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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
HOSPITAL DE REABILITAÇÃO DE ANOMALIAS CRANIOFACIAIS
AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO NA SÍNDROME DE STICKLER E
ASSOCIAÇÃO COM FATORES DE RISCO DE PERDA AUDITIVA
NA INFÂNCIA
Angela Patrícia Menezes Cardoso Martinelli
ORIENTADORA: Prof
a
. Dr
a
. Ilza Lazarini Marques
Dissertação apresentada ao Hospital de
Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da
Universidade de São Paulo para a obtenção de
título de Mestre em Ciências.
Área de concentração: distúrbios da comunicação
humana
Bauru
2006
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
HOSPITAL DE REABILITAÇÃO DE ANOMALIAS CRANIOFACIAIS
AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO NA SÍNDROME DE STICKLER E
ASSOCIAÇÃO COM FATORES DE RISCO DE PERDA AUDITIVA
NA INFÂNCIA
Angela Patrícia Menezes Cardoso Martinelli
Bauru
2006
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
HOSPITAL DE REABILITAÇÃO DE ANOMALIAS CRANIOFACIAIS
R. Silvio Marchione, 3-20
Caixa Postal: 1501
17012-900 – Bauru – Brasil
Telefone: (14) 3235 – 8000
Prof
a
. Dr
a
. Sueli Vilela – Reitora da USP
Prof. Dr. José Alberto de Souza Freitas – Superintendente do HRAC – USP
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a
reprodução total ou parcial desta tese.
Angela Patrícia Menezes Cardoso Martinelli
Bauru, de de 2006.
Martinelli, Angela P. M. C.
A
valiação da audição na Síndrome de Stickler e a
associação com fatores de risco de perda auditiva
na infância. / Angela Patrícia Menezes Cardoso
Martinelli. Bauru, 2006.
42f.; il; 30 cm
Dissertação (Mestrado – Ciências) – HRAC/USP
Cópia revisada em _____/_____/_____
Orientadora: Ilza Lazarini Marques
Descritores: 1. Síndrome de Stickler 2.fatores de
risco de perda auditiva 3. fenótipo clínico 4.
avaliação audiológica
M427a
FOLHA DE APROVAÇÃO
Dissertação apresentada e defendida por
ANGELA PATRÍCIA MENEZES CARDOSO MARTINELLI
e aprovada pela Comissão Julgadora em _____ / _____ / ________
Prof.(a) Dr. (a):
Instituição:
Prof.(a) Dr. (a):
Instituição:
Prof.(a) Dr. (a):
Instituição:
Profa. Dra. Inge Elly Kiemle Trindade
Presidente da Comissão de Pós-Graduação do HRAC-USP
Data de depósito da tese junto à CPG:_____ / ______ / ________
MINICURRÍCULO
ANGELA PATRÍCIA MENEZES CARDOSO MARTINELLI
10 de fevereiro de 1955 Nascimento – Bauru – SP.
1975 – 1980 Graduação em Medicina – Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
(UNESP) – Botucatu – SP.
1981 – 1982 Residência Médica em Pediatria – Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
(UNESP) – Botucatu – SP.
1986 – 2002 Membro da Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar do HRAC – USP.
1986 – 2002 Membro da Comissão Científica do Curso de
Malformações Congênitas do HRAC – USP.
1994 – 1996 Membro da Comissão de Ética Médica do
HRAC – USP
1996 – 2004 Chefe do Setor de Pediatria do HRAC – USP
2000 – 2002 Membro do Conselho Deliberativo
representando a Diretoria da Divisão Hospitalar
do HRAC – USP
2000 – 2004 Membro da Comissão de Qualidade Total do
HRAC – USP
1983 até presente data Pediatra do Setor de Pediatria do HRAC – USP
2002 até presente data Membro da Comissão de Revisão de Prontuário
do HRAC – USP
2003 – 2005 Curso de Pós-graduação em Distúrbios da
Comunicação Humana – nível Mestrado –
HRAC – USP – Bauru – SP
DEDICATÓRIA
Ao meu esposo Afrânio,
aos meus filhos Ricardo e Verena
razões da minha felicidade.
AGRADEÇO
A Deus, por Sua infinita bondade, pelas chances que temos de aprender, de
ensinar, de viver...
Aos meus pais, pelo incentivo e apoio em todas as etapas de minha vida.
Aos meus irmãos e sobrinhos, pelos momentos de convivência familiar.
À Prof
a
. Dr
a
. Ilza Lazarini Marques, pela competência e dedicação no
atendimento às crianças com a Seqüência de Robin, pela nossa amizade de
muitos anos, e pela orientação deste trabalho.
À Prof
a
. Dr
a
. Maria Leine Guion de Almeida, pela amizade e cooperação
preciosa na elaboração deste trabalho.
Ás Prof
a
. Dr
a
. Marisa Ribeiro Fineman, e Prof
a
. Heloisa Berttiol pela leitura
deste trabalho e sugestões importantes.
Á Janaina Trovarelli Paes, pela realização dos exames audiológicos.
À Prof
a
. Dr
a
. Inge Elly Kiemle Trindade, pela dedicação ao Curso de Pós-
graduação e apoio à nossa formação.
Aos colegas de mestrado, pelo companheirismo.
À Andréia e todos os funcionários de Pós-graduação, pela ajuda sempre que
necessitamos.
À Dr
a
. Sueli e ao Dr. José Alberto, pela oportunidade, confiança e amizade
demonstrados durante todos esses anos dedicados ao atendimento às crianças
com anomalias craniofaciais.
Aos pais e pacientes, pela disposição e colaboração para a execução deste
trabalho.
SUMÁRIO
Lista de abreviaturas
Lista de siglas
Lista de figuras
Lista de tabelas
Resumo
Summary
1.. Introdução
2. Objetivos
3. Metodologia
3.1. Casuística
3.2. Procedimentos
3.2.1. Avaliação clínica pediátrica
3.2.2. Avaliação audiológica
3.2.2.1. Audiometria tonal limiar
3.2.2.2. Timpanometria
3.3. Método estatístico
4. Resultados
4.1. Fatores de risco
4.2. Características clínicas
4.3. Avaliação audiológica
4.3.1. Audiometria tonal limiar
4.3.2. Timpanometria
4.4. Análise estatística
5. Discussão
6. Conclusão
7. Referências bibliográficas
8. Fontes consultadas
ANEXOS
Aprovação do trabalho pelo Comitê de Ética em Pesquisa
Termo de concordância
Protocolo de entrevista
Protocolo de avaliação audiológica
Tabela de resultados de histórico clínico e exame audiológico
LISTA DE ABREVIATURAS
S – Síndrome
SS – Síndrome de Stickler
SR – Seqüência de Robin
OD – Orelha Direita
OE – Orelha Esquerda
dbNA – Decibel nível sensação sonora
Hz – Hertz
g – Grama
P – Percentil
n – Número
PA – Perda auditiva
PASN – Perda auditiva sensorioneural
PAC – Perda auditiva condutiva
PAM – Perda auditiva mista
P leve – Perda auditiva de grau leve
P mod – Perda auditiva de grau moderado
P grav – Perda auditiva grave
P prof – Perda auditiva de grau profundo
FP – Fissura de Palato
LISTA DE SIGLAS
HRAC – Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais
USP – Universidade de São Paulo
USI – Unidade de Terapia Semi Intensiva
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Percentual de pacientes com Seqüência de Robin 20
Figura 2 – Percentual de crianças com Síndrome de Stickler expostos a fatores
de risco de perda auditiva. 21
Figura 3 – Percentual de limiares audiométricos. 24
Figura 4 – Percepção dos pais quanto a queixa de perda auditiva 24
Figura 5 – Distribuição do percentual do tipo de perda auditiva
por paciente. 25
Figura 6 – Distribuição de percentual do tipo de perda auditiva
por orelha. 25
Figura 7 – Distribuição de percentual do grau de perda auditiva
por paciente. 26
Figura 8 – Distribuição de percentual do grau de perda auditiva
por orelha. 26
Figura 9 – Percentual de resultados do exame timpanométrico. 27
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Fatores de risco para perda auditiva na amostra com Síndrome de
Stickler. 20
Tabela 2 – Resultados dos achados clínicos das crianças com a Síndrome de
Stickler 22
Tabela 3 – Associação entre presença de perda auditiva sensorioneural e
diferentes grupos de crianças da amostra: submetidas e não submetidas a um
ou mais fatores de risco de causa não genética 27
Tabela 4 – Associação entre as crianças que apresentaram a Seqüência de
Robin e as que não apresentaram a Seqüência de Robin em relação aos
fatores de risco para perda auditiva sensorioneural 28
Tabela 5 – Associação entre a presença da Seqüência de Robin e a perda
auditiva sensorioneural 28
Tabela 6 – Associação entre Seqüência de Robin e a perda auditiva condutiva
28
Tabela 7 – Associação entre Seqüência de Robin e a perda auditiva mista
29
RESUMO
A perda auditiva é uma característica importante da Síndrome de
Stickler. Na literatura, poucos trabalhos têm caracterizado essa perda, e não há
estudos do efeito de outros fatores de risco sobre a audição no Stickler.
Realizou-se este trabalho com a finalidade de verificar o fenótipo clínico e
audiológico de um grupo de 26 crianças, com idade média de cinco anos e sete
meses, afetadas pela SS, no Hospital de Reabilitação de Anomalias
Craniofaciais. Após análise dos dados dos exames clínico e audiológico,
concluiu-se que 80,76% (IC 95%, 60, 65 – 93, 44) das crianças apresentaram
perda auditiva, sendo 34,61% (IC 95%, 17, 21 – 55, 66), de perda
sensorioneural associada à SS, tipicamente para altas freqüências; 11,53% (IC
95%, 2, 44 – 30, 15) de perda mista, e 34,61% (IC 95%, 17, 21 – 55, 66) de
perda auditiva condutiva, que é comum nas crianças com SS, devido à
presença da fissura de palato e outras anomalias craniofaciais, levando a uma
disfunção da orelha média com o comprometimento da sensibilidade auditiva.
O grau de perda auditiva variou de leve a grave. A análise estatística pelo teste
de Fisher (p<0,05) não revelou qualquer efeito significativo da exposição das
crianças a outros fatores de risco de perda auditiva sobre a perda
sensorioneural, mostrando ser este tipo de perda auditiva característica da SS.
Na impossibilidade da realização do exame genético molecular, o fenótipo
clínico, associado à avaliação audiológica, pode sugerir o diagnóstico do tipo
da SS.
Descritores: Síndrome de Stickler, fatores de risco de perda auditiva, fenótipo
clínico, avaliação audiológica.
SUMMARY
Hearing loss is an important characteristic of the Stickler’s Syndrome. In
literature, few studies have defined the characterization of this loss, and there
are no studies about the effect of other risk factors of hearing in Sticker. This
present work has been made with the purpose of verifying the clinical and
audiological phenotype of a group of 26 children with average age of 5 years
and 7 months, affected by SS, at the Hospital de Reabilitação de Anomalias
Craniofaciais. After analyzing the data of the clinical and audiological exams,
we concluded that 80.76% (IC 95%, 60,65 – 93,44) of the children have
presented hearing loss, being 34.61% (IC 95%, 17,21 – 55,66) of sensorial
neural loss, associated with SS, typically for high frequencies; 11.53% (IC 95%,
2,44 – 30,15) of mixed loss; and 34.61% (IC 95%, 17,21 – 55,66) of conductive
hearing loss, which is common in children with SS, due to the presence of cleft
palate and other craniofacial anomalies, leading to a disfunction of the mid ear,
with harming of hearing sensibility. The degree of hearing loss has varied from
mild to severe. The statistical analysis through Fisher’s test (p<0.05) didn’t
reveal any significant effect of the exposition of children to other risk factors of
hearing loss to the sensorial neural loss of SS. Due to the impossibility of the
realization of the molecular genetic exam, the clinical phenotype, associated
with the audiological evaluation, may suggest the diagnosis of the kind of SS.
Key words: Stickler’s Syndrome, risk factors of hearing loss, clinical phenotype,
audiological evaluation.
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
1. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
A Síndrome de Stickler (SS) é uma doença autossômica dominante,
caracterizada por anomalias orofaciais, oculares, esqueléticas e auditivas
(Stickler et al., 1965; Herrmann et al., 1975; Liberfarb et al., 1981; Temple et al.,
1989; Snead & Yates, 1999). Dr. Gunner Stickler e colaboradores (1965) que
descreveram a primeira família com SS em 1965, na Clínica Mayo, observaram
vários casos de miopia progressiva com início na primeira década de vida que
resultaram em descolamento da retina e cegueira. Como as pessoas adultas
também exibiam alterações degenerativas em várias articulações com
desenvolvimento epifisário anormal e leve hipermotilidade, essa característica
foi denominada “artro-oftalmopatia progressiva hereditária”. Em 1967, Stickler e
Pugh documentaram perda auditiva sensorioneural leve em dois membros da
família original. Desde os trabalhos iniciados por Stickler, vários outros
indivíduos afetados têm sido descritos na literatura, e a perda auditiva (PA) é
claramente uma característica importante da SS. Mais tarde, os autores
concluiram que, dentro de uma mesma família, ocorre marcada expressividade
genética, tanto com relação à severidade do envolvimento, como com os
sistemas envolvidos.
A SS é geneticamente heterogênea e está associada a mutações
dominantes em pelo menos um dos três genes que codificam os colágenos que
compõem o tecido conjuntivo: COL2A1, COL11A1 ou COL11A2. Diferentes
mutações dominantes nos genes COL2A1, COL11A1 e COL11A2 foram
identificados em indivíduos, ou familiares com SS (Ahmad et al., 1991, 1993,
1995; Richards et al., 1996; Willians et al., 1996; Ballo et al., 1998; Faber et al.,
2000). A SS tipo I, que representa cerca de 75% dos casos, é causada por
mutações no gene COL2A1. A tipo II também chamada “Síndrome de Stickler
não ocular” é causada por mutações no gene COL11A2, e não está associada
a anormalidades oculares, o que diferencia dos tipos I e III. A tipo III é causada
por mutações no gene COL11A1 e pode ser diferenciada dos tipos I e II pelas
características do vítreo ocular com exame de lâmpada de fenda. A SS tipo I e
III são geneticamente similares à Síndrome de Marshall (causada por mutação
no gene COL11A1), o que tem levado a muitos debates sobre sua relação
nosológica. Alguns autores consideram que a diferença entre elas é que na
Síndrome de Marshall as características craniofaciais são mais acentuadas e
persistem na idade adulta, e ocorre alta prevalência de perda auditiva
sensorioneural (PASN) de grau greve a profundo. As manifestações clínicas da
SS são devidas a uma displasia do tecido conjuntivo, autossômica dominante.
Os quatro sistemas mais afetados são: craniofacial, esquelético, ocular e
auditivo.
A aparência facial de SS consiste em um perfil facial achatado com
hipoplasia da face média ou mandibular (Jones; 1997). Outras características
faciais incluem: olhos proeminentes ou hipertelorismo ocular, pregas
epicânticas (Optiz, France, Hermann & Spranger; 1972), severa hipoplasia de
septo nasal (Jacobson, Jacobson & Gibson, 1990), depressão da ponte nasal,
nariz pequeno (Jones; 1997) e filtro longo (Lucarini, Liberfarb & Eavey; 1987).
Micrognatia é um achado freqüente e pode estar associada a glossoptose
causando a Seqüência de Robin (SR) (Lucarini et al., 1987). A SR tem sido
considerada um importante sinal clínico no diagnóstico da SS. A SR apresenta-
se como condição isolada, associada ou não a outras anormalidades, ou então,
como componente de síndromes conhecidas (Marques et al., 1998). Hermann
et al., (1975) estimaram que 50% dos pacientes com SR são portadores de SS.
Estudos realizados no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais
(HRAC) com 159 lactentes com a SR, relacionando as síndromes genéticas
associadas a essa anomalia, mostrou ser a SS a mais freqüente (Marques et
al., 2001). A incidência de fissura de palato (FP) relatada na SS variou
bastante: de 28% (Popkin & Polomeno; 1974) até 65% (Weingeist et al., 1982)
e provavelmente reflete diferentes métodos de avaliação.
Ao nascimento, a FP e a SR podem ser os sinais clínicos mais
importantes da SS. A SR é caracterizada por micrognatia e glossoptose com ou
sem FP, é clinicamente definida por obstrução das vias aéreas superiores e
dificuldades alimentares que são mais freqüentes e mais graves nos primeiros
meses de vida. A heterogeneidade das manifestações clínicas é uma das suas
características podendo ser expressas desde leve dificuldade respiratória e
alimentar até graves crises de asfixia que podem levar ao óbito, se não houver
rápida intervenção médica. Com o alívio da obstrução respiratória, ocorre
melhora do padrão respiratório com conseqüente melhora da alimentação,
garantindo uma condição nutricional favorável ao crescimento e
desenvolvimento.
As anomalias esqueléticas na SS foram bem descritas por Stickler et al.,
(1965). Em geral, incluem desenvolvimento anormal das superfícies articulares,
degeneração articular prematura e hiperextensibilidade articular. Cotovelos,
pulsos, quadris, joelhos e tornozelos são freqüentemente afetados. O
crescimento costuma ser normal, embora alguns pacientes com SS tenham
estatura abaixo do percentil 3 (Temple, 1989). Gorlin et al., (1990) encontraram
cerca de 25% dos pacientes desta síndrome com altura abaixo do percentil 3.
Com relação às anomalias oculares, a miopia, geralmente congênita e
de alto grau, é um sinal clínico oftalmológico comum na SS (Stickler et al.,
1965; Hermann et al., 1975). Na família original descrita por Stickler et al.,
(1965) o grau de miopia variou de 8 a 18 graus.
Cerca de 40% dos indivíduos com a SS apresentaram miopia antes dos
10 anos de vida; 75% até 20 anos de vida e, alguns indivíduos não
apresentaram miopia (Novak, 1998).
Cerca de 45% dos indivíduos com a SS apresentam catarata (Gorlin et
al., 1994). Catarata cortical pode ocorrer em idade precoce e catarata
esclerótica nuclear típica é freqüente em indivíduos relativamente jovens. Em
alguns casos, a catarata pode ser secundária ao descolamento de retina
(Hermann et al., 1975). Cerca de um terço dos indivíduos apresentam
glaucoma e hipertensão ocular (Brown et al., 1993).
Embora as anomalias oculares sejam extremamente importantes na SS
(Zlotogora et al., 1992), elas podem estar ausentes em alguns indivíduos,
principalmente em idade precoce. Wilson et al., (1996) observaram que 34%
dos 17 indivíduos com SS, por eles estudados, não apresentavam anomalias
oculares. Zechi (1998), em seu estudo de 14 crianças (0 a 7 anos) com SS,
não encontrou anomalias oculares em 50% dos casos. Segundo Nowak (1998),
crianças com SS, que inicialmente não apresentam anomalias oculares podem
ainda desenvolver problemas visuais.
A PA, outro achado da SS, pode ser sensorioneural (PASN), condutiva
(PAC) ou mista (PAM).
A causa da PASN parece ser um déficit sensorioneural primário
associado a uma alteração do epitélio pigmentar da orelha interna similar às
alterações do epitélio pigmentar da retina (Weigeist et al., 1982). Outro fator
possível seria a anormalidade do colágeno, que é o maior componente de
tecido conjuntivo da orelha interna (Helfagott et al., 1991). A PAC deve-se a
disfunção da orelha média que acompanha as anomalias craniofaciais da SS
como a FP, SR, canal auditivo estreito (Giedion et al., 1982) ou a hipoplasia da
face média (Willians et al., 1981).
Apesar da PA ter sido descrita há mais de três décadas como uma das
principais características da SS, relativamente poucos estudos têm
caracterizado a freqüência, o tipo e grau da PA nos indivíduos com Stickler. A
PA na SS não tem sido bem caracterizada devido sua variabilidade e ainda
pelo baixo número de indivíduos estudados nos trabalhos realizados (Admiraal
et al., 2000; Liberfarb et al., 1981).
Northern e Downs (1989) afirmam que a aquisição de linguagem ligada à
audição é própria dos seres humanos porque é função das células nervosas da
região temporal, dependente dos primeiros períodos de maturação da vida
infantil. Quanto mais for adiada a estimulação da linguagem auditiva, menos
eficiente será a habilidade de linguagem. A razão é que existem períodos
cruciais para o desenvolvimento de funções biológicas, e a linguagem é uma
das funções biológicas dos seres humanos. Uma criança que, em seus
primeiros 2 ou 3 anos de vida, se prive de estimulação adequada de linguagem
nunca atingirá por completo seu melhor potencial de função de linguagem, seja
privação por falta de audição ou por falta de experiência de linguagem de boa
qualidade. Por essas razões, é urgente investigar os problemas auditivos nas
crianças que estão expostas a fatores de risco para deficiência auditiva. A
prevenção da PA infantil protege o direito das crianças à sua condição humana
essencial, que repousa sobre a função ótima da linguagem. Além do risco para
deficiência auditiva associada à síndrome, as crianças com a SS poderão estar
expostas a outros fatores de risco para audição nos períodos pré-natal e pós-
natal. Na literatura não há estudos do efeito desses fatores de risco sobre a
audição na SS.
Souza (1995) descreveu os fatores de risco para deficiências auditivas
no período neonatal:
história familiar de deficiência auditiva;
infecções congênitas;
anomalias craniofaciais;
síndromes genéticas que ocorrem com deficiência auditiva;
anóxia neonatal;
peso de nascimento menor que 1500 gramas;
ventilação mecânica por mais de 10 dias;
hiperbilirrubinemia maior do que 20 mg/100 ml de soro;
meningite bacteriana / encefalite viral;
septicemia neonatal;
medicação ototóxica por mais de 5 dias (aminoglicosídeos, diuréticos).
O conhecimento dos fatores de risco para a audição nos períodos pré e
peri-natal é extremamente útil para o histórico das crianças que apresentam
PA. A incidência de PA nesse grupo de risco é de 2,5 – 5%, do tipo
sensorioneural e o grau geralmente varia de moderado a profundo (Northern e
Downs, 1989).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a deficiência auditiva
afeta cerca de 10% da população mundial, sendo atualmente, a principal causa
de deficiência física crônica sem tratamento no mundo (Bento, 1986).
Em 1982, a Comissão de Triagem da Audição recomendou que, sempre
que possível, o processo de diagnóstico seja completado e se inicie o
aparelhamento aos 6 meses de vida. Segundo Bento (1996), quando se trata
de deficiência auditiva congênita ou adquirida antes da criança iniciar a fala
(fase pré-linguística).
O diagnóstico no Brasil é realizado, em média, aos 2 anos de vida,
enquanto que nos Estados Unidos, esse diagnóstico é feito aos 6 meses, o que
é ideal. O tratamento precoce da PA melhora o prognóstico de
desenvolvimento da fala e linguagem.
Estima-se que uma em mil crianças, manifesta perda auditiva grave
(P grav) ou profunda (P prof) ao nascimento ou na fase pré-linguística, e que
em 50% a causa seja genética. Segundo Arnos (1999) mais de 200 formas de
hipoacusia genética são conhecidas, nas quais incluem-se PA isoladas e
associadas a uma variedade de outras anomalias, ou síndromes genéticas
específicas. Existe uma grande dificuldade na diferenciação entre a perda
geneticamente determinada e a PA congênita adquirida. Para o diagnóstico da
PA em uma criança abaixo dos 6 meses de vida deve-se analisar os dados do
histórico clínico e genético. O exame físico é de extrema importância, com
atenção para o exame da cabeça e pescoço, a otoscopia, e exames
instrumentais, a audiometria de observação comportamental, emissões
otoacústicas e o potencial evocado de tronco encefálico, devem ser realizados
nos casos de risco de PA para definição da causa do comprometimento
auditivo. Exames laboratoriais, como os testes para infecções congênitas
podem definir as possíveis causas da deficiência auditiva.
As doenças infecciosas, que ocorrem no período pré-natal, são a causa
primária da deficiência congênita adquirida. As infecções “TORCH” podem ser
adquiridas pelo embrião ou feto durante a gestação ou pelo recém-nascido na
hora do parto. Essas infecções com freqüência são clínicamente inaparentes, e
quando as infecções são identificadas, seus sinais associados e sintomas são
quase indistinguíveis. Uma infecção subclínica pode resultar nos mesmos
sérios defeitos com os da que é clínicamente aparente. O maior e mais comum
exemplo das infecções “TORCH” é a rubéola materna. Salermo et al., (1985)
mostraram que, em um grupo de 67 crianças deficientes auditivas congênitas,
29,85% eram decorrentes de rubéola materna. A PA é a manifestação mais
comum da rubéola congênita e, em contraste com outras manifestações
clínicas (catarata, cardiopatia, atraso mental), ela pode ocorrer isoladamente
(Mauracher et al., 1993). A PA é, em geral, do tipo sensorioneural, de grave a
profunda com curva audiométrica horizontalizada caindo gradativamente nas
altas freqüências.
A doença de inclusão citomegálica é, atualmente, considerada a mais
freqüente das infecções “TORCH”, sendo responsável por grande número com
PA e atraso mental (Stagno et al., 1985). Pode causar vários e diferentes graus
de PA, entre outras seqüelas (microcefalia, hidrocefalia, calcificações
intracranianas, atrofia óptica, icterícia, atraso mental, distúrbio de linguagem)
em crianças sintomáticas e assintomáticas.
A toxoplasmose congênita é outra doença infecto contagiosa importante
como causa de deficiência auditiva. Braga et al., (1998) mencionam que, em
mulheres grávidas infectadas, o protozoário (Toxoplasma gondii) pode
atravessar a barreira placentária, determinando o aparecimento de lesões
congênitas graves no feto, como lesão coclear associada a problemas
auditivos, calcificações intracranianas e atraso mental.
A lues, tanto congênita como adquirida, pode apresentar, além de outras
características, anomalias do sistema nervoso central, com disfunção vestibular
e PASN (Northern e Downs, 1989). Os afetados pela forma congênita, podem
apresentar defeitos ósseos e atraso mental. Segundo esses autores, o
problema auditivo pode não aparecer ao nascimento. A PA, usualmente
repentina, bilateral e simétrica, instala-se, geralmente no início da infância, com
grau variando de grave a profundo. Devido à atrofia do sistema nervoso central,
a PA pouco será auxiliada pelos aparelhos auditivos.
Dentre os agentes não infecciosos, certas drogas usadas durante a
gestação podem, ocasionalmente, causar danos à cóclea e/ou à porção
vestibular da orelha interna causando PASN permanente, de grau moderado a
profundo, acompanhada freqüentemente, de vertigem, náusea ou instabilidade
da marcha. A ingestão de drogas ototóxicas por uma mulher grávida pode ter
como conseqüência, uma criança portadora de PA, a qual pode ocorrer de
forma isolada ou associada a outras anomalias. Entre as drogas mais
conhecidas como responsáveis de PA no período pré-natal estão a cloroquina,
a talidomida, o quinino, os salicilatos e os antibióticos aminoglicosídeos. Quase
todas as drogas disponíveis, para o tratamento medicamentoso, têm o
potencial de comprometer de alguma forma o organismo humano. Os
tratamentos medicamentosos tornam-se momentos de decisão, onde se pesa
de um lado o benefício ao indivíduo e de outro, o risco de efeito colateral
adverso. A avaliação de algumas drogas mais freqüentemente usadas no
recém-nascido, como os diuréticos e aminoglicosídeos é um problema, uma
vez que essas crianças já estão sendo submetidas a outros tratamentos de alto
risco para a audição, como o de prematuridade, desnutrição intra-uterina,
infecções sistêmicas, icterícia, insuficiência respiratória, além da exposição a
ruídos de isolete, respiradores e monitores na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI). Essas situações freqüentemente acompanham a criança com SR
associada a SS.
Nakata (2000), descreve os fatores ambientais mais comuns causadores
de deficiência auditiva na infância, conforme tabela abaixo.
Período Fatores ambientais
Pré-natal Infecções TORCH (toxoplasmose, rubéola,
citomegalovírus, herpes simples, outras infecções
bacterianas)
Terapia materna com drogas ototóxicas
Irradiação na gestação
Peri-natal Trauma de parto
Desnutrição intra-uterina
Prematuridade
Hipóxia
Hiperbilirrubinemia (Kernicterus)
Internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
Pós-natal Infecção da orelha média (otite)
Meningoencefalite (meningocócica, pós-sarampo)
Meningite
Sarampo
Caxumba
Traumatismo craniano
Drogas ototóxicas
No período pós-natal, infecções bacterianas e virais, otites médias são
fatores predisponentes à deficiência auditiva.
A meningite bacteriana é, há muito, reconhecida como a principal causa
da PASN bilateral profunda de origem infecciosa na infância. O agente
infeccioso passa das meninges a orelha interna através do aqueduto coclear e
o meato auditivo interno para os vasos e nervos (Paparella e Suguiro, 1967).
As viroses comuns tidas como possíveis causas de PASN de grau
moderado a profundo são: caxumba, sarampo, varicela, gripe e o vírus do
resfriado comum.
A otite média é uma das patologias mais comuns da infância, com maior
incidência na criança abaixo de 4 anos. Por definição, a otite média é uma
inflamação da orelha média que pode ter ou não origem infecciosa. A otite
média com efusão (otite média serosa) é uma condição na qual o espaço da
orelha média está preenchido por qualquer tipo de fluído não contaminado, e a
membrana timpânica está retraída (Paparella, 1976). A otite média serosa é
uma condição comum nas crianças com Stickler, devido à presença da fissura
de palato (FP), SR e outras anomalias craniofaciais associadas, levando a uma
disfunção mecânica da tuba auditiva com acúmulo de fluído na orelha média, e
o comprometimento da audição. O exame audiológico dessas crianças, na
maioria das vezes, mostra deficiência auditiva condutiva de grau leve a
moderado, em geral bilateral, nas freqüências médias da fala. O exame
timpanométrico apresenta curva tipo B característica de disfunção da orelha
média.
Um estudo sobre a caracterização da PA na SS incluindo avaliação dos
possíveis fatores de risco para deficiência auditiva é de fundamental
importância para definição da etiologia da PA, principalmente a sensorioneural,
porque as crianças com SR geralmente estão expostas a fatores de risco, nos
primeiros meses de vida (prematuridade, hipóxia de parto, hipóxia neonatal,
internação em UTI, antibioticoterapia), esta seqüência está presente em
percentagem elevada nas crianças com SS. Os estudos sobre PA em SS não
consideraram os fatores de risco supracitados, portanto, pretende esse estudo,
avaliar a audição na SS considerando-se todos os aspectos etiológicos.
OBJETIVOS
2. OBJETIVOS
Objetivo geral
O presente trabalho de pesquisa teve como prioridade analisar as
características da audição em um grupo de crianças com Síndrome de Stickler,
pacientes do HRAC.
Objetivos específicos
Analisar as características da perda auditiva na SS quanto à freqüência,
tipo e gravidade.
Analisar os fatores de risco para perda auditiva, aos quais as crianças
afetadas pela SS foram expostas durante a gestação, períodos peri-
natal e pós-natal, e a associação desses fatores com a perda auditiva.
MATERIAL E MÉTODOS
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Casuística
Para o estudo foram selecionadas 26 crianças, de ambos os gêneros,
com idade em meses, variando de 41 a 99 (Md=82,5), portadores da SS, com
hipótese diagnóstica realizada pelo Serviço de Genética Clínica do HRAC.
As crianças participaram do estudo após os responsáveis assinarem o
termo de concordância livre esclarecido (anexo 2). Esse trabalho foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HRAC (anexo 1).
3.2. Procedimentos
3.2.1. Avaliação clínica pediátrica
Todas as crianças foram avaliadas pela pesquisadora no Ambulatório de
Saúde Pública do HRAC. Foi aplicado um questionário (anexo 3) aos pais,
baseado no protocolo de avaliação de audição sensorioneural de crianças com
deficiência auditiva (Northern e Downs, 1989) e modificado pelo autor do
presente estudo, sobre o histórico familiar sugestivo da SS, os antecedentes
pessoais nos períodos gestacional, peri-natal, pós-natal e a seguir, foi realizado
o exame físico pediátrico.
Os dados da história clínica do paciente foram complementados através
de consultas realizadas ao prontuário dos pacientes na secção de arquivo do
HRAC.
3.2.2. Avaliação audiológica
A avaliação audiológica foi realizada no Setor de Fonoaudiologia do
HRAC, com inspeção visual do meato acústico externo com otoscópio, modelo
Standart N 2.5, da marca Heine; audiometria tonal limiar e timpanometria.
3.2.2.1. Audiometria tonal limiar
A avaliação foi realizada em cabina acústica. Os estímulos foram
apresentados nas freqüências de 250 a 8000 Hz, por condução aérea. Quando
necessário, pesquisou-se a via óssea nas freqüências de 500 a 4000 Hz. Os
achados audiométricos obtidos foram descritos quanto ao tipo e ao grau.
Para a descrição do tipo das perdas auditivas encontradas, utilizou-se o
critério proposto por Katz (1989):
perda auditiva condutiva: limiares tonais de via aérea maior ou igual a 25
dbNA; limiares de via óssea normais e presença de gap aéreo-ósseo
(diferença maior ou igual a 15 dbNA);
perda auditiva sensorioneural: limiares tonais de via aérea e de via
óssea encontram-se rebaixados (maior ou igual a 25 dbNA) e não há
gap aéreo-ósseo (diferença menor que 15 dbNA);
perda auditiva mista: limiares tonais de via aérea e de via óssea maiores
ou igual a 25 dbNA e presença de gap aéreo-ósseo (diferença maior ou
igual a 15 dbNA). Neste caso há associação de perda auditiva condutiva
com perda auditiva sensorioneural.
Quanto ao grau de perda auditiva, considerou-se o critério adotado por
Jerger (1980):
perda auditiva leve – 25 a 40 dbNA;
perda auditiva moderada – 45 a 70 dbNA;
perda auditiva grave – 75 a 90 dbNA;
perda auditiva profunda – igual ou maior que 95 dbNA;
anacusia - ausência de resposta em todas as freqüências avaliadas.
No estudo, o critério de normalidade adotado foi o proposto por Downs
(1985), que considera normais limiares de audibilidade de até 15 dbNa.
Em relação às freqüências, utilizou-se o critério proposto por Brandão
(2002):
freqüências baixas: 250 e 500 Hz,
freqüências médias: 1000, 2000, e 3000Hz e,
freqüências altas: 4000, 6000 e 8000Hz.
3.2.2.2. Timpanometria
Para esse procedimento, utilizamos o impedânciometro AZ7-R da marca
Interacoustics. Os resultados foram analisados de acordo com os critérios de
Jerger (1970):
Curva tipo A – valor de compliância estática entre 0,3 e 1,3 ml; pressão
de orelha média podendo variar de – 100 da PA à +50 da PA;
Curva tipo As – valor de compliância estática menor que 0,3 ml;
Curva tipo Ad – valor de compliância estática maior que 1,3 ml;
Curva tipo B – ausência do pico de compliância máxima;
Curva tipo C – valor de compliância estática entre 0,3 e 1,3 ml; pressão
de orelha média negativa, ou seja, deslocada para a esquerda de -100
da PA.
3.3. Método Estatístico
Estatística descritiva, para análise da freqüência, tipo e grau da PA.
Para verificar a associação dos fatores de risco para PA sobre PASN na
SS foi utilizado o teste exato de Fisher e adotado nível de significância de 5%.
RESULTADOS
4. RESULTADOS
4.1. Fatores de risco
Avaliou-se, através do questionário clínico, os fatores de risco de PA que
as crianças afetadas pela SS foram expostas nos períodos pré-natal e pós-
natal. Em 88,46% (n=23) das gestações não houve intercorrências clínicas e
obstétricas que pudessem comprometer o desenvolvimento fetal e o sistema
auditivo. Ao nascimento, 92,36% (n=24) dos recém-nascidos foram de termo e
apenas 7,64% (n=2) prematuros, com peso maior do que 2000 g. Quatro
crianças (15,38%) sofreram hipóxia de parto. Dos recém nascidos afetados,
73,07% (n=19) foram diagnosticados com a SR ao nascimento, sendo que
57,69% (n=15) apresentaram distúrbios respiratórios com graus variáveis de
hipóxia, e necessitaram de internações nos primeiros meses de vida. Dos
quinze recém nascidos, 46,66% (n=7) foram internados na UTI Neonatal e
53,33% (n=8) na Unidade Semi Intensiva (USI) ou berçário neonatal. Outro
fator de risco de PA encontrado foi que quatro recém nascidos apresentaram
asfixia e pneumonia aspirativa, tendo sido tratados com antibioticoterapia por
um período mínimo de dez dias.
5%
10%
37,50%
37,50%
10%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Prematuridade
Hipóxia parto
Hipóxia neonatal
Internação UTI/USI
Antibioticoterapia >
10 dias
Figura 1 – Percentual de crianças com SS expostos a fatores de risco de PA.
73,07%
26,92%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Com SR
Sem SR
Figura 2 – Percentual de pacientes com SR.
4.2. Características Clínicas
Avaliamos as características da SS através de dados obtidos do
questionário e do exame físico.
Tabela 1 – Resultado dos achados clínicos das crianças com a SS.
Achados clínicos Resultado (%) N=26
Queixa auditiva
21 (80,76%)
Otite média de repetição 13 (50,00%)
Otite supurada 4 (15,38%)
Diminuição da audição 4 (15,38%)
Orofacial
Hipoplasia da face média 25 (96,15%)
Olhos protusos 20 (76,92%)
Depressão da ponte nasal 20 (76,92%)
Micrognatia 17 (65,38%)
Fissura de palato 24 (92,30%)
Ocular
Miopia congênita alta 15 (57,69%)
Catarata 1 (3,84%)
Descolamento de retina 1 (3,84%)
Osteoarticular
Hipermotilidade articular 10 (38,46%)
Dores em membros inferiores 3 (11,53%)
Encurtamento de membros 1 (3,84%)
Hipoplasia da 1
a
costela 1 (3,84%)
Outros achados
Cardiopatia 1 (3,84%)
Atraso neuropsicomotor 1 (3,84%)
Dos casos analisados 80,76% (n=21) apresentaram algum tipo de
queixa auditiva e 19,24% (n=5) não apresentou queixa auditiva. Os pais ou
responsáveis relataram otite média de repetição em 50% (n=13) das crianças
afetadas e em 15,38% (n=4) dos casos eles queixaram de perda auditiva.
Todas as crianças realizaram exame oftalmológico dentro do primeiro
ano de vida e foi diagnosticada miopia congênita em 57,69% (n=15) dos casos,
catarata em 3,8% (n=1) e descolamento de retina em 3,8% (n=1).
As características orofaciais incluíram hipoplasia da face média em
96,15% (n=25), olhos protusos 76,92% (n=20), depressão da ponte nasal
76,92% (n=20) micrognatia 65,38% (n=17) e fissura de palato 92,30% (n=24).
Com relação ao sistema osteoarticular, foi detectado 38,46% (n=10) de
hipermotilidade articular e 11,53% (n=3) de queixa de dores em membros
inferiores.
4.3. Avaliação Audiológica
4.3.1. Audiometria Tonal Limiar
Foi realizado o exame audiométrico nas 26 crianças do grupo de estudo.
Um total de 19,23% (n=5) não apresentou PA e 80,76% (n=21) apresentou PA.
Observamos 34,61% das crianças com PASN, sendo 77,77% (n=7) para altas
freqüências. PAM (sensorioneural associada à perda condutiva) foi observado
em 11,53% (n=3), e PAC em 34,61% (n=9) das crianças afetadas. Com relação
ao grau de perda auditiva observamos 50% de perda leve, 44,73% de perda
moderada, 5,26% de perda grave, e não ocorreu perda de grau profundo.
Na avaliação audiométrica por orelha, foi detectado PASN em 28,84%
(n=15) das orelhas, sendo 66,66% (n=10) de perda de grau leve e 33,33%
(n=5) de perda moderada. Perda mista foi observada em 15,38% (n=8) das
orelhas, sendo 12,5% (n=1) de grau leve, 62,50% (n=5) de grau moderado, e
25% (n=2) de grau grave. A perda condutiva foi observada em 28,84% (n=15)
das orelhas, sendo 53,33% (n=8) de perda auditiva de grau leve, e 46,66%
(n=7) de grau moderado.
19,24%
80,76%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Normal
Perda auditiva
Figura 3 – Percentual de limiares audiométricos.
28,84% 28,84%
14,81%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
Sensorioneural
Condutiva
Mis ta
Figura 4 – Distribuição de percentual do tipo de perda auditiva.
50,00%
44,43%
5,26%
0%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
Leve
Moderada
Grave
Profunda
Figura 5 – Distribuição de percentual do grau de perda auditiva.
4.3.2. Timpanometria
Foi realizado exame de Compliância Estática em 24 crianças.
Observamos curva tipo A, considerada normal em 52,08% (n=25) das
orelhas testadas e em 47,91% (n=23) das orelhas encontramos algum tipo de
alteração na curva timpanométrica, sendo 22,91% (n=11) curva tipo B, 10,41%
(n=5) curva tipo C, 8,33% (n=4) de curva tipo Ad em 6,25% (n=3) curva tipo As.
52,08%
22,97%
10,97%
8,33%
6,25%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Tipo A
Tipo B
Tipo C
Ttipo Ad
Tipo As
Figura 6 – Percentual de resultados do exame timpanométrico.
4.4. Análise estatística
A avaliação audiométrica mostrou PASN em 34,61% das crianças
avaliadas, sendo que 77,77% ocorreram para altas freqüências (4000 a 8000
Hz), 34,61% de PAC e 11,53% de PAM. O grau da PA variou de leve (15 a 40
dbNA) a grave (75 a 90 dbNA).
Para analisar se a presença de um ou mais fatores de risco para PA nas
crianças estudadas está associada a PASN, se a presença da SR na amostra
está associada aos fatores de risco e se a presença da SR está associada à
presença de PASN aplicou-se o teste exato de Fisher com nível de
significância de 5%.
Descrevemos os diferentes fatores de risco a que parte dos indivíduos
da amostra foi submetida na tabela 2.
Tabela 2 – Fatores de risco para PA na amostra com SS
Fatores de risco Número de casos
Prematuridade n=02 (04,25%)
Hipóxia de parto n=04 (08,51%)
Hipóxia neonatal n=15 (31,91%)
Internação em UTI / USI n=15 (31,91%)
Antibioticoterapia n=02 (04,25%)
Doença infecciosa da infância n=09 (19,14%)
TOTAL n=47 (100,0%)
Analisando a tabela 2 observa-se que a hipóxia neonatal, a internação
na UTI / USI e a doença infecciosa na infância foram os fatores de risco mais
freqüentemente encontrados
Tabela 3 – Associação entre as crianças da amostra submetidas a um ou mais
fatores de risco com crianças não submetidas a estes fatores em relação à
freqüência de PASN
Fatores de risco N – (%) Presença de PASN – (%)
Presença de um ou mais 14 (53,84) 6 (66,66)
Ausência 12 (46,15) 3 (33,33)
TOTAL 26 (100,0) 9 (100,0)
A associação entre a presença de um ou mais fatores de risco e a
presença da PASN não foi estatisticamente significante (p=0,43).
Tabela 4 – Associação entre as crianças que apresentaram a SR e as que não
apresentaram a SR em relação aos fatores de risco para PASN
N – (%)
Presença de um ou mais
fatores de risco – (%)
Criança com SR 19 (73,07) 15 (88,23)
Criança sem SR 7 (26,92) 2 (11,76)
TOTAL 26 (100,0) 17 (100,0)
A associação entre SR e a presença de fatores de risco para a PA foi
estatisticamente significante (p=0,028).
Tabela 5 – Associação entre a presença da SR e a PASN
N – (%) PASN – (%)
Presença de SR 19 (73,07) 6 (66,66)
Ausência de SR 7 (26,92) 3 (33,33)
TOTAL 26 (100,0) 9 (100,0)
A associação entre a presença da SR e a PASN não foi
estatisticamente significante (p=0,66).
DISCUSSÃO
5. DISCUSSÃO
O progresso das pesquisas relacionadas à perda auditiva genética tem
provocado um importante avanço do entendimento dos mecanismos
moleculares que governam o desenvolvimento, a função e o envelhecimento da
orelha interna. Em países desenvolvidos, mais de 50% dos casos de
deficiência auditiva na infância são causados por alterações genéticas. Cerca
de 30% das PA genéticas ocorrem associadas a uma síndrome, e
aproximadamente 400 síndromes genéticas estão associadas com PA
(Godinho et al., 2003) A SS, assim como a Microssomia Hemifacial, e a
Associação de Charge, estão entre as dez síndromes mais freqüentes que
podem ter comprometimento do sistema auditivo.
Piatto et al., (2005) observaram que em torno de 1/1000 recém-nascidos
manifesta deficiência auditiva severa ou profunda congênita, sendo 60%
dessas, de etiologia genética. A genética molecular da deficiência auditiva tem
apresentado grandes avanços na última década, pois os genes responsáveis
pela deficiência auditiva hereditária vêm sendo progressivamente mapeados e
clonados, e no futuro, os testes de genética molecular serão incluídos nos
protocolos de avaliação de perda auditiva.
No presente estudo, observou-se que 19 (73,07%) das 26 crianças
afetadas pela SS foram diagnosticadas ao nascimento com a SR, 15 (57,69%)
em decorrência da obstrução das vias aéreas superiores e dificuldades
alimentares presentes nessa anomalia necessitaram de internação em UTI
(46,66%) ou USI (53,33%) e permaneceram internadas principalmente nos
primeiros meses de vida. Na figura 1 está demonstrado o percentual de
crianças com SS expostas a fatores de risco para PA no período neonatal
(prematuridade, hipoxia de parto, hipoxia neonatal, internação em UTI e USI e
antibioticoterapia). Paes (2004), observou que 75% de crianças com SR foram
internadas durante os primeiros meses de vida.
Na UTI, um dos maiores problemas é o grande número de fontes
sonoras, tais como isolete, respiradores e monitores que geram tanto ruído de
fundo quanto sinais de alarme (Kellmann,1982). Mesmo que esses níveis
sonoros não estejam acima dos critérios de risco aceitos, deve-se levar em
conta que os recém nascidos em UTI têm geralmente saúde precária, podem
estar medicados com drogas ototóxicas e sofrem de exposição contínua ao
barulho de 24 horas por dia, por um período de semanas a meses (Falk,1972),
a exposição dessas crianças com SR e SS a essas várias fontes sonoras
podem causar PASN na freqüência 4000 Hz, na orelha afetada independente
do tipo de exposição ao ruído (Northrn e Downs, 1989).
A SS pode ser subclassificada em tipo 1 e tipo 2, de acordo com o lócus
de heterogeneidade (OmimNos 108300, 184840) e sua correlação com o
fenótipo vítreo ocular. A SS tipo I corresponde ao fenótipo vítreo 1, e a SS tipo
III, ao fenótipo vítreo 2. As características sistêmicas são similares nos dois sub
grupos. Snead et al., (1999), sugerem critérios para o diagnóstico clínico da
SS: (1) anomalia congênita do vítreo ocular em adição a qualquer das três
alterações seguintes: (a) miopia com início antes dos 6 anos de idade,
geralmente estável, (b) descolamento de retina ou degeneração pigmentar para
vascular, (c) hipermotilidade articular, com ou sem evidência radiológica de
degeneração articular, (2) confirmação audiométrica de PASN, e (3) fissura de
palato (FP). Esses critérios exigem o exame oftalmológico do vítreo ocular com
lâmpada de fenda, entretanto na prática, é difícil um exame adequado em
crianças menores de 4 anos de idade. Assim a SS deve ser considerada em:
(1) neonato com a SR ou FP, (2) indivíduos com displasia espondiloepifisária
associada com miopia ou surdez, (3) indivíduos com história familiar de
descolamento de retina e (4) indivíduos com descolamento de retina associado
a hipermotilidade articular, FP, ou hipoacusia.
A idéia de que diferentes mutações resultam em fenótipos clínicos
variados é consistente com o fato de que a variabilidade interfamiliar na SS é
muito maior do que a variabilidade intrafamiliar (Zlotogora et al., 1992). Todos
os membros de uma família suspeita devem ser examinados, desde que vários
indivíduos afetados em uma mesma família podem apresentar diferentes
expressões clínicas, devido à expressividade variável existe atraso no
diagnóstico dos indivíduos com Stickler (Bowling et al., 2000)
O presente estudo analisa as características do grupo afetado e
descreve, na tabela 1, a freqüência dos achados clínicos. Observou-se 80,76%
de queixa auditiva por parte dos pais, sendo a queixa principal a otite média de
repetição (50% dos casos), isso ocorreu devido à presença da FP, presente em
92,30% das crianças afetadas pela SS.
A fissura labiopalatina está entre as malformações congênitas mais
comuns. Nas crianças com FP, a incidência de otite media é alta e tem sido
calculada de 50% a 90% por diferentes autores (Holbonow, 1962; Graham,
1963; Paradise, 1980; Buestone, 1969). Uma observação contínua, realizada
por Paradise (1980) em 300 crianças com fissura de palato em seus primeiros
meses de idade, encontrou na orelha média efusão inflamatória estéril na
maioria delas. Esse autor recomenda miringotomia com inserção de tubo de
ventilação já bem cedo, se possível, antes dos 6 meses de idade,
especialmente se ocorre indício de PA, ou se há presença de desconforto ou
infecção. Doyle (1980), Matsune et al., (1991), e outros (Paes, 2004) relataram
a inadequação da musculatura palatina, ressaltando a hipoplasia do músculo
tensor do véu palatino como responsável pelo funcionamento deficiente da tuba
auditiva, justificando problemas de sensibilidade auditiva decorrentes da fissura
palatina. Shprintzen (1981) menciona a ação do músculo elevador do véu
palatino no mecanismo de ventilação da tuba auditiva. A PAC é geralmente
secundária à disfunção da orelha média que acompanha as anomalias como
FP, estreitamento do canal interno (Giedion et al.,1982), ou hipoplasia da face
média (Williams et al.,1981). Aqueles com FP são identificados precocemente
como sendo de risco. A disfunção da orelha média associada à fissura inicia
logo após o nascimento (Williams et al.,1981), assim, crianças portadoras de
FP devem ser encaminhadas precocemente para avaliação audiológica.
Outro dado de relevância, demonstrado na figura 2, foi que 73,07% das
crianças com a SS tiveram o diagnóstico de SR ao nascimento. Os estudos de
Herrmam et al., (1970), confirmam nossos achados, e relatam que 50% dos
recém-nascidos com a SR terão no futuro diagnóstico da SS. Na SR, anomalia
comumente associada a SS, o exame audiológico pode mostrar PASN e/ou
PAC, sendo o risco de recorrência é de 1 em 30.000 (Williams et al., 1981).
Richard et al., (1973), consideram importante a avaliação radiológica das
crianças com a SR, e de parentes próximos para o diagnóstico da SS, e citam
o achatamento da epífise distal da tíbia como a alteração mais freqüente no
exame do RX.
No presente estudo, a queixa em relação à perda de audição foi referida
por 15,38% dos pais das crianças com a SS, no entanto, os resultados da
avaliação audiológica (audiometria tonal limiar), indicaram perda auditiva em
80,76% (n=21) das crianças afetadas. A figura 3 mostra o percentual de
limiares audiométricos, demonstrando a falta de percepção dos pais em
relação a PA. Com relação ao tipo de PA, os dados estão relacionados na
figura 4. Observou-se 34,61% (n=9) de PASN, com predomínio para altas
freqüências, encontrado em 7 casos (77,77%). PAM foi observada em 11,53%
(n=3), e em 34,61% (n=9) PAC. Nossos resultados contrastam com alguns
autores da literatura. Popkin e Palomeno (1974) encontraram PASN em
aproximadamente 9% dos seus casos. Vnniasegarum e Bellman (1994)
relataram que 5 (45,45%) de um total de 11 casos tinham PA, sendo 18%
sensorioneural. Liberfarb et al., (1981), confirmaram PA em 30 (85,71%) dos 35
casos testados: 22 (73,33%) deles apresentaram PASN para alta freqüência, 4
(13,30%) com presbiacusia, 2 (6,60%) com PA congênita e 2 (6,60%) tiveram
PASN para altas freqüências de início precoce. Lucarine et al., (1987),
avaliaram 14 pacientes entre 4 e 17 anos de idade, portadores da SS, a fim de
verificar a freqüência das manifestações otorrinolaringológicas. Os achados
incluíram: hipoplasia da face média em todos os pacientes, micrognatia em 11
pacientes, anomalias de palato em 10 pacientes; fissura completa em 6,
submucosa em 2, palato ogival em 2; e PA em 6 (42,85%) pacientes (PAM em
3 e PASN em 3). A PA foi mais comum para altas freqüências; não foi
encontrado correlação entre as anomalias orofaciais e a presença de PA.
Gorlin et al., (1990) afirmaram que PASN para altas freqüências, de caráter
progressivo está presente em 80% dos casos de SS. Annunen et al., (1999)
realizaram um estudo genético clínico com 30 pacientes, para estabelecer o
diagnóstico diferencial entre a SS tipo I e a SS tipo III. Relataram audição
normal ou P leve em 7 pacientes com mutações no gene COL2A1 (SS tipo I).
Relataram que, em geral, a PA associada a SS tipo III é mais acentuada que
na SS tipo I, mas estudos com dados audiométricos não confirmaram estas
observações. A hipermotilidade do sistema ósseo da orelha média observada
em orelhas com a membrana timpânica aparentemente normal representa um
novo achado na SS e provavelmente será uma característica importante para o
diagnóstico da síndrome. Griffith et al., 2000, encontraram PASN progressiva
de grave a profunda, documentada aos 5 anos de idade, em 3 parentes
afetados com SS, ligado a mutação no COL11A1. A PASN de grau moderado a
profundo, manifestada em idade precoce, sugere o diagnóstico da SS do tipo II
ou III. Poulson et al., 2004, estudaram 31 indivíduos com Stickler tipo III, de 5
famílias, com o diagnóstico feito através do fenótipo vítreo ocular e
encontraram 87,0% de miopia, 64,0% de catarata, 40,0% de descolamento de
retina, 37,0% de FP e 80,0% de PASN de grau leve (assintomática) a
moderado para altas freqüências. O diagnóstico foi confirmado pelo teste
molecular, com mutação no COL11A1. Assim sugerem que o diagnóstico
clínico da SS pelo fenótipo vítreo ocular pode ser evidenciado através da
avaliação audiológica. Existe uma considerável variabilidade fenotípica entre o
pacientes com a SS, a qual se reflete também nos tipo e grau de PA
(Jacobson, 1990).
Considerando o grau de PA, os resultados estão demonstrados na figura
5, onde se observa um predomínio de P leve (50%) precedido de 44,73% de P
mod, 5,26% de P grav, não ocorreu P prof.
Na avaliação audiométrica por orelha, observa-se 28,84% (n=15) de
PASN, sendo 66,66% de grau leve e 33,33% de grau moderado. Perda mista
foi observada em 15,38% (n=8), sendo 12,5% de grau leve, 62,50% de grau
moderado e 25% de grau severo. PAC apareceu em 28,84% (n=15) das
orelhas examinadas, sendo 53,33% de P leve e 46,66% de P mod. Esses
dados do exame audiométrico mostram claramente que o grau da PA é mais
grave na PAC e PAM pela presença da FP na maioria das crianças do grupo
de estudo, que apresentam tendência para o desenvolvimento da otite média e
PAC com maior agravo da sensibilidade auditiva.
Analisando as medidas de compliância estática, observou-se que
ocorreu alterações em 47,91% das orelhas testadas. Ocorreu predomínio da
curva tipo B (22,91%), que é característico da disfunção da orelha média,
precedidos de curva tipo C (10,41%), indicativa de disfunção da tuba auditiva,
curva tipo Ad (8,33%), que indica hipermotilidade da cadeia ossicular da orelha
média e curva tipo As (6,25%), indicativa de mobilidade da membrana
timpânica, esses dados estão representados na figura 6. O exame
timpanométrico reforça o componente condutivo da PA ocasionado pela
presença freqüente da FP nas crianças afetadas pela SS, e a otite média ou
suas seqüelas, o que comumente ocorre nessa população.
Netto, Sala, Feniman (2005) avaliaram o perfil audiológico de 18
pacientes com a SS, e constataram audição normal em 16,67%, PASN em
16,67% e PAC em 66,66% dos casos.
Estudos realizados por Szymko-Bennett et al., (2001) demonstraram que
a PA na SS é de grau variado e pode ser sensorioneural, condutiva ou mista, e
que não é bem caracterizada devido a essa variabilidade e a poucos casos
estudados. Eles observaram que a PA é em geral leve e sensorioneural nos
adultos, afetando altas freqüências (4000 – 8000 Hz), e não mais progressiva
do que a PA relacionada à idade, enquanto que ela é mais comumente
condutiva na criança. Timpanograma tipo Ad indicando hipermobilidade do
sistema ossicular da orelha média, foi observado em 46% dos indivíduos
afetados. Entretanto no presente estudo, observou-se 8,33% de curva tipo Ad.
Para definir a variabilidade nas manifestações clínicas da SS, estudos
realizados por Stickler et al., (2001) enviaram questionário para 612 membros
do grupo de apoio à SS do Reino Unido e Estados Unidos. Dos 316
questionários respondidos, 70% dos indivíduos referiram a PA, 90% com
problemas oculares (90% de miopia, 60% de descolamento de retina e 4% de
cegueira), anormalidades facias (hipoplasia da face média, micrognatia ou FP),
estavam presentes em 84% dos indivíduos e 90% estavam com sérios
problemas articulares.
No presente estudo, 80,76% das crianças, com idade mediana de 82,5
meses, apresentaram PA, constatada no momento da avaliação clínica e da
avaliação audiológica. Foram diagnosticados dentro do primeiro ano de vida
57,69% de casos de miopia congênita alta, 3,84% casos de descolamento de
retina e 3,84% de catarata. As características orofaciais mais freqüentes foram:
hipoplasia de face média (96,15%), FP (92,30%), olhos protusos e depressão
da ponte nasal (76,92%) e micrognatia (65,38%). Com relação ao sistema
osteoarticular foi encontrado 38,46% de hipermotilidade articular, 11,53% de
queixa de dores em membros inferiores, 3,84% de encurtamento de membros
e 3,84% de hipoplasia da primeira costela.
Pinheiro et al., (2001) referiram que a hipoacusia congênita pode
acompanhar síndromes caracterizadas por alterações em vários órgãos ou
sistemas, sendo que em alguns casos, a PA pode ser o primeiro sintoma de
uma síndrome ainda não diagnosticada, devendo o otologista estar atento para
a possibilidade de outros problemas associados ao distúrbio da audição. No
momento atual em que não temos no serviço o teste genético molecular para o
diagnóstico da SS, o histórico familiar, associado às características clínicas e a
avaliação audiométrica podem orientar o tipo da SS. Por exemplo, no caso da
criança afetada número 15 do estudo, com história familiar negativa para SS,
filha de pais consangüíneos, com sinais orofaciais típicos da SS, sem alteração
ocular, com encurtamento de membros e exame audiológico com PAM
moderada, orienta para o diagnóstico da Síndrome de Osmed, que é a forma
homozigota recessiva da SS ligada à mutação no gene COL11A2. Devido à
heterogeneidade genética da SS, os achados clínicos são bastante variáveis e
podem criar dificuldades para o diagnóstico. Assim, o diagnóstico da SS
normalmente é clínico, e deve ser considerado em qualquer família com
história de FP, miopia, artrite, principalmente se associadas a PA. Através do
exame clínico, da avaliação oftalmológica e avaliação audiológica, pode-se
sugerir o tipo da SS, considerando que o diagnóstico adequado, em fase
precoce da vida, é muito importante para o tratamento e a profilaxia de
complicações, como o descolamento de retina, incapacidade funcional causada
pela artrite e a PA. Com relação a PA, os estudos sugerem que as anomalias
oculares são mais severas na SS tipo I, enquanto que a PA ocorre em fase
precoce da infância e com maior comprometimento do grau auditivo na SS
tipos II e III. Uma vez estabelecido o diagnóstico da SS, é necessário o
acompanhamento em centros especializados em fissuras, distúrbios
audiológicos e oculares. Em muitos casos é importante o acompanhamento
educacional. Embora a inteligência seja normal, algumas crianças em idade
escolar poderão apresentar dificuldades de aprendizado em função da
deficiência visual e auditiva. Por isso, é importante avaliação oftalmológica e
audiológica em fase precoce da infância, de preferência antes dos 6 meses de
vida, para o tratamento e prevenção principalmente das complicações oculares
e auditivas da SS. Em nosso hospital, todas as crianças do grupo do estudo
realizaram o exame oftalmológico dentro do primeiro ano de vida, mas não
foram avaliadas precocemente com relação à audição, sendo que na maioria
foi diagnosticada PA durante a avaliação audiológica para a realização deste
trabalho.
No presente estudo, a análise estatística, não revelou qualquer efeito
significativo da exposição das crianças com SS a fatores de risco de PA nos
períodos pré-natal, e pós-natal sobre a PASN. Pode-se explicar esse resultado
pelo pequeno número de crianças que foram expostas a fatores de risco de PA.
A associação entre a SR e a presença de fatores de risco para PA foi
estatisticamente significante, isto é explicado pela freqüência de 73,07% da SR
associada a SS, alertando que são crianças de alto risco para o
comprometimento auditivo.
As crianças com SR admitidas no HRAC, internados em UTI e USI, com
obstrução respiratória e graus variáveis de hipoxia, receberam tratamento
adequado, diminuindo assim, a influência dos fatores de risco para audição.
CONCLUSÕES
6. CONCLUSÕES
Frente à análise dos dados do presente estudo conclui-se que:
1. As características orofaciais da SS são freqüentes nas crianças
afetadas, com envolvimento do palato em 92%, e a SR em 50% dos casos.
Anomalias oculares ocorreram em 60% das crianças, 57% de miopia congênita
alta, diagnosticada durante o primeiro ano de vida. A avaliação audiológica das
crianças, com idade média de 5 anos e 7 meses detectou 80% de PA, sendo
que em 15% dos casos houve relatos por parte dos pais sobre queixa de
audição. Assim, a PA é um achado importante da SS, e com a avaliação
oftalmológica, o encaminhamento para avaliação auditiva deve ser realizada
em idade precoce nas crianças com a SS.
2. Observou-se 46% de PASN, confirmando a observação de outros
autores da literatura sobre a ocorrência de 40% de PASN em pacientes com a
SS, a qual é tipicamente causada por altas freqüências, a maioria de P leve, e
por isso muitos pacientes não têm consciência do déficit auditivo.
3. PAC, mais comum nas crianças com a SS, ocorreu em 34% dos casos,
devido à presença marcante da FP, e outras anomalias craniofaciais, levando a
disfunção da orelha média e o comprometimento da sensibilidade auditiva.
Como essas crianças têm tendência ao desenvolvimento de otites médias, o
tratamento otorrino pediátrico apropriado, devido aos poucos meses de idade,
é de grande benefício às crianças com a SS, principalmente com prevenção
dos distúrbios de fala e linguagem.
4. Na impossibilidade da avaliação genética molecular dos indivíduos com
a SS, a avaliação de achados clínicos, associado ao exame audiológico pode
sugerir o tipo da SS. Em contraste com a SS clássica (tipo 1), onde ocorrem
anomalias oculares e ausência ou leve comprometimento da audição, nos tipos
2 e 3 da SS ocorrem perda auditiva em idades mais precoces e com maior grau
de severidade.
5. Os resultados desse estudo orientam a importância de um protocolo de
atendimento às crianças com SS. Como essa síndrome causa um impacto em
todas as áreas de comunicação, uma equipe multidisciplinar, como a do HRAC,
tem um papel vital no tratamento dos indivíduos com a SS.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FONTES CONSULTADAS
8. FONTES CONSULTADAS
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Craniofaciais. Guia de Orientação para elaboração de dissertações e teses.
Bauru: Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de
São Paulo; 2004.
Anexo 1
APROVAÇÃO DO TRABALHO PELO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
Anexo 2
TERMO DE CONSENTIMENTO
TERMO DE CONSENTIMENTO
Esse estudo irá realizar uma avaliação auditiva de pacientes portadores
da Síndrome de Stickler, matriculados e atendidos pelo Hospital de Anomalias
Craniofaciais – USP, Bauru – SP. Tem como objetivo, verificar alguns fatores
de risco, desses pacientes, para deficiência auditiva.
Serão colhidos alguns dados e informações dos pacientes e/ou
responsáveis, os quais não promoverão riscos para os entrevistados. Os
resultados serão anotados e nesse conteúdo NÃO será usado o nome ou
número do R.G. do paciente. Somente as informações colhidas no estudo
poderão ser divulgadas em publicações científicas.
A participação dos voluntários não é obrigatória.
Concorda em participar desse estudo?
SIM ( ) NÃO ( )
Bauru, ____ de __________ de 20___.
Nome do paciente Nome do responsável
Assinatura do paciente e/ou responsável
Assinatura da pesquisadora
Pesquisadora: Ângela Patrícia Menezes Cardoso Martinelli
Médica pediatra
Anexo 3
PROTOCOLO DE ENTREVISTA
PROTOCOLO SÍNDROME DE STICKLER
Data:
Nome:
R.G.:
Data Nascimento: Idade: Sexo:
Histórico Familiar:
Histórico familiar de nati morto ou aborto S ( ) N ( )
Histórico familiar de perda auditiva S ( ) N ( )
A família possui outras crianças com malformação S ( ) N ( )
Especifique:
Pré Natal:
Durante a gravidez a mãe ficou exposta:
Sarampo: S ( ) N ( )
Caxumba: S ( ) N ( )
Varicela: S ( ) N ( )
Rubéola: S ( ) N ( )
Vírus (herpes): S ( ) N ( )
Sífilis: S ( ) N ( )
CMV: S ( ) N ( )
Outros: S ( ) N ( )
Especifique:
Usou medicamentos: S ( ) N ( )
Especifique:
Houve exposição a radiação: S ( ) N ( )
Especifique:
Doença materna durante a gestação: S ( ) N ( )
Especifique:
Sangramento: S ( ) N ( )
Anemia: S ( ) N ( )
Diabete: S ( ) N ( )
Toxemia: S ( ) N ( )
Trabalho de Parto:
Gestação a termo: S ( ) N ( )
Especifique grau prematuridade: S ( ) N ( )
Trabalho de parto induzido: S ( ) N ( )
Trabalho de parto < 3 horas: S ( ) N ( )
Trabalho de parto > 24 horas: S ( ) N ( )
Ruptura prematura placenta: S ( ) N ( )
Parto assistido: S ( ) N ( )
Parto cesário: S ( ) N ( )
Outros: S ( ) N ( )
Especifique:
Condições de nascimento do recém nascido:
Baixo peso ao nascer: S ( ) N ( )
Peso ao nascer:
Apgar baixo ao nascimento: S ( ) N ( )
Ficou em incubadora: S ( ) N ( )
Ficou em UTI: S ( ) N ( )
Por quanto tempo?
Bilirrubina > 15 mg/100 ml: S ( ) N ( )
Medicamentos: S ( ) N ( )
Especifique:
Infecção: S ( ) N ( )
Especifique:
Convulsão: S ( ) N ( )
Anomalia craniofacial – Especifique:
Histórico da Infância:
Problemas visuais: S ( ) N ( )
Especifique:
B Dn Pm: S ( ) N ( )
Convulsão: S ( ) N ( )
Trauma cabeça/crânio: S ( ) N ( )
Doença da infância: S ( ) N ( )
Especifique:
Meningite: S ( ) N ( )
Encefalite: S ( ) N ( )
Viroses: S ( ) N ( )
Especifique:
Diabete: S ( ) N ( )
Especifique:
Uso de drogas: S ( ) N ( )
Especifique:
Anomalia craniofacial: S ( ) N ( )
Especifique:
Anomalia ocular: S ( ) N ( )
Especifique:
Anomalia esquelética: S ( ) N ( )
Especifique:
Avaliação auditiva:
Normal: ( )
Perda auditiva neurosensorial – Freqüência:
Perda auditiva condutiva – Freqüência:
Perda auditiva mista – Freqüência:
Grau: leve ( ) moderado ( ) grave ( ) profundo ( )
Anexo 4
PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA – FRENTE
AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA RG_____________
( ) Avaliação comportamental ( ) Audiometria em campo livre
( ) Audiometria lúdica ( ) Audiometria tonal limiar
( ) Paciente não colaborou ( ) Não realizada:_________________
AUDIOMETRIA LOGOAUDIOMETRIA
250 500 1K 2K 3K 4K 6K 8K Hz
-10
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
dB
Mono ____%
Diss ____%
IRF_____ dB
Fig. ____%
SRT_____ dB
OD
SDT_____ dB
Mono ____%
Diss ____%
IRF_____ dB
Fig. ____%
SRT_____ dB
OE
SDT_____ dB
WEBER AUDIOMÉTRICO
500 1000 2000 4000 Hz
OD OE
OD X _______dB OE X _______Db
LEGENDA
V.A.____________OD____________V.O.
_______________ OE________________
RELAÇÕES COMPORTAMENTAIS
Tons modulados Sons verbais
( ) respostas reflexas ( )
( ) atenção ( )
( ) procura da fonte ( )
( ) localização sonora ( )
( ) ausência de respostas
()
RELAÇÕES COMPORTAMENTAIS
LAUDO OD OE
( ) comportamento auditivo alterado ( ) ( )
( ) perda auditiva condutiva leve ( ) ( )
( ) perda auditiva condutiva moderada ( ) ( )
( ) perda auditiva mista leve ( ) ( )
( ) perda auditiva mista moderada ( ) ( )
( ) perda auditiva neurosensorial leve ( ) ( )
( ) perda auditiva neurosensorial moderada ( ) ( )
( ) perda auditiva neurosensorial severa ( ) ( )
( ) perda auditiva neurosensorial profunda ( ) ( )
( ) dentro dos padrões normais ( ) ( )
( ) não conclusivo ( ) ( )
MASCARAMENTO
VA OD_______________
OE_______________
VO OD_______________
OE_______________
LOGO OD_______________
OE_______________
Equipamento:___________________________________
Preenchido por:_________________________________Data_____/_____/____
Anexo 5
PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA – VERSO
TIMPANOMETRIA
1.3
1.2
1.1
1.0
0.9
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
-
400
-
300
-
200
-
100 0
+
100
+
200 daPa
TIPO DE CURVA
OD OE
A ( ) A ( )
B ( ) B ( )
C ( ) C ( )
Ad ( ) Ad ( )
As ( ) As ( )
Não realizada ( ) ( )
Motivo: ________________
REFLEXO ESTAPEDIANO REFLEXO ESTAPEDIANO
Hz
LIMIAR
TONAL
CONTRA
LATERAL
DIFERENÇA DECAY IPSI
LIMIAR
TONAL
CONTRA
LATERAL
DIFERENÇA DECAY IPSI
500
1000
2000
4000
WN
O. DIREITA (SONDA O. E.) O. ESQUERDA (SONDA O. D.)
Equipamento:________________________________________________
Observações:________________________________________________
___________________________________________________________
Preenchido por:_________________________________Data___/___/___
OD OE
Pressão daPa daPa
Máximo de Relaxamento ml ml
+200 mm H
2
O ml ml
Complacência (cc) ml ml
Meatoscopia
PESQUISA DE FUNÇÃO TUBÁRIA
Pressão
OD OE
INÍCIO
1
O
DEGL.
2
O
DEGL.
3
O
DEGL.
Anexo 6
TABELA DE RESULTADOS DE HISTÓRICO CLÍNICO E EXAME
AUDIOLÓGICO
Casos H. familiar
H. peri-natal
H. da infância
Achados clínicos Av. audiológica
1) 3a 8m / F Perda auditiva G – normal
Parto normal
Prematuro – 2700g
S. Robin – I
I. resp. e alimentar
C.N – 5 m.
CNF – 2 m.
R.G.E.
Otite de repetição
AASI
Hipoplasia de face
media
Micrognatia
Alta miopia-
5 meses – UA
Fis. pós-forame
incompleta
PA mista grave OE
PA grave OD
AASI
2) 7a 8m / F Alta miopia
Descolamento de
retina
Fissura de palato
G – normal
Cesariana – termo – 2700 g
UTI – 1 mês
Ins. respiratória
Incubadora
Bcp aspirativa
Antibiótico
C.N – 6 anos
Varicela
Dificuldade para
ouvir
Hipoplasia de face
media
Fácies arredondada
Micrognatia
Fis. pós-forame
incompleta
Hiper motilidade
articular
OD e OE – perda
sensorioneural – 6
– 8 k
3) 5a 9m / F Alta miopia
Descolamento de
retina
Perda visual total
Fissura de palato
G – normal
Cesariana – termo – 3200g
Cn – 1 m
Seq de Robin
Leve dificuldade resp. e
alimentar
Não internou
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Alta miopia – 4 m
Fissura de palato
incompleta
OD e OE – dentro
dos padrões
normais
4)5a 3m / F Alta miopia
Perda visual
G – normal
Parto normal – 4105g
CN – 4 dias
Seq. Robin I
UA – CNF e alimentação vo
Otite de repetição
Otorreia
Micro otológica
Fácies arredondada
Hipoplasia da face
média
Micrognatia
Fis. de palato
Alta miopia-6meses
Hipermotilidade
articular
OD e OE – perda
auditiva condutiva
moderada
Casos H. familiar
H. peri-natal
H. da infância Achados clínicos Av. audiológica
5) 6a / M Alta miopia
Perda visual total
G – normal
Cesariana – termo – 3750g
CN – 1 mes
Seq. de Robin – I
UA – CNF – 2 meses
Otorreia bilateral
Dificuldade para
ouvir
Micro otológica
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Alta miopia – 6 m
Fis. pós-forame
incompleta
OE – dentro dos
padrões normais
OD – perda auditiva
condutiva leve
6) 3a 5m / M Alta miopia
Perda visual
Fissura de palato
G – anemia – 1
o
trimestre
Cesárea a termo – 3230g
UTI – incubadora
Pneumonia – Amicacina –
10 dias
CN – 1 mês – Robin II
CNF+ alimentação vo
Bronquite
Otite de repetição
Otorreia
Micro otológica
Fácies arredondada
Hipoplasia da face
média
Micrognatia
Alta miopia – 4 m
Fis. de palato
completa
OD – perda auditiva
mista moderada
OE – perda auditiva
sensorioneural
moderada
7) 5a / F História familiar p/
SS
G – febre alta no 1
o
trim.
Parto norma l – 2500 g
Apgar baixo
Berçário – incubadora –
1 mês
CN – 40 dias
Robin I – CNF – I.R
Fácies arredondada
Hipoplasia da face
média
Micrognatia
Fis. pós-forame
incompleta
alta miopia – 2 m.
OD e OE – perda
auditiva
sensorioneural leve
8) 4a 8m / F História para SS G – normal
Cesariana – 3750g
Apgar baixo
UTI – 10 dias – I.R –
incubadora
CN – 45 dias
Robin – I
Alta com 10 dias
Otite de repetição
Cardiopatia – CIA
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Micrognatia
Fis. pós-forame
incompleta
alta miopia – 6 m
OD e OE – dentro
dos padrões
normais
Casos H. familiar
H. peri-natal
H. da infância Achados clínicos Av. audiológica
9) 8a 3m / M Alta miopia
Problemas de
retina
Fissura de palato
G – hipertensão último
trimestre
Cesariana – 3600 g
CN – 25 dias – UA
CNF+SNG
RGE – tratamento clínico
Glossopexia
SNG – 3 meses
Otite de repetição
Micro otológica
Dores nos joelhos
Descolamento de
retina
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Micrognatia
Fis. pós-forame
incompleta
alta miopia – 9 m
OD – dentro dos
padrões normais
OE – perda auditiva
condutiva leve
10) 7a 11m / F Alta miopia
micrognatia
Reumatismo
G – normal
Cesariana – prematuro – 2
gemelar – 2340 g
UTI – 30 dias
BCP aspirativa – antibiótico
CN – 30 dias – UA
Robin I
CNF+SNG – 3 messes
Varicela
Caxumba
Asma
Fácies arredondada
Hipoplasia da face
média
micrognatia
Rx – hipoplasia da 1
a
costela bilateral
OD e OE – dentro
dos padrões
normais
11) 7a 2m / F Miopia e outros
problemas oculares
Hipoplasia da face
média
G – normal
Parto normal – 3170 g
CN – 2 meses – Robin I
Leve IR e alimentar
Não internou
Otite de repetição
Micro otológica
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Micrognatia
Fis. pós-forame
completa
OD e OE – perda
auditiva condutiva
leve
12) 7a 4m / F Alta miopia
Descolamento de
retina
G – normal
Parto normal – 2960 g
Apgar baixo
UTI – IR + desidratação
CN – 13 dias
UTI – Robin I – 2 kg
CNF+SNG – 1 mês
Rinite alérgica
Varicela
Otite de repetição
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Fis. pós-forame
incompleta
alta miopia – 1 ano
OD – dentro dos
padrões normais
OE – perda
auditiva condutiva
moderada
Casos H. familiar
H. peri-natal
H. da infância Achados clínicos Av. audiológica
13) 7a 7m / F Alta miopia
Artrite
Hipermotilidade
articular
G – 2 abortos anteriores
Hemorragia – 3° mês
Cesariana – 2950 g
CN – 4 dias – Robin I
Leve IR + dificuldade
alimentar
Otite de repetição Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Micrognatia
Fis. pós-forame
incompleta
OD e OE – dentro
dos padrões
normais
14)4a 11m / M Alta miopia
Perda visual
Deficiência auditiva
G – normal
Parto normal prematuro –
2510 g
UTI – 49 dias – IR –
incubadora
CN – 2 m e1/2 – UA
SNG+VO
Leve ADNPM
Otite de repetição
Micro otológica
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Micrognatia
Alta miopia – 6 m
Hiper motilidade
articular
Fissura de palato
OD e OE – perda
auditiva
sensorioneural
leve – 4 – 8 k
15) 5a 4m / F Casos de fissura
de palato
Pais primos 2º
G – normal
Cesariana – 3500 g
Leve dificuldade alimentar
CN – 3 anos
Asma
Otite de repetição
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Ponte nasal achatada
Encurtamento dos
membros
Fis. de palato
incompleta
OD e OE – perda
auditiva mista
moderada
Uso AASI
16) 4a 18d / F Perda auditiva
Hipermotilidade
articular
G – normal
Cesariana termo – 2885 g
Leve dificuldade alimentar
Fis. de palato
Varicela
Otite
Fácies arredondada
Hipoplasia da face
média
Avaliação OFT com
1 ano – normal
hiperextensibilidade
articular
OD e OE – dentro
dos padrões
normais
Casos H. familiar
H. peri-natal
H. da infância Achados clínicos
Av.
audiológica
17) 6a 11m / F Casos de alta
miopia e perda
visual total
G – normal
Cesariana – 3350 g
Fis. palato com leve
dificuldade alimentar
Bronquite
Varicela
Dores joelhos há 2
anos
Leg – Perthis
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Alta miopia – 6 m
Hipermotilidade
articular
Fis. de palato
OD e OE – dentro
dos padrões
normais
18) 4a 2m / F Casos de alta
miopia
Descolamento de
retina
Perda visual
Hipermotilidade
articular
G – normal
Parto normal – 3165 g
Fis.de palato
Nega IR e dificuldade
alimentar
Varicela
Assiste TV de perto
– ainda não fez
exame OFT.
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Olhos proeminentes
Fissura de palato
Hiper motilidade
articular
OD e OE – perda
auditiva condutiva
moderada
19)7a 10m / M Vários problemas
visuais
Fissura de palato
G – normal
Parto normal- 3130 g
CN – 1 mês – UA
IR+perda de peso
Robin I
CNF+SNG
Varicela
Otite supurada
Micro otológica
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Alta miopia – 10 m
Hipermotilidade
articular
Fissura de palato
OD – perda
sensorioneural leve
OE – perda auditiva
mista leve
20) 7a 13d / F Casos de miopia e
outros problemas
oculares
Hipermotilidade
articular
G – normal
Parto normal – 3300 g
CN – 6 dias – UA
Robin I
CNF – 1 mês – miopia
Otite de repetição
Dificuldade para
ouvir
Cirurgia de catarata
– 6 anos
Micro otológica
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Alta miopia – 1 mês
Óculos – 6 m
Fis. de palato
OD e OE – perda
auditiva
sensorioneural
grave 1 – 2 k
moderada e grave 6
– 8 k
Casos H. familiar
H. peri-natal
H. da infância Achados clínicos Av. audiológica
21) 6a 10m / F Casos de miopia e
perda visual
G – normal
Cesariana – 3500 g
Apgar baixo
Bcp aspirativa
UTI – 14 dias
Antibioticoterapia
CN – 1 mês – 2900 g
Robin I
CNF por 6 meses
Otites de repetição
Otorreia
Micro otológica
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Micrognatia
Alta miopia - 6m
Hipermotilidade
articular
Fis. de palato
OD e OE – perda
auditiva condutiva
moderada
22) 7a 7m / F Casos de alta
miopia
Artrite
G – normal
Cesariana – 3500 g
Fissura de palato
Nega dificuldade
respiratória e alimentar
Acha que tem déficit
visual – não fez
exame
oftalmológico.
Acha que não ouve.
bem
Fácies arredondada
Hipoplasia da face
média
Micrognatia
Fis.de palato
incompleta
OD – dentro dos
padrões normais
OE – perda
sensorioneural 6 –
8 k
23) 7a 5m / F Nega história
familiar da SS
G – normal
Parto normal – 3300 g
Nega queixa
auditiva
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
média
Filtro longo
Não tem fissura
OD e OE – perda
auditiva mista
moderada
24) 6a 6m / M Casos de miopia
Artrite
G – normal
Cesariana – 3080 g
CN – 2 meses
Leve IR e alimentar
Não internou
Robin I
Nega queixa
auditiva
Fácies arredondada
Hipoplasia de face
media
Micrognatia
Fissura de palato
incompleta
Alta miopia – 4 m
OD e OE – perda
sensorioneural
leve 6 – 8 k
Casos H. familiar
H. peri-natal
H. da infância Achados clínicos Av. audiológica
25) 7a 3m / F Casos de alta
miopia e fissura
de palato
G – normal
Cesariana – 3730 g
Seq. Robin I com leve
dificuldade resp.e alimentar
CN – 1 ano
Pneumonia – 2
anos
Avaliação
oftalmológica
normal
Micrognatia
Fissura de palato
incompleta
OD e OE – perda
auditiva condutiva
leve
26) 7a 9m / F Casos de miopia G – normal
Parto normal – 3470 g
Dificuldade alimentar
CN – 2 meses
Não internou
Nega queixa
auditiva
Dores nas pernas
Micrognatia
Fissura de palato
incompleta
Hipermotilidade
dedos das mãos
OD e OE – perda
auditiva
sensorioneural
leve – 6 – 8 k
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