logomarca: estrela/PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar.
slg João Ivo. Você pode confiar!
- estúdio. apr
JL: obrigada Frambell! E agora a gente vai mais
uma vez conversar com a Simone que durante toda
essa campanha saiu às ruas pra ouvir o que o povo
de Maringá tem a dizer. Fala Simone! Fala Maringá!
- chamada: fala Maringá.
- ambiente externo: obras
em construção;
- logomarca e crd: Simone
Kisner.
St-p
SK: Maringá virou um canteiro de obras, qualquer
que seja o bairro onde você esteja, procurem!
Olhem ao lado que você vai encontrar uma obra
realizada na gestão de João Ivo. Nós estamos aqui
no novo centro, um empreendimento que vai mudar
a cara da cidade. Tô aqui com o senhor Ferrari,
mestre de obras. Senhor Ferrari a vinte anos o
senhor trabalha nesse setor, já tinha visto
empreendimento desse porte?
- ambiente externo: prédios,
obras em construção e o
entrevistado;
- logomarca e crd: Sr.
Ferrari.
snr
do
st-p
F: não, até agora não tinha visto nenhum
empreendimento. Isso aí é muito maravilhoso para
nós e para a nossa cidade.
- ambiente externo: prédios,
obras em construção e o
entrevistado.
st-p 2
SK: qual a importância do novo centro pra Maringá?
- ambiente externo: prédios
prontos, obras em
construção e o entrevistado.
snr
do
st-p 2
F: bom a importância é a geração de mão de obra,
muitas pessoas estão sendo beneficiadas, a nossa
cidade vai se tornar mais bela e isso é muito
importante, isso traz um grande benefício não
somente para a cidade, mas também para os
moradores e para as pessoas que aqui trabalham.
- ambiente externo: prédios,
obras em construção e o
entrevistado.
st-p 3
SK: o senhor confia na administração do João Ivo?
- ambiente externo: prédios,
obras em construção e o
entrevistado.
snr
do
st-p 3
F: até agora não pude observar nada de errado,
portanto eu continuo confiando.
151
- ambiente externo: prédios,
obras em construção e o
entrevistado.
st-p 4
SK: acredita que ele vai fazer uma boa gestão?
- ambiente externo: prédios,
obras em construção e o
entrevistado;
- logomarca: estrela/PT.
snr
do
st-p 4
F: acredito. Se ele continuar com os mesmos planos
que têm vindo até agora, será uma boa gestão.
- repórter e entrevistada. st-p 5
SK: o hospital municipal foi uma das grandes obras
de João Ivo. Parado há dez anos, foi nessa que ele
finalmente entrou em funcionamento, vindo a ser um
grande reforço pra questão da saúde. Tô aqui com a
dona Áurea que há pouco tempo teve um enfarto,
precisou ser atendida no hospital municipal. Como é
que foi a sua história?
- repórter e entrevistada;
- logomarca e crd: Dona
Áurea.
snr
do
st-p 5
A: eu saí de casa bem e quando eu cheguei na rua,
eu me senti mal. Então, eu telefonei pra uma amiga
minha, ela me levou no hospital municipal, eu fui
muito bem atendida, maravilhosamente. Tudo isso
eu devo ao João Ivo, se não fosse ele, a gente não
teria aquele hospital maravilhoso lá, você não
acha?Por isso que eu peço bis pro Ivo!
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: mais uma demonstração de que o povo tá
satisfeito com o trabalho, né prefeito?
- candidato no estúdio. est
JIC: são grandes obras que a prefeitura de Maringá
tá fazendo. São obras estruturais pa cidade de
Maringá, que muda o perfil, muda a cara da cidade,
gerando muito emprego pro povo de Maringá e o
mais importante é que tem a participação popular, o
povo de Maringá ajudou a decidir essas obras.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito, o povo tá ansioso, todo mundo falando
que ainda esse ano, seis bairros serão asfaltados.
Me explique? Como que vai ser isso?
- candidato no estúdio. est
JIC: é verdade Jany. Nós vamos asfaltar nesse ano
ainda seis bairros. Já concluí a licitação, cinco
empresas venceram e vão asfaltar esses bairros de
Maringá. Elas têm sessenta dias pra entregar esses
bairros totalmente asfaltado em Maringá que é o
Tarumã I, o Guaiapó, o Batel, o Jardim Continental,
o jardim Oásis e o Solo Rico, em Iguatemi. E os
outros bairros de Maringá serão asfaltados no
próximo mandato meu. Portanto, a população de
Maringá pode confiar, asfaltaremos seis bairros
ainda em dois mil e quatro, nesse mandato e no
próximo mandato meu asfaltarei todos os outros
bairros que ainda não têm asfalto em Maringá.
152
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito vamos falar agora sobre os maiores
projetos para sua nova gestão, começando pelo
novo centro.
- candidato no estúdio. est
JIC: o novo centro, Jany, é um projeto muito
importante, o povo de Maringá já está vendo, a obra
já começou e tem um prazo pra terminar a obra
inteirinha, de três anos e três meses.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: e o Tecnopark?
- candidato no estúdio. est
JIC: o Tecnopark é um projeto do futuro embasado
no conhecimento e que vai gerar muitos empregos
pra Maringá e pra região de Maringá.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: revitalização da Avenida Brasil?
- candidato no estúdio. est
JIC: revitalização da Avenida Brasil é um anseio
antigo dos comerciantes de Maringá e nós vamos
fazer esse projeto, um projeto bonito, ousado pra
transformar Maringá no maior centro de comércio do
sul do Brasil.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito, e o projeto da Avenida das Torres?
- candidato no estúdio. est
JIC: é um projeto muito importante que nós vamos
executar no nosso próximo governo. A Avenida das
Torres é aquela avenida que passa ali atrás da Vila
Esperança, na região norte da cidade. Maringá tem
poucas ligações leste/oeste, quer dizer, ligando
Sarandi/Paiçandú. Nós vamos fazer essa ligação,
além do, da, da super-via no novo centro e da
Colombo e também o Contorno Sul. Então mais
essa ligação faz com que Maringá tenha mais
contato com Sarandi/ Paiçandú. Nós temos muitas
ligações norte/sul, mas leste/oeste, não. No próximo
governo vamos fazer essa avenida passa pela Vila
Esperança, pelo Mandacaru, também pelo Alvorada
e sai lá no Conjunto Guaiapó e Requião.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: construção da nova biblioteca central.
- candidato no estúdio. est
JIC: nós vamos fazer a nova biblioteca central de
Maringá, ela ficará ali no novo centro, nós já temos o
terreno e vamos fazer uma grande biblioteca
informatizada, com teatro, com espaço pa museu,
enfim, tudo que uma grande biblioteca precisa e que
Maringá merece.
153
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito, revitalização da rodoviária velha?
- candidato no estúdio. est
JIC: já temos o projeto, Jany, vamos fazer essa
revitalização. A idéia é fazer ali um mercado modelo,
como tem em Porto Alegre e em outras cidades, um
espaço bonito, agradável, assim como tá ficando
hoje já o novo centro ali. Então nós vamos fazer
realmente um projeto muito bonito, claro ouvindo a
população, ouvindo os comerciantes que hoje
trabalham ali na rodoviária velha.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito e a transformação do aeroporto de
Maringá em aeroporto internacional?
- candidato no estúdio. est
JIC: é um projeto que já está em andamento, já
começamos nesse governo e vamos executar,
concretizar esse projeto no nosso próximo mandato.
É fazer do nosso aeroporto, um aeroporto
internacional de carga e turismo pra desenvolver
toda a região de Maringá.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: deu pra perceber então prefeito, que a gente vai
ter um futuro com grandes obras, não é?
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JIC: com certeza.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: pode confiar?
- candidato no estúdio. est
JIC: pode confiar!
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: obrigada prefeito. Até a próxima.
- logomarca: estrela/ PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar.
slg João Ivo. Você pode confiar!
- ambiente interno;
- logomarca e crd: Orlando
Pessuti: governador em
exercício – PR.
com 2
OP: quero aproveitar deste momento para com
clareza e muita determinação manifestar o meu
apoio à candidatura do João Ivo a prefeito municipal.
Ele já é o nosso prefeito atualmente, faz um trabalho
honesto, competente. Por isso eu e o Requião, o
governo do Estado do Paraná queremos manter
essa parceria, porque é muito bom trabalhar com o
João Ivo, é muito bom, a gente poder repassar
recursos à Maringá, porque com o João Ivo nós
sabemos que serão bem aplicados esses recursos.
Por isso minha gente, usemos a inteligência e
a
154
sabedoria que todos nós possuímos. Vocês, gente
boa de Maringá não podem errar. Vamos pelo
melhor caminho, vamos pelo caminho da certeza de
uma administração séria e honrada. Dia trinta e um
de outubro, vote treze, eleja João Ivo para prefeito
de Maringá.
- imagens diversas da
campanha eleitoral e de
Maringá.
clip
Pv: ... a educação...
- imagens diversas da
campanha eleitoral e de
Maringá.
- Requião em discurso.
snr
RR: e é o meu candidato...
- Presidente Lula
cumprimenta o candidato.
snr
L: te desejo que você seja eleito prefeito de
Maringá...
- imagens diversas da
campanha eleitoral e de
Maringá;
- logomarca e slogan.
clip
Pv: ... João Ivo pra prefeito.
- cenas de campanha
eleitoral: comício, eleitores
com bandeiras, candidato e
vice, personagens políticas,
etc;
- logomarca e slogan.
nc
Loc: participem do grande showmício do nosso
candidato João Ivo, rumo à vitória. Vai ser nesta
quinta, dia vinte e oito, a partir das oito e meia da
noite, na Avenida Pedro Taques, próximo à praça
Farroupilha. Animação da Banda Herança. Participe,
vote treze, vote João Ivo e Pastor Rubem. Você
pode confiar!
155
Data Programa Candidato
28/10/04 HGPE/TV João Ivo Caleffi/PT
Imagem T. Tc. Linguagem verbal
-Maringá em computação
gráfica;
- logomarca: estrela/PT.
jingle eu peço bis, Maringá do nosso jeito, eu peço bis,
Maringá pra todos nós, eu peço bis, João Ivo
prefeito, Maringá mais feliz, João Ivo prefeito,
Maringá mais feliz.
- estúdio;
- logomarca e crd: Jany
Lima.
apr
JL: olá pessoal! Este é o penúltimo programa do
João Ivo Caleffi, o candidato que está na liderança
destas eleições. Liderança conquistada com ações
nesse mandato, projetos para o próximo, e claro
com muito respeito ao outro candidato e a você que
nos assiste todos os dias. No programa de hoje, nós
temos uma homenagem ao servidor público e
também um resumo de ações e projetos. Fique
ligado, estamos entrando no ar.
- bg: música de campanha;
- imagens diversas:
Maringá, obras prontas e
em construção, centros de
saúde, operários,
profissionais da saúde,
atividades culturais, alunos,
atletas e reunião do OP;
- logomarca e slogan.
nc
Loc: entre as principais realizações do Governo
Popular de Maringá estão as obras do novo centro
que já empregam mais de mil pessoas, o parto
humanizado e a criação de duas policlínicas que
possibilitaram o aumento de duas mil, para quatorze
mil consultas especializadas por mês, a viação
cultura, a implantação do projeto guri, a lei de
incentivo à cultura, o programa saúde da família que
já atinge oitenta e dois por cento da população, a
abertura de seis mil e quinhentas vagas nos ensinos
infantil e fundamental e a retomada dos jogos
abertos de Maringá. Para encerrar este breve
resumo, merecem destaque a realização de mais de
duzentas obras, muitas delas decididas pelo
Orçamento Participativo e a geração de mais de
dezenove mil empregos. Em Maringá é assim: o
Governo Popular trabalha, os resultados aparecem.
- estúdio;
- logomarca e crd: João Ivo
Caleffi.
com 1
JIC: dia vinte e oito de outubro é o dia do servidor e
da servidora. Quero parabenizar os servidores e as
servidoras de Maringá pelo trabalho que vêm
desenvolvendo na nossa cidade, vêm ajudando a
construir Maringá. Por isso, parabéns pelo seu dia,
vamos continuar junto e nesse dia trinta e um de
outubro vote treze para que a gente possa continuar
juntos construindo uma cidade, uma Maringá para
todos.
- insert: estrela do PT com
imagem de servidora.
- frase: servidores.
- estúdio;
com 2
FC: alô amigos. Muita gente não sabe, mas um ex-
prefeito de Maringá, com apenas uma canetada,
provocou um rombo maior que o causado pelo
156
- logomarca e crd: Frambel
Carvalho.
esquema Paolicchi. Foi quando o ex-prefeito acabou
com a trimestralidade dos servidores municipais de
Maringá. Isso gerou uma dívida que hoje chega a
quase duzentos milhões de reais para o município,
uma dívida que você, eu, todos nós teremos que
pagar. Depois dessa canetada, Maringá viveu quatro
anos atrás, um dos momentos mais importantes de
sua história. Foi quando varreu a corrupção e a
morosidade da prefeitura e deu seu voto de
confiança a José Cláudio e João Ivo. Eles
trabalharam com muita vontade e recolocaram
Maringá no caminho da honestidade, do progresso e
do bem estar. Mas ainda tem muito para se fazer. É
por isso que João Ivo pede o seu voto de confiança
para seguir à frente da prefeitura nos próximos
quatro anos.
- logomarca: estrela/ PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar
slg João Ivo. Você pode confiar!
- estúdio.
apr
JL: brigada Frambel! E agora a gente vai mais uma
vez conversar com ela, Simone Kisner, que saiu às
ruas, pra ouvir a opinião dos maringaenses a
respeito deste mandato do João Ivo. Fala Simone!
Fala Maringá!
- chamada: fala Maringá.
- ambiente externo: árvores;
- repórter e entrevistado;
- logomarca e crd: Simone
Kisner.
St-p
SK: eu tô aqui com o Sr. Elário que é motorista da
prefeitura. Trabalha há quinze anos como servidor
público. Sr. Elário, nesses quinze anos de trabalho
aí na administração, que o senhor percebeu? Quais
foram as diferenças agora na gestão do João Ivo?
- ambiente externo: árvores;
- logomarca e crd: Sr.
Elário;
- logomarca: estrela/PT.
snr
do
st-p
E: a diferença foi muito grande, melhora né?,
melhora no setor da, da educação, na nossa frota de
ônibus melhorou bastante. Comprou mais quatro
ônibus novos, comprou mais cinco microônibus,
também novo. Ah, o salário também melhorou né?,
nas outras gestões não tivemos né?, reajuste
nenhum, ele vem fazendo o possível né?, a gente tá
em discussão do salário tal, mas tá já melhorou
bastante, não houve mais atrasos. Pagamento tudo
em dia, férias, décimo terceiro tudo dia, enquanto
nas outras gestões a gente entrava de férias e ia
receber dois três meses depois. Saia sem dinheiro
nenhum no bolso né?, voltava receber muito mais
tarde, isso aí prejudicava muito a gente. O salário é
o principal da pessoa, agora não, agora vem
pagando tudo certinho, tudo em dia, não atrasou
157
nem um dia né?, sinal que tá muito bom. Confio
porque ele é de confiança, se ele não fosse de
confiança, José Cláudio não teria escolhido ele para
ser o seu vice.
- ambiente externo: rua,
fachada do prédio do
SAOP.
st-p 2
SK: além da compra de novos equipamentos,
substituindo uma frota que estava em estado
deplorável, sucateada, outro grande avanço no
SAOP foi com relação às condições de trabalho. Eu
tô aqui com o Sr. Tadeu que trabalha no setor de
limpeza pública. Sr. Tadeu como é que se chegava
nos locais antes?
- ambiente externo: rua,
fachada do prédio do
SAOP;
- logomarca e crd: Sr.
Tadeu.
snr
do
st-p 2
T: antigamente era em cima de caminhão, então não
tínhamos condições de ir que chegava com as
ferramentas.O pessoal tudo junto, as ferramentas
junto e, e quando chovia não tinha local de encostar,
não tinha um ônibus. Então hoje, hoje ah, hoje tá
mais fácil que tem ah, os ônibus. Agora leva a, o, a
turma para o serviço, nós ( ) uma casinha, vem a
chuva tem um ônibus pra socorrer, tem um ponto de
almoço. Antigamente almoçava na rua, na, na
marquize, na beirada da calçada, calçada de outros
então né?.
- ambiente externo: rua,
fachada do prédio do
SAOP, o entrevistado.
st-p 3
SK: onde vocês almoçam?
- ambiente externo: fachada
do prédio do SAOP.
snr
do
st-p 3
T: hoje temos ponto de almoço né?. Temos os
pontos de almoço, almoço quente, esquentador tudo
no, no jeito pro pessoal, água...
- ambiente externo: fachada
do prédio do SAOP, o
entrevistado.
st-p 4
SK: tem banheiro?
- ambiente externo: fachada
do prédio do SAOP, o
entrevistado.
snr
do
st-p 4
T: tem banheiro, água gelada né?. Tem água gelada
pra eles, hoje as condições tá nesse ponto assim.
- ambiente externo: fachada
do prédio do SAOP, o
entrevistado.
st-p 5
SK: e hoje vocês sentem mais seguros andando nos
ônibus?
- ambiente externo: fachada
do prédio da SAOP;
- logomarca e slogan.
snr
do
st-p 5
T: é mais seguro, os ônibus mais seguros, mais
confortável né?. Hoje essa frota nova que chegou
agora, então tem o local de levar as ferramentas
separadas, não se acaso leva alguma batida não,
não chegam as ferramenta se, se encostar no
pessoal, não corre perigo. Nós confiando, nós confia
nessa administração. Do jeito que, que tá tocando o
serviço pra nós, continuar nesse jeito pro, pros tra...,
trabalhador é muito mais tranqüilo né?.
158
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito, ouvi falar que a saúde vai melhorar
mais ainda! É verdade?
- candidato no estúdio.
est
JIC: é verdade. A saúde pública em Maringá vai
melhorar muito mais. Vamos continuar investindo na
saúde preventiva, terminar o hospital municipal, éh
reformar e ampliar todos os postos de saúde que
ainda não foram reformados ou ampliados e
continuar investindo de fato na saúde pública,
acreditando na saúde pública.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: e a educação? Também?
- candidato no estúdio.
est
JIC: também Jany. A educação vai continuar sendo
prioridade no nosso governo como está sendo nesse
governo, vamos continuar construindo uma escola
pública, universal, gratuita, de qualidade pra todo
mundo, que construa a liberdade do nosso povo,
fazendo escola bonita, distribuindo kit escolares,
investindo no aperfeiçoamento dos professores, pa
construir a liberdade de nosso povo.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito, e a participação da população, do
maringaense? Vai continuar tendo peso, o
Orçamento Participativo vai continuar no novo
mandato?
- candidato no estúdio.
est
JIC: vai continuar sim Jany. Nós vamos continuar
com o Orçamento Participativo, com o Congresso da
Cidade, com todos os conselhos, enfim, ouvindo o
povo porque a participação popular do nosso
governo é a alma do governo. Nós precisamos que a
população tome a cidade na mão e ajude a gente, o
prefeito a administrar a cidade.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito, nesses três anos e oito meses foram
gerados dezenove mil novos empregos. Esse
número vai continuar crescendo?
- candidato no estúdio.
est
JIC: vai continuar crescendo sim Jany. Nós estamos
investindo pesado na geração de empregos pra
Maringá, nas empresas de Maringá primeiro é eh
reforçando e apoiando as empresas de Maringá e da
região, enfim o poder público tá investindo, tem
política pra isso, tem estratégia pra isso e a cidade
tem crescido muito. Nesses três anos e oito meses
foram noventa e duas empresas instaladas em
Maringá, o novo centro retomado, o Tecnopark,
outras empresas chegando e no próximo governo
nosso, esse ritmo de crescimento vai continuar.
159
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: e a inclusão social prefeito?
- candidato no estúdio.
est
JIC: a inclusão social vai continuar Jany. Vai
continuar porque o nosso governo, todas ação do
nosso governo é voltada para inclusão social. Ainda
hoje eu recebi a notícia do governo federal de que
vamos receber trezentos e oitenta mil reais para
investir nas cooperativas de tra..., trabalhadores,
principalmente na cooperativa de reciclagem de lixo.
Com esse dinheiro, nós vamos agora industrializar o
PET e transformar o PET por exemplo, a garrafa
plástica que é o PET, transformar ele numa
vassoura por exemplo, numa cortina, agregando
valor e assim os cooperados vão ganhar mais
dinheiro. Isso é inclusão social e vamos continuar
fazendo isso.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: obrigada mais uma vez prefeito e até amanhã no
nosso último programa.
- candidato no estúdio. est
JIC: obrigado.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: até lá.
- logomarca: estrela/PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar.
slg
João Ivo. Você pode confiar!
- ambiente externo: várias
pessoas pronunciam o
nome do candidato;
- logomarca e slogan.
enq
Pv: João Ivo. João Ivo. João Ivo. João Ivo. João Ivo
Caleffi. Ele é legal. No Ivo. No Ivo. Ivo Caleffi. A
população de Maringá, confia mais nele.João Ivo.
João Ivo. João Ivo. João Ivo. Em time que tá
ganhando, não se mexe. João Ivo. João Ivo. João
Ivo Caleffi. João Ivo mil vez. João Ivo. João Ivo.
João Ivo.João Ivo. João Ivo. João Ivo. João Ivo.
João Ivo Caleffi. João Ivo. Eu vou votar pro Ivo
Caleffi. A gente acredita na palavra dele.
- imagens diversas da
campanha eleitoral e de
Maringá.
clip
Pv: ... a educação...
- imagens diversas da
campanha eleitoral e de
Maringá.
- Requião em discurso. snr
RR: e é o meu candidato...
- Presidente Lula
cumprimenta o candidato.
snr
L: te desejo que você seja eleito prefeito de
Maringá...
160
- imagens diversas da
campanha eleitoral e de
Maringá;
- logomarca e slogan.
clip
Pv: ... João Ivo pra prefeito ...
- cenas de campanha
eleitoral: comício, eleitores
com bandeiras, candidato e
vice, personagens políticas,
etc;
- crd: showmício, hoje, 8:30
da noite. Av. Pedro Taques,
prox. Praça Farroupilha.
Animação: Banda Herança.
- logomarca e slogan.
nc
Loc: participem do grande showmício do nosso
candidato João Ivo, rumo à vitória. Vai ser nesta
quinta, dia vinte e oito, a partir das oito e meia da
noite, na Avenida Pedro Taques, próximo à Praça
Farroupilha. Animação da Banda Herança. Participe.
Vote treze, vote João Ivo e Pastor Rubem. Você
pode confiar!
161
Data Programa Candidato
29/10/04 HGPE/TV João Ivo Caleffi/PT
Imagem T. Tc. Linguagem verbal
-Maringá em computação
gráfica;
- logomarca: estrela/PT.
jingle eu peço bis, Maringá do nosso jeito, eu peço bis,
Maringá pra todos nós, eu peço bis, João Ivo
prefeito, Maringá mais feliz, João Ivo prefeito,
Maringá mais feliz.
- bg: música “Maringá,
Maringá”;
- imagens diversas de
Maringá;
- o candidato em cenas de
campanha eleitoral.
nc
Loc: nossa bela e moderna Maringá foi fundada
atendendo a um inteligente planejamento urbano.
Este plano previa, entre outras coisas, a construção
de uma catedral que se tornou o marco zero da
cidade e também a existência de dois parques na
área central que formam verdadeiro pulmão verde.
O plano determinava ainda que a cidade estivesse
muitas árvores em suas amplas ruas, mas além do
seu planejamento eficiente, o trabalho árduo iniciado
pelos pioneiros e continuado pelas gerações
seguintes foi fundamental para tornar Maringá a
grandiosa cidade que é hoje, além de ser uma terra
que acolhe imigrantes de todos os lugares, Maringá
é também uma das cidades mais admiradas do
Brasil, o maringaense sabe disso e tem orgulho de
ser daqui, um orgulho que se reflete no cuidado com
seu bairro, sua rua, sua casa, enfim, sua gente.
Assim é o maringaense que a cada dia escreve sua
história e você pode contar com João Ivo para
continuar construindo essa história junto com você.
- estúdio;
- logomarca e crd: Jany
Lima.
apr
JL: olá pessoal! Está começando nosso último
programa. Ao longo desse segundo turno nós
estivemos aqui todos os dias, utilizando esse espaço
para apresentarmos propostas com um único
objetivo: construir um futuro melhor para todos nós,
e um futuro com confiança.
- insert: estrela do PT com o
candidato e a esposa em
cena de campanha.
- frase: confiança.
- estúdio;
- logomarca e crd: Frambel
Carvalho.
com 1
FC: alô amigos! O segundo turno dessas eleições
cuja propaganda de TV e rádio termina hoje, nos
possibilitou quatro semanas de muito trabalho e
muitas alegrias, uma das maiores alegrias foi
aproveitar nossos vinte minutos diários na TV e os
outros vinte no rádio para respeitosamente entrar na
sua casa e mostrar o que José Cláudio e João Ivo
realizaram na prefeitura de Maringá. Outra grande
alegria foi apresentar as propostas de João Ivo para
os próximos quatro anos na prefeitura de Maringá,
mas a maior alegria foi confirmar que o aproveitar
nosso tempo de TV e rádio para mostrar o que foi e
162
o que será feito, a preferência dos maringaenses por
João Ivo cresceu a cada dia, tomando conta de
nossos parques, de nossas ruas, de nossas casas e
daqui a dois dias com certeza vai se confirmar nas
urnas. Falta pouco Maringá pra gente garantir a
vitória da honestidade e da confiança.
- logomarca: estrela/PT.
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar.
slg João Ivo. Você pode confiar!
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: a gente acompanhou durante toda a campanha,
o apoio dos grandes nomes da política de Maringá,
do Paraná e do Brasil, éh endossando, apoiando
essa candidatura, essa reeleição.
- candidato no estúdio. est
JIC: é verdade, temos o apoio do presidente Lula
que é meu amigo, dos ministros do presidente Lula,
temos apoio do governador Roberto Requião, do
vice-governador Orlando Pessuti, temos apoio, aqui
em Maringá, do Doutor Batista, do Quinteiro, do
pessoal do PMDB, enfim muitos apoios em Maringá
e dos prefeitos da região. Essa semana eu recebi o
apoio de quase vinte prefeitos da AMUSEP, da
Associação da AMUSEP, então muitos prefeitos,
deputados, enfim, o Borba, o José Borba deputado
federal, Odílio Balbinotti, todas as pessoas que
querem o bem de Maringá.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito, toda essa união do povo, esse apoio
político aconteceu devido ao bom trabalho que foi
realizado. E a continuação? Como que vai ser?
- candidato no estúdio.
est
JIC: vai continuar nessa mesma linha. No próximo
mandato nosso, vamos continuar com essa união do
povo com a prefeitura, das forças políticas de
Maringá, a união com o Presidente da República,
com o Governo do Estado. Sempre trabalhando para
o bem da cidade.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito, praticamente quatro meses de
campanha. Muito trabalho né?
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JIC: muito trabalho.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: quem não deve ter gostado muito disso, foram
os filhos né?. A Mariana e o Vitor Hugo que tem
visto muito pouco o pai. Como é que foi lidar a
questão familiar com essa correria toda?
163
- candidato no estúdio;
- a apresentadora sorrindo.
est
JIC: é difícil né?. A minha vida é muito corrida. Eu
sou prefeito de Maringá, sou candidato a reeleição
Então meu tempo é muito pouco, mas eu consigo
conviver muito bem, eu e a Zenaide, com o Vitor
Hugo, com a Mariana. Eu chego em casa, eles
querem saber como que tá a campanha, como é que
tá na rua. É muito importante isso porque dá
sustentação pra gente. Por isso a esposa
acompanha a gente, como a Zenaide me
acompanha, os meus filhos, enfim, todo mundo
junto. A família é fundamental. Por isso a família tem
que tá próximo da gente, junto com a gente aqui na
cidade, vivendo com a gente, sofrendo e tendo
esperanças e alegria juntos.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
JL: prefeito nosso último programa. Acabou. Quero
agradecer. Foi super positivo a gente tá aqui todos
os dias, discutindo o futuro da cidade. Tenho certeza
que a população agradece também, entendeu. Ouvir
as propostas foi muito interessante, foi muito
positivo. E vamos sentir saudades dessa nossa
diversão, de certa forma de tá todo dia aqui junto
com essa equipe que trabalhou na campanha.
Vamos aguardar domingo.
- candidato no estúdio.
est
JIC: domingo, domingo o grande dia. Vai ser o povo
de Maringá que nos acompanhou, que sofreu com a
gente, teve alegrias. E domingo, dia trinta e um de
outubro, eu peço a você que vote treze, vote João
Ivo, para que a vitória do povo de Maringá aconteça.
Eu tenho certeza que vai acontecer. Muito obrigado!
- logomarca: estrela/PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar.
slg João Ivo. Você pode confiar!
- ambiente interno: fundo
com bandeiras do
candidato;
- logomarca e crd: Wilson
Quinteiro.
snr
WQ: o João Ivo soube conduzir com prudência. Não
temos nenhuma referência prejudicial à
administração pública de Maringá. Pelo contrário.
- logomarca: estrela/PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar
slg Você pode confiar!
164
- ambiente interno: Dr.
Batista, candidato e
deputado Odílio Balbinotti.
snr
Dr. B: nós estamos juntos não é por acaso não. Isso
é como amizade antiga. É uma amizade de pessoas
que conhecem pessoas sérias. Eu sempre fui um
admirador do PT, não posso negar isso, porque eu
sou de uma família humilde, uma família simples,
uma família que mostra o caminho da honestidade.
Passei por tantas injustiça, tantas injustiça de
pesquisas. Tantas pesquisas mentirosas batendo no
PT de João Ivo e batendo no Batista. Só Batista
despencando, mas despencando da onde. Hoje eu
despenquei sim, no braço do PT. Eu confessei ao
prefeito João Ivo Caleffi, confessei ao pastor
Rubens. Falei: eu andei em todos os colégios no dia
das eleições, quando eu entrei na na na creche feita
lá em Iguatemi, o que que eu disse ao senhor
prefeito? Falei: perdi as eleições. Falei isso é uma
creche de primeiro mundo e esse homem faz o
trabalho e fica quieto. Tá parecendo médico,
trabalha com máscara, trabalha quietinho. Fui ver o
trabalho do homem, agora eu sei prefeito, porque o
senhor foi o mais votado.
- logomarca: estrela/PT;
- carimbo: nome do
candidato, vice e a
coligação. Frase: você pode
confiar.
slg Você pode confiar!
- cenas de campanha
eleitoral: comício, eleitores
com bandeiras, candidato e
vice, personagens políticas,
etc;
- crd: caminhada rumo à
vitória. Sábado, 9:00 da
manhã. Concentração no
Comitê Central do PT.
Avenida Mauá – Centro;
- logomarca e slogan.
nc
Loc. ontem a noite, foi realizado mais um comício de
João Ivo prefeito rumo à vitória, com a participação
de mais de vinte mil pessoas. João Ivo e Pastor
Rubem mostraram mais uma vez que têm as
melhores propostas por isso estão na preferência
dos maringaenses e atenção, nesse sábado, a partir
das nove da manhã sensacional caminhada rumo à
vitória. Concentração no Comitê Central do PT, na
Avenida Mauá, bem no centro.
- estúdio;
- logomarca e crd: Pastor
Rubem.
com 2
Pt. R: o João Ivo e eu fizemos o nosso dever de
candidatos. Debatemos todos os assuntos de nossa
cidade, com um espírito franco, sem preconceitos,
sem mentiras, sem propostas eleitoreiras. Fizemos o
que o nosso companheiro José Cláudio sempre nos
dizia, combatemos o bom combate, guardamos a fé,
fé em Deus e numa Maringá para todos, com mais
saúde, educação, cultura, esporte e lazer. Para que
possamos continuar é fundamental o seu voto, o
voto pela ética, pela honestidade, pela confiança, o
voto pela vida. O João Ivo e eu vamos honrar cada
minuto, hora, e cada dia, trabalhando duro, e não
165
vamos entregar a ninguém o nosso principal
compromisso, o compromisso com a sua dignidade.
Você pode confiar.
- ambiente externo: várias
pessoas pronunciam o
nome do candidato;
- logomarca e slogan.
enq
Pv: João Ivo. João Ivo. João Ivo. João Ivo. João Ivo
Caleffi. Ele é legal. No Ivo. No Ivo. Ivo Caleffi. A
população de Maringá confia mais nele. João Ivo.
João Ivo. João Ivo. João Ivo. Em time que tá
ganhando, não se mexe. João Ivo. João Ivo. João
Ivo Caleffi. João Ivo mil vez. João Ivo. João Ivo.
João Ivo.João Ivo. João Ivo. João Ivo. João Ivo.
João Ivo Caleffi. João Ivo. Eu vou votar pro Ivo
Caleffi. A gente acredita na palavra dele.
- estúdio. com 3
JIC: está chegando a hora de decidirmos o futuro da
nossa querida Maringá. É nesse domingo, dia trinta
e um. Venham votar.Vote você, a sua família, seus
vizinhos para continuarmos juntos construindo uma
cidade para todos, na paz e na justiça. Vote e peça
mais um voto. Eu conto com você.
- imagens diversas da
campanha eleitoral e de
Maringá.
clip
Pv: ... a educação...
- Requião em discurso. snr
RR: e é o meu candidato...
- Presidente Lula
cumprimenta o candidato.
snr
L: te desejo que você seja eleito prefeito de
Maringá...
- imagens diversas da
campanha eleitoral e de
Maringá;
- logomarca e slogan.
clip
Pv: ... João Ivo pra prefeito ...
166
APÊNDICE D: HGPE/TV DE SB/PP
Data Programa Candidato
25/10/04 HGPE/TV Silvio Barros/PP
Imagem T. Tc. Linguagem verbal
- imagens diversas: SB e seu
vice em diversos momentos de
campanha eleitoral, cumprimenta
e conversa com eleitores, festeja
vitória do primeiro turno, na
máquina, com lideranças
políticas de apoio.
- lago ornamental da catedral e
Parque do Ingá;
- pessoas em campanha eleitoral.
jgl 1
c/ clip
Silvio Barros vote onze, é gente de Maringá.
Silvio Barros construindo, a cidade evoluindo,
todo mundo vai ganhar. Silvio Barros vote
onze, é gente de Maringá. Silvio Barros
construindo, a cidade evoluindo, todo mundo
vai ganhar.
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá;
- crd: Silvio Barros 11.
apr
com
SB: gente, nós estamos entrando na última
semana da eleição. E eu sinto a necessidade
de dizer pra você quem é o Silvio Barros. Mas
eu primeiro quero começar dizendo um pouco
da minha indignação com essa história que
tantas pessoas têm me encontrado na rua e
dito que é gostaria de votar em mim, mas eu
não sou daqui. Eu queria dizer a você, que eu
tô indignado não por mim, afinal eu tô numa
eleição, numa campanha é natural que os
adversários inventem histórias pra prejudicar a
gente. Isso é perfeitamente compreensível. Eu
tô indignado pelas famílias dos pioneiros de
Maringá que os filhos tiveram que sair daqui e
hoje, quem sabe, tão trabalhando numa fábrica
como operário no Japão, quem sabe como
garçom de restaurante na Inglaterra ou na
Espanha, ou quem sabe fazendo um serviço
doméstico nos Estados Unidos. Pessoas que
não tiveram, na nossa cidade, a oportunidade
de trabalhar, mas que mesmo longe, todo mês
mandam o dinheiro que eles ganham lá de
volta pra cá e sonham com o dia que eles vão
chegar pra morar de novo na sua cidade e a
minha indignação é porque eles vão ficar muito
decepcionados quando chegarem aqui e
souberem que não são mais maringaenses. A
sua cidadania foi cassada, cassada por alguém
que nem daqui foi, nem daqui é e que não
ajudou a construir a nossa cidade. Isso,
obviamente, se aplica também a jovens que
foram estudar fora. Fizeram seu curso, fizeram
mestrado, fizeram doutorado e que voltam pra
167
- imagem externa: Paço
Municipal.
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá.
- imagens paradas de SB ao lado
de pessoas.
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá.
- imagens paradas de SB ao lado
de pessoas.
nossa cidade qualificados, preparados pra
prestar um bom serviço pra, pros seus
concidadãos né, e aí descobrem que não são
mais maringaenses. A sua cidadania foi
cassada. Gente, isso não é justo, aliás não é
justo não só porque ninguém tem o direito de
fazer isso, não é justo porque quando outras
pessoas que vieram de fora por exemplo,
fizeram sua vida política em Barbosa Ferraz
como é o caso do deputado Odílio Balbinotti,
ou do nosso amigo Zé Borba que veio lá de
Jandaia do Sul, ou do Joba que veio de
Iguaraçu . Quando eles vieram pra cá e se
propuseram a ajudar Maringá, eles receberam
milhares de voto e ninguém perguntou pra eles
daonde eles vieram, porque que vieram é ser
eleitos aqui. Querem ajudar a nossa cidade,
merecem a nossa consideração. Eu sou
maringaense, nascido e criado nessa cidade,
estudei aqui, fui me qualificar e me sinto
perfeitamente qualificado para exercer o cargo
mais importante dessa cidade, o cargo de
prefeito. E quero lembrar a vocês que ninguém
tem a autoridade pra cassar a minha
cidadania. Ninguém. Aliás, é bom a gente
lembrar, o paço municipal, aonde o prefeito
trabalha, tem o nome do meu pai e
coincidentemente é o mesmo nome meu, Silvio
Magalhães Barros. Eu jamais vou permitir que
esse edifício tão importante pra nossa cidade
seja palco de qualquer escândalo, seja de que
natureza for. É uma questão de honra, é uma
questão de compostura, é uma questão de
decência e honestidade. Também queria dizer
a vocês que eu tive muitas oportunidades na
vida, sou grato a Deus por tudo, foram
oportunidades muito raras e muito preciosas.
Eu como consultor do SEBRAE, trabalhei em
todos os estados do Brasil, menos no Piauí.
Ajudei comunidades extrativistas a se
organizarem para geração de empregos e
renda e também ajudei empresários a
estruturarem é a sua estratégia de, de
competitividade para que eles pu... pudessem
ganhar mais, para que pudessem empregar
mais pessoas. Gente eu fiz isso em várias
partes do Brasil. Ajudei as comunidades
extrativistas lá no interior da Amazônia, no
Amapá, no Acre, no sul do Pará, também lá na
Bahia e ajudei a organizar empresários em
Recife, Florianópolis, Curitiba e em muitas
outras cidades do Brasil. Também tive o
privilégio de trabalhar em vários países. Fui
consultor na Europa, fui consultor na África, na
América Latina, organizando e ajudando
168
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá.
- imagem em movimento de SB
em um barco;
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá;
- imagens paradas de SB ao lado
do casal Gates;
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá;
- imagens paradas de SB ao lado
de pessoas;
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá.
- imagens paradas do casal
Barros.
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá.
comunitários e empresários a fazerem, cada
vez melhor, a sua atividade e serem muito
mais competitivos, isso certamente pode e vai
ajudar Maringá. Eu queria dizer a vocês que
também tive outras oportunidades. Eu trabalhei
com pessoas importantes, com personalidades
importantes. Participei da expedição do
comandante Cousteau na Amazônia durante
dois anos. Andei no Caribe e vi aquela
experiência extraordinária. Também trabalhei
com pessoas como o Bill Gates por exemplo,
com ele e a esposa dele. Pessoas que hoje
doam para o mundo bilhões de dólares e que
inclusive tem doações feitas aqui mesmo em
Maringá, eu conheço pessoalmente. Eu
também queria dizer a vocês que tive a
oportunidade de trabalhar e desempenhar o
meu, meu trabalho em, em universidades dos
Estados Unidos, fiz palestras em vários lugares
do mundo pra atrair investidores pra cá,
acompanhei comitivas do presidente Fernando
Henrique é como palestrante para atrair
turistas e para trazer pessoas que pudessem
investir na nossa infra-estrutura aqui no Brasil.
Gente, essa é a experiência que eu quero
colocar a serviço da minha cidade, é dessa
forma que eu quero trabalhar pra Maringá. Eu
entendo que a eleição é uma oportunidade que
nós temos, é um processo seletivo, aonde nós
escolhemos o melhor candidato para fazer o
melhor pra nossa cidade, pra nos oferecer a
melhor administração possível. Com esse
princípio, eu estou apresentando o meu
currículo, tô me colocando pra julgamento
popular, eu estou me colocando como
candidato a prefeito de Maringá e peço a você
a oportunidade de prestar um serviço a minha
cidade, de servir essa cidade como a minha
família vem fazendo há quarenta anos
recebendo um abraço do povo. Esse é o
espírito, o espírito de servir e foi isso que eu
aprendi em casa, aprendi com a minha família,
que quando eu nasci, meu pai já tinha tomado
essa decisão, de servir a cidade que ele
ajudou a fundar, que ele ajudou a construir.
Isso eu aprendi com o meu pai, com a minha
mãe e minha mãe até hoje, continua servindo a
essa comunidade.
- imagens diversas: SB em
momentos de campanha,
cumprimenta e conversa com
pessoas, segura criança, canta e
bate palma, com lideranças
políticas;
jgl 2
c/clip
a gente não quer pena, não quer compaixão,
quer dignidade, só um pouco de atenção. A
gente quer progresso, também quer
construção, mas quer ver um Brasil
inaugurando cidadãos. Gente em primeiro
lugar porque gente é feita prá brilhar. Gente,
169
- logomarca: 11.
gente em primeiro lugar. Gente em primeiro
lugar, porque gente é feita prá brilhar. Gente,
gente em primeiro lugar. Gente em primeiro
lugar.
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá;
- crd: Silvio Barros 11.
apr
com
SB: eu tenho as minhas diferenças ideológicas
com o PT sim. Felizmente nem todo mundo do
PT éh pensa igual. Por exemplo, quando eu fui
convidado pelo governo petista de Maringá,
pelo prefeito José Cláudio pra vir aqui, fazer
aqui na nossa cidade o que eu fiz em várias
cidades do Brasil, que foi organizar
empresários do setor de turismo, pra gerar
emprego, pra gerar renda, pra gerar atividade
econômica na cidade, nós pensávamos de
maneira igual sobre o que é inclusão social. Eu
tenho absoluta certeza de que, nesse sentido,
nós estávamos trabalhando de maneira
convergente. O que eu fiz lá fora, tive a
oportunidade de fazer aqui, graças à visão de
José Cláudio.
- ambiente interno: em um
púlpito;
- crd: José Cláudio.
snr
JC
12
: o convention bureau na verdade é uma
das obras de inclusão social mais importante
de nosso governo. Quem ficava só sonhando
em trazer turismo, nós estamos trazendo aqui
é serviço mesmo. E serviço de boa qualidade,
e serviço de mão de obra preparada. Então
gente, parabéns pra vocês, parabéns pra todo
mundo que ajudou, pra todo mundo que
trabalhou, pra todos os nossos parceiros de
sempre né?. Silvio Barros, muito obrigado
pessoalmente porque, tava comentando com a
Rosa, você foi realmente importantíssimo pra
nós e não seria em um outro governo,
futuramente que eu ia ia te falá isso, mas num
outro governo, você não teria sido chamado
pra participar, como foi chamado no nosso. É
porque nós só chamamos os melhores né?, e
graças a Deus você é o melhor. Então
parabéns pra você também, a Dona Bárbara,
muito prazer em revê-la forte.
12
José Cláudio aparece debilitado pela doença. Sua imagem foi utilizada em uma cena enunciativa
específica com um possível desvirtuamento do seu histórico.
170
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá;
- crd: Silvio Barros 11.
apr
com
SB: Maringá é uma cidade especial, espiritual
e solidária. Nos finais de semana, o lugar onde
mais tem carro parado é na porta das igrejas.
Muitos dos problemas sociais da cidade, que
seriam de responsabilidade da prefeitura são
amenizados pelo trabalho voluntário das
pessoas, pessoas que trabalham por amor ao
próximo, e foi o amor ao próximo que me fez
tomar a decisão de ser candidato a prefeito. Eu
tenho consciência, sou um homem temente a
Deus e sei que nenhuma autoridade existe que
não seja constituída por Deus e sem a
permissão de Deus. É você que vai votar e eu
espero receber de você a oportunidade de
trabalhar pela minha cidade e espero receber
de Deus a permissão pra governar Maringá,
com justiça, com honestidade e acima de tudo,
com amor.
171
Data Programa Candidato
26/10/04 HGPE/TV Silvio Barros/PP
Imagem T. Tc. Linguagem verbal
- imagens diversas: Maringá, SB,
Pupin.
slg 1
canal onze. Pelo bem de Maringá!
- logomarca: canal 11.
- estúdio: cenário de telejornal.
ch/ab
Loc. canal onze com Cecília Fraga e Sérgio
Mendes.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
ch
SM: vereadores eleitos pelo PTB apóiam
Silvio.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
ch
CF: elogios de Zé Cláudio repercutem e
emocionam.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
ch
SM: candidato do PT falta ao debate da Band.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
ch
CF: o canal onze está começando e no
próximo bloco uma entrevista com o deputado
estadual Luiz Nishimori.
- logomarca: canal 11. slg 1 canal onze. Pelo bem de Maringá!
- entrevista de estúdio:
apresentadora e deputado;
- logomarca e crd: Cecília Fraga .
apr 2
cb
13
CF: o entrevistado de hoje do canal onze é o
deputado estadual Luiz Nishimori. Como vai
deputado? Tudo bom?
- deputado no estúdio.
est
LN: tudo bem Cecília! Como é que vai?
- entrevista de estúdio:
apresentadora e deputado.
est
CF: Tudo em ordem. Deputado antes da gente
começar, o senhor já estava apoiando o Silvio
no primeiro turno. No segundo o senhor
reafirma o apoio a Silvio. Por que Silvio
Barros?
- deputado no estúdio;
- crd: Luiz Nishimori, Dep.
Estadual.
est
LN: porque o Silvio tem boas propostas e
grandes projetos para atender as
necessidades e as soluções para progredir e
desenvolver várias setor daqui de Maringá. Eu
conheço o Silvio há muito tempo Cecília e
pude conhecer melhor ainda quando minha
esposa Kemy concorreu, como vice, em
eleições anteriores. Todos nós sabemos que o
Silvio nasceu aqui, estudou aqui e se formou
na UEM. É um homem sério, trabalhador, com
visão administrativa e futurista, tem grande
capacidade. E o Silvio tem suas próprias idéias
e é a pessoa mais certa e preparado para dar
continuidade e impulsionar a nossa Maringá
com progresso e desenvolvimento. Por esses
motivos, eu apóio o Silvio para prefeito de
Maringá.
13
cabeça: abertura da matéria.
172
- estúdio: cenário de telejornal.
est
CF: deputado, muito obrigado pela entrevista.
- deputado no estúdio.
est
LN: eu que agradeço Cecília.
- logomarca: canal 11.
- estúdio: cenário de telejornal;
- logomarca e crd: Sérgio
Mendes.
apr 1
SM: candidato do PT falta ao debate outra vez.
- texto coberto: duas cadeiras
vazias, que deveriam ser
ocupadas pelo candidato JIC nos
debates.
apr 2
cb
CF: em apenas três dias, o candidato do PT
faltou em dois debates. Domingo à noite o
petista não foi ao debate da TV Maringá. Na
sexta feira ele havia faltado ao da rádio CBN e
TV cidade.
- estúdio: cenário de telejornal. apr1
SM: é e em respeito a você e a democracia o
Silvio participou dos dois e estará presente em
todos.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: e com a falta do candidato do PT o debate
também foi transformado em entrevista e mais
uma vez o Silvio mostrou que é o mais
competente e apresentou as melhores
propostas.
- cena de um momento do
debate;
- logomarcar: eleições 2004,
debate.
- crd: Silvio Barros II, candidato
do PP.
snr
SB: hoje tenho a responsabilidade de
convencer aqueles que não votaram na atual
administração de que tenho uma boa proposta,
de que o nosso grupo, de que é era a nossa
coligação gente de Maringá tem aquilo que é
melhor para nossa cidade.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
com
SM: a gente pode confiar em quem falta aos
debates?
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: ((apenas acena negativamente com a
cabeça)). Eleitos do PTB declaram apoio ao
Silvio. Chico Caiana e Odair Fogueteiro
vereadores eleitos que no primeiro turno
estavam com o Batista, agora estão com o
Silvio.
- ambiente externo: rua e
árvores;
- crd: Chico Caiana, vereador
eleito – PTB.
snr
CC: conheço o Silvio Barros há muito tempo
né, sou amigo dele, confio no trabalho dele e
acima de tudo é o melhor pra Maringá por isso
estou com Silvio Barros onze.
- ambiente interno: fundo
colorido;
snr
OF: assumimos um compromisso, registrado
em cartório, que o comércio não abrirá aos
domingos e convido a vocês para que façam
173
- crd: Odair Fogueteiro, vereador
eleito – PTB.
parte da caravana da vitória dia trinta e um,
vote onze, Silvio Barros.
- logomarca: canal 11,
- estúdio: cenário de telejornal.
apr 1
cb
SM: pais continuam pedindo mais vagas nas
creches.
- local externo: pai com o filho no
colo.
snr
An 1: tô sem trabalho porque não consigo
vaga pro meu filho. Praticamente a gente tem
que viver do que a gente ganha em extras ou
fazendo um bico pra sustentar a família,
porque é muito difícil colocar filhos em creche.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: elogios do prefeito Zé Cláudio repercutem
em toda cidade.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
ch
SM: é o depoimento do prefeito José Cláudio
elogiando o Silvio, gravado na inauguração do
Maringá Convention Bureau ( ), exibido nesse
horário eleitoral, teve grande repercussão.
- ambiente externo: rua, calçada,
árvores, lojas e carros.
snr
An 2: ele apoiando Silvio,com certeza ele é,
ele é PT mas sabe que o Silvio é o melhor
candidato.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: é então vamos rever o prefeito Zé Cláudio
que estava bem acima do PT.
- ambiente interno: em um
púlpito;
- crd: José Cláudio.
snr
JC: Silvio Barros, muito obrigado
pessoalmente porque, tava comentando com a
Rosa né?, você foi realmente importantíssimo
pra nós e não seria em um outro governo,
futuramente que eu ia ia te falá isso, mas num
outro governo, você não teria sido chamado
pra participar, como foi chamado no nosso. É
porque nós só chamamos os melhores né, e
graças a Deus você é o melhor.
- ambiente interno: membros da
família de José Cláudio.
apr 2
nc
CF: no primeiro turno a família do prefeito Zé
Cláudio apoiou Edmar, mas agora sua mãe
dona Maria Aparecida Pereira, seus filhos e
netos são Silvio.
- ambiente interno: sentada em
um sofá, ao lado de Edmar
Arruda e a filha Terezinha;
- crd: Maria Aparecida Pereira,
mãe do Prefeito José Cláudio.
snr
MAP: no primeiro turno, nós apoiamos Edmar
Arruda, eu e minha família. No segundo turno,
junto com Edmar Arruda e a minha família
estamos apoiando Silvio Barros, porque
achamos nele uma pessoa competente, séria,
íntegra que tá preparado para ser o prefeito de
Maringá. Está apto pra governar Maringá. Nós
estamos apoiando o Silvio Barros porque
confiamos nele, na pessoa dele. É de uma
família séria, família boa, uma família que há
muito tempo mora aqui em Maringá,
respeitada.
174
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: as imagens do Zé Cláudio elogiando o
Silvio foram recebidas assim pela sua mãe.
- ambiente interno: imagem
exclusiva em close;
- crd: Maria Aparecida Pereira,
mãe do Prefeito José Cláudio.
snr
MAP: o José Cláudio, ele fo..., sempre foi
muito inteligente. Ele sabia muito bem tratar as
pessoas. Na hora certa, ele nunca foi, ele
nunca teve inimigos, e aquela, aquela, aquela
oportunidade foi muito be..., bom pra ele e pro
Silvio também. Eu fiquei satisfeita porque o
meu filho sempre foi um político de cara limpa,
isso ele aprendeu com a mãe e o pai, n...,
educamos assim nossos filhos. Eu achei muito
bonito e fiquei muito emocionada.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: o apoio da família do Zé Cláudio para o
Silvio gerou boatos maldosos.
- ambiente interno: imagem
exclusiva em close;
- crd: Maria Aparecida Pereira,
mãe do Prefeito José Cláudio.
snr
MAP: como matriarca dessa família, eu
gostaria de faze..., de, de esclarecer ao povo
de Maringá algumas dúvidas. Está pairando
sobre essa cidade como a minha família foi
vendida. A minha família não tem preço! Nós
estamos num país democrático e nós votamos
no candidato que nós achamos que é melhor
pra Maringá. E se eu estou aqui hoje é para
fazer homenagem a ele. Com setenta e um
anos de idade não sei se terei oportunidade de
votar outras vezes, mas eu estou tranqüila em
dizer que nós vivemos até os últimos
momentos da vida do meu filho. O meu filho,
ele é é foi, ele é honrado pelo povo de Maringá
que ama ele, mas pelos companheiros deles
foi esquecido. Até nas obras que ele construiu.
Eu e minha família confiamos no Silvio. No
Silvio, vocês podem confiar.
- imagens diversas de SB em
momentos de campanha:
cumprimenta e conversa com
pessoas, segura criança, canta e
bate palma, com lideranças
políticas;
- logomarca: 11.
jgl 2
c/ clip
a gente não quer pena, não quer compaixão,
quer dignidade, só um pouco de atenção. A
gente quer progresso, também quer
construção, mas quer ver um Brasil
inaugurando cidadãos. Gente em primeiro
lugar, porque gente é feita pra brilhar. Gente,
gente em primeiro lugar. Gente em primeiro
lugar, porque gente é feita pra brilhar. Gente,
gente em primeiro lugar. Gente em primeiro
lugar.
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá;
- crd: Silvio Barros 11.
com
SB: eu tenho certeza que em quatro anos dá
pra fazer muita coisa. Nós já assistimos isso
acontecer no passado, dá pra fazer muito
mais. Mas em quatro anos principalmente é
possível a gente recuperar o orgulho de ser
maringaense, de mostrar a nossa cidade pros
outros, de sentir a alegria e o prazer de andar
numa das cidades mais bonita do Brasil. Isso
com certeza da pra fazer, isso é o que eu
175
quero fazer. Eu tenho certeza que nós vamos
conseguir mostrar uma cidade que tem
qualidade de vida uma cidade, que pode ser
referência e exemplo pro resto do Brasil.
- as palavras pronunciadas no
slogan aparecem na tela.
slg 2 Silvio honesto e competente. Vote certo, vote
onze.
- grupo de mulheres da PS. enq
Rp: todas as pessoas que fazem parte da
pastoral da saúde estão com a sua decisão, ou
seja, de apoiar o Silvio Barros.
- integrante da PS em entrevista. enq
An 3: com certeza, eu liguei uma de cada uma
hoje pra pedir opinião delas e com certeza,
elas estão com o Silvio Barros.
- integrante da PS em entrevista. enq
An 4: eu falo por mim e por todas as minhas
amigas que estão aqui, que votaram no Doutor
Batista no primeiro turno e agora são Silvio
Barros.
- integrante da PS em entrevista.
enq
An 5: pensa bem, não tá certo né menina. Que
a gente prestava toda confiança nele né, agora
deu essa virada aí, tá feio né.
- integrante da PS em entrevista.
enq
An 6: votei no Wilson Quinteiro e hoje sou,
desde o dia quatro, sou Silvio Barros. Por tudo
que o Ricardo Barros fez pelas pastorais do
Jardim Alvorada e outras, outros movimentos
do Jardim Alvorada também, por nosso bairro.
- integrante da PS em entrevista enq
Rp: doutor Batista teve o seu voto no primeiro
turno?
- integrante da PS em entrevista. enq
An 7: teve, mais só que agora eu sou Silvio,
mais ó, Silvio mesmo.
- menino canta o jingle 1 de
campanha.
enq
An 8: Silvio Barros vote onze, é gente de
Maringá. Silvio Barros construindo, a cidade
evoluindo, todo mundo vai ganhar.
- imagens de campanha: SB
cumprimenta eleitores, segura
criança, com Pupin e o vereador
Bravin.
- pessoas comemoram com
camisetas e bandeiras de SB;
- logomarca: 11.
jgl 3 todo mundo agora é Silvio. é nessa que eu
vou, Silvio é gente boa, eu também sou. Pelo
bem de Maringá, eu vou votar no onze, agora
quero Silvio, aqui perto, vote onze.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
SM: a gente se vê no próximo programa!
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
CF: até mais.
- imagens diversas: SB e Pupin;
- logomarca: canal 11.
slg
fch
termina aqui, canal onze. Pelo bem de
Maringá!
176
Data Programa Candidato
27/10/04 HGPE/TV Silvio Barros/PP
Imagem T. Tc. Linguagem verbal
- logomarca: canal 11.
- imagens diversas: Maringá, SB
e Pupin.
slg 1
canal onze. Pelo bem de Maringá!
- logomarca: canal 11;
- estúdio: cenário de telejornal.
ch/ab Loc. Canal onze com Cecília Fraga e Sérgio
Mendes.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
ch
SM: olá. Silvio anuncia redução da tarifa dos
ônibus.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
ch
CF: maioria da nova câmara apóia Silvio
Barros.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
ch
SM: Paço Municipal vai abrir nos dois
períodos.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
ch
CF: espaço da cidadania. Um jeito novo de
fazer campanha.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
ch
SM: você vai ver tudo isso e muito mais. Já
voltamos.
- logomarca: canal 11. slg 1 canal onze. Pelo bem de Maringá!
- estúdio: cenário de telejornal;
- logomarca e crd: Cecília Fraga.
apr 2
cb
CF: o espaço da cidadania é uma forma
diferente do Silvio fazer campanha.
- estúdio: cenário de telejornal;
- logomarca e crd: Sérgio
Mendes.
apr 1
cb
SM: inovador, Silvio transformou sua
caminhada em direção à prefeitura em um
diálogo permanente com a população.
- coberto com imagens de SB e
Pupin.
apr 2
cb
CF: falando e ouvindo como deve ser a
verdadeira democracia.
- eleitor no espaço da cidadania. snr
An 1: o Silvio Barros é o seguinte esse meu
sogro, eu levei ele no posto de saúde é com a
situação difícil, com a pressão alterada, mas
coisa gravíssima. Aí chegando lá no posto,
eles me disseram o seguinte: que não podia
atendê porque era tinha que ser rem..., é rem...
é agendá a consulta.
- candidato no espaço da
cidadania;
- crd: Silvio barros 11.
snr
SB: o que nós sabemos gente é que há
demora principalmente pras consultas
especializadas e a nossa proposta vai ser
contratar um plano de saúde com hospitais, as
consultas especializadas pra ter mais
177
velocidade, mais rapidez e as pessoas
poderem ser atendidas. Para o posto de saúde
vai ter atendimento de qualidade sim.
- imagens diversas do candidato
e vice no espaço da cidadania.
apr 2
nc
CF: o espaço da cidadania é assim. O povo
informa, opina, pergunta e reivindica. Talvez
essa forma de fazer política exija mais esforço,
mas com certeza é a melhor e a mais justa.
Segunda-feira foi realizado mais um espaço da
cidadania, desta vez no estacionamento do
Willie Davids.
- imagens diversas do candidato
e vice no espaço da cidadania.
apr 1
nc
SM: com o Silvio na prefeitura o espaço da
cidadania vai continuar durante todo o seu
governo.
- eleitor no espaço da cidadania. snr
An 2: agora é Silvio!
- eleitor no espaço da cidadania. snr
An 3: Silvio onze!
- eleitora no espaço da cidadania.
snr
An 4: O Silvio com certeza!
- imagens de campanha: SB
cumprimenta eleitores, segura
criança no colo, com Pupin e o
vereador Bravin.
- pessoas comemoram com
camisetas e bandeiras de SB;
- logomarca: 11.
jgl 3
c/ clip
todo mundo agora é Silvio, é nessa que eu
vou, Silvio é gente boa, eu também sou. Pelo
bem de Maringá, eu vou votar no onze, agora
quero Silvio, aqui perto, vote onze.
- logomarca: canal 11;
- crd: Florentina,coordenadora da
Pastoral da Saúde.
enq
Rp: todas as pessoas que fazem parte da
pastoral da saúde, estão com a sua decisão,
ou seja, de apoiar o Silvio Barros.
- integrante da PS;
- crd: Florentina,coordenadora da
Pastoral da Saúde.
enq
F: com certeza, eu liguei uma de cada uma
hoje pra pedir opinião delas e com certeza,
elas estão com o Silvio Barros.
- integrante da PS;
- crd: Dona Dirce.
enq
D: eu falo por mim e por todas as minhas
amigas que estão aqui, que votaram no Doutor
Batista no primeiro turno e agora são Silvio
Barros.
- eleitor em entrevista;
- crd: Valério Odorizzi, presidente
de cooperativa de reciclagem.
enq
VO: a gente esperava dele que ele estivesse
mais próximo da, dos próprios eleitores.
178
- eleitor em entrevista,
- crd: Valde, ex-presidente do
Jardim Alvorada.
enq
V: votei no Wilson Quinteiro e hoje sou, desde
o dia quatro, sou Silvio Barros. Por tudo que o
Ricardo Barros fez pelas pastorais do Jardim
Alvorada e outras, outros movimentos do
Jardim Alvorada também, por nosso bairro.
- entrevista;
- crd: Dona Aparecida,
liderança do Jardim Alvorada.
enq
Rp: doutor Batista teve o seu voto no primeiro
turno?
- integrante da PS;
- crd: Dona Aparecida, liderança
do Jardim Alvorada.
enq
Ap: teve, mais só que agora eu sou Silvio,
mais ó, Silvio mesmo.
- menino canta o jingle 1 da
campanha eleitoral.
- integrantes da PS e
associações.
enq
An 5: Silvio Barros vote onze, é gente de
Maringá. Silvio Barros construindo a cidade,
evoluindo, todo mundo vai ganhar.
- logomarca: canal 11;
- estúdio: cenário de telejornal;
- imagens paradas dos nove
vereadores;
- nove cadeiras com os nomes
dos vereadores apoiantes e três
sem denominação.
apr 2
cb
CF: Silvio tem maioria na câmara. Mais uma
vereadora eleita, a Marly, se somou ao time da
vitória. Agora dos quinze vereadores que vão
compor a nova câmara municipal, o Silvio já
conta com o apoio de nove, a grande maioria.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
SM: isso vai ajudar muito o Silvio a fazer as
mudanças que Maringá tanto precisa num
clima de tranqüilidade e harmonia entre os
Poderes Executivo e Legislativo.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: esse apoio em massa dos vereadores
também é verificado nas ruas, pois a cada dia
mais e mais maringaenses entendem que o
Silvio é o melhor pra Maringá.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
SM: faça como a maioria dos novos
vereadores, venha com o Silvio você também.
- as palavras pronunciadas no
slogan aparecem na tela.
slg 3 agora é Silvio. Vote certo, vote onze.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: prefeitos eleitos da região também são
Silvio.
179
- ambiente interno: SB reunidos
com prefeitos eleitos da região.
apr 1
nc
SM: um grupo de prefeitos eleitos se reuniu
ontem com o Silvio pra discutir soluções
conjuntas para os municípios da região
metropolitana.
- ambiente interno: SB reunidos
com prefeitos eleitos da região;
- crd: Silvio Barros 11.
snr
nc
SB: bom, nós estamos aqui reunidos com
prefeitos de cidades da nossa micro-região
porque é extremamente importante essa
integração regional, é assim que nós vamos
crescer. Maringá terá a responsabilidade de
liderar esse processo até pela sua dimensão,
pelo seu tamanho, mas não vai conseguir
chegar ao sucesso se nós não chegarmos
juntos. É preciso que todos nós da região
consigamos crescer e desenvolver juntos com
por um processo perfeitamente integrado e
amor.
- prefeito em entrevista;
- crd: Miguel Ângelo Petenazi,
prefeito reeleito de Uniflor.
snr
MAP: estou apoiando Silvio Barros aqui em
Maringá porque entendo que é o candidato
mais preparado para administrar Maringá.
- prefeito em entrevista;
- crd: Antonio Carlos Gilio,
prefeito reeleito de Atalaia.
snr
ACG: apoio Silvio porque é a melhor opção
para Maringá e para toda a nossa região
metropolitana.
- prefeito em entrevista;
- crd: José Roberto Luiz, prefeito
reeleito Floresta.
snr
JRL: estamos com Silvio por acreditar que é o
mais qualificado para administrar a cidade de
Maringá.
- prefeito em entrevista;
- crd: Ângelo Celso Zampieri,
prefeito eleito Iguaraçú.
snr
ACZ: apoiamos Silvio por se tratar da pessoa
com mais capacidade para administrar os
destinos de Maringá.
- prefeito em entrevista;
- crd: Alcides Delapria, prefeito
eleito Dr. Camargo.
snr
AD: apoio o Silvio onze para uma Maringá
melhor.
- Ambiente externo: prefeito em
entrevista;
- crd: Dr. Gargantini, prefeito
reeleito de Mandaguaçú.
snr
Dr. G: eu apoio a candidatura Silvio Barros à
prefeitura de Maringá porque acredito que esta
é a melhor opção pra cidade e pra nossa
região metropolitana.
- imagens diversas de campanha:
SB cumprimenta eleitores,
segura criança, com Pupin e o
vereador Bravin.
jgl 3
c/ clip
todo mundo agora é Silvio, é nessa que eu
vou, Silvio é gente boa, eu também sou. Pelo
bem de Maringá, eu vou votar no onze, agora
quero Silvio, aqui perto, vote onze.
180
- pessoas comemoram com
camisetas e bandeiras de SB;
- logomarca: 11.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
SM: o povo pede, o Silvio atende. Paço
Municipal vai abrir de manhã e a tarde.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: o Paço Municipal só fica aberto ao público
em meio expediente.
- Ambiente externo: eleitora em
entrevista.
snr
An 6: ah, eu acho que todo mundo trabalha o
dia todo porque que a prefeitura não pode
trabalhar.
- Governador em entrevista;
- crd: Roberto Requião,
governador do Paraná.
snr
RR: ... conversa de fechar a prefeitura por
meio expediente. Prefeitura de meio
expediente tem meio prefeito.
- Ambiente externo: eleitor em
entrevista.
snr
An 7: Silvio Barros, por favor faça a prefeitura
funcionar o expediente inteiro.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: o Silvio ouviu o povo e o Paço Municipal
voltará a atender nos dois períodos sem
prejuízo aos servidores.
- ambiente interno: fundo
colorido;
- crd: Silvio Barros 11.
com
SB: a prefeitura é uma prestadora de serviços
ela existe para atender as necessidades de
cada cidadão maringaense. Por isso, na nossa
administração, o Paço Municipal vai funcionar
em período integral, é maior facilidade,
conveniência e rapidez na solução do seu
problema.
- Ambiente externo: eleitor em
entrevista na frente de uma loja.
snr
An 8: Silvio, eu tô pedindo pra você que se
você for eleito, eu confio em você, eu quero
que você reduza o preço da passagem de
ônibus porque eu acho que é muito cara, na
minha opinião.
- Ambiente externo: SB,
Deputada Cida Borghetti e Edmar
Arruda cumprimentam pessoas;
- pessoas em ônibus urbano.
apr 2
n.c.
CF: com a vinda do Edmar para a campanha e
o apelo popular, o Silvio assumiu o
compromisso de baixar a passagem dos
ônibus e explica como vai fazer isso.
- ambiente interno: fundo
colorido;
- crd: Silvio Barros 11;
- logomarca: canal 11;
com
SB: gente, o prefeito tem que ter sensibilidade
pra perceber as necessidades da população,
tem que ter competência e capacidade para
encontrar a solução do problema e precisa ter
firmeza na hora de tomar a decisão. Nós
vamos abaixar a tarifa de ônibus e nós vamos
fazer isso com duas ações
importantes: a
181
- ambiente interno: fundo
colorido;
- crd: Silvio Barros 11;
- insert: gráfico explicativo da
redução da tarifa de ônibus;
- crd: ISSQN de 5% PARA 3%;
- insert: gráfico explicativo da
redução da tarifa de ônibus;
- ambiente interno: fundo
colorido.
primeira é retirar da planilha de custo o preço
do passe escolar. Veja bem o passe escolar
vai continuar existindo e eu vou repetir pra não
ficar nenhuma dúvida, o passe do estudante
será mantido integralmente. A diferença é que
daqui pra frente quem vai pagar é a prefeitura
e não mais os usuários como vem
acontecendo hoje em dia. Essa ação vai fazer
justiça social e ajudar a reduzir a tarifa. O custo
do passe representa hoje 16% da tarifa, outra
ação importante vai ser reduzir o imposto do
transporte coletivo, hoje ele paga 5% de ISS,
mas vai ser apenas 3%. Então veja bem! Nós
vamos retirar 16% equivalentes ao passe
estudantil mais 2% que são equivalentes ao
ISS o que significa que a tarifa vai baixar em
18 % pra você que é usuário do transporte
coletivo. Se fosse hoje, a tarifa de R$ 1,65
cairia pra R$ 1,35. São R$ 0,30 centavos de
economia em cada passagem do ônibus. Olha
gente, baixar o custo de vida dos marigaenses
e fazer justiça social é preciso, é possível, nós
vamos fazer.
- insert: palavras pronunciadas
no slogan aparecem na tela.
slg 2 Silvio, honesto e competente. Vote certo, vote
onze.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
SM: o jogo eleitoral está virando.
- insert: gráficos com resultado
percentual de pesquisa de
intenções de votos.
apr 2
cb
nc
CF: enquanto o Silvio continua subindo, o
candidato do PT está caindo. A diferença do
dia vinte cinco já era de apenas um vírgula
dois pontos.
- o jornal O Diário com a
manchete de capa anunciando o
resultado da pesquisa;
- estúdio: cenário de telejornal.
apr 1
cb
nc
SM: pesquisas da Experience e o Diário
mostram que, em sete dias, o Silvio subiu para
quarenta virgula oito por cento. Enquanto o
outro candidato perdeu quase três pontos. De
quarenta e quatro virgula oito por cento, caiu
para quarenta e dois por cento.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: começou a virada. Isso já é visto nas ruas
e será provado no próximo domingo, pois o
maringaense sempre quer o melhor para
Maringá, e o melhor é o Silvio.
- imagens diversas: SB e Pupin
discursam e cumprimentam
pessoas, segura criança, SB na
máquina, eleitores festejam.
jgl 4
c/ clip
vira, vira, vira, o jogo já virou, já virou. Silvio
será o prefeito, Maringá é que ganhou.Vira,
vira.Vira, vira, vira, o jogo já virou, já virou.
Silvio será o prefeito, Maringá é que
ganhou.Vira, vira.
182
- insert: palavras pronunciadas
no slogan aparecem na tela.
slg 3 agora é Silvio. Vote certo, vote onze.
- logomarca: canal 11;
- insert: caracteres reproduzem a
fala do apresentador.
apr 1
cb
SM: hoje você viu que o Silvio vai reduzir, em
dezoito por cento, a tarifa dos ônibus.
- logomarca: canal 11;
- insert: caracteres reproduzem a
fala da apresentadora.
apr 2
cb
CF: abrir o paço municipal de manhã e a tarde.
- logomarca: canal 11;
- insert: caracteres reproduzem a
fala do apresentador.
apr 1
cb
SM: trabalhar em conjunto com os prefeitos da
região metropolitana.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: e que já tem o apoio da maioria dos novos
vereadores.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
SM: até o próximo programa.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: até mais!
- logomarca: canal 11;
- imagens diversas: Maringá, SB
e Pupin;
- logomarca: canal 11.
slg
fch
termina aqui, canal onze. Pelo bem de
Maringá!
183
Data Programa Candidato
28/10/04 HGPE/TV T. Tc. Silvio Barros/PP
- logomarca: canal 11;
- imagens diversas: Maringá, SB e
Pupin.
slg 1 no ar canal onze. Pelo bem de Maringá!
- logomarca: canal 11;
- estúdio: cenário de telejornal.
ch/ab
Loc. canal onze com Cecília Fraga e Sérgio
Mendes.
- estúdio: cenário de
telejornal.
apr 1
ch
CF: no seu dia, servidores são
homenageados por Silvio.
- estúdio: cenário de telejornal.
apr 2
ch
SM: maioria dos candidatos a vereador do
Batista apóia Silvio.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
CF: depois do intervalo, uma entrevista com
Roberto Pupin.
- logomarca: canal 11. slg 1 canal onze. Pelo bem de Maringá.
- estúdio: cenário de telejornal;
- Pupin;
- logomarca e crd: Cecília Fraga.
apr 1
est
CF: o entrevistado de hoje do canal onze é o
candidato a vice-prefeito Roberto Pupin.
Tudo bom Pupin?
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
est
RP: tudo bem Cecília?
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
apr 1
est
CF: ok. Como é que vai ser a agricultura na
administração Silvio Barros e Roberto
Pupin?
- candidato no estúdio;
- crd: Roberto Pupin 11.
est
RP: olha Cecília, quando o Osmar Dias foi
secretário da agricultura do Estado do
Paraná, nós tínhamos um programa
chamado Paraná Rural. Este programa
cuidava do readequamento das estradas
rurais, com o cascalho, com as caixas de
retenção e também com os abastecedouros
municipais. Na nossa administração, nós
vamos retomar os cuidados nas estradas
rurais, vamos fazer o cascalhamento dos
carreadores, vamos fazer novas caixas de
retenção e também vamos dar condições
para que os abastecedouros não poluam o
meio ambiente.
- entrevista de estúdio:
apresentadora.
apr 1
est
CF: aproveitando Pupin, e o cinturão verde
de Maringá, como é que fica?
184
- candidato no estúdio;
- crd: Roberto Pupin 11.
est
RP: olha Cecília, nós vamos trabalhar na
capacitação do produtor para que juntos
com os técnicos da Emater e com os
técnicos da prefeitura, ele possa produzir os
seus produtos e ele coloque na mesa do
consumidor, um produto com menos
agrotóxico, um produto com qualidade e,
dessa maneira, ele vai preservar a vida de
quem está consumindo e também vai poluir
menos o meio ambiente.
- entrevista de estúdio:
apresentadora.
apr 1
est
CF: Pupin, pra encerrar. Qual seria a
mensagem que você deixa pra todos esses
agricultores e pra toda a população
maringaense?
- candidato no estúdio;
- crd: Roberto Pupin 11.
est
RP: primeiramente eu gostaria de agradecer
a todas as pessoas que estiveram conosco
nessa campanha. As pessoas que nós
visitamos também, as empresas onde nós
fomos muito bem recebidos e cada abraço
seu, cada aperto de mão, transformava num
incentivo para que nós pudéssemos chegar
à vitória. E eu quero convidar você que
participe dessa vitória, votando em Silvio
Barros e Roberto Pupin, no dia trinta e um.
Vote onze, vote certo.
- entrevista de estúdio:
apresentadora e candidato.
apr 1
est
CF: Pupin, eu queria agradecer a sua
presença. Muito obrigado!
- candidato no estúdio. est
RP: obrigado Cecília.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
CF: nós vamos pra um rápido intervalo e já
voltamos.
- logomarca: canal 11;
- estúdio: cenário de telejornal;
- logomarca e crd: Sérgio Mendes.
apr 2
cb
SM: vamos aproveitar o dia do servidor que
é comemorado hoje, para rever um pouco
da história de Maringá.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
CF: por quatro anos, Silvio Barros foi o
servidor número um de Maringá.
- imagens de SB I, Maringá e D.
Bárbara.
off
rpt
Loc: mil novecentos e quarenta e seis,
chega em Maringá o pioneiro Silvio
Magalhães Barros. Anos mais tarde, na
capela do Colégio Santa Cruz casa-se com
Bárbara Cecili Neto Barros.
- ambiente interno: sentada, atrás
de uma estante com livros;
snr
rpt
BB: o sonho de Silvio Barros era ser prefeito
de Maringá. Quando namorávamos, ele me
convidou para compartilhar da realização
185
- crd: Bárbara Barros;
- imagens paradas de SB/pai.
desse sonho, que acabou se tornando uma
missão em nossas vidas. Ele foi vereador,
deputado estadual, deputado federal,
quando deixou o mandato a pedido das
lideranças políticas de Maringá que
lançaram sua candidatura a prefeito dessa
querida cidade.
- imagens diversas: fotos, e recortes
de jornais de SB/pai, as principais
obras públicas da cidade, áreas
esportivas, Maringá antiga e atual
ilustram a fala do locutor.
off
rpt
Loc: em mil novecentos e setenta e três,
Silvio Barros vence as eleições e dá inicio
ao seu plano de ação, projetando Maringá
como a cidade do ano dois mil. Assim
mostram os jornais da época. Maringá tinha
apenas dois prédios. Silvio Barros implantou
o sistema de esgoto e a cidade ganhou
novos e modernos edifícios.Com uma visão
além do seu tempo, o prefeito Silvio Barros
queria ver o progresso de Maringá e
trabalhou para isso. Foram quatro anos de
uma administração marcada pelas
realizações: a construção do Viaduto Tuiuti,
o primeiro de Maringá, a Avenida Perimetral
que se tornou uma moderna rodovia com
mais de dez quilômetros de asfalto. Foi
também na gestão Silvio Barros que foi
inaugurada a caixa d’água da zona cinco. O
prefeito Silvio Barros investia em esporte e
realizou grandes obras nessa área.
Construiu o ginásio Chico Neto, uma obra
moderna que atende diversos eventos
realizados na cidade, até os dias de hoje.
Concluiu o Estádio Willie Davids, outra
grande conquista para o esporte local. No
ano de mil novecentos e setenta e quatro
Maringá já é a primeira cidade do Paraná a
oferecer piscinas públicas aos seus
estudantes. Em mil novecentos e setenta e
seis, já no ultimo ano do seu mandato, Silvio
Barros continuava sua luta em favor de
Maringá e inaugurou neste ano a Biblioteca
Pública Municipal e enquanto o programa de
desfavelamento, onde iniciou o conjunto
Santa Felicidade. O seu trabalho foi
reconhecido nacionalmente e Silvio Barros é
homenageado como prefeito brasileiro do
ano. Mil novecentos e oitenta e sete, a sede
do governo executivo de Maringá recebe a
denominação de Paço municipal Silvio
Magalhães Barros, uma das homenagens ao
pioneiro Silvio Barros que como
administrador de Maringá, se tornou o
melhor prefeito do Brasil.
186
- ambiente interno: no fundo a
catedral e parte da frase: pelo bem
de Maringá;
- crd: Silvio Barros 11.
com
SB: meu pai sempre dizia que um homem
se sente realizado quando seus filhos são
melhores do que ele. Sendo prefeito da
oposição ao governo do estado e ao
governo federal em pleno regime militar,
conseguiu fazer tudo isso. Olha o tamanho
do desafio que eu tenho pela frente, fazer
mais do que ele. Eu quero convidar você
que é servidor público, você cidadão
maringaense pra junto comigo, aceitar o
desafio de fazer uma administração que
marque a história de Maringá.
- coberto com imagens paradas do
servidor.
nc
Loc: Antonio Mario Manicardi foi o primeiro
servidor da prefeitura de Maringá.
- ambiente interno: sentado, fundo
colorido, árvores de ipê roxo e
prédios;
- crd: Antônio Mário Manicardi, 1°
servidor público de Maringá.
snr
AMM: falando em Silvio Magalhães Barros
prefeito, eu quero prestar uma homenagem
ao servidor público municipal, porque foi um
prefeito que soube valorizar o servidor
público municipal. O Silvio foi um servidor
exemplar, foi um prefeito de grandes
realizações, de grandes obras e me lembro
que quando Silvio Magalhães Barros
terminou o seu mandato, chegou um
cidadão, abraçou o Silvio e disse: Silvio
muito obrigado por ter nos ensinado amar
Maringá.
- ambiente externo: SB em frente ao
Paço Municipal;
- imagem parada de funcionários;
- crd: Silvio Barros 11.
com
SB: eu quero governar com justiça, com
respeito e com liberdade e no final do
mandato ser lembrado com carinho e com
saudade como foi o meu pai, que durante
todos os anos, no dia do funcionário
recebiam vocês na nossa casa e era um
momento de nós servirmos vocês. Mas pra
isso, eu preciso do seu apoio, eu preciso do
seu voto. Espero que a partir de janeiro de
dois mil e cinco, nós estejamos juntos
trabalhando e servindo melhor aos cidadãos
de Maringá.
- logomarca: canal 11.
- estúdio: cenário de telejornal.
apr 2
cb
SM: Silvio amplia maioria na câmara.
- nove cadeiras com os nomes dos
vereadores apoiantes e três
sem denominação.
- imagem parada dos nove
vereadores.
apr 1
cb
CF: o apoio a Silvio cresce cada dia mais.
Ele já conta com nove, dos quinze
vereadores que vão compor a nova câmara
municipal.
187
- vereador em depoimento de apoio;
- crd: Chico Caiana, vereador eleito.
snr
CC: projeto de geração de emprego de
Silvio Barros terá todo meu apoio na câmara
de vereadores.
- vereador em depoimento de apoio;
- crd: Zebrão, vereador reeleito.
snr
Z: nós já temos trabalho com quase
trezentas crianças. Com Silvio Barros, muito
mais esporte.
- vereadora em depoimento de
apoio;
- crd: Edith dias, vereadora reeleita.
snr
ED: Silvio Barros tem todo nosso apoio na
implantação da creche vinte e quatro horas,
porque você mãe, que trabalha à noite e nos
finais de semana também tem direito à
creche para o seu filho.
- vereadora em depoimento de
apoio;
- crd: Marly, vereadora reeleita.
snr
M: eu sendo uma vereadora de verdade,
quero também para Maringá um prefeito de
verdade. Vote Silvio, vote onze.
- vereador em depoimento de apoio;
- crd: Walter Guerles, vereador
reeleito.
snr
WG: a segurança no trânsito é de extrema
importância. Competência para isso é
necessário. Silvio Barros.
- vereador em depoimento de apoio;
- crd: Dorival Dias, vereador
reeleito.
snr
DD: sou Silvio Barros. Votar onze é votar na
valorização do servidor.
- vereadora em depoimento de
apoio;
- crd: Márcia Socreppa, vereadora
reeleita.
snr
MS: como vereadora, junto com o Silvio
Barros, estaremos implantando as escolas
integrais para crianças de seis a doze anos.
Vote onze.
- vereador em depoimento de apoio;
- crd: Bravin, vereador reeleito.
snr
B: agora é onze, é Silvio Barros.
- vereador em depoimento de apoio;
- crd: Odair Fogueteiro, vereador
eleito.
snr
OF: junto com o Silvio Barros, vamos
fortalecer o comércio de Maringá.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
CF: a maioria dos candidatos a vereador do
PTB e do PFL que apoiaram Batista,
também está com Silvio.
- vereador não eleito, ao lado de
Odair Fogueteiro, e outros três
candidatos que não se elegeram.
snr
Loc: nós vereadores e suplentes pelo PTB
estamos com o Silvio onze, porque
acreditamos que é o melhor pra Maringá.
188
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
SM: olha, ter a maioria na câmara é
importante para o Silvio e Pupin executarem
seu plano de governo.
- diversas imagens de campanha:
SB cumprimenta eleitores, segura
criança, com Pupin e o vereador
Bravin.
- pessoas comemoram com
camisetas e bandeiras de SB.
jgl 3
c/ clip
todo mundo agora é Silvio, é nessa que eu
vou, Silvio é gente boa, eu também sou.
Pelo bem de Maringá, eu vou votar no onze,
agora quero Silvio, aqui perto. Vote onze.
- insert: as palavras pronunciadas
no slogan aparecem na tela.
slg 2 Silvio, honesto e competente. Vote certo,
vote onze.
- estúdio: cenário de telejornal.
apr 1
cb
CF: Silvio cresce e candidato do PT cai.
- insertt: gráfico explicativo do
resultado da pesquisa quantitativa
de intenções de votos.
apr 2
SM: pesquisa da Experience e o Diário
confirmou o que as ruas estão dizendo. O
Silvio continua crescendo e o seu adversário
vai caindo e o jogo eleitoral já virou.
- imagens diversas: SB e Pupin
discursam e cumprimentam
pessoas, segura criança, SB na
máquina, eleitores festejam.
jgl 4 vira, vira, vira, o jogo já virou, já virou. Silvio
será o prefeito, Maringá é que ganhou.Vira,
vira.Vira, vira, vira, o jogo já virou, já virou.
Silvio será o prefeito, Maringá é que
ganhou.Vira, vira.
- logomarca: canal 11;
- imagens diversas: Maringá, SB e
Pupin;
- logomarca: canal 11.
slg
fch
termina aqui, canal onze. Pelo bem de
Maringá!
189
Data Programa Turno candidato
29/10/04 HGPE/TV tarde Silvio Barros/PP
T. Tc. Linguagem Verbal
- logomarca: canal 11;
- imagens diversas: Maringá, SB e
Pupin.
slg 1 no ar, canal onze. Pelo bem de Maringá!
- logomarca: canal 11.
Loc: pinga-fogo!
- estúdio: cenário de telejornal;
- crd: Pinga Fogo de Oliveira,
comunicador.
com 1 PF: boa tarde Maringá! Hoje é eu que estou
aqui com vocês, começando o programa do
Silvio Barros, do onze, e eu gostaria de pedir,
pra que vocês nos ajudassem. A senhora, o
senhor, a moça, o rapaz, às vezes ainda está
indeciso. Dá uma mão pra gente, vota no
onze. Conheço a família Barros há tanto
tempo, tenho toda confiança, certeza,
convicção, acredito que o Silvio Barros vai
cumprir todos os compromissos com
Maringá. Então, nos ajudem, acompanhe a
partir de agora conosco o programa do canal
onze, do onze, pra você confirmar com a
gente, domingo, conto com vocês, se Deus
quiser.
- insert: as palavras pronunciadas
no slogan aparecem na tela.
slg 3 agora é Silvio. Vote certo, vote onze.
- ambiente interno: fundo colorido;
- crd: Silvio Barros 11.
com 2
SB: é isso ai gente! Acabamos de receber o
aval e o apoio de um dos profissionais de
comunicação de maior credibilidade em
Maringá e toda região e eu aproveito para
agradecer o Pinga Fogo e a toda sua equipe,
o Beija Flor, o Salsicha, o Benedito que já
vem acompanhando o nosso Espaço da
Cidadania desde o primeiro turno. E assista
agora o Canal onze, com Cecília Fraga e
Sérgio Mendes.
- logomarca: canal 11. slg 1 canal onze. Pelo bem de Maringá!
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
ch
SM: Silvio vai ao terminal e garante que
ônibus vai baixar mesmo!
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
ch
CF: mães querem mais vagas nas creches!
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
ch
SM: campanha do Silvio cresce a cada dia!
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
ch
CF: Silvio pede que voto seja consciente!
190
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
ch
SM: o canal onze esta começando e nós
voltamos em um instante!
- insert: sob um fundo azul, as
palavras pronunciadas no slogan
aparecem na tela.
slg 2 Silvio honesto e competente. Vote certo, vote
onze.
- estúdio: cenário de telejornal;
- logomarca e crd: Sérgio Mendes.
apr 1
cb
SM: Silvio vai ao terminal divulgar
compromisso de reduzir o preço da
passagem dos ônibus.
- Imagens externas: no terminal
rodoviário SB, Pupin e Edmar
conversam com eleitores, pessoas
descem do ônibus;
- SB cumprimenta eleitores.
apr 2
nc
CF: ontem a tarde o Silvio, o Pupin e o
Edmar foram ao terminal reafirmar
pessoalmente para os usuários o
compromisso de baixar o preço da passagem
dos ônibus em dezoito por cento e explicou
como isso vai ser feito.
- ambiente externo: SB conversa
com eleitores;
- crd: Silvio Barros 11.
snr
nc
SB: o que a gente vai fazer é descontar da
tarifa, todos os estudantes que viajam de
graça e que vocês estão pagando. Nós
vamos pagar o passe do estudante pelo
dinheiro, com o dinheiro da prefeitura e
vamos reduzir o imposto que hoje a
prefeitura cobra da, da TCCC, vamos tirar
esse imposto pra ficar a passagem mais
baixa.
- SB, ao lado de Pupin,
cumprimenta e conversa com
eleitores;
- Edmar conversa com eleitores.
apr 1
nc
SM: demonstrando muita confiança no Silvio
o pessoal gostou da proposta.
- ambiente externo: uma eleitora. snr
Rp: você acha que ele vai cumprir essa
promessa ou não?
- ambiente externo: uma eleitora. snr
An 1: eu creio que sim, ele é um homem de
palavra.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: teve gente que lembrou da música do pai
do Silvio.
- ambiente externo: eleitora da
terceira idade canta.
snr
An 2: Silvio, esse chão é seu. Você é daqui,
é daqui não de lá, se esse chão é seu, é
você que vai governar.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
CF: e gente que cantou a música do Silvio.
- ambiente externo: criança canta
no colo da mãe.
snr
An 3: Silvio Barros vote onze, cá gente de
Maringá.
191
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
SM: o Silvio já disse várias vezes, mas como
tem gente tentando confundir a população,
nós vamos repetir. O passe do estudante vai
continuar.
- estúdio: cenário de telejornal;
- crd: Pinga Fogo de Oliveira,
comunicador.
com 1
PF: preste atenção Maringá! A idéia do Silvio
Barros de reduzir a tarifa do transporte
coletivo, passando os encargos do passe
para a prefeitura é viável e eu acredito que
ele vai fazer. Vote onze!
- imagens diversas: SB e Pupin em
diversos momentos de campanha
eleitoral, SB cumprimenta e
conversa com eleitores, festeja
vitória do primeiro turno, na
máquina, com lideranças políticas
de apoio.
- lago ornamental da catedral,
Parque do Ingá e pessoas em
campanha eleitoral.
jgl 1
c/clip
Silvio Barros vote onze, é gente de Maringá.
Silvio Barros construindo, a cidade evoluindo,
todo mundo vai ganhar. Silvio Barros vote
onze, é gente de Maringá. Silvio Barros
construindo, a cidade evoluindo, todo mundo
vai ganhar.
- logomarca: canal 11;
- estúdio: cenário de telejornal.
apr 1
CF: pais e mães maringaenses pedem mais
vagas nas creches.
- imagem externa: eleitora em
entrevista.
snr
An 4: meu filho fica com minha mãe, que é
de idade, tem problema de saúde. Acaba
sacrificando ela, porque eu não tenho com
quem deixar o meu filho.
- imagem externa: eleitor com filho
no colo.
snr
An 5: creche em Maringá foi feito pra rico,
não pra pobre, porque já faz um ano que eu
tô atrás de creche pro meu filho e não
encontro.
- imagem externa: diversas mães
com crianças;
- crianças no balanço;
- SB segura uma menina e recebe
um beijo.
nc
Loc: a jovem Maria, como muitas outras
Marias, Anas e Joanas são mães que há
anos e meses precisam mas não tem,
procuram mas não encontram vagas nas
creches de Maringá. É verdade que se
dependesse apenas dos desejos das
Cristinas, Camilas e Teresas, seus pequenos
ficariam com elas o tempo todo. Mas nossas
Marias não podem, elas têm que trabalhar,
as coisas não andam fáceis em casa. Nossas
Marias, Anas e Joanas são fortes, não se
cansam e têm esperanças, porque em algum
lugar do coração, elas carregam a certeza de
que no próximo domingo, a vida vai começar
a mudar. É nossas Cristinas, Camilas e
Terezas querem mais creches e por isso
mãe, todas elas votam onze.
192
- estúdio: cenário de telejornal;
- logomarca: canal 11;
- insert: proposta escrita na tela.
apr 1
cb
CF: vejam os compromissos do Silvio para
aumentar o numero de vagas nas creches:
Implantar a creche vinte e quatro horas, para
que os pais que trabalham durante a noite ter
onde deixarem os filhos.
- logomarca: canal 11;
- insert: proposta escrita na tela.
apr 2 SM: aumentar o número de creches que
funcionam durante os doze meses do ano.
- insert: proposta escrita na tela.
apr 1
CF: construir novas creches e ampliar as que
forem necessárias.
- logomarca: canal 11;
- insert: proposta escrita na tela.
apr 1
SM: melhorar a qualidade da alimentação e
oferecer cursos de aperfeiçoamento para
quem trabalha com as crianças.
- insert: as palavras pronunciadas
aparecem na tela.
slg 4 compromisso assumido, realização
garantida.
- ambiente interno: fundo colorido;
- crd: Silvio Barros 11.
com 2
SB: domingo nós vamos escolher o prefeito
de Maringá. A decisão esta nas suas mãos.
Você sabe que o asfalto na sua rua, a vaga
na creche, a oportunidade de emprego, tudo
isso depende do seu voto. Cabe a você
avaliar a experiência, a capacidade, a atitude
e o caráter de cada candidato, antes de
tomar a decisão. Muita gente ainda não se
decidiu, porque precisa mais
esclarecimentos. Você precisa saber, por
exemplo, que todas as contas do prefeito
Ricardo Barros foram aprovadas pelo tribunal
de contas e que o Procurador Geral da
República do Governo Lula atestou a
honestidade dele, impedindo que ele fosse
processado pela promotoria de Maringá.
Sabe por que? Não haviam provas, só
acusações. Gente, ter a honestidade
atestada até pelos adversários, vale muito
mais do que boato e acusação na época de
eleição, não é verdade? Além disso, eu é
que sou o candidato e quero pedir mais uma
vez a você a oportunidade de fazer de
Maringá uma cidade mais bonita, mais forte e
muito mais feliz.
- insert: as palavras pronunciadas
aparecem na tela.
slg 2 Silvio honesto e competente. Vote certo, vote
onze.
- estúdio: cenário de telejornal;
- crd: Pinga Fogo de Oliveira,
comunicador.
com 1
PF: eu queria fazer um pedido pro povo de
Maringá. Eu preciso de vocês. Agora eu que
tô pedindo. Domingo é dia de decidir. Vamos
votar no Silvio Barros onze. Eu confio, eu
tenho certeza, eu acredito que o Silvio Barros
193
vai cumprir todos os compromissos que ele
fez com Maringá. Então, nos ajudem, vamos
juntos. Onze, Silvio Barros, para o bem de
Maringá!
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
CF: Ibope deve divulgar mais uma pesquisa
hoje à noite.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
SM: a verdadeira pesquisa será feita
Domingo com o seu voto, não se deixe
influenciar pelo ibope que não acertou em
Maringá, em Curitiba e nem em São Paulo.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
CF: você lembra, se dependesse do Ibope,
divulgado pela Globo, na véspera da eleição,
o Silvio não estaria no segundo turno, não
acertou.
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
SM: verdade mesmo é que o crescimento da
campanha do Silvio pode ser visto em toda a
cidade: nas ruas, nas praças, nas casas, nos
escritórios, nas fábricas, nas lojas, em todos
os lugares. O jogo eleitoral já virou!
- imagens diversas: SB e Pupin
discursam e cumprimentam
pessoas, segura criança, SB na
máquina, eleitores festejam.
jgl 4
c/ clip
vira, vira, vira, o jogo já virou, já virou. Silvio
será o prefeito, Maringá é que ganhou.Vira,
vira! Vira, vira, vira, o jogo já virou, já virou.
Silvio será o prefeito, Maringá é que
ganhou.Vira, vira!
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
CF: ao longo desta campanha, aos poucos,
os Maringaenses foram percebendo e hoje já
têm certeza. O Silvio é o mais preparado e
competente, honesto por formação e
trabalhador por natureza. É por isso que
agora é Silvio!
- diversas imagens de campanha:
SB cumprimenta eleitores, segura
criança, com Pupin e o vereador
Bravin.
- pessoas comemoram com
camisetas e bandeiras de SB.
jgl 3
c/clip
todo mundo agora é Silvio, é nessa que eu
vou, Silvio é gente boa, eu também sou. Pelo
bem de Maringá, eu vou votar no onze, agora
quero Silvio, vote certo,vote onze!
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
cb
SM: acabe com a dúvida, boataria é a arma
dos falsos. O Silvio é um homem honrado,
tem as melhores propostas e a opção certa
para Maringá crescer e se desenvolver.
194
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
com
CF: Sérgio é isso que a cidade inteira está
dizendo.
- diversas imagens de campanha:
SB e Pupin cumprimentam
eleitores e seguram criança,
catedral, Parque do Ingá, crianças
em computadores, operário e ruas
de Maringá.
jgl 5
c/ clip
Maringá inteira está dizendo, o Silvio será o
prefeito. Honesto e competente, ele tem todo
o meu respeito. Vote onze!
- estúdio: cenário de telejornal. apr 1
cb
com
CF: olha, no domingo a gente vai decidir
quem será o prefeito, isso é muito importante
pro futuro de Maringá. Então se você vai
viajar, tudo bem, mas vote antes, vá bem
cedinho, cumpra seu dever de cidadão e
divirta-se. Certo!
- estúdio: cenário de telejornal. apr 2
SM: certo, e vote onze!
- estúdio: cenário de telejornal. Apr 1
CF: até mais!
- logomarca: canal 11;
- imagens diversas: Maringá, SB e
Pupin;
- logomarca: canal 11.
slg
fch
termina aqui, canal onze. Pelo bem de
Maringá!
195
Data Programa Turno Candidato
29/10/04 HGPE/TV noite Silvio Barros/PP
Imagem T. Tc. Linguagem verbal
- imagens diversas de SB em
momentos de campanha:
cumprimenta e conversa com
pessoas, segura criança , canta
e bate palma, com lideranças
políticas;
- logomarca: 11.
jgl 2
c/ clip
a gente não quer pena, não quer compaixão,
quer dignidade, só um pouco de atenção. A
gente quer progresso, também quer
construção, mas quer ver um Brasil
inaugurando cidadão. Gente em primeiro lugar,
porque gente é feita pra brilhar. Gente, gente
em primeiro lugar. Gente em primeiro lugar,
porque gente é feita pra brilhar. Gente, gente
em primeiro lugar. Gente em primeiro lugar.
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá;
- logomarca: 11.
com 1
SB: bem gente, chegamos ao final da
campanha. Eu queria aproveitar esse nosso
último programa eleitoral, pra chamar a sua
atenção pra essa enorme responsabilidade,
que todos nós vamos ter no domingo, de
escolher o melhor candidato, a melhor
proposta, aquele que vai ser o prefeito da
nossa cidade. E lembrar que tudo que ele fizer
ou deixar de fazer nos próximos quatro anos,
vai afetar a vida de todos cidadãos
maringaenses. Nós temos aí dois dias pra
meditar nesse assunto, pra pensar bastante
nisso, avaliar a campanha, avaliar as
propostas e no domingo tomar uma decisão
bem consciente. Sabe, eu sou filho de político
e tive o privilégio de crescer ouvindo e
conhecendo pessoas importantes da política
brasileira. Doutor Ulisses Guimarães, por
exemplo, sempre que ele vinha a Maringá, ele
ficava hospedado lá em casa e a gente tinha a
oportunidade de ouvir as conversas dele sobre
a política no Brasil. Nós também tivemos a
oportunidade de receber em casa a visita de
Tancredo Neves, do José Richa várias vezes,
e nós ouvíamos a conversa deles sobre
transformação da sociedade, sobre a
transformação do Brasil. Convivendo com
essas pessoas, nós aprendemos muitas coisas
e uma delas é de que campanha política não é
um concurso de vale-tudo. Existem princípios,
valores, regras que precisam ser preservados.
A forma de você competir mostra muito da tua
garra, da tua determinação de vencer, mas
também mostra muito do seu caráter. Existem
políticos que escolhem a verdade, na hora de
participar de uma campanha como a sua arma
preferencial e existem outros que preferem
aquilo que se chama verdade conveniente,
boataria, assim pra ser bem explícito, mentira
mesmo. Durante essa campanha, a nossa
honestidade foi questionada, mas tudo ficou só
na acusação, ninguém conseguiu provar nada.
196
Até foram a Manaus procurar, na Junta
Comercial, provas e não encontraram
absolutamente nada. Todos os meus negócios
estão aqui em Maringá. A única coisa valiosa
pra mim que está lá em Manaus é a minha filha
Ana Teresa de nove aninhos. Aliás, é
realmente o meu patrimônio mais precioso. Ser
filho de político, gente é muito difícil,
principalmente na adolescência, que a gente
vai na escola e fica ouvindo os comentários
dos colegas, dos professores. Os comentários
maldosos que aparecem na época da
campanha e sempre com um propósito
eleitoreiro. Ser mãe e esposa de político não é
menos doloroso. Sabe, teria sido melhor talvez
pra nós não saber tudo o que foi dito da gente
nessa campanha, nós fomos caluniados, nós
fomos acusados. Gente, me chamaram de
tudo quanto é nome, mas até os adversários
sabem que essas coisas não são verdade. O
nono mandamento diz: não levantarás falso
testemunho e não há exceções pra, pra
campanha eleitoral. Todas as contas da nossa
família foram aprovadas no Tribunal de
Contas. Nós temos uma tradição aqui em
Maringá. Honestidade é principio de vida pra
gente. Ao sessenta e oito anos, minha mãe
trabalha até hoje, todo dia. E quando ela viu a
fita com o discurso assim acalorado do nosso
concorrente, gente minha mãe sofreu muito.
- ambiente interno: sentada em
um sofá;
- logomarca e crd: Dona Bárbara
Barros.
com 2
BB: a nossa vida foi uma vida de sacrifício
né?, e continua sendo. E é triste a gente ver
isso sabe. Quando o prefeito, no seu discurso,
exaltado né?, chamou nossa família de
ladrões. É, isso tá de cortar o coração, porque
ele sabe que nós não somos ladrões. E ele
sabe que os, os, os mandatos passados pelas
mãos tanto do Silvio Barros, quanto do
Ricardo, foram mandatos sérios. Mas, como
Jesus nos ensinou perdoa, porque não sabe o
que faz. Quantas vezes o Silvio teve que
passar cera no chão e caiam lágrimas, mas era
assim que tinha que ser em casa. O Ricardo
com aquela pilha de sapatos pra engraxar, o
Silvio com o chão pra encerá, era tarefa de
cada um né?. É assim que nós educamos os
nossos filhos. Pra que? Pra que terem grandes
responsabilidades e saber cumprir com as
grandes responsabilidades. O Silvio gosta de
estar no meio do povo, tanto que cada vez que
termina o espaço da cidadania ele diz: esse é
o melhor pedaço do dia, né?, porque estar com
vocês cidadãos é o melhor pedaço da vida.
197
- ambiente interno: candidato
sentado em um sofá;
- logomarca:11.
com 1
SB: quando eu permiti que o nosso programa
fosse usado pra dar oportunidade aos
maringaenses, pra abrir o coração, pra dizer
como é que eles estavam se sentindo, pra
contestar informações da administração
municipal, que eles entendiam que não eram
verdadeiras. Tudo o que nós falamos era
verdade, mas isso chocou a população e
disseram que os meus apresentadores
estavam batendo. Nós nunca batemos e nunca
faltamos com respeito ao prefeito. O povo e o
programa questionaram o desempenho da
administração municipal e as informações que,
muitas vezes, foram equivocadas. A nossa
postura foi única e foi transparente. Tudo o que
nós falamos na televisão, era a mesma coisa
que nós falávamos no resto da campanha. Já o
nosso concorrente, na televisão era uma
pessoa e fora da campanha, era outra bem
diferente. Você que assistiu comícios,
participou de reuniões em empresas, você
sabe o que eu tô falando. Agora, se coloque no
meu lugar, me responda uma coisa. Como eu
deveria me comportar, sabendo que
informações equivocadas podem induzir as
pessoas a errar na hora de votar? Será que eu
devia ser omisso? Ficar calado? Ou talvez,
será que eu devia fazer a mesma coisa? Sair
in, informando, espalhando informações
mentirosas, boatos? Ou será que eu devia ser
também um cordeiro na televisão e um lobo no
resto da campanha? Mas, e depois na
administração? Seria lobo, cordeiro, ou
dependeria da situação? Tudo que era
necessário pra avaliar a competência, a
experiência e o caráter dos candidatos, foi dito
no nosso programa, mas aqui na televisão e
fora da televisão, nunca foi diferente. Eleitor,
eleitora maringaenses, domingo você vai
escolher entre dois candidatos, entre dois
currículos, entre duas experiências de vida,
entre dois comportamentos e princípios. Medite
bastante. Eu estou disputando a missão de
servir a nossa cidade e não a função de
prefeito. Eu quero fazer diferença, eu quero
trabalhar pras pessoas de Maringá, eu quero
asfalto, mas não pela obra, mas pra você não
ficar limpando a casa o dia inteiro e vendo as
suas crianças com problema respiratório ou
amassando barro no dia de chuva. Eu quero
implantar o programa habitacional, mas não
pensando na casa, pensando sim na sua
emoção, no dia que você vai realizar o sonho
de entrar na sua casa própria. Eu quero
melhorar o atendimento à saúde, mas não é
198
pra acabar com as reclamações, é pra ver
você curado, eu quero melhorar o trânsito na
nossa cidade pra salvar vidas de pessoas e
acabar com o sofrimento de quem tá sendo
atropelado todo dia. Eu quero ser prefeito
parceiro das empresas, porque é assim que
nós vamos dar oportunidade pra você
encontrar um emprego e poder trabalhar. Eu
quero ser um prefeito que tenha a
sensibilidade de criar uma creche vinte e
quatro horas, pensando em você que trabalha
de noite num restaurante, que é enfermeira,
que é porteira de um prédio, que precisa de
alguém pra cuidar da sua criança. Eu quero ser
prefeito da gente de Maringá e fazer da política
uma ferramenta de transformação da nossa
sociedade. A campanha chegou ao final,
combati o bom combate, terminei a corrida,
guardei a minha fé e os meus princípios e
agora aguardo confiante a decisão soberana
dos maringaenses e a permissão de Deus pra
cumprir essa missão. Agradeço o carinho de
tanta gente que participou conosco na
campanha, a confiança do seu voto, o suor e o
trabalho dos nossos voluntários, o apoio dos
vereadores que foram concorrentes da gente
no primeiro turno e até de outros candidatos.
Eu e o Roberto Pupin esperamos estar em
janeiro de dois mil e cinco no Paço Municipal
Silvio Magalhães Barros, servindo a nossa
cidade como prefeito e vice-prefeito. É você
que pode dar a gente essa oportunidade. Nós
contamos com seu voto. Muito obrigado!
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