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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
ESTUDO DO PADRÃO DE CRESCIMENTO ÓSSEO EM
FRANGOS DE CORTE DE DIFERENTES GRUPOS
GENÉTICOS CRIADOS EM DUAS DENSIDADES
POPULACIONAIS
Autora: Andréia Fróes Galuci Oliveira
Orientador: Prof. Dr. Luís Daniel Giusti Bruno
Dissertação apresentada, como parte das
exigências para obtenção do título de MESTRE
EM ZOOTECNIA, no Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia da Universidade
Estadual de Maringá - Área de Concentração
Produção Animal.
MARINGÁ
Estado do Paraná
maio - 2006
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ii
Aprender
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão
e acorrentar a alma. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos
adiante. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do
amanhã é incerto demais para os seus planos. Descobre que se levam anos para se
construir confiança e apenas segundos para destruí-la.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas
distâncias.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós
somos responsáveis por nós mesmos.
Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e
o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que com a mesma severidade com que julga você será em algum
momento condenado.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu
jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você
aprende que realmente pode suportar... Que realmente é forte, e que pode ir muito mais
longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que
você tem valor diante da vida.
“Shakespeare”
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iii
Aos meus pais que sempre estiveram presentes em todos os momentos de minha
vida, e que me apoiaram durante mais esta caminhada, dando-me forças nos momentos
difíceis, incentivando-me a seguir mesmo que as dificuldades parecessem estar além do
meu alcance. Em alguns momentos trocaram suas vidas pela minha, tudo isto para ter o
desejo de me ver vencer e é por isso que tenho o prazer de repartir a alegria que sinto,
pois esta Vitória conseguimos juntos.
Aos meus irmãos Rodrigo e Priscila, cunhados Reginaldo e Jakeline e sobrinha
Letícia, pelo apoio e incentivo durante estes anos. Em especial à minha irmã que sempre
me incentivou a continuar, oferecendo condições financeiras para que isto pudesse ser
possível.
A todos meus amigos de pós-graduação.
Há experiências feitas em comum, amizades construídas ao longo da vida,
momentos em que compartilhamos estudos, alegrias, decepções, expectativas e vitórias.
Que a nossa amizade se perpetue ao longo do tempo, ao longo de nossa vida...
A todos que de alguma forma me ajudaram, direta ou indiretamente na realização
deste trabalho.
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por ter me guiado e dado força durante esta
jornada, coragem para atingir meus objetivos e realizar mais este sonho. “Obrigada
Senhor pela sua infinita bondade, que sempre me dê forças para agir com eficiência e
retidão nesta linda profissão que escolhi”.
Obrigada pai e mãe por vocês terem me dado a oportunidade exclusiva de estudar
durante todos estes anos.
Ao Dr. Luís Daniel Giusti Bruno por ter me aceito como sua orientada durante
estes dois anos, pelos ensinamentos transmitidos, trocas de experiências, compreensão e
pela orientação na execução deste trabalho.
A todos os professores do curso de Pós Graduação em Zootecnia da Universidade
Estadual de Maringá, pelos ensinamentos transmitidos durante o curso de mestrado.
Ao professor Dr. Antônio Carlos de Oliveira, Meiby Carneiro de Paula e professor
Dr. Elias Nunes Martins pelo assessoramento nas análises estatísticas.
Aos estagiários, bolsista e colegas que me ajudaram na execução do experimento,
em especial à Eliany, Rafael, Fábio, Mariela, Fernando, Leandro, Ana Flávia, Luciane,
Priscila, Elis, Ana Carolina, Ana Paula, Luciana Maria, Márcia, Jovanir, Luciana
Ototumi, Elkin.
v
Ao Funcionário do setor de avicultura da fazenda experimental de Iguatemi, Célio
Aparecido, por ter dedicado ao máximo durante meu experimento, não medindo
esforços, até mesmo nas horas mais difíceis.
Aos colegas de pós-graduação que conquistei durante estes dois anos: Ana
Carolina, Ana Paula, André, Ângela, Diovani, Fabiana, Jayme, Jovanir, Juliano,
Luciana Maria, Luciana Otutumi, Marcos, Márcia, Mariane, Maximilian, Nelson,
Ossival, Pablo, Paula, Rodrigo, Tiago e Wallacy.
Quero agradecer uma pessoa muito especial, que ficará guardada em um cantinho
VIP no meu coração. Elis Regina de Moraes Garcia, obrigada por você ter sido minha
professora, orientadora durante o curso de graduação, por ter me indicado ao Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia, obrigada por você ter me ajudado durante estes dois
anos, principalmente durante meu experimento, período em que mais precisei e você
sempre ao meu lado, dando conselhos, incentivando e orientando. Não tenho nem
palavras para agradecer tudo o que você já fez por mim desde que me conheceu, por
isso quero lhe dizer o meu MUITO OBRIGADA POR TUDO.
A minha segunda família, Iracema de Moraes Garcia, Carlos Alberto Martins, Elis
Regina de Moraes Garcia, Yasmin Maria, Frederico Jorge e Pingo, agradeço por ter tido
a oportunidade de morar com vocês durante estes dois anos foi uma experiência
maravilhosa e que recordarei eternamente.
Ao meu namorado Carlos Alexandre pelo companheirismo e compreensão nos
momentos em que não pude dar atenção merecida a ele.
MUITO OBRIGADA POR TUDO!!!
vi
BIOGRAFIA
Andréia Fróes Galuci Oliveira, filha de Gládero Cardoso Vieira Oliveira e Maria
Cecília Fróes Galuci Oliveira, nasceu em Dourados, Mato Grosso do Sul, no dia 30 de
maio de 1980.
Em setembro de 1998, ingressou no Curso de Zootecnia da Universidade Estadual
do Mato Grosso do Sul (UEMS), em Aquidauana, Mato Grosso do Sul. Obteve o título
de Zootecnista em agosto de 2003.
Em março de 2004 ingressou no Curso de Pós-Graduação em Zootecnia, nível de
Mestrado, área de concentração Produção Animal, na Universidade Estadual de
Maringá. No dia 30 de maio de 2006 obteve o título de mestre em Zootecnia, na área de
concentração Produção Animal dentro do referido programa.
vii
ÍNDICE
Página
LISTA DE TABELAS.............................................................................................. ix
LISTA DE FIGURAS............................................................................................... xi
RESUMO.................................................................................................................. xiii
ABSTRACT.............................................................................................................. xv
I - INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1
1.1. Desenvolvimento do Tecido Ósseo............................................................... 2
1.1.1. Anormalidades Ósseas........................................................................ 5
1.1.1.1. Discondroplasia Tibial.......................................................... 6
1.2. Fatores que Influenciam o Desenvolvimento do Tecido Ósseo.................... 8
1.2.1. Fatores Endógenos.............................................................................. 8
1.2.2. Fatores Exógenos................................................................................ 9
1.2.2.1. Fatores Nutricionais................................................................ 9
1.2.2.2. Temperatura............................................................................ 11
1.2.2.3. Genética.................................................................................. 11
1.2.2.4. Fatores Ambientais................................................................. 12
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 18
II - OBJETIVOS GERAIS ....................................................................................... 23
III - Efeito da Densidade de Criação e do Grupo Genético sobre o Desempenho,
Rendimento de Carcaça e Desenvolvimento Ósseo de Frangos de
Corte.......................................................................................................................... 24
Resumo...................................................................................................................... 24
Abstract..................................................................................................................... 25
viii
Introdução................................................................................................................. 26
Material e Métodos................................................................................................... 27
Resultados e Discussão............................................................................................. 30
Conclusão.................................................................................................................. 35
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 36
IV - Efeito da Densidade de Criação e do Grupo Genético sobre a Composição
Mineral, Volume, Resistência e Densidade Óptica Radiográfica de Ossos Longos
de Frangos de Corte.................................................................................................. 43
Resumo...................................................................................................................... 43
Abstract..................................................................................................................... 44
Introdução................................................................................................................. 45
Material e Métodos................................................................................................... 46
Resultados e Discussão............................................................................................. 49
Conclusão.................................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 52
V – CONCLUSÕES GERAIS.................................................................................. 58
ix
LISTA DE TABELAS
Página
III - Efeito da Densidade de Criação e do Grupo Genético sobre o Desempenho,
Rendimento de Carcaça e Desenvolvimento Ósseo de Frangos de Corte
TABELA-1 Composição percentual e calculada das dietas experimentais dos
frangos de corte nas fases inicial (1-21 dias), fase de crescimento
(22-35 dias) e fase de terminação (36-42 dias)................................... 28
31
TABELA-2
TABELA-3
Médias de peso (g), ganho de peso (g), consumo de ração (g) e
conversão de frangos de corte de diferentes grupos genéticos, nos
períodos de 1 a 21, 22 a 35, 36 a 42 e 1 a 42 dias de idade................
Médias de peso (g), ganho de peso (g), consumo de ração (g) e
conversão alimentar de frangos de corte criados em diferentes
densidades (aves/m
2
), nos períodos de 1 a 21, 22 a 35, 36 a 42 e 1 a
42 dias de idade..................................................................................
32
34
TABELA-4 Médias e análises de variância para os efeitos de densidade de
criação (D), grupo genético (GG) sobre o rendimento de carcaça
eviscerada (A), rendimento de peito (B) e rendimento de perna
(C).......................................................................................................
x
IV - Efeito da Densidade de Criação e do Grupo Genético sobre a Composição
Mineral, Volume, Resistência e Densidade Óptica Radiográfica de Ossos Longos de
Frangos de Corte
47
TABELA-1 Composição percentual e calculada das dietas experimentais dos
frangos de corte nas fases inicial (1-21 dias), fase de crescimento
(22-35 dias) e fase de terminação (36-42 dias)...................................
xi
LISTA DE FIGURAS
Páginas
I – INTRODUÇÃO
FIGURA - 1 Estágios do processo de ossificação endocondral no disco de
crescimento..................................................................................... 5
Estrutura de osso longo, mostrando as estruturas da epífise,
metáfise e diáfise envolvidas no crescimento
ósseo...............................................................................................
FIGURA - 2
5
Etapas do desenvolvimento da discondroplasia tibial
........................................................................................................
FIGURA - 3
7
III - Efeito da Densidade de Criação e do Grupo Genético sobre o Desempenho,
Rendimento de Carcaça e Desenvolvimento Ósseo de Frangos de Corte
FIGURA - 1 Comprimento do Úmero.............................................................. 38
FIGURA - 2 Comprimento da Tíbia................................................................. 38
FIGURA - 3 Comprimento do Fêmur............................................................... 38
FIGURA - 4 Espessura do Úmero.................................................................... 39
FIGURA - 5 Espessura da Tíbia....................................................................... 39
FIGURA - 6 Espessura do Fêmur..................................................................... 39
FIGURA - 7 Índice de Seedor (Úmero)............................................................ 40
FIGURA - 8 Índice de Seedor (Tíbia).............................................................. 40
FIGURA - 9 Índice de Seedor (Fêmur)............................................................ 40
xii
FIGURA - 10 Peso do Osso Seco (Úmero)........................................................ 41
FIGURA - 11 Peso do Osso Seco (Tíbia)........................................................... 41
FIGURA - 12 Peso do Osso Seco (Fêmur)......................................................... 41
FIGURA - 13 Peso do Osso Úmido (Úmero)..................................................... 42
FIGURA - 14 Peso do Osso Úmido (Tíbia)........................................................ 42
FIGURA - 15 Peso do Osso Úmido (Fêmur)...................................................... 42
IV - Efeito da Densidade de Criação e do Grupo Genético sobre a Composição Mineral,
Volume, Resistência e Densidade Óptica Radiográfica de Ossos Longos de Frangos de
Corte
FIGURA - 1 Volume do Úmero....................................................................... 54
FIGURA - 2 Volume da Tíbia.......................................................................... 54
FIGURA - 3 Volume do Fêmur........................................................................ 54
FIGURA - 4 Resistência do Úmero.................................................................. 55
FIGURA - 5 Resistência da Tíbia..................................................................... 55
FIGURA - 6 Resistência do Fêmur................................................................... 55
FIGURA - 7 Densidade do úmero.................................................................... 56
FIGURA - 8 Densidade da Tíbia...................................................................... 56
FIGURA - 9 Densidade do Fêmur.................................................................... 56
FIGURA - 10 Teor de Cinzas (Úmero).............................................................. 57
FIGURA - 11 Teor de Cinzas (Tíbia)................................................................. 57
FIGURA - 12 Teor de Cinzas (Fêmur)............................................................... 57
RESUMO
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de determinar o comportamento do
desenvolvimento dos ossos longos em frangos de corte de diferentes grupos genéticos,
criados em diferentes densidades populacionais. Foram utilizados 2160 pintainhos
machos, de corte, com um dia de idade pertencentes à três grupos genéticos (Ross 308,
Hybro PG e Isa Label JA57), criados em duas densidades: 10 e 16 aves/m
2
. O
delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em um esquema
fatorial 3 x 2 com parcelas subdivididas, sendo os fatores principais os 3 grupos
genético e as 2 densidades de criação, e as subparcelas as idades de coletas dos ossos,
totalizando deste modo 6 tratamentos com 5 repetições cada um, com total de 30
unidades experimentais. A ração experimental foi padronizada para os três grupos
genéticos e o programa de alimentação dividido em três fases: inicial (1 a 21 dias de
idade), crescimento (22 a 35 dias) e final (36 a 42 dias). Para avaliação do crescimento
ósseo foram sacrificadas semanalmente (1, 7, 14, 21, 28, 35 e 42 dias de idade) 2 aves
por repetição para a coleta dos ossos longos (tíbia, fêmur e úmero) tanto do lado direito
como esquerdo. Foram avaliados os seguintes parâmetros: desempenho zootécnico,
rendimento de carcaça, comprimento (mm), espessura (mm), índice de Seedor
(mg/mm), peso do osso seco (g), peso do osso úmido (g), volume (cm
3
), resistência
(kgf), densidade óptica radiográfica (mmAl) e teor de cinzas (%). Não foram verificadas
diferenças significativas entre os grupos genéticos criados nas diferentes densidades de
criação para a maioria dos parâmetros avaliados com exceção ao diâmetro do úmero
para os grupos genéticos Ross 308 e Hybro PG e da resistência óssea para o grupo
genético Isa Label JA57. O grupo genético Isa Label JA57 apresentou desempenho e
desenvolvimento dos ossos longos inferiores aos dos grupos genéticos Ross 308 e
Hybro PG. Já os grupos genéticos Ross 308 e Hybro PG apresentaram comportamentos
xiv
iguais no desempenho. Não houve interação entre grupo genético e densidade de criação
para todas as características de desempenho. Os ossos longos apresentaram o mesmo
padrão de crescimento para as variáveis avaliadas, indicando que as aves apresentam
uma grande capacidade de expressão gênica para o crescimento ósseo, e que este padrão
não é afetado por possíveis diferenças genéticas ou por diferentes densidades de
alojamentos.
Palavras-chave: densidade de criação, densidade óptica radiográfica, desenvolvimento
ósseo, frangos de corte, grupo genético, ossos longos, resistência
óssea, teor de minerais, volume ósseo
ABSTRACT
The aim of this experiment was to study the pattern of long bone development on
broiler chickens belonging to different genetic groups under different rearing densities.
Evaluations of performance, carcass yield, bone growth, bone mineral content, bone
breaking strength and optical radiographic density of tibia, femur and humerus were
performed. The experimental design was a split-splot where the main plots were a
combination of three genetic groups and 2 rearing densities in a factorial arrangement,
and age was considered a secondary plot, so there were 6 treatments with 5 replications
per each one. The three genetic groups evaluated were Ross 308, Hybro PG and Isa
Label JA57, which were reared in 2 densities: 10 and 16 birds/m
2
. All broilers fed the
same diets: initial – 1-21 days; growing – 22-35 days and final – 36-42 days of age. For
the evaluation of bone growth, two broilers per replication were slaughtered at 1, 7, 14,
21, 28, 35 and 42 days of age. The long bones (tibia, femur and humerus) were
collected and frozen for later analyses. There were no significant interactions between
genetic groups and rearing densities for the evaluated parameters. These results did not
show differences between genetic groups reared at different densities, being humerus
width of Ross 308 and Hybro PG and bone breaking strength of Isa Label JA57 the
exceptions. This genetic group also presented a lower performance and bone
development when compared to Ross 308 and Hybro PG. Therefore, it was concluded
that the three genetic groups presented the same standard bone growth curve, which is
genetically defined and expressed no matter the genetic improvement program or
rearing density adopted.
Key words: bone breaking strength, bone density, bone development, bone volume
broiler chickens, genetic group, long bone, mineral content, rearing density
I - INTRODUÇÃO
Com os constantes avanços tecnológicos obtidos e a utilização de aves altamente
especializadas com grande potencial genético direcionado para o crescimento e demais
índices zootécnicos de interesse, a avicultura brasileira apresenta alta eficiência e
volume de produção. Em 2005, a produção brasileira de carne de frango totalizou até
novembro 8,464 milhões de toneladas superando em 11% o volume produzido nos
mesmos 11 meses de 2004 (Avisite, 2006). A exportação mundial de carne de frango
em 2005 foi de 2,8 milhões de toneladas, deixando o Brasil como líder neste quesito
(ABEF, 2006).
A avicultura de corte é uma das atividades, dentro do setor agropecuário, que mais
se desenvolveu e se destacou nos últimos anos. Vários fatores e esforços contribuíram
para que este nível de desenvolvimento fosse alcançado. Dentre os mais conhecidos e
estudados estão os avanços obtidos na área de nutrição, sanidade, manejo e
melhoramento genético, possíveis graças aos milhões de dólares gastos pelas empresas
na tentativa de obter uma ave que atinja um alto peso corporal em um curto espaço de
tempo. Todos os fatores acima mencionados levaram à obtenção de frangos de corte
com um potencial genético de crescimento espetacular quando comparado com as
outras espécies animais. Porém, para que a expressão gênica deste potencial seja
possível, devem ser fornecidas condições ambientais e de manejo adequadas.
Com o aumento das pesquisas realizadas na área de melhoramento genético tem-
se obtido linhagens de rápido crescimento, cada vez mais precoces e com maior
desenvolvimento muscular. No entanto, o desenvolvimento do tecido ósseo não tem
acompanhado estes processos fisiológicos, aumentando assim a incidência de problemas
de pernas e fragilidade do osso. Estes problemas são preocupantes para a indústria
avícola devido, principalmente, ao significativo índice de descarte no abatedouro em
2
função de carcaças mal desenvolvidas, e por também causar perdas relativas ao
desempenho das aves. Portanto, torna-se necessário a realização de estudos relacionados
com o crescimento ósseo destes animais e, assim, melhor entender o desenvolvimento
do tecido ósseo.
1.1. Desenvolvimento do Tecido Ósseo
O tecido ósseo é o segundo tecido a ter seu desenvolvimento priorizado pelo
organismo, atrás somente do sistema nervoso e à frente dos tecidos muscular e adiposo.
Tal fato ilustra bem a importância de um correto e adequado desenvolvimento deste
tecido. Apesar disto, pouca importância tem sido dada quanto ao seu status em animais
de produção.
O osso é um tipo de tecido conectivo dinâmico, constituído de aproximadamente
70% de minerais, 22% de proteína e 8% de água (Pizauro Jr, 2002). O colágeno do tipo
Ι constitui, aproximadamente, cerca de 95% da matriz orgânica; os 5% restantes são
compostos de proteoglicanas e várias outras proteínas do tipo não colagenosas (Sandy et
al., 1996).
O tecido ósseo possui várias funções importantes, dentre as quais podemos citar:
sustentação do corpo, locomoção, proteção de órgãos internos, reserva metabólica
(lipídeos e minerais) e órgão hematopoiético (Fernandes, 2005).
O cálcio é um dos íons mais importantes do sistema ósseo, sendo que 99% do
total existente no organismo é encontrado no tecido ósseo. O cálcio atua regulando a
contração muscular, transmissão do impulso nervoso, coagulação sanguínea e adesão
celular. Logo, devido a sua grande utilização encontra-se sempre em transição entre o
plasma e os ossos. Por isso, quando a ingestão desse elemento é suficiente ou excessiva
ele é rapidamente depositado nos ossos; entretanto, no contrário, o cálcio dos ossos é
mobilizado, aumentando sua concentração no sangue (Simões, 2005).
Segundo Rath et al. (2000) os componentes fundamentais do osso são: os
osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. Estes elementos celulares são responsáveis pela
síntese da matriz óssea e mineralização, são determinantes para os fatores químicos,
geométricos e resistência do osso.
Os osteoblastos são células do tecido esquelético responsável pela formação do
osso, ou seja, elas sintetizam e regulam a mineralização da matriz orgânica do tecido
ósseo. Como os osteoblastos são células secretoras, possuem aparelho de Golgi
proeminente e retículo endoplasmático rugoso bem desenvolvido. Os osteoblastos
3
secretam matriz orgânica intercelular ao seu redor e ao redor dos prolongamentos
citoplasmáticos que atuam como moldes para a formação de futuros túneis conhecidos
como canalículos. A função desses túneis é a de fornecer um meio de comunicação
entre os osteoblastos adjacentes e a superfície do osso que está sendo formada. Eles
permitem a passagem de fluidos dos vasos capilares para o tecido ósseo, troca de
nutrientes entre as células da matriz e a matriz intercelular bem como a troca de
nutrientes entre matriz, fluido do osso e fluido extracelular (Sandy et al., 1996; Gay et
al., 2000).
O osteoblasto sintetiza a matriz óssea; a qual é uma substância de base, rica em
colágeno (principalmente tipo I) e essencial para a posterior mineralização, por
aderência, de cristais de hidroxiapatita de cálcio, magnésio, potássio, sódio e carbonato
e fibrilas de colágeno, individualmente (Fernandes, 2005).
O osteócito é um osteoblasto maduro aprisionado dentro da matriz óssea. É o
responsável pela sua manutenção, pois possui a capacidade de sintetizar e de reabsorver
a matriz óssea em uma extensão limitada. Cada osteócito ocupa um espaço, ou lacuna,
dentro da matriz da qual partem canalículos ou prolongamentos que estabelecem
contato com as células adjacentes (Sandy et al., 1996).
Os osteoclastos são formados pela fusão de precursores da superfície óssea. Estes
precursores circulam no sangue como células mononucleares da medula óssea e são
conhecidos como pré-osteoclastos (Mundy, 1999). Sua principal função é a
desmineralização óssea e a digestão da matriz do osso. Eles apresentam receptores de
estrogênio, cujo efeito primário é o de inibir o recrutamento de osteoclastos (Fernandes,
2005). Durante o crescimento ósseo, os osteoclastos são necessários para a reabsorção
de cartilagem calcificada e modelação óssea. No animal adulto, essas células são
responsáveis pela remodelação e, se necessário, elas mantêm as exigências de cálcio
necessário para a homeostase (Gay et al., 2000).
Os ossos, como todas as outras estruturas celulares, passam por constantes
alterações. Eles usam cálcio e outros minerais e ao mesmo tempo absorvem parte dos
elementos dos ossos antigos, mais ou menos na mesma proporção, processo esse
chamado de remodelagem óssea, ou seja, enquanto os osteoclastos degradam e
removem a matéria antiga, os osteoblastos produzem osso novo (Simões, 2005).
Morfologicamente o osso possui duas formas: osso cortical ou compacto (cuja
função mecânica é de proteção) e o osso esponjoso (com função metabólica) (Sandy et
al., 1996). O osso cortical por sua vez, divide-se em:
4
a) envelope endosteal: a superfície em contato com a cavidade medular;
b) envelope periosteal: a superfície externa do osso;
c) envelope intracortical: tecido ósseo entre o endósteo e o periósteo.
O crescimento longitudinal dos ossos ocorre a partir de uma região localizada
entre a epífise e diáfise óssea, denominada placa de crescimento (Figuras 1 e 2). A
população celular desta placa é composta principalmente por condrócitos, que se
dividem em cinco grupos, classificados de acordo com os seguintes estágios de
maturação (Pines & Hurwitz, 1991):
Zona de reserva, que contém condrócitos aparentemente dispersos e
inativos;
Zona de proliferação, onde a maioria das divisões celulares ocorre.
Essa região contém as células precursoras dos condrócitos (células
progenitoras) em forma de disco. O tempo de vida de um condrócito, entre o
seu nascimento na zona proliferativa e morte na zona hipertrófica, é de
aproximadamente três dias em aves de crescimento rápido;
Zona de maturação é a região onde os condrócitos passam de uma
fase de pós-divisão a um estado de maturação. O estado de maturação é
caracterizado por uma fase de intensa síntese e secreção de matriz, e é nesse
local onde aparece a enzima fosfatase alcalina.
A zona hipertrófica contém condrócitos aumentados e muitas
vesículas da matriz;
Zona de calcificação, onde os condrócitos sofrem degeneração. É
nessa região que ocorre o depósito de fosfato de cálcio no interior das
vesículas, que posteriormente se extravasa infiltrando nos interstícios do septo
longitudinal (Pizauro Jr et al., 2002).
A formação do tecido ósseo pode ocorrer através de dois processos distintos:
ossificação endocondral (crescimento na cartilagem), ou ossificação intramembranosa
(crescimento da membrana) (Sandy et al., 1996).
5
FIGURA 1 - Estágios do processo de ossificação endocondral no disco de crescimento. O
processo de ossificação endocondral envolve: proliferação dos condrócitos,
maturação e hipertrofia como também síntese e calcificação de matriz
extracelular. Esses eventos iniciais são seguidos pela vascularização da
cartilagem calcificada. Fonte: Pizauro Jr. et al., 2002.
FIGURA 2 – Estrutura de osso longo, mostrando as estruturas da epífise, metáfise e diáfise
envolvidas no crescimento ósseo. Fonte: Gonzales & Macari, 2000.
1.1.1. Anormalidades Ósseas
A indústria avícola está atualmente enfrentando uma alta percentagem de
deformidades do tecido ósseo, devido principalmente à seleção genética realizada com
intuito de aumentar a taxa de crescimento dos animais (Velleman, 2000). Os problemas
de pernas podem estar associados às características genéticas dos animais, que
apresentam crescimento e acúmulo de tecido muscular muito rápido, com o tecido ósseo
se desenvolvendo a uma velocidade menor (Silva et al., 2001).
6
Algumas hipóteses associadas às anormalidades ósseas são descritas por Julian
(1998): o alto peso corporal dos frangos; imaturidade dos tecidos de sustentação. A
formação, remodelagem e alinhamento dos ossos, requer mais tempo que o rápido
crescimento permite; as deformidades podem estar relacionadas com nutrientes
específicos, enzimas, hormônios, ou requerimento de oxigênio pelas células
especializadas (proliferação dos condrócitos); ou podem estar relacionados com o
metabolismo dos produtos (ácido lático, dióxido de carbono) que são aumentados
devido ao rápido crescimento. A deformidade das pernas pode ser resultado de
crescimento desuniforme da placa de crescimento ou posição anormal da perna, mas é
mais provável que seja resultado de tensão do músculo ou do tendão sobre as
articulações ou osso, puxando os ossos para fora do alinhamento ou dobrando-os à
medida que crescem (Julian, 2005).
1.1.1.1. Discondroplasia Tibial
A discondroplasia tibial é uma doença causada devido ao rápido crescimento das
aves e ocorre quando as mesmas estão atingindo sua taxa máxima de crescimento. Esta
doença é um defeito local que ocorre na placa de crescimento de aves e animais de
rápido crescimento são mais susceptíveis a apresentarem a lesão (Rath, 1998; Praul et
al., 2000). Parece ser resultado de um desgaste na placa de crescimento (condrócitos)
durante o processo de elongação do osso e a ossificação endocondral (Figura 3). Essa
anormalidade ocorre principalmente durante o crescimento final da tíbia onde o
resultado da lesão é uma massa esponjosa de cartilagem desmineralizada na
proximidade final dos ossos longos (principalmente o tibiotarsus, mas não
exclusivamente) (Cook, 2000; Almeida Paz, et al., 2005). Além disso, tem sido
proposto que, na discondroplasia tibial, a etapa final do processo de calcificação não
ocorre devido ao fato de que os efetores de alguns genes, relacionados com o
mecanismo de calcificação do disco de crescimento podem apresentar algumas de suas
propriedades químicas ou biológicas alteradas e/ou não serem expressos. Nesse sentido,
a compreensão do mecanismo de ação e o papel das biomoléculas e dos minerais
relacionados com a discondroplasia tibial poderão contribuir para o conhecimento de
doenças do tecido ósseo e estabelecer estratégias de prevenção e tratamento (Pizauro Jr.
et al., 2002).
7
Esse distúrbio aparece frequentemente entre a 3ª e 8ª semana de vida do frango,
com baixa incidência (2%), mas com queda de desempenho e descarte de aves no
abatedouro causando perdas relevantes.
FIGURA 3 – Etapas do desenvolvimento da discondroplasia tibial:
A – inicialmente, o estímulo mecânico interrompe a cascata de diferenciação dos
condrócitos pré-hipertróficos.
B – os condrócitos continuam a proliferar-se normalmente levando a um acúmulo de
condrócitos pré-hipertróficos.
C – a lesão aumenta em tamanho e o fornecimento de nutrientes e de oxigênio aos
condrócitos localizados no interior da lesão é inadequado, levando ao aparecimento
de uma lesão severa. Fonte: Pizauro Jr. et al., 2002.
Existem algumas técnicas que podem ser usadas para caracterizar e avaliar a
discondroplasia tibial. Almeida Paz et al. (2005) utilizando quatro diferentes técnicas,
como: lixiscopia, análise macroscópica, análise histológica e densitometria radiográfica
óptica concluíram que, tanto a análise macroscópica quanto o uso de densidades
radiográficas são eficientes para caracterizar o estado da placa de crescimento na epífise
proximal da tíbia em frangos de corte.
Aves que sofrem com discondroplasia tibial tornam-se incapazes de caminhar
normalmente ou começam a mancar devido aos ossos que tornam-se deformados. Aves
com lesões avançadas são mais propensas a sofrerem fraturas (Velleman, 2000).
8
1.2. Fatores que Influenciam o Desenvolvimento do Tecido Ósseo
Desde 1930, inúmeras causas de deformidades no tecido ósseo em aves foram
identificadas. Nutrientes (toxidades, deficiências e imbalanços), genética, patógenos,
micotoxinas e práticas de manejo são fatores que afetam diretamente o crescimento e
desenvolvimento normal do tecido ósseo (Cook, 2000).
A seguir serão explicados os principais fatores que regulam e interferem no
desenvolvimento do tecido ósseo.
1.2.1. Fatores Endógenos
São os fatores inerentes ao próprio animal. Dentre estes destacam-se os fatores
reguladores sistêmicos que são em sua maioria hormônios, com destaque para o
hormônio paratireoidiano (PTH), hormônio paratireoidiano peptídio-relacionado,
(PTHrP), dihidroxivitamina D
3
(um metabólito da vitamina D
3
, também conhecido por
1,25(OH)
2
D3, calcitonina, estrogênios, glicocorticóides e retinóis. Dentre os fatores de
ação local destacam-se as interleucinas, fatores de crescimento (tais como o IGF-I e II),
prostaglandinas (especialmente a PGE
2
), neuropeptídeos e citoquininas (Price & Russel,
1992).
O 1,25-diOH-D
3
estimula a mobilização de cálcio e fosfato dos ossos por um
processo que requer síntese de proteínas e a presença de PTH. O resultado é um
aumento no cálcio e fosfato plasmáticos. Assim, o osso é um importante reservatório de
cálcio, que pode ser mobilizado para manter os níveis plasmáticos (Champe & Harvey,
1997).
Hormônios como paratormônio, estrógenos e diidroxicolecalciferol coordenam as
principais atividades do metabolismo ósseo, com vistas ao seu aumento em diâmetro e
comprimento durante o crescimento das aves (Silva et al., 2001).
O IGF-1 é um polipeptídeo presente na circulação sistêmica, produzido no fígado,
e secundariamente por vários tecidos, incluindo o tecido ósseo. O esqueleto é o maior
depósito extravascular de IGF-1, o qual exerce funções importantes como diferenciação,
maturação e recrutamento de osteoblastos (Borba et al., 2003).
A prostaglandina age estimulando a proliferação de condrócitos na placa de
crescimento dos ossos longos (Pine & Hurwitz, 1988).
9
1.2.2. Fatores Exógenos
São fatores externos, tais como: nutrição, temperatura, manejo de criação, entre
outros, fatores estes que podem ser alterados durante a criação das aves e que são
essenciais para o ótimo crescimento dos animais.
1.2.2.1. Fatores Nutricionais
A nutrição desempenha um papel essencial para a obtenção de um tecido ósseo de
alta qualidade. Dentre os nutrientes o cálcio e fósforo são os principais formadores da
matriz mineral, contribuindo com 95% (Rath et al., 2000). Nas aves, o cálcio é o
mineral encontrado em maior quantidade, estando presente quase que em sua totalidade
(99%) no tecido ósseo, sendo requerido em quantidade maior que qualquer outro
mineral (Sa et al., 2004).
O desequilíbrio de cátions e ânions na dieta pode influenciar na incidência de
problemas de pernas em frangos de corte, visto que estes são aves de crescimento
extremamente rápido. Drásticas alterações nesse equilíbrio podem acarretar em severos
danos em seu desempenho (Franco, 2002). Os efeitos de diferentes cátions e ânions na
incidência da discondroplasia tibial são dependentes entre si, mostrando a importância
do equilíbrio eletrolítico da dieta na determinação deste problema de perna (Murakami,
2000).
Durante as últimas décadas, interesses têm sido focados no estudo do papel da
vitamina D, cálcio, fósforo, cloro, zinco, cobre, cistina, cisteína, homocisteína e ácidos
graxos, sobre o desenvolvimento ósseo das aves. Durante os últimos cinco ou seis anos,
a vitamina D tem sido o principal nutriente que influi no crescimento ósseo a ser
estudado (Edwards, 2000).
A absorção da vitamina D seja de origem exógena ou endógena, é realizada da
mesma forma que a absorção dos lipídios: através de micelas. A vitamina D absorvida
pelo intestino é transportada pela corrente sanguínea para vários tecidos do organismo,
principalmente o fígado, onde é convertida em 25-hidroxicalciferol, o qual é levado até
os rins, para ser convertido em 1,25-dihidroxicolecalciferol. Posteriormente, este
composto é direcionado pelo sangue ao intestino e ossos.
O 1,25-dihidroxicolecalciferol atua de forma semelhante a um hormônio
esteróide, regulando a transcrição do DNA nas microvilosidades intestinais e induzindo
a síntese de RNAm específico para a produção da proteína transportadora de cálcio, a
qual é responsável pela absorção de cálcio existente no intestino (Nunes, 1988).
10
A vitamina D
3
ativada age no intestino, estimulando a absorção de cálcio; no osso,
aumentando o recrutamento de osteoclastos, estimulando a síntese de proteínas pelos
osteoblastos e participando na mineralização da matriz (Fernandes, 2005).
Fritts & Waldroup (2003) realizaram um experimento com intuito de avaliar duas
fontes com diferentes níveis de vitamina D, sendo elas: vitamina D
3
com níveis de 125,
250, 500, 1.000, 2.000 e 4.000 IU/kg e uma fonte comercial de 25-OH-D
3
com níveis de
3,125; 6,25; 12,5; 25; 50 e 100 μg/kg. Concluíram que tanto a fonte quanto os níveis de
vitamina D influenciaram a cinza do osso aos 21 e 42 dias. A incidência e severidade de
discondroplasia tibial foram significativamente influenciadas pela suplementação com
25-OH-D
3
: ou seja: as aves alimentadas com esta fonte tiveram uma menor incidência
de discondroplasia tibial.
Uma das possíveis maneiras de se combater as anomalias ósseas (e os demais
problemas relacionados com a repentina elevação na taxa de atividade metabólica dos
frangos de corte) seria diminuir a velocidade de crescimento, principalmente no período
em que ela ocorre de maneira mais acelerada: no início do ciclo da criação. Uma das
técnicas utilizadas para desacelerar a taxa de crescimento das aves, ou melhor, a mais
utilizada, é a restrição alimentar, que consiste em diminuir por um período de tempo o
alimento ingerido pelo animal, seja em sua quantidade (restrição quantitativa) ou em sua
composição (restrição qualitativa) (Bruno, 2002).
Trabalho realizado por Bruno et al. (2000), mostrou que frangos submetidos à
restrição alimentar quantitativa e diferentes temperaturas, apresentaram uma redução no
crescimento dos ossos longos.
Pelicano et al. (2005) avaliaram o efeito da restrição alimentar qualitativa
(protéica ou energética) sobre o ganho de peso e o desenvolvimento ósseo de frangos
criados em diferentes temperaturas ambientais. A restrição protéica resultou em menor
ganho de peso e menor diâmetro do fêmur no 14º dia de idade. Não foram observadas
diferenças nessas características a partir do 21º dia de idade. O ganho de peso e o
crescimento do fêmur não foram influenciados pela restrição energética. A alta
temperatura ambiente (33ºC) influenciou negativamente o ganho de peso e o diâmetro
do fêmur, a partir do 21º dia, e o comprimento do fêmur, no 42º dia de idade. Tanto a
restrição protéica na segunda semana, quanto a alta temperatura ambiente, a partir do
21º dia de idade, reduziram o ganho de peso e o crescimento do fêmur de frangos.
11
1.2.2.2. Temperatura
Experimento realizado por Bruno (2002) mostrou que a temperatura de criação
afeta o comprimento e espessura da tíbia e a espessura do fêmur aos 28 dias de idade,
onde menores valores foram encontrados nos ossos dos frangos criados em temperatura
quente. Já Yalçin et al. (1996) concluíram não haver efeito de elevadas temperaturas
sobre o comprimento da tíbia em frangos de corte. Moraes et al. (2002) utilizando
diferentes temperaturas ambientes durante a primeira semana de vida de pintos de corte,
observaram que a temperatura não afetou a espessura da tíbia e do fêmur, mas
ocasionou um aumento significativo no peso e comprimento dos ossos. Estes autores
concluíram que o estresse por frio (20ºC) reduziu o crescimento ósseo bem como o peso
vivo das aves durante os primeiros sete dias após a eclosão. A temperatura ambiente
teve efeito na espessura do úmero que foi influenciado pela temperatura quente antes
que os outros ossos (21 dias, quando comparados aos 28 dias de idade). Aos 42 dias
todos os ossos longos mostraram redução no comprimento e espessura na temperatura
quente quando comparada à temperatura termoneutra ou fria.
Aumento na resistência óssea de acordo com a idade do frango foi observado para
todos os três ossos (tíbia, fêmur e úmero), no entanto, a análise dos dados não mostrou
efeito significativo da temperatura nessa variável (Bruno, 2002).
Em se tratando dos teores de cálcio e fósforo no osso, Bruno (2002) não
encontrou diferenças nos teores de cálcio dos ossos longos de aves criadas em
condições de estresse por calor, estresse por frio e termoneutralidade.
1.2.2.3. Genética
Hoje existem diversas linhagens de frangos de corte no mercado das quais
podemos citar as mais utilizadas pelas empresas brasileiras: Cobb, Ross 308, Ross 508,
Hybro PG, Avian Farm e Hubbard, e é de fundamental importância conhecer suas
características de desempenho zootécnico, bem como de rendimento e qualidade de
carcaça, para melhor atender às necessidades do mercado consumidor, que está cada vez
mais exigente (Rabello, 1996). Elas se diferenciam, dentre outros fatores, pelas curvas
de crescimento.
O aumento na freqüência de problemas de pernas observados em frangos de corte
atualmente está relacionado com os genótipos modernos de frangos. Com a seleção
genética voltada para o alto ganho de peso e elevadas taxas de crescimento, tem-se
12
depositado grandes cargas sobre ossos e juntas relativamente imaturos, causando assim
má formação óssea (problemas de perna).
A redução de exercícios aumenta a ocorrência de problemas de perna em frangos
de corte. A atividade locomotora é dramaticamente reduzida no final do período de
criação em frangos selecionados para um rápido crescimento quando comparado com
aqueles selecionados para um crescimento inicial mais lento.
O período inicial é muito importante porque durante este período a taxa de
crescimento do osso e a mineralização é alta e, conseqüentemente, exercícios podem
levar a um maior fortalecimento no osso e ter um maior efeito na prevenção de
anormalidades ósseas. Além disso, se a atividade precoce está relacionada com a
atividade em um período tardio, diferenças na atividade durante o período inicial podem
ser usadas como comportamento para selecionar aves mais móveis (Bizeray et al.,
2000).
Estes autores conduziram um experimento com a intenção de avaliar as condições
locomotoras precoces em duas diferentes linhagens (uma de crescimento inicial rápido –
B e a outro de crescimento inicial lento – L). Eles observaram o tempo gasto por estas
aves quando as mesmas estavam deitadas, em pé, bebendo, comendo e caminhando.
Concluíram que as médias de todos os grupos foram: as aves gastaram 67% do tempo
deitadas, 28% imóvel (comendo, bebendo e em pé) e somente 5% do tempo
caminhando. Observaram que, aves selecionadas para alto crescimento ficaram menos
tempo em frente ao comedouro (aumenta o tempo deitada, bebendo e caminhando), mas
comeram mais que aves selecionadas para menor crescimento (maior tempo comendo).
1.2.2.4. Fatores Ambientais
Entende-se por densidade de criação o grau de concentração de aves por unidade
de superfície do galpão, geralmente expressa em números de aves por m
2
.
A densidade populacional é um aspecto importante a ser considerado, pois o
aumento demasiado do número de aves por metro quadrado pode causar uma redução
na taxa de crescimento, aumento da mortalidade, cama com baixa qualidade e um
aumento na incidência de lesões na carcaça do frango bem como problemas de perna
(Oliveira & Carvalho, 2002).
Os problemas da criação de aves no Brasil têm sido associados ao estresse
calórico, provocado pelas altas temperaturas no verão, com declínio na produtividade,
diminuição do consumo de ração e aumento da mortalidade. Esse último tende a ser
13
mais intenso no regime de alta densidade, face ao maior número de aves e a maior
produção de calor (Embrapa Suínos e Aves, 1999).
Aviários convencionais com densidade de 10 aves/ m
2
podem ser ampliados para
15 a 18 aves/ m
2
com algumas adaptações de ambiente e de equipamentos, mas para 22
aves/ m
2
é necessário o uso de alta tecnologia. É possível atingir produção de 38 a 40 kg
de carne/ m
2
(Embrapa Suínos e Aves, 1999).
A alta densidade também pode ser entendida como a obtenção de mais carne por
m
2
, podendo-se chegar, ao final da produção, até a 40 kg/m
2
(Santin, 1996; Tinôco,
2005). Valores superiores a 30 kg/m
2
já são entendidos como alta densidade (Tinôco,
2005). Tal prática vem se tornando cada vez mais comum, sempre com o mesmo
objetivo, ou seja, a redução dos custos de produção. Para isto é necessário aperfeiçoar
os fatores de produção tais como galpão, equipamentos, mão-de-obra, assistência
técnica e transporte (Santin, 1996).
Os estudos de comportamento e de lesões nas patas mostram que uma densidade
de criação animal elevada, superior a 25 quilogramas por metro quadrado, cria graves
problemas de bem-estar, na medida em que a restrição de movimento provoca
pododermatites, lesões nas patas, bolhas de ar no peito, restrições comportamentais e,
em última análise, elevadas taxas de mortalidade.
Os estudos sobre desordens comportamentais e lesões nas patas mostram
claramente que a densidade animal deve ser igual ou inferior a 25 quilogramas por
metro quadrado para evitar a maior parte dos grandes problemas de bem-estar e que, em
densidades acima de 30 quilogramas por metro quadrado, mesmo se acompanhada de
bons sistemas de controle ambientais, se verifica um aumento abrupto da freqüência dos
problemas graves (Parlamento Europeu, 2006).
O crescimento atual no volume de quilos de carne de frango produzidos no Brasil
deve-se a diferentes fatores, entre eles, o desempenho determinado durante a vida
produtiva destes animais. Além dos fatores genéticos, nutricionais e sanitários o manejo
associado à densidade animal pode influenciar neste desempenho. O aumento na
densidade de criação de frangos de corte determina uma redução no peso final das aves
e no consumo de ração (Bordin et al., 2004).
As empresas integradoras têm utilizado a alta densidade, mesmo com a redução
no desempenho zootécnico, como ferramenta para reduzir o custo de produção. A
produção de carne/m
2
e o custo/ave alojada aumentam de maneira significativa com o
14
incremento da densidade, porém, a lucratividade/m
2
tem se mostrado superior em altas
densidades (Schmidt et al., 2004).
Feddes et al. (2002), conduziram um experimento com objetivo de analisar o
efeito de 4 densidades populacionais e densidades de bebedouros tipo nipple no
desempenho e rendimento de carcaça de fêmeas do grupo genético Ross aos 39 e 42
dias de idade, sendo que obtiveram os seguintes resultados: aves criadas na densidade
23,8 aves/m
2
tiveram menor peso corporal e carcaça (1.898 g e 1.334 g,
respectivamente), enquanto que as aves criadas na densidade de 14,8 aves/m
2
tiveram o
maior peso corporal e de carcaça (1,985 g e 1,432 g, respectivamente). Embora o
tratamento com 23,8 aves/m
2
determinou um menor peso corporal, o rendimento de
carcaça dos frangos por unidade de espaço foi maior (46 kg/m
2
). Os autores concluíram
que um alto rendimento por unidade de área com carcaças de boa qualidade pode ser
alcançado quando a taxa de ventilação e a circulação de ar são adequadas, diminuindo o
calor, melhorando o microclima da ave e reduzindo assim a possibilidade de estresse
causado pelo calor.
Trabalhos com alta densidade mostram que os efeitos negativos sobre o
desempenho não são atribuídos à fase inicial, e sim às duas ou três últimas semanas de
criação. O aumento da densidade de criação implica em maior preocupação com o fator
cama, já que o maior número de frangos por m
2
ocasiona maior concentração de
umidade na cama, podendo exercer influência negativa no desempenho dos frangos
(Baião, 1995).
Conte et al. (1998) não observaram efeito da densidade populacional (10, 12 e 14
aves/m
2
) sobre os pesos ao abate, que variaram de 2,072 kg na menor densidade, a
2,051 kg na maior densidade. Por outro lado, Luchesi (1998) verificou que na medida
em que a densidade aumentava, havia uma queda no peso das aves de 2,672 kg (10
aves/m
2
) para 2,376 (20 aves/m
2
). Avaliando o desempenho de aves mantidas sob
densidades de 6, 10, 14 e 18 aves/m
2
, Hellmeister Filho et al. (1998) relataram um
aumento na quantidade de carne produzida por metro quadrado com o aumento da
densidade em porcentagens relativas à densidade de 6 aves/m
2
(100%), o peso total dos
frangos variou de 178% na densidade 10 aves/m
2
a 274% em 18 aves/m
2
.
Mizubuti et al. (1994) estudaram o efeito de diferentes tipos de cama (casca de
arroz, capim-colonião e capim-elefante) e três densidades populacionais (10, 12 e 14
aves/m
2
) sobre o desempenho de duas linhagens comerciais de frangos de corte (Arbor
Acres e Hubbard) nos períodos 1 (1-28 dias), 2 (29-45 dias) e total (1-45dias). Eles
15
avaliaram o consumo de ração (CR), ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) e
observaram efeitos significativos entre linhagens para a característica CR, com a
linhagem Hubbard apresentando maiores médias (1,93; 2,56 e 4,49 kg) em relação à
linhagem Arbor Acres (1,78; 2,44 e 4,22 kg) nos períodos 1, 2 e total respectivamente.
O mesmo efeito foi observado para a característica GP, com a linhagem Hubbard
apresentando as melhores médias (1,12; 1,10 e 2,22 kg) em relação à linhagem Arbor
Acres (1,04; 1,06 e 2,10 kg), nos períodos 1, 2 e total respectivamente. Porém, estes
autores não observaram efeitos significativos de densidade populacional sobre as
características estudadas.
Vários autores, entre eles Moreng (1961), Oliveira (1969), Bolton et al. (1972),
Soares et al. (1991), Flores-Portillo & Mendoza (1992) concluíram que para não afetar o
desempenho no final da criação, a densidade deve ser de 10 a 12 frangos/m
2
. Já outros
autores, tais como Reece (1978), Kupsch (1981) e North & Bell (1990) enfatizam que o
número de aves/m
2
deve ser determinado em função do seu peso, nunca devendo
ultrapassar 28 a 30 kg/m
2
. Isto torna possível ao produtor utilizar o artifício de variar a
densidade de criação em função da idade programada para o abate dos frangos.
Cavalheiro et al. (1974), estudando densidades de 8, 10, 12, 14, 16 e 18
frangos/m
2
encontraram menor consumo de ração e conseqüente diminuição no ganho
de peso com o aumento da densidade. Segundo o autor, todos os efeitos negativos de
alta densidade se devem, principalmente, à dificuldade de locomoção e acesso aos
comedouros e bebedouros nas duas últimas semanas antes do abate; e também pelos
problemas causados pela alta umidade da cama e dificuldade de circulação de ar,
também no final da criação.
Graças et al. (1990), utilizando densidades de 8, 10, 12, 14 e 18 aves/m
2
não
encontraram diferenças de consumo e ganho de peso no inverno (época fria), mas sim
no verão (época quente), evidenciando que a temperatura ambiente, deve ser levada em
consideração quando da escolha da densidade a ser trabalhada.
Trabalho de Bizeray et al. (2000) enfatizam que frangos de corte gastam 67%
deitados. Com base nesta afirmação, Bizeray et al. (2002) adotaram algumas práticas de
manejo com intuito de aumentar a caminhada dos animais e conseqüentemente reduzir
os problemas de perna.
Certas práticas de manejo como colocar barreiras entre o comedouro e bebedouro,
destinam-se a aumentar o consumo de alimento e a caminhada em frangos de corte, com
16
isto pode potencializar como meios para melhorar a resistência das pernas sem afetar a
taxa de crescimento ou conversão alimentar.
Alternativas como colocar focos de luz dentro do ambiente das aves ou lançar
algum tipo de alimento no chão são práticas que também estimulam as aves a
realizarem exercícios físicos, mas devem ser mais estudadas para que assim possamos
chegar a melhores resultados podendo então diversificar o manejo (Bizeray et al., 2002).
Estes mesmos autores fizeram um estudo com a intenção de determinar o efeito de três
tipos de complexidade ambiental (tratamento com barreira espaçada entre o bebedouro e
comedouro - B; tratamento utilizando focos de luz projetados 1 hora por dia – L; e
tratamento com trigo que foi lançado no chão e espalhado dentro do box no período de
8 a 17 dias – W) para melhorar o ato de se alimentar e também a caminhada das aves.
Analisaram o desempenho (mortalidade, peso corporal e conversão alimentar), escore
(classificados dentro de diferentes categorias de imperfeições), qualidade do osso
(comprimento, diâmetro, peso do osso, % de cinzas, discondroplasia tibial) e
imobilidade tônica. Não encontraram diferenças estatisticamente significativa para
todos os parâmetros, com exceção para o diâmetro médio de ambas as tíbias (direita e
esquerda) que foi melhor no tratamento com barreiras. Este fato pode ter ocorrido
devido à maior atividade que as aves tinham que fazer neste tratamento, levando assim a
um aumento no fortalecimento e desenvolvimento das tíbias.
Tablante et al. (2003) realizaram um experimento com objetivo de determinar o
efeito da densidade de criação (10, 15 e 20 aves/m
2
) e a utilização de poleiros (com
angulação de 0°, 10° e 20°) para avaliar a incidência de discondroplasia tibial e teor
cinza nos ossos em frangos de corte. Concluíram que apesar de não ter apresentado
diferenças significativas, a incidência de discondroplasia tibial foi baixa nas aves
criadas em densidades de 15 e 20 aves/m
2
e alta nas aves criadas em densidade de 10
aves/m
2.
A incidência de discondroplasia tibial foi baixa no tratamento com poleiro com
0° de angulação e alta nos boxes com combinação de poleiros horizontal e inclinado. A
percentagem de cinzas no osso foi baixa nas aves com discondroplasia tibial em relação
às aves normais. A incidência de discondroplasia tibial foi similar para ambos os sexos;
entretanto a porcentagem de cinzas no osso foi significativamente menor nos machos do
que nas fêmeas, isto é devido ao rápido crescimento dos machos comparado com as
fêmeas.
Pizauro Jr. (2002) cita que, num experimento realizado por Grashorn, na
Alemanha, foi testada a influência de densidades populacional média a alta sobre a
17
incidência de deformidades de pernas. Utilizaram-se aves das linhagens Arbor Acres e
Lohman, criadas até os 35 dias de idade, sem separação de sexo, sob condições normais
de criação. Foram medidos parâmetros como mortalidade, incidência de deformidade de
pernas, atividades das aves e desempenho de crescimento. Os grupos de alta densidade
apresentaram melhores ganhos de peso e melhor conversão alimentar, com uma
tendência de apresentar uma maior freqüência de deformidades de pernas, porém sem
diferença estatística com os demais tratamentos. A mortalidade e incidência de
deformidades de pernas foram baixas no experimento, não havendo diferença entre as
linhagens. Foram medidas as características de resistência óssea, as quais indicaram
uma menor ossificação em densidades de criação mais alta, o que pode ter sido causado
pela pior qualidade da cama (maior umidade e maior temperatura ao final da criação).
18
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23
II – OBJETIVOS GERAIS
O presente trabalho teve por objetivo estudar o comportamento do
desenvolvimento ósseo em frangos de corte de diferentes grupos genéticos, criados em
duas densidades populacionais. Deste modo foram redigidos dois capítulos, cujos
objetivos foram:
1 - Avaliar o efeito da densidade de criação e do grupo genético sobre o
desempenho, rendimento de carcaça e desenvolvimento ósseo de frangos de corte;
2 - Avaliar o teor de minerais, volume, resistência e densidade óptica radiográfica
dos ossos longos dos grupos genéticos de frangos de corte criados em duas densidades
populacionais.
III - Efeito da Densidade de Criação e do Grupo Genético sobre o
Desempenho, Rendimento de Carcaça e Desenvolvimento Ósseo de Frangos de
Corte
RESUMO – Este trabalho foi realizado objetivando-se avaliar o efeito da
densidade de criação (10 e 16 ave/m
2
) e do grupo genético (Hybro PG, Isa Label JA57 e
Ross 308) sobre as características de desempenho, rendimento de carcaça e
desenvolvimento ósseo de frangos de corte. Para isto foi utilizado um delineamento
inteiramente casualizado em um esquema fatorial 3 x 2 (3 grupos genéticos x 2
densidades de criação) em parcelas subdivididas, sendo as parcelas principais os grupos
genéticos e as densidades, e as subparcelas as idades de coleta. A tíbia, fêmur e úmero
foram coletados quando as aves estavam com 1, 7, 14, 21, 28, 35 e 42 dias de idade,
sendo mensurados o comprimento e espessura (mm, expressos em valores absolutos),
peso do osso seco, peso do osso úmido (gramas) e o índice de Seedor (peso do osso
seco dividido por seu comprimento, mg/mm). Não houve diferenças significativas entre
os grupos genéticos e as densidades de alojamento para a maioria dos parâmetros
avaliados com exceção do diâmetro do úmero para os grupos genéticos Ross 308 e
Hybro PG, quando criados nas densidades 10 e 16 aves/m
2
. Não foram encontradas
interações entre densidade e grupo genético para desempenho zootécnico e rendimento
de carcaça. Todas as variáveis aumentaram com a idade da ave, observando-se que o
grupo genético Isa Label JA57 por não ser melhorado geneticamente e
consequentemente possuir desenvolvimento lento, sempre apresentou valores inferiores
aos grupos genéticos Ross 308 e Hybro PG (desenvolvimento rápido). Pouca diferença
foi observada para os padrões de desenvolvimento ósseo dos grupos genéticos Ross 308
e Hybro PG.
Palavras-chave: densidade de criação, desenvolvimento ósseo, frangos de corte, grupo
genético, ossos longos
25
Effect of Rearing Density and Genetic Group on Performance, Carcass Yield
Quality and Bone Development in Broiler Chickens
ABSTRACT – The aim of this study was to evaluate the effects of rearing density
(10 and 16 birds/ m
2
) and genetic group (Hybro PG, Isa Label JA57 and Ross 308) on
performance, carcass yield and long bone development in broiler chickens reared at 42
days of age. The experimental design was a split-splot where the main plots were a
combination of three genetic groups and 2 rearing densities in a factorial arrangement,
and age was considered a secondary plot, so there were 6 treatments with 5 replications
per each one. Tibia, femur and humerus samples were collected when chickens were 1,
7, 14, 21, 28, 35 and 42 days old. The evaluated parameters were length and width (mm,
expressed in absolute values), dry bone weight (g), fresh bone weight (g) and bone
weight/ bone length Seedor´s index (BW/BL, mg/mm). There was no difference
between genetic group and rearing density for the evaluated parameters, exception for
humerus width of Ross 308 and Hybro PG reared at thr two rearing densities. All
variables were increased with chicken age. Isa Label JA57, the genetic group with the
slowest metabolism, presented lower values for all evaluated parameters when
compared to Ross 308 and Hybro PG. Small differences were observed in curves of
Ross 308 and Hybro PG, which were quite similar during the 42 days of rearing, being
the higher values found for Hybro PG. The pattern of bone development was the same
for all genetic groups, despite the rearing density used, showing that broilers had a
standard bone growth curve that is not affected by neither genetic or rearing density.
Key words: bone development, broiler chickens, genetic group, long bone, rearing
density
26
Introdução
A avicultura no Brasil é uma das atividades que mais tem se desenvolvido nas
últimas décadas. Este progresso, tanto em números de frangos abatidos como no de
ovos produzidos, possibilitou à indústria avícola um notável potencial para prover aos
consumidores fontes protéicas saudáveis e a um custo baixo (Hellmeister Filho, 2002).
Grande parte desta evolução deve-se aos programas de melhoramento genético das
empresas avícolas. Porém, estes mesmos programas imputaram às aves alguns
problemas relacionados à alta velocidade de crescimento e alta taxa de deposição de
tecido muscular. Dentre estes problemas podemos citar o aumento na taxa de deposição
de gordura na carcaça menor resistência aos desafios sanitários de campo, aumento na
incidência de doenças metabólicas e anomalias ósseas (Silva, 2004).
A diversidade de linhagens no mercado tem levado os pesquisadores a realizarem
ensaios comparativos entre as mesmas. Flemming et al. (1999) realizaram um
experimento para estudar o desempenho zootécnico e o rendimento de carcaça com e
sem osso entre cinco linhagens de frango de corte (Ross 308, Cobb, Hubbard, Arbor
Acres e Isa Vedette), verificando que existem diferenças entre as linhagens comerciais
existentes no mercado. Rondelli et al. (2003) também conduziram um experimento com
intuito de avaliar os parâmetros produtivos, composição da carcaça e rendimento de
duas linhagens de frangos de corte (Ross 308 e Avian Farm). A linhagem Ross 308
apresentou ao final do experimento maior peso corporal e ganho de peso, melhor
consumo e conversão alimentar. Os autores também observaram melhor rendimento de
peito com osso nos machos e fêmeas da linhagem Ross 308. Em relação às pernas e
coxas, os machos Ross 308 mostraram melhores resultados e nenhuma diferença foi
observada entre fêmeas de ambas as linhagens.
A densidade populacional também é um aspecto importante a ser considerado no
contexto da criação de frangos de corte. Com a introdução de linhagens de alto
rendimento no mercado brasileiro, o setor reavaliou os critérios de manejo, nutrição e
densidade de criação, a fim de maximizar a produtividade e otimizar os custos. É
fundamental definir as características de produção, uma vez que os frangos das
linhagens atuais apresentam exigências diferenciadas (Moreira et al., 2004). Neste
contexto, torna-se importante a avaliação da melhor densidade populacional a ser
utilizada. Por isso, vários pesquisadores têm trabalhado com intuito de aumentar a
produtividade sem prejudicar os índices zootécnicos. Oliveira & Carvalho (2002)
avaliaram o rendimento de carcaça, produção de carne total e a incidência de lesões no
27
peito, joelho e coxim plantar na carcaça de aves submetidas a dois tipos de cama
(resíduo da cultura de girassol e feno de braquiária) e três densidades populacionais (10,
12 e 15 aves/m
2
), concluindo que não houve efeito do tipo de cama, densidade ou da
interação cama x densidade populacional sobre o peso ao abate, rendimento de carcaça e
de cortes e lesões no peito, joelho e coxim plantar.
Porém, poucos estudos avaliam a possibilidade de haver interações entre os
diferentes grupos genéticos e diferentes densidades populacionais. Frente a este fato,
este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da densidade de criação e do grupo
genético sobre o desempenho, rendimento de carcaça e desenvolvimento dos ossos
longos de frangos de corte.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no aviário da Fazenda Experimental de Iguatemi, da
Universidade Estadual de Maringá, entre os dias 20 de julho e 05 de setembro de 2005.
Foram utilizados três grupos genéticos de frangos de corte: Hybro PG, Isa Label
JA57 e Ross 308, os quais foram adquiridos de um incubatório comercial (matrizes com
42 semanas de idade), totalizando 2160 pintainhos machos de um dia de idade, sendo
720 para cada grupo genético, e duas densidades de criação: 10 e 16 aves/m
2
, todos os
boxes com dimensão de 5,3 m
2
. No tratamento com densidade 10 aves/m
2
foram
alojados 53 pintainhos e nos tratamentos com 16 aves/m
2
,
91 aves.
As aves receberam durante o período experimental três rações, formuladas de
acordo com a idade das aves: inicial (1-21 dias), crescimento (22-35 dias) e final (36-42
dias), seguindo as recomendações nutricionais do NRC (1994) e a composição química
dos alimentos de Rostagno (2000).
Durante todo o período experimental a ração e a água foram fornecidas ad libitum
para as aves. A composição percentual das rações, bem como os níveis calculados, está
apresentada na Tabela 1.
Para um melhor entendimento, os tratamentos estão descritos a seguir:
Tratamentos:
T1 - Isa Label JA57 com densidade de criação de 10 aves por metro quadrado;
T2 - Isa Label JA57 com densidade de criação de 16 aves por metro quadrado;
T3 - Ross 308 com densidade de criação de 10 aves por metro quadrado;
T4 - Ross 308 com densidade de criação de 16 aves por metro quadrado;
28
T5 - Hybro PG com densidade de criação de 10 aves por metro quadrado;
T6 - Hybro PG com densidade de criação de 16 aves por metro quadrado;
TABELA 1 - Composição percentual e calculada das dietas experimentais dos frangos
de corte nas fases inicial (1-21 dias), fase de crescimento (22-35 dias) e
fase de terminação (36-42 dias).
TABLE 1 – Percentual and calculated composition of experimental diets of broiler chickens in initial
(1- 21 days), growing (22-35 days) and final periods (36-42 days).
Ingredientes, %
Ingredients, %
Fase inicial
(1-21 dias)
Initial phase
(1-21 days)
Fase de
crescimento
(22-35 dias)
G
rowing phase
(22-35 days)
Fase final
(36-42 dias)
Final phase
(36-42 days)
Milho moído (Corn) 53,23 54,54 62,00
Farelo de soja (Soybean Meal) 39,94 37,53 30,49
Óleo degomado (Oil) 2,91 4,71 4,70
Fosfato bicálcico
(Dicalcium Phosphate)
1,61 1,10 0,90
Calcáreo (Limestone) 1,40 1,43 1,33
Sal comum (Salt) 0,45 0,33 0,25
Suplemento mineral-
vitamínico
1
(VItaminic and Mineral Supplement)
0,15 0,20 0,20
DL-Metionina
(DL-Methionine)
0,21 0,06 0,03
Antioxidante (BHT)
Antioxidant (HBT)
0,10 0,10 0,10
Total (Total) 100,00 100,00 100,00
Valores calculados (Calculated
Values)
Energia metabolizável (EM)
(Metabolizable Energy) (kcal/kg)
2.950 3.100 3.200
Proteína bruta (PB) (Crude
Protein) (%)
22,00 21,00 18,50
Cálcio
(Calcium) (%) 1,00 0,90 0,80
Fósforo disponível
(Available
Phosphorous)(%)
0,45 0,35
0,30
Metionina + Cistina
(Methionine +Cystine) (%)
0,90 0,72 0,60
Metionina (Methionine) (%) 0,53 0,38 0,32
Lisina (Lysine) (%) 1,24 1,00 0,85
Relação EM:PB ( Metabolizable
Energy and Crude Protein ratio)
134,10 147,62 172,97
1
Premix vitamínico Multi Frango e Multi Mix e premix mineral Multi Mix., Nucleopar S.A.
29
Parâmetros Avaliados
Para avaliação de desempenho zootécnico (consumo de ração, peso vivo, ganho
de peso e conversão alimentar) as rações e as aves foram pesadas semanalmente até o
42º dia.
Aos 42 dias foram escolhidas, aleatoriamente, 2 aves por unidade experimental,
perfazendo um total de 10 aves/tratamento para avaliação do rendimento de carcaça
com osso. Os parâmetros de rendimento avaliados foram: rendimento da carcaça
eviscerada, rendimento de perna total e rendimento de peito.
Para avaliação do crescimento ósseo foram sacrificadas semanalmente (1, 7, 14,
21, 28, 35 e 42 dias de idade) 2 aves por repetição para a coleta dos ossos longos (tíbia,
fêmur e úmero) tanto do lado direito como esquerdo. Após a coleta os ossos foram
congelados e, posteriormente colocados em água fervente por aproximadamente 10
segundos para serem descarnados. Após a retirada do tecido muscular aderido ao osso,
os mesmos foram mergulhados em éter de petróleo por um período de 24 horas para
serem desengordurados, e então secos em estufa de ventilação forçada a 40° C por 24
horas. Ao final da secagem em estufa os mesmos foram estocados para a realização das
análises referentes ao desenvolvimento ósseo.
Para mensuração do peso ósseo (peso úmido e peso seco do osso desengordurado
após 24 horas em éter de petróleo e 24 horas em estufa à 40°C) foi utilizada uma
balança analítica de precisão (0,0001g).
Tanto o comprimento quanto a espessura óssea foram mensurados com o auxílio
de um paquímetro manual (0,01mm). O comprimento foi medido tomando-se a maior
distância entre as epífises, e a espessura tomando-se o ponto central do osso, sendo que
as mensurações foram feitas sempre nos mesmos pontos em todos os ossos.
Usando o peso do osso seco e seu comprimento foi calculado o índice de Seedor
(Seedor et al., 1991 – peso do osso expresso em mg, dividido pelo comprimento do osso
expresso em mm), que é utilizado como um indicativo da densidade óssea: quanto
maior o índice de Seedor maior a densidade da peça óssea, e vice-versa.
Análise Estatística e Delineamento Experimental
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em um
esquema fatorial 3 x 2 com parcelas subdivididas, sendo os fatores principais os 3
grupos genéticos (Ross 308, Hybro PG e Isa Label JA57) e as 2 densidades de criação
30
(10 e 16 aves/m
2
), e as subparcelas, as idades de coletas dos ossos, totalizando deste
modo 6 tratamentos com 5 repetições cada um, com total de 30 unidades experimentais.
Os dados de desempenho e rendimento de carcaça obtidos foram submetidos à
análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey do procedimento GLM
do SAS (2000).
Os dados relacionados ao desenvolvimento ósseo (peso do osso seco, peso do
osso úmido, comprimento, espessura e índice de Seedor) não apresentaram distribuição
normal, sendo analisados por meio da metodologia de modelos lineares generalizados,
admitindo-se distribuição gama e função de ligação recíproca.
Resultados e Discussão
Desempenho
As características de desempenho estão apresentadas na Tabela 2 e 3, onde
percebe-se que os grupos genéticos Ross 308 e Hybro PG apresentaram peso vivo,
ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar diferentes significativamente
(P>0,01) quando comparados ao grupo genético Isa Label JA57 em todas as fases de
criação (Tabela 2). Este fato pode ser explicado pelo melhoramento genético
proporcionado a estes dois grupos genéticos, enquanto que as aves pertencentes ao
grupo genético Isa Label JA57 caracterizam-se por não serem tão melhoradas.
Não houve interação entre grupo genético e densidade de criação para todas as
características de desempenho.
Para a densidade de criação foram encontradas diferenças significativas (P<0,01)
dentro das fases experimentais (inicial, crescimento e final) para peso vivo, ganho de
peso e consumo de ração para as aves criadas nas duas densidades de criação, sempre
com menor desempenho para as aves criadas em alta densidade, mostrando que o
espaço físico influenciou no desempenho destas aves (Tabela 3).
Os resultados obtidos para o ganho de peso na fase inicial, nas duas densidades
(Tabela 3), diferem dos achados de Mizubuti et al. (1994), Stringhini (1998) e Lana et
al. (2001b), que não observaram efeito da densidade para esta característica; porém
corroboram os achados de Goldflus (1997), que obteve resultados semelhantes. O
consumo de ração verificado confirma os achados de Golflus (1994) e Stringhini
(1998), que encontraram diferenças na densidade sobre esta característica, mas discorda
dos resultados encontrados por Mizubuti et al. (1994) e Lana et al. (2001a). Estas
31
diferenças se devem provavelmente ao melhor conforto e espaço proporcionado pela
menor densidade, em que certamente formou-se um microclima com temperatura mais
uniforme, e os frangos adultos, devido ao maior espaço, tinham melhor acesso ao
comedouro, bebedouro, enquanto as aves criadas na alta densidade ficaram
aglomeradas.
TABELA 2 – Médias de peso (g), ganho de peso (g), consumo de ração (g) e conversão
alimentar de frangos de corte de diferentes grupos genéticos, nos
períodos de 1 a 21, 22 a 35, 36 a 42 e 1 a 42 dias de idade.
TABLE 2 – Average body weight (g), body weight gain, feed: gain ratio and feed intake of broilers from
different genetic groups, in periods from 1 to 21, 22 to 35, 36 to 42 and 1 to 42 days of age.
Período
(dias)
Periods
(days)
Grupo
genético
Genetic
groups
Peso Vivo
(g)
Body Weight
(g)
Ganho peso
(g),
Weight gain
(g)
Consumo
ração (g)
Feed intake, (g)
Conversão
alimentar
Feed: gain ratio
Isa Label
JA57
431,35
b
388,30
b
750,33
b
1,933
b
1 – 21 Ross 308 769,05 725,71 1008,88 1,391
Hybro PG 777,12 734,22 1004,26 1,369
CV(%)
*
3,73 3,95 2,56 2,01
Isa Label
JA57
877,04
b
445,69
b
930,14
b
2,088
b
22 – 35 Ross 308 1619,25 850,21 1704,81 2,008
ab
Hybro PG 1642,31 865,19 1674,58 1,941
a
CV(%)
*
2,81 6,53 3,26 3,58
Isa Label
JA57
1104,58
b
227,54
b
540,92
b
2,380
b
36 – 42 Ross 308 2126,76 507,51 1049,02 2,072
Hybro PG 2129,46 487,15 1019,21 2,097
CV(%)
*
2,23 4,57 4,20 5,87
Isa Label
JA57
1104,58
b
1061,53
b
2221,39
b
2,093
b
1 – 42 Ross 308 2126,76 2083,42 3762,70 1,806
Hybro PG 2129,46 2086,56 3698,05 1,773
CV(%)
*
2,23 2,28 2,16 1,98
a-b Médias dentro de cada coluna, para cada variável, seguida de letras diferentes diferem
significativamente (P<0,01) pelo teste de Tukey.
*
Coeficiente de variação.
a-b Means in each column, for each variable, followed by different letters are significantly different
(P<0,01) by Tukey test.
*Coefficient of variation.
Lana et al. (2001b) e Stringhini (1998) verificaram piora na conversão alimentar
com o aumento da densidade no período de 1 – 21 dias, o que corrobora os dados
encontrados neste trabalho (Tabela 3).
32
Na fase de crescimento (22 – 35 dias), pode-se observar que as densidades
avaliadas não tiveram influência sobre as características de desempenho (Tabela 3), o
que corrobora com Moreira et al. (2004). Lana et al. (2001a) também não verificaram
efeito da densidade (10, 12 e 16 aves/m
2
) sobre as características de desempenho, nesta
fase.
Na fase final de criação (35 – 42 dias), as densidades apresentaram diferenças
para peso vivo e ganho de peso (Tabela 3), o que está de acordo com Moreira et al.
(2004) que observaram diferenças para ganho de peso das aves criadas em diferentes
densidades.
TABELA 3 – Médias de peso (g), ganho de peso (g), consumo de ração (g) e conversão
alimentar de frangos de corte criados em diferentes densidades (aves/m
2
),
nos períodos de 1 a 21, 22 a 35, 36 a 42 e 1 a 42 dias de idade.
TABLE 3 – Average body weigh (g), body weight gain, feed: gain ratio and feed intake of broilers
reared in different densities (birds/m
2
), in periods from 1 to 21, 22 to 35, 36 to 42 and 1 to
42 days of age.
Período
(dias)
Periods
(days)
Densidades
(aves/m
2
)
Densities
(birds/m
2
)
Peso Vivo
(g)
Body Weight (g)
Ganho peso,
(g)
Weight gain (g)
Consumo
ração (g)
Feed intake, (g)
Conversão
alimentar
Feed:gain ratio
1 – 21 10 671,43ª 628,54ª 930,07ª 1,549ª
16 646,92
b
603,61
b
912,24
b
1,579
b
CV(%)
*
3,73 3,95 2,56 2,01
22 – 35 10 1389,17 717,74 1443,98 2,023
16 1369,90 722,98 1429,04 2,002
CV(%)
*
2,81 6,53 3,26 3,58
36 – 42 10 1809,83ª 417,67ª 881,38 2,155
16 1767,03
b
397,13
b
858,04 2,211
CV(%)
*
2,23 4,57 4,20 5,87
1 – 42 10 1806,83ª 1763,95ª 3255,43ª 1,883
16 1767,03
b
1723,73
b
3199,32
b
1,899
CV(%)
*
2,23 2,28 2,16 1,98
a-b Médias dentro de cada coluna, para cada variável, seguida de letras diferentes
diferem significativamente (P<0,01) pelo teste de Tukey.
*
Coeficiente de variação.
a-b Means in each column, for each variable, followed by different letters are significantly different
(P<0,01) by Tukey test.
*Coefficient of variation *Coefficient of variation.
No período total de criação (1 – 42 dias), observa-se que as densidades
influenciaram o peso vivo, ganho de peso e consumo de ração (Tabela 3), isto pode
justificar-se pelo fato das aves criadas na densidade 10 aves/m
2
terem apresentado
maior consumo de ração e melhor conversão alimentar, embora para esta última
característica não tenham sido encontradas diferenças significativas. Estas diferenças
33
significativas neste período podem ter ocorrido devido ao melhor conforto ambiental,
qualidade da cama e do ar, fatores estes que têm influência direta no comportamento das
aves, principalmente as que tiveram um menor espaço físico.
Nas fases 22 – 35, 36 – 42 e 1 – 42 dias não se observou diferença na conversão
alimentar (Tabela 3) para todas as aves criadas tanto na densidade 10 quanto 16
aves/m
2
, mostrando que todas tiveram a mesma eficiência de transformação de ração em
ganho de peso.
Rendimento de Carcaça
Não houve interação entre grupo genético e densidade de criação no rendimento
de carcaça.
Observa-se na Tabela 4 que a densidade de criação das aves não influenciou o
rendimento de carcaça dos frangos. Já os grupos genéticos apresentaram diferenças
significativas (P<0,01) para rendimento de carcaça eviscerada, rendimento de peito e
rendimento de perna entre o grupo genético Isa Label JA57 que apresentou valores
inferiores que os grupos genéticos Ross 308 e Hybro PG. Esta diferença já era esperada,
pois o grupo genético Isa Label JA57 possui desenvolvimento mais lento que os outros
dois grupos genéticos - consequentemente aos 42 dias sua carcaça seria menor em
relação aos grupos genéticos melhorados. Estes resultados corroboram os de Souza et
al. (1994) e Figueiredo et al. (1999) que também encontraram diferenças entre linhagens
para rendimento de carcaça. Resultados semelhantes para rendimento de peito foram
verificados por Lisboa et al. (1999) e Araújo et al. (1999), que também observaram
diferenças nesta característica ao estudarem diferentes linhagens, comprovando que os
programas de melhoramento adotados pelas empresas têm resultados bastante
diferenciados para esta característica. Já Mendes et al. (1993) e Fernandes et al. (2001)
não observaram diferenças para o rendimento de carcaças, ao avaliarem diferentes
linhagens.
Contudo, os resultados obtidos neste trabalho indicam que a variação da
densidade de criação de 10 e 16 aves/m
2
não afeta o rendimento de carcaça e partes.
Estes resultados corroboram com os de Moreira et al. (2001), que avaliando as
densidades de 10, 13 e 16 aves/m
2
, não verificaram diferenças para o rendimento de
carcaça e das principais partes (peito e pernas), o que está de acordo com trabalho
realizado por Moreira et al. (2004).
34
TABELA 4 – Médias e análises de variância para os efeitos de densidade de criação
(D), grupo genético (GG) sobre o rendimento de carcaça eviscerada (A),
rendimento de peito (B) e rendimento de perna (C).
TABLE 4 - Means and variance analyses for the effects of rearing density (D) and genetic group (GG) on
carcass yield (A), breast yield (B) and leg yield (C).
Tratamento
(Treatment)
A B C
Densidade de Criação (Rearing Density)
10 aves/m
2
(10 birds/m
2
)
63,33
19,57
21,27
16 aves/m
2
(16 birds/m
2
)
63,83
19,73
21,38
Grupo Genético (Genetic Group)
Isa Label
JA57
62,41
b
16,69
b
20,40
b
Ross 308 63,97
21,21
21,35
Hybro PG 64,36
21,06
22,22
Fonte de Variação (Source of Variation)
D 0,2060 0,6051 0,7286
GG 0,0003 0,0001 0,0001
D x GG 0,3874 0,2059 0,6011
CV (%)
2,37 6,09 5,70
a-b Médias dentro de cada coluna, para cada variável, seguida de letras diferentes
diferem significativamente (P<0,01) pelo teste de Tukey.
*
Coeficiente de variação.
a-b Means in each column, for each variable, followed by different letters are significantly different
(P<0,01) by Tukey test.
*Coefficient of variation.
Crescimento Ósseo
Os resultados de crescimento do úmero, tíbia e fêmur estão mostrados nas Figuras
1 a 15.
Como esperado, o crescimento ósseo (comprimento e espessura) aumentou com a
idade do frango, corroborando os achados de Bond et al. (1991) e Bruno (2002). As
Figuras 1 a 6 mostram que o comportamento das curvas dos tratamentos T3, T4, T5 e
T6 permaneceram semelhantes durante todo o período de criação, sempre crescente com
o decorrer dos dias (pois a ave está em fase de crescimento) e maiores que os
tratamentos T1 e T2. Este fato pode ser associado às características genéticas destes
grupos genéticos, que apresentam crescimento muscular e consequentemente ósseo
muito rápido quando comparadas ao grupo genético Isa Label JA57 que por não ser
melhorado geneticamente apresenta um crescimento do tecido ósseo inferior aos outros
dois grupos genéticos.
35
Não houveram diferenças entre os grupos genético criados nas duas densidades de
criação para comprimento, espessura, peso do osso seco, peso do osso úmido e índice de
Seedor dos ossos estudados, com exceção do úmero, que apresentou diferenças
significativas para a espessura entre os tratamentos T3, T4, T5 e T6 (Figura 4).
Applegatet & Lilburn, (2002) realizaram um trabalho com intuito de relatar as
características de crescimento da tíbia e fêmur como uma função da idade e peso das
aves. Eles concluíram que o fêmur e a tíbia de frangos de corte Ross 308 x Arbor Acres
mostraram diferenças no padrão no desenvolvimento durante o período de crescimento.
Estas diferenças ocorreram nas regiões do osso associadas com o crescimento linear
(epífise) bem como em regiões mais maduras, próximas à diáfise. Em linhagens
modernas de frangos, o fêmur é o osso que mais responde em se tratando de mudanças
no peso das aves, por ser o responsável pela maior sustentação do corpo.
As Figuras 7 a 15, que mostram as curvas de desenvolvimento do úmero, tíbia e
fêmur apresentaram comportamentos semelhantes para os seis diferentes tratamentos.
Como era de se esperar, com o passar dos dias o comprimento dos ossos foi
aumentando e consequentemente seu peso e índice de Seedor também aumentaram.
A densidade populacional é um aspecto importante a ser considerado, pois o
aumento demasiado do número de aves por metro quadrado pode causar redução na taxa
de crescimento, aumento na mortalidade, cama com baixa qualidade, aumento na
incidência de lesões na carcaça de frango e problemas de perna (Oliveira & Carvalho,
2002). Porém, nossos achados mostram que podemos utilizar densidade de 10 ou de 16
aves por metro quadrado que não influenciará no desenvolvimento ósseo dos três
grupos genéticos utilizados neste trabalho.
Conclusão
Nas condições em que as aves foram criadas pode-se concluir que a maioria dos
parâmetros físicos relacionados ao crescimento ósseo não foi afetada pelos diferentes
grupos genéticos de frango de corte quando criados nas duas densidades populacionais.
O padrão de crescimento dos ossos longos não foi influenciado pelos diferentes
grupos genéticos e densidades de criação avaliadas.
36
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38
Úmero
Humerus
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Comprimento (mm)
Lenght (mm)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,04643-0,001623*X+0,00002988*X
2
-0,0000001988*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,048513-0,002005*X+0,00004262*X
2
-0,0000003313*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (0,0465694-0,001818*X+0,00003678*X
2
-0,0000002768*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 1 – Comprimento do Úmero
FIGURE 1 – Humerus Lenght
Tíbia
Tibia
35,00
45,00
55,00
65,00
75,00
85,00
95,00
105,00
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Comprimento (mm)
Lenght (mm)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,03056-0,0009817*X+0,00001664*X
2
-0,0000001082*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,0301783-0,001092*X+0,00002071*X
2
-0,0000001499*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (0,028994-0,0008541*X+0,000009785*X
2
-0,000000007907*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 2 – Comprimento da Tíbia
FIGURE 2 – Tibia Lenght
Fêmur
Femur
25,00
32,00
39,00
46,00
53,00
60,00
67,00
74,00
81,00
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Comprimento (mm)
Lenght (mm)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,04051-0,001221*X+0,00001827*X
2
-0,00000008765*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,03947496-0,001325*X+0,00002266*X
2
-0,0000001359*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (0,042403-0,001727*X+0,00003887*X
2
-0,0000003363*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 3 – Comprimento do Fêmur
FIGURE 3 – FemurLlenght
39
Úmero
Humerus
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
10.000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Espessura (mm)
Width (mm)
T1 e T2 (A) T3 (B) T4 (C) T5 (D) T6 (E)
A = (0,457-0,02067*X+0,0004847*X
2
-0,000004125*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,5538-0,03481*X+0,0009949*X
2
-0,000009876*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (0,49631-0,02832*X+0,000765*X
2
-0,0000072*X
3
)
-1
R2 = 0,99
D = (0,48356-0,02644*X+0,0006825*X
2
-0,000006231*X
3
)
-1
R2 = 0,99
E = (0,43132-0,02063*X+0,0004955*X
2
-0,000004406*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 4 – Espessura do Úmero
FIGURE 4 – Humerus Width
Tíbia
Tibia
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
10.000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Espessura (mm)
Width (mm)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,4835-0,02241*X+0,0005051*X
2
-0,000004031*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B =
(
0
,
55019-0
,
03604*X+0
,
001043*X
2
-0
,
00001035*X
3
)
-1
R2 = 0
,
99
C = (0,51996-0,03178*X+0,0008832*X
2
-0,000008665*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 5 – Espessura da Tíbia
FIGURE 5 - Tibia Width
Fêmur
Femur
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
10.000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Espessura (mm)
Width (mm)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,5-0,02732*X+0,0007213*X
2
-0,000006799*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,51059-0,03343*X+0,000982*X
2
-0,0000099*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C =
(
0
,
46613-0
,
0273*X+0
,
0007431*X
2
-0
,
000007136*X
3
)
-1
R2 = 0
,
99
FIGURA 6 – Espessura do Fêmur
FIGURE 6 - Femur Width
40
Úmero
Humerus
5,000
15,000
25,000
35,000
45,000
55,000
65,000
75,000
85,000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Índice de Seedor (mg/mm)
Index of Seedor (mg/mm)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,2482-0,01902*X+0,0005535*X
2
-0,000005468*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,21612-0,01745*X+0,0005122*X
2
-0,000005055*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (0,20317-0,01573*X+0,0004462*X
2
-0,000004283*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 7 – Índice de Seedor (Úmero)
FIGURE 7 Seedor´s Index (humerus)
Tíbia
Tibia
5,000
15,000
25,000
35,000
45,000
55,000
65,000
75,000
85,000
95,000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Índice de Seedor (mg/mm)
Index of Seedor (mg/mm)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,1992-0,01481*X+0,0004218*X
2
-0,000004098*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,184348-0,01548*X+0,0004735*X
2
-0,000004829*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (0,17568-0,01405*X+0,0004136*X
2
-0,000004114*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 8 – Índice de Seedor (Tíbia)
FIGURE 8 - Seedor´s Index (tibia)
Fêmur
Femur
5,000
15,000
25,000
35,000
45,000
55,000
65,000
75,000
85,000
95,000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Índice de Seedor (mg/mm)
Index of Seedor (mg/mm)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,2103-0,01608*X+0,0004678*X
2
-0,000004633*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,18277-0,01516*X+0,0004597*X
2
-0,000004672*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (0,16828-0,01288*X+0,0003646*X
2
-0,000003512*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 9 – Índice de Seedor (Fêmur)
FIGURE 9 - Seedor´s Index (femur)
41
Úmero
Humerus
0,0000
1,0000
2,0000
3,0000
4,0000
5,0000
6,0000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Peso Osso Seco (g)
Weight dry bone (g)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (8,831-0,7177*X+0,02074*X
2
-0,0002016*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (7,316-0,6186*X+0,01813*X
2
-0,0001772*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (6,91-0,5708*X+0,0164*X
2
-0,0001578*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 10 – Peso do Osso Seco (Úmero)
FIGURE 10 - Dry Bone Weight (humerus)
Tíbia
Tibia
0,0000
1,4000
2,8000
4,2000
5,6000
7,0000
8,4000
9,8000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Peso Osso Seco (g)
Weight dry bone (g)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (4,849-0,3866*X+0,01102*X
2
-0,0001061*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (4,04-0,3487*X+0,01047*X
2
-0,0001046*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C =
(
3
,
9156-0
,
3241*X+0
,
009376*X
2
-0
,
00009098*X
3
)
-1
R2 = 0
,
99
FIGURA 11 – Peso do Osso Seco (Tíbia)
FIGURE 11 - Dry Bone Weight (tibia)
Fêmur
Femur
0,0000
1,0000
2,0000
3,0000
4,0000
5,0000
6,0000
7,0000
8,0000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Peso Osso Seco (g)
Weight dry bone (g)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (6,772-0,5462*X+0,01572*X
2
-0,0001527*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (5,415-0,4632*X+0,01382*X
2
-0,0001375*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (5,28-0,4345*X+0,01251*X
2
-0,0001209*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 12 – Peso do Osso Seco (Fêmur)
FIGURE 12 - Dry Bone Weight (femur)
42
Úmero
Humerus
0,2000
2,2000
4,2000
6,2000
8,2000
10,2000
12,2000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Peso Osso Úmido (g)
Weight fresh bone (g)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (3,609-0,293*X+0,008537*X
2
-0,00008375*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (2,8895-0,2442*X+0,007226*X
2
-0,00007152*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (2,7816-0,2343*X+0,006922*X
2
-0,00006839*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 13 – Peso do Osso Úmido (Úmero)
FIGURE 13 - Fresh Bone Weight (humerus)
Tíbia
Tibia
0,5000
3,5000
6,5000
9,5000
12,5000
15,5000
18,5000
21,5000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Peso Osso Úmido (g)
Weight fresh bone (g)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (2,016-0,163*X+0,004744*X
2
-0,00004656*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (1,6033-0,1398*X+0,004261*X
2
-0,00004315*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (1,584-0,1363*X+0,004112*X
2
-0,00004134*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 14 – Peso do Osso Úmido (Tíbia)
FIGURE 14 - Fresh Bone Weight (tibia)
Fêmur
Femur
0,3000
2,3000
4,3000
6,3000
8,3000
10,3000
12,3000
14,3000
16,3000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Peso Osso Úmido (g)
Weight fresh bone (g)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (2,854-0,2353*X+0,00696*X
2
-0,00006929*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (2,102-0,1804*X+0,005438*X
2
-0,00005473*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (2,0734-0,1757*X+0,005242*X
2
-0,00005236*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 15 – Peso do Osso Úmido (Fêmur)
FIGURE 15 – Fresh Bone Weight (femur)
IV - Efeito da Densidade de Criação e do Grupo Genético sobre a
Composição Mineral, Volume, Resistência e Densidade Óptica Radiográfica de
Ossos Longos de Frangos de Corte
RESUMO – O trabalho foi realizado com objetivos de se avaliarem a composição
mineral, volume, resistência e densidade óptica radiográfica dos ossos longos (tíbia,
fêmur e úmero). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com arranjo
fatorial 3 x 2, em parcelas subdivididas, sendo os fatores principais os 3 grupos
genéticos (Isa Label JA57, Ross 308 e Hybro PG) e as 2 densidades de criação (10 e 16
aves/m
2
), e os fatores secundários as idades de coletas dos ossos (7 semanas),
totalizando deste modo 6 tratamentos com 5 repetições cada um, com total de 30
unidades experimentais. Os resultados deste trabalho apontaram que não houve
diferenças significativas para os diferentes grupos genéticos quando criados nas duas
densidades para a maioria das características avaliadas com exceção para a resistência
da tíbia para o grupo genético Isa Label JA57. O volume apresentou-se crescente com a
idade da ave; já a resistência e densidade óptica radiográfica para a maioria dos
tratamentos e ossos avaliados, decresceram dos 28 aos 35 dias. O teor de minerais dos
ossos avaliados para todos os tratamentos mostrou-se mais evidente nas primeiras
semanas, decrescendo no final do experimento.
Palavras-chave: densidade de criação, densidade óptica radiográfica, frango de corte,
resistência óssea, teor de minerais, volume ósseo
44
Effect of Rearing Density and Genetic Group on the Mineral Composition,
Volume, Bone Breaking Strength and Density of Long Bones in Broiler Chickens
ABSTRACT – The objective of this experiment was to evaluate the mineral
composition, volume, bone breaking strenght and density of long bones (humerus, tibia
and femur) of broiler chickens. The experimental design was a split-splot where the
main plots were a combination of three genetic groups and 2 rearing densities in a
factorial arrangement, and age was considered a secondary plot, so there were 6
treatments with 5 replications per each one. The results found showed that there were no
differences in the studied genetic groups when submmited to 2 rearing densities for all
the evaluated parameters, exception for bone breaking strength of Isa Label JA57´s
tibia. Bone volume increased with broiler age, while bone breaking strength and bone
density showed a decrease from 28 to 35 days of age. Bone mineral content presented
higher values in the first and a decrease in the last weeks of rearing. The pattern of bone
development was the same for all genetic groups, despite the rearing density used,
showing that broilers had a standard bone growth curve that is not affected by genetic
nor rearing density.
Key words: bone breaking strength, bone density, bone volume, broiler chicken,
mineral content, rearing density
45
Introdução
Nos últimos anos tem-se optado em criações de frangos de corte em alta
densidade com intuito de aumentar a produtividade e a lucratividade do avicultor em um
curto espaço de tempo. Para que esta finalidade seja alcançada, é alojado um maior
número de aves por m
2
. Isto acarreta em um menor crescimento individual das aves,
mas por outro lado proporciona a produção de uma maior quantidade de carne por m
2
de
área útil (Hellmeister Filho et al., 1998; Stringhini et al., 1998; Moreira et al., 2001).
Hoje existem no mercado diversas linhagens de frangos de corte. Apesar dos
programas de melhoramento genético conduzidos pelas empresas buscarem os mesmos
objetivos – maior rendimento de peito e de coxa, estas linhagens apresentam algumas
diferenças genéticas entre si, expressas em diferenças na velocidade de crescimento,
principalmente nas primeiras semanas de vida. Esta alta atividade metabólica inicial tem
sido responsabilizada pela ocorrência de diversos problemas metabólicos, tais como
ascite e a síndrome da morte súbita, e também algumas anomalias ósseas, tais como a
discondroplasia tibial (Rath, 1998; Praul et al., 2000).
Além destas diferenças genéticas, outros fatores podem influenciar o
desenvolvimento ósseo das aves, tais como: idade, sexo, nutrição, temperatura, manejo
(Bond et al., 1991; Rose et al., 1996; Edwards, 2000; Bizeray et al., 2002; Bruno 2002).
No processo de avaliação do desenvolvimento ósseo são utilizados parâmetros
físicos e químicos para estimar o grau de maturidade do tecido. Dentre os parâmetros
químicos, o teor de cinzas da tíbia tem sido o principal método pelo qual a
mineralização óssea tem sido avaliada (Hall et al., 2003). Onyango et al. (2003)
concluíram que a densitometria óssea pode ser usada para prever a porcentagem de
cinzas na tíbia de frangos de corte. A densitometria óptica radiográfica é uma das
metodologias utilizadas para inferir o conteúdo de mineral de ossos, através de suas
imagens radiográficas (Louzada, 1994). Apesar das técnicas de avaliação quantitativa e
qualitativa do estado de mineralização óssea estarem avançados de forma acentuada,
seus graus de complexidade e de custo impedem, até certo ponto, sua utilização de
forma rotineira (Louzada et al., 1998).
Este trabalho teve por objetivo avaliar o teor de minerais, volume, resistência e
densidade óptica radiográfica dos ossos longos dos diferentes grupos genéticos criados
em duas densidades de criação.
46
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no aviário da Fazenda Experimental de Iguatemi, da
Universidade Estadual de Maringá. O período experimental teve início no dia 20 de
julho de 2005 e se estendeu até 05 de setembro de 2005.
Foram utilizados três grupos genéticos de frangos de corte: Hybro PG, Isa Label
JA57 e Ross 308 adquiridos de um incubatório comercial (matrizes com 42 semanas de
idade), totalizando 2160 pintainhos machos de um dia de idade, sendo 720 para cada
grupo genético, e duas densidades de criação: 10 e 16 aves/m
2
. No tratamento com
densidade 10 aves/m
2
foram alojados 53 pintainhos e nos tratamentos com 16 aves/m
2
,
91 aves.
As aves receberam durante o período experimental três rações, formuladas de
acordo com a idade das aves: inicial (1-21 dias), crescimento (22-35 dias) e final (36-42
dias), seguindo as recomendações nutricionais do NRC (1994) e a composição química
dos alimentos de Rostagno (2000).
Durante todo o período experimental a ração e a água foram fornecidas ad libitum
para as aves. A composição percentual das rações, bem como os níveis calculados, está
apresentada na Tabela 1.
Para um melhor entendimento, os tratamentos estão descritos a seguir:
Tratamentos:
T1 - Isa Label JA57 com densidade de criação de 10 aves por metro quadrado;
T2 - Isa Label JA57 com densidade de criação de 16 aves por metro quadrado;
T3 - Ross 308 com densidade de criação de 10 aves por metro quadrado;
T4 - Ross 308 com densidade de criação de 16 aves por metro quadrado;
T5 - Hybro PG com densidade de criação de 10 aves por metro quadrado;
T6 - Hybro PG com densidade de criação de 16 aves por metro quadrado;
47
TABELA 1 - Composição percentual e calculada das dietas experimentais dos frangos
de corte nas fases inicial (1-21 dias), fase de crescimento (22-35 dias) e
fase de terminação (36-42 dias).
TABLE 1 – Percentual and calculated composition of experimental diets of broiler chickens in initial
(1- 21 days), growing (22-35 days) and final periods (36-42 days).
Ingredientes, % Fase inicial
(1-21 dias)
Initial phase
(1-21 days)
Fase de
crescimento
(22-35 dias)
Growing phase
(22-35 days)
Fase final
Ingredients, %
(36-42 dias)
Final phase
(36-42 days)
Milho moído (Corn) 53,23 54,54 62,00
Farelo de soja (Soybean Meal) 39,94 37,53 30,49
Óleo degomado
(Oil) 2,91 4,71 4,70
Fosfato bicálcico
(Dicalcium Phosphate)
1,61 1,10 0,90
Calcáreo (Limestone) 1,40 1,43 1,33
Sal comum (Salt) 0,45 0,33 0,25
Suplemento mineral-
vitamínico
1
(VItaminic and Mineral Supplement)
0,15 0,20 0,20
DL-Metionina
(DL-Methionine)
0,21 0,06 0,03
Antioxidante (BHT)
Antioxidant (HBT)
0,10 0,10 0,10
Total (Total) 100,00 100,00 100,00
Valores calculados (Calculated
Values)
Energia metabolizável (EM)
(Metabolizable Energy) (kcal/kg)
2.950 3.100 3.200
Proteína bruta (PB) (Crude
Protein) (%)
22,00 21,00 18,50
Cálcio (Calcium) (%) 1,00 0,90 0,80
Fósforo disponível (Available
Phosphorous)(%)
0,45 0,35
0,30
Metionina + Cistina
(Methionine +Cystine) (%)
0,90 0,72 0,60
Metionina
(Methionine) (%) 0,53 0,38 0,32
Lisina
(Lysine) (%) 1,24 1,00 0,85
1
Premix vitamínico Multi Frango e Multi Mix e premix mineral Multi Mix., Nucleopar S.A.
Relação EM:PB
( Metabolizable
Energy and Crude Protein ratio)
134,10 147,62 172,97
Para avaliação do volume, resistência, densidade óptica radiográfica e composição
mineral dos ossos foram sacrificadas semanalmente (1, 7, 14, 21, 28, 35 e 42 dias de
idade) 2 aves por repetição para a coleta dos ossos longos (tíbia, fêmur e úmero) tanto
do lado direito como esquerdo. Após a coleta os ossos foram congelados.
Posteriormente foram colocados em água fervente por aproximadamente 10 segundos e
48
consequentemente mergulhados em éter de petróleo por um período de 24 horas para
serem desengordurados e então secos em estufa de ventilação forçada a 40° C por 24
horas e posteriormente foram realizadas análises (com os ossos da perna e asa direita
das aves) referentes ao desenvolvimento ósseo.
O volume ósseo foi determinado através do método de deslocamento da água. Foi
utilizada uma balança analítica de precisão (0,0001g), na qual foi colocado um
recipiente com água. Após o conhecimento do peso da água, foi introduzido no
recipiente o osso e, pela diferença do peso obtido, calculou-se o volume ósseo.
O ensaio para a determinação da densidade óptica radiográfica foi realizado na
Clínica de Odontologia do Hospital Universitário de Maringá.
Em uma primeira etapa as peças ósseas foram radiografadas. Para isto as mesmas
foram colocadas sob o filme (marca Kodak Intraoral E-Speed Film, size 2, tipo
periapical), todas na mesma posição, e então radiografadas utilizando-se um aparelho de
raios-x odontológico Dabi Atlante, modelo:Spectro 70X, Classe I – Tipo B – Comum,
calibrado com distância foco-filme de 25 cm, ajustado para 70kVp, e tempo de
exposição de 0,3 segundos. Após a obtenção das radiografias, as mesmas foram
processadas em uma reveladora A/T2000 XR Air Techniques, utilizando-se um tempo
de processamento de quatro minutos.
Em uma segunda etapa, as radiografias foram digitalizadas utilizando-se um
scanner, com a resolução de 600 DPI (“Dots Per Inch” = pontos por polegada), 50% de
brilho, 50% de contraste, W – 1,58, H – 1,84, X – 0,00 e y – 0,05 e gravadas em
arquivos com extensão JPG progressivo.
A terceira etapa consistiu na leitura das radiografias para a determinação da
densidade das peças ósseas. Para isto foi utilizado o software “Adobe Photoshop 7.0”, o
qual possui uma ferramenta (“Histograma”), que analisa a densidade radiográfica da
área selecionada, a qual encontra-se distribuída em uma escala de cores, mais
especificamente o cinza, que possui 256 tons, onde o valor 0 (zero) representa o preto e
o valor 256 representa o branco. A determinação da densidade óssea foi realizada em
uma área específica, e não no osso como um todo. A ferramenta “Histograma” permite
a delimitação da área na qual pretende-se determinar a densidade. A área escolhida foi a
mais central possível, por ser a mesma área que no ensaio de resistência recebeu a
aplicação da força necessária à quebra.
A análise da resistência óssea foi realizada no Laboratório de Materiais de
Construção e Mecânica de Solos pertencente ao Centro de Tecnologia da UEM, sendo
49
os valores expressos em kilograma força (Kgf). Foram colocados apoios na região das
epífises ósseas, os ossos ficaram apoiados apenas em suas extremidades, encontrando-se
sem apoio na região central. A força foi aplicada na região central, sempre no mesmo
ponto em todos os ossos e mensurada a força aplicada no momento da ruptura do osso.
Após o ensaio para determinação da resistência óssea, os ossos foram preparados
para a determinação do teor de cinzas. Para isso, os ossos foram quebrados com auxílio
de um alicate. Após este processo as amostras foram calcinadas em mufla a 600
o
C
também por 24 horas, para a determinação do teor de cinzas, utilizando-se balança de
precisão (0,0001 g).
Análise Estatística e Delineamento Experimental
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em um
esquema fatorial 3 x 2 com parcelas subdivididas, sendo os fatores principais os 3
grupos genéticos (Ross 308, Hybro PG e Isa Label JA57) e as 2 densidades de criação
(10 e 16 aves/m
2
), e as subparcelas as idades de coletas dos ossos, totalizando deste
modo 6 tratamentos com 5 repetições cada um, com total de 30 unidades experimentais.
Os dados relacionados ao desenvolvimento ósseo (volume, densidade, resistência
e cinzas) não apresentaram distribuição normal, sendo analisados por meio da
metodologia de modelos lineares generalizados, admitindo-se distribuição gama e
função de ligação recíproca.
Resultados e Discussão
Os resultados de volume, resistência, densidade e teor de cinzas dos três ossos
longos estão representados nas Figuras 1 a 12.
Não houve diferenças significativas entre os diferentes grupos genéticos criados
nas duas densidades populacionais na maioria dos parâmetros avaliados, com exceção
para a resistência da tíbia para o grupo genético Isa Label JA57. Na Figura 5 observa-se
que a curva do tratamento 2 (T2) apresentou-se valores superiores à curva do tratamento
1 (T1) somente até 30 dias depois a resistência da tíbia do T2 foi menor quando
comparada ao T1. O Manual de Produção Label Rouge recomenda que a partir da
terceira semana de idade, as aves sejam liberadas pela manhã para um passeio, visando
ao desenvolvimento da musculatura. Portanto, a diferença na resistência da tíbia para os
tratamentos 1 e 2 pode ser devido ao fato delas terem sido criadas confinadas e as aves
criadas em alta densidade (16 aves/m
2
) apresentaram uma menor resistência na tíbia nas
50
últimas semanas, pois tinham um menor espaço para caminhada quando comparada ao
T1.
A resistência óssea está relacionada com o aspecto físico (formato, tamanho e
massa), arquitetura (orientação das fibras de colágeno), e propriedades materiais
(molécula matriz). Uma deformidade óssea, como tíbia torta, terá diferenças na
resistência quando comparada com uma tíbia normal apesar de terem propriedades
materiais similares, como suas matrizes mineral e orgânica. Da mesma forma,
mudanças nas propriedades da matriz como baixa calcificação devido à osteomalácia ou
hidroxilação de colágeno pode impedir a ligação cruzada e pode alterar a resistência
óssea (Rath et al., 2000).
Para todos os seis tratamentos dos parâmetros: volume, resistência e densidade
(Figuras 1 a 9) dos três ossos (úmero, tíbia e fêmur) até os 21 dias mostraram-se
crescentes. A partir dos 21 dias ao final do experimento a porcentagem de cinzas do
úmero, tíbia e fêmur (Figuras 10, 11 e 12) só diminuiu para todos os tratamentos e
mesmo com um menor teor de cinzas a resistência e densidade da tíbia para todos os
tratamentos não foram afetados na última semana, pois a densidade e resistência do
tecido ósseo não estão relacionadas somente com a parte inorgânica (teor de cinzas) e
sim também com a parte orgânica (estrutura de colágenos). Rath et al. (1999) afirmaram
que a resistência óssea não está condicionada apenas ao nível de minerais, mas também
à estrutura orgânica do osso. Os autores explicam que o osso é um tecido complexo
composto pelas matrizes orgânicas e inorgânicas que oferecem suporte e resistência
mecânica. A matriz inorgânica, principalmente, hidroxiapatita, fornece a resistência à
compressão e a matriz orgânica, composta predominantemente por colágeno, provém a
resistência a tensão e serve de suporte para a incorporação da matriz orgânica.
A idade da ave mostrou influenciar o teor de cinzas nos ossos longos. Os
resultados mostram um aumento na deposição de minerais nas primeiras semanas,
resultados estes que corroboram os de Bruno (2002) e Skinner & Waldroup (1995).
Apesar de o grupo genético Isa Label JA57 apresentar resistência, densidade e
volume ósseo numericamente menor durante os 42 dias de criação, o teor de cinzas do
úmero foi parecido ao dos outros dois grupos genéticos, mostrando porcentagens
inferiores até aproximadamente 25 dias, após esta idade até os 42 dias o teor de cinzas
manteve-se numericamente superior que os outros tratamentos (T3 e T4, T5 e T6)
(Figura 10). Pode ser que o grupo genético Isa Label JA57 por ser um grupo não
melhorado geneticamente apresenta maior porcentagem de cinzas nos ossos quando
51
comparado aos grupos genéticos com desenvolvimento rápido. Tablante et al. (2003)
citam em seu trabalho que a porcentagem de cinzas no osso foi significativamente
menor nos machos que nas fêmeas, e afirma que é devido ao rápido crescimento dos
machos comparado com as fêmeas.
Dos 28 aos 35 dias o comportamento das curvas de resistência e densidade dos
três ossos (Figuras 4 a 9) para os três grupos genéticos decresceu, o que pode estar
relacionado com a redução na síntese ou organização do colágeno (Knott & Bailey,
1998). Bruno (2002) encontrou resultados positivos onde a resistência óssea aumentou
de acordo com a idade do frango para os três ossos (tíbia, fêmur e úmero).
O volume do úmero, tíbia e fêmur (Figuras 1 a 3) foram sempre crescentes com o
decorrer das semanas para os três grupos genéticos, onde a Isa Label JA57 obteve-se
numericamente valores inferiores à Ross 308 e Hybro PG. O grupo genético Hybro PG
apresentou numericamente volume dos três ossos superior nas duas últimas semanas em
relação à Ross 308 (Figuras 1 a 3).
Conclusão
Os resultados sugerem que tanto as densidades de criação utilizadas, assim como
os diferentes grupos genéticos avaliados não alteram o padrão de desenvolvimento
ósseo dos frangos de corte, expresso pelas variáveis estudadas.
Estes resultados indicam a utilização de alta densidade (16 aves/m
2
), com intuito
de aumentar a produtividade e lucratividade, sem afetar o desenvolvimento físico e
químico dos ossos longos, os quais parecem ser pré-definidos geneticamente.
52
REFERÊNCIAS
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54
Úmero
Humerus
0,1000
0,9000
1,7000
2,5000
3,3000
4,1000
4,9000
5,7000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Volume (cm
3
)
Volume (cm
3
)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (8,959-0,7366*X+0,02148*X
2
-0,0002102*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (7,792-0,6675*X+0,01977*X
2
-0,000195*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (7,374-0,6234*X+0,01826*X
2
-0,0001785*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 1 – Volume do Úmero
FIGURE 1 – Humerus Volume
Tíbia
Tibia
0,2000
1,1000
2,0000
2,9000
3,8000
4,7000
5,6000
6,5000
7,4000
8,3000
9,2000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Volume (cm
3
)
Volume (cm
3
)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (4,922-0,3973*X+0,01143*X
2
-0,0001109*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (4,3229-0,3775*X+0,01142*X
2
-0,0001147*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (4,1208-0,3495*X+0,01032*X
2
-0,0001019*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 2 – Volume da Tíbia
FIGURE 2 – Tibia Volume
Fêmur
Femur
0,1000
1,1000
2,1000
3,1000
4,1000
5,1000
6,1000
7,1000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Volume (cm
3
)
Volume (cm
3
)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (6,915-0,5659*X+0,01646*X
2
-0,0001611*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B =
(
5
,
7234-0
,
4943*X+0
,
01484*X
2
-0
,
0001484*X
3
)
-1
R2 = 0
,
99
C = (5,619-0,4732*X+0,01388*X
2
-0,0001362*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 3 – Volume do Fêmur
FIGURE 3 – Femur Volume
55
Úmero
Humerus
6,500
11,500
16,500
21,500
26,500
31,500
36,500
41,500
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Resistência (Kgf)
Bone breaking strength (kgf)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,2108-0,0137*X+0,0004039*X
2
-0,000004158*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,26821-0,02254*X+0,0007178*X
2
-0,000007562*X
3
)
-1
R2 = 0,97
C = (0,25413-0,02178*X+0,0007007*X
2
-0,00000742*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 4 – Resistência do Úmero
FIGURE 4 - Bone Breaking Strength of Humerus
Tíbia
Tibia
7
12
17
22
27
32
37
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Resistência (Kgf)
Bone breaking strength (kgf)
T1 (A) T2 (B) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,1527-0,004577*X+0,000007953*X
2
+0,0000009846*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,24903-0,0219*X+0,0007577*X
2
-0,00000837*X
3
)
-1
R2 = 0,97
C =
(
0
,
2544-0
,
02192*X+0
,
000713*X
2
-0
,
000007584*X
3
)
-1
R2 = 0
,
96
D = (0,2727-0,02635*X+0,0009248*X
2
-0,00001041*X
3
)
-1
R2 = 0,96
FIGURA 5 – Resistência da Tíbia
FIGURE 5 - Bone Breaking Strength of Tibia
Fêmur
Femur
8,000
12,000
16,000
20,000
24,000
28,000
32,000
36,000
40,000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Resistência (Kgf)
Bone breaking strength (kgf)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,2021-0,0164*X+0,0005385*X
2
-0,00000577*X
3
)
-1
R2 = 0,98
B =
(
0
,
20018-0
,
01742*X+0
,
000601*X
2
-0
,
000006801*X
3
)
-1
R2 = 0
,
98
C = (0,24801-0,02345*X+0,0008162*X
2
-0,000009153*X
3
)
-1
R2 = 0,96
FIGURA 6 – Resistência do Fêmur
FIGURE 6 - Bone Breaking Strength of Femur
56
Úmero
Humerus
0,5000
0,8000
1,1000
1,4000
1,7000
2,0000
2,3000
2,6000
71421283542
Idade (dias)
Age (days)
Densidade (mmAl)
Density (mmAl)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (3,268-0,2554*X+0,007914*X
2
-0,00007993*X
3
)
-1
R2 = 0,98
B = (2,7407-0,2169*X+0,006762*X
2
-0,00006982*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (2,797-0,2407*X+0,007977*X
2
-0,00008609*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 7 – Densidade do Úmero
FIGURE 7 – Humerus Density
Tíbia
Tibia
0,7000
1,0000
1,3000
1,6000
1,9000
2,2000
2,5000
2,8000
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Densidade (mmAl)
Density (mmAl)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (2,344-0,1813*X+0,005754*X2-0,0000591*X3)-1 R2 = 0,97
B = (2,7254-0,2484*X+0,008468*X2-0,0000923*X3)-1 R2 = 0,99
C = (2,4569-0,229*X+0,008149*X2-0,00009251*X2)-1 R2 = 0,99
FIGURA 8 – Densidade da Tíbia
FIGURE 8 – Tibia Density
Fêmur
Femur
0,6500
0,9500
1,2500
1,5500
1,8500
2,1500
2,4500
2,7500
71421283542
Idade (dias)
Age (days)
Densidade (mmAl)
Density (mmAl)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (2,062-0,1494*X+0,004597*X
2
-0,00004534*X
3
)
-1
R2 = 0,98
B = (2,2343-0,1945*X+0,006833*X
2
-0,00007775*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (2,7813-0,2617*X+0,009218*X
2
-0,0001034*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 9 – Densidade do Fêmur
FIGURE 9 – Femur Density
57
Úmero
Humerus
30
31
32
33
34
35
36
37
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Cinzas (%)
Bone mineral (%)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,0358988-0,000977268*X+0,0000384866*X2-0,000000453946*X3)-1 R2 = 0,99
B = (0,0375448-0,00112039*X+0,0000381315*X2-0,000000333319*X3)-1 R2 = 0,99
C = (0,042161-0,00197217*X+0,0000793888*X2-0,000000923385*X3)-1 R2 = 0,99
FIGURA 10 – Teor de Cinzas (Úmero)
FIGURE 10 - Ashes (humerus)
Tíbia
Tibia
31
32
33
34
35
36
37
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Cinzas (%)
Bone mineral (%)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,0360934-0,0010513*X+0,0000412688*X
2
-0,000000454985*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,0330784-0,000342059*X+0,00000336178*X
2
+0,000000100137*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (0,0369391-0,00114753*X+0,0000410589*X
2
-0,00000040582*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 11 – Teor de Cinzas (Tíbia)
FIGURE 11 - Ashes (tibia)
Fêmur
Femur
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
7 1421283542
Idade (dias)
Age (days)
Cinzas (%)
Bone mineral (%)
T1 e T2 (A) T3 e T4 (B) T5 e T6 (C)
A = (0,0380338-0,0012649*X+0,0000505992*X
2
-0,000000563245*X
3
)
-1
R2 = 0,99
B = (0,0348286-0,000608799*X+0,0000152044*X
2
-0,00000000986737*X
3
)
-1
R2 = 0,99
C = (0,037556-0,000968561*X+0,0000262904*X
2
-0,000000124538*X
3
)
-1
R2 = 0,99
FIGURA 12 – Teor de Cinzas (Fêmur)
FIGURE 12 - Ashes (femur)
58
V – CONCLUSÕES GERAIS
A maioria dos parâmetros físicos e químicos relacionados ao crescimento ósseo
não foi afetada pelos diferentes grupos genéticos de frangos de corte quando criados nas
duas densidades populacionais.
O padrão de crescimento dos ossos longos não foi influenciado pelos diferentes
grupos genéticos e densidades de criação avaliadas.
Contudo, a expressão gênica que determina o padrão de desenvolvimento dos
ossos longos nos frangos de corte é bem definida e não influenciável pelos diferentes
grupos genéticos (a respeito das eventuais diferenças genéticas que existem entre as
linhagens comerciais existentes) e da densidade de criação utilizada. Deste modo,
podemos utilizar a alta densidade (16 aves/m
2
) com intuito de aumentar a produtividade
e a lucratividade sem afetar o desenvolvimento físico e químico dos ossos longos e,
deste modo, prejudicar o desempenho zootécnico das aves.
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