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sensação de dispnéia e reduzir o custo metabólico ao exercício (LISBOA et al., 1997),
bem como a performance ao exercício quando associado à RP. Outros estudos, como o
de Berry et al. (1996), ao comparar exercícios de recondicionamento geral com e sem
TMR associado, não encontraram melhora clinicamente significante da performance ao
exercício e de percepção da dispnéia ao esforço entre os dois tipos de tratamento.
Dessa forma, o TMR tem sido estudado como um método para contribuir para a
condição física geral, mas tal achado é ainda inconsistente (TIEP, 1997;
ACCP/AACVPR, 1997).
Já o treinamento físico geral de tronco, membros superiores e inferiores,
através, por exemplo, de exercícios contra gravidade, cicloergômetros e esteiras, tem
mostrado aumentar a capacidade física ao exercício, a endurance e a força muscular
específica, bem como da musculatura ventilatória, contribuindo, portanto, para a
redução da dispnéia durante o esforço e a tolerância ao exercício, independente da
idade e da severidade da obstrução (VOGIATZIS et al, 1999; CELLI, 1995; CLARK et
al., 1996; MALTAIS et al., 1997; O´DONNEL et al., 1998; TIEP, 1997). Entretanto,
apesar da melhora da capacidade física, os programas de RP, de forma geral, não
promovem alterações espirométricas e gasométricas estatisticamente significativas
(RODRIGUES et al., 2002).
Em um estudo realizado por Bernard et al. (1999) ao avaliarem se a
adição do treinamento de força promove algum benefício adicional em pacientes com
DPOC envolvidos num programa de treinamento aeróbico, constataram um aumento
significativamente maior da massa e força muscular do grupo que realizou treinamento
de força associado ao treinamento aeróbio em relação ao grupo que realizou apenas
treinamento aeróbio. Contudo, nenhuma melhora adicional da capacidade ao exercício,
avaliada pelo consumo máximo de O
2
(VO
2
máx) e teste de caminhada de seis minutos,
ou qualidade de vida foi observada entre os dois grupos.
Todavia, Yoshikawa et al. (2001) encontraram que a massa muscular de
membros inferiores foi um significante fator preditor do VO
2
máx em pacientes com leve
a moderada obstrução de vias aéreas, mas não em pacientes com severa limitação ao
fluxo aéreo. Richardson et al. (1999) evidenciaram que a reserva metabólica muscular
esquelética em pacientes com DPOC severa é similar a indivíduos saudáveis e