RESUMO
Esta pesquisa analisa, em especial, o processo da produção de flores nos
municípios de Baturité, Redenção e São Benedito, no Estado do Ceará. A escolha
destes, como objeto de análise do ponto de vista geográfico, deve-se ao destaque
no espaço cearense, no que se refere às metamorfoses na estrutura produtiva e
espacial, que são reflexos das políticas públicas e privadas que criam as condições
favoráveis para a reprodução ampliada do capital. Diante disso, questiona-se a
respeito da expansão da atividade nos últimos seis anos, 2000 a 2005, na economia
cearense. E, na busca de responder a este questionamento, foi possível
compreender as transformações que se dão no espaço agrário. A pesquisa
organizou-se em torno de dois eixos principais: a bibliográfica, que foi realizada,
principalmente, em bibliotecas, órgãos públicos da cidade de Fortaleza e em sítios
eletrônicos com relevância para o trabalho, e a de campo, realizada na região do
Maciço de Baturité, nas propriedades Sítio Olho d’ Água, em Baturité e Sítio Vale do
Piancó, em Redenção, que constituem a empresa Flora Tropical, e na região da
Ibiapaba, nas empresas Reijers Produção de Rosas S.A. e Cearosa Comércio
Exportação Importação de Flores Ltda., em São Benedito, onde as informações e
observações permitiram confrontar os dados bibliográficos coletados à realidade das
regiões. A horticultura ornamental, aqui denominada floricultura, é um dos setores da
agricultura que apresenta maior rentabilidade por área cultivada e que proporciona
rápido retorno financeiro. Além disso, pode ser praticada em pequenos espaços,
constituindo atividade assimiladora de mão-de-obra, exigindo a utilização de técnicas
de cultivo, como também sistema de distribuição e comercialização. Trata-se de uma
atividade em ascensão, com amplo mercado nacional e mundial, apresentando
claras vantagens comparativas no Estado do Ceará, o que justifica a escolha da
temática. A floricultura cearense apresenta vantagens de custos relativas a outros
competidores nacionais e internacionais, confirmando a hipótese de que tais
vantagens comparativas só se converterão em vantagens competitivas de modo a
contribuir com o desenvolvimento econômico do Estado, se houver um esforço
coletivo que faça a promoção dos arranjos produtivos locais da atividade. Desse
modo, constata-se que a floricultura é uma nova alternativa na busca de geração de
emprego e renda, e, para existir, deve haver investimento financeiro, científico,
técnico, político, cultural, sem estes elementos, o setor não vingará.
Palavras-chave: Reestruturação Produtiva. Técnica e Campo. Meio Ambiente.