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Uma delas foi a Teoria Geral dos Sistemas, demonstrando, entre outras
coisas, o que as várias ciências têm em comum, independentemente de suas
especificidades. Mesmo conservando alguma influência dos princípios do
Positivismo, a Teoria Geral dos Sistemas estabelece uma crítica ao mecanicismo ao
conceituar sistema como sendo um conjunto de elementos interdependentes em
interação; um todo organizado e complexo, caracterizado pelas relações entre as
partes e pelo comportamento do todo, o qual reflete um resultado superior ao
somatório dos resultados individuais de cada parte (BAUER, 1999, MORIN, 2004).
Os sistemas realizam trocas constantes de energia e matéria com os
subsistemas que eles contém, bem como os sistemas maiores nos quais estão
contidos. Portanto, neste sentido, sistemas são abertos. Sistemas são também
orgânicos, pois suas partes são interdependentes, na medida em que uma
modificação em uma delas influencia todas as demais. Finalmente, somente faz
sentido considerar um sistema como tal se ele apresentar um sentido, ou um
propósito, um objetivo (CAPRA, 1997, BAUER, 1999, GILMORE, 1998).
Defendendo idéias bastante semelhantes às da Teoria Geral dos Sistemas,
tem-se a corrente estruturalista, a qual estabelece a estrutura como um conjunto de
elementos sempre considerados em relação ao todo do qual fazem parte. Os
estruturalistas defendem a idéia de que ao estarem organizadas em uma estrutura, as
partes ficam subordinadas ao todo e qualquer modificação em uma delas altera as
relações entre elas, modificando cada uma, bem como a totalidade (BAUER, 1999).
A terceira abordagem surgida nesta mesma época foi a cibernética. Nas
palavras de Bauer (1999, p. 46):
A cibernética é (...) uma ciência da comunicação que visa ao controle. É a
comunicação o que faz de um sistema um todo integrado, e é o controle que
regula seu comportamento. A cibernética representa, portanto, um processo
de transformação de informação que visa à consecução de ações.
A cibernética demonstra a capacidade dos sistemas mecânicos, orgânicos e
sociais de se autocontrolarem e se direcionarem a algum tipo de objetivo através dos
mecanismos de feedback.
Estes mecanismos de feedback estabelecem o caráter de não-linearidade dos
sistemas uma vez que podem ser positivos - na medida em que provocam reações
que reforçam as ações dos sistemas - ou negativos - na medida em amortecem