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FRANCESCO GIGLIO BOTTINO
Orientador: Prof. Dr. Valter Moreno Jr.
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Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Profissional em Administração das Faculdades
Ibmec como parte dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Administração
Área de Concentração: Sistemas de
Informação e Apoio à Decisão
FRANCESCO GIGLIO BOTTINO
Orientador: Prof. Dr. Valter Moreno Jr.
Rio de Janeiro, 12 de dezembro/2005
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A REVISÃO DE CONTROLES NO AMBIENTE ERP
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Profissional em Administração das Faculdades
Ibmec como parte dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Administração
Área de Concentração: Sistemas de
Informação e Apoio à Decisão
Aprovada em:
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. Valter Moreno Jr., Faculdades IBMEC
Profa. Dra. Simone Bacellar Leal Ferreira, Faculdades IBMEC
Profa. Dra. Sandra Mariano, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, 12 de dezembro/2005
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DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado as pessoas que me
apoiaram na decisão de fazer o mestrado e me deram
força e ajuda nessa difícil jornada, tendo paciência
nos momentos difíceis e permitindo que eu estivesse
distante e concentrado, durante todas as longas horas
de estudo necessárias.
Para a minha filha, Giovanna, que cedeu o tempo de
convívio e de atenção em dias de infância, e pela
alegria que traz a minha vida e motivação que nos
estimula a continuar crescendo.
À minha irmã, pelo incentivo inicial e constante de
realizar esse grande sonho de minha vida.
v
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, pela educação, amor e incentivo em todos os momentos da vida.
Ao Prof. Valter Moreno, pela transmissão de conhecimentos, orientação e apoio, desde a fase
de escolha do tema da dissertação até a sua conclusão.
A Prof
a
. Simone Leal, pelos importantes aspectos revisionais, desde a banca do projeto até a
derradeira apresentação.
Aos professores do IBMEC que tanto contribuíram para o engrandecimento desta jornada,
construída com o esforço dos alunos e muita dedicação de todos, onde em nossos encontros,
trocamos experiências e conhecimentos.
Aos amigos do IBMEC, que mais que companheiros de sala de aula, são amigos de uma
jornada maior e a todos que convivi, nestes anos de estudo, que permitiram trocas tão ricas e
engrandecedoras.
vi
A REVISÃO DE CONTROLES NO AMBIENTE ERP
RESUMO
Este estudo foi conduzido com o propósito de entender como uma revisão de controles no
ambiente onde está implantado o ERP (Enterprise Resource Planning) poderia ser utilizada
para minimizar os riscos aos quais as empresas estão expostas, do ponto de vista de controle e
segurança, e assim garantir a obtenção dos benefícios esperados da implantação do sistema. O
estudo utiliza a estratégia de estudo de caso exploratório, por meio de entrevistas realizadas
com os gerentes da área de TI e das diversas áreas de negócios das empresas. Os dados
coletados permitiram também que se avaliasse até que ponto a revisão de controles é vista
pelas empresas como um meio para maximizar as chances reais de sucesso da implantação de
ERP, constituindo-se, portanto, em um de seus fatores críticos de sucesso.
Palavras-chave: ERP, controle, segurança, riscos.
vii
THE REVIEW OF CONTROLS IN AN ERP ENVIRONMENT
ABSTRACT
The purpose of this study was to see how the control of any environment using the ERP
System (Enterprise Resource Planning) could be utilized to minimize the risks that companies
are exposed to in the areas of control and security, guaranteeing the desired results. This study
utilized an exploratory case through interviews carried out by the managers in the IT and
other business areas of the company. This information showed how companies see control as
a means to maximize the real success opportunities through the implementation of the ERP,
thereby making this one of the most important (critical) factors for success.
Key-words: ERP, control, security, risks.
viii
LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS
Figura 1 Evolução das aplicações empresariais (Colangelo Filho, 2001, pg 21).------------20
Figura 2 Principais módulos de um sistema ERP e suas interligações (Souza &
Zwicker, 2000, pg 67). --------------------------------------------------------------21
Figura 3: Gráfico do mercado internacional de ERP (Pesquisa da AMR Research, 2005) ----23
Figura 4: Gráfico do mercado nacional de ERP (Pesquisa da Fundação
Getúlio Vargas, 2004)----------------------------------------------------------------23
Figura 5 Ciclo de vida de sistemas ERP segundo Souza e Zwicker (2001). -----------------33
Figura 6 Ciclo de vida de sistemas ERP segundo Musaji (2002). ---------------------------35
Figura 7 Ciclo de vida de sistemas ERP segundo Colangelo Filho (2001). -----------------38
Figura 8: Níveis de segurança num ambiente ERP (Musaji, 2002, p.7):-----------------------54
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Principais benefícios obtidos pelas empresas ao implantar o ERP, e os
autores que os mencionaram.-------------------------------------------------------32
Tabela 2 Quadro comparativo demonstrando os modelos de implantação de ERP----------39
Tabela 3: Quadro resumo com as principais características das empresas---------------------69
Tabela 4: Quadro resumo com o cargo dos entrevistados das quatro empresas ---------------70
Tabela 5: Motivos da implantação do ERP para as empresas que não realizaram as
atividades de controle e segurança --------------------------------------------------72
Tabela 6: Motivos da implantação do ERP para as empresas que realizaram as
atividades de controle e segurança.--------------------------------------------------73
Tabela 7: Benefícios esperados, pelas empresas que não realizaram as atividades
de controle e segurança. -------------------------------------------------------------75
Tabela 8: Benefícios esperados, pelas empresas que realizaram as atividades de
controle e segurança. ----------------------------------------------------------------76
Tabela 9: Problemas ocorridos durante a fase de implantação do ERP, para as
empresas que não realizaram as atividades de controle e segurança.-----------79-80
Tabela 10: Problemas ocorridos durante a fase de implantação do ERP, para as
empresas que realizaram as atividades de controle e segurança. -------------------80
Tabela 11: Problemas ocorridos durante a fase pós-implantação do ERP, para as
empresas que não realizaram as atividades de controle e segurança ----------83-84
Tabela 12: Problemas ocorridos durante a fase pós-implantação do ERP, para as
empresas que realizaram as atividades de controle e segurança.-------------------85
Tabela 13: Motivos mencionados pelas empresas que as levaram a realizar as
atividades de controle e segurança. ------------------------------------------------88
Tabela 14: Motivos mencionados pelas empresas que as levaram a não realizar
as atividades de controle e segurança.----------------------------------------------89
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SUMÁRIO
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1.1. OBJETIVOS-------------------------------------------------------------------------16
1.2. ESTRUTURA DO TRABALHO----------------------------------------------------18
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2.1. SISTEMAS ERP (ENTERPRISE RESOURCE PLANNING) -----------------------19
2.1.1. CARACTERÍSTICAS E BENEFÍCIOS BÁSICOS DO ERP-------------------------------24
2.1.2. ESTRUTURA DE UM PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE ERP------------------------32
2.1.3. DURAÇÃO E ESTRATÉGIAS DE IMPLANTAÇÃO ---------------------------------------39
2.1.4. RISCOS DE IMPLANTAÇÃO DE ERP----------------------------------------------------40
2.1.5. CRÍTICAS AOS SISTEMAS ERP’S --------------------------------------------------------47
2.2. ASPECTOS LEGAIS (AMBIENTE EXTERNO) ----------------------------------48
2.2.1. LEI SARBANES-OXLEY--------------------------------------------------------------------48
2.2.2. BASILÉIA -------------------------------------------------------------------------------------50
2.2.3. CIRCULAR SUSEP NÚMERO 249 -------------------------------------------------------52
2.3. REVISÃO DE CONTROLES -------------------------------------------------------52
2.3.1. CONCEITOS BÁSICOS DE CONTROLES -------------------------------------------------52
2.3.2. REALIZAÇÃO DA REVISÃO DE CONTROLES E SEGURANÇA------------------------56
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4.1. AS EMPRESAS CARACTERÍSTICAS GERAIS --------------------------------67
4.2. OS ENTREVISTADOS -------------------------------------------------------------70
4.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS----------------------------------------------------71
4.3.1. ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA PARA A FASE DE
PLANEJAMENTO ----------------------------------------------------------------------------71
xi
4.3.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA PARA A FASE DE
IMPLANTAÇÃO ------------------------------------------------------------------------------78
4.3.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA PARA A FASE
PÓS-IMPLANTAÇÃO ------------------------------------------------------------------------82
4.3.4. ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA PARA OS MOTIVOS QUE
LEVARAM AS EMPRESAS A REALIZAREM OU NÃO AS ATIVIDADES DE
CONTROLE E SEGURANÇA-----------------------------------------------------------------87
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1. INTRODUÇÃO
De acordo com Davenport (2002), o processo de globalização, os freqüentes avanços
tecnológicos, o aumento do nível de exigência dos clientes, e a competitividade do mercado
vêm promovendo grandes alterações em todos os segmentos da sociedade atual. O mesmo
autor diz que especialmente nas indústrias, observa-se uma busca constante por melhores
formas de criação, produção, comercialização de bens e serviços, e de administração dos seus
custos. A integração dessas atividades tem sido apontada como um fator crítico de sucesso das
empresas, que passaram a depender não somente de produtos melhores e mais competitivos,
mas também, de melhores técnicas de administração, gerenciamento e segurança das
informações.
Nery (2004) menciona que a crescente demanda dos usuários corporativos por sistemas de
informações computacionais que suportam e melhoram o desempenho se suas atividades,
aliada ao crescente nível de importância dado à segurança da informação pela alta direção das
corporações, até mesmo em função das novas exigências legais, têm gerado desafios para as
tradicionais abordagens de segurança da informação (SI) e se tornaram prioridade entre os
requisitos de negócios de executivos e empresas. O mesmo autor diz que foram quatro as
fases da segurança da informação. Na primeira, caracterizada pelo uso dos computadores de
grande porte ou mainframes nas empresas, o próprio fabricante do equipamento, além de
fornecer o hardware e software, preocupava-se também em garantir a segurança da
informação. Na década de 80, que corresponde à fase do surgimento e adoção em larga escala
das redes e dos microcomputadores, observou-se uma falta de sistemas e métodos de
segurança formalizados nas organizações. A terceira fase está associada ao uso comercial da
Internet. Foi nessa fase que a SI começou a amadurecer e a se tornar uma preocupação dos
13
executivos e usuários. Surgiram produtos e serviços sofisticados, e as empresas e os governos
criaram e investiram no desenvolvimento de equipes especializadas em segurança.
A quarta fase está sendo vivida agora, caracterizando-se pelo aparecimento de novas
tecnologias que aumentam o alcance e a exposição das informações, tais como as redes sem
fio, os equipamentos portáteis integrados com celular, a tecnologia de Voz sobre IP (VoIP), e
a TV Digital. Outro aspecto que amplia a necessidade de segurança é o aumento das
transações envolvendo autorizações financeiras eletrônicas, seja em operações de comércio
eletrônico e internet banking, ou nos sistemas de gestão empresarial. Verifica-se, também,
uma ampla regulamentação dos aspectos relativos à segurança da informação. A cada dia,
mais setores da economia vêem-se obrigados a atender determinações das agências
reguladoras, que exigem a proteção das informações e a garantia de seu sigilo, integridade,
privacidade e disponibilidade.
No passado, os usuários finais dependiam dos profissionais de TI para selecionar e
implementar novos sistemas computacionais. Hoje, muitas vezes, os próprios usuários finais
tomam decisões sobre tais iniciativas com relativa independência. Porém, freqüentemente,
eles não têm conhecimento dos procedimentos e princípios de SI, deixando de adotá-los ao
implantarem e utilizarem seus sistemas. Vale destacar que a segurança da informação não
depende apenas de produtos especializados de hardware e software (ex., firewalls, programas
anti-vírus, etc.), mas de uma abordagem corporativa que contemple as pessoas, processos, e
tecnologias que compõem o sistema organizacional. Assim, é importante que a corporação
assuma, de forma centralizada, a missão de promover a conscientização geral e de disseminar
atitudes em prol da segurança da informação (Medeiros, 2003). Isso pode ser feito através da
definição de Políticas de Segurança da Informação que reflitam as necessidades internas da
organização, e o teor das legislações que deve se cumprir (Peixoto, 2001).
14
Nos últimos anos, muitas empresas vêm adotando Sistemas Integrados de Gestão (SIGs) ou
ERP’s (Enterprise Resource Planning) com o intuito de atingir seus objetivos estratégicos e
metas operacionais, de forma eficiente e segura. De acordo com Mendes e Escrivão Filho
(2001), ERP’s são sistemas genéricos capazes de integrar todas as informações que fluem pela
organização, por intermédio de uma base de dados única. Um ERP integra os dados chaves e
a comunicação entre as áreas da empresa, fornecendo informações detalhadas sobre todas as
operações da companhia.
Além de aumentar a disponibilidade e qualidade da informação nos vários setores da empresa,
o ERP possibilita a melhoria dos processos administrativos e de produção, promovendo maior
agilidade na tomada de decisão e operação da empresa (Davenport, 2002). Alguns dos
motivos normalmente citados para a adoção de um ERP, associados à melhoria de processos
de negócio, são (Davenport, 2002): a possibilidade de acompanhamento e fechamento de
ciclos financeiros de forma rápida e confiável; a redução de pessoal; diminuição de
pendências (backlog) de aplicações e dos custos na área de TI; possibilidade de medição e
comparação da performance de processos de negócio; e o acompanhamento da concorrência.
Diversas empresas decidiram implantar um ERP por razões tecnológicas (O'Leary, 2000).
Embora, na década de 90, o bug do milênio tenha sido um dos principais motivos, destaca-se
também a possibilidade de usar o ERP para a integração entre os diferentes sistemas das
unidades de negócios de uma organização, e a sua capacidade de processar e gerenciar
grandes volumes de transações.
Os ERP’s oferecem oportunidades para aumentar a eficiência das empresas, considerando,
desde os aspectos de administração até os aspectos de controle e de segurança (Musaji, 2002).
No entanto, para que isso ocorra, os sistemas integrados de gestão devem ser bem
15
implementados, implantados e utilizados. Assim, todos os agentes organizacionais devem
entender que as mudanças previstas na implantação do ERP precisam ser concretizadas, não
para o bem do próprio sistema, mas em benefício da melhoria do desempenho da organização,
resultado este que depende de um melhor alinhamento entre os seus sistemas de informação e
os processos de negócio que governam a operação da empresa (Davenport, 2002).
A implantação de um ERP pode causar impactos significativos sobre os processos e
tecnologias das empresas, principalmente quando sua implantação envolve um alto índice de
customização, ou seja, quando um número grande de alterações é feito nos programas do
ERP, para atender as necessidades específicas de uma firma (Davenport, 2002). Dessa forma,
projetos de ERP tendem a intensificar os riscos inerentes ao negócio da empresa, e até gerar
novos riscos para a sua operação, tendo impacto direto na segurança da área de TI e no
controle dos processos de negócio, porque os testes efetuados durante a implantação podem
não ser suficientes para contemplar todas as alterações efetuadas no ERP. Adicionalmente,
nem sempre os aspectos de controle e segurança são observados ou adequadamente
desenhados pelas empresas que realizam a implantação dos ERP’s, ou, tão pouco, pelos
usuários e gestores desses sistemas nas empresas onde são instalados. A questão da segurança
normalmente não é considerada no primeiro momento e somente tratada posteriormente, o
que na realidade, acaba por nunca acontecer, pois uma vez assegurada a continuidade da
operação, demais outras prioridades irão surgir para a área de TI e para os usuários do sistema
(Ernst & Young, 2005).
Faz-se necessário contratar especialistas em controle e segurança da informação para que
desenvolvam ações específicas com o objetivo de mitigar os riscos derivados do projeto.
Diversas empresas de auditoria e consultoria passaram a oferecer os serviços de especialistas
em avaliação de riscos e em integridade de sistemas integrados de gestão, que têm as
16
competências necessárias para avaliar a segurança e os controles específicos da configuração
de um ERP, e do ambiente de tecnologia que o suporta, devido principalmente à exigência das
regulamentações e à demanda do mercado por esses tipos serviços. Esses especialistas
conhecem os riscos associados aos processos e à infra-estrutura envolvidos na implantação
dos ERP’s, e, portanto, podem auxiliar no desenho otimizado dos mecanismos e
procedimentos de segurança e dos controles necessários para mitigar os riscos que afetam o
negócio da empresa.
1.1. OBJETIVOS
O tema central desse trabalho é a revisão de controles no ambiente ERP, e como essa
atividade pode ser utilizada para minimizar os riscos a que uma empresa está exposta, do
ponto de vista de controle e segurança, num processo de implantação e no uso do ERP. O
presente trabalho tem por objetivo principal avaliar até que ponto a revisão de controles é
vista pelas empresas como um meio para maximizar as chances reais de sucesso da
implantação e uso efetivo de um ERP, constituindo-se, portanto, num de seus fatores críticos
de sucesso, e ajudando-as, também, a obter os potenciais benefícios de um sistema integrado
de gestão.
O bom funcionamento de um ERP depende, dentre outros aspectos, da configuração adequada
de seus vários módulos e da infra-estrutura que o suporta. Quando isso não ocorre, o sistema
deixa de atender as expectativas de seus usuários e dos gestores da empresa, e não remunera o
investimento feito para a sua aquisição. À luz do que foi exposto anteriormente, ressalta-se a
importância de se efetuar uma configuração criteriosa e eficaz dos parâmetros de segurança
do ERP, e da adoção de controles internos e externos eficazes no ambiente do sistema. Sem
17
isso, é impossível garantir o sigilo, integridade, privacidade e disponibilidade das informações
processadas pelo sistema.
Para atingir o objetivo definido acima, foi necessário cumprir algumas etapas. Elas são
expressas em termos de objetivos secundários, conforme descrito a seguir:
Avaliar o grau de importância dado pelas empresas à revisão de controles no ambiente
ERP e entender suas motivações para implantar um projeto desse tipo;
Entender como algumas empresas avaliam o sucesso de projetos de revisão de controles,
em termos dos benefícios gerados para a organização;
Identificar, com base nas informações coletadas, literatura disponível, e recente
transformação no ambiente de negócios, cenários e condições não contemplados pelas
empresas participantes do estudo que tornam um projeto de revisão de controles um fator
crítico para as operações e sucesso de uma organização.
Foi realizada uma pesquisa qualitativa e de natureza exploratória, com 20 profissionais em
quatro empresas distintas. Selecionamos em cada uma das quatro empresas, 5 profissionais,
sendo 1 gerente da área de informática e 4 gerentes das áreas de negócios (Compras, Contas a
Pagar, Pagamentos, Vendas, Faturamento, Contas a Receber, Contabilidade) e que são
usuários do sistema ERP da empresa. A pesquisa foi realizada em empresas da iniciativa
privada, mais especificamente indústrias do município do Rio de Janeiro, que tinham sistemas
ERP implantados. Em duas dessas empresas, havia ocorrido um trabalho especial de revisão
de controles e segurança do sistema ERP durante a sua implantação. Nas outras empresas, até
o momento da implantação do ERP, e também após esse momento, esse tipo de serviço não
havia sido realizado.
18
1.2. ESTRUTURA DO TRABALHO
O presente trabalho está estruturado da seguinte forma. Primeiramente, são apresentadas as
características básicas dos sistemas integrados de gestão, e discutidos temas relativos à sua
importância estratégica e benefícios obtidos após a sua implantação nas empresas.
São abordados também, o ciclo de implantação de um ERP e os riscos envolvidos nesse
processo, destacando-se as principais fases em que os aspectos de controle e segurança devem
ser acompanhados e analisados. Em seguida, a metodologia de pesquisa adotada no trabalho é
descrita, indicando-se as fontes e formas de coleta de dados, e os métodos de análise dos
dados coletados. Por fim, apresentam-se algumas conclusões e os resultados esperados da
pesquisa.
Vai ser discutido na conclusão se as empresas que realizaram atividades de revisão de
controles e segurança do sistema ERP durante a sua implantação obtiveram benefícios
esperados, e minimizaram os riscos que ocorrem num processo de implantação de ERP, se
comparadas com aquelas que não realizaram atividades de revisão de controles e segurança do
sistema ERP.
A relevância dessa pesquisa poderá ser útil para as empresas que estão pretendendo implantar
um ERP em seu ambiente, para aquelas que farão atualização de versão de seus sistemas de
gestão, e para aquelas que já possuem um sistema de gestão, mas nunca realizou esse tipo de
procedimento. A comunidade acadêmica também poderá ser beneficiada com a pesquisa, em
função da relevância que as empresas estão dando para os quesitos de controles implantados
no ambiente ERP.
19
2. REVISÃO DA LITERATURA
A literatura sobre o ERP apresenta uma série de conceitos e benefícios associados aos
sistemas integrados de gestão. A literatura também apresenta os aspectos relacionados aos
diversos tipos de riscos que a empresa está exposta num processo de implantação do ERP e os
controles para mitigá-los. A busca dos artigos e publicações que nortearam este capítulo foi
realizada em sites na internet, base de dados de periódicos científicos (ex.: Ebsco, ACM,
Prokuest), anais de congressos nacionais e internacionais, e livros sobre os diversos temas
abordados no trabalho.
2.1. SISTEMAS ERP (ENTERPRISE RESOURCE PLANNING)
ERP (Enterprise Resource Planning) é um tipo de software que integra as diferentes funções
e áreas da empresa para criar operações mais eficientes. É constituído por vários módulos que
podem suportar várias áreas de uma companhia, sejam elas de manufatura ou prestadora de
serviços (Davenport, 2002, Colangelo Filho, 2001, Buckhout, 1999). Por se tratar de sistema
genérico, sua abrangência é definida pela própria empresa, podendo estar atrelada a vários
fatores, como: custo de implantação dos módulos, possibilidade de integração de sistemas
legados ao ERP, infra-estrutura necessária, entre outros (Buckhout, 1999).
Os sistemas ERP’s são uma evolução dos sistemas MRP e MRP II (Material Requeriment
Planning), que tinham por foco a automação do processo produtivo fabril, efetuando,
basicamente, o controle dos estoques e dando apoio a funções de planejamento de produção e
compra (Colangelo Filho, 2001).
20
Por volta da década de 70, algumas empresas de software desenvolveram sistemas,
implementando técnicas de MRP, voltados para a produção. Gradativamente mais módulos e
funcionalidades foram incorporados aos sistemas, como os aspectos financeiros e de custo da
produção, dando origem ao MRP II. No início da década de 1990, com a globalização, outras
adições começaram a ser implantadas, contemplando as necessidades dos setores
administrativos e comerciais. Tais adições culminaram no surgimento dos ERP’s que
controlavam tanto os recursos diretamente utilizados na manufatura, quanto os demais
recursos da empresa, como por exemplo, as áreas de recursos humanos e contabilidade, além
de fazer parte da estratégia da empresa (Davenport, 2002; Colangelo Filho, 2001 e Corrêa,
1997). Na figura 1 pode-se observar a evolução das aplicações empresariais (Colangelo Filho,
2001).
Figura 1 Evolução das aplicações empresariais (Colangelo Filho, 2001, pg 21).
21
Os principais módulos de um sistema ERP em uma empresa industrial e suas principais
interligações, que podem ser feitas através de troca de informações com entidades externas ou
através de integração com os módulos, são apresentados na figura 2 (Souza & Zwicker, 2000).
Figura 2 Principais módulos de um sistema ERP e suas interligações (Souza & Zwicker, 2000,
pg 67).
Nos anos 90, não era difícil encontrar empresas com vários sistemas de informação, com
baixo grau de integração entre eles. Nessa década, esses sistemas funcionavam e suportavam
as operações das grandes companhias que, por sua vez, passavam por diversos processos de
reengenharia de negócios e downsizing (Davenport, 1998).
O'Leary (2000) e Colangelo Filho (2001) mencionam que com a ameaça do bug do milênio,
as empresas começaram a avaliar a possibilidade de implantar um ERP para resolver os
problemas tecnológicos existentes nos sistemas que processavam suas informações e para
suportar o próprio crescimento da empresa. Destacava-se também, nas empresas, a
dificuldade de integração entre diferentes sistemas das unidades de negócios e, por
22
conseqüência, de comparação de resultados; os sistemas internos obsoletos e de baixa
qualidade - com falhas e pouca segurança; e a possibilidade de analisar o negócio durante o
processo de escolha do novo sistema e buscar uma equiparação à concorrência.
Barros (2003) também enfatiza que os ERP’s são sistemas integrados de gestão mais amplos e
robustos, cobrindo as várias áreas de negócio da empresa. Ele diz que, passado o período das
implementações obrigatórias estimuladas pelo bug do milênio, as corporações passaram a
exigir projetos mais curtos e, principalmente, retornos rápidos e comprovados para seus
investimentos. Para acompanhar as novas demandas do mercado, a área de pré-vendas dos
fornecedores de ERP passou a contar com especialistas em negócios, enquanto o
departamento de marketing assumiu a função de qualificar potenciais clientes. O público alvo
também mudou: as iniciativas agora passam a ser voltadas para os usuários e suas gerências, e
não mais para os CIOs (Chief Information Officer).
O mercado mundial de ERP é amplo, com diversos fornecedores apresentando as suas
soluções. Nesse mercado pode-se mencionar as aquisições que ocorreram nos últimos anos,
com destaque para as transações em que a empresa SSA adquiriu a BAAN e a PeopleSoft
comprou a J.D. Edwards, culminando com a compra da própria PeopleSoft pela Oracle. A
alemã SAP detém uma parcela forte de participação no mercado em todo o mundo e a Oracle
vem em segundo lugar, principalmente após a aquisição da PeolpleSoft. A Sage-Best, SSA e
Microsoft ficam em terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente, mas aí a categoria já
não é peso-pesado (Pesquisa da AMR Research, 2005). A figura 3 mostra o gráfico do
mercado internacional de ERP.
23
SAP
37%
MS B.S.
3%
Oracle
20%
Sage-Best
5%
SSA
4%
Outros
31%
Figura 3: Gráfico do mercado internacional de ERP (Pesquisa da AMR Research, 2005)
No Brasil, há vários fornecedores que atuam a nível mundial, como SAP e Oracle, e também
nacional como, Datasul, Microsiga, RM e outros. Os dados apresentados no gráfico da figura
4 demonstram a participação dessas empresas no mercado brasileiro (Pesquisa da Fundação
Getúlio Vargas, 2004). Podemos perceber que a SAP também domina o mercado nacional. A
Datasul e a Microsiga vêm em segundo e terceiro lugares, respectivamente, embora atuem
principalmente em mercados de pequenas e médias empresas, diferentemente da SAP, que se
concentra no mercado de grandes empresas.
SAP
24%
Datasul
17%
Microsiga
13%
Oracle
8%
RM
5%
Outros
33%
Figura 4: Gráfico do mercado nacional de ERP (Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, 2004)
24
2.1.1. Características e benefícios básicos do ERP
Segundo Souza & Zwicker (2000), os ERPs são adquiridos na forma de pacotes comerciais,
com o objetivo de dar suporte a maioria dos processos de negócios de uma empresa,
procurando atender a requisitos e demandas do maior número possível de empresas,
incorporando modelos de processos obtidos pela experiência acumulada de fornecedores,
consultorias e pesquisas de benchmarking.
Davenport (2002) define processos de negócio como um conjunto de tarefas e procedimentos
interdependentes realizados para alcançar determinado resultado empresarial, sendo uma de
suas características a transposição de fronteiras organizacionais. Os processos contemplados
num sistema ERP não se restringem a uma área ou departamento, quebrando barreiras
impostas pelas estruturas departamentais.
Saccol, Macadar, Soares (2003) e (Davenport, 1998) mencionam que os ERP’s controlam e
abrangem várias áreas da empresa, de Produção a Finanças, registrando e processando cada
fato novo na corporação, e distribuindo a informação de maneira clara e segura, em tempo
real. Falam também que e a adoção desses sistemas implica num processo de mudança
organizacional, afetando a empresa em suas dimensões tecnológicas, estruturais e
comportamentais, conforme descrito a seguir:
Mudanças tecnológicas Para a instalação do sistema pode ser necessária uma atualização de
hardware (ex: cabeamento, servidores) e de software (ex: banco de dados), além do aumento
do número de computadores na empresa (ex: computadores dentro da área de produção da
fábrica).
25
Mudanças estruturais O sistema auxilia na comunicação inter e intra-unidades, tornando-a
mais rápida, reduzindo a quantidade de consultas diretas e trocas de informações verbais, e
facilitando e auxiliando o trabalho em equipe. Além disso, com a implantação do ERP pode
haver demissões de pessoas, em função da não adaptação dos funcionários à nova tecnologia,
ou pela eliminação de níveis hierárquicos na companhia pelo fato de algum processo da
empresa tornar-se completamente automatizado.
Mudanças comportamentais A implantação do ERP também pode estar associada à uma
mudança na cultura da empresa, no grau de motivação dos funcionários e nas habilidades e
capacidades requeridas das pessoas. Muitas empresas têm aproveitado e utilizado esses
sistemas para introduzir mais disciplina e integridade em seus processos de negócios. O ERP
auxilia a padronizar práticas administrativas para empresas que estão fisicamente e
geograficamente separadas.
Sistemas dessa natureza também são adquiridos com o intuito de tornar os processos
empresariais mais ágeis e extrair informações mais acuradas da empresa, colocando fim aos
vários sistemas e banco de dados que funcionavam de forma isolada, com informações
redundantes e não confiáveis (Lima, 2000; Miltello, 1999).
Existe o compartilhamento de informações comuns entre os diversos módulos, pois os dados
são armazenados em um único banco de dados, corporativo e centralizado, minimizando
problemas de inconsistências e duplicidade. Assim, os dados são digitados uma só vez, e
então consultados e compartilhados por toda a empresa, em tempo real. Desta forma,
aumenta-se a confiabilidade e integridade dos sistemas de informação da empresa,
permitindo-se que os dados estejam atualizados, controlados e que reflitam a realidade das
suas operações (Stamford, 2000; Mendes e Escrivão Filho, 2001; Souza & Zwicker, 2000).
26
Uma pesquisa realizada por Wood Jr. (1999) demonstra que a implantação do ERP trouxe
diversas melhorias para as empresas consultadas. Por exemplo, 60% das empresas analisadas
afirmaram ter havido integração efetiva das suas funções e processos, 45% apontaram
melhoria na utilização de recursos do sistema ou da tecnologia, e 40% disseram ter melhorado
o desenho e controle dos processos.
Outra pesquisa, realizada pela Deloitte Consulting (1998), indica que os benefícios de um
ERP somente podem ser obtidos durante a sua utilização, se, após a implantação, o foco do
projeto for mantido, ou seja, que se continue a empreender esforços para a obtenção dos
resultados esperados. A pesquisa revelou que as empresas sentiram os benefícios do sistema
após algum tempo de uso, à medida que perceberam suas potencialidades. É o que também
diz Souza & Zwicker (2000), revelando que os resultados com a implantação do ERP são
percebidos após a etapa de estabilização, com uso contínuo do sistema. Para obter os
benefícios, é preciso encará-lo como um projeto em evolução contínua.
O ERP está vivendo uma era de maturação bastante acelerada, com a maioria das grandes
corporações já se definindo por seu uso. Muitos ERP’s possuem ferramentas que permitem
ligação com as operações na Internet oferecendo suporte à estratégia de negócio eletrônico.
De acordo com Stamford (2000), como as informações são armazenadas em uma única base
de dados, sendo disponibilizadas em tempo real, torna-se mais fácil o acesso, para clientes e
fornecedores, a informações necessárias para a realização de um negócio pela Internet. Assim,
o ERP permite que a empresa faça negócios em qualquer lugar do mundo. O ERP é
considerado a porta de entrada para a integração entre as empresas da cadeia de fornecedores
e está se tornando uma plataforma para aplicações de data mining, gerenciamento da cadeia e
sistemas de informação para executivos (Stamford, 2000).
27
Alguns fornecedores de ERP estão expandindo suas fronteiras oferecendo ferramentas de
Data Warehouse como forma de disponibilizar à alta administração de seus clientes,
ferramentas de tomada de decisão, totalmente integradas ao ERP (SAP, 2003; Oracle, 2003).
A implantação de um ERP também contribui para que a empresa tenha maior performance.
As vantagens podem ser citadas, como (Stamford, 2000):
Aumento de valor percebido pelos investidores e pelo mercado;
Agilidade nas oportunidades de negócios;
Visibilidade por possuir um sistema de gestão;
Informação em tempo real;
Atendimento a requerimentos globais, regionais e locais em um único sistema.
O sistema de gestão põe fim à colcha de retalhos que caracteriza muitos sistemas
corporativos, com programas redundantes, sem integração, tornando a consolidação dos dados
demorada e ineficiente. Assim, a empresa deixa de operar como se existissem várias ilhas
informatizadas e independentes.
Os processos implantados no sistema transpõem os limites departamentais, trazendo
continuidade e rapidez das atividades, facilitando a integração entre as várias áreas da
empresa. O treinamento não pode ser esquecido ou negligenciado. O uso do sistema exige
uma melhor capacitação técnica dos funcionários, demandando treinamento. O usuário, bem
treinado conceitual e operacionalmente, deve operar adequadamente o ERP com segurança e
eficiência, e visualizar como a sua tarefa está integrada aos processos de negócio da empresa,
ao invés de ater-se unicamente ao seu departamento (Colangelo Filho, 2001; Taurion, 1999).
28
A documentação e contabilização dos processos e todos os procedimentos e formas de
negócios suportados pelo ERP, quando bem implementados, geram regras de negócio bem
definidas, permitindo controles mais rígidos sobre pontos vulneráveis do negócio, fazendo
com que a empresa ganhe em controle e padronização de procedimentos (Davenport, 1998).
Como também menciona a revista Informática Exame (1997), os sistemas de gestão deixaram
de registrar somente o fluxo de informações e passaram a ajudar também na gestão.
A adoção de um ERP constitui uma excelente oportunidade para os diversos tipos de
empresas, sejam elas de grande porte ou de médio porte, para a modernização tecnológica, e
um meio para conhecer e adotar as melhores práticas do mercado, que é identificar,
documentar, avaliar e difundir as melhores experiências em determinado assunto, resultantes
de ações e projetos nos quais já tenham sido utilizados no mercado. A empresa, ao adotar um
ERP, cria uma base tecnológica fundada na tecnologia do sistema de gestão. Assim, suas
próximas aquisições tecnológicas deverão considerar a arquitetura desse tipo de sistema
implantado. Pode-se mencionar que as organizações orientadas para processos, com forte rede
de relacionamentos, integradas por um sistema de gestão, conseguem ser significativamente
mais eficientes e eficazes que organizações departamentais tradicionais. (Lima et al.,2000;
Miltello 1999).
Diferentes aspectos financeiros da empresa podem, ao final do processo de implantação do
ERP, ser afetados positivamente, em função das mudanças em processos de negócios
fundamentais. Por exemplo, as companhias poderão aumentar a capacidade de negociar com
os fornecedores, e reduzir o custo com a distribuição. Na área de produção, podemos citar
como exemplo de benefícios do ERP, o suporte à produção enxuta, onde os estoques mantidos
na empresa são próximos de zero (Davenport, 2002).
29
Independente do ramo ou setor de atuação, as empresas de hoje estão inseridas em um
ambiente de mudanças constantes, caracterizado pela globalização irreversível dos mercados,
pela dinâmica da demanda e pelo aumento do nível de exigência dos clientes.
Neste cenário, o adequado suporte aos processos operacionais e gerenciais das organizações e
a disponibilização de informações confiáveis e tempestivas, desempenha papel essencial na
obtenção de vantagens competitivas, harmonizando e dinamizando as relações das empresas
com os elos de sua cadeia produtiva, sejam eles clientes, fornecedores, colaboradores ou
distribuidores, todos participantes da “sociedade de informação”. Os fornecedores têm
apresentado os seus sistemas ERP’s como capazes de responder adequadamente a este
desafio, disponibilizando informações confiáveis e integradas e provendo suporte às
atividades da empresa por meio de processos que refletem as melhores práticas do mercado. É
importante salientar que a percepção da importância dos sistemas ERP’s para determinadas
empresas muitas vezes decorre de uma visão voltada para o mercado, na qual as organizações
identificam o uso de determinadas abordagens em suas concorrentes e conseqüente
necessidade de adequação a estes cenários (Davenport, 2002).
Mendes e Escrivão Filho (2001) mencionam que a implantação do ERP demonstra um amplo
impacto estratégico e de melhorias obtidas na empresa. Esses fatos podem ser agrupados em:
2. Evolução da base tecnológica, que permite a redução no tempo de processamento das
informações, obtenção das informações em tempo real e agilidade nas tarefas da
empresa, pela otimização e uniformização dos procedimentos internos.
3. Integração entre as diversas áreas da empresa, pela adoção de um único sistema integrado
em toda a companhia, melhor controle e integridade das informações, pela eliminação da
redundância dos dados e a redução do fluxo de papéis.
30
4. Impacto no controle e gestão da empresa, que pode ser percebido pela diminuição no
retrabalho e na centralização de tarefas administrativas, na melhoria do desempenho e
crescimento da empresa, possibilitado pelo controle em suas tarefas e a otimização da
comunicação e tomada de decisões com informações obtidas em tempo real.
5. Impacto na administração de recursos humanos da empresa, que pode ser percebido pela
redução de custos por meio da redução de mão-de-obra e de horas extras, racionalização
de recursos e da melhoria do nível técnico dos funcionários na área de Tecnologia da
Informação.
Colangelo Filho (2001) menciona três classes de motivos para a empresa implantar um
sistema ERP: negócios, legislação e tecnologia. O motivo de negócios é subdividido em
motivos estratégicos e operacionais. O estratégico pode ser destacado como o interesse da
empresa em diferenciar-se da concorrência, pela busca por maior competitividade no plano
global, uniformizando os seus processos, pela preparação para o crescimento e pela
capacidade que o ERP tem de mudar processos de negócios e suportar estrutura operacional
da empresa bastando ser reconfigurados. Eles atendem a essas exigências por concepção. No
operacional é destacada a grande falta de integração entre os sistemas existentes nas empresas
e o elevado número de fornecedores de sistemas que causa dificuldades para integrá-los e para
administrá-los.
Com relação ao motivo de legislação, Colangelo Filho (2001) diz que a implantação do
Sistema de Pagamentos do Brasil (SPB), pelo mercado financeiro, obriga as empresas a
mexerem em seus sistemas de informação, e na adoção de moeda única (ex: Euro na Europa),
necessitando a substituição de seus sistemas e na internacionalização das organizações,
fazendo com que elas sigam as políticas de diversos países.
31
O motivo relacionado à tecnologia, mencionado pelo mesmo autor, pode ser explicado pela
obsolescência de equipamentos (hardware) e sistemas de informação (software). Com o
passar do tempo torna-se inviável utilizar a tecnologia obsoleta, em função do aumento de
custos operacionais, da perda de suporte do fornecedor e pela dificuldade de encontrar
profissional que conheça uma tecnologia ultrapassada. As exigências tecnológicas de
parceiros de negócios também são motivos de substituição para um sistema ERP, pois o
relacionamento entre as empresas cada vez mais estão se baseando em e-business e as
empresas precisam estar preparadas para esse segmento de negócio.
Davenport (2002) também cita motivos ligados aos processos de negócio para adoção dos
ERP’s, a saber:
Possibilidade de fechamento mais rápido de ciclos (ex: prazos de encerramento financeiro;
prazo de entrega dos pedidos aos clientes);
Obter informações mais rápidas sobre transações (ex: verificações de crédito de cliente;
remessas de peças de reposição);
Abrir caminho para o comércio eletrônico (ex: oferecimento aos clientes do acesso pela
Web ao processamento de pedidos);
Converter o conhecimento tácito sobre o processo em conhecimento explícito (ex:
documentação no sistema dos principais processos e das regras de negócios)
A tabela 1 mostra os principais benefícios obtidos pelas empresas ao implantar o ERP, e os
autores que os mencionaram.
32
Tabela 1 Principais benefícios obtidos pelas empresas ao implantar o ERP, e os autores que os
mencionaram.
Benefícios Referências
Maior integração entre departamentos e
unidades de negócios
Souza & Zwicker (2000); Wood Jr. (1999)
Padronização de processos e regras de
negócios bem definidas
Davemport (1998)
Base de dados única com as informações
integradas
Mendes e Escrivão Filho (2001); Lima
(2000); Miltello (1999); Stamford (2000);
Souza & Zwicker (2000)
Melhoria e maior performance dos
processos, com agilidade na tomada de
decisão
Davemport (2002); Stamford (2000)
Capacidade de processar e gerenciar grandes
volumes de transações
Wood Jr. (1999); O’Leary (2000)
Redução da estrutura gerencial Davemport (1998)
Redução de material em estoque Davemport (1998)
Evolução da base tecnológica Mendes e Escrivão Filho (2001)
2.1.2. Estrutura de um projeto de implantação de ERP
Implantar ou não um ERP não deve ser uma decisão primariamente técnica, não devendo ficar
exclusivamente a cargo da área de tecnologia da empresa. O processo de decisão precisa
envolver pesquisas e análises realizadas por um grupo de executivos das áreas técnicas e de
negócios. Além disso, em função dos altos custos e das mudanças organizacionais envolvidas
33
num projeto desse tipo, a decisão final deve sempre ser tomada pelo CEO (Chief Executive
Officer) e pela sua equipe de executivos e diretores. Os profissionais de tecnologia podem
apresentar aos especialistas em negócios como a tecnologia funciona e as implicações de
determinadas alternativas tecnológicas para a empresa. Aos especialistas em negócios cabe
determinar ou articular a estratégia da empresa e identificar as necessidades de suporte
tecnológico que seus processos de negócios apresentam (Davenport, 2002).
No processo de tomada de decisão sobre a implantação de um ERP, a análise mais comum
que as empresas realizam, é a de custos e benefícios (Davenport, 2002). A questão que se quer
analisar é se a implantação do sistema de gestão custará mais do que os benefícios que ele
proporcionará. Trata-se de uma análise feita com foco no negócio e embora a essa análise
possa incluir fatores não financeiros, normalmente, as tomadas de decisões são tomadas com
base em questões e os cálculos financeiros (Davenport, 2002; Swartz, 2000).
Após as análises realizadas e tendo-se decidido pela adoção de um sistema de gestão na
empresa, a implantação de um sistema ERP geralmente é estruturada em fases bem definidas.
Segundo Souza e Zwicker (2001), um modelo para o ciclo de vida de sistemas ERP inclui as
fases de decisão e seleção, implementação, estabilização e utilização. Estas grandes fases e as
relações entre elas estão esquematizadas na figura 5.
Figura 5 Ciclo de vida de sistemas ERP segundo Souza e Zwicker (2001).
34
Souza e Zwicker (2001) menciona que, na fase 1 da sua metodologia, a empresa decide, como
solução para as suas necessidades de informação, pela implementação de um sistema ERP,
escolhendo o fornecedor. Após a seleção do fornecedor, é realizado o planejamento da
implantação do ERP, que engloba a definição do escopo do projeto e dos seus objetivos,
metas a serem cumpridas, métricas do projeto, definição de responsabilidades e toda a
estratégia de implantação. A estratégia de implantação envolve a definição de como a
operação irá se iniciar, das atividades que serão realizadas e de todo o cronograma do projeto,
com os prazos e recursos envolvidos.
A fase de implementação é definida na metodologia de Souza e Zwicker (2001) como o
período em que os módulos do sistema ERP são transportados para o ambiente de produção
da empresa. Essa fase envolve a adaptação dos processos de negócio ao sistema ou do sistema
ERP ao negócio, a parametrização e customização do sistema ERP, a conversão e carga dos
dados iniciais, a configuração do hardware e software de suporte, o treinamento de usuários e
gestores e a definição de suporte aos usuários do sistema.
Segundo Souza e Zwicker (2001), após o início da operação, inicia-se a fase de estabilização,
que é crítica para o sucesso do projeto. Nessa fase, o sistema ERP já está em produção na
empresa e passa a fazer parte do dia-a-dia dos seus gestores. Nesse momento, a empresa já
depende do sistema ERP para as suas atividades, o que aumenta a preocupação para que
possíveis problemas, como dificuldades de operação, erros em programas, falhas de testes,
necessidades de customizações, dentre outros, não ocorram, ou sejam resolvidos rapidamente.
Embora a fase de utilização do sistema, que é a última fase da metodologia de Souza e
Zwicker (2001), torne-se parte integrante das operações da empresa, isso não significa que
todas as suas possibilidades de uso do ERP tenham sido reconhecidas e estejam corretamente
35
funcionando. Este conhecimento só se estabelece após certo tempo de uso continuado da
tecnologia. Portanto, a fase de utilização realimenta informações para a fase de implantação,
com novas necessidades e que podem ser resolvidas através da implantação de novos
módulos, novas parametrizações, ou novas customizações.
Já Musaji (2002) define um modelo de ciclo de vida com 6 fases, que são: planejamento e
solução, desenho externo, desenho interno, pré-implementação, implementação e pós-
implementação. Estas grandes fases e as relações entre elas estão esquematizadas na figura 6:
Figura 6 Ciclo de vida de sistemas ERP segundo Musaji (2002).
Musaji (2002) entende que, na fase de planejamento e solução, os seguintes aspectos são
contemplados:
I - Entendimento do problema Envolve a decisão em buscar uma solução para o problema
que a empresa está enfrentando, e a comparação entre os benefícios esperados pelo projeto
versus o custo da solução. Adicionalmente, são identificadas as necessidades e as deficiências
existentes na empresa, as oportunidades para aumentar a eficiência e economia da empresa, e
todos os requerimentos de mudanças associados à implantação do sistema.
II - Plano do projeto Consiste na especificação da estratégia para a gestão da implementação
do ERP; definição dos objetivos e atividades para todas as fases e subfases do projeto;
inclusão da estimativa de recursos para a duração da implantação do ERP; revisão técnica e de
gerenciamento de como a segurança e os requerimentos de controles internos serão definidos;
a definição de métodos para desenhar, documentar, e realizar relatórios de problema e
36
controle de mudanças; especificação das ferramentas e técnicas de suporte; e especificação de
uma única metodologia a ser utilizada durante todo ciclo de vida do projeto.
III - Requerimentos legais - Esse aspecto é importante para assegurar que o sistema ERP
estará em conformidade com requerimentos legais e seguindo as políticas da empresa. A
aplicabilidade dos requerimentos legais para o sistema ERP pode ser determinada a partir de
várias fontes, como por exemplo, os estatutos locais e nacionais os quais podem restringir o
uso de certos tipos de informações.
IV - Documentação - Esse aspecto é crucial para que a empresa possa desenvolver as
mudanças necessárias sem a dependência das pessoas que implantaram o sistema. A
documentação é importante e necessária para ajudar os funcionários a lidar com atualizações
do sistema e integração com novos projetos. Adicionalmente, a documentação pode
economizar o tempo de consultores e ajudá-los na implementação das futuras modificações no
sistema. A documentação deve ser suficiente para, entre outros aspectos, definir os programas
e arquivos que serão processados, definir os relatórios que serão preparados, definir as
instruções que serão utilizadas pelos operadores do sistema e as instruções para os usuários de
como entrar e obter os dados no sistema.
V - Gestão do projeto Esse aspecto inclui o monitoramento e diretrizes da implementação
do projeto. A gestão do projeto deve assegurar que as necessidades dos usuários serão
efetivamente contempladas no projeto.
Musaji (2002) segrega a fase de implementação em 4 etapas distintas que são o desenho
externo, desenho interno, pré-implementação e implementação. O desenho externo contempla
a especificação do problema, com o levantamento de informação em alto nível, com o
37
desenho do fluxo de informações e as devidas interfaces, com as entradas e saídas de
informações. A etapa de desenho interno inclui a criação do ambiente de desenvolvimento,
teste e produção, com os respectivos controles de gestão de mudanças implementados e a
reengenharia dos processos, no qual envolve a especificação detalhada do desenho dentro do
ERP.
A etapa de pré-implementação é onde ocorrem os testes, e que geralmente participam os
próprios funcionários que operam os processos de negócios da empresa. O plano para os
testes inclui a especificação detalhada, descrição e procedimentos para todos os testes e os
critérios para a avaliação da qualidade do sistema ERP.
A última etapa dessa fase é exatamente a implementação do ERP, onde tem-se um plano de
implementação que serve como ferramenta para direcionar o processo. O plano inclui o
orçamento, o controle das mudanças e manutenções no ERP durante o seu processamento e
outros controles e aprovações que devem existir para facilitar a evolução do ERP. Ainda
menciona a especificação de requerimentos que definem a segurança e o controle interno
necessário para o sistema.
Musaji (2002) também realiza uma análise de risco em todas as fases, que é um aspecto que
trata da revisão e atualização dos riscos envolvidos no processo de implantação. Isso é
necessário durante cada fase do ciclo de vida do ERP, para assegurar que não tenham surgido
novas vulnerabilidades e que a segurança apropriada tenha sido instalada, evitando, por
exemplo, acessos indevidos a dados e informações. Adicionalmente, definem-se os
requerimentos de segurança e de controle para mitigar os riscos identificados. A auditoria,
durante a revisão da certificação do ERP, baseia-se nas questões e recomendações
contempladas nessa análise.
38
Musaji (2002) finaliza a sua metodologia com a fase de pós-implementação, que engloba a
descrição das fases de estabilização e utilização, da metodologia de Souza e Zwicker (2001).
O mesmo autor menciona que a duração de cada fase depende do tamanho da empresa e da
estratégia de implementação escolhida.
Colangelo Filho (2001) define um modelo de ciclo de vida com 4 fases, que são:
planejamento, desenho da solução, construção e testes / implantação. Estas grandes fases
estão esquematizadas na figura 7.
Figura 7 Ciclo de vida de sistemas ERP segundo Colangelo Filho (2001).
Colangelo Filho (2001) diz que na fase de planejamento é desenvolvido o plano detalhado
para a execução do projeto. Definem-se as estratégias para alcançar os objetivos do negócio,
os recursos humanos que serão necessários, e os procedimentos a serem executados durante a
execução do projeto, como por exemplo, a definição do escopo. Na fase de desenho da
solução, é desenvolvida uma visão de alto nível dos processos de negócio, capaz de atingir os
objetivos estabelecidos pela empresa usando o sistema ERP como tecnologia suportando os
processos. Ela terá como produto um modelo de processos que direcionará a configuração do
sistema ERP.
Na fase de construção, são realizadas as atividades relacionadas às configurações do ERP.
Segundo Colangelo Filho (2001), essa fase exige grande atenção e participação por parte da
gerência, pois, na maioria dos projetos de implantação, é a fase de maior duração e com um
alto consumo de recursos financeiros. A fase final do projeto é a fase de testes e implantação,
que abrange a execução dos testes finais e da substituição dos sistemas atuais da empresa pelo
39
ERP, finalizando com o novo sistema em produção. Ela exige o envolvimento não só da
equipe do projeto, mas também de todos os usuários do sistema, que serão treinados no novo
ambiente (Colangelo Filho, 2001).
A tabela 2 mostra uma visão comparativa dos modelos de implantação de ERP entre os
autores citados anteriormente e como as fases mencionadas por eles se relacionam:
Tabela 2 Quadro comparativo demonstrando os modelos de implantação de ERP
Autor
Souza e Zwicker Decisão e Seleção Implementação Estabilização Utilização
Musaji Planejamento e Solução
Desenho Externo
Desenho Interno
Pré-Implantação
Implantação
Pós-Implantação
Colangelo Filho Planejamento
Desenho da Solução
Construção
Testes e Implantação
Fases de Implantação
2.1.3. Duração e estratégias de implantação
Colangelo Filho (2001) diz que a duração de um projeto de implantação pode variar em
função de diversos fatores envolvidos na empresa, como a quantidade de mudanças de
processos envolvidos no projeto e se elas são de pequena ou de grande profundidade. Outro
aspecto que o mesmo autor menciona que pode ser determinante para a duração do projeto é a
estratégia de implantação. Seguem abaixo, as várias alternativas de implantação que podem
ser adotadas pelas empresas:
Big bang implantação de todos os módulos do escopo de um projeto ERP, de uma só
vez.
40
Em fase (faseada) substituição gradativa dos sistemas existentes na empresa por
componentes do novo sistema ERP, iniciando pelos processos mais críticos, nos quais
devem ser esperados maiores retornos pela empresa, com base no investimento aplicado
para a implantação, ou que representem menores riscos para o projeto, que normalmente
não resultam em retornos para a empresa.
Roll-out substituição realizada com base em uma configuração desenvolvida em outra
instalação do ERP.
Projetos com estratégias de roll-out tendem a ter a duração menor que aqueles com estratégia
de big-bang. Estes, por sua vez, costumam ser mais rápidos daqueles que têm a estratégia de
gradual.
Qualquer que seja a estratégia de implantação, a empresa estará sujeita aos riscos inerentes a
esse processo. Mas na alternativa de implantação do ERP com a estratégia de big-bang, a
empresa está sujeita ao risco maior, em função da possibilidade de todo o sistema não entrar
no ar, num mesmo momento (Colangelo Filho, 2001).
2.1.4. Riscos de implantação de ERP
Os investimentos na implantação, atualização e modernização de Sistemas de Informação são
realidades do negócio de qualquer empresa. Estes investimentos são, normalmente, enormes,
quer ao nível de compras de hardware, software, networking e serviços, quer ao nível do
esforço e dedicação dos recursos humanos da empresa (Musaji, 2002).
Porém, após a implantação do ERP e, consequentemente, de novos processos de negócios, a
empresa pode perder em flexibilidade e não ter recursos suficientes para arcar com os custos
41
das modificações necessárias para manter o sistema alinhado às necessidades do negócio.
Como conseqüência, poderá desistir da implementação das mudanças em sua forma de
atuação, deixando de inovar, ou não atualizar o sistema, que deixa de refletir a prática
empresarial (Musaji, 2002).
Num ambiente de negócio tão dinâmico como o atual, cada empresa deve ter como objetivo
fundamental extrair o máximo valor dos sistemas de informação em que investiu. Para isso, é
imprescindível saber se um sistema é fidedigno e seguro, se a informação que disponibiliza
está de acordo com a que foi recolhida e tratada, e se os dados são de qualidade, isto é, se toda
informação recolhida é introduzida no sistema devidamente e o seu processo de tratamento
está de acordo com as necessidades do negócio. Também é preciso saber se a infra-estrutura
que suporta o sistema de gestão é segura e se atende o processamento do ERP sem impactar a
sua performance. Em particular, num ambiente de ERP, pode-se realizar uma auditoria e
avaliação dos controles, durante ou após a implantação do sistema, para verificar se a solução
implementada tem tais características. Uma avaliação deste gênero não se limita a analisar a
situação vigente, mas também se propõe a executar as adaptações necessárias no sistema para
que este possa melhorar a sua capacidade de resposta às exigências do negócio e às próprias
regulamentações (Musaji, 2002).
Muitas implantações de ERP não alcançam os resultados esperados pelas empresas
principalmente com relação aos custos envolvidos, que ultrapassam as suas estimativas; os
prazos, que ultrapassam a previsão inicial; e os controles, que não seguem as melhores
práticas do mercado, deixando vulnerável a segurança, disponibilidade e integridade das
informações. Dentre as principais justificativas para ocorrência dos problemas, destacam-se a
falta de comprometimento da alta direção; a baixa cobertura funcional proporcionada pelo
sistema; o desconhecimento das características dos ERP’s por seus implementadores; a falta
42
de cultura das empresas em controle e segurança da informação; e a questão da
funcionalidade versus segurança, que é o foco dado especificamente na funcionalidade do
ERP, não considerando os aspectos mínimos de controle e segurança. (Davenport, 2002; Ernst
& Young, 2005).
Também existem riscos de controle interno inerentes numa implantação de ERP, como por
exemplo, risco do sistema não entrar no ar e por conseqüência, a interrupção do negócio e
risco de erro na configuração de parâmetros de segurança de sistema. Esses riscos podem se
potencializar a medida que os usuários não possuem um adequado treinamento no sistema de
gestão, e também o limitado envolvimento no desenho dos controles, nos testes e na
implantação do ERP. Esses fatos, aliado à grande quantidade de customização do ERP (em
algumas implementações), falta de integridade de dados durante a migração de dados, e a
incompatibilidade entre o ERP e os demais sistemas legados da companhia, fazem com que
aumente a possibilidade de erros ou fraudes potenciais. Para alguns autores, os ERPs são
implantados sem os adequados controles internos, deixando-se até de executar atividades com
esses propósitos, que são críticas numa implantação, porque os próprios clientes e consultores
estão focados no go live (momento de entrada em produção do sistema) do ERP (Hunton,
Wright e Wright, 2004; Wright e Wright, 2002; Straub, 1998).
Geralmente, projetos de auditoria e de revisão de controles e de segurança num ambiente de
sistema integrado de gestão contemplam as seguintes questões, entre outras (Ernst & Young,
2005; Musaji, 2002):
Os profissionais de segurança da informação da empresa foram envolvidos nas fases de
desenho do modelo de segurança do ERP e de segregação de função?
43
O processo de gestão de mudanças de programas está adequadamente controlado e
monitorado?
Existe a adequada segregação entre os ambientes de produção, homologação e teste do
ERP, e entre as funções dos profissionais da área de TI?
A restrição de acessos e a adequada configuração de banco de dados, tabelas, software de
segurança, e sistema operacional foram contempladas?
Existe um plano de continuidade para o ambiente de tecnologia da informação e para
negócios?
A infra-estrutura de tecnologia está suportando adequadamente o sistema de gestão?
O ERP é utilizado de forma ótima e todas as suas funcionalidades estão sendo exploradas?
Foram desenhados controles que permitam identificar e monitorar atividades não
autorizadas e com falta de segregação de função nos processos (ex: um mesmo usuário
não poder comprar e aprovar pagamentos)?
Existem compatibilidade e segurança nas interfaces entre o ERP e os sistemas legados da
empresa?
Para que uma empresa sobreviva, tem que dispor de sistemas de informação altamente
eficientes e capazes de atender aos requisitos acima, sem deixar de considerar os riscos
envolvidos. Segundo Specchio (1999), muitas empresas apresentam certas dificuldades para
mensurar seu nível de exposição ao risco, em virtude da diversidade de fatores que afetam tal
avaliação. O mesmo autor (Gitman, 1997 apud Specchio, 1999) explica que:
44
“O risco, em seu sentido fundamental, pode ser definido como a
possibilidade de prejuízo financeiro. Também enfatiza que os ativos
que possuem grandes possibilidades de prejuízos são vistos como
mais arriscados que aqueles com menos possibilidades de prejuízos.”
(p.9)
Também Solomon e Pringle (1981) apud Specchio (1999) explicam que o risco é o grau de
incerteza a respeito de um evento. Já Securato (1996) apud Specchio (1999) define o risco
como a probabilidade de ocorrer o fracasso.
O risco do negócio pode ser definido como a ameaça de que um evento ou ação possa vir a
afetar, de forma adversa, a habilidade da organização de maximizar o valor para seus
acionistas, e atingir os objetivos traçados para o negócio. Os riscos do negócio existem em
função tanto da possibilidade do não acontecimento de oportunidades, quanto da possibilidade
das ameaças se materializarem (Specchio, 1999). O cuidado com os riscos torna-se, então,
uma questão primordial para as organizações, e passa a ser também um diferencial de
competitividade (Mateo, 2005).
Specchio (1999) e Peltier (2001) também mencionam outros tipos de riscos, a saber:
Risco Sistêmico Possibilidade de perdas devido a alterações no ambiente operacional, como
a modificação repentina de base de cálculo de tributos corporativos.
Risco de Tecnologia É a possibilidade de descontinuidade das atividades apoiadas por
serviços tecnológicos. As empresas dependem de sistemas e meios eletrônicos de transmissão
de informações, bem como processa todas as atividades ou produtos em computadores. Dessa
45
forma pode ocorrer sobrecarga de sistema de processamento de dados, falta de capacidade dos
sistemas de prover informações confiáveis e suficientes, falhas de hardware, dentre outros.
Risco de Fraudes Possibilidade de perdas em decorrência de comportamentos fraudulentos,
como, a adulteração de controles, descumprimento intencional de normas da empresa, desvio
de valores, divulgação de informações erradas, etc.
Risco Operacional - representa a possibilidade de ocorrência de perdas devido a pessoas,
processos, problemas contratuais ou documentais, tecnológico, falha de infra-estrutura e até
desastres, influências externas e relações com os clientes. Inclui também o risco regulatório,
ou seja, de a empresa incorrer em alguma infração legal.
Podem-se destacar os riscos operacionais, como sendo um dos mais importantes que as
empresas estão expostas, após a implantação de sistemas ERP. Por exemplo, se os perfis (um
conjunto de autorizações para um ou mais objetos de autorização SAP, 2003) de acesso dos
usuários que utilizam o sistema não estiverem devidamente definidos e implantados no ERP,
os seguintes problemas poderiam ser gerados nas áreas de Compras, Contas a Pagar, e
Pagamentos (Hunton, Wright e Wright, 2004):
Um único usuário poderia criar uma requisição de compra, converter essa requisição em
ordem de compra e, em seguida, aprovar a sua própria compra, sem a devida autorização
requerida.
Um usuário poderia alterar indevidamente a conta bancária de um fornecedor, e processar
pagamentos de obrigações legítimas. Dessa forma, o pagamento seria depositado na conta
bancária que esse usuário determinasse.
46
A necessidade das organizações em implementar uma estrutura de gestão de risco para
minimizar estas questões com controles eficazes, está cada vez mais acentuada devido a um
cenário mundial de competitividade crescente.
A gestão de riscos é considerada, pelas instituições financeiras, por exemplo, como um
instrumento essencial para otimizar o uso do capital e selecionar as melhores oportunidades
de negócios, de forma a obter, para seus acionistas, a melhor relação risco x retorno (Banco
Itaú, 2005).
Dentro deste contexto, o ponto de partida das organizações para a estruturação de um sistema
de gerenciamento de riscos faz-se, inicialmente, através das respostas dos executivos da
empresa a algumas questões fundamentais, dentre outras, exemplificadas a seguir (Banco Itaú,
2005; Ernst & Young, 2005):
A companhia está identificando os riscos adequadamente e conhece aqueles que são os de
maiores impactos?
A companhia tem os processos adequados para gerenciar os riscos?
O processo de gerenciamento de riscos da companhia está sendo coordenado e
compreendido por toda a empresa?
A companhia está tomando as decisões corretas em relação aos riscos de negócio?
A cultura organizacional da companhia estimula ou desencoraja as gerências em assumir o
correto nível de risco?
As respostas a essas e outras questões trarão subsídios para criar controles eficazes, de forma
estruturada, e para gerenciar este complexo e inter-relacionado cenário de riscos da empresa.
47
2.1.5. Críticas aos sistemas ERP’s
Davenport (2002) diz que, tanto do ponto de vista técnico, quanto do de negócios, os ERPs
também têm seus problemas. Há, portanto, várias dificuldades que podem surgir na empresa
ao longo do caminho até a implantação do ERP:
Inflexibilidade Geralmente, é bastante difícil adaptar o ERP aos negócios da empresa, sem a
necessidade de realizar customizações no sistema de gestão, tanto durante a implantação,
quanto em instalações futuras.
Prolongados períodos de implementação A implementação de um ERP em uma empresa de
grande porte pode levar até cinco anos de duração. Num ambiente de negócios com rápidas
mudanças, projetos com esse tempo de duração podem ser inviáveis. Porém, é bom deixar
claro que o que leva tempo não é a instalação do ERP, mas sim, as indispensáveis mudanças
nos negócios que resultam da definição e adoção de novos processos de negócios,
configuração dos módulos do sistema, estabelecimento das definições comuns de
informações, e determinação das melhores estruturas de agregação de informação no universo
das unidades de negócios.
Organizações excessivamente hierarquizadas Os ERP’s podem impor uma perspectiva
hierarquizada às organizações, com controles mais rígidos. Com esse argumento, a
monitoração e o controle centralizados de informação constituem uma perspectiva
ultrapassada para as organizações que vivem em um cenário de delegação de poderes. Os
ERP’s geralmente supõem que a informação será monitorada de forma centralizada e que as
empresas terão uma estrutura hierárquica bem definida.
48
Portanto, existem questões que devem ser analisadas pela alta administração, em conjunto
com a área de TI, quando for decidido pela implantação do ERP na organização, focando, por
exemplo, nas questões mencionadas por Davenport (2002).
2.2. ASPECTOS LEGAIS (AMBIENTE EXTERNO)
Atualmente existem várias leis que enfocam aspectos relacionados a controle interno e
segurança da informação, em função da necessidade de assegurar a implantação de controles
eficientes e de qualidade nas empresas. Conseqüentemente, muitas das empresas que são
regidas por essas leis possuem sistemas ERP para suportar seus processos em função da
obrigatoriedade de estar em conformidade com a legislação. A seguir, serão abordadas
algumas das leis que motivam a adoção de controles, tais como:
2.2.1. Lei Sarbanes-Oxley
A recente onda de fraudes contábeis tem chamado a atenção de autoridades, clientes e do
mercado para as práticas adotadas pelas empresas de auditoria quando da avaliação dos
balanços de seus clientes. Em função disso, nos últimos dois anos, elaborou-se uma série de
leis, normas e regulamentos que falam sobre segurança. A Lei Sarbanes-Oxley de 2002, que
tem tido grande influência no aumento da segurança e dos controles nas empresas, foi criada
para aumentar a confiança no mercado, após escândalos financeiros na bolsa de valores
americana, capitaneado pelos casos das empresas Enron e a Worldcom, em 2000, que
abalaram a economia dos Estados Unidos, afetando por conseqüência a credibilidade de
bolsas de valores e corporações em todo o mundo. Segundo essa lei, as empresas com ações
na bolsa dos EUA são obrigadas, dentre outras coisas, a proteger os sistemas e a infra-
49
estrutura de tecnologia que possam influenciar seus demonstrativos financeiros (Ernst &
Young, 2003).
A lei Sarbanes-Oxley é a mais ampla legislação sobre valores mobiliários promulgada nos
Estados Unidos nos últimos 70 anos. Essa legislação trata de inúmeras questões de
importância vital para companhias abertas, independentemente de serem ou não organizadas
nos Estados Unidos (Ernst & Young, 2003).
Dessa forma, seus controles internos, bem como a segurança dos sistemas de informação que
utilizam, devem ser capazes de garantir a transparência e a credibilidade das informações
financeiras que provêm ao mercado (Nery, 2004)
A adequação ao conteúdo da Sarbanes-Oxley deve-se dar em toda a cadeia de comunicação
da empresa, principalmente em relação aos recursos que coletam, processam, armazenam, e
disponibilizam informações financeiras. Sistemas corporativos (ex., ERP, CRM, SCM),
juntamente com as demais aplicações de comunicação, banco de dados e armazenamento de
informações, precisam estar em sintonia com as regras definidas na legislação (Nery, 2004).
Basicamente, a lei aumenta as responsabilidades de presidências e diretorias e aperta as
exigências dirigidas a auditorias e advogados responsáveis pela fiscalização dos relatórios
contábeis das empresas. A medida introduz regras severas de governança corporativa para
assegurar maior transparência aos resultados das organizações, institui punições contra
fraudes empresariais e garante maior independência aos órgãos de auditoria. A Lei Sarbanes-
Oxley requer que as organizações melhorem a responsabilização usando diretivas e
procedimentos financeiros documentados, além de relatórios financeiros mais rápidos. Uma
das regras mencionadas pela Lei, é a exigência que a SEC (Securities and Exchange
50
Commission) emita regras solicitando que os relatórios anuais registrados incluam um
relatório da administração sobre os controles internos. O relatório declara a responsabilidade
da administração por estabelecer e manter uma estrutura e procedimentos de controles
internos adequados para elaboração de demonstrações financeiras, e deve conter uma
avaliação no final do exercício fiscal mais recente, quanto à eficácia dos procedimentos e da
estrutura de controles internos da Companhia para este fim. Os auditores independentes
precisam, então, atestar essa avaliação e reportar sobre ela, de acordo com regras a serem
promulgadas pelo Conselho de Supervisão das Firmas de Auditoria Independente (Ernst &
Young, 2003).
Todas as companhias públicas registradas nos Estados Unidos que emitiram patrimônio ou
títulos de dívida e que estão organizadas ou domiciliadas nos Estados Unidos ou no exterior,
assim como as empresas estrangeiras registradas nos Estados Unidos, serão sujeitas às
mesmas regras que as companhias locais. Dentre elas, destaca-se a que prevê que as empresas
que possuem um ambiente ERP devem realizar uma avaliação dos seus controles e da
segurança do sistema (Ernst & Young, 2003).
2.2.2. Basiléia
O acordo de Basiléia, em vigor desde 1988, introduziu requisitos mínimos de capital para a
generalidade dos bancos, de acordo com o risco de crédito das suas operações, isto é, a
previsão da maior ou menor probabilidade de os clientes não cumprirem as obrigações de
pagamento resultantes do empréstimo, entre outros. O Comitê de Basiléia, criado em 1974, é
um comitê de autoridades de Supervisão Bancária que foi estabelecido pelos Presidentes dos
Bancos Centrais do Grupo dos 10 (G10 - grupo que compreende atualmente onze paises:
Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Holanda, Suécia, Suíça, Reino Unido e
51
Estados Unidos) e tem como objetivo principal revisar o acordo de Basiléia, desenvolvendo
uma estrutura que fortaleça ainda mais a solidez e a estabilidade do sistema bancário
internacional, e ao mesmo tempo manter consistência suficiente para que o regulamento de
adequação do capital não seja uma fonte significativa de desigualdade competitiva entre os
bancos internacionalmente ativos. O Comitê acredita que a estrutura revisada promoverá a
adoção de práticas de administração de risco mais sólidas pelo setor bancário (Bank for
International Settlements, 2004).
O Basiléia 2 é um acordo criado a partir da revisão do acordo de 1988, e que regulamenta as
necessidades adicionais de capital próprio de instituições financeiras para suportar futuras
perdas. As normas do acordo, que visam mitigar riscos de fraudes e falhas nos sistemas de
informação das instituições financeiras, deverão ser publicadas em breve pelo Comitê da
Basiléia. Isso significa que os bancos de todo o mundo deverão estar alinhados com as novas
regras de gerenciamento de riscos de crédito, operacional e de mercado, até 2006, prazo
fixado pela autoridade do setor. No Brasil, isso ainda depende do Banco Central aderir ao
Basiléia 2, já que ainda não foi decidido se países não pertencentes ao G10 serão obrigados ou
não a seguir o acordo. Do ponto de vista da governança corporativa e de TI, o acordo Basiléia
2 representa a exigência da criação de políticas de gerenciamento de riscos para garantir total
segurança e confidencialidade dos dados de clientes e da própria instituição. Isso exigirá que
as empresas do setor alterem processos e sistemas, e que garantam que seus ambientes de
controles estejam adequados às regras do novo acordo (Bank for International Settlements,
2004).
52
2.2.3. Circular SUSEP número 249
A Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, órgão regulador de seguros do Brasil,
emitiu uma circular que dispõe sobre a implementação de controles internos nas atividades e
nos sistemas de informação das sociedades seguradoras, das sociedades de capitalização e das
entidades abertas de previdência complementar.
A legislação exige que seja feito testes periódicos de segurança para os sistemas de
informação mantidos em meio eletrônico ou não e os controles internos devem ser
periodicamente revisados e atualizados, de forma que sejam a eles incorporadas medidas
relacionadas a novos riscos ou riscos não abordados no período (Circular SUSEP Número
249, 2004).
2.3. REVISÃO DE CONTROLES
2.3.1. Conceitos básicos de controles
Apesar dos altos investimentos envolvidos na implantação do ERP, os benefícios podem não
ser usufruídos e aproveitados pela empresa. Boa parte das empresas que possuem soluções
voltadas para o ERP, ainda hoje tem inúmeros problemas comuns relacionados à segurança e
controle em seus ambientes operacionais inerentes aos riscos do processo de implantação. O
ERP pode, por exemplo, ter sido implantado com configurações inadequadas: perfis de acesso
podem não estar perfeitamente implantados e definidos, podendo existir uma inadequada
estrutura de segregação de funções; alterações de programas e tabelas de dados podem estar
sendo feitas diretamente em ambiente de produção; controles podem não estar em linha com
53
as normas, políticas e procedimentos da companhia; e outros aspectos de segurança podem
não ter sido contemplados durante a instalação (Wright e Wright, 2002).
Bons controles internos deixaram de ser apenas uma questão de melhores práticas de
governança e passaram a ser também uma questão de cumprimento de lei. No entanto, muitas
empresas não se preocupam com esses aspectos durante as fases de implantação do ERP,
concentrando-se apenas nos benefícios que o sistema pode lhes trazer. Contudo, somente com
a garantia de um ambiente seguro, o ERP pode alcançar a integridade operacional e financeira
das transações envolvendo dados e processos de produção (Musaji, 2002; Davenport, 1998,
2002).
A estratégia de informalidade nos controles é adotada por algumas incorporações no mercado,
que depositam confiança no desconhecimento que os gestores e usuários dos sistemas
possuem sobre as suas permissões de acesso, sinalizando desta forma, a falta de investimento
nos aspectos voltados para o controle e segurança da informação (Ernst & Young, 2005).
Muitas vezes, isso ocorre devido ao uso pouco criterioso dos templates que os provedores dos
ERP´s oferecem para as empresas agilizarem suas implantações. Esses templates são apenas
modelos para permitir uma instalação mais rápida, com foco na funcionalidade operacional do
sistema e que procuram se adequar aos diversos tipos de segmentos e processos de negócios
existentes no mercado. Porém, esse tipo de recurso esquece os aspectos de controle e
segurança que são necessários para o sistema de gestão (Musaji, 2002).
Geralmente, a implantação do sistema de gestão sem a consideração e a revisão dos processos
e dos controles resulta em ganhos de pouco alcance e em controles mal implementados. Os
diversos aspectos associados à revisão de controle e segurança e que devem ser
54
cuidadosamente considerados durante ou após a implantação do ERP na empresa podem ser
observados na pirâmide apresentada na figura 8 (Wright e Wright, 2002; Musaji, 2002;
Straub, 1998).
Figura 8: Níveis de segurança num ambiente ERP (Musaji, 2002, p.7):
Musaji (2002) menciona que, na base da pirâmide, está a segurança física do hardware do
sistema (ex: equipamentos, bases de dados, fitas e discos). Em seguida, tem-se a segurança no
sistema operacional (ex: Unix, AS400). No terceiro nível, tem-se o software de segurança que
controla o ERP. Esse componente pode ter sido incluído no ambiente de mainframe, pela
instalação de um produto de segurança (ex: AC2, RACF, Top Secret), ou pelos mecanismos
de segurança incluídos no próprio sistema operacional. Esses três níveis contribuem para a
segurança do ambiente computacional. Nos dois itens do topo da pirâmide nós tem-se o
Banco de Dados e o próprio ERP, que são também alvo de avaliação.
Os fundamentos básicos da segurança da informação são: integridade, confidencialidade e
disponibilidade. Esses fundamentos são as bases de controles e medidas da segurança da
informação, que podem ser utilizados para reduzir entre outros, os riscos de vazamentos e
55
divulgação não autorizada da informação, fraudes financeiras, apropriação indevida de
informações e reputação da imagem da instituição (D´Andréa et al,1999).
D´Andréa et al (1999) definem os conceitos anteriormente citados da seguinte forma:
“Integridade - Princípio que trata sobre a proteção da informação ou
dos bens de informação contra a criação ou a modificação não
autorizada. Perda de integridade pode estar relacionada com erro
humano, ações intencionais ou contingenciais. A perda de integridade
de uma informação pode torná-la perigosa. A conseqüência de se
utilizar dados incorretos pode ser desastrosa.” (p.72)
“Confidencialidade - Princípio que trata sobre a disponibilidade de
informações à apenas pessoas autorizadas. Controles devem ser
implementados para garantir que o acesso a informação seja sempre
restrito àquelas pessoas que necessitam efetivamente tê-lo. Muitos
crimes eletrônicos acontecem através da quebra da confidencialidade
e do roubo da informação.” (p.72)
“Disponibilidade - Princípio que trata sobre prevenir que a
informação ou o recurso de informação esteja indisponível, quando
requerida pelo cliente ou gestor, por órgão regulador ou mesmo pela
instituição.” (p.73)
Os mesmos autores também definem controle como qualquer ação, procedimento, técnica ou
qualquer outra medida que reduza a vulnerabilidade de uma ameaça ou risco a um sistema.
Embora controle seja um dos conceitos mais usados na prática gerencial, nem sempre o que se
faz na prática pode ser chamado de controle. A essência do controle consiste na comparação
entre os resultados previstos e os realizados. O objetivo desta comparação é certificar-se de
que o desempenho real está dentro do que se foi previsto, e em caso negativo, identificar os
pontos que requerem correção. Quando não há comparação entre o que foi planejado e o que
realmente está sendo feito, não há um processo efetivo de controle. (Arantes, 1998).
56
Ainda que a função de controle avalie todo o conjunto de resultados, o administrador deve
focalizar a sua atenção naqueles que estão fora dos padrões de desempenho. Portanto, sem um
padrão de comparação, não é possível exercer um processo eficaz de controle. Vale lembrar
que, embora o controle faça a avaliação dos resultados, com base no seu desempenho, ele
também pode ter um caráter pró-ativo. Um sistema de controle adequado deve ser capaz de
identificar o impacto dos desvios de desempenho nos resultados futuros, sinalizando as ações
corretivas significativas que devem ser feitas. Se o administrador esperar pelo resultado final
para então avaliar se ele está de acordo com o previsto, pode ser tarde demais. Por isso, os
bons sistemas de controle prevêem pontos de avaliação progressiva de resultados
intermediários, visando garantir que estejam caminhando para os resultados finais esperados
(Arantes,1998).
O controle adequado é aquele que garante, dentro de limites razoáveis, que os objetivos e
metas sejam atingidos de maneira eficaz, eficiente, com a necessária economia e que mitigue
o risco associado. O sistema de controle deve detectar não somente irregularidades ou atos
intencionais, como também erros ou atos não intencionais. Esses erros podem ser, como
exemplo, de interpretação, de omissão e de má aplicação de normas ou procedimentos
(Gouvêa, 2003).
2.3.2. Realização da revisão de controles e segurança
As empresas utilizam várias ferramentas e modelos de referências para realizar as atividades
de revisão de controles e de segurança num ambiente ERP, baseados em riscos nesse tipo de
ambiente. Dentre as ferramentas e modelos de referências que são recomendadas por
instituições reguladoras e seguem um padrão de referência para governança de TI, pode-se
citar o CobiT (Control Objectives to Information and related Technologies). O CobiT é
57
considerado o padrão de boas práticas de controles da informação e de tecnologia para
gerente, usuários e auditores para ajudá-los nas questões de minimização dos riscos em
ambiente computadorizado (Wright e Wright, 2002; Sousa, 2002)
Ele é baseado nos objetivos de controle da ISACF (Information Systems Audit and Control
Foundation), em uma estrutura de controles de tecnologia, e em atividades relativas à
reengenharia de negócios. Define, assim, formas de aplicação corporativa da tecnologia da
informação (TI), em conformidade com as normas e regulamentos de direito e de fato (IT
Governance Institute, 2005).
No CobiT, o termo objetivo de controle, refere-se a uma formalização sobre o resultado
desejado ou propósito a ser alcançado pela implementação de procedimentos de controle em
atividades específicas à Tecnologia da Informação. O modelo define tais objetivos para o
ambiente geral de TI, sendo portanto, aplicável ao próprio ERP. Mas não se restringe apenas à
TI, se estendendo também as atividades relacionadas à áreas de processos de negócios. (IT
Governance Institute, 2005).
O CobiT têm como missão, dentre outros aspectos, desenvolver e promover um conjunto
atualizado de objetivos de controle, com autoridade e foco internacional, que sejam
geralmente aceitos e aplicáveis à Tecnologia da Informação, para o uso rotineiro de gerentes
de negócio, usuários e auditores. O principal objetivo do CobiT é permitir o desenvolvimento
de políticas claras e boas práticas para os controles de TI nas organizações. Os gerentes de
negócios são auxiliados por esse modelo, no balanceamento de riscos e investimentos em
controles de um ambiente de tecnologia. Os usuários obtêm garantias sobre a segurança e os
controles sobre os serviços de TI prestados internamente ou por terceiros. Os auditores
58
baseiam-se no modelo para consubstanciar as suas opiniões e/ou assessorar a administração
sobre controles internos (IT Governance Institute, 2005; Lainhart IV, 2000).
Assim, esse modelo de referência tem sido utilizado por oferecer uma estrutura consolidada
para avaliar riscos, apresentar soluções orientadas ao negócio da companhia, enfatizar a
administração corporativa sobre as necessidades específicas de controle de recursos de
tecnologia, dentre outros aspectos (Sousa, 2002; Lainhart IV, 2000)
Outra forma que pode ser utilizada como fonte de consulta e direcionamento de trabalho para
realizar as atividades de revisão de controles e de segurança num ambiente ERP é o site
Auditnet.org, onde se pode encontrar, por tipo de indústria e segmento de mercado, por
tecnologia, e por processo, diversos programas de trabalho de auditoria focado em revisão de
controle e segurança.
As diversas empresas de consultoria que existem no mercado também possuem as suas
próprias bases de conhecimento, onde são armazenadas as informações que foram utilizadas
para esse tipo de trabalho, de forma positiva, em outras empresas. Essas informações são
disponibilizadas entre as suas filiais de todo o mundo, como o intuito de compartilhar o
conhecimento e os procedimentos realizados com sucesso nas diversas empresas.
Musaji (2002), Musaji (2001), Wright e Wright, (2002) e Straub (1998) também mencionam
as várias atividades de revisão de controles e de segurança que as empresas podem realizar
para minimizar os riscos inerentes, durante ou após a implantação de seu ERP, dentre as
quais, destacam-se:
59
Atividade 1: Revisão dos controles gerais do ambiente de tecnologia da informação onde
o ERP é processado
Os processos de tecnologia da informação e seus respectivos controles se aplicam a um nível
superior as das aplicações computadorizadas. Os controles gerais de TI estão desenhados para
assegurar que todas as modificações das aplicações foram adequadamente autorizadas,
testadas e aprovadas antes de entrarem em produção, e assegurar que somente pessoas e
aplicações autorizadas têm acesso aos dados e somente para executar funções definidas
especificamente. Seguem abaixo, alguns exemplos:
Análise da gestão de mudanças de programas;
Análise da segregação entre os ambientes de produção, homologação e desenvolvimento
do ERP, e entre as funções dos profissionais da área de TI;
Avaliação dos aspectos de segurança do banco de dados, tabelas, software de segurança, e
sistema operacional;
Avaliação da adequação dos parâmetros e das configurações do módulo de segurança do
ERP;
Revisão, redesenho e implantação de um novo modelo de processo de autorização de
acesso;
Avaliação do plano de continuidade, em caso de contingência no ambiente ERP.
Atividade 2: Revisão dos controles da aplicação
Os controles de aplicação são procedimentos desenvolvidos para garantir a integridade dos
registros na aplicação. Seguem abaixo, alguns exemplos:
60
Validação das críticas de entrada de dados no ERP;
Validação de cálculos realizados pelo ERP;
Revisão da segurança das interfaces entre os sistemas legados e o ERP;
Revisão dos perfis de acesso compostos, transitórios e daqueles com transações
decorrentes de desenvolvimento (usuários especiais gerados na instalação);
Revisão dos perfis de acesso simples e críticos do ambiente de produção, verificando
conflitos entre eles;
Análise da trilha de auditoria (log) das transações realizadas pelos usuários;
Análise dos controles referentes às transações críticas dos processos no ERP, ou seja,
aquelas que impactam os processos de negócio da empresa (ex: aprovação de compras,
aprovação de faturamentos).
Os controles gerais do ambiente de TI e de aplicação podem ter procedimentos manuais ou
procedimentos automatizados realizados por sistemas. Esses controles são avaliados para uma
abordagem de auditoria dos controles de alta confiança e que suportam diretamente objetivos
de controle de integridade, exatidão, validade e acesso restrito.
Todas essas atividades podem ser executadas por profissionais da própria empresa ou por
consultorias externas especializadas. No entanto, a maioria das empresas não possui
profissionais com conhecimentos suficientes para realizar os serviços, ou ferramentas
automatizadas para realizar as análises, revisões e avaliações de forma eficiente. Dessa forma,
geralmente, essas atividades são realizadas por empresas de auditoria e consultoria, que
61
possuem experiência, com as melhores práticas do mercado nacional e internacional,
conhecimentos específicos, ferramentas, e o suporte de filiais no exterior e parceiros.
Percebe-se então que os aspectos mais relevantes identificados na revisão da metodologia do
presente trabalho e que serão utilizados e comparados com a pesquisa, são os motivos que
levaram as empresas a implantar o ERP e os benefícios que os sistemas de gestão irão lhe
proporcionar, do ponto de vista dos entrevistados, tanto da área de TI, quanto para os
entrevistados da área de negócios. Os aspectos de controle e segurança abordados na revisão
de metodologia, também serão utilizados e comparados com a pesquisa, num processo de
implantação do sistema ERP.
62
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
O conteúdo desse capítulo, metodologia de pesquisa, foi baseado nas idéias desenvolvidas por
Yin (2001).
Considerado apenas como mais uma estratégia de pesquisa em ciências sociais, o estudo de
caso, como metodologia de pesquisa, tem sido aplicado cada vez mais em dissertações e teses.
Ele é apenas umas das muitas maneiras de se fazer pesquisa em ciências sociais. Sua
utilização, numa investigação, permite que se preservem as características holísticas e
significativas dos eventos da vida real, como processos organizacionais e administrativos,
mudanças ocorridas em alguma região e a maturação de alguns setores.
Existem também outras maneiras, como experimentos, levantamentos, pesquisas históricas e
análise de informações em arquivos. Cada uma dessas estratégias apresenta vantagens e
desvantagens, dependendo do tipo de questão da pesquisa, do controle que o pesquisador
possui sobre os eventos comportamentais, e do foco em fenômenos históricos. Em geral, os
estudos de caso representam a estratégia preferida quando se colocam questões do tipo
“como” e “por que”, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos estudados, e
quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos no contexto da vida real.
Tradicionalmente, a estratégia de estudo de caso é vista como sendo apropriada apenas à fase
exploratória, não podendo ser utilizada para descrever ou avaliar hipóteses. Segundo Yin
(2001), essa visão é equivocada, já que se pode utilizar a estratégia com três propósitos, a
saber: descritivo, exploratório ou explanatório. A aplicação do estudo de caso com cada
propósito tem características distintas.
63
No propósito descritivo, por exemplo, o estudo é voltado para questões amplas, abordando
uma variedade de tópicos que podem ser considerados uma descrição “completa” do que está
sendo estudado. Por outro lado, qualquer novo estudo empírico caracteriza-se como sendo um
estudo “exploratório”. Complementando, no estudo de caso explanatório, é o pesquisador que
tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos
contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real.
A questão da pesquisa proposta como extensão de controle que o pesquisador tem sobre
eventos comportamentais efetivos e o foco em acontecimentos contemporâneos ou históricos
são fatores para guiar a seleção de uma estratégia de pesquisa. Podemos apresentar as três
condições para uma estratégia de estudo de casos: forma da questão da pesquisa (como e por
que), a não existência de controles sobre eventos comportamentais e o foco nos
acontecimentos contemporâneos.
Definir as questões da pesquisa é o passo mais importante a ser considerado em um estudo.
Deve-se reservar tempo suficiente para a realização dessa tarefa e obter precisão na
formulação das questões que exige uma boa preparação. Ainda assim, muitos pesquisadores
põem em dúvida a credibilidade da estratégia, ou por falta de rigor da pesquisa, aceitando
evidências e visões equivocadas, ou por pouca base para generalizar, partindo do conceito de
estudo de caso único. Mas o que poucos sabem é que o estudo de caso pode utilizar as
mesmas técnicas em estudos múltiplos.
O estudo de caso pode incluir casos únicos ou múltiplos como suas variantes em pesquisa. Os
casos únicos são aqueles que ocorreram uma única vez e casos múltiplos são aqueles que
ocorreram diversas vezes sobre um determinado assunto.
64
Um projeto de pesquisa é um plano de ação para se sair do conjunto inicial de questões a
serem respondidas e chegar a um conjunto de conclusões ou respostas sobre essas questões,
podendo passar por etapas como a coleta e análise de dados. Para os estudos de caso, são
importantes 5 componentes para um projeto de pesquisa, quais sejam:
As questões do estudo;
Suas proposições;
Sua unidade de análise;
A lógica que une os dados às proposições;
Os critérios para se interpretar as descobertas.
Para a presente dissertação foi escolhida a estratégia de estudo de caso múltiplo exploratório
como forma de pesquisa. Tal modelo permite que o pesquisador conheça com mais
profundidade de detalhes a realidade estudada, trazendo assim mais propriedade ao seu relato.
O estudo de caso múltiplo exploratório permite um aumento da experiência e do
conhecimento do pesquisador frente ao assunto por ele abordado. Utilizaremos uma questão
importante e relevante para se seguir essa estratégia de pesquisa estabelecida. O tema central
desse trabalho é a revisão de controles no ambiente ERP, e como essa atividade pode ser
utilizada para minimizar os riscos a que uma empresa está exposta, do ponto de vista de
controle e segurança, num processo de implantação e no uso do sistema de gestão.
Como passo inicial, no sentido de esclarecer as questões relativas a esse tema, o presente
trabalho tem por objetivo principal avaliar até que ponto a revisão de controles é vista pelas
empresas como um meio para maximizar as chances reais de sucesso da implantação e uso
65
efetivo de um ERP, constituindo-se em, portanto, num de seus fatores críticos de sucesso, e
ajudando-as também, a obter os potenciais benefícios de um sistema integrado de gestão.
As unidades de análise da pesquisa foram quatro empresas que possuem um sistema ERP em
operação e que tenham ou não realizado uma revisão de controle e da segurança do seu
ambiente, antes ou após a implantação do sistema.
Em pesquisas qualitativas, não existe uma preocupação com a quantidade da amostra e sim
quanto à qualidade e da representatividade do grupo escolhido para participar do estudo. A
pesquisa foi realizada através de entrevistas pessoais e por telefone, com um questionário
aberto, com 20 profissionais em quatro empresas distintas da iniciativa privada, e
especificamente indústrias do município do Rio de Janeiro, que possuem sistemas ERP
implantados. Foram selecionados, em cada uma das quatro empresas, 5 profissionais
considerados pessoas-chaves dentro do ambiente ERP da empresa e que participaram do
processo de implantação do sistema de gestão, sendo 1 gerente da área de informática e 4
gerentes das áreas de negócios (exemplo: Compras, Contas a Pagar, Pagamentos, Vendas,
Faturamento, Contas a Receber e Contabilidade) e que são usuários do sistema ERP da
empresa. Em duas dessas empresas, já havia ocorrido um trabalho especial de revisão de
controles e segurança do sistema ERP após a sua implantação. Nas outras empresas, ainda não
havia ocorrido esse tipo de trabalho.
Com base em uma revisão da literatura sobre o tema da pesquisa, elaborou-se um questionário
testado por um especialista que atua no setor. A parte da coleta dos dados foi efetuada através
de entrevistas pessoais com o próprio funcionário, na própria empresa ou por telefone,
material formatado pelas empresas, literatura disponível, artigos sobre implantação de ERP no
Brasil e nos EUA, artigos sobre os riscos envolvidos em implantação, experiência profissional
66
do autor em serviços de revisão e de empresas que tiveram que se adequar às leis vigentes no
mercado.
As entrevistas tiveram em média uma hora de duração e foram, em sua grande parte, gravadas
na íntegra, quando realizadas pessoalmente. O roteiro das entrevistas foi estruturado com
perguntas, na sua maioria abertas, mas relativamente amplas. A primeira parte procurou
coletar dados das características gerais do entrevistado e da empresa. A segunda parte
verificou os aspectos do projeto ERP. Por fim, a terceira parte focou nos aspectos de controle
e segurança no ambiente ERP. Os dados obtidos nas entrevistas foram consolidados para cada
grupo, e em seguida, comparados. A análise das entrevistas nos permitiu avaliar o grau de
importância dado pelas empresas à revisão de controles e da segurança no ambiente ERP, e
suas motivações para implantar um projeto desse tipo. Além disso, procurou-se entender e
descrever como as empresas avaliam o sucesso de projetos de revisão de controles em termos
de benefícios gerados, e se tais projetos são considerados um fator crítico para as operações e
sucesso de uma organização.
Levando em consideração a utilização de uma análise de percepção sobre o problema e
contando com a amostra selecionada de empresas, os resultados encontrados não podem ser
generalizados. Porém, os dados coletados e as análises fornecem uma boa perspectiva do
estágio das empresas com relação ao processo de revisão de controles num ambiente ERP.
67
4. RESULTADOS OBTIDOS
Nesse capítulo, apresentam-se os dados obtidos nas organizações estudadas. Os dados serão
apresentados separados, para as companhias que não realizaram nenhum trabalho ou
procedimento de avaliação de controle e segurança no seu ambiente tecnológico onde está
inserido o ERP, durante o período de implantação do sistema de gestão, e as companhias que
realizaram algum trabalho ou procedimento de avaliação de controle e segurança no seu
ambiente tecnológico onde está inserido o ERP, durante o período de implantação do sistema
de gestão.
4.1. AS EMPRESAS CARACTERÍSTICAS GERAIS
Empresa 1 Esta empresa é do segmento de editorial (livro e revista) e gráfico, com cerca de
450 funcionários e um faturamento de R$ 72.000.000, em 2004. Ela está no processo de
transição entre uma cultura familiar, onde a confiança nas pessoas é muito grande, deixando
os controles nos processos em segundo plano, e uma cultura profissional, mas já bastante
focada no mercado, com o pensamento no crescimento e observando os seus concorrentes. O
ERP implantado na companhia foi o JD Edwards, em abril de 2002. O projeto teve o tempo de
duração de 1 ano. A estratégia de implantação foi de big-bang, considerada de média
complexidade pelos entrevistados. Os principais módulos implantados foram: financeiro,
logística e manufatura. O sistema suporta os processos de vendas, contas a receber,
recebimento, compras, contas a pagar, pagamentos, logística e manufatura.
Empresa 2 Esta empresa é do segmento de mercado fonográfico e entretenimento, com
cerca de 160 funcionários e um faturamento em torno de R$ 55.000.000, em 2004. Ela tem
uma cultura extremamente familiar, onde a confiança nas pessoas é muito grande, deixando os
68
controles nos processos em segundo plano. Porém, também está voltada para o mercado. O
ERP implantado na companhia foi o Microsiga, em junho de 2002. O projeto teve o tempo de
duração de 5 meses. A estratégia de implantação foi de big-bang e considerada de baixa
complexidade pelos entrevistados. O principal módulo implantado foi o financeiro, e o
sistema suporta os processos de vendas, contas a receber, recebimento, compras, contas a
pagar, pagamentos, crédito e cobrança.
Empresa 3 Esta empresa é do segmento de distribuição de combustível. Tem cerca de 1600
funcionários e um faturamento de R$ 450.000.000, em 2004. Segundo os entrevistados, ela
era de uma cultura familiar, mas hoje, já extremamente profissional e voltada para o mercado,
cliente e produtividade. O ERP implantado na companhia foi o JD Edwards em dezembro de
2004 e o projeto teve o tempo de duração de 2 anos. A estratégia de implantação foi modular,
e foi considerada de média complexidade pelos entrevistados. O principal módulo implantado
foi o financeiro, focado em dar suporte ao processo de contas a receber.
Empresa 4 Esta empresa é do segmento de manufatura, possuindo cerca de 600
funcionários. Ela teve um faturamento em torno de R$ 310.000.000, em 2004. Tem uma
cultura voltada fortemente para controle e para o mercado. O ERP implantado na companhia
foi o SAP R/3, em junho de 2004. O projeto teve o tempo de duração de 1 ano. A estratégia de
implantação foi de big-bang, considerada de média complexidade pelos entrevistados. Os
principais módulos implantados foram: financeiro, estoque, custo e produção, suportando os
processos de vendas, contas a receber, recebimento, compras, contas a pagar, pagamentos,
estoque, custo e produção.
Na tabela 3, é apresentado o quadro com o resumo das principais características das empresas
selecionadas:
69
Tabela 3: Quadro resumo com as principais características das empresas
Empresa
Número de
Funcionários
Segmento
Cultura da
Empresa
ERP
Implantado
Número de
Licenças
para Uso
do ERP
Processos
Suportados
Estratégia da
Implantação
Início do
Projeto
Data da
Implantação
Status
Atual
Foi realizado
algum
trabalho de
revisão
durante a
implantação?
Empresa 1 450
Editorial (livro e
revista)
e gráfica
Está no processo
de transição
entre a cultura
familiar e
profissional
JD Edward 130
. Financeiro
. Vendas
. Contas a Receber
. Recebimento
. Compras
. Contas a Pagar
. Pagamentos
. Logística
. Manufatura
Big Bang abr/01 abr/02 Finalizado Não
Empresa 2 160
Mercado
fonográfico
e
entretenimento
É de cultura
familiar, porém
voltada para o
mercado
Microsiga 23
. Financeiro
. Vendas
. Contas a Receber
. Recebimento
. Compras
. Contas a Pagar
. Pagamentos
. Crédito
. Cobrança
Big Bang jan/02 jun/02
Implantando
novos
módulos
Não
Empresa 3 1600
Distribuição de
combustível
É de cultura
familiar, porém
voltada para
controle,
mercado, cliente
e produtividade
JD Edward 1000
. Financeiro
. Contas a Receber
Modular dez/01
dez/03 e
up-grade em
dez/04
Implantando
novos
módulos
Sim
Empresa 4 600 Manufatura
Voltada para
controle e para o
mercado
SAP/R3 300
. Financeiro
. Vendas
. Contas a Receber
. Recebimento
. Compras
. Contas a Pagar
. Pagamentos
. Estoque
. Custo
. Produção
Big Bang jul/03 jun/04 Finalizado Sim
70
As empresas 1 e 2 não realizaram nenhum trabalho ou procedimento de avaliação de controle
e segurança no seu ambiente tecnológico onde está inserido o ERP, durante o período de
implantação do sistema de gestão.
As empresas 3 e 4 realizaram algum tipo de trabalho ou procedimento de avaliação de
controle e segurança no seu ambiente tecnológico onde está inserido o ERP durante o período
de implantação do sistema de gestão.
4.2. OS ENTREVISTADOS
Na tabela 4, pode-se identificar o cargo dos entrevistados das quatro empresas que fizeram
parte da pesquisa:
Tabela 4: Quadro resumo com o cargo dos entrevistados das quatro empresas
Cargo dos entrevistados
Número de
entrevistados no cargo
Empresas
Gerente da área de TI 4 1, 2, 3, 4
Gerente de Contabilidade 2 1, 2
Gerente de Vendas 3 1, 3, 4
Gerente de Compras 3 1, 2, 4
Gerente de Contas a Pagar 2 1, 2
Gerente de Crédito e Cobrança 1 3
Gerente de Relacionamento 1 3
Gerente de Custos 1 3
Gerente Financeiro 3 2, 3, 4
Total 20
Os profissionais entrevistados tinham idade entre 25 e 50 anos, com tempo de experiência na
profissão e de empresa de até 20 anos. Do total, 90% possuíam curso superior completo.
71
4.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Para melhor visualização dos resultados da pesquisa, eles foram consolidados nas duas
categorias em que as empresas estão situadas, ou seja, empresas que realizaram um trabalho
de revisão de controles e segurança no ambiente onde está inserido o ERP, e empresas que
não realizaram esse tipo de trabalho. Também foram separadas as respostas em três grandes
fases do processo de implantação do Sistema Integrado de Gestão, conforme a seguir:
a. Fase de Planejamento dos trabalhos de implantação do ERP para essa fase compilamos
as respostas referentes às razões mencionadas pelos entrevistados que motivaram as
empresas a implantarem o ERP e os benefícios dele esperados.
b. Fase de Implantação do ERP para essa fase compilamos as respostas referentes aos
problemas ocorridos durante a fase de implantação do sistema ERP.
c. Fase Pós-Implantação do ERP para essa fase compilamos as respostas referentes aos
problemas ocorridos após a implantação do ERP nas empresas estudadas, e o tratamento
e eventuais soluções para tais problemas.
4.3.1. Análise dos resultados da pesquisa para a fase de planejamento
Os resultados da pesquisa realizados nas empresas selecionadas, para a fase de planejamento,
no que tange aos motivos da implantação do ERP e os benefícios esperados pelas empresas,
podem ser observados nas tabelas 5, 6, 7 e 8:
72
Tabela 5: Motivos da implantação do ERP para as empresas que não realizaram as atividades
de controle e segurança
.
Principais Temas Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Suportar o
crescimento da
empresa
"Precisávamos de nova
tecnologia para suportar o
crescimento da empresa, com
base na estratégia da alta
administração." - Empresa 1 -
Gerente de TI
"Realmente a empresa precisava de um novo
sistema para suportar as operações na
época. A empresa estava crescendo muito e
a minha área não conseguia mais trabalhar." -
Empresa 2 - Gerente de Crédito e Cobrança
Automação de
processos
"Precisávamos também
automatizar alguns processos,
como por exemplo, aprovação
eletrônica de pagamento." -
Empresa 1 - Gerente de TI
"A tecnologia para suportar o crescimento
da empresa, a pouca opção do antigo
sistema e aprovação eletrônica de
pagamento." - Empresa 1 - Gerente de
Vendas
Deficiências de
sistemas legados
"Havia pouca navegabilidade
do antigo sistema e não era um
sistema gráfico e multi-
empresa." - Empresa 1 -
Gerente de TI
"A minha área utilizava o sistema antigo que
não suportava mais as operações, dando
erros e perda de dados. Também havia
questões de segurança que não estava boa." -
Empresa 2 - Gerente de Contabilidade
Falta de atendimento
às demandas de
negócios
"O sistema antigo não
suportava mais os negócios. A
empresa estava ameaçada
fiscalmente pois não
conseguia comprovar as
entradas e saídas de
mercadorias." - Empresa 2 -
Gerente de TI
"A área de Crédito e Cobrança utilizava os
sistemas antigos que não suportavam mais as
nossas operações, ocorrendo erros e até
perda de dados. […] Realmente a empresa
precisava de um novo sistema para suportar
as operações na época." - Empresa 2 -
Gerente de Crédito e Cobrança
Falta de segurança
dos sistemas legados
"O sistema antigo não
suportava mais o número de
registros, truncava tabelas. Se
perdia dados, e não havia
segurança." - Empresa 2 -
Gerente de TI
"Os sistemas antigos não tinham a
flexibilidade de criação de perfis por menu.
Era diretamente nos programas, e com isso
não havia a segurança total." - Empresa 2 -
Gerente de Contas a Pagar
73
Tabela 6: Motivos da implantação do ERP para as empresas que realizaram as atividades de
controle e segurança.
Principais Temas Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Suportar o
crescimento da
empresa
"[…] Tecnologia nova para suportar
o crescimento da empresa." -
Empresa 4 - Gerente de TI
"Era importante ter um novo sistema para
suportar o crescimento da empresa, com
confiança." Empresa 4 - Gerente Financeiro
Automação de
processos
"[...] e também poderia aproveitar a
implantação do ERP para
alinhamento entre o negócio e a
tecnologia, e suprir as necessidades
dos sistemas antigos, nas automações
dos processos." - Empresa 3 -
Gerente de TI
Deficiências de
sistemas legados
"[…] havia muitas deficiências nas
fucionalidades dos sistemas antigos." -
Empresa 3 - Gerente de Arquitetuta
de TI
"[…] Depois a empresa decidiu continuar a
implantar outros módulos em função de
deficiências dos sistemas que não atendia todas
as necessidades das áreas." - Empresa 3 -
Gerente de Vendas
Falta de
atendimento às
demandas de
negócios
"[…] pouca navegabilidade e suporte
aos negócios dos antigos sistemas." -
Empresa 4 - Gerente de TI
"[…] Depois a empresa decidiu continuar a
implantar outros módulos em função de
deficiências dos sistemas que não atendia todas
as necessidades das áreas." - Empresa 3 -
Gerente de Vendas
Falta de segurança
dos sistemas
legados
"Os sistemas legados da companhia
não eram seguros suficiente para
suportar o crescimento da empresa." -
Empresa 4 - Gerente de TI
"A empresa estava crescemdo demais e
precisava de um sistema robusto e seguro que
suportasse os processos da empresa com
segurança." Empresa 4 - Gerente de Vendas
Bug do milênio
"O motivo inicial foi por causa do
bug do milênio. Mas em seguida
descobrimos que também poderia
aproveitar a implantação do ERP
para outros benefícios." -
Empresa 3 - Gerente de TI
"O principal motivo para a implantação do
ERP foi o bug do milênio." - Empresa 3 -
Gerente de Relacionamento
74
Os dados obtidos nesta fase da pesquisa revelam que muitos dos motivos que levaram as
empresas a implantarem o ERP foram também mencionados em pesquisas anteriores, citadas
na revisão da literatura, como por exemplo, o bug do milênio, o suporte ao crescimento das
empresas (Colangelo Filho, 2001; O’Leary, 2000), as deficiências e a falta de segurança dos
sistemas legados, a necessidade de maior automação e definição dos processos e a falta de
atendimento às demandas de negócios (Davemport, 2002; Barros, 2003). Por outro lado,
outros fatores importantes mencionados nos resultados de pesquisas anteriores, citados na
revisão da literatura, não foram mencionados pelos nossos entrevistados, como por exemplo, a
documentação no sistema dos principais processos e das regras de negócios (Davemport,
2002) e a robustez e abrangência do ERP nas várias áreas de negócios da empresa (Barros,
2003).
Se comparados os dados das empresas que realizaram as atividades de controle e segurança
com os dados das empresas que não realizaram tais atividades, pode-se observar os motivos
que as empresas tiveram para implantar o ERP, que foram praticamente os mesmos, tanto
para os entrevistados da área de TI, quanto para os entrevistados das áreas de negócios, com
exceção do bug do milênio, citado em apenas uma das empresas, e a automação dos processos
de negócios, que não foi mencionada pelas áreas de negócios das empresas que realizaram as
atividades de controle e segurança, e sim pela área de tecnologia: "Precisávamos também
automatizar alguns processos, como por exemplo, aprovação eletrônica de pagamento." -
Empresa 1 - Gerente de TI.
75
Tabela 7: Benefícios esperados, pelas empresas que não realizaram as atividades de controle e
segurança.
Principais
Temas
Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Maior segurança
"[…] Esperávamos ter mais segurança
no sistema e no ambiente." -
Empresa 1 - Gerente de TI
"Com a implantação do novo sistema
esperávamos ter maior segurança nos
processos." - Empresa 2 - Gerente de
Contas a Pagar
Maior
confiabilidade
"[…] Ter maior confiabilidade dos
dados." - Gerente de TI - Empresa 1
Definição de
Processos
"O ERP ajuda a definir claramente os
processos da empresa."
- Gerente de TI -
Empresa 2
Maior eficiência
dos Processos
"Ter rapidez e eficiência nos processos,
como por exemplo, o ciclo de
fechamento contábil em menos tempo e
de pagamento eletrônico." - Gerente de
TI - Empresa 1
"Maior eficiência dos processos com
segurança." - Empresa 1 - Gerente de
Contabilidade
Vantagem
competitiva
"Sabíamos que teríamos que estar
alinhados com o mercado para não
perder de vista os nossos concorrentes."
-
Gerente de TI - empresa 1
76
Tabela 8: Benefícios esperados, pelas empresas que realizaram as atividades de controle e
segurança.
Principais Temas Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Maior segurança
"[…] Maior eficiência dos
processos, com maior segurança
no ambiente."- Empresa 4 -
Gerente de TI
"[…] Maior eficiência dos processos e
com total segurança." - Empresa 3 -
Gerente de Vendas
Maior
confiabilidade
"Esperava produtividade e
melhoria nos processos, […] com
segurança e confiablidade no
ambiente, até porque aprendemos
com as antigas implan-tações." -
Empresa 3 - Gerente de TI
"Segurança e confiabilidade do ERP,
são os benefícios primários esperados."
- Empresa 4 - Gerente Financeiro
Maior eficiência
dos processos
"[…] Maior eficiência dos
processos, com maior segurança
no ambiente."- Empresa 4 -
Gerente de TI
"[…] Alguns processos necessitavam
ser revistos e a maior eficiência deles
seria um dos benefícios esperados,
como por exemplo, o fechamento de
ciclos de processo com maior rapidez."
- Empresa 4 - Gerente de Compras
Melhorar o
suporte às
demandas de
negócios
"Colocar o ERP no ar para
suportar os negócios,
principalmente para atender as
demandas das diversas áreas da
companhia." - Empresa 3 -
Gerente de TI
"Realmente a empresa precisava de um
novo sistema para suportar as
operações na época. A empresa estava
crescendo muito e a minha área não
conseguia mais trabalhar." - Empresa 3
-
Gerente de Vendas
Atualização de
hardware e
software
"Esperávamos que com a adoção
do ERP teríamos a necessidade
de atualizar todo o nosso parque
tecnológico. […] Seria uma
oportunidade ímpar para a
empresa." - Empresa 3 - Gerente
de TI
Vantagem
competitiva
"A competitividade sempre tem
que está em nossos planos. A
implantação do ERP também teve
essa visão." - Gerente de TI -
Empresa 4
"Já sabia que o nosso concorrente havia
implantado um ERP. Tínhamos que
seguir a mesma linha para não ficar
atrás."- Empresa 4 - Gerente Financeiro
77
Os dados obtidos nesta fase da pesquisa revelam que todos os benefícios que as empresas
esperavam, tanto as que realizaram, quanto as que não realizaram as atividades de controle e
segurança, foram mencionados em pesquisas anteriores, citadas na revisão da literatura, como
por exemplo, a segurança e confiabilidade dos dados (Mendes e Escrivão Filho, 2001; Souza
e Zwicker, 2000; Stamford, 2000; Saccol, Macadar, Soares, 2003), a eficiência dos processos
(Davemport, 2002; Barros, 2003), a vantagem competitiva (Davemport, 2002) e a atualização
do parque tecnológico, em termos de hardware e software (Colangelo Filho, 2001):
“Esperávamos ter maior eficiência dos processos, com maior segurança no ambiente e
confiança nos dados.” Empresa 4 - Gerente de TI.
Por outro lado, tem-se que registrar que não foram mencionados pelos entrevistados, outros
fatores importantes mencionados nos resultados de pesquisas anteriores, como por exemplo, a
integração total dos departamentos, com o controle e abrangência de várias áreas da
companhia (Saccol, Macadar, Soares, 2003; Souza e Zwicker, 2000), a disponibilidade da
informação em tempo real (Stamford, 2000), as regras de negócios bem definidas no sistema
(Lima, 2000; Miltello, 1999), o aumento da capacidade dos funcionários para a utilização do
ERP (Saccol, Macadar, Soares, 2003; Colangelo Filho, 2001; Taurim, 1999) e na redução
custos com o corte da mão de obra nas empresas (Mendes e Escrivão Filho, 2001).
Se comparados os dados das empresas que realizaram as atividades de controle e segurança
com os dados das empresas que não realizaram tais atividades, pode-se observar os benefícios
que as empresas tiveram para implantar o ERP, que foram praticamente os mesmos, tanto
para os entrevistados da área de TI, quanto para os entrevistados das áreas de negócios, com
exceção do tema que menciona a melhoria no suporte aos negócios e na atualização do parque
tecnológico, citado apenas pelas empresas que realizaram as atividades de controle e
segurança. Por outro lado, apenas a área de TI das empresas que não realizaram tais
78
atividades, mencionou que a definição dos processos de negócios seria um benefício para as
suas empresas.
4.3.2. Análise dos resultados da pesquisa para a fase de implantação
Os resultados da pesquisa realizados nas empresas selecionadas, para a fase de implantação
do ERP, no que tange aos problemas ocorridos durante essa fase, podem ser observados nas
tabelas 9 e 10:
Tabela 9: Problemas ocorridos durante a fase de implantação do ERP, para as empresas que
não realizaram as atividades de controle e segurança.
(continua)
Principais Temas Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Falta de
documentação
(manual de
usuário e de
sistema).
"O sistema não possui informações
gerenciais e uma documentação
(manual de usuário e de sistema)
adequada." - Empresa 2 - Gerente de
TI
"A falta de documentação foi um dos
problemas na implantação.
Precisávamos consultar as dúvidas e
somente os consultores tinham as
respostas." Empresa 2 - Gerente de
Contabilidade
Turn-over de
usuários chaves
"Um dos maiores problemas foi o
turn-
over /rotatividade de key-users no
projeto, pois tínhamos que explicar
todo o processo de novo, aliado a falta
de documentação (manual de usuário e
de sistema) que também foi percebida,
pois a empresa implantadora não
finalizou os documentos, havendo uma
dependência nas pessoas. Hoje não
tenhos nenhum key-users da época de
implantação." - Empresa 1 - Gerente
de TI
Customização
excessiva
"Por ser um negócio específico
tivemos uma customização excessiva
que trouxe problema para a gente
como alguns bugs no sistema." -
Empresa 1 - Gerente de TI
"O sistema não veio pronto nem com
as funções básicas. Apesar de ser uma
empresa de nome, dentro da minha
área tivemos que mandar fazer um
programa novo, pois não pude
aproveitar nada." - Empresa 2 -
Gerente de Vendas
Definição
incorreta das
necessidades nos
processos de
negócios
"O sistema não possui informações
gerenciais. Não rateio de custo das
áreas. Os implantadores não
levantaram adequadamente os fluxos
dos processos pois os usuários não
souberam passar as suas
necessidades." - Empresa 2 - Gerente
de TI
"Definimos pontos e relatórios
específicos de controles, pois foi
detectado erros de programas e falta
de informações disponíveis, por
motivo de definição incorreta das
necessidades de negócios." - Empresa
2 - Gerente de Vendas
79
Tabela 9: Problemas ocorridos durante a fase de implantação do ERP, para as empresas que
não realizaram as atividades de controle e segurança.
(conclusão)
Principais
Temas
Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Migração
incorreta dos
dados
"O sistema teve vários problemas de
integridade de dados. Criamos
relatórios para a área de Contabilidade
para fazer os batimentos para checar os
saldos dos relatórios. Esses problemas
eram por causa de picos de luz, por
exemplo, e migração dos dados. Hoje
se estabilizou com as novas versões.
Isso poderia ser observado se
tivéssemos um teste de estresse maior."
- Empresa 1 - Gerente de TI
"Na migração de dados tivemos
problemas de saldo final, com saldo
inicial no novo sistema." - Empresa 2 -
Gerente de Contabilidade
Testes
realizados
em ambiente
de produção
"Não tivemos tempo de fazer todos os
testes em ambiente de teste. Vários
testes foram feitos diretamente em
ambiente de produção. Preferimos
correr o risco desse procedimento do
que não implantarmos o sistema para
suportar os processos de negócios." -
Empresa 2 - Gerente de TI
Falta de
testes mais
abrangentes
"O sistema teve vários problemas de
integridade de dados. Criamos
relatórios para a área de Contabilidade
para fazer os batimentos para checar os
saldos dos relatórios. Esses problemas
eram por causa do pico de luz, por
exemplo. Hoje se estabilizou com as
novas versões. Isso poderia ser
observado se tivéssemos um teste de
estresse maior." - Empresa 1 - Gerente
de TI
Treinamento
não adequado
"Os usuários não tiveram um
treinamento adequado, e
adicionalmente, com muita
antecipação, o que ocasionou o
desconhecimento do sistema no
momento da implantação. Era tudo
novo para os usuários." - Empresa 1 -
Gerente de TI
"O treinamento poderia ser mais
detalhado. Na implantação, alguns
usuários ainda tinham dúvidas de
utilização do sistema." - Empresa 1 -
Gerente de Contabilidade
80
Tabela 10: Problemas ocorridos durante a fase de implantação do ERP, para as empresas que
realizaram as atividades de controle e segurança.
Principais
Temas
Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Falta de
documentação
(manual de
usuário e de
sistema).
"Os manuais de utilização do sistema
não eram tão claros. Tínhamos
dificuldades de entender o material." -
Empresa 4 - Gerente de Vendas
Customização
excessiva
"Por ter sido bastante customizado
tivemos alguns problemas. O ambiente
era bastante complexo e informatizado
com interfaces com BI e CRM. Foi uma
fase bastante longa. O contas a receber
e manufatura, desde o início ao fim. A
questão bancária foi complicada e
complexa." - Empresa 3 - Gerente de
TI
"Como houve uma nível alto de
customização do ERP, os bugs de
programas poderiam ocorrer." -
empresa 3 - Gerente de
Relacionamento
Definição
incorreta das
necessidades
nos processos
de negócios
"Apareceu um problema pontual, que
provavelmente foi por causa da não
definição de ítens específicos no
processo de interface com o banco." -
Empresa 4 - Gerente de TI
"Tivemos um pequeno problema de
interface durante a implantação, que
acredito que tenha sido alguma
definição de conceito que não tenha
ficado claro para a empresa que
estava implantando o ERP." -
Empresa 4 - Gerente Financeiro
Falta de testes
mais
abrangentes
"Procuramos simular todas as situações
e fazer os testes que deveríamos.
Porém, sabíamos que existia um
pequeno risco calculado de que algo
poderia passar em função da massa de
teste não ser igual a massa real de
produção. Foi um risco calculado." -
Empresa 4 - Gerente de TI
Treinamento
não adequado
"Treinamento é fundamental para todos.
Acho que inicialmente poderia ter sido
melhor e poderíamos ter investido um
pouco mais nesse tema. Depois
investimos nessa questão." - Empresa 3 -
Gerente de TI
"Achei que a empresa poderia ter
investido mais no treinamento, com
mais tempo. A sub-utilização do ERP
ocorreu em função dessa situação." -
Empresa 3 - Gerente de Vendas
Os dados obtidos nesta fase da pesquisa revelam que mesmo as empresas que realizaram as
atividades de controle e segurança tiveram problemas na fase de implantação. Além disso, os
mesmos problemas foram mencionados pelos entrevistados das empresas que não fizeram
81
esse tipo de atividade, como o gerente de TI da empresa 4: “Procurou-se simular todas as
situações e fazer os testes que deveriam, porém, sabía-se que existia um pequeno risco
calculado de que algo poderia passar em função da massa de teste não ser igual a massa real
de produção.”
Pode-se verificar também que nem todos os problemas mencionados pela área de TI das
empresas que realizaram atividades de controle e segurança foram mencionados pelas áreas
de negócios, como, por exemplo, a falta de testes mais abrangentes. As áreas de negócios
também mencionaram o fato dos manuais do sistema não serem claros suficientes para
entendimento de todas as funcionalidades. Esse fato não foi mencionado pela área de TI.
Por outro lado, pode-se verificar que, de acordo com os entrevistados da área de TI, nas
empresas em que não foram realizados trabalhos focados em controle e segurança durante a
fase de implantação, percebeu-se mais problemas do que nas outras empresas. Essas
constatações confirmam aspectos já apontados pela literatura (Musaji, 2002; Wright e Wright,
2002 e Straub,1998) quanto ao fato das atividades de controle e segurança minimizarem os
riscos desses problemas ocorrerem durante a implantação do ERP.
Outra análise que pode-se fazer dos resultados é com relação aos entrevistados da área de TI,
que, independente da empresa ter realizado ou não as atividades de controle e segurança,
mencionaram problemas que ocorreram durante a implantação do ERP ligados diretamente
aos aspectos de procedimentos, que os entrevistados das áreas de negócios não perceberam,
como por exemplo, a falta de testes mais abrangentes e testes que foram realizados
diretamente em ambiente de produção: "Tiveram testes que foram feitos no ambiente de
produção [...]. Mas agora isso não ocorre mais." Empresa 1 Gerente de TI.
82
4.3.3. Análise dos resultados da pesquisa para a fase pós-implantação
Os resultados da pesquisa realizados nas empresas selecionadas, no que tange aos problemas
ocorridos durante a fase pós-implantação do ERP, podem ser observados a seguir:
Tabela 11: Problemas ocorridos durante a fase pós-implantação do ERP, para as empresas que
não realizaram as atividades de controle e aegurança
(continua)
Principais Temas Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Configuração
incorreta de perfis
de acessos de
usuários
"Tivemos impactos e problemas de perfil de
acesso na empresa pelo fato de não termos uma
política bem definida sobre esse tema. [...] Após
a implantação identificamos que diversos
usuários possuiam acessos além daqueles que
eram necessários. O controle era o
desconhecimento do usuário. Nós achávamos
que as portas não estavam abertas mas elas
estavam. [...] Teve um dia que o sistema parou.
Um usuário tinha super poder e alterou um
parâmetro de uma tabela de produção e fez com
que o sistema parasse." - Empresa 1 - Gerente de
TI
"[…] Realmente os usuários do sistema
tinham os seus perfis incorretos. Tinha
funcionário com poderes que nem eu,
responsável pela área, tinha. Podiam fazer
atividades de outras áreas. Mas depois foi-
se acertando." - Empresa 1 - Gerente de
Vendas
Bug de programas
"Houve bug de programas como muitos
cálculos incorretos e números que não batiam." -
Empresa 2 - Gerente de TI
"Ouvi falar que o JD Edward vinha com
alguns bugs de fábrica, e pude observar
em produção." - Empresa 1 - Gerente de
Compras
Analistas de
sistemas com
acessos ao ambiente
e bases de dados de
produção
"Os analistas tinham acesso a tudo no ambiente
de produção. Teve uma época que tinham 3
analistas com acesso a tudo. Era um risco alto.
Hoje cortamos os acessos." - Empresa 1 -
Gerente de TI
"Fiquei sabendo que o pessoal de TI tinha
acesso nos dados de produção. Isso ajudava
na hora de acertar os problemas, mesmo
sabendo que era um risco essa situação." -
Empresa 2 - Gerente de Crédito e
Cobrança
Processo
inadequado de
manutenção de
usuário
"Não havia uma política de acessos na época da
implantação. Iniciamos um trabalho, em
conjunto com a área de Controladoria, de
revisão dos acessos dos usuários. Começamos a
cortar os perfis das atividades mais críticas e
conceder para quem efetivamente necessitasse." -
Empresa 1 - Gerente de TI
"A Controladoria junto com a área de TI
definiram um processo para acertar os
perfis de acesso." - Empresa 1 - Gerente
de Contabilidade
Falta de integridade
de dados
"Identificamos problemas de migração de dados
em que haviam vários problemas de caractéres
incorretos nas tabelas, e números que não
faziam sentido entre os arquivos. Tivemos que
criar script para limpar as bases de dados e
relatórios para identificar as incoerências." -
Empresa 2 - Gerente de TI
"Encontramos vários problemas após o go-
live. Ficamos conferindo vários saldos
através de relatórios feitos pela área de TI."
- Empresa 1 - Gerente de Contabilidade
83
Tabela 11: Problemas ocorridos durante a fase pós-implantação do ERP, para as empresas que
não realizaram as atividades de controle e segurança.
(continuação)
Principais Temas Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Senhas iguais dos
usuários no
momento da
implantação e sem
a necessidade de
troca
"Após 4 meses da implantação do sistema,
criou-se um controle de troca periódica e
automática de senha, com número de caracteres
mínimos e não podendo repetir as últimas 5
senhas." - Empresa 1 - Gerente de TI
"Na implantação, os usuários tinham as
mesmas senhas e somente trocavam caso
quisessem. Não existia a obrigatoriedade."
Empresa 2 - Gerente de Crédito e
Cobrança
Compartilhamento
de senhas
"Não existia uma política de proibição de
compartilhamento de senhas e isso ficou
comum na empresa. Para evitarmos essa
situação, implantamos rígidas sanções para
acabar com o problema. Era um problema de
cultura na empresa." - Empresa 1 - Gerente de
TI
"Os usuários colavam post it no monitor
do computador com as suas senhas.
Houve compartilhamento de senhas entre
os usuáriose a utilização do sistema."
-
Empresa 2 - Gerente de Compras
Configuração
incorreta dos
parâmetros do
módulo de
segurança
"Identificamos no ERP configurações
inadequadas dos parâmetros de segurança.
Descobrimos essa situação por acaso, quando
alguns usuários solicitaram a alteração de senha
para a área de TI. Essa solicitação deveria ser
automática do sistema após 30 dias. Outros
padrões de segurança também não estavam
implantados, se fomos seguir as melhores
práticas de segurança." - Empresa 1 - Gerente
de TI
"Verificamos que os parâmetros de
segurança poderiam ser melhorados." -
Empresa 1 - Gerente de Contas a Pagar
Passagem de
programas do
ambiente de teste
para o ambiente de
produção sem as
devidas aprovações
"Na implantação, decidimos não colocar
formalização no processo de passagem de
programas para a produção. Tínhamos que ser
ágeis caso ocorresse algum problema. Ainda o
processo não está totalmente adequado, pois
precisamos avaliar os pontos chaves de
controle para não emperrar o processo." -
Empresa 1 - Gerente de TI
Baixa performance
"Tivemos pequenos, mas alguns problemas de
performance do sistema após a implantação do
ERP e foi um problema inerente ao JD
Edward." - Empresa 1 - Gerente de TI
A performance deixou a desejar um
pouco. Agilidade mesmo para emissão de
relatório. Você quer trabalhar e o sistema
fica lento." - Empresa 2 - Gerente de
Crédito e Cobrança
Usuários sem o
conhecimento do
sistema
"Os usuários não tiveram um treinamento
adequado, e adicionalmente, com muita
antecipação, o que ocasionou o
desconhecimento do sistema no momento da
implantação. Era tudo novo para os usuários." -
Empresa 1 - Gerente de TI
"Tivemos um treinamento muito fraco e
distante da implantação. Não sabíamos
usar todo o sistema." - Empresa 1 -
Gerente de Vendas
84
Tabela 11: Problemas ocorridos durante a fase pós-implantação do ERP, para as empresas que
não realizaram as atividades de controle e segurança.
(conclusão)
Principais Temas
Exemplos - Área de TI
Exemplos - Áreas de Negócios
Sub-utilização do
Sistema
"Tivemos a sub-utilização total do sistema.
Outro dia falei que a planilha de Access seria
melhor que o sistema e quase fui crucificado." -
Empresa 2 - Gerente de TI
"O sistema hoje pode ser melhor utilizado.
O sistema vem com o esqueleto e temos
que colocar todos os dados." - Empresa 2 -
Gerente de Contabilidade
Indisponibilidade /
instabilidade do
sistema
"Deu defeito na placa do servidor principal da
empresa e não tínhamos a contingência e nem
back up atualizado no momento. Perdemos as
informações e o back-up era de 3 meses atrás."
- Empresa 2 - Gerente de TI
"O sistema parou por causa de uma mexida
do usuário com super poder que tinha no
seu perfil de acesso." - Empresa 1 -
Gerente de Contabilidade
Falta de back-up
"Deu defeito na placa do servidor principal da
empresa e não tínhamos a contingência e nem
back up atualizado no momento. Perdemos as
informações e o back-up era de 3 meses atrás."
- Empresa 2 - Gerente de TI
Falta de Log / Trilha
no Sistema
"[…] Nós não tínhamos log. Mas uma vez
sumiu um registro da tabela de movimento de
estoque. A partir daí, colocamos log nas
tabelas principais e foi muito bom pois
precisamos consultar um outro fato,
semelhante." - Empresa 1 - Gerente de TI
"[…] O sistema não tinha trilha pois ficava
muito lento. Mas depois precisamos e
tivemos que ativar para algumas tabelas." -
Empresa 1 - Gerente de Contabilidade
Falta de informações
gerenciais
"O sistema não possui relatórios gerenciais."
Não há rateio de custo das áreas." - Empresa 2 -
Gerente de TI
"Tivemos que pedir vários relatórios
gerenciais após a implantação do sistema." -
Empresa 2 - Gerente de Crédito e
Cobrança
Número de licenças
do software
insuficientes para os
usuários
"[…] Compramos apenas 23 licenças para uso,
num total de 160 usuários. Entendíamos que
era o suficiente para aquele momento." -
Emoresa 2 - Gerente de TI
"Não temos licenças do ERP para todas as
pessoas. As vezes ficamos esperando a
liberação de user-id e isso impacta a
produtividade da área." - Empresa 1 -
Gerente de Contabilidade
85
Tabela 12: Problemas ocorridos durante a fase pós-implantação do ERP, para as empresas que
realizaram as atividades de controle e segurança.
Principais Temas Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Bug de programas
"Ocorreu um pequeno problema com o envio
e recepção de arquivos na interface com um
dos bancos que trabalhamos." - Empresa 4 -
Gerente TI
"Tivemos um pequeno problema de interface
durante a implantação, que acredito que tenha
sido alguma definição de conceito que não
tenha ficado claro para a empresa que estava
implantando o ERP." - Empresa 4 - Gerente
de Vendas
Analistas de
sistemas com
acessos ao
ambiente e bases
de dados de
produção
"[…] Apenas 1 analista de sistemas tinha
acesso ao ambiente de produção. Foi
necessário esse procedimento no início. Hoje
não existe mais." - Empresa 3 - Gerente
de TI
Senhas iguais dos
usuários no
momento da
implantação e sem
a necessidade de
troca
"[…] Verifiquei que as senhas não expiravam
nunca. Depois esse recurso foi implantado." -
Empresa 3 - Gerente de Relacionamento
Configuração
incorreta dos
parâmetros do
módulo de
segurança
"Após a implantação ainda encontramos a
configuração de segurança necessitando de
melhorias. O nosso argumento da área de TI
foi que necessitávamos de algumas brechas na
segurança para colocar o ERP no ar. Foi
acertado logo após o go-live, com o nosso
acompanhamento." - Empresa 4 -
Gerente de TI
"[…] Verifiquei que as senhas não expiravam
nunca. Depois esse recurso foi implantado." -
Empresa 3 - Gerente de Relacionamento
Usuários sem o
conhecimento do
sistema
"Achei que o treinamento poderia ser mais
detalhado. Na implantação, diversos usuários
ainda tinham dúvidas de como manusear o
ERP." - Empresa 4 - Gerente de TI
"A empresa poderia ter investido mais no
treinamento, com mais tempo. A sub-
utilização ou o desconhecimento do sistema
ocorreu em função disso." - Empresa 3 -
Gerente Financeiro
Sub-utilização do
sistema
"Achei que o treinamento poderia ser mais
detalhado. Na implantação, diversos usuários
ainda tinham dúvidas de como manusear o
ERP." - Empresa 4 - Gerente de TI
"Achei que a empresa poderia ter investido
mais no treinamento, com mais tempo. A sub-
utilização ou o desconhecimento do sistema
ocorreu em função disso." - Empresa 3 -
Gerente Financeiro
Falta de
informações
gerenciais
"[…] Faltou ainda informações gerenciais
disponíveis. Tivemos que desenvolver esses
relatórios através de query. Talvez os
usuários não especificaram bem na fase de
definição do projeto ." - Empresa 3 - Gerente
de Relacionamento
86
Os dados obtidos nesta fase da pesquisa revelam que nas empresas em que não foram
realizados trabalhos focados em controle e segurança durante a fase pós-implantação,
ocorreram três vezes mais problemas do que nas outras empresas. Essas constatações
confirmam aspectos já apontados pela literatura (Musaji, 2002; Wright e Wright, 2002 e
Straub,1998) quanto ao fato das atividades de controle e segurança minimizarem os riscos
desses problemas ocorrerem após a implantação do ERP. É importante ressaltar que outros
problemas poderiam surgir nessas empresas, pois apenas os problemas conhecidos foram
mencionados, deixando de fora os riscos que não se materializaram, mas que podem se
materializar a qualquer momento.
Por outro lado, da mesma forma que na fase de implantação, as empresas que realizaram as
atividades de controle e segurança, ainda assim tiveram problemas na fase pós-implantação.
Novamente, foram os mesmos problemas mencionados pelos entrevistados das empresas que
não fizeram esse tipo de atividade. Esse fato contraria a literatura que diz que essas atividades
minimizariam a possibilidade dos riscos se concretizarem, mesmo sendo problemas de
conhecimento da área de TI, como, por exemplo, o que foi mencionado por essa área da
empresa 4. De acordo com o entrevistado, sabia-se da incorreta configuração de segurança do
ERP. Essa situação irregular era necessária naquele momento, e estava sendo monitorada.
Um fato que se destacou nas entrevistas nas empresas que não efetuaram os trabalhos de
controle e segurança foi que alguns problemas somente foram citados pela área de tecnologia,
como o caso da falta de back-up mais adequado que pudesse ser utilizado em caso de
contingência, e a passagem de programas do ambiente de teste para o ambiente de produção
sem as devidas aprovações: “Deu defeito na placa do servidor principal da empresa e não
tínhamos a contingência e nem back-up atualizado no momento [...]." - Empresa 2 - Gerente
de TI.
87
Esses fatos explicam-se pelo motivo de dizerem respeito a procedimentos que são executados
exclusivamente pela área de TI, sem o envolvimento e conhecimento das áreas de negócios. A
área de negócio teve o impacto da indisponibilidade, porém, as causa dos problemas ficaram
de conhecimento apenas pela área de TI.
Outro aspecto interessante que pôde ser observado, é que, mesmo a empresa 4 tendo
implantado o ERP seguindo a estratégia de big-bang, que segundo descrito na revisão da
metodologia (Colangelo Filho, 2001), é a estratégia de maior risco, a empresa efetuou os
procedimentos de revisão de controle e segurança e obteve os resultados bem similares com a
empresa 3, que implantou o ERP com a estratégia de modular.
4.3.4. Análise dos resultados da pesquisa para os motivos que levaram as empresas a
realizarem ou não as atividades de controle e segurança
Os resultados da pesquisa realizados nas empresas selecionadas, no que tange aos motivos
que levaram as empresas a realizarem ou não as atividades de controle e segurança, podem ser
observados nas tabelas a seguir:
88
Tabela 13: Motivos mencionados pelas empresas que as levaram a realizar as atividades de
controle e segurança.
Principais
Temas
Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Para seguir as
melhores
práticas do
mercado
"Após experiências anteriores, sabíamos
que poderíamos seguir as melhores
práticas do merdado, principalmente,
contratando serviços de especialistas
[…]." - Empresa 3 - Gerente de TI
Maior
segurança
durante e após
a implantação
"Fizemos o trabalho com o objetivo de
haver maior segurança durante e após a
implantação do ERP." - Gerente de TI -
Empresa 3
"Quando o trabalho foi iniciado, tivemos o
kick-off do projeto e foi passado que seria
parte integrante da implantação os aspectos
de controle e segurança." - Empresa 3 -
Gerente de Relacionamento
Fator crítico
de sucesso
para a
implantação
"[…] Seria um dos fatores críticos de
sucesso para a implantação e uma
garantia a mais para a gente, se
seguissemos com um trabalho de
acompanhamento do projeto por uma
empresa focada em controle e
segurança." - Empresa 4 - Gerente de
TI
Aproveitar
bem os
benefícios do
ERP
"Sabíamos que o resultado do trabalho
de avaliação de controles seria bem
aproveitado também pelos usuários,
pois traria benefícios e conhecimento
para as áreas." - Empresa 4 - Gerente
de TI
"Poderíamos contar com esse trabalho para
também aproveitar todos os benefícios e a
segurança que o sistema de gestão poderia
oferecer." - Empresa 4 - Gerente
Financeiro
Menor custo
no futuro com
segurança
"[…] Outro ponto é que você não
precisaria gastar tempo e dinheiro na
frente com os problemas que por
ventura surgiriam da implantação. Se
você garante a qualidade e o controle, a
implantação será um sucesso." -
Empresa 3 - Gerente de TI
89
Tabela 14: Motivos mencionados pelas empresas que as levaram a não realizar as atividades de
controle e segurança.
Principais Temas Exemplos - Área de TI Exemplos - Áreas de Negócios
Orçamento
"O orçamento inicial do projeto não
previa nenhum trabalho específico de
segurança […]." - Empresa 1 - Gerente
de TI
Desconhecimento
"Não tenho conhecimento sobre esse assunto."
- Empresa 1 - Gerente de Vendas
Cultura
"Por ser uma empresa extremamente
familiar, o aspecto de segurança não
vinha em primeiro plano pela alta
administração." - Empresa 2 - Gerente
de TI
"Acreditava que todo o aspecto de segurança e
controle seriam cobertos pelo projeto de
implantação." - Empresa 2 - Gerente de
Contas a pagar
Custo
"[…] além do custo de trabalhos com
especialistas é alto, principalmente se
executado por empesas de renome." -
Empresa 1 - Gerente de TI
Prioridade na
implantação
"A nossa prioridade era a implantação do
ERP para suprir as deficiências dos
sistemas legados, depois pensaríamos
em algum trabalho específico de
segurança." - Empresa 2 - Gerente de TI
Os resultados obtidos nesta etapa da pesquisa apontam que as empresas que realizaram
atividades de revisão de controles e de segurança, fizeram, não para seguir alguma legislação
mencionada em nossa revisão de literatura, e sim, por ser de uma cultura voltada ao mercado,
porém, focadas e preocupadas também em controles. Isso sugere uma facilidade na realização
dessas atividades e não somente preocupada com a implantação do ERP e nos custos
envolvidos com o projeto. Pôde ser observado que os aspectos de controle e segurança fazem
90
parte da cultura interna das empresas entrevistadas, começando pela alta administração. Esse
aspecto foi um fator importante para a realização ou não dessas atividades.
Pode-se observar na tabela 13 que as únicas respostas que foram dadas pelas áreas de
negócios, também, foram dadas pela área de TI. Elas estão relacionadas aos benefícios que
essas atividades poderiam proporcionar à empresa, além do aumento da própria segurança
durante as fases de implantação do ERP, que seria um dos fatores críticos de sucesso para a
finalização do projeto com êxito. Os demais motivos foram mencionados somente pela área
de TI das empresas.
Em linha do que já foi mencionado na literatura, (Davenport, 1998; D´Andréa et al, 1999),
quando os processos e todos os procedimentos e formas de negócios suportados pelo ERP são
bem implementados, com acompanhamento e um foco em controles e segurança, geram
regras de negócio bem definidas, permitindo controles mais rígidos sobre pontos vulneráveis
do negócio, fazendo com que a empresa ganhe em confiabilidade, integridade dos dados e
padronização de procedimentos. No entanto, analisando a tabela 14, que apresenta os motivos
mencionados pelas empresas que as levaram a não realizarem as atividades de controle e
segurança, as questões relacionadas com a prioridade na implantação e ao custo do projeto
demonstram que o importante seria colocar o ERP no ar o mais rápido possível, seguindo
fielmente os prazos propostos no projeto, independente do risco que as empresas correriam
seguindo essa estratégia.
Pode-se também observar na tabela 14 que as questões de custo e orçamento somente foram
mencionadas pelos entrevistados da área de tecnologia, que foi a responsável pela contratação
das empresas que implantaram o ERP. Por outro lado, o fator relacionado ao desconhecimento
somente foi mencionado por entrevistados das áreas de negócios.
91
5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
Em resposta à pergunta proposta por esta pesquisa, pode-se concluir que as duas organizações
que não realizaram qualquer tipo de trabalho de revisão de controles no ambiente onde está
inserido o ERP tiveram muito mais problemas e dificuldades durante a implantação do
sistema de gestão do que aquelas que realizaram atividades de revisão de controles e de
segurança. Esse fato se aproxima bastante das características referenciadas na literatura
mencionada nessa dissertação.
Identificou-se que, com a realização das atividades de revisão de controles no ambiente ERP,
os riscos que as empresas estariam expostas puderam ser minimizados, do ponto de vista de
controle e segurança, maximizando as chances de sucesso no processo de implantação e no
uso do ERP. Proporcionou, assim, a obtenção dos potenciais benefícios de um sistema de
gestão, com maior controle e segurança. Observou-se, apenas, a necessidade das empresas de
focar no aspecto de treinamento, e de realizar um maior número de testes e simulações no
sistema, ainda em ambiente de testes, o que minimizaria também as questões relacionadas ao
conhecimento e utilização do sistema e de bugs de programas.
Ressalta-se a importância de se efetuar uma configuração criteriosa e eficaz dos parâmetros de
segurança dos vários módulos e da infra-estrutura que suporta o ERP, e da adoção de
controles internos eficazes no ambiente do sistema, garantindo o sigilo, integridade,
privacidade e disponibilidade das informações processadas pelo sistema. Qualquer
necessidade de exceção, em função do processo de implantação, deve ser realizada com
monitoramento e acompanhamento.
92
Porém, é de grande importância destacar, como conclusão final, os diferentes níveis de
conscientização encontrados nas empresas que fizeram parte da pesquisa. As empresas que
não haviam realizado um trabalho de análise e revisão de controles antes ou durante a
implantação do ERP não tinham a cultura voltada para a formalização de controles nos
processos em suas empresas. No entanto, pode-se perceber quanto seria importante a
realização de um trabalho focado nesse tema, que poderia evitar muitos dos problemas
ocorridos durante ou após a implantação do ERP.
Espera-se que os resultados deste trabalho possam preencher algumas lacunas deste campo de
conhecimento ainda tão carente de pesquisas, e que tenham despertado o interesse de
pesquisadores das mais diversas áreas no estudo de trabalhos de identificação de potenciais
riscos nas empresas e na avaliação da eficiência de controles para mitigar esses riscos.
De uma forma geral, pode-se dizer que, em sendo uma pesquisa significativamente qualitativa
e de natureza exploratória, o conjunto proposto da pesquisa deve seguir sendo validado e
expandido. Como foi visto, este é um campo de estudo relativamente novo, e muita coisa
ainda pode ser realizada. O estudo das práticas de revisão de controles é necessário,
principalmente, no momento de forte demanda de novas leis que estão surgindo no mercado
de todo o mundo, exigindo e sugerindo que as empresas cada vez mais foquem e melhorem os
seus controles internos, seja através de ajuda de terceiros ou através de seus próprios esforços,
para trazer maior segurança e transparência nos seus processos de negócios.
Fica então a sugestão para que novos estudos exploratórios sejam desenvolvidos, levando-se
em consideração uma amostra maior de companhias, como forma de colaboração e
enriquecimento da área acadêmica ao processo de elaboração de trabalhos de avaliação da
eficiência de controles e da segurança em ambiente ERP.
93
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Bookman, 2001.
97
GLOSSÁRIO
AUDITORIA DE SISTEMAS / ERP Atividade de monitoramento constante da qualidade e
funcionalidades dos sistemas de informação, garantindo respeito às normas estipuladas para a
companhia e às melhores práticas do mercado.
BUG DO MILÊNIO Erros de programas de sistemas que poderiam ocorrer durante a
passagem do ano de 1999 para o ano 2000.
BUG DE PROGRAMAS Erros de programas de sistemas que estão em processamento.
CRM Customer Relationship Management estratégias de negócio centradas nos clientes
que determinam o redesenho de processos de negócio usando tecnologia de informação.
ERP Enterprise Resource Planning Sistema Integrado de Gestão na língua portuguesa.
Tipo de sistema que têm a integração plena entre os processos de negócios da companhia.
GO LIVE Momento de entrada em produção do sistema ERP. Precedido dos procedimentos
detalhados no plano de cut-over.
IP Internet Protocol - Protocolo que permite o envio de dados de um computador para outro
através da Internet. Qualquer tipo de operação realizada via Internet é efetuada com base no
Endereço IP dos intervenientes, como por exemplo, o envio de uma mensagem de correio
eletrônico ou o acesso a um site.
MRP Materials Requirements Planning técnica para planejamento de suprimentos e de
fabricação que leva em conta as previsões de demanda, as dependências existentes entre os
componentes do produto e os estoques existentes.
98
MRP II Manufacturing Resources Planning extensão do MRP que além dos materiais,
planeja também recursos físicos (capacidade de equipamentos e mão-de-obra) e financeiros.
PERFIL DE ACESSO Forma pela qual são estabelecidas as autorizações para acesso aos
módulos do sistema ERP. São inicialmente identificados, por processos de negócios, quais os
possíveis conjuntos de funções são criados os perfis de acesso. Posteriormente são levantados
os futuros usuários do sistema, e em função das atividades que estes desempenham, são
associados seus perfis de acesso.
PLANO DE CUT-OVER Consiste no plano detalhado de quais passos serão dados para a
correta entrada em produção do sistema ERP. Devem ser detalhados todos os pontos, com
ênfase nos mais críticos, como migração de dados, chaves de usuários e perfis de acesso.
SEC - Securities and Exchange Commission órgão regulamentador nos Estados Unidos.
SCM - Supply Chain Management gerenciamento integrado de fluxos de materiais e
informações em uma rede de empresas que movem ou transformam produtos, desde a origem
das matérias primas até o consumidor final.
SISTEMA LEGADO Sistema existente antes da existência do ERP. Dependendo da solução
adotada pela empresa, alguns sistemas legados podem ser mantidos em operação,
independentemente da existência de módulos equivalentes no ERP. Em muitos casos,
fornecem os dados básicos para alimentação dos cadastros básicos do ERP.
99
ANEXO
Questionário de pesquisa
Este questionário teve como objetivo coletar dados sobre as principais características da
empresa como parte da dissertação na área de Sistema de Informação em Administração e
Controle, desenvolvido pelo Programa de Mestrado Profissionalizante em Administração das
Faculdades IBMEC.
Todas as informações prestadas nesta entrevista foram consideradas estritamente
confidenciais. Com relação à análise das respostas, os resultados foram apresentados de forma
agregada de maneira a tornar impossível identificar respostas individuais.
O questionário foi organizado em 3 partes: a primeira parte buscou coletar dados das
características gerais do entrevistado e da empresa, a segunda parte verificou os aspectos do
projeto ERP e por fim, a terceira parte focou nos aspectos de controle e segurança no
ambiente ERP, como segue abaixo:
1. Dados demográficos do entrevistado e da empresa
2. Projeto ERP
Aspectos relacionados a estratégia
Aspectos relacionados a treinamento
Aspectos relacionados a políticas internas e externas
Aspectos relacionados a infra-estrutura
3. Aspectos de controle e segurança no ambiente ERP
100
Dados demográficos
1. Data da entrevista:
2. Nome do entrevistado:
3. Idade:
4. Qual a sua formação e histórico de cursos?
( ) ensino fundamental completo
( ) ensino médio completo
( ) ensino superior completo
( ) pós-graduação, incluindo mestrado e doutorado
5. Nome da empresa:
6. Qual a sua diretoria (operações, finanças, produção)?
7. Qual a sua posição na hierarquia funcional da organização (Direção / Gerência /
Supervisão / Operacional)?
8. Qual a sua função?
9. Quais são suas responsabilidades básicas?
10. Qual o tamanho de sua área?
11. Há quanto tempo está nessa posição na empresa?
12. Há quanto tempo na profissão?
13. Tempo total de experiência profissional?
101
Dados da empresa
14. Quantos funcionários a sua empresa tem aproximadamente?
15. A sua organização é:
( ) um órgão do governo municipal, estadual ou federal
( ) pública s/ fins lucrativos
( ) pública c/ fins lucrativos
( ) privada s/ fins lucrativos
( ) privada c/ fins lucrativos
16. Qual a atividade principal da sua empresa?
17. Quais os principais processos de negócios críticos ou essenciais da sua empresa?
18. Como você descreveria a cultura da sua empresa?
Projeto ERP
19. Comente sobre o projeto ERP da sua empresa.
20. Qual o ERP que foi implantado em sua empresa?
21. Quando começou o projeto (usar linha do tempo)?
22. Qual foi a data da implantação?
23. Quanto tempo levou a implantação do ERP na sua empresa?
24. Os prazos de implantação foram atendidos (porque)?
25. Qual foi a estratégia da implantação do ERP na empresa (big-bang, modular, por
processos de negócios)?
102
26. Você se envolveu na implantação do ERP na empresa?
27. Qual foi o seu papel na implantação do ERP?
28. Na sua opinião, a alta administração se comprometeu e se envolveu adequadamente na
implantação do ERP? Como?
29. Quais foram os módulos do ERP implantados na empresa?
30. Quais áreas, unidades de negócios e processos foram afetados com a implantação do
ERP?
31. Quantos usuários têm o sistema?
32. Qual foi a complexidade do projeto (prazo, orçamento, escopo)?
33. Os processos foram mapeados ou redesenhados?
34. Qual o nível de padronização e customização que houve no projeto (flexibilidade na
implantação)?
35. Quem foram os principais stakeholders do projeto?
36. Como foi organizado o projeto (quem participou nas equipes, papéis, liderança,
accountability)?
Aspectos relacionados a estratégia
37. O que motivou a implantação do ERP na empresa?
38. O que a empresa e a sua área esperaram do projeto?
39. Os benefícios foram atingidos?
40. Após a implantação, durante o uso continuado do ERP, o sistema vem atendendo as
necessidades de negócio? Como?
41. Quais os problemas e dificuldades percebidos após a implantação?
103
42. Como estão sendo solucionados?
Aspectos relacionados a treinamento
43. Na sua opinião, a sua área teve o treinamento adequado para a utilização do ERP?
44. Em quais módulos a sua área foi treinada?
45. Em geral, o sistema ERP é fácil de ser utilizado?
46. É fácil obter do sistema ERP aquilo que você necessita?
Aspectos relacionados a políticas internas e externas
47. A implantação do ERP foi impactada por alguma legislação (interna e externa)? Qual
legislação e qual foi o impacto?
Aspectos relacionados a infra-estrutura
48. Na sua opinião, a infra-estrutura de tecnologia está suportando adequadamente o sistema
de gestão? Como?
49. Na sua opinião, existe um plano de continuidade para o ambiente de tecnologia da
informação e para negócios?
Aspectos de controle e segurança
50. Na sua opinião, quais os riscos que a empresa correu com a implantação do ERP?
51. Como o aspecto de controle e segurança foi tratado no projeto? Em quais fases?
52. A empresa se preocupa com controles internos e com segurança ou existe na empresa
área de auditoria interna ou de segurança?
104
53. Após a implantação, ocorreu algum fato relacionado com a segurança ou controle do
ERP (ex: falta de segregação de função, cálculo incorreto, indisponibilidade, etc)?
54. Como os problemas de controle e segurança são tratados ou solucionados?
55. Na sua opinião, as informações são íntegras, seguras e disponíveis?
56. Na sua opinião, os perfis e restrições de acesso dos usuários estão adequadamente
definidos e como?
57. Na sua opinião, os processos estão adequadamente segregados e controlados? Porque?
58. A sua empresa já realizou algum trabalho de revisão de controle e segurança? Quando,
qual e como?
59. Caso positivo, porque? E caso negativo, porque?
60. Caso positivo, quais vantagens que você identificou após a realização do trabalho?
(marque todas as opções verdadeiras)
( ) Ambiente mais seguro com informações íntegras;
( ) Restrição de acesso de apenas pessoas autorizadas a transações críticas;
( ) Funções devidamente segregadas, minimizando o risco de fraudes;
( ) Maior garantia da integridade dos processos;
( ) Garantia de que a empresa está seguindo as políticas internas e externas;
( ) Garantia de que a empresa está praticando no ERP as melhores práticas de
controle e de segurança do mercado;
( ) Um dos fatores críticos de sucesso após a implantação;
( ) Outras.
61. Caso negativo, quais as dificuldades enfrentadas? (marque todas as opções verdadeiras)
( ) Falta de segurança no ambiente;
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( ) Falta de controle no ambiente;
( ) Falta de segregação de funções no ambiente;
( ) Falta de garantia de que a empresa está seguindo as políticas internas e
externas;
( ) Usuários com poderes excessivos no ambiente;
( ) Oportunidade de melhoria no processo de manutenção de usuário e perfil de
acesso;
( ) Sub-utilização do ERP;
( ) Outras.
62. Na sua opinião, o ERP está sendo utilizado de forma ótima e todas as suas
funcionalidades estão sendo exploradas?
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