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IZABEL JOSE DE ALMEIDA
Avaliação da função cardíaca pós-pericardiectomia por meio
da ecocardiografia e dos níveis plasmáticos de NT-proBNP
Tese apresentada à Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo para obtenção do título de
Doutor em Ciências
Área de Concentração: Cardiologia
Orientador: Prof. Dr. Charles Mady
Co-Orientadora: Dra. Vera Maria Cury Salemi
SÃO PAULO
2005
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DEDICATÓRIA
iii
Esta tese é dedicada:
A João Manoel Antônio, pela amizade, companheirismo e ajuda
incondicional e constante nesta etapa da vida.
Aos meus pais, Maria Araújo do Nascimento e Theófilo José de
Almeida, exemplos de honestidade, caráter, perseverança e vitória.
Aos meus irmãos: Teófilo, Ivete e Ivabel, pela amizade, carinho e
apoio fraternos.
Aos meus sobrinhos: Diolino, Carlos, Vitória, Daniel e Pedro pela
alegria vivaz que aquece as nossas vidas.
Aos pacientes e aos voluntários do grupo controle, sem os quais não
seria possível a concretização deste trabalho.
iii
AGRADECIMENTOS
iv
Ao Prof. Dr. Charles Mady,
meu orientador, por seu empenho em manter a linha da pós-graduação do
InCor, por receber-me em sua Unidade, propiciando-me as condições
necessárias para conquistar este título.
À Dra. Vera Maria Cury Salemi,
pelo quanto atuou para que eu pudesse continuar no curso de pós-
graduação e por ser a minha co-orientadora.
Ao Dr. Fábio Fernandes,
que me apoiou em todos os momentos difíceis, pelos estímulos fraternos de
um grande amigo, que foram essenciais para esta vitória.
À Sra. Neusa Rodrigues Dini,
que, com sua sabedoria e seu profissionalismo, desempenhou papel
essencial, ajudando-me a lutar para permanecer neste curso e assim
concluir esta tese.
v
Agradeço e testemunho a perfeita concretização da proteção e justiça de
Deus, que nunca falham quando se persevera, mesmo quando todos os
ventos são desfavoráveis, tendo-se a fé como único sustentáculo. Agradeço
o apoio, orientação e auxílio recebido de forma eclética de diversas crenças,
e de forma especial, de: D. Íris e Gentila Caselato, Denise Ribeiro Gonçalves
e dos núcleos da Federação Espírita.
Aos professores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de
Minas Gerais – Belo Horizonte (UFMG), onde me formei como médica, pelos
seus exemplos e princípios éticos que contribuíram de forma essencial para
minha informação e formação profissional.
À oportunidade de especialização em cardiologia e à dedicação dos
professores do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, onde fiz minha
residência na especialidade.
Ao Dr. Caio Jorge de Medeiros, pelos seus ensinamentos e às
oportunidades oferecidas para a minha formação em ecocardiografia no
serviço de Ecocardiografia do InCor.
Aos professores Dr. Fábio Fernandes, Dr. Félix José Alvarez Ramires e Dr.
Ricardo Ribeiro Dias, pelo trabalho dedicado à qualificação, com valiosas
críticas e sugestões feitas no texto e na aula.
vi
Às funcionárias da pós-graduação, Eva Malheiros e Juliana Sobrinho que,
com eficiência e prontidão, sempre se dispuseram a ajudar-me.
Aos colegas da Unidade Clínica de Miocardiopatias: Dr. Luciano Nastari, Dr.
Edmundo Arteaga, Dr. Aloir Queiroz Araújo, que, quando nada parecia
ajudar, dedicaram-se a mostrar-me que ainda havia chances, e pelas
observações científicas pertinentes e essenciais que pude usar em meu
trabalho e, também, ao Dr. Afonso Matsumoto e a Dra. Bárbara M Ianni, pela
convivência e experiência compartilhadas.
A Aldezanir Costa Oliveira, pela sua essencial ajuda e dedicação na busca
do grupo controle adequado.
A Carlos Eduardo Costa Oliveira e a Henrique Costa Oliveira, pela ajuda
prestada na área de informática e impressão.
Às funcionárias da Unidade Clínica de Miocardiopatias, Lúcia Maria Oliveira,
Shirley Cristina e Regina, por suas importantes contribuições.
A Paula de Cássia Buck, enfermeira assistente de pesquisa da Unidade
Clínica de Miocardiopatias, pelo seu cuidadoso trabalho de coleta,
estocagem e conservação do sangue para dosagem de NT-proBNP.
vii
Ao Laboratório Fleury na pessoa do Dr. Rogério Rabelo, sempre disponível,
pela sua atenção no trabalho de dosagem do NT-proBNP.
A Patricia Gauger e Maurício Araújo, meus amigos, que na área de
informática ajudaram-me de forma freqüente neste trabalho e por
compartilharmos os raros momentos de descontração que esta fase da vida
permitiu-me.
Aos casais amigos Heitor e Rosana e José Américo e Virgínia, pela amizade
e pelo apoio.
À Sra. Blanche Torres, professora de inglês e português, pela inestimável
ajuda, amizade, apoio e revisão do texto.
Ao Sr. João M. Antônio pela revisão do texto em português.
Aos funcionários das bibliotecas do InCor, da Bireme, da FM-USP – em
especial Marco, Emílio, Lenir e Nilma - que me ajudaram e sempre
atenderam-me com alegria e prontidão, mesmo eu ocupando com freqüência
e exaustivamente esses serviços, com seis projetos, até que um deles
resultasse nesta tese.
viii
Aos funcionários do SAME, onde passei várias noites em pesquisas de
prontuários, que também sempre me atenderam com alegria e prontidão,
mesmo eu sobrecarregando esse serviço.
A Julia T. Fukushima pelo trabalho estatístico e amizade.
À Dra. Vera Lúcia Viveiros Sá pelo seu apoio de grande valor para esta
conquista.
A todos os meus amigos do Hospital e Maternidade Brasil, em particular a:
Dra. Cristiane Matos Cunha, Dr. Fernando Gondin, Dr. Juan Manuel S.
Arana e Dra. Raquel Teixeira de Araújo, pelo apoio, pelas trocas e pelas
substituições necessárias à adaptação de horários, para dedicar-me às
atividades da pós-graduação.
Às Diretorias do Hospital e Maternidade Brasil, em especial ao Dr. Newton
Takashima, do Hospital Estadual Vivaldo Simões, na pessoa da Dra. Samira
Safsouf e do Dr. Walter Melchior, e do Hospital Regional O. F. Coelho, em
especial à Enfermeira Cecilia Campagnoli e ao Diretor Clínico Dr. Sérgio
Roberto Silva, por suas amizades e flexibilidades para que eu pudesse
conciliar o meu trabalho profissional com as atividades científicas.
A todos vocês, muito obrigada!
ix
SUMÁRIO
x
DEDICATÓRIA .............................................................................................. iii
AGRADECIMENTOS.....................................................................................iv
SUMÁRIO .......................................................................................................x
LISTA DE FIGURAS.................................................................................... xiii
LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................. xvi
LISTA DE TABELAS.................................................................................... xix
RESUMO ..................................................................................................... xxi
SUMMARY................................................................................................. xxiv
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 1
1.1. Ecocardiografia Doppler ................................................................................... 6
1.2. Fragmento amino-terminal do pró-hormônio natriurético tipo B (NT-pro BNP)
................................................................................................................................ 14
2. OBJETIVOS............................................................................................. 16
3. CASUÍSTICA E MÉTODOS..................................................................... 18
3.1. Casuística ........................................................................................................ 19
3.2. Métodos........................................................................................................... 21
3.2.1. Dinâmica do estudo...................................................................................... 21
3.2.2. Ecocardiografia ............................................................................................ 22
3.2.2.1. Análise da variação respiratória das velocidades dos fluxos mitral e
tricúspide................................................................................................................ 31
3.2.2.2. Fluxo em veias hepáticas .......................................................................... 31
3.2.2.3. Fisiologia constritiva................................................................................. 32
3.2.2.4. Doppler tecidual........................................................................................ 32
xi
3.2.2.5. Índice de desempenho do miocárdio (IDM) ............................................. 35
3.2.3. Dosagem do NT-proBNP............................................................................. 38
3.2.4. Variabilidade intra- e interobservador ......................................................... 38
3.2.5. Análise estatística......................................................................................... 39
4. RESULTADOS......................................................................................... 40
4.1. Caracterização dos grupos estudo e controle .................................................. 41
4.2. Estudo do comportamento do NT-proBNP do pré- para o pós-
pericardiectomia..................................................................................................... 42
4.3. Volumes e fração de ejeção de câmaras esquerdas......................................... 43
4.4. Função diastólica de VE pelo fluxo mitral...................................................... 45
4.5. Função diastólica de VE pelo Doppler tecidual.............................................. 46
4.6. Função diastólica de VD pelo fluxo tricúspide............................................... 47
4.7. Função diastólica de VD pelo Doppler tecidual ............................................. 47
4.8. Função sistólica de VE e de VD pelo Doppler tecidual.................................. 47
4.9. Índice de desempenho do miocárdio: de VE e de VD .................................... 48
5. DISCUSSÃO............................................................................................ 62
5.1. Ecocardiografia Doppler ................................................................................. 63
5.2. NT-proBNP..................................................................................................... 68
5.3. Limitações do estudo....................................................................................... 71
6. CONCLUSÕES........................................................................................ 72
7. ANEXOS.................................................................................................. 74
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 83
xii
LISTA DE FIGURAS
xiii
Figura 1: Esquema ilustrativo das pressões abdominal, intratorácica e
intracardíaca correlacionadas com a inspiração .......................... 04
Figura 2: Esquema da variação respiratória das velocidades de fluxos
transvalvares na pericardite constritiva ........................................ 11
Figura 3: Fluxograma da dinâmica do protocolo de estudo ......................... 21
Figura 4: Imagem ecocardiográfica bidimensional, em corte longitudinal
paraesternal em diástole, para mostrar a técnica de medida do
diâmetro diastólico de VE pelo bidimensional. Mostra-se a evolução
do pré- para o pós-pericardiectomia ............................................ 24
Figura 5: Imagem ecocardiográfica bidimensional em corte apical quatro
câmaras mostrando a obtenção dos volumes de átrio esquerdo
pelo método de Simpson e evolução do pré- para o pós-
pericardiectomia ............................................................................ 26
Figura 6: Mostra-se em corte apical quatro câmaras, a obtenção de Doppler
pulsado do fluxo mitral de um dos casos e sua evolução do pré- para
o pós-pericardiectomia .................................................................... 27
Figura 7: Mostra-se em corte apical quatro câmaras, a obtenção de Doppler
pulsado do fluxo mitral, com medida do tempo de desaceleração da
onda E e sua evolução do pré- para o pós-pericardiec-
tomia ............................................................................................... 28
xiv
Figura 8: Mostra-se, em corte apical quatro câmaras, a obtenção do Doppler
pulsado do fluxo tricúspide e medidas da velocidade das ondas E e
A e sua evolução do pré- para o pós-pericardiectomia .................. 29
Figura 9: Mostra-se em corte apical quatro câmaras a obtenção do Doppler
pulsado tricúspide e medidas do tempo de desaceleração da onda E
e sua evolução do pré- para o pós-pericardiectomia ...................... 30
Figura 10: Doppler pulsado tecidual de anel mitral em corte apical quatro
câmaras e sua evolução do pré- para o pós-pericardiec-
tomia ............................................................................................. 33
Figura 11: IDM de VE obtido a partir do traçado de Doppler tecidual das
margens lateral e septal do anel mitral em corte apical quatro
câmaras e sua evolução do pré- para o pós-pericardiec-
tomia ............................................................................................ 35
Figura 12: IDM de VD obtido a partir do traçado de Doppler tecidual da
margem lateral do anel tricúspide em corte apical quatro câmaras
e sua evolução do pré- para o pós-pericardiectomia .................. 36
Figura 13: Evolução da classe funcional (CF) dos pacientes do grupo estudo,
do pré- para o pós-pericardiectomia ............................................. 41
xv
LISTA DE GRÁFICOS
xvi
Gráfico 1: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável
NT-proBNP .................................................................................. 42
Gráfico 2: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável Volume
Máximo de Átrio Esquerdo .......................................................... 43
Gráfico 3: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável Fração de
Ejeção do Átrio Esquerdo ............................................................. 44
Gráfico 4: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável E
m
septal
de VE ........................................................................................... 45
Gráfico 5: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável
S
m
de VD .................................................................................... 47
Gráfico 6: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável
IDM de VE ............................................................................... 48
Gráfico 7: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável
IDM de VD ............................................................................... 49
Gráfico 8: Distribuição, GE (pós-pericardiectomia) comparado ao GC, da
variável Índice de Desempenho Miocárdico do Ventrículo
Esquerdo ..................................................................................... 53
xvii
Gráfico 9: Distribuição, GE (pós-pericardiectomia) comparado ao GC, da
variável Fração de Ejeção do Átrio Esquerdo ............................... 54
Gráfico 10: Distribuição, GE (pós-pericardiectomia) comparado ao GC, da
variável onda E
m
de septo .......................................................... 55
Gráfico 11: Distribuição, GE (pós-pericardiectomia) comparado ao GC, da
variável onda S
m
de ventrículo direito ........................................ 56
Gráfico 12: Distribuição, GE (pós-pericardiectomia) comparado ao GC, do
nível plasmático de NT-proBNP ............................................... 57
xviii
LISTA DE TABELAS
xix
Tabela 1: Características antropométricas e etárias dos pacientes do grupo
estudo e do grupo controle ........................................................... 40
Tabela 2: Dados clínicos, da dosagem plasmática de NT-proBNP e da
ecodopplercardiografia do grupo estudo no pré e no pós-
pericardiectomia ........................................................................... 50
Tabela 3: Dados clínicos, da dosagem de NT-proBNP e da ecodoppler-
cardiografia dos pacientes do grupo estudo no pós-
pericardiectomia e do grupo controle ........................................... 58
xx
RESUMO
xxi
Almeida IJ. Avaliação da função cardíaca pós-pericardiectomia por meio da
ecocardiografia e dos níveis plasmáticos de NT-proBNP [tese]. São Paulo:
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2005
INTRODUÇÃO: A pericardite constritiva (PC), doença grave, rara e
subdiagnosticada, leva à insuficiência cardíaca congestiva (ICC) com disfunção
sistólica e, predominantemente, diastólica. Uma vez diagnosticada, se
sintomática, antes de haver comprometimento do miocárdio subjacente ao
pericárdio espessado, deve-se realizar a pericardiectomia, tratamento que se
impõe para PC permanente. A ecodopplercardiografia é dos melhores recursos
para diagnosticar a PC e para controle pós-operatório. Na avaliação dos
resultados do tratamento cirúrgico, porém, não se aplica ainda Doppler tecidual
(DT), nem variáveis ecocardiográficas, como: volume do átrio esquerdo (AE),
fração de ejeção de AE (FEAE), índice de desempenho do miocárdio (IDM) dos
ventrículos esquerdo (VE) e direito (VD). Os níveis plasmáticos do segmento
amino-terminal do peptídeo natriurético tipo B (NT-proBNP) têm sido úteis no
diagnóstico e tratamento de ICC; entretanto não são conhecidos na pós-
pericardiectomia. OBJETIVOS: Estudar o papel das variáveis ecocardiográficas
biventriculares de função sistólica, diastólica e do IDM, utilizando também
recursos de DT e da dosagem de NT-proBNP na avaliação pós-operatória
tardia da pericardiectomia. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Avaliaram-se,
prospectivamente, pré- e pós-pericardiectomia, 10 pacientes (6 homens, 4
mulheres, 18 a 64, (36±16) anos) com PC confirmada cirurgicamente. De cada
integrante desse grupo estudo (GE), uma semana antes e a partir de três
meses após pericardiectomia, colheu-se sangue para dosagem dos níveis
plasmáticos de NT-proBNP na mesma data da ecodopplercardiografia
completa (incluindo DT de anel mitral e tricúspide). Analisaram-se o IDM de VE
e de VD obtido pelo DT, volumes e FE de AE, volumes e FE de VE (FEVE)
pelo método de Simpson. Para efeito de comparação com GE no pós-
operatório, realizaram-se os mesmos exames - de imagem e dosagem de NT-
proBNP - em 10 pessoas normais, grupo controle (GC). Para comparação,
usaram-se os seguintes testes: Wilcoxon (GE – pré- vs pós-operatório); Mann-
xxii
Whitney (GE vs GC, no pós-operatório); Spearman (correlação das variáveis) e
considerou-se significante p< 0,05. RESULTADOS: Na variabilidade intra-
observador (reavaliação das variáveis um mês após) e interobservador, foi
encontrada diferença menor que 5% para cada paciente.
Ecodopplercardiograma: volume diastólico final (VDF) de VE (82,4 x 105)ml,
volume máximo de AE (53 x 43)ml, FEAE (39,4 x 52,7)%, FEVE, Simpson (56,3
x 65,6)%, índice de massa de VE (IMVE) (78 x 88)g/m
2
, relação E/A mitral(1,8 x
1,4), (tempo de desaceleração da onda E (TDE) mitral (139 x 196)ms, TDE
tricúspide (137 x 208)ms, IDM-VE (0,46 x 0,38), IDM-VD (0,49 x 0,40), índice
de volume sistólico IVS (28 x 42)ml/m
2
, velocidade inicial diastólica tecidual
(E
m
) septal (15 x 12)cm/s, velocidade sistólica tecidual (S
m
) de VD (12 x
10)cm/s melhoraram significantemente do pré- para o pós-operatório (p<0,05).
Também diminuíram significantemente: variação respiratória da velocidade de
fluxo mitral (RFM), variação respiratória da velocidade do fluxo tricúspide
(RFT), variação expiratória da velocidade de fluxo de veias hepáticas -
anterógrada para retrógrada (RFVH), NT-proBNP diminuiu: (458 x 286)pg/ml
(p=0,028). Quando se comparou o GC com as variáveis de médias diferentes
das do pré-operatório, o resultado foi: (1) não apresentavam diferença
significante as variáveis: FEVE, volume máximo de AE, E/A mitral, TDE mitral,
TDE tricúspide, IDM-VE, IDM-VD, RFM, RFVH e IVS; (2) apresentavam
diferenças significantes as variáveis: FC, VDF-VE, FEAE, IMVE, E
m
-septo, S
m
-
VD, NT-proBNP, RFT. No pré-operatório, não houve correlação entre NT-
proBNP e as variáveis ecodopplercardiográficas; no pós-operatório, houve
correlação positiva com E mitral e E tricúspide. CONCLUSÕES: Após a
pericardiectomia, houve melhora das funções sistólica e diastólica e do
desempenho global dos ventrículos, redução dos volumes de AE, e aumento
da FEAE, associados à redução do NT-proBNP.
Descritores: 1. pericardite constritiva 2. pericardiectomia 3. peptídeo
natriurético cerebral 4. ecocardiografia Doppler 5. função ventricular 6.
ventrículos cardíacos 7. função atrial 8. resultado do tratamento.
xxiii
SUMMARY
xxiv
Almeida IJ. Postpericardiectomy assessment of cardiac function using
echocardiography and plasmatic levels of NT-proBNP [tese]. São Paulo:
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2005
INTRODUCTION: Constrictive pericarditis (CP), a serious, rare and subdiagnosed
disease, conducts to heart failure with systolic and, predominantly, diastolic
dysfunction. Once it becomes symptomatic and permanent pericarditis is
diagnosed, pericardiectomy should take place in time to prevent any damage to the
myocardium underlying the thickened pericardium. One of the best resources not
only for CP diagnosis but also for postoperative control is the Doppler
echocardiography. The tissue Doppler echocardiography (TDE), however, is not yet
utilized to assess the surgical results, nor are echocardiographic variables such as
the left atrium (LA) volume and LA ejection fraction (LA-EF), and the myocardium
performance index (MPI) of the left and right ventricles (LV-MPI and RV-MPI). The
amino-terminal segment of the B-type natriuretic peptide (NT-proBNP) plasmatic
levels have been useful in diagnosing and treating control of heart failure; however,
these levels are not measured after pericardiectomy. OBJECTIVE: To study the
role of echocardiographic variables concerning the biventricular systolic and
diastolic functions and the MPI also applying the resources of TDE and NT-proBNP
levels obtained in a late postoperative assessment of the pericardiectomy efects
PATIENTS AND METHODS: A prospective study was performed with ten patients
(6 male, 4 female, age range 18 to 64 (mean 36 ± 16) years (the study group SG)
all with surgically confirmed CP, assessed both one week before and as of three
months after pericardiectomy, blood having been collected for determination of NT-
proBNP levels in the plasma on the day they underwent complete Doppler
echocardiography (including mitral and tricuspid annuli TDE). Analysis was made of
the LV and RV MPI obtained by TDE, and also of RA-EF and LV-EF by the
Simpson method. To compare the SG results after pericardiectomy with normal
values, the same imaging and NT-proBNP level tests were applied to ten normal
people (control group CG). The following tests were used for comparison: Wilcoxon
(SG pre vs post pericardiectomy); Mann-Whitney (postoperative SG vs CG);
Spearman (variables correlation), and p<0.05 was considered significant.
xxv
RESULTS: Interobserver and intraobserver (reassessment one month later)
variations, showed less than 5% difference for every patient. Doppler
echocardiogram: LV end diastolic volume (EDV) - (82,4 x 105)ml; LA- maximum
volume (LAMV) - (53 x 43)ml; LA-EF (39,4 x 52,7)%; LV-EF (Simpson) - (56,3 x
65,6)%; LV mass index (LVMI) - (78 x 88)g/m
2
; mitral E/A (1,8 x 1,4); mitral E-wave
deceleration time (DT) - (139 x 196)ms; tricuspid DT - (137 x 208)ms; LV-MPI -
(0,46 x 0,38); RV-MPI - (0,49 x 0,40); systolic volume index (SVI) - (28 x 42)ml/m
2
;
septal tissue diastolic early velocity (E
m
) - (15 x 12)cm/s; tissue systolic velocity
(S
m
) of tricuspid annulus - (12 x 10)cm/s, improved after pericardiectomy (p<0,05).
The other velocity indices obtained by TDE did not change. Where also reduced
significantly: respiratory change of mitral velocity, respiratory change of tricuspid
velocity, respiratory change of hepatic vein - forward to reverse. NT-proBNP was
reduced: (458 x 286)pg/ml (p=0,028). When SG variables that had changed after
pericardiectomy were compared to those of CG: (1) some variables did not present
signifcant changes between the two groups (LVEF, left atrium maximal volume,
mitral E/A, mitral DT, tricuspid DT, LV-MPI, RV-MPI, SVI, respiratory change of
mitral flow velocity, respiratory change of hepatic vein flow); (2) other SG
postpericardiectomy variables were significantly different from CG (heart rate, LV-
EDV, LA-EF, LV-MI, septal E
m
, S
m
of tricuspide anullus, NT-pro-BNP, respiratory
change of tricuspid flow velocity). Before pericardiectomy, there was no correlation
between NT-proBNP and ecochocardiographic variables. After pericardiectomy,
there was positive correlation between NT-proBNP and mitral E wave and tricuspid
E wave. CONCLUSIONS: Associated with the decrease in NT-proBNP levels, after
pericardiectomy, there were improvements in diastolic, systolic and global
myocardial functions as well as in the LA ejection fraction.
Keywords: 1.constrictive pericarditis 2. pericardiectomy 3. brain natriuretic
peptide 4. Doppler echocardiography 5. ventricular function 6. heart ventricles
7. atrial function 8. treatment outcome.
xxvi
1. INTRODUÇÃO
Introdução 2
A pericardite constritiva (PC) é uma rara e grave conseqüência da
inflamação crônica do pericárdio, que leva ao “encarceramento” do coração,
resultando em importante comprometimento funcional cardíaco, com disfunção
sistólica e, predominantemente, diastólica.
A PC pode constituir o estado final evolutivo de muitos dos processos
inflamatórios ou traumáticos (como infecções em geral, tuberculose,
neoplasias, radiação terapêutica, doenças reumatológicas e cirurgia cardíaca),
que afetam o pericárdio, embora na maioria dos casos, na PC estabelecida não
se possa identificar uma etiologia concreta. É possível que muitas dessas
pericardites constritivas “idiopáticas” sejam seqüelas de uma pericardite aguda
inflamatória não detectada clinicamente
1,
2, 3
.
A melhora do conhecimento, o aprimoramento dos recursos
propedêuticos e o maior acesso a recursos terapêuticos têm reduzido a taxa da
chamada etiologia idiopática, aumentando o número de casos diagnosticados e
revelando maior porcentagem de outras etiologias, como por exemplo,
daquelas relacionadas à complicação pós-operatória das cirurgias cardíacas e
à terapêutica por radiação
4, 5
.
Normalmente, o pericárdio cobre o coração delicadamente e permite,
dentro de um certo limite chamado reserva pericárdica, aumento do volume
cardíaco. Essa reserva diminui se o pericárdio se torna mais espesso, fibroso
ou calcificado, além de aderente ao coração. Assim, a complacência das
câmaras fica reduzida e conseqüentemente têm o enchimento limitado, pois o
volume diastólico final vai depender da capacidade pericárdica. Ocorre, assim,
na fase média e tardia da diástole, uma limitação do enchimento, que leva às
Introdução 3
anormalidades observadas ao ecocardiograma modo-M, bidimensional e
Doppler e ao típico sinal da raiz quadrada observado no traçado de
hemodinâmica
6,
7
.
Nas pessoas normais, a inspiração, por meio do descenso do diafragma,
reduz a pressão da cavidade pleural, enquanto que aumenta a pressão
abdominal. O retorno venoso para o coração direito aumenta e o lado direito do
coração se enche às custas do lado esquerdo (os septos interatrial e
interventricular movem-se para a esquerda). Na expiração, essa fisiologia
hemodinâmica ocorre no sentido inverso
2
.
Nas afecções compressivas do pericárdio (tamponamento, constrição),
esses mesmos fenômenos dinâmicos ocorrem como descrito no parágrafo
anterior: acontecem no mesmo sentido de acordo com a fase do ciclo
respiratório, porém em grau mais expressivo. (Figura 1).
A fibrose do pericárdio, com ou sem calcificação, pode se distribuir
preferencialmente em determinados pontos, produzindo constrição maior em
diferentes áreas, o que resulta em situações clínicas especiais como, por
exemplo, a compressão das veias pulmonares ou do sulco atrioventricular
esquerdo, simulando quadro clínico e hemodinâmico de estenose mitral
8
. A
deterioração hemodinâmica dos pacientes pode ser ainda mais agravada por
disfunção sistólica devido à fibrose ou atrofia miocárdica ou infiltrados de traves
fibróticas que se projetam para o interior do miocárdio, entre as fibras
musculares.
Introdução 4
Figura 1. Esquema ilustrativo das pressões abdominal, intratorácica e
intracardíaca correlacionadas com a inspiração. Em pessoas
normais, a inspiração, por meio do descenso do diafragma,
reduz a pressão da cavidade pleural, enquanto que aumenta a
pressão abdominal. O retorno venoso para o coração direito
aumenta, com enchimento às custas do lado esquerdo do
coração (septo interatrial e interventricular movem-se para a
esquerda). Na expiração, ocorre essa fisiologia hemodinâmica
no sentido inverso. Nas afecções compressivas do pericárdio
(tamponamento, constrição) tais fenômenos dinâmicos
acontecem no mesmo sentido, de acordo com a fase do ciclo
respiratório, mas em grau mais expressivo.
Pacientes com diagnóstico de PC queixam-se de fadiga, edema
periférico, dispnéia e aumento abdominal. Em pacientes descompensados, em
fase mais avançada da doença, podem ocorrer: hepatomegalia, derrame
pleural e ascite. O pulso arterial paradoxal pode estar presente em 30% dos
casos, as jugulares estão tensas, túrgidas, até mesmo em posição semi-
sentada e se acentuam com a inspiração (sinal de Kusmaull). As bulhas estão
Introdução 5
abafadas e não se ouvem sopros, ausculta-se o “knock” pericárdico, que é um
ruído protodiastólico causado pela brusca distensão do pericárdio e do
ventrículo, na fase inicial diastólica de enchimento rápido.
É importante que a pericardite constritiva seja diagnosticada em tempo
hábil, pois pacientes não tratados sofrem deterioração hemodinâmica e física
progressiva e sua expectativa de vida é limitada
9
. O tratamento inclui o uso de
diuréticos e a remoção cirúrgica do pericárdio. Se indicado o tratamento
cirúrgico, a completa ressecção do pericárdio pode resultar em marcante
melhora dos sintomas, bem como em prolongamento da vida
9, 10
. A
pericardiectomia é o único tratamento para a pericardite constritiva
permanente
11
.
O diagnóstico diferencial dessa patologia pode incluir dilatação aguda do
coração, embolia pulmonar
12
, infarto de ventrículo direito (VD), cardiomiopatia
restritiva (CMR)
13,
14
e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
15, 14
.
Embora apresentando sintomas semelhantes, essas condições, em sua
maioria, não chegam a oferecer um problema diagnóstico, pois têm
características clinicas diferentes das da pericardite constritiva e aspectos
distintos ao ecocardiograma bidimensional e Doppler. No caso especial da
DPOC, um ecodopplercardiograma poderia revelar diferenças entre essa
patologia e a PC por meio da variação da velocidade do Doppler com a
respiração na veia cava superior. No que se refere à cardiomiopatia restritiva,
porém, o diagnóstico diferencial é difícil, mas se constitui em desafio clínico
essencial
16,
17
, uma vez que se trata de uma doença de pior prognóstico
enquanto a PC é potencialmente corrigível por meio da pericardiectomia.
Introdução 6
Após pericardiectomia, a completa normalização da hemodinâmica
cardíaca avaliada pela ecocardiografia é relatada em apenas 60% dos
pacientes
10
. Embora a relação entre a velocidade de enchimento na fase inicial
e a velocidade de enchimento na fase de contração atrial não tivesse diferença
significante, a complacência ventricular pode tornar-se mais prolongada
quando comparado com os valores basais
18
. A variação respiratória pós-
operatória do fluxo mitral e tricúspide é encontrada em 9 a 25% dos casos
10
. A
fração de ejeção mantém-se semelhante à do pré-operatório na maioria dos
pacientes
10.
As complicações maiores incluem insuficiência cardíaca
perioperatória, havendo também aumento do VD
2
.
1.1. Ecocardiografia Doppler
Doppler pulsado tecidual
O Doppler tecidual (DT) é utilizado na avaliação da movimentação das
paredes do miocárdio ao longo do ciclo cardíaco, propiciando assim uma
análise mais precisa do comportamento do miocárdio. São dois os tipos de
feixes musculares miocárdicos: os circunferenciais, que estão localizados nas
porções médias das paredes miocárdicas, e os longitudinais, que estão
situados no subendocárdio e subepicárdio. Os primeiros são responsáveis pelo
encurtamento transverso, e os segundos, pela dinâmica do eixo longitudinal.
No corte apical, o vetor predominante é longitudinal, enquanto no corte
transversal ocorre o contrário. O perfil da velocidade anular, durante a diástole,
Introdução 7
reflete o padrão das mudanças nas dimensões do eixo longo do coração e no
volume ventricular
19
.
A velocidade longitudinal do miocárdio pode ser registrada com Doppler
pulsado tecidual na janela apical. Uma vez que o ápice ventricular e o topo do
átrio permanecem relativamente imóveis durante o ciclo cardíaco, a função
longitudinal das duas câmaras depende do movimento anular mitral e
tricúspide: em sístole, em direção ao ápice, e em diástole em direção ao átrio.
Portanto, é concebível que as alterações das velocidades no ânulo mitral
influenciem diretamente o enchimento ventricular
20, 21
. A velocidade
longitudinal do miocárdio normal consiste em uma onda sistólica positiva (S
m
),
outra onda durante a fase inicial da diástole (E
m
) e uma terceira durante a
contração atrial (A
m
), como mostrado na figura 10. A velocidade diastólica
inicial (E
m
), também tem sido demonstrada como um índice de relaxamento
ventricular que é relativamente insensível a mudanças na pressão atrial
esquerda
22
. Embora possam ser medidos em qualquer parede ventricular, a
parede lateral e o septo têm sido mais comumente utilizados para avaliação da
função diastólica. A relação da velocidade da onda E mitral com a E
m
,
conforme foi recentemente demonstrado, relaciona-se bem com a pressão
atrial esquerda média (pressão capilar pulmonar), e em muitos cenários
clínicos, com a pressão sistólica de VE, normal ou deprimida, cardiomiopatia
hipertrófica, taquicardia sinusal
23
. Na maioria das circunstâncias, uma relação
E/E
m
8 diagnostica uma pressão de enchimento normal, enquanto que E/E
m
>
15 (no anel mitral) relaciona-se a uma pressão de enchimento aumentada ( 20
mmHg)
24
. O valor dessa relação foi demonstrado também no controle de
Introdução 8
pacientes após transplante cardíaco
25
. A relação da onda E do fluxo tricúspide
com a onda E
m
diastólica tissular anular lateral do anel tricúspide maior que
seis mostrou-se útil para diagnosticar pressão atrial direita média maior que 10
mmHg
26
.
A velocidade da onda sistólica tecidual tem mostrado boa sensibilidade e
especificidade para avaliação da função sistólica de VE e de VD
27
.
Índice de desempenho do miocárdio
O índice de desempenho do miocárdio (IDM) é um novo índice obtido
pelo Doppler pulsado, que combina a avaliação das funções sistólica e
diastólica, refletindo melhor o desempenho global quantitativo ventricular do
que a avaliação das funções em cada fase do ciclo isoladamente
28
. A
disfunção sistólica resulta no prolongamento da pré-ejeção (tempo de
contração isovolumétrica (TCI) e no encurtamento do tempo de ejeção (TE)).
Ambas disfunções sistólica e diastólica resultam em anormalidade no
relaxamento miocárdico, o qual altera o período de relaxamento (tempo de
relaxamento isovolumétrico (TRIV)):
IDM =(TCI + TRIV) / TE, geralmente expresso por IDM=(a-b) / b
Os intervalos de tempo, usados nessa fórmula, necessários para o
cálculo do IDM, podem ser obtidos com a ecodopplercardiografia
28
. Assim,
obtém-se o “a”, registrando-se o fluxo de enchimento mitral, com a amostra de
Doppler pulsado entre as cúspides da valva mitral no apical quatro câmaras e
Introdução 9
representa o intervalo de tempo entre o fechamento da valva mitral até sua
abertura no ciclo cardíaco seguinte. Como podemos ver, o “a” engloba o TCI, o
TE e o TRIV. O “b” é obtido com a amostra de Doppler pulsado posicionada
logo abaixo da valva aórtica no plano apical longitudinal, quando se obtém a
curva espectral de fluxo na via de saída de VE, sendo TE o tempo de duração
desta curva.
O IDM foi medido em pessoas normais e em pacientes com
cardiomiopatia: o valor normal foi 0,39 ± 0,05 e aumentou para 0,59 ± 0,10
naqueles com cardiomiopatia dilatada. O IDM foi avaliado para o ventrículo
direito
29
, em pacientes com hipertensão pulmonar primária e comparado com
outros parâmetros de função sistólica e diastólica. Esse índice foi a variável
isolada mais eficaz na distinção entre pacientes com hipertensão pulmonar e
pessoas normais (0,93 ± 0,34 vs 0,28 ± 0,04).
O IDM também pode ser obtido com o Doppler tecidual anular mitral,
com a vantagem de poder estar o feixe de ultra-som paralelo à contração
ventricular
30
. Em estudo
30
sobre a obtenção do IDM a partir dos intervalos de
tempo do Doppler tecidual (média do anel mitral septal com o lateral),
comparando com IDM obtido pela forma convencional, foi demonstrado em
pessoas normais e em pacientes com diagnóstico de cardiomiopatia dilatada,
respectivamente, um coeficiente de correlação de 0,94 e 0,95.
Ecodopplercardiografia na pericardite constritiva
Os sinais ecocardiográficos da pericardite constritiva incluem: pericárdio
espessado, às vezes, associado a graus variados de calcificação, motilidade
Introdução 10
anormal do septo interventricular, achatamento da parede posterior do
ventrículo esquerdo durante a diástole, variação do tamanho ventricular
durante a respiração e veia cava inferior dilatada. No entanto, esses sinais não
são sensíveis e nem específicos. Para medida do espessamento pericárdico,
são mais adequadas a tomografia ou a ressonância magnética; assim, um
pericárdio normal tem menos de 2 mm de espessura; já um espessamento
pericárdico superior a 4 mm sugere constrição, e se o pericárdio tem mais que
6 mm de espessura é maior a especificidade para constrição. Entretanto, o fato
de o pericárdio ser normal, ao se analisar esses exames, não descarta o
diagnóstico diferencial de pericardite constritiva, pois ele pode não estar
espessado em aproximadamente 18% dos casos de PC confirmada
cirurgicamente, em muitos desses casos trata-se de epicardite constritiva
2, 31
.
O Doppler tem sido descrito como sendo mais sensível do que os outros
sinais ecocardiográficos acima mencionados. Normalmente a pressão
intrapericárdica e a pressão intratorácica diminuem no mesmo grau durante a
inspiração, mas na pericardite constritiva, a pressão intrapericárdica diminui
substancialmente menos do que a pressão intratorácica. Assim, o gradiente de
pressão de enchimento do ventrículo esquerdo diminui com a inspiração,
gerando retardo na abertura da valva mitral e diminuição da velocidade da
onda E mitral. Devido ao acoplamento dos ventrículos, com um volume
cardíaco relativamente fixo, ocorrem mudanças simultâneas e inversas do fluxo
diastólico da valva tricúspide durante a expiração
15
. Assim o Doppler evidencia
as duas características hemodinâmicas que necessitam ser demonstradas para
estabelecer o diagnóstico: (1) dissociação entre as pressões intratorácica e
Introdução 11
intracardíaca e (2) exagerada interdependência ventricular na fase de
enchimento diastólico (Figura 2).
Figura 2. Esquema da variação respiratória das velocidades de fluxos transvalvar na
pericardite constritiva. Com a inspiração, o gradiente pressórico de capilar
pulmonar para câmaras cardíacas esquerdas diminui, levando a um
decréscimo na velocidade de fluxo mitral. O decréscimo na pressão de
enchimento de VE resulta em desvio septal para a esquerda (seta branca),
permitindo aumento do fluxo para o lado direito das câmaras, mostrando um
aumento do fluxo tricúspide, pois o volume cardíaco é relativamente fixo como
resultado do pericárdio espessado. Mudanças opostas ocorrem durante a
expiração. AE= átrio esquerdo; VE= ventrículo esquerdo; AD= átrio direito;
VE= ventrículo direito; E= velocidade da onda E na fase do enchimento
rápido; A= velocidade da onda A durante a contração atrial.
A melhor maneira para distinguir pericardite constritiva de cardiomiopatia
restritiva é a análise das mudanças respiratórias com
32
ou sem mudança da
pré-carga pela ecodopplercardiografia
33
ou pelo Doppler tecidual
34
; entretanto
achados físicos, eletrocardiograma (ECG), radiografia do tórax, tomografia
Introdução 12
computadorizada ou ressonância magnética, hemodinâmica e biópsia
endomiocárdica podem ser também úteis
2
.
Caracteriza-se o padrão constritivo pela presença de ambas as
seguintes alterações: decréscimo inspiratório no enchimento do VE e limitação
do enchimento do VD com a expiração. Na presença desse padrão, devemos
ter duas das seguintes alterações (sendo uma do lado esquerdo e a outra do
lado direito)
10,
:
- fluxo mitral: velocidade de fluxo mitral na inspiração inferior ou igual a
25%, da velocidade na expiração. Tempo de desaceleração
usualmente, mas nem sempre, encurtado (menor ou igual a 160ms);
- fluxo em veias pulmonares: alteração igual ou superior a 25% na
velocidade de fluxo diastólico anterógrado com a respiração.
- fluxo tricúspide: velocidade de fluxo tricúspide na inspiração superior ou
igual a 40% da velocidade na expiração. Tempo de desaceleração
usualmente, encurtado (menor ou igual a 160ms);
- fluxo em veias hepáticas: aumento da velocidade do fluxo diastólico
reverso após o início da expiração em pelo menos 25% da velocidade
do fluxo diastólico anterógrado ou, alternativamente, aumento do fluxo
diastólico reverso da inspiração para a expiração, maior ou igual a
25%.
O Doppler tecidual pode ser útil, por exemplo, para se distinguir entre
aqueles que evoluíram com fisiologia restritiva ao fluxo mitral (sem variação
respiratória), mas que são na verdade um padrão constritivo não diagnosticável
Introdução 13
sem o uso desse recurso de análise pelo Doppler. Demonstrou-se
35
que a
onda E
m
no anel septal era significantemente maior em pacientes com
pericardite constritiva do que naqueles com cardiomiopatia restritiva primária ou
amiloidose, com um valor de corte superior ou igual a 8 cm/s, resultando em
95% de sensibilidade e 96% de especificidade para o diagnóstico de pericardite
constritiva. Outro estudo
36
demonstrou que a velocidade da onda E
m
anular
septal e lateral maior que 8 cm/s ajuda no diagnóstico e diferenciação da
pericardite constritiva na maioria dos casos, exceto na presença de extensa
calcificação anular, disfunção sistólica ventricular esquerda ou velocidade
miocárdica segmentar não uniforme.
Pacientes com diagnóstico de pericardite constritiva confirmada
cirurgicamente foram submetidos a cateterismo cardíaco direito para medida de
pressão capilar pulmonar, e então foi feita correlação com a relação E/E
m
obtido pela ecodopplercardiografia. Nesse estudo
37
, o principal achado foi a
correlação inversa da relação E/E
m
com a pressão capilar pulmonar, paradoxal
com a correlação positiva encontrada em pacientes com doença miocárdica
primária.
As dimensões dos átrios apresentam-se aumentadas na pericardite
constritiva e já foi demonstrado previamente
38
em patologia que cursa com
fisiologia restritiva e grandes átrios, a endomiocardiofibrose, que a
contratilidade atrial esquerda está reduzida.
Introdução 14
1.2. Fragmento amino-terminal do pró-hormônio natriurético tipo B (NT-pro
BNP)
O pró-hormônio proBNP tem como principal estímulo para sua síntese e
secreção, a partir dos cardiomiócitos, o estiramento do miocárdio. Com a
secreção, esse pró-peptídeo é dividido em BNP (peptídeo natriurético cerebral)
e, na parte remanescente amino-terminal do pró-hormônio, pro-BNP (NT-
proBNP)
39
.
Atualmente, tem sido proposto, como recurso propedêutico da
insuficiência cardíaca, a dosagem do BNP (Peptídeo Natriurético Cerebral). A
sua secreção aumenta em proporção à severidade da disfunção de VE, mesmo
assintomática, sendo que os níveis plasmáticos periféricos refletem a taxa de
secreção pelo VE e podem ser usados como marcadores do grau de disfunção
e de prognóstico
40
. Esse peptídeo mostrou vantagens como marcador
hormonal de disfunção sistólica e diastólica em pacientes com disfunção
sintomática de VE
41
. Seu uso no diagnóstico de ICC vem crescendo e existem
vários trabalhos utilizando os níveis séricos de BNP para diferenciar dispnéia
de origem cardíaca ou pulmonar
42
.
Já estão disponíveis dosagens de NT-proBNP
39
, que tem algumas
vantagens em relação à dosagem do BNP, já que seus valores de detecção
plasmática são nove vezes superiores, e também está aumentado na ICC em
relação aos indivíduos normais
43, 44
. Essa porção terminal do NT-proBNP tem
se demonstrado útil no controle de tratamento de pacientes com insuficiência
cardíaca descompensada aguda
45
e crônica
46
, e também como indicador de
Introdução 15
disfunção ventricular direita
47
NT-proBNP pode, de forma confiável,
diagnosticar disfunção sintomática diastólica mesmo discreta
48
e isolada,
podendo assim ser útil para excluir pacientes com limitada tolerância ao
exercício de origem não cardíaca
49
. Em pesquisa realizada em nossa unidade,
sobre o tratamento de disfunção diastólica, as concentrações plasmáticas de
NT-proBNP reduziram-se, após 6 meses de tratamento, em paralelo à melhora
de índices ecodopplercardiográficos relacionados a essa disfunção
50
.
Na literatura
10, 18, 51
, muitos dos índices ecocardiográficos usados, até o
momento, no pós-operatório de PC, mostraram melhora; outros não, mas
talvez por outros índices mais atualizados, as alterações sejam melhor
detectadas. Assim, deve ser considerada a importância da aplicabilidade de
recursos mais recentes, ainda não usados em estudos que sejam do nosso
conhecimento, para avaliar o resultado da pericardiectomia. Até o momento,
não há estudos conhecidos sobre a função miocárdica, realizados na fase pós-
pericardiectomia tardia por meio da ecodopplercardiografia incluindo a
avaliação das funções sistólica e diastólica pelo Doppler tecidual nem pelo
índice de desempenho dos ventrículos. O valor da fração de ejeção atrial
esquerda (FEAE), nesse contexto, não é conhecido. Também não existem
investigações científicas envolvendo a dosagem plasmática do NT-proBNP.
Todos esse fatos motivaram-nos a buscar recursos para ampliar o
conhecimento da pericardite constritiva e dos resultados de seu tratamento,
ampliando a aplicabilidade da dosagem de NT-proBNP e desses índices
ecodoppercardiograficos mais recentes, ambos métodos, de imagem e
bioquímicos, não estudados até o momento neste contexto.
16
2. OBJETIVOS
Objetivos 17
Este trabalho tem por objetivo estudar a evolução da função cardíaca no
pós-operatório tardio de pacientes com pericardite constritiva submetidos a
pericardiectomia, analisando o papel:
(1) da avaliação de variáveis ecocardiográficas, com inclusão de análise
por Doppler tecidual, de funções sistólica e diastólica biventriculares
e do índice de desempenho miocárdico dos ventrículos;
(2) da dosagem dos níveis plasmáticos de NT-proBNP.
18
3. CASUÍSTICA E MÉTODOS
Casuística e Métodos 19
3.1. Casuística
Um grupo de 14 pacientes do ambulatório especializado da Unidade
Clínica de Miocardiopatias do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas
(InCor-HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
com diagnóstico de pericardite constritiva composto de adultos entre 18 e 65
anos de ambos os sexos foi incluído neste protocolo de estudo prospectivo
comparativo pré- e pós-tratamento cirúrgico de PC por pericardiectomia.
Desses pacientes, um não compareceu para exames e cirurgia, um paciente
não quis se submeter ao procedimento, dois não concordaram em assinar o
termo de consentimento. Assim no grupo estudo (GE), permaneceram 10
pacientes (seis homens e quatro mulheres, idade 36 ± 16 anos, faixa de
variação: 18 a 64 anos). Destes, oito pacientes estavam em ritmo sinusal (RS),
um em fibrilação atrial (FA) e o outro em “flutter”.
Os exames de imagem e de dosagem de NT-proBNP foram repetidos a
partir de três meses após a cirurgia e foram realizados também em grupo de 10
pessoas normais, grupo controle (GC), com a finalidade de, no pós-operatório,
verificar no grupo estudo (GE) as variáveis que já não apresentavam diferença
significante com o GC.
O Protocolo deste estudo Pesquisa (n
o
935/04) foi analisado e aprovado
pela Comissão Científica e de Ética em Pesquisa desta instituição. Os
pacientes do GE e os componentes do GC assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido, após serem esclarecidos a respeito desse
protocolo de pesquisa (Anexos A e B).
Casuística e Métodos 20
Os pacientes do GE e os integrantes do GC foram submetidos a:
- história clínica e exame físico;
- classificação funcional de acordo com a classificação da New York
Heart Association (NYHA)
52
;
- eletrocardiograma (ECG);
- radiografia do tórax;
- ecocardiograma transtorácico;
- dosagem de NT-proBNP.
Os pacientes do GE também se submeteram ao exame de ressonância
magnética.
Foram obedecidos os seguintes critérios de inclusão no estudo:
- diagnóstico clínico e exames complementares compatíveis com
pericardite constritiva e com indicação de pericardiectomia;
- ausência de outras cardiopatias, ou outras doenças sistêmicas que
pudessem intervir na avaliação.
Foram obedecidos os seguintes critérios para exclusão do estudo:
- presença de insuficiência mitral de grau maior que discreto;
- doença pulmonar obstrutiva crônica ou asma brônquica;
- qualquer doença sistêmica associada que pudesse interferir com os
parâmetros de avaliação da função cardíaca;
- gravidez ou lactação.
Casuística e Métodos 21
3.2. Métodos
3.2.1. Dinâmica do estudo
Antes do procedimento cirúrgico, além de todos os exames pré-
operatórios de rotina, foi colhido sangue para dosagem de NT-proBNP e, no
mesmo dia, realizado a ecodopplercardiografia. Uma vez confirmado o
diagnóstico de PC cirurgicamente, o paciente permaneceria no protocolo. A
partir de três meses após a cirurgia, novamente foram repetidos
ecodopplercardiograma e colhido sangue para dosagem de NT-proBNP
(Figura 3).
Figura 3: Fluxograma da dinâmica do protocolo.
Casuística e Métodos 22
3.2.2. Ecocardiografia
Os exames ecocardiográficos foram realizados em equipamento
Sequóia 512 (Acuson, Mountain View, CA) equipado de transdutor
multifreqüencial modelo 3V2c (2,5-4,0 MHz) com segunda harmônica e Doppler
tecidual, da Unidade Clínica de Miocardiopatias. Assim, após os pacientes
estarem deitados na posição semilateral esquerda foram medidas a pressão
arterial e a FC a cada cinco minutos. Foi feita uma média aritmética de três
dessas medidas, após o paciente estar hemodinamicamente estável. Então, foi
iniciado o ecocardiograma, que constou de modo unidimensional (modo-M),
bidimensional, com Doppler pulsado, contínuo e colorido e Doppler pulsado
tecidual. Durante o exame, os pacientes foram monitorados por eletrodos para
registro do ECG no sistema de ultra-som. Os traçados foram registrados em
expiração não forçada. Os exames foram gravados em fita de vídeo e disco
óptico.
Para todas as variáveis ecodopplercardiográficas estudadas, fez-se a
média aritmética de pelo menos três medições para posterior análise
estatística, quando o ritmo cardíaco foi sinusal, enquanto para FA e “flutter”
empregou-se uma média de pelo menos seis medidas.
Assim, no corte longitudinal paraesternal, uma linha é desenhada a partir
da parede posterior do VE, perpendicular ao seu eixo longitudinal, até a
intersecção com o septo interventricular próximo à sua ligação com a aorta.
Nesse corte obtiveram-se as medidas do diâmetro diastólico do VE na diástole
Casuística e Métodos 23
(DD), espessura do septo interventricular e espessura da parede posterior do
ventrículo esquerdo
53
(Figura 4). Foi escolhida esta metodologia dada as
limitações de janela ecocardiográfica impostas pelas alterações clínicas da
patologia em estudo, principalmente pela ascite que eleva a cúpula
diafragmática, deslocando o coração. Essa metodologia está de acordo com as
recomendações da ASE (American Society of Echocardiography)
54
.
Casuística e Métodos 24
Figura 4: Imagem ecocardiográfica bidimensional, em corte longitudinal
paraesternal em diástole, para mostrar a técnica de medida do
diâmetro diastólico de VE pelo bidimensional. Evidencia-se aumento
do diâmetro diastólico de VE do pré-operatório (A) para o pós-
operatório (B).
Casuística e Métodos 25
Os volumes e a fração de ejeção de VE foram calculados pela
ecocardiografia bidimensional, por meio do método de Simpson, conforme
recomendações da ASE
54
.
O volume e a fração de ejeção do AE foram calculados pelo
ecocardiograma bidimensional a partir do corte apical quatro câmaras, fazendo-
se a planimetria pelo método de Simpson
55,
56
(Figura 5). O volume sistólico foi
obtido subtraindo-se o volume sistólico final do diastólico final.
As valvas tiveram suas avaliações morfológicas e funcionais realizadas
pelo modo bidimensional modo-M e pelo Doppler pulsado, contínuo e colorido.
Os refluxos valvares foram avaliados, semiquantitativamente, de grau l a lV
pelo ecodopplercardiograma colorido
57
.
Para a análise da função diastólica, foram utilizadas as curvas de
velocidade do Doppler pulsado de fluxo diastólico mitral e tricúspide e estudo
pelo Doppler tecidual anular mitral (septal e lateral) e anular lateral tricúspide.
Para todas as variáveis de Doppler (fluxo mitral, tricúspide e tissular), as
velocidades de gravação foram de 50 e 100 mm/s.
Para a obtenção do fluxo diastólico mitral
58
, a amostra de volume do
Doppler pulsado foi posicionada na altura das bordas comissurais das cúspides
com a valva mitral aberta. O filtro e ganho foram ajustados para o mínimo
possível, compatível com a obtenção de uma boa imagem do espectro de fluxo.
Nessa curva, foram analisadas as velocidades máximas da onda E
(enchimento rápido do VE) e da onda A (contração atrial), a relação entre elas
(E/A), o tempo de desaceleração da onda E (TDE).(Figuras 6 e 7)
Casuística e Métodos 26
Figura 5: Imagem ecocardiográfica bidimensional em corte apical quatro câmaras
mostrando a obtenção dos volumes de átrio esquerdo pelo método de
Simpson. Em 5A e 5B têm-se os volumes de átrio esquerdo do pré-
operatório: máximo e mínimo, respectivamente, com FEAE=0,43. Do
mesmo paciente temos em 5C e 5D os volumes de átrio esquerdo do pós-
pericardiectomia: máximo e mínimo, respectivamente, que diminuíram,
resultando em aumento para FEAE=0,49.
Casuística e Métodos 27
Figura 6: Mostra-se em corte apical quatro câmaras, obtenção de
Doppler pulsado do fluxo mitral, exemplificando medidas
de suas velocidades. Do pré- para pós-pericardiectomia
houve redução da relação E/A de 2,7 (A) para1,5 (B).
Casuística e Métodos 28
Figura 7: Mostra-se em corte apical quatro câmaras, a obtenção de Doppler
pulsado do fluxo mitral, com medida do tempo de desaceleração da
onda E. Nota-se (do mesmo paciente da figura anterior), a melhora da
complacência do VE do pré- para o pós-pericardiectomia. TDE variou de
129ms (A) para 236 ms (B).
Casuística e Métodos 29
De forma similar à técnica empregada para avaliação do fluxo mitral, foi
obtido o fluxo tricúspide
58
(Figura 8 e 9).
Figura 8: Mostra-se, em corte apical quatro câmaras, a obtenção do Doppler pulsado
do fluxo tricúspide e medidas da velocidade das ondas E e A. Exemplifica-se
redução da relação E/A tricúspide que foi de 1,8 (A) para 1,6 (B) do pré- para
o pós-pericardiectomia.
Casuística e Métodos 30
Figura 9: Mostra-se em corte apical quatro câmaras a obtenção do Doppler pulsado
do fluxo tricúspide e medidas do tempo de desaceleração da onda E.
Nota-se (do mesmo paciente da figura anterior) melhora da complacência
de VD do pré- para o pós-pericardiectomia. TDE variou de 120 ms (A)
para TDE = 221 ms (B).
Casuística e Métodos 31
3.2.2.1. Análise da variação respiratória das velocidades dos fluxos mitral e
tricúspide
Para a avaliação da variação da velocidade da onda E, a média de três
batimentos expiratórios foi obtida a partir do primeiro batimento após o início da
inspiração, no caso da valva mitral, e após o início da expiração, no caso da
valva tricúspide. Foi utilizada, para a análise, uma média de pelo menos três
velocidades de cada fase do ciclo respiratório, quando o ritmo cardíaco fosse
sinusal. Quando o ritmo cardíaco era FA ou “flutter”, a média foi calculada
usando pelo menos seis medidas. Foi então calculada a variação percentual
entre a onda E da inspiração e a onda E da expiração para os fluxos mitral e
tricúspide.
3.2.2.2. Fluxo em veias hepáticas
Registros das veias hepáticas foram obtidos com Doppler de onda
pulsada a partir do corte subcostal, com amostra de volume posicionada a 1 cm
da desembocadura da veia hepática na veia cava inferior. Calculou-se a
variação da velocidade de fluxo da veia hepática com a expiração, velocidade
anterógrada para retrógada. Quando o ritmo cardíaco era sinusal, a média foi
calculada usando três medidas de velocidade anterógrada e três médias de
velocidade retrógada. Quando o ritmo cardíaco era FA ou “flutter”, a média foi
calculada usando pelo menos seis medidas de velocidade anterógrada e seis
medidas de velocidade retrógada.
Casuística e Métodos 32
3.2.2.3. Fisiologia constritiva
A fisiologia constritiva foi caracterizada pela presença de pelo menos
duas das seguintes alterações (sendo uma do lado esquerdo e outra do
direito)
10,
:
- fluxo mitral: decréscimo de 25% ou mais na velocidade da onda E com
a inspiração, quando comparada com a expiração;
- fluxo tricúspide: acréscimo de 40% ou mais na velocidade da onda E
com a inspiração, quando comparada com a expiração;
- fluxo em veias hepáticas: aumento da velocidade do fluxo diastólico
reverso após o início da expiração de 25% ou mais em relação à
velocidade do fluxo diastólico anterógrado.
3.2.2.4. Doppler tecidual
O Doppler tecidual do VE foi obtido a partir do corte apical quatro
câmaras com amostra de volume posicionada nas margens septal e lateral do
anel mitral e nas margens do anel tricúspide relacionada à parede livre do
ventrículo direito. O limite de Nyquist foi ajustado para a faixa de 10 a 20 cm/s e
o ganho reduzido para permitir um claro sinal tecidual com mínimo ruído de
fundo. Todas as velocidades Doppler foram gravadas com uma velocidade de
varredura de 50 ou 100 mm/s. Foram medidas a velocidade tecidual de pico
sistólico (S
m
), a velocidade tecidual na fase de enchimento rápido (E
m
) e a
velocidade de enchimento na fase de contração atrial (A
m
). Além disso,
Casuística e Métodos 33
calculou-se a relação E
m
/A
m
e a relação E/A
m
. Foram consideradas para a
análise as medidas das velocidades de cada margem (septal e lateral) e
também a média das medidas - média entre septo e parede lateral (Figura 10).
Casuística e Métodos 34
Figura 10: Doppler pulsado tecidual de anel mitral em corte apical quatro
câmaras. Com o início da diástole, o anel mitral se desloca
longitudinalmente no sentido oposto ao ápice produzindo a 1
a
inscrição diastólica, E
m
, que representa a velocidade de
relaxamento da parede ventricular durante o enchimento
ventricular rápido. A 2
a
expansão diastólica, decorrente da
sístole, atrial é representada pela onda A
m
. Na sístole
ventricular, o anel se desloca longitudinalmente no sentido
apical registrando-se S
m
, que representa a máxima velocidade
da parede durante a ejeção ventricular. As velocidades destas
ondas do Doppler tecidual não variam significantemente do pré-
operatório (A) para o pós-operatório (B).
Casuística e Métodos 35
3.2.2.5. Índice de desempenho do miocárdio (IDM)
Para medida dos intervalos de tempo necessários para o cálculo do
índice de desempenho miocárdico dos ventrículos também foi usado o Doppler
tecidual
59
. A amostra de volume foi posicionada nas margens do anel mitral
relacionados à parede septal e lateral e calculando-se a média entre suas
medidas obteve-se o valor de intervalo de tempo para se aplicar na fórmula
para cálculo do IDM de VE (Figura 11). E para o cálculo do IDM de VD foram
usados os intervalos de tempo da margem lateral do anel tricúspide
relacionado à parede livre desse ventrículo (Figura 12).Obtidos esses intervalos
foi aplicada a seguinte fórmula:
IDM-VE = (a´ - b´) / b´
IDM-VD = (a´´ - b´´) / b´´
Onde: a´ e a´´Î são o intervalo da onda R do QRS até o início da onda
da velocidade diastólica tecidual do ciclo seguinte no ventrículo esquerdo e
direito, respectivamente (esse intervalo engloba o TCI, o TE e TRIV);
b´ e b´´ Î duração do perfil de velocidade sistólica tecidual
(tempo de ejeção) do ventrículo esquerdo e do direito, respectivamente.
Casuística e Métodos 36
Figura 11: IDM de VE obtido a partir do traçado de Doppler tecidual das margens
lateral e septal do anel mitral em corte apical quatro câmaras. IDM no
pré-operatório (média de septo e de parede lateral), figuras 11
A e
11C, igual a 0,43, enquanto que IDM no pós-pericardiectomia (média
de septo e parede lateral) figuras 11B e 11D, igual a 0,30.
TCI= tempo de contração isovolumétrica; TRIV= tempo de
relaxamento isovolumétrico; a’= intervalo da onda R do QRS ao início
da onda da velocidade diastólica tecidual do VE no ciclo seguinte;
b’= tempo de ejeção do VE.
Casuística e Métodos 37
Figura 12: IDM de VD obtido a partir do traçado de Doppler
tecidual da margem lateral do anel tricúspide em
corte apical quatro câmaras: IDM no pré-
operatório= 0,48 (12A), enquanto que IDM no pós-
pericardiectomia= 0,39 (12B). TCI= tempo de
contração isovolumétrica; TRIV= tempo de
relaxamento isovolumétrico; a”= intervalo da onda R
do QRS ao início da onda da velocidade diastólica
tecidual do VD no ciclo seguinte; b”= tempo de
ejeção do VD.
Casuística e Métodos 38
3.2.3. Dosagem do NT-proBNP
A coleta de sangue venoso, para dosagem da concentração plasmática
do segmento terminal do pró-hormônio natriurético tipo B, foi realizada no
mesmo dia em que se gravaram os exames ecodopplercardiográficos, tanto no
pré- (na semana da cirurgia) quanto no pós-operatório (a partir de três meses
após a cirurgia).
As amostras foram devidamente processadas (tubo EDTA, imersão em
gelo, centrifugação e congelamento) e enviadas por lotes ao laboratório
juntamente com amostras de indivíduos normais ou portadores de outras
doenças, condicionando-se assim uma análise absolutamente cega quanto ao
estudo em andamento. O imunoensaio que quantifica o fragmento amino-
terminal do proBNP é um imunoensaio por eletroquimioluminescência realizado
no analisador automatizado Elecsys (Roche Diagnostics).
3.2.4. Variabilidade intra- e interobservador
O primeiro observador repetiu a mensuração das imagens
ecodopplercardiográficas gravadas para avaliação da variabilidade
intraobservador. Para a avaliação interobservador, as medidas foram repetidas
por um segundo observador, que não tinha conhecimento do diagnóstico da
patologia em estudo e não sabia se aquela gravação era de exame de um
componente do GE ou do GC. As diferenças de medidas de cada variáveis
para cada paciente foram menores de que 5%.
Casuística e Métodos 39
3.2.5. Análise estatística
Para cada variável do estudo, foram obtidas as seguintes medidas de
tendências centrais: média, mediana, desvio-padrão, valor máximo e mínimo.
Aplicou-se o teste de Wilcoxon às amostras quantitativas relacionadas,
comparando as medidas do GE do pré- para o pós-operatório. E às amostras
independentes, aplicou-se o teste de Mann-Whitney para comparar o grupo
controle com o grupo estudo no pós-operatório. Aplicou-se o coeficiente de
correlação de Spearman para a determinação do grau de correlação entre as
variáveis com NT-proBNP. Para comparar GE com GC quanto à idade, peso,
altura, superfície corpórea e índice de massa corpórea usou-se o Teste de
Mann-Whitney e quanto ao sexo, o Teste Exato de Fisher
60
.
Para todos os testes estatísticos, os valores foram considerados
estatisticamente significativos quando p < 0,05. Todos os cálculos foram
realizados por meio do software de análise estatística SPSS (Statistical
Package for Social Sciences).
40
4. RESULTADOS
Resultados 41
4.1. Caracterização dos grupos estudo e controle
A tabela 1 apresenta as características antropométricas e etárias dos
pacientes do grupo estudo e do grupo controle, por onde pode ser visto que
não houve diferença significante entre os grupos com respeito à idade,
distribuição por sexo, altura, peso, índice de massa corpórea (IMC) e
superfície corpórea.
Tabela 1: Características antropométricas e etárias dos pacientes do grupo
estudo e do grupo controle
Grupo Estudo
Grupo Controle
p
Idade (anos) 36,4 ± 16,5 36,3 ± 8,1 NS
Peso (kg) 59,7 ± 13,7 62,2 ± 8,2 NS
Altura (m) 1,63 ± 0,12 1,65 ± 0,06 NS
Superfície corpórea (m
2
) 1,64 ± 0,23 1,65 ± 0,06 NS
IMC (kg/m
2
) 22,3 ± 3,5 22,9 ± 2,0 NS
Sexo Masculino/Feminino 6 / 4 6 / 4 NS
NS= Não-significante IMC= Índice de Massa Corpórea
Todos os pacientes haviam evoluído clinicamente para classe
funcional III ou IV da classificação da New York Heart Association (NYHA),
no pré-operatório. Após a cirurgia, sete desses pacientes passaram para
classe funcional I, três para classe funcional II (Figura 13).
Os oito pacientes que estavam em ritmo sinusal (RS) no pré-
operatório mantiveram-se nesse ritmo após o procedimento; o paciente que
Resultados 42
tinha “flutter” crônico teve seu ritmo cardíaco normalizado (RS); e outro que
estava em fibrilação atrial (FA), permaneceu em FA.
Figura 13: Evolução da classe funcional (CF) dos pacientes
do grupo estudo, do pré- para o pós-
pericardiectomia
4.2. Estudo do comportamento do NT-proBNP do pré- para o pós-
pericardiectomia
Os níveis plasmáticos de NT-proBNP reduziram-se de forma
significante do pré- para o pós-operatório (p=0,028). (Tabela 2 e Gráfico 1).
Resultados 43
Gráfico 1: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável
NT-proBNP.
p = 0,028
Pós-OperatórioPré-Operatório
Nível Plasmático de NT-proBNP (pg/ml)
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
-200
4.3. Volumes e fração de ejeção de câmaras esquerdas
O volume máximo de átrio esquerdo diminuiu do pré- para o pós-
operatório (Tabela 2, Gráfico 2 e Figura 4), enquanto que sua fração de
ejeção aumentou (Tabela 2, Gráfico 3 e Figura 4). O volume diastólico final
e a fração de ejeção de VE foram maiores no pós-operatório do que no pré-
operatório e o índice de massa de ventrículo esquerdo (IMVE) aumentou
(Tabela 2).
Resultados 44
Gráfico 2: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável
Volume Máximo de Átrio Esquerdo
p = 0,028
Pós-OperatórioPré - Operatório
Volume Máximo do Átrio Esquerdo (ml)
80
70
60
50
40
30
20
10
Resultados 45
Gráfico 3: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável Fração de
Ejeção do Átrio Esquerdo
p = 0,012
Pós-OperatórioPré-Operatório
Fração de Ejeção do Átrio Esquerdo (%)
70
60
50
40
30
20
4.4. Função diastólica de VE pelo fluxo mitral
A velocidade da onda E mitral não se alterou do pré- para o pós-
operatório, enquanto a relação E/A e o tempo de desaceleração da onda E
mitral apresentaram diferença significante (Tabela 2 e Figuras 5 e 6).
Resultados 46
4.5. Função diastólica de VE pelo Doppler tecidual
A onda E
m
anular septal apresentou diferença significante com o
procedimento (Tabela 2 e Gráfico 4). As relações E
m
/A
m
e
E de fluxo mitral / E
m
septal anular não se alteraram (Tabela 2). E
m
anular
lateral, E
m
/A
m
anular lateral e E de fluxo mitral / E
m
anular lateral não
apresentaram diferença significante (Tabela 2). A média aritmética entre E
m
septo e E
m
lateral também não apresentou diferença significante com o
procedimento (Tabela 2).
Gráfico 4: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável
E
m
septal de VE.
p = 0,037
Pós-OperatórioPré-Operatório
Em de Septo (cm/s)
24
22
20
18
16
14
12
10
8
6
Resultados 47
4.6. Função diastólica de VD pelo fluxo tricúspide
A velocidade da onda E tricúspide e a relação E/A não apresentaram
diferenças significantes do pré- para o pós-operatório; entretanto, o tempo
de desaceleração da onda E tricúspide apresentou diferença. (Tabela 2 e
Figuras 7 e 8).
4.7. Função diastólica de VD pelo Doppler tecidual
As ondas E
m
, a relação E
m
/A
m
(anular lateral do anel tricúspide), a
relação E do fluxo tricúspide / E
m
anular lateral do anel tricúspide não
apresentaram diferença significante com o procedimento (Tabela 2).
4.8. Função sistólica de VE e de VD pelo Doppler tecidual
As velocidades das ondas sistólicas tecidual anular septal e lateral
de mitral não apresentaram diferença significante com o procedimento
(Tabela 2), enquanto a velocidade da onda sistólica tecidual anular de
tricúspide apresentou diferença (Tabela 2, Gráfico 5).
Resultados 48
Gráfico 5: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável
S
m
de VD.
p = 0,022
Pós-OperatórioPré-Operatório
Sm de VD (cm/s)
16
14
12
10
8
6
4.9. Índice de desempenho do miocárdio: de VE e de VD
Os índices de desempenho do miocárdio de VE (média aritmética de
septo e parede lateral), bem como o IDM de VD, melhoraram de forma
significante do pré- para pós-pericardiectomia. (Tabela 2, Gráficos 6 e 7,
Figuras 10 e 11).
Resultados 49
Gráfico 6: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável
IDM de VE
p = 0,005
Pós-OperatórioPré-Operatório
IDM - VE
,70
,60
,50
,40
,30
Resultados 50
Gráfico 7: Distribuição, pré- e pós-pericardiectomia, da variável
IDM de VD
p = 0,015
Pós-OperatórioPré-Operatório
IDM - VD
,70
,60
,50
,40
,30
,20
Também diminuíram significantemente (Tabela 2): variação
respiratória da velocidades de fluxo mitral (RFM), variação respiratória da
velocidade do fluxo tricúspide (RFT) variação expiratória da velocidade de
fluxo de veias hepáticas (anterógrada para retrógrada) (RFVH).
Resultados 51
Tabela 2: Dados clínicos, da dosagem plasmática de NT-proBNP e da
ecodopplercardiografia do grupo estudo do pré para o pós-pericardiectomia
Pré-operatório
Pós-operatório
p
FC (bpm) 87 ± 24 71 ± 11 0,028
PAS (mmHg) 105 ± 18 114 ± 16 NS
PAD (mmHG) 69 ± 8 74 ± 10 NS
NT-proBNP (pg/ml) 458 ± 395 236 ± 286 0,028
DD de VE (cm) 4,36 ± 0,43 4,73 ± 0,46 0,013
E mitral (cm/s) 61,7 ± 15,7 70 ± 20 NS
E / A mitral 1,81 ± 0,60 1,37 ±0,30 0,036
TDE mitral (ms) 138 ± 23 196 ± 45 0,005
E
m
septo (cm/s) 14,6 ± 3,2 12,1 ± 2,7 0,037
E
m
/A
m
septo 1,68 ± 0,82 1,15 ± 0,29 NS
E/E
m
septo 4,34 ± 1,21 5,98 ± 1,76 NS
S
m
septo (cm/s) 8,74 ± 1,34 8,43 ± 1,20 NS
E
m
lateral (cm/s) 16,0 ± 4,2 14,4 ± 2,6 NS
E
m
/A
m
lateral 1,82 ± 0,56 1,49 ± 0,39 NS
E/E
m
lateral 3,98 ± 1,01 5,02 ± 1,58 NS
S
m
lateral (cm/s) 8,91 ± 1,46 9,6 ± 1,3 NS
E
m
VE (cm/s) 15,3 ± 3,6 13,3 ± 2,6 NS
=CONTINUA=
Resultados 52
=CONTINUAÇÃO=
Pré-operatório
Pós-operatório
p
E
m
/A
m
VE 1,72 ± 0,62 1,31 ± 0,32 NS
E/E
m
VE 4,13 ± 1,05 5,45 ± 1,65 NS
S
m
VE (cm/s) 8,82 ± 1,20 9,01 ± 1,10 NS
E tricúspide (cm/s) 43,8 ± 8,9 51,3 ± 12,5 NS
E/A tricúspide 1,57 ± 0,40 1,43 ± 0,22 NS
TDE tricúspide 137 ± 19 208 ± 28 0,005
E
m
VD(cm/s) 14,4 ± 4,4 11,8 ± 2,3 NS
E
m
/A
m
VD 1,05 ± 0,36 1,29 ± 0,30 NS
E/E
m
VD 3,27 ± 1,01 4,45 ± 1,11 NS
S
m
VD (cm/s) 12,1 ± 1,8 9,76 ± 1,84 0,022
IDM VE 0,46 ± 0,07 0,38 ± 0,03 0,005
IDM VD 0,49 ± 0,07 0,40 ± 0,07 0,015
RFM 36,0 ± 12,0 9,32 ± 3,13 0,005
RFT 53,6 ± 19,6 25,8± 13,0 0,009
RFVH 144 ± 59 84,3 ± 43,4 0,043
VDF (ml) 82,4 ± 23,6 105 ± 18 0,011
VSF (ml) 36,3 ± 12,3 36,4 ± 14,0 NS
Vol Máximo AE (ml) 52,7 ± 11,9 42,7 ± 14,7 0,028
Vol Mínimo AE (ml) 30,3 ± 8,8 18,2 ± 5,3 0,012
=CONTINUA=
Resultados 53
=CONTINUAÇÃO=
Pré-operatório
Pós-operatório
p
FEAE (%) 39,4 ± 9,1 52,7 ± 11,2 0,012
IVS (ml/m
2
) 27,6 ± 8,4 42,2 ± 10,4 0,008
FEVE (%) 56,3 ± 6,8 65,6 ± 10,1 0,021
Índice Massa VE(g/m
2
) 78,4 ± 19,3 88,1 ± 17,0 0,022
NS= valor estatístico não-significante; FC= freqüência cardíaca; PAS e PAD= pressão
arterial sistólica e diastólica, respectivamente; NT-proBNP= segmento amino-terminal do
peptídeo natriurético tipo B; VE= ventrículo esquerdo; DD de VE= diâmetro diastólico do
ventrículo esquerdo; E mitral e E tricúspide= velocidade diastólica inicial dos fluxos
mitral e tricúspide, respectivamente; A mitral e A tricúspide=velocidade diastólica na fase
contração atrial dos fluxos mitral e tricúspide, respectivamente; E/A= razão entre as ondas
E e A; TDE mitral e TDE tricúspide= tempo de desaceleração da onda E dos fluxos
mitral e tricúspide, respectivamente; E
m
septo, E
m
lateral, E
m
VD= velocidade diastólica
inicial anular mitral septal, mitral lateral e tricúspide lateral, respectivamente; E
m
VE= (E
m
septo+E
m
lateral)/2; E
m
/A
m
septo, E
m
/A
m
lateral e E
m
/A
m
VD = relação entre a velocidade
diastólica inicial tissular e a onda tissular diastólica na fase de contração atrial para o anel
septal mitral, anel lateral mitral e anel lateral tricúspide, respectivamente;
E/E
m
septo, E/E
m
lateral= relação entre a velocidade diastólica inicial de fluxo mitral e a
velocidade da onda inicial diastólica tissular de anel septal mitral e anel lateral mitral,
respectivamente; E/E
m
VE = relação entre a velocidade de E mitral e E
m
VE; E/E
m
VD =
relação entre a velocidade de E de fluxo tricúspide e E
m
VD;S
m
septo, S
m
lateral e S
m
VD=
onda sistólica do Doppler tecidual anular septal e lateral de VE e lateral de VD,
respectivamente; S
m
VE= (S
m
septo+S
m
lateral)/2; IDM VE e IDM VD= índice de
desempenho de VE (média de septo e parede lateral) e de VD, respectivamente;
RFM=variação da velocidade respiratória do fluxo mitral; RFT=variação da velocidade
respiratória do fluxo tricúspide; RFVH=variação da velocidade anterógrada para
retrógrada de fluxo expiratório de veias hepáticas; VDF= volume diastólico final; VSF=
volume sistólico final Vol Máximo AE= volume máximo do átrio esquerdo; Vol Mínimo
AE= volume mínimo do átrio esquerdo; IVS= índice de volume sistólico; FEAE e FEVE
fração de ejeção do átrio esquerdo e do ventrículo esquerdo, respectivamente; Índice
Massa VE= relação entre a massa de VE e a superfície corpórea.
Quando o GE, no pós-operatório, foi comparado ao GC, as variáveis
que haviam se alterado significantemente do pré- para pós-operatório,
apresentavam os seguintes resultados (Tabela 3):
Resultados 54
- (1) já não apresentavam diferença significante em relação ao GC:
FE por Simpson, volume máximo do AE, relação E/A mitral, TDE
mitral, TDE tricúspide, IDM de VE (Gráfico 8), IDM de VD e RFM,
RFVH, IVS;
- (2) ainda apresentavam diferença significante em relação ao GC:
FC, VDF de VE, FEAE (Gráfico 9), IMVE, E
m
de septo (Gráfico 10),
S
m
de VD (Gráfico 11), NT-proBNP (Gráfico 12), RFT.
Gráfico 8: Distribuição, GE (pós-pericardiectomia) comparado ao
GC, da variável Índice de Desempenho Miocárdico do
Ventrículo Esquerdo
p = 0,096
ContrrolePós-operatório
IDM - VE
,50
,40
,30
,20
Resultados 55
Gráfico 9: Distribuição, GE (pós-pericardiectomia) comparado ao GC,
da variável Fração de Ejeção do Átrio Esquerdo
p = 0,011
ControlePós-operatório
Fração de Ejeção do Átrio Esquerdo (%)
90
80
70
60
50
40
30
20
Resultados 56
Gráfico 10: Distribuição, GE (pós-pericardiectomia) comparado ao
GC, da variável E
m
de septo
p = 0,008
ControlePós-operatório
Em de Septo (cm/s)
20
18
16
14
12
10
8
6
Resultados 57
Gráfico 11: Distribuição, GE (pós-pericardiectomia) comparado ao GC,
da variável onda S
m
de ventrículo direito
p = 0,001
ControlePós-operatório
Sm de VD (cm/s)
18
16
14
12
10
8
6
Resultados 58
Gráfico 12: Distribuição, GE (pós-pericardiectomia) comparado ao GC, do
nível plasmático de NT-proBNP
p = 0,001
ControlePós-operatório
Nível Plasmático de NT-proBNP (pg/ml)
1000
800
600
400
200
0
-200
Resultados 59
Tabela 3: Dados clínicos, da dosagem plasmática de NT-proBNP e da
ecodopplercardiografia dos pacientes do grupo estudo na pós-
pericardiectomia e do grupo controle
Grupo Estudo
Grupo Controle
p
FC (bpm) 71 ± 11 62 ± 11 0,045
PAS (mmHg) 114 ± 16 108 ± 9 NS
PAD (mmHg) 74 ± 10 72 ± 8 NS
NT-proBNP (pg/ml) 236 ± 286 36,7 ± 27,1 0,001
DD de VE (cm) 4,73 ± 0,46 4,34 ± 0,24 NS
E mitral (cm/s) 70 ± 20 75 ± 14 NS
E/A mitral 1,37 ±0,30 1,70 ± 0,39 NS
TDE mitral (ms) 196 ± 45 198 ± 21 NS
E
m
septo (cm/s)
12,1 ± 2,7 15,6 ± 1,8 0,008
E
m
/A
m
septo
1,15 ± 0,29 1,54 ± 0,33 0,041
E/E
m
septo
5,98 ± 1,76 4,86 ± 0,97 NS
S
m
septo (cm/s)
8,43 ± 1,20 10,8 ± 0,9 0,001
E
m
lateral (cm/s)
14,4 ± 2,6 18,9 ± 2,6 0,002
E
m
/A
m
lateral
1,49 ± 0,39 1,79 ± 0,42 NS
E/E
m
lateral
5,02 ± 1,58 4,02 ± 0,83 NS
=CONTINUA=
Resultados 60
=CONTINUAÇÃO=
Grupo Estudo
Grupo Controle
p
S
m
lateral (cm/s)
9,6 ± 1,3 14,0 ± 2,6 0,002
E
m
VE (cm/s)
13,3 ± 2,6 17,2 ± 2,1 0,003
E
m
/A
m
VE
1,31 ± 0,32 1,66 ± 0,34 NS
E/E
m
VE
5,45 ± 1,65 4,39 ± 0,87 NS
S
m
VE (cm/s)
9,01 ± 1,10 12,4 ± 1,4 0,001
E tricúspide 51,3 ± 12,5 51,5 ± 8,7 NS
E/A tricúspide 1,43 ± 0,22 1,89 ± 0,28 0,003
TDE tricúspide 208 ± 28 216 ± 38 NS
E
m
VD(cm/s)
11,8 ± 2,3 15,8 ± 2,1 0,002
E
m
/A
m
VD
1,29 ± 0,30 1,37 ± 0,19 NS
E/E
m
VD
4,45 ± 1,11 3,29 ± 0,66 0,016
S
m
VD (cm/s)
9,76 ± 1,84 14,0 ± 2,0 0,001
IDM VE 0,38 ± 0,03 0,35 ± 0,02 NS
IDM VD 0,40 ± 0,07 0,40 ± 0,03 NS
RFM 9,32 ± 3,13 7,51 ± 1,51 NS
RFT 25,8± 13,0 10,3 ± 2,1 0,001
RFVH 84,3 ± 43,4 84,9 ± 21,2 NS
VDF (ml) 105 ± 18 83 ± 14 0,004
VSF (ml) 36,4 ± 14,0 26,8 ± 8,4 NS
=CONTINUA=
Resultados 61
=CONTINUAÇÃO=
Grupo Estudo
Grupo Controle
p
Vol Máximo AE (ml) 42,7 ± 14,7 32,1 ± 10,0 NS
Vol Mínimo AE (ml) 18,2 ± 5,3 10,4 ± 4,3 0,004
FEAE (%) 52,7 ± 11,2 67,2 ± 9,7 0,011
IVS (ml/m
2
) 42,2 ± 10,4 33,8 ± 4,6 NS
FEVE (%) 65,6 ± 10,1 68,3 ± 6,0 NS
Índice Massa VE (g/m
2
) 88,1 ± 17,0 64,6 ± 8,3 0,001
NS= valor estatístico não-significante; FC= freqüência cardíaca; PAS e PAD= pressão
arterial sistólica e diastólica, respectivamente; NT-proBNP= segmento amino-terminal do
peptídeo natriurético tipo B; VE= ventrículo esquerdo; DD de VE= diâmetro diastólico do
ventrículo esquerdo; E mitral e E tricúspide= velocidade diastólica inicial dos fluxos
mitral e tricúspide, respectivamente; A mitral e A tricúspide=velocidade diastólica na fase
contração atrial dos fluxos mitral e tricúspide, respectivamente; E/A= razão entre as ondas
E e A; TDE mitral e TDE tricúspide= tempo de desaceleração da onda E dos fluxos
mitral e tricúspide, respectivamente; E
m
septo, E
m
lateral, E
m
VD= velocidade diastólica
inicial anular mitral septal, mitral lateral e tricúspide lateral, respectivamente; E
m
VE= (E
m
septo+E
m
lateral)/2; E
m
/A
m
septo, E
m
/A
m
lateral e E
m
/A
m
VD = relação entre a velocidade
diastólica inicial tissular e a onda tissular diastólica na fase de contração atrial para o anel
septal mitral, anel lateral mitral e anel lateral tricúspide, respectivamente;
E/E
m
septo, E/E
m
lateral= relação entre a velocidade diastólica inicial de fluxo mitral e a
velocidade da onda inicial diastólica tissular de anel septal mitral e anel lateral mitral,
respectivamente; E/E
m
VE = relação entre a velocidade de E mitral e E
m
VE; E/E
m
VD =
relação entre a velocidade de E de fluxo tricúspide e E
m
VD;S
m
septo, S
m
lateral e S
m
VD=
onda sistólica do Doppler tecidual anular septal e lateral de VE e lateral de VD,
respectivamente; S
m
VE= (S
m
septo+S
m
lateral)/2; IDM VE e IDM VD= índice de
desempenho de VE (média de septo e parede lateral) e de VD, respectivamente;
RFM=variação da velocidade respiratória do fluxo mitral; RFT=variação da velocidade
respiratória do fluxo tricúspide; RFVH=variação da velocidade anterógrada para
retrógrada de fluxo expiratório de veias hepáticas; VDF= volume diastólico final; VSF=
volume sistólico final Vol Máximo AE= volume máximo do átrio esquerdo; Vol Mínimo
AE= volume mínimo do átrio esquerdo; IVS= índice de volume sistólico; FEAE e FEVE
fração de ejeção do átrio esquerdo e do ventrículo esquerdo, respectivamente; Índice
Massa VE= relação entre a massa de VE e a superfície corpórea.
No pré-operatório, não houve correlação entre NT-proBNP e as
variáveis ecodopplercardiográficas; no pós-operatório, houve correlação
positiva com E mitral e E tricúspide.
62
5. DISCUSSÃO
Discussão 63
5.1. Ecocardiografia Doppler
O presente trabalho foi o primeiro a reunir, em um único estudo
prospectivo, de controle pós-pericardiectomia, a avaliação das funções
ventriculares, sistólica e diastólica, de ambos os ventrículos e a avaliação do
índice de desempenho global biventricular. Neste contexto de pós-
pericardiectomia, foi o primeiro a aplicar o Doppler tecidual e a empregar o
método de Simpson para medir volumes de AE, e então, calcular a fração de
ejeção de AE.
A experiência de avaliação ecocardiográfica, para o controle de
tratamento no pós-operatório de pericardite constritiva, até o momento, conta
com recursos de ecocardiografia: modo M, bidimensional e Doppler para
avaliação de fluxos. Essas técnicas tradicionais têm evidenciado que alguns
pacientes não apresentam reversão dos padrões de alteração de disfunção
diastólica e dos padrões típicos de fisiologia constritiva e, às vezes, não
evidenciam alteração da função sistólica no pós-operatório
10
. Técnicas mais
recentes, usadas para controle de tratamento de outras doenças, como a
avaliação das funções sistólica e diastólica pelo Doppler tecidual na cirurgia de
Fontan
61
, podem ser úteis no controle do tratamento da pericardite constritiva.
Em nosso estudo, dentre as variáveis de velocidade do Doppler tecidual,
apresentaram diferença, do pré- para o pós-operatório, a velocidade de onda
E
m
de septo e da onda S
m
de VD, que diminuíram.
A redução da onda E
m
do septo sugere que houve uma diminuição
relativa, do pré- para o pós-operatório, do relaxamento da parede ventricular,
Discussão 64
na fase de enchimento rápido. Isso poderia ser explicado pelo fato de que, na
PC, há aumento do relaxamento, o que poderia ser atribuído ao rebote elástico
(conversão da energia potencial em energia cinética ou efeito “bulbo de
borracha” que ocorre na PC), isto é, a reação da cicatriz pericárdica ventricular,
que se achava contraída como uma bola de borracha na sístole ventricular
62,
63
. Contudo, no presente estudo, essa alteração não se evidencia também na
onda E
m
da parede lateral, provavelmente porque a parede lateral está
adjacente ao pericárdio acometido por fibrose, enquanto o septo interventricular
fica livre da constrição, com liberdade de mobilidade durante o ciclo cardíaco.
No caso da onda S
m
de VD, cuja redução da velocidade sugere piora da
função sistólica do pré- para o pós-operatório, ela está refletindo o
comprometimento da função de VD que ocorre no pós-operatório imediato, em
decorrência da retirada do pericárdio que exercia um efeito de contenção
2
.
Outros índices de Doppler tecidual que não se alteraram do pré- para o pós-
operatório, em nosso estudo, precisam ser avaliados em um trabalho que
inclua uma casuística maior, para revelar uma possível diferença decorrente do
procedimento.
O tamanho do átrio esquerdo reflete o grau de importância da disfunção
diastólica, aumentando proporcionalmente ao grau de disfunção. O diâmetro do
AE foi avaliado em estudos pós-pericardiectomia
18, 64
, utilizando o modo M, que
obtém medidas de AE sabidamente menos precisas do que o volume obtido
pelo modo bidimensional
56
, método de Simpson. Assim, o nosso estudo, que
mostrou redução significante dos volumes atriais com o procedimento,
Discussão 65
utilizando o método de Simpson, oferece informações mais confiáveis para
avaliação dos pacientes.
A avaliação da fração de ejeção atrial esquerda mostrou-se
comprometida na cardiomiopatia restritiva
38
quando avaliada pelo método de
Simpson. No presente estudo, calculando-se a fração de ejeção atrial,
empregando os volumes obtidos pelo método de Simpson, constatou-se
redução da FEAE em pacientes portadores de PC, e aumento dessa fração
após o procedimento,sendo portanto o nosso achado compatível com resultado
obtido em outra patologia com padrão de enchimento restritivo. Além disso, a
melhora da fração de ejeção de AE aponta um promissor recurso para o
controle de tratamento da PC.
A avaliação funcional em pacientes transplantados, aplicando-se o
índice de desempenho do miocárdio, pôde prever rejeição mesmo leve,
constituindo-se em bom método de controle do tratamento desses pacientes
65
.
O presente estudo, avaliando o índice de desempenho do miocárdio dos
ventrículos, também pode contribuir para o controle do resultado do tratamento
pós-pericardiectomia, porque evidenciou satisfatório incremento no
desempenho funcional dos ventrículos, apontando outro índice útil para o
controle pós-pericardiectomia, na avaliação de VE e de VD.
Estudos relativos à FEVE, pós-pericardiectomia, empregando o modo
bidimensional, mostraram: (1) FEVE inalterada no pós-operatório imediato, mas
com melhora, em alguns pacientes, após três meses de procedimento
10
; (2) em
pós-pericardiectomia recente, não houve alteração da FEVE
51
; (3) na avaliação
Discussão 66
antes de 6 meses e mais de 6 meses de pós-operatório, a FEVE aumentou
significantemente
18
.
Nosso estudo, que mostrou a melhora da FEVE, é coerente com esse
terceiro trabalho
18
e consistente com os nossos próprios achados, pois
verificamos resultados positivos pelo Índice de Desempenho do Miocárdico e
também pela dosagem de NT-proBNP.
Estudo prévio
10
relatou aumento do diâmetro diastólico de VE,
constatação compatível com o nosso trabalho, onde encontramos aumento do
diâmetro diastólico final do VE e do volume diastólico final de VE, o que é
condizente com a melhora da função diastólica conseqüente à retirado do
pericárdio, pois assim, aumentou a capacidade de enchimento da cavidade
ventricular. Essa melhora do enchimento diastólico explica também a melhora
da fração de ejeção de VE.
Em experiências prévias, houve redução da variação respiratória do
fluxo mitral
18, 51
, redução de variação respiratória de fluxo tricúspide e de veias
hepáticas
51
. Nossos resultados sugerem que após a pericardiectomia a
variação respiratória da pressão torácica foi mais eqüitativamente transmitida
para as câmaras cardíacas, pois se observou redução da variação respiratória
de fluxo mitral, tricúspide e de veias hepáticas.
A melhora da complacência de VE foi evidenciada, em estudos
18, 51
,
mostrando aumento significante do tempo de desaceleração da onda E mitral.
Aplicando essa variável, tempo de desaceleração da onda E, no presente
estudo, foi constatada tanto melhora da complacência de VE como de VD.
Discussão 67
Sabe-se que, após serem submetidos à pericardiectomia, os pacientes
apresentam melhora progressiva com o decorrer dos meses
69
. Assim podemos
explicar, em parte, porque alguns dos parâmetros que, na época da avaliação
do tratamento (GE pré- vs GE pós-operatório), mostravam melhora e não
apresentavam diferença em relação ao GC (GE pós-operatório vs GC), ao
passo que outros daquelas parâmetros que apresentaram melhora, com a
cirurgia, ainda apresentavam diferença em relação ao GC (isso vai depender
também da sensibilidade e da especificidade de cada variável). Em função das
diferenças do pré- para o pós-operatório, considera-se que os pacientes
melhoraram, mas não podemos ainda considerá-los curados, pois notamos
diferenças em relação aos saudáveis. Essas observações podem também
estar influenciadas por outros fatores, tais como o tamanho da amostra.
Nosso estudo apresenta importante relevância clínica, oferecendo
experiência da aplicação desses recursos ecocardiográficas (variáveis de
Doppler tecidual biventriculares na avaliação da função sistólica e diastólica,
IDM VE, IDM VD, volumes e fração de ejeção atrial), que nesse contexto de
pós-pericardiectomia, não foram publicados até o momento. Também testamos
variáveis já empregadas no controle da pericardiectomia, que também em
nosso meio, se mostraram de valor significativo.
A melhora dos índices ecodopplercardiográficos observada no presente
estudo, leva-nos a presumir que os nossos pacientes foram operados em
tempo hábil, pois do contrário, teríamos obtidos piores resultados, conforme
relatos sobre a submissão tardia de pacientes à pericardiectomia
4, 10
.
Discussão 68
5.2. NT-proBNP
Neste estudo foi demonstrado que pacientes com pericardite constritiva
apresentam níveis elevados de NT-proBNP e que, com a pericardiectomia,
esses níveis reduzem. Este achado abre perspectivas para utilização do
método como exame complementar no diagnóstico e controle de tratamento
em pacientes com constrições pericárdicas.
O achado de espessamento pericárdico, ao ecocardiograma, em
pacientes sem sinais e sintomas clínicos de restrição, deixa dúvida quanto ao
diagnóstico de pericardite constritiva.
Desta forma, a utilização de outros recursos propedêuticos
complementares, tais como a dosagem do NT-proBNP, poderia auxiliar na
definição diagnóstica e na escolha do melhor momento para a intervenção
cirúrgica. Às vezes, há casos de pericardite constritiva confirmada
cirurgicamente em que, com recursos de exames complementares na fase pré-
operatória (ressonância magnética aliada ao uso de ecodopplercardiografia,
mesmo com o uso dos recursos metodológicos mais recentes), não se
conseguiu estabelecer o diagnóstico antes da intervenção.
Até o presente momento, existem poucos estudos que avaliaram a
presença de fatores natriuréticos nas afecções pericárdicas, a maioria
utilizando o fator natriurético atrial. Nesses estudos, há aumento do fator
natriurético atrial após a correção cirúrgica do tamponamento e da pericardite
constritiva. A explicação para tal fato seria de que as afecções pericárdicas
Discussão 69
ocasionariam restrição da distensibilidade atrial, limitando a secreção do fator
natriurético atrial e reduzindo seus efeitos diuréticos e natriuréticos
66, 67
. Com
relação ao BNP, apenas um estudo avaliou seus níveis em pacientes com
tamponamento antes da pericardiocentese e 30 minutos após. Os resultados
demonstraram que o BNP estava significantemente aumentado em relação ao
do grupo controle, não havendo diferenças após o procedimento terapêutico
68
.
Acredita-se que a disfunção diastólica secundária ao derrame e à
constrição pericárdica estaria relacionada com a elevação dos níveis séricos de
NT-proBNP.
Na constrição pericárdica, a indicação cirúrgica clássica ocorre nos
casos em que há insuficiência cardíaca clínica. Nesta condição, a intervenção
não deve ser adiada, pois pacientes em classe funcional avançada (IV da
NYHA) apresentam maior mortalidade e menor benefício. A melhora da
sintomatologia e a normalização das pressões cardíacas podem ocorrer em
alguns meses pós- pericardiectomia
69
. Já nos casos de pacientes em classe
funcional I, sem sinais clínicos de insuficiência cardíaca, a pericardiectomia não
deve ser realizada
70
.
As formas sub-clínicas de constrição incluem pacientes que, após um
ou vários surtos de inflamação pericárdica, evoluem com espessamento
pericárdico. Este grupo tem merecido pouca atenção até o momento,
representando a forma menos estudada da moléstia. É a forma na qual os
pacientes são assintomáticos, apresentando alterações ecocardiográficas e
função sistólica em repouso normal. O fato de serem assintomáticos gera
dificuldade diagnóstica e conseqüente subvalorização do problema. Como uma
Discussão 70
parte deles evolui para constrição, com todas as suas conseqüências, é
importante termos profundo conhecimento sobre essa fase evolutiva subclínica
da doença. Se tivermos possibilidade de acompanhar esses indivíduos com
dosagens seriadas de marcadores de disfunção diastólica, poderemos
modificar as curvas de sobrevida, com indicação precoce de pericardiectomia.
Nosso estudo demonstrou que, em pacientes sintomáticos com constrição
pericárdica, há aumento dos níveis plasmáticos de NT-proBNP. A dosagem de
NT-proBNP poderia ser mais um recurso complementar no seguimento dos
casos iniciais de espessamento pericárdico, quando o paciente ainda não
apresenta sinais e sintomas de insuficiência cardíaca.
Este estudo demonstra a experiência inicial com o uso do NT-proBNP
como diagnóstico complementar na pericardite constritiva e no controle
evolutivo pós-pericardiectomia. Entretanto, acreditamos que apenas um estudo,
com um número maior de pacientes, poderia responder a algumas questões do
método com relação à sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo
e negativo, bem como marcador prognóstico nas restrições pericárdicas.
Discussão 71
5.3. Limitações do estudo
O número de pacientes incluídos foi pequeno. Isso deveu-se ao fato de
se tratar de uma doença pouco freqüente em nosso meio, mesmo em um
hospital de referência; contudo, os resultados foram consistentes e assim
obtiveram-se dados que podem ser considerados úteis para aplicação clínica.
Possivelmente poderíamos encontrar correlação entre os níveis plasmáticos
de NT-proBNP e as diversas variáveis ecocardiográficas, se o trabalho tivesse
sido realizado com um grupo estudo maior, mas para isso não poderiam ser
usados critérios de seleção rigorosos (pacientes com diagnósticos de
pericardite constritiva confirmada cirurgicamente, tendo sido detectados
previamente à cirurgia, critérios clínicos e exames complementares
compatíveis com a patologia).
Ambiciona-se a continuidade deste estudo, adicionando-se mais pacientes,
pois com uma casuística maior pode-se chegar a resultados ainda mais
satisfatórios.
72
6. CONCLUSÕES
Conclusões 73
(1) Houve melhora dos índices de função sistólica e diastólica de VE e VD, bem
como dos índices de desempenho global dos ventrículos nos pacientes
submetidos à pericardietomia.
(2) Observaram-se a normalização dos padrões de variação respiratória,
característicos da pericardite constritiva, nos fluxo mitral e de veias
hepáticas e a redução da variação respiratória no fluxo tricúspide.
(3) Ocorreu redução dos níveis plasmáticos de NT-proBNP.
(4) Não houve correlação entre os níveis plasmáticos de NT-proBNP e os
índices ecocardiográficos que demonstraram melhora com a
pericardiectomia.
74
7. ANEXOS
Anexos 75
Anexo A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – grupo estudo
HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DA
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Instruções para preenchimento no verso)
I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU
RESPONSÁVEL LEGAL
1. NOME DO PACIENTE .:.................................. .....................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................ SEXO : .M
F
DATA NASCIMENTO: ......../......../......
ENDEREÇO ...................................................................Nº ........ APTO: .......
BAIRRO:..............CIDADE.....................................CEP:......................
TELEFONE: DDD (............) ......................................................
2.RESPONSÁVEL LEGAL.................................................................
NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc)...........................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE :...............................SEXO: M F
DATA NASCIMENTO.: ....../......./......
ENDEREÇO: ............................................................................ Nº ...................APTO: .............................
BAIRRO: ...................................................................... CIDADE: ......................................................................
CEP: .............................................. TELEFONE: DDD (............)............................................................
____________________________________________________________________________________
-
DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: Avaliação da função cardíaca pós-
pericardiectomia por meio da ecocardiografia. Comparação com os níveis
plasmáticos de NT-proBNP
2.PESQUISADOR: Izabel J. de Almeida
CARGO/FUNÇÃO: Médica INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº: 67777-9
UNIDADE DO HCFMUSP: Unidade de Miocardiopatias - Instituto do Coração
3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:
SEM RISCO
RISCO MÍNIMO X RISCO MÉDIO
RISCO BAIXO RISCO MAIOR
(probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo)
4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 12 meses
Anexos 76
III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU
REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO:
1. justificativa e os objetivos da pesquisa ; 2. procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são
experimentais; 3. desconfortos e riscos esperados; 4. benefícios que poderão ser obtidos; 5. procedimentos alternativos que possam ser vantajosos
para o indivíduo.
Este é um estudo que vai ajudar seus médicos a entenderem melhor a doença da qual
o sr(sra) sofre, que é chamada pericardite constritiva. O sr(sra) fará um
ecocardiograma, que é um exame para se saber o tamanho e como está o
funcionamento do seu coração. Esse exame não causa dor nem desconforto e o
sr(sra) poderá acompanhar o exame numa pequena televisão que fica junto com o
aparelho. O sr(sra) fará também um eletrocardiograma, que também é um exame que
não causa desconforto, para podermos verificar como está a parte elétrica do seu
coração. Serão também necessários exames de sangue, cujo único desconforto é a
picada da agulha da coleta. Esses exames serão realizados antes e após a cirurgia
que foi indicada pelo seu médico para tratamento de seu problema cardíaco (a cirurgia
não faz parte deste protocolo de pesquisa, pois é o tratamento indicado para a sua
doença, independente deste protocolo). O ecocardiograma e demais exames de
sangue são necessários para a sua avaliação pré- e pós-cirurgia. Parte do sangue
que vai ser colhido será utilizada na dosagem do pro-BNP e apenas essa dosagem é
que não faz parte do que será necessário para avaliação de rotina da sua doença. Os
medicamentos que o sr(sra) vêm utilizando normalmente serão mantidos, conforme a
conduta clínica regular. Durante a realização de todos os seus exames e durante seu
acompanhamento no InCor, o sr(sra) terá sempre um médico para tirar suas dúvidas.
A intenção desse estudo é acrescentar vantagens no conhecimento da sua doença (a
pericardite constritiva) objetivando um melhor tratamento aos pacientes com esse
diagnóstico.
____________________________________________________________________________________
IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS
DO SUJEITO DA PESQUISA:
1. O Sr. (ou a Sra) terá acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos,
riscos e
benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas.
2. O Sr. (ou a Sra) terá liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo,
sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência.
3. O Sr. (ou a Sra) terá salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade.
4. O Sr. (ou a Sra) terá disponibilidade de assistência no HCFMUSP, por eventuais danos à saúde, decorrentes da
pesquisa.
5. viabilidade de indenização por eventuais danos à saúde decorrentes da pesquisa.
Anexos 77
V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS
RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA
CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES
ADVERSAS.
Médica: Izabel J. Almeida
Unidade Clínica de Miocárdiopatia – InCor – HC-FMUSP
Av. Dr. Eneas de C. Aguiar, 44
05403-900 – São Paulo - SP
Telefone (11) 3069-5057 Fax: (11) 3069-5346 Bipe: (11) 3444-4545 (código 2085)
VI.
OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:
VII – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter
entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de
Pesquisa
São Paulo, de de 2005
_____________________________________________ _____________________________
assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal assinatura do pesquisador
(carimbo ou nome legível)
Anexos 78
INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO
(Resolução Conselho Nacional de Saúde 196, de 10 outubro 1996)
1. Este termo conterá o registro das informações que o pesquisador
fornecerá ao sujeito da pesquisa, em linguagem clara e accessível,
evitando-se vocábulos técnicos não compatíveis com o grau de
conhecimento do interlocutor.
2. A avaliação do grau de risco deve ser minuciosa, levando em conta
qualquer possibilidade de intervenção e de dano à integridade física
do sujeito da pesquisa.
3. O formulário poderá ser preenchido em letra de forma legível,
datilografia ou meios eletrônicos.
4. Este termo deverá ser elaborado em duas vias, ficando uma via em
poder do paciente ou seu representante legal e outra deverá ser
juntada ao prontuário do paciente.
5. A via do Termo de Consentimento Pós-Informação submetida à
análise da Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa
-CAPPesq deverá ser idêntica àquela que será fornecida ao sujeito
da pesquisa.
Anexos 79
Anexo B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – grupo controle
HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DA
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Instruções para preenchimento no verso)
I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU
RESPONSÁVEL LEGAL
1. NOME DO PACIENTE .:.................................. .....................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................ SEXO : .M
F
DATA NASCIMENTO: ......../......../......
ENDEREÇO ...................................................................Nº ........ APTO: .......
BAIRRO:..............CIDADE.....................................CEP:......................
TELEFONE: DDD (............) ......................................................
2.RESPONSÁVEL LEGAL.................................................................
NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc)...........................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE :...............................SEXO: M F
DATA NASCIMENTO.: ....../......./......
ENDEREÇO: ............................................................................ Nº ...................APTO: .............................
BAIRRO: ...................................................................... CIDADE: ......................................................................
CEP: .............................................. TELEFONE: DDD (............)............................................................
____________________________________________________________________________________
-
DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA:
Avaliação da função cardíaca pós-
pericardiectomia por meio da ecocardiografia. Comparação com os níveis
plasmáticos de NT-proBNP
2.PESQUISADOR: Izabel J. de Almeida
CARGO/FUNÇÃO: Médica INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº: 67777-9
UNIDADE DO HCFMUSP: Unidade de Miocardiopatias - Instituto do Coração
3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:
SEM RISCO
RISCO MÍNIMO X RISCO MÉDIO
RISCO BAIXO RISCO MAIOR
(probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo)
4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 12 meses
Anexos 80
III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU
REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO:
2. justificativa e os objetivos da pesquisa ; 2. procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são
experimentais; 3. desconfortos e riscos esperados; 4. benefícios que poderão ser obtidos; 5. procedimentos alternativos que possam ser vantajosos
para o indivíduo.
Este é um estudo que vai ajudar os médicos a entenderem melhor a doença cardíaca,
que é chamada pericardite constritiva. O sr(sra) fará um ecocardiograma, que é um
exame para se saber o tamanho e como está o funcionamento do seu coração. Esse
exame não causa dor nem desconforto e o sr(sra) poderá acompanhar o exame numa
pequena televisão que fica junto com o aparelho. O sr(sra) fará também um
eletrocardiograma, que também é um exame que não causa desconforto, para
podermos verificar como está a parte elétrica do seu coração. Será realizado RX de
tórax para avaliar o coração e o pulmão. Serão também necessários exames de
sangue, cujo único desconforto é a picada da agulha da coleta. O ecocardiograma e
demais exames são necessários para complementar a sua avaliação clínica. Parte do
sangue que vai ser colhido será utilizada para a realização de um novo exame de
laboratório que tem sido usado na avaliação de outros tipos de insuficiência cardíaca
Durante a realização de todos os seus exames, o sr(sra) terá sempre um médico para
tirar suas dúvidas. A intenção desse estudo é acrescentar vantagens no conhecimento
dessa doença (a pericardite constritiva) objetivando um melhor tratamento aos
pacientes com esse diagnóstico.
____________________________________________________________________________________
IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO
DA PESQUISA:
1. O Sr. (ou a Sra) terá acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e
benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas.
2. O Sr. (ou a Sra) terá liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de
participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência.
3. O Sr. (ou a Sra) terá salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade.
4. O Sr. (ou a Sra) terá disponibilidade de assistência no HCFMUSP, por eventuais danos à
saúde, decorrentes da pesquisa.
5. viabilidade de indenização por eventuais danos à saúde decorrentes da pesquisa.
Anexos 81
V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS
RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA
CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES
ADVERSAS.
Médica: Izabel J. Almeida
Unidade Clínica de Miocárdiopatia – InCor – HC-FMUSP
Av. Dr. Eneas de C. Aguiar, 44
05403-900 – São Paulo - SP
Telefone (11) 3069-5057 Fax: (11) 3069-5346 Bipe: (11) 3444-4545 (código 2085)
VI.
OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:
VII – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter
entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de
Pesquisa
São Paulo, de de 2005
_____________________________________________ _____________________________
assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal assinatura do pesquisador
(carimbo ou nome legível)
Anexos 82
INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO
(Resolução Conselho Nacional de Saúde 196, de 10 outubro 1996)
1. Este termo conterá o registro das informações que o pesquisador fornecerá
ao sujeito da pesquisa, em linguagem clara e accessível, evitando-se
vocábulos técnicos não compatíveis com o grau de conhecimento do
interlocutor.
2. A avaliação do grau de risco deve ser minuciosa, levando em conta qualquer
possibilidade de intervenção e de dano à integridade física do sujeito da
pesquisa.
3. O formulário poderá ser preenchido em letra de forma legível, datilografia
ou meios eletrônicos.
4. Este termo deverá ser elaborado em duas vias, ficando uma via em poder do
paciente ou seu representante legal e outra deverá ser juntada ao prontuário
do paciente.
5. A via do Termo de Consentimento Pós-Informação submetida à análise da
Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa -CAPPesq deverá
ser idêntica àquela que será fornecida ao sujeito da pesquisa.
83
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