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Pedro Paulo Arruda Correia
Estimando Elasticidades das
Exportações Brasileiras de Médio Prazo
Uma Investigação Setorial
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Apresentada como requisito parcial para a obtenção do
grau de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em
Economia das Faculdades IBMEC
Dr. Eurílton Araiujo
Co-orientador
IBMEC – São Paulo
Dr. Alexandre A. Cunha
Orientador
IBMEC – Rio de Janeiro
Dr. Antônio C. Fiorencio
Membro da Banca Examinadora
IBMEC – Rio de Janeiro
Dr. Pedro Cavalcanti
Membro da Banca Examinadora
FGV – Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
Agosto de 2005
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. ii .
Aos meus pais, Pedro e Thereza; aos meus irmãos e,
ao meu querido amigo, Pe. Jorjão.
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. iii .
Agradecimentos
Antes de ser uma obra individual, uma dissertação é, antes de tudo, o resultado do
trabalho de muitos. Portanto, gostaria de agradecer a algumas pessoas que foram
determinantes para que eu pudesse empreender essa longa, trabalhosa, mas gratificante
jornada:
Ao Sr. Secretário Municipal de Fazenda, Dr. Francisco de Almeida e Silva e a sua
Chefia de Gabinete, por conceder a licença especial necessária para a conclusão dos
créditos do curso de Mestrado.
Ao amigo e hoje meu chefe, Francisco A. Pereira Alves, Superintendente do
Tesouro Municipal, pela oportunidade de trabalhar com profissionais de competência
comprovada e pela sincera amizade.
Aos amigos que deixei na Assessoria de Captação de Recursos Externos, da
Secretaria Municipal da Fazenda, em especial a Sonia Maria Ferreira, pela amizade e
ajuda na apresentação deste trabalho.
A Adriano D. Dantas, da Empresa Municipal de Informática - IPLANRIO, pelo
inestimável auxílio no layout de todo o texto.
Ao meu eterno “professor” João B. Bravo, da Superintendência Municipal de
Orçamento, pela amizade, acompanhamento e leitura de todo o trabalho.
A Henry C. P. Pourchet, da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior –
FUNCEX, pela ajuda na bibliografia selecionada.
Por fim, ao corpo docente do Departamento de Pós-Graduação em Economia e,
em especial, ao meu co-orientador e amigo, Eurilton Araújo, e aos demais membros da
banca examinadora, professores Alexandre Cunha e a Antônio C. Fiorencio.
. iv .
Resumo
O objetivo dessa Dissertação é estimar elasticidades-preço e renda de demanda de
médio prazo para as exportações brasileiras, através da utilização de modelos VAR-
VEC.
Para tanto, foram realizados testes de raiz unitária pelo método KPSS, nas séries
de índices de preço e de quantidade, em 17 setores selecionados, e mais um denominado
de Exportações Totais, além do PNB mundial, com base na média ponderada de seis
países: Alemanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália e Japão.
Dos testes de co-integração realizados pelo método de Johansen (1988), foram
obtidos 16 vetores, o que possibilitou a extração de funções de demanda de médio
prazo, permitindo estimativas de elasticidades-preço e renda significativamente
diferentes de zero. Nos dois testes restantes, foram verificados vetores onde admitiu-se
uma função oferta de bens, em razão dos sinais dos coeficientes observados.
Os coeficientes das funções de demanda permitiram a construção de cenários,
compreendendo o período de jan/05 a dez/10, baseados nas médias das variações das
séries de preços e da renda mundial do período selecionado (1995 - 2004). Os resultados
provaram a importância das elasticidades, em especial, da elasticidade-preço de
demanda, como variável crítica para o setor exportador nacional.
. v .
Summary
The main objective of this work is to estimate elasticity-prices and income of
demand of medium term for the Brazilian exportations, by using the VAR-VEC models.
For so much, there were carried out tests of unit root by the approach KPSS, in the
price indices and quantity series, in 17 sectors selected, and one more named Gross
Exports, beyond the GNP world, on the basis of a pondered average of six countries:
Germany, United States, France, England, Italy and Japan.
In the co-integration tests carried out by the approach of Johansen (1988), 16
vectors were obtained, which enable the extraction of demand functions of medium
term, permitting to estimate elasticity-prices and income, significantly unlike zero. In
the two remaining tests were verified vectors where a property offering function were
admitted, on account of the signs of the coefficients observed.
The coefficients of the functions of demand permitted the construction of settings,
comprehending the period between jan/05 and jan/10, based in the medium of the
variations of the series of prices and of the world income of the period selected (1995 -
2004).
The results proved the importance of the elasticity, in special, of the elasticity-
price of demand, as a critical variable for the national exporting sector.
. vi .
Sumário
1 INTRODUÇÃO 9
2 DESEMPENHO RECENTE DA BALANÇA COMERCIAL E DAS EXPORTAÇÕES 12
3 REVISÃO DA LITERATURA 17
3.1 Modelagem Adotada 17
3.2 Métodos de Estimação Empregados 19
3.3 Considerações 19
4 METODOLOGIA 21
4.1 Seleção das Variáveis 23
4.2 Métodos de Estimação 24
4.3 Cenários 29
5 RESULTADOS E CONCLUSÕES 39
5.1 Análise Setorial 40
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 44
7 APÊNDICE 45
7.1 Resultados das Estatísticas 45
7.2 Tabelas 48
. vii .
Listas de Figuras
Figura 1: Evolução do Saldo da Balança Comercial (1995-2004) 12
Figura 2: Taxa de Câmbio Efetiva Real (1995-2004) 13
Figura 3: Exportações (1995-2004) 14
Figura 4: Evolução da Participação Percentual por Fator Agregado (1990-
2004) 15
Figura 5: Participação Percentual das Export. Por Blocos Selecionados
(1985-2003) 16
Figura 6: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Abate de Animais 31
Figura 7: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Açúcar 31
Figura 8: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Agropecuário 32
Figura 9: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Beneficiamento 32
Figura 10: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Calçados e Couros 33
Figura 11: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Equipamentos
Eletrônicos 33
Figura 12: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor Exportações Totais 34
Figura 13: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Extrativa Mineral 34
Figura 14: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Madeira Mobiliário 35
Figura 15: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Máquinas e
Tratores 35
Figura 16: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Óleos Vegetais 36
Figura 17: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Celulose, Papel e
Gráfica 36
Figura 18: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Peças e Outros
Veículos 37
Figura 19: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Refino Produção
Petroquímica 37
Figura 20: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Siderurgia 38
Figura 21: Equação de Demanda de Médio Prazo: Setor de Veículos
Automotores 38
. viii .
Listas de Tabelas
Tabela 1: Valor das Exportações Brasileiras 21
Tabela 2: Cenários – Quadro Resumo 40
Tabela 3: Fator Médio, Elasticidades-Preço e Rank 41
Tabela 4: Quadro Comparativo entre Crescimento Histórico versus
Crescimento Projetado 42
Tabela 5: Resultados dos Testes de Estacionariedade 45
Tabela 6: Resultados das Equações de Co-Integração 47
Tabela 7: Exportações Brasileiras por Fator Agregado 48
Tabela 8: Valor das Exportações Segundo Setor de Atividade 48
Tabela 9: Valor da Exportações por Blocos Econômicos 49
1 INTRODUÇÃO
O grande número de papers, dissertações e teses, que proliferou no meio
acadêmico, nos últimos anos, teve como objetivo encontrar as raízes que resultaram no
ajuste da balança de pagamentos, ocorrido no final dos anos 90 e início desta década.
Durante o primeiro mandato do governo Fernando Henrique Cardoso, sob a égide
do sistema de bandas cambiais, as contas externas registraram um desempenho
excepcionalmente ruim.
1
Um dos indicadores da solvência externa - a razão
Div.Ext./Exp., atingiu 3,9 vezes o valor das exportações de bens, superado somente
pelas crises econômicas geradas pelos planos Cruzado e Bresser
2
.
O balanço de transações correntes apresentou déficit médio anual em torno de
US$ 26,5 bilhões, aproximadamente 5,1% do PIB, financiados, basicamente, por
Investimento Externo Direto (IED) e empréstimos de curto e longo prazos. As crises da
Ásia, em 1997, e a da Rússia, um ano depois, deterioraram ainda mais o quadro, com
suas implicações sobre o nível das reservas internacionais, respondidas pelas
autoridades econômicas, através do aperto da política monetária, agravando a dívida
pública interna.
O fim da âncora cambial, no início de 1999, e a introdução da “livre flutuação”,
criaram, inicialmente, um quadro de deterioração das expectativas, com cenários
voltados para uma escalada inflacionária, e, conseqüentemente, um retorno à indexação
monetária. Contudo, já em fins de 1999 e início de 2000, a balança comercial
apresentou os primeiros sinais de recuperação. Os críticos do sistema de bandas
cambiais apontavam a depreciação real do câmbio, gerada pelo “câmbio livre”, como a
grande responsável pela reversão do comportamento. Modelos econométricos cada vez
mais sofisticados tentavam buscar evidências empíricas que dessem suporte a teses de
que a taxa de câmbio afetava, de forma significativa, as exportações.
Economistas de várias vertentes passaram então a defender a idéia de que o Brasil
deveria seguir as experiências de economias que se baseiam na moeda desvalorizada,
1
No Capítulo Dois, o leitor terá, de forma sucinta, um resumo sobre a economia brasileira da década de 90 e as
causas que culminaram com a crise da balança de pagamentos, segundo analistas.
2
Implementados em 28/02/1986 e 12/06/1987, respectivamente.
10
como forma de gerar superávits comerciais, proporcionando a redução da chamada
“vulnerabilidade externa”, que a crise da balança de pagamentos proporcionou.
Esta Dissertação, ao estimar elasticidades de médio prazo, tomando por base os
preços das exportações e a renda mundial como variáveis explicativas, “complementa”
os trabalhos que vêem o câmbio “como o responsável direto” pelo desempenho das
vendas externas.
Assim, a pesquisa divide-se em sete capítulos, incluindo esta Introdução, além de
um Apêndice Estatístico e Referências Bibliográficas.
No Capítulo Dois, discute-se, de forma sucinta, a política econômica do governo
FHC, mais os dois primeiros anos do governo Lula, com o foco na performance da
balança comercial, e, em especial, das exportações, o que leva ao tema central discutido.
No Capítulo Três, Revisão da Literatura, é apresentado um resumo de dois
trabalhos, Pourchet (2003) e de Kannebley Jr.(2001), do Departamento de Engenharia
Elétrica da PUC-Rio e da FEARP-USP. Respectivamente neles, os autores se
propuseram a buscar evidências da relação entre o câmbio e as exportações. Além
desses textos, o artigo de Bahmani-Oskooee e Brooks (1999), que testou a condição de
Marshal-Lerner (M-L) para os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos será
também discutido. Constata-se a existência da condição (M-L), quando as somas das
elasticidades das exportações e das importações, resultantes de uma depreciação real da
taxa de câmbio no longo prazo, superam, em valor absoluto, a unidade. A conseqüência
é a melhoria da balança comercial.
No Capítulo Quatro, são descritos as metodologias empregadas, o processo de
seleção das variáveis, os métodos de estimação e, os cenários realizados com base nas
hipóteses formuladas. Para as estimativas de funções de demanda de médio prazo,
foram selecionados 17 setores de atividade, classificados de acordo com a FUNCEX -
Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior, que corresponde a 81,3% do total
médio exportado entre 2001-2003, e mais um, denominado de Exportações Totais,
representando a média ponderada desses setores.
Procurou-se, na medida do possível, tornar a Seção 4.2, Métodos de Estimação, o
menos árida possível, indicando as definições, por intermédio de notas de roda pé, os
capítulos, seções, páginas e apêndices, para permitir àqueles mais inclinados à teoria de
séries temporais um aprofundamento dos temas tratados.
Nos Resultados e Conclusões, Capítulo Cinco, são relatados os resultados dos
testes de co-integração, contendo os cenários de todos os setores em que foi possível
11
obter relações de longo prazo entre as variáveis relevantes. Vê-se que um número
significativo de setores, nove, mais precisamente, apresentou crescimento estimado
superior à média (Exportações Totais).
Em quatro setores, foram observadas elasticidades-renda de demanda superiores
às de preço, o que demonstra que as variações na renda mundial “explicam” mais do
que as alterações de preço, ou, em outras palavras, para esses setores, o PIB mundial é a
variável mais importante.
2 DESEMPENHO RECENTE DA BALANÇA COMERCIAL E
DAS EXPORTAÇÕES
3
No período considerado, entre os anos de 1988 a 1993, a economia brasileira
realizou um amplo processo de liberalização comercial, eliminando as principais
barreiras não tarifárias e reduzindo, de forma gradativa, o nível de proteção da indústria
local. Ao final do ano de 1994, a maior tarifa de importação não ultrapassou 40%, com
desvio-padrão para o conjunto, não superior a 8%.
Em 1995, com o Plano Real já em vigor e as políticas de integração comercial do
Mercosul em andamento, a condução da política de importação passou a ser
subordinada aos objetivos da estabilização de preços e proteção (mesmo que moderada)
dos setores mais afetados pela abertura do início da década de 90 (figura 1).
FIGURA 1
Evolução da Balança Comercial
mensal - US$ milhões - 1995 - 2004
-2.250
-1.500
-750
0
750
1.500
2.250
3.000
3.750
4.500
1995 01 1996 01 1997 01 1998 01 1999 01 2000 01 2001 01 2002 01 2003 01 2004 01
Fonte: Ipea Data
De forma sumária, o comportamento da balança comercial a partir da segunda
metade da década de 90, foi condicionado por diversos fatores, a maior parte com
3
Disponível nos sites do Ministério da Indústria e Comércio, do IPEA e FUNCEX, para mais informações acerca
das séries históricas da balança comercial e das exportações brasileiras. Para uma discussão referente à primeira
gestão do governo FHC, sugere-se a leitura do artigo “Abertura e Integração Comercial Brasileira na Década de
90, de André Averbug, em A Economia Brasileira nos Anos 90 – BNDES. Uma análise da política econômica
do Plano Real até os primeiros anos do governo Lula, indicada a leitura dos capítulos 7 e 8 do livro Economia
Brasileira Contemporânea (1945-2004), organizado por Fabio Giambiagi, André Villela, Lavínia Barros de
Castro e Jennifer Hermann Ed. Campus, 2004.
13
efeitos expansionistas sobre as importações. Neste sentido, merecem destaque a
liberalização comercial, a estabilização da economia após o lançamento do Plano Real,
o processo de integração no âmbito do Mercosul, o aprofundamento do programa de
privatizações, a retomada dos investimentos e as crises do México, Ásia e Rússia.
Um fator constantemente lembrado pelos analistas econômicos é a política
cambial por meio de um sistema de bandas cambiais. Segundo seus críticos, o
agravamento do déficit em transações correntes estaria associado a esse sistema,
administrado por um esquema de microdesvalorizações. Os fenômenos - elevação do
déficit corrente e da relação Div/Exp. - eram, então, conseqüência, entre outras, da forte
apreciação da taxa efetiva real (figura 2).
FIGURA 2
Taxa de Câmbio Efetiva real (trimestral)
1995 - 2004
0
25
50
75
100
125
150
175
I.95 I.96 I.97 I.98 I.99 I.00 I.01 I.02 I.03 I.04
Fonte: Ipea Data
Em fins de 1998, o Governo, numa última tentativa de salvar a política
econômica, assinou um acordo de ajuda internacional, sob liderança do FMI. Contudo,
em janeiro de 1999, não restando outra alternativa, as autoridades econômicas foram
obrigadas a romper com a política cambial, adotando a “livre flutuação”.
A política econômica também foi alterada, com a aprovação da Lei de
Responsabilidade Fiscal, a criação de superávits primários, com intuito de conter o
crescimento da razão Div/Pib, e a introdução do regime de metas de inflação.
14
Em dezembro daquele ano, a balança comercial começa a dar sinais de
recuperação, não só devido à redução do volume importado, com também por conta do
aumento das exportações (figura 1).
FIGURA 3
Exportações (FOB) - 1995 - 2004
mensal - em US$
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
10.000
1995 01 1996 01 1997 01 1998 01 1999 01 2000 01 2001 01 2002 01 2003 01 2004 01
Fonte: Ipea Data
O crescimento observado das vendas ao exterior foi impressionante, com o
volume exportado chegando à casa dos US$ 9,194 bilhões, em dezembro de 2004,
versus vendas externas de US$ 2,949 bilhões, em janeiro de 1999, ou seja, um
incremento médio de 1,04% a.m., ou 13,21% a. a. (figura 3).
Em paralelo, foi visto, ao longo dos últimos anos, um aprofundamento do
processo de reestruturação da pauta de exportação em direção a bens manufaturados e
semimanufaturados, intensificando uma tendência prevalecente desde os anos 70, bem
como uma movimentação dos mercados distintos das exportações, em que predominam
os fatores regionais e institucionais na definição dos principais demandantes dos
produtos nacionais.
15
FIGURA 4
Evolução da Participação Percentual por Fator Agregado
0,0
15,0
30,0
45,0
60,0
75,0
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004
sicos semi manufaturados manufaturados
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior – SECEX
A participação percentual dos manufaturados atingiu a casa dos 59% no início da
década de 70, e, em 2004, correspondeu a 54,9% (figura 4).
A queda esteve associada ao desempenho de produtos denominados “básicos”. A
performance foi expressiva. Em 2000, sua participação não ultrapassava a 23%. Em
2004, alcançou 29,6%. Safras recordes, gerando excedentes agrícolas cada vez mais
elevados, respondem por esses ganhos de participação.
Uma análise do destino das exportações por blocos econômicos, entre os anos de
1985-2003, mostra que os mercados Nafta, Mercosul, União Européia e Ásia
respondem, aproximadamente, a 82.1% do total exportado ( tabela contendo os destinos
das exportações para os principais blocos econômicos - Apêndice).
Ao observar o desempenho relativo, vê-se uma leve recuperação no mercado
Nafta e queda nas vendas para a União Européia (juntos, demandaram cerca de 53% do
total em 2003). Em contrapartida, constata-se uma elevação da demanda na Ásia e
queda expressiva na participação expressiva do Mercosul, muito associada à crise vivida
pela economia Argentina nos anos de 2002-2003 .
16
FIGURA 5
Participação Percentual das Exportações por Blocos Econômicos Selecionados
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003
união européia nafta mercosul ásia
Fonte: FUNCEX a partir de dados da SECEX/Mdic
Nonnenberg (1998) destaca que os principais fatores responsáveis pela queda nas
vendas para a União Européia e a relativa estagnação da Nafta devem-se a alterações
recentes na estrutura tarifária, à evolução comercial intrabloco (Mercosul) e a novos
acordos comerciais, que vêm ampliando o mercado para os produtos nacionais.
Em suma, as exportações brasileiras
4
vêm desempenhando, nos últimos anos, um
papel extremamente importante no sentido de ajudar a reduzir a chamada
“vulnerabilidade externa”, provocada por sucessíveis crises vividas ao longo da década
de 90, além de possibilitar a geração de divisas para a demanda de bens e serviços
internacionais e ao acúmulo de reservas necessárias, entre outras, para a “superação” de
eventuais instabilidades na economia mundial.
Deste modo, as estimativas de funções de demanda, somadas à criação de cenários
prospectivos, propostos, irão permitir a avaliação dos setores com a maior capacidade
de “alavancagem” em termos de geração de divisas externas, possibilitando, ainda,
eventuais comparações com os desempenhos verificados durante o período da amostra.
4
Ainda que as exportações tenham crescido recentemente, a sua participação nas exportações mundiais tem
oscilado em torno de 1,0% do total.
3 REVISÃO DA LITERATURA
5
3.1 Modelagem Adotada
O modelo de exportação desenvolvido por Pourchet (2003) se baseou na hipótese
de que as exportações brasileiras são substitutos imperfeitos, como Carvalho e De Negri
(2000), descrevendo as funções de oferta e de demanda, como seguem:
X
d
t
= f(Px
t
/Pw
t
,Yw
t
) (1)
X
s
t
= g(e
t
Px
t
S
t
/Pd
t
, Yp
t
) (2)
X
d
t
= X
s
t
(3)
Onde:
t = tempo
X
d
t
= quantidade das exportações brasileiras em dólares
X
s
t
= quantidade ofertada de exportação
Px
t
= preço das exportações brasileiras em dólares
Pw
t
= preço das exportações mundiais em dólares
Yw
t
= renda mundial
e
t
= taxa de câmbio nominal
S
t
= índice de incentivos fiscais
Pd
t
= índice de preços domésticos
Yp
t
= índice de produção potencial da indústria doméstica
Já Bahmani-Oskooee e T. J. Brooks (1999), analisando o período compreendido
entre o primeiro trimestre de 1973
e o segundo trimestre de 1996, testaram a existência
da condição de Marshal-Lerner (M-L) para os principais parceiros comerciais dos EUA.
De maneira sucinta, constata-se a existência da condição (M-L), quando a soma
das elasticidades das exportações e das importações, resultantes de uma depreciação real
da taxa de câmbio no longo prazo, supera, em valor absoluto, a unidade. A
conseqüência é a melhoria da balança comercial.
5
Nos últimos anos, foram desenvolvidos inúmeros trabalhos com o intuito de estimar modelos econométricos de
exportação e importação no âmbito da economia brasileira. O texto a ser consultado: Tese de Doutoramento de
Kannebley, Jr. S. Política Cambial e Exportação: uma análise empírica; FEARP/USP, 1999.
18
Bahmani-Oskooee e T. J. Brooks (1999) testaram a condição (M-L), com base na
balança comercial bilateral dos EUA com o Japão, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e
Canadá.
As funções de demanda de importações estimadas pelos autores foram dadas por:
LNM
us
it
= α + βLNY
us
t
+ γLNRE
it
+
t
(4)
Onde:
LNM
us
it
= log das importações em termos reais dos EUA, oriundo do parceiro comercial “i”.
LNY
us
it
= log do Produto Nacional Bruto em termos reais dos EUA.
LNRE
it
= log da taxa de câmbio real bilateral entre os EUA e o parceiro comercial “i”.
β > 0, γ > 0 e
t
N(0, δ
2
) e Cov(
t,
t-i
)=0
As funções de demanda de exportações estimadas por Bahmani-Oskooee e T. J.
Brooks (1999) são dadas por:
LNX
us
it
= α´ + β´LNY
it
+ γ´LNRE
it
+ ´
t
(5)
Onde:
LNX
us
it
= log das exportações em termos reais dos EUA para o parceiro comercial “i”.
LNY
it
= log do Produto Nacional Bruto em termos reais do parceiro comercial “i”.
LNRE
it
= log da taxa de câmbio real bilateral entre os EUA e o parceiro comercial “i”.
β´> 0, γ´< 0 e ´
t
N(0, δ
2
) e Cov(´
t,
´
t-i
) = 0
Pourchet (2003) e Kannebley Jr. (2001) tinham o objetivo de aferir a influência do
câmbio nas exportações, tomando setores de atividade, classificados segundo a
metodologia da FUNCEX – Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior, além de
funções de oferta de exportações.
Pourchet (2003) utilizou-se de modelo econométrico na forma log-linear, como a
equação geral descrita abaixo: Kannebley Jr. (2001) em seu trabalho não descreveu o
modelo estimado.
LnX
k
t
=α
k
1
+α
k
2
Ln(P
k
x
t
/P
k
w
t
)+ α
k
3
Ln(Yw
t
) + α
k
4
Ln [(e
t
P
k
x
t
S
t
)/P
k
d
t
]+
α
k
5
Ln(Y
k
p
t
) +
k
t
(6)
Onde:
K = setor exportador de atividade
k
t
N(0, δ
2
) e Cov(
k
t
,
k
t-i
) = 0
com:
α
2
< 0, α
3
> 0, α
4
> 0
e α
5
> 0.
19
A escolha da variável dependente em Pourchet (2003), assim como Kannebley Jr.
(2001), foi o índice de quantidade. Para as variáveis independentes, Pourchet (2003)
elaborou variáveis que captam o efeito-preço, o efeito-renda mundial, efeito - tendência
e o efeito - sazonal, todas com vistas a medir os impactos nas quantidades demandadas
exportadas.
3.2 Métodos de Estimação Empregados
Bahmani-Oskooee e T. J. Brooks (1999) realizaram testes de raiz unitária em
séries trimestrais, utilizando o método KPSS. Todas se mostraram não estacionárias em
nível e estacionárias em primeira diferença I (1).
Para testar a existência de co-integração entre as variáveis, valeram-se da
metodologia do teste de Johansen (1998). Para a estabilidade das elasticidades de longo
prazo o teste escolhido foi o de CUSUM. Pourchet (2003) trabalhou com periodicidades
mensais e trimestrais, compreendendo o período de janeiro de 1991 a dezembro de
2002. Kannebley Jr. (2001) optou pela periodicidade anual, tomando aos anos de 1985 a
1998.
Tanto em Pourchet (2003) quanto em Kannebley Jr. (2001) foram feitos testes de
estacionariedade das séries, por meio dos métodos de Dickey-Fuller aumentado (1979),
e o de Phillips e Peron (1988), em nível e em diferença.
Devido ao elevado número de regressores, que reduziu o número de graus de
liberdade, inviabilizando a realização de testes de co-integração das séries pelo método
de Johansen (1988), Pourchet (2003) optou por calcular as equações como proposto em
Kremes et al (1992), que consiste na estimativa do modelo de defasagens auto-
regressivas distribuídas (ADL) para a solução estática de longo prazo. A dinâmica de
curto prazo foi obtida ao reparametrizar a equação sob a forma de um modelo de
correção de erros (ECM). Kannebley Jr. (2001) se valeu da metodologia de Johansen
(1988), para testar a existências de co-integração entre as séries.
Por fim, Pouchet (2003) aplicou o teste de Chow, para testar a estabilidade dos
coeficientes encontrados a longo prazo.
3.3 Considerações
Bahmani-Oskooee e T. J. Brooks (1999) observaram que as elasticidades-renda
das importações dos EUA são significativamente maiores do que as elasticidades–renda
20
das exportações, ou seja, β>β´, sugerindo, então, que a economia dos EUA poderia
“puxar para fora da recessão” seus principais parceiros comerciais.
Por fim, acharam a existência da condição (M-L) para as relações comercias com
o Japão, Inglaterra, França e Itália. Na relação de comércio com o Canadá e a
Alemanha, não encontraram vetores de co-integração que validassem a teoria.
A conclusão do trabalho de Pourchet (2003) é que o câmbio influencia o
comportamento de longo prazo das exportações, na maioria dos casos estudados, porém,
somente em apenas em 13 dos 29 setores, foram detectadas elevadas influências desta
variável, ou seja, elasticidade-câmbio maior do que 1. Somando ao baixo impacto do
câmbio nas equações das Exportações Totais, Pourchet (2003) concluiu que o impacto
do câmbio no longo prazo não é elevado.
No curto prazo, essa influência é ainda menor, com poucos setores afetados e,
tomando-se mais uma vez os resultados das Exportações Totais, pode-se afirmar que a
influência da taxa de câmbio no desempenho das exportações brasileiras no curto prazo
é baixa.
Kannebley Jr. (2001) realizou testes de causalidade de longo prazo entre duas
variáveis representativas da taxa real de câmbio e os índices de quantum setoriais. A
primeira, presente na função oferta de exportações, expressa a taxa de câmbio real sob a
ótica da lucratividade. A segunda, contida na função demanda estimada, exprime a taxa
de câmbio real sob a ótica da competitividade.
A sua conclusão foi a de que em nove dos 13 setores pesquisados não foi possível
obter uma relação estável de precedência temporal, de longo prazo, entre os estímulos
produzidos sobre a oferta e a demanda, diante da lucratividade e da competitividade,
bem como da quantidade efetivamente exportada para estes setores. Por outro lado,
deduz-se que a manutenção de um nível de taxa de câmbio real, capaz de preservar a
rentabilidade e/ou competitividade dos setores exportadores, é condição necessária,
porém não suficiente para a expansão das exportações ao longo do tempo.
4 METODOLOGIA
6
Na seção anterior, tanto em Pourchet (2003) quanto em Kannebley Jr. (2001), não
foram encontradas evidências empíricas que atestassem o câmbio como variável crítica
no comportamento das exportações no médio prazo.
Os autores citados, de certa maneira, ao focarem suas atenções nos impactos da
moeda estrangeira, “não observaram” os efeitos que as variáveis-preço das exportações
e renda mundial poderiam trazer às quantidades demandadas dos setores por eles
estudados.
Em certo sentido, esta Dissertação, ao estimar elasticidades de longo prazo, com
vistas a captar os efeitos das elasticidades-preço e renda mundial nas vendas externas,
tende a ser uma complementação desses trabalhos e de outros, que se preocuparam com
a questão da taxa de câmbio.
Para avaliar os impactos citados acima, foram considerados 18 setores, sendo que
17 correspondem a 81,1% do total exportado e o 18º denominado Exportações Totais,
refere-se à média ponderada dos preços e das quantidades desses setores (Tabela 1).
TABELA 1: VALOR FOB DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
ORDENADO SEGUNDO A MÉDIA 2001/2003
Valor FOB em US$ milhões
SETORES 2002 2003 2004 MÉDIA PART.(%) ACUM.(%)
1 Peças e outros veículos 6,033 6,185 9,932 7,383 9.6 9.6
2 Agropecuária 3,937 5,498 6,945 5,460 7.1 16.8
3 Siderurgia 3,568 4,808 6,855 5,077 6.6 23.4
4 Extrativa mineral 3,803 4,373 6,188 4,788 6.2 29.6
5 Abate de animais 3,174 4,137 6,226 4,512 5.9 35.5
6 Óleos vegetais 3,046 3,913 4,784 3,914 5.1 40.6
7 Veículos automotores 2,728 3,631 4,869 3,743 4.9 45.5
8 Refino de petróleo e petroquímicos 2,667 3,669 4,388 3,575 4.7 50.2
9 Máquinas e tratores 2,189 3,148 5,142 3,493 4.6 54.7
10 Madeira e mobiliário 2,285 2,752 3,995 3,011 3.9 58.7
11 Calçados couros e peles 2,566 2,778 3,306 2,883 3.8 62.4
12 Beneficiamento de produtos vegetais 2,349 2,659 3,106 2,704 3.5 65.9
13 Celulose, papel e gráfica. 2,085 2,870 2,957 2,637 3.4 69.4
14 Metalurgia de não-ferrosos 2,049 2,300 3,051 2,467 3.2 72.6
15 Açúcar 2,104 2,150 2,646 2,300 3.0 75.6
16 Petróleo e carvão 1,692 2,122 2,528 2,114 2.8 78.4
17 Equipamentos eletrônicos 2,185 2,123 2,022 2,110 2.8 81.1
Fonte: FUNCEX
6
Tabela fornecida por Henry Pouchet da FUNCEX, com a classificação dos setores de atividades mais
representativos em termos de valor exportado.
22
As funções de demanda de um consumidor dão as quantidades ótimas de cada um
dos bens da cesta de sua preferência, de conformidade com os preços e a renda com os
quais ele se defronta.
Podemos descrevê-las como:
X
d
it
= f(P
it
, P
jt
,Y
t
) (7)
Onde:
t = 1, 2, 3,..............
X
d
it
= quantidade demandada do bem “i” em t.
P
it
= preço do bem “i” em t.
P
jt
= preço dos bens substitutos ‘j’ em t.
Y
t
= renda real do consumidor em t.
Funções de demanda se diferenciam no curto e no longo prazos, em virtude da
magnitude de seus coeficientes, ou seja, as de “prazo mais longo” apresentam
elasticidades-preço maiores em relação às de curto prazo. No longo prazo, os agentes se
ajustam completamente às mudanças de preços.
As elasticidades-renda também diferem no curto e no longo prazos. No caso da
maior parte dos bens e serviços – alimentos, bebidas, combustíveis, entretenimento etc.,
a elasticidade-renda da demanda é maior no longo prazo do que no curto prazo.
Neste trabalho, foram estimadas as seguintes funções de demanda:
LnX
it
= α + β
1
i
t
LnP
i t
+ β
2
i
t
LnY
it
+
it
(8)
Onde:
t = 1995:1,.......,2004:4
i= 1, 2,3,........., 18
LnX
it
= log da quantidade exportada do setor ‘i” em t.
β
1
i
t
= elasticidade-preço de demanda das exportações do setor “i” em t.
LnP
it
= log do preço das exportações do setor ‘i” em t.
β
2
i
t
= elasticidade-renda de demanda das exportações do setor “i” em t.
LnY
it
= log da renda real mundial em t.
it
= ruído branco, definido por:
it
N(0,δ
2
) e Cov(
it
,
it -j
) = 0 t # j
β
1
i
t
< 0 , β
2
i
t
> 0
Em (8) não foram considerados os log dos preços das exportações mundiais, LnP
jt
como variável explicativa. A razão de sua exclusão está associada a dois fatores:
23
primeiro, em função das dificuldades em sua obtenção, como também a
existência de algumas “incompatibilidades” com os índices brasileiros por
setores
7
.
segundo, apoiando-se no argumento apresentado por Kannebley Jr. (2001) de
que, em média, os setores exportadores nacionais podem ser considerados
como tomadores de preços no mercado internacional, ou seja, praticantes de
um baixo grau de repasse da taxa de câmbio ao preço de exportação.
Matematicamente, assume-se:
(LnP
it
/LnP
jt
) 0
4.1 Seleção das Variáveis
Para os preços das exportações e quantidades demandadas, foram selecionadas, da
Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior – FUNCEX, séries trimestrais dos
índices de preço e de quantidades de 17 setores de atividade, compreendendo o período
de 1995 - 2004. As séries têm como base média o ano de 1996 e a metodologia
desenvolvida pela própria Fundação.
A série da Renda Mundial Real foi construída tomando-se as médias trimestrais,
ponderadas dos Produtos Nacionais Brutos – PNBs, dos seguintes países: Alemanha,
Estados Unidos, França, Itália, Inglaterra e Japão, no período 1995-2004. Os dados
foram obtidos por intermédio do International Monetary Fund - IMF, IFS-browser data -
bases, em CD-ROOM, com periodicidade mensal (fev/2005). A ponderação levou em
consideração o peso em dólares de cada produto nacional em relação à soma total.
Para transformar os PNBs trimestrais de cada país em dólares reais, foram
realizados os seguintes procedimentos:
8
inicialmente, foram selecionadas as taxas de câmbio nominais dos países em
relação ao dólar. Para compatibilizar os períodos, tomaram-se as médias
trimestrais dessas cotações.
em seguida, selecionaram-se os Índices de Preço ao Consumidor – IPC de cada
país. Pela mesma razão, foram tomadas suas médias geométricas trimestrais.
7
Pourchet (2003) menciona nas p. 41, as dificuldades encontradas para montar as séries de preços das exportações
mundiais compatíveis com as dos setores de atividades nacionais.
8
Para Alemanha, França e Itália, no período referente a 1995:1 a 1998:4, antes da entrada em vigor da moeda
única, o Euro, as inflações foram medidas com base nos seus Índices de Preços ao Consumidor, assim como foi
considerada a sua taxa de câmbio nominal em relação ao dólar. Para os EUA, foi selecionada a série do PNB real
a preços de 2000.
24
Para a “inflação mundial”, escolheu-se o Index Consumer Prices – PCI dos EUA,
considerado em suas médias geométricas trimestrais.
Por fim, para obter os PNBs dos países em dólares reais, foi aplicada a seguinte
fórmula:
PNB
us
it
= PNB
it
[(ε
t
π
t
e
)
/π
t
i
] (10)
Onde:
PNB
us
it
= Produto Nacional Bruto em dólares do país “i” em t.
PNB
it
= Produto Nacional Bruto na moeda corrente do país “i” em t.
(ε
t
π
t
e
)/π
t
i
= Taxa de câmbio real trimestral em t, em que:
ε
t,
corresponde a taxa de câmbio nominal trimestral em t;
π
t
e
, taxa de inflação trimestral mundial em t (PCI-EUA); e
π
t
i
, taxa de inflação trimestral do país “i” em t.
A Renda Real Mundial - PNBT
t
, é então obtida pela seguinte equação:
PNBT
t
= Σρ
i
PNB
us
it
(11)
Onde:
i = 1, 2, 3,......6
t = 1995:1,.........,2004:4
Σρ
i
PNB
us
it
= média ponderada dos PNBs em dólares dos países em t.
Concluindo, para que os modelos de estimação sejam aplicados, tomam-se todas
as séries de índices de preço e de quantidade dos 18 setores escolhidos, mais a renda
mundial real em suas formas logarítmicas.
4.2 Métodos de Estimação
9
A estimativa de funções de médio prazo, em especial as de demanda, implica,
antes de tudo, que se teste a existência de vetor(es) de co-itengração. Este(s) vetor(es)
possibilita(m) a criação de uma combinação linear entre duas ou mais séries não
estacionárias, tornando-as estacionárias.
Os “requisitos” para sua obtenção requerem que as variáveis envolvidas tenham a
mesma ordem de integração e que suas tendências estocásticas estejam “linkadas”.
Em relação à condição de estacionariedade, o teste de raiz unitária é o
procedimento mais adequado, podendo ser representado pelo seguinte exemplo:
9
Enders, Walter (2004). Applied Econometric Times Series, 2.ed. Ed. Wiley.
25
Considere o modelo:
Y
t
= a
1
Y
t-1
+ e
t
(12)
Onde:
e
t
= ruído branco
e
t
N(0, δ
2
) e Cov(e
t,
e
t-i
) = 0 t # i
Diminuindo ambos os lados da equação por Y
t-1,
temos:
Y
t
- Y
t-1
= ΔY
t
= a
1
Yt-
1
+ e
t
- Yt-
1
ΔY
t
= a
1
Y
t-1
- Yt-
1
+ e
t
ΔY
t
= γY
t-1
+ e
t
,
onde γ = (1 - a
1
)
O teste consiste em verificar se
γ
= 0, ou seja, a série é não estacionária. As
estatísticas mais empregadas são Augumented Dickey-Fuller – ADF, Phillips Perron -
PP e o Kwiatkowiski-Phillips-Schmidt-Shin – KPSS, possibilitando estimar equações
que apresentam intercepto, tendência, intercepto e tendência, ou, a ausência desses,
como as equações descritas abaixo:
(I) ΔY
t
= γY
t-1
+ e
t
(Random Walk)
(II) ΔY
t
= a
o
+ γY
t-1
+ e
t
(Random Walk com drift)
(III) ΔY
t
= a
o
+ γY
t-1
+ a
1
t + e
t
(Random Walk com drift e tendência)
A estatística KPSS adota como hipótese nula, -1
<
γ
<
1, ou seja, série
estacionária.
Sob esta hipótese, Kwiatkowiski et al, regride séries {x
t
} em relação a uma
constante r
0,
computando o somatório dos resíduos S
t.
x
t
= r
0
+ ε
t
(13)
S
t
=
)
11
^
(
x
x
t
t
i
t
t
i
t
==
=
ε
, com t = 1, 2, 3,…….,T (14)
26
O teste estatístico KPSS é calculado como:
)(/)(
2^
1
22
^
qST
T
i
t
λ
μ
=
= (15)
O resultado é confrontado com os valores críticos do KPSS aos níveis de
significância α, de 1%, 5% e 10%. A hipótese nula é aceita quando:
KPSS
est.
< KPSS
crit
.
Foram realizados testes em todas as séries para os 17 setores, mais a renda
mundial (PNBT
t
) e as Exportações Totais, através da utilização do método KPSS, em
virtude de sua maior eficiência em amostras finitas. Todas as series se mostraram não
estacionárias em nível e estacionárias em primeiras diferenças I (1).
Na elaboração dos Vetores Auto-Regressivos - VAR, introduzem-se variáveis
exógenas dummies, relativas ao primeiro semestre do ano de 1995, e aos anos de 1997 e
1998, como forma de isolar os efeitos das crises ocorridas no México, Ásia e Rússia,
respectivamente, nas exportações brasileiras.
Um modelo VAR pode ser representado pela seguinte equação matricial:
10
X
t
= A
0
+ A
1
X
t-1
+ A
2
X
t-2
+........ + A
p
X
t-p
+ ε
t
(16)
Onde:
A
0
= vetor dos termos de intercepto
A
i
= vetor dos coeficientes i = 1, 2, ....., p
X
t
= variáveis de interesse
ε
t,
= ruído branco
ε
t
N(0, δ
2
)
Modelos VAR supõe que as séries envolvidas sejam I (0). Vê-se, através do teste
de raiz unitária, que é possível a identificação da condição de estacionariedade,
apresentando a diferenciação como solução. Contudo, nem sempre pode-se diferenciar
para “converter” variáveis não estacionárias em estacionárias.
Por outro lado, existe a possibilidade de encontrar combinações lineares que
permitam tal tarefa. Obtido o vetor de co-integração, a relação de equilíbrio nos mostra
que as variáveis não podem se mover independentemente. Qualquer trajetória fora da
27
rota de equilíbrio é necessariamente transitória.
11
Se isto acontecer, diz-se que as
variáveis co-integram.
Assim, é preciso realizar um teste estatístico capaz de detectar a existência dessa
relação. O teste de co-integração pelo método de Johansen (1998)
12
, identifica os
vetores de co-integração por meio do rank da matriz (π)
13
, conforme observa-se na
equação matricial abaixo:
Δx
t
=πx
t-1
+
=
1
1
p
i
π
i
Δx
t-1
+ ε
t
(17)
onde:
π = - ( I-
=
p
i 1
A
i
) e π
i
= -
+=
p
ij 1
A
j
O rank (π) refere-se ao número de vetores co-integrando. Se π = 0, a matriz é
nula, e a equação 17 é um VAR em primeiras diferenças. Por outro lado, se π = 1 existe
apenas um vetor co-integrando, a expressão πx
t-1
é o vetor de correção de erro. Para
casos em que 1 < rank(π) < n, há múltiplos vetores de co-integração. O rank (π)
corresponde também ao número de raízes características
14
diferentes de zero.
Suponha-se que uma matriz A qualquer tenha “n” raízes características como as
descritas abaixo:
λ
1
> λ
2
> λ
3
> λ
4
>,.....> λn
Se as variáveis em x
t
não são co-integradas, o rank de π é nulo e todas as λ
i
serão
iguais a zero. Os testes para se obter as raízes características que são
insignificativamente diferente de zero (ln1=0) são dados por
15
:
10
Para uma discussão mais detalhada acerca de modelos VAR, sugere-se as seções 5.1 a 5.10 – Enders (op.cit.).
11
Ver Capítulo Seis – Enders (op.cit.).
12
Seções 6.7 - 6.9 – Enders (op.cit.).
13
Para um aprofundamento da álgebra linear empregada no teste de co-integração de Johansen (1998), sugere-se a
leitura do Apêndice 6.2, Enders (op.cit.).
14
Apêndice 6.2, Enders (op.cit.).
15
Enders (op.cit.), descreve nas pp. 352-354, como se dá o processo da escolha do vetor de co-integração baseado
nas equações (18) e (19).
28
λ
trace
(r) = - T Σ ln (1-
λ
^
i
) (18)
λ
max
(r, r + 1) = - T ln (1-
λ
^
r+1
) (19)
λ
i
= valores estimados das raízes características,
r = “número de vetores de co-integração encontrados,”
T = número de observações disponíveis.
Em (18), a hipótese nula refere-se ao número dos distintos vetores ser menor ou
igual a r, diante de uma alternativa geral.
A equação (19) tem como hipótese nula que o número de vetores seja r, diante da
alternativa de r + 1 vetores de co-integração.
Os valores estatísticos encontrados são então confrontados com os seus
respectivos valores críticos λ
trace
e λ
max
, gerados através de simulação de Monte Carlo,
aos níveis de significância, α, de 1%, 5% e 10%.
Os pacotes econométricos disponíveis computam as estatísticas descritas em (18)
e (19), permitindo, ainda, que se estimem as equações de co-integração pelos modelos
VAR e ou VEC.
Na especificação do modelo VAR deste ensaio, foram tomados como variáveis
dependentes os índices de quantidade, de preços e a renda mundial, todos, em sua
logarítmica, para os 17 setores de atividade mais as Exportações Totais.
Para as variáveis independentes, foram considerados os termos de intercepto e as
dummies citadas no início dessa seção.
Na aplicação do teste de Johansen (1988), há as seguintes opções:
Opção I. Inexistência de tendência determinística nos dados:
I.1. Sem o intercepto ou tendência na equação de co-integração ou testar o VAR;
I.2. Intercepto e ausência de tendência na equação de co-integração, sem
intercepto no VAR.
Opção II. Existência de tendência determinística nos dados:
II.1. Intercepto e sem tendência na equação de co-integração e testar o VAR;
II.2. Intercepto e tendência na equação de co-itengração e não tendência no VAR.
Opção III. Tendência determinística quadrática nos dados:
III.1. Intercepto e tendência na equação de co-integração e tendência linear no
VAR.
O teste é concluído observando a especificação quanto aos lags das variáveis
dependentes.
29
Por fim, se as estatísticas λ
trace
e λ
max
indicarem vetores de co-integração que
validem a função de demanda requerida, a escolha se dará com base na estatística log
likelihood que apresentar o maior valor.
A aplicação do teste de Johansen (1988) nos setores de atividade apontou para a
existência de funções de demanda em 16 dos 18 em análise
16
. Em todas as equações, os
coeficientes estimados se mostraram significativamente diferentes de zero.
No Apêndice, Seção 7.1, são apresentados os testes de raiz unitária, realizados em
nível e em primeiras diferenças e as equações de demanda de médio prazo, estimadas
para todos os setores de atividade, mais as Exportações Totais.
4.3 Cenários
Os cenários projetados, para o período de jan/2005 a dez/2010, foram realizados
com base nas seguintes equações.
Projeção da série dos logs dos preços dos setores de atividade:
Lnp
i
t
= Lnp
i
0
(1 + g
i
)
t
(20)
“Efeito elasticidade-preço de demanda”
Lq
i
t
(Lnp
i
t
) = Lnp
i
t
ξ
i
p
(21)
Projeção da série do logs da renda mundial real:
LPnb
t
= LPnb
0
(1 + k)
t
(22)
“Efeito elasticidade-renda de demanda”
Lq
i
t
(LPnb
i
t
) = LPnb
i
t
ξ
i
y
(23)
“Efeito total”:
Lq
i
t
(LPnb
i
t
+ LnP
i
t
) = (Lnp
i
t
ξ
i
p
) +( LPnb
i
t
ξ
i
y
) (24)
Onde:
I = 1, 2, ......,16
t = 01/05 a 12/10
Lnp
i
0
= log dos preços do setor i em dez/04
LPnb
i
0
= log da renda mundial real em dez/04
g
i
= média geométrica das variações trimestrais do preço do setor i
k = média geométrica das variações trimestrais da renda mundial real
ξ
i
p
= elasticidade-preço de demanda do setor i
ξ
i
y
= elasticidade-renda de demanda do setor i
16
As exceções foram os setores de Petróleo Carvão e Metais Não Ferrosos.
30
Por fim, tomam-se os valores acumulados dos impactos das elasticidades preço e
renda de demanda em cada setor, “efeito-total”, fixando o trimestre de jan/05 como
base, ou seja, jan/05=100, com vistas ao cálculo das variações acumuladas e das médias
trimestrais e anuais observadas em cada setor de atividade.
No capítulo cinco, Resultados e Conclusões, foi elaborada tabela contendo os
principais resultados encontrados para cada setor. Nela, o leitor verá, entre outras, os
setores que apresentaram crescimento acima da média, representada pelas “Exportações
Totais” e aqueles com desempenhos inferiores a ela.
31
1 Abate de Animais
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 2.653517Lnp 2.347109LnPnb Lq =
(1.0871)
+
(0.4970)
Setor Abate de Animais
-14
-7
0
7
14
21
28
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
2 Açúcar
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 1.995661Lnp 1.4777793LnPnb Lq =
(0.3912)
+
(0.1787)
Setor Açucar
-14
-7
0
7
14
21
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
32
3 Agropecuário
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 4.506808Lnp 7.530749LnPnb Lq =
(0.8381)
+
(1.9732)
Setor Agropecuário
-40
-20
0
20
40
60
80
100
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
4 Beneficiamento
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MEDIO PRAZO
- 4.3744973Lnp 2.532177LnPnb Lq =
(1.2044)
+
(0.5568)
Setor Beneficiamento de Prod. Vegetais
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
33
5 Calçados e Couros
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 7.023867Lnp 4.130286LnPnb Lq =
(2.0424)
+
(1.0201)
Setor Calçados Couros e Peles
-45
-30
-15
0
15
30
45
60
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
6 Equipamentos Eletrônicos
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 1.866660Lnp 1.614437LnPnb Lq =
(0.2913)
+
(0.14991)
Setor Equip. Eletrônicos
-14
-7
0
7
14
21
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
34
7 Exportações Totais
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 3.681266Lnp 2.704852LnPnb Lq =
(1.6612)
+
(0.8153)
Exportações Totais
-20
-10
0
10
20
30
40
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
8 Extrativa Mineral
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 3.422236Lnp 2.256863LnPnb Lq =
(0.8442)
+
(0.4240)
Setor Extrativa Mineral
-21
-14
-7
0
7
14
21
28
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
35
9 Madeira Mobiliário
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 4.056957Lnp 2.577116LnPnb Lq =
(0.4305)
+
(0.2105)
Setor Madeira Mobiliário
-30
-15
0
15
30
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-preço efeito elasticidade-renda efeito total
10 Máquinas e Tratores
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 6.783624Lnp 3.898564LnPnb Lq =
(1.4275)
+
(0.7125)
Setor Máquinas e Tratores
-45
-30
-15
0
15
30
45
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
36
12 Óleos Vegetais
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 1.016450Lnp 2.182923LnPnb Lq =
(0.4858)
+
(0.6232)
Setor Óleos Vegetais
-7
0
7
14
21
28
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
13 Celulose, Papel e Gráfica
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 1.228113Lnp 2.054247LnPnb Lq =
(0.2386)
+
(0.49647)
Setor Celulose, Papel e Gráfica
-10
-5
0
5
10
15
20
25
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
37
14 Peças e Outros Veículos
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 9.541703Lnp 5.626833LnPnb Lq =
(2.0474)
+
(1.0810)
Setor Peças e Outros Veic.
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
16 Refino Produção Petroquímica
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 2.542459Lnp 1.968734LnPnb Lq =
(1.6208)
+
(0.8319)
Setor Refino Prod. Petroquimica
-21
-14
-7
0
7
14
21
28
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
38
17 Siderurgia
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 0.173498Lnp 0.603976LnPnb Lq =
(0.1082)
+
(0.3061)
Setor Siderurgia
-2
0
2
4
6
8
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
18 Veículos Automotores
EQUAÇÃO DE DEMANDA DE MÉDIO PRAZO
- 3.599784Lnp 2.399770LnPnb Lq =
(0.6254)
+
(0.3124)
Setor Veic. Automotores
-21
-14
-7
0
7
14
21
28
I.05 IV.05 III.06 II.07 I.08 IV.08 III.09 II.10
em log
efeito elasticidae-pro efeito elasticidade-renda efeito total
5 RESULTADOS E CONCLUSÕES
A performance das exportações brasileiras, notadamente no início dos anos 2000,
vem surpreendendo a todos os especialistas em comércio internacional. O crescimento
foi notável. Entre janeiro de 2000 e dezembro de 2004, as exportações cresceram, em
média, cerca de 1,37% a.m., ou 17,74% a. a. Com isso, o déficit comercial que girava
em torno de US$ 697,8 milhões, em fins de 2000, registrou um superávit de US$ 33,69
bilhões no final do ano passado.
17
O ajuste sem precedentes proporcionou a geração de uma série de trabalhos, quase
todos apontando a depreciação da taxa de câmbio real como o elemento precursor da
mudança nas contas externas. Contudo, as evidências empíricas, encontradas nos
trabalhos de Kannebley Jr. (2001) e Pourchet (2003), não à atestou como variável crítica
no desempenho das vendas de bens nacionais no mercado internacional.
Adotando uma visão diferente, esta pesquisa salienta que o “resto do mundo”
dispõe de uma função de demanda, onde os preços dos bens e a renda disponível dão as
quantidades ótimas de consumo da cesta de sua preferência.
O conhecimento das elasticidade-preço e elasticidade-renda de demanda
(variáveis que afetam a curva de demanda de longo prazo), é fundamental para que os
setores exportadores tracem suas estratégias de longo prazo.
As funções de demanda estimadas por meio do modelo,
18
LnX
it
= α + β
1
i
t
LnP
i t
+ β
2
i
t
LnY
it
+
it
,
apresentaram resultados bastante expressivos. Em 16 dos 18 setores selecionados,
obtiveram-se equações de co-integração, em que seus coeficientes se mostraram
estatisticamente diferentes de zero.
17
A reversão do saldo da balança comercial esteve, também, muito condicionada a um menor ritmo das
importações. Tomando o mesmo período de análise, o aumento médio da demanda por bens internacionais não
chegou a 0.5% a.m., correspondendo a um crescimento médio de 5.69% a.a.
18
Em diversos setores de atividade, foram observadas equações de co-integração, com a presença de termos de
intercepto. Contudo, essas não apresentaram as melhores estatísticas log likelihood (variável crítica do processo
de seleção).
40
As equações obtidas
19
proporcionaram o desenvolvimento de cenários,
demonstrados no Capítulo Quatro, cujo resumo é descrito através da tabela 2 abaixo:
TABELA 2: CENÁRIOS – QUADRO RESUMO
(PERÍODO - I.05 A IV.10)
SETORES DE ATIVIDADE
ξ
P
ξ
Y
ψ
ACUM
ψ
TRI
ψ
ANUAL
1 - Máquinas e tratores -6,7836 3,8986 152,13% 3,93% 16,66%
2 - Calçados, couros e peles -7,0239 4,1303 119,41% 3,33% 13,99%
3 - Peças e outros veículos -9,5417 5,6268 92,82% 2,77% 11,56%
4 - Madeira e mobiliário -4,0570 2,5771 87,49% 2,65% 11,04%
5 - Veículos automotores -3,5998 2,3998 85,85% 2,62% 10,88%
6 - Açúcar -1,9957 1,4778 85,72% 2,61% 10,87%
7 - Equipamentos eletrônicos -1,8667 1,6144 64,92% 2,11% 8,70%
8 - Abate de animais -2,6535 2,3477 60,16% 1,98% 8,17%
9 - Extrativa mineral -3,4222 2,2569 57,34% 1,91% 7,85%
EXPORTAÇÕES TOTAIS -3,6813 2,7049 50,88% 1,73% 7,10%
10 - Celulose, papel e gráfica -1,2281 2,0542 34,16% 1,23% 5,02%
11 - Óleos vegetais -1,0165 2,1829 21,98% 0,83% 3,37%
12 - Agropecuária -4,5068 7,5307 21,61% 0,82% 3,31%
13 - Siderurgia -0,1735 0,6040 15,24% 0,59% 2,39%
14 - Refino de petróleo e petroquímicos -2,5425 1,9687 14,97% 0,58% 2,35%
15 - Beneficiamento de produtos vegetais -4,3750 2,5322 -57,58% -3,51% -13,32%
ξ
p
= elasticidade-preço de demanda
ξ
y
= elasticidade-renda de demanda
ψ
acum
= crescimento acumulado estimado
ψ
tri
= crescimento trimestral estimado
ψ
anual
= crescimento anual estimado
5.1 Análise Setorial
O quadro acima permite os seguintes comentários:
a grande maioria dos setores estudados, à exceção da Siderurgia, apresentou
elasticidades-preço de demanda superiores, em valor absoluto, à unidade,
salientando, assim, a importância dos preços internacionais no comportamento
do setor exportador no médio prazo.
Em quatro setores, as elasticidades-renda de demanda superaram às de preço,
são eles: Celulose, Papel e Gráfica; Óleos Vegetais; Agropecuária e Siderurgia.
Serão os mais beneficiados, caso a economia mundial cresça, em média, acima
de 2,78% a. a., correspondente à taxa observada entre 1995 - 2004.
19
Os resultados das equações de co-integração da Tabela 6, estão disponíveis no Apêndice, Seção 7.1
41
Nove dos setores apresentados superam a média, representada pelas
exportações totais, e seis, demonstram projeções de crescimento inferiores a
ela. O comportamento dos preços dos setores foi decisivo na montagem dos
cenários. Aqueles que durante o período da amostra (1995-2004)
experimentaram queda e/ou estabilidade em seus preços, somados às
elasticidades-preço superiores à média, projetaram os melhores crescimentos.
Observar tabela 3 a seguir.
Fica claro que, ao estimar as séries dos logs dos preços como base num fator
constante, obtido das variações trimestrais, aqueles com médias negativas obtiveram
seqüências cadentes em seus preços. Com isso, pode-se esperar, por exemplo,
crescimentos em torno de 16% a.a. para o setor de Máquinas e Tratores, nos próximos
cinco anos.
20
TABELA 3: FATOR MÉDIO, ELASTICIDADE-PREÇO E RANK
SETORES DE ATIVIDADE (1 + GI) ELASTICIDADE-PREÇO RANK
Máquinas e tratores 0,997444072 -6,7836 1
Calçados e couros 1,000340721 -7,0239 2
Peças e outros veículos 1,001908168 -9,5417 3
Madeira e mobiliário 0,999332102 -4,0570 4
Veículos e automotores 0,995532843 -3,5998 5
Óleos vegetais 1,000218247 -3,9871 6
Açúcar 0,985536192 -1,9957 7
Equipamentos eletrônicos 0,991760316 -1,8667 8
Abate de animais 0,988799936 -2,6535 9
Extrativa mineral 1,002249894 -3,4222 10
EXPORTAÇÕES TOTAIS 1,000893788 -3,6813 11
Celulose, papel e gráfica 0,987084468 -1,2281 12
Agropecuário 1,001750786 -4,5068 13
Siderurgia 1,010382549 -0,1735 14
Refino e petróleo 1,007214203 -2,5425 15
Beneficiameto de prodrutos vegetais 0,996526148 -4,3750 16
Um setor que chama a atenção em função das magnitudes de suas elasticidades é
o Siderúrgico. A equação de co-integração obtida registra as menores elasticidades-
renda e preço de demanda dos setores pesquisados, ou seja, é o único que apresentou
inelasticidades-preço e renda de demanda no médio prazo. Sua estimativa de
crescimento indica, assim, que ele não irá “potencializar” os ganhos advindos do
crescimento da renda mundial.
De todos os pesquisados, o Beneficiamento de Produtos Vegetais é o único a
apresentar crescimento anual negativo (13,32% a.a.). Uma leitura mais atenta permite
“arriscar” que, apesar de a série histórica de seu preço se mostrar praticamente estável,
20
Caso a renda mundial também apresente taxas de crescimento próxima a 2,78% a a .
42
sua elasticidade-preço de demanda é cerca de 1,73 vezes maior do que a sua
elasticidade-renda. Para apresentar melhores estimativas, será necessário um
crescimento da renda e/ou uma queda nos preços internacionais, ou uma combinação de
ambas.
Por fim, admitindo que há muitos outros fatores que afetam o comportamento das
exportações, tais como: acordos comerciais bilaterais e, entre blocos econômicos, taxa
de câmbio real, capacidade de negociação setorial, incentivos fiscais, linhas especiais de
crédito, market share de cada setor, tarifas alfandegárias, fixação de cotas de
importação etc., a tabela 4, abaixo, compara as taxas médias de crescimento das vendas
dos setores exportadores, vividos durante o período amostral, com as taxas médias
projetas para os próximos cinco anos.
TABELA 4: QUADRO COMPARATIVO ENTRE
CRESCIMENTO HISTÓRICO VERSUS CRESCIMENTO PROJETADO
Setores de Atividade
ψ
annual
(1995-2004)
Rank
ψ
annual
(2005-2010)
Rank
Máquinas e tratores 8,05% 8 16,66% 1
Calçados, couros e peles 4,69% 12 13,99% 2
Peças e outros veículos 12,03% 4 11,56% 3
Madeira e mobiliário 11,08% 5 11,04% 4
Veículos automotores 15,26% 3 10,88% 5
Açúcar 3,26% 14 10,87% 6
Equipamentos eletrônicos 10,94% 6 8,70% 7
Abate de animais 16,37% 2 8,17% 8
Extrativa mineral 7,27% 10 7,85% 9
EXPORTAÇÕES TOTAIS 8,00% 9 7,10% 10
Celulose, papel e gráfica 0,79% 16 5,02% 11
Óleos vegetais 4,06% 13 3,37% 12
Agropecuária 17,92% 1 3,31% 13
Siderurgia 5,20% 11 2,39% 14
Refino de petróleo e petroquímicos 9,25% 7 2,35% 15
Beneficiamento de produtos vegetais 2,35% 15 -13,32% 16
O comparativo entre os períodos em análise, permite, entre outras, que sejam
feitas as seguintes considerações:
Dos 16 setores estudados, seis, incluindo as Exportações Totais, apresentaram
taxas médias de crescimento próximas uma das outras, indicando, a
importância dos preços e da renda mundial em seus desempenhos.
43
O setor Beneficiamento de Produtos Vegetais apresenta, em ambos os
períodos, as piores performances em termos de taxas médias de crescimento
relativas (posição no rank de crescimento), indicando, assim, uma “baixa
capacidade e alavancagem” frente à geração de divisas externas.
Em situação oposta ao Setor de Beneficiamento, Peças e Outros Veículos se
mostra com “fôlego”, juntamente com Máquinas e Tratores e Veículos
Automotores, para pressionar o crescimento das exportações brasileiras,
ratificando a participação percentual dos bens manufaturados na pauta das
exportações brasileiras.
As Exportações Totais, representando a média ponderada dos setores, tanto no
período amostral quanto no período projetado, com taxas superiores a 7,0%
a.a., deixa otimista o quadro nacional quanto ao futuro do setor.
21
Finalizando, esse trabalho, ao enfocar o papel das elasticidades-preço e renda de
demanda, validadas pelos resultados obtidos nas equações de co-integração, espera
contribuir para o debate sobre as causas que afetam o comportamento das exportações
nacionais.
21
Ressalta-se a importância na manutenção das hipóteses adotadas.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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.
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______. Rompendo com a Ruptura
– Economia Brasileira Contemporânea (1945-2004).
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POURCHET, P.C.Henry. Estimação de Equações de Exportações por Setores: Uma
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RUBINFELD, L.Daniel; PINDYCK, S.Robert. Microeconomia. 5ªed. Ed.Prentice Hall,
2002.
WOOLDRIDGE, M.Jeffrey. Introductory Econometrics. 2ªed. Ed.Thomson, 2003.
7 APÊNDICE
7.1 Resultados das Estatísticas
TABELA 5: RESULTADOS DOS TESTES DE ESTACIONARIEDADE
LOG DO PREÇO LOG DA QUANTIDADE SETORES DE
ATIVIDADE
EM NÍVEL 1ª DIFERENÇA EM NÍVEL 1ª DIFERENÇA
LM-Stat. 0,7557 LM-Stat. 0,3216 LM-Stat. 0,769 LM-Stat. 0,187
1% level 0,739 1% level 0,739 1% level 0,739 1% level 0,739
5% level 0,463 5% level 0,463 5% level 0,463 5% level 0,463
1. Abate de Animais
10% level 0,347 10% level 0,347 10% level 0,347 10% level 0,347
LM-Stat. 0,6163 LM-Stat. 0,0741 LM-Stat. 0,339 LM-Stat. 0,268
1% level 0,739 1% level 0,216 1% level 0,216 1% level 0,739
5% level 0,463 5% level 0,146 5% level 0,146 5% level 0,463
2. Açúcar
10% level 0,347 10% level 0,119 10% level 0,119 10% level 0,347
LM-Stat. 0,1439 LM-Stat. 0,1571 LM-Stat. 0,834 LM-Stat. 0,215
1% level 0,216 1% level 0,739 1% level 0,739 1% level 0,739
5% level 0,146 5% level 0,463 5% level 0,463 5% level 0,463
3. Agropecuária
10% level 0,119 10% level 0,347 10% level 0,347 10% level 0,347
LM-Stat. 0,5564 LM-Stat. 0,1076 LM-Stat. 0,653 LM-Stat. 0,223
1% level 0,739 1% level 0,739 1% level 0,739 1% level 0,739
5% level 0,463 5% level 0,463 5% level 0,463 5% level 0,463
4. Beneficiamento
10% level 0,347 10% level 0,347 10% level 0,347 10% level 0,347
LM-Stat. 0,1731 LM-Stat. 0,500 LM-Stat. 0,747 LM-Stat. 0,286
1% level 0,216 1% level 0,739 1% level 0,739 1% level 0,739
5% level 0,146 5% level 0,463 5% level 0,463 5% level 0,463
5. Calçados e
Couros
10% level 0,119 10% level 0,347 10% level 0,347 10% level 0,347
LM-Stat. 0,3348 LM-Stat. 0,0729 LM-Stat. 0,721 LM-Stat. 0,277
1% level 0,739 1% level 0,739 1% level 0,739 1% level 0,739
5% level 0,463 5% level 0,463 5% level 0,463 5% level 0,463
6. Equipamentos
Eletrônicos
10% level 0,347 10% level 0,347 10% level 0,347 10% level 0,347
LM-Stat. 0,1662 LM-Stat. 0,22 LM-Stat. 0,164 LM-Stat. 0,398
1% level 0,216 1% level 0,739 1% level 0,216 1% level 0,739
5% level 0,146 5% level 0,463 5% level 0,146 5% level 0,463
7. Exportações
Totais
10% level 0,119 10% level 0,347 10% level 0,119 10% level 0,347
LM-Stat. 0,1224 LM-Stat. 0,1108 LM-Stat. 0,724 LM-Stat. 0,267
1% level 0,216 1% level 0,739 1% level 0,739 1% level 0,739
5% level 0,146 5% level 0,463 5% level 0,463 5% level 0,463
8. Extrativa Mineral
10% level 0,119 10% level 0,347 10% level 0,347 10% level 0,347
LM-Stat. 0.537835 LM-Stat. 0.292511 LM-Stat. 0.751937 LM-Stat. 0.313141
1% level 0.739000 1% level 0.739000 1% level 0.739000 1% level 0.739000
5% level 0.463000 5% level 0.463000 5% level 0.463000 5% level 0.463000
9. Madeira Mobiliário
10% level 0.347000 10% level 0.347000 10% level 0.347000 10% level 0.347000
(continua)
46
TABELA 5: RESULTADOS DOS TESTES DE ESTACIONARIEDADE
(continuação)
LOG DO PREÇO LOG DA QUANTIDADE SETORES DE
ATIVIDADE
EM NÍVEL 1ª DIFERENÇA EM NÍVEL 1ª DIFERENÇA
LM-Stat. 0.605577 LM-Stat. 0.113782 LM-Stat. 0.173444 LM-Stat. 0.347207
1% level 0.739000 1% level 0.739000 1% level 0.216000 1% level 0.739000
5% level 0.463000 5% level 0.463000 5% level 0.146000 5% level 0.463000
10. Máquinas e
Tratores
10% level 0.347000 10% level 0.347000 10% level 0.119000 10% level 0.347000
LM-Stat. 0.158925 LM-Stat. 0.078658 LM-Stat. 0.614072 LM-Stat. 0.169488
1% level 0.216000 1% level 0.216000 1% level 0.739000 1% level 0.739000
5% level 0.146000 5% level 0.146000 5% level 0.463000 5% level 0.463000
11. Metais não
Ferrosos
10% level 0.119000 10% level 0.119000 10% level 0.347000 10% level 0.347000
LM-Stat. 0.132347 LM-Stat. 0.133123 LM-Stat. 0.500000 LM-Stat. 0.150066
1% level 0.216000 1% level 0.739000 1% level 0.216000 1% level 0.739000
5% level 0.146000 5% level 0.463000 5% level 0.146000 5% level 0.463000
12. Óleos Vegetais
10% level 0.119000 10% level 0.347000 10% level 0.119000 10% level 0.347000
LM-Stat. 0.556393 LM-Stat. 0.061764 LM-Stat. 0.720046 LM-Stat. 0.500000
1% level 0.739000 1% level 0.739000 1% level 0.739000 1% level 0.739000
5% level 0.463000 5% level 0.463000 5% level 0.463000 5% level 0.463000
13. Papel e Celulose
10% level 0.347000 10% level 0.347000 10% level 0.347000 10% level 0.347000
LM-Stat. 0.512125 LM-Stat. 0.185864 LM-Stat. 0.711402 LM-Stat. 0.198314
1% level 0.739000 1% level 0.739000 1% level 0.739000 1% level 0.739000
5% level 0.463000 5% level 0.463000 5% level 0.463000 5% level 0.463000
14. Peças e Outros
Veículos
10% level 0.347000 10% level 0.347000 10% level 0.347000 10% level 0.347000
LM-Stat. 0.629700 LM-Stat. 0.124552 LM-Stat. 0.575650 LM-Stat. 0.375441
1% level 0.739000 1% level 0.739000 1% level 0.739000 1% level 0.739000
5% level 0.463000 5% level 0.463000 5% level 0.463000 5% level 0.463000
15. Petróleo Carvão
10% level 0.347000 10% level 0.347000 10% level 0.347000 10% level 0.347000
LM-Stat. 0.141203 LM-Stat. 0.053791 LM-Stat. 0.747681 LM-Stat. 0.325302
1% level 0.216000 1% level 0.216000 1% level 0.739000 1% level 0.739000
5% level 0.146000 5% level 0.146000 5% level 0.463000 5% level 0.463000
16. Refino Produção
Petroquímica
10% level 0.119000 10% level 0.119000 10% level 0.347000 10% level 0.347000
LM-Stat. 0.187740 LM-Stat. 0.165487 LM-Stat. 0.607406 LM-Stat. 0.257884
1% level 0.216000 1% level 0.216000 1% level 0.739000 1% level 0.739000
5% level 0.146000 5% level 0.146000 5% level 0.463000 5% level 0.463000
17 – Siderurgia
10% level 0.119000 10% level 0.119000 10% level 0.347000 10% level 0.347000
LM-Stat. 0.653246 LM-Stat. 0.211725 LM-Stat. 0.683504 LM-Stat. 0.500000
1% level 0.739000 1% level 0.739000 1% level 0.739000 1% level 0.739000
5% level 0.463000 5% level 0.463000 5% level 0.463000 5% level 0.463000
18. Veículos
Automotores
10% level 0.347000 10% level 0.347000 10% level 0.347000 10% level 0.347000
LM-Stat. 0,7557 LM-Stat. 0,3216 - - - -
1% level 0,739 1% level 0,739 - - - -
5% level 0,463 5% level 0,463 - - - -
19. Renda Mundial
Real
10% level 0,347 10% level 0,347 - - - -
47
TABELA 6: RESULTADOS DAS EQUAÇÕES DE CO-INTEGRAÇÃO
SETORES DE ATIVIDADE EQUAÇÃO DE CO-INTREGRAÇÃO(*)
LQ LP LPNB
1,0000 2,653517 -2,347109
1. Abate de Animais
(1,0871) (0,4970)
LQ LP LPNB
1,0000 1,995661 -1,477793
2. Açúcar
(0,3912) (0,1787)
LQ LP LPNB
1,0000 4,506808 -7,530749
3. Agropecuária
(0,8381) (1,9732)
LQ LP LPNB
1,0000 4,374973 -2,532177
4. Beneficiamento
(1,2044) (0,5568)
LQ LP LPNB
1,0000 7,023867 -4,130286
5. Calçados e Couros
(2,0424) (1,0201)
LQ LP LPNB
1,0000 1,86666 -1,614437
6. Equipamentos Eletrônicos
(0,2913) (0,1491)
LQ LP LPNB
1,0000 3,681266 -2,704852
7. Exportações Totais
(1,6612) (0,8153)
LQ LP LPNB
1,0000 3,422236 -2,256863
8. Extrativa Mineral
(0,8442) (0,4240)
LQ LP LPNB
1,0000 4,056957 -2,577116
9. Madeira Mobiliário
(0,4305) (0,2105)
LQ LP LPNB
1,0000 6,783624 -3,898564
10. Máquinas e Tratores
(1,4275) (0,7125)
LQ LP LPNB
11. Metais não Ferrosos
(sem equação de cointegração)
LQ LP LPNB
1,0000 1,01645 -2,182923
12. Õleos Vegetais
(0,4858) (0,6232)
LQ LP LPNB
1,0000 1,228113 -2,054247
13. Papel e Celulose
(0,2386) (0,4965)
LQ LP LPNB
1,0000 9,541703 -5,626833
14. Peças e Outros Veículos
(2,0474) (1,0810)
LQ LP LPNB
15. Petróleo Carvão
(sem equação de cointegração)
LQ LP LPNB
1,0000 2,542459 -1,968734
16. Refino Prod. Petroquímica
(1,6208) (0,8319)
LQ LP LPNB
1,0000 0,173413 -0,601187
17. Siderurgia
(0,1082) (0,3061)
LQ LP LPNB
1,0000 3,599784 -2,39977
18. Veículos Automotores
(0,6254) (0,3124)
(*) Os valores entre parênteses refem-se aos desvios-padrões dos coeficientes
7.2 Tabelas
TABELA 7: EXPORTAÇÃO BRASILEIRA POR FATOR AGREGADO - 1990/2004
Valores em US$ milhões FOB
BÁSICOS SEMIMANUFATURADOS MANUFATURADOS TOTAL GERAL (**) PART. % SOBRE TOTAL GERAL
ANO
VALOR (*) VALOR (*) VALOR (*) VALOR (*) BÁSICOS SEMIMAF. MANUF.
1990 8.746 -8,4 5.108 -12,0 17.011 -8,7 31.414 -8,6 27,8 16,3 54,2
1991 8.737 -0,1 4.691 -8,2 17.757 4,4 31.620 0,7 27,6 14,8 56,2
1992 8.830 1,1 5.750 22,6 20.754 16,9 35.793 13,2 24,7 16,1 58,0
1993 9.366 6,1 5.445 -5,3 23.437 12,9 38.555 7,7 24,3 14,1 60,8
1994 11.058 18,1 6.893 26,6 24.959 6,5 43.545 12,9 25,4 15,8 57,3
1995 10.969 -0,8 9.146 32,7 25.565 2,4 46.506 6,8 23,6 19,7 55,0
1996 11.900 8,5 8.613 -5,8 26.413 3,3 47.747 2,7 24,9 18,0 55,3
1997 14.474 21,6 8.478 -1,6 29.194 10,5 52.994 11,0 27,3 16,0 55,1
1998 12.977 -10,3 8.120 -4,2 29.387 0,7 51.140 -3,5 25,4 15,9 57,5
1999 11.828 -8,9 7.982 -1,7 27.329 -7,0 48.011 -6,1 24,6 16,6 56,9
2000 12.562 6,2 8.499 6,5 32.528 19,0 55.086 14,7 22,8 15,4 59,0
2001 15.342 22,1 8.244 -3,0 32.901 1,1 58.223 5,7 26,4 14,2 56,5
2002 16.952 10,5 8.964 8,7 33.001 0,3 60.362 3,7 28,1 14,9 54,7
2003 21.179 24,9 10.943 22,1 39.654 20,2 73.084 21,1 29,0 15,0 54,3
2004 28.518 34,7 13.429 22,7 52.949 33,5 96.475 32,0 29,6 13,9 54,9
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Secretaria de Comércio Exterior – SECEX; Departamento de Desenvolvimento e Planejamento de Comércio Exterior - DEPLA
(*) Variação % sobre o período anterior
(**) A diferença entre o Total Geral e o somatório dos Básicos, Semimanufaturados e Manufaturados refere-se a Operações Especiais.
49
TABELA 8: VALOR DAS EXPORTAÇÕES SEGUNDO SETOR DE ATIVIDADE
Em US$ milhões FOB
SETORES DE ATIVIDADE
PERÍODO
(TOTAL)
EXPORTAÇÕES
TOTAIS
ABATE
ANIMAIS
AÇÚCAR
AGROPECUÁRIA
BENEFICIAMENTO DE
PRODUTOS VEGETAIS
CALÇADOS,
COUROS E PELES
EQUIPAMENTOS
ELETRÔNICOS
EXTRATIVA
MINERAL
MADEIRA E
MOBILIÁRIO
MÁQUINAS
E TRATORES
METALURGIA
NÃO FERROSOS
ÓLEOS
VEGETAIS
CELULOSE,
PAPEL E GRÁFICA
PETRÓLEO
E CARVÃO
REFINO DE PETRÓLEO
E PETROQUÍMICOS
SIDERURGIA
VEÍCULOS
AUTOMOTORES
PEÇAS E
OUTROS VEÍCULOS
TOTAL
SETORES
1995 46.506,00 1.366,5 1.920,2 1.335,8 2.462,5 2.089,9 715,6 3.067,7 1.397,4 2.369,7 2.295,7 3.214,0 2.731,9 54,9 1.811,7 4.131,1 1.176,9 3.189,3 35.330,8
1996 47.747,00 1.572,3 1.608,9 1.672,5 3.100,1 2.351,0 868,2 3.239,9 1.425,4 2.333,3 2.279,5 3.567,1 1.957,0 13,2 1.728,1 4.050,6 1.361,0 3.572,3 36.700,4
1997 52.986,00 1.625,6 1.769,8 3.063,0 2.845,8 2.367,6 1.028,7 3.441,1 1.560,2 2.692,1 2.244,2 3.384,9 2.020,8 6,1 1.792,2 3.678,1 2.654,8 4.225,4 40.400,4
1998 51.120,00 1.652,3 1.940,8 2.786,4 2.996,4 2.098,2 1.020,1 3.857,7 1.428,2 2.459,4 1.758,1 2.672,4 2.012,8 10,0 1.619,9 3.474,2 2.982,2 4.744,5 39.513,6
1999 48.011,00 1.987,9 1.910,7 2.192,5 2.382,4 1.986,4 1.251,9 3.354,1 1.762,5 2.000,5 1.954,7 2.254,3 2.175,7 1,7 1.614,2 2.986,2 1.989,8 4.769,1 36.574,6
2000 55.086,00 1.982,1 1.199,4 2.801,3 2.124,1 2.419,5 2.240,7 3.750,5 1.946,7 2.179,4 2.275,2 2.073,2 2.571,6 158,8 2.490,1 3.526,1 2.770,4 6.636,6 43.145,7
2001 58.223,00 2.931,4 2.279,2 3.810,0 2.026,2 2.620,4 2.343,9 3.623,6 1.966,1 2.184,0 1.831,7 2.643,8 2.216,5 721,3 2.713,3 2.945,2 2.769,3 6.720,0 46.345,9
2002 60.362,00 3.173,5 2.103,5 3.937,2 2.349,2 2.566,1 2.185,3 3.803,2 2.285,2 2.188,6 2.048,9 3.046,2 2.084,6 1.691,8 2.667,1 3.567,8 2.728,0 6.032,9 48.459,1
2003 73.084,00 4.136,9 2.150,4 5.498,4 2.658,4 2.777,9 2.122,7 4.373,4 2.751,8 3.148,0 2.300,0 3.912,7 2.869,7 2.122,3 3.669,2 4.808,3 3.631,0 6.185,2 59.116,3
2004 96.475,00 6.225,6 2.645,5 6.945,0 3.105,6 3.306,0 2.021,8 6.188,2 3.995,2 5.141,9 3.051,1 4.783,9 2.956,9 2.527,7 4.388,3 6.855,2 4.868,7 9.931,7 78.938,3
Fonte: Elaborado pela FUNCEX a partir de dados da SECEX/Mdic.
Ref.:Brasil:Setor
50
TABELA 9: VALOR DAS EXPORTAÇÕES POR BLOCO ECONÔMICO
part. part. part. part. part. part. part. part. part.
perc. perc. perc. perc. perc. perc. perc. perc. perc.
1985 25.639,00 7.400,3 28,9% - - - - - - - - 7.605,4 29,7% 990,3 3,9% 581,4 2,3% - - 16.577,4
1986 22.349,00 6.377,6 28,5% - - - - - - - - 6.898,1 30,9% 1.170,3 5,2% 666,9 3,0% - - 15.112,9
1987 26.224,00 7.493,1 28,6% - - - - - - - - 8.058,0 30,7% 1.387,5 5,3% 1.027,4 3,9% - - 17.966,0
1988 33.789,00 10.256,9 30,4% - - - - - - - - 10.158,5 30,1% 1.637,4 4,8% 1.789,5 5,3% - - 23.842,3
1989 34.383,00 10.357,8 30,1% 276 0,8% 964 2,8% 332 1,0% 1.679 4,9% 9.360,1 27,2% 1.366,9 4,0% 2.232,9 6,5% 5.506 16,0% 32.073,9
1990 31.414,00 10.219,7 32,5% 328 1,0% 1.012 3,2% 233 0,7% 1.368 4,4% 8.745,4 27,8% 1.320,2 4,2% 2.282,5 7,3% 5.267 16,8% 30.776,0
1991 31.620,00 10.133,4 32,0% 230 0,7% 1.036 3,3% 246 0,8% 1.865 5,9% 7.499,0 23,7% 2.303,4 7,3% 2.625,3 8,3% 5.699 18,0% 31.636,9
1992 35.793,00 10.774,1 30,1% 221 0,6% 1.138 3,2% 237 0,7% 2.382 6,7% 8.573,3 24,0% 4.097,5 11,4% 2.502,2 7,0% 5.578 15,6% 35.502,7
1993 38.555,00 10.237,4 26,6% 275 0,7% 1.112 2,9% 256 0,7% 2.755 7,1% 9.478,9 24,6% 5.394,3 14,0% 2.718,7 7,1% 6.112 15,9% 38.339,5
1994 43.545,00 12.201,8 28,0% 382 0,9% 1.349 3,1% 291 0,7% 2.774 6,4% 10.501,3 24,1% 5.921,5 13,6% 2.760,7 6,3% 7.047 16,2% 43.228,9
1995 46.506,00 12.911,9 27,8% 505 1,1% 1.586 3,4% 351 0,8% 3.325 7,2% 9.755,0 21,0% 6.153,8 13,2% 3.237,5 7,0% 8.192 17,6% 46.016,3
1996 47.747,00 12.836,1 26,9% 503 1,1% 1.527 3,2% 296 0,6% 2.943 6,2% 10.497,0 22,0% 7.305,3 15,3% 3.247,0 6,8% 7.814 16,4% 46.968,6
1997 52.986,00 14.512,9 27,4% 378 0,7% 1.519 2,9% 292 0,6% 3.724 7,0% 10.818,9 20,4% 9.043,6 17,1% 3.155,0 6,0% 7.730 14,6% 51.173,8
1998 51.120,00 14.744,7 28,8% 360 0,7% 1.651 3,2% 210 0,4% 3.445 6,7% 11.411,1 22,3% 8.877,1 17,4% 2.118,0 4,1% 5.613 11,0% 48.430,2
1999 48.011,00 13.736,1 28,6% 389 0,8% 1.336 2,8% 269 0,6% 2.648 5,5% 12.429,9 25,9% 6.777,9 14,1% 2.262,3 4,7% 5.732 11,9% 45.581,4
2000 55.086,00 14.784,1 26,8% 756 1,4% 1.347 2,4% 375 0,7% 3.363 6,1% 15.643,0 28,4% 7.733,1 14,0% 2.321,5 4,2% 6.324 11,5% 52.646,5
2001 58.223,00 14.865,4 25,5% 629 1,1% 1.988 3,4% 275 0,5% 3.881 6,7% 16.801,7 28,9% 6.363,7 10,9% 2.400,1 4,1% 6.949 11,9% 54.153,2
2002 60.362,00 15.113,2 25,0% 619 1,0% 2.362 3,9% 292 0,5% 4.139 6,9% 18.658,7 30,9% 3.310,8 5,5% 3.293,8 5,5% 8.791 14,6% 56.579,2
2003 73.084,00 18.102,0 24,8% 617 0,8% 2.860 3,9% 349 0,5% 4.437 6,1% 20.619,1 28,2% 5.671,9 7,8% 4.025,7 5,5% 11.676 16,0% 68.358,1
Fonte: Elaborado pela FUNCEX a partir de dados da SECEX/Mdic
* (ISLÂNDIA, NORUEGA, SUÍÇA)
** (EXCLUSIVE MERCOSUL E MÉXICO)
***(CINGAPURA, COIA DO SUL, FILIPINAS, FORMOSA, HONG KONG, INDONÉSIA, MALÁSIA)
****(EXCLUSIVE ORIENTEDIO)
Total
Bloco
ALADI** NAFTA MERCOSUL
ÁSIA
PAFICO***
PERÍODO ANUAL
Em US$ milhões FOB
Período
Total
Exportação
Blocos Econômicos
União
Europeia
AELC* ÁFRICA OCEÂNIA ÁSIA****
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